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GABRIEL JAMUR GOMES - UFPR

1. p 15 248 IV a forma de recebimento da receita pelas concession rias de gera o decorrente da aplica o da tarifa calculada pela ANEEL para cada usina hidrel trica o que ocorrer por meio de liquida o financeira centralizada a ser promovida pela C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE V as garantias financeiras que ser o aportadas pelas concession rias de distribui o em garantia de pagamento da receita s concession rias de gera o VI a forma de rateio entre as concession rias de gera o decorrente de eventual inadimpl ncia por parte das concession rias de distribui o ap s a liquida o financeira centralizada de que trata a al nea d VII o prazo de vig ncia do contrato VIII os direitos e as obriga es das partes contratantes e IX mecanismo de solu o de controv rsias Desse modo cada Contrato de Cota de Garantia F sica identificado pela CCEE como uma opera o de comercializa o na qual o agente de gera o considerado o agente vendedor e a distribuidora cotista o comprador A CCEE promover a liquida o financeira centralizada desses contratos em um procedimento espec fico Eventuais inadimplementos dos agentes de distribui o ser o rateados entre os geradores participantes Ademais poder haver exposi o financeira positiva ou negativa das distribuidoras no mercado de curto prazo Uma vez que as distribuidoras cotistas poderi
2. LORENZETTI Ricardo Luis Fundamentos do Direito Privado S o Paulo RT 1998 p 129 1 Sobre a concep o de contrato no Estado Liberal Moderno ora exposta L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 19 21 56 66 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Buenos Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 23 25 14 Desta feita eram delimitadas com maior rigor as esferas do direito p blico e do direito privado em tal per odo Retornando a Norberto Bobbio al m do significado descritivo da no o de dicotomia p blico privado no que toca delimita o entre ambas as esferas tal no o tamb m frui de um uso axiol gico Uma vez que ambas as esferas se delimitam e n o podem se confundir de igual forma o significado valorativo de uma tende a ser oposta ao da outra Em outras palavras enquanto a primeira porta um significado valorativo positivo a segunda adquirir um significado valorativo negativo De tais aspectos derivam duas concep es axiol gicas distintas denominadas pelo autor como o primado do privado e o primado do p blico O primado do privado se afirma por meio da recep o do Direito Romano no Ocidente que embora tenha sido um direito positivo em sua origem hist rica transforma se em direito natural no labor dos comentaristas e glosadores ao longo dos s culos adquirindo o valor absoluto de direito da raz o que independe das circunst ncias de tempo e lugar Esse direito
3. 46 MARTINS COSTA Judith Coment rios ao Novo C digo Civil p 199 417 Ibidem p 199 205 208 diversas situa es que poderiam ser consideradas como caso fortuito ou for a maior em outros setores s o consideradas mero fortuito interno da atividade portanto insuficientes para eximir o agente de adimplir com a obriga o Como exemplo de tal cen rio a fim de poder demonstrar no caso concreto como se d o as consequ ncias decorrentes do caso fortuito e for a maior no inadimplemento dos contratos de comercializa o de energia pode ser mencionada a situa o de atraso do in cio de funcionamento da UHE de Jirau O cons rcio Energia Sustent vel do Brasil EBR requisitou ANEEL no Processo Administrativo n 48500 004505 2008 02 a exclus o de sua responsabilidade pelos atrasos no cronograma de in cio da opera o comercial do empreendimento em raz o de caso fortuito ou for a maior Em tais autos o pedido do gerador de energia encontra se assentado em tr s fundamentos principais que impediram o cumprimento do cronograma i greves e atos de vandalismos ocorridos em seu canteiro de obras ii atraso no t rmino da instala o da linha de transmiss o do Porto Velho Araraquara iii demora do desembara o de equipamentos na Receita Federal brasileira A cada um dos tr s elementos a Diretoria da ANEEL deu um entendimento diferente ao caso concreto quanto exist ncia de caso fortuito ou de for a maior Em
4. De acordo com a decis o da vice presid ncia do Tribunal de Al ada a a o seria de mat ria inespec fica por se tratar de direito de usu rio de energia el trica Todavia o TJSP decidiu com base na doutrina e nos artigos 155 par grafo 3 do CP e 74 do CTN 7 que diante do interesse econ mico referente a utiliza o da energia el trica envolvendo autor e r u da a o a mesma versa efetivamente sobre contrato que tem por objeto bem m vel 2 A positiva o de tal entendimento na legisla o de direito privado propriamente dita se deu com o C digo Civil de 2002 que em seu art 83 inciso II estabelece Art 83 Consideram se m veis para os efeitos legais as energias que tenham valor econ mico Em que pese todo o transcurso hist rico da quest o ora exposta tal BS ante a necessidade de se modifica o foi recebida como verdadeira novidade completar o C digo de forma a abarcar todas as situa es postas pela realidade muito cara ao dogma da completude do Direito moderno A Comiss o Elaboradora e Revisora e Elaboradora do Anteprojeto do C digo Civil na revis o que realizou em 1973 referente Parte Geral retirou a qualifica o naturais das energias 81 RT 569 72 A O DE ANULA O DE CONTRATO DE CESS O DE DIREITO DE USU RIO DE ENERGIA EL TRICA COISA M VEL CARACTERIZADA JULGAMENTO AFETO AO 1 TACIV SP Versando a a o sobre contrato que tem po
5. diferentes planos que comp em opera o econ mica em quest o que demandam uma vis o que seja simultaneamente singular e plural das rela es necess rias para a sua consecu o Como locus para o desenvolvimento dessas rela es a reforma setorial implementada a partir de 2004 edificou dois diferentes ambientes para a negocia o e aquisi o de energia el trica De acordo com o j tratado na Parte deste estudo estes possuem como nota distintiva os tipos de consumidores a que se destina a energia e os modelos de competi o na cadeia produtiva de eletricidade Para ser poss vel a viabiliza o de tais estruturas foi tamb m necess ria a formula o de diferentes formas contratuais t picas ora com preval ncia de aspectos p blicos ora de aspectos privados que permitissem o desenvolvimento de tais rela es em conson ncia com o modelo setorial proposto Destarte como etapa final desta pesquisa mostra se necess rio introduzir as diferentes modalidades contratuais desses ambientes o que ser feito nos cap tulos subsequentes iniciando se pelos contratos no Ambiente de Comercializa o Livre 212 6 CONTRATOS DO AMBIENTE DE CONTRATA O LIVRE Uma vez apresentados os tra os gerais da compra e venda de energia el trica e da estrutura de redes contratuais que a sustenta inicia se a an lise das esp cies contratuais de comercializa o de eletricidade pelos contratos situados no Ambiente de Contrata o Livre A
6. o verificou se que o aumento de tarifas durante o per odo da crise energ tica brasileira de 2001 gerou uma redu o no bem estar de fam lias de baixa renda conforme demonstrado em pesquisa do Centro Sobre Desigualdade e Desenvolvimento da Universidade Federal Fluminense Assim no que toca essencialidade a energia el trica est inserida dentro 10 Analyzed on an aggregate basis there appears to exist a strong correlation between energy consumption and income per capita This can be seen from Figure 1 3 which shows this relationship for low income middle income and high income industrialized market countries As per capita income increases energy consumption apparently increases at a constant rate Given the many factors that can explain differences in per capita energy use it is perhaps remarkable that among the developed industrialized countries energy use relative to income varies as little as it does This is but another confirmation of the fact that high per capita income levels depend on high levels of modern sector activities which in turn vitally depend on the use of substantial quantities of inanimate energy MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 p 15 18 1 MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 p 15 O IDH
7. o das obriga es e suas consequ ncias 3 ed atual Rio de Janeiro Jur dica e Universit ria 1965 p 24 398 BO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 230 39 VARELA Antunes Das obriga es em geral 7 ed Coimbra Almedina 1997 v 2 p 63 64 196 impossibilidade de cumprimento extinguindo se o v nculo da rela o obrigacional Desse modo para a autora a imputabilidade o eixo central da teoria do inadimplemento que representa a atribui o de responsabilidade a algu m mas n o necessariamente a inculpa o Dentre os princ pios que informam o nexo de atribui o da responsabilidade destaca a culpa o risco a seguran a a confian a e a garantia Como regra geral entende que seria a culpa o elemento preponderante da imputabilidade restando os demais como exce o Entretanto Paulo L bo ressalta que no Direito brasileiro devido tend ncia de objetiva o da responsabilidade no tr fico jur dico a culpa deixaria de ser o elemento essencial para a caracteriza o do inadimplemento no ato comissivo ou omissivo do devedor Desta forma assiste se a passagem de uma estrutura subjetiva de inadimplemento para uma outra de car ter preponderantemente objetivo assentada na ideia de quebra de deveres contratuais No setor de energia em fun o dos diversos aspectos envolvidos em especial os riscos inerentes atividade entende se que o referido car ter objetivo que
8. o do Estado como condutor de tais pol ticas A interven o continuou em dois sentidos diversifica o de setores que sofrem a interven o do Estado que at ent o eram reservados aos agentes privados a cria o de novas empresas p blicas constituindo um setor semip blico de economia mista Destarte constru do assim um novo modelo de Estado contrastante com o Liberal anterior que visa implementa o de direitos prestacionais e participa o dos grupos sociais na execu o de pol ticas econ micas que se denomina Estado Social Eros Grau a partir do direito brasileiro classifica as t cnicas espec ficas de atua o do Estado em rela o economia em dois grandes grupos sendo o 2 MOREIRA Vital Auto regula o profissional e administra o p blica Coimbra Almedina 1997 p 20 MOREIRA Vital Auto regula o profissional e administra o p blica Coimbra Almedina 1997 p 20 LAUBADERE Andr de Direito p blico econ mico Coimbra Almedina 1985 p 47 51 LAUBADERE op cit p 51 8 Ibidem p 52 53 9 MOREIRA Vital Auto regula o profissional p 20 18 primeiro a atua o do Estado na economia e o segundo como a atua o do Estado sobre a economia A atua o do Estado na economia subdividida em atua o por absor o na qual Estado assume monopolisticamente os meios de produ o e ou troca de determinado setor e atua o por participa o q
9. para o desenvolvimento econ mico do Brasil ante a dificuldade do Estado em reunir as condi es econ mico financeiras para os investimentos necess rios para a expans o e garantia da confiabilidade do sistema de forma a atender adequadamente ao aumento do consumo residencial e industrial de eletricidade Como exemplo claro de tal correla o poss vel citar o impacto econ mico decorrente da crise energ tica de ocorrida em 2001 Devido crise a taxa de crescimento da economia nacional caiu de 4 3 em 2000 para 1 3 em 2001 gerando elevados n veis de desemprego no per odo O Brasil sofreu um preju zo de R 45 2 bilh es do qual os consumidores brasileiros arcaram diretamente com R 27 12 bilh es equivalente a aproximadamente 60 por meio do chamado Repasse Tarif rio O restante do preju zo foi custeado pelo Tesouro Nacional onerando duplamente os contribuintes Percebe se assim uma n tida interdepend ncia entre setor el trico e desenvolvimento nacional tornando evidente a essencialidade da energia tamb m 117 LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Introdu o ao regime jur dico da ind stria el trica premissas gerais Revista de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul Santa Cruz do Sul n 28 p 180 181 jul dez 2007 118 IPEA Comunicado do IPEA n 51 Dispon vel em lt www ipea gov br gt Data de acesso 15 10 2010 GOLDEMBERG Jos et al Energia para o desenvolvimento S o
10. porque a conex o explicada a partir do elemento subjetivo relacionado inten o dos contratantes seria de dif cil estabelecimento e comprova o Nesse sentido a exist ncia de uma opera o econ mica comum mais clara como elemento identificador Lorenzetti ressalta que cada contrato mant m sua causa no sentido de fundamento da obriga o assim como o fim individual que levou as partes a celebrarem seus contratos quando em conjunto visam realiza o de uma 1 opera o econ mica unit ria e complexa Para tanto o autor identifica tr s diferentes n veis de causa em uma estrutura de rede contratual A primeira a causa fonte individual que cada contrato gera obriga es distintas aos seus pactuantes imediatos Em seguida indica a causa fim individual na medida em que cada contrato tem um fim concreto e vari vel Por fim h a causa supracontratual representada pela finalidade econ mica que levou s partes a utilizarem diferentes contratos para a conforma o de uma opera o econ mica global Esta ltima por sua vez perfaz o elemento de vincula o supracontratual que justifica e d sentido forma o e ao funcionamento da rede contratual 2 efeitos essenciais que tipicamente dele derivam com a sua fun o econ mico social com o frequentemente se diz ROPPO Enzo O contrato Coimbra Almedina 2009 p 197 Verifica se assim que o autor parte de uma no o objetiva de causa em q
11. 252 dar o por meio do MCSD Mensal As duas modalidades seguintes MCSD Trocas Livres e MCSD 4 ser o utilizadas para compensar desvios de mercado dos agentes de distribui o O MCSD Trocas Livres ser realizado semestralmente de acordo com calend rio proposto pela CCEE e o MCSD 4 ser realizado anualmente antes das declara es de compra dos leil es de energia existente N o ser o apresentados aqui os detalhes de cada uma dessas modalidades do MCSD uma vez que estas possuem particularidades muito espec ficas que ultrapassam o objetivo aqui proposto de apenas apresentar uma vis o panor mica das figuras contratuais do ACR 8 O valor do pre o da energia nas cess es que se derem pelo MCSD ser correspondente ao pre o de venda do agente cedente no CCEAR resultante do leil o origin rio De forma geral os cession rios pagar o esse pre o atualizado pelo ndice Nacional de Pre os ao Consumidor Amplo IPCA na forma definida nas Regras de Comercializa o aplic veis As modalidades acima referidas do MCSD implicam em altera es dos volumes contratados pelas distribuidoras com sobras perante os agentes de gera o no ACR que s o redirecionados antes do efetivo fornecimento da energia a outros agentes de distribui o que apresentam d ficits Contudo existe ainda uma outra modalidade de MCSD em que a compensa o ocorre ap s o fornecimento o MCSD Ex post Tal modalidade visa unicamente redistribuir os volumes con
12. De forma geral o que se pretende no presente t pico n o aprofundar a instigante tem tica da rela o entre energia e meio ambiente planejamento energ tico e seus custos s cio econ micos Mas ressaltar ainda que introdutoriamente que a produ o de energia el trica seja qual for a sua matriz gera impactos econ micos ambientais sociais quando feita em larga escala necess ria ante a sua essencialidade Ensejam por conseguinte um custo que repartido por toda a sociedade que afeta com maior for a determinados grupos em especial aqueles que n o possuem condi es econ micas de escapar de tais efeitos negativos Desta forma necess rio no tratamento jur dico da energia el trica que esses custos sejam minorados ao m ximo poss vel com a otimiza o dos recursos existentes a redu o dos custos futuros e a distribui o equitativa dos custos e dos respectivos benef cios deles decorrentes As caracter sticas apresentadas quais sejam essencialidade e o respectivo custo social refletem uma tens o interna do bem energia el trica uma vez que este necess rio sendo imperativo garantir o seu fornecimento ao menor custo para a sociedade que o retira da mera apreens o privada e o inserem em uma ordem interesses da coletividade Desta feita considera se que estas podem ser indicadas 134 BERTIOL La rcio F Itaipu modelo avan ado de coopera o internacional na bacia do Prata 2 ed S o Paulo
13. El respeito da sazonaliza o e modula o dos Contratos de Itaipu Regras de Comercializa o Contratos p 33 37 483 A tal respeito relevante a obra La rcio Bertiol sobre os aspectos ligados ao direito internacional e coopera o econ mica no Tratado de Itaipu e na constitui o do empreendimento BERTIOL La rcio F Itaipu modelo avan ado de coopera o internacional na bacia do Prata 2 ed 241 econ micos da energia produzida pela usina sejam repartidos de forma equ nime aos mercados de consumidores cativos das referidas regi es brasileiras 7 3 CONTRATOS PROINFA Tamb m est o situados no ACR e possuem regulamenta o pr pria os contratos do Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia El trica PROINFA institu do pela Lei n 10 438 2002 e regulamentado pelo Decreto n 5 025 2004 Esse programa institu do no contexto da crise de 2001 visa promover na matriz energ tica brasileira o aumento da produ o de eletricidade proveniente de Pequenas Centrais Hidrel tricas PCHs fontes e licas e biomassa de acordo com as diretrizes impostas pelo seu marco normativo Indiretamente tamb m tem por objetivo a redu o da emiss o de gases do efeito estufa nos termos da Conven o Quadro das Na es Unidas sobre Mudan a do Clima conforme o art 5 81 do Decreto n 5 025 2004 8 O PROINFA foi concebido em duas etapas A primeira estabelecia que a Eletrobr s celebraria contra
14. GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1998 8 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2008 p 54 2 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica p 61 17 a economia uma quest o pol tica fundamental de governo No mesmo per odo Keynes publicou sua obra mais importante General Theory of Employment Interest and Money 1936 que fazia da interven o estatal o principal fator de controle do ciclo econ mico e de suas crises Deflagrada a Segunda Guerra Mundial fizeram se necess rias ainda maiores interven es do Estado na economia devido necessidade de mobiliza o dos esfor os de guerra Por sua vez o fim da Guerra n o promoveu o restabelecimento do Estado Liberal ao rev s grande parte dos Estados atuaram com maior intensidade na economia com a implementa o de mecanismos regulat rios e desenvolvimento da planifica o econ mica n o em um sentido imperativo mas como instrumento jur dico de car ter incentivador indicativo e prospectivo nacionaliza es de empresas de setores chave principalmente os de infraestrutura bem como a dire o nacional do cr dito acompanhado do papel assumido pelo Tesouro P blico na concretiza o dos investimentos necess rios O Estado passa a sofrer maiores press es pol ticas da sociedade para ser o agente promotor do desenvolvimento Um importante mecanismo para tal intuito a j mencionada planifica o como a justifica o l gica para uma a
15. anteriormente eram exercidas sob o monop lio estatal aumentou a necessidade de uma atua o regulat ria do Poder P blico a fim de conformar o agir privado a objetivos que ultrapassam o mero intuito lucrativo de tais agentes Nessa toada Alexandre Santos de Arag o conceitua a regula o estatal da economia como o conjunto de medidas legislativas administrativas e convencionais abstratas ou concretas pelas quais o Estado de maneira restritiva da liberdade privada ou meramente indutiva determina controla ou influencia o comportamento dos agentes econ micos evitando que lesem os interesses sociais definidos no marco da Constitui o e orientando os em dire es socialmente 61 desej veis V se que a partir do conceito do autor a atividade regulat ria normativa do Estado tem por intuito a conforma o da atividade privada a interesses sociais indicados na carta constitucional Nesse contexto se d o surgimento das ag ncias reguladoras independentes no Brasil citando se como exemplo especificamente para os fins do presente trabalho a cria o da Ag ncia Nacional de Energia El trica ANEEL em 1996 por meio da Lei n 9 472 1997 As ag ncias reguladoras assumem a forma de autarquias sob regime jur dico especial caracterizadas por maior autonomia em rela o ao Executivo com o fito de exercerem fun es regulat rias em setores econ micos espec ficos De acordo com o sentido originalmente delineado
16. es normativas 109 e 348 da ANEEL cabe CCEE a contabiliza o liquida o leil es e administra o dos contratos assegurando o cumprimento pelos agentes das regras de comercializa o impostas pela ANEEL al m de impor penalidades ao agentes em caso de falta de garantia f sica insufici ncia de lastro para venda de energia el trica insufici ncia de cobertura contratual etc Restando incontroverso o descumprimento pelo agente das regras de mercado impostas pela ANEEL o agente n o quitou seu d bito quando das respectivas liquida es financeiras e n o apresentou garantias financeiras deixando o mercado exposto a seu d bito e inexistindo irregularidade no procedimento administrativo de desligamento tanto o impedimento de novos registros de contratos quanto o desligamento do agente e imposi o de multa inserem se no mbito de atribui es da CCEE arts 15 Ill e 28 XIII da Res ANEEL n 109 04 ausente ilegalidade TJSP Al 0214360 35 2009 8 26 0100 Rel Des Cl vis Castelo 35 C mara de Direito Privado julg em 26 03 2012 DJ 27 03 2012 422 Conforme art 6 da Conven o de Comercializa o 433 O m dulo das Regras de Comercializa o denominado Penalidades de Energia dividido em dois subm dulos O primeiro Insufici ncia de Lastro de Energia tem por objetivo calcular as penalidades para todos os agentes da CCEE que n o apresentarem cem por cento de lastro energia para todas suas opera e
17. es pol ticas de cada momento hist rico e assim continuar a ser A nica perman ncia do setor el trico paradoxalmente sua imperman ncia Sobre esse tema Helder Queiroz Pinto Jr e Ronaldo Goulart Bicalho do Grupo de Economia da Energia do IE UFRyJ ressaltam a necessidade de flexibilidade institucional no setor el trico Duas quest es fundamentais devem referenciar o debate sobre a reestrutura o da ind stria el trica A primeira delas que essa ind stria atravessa um per odo de transi o no qual o ponto de partida est definido por m o ponto de chegada permanece obscuro Portanto a sua reestrutura o institucional envolve um intenso processo de aprendizado com idas e vindas erros e acertos sucessos e fracassos tendo como objetivo fundamental a guiar a interven o pol tico institucional a garantia do suprimento de energia el trica para o desenvolvimento econ mico e o bem estar da sociedade A segunda quest o diz respeito ao reconhecimento de que os arranjos institucionais devem refletir a natureza indeterminada do processo de transi o da ind stria el trica provendo a flexibilidade necess ria para que em um processo incontorn vel de tentativa e erro seja poss vel construir uma solu o mais adequada real idade de cada ind stria O reconhecimento dessas duas quest es permite um melhor enquadramento do debate sobre esse tema trazendo o para um curso mais pr ximo das condi es reais
18. o Mestrado COPPE UFRJ Rio de Janeiro 2007 PIRES Jos Claudio Linhares PICCININI Maur cio Serr o Mecanismos de regula o tarif ria do setor el trico a experi ncia internacional e o caso brasileiro Rio de Janeiro BNDES 1998 PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano Bras lia PNUD 2000 Dispon vel em lt www pnud org br gt Data de acesso 15 out 2010 PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Tratado de direito privado Rio de Janeiro Borsoi 1958 t 23 8 2 792 ELETROBR S Plano Anual do Proinfa 2013 Rio de Janeiro Eletrobr s 2013 278 Dispon vel em lt www eletrobras com br gt Acesso em 12 05 2013 QUEIROZ Renato Pinto Setor el trico uma hist ria de reformas lt infopetro wordpress com gt Acesso em 19 09 2013 RIBEIRO Joaquim de Sousa O problema do contrato as cl usulas contratuais gerais e o princ pio da liberdade contratual Coimbra Almedina 2003 O direito dos contratos e regula o do mercado In Direito dos contratos estudos Coimbra Coimbra 2007 p 55 74 RIPERT George Aspectos jur dicos do capitalismo moderno Rio de Janeiro Freitas Bastos 1947 ROPPO Enzo O contrato Coimbra Almedina 2009 ROSA Luiz Pingueli A crise energ tica causas e medidas de mitiga o In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 81 95 ROUSSEFF Dilma Vana A privatiza o do seto
19. o regulat ria do setor de energia el trica adota no Brasil um sistema competitivo h brido no qual coexistem um modelo de competi o por comprador nico e um modelo de competi o no varejo Determinados setores da doutrina nacional entendem o modelo brasileiro contempor neo como um sistema misto de competi o no atacado e no varejo Tais autores entendem que o ACR configura um ambiente de competi o no atacado tendo se em vista a multiplicidade dos agentes de distribui o que nele atuam N o o ponto de vista que se adota no presente trabalho na medida em que o ACR n o configura um mercado de atacado propriamente dito pois n o h verdadeiramente multiplicidade de agentes compradores Os montantes de energia gerados em atendimento s necessidades declaradas pelas distribuidoras s o adquiridos conjuntamente por estas sob a forma de pool de compradores restando a competi o adstrita ao segmento de gera o Ressalte se que o processo de forma o de pre os difere entre os ambientes no ACR se d por meio de leil es p blicos cujo valor do insumo repassado s tarifas de distribui o dos consumidores cativos e no ACL a forma o de pre os ocorre no regime de livre concorr ncia As modalidades contratuais e a respectiva natureza jur dica predominantemente p blica ou privada destas refletem tal tens o Assim em rela o ao modelo RE SEB foi mantido o regime de competi o no varejo apenas no ACL
20. 1992 p 1 17 STIGLTIZ Joseph E La economia del sector publico 3 ed Barcelona Antoni Bosch 2000 p 220 229 63 energia Os sistemas baseados numa estrutura monopolista verticalizada podem ser p blicos ou privados Nos monop lios p blicos verticalizados o Estado exerce praticamente todas as etapas da cadeia produtiva de energia ou seja de gera o de transmiss o de distribui o e de comercializa o embora sejam admitidas pequenas participa es privadas Tal modelo frequentemente tem origem em sistemas que eram inicialmente privados e sofreram processos de estatiza o H vantagens na introdu o de cadeias produtivas monopolistas e verticalmente integradas no setor el trico conforme apresenta Ivan Camargo o mais conhecido Os engenheiros pensam o sistema el trico de forma integrada Menor custo de transa o Os contratos quando firmados ocorrem entre empresas integradas de gera o e transmiss o com empresas de distribui o S o os chamados contratos de suprimento Clara defini o da responsabilidade do suprimento As empresas geradoras t m a responsabilidade de atender a expans o da carga A empresa de distribui o apenas informa a sua expectativa de crescimento Facilidade de implementa o de subs dios Como n o h a necessidade de definir claramente o pre o de cada fun o f cil embutir subs dios no valor final da tarifa Facilidade no planejamento da exp
21. 3 1 3 Elementos essenciais da comercializa o de energia el trica como contrato de compra e venda consenso O elemento final do contrato de compra e venda a sua forma o por meio do consenso das partes Orlando Gomes aponta que ao se enfatizar o consenso ainda que este seja evidente busca se acentuar a natureza essencialmente consensual do contrato de compra e venda j que a tradi o da coisa desnecess ria perfectibilza o do neg cio como regra geral Dessa maneira o simples consentimento ser suficiente para a forma o do contrato e para a cria o de obriga es entre vendedor e comprador No mbito da comercializa o de energia el trica n o necess ria forma solene para o contrato bastando assim t o somente o consentimento das partes No entanto para ser considerado eficaz pela CCEE estas devem lev lo a registro em tal organismo e seguirem os procedimentos e regras de comercializa o aplic veis para que este gere devidamente seus efeitos perante o mercado conforme determina o art 2 incisos Il e Ill do Decreto n 5 163 2004 A necessidade de registro decorre da imposi o da comprova o do atendimento das cargas dos consumidores e dos distribuidores e da respectiva obrigatoriedade de lastro dos agentes vendedores Sem o registro dos contratos n o poss vel a aferi o do cumprimento de tais determina es e nem o processamento da contabiliza o e liquida o de diferen as
22. 68 a 33 fasc 400 p 274 275 1936 STEINER Renata Carlos Descumprimento contratual boa f e viola o positiva do contrato S o Paulo Quartier Latin 2013 no prelo STEVENSON Rodney Social goals and partial deregulation of the electric utility industry Journal of Economic Issues v 28 n 2 p 403 413 jun 1994 STIGLITZ Joseph E Making globalization work New York W W Norton 2006 SEN Amartya FITOUSSI Jean Paul Report of the commission on the measurement of economic performance and social progress Dispon vel em lt http wnww stiglitz sen fitoussi fr en index htm gt Acesso em 01 07 2011 Joseph E La economia del sector publico 3 ed Barcelona Antoni Bosch 2000 SUNDFELD Carlos Ari C MARA Jacintho Arruda Da regula o pol tica regula o t cnica o efeito da liberdade empresarial nos servi os p blicos Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 26 p 55 62 abr jun 2009 p 55 STOFT Steven Power system economics New York John Wiley and Sons 2002 STJ AgRg na SLS 36 CE Rel Min EDSON VIDIGAL CORTE ESPECIAL julg em 20 03 2006 DJ 03 04 2006 AgRg no REsp 854002 RS Rel Min LUIZ FUX PRIMEIRA TURMA julg em 15 05 2007 DJ 11 06 2007 p 282 AgRg no Ag 752292 RS Rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 21 11 2006 DJ 04 12 2006 p 268 REsp 834 954 MG Rel Min CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA julg em 280 27 06
23. 97 4 4 O NOV SSIMO MODELO DO SETOR EL TRICO COMO UM SISTEMA H BRIDO DE COMPETI O NO ATACADO E DE COMPRADOR NICO 116 5 AGENTES DA CADEIA PRODUTIVA DE ENERGIA EL TRICA E PAP IS P BLICO PRIVADOS DOS POLOS DAS RELA ES JUR DICAS DE COMERCIALIZA O assa in Qua ag la ai 128 5 1 AGENTES DE GERA O E CO GERA O meeeeeeereeeereeees 128 5 2 AGENTES DE TRANSMISS O it rreerereeerereerereeerereerereeerererreneeeaera 132 5 3 AGENTES DE DISTRIBUI O eeeeiereeeeeeeereeeereeeeeeeereenaes 133 5 4 AGENTES COMERCIALIZADORES DE ENERGIA EL TRICA 134 5 5 AGENTES CONSUMIDORES cissisresesesererresesesererreneseserereseeanra 135 Parte II COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA NO BRASIL 138 1 PROBLEMATIZA ES QUANTO AO PAPEL DOS CONTRATOS NA COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA 138 2 ELEMENTOS CENTRAIS DA OPERA O ECON MICA DE COMERCIALIZA O DE ELETRICIDADE NO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL essi goias A a PR 144 3 DETERMINA O DA NATUREZA DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA SOB O PRISMA DO DIREITO CIVIL 154 3 1 A COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA COMO CONTRATO DE COMPRA E VENDA io aa CD renent 154 3 2 APROXIMA O DA COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA COMO MODALIDADE DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA SOBRE DOCUMENTOS 4 ESTRUTURA DA DIN MICA DE TENS ES DA COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL
24. A venda sobre ou contra documentos por sua natureza apenas pode ter por objeto coisas m veis A obrigatoriedade da tradi o da coisa satisfeita com a entrega ao comprador de documento representativo para que seja exig vel o pagamento do pre o O vendedor se libera da obriga o de entregar a coisa remetendo ou entregando ao comprador o t tulo representativo da coisa Depende de ajuste expresso entre as partes pois resulta de usos admitidos entre elas e da confian a na efetiva entrega da coisa que se encontra em transporte ou ser transportada em data definida Pode ocorrer inclusive que a entrega da coisa n o venha a ser feita fisicamente sendo lhe suficiente que esteja sua disposi o a exemplo da mercadoria que est depositada em armaz m Neste caso o vendedor entrega ao comprador o t tulo warrant que permite o acesso ao armaz m e com base no qual a mercadoria pode ser levantada Situa o assemelhada o da mercadoria em viagem ou dependente de libera o da alf ndega em que entregue o documento que permite ao comprador receber a mercadoria do transportador ou levant la na alf ndega es Verifica se ent o que nessa modalidade especial de compra e venda ocorre a substitui o da tradi o real por uma tradi o ficta restando satisfeita a obriga o n o pela entrega efetiva do produto mas sim pela entrega da documenta o representativa da mercadoria que permitir ao comprador receber o prod
25. Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 233 A no o de reestrutura o do setor el trico diversa da no o de privatiza o em tal contexto Nesse sentido Restructuring and privatisation are different dimensions of change Restructuring is about commercial arrangements for selling energy separating or unbundling integrated industry structures and introducing competition and choice Privatisation is a change from government to private ownership and is the end point of a continuum of changes in ownership management In the UK when the electricity industry was privatized it was also restructured The two need not go together They are almost separate dimensions of change However there is a practical logic linking the two dimensions HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 11 Reestrutura o e privatiza o s o diferentes dimens es de mudan a Reestrutura o sobre acordos comerciais para a venda de energia separa o ou desverticaliza o de estruturas industriais integradas e introdu o da competi o e escolha Privatiza o uma mudan a de propriedade estatal para privada e o ponto final de um processo de mudan as quanto propriedade gest o No Reino Unido quando a ind stria de eletricidade foi privatizada tamb m foi reestruturada Os dois n o precisam estar juntos El
26. Aplica o de um mercado atacadista de gua para reparti o dos certificados de energia assegurada entre usinas hidrel tricas 100 p Disserta o Mestrado COPPE UFRyJ Rio de Janeiro 2007 p 24 25 A expans o do sistema de gera o ir variar de acordo com a sua matriz energ tica Segundo Fl vio Borsato Guimar es et al a expans o de um sistema de gera o fun o das suas pr prias caracter sticas Isto em um sistema termel trico puro a expans o planejada em fun o de um n vel de confiabilidade determinado para o atendimento demanda m xima futura nesses sistemas a capacidade de gera o de ponta ou pot ncia m xima dispon vel suficiente para atender o requisito de energia j que as usinas termel tricas n o devem apresentar limita o em sua log stica de fornecimento de combust vel No caso de sistemas hidrel tricos puros em geral a expans o projetada para gerar sobras de capacidade para atender um crescimento de mercado e para garantir o atendimento em diferentes situa es hidrol gicas Quando se trata de sistemas hidrot rmicos como no caso do Brasil os efeitos acima descritos s o combinados fazendo com que sejam necess rios crit rios de garantia de atendimento demanda m xima futura e ao consumo de energia previsto no horizonte de estudo buscando concomitantemente uma expans o economicamente vi vel Os crit rios de garantia de suprimento agregados a aspectos econ
27. Pre Segundo o Balan o Energ tico Nacional 2013 a biomassa representou 6 8 e a energia e lica outros 0 9 da oferta interna de energia el trica No entanto o Balan o Energ tico n o desagrega a gera o hidr ulica que constitui 76 9 da matriz por tipo de empreendimento Em 2008 conforme dados do Atlas de Energia El trica do Brasil as PCHs at ent o constru da e em constru o constitu am 3 1 da matriz EPE Balan o Energ tico Nacional 2013 Bras lia EPE 2018 p 38 ANEEL Atlas de Energia El trica do Brasil 3 ed Bras lia ANEEL 2008 p 35 No entanto h que se ressaltar que os referidos montantes s o totais e n o s o necessariamente de energia contratada por meio do PROINFA 243 Pre os do Mercado calculado e publicado pela Funda o Get lio Vargas IGP M FGV Uma vez celebrados os contratos a Eletrobr s ir calcular as cotas de energia e de custeio do Programa que ser o rateadas aos agentes do SIN que comercializem energia com consumidores finais e com os agentes do SIN que recolham Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribui o e de Transmiss o relativas a consumidores livres na forma do art 13 do Decreto n 5 025 2004 Tomando se por base a energia total contratada e os cotistas do programa as cotas s o estabelecidas anualmente pela Eletrobr s no Plano Anual do PROINFA PAP formulado pela estatal e homologado pela ANEEL por meio de resolu o espec fica Tanto as cotas de custeio quanto
28. Um dos expoentes jur dicos que se manifestaram de maneira contr ria possibilidade de monop lio em tal concess o foi Rui Barbosa Ver LAMAR O S rgio Tadeu de Niemeyer Capital privado poder p blico e espa o urbano a disputa pela implanta o dos servi os de energia el trica na cidade do Rio de Janeiro 1905 1915 Revista de Estudos Hist ricos S o Paulo v 1 n 29 p 83 2002 173 LAMAR O S rgio Tadeu de Niemeyer Capital privado poder p blico e espa o urbano a disputa pela implanta o dos servi os de energia el trica na cidade do Rio de Janeiro 1905 1915 Revista de Estudos Hist ricos S o Paulo v 1 n 29 p 83 84 2002 174 LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 64 175 LAMAR O S rgio Tadeu de Niemeyer Capital privado poder p blico e espa o urbano n p 85 Posteriormente tais companhias fundiram se na Light Servi os de Eletricidade S A que foi estatizada pela Eletrobr s ao final da d cada de 1970 178 A eletricidade em todos os seus servi os ao homem desde a for a at luz mat ria de com rcio que se deve entregar concorr ncia das atividades e das capacidades Submet la concentra o de um monop lio seria paralisar o seu desenvolvimento obstar sua propaga o 80 defesa de seu monop lio que adquiriu posteriormente a pr pria Concess o Reid Defendeu em parecer datado em 1904 a impossibi
29. apenas para situar o quanto baste aqui os atuais mecanismos de contrata o em seu processo hist rico econ mico de constru o Realizadas essas advert ncias iniciais apresentar se na sequ ncia os diferentes modelos competitivos do setor el trico brasileiro Por exemplo LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 CAMPOS Clever Mazzoni Curso b sico de direito de energia el trica S o Paulo Synergia 2010 77 4 1 O MERCADO DE ENERGIA NO BRASIL E OS MONOP LIOS PRIVADOS VERTICALMENTE INTEGRADOS O setor de energia dava seus primeiros passos no Brasil ao final do s culo XIX em 1889 ocorre a instala o da primeira usina de explora o da energia hidr ulica no pa s a Hidrel trica Marmelos Zero no rio Paraibuna em Minas Gerais para fornecimento de energia ao munic pio de Juiz de Fora em especial para a ind stria t xtil de seu propriet rio Bernardo Mascarenhas A hidrel trica Marmelos Zero foi a primeira usina desse tipo n o s no Brasil mas tamb m em toda a Am rica do Sul instalada apenas dez anos depois da primeira central el trica do mundo a de Thomas Edison para o servi o de energia el trica da cidade de Nova York Esse per odo era caracterizado por cadeias produtivas do setor el trico de mbito local n o
30. concep o do MRE a exist ncia de v rias usinas alocadas em cascata em que o timo individual n o necessariamente corresponde ao timo global do sistema De forma a otimizar o uso da gua realiza se o despacho 164 seguran a energ tica o legislador estruturou o sistema de modo a impedir a especula o com a comercializa o de energia el trica de forma a criar empecilhos exist ncia de um mercado de futuros Apresentadas as referidas pondera es a respeito da coisa transacionada nos contratos de compra e venda parte se agora para a an lise do elemento pre o na comercializa o de eletricidade 3 1 2 Elementos essenciais da comercializa o de energia el trica como contrato de compra e venda pre o O segundo elemento a ser enfrentado nos contratos de compra e venda de energia el trica o pre o cujo processo de forma o ir variar de acordo com a fun o estabelecida pelo legislador s diferentes modalidades contratuais Na compra e venda o pre o implica na quantia devida a t tulo de contrapresta o pelo comprador devendo esta ser predominantemente paga em dinheiro ou por express o fiduci ria que o represente exempli gratia como cheque nota promiss ria letra de c mbio etc sob pena de descaracterizar o tipo contratual Dois aspectos s o essenciais para o pre o sua seriedade e certeza O car ter s rio e verdadeiro do pre o implica que este efetivamente represente a contrapartida da co
31. de gua nos reservat rios das usinas hidrel tricas provocando a eventual necessidade de complementa o da carga por gera o t rmica que mais cara O per odo seco compreende os meses de maio a novembro e o per odo mido os meses de dezembro a abril ANEEL Cadernos Tem ticos Tarifas de Fornecimento de Energia El trica Bras lia Aneel 2005 p 12 221 caso o gerador se utilize de fontes gera o pr prias e de contratos de outros agentes vendedores de energia incentivada com descontos inferiores o desconto ser proporcional s diversas fontes e ser repassado a todos os contratos de venda posteriores De igual forma o desconto observado pelos consumidores especiais ou livres ser proporcional s compras por eles efetuadas Logo caso estes adquiram energia de diversos compradores com diferentes percentuais de desconto tarif rio o valor a ser descontado de suas tarifas ser proporcional m dia ponderada dos descontos existentes entre os diversos contratos de energia adquirida No processo de contabiliza o as cargas especiais e cargas convencionais s o tratadas separadamente a fim de garantir que o vendedor e o comprador incentivados comprem e vendam apenas esse tipo de energia Isso se d por meio da cria o de agentes vinculados aos agentes principais na CCEE de forma a tornar poss vel a realiza o de tratamentos cont beis diferenciados Para a liquida o financeira ser o somados os d bitos e
32. de Procedimentos de Comercializa o da CCEE 3 5 os CCEALs devem ser registrados pelo agente vendedor at MS 9du e validados pelo agente comprador at MS 10du para que sejam considerados na contabiliza o e liquida o do referido m s Op cit loc cit 453 Para dar conta de tal mudan a foi alterado o M dulo 3 1 dos Procedimentos de Comercializa o 3 6 A partir da contabiliza o do m s de dezembro de 2012 e at a contabiliza o de junho de 2013 os CCEALs devem ser registrados pelo agente vendedor at MA 2du e validados pelo agente comprador at MA 1du para que sejam considerados na contabiliza o e liquida o 3 7 Os contratos registrados de que tratam as premissas 3 5 e 3 6 podem ser ajustados pelo agente vendedor at MS 8du e devem ser validados pelo agente comprador at MS 9du Ibidem 223 consumidores de acordo com o marco normativo ent o vigente Desta feita por meio da Medida Provis ria n 579 2012 posteriormente convertida na Lei n 12 783 2013 que dispunha sobre a prorroga o das concess es de gera o transmiss o e distribui o de energia el trica e a redu o de encargos setoriais com vistas promo o da modicidade tarif ria restou estabelecida a possibilidade de cess o de eletricidade contratada entre consumidores livres e especiais Dessa forma o artigo 25 da Lei n 12 783 2013 assim estabeleceu Art 25 Os consumidores enquadrados nos arts 15 e
33. dica de comercializa o de energia verificam se repercuss es do inadimplemento no plano plurilateral Dificilmente o inadimplemento em um dos planos n o ir gerar consequ ncias jur dicas no outro plano em raz o da estrutura o destes em redes contratuais No entanto ainda que existam tra os comuns aos planos em quest o o plano plurilateral possui caracteres espec ficos em rela o ao inadimplemento que n o est o abarcados na rela o bilateral estritamente considerada Sendo assim no t pico seguinte ser o expostos alguns aspectos espec ficos do inadimplemento nas rela es plurilaterais dos agentes do mercado de energia el trica 5 2 O INADIMPLEMENTO NO PLANO BILATERAL DA RELA O DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA ELETRICA De acordo com o j exposto em cap tulos anteriores no plano plurilateral da rela o jur dica de comercializa o de energia el trica est o situados os direitos e obriga es das partes em rela o ao mercado necess rias para a realiza o da opera o econ mica de base no sistema interligado de transmiss o em um modelo setorial competitivo Tais obriga es est o estatu das nas normas setoriais pertinentes merecem destaque a Conven o de Comercializa o Resolu o ANEEL n 109 2004 as Regras e Procedimentos de Comercializa o e a Resolu o ANEEL n 545 2005 que trata do desligamento de agentes da CCEE Rar Descumpridas tais obriga es a CCEE tem pleno direito de
34. grafo 3 do C digo Penal brasileiro editado em 1940 em verdadeira tradu o utilizou se praticamente na ntegra da f rmula do art 624 do C digo Penal italiano estabelecendo Equipara se coisa m vel a energia el trica ou qualquer outra com valor econ mico Senten a do Ju zo de Direito de Recife PE FURTO DE ENERGIA EL TRICA Constitue furto a utiliza o clandestina da energia el trica A energia el trica e qualquer outra energia que tenha valor econ mico considerada coisa movel sendo pois suscet vel de subtra o criminosa Revista Forense Rio de Janeiro p 170 mar 1940 HUNGRIA Nelson Coment rios ao C digo Penal 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Forense 1958 v 7 p 34 7 Ibidem p 34 37 De igual forma a doutrina subsequente BITENCOURT Cezar Roberto Tratado de direito penal 8 ed rev e ampl S o Paulo Saraiva 2012 v 3 p 84 87 NUCCI Guilherme de Souza C digo Penal comentado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo RT 2007 p 675 FRANCO Alberto Silva et tal C digo Penal e sua interpreta o jurisprudencial 7 ed rev atual S o Paulo RT 2001 v 2 p 2 494 2 495 PARIZATTO Jo o Roberto Furto roubo recepta o Leme Editora de Direito 1997 p 51 54 JESUS Dam sio E de C digo Penal anotado 17 ed atual S o Paulo Saraiva 2005 p 554 DELMANTO Celso et tal C digo Penal comentado 7 ed rev atual e ampl Rio de J
35. n 2 jul dez 2008 74 necessidade de se estabelecer mecanismos contratuais nos sistemas de alta e baixa voltagem al m de contratos de comercializa o de energia Por sua vez a amplia o dos custos de medi o decorre da necessidade de se estabelecer mecanismos que variem os per odos de aferi o de acordo com o regime de contrata o podendo ser inclusive a cada meia hora Para os grandes consumidores esses custos s o mais facilmente absorvidos N o obstante para os consumidores de menor porte os benef cios potenciais de tal modelo podem ser perdidos por decorr ncia de tais custos Destarte sob o ponto de vista dos pequenos consumidores tendo em vista a perda pelas distribuidoras da exclusividade de comercializa o de energia em rela o a eles resta dificultada a defini o de respons veis por poss veis falhas no fornecimento De qualquer forma os mencionados autores entendem que esse seria o modelo mais avan ado resultando numa estrutura de mercado mais eficiente e transparente Verifica se em sua obra claramente uma tend ncia evolutiva entre os diferentes tipos de estruturas setoriais propostas que culmina na proposta assentada na ideia de que mais consumidores aumentam a competi o do que poucos consumidores De acordo com o posicionamento dos autores a ado o desse modelo pode ser o piv ideal para livrar se das inefici ncias dos modelos anteriores principalmente aquelas ligadas ao
36. nio Quadros por interm dio da Lei n 3 890 1961 a Centrais El tricas Brasileiras S A conhecida pela sigla Eletrobr s em 1962 para atuar na organiza o e planejamento do setor gerir recursos setoriais em especial aqueles do Plano Federal de Eletrifica o atuar em toda a cadeia produtiva de energia e agir como holding das empresas federais de energia a ela foram incorporadas a ela FURNAS e CHESF O processo de organiza o da empresa 2 Ibidem p 122 2235 Get lio Vargas em sua famosa carta testamento ressalta os obst culos enfrentados com o j existente projeto de formula o da Eletrobr s decorrente do Plano Nacional de Eletrifica o elaborado pela sua Assessoria Econ mica do Gabinete Civil da Presid ncia Quis criar a liberdade nacional na potencializa o das nossas riquezas atrav s da Petrobras e mal come a esta a funcionar a onda de agita o se avoluma A Eletrobr s foi obstaculada at o desespero N o querem que o trabalhador seja livre VARGAS Get lio Carta testamento Dispon vel em lt http cpdoc fgv br producao dossies AEraVargas2 artigos AlemDaVida CartaTestamento gt Acesso em 19 04 2018 A respeito de tal processo de embates quanto implementa o da Eletrobr s ilustrativo o exposto por Reginaldo Medeiros Sentindo que a posi o dos nacionalistas se solidificara com a apresenta o do projeto da Eletrobr s os privatistas organizaram uma Semana de Debates sobre
37. o A energia el trica de acordo com a constru o doutrin ria e jurisprudencial que culminou no art 83 inciso Il do C digo Civil de 2002 definida como bem m vel Todavia essa classifica o tem por nico intuito garantir mecanismos jur dicos relacionados sua apropria o seja para a tipifica o da conduta de furto por apropria o indevida ou ainda para a estrutura o de mecanismos para o tr fego jur dico Desconsidera portanto a dimens o social do bem tanto em rela o 258 sua essencialidade quanto ao seu custo social Em rela o essencialidade poss vel a aplica o da teoria proposta por Teresa Negreiros em que a classifica o dos bens poderia ser feita tendo se como base o princ pio da dignidade da pessoa humana para a tutela do m nimo existencial Desta forma os bens deveriam ser classificados em rela o destina o existencial contraposta destina o meramente patrimonial No caso da energia el trica encontram se fortes ind cios de sua essencialidade tanto no plano dos direitos humanos no mbito internacional quanto no plano dos direitos fundamentais como meio de acesso a direitos fundamentais sociais reconhecidos nos art 7 e 8 da CF 1988 Al m disso no plano infraconstitucional podem ser apontados como ind cios de reconhecimento da essencialidade da energia el trica as disposi es do art 9 da Lei n 7 783 89 art 2 par grafo nico da Lei de Cr
38. o Os limites de transmiss o geram tamb m obst culos troca de eletricidade entre os diferentes subsistemas existentes num pa s de dimens es continentais como Brasil Finalmente um sistema hidrot rmico como o brasileiro apresenta a dificuldade consistente no fato de que a gera o depende de condi es hidrol gicas vari veis as quais afetam a capacidade de produ o dos diferentes agentes ao longo do tempo Tais usinas hidrel tricas est o por vezes dispostas em cascata numa mesma bacia possuindo reservat rios de regulariza o plurianual os quais por sua vez dependem de condi es hidrol gicas que variam sazonalmente entre as diversas regi es de um pa s de dimens es continentais como o Brasil Deve se acrescentar que diferentemente de um sistema majoritariamente t rmico como os dos pa ses europeus por exemplo as hidrel tricas possuem baixa flexibilidade para entrar ou sair de opera o Desta forma necess ria a utiliza o racional desses recursos de forma coordenada que supera ou mesmo se contrap e aos interesses imediatos dos diferentes agentes de mercado Todas essas caracter sticas e limita es demandam planejamento do sistema de forma a otimizar os recursos existentes e os respectivos custos financeiros e sociais da cadeia produtiva de energia Ademais exigem uma estrutura de comercializa o adequada a tais particularidades de forma a atingir os objetivos socialmente almejados Sendo assi
39. o de Sobras e D ficits MCSD de modo a promover o repasse de energia de agentes de distribui o superavit rios para aqueles que possuem d ficits Em outras palavras tal mecanismo ir permitir que os agentes de distribui o compensem entre si suas sobras e d ficits de energia Tal possibilidade de compensa o visa evitar e mitigar o impacto econ mico de poss veis redu es de contrata o s geradoras e minimizar a aplica o de penalidades por insufici ncia de lastro de energia aos distribuidores com cobertura contratual insuficiente de sua carga Com a cess o ser o transferidos direitos e obriga es referentes s quantidades de energia dos CCEARs do cedente para o cession rio proporcionalmente sua energia contratada De acordo com o art 1 da Conven o de Comercializa o a cess o ser formalizada por meio de Termo de Cess o em que ser o estabelecidas as condi es gerais do neg cio a ser firmado entre cedente e cession rio com a interveni ncia do agente vendedor O MCSD ter aplica o apenas com os CCEARs de modalidade por quantidade de energia e se subdividem em tr s modalidades diferentes de acordo com as Regras de Comercializa o MCSD Mensal MCSD Trocas Livres e MCSD 4 Para compensar a sa da de consumidores potencialmente livres e o acr scimo de energia de contratos anteriores Lei n 10 848 2004 as cess es se 49 CCEE Regras de Comercializa o MCSD p 7 8
40. o Paulo Instituto Geodireito t 1 p 77 183 Esse decreto por se referir apenas aos servi os federais n o tinha for a de lei para os estados e munic pios o que explica o seu alcance ter sido muito restrito Ver CENTRO DE MEM RIA DA ELETRICIDADE Concess es de Energia El trica no Brasil Dispon vel em lt http Avww memoria eletrobras com serv dnae2 asp gt Acesso em 7 1 2011 No mesmo sentido tal norma foi considerada de pequena abrang ncia e pouco efeito pr tico LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 56 184 Esse considerado o primeiro regulamento republicano sobre energia Ali s considerado o primeiro registro jur dico de um agente governamental com poderes para a fiscaliza o da presta o de servi os de energia e a media o de interesses entre fornecedores e consumidores Tal rg o recebeu nova regulamenta o pelo Decreto 12 020 de 5 de abril de 1916 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito t 1 p 107 18 Deve ser destacado que a economia de energia n o a principal utilidade do Hor rio de Ver o numa perspectiva contempor nea mas sim a redu o da demanda de energia na ponta de carga do sistema interligado notadamente s 19h hor rio em que a grande parte da popula o chega em seus domic lios e liga seus televisores chuveiros el tricos ares condiciona
41. o considerados a otimiza o do uso dos recursos eletroenerg ticos para o atendimento aos requisitos da carga considerando as condi es t cnicas e econ micas para o despacho das usinas Il as necessidades de energia dos agentes IIl os mecanismos de seguran a operativa podendo incluir curvas de avers o ao risco de deficit de energia IV as restri es de transmiss o V o custo do deficit de energia e VI as interliga es internacionais 320 Os Procedimentos de Rede s o instrumentos normativos elaborados pelo ONS e aprovados pela ANEEL com o fito de definir os procedimentos e requisitos necess rios ao planejamento da opera o eletroenerg tica estabelecer a forma de administra o da transmiss o bem como a opera o e programa o no SIN Nos m dulos 26 1 e 26 2 dos Procedimentos de Rede estabelecida a classifica o das usinas de gera o de acordo com suas modalidades de opera o Tipo Programa o e despacho centralizados Tipo Il Programa o centralizada e despacho n o centralizado Tipo Ill Programa o e despacho n o centralizados De acordo com o gloss rio de termos t cnicos estabelecido no M dulo 20 dos Procedimentos as atividades de programa o e despacho centralizados ou n o s o assim definidas a Programa o centralizada a usina tem o programa de gera o estabelecido de forma coordenada e centralizada pelo ONS em bases mensais semanais e di rias
42. o de Comercializa o pagamento das contribui es e emolumentos necess rios para o custeio e funcionamento da CCEE nos termos do art 17 inciso V art 35 e art 36 da Conven o de Comercializa o aportes de Garantias Financeiras para a realiza o de opera es no Mercado de Curto Prazo a teor do art 17 inciso Ill da Conven o de Comercializa o fornecimento de dados para o processo de contabiliza o e liquida o de diferen as dentre outros Os deveres de reciprocidade sistem tica das obriga es portanto encontram se situados nas a es necess rias para as opera es de contabiliza o e liquida o de diferen as no mercado de curto prazo Cumpre mencionar tamb m os deveres de prote o das rela es contratuais internas ao sistema a saber de prote o em sentido estrito de lealdade e de transpar ncia Nos deveres de prote o em sentido estrito est o situadas as obriga es assumidas pelos agentes em rela o a n o causa o de danos ao sistema devido s suas instala es necessidade de observ ncia das limita es de lastro e outros Quanto lealdade podem ser mencionados os ligados ao sigilo quanto s informa es estrat gicas de outros agentes a que uma parte venha a ter acesso por ocasi o dos relacionamentos comerciais firmados Dentre os deveres de 6 Ibidem p 151 153 192 transpar ncia menciona se o fornecimento de informa es fidedignas ao mercado que
43. o de penalidades pelo descumprimento de suas obriga es Verifica se portanto que no caso em exame a penalidade imposta autora efeito financeiro do contrato assinado com a r ccee 5 A concess o da tutela antecipada traria preju zos aos usu rios finais de energia el trica do sistema interligado nacional os quais pagam o encargo de energia el trica 6 N o h nos autos altera o substancial capaz de influir na decis o proferida quando do exame do pedido de efeito suspensivo TRF 3 R Al 0026311 86 2012 4 03 0000 SP Sexta Turma Rel Juiz Fed Conv Herbert de Bruyn Julg 12 09 2013 DEJF 23 09 2013 P g 1107 410 O Mecanismo de Realoca o de Energia MRE um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrol gicos que afetam os Agentes de Gera o buscando garantir a otimiza o dos recursos hidrel tricos do Sistema Interligado Nacional Este mecanismo abrange as usinas hidrel tricas sujeitas ao despacho centralizado Opcionalmente podem participar as Pequenas Centrais Hidrel tricas O MRE busca permitir que todas as usinas participantes recebam seus n veis de Garantia F sica independentemente de seus n veis reais de produ o de energia desde que a gera o total do MRE n o esteja abaixo do total da Garantia F sica do Sistema Em outras palavras o MRE realoca contabilmente a energia transferindo o excedente daqueles que geraram al m de suas Garantia F sicas para aqueles que gera
44. o muito presente tendo em vista que por bvio faz parte do setor el trico transaciona um bem 437 Lei n 10 848 2004 Art 1 3 A contrata o livre dar se nos termos do art 10 da Lei n 9 648 de 27 de maio de 1998 mediante opera es de compra e venda de energia el trica envolvendo os agentes concession rios e autorizados de gera o comercializadores e importadores de energia el trica e os consumidores que atendam s condi es previstas nos arts 15 e 16 da Lei n 9 074 de 7 de julho de 1995 com a reda o dada por esta Lei Lei n 9 648 1998 Art 10 Passa a ser de livre negocia o a compra e venda de energia el trica entre concession rios permission rios e autorizados observados os seguintes prazos e demais condi es de transi o 213 essencial estando submetido ao marco regulat rio setorial Veja que ao final do art 1 2 est expressamente estabelecido que a livre negocia o se dar conforme regras e procedimentos de comercializa o espec ficos Ou seja ainda que exista maior espa o para a autonomia contratual no ACL esta sofrer relevantes limita es pela estrutura de regula o pertinente Tendo em vista a maior margem de liberdade negocial que pretende garantir o ACL possui uma menor quantidade de esp cies contratuais disciplinadas pela estrutura normativa Em verdade h como esp cie geral os Contratos de Comercializa o de Energia
45. o tenha sido ainda efetivamente entregue pelo produtor ou que esta tenha sido j carregada por outro comprador de um terceiro produtor Por conseguinte no plano f sico embora o agente vendedor responda pelo inadimplemento do referido contrato perante o comprador a sua responsabilidade principal se dar frente rela o plurilateral estabelecida com o mercado como um todo Isso porque o agente comprador ter fisicamente gerada a energia por si 175 consumida independentemente da gera o integral desta pelo vendedor Caso o vendedor n o consiga fisicamente gerar a integralidade da energia por ele vendida este n o ir ter que responder perante o comprador de maneira imediata mas sim dever adquiri la do mercado ou de outros agentes sendo lhe ainda aplicadas as penalidades cab veis pela CCEE O aspecto de maior relev ncia aqui que diante da impossibilidade da realiza o da tradi o real da energia el trica no sistema interligado brasileiro devido s suas caracter sticas f sicas e de opera o a solu o encontrada pelo legislador foi a do estabelecimento de uma tradi o ficta a partir dos contratos de comercializa o entabulados pelos agentes de mercado Ou seja tem se uma figura contratual muito pr xima aos contratos de compra e venda por documentos regulados pelo C digo Civil Desta forma conforme exposto conclui se que de forma geral o v nculo estabelecido entre vendedor e comprador de energia el
46. observado o seguinte o contrato de compra e venda de energia el trica dever ser celebrado com o respectivo agente vendedor 8 3 A tarifa aplicada nos contratos de compra e venda de energia el trica mencionados no 2 dever ser calculada com base nas tarifas de fornecimento vigentes deduzidas as tarifas de uso das instala es de transmiss o ou de distribui o e as tarifas de conex o fixadas pela ANEEL 217 aplic veis automaticamente CCEE o far distribuindo de modo uniforme a eletricidade contratada em montantes mensais e hor rios importante ressaltar que as partes podem ao longo da rela o contratual ajustar os montantes contratados nos sistema de contabiliza o e liquida o de diferen as da CCEE Evidentemente os volumes de energia sazonalizados e modulados n o poder o exceder a quantidade anual e mensal contratada respectivamente De acordo com o Subm dulo 3 1 dos Procedimentos de Comercializa o a modula o poder se dar por meio das seguintes formas a Declarada Livremente acordada entre as partes sendo necess ria a indica o da modula o hora hora para o m s a ser contabilizado b Flat c Carga De acordo com o perfil de carga do agente comprador no m s a ser contabilizado sendo necess ria a indica o de ao menos uma de suas cargas para o m s a ser contabilizado d Gera o De acordo com o perfil de gera o do agente vendedor no m s a ser
47. originalmente delineadas sem levar em conta ou contando com a exclus o de determinados grupos sociais do sistema por exemplo a propriedade se ocupa de quem j propriet rio e o contrato de quem j contratante Denuncia a exist ncia de um umbral de acesso ao Direito Privado que impede tais grupos de obterem a devida tutela perante o sistema jur dico Entende ent o que contemporaneamente h necessidade de se encarar o Direito Privado sob a perspectiva do acesso de modo a permitir esses grupos ultrapassem o referido umbral Em rela o ao direito propriedade quando os recursos s o indispens veis h dificuldades de conceder a alguns aquilo que deveria ser atribu do a todos Assim cabe ao sistema jur dico promover o acesso a tais bens de relev ncia social que n o podem ser deixados sob uma l gica individualista inteiramente ao mercado Desta forma necess rio pensar o bem energia para al m de sua dimens o de apropria o individual Tal preocupa o se justifica porque a energia el trica extremamente significativa para toda a sociedade gerando impactos positivos e negativos em toda a sua cadeia produtiva at o usu rio final Os mencionados impactos n o podem ser contidos na restrita alcova das rela es econ micas entre os agentes setoriais Desta forma a relev ncia social da energia multidimensional de modo que ultrapassa o palco das rela es de mercado as quais t m por obje
48. pois que ha um verdadeiro entrela amento de interesse da Uni o e das Empresas SOUZA Sebasti o Jos de Furto de energia electrica Revista Forense Rio de Janeiro v 68 a 33 fasc 400 p 275 1936 34 car ter de bem m vel da energia el trica devido necessidade do Estado de punir a subtra o de energia el trica a fim de proteger os interesses e investimentos das companhias de distribui o de eletricidade Permitido seja frisar que era a for a protegendo a luz O C digo Penal de 1940 resultou do trabalho da Comiss o Revisora do Projeto Alc ntara Machado a qual contou com a participa o de Nelson Hungria cujo magist rio ensina que desde o s culo XIX era controverso tanto na doutrina como na jurisprud ncia afirmar se a energia constitu a objeto adequado de furto Em aresto de 1896 o Reichsgericht decidiu que a subtra o de energia el trica n o era conduta pun vel tendo em vista a impossibilidade de aplica o anal gica do tipo penal de furto no Direito alem o ao caso Desta feita o legislador alem o criou um tipo espec fico para a puni o da conduta por meio de lei especial em 1900 No Direito brasileiro o Anteprojeto S Pereira tendia configura o da subtra o de energia el trica como crime patrimonial sui generis Todavia prevaleceu o entendimento na Comiss o Revisora de que era desnecess ria a cria o de uma figura especial de crime patrimonial Desta feita o art 155 par
49. por meio de resolu o pass vel de revis o peri dica A partir disso ser o entabulados os Contratos de Cota de Garantia F sica para formalizar a opera o econ mica em quest o Nestes os riscos nus e benef cios da varia o da produ o energ tica da usina ser o repartidos entre os agentes de distribui o cotistas e indiretamente transferidos aos seus respectivos mercados consumidores Os Contratos de Cota de Garantia F sica n o s o de livre pactua o entre os contratantes mas sim s o regulamentados pela Resolu o ANEEL n 514 2012 Esta estabelece as condi es de contrata o os direitos e obriga es das partes bem como apresenta em seu anexo a minuta padr o do instrumento contratual De acordo com o art 7 819 do Decreto n 7 805 20 12 s o disposi es obrigat rias dos Contratos de Cota de Garantia F sica Art 7 1 a aloca o integral da garantia f sica de energia e de pot ncia das usinas das concession rias de gera o II a aloca o das cotas para cada concession ria de distribui o conforme definida pela ANEEL observado o disposto no art 80 ll a forma de faturamento bilateral entre as concession rias de distribui o e as concession rias de gera o Com a separa o o excedente das centrais hidrel tricas j depreciadas foi limitado Ou seja a renda inframarginal foi limitada aos diferenciais de custos de centrais j estabelecidas E preciso destac
50. positivado ap s as revolu es burguesas atrav s das grandes codifica es do in cio do s culo XIX em especial o C digo Napole nico A autonomia da esfera de liberdade individual frente ao poder do Estado consiste no principal eixo da concep o liberal de Estado e em tal contexto pode ser definida como a mais consciente coerente e historicamente relevante teoria do primado do privado sobre o p blico Nessa toada a esfera privada se alarga em detrimento da esfera p blica n o ao ponto de extin o do Estado e sim at a redu o deste ao seu m nimo Por sua vez em sentido inverso o primado do p blico se fundamenta na contraposi o do interesse coletivo ao individual e na subordina o deste ltimo em rela o ao primeiro representando o aumento da interven o do Estado na 17 O modo de produ o capitalista sup e a separa o do Estado e da sociedade no que refor ada a dicotomia direito p blico direito privado Da por que se afirma que toda atua o estatal expressiva de uma de interven o na ordem social Tamb m a a separa o entre Estado e economia o que conforma sentido s afirma es de que ele interv m e cumpre papel de regula o da economia GRAU Eros O direito posto e o direito pressuposto 6 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2005 p 25 18 Sobre o tratamento axiol gico da dicotomia p blico privado por Norberto Bobbio ora exposta BOBBIO Norb
51. quantidade quanto de disponibilidade Essa energia n o poder constituir lastro para revenda mas sim dever ser contabilizada e liquidada pela CCEE exclusivamente no mercado de curto prazo A CCEE dever celebrar com todos agentes do SIN da categoria consumo o Contrato de Uso de Energia de Reserva CONUER cujas cl usulas s o estabelecidas pela ANEEL no Anexo da Resolu o ANEEL n 337 2008 e de ades o obrigat ria por tais categorias de agentes devendo estes aportar as respectivas garantias financeiras Como contrapresta o de tal energia cobrado mensalmente dos agentes o Encargo de Energia de Reserva EER proporcionalmente parcela da carga destes aferida anualmente pela CCEE Esse encargo precisa cobrir todos os custos diretos e indiretos advindos da aquisi o de tal energia Ademais deve este ser depositado na Conta de Energia de Reserva CER cabendo CCEE efetuar o recolhimento desse encargo e aplicar as penalidades aos agentes em caso de inadimplemento Os resultados positivos da liquida o no curto prazo tamb m ser o destinados CER Por outro lado dever o ser utilizados recursos da Conta para o pagamento dos agentes vendedores e para as exposi es negativas no spot A fim de minorar o risco de inadimplemento pelos vendedores do CER criou se o Mecanismo de Cess o de Energia de Reserva por meio da Resolu o ANEEL n 452 2011 Utilizando se desse mecanismo os empreendimentos de geradores de b
52. ria para a atua o do operador do sistema faz se necess rio ressaltar que essa se insere no mbito dos servi os do sistema prestados aos usu rios do Sistema Interligado Nacional SIN cujo tratamento encontra se nas regras de comercializa o inclusive a quest o do pagamento dos valores monet rios destinados cobertura desses custos Assim a contrata o de energia de reserva contempla o aspecto energ tico Refor am este entendimento as disposi es do Decreto n 6 353 de 16 de janeiro de 2008 que regulamenta essa contrata o Tal ato define energia de reserva como aquela destinada a aumentar a seguran a no fornecimento de energia ao SIN proveniente de usinas especialmente contratadas para este fim CAMARGO Ivan Marques de Toledo ALMEIDA Lu s Henrique Bassi A contrata o de energia de reserva no atual modelo do setor el trico brasileiro da teoria pr tica Revista Brasileira de Energia S o Paulo v 15 n 2 p 12 2009 498 At o momento de reda o deste estudo foram realizados quatro leil es de energia de reserva nos anos 2008 2009 2010 2011 Nestes a contrata o restou segmentada em tr s fontes distintas biomassa 1 3 e 4 leil es PCH 3 leil o e lica 2 3 e 4 leil es Regras de Comercializa o op cit 250 firmados pelos vencedores do leil o com a CCEE na condi o de representante dos agentes de consumo por prazo n o superior a 35 anos tanto na modalidade
53. s disposi es da nova lei Todavia em 1940 foi necess ria a edi o do Decreto lei n 2 079 1940 para autorizar a realiza o de novos investimentos nas instala es existentes independentemente da revis o dos contratos Veja se ainda que a pol tica tarif ria foi regulamentada apenas pelo Decreto Lei n 3 128 1941 que definiu as regras para a defini o do custo hist rico estabelecendo em dez por cento a taxa de remunera o do investimento a ser computado no c lculo das tarifas A discuss o relativa a tal percentual perdurou praticamente at a reestrutura o do setor na d cada de 1990 sendo objeto de embates entre concession rios e o Poder Concedente e cont nuas modifica es legislativas a fim de ajust lo para manter o equil brio entre remunera o suficiente do concession rio baixo custo da tarifa e capitaliza o suficiente para a realiza o dos investimentos necess rios para a expans o setorial O embate de tais for as foi chamado de O Grande Impasse do Setor por Reginaldo Medeiros que assim posicionou a quest o O grande impasse do setor estava assim caracterizado de um lado o governo n o dispunha de capital tecnologia e capacidade de gest o suficientes para encampar e ampliar todos os servi os p blicos de eletricidade prestados pelas concession rias estrangeiras de outro as empresas estrangeiras n o conseguiam obter melhores tarifas regulamento cambial favorecido e a segu
54. sico est intrinsecamente ligada de energia assegurada advinda da mudan a do modelo de planejamento determin stico vigente no Brasil at meados de 1980 para o planejamento probabil stico atual Desta feita a garantia f sica do sistema 315 Antes da reforma do Setor El trico o conceito de energia firme de uma usina hidrel trica era usado em estudos econ micos de dimensionamento e na assinatura de contratos de suprimento entre concession rias Se a demanda de energia da empresa excedia sua energia firme total soma das energias firmes das usinas pertencentes mesma a concession ria era considerada deficit ria devendo assinar contratos de suprimento com empresas superavit rias Embora os contratos de suprimento tivessem rebatimentos comerciais sua import ncia era limitada pois o ajuste das tarifas e portanto a remunera o da empresa estava associada ao custo do servi o Em resumo a energia firme era um tema de import ncia para as equipes de planejamento da expans o e opera o do Setor mas tinha efeito comercial limitado Posteriormente o crit rio de 145 corresponder maior carga pass vel de suprimento na forma das portarias MME n 303 de 18 03 2004 e n 258 de 28 07 2008 e respectivamente a garantia f sica de determinada usina corresponder fra o que lhe alocada de tal montante Frise se que por ser um elemento de planejamento setorial a garantia f sica n o d
55. trica decorre de um contrato de compra e venda com cl usula especial de venda por documento que dever atender a todas as particularidades expostas anteriormente Uma vez apresentados os referidos elementos gerais da compra e venda de energia el trica diante da sua estrutura t pica devem ser ainda analisados os seus aspectos din micos de forma a melhor compreender as tens es internas do fen meno ora estudado 176 4 ESTRUTURA DA DIN MICA DE TENS ES DA COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA E A CONFORMA O DE TEIAS DE RELA ES JUR DICAS INTERDEPENDENTES A caracteriza o dos contratos de comercializa o em determinada estrutura t pica conforme a apresentada no t pico anterior embora seja relevante para a correta compreens o do fen meno contratual e de suas repercuss es jur dicas insuficiente para apreender devidamente sua totalidade Isso porque a mera an lise da estrutura t pica e seus elementos centrais representa t o somente uma vis o est tica do objeto analisado Esse car ter est tico ainda que relevante para a compreens o de suas repercuss es jur dicas apenas um dos componentes do objeto de estudo que deve ser em verdade apreendido em seu todo As tens es existentes na estrutura contratual aqui analisada n o se encontram refletidas em tal fotografia parada no tempo que capta apenas a morfologia do que se estuda mas que n o indica para onde se caminha Essas tens es apenas poder o ser o
56. v 1 p 180 181 2 ESTORNINHO Maria Jo o A fuga para o direito privado Coimbra Almedina 1999 p 47 48 NUNES Antonio Jos Avel s As duas ltimas m scaras do Estado capitalista Pensar Revista de Ci ncias Jur dicas da Universidade de Fortaleza Fortaleza v 16 n 2 p 415 jul dez 2011 No mesmo sentido NUNES Antonio Jos Avel s As voltas que o mundo d Rio de Janeiro Lumen Juris 2011 p 147 176 26 participa o dos administrados na gest o efetiva das diversas estruturas administrativas Verifica se assim a utiliza o pela administra o de mecanismos jur dico privados a fim de se obter uma maior horizontalidade no relacionamento com os administrados em detrimento da perspectiva verticalizada do direito administrativo do s culo XIX Conforme aponta Estorninho constatada a atividade privada da administra o como aquela que os poderes p blicos exercem para aqueles fins que seriam pr prios de um qualquer particular Logo em contraposi o ao processo de publiciza o do direito privado a literatura aponta para uma fuga do p blico para o privado No Brasil o processo de privatiza o e liberaliza o assume maior for a na d cada de 1990 com a promulga o da Lei de Concess es Lei n 8 987 1995 do Programa Nacional de Desestatiza o PND Lei n 9 491 1997 e da Lei de Responsabilidade Fiscal LC n 101 2000 Em tal per odo o pa s enf
57. vel a constru o de modelos competitivos que ser o apresentados sucintamente nos t picos seguintes 3 2 COMPETI O POR COMPRADOR NICO OU PURCHASING AGENCY MODEL Como segundo modelo de estrutura do setor energia el trica apresenta se o de comprador nico ou Purchasing Agency Model no qual uma ag ncia de compra de energia adquire toda a energia produzida pelos agentes geradores que atuam em competi o e a revende para as distribuidoras ou ainda composto pelas pr prias distribuidoras que atuam em pool na compra da energia ofertada pelos geradores O tra o caracter stico desta categoria que ele permite competi o na gera o incentivando a redu o de pre os bem como o aumento da capacidade instalada a partir da constru o de novos empreendimentos e do aumento da efici ncia Ressalte se que o aumento da efici ncia na atividade de gera o crucial tendo em vista que os custos de gera o representam a maior parte dos custos finais do consumidor de energia el trica Isso porque tal modelo n o monopol stico embora o agente comprador possa fazer parte de uma cadeia produtiva verticalizada ao deter parte dos agentes de gera o ainda assim existem outros produtores independentes de energia PIE 18 eg Modelo da Irlanda do Norte 130 eg Modelo dos Estados Unidos da Am rica sob a Public Utility Regulatory Act PURPA Pub L No 95 617 92 Stat 3117 Nov 1978 e no Brasil o Amb
58. 2006 DJ 03 04 2006 p 190 2 STJ REsp 621435 SP rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 21 09 2006 DJ 19 10 2006 p 240 STJ REsp 876723 PR rel Ministro HUMBERTO MARTINS SEGUNDA TURMA julgado em 12 12 2006 DJ 05 02 2007 p 213 113 STJ REsp 811690 RR rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 18 05 2006 DJ 19 06 2006 p 123 114 STJ AgRg no REsp 854002 RS rel Min LUIZ FUX PRIMEIRA TURMA julg em 15 05 2007 DJ 11 06 2007 p 282 STJ AgRg no Ag 752292 RS rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 21 11 2006 DJ 04 12 2006 p 268 STJ REsp 834 954 MG rel Min CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA julg em 27 06 2006 DJ 07 08 2006 p 213 STJ REsp 914828 RS rel Min ELIANA CALMON SEGUNDA TURMA julg em 08 05 2007 DJ 17 05 2007 p 232 STJ REsp 975 314 RS rel Min CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA julg em 20 09 2007 DJ 04 10 2007 p 229 115 FURTADO Celso A economia latino americana 2 ed S o Paulo Nacional 1976 p 188 11 Sobre os diferentes impactos macroecon micos da energia ver MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 p 16 39 49 pol ticas materialmente n o funcionam destaque no original Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA desde fins dos anos 1980 o setor el trico converteu se em um dos principais gargalos
59. 6 938 1981 estabelece a necessidade de se estabelecer a tutela do meio ambiente de grande relevo para o tema da gera o de energia Essa tutela pode ser de car ter preventivo como por exemplo com os mecanismos de licenciamento ambiental em especial os Estudo Pr vio de Impacto Ambiental e Relat rio de Impacto Ambiental EIA RIMA com fundamento no art 225 81 IV da Constitui o Federal e Resolu o Conama 237 1997 necess rios para obras de significativos impactos ao meio ambiente como a maior parte daquelas do setor el trico E de car ter punitivo reparat rio decorrente do art 225 83 da CF 1988 que prev a tr plice responsabilidade do poluidor qual seja penal administrativa e civil Isso especialmente importante em um sistema el trico majoritariamente hidrot rmico como o brasileiro Neste tipo de sistema as usinas hidrel tricas alagam grandes reas de extens o afetando os sistemas h dricos das regi es em que est o situados Essas usinas al m do impacto na fauna e flora afetam parcelas consider veis de toda a popula o em especial aquelas atingidas por barragens O 123 MACHADO Paulo Affonso Leme Direito ambiental brasileiro S o Paulo Malheiros 2006 p 57 No mesmo sentido Celso Antonio Pacheco Fiorillo trata do princ pio nomeando o princ pio do desenvolvimento sustent vel Dessa forma o princ pio do desenvolvimento sustent vel tem por conte do a manuten o das bases vitais
60. 76 9 do total biomassa 6 8 do total 2 e lica 0 9 do total g s natural 7 9 do total derivados de petr leo 3 3 do total nuclear 2 7 do total carv o e derivados 1 6 do total 2 A Lei n 9 074 1995 estabeleceu figuras jur dicas distintas b sicas para os agentes de gera o com regimes jur dicos pr prios i Concession rios de servi o p blico de gera o agentes geradores aos quais foi concedida a presta o de servi o p blico de gera o ii Agentes autoprodutores que produzem energia para consumo pr prio podendo comercializar de forma eventual e tempor ria os seus excedentes mediante autoriza o da ANEEL cf art 1 83 do Decreto n 5 163 2004 iii Produtores independentes de energia definidos pelo art 11 da Lei n 9 074 1995 como aqueles que produzem energia el trica destinada ao com rcio de toda ou parte da energia produzida por sua conta e risco As duas primeiras figuras o concession rio de servi o p blico de gera o e o autoprodutor de energia s o formula es antigas dos marcos normativos do setor de eletricidade advindos do pr prio C digo de guas Contudo a Produ o Independente de Energia foi introduzida mais recentemente por interm dio da Lei 289 Tais segmentos subdividem se em fontes renov veis hidr ulica biomassa e lica solar entre outras e fontes n o renov veis g s derivados de petr leo nuclear carv o etc 29 EMPRESA DE
61. 9 074 de 1995 conectados diretamente no sistema el trico de distribui o do comprador exceto aquela proveniente de empreendimento 501 CCEE Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 p 3 254 hidrel trico com capacidade instalada superior a 30 MW e II termel trico inclusive de cogera o com efici ncia energ tica inferior a setenta e cinco por cento conforme regula o da ANEEL a ser estabelecida at dezembro de 2004 A partir de tal defini o verifica se que segundo o legislador o caractere diferenciador da gera o distribu da em rela o gera o convencional centralizada a conex o do agente gerador no mesmo sistema de distribui o do comprador Desta forma os empreendimentos de gera o distribu da n o est o conectados ao SIN nem submetidos ao despacho ou programa o do ONS ou comercializa o na CCEE Todavia faz se necess ria a inclus o de tais contratos no presente estudo uma vez que estes fazem parte da forma o da cobertura de mercado dos agentes de distribui o na forma do art 13 III a do Decreto n 5 163 2004 influenciando assim a forma o de outros contratos no ACR A contrata o de gera o distribu da para ser considerada como tal deve ser feita exclusivamente pelo distribuidor a que est conectada a unidade geradora Por estar destinada ao abastecimento de agentes de distribui o dever ser precedida de chamada p blica de in
62. A primeira relativa ao uso do aproveitamento energ tico do curso d gua potencial hidrel trico ou potencial hidr ulico considerado bem p blico mediante autoriza o ou concess o de acordo com o tamanho do potencial na forma dos artigos 5 e 7 da Lei n 9 074 1995 28 A segunda refere se ao exerc cio da atividade em si que precisa de outorga 29 David Waltenberg destaca que tal regime seria intermedi rio entre o servi o p blico destinado presta o de servi o coletividade e a produ o de energia el trica atividade notadamente privada Esse terceiro regime produ o independente de energia caracteriza se como intermedi rio entre a concess o de servi o p blico voltada ao atendimento do p blico em geral e a autoprodu o voltada basicamente para o atendimento do pr prio gerador A produ o independente envolve tanto a possibilidade de comercializa o da energia produzida como seu autoconsumo Com efeito a legisla o diz que o produtor independente aquele que produz energia el trica para consumo pr prio ou para com comercializa o por sua conta e risco WALTENBERG David A M O Direito da energia el trica e a ANEEL In SUNDFELD Carlos Ari org Direito administrativo econ mico S o Paulo Malheiros 2000 p 360 296 Art 5 S o objeto de concess o mediante licita o o aproveitamento de potenciais hidr ulicos de pot ncia superior a 1 000 kW e a i
63. Brasileira de Planejamento Energ tico 1989 vol 01 n 01 BARONE Jussara Colombini Otimiza o do uso de balan os energ ticos no Planejamento Energ tico Regional Revista Brasileira de Energia Sociedade Brasileira de Planejamento Energ tico vol 02 n 01 1992 CORREIA Tiago B CORREIA Paulo B Perspectivas de competi o entre empresas privadas e estatais pela expans o da oferta de energia el trica no Brasil Uma proposta de modelagem com base na teoria dos jogos Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 10 n 1 2004 BANDEIRA Paula Greco Contratos aleat rios no direito brasileiro Rio de Janeiro Renovar 2010 268 BARBOSA Rui As armas do monop lio In Obras completas Rio de Janeiro Casa Rui Barbosa 1991 p 169 181 Parecer Fornecimento de energia el trica Concess o William Reid amp Cia Privil gio de Concession rio e Inadimplemento por motivo de f r a maior In Obras completas Rio de Janeiro Casa Rui Barbosa 1991 p 64 85 BARROSO Lu s Roberto Ag ncias reguladoras Constitui o transforma es do Estado e legitimidade democr tica Jus Navigandi Teresina a 7 n 59 1 out 2002 Dispon vel em lt http jus com br revista texto 3209 gt Acesso em 21 10 2012 Neoconstitucionalismo e constitucionaliza o do Direito O triunfo tardio do Direito Constitucional no Brasil Jus Navigandi Teresina ano 10 n 851 1 nov 2005 Dispon vel em l
64. CIVIL Apresentados os aspectos gerais da opera o econ mica de energia el trica passa se a seguir a analisar a natureza jur dica dos contratos de comercializa o Em outras palavras utilizando se da j mencionada nomenclatura de Enzo Roppo analisar se o os aspectos essenciais do contrato conceito jur dico que representa a formaliza o jur dica daquela opera o econ mica Pretende se portanto apresentar o locus dos contratos de comercializa o no panorama geral do ordenamento em suas caracter sticas essenciais 3 1 A COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA COMO CONTRATO DE COMPRA E VENDA O tr nsito jur dico da eletricidade inserido num mercado competitivo o qual composto por diversos agentes opera se mediante contrato Tal afirma o pressuposto do estudo que ora se apresenta Faz se necess ria contudo uma an lise reflexiva sobre o contrato do qual o presente estudo trata Dentre as poss veis classifica es do contrato mencionadas pela literatura a primeira distin o considerada aqui pertinente dentre as diferentes modalidades de contrato consiste naquela entre contratos at picos ou inominados e t picos ou nominados Para a primeira modalidade mais do que n o possu rem designa o pr pria nomen juris os contratos n o possuem delimita o espec fica em lei oferecendo maior amplitude autonomia da vontade das partes na defini o de seu conte do Estes podem ainda ser sub
65. Coimbra Centelha 1981 p 90 98 14 Por todo o exposto RIPERT George Aspectos jur dicos do capitalismo moderno Rio de Janeiro Freitas Bastos 1947 p 23 24 13 especificamente destinadas a facilitar o exerc cio da atividade comercial industrial capitalista pelos agentes privados em regime de livre mercado Nessa toada a figura do contrato possu a por base na autonomia da vontade negocial fruto da liberdade de partes formalmente iguais assentada no laissez faire econ mico em que os contratantes apenas restariam obrigados se assim decidissem Sob tal enfoque a autonomia pressup e a exist ncia de liberdades negativas em rela o ao Estado como a de escolher o outro contratante o tipo contratual e a determina o do conte do do v nculo entre as partes Ainda com o intuito de conferir agilidade ao tr fego jur dico prevalecia o consensualismo e a liberdade de formas na defini o do contrato N o se admitiria presun es a respeito da obriga o contratual somente a vontade expressamente declarada seria obrigat ria Mostra se indevida a interven o do Estado no contrato em tal contexto A este caberia acima de tudo a aplica o da lei firmada entre os pactuantes em um modelo de conduta adversarial de modo a assegurar a for a obrigat ria do contratado pacta sunt servanda No mesmo sentido o ordenamento prefere por normas supletivas ou dispositivas que ir o se incorporar ao contrato caso n o sej
66. EL TRICA No plano bilateral da rela o contratual de comercializa o de energia ou seja na rela o imediata entre agente comprador e agente vendedor as obriga es decorrem da exist ncia do contrato de compra e venda de documentos Ou seja o x cerne das obriga es entre vendedor e comprador refere se exist ncia de um t tulo v lido e eficaz perante o mercado que permita ao comprador garantir lastro para a carga e pot ncia associada da energia que ser por si consumida ou revendida a outros agentes no caso das distribuidoras a que ser fornecida aos seus consumidores cativos Do lado do comprador haver a responsabilidade pelo registro ou valida o do contrato na CCEE que ir variar de acordo com a modalidade contratual a fim de que o contrato possa ser contabilizado no processo de liquida o Al m disso obviamente h a responsabilidade pelo pagamento ao vendedor do montante de energia que o contrato representa no prazo pre o e forma ajustados Por sua vez tendo em vista tratar se de neg cio comutativo ao vendedor caber o tamb m obriga es Como ocorre com o comprador h a responsabilidade pela valida o ou registro do instrumento contratual na CCEE de acordo com a modalidade contratual N o obstante a principal obriga o do vendedor a de assegurar que o contrato garanta lastro ou cobertura de suprimento ao comprador para o Processo de Contabiliza o e Liquida o de Diferen as nos
67. FGV 2008 p 61 78 57 dentre os aspectos norteadores da regula o setorial muitas vezes assumindo designa es diversas como por exemplo seguran a energ tica universaliza o modicidade tarif ria et cetera e evidenciam que imprescind vel a atua o estatal para disciplinar e orientar as rela es jur dicas envolvendo o bem em quest o Nesse sentido o legislador constituinte reconheceu a partir da constru o hist rica do setor a ser apresentada nos cap tulos seguintes que a energia el trica bem que demanda especial atua o do Estado para sua garantia Observa se do art 21 inciso XII al nea b CF que foi atribu da Uni o a compet ncia material de explorar diretamente ou mediante autoriza o concess o ou permiss o dos servi os e instala es de energia el trica e o aproveitamento energ tico dos cursos d gua em articula o com os Estados onde se situam os potenciais hidroenerg ticos Com a privatiza o formal e o exerc cio privado das atividades da cadeia de energia el trica destacando se aqui as rela es contratuais de comercializa o fez se necess ria a atua o estatal na regula o das rela es econ micas entabuladas por tais agentes Obviamente o exerc cio de tais atividades por agentes privados n o significou o transporte desse bem a interesses exclusivamente privados mas a conforma o destes aos ditames da coletividade a partir de valores emanados pe
68. INTERLIGADO NACIONAL As mencionadas particularidades a respeito da comercializa o de energia el trica engendraram uma s rie de solu es a fim de viabilizar as opera es de transfer ncia de riqueza em um ambiente competitivo por meio de um sistema interligado de transmiss o A reforma implementada no sistema el trico brasileiro a partir de 2004 possui dentre seus elementos fundantes a busca pela seguran a de suprimento de energia el trica Com tal intuito o inciso do art 2 do Decreto n 5 163 2004 determinou aos agentes vendedores de eletricidade a obrigat ria apresenta o de lastro para a garantia de cem por cento de seus contratos de venda de energia e pot ncia Cumpre ressaltar tamb m que de acordo com par grafo 1 do mesmo artigo a constitui o do lastro dar se pela garantia f sica das usinas de gera o de propriedade do vendedor ou de terceiros adquirida por meio de contratos Por sua vez a mencionada garantia na forma do par grafo 2 do mesmo artigo corresponder s quantidades m ximas de energia e pot ncia el tricas associadas ao empreendimento de gera o que estes podem utilizar para comprovar o atendimento de carga ou comercializar atrav s de contratos No mbito do processo de comercializa o a garantia f sica ser a quantidade m xima de energia pass vel de ser comprometida por determinada usina nos seus contratos de venda Destaca se que a necessidade de garantia em meio f
69. Nacional de Energia CNE tarifas de eletricidade dos consumidores cativos s o fixadas por decreto do Minist rio de Econom a Fomento y Reconstrucci n informando se previamente a CNE planejamento indicativo pela CNE dos grandes projetos de gera o e distribui o tarifa o cobrada pelas distribuidoras que reflita o custo de opera o e invers o destas com uma rentabilidade anual de 10 sempre que tais custos adaptados s condi es espec ficas daquele mercado reflitam aos da empresa paradigma GONZALEZ Maria Isabel Chile In PAULA Ericson de Energ a para el desarrollo de Am rica del Sur S o Paulo Mackenzie 2006 p 149 150 ROUSSEFF Dilma Vana A privatiza o do setor el trico no Chile o erro mudou Revista Indicadores Econ micos FEE Porto Alegre v 23 n 2 p 110 135 1995 249 Posteriormente no governo trabalhista do final da d cada de 1990 foram realizadas diversas reformas no sistema regulat rio do setor de eletricidade da Inglaterra com vistas a aumentar a interven o estatal no setor complexificando a regula o e reduzindo o espa o de auto regula o dos agentes setoriais principalmente no que se refere mat ria ambiental MCHARG Aileen The political economy of regulation developments in British energy regulation under Labour In Regulating energy and natural resources Oxford Oxford University Press 2010 p 168 169 107 acesso s redes de transporte Todavia ainda se mostrava ne
70. O SERVI O P BLICO NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PREVIS O DO REGIME DE LIVRE MERCADO PARA PRODU O E COMERCIALIZA O ANEEL POL CIA ADMINISTRATIVA DE TAIS ATIVIDADES PRETENS O DE AFASTAMENTO LITISCONSORCIO PASSIVO NECESSARIO DE PARTES CONTRATANTES INEXISTENCIA 1 Agravo retido interposto de decis o em que se determinou desentranhamento de pe as n o provido 2 Estabelece a Constitui o art 21 XII b que compete Uni o explorar diretamente ou mediante autoriza o concess o ou permiss o os servi os e instala es de energia el trica e o aproveitamento energ tico dos cursos de gua em articula o com os Estados onde se situam os potenciais hidroenerg ticos Por sua vez prev o art 175 que incumbe ao Poder P blico na forma da lei diretamente ou sob regime de concess o ou permiss o sempre atrav s de licita o a presta o de servi os p blicos 3 N o se distinguem opera es desde a produ o at o fornecimento a consumidor final de energia el trica de modo que todas as etapas de explora o produ o comercializa o transmiss o e distribui o s o de compet ncia privativa da Uni o 4 N o obstante isso normas infraconstitucionais prev em tratamento da produ o e da comercializa o de energia el trica como atividade econ mica stricto sensu ou seja em regime de livre mercado 7 A autora ora apelante negociou energia el trica no mercado livre por meio de con
71. PAIX O Lindolfo Enesto Mem rias do Projeto RE SEB S o Paulo Massao Ohno 2000 PARIZATTO Jo o Roberto Furto roubo recepta o Leme Editora de Direito 1997 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 19 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1998 v 1 Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 Institui es de direito civil 12 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 2005 v 3 PEREIRA JUNIOR Amaro Ol mpio Opera o independente por subsistemas comportamento estrat gico para a gera o no sistema el trico brasileiro 128 p Tese Doutorado COPPE UFRJ Rio de Janeiro 2005 Modelagem da opera o tima da ind stria de energia el trica no Brasil 76 p Disserta o Mestrado COPPE UFRJ Rio de Janeiro 2000 PERLINGIERI Pietro Perfis do direito civil 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2007 PERNAMBUCO Senten a do Ju zo de Direito de Recife PE FURTO DE ENERGIA ELETRICA Constitue furto a utiliza o clandestina da energia el trica A energia el trica e qualquer outra energia que tenha valor econ mico considerada coisa movel sendo pois suscet vel de subtra o criminosa Revista Forense Rio de Janeiro p 706 707 mar 1940 PINTO Andr Dias Aplica o de um mercado atacadista de gua para reparti o dos certificados de energia assegurada entre usinas hidrel tricas 100 p Disserta
72. Rodney Social goals and partial deregulation of the electric utility industry Journal of Economic Issues vol 28 n 2 jun 1994 p 410 157 KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics Chichester John Wiley and Sons 2004 p 6 70 partir do Energy Policy Act EPAct Pub L No 102 486 92 Out 1992 permitiram a entrada de grandes consumidores no mercado al m das dificuldades decorrentes de pequenos consumidores se unirem para poderem comprar sua energia diretamente no mercado A rigor a rela o direta entre consumidor e gerador dar se apenas no modelo de competi o no varejo conforme ser visto a seguir no pr ximo e ltimo t pico sobre o presente tema 3 4 COMPETI O NO VAREJO O est gio mais avan ado numa estrutura competitiva no setor el trico se d segundo Hunt e Shuttleworth no modelo de competi o no varejo Nele todos os consumidores podem escolher o seu fornecedor de energia sendo garantido o acesso a todos os geradores aumentando assim a press o na estrutura competitiva do mercado Em s ntese segundo os pr prios autores a ideia central Muitos consumidores fazem um mercado mais competitivo do que poucos consumidores eles procurar o novos fornecedores e pressionar o os atuais H dessa forma um mercado de atacado tal qual no modelo anterior em que os compradores ir o competir pela compra da energia dos agentes geradores e estes lt
73. TRICA E A CONFORMA O DE TEIAS DE RELA ES viii JUR DICAS INTERDEPENDENTES es 176 4 1 A QUEST O DA BILATERALIDADE E PLURILATERALIDADE DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA 177 4 2 A INSER O DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA EM ESTRUTURAS SIM TRICAS E AN LOGAS A REDES CONTRATUAIS Sr cat de f N A art SRD Re RR OU RU RUN A CO NRO AGR A O ACAO RE 183 5 CONSEQU NCIAS DO INADIMPLEMENTO NAS RELA ES CONTRATUAIS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA ii errerereesesererareesereraranaa 194 5 1 O INADIMPLEMENTO NO PLANO BILATERAL DA RELA O DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA 198 5 2 O INADIMPLEMENTO NO PLANO BILATERAL DA RELA O DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA 205 6 CONTRATOS DO AMBIENTE DE CONTRATA O LIVRE 212 6 1 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EM AMBIENTE LIVRE E CEA re Ae po ta a pac E TEA CA a Ra a CURTA 214 6 2 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA INCENTIVADA CCEI SA SR O ETE 218 6 3 CONTRATOS DE CESS O DE ENERGIA 221 7 CONTRATOS DO AMBIENTE DE CONTRATA O REGULADA 227 7 1 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE AMBIENTE REGULADO CCEAR PEE E EE E E E E E 229 7 2 CONTRATOS DE ITAIPU osisisissiseseiseisieeisirsiersiretsiretsrtntsitsinatsisatsinatsntarsnenrnnt 239 7 3 CONTRATOS PROIN A cera ee e e a SS E aia ri Gaa 241 7 4 CONTRATOS DE LEIL O DE AJUST
74. a compensar danos incomensur veis As perdas e danos s o assim presta es na maioria das vezes pecuni rias que substituem ou se agregam presta o original e se desdobram em danos emergentes o que se perdeu por decorr ncia do evento danoso e lucros cessantes o que se deixou de ganhar Nos contratos de comercializa o de energia el trica tendo em vista o car ter bilateral e plurilateral das obriga es assumidas pelas partes as esp cies de obriga o ir o variar de acordo com os seus diferentes planos que por sua vez ensejar o diferentes formas de inadimplemento Desta maneira as modalidades de inadimplemento ir o demandar uma an lise que embora conjugue os aspectos que trespassam tais planos fa a as diferencia es necess rias entre estes 43 ALVIM Agostinho Da inexecu o das obriga es e suas consequ ncias 3 ed atual Rio de Janeiro Jur dica e Universit ria 1965 p 24 25 44 VARELA Antunes Das obriga es em geral 7 ed Coimbra Almedina 1997 v 2 p 126 135 L BO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 263 265 Sobre a viola o positiva do contrato ver STEINER Renata Carlos Descumprimento contratual boa f e viola o positiva do contrato S o Paulo Quartier Latin 2013 no prelo 405 L BO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 233 234 198 5 1 O INADIMPLEMENTO NO PLANO BILATERAL DA RELA O DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA
75. a energia a elas associada s o distribu das aos cotistas na propor o dos seus mercados quando estes forem distribuidores ou de seu consumo no caso dos consumidores livres ou especiais e autoprodutores A Eletrobr s representa as usinas participantes do PROINFA na CCEE como Agente Comercializador da Energia do PROINFA ACEP sendo respons vel pelo cadastro do ativo de medi o das unidades geradoras De acordo com os Procedimentos e Regras de Comercializa o as quotas de energia proveniente do programa s o representadas no sistema de contabiliza o e liquida o da CCEE como contratos entre o agente cotista que figura como comprador e agente vendedor o ACEP A energia contratada registrada no submercado de atendimento de carga do agente comprador A sazonaliza o das cotas anuais do PROINFA realizada pelo ACEP Caso esta n o seja realizada nos prazos dos Procedimentos de Comercializa o ser distribu da automaticamente de maneira uniforme A modula o por sua vez seguir a modula o da gera o das usinas participantes Verifica se de uma parte que a competi o no processo de forma o do pre o da energia se dar apenas na fase de contrata o pela Eletrobr s da energia dos agentes geradores participantes a partir das condi es espec ficas determinadas pelo marco normativo do Programa Por outro lado restrita a autonomia dos contratantes na comercializa o de energia entre os cotistas d
76. a estas a regula o exercida por tais ag ncias possui car ter eminentemente t cnico utilizando se do saber espec fico da rea de conhecimento relativa ao seu setor de atua o amp ARAG O Alexandre Santos de Ag ncias reguladoras e a evolu o do direito administrativo econ mico 2 ed Rio de Janeiro Forense 2005 Sobre a quest o Floriano Marques de Azevedo posiciona se da seguinte forma Sendo assim a regula o estatal dever combinar os objetivos de preservar as condi es de reprodu o e preserva o da atividade econ mica assegurar a livre iniciativa com o cumprimento dos objetivos da ordem econ mica muitos deles de corte distributivista como bom exemplo a redu o das desigualdades referida no inciso VII do artigo 170 AZEVEDO NETO Floriano Marques Regula o econ mica e suas modula es Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 28 p 27 42 out dez 2009 p 35 Ibidem p 263 276 323 325 Carlos Ari Sundfeld e Jacintho Arruda C mara ressaltam a exist ncia de modelos reguladores pol ticos e t cnicos No modelo pol tico a autoridade reguladora recebe um poder de conforma o de largo espectro que n o encontra limite em qualquer direito liberdade empresarial dos regulados um poder total no sentido de que pode ir at onde os crit rios pol ticos da autoridade determinarem J no modelo t cnico a autoridade reguladora recebe um poder
77. acordo com as Regras e Procedimentos de Comercializa o pertinentes necess ria a defini o de montantes de energia e de pot ncia prazos pre os e garantias financeiras Os CCEAL comportam duas subesp cies contratuais os Contratos de Comercializa o de Energia Incentivada e os Contratos de Cess o de Energia Os CCEI foram estabelecidos pelo legislador com o intuito de promover a produ o energ tica por fontes alternativas e de menor porte ao oferecer descontos n o inferiores a 50 sobre as tarifas de uso dos sistemas de distribui o e transmiss o TUSD e TUST Poder o vender sua energia os agentes geradores incentivados que de forma geral se caracterizam como geradores de menor porte e que se utilizam de fontes renov veis para produzir eletricidade nos termos da estrutura normativa vigente Os agentes do ACL poder o ceder a energia por eles adquirida por meio de Contratos de Cess o de Energia Em tais contratos os direitos e obriga es ser o os mesmos do contrato original que tamb m pode ser um contrato de cess o registrado e validado na CCEE No plano do direito obrigacional a cess o constitui hip tese de transmiss o de obriga o que quando exercida por compradores importar em cess o de cr dito A cess o n o converte o comprador em comercializador de energia pois n o h tradi o ficta de energia como ocorre com os contratos de compra e venda Ocorre t o somente a cess o do cr dito do cedente
78. ajuda em todas as horas f ceis ou dif ceis Aos meus amigos e afilhados Melina e Marcos Renata e Guilherme pelos livros pela leitura do texto e por me aguentarem ficar discorrendo sobre energia el trica no jantar tomando algo ao telefone pessoalmente Ao Prof Egon Bockmann Moreira pela usual dedica o livros e instigantes provoca es s minhas s cias Adriana e Cl udia e toda a equipe da minha segunda casa J ssica Shirley Ana Diego Karla Vitto Na ma e Clarissa pela amizade e suporte mesmo durante minhas aus ncias Aos Professores colegas e demais servidores do Programa de P s Gradua o em Direito da UFPR pela seriedade e por fazerem deste um dos melhores programas de p s gradua o strictu sensu em Direito do Brasil Aos professores e colegas do N cleo de Pesquisa de Energia e Pol ticas P blicas e do Grupo de Planejamento Energ tico e Pol ticas P blicas da FIEP Prof T lio Prof Clodomiro Profa Anne Marlen Lilian Nelson Daniel Augusto Neide e todos os demais por me ajudarem compreender a beleza e complexidade do tema da energia Ao Dr Guilherme Amintas pelos di logos sobre energia pelos livros e dedicat rias Aos colegas do N cleo de Pesquisa Virada de Cop rnico por me ajudarem a pensar al m da margem Aos meus pais irm os e toda minha fam lia por serem ao mesmo tempo minha base e meu norte por compreenderem que mesmo quando est o longe est o perto em meu cor
79. as exposi es positivas dos demais agentes e com os recursos da aplica o de penalidades pela CCEE exceto as penalidades de medi o Caso n o seja poss vel a cobertura integral de tais riscos estes s o repassados aos consumidores cativos por meio da tarifa cobrada pelos agentes de distribui o consoante o determinado pelo art 28 82 do Decreto n 5 163 2004 Na hip tese de haver exposi es positivas totais ap s a aplica o do mecanismo estas ser o revertidas modicidade tarif ria A sazonaliza o dos CCEARs por Quantidade feita anualmente sendo registrada pelo agente distribuidor e validada pelo vendedor respeitados os montantes contratados A modula o feita de forma autom tica de acordo com o perfil de carga do distribuidor Excepcionalmente no caso de usinas ainda em fase implanta o na qual a opera o comercial se d de maneira escalonada conforme previs o do cronograma do CCEAR a sazonaliza o e modula o se d o de forma uniforme ao longo dos per odos de tempo previstos flat 472 A tal respeito elucidativa a explica o da CCEE quanto diferen a de pre os entre submercados nos CCEARs por quantidade De acordo com o Decreto n 5 163 04 os CCEARs t m seu ponto de entrega no centro de gravidade do submercado do Agente Vendedor Desta forma considerando se o modelo de contrata o adotado para a aquisi o de energia pelos Agentes de Distribui o no ACR formalizada
80. b Programa o n o centralizada a usina n o tem o programa de gera o estabelecido pelo ONS c Despacho centralizado a usina tem o despacho de gera o no tempo real coordenado estabelecido supervisionado e controlado pelo ONS e d Despacho n o centralizado a usina n o tem o despacho de gera o no tempo real coordenado estabelecido supervisionado e controlado pelo ONS S o variados os crit rios classificadores entre as diferentes usinas de acordo com a sua modalidade de opera o Mas basicamente destacam se a sua liga o da rede b sica seus impactos na seguran a da rede de opera o ou quando sua opera o hidr ulica possa afetar outras usinas despachadas e programadas centralizadamente Nessas hip teses a usina ser classificada como de Tipo 1 com programa o e despacho centralizados Desta feita uma vez que a maior parte das geradoras est abarcada sob tais hip teses est o elas submetidas ao despacho centralizado no sistema brasileiro e dependem da decis o do ONS quanto sua entrada em opera o ou n o 148 pode ser realizada em tal sistema porque diferentemente das hidrel tricas as usinas t rmicas convencionais possuem maior flexibilidade para entrar e sair de opera o e n o dependem de condi es hidrol gicas que afetam as reservas de todo o parque gerador Isso difere em muito do sistema brasileiro uma vez que as hidrel tricas possuem um grau de inflexibilidade muito maior e dependem
81. blico S o Paulo Malheiros 2010 p 62 sendo a ltima grande reforma setorial realizada apenas em 2004 de tal sorte que n o existem ainda abundantes estudos aprofundados especificamente sobre a tem tica dos contratos de comercializa o de energia no Brasil constituindo verdadeira lacuna no corpo do conhecimento jur dico p trio Os estudos existentes se referem principalmente modelagem regulat ria do Setor El trico e s diversas mudan as institucionais que nele ocorreram principalmente sob o ponto de vista do Direito Regulat rio N o obstante impende ir al m N o basta a mera compreens o dos marcos institucionais regulat rios supramencionados sob pena de se analisar a quest o de um espectro est tico e centrado na figura do Estado A tem tica mais ampla do que tal perspectiva posto que necess rio tamb m voltar os olhos especificamente para a conforma o jur dica das rela es existentes entre os sujeitos participantes de um mercado de relevante interesse p blico Para tanto imperativa uma an lise transversal que perpasse as diversas lentes das disciplinas do ordenamento jur dico atravessando as fronteiras das racionalidades p blica e privada que regem esse relacionamento Em outras palavras n o basta analisar o cen rio e o roteiro preciso observar como os atores efetivamente exercem seus pap is na pe a Sob essa dire o bussolar exp e se aqui o tema situado numa rea de sobreposi
82. carga com base no Custo Marginal de Opera o CMO e sofrer limita o de 9 valores m ximos e m nimos para cada per odo de apura o e para cada submercado na forma regulamentada pelas Resolu es n 682 03 e n 377 03 da ANEEL Desta forma verifica se que o PLD em observ ncia s fun es de garantia da seguran a energ tica ao menor custo consiste em pre o vinculado a taxa de mercado na forma do art 486 do C digo Civil 3 Cumpre ainda frisar que a estipula o do pre o com base em taxa de mercado fundada em tais crit rios objetivos atende tamb m s caracter sticas de pluralidade de partes do mercado de curto prazo que tornam invi vel a negocia o individual ou coletiva entre os diversos agentes Verifica se assim que haver maior interven o estatal na din mica de forma o do pre o no ACR e no mercado de curto prazo em raz o da funcionaliza o das rela es travadas em tais mercados que visam objetivos com maior abrang ncia social do que o interesse imediato dos contratantes No ACL a op o do legislador foi por um menor grau de interven o nas rela es contratuais ainda assim com o objetivo de garantir a exist ncia de um regime de livre mercado Uma vez apresentada a din mica de forma o do pre o nas diferentes modalidades de contratos de comercializa o de eletricidade no pr ximo t pico ser o expostos alguns apontamentos em rela o ao consenso em tais rela
83. coetera A Central El trica de Furnas ent o formada por Juscelino Kubitschek em 1957 para a gera o e transmiss o de energia para os Estados da Regi o Sudeste a partir do aproveitamento hidrel trico do rio Grande Ainda que fosse controlada pelo Governo Federal a empresa contava com participa o acion ria da Light Amforp Cemig e do Departamento de Assuntos Energ ticos do Estado de S o 221 p 97 98 222 LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 Ainda vigente esse instrumento democr tico raro em um setor acostumado a ser regido por Decretos Lei e atos de exce o possibilitou a t o aguardada regulamenta o do C digo de Aguas principalmente no tocante defini o da cadeia produtiva em produ o transmiss o e distribui o aos institutos da revers o encampa o e caducidade aos direitos dos concession rios composi o da tarifa ao custeio da expans o do sistema el trico dentre outros Havia ent o a previs o do regime jur dico no qual o Conselho Nacional de Aguas e Energia El trica CNAEE exerceria o poder de fiscaliza o das atividades para as quais havia sido criado em 1939 Esse Decreto pode ser considerado uma esp cie de C digo da ind stria el trica pois confere organicidade ao sistema jur dico do setor el trico tais como a separa o entre concess o e autoriza o exig ncias de continuidade regularidade e efi
84. com investimentos p blicos forma o em Minas Gerais da CEMIG em 1949 buscando se uma empresa economicamente aut noma e autossustent vel e o plano de eletrifica o do Estado de S o Paulo em 1956 combinando investimentos privados da LIGHT e da CPFL com o advento das empresas p blicas Usinas El tricas do Paranapanema USELPA em 1953 e Companhia Hidrel trica do Rio Pardo 220 Art 5 da Constitui o da Rep blica de 1946 Compete Uni o XV legislar sobre riquezas do subsolo minera o metalurgia guas energia el trica floresta ca a e pesca A import ncia de tal Constitui o para a infraestrutura nacional ressaltada por Luiz Antonio Ugeda Sanches A Constitui o Federal de 1946 pode ser considerada um momento de inflex o da infraestrutura nacional haja vista a sinaliza o de atua o estatal direta nos setores de capital intensivo notadamente o energ tico E a primeira Carta que enuncia expressamente a compet ncia da Uni o para legislar sobre energia em especial a el trica bem como as riquezas do subsolo Ao prever a compet ncia para legislar sobre energia el trica a Constitui o Federal de 1946 emancipou o conceito de eletricidade do aproveitamento h drico de forma a reconhecer juridicamente a exist ncia tecnol gica de outras matrizes pela separa o entre energia el trica e gua SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Ins
85. comprar energia diretamente dos agentes geradores no 19 KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics Chichester John Wiley and Sons 2004 p 6 160 JAMISON Mark A Industry structure and pricing the new rivalry in infrastructure Norwell Kluwer Academic Publishers 2000 p 64 72 mercado de atacado Os consumidores de menor e m dio porte ir o adquirir energia dos referidos agentes comercializadores que ir o atuar em regime de 162 competi o revendendo energia contratada no mercado de atacado Nas atividades de gera o Hunt e Shuttleworth entendem que deve ser garantida a livre entrada e sa da do mercado sem haver regula o para obrigatoriedade de aumento ou manuten o da capacidade bem como para a instala o de novos empreendimentos O principal aspecto positivo deste modelo decorre do aumento da concorr ncia no lado do suprimento da demanda e no lado do consumo incrementando no longo e curto prazo a efici ncia na produ o aumentando investimentos e melhorando o perfil de consumo Assim uma vez estabelecido as tarifas ao consumidor final n o mais ser o necessariamente reguladas Haver competi o entre os comercializadores para o fornecimento de energia aos consumidores de menor porte pressionando para baixo o valor das tarifas e formando pre os efetivamente de mercado decorrentes de intera es entre oferta e demanda Ser o reguladas apenas as tarifas de transp
86. concess o de servi o p blico de gera o Desta forma tem se no ACL um modelo de competi o no varejo no qual consumidores livres e agentes vendedores estabelecem livremente e bilateralmente 22 Esse car ter de unicidade do pool de agentes distribuidores ressaltado pelo MME Em termos comerciais o ACR poderia ser visualizado como uma cooperativa que agrega as demandas de v rios distribuidores e tem contratos com um conjunto de geradores MME Modelo Institucional do Setor El trico Dispon vel em lt www mme gov br gt Acesso em 02 01 2011 28 Consumidores livres s o aqueles definidos pelo art 16 da Lei n 9 074 1995 de livre escolha dos novos consumidores cuja carga seja igual ou maior que 3 000 kW atendidos em qualquer tens o o fornecedor com quem contratar sua compra de energia el trica 284 SCHIRATO Vitor Rhein Gera o de energia el trica no Brasil 15 anos fora do regime de servi o p blico Revista de Direito P blico da Economia RDPE Belo Horizonte a 8 n 31 p 141 167 jul set 2010 124 os pre os e condi es contratuais do fornecimento de energia No modelo brasileiro o mercado de atacado pode ser acessado para compra apenas pelos comercializadores de energia e consumidores livres N o possuem acesso ao mercado de atacado as distribuidoras e os consumidores cativos que ser o atendidos por estas no ACR Desta feita considera se que a atual conforma
87. consumidor livre ou especial ao distribuidor ou gerador com lastro insuficiente quando estes forem diretamente os adquirentes da energia ou por pessoa a ser designada pelo agente comercializador tendo em vista a atua o deste como mero intermedi rio no processo de comercializa o No entanto deve ser novamente lembrado que a entrega da energia a determinado agente consiste em uma fic o jur dica j que n o necessariamente ser o agente vendedor quem fisicamente gerar a energia entregue ao comprador A comercializa o de energia el trica portanto pode ser considerada como modalidade espec fica de compra e venda sobre documentos A venda sobre ou contra documentos consiste em cl usula especial dos contratos de compra e venda positivada pelo art 529 e seguintes do C digo Civil de 2002 aqui apresentado em sua ntegra Art 529 Na venda sobre documentos a tradi o da coisa substitu da pela entrega do seu t tulo representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou no sil ncio deste pelos usos Par grafo nico Achando se a documenta o em ordem n o pode o comprador recusar o pagamento a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida salvo se o defeito j houver sido comprovado De acordo com o dispositivo legal em quest o na venda sobre documentos h a substitui o da tradi o da coisa pela entrega de t tulo representativo bem como por outros documentos exig
88. da utiliza o racional da energia armazenada em seus reservat rios a partir das condi es hidrol gicas existentes No Brasil as t rmicas com custo de gera o mais elevado que o da energia hidr ulica possuem apenas natureza complementar no sistema com a fun o de suplementarem a gera o hidrel trica em per odos de baixa hidrologia No entanto o planejamento da opera o n o se d apenas do ponto de vista da gera o sendo tamb m necess ria previsibilidade em rela o ao consumo Assim ao passo em que os agentes de gera o possuem a obrigatoriedade de manter a totalidade do lastro da energia por eles vendida as distribuidoras e consumidores n o s o supridos integralmente em condi es reguladas devem de igual modo garantir cem por cento de suas cargas em termos de energia e pot ncia por meio de contratos registrados na CCEE ou por empreendimentos de autogera o apenas os consumidores nessa segunda hip tese na forma dos incisos Il e Ill do art 2 do Decreto n 5 163 2004 Tal obrigatoriedade de 321 As usinas t rmicas nucleares s o pouco flex veis devido natureza f sica do combust vel utilizado no seu processo de gera o 322 Devido s restri es ambientais constru o de novas hidrel tricas com grandes reservat rios ao esgotamento dos potenciais hidr ulicos de grande porte e ao progressivo aumento da demanda observa se a tend ncia de aumento da participa o da ge
89. da produ o e reprodu o do homem e de suas atividades garantindo igualmente uma rela o satisfat ria entre os homens e destes com o seu ambiente para que as futuras gera es tamb m tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje nossa disposi o FIORILLO Celso Antonio Pacheco Curso de Direito Ambiental brasileiro 8 ed rev amp S o Paulo Saraiva 2007 p 29 32 124 Evidentemente n o poss vel aprofundar aqui todo o tratamento da legisla o brasileira para a tutela do meio ambiente esta apenas mencionada como ind cio da relev ncia do custo social da energia Para maiores aprofundamentos al m das obras j citadas ver por exemplo CANOTILHO Jos Joaquim Gomes MORATO LEITE Jos Rubens Direito Constitucional Ambiental Brasileiro 10 ed S o Paulo Saraiva 2009 COSTA NETO Nicolau Dino de Castro e Prote o jur dica do meio ambiente Belo Horizonte Del Rey 2006 MILARE Edis Direito do Ambiente doutrina pr tica jurisprud ncia gloss rio 6 ed S o Paulo RT 2009 SILVA Jos Afonso Direito ambiental constitucional 7 ed S o Paulo Malheiros 2009 52 Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana criou uma Comiss o Especial para a averigua o de den ncias de viola es a direitos humanos apresentadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens MAB realizou uma s rie de constata es sobre a tem tica barragens e viola o de direitos humanos destac
90. de forma geral uma estrutura que simultaneamente est tica e din mica que visa conjugar os interesses imediatos dos contratantes com os interesses externos dos demais agentes do mercado e os da sociedade Essa estrutura complexa mostra se necess ria para a coaduna o das tens es imanentes a tal esp cie contratual a fim de se alcan ar a fun o social a que se destina a circula o do bem energia el trica Ali s mais do que a mera circula o mas sim o efetivo fornecimento deste bem aos consumidores que dele necessitam pelo menor custo poss vel sociedade Por conseguinte para garantir o correto funcionamento da referida estrutura de modo a promover o cumprimento das presta es necess rias para o funcionamento da opera o econ mica de base necess ria a imposi o de consequ ncias no plano obrigacional no caso de inobserv ncia destas Em outras palavras necess rio garantir ao credor a exig ncia da presta o das obriga es de suas contrapartes Desta forma a an lise da figura do inadimplemento contratual assume especial relev ncia para os fins desta pesquisa Para tanto ser o aqui expostos alguns de seus pressupostos ainda que de maneira panor mica e introdut ria com o nico intuito de estabelecer algumas das balizas essenciais sobre o tema Na sequ ncia ser o apresentados alguns desses reflexos dos j citados planos bilateral e plurilateral da rela o jur dica aqui enfrentada Agost
91. de lucros com c mbio controlado mais baixo iv e realiza o de investimentos com c mbio livre mais alto v possufam importa o de equipamentos facilitada pelo governo pelo c mbio Tal situa o permitia a tais companhias inflar os seus balan os nos pa ses de origem e captar recursos a pre os reduzidos no mercado internacional Nesse panorama a capacidade instalada encontrava se concentrada na regi o Sudeste com aproximadamente oitenta por cento da capacidade com o Estado de S o Paulo possuindo mais de metade de tal montante Por sua vez a regi o Nordeste detinha em torno de dez por cento restando oito por cento para a Sul e a Norte com dois por cento a regi o Centro Oeste possu a uma insignificante participa o 9 Ocorre ent o um processo de mudan a desse quadro durante os anos 1930 decorrente da consolida o da percep o que a energia el trica era um elemento central para o desenvolvimento do Brasil sendo necess rio um controle mais intenso por parte do Estado federalizando se a compet ncia para a regulamenta o de tais servi os Luiz Ant nio Ugeda Sanches destaca tr s movimentos em tal processo i a transforma o da energia de fato em direito em interesse p blico federal ii os preparativos para que o Estado pudesse exercer uma posi o econ mica dominante no setor estatiza o verticalizando a cadeia energ tica sob o comando de empresas p blicas iii a indu o da indust
92. de outros processos ordin rios de circula o de riqueza dependendo de diversos elementos estruturais que transcendem o interesse individual dos contratantes e que demandam regula o jur dica espec fica Por conseguinte as modalidades contratuais de comercializa o de eletricidade s o muito espec ficas e necessitam ser analisadas detidamente sob o prisma da teoria contratual contempor nea conforme se ver nos cap tulos seguintes periodicidade m xima semanal e ter como base o custo marginal de opera o limitado por pre os m nimo e m ximo e dever observar o seguinte a otimiza o do uso dos recursos eletro energ ticos para o atendimento aos requisitos da carga considerando as condi es t cnicas e econ micas para o despacho das usinas Il as necessidades de energia el trica dos agentes IIl os mecanismos de seguran a operativa podendo incluir curvas de avers o ao risco de d ficit de energia IV o custo do d ficit de energia el trica V as restri es de transmiss o entre submercados VI as interliga es internacionais e VII os intervalos de tempo e escalas de pre os previamente estabelecidos que dever o refletir as varia es do valor econ mico da energia el trica 8 6 A liquida o no mercado de curto prazo far se no m ximo em base mensal 154 3 DETERMINA O DA NATUREZA DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA ELETRICA SOB O PRISMA DO DIREITO
93. decorr ncia do cancelamento dos registros de contratos pelo prazo de noventa dias contados do cancelamento relativamente aos montantes definidos nos contratos finalizados 408 Art 531 Se entre os documentos entregues ao comprador figurar ap lice de seguro que cubra os riscos do transporte correm estes conta do comprador salvo se ao ser conclu do o contrato tivesse o vendedor ci ncia da perda ou avaria da coisa 409 Resolu o ANEEL n 109 2004 Art 7 8 1 Os contratos registrados na CCEE n o implicam necessariamente compromisso de entrega f sica de energia el trica por parte dos agentes vendedores podendo a energia ser entregue por outro agente da CCEE ressalvando se para todos os efeitos que a responsabilidade contratual pela entrega da energia continua sendo do agente vendedor referido no contrato grifo nosso No seguinte julgado o TRF da 3 Regi o ressalta que s o do vendedor os riscos do empreendimento AGRAVO DE INSTRUMENTO A O PELO RITO ORDIN RIO PEDIDO DE SUSPENS O DE PENALIDADE EM RAZ O DA N O ENTREGA DE ENERGIA MANUTEN O DA SITUA O F TICA 1 Provid ncia liminar satisfativa a antecipa o dos efeitos da tutela jurisdicional permite ao titular a frui o imediata do bem jur dico perseguido Para que seja deferida a Lei exige necessariamente o requisito da verossimilhan a da alega o fundada em prova inequ voca al m da presen a de um dos pressupostos espec fi
94. dever de prote o em sentido estrito representa a impossibilidade das partes causarem danos m tuos aos demais participantes da rede Por sua vez o dever de lealdade implica na veda o das partes prejudicarem o neg cio ou 393 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 721 723 3 LEONARDO Rodrigo Xavier Redes contratuais no mercado habitacional S o Paulo RT 2008 p 145 148 39 Ipidem p 149 191 desequilibrarem o sistema Aliado ao dever de lealdade situa se o dever de transpar ncia dos agentes que possuem a obriga o de fornecer todas as informa es necess rias para o bom funcionamento do sistema Esses deveres em verdade decorrem do princ pio da boa f objetiva e devem se coadunar com as obriga es principais assumidas pelos contratantes de forma a garantir o funcionamento coeso e est vel da rede sem gerar desequil brios Os referidos deveres al m de surgirem em raz o do princ pio da boa f objetiva tamb m s o encontrados nas obriga es que os agentes da CCEE assumem quando ingressam no mercado ao aderir Conven o de Comercializa o e ao Estatuto da CCEE Como exemplo dos deveres de contribui o podem ser mencionados aqueles que os agentes possuem em rela o participa o na vida associativa da CCEE como participa o e vota o nas assembleias gerais conforme art 16 inciso art 25 e art 26 da Conven
95. do Sul n 28 p 143 275 191 jul dez 2007 LUDWIG Marcos de Campos Direito p blico e direito privado a supera o da dicotomia In MARTINS COSTA Judith Org A reconstru o do direito privado reflexos dos princ pios diretrizes e direitos fundamentais constitucionais no direito privado S o Paulo RT 2002 p 87 117 LUSTOSA Isabel Valor normativo e self dealing efeitos da sua ado o e consequ ncias de sua extin o In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 481 196 MACHADO Hugo de Brito Temas de direito tribut rio S o Paulo RT 1994 MACHADO Paulo Affonso Leme Direito ambiental brasileiro S o Paulo Malheiros 2006 MAGALH ES Gerusa PARENTE Virg nia O mercado atacadista c mara de comercializa o de energia el trica a evolu o de um novo paradigma regulat rio no Brasil Revista Brasileira de Energia S o Paulo v 15 n 2 p 59 79 2009 MARINO Francisco Paulo de Crescenzo Contratos coligados S o Paulo Saraiva 2009 MARTINS COSTA Judith Coment rios ao Novo C digo Civil do inadimplemento das obriga es Rio de Janeiro Forense 2003 v 5 t 2 p 147 MCHARG Aileen The political economy of regulation developments in British energy regulation under Labour In BARTON Berry BARRERA HERNANDES Lila K LUCAS Alastair R org Regulating energy and natural resources Oxford Oxford University Pre
96. e geradores para garantia da seguran a jur dica do setor foram mantidos os contratos firmados at ent o O suprimento de energia dos distribuidores disputado pelos agentes geradores produtores independentes e comercializadores de energia cadastrados na EPE em leil o regulado pela ANEEL e realizado no mbito da CCEE no qual prevalecem os menores lances de venda O montante de energia el trica adquirida pelo pool de compradores dividido entre as distribuidoras na propor o das declara es das necessidades de energia prestadas por estas Destaque se que as companhias distribuidoras n o atuam de forma individualizada no leil o de energia mas sim sob a forma de pool como um comprador nico Somente ap s a realiza o do leil o que os montantes de energia s o individualizados sob a forma de Contratos de Comercializa o de Energia no Ambiente Regulado CCEAR 7 As distribuidoras que fazem parte dos sistemas isolados e as que fizerem parte do SIN mas possu rem mercado pr prio inferior a 500 GWh ano poder o adquirir energia el trica de forma diversa dos referidos leil es na forma do art 2 812 da Lei n 10 848 2004 e do art 16 do Decreto n 5 163 2004 Lei n 10 848 2004 Art 2 As concession rias as permission rias e as autorizadas de servi o p blico de distribui o de energia el trica do Sistema Interligado Nacional SIN dever o garantir o atendimento totalidade de seu merca
97. e regulamentador que dita as regras do jogo o direito civil viu modificadas as suas fun es e n o pode mais ser estimado segundo os moldes do direito individualista dos s culos anteriores Em tal contexto nota se a publiciza o do direito privado com a incid ncia crescente de caracteres de direito p blico nas rela es jur dicas entabuladas por agentes privados Na mesma toada a constitucionaliza o do Direito Civil que implica no reconhecimento da for a normativa da Constitui o e de sua incid ncia nas rela es de direito privado Assim percebe se o processo de progressiva de 3 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 22 3 TEPEDINO Maria Celina Bodin de Moraes A caminho de um direito civil constitucional Revista de Direito Civil Imobili rio Agr rio e Empresarial S o Paulo v 65 a 17 p 21 32 jul set 1998 38 O processo de publiciza o do Direito Civil n o imune a cr ticas em especial da doutrina mais conservadora no que se refere manuten o da dicotomia p blico privado A t tulo de exemplo A intromiss o cada dia mais intensa do Estado nos neg cios privados quer motivada ideologicamente quer com fins pragm ticos ou decorrente da simples in rcia de crescimento p blico coloca s rios problemas distin o p blico privado CUNHA Paulo Ferreira da Introdu o teoria do direito Coimbra Resjur dica 1980 p 169 39 Lu s Roberto Barroso re
98. el trica na queda da desigualdade de renda no Brasil Texto para Discuss o Rio de Janeiro CEDE UFF 2008 n 11 p 20 47 do conjunto de elementos b sicos que garantem a efic cia da dignidade da pessoa humana estabelecida pelo art 19 inciso Ill da CF 1988 e que comp em o seu m nimo existencial permitindo o acesso ao rol de direitos fundamentais sociais explicitamente reconhecidos pelos artigos 7 e 8 da CF 1988 como sa de educa o moradia entre outros Em n vel infraconstitucional a Lei n 7 783 89 qu e regulamenta o art 9 da Constitui o Federal e garante o exerc cio do direito de greve estabelece no inciso de seu artigo 9 a produ o e distribui o de energia el trica como servi o ou atividade essencial Deste modo em tais atividades h limita o do exerc cio do direito de greve por parte de sindicatos de empregadores e de trabalhadores restando estes obrigados a garantir durante a greve a presta o dos servi os indispens veis ao atendimento das necessidades inadi veis da comunidade na forma do art 11 do referido texto legal De igual forma no par grafo nico do art 2 da Lei de Crimes Contra a Economia Popular citada por Judith Martins Costa como poss vel elemento objetivo ao princ pio da essencialidade a energia el trica sob a rubrica da ilumina o considerada bem indispens vel subsist ncia do indiv duo e ao exerc cio normal de suas atividades No m
99. em Ambiente Livre CCEAL e como subesp cies deste os Contratos de Comercializa o de Energia Incentivada CCEI e os Contratos de Bilaterais de Cess o de Energia El trica A principal nota distintiva entre as diversas esp cies contratuais do ACL a caracter stica das partes contratantes principalmente no que se refere aos diferentes n veis de carga perfis de consumo e fonte de gera o de energia Ainda conforme ficar claro ao longo da exposi o esses contratos possuem ainda outras peculiaridades que demandam uma an lise individualizada de suas caracter sticas essenciais Todos os contratos que forem negociados no ACL devem ser registrados na CCEE para participarem dos procedimentos de Contabiliza o e Liquida o de Diferen as Esta obrigatoriedade encontra expressa previs o legal no art 56 do Decreto n 5 163 04 e no art 7 da Conven o de Comercializa o de Energia El trica Em tal registro devem ser informados apenas os dados necess rios para 438 Podem ser mencionados tamb m os contratos de gera o pr pria e os contratos de lastro para CCEAR No entanto estes n o ser o aqui analisados devido s limita es quanto ao objeto do presente estudo Os primeiros em verdade s o um mecanismo para a formaliza o de uma opera o de autoprodu o sendo firmados entre um gerador n o especial e um consumidor especial com mesmo CNPJ ou participante de Sociedade de Prop sito Espec fico SPE da gera
100. em atividades econ micas que 8 GON ALVES Pedro Entidades privadas com poderes p blicos Coimbra Almedina 2005 p 276 5 GON ALVES Pedro MARTINS Lic nio Lopes Os servi os p blicos econ micos e a concess o no Estado regulador In VITAL MOREIRA org Estudos de regula o p blica Coimbra Coimbra 2004 v 1 p 301 Art 106 do Tratado sobre o Funcionamento da Uni o Europeia 1 No que respeita s empresas p blicas e s empresas a que concedam direitos especiais ou exclusivos os Estados Membros n o tomar o nem manter o qualquer medida contr ria ao disposto nos Tratados designadamente ao disposto nos artigos 18 e 101 a 109 inclusive 2 As empresas encarregadas da gest o de servi os de interesse econ mico geral ou que tenham a natureza de monop lio fiscal ficam submetidas ao disposto nos Tratados designadamente s regras de concorr ncia na medida em que a aplica o destas regras n o constitua obst culo ao cumprimento de direito ou de facto da miss o particular que lhes foi confiada O desenvolvimento das trocas comerciais n o deve ser afectado de maneira que contrarie os interesses da Uni o 3 A Comiss o velar pela aplica o do disposto no presente artigo e dirigir aos Estados Membros quando necess rio as directivas ou decis es adequadas UNIAO EUROPEIA Tratado sobre o Funcionamento da Uni o Europeia Dispon vel lt www europa eu gt Acesso em 23 03 2018 29
101. em lugar como qualquer outro produto Os mercados de eletricidade s o abertos a produtores alternativos e compradores alternativos A an lise econ mica requerida para esse tipo de mundo a an lise das transa es qual o produto que est sendo comprado e vendido em qual momento em qual lugar quem o comprador quem o vendedor qual o pre o como este determinado quais s o as condi es de venda Esse o mundo dos mercados e dos contratos tradu o livre grifo nosso Estabelecem se portanto dois regimes contratuais distintos os quais buscam resguardar a import ncia do bem transacionado na medida em que as rela es jur dicas travadas transcendem os interesses exclusivos dos agentes nelas envolvidos Dessa maneira o grau de interven o estatal em tais contratos oscila de acordo com a essencialidade que a energia comporta em tais rela es Nesse sentido no que se refere s distribuidoras de energia que atendem diretamente aos consumidores cativos compostos pela popula o em geral servi os p blicos municipais de ilumina o empresas de m dio e pequeno porte dentre outros em regime de monop lio estabeleceu se um regime p blico de contrata o com leil es inversos a fim de garantir a seguran a de abastecimento e 7 But if it is possible to define and separate the transport service so that it can be provided separately from the electricity itself electricity becomes a product th
102. em que operam as ind strias e as institui es explicitando dessa forma a import ncia decisiva da dimens o pol tico institucional que sempre esteve e sempre estar presente na evolu o da ind stria el trica 28 BICALHO Ronaldo Goulart PINTO J NIOR Helder Queiroz Flexibilidade institucional e transforma es estruturais o caso do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 10 n 1 2004 p 5 127 Tais ambientes de contrata o bem como as modalidades contratuais inerentes a cada um destes ser o mais bem explicitados em cap tulos espec ficos do presente trabalho No cap tulo seguinte apresentar se o brevemente os agentes da cadeia produtiva de energia 128 5 AGENTES DA CADEIA PRODUTIVA DE ENERGIA EL TRICA E PAPEIS PUBLICO PRIVADOS DOS POLOS DAS RELA ES JUR DICAS DE COMERCIALIZA O Uma vez verificados os caracteres gerais da regula o jur dica do setor el trico brasileiro torna se necess rio melhor compreender o papel exercido pelos diferentes agentes da cadeia produtiva de energia el trica a partir do processo de desverticaliza o j exposto As rela es entabuladas por tais agentes com atua es diversas caracterizadas por m ltiplos pap is p blicos e privados encontram se conformadas em estruturas contratuais em especial as rela es de comercializa o aqui estudadas A seguir ser o apresentados t o somente seus caracteres essenciais de modo breve um
103. energia el trica n o poss vel tomar como ponto de partida caracteres exclusivamente de Direito P blico ou de Direito Privado necess ria uma constru o integrativa de tais espa os de modo a dar conta da complexidade de interesses imanentes a tais rela es e conjugar os planos em quest o na ambi ncia do contrato Esse contrato evidentemente n o pode mais ser aquele assentado numa vis o oitocentista de isolamento ante o Estado e a sociedade mas sim ressignificado pelos valores constitucionais e informado pelas disposi es da regula o setorial condizente portanto com o modelo brasileiro contempor neo de Estado Social RIBEIRO Joaquim de Souza O direito dos contratos e regula o do mercado In Direito dos contratos estudos Coimbra Coimbra Editora 2007 p 60 De igual forma Maria Luiza Feitosa aponta para a exist ncia de diferentes regimes contratuais que ir o variar de acordo com as t cnicas de interven o estatal no ambiente econ mico no qual ele est inserido FEITOSA Maria Luiza P de A M Paradigmas inconclusos os contratos entre a autonomia privada a regula o estatal e a globaliza o dos mercados Coimbra Coimbra 2007 p 386 388 32 Apresentadas introdutoriamente tais problematiza es para contextualizar os dilemas enfrentados pelo direito contratual no cen rio contempor neo da regula o no Brasil passa se a analisar na sequ ncia o objeto mediato das rela es contr
104. estrutura do Setor El trico implementada no Brasil a partir da d cada de 1990 conforme exposto nos t picos anteriores possui como principal alicerce a competi o introduzida mediante a desverticaliza o da sua cadeia produtiva Tal modelo setorial aumentou a pulveriza o do mercado e consequentemente a complexidade das rela es existentes entre os componentes do mercado Nesse sentido cumpre novamente ressaltar que os contratos assumem graus de relev ncia diferentes de acordo com o modelo de competi o adotado pela ind stria de eletricidade Nos mercados monopol sticos e verticalizados constata se uma import ncia menor uma vez que as transa es se d o dentro de empresas de um mesmo grupo econ mico ou entre diferentes pessoas jur dicas p blicas Com o incremento da competi o por um lado reduz se a centraliza o do mercado e por outro aumenta se a complexidade das rela es econ micas entabuladas entre os diferentes agentes Enzo Roppo traz a ideia do contrato como representa o juridicamente formalizada de uma opera o econ mica de transfer ncia de riqueza Esta no o indica que tais opera es econ micas podem e devem ser reguladas pelo direito que as funcionaliza a determinados fins e interesses coletivos Por conseguinte o contrato encontra se imbu do de historicidade modificando suas fun es e disciplina ao refletir a estrutura do contexto econ mico social no qual est inserido Des
105. financeira por sua vez procura se conferir s ag ncias reguladoras al m das dota es or ament rias gerais a arrecada o de receitas provenientes de outras fontes tais como taxas de fiscaliza o e regula o ou ainda participa es em contratos e conv nios como ocorre por exemplo nos setores de petr leo e energia el trica BARROSO Lu s Roberto Ag ncias reguladoras Constitui o transforma es do Estado e legitimidade democr tica Jus Navigandi Teresina a 7 n 59 1 out 2002 Dispon vel em lt hitp jus com br revista texto 3209 gt Acesso em 21 10 2012 Todavia Celso Ant nio Bandeira de Mello discorda de tal posi o indicando que o regime jur dico especial das ag ncias decorre t o somente da fixidez do mandato dos seus dirigentes Ora independ ncia administrativa ou autonomia administrativa autonomia financeira autonomia funcional e patrimonial e da gest o de recursos humanos ou de quaisquer outros que lhe perten am autonomia nas suas decis es t cnicas aus ncia de subordina o hier rquica s o elementos intr nsecos natureza de toda e qualquer autarquia nada acrescentando ao que lhes inerente Nisto pois n o h peculiaridade alguma o que pode ocorrer um grau mais ou menos intenso destes caracteres Assim o nico ponto realmente peculiar em rela o generalidade das autarquias est nas disposi es atinentes investidura e fix
106. forma de contrata o de energia e no diferente papel que os contratos assumem Ao final da primeira parte foram ainda apresentados os agentes da cadeia produtiva e o diferente papel que eles possuem na comercializa o de energia Na segunda parte do estudo adentra se na an lise das rela es contratuais de comercializa o de energia em si Inicialmente foram apresentadas problematiza es quanto opera o econ mica de base quais sejam que a comercializa o de eletricidade se d em um sistema interligado de transmiss o que existem sobras e d ficits de eletricidade reciprocamente entre os diversos agentes inseridos em tal sistema h a necessidade de um operador externo que otimize os recursos dispon veis e que as particularidades do sistema hidrot rmico 261 demanda a utiliza o racional dos recursos energ ticos de forma coordenada No sistema brasileiro quem exerce o papel esse papel de coordena o dos aspectos f sicos e econ micos do sistema de transmiss o o ONS Que decide qual usina ir despachar de acordo com a ordem de m rito utilizando se dos crit rios de menor custo marginal de gera o e seguran a energ tica de forma a otimizar o sistema interligado de transmiss o e seus subsistemas Desta forma a decis o de produzir ou n o eletricidade n o cabe aos agentes de gera o mas aos agentes integrantes do SIN Para a previs o da carga a ser consumida pelo sistema importante a obrigatorieda
107. interligadas em grande parte voltadas autoprodu o de energia de empreendimentos empresariais que atendiam a cidades e localidades espec ficas notadamente como insumo para a ilumina o p blica e para o setor de transportes urbanos bondes el tricos A energia el trica era considerada nesse per odo inicial assunto de interesse local cujo regime jur dico era regulado principalmente por contratos municipais Tais contratos eram impulsionados por empres rios interessados em explorar a atividade e tinham por objeto a cess o de uso do solo em car ter de exclusividade sob a no o de monop lios de rea 16 CENTRO DE MEM RIA DA ELETRICIDADE Concess es de Energia El trica no Brasil Dispon vel em lt http Auww memoria eletrobras com serv dnae2 asp gt Acesso em 7 1 2011 EX RCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 p 53 Cabe aqui esclarecer que tal obra mostra se til para a compreens o do transcurso hist rico do setor de energia no Brasil ainda que tenha sido editada pelo ex rcito brasileiro em pleno per odo da ditadura militar com um vi s nacionalista pr prio de um regime antidemocr tico que merece o integral rep dio da sociedade contempor nea Esta ser aqui citada unicamente a partir dos fatos hist ricos contidos em seu bojo que devem ser lidos com o devido olhar cr tico repelindo qualquer julgamen
108. juntos uma fun o ulterior De acordo com o autor esse g nero comporta duas diferentes esp cies sendo elas os contratos coligados que consistem em contratos conexos cujas vicissitudes de um como a invalidade ou inefic cia por causa superveniente afetam o outro embora possam comportar diversidade de partes os contratos coligados em geral s o compostos pelas mesmas partes segundo o autor inspirados pela doutrina francesa os grupos de contratos s o aqueles com partes diversas que imp em o regime da responsabilidade contratual para as a es entre os co contratantes de forma geral estes s o mais restritos por exigir certa homologia entre os contratos Tal conceito criticado por Francisco de Paulo De Crecenzo Marino que considera pouco operacional a no o de fun o ulterior Cumpre mencionar ainda que haveria inconsist ncia na inclus o dos grupos de contratos como esp cie do g nero contratos conexos uma vez que a doutrina francesa indica diversas hip teses de tais modalidades de contratos em que inexiste a referida fun o ulterior Prefere Marino a nomenclatura contratos coligados que conceitua como os contratos que por for a de disposi o legal da natureza acess ria de um deles 381 KATAOKA Eduardo Katemi A coliga o contratual Rio de Janeiro Lumen Juris 2008 p 55 59 382 KONDER Carlos Nelson Contratos conexos Rio de Janeiro Renovar 2006 p 189 278 185
109. l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 p 56 180 WALTENBERG David A M O Direito da energia el trica e a ANEEL In SUNDFELD Carlos Ari org Direito administrativo econ mico S o Paulo Malheiros 2000 p 354 81 descentralizado assentado principalmente em concess es municipais e estaduais nas quais agentes privados detinham todas as etapas da cadeia produtiva de energia em suas respectivas regi es 4 2 O PROCESSO DE ESTATIZA O DAS CADEIAS PRODUTIVAS DE ENERGIA E A FORMA O DE MONOPOLIOS PUBLICOS VERTICALMENTE INTEGRADOS Tem se assim no in cio da hist ria do setor de energia brasileiro um cen rio formado at as primeiras d cadas do s culo XX em maior parte por pequenas empresas prestadoras de servi os de eletricidade de mbito local pulverizadas em concess es municipais ou estaduais em sistemas el tricos isolados Em grande medida a energia el trica n o era vista em tal per odo como suporte da atividade econ mica de um ponto de vista estrutural mas sim mero servi o fornecido s popula es urbanas principalmente para transporte p blico ilumina o p blica ou dom stica diferentemente das estradas de ferro por exemplo No entanto com a percep o crescente da vincula o entre ind stria e energia el trica progressivamente esse cen rio come a a se alterar Ademais com o afastamento dos centros de produ o de energia el trica para locais distant
110. micos comp em os assim denominados crit rios de planejamento os quais auxiliam o planejador a estabelecer um plano de expans o tal que assegure uma qualidade de servi o satisfat ria ao menor custo poss vel GUIMAR ES Fl vio Borsato et al Avalia o das condi es de atendimento demanda m xima em horizonte decenal Revista Brasileira de Energia vol 16 n 2 2 sem 2010 p 8 316 Ibidem p 3 146 compartilhamento de riscos hidrol gicos do sistema entre todos os seus componentes Essa estrutura permite ao agente respons vel pelo despacho centralizado decidir de acordo com objetivos socialmente impostos quais dentre as op es de gera o existentes em determinado per odo garantem simultaneamente menor custo e maior seguran a energ tica futura Amaro Ol mpio Pereira J nior indica as seguintes particularidades quanto ao processo decis rio do operador do sistema no mecanismo de despacho centralizado As usinas hidrel tricas que comp em o sistema el trico brasileiro s o dispostas em cascata e possuem grandes reservat rios de regulariza o plurianual por isso a escolha sobre quanto se utilizar dos estoques de energia em forma de gua desses reservat rios est intrinsecamente ligada incerteza das tend ncias hidrol gicas Dessa forma se a produ o hidr ulica privilegiada tem se um menor custo atual por m se as chuvas n o forem suficientes para encher os reservat rios pode have
111. montantes sazonalizados e modulados que as partes estabelecerem Desta forma na hip tese do contrato n o ser pass vel de apresenta o para tais fins em determinado per odo de contabiliza o haver inadimplemento contratual do devedor Como exemplo de tal possibilidade pode se mencionar o desligamento do 408 Tal hip tese pode ocorrer por exemplo em casos de recupera o judicial ou fal ncia do vendedor como no s guinte julgado PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO FORNECIMENTO DE ENERGIA EL TRICA RECUPERA O JUDICIAL DESLIGAMENTO DA EMPRESA AGRAVANTE DA C MARA DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA CCEE O fato de ingressar com recupera o judicial com o claro intuito de venda de suas usinas demonstra a inten o da agravante em n o fornecer a energia el trica que se comprometera evidentemente onerando os demais componentes do sistema de fornecimento de energia el trica N o demonstrada a verossimilhan a da tese recursal e havendo risco de grave les o inverso mant m se a decis o que revogou a liminar inicialmente concedida TRF 4 R Al 2009 04 00 017571 0 PR Quarta Turma Rel Juiz Fed Sergio Renato Tejada Garcia Julg 14 10 2009 DEJF 27 10 2009 P g 239 199 vendedor da CCEE posteriormente ao in cio da rela o contratual por m anteriormente aos prazos de entrega da energia comprometida Nessa hip tese o contrato n o poderia ser utilizado pelo comprador para a forma o de se
112. n o dependem de autoriza o deve ser todavia notificado o Servi o de Aguas do Departamento Nacional de Produ o Mineral do Minist rio da Agricultura para efeitos estat sticos 4 As autoriza es e concess es ser o conferidas na forma prevista no art 195 e seus par grafos 87 regime jur dico de servi o p blico atividade em sentido objetivo Ainda com o C digo de guas foram implementados mecanismos de fiscaliza o um tanto mais r gidos atribu dos Divis o de guas do Departamento Nacional da Produ o Mineral em substitui o IGI com o tr plice objetivo de a assegurar servi o adequado b fixar tarifas razo veis c garantir a estabilidade financeira das empresas O C digo de guas teve assim uma import ncia crucial na federaliza o do setor conforme Luiz Antonio Ugeda Sanches Com o C digo de guas de 1934 pode se afirmar que se federaliza o servi o de energia el trica centralizado no sistema de outorga das guas para ganho de escala econ mica com o objetivo de atender a forte urbaniza o que ocorria no pa s na qual o Estado assumia a responsabilidade pela sua consecu o Com isso tem in cio um processo progressivo de centraliza o na Uni o das compet ncias de planejamento do setor e concess o de novas outorgas As diretivas do C digo de guas encontraram se refletidas e consolidadas na Constitui o da Rep blica de 1934 destacando se o esta
113. n o houve privatiza o substancial dos servi os p blicos mas sim apenas formal Ou seja o Estado n o transferiu a titularidade do servi o p blico para os agentes privados mas apenas a sua gest o Nesse sentido relevante a li o de Egon Bockmann Moreira a respeito da quest o no Brasil A transfer ncia de empresas bens e servi os p blicos s pessoas privadas pode se dar de modo formal ou substancial Aqui h a desestatiza o absoluta o Estado abdica da titularidade l a desestatiza o executiva ou de gest o o Estado persiste titular Mas fato que o direito brasileiro dos servi os p blicos apresenta singularidade h reserva constitucional da titularidade p blica dessa ordem de empreendimentos A Constitui o brasileira comete determinados servi os ao Poder P blico e diz que sua explora o poder ser direta ou por meio de concess es e permiss es al m das autoriza es Apesar de n o existir defini o do que vem a ser servi o p blico em cada um dos quadrantes constitucionais que tratam do assunto a imputa o ao Poder P blico de determinada categoria de incumb ncias pass veis de concess o e permiss o traz consigo a qualifica o normativa de servi o p blica seja sob a forma de compet ncias expl cita seja condi o de execu o da tarefa propriamente dita E devido determina o constitucional que tal ordem de servi os cometida ao Estado e tamb m por prescri o c
114. novas tecnologias e da abertura de espa os transfronteiri os com a correlativa perda da capacidade dirig stica dos poderes estatais bem como a domin ncia escala global do paradigma do mercado criaram as condi es para a uma converg ncia em novos moldes do direito contratual e do direito econ mico Entre ambos os complexos processam se permutas de valora es que possibilitam a complementa o rec proca de solu es A perspectiva do mercado integrada no campo problem tico do direito contratual com a sobreposi o tendencial de objetivos de regula o Muitas das medidas disciplinadoras do contrato s o pensadas de um ponto de vista consequencialista como actuantes em dois tabuleiros procurando satisfazer concertadamente exig ncias de ambos De tal forma que se atenuam as linhas de fronteira sendo dif cil dizer onde acaba um e come a o outro onde acaba o tratamento do acto de troca e come a a defini o do quadro jur dico do mercado onde ele tem lugar Aproximando a tem tica do objeto do presente estudo no setor de energia el trica a privatiza o das atividades com a desverticaliza o de sua cadeia produtiva de modo a inserir a competi o entre os agentes participantes implicou na atra o das rela es de troca entre estes a uma zona de intersec o entre o p blico e o privado conforme ir se expor ao longo dos pr ximos cap tulos Portanto para a compreens o das rela es contratuais no setor de
115. o e o da liberdade de contratar 22 contexto as rela es econ micas de troca de bens produtos e servi os s o instrumentalizadas por sua vez por institutos jur dicos do direito das obriga es notadamente os neg cios jur dicos O aspecto de maior relevo se d com a redu o da autonomia individual e aumento da interven o estatal no contrato de modo a ultrapassar os limites da justi a comutativa em que se d a cada um o que seu de modo a considerar a todos formalmente iguais em prol n o apenas de uma justi a distributiva em que cada um deve receber o que seu levando se em considera o suas desigualdades mas principalmente da constru o de uma justi a social que visa a transforma o da sociedade de modo a reduzir as desigualdades sociais na forma do art 3 Ill e art 170 VII da CF 88 Em tal contexto na passagem do C digo Civil de 1916 para o C digo Civil de 2002 Teresa Ancona Lopez ressalta a conforma o de novos alicerces principiol gicos sobre os quais devem se assentar a interpreta o e a cria o dos contratos destacando eticidade socialidade confian a operabilidade Embora a fun o individual cl ssica do contrato permane a esta passa a ser conformada por uma fun o social Nesta ltima os interesses individuais dos contratantes devem ser exercidos em conformidade com os interesses sociais representando assim no plano negocial a orienta o
116. o ndice de desenvolvimento social mais difundido e o utilizado pelas Na es Unidas N o obstante cumpre ressaltar que n o um indicador isento de cr ticas como as limita es apontadas por Amartya Sen e Joseph Stiglitz no Report of the commission on the measurement of economic performance and social progress elaborado a pedido do governo franc s em 2009 STIGLITZ Joseph SEN Amartya FITOUSSI Jean Paul Report of the commission on the measurement of economic performance and social progress Dispon vel em lt http www stiglitz sen fitoussi fr en index htm gt Acesso em 01 07 2011 107 PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano Bras lia PNUD 2000 Dispon vel em lt www pnud org br gt Data de acesso 15 out 2010 GNESD Energy Access theme results Roskilde GNESD 2004 p 3 108 Os resultados obtidos mostram que para a primeira classe de renda os mais pobres a posse de equipamentos diminuiu De fato para esse grupo observou se que a despesa com consumo caiu entre 1996 e 2003 Como a posse e ou frequ ncia de uso dos equipamentos diminuiu esperar se ia uma redu o do consumo de energia el trica o que de fato ocorreu Os custos elevados da tarifa de energia el trica levaram a uma forte inibi o do consumo de energia para essas fam lias se traduzindo possivelmente numa piora ainda maior do seu bem estar COHEN Claude MENDON A Rosane CHAGAS M nica AGUIAR Anna C O papel das tarifas de energia
117. o equiparada a autoprodutor pela ANEEL Por sua vez os segundos s o CCEAL com a finalidade de recomposi o de lastro para CCEAR devido indisponibilidade de usinas em CCEARs por disponibilidade ou para o caso de usinas em atraso em CCEARs por quantidade ou disponibilidade CCEE Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 S o Paulo CCEE p 3 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 21 07 2018 439 Decreto n 5 163 2004 Art 56 Todos os contratos de compra e venda de energia el trica firmados pelos agentes seja no ACR ou no ACL dever o ser registrados na CCEE segundo as condi es e prazos previstos em procedimento de comercializa o espec fico sem preju zo de seu registro aprova o ou homologa o pela ANEEL nos casos aplic veis Conven o de Comercializa o de Energia El trica Resolu o ANEEL n 109 2004 Art 7 Todos os contratos de compra e venda de energia el trica e respectivas altera es dever o ser registrados na CCEE independentemente da data de in cio de suprimento inclusive para fins de Contabiliza o e Liquida o Financeira segundo as condi es e prazos previstos em Procedimentos 214 a contabiliza o principalmente as quantidades de energia os prazos e per odos de entrega Apresentadas essas considera es gerais sobre os contratos do Ambiente de Contrata o Livre passa se ent o a analisar as diferentes esp cies contratuais menci
118. o art art 1 81 inciso Resolu o ANEEL n 247 2006 Uma vez que os segmentos tarif rios horo sazonais n o foram enfrentados neste trabalho necess rio apontar algumas caracter sticas de tal estrutura tarif ria A estrutura tarif ria horo sazonal caracterizada pela aplica o de tarifas diferenciadas de consumo de energia el trica e de demanda de pot ncia de acordo com as horas de utiliza o do dia e dos per odos do ano O objetivo dessa estrutura tarif ria racionalizar o consumo de energia el trica ao longo do dia e do ano motivando o consumidor pelo valor diferenciado das tarifas a consumir mais energia el trica nos hor rios do dia e nos per odos do ano em que ela for mais barata Para as horas do dia s o estabelecidos dois per odos denominados postos tarif rios O posto tarif rio ponta corresponde ao per odo de maior consumo de energia el trica que ocorre entre 18 e 21 horas do dia O posto tarif rio fora da ponta compreende as demais horas dos dias teis e as 24 horas dos s bados domingos e feriados As tarifas no hor rio de ponta s o mais elevadas do que no hor rio fora de ponta J para o ano s o estabelecidos dois per odos per odo seco quando a incid ncia de chuvas menor e per odo mido quando maior o volume de chuvas As tarifas no per odo seco s o mais altas refletindo o maior custo de produ o de energia el trica devido menor quantidade
119. o mercado n o vai financiar por si mesmo tais pol ticas Nesse sentido restam dificultadas pol ticas p blicas quanto quantidade e tipo de gera o restando tais decis es deixadas ao mercado geralmente A imposi o pelo Estado de obriga es ligadas a pol ticas p blicas se dar em tal modelo principalmente nos elementos da cadeia que det m monop lios sobre determinadas categorias de consumidores notadamente as distribuidoras Da mesma forma restam aumentados os custos de transa o do setor uma vez que passam a ser necess rios de maneira mais intensa aos agentes em geral contratos de comercializa o e contratos de acesso s redes O modelo de competi o no atacado apresenta como vantagem uma maior competi o na forma o dos pre os de atacado por serem pre os essencialmente de mercado De igual forma o processo de forma o de pre os baseado em uma estrutura de competi o naturalmente ir selecionar as fontes de gera o mais eficientes Ainda os riscos da atividade de gera o voltam a ser controlados pelos pr prios agentes geradores e possuem maior dificuldade de serem repassados para os consumidores Os autores entendem que prefer vel o gerenciamento de tais riscos pelo gerador por deterem maior conhecimento e estarem mais pr ximos da atividade em quest o do que o rg o regulador Os autores consideram esse tipo de modelo inst vel assim uma antessala para o modelo de competi o no var
120. o ou desagrega o vertical implica na segrega o da cadeia produtiva do setor separando as atividades de gera o transmiss o distribui o e comercializa o de energia Alexandre Nester assim trata do tema O processo de desagrega o vertical das atividades inerentes aos setores organizados em regime de monop lio natural foi batizado no Direito ingl s de unbundling em portugu s desempacotar Significa basicamente a separa o das atividades potencialmente competitivas e das n o competitivas em um determinado setor a fim de estabelecer a concorr ncia somente entre as primeiras Assim o regulador desmembra as atividades relativas a cada uma das fases ou segmentos do setor tais como produ o transporte distribui o importa o exporta o etc para possibilitar que algumas delas aquelas em que a cria o da concorr ncia seja vi vel sejam prestadas por mais de um agente em regime competitivo NESTER Alexandre Wagner Regula o e concorr ncia compartilhamento de infra estruturas e redes S o Paulo Dial tica 2006 p 56 152 O monops nio uma estrutura de mercado cuja caracter stica essencial haver um nico comprador para o produto de v rios fornecedores No caso do setor de energia um grupo unificado de distribuidoras para um conjunto amplo de geradores Nesse sentido destaca F bio Nusdeo Monops nio Corresponde rec proca do monop lio no campo da procura A atitude do monopson
121. o patrimonial que dele decorrer a depender da verifica o de evento incerto e incontrol vel embora previsto pelas partes consubstancia o tra o distintivo da causa dos contratos aleat rios Dito diversamente nos contratos aleat rios as partes perseguem com o concreto neg cio resultado final em termos de atribui o patrimonial incerto cujo desfecho depender da ocorr ncia do evento estipulado N o se exige que esse evento que integra a causa dos contratos aleat rios seja futuro bastando que as partes dele n o tenham conhecimento Assim o contrato aleat rio depender da exist ncia de incerteza no momento da celebra o do neg cio para ambas as partes em rela o ao lucro ou preju zo deste em termos de atribui o patrimonial devido a evento incerto e incontrol vel definida como lea Pode se concluir portanto que chance de lucro de uma das partes corresponde o risco de preju zo da outra Os contratos aleat rios que possuem por objeto mediato coisa futura disciplinados pelos artigos 458 a 459 do C digo Civil subdividem se de acordo com o risco assumido Na emptio spei art 458 negociada a esperan a de a coisa existir ou n o no futuro como por exemplo na hip tese de uma colheita ser ou n o dizimada por uma praga e ainda assim ser devido o pre o acordado Na emptio rei speratae o risco se d em rela o quantidade e ou qualidade da coisa futura utilizando se como exemplo ness
122. o ser coligadas ou controladoras de sociedades que desenvolvam atividades de distribui o de energia el trica no SIN 120 agentes a Empresa de Pesquisa Energ tica EPE e o Comit de Monitoramento do Setor El trico CMSE A EPE foi constitu da pela Lei n 10 847 2004 como empresa p blica vinculada ao MME com o objetivo de prestar servi os na rea de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energ tico art 2 da Lei n 10 847 2004 Foi assim retomado o planejamento determinativo pelo Estado pr prio do modelo monop lio estatal No entanto tal planejamento deixa de se dar no mbito da Eletrobr s e passa a ocorrer em uma empresa p blica constitu da especialmente para tal fim com maior independ ncia e transpar ncia Por sua vez o CMSE constitu do como rg o subordinado ao MME com a fun o prec pua de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a seguran a do suprimento eletroenerg tico em todo o territ rio nacional art 14 da Lei n 10 848 2004 e art 19 do Decreto n 5 175 2004 Assim tal rg o tem por compet ncia aferir a seguran a energ tica do pa s principalmente em g s natural petr leo e eletricidade e indicar ao CNPE a es preventivas contra defici ncias do sistema Mas a principal altera o em rela o a tal modelo setorial se refere din mica de comercializa o de energia com maior interven o estatal no que toca a comerc
123. ordem econ mica ter o por finalidade garantir a todos uma exist ncia digna conforme os ditames da justi a social Deve se portanto partir de uma vis o de contrato funcionalizada que seja permeada por tais valores Esse o desafio aqui imposto ao presente estudo qual seja analisar de forma cr tica as modalidades e os caracteres essenciais dos contratos de energia el trica no Brasil sob a perspectiva do direito civil constitucional contempor neo um modo de ver aberto ao debate constante e sem presun o de exclus o ou de exaust o tem tica Anote se uma vez que tal relacionamento precipuamente econ mico comercial o recorte tem tico a ser adotado estar centrado apenas nos contratos de comercializa o de energia el trica no mbito do Sistema Interligado Nacional N o ser objeto deste estudo a an lise de algumas figuras contratuais Excluir se por conseguinte a an lise de outras modalidades contratuais do setor tas como Contrato de Conex o Contrato de Presta o de Servi os de Transmiss o e Distribui o Contratos de Servi os Ancilares CSA entre outros Cumpre assim delimitar e bem explicitar o n cleo das articula es desta disserta o e a circunfer ncia de suas conex es Sem embargo de sua ineg vel relev ncia em termos gerais n o ser analisada a quest o do servi o p blico no setor de energia bem como os respectivos contratos e os regimes de outorga da rela o dos agentes se
124. os contratos de transporte da energia gerada por Itaipu Binacional poder o ser celebrados diretamente com os concession rios distribuidores que forne am a consumidores finais 4 As garantias de pagamento nos contratos referidos neste artigo constituir se o obrigatoriamente das receitas pr prias dos concession rios supridos com respectiva autoriza o de d bito autom tico em suas contas correntes banc rias uma vez caracterizado o inadimplemento 8 5 O contrato de suprimento poder conter dispositivo prevendo a dila o dos prazos de pagamento na propor o do inadimplemento de consumidores finais devidamente comprovado O conte do de tais contratos de suprimento encontra se regulamentado nos artigos 6 a 17 do Decreto n 774 1998 240 SAUER Ildo et al Energia el trica no Brasil contempor neo In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 131 132 108 projetos em atraso assegurando se o livre acesso s redes de transmiss o competi o na gera o e definindo se as condi es de comercializa o da energia decorrente de tais projetos processos estes convalidados em medida provis ria depois convertida na Lei n 9 074 1995 A Lei n 9 074 1995 que versa de modo geral sobre a prorroga o das concess es representa um aprofundamento do regime de concess es da Lei n 8 987 1995 no que toca ao setor el trico O princi
125. ou do conte do contratual expresso ou impl cito encontram se em rela o de depend ncia unilateral ou rec proca O autor indica a exist ncia de dois elementos essenciais para os contratos coligados a pluralidade de contratos e o v nculo de depend ncia unilateral ou rec proca O primeiro distinguiria o contrato coligado de outras modalidades contratuais semelhantes mas que h apenas um nico v nculo contratual como os contratos complexos mistos e plurilaterais O segundo por sua vez distingue os contratos coligados das pluralidades de contratos independentes ao possuir um v nculo contratual com aptid o de produzir efeitos jur dicos espec ficos A coliga o decorreria de for a de lei ou da exist ncia de deveres laterais de conduta atinentes boa f objetiva Outra nomenclatura poss vel a de redes contratuais utilizada por Ricardo Lorenzetti Segundo essa teoria as redes contratuais surgem da uni o de v rios contratos em torno de uma mesma opera o econ mica Tais contratos embora possuam tipicidade causa e objetos pr prios somente possuem raz o de ser caso estejam unidos em sistema comum que lhes d sentido nico Rodrigo Xavier Leonardo embora se utilize da nomenclatura de Lorenzetti ressalta a exist ncia de caracteres comuns s denomina es adotadas pela literatura No pensamento exposto dos autores supracitados apesar da atribui o da diversidade de enfoques para um fen meno semelha
126. p blico continuem aplic veis N o obstante o modelo cl ssico de Estado Social passa a sofrer profundas altera es no Brasil e no mundo em especial durante a d cada de 1990 Na Europa se d o processo de liberaliza o dos grandes servi os sob a alega o de crises no Estado Social acrescidas das exig ncias decorrentes do processo de integra o europeia constru o de um mercado nico desmantelamento de monop lios p blicos e elimina o de condicionamentos administrativos N o se tratou apenas de concess o de atividades p blicas para agentes privados mas sim de desloca o de certas tarefas do Estado para o setor privado privatiza o material 5 JUSTEN FILHO Mar al Teoria geral das concess es S o Paulo Malheiros 2008 p 18 Egon Bockmann Moreira sublinha que os comandos dos artigos 173 e 174 do texto constitucional em que est o estabelecidas as funda es da atua o estatal na ordem econ mica estruturaram uma nova forma de relacionamento do Estado com a economia no Brasil Em decorr ncia dos arts 173 e 174 da Constitui o poss vel concluir que a amplitude da norma constitucional engloba i a gest o p blica de atividades econ micas propriamente ditas empresas estatais ou r gie directe ii a edi o de normas jur dicas que visem a conformar a conduta dos agentes econ micos no modo coativo ou atrav s de incentivos iii o Direito da ordena o social disciplina fiscaliz
127. pela ANEEL 308 Cf art 2 inciso XXXVII da Resolu o ANEEL n 414 2010 307 Cf art 2 inciso XXXVIII da Resolu o ANEEL n 414 2010 136 resolu o caber distribuidora classificar as diferentes unidades consumidoras de acordo com as caracter sticas destas inclusive de renda dentre outros aspectos socioecon micos a atividade por estas exercidas e a finalidade da utiliza o da energia el trica Tais diferencia es indicar o a tarifa aplic vel e implicar o em outros aspectos ligados s condi es de fornecimento de eletricidade exempli gratia cortes de energia e obrigatoriedade de fornecimento Em paralelo aos consumidores cativos h a figura dos consumidores livres que podem escolher seu fornecedor de eletricidade adquirindo energia no Ambiente de Comercializa o Livre ACL n o estando vinculados concession ria de distribui o que atende sua rea De acordo com o art 15 da Lei 9 074 1995 estes s o aqueles que possuem carga igual ou superior a 3 000 kW Tais limites foram anteriormente estabelecidos em 10 000kW por m foram progressivamente reduzidos pela legisla o com o intuito de ampliar o m ximo poss vel a base destes consumidores a fim de aumentar a competi o no ACL Os consumidores potencialmente livres s o aqueles que atendem tais condi es mas decidem n o adquirir energia no ACL e se manterem como consumidores cativos da sua concession ria de distribui o Fina
128. pela natureza das coisas Basta refletir um momento para ver como seria inconceb vel a concorr ncia livre das linhas de transvias canaliza es de for a e fluido iluminante pelo subsolo ou superf cie das ruas O espa o a reo ou subterr neo destas limitado como se acha pela sua estreiteza e j dificilmente repartido entre tantos t o importantes e sempre crescentes servi os com o d gua o de esgotos o da telegrafia o do telefono o dos bondes e do g s e o da energia el trica bem a custo oferece campo bastante para todos eles ainda concentrados cada qual no seu monop lio exclusivo Por isso todos eles est o hoje em dia monopolizados de fato ou de direito nos pa ses mais livres do mundo S o portanto monop lios naturais necess rios e teis N o contrav m s exig ncias da liberdade N o incorrem absolutamente na proibi o constitucional BARBOSA Rui Parecer Fornecimento de energia el trica Concess o William Reid amp Cia Privil gio de Concession rio e Inadimplemento por motivo de f r a maior In Obras completas Rio de Janeiro Casa Rui Barbosa 1991 p 80 81 178 LAMAR O S rgio Tadeu de Niemeyer Capital privado poder p blico e espa o urbano a disputa pela implanta o dos servi os de energia el trica na cidade do Rio de Janeiro 1905 1915 Revista de Estudos Hist ricos S o Paulo v 1 n 29 p 85 2002 19 EX RCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira
129. permitam a realiza o do planejamento das opera es de maneira escorreita sem criar distor es ou riscos desnecess rios aos demais agentes Por tudo o que foi exposto verifica se que a opera o econ mica comercializa o de energia el trica possui dinamicidade pr pria e situa se entre tr s esferas de tens es que necessitam constante compatibiliza o A primeira a da significa o do pr prio bem que configura o objeto mediato de tais rela es obrigacionais e se encontra em constante conflito entre a sua essencialidade para a sociedade e o custo social que demanda para ser produzido e entregue ao seu consumidor O segundo espa o de tens o se d entre o car ter bilateral e plurilateral dos relacionamentos contratuais estabelecidos dentro do setor para ser poss vel a perfectibiliza o das opera es de compra e venda de eletricidade Como terceiro e final a esfera de conflito est na rela o entre mercado de eletricidade e Estado de modo a conciliar os interesses lucrativos dos agentes econ micos com as finalidades p blicas estabelecidas pelo ente estatal com assento nos princ pios emanados pela Carta Constitucional A conjuga o e a estabiliza o de tais espa os de tens o se d por meio de uma estrutura de redes contratuais Isso porque apenas os contratos de comercializa o considerados isoladamente ser o insuficientes para dar conta da complexidade envolvida na opera o econ mica aqui enfrentada
130. pessoas f sicas e jur dicas atendidos diretamente pela distribuidora de energia el trica que possui o monop lio sobre sua rea de concess o Tais consumidores s o divididos pela Resolu o ANEEL n 414 2010 que estabelece as condi es gerais para o fornecimento de energia el trica em dois grandes grupos o denominado Grupo A composto de unidades consumidoras com fornecimento em tens o igual ou superior a 2 3 kV ou atendidas a partir de sistema subterr neo de distribui o em tens o secund ria caracterizado pela tarifa bin mia subdividido em subgrupos que v o do A1 ao AS que ir o variar decrescentemente de acordo com os n veis de tens o ou por sistema subterr neo o segundo o Grupo B composto de unidades consumidoras com fornecimento em tens o inferior a 2 3 kV caracterizado pela 307 tarifa mon mia por sua vez subdividindo se em B1 residencial B2 rural B3 demais classes e B4 ilumina o p blica cada uma destas divis es comporta diferentes classes e subclasses Assim de acordo com o art 4 da referida 305 Art 2 As atividades de gera o e de comercializa o de energia el trica inclusive sua importa o e exporta o dever o ser exercidas em car ter competitivo assegurado aos agentes econ micos interessados livre acesso aos sistemas de transmiss o e distribui o mediante o pagamento dos encargos correspondentes e nas condi es gerais estabelecidas
131. planos mais amplos quais sejam o sistema econ mico e o sistema jur dico Desta forma o contrato possui natureza instrumental como estrutura de ordena o jur dico econ mica qual cabe compatibilizar simultaneamente os tr s planos em quest o Este o desafio imposto a esta parte do estudo analisar de que forma tais contratos estruturam se e conjugam os referidos planos sob o prisma do direito civil constitucional contempor neo em raz o da insufici ncia das respostas da disciplina contratual da Modernidade Apenas com o intuito de problematizar tal tema pode se afirmar de antem o que o contrato de comercializa o de energia el trica basicamente um contrato de compra e venda de bem m vel N o obstante em um contrato de compra e venda de um bem m vel 313 RIBEIRO Joaquim de Sousa O problema do contrato as cl usulas contratuais gerais e o princ pio da liberdade contratual Coimbra Almedina 2008 p 236 237 314 Ibidem p 637 141 comum normalmente n o h muitos questionamentos sobre a opera o econ mica envolvida Utilizando um exemplo prosaico o ato do comprador A de adquirir do vendedor B uma pizza com entrega em domic lio A opera o dar se da seguinte forma A telefona a B e constitui um contrato verbal de compra e venda solicitando a fabrica o e a entrega de uma pizza de determinado sabor em sua resid ncia B anui com os termos de A estip
132. pol tica e econ mica Em um segundo momento o capitalismo monopolista com princ pio na segunda metade do s culo XIX assentado em tr s elementos centrais concentra o monopolista de empresas privadas em diversos setores econ micos exporta o de capitais privados e intensifica o do colonialismo europeu BOBBIO Norberto Estado governo e sociedade para uma teoria geral da pol tica 4 ed Trad de Marco Aur lio Nogueira Rio de Janeiro Paz e Terra 2001 p 13 14 8 LUDWIG Marcos de Campos Direito p blico e direito privado a supera o da dicotomia In MARTINS COSTA Judith Org A reconstru o do direito privado reflexos dos princ pios diretrizes e direitos fundamentais constitucionais no direito privado S o Paulo RT 2002 p 94 NUNES Ant nio Jos Avel s Os sistemas econ micos Coimbra Almedina 1994 p 158 176 11 Os princ pios da autonomia da vontade e da for a obrigat ria dos contratos s o as bases dessa nova ordem fundada na cria o de um espa o de n o interven o estatal na atividade econ mica privada burguesa A Revolu o Francesa criou o quadro da vida econ mica necess rio para o capitalismo cujo nascimento se deu em conjunto com o surgimento da liberdade pol tica e econ mica p s revolucion ria Sob tal aspecto as classes burguesas detentoras da riqueza e do poder aliando as pot ncias econ micas e pol ticas criam as institui es jur dicas de que pr
133. populismo econ mico definido pela incapacidade de controlar o d ficit p blico e de manter sob controle as demandas salariais tanto do setor privado quanto do setor p blico A partir dessa avalia o as reformas no curto prazo deveriam combater o populismo econ mico e lograr o equil brio fiscal e a estabiliza o Em m dio prazo ou estruturalmente a receita adotar uma estrat gia de crescimento market oriented ou seja uma estrat gia baseada na redu o do tamanho do Estado na liberaliza o do com rcio internacional e na promo o das exporta es Segundo Williamson 1990 p 8 17 o consenso de Washington constitu do de 10 reformas a disciplina fiscal visando eliminar o d ficit p blico b mudan a das prioridades em rela o s despesas p blicas eliminando subs dios e aumentando gastos com sa de e educa o c reforma tribut ria aumentando os impostos se isto for inevit vel mas a base tribut ria deveria ser ampla e as taxas marginais deveriam ser moderadas d as taxas de juros deveriam ser determinadas pelo mercado e positivas e a taxa de c mbio deveria ser tamb m determinada pelo mercado garantindo se ao mesmo tempo que fosse competitiva f o com rcio deveria ser liberalizado e orientado para o exterior n o se atribui prioridade liberaliza o dos fluxos de capitais g os investimentos diretos n o deveriam sofrer restri es h as empresas p blicas deveriam ser privatizadas i as atividad
134. possibilidade de interven o estatal o modelo promove o fechamento de plantas geradoras menos eficientes incentivando o investimento em plantas novas e mais eficientes Al m disso dificultada a imposi o de obriga es de suprimento nesse modelo uma vez que n o h agentes monopolistas na comercializa o de energia sendo mantidos apenas os monop lios naturais na transmiss o e distribui o De igual forma programas de pol ticas p blicas apenas podem ser impostos com mecanismos espec ficos de subs dio e com os impostos normais sobre as opera es econ micas Os incentivos para energias renov veis ou outras fontes de interesse nacional devem se dar a partir de compras governamentais espec ficas de energia el trica para tais fontes que devem ser revendidas a pre o de mercado S o tamb m reduzidas as possibilidades de incentivos tarif rios para consumidores espec ficos como grandes consumidores industriais e popula o de baixa renda uma vez que estes s o obrigados a adquirir sua energia no mercado No plano conceitual entende se que o incentivo a novas tecnologias ocorrer naturalmente por decorr ncia da press o competitiva Ainda ocorre nesse modelo incremento dos custos de transa o e de metrifica o O aumento dos custos de transa o decorre obviamente da 164 CAMARGO lvan An lise do processo de reestrutura o do setor el trico brasileiro Revista Brasileira de Energia Itajub v 11
135. prevalece Por sua vez em rela o aos efeitos o n o cumprimento da presta o se subdivide classicamente em inadimplemento absoluto que pode ser parcial ou total e mora No primeiro n o h o cumprimento da obriga o e esta n o poder ser mais cumprida n o sendo mais poss vel ao credor receb la Ser total quando o incumprimento abarcar a totalidade da obriga o e parcial quando esta compreender apenas uma parcela do feixe de obriga es do devedor A mora por sua vez se dar quando a obriga o n o for cumprida no lugar tempo ou forma 40 MARTINS COSTA Judith Coment rios ao Novo C digo Civil do inadimplemento das obriga es Rio de Janeiro Forense 2003 v 5 t 2 p 147 41 Ibidem p 263 264 De forma semelhante o entendimento de Antunes Varella na an lise do inadimplemento sob o prisma do Direito Portugu s N o basta por m a ilicitude do comportamento do devedor para que ele seja obrigado a indemnizar o credor pelos danos resultantes da falta de cumprimento E preciso ainda que o devedor tenha agido com culpa como resulta da simples leitura do texto do art 798 ao responsabilizar s o devedor que falta culposamente ao cumprimento da obriga o Agir com culpa significa actuar em termos de a conduta do devedor ser pessoalmente censur vel ou reprov vel E o ju zo de censura ou de reprova o da conduta do devedor s se pode apoiar no reconhecimento perante as circunst ncias concret
136. processo de forma o de pre os que refletisse os custos reais do sistema fosse reduzido o pre o da energia el trica e obtidos ganhos de efici ncia na ind stria como um todo de forma a atrair o capital privado para o setor 115 e assim garantir os investimentos necess rios para a expans o do sistema N o obstante as promessas declaradas a privatiza o do setor el trico n o foi bem sucedida com resultados distantes do que fora prometido Tal afirma o se justifica na medida em que quanto modicidade tarif ria houve um escalonamento das tarifas no per odo p s privatiza o que impactou negativamente a popula o de baixa renda No que se refere aos investimentos privados e estrangeiros na expans o do sistema n o foram tantos quanto se prometeu e ainda insuficientes principalmente em gera o e transmiss o Por fim havia perspectiva de melhoria da qualidade do servi o a qual n o se verificou ao contr rio a qualidade do servi o decaiu a ponto de ocorrer uma crise de racionamento de energia que paralisou o pa s em 2001 Tal crise que ocasionou um racionamento de v rios meses no pa s com profundos impactos na economia n o decorreu da falta de chuvas como fora alegado pelo governo poca Mas sim foi um desdobramento da inadequa o do modelo setorial adotado que provocou a falta de investimentos suficientes na cadeia produtiva do setor principalmente nas atividades de gera o e t
137. que a implementa o de servi os b sicos eletricidade como ilumina o e coc o de alimentos proporciona s comunidades pobres mais tempo para o exerc cio de atividades educacionais obten o de informa o e outras atividades produtivas enquanto o acesso a maiores n veis de energia geram renda familiar e incorpora o de comunidades no processo de desenvolvimento No mesmo sentido tamb m demonstrada pela literatura econ mica a correla o existente entre a renda per capita e o consumo 102 For the billions of people currently deprived the lack of access to modern forms of energy tends to go hand in hand with a lack of provision of clean water sanitation and healthcare It also represents a major barrier to economic development and prosperity INTERNATIONAL ENERGY AGENCY World Energy Outlook 2011 Energy for all financing access for the poor Paris OECD IEA 2011 p 11 13 103 When energy analyses and discussions appear in the PRSP reports they most often relate to macroeconomic issues and economic growth as well as the links between lack of energy and income poverty at the household level On average 93 percent of PRSPs addressed the linkages between energy and macroeconomic development while 70 percent mentioned the link between energy and income poverty UNDP Energizing poverty reduction New York UNDP 2007 p 9 104 Electricity for basic services such as lighting and cooking can free peopl
138. que estas desejam manter Mas sim do alcance de um interesse comum transversal em rela o aos diferentes polos de interesses particulares No setor de eletricidade esse interesse comum a circula o do bem energia el trica de modo a garantir sua gera o at a efetiva entrega ao consumidor final Esse interesse de colabora o estrat gica funcionalizado pela estrutura regulat ria setorial com vistas a direcionar a referida opera o econ mica a persecu o de objetivos coletivos constitucionalmente assegurados que transcendem o interesse comum imediato dos participantes da rede O elemento de conjun o que une esses contratos a sua conex o objetiva compreendida como a causa objetiva no sentido de raz o econ mica Isso 38 LEONARDO Rodrigo Xavier Redes contratuais no mercado habitacional S o Paulo RT 2008 p 133 138 37 MORAES Maria Celina Bodin de Pref cio In KONDER Carlos Nelson Contratos conexos Rio de Janeiro Renovar 2006 p sn 388 Ibidem loc cit 389 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 718 3 Ipidem loc cit Segundo Enzo Roppo a causa ir identificar se com a opera o jur dico econ mica realizada pelo contrato A causa do contrato identifica se ent o afinal com a opera o jur dico econ mica realizada tipicamente por cada contrato com o conjunto dos resultados e dos 188
139. rede e de conex o e uso dos sistemas de transmiss o e distribui o IV definir o que o produtor de energia el trica dever apresentar Parecer de Acesso Conclusivo emitido pelo Operador Nacional do Sistema El trico ONS ou pelas concession rias e permission rias de distribui o com a participa o das concession rias de transmiss o no prazo m ximo de setenta dias ap s a contrata o do empreendimento pela ELETROBRAS V conter o cl usula de redu o do pre o contratado na hip tese de o produtor vir a ser beneficiado com novos incentivos s tecnologias consideradas no PROINFA VI conter o cl usula determinando a compensa o prevista no 1 do art 17 VII conter o cl usulas de rescis o contratual com a perda dos incentivos do PROINFA al m de penalidades no caso de o empreendedor n o atender aos termos das declara es encaminhadas para sua habilita o ou deixar de manter todas as condi es que o qualifiquem como Produtor Independente Aut nomo ou n o Aut nomo e VIII conter o cl usula de reajuste de pre o com base na varia o do ndice Geral de De acordo com o Plano Anual do PROINFA 2013 PAP os montantes de energia realizados 01 01 12 a 31 08 2012 e previstos 01 0912 a 31 12 2012 perfaziam o montante de 10 783 334 00MWh ELETROBRAS Plano Anual do PROINFA 2013 Rio de Janeiro Eletrobr s 2018 p 9 Dispon vel em lt www eletrobras com br gt Acesso em 12 05 2018
140. reduzido poss vel Desta forma o legislador estabeleceu que a forma o do pre o da energia adquirida decorrer de leil es p blicos reversos em que os distribuidores comprar o toda a energia necess ria para suas necessidades de fornecimento de maneira conjunta sob a forma de um pool Os agentes vendedores disputar o pelo menor pre o de venda quem fornecer tal energia No Ambiente de Contrata o Livre o enfoque principal a estrutura o de um mercado de livre concorr ncia na medida do poss vel Desta forma o pre o decorrer da autonomia da vontade dos contratantes com menor inger ncia do Estado Portanto o processo de forma o do pre o adv m das condi es de livre mercado a partir da concorr ncia entre agentes vendedores e compradores pelas melhores condi es contratuais Finalmente o pre o no mercado de diferen as atender principalmente a fun o de garantia da seguran a energ tica do sistema como um todo ao menor custo sob as premissas da m xima utiliza o poss vel da energia hidr ulica existente e a possibilidade de sua utiliza o futura Nesse sentido o Pre o de Liquida o de Diferen as PLD divulgado semanalmente pela CCEE utilizado para valorar as opera es de comercializa o de energia no mercado de curto prazo spo O processo de estipula o do pre o da energia comprada e vendida no mercado spot tem por base os dados para a otimiza o da opera o do SIN calculados pel
141. rela o greve e a subsequente paralisa o no canteiro de obras devido a atos de vandalismo entendeu que n o podem ser entendidos estes como excludentes de responsabilidade pois est o enquadrados no risco de gest o do neg cio Quanto demora na instala o da linha de transmiss o foi dado provimento parcial ao pedido uma vez que esta foi considerada como excludente de responsabilidade apenas trinta dias antes da entrada de opera o comercial da linha e somente em rela o s Unidades Geradoras previstas para aquela linha de transmiss o Em rela o demora no desembara o de equipamentos a Ag ncia n o considerou todo o prazo desde a chegada at a sua efetiva libera o como excludente de responsabilidade por ato motivado do Poder P blico Mas sim apenas os dias que ultrapassaram o prazo normal para a libera o de equipamentos at a intima o pela Receita Federal da comprova o do pagamento do ICMS bem como os dias entre a intima o e a obten o de liminar na Justi a Federal para a libera o das 8 Conforme Despacho ANEEL n 1 732 2013 204 m quinas Verifica se que ag ncia considerou em rela o ao primeiro fato a mera exist ncia de fortuito interno sendo este porquanto inescus vel Em rela o aos dois ltimos houve uma limita o da responsabilidade at o limite da inevitabilidade do fato para o agente Em sede de pedido de reconsidera o do cons rcio da usina a Diretoria da
142. resolu o pretende consolidar as regras atinentes comercializa o no ACL que est o presentes nas diversas outras resolu es normativas aplic veis e adapt las as mudan as decorrentes de tal contexto Porquanto devido ao atual est gio de discuss o do marco regulat rio para a explana o dos caracteres gerais da cess o de energia tratada no presente t pico tomar se como fundamento principal as disposi es Portaria MME n 185 2013 por ser este at o momento o instrumento 454 Conforme Nota T cnica n 102 2013 SEM ANEEL de 18 07 2013 224 normativo que trata com maior profundidade a quest o da cess o de energia no ACL Adentrando nas condi es contratuais da cess o de energia em si o art 3 da mencionada Portaria estabelece que esta se dar a partir da livre negocia o entre cedente e cession rio sendo formalizada por meio de contrato bilateral de cess o Poder assumir a posi o de cedente qualquer consumidor livre ou especial e como cession rio ambas as categorias de consumidores ou qualquer agente vendedor da CCEE Os direitos e obriga es ser o os mesmos do contrato original que tamb m pode ser um contrato de cess o que dever estar registrado e validado na CCEE o que igualmente dever ocorrer com o posterior instrumento de cess o A cess o de montantes de energia el trica na forma do inciso III do par grafo nico do art 3 da Portaria MME n 185 2013 evidentemen
143. s Os sistemas econ micos Coimbra Almedina 1994 p 16 concorr ncia para o capitalismo monopolista a principal mudan a decorreu da substitui o de um grande n mero de pequenas empresas por um n mero menor de grandes empresas que ocupam posi es monopolistas Essa mudan a mant m se no capitalismo monopolista de Estado todavia h uma altera o no modo de articula o da estrutura econ mica com a estrutura pol tica O Estado sai da esfera de atua o qual havia sido relegado durante quase todo o s culo XIX na condi o de institui o que formalmente nada deveria ter que haver com os neg cios e invadiu s claras a esfera econ mica As constitui es do in cio do s culo XX em especial a Constitui o de Weimar 1919 assumem fei es diretivas na qual o Estado assume novos pap is ao Estado passando a instituir uma ordem econ mica mundo do ser a fim de garantir a persecu o de objetivos e direitos sociais constitucionalmente consagrados Tais constitui es s o dotadas de um conjunto de normas que define institucionalmente um determinado modo de produ o econ mica Assim ordem econ mica parcela da ordem jur dica mundo do dever ser n o sen o o conjunto de normas que institucionaliza uma determinada ordem econ mica mundo do ser O per odo entre guerras provocou profundas mudan as na rela o entre o Estado e a atividade econ mica superando a perspectiva an
144. s rios riscos durante a escassez de oferta Foi estabelecido um programa de liberaliza o gradual da contrata o das distribuidoras de eletricidade at chegar plena contra o bilateral livre em regime acabam materializadas num modelo computacional otimizador e centralizado de fazer inveja aos gosplan de Brejnev simulando m o invis vel do mercado ao calcular pre os na verdade custos spot com base em simula es estoc sticas da hidrologia do crescimento da demanda com a antecipa o em nome dos agentes do custo do d ficit de energia de custos futuros dos combust veis das taxas de desconto derivadas das sagradas taxas de juros e risco e de outros fatores Neste caso dados representativos das decis es dos investidores s o produzidos arbitrariamente por terceiros SAUER Ildo et al Energia el trica no Brasil contempor neo In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 147 25 Ibidem p 149 110 exclusivamente de direito privado Como mecanismo de transi o foram implementados no art 10 da Lei n 9 648 1998 os denominados Contratos Iniciais correspondentes em 1998 aos montantes de energia contratada e de demanda de pot ncia definidos e atualizados pelo GCOI para as distribuidoras e na falta destes os montantes acordados entre as partes Tais montantes seriam alterados de acordo com as previs es dos Planos Decenais de E
145. submercado de entrega da energia De acordo com as Regras de Comercializa o a sazonaliza o dos Contratos de Leil o de Ajuste ser feita uma nica vez para todos os meses de cada ano civil pelo comprador Por sua vez a modula o das quantidades contratadas ser realizada pelo comprador uma vez para cada m s 7 5 CONTRATOS DE COTAS DE GARANTIA DE F SICA Com o intuito de promover a redu o dos custos setoriais e a modicidade tarif ria o Governo brasileiro publicou em 11 de setembro de 2012 a Medida Provis ria n 579 2012 que estabelece condi es p ara a renova o de concess es de gera o transmiss o e distribui o de energia el trica A referida medida provis ria foi convertida na Lei n 12 783 de 11 de janeiro de 2013 e regulamentada por diversos diplomas legais dos quais para os fins do presente estudo merecem maior destaque os Decretos n 7 80 5 2012 n 7 850 2012 e n 7 891 2013 Diversas foram as altera es implementadas por tal texto legal no entanto aqui ser tratada a mudan a relativa renova o das concess es de gera o que estabeleceu um novo regime de contrata o para os agentes de gera o que optarem pela renova o da concess o por um per odo de at trinta anos 488 CCEE Regras de Comercializa o Contratos p 50 55 489 N o se ir adentrar aqui no debate que envolveu o setor quando das mudan as entabuladas pelo legislador por serem de car ter conju
146. tica do mercado e por esta ser a terminologia utilizada nas Regras e Procedimentos de comercializa o de energia da CCEE 348 Por ser a compra e venda um contrato consensual tanto se pode prometer a venda de coisa atual quanto de coisa que ainda n o existe desde que potencialmente existencial Obriga se a transferir a coisa ap s a exist ncia do bem vendido pois n o se pode transferir o inexistente no mundo sens vel A coisa futura pode ser espec fica ou gen rica Exemplos de coisas futuras gen ricas s o o produto que ainda est sendo fabricado em s rie pela ind stria e a mercadoria adquirida a partir de um cat logo com entrega posterior O risco totalmente do vendedor pois o g nero nunca perece LOBO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 219 220 162 dos demais Nesse sentido a autora define da seguinte forma os contratos aleat rios Com efeito o int rprete com vistas qualifica o de determinado contrato como aleat rio dever perquirir quais os efeitos essenciais que identificados no neg cio concreto definem o contrato como aleat rio Vale dizer os interesses perseguidos pelas partes no caso concreto com a opera o dever o incluir o interesse de concluir neg cio aleat rio Nesta dire o pode se afirmar que a lea compreendida como incerteza de ambos os contratantes existente no momento da celebra o do neg cio quanto ao lucro ou preju zo em termos de atribui
147. to provide incentives for efficient behaviour 312 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1998 8 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2008 p 82 83 140 contratos possuem um papel central e estruturante como mecanismo organizativo que reduz a complexidade e os custos de transa o setoriais bem como aumentam a seguran a estrutural e jur dica das rela es nele travadas funcionalizando as de forma a garantir o abastecimento e confiabilidade do sistema el trico para a popula o e para a ind stria Nesse sentido o ato contratual deixa de ser visto isoladamente e com efeitos apenas relativos aos pactuantes passando a ser observado inserto no sistema jur dico social que o circunda Ressalte se que a fun o agregadora que ele exerce em rela o ind stria embora relevante insuficiente Faz se assim tamb m necess ria uma interven o do poder p blico na autorregula o do mercado decorrente de diretrizes constitucionalmente estabelecidas ante a essencialidade do objeto das rela es nele travadas Nos dizeres de Sousa Ribeiro concretiza se assim n o uma an lise econ mica do direito mas uma valora o jur dica do econ mico Para o referido autor o contrato um sistema m ltiplo e pluridimensional cujo plano de intera o declarativa dos sujeitos ao qual de certa forma se restringe a vis o da contratual stica da modernidade passa a estar inserido dentro de dois outros
148. 000 kW destinados a uso exclusivo do autoprodutor Par grafo nico As usinas termel tricas referidas neste e nos arts 5 e 6 n o compreendem aquelas cuja fonte prim ria de energia a nuclear 131 espec fica mediante autoriza o ou concess o n o h na atividade de gera o a figura da permiss o Unidades de gera o com pot ncia muito reduzida est o dispensadas de ato de outorga do Poder P blico devendo este apenas ser comunicado de sua exist ncia conforme estabelece o artigo 8 da Lei n 9 074 1995 e art 176 83 da CF 1988 As usinas dos geradores hidr ulicos classificam se de acordo com o respectivo potencial de gera o Considerando tal crit rio s o Centrais Geradoras Hidrel tricas aquelas com pot ncia de at 1 000 mil kW reguladas pela Resolu o ANEEL Por sua vez Pequenas Centrais Hidrel tricas PCH s o os empreendimentos hidrel tricos com pot ncia superior a 1 000 mil kW e igual ou inferior a 30 000 trinta mil KW com rea total de reservat rio igual ou inferior a tr s km conforme disp e o art 2 da Resolu o ANEEL n 394 1998 Finalmente usinas hidrel tricas UHE s o aquelas com pot ncia superior e ou reas de reservat rio superiores a tais montantes Nos termos do art 14 do Decreto n 5 163 2004 considera se gera o distribu da a produ o de energia el trica advinda de empreendimentos de gera o conectados diretamente ao sistema el trico de dis
149. 03 2018 484 Decreto n 5 163 2004 Art 19 A ANEEL promover direta ou indiretamente licita o na modalidade de leil o para a contrata o de energia el trica pelos agentes de distribui o do SIN observando as diretrizes fixadas pelo Minist rio de Minas e Energia que contemplar o os montantes por modalidade contratual de energia a serem licitados prevista no art 28 1 Os leil es para compra de energia el trica de que trata o caput ser o promovidos observado o disposto nos arts 60 a 64 nos anos A 5 e A 3 para energia el trica proveniente de novo empreendimento de gera o e Il ano A 1 para energia el trica proveniente de empreendimento de gera o existente 233 Os prazos de vig ncia dos CCEARs s o definidos no edital e ir o variar de acordo com a fonte e o tipo do empreendimento de gera o com in cio da contagem a partir do suprimento da energia Para os novos empreendimentos de gera o baseados em energia convencional os prazos ser o de no m nimo quinze anos e de no m ximo trinta anos Por sua vez os leil es de gera o existente ir o estabelecer CCEARs de no m nimo um e no m ximo quinze anos de dura o Por fim para os empreendimentos de gera o alternativa os prazos ser o de no m nimo dez anos e no m ximo trinta anos Os prazos de dura o mais longos nos empreendimentos de gera o nova devem se necessidade de atrair investidores e garantir a amortiz
150. 1 2 REFORMAS PRIVATIZA O E LIBERALIZA O NA ATIVIDADE ECON MICA A FUGA DO P BLICO PARA O PRIVADO 24 2 QUEST ES PROBLEMATIZANTES SOBRE A NATUREZA JUR DICA DA ENERGIA EL TRICA NO ORDENAMENTO JUR DICO 33 2 1 APROXIMA ES PARA UM POSS VEL CONCEITO JUR DICO DE ENERGIA ELE TIRA A a 33 2 2 REFLEX ES SOBRE A NATUREZA JUR DICA DA ENERGIA EL TRICA NO DIREITO BRASILEIRO ENTRE A ESSENCIALIDADE E O CUSTO SOCIAL 39 3 ESTRUTURA O DO SETOR EL TRICO A PARTIR DO MODELO HUNT SHUTTLEWORTH FUNDADO EM COMPETI O 59 3 1 MONOP LIOS VERTICAIS SETORIAIS E REGIONAIS 61 3 2 COMPETI O POR COMPRADOR NICO OU PURCHASING AGENCY MODE oe ara 65 3 3 COMPETI O NO ATACADO aa At dd q da da e da 67 3 4 COMPETI O NO VAREJO rreneseserreesesesererreneseserersesesesararaenta 70 4 FORMA O DO ATUAL MODELO REGULAT RIO DO SETOR EL TRICO BRASILEIRO A PARTIR DE SUA ESTRUTURA COMPETITIVA REESTRUTURA ES SETORIAIS COM BASE EM DIFERENTES MODELOS COMPETITIVOS PARA O SUPRIMENTO DA DEMANDA 76 vii 4 1 O MERCADO DE ENERGIA NO BRASIL E OS MONOP LIOS PRIVADOS VERTICALMENTE INTEGRADOS isuas criara piripeaasaipea sadias piada aa pira Rena ind Ria nd 77 4 2 O PROCESSO DE ESTATIZA O DAS CADEIAS PRODUTIVAS DE ENERGIA E A FORMA O DE MONOP LIOS P BLICOS VERTICALMENTE INTEGRADOS 4 3 O RE SEB E A TENTATIVA DE IMPLEMENTA O DE UM MODELO PLENO DE COMPETI O NO ATACADO NO BRASIL
151. 16 da Lei n 9 074 de 7 de julho de 1995 e aqueles alcan ados pelo disposto no 5o do art 26 da Lei n 9 427 de 26 de dezembro de 1996 poder o ceder a pre os livremente negociados montantes de energia el trica e de pot ncia que sejam objeto de contratos de compra e venda registrados na C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE conforme diretrizes e condicionantes do Minist rio de Minas e Energia e regulamenta o da ANEEL Par grafo nico A cess o de que trata o caput deste artigo n o alterar os direitos e obriga es estabelecidos entre os vendedores e os compradores nos contratos originais de compra e venda de energia Outrossim em 4 de junho de 2013 foi publicada a Portaria MME n 185 2013 que alterou a Portaria MME n 455 2012 ampliando os prazos do per odo de transi o do modelo anterior at 31 de janeiro de 2014 e o in cio do registro semanal ex ante dos montantes contratados para 1 de fevereiro de 2014 Tal Portaria ainda regulamentou o art 25 da Lei n 12 783 2014 estabelecendo as condi es gerais de cess o de montantes de energia el trica e pot ncia na CCEE No per odo em que esteve sendo redigida a presente disserta o estava em discuss o na ANEEL uma nova Resolu o Normativa para disciplinar a contra o de energia el trica por consumidores no ACL e determinar CCEE as altera es necess rias nos procedimentos e regras de comercializa o aplic veis Tal
152. 180 partes mas na qual as partes assumem a mesma posi o jur dica havendo juridicamente apenas uma a o t pica Em tal caso h uma fun o comum decorrente da comunh o de fins perseguidos pelas partes O exemplo caracter stico deste tipo de pluralidade o dos j mencionados contratos societ rios Em rela o causa contratual dos contratos plurilaterais o autor argentino apresenta dois diferentes grupos O primeiro se refere aos contratos plurilaterais com causa associativa em que existe um interesse comum que se d por meio da coopera o e colabora o entre os contratantes e n o por meio de contrapresta es Tais contratos subdividem se ainda em contratos associativos societ rios e n o societ rios em que h uma finalidade comum mas cuja nota diferenciadora a forma o ou n o de uma pessoa jur dica distinta da dos contratantes De outro lado est o situados os contratos plurilaterais com causa de troca nos quais ao n o existir uma fun o comum n o ocorre os efeitos t picos desta Estes contratos apresentam particularidades inerentes pluralidade estrutural O aspecto final e o mais relevante em rela o aos contratos plurilaterais refere se aos efeitos destes Lorenzetti aponta que n o h obriga es correlatas como nos contratos bilaterais uma vez que as partes adquirem direitos e obriga es frente a todos os componentes da rela o contratual N o se exige a equival ncia e correspo
153. 2001 para solucionar os impasses apontados j em pleno racionamento Por m constatou se que a autorregulamenta o n o funcionou Assim depois de negocia es entre o Poder Concedente e agentes o MAE passou a submeter se autoriza o regulamenta o e fiscaliza o pela ANEEL MP n 29 2002 convertida em Lei n 10 443 2002 De modo geral entende se que o processo de implanta o do MAE de acordo com sua proposta original n o foi bem sucedido em raz o da fragilidade de seu marco regulat rio e devido ao contexto pol tico social do per odo o qual envolveu racionamento de energia e aus ncia de pol ticas que o b a supervis o e coordena o dos centros de opera o de sistemas el tricos c a supervis o e controle da opera o dos sistemas eletroenerg ticos nacionais interligados e das interliga es internacionais d a contrata o e administra o de servi os de transmiss o de energia el trica e respectivas condi es de acesso bem como dos servi os ancilares e propor ANEEL as amplia es das instala es da rede b sica de transmiss o bem como os refor os dos sistemas existentes a serem licitados ou autorizados f a defini o de regras para a opera o das instala es de transmiss o da rede b sica dos sistemas el tricos interligados a serem aprovadas pela ANEEL 282 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodire
154. 2006 DJ 07 08 2006 p 213 REsp 914828 RS Rel Min ELIANA CALMON SEGUNDA TURMA julg em 08 05 2007 DJ 17 05 2007 p 232 REsp 975 314 RS Rel Min CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA julg em 20 09 2007 DJ 04 10 2007 p 229 REsp 621435 SP Rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 21 09 2006 DJ 19 10 2006 p 240 REsp 876723 PR Rel Ministro HUMBERTO MARTINS SEGUNDA TURMA julg em 12 12 2006 DJ 05 02 2007 p 218 REsp 811690 RR Rel Min DENISE ARRUDA PRIMEIRA TURMA julg em 18 05 2006 DJ 19 06 2006 p 123 REsp 816689 SP Rel Min HERMAN BENJAMIN julg em 04 09 2008 DJ E 17 03 2009 TCU Relat rio de Auditoria da Crise Energ tica Dispon vel em lt www tcu gov br gt Acesso em 03 01 2013 TEPEDINO Gustavo Crise das fontes normativas e t cnica legislativa na parte geral do C digo Civil de 2002 In org A parte geral do novo C digo Civil 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2007 p xv xxx O C digo Civil os chamados microssistemas e Constitui o premissas para uma reforma legislativa In Problemas de direito civil Rio de Janeiro Renovar 2001 p 5 25 BARBOZA Helo sa Helena MORAES Maria Celina Bodin de C digo Civil interpretado conforme a Constitui o da Rep blica 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2007 v 1 TEPEDINO Maria Celina Bodin de Moraes A caminho de um direito civil constitucional Revista de Direito Civil Imobili rio Agr ri
155. 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 326 CCEE Regras de Comercializa o Medi o F sica S o Paulo CCEE 2013 p 4 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 152 aos c lculos de perdas constituindo a medi o cont bil nas Regras de Comercializa o Aos valores contabilizados s o contrapostos os montantes contratados pelos agentes do mercado O art 56 do Decreto n 5 163 04 e o art 7 da Conven o de Comercializa o de Energia estabelecem a obrigatoriedade de registro na CCEE dos contratos firmados no ACL no ACR devendo ser informados s partes montante de energia e os prazos de vig ncia Com base nos volumes contratados e nos volumes efetivamente medidos ent o feito o c lculo da contabiliza o das diferen as por meio do balan o energ tico de cada agente e das quantidades necess rias de energia a serem negociadas no Mercado de Curto Prazo 2 necess ria ainda a estipula o de um pre o comum desse mercado de diferen as uma vez que seria ineficiente e custoso deixar as partes negociarem individualmente entre si at alcan arem alguma defini o O pre o do mercado de curto prazo pre o spot no sistema brasileiro denominado como Pre o de Liquida o de Diferen as PLD sendo estipulado semanalmente para os diferentes e submercados O PLD calculado com base no Custo patamares de carga Marginal de Opera o CM
156. 25 contemporaneidade n o se encontra disciplina espec fica no C digo Ao analisar as caracter sticas da cess o de energia no ACL cumpre aqui relembrar que os contratos de comercializa o de energia consistem em contratos de compra e venda contra documentos sendo assim o consumidor livre ou especial assume perante o vendedor da energia a posi o de credor em rela o energia que ele futuramente ir fornecer ao sistema Logo os consumidores ao cederem a energia por eles contratada no ACL realizam em verdade uma cess o de cr dito em que transmitem ao cession rio o direito de receber a energia que havia sido adquirida do agente vendedor origin rio Tal cess o de direitos poder ser total ou parcial por m estar limitada ao montante contratado originalmente Ressalte se que a referida cess o do ponto de vista obrigacional mesmo sendo onerosa n o consiste em uma nova compra e venda de energia Portanto o consumidor livre ou especial n o se transforma em um comercializador de energia por meio do mecanismo de cess o Ao comercializador permitido adquirir energia no mercado e revend la a outros agentes compradores Na hip tese de inadimplemento de algum vendedor em rela o energia vendida ao comercializador restam intocadas as obriga es deste ltimo em rela o aos seus compradores uma vez que se trata de dois v nculos contratuais independentes quais sejam o contrato de compra e venda que forneceu
157. ALIDADE E PLURILATERALIDADE DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA ELETRICA A an lise das referidas tens es inicia se pelo conflito interno entre os polos da rela o contratual de comercializa o de energia el trica Ou seja pela bilateralidade da compra e venda tendo em vista as particularidades da opera o econ mica envolvida A bilateralidade caracter stica nsita aos contratos de compra e venda implicando duas manifesta es de vontade distintas que geram obriga es 178 rec procas s partes ao vendedor a obriga o de entregar a coisa e ao comprador o pagamento do pre o H assim bilateralidade tanto em rela o s manifesta es de vontade quanto s consequ ncias por elas produzidas Tal car ter bilateral resta inclusive ressaltado pela nomenclatura utilizada na tradi o brasileira e portuguesa enquanto outros sistemas jur dicos restringem a denomina o a contratos de venda exempli gratia Fran a e It lia ou contratos de compra exempli gratia Alemanha e Reino Unido 2 Desse modo a compra e venda exemplo de contrato bilateral perfeito ao gerar obriga es rec procas e interdependentes a ambas as partes que tem por causa s do seu co contratante tornando as simultaneamente credora e devedora uma da outra A indica o da referida bilateralidade n o possui import ncia meramente acad mica ou did tica pois implica em consequ ncias pr ticas ao longo da rela o contratua
158. ANEEL concedeu medida cautelar de forma a determinar a suspens o das seguintes repercuss es jur dicas enquanto seria feita nova apura o das causas e responsabilidades pelo atraso na entrega das obras a exigibilidade do registro dos montantes de energia dos Contratos de Comercializa o de Energia no Ambiente Regulado CCEARs para as Unidades Geradoras em atraso devido aos eventos que caracterizariam excludentes de responsabilidade b a aplica o de quaisquer penalidades Energia Sustent vel do Brasil S A por descumprimento ao prazo para entrada em opera o comercial das Unidades Geradoras da Usina hidrel trica UHE Jirau c a cobran a da Tarifa de Uso do Sistema de Transmiss o TUST sobre os montantes de uso da transmiss o relativos aos per odos em que a UHE Jirau deixou de gerar energia em raz o dos eventos que caracterizariam excludentes de responsabilidade e Cabe aqui ressaltar que a situa o exposta ir gerar diferentes repercuss es jur dicas no plano obrigacional uma vez que foram firmados pelo cons rcio contratos de compra e venda com agentes de distribui o no ACR antes do in cio das obras Na hip tese da ANEEL acatar de forma integral o pedido do agente gerador quanto exclus o da responsabilidade por caso fortuito ou for a maior os contratos firmados no ACR com as distribuidoras de energia ter o suspenso o seu registro na CCEE ficando estes sem efic cia Assim as compradoras rest
159. CCEE e aprovadas pela ANEEL que definem condi es requisitos eventos e prazos relativos comercializa o de energia el trica no mbito da CCEE Os procedimentos de comercializa o s o propostos pelos pr prios agentes e posteriormente aprovados pela ANEEL Tendo em vista que a fun o essencial da CCEE consiste no processo de contabiliza o e liquida o das diferen as entre os montantes contratados e aqueles verificados mostra se necess rio analisar ainda que de maneira simplificada tais fun es a fim de melhor compreender a comercializa o de energia Ser o apresentados apenas os elementos essenciais do processo de contabiliza o e liquida o t o somente com o intuito de permitir a posterior an lise da estrutura contratual que os subjaz A contabiliza o perfaz a etapa b sica de tal processo ao apurar as quantidades de energia gerada e consumida no sistema Tal apura o se d por meio da coleta de dados dos pontos de medi o de consumo e gera o no SIN denominada medi o f sica nas regras de comercializa o Esses dados s o ajustados e agrupados em informa es consolidadas por tipo de ativo e por agente da CCEE ao aplicarem a legisla o vigente para casos espec ficos e procederem 324 CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 325 CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE
160. CL luz do exposto na Primeira Parte deste estudo o Ambiente de Contrata o Livre de energia el trica foi institu do pela Lei n 10 848 2004 que determinou o prosseguimento da livre forma de contrata o do RE SEB apenas para uma categoria restrita de compradores excluindo as distribuidoras de energia el trica Este ambiente de contrata o definido pelo inciso Il do 8 2 do Art 1 do Decreto n 5 163 2004 como o segmento do mercado no qual se realizam as opera es de compra e venda de energia el trica objeto de contratos bilaterais livremente negociados conforme regras e procedimentos de comercializa o espec ficos Ao analisar a disposi o legal constata se que o elemento central que diferencia o Ambiente de Contrata o Livre ACL do Ambiente de Contrata o Regulada ACR a possibilidade de contrata o bilateral baseada na livre negocia o das partes e as partes s quais a energia destinada H portanto um maior espa o para a autonomia privada na defini o dos caracteres centrais das modalidades de contratos existentes Isso porque esse ambiente de contrata o n o visa o atendimento dos consumidores cativos de energia que se encontram sob o monop lio dos agentes de distribui o que devem por sua vez adquirir sua energia no ACR de modo geral N o obstante deve ser ressaltado que o ACL ainda que garanta maior liberdade negocial aos seus participantes possui uma regula
161. Conforme exposto o ACR estrutura um modelo de competi o de comprador nico conferindo ao Brasil um modelo competitivo h brido 285 Por exemplo LEITE Andr Lu s da Silva CASTRO Nivalde J de Estrutura de governan a e a forma o de holdings no setor el trico brasileiro Estrat gia e Neg cios Florian polis v 1 n 2 p 74 jul dez 2008 286 SCHIRATO Vitor Rhein Gera o de energia el trica no Brasil 15 anos fora do regime de servi o p blico Revista de Direito P blico da Economia RDPE Belo Horizonte a 8 n 31 p 141 167 jul set 2010 125 no mercado de energia importante ressaltar a import ncia que os mecanismos contratuais assumem com as altera es promovidas na estrutura setorial desde a d cada de 1990 com a separa o da energia e da rede de transporte realizada para promover a inser o da competi o na cadeia produtiva de energia A energia em tais modelos pass vel de ser livremente comercializada entre diversos tipos de agente o que aumenta a complexidade das rela es econ micas e a necessidade de redu o dos custos de transa o o que se dar atrav s de instrumentos contratuais Nesse sentido cumpre destacar o posicionamento de Hunt e Shuttleworth a tal respeito Mas se poss vel definir e separar o servi o de transporte de modo que ele possa ser provido separadamente da energia em si a eletricidade torna se um produto que pode ser vendido e transportado de lugar
162. Do ponto de vista competitivo a partir do modelo Hunt Shuttleworth considera se que o ACR constitui um modelo de Competi o por Comprador nico Ainda que n o haja a figura de uma Ag ncia Compradora que adquira toda a energia do mercado e a revenda s Distribuidoras do Purchasing Agency Model tradicional existe um verdadeiro monops nio do pool dos agentes distribuidores para a aquisi o da energia dispon vel para o Mercado Cativo MME Modelo Institucional do Setor El trico Dispon vel em lt www mme gov br gt Acesso em 02 01 2011 S rgio Bajay e outros apontam que as estatais participantes dos leil es tamb m possuem importante papel para o controle do poder dos agentes privados oligopolistas em tal contexto ao influ rem na determina o do pre o m ximo leil o de forma articulada com o Poder P blico BAJAY S rgio V CORREIA Tiago B CORREIA Paulo B Perspectivas de competi o entre empresas privadas e estatais pela expans o da oferta de energia el trica no Brasil Uma proposta de modelagem com base na teoria dos jogos Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 10 n 1 2004 280 Ibidem loc cit 2 SALES Cl udio Eliminando a artificialidade dos leil es de energia el trica In LANDAU Elena coord Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 532 533 128 Conforme o exposto gera se competi o entre os agentes produtores com o intuito de reduzi
163. E 244 7 5 CONTRATOS DE COTAS DE GARANTIA DE F SICA 245 7 6 CONTRATOS DE ENERGIA DE RESERVA E CONTRATOS DE USO DE ENERGIA DERESERVA sensata ts A a 249 7 7 MECANISMO DE COMPENSA O DE SOBRAS E D FICITS MCSD 251 7 8 CONTRATOS DE GERA O DISTRIBU DA 253 CONCLUS O ie a ES A 256 REFERENCIA Seene goi s e S 267 LISTA DE ABREVIATURAS ACL Ambiente de Comercializa o Livre ACR Ambiente de Contrata o Regulada ANEEL Ag ncia Nacional de Energia El trica ASMAE Administradora do Mercado Atacadista de Energia CCC Conta de Consumo de Combust veis CCEAL Contratos de Comercializa o de Energia El trica no Ambiente Livre CCEAR Contratos de Comercializa o de Energia no Ambiente Regulado CCEE C mara de Comercializa o de Contratos de Energia El trica CCEI Contratos de Comercializa o de Energia Incentivada CCOI Comit s de Coordena o da Opera o Interligada CEDAW Comit sobre a Elimina o da Discrimina o contra a Mulher CGE C mara de Gest o da Crise de Energia El trica CHERP Companhia Hidrel trica do Rio Pardo CHESF Companhia Hidro El trica do S o Francisco CMO Custo Marginal de Opera o CMSE Comit de Monitoramento do Setor El trico CNAEE Conselho Nacional de guas e Energia El trica CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jur dica CSA Contratos de Servi os Ancilares DESC Comit de Monitoramento do Pacto Internacional de Direitos Econ micos So
164. EEL n 165 2005 e art 70 82 do Decreto n 5 163 2004 505 Conforme art 15 82 do Decreto n 5 163 2004 e art 3 da Resolu o ANEEL n 165 2005 Conforme art 3 83 da Resolu o ANEEL n 165 2005 256 CONCLUS O O caminho percorrido ao longo do presente estudo buscou analisar como se d o no plano dos contratos as opera es econ micas de comercializa o de energia el trica permitindo se alcan ar algumas conclus es Primeiramente tem se claro que a no o de contrato necessariamente hist rica e ir variar de acordo com a perspectiva econ mico social na qual este est inserido Nesse sentido a estrutura o da ordem econ mica com diferentes formas atua o do Estado na economia central para a determina o do papel que o contrato exerce na vida social Na passagem dos modelos do Estado Liberal para o Estado Social se fez necess ria a constru o de novos princ pios aplic veis ao contrato assentados principalmente na passagem da autodetermina o individual cl ssica para uma perspectiva funcionalizada orientada a fins sociais Por sua vez com o processo de reformas o Estado brasileiro passou pela d cada de 1990 em que setores tipicamente ligados atividade econ mica estatal principalmente na rea de infraestrutura foram privatizados ainda sob uma perspectiva formal mediante atos de outorga de concess o permiss o ou autoriza o para agentes privados Tal proc
165. EEL n 247 2006 que regulamenta a referida disposi o normativa como Agentes Geradores Incentivados No outro polo da rela o contratual aqui analisada est o situados os agentes compradores em geral merecendo no entanto especial enfoque pela regulamenta o os denominados Consumidores Especiais Estes s o definidos pelo art 1 81 inciso Resolu o ANEEL n 247 2006 como aquelas unidades consumidoras ou conjunto de unidades consumidoras do Grupo A Integrante s do mesmo submercado no SIN reunidas por comunh o de interesses de fato ou de direito cuja carga seja maior ou igual a 500 kW Para serem qualificados como conjunto de unidades consumidoras reunidas por comunh o de interesse ou de fato ou de direito estas devem estar localizadas em reas cont guas ou possu rem mesmo CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jur dica na hip tese de estarem em localidades n o cont guas A mencionada carga comprovada por meio do montante de uso contratado individualmente ou em conjunto em qualquer segmento produzidas pela central termel trica cogeradora a que est conectado condicionando aquelas exequibilidade de sua completa identifica o medi o e fiscaliza o a crit rio exclusivo da ANEEL e b a obten o da utilidade eletromec nica ocorre entre a fonte e a transforma o para obten o da utilidade calor Il Cogera o qualificada atributo concedido a cogeradores que atendem os re
166. Essa forma de desligamento se d ap s processo administrativo realizado no mbito da CCEE sujeito impugna o na ANEEL disciplinado pelos artigos 6 e seguintes da Resolu o ANEEL n 545 2013 Para os agentes que possuem outorga de concess o permiss o autoriza o ou registro o inadimplemento ir 432 Conforme art 2 e art 3 da Resolu o ANEEL n 545 2013 433 Conforme art 2 II e art 4 da Resolu o ANEEL n 545 2018 210 causar o seu desligamento da CCEE e a cassa o da outorga ou cancelamento do registro na ANEEL essa segunda consequ ncia por meio de processo administrativo na Ag ncia O agente de distribui o apenas ser plenamente exclu do quando for substitu do por um novo agente outorgado sob o mesmo perfil Em rela o aos empreendimentos de gera o ser criado um perfil espec fico do gerador desligado para a contabiliza o da energia gerada e amortiza o de seus d bitos Para os consumidores especiais ou livres esse processo implicar no seu desligamento da CCEE e na suspens o do fornecimento de energia importante frisar que mesmo ocorrendo o desligamento continuar o agente respons vel pelo cumprimento de todas as suas obriga es perante o mercado devendo os d bitos ser apurados consolidados e rateados entre todos os credores na propor o de seus cr ditos de acordo com o estabelecido no art 17 81 V da Resolu o ANEEL n 545 2018 No mb
167. F programs had clearly worsened the East Asian crisis and the shock therapy they had pushed in the former Soviet Union and its satellites played an 100 agentes privados passam a prestar servi os que at ent o eram de monop lio estatal mediante instrumentos de concess o permiss o ou autoriza o Tal concep o privilegia o mercado como o provedor prim rio de servi os p blicos afastando a atua o econ mica direta do Estado no dom nio econ mico passando este a assumir o papel de regulador com a fun o de assegurar a important role in the failure of the transition STIGLITZ Joseph E Making globalization work New York W W Norton 2006 Eu me convenci que o os pa ses industrializados desenvolvidos atrav s de organiza es como o Fundo Monet rio Internacional IMF a Organiza o Mundial do Com rcio OMC e o Banco Mundial n o apenas n o estavam fazendo tudo o que podiam para ajudar esses pa ses mas algumas vezes estavam fazendo deles mais dif cil Os programas do Fundo Monet rio Internacional claramente pioraram a crise do Sudeste Asi tico e a terapia de choque que eles impuseram ex Uni o Sovi tica e aos seus sat lites representaram um importante papel na falha da transi o tradu o livre Paul Krugman destaca ainda que tais processos de reforma n o impediram as crises na Am rica Latina e deveriam ter servido de aviso para a comunidade internacional evitar a crise ocorrid
168. GABRIEL JAMUR GOMES RELA ES CONTRATUAIS DE COMERCIALIZA O NA REGULA O JURIDICA DO MERCADO BRASILEIRO DE ENERGIA ELETRICA CURITIBA 2013 GABRIEL JAMUR GOMES RELA ES CONTRATUAIS DE COMERCIALIZA O NA REGULA O JURIDICA DO MERCADO BRASILEIRO DE ENERGIA ELETRICA Disserta o apresentada como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Direito das Rela es Sociais no Programa de P s Gradua o em Direito da Faculdade de Direito Setor de Ci ncias Jur dicas da Universidade Federal do Paran Orientador Prof Dr Luiz Edson Fachin CURITIBA 2013 TERMO DE APROVA O RELA ES CONTRATUAIS DE COMERCIALIZA O DE ELETRICIDADE NA REGULA O JUR DICA DO MERCADO BRASILEIRO DE ENERGIA EL TRICA GABRIEL JAMUR GOMES Disserta o aprovada como requisito parcial para obten o do grau de Mestre em Direito das Rela es Sociais no Programa de P s Gradua o em Direito da Universidade Federal do Paran pela comiss o formada pelos professores Orientador Prof Dr Luiz Edson Fachin Universidade Federal do Paran Prof Dra Teresa Ancona Lopez Universidade de S o Paulo Prof Dr Egon Bockmann Moreira Universidade Federal do Paran Curitiba 12 de dezembro de 2013 iv Aos meus pais e D s por tudo sempre AGRADECIMENTOS Ao meu professor Luiz Edson Fachin pelo incondicional apoio e orienta o ao longo desse caminhar D s pelo afeto compreens o aux lio e
169. Incentivo s Fontes Alternativas de Energia PROINFA Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 14 n 1 1 Sem 2008 p 165 242 n 10 438 2002 Uma vez atingida tal meta a continuidade do Programa se daria at que as referidas fontes passem a atender dez por cento do consumo de energia el trica do Pa s esperando se que tal objetivo seja alcan ado em at vinte anos da publica o da lei em quest o z A energia dos produtores participantes do PROINFA adquirida pela Eletrobr s por meio de chamadas p blicas celebrando se contratos de compra para formalizar a aquisi o de tal energia As principais disposi es desses contratos encontram se estipuladas no art 11 do Decreto n 5 025 2004 Art 11 Os contratos de compra de energia a serem firmados pela ELETROBR S ter o como base a energia de refer ncia de cada central geradora definida pela ANEEL e estabelecer o que os pagamentos aos produtores de energia el trica ser o feitos em contrapartida da energia efetivamente gerada observando o disposto no 2 do art 17 II definir o que ser o de responsabilidade do produtor o consumo pr prio e as perdas el tricas contabilizadas segundo as regras e procedimentos da C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE HI definir o que a efic cia do contrato de compra de energia el trica estar condicionada conclus o pelo produtor de energia el trica do processo de acesso
170. Luis LONGO Riolando Semelhan as entre as crises energ ticas na Calif rnia e no Brasil Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 9 n 1 50 neste mbito em complementa o perspectiva de acesso aos direitos humanos No curso do presente estudo pretende se demonstrar que os diferentes ambientes de comercializa o de energia el trica e seus respectivos regimes de contrata o estruturados a partir da reforma implementada pela Lei n 10 848 2004 levam em considera o o perfil dos consumidores atendidos livres ou cativos pelos agentes de gera o 2 2 2 Custo social Em paralelo essencialidade a energia el trica possui dentre suas caracter sticas o fato de que n o poss vel produzi la em larga escala sem custo social algum A no o de custo social envolve tamb m a perspectiva socioambiental a qual por sua vez est ligada ao princ pio da princ pio da equidade intergeracional ou equidade no acesso aos recursos naturais em rela o s futuras gera es Tal princ pio encontra se positivado no direito brasileiro no caput do art 225 da Carta Magna que estabelece a incumb ncia ao Estado e a toda a sociedade quanto 1 Nesse defesa e preserva o do meio ambiente para as gera es vindouras sentido o mencionado princ pio estabelece um dever de solidariedade entre presentes e futuras gera es que habitam e habitar o o planeta A positiva o desta diretriz fundamental no texto
171. MENDON A Rosane CHAGAS M nica AGUIAR Anna C O papel das tarifas de energia el trica na queda da desigualdade de renda no Brasil Texto para Discuss o Rio de Janeiro CEDE UFF 2008 n 11 CONTRA INFORME DA SOCIEDADE CIVIL Exame do Primeiro Informe Peri dico do Governo Brasileiro sobre a Implementa o do Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais no Brasil Bras lia DhESCA Brasil 2009 COSTA Helio B Um depoimento hist rico de Catullo Branco In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 43 79 COSTA NETO Nicolau Dino de Castro e Prote o jur dica do meio ambiente Belo Horizonte Del Rey 2006 CU LLAR Leila MOREIRA Egon Bockmann As ag ncias reguladoras brasileiras e a crise energ tica In Estudos de Direito Econ mico Belo Horizonte F rum 2004 p 207 230 COSTA Pietro O Estado de direito uma introdu o hist rica In COSTA Pietro ZOLO Danilo org O estado de direito hist ria teoria cr tica S o Paulo Martins Fontes 2006 p 95 198 CUNHA Paulo Ferreira da Introdu o teoria do direito Coimbra Resjur dica 1980 DELMANTO Celso et tal C digo Penal comentado 7 ed rev atual e ampl Rio de Janeiro Renovar 2007 DINIZ Maria Helena C digo Civil anotado 11 ed rev aum e atual S o Paulo Saraiva 2005 DUIT Reinders RH NECK Christoph von Aprendizagem e c
172. Modelo Institucional do Setor El trico Dispon vel em lt www mme gov br gt Acesso em 02 01 2011 S ali s o Decreto n 5 249 2004 deixou de requerer tens o m nima de 69kV aos 119 distribui o Manteve se o despacho independente de energia atrav s do ONS por m este passou a sofrer maior inger ncia estatal com o recuo da sua governan a privada a partir designa o de seus diretores pelo MME incluindo se seu presidente Por fim preservou se a possibilidade de contrata o bilateral livre de consumidores livres e comercializadores conforme ser demonstrado na sequ ncia A desintegra o vertical da cadeia produtiva restou refor ada ao ser vedado o exerc cio da atividade de distribui o em conjunto com qualquer outra gera o transmiss o e comercializa o para consumidores livres No mesmo sentido impediu se s geradoras que fazem parte no SIN a sua atua o como coligadas ou controladoras de distribuidoras Finalmente no sentido de aprofundamento da desverticaliza o foi vedado o self dealing que ocorria no RE SEB Por outro lado aumentou a atua o interventiva do Estado principalmente no que toca s atividades de planejamento e monitoramento bem como em rela o ao regime de aquisi o de energia pelas distribuidoras Quanto ao planejamento e monitoramento foram criados dois novos consumidores livres mantendo se a carga de 3MW Isso permitiu uma maior amplia o do contingente de
173. O determinado pelo ONS para a otimiza o do despacho centralizado na forma do art 57 do Decreto n 5 163 2004 2 Para 327 CCEE Regras de Comercializa o Medi o Cont bil S o Paulo CCEE 2013 p 4 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 328 Com a portaria n 455 2012 do MME passou a ser obrigat rio tamb m o registro do pre o dos contratos do ACL com o intuito de garantir maior transpar ncia no mercado e obten o de um ndice geral de pre os Tal portaria ainda est em fase de implementa o e vem sofrendo diversas cr ticas dos agentes de mercado que consideram que os benef cios por ela trazidos s o inferiores aos custos que ir gerar ao mercado 329 CCEE Regras de Comercializa o Balan o Energ tico S o Paulo CCEE 2013 p 4 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 33 Patamar de carga per odo compreendendo determinado n mero de horas e caracterizado pela ocorr ncia de valores similares de carga do sistema el trico Para c lculo do PLD foram definidos tr s Patamares de Carga Leve M dia e Pesada pelo Operador Nacional do Sistema El trico ONS CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 331 O CMO representa o custo vari vel do recurso de gera o mais caro despachado caso esse ainda tenha disponibilidade para suprir o pr ximo incremento de ca
174. PESQUISA ENERG TICA BRASIL Balan o Energ tico Nacional 2013 Ano base 2012 Rio de Janeiro EPE 2013 p 16 291 Incluindo se a importa o de eletricidade 292 Incluindo se lenha baga o de cana lix via e outras recupera es 93 Incluindo se g s de coqueria 29 A matriz energ tica brasileira predominantemente hidr ulica bem diversa da mundial na qual prevalece a energia advinda de fontes t rmicas Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energ tica EPE no ano de 2008 as unidades de gera o hidr ulicas representavam aproximadamente 73 4 da produ o de energia no Brasil acompanhadas de 15 4 de produ o t rmica e 2 8 de produ o nuclear a importa o de energia incluindo a parte paraguaia de Itaipu representa outros 8 5 No panorama mundial o cen rio inverso com 68 da gera o de energia sendo produzida por fontes t rmicas 13 8 por energia nuclear e 15 6 por fontes h dricas outras fontes energ ticas representam 8 5 da produ o mundial EMPRESA DE PESQUISA ENERGETICA BRASIL Balan o Energ tico Nacional 2009 ano base 2008 Rio de Janeiro EPE 2009 p 14 15 130 n 9 074 1995 na tentativa de implementar um regime de mercado para segmentos da atividade de gera o de energia el trica Cumpre ressaltar que o exerc cio das atividades de gera o hidr ulica de acordo com o marco normativo implementado desde o C digo de guas estabelece duas formas distintas de outorga
175. Paulo Saraiva 2005 JOHNSON Bruce Banner et al Servi os p blicos no Brasil mudan as e perspectivas S o Paulo Edgard Bl cher 1996 JUSTEN FILHO Mar al Coment rios lei de licita es e contratos administrativos 15 ed S o Paulo Dial tica 2012 Teoria geral das concess es S o Paulo Malheiros 2003 KATAOKA Eduardo Katemi A coliga o contratual Rio de Janeiro Lumen Juris 2008 KERSTEN Felipe de Oliveira Regula o P blica da economia e defesa da concorr ncia no setor el trico reparti o de compet ncias e articula o entre a Ag ncia Nacional de Energia El trica e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorr ncia In Moreira Egon Bockmann MATTOS Paulo Todescan Lessa coord Direito concorrencial e regula o econ mica Belo Horizonte Forum 2010 KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics Chichester John Wiley and Sons 2004 KONDER Carlos Nelson Contratos conexos Rio de Janeiro Renovar 2006 KRUGMAN Paul The return of depression economics and the crisis of 2008 New York W W Norton 2009 LAMAR O S rgio Tadeu de Niemeyer Capital privado poder p blico e espa o urbano a disputa pela implanta o dos servi os de energia el trica na cidade do Rio de Janeiro 1905 1915 Revista de Estudos Hist ricos S o Paulo v 1 n 29 p 75 96 2002 LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juri
176. Paulo T A Queiroz Editor 1988 p 39 46 Segundo Maur cio Tolmasquim o investimento na cadeia de produ o da eletricidade abrange tr s segmentos principais gera o transmiss o e distribui o inclusive instala es gerais Na gera o refere se implanta o das novas usinas Na transmiss o al m das invers es na expans o e na constru o de novas interliga es entre os subsistemas incluem se tamb m o refor o de toda a malha da rede b sica em conson ncia com o aumento da carga e dos fluxos de energia A distribui o envolve a instala o de equipamentos e a expans o da rede de m dia e baixa tens o dependente da evolu o do consumo final TOLMASQUIM Mauricio Tiomno et al Vis o Prospectiva da Matriz Energ tica Brasileira Energizando o desenvolvimento sustent vel do pa s Revista Brasi leira de Energia S o Paulo vol 13 n 1 p 1 19 1 sem 2007 119 Segundo auditoria do Tribunal de Contas da Uni o conclu da em 2009 cujo relator foi o Ministro Walton Alencar Rodrigues TCU Relat rio de Auditoria da Crise Energ tica Dispon vel em lt www tcu gov br gt Acesso em 03 01 2018 120 Nos EUA o Estado da Calif rnia passou por crise semelhante tamb m por decorr ncia dos processos de liberaliza o do setor el trico naquele estado A tal respeito ver YERGIN Daniel The quest energy security and the remaking of the modern world New York Penguin 2011 p 379 395 SAUER Ildo
177. R MWh informado pelo Agente Gerador necess rio para cobrir todos os custos de opera o da Usina exceto os j cobertos pela Receita Fixa Ibidem p 35 239 contratantes Embora os CCEARs sejam a modalidade contratual mais relevante no ACR n o s o a nica sendo poss vel a aquisi o de energia pelos agentes distribuidores em tal mercado atrav s de outros instrumentos que ser o a seguir expostos de maneira sint tica 7 2 CONTRATOS DE ITAIPU A primeira modalidade espec fica de aquisi o de energia no ACR cuja forma contratual difere dos CCEARs refere se energia da usina hidrel trica de Itaipu A eletricidade do empreendimento de Itaipu Binacional possui regime de contrata o pr prio tendo em vista as peculiaridades decorrentes do Tratado de Itaipu celebrado em 1973 e a necessidade de compatibiliza o deste com o regime de comercializa o implementado pelas reformas setoriais brasileiras a partir da d cada de 1990 O regime de contrata o original estabelecia que as cotas da usina que o Brasil havia se obrigado a adquirir seriam internamente repassadas em sua totalidade para Eletrobr s atrav s das suas subsidi rias Furnas e Eletrosul para o abastecimento dos sistemas el tricos da regi o Sul Sudeste e Centro Oeste com base na cognominada Lei de Itaipu Lei n 5 899 1973 Com a publica o da Lei n 10 438 2002 no contexto da crise energ tica de 2001 foi alterado o art 4 da Lei de It
178. STRUTURA ES SETORIAIS COM BASE EM DIFERENTES MODELOS COMPETITIVOS PARA O SUPRIMENTO DA DEMANDA A partir dos aspectos gerais apresentados pode se tra ar um paralelo entre as conforma es regulat rias do setor brasileiro de energia as respectivas reformas institucionais que as originaram e os modelos competitivos por estas estruturados Note se que a an lise a ser realizada n o tem por foco os modelos regulat rios em si estudados j com um certo grau de profundidade pela literatura mas sim o liame entre estes e a estrutura competitiva formada ao longo do processo de constru o hist rica do setor Desta feita as estruturas regulat rias ser o apresentadas em seus caracteres essenciais destacando apenas os pontos relevantes para o objeto de estudo proposto H que se ressaltar que as mudan as ocorridas n o se deram de maneira estanque mas sim evidentemente mediante processos de transi o nos quais os diferentes modelos se sobrepuseram Nesse sentido importante tamb m frisar n o se pretende apresentar uma an lise hist rica do setor e de seus marcos institucionais de maneira aprofundada pois esse n o o objeto de estudo do presente trabalho A riqueza e complexidade de temas a serem tratados demandaria uma obra de vulto Pretende se sintetizar em poucas p ginas a aplica o de tais modelos realidade brasileira com maior enfoque nas reformas setoriais ocorridas a partir da d cada de 90 do s culo passado
179. Sendo assim necess rio que os contratos ainda que mantenham sua tipicidade causa e objetos pr prios sejam compreendidos de forma conjunta em um sistema comum Esse sistema possui como elemento de conex o uma causa objetiva supracontratual das rela es contratuais entabuladas pelos diversos atores sendo que tal causa est intimamente ligada fun o econ mico social do sistema da rede de contatos como um todo Desta forma n o um sistema infenso realidade social mas sim possui vetor de direcionamento espec fico e funcionalizado que deve conjugar o interesse individual das suas partes com as finalidades coletivas consolidadas no modelo de regula o setorial estabelecido pelo legislador Um dos principais efeitos de tal sistema o surgimento de deveres laterais de conduta por conta do princ pio geral da boa f objetiva que estabelecem obriga es s partes frente a todos os demais 198 contratantes da rede a fim de garantir a manuten o e equil brio do sistema Essa dinamicidade na rela o entre os planos em tais estruturas ir gerar repercuss es espec ficas em rela o ao inadimplemento contratual o que demandar uma an lise espec fica conforme se exp e no cap tulo seguinte 194 5 CONSEQU NCIAS DO INADIMPLEMENTO NAS RELA ES CONTRATUAIS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA A partir do exposto nos cap tulos anteriores verifica se que os contratos de comercializa o de energia possuem
180. a o Maria Em lia Sr Roberto Pedro e Danielle por me acolherem incondicionalmente Aos amigos Ot vio Vit ria Godoy Hugo F bio Giovanna Leonardo Sandro Claudia Rene Christiane Helo sa Murilo Samir Maur cio S lvia Noa Paula Camila Uiara Ricardo Miguel Rafael Francisco Fernanda Juliano Angela e todos os demais por serem minha segunda fam lia ao longo de todos esses anos Resta essa faculdade incoerc vel de sonhar De transfigurar a realidade dentro dessa incapacidade De aceita la tal como e essa vis o Ampla dos acontecimentos e essa impressionante E desnecess ria presci ncia e essa mem ria anterior De mundos inexistentes e esse hero smo Est tico e essa pequenina luz indecifr vel A que s vezes os poetas d o o nome de esperan a Vin cius de Moraes poeta e diplomata o branco mais preto do Brasil vi SUM RIO LISTA DE ABREVIATURAS ieeeeerereererererereererererereerecerereneereeerererereeesera x RESUMO as e NENE a a xii ABSTRACT nnn E E E E xiii INTRODU O masa as AR ne usa aan a a a apa ea 1 PARTE DISCIPLINA JUR DICA DO SETOR EL TRICO BRASILEIRO 8 1 ORDEM ECON MICA DIN MICAS DE ATUA O DO ESTADO NA ECONOMIA E TRANSFORMA ES NA CONTRATUALIDADE CONTEMPOR NEA A PARTIR DA REGULA O ECON MICA 8 1 1 CRISE DAS FONTES NORMATIVAS NO ESTADO SOCIAL E O DIREITO CIVIL CONSUIGUCIONAE sn ia A a RE CORRO PATR E aaa RC 18
181. a o destes sob a forma de redes contratuais Devido a essa estrutura o passa se a indagar como se d o as consequ ncias do inadimplemento em tal estrutura contratual A partir da s o expostas as diferentes modalidades contratuais de compra e venda de energia no Ambiente de Contrata o Livre e no Ambiente de Contrata o Regulada Desde j cumpre salientar que n o se pretendeu que a reda o dos cap tulos e das partes fossem uniformes entre si devido s diversas nuances que o tema comporta merecedoras pesos e tratamentos distintos Eis assim exposto o programa de investiga o que o estudo em tela prop e PARTE DISCIPLINA JUR DICA DO SETOR EL TRICO BRASILEIRO 1 ORDEM ECON MICA DIN MICAS DE ATUA O DO ESTADO NA ECONOMIA E TRANSFORMA ES NA CONTRATUALIDADE CONTEMPORANEA A PARTIR DA REGULA O ECON MICA Inicia se o transcurso proposto com o estabelecimento de pontes entre as mudan as da atua o do Estado no espa o econ mico e as respectivas transforma es na contratualidade N o se pretende aqui estabelecer um transcurso hist rico sobre as mudan as na atua o do Estado na economia ou mesmo sobre o conceito de contrato Mas apenas indicar a exist ncia de tal din mica na conjuga o dos espa os p blicos e privados com os respectivos reflexos destas na no o contempor nea de contrato Como advert ncia inicial a ser feita ao tratar do contrato que est a se considerar uma categor
182. a o dos investimentos necess rios instala o de novas usinas Os leil es de compra de energia no ACR possuem uma sistem tica de comercializa o peculiar As distribuidoras antes do leil o ir o apresentar ao MME nos prazos por ele definidos suas declara es quanto aos montantes de energia necess rios para atendimento totalidade de suas cargas e recebimento no centro de gravidade de seus submercados estabelecido no edital o valor do pre o teto da energia a ser adquirida Durante o leil o a EPE ir assumir o papel da totalidade dos agentes de distribui o atuando em nome destes como compradora nica da energia ofertada Tais medidas visam garantir a competi o na gera o pelo menor pre o de oferta Ademais uma vez que os agentes de distribui o podem repassar aos seus consumidores cativos at 103 do custo de sua carga esses poderiam n o ser estimulados a adquirir a energia pelo menor custo poss vel A EPE pode inclusive reduzir a quantidade de energia a ser adquirida no leil o a fim de garantir a 1 Os leil es para compra de energia el trica de que trata o caput ser o promovidos observado o disposto nos arts 60 a 64 nos anos A 5 e A 3 para energia el trica proveniente de novo empreendimento de gera o Il no ano A 1 para energia el trica proveniente de empreendimento de gera o existente e III entre os anos A 1 e A 5 para energia el
183. a o e puni o iv o planejamento estatal da economia N o ser preciso muito esfor o hermen utico para se constatar a monumental diferen a entre a racionalidade econ mica das Constitui es pret ritas e aquela positivada em 1988 Pela primeira vez o Estado brasileiro constitucionalmente qualificado de agente normativo e regulador Ou melhor dizendo em 1988 constituiu se uma nova forma de relacionamento do Estado brasileiro com a economia que n o existia nas Constitui es anteriores MOREIRA Egon Bockmann Qual o futuro do direito da regula o no Brasil artigo enviado aos alunos dos cursos de Direito Econ mico do PPGD UFPR 25 que se estendeu generalidade dos setores b sicos Desta forma verifica se no cen rio europeu um progressivo processo de redu o do papel do Estado com vistas a supostamente corrigir distor es decorrentes da amplia o desmesurada da atua o do Estado no mbito privado nas d cadas anteriores Segundo Maria Jo o Estorninho nesse per odo por ela denominado de Estado P s Social que tamb m pode ser indicado como Estado Garantia ou Estado Regulador o movimento de privatiza o da Administra o P blica assume maior for a devido a uma suposta pr pria crise do Estado Provid ncia e a Administra o P blica qual n ufrago que procura agarrar se t bua de salva o tenta hoje desesperadamente reencontrar efici ncia nomeadamente atrav s de fe
184. a Dessa forma os proponentes ter o incentivos a ofertar pre os ainda menores do que o ltimo pre o por eles propostos Assim tem se in cio a segunda etapa a do leil o de lance selado discriminat rio simult neo cujos vendedores ofertam pre os para as quantidades que foram alocadas ao t rmino da primeira etapa Os candidatos t m a oportunidade de oferecer seu pre o final ou seja os geradores devem oferecer os pre os pelos quais est o dispostos a contratar sua gera o de eletricidade e sendo uma etapa discriminat ria as propostas vencedoras recebem o equivalente a suas propostas de pre os A etapa discriminat ria tem por objetivo o de atingir o menor valor poss vel de comercializa o sendo ainda que como nesse momento do leil o podem ter restado Essa conduta pode criticada por Claudio Sales por supostamente produzir artificialidades no leil o SALES Claudio Eliminando a artificialidade dos leil es de energia el trica In LANDAU Elena coord Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 534 235 poucos jogadores a troca de lance oral por lance selado minimiza as chances de conluio Ademais para o autor a primeira etapa tem por objetivo a descoberta de pre os de forma a reduzir a incerteza do valor comum da energia a ser vendida J a segunda induziria incerteza sobre qual dos participantes da etapa final ir ganhar o leil o permitindo uma poss vel maior qu
185. a ocorrer este n o ser suficiente para o rompimento da imputabilidade do inadimplemento decorrente J o fortuito externo ter for a liberat ria quando o devedor n o concorrer para a ocorr ncia do fato Al m de o fato ser necess rio este ter que ser inevit vel ou irresist vel Ou seja n o bastar a mera dificuldade mas sim O fato ter que ser intranspon vel para o devedor por decorr ncia de eventos naturais humanos de decis es do Poder P blico etc nas condi es concretas em o agente est inserido A an lise do caso fortuito ou for a maior em situa es relativas ao adimplemento de obriga es de comercializa o de energia el trica demanda uma certa aten o Isso porque a lea normal da atividade mostra se extremamente elevada por conta da exist ncia de diversos riscos inerentes a esta eg riscos hidrol gicos regulat rios sociais ambientais econ micos etc necess rio que as situa es de caso fortuito ou for a maior ultrapassem tal lea normal para ser poss vel o rompimento da imputa o do inadimplemento ao devedor Portanto 45 Nesse sentido MARTINS COSTA Judith Coment rios ao Novo C digo Civil do inadimplemento das obriga es Rio de Janeiro Forense 2008 v 5 t 2 p 197 199 LOBO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 234 235 PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Tratado de direito privado Rio de Janeiro Borsoi 1958 t 23 8 2 792 p 79
186. a partir da classifica o dos bens inseridos na tica do direito civil constitucional sob o fundamento do princ pio da dignidade da pessoa humana para a tutela do m nimo existencial Tal perspectiva revela se indispens vel para a an lise da energia el trica objeto do presente estudo na medida em que real a o componente funcional dos bens estabelecendo a diferencia o destes com base na fun o que desempenham para os sujeitos que deles se servem O mencionado paradigma utiliza assim como ponto de partida a classifica o das benfeitorias necess rias teis e voluptu rias bem como a utilidade que estas representam para a pessoa NEGREIROS Teresa Teoria do contrato novos paradigmas 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2006 p 423 Sobre o m nimo existencial cumpre trazer cola o o magist rio de Ricardo LOBO Torres um dos precursores de tal conceito na literatura jur dica brasileira H um direito s condi es m nimas de exist ncia humana digna que n o pode ser objeto de interven o do Estado na via dos tributos imunidade e que ainda exige presta es estatais positivas O direito m nimo do ponto de vista objetivo universal ou subjetivo parcial E objetivamente m nimo por coincidir com o conte do essencial dos direitos fundamentais e por ser garantido a todos os homens independentemente de suas condi es de riqueza isso acontece por exemplo com os direitos de efic cia nega
187. a Orlando Gomes dever ser estabelecido quando onde e a quem deve ser feita a coisa ser entregue Caso n o exista cl usula que estabele a prazo para entrega esta dever ocorrer logo ap s a conclus o do contrato Por sua vez O local em que ser cumprida a obriga o depender do estipulado em contrato Em caso de omiss o o lugar ser aquele em que a coisa se encontrar no momento da venda Portanto a coisa poder ser entregue ao pr prio comprador ou pessoa que este designar Na comercializa o de energia el trica persistem tais obriga es Evidentemente o agente comprador possui a obriga o de pagar o pre o ajustado nos prazo acordados no contrato Ao mesmo tempo aos agentes vendedores surgir a obriga o de entregar as quantidades de energia de acordo com a sazonaliza o e modula o estipuladas no instrumento contratual ou caso este n o as preveja distribu das igualmente durante o prazo do contrato sazonaliza o e modula o flat O local de entrega da energia gerada ser o centro de gravidade do submercado definido pelas partes Por fim em rela o a quem dever ser GOMES Orlando Contratos 26 ed atual S o Paulo Saraiva 2008 p 279 386 Por meio do rateio das perdas garante se que a gera o efetiva total do sistema coincida com a carga efetiva total do sistema O ponto virtual onde as perdas entre os pontos de 171 entregue a energia contratada esta poder ser ao pr prio
188. a el trica e importante em termos de afirma o nacional EXERCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 p 62 197 O projeto do C digo de guas j havia sido apresentado em 1907 por Alfredo Vallad o restando com sua tramita o parada no Legislativo Entendia que da mesma forma como o Estado cedia gua para a irriga o poderia ceder energia para as m quinas Indicava como justificativa para a nacionaliza o o afastamento das decis es setoriais das quest es pol ticas locais Considerava que o C digo deveria ser regulamentado por Comiss o Administrativa que assegurasse a servi o adequado b tarifas razo veis c estabilidade financeira BRANCO Catullo Energia el trica e capital estrangeiro no Brasil S o Paulo Alfa Omega 1975 p 65 198 As transfer ncias de aproveitamentos energ ticos j estavam suspensas desde 1931 at sua aprova o devido ao Decreto n 20 395 1931 artigos 29 63 191 192 193 e 194 do Decreto n 24 643 1934 200 Art 195 do Decreto n 24 643 1934 O art 44 da mesma norma estabelece que a 86 existentes revis o trienal das tarifas com base na verifica o do custo hist rico limita o de trinta anos para as concess es de produ o transmiss o e distribui o com revers o das instala es para o Estado ao final do prazo Por m dois aspectos principais se so
189. a em todo o mundo a partir de 2008 And so Latin America reformed State owned companies were privatized restrictions on imports lifted budget deficits trimmed Controlling inflation became a priority as we will see some countries adopted drastic measures to restore confidence in their currencies And these efforts were quickly rewarded not only with greater efficiency but also in the renewed confidence of foreign investors Countries that had spent the 1980 s as financial pariahs as late as 1990 creditors who wanted out of Latin debt and sold their claims to less risk averse investors received on average only thirty cents on the dollar became darlings of the international markets receiving inflows of money that dwarfed the bank loans that got them into the original debt crisis International media began to talk about the new Latin America in particular about the Mexican miracle In September 1994 the annual World Competitiveness Report prepared by the people who run the famous Davos conferences featured a special message from the hero of the hour the Mexican president Carlos Salinas Three months later Mexico plunged into its worst financial crisis yet The so called tequila crisis caused one of the worst recessions to hit an individual country since the 1930s The repercussions of that crisis spread across Latin America coming perilously close to bringing down Argentina s banking system In retrospect the tequila crisis should hav
190. a liberal o contrato sem o influxo da ordem constitucional fica inteiramente entregue aos poderes privados em geral e lex mercatoria Esse contrato do modelo codificado novecentista inserv vel para explicar as rela es de troca no setor de energia el trica Insular est tico n o d conta da simult nea pluralidade de atores envolvidos nem da dinamicidade necess ria em que as partes assumem m ltiplas posi es entre si e com o resto dos agentes de mercado e estatais e menos ainda da exist ncia de interesses p blicos e privados que devem ser a todo o momento compatibilizados Matizada nessa demanda e supera o de sentido apresenta se a an lise dessas rela es a partir de uma vis o de contrato constitucionalizada com seu n cleo hermen utico axiol gico assentado no princ pio da dignidade da pessoa humana proclamado no art 19 III da Carta Magna Nesse sentido capta se que a Constitui o passa a exercer a fun o ordenadora do sistema jur dico como um todo e em tal modelo o sujeito deixa de ser mero detentor de direitos frente ao Estado passando este ltimo a tamb m possuir a obriga o de garantir n veis m nimos de efetividade desses direitos Desta forma a Constitui o Federal de 1988 eleva a dignidade da pessoa humana como fundamento da Rep blica e supremo valor do sistema jur dico e em especial dos direitos fundamentais Nesse passo o art 170 da CF 1988 estabelece que os princ pios gerais da
191. a o delineamento das atividades a serem desempenhadas a objetivos que transcendem os interesses imediatos de seus atores O exerc cio da gest o por os agentes privados das atividades econ micas que era at ent o estatal mesmo que acentue a incid ncia de aspectos de direito privado nas rela es jur dicas decorrentes n o implicou na transfer ncia destas para codifica o civil Ao inv s disso ocorre a estrutura o dos arcabou os regulat rios normativos setoriais microssistemas que conjugam aspectos p blicos e privados necess rios para conformar o agir privado adequadamente a fins ligados justi a social Embora a multiplicidade de centros normativos implique em um processo de fragmenta o do regramento de tais atividades a unidade axiol gica destas se encontra no texto constitucional assentado sob o princ pio da dignidade da pessoa humana Os contratos sob tal perspectiva passam a ter a miss o de refletir tal complexidade de forma a ser poss vel abarcar a formaliza o jur dica das opera es econ micas necess rias para a consecu o das atividades em quest o O definido nas estruturas de regula o setorial aqui ressaltando o setor el trico vem a integrar o conte do do contrato de modo a minorar a autonomia privada a fim de compatibiliz la aos interesses da coletividade assentados nos valores emanados da Constitui o Passou se ent o a analisar o objeto mediato das rela es contratuais em quest
192. a por ele implementada destacam se em apertada s ntese a defini o da Uni o como Poder Concedente na utiliza o dos cursos d gua para gera o de energia e propriedade por esta dos potenciais hidroel tricos sendo subsidi ria a atua o dos Estados dissocia o entre propriedade do solo e propriedade dos cursos de gua impedimento da entrada de 200 empresas estrangeiras no setor mantendo se contudo os contratos ent o 19 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 p 133 1 Nomenclatura de tais grupos cujo embate de certa forma perdurou durante toda a hist ria do setor de acordo com MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 p 36 98 V rios contratos ent o em vigor dispunham ao tratar das tarifas que o pre o da energia el trica seria regulado por tabela especificada cujo pagamento seria feito parte em papel e parte em ouro assegurando uma estabilidade internacional aos ganhos dos concession rios de fora E f cil avaliar a que n veis tarif rios cl usulas deste tipo poderiam levar em um pa s em constante queda cambial com acentuado preju zo para a na o e para o pr prio desenvolvimento econ mico embora fosse um est mulo para as companhias do setor A revoga o tem particular efeito no setor de energi
193. a vez que parte significativa de suas particularidades j foram ou ser o apresentadas incidentalmente de modo a relacion los com a estrutura setorial e aos mecanismos contratuais aqui tratados Destarte inicia se a exposi o com o ponto de origem da produ o de energia a atividade de gera o de eletricidade 5 1 AGENTES DE GERA O E CO GERA O O primeiro agente da cadeia produtiva de energia el trica a ser apresentado e o que comporta maior dinamicidade em sua forma em diferentes formas de atuar constitui a atividade de gera o A gera o de energia el trica situa se na base da cadeia setorial Embora tenha se convencionado a denominar tais agentes como geradores em verdade eles n o geram energia mas sim de forma geral transformam ou realizam a convers o de uma fonte prim ria de energia na energia el trica que ser fornecida ao sistema As diversas fontes prim rias de energia diferenciam a denomina o do tipo de energia produzida pelo agente gerador hidr ulica t rmica exempli gratia gerada a partir de um combust vel como carv o g s leo nuclear et coetera ou de 129 fontes alternativas exempli gratia solar e lica de biomassa etc A matriz energ tica brasileira primordialmente hidrot rmica De acordo com a Empresa de Pesquisa Energ tica EPE no ano de 2012 a oferta interna de energia el trica por fonte esteve subdividida da seguinte forma a hidr ulica
194. ada depende de autoriza o ou concess o federal na forma da lei 1 As autoriza es ou concess es ser o conferidas exclusivamente a brasileiros ou a empresas organizadas no Brasil ressalvada ao propriet rio prefer ncia na explora o ou co participa o nos lucros 8 2 O aproveitamento de energia hidr ulica de pot ncia reduzida e para uso exclusivo do propriet rio independe de autoriza o ou concess o 209 Art 119 84 da Constitui o da Rep blica de 1934 A lei regular a nacionaliza o progressiva das minas jazidas minerais e quedas d gua ou outras fontes de energia hidr ulica julgadas b sicas ou essenciais defesa econ mica ou militar do Pa s 210 Art 12 da Constitui o da Rep blica de 1934 Os particulares ou empresas que ao tempo da promulga o desta Constitui o explorarem a ind stria de energia hidrel trica ou de minera o ficar o sujeitos s normas de regulamenta o que forem consagradas na lei federal procedendo se para este efeito revis o dos contratos existentes 24 Art 147 da Constitui o da Rep blica de 1934 A lei federal regular a fiscaliza o e revis o das tarifas dos servi os p blicos explorados por concess o para que no interesse coletivo delas retire o capital uma retribui o justa ou adequada e sejam atendidas convenientemente as exig ncias de expans o e melhoramento dos servi os 212 Luiz Antonio Ugeda Sanches su
195. ado pelo legislador a partir da tens o inerente ao bem transacionado Deve ser ressaltado que embora se reconhe a a exist ncia de um v nculo associativo societ rio das partes com a CCEE tal v nculo n o preponderante no que se refere causa contratual uma vez que os agentes apenas ingressam nesta ltima com o intuito de poderem estabelecer rela es contratuais de comercializa o de energia Sendo assim a causa no plano plurilateral da comercializa o de energia a de troca e n o a associativa Destarte a posi o assumida pelos polos da rela o obrigacional na comercializa o de energia el trica complexa com as partes apresentando simultaneamente posi es bilaterais e plurilaterais em v nculos obrigacionais distintos e suplementares Portanto a tens o interna desses contratos encontra se nos atritos e complementa es verificados entre os referidos planos a partir da competi o e coopera o exercida pelos diversos agentes do mercado Entretanto ainda se faz necess ria a compreens o do processo de coordena o e vincula o dos referidos planos contratuais conforme se demonstrar a seguir 379 Por exemplo a exist ncia de um v nculo associativo com a CCEE foi reconhecido pelo TJSP no seguinte caso Agravo de instrumento Recupera o judicial Admiss o da recuperanda como membro de associa o civil CCEE Impossibilidade Contrariedade ao direito fundamental de liberdade de asso
196. ado spot que refletisse a cada per odo o custo marginal da energia no sistema a ser utilizado como base das transa es entre geradores e distribuidores em ambiente multilateral O pre o seria determinado para cada submercado Norte Nordeste Sudeste e Sul e classificado em tr s patamares de carga pesada m dia e leve O MAE operou de in cio observando os m todos antes adotados pelo GCOlI sua entrada oficial em opera o se deu em setembro de 2000 LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 305 O modelo computacional do mercado spot n o era imune a cr ticas pois em determinados momentos apresentava volatilidade de pre os em situa es de estabilidade de hidrologia e demanda podendo apresentar pre os baixos em reas com n veis baixos de reservat rios e altos em outros lugares com usinas vertendo gua conforme destaca Ildo Sauer Normalmente os pre os dos mercados de ajuste de curto prazo entre oferta e demanda spot resultam das decis es dos agentes Paradoxalmente as reformas inspiradas nas ideias liberalizantes de Friedman com apologia absoluta do mercado e das escolhas racionais de seus participantes decisores dos riscos 109 As geradoras poderiam vender sua produ o energ tica em tal mercado por interm dio de contratos de curto m dio e longo prazo para as distribuidoras de energia consumidores livres e comercializadores Por m enfrentavam o
197. ador da rede Ao contr rio um dos principais efeitos da coliga o contratual precisamente a repercuss o da invalidade e da inefic cia de um contrato aos demais contratos a ele coligados MARINO Francisco Paulo de Crescenzo Contratos coligados S o Paulo Saraiva 2009 p 96 97 187 concretiza o de uma opera o econ mica global Logo a fun o de cada contrato n o pode abrir m o da fun o que estes perseguem juntos Tais fun es se d o em dois diferentes n veis um primeiro de car ter abstrato e principiol gico representando a instrumentalidade que todo instituto jur dico deve observar e um segundo relativo fun o concreta que as partes buscam ao estabelecer o conte do do neg cio jur dico Ambos os n veis complementam se de modo a funcionalizar a autonomia dos contratantes aos valores emanados pelos preceitos constitucionais a fim de garantir a tutela desses atos pelo ordenamento 8 Sob a perspectiva empresarial as estruturas de redes contratuais implicam em um processo de colabora o estrat gica Neste cada um dos contratantes aporta suas caracter sticas e interesses pr prios para a constru o de um processo de coopera o necess rio para a conforma o de uma opera o econ mica desejada por todos eles ainda que estes atuem de modo competitivo entre si N o se trata da forma o de um v nculo societ rio ante as especificidades e caracter sticas pr prias das partes
198. afo 2 do art 7 da Conven o de Comercializa o Por sua vez no ACR o consenso das partes se dar previamente quando estas decidirem participar dos leil es de compra e venda de energia e apresentarem suas propostas Ap s o leil o as contrata es dever o ser formalizadas por meio de contratos bilaterais denominados Contrato de Comercializa o de Energia no Ambiente Regulado consoante o estabelecido no art 2 par grafo 2 da Lei n 10 848 2004 Nas opera es do mercado de curto prazo o consentimento das partes limitado e se d anteriormente contrata o em si As partes exaram seu consentimento quando resolvem ingressar na CCEE e se submeterem s normas relativas comercializa o de energia entre elas o processo de contabiliza o e liquida o de diferen as bem como a realiza o de opera es no mercado de curto prazo Uma vez dentro da CCEE as opera es de compra e venda no mercado de diferen as se d o de maneira autom tica independentemente de novas manifesta es de vontade das partes Tal medida tem por fulcro otimizar as rela es no curto prazo de forma a garantir a agilidade necess ria para o processo de contabiliza o e liquida o de diferen as Destarte verifica se a exist ncia de todos os elementos essenciais da compra e venda coisa pre o e consenso nos contratos de comercializa o No entanto tais elementos assumem uma s rie particularidades nos contratos em ques
199. aipu ficando a Eletrobr s designada como Agente Comercializador de Energia de Itaipu Desse modo a estatal ficou respons vel pela aquisi o da integralidade da energia da usina e pela comercializa o desta aos demais agentes No entanto a defini o dos montantes comercializados desta forma n o livre conforme a metodologia estabelecida pelo Decreto n 4 550 2002 Estes s o definidos anualmente pela ANEEL por meio de resolu o homologat ria que estabelece as cotas parte atribu das a todas s concession rias de distribui o de energia el trica das Regi es Sul Sudeste e Centro Oeste exceto aquelas que 478 Ibidem p 73 81 240 mantenham compra regulada integralmente com as distribuidoras cotistas Para tanto a Eletrobr s deve encaminhar anualmente ANEEL as quantidades de Pot ncia Contratada e Energia Vinculada disponibilizadas por Itaipu A Ag ncia por sua vez far o rateio das cotas parte utilizando se como base principalmente o tamanho dos mercados consumidores das distribuidoras A reparti o das referidas cotas partes formalizada por meio de relacionamentos contratuais entre os cotistas e o agente comercializador da energia de Itaipu O registro desses contratos denominados Contratos Itaipu pelas Regras de Comercializa o da CCEE ser no submercado de entrega da energia A quantidade anual estabelecida nestes ser equivalente quantidade total da energia vinculada pot ncia
200. ais modalidades contratuais est o situadas na reparti o de riscos hidrol gicos entre vendedores e compradores Ainda em raz o da fun o que estes exercem para as distribuidoras de eletricidade Nos CCEARs por Quantidade os riscos hidrol gicos decorrentes da opera o no sistema interligado s o atribu dos aos agentes vendedores que assumir o os custos relativos ao fornecimento integral da energia contratada Ou seja o vendedor assume a responsabilidade por fornecer a quantidade contratada e de arcar com eventuais custos adicionais por conta da impossibilidade de fornecimento de tal montante Devido a tais caracter sticas esses CCEARs est o ligados principalmente produ o de eletricidade a partir de fontes hidr ulicas Segundo o que determina o par grafo 1 do art 28 o ponto de entrega da energia gerada ser o centro de gravidade do submercado onde est localizado o empreendimento de gera o Portanto existem riscos decorrentes da poss vel diferen a de pre os entre submercados quando o distribuidor est localizado em um sulbmercado distinto do agente gerador que ser o assumidos pelo agente de 237 distribui o No entanto a fim de se evitar o repasse de tais riscos aos consumidores cativos foi estruturado um mecanismo de mitiga o denominado al vio de exposi es financeiras que estabelece a compensa o de poss veis exposi es financeiras negativas de agentes de distribui o com
201. aliza o de energia se integra um plano plurilateral sobre a possibilidade da articula o destes sob a forma de redes contratuais Devido a essa estrutura o passa se a indagar como se d o as consequ ncias do inadimplemento em tal estrutura contratual A partir da s o apresentadas as diferentes modalidades contratuais de compra e venda de energia no Ambiente de Contrata o Livre e no Ambiente de Contrata o Regulada xii ABSTRACT Starting in the 1990s the privatization process in the electricity sector was meant to establish competition in the electricity supply chain based on exchanges between the private and public sectors Restructuring happened under two major reforms The first called Restructuring of the Brazilian Electricity Sector RE SEB or New Model of the Electricity Sector implemented mainly by federal laws 9 074 1995 9 427 1996 and 9 648 1998 set a hybrid standard for retail and wholesale electricity competition under a free trade system As the 2001 energy crisis hit the area was again restructured under federal laws 10 847 2004 and 10 848 2004 This second change usually referred to as Newest Model of the Electricity Sector would establish a competition model based on an individual retail buyer with higher state intervention on the contracts signed The distinguishing aspect of both reforms stems from the fact that basic economic transactions now happen under contractual relationships gover
202. am poca da implementa o das cotas de garantia f sica j possuir CCEARs em quantidade suficiente para abranger a totalidade do seu mercado consumidor poss vel que estas ficassem sobrecontratadas Sendo assim o art 39 par grafo nico da Lei n 12 783 2012 estabeleceu a cess o compuls ria dos CCEARs para as outras distribuidoras que tenham redu o dos montantes de energia contratada em raz o da altera o do regime de comercializa o Os Montantes Contratados conforme defini o do art 29 X da Resolu o ANEEL n 514 2012 corresponder o a 95 da Cota e ser o disponibilizados no centro de gravidade onde est localizada a Usina Estes ser o informados pela ANEEL CCEE e poder o ser utilizados pelas distribuidoras no processo de contabiliza o e liquida o inclusive para a aferi o de lastro para a cobertura do 492 Decreto n 7 805 2012 493 CCEE Regras de Comercializa o Garantias de Cotas F sicas p 4 494 Para os autoprodutores que tiverem suas concess es de gera o renovadas nos termos do art 2 da Lei n 12 783 2012 ficou determinad a a obrigatoriedade da liquida o dos excedentes de energia el trica n o consumida no mercado de curto prazo ao PLD 249 seu mercado consumidor conforme prev o art 15 da Resolu o A sazonaliza o dos contratos ser de acordo com o perfil de carga declarado pela distribuidora cotista enquanto que a modula o ser de acord
203. am afastadas pelas partes Por sua vez o princ pio da relatividade dos efeitos do contrato encontra se ancorado na concep o que os direitos pessoais seriam relativos s pr prias partes diferentemente dos direitos reais que teriam oponibilidade erga omnes Aos terceiros embora n o vinculados caberia o respeito ao v nculo contratual Ou seja parte se de uma concep o de contrato como espa o de consecu o da liberdade individual no espa o econ mico com importantes limita es interven o estatal e da sociedade no mbito de tal rela o Ricardo Lorezentti aponta que o contrato sob tal perspectiva representava em rela o ao Estado a opera o aut noma e descentralizada da atividade econ mica Na tradi o liberal a ordem no mercado estabelecida pela denominada m o invis vel Deste modo as a es individuais dos homens perseguindo seus interesses ego stas ou sua utilidade v o criando um a ordem Se ou n o eficiente se justa ou n o escapa por ora a nossa considera o O certo qu e o contrato cl ssico foi calcado sobre este modelo Se requer um Estado m nimo limitado j que os indiv duos mediante contratos exercem um poder difuso pelo qual chega se a uma ordem econ mica aceit vel A multiplicidade de contrata es autonomamente consideradas s o de certo modo exerc cios de liberdade e limites ao poder central E um operar difuso descentralizado da atividade econ mica
204. ando se os seguintes aspectos Os estudos de caso permitiram concluir que o padr o vigente de implanta o de barragens t m propiciado de maneira recorrente graves viola es de direitos humanos cujas consequ ncias acabam por acentuar as j graves desigualdades sociais traduzindo se em situa es de mis ria e desestrutura o social familiar e individual Ainda que iluminar as verdadeiras causas n o tenha sido propriamente o objetivo da Comiss o poss vel perceber alguns dos fatores que podem contribuir para o entendimento da ocorr ncia das viola es dos direitos dos atingidos por barragens a partir dos casos aqui apresentados a O acesso informa o qualificada fundamental para a garantia do direito participa o democr tica Isso n o obstante conforme igualmente observado pela Comiss o s o muitas as raz es que acabam impedindo que as informa es pertinentes cheguem de fato aos principais interessados Entre outras pode se mencionar b omiss o ou recusa de fornecer aos interessados informa es relevantes como por exemplo resultados de levantamentos cadastrais ou at mesmo a lista de fam lias e ou propriedades consideradas pela empresa como atingidas assim consideradas pelas empresas c falta de assessoria jur dica d uso de linguagem inacess vel ao p blico de n o especialistas e fornecimento de informa es contradit rias ou mesmo falsas f precariedade e insufici nc
205. aneiro Renovar 2007 p 461 MIRABETE Julio Fabrini C digo Penal interpretado 5 ed atual S o Paulo Atlas 2005 NORONHA Edgard Magalh es Direito penal 28 ed S o Paulo Saraiva 1996 v 2 p 238 No direito penal o furto de energia considerado pela jurisprud ncia como crime permanente e n o continuado TACrSP 86 373 66 374 Todavia ainda que o dispositivo penal referente mat ria esteja situado no art 155 do CP a atua o il cita na subtra o de energia el trica n o criminalizada necessariamente como furto Por exemplo o desvio de energia el trica do medidor por permitir que o agente obtenha vantagem ao gastar mais energia 35 Ressalte se que ao utilizar a f rmula ou qualquer outra com valor econ mico o C digo Penal aponta que n o apenas a energia el trica mas sim toda aquela que for suscet vel de incidir no poder de disposi o material e exclusiva de um indiv duo pode ser inclu da mesmo do ponto de vista t cnico entre as coisas m veis A doutrina exemplifica das mais diversas formas poss veis tais tipos de energia como radioatividade energia gen tica dos reprodutores as energias t rmicas sonoras cin ticas pulsos telef nicos t rmica mec nica ar comprimido vapor solar luminosa et coetera Dentre os casos apreciados pelos tribunais p trios com base em tal artigo destacam se o furto de pulsos telef nicos por interm dio de conex o clandestina
206. ann As ag ncias reguladoras brasileiras e a crise energ tica In Estudos de Direito Econ mico Belo Horizonte F rum 2004 p 230 1 Tal nomenclatura decorre do presidente da comiss o Jerson Kelman C MARA DE GEST O DA CRISE DE ENERGIA Relat rio da Comiss o de An lise do Sistema Hidrot rmico de Energia El trica Dispon vel em lt http antonioguilherme web br com artigos relatoriokelman pdf gt Acesso em 3 1 2011 27 C MARA DE GEST O DA CRISE DE ENERGIA Relat rio da Comiss o de An lise do Sistema Hidrot rmico de Energia El trica Dispon vel em lt http antonioguilherme web br com artigos relatoriokelman pdf gt Acesso em 3 1 2011 8 A transi o entre o Governo Fernando Henrique Cardoso e o Governo de Lu s In cio Lula da Silva ocorrida entre 2002 e 2003 implicou numa altera o fundamental no modelo setorial baseada em fundamentos ideol gicos distintos O projeto de reestrutura o elaborado inicialmente por Ildo Sauer USP IEE Luiz Pinguelli Rosa UFRJ COPPE e Maur cio Tolmasquim UFRJ COPPE partia de premissas diversas do modelo e governo anterior Numa an lise comparativa elaborada por Ant nio Dias Leite os fundamentos ideol gicos da reforma realizada no RE SEB foram a do m rito inquestion vel da economia de mercado b do dem rito da administra o p blica em empresas atuantes na rea econ mica c da desnecessidade de um planejamento estrat gico de longo prazo coordenado pelo g
207. ans o Um aspecto relevante deste modelo de monop lio decorre da facilidade na implementa o de obriga es relacionadas a pol ticas p blicas ao agente monopolista o que resta dificultado em estruturas onde h maior pulveriza o e competi o entre os agentes Assim h maior facilidade de interven o estatal em diversas linhas de atua o tais como obriga es de fornecimento regula o de emiss es de gases poluentes e implementa o de outras obriga es ambientais diversifica o de fontes subsidiando fontes espec ficas que sejam de interesse da sociedade programas de eletrifica o rural e de universaliza o do acesso energia formula o de tarifas reduzidas para consumidores de baixa renda ou para 14 PAIX O Leonardo Andr Aspectos Institucionais do setor el trico brasileiro In DI PIETRO Maria Sylvia Zanella coord Direito regulat rio temas pol micos 2 ed rev e ampl Belo Horizonte F rum 2004 p 342 344 148 CAMARGO lvan An lise do processo de reestrutura o do setor el trico brasileiro Revista Brasileira de Energia Itajub v 11 n 2 jul dez 2008 64 grandes consumidores industriais que representam investimento em capital produtivo e gera o de empregos ali s poss vel tamb m a utiliza o das tarifas ou como mecanismo arrecadat rio ou como instrumento de fomento atividade econ mica Como desvantagens destacam se o dif cil aumento de ef
208. aos Munic pios e 10 dez por cento para a Uni o De igual forma Jos Carrera Fernandez e Rog rio Pereira ao tratarem de uma pol tica de tarifa o tima para o setor el trico ressaltam o custo social da energia hidrel trica como importante elemento para a sua conforma o A despeito de a gera o hidr ulica de energia el trica ser considerada como uso n o consuntivo dos recursos h dricos essa gera o imp e custos sociais de sustentabilidade aos sistemas h dricos por tr s raz es b sicas A primeira sucede porque a gera o hidrel trica restringe na bacia o uso dos recursos h dricos a montante da gera o indisponibilizando grandes quantidades desses recursos que poderiam estar sendo utilizados em outras finalidades A segunda raz o que esta gera o provoca perdas por evapora o nos reservat rios de regulariza o da vaz o reduzindo consequentemente a disponibilidade h drica do sistema a jusante A terceira e ltima raz o sucede porque a produ o de energia hidrel trica altera o padr o de escoamento a jusante principalmente para aquelas usinas que trabalham no pico de consumo O problema que tais custos n o t m sido levados em considera o pelo setor el trico na forma o de suas tarifas significando que a tarifa de energia el trica tem sido tradicionalmente subavaliada pelo mercado Esse fato tem acarretado uma aloca o ineficiente dos recursos na economia no sentido de que os agentes
209. ar 2008 38 indicadas como bens m veis do dispositivo que viria a se tornar o inciso do art 83 do C digo Civil atual por entender que tal express o seria demasiadamente restritiva De igual forma nos debates parlamentares relativos codifica o foi rejeitada a tentativa de modifica o do termo energias por produ es energ ticas pois o conceito de bem apenas abrange o que suscet vel de apropria o uma vez que mais restrito que a no o de coisas Desta feita a energia pass vel de ser considerada bem evidentemente aquela que for pass vel de ser apropriada a que foi produzida Nesse sentido foi inclu da no texto a express o que tenham valor econ mico de forma a ampliar o leque de energias abrangidas pela codifica o tal qual a legisla o penal O C digo Civil brasileiro de 2002 al m de qualificar a energia el trica como bem m vel ainda a classifica de acordo com os artigos 85 a 87 do referido diploma como i bem fung vel pois uma determinada quantidade de energia pode ser substitu da por outra de mesma esp cie qualidade e quantidade ii bem consum vel tendo em vista que embora n o seja destru da no processo produtivo esta transformada em outra forma de energia iii bem divis vel j que poss vel o seu fracionamento sem altera o de subst ncia ou diminui o no valor ou 3 ALVES Jos Carlos Moreira A parte geral do Projeto de C dig
210. ar o expostas aquisi o de eletricidade no mercado de curto prazo ao valor do PLD sem direito repara o por perdas e danos em rela o ao inadimplemento do 420 gerador tendo em vista a interrup o no nexo de imputabilidade Por outro lado caso n o seja ao final dado provimento pela Ag ncia os 9 Despacho ANEEL n 3 588 2013 O processo administrativo ainda n o possui decis o final at a data de reda o da presente pesquisa 420 Nesse caso ainda que haja exposi o do agente distribuidor no mercado de curto prazo tal exposi o involunt ria aplicando se portanto o art 4 da Resolu o ANEEL n 453 2011 que estabelece os crit rios de c lculo de exposi o e sobrecontrata o involunt ria no ACR Em tal hip tese n o haver a aplica o de penalidades decorrentes do n o atendimento totalidade do mercado de energia el trica dos agentes de distribui o na forma do art 3 da referida resolu o 205 CCEARs dever o ser registrados na CCEE e considerados no processo de contabiliza o e liquida o restando dotados de plena efic cia Por conseguinte as distribuidoras ter o garantido o seu suprimento independentemente da opera o comercial da usina ou n o e dever a geradora adquirir energia no mercado de curto prazo ficando ainda exposta aplica o de penalidades pela CCEE Observa se que mesmo tentando restringir tal an lise ao plano bilateral da rela o jur
211. ar que parte preponderante dos contratos de negocia o de energia velha s o encerrados ao final de 2012 Uma primeira implica o da MP 579 que parcela da capacidade de gera o brasileira deixa de ter seu pre o definido atrav s de mercado e passa a ser regulado As usinas de gera o que optarem pela prorroga o das concess es passam a ter sua tarifa determinada pela ANEEL Ou seja ao optar por prorrogar as concess es sem recorrer a licita es o governo brasileiro retomou a regula o tarif ria na atividade de gera o revertendo uma tend ncia de liberaliza o que parecia consolidada no setor As empresas de gera o que foram duramente impactadas pelas medidas t m externado seu descontentamento O principal argumento das empresas de gera o que a capacidade de investimento das empresas ser reduzida o que pode comprometer a expans o do parque gerador e implicar em redu o do pessoal empregado Segundo essa vis o ao se apropriarem da renda inframarginal as empresas de gera o teriam a musculatura financeira para garantir a continuidade da expans o No entanto aparentemente o governo brasileiro entendeu que essa aloca o n o adequada e que os consumidores devem se apropriar dessa renda LOSEKAN Luciano MP 579 Prorroga o das concess es e apropria o da renda inframarginal Dispon vel em lt infopetro wordpress com gt Acesso em 03 04 2013 431 Regras de Comercializa o Contratos
212. ara a gera o j existente destinada ao suprimento da demanda atual das empresas de distribui o produzida por empreendimentos que j est o instalados poca de realiza o do leil o este designado como A 1 Por sua vez para novos empreendimentos de gera o que ainda n o possuem ato de outorga na data do leil o e se destinam a cobrir o abastecimento da demanda futura das distribuidoras s o denominados como Leil es A 5 A energia adquirida por meio de comprador nico consubstanciado na EPE que representa todos os agentes de distribui o posteriormente a eletricidade repartida de acordo com as necessidades declaradas pelos agentes de distribui o Al m disso os CCEARs podem se subdividir em CCEARs por quantidade nos quais os riscos hidrol gicos s o atribu dos aos agentes vendedores e CCEARs por disponibilidade que por sua vez invertem a distribui o dos riscos hidrol gicos passando estes a ser assumidos pelos agentes de distribui o cabendo aos geradores a garantia da disponibilidade de gerar a energia contratada Paralelamente aos CCEARs outros mecanismos de contrata o do ACR complementam o lastro de cobertura de carga das distribuidoras Dentre estes figuram os contratos de Itaipu Binacional nos quais a energia produzida pelo empreendimento comercializada pela Eletrobr s repartindo a aos agentes cotistas das Regi es Sul Sudeste e Centro Oeste Para o incentivo de produ o de eletrici
213. as dentre diversos outros Os riscos existentes na produ o de energia exempli gratia os riscos hidrol gicos no caso de usinas hidroel tricas ser o suportados pelo vendedor que dever adquirir energia no mercado para complementar seu lastro na hip tese de se ver impossibilitado de gerar ou fornecer toda a energia por si vendida em seus contratos de comercializa o 2 Isso porque todo o sistema foi estruturado para a redu o de tais riscos de fornecimento para a garantia de sua seguran a ante a essencialidade do objeto de tais rela es contratuais Tanto assim que foram estruturados mecanismos para a reparti o dos riscos dos agentes de gera o principalmente aqueles que se utilizam de matrizes hidr ulicas Desta feita tendo em vista a necessidade de garantia da 331 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 103 32 Os compradores assumir o os riscos nos contratos de Comercializa o de Energia El trica em Ambiente Regulado sob a modalidade de Disponibilidade 33 Os principais desses instrumentos de reparti o de riscos na atividade de gera o o Mecanismo Realoca o de Energia MRE Este foi institu do para a reparti o de energia entre as usinas submetidas ao despacho centralizado de forma a compartilharem os riscos decorrentes da otimiza o centralizada do sistema PEREIRA JUNIOR Amaro Ol mpio Modelagem da opera o tima da ind stria de energia el trica no Brasil 76 p Disse
214. as em rela o a esta Conforme ressalta Marcos Ludwig a vis o dicot mica do direito p blico e do direito privado um fen meno historicamente recente assentado na Modernidade liberal do s culo XIX A distin o pode ser antiga e advir dos romanos mas n o a dicotomia Neste sentido destaca o autor Roma antiga por bvio era estranha a pretens o tipicamente liberal e cientificista de enclausurar os dois conceitos de modo dicot mico at porque a divis o romana entre ius publicum e ius privatum se referia a algo substancialmente diverso do que hoje entendemos por essas express es Em sua ess ncia o direito p blico possu a em tal concep o a fun o prec pua de assegurar a defesa externa e a paz interna O direito privado por sua vez destinava se principalmente a garantir as trocas internas no livre mercado com assento no trip contrato propriedade e fam lia As estruturas ditas cl ssicas do direito privado e do direito p blico foram constru das sob a gide do paradigma positivista e capitalista do Estado Liberal do s culo XIX Avel s Nunes indica duas fases do capitalismo de tal per odo A primeira o capitalismo de concorr ncia que inicia nos fins do s culo XVIII fundado na livre concorr ncia entre as empresas sendo o mercado o principal instrumento de dire o da economia com base na n o interven o neutralidade do Estado no espa o econ mico e r gida distin o entre as esferas
215. as poderia talvez ser enquadrada sob a categoria do direito privado administrativo Veja se que mesmo as justificativas de exclus o desses temas do mbito da pesquisa demandariam um processo anal tico amplo que paradoxalmente tamb m ultrapassaria o escopo da presente pesquisa N o demais ressaltar que a dif cil decis o de excluir esses temas n o se deve atribui o de menor import ncia a eles pelo contr rio se d em raz o justamente da destacada relev ncia que possuem Dentre as m ltiplas faces que o problema apresenta o olhar aqui proposto se d no plano da rela o obrigacional sob a perspectiva do direito privado banhado pela luz da principiologia axiol gica de ndole constitucional As reformas institucionais no Setor El trico s o demasiadamente recentes 1 A tal respeito ver por exemplo a obra de Luiz Gustavo Kaercher Loureiro que trata do tema LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Constitui o energia e setor el trico Porto Alegre S rgio Antonio Fabris 2008 Como por exemplo o fazem com ousadia no direito brasileiro os professores Almiro do Couto e Silva e Egon Bockmann Moreira nos respectivos trabalhos SILVA Almiro do Couto e Privatiza o no Brasil e o novo exerc cio de fun es p blicas por particulares Servi o p blico brasileira Revista da Procuradoria Geral do Estado do RS Porto Alegre v 27 n 57 p 211 2004 MOREIRA Egon Bockmann Direito das concess es de servi o p
216. as cl usulas defini o da forma de aquisi o da energia prazos contratuais e estabelecimento de pre os pela energia etc O processo de contrata o p blico Na forma do art 2 da Lei n 10 848 2004 a contrata o de energia por parte das distribuidoras de energia se dar por meio de licita o na modalidade de leil o Tais leil es ser o realizados de forma reversa utilizando se como crit rio de decis o pela contrata o a menor tarifa Os leil es ser o promovidos diretamente pela ANEEL ou por delega o desta CCEE com base nas diretrizes do MME conforme determina o art 19 da mencionada lei 459 O art 24 inciso XXII da Lei n 8 666 1993 dispensa do regime da lei de licita es a contrata o de fornecimento ou suprimento de energia el trica e g s natural com concession ria permission ria ou autorizada de servi os Tal inciso foi inserido pela Lei n 9 648 1998 no contexto da forma o do regime de livre contrata o do RE SEB Por esse motivo tornou se poss vel a livre contrata o bilateral de energia el trica pelas distribuidoras no MAE at a Lei n 10 848 2004 Mar al Justen Filho indica algumas caracter sticas dos leil es no mbito da Administra o O leil o procedimento tradicional dentro do Direito Comercial e Processual A omiss o da Lei remete aplica o das regras pertinentes a outros ramos O leil o peculiariza se pela concentra o em uma nica
217. as do caso de que o obrigado n o s devia como podia ter agido de outro modo S a t tulo excepcional o devedor responde sem culpa em termos de responsabilidade objetiva VARELA Antunes Das obriga es em geral 7 ed Coimbra Almedina 1997 v 2 p 96 97 destaques no original 402 BO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 233 234 197 convencionada por m mantendo se a possibilidade de cumprimento A literatura contempor nea trata ainda do cumprimento defeituoso da obriga o ou da quebra de deveres decorrentes da boa f tamb m denominado viola o positiva da obriga o em que o cumprimento ocorre por m de forma irregular insatisfat ria ao credor Como consequ ncia do n o cumprimento imput vel seja por inadimplemento absoluto seja por mora emerge a responsabilidade do devedor na forma dos art 389 e 395 do C digo Civil pelas perdas e danos acrescidos de juros atualiza o monet ria e em caso de propositura de demanda judicial honor rios advocat cios Desse modo na hip tese de inadimplemento incorrer o devedor no dever de reparar podendo essa repara o ser natural com o retorno da situa o f tica ao estado anterior restaura o do status quo ante espec fica por meio de medidas alternativas a fim de satisfazer o interesse do credor eg direito de resposta indeniza o com o pagamento do equivalente em dinheiro da situa o anterior ou de forma
218. as no sistema chileno nesse sentido inclusive precederam as reformas ocorridas nos sistemas de energia da Gr Bretanha Embora o processo de desestatiza o tenha ocorrido na d cada de 1980 a altera o do regime tarif rio ocorreu ainda nos anos 1970 e a promulga o do marco regulat rio Ley General de Servicios El ctricos ocorreu em 1982 Faziam parte de um grupo mais amplo de medidas para a estabiliza o da economia do pa s inspiradas nas doutrinas liberais da Escola de Chicago antecedida por severo ajuste fiscal cortes no gasto p blico reforma no sistema de previd ncia social reforma das empresas p blicas e amplo programa de privatiza es Todavia manteve se de certa forma em tal mercado a verticaliza o da cadeia produtiva pois era permitida a propriedade privada de mais de um segmento Por exemplo na d cada de 1990 a Endesa S A que tamb m atuava na rea de gera o possu a o monop lio da transmiss o do pa s S o caracter sticas principais do modelo chileno conforme a Ley General de Servicios El ctricos DFL 1 de 1982 e o Reglamento da Ley General de 1998 despacho centralizado atrav s do Centro de Despacho Econ mico de Cargas CDEC buscando se o menor custo e a seguran a do sistema plena liberdade para a instala o de empresas de gera o liberdade dos geradores venderem sua energia a terceiros notadamente consumidores livres atrav s de contratos bilaterais regula o setorial atrav s da Comisi n
219. asileiro 128 p Tese Doutorado COPPE UFRyJ Rio de Janeiro 2005 p 21 318 O Sistema Interligado Nacional composto por quatro diferentes subsistemas correspondentes a diversas regi es do pa s sendo eles Norte Nordeste Sudeste Centro Oeste Sul Tais subsistemas integrados no plano f sico mas separados por restri es de transmiss o no mbito da comercializa o de energia v o formar diferentes submercados 319 Art 12 147 A decis o sobre produzir ou n o energia el trica n o cabe de forma geral aos agentes de gera o conectados ao sistema interligado brasileiro mas sim decorre de imperativos de ordem p blica que visam a garantir a otimiza o do sistema e a seguran a energ tica do pa s Tais aspectos representam uma diferen a muito grande em rela o a um sistema majoritariamente ou exclusivamente t rmico como da Inglaterra e Pa s de Gales que inspirou as reformas setoriais brasileiras Em tal sistema a decis o das geradoras entrarem ou n o em funcionamento decorre basicamente do custo da energia gerada sendo dada prefer ncia quela com menor custo em rela o s demais O agente gerador pode decidir se entra em opera o ou n o ao analisar se mais vantajoso gerar energia por si pr prio ou contrat la a pre os mais baixos no mercado para satisfazer o seu contrato de suprimento Essa an lise de oportunidade 4 Na opera o do Sistema Interligado Nacional SIN ser
220. at can be bought and sold and transported from place to place much as any other product Electricity markets are opened to alternative producers and alternative purchasers The economic analysis required for this type of world is the analysis of transactions what is the product being bought and sold at what time in what place who is the buyer who is the seller what is the price how is it determined what are the conditions of the sale This is the world of markets and contracts HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 1 2 126 a modicidade tarif ria para estes ltimos Por sua vez em rela o a grandes empresas eletrointensivas com maior poder de negocia o com compradores capazes de ser atendidas em regime de competi o permitiu se um regime de contrata o privado com menor interven o estatal necess ria apenas para conformar tais opera es econ micas para objetivos transindividuais relacionados aos efeitos sist micos de tais contratos e essencialidade e custo social do bem transacionado importante advertir que esse modelo n o e nem pode ser imut vel estando em permanente reconstru o de modo a sofrer constantes muta es devido necessidade de adapt lo s circunst ncias do setor e da sociedade brasileira Verificou se que ao longo do seu transcurso no Brasil este foi adaptado de acordo com as contigencialidades e op
221. atuais em tela o bem energia el trica 33 2 QUEST ES PROBLEMATIZANTES SOBRE A NATUREZA JUR DICA DA ENERGIA ELETRICA NO ORDENAMENTO JUR DICO 2 1 APROXIMA ES PARA UM POSS VEL CONCEITO JUR DICO DE ENERGIA ELETRICA A mais adequada poss vel apreens o jur dica do conceito de energia para o Direito passa necessariamente pela recupera o de outros saberes que se dediquem ao tema Na F sica por exemplo conceitua se energia como a capacidade de realiza o de trabalho resultante de uma pot ncia dividida pelo tempo A energia el trica por sua vez a capacidade de realiza o de trabalho que utiliza como meio a eletricidade Para a seara jur dica contudo o conceito de energia como fen meno f sico puro e simples n o atrai preocupa o Da energia socialmente valorada a qual constitui objeto do tr nsito jur dico que o Direito se ocupa No Direito brasileiro foi positivada a qualifica o da energia el trica como bem m vel no art 155 par grafo 39 do C digo Penal editado em 1940 com o intuito de garantir a criminaliza o da conduta do furto de energia el trica Antes disso j havia na doutrina e em decis es judiciais manifesta es quanto ao e A respeito da constru o do conceito de energia el trica ver dentre outras obras as seguintes BACUSSI Alessandro Introdu o ao conceito de energia Porto Alegre UFRGS Instituto de F sica 2007 DUIT Reinders RHONECK Christoph vo
222. belecimento da compet ncia privativa da Uni o para legislar sobre guas e energia hidrel trica restando supletiva a compet ncia dos Estados para legislar tais temas com fulcro 8 5 Ao propriet rio da queda d agua s o assegurados os direitos estipulados no art 148 Art 140 S o considerados de utilidade p blica e dependem de concess o a os aproveitamentos de quedas d agua e outras fontes de energia hidr ulica de pot ncia superior a 150 kws Seja qual for a sua aplica o b os aproveitamentos que se destinam a servi os de utilidade p blica federal estadual ou municipal ou ao com rcio de energia seja qual for a pot ncia Art 141 Dependem de simples autoriza o salvo o caso do 2 do art 139 os aproveitamentos de quedas de gua e outras fontes de energia de pot ncia at o m ximo de 150kws Quando os permission rios forem titulares de direitos de ribeirinidades com rela o totalidade ou ao menos maior parte da se o do curso d agua a ser aproveitada e destinem a energia ao seu uso exclusivo 205 Art 178 do Decreto n 24 643 1934 208 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 p 139 207 Tal processo de federaliza o da estrutura setorial refor ada com o Decreto Lei n 2 281 1940 que garante isen o fiscal usinas de energia e o estabelecimento de regime jur dico nico subordinado ao C digo de A
223. blinha que a federaliza o da compet ncia sobre a mat ria iniciada em tal per odo persiste at os dias de hoje entendimento que os mecanismos de outorga as diretrizes pol ticas e a compet ncia para legislar sobre essa mat ria deveriam ser da Uni o premissa existente at os dias atuais SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 p 138 213 Art 12 da Constitui o da Rep blica de 1937 Na iniciativa individual no poder de cria o de organiza o e de inven o do indiv duo exercido nos limites do bem p blico funda se a riqueza e a prosperidade nacional A interven o do Estado no dom nio econ mico s se legitima para suprir as defici ncias da iniciativa individual e coordenar os fatores da produ o de maneira a evitar ou resolver os seus conflitos e introduzir no jogo das competi es individuais o pensamento dos interesses da Na o representados pelo Estado A interven o no dom nio econ mico poder ser mediata e imediata revestindo a forma do controle do est mulo ou da gest o direta 89 As empresas que j atuavam no setor notadamente a Light e Amforp atuaram ativamente contra o C digo de guas e as restri es que ele impunha a suas atividades ante o maior controle estatal Veja se que o C digo de guas estabelecia que as empresas e o Poder Concedente teriam noventa dias para adaptar seus contratos
224. bressaem i a distin o entre o potencial de gera o hidr ulica e o rio que lhe abriga criando se dois bens p blicos diferentes localizados fisicamente no mesmo ponto estabelecendo regimes distintos concess o autoriza o que n o confere delega o de poder p blico de acordo com o C digo e um regime que independe de ato outorga para empreendimentos de autoprodu o com pot ncia inferior a 50 kW para outorga dos aproveitamentos energ ticos de acordo com a sua finalidade concess o fornecimento a servi os de utilidade p blica e pot ncia limite de 150 kW para o regime de autoriza o ii o concess o para o aproveitamento das guas que se destinem a um servi o p blico ser feita mediante concorr ncia p blica 201 Artigos 163 e 180 do Decreto n 24 643 1934 No cap tulo referente a tarifas se situavam as quest es mais pol micas Como vimos as tarifas de energia el trica eram fixadas inicialmente em contrato e sujeitas Cl usula Ouro ou seja eram reajustadas em moeda nacional na propor o do decl nio do c mbio Antes mesmo do C digo de Aguas pelo cnamado Decreto Oswaldo Aranha Decreto 23 501 de 27 de novembro de 1933 haviam sido declaradas nulas todas as estipula es de pagamento em ouro ou em determinada esp cie de moeda que n o o mil r is O C digo de Aguas reafirmava essa proibi o ao estabelecer novos crit rios para as tarifas e ao faz lo impunha con
225. bservadas caso os aspectos din micos da rela o contratual ora estudada sejam analisados Verifica se que no tema em quest o pode se utilizar da li o de Cl vis do Couto e Silva que ressalta a dinamicidade da rela o obrigacional ao trat la como um processo polarizado pelo adimplemento Entende que a rela o jur dica obrigacional compreendida em sua totalidade um sistema de processos Adota portanto um tratamento teleol gico para o fen meno obrigacional encaminhando o para um fim determinado o adimplemento a satisfa o dos interesses do credor Isso s poss vel ao se compreender o tratamento do v nculo obrigacional como uma ordem de coopera o que vai al m da mera soma dos elementos que a comp em Desta forma credor e devedor n o ocupam mais necessariamente posi es antag nicas mas sim encontram se inseridos numa din mica colaborativa para a pr tica dos atos necess rios durante as diversas fases ou planos da rela o nascimento desenvolvimento e adimplemento a fim de que seja alcan ada a finalidade do v nculo obrigacional 371 SILVA Cl vis do Couto e A obriga o como um processo S o Paulo FGV 2006 p 17 24 177 necess rio prevenir que da relevante obra do autor se aproveitam os referidos aspectos centrais como ponto de partida para refletir sobre a dinamicidade da rela o contratual de comercializa o de energia el trica Esse car ter din mico perpassa a n
226. ca V at tr s sociedades por a es a partir da reestrutura o da CHESF tendo at duas como objeto social a gera o e outra como objeto a transmiss o de energia el trica 1 As opera es de reestrutura o societ ria dever o ser previamente autorizadas pelo Conselho Nacional de Desestatiza o CND na forma da Lei no 9 491 de 9 de setembro de 1997 e submetidas respectiva assembl ia geral pelo acionista controlador 2 As sociedades ser o formadas mediante vers o de moeda corrente valores mobili rios bens direitos e obriga es integrantes do patrim nio das companhias envolvidas na opera o 114 ao longo de mais de setenta anos transferindo a para agentes privados em regime de competi o Tais mudan as decorrem do pr prio processo de reestrutura o do Estado brasileiro do per odo que visava alterar o seu papel de provedor de servi os p blicos para regulador de atividades privadas exercidas no mercado ainda que estas fossem de relevante interesse econ mico geral para utilizar a nomenclatura da experi ncia europeia consagrada a partir de semelhantes reformas ocorridas no processo de conforma o da Uni o Europeia Notam se nos pilares do processo de reestrutura o do setor de energia brasileiro todos os elementos essenciais de um modelo h brido de competi o no atacado e no varejo Segmentou se a cadeia produtiva de forma a permitir o livre com rcio a ser progres
227. ca Porto Alegre a 17 n 32 p 70 86 set 1999 LIMA Ricardo GOBBI Comercializa o de energia alguns conceitos e princ pios In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 365 376 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 O Contrato exig ncias e concep es atuais S o Paulo Saraiva 1986 Constitucionaliza o do Direito Civil Revista de Informa o Legislativa Bras lia a 36 n 141 jan mar 1999 p 99 109 LOPES Miguel Maria de Serpa Curso de direito civil 7 ed rev atual Rio de Janeiro Freitas Bastos 1989 LOPEZ Teresa Ancona Princ pios contratuais In FERNANDES Wanderley coord Contratos empresariais fundamentos e princ pios S rie GVLAW S o Paulo Saraiva 2010 p 3 8 LORENZETTI Ricardo Luis Fundamentos de direito privado S o Paulo RT 1998 Tratado de los contratos parte general Buenos Aires Rubinzal Culzoni 2004 LOSEKAN Luciano MP 579 Prorroga o das concess es e apropria o da renda inframarginal Dispon vel em lt infopetro wordpress com gt Acesso em 03 04 2018 LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Constitui o energia e setor el trico Porto Alegre S rgio Antonio Fabris 2008 Introdu o ao regime jur dico da ind stria el trica premissas gerais Revista de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul Santa Cruz
228. caixa terminal a liga o internacional em telefone de propriedade alheia e mesmo a realiza o de liga es em telefones p blicos sem o uso de ficha pois consideram que h subtra o da energia el trica que permite o funcionamento dos terminais da concession ria de telefonia De igual forma a conex o clandestina de gua ou a altera o do encanamento de gua antes do hidr metro s o consideradas condutas t picas em algumas decis es com fulcro no indigitado dispositivo legal Todavia em sentido oposto h julgados que v m considerando ainda que com alguma diverg ncia conduta at pica a subtra o de sinal de TV a cabo pois se entende tratar de mero il cito civil ante a inadmissibilidade da analogia in malam partem no Direito Penal Constitui tamb m antecessor da qualifica o jur dica da energia el trica como bem m vel o art art 74 par grafo 1 do C digo Tribut rio Nacional Lei n do que est autorizado pelo contrato induzindo a v tima em erro ou engano punido sob a forma de estelionato RT 726 689 e HUNGRIA Nelson Coment rios ao C digo Penal 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Forense 1958 v 7 p 37 BRASIL Exposi o de Motivos da Parte Geral do C digo Penal de 1940 Dispon vel em www planalto gov br Ultimo acesso em 03 01 2018 7 Conforme autores citados em nota anterior 73 Por exemplo RT 622 292 697 314 74 Por exemplo TACrSP TJDTACr 24 206 7 P
229. cess es de servi o p blico S o Paulo Malheiros 2010 Qual o futuro do direito da regula o no Brasil artigo enviado aos alunos dos cursos de Direito Econ mico do PPGD UFPR MOREIRA Vital Auto regula o profissional e administra o p blica Coimbra Almedina 1997 MUMBELLI Armando Bateria el trica da Europa est nos Alpes su os Dispon vel em lt http www swissinfo ch gt Acesso em 22 12 2012 MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 NALIN Paulo Do contrato conceito p s moderno em busca de sua formula o na perspectiva civil constitucional 2 ed rev ampl Curitiba Juru 2006 NEGREIROS Teresa Teoria do contrato novos paradigmas 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2006 NESTER Alexandre Wagner Regula o e concorr ncia compartilhamento de infra estruturas e redes S o Paulo Dial tica 2006 NORONHA Edgard Magalh es Direito penal 28 ed S o Paulo Saraiva 1996 v 2 NUCCI Guilherme de Souza C digo Penal comentado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo RT 2007 NUNES Ant nio Jos Avel s Os sistemas econ micos Coimbra Almedina 1994 As duas ltimas m scaras do Estado capitalista Pensar Revista de Ci ncias Jur dicas da Universidade de Fortaleza Fortaleza v 16 n 2 p 409 476 jul dez 2011 As voltas que o mundo d Rio de Ja
230. cess ria a cria o de um mercado aberto de comercializa o de eletricidade que permitisse assegurar um sistema eficiente de transa es de eletricidade no qual geradores pudessem vender sua energia e remunerar seus investimentos mesmo sem contrato de longo prazo Ainda tal mercado deveria fornecer sinais firmes e precisos do valor da eletricidade para geradores e consumidores de forma a ampliar a competi o no atacado e varejo Na mesma toada as prioridades nos investimentos de expans o do parque energ tico deveriam seguir o crit rio da rentabilidade O referido processo de reestrutura o setorial andava em paralelo com a privatiza o das empresas de eletricidade era necess rio para o aprofundamento das privatiza es Nesse sentido significativa a justificativa do coordenador do processo de elabora o do RE SEB quanto ao fato da reforma ter sido implementada atrav s de Medida Provis ria e n o por Projeto de Lei A pressa em disponibilizar instrumento que possibilitasse a privatiza o da Eletrosul assim o exigia Paci ncia Entend amos que uma lei seria mais consistente mas a MP se transformaria em lei ent o tudo bem N o h como negar a press o do BNDES e a urg ncia do governo aflito em resolver o seu problema de caixa foi o fundamental sic O modelo setorial estruturado pelo RE SEB a Lei n 9 648 1997 originada da MP n 1 531 18 calcava se na liberaliza o da comer
231. ci ncia na presta o do servi o bem como o conceito de razoabilidade tarif ria Toda essa complexidade normativa aliada a reformas estatizantes iniciadas por Get lio Vargas for avam a coexist ncia de regimes jur dicos concebidos em momentos hist ricos distintos com previs es jur dicas que denotavam vis es econ micas diversificadas aliada a uma disfun o de como o setor energ tico deveria interagir com a sociedade Em muito pouco os avan os do Decreto n 41 019 de 1957 que regulamenta o C digo de Aguas possibilitou a t o esperada estabilidade setorial com um regime jur dico claro e linear SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito ano t 1 p 194 195 ese LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 97 98 93 Paulo A cria o do Minist rio das Minas e Energia promovida pela Lei n 3 782 1960 altera a institucionalidade setorial eis que este veio a substituir o Minist rio da Agricultura que coordenava o setor desde a forma o deste Ao novo Minist rio foram incorporados o Conselho Nacional de guas e Energia El trica CNAEE institu do pelo Decreto lei n 1 285 1939 e subordinado diretamente Presid ncia da Rep blica e a Divis o de guas do Minist rio da Agricultura Depois de anos de resist ncia por parte dos concession rios privados formada no governo de J
232. cia o Caso em que n o pode prevalecer o princ pio da preserva o da fonte produtiva Impossibilidade de transfer ncia do risco da atividade da recuperanda que resultou em sua atual situa o de crise financeira a terceiros Exegese dos arts 5 XVII XVIII da CF e art 47 da Lei n 11 101 2005 Pedido de expedi o de certid o positiva de distribui o de recupera o judicial com efeitos de negativa Impossibilidade em raz o da aus ncia de prova quanto capacidade da recuperanda de saldar os cr ditos ainda devidos Decis o mantida Agravo desprovido TJSP Al 0172797 65 2012 8 26 0000 Rel Des Pereira Cal as 1 C mara Reservada de Direito Empresarial julg em 28 08 2012 DJ 29 08 2012 Tal entendimento foi o mesmo neste outro caso TJSP Al 0084329 28 2012 8 26 0000 Rel Des Pereira Cal as 1 C mara Reservada de Direito Empresarial julg em 05 06 2012 DJ 06 06 2012 183 4 2 A INSER O DOS CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA EM ESTRUTURAS SIM TRICAS E AN LOGAS A REDES CONTRATUAIS Os contratos que permitem a realiza o da opera o econ mica de comercializa o de energia est o necessariamente interligados sendo imposs vel a explica o do funcionamento de tal sistema a partir da considera o de quaisquer deles analisados isoladamente Isso porque a opera o econ mica de comercializa o de energia el trica mais ampla do que conte do abrangido por determinada modalida
233. cia entre a ANEEL e a CCEE quanto aplica o de penalidades In CASTRO Marcus Faro de LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Direito da Energia El trica no Brasil Bras lia UNB 2010 p 77 p 53 78 414 Sobre o debate doutrin rio entre as express es caso fortuito e for a maior ver ALVIM Agostinho Da inexecu o das obriga es e suas consequ ncias 3 ed atual Rio de Janeiro Jur dica e Universit ria 1965 p 311 319 202 como sin nimas pela codifica o Judith Martin Costa entende que tais express es representam um evento n o imput vel ao devedor que ocasiona a impossibilidade da presta o tal como devida Segundo a autora os elementos essenciais para a configura o do caso fortuito ou for a maior o imperativo de que o fato seja necess rio e inevit vel Quanto necessariedade do fato esta deve ser compreendida concretamente em rela o ao dever a ser prestado quando o devedor que possa conhecer do fato utilizando se de normal dilig ncia n o possa resistir ao evento ou elimin lo Nessa hip tese diferencia o fortuito interno em que o fato inevit vel est ligado aos riscos inerentes da atividade exercida pelo devedor do fortuito externo que ser estranho organiza o da empresa No primeiro caso embora o fato possa ser imprevis vel ele n o necess rio ou inevit vel em ltima inst ncia Logo ainda que o agente atue com a devida dilig ncia e cuidado mas o fato venha
234. ciais e Culturais DNAEE Departamento Nacional de guas e Energia El trica EBR Energia Sustent vel do Brasil ELETROBR S Centrais El tricas Brasileiras S A ELETRONORTE Centrais El tricas do Norte do Brasil S A ELETROSUL Centrais El tricas do Sul do Brasil S A EPE Empresa de Pesquisa Energ tica FMI Fundo Monet rio Internacional FURNAS Furnas Centrais El tricas S A GCOI Grupo de Coordena o da Opera o Interligada IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IDH ndice de Desenvolvimento Humano IEA Ag ncia Internacional de Energia IGI Inspetoria Geral de Ilumina o IPEA Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada MAE Mercado Atacadista de Energia MME Minist rio das Minas e Energia MME Modelo Institucional do Setor El trico MRE Mecanismo Realoca o de Energia NOS Operador Nacional do Sistema OMC Organiza o Internacional do Com rcio PCH Pequenas Centrais Hidrel tricas PIE Produtores Independentes de Energia PLD Pre o de Liquida o de Diferen as PND Programa Nacional de Desestatiza o PPT Programa Priorit rio de Termeletricidade RE SEB Reestrutura o do Setor El trico Brasileiro REVISE Reestrutura o Institucional do Setor El trico SIN Sistema Integrado Nacional UHE Usinas Hidrel tricas USELPA Usinas El tricas do Paranapanema xi RESUMO Os processos de privatiza o do setor el trico ocorridos no Brasil a par
235. cializa o de energia el trica que passaria a se dar por meio de contratos bilaterais livremente pactuados entre produtores independentes e compradores concession rios de distribui o e consumidores livres Foi tamb m introduzida por tal lei art 4 a figura dos comercializadores de energia regulamentada pela Resolu o ANEEL n 265 1998 20 SAUER Ildo et al Energia el trica no Brasil contempor neo In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 145 146 ee Veja se que antes mesmo da conforma o no novo marco regulat rio setorial j haviam sido privatizadas dezoito empresas de energia em sua maior parte distribuidoras cuja regula o mais simples do que nos demais segmentos foi feita em maior parte no pr prio contrato de concess o 22 PAIX O Lindolfo Enesto Mem rias do Projeto RE SEB S o Paulo Massao Ohno 2000 p 173 108 que dependem de autoriza o da ANEEL para funcionamento poderiam comprar energia dos produtores e revend la para os compradores consumidores livres e distribuidoras sob a justificativa de dinamizar as transa es e pressionar a redu o de pre os Para tanto a Lei n 9 648 1997 estabeleceu mecanismos de comercializa o independente dos mecanismos de despacho No que se refere comercializa o de energia foi criado o Mercado Atacadista de Energia MAE para contabilizar as diferen as
236. cientes ser feito o rateio da inadimpl ncia entre todos os agentes credores na propor o de seus cr ditos l quidos resultantes da contabiliza o Al m dessas obriga es diretamente relacionadas ao processo de refletia as opera es que seriam realizadas naquele m s ou mesmo futuramente no mercado spot Essa sistem tica na vis o do regulador n o agregava seguran a s opera es realizadas no mercado de curto prazo pois o agente poderia ser devedor de grandes quantias mas tendo ele um bom hist rico de adimpl ncia aportava valores m nimos Diante disso a ANEEL prop s que as garantias ofertadas no processo de liquida o do mercado spot passassem a considerar os requisitos consumo venda e os recursos contratos gera o dos agentes para o horizonte de seis meses O valor de garantia aportado passaria a refletir o m s anterior j contabilizado o m s em curso e os pr ximos quatro meses Esta proposta foi submetida a Audi ncia P blica 046 2008 e resultou na Resolu o ANEEL n 336 2008 A nova sistem tica permite calcular a expectativa real de exposi o de agente no mercado spot e determinar o valor da garantia que deve ser aportada ex ante garantindo mais robustez s opera es desse segmento MAGALHAES Gerusa PARENTE Virg nia O mercado atacadista c mara de comercializa o de energia el trica a evolu o de um novo paradigma regulat rio no Brasil Revista Brasileira de Energia S o Pa
237. cionalizar e submeter tais opera es econ micas a fins sociais que transcendem o interesse das partes que se encontram refletidos e consolidados na estrutura de tipifica o Desta forma a contrata o de energia resta subsumida a regula o de car ter cogente de forma a limitar a autonomia privada dos contratantes n o tanto por eventuais disparidades de poder negocial existentes entre as partes mas sim devido essencialidade e ao custo social do objeto mediato de tais rela es Nessa esp cie contratual ainda que estejam presentes as fun es da tipifica o quanto facilita o pois necess rio facilitar o tr fego de energia el trica e reduzir os custos de transa o de tais opera es e delimita o tendo em vista que preciso delimitar um regime espec fico prevalente a fun o de programa o de tais atividades econ micas em conformidade com a op o pol tica pelo Estado Social emanada da Constitui o da Rep blica de 1988 e as respectivas orienta es que esta determina para a ordem econ mica e em especial para o setor el trico Por conseguinte um dos reflexos da estrutura de regula o setorial cujas linhas gerais est o delineadas pelo texto constitucional e delimitadas pelas op es adotadas pelo legislador infraconstitucional nas reformas ocorridas a partir da d cada de 1990 reside num processo de maior intensidade da tipifica o contratual na comercializa o de energia S o div
238. classificada como bem m vel pela legisla o brasileira A eletricidade comercializada consistir em coisa certa por m gen rica uma vez que poss vel apenas determinar suas quantidades Assim o contrato dever especificar as quantidades de energia negociadas durante determinados intervalos de tempo atrav s de sua determina o em megawatts hora MW h Nos contratos de comercializa o de energia incentivada tamb m dever estar especificada a fonte utilizada A quantidade de energia a ser vendida estar limitada pelo lastro do agente vendedor Tal lastro composto pela garantia f sica de empreendimentos de 8 GOMES Orlando Contratos 26 ed atual S o Paulo Saraiva 2008 p 265 161 gera o pr pria do agente ou de terceiros neste ltimo caso adquirida por contratos de compra de energia Nesse sentido caso ocorram atrasos no in cio da opera o das unidades de gera o do agente vendedor impossibilitando o cumprimento das obriga es por ele assumidas este dever celebrar contratos de compra com terceiros a fim de garantir o lastro suficiente sem preju zo das penalidades aplic veis na forma do art 5 do Decreto n 5 163 2004 Tendo em vista a varia o na produ o e no consumo de energia no tempo as quantidades de energia vendidas dever o sofrer processo de sazonaliza o e modula o de acordo com o tipo de contrato a fim de adequ las no per odo de dura o deste A sazonaliza o co
239. com suas obriga es da CCEE Este ltimo aspecto de grande relev ncia tendo em vista que em verdade representa a exclus o do inadimplente do mercado de energia el trica A Resolu o ANEEL n 545 2013 disciplina as condi es e procedimentos aplic veis ao desligamento de agentes no mbito da CCEE O artigo 2 da Resolu o indica tr s hip teses de desligamento sendo elas a compuls ria a volunt ria e aquela por inadimplemento A forma compuls ria dar se quando 430 Conforme disciplina o art 11 do Decreto n 5 177 de 2004 o patrim nio da CCEE constitu do por contribui es dos agentes eventuais subven es e doa es receitas resultantes de ressarcimento de custos e despesas recebimento de emolumentos aplica o dos recursos sociais e pelos bens m veis e im veis t tulos valores e direitos pertencentes ou que venham a pertencer CCEE Com rela o ao custeio a CCEE como organiza o civil de direito privado e sem fins lucrativos tem seus custos totais incluindo os operacionais e de investimento decorrentes de atividades realizadas para seu funcionamento rateados entre todos os agentes proporcionalmente aos votos atribu dos para participa o nas Assembleias Gerais CCEE Regras de Comercializa o Votos e Contribui o Associativa S o Paulo CCEE 2013 p 11 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 431 As Regras de Comercializa o definem tais e
240. complementar e n o estrutural de tais leil es os prazos de contrata o s o menores quando comparados com os CCEARs Dessa forma os prazos de suprimento s o de no m ximo dois anos apenas com prazo de in cio de entrega de no m ximo quatro meses muito reduzido se compar lo com o dos leil es A 1 e Ai1 5 dos CCEARs Ademais o montante total de energia comercializada por meio de tais contratos n o pode exceder um por cento da carga total contratada das distribuidoras consoante o 81 do referido art 26 A sistem tica de contrata o embora assemelhada ao dos CCEARs um pouco diversa por decorr ncia da Resolu o ANEEL n 411 2010 recentemente alterada pela Resolu o ANEEL n 563 2013 A quantidade de energia adquirida o in cio do suprimento o submercado de entrega s o condi es contratuais 245 determinadas pelas pr prias distribuidoras participantes do certame O pre o m nimo do leil o o PLD m nimo e o valor m ximo o Valor de Refer ncia este determinado pela ANEEL e calculado pela m dia dos pre os de venda dos leil es A 3 e A 5 com entrega no mesmo ano A Poder o figurar como vendedores nos leil es de ajuste os agentes de gera o comercializadores e importadores de energia sendo estes respons veis pela entrega e pelo lastro do volume ofertado Ap s o leil o os compradores e vencedores firmar o instrumentos bilaterais denominados Contratos de Leil o de Ajuste a serem registrados nos
241. constitucional decorre da transposi o para o direito interno do Princ pio 1 da Confer ncia das Na es Unidas para o Meio Ambiente de 1972 Sob o ponto de vista do direito ambiental brasileiro Paulo Affonso Leme Machado destaca os seguintes aspectos do princ pio da equidade intergeracional A equidade no acesso aos recursos ambientais deve ser enfocada n o s com rela o localiza o espacial dos usu rios atuais como em rela o aos usu rios potenciais das 121 art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida impondo se ao Poder P blico e coletividade o dever de defend lo e preserv lo para as presentes e futuras gera es 122 SILVA Anderson Furlan Freire da Direito ambiental Rio de Janeiro Forense 2010 p 111 112 51 gera es vindouras Um posicionamento equ nime n o f cil de ser encontrado exigindo considera es de ordem tica cient fica e econ mica das gera es atuais e uma avalia o prospectiva das necessidades futuras nem sempre poss veis de serem conhecidas e medidas no presente Seja qual for a fonte de energia utilizada haver impactos socioambientais significativos na gera o el trica em grande escala os quais devem ser sen o evitados ao menos mitigados Para tanto a legisla o ambiental brasileira em especial a Lei da Pol tica Nacional do Meio Ambiente Lei n
242. consumidores livres que passou de quarenta em 2004 para 613 em 2013 CCEE Infomercado n 72 ago 2013 Dispon vel em Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 10 08 2018 276 Art 8 Os arts 4 11 12 15 e 17 da Lei n 9 074 de 7 de julho de 1995 passam a vigorar com as seguintes altera es qd CAR E 5 As concession rias as permission rias e as autorizadas de servi o p blico de distribui o de energia el trica que atuem no Sistema Interligado Nacional SIN n o poder o desenvolver atividades de gera o de energia el trica Il de transmiss o de energia el trica III de venda de energia a consumidores de que tratam os arts 15 e 16 desta Lei exceto s unidades consumidoras localizadas na rea de concess o ou permiss o da empresa distribuidora sob as mesmas condi es reguladas aplic veis aos demais consumidores n o abrangidos por aqueles artigos inclusive tarifas e prazos IV de participa o em outras sociedades de forma direta ou indireta ressalvado o disposto no art 31 inciso VIII da Lei n 8 987 de 13 de fevereiro de 1995 e nos respectivos contratos de concess o ou V estranhas ao objeto da concess o permiss o ou autoriza o exceto nos casos previstos em lei e nos respectivos contratos de concess o 7 As concession rias e as autorizadas de gera o de energia el trica que atuem no Sistema Interligado Nacional SIN n o poder
243. contabilizado sendo necess ria a indica o de ao menos uma de suas usinas para o m s a ser contabilizado e MRE De acordo com a curva de gera o verificada no portf lio de todas as usinas pertencentes ao MRE no m s a ser contabilizado Verifica se assim que as partes possuem elevado grau de flexibilidade para estabelecer mecanismos adequados de sazonaliza o e modula o em seus contratos de forma a melhor ajust los s suas disponibilidades e necessidades energ ticas De forma geral as referidas condi es s o v lidas para todas as esp cies de CCEAL que admitem as mesmas formas de distribui o dos montantes de energia vendidos e adquiridos ao longo da rela o contratual No entanto em que pese as referidas caracter sticas gerais devem ainda 445 A referida forma de modula o v lida para praticamente todas as formas de CCEAL exceto aquelas em que as distribuidoras figurarem como compradoras Nessa hip tese os Procedimentos de Comercializa o estabelecem uma forma espec fica de modula o A modula o de montantes de energia contratados em CCEAL celebrados entre empresas do mesmo grupo econ mico cujo comprador seja agente de distribui o e em conformidade com a premissa 3 16 realizada conforme indica o da ANEEL utilizando um dos seguintes crit rios a de acordo com o perfil de carga do agente comprador b conforme curva de gera o verificada do portf lio de usinas c flat o
244. contratada definida pela ANEEL a cada um dos cotistas A sazonaliza o dos Contratos de Itaipu ser igual aos valores mensais definidos pela ANEEL no ato homologat rio A modula o portanto ser a modula o da garantia f sica de Itaipu ajustada pelo fator de rateio de perdas de gera o conforme determinam as Regras de Comercializa o Contratos A partir do exposto verifica se que os Contratos de Itaipu possuem um regime de contrata o com forte incid ncia da regula o at mesmo mais presente que nos CCEAR Por se tratar da energia de um nico vendedor que ser repartida aos compradores por meio de crit rios estritamente t cnicos e vinculados aos mencionados diplomas normativos praticamente nula a competi o na aquisi o desta eletricidade Tal estrutura extremamente fechada em rela o autonomia dos contratantes deve se ao car ter estrat gico do empreendimento de Itaipu na matriz energ tica brasileira e s peculiaridades da fei o binacional deste como instrumento de coopera o internacional que tem em vista o desenvolvimento econ mico dos pa ses envolvidos Visa assim permitir que os benef cios 49 Conforme art 2 da Resolu o ANEEL n 218 2006 e art 1 da Resolu o ANEEL n 331 2008 Defini o de Pot ncia Contratada e Energia Vinculada 481 Para os anos de 2012 e 2013 o rateio das cotas parte est definido na Resolu o Homologat ria ANEEL n 1 386 2012
245. cos possibilidade de dano irrepar vel ou de dif cil repara o e abuso de direito de defesa ou manifesto prop sito protelat rio do r u Concomitantemente reclama a aus ncia do requisito negativo consistente no perigo de irreversibilidade do provimento antecipado 2 O recurso interposto contra decis o que defere ou indefere pedido de antecipa o dos efeitos da tutela jurisdicional devolve ao rg o julgador apenas o 200 sistema de comercializa o foi estruturado sob uma l gica que privilegia o fornecimento de energia aos compradores de modo a garantir o abastecimento dos consumidores sejam eles livres ou cativos Em raz o disso foram constru dos mecanismos para a mitiga o e compartilhamento de riscos financeiros e hidrol gicos na atividade de gera o como o Mecanismo de Realoca o de Energia 1 MRE Mecanismo de Redu o de Garantia F sicat e Aloca o de Excedente exame da presen a ou aus ncia destes pressupostos legais ensejadores da concess o 3 A pr pria autora afirma que a discuss o acerca das excludentes de responsabilidade pelo descumprimento do cronograma n o objeto da presente a o eis que est sendo discutido administrativamente 4 A autora recebeu da ag ncia reguladora outorga de autoriza o para implanta o de empreendimento de gera o e celebrou contratos de comercializa o de energia el trica de forma que tinha conhecimento desde o in cio das regras acerca da aplica
246. cr ditos dos agentes principais e vinculados sendo estes compensados No entanto para a apura o de penalidades o tratamento feito considerando os agentes separadamente 6 3 CONTRATOS DE CESS O DE ENERGIA Apresentadas as caracter sticas gerais dos CCEAL e dos CCEI cumpre agora analisar como os agentes no ACL ao firmarem tais contratos poder o ceder a energia por eles adquirida e que n o tiverem interesse ou possibilidade de utiliz la a outros agentes do mercado A possibilidade de cess o de energia entre agentes do ACL recente e vem no contexto das mudan as implementadas na comercializa o de energia em 2012 At ent o era vedado aos agentes consumidores cederem a terceiros a energia que viessem a adquirir por meio das modalidades contratuais j expostas O problema da sobrecontrata o de energia pelos consumidores era uma quest o de menor 451 CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 p 66 67 222 relev ncia no cen rio anterior uma vez que era permitido o registro ex post de energia contratada no ACL Ou seja comprador e vendedor poderiam registrar as quantidades contratadas depois que estas fossem efetivamente consumidas pelos primeiros 2 No entanto a Portaria MME n 455 2012 veio alterar tal contexto estabelecendo a necessidade contrata o ex ante da eletricidade a ser consumida pelos consumidores liv
247. da MP n 434 de 30 07 1994 Al m disso era ainda necess ria a regulamenta o do art 175 da CF 1988 o que se daria com o advento da Lei de Concess es Lei 8 987 90 a fim de garantir seguran a jur dica aos investidores O Programa Nacional de Desestatiza o apenas seria devidamente implementado ap s reforma ocorrida no ano de 1997 com a promulga o da Lei 9 491 1997 js Inspirada no REVISE Revis o Institucional do Setor El trico a Lei n 8 631 1993 previa a orienta o comercial das empresas a partir de resultados operacionais baseados em efic cia da gest o buscando estabelecer relacionamentos baseados em contratos dando fim ao regime de remunera o garantida e equaliza o tarif ria O art 3 da referida lei determina a 236 A modicidade tarif ria questionada como um objetivo pass vel de ser imposto de maneira sustentada no setor el trico por impactar negativamente na capacidade de investimento para a expans o do parque energ tico e no equil brio econ mico financeiro das empresas de energia LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 382 27 Por exemplo a Lei n 8 028 1990 extinguiu o Minist rio das Minas e Energia passando se suas atribui es para o rec m criado Minist rio da Infraestrutura para pouco tempo depois o primeiro ser recriado na Lei n 8 422 1992 38 Dentre as tentativas de reestrutura o do setor d
248. da rela o ao princ pio constitucional da justi a social Paulo Nalin indica a exist ncia de duas dimens es para a fun o social do contrato Uma primeira de car ter extr nseco que tem por fim a coletividade mitigando a relatividade dos efeitos do contrato preocupando se ainda que se entenda que tais valores s o preservados n o em regime absoluto mas relativo A verdade no entanto que tais valores n o est o dispostos em situa o sendo mais correto observar que a liberdade de contratar n o sen o um corol rio da propriedade privada dos bens de produ o Isso porque a liberdade de contratar tem o sentido prec puo de viabilizar a realiza o dos efeitos e virtualidades da propriedade privada individual dos bens de produ o Em outros termos o princ pio da liberdade de contratar instrumental do princ pio da propriedade privada dos bens de produ o A atua o do Estado sobre o dom nio econ mico por isso mesmo impacta de modo extramente sens vel sobre o regime dos contratos GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1998 8 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2003 p 83 43 MARTINS COSTA Judith Mercado e solidariedade social entre cosmos e taxis a boa f nas rela es de consumo In org A reconstru o do direito privado S o Paulo RT 2002 p 631 p 611 661 4 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 42 4 LOPEZ Teresa Ancona Princ pios contrat
249. dade proveniente de PCHs fontes e licas e biomassa foram estabelecidos os Contratos do PROINFA por meio dos quais a energia adquirida em chamadas p blicas pela Eletrobr s e rateada entre os cotistas do programa Os Contratos de Leil o de Ajuste t m por base leil es espec ficos para a complementa o da eletricidade necess ria ao atendimento integral dos mercados dos agentes de 265 distribui o com prazos de suprimento de at dois anos J os Contratos de Cota de Garantia F sica decorrem das reformas implementadas em 2012 as quais impuseram aos concession rios de gera o que demonstraram interesse na renova o de suas concess es a obrigatoriedade de fornecer s distribuidoras cotistas a energia por eles gerada por meio de tarifas reguladas pela ANEEL Por sua vez os Contratos de Energia de Reserva e Contratos de Uso de Energia de Reserva visam garantir a continuidade no fornecimento de energia el trica com a contrata o de reserva de capacidade de gera o em leil es espec ficos pela CCEE essa energia liquidada no mercado de curto prazo e remunerada pelo Encargo de Energia de Reserva cobrado de todos os agentes da categoria de consumo Para as cess es de energia entre os agentes de distribui o do ACR foi estabelecido o Mecanismo de Compensa o de Sobras e D ficits de forma a evitar e mitigar o impacto econ mico de poss veis redu es de contrata o s geradoras e minimizar a aplica o de penali
250. dades a estas por insufici ncia de lastro de energia Finalmente os Contratos de Gera o Distribu da disciplinam a aquisi o pelos distribuidores de energia proveniente de geradores conectados diretamente s redes de distribui o mediante a realiza o de chamadas p blicas Em apertad ssima s ntese essas s o as conclus es gerais da presente pesquisa Como principais constata es considera se que a representa o dos contratos de comercializa o de eletricidade como estruturas an logas aos contratos de compra e venda contra documentos pode ser um dos caminhos interessantes para resolver o plano bilateral da rela o em quest o Al m disso a pr pria conforma o dos planos em bilaterais e plurilaterais pode vir a ser uma contribui o para a tem tica Por tratar se de um dos primeiros trabalhos sobre o tema na literatura brasileira procurou se principalmente nos cap tulos da segunda parte referentes ao ACL e ACR sistematizar e regula o jur dica de cada uma das modalidades contratuais ao inv s de se apressar em critic las o que pode ter implicado numa certa perda de densidade te rica Al m disso outra cr tica ao estudo pode se dar em rela o amplitude dada na primeira parte ao tema da competi o e na forma o da estrutura regulat ria brasileira do setor de eletricidade No entanto pretendeu se apresentar o atual modelo setorial de forma coerente e contextualizada ao inv s de simplesmente detalhar
251. dar ap s o cumprimento de todas as obriga es deste com o mercado poss vel que o pedido de desligamento volunt rio venha acompanhado da sucess o de agentes assumindo o sucessor todos os direitos e obriga es vencidas e vincendas do sucedido No entanto para os fins do presente trabalho o desligamento por inadimplemento do agente assume maior relev ncia O art 5 da Resolu o ANEEL n 545 2013 estabelece as condi es principais para o desligamento por inadimplemento da CCEE Art 5 Enseja o desligamento de um agente da CCEE o descumprimento no mbito da CCEE das obriga es estabelecidas pelas normas vigentes notadamente a Conven o de Comercializa o os Procedimentos de Comercializa o e o Estatuto Social da CCEE incluindo o inadimplemento atinente a liquida o financeira do mercado de curto prazo II penalidade de qualquer natureza inclusive multas HI constitui o de garantias financeiras IV contribui o associativa V despesas de leil o VI emolumentos VII liquida o financeira relativa contrata o da energia de reserva VIII liquida o financeira relativa a apura es do Mecanismo de Compensa o de Sobras e D ficits MCSD IX liquida o financeira relativa s cotas de que trata o Decreto no 7 805 de 14 de setembro de 2012 X liquida o financeira da receita de venda de Angra 1 e 2 e XI demais valores devidos no mbito da CCEE
252. de compra e venda do ACL devendo ser considerada uma categoria distinta Apresentadas as principais modalidades contratuais no Ambiente de Contrata o Livre passa se a seguir a analisar as diferentes esp cies de contratos no Ambiente de Contrata o Regulada conforme se exp e no pr ximo cap tulo 221 7 CONTRATOS DO AMBIENTE DE CONTRATA O REGULADA No modelo setorial implementado a partir da Lei n 10 848 2004 foi mantida grande parte da estrutura competitiva anterior baseada na livre concorr ncia em um mercado de atacado e de varejo N o obstante firmou se no marco regulat rio uma divis o expl cita entre os diferentes modelos competitivo setoriais de acordo com os agentes da cadeia produtiva a quem a energia destinada A estrutura de competi o no varejo destinada a atender comercializadores e consumidores livres ou especiais restou em grande parte mantida no Ambiente de Contrata o Livre ACL Apenas foram aprofundados os instrumentos necess rios para a forma o de um mercado competitivo de modo a levar em conta as caracter sticas e a significa o social do bem energia el trica No entanto em rela o ao mercado de atacado que possui o objetivo de abastecer os agentes distribuidores que atendem aos consumidores cativos o modelo realizou uma ruptura com o anterior criando um mercado espec fico com maior intensidade de regula o quanto forma de aquisi o da energia H assim preval nc
253. de conforma o setorial limitado pelos espa os de liberdade empresarial assegurados pela lei SUNDFELD Carlos Ari CAMARA Jacintho Arruda Da regula o pol tica regula o t cnica o 30 Com a regula o se d prolifera o de centros normativos que re nem aspectos de direito p blico e de direito privado para a conforma o jur dica de determinados setores econ micos A transfer ncia da gest o de tais atividades econ micas para os agentes privados ainda que tenha implicado na maior incid ncia de normas de direito privado nas rela es jur dicas dela decorrentes n o significou o transporte pleno do regramento de tais rela es para a codifica o civil Formam se assim para a estrutura o dos arcabou os regulat rios normativos setoriais microssistemas que conjugam aspectos p blicos e privados necess rios para comportar as altera es incorridas por consequ ncia dos mencionados processos de privatiza o fragmenta o de diplomas normativos leis decretos portarias resolu es et cetera necess rios para a regula o de tais setores que comp em os microssistemas em quest o garantida unidade axiol gica no direito constitucional com fundamento no princ pio da dignidade da pessoa humana Os contratos passam ter a dif cil miss o de refletir tal complexidade de forma a ser poss vel abarcar a formaliza o jur dica das opera es econ micas necess rias para a consecu o das atividad
254. de continuada embora em geral modesta desvaloriza o da moeda Uma solu o foi a introdu o da Cl usula Ouro de especial relev ncia para as empresas de capital estrangeiro que tinham interesse em adquirir divisas para cobertura de encargos financeiros externos e remessa de dividendos Por esse mecanismo as tarifas eram definidas parcialmente em papel moeda e em ouro o valor desse atualizado pelo c mbio m dio mensal LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 58 171 Embora n o possu sse dispositivos espec ficos sobre a mat ria a Constitui o Federal de 1891 estabelecia a partir de uma leitura sistem tica especialmente dos artigos 64 art 68 art 9 4 e art 31 6 que era compet ncia dos Estados promoverem as outorgas de concess o ou permiss o para aproveitamento e utiliza o das quedas d gua para a atividade de gera o de energia dependendo de o rio atravessar mais de um Estado ou n o e compet ncia dos munic pios a concess o dos servi os locais de distribui o 79 cadeias produtivas de energia el trica no pa s Como exemplos relevantes desse modelo tem se as concess es da S o Paulo Tramway Light and Power na cidade de S o Paulo em 1901 e a concess o Reid no Rio de Janeiro em 1900 adquirida em 1905 pela The Rio de Janeiro Tramway Light and Power Co Ltd Posteriormente as duas empresas passam a fazer parte da
255. de de contrata o pr via da integralidade do consumo previsto pelos agentes Na comercializa o dessa energia em um mercado competitivo necess rio compatibilizar o plano f sico com as opera es realizadas plano contratual por meio da contabiliza o e liquida o de diferen as no mercado de curto prazo Essa incumb ncia atribu da CCEE composta por todos os agentes que fazem parte do SIN No mbito obrigacional demonstrou se inicialmente que a comercializa o de eletricidade caracterizada de forma an loga a um contrato de compra e venda por documentos As opera es de comercializa o atendem assim aos elementos da compra e venda cl ssica coisa pre o e consenso ainda que de forma espec fica as particularidades da opera o econ mica de base Tendo em vista que ficta a tradi o da energia comercializada poss vel caracterizar a rela o por analogia compra e venda por documentos Por m constatou se que as estruturas contratuais cl ssicas n o d o conta de explicar o regime de comercializa o de eletricidade no sistema hidrot rmico brasileiro de acordo com o marco regulat rio atual Para tanto se apresentou a formaliza o da opera o econ mica de base em dois planos principais Um primeiro plano bilateral conforme exposto an logo a uma rela o de compra e venda por documentos em que comprador e vendedor realizam a tradi o ficta da energia que ser injetada e consumida do sist
256. de de contratos atomisticamente considerada Ressalte se que as diferentes esp cies contratuais que permitem a compra e venda de energia el trica n o s o apenas os contratos de comercializa o per se Existem ainda diversas outras modalidades de contrato que estabelecem diferentes vincula es necess rias para o funcionamento do sistema como um todo como por exemplo os diversos contratos de concess o de servi os p blicos de gera o transmiss o e distribui o contrato de conex o contratos de uso dos sistemas de transmiss o e distribui o contrato de presta o de servi os de transmiss o contratos de servi os ancilares CSA dentre outros Destarte a matriz de contratos que une a ind stria desagregada aludida por Hunt e Shuttleworth formada por diversas esp cies contratuais que se encontram integradas em uma estrutura sist mica nica Eduardo Katemi Kataoka aponta a insufici ncia da teoria contratual tradicional em explicar a pluralidade de contratos necess ria para abranger as opera es econ micas da contemporaneidade Nesse sentido ressalta As pr ticas dos atores do tr fego contratual mudaram radicalmente De contratos isolados e relativamente enxutos em seu clausulado passou se a uma pr tica de v rios contratos todos se dirigindo estrutura o da mesma opera o econ mica de clausulado mais longo poi Parece portanto l cito dizer que o esquema doutrin rio da tipicidade e atipicidad
257. de de energia da intensidade energ tica etc GOMES Gabriel Jamur UNSIHUAY VILA Clodomiro Compet ncias e estruturas institucionais dos estados e da uni o para o planejamento energ tico distin es e propostas para um planejamento mais preciso efetivo e descentralizado In SBPE Anais do VIII Congresso Brasileiro de Planejamento Curitiba SBPE 12 a 15 ago 2012 CD ROM A respeito do tema do planejamento energ tico ver BAJAY S rgio Valdir Planejamento Energ tico Necessidade objetivo e metodologia Revista Brasileira de Energia Sociedade Brasileira de Planejamento Energ tico 1989 vol 01 n 01 BAJAY S rgio Valdir BARONE Jussara Colombini Otimiza o do uso de balan os energ ticos no Planejamento Energ tico Regional Revista Brasileira de Energia Sociedade Brasileira de Planejamento Energ tico 1992 vol 02 n 01 BURANI Geraldo Francisco Energia In GALV O Luiz Ribeiro et al org Inicia o a Conceito de Sistemas Energ tico para o Desenvolvimento Limpo S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2004 CARVALHO Joaquim Francisco de JANNUZZI Gilberto De Martino Aspectos Eticos do Modelo de Planejamento do Setor El trico Revista Brasileira de Energia Sociedade Brasileira de Planejamento Energ tico 1994 vol 03 n 02 EPE Aspectos fundamentais do planejamento energ tico Dispon vel em lt www epe gov br gt Acesso em 02 fev 2012 Para uma explana o t cnica das diversas formas su
258. de embotijamento A corrente el trica por m n o tem a mesma corporalidade A doutrina e jurisprud ncia brasileiras conceituando o seu desvio irregular como furto levavam sua caracteriza o como coisa m vel e o C digo Penal brasileiro encerrou qualquer controv rsia equiparando a energia el trica ou qualquer outra dotada de valor econ mico a coisa m vel art 1558 39 De igual forma a jurisprud ncia passou a se manifestar quanto classifica o da energia dentre os bens m veis ainda que n o houvesse disposi o Tal imposto foi institu do a partir de outros tributos estabelecidos no contexto brasileiro p s ll Guerra Mundial com o intuito de garantir a produ o importa o circula o distribui o e consumo dos produtos por ele abrangidos e considerados pelo legislador como essenciais a fim de garantir a n o incid ncia de outros tributos estaduais e municipais sobre estes O referido dispositivo legal n o foi recepcionado pela Constitui o Federal de 1988 uma vez que a institui o do imposto nico saiu do rol de compet ncias tribut rias da Uni o entabulado pelo art 153 do texto constitucional Todavia a extin o de tal imposto n o implicou em redu o da carga tribut ria uma vez que os fatos geradores que o amparavam passaram para o mbito da compet ncia dos Estados e Munic pios A energia el trica em particular passou a ser tributada pelo Imposto sobre Circula o de Mercado
259. de forma isolada cada um dos 266 seus elementos Ademais diversos dos caracteres ainda hoje vigentes encontram se disciplinados nos modelos competitivos anteriores sendo este outro motivo importante para apresentar o tema de tal forma Como poss veis aprofundamentos futuros menciona se certamente a necessidade de entrela ar a presente an lise com a quest o do servi o p blico e atos de outorga do setor de eletricidade Outro aspecto de interesse intrinsecamente ligado ao citado tema do servi o p blico se d na interface das rela es contratuais de longo prazo dos agentes com o Estado com as rela es de comercializa o Como palavras finais pretende se ressaltar que o presente trabalho ora findo nada mais do que um come o S o necess rios ainda diversos aprofundamentos te ricos a respeito dos aspectos jur dicos da comercializa o de energia no Brasil A maior parte dos trabalhos existentes sobre o tema partem das reas de engenharia el trica ou de economia Al m disso mostram se importantes tamb m estudos transdisciplinares que inter relacionem o estudo do direito civil com aspectos de direito econ mico Sem a conjuga o entre ambas as disciplinas n o poss vel a adequada compreens o das rela es entre agentes privados em setores regulados 267 REFER NCIAS ALVES Jos Carlos Moreira A parte geral do Projeto de C digo Civil brasileiro subs dios hist ricos para o novo C digo Civil brasile
260. de salientar que n o se pretende aqui apresentar as repercuss es da competi o sob a tica da regula o da concorr ncia tratadas pelo direito antitruste embora se reconhe a a import ncia deste para a tem tica Mas apenas ressaltar a inser o da competi o na cadeia produtiva setor el trico como importante elemento para a tem tica dos contratos de comercializa o Segundo Hunt e Shuttleworth sob o prisma da competi o e da escolha existem quatro modelos te ricos de estrutura o do setor el trico de um determinado pa s estando eles divididos entre aqueles baseados em regime de monop lio e os conformados progressivamente a um regime de competi o Ambas as categorias possuem necessidades regulat rias distintas e diferentes estruturas contratuais Cumpre ressaltar que tais modelos s o meramente te ricos Cada pa s estrutura seu setor el trico de maneira pr pria aproximando se mais ou menos de alguma das configura es aqui indicadas 4 138 Os monop lios verticalizados no setor el trico ser o explanados em mais detalhes nos t picos seguintes Fes respeito do tema ver dentre outras as seguintes obras FORGIONI Paula Direito Antitruste 2 ed rev amp S o Paulo RT 2005 SALOM O FILHO Calixto Direito Concorrencial as condutas S o Paulo Malheiros 2003 SALOMAO FILHO Calixto Direito Concorrencial as estruturas 2 ed S o Paulo Malheiros 2002 HOVENKAMP Herbert The antitruste
261. de sua energia limitada ao seu lastro No plano plurilateral d se a conjuga o das posi es bilaterais com as demais caracter sticas f ticas do sistema de modo a compatibilizar as expectativas criadas no plano anterior com o consumo e gera o efetivamente verificados O v nculo desse segundo plano decorre da rela o contratual em si e do ingresso desses agentes na C mara de Comercializa o de Energia El trica Uma vez que tais diferen as s o inerentes comercializa o de energia a vincula o dos agentes ao mercado de curto prazo obrigat ria tendo em vista a necessidade de se assegurar a seguran a energ tica do sistema como um todo e de garantir que toda a eletricidade gerada seja devidamente arcada por quem a consumiu As normas que conformam a estrutura plurilateral do segundo plano da rela o contratual de comercializa o de eletricidade possuem car ter cogente e 378 Em rela o a todas as fun es mencionadas LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 215 182 integram os contratos bilaterais firmados Desta maneira o contrato plurilateral estabelecido entre as partes e todos os agentes do mercado de curto prazo de car ter estrutural uma vez que esse tipo de vincula o necess ria para o funcionamento do mercado competitivo de energia el trica e ao atendimento dos objetivos estabelecidos pelo modelo regulat rio implement
262. divididos entre at picos puros quando seu formato decorre unicamente da vontade das partes e em at picos mistos quando est o estruturados a partir modifica es parciais da tipifica o legal levadas a cabo pelas partes De outro lado est o situados os contratos t picos que possuem regulamenta o espec fica em lei com redu o da autonomia das partes em 333 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 231 155 definirem o conte do e a forma da rela o contratual Paulo L bo trata do problema da tipicidade aberta ou fechada na seara contratual A tipicidade fechada segundo o autor pode ser encarada pelo ordenamento sob tr s modos distintos cujo grau de cog ncia das normas aplic veis ir variar progressivamente i impedindo a cria o de novos tipos al m daqueles estipulados em lei permitindo s partes apenas a escolha entre os diferentes tipos e quanto ao conte do ii proibindo se a escolha do tipo mas permitindo a escolha do conte do ii ao determinar o tipo realiza se a hip tese normativa restando determinada toda a efic cia jur dica sem possibilidade de escolha pelas partes quanto ao tipo e conte do Por sua vez a tipicidade aberta aponta para a possibilidade de livre escolha dos tipos bem como a cria o de novos tipos contratuais No que concerne a interven o estatal no mbito das rela es interprivadas o ide rio
263. do mediante contrata o regulada por meio de licita o conforme regulamento o qual observadas as diretrizes estabelecidas nos par grafos deste artigo dispor sobre 8 12 As concession rias as permission rias e as autorizadas de servi o p blico de distribui o de energia el trica que tenham mercado pr prio inferior a 500 quinhentos GWh ano ficam autorizadas a adquirir energia el trica do atual agente supridor com tarifa regulada ou mediante processo de licita o p blica por elas promovido ou na forma prevista neste artigo sendo que na licita o p blica poder o participar concession rias permission rias autorizadas de gera o e comercializadoras Reda o dada pela Lei n 11 075 de 2004 Decreto n 5 163 2004 Art 16 Os agentes de distribui o que tenham mercado pr prio inferior a 500 GWh ano poder o adquirir energia el trica por meio dos leil es de compra realizados no ACR II de geradores distribu dos na forma dos arts 14 e 15 HI com tarifa regulada do seu atual agente supridor ou IV mediante processo de licita o p blica por eles promovido 8 PACHECO Adriane Cristina Spicciati A contrata o da compra e venda de energia el trica pelas concession rias de distribui o In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 386 122 A cria o do ACR segundo a proposta inicial do MME con
264. do ser consideradas an logas em certa medida Desta forma em rela o s categorias comuns das referidas modalidades contratuais remete se s indica es j apresentadas no t pico pertinente do cap tulo que versa sobre cess o de energia no ACL 7 8 CONTRATOS DE GERA O DISTRIBU DA Como ltima modalidade a ser apresentada no Ambiente de Contrata o Regulada indica se os contratos de gera o distribu da Embora o M dulo 3 1 dos Procedimentos de Comercializa o da CCEE insira os contratos de gera o distribu da no Ambiente de Contrata o Livre considera se neste estudo que tais contratos quando realizados por meio de chamada p blica estariam inseridos no Ambiente de Contrata o Regulada Isso porque se destinam ao abastecimento das distribuidoras de energia el trica e porque sua forma o n o se d por meio de livre contrata o mas sim a partir de condi es reguladas pela legisla o vigente em especial o Decreto n 5 163 2004 a Resolu o ANEEL n 165 2005 e o M dulo n 8 dos Procedimentos de Distribui o da ANEEL Prodist A gera o distribu da prevista no Decreto n 5 163 2004 sendo definida pelo seu art 15 da seguinte forma Art 14 Para os fins deste Decreto considera se gera o distribu da a produ o de energia el trica proveniente de empreendimentos de agentes concession rios permission rios ou autorizados incluindo aqueles tratados pelo art 8 da Lei no
265. do pa s Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 13 n 1 p 1 19 1 sem 2007 TORRES Ricardo LOBO O m nimo existencial e os direitos fundamentais Revista da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro n 42 Rio de Janeiro p 69 78 1990 TRAIN Keneth E Optimal regulation the economic theory of natural monopoly Cambridge MIT Press 1992 TRF 1 R Ap RN 2008 34 00 007128 0 DF Quinta Turma Rel Des Fed Souza Prudente DJF1 18 04 2012 P g 20 AC 200834000079760 DF 2008 34 00 007976 0 Relator DESEMBARGADOR FEDERAL JOAO BATISTA MOREIRA Data de Julgamento 28 08 2013 QUINTA TURMA Data de Publica o e DJF1 p 126 de 09 09 2013 TRF 3 R Al 0026311 86 2012 4 03 0000 SP Sexta Turma Rel Juiz Fed Conv Herbert de Bruyn Julg 12 09 2013 DEJF 23 09 2013 P g 1107 TRF 4 R Al 2009 04 00 017571 0 PR Quarta Turma Rel Juiz Fed Sergio Renato Tejada Garcia Julg 14 10 2009 DEJF 27 10 2009 P g 239 TRIBUNA do norte Natal 10 jan 2012 Projeto de parque e lico de Fleicheiras deve ser readequado O Povo Fortaleza 17 jan 2012 p 22 TULLY Stephen R The Contribution of Human Rights to Universal Energy Access Northwestern Journal of International Human Rights Chicago Northwestern University School of Law v 4 n 3 p 518 548 2006 UDAETA Miguel Edgar Morales et al Pondera o anal tica para da integra o energ tica na Am rica do Sul Revista Brasileira de Energ
266. do sofre rupturas e muta es no contexto das reformas neoliberais ocorridas principalmente a partir dos anos 1990 que ensejam a reorganiza o dos espa os p blicos e privados e consequentemente em novas muta es na disciplina contratual 4 NALIN Paulo Do contrato conceito p s moderno em busca de sua formula o na perspectiva civil constitucional 2 ed rev ampl Curitiba Juru 2006 p 223 224 48 Carlos Eduardo Pianoviski Ruzyk ressalta que o aspecto intr nseco da fun o social do contrato embora enseje limita es autonomia privada se d o para a garantia de outras liberdades Embora n o se descarte a fun o social intr nseca tomada como equil brio entre as partes o que traz aspectos pertinentes no o mais ampla de autodetermina o pode se afirmar que o acesso a bens fundamentais por meio do contrato o que pode trazer de mais relevante na compreens o da rela o entre fun o social e liberdade Pode se certo criticar o que se est a desenvolver sob o argumento de que essa incid ncia de direitos fundamentais importa interven o legislativa e jurisdicional sobre a autonomia privada Consiste entretanto em restri o autonomia privada com o fim de realizar liberdades s A limita o a uma dada liberdade e a pr pria vincula o dos particulares aos direitos fundamentais antes referidos encontrariam fundamento no incremento de outra liberdade Isso n o reduz o
267. dos etc Isso permite a redu o do investimento necess rio no dimensionamento do sistema com o nico intuito de suportar esse excesso de carga por um per odo curto de tempo Ibidem p 112 115 83 A ocorr ncia de crises de fornecimento na d cada de 1920 destacando se as crises de S o Paulo em 1924 e 1925 aliadas a expressivos lucros em rela o aos seus investimentos geraram desconfian a em rela o a estas e questionamentos a respeito da efetividade estrutura setorial vigente at ent o cujo cen rio de monop lios privados regionais fora intensificado pelo processo de consolida o do setor liderado pelos grupos American amp Foreign Power Amtorp e Light que dava a essas empresas controle nas reas mais desenvolvidas do pa s S o Paulo e Rio de Janeiro interior de S o Paulo Recife Salvador Natal Macei Vit ria Niter i Petr polis Belo Horizonte Curitiba Porto Alegre Pelotas No final dos anos 1930 a Light e Amforp controlavam juntas nada menos que setenta por cento da capacidade instalada total no pa s na propor o de aproximadamente 18 A empresa Brazilian Traction LIGHT and Power de acordo com seus os balan os da publicados no Canad em 1923 teve um lucro total de 59 milh es de d lares enquanto investiu 18 milh es de d lares Em 1928 percebeu um lucro total de 140 milh es de d lares enquanto investiu 55 milh es Em 1933 tais montantes foram de 224 milh es de d lares de l
268. dos fatos sociais Mostrando se assim uma necess ria reconstru o do direito privado GRAU Eros O direito posto e o direito pressuposto 6 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2005 p 25 31 TEPEDINO Gustavo Crise das fontes normativas e t cnica legislativa na parte geral do C digo Civil de 2002 In org A parte geral do novo C digo Civil 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2007 p xv 19 Esse modelo de Estado Social refletido no Brasil com a Constitui o Federal de 1988 incorporou al m das fun es cl ssicas de organiza o do Estado e de garantia das liberdades individuais a fun o de regulador da ordem econ mica e social A Constitui o modifica assim sua fun o ordenadora do sistema jur dico como um todo construindo se em tal modelo uma mudan a na rela o Estado ind viduo na qual o sujeito deixa de ser mero detentor de direitos frente ao Poder P blico passando este ltimo a tamb m possuir a obriga o de garantir n veis m nimos de efetividade desses direitos Desta forma a Constitui o Federal de 1988 em seu art 19 Ill eleva a dignidade da pes soa humana a fundamento da Rep blica e supremo valor do sistema jur dico e em especial dos direitos fundamentais No mesmo sentido o art 170 da CF 1988 estabelece que os princ pios gerais da ordem econ mica ter o por finalidade garantir a todos uma exist ncia digna conforme os ditames da justi a social Sob a perspecti
269. dutiva Desta feita mostrava se necess ria a amplia o dos investimentos uma vez que o trip de sustenta o estava quebrado pois i as tarifas correspondentes a um ter o dos recursos setoriais estavam congeladas desde a d cada de 1970 e n o correspondiam aos verdadeiros custos das empresas ii a maior parte dos tributos espec ficos representante de outro ter o dos recursos acabou eliminada pela Constitui o da Rep blica de 1988 iii o ter o final advindo dos empr stimos externos tamb m foi estancado devido s dificuldades para a capta o de recursos junto a institui es financeiras internacionais para empreendimentos estatais Assim o setor de energia el trica adentra no contexto democr tico brasileiro p s Constitui o da Rep blica de 1988 em profunda crise que ali s perpassava toda a economia brasileira do per odo Tal cen rio ensejou o processo de reestrutura o do setor el trico de car ter desestatizante e liberalizante com nfase na busca pela inser o da competi o na cadeia produtiva de eletricidade que durou durante praticamente toda a d cada de 1990 Dentre as diversas medidas que esse processo envolveu merece destaque a privatiza o acelerada de empresas estatais em diversos setores em especial os ligados infraestrutura do pa s como estradas ferrovias energia e telecomunica es Nas palavras de David Waltenberg consultor jur dico do 232 p 291 292 LEITE
270. e Furnas e Itaipu durante d cada de 1980 e in cio dos anos 1990 De igual forma havia forte inger ncia pol tica e desvio de finalidade das empresas estatais principalmente no mbito dos estados com den ncias de favorecimento pol tico e desvios de recursos o que gerou empresas ineficientes e deficit rias ao longo dos anos refor ando o desgaste deste modelo A promulga o da Constitui o de 1988 trouxe impactos que afetaram diretamente o setor de energia Se por um lado houve repeti o das Cartas anteriores na distribui o de compet ncias as quais foram mantidas com a Uni o por outro os art 153 e 155 extinguiram o imposto nico sobre energia el trica passando o setor a ser tributado como qualquer atividade industrial afetando assim o equil brio financeiro das empresas Ainda o par grafo nico do art 175 estabeleceu a necessidade de lei para concess es e permiss es o que motivou o cancelamento de concess es para aproveitamento hidrel trico em 1991 enquanto se aguardava a edi o de lei a tal respeito Finalmente na forma do inciso XXIII do 21 LANDAU Elena SAMPAIO Patr cia O setor el trico em uma vis o introdut ria In org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 369 98 art 21 e inciso XIV do art 49 a quest o da energia nuclear veio disciplinada de maneira clara de modo que restou estabelecido o monop lio estatal sobre toda sua cadeia pro
271. e been seen as an omen a warning that the good opinion of the markets can be fickle that today s good press does not insulate you from tomorrow s crisis of confidence KRUGMAN Paul The return of depression economics and the crisis of 2008 New York W W Norton 2009 p 31 32 Ent o a Am rica Latina estava reformada Companhias estatais foram privatizadas restri es a importa es levantadas d ficits or ament rios cortados O controle de infla o se tornou uma prioridade como n s veremos alguns pa ses adotaram medidas dr sticas para reestabelecer a confian a em suas moedas Todos esses esfor os foram rapidamente recompensados com maior efici ncia mas tamb m com uma renovada confian a de investidores estrangeiros Pa ses que passaram a d cada de 1980 como p rias financeiros at meados dos anos 1990 credores que detinham t tulos de d vidas na Am rica Latina venderam seus cr ditos para outros investidores com menor avers o ao risco recebendo em m dia trinta centavos sobre um d lar tornaram se os queridinhos dos mercados internacionais recebendo fluxos de dinheiro que encolheram os empr stimos banc rios que colocaram eles na crise de d vida original Em setembro de 1994 o Relat rio Anual de Competitividade Mundial preparado pelo pessoal que conduz as famosas confer ncias de Davos destacou uma mensagem especial para o her i do momento o presidente mexicano Carlos Salinas Tr s meses depois o M xic
272. e caso a hip tese da safra vir a existir por m em quantidades maiores ou menores ou qualidades melhores ou piores que as 39 BANDEIRA Paula Greco Contratos aleat rios no direito brasileiro Rio de Janeiro Renovar 2010 p 43 44 30 Sobre a bilateralidade da lea Paula Greco Bandeira afirma Ao se admitir que a causa dos contratos aleat rios compreende o elemento lea caracterizado pela incerteza ab initio de lucro ou preju zo em termos de atribui o patrimonial rec proco que atinge a esfera jur dica de ambos os contratantes e cujo resultado final depender da verifica o do evento incerto h de se concluir pela imprescindibilidade da lea bilateral A incerteza das partes no momento da celebra o do neg cio acerca do resultado final denota que a lea recai necessariamente sobre a situa o jur dica de ambas O mesmo acontecimento que traz acr scimo patrimonial para uma acarreta perda da outra Ibidem p 69 70 163 esperadas No caso da produ o de energia est o presentes diversos riscos em rela o sua produ o futura como o t rmino ou n o da constru o do empreendimento de gera o no prazo determinado os riscos naturais relacionados hidrologia o pre o e o fornecimento de combust veis para usinas t rmicas a exist ncia de biomassa suficiente em empreendimentos que a utilizam como combust vel o regime de ventos em usinas e licas a insola o em usinas fotovoltaic
273. e contratual n o est apto a dar conta dos problemas relativos coliga o contratual Essa classifica o foi pensada para resolver as quest es relativas a um contrato isoladamente compreendido 380 Essas outras esp cies contratuais ainda que relevantes para tornar a comercializa o de eletricidade n o constituem objeto de an lise do presente estudo Assim essas formas s o aqui apenas mencionadas a fim de exemplificar a complexidade da estrutura contratual que constitui a funda o do sistema em sua integralidade 184 no seu atomismo obrigacional e n o inserido na complexidade econ mica resultante da pluralidade contratual Ou seja considerando o conceito de Roppo o atomismo obrigacional da civil stica cl ssica se mostra insuficiente constru o de representa es juridicamente formalizadas que sejam suficientes para albergar a complexidade das opera es de transfer ncia de riqueza contempor neas Desta forma mostra se usual a utiliza o de pluralidades de contratos para a concretiza o de uma mesma opera o econ mica Esta pluralidade tem recebido diversas nomenclaturas pela literatura jur dica como contratos conexos contratos coligados coliga o negocial grupos de contratos redes contratuais dentre outros A express o contratos conexos utilizada por Carlos Nelson Konder como g nero para designar o grupo de contratos que para al m de sua fun o individual espec fica apresentam
274. e de promo o da atividade econ mica dificultou a atua o dos agentes privados e 20 Antonio Dias Leite considera que tais cr ticas s o infundadas pois haveria n o um mas sim v rios contratos de concess o da Light de pocas e regimes jur dicos distintos tornando complexas as quest es jur dicas em torno do caso Al m disso aponta que a empresa foi vendida pelo Estado em 1996 por U 2 2 bilh es LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 216 97 erodiu os fundamentos do sistema desencadeando forte crise durante a d cada de 1980 que implicou na reestrutura o setorial ocorrida durante os anos 1990 conforme ser exposto no pr ximo t pico 4 3 O RE SEB E A TENTATIVA DE IMPLEMENTA O DE UM MODELO PLENO DE COMPETI O NO ATACADO NO BRASIL O modelo de monop lio estatal verticalizado come a a apresentar sinais de desgaste principalmente a partir do final d cada de 1970 conforme se indica a seguir Era usual a manuten o de pre os artificialmente baixos da tarifa de energia como forma de incentivo para a cria o de um parque industrial nacional e sua utiliza o como instrumento de controle inflacion rio o que gerou um elevado d ficit setorial afetando sua sustentabilidade a longo prazo Mostrava se elevado o grau de inadimpl ncia intrassetorial sendo not ria por exemplo a inadimpl ncia da CESP em rela o ao pagamento de contas de suprimento d
275. e eletricidade 160 talvez aqueles com presen a mais comum na vida cotidiana ante sua relev ncia na facilita o do processo de circula o de bens na sociedade capitalista sendo provavelmente o principal meio de transmiss o e aquisi o de propriedade em tal contexto social Orlando Gomes os conceitua da seguinte forma Compra e venda o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa outra recebendo em contrapresta o determinada soma de dinheiro ou valor fiduci rio equivalente A compra e venda possui historicamente tr s elementos essenciais quais sejam coisa pre o e consentimento na formula o cl ssica res pretium et consensus Os dois primeiros elementos constituem o objeto do contrato e devem ser determin veis no momento da forma o do consentimento A aus ncia de quaisquer destes componentes implica na impossibilidade de exist ncia da compra venda Nos contratos comercializa o de energia el trica estes elementos possuem caracter sticas espec ficas sendo necess ria a an lise de cada um deles para ser poss vel a correta compreens o do referido fen meno contratual 3 1 1 Elementos essenciais da comercializa o de energia el trica como contrato de compra e venda coisa O primeiro dos elementos expostos consiste na coisa objeto mediato do contrato que neste estudo conforme visto na primeira parte trata se de energia el trica com valor econ mico
276. e from the arduous and time consuming burden of collecting traditional biofuels leaving more time for educational or other productive activities It can also open a window to the rest of the world via media access When supplied at higher power levels electricity provides the energy required for the development of directly productive agricultural or industrial activities that generate income This point is of major importance If people are to be lifted out of the poverty trap they need to be given the potential to increase their income It is having an income which will ultimately allow the poor to pay for the energy services that underlie development and thus allow them to become fully incorporated into the development process GNESD Energy Access theme results Roskilde GNESD 2004 p 3 De igual forma GOLDEMBERG Jos et al Energia para o desenvolvimento S o Paulo T A Queiroz Editor 1988 p 34 38 46 comercial de energia de diferentes pa ses Para situar a quest o no mbito nacional ao contrastar a distribui o dos ndices de atendimento de energia el trica com os ndices de Desenvolvimento Humano IDH no Brasil observa se uma n tida sobreposi o entre as reas com baixo desenvolvimento humano e aquelas com reduzido ndice de atendimento de energia el trica constatando se portanto uma direta correla o entre desenvolvimento socioecon mico e consumo de energia Ao exemplificar tal correla
277. e presta o de servi os a consumidor final CAUTELAR DE ARRESTO VERIFICA O DE 158 adequa o da opera o econ mica de base s caracter sticas da compra e 342 venda verifica se que os artigos 9 e 10 da Lei n 9 647 1998 e artigo 1 QUE A A O N O TRAVA DISCUSS O SOBRE CONTRATO PRESTA O DE SERVI OS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA EL TRICA AO CONSUMIDOR FINAL MAS DE RELA O DECORRENTE DE COMPRA E VENDA DE ENERGIA EL TRICA ENTRE PESSOAS JUR DICAS CONSTITU DAS PARA EXERC CIO DA ATIVIDADE DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA DISCUTE SE TAMB M A INTERMEDIA O DE REPASSE DE ENERGIA EL TRICA INCLUSIVE A LEGITIMIDADE DA CCEE C MARA DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA POIS A QUEST O GIRA EM TORNO DE UM CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE DETERMINADA QUANTIDADE DE MEGA WATTS MENSAIS CELEBRADO ENTRE DUAS EMPRESAS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EM GRANDE ESCALA COMPET NCIA RESIDUAL DAS 1 A 10 C MARAS DA SE O DE DIREITO PRIVADO DO E TRIBUNAL DE JUSTI A INTELIG NCIA DO ART 2 III A DA RESOLU O N 194 2004 REDI STRIBUI O DETERMINADA TJSP Al 0038602 12 2013 8 26 0000 Rel Des Cristina Zucchi 34 C mara de Direito Privado julg em 25 03 2013 DJ 11 04 2018 De igual forma o posicionamento do TRF da 1 Regi o DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL ENERGIA EL TRICA PRODU O COMERCIALIZA O TRANSMISS O E DISTRIBUI O ATIVIDADES PRIVATIVAS DA UNI
278. e refer ncia calculado pela EPE e aprovado pelo Minist rio de Minas e Energia XI crit rios de reajuste ou revis o de tarifas ouvido o Minist rio da Fazenda XII expressa indica o do respons vel pelo nus das desapropria es necess rias execu o do servi o ou da obra p blica ou para a institui o de servid o administrativa XIII condi es de lideran a do respons vel quando permitida a participa o de cons rcios e XIV nos casos de concess o de servi os p blicos ou de uso de bem p blico precedidos ou n o da execu o de obra p blica ser o estabelecidas as garantias exigidas para essa parte espec fica do contrato adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra 482 Decreto n 5 163 2004 Art 11 Para atendimento obriga o prevista no inciso Il do art 2 cada agente de distribui o do SIN dever adquirir por meio de leil es realizados no ACR 232 Os leil es da energia de empreendimentos j existentes destinam se principalmente ao suprimento da demanda atual das empresas de distribui o enquanto que os leil es de energia nova visam a cobrir o abastecimento da demanda futura decorrente da amplia o do mercado consumidor cativo A energia z nova normalmente mais cara que a energia velha uma vez que esta ltima gerada normalmente por empreendimentos cujos investimentos de instala o j foram amortizados ao longo dos anos Os leil es estabelec
279. ealisation of the Human Right to Adequate Housing Working Paper No 1 13 18 2003 Committee on Economic Social and Cultural Rights General Comment No 14 2000 The Right to the Highest Attainable Standard of Health art 12 of the ICESCR 8 11 U N Doc E C 12 2000 4 2000 BRADBROOK Adrian J GARDAM Judith Gail Placing Access to Energy Services within a Human Rights Framework Human Rights Quarterly Baltimore The Johns Hopkins University Press v 28 n 2 maio 2006 p 389 415 id importante ressaltar a rela o existente entre o desenvolvimento energ tico e o de outros servi os de infra estrutura social especialmente nas reas rurais e urbanas perif ricas Nesses casos o d ficit de cobertura energ tica toma se um obst culo viabiliza o da oferta de servi os b sicos tais como gua esgoto sa de educa o e comunica o E fundamental que a extens o dos servi os de energia el trica exer a um papel pioneiro universalizando o atendimento para que a falta de abastecimento n o venha a se transformar em obst culo viabiliza o de outros servi os sociais b sicos que ainda s o extremamente deficientes OLIVEIRA Mauro Machado de et al Tarifa o energ tica residencial urbana e rural e privatiza o do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 14 n 2 2 sem 2008 p 98 101 No Contra Informe da Sociedade Civil ao Relat rio Peri dico do Governo Brasileiro s
280. ecessidade compatibilza o das tens es existentes na realiza o de opera o econ mica de base Nesta est o inseridos os diversos agentes do mercado num processo de permanente de competi o e coopera o polarizado pela finalidade de se obter a circula o de um bem que por sua vez possui na pr pria natureza de sua significa o para a sociedade a tens o existente na sua essencialidade e seu custo social de produ o Tais tens es encontram se ainda refletidas no conflito entre os interesses dos agentes de mercado em auferirem lucros com a referida opera o econ mica e o interesse do Estado em garantir o fornecimento de tal bem ao menor custo poss vel para a sociedade Desta forma o tecido que comp e a representa o jur dica do setor de eletricidade formado por uma trama cujos fios encontram se permanentemente estirados e entrela ados que devem ser a todo o momento colocados em equil brio sob pena de causar o rompimento de tal malha o que geraria efeitos funestos para toda a sociedade Tais tens es encontram se situadas na estrutura contratual do setor aliadas a conforma o regulat ria deste exposta na primeira parte do presente estudo Em rela o aos contratos elas se verificam especificamente no relacionamento bilateral e plurilateral dos agentes de mercado e na conforma o de redes contratuais ligadas comercializa o de energia conforme se apresenta na sequ ncia 4 1 A QUEST O DA BILATER
281. ecisavam para a constitui o dos meios de a o necess rios para o florescimento do capitalismo individualista e liberal Pietro Costa ressalta que o direito no contexto de forma o do Estado de Direito no s culo XIX constitui se numa moldura normativa que busca conciliar a livre conduta dos sujeitos com a liberdade do outro harmonizando ambas as esferas de liberdade de forma n o contingente a partir de princ pios definidos a priori Esta coordena o das liberdades n o ocorre com a mera exist ncia da moldura normativa Mais do que meramente declarada sua efetiva coordena o deve ser garantida pelo direito por interm dio de mecanismos de constri o externa tornando a coa o parte da obriga o jur dica Al m disso deve garantir que o soberano tenha seu poder limitado pelo mesmo direito Desta feita o capitalismo do s culo XIX buscava no direito duas fun es assentadas no liberalismo uma primeira coativa e coordenativa no que tange s rela es jur dicas estabelecidas por indiv duos no mercado formalmente iguais e outra de prote o da liberdade individual frente ao poder do Estado soberano Sob tal perspectiva o direito da Modernidade possu a uma s rie de caracteres essenciais Uma primeira caracter stica a ser apontada seria o monismo das fontes representado na supremacia do modelo codificado dotado de completude e de car ter absoluto forjado como sistema fechado unit rio e livre de incertezas pro
282. econ micos est o sendo induzidos a utilizar a energia hidrel trica mais intensivamente do que o seu n vel socialmente timo com graves reflexos negativos para toda a economia Os referidos impactos e a necessidade de realiza o de estudos pr vios constru o de empreendimentos com vistas mitiga o destes vem se tornando uma das principais barreiras para a expans o de empreendimentos gera o el trica especialmente aqueles que se utilizam de fontes h dricas De acordo com estudos 12 FERNANDEZ Jos Carrera PEREIRA Rog rio O custo social da energia hidrel trica e uma pol tica de tarifa o social tima para o setor el trico Revista Econ mica do Nordeste Fortaleza v 39 n 4 p 486 out dez 2008 No mesmo sentido LIMA Jandir Ferrera de FERNANDEZ Jos Carrera O custo social dos recursos h dricos em bacias hidrogr ficas internacionais O caso da bacia do Paran An lise econ mica Porto Alegre a 17 n 32 p 70 86 set 1999 Ainda que n o se adote tal perspectiva da teoria econ mica no presente trabalho os autores partem dos ensinamentos de Ronald Coase que reconhece a exist ncia de custos sociais e indica que estes devem ser mitigados no mercado a partir das rela es entre os agentes econ micos A ver COASE Ronald O problema do custo social Dispon vel em lt www pucrs br gt Acesso em 20 02 2013 127 A tal respeito ver al m das demais obras citadas por exemplo IPEA Sust
283. ecursos para o seu funcionamento sem a inger ncia de terceiros colegiado superior composto de membros est veis escolhidos em raz o de sua efici ncia reputa o ilibada e qualifica o profissional na rea objeto da regula o com mandato fixo e desvinculado dos 105 destacando se a confus o da fun o de Poder Concedente entre ANEEL e MME a inefic cia do seu Contrato de Gest o as defici ncias regulat rias nos segmentos desverticalizados contingenciamento or ament rio e falta de m o de obra suficiente sob regime estatut rio Com a implementa o de tais medidas restaram assentados as funda es para o efetivo processo de reestrutura o setorial com inspira o marcadamente liberal a fim de estabelecer rela es de mercado onde quer que estas fossem mandatos pol ticos Os dirigentes s o indicados ao Poder Legislativo e aprovados s o nomeados com mandato fixo sujeitos perda apenas nas condi es previstas em lei devidamente motivadas S o pois entidades que integram a Administra o P blica indireta criadas por lei para o exerc cio da autoridade inerente fun o de intervir na liberdade privada por meio de pondera o entre interesses em tens o tendo assim personalidade de direito p blico caracterizando se como autarquia por exigir autonomia em rela o ao poder central da esp cie autarquia especial por ser dotada de independ ncia que se manifesta principalmente pela atrib
284. eda de valores em rela o ao leil o decrescente puro Ap s analisar todos os leil es de energia entre 2004 e 2011 conclui que este mecanismo se mostrou efetivo para obter redu o de custos promovendo uma economia anual de R 1 4 bilh o na contrata o de energia no ACR em tal per odo Ap s o t rmino do leil o os montantes de energia s o repartidos entre as distribuidoras de acordo com suas declara es de necessidades de energia e com os submercados onde a energia ser entregue Ent o s o firmados os CCEARs entre estas e os agentes vendedores Cumpre aqui ressaltar que a EPE apenas realiza a intermedia o na compra de energia consubstanciando a figura do comprador nico Por m tal empresa p blica n o se insere nos polos da rela o 471 contratual estabelecida entre vendedores e compradores de fato V se que a sistem tica apresentada limita em muito o espa o de autonomia 489 REGO Erik Eduardo Op cit p 80 81 Outra an lise interessante sobre os mecanismos de leil o de energia e a expans o da atividade de gera o quando o modelo ainda estava em fase de implanta o encontra se em NUNES Hugo Renato A ABREU Thiago Modesto de ANTUNES Fl via Mesquita A expans o da gera o e os leil es de energia no atual modelo do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 11 n 1 1 sem 2005 470 Ibidem p 82 213 Nesse julgado o TRF da 1 Regi o ressalta que haveria li
285. ederal respons vel pela realiza o de estudos e planejamento do setor bem como pelo registro das unidades geradoras de energia e a Lei n 10 848 2004 decorrente da convers o da MP n 144 2008 e regulamentada pelo Decreto n 5 163 2004 que reestruturou o modelo regulat rio setorial marcadamente quanto ao regime de comercializa o de tal energia A reforma n o representou completa ruptura com o modelo anterior pois manteve uma s rie de aspectos do RE SEB ligados participa o privada no setor em regime de competi o Assim persistiu a divis o entre consumidores livres e cativos Assegurou se a manuten o do livre acesso s redes de transmiss o e pelo governo seguinte o mesmo autor destaca os seguintes fundamentos ideol gicos a da possibilidade de assegurar por via institucional a modicidade tarif ria entendida como tarifas baixas n o obstante a eleva o inexor vel dos custos de novos projetos hidrel tricos e da alta previs vel do pre o dos combust veis b da confian a na efic cia da a o do Estado mediante empresas p blicas c da desconfian a no comportamento das empresas privadas diante do seu objetivo dominante de lucro e d da necessidade de planejamento estrat gico de longo prazo a cargo do governo visando fundamentalmente assegurar o suprimento de energia el trica LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 378 MME
286. egula o Al m disso tendo em vista que estas geradoras podem vender energia por pre os mais altos perde se incentivo a aumentos de efici ncia e amplia o do parque gerador N o fosse suficiente necess rio controlar por meio de mecanismos regulat rios o poder de mercado de agentes geradores que antes detinham monop lio de gera o e passam a ter fatias de mercado significativas num mercado competitivo Tal aspecto pode representar uma importante barreira de entrada a novos atores e abre a possibilidade de distor es no processo de forma o de pre os no mercado spot Ainda h menor interven o estatal quanto a obriga es dos agentes de mercado relacionadas a pol ticas p blicas Em verdade estas praticamente deixam 15 O mercado spot pode ser definido da seguinte forma the market where a contract commodity or asset is traded for its most immediate or next avaible contracting and delivery The immediacy of delivery is a function of the market characteristics In American power markets the spot market is generally regarded as the delivery into next day or day ahead market WENGLER John Managing energy risk a nontechnical guide to markets and trading Tulsa PennWell Books 2001 p 360 Por sua vez o pre o spot o pre o de disponibilidade de energia em tal mercado Traduzir 69 de existir pois n o se sustentam em um mercado competitivo Elas podem ser implementadas por interm dio de subs dios mas
287. ejo explicado no t pico seguinte Isso porque a maior parte dos sistemas que o adotou como o Reino Unido e Estados Unidos a o Rodney Stevenson trata das limita es da competi o para o atingimento de objetivos sociais no setor el trico desta feita destaca a necessidade de planejamento e da atua o dos rg os reguladores para obt los Competitive choice of suppliers within the context of a socially desirable integrated resource plan can be an effective mechanism for ensuring efficiency and accountability in the supply of energy ervices However federal policies of partial deregulation particularly with regards to utility activity do not necessarily assure the promotion of beneficial competition in the electric power industry Partial deregulation places greater burdens on state regulatory commissions seeking to attain beneficial social goals To meet social goals state commissions will need to put in place additional safeguards as discussed above With adequate safeguards fair and effective competition for electricity generation can evolve within the electric utility industry and social goals can be met Without adequate safeguards the federal movement toward greater reliance on market forces will greatly enhance the ability of existing utilities to increase profits and will limit the ability of society to direct development of the electric utility industry along more socially and environmentally desirable pathways STEVENSON
288. el transmiss o da energia com a realiza o de um levantamento das companhias o chamado custo hist rico e da elabora o de um novo plano de aplica o em maquin rio e em pessoal o que por sua vez necessitava de maior capitaliza o junto ao mercado acion rio e aos investimentos externos Em seguida buscava se introduzir novos produtos que estimulassem o uso e o consumo mais intensivo da energia el trica como a melhoria na ilumina o p blica nos bondes el tricos e outros bens de consumo modernos inclusive verifica se a abertura de 175 lojas para venda de produtos el tricos importados Ap s esses tr s passos a AMFORP estabelecia se e atuava no sentido de controlar os gastos para diminuir os custos operacionais e maximizar suas receitas tarif rias correntes FERREIRA Angela L cia Os donos da luz sistemas de gest o e redes t cnicas no territ rio brasileiro O Caso da AMFORP 1927 1939 In SIMPOSIO INTERNACIONAL Globalizaci n innovaci n y construcci n de redes t cnicas urbanas en Am rica y Europa 1830 1930 Barcelona Universidad de Barcelona 2012 188 Ibidem loc cit 84 cinquenta por cento para a primeira e vinte por cento para a segunda A atua o no mercado brasileiro mostrou se muito vantajosa para tais companhias por uma s rie de fatores i a exist ncia de cl usula ouro nos contratos de concess o que estabeleciam o pre o ii reduzida regula o da atividade iii remessa
289. em crit rios fixados pelo poder concedente 104 concess o ou autoriza o para a produ o de energia el trica destinada ao com rcio por sua conta e risco caput do art 11 Ou seja h o reconhecimento expl cito da possibilidade do exerc cio das atividades de gera o em car ter estritamente comercial Ainda foi criada a figura do consumidor livre de energia que possui o direito de comprar diretamente sua energia do consumidor que optar em oposi o ao consumidor cativo vinculado s concession rias de energia Finalmente nos incisos do art 3 s o estabelecidos os fundamentos que devem ser observados pelo poder p blico nas concess es de tais servi os garantia da continuidade na presta o dos servi os p blicos Il prioridade para conclus o de obras paralisadas ou em atraso IIl aumento da efici ncia das empresas concession rias visando eleva o da competitividade global da economia nacional IV atendimento abrangente ao mercado sem exclus o das popula es de baixa renda e das reas de baixa densidade populacional inclusive as rurais V uso racional dos bens coletivos inclusive os recursos naturais Como rg o regulat rio instituiu se a Ag ncia Nacional de Energia El trica ANEEL criada pela Lei 9 427 1996 incumbida de assegurar o correto funcionamento do sistema garantindo essencialmente a expans o da oferta em um ambiente competitivo bem como o respeito e prote o ao
290. em cronograma que fundado no ano em que o empreendimento iniciar o suprimento de energia s distribuidoras participantes denominado ano A Os leil es de energia nova s o realizados para a entrega da energia em tr s ou cinco anos assim recebem a denomina o A 5 ou A 3 Ou seja s o realizados no quinto ou terceiro ano anterior compra da energia de novos empreendimentos de gera o Por sua vez os leil es de gera o existente s o realizados no ano anterior aquisi o da eletricidade recebendo a designa o A 1 Os leil es para a aquisi o exclusiva de energia proveniente de empreendimentos de gera o alternativa ser o realizados entre os anos A 1 e A 5 segundo o determinado pela ANEEL ante as caracter sticas de instala o dos parques energ ticos que ir variar de acordo com as diferentes matrizes energia el trica proveniente de empreendimentos de gera o existentes e II novos empreendimentos de gera o 1 Entendem se como novos empreendimentos de gera o aqueles que at a data de publica o do respectivo edital de leil o n o sejam detentores de concess o permiss o ou autoriza o ou Il sejam parte de empreendimento existente que venha a ser objeto de amplia o restrito ao acr scimo da sua capacidade instalada CCEE Regras de Comercializa o Contratos S o Paulo CCEE 2013 p 13 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17
291. ema interligado de transmiss o Aliado a tal plano h um segundo em que se d o relacionamento plurilateral de compradores e vendedores simultaneamente com todos os agentes de mercado no mbito da C mara de Comercializa o de Energia CCEE Ambos os planos est o interligados em uma estrutura de redes contratuais que visam compatibilizar tr s 262 ordens de tens o interna ao objeto das opera es de comercializa o fundada na essencialidade e no custo social da eletricidade o processo de permanente de competi o e coopera o polarizado pela finalidade de se obter a circula o de eletricidade e os interesses dos agentes de mercado em auferirem lucros com a referida opera o econ mica e o interesse do Estado em garantir o fornecimento de energia Em seguida foram apresentadas as peculiaridades do inadimplemento contratual em tal contexto na qual foi constatado principalmente que este ocorre de diferentes maneiras nos planos plurilateral e bilateral No primeiro caso as obriga es decorrem da compra e venda por documentos principalmente ao fornecimento ao comprador de um t tulo que garanta a ele lastro ou cobertura de carga e pot ncia associada energia que ser por si consumida ou revendida a outros agentes no caso das distribuidoras a que ser fornecida aos seus consumidores cativos Por sua vez no plano plurilateral as obriga es decorrem do v nculo dos agentes com a CCEE em que os efeitos do inad
292. end ncia que se busque privilegiar progressivamente a efici ncia energ tica e gera o por fontes mais sustent veis citando se por exemplo as Pequenas Centrais Hidrel tricas usinas de queima de biomassa e licas solares et cetera EPE 2006 128 GOLDEMBERG Jos Energia e desenvolvimento sustent vel S o Paulo Blutcher 2010 p 37 46 129 EPE A quest o socioambiental no planejamento da expans o da oferta de energia el trica Rio de Janeiro EPE 2006 p 20 e ss 130 As popula es dos munic pios de Flecheiras CE e Galinhos RN que iriam receber diferentes projetos e licos na regi o Nordeste organizaram se para evitar a instala o destes O fundamento principal para tais protestos decorre dos impactos que tais usinas ter o no turismo e na paisagem local Resist ncia e lica causa surpresa Tribuna do norte Natal 10 jan 2012 Projeto de parque e lico de Fleicheiras deve ser readequado O Povo Fortaleza 17 jan 2012 p 22 131 TOLMASQUIM Maur cio Tiommo Alternativas Sustent veis no Brasil Rio de Janeiro Dumar 2004 p 13 22 Sobre a necessidade de racionaliza o dos recursos dispon veis e o planejamento energ tico conforme j tratado em outra oportunidade Ante a essencialidade da energia e as limita es econ micas e ambientais dos recursos energ ticos dispon veis constata se a necessidade de racionalizar o disp ndio de tais meios ao coordenar pelo menor custo poss vel a
293. energia A Teoria dos Leil es garante que o leil o reverso produz pre o e quantidade de equil brio de acordo com a lei da oferta e da procura SALES Claudio Eliminando a artificialidade dos leil es de energia el trica In LANDAU Elena coord Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 538 Os editais dos leil es ser o elaborados pela ANEEL de acordo com as diretrizes do Minist rio de Minas e Energia e dever o conter as seguintes disposi es com base no art 20 do Decreto n 5 163 2004 Art 20 Os editais dos leil es previstos no art 19 ser o elaborados pela ANEEL observadas as normas gerais de licita es e de concess es e as diretrizes do Minist rio de Minas e Energia e conter o no que couber o seguinte objeto metas prazos e minutas dos contratos de concess o 231 A primeira diferen a entre as possibilidades de leil o no ACR se d em rela o ao est gio de desenvolvimento dos projetos de gera o Para aqueles empreendimentos que j est o instalados poca de realiza o do leil o d se a denomina o de leil es de gera o existente ou tamb m comumente designados como e leil es de gera o velha ou de energia velha Os leil es em que os empreendimentos de gera o ainda n o possuem ato de outorga concess o permiss o ou autoriza o na data de publica o do seu edital ou que sejam parte da amplia o da capacidade i
294. energia ao comercializador e o contrato de compra e venda que o comercializador firmou com um terceiro comprador Desse modo o comercializador dever novamente adquirir energia no mercado para reconstituir o lastro da energia por ele vendida Por outro lado diverso o caso da cess o de energia Nesta hip tese o consumidor adquire energia de determinado agente vendedor por meio do contrato de compra e venda e cede parcialmente ou totalmente o cr dito advindo da referida rela o contratual a um terceiro agente comprador N o h tradi o ficta de energia como ocorre com os contratos de compra e venda mas sim a cess o do cr dito existente perante o vendedor origin rio passando a referida rela o jur dica a ser trilateral Desta feita h interdepend ncia entre os contratos restando a efic cia do segundo condicionada ao primeiro Em regra caso ocorra de inadimplemento do contrato origin rio n o responder perante o cession rio o consumidor cedente 455 L BO Paulo Obriga es 2 ed S o Paulo Saraiva 2011 p 151 168 226 mas sim o vendedor original A responsabilidade do cedente estar limitada exist ncia do cr dito origin rio poca de celebra o da cess o conforme art 295 do C digo Civil bem como pela validade e efic cia do neg cio jur dico de base mas n o quanto solv ncia do devedor Por essas raz es a cess o de energia no ACL possui natureza jur dica diversa dos contratos
295. energia el trica em 1956 em conjunto com o Instituto de Engenharia de S o Paulo para estancar com argumentos t cnicos qualificados o projeto da Eletrobr s e defender uma firme atua o do Estado em favor das concession rias particulares nacionais e estrangeiras Duas for as pol ticas parecem ter contribu do decisivamente para a aprova o do projeto da Eletrobr s em 1961 e consequentemente para a consolida o definitiva do modelo das estatais do setor el trico as classes m dias urbanas que j haviam participado decisivamente da vitoriosa campanha pela constitui o do monop lio estatal do petr leo Estavam associadas ao novo modelo de desenvolvimento fundado na substitui o de exporta es e visualizavam na expans o da economia a supera o dos atrasos bem como a elimina o dos estrangulamentos estruturais Il as novas estatais estaduais que se formavam em diversos estados a cemiguite e desejavam um tratamento mais t cnico para as quest es da eletricidade que o BNDE por ser um banco de desenvolvimento n o lhes poderia oferecer MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 p 44 45 26 Foram constitu das ao longo dos anos quatro subsidi rias da Eletrobr s de mbito regional operando na Regi o Norte e em parte da Regi o Centro Oeste a Centrais El tricas do Norte do Brasil S A Ele
296. ense 1997 v 3 p 38 39 179 ambivalente e ambulat ria do pacto em tela Os contratos plurilaterais s o aqueles em que h manifesta es de vontade de duas ou mais partes com diferentes centros de interesse em uma nica estrutura contratual complexa restando todas estas com obriga es que podem ser uniformes ou distintas Os efeitos de tal rela o s o diferentes de um contrato bilateral O exemplo mais utilizado no direito brasileiro se d em mat ria societ ria em que diversas partes estabelecem entre si obriga es comuns com o intuito de constitui o de uma pessoa jur dica empres ria Dentre os elementos que qualificam um contrato plurilateral Ricardo Lorenzetti destaca a exist ncia de diferentes tipos poss veis de pluralidade A primeira se refere pluralidade ocasional quando h a exist ncia pr via de uma rela o bilateral e uma ou mais partes se inserem posteriormente na rela o contratual mas sem influ rem em seus efeitos mantendo se as obriga es rec procas e sendo poss vel a solu o de todos os problemas com a aplica o das regras dos atos jur dicos bilaterais poss vel mencionar como exemplo de tal modalidade a incapacidade superveniente de determinada parte que passa a demandar a interven o de um terceiro curador restando mantida a obriga o origin ria Em tal caso n o h verdadeiramente um contrato plurilateral uma vez que um dos polos da rela o apenas represen
297. entabilidade Ambiental no Brasil biodiversidade economia e bem estar humano Bras lia IPEA 2011 EPE A quest o socioambiental no planejamento da expans o da oferta de energia el trica Rio de Janeiro 54 da EPE a tend ncia com o esgotamento dos aproveitamentos energ ticos em bacias hidrogr ficas j exploradas restando principalmente aqueles situados na regi o amaz nica com maiores entraves ambientais para instala o de amplia o da gera o t rmica na matriz energ tica brasileira Por outro lado essas usinas termel tricas liberam gases poluentes resultantes da queima de combust vel necess ria para o seu o funcionamento contribuindo para o agravamento do efeito estufa Ou seja sem o planejamento adequado ainda que venha a se prevenir a ocorr ncia de impactos de mbito local ou regional globalmente o sistema ir ter agravada sua sustentabilidade Desta forma necess rio compatibilizar o planejamento de longo prazo da expans o da matriz com a quest o sendo tais objetivos considerados nas ferramentas planejamento da EPE H que se considerar tamb m que mesmo usinas potencialmente menos poluidoras como as de gera o e lica j v m enfrentando resist ncia popular nas regi es que est o sendo instaladas como nos Estados Rio Grande do Norte e 130 Cear Isso porque elas tamb m causam impactos socioambientais por m menos severos em rela o a outras matrizes certamente A t
298. enterprise principle and execution Cambridge Harvard 2005 Especificamente em rela o concorr ncia e acesso s redes NESTER Alexandre Wagner Regula o e concorr ncia compartilhamento de infra estruturas e redes S o Paulo Dial tica 2006 Quanto articula o entre os rg os de regula o setorial e de defesa da concorr ncia no Brasil ver por exemplo KERSTEN Felipe de Oliveira Regula o P blica da economia e defesa da concorr ncia no setor el trico reparti o de compet ncias e articula o entre a Ag ncia Nacional de Energia El trica e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorr ncia In Moreira Egon Bockmann MATTOS Paulo Todescan Lessa coord Direito concorrencial e regula o econ mica Belo Horizonte Forum 2010 14 PAIX O Leonardo Andr Aspectos Institucionais do setor el trico brasileiro In DI PIETRO Maria Sylvia Zanella coord Direito regulat rio temas pol micos 2 ed rev e ampl Belo 61 Todavia os esquemas te ricos s o teis para a compreens o do setor como um todo e para analisar a inser o da competi o na cadeia produtiva de energia el trica Sendo assim apresenta se a seguir os caracteres essenciais de cada uma das estruturas do que se denomina neste trabalho como Modelo Hunt Shuttleworth Ap s ser o examinadas as caracter sticas aplic veis ao contexto brasileiro 3 1 MONOP LIOS VERTICAIS SETORIAIS E REGIONAIS O primeiro modelo apresentado pelo
299. ento sustent vel e redu o de pobreza como por exemplo a institui o do grupo de trabalho sobre acesso energia no Global Network for Sustainable Development GNESD no mbito do Programa das Na es Unidas para o Meio Ambiente PNUMA Desta forma a energia el trica considerada internacionalmente um elemento de extrema relev ncia para o acesso a direitos humanos econ micos e sociais como sa de educa o alimenta o adequada moradia e trabalho N o poss vel por exemplo o funcionamento adequado de escolas e hospitais sem energia o que causa impacto diretamente no acesso aos direitos humanos sa de e educa o De igual forma o acesso energia considerado componente indissoci vel do direito humano moradia adequada on the Elimination of Discrimination Against Women 128 U N Doc A 57 38 pt 2002 Comm on the Elimination of Discrimination Against Women Summary Record of the 275th Meeting 14th Sess U N Doc CEDAW C SR 275 8 17 1995 General Comment No 4 on the Right to Adequate Housing Contained in Art XI 1 of the ICESCR 8 b N Commission on Human Rights Report of the Special Rapporteur on adequate housing as a component of the right to an adequate standard of living 88 35 46 b U N Doc E CN 4 2002 59 2002 prepared by Miloon Kothari U N Housing Rights Programme Monitoring Housing Rights Developing a Set of Indicators to Monitor the Full and Progressive R
300. entos de Comercializa o 3 16 O registro do CCEAL no SCL cujo comprador agente de distribui o deve refletir o objeto do contrato original registrado na ANEEL 3 16 1 A CCEE deve monitorar permanentemente o registro desses contratos em conjunto com a ANEEL e considerar o registro inv lido n o gerando quaisquer efeitos no mbito da CCEE quando a premissa 3 16 for descumprida CCEE Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 op cit 442 Ibidem p 3 216 os respectivos limites relativos a agentes que tenham direito ao al vio de exposi o fun o da diferen a de pre os nos submercados origem e destino por meio do eventual excedente financeiro apurado De forma geral o processo de defini o do pre o da energia contratada no ACL ser livremente estabelecido pelos pactuantes Todavia para os agentes vendedores sob controle estatal com base no art 54 do Decreto n 5 163 2004 a venda de energia se dar sob a forma de leil o cnamadas ou ofertas p blicas para os poss veis agentes compradores para os consumidores participantes do ACL a venda se dar mediante leil es Tal medida se d em fun o da necessidade de garantir a transpar ncia publicidade e igualdade de acesso aos interessados na produ o energ tica de tais agentes estatais Em rela o quantidade de energia contratada caber s partes definirem os montantes totais que ser o comprados e vendidos entre si P
301. entre as necessidades e os montantes contratados negocia o dessa energia secund ria e defini o do pre o spot da energia Seu n cleo central era fundado na livre comercializa o de eletricidade entre empresas de distribui o e de gera o com base em contratos bilaterais de m dio e longo prazo Assentado no art 12 da Lei n 9 648 1998 o MAE foi institu do em 1998 por Acordo Multilateral de todas as empresas que atuavam no setor homologado pela ANEEL por meio da Resolu o ANEEL n 18 1998 A ASMAE Administradora do Mercado Atacadista de Energia era a pessoa jur dica de direito privado respons vel por controlar a efetiva entrega da energia contratada os consumos dos agentes compradores a contabiliza o das opera es e a determina o do pre o de liquida o das opera es de curto prazo mercado spot sendo financiada por rateio dos custos administrativos pelos participantes A tarifa de comercializa o de curto prazo do Mercado Atacadista equivalia ao pre o spot definido a partir de ferramentas computacionais 28 Na verdade o MAE apenas entrou em funcionamento em 2000 com a homologa o de suas regras pela ANEEL na Resolu o ANEEL n 290 2000 24 Antonio Dias Leite ao detalhar o pre o spot ressalta que o processo de forma o de pre os no MAE levava em conta especificidades regionais e comportava subclassifica es Entre as atribui es do MAE houve previs o para se definir um pre o de merc
302. ergias sustent veis Pesquisa desenvolvimento e demonstra o financiamento incentivos financeiros pre o acordos volunt rios regulamenta es dissemina o de informa o e treinamento aquisi o de equipamentos reformas de mercado obriga es de mercado capacita o t cnicas de planejamento Para maiores detalhes ver GELLER Howard Steven Revolu o energ tica pol ticas para um futuro sustent vel Rio de Janeiro Relume Dumar 2008 p 15 45 61 109 239 266 56 Al m dos custos ambientais a constru o do parque energ tico brasileiro demorou mais de cem anos para ocorrer mediante investimentos estatais e privados em grande parte com incentivos governamentais de forma a aumentar o endividamento p blico interno e externo vide empreendimento de Itaipu por exemplo que custou mais de US 5 8 bilh es em valores de 1976 Gerou assim pesados custos econ micos que foram repartidos por toda a sociedade sendo a invi vel reprodu o de uma infraestrutura em paralelo a essa De igual modo a n o gera o de energia por insufici ncia ou falha do sistema e os seus respectivos impactos econ micos negativos tamb m afetam transversalmente a sociedade como um todo conforme j exposto anteriormente Em s ntese o custo de produ o de energia el trica bem como da instala o manuten o e amplia o da infraestrutura que lhe d suporte distribu do direta ou indiretamente por toda a sociedade
303. eria um importante instrumento para impor tal limita o ao restringir o repasse de eventuais custos adicionais na contrata o de energia pelas distribuidoras na tarifa dos seus consumidores finais Em paralelo aos novos mecanismos de comercializa o de energia foi estruturado o despacho independente de energia nos sistemas interligados de transmiss o atrav s de um agente criado especialmente para tal fim o Operador Nacional do Sistema ONS O ONS uma pessoa jur dica de direito privado autorizada pelo Poder Concedente regulado e fiscalizado pela ANEEL constitu da pelos agentes de mercado do setor el trico Possui a responsabilidade de coordena o e controle da opera o da gera o e transmiss o de energia el trica nos sistemas interligados na forma do art 13 da Lei n 9 648 1998 2 O ONS consequ ncias de sua extin o In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 482 29 Conforme art 7 da Resolu o ANEEL n 278 2000 2 Luiz Gustavo Kaercher Loureiro ressalta a import ncia do papel do agente coordenador do despacho de energia no sistema Deixando de lado explica es e perplexidades f sicas e t cnicas importante ter presente que tal nota distintiva impossibilidade de estocagem e consumo instant neo de toda a energia gerada conjugada a outra que ser vista a seguir i e a da interliga o el trica faz surgir a necessidade de
304. ersas as modalidades de contratos t picos no direito brasileiro sendo invi vel e desnecess rio mencion las aqui Especificamente em rela o aos contratos de comercializa o de energia el trica entende se que estes est o tipificados enquanto g nero na categoria dos contratos de compra e venda disciplinada pelos art 481 e seguintes do C digo Civil Como evid ncia al m da o Apenas para indicar tal diversidade poss vel mencionar as esp cies contratuais t picas da parte especial do livro de direito das obriga es da codifica o civil sendo elas compra e venda art 481 a 532 troca ou permuta art 533 doa o art 538 a 564 contrato estimat rio art 534 a 537 loca o art 565 a 578 empr stimo art 579 a 592 presta o de servi os art 593 a 609 empreitada art 610 a 626 dep sito art 627 a 652 mandato art 653 a 692 fian a art 818 a 839 comiss o art 693 a 709 distribui o art 710 a 721 corretagem art 722 a 729 transporte art 730 a 756 seguro art 757 a 802 constitui o de renda art 803 a 813 jogo e aposta art 814 a 817 transa o art 840 a 850 e compromisso art 851 a 853 341 Art 481 Pelo contrato de compra e venda um dos contratantes se obriga a transferir o dom nio de certa coisa e o outro a pagar lhe certo pre o em dinheiro Veja que nesse caso decidido pelo TJSP foi afastada a caracteriza o de um CCEAL como contrato d
305. erto Estado governo e sociedade para uma teoria geral da pol tica 4 ed Tradu o de Marco Aur lio Nogueira Rio de Janeiro Paz e Terra 2001 p 20 27 1 BOBBIO Norberto Op cit p 20 15 regula o coativa dos comportamentos dos indiv duos e grupos infraestatais O aspecto comum s teorias do primado do p blico sobre o privado que o todo viria antes das partes Sob tal perspectiva o m ximo bem da sociedade n o resulta da soma dos esfor os individuais egoisticamente considerados mas da contribui o de cada um em conjunto solidariamente com os demais ao bem comum Utilizando a no o axiol gica da dicotomia p blico privado proposta por Bobbio tem se nesse momento hist rico a primazia do privado sobre o p blico No contexto europeu principalmente na Fran a esse quadro come a a mudar no final do s culo XIX A atua o estatal n o se resumia ent o n o interven o Havia algumas interven es com o intuito de policiamento por exemplo verifica o de pesos e medidas repress o de fraudes e prote o por exemplo direitos alfandeg rios econ mica bem como na regulamenta o de determinadas atividades e profiss es Antes da Primeira Guerra j havia um direito p blico econ mico sob a forma de direito administrativo econ mico uma vez que a quest o econ mica ainda n o fazia formalmente parte dos textos constitucionais O Estado assume uma s rie de fun es econ micas gerais por
306. es 38 CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 39 Maior valor do PLD permitido pela ANEEL definido como sendo o menor valor entre o pre o estrutural da termel trica mais cara no PMO Programa Mensal de Opera o de janeiro do ano corrente e o pre o limite do ano anterior corrigido pelo IGP DI acumulado entre novembro de um ano e novembro do ano consecutivo Ibidem loc cit 380 Menor valor do PLD permitido pela ANEEL atualizado anualmente na primeira semana operativa do m s de janeiro pelo custo vari vel da usina de Itaipu Binacional valorado pela m dia geom trica da taxa de c mbio do d lar americano do ano anterior Ibidem loc cit 3861 Ibidem loc cit 382 Taxa de mercado ou de bolsa significa o valor alcan ado em determinada ocasi o por um bem ou produto ou por um t tulo em virtude de decis es ou especula es de investidores que os vendem ou compram Resulta em ser o pre o estabelecido pelo pr prio valor que se registrou ou corrente no mercado no dia previsto no contrato O fluxo vari vel de ofertas e aquisi es p blicas nesses mercados abertos em que se incluem as bolsas fixa o pre o do bem ou t tulo a cada dia e s vezes a cada hora do mesmo dia As taxas de mercado s o de dom nio p blico frequentemente divulgadas pela imprensa para conhecimento geral 168 contratuais
307. es dos centros de consumo a partir da necessidade de empreendimentos de maior porte tendo em vista as necessidades energ ticas do pa s a atividade se tornou mais complexa e o servi o passou a transcender o interesse local Desta forma h no Brasil ao longo do s culo XX um consider vel processo de federaliza o das compet ncias relativas ao setor e de estatiza o de sua cadeia produtiva em regime de monop lio conforme se observar da exposi o a seguir Considerado o primeiro texto de lei brasileira que tratou em abstrato o tema da energia el trica no art 23 da Lei n 1 145 de 31 de dezembro de 1903 se v que cabia Uni o a concess o da utiliza o dos potenciais hidr ulicos para a produ o de energia el trica aplicada a servi os federais Tal norma foi 181 JOHNSON Bruce Banner et al Servi os p blicos no Brasil mudan as e perspectivas S o Paulo Edgard Bl cher 1996 p 61 182 Eis o texto da lei Art 23 O Governo promover o aproveitamento da for a hydraulica 82 regulamentada pelo Decreto n 5407 de 27 de dezembro de 1904 que determinava as condi es e os prazos dos contratos de concess o desses servi os m ximo de noventa anos que eram fixados caso a caso mecanismos de revis o tarif ria isen es e garantias a empresas estrangeiras condi es de seguran a para o p blico dentre outros De tais disposi es normativas denota se um in cio de preocupa o por parte d
308. es econ micas deveriam ser desreguladas j o direito de propriedade deve ser tornado mais seguro BRESSER PEREIRA Luiz Carlos A crise da Am rica Latina consenso de Washington ou crise fiscal Revista Pesquisa e Planejamento Econ mico Bras lia v 21 n 1 p 6 abr 1991 O presente estudo n o ir analisar se os referidos processos de liberaliza o implementados nas reformas neoliberais do per odo s o positivos ou negativos per se Tais temas s o deveras complexos e fogem do escopo da pesquisa ora apresentada e qualquer tentativa de an lise sobre tal mat ria tender a ser superficial e insuficiente Todavia apenas para n o deixar o tema sem apontamento sabendo se da insufici ncia de somente mencionar alguns posicionamentos cumpre ressaltar a posi o cr tica do economista Joseph Stiglitz ante o papel dos pa ses desenvolvidos e das ag ncias multilaterais internacionais como o Banco Mundial Fundo Monet rio Internacional FMI e Organiza o Internacional do Com rcio OMC na implementa o das referidas reformas nos pa ses emergentes e nas repercuss es que estas tiveram nas crises que estes enfrentaram became convinced that the advanced industrial countries through international organizations like the International Monetary Fund IMF the World Trade Organization WTO and the World Bank were not only not doing all that they could to help these countries but were sometimes making their life more difficult IM
309. es em quest o Nesse sentido a cl usula geral de fun o social embora permane a tem reduzida sua abertura encontrando maior densidade em tais setores a partir da complexidade normativa do microssistema setorial Em outras palavras na estrutura regulat ria deve estar consolidada a orienta o das atividades econ micas de base a fins ligados justi a social O conte do das estruturas de regula o setoriais passa a integrar o conte do do contrato reduzindo o espa o da autonomia privada ao necess rio para compatibilizar a garantia da competi o onde for poss vel e do interesse lucrativo dos agentes privados com os interesses da coletividade assentados nos valores emanados da Constitui o A dificuldade de definir onde acaba o tratamento da transa o pr prio efeito da liberdade empresarial nos servi os p blicos Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 26 p 55 62 abr jun 2009 p 55 TEPEDINO Gustavo O C digo Civil os chamados microssistemas e Constitui o premissas para uma reforma legislativa In Problemas de direito civil Rio de Janeiro Renovar 2001 p 1 ess 31 do direito civil numa perspectiva cl ssica e do quadro jur dico do mercado estabelecido na regula o destacado por Joaquim de Sousa Ribeiro como a constru o de um espa o de converg ncia entre o direito contratual e o direito econ mico A desterritorializa o da economia resultante das
310. es quase s o diferentes dimens es de mudan a No entanto h uma liga o l gica entre as duas dimens es tradu o livre 99 processo de reestrutura o do setor el trico um dos motes da reestrutura o setorial foi a privatiza o Aliados privatiza o foram reformados os marcos normativos setoriais a fim de viabilizar sua liberaliza o atrav s de mecanismos de direito regulat rio exempli gratia com o fim de monop lios estatais e implementa o de ag ncias reguladoras Com apoio de ag ncias multilaterais internacionais prevaleceu em tal per odo e nos anos seguintes a pol tica de moderniza o do Brasil por interm dio da implementa o de um modelo de Estado m nimo sob a gide da austeridade fiscal e monet ria por ocasi o do denominado Consenso de Washington Assim 234 WALTENBERG David A M O direito da energia el trica e a ANEEL In SUNDFELD Carlos Ari org Direito administrativo econ mico S o Paulo Malheiros 2000 p 358 esa Segundo Bresser Pereira o Consenso de Washington implicava numa resposta neoliberal crise que os pa ses Latino Americanos viviam na d cada de 1990 De acordo com a abordagem de Washington as causas da crise latino americana s o basicamente duas a o excessivo crescimento do Estado traduzido em protecionismo o modelo de substitui o de importa es excesso de regula o e empresas estatais ineficientes e em n mero excessivo e b o
311. esar de n o ser contr ria aos princ pios a compra e venda aleat ria d consensual porque se forma comumente pelo s acordo de vontades embora em certos casos seja solene e translativo da propriedade n o no sentido de operar a sua transfer ncia mas de ser o ato causal desta gerador de uma obligatio dandi e fundamento da transcri o ou da tradi o PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 105 159 par grafo 3 da Lei n 10 848 2004 indicam expressamente que tais opera es s o de compra e venda Tais contratos de compra e venda de energia el trica admitem ainda tipifica es espec ficas em rela o s suas diversas esp cies de acordo com a estrutura normativa vigente como contratos de comercializa o em ambiente regulado contratos de comercializa o em ambiente livre contratos de energia de reserva contratos de quotas parte de Itaipu contratos de compra e venda energia incentivada contratos PROINFA contratos de gera o distribu da dentre outros Uma vez compreendida como conte do e forma de contrato especial de compra e venda v se que a comercializa o de eletricidade possui todos os elementos essenciais de tal tipo contratual Os contratos de compra e venda s o A maior parte das caracter sticas indicadas por Caio M rio da Silva Pereira n o apresenta grandes complexidades quando aplicadas c
312. esmo sentido para exemplificar a implementa o do direito ao acesso a energia el trica no plano infraconstitucional pode tamb m ser mencionado o Decreto n 4 873 2003 alterado pelo Decreto n 6 4 42 2008 que instituiu o Programa Nacional de Universaliza o do Acesso e Uso da Energia El trica destinado a garantir acesso parcela da popula o que ainda n o disp e de energia el trica De igual forma a falta de acesso energia el trica foi um dos crit rios metodol gicos utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE para a defini o do perfil da pobreza extrema no Brasil na implementa o do Plano Brasil sem Mis ria estruturado em 2011 pelo Poder Executivo 9 O Poder Judici rio tamb m reconhece indiretamente a essencialidade do acesso energia el trica Por exemplo o Superior Tribunal de Justi a STJ possui larga jurisprud ncia em casos de inviabilidade do corte de eletricidade por 1 BRASIL MDS O perfil da Extrema Pobreza no Brasil com base nos dados preliminares do universo do Censo 2010 p 2 Dispon vel em lt www mds gov br gt Data de acesso 01 07 2011 48 inadimpl ncia do consumidor nas mais diversas hip teses tais como quando o 111 quando o inadimplente for 112 e inadimplente for comunidade simples de agricultores hospital devido preval ncia do interesse p blico maior de prote o vida m raz o de d bito irris rio por conf
313. esso de reformas diferentemente da Europa n o foi suficiente para a constru o de um Estado Regulador ou Estado P s Social Estado Garantia no pa s uma vez que foram mantidos no texto constitucional os fundamentos do modelo de Estado Social estabelecidos na Constitui o Federal de 1988 Ao trazer a gest o de tais atividades para ser exercida por agentes privados e p blicos em um regime de mercado competitivo passou se a demandar maior interven o p blica no interior das rela es econ micas a serem entabuladas por tais agentes por meio da intensifica o da regula o estatal da economia Para tanto foram criadas ag ncias reguladoras independentes com car ter eminentemente t cnico que utilizando se do saber espec fico da rea de conhecimento relativa ao seu setor de atua o estabelecem estruturas regulat rias para a conforma o das atividades econ micas situadas na sua rea de abrang ncia no caso tratado no presente trabalho assume relevo o setor el trico 257 Por paradoxal que pare a a redu o do tamanho do Estado implicou em aumento da interven o p blica no mbito das rela es interprivadas e no conte do do contrato incluindo se em tal contexto os contratos de comercializa o de energia Com o incremento da regula o jur dica de setores econ micos espec ficos se d prolifera o de centros normativos que re nem aspectos de direito p blico e de direito privado necess rios par
314. estatal d sinais de fadiga a partir da d cada de 1980 em decorr ncia de pesados d ficits setoriais e limita es no investimento para a amplia o do parque gerador No in cio da d cada de 1990 inicia se um processo de privatiza o das empresas do setor el trico e da constru o de marcos legais capazes de reorganizar a atividade setorial em estruturas desverticalizadas baseadas na competi o a partir de empresas p blicas e privadas Nesse momento passam a ter maior relev ncia os contratos de comercializa o Ali s a obrigatoriedade de relacionamentos comerciais entre as empresas de eletricidade que fossem baseados em contratos apenas passou a existir com a Lei n 8 631 1993 Na mesma poca surgem os principais marcos legais para a substitui o do modelo de monop lio vertical para uma estrutura desverticalizada de setor el trico merecendo destaque a Lei n 9 074 1994 e a Lei 9 427 1996 que criou a ANEEL implementada ent o a Reestrutura o do Setor El trico Brasileiro por meio da Lei n 9 648 1998 que tem como foco a liberaliza o da comercializa o de eletricidade no pa s que passa a se dar por meio de contratos bilaterais livremente 260 pactuados no Mercado Atacadista de Energia MAE Nessa mesma lei tamb m estabelecido o despacho independente de energia com a cria o do Operador Nacional do Sistema El trico ONS Ao se analisar a estrutura competitiva estabelecida por tal marco norma
315. eterminada pelos agentes mas sim de acordo com o par grafo 2 do art 2 do Decreto n 5 163 2004 a estipula o da sua forma de c lculo de responsabilidade do MME enquanto o c lculo em si atribui o da EPE nos termos do art 6 82 IV do Decreto n 5 184 2004 Tendo em vista as particularidades do sistema hidrot rmico brasileiro o gerenciamento da programa o e despacho das usinas ligadas rede b sica de transmiss o deve ser feito de maneira centralizada pelo Operador Nacional do Sistema ONS Isso decorre da necessidade de opera o integrada das usinas do sistema a fim de aproveitar as sinergias da diversidade hidrol gica existente entre as diferentes regi es do pa s permitindo assim que as usinas consigam atender a uma demanda assegurada maior que a soma das demandas que cada uma conseguiria atender se operasse individualmente Ademais garante o dimensionamento passou a ser probabil stico ao inv s de garantir o atendimento no caso de ocorr ncia da pior seca registrada no hist rico passou se a calcular a energia assegurada definida como a m xima produ o que pode ser mantida em uma determinada porcentagem por exemplo 95 dos anos hidrol gicos simulados Este crit rio probabil stico juntamente com a considera o do impacto econ mico das falhas de suprimento passou a permitir uma an lise mais acurada da rela o custo benef cio de investimentos PINTO Andr Dias
316. etricidade cuja atribui o legal da ANEEL os quais ir o variar progressivamente de acordo com seu grau de especificidade O primeiro n vel composto pela Conven o de Comercializa o institu da por meio da Resolu o Normativa ANEEL n 109 2004 que estabelece as condi es gerais para a comercializa o de energia el trica no pa s bem como a forma de 323 Art 12 1 A Ag ncia Nacional de Energia El trica ANEEL expedir para os fins do disposto no caput em especial os seguintes atos a conven o de comercializa o Il as regras de comercializa o e HI os procedimentos de comercializa o 151 funcionamento e atribui es da CCEE O Estatuto Social da CCEE embora decorra de aprova o de sua Assembleia Geral tem por base a Conven o de Comercializa o de Energia El trica e tamb m deve ser objeto de aprova o pela ANEEL No segundo n vel est o as regras de comercializa o de energia que perfazem um conjunto de formula es alg bricas que estabelecem todos os relacionamentos entre as vari veis do processo de comercializa o da energia na CCEE Dessa maneira as regras de comercializa o estruturam os procedimentos de c lculo das opera es de contabiliza o e liquida o da energia el trica que ser o realizados pela CCEE No n vel final est o situados os procedimentos de comercializa o que constituem um conjunto de normas propostas pela
317. exemplo a cunhagem de moedas e ger ncia de algumas ind strias enquanto os governos locais assumem os servi os p blicos locais de gua g s eletricidade e transporte urbano No entanto as interven es econ micas no per odo s o a exce o Tais modalidades de interven o s o essencialmente unilaterais e as atividades econ micas se d o de forma direta ou atrav s da concess o de servi o p blico O direito administrativo econ mico era caracterizado essencialmente pelo regime das atividades contratuais da administra o formando se no final do s culo XIX por interm dio da jurisprud ncia administrativa francesa No entanto ainda n o possu a regras e institui es pr prias no que se refere s interven es econ micas pelo Estado tendo se em vista o car ter excepcional e pouco diverso destas Avel s Nunes caracteriza esse per odo hist rico no campo econ mico como 21 in cio do capitalismo monopolista de Estado Na passagem do capitalismo de 2 Em rela o ao exposto LAUBADERE Andr de Direito p blico econ mico Coimbra Almedina 1985 p 36 39 Conforme destaca o autor n o existe qualquer necessidade um direito p blico econ mico no per odo Ibidem p 39 Tamb m denominado por outros autores como economia mista Welfare State economia concertada neo capitalismo capitalismo organizado capitalismo popular capitalismo de estado entre outras NUNES Ant nio Jos Avel
318. expans o do suprimento de energia com a demanda de consumo Para tanto importante que o Estado planeje estrategicamente o seu sistema energ tico e os seus respectivos impactos sociais e ambientais de forma coordenada com a constru o de seu projeto de desenvolvimento nacional Por exemplo no setor el trico o planejamento encontra algumas barreiras pois existe a impossibilidade 55 No entanto a quest o n o pode ser tratada apenas do ponto de vista da expans o do parque gerador pelo contr rio devendo esta ltima ser reduzida ao m nimo poss vel para um cen rio energ tico sustent vel Para isso tamb m necess rio rever e reduzir os padr es de consumo e buscar constantemente otimizar os recursos existentes em especial com o aumento da efici ncia energ tica e da opera o articulada do sistema el trico 33 de estocar energia em grandes volumes A sazonalidade e a aleatoriedade de alguns recursos energ ticos usados na gera o de energia el trica tornam muito complexa a opera o do sistema para manter a confiabilidade e continuidade de fornecimento O planejamento energ tico seja este no n vel nacional estadual ou regional uma ferramenta de extrema import ncia pois serve de apoio na elabora o de pol ticas p blicas e diretrizes indicativas ou determinativas para os agentes de oferta e consumo de energia e rg os governamentais de regula o no gerenciamento de indicadores de efici ncia qualida
319. favorecimento de ind strias nacionais pol ticas sociais e estruturas burocr ticas antiquadas Assim verifica se que os modelos de competi o no setor el trico utilizados pelos referidos autores s o na verdade uma valsa em dois compassos de um lado h progressivamente a cria o de uma estrutura de mercado competitivo onde antes havia uma estrutura monopolista fortemente apoiada no Estado de outro h um decr scimo do espa o de atua o do Estado no setor com a redu o da possibilidade de utiliza o das estruturas setoriais para a implanta o de pol ticas p blicas Ou seja verifica se que os diferentes modelos expostos possuem progressivamente um vi s liberalizante deixando cada vez mais ao mercado a responsabilidade pela defini o da aloca o de recursos e investimentos ao setor 75 assentada no fundamento econ mico da efici ncia Caber ao Estado principalmente a atua o regulat ria com fins de corrigir potenciais inefici ncias do mercado em especial aquelas ligadas ao acesso s redes e ao controle de monop lios naturais Cumpre agora analisar se tal perspectiva se cumpriu na realidade f tica observando a partir dos modelos indicados como se deu historicamente a conforma o do setor el trico brasileiro ainda que de maneira sucinta nos t picos a seguir apresentados 76 4 FORMA O DO ATUAL MODELO REGULAT RIO DO SETOR EL TRICO BRASILEIRO A PARTIR DE SUA ESTRUTURA COMPETITIVA REE
320. ficidades do assunto que ultrapassam o escopo da presente pesquisa 474 CCEE Regras de Comercializa o Contratos S o Paulo CCEE 2013 p 73 81 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 238 Outrossim nos CCEARs por Disponibilidade os riscos hidrol gicos s o assumidos pelos agentes de distribui o e caber aos geradores garantir a sua disponibilidade de gerar a energia contratada caso estes venham a ser demandados a gerar Ao passo que os CCEARs por Quantidade est o ligados principalmente gera o hidrel trica os CCEARs por Disponibilidade s o aplic veis em maior medida s usinas t rmicas Estas por sua produ o energ tica ser mais cara do que as usinas hidr ulicas tendem a permanecer a maior parte do tempo desligadas de acordo com a l gica do sistema hidrot rmico brasileiro No leil o o gerador oferta o valor da sua receita fixa correspondente manuten o da disponibilidade da usina ao SIN ligada principalmente aos custos fixos do empreendimento que ocorrer o independentemente de haver gera o efetiva e os custos de gera o da inflexibilidade deste Caso esta venha a ser despachada pelo ONS acima do seu n vel de inflexibilidade al m da parcela fixa haver uma parcela vari vel correspondente aos custos de gera o que ultrapassam os custos j abrangidos pela receita fixa No leil o essa parcela vari vel ofertada por meio da disponibiliza o de
321. fim de se demonstrar as diversas pol ticas de Estado para a garantia da oferta de eletricidade e o atendimento do mercado consumidor H diversos modelos te ricos de estrutura o do setor el trico Utiliza se no presente trabalho o paradigma adotado por Sally Hunt e Graham Shuttleworth explanado no livro de teoria econ mica aplicada Competition and Choice in Electricity Tal modelo revela se til para explicar as diferentes possibilidades de estruturas setoriais A op o decorre fundamentalmente do fato de que o referido modelo baseia se na estrutura competitiva setorial O grau de competi o de tal estrutura aumenta progressivamente conforme s o comparados os diferentes paradigmas apresentados pelos autores nos quais os contratos s o a base para a integra o e efici ncia da cadeia produtiva Sendo assim os pr ximos t picos referentes s estruturas competitivas do setor de eletricidade foram sistematizados a partir de tal obra e complementados por outras indicadas Por sua vez a escolha da competi o como v rtice de explana o das estruturas do setor el trico deve se ao fato de que os contratos de comercializa o de energia possuem maior relev ncia em mercados de eletricidade onde h 138 Al m disso tais autores foram consultores da National Power a maior empresa inglesa de gera o que surgiu da cis o decorrente da privatiza o da Central Electric Generation Board estatal brit nica de energia du
322. forme se observar nos t picos seguintes 5 3 AGENTES DE DISTRIBUI O Os agentes de distribui o s o os respons veis pela conex o e atendimento do consumidor consumidores industriais de m dio e pequeno porte consumidores comerciais e consumidores residenciais conectando os aos sistemas de transmiss o A atividade de distribui o tamb m considerada servi o p blico sendo prestada majoritariamente mediante regime de concess o embora seja admitida em situa es espec ficas a presta o via regime de autoriza o ou permiss o Em 2008 o mercado de distribui o de energia el trica atendia a aproximadamente 61 milh es de unidades consumidoras no Brasil sendo formado por 63 297 ONS Relat rio de apura o mensal de servi os e encargos de transmiss o Outubro 2010 www ons org br 300 O art 2 inciso Il da Resolu o Normativa n 2 06 2005 da ANEEL define o agente de distribui o como titular de concess o ou permiss o para distribui o de energia el trica a consumidor final ou a Unidade Suprida exclusivamente de forma regulada 301 As cooperativas de eletrifica o rural podem ser autorizadas ou permission rias para presta o do servi o de distribui o de energia el trica nos termos da Lei n 9 074 1995 e Resolu es Normativas da ANEEL de n 012 2002 e 20 5 2005 134 concession rias Dentre os agentes de distribui o pode se ainda mencionar as cooperativas de eletr
323. gawatts m dios quantidade de energia dispon vel ao sistema sendo 1 MW m dio 8 760 MWh ano estariam dispostos a fornecer ao pre o de reserva determinado O prosseguimento do leil o dado pela diminui o do pre o por decrementos estipulados previamente ao leil o por m n o divulgados aos participantes antes do in cio do certame enquanto que houver proposta de fornecimento ao pre o corrente e ao volume desejado Essa etapa continuar enquanto a oferta total for superior a oferta de refer ncia calculada pela extrapola o da demanda agregada para todos os produtos por um fator de refer ncia Este tamb m mantido em sigilo mas seu objetivo permitir que na primeira etapa do leil o haja excesso de oferta suficiente para gerar concorr ncia de pre os na segunda etapa BINMORE 2004 e tamb m poder neutralizar redu o de oferta na primeira etapa Quando a oferta total atinge a oferta de refer ncia encerrada a primeira etapa e como o leiloeiro n o quer correr o risco de que a oferta dos proponentes vendedores da ltima rodada da primeira etapa seja inferior real necessidade de contrata o de energia s o classificados para a segunda etapa do leil o todos os proponentes vendedores participantes da pen ltima rodada da fase uniforme Com isso o pre o teto de in cio da segunda etapa o pre o de fechamento da primeira fase somado a um decremento de forma a retomar ao pre o corrente da pen ltima rodad
324. guas s termel tricas Al m disso o decreto n 3 763 1941 determina que a transmiss o e distribui o tamb m necessitariam de autoriza o federal restando aos munic pios o papel de meros consumidores podendo apenas firmar contratos para o fornecimento de energia aos seus servi os prestados popula o de suas localidades 88 no art 5 inciso XIX al nea j par grafo 3 daquela Carta Ao mesmo tempo o art 119 par grafos 1 e 2 constitucionaliza o regime de concess es e autoriza es de aproveitamentos energ ticos hidr ulicos do C digo de guas bem como 209 e de revis o estabelece um regime de progressiva nacionaliza o para o Setor dos contratos existentes para a sua adequa o legisla o e finalmente estabelece uma pol tica de revis o tarif ria que garanta ao concession rio apenas uma retribui o justa ou adequada e que atenda s exig ncias de expans o dos servi os 212 Por sua vez o texto da Constitui o da Rep blica de 1937 outorgada no contexto da ditadura de Get lio Vargas no Estado Novo brasileiro repete as referidas disposi es do texto constitucional de 1934 e consagra no art 135 a interven o do Estado no dom nio econ mico 208 vide o texto dos referidos dispositivos na Constitui o de 1934 Art 119 O aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais bem como das guas e da energia hidr ulica ainda que de propriedade priv
325. holding Brazilian Traction Light and Power Co Ltd em 1912 Ambas possu am o monop lio de todas as etapas da cadeia produtiva de energia nas suas respectivas regi es as mais populosas do pa s Ainda detinham tamb m com exclusividade o transporte el trico de bondes em tais localidades motivo este da instala o das primeiras usinas no pa s As empresas do Grupo Light possu am em torno de quarenta por cento da capacidade total instalada no pa s entre 1915 e 1930 e cerca de 46 por cento em 1946 14 interessante apontar que no in cio do s c XX houve uma forte discuss o no pa s quanto aos monop lios privados de servi os de energia na cidade do Rio de Janeiro no embate travado entre a Rio Light e a Guinle amp Cia pelo controle do mercado de energia na capital da nascente Rep blica Rui Barbosa que at ent o atuara de maneira relevante na defesa da livre concorr ncia nos servi os p blicos na ltima d cada do s culo XIX atacando com veem ncia a Concess o Reid em 1889 passou a assessorar a Light Rio na 172 Em junho de 1900 Ces rio Alvim concedeu William Reid amp Cia o direito de gerar e distribuir eletricidade de origem hidr ulica ao Distrito Federal com exclusividade at 1915 e sem exclusividade at 1950 A denominada Concess o Reid abriu uma forte discuss o a respeito da possibilidade de monop lios ante a liberdade de concorr ncia estabelecida pela Carta Constitucional de 1891
326. i o futura do per odo hidrol gico cr tico O potencial hidrel trico inventariado compreende as usinas em opera o ou constru o e os aproveitamentos dispon veis estudados nos n veis de invent rio viabilidade e projeto b sico EMPRESA DE PESQUISA ENERGETICA BRASIL Balan o Energ tico Nacional 2013 ano base 2012 Rio de Janeiro EPE 2013 p 118 58 regulat ria mostram se relevantes o paradigma da essencialidade e o custo social assentado principalmente no princ pio da equidade intergeracional e demais aspectos ligados prote o do meio ambiente de forma a garantir um estatuto jur dico de acesso pela sociedade energia el trica atrav s do menor custo poss vel coletividade Em suma verifica se que tanto a essencialidade como o custo social s o elementos relevantes para a adequada compreens o do tr nsito jur dico da energia el trica na atual conforma o do setor el trico brasileiro Ultrapassada tal an lise passar se ao exame dos diferentes modelos competitivos para suprimento da demanda nos cap tulos seguintes 59 3 ESTRUTURA O DO SETOR EL TRICO A PARTIR DO MODELO HUNT SHUTTLEWORTH FUNDADO EM COMPETI O Nesta etapa do presente estudo pretende se apresentar quantum satis O processo de forma o da estrutura regulat ria do setor el trico at a conforma o do modelo atual Para tanto utilizam se as diferentes estruturas competitivas setoriais como pano de fundo a
327. ia S o Paulo vol 12 n 2 p 1 19 2 Sem 2006 UNDP Energizing poverty reduction New York UNDP 2007 UNI O EUROPEIA Tratado sobre o Funcionamento da Uni o Europeia Dispon vel lt www europa eu gt Acesso em 23 03 2018 VARELA Antunes Das obriga es em geral 7 ed Coimbra Almedina 1997 v 2 VARGAS Get lio Carta testamento Dispon vel em lt http cpdoc fgv br producao dossies AEraVargas2 artigos AlemDaVida CartaTesta mento gt Acesso em 19 04 2013 WALTENBERG David A M O direito da energia el trica e a Aneel In SUNDFELD Carlos Ari org Direito administrativo econ mico S o Paulo Malheiros 2000 p 354 377 282 WENGLER John Managing energy risk a nontechnical guide to markets and trading Tulsa PennWell Books 2001 WWF Agenda El trica Sustent vel 2020 Bras lia WWF Brasil 2006 YERGIN Daniel The quest energy security and the remaking of the modern world New York Penguin 2011
328. ia dos estudos ambientais al m da falta de oportunidade efetiva para participa o como a n o ocorr ncia de audi ncias p blicas ou realiza o de audi ncias e outros f runs cujo formato n o favorece a participa o popular efetiva Como evid ncia dos custos sociais relativos utiliza o dos recursos h dricos na gera o de energia el trica por fontes hidr ulicas pode se indicar a Compensa o Financeira pela Utiliza o dos Recursos H dricos CFURH comumente designada como royalties da gua Com assento no art 21 XIX do texto constitucional esta representa uma compensa o financeira para a coletividade impactada pelo uso da gua na produ o de energia A Lei n 7 990 1989 em conjunto com a Lei n 9 648 1998 estabelecem que os empreendimentos hidrel tricos com pot ncia acima de 30 000kW trinta mil quilowatts dever o pagar Uni o Estados e Munic pios valor correspondente a 125 CDDPH Comiss o especial Atingidos por Barragens Bras lia CDDPH 2006 p 13 14 53 6 75 da energia faturada a ser calculado de acordo com f rmula institu da pelo Decreto n 3 739 2001 conforme seus reservat rios atingirem reas das referidas unidades federativas A propor o de distribui o dos recursos entre os diferentes entes em conformidade com a atual reda o do art 1 da Lei n 8 001 1990 ser de 45 quarenta e cinco por cento aos Estados 45 quarenta e cinco por cento
329. ia hist ria Ou seja n o poss vel compreend lo apenas em termos abstratos e atemporais mas sim deve ser observado no contexto socioecon mico em que est temporalmente inserido Ali s evidentemente tal advert ncia n o cabe a apenas o contrato mas sim ao sistema jur dico como um todo que deve ser entendido como produto cultural e social Este sempre existir em sociedade com solu es que n o podem ser consideradas eternamente v lidas restando como miss o da historiografia cr tica a problematiza o dos pressupostos de aplica o da dogm tica jur dica sendo necess rio o questionamento e a relativiza o dos conceitos e verdades desta ltima Bem a prop sito ainda que n o trate do tema sob uma perspectiva historiogr fica Enzo Roppo ao conceituar o contrato como a formaliza o jur dica de uma opera o econ mica ressalta que o papel deste no sistema resultante do total de opera es a que confere dignidade legal Assim o instituto acaba por refletir o modelo de organiza o econ mica existente naquele dado momento hist rico ao que denomina relatividade do contrato nos seguintes termos HESPANHA Ant nio Manuel Cultura jur dica europeia s ntese de um mil nio Florian polis Boiteux 2006 p 21 27 GROSSI Paolo Mitologias jur dicas da modernidade 2 ed rev e atual Trad de Arno Dal Ri J nior Florian polis Boiteux 2007 p 13 14 Analogamente se verdade que a sua discipl
330. ia neste mercado dos aspectos de direito p blico na contrata o de energia reduzindo se os espa os de incid ncia dos princ pios liberais do contrato em especial a autonomia da vontade Este mercado foi denominado como Ambiente de Contrata o Regulada ACR e se encontra estruturado sob tr s premissas essenciais Primeiramente o art 1 82 da Lei n 10 848 2004 determina que as distribuidoras de energia el trica apenas poder o adquirir a energia necess ria para o abastecimento de seu mercado consumidor no ACR 82 Submeter se o contrata o regulada a compra de energia el trica por concession rias permission rias e autorizadas do servi o p blico de distribui o de energia el trica nos termos do art 2 desta Lei e o fornecimento de energia el trica para o mercado regulado O referido dispositivo legal passa a impedir que os agentes de distribui o 458 Art 1 82 da Lei n 10 848 2004 228 comprem energia de forma bilateral e livre como podiam fazer anteriormente Embora conforme visto o ACL tamb m esteja submetido regula o setorial no ACR esta regula o muito mais presente deixando pouca margem autonomia negocial dos agentes de distribui o Enquanto nos CCEALs poss vel a livre negocia o das disposi es contratuais nos CCEARSs por exemplo o contrato com todas suas cl usulas j vem pronto e acabado no edital de leil o organizado pelo Estado Em outros a c
331. ializa o de energia especialmente em rela o s distribuidoras que atendem aos consumidores cativos Em linhas gerais o modelo trouxe nova disciplina para as atividades de gera o e comercializa o de energia com a cria o do ambiente de livre contrata o e do ambiente de contrata o regulada O art 4 da Lei n 10 848 2004 autoriza a institui o da C mara de Comercializa o de Contratos de Energia El trica CCEE pessoa jur dica de direito privado como institui o sucessora do MAE principalmente no que toca contabiliza o e a liquida o de diferen as contratuais no curto prazo e de conforma o do mercado de atacado Acrescente se que a CCEE assume um novo papel ao realizar os leil es por delega o da ANEEL para venda de energia aos distribuidores e ao atuar como interveniente e administradora dos Contratos de Comercializa o de Energia no Ambiente Regulado CCEAR No Ambiente de Contrata o Regulada ACR a comercializa o de energia el trica apenas pode ser realizada por meio de leil es p blicos promovidos pela ANEEL no mbito da CCEE 121 A comercializa o no ACR se destina apenas ao suprimento de energia el trica s concession rias de distribui o de energia el trica Estas n o podem mais adquirir energia fora do ACR uma vez que o self dealing fora revogado pela Lei n 10 848 2004 e via de regra n o h mais contrata o direta e bilateral entre distribuidoras
332. ici ncia uma vez que h menor incentivo para o agente monopolista se tornar mais eficiente Isso porque a forma o de pre o feita apenas mediante an lise de custo Ou seja a regula o da tarifa se d normalmente pelo custo do servi o modelo historicamente adotado no setor el trico do Brasil de acordo com Jos Claudio Pires e Maur cio Piccinini Destarte s o repassados ao consumidor grande parte dos erros e problemas do agente monopolista como mudan as n o previstas na demanda erros em investimentos problemas de obsolesc ncia n o programada de equipamentos dentre outros Al m disso a assimetria de informa o dificulta a atua o do rg o regulador principalmente no que toca a aferi o do efetivo custo de produ o do detentor da cadeia produtiva e o respectivo repasse de poss veis ganhos de efici ncia para as tarifas dos consumidores finais Ainda por ser uma estrutura monopolista estatal frequentemente os pre os para o usu rio final n o s o proporcionais aos custos efetivos da cadeia produtiva para valores acima ou abaixo destes Isso se d mediante a utiliza o da tarifa como mecanismo de pol tica econ mica seja subsidiando a seja utilizando a como subs dio indireto O problema desta utiliza o que ela n o reflete a estrutura de custos do setor o que acaba minando sua sustentabilidade ao longo prazo Outra possibilidade de estrutura setorial monopol stica baseada em integra o ver
333. idez do mandato dos dirigentes destas pessoas MELLO Celso Ant nio Curso de direito administrativo 26 ed rev atual S o Paulo Malheiros 2009 p 174 27 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 p 298 106 poss veis Foi contratada a consultoria Coopers amp Lybrand pelo Minist rio das Minas e Energia com apoio do Banco Mundial para elaborar a proposta de reestrutura o do setor em processo que se desenvolveu entre agosto de 1996 e o final de 1997 recebendo o nome de Reestrutura o do Setor El trico Brasileiro RE SEB Os paradigmas de base do modelo brasileiro s o principalmente os processos liberalizantes de reforma do sistema el trico chileno posta em pr tica na d cada de je 1980 durante a ditadura do General Augusto Pinochet e a reforma de Margareth Thatcher no sistema da Gr Bretanha iniciada em mar o de 1990 que implementava um modelo de competi o no atacado como primeiro passo para se chegar ao modelo de competi o no varejo no Reino Unido A reforma tinha como objetivos essenciais a recapitaliza o do setor com recursos privados e a redu o dos custos de energia atrav s da competi o Diversos aspectos essenciais de tais mudan as j estavam introduzidos de maneira assistem tica no setor como conforme j demonstrado a introdu o da figura dos consumidores livres e o livre 28 As reform
334. idos pela lei pelo contrato ou pelos usos Tal modalidade de contrato de compra e venda muito utilizada por exemplo na realiza o de opera es mercantis que possuem por objeto produtos importados nas quais o vendedor n o os tem no momento da compra para levar a cabo a tradi o Apenas coisas m veis poder o ser objeto da venda sobre documentos gera o e de consumo se igualam denominado Centro de Gravidade sendo que nesse ponto s o consideradas todas as compras e vendas de energia na CCEE A exist ncia desse ponto virtual torna poss vel a compara o entre as medi es realizadas em diferentes pontos reais do SIN CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 No caso dos Contratos de Comercializa o em Ambiente Regulado na modalidade por quantidade de energia el trica o local de entrega ser o centro de gravidade do agente vendedor conforme estabelece o art 28 81 do Decreto n 5 163 2004 37 FALAVIGNA Maria Clara Osuna Diaz Anota es quanto compra e venda an lise dos dispositivos da nova codifica o privada In HIRONAKA Giselda Maria Fernandes Novaes TARTUCE Fl vio coord Direito contratual temas atuais S o Paulo M todo 2007 p 591 172 devido s caracter sticas intr nsecas de tal modalidade contratual Nesse sentido Paulo L bo assim apresenta a compra e venda sobre documentos
335. iente de Contrata o Regulada de Energia sob a Lei n 10 848 2004 regulamentada pelo Decreto 5 163 2004 conforme ser visto nos t picos subsequentes 66 no mercado que vendem sua energia a ele Ali s pode inclusive estar baseado numa estrutura totalmente desverticalizada ha qual o comprador n o det m agente de gera o ou de distribui o Os pre os de compra da energia pelo comprador nico precisam ser regulados pois este det m o monops nio perante os agentes de gera o e o monop lio frente aos agentes de distribui o caso o comprador n o seja composto por um pool de distribuidoras Nesse sentido para evitar a discrimina o entre os agentes de gera o a ag ncia compradora dever realizar leil es de compra ou estar submetida a regras que impe am tal tipo de pr tica Por outro lado as ag ncias compradoras podem ser criadas justamente para discriminar os geradores por decorr ncia de suas fontes de gera o e seus custos de produ o a fim de estimular determinadas fontes em rela o a outras garantir a compra de energia de produtores mais eficientes ou equalizar os pre os de venda de energia el trica no mercado dentre outros Ainda que seus pre os n o reflitam os custos de uma estrutura de livre concorr ncia tal modelo fomenta a competi o entre os agentes de gera o diferentemente de um regime de monop lio Desta feita tal modelo considerado REA desverticaliza
336. ifica o rural as quais consistem em permission rias de servi os de distribui o de energia el trica De modo semelhante ao mercado de transmiss o a presta o de servi os de distribui o de energia constitui um monop lio natural sujeito forte regula o tendo se em vista os altos custos e a subsequente inviabilidade da constru o de sistemas paralelos de distribui o 5 4 AGENTES COMERCIALIZADORES DE ENERGIA EL TRICA Complementando o ciclo da cadeia produtiva do setor de energia el trica est o os agentes de comercializa o de energia Tais agentes s o respons veis pela compra de energia el trica das geradoras e produtores independentes e pela venda desta aos compradores de maior porte distribuidoras e consumidores livres Segundo Ricardo Gobbi Lima o agente de comercializa o pode atuar principalmente de tr s formas i como trader assumindo os riscos do mercado ao comprar e vender energia em seu pr prio nome ii como broker intermediando negocia es entre vendedores e compradores de energia iii como dealer ao representar agentes ou interessados em atuar no mercado livre de energia O comercializador depende de autoriza o da ANEEL para o exerc cio da atividade conforme o Decreto n 2 655 1998 alterado pela Lei n 10 848 2004 e Decreto n 5 163 2004 Tal atividade diferentemente da transmiss o e distribui o exercida em regime de competi o nos termos do art 29 caput d
337. igos 485 a 487 do C digo Civil o processo de determina o do pre o poder resultar de diversos modos A primeira consiste na livre estipula o pelas partes que de comum acordo a partir da negocia o realizada ir o definir um pre o que figure como contrapresta o adequada ao objeto do contrato Com fulcro no art 485 do C digo Civil as partes podem ainda designar um terceiro para arbitrar o pre o Caso este n o aceite a incumb ncia e as partes n o promovam sua substitui o ficar sem efeito o contrato Por sua vez o art 486 estabelece a possibilidade de fixa o do pre o a partir da cota o estabelecida por taxa de mercado ou bolsa em determinado dia e lugar Finalmente tamb m poss vel determina o do pre o com base em diferentes ndices ou par metros objetivos consoante o determinado pelo art 487 da Codifica o Caso as partes n o convencionem o pre o ou a sua forma de fixa o a lei prescreve regra supletiva na qual o pre o constituir aquele que for corrente s vendas habituais do vendedor cf art 488 do C digo Civil Conforme exp e Paulo Lobo a determina o do pre o n o inteiramente livre s partes tendo em vista a redu o do espa o da autonomia privada ante a possibilidade de limita o ou fixa o deste pelo Poder P blico a fim de garantir a efetiva o dos princ pios consagrados pela Constitui o Dessa forma o processo de determina o do pre o ir variar de aco
338. igurar abuso de direito e ofensa aos princ pios da proporcionalidade e da razoabilidade quando o d bito decorrer de suposta fraude no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concession ria x Al m da perspectiva social a insufici ncia do acesso energia em n vel nacional tamb m representa um entrave para o desenvolvimento econ mico e independ ncia internacional dos pa ses latino americanos A energia fator essencial para todo o setor produtivo de modo que qualquer irregularidade no sistema afeta como um todo a atividade econ mica no pa s Conforme destaca Luiz Gustavo Kaercher Loureiro Considere se o grande n mero de empregos gerados a dimens o dos capitais mobilizados e dos recursos naturais estrat gicos utilizados na ind stria el trica o volume econ mico financeiro movimentando continuamente pelo setor dentre outros fatores S por estes ela mereceria um destaque pela import ncia que possui na economia do pa s Mas por sobre todos eles est a import ncia intr nseca da utilidade produzida da energia el trica E tal esta import ncia que se pode dizer ser a energia el trica um elemento constitutivo da sociedade e do Estado moderno sem a qual suas institui es econ micas e 110 STJ REsp 816689 SP rel Min HERMAN BENJAMIN julg em 04 09 2008 DJ E 17 03 2009 111 STJ AgRg na SLS 36 CE rel Min EDSON VIDIGAL CORTE ESPECIAL julg em 20 03
339. imes Contra a Economia Popular Lei n 1 521 1951 Decreto n 4 873 2003 No mbito da ju risprud ncia o reconhecimento pelos tribunais brasileiros da impossibilidade de desligamento da energia de consumidores cativos em diversas circunst ncias espec ficas J a quest o do custo social da energia encontra se ligada ao princ pio da equidade intergeracional ou equidade no acesso aos recursos naturais em rela o s futuras gera es positivado no art 225 da nossa Carta Magna Verifica se dessa forma que o bem energia el trica possui uma tens o interna entre a sua essencialidade para a sociedade e o seu custo social de produ o que se reflete na atua o estatal nas rela es destinadas sua gera o e ao seu fornecimento A orienta o das rela es de troca do bem em quest o se d em estruturas econ micas que possuem por base menor ou maior competi o entre os agentes setoriais Nesse sentido s o apresentados os modelos competitivos para o setor de energia propostos por Sally Hunt e Graham Shuttleworth em que grau de competi o na cadeia produtiva de energia aumenta progressivamente entre as diferentes estruturas de mercado propostas nas quais os contratos s o a base para a integra o e efici ncia da cadeia produtiva Nas estruturas apresentadas pelos autores na medida em que se incrementa a competi o aumenta a import ncia do papel dos contratos A ideia nuclear da passagem de modelos monopol sticos do
340. imos respectivamente pela venda de tal energia A exist ncia de um mercado spot embora seja prefer vel no modelo de competi o no atacado pois este apenas ter compradores essencial no modelo de competi o do varejo De acordo com o ponto de vista de Hunt e Shuttleworth um mercado spot sempre ser necess rio quando opera es de comercializa o de energia se derem numa rede de propriedade alheia Raz o pela qual os operadores da rede precisam se garantir e balizar os montantes contratados e com a quantidade de energia que trafegar em sua rede Torna se assim necess rio um agente externo com a fun o de Ei Tradu o livre de Many costumers make a more competitive market than few costumers they will search out new suppliers and put pressure on incumbents HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 70 71 intermedia o coordena o e a contabiliza o das opera es realizadas no mercado de atacado ressalte se que esta fun o n o de comprador nico como no segundo modelo pois tal agente n o tem a finalidade de adquirir energia Desta forma ocorre nesse modelo a separa o completa das opera es de compra e venda em rela o ao transporte de energia el trica em n veis de alta e baixa voltagem atividades de transmiss o e distribui o respectivamente J na competi o no varejo as empresas distribuidoras
341. implemento das obriga es decorrentes podem inclusive ensejar a exclus o do agente do mercado A l gica do sistema imp e principalmente ao vendedor a distribui o dos riscos pela energia contratada obrigando este a adquirir energia no mercado de curto prazo para honrar o seu lastro de venda e manter o contrato Nos dois ltimos cap tulos foram analisadas as diferentes modalidades contratuais do ACL e do ACR cuja nota distintiva principal o grau de interven o estatal no processo de forma o do contrato e o espa o da autodetermina o individual Ainda que em nenhum dos casos haja plena autonomia aos contratantes nos contratos do ACR esse grau de autonomia ainda menor tendo em vista a sua finalidade de fornecimento de energia el trica aos consumidores cativos No ACL as rela es contratuais s o baseadas na livre negocia o das partes sendo poss vel a compra de energia em tal mercado por consumidores livres e por agentes comercializadores N o obstante essa autonomia n o plena tendo em vista que transaciona um bem essencial estando submetida ao marco regulat rio do setor el trico e sofrendo as limita es decorrentes deste A principal esp cie contratual do ACL o CCEAL que registrado na CCEE identifica um relacionamento comercial estabelecido entre determinado agente vendedor e outro 263 agente comprador no processo de contabiliza o e liquida o Como conte do m nimo desses contratos de
342. ina jur dica que resulta definida pelas leis e pelas regras jurisprudenciais corresponde instrumentalmente realiza o de objetivos e interesses valorados consoante as op es pol ticas e por isso mesmo contingentes e historicamente mut veis da resulta que o pr prio modo de ser e de se conformar do contrato como instituto jur dico n o pode deixar de sofrer a influ ncia decisiva do tipo de organiza o pol tico social a cada momento afirmada Tudo isto se exprime atrav s da f rmula da relatividade do contrato como ali s de todos os institutos jur dicos o contrato muda a sua disciplina as suas fun es a sua pr pria estrutura segundo o contexto econ mico social em que est inserido Por conseguinte conclui se que a figura do contrato historicamente mut vel que reflete as estruturas econ micas da sociedade existente em uma determinada temporalidade Para os fins da presente pesquisa dar se maior relevo contraposi o e paradoxalmente conflu ncia das esferas p blica e privada para a determina o de uma no o de contrato que seja adequada ao objeto de estudo proposto situado no espa o de intersec o destas Assim importante que esta no o se utilize al m dos j assentados fundamentos do direito civil aplic veis disciplina contratual tamb m de outros pr prios do direito econ mico e da regula o da atividade econ mica Ainda que esse olhar a partir da civil stica possa
343. ind stria de eletricidade baseada na competi o pressup e a conforma o de um mercado comum no qual as partes possam comercializar no curto prazo as diferen as encontradas entre si No sistema brasileiro o processo de organiza o de um mercado para a liquida o das diferen as da comercializa o de energia se deu na RE SEB durante o processo de liberaliza o do setor na d cada de 1990 por meio do MAE Uma vez que a reforma setorial empreendida em 2004 aprofundou a desverticaliza o da cadeia produtiva e manteve a estrutura baseada em modelos competitivos o MAE foi reestruturado e substitu do pela CCEE na forma do art 4 da Lei n 10 848 2004 Esta ltima passou ent o a ser a institui o com a atribui o legal de viabilizar a comercializa o de energia el trica bem como promover a contabiliza o e a liquida o financeira das opera es no mercado de curto prazo De acordo com a exposi o j apresentada sobre tal reforma a CCEE foi constitu da sob a forma de pessoa jur dica de direito privado sem fins lucrativos sendo composta por todos os agentes do mercado Embora a respons vel pelo processo de comercializa o seja uma pessoa jur dica de direito privado o legislador n o optou por uma estrutura de autorregula o plena no Brasil mas sim de regula o estatal O Decreto n 5 163 2004 em seu art 1 par grafo 1 estabelece tr s diferentes n veis de normas para a comercializa o de el
344. inho Alvim redator do livro sobre o Direito das Obriga es no Anteprojeto de C digo Civil em sua obra cl ssica sobre inexecu o das obriga es ressalta que o cumprimento das obriga es a regra para a extin o do v nculo obrigacional enquanto o inadimplemento a exce o da porque tratado como efetiva patologia contratual Entretanto destaca a necessidade da exigibilidade das presta es conforme convencionadas ressaltando diferentes ordens de coercitividade que levam o devedor ao adimplemento V rios s o os motivos que levam o contratante a cumprir o que prometeu 195 Primeiramente a simples tica a voz da consci ncia o h bito adquirido pelo homem bem educado Nem todos t m verdade uma consci ncia t o bem formada de modo a cumprir todos os deveres somente em satisfa o s regras morais Mas quando esse motivo n o fosse suficiente haveria sempre o temor da reprova o p blica Este temor leva muitas pessoas a cumprirem deveres morais n o porque oi am a voz da consci ncia nem porque sejam esses deveres provifos de san o mas a fim de evitar a reprova o de seus pares Todavia quando nada disto bastasse certo que as obriga es no sentido jur dico isto as obriga es civis s o providas de san o qualquer que seja a sua fonte Logo o credor pode compelir o devedor a que cumpra a obriga o e quando le chegar a ste extremo a situa o do devedor j e
345. io inferior a 500 GWh ano e os contratos de gera o distribu da O par grafo 3 do art 4 da Conven o de Comercializa o estabelece um conte do m nimo aos contratos de compra e venda no ACL ao determinar que estes dever o prever entre outras disposi es montantes de energia e de pot ncia prazos pre os e Garantias Financeiras Ou seja ainda que haja um maior grau de liberdade negocial devem ao menos ser estabelecidas as quantidades de energia comercializada o prazo de entrega desta o pre o cobrado pelo vendedor e as garantias financeiras necess rias liquida o do contrato Em que pese o conte do m nimo estabelecido pela regulamenta o a forma do contrato livre n o havendo formato pr definido em lei Por m necess rio o seu registro perante a CCEE Logo no mbito da CCEE cada CCEAL ser identificado como um relacionamento comercial estabelecido entre determinado agente vendedor e outro agente comprador Ao vendedor cumprir a realiza o do registro que para ter validade perante o resto do mercado dever ser validado pelo comprador O local de registro do CCEAL ser o submercado onde no qual deve ser entregue a energia Desta maneira a CCEE ir conseguir identificar os CCEALs e 441 Em tal hip tese o objeto do CCEAL da distribuidora a ser registrado na CCEE dever refletir o objeto original do contrato registrado na ANEEL conforme determina o Subm dulo 3 1 dos Procedim
346. iomassa podem ceder ou adquirir energia ou energia lastro mensalmente de outros vendedores de um mesmo Leil o de Energia de Reserva No entanto tal possibilidade apenas aplic vel aos vendedores que j estejam em opera o comercial ou com usinas que estejam com atraso inferior a doze meses O valor ser liquidado ao PLD do m s em que ocorrer a cess o Caso os vendedores do CER n o apresentem lastro suficiente para a venda de energia os artigos 7 e seguintes da Resolu o ANEEL n 452 2011 imp em a aplica o de penalidades espec ficas a estes 251 7 7 MECANISMO DE COMPENSA O DE SOBRAS E D FICITS MCSD Os CCEARs provenientes de leil es de energia existente ou seja de empreendimentos de gera o que atendam os requisitos dos art 17 da Lei n 10 848 2004 e art 22 do Decreto n 5 163 2004 j apresentados no t pico espec fico deste cap tulo devem prever a possibilidade de redu o dos montantes contratados pelas distribuidoras Tal redu o da quantidade de energia originalmente contratada pode se dar apenas por conta da sa da de consumidores potencialmente livres de seus mercados varia es de mercado e acr scimos na aquisi o de energia de contratos firmados antes de 16 de mar o de 2004 conforme estabelece o art 29 do Decreto n 5 163 2004 Entretanto de acordo com o inciso do par grafo 2 do mesmo artigo essa redu o poder ocorrer somente ap s a utiliza o de Mecanismo de Compensa
347. iro 2 ed S o Paulo Saraiva 2008 ALVIM Agostinho Da inexecu o das obriga es e suas consequ ncias 3 ed atual Rio de Janeiro Jur dica e Universit ria 1965 LVARES Walter Tolentino Direito da Energia Belo Horizonte Instituto de Direito da Eletricidade 1974 vol 1 Direito da Energia Belo Horizonte Instituto de Direito da Eletricidade 1974 vol 2 Institui es de Direito da Eletricidade Belo Horizonte Bernardo lvares 1962 vol 1 Institui es de Direito da Eletricidade Belo Horizonte Bernardo lvares 1962 vol 2 ANEEL Atlas de energia el trica do Brasil 3 ed Bras lia Aneel 2008 Cadernos Tem ticos Tarifas de Fornecimento de Energia El trica Bras lia Aneel 2005 ARAG O Alexandre Santos de Ag ncias reguladoras e a evolu o do direito administrativo econ mico 2 ed Rio de Janeiro Forense 2005 AZEVEDO Antonio Junqueira de Natureza jur dica do contrato de cons rcio Revista dos Tribunais S o Paulo a 94 v 832 p 115 137 fev 2005 AZEVEDO NETO Floriano Marques Regula o econ mica e suas modula es Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 28 p 27 42 out dez 2009 p 35 BACUSSI Alessandro Introdu o ao conceito de energia Porto Alegre UFRGS Instituto de F sica 2007 BAJAY S rgio Valdir Planejamento Energ tico Necessidade objetivo e metodologia Revista Brasileira de Energia Sociedade
348. isa sendo assim invi vel a simula o e o pre o vil Assim embora n o se exija a equival ncia valorativa do pre o em rela o coisa salvo na les o este n o poder ser tamb m irris rio sob pena de descaracterizar a compra e venda e transform la na verdade em doa o simulada centralizado e n o segundo a decis o dos propriet rios de usinas CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 34 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 110 395 O pre o tem de ser s rio traduzindo a inten o efetiva e real de constituir uma contrapresta o da obriga o do vendedor Se for fict cio n o h venda por m doa o dissimulada aplicando se o art 167 do C digo Civil que determina a subsist ncia do neg cio jur dico que se dissimulou se v lido na subst ncia e na forma e n o violar direito de terceiro Se for irris rio venda tamb m n o h porque um contrato em que se presencia o contraste aberrante entre valor da coisa e o pre o nega se a si mesmo Mas n o se requer seja ele justo O problema do justo pre o que ocupou ativamente os juristas medievais n o atormenta os modernos convencidos de que n o h estimativa precisa e rigorosa para cada coisa Salvo nos casos em que o atentado comutatividade 165 Na forma dos art
349. ista ser quase sempre a de retardar as suas compras tanto quanto poss vel a fim de for ar os vendedores a lhe entregar o produto a um pre o mais baixo De acordo com tal autor os agentes vendedores t m procurado se defender de duas formas ou recorrendo aos governos no sentido de ser arbitrado um pre o justo ou seja razo vel para estimul los a continuarem no ramo ou ent o promovendo a sua pr pria concentra o mediante forma o de cooperativas ou empresas por eles controladas a fim de poderem tamb m se apresentar frente aos monopsonistas como um bloco e n o como um conjunto disperso de unidades isoladas NUSDEO F bio Curso de economia S o Paulo RT 1997 p 276 13 KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics 67 intermedi rio para pa ses que pretendem implementar sistemas de competi o a partir de mercados de energia el trica monopol sticos mas ainda n o possuem as estruturas para a implementa o de modelos competitivos mais sofisticados Dentre os aspectos positivos de tal modelo nota se novamente a maior facilidade de interven o estatal no estabelecimento de obriga es relacionadas a pol ticas p blicas e controle de tarifas Ademais pode ser uma boa forma de fomentar a entrada de novas fontes de capital Finalmente reduz a assimetria de informa o ao dificultar que os agentes geradores n o deixem transparecer ganhos de efici ncia ou custos ocu
350. ito 2011 t 1 p 298 118 viabilizassem Por fim tem se a privatiza o de empresas estatais no setor estaduais e parte do sistema Eletrobr s a fim reduzir a participa o do Estado transformando o de prestador em regulador Com isso buscava se promover uma desconcentra o no setor por meio de pulveriza o da participa o das controladas da Eletrobr s em diversas empresas deixando na holding apenas os ativos estrat gicos que n o poderiam ser vendidos exempli gratia Termonuclear S A Tem se assim que o modelo setorial implementado no RE SEB e pelas demais altera es ocorridas na d cada de 1990 representa a reestrutura o do setor el trico com vistas a substituir a atua o monopol stica do Estado constru da 28 O MAE foi na pr tica um desastre Come ou a existir quando j se sabia da escassez de energia al m do emaranhado de regras e da falta de provid ncias essenciais previstas no modelo original desfigurado LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 305 2 O art 5 da Lei n 9 648 1998 indicava de forma clara a reestrutura o das empresas de eletricidade com o intuito de inclu las no Programa Nacional de Desestatiza o Art 52 O Poder Executivo promover com vistas privatiza o a reestrutura o das Centrais El tricas Brasileiras S A ELETROBRAS e de suas subsidi rias Centrais El tricas Sul do Brasi
351. ito bilateral da comercializa o de energia a consequ ncia mais relevante do desligamento dos agentes de gera o consumidores e comercializadores o cancelamento do registro de todos os contratos de compra e venda por ele celebrados tanto no ACL quanto no ACR Desse modo tais contratos perdem sua efic cia expondo as contrapartes do inadimplente ao mercado de curto prazo Ou seja o inadimplemento do plano plurilateral acarretar tamb m no n o cumprimento das obriga es no plano bilateral da compra e venda de energia Dessa forma para mitigar as decorrentes consequ ncias danosas para os agentes que mant m rela es contratuais com o desligado o par grafo 2 do art 17 da Resolu o ANEEL n 545 2013 concede prazo de noventa dias sem a aplicabilidade de penalidades por insufici ncia de lastro ou cobertura de energia e pot ncia para tais agentes prejudicados firmarem novos contratos em substitui o aos montantes anteriormente adquiridos ou vendidos Por todo o exposto constata se que o cumprimento das obriga es e seu respectivo inadimplemento assumem caracter sticas muito espec ficas na comercializa o de eletricidade Estas decorrem do inter relacionamento dos 434 Conforme art 5 1 e art 26 e seguintes da Resolu o ANEEL n 545 2013 Conforme art 17 II 8 art 15 e art 16 da Resolu o ANEEL n 545 2018 438 Conforme art 5 83 art 15 e art 16 da Resolu o ANEEL n 545 2013 211
352. ito embora n o seja objeto deste trabalho tratar da rede contratual enquanto figura dotada de autonomia te rica parece poss vel distingui la dos demais contratos coligados ao 186 Ainda que estejam presentes caracteres comuns s diferentes formas de pluralidade contratual a perspectiva a ser adotada no presente trabalho ser a das redes contratuais por entender que esta melhor se ad qua ao objeto do estudo ora proposto Primeiramente essa teoria ressalta o car ter sist mico e funcional da pluralidade contratual aqui enfrentada uma vez que n o h mera coliga o de contratos mas sim a constitui o de um sistema complexo que envolve uma multiplicidade de atores Ademais a teoria das redes contratuais apresenta explicitamente a abertura da rede e a cria o de deveres s partes em rela o ao sistema por decorr ncia do surgimento de uma causa sist mica distinta das causas individuais dos contratos Ambos os aspectos s o relevantes ao objeto aqui estudado pois permitem o ingresso de novos entrantes com deveres frente a todos os agentes do mercado Pode se portanto afirmar que a invalidade ou inefic cia de determinado contrato embora possa produzir repercuss es jur dicas no sistema n o ser determinante para tornar inv lido ou ineficaz o sistema como um todo Todas essas caracter sticas e outras mais ser o apresentadas na sequ ncia bem como sua aplicabilidade opera o econ mica aqui analisada As redes contra
353. iveram as disposi es anteriores relativas ao setor de eletricidade e s respectivas compet ncias da Uni o a tal respeito Entretanto o art 8 inciso XV al nea b da CF 1967 mantido pela EC n 1 1969 estabelece de forma clara a compet ncia da Uni o para explorar diretamente ou mediante autoriza o ou concess o os servi os e instala es de energia el trica de qualquer origem ou natureza No mbito estadual com a aquisi o das empresas da AMFORP observa se um forte processo de organiza o e consolida o de empresas estaduais de energia atuando principalmente no segmento de distribui o Sendo a Uni o respons vel pela gera o e transmiss o e os Estados respons veis pela distribui o e comercializa o em regime de monop lio o v nculo entre Uni o e Estados se dava mediante concess es conv nios para explora o das atividades do setor el trico pelas empresas estatais estaduais Deveria haver entre as empresas contratos travados para compra venda e transporte do insumo Tais contratos n o eram estabelecidos pelas regras de 227 p 123 124 LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 95 mercado mas sim casuisticamente por determina es governamentais para garantir o pagamento dos investimentos e a expans o das atividades Nesse per odo o Estado se envolveu em grandes projetos de transmiss o e gera o merecendo desta
354. ivre do setor el trico brasileiro de forma a suprir a mencionada lacuna localizada no corpo do conhecimento jur dico p trio A exposi o do tema foi dividida em duas grandes partes Na primeira pretende se de forma ampla a apresenta o do quadro normativo que ampara as rela es contratuais aqui analisadas Para tanto s o inicialmente analisadas as rela es entre as din micas de atua o do Estado na economia e as respectivas transforma es na contratualidade Em seguida s o apresentadas problematiza es referentes ao bem energia el trica principalmente no que toca sua essencialidade e seu custo social Na sequ ncia feita a exposi o dos diferentes modelos competitivos do setor el trico e as diferentes fases pelas quais passou a conforma o do setor no Brasil at a atual estrutura regulat ria E finalmente s o introduzidos os agentes da cadeia produtiva de energia A segunda se centra nos contratos de comercializa o em si Desta feita inicia se apresentando algumas problematiza es referentes aplica o da teoria contratual opera o econ mica de comercializa o de energia el trica no Sistema Interligado Nacional Posteriormente verifica se a possibilidade de aplica o da estrutura t pica do contrato de compra e venda a tal opera o econ mica ent o exposto como ao plano bilateral da comercializa o de energia se integra um plano plurilateral sobre a possibilidade da articul
355. j levanta suas cr ticas QUEIROZ Renato Pinto Setor el trico uma hist ria de reformas lt infopetro wordpress com gt Acesso em 19 09 2018 149 suprimento visa seguran a energ tica dos consumidores principalmente daqueles atendidos pelas distribuidoras no mercado cativo e a promover a amplia o do parque gerador ao garantir aos agentes de gera o a contrata o de sua carga atual e futura Ainda permite que o ONS fa a o adequado planejamento da opera o utilizando se das necessidades declaradas por consumidores e distribuidores e das disponibilidades existentes no parque gerador Destarte os contratos de compra e venda de energia t m importante fun o no que se refere previsibilidade do sistema Por m em que pese a necessidade de contrata o pr via da integralidade da carga h uma grande dist ncia entre o plano do contrato e as trocas efetivamente ocorridas no meio f sico praticamente imposs vel que sejam fisicamente gerados por determinado gerador t o somente os montantes de eletricidade que ser o a cada instante consumidos por seu comprador ainda mais que tais quantidades s o a princ pio definidas ex ante pelas partes devido obrigatoriedade de garantias integrais de fornecimento e suprimento Essas rela es se d o em um sistema interligado com m ltiplos geradores e consumidores no qual os seus agentes est o obrigados a programar e despachar sua energia de maneira centralizada por
356. l como por exemplo a quest o da mora e da exce o de contrato n o cumprido Em rela o primeira nenhuma das partes pode ser considerada em mora caso a contraparte n o tenha cumprido com sua respectiva obriga o No mesmo sentido se d a exce o de contrato n o cumprido em que a parte pode n o pode exigir o implemento da obriga o do outro caso enquanto n o houver cumprido com a sua Verifica se portanto que os contratos de energia a princ pio s o bilaterais em rela o aos contratantes uma vez que o agente vendedor se obriga a gerar a quantidade de energia contratada pelo agente comprador Entretanto de acordo com as particularidades anteriormente mencionadas em rela o ao sistema brasileiro a compreens o da comercializa o de energia como meramente bilateral insuficiente Isso porque a rela o estabelecida entre os agentes em um sistema de transmiss o interligado n o pode ser isolada do resto do sistema ali s depende do resto do sistema e assim gera obriga es rec procas entre os contratantes e entre estes e os demais agentes de mercado Dessa maneira os contratos de comercializa o de energia precisam compatibilizar um car ter simultaneamente bilateral e plurilateral Tal aspecto ainda que paradoxal reflete a natureza 372 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 212 373 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro For
357. l S A ELETROSUL Centrais El tricas Norte do Brasil S A ELETRONORTE Cia Hidroel trica do S o Francisco CHESF e Furnas Centrais El tricas S A mediante opera es de cis o fus o incorpora o redu o de capital ou constitui o de subsidi rias integrais ficando autorizada a cria o das seguintes sociedades at seis sociedades por a es a partir da reestrutura o da ELETROBR S que ter o por objeto principal deter participa o acion ria nas companhias de gera o criadas conforme os incisos II Ill e V e na de gera o relativa usina hidrel trica de Tucuru de que trata o inciso IV II duas sociedades por a es a partir da reestrutura o da ELETROSUL tendo uma como objeto social a gera o e outra como objeto a transmiss o de energia el trica IIl at tr s sociedades por a es a partir da reestrutura o de Furnas Centrais El tricas S A tendo at duas como objeto social a gera o e outra como objeto a transmiss o de energia el trica IV seis sociedades por a es a partir da reestrutura o da ELETRONORTE sendo duas para a gera o transmiss o e distribui o de energia el trica relativamente aos sistemas el tricos isolados de Manaus e Boa Vista uma para a gera o pela usina hidrel trica de Tucuru uma para a gera o nos sistemas el tricos dos Estados do Acre e Rond nia uma para gera o no Estado do Amap e outra para a transmiss o de energia el tri
358. letricidade Assim no plano f tico praticamente imposs vel direcionar especificamente o fluxo de eletricidade de determinado gerador para um consumidor em particular dentro da mesma rede Desta feita o consumidor poder se utilizar da energia que necessitar independentemente daquele gerador ter produzido a eletricidade que lhe fora vendida j que haver outros geradores aptos a tanto Ademais uma vez que a eletricidade produzida deve ser instantaneamente consumida gera o e consumo t m de estar em permanente equil brio H grande 142 dificuldade sen o impossibilidade do ponto de vista t cnico do agente gerador produzir apenas a exata quantidade de energia contratada que a cada instante ser exigida pelo consumidor principalmente quando estar tamb m sendo gerada e consumida energia por outros agentes Assim haver a todo momento sobras e d ficits de eletricidade reciprocamente entre os diversos agentes inseridos Ainda existem limita es do sistema como um todo que necessitam de coordena o a fim de melhor otimizar os recursos dispon veis A capacidade de aloca o de energia na rede limitada j que a inje o de eletricidade por determinado gerador afeta ou mesmo limita a possibilidade de utiliza o desta por outro agente de gera o Caso o fluxo de energia seja igual capacidade da linha de transmiss o esta restar congestionada e implicar em maiores investimentos para sua amplia
359. liberal do contrato tenderia op o pela tipicidade aberta no mbito das rela es jur dicas contratuais como reflexo do princ pio da autonomia privada negocial Por sua vez a passagem para o Estado Social implica em aumento da tipicidade fechada com o prop sito de conformar as rela es contratuais a objetivos sociais que transcendem o interesse individual das partes Finalmente destaca que n o h contrato verdadeiramente at pico pois necess rio um m nimo de tipicidade social e difus o da pr tica negocial para ser conferida for a obrigat ria a este uma vez que a liberdade contratual que as pessoas desfrutam existe em raz o da fun o social que o contrato deve observar 334 Diz se que um contrato t pico ou nominado quando as suas regras disciplinares s o deduzidas de maneira precisa nos C digos ou nas leis PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 34 335 L BO Paulo Luiz Netto O Contrato exig ncias e concep es atuais S o Paulo Saraiva 1986 p 76 338 BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 98 337 Ibidem loc cit Enzo Roppo destaca a dinamicidade do processo de tipifica o contratual estando este profundamente ligado ao contexto hist rico econ mico e social em que s o desenvolvidas as pr ticas negociais Assim entende que h um cont nuo processo de mudan a na estrut
360. lidade da livre concorr ncia na explora o de servi os p blicos pela iniciativa privada por motivos t cnicos e econ micos A explora o de tais servi os s poderia funcionar mediante monop lios de fato de grandes empresas ou municipalidades Nesse sentido confiava na compet ncia administrativa e jur dica das prefeituras para limitar o exerc cio abusivo do poder econ mico de tais monop lios 8 O cen rio do setor el trico no Brasil at a d cada de 1930 era de concess es ou servi os municipais de eletricidade pulverizado assim em pequenas companhias pr ximas aos seus centros de consumo que detinham todas as etapas da cadeia produtiva em mbito local Em tal contexto a atividade era considerada meramente acess ria da atividade de gera o esta considerada a mais importante Por tais fundamentos considera se que prevaleceu no Brasil principalmente no per odo que vai at a d cada de 1930 o modelo de monop lios privados verticalmente integrados e regionais de cadeias produtivas do setor de energia el trica nacional tendo em vista a preval ncia de um modelo setorial lesar os seus consumidores sem benef cio compensativo sen o para os monopolistas BARBOSA Rui As armas do monop lio In Obras completas Rio de Janeiro Casa Rui Barbosa 1991 p 219 OEA distribui o de luz e eletricidade bem como o servi o de via o f rrea nos distritos urbanos constituem monop lios inevit veis
361. lmente h o grupo dos consumidores especiais definidos pelo art 29 inciso XVII al nea a da Resolu o ANEEL n 414 2010 e 5 do art 26 da Lei n 9 427 1996 Estes s o agentes da C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE da categoria de comercializa o que adquirem energia el trica proveniente de empreendimentos de gera o enquadrados com pot ncia igual ou inferior a 1 000 kW e aqueles com base em fontes solar e lica e biomassa cuja pot ncia injetada nos sistemas de transmiss o ou distribui o seja menor ou igual a 50 000 kW Consistem unidades consumidoras reunidas por comunh o de interesses de fato ou de direito cuja carga seja maior ou igual a 500 kW e que n o satisfazem individualmente os requisitos de consumidores livres Tais fontes alternativas podem ser complementadas por outras fontes desde que estas ltimas sejam inferiores metade do total produzido Apresentados os caracteres gerais dos agentes da cadeia produtiva de energia resta apresentada de forma geral a ambi ncia onde est o situadas as rela es contratuais de comercializa o de energia el trica Desta forma encerra se 137 a primeira parte do presente estudo e na sequ ncia inicia se a an lise dos contratos de comercializa o propriamente ditos 138 PARTE Il COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA NO BRASIL 1 PROBLEMATIZA ES QUANTO AO PAPEL DOS CONTRATOS NA COMERCIALIZA O DE ENERGIA ELETRICA A
362. lo texto constitucional De acordo com o exposto como vetores de orienta o dessa atividade 135 Luiz Gustavo Kaercher Loureiro caracteriza juridicamente os potenciais de energia hidr ulica do seguinte modo Juridicamente o potencial hidr ulico considerado a se stante como um bem Tecnicamente caracterizado i pela vaz o hidr ulica movimento da gua no rio e ii pela concentra o dos desn veis existentes ao longo do curso de um rio em um determinado ponto de modo que se obt m o movimento da gua em queda A concentra o desses desn veis pode ser natural quando por exemplo o desn vel est concentrado em uma cachoeira ou obtido artificialmente por meio de uma barragem ou por desvio do rio de seu leito natural de forma a concentrar v rios pequenos desn veis existentes ao longo de um rio LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Introdu o ao regime jur dico da ind stria el trica premissas gerais Revista de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul Santa Cruz do Sul n 28 p 158 jul dez 2007 A Empresa de pesquisa energ tica utiliza a seguinte defini o de potencial hidroel trico para a elabora o do Balan o Energ tico Brasileiro Entende se por potencial hidrel trico o potencial poss vel de ser t cnica e economicamente aproveitado nas condi es atuais de tecnologia O potencial hidrel trico medido em termos de energia firme que a gera o m xima cont nua na hip tese de repet
363. lotes e pela informa o do Custo Vari vel Unit rio do empreendimento de gera o Logo na hip tese de ocorr ncia de condi es hidrol gicas desfavor veis os agentes de distribui o ir o arcar al m da parcela da fixa dos seus CCEARs por disponibilidade com os custos decorrentes da parcela vari vel dos empreendimentos abrangidos por tais contratos Nos CCEARs por Disponibilidade a energia contratada anual ser sazonalizada de maneira uniforme ao longo dos meses do ano Desse modo a modula o ser feita de acordo com os perfis de carga dos agentes de distribui o 475 A inflexibilidade o n vel m nimo de gera o obrigat ria da usina de acordo com as suas peculiaridades t cnicas E definida como o montante em MW m dio correspondente declara o de gera o de usina termel trica considerada para fins de c lculo de sua Garantia F sica e programa o eletroenerg tica do SIN que se constitui em restri o que leva necessidade de gera o m nima da usina a ser considerada pelo ONS na otimiza o do uso dos recursos do SIN defini o dada pelo informe t cnico EPE DEE IT 003 2006 r0 CCEE Vis o geral de opera es p 27 478 Os lotes s o o montante de energia el trica que representa a menor parcela de um Produto referente a um leil o Ibidem p 34 477 O Custo Vari vel Unit rio o valor do custo vari vel para cada MWh gerado pela Usina expresso em
364. ltos de produ o dentre outros Por sua vez os modelos seguintes de competi o no atacado e no varejo progressivamente refor am a possibilidade de competi o ao reduzir aspectos de concentra o de poder de mercado tais como monop lios ou monops nios 3 3 COMPETI O NO ATACADO Passa se agora an lise do esquema te rico de competi o no atacado no qual os distribuidores podem comprar energia el trica individualmente e diretamente dos agentes vendedores comercializadores geradores produtores independentes ou autoprodutores em opera es bilaterais de compra e venda Os consumidores de menor porte consumidores cativos podem optar por suas fontes de aquisi o de energia mantendo se o monop lio de venda das distribuidoras Tais transa es ocorrem num mercado atacadista de energia cuja nota diferencial frente ao modelo anterior que diversos agentes podem nele atuar ao inv s de uma nica ag ncia ou pool como compradores nicos Em tal modelo h a desverticaliza o da cadeia produtiva de energia ou integra o vertical de baixo percentual ocorrendo competi o nas atividades de gera o e de comercializa o no atacado de energia Chichester John Wiley and Sons 2004 p 6 154 On the whole Model 2 comprador nico is a good transition model in places where the more sophisticated arrangements needed for a more complete market structure are not in place and would be hard to establi
365. m contratos espec ficos celebrados com os agentes do setor el trico constituir o atribui es do Operador Nacional do Sistema El trico a o planejamento e a programa o da opera o e o despacho centralizado da gera o com vistas otimiza o dos sistemas eletroenerg ticos interligados 112 substituiu os Grupos de Coordena o para a Opera o Interligada GCOI na coordena o dos sistemas de transmiss o retirando da Eletrobr s a responsabilidade por tais atribui es passando as para um agente externo sob a vigil ncia de todo o mercado e dos rg os reguladores interessante notar que o ONS embora seja um agente privado n o possui finalidade lucrativa inclusive a altera o promovida pela Lei n 10 848 2004 ao caput do art 13 da Lei n 9 648 1998 estabelece expressamente isso O MAE por sua vez foi originalmente pensado como um mecanismo de autorregula o dos processos de comercializa o setor de energia todavia se mostrou inoperante Embora suas regras devessem ser enviadas para homologa o da ANEEL em 1998 estas foram submetidas Ag ncia apenas em 2000 e homologadas no mesmo ano por meio da Resolu o ANEEL n 290 2000 Contudo n o foram totalmente implementadas levando ocorr ncia de problemas nos processos de contabiliza o de opera es e liquida o de diferen as A aus ncia de cumprimento dos marcos do MAE levou a ANEEL a publicar as Resolu es n 160 161 162
366. m da energia necess ria para a sua garantia de suprimento Tudo isso obviamente definindo se entre as partes o valor de troca de tal opera o econ mica Desta feita a exist ncia de um contrato de comercializa o v lido enseja a possibilidade de retirada da energia necess ria do sistema para o exerc cio das atividades econ micas do agente comprador Isso ocorrer ainda que o vendedor n o tenha fisicamente gerado de maneira integral a energia comprometida naquele contrato Deste modo no plano jur dico suficiente o documento representativo de tal rela o contratual para estar garantido o direito de utiliza o da energia do sistema sem a aplica o de penalidades ao comprador Veja que esse caso muito semelhante ao exemplo utilizado por Paulo L bo quanto ao warrant que permite ao comprador acesso ao armaz m em que a mercadoria est armazenada Imagine se que a mercadoria em quest o consista em toneladas de soja de mesma qualidade armazenadas em um silo que de propriedade cooperativa de mais de um produtor em que os cooperados ajustam entre si no final de todo m s os montantes armazenados e vendidos Os produtores n o poder o vender individualmente mais do que a quantidade de soja que depositaram naquele silo a n o ser que a adquiram de outros Para os compradores bastar levar ao silo o contrato de compra e venda para conseguir o seu carregamento pouco importando se a soja adquirida esteja sendo transportada e n
367. m os contratos de comercializa o de eletricidade possuem 143 especificidades que os diferenciam de uma opera o de compra e venda ordin ria como a apresentada no exemplo do in cio do presente cap tulo Isso porque precisam compatibilizar o imediato interesse individual das partes envolvidas com o interesse coletivo do mercado e da sociedade sob pena de inviabilizar o pr prio exerc cio de tal atividade econ mica cujo objeto encontra se situado entre sua essencialidade e seu custo social para o pa s Desta feita os t picos a seguir expostos ir o demonstrar o formato da comercializa o de energia el trica no Sistema Interligado Nacional SIN definida pelas reformas setoriais j expostas de forma conjugada teoria contratual contempor nea Isso ser feito primeiramente a partir da an lise de dois elementos b sicos de uma vis o geral da opera o econ mica de comercializa o de eletricidade no SIN e em seguida dos aspectos essenciais da dimens o jur dica de tal opera o formalizada na figura do contrato Deve ser ressalvado que ao propor o referido formato de an lise n o se pretende estabelecer qualquer forma de cis o ou dicotomia entre ambas as esferas tendo em vista a intr nseca interrela o entre estas Opta se por tal caminho com finalidade did tica a fim de facilitar a exposi o do tema 144 2 ELEMENTOS CENTRAIS DA OPERA O ECON MICA DE COMERCIALIZA O DE ELETRICIDADE NO SISTEMA
368. m cobertura de contratos de compra de energia registrados na CCEE em quantidade suficiente para o atendimento integral de seus mercados Essa medida visa por um lado garantir a seguran a energ tica dos consumidores cativos e por outro estimular a amplia o do parque gerador Como terceira e final premissa do ACR o marco regulat rio determinou que a aquisi o da energia por parte das distribuidoras se dar por meio de processo 457 Art 22 II do Decreto n 5 163 2004 229 licitat rio espec fico conforme determina o art 2 da Lei n 10 848 2004 Art 2 As concession rias as permission rias e as autorizadas de servi o p blico de distribui o de energia el trica do Sistema Interligado Nacional SIN dever o garantir o atendimento totalidade de seu mercado mediante contrata o regulada por meio de licita o conforme regulamento o qual observadas as diretrizes estabelecidas nos par grafos deste artigo dispor sobre Os Contratos de Comercializa o de Ambiente Regulado CCEAR consistem no instrumento jur dico de formaliza o de tal forma de contrata o e na principal modalidade contratual do ACR No entanto com fulcro no art 2 88 da Lei n 10 848 2004 as distribuidoras ainda podem complementar a cobertura de seu mercado consumidor com contratos de compra de energia anteriores publica o da referida lei energia proveniente de empreendimentos de gera o distribu da co
369. m no C digo Civil consequ ncias jur dicas distintas sendo assim tratadas distribuidoras sob risco de redu o de receita CASTRO Marco Aur lio Lenzi et al An lise dos Riscos de uma Distribuidora Associados Compra e Venda de Energia no Novo Modelo do Setor El trico Revista Brasileira de Energia vol 10 n 1 2004 p 5 41 O Mecanismo de Redu o de Garantia F sica aplicado mensalmente s usinas participantes do MRE e despachadas centralizadamente com o objetivo de avaliar se essas usinas cumpriram ou n o os requisitos de disponibilidade estabelecidos Tal avalia o feita por meio de uma compara o entre os par metros verificados de interrup es programadas e for adas em rela o aos par metros de refer ncia estabelecidos pela ANEEL para uma usina Caso os par metros verificados sejam inferiores aos de refer ncia haver uma redu o de garantia f sica correspondente ao percentual de diferen a entre o verificado e a refer ncia Vale ressaltar que a garantia f sica ser reduzida somente para utiliza o no MRE n o impactando na apura o da garantia f sica da usina CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 p 51 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 412 O Excedente Financeiro um mecanismo que efetua compensa es financeiras entre os Agentes em fun o da exist ncia de pre os diferentes entre submercados Na CCEE o E
370. m tal intuito tamb m foi estabelecida a Conta de Consumo de Combust veis CCC a fim de equalizar os custos do sistema compensando e rateando os custos do uso e consumo de combust veis entre todas as empresas O processo de estatiza o da estrutura setorial culmina com a aquisi o da Light em janeiro de 1979 A transa o foi conclu da por U 380 milh es na qual a Uni o assumiu U 1 bilh o de d vidas da empresa A aquisi o da empresa foi objeto de diversas cr ticas por especialistas do setor destacando se o fato que o contrato 8 Ibidem p 216 9 EX RCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 p 174 175 96 de concess o da empresa findava em 1990 2 Nota se assim um progressivo processo de federaliza o das compet ncias relativas produ o e fornecimento de energia el trica e a estatiza o da cadeia produtiva por meio da aquisi o das principais empresas ent o existentes e a constitui o de empresas p blicas De forma geral as empresas federais eram respons veis pela atividade de gera o e transmiss o enquanto as empresas estaduais estavam focadas principalmente em atividades de distribui o aos seus mercados consumidores locais todavia deve se ter o cuidado de ressaltar que tal assun o n o pode ser compreendida de forma r gida pois havia estatais federais de distribui o e estaduais que a
371. ma quest o de grande relev ncia para a hist ria humana desde seu in cio Nesse campo especialmente a energia el trica assume import ncia crucial para a sociedade contempor nea uma vez que representa instrumento de acesso a necessidades essenciais humanas b sicas desde as mais elementares como luz e calor at o atendimento de anseios como informa o educa o dentre outros No entanto a gera o em larga escala de eletricidade n o ocorre sem custos para a sociedade como um todo uma vez que demanda pesados recursos das mais diversas esp cies para a sua produ o sejam eles econ micos sociais ou mesmo ambientais Portanto a necessidade de compatibilza o da garantia de seguran a energ tica com os seus custos sociais de produ o uma preocupa o que est no centro do debate no Estado da contemporaneidade Em outras palavras necess rio por um lado ampliar o m ximo poss vel o parque gerador de forma a executar ou atrair o maior n mero de investimentos para tanto Por outro almeja se que os custos dessa energia sejam os mais baixos poss veis tanto no plano econ mico quanto no plano socioambiental No caso brasileiro diversas foram as reformas setoriais implementadas desde a instala o das primeiras l mpadas el tricas na Esta o da Corte por D Pedro Il em 1879 at os dias atuais Todas essas tiveram por intuito de uma forma ou de outra a persecu o de tais objetivos e no centro dessas
372. mecanismos jur dicos relacionados sua apropria o seja como se viu para a tipifica o da conduta de furto quando esta apropria o for indevida ou ainda para viabilizar a estrutura o de mecanismos para seu tr nsito jur dico A classifica o examinada contudo n o considera a dimens o social do bem na medida em que deixa de se ocupar do papel da energia na sociedade como um todo seja considerando a conserva o ou promo o da dignidade da pessoa humana assim entendida como sua essencialidade seja considerando o custo social da produ o de energia que transcende os limites dos custos dos seus agentes geradores 2 2 REFLEX ES SOBRE A NATUREZA JUR DICA DA ENERGIA EL TRICA NO DIREITO BRASILEIRO ENTRE A ESSENCIALIDADE E O CUSTO SOCIAL A energia el trica conforme se analisou tem natureza jur dica de bem em raz o de ser economicamente apropri vel al m de estar sujeita valora o no mercado medida que o ordenamento jur dico atribui a ela a qualidade de bem em contrapartida tamb m a submete a um determinado regramento vale dizer a um estatuto jur dico de acesso Tal estatuto visa disciplina em cada caso das rela es do objeto jur dico em refer ncia ao sujeito jur dico que dele se apropria Ricardo Lorenzetti aponta que as institui es de Direito Privado foram Ed PERLINGIERI Pietro Perfis do direito civil 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2007 p 212 39 Ibidem loc cit 40
373. meio de um operador independente H portanto na comercializa o de energia em um mercado competitivo uma dist ncia intr nseca entre as quantidades de eletricidade estipuladas nos contratos bilaterais de compra e venda e a energia que efetivamente fornecida e consumida de modo individual Em outras palavras haver permanentemente sobras e d ficits de eletricidade entre os diferentes agentes em um sistema interligado pass veis de serem denominados genericamente como diferen as A solu o encontrada para o referido problema foi a estrutura o de um mercado multilateral em que as suas partes componentes fizessem a contabiliza o e a liquida o das sobras e d ficits encontrados entre si denominado comumente pela ind stria como spot Esse processo de liquida o se d ex post por meio de opera es de compra e venda de curto prazo complementares aos contratos bilaterais nas quais as partes comercializam as diferen as necess rias para equalizar os montantes contratados e os consumos e gera o verificados Tal atua o coordenada apenas poder ser levada a cabo caso as partes tenham 150 definidas regras comuns de modo a permitir a realiza o conjunta de tais opera es Por exemplo as regras para a defini o do pre o para tais opera es de curto prazo O pre o spot ou os procedimentos para a contabiliza o e liquida o das diferen as Desse modo a passagem de um modelo monopol stico para uma
374. mplanta o de usinas termel tricas de pot ncia superior a 5 000 kW destinados a execu o de servi o p blico Il o aproveitamento de potenciais hidr ulicos de pot ncia superior a 1 000 kW destinados produ o independente de energia el trica IIl de uso de bem p blico o aproveitamento de potenciais hidr ulicos de pot ncia superior a 10 000 kW destinados ao uso exclusivo de autoprodutor resguardado direito adquirido relativo s concess es existentes 1 Nas licita es previstas neste e no artigo seguinte o poder concedente dever especificar as finalidades do aproveitamento ou da implanta o das usinas 2 Nenhum aproveitamento hidrel trico poder ser licitado sem a defini o do aproveitamento timo pelo poder concedente podendo ser atribu da ao licitante vencedor a responsabilidade pelo desenvolvimento dos projetos b sico e executivo 8 3 Considera se aproveitamento timo todo potencial definido em sua concep o global pelo melhor eixo do barramento arranjo f sico geral n veis d gua operativos reservat rio e pot ncia integrante da alternativa escolhida para divis o de quedas de uma bacia hidrogr fica Art 7 S o objeto de autoriza o a implanta o de usinas termel tricas de pot ncia superior a 5 000 kW destinada a uso exclusivo do autoprodutor Il o aproveitamento de potenciais hidr ulicos de pot ncia superior a 1 000 kW e igual ou inferior a 10
375. mudan as esteve a todo o momento em discuss o o papel do Estado e dos agentes privados no referido processo nesse horizonte e sob tal recorte que se p e em cena esta pesquisa Capta esta investiga o esse arco hist rico e se agasalha nas reformas setoriais mais recentes mais especificamente aquelas ocorridas a partir da d cada de 1990 as quais possu am por fulcro recuar a atua o estatal a fim de atrair o capital privado por meio da inser o da competi o na cadeia produtiva de energia Tais medidas romperam com o modelo de monop lio estatal at ent o vigente e permitiram o ingresso de novos atores que passariam a estabelecer rela es entre si em uma zona de conflu ncia dos espa os p blico e privado E como um dos principais elementos de articula o dessa estrutura est a figura do contrato principalmente no que toca as opera es econ micas levadas a cabo por tais agentes Esses relacionamentos se d o por meio de contratos m ltiplos e plurais com matizes p blicos e privados que se encontram entrela ados de modo indissoci vel N o sem raz o o trabalho que se apresenta interroga de qual contrato est a se tratar aqui Certamente n o o contrato entendido meramente como um livre acordo de vontades entre indiv duos aut nomos e formalmente iguais que pode fazer se como lei entre as partes por meio da pacta sunt servanda e est encoberto pela inviolabilidade frente ao Estado e coletividade Sob o paradigm
376. n Aprendizagem e compreens o de conceitos chave em eletricidade Rio de Janeiro IF UFRJ 2010 amp No direito patrio n o ha dispositivo expresso sobre a subtrac o dolosa da energia electrica porque ao tempo em que foi promulgado o nosso C digo Penal a electricidade era considerada apenas como phenomeno physico chimico sem qualquer preoccupa o de ordem economica As suas variadas applica es industriaes e dom sticas datam de poca muito recente Melhor ser portanto que se acceite a natureza material da electricidade para todos os effeitos do invocado art 330 do Codigo Penal Essa conclus o ser muito mais acertada do que deixar se desamparado da lei o interesse legitimo de inn meras companhias que exploram entre n s o servi o de energia electrica invertendo para isso vultuosos capitaes De v rios modos ellas s o lesadas segundo os processos de fraude em voga Mas n o basta que as empresas se defendam necess rio que o Poder Publico secunde os seus esfor os amparando por todos os modos os seus leg timos interesses Esse dever do Estado ali s est no seu proprio interesse porque as empresas de energia electrica s o verdadeiras esta es arrecadadoras do imposto federal sobre o consumo de electricidade Ora havendo desvio ou subtra o de corrente electrica em preju zo das empresas ha evas o de renda da Uni o porque o imposto calculado sobre o quantum do energia consumida E evidente
377. n menos de privatiza o e revaloriza o da vida civil Ainda assim n o isenta de cr ticas a possibilidade de exist ncia de uma efetiva atua o do Estado reguladora da atividade econ mica em tal contexto Avel s Nunes por exemplo reflete criticamente acerca do efetivo papel que esse Estado Regulador pode exercer no cen rio europeu Com efeito o estado regulador filho das pol ticas que t m vindo a anular a responsabilidade do estado no terreno da economia e a esvaziar a sua capacidade de interven o como operador nos setores estrat gicos e na rea dos servi os p blicos Foi inventado justamente para encobrir as pol ticas que visam impedir o estado de assumir a sua tradicional responsabilidade no que toca presta o de servi os p blicos margem do mercado N o pode ser o contr rio delas Esse processo de privatiza o do espa o p blico est sustentado em dois alicerces principiol gicos fundamentais i o princ pio da efici ncia com o fito de buscar maior racionaliza o no disp ndio de recursos p blicos em rela o aos objetivos constitucionalmente estabelecidos ii o princ pio da participa o como mecanismo de aprofundamento da democracia participativa a fim de garantir a 5 GON ALVES Pedro MARTINS Lic nio Lopes Os servi os p blicos econ micos e a concess o no Estado regulador In VITAL MOREIRA org Estudos de regula o p blica Coimbra Coimbra 2004
378. n o det m o monop lio de suprimento dos mercados locais mesmo estando estes cobertos somente pela sua rede No caso o livre acesso s redes ocorrer tanto na transmiss o quanto na distribui o restando apenas o monop lio de manuten o e opera o destas redes Distribui o e venda n o precisam necessariamente estar juntas sendo opcional nesse modelo Ali s cumpre destacar a import ncia da separa o entre a atividade de distribui o e a de comercializa o neste modelo uma vez que o distribuidor comercializador naturalmente tender a favorecer seus consumidores Como exemplo do problema das distribuidoras serem simultaneamente comercializadoras pode ser mencionado que em casos de danos aos sistemas por decorr ncia de intemp ries estas tender o a reestabelecer primeiro as liga es de seus clientes em casos de problemas havendo por conseguinte forte necessidade de regula o N o obstante a dificuldade do self dealing resta mitigado no modelo em tela pois o distribuidor n o det m mais o monop lio sobre os consumidores atendidos por sua rede e possuir dificuldades em repassar pre os mais altos que os da m dia de mercado Nessa estrutura h a nova fun o do agente comercializador de energia que ir comprar energia no atacado e revend la no mercado de varejo inclusive para pequenos consumidores Todavia devido aos altos custos de transa o apenas os consumidores de maior porte tendem a
379. nas torna mais complexa a estrutura de transmiss o de energia de modo a exigir a atua o de um agente que atue na coordena o e controle da opera o das instala es de gera o e transmiss o de energia el trica atrav s de um sistema integrado de transmiss o Na atual conforma o regulat ria do Setor El trico Brasileiro o agente respons vel por essa fun o ordenadora do Sistema o Operador Nacional do Sistema ONS 298 Sistema Integrado Nacional SIN 133 O ONS uma pessoa jur dica de direito privado constitu da como associa o civil sem fins lucrativos criada pela Lei n 9 648 de 27 de maio de 1998 Atualmente os agentes respons veis pela atividade de transmiss o de energia s o concession rios de servi o p blico nos termos da Lei n 9 074 1995 Tal mercado formado segundo dados do ONS de 2010 por 58 empresas concession rias de servi o p blico de transmiss o destas 49 s o privadas detendo 53 concess es e nove empresas s o p blicas e det m 22 concess es Uma vez que a implementa o de estruturas paralelas de transmiss o de energia n o se justifica do ponto de vista econ mico tendo se em conta os alt ssimos custos de constru o de linhas torres e demais equipamentos e obras de arte tal atividade configura um monop lio natural por excel ncia n o sendo poss vel a instaura o de um regime de competi o portanto sujeito a forte regula o estatal con
380. ncargos como os custos incorridos na manuten o da confiabilidade e da estabilidade do sistema para atendimento da demanda por energia no Sistema Interligado Nacional SIN e que n o est o inclu dos no Pre o de Liquida o das Diferen as PLD estabelecido ex ante pela CCEE para cada semana e patamar de carga Tais regras subdividem estes em duas categorias principais Encargos de Servi os do Sistema ESS necess rios manuten o do sistema s o rateados apenas entre os agentes de consumo e s o compostos por Encargos de Servi os Ancilares e Encargos por Restri o de Opera o e os Encargos por Avers o a Risco que ser o rateados conforme a exposi o ao mercado de curto prazo quando houver despacho fora da ordem m rito ou ultrapassagem da curva de avers o a risco e a energia comercializada nos ltimos 12 meses sendo compostos pelos Encargos por Seguran a Energ tica e Encargos por Ultrapassagem da Curva de Avers o a Risco Para maiores detalhes a respeito desses encargos ver CCEE Regras de Comercializa o Encargos S o Paulo CCEE 2018 p 4 14 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 209 forem extintas as outorgas de concess o permiss o ou autoriza o de sua titularidade bem como com o cancelamento dos registros de empreendimentos de gera o que forem modelados na CCEE O desligamento volunt rio ocorre evidentemente quando o agente solicita sua exclus o e apenas se
381. nd ncia entre tais presta es como ocorre nos contratos comutativos n o sendo assim admiss vel por exemplo a exce o de contrato n o cumprido Isso porque as partes assumem posi es jur dicas independentes em rela o aos demais pactuantes Por fim dentre as fun es mencionadas pelo autor destaca se 6 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 216 377 Antonio Junqueira de Azevedo embora discorde da exist ncia de verdadeira distin o entre os neg cios jur dicos bilaterais e os plurilaterais ao analisar em parecer o problema dos contratos de cons rcio no setor de energia com base na doutrina alem estabelece a distin o entre atos obrigacionais de disposi o de autoriza o e estatut rios Segundo o posicionamento adotado pelo autor os cons rcios ainda que decorram de contratos bilaterais plurilaterais estariam situados entre os atos obrigacionais e n o nos atos estatut rios uma vez que estes n o constituem sociedade e n o possuem personalidade jur dica na forma do 81 do art 278 da Lei das Sociedades An nimas Lei n 6 404 1976 AZEVEDO Antonio Junqueira de Natureza jur dica do contrato de cons rcio Revista dos Tribunais S o Paulo a 94 v 832 p 115 137 fev 2005 Assim tra ando se um paralelo de tal posicionamento com a distin o estabelecida quanto causa contratual apresentada por Ricardo Luis Lorenzetti
382. ndicadas no par grafo 1 da Lei de Crimes contra a Economia Popular Lei 1 521 1951 8 Do exposto conclui se que a an lise da energia el trica sob tal prisma ainda que brevemente permite verificar o relevante papel que esta exerce no mundo contempor neo No plano internacional o acesso energia el trica embora n o seja um direito humano expressamente reconhecido por tratados internacionais vem progressivamente sendo objeto de preocupa o de rg os de monitoramento de direitos humanos das Na es Unidas em especial no mbito do Comit CEDAW e do Comit DESC Em tais Comit s o acesso energia el trica considerado um aspecto essencial para o atendimento de necessidades humanas b sicas sendo componente relevante para a efetiva o da igualdade de g nero e para o acesso a Direitos Humanos Econ micos Sociais e Culturais No mesmo sentido as Na es MARTINS COSTA Judith Coment rios ao Novo C digo Civil do inadimplemento das obriga es Rio de Janeiro Forense 2008 v 5 t 2 p 263 Comit sobre a Elimina o da Discrimina o contra a Mulher e o Comit de Monitoramento do Pacto Internacional de Direitos Econ micos Sociais e Culturais respectivamente TULLY Stephen R The Contribution of Human Rights to Universal Energy Access Northwestern Journal of International Human Rights Chicago Northwestern University School of Law 2006 v 4 n 3 p 518 548 8 Utiliza
383. ned by the several parties involved in the production chain However the classic contracts theory under the liberal principles of contracts free will binding contracts and relativity of the effects of the contracts shows itself as not capable of ruling these relationships For that to happen we must analyze the situation under a constitutional understanding of the contract held in place by the microsystems set by the legal infrastructure in such a way that the immediate needs of the contracting parties and the mediate needs of society are united with electricity s social cost and character of essentiality Thus this work is divided in two parts First we introduce the regulation infrastructure that supports the contractual relationships under consideration For that matter initially we go through the relations between the state interventions on the economy and the subsequent effects on the contracts Then we present studies pertaining to electricity as a good mainly when it comes to its social cost Next the different models of competition in the electricity sector are considered as are the stages by which the Brazilian model went through until reaching the current structure Finally the study faces the parties involved in the electricity production chain Second the research focus on the trading contracts themselves Starting with some problems that arise from applying classic contract theory to the practical economics of trading electrici
384. neiro Lumen Juris 2011 p 147 176 NUNES Hugo Renato A ABREU Thiago Modesto de ANTUNES Fl via Mesquita A expans o da gera o e os leil es de energia no atual modelo do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 11 n 1 1 sem 2005 NUSDEO F bio Curso de economia S o Paulo RT 1997 OLIVEIRA Mauro Machado de et al Tarifa o energ tica residencial urbana e rural e privatiza o do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 14 n 2 pp 87 111 2 sem 2008 ONS Relat rio de apura o mensal de servi os e encargos de transmiss o Outubro 2010 Dispon vel em lt www ons org br gt Acesso em 10 05 2013 OTERO Paulo Coordenadas jur dicas da privatiza o da administra o p blica In Os caminhos da privatiza o da administra o p blica Coimbra Coimbra 2001 p 277 31 57 Vincula o e liberdade de conforma o jur dica do sector empresarial do Estado Coimbra Coimbra 1998 PACHECO Adriane Cristina Spicciati A contrata o da compra e venda de energia el trica pelas concession rias de distribui o In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 377 388 PAIX O Leonardo Andr Aspectos Institucionais do setor el trico brasileiro In DI PIETRO Maria Sylvia Zanella coord Direito regulat rio temas pol micos 2 ed rev e ampl Belo Horizonte F rum 2004
385. ngo da malha o que implica em vantagens que favorecem a sua implanta o Deste ponto de vista tr s tend ncias independentes est o formando a base para uma poss vel introdu o difundida da gera o descentralizada a reestrutura o do setor energ tico a necessidade do aumento de capacidade do sistema e os avan os tecnol gicos dos acionadores prim rios Conforme j salientado a GD refere se gera o el trica em pequena escala modulares para consumidores integrados ou isolados localizados perto do ponto de consumo final Isto engloba os segmentos industrial comercial e residencial Localizando a GD a jusante na rede de distribui o de pot ncia pode se obter benef cios para consumidores e ou para o pr prio sistema de distribui o caso esteja interligado rede Al m disso instala es de GD podem operar isoladas e serem utilizadas em uma ampla faixa de aplica es para consumidores e locais onde plantas centralizadas poderiam ser impratic veis DIAS Marcos Vin cius Xavier BOROTNI Edson da Costa HADDAD Jamil Gera o distribu da no Brasil oportunidades e barreiras Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 11 n 2 2 sem 2005 p 2 255 medida visa garantir a publicidade transpar ncia e igualdade de acesso aos interessados consoante indica o art 15 do Decreto n 5 163 2004 A quantidade total da energia a ser contratada desta forma n o pode exceder a dez por cento da carga total d
386. no mbito da CCEE Pd compra e venda se forma obviamente pelo consentimento das partes mas ao enfatizar o consensus como um dos elementos essenciais do contrato quer se acentuar a sua natureza simplesmente consensual para deixar claro que a entrega da coisa vendida n o necess ria sua perfei o Basta com efeito o simples consentimento do qual surge para o vendedor a obriga o de entregar a coisa e para o comprador a de pagar o pre o As declara es de vontade n o precisam ser simult neas Realizado o acordo o contrato est formado Imposs vel desde ent o o arrependimento O que se segue a execu o pelo cumprimento das obriga es que origina GOMES Orlando Contratos 26 ed atual S o Paulo Saraiva 2008 p 272 273 384 No Agravo de Instrumento n 0069785 98 2013 8 26 0000 o Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo considerou v lido em sede cautelar o CCEAL firmado entre dois agentes obrigando o registro deste na CCEE devido ao comportamento concludente das partes ainda que este n o tenha sido posteriormente formalizado TJSP Al 0069785 98 2013 8 26 0000 Rel Des 169 No ACL h maior liberdade na forma o do contrato pelo simples consentimento das partes bastando estas definirem entre si os elementos essenciais do neg cio e o registrarem perante a CCEE A CCEE poder no entanto solicitar s partes comprova o de exist ncia e validade dos contratos na forma do par gr
387. no Brasil Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 9 n 1 SCHIRATO Vitor Rhein Gera o de energia el trica no Brasil 15 anos fora do regime de servi o p blico Revista de Direito P blico da Economia RDPE Belo Horizonte a 8 n 31 p 141 167 jul set 2010 279 SEVERINO Mauro Moura CAMARGO Ivan Marques de Toledo OLIVEIRA Marco Aur lio Gon alves de Oliveira Gera o distribu da discuss o conceitual e nova defini o Revista Brasileira de Energia S o Paulo v 14 n 1 p 47 69 2009 SILVA Almiro do Couto e Privatiza o no Brasil e o novo exerc cio de fun es p blicas por particulares Servi o p blico brasileira Revista da Procuradoria Geral do Estado do RS Porto Alegre v 27 n 57 p 209 237 2004 SILVA Anderson Furlan Freire da Direito ambiental Rio de Janeiro Forense 2010 SILVA Cl vis do Couto e A obriga o como um processo S o Paulo FGV 2006 SILVA Edson Luiz Forma o de pre os em mercados de energia el trica Porto Alegre Sagra Luzzatto 2001 SILVA Volney Zamenhof de Oliveira Silva C digo Tribut rio Nacional comentado e anotado 4 ed Campinas CS 2004 SILVA Jos Afonso Direito ambiental constitucional 7 ed S o Paulo Malheiros 2009 SOUTO Marcos Juruena Villela Direito administrativo regulat rio 2 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2005 SOUZA Sebasti o Jos de Furto de energia electrica Revista Forense Rio de Janeiro v
388. nsiste na distribui o do volume de energia contratada ou assegurada em montantes mensais Por sua vez a modula o consistir na divis o dos montantes de energia sazonalizados em quantidades por hora de acordo com os diferentes patamares de carga De forma geral caso a energia n o esteja sazonalizada e modulada nos contratos esta sofrer a sazonaliza o e modula o de forma igual pela CCEE denominadas comumente de flat No entanto necess rio frisar que a forma de modula o e sazonaliza o ir variar segundo as diferentes modalidades contratuais de comercializa o de eletricidade que ser o posteriormente analisadas em maiores detalhes A partir da inviabilidade do armazenamento de eletricidade em larga escala a energia vendida e adquirida no neg cio jur dico em an lise via de regra coisa futura Em tal sentido os contratos de comercializa o de energia el trica possuem um certo grau de aleatoriedade Paula Greco Bandeira ao estudar com maior profundidade os contratos aleat rios com base na literatura jur dica italiana e brasileira considera que a qualifica o de qualquer neg cio como aleat rio no direito brasileiro depender da identifica o de sua causa de modo a distingui lo 47 CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 O anglicismo aqui se justifica devido sua difus o de sua utiliza o na pr
389. nstalada de empreendimento de gera o j existente restringindo se ao acr scimo da capacidade s o denominados como leil es de novos empreendimentos de gera o ou leil es de energia nova II objeto prazos e minutas dos contratos de compra e venda de energia el trica incluindo a modalidade contratual adotada e a indica o das garantias financeiras a serem prestadas pelos agentes de distribui o IIl percentual m nimo de energia hidrel trica a ser destinada ao mercado regulado IV prazos locais e hor rios em que ser o fornecidos aos interessados os dados estudos e projetos necess rios elabora o dos or amentos e apresenta o das propostas entre os quais a os estudos de viabilidade t cnica b os Estudos de Impacto Ambiental EIA e os Relat rios de Impacto Ambientais RIMA e c as licen as ambientais pr vias V crit rios para a aferi o da capacidade t cnica da idoneidade financeira e da regularidade jur dica e fiscal dos licitantes VI diretrizes relativas sistem tica dos leil es VII indicadores f rmulas e par metros a ser utilizados no julgamento das propostas observado o crit rio de menor tarifa VIII prazos locais hor rios e formas para recebimento das propostas julgamento da licita o e assinatura dos contratos IX valor anual do pagamento pelo Uso do Bem P blico UBP a ser definido pelo poder concedente X valor do custo marginal d
390. nte contratos coligados contratos conexos grupos de contratos contratos ligados networks contratuais redes contratuais poss vel destacar alguns pontos em comum a coexist ncia de dois ou mais contratos estruturalmente diferenciados mantidas as respectivas causas objetivas desses contratos b exist ncia de um nexo funcional entre os contratos diferenciados c exist ncia de um nexo econ mico entre esses contratos d relev ncia jur dica da liga o entre estes contratos seja em raz o da motiva o perspectiva subjetivista seja em raz o da correspectividade de presta es perspectiva objetivista 383 MARINO Francisco Paulo de Crescenzo Contratos coligados S o Paulo Saraiva 2009 p 98 99 384 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 715 716 385 Ainda que se fundamente na perspectiva de Lorenzetti o autor se utiliza de um conceito pr prio de redes contratuais Entende se por redes contratuais a coordena o de contratos diferenciados estruturalmente por m interligados por um articulado e est vel nexo econ mico funcional e sistem tico LEONARDO Rodrigo Xavier Redes contratuais no mercado habitacional S o Paulo RT 2008 p 132 137 N o obstante Francisco Marino ressalta a autonomia te rica da categoria redes contratuais apontando a exist ncia de elementos distintivos claros entre os contratos coligados e estas Mu
391. ntural e ultrapassarem o escopo desta pesquisa No entanto necess rio pontuar que a medida sofreu pesadas cr ticas por parte dos agentes setoriais envolvidos 246 Conforme com os referidos textos normativos na hip tese do gerador concession rio optar pela renova o da sua concess o a integralidade de sua garantia f sica ser alocada em cotas s distribuidoras conectadas ao SIN recebendo este pela energia assim contratada somente o valor de tarifa regulada pela ANEEL Receita Anual de Gera o RAG Destaque se que a competi o m nima na forma o do pre o da eletricidade em tal modelo uma vez que a composi o da tarifa leva em conta principalmente os custos do gerador com opera o e manuten o encargos etc Justifica se a referida altera o no marco regulat rio sob a alega o que as usinas abrangidas pelo texto legal s o mais antigas e j se encontram com seus ativos totalmente depreciados ou amortizados Tais usinas ainda que tivessem um custo de produ o muito inferior s demais que n o possuem investimentos completamente amortizados e centrais de gera o depreciadas participavam dos leil es do ACR vendendo sua energia aos agentes de distribui o pelos mesmos valores dos outros geradores incorporando no seu caixa os ganhos decorrentes que tiveram profundamente afetadas suas receitas com as medidas principalmente na atividade de gera o Nesse sentido em alus o data do ataque s T
392. o 32 AG NCIA Nacional de Energia El trica Brasil Atlas de energia el trica do Brasil 3 ed Bras lia ANEEL 2008 p 28 33 LIMA Ricardo GOBBI Comercializa o de energia alguns conceitos e princ pios In LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro L men J ris 2006 p 369 304 art 9 Depende de autoriza o da ANEEL o exerc cio das atividades de comercializa o inclusive a importa o e exporta o de energia el trica A Lei n 10 848 2004 e o Decreto n 5 163 2004 implementam a extin o do Mercado Atacadista de Energia MAE e sua substitui o pela C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE no mbito da Reforma do Setor El trico em 2004 135 referido diploma legal 5 5 AGENTES CONSUMIDORES No elo final da cadeia produtiva de energia el trica encontra se o consumidor de eletricidade Em tese ele constitui o ponto orientador de todas as etapas da produ o energ tica e define em ltima inst ncia os resultados da competi o N o obstante devido s peculiaridades do setor de energia n o h juridicamente um nico tipo de consumidor de energia el trica Mas sim a estrutura regulat ria setorial estabelece diferentes qualifica es jur dicas para estes a seguir apresentadas de maneira sint tica O maior n mero de consumidores de eletricidade no Brasil composto pelo grupo dos denominados consumidores cativos Estes s o
393. o programa e a Eletrobr s Esta ltima n o poder auferir ganhos com o programa 487 CCEE Regras de Comercializa o Contratos op cit 244 mas sim apenas repassar os custos de contrata o administrativos financeiros e tribut rios aos cotistas nos termos do art 12 e art 13 83 do Decreto n 5 025 2004 Tem se desta forma que o programa possui forma de contrata o an loga aos CCEARs com modelo espec fico de contrata o por comprador nico destinado a estimular a produ o de eletricidade pelas fontes alternativas inclu das Ainda assim diferentemente dos CCEARs os cotistas possuem pouca ou nenhuma participa o no processo de contrata o de energia pelo comprador nico 7 4 CONTRATOS DE LEIL O DE AJUSTE As distribuidoras de energia podem complementar a sua carga a fim de cumprir a obrigatoriedade do art 2 Il do Decreto n 5 163 2004 por meio da contrata o de energia em leil es de ajuste Tendo em vista os prazos de entrada de funcionamento dos empreendimentos de gera o dos CCEARs as distribuidoras podem ficar sem energia contratada suficiente para o atendimento da integralidade de seus mercados consumidores Sendo assim a ANEEL poder promover direta ou indiretamente leil es espec ficos para a complementa o da eletricidade necess ria para o atendimento integral dos mercados dos agentes de distribui o na forma do art 26 do Decreto n 5 163 2004 Devido ao car ter
394. o Civil brasileiro subs dios hist ricos para o novo C digo Civil brasileiro 2 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 96 97 MENCK Jos Theodoro Mascarenhas org C digo Civil brasileiro no debate parlamentar elementos hist ricos da elabora o da Lei no 10 406 de 2002 Bras lia Centro de Documenta o e Informa o da C mara 2012 p 1 147 Para fins jur dicos pode ser classificada como bem consum vel mesmo que em termos t cnicos mais adequados ao saber da F sica a energia n o seja propriamente destru da ou mesmo consumida ao longo do processo produtivo Isso se d por decorr ncia da lei f sica da conserva o da energia que estabelece que a quantidade total de energia de um sistema isolado permanece constante Ou seja a energia n o pode ser criada ou destru da mas apenas transformada Para fins did ticos por m se aceita a classifica o apontada Um exemplo interessante de tal aspecto na pr tica decorre das limita es t cnicas atuais de baterias para o armazenamento da energia excedente em empreendimentos de gera o alternativa como usinas fotovoltaicas em pa ses de inverno rigoroso como a Alemanha e Su a Nesses pa ses a gera o de energia solar cai significativamente no inverno e gera excedentes durante o ver o que n o podem ser suficientemente armazenados em larga escala de uma esta o para outra para compensar as flutua es na gera o Sendo assim foram criadas hidrel tricas
395. o Estado com a tem tica da energia que passa a transcender o interesse local sob um vi s nacional A regulamenta o dos servi os 4 33 at de energia el trica praticamente n o avan ou desde o Decreto n 5 407 190 a promulga o do C digo Nacional de guas em 1934 Dentre os textos normativos anteriores ao C digo de guas merece destaque o Decreto n 9 032 A de 17 de novembro 1911 que institui a Inspetoria Geral de Ilumina o IGI para a fiscaliza o da presta o de servi os de ilumina o p blica g s e eletricidade na ent o capital da Rep blica E o Decreto n 20 466 de 1 de outubro de 1931 que instituiu pela primeira vez o hor rio de ver o em mbito nacional com o objetivo de economia da luz artificial ao permitir um melhor aproveitamento da luz natural durante o ver o para transforma o em energia electrica applicada a servi os federaes podendo autorizar o emprego do excesso da for a no desenvolvimento da lavoura das industrias e outros quaisquer fins e conceder favores s emprezas que se propuzerem a fazer esse servi o Essas concess es ser o livres como determina a Constitui o de quaisquer nus estadoaes ou municipaes CENTRO DE MEM RIA DA ELETRICIDADE Concess es de Energia El trica no Brasil Dispon vel em lt http www memoria eletrobras com serv dnae2 asp gt Acesso em 7 1 2011 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S
396. o ONS Para tanto s o utilizados modelos matem ticos que levam em conta as peculiaridades do sistema hidrot rmico brasileiro a fim de encontrar o equil brio timo entre o benef cio presente do uso da gua e o benef cio futuro de 37 Caio M rio da Silva Pereira ao enfrentar o problema da certeza do pre o nos contratos de comercializa o de energia aponta o leil o como uma das possibilidades de forma o deste Situa o an loga a do leil o em que o maior lan o parece indicar que o pre o deixado ao comprador Mas n o h arb trio deste sen o que se determina como condi o da oferta que adquirente ser aquele que mais alto oferecer Na venda em leil o l cito estabelecer um m nimo consignando se que n o haver contrato perfeito se n o for este alcan ado PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 112 113 N o obstante cabe ressaltar que no Ambiente de Contrata o Regulada o leil o se d na forma oposta da apresentada pelo autor Ou seja o vencedor ser aquele que oferecer sua energia pelo menor pre o e n o pelo maior No mesmo sentido n o estabelecido um valor m nimo da energia el trica leiloada mas sim um patamar m ximo a esta 167 seu armazenamento ante a possibilidade de utiliza o da energia mais cara advinda das usinas termel tricas O PLD determinado semanalmente para cada patamar de
397. o com o perfil de gera o da usina 7 6 CONTRATOS DE ENERGIA DE RESERVA E CONTRATOS DE USO DE ENERGIA DE RESERVA Com a finalidade de garantir a continuidade no fornecimento de energia el trica o modelo setorial institu do pela Lei n 10 848 2004 estabeleceu a possibilidade da contrata o de reserva de capacidade de gera o Tal modalidade de contrata o visa obter maior seguran a no suprimento de energia para o sistema a partir do aumento da oferta Para tanto o Decreto n 6 353 2008 estabelece a possibilidade de aquisi o de energia de usinas especialmente para tal finalidade de empreendimentos de gera o nova ou existente mas que venham acrescentar garantia f sica ao SIN ou tenham entrado em opera o comercial posteriormente a 16 de janeiro de 2008 A contrata o dessa energia tem sido feita por meio de leil es realizados pela ANEEL entre geradores que se enquadrem nas defini es do Decreto n 6 353 2008 e a CCEE Os montantes totais a serem adquiridos no leil o ser o definidos pelo MME com base em estudos da EPE A formaliza o da contrata o se d portanto por meio de Contratos de Energia de Reserva CER que ser o 495 Em uma an lise preliminar essa energia de reserva poderia estar associada a refor os de reservas operativas e ou a aumento da capacidade instalada para tornar a opera o do sistema em termos energ ticos mais segura Quanto forma o das reservas operativas necess
398. o de refer ncia para a qualifica o das esp cies diversas de bens e consequentemente para a determina o do grau de preponder ncia p blica ou privada do contrato Ou seja haver preval ncia de caracteres de direito p blico ou de direito privado na propor o da utilidade existencial do bem contratado Em s ntese nas palavras da pr pria autora Prop e se portanto uma diferencia o que tenha como base a destina o do bem cuja aquisi o ou utiliza o seja objeto do contrato O paradigma da essencialidade constitui a base para uma tal diferencia o e encontra fundamento na Constitui o na medida em que esta instituiu uma cl usula geral de tutela da dignidade da pessoa humana impondo desta forma o reconhecimento da influ ncia de interesses n o patrimoniais sobre a conforma o jur dica das rela es contratuais Por isso h de se distinguir os contratos em que tais interesses extrapatrimoniais est o presentes daqueles outros contratos nos quais ao contr rio as obriga es assumidas sejam instrumento de satisfa o de interesses exclusivamente patrimoniais Os contratos que versem sobre a aquisi o ou a utiliza o de bens que considerando a sua destina o s o tidos como essenciais est o sujeitos a um regime tutelar justificado pela necessidade de prote o da parte vulner vel assim entendida a parte contratante que necessita do bem em quest o e vice versa no extremo oposto
399. o distribuidor no momento da contrata o com base na carga dos doze meses precedentes O pre o ser definido na chamada p blica sendo poss vel o repasse deste as tarifas dos consumidores finais at o limite do Valor Anual de Refer ncia VR vigente no ano de in cio da entrega da energia contratada e nos reajustes subsequentes no valor atualizado pelo IPCA Caso ocorram atrasos na entrada de opera o comercial das unidades geradoras o agente distribuidor dever contratar energia no mercado de curto prazo Com a explana o sobre o presente contrato restaram apresentadas as principais modalidades de contrata o no SIN e conclu da a exposi o sobre o Ambiente de Contrata o Regulada Sendo este o ltimo t pico adentra se s conclus es finais na sequ ncia 504 O art 2 Il da Resolu o ANEEL n 167 2005 inclui como gera o distribu da os contratos firmados por decorr ncia do processo de desverticaliza o da cadeia produtiva de energia estabelecido pela Lei n 10 848 2004 Entretanto tais contratos estariam inseridos no Ambiente de Contrata o Livre em conjunto com os demais contratos firmados pelas distribuidoras antes de 15 de mar o de 2004 conforme j exposto no Cap tulo referente ao ACL Nesse caso s o livres as condi es de contrata o exceto o pre o que ser determinado por meio de tarifa a ser definida pela ANEEL na forma dos artigos 6 e seguintes da Resolu o AN
400. o e Empresarial S o Paulo v 65 a 17 p 21 32 jul set 1998 REGO Erik Eduardo Proposta de aperfei oamento da metodologia dos leil es de comercializa o de energia el trica no ambiente regulado 232 f Tese Doutorado Programa de P s Gradua o em Energia EP FEA IEF IF da USP 2012 TIAGO FILHO Geraldo L cio et al Impactos s cio econ micos das Pequenas Centrais Hidrel tricas inseridas no Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia PROINFA Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 14 n 1 1 Sem 2008 pp 145 166 TJSP Al 0084329 28 2012 8 26 0000 Rel Des Pereira Cal as 1 C mara Reservada de Direito Empresarial julg em 05 06 2012 DJ 06 06 2012 Al 0172797 65 2012 8 26 0000 Rel Des Pereira Cal as 1 C mara Reservada de Direito Empresarial julg em 28 08 2012 DJ 29 08 2012 Al 0038602 12 2013 8 26 0000 Rel Des Cristina Zucchi 342 C mara de Direito Privado julg em 25 03 2013 DJ 11 04 2018 Al 0069785 98 2013 8 26 0000 Rel Des Francisco Casconi 31 C mara 281 de Direito Privado julg em 18 06 2013 DJ 19 06 2018 Al 0214360 35 2009 8 26 0100 Rel Des Cl vis Castelo 352 C mara de Direito Privado julg em 26 03 2012 DJ 27 03 2012 TOLMASQUIM Maur cio Tiommo Alternativas Sustent veis no Brasil Rio de Janeiro Dumar 2004 et al Vis o Prospectiva da Matriz Energ tica Brasileira Energizando o desenvolvimento sustent vel
401. o entre o direito privado e o direito p blico dos quais a separa o absoluta n o corresponde mais aos ditames da realidade Os contratos porque influem na vida privada dos sujeitos contratantes tradicionalmente s o estudados pelo direito privado Contratos que envolvem comercializa o de energia el trica n o restringem seus efeitos apenas aos sujeitos contratantes seu reflexo muito mais denso eis que envolvem acesso a direitos fundamentais da a raz o pela qual acabam envolvendo aspectos do direito p blico o que bem demonstra a insufici ncia da apontada dicotomia portanto de indiscut vel relev ncia um olhar que conjugue ambos os planos a respeito das rela es contratuais existentes entre os supramencionados atores ante a import ncia que o setor tem para a garantia de direitos fundamentais 3 Para citar tr s exemplos LANDAU Elena org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 CAMPOS Clever Mazzoni Curso b sico de direito de energia el trica S o Paulo Synergia 2010 b sicos da popula o e para o desenvolvimento do pa s Desta feita o trabalho aqui proposto intenciona apresentar e analisar criticamente sob a perspectiva dos institutos do Direito Civil contempor neo as rela es contratuais de comercializa o de energia nos mercados cativo e l
402. o mergulhou em uma de suas piores crises financeiras at ent o A ent o chamada crise da tequila causou uma das piores recess es a atingir um pa s individual desde a d cada de 1930 As repercuss es daquela crise se espraiaram por toda Am rica Latina chegando perto de perigosamente derrubar o sistema banc rio argentino Em retrospecto a crise da tequila deveria ter sido vista como um press gio um aviso que a boa opini o dos mercados pode ser vol vel que a imprensa favor vel de hoje n o isola voc da crise de confian a de amanh tradu o livre 101 qualidade disponibilidade e modicidade tarif ria de tais servi os Na presid ncia de Fernando Collor de Melo 1990 1992 primeiro governo z democraticamente eleito no Brasil desde 1961 iniciado o processo abertura econ mica e moderniza o da m quina p blica Devido ao contexto pol tico da poca e em raz o do curto per odo de governo por decorr ncia do impeachment ocorrido em 1992 este foi marcado por pol ticas inconsistentes em rela o ao setor el trico Em tal governo iniciou se o Programa Nacional de Desestatiza o por meio da Lei n 8 031 1990 Por m das 68 empresas propostas no programa apenas dezoito foram privatizadas O programa somente viria a obter xito em um ambiente de estabilidade monet ria o que ocorreria apenas ao final do Governo Itamar Franco 1992 1993 no contexto de implementa o do Plano Real em 1994 por meio
403. obre a Implementa o do Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais no Brasil apresentado pelas organiza es de direitos humanos brasileiras ao Comit dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais da Organiza o das Na es Unidas Comit DESC ONU a car ncia de energia el trica apontada dentre os d ficits infraestruturais que impedem o pleno acesso ao direito humano moradia no pa s CONTRA INFORME DA SOCIEDADE CIVIL Exame do Primeiro Informe Peri dico do Governo Brasileiro sobre a Implementa o do Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais no Brasil p 65 45 Segundo relat rio da Ag ncia Internacional de Energia IEA aproximadamente 1 317 bilh es de pessoas n o possu am acesso eletricidade no mundo em 2009 Destas a maior parte dos exclu dos est o situados em reas rurais cujo percentual de eletrifica o de apenas 68 0 enquanto que nas reas urbanas de 93 7 demonstrando assim a desigualdade de acesso energia rural e urbana em n vel mundial No mesmo sentido um estudo do Programa de Desenvolvimento das Na es Unidas estabeleceu estreita correla o entre acesso energia e redu o de pobreza e crescimento macroecon mico De igual forma o Grupo de Trabalho sobre Acesso Energia da Rede Global sobre Energia para o Desenvolvimento Sustent vel em estudo realizado com informa es de especialistas de todos os continentes aponta
404. odelo do setor el trico brasileiro da teoria pr tica Revista Brasileira de Energia S o Paulo v 15 n 2 p 7 31 2009 An lise do processo de reestrutura o do setor el trico brasileiro Revista Brasileira de Energia Itajub v 11 n 2 p 1 7 jul dez 2008 CAMPOS Clever Mazzoni Curso b sico de direito de energia el trica S o Paulo Synergia 2010 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes MORATO LEITE Jos Rubens Direito Constitucional Ambiental Brasileiro 10 ed S o Paulo Saraiva 2009 CASTRO Marco Aur lio Lenzi et al An lise dos Riscos de uma Distribuidora Associados Compra e Venda de Energia no Novo Modelo do Setor El trico Revista Brasileira de Energia vol 10 n 1 2004 CARVALHO Joaquim Francisco de JANNUZZI Gilberto De Martino Aspectos Eticos do Modelo de Planejamento do Setor El trico Revista Brasileira de Energia Sociedade Brasileira de Planejamento Energ tico 1994 vol 03 n 02 CARVALHO Orlando A teoria geral da rela o jur dica seus sentidos e limites Coimbra Centelha 1981 CCEE Regras de Comercializa o Encargos ver 2013 1 0 S o Paulo CCEE 2013 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 S o Paulo CCEE p 3 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 21 07 2018 Regras de Comercializa o Contratos ver 2013 1 0 S o Paulo CCEE 2013 Dispon vel em l
405. odifica o privada In HIRONAKA Giselda Maria Fernandes Novaes TARTUCE Fl vio coord Direito contratual temas atuais S o Paulo M todo 2007 p 581 602 FERNANDEZ Jos Carrera PEREIRA Rog rio O custo social da energia hidrel trica e uma pol tica de tarifa o social tima para o setor el trico Revista Econ mica do Nordeste Fortaleza v 39 n 4 p 466 482 out dez 2008 FERREIRA Angela L cia Os donos da luz sistemas de gest o e redes t cnicas no territ rio brasileiro O Caso da AMFORP 1927 1939 In SIMPOSIO INTERNACIONAL GLOBALIZACION INNOVACION Y CONSTRUCCION DE REDES TECNICAS URBANAS EN AMERICA Y EUROPA 1830 1930 Barcelona Universidad de Barcelona 23 enero 2012 FRANCO Alberto Silva et tal C digo Penal e sua interpreta o jurisprudencial 7 ed rev atual S o Paulo RT 2001 v 2 FORGIONI Paula Fundamentos do Antitruste 2 ed rev amp S o Paulo RT 2005 FURTADO Celso A economia latino americana 2 ed S o Paulo Nacional 1976 GNESD Energy Access theme results Roskilde GNESD 2004 GELLER Howard Steven Revolu o energ tica pol ticas para um futuro sustent vel Rio de Janeiro Relume Dumar 2003 GODOI Mauricio 11 de setembro do setor el trico Canal Energia Dispon vel em 272 lt www canalenergia com br gt Acesso em 20 10 2013 GOMES Orlando Contratos 26 ed atual S o Paulo Saraiva 2008 GOLDBLATT David L Sustainable energy consumpti
406. omercializa o de energia A onerosidade da compra e venda de eletricidade evidente uma vez que ambas as partes auferem vantagens e possuem nus com a opera o econ mica havendo correla o nas presta es n o sendo assim obviamente um contrato gratuito De forma geral consistem em contratos comutativos uma vez que h certeza quanto s presta es e equival ncia subjetiva na rela o entre vantagem e sacrif cio Ainda o consentimento suficiente para a perfectibiliza o do contrato n o havendo solenidade espec fica A bilateralidade da rela o contratual por envolver complexidades espec ficas ser analisada em cap tulo pr prio 343 Lei n 9 648 1998 Art 9 Para todos os efeitos legais a compra e venda de energia el trica entre concession rios ou autorizados deve ser contratada separadamente do acesso e uso dos sistemas de transmiss o e distribui o Art 10 Passa a ser de livre negocia o a compra e venda de energia el trica entre concession rios permission rios e autorizados observados os seguintes prazos e demais condi es de transi o Lei n 10 848 2004 Art 1 83 A contrata o livre dar se nos termos do art 10 da Lei n 9 648 de 27 de maio de 1998 mediante opera es de compra e venda de energia el trica envolvendo os agentes concession rios e autorizados de gera o comercializadores e importadores de energia el trica e os consumidores que a
407. omo Relat rio Kelman apurou que a condi o hidrol gica adversa por si s n o teria sido suficiente para causar a crise energ tica e tamb m o aumento no consumo de energia correspondeu aos valores previstos e n o teve influ ncia na crise de abastecimento Ou seja a crise decorreu da reestrutura o do setor promovida na d cada de 1990 Foram apontados problemas de diversas ordens pelo relat rio dentre estes i insufici ncia nos sinais econ micos para a viabiliza o de investimentos ii falta de reserva de seguran a para atendimento da demanda em situa o de crise iii inefic cia na a o governamental iv insufici ncia de a o preventiva para evitar racionamentos de grande profundidade v inefic cia na corre o de falhas de mercado vi falta de reserva de seguran a para atendimento de demanda em situa o de crise vii insufici ncia dos programas de conserva o de energia Com o encerramento do racionamento em 2002 e o novo governo que assumiu em 2003 foi considerada necess ria a revis o do marco normativo setorial com foco na reestrutura o da sistem tica de gera o e de comercializa o de energia el trica principalmente s distribuidoras O aspecto central de tal radicais de interven o ativa na economia sob as mais diversas roupagens jur dicas Essa atitude poderia ser interpretada como um voto de desconfian a da ANEEL CUELLAR Leila MOREIRA Egon Bockm
408. ompreens o de conceitos chave em eletricidade Rio de Janeiro IF UFRJ 2010 EMPRESA DE PESQUISA ENERG TICA BRASIL Balan o Energ tico Nacional 271 2013 Ano base 2012 Rio de Janeiro EPE 2013 Balan o Energ tico Nacional 2009 Ano base 2008 Rio de Janeiro EPE 2009 A quest o socioambiental no planejamento da expans o da oferta de energia el trica Rio de Janeiro EPE 2006 Aspectos fundamentais do planejamento energ tico Dispon vel em lt www epe gov br gt Acesso em 02 fev 2012 ESTORNINHO Maria Jo o A fuga para o direito privado Coimbra Almedina 1999 EX RCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 ESTEVES Daniel Santa B rbara Riscos nas concess es de uso de potenciais hidr ulicos para a produ o independente de energia Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 25 p 39 61 jan mar 2009 p 48 FACHIN Luiz Edson Teoria cr tica do direito civil S o Paulo Renovar 2000 TEPEDINO Gustavo org Di logos sobre direito civil contempor neo Rio de Janeiro Renovar 2008 v 1 2 FEITOSA Maria Luiza P de A M Paradigmas inconclusos os contratos entre a autonomia privada a regula o estatal e a globaliza o dos mercados Coimbra Coimbra 2007 FALAVIGNA Maria Clara Osuna Diaz Anota es quanto compra e venda an lise dos dispositivos da nova c
409. omprova o da exist ncia e validade dos contratos de que trata o caput Ou seja conforme j exposto os contratos de comercializa o de energia el trica n o acarretam em compromissos da entrega f sica da energia pelo agente vendedor uma vez que esta poder ser entregue por outros agentes registrados na CCEE Tal peculiaridade decorre das caracter sticas f sicas da energia el trica e do mecanismo de despacho centralizado no sistema interligado brasileiro N o obstante mesmo que n o seja ele quem necessariamente ir fornecer fisicamente a energia entregue ao comprador o agente vendedor possui responsabilidade pela entrega desta no mbito do contrato em quest o Constata se assim que a figura dos contratos de venda por documento pode consistir em instrumento adequado para a explica o de tal fen meno No 370 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 269 174 mbito da rela o bilateral entre agente vendedor e agente comprador o contrato resulta como ferramenta para a determina o pr via do cumprimento da obrigatoriedade de garantia de suprimento e das limita es de lastro garantindo dessa maneira a viabilidade do planejamento da opera o do sistema interligado A mencionada figura contratual permite definir a quem e em quais quantidades o agente vendedor comprometeu a sua garantia f sica e o seu lastro Por sua vez quanto ao agente comprador possibilita que este identifique e comprove a orige
410. on and society Dordrecht Springer 2005 GOLDEMBERG Jos Energia e desenvolvimento sustent vel S o Paulo Blutcher 2010 et al Energia para o desenvolvimento S o Paulo T A Queiroz Editor 1988 GOMES Gabriel Jamur UNSIHUAY VILA Clodomiro Compet ncias e estruturas institucionais dos estados e da uni o para o planejamento energ tico distin es e propostas para um planejamento mais preciso efetivo e descentralizado In SBPE Anais do VIII Congresso Brasileiro de Planejamento Energ tico Curitiba SBPE 12 a 15 ago 2012 CD ROM GON ALVES Jo o Alfredo Serra Baetas Poss vel conflito de compet ncia entre a ANEEL e a CCEE quanto aplica o de penalidades In CASTRO Marcus Faro de LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Direito da Energia El trica no Brasil Bras lia UNB 2010 p 53 78 GON ALVES Pedro Entidades privadas com poderes p blicos Coimbra Almedina 2005 MARTINS Lic nio Lopes Os servi os p blicos econ micos e a concess o no Estado regulador In VITAL MOREIRA org Estudos de regula o p blica Coimbra Coimbra 2004 v 1 GONZ LEZ Maria Isabel Chile In PAULA Ericson de Energ a para el desarrollo de Am rica del Sur S o Paulo Mackenzie 2006 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1998 8 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2008 O direito posto e o direito pressuposto 6 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2005 GREMAUD Amaur
411. onadas partindo se dos Contratos de Comercializa o de Energia em Ambiente Livre CCEAL 6 1 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA EM AMBIENTE LIVRE CCEAL Inicia se a an lise das esp cies contratuais do ACL pelos Contratos de Comercializa o de Energia em Ambiente Livre CCEAL Estes constituem a esp cie mais usual de compra e venda no ambiente livre e s o figuras an logas aos contratos bilaterais previstos para a compra e venda de energia no MAE no modelo setorial do RE SEB Esta consiste na esp cie contratual de comercializa o de eletricidade em que dada maior amplitude autonomia aos contratantes na estipula o do conte do do neg cio N o obstante necess rio reiterar a advert ncia anteriormente feita quanto ao fato de que essa autonomia n o ilimitada mas sim fortemente delimitada pela estrutura regulat ria setorial Primeiramente n o s o todos os agentes que podem figurar como partes de tal rela o contratual Nesse sentido o artigo 47 do Decreto n 5 163 2004 e o par grafo 2 do art 4 da Conven o de Comercializa o Resolu o ANEEL n 109 2006 definem quais s o os agentes de mercado que possuem legitimidade pactua o de CCEAL sendo eles agentes de comercializa o de gera o de de Comercializa o espec ficos sem preju zo de seu registro aprova o ou homologa o pela ANEEL 440 Os Contratos de Comercializa o de Energia no Ambiente de Cont
412. onal de no m nimo 500 kW Existe tamb m a figura dos comercializadores de energia incentivada que adquirem e vendem eletricidade apenas fontes incentivadas Os CCEI apresentam tamb m algumas peculiaridades em rela o ao seu lastro e garantia f sica A garantia f sica para a venda de energia incentivada no caso de PCHs ser a energia assegurada sazonalizada destas quanto s demais fontes que forem despachadas centralizadamente ser o os valores determinados pelo Minist rio das Minas e Energia e finalmente em rela o s fontes que n o se enquadrarem em nenhuma destas categorias ser a energia efetivamente gerada Por sua vez O lastro dos agentes vendedores ser composto por suas garantias f sicas e pelos demais CCEIs que forem por eles firmados permitido ao vendedor a complementa o da energia vendida em seus contratos por meio de fontes de energia convencional todavia devem estas se limitarem a 49 das quantidades do CCEI por eles vendido sob pena de perder a integralidade do desconto da TUST e da TUSD O desconto nas tarifas devido utiliza o de energia incentivada repassado pelo agente vendedor ao comprador sendo proporcional ao lastro e s fontes utilizadas pelo primeiro Portanto o desconto na energia vendida pelo agente de gera o afetar toda a cadeia de comercializa o sendo repassado aos comercializadores de energia incentivada e aos consumidores finais Nesta hip tese 450 Conforme
413. onstitucional eles s o conced veis permission veis ou autoriz veis Logo a desestatiza o instalada ao n vel infraconstitucional n o pode ser quanto titularidade do servi o mas deve circunscrever se sua gest o Aqui n o se pode falar em privatiza o substancial mat ria abrangida pelo PND mas estranha Lei 8 987 1995 J quanto a empresas bens e servi os pertencentes ao Estado mas n o vinculados a servi os p blicos a legisla o ordin ria pode estabelecer a desestatiza o substancial ou material Os bens e fatores de produ o saem por completo de um setor da ordem econ mica o p blico e ingressam noutro o privado s Ressalte se que mesmo havendo desestatiza o substancial de atividades econ micas com efetiva passagem destas para campo dos agentes privados persiste um forte vi s p blico devido aos interesses da coletividade em rela o ao objeto de tais atividades Tal perspectiva resta ainda mais acentuada no caso das atividades em que houve t o somente a desestatiza o da gest o com a titularidade mantida com o Poder P blico Nas rela es privadas o processo de 5 MOREIRA Egon Bockmann Direito das concess es de servi o p blico S o Paulo Malheiros 2010 p 20 21 28 privatiza o dos servi os p blicos ocasionou o surgimento de novos poderes privados de car ter econ mico dentre os detentores grandes empresas e grupos econ micos da presta o destes servi o
414. ontrata o praticamente obrigat ria e decorre da condi o de concession rio de servi o p blico como nos contratos de distribui o de cota parte da energia de Itaipu Binacional Para a garantia da seguran a jur dica na implanta o do referido marco legal foram mantidos os contratos bilaterais firmados pelas distribuidoras at a data da publica o da lei restando esses registrados no ACL Sem embargo os contratos posteriores publica o da lei deveriam se submeter ao ACR e s novas regras de contrata o estabelecidas A segunda premissa est fundada na obriga o dos agentes de distribui o de contratarem previamente cem por cento da carga projetada para o atendimento do seu mercado consumidor Essa obriga o implicitamente determinada pelo art 2 da Lei n 10 848 2004 e estabelecida de modo expl cito no art 2 Il do Decreto n 5 163 2004 este ltimo citado abaixo Art 2 Na comercializa o de energia el trica de que trata este Decreto dever o ser obedecidas dentre outras as seguintes condi es Il os agentes de distribui o dever o garantir a partir de 1 de janeiro de 2005 o atendimento a cem por cento de seus mercados de energia e pot ncia por interm dio de contratos registrados na C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE e quando for o caso aprovados homologados ou registrados pela ANEEL e Logo as distribuidoras de eletricidade n o poder o ficar se
415. oportunidade de numerosos atos destinados sele o da proposta mais vantajosa Al m disso o leil o se diferencia pela possibilidade de multiplica o de propostas por parte de um mesmo interessado O leil o um procedimento licitat rio destinado a alienar bens pelo melhor pre o Por isso desnecess ria uma fase de habilita o destinada a investigar alguma peculiaridade do interessado Quando muito a Administra o pode exigir comprova o de que o interessado disp e de condi es econ micas para honrar suas propostas Desse modo reduzir o risco de participa o de aventureiros que ap s obterem a vit ria desaparecer o sem cumprirem suas obriga es JUSTEN FILHO Mar al Coment rios lei de licita es e contratos administrativos 15 ed S o Paulo Dial tica 2012 p 301 302 No entanto no caso dos leil es de aquisi o de energia no ACR mesmo quando n o h a outorga de concess o de uso de projetos associados o que se d principalmente nos leil es A 5 existe uma etapa pr via de habilita o dos interessados conforme determinam os editais 460 A modalidade escolhida para a din mica de negocia es foi a de leil o reverso A defini o cl ssica de leil o reverso consiste no mecanismo onde os ofertantes s o os vendedores e onde o ganhador corresponde ao vendedor que ofertar o menor pre o para um lote do produto O produto neste caso era um lote correspondente a certa quantidade de
416. or m apenas a z quantidade total de energia n o suficiente para a participa o das partes no processo de contabiliza o e liquida o de diferen as esses montantes dever o ser distribu dos em volumes mensais e hor rios durante o prazo de vig ncia do contrato por meio dos j mencionados mecanismos de sazonaliza o e modula o Caso estes n o sejam realizados ex ante pelas partes nos prazos definidos para o per odo de registro e valida o de registro nos Procedimentos de Comercializa o 443 CCEE Regras de Comercializa o Contratos p 21 444 O Decreto 5 163 2004 estabelece ainda um regime de transi o da passagem do RE SEB para o Nov ssimo Modelo com a possibilidade de oferta p blica e aditamento de contratos para agentes consumidores Art 54 II Oferta p blica para atendimento expans o da demanda de consumidores existentes ou a novos consumidores IV aditamentos de contratos de fornecimento de energia el trica em vigor no dia 26 de agosto de 2002 firmados entre os agentes vendedores de que trata o caput e seus consumidores finais com vig ncia at 31 de dezembro de 2010 8 2 Os aditamentos previstos no inciso IV do caput somente poder o ser celebrados ap s a segmenta o e a imediata substitui o dos atuais contratos de fornecimento de energia por contratos equivalentes de conex o e uso dos sistemas de transmiss o ou distribui o e de compra de energia el trica
417. or exemplo TACrSP TJDTACr 27 131 7 Por exemplo RT 750 638 RJDTACr 26 177 e STJ HC 13 509 5 Turma rel Min dson Vidigal DJU 11 dez 2002 7 Pela possibilidade de tipifica o do furto STJ HC 17 867 SP 5 Turma rel Min Gilson Dipp 17 12 2002 78 Eg RT 755 732 RJDTACr 92 177 e STF HC 97261 RS rel Min Joaquim Barbosa 12 abr 2011 36 5 172 1966 Tal dispositivo considera que para efeitos de incid ncia do Imposto sobre Opera es Relativas a Combust veis Lubrificantes Energia El trica e Minerais do Pa s a energia el trica considerada produto industrializado portanto bem m vel Com base nos mencionados dispositivos legais a doutrina do direito privado da primeira metade do s culo XX ao tratar da distin o entre bens m veis e im veis no direito brasileiro tamb m se consolidou no sentido de que a energia seria bem m vel ainda que n o houvesse disposi o espec fica no C digo Civil de 1916 Nesse sentido o posicionamento de Caio M rio da Silva Pereira dos mais relevantes e citado por outros autores O desenvolvimento t cnico e o progresso vieram levantar uma indaga o quanto caracteriza o do g s e da corrente el trica como bens m veis Quanto ao primeiro que sob o crit rio da removibilidade se configura como coisa corp rea n o pode haver d vida na sua defini o como coisa m vel dada a sua transportabilidade em esp cie por via de tubula o ou
418. or utilizada para gerar a energia No caso espec fico da gera o hidr ulica poder o se utilizar de contrata o de pequenas centrais hidrel tricas com pot ncia superior a 1 000 kW e igual ou inferior a 30 000 kW Por derradeiro para as fontes de gera o alternativa em especial aquelas que se utilizam de fonte prim ria energia solar e lica biomassa e cogera o qualificada tamb m com pot ncia superior a 1 000 kW e igual ou E A cogera o e cogera o qualificada s o definidas pelo art 3 I Il da Resolu o ANEEL n 235 2006 da seguinte forma I Cogera o processo operado numa instala o espec fica para fins da produ o combinada das utilidades calor e energia mec nica esta geralmente convertida total ou parcialmente em energia el trica a partir da energia disponibilizada por uma fonte prim ria observando que a a instala o espec fica denomina se central termel trica cogeradora cujo ambiente n o se confunde com o processo ao qual est conectada sendo que excepcionalmente e a pedido do interessado a cogera o poder alcan ar a fonte e as utilidades no processo al m das utilidades 219 inferior a 30 000 kW Posteriormente a Lei n 11 943 2009 ampliou os limites da gera o hidr ulica e de fontes alternativas do art 26 85 da Lei n 9 427 1996 para 50 000kKW quando vendida aos consumidores especiais Esses agentes geradores s o denominados pela Resolu o AN
419. orres G meas nos EUA e data de publica o da MP n 579 2012 a imprensa especializada denominou as medidas como o 11 de setembro do Setor El trico As opini es quanto aos resultados positivos ou negativos das medidas encontram se bem sintetizadas no seguinte texto Agora um ano depois o mercado faz o balan o do que mudou neste segmento da infraestrutura e as opini es s o divergentes quanto ao benef cio que a nova lei trouxe ao Brasil Uma grande parte dessa an lise tem como base o problema da falta de chuvas no Brasil que levou ao despacho de t rmicas de custos de opera o acima de R 1 mil por MWh no auge da crise e que tem gerado um custo adicional aos cofres p blicos Uma outra parcela aponta que os custos da energia foram cortados na sua base e que se n o fosse esse aspecto a energia estaria 20 mais elevada uma terceira acredita que o erro grave e que o setor el trico deixou de ser autossustent vel e passou a depender estreitamente do governo federal e dos aportes do Tesouro Nacional GODOI Mauricio 11 de setembro do setor el trico Canal Energia Dispon vel em lt www canalenergia com br gt Acesso em 20 10 2018 49 Luciano Losekan pesquisador do Grupo de Economia de Energia da UFRJ explica como se d a apropria o da renda inframarginal em tal contexto e as implica es desta nas diferentes fases da reestrutura o setorial Em termos econ micos o que est em jogo apropria o da renda extrao
420. orrespectividade sistem tica das obriga es entendida como a reciprocidade entre a conduta de cada um dos participantes do sistema e a contrapresta o que este oferta a partir de sua racionalidade econ mica Tendo em vista a necessidade de equil brio na interrela o econ mica e t cnica entre os diversos agentes para a causa sist mica s o incompat veis a imputa o de cargas excessivas a estes Por algumas concretas constru es negociais que s podem ser percebidas mediante uma perspectiva funcional Por interm dio desta perspectiva funcional que se pode defender uma efic cia pr pria ao conjunto de contratos em rede LEONARDO Rodrigo Xavier A teoria das redes contratuais e a fun o social dos contratos reflex es a partir de uma recente decis o do Superior Tribunal de Justi a Revista dos Tribunais S o Paulo a 94 v 832 p 109 fev 2005 190 outro lado deve ser vedada a atua o individual abusiva de determinado agente Desta feita n o suficiente apenas a exist ncia de diversidade de partes com interesses comuns ou de um nexo funcional entre os contratos sendo tamb m necess ria a presen a de um nexo sistem tico entre estes Para a conforma o da unidade desse sistema Rodrigo Xavier Leonardo aponta a necessidade de tr s elementos essenciais i conex o entre os contratos ii surgimento de uma causa sistem tica e a iii verifica o de um prop sito comum Esses elementos devem
421. orte de energia transmiss o e distribui o uma vez que tais atividades ainda seriam exercidas em regime de monop lio por configurarem monop lios naturais Ademais acaba por gerar uma maior press o junto s empresas de distribui o de energia no que toca o repasse de pre os aos seus consumidores 161 KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics Chichester John Wiley and Sons 2004 p 6 162 Ibidem loc cit 163 Ibidem loc cit Por ser um setor de economia de escala com altas exig ncias m nimas de capital restam configuradas elevadas barreiras de entrada que impedem ou dificultam a competi o assim em diversos segmentos de sua cadeia produtiva est o presentes monop lios naturais da atividade F bio Nusdeo aponta a necessidade de regula o estatal de monop lios naturais para evitar malef cios ao mercado consumidor Seriam as pr prias condi es estruturais tecnol gicas desses setores a impedirem a sua organiza o em regime de concorr ncia A exist ncia de monop lios naturais exige a prote o dos consumidores contra os seus malef cios o que leva inescap vel necessidade de regula o para lidar com essas estruturas de mercado As formas mais comumente adotadas no caso de monop lios naturais s o a nacionaliza o das empresas atuantes no setor e ou a cria o de rg os reguladores especiais quando mantidas elas em direito privado Em termos substantivos i
422. os cons rcios se constituiriam sob contratos plurilaterais de causa associativa n o societ ria 181 ainda o fato que os contratos plurilaterais s o abertos de forma geral admitindo o ingresso de novas partes A partir do exposto verifica se um car ter d plice nas partes componentes dos contratos de comercializa o de energia que determina a conjuga o de dois planos vinculativos distintos que se inter relacionam e exercem entre si press es m tuas Em primeiro plano h o v nculo bilateral estabelecido entre as partes cuja fonte o pr prio contrato de comercializa o Tal contrato estabelece direitos e obriga es rec procas entre agente vendedor e agente comprador sendo aplic veis os caracteres gerais dos contratos de compra e venda Em um segundo plano as partes estabelecem uma rela o plurilateral com todos os agentes do mercado para a realiza o das opera es de curto prazo necess rias liquida o das diferen as no sistema interligado de transmiss o O relacionamento bilateral se d por interm dio da forma o de contratos de compra e venda sobre documentos Nestes as partes bilateralmente transacionam posi es que estabelecem aos agentes compradores a cobertura de seu suprimento caso sejam consumidores e distribuidores e de seu lastro quando forem comercializadores ou geradores com garantia f sica inferior energia por eles vendida e em rela o aos vendedores a venda da integralidade
423. os contratos que tenham por objeto bens sup rfluos regem se predominantemente pelos princ pios do direito contratual cl ssico vigorando aqui a regra da m nima interven o heter noma Deve ainda ser ressaltado que sob o prisma do paradigma da essencialidade o grau de utilidade do bem n o decorre apenas da natureza deste abstratamente considerada mas da sua destina o funcional no exame do caso concreto da rela o contratual analisada Ou seja a autora em quest o indica que o grau de interven o p blica no regime jur dico contratual ir variar dinamicamente de acordo com o grau de essencialidade do bem transacionado Assim de modo progressivo restar reduzido o espa o de preval ncia dos princ pios individuais do contrato autonomia privada negocial for a obrigat ria e relatividade de efeitos medida que o objeto da NEGREIROS Teresa Teoria do contrato novos paradigmas 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2006 p 423 462 Ibidem p 461 463 3 Ibidem p 470 43 rela o contratual se revelar mais imprescind vel s partes contratantes de acordo com a destina o funcional que lhe seja conferida Judith Martins Costa embora considere adequado tal posicionamento entende que a essencialidade ao inv s de se basear em crit rios subjetivos relacionados destina o que se faz do uso bem deve se prender a crit rios objetivos ainda que historicamente relativos como por exemplo as utilidades i
424. os que possuiriam v rias empresas caso houvesse v rios competidores Por conseguinte as caracter sticas Horizonte F rum 2004 p 342 344 14 GREMAUD Amaury Patrick et al Introdu o economia S o Paulo Atlas 2007 p 103 142 NUSDEO F bio Curso de economia S o Paulo RT 1997 p 273 274 62 estruturais daquele determinado setor impede a exist ncia de concorr ncia Calixto Salom o Filho ressalta a necessidade de regula o estatal dos monop lios naturais para a prote o tanto dos agentes de mercado quanto dos consumidores Os competidores devem ser protegidos contra a concorr ncia predat ria que subsistiria em um setor predisposto exist ncia de um monop lio natural Por outro lado por se tratar de situa o em que a racionalidade monopol stica movo o agente econ mico no sentido do aumento abusivo de pre os o controle necess rio tamb m para a prote o dos consumidores At a d cada de 1980 os setores el tricos eram vistos como monop lios naturais de cadeia produtiva verticalizada por excel ncia Ou seja num sistema de integra o vertical da cadeia produtiva o agente monopolista det m todas as etapas desta desde a gera o at a distribui o em baixa voltagem para o consumidor final havendo assim monop lio sobre a produ o e a venda de energia el trica H tamb m a integra o vertical por contrato no qual um agente tem monop lio sobre a distribui o e out
425. os sociais considera os dignos de reconhecimento e tutela e procede mais cedo ou mais tarde sua regulamenta o espec fica quando isto acontece os tipos sociais elevam se a tipos legais e a s rie destes ltimos enriquece se ROPPO Enzo O contrato Coimbra Almedina 2009 p 134 338 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 35 339 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 229 230 Lorenzetti problematiza tais fun es ao ressaltar a exist ncia de crise no que se refere s figuras contratuais t picas uma vez que a atividade privada tende a se desenvolver de forma distinta daquela prevista em lei Segundo o autor principalmente a fun o de programa o encontra se sob questionamento e n o deveria ser exercida pela tipifica o N o obstante infere se que tal vis o embora correta parte da perspectiva que n o desej vel a planifica o estatal no exerc cio de atividades de natureza essencialmente privada Em setores regulados nos quais h preponder ncia do interesse p blico em detrimento autonomia privada como o de energia el trica a fun o de programa o exerce papel relevante de conformar a atua o dos agentes privados a finalidades p blicas 157 pelos princ pios sociais do contrato aplic veis Portanto o legislador visa a fun
426. overno Pouca aten o foi dispensada ent o s bases f sicas da estrutura do setor el trico Por sua vez em ant tese na reforma da reforma realizada 118 processo de revis o era a persecu o da modicidade tarif ria A reestrutura o foi discutida no mbito do Minist rio das Minas e Energia a partir de processos de di logo com associa es de classe dos agentes setoriais Seu documento final foi aprovado pelo Conselho Nacional de Pol tica Energ tica por meio da Resolu o CNPE n 09 2003 e encaminhado Presid ncia da Rep blica A nova conforma o setorial baseada numa estrutura de maior regula o estatal e de planejamento determinativo pelo Estado aplic veis a todos os agentes setoriais em substitui o ao planejamento indicativo do modelo anterior Segundo o Minist rio das Minas e Energia MME o chamado Nov ssimo Modelo tem tr s objetivos essenciais i garantir a seguran a de suprimento de energia el trica ii promover a modicidade tarif ria por meio da contrata o eficiente de energia para os consumidores regulados iii promover a inser o social no Setor El trico em particular pelos programas de universaliza o de atendimento A implementa o da reforma se deu com dois marcos normativos principais a Lei n 10 847 2004 advinda da MP n 145 2003 e regulamentada pelo Decreto n 5 184 2004 que cria a Empresa de Pesquisa Energ tica S A EPE empresa p blica f
427. p s o pagamento do pre o Tal modalidade de compra e venda ainda que n o tenha sido originalmente pensada para a comercializa o de energia el trica adequada sistem tica de comercializa o introduzida pelas reformas setoriais implementadas a partir da d cada de 1990 A rela o bilateral estabelecida entre agente vendedor e agente comprador n o pressup e que efetivamente ser aquele quem fisicamente ir gerar a energia adquirida pelo segundo O par grafo primeiro do art 7 da Resolu o ANEEL n 109 2004 estabelece expressamente tal caracter stica dos contratos de comercializa o de energia registrados na CCEE Art 7 Todos os contratos de compra e venda de energia el trica e respectivas altera es dever o ser registrados na CCEE independentemente da data de in cio de suprimento inclusive para fins de Contabiliza o e Liquida o Financeira segundo as condi es e prazos previstos em Procedimentos de Comercializa o espec ficos sem preju zo de seu registro aprova o ou homologa o pela ANEEL 8 1 Os contratos registrados na CCEE n o implicam necessariamente compromisso de entrega f sica de energia el trica por parte dos agentes vendedores podendo a energia ser entregue por outro agente da CCEE ressalvando se para todos os efeitos que a responsabilidade contratual pela entrega da energia continua sendo do agente vendedor referido no contrato 2 A CCEE poder exigir a c
428. pal aspecto de tal texto legal a desverticaliza o da cadeia produtiva de eletricidade n o apresentada de modo expl cito mas impl cita em rela o s suas determina es De tal modo permitiu se a segrega o das concess es do setor implementando a competi o nos segmentos nos quais esta era poss vel gera o e comercializa o e regulando as demais atividades consideradas monop lios naturais transmiss o e distribui o Desta forma separou se o servi o de transporte quais sejam as redes de transmiss o e distribui o da energia el trica respectivamente da commodity transportada Assim o livre acesso s redes condi o necess ria para a desverticaliza o tamb m restou estabelecido por tal texto legal Outro aspecto relevante foi a cria o da figura do Produtor Independente de Energia artigos 11 a 14 entendido como pessoa jur dica que individualmente ou consorciada possui 21 Ibidem p 141 242 Dentro dessa perspectiva de ambiente privado entendeu se conveniente estabelecer condi es de competi o para o qu as diversas atividades setoriais deveriam ser segmentadas sendo que a gera o e a comercializa o esta segregada da distribui o seriam dela preservadas Isso determinou a ado o dentre as diretrizes norteadoras do processo de reestrutura o setorial do postulado da competi o onde fosse poss vel e da manuten o e refor o da regula o onde fosse neces
429. parecer uma ousadia impertinente nos dizeres de Joaquim de Souza Ribeiro ele necess rio para expor uma vis o de contrato que capture a conex o entre esses campos normativos tanto em termos de abertura cognitiva quanto de converg ncia valorativa e verifique um quadro teleol gico unit rio comum que permita melhor compreender a figura do contrato em tal contexto Desta forma pressuposto que tal no o supere a dicotomia entre o direito p blico e o direito privado A no o cl ssica de dicotomia ultrapassa a mera distin o entre tais esferas mas sim consiste em verdadeira cis o entre estas Norberto Bobbio estrutura a no o de dicotomia sob dois aspectos principais primeiramente esta representa a divis o do universo em duas esferas que em conjunto constituem sua totalidade e que se excluem de modo rec proco de forma que um elemento inserido em uma esfera n o pode estar inserido na segunda Em ROPPO Enzo O contrato Coimbra Almedina 2009 p 24 RIBEIRO Joaquim de Souza O direito dos contratos e regula o do mercado In Direito dos contratos estudos Coimbra Coimbra 2007 p 57 58 10 segundo lugar a no o de dicotomia estabelece uma divis o que simultaneamente total tendo em vista que todos os entes atuais e potenciais por ela disciplinados possuem nela lugar e principal uma vez que esta passa a ser ponto de converg ncia de outras dicotomias que passam a ser consideradas secund ri
430. participa o da Petrobr s a Garantia de repasse s tarifas de distribui o dos valores provenientes de contratos de compra e venda de energia termel trica VN b Assun o do risco cambial associado ao g s natural importado da Bol via pela Petrobr s c Garantia de financiamento do empreendimento do BNDES Ver SCHIRATO Vitor Rhein Gera o de energia el trica no Brasil 15 anos fora do regime de servi o p blico Revista de Direito P blico da Economia RDPE Belo Horizonte a 8 n 31 p 141 167 jul set 2010 27 Leila Cu llar e Egon Bockmann Moreira ressaltam que embora tenha sido bem sucedida pode ser questionado o modelo adotado com a institui o da C mara de Gest o da Crise Energ tica ao inv s de privilegiar a autoridade reguladora rec m criada A rea o do Governo Brasileiro foi radical no momento mais decisivo vivido pelo setor energ tico nas ltimas d cadas suprimiu qualquer possibilidade de a autoridade administrativa independente rec m criada exercer suas tarefas de regula o A atividade mais cara ao setor foi outorgada a um rg o colegiado chefiado por uma pessoa que priva da confian a pessoal do Presidente da Rep blica Esse rg o tomou atitudes 117 Instituiu se em 2001 a Comiss o de An lise do Sistema Hidrot rmico de Energia El trica com o intuito de apurar as causas e responsabilidades pela crise de abastecimento el trico A Comiss o em seu relat rio conhecido c
431. pelos CCEARs natural a exist ncia de contratos que tenham fontes de gera o localizadas em outros submercados Como o contrato regulado est registrado somente no submercado em que o vendedor se encontra o contrato causar ao Agente de Distribui o comprador exposi es ao PLD dos dois submercados envolvidos No submercado fonte onde o comprador tem seu contrato mas n o tem carga ele ir vender a energia no mercado de curto prazo da CCEE ao PLD daquele submercado No submercado destino o comprador ter que adquirir a energia referente ao CCEAR no mercado de curto prazo da CCEE ao PLD desse submercado no qual a energia contratada est sendo consumida Se os pre os dos submercados s o iguais a movimenta o financeira l quida associada ao CCEAR no mercado de curto prazo nula Mas se os pre os s o diferentes o contrato fica exposto ao montante contratado multiplicado pela diferen a de pre os entre os submercados A exposi o ser positiva se o contrato estiver registrado no Submercado de PLD mais alto e negativa em caso contr rio CCEE Vis o Geral das Opera es p 56 id obrigatoriedade da exist ncia de um mecanismo para a mitiga o dos referidos riscos dos agentes de distribui o nos CCEAR decorre da exig ncia do art 28 84 do Decreto n 5 163 2004 O tratamento de tais exposi es est normatizado nas Regras de Comercializa o e n o ser aqui tratado em detalhes devido s diversas especi
432. perante o vendedor origin rio passando a referida rela o jur dica a ser trilateral H assim interdepend ncia entre os contratos restando a efic cia do segundo condicionada ao primeiro Demonstrados os aspectos gerais dos contratos do ACL passou se a analisar a contrata o de energia no ACR que possui como polo comprador as distribuidoras de energia e tem por objetivo em ltima inst ncia o atendimento dos consumidores cativos Os ACR est o assentados sob tr s premissas b sicas a obrigatoriedade das distribuidoras adquirirem energia exclusivamente em tal ambiente de comercializa o a necessidade de contrata o pr via de 100 da carga projetada para o atendimento do seu mercado consumidor a aquisi o da energia por parte das distribuidoras mediante processo licitat rio espec fico embora 264 a carga destas possa ser complementada ou por outras formas de contrata o do ACR A principal forma de contrata o do ACR o CCEAR no qual o processo de forma o do contrato p blico Assim contrata o de energia por parte das distribuidoras de energia se d por meio de licita o na modalidade de leil o Tais leil es s o realizados de forma reversa que se utiliza de um modelo misto anglo holand s de rel gio decrescente possuindo a menor tarifa como crit rio de decis o Os leil es dos CCEARs dividem se de acordo com est gio de desenvolvimento dos projetos de gera o e o prazo de entrega da energia P
433. por bombeamento em regi es montanhosas em especial nos Alpes su os que utilizam essa energia excedente ou energia el trica comprada a baixo custo no mercado para bombear gua aos reservat rios que ser utilizada para gerar novamente energia el trica em momentos em que houver menor quantidade de energia no sistema Ou seja h a transforma o de energia solar ou e lica em energia el trica a transforma o desta energia el trica em energia potencial nos lagos de tais hidrel tricas e finalmente a transforma o desta ltima novamente em energia el trica MUMBELLI Armando Bateria el trica da Europa est nos Alpes su os Dispon vel em lt http www swissinfo ch gt Acesso em 22 12 2012 39 preju zo do uso a que se destina A classifica o proposta pelo C digo Civil conforme exposto acima n o pode ser aceita sem exame cr tico Nesse sentido Pietro Perlingieri ressalta a impossibilidade de se propor em abstrato a classifica o dos bens a qual deve estar estabelecida em rela o ao contexto normativo da concreta rela o Assim para fins de classifica o os bens n o podem ser considerados sob um ponto de vista est tico e abstrato eis que os caracteres s o impostos como qualifica es dos bens em rela o ordem de interesses por eles atendida Por tais raz es pode se concluir que a classifica o da energia el trica como bem m vel nas codifica es tem por nico intuito garantir
434. positalmente inerte e infenso realidade Al m disso estava assentado sob o dogma da completude possuindo pretens es perenidade RIPERT George Aspectos jur dicos do capitalismo moderno Rio de Janeiro Freitas Bastos 1947 p 22 30 11 COSTA Pietro O Estado de direito uma introdu o hist rica In ZOLO Danilo org O estado de direito hist ria teoria cr tica S o Paulo Martins Fontes 2006 p 115 e seguintes 12 sustentada nas exclus es e aus ncias atrav s das quais o direito captura os fatos da realidade que lhe interessam mediante um sistema fechado sem lacunas ou antinomias Esse direito da Modernidade consagra assim o individualismo e o isolamento do sujeito codificado frente ao Estado A principal caracter stica de tal sujeito a sua insularidade Nesse sentido o direito civil assume o papel de fornecer um arsenal jur dico direitos subjetivos autonomia da vontade propriedade individual plena e absoluta para que esse sujeito desenvolva sua insular atividade no mercado Ainda um sujeito abstrato porque categoria e assim n o realidade mais um pressuposto ideol gico do sistema do que um protagonista da hist ria Por fim atemporal pois formalmente n o guarda vincula o hist rica com o que quer que seja A atemporalidade do sujeito codificado acarreta uma invariabilidade subjetiva que vai sucumbir diante do retrocesso das ideologias liberais e em face da compo
435. princ pios pr prios reconhecidos como microssistemas N o mais se pode reconhecer ao C digo Civil o valor de direito comum E tempo de se reconhecer que a posi o ocupada pelos princ pios gerais de direito passou a ser preenchida pelas normas constitucionais notadamente pelos direitos fundamentais PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 19 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1998 v 1 p 18 20 Paulo L BO a prop sito entende a constitucionaliza o do direito civil como inser o constitucional dos fundamentos de validade jur dica das rela es privadas Considera que mais do que um crit rio hermen utico formal Mas sim que consiste na etapa mais importante do processo de transforma o paradigm tica que passou o Direito Civil na travessia do Estado Liberal para o Estado Social No ensaio A Caminho de um Direito Civil Constitucional Maria Celina Bodin de Moraes trata da crise da civil stica cl ssica a partir da mudan a para um papel mais intervencionista do Estado da seguinte forma O sustent culo fundamental do liberalismo que pressuposta a separa o entre o Estado e a sociedade civil relegava ao Estado a tarefa de manter a coexist ncia pac fica entre as esferas individuais para que atuassem livremente conforme suas pr prias regras entrou em crise desde que o Poder P blico passou a intervir quotidianamente na economia Diante de um Estado intervencionista
436. proceder com o desligamento do agente como por exemplo no seguinte julgado MEDIDA CAUTELAR PRODUTORA DE ENERGIA EL TRICA VENDA DE ENERGIA EXCEDENTE C MARA DE COMERCIALIZA O REINTEGRA O VENDA DE ENERGIA SEM GARANTIA COBRAN A DE MULTA D BITO EM ABERTO PRINC PIO DA LIVRE CONCORR NCIA Na exegese do artigo 796 da lei processual s o pressupostos da medida cautelar a apar ncia do bom direito ou seja a exist ncia de um prov vel direito subjetivo material fumus boni iuris e a possibilidade de inefic cia 206 O n cleo central dessas obriga es no plano plurilateral das rela es de compra e venda de energia reside na obrigatoriedade do vendedor garantir lastro de energia e pot ncia para seus contratos e a do comprador comprovar a sufici ncia da cobertura contratual de energia e pot ncia para seu consumo ou de seu mercado consumidor Na hip tese haver o inadimplemento de tais obriga es restar o os agentes obrigados a adquirir energia no curto prazo e estar o sujeitos aplica o das penalidades de energia e pot ncia na forma do par grafo nico do art 6 da Conven o de Comercializa o e dos M dulos de Penalidades de Energiat e de Pot ncia das Regras de Comercializa o Para mitigar o risco de inadimplemento nas opera es de curto prazo os da ordem jur dica tardia resultar les o grave de dif cil repara o periculum in mora Nos termos da Lei n 10 848 2004 e Resolu
437. prote o em torno dos interesses particulares em especial a atua o econ mica da burguesia Porquanto resta caracterizado um maior intervencionismo estatal no controle dos poderes privados A autonomia individual ao inv s de ser um mecanismo de limita o do poder estatal relativizada em sentido inverso com a imposi o de restri es p blicas aos poderes econ micos privados Verifica se desta forma na travessia do Estado Liberal para o Estado Social a emerg ncia de um direito civil constitucionalizado com assento no princ pio da dignidade da pessoa humana em um movimento de publiciza o do direito privado Sob tal aspecto utilizando se da vis o axiol gica de Bobbio relativa distin o entre o p blico e o privado h em tal contexto o primado do p blico sobre o privado Na seara contratual tais mudan as geraram altera es significativas em rela o ao modelo cl ssico de outrora Judith Martins Costa aponta que em tal como sua principal marca a inclus o na Lei Maior de normas pr prias de outros dom nios mas sobretudo a reinterpreta o de seus institutos sob uma tica constitucional BARROSO Lu s Roberto Neoconstitucionalismo e constitucionaliza o do Direito O triunfo tardio do Direito Constitucional no Brasil Jus Navigandi Teresina ano 10 n 851 1 nov 2005 Dispon vel em lt http jus com br revista texto 7547 gt Acesso em 21 out 2012 Para tanto no puede hablar
438. que a constru o de Itaipu na Regi o Sul a partir da assinatura e ratifica o do Tratado de Itaipu em 26 de abril de 1973 Lei n 5 899 1973 e Decreto Legislativo n 114 A com Capacidade de 12 600MW iniciando se suas obras em 1975 e operando a partir de 1983 bem como a usina de Tucuru na Regi o Norte com previs o nas obras civis principais de 7 000MW e instala o inicial de 3 960MW Por decorr ncia de tais projetos de matriz principalmente hidr ulica durante tal expans o tamb m foi realizado o processo de integra o da estrutura de transmiss o nacional a fim de mitigar o risco hidrol gico formando o que viria a ser Sistema Integrado Nacional SIN e os sistemas regionais isolados Foram assim inicialmente criados Comit s de Coordena o da Opera o Interligada CCO com a atribui o de definir os suprimentos de pot ncia e energias a serem contratadas nas regi es Sudeste 1969 e Sul 1971 substitu dos por decorr ncia da cria o de Itaipu pelo Grupo de Coordena o da Opera o Interligada GCOI no mbito da Eletrobr s em 1973 Esses rg os tinham por fun o buscar garantir a continuidade do suprimento de energia el trica das distribuidoras a fim de atender aos requisitos de pot ncia e energia sob adequadas condi es de tens o e frequ ncia Ademais visavam garantir a economia de combust veis utilizados em centrais termel tricas de forma a restringir seu consumo ao m nimo poss vel Co
439. quisitos definidos nesta Resolu o segundo aspectos de racionalidade energ tica para fins de participa o nas pol ticas de incentivo cogera o 7 Os procedimentos de comercializa o da CCEE apresentam subcategorias dos contratos de comercializa o de energia incentivada de acordo com a fonte Contrato de Comercializa o de Energia Incentivada de Cogera o Qualificada CCEICOGQ neste contrato a parte vendedora um agente com perfil de gera o ou de comercializa o associado energia oriunda de usinas de cogera o qualificada Contrato de Comercializa o de Energia Incentivada Especial CCEIE neste contrato a parte vendedora um agente com perfil associado a energia de usinas enquadradas no 81 do art 26 da Lei n 9 427 1996 com exce o de usinas de cogera o qualificada CCEE Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 op cit p 3 448 Esses contratos tamb m recebem denomina o espec fica nos procedimentos de comercializa o Contrato de Comercializa o de Energia Convencional Especial CCECE a parte vendedora um agente com perfil associado energia oriunda de usinas enquadradas no 85 do art 26 da Lei n 9 427 1996 Ibidem loc cit 449 Conforme j exposto anteriormente no cap tulo referente aos consumidores no Grupo A de forma geral est o aqueles atendidos pela rede de alta tens o entre 2 3 e 230 quilovolts kv 220 horo saz
440. r a tarifa aos consumidores finais Ainda ao dissociar os leil es de energia de empreendimentos existentes de gera o e os leil es de energia de novos empreendimentos busca tamb m assegurar a expans o do sistema Por sua vez no Ambiente de Contrata o Livre ACL os termos e condi es contratuais s o livremente pactuados entre as partes dando continuidade ao modelo de competi o no varejo anterior Deve se ressaltar que podem participar do ACL os agentes geradores inclu dos os autoprodutores com excedentes comercializadores e consumidores livres art 47 do Dec n 5 163 2004 Em tal ambiente todos os agentes geradores com capacidade dispon vel podem comercializar a energia gerada por suas usinas com qualquer agente comprador de energia Tais opera es s o juridicamente conformadas por meio de Contratos de Comercializa o de Energia El trica no Ambiente Livre CCEAL Estes s o contratos bilaterais de longo ou curto prazo com condi es estipuladas de livre modo entre as partes diferentemente dos CCEAR devendo ser apenas informados pela CCEE por meio de Procedimento de Comercializa o n o sendo necess ria homologa o pela ANEEL Os agentes vendedores podem optar por comercializar sua energia em qualquer dos dois ambientes todavia devem respeitar suas garantias f sicas e atender a quantidade m nima de energia a ser destinada ao ACR imposta pelos editais de leil es de energia nova ou pelos contratos de
441. r cogera o que implica na produ o simult nea e sequencial de duas ou mais utilidades calor de processo e pot ncia mec nica ou el trica a partir da energia disponibilizada por um combust vel Assim a atividade de cogera o resulta em meio para se obter maior efici ncia energ tica e redu o de impactos socioambientais de atividades industriais Um exemplo comum desse tipo de produ o deriva da gera o de energia el trica e energia t rmica decorrente de processos de queima de g s natural ou biomassa O Decreto n 5 163 2004 permite a com ercializa o de tal energia no mercado submetendo se a diferentes regimes de acordo com os montantes produzidos Devido possibilidade e conveni ncia de dois ou mais agentes geradores atuarem num mesmo mercado em regime de competi o a gera o representa um dos segmentos de maior relev ncia para a inser o da competi o na cadeia produtiva de energia 5 2 AGENTES DE TRANSMISS O Produzida a energia el trica seu transporte se faz necess rio at os centros de distribui o por meio de linhas de transmiss o de alta voltagem Tal atividade relevante principalmente devido ao modelo de gera o hidrot rmico brasileiro no qual grande parte das unidades de gera o est situada a grandes dist ncias dos mercados consumidores A estrutura de gera o baseada principalmente em hidroel tricas por possuir menor flexibilidade quanto localiza o das usi
442. r el trico no Chile o erro mudou Revista Indicadores Econ micos FEE Porto Alegre v 23 n 2 p 110 135 1995 RUZYK Carlos Eduardo Pianoviski Institutos fundamentais do direito civil e liberdade s repensando a dimens o funcional do contrato da propriedade e da fam lia Rio de Janeiro GZ 2011 POSNER Richard A Natural monopoly and its regulation Washington Cato Institute 1999 SALES Claudio Eliminando a artificialidade dos leil es de energia el trica In LANDAU Elena coord Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 531 534 SALOM O FILHO Calixto Direito Concorrencial as condutas S o Paulo Malheiros 2008 SALOM O FILHO Calixto Direito Concorrencial as estruturas 2 ed S o Paulo Malheiros 2002 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 S O PAULO Tribunal de Al ada A O DE ANULA O DE CONTRATO DE CESS O DE DIREITO DE USU RIO DE ENERGIA EL TRICA COISA M VEL CARACTERIZADA JULGAMENTO AFETO AO 1 TACIV SP Revista dos Tribunais S o Paulo a 74 v 597 p 72 73 jul 1985 SAUER Ildo et al Energia el trica no Brasil contempor neo In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 117 226 SAUER Ildo Luis LONGO Riolando Semelhan as entre as crises energ ticas na Calif rnia e
443. r objeto bem m vel caracter stica da Energia el trica a compet ncia cabe ao 1 TACiv SP Revista dos Tribunais S o Paulo a 74 v 597 p 72 73 jul 1985 82 pT 569 72 83 S o exemplos de autores que recepcionaram a classifica o como novidade ALVES Jos Carlos Moreira A parte geral do Projeto de C digo Civil brasileiro subs dios hist ricos para o novo C digo Civil brasileiro 2 ed S o Paulo Saraiva 2003 p 80 e CALIXTO Marcelo Junqueira Dos bens art 79 a 103 In TEPEDINO Gustavo org A parte geral do novo C digo Civil estudos na perspectiva civil constitucional Rio de Janeiro Renovar 2008 p 160 i Miguel Reale ressalta as dificuldades enfrentadas pela Comiss o na classifica o de determinados bens e a necessidade de se completar a Codifica o Casos h em que nos defrontamos com dificuldades imensas para a exata determina o da natureza de certos bens Por exemplo a energia Tivemos que completar o C digo atual para considerar m vel a energia que tenha valor econ mico Nada obstante tal dogmatismo merecedor de cr ticas na medida em que a crise da codifica o inerente modernidade revela sua inaptid o para regular todas as situa es da vida concreta Nesse sentido ver por exemplo TEPEDINO Gustavo Crise das fontes normativas e t cnica legislativa na parte geral do C digo Civil de 2002 In org A parte geral do novo C digo Civil 3 ed Rio de Janeiro Renov
444. r racionamento de energia tornando a gera o hidrel trica mais cara no futuro Por outro lado se for privilegiada a produ o t rmica e a tend ncia hidrol gica superar as expectativas haver a necessidade de vertimento desperdi ando se a energia armazenada sob a forma de gua Existe portanto uma liga o entre a decis o operativa em um per odo qualquer e as suas consequ ncias futuras que fun o dos prov veis estados do sistema Estes estados s o compostos por dois tipos de vari veis o n vel de armazenamento dos reservat rios e a tend ncia hidrol gica do sistema Destarte o ONS decidir qual usina ir despachar de acordo com a ordem de m rito utilizando se dos crit rios de menor custo marginal de gera o e seguran a energ tica a partir da capacidade e necessidade de otimiza o do sistema interligado de transmiss o e seus subsistemas O planejamento da opera o se dar a partir das informa es t cnicas fornecidas pelos componentes do sistema em especial as previs es de gera o e demanda apresentadas anualmente pelos diversos agentes na forma determinada pelo art 17 do Decreto n 5 183 2004 Os crit rios da opera o do Sistema Interligado Nacional pelo ONS restam estabelecidos pelo par grafo 4 do art 1 da Lei n 10 848 2004 37 PEREIRA JUNIOR Amaro Ol mpio Opera o independente por subsistemas comportamento estrat gico para a gera o no sistema el trico br
445. ra o t rmica na matriz energ tica do pa s e o subsequente incremento do custo de gera o A tal respeito Renato Pinto Queiroz do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ ao analisar a atual conjuntura do setor el trico e a necessidade de aprofundamento das reformas contextualiza o problema do aumento da gera o t rmica na matriz brasileira Para complicar mais o debate h quest es no mbito t cnico A demanda de energia el trica cresce os n veis dos reservat rios caem e as usinas t rmicas s o chamadas a operarem para resolver o desequil brio de oferta e demanda Nesse contexto est a discuss o das hidrel tricas com reservat rio na Amaz nia com seus entraves t cnicos e ambientais Afinal mais de 50 do potencial hidrel trico na Amaz nia j foi explorado e n o h um clima pol tico para defender mais reservat rios plurianuais Para manter a seguran a energ tica mais t rmicas necessitam entrar no card pio de op es do Operador Nacional do Sistema O combust vel para alimentar essas usinas t rmicas que naturalmente deveria ser o g s natural enquanto novas hidroel tricas e outras renov veis n o aumentem a sua participa o na matriz n o competitivo Pelo menos no momento Para gerar ent o na base sem intermit ncia o planejamento ter que voltar para as op es existentes dentro das tecnologias dispon veis carv o e energia nuclear O mercado da tecnologia verde
446. ram abaixo CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 p 44 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Daniel Santa B rbara Esteves indica como principais riscos relativos instala o de empreendimentos de gera o de acordo com entrevistas realizadas com funcion rios da Aneel a outorga de concess es sem licenciamento ambiental o que pode impedir posteriormente a constru o da usina ou apenas atrasar o in cio da gera o e o risco geol gico que pode implicar em necessidade de reelabora o do projeto de constru o da usina ESTEVES Daniel Santa B rbara Riscos nas concess es de uso de potenciais hidr ulicos para a produ o independente de energia Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 7 n 25 p 39 61 jan mar 2009 p 48 De outro lado Marco Aur lio Lenzi Castro et al indicam riscos que decorrem do pr prio modelo setorial O Novo Modelo promove a concentra o de decis es no Poder Executivo e por consequ ncia o enfraquecimento da ANEEL Al m disso a EPE a CCEE o CMSE e o ONS ser o dirigidos por pessoas indicadas pelo governo Como a referida lei apresentou apenas a nova estrutura do setor el trico deixando a maior parte das novas regras a cargo do MME criou se um ambiente de incertezas sobre a estabilidade regulat ria a m dio e longo prazos o que poder afetar o n vel de investimento dos agentes privados no setor As geradoras e
447. ran a que desejavam para novos aportes de capital devido ao clima de incertezas pol ticas derivado da ascens o das for as nacionalistas Ainda devido ao impasse em rela o quest o tarif ria mostravam se ee LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 78 215 Esse decreto de 1941 testemunha a n o aplica o das normas do C digo de guas at essa data provavelmente por impossibilidade do poder concedente viabilizar aquela aplica o e tamb m pela resist ncia que as empresas do setor opunham ao C digo de Aguas JOHNSON Bruce Banner et al Servi os p blicos no Brasil mudan as e perspectivas S o Paulo Edgard Bl cher 1996 p 63 6 MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 p 36 90 insuficientes os recursos internos das empresas de menor porte para a realiza o dos investimentos necess rios para a amplia o de sua infraestrutura inclusive para o bom atendimento da popula o que j fazia parte de seus mercados consumidores quanto mais para garantir a expans o territorial dos servi os As empresas de maior porte em verdade foram atingidas de forma menos grave por tal cen rio devido lucratividade do mercado consumidor de suas concess es Nesse cen rio o ent o presidente Get lio Vargas atuou para implementar a ind
448. ransmiss o Ressalte se que at o planejamento da expans o era meramente indicativo por parte do Estado assim a decis o final de investir ou n o na expans o do sistema decorria da conveni ncia dos agentes de mercado O mencionado processo foi interrompido pela crise energ tica de 2002 e a subsequente implementa o do Nov ssimo modelo do sistema el trico brasileiro em 2004 2005 que alterou o modelo competitivo e os respectivos mecanismos de contrata o a serem explanados no t pico seguinte 2 SILVA Edson Luiz Forma o de pre os em mercados de energia el trica Porto Alegre Sagra Luzzatto 2001 p 13 2 ROSA Luiz Pingueli A crise energ tica causas e medidas de mitiga o In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 92 2 COHEN Claude MENDON A Rosane CHAGAS M nica AGUIAR Anna C O papel das tarifas de energia el trica na queda da desigualdade de renda no Brasil Texto para Discuss o Rio de Janeiro CEDE UFF 2008 n 11 p 20 288 ROSA Luiz Pingueli A crise energ tica p 92 116 4 40 NOV SSIMO MODELO DO SETOR EL TRICO COMO UM SISTEMA HIBRIDO DE COMPETI O NO ATACADO E DE COMPRADOR UNICO Os investimentos decorrentes das reformas realizadas na d cada de 1990 demoraram a surtir efeitos no setor A falta de instala es de transmiss o de energia el trica a utiliza o de um modelo ene
449. rante a reestrutura o do setor el trico no sistema de Inglaterra e Pa s de Gales em 1990 Tendo em vista a inspira o do modelo brasileiro no sistema ingl s bem como ao levar se em considera o o papel relevante que tais autores tiveram na formula o daquele sistema e devido ao fato de que tal modelo fundado basicamente em estruturas competitivas o presente estudo optou pela utiliza o dos modelos de estrutura o do setor el trico destes autores Ressalte se que este n o a nica forma de conforma o do setor existindo outras por exemplo KIRSCHEN Daniel STRBAC Goran Fundamentals of power system economics Chichester John Wiley and Sons 2004 STOFT Steven Power system economics New York John Wiley and Sons 2002 137 HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 1 ss 60 competi o Em sistemas fundados em monop lios verticalizados os contratos possuem menor import ncia tendo em vista que a maior parte das opera es de compra e venda de energia se d dentro da estrutura dos pr prios agentes monopolistas Al m disso ao eleger a competi o como fio condutor pretende se a constru o de uma vis o global da estrutura regulat ria setorial nas diferentes fases do setor el trico brasileiro ao inv s de observar de maneira fragmentada as mudan as legislativas dos diferentes marcos legais que resultaram no modelo atual Impen
450. rata o Livre CCEAL resultam da livre negocia o entre os agentes respeitada a legisla o regulamenta o vigente sem a interfer ncia da CCEE Destaca se que para fins de classifica o de contrato no processo de contabiliza o os contratos bilaterais celebrados em data anterior publica o da Lei n 10 848 de 2004 onde uma parte uma concession ria de distribui o ser o inclu dos no conjunto de CCEALs por possu rem processos de sazonaliza o e modula o semelhantes CCEE Regras de Comercializa o Contratos S o Paulo CCEE 2013 p 11 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 215 exporta o de importa o e consumidores livres De forma geral a partir da vig ncia da Lei n 10 848 2004 s o partes ileg timas para figurar no CCEAL as distribuidoras de energia que devem adquirir sua eletricidade no ACR No entanto os contratos bilaterais firmados anteriormente a 16 de mar o de 2004 pelas distribuidoras no MAE com per odo de vig ncia superior publica o da Lei n 10 848 2004 ser o registrados no processo de contabiliza o e liquida o da CCEE sob a forma de CCEAL por possu rem modos de sazonaliza o e modula o semelhantes ainda que juridicamente sejam t o somente an logos a estes ltimos De igual forma s o considerados CCEAL para fins de contabiliza o e liquida o os contratos firmados pelos agentes de distribui o com mercado pr pr
451. rdin ria decorrente do diferencial entre os custos das centrais j depreciadas e o pre o de equil brio de mercado que em contexto competitivo tende a se aproximar do custo marginal de atendimento do sistema A teoria microecon mica denomina esse excedente de renda inframarginal No parque de gera o brasileiro devido grande diversidade de custos esses excedentes assumem valores elevados No hist rico recente do setor el trico a forma apropria o da renda inframarginal foi o objeto da ado o dos contratos iniciais na primeira reforma do setor el trico Esses preservaram os pre os de centrais de gera o nos valores regulados evitando que a liberaliza o do mercado implicasse em altas de pre o com a forma o de um pre o nico de mercado pr ximo ao custo marginal Assim as geradoras hidrel tricas n o se apropriaram da renda inframarginal Na segunda reforma do setor el trico a separa o entre energia velha e energia nova teve a mesma motiva o Se um mercado nico de eletricidade fosse implementado a tend ncia seria do pre o de equil brio ser determinado pelo pre o da energia nova que corresponde ao custo marginal de longo prazo 247 A medida visa portanto reduzir o custo de aquisi o de energia para as concession rias de distribui o e o repasse desses ganhos aos consumidores cativos por meio da redu o de tarifas A ANEEL ir promover o rateio das cotas entre as concession rias de distribui o
452. rdo com o grau de funcionaliza o do contrato a objetivos que transcendem o interesse dos contratantes no qual o grau de interven o estatal ir variar de acordo com os interesses coletivos a serem protegidos No setor de eletricidade tal processo se mostra n tido tendo em vista as diferentes possibilidades de determina o do pre o dos contratos de comercializa o de eletricidade Estes ir o variar de acordo com a fun o que lhes atribu da pelo legislador na qual o pre o atender a finalidades distintas Nos contratos do Ambiente de Contrata o Regulada que destina sua energia para o fornecimento dos consumidores cativos o principal elemento levado punido especialmente rescis o por les o subjetiva nos termos do art 157 do C digo Civil n o se pode negar efeito ao contrato ainda que falte perfeita co respectividade entre um e outro No trato corrente dos neg cios insere se s vezes no contrato de compra e venda cl usula que faz refer ncia venda pelo justo pre o A doutrina manda entend la como alus o ao pre o normal ou se for o caso pre o corrente no mercado ou na Bolsa Ibidem loc cit 36 BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 224 166 em conta na forma o do pre o consiste na modicidade tarif ria Dessa maneira o pre o da energia contratada pelas distribuidoras que ser a principal vari vel na forma o da tarifa cobrada dos consumidores finais dever ser o mais
453. re e especiais Primeiramente a Portaria em quest o estabeleceu no inciso de seu art 2 um regime de transi o at 1 de junho de 2013 em que os contratos seriam registrados com frequ ncia mensal mas que poderiam ser alterados ap s o registro de compra e venda dos montantes contratados mesmo ap s a verifica o do consumo Por m na forma do inciso Il do mesmo artigo a partir 1 de julho de 2013 os registros deveriam ser feitos com frequ ncia semanal e s poderiam ser alterados antes do in cio da semana de entrega da energia Ou seja com a mudan a estabelecida pelo referido texto normativo os agentes deveriam obrigatoriamente contratar de maneira antecipada a energia que pretendem consumir Isso implica maior capacidade de previs o de consumo que muitas vezes os consumidores livre e especiais n o t m devido s suas caracter sticas e porte econ mico para implementarem internamente as ferramentas de gest o necess rias para preverem com precis o quanto de energia ir o efetivamente consumir Tais medidas sofreram severas cr ticas da ind stria devido ao aumento de custos que causariam na energia do ACL e aos consumidores que adquirem sua energia em tal ambiente de contrata o Um dos principais questionamentos apresentados pelos consumidores poca de publica o da Portaria MME n 455 2012 foi justamente a impossibilidade de cess o de energia entre tais 2 Nesse sentido assim estabelece o M dulo 3 1
454. renta um significativo processo de privatiza o da sua ind stria de base e de pessoas jur dicas controladas pelo Estado prestadoras de servi os p blicos principalmente OTERO Paulo Coordenadas jur dicas da privatiza o da administra o p blica In Os caminhos da privatiza o da administra o p blica Coimbra Coimbra 2001 p 48 51 O autor aponta ainda as normativas comunit rias como princ pio todavia deixamos de mencion las devido sua inaplicabilidade ao direito brasileiro ESTORNINHO Maria Jo o A fuga para o direito privado Coimbra Almedina 1999 p 134 5 Tal no o adv m do magist rio de Fritz Leiner ao tratar do aumento da intensidade da atividade econ mica do Estado na Alemanha durante o per odo entre Guerras LEINER Fritz Instituciones de derecho administrativo Trad Sabino A Gendin Barcelona Labor 1933 p 263 Apud MOREIRA Egon Bockmann Os cons rcios empresariais e as licita es p blicas considera es em torno do art 33 da Lei 8 666 93 Revista Eletr nica de Direito Administrativo Econ mico Salvador n 3 p 1 ago out 2005 Dispon vel em lt www direitodoestado com br gt Acesso em 14 07 2013 Tal express o foi utilizada por Maria Jo o Estorninho como t tulo de sua obra ao tratar das reformas no contexto europeu nas d cadas de 80 90 ap s esse movimento generalizado de transforma o de entidades p blicas em entidades privadas ou de cria o ex no
455. res do universo do Censo 2010 p 2 Dispon vel em lt www mds gov br gt Data de acesso 01 07 2011 BRASIL Exposi o de Motivos da Parte Geral do C digo Penal de 1940 Dispon vel em www planalto gov br Ultimo acesso em 03 01 2018 BRESSER PEREIRA Luiz Carlos A crise da Am rica Latina consenso de Washington ou crise fiscal Revista Pesquisa e Planejamento Econ mico Bras lia v 21 n 1 p 3 23 abr 1991 BURANI Geraldo Francisco Energia In GALV O Luiz Ribeiro et al org Inicia o a Conceito de Sistemas Energ tico para o Desenvolvimento Limpo S o 269 Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2004 BUSTAMANTE Lino Rodriguez Arias La distinci n entre lo publico y lo privado segun la concepcion comunit ria del derecho Madrid Reus 1951 CALIXTO Marcelo Junqueira Dos bens art 79 a 103 In TEPEDINO Gustavo org A parte geral do novo C digo Civil estudos na perspectiva civil constitucional 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2008 p 151 178 CALMON Eliana et al C digo Tribut rio Nacional comentado 3 ed rev atual ampl S o Paulo RT 2005 C MARA DE GEST O DA CRISE DE ENERGIA Relat rio da Comiss o de An lise do Sistema Hidrot rmico de Energia El trica Dispon vel em lt http antonioguilherme web br com artigos relatoriokelman pdf gt Acesso em 3 1 2011 CAMARGO Ivan Marques de Toledo ALMEIDA Lu s Henrique Bassi A contrata o de energia de reserva no atual m
456. rg tica do pa s ao menor custo social poss vel utilizando se de forma eficiente os recursos naturais existentes A conjuga o e a tens o entre as referidas esferas de interesse oferece sentido opera o econ mica em quest o funcionalizando a e forma o elemento de vincula o da rede de contratos Tal estrutura o das redes de contratos enseja uma s rie de consequ ncias segundo Lorenzetti A primeira como j mencionado a exist ncia de uma finalidade supracontratual que estabelece objetivos que n o podem ser alcan ados individualmente entre as partes mas apenas por meio de uma rede de v nculos distintos Outro aspecto relevante que a exist ncia da rede resulta em relevante elemento interpretativo dos contratos que a comp em uma vez que a finalidade supracontratual ao inspirar a celebra o destes dever respectivamente orientar a interpreta o Finalmente h a cria o de deveres perante o sistema sob o princ pio da coordena o de forma a gerar deveres individuais em verdade deveres laterais de conduta para a contribui o de sustenta o da opera o econ mica global N o se trata aqui da forma o de um contrato de coordena o mas sim do estabelecimento de obriga es laterais a todos os agentes a partir de sua atua o individual para a manuten o do sistema como um todo Forma se assim ao lado da correspectividade bilateral nas contrata es individualmente consideradas uma c
457. rg tico baseado na matriz hidr ulica cujo z prazo de instala o maior do que das usinas t rmicas e a retomada do crescimento da economia ap s anos de estagna o pressionando portanto o setor el trico agravaram mais ainda o risco de d ficit de energia no pa s Embora o governo federal houvesse estabelecido algumas medidas j ao final da d cada de 1990 com o intuito de prevenir uma crise de desabastecimento de energia el trica no Brasil elas se mostraram insuficientes para debelar a crise energ tica de 2001 2002 28 Foi ent o criada a C mara de Gest o da Crise de Energia El trica CGE que imp s redu es obrigat rias do consumo de usu rios residenciais e industriais com penalidades no caso de descumprimento em raz o da falta de gera o de energia el trica Esse racionamento teve efeitos dr sticos sobre a economia Diversas outras medidas emergenciais foram tomadas dentre elas destaca se a interrup o da descontrata o dos Contratos Iniciais e a reestrutura o do Mercado Atacadista de Energia de forma a permitir uma maior interven o direta do Estado Dentre tais medidas merece destaque o Programa Priorit rio de Termeletricidade Decreto no 3 371 2001 PPT oferecendo os seguintes benef cios aos agentes privados para a constru o de Usinas Termel tricas de 49 autoriza es concedidas apenas treze usinas foram efetivamente constru das sendo que quase todas elas foram com
458. rga CCEE Regras de Comercializa o PLD S o Paulo CCEE 2013 p 8 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 332 Art 57 A contabiliza o e a liquida o mensal no mercado de curto prazo ser o realizadas com base no PLD 1 O PLD a ser publicado pela CCEE ser calculado antecipadamente com 158 garantir um grau m nimo de previsibilidade do mercado s o estabelecidos patamares m nimos e m ximos pela ANEEL para o PLD que possuem por base os diferentes tipos de gera o do sistema hidrot rmico brasileiro Conforme determina o par grafo 2 do referido dispositivo legal o valor m ximo do PLD est fundado nos custos vari veis de opera o dos empreendimentos termel tricos dispon veis para o despacho centralizado Por sua vez na forma do par grafo 3 o valor m nimo tem por base os custos de opera o e manuten o das usinas hidrel tricas bem como os relativos compensa o financeira pelo uso dos recursos h dricos e royalties Destarte ainda que decorra de opera es de curto prazo realizadas multilateralmente no mercado o valor deste n o estipulado pelas partes mas sim pelas condi es necess rias para a manuten o do equil brio necess rio entre a seguran a energ tica e o menor custo Por tudo que foi exposto verifica se que a opera o econ mica de comercializa o de energia el trica possui uma s rie de particularidades que a diferencia
459. rializa o do pa s que 189 Ibidem loc cit 19 Ibidem loc cit 191 Tais pr ticas foram denunciadas pelo Engenheiro Catullo Branco que dedicou sua carreira e vida ao setor el trico em entrevista dada ao Prof Helio B Costa e Fl vio A M Saes poucos meses antes de seu falecimento COSTA Helio B Um depoimento hist rico de Catullo Branco In BRANCO Adriano Murgel org Pol tica energ tica e crise de desenvolvimento S o Paulo Paz e Terra 2002 p 52 58 Re LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 56 193 JOHNSON Bruce Banner et al Servi os p blicos no Brasil mudan as e perspectivas S o Paulo Edgard Bl cher 1996 p 61 85 pressup e abund ncia energ tica No contexto da Revolu o de 1930 de forte embate entre for as pol ticas 19 a Cl usula Ouro foi ent o tornada nacionalistas e privatistas no setor el trico ilegal atrav s da Lei Oswaldo Aranha Decreto n 23 501 1933 que determinou como nula qualquer estipula o em ouro ou determinada esp cie de moeda que n o o mil r is 8 O C digo de guas Decreto n 24 643 1934 verdadeiro momento de inflex o no tratamento da energia el trica foi ent o publicado depois de longa tramita o dando in cio a um movimento progressivo de centraliza o estatiza o e monopoliza o do setor por empresas p blicas de energia Dentre as caracter sticas da reform
460. rias e Servi os ICMS MACHADO Hugo de Brito Temas de direito tribut rio S o Paulo RT 1994 p 26 CALMON Eliana et al C digo Tribut rio Nacional comentado 3 ed rev atual ampl S o Paulo RT 2005 p 216 217 SILVA Volney Zamenhof de Oliveira Silva C digo Tribut rio Nacional comentado e anotado 4 ed Campinas CS 2004 p 181 184 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 19 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1998 v 1 p 367 Tal posicionamento citado por exemplo por DINIZ Maria Helena C digo Civil anotado 11 ed rev aum e atual S o Paulo Saraiva 2005 p 124 TEPEDINO Gustavo BARBOZA Helo sa Helena MORAES Maria Celina Bodin de C digo Civil interpretado conforme a Constitui o da Rep blica 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2007 v 1 p 183 Todavia cumpre mencionar que outros autores se manifestavam no mesmo sentido dentre eles MONTEIRO Washington de Barros Curso de direito civil parte geral 11 ed rev e aum S o Paulo Saraiva 1972 p 157 LOPES Miguel Maria de Serpa Curso de direito civil 7 ed rev atual Rio de Janeiro Freitas Bastos 1989 p 339 37 normativa espec fica de direito privado digna de nota a decis o da 1 C mara C vel do Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo TJSP que trata de discuss o de compet ncia sobre a o de anula o de contrato de cess o de direito de usu rio de energia el trica
461. risco de colocar energia no mercado spot e observar a redu o do pre o abaixo dos seus custos devido oferta excessiva de eletricidade Os contratos bilaterais serviriam para a prote o de tais riscos comprometendo se com condi es preestabelecidas por m dio ou longo prazo Por sua vez tais instrumentos contratuais geravam risco de vender energia por maior prazo abaixo do pre o spot em caso de alta do mercado de curto prazo Por sua vez os compradores deveriam ent o fazer sua an lise de risco entre a decis o de comprar os excedentes de energia no mercado spot ou assegurar seu suprimento por interm dio de contrata o bilateral de m dio e longo prazo Para as distribuidoras o modelo apresentava a vantagem de permitir assegurar o exatamente necess rio para o aumento mediante a compra de energia ou redu o atrav s da venda de excedentes da demanda Contudo havia o risco de volatilidade dos pre os que caso subissem acima dos valores fixados pela ANEEL o custo adicional n o poderia ser repassado diretamente aos consumidores cativos Uma vez que n o havia mercado de futuros a prote o contra tais riscos se dava atrav s dos contratos bilaterais Estes por sua vez geravam o risco de sobrecontrata o de energia el trica A ANEEL permitia a exposi o de at quinze por cento de contratos com prazo de dois anos no mercado spot De qualquer forma considera se que tal din mica de mercado exp e os consumidores cativos a
462. ro agente sobre a gera o podendo o primeiro comprar eletricidade apenas do segundo Al m dos monop lios verticalizados na ind stria de eletricidade s o dignos de nota os modelos de monop lios setoriais quando o monopolista det m alguns por m n o todos processos b sicos da cadeia produtiva do setor de energia el trica e os de monop lios regionais o agente monopolista det m um dos segmentos da cadeia de energia el trica em um territ rio delimitado Nos monop lios baseados em integra o vertical da cadeia produtiva a possibilidade de opera es econ micas entre agentes limitada ocorrendo marginalmente ou como medida de seguran a de suprimento entre diferentes monop lios verticais exempli gratia entre diferentes monop lios regionais ou entre estruturas de diferentes pa ses mediante opera es de importa o e exporta o de 143 Ibidem p 274 144 SALOM O FILHO Calixto Direito Concorrencial as estruturas 2 ed S o Paulo Malheiros 2002 p 209 A tem tica da regula o e do monop lio natural extremamente rica mas n o ser objeto aqui de maiores aprofundamentos devido s limita es de escopo Sobre o tema al m das obras de direito concorrencial j citadas indica se por exemplo as seguintes POSNER Richard A Natural monopoly and its regulation Washington Cato Institute 1999 TRAIN Keneth E Optimal regulation the economic theory of natural monopoly Cambridge MIT Press
463. rta o Mestrado COPPE UFRJ Rio de Janeiro 2000 p 10 11 A C mara de Comercializa o de Energia El trica apresenta maiores detalhes sobre o MRE O Mecanismo de Realoca o de Energia MRE um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrol gicos que afetam os Agentes de Gera o buscando garantir a otimiza o dos recursos hidrel tricos do Sistema Interligado Nacional Este mecanismo abrange as usinas hidrel tricas sujeitas ao despacho centralizado Opcionalmente podem participar as Pequenas Centrais Hidrel tricas O MRE busca permitir que todas as usinas participantes recebam seus n veis de Garantia F sica independentemente de seus n veis reais de produ o de energia desde que a gera o total do MRE n o esteja abaixo do total da Garantia F sica do Sistema Em outras palavras o MRE realoca contabilmente a energia transferindo o excedente daqueles que geraram al m de suas Garantia F sicas para aqueles que geraram abaixo A necessidade de institui o do MRE se verifica principalmente pelas grandes dimens es territoriais do Brasil em que existem diferen as hidrol gicas significativas entre as regi es gerando per odos secos e midos n o coincidentes Uma regi o em per odo de seca armazena gua e por consequ ncia gera abaixo da m dia enquanto que uma regi o em per odo de chuva produz acima da m dia resultando nas transfer ncias de energia entre essas regi es Outro fator que levou
464. s 2006 SAMPAIO Patr cia O Setor El trico em uma vis o introdut ria In org Regula o jur dica do setor el trico Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 1 26 LAUBADERE Andr de Direito p blico econ mico Coimbra Almedina 1985 274 LEINER Fritz Instituciones de derecho administrativo Trad Sabino A Gendin Barcelona Labor 1933 Apud MOREIRA Egon Bockmann Os cons rcios empresariais e as licita es p blicas considera es em torno do art 33 da Lei 8 666 93 Revista Eletr nica de Direito Administrativo Econ mico Salvador ago out n 3 2005 Dispon vel em lt www direitodoestado com br gt Acesso em 14 07 2013 LEITE Andr Lu s da Silva CASTRO Nivalde J de Estrutura de governan a e a forma o de holdings no setor el trico brasileiro Estrat gia e Neg cios Florian polis v 1 n 2 p 70 83 jul dez 2008 LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 LEONARDO Rodrigo Xavier A teoria das redes contratuais e a fun o social dos contratos reflex es a partir de uma recente decis o do Superior Tribunal de Justi a Revista dos Tribunais S o Paulo a 94 v 832 p 99 111 fev 2005 Redes contratuais no mercado habitacional S o Paulo RT 2008 LIMA Jandir Ferrera de FERNANDEZ Jos Carrera O custo social dos recursos h dricos em bacias hidrogr ficas internacionais O caso da bacia do Paran An lise econ mi
465. s com base em um hist rico de 12 meses A exce o dos agentes pertencentes categoria de Distribui o que ser objeto do c lculo anualmente todos os agentes pertencentes s demais categorias ter o tal penalidade aferida mensalmente O segundo subm dulo Falta de Combust vel visa apurar a penalidade aos propriet rios de usinas termel tricas que apresentarem indisponibilidade em fun o da falta de combust vel CCEE Regras de Comercializa o Penalidades de Energia S o Paulo CCEE 2013 p 4 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 424 O m dulo das Regras de Comercializa o denominado Penalidade de Pot ncia composto por um nico subm dulo Insufici ncia de Lastro de Pot ncia cujo objetivo calcular as penalidades para todos os agentes de comercializa o que n o apresentarem 100 de lastro de pot ncia para todas suas opera es no patamar de carga pesada Tal penalidade aferida em base mensal Ibidem loc cit 435 Gerusa Magalh es e Virginia Parente apontam que a necessidade de minorar a inadimpl ncia no sistema de curto prazo levou a importantes modifica es no sistema de garantias na Resolu o ANEEL n 336 2008 que deu origem atual Resolu o ANEEL n 531 2012 Outro aspecto observado por ocasi o da inadimpl ncia recorde diz respeito fragilidade do sistema de garantias Ficou evidenciado que as regras ent o existentes n o suportavam as d vida
466. s ria WALTENBERG David A M O direito da energia el trica e a ANEEL In SUNDFELD Carlos Ari org Direito administrativo econ mico S o Paulo Malheiros 2000 p 358 2 The big idea which underlies the new world of competition and choice in electricity is that is possible and desirable to separate the transportation from the thing transported That is electric energy as a product can be separated commercially from transmission as a service grifo no original HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 1 A grande id ia que subjaz ao novo mundo da competi o e da escolha em eletricidade que poss vel e desej vel separar o transporte da coisa transportada Isto energia el trica como um produto pode separada comercialmente da transmiss o como um servi o tradu o livre De acordo com tais autores a separa o entre produto e transporte decorre da percep o que a gera o n o era mais um monop lio natural tendo em vista que era poss vel a constru o de usinas menores e mais eficientes por uma gama maior de produtores e inclusive consumidores autoprodutores 244 Art 15 6 assegurado aos fornecedores e respectivos consumidores livre acesso aos sistemas de distribui o e transmiss o de concession rio e permission rio de servi o p blico mediante ressarcimento do custo de transporte envolvido calculado com base
467. s direitos dos usu rios Sua finalidade central regular e fiscalizar a produ o transmiss o distribui o e comercializa o de energia el trica em conformidade com as pol ticas e diretrizes do governo federal art 2 A Ag ncia embora integrante da Administra o Indireta com natureza de autarquia sob regime jur dico especial possui independ ncia e autonomia em rela o ao Poder Concedente principalmente em fun o do mandato fixo de seu corpo de diretores que n o pode ser facilmente demitido Contudo a Ag ncia enfrentou problemas no contexto de sua cria o 245 Inicialmente o art 15 da lei estabelecia que os consumidores livres seriam aqueles com carga igual ou maior que 10 000 kW atendidos em tens o igual ou superior a 69 kV Posteriormente esse montante foi reduzido para carga igual ou superior a 3 000 kW em tens o igual ou superior a 69 kV 2 Ainda de in cio seria poss vel apenas a compra de energia de determinado Produtor Independente apenas depois de tr s anos da publica o da lei que seria poss vel estender tal op o de compra a qualquer concession rio permission rio ou autorizado de energia el trica do sistema interligado que estivesse o consumidor livre 8 1 26 Marcos Juruena Villela Souto ressalta que a independ ncia das ag ncias reguladoras decorre do estabelecimento de um corpo diretivo est vel com mandato fixo A independ ncia assegurada em s ntese por r
468. s dos agentes o que motivou o regulador ANEEL e o gestor do mercado atacadista de energia el trica CCEE a discutir e propor aprimoramentos em tais regras Em janeiro de 2008 as regras ent o existentes permitiam que os agentes aportassem garantias com base no hist rico de adimpl ncia o que n o 207 agentes devem assegurar o aporte de garantias financeiras suficientes para a cobertura de suas exposi es negativas acrescido do montante de 5 conforme c lculo da CCEE a serem depositados em institui o financeira custodiante Na hip tese do agente inadimplir tal obriga o com o dep sito de garantias financeiras inferiores ao necess rio ser o aplicadas multa juros morat rios e corre o monet ria sobre o valor do d bito remanescente Ademais esse sofrer penalidades que ensejar o o seu desligamento da C mara de Comercializa o Para os agentes vendedores geradores e comercializadores sem preju zo de tais penalidades os registros dos volumes dos seus contratos de venda no ambiente de comercializa o ser o ajustados pela CCEE a fim de equalizar suas exposi es negativas n o cobertas por garantias financeiras com os montantes contratados na forma do art 8 e seguintes da Resolu o ANEEL n 531 2012 Ao fim do processo de liquida o s o aferidos os montantes devidos pelos agentes ao mercado de curto prazo e caso estes n o promovam o dep sito de seus d bitos nem tenham garantias financeiras sufi
469. s essenciais popula o Sendo assim o direito privado v se diante da necessidade regular rela es de poder o que numa vis o cl ssica seria fun o exclusiva do direito p blico Em verdade tais processos de privatiza o implicaram em uma redu o da atua o estatal no mbito econ mico resultando na perda do posto deste como exclusivo prestador direto de servi os p blicos De outra monta restou convertida a responsabilidade do Estado para um dever garantidor das presta es necess rias ao atendimento de necessidades essenciais da sociedade e consequentemente de regula o das atividades desempenhadas pelos agentes privados que passaram a fornecer tais presta es No direito brasileiro as altera es ocorridas na presta o de servi os p blicos com a outorga a particulares apenas da gest o no n vel infraconstitucional mas com a manuten o da titularidade estatal em sede constitucional n o ensejaram a mudan a da op o pol tica de um Estado Social para a de um Estado Regulador diferentemente da Europa por exemplo em que houve desestatiza o material de tais servi os ressignificados como servi os de interesse econ mico geral Nesse sentido apenas foi reduzida a atua o direta do Estado no espa o econ mico e incrementado o seu agir na regula o de tais atividades Ou seja paradoxalmente a redu o da presta o direta de servi os pelo Estado com o ingresso de agentes privados
470. s referidos autores o de monop lios verticais como estruturas do setor el trico nas quais n o h concorr ncia z A no o de monop lio eminentemente econ mica e pode ser sinteticamente conceituada como mercado em que existe um nico ofertante Nesse sentido a posi o monopol stica decorre da produ o de um bem ou servi o para o qual n o haja substituto pr ximo O agente monopolista pode atuar de modo simult neo nas duas vari veis que caracterizam as opera es de compra e venda quais sejam pre o e quantidade Pode assim criar uma situa o de escassez ao limitar sua produ o e elevar o seu pre o ao ponto t o alto quanto os compradores estejam dispostos a pagar Em verdade no monop lio o pre o de mercado deixa de existir uma vez que este ltimo decorre unicamente de decis o do monopolista O monop lio natural a seu turno de acordo com F bio Nusdeo decorre de uma posi o de mercado na qual os custos fixos principalmente aqueles de instala o de determinada ind stria s o desproporcionalmente elevados em rela o aos seus custos vari veis Os custos unit rios desta nica empresa s o decrescentes na propor o do seu aumento de produ o at que seja alcan ada toda a produ o necess ria para o atendimento de determinado mercado Desta feita a elevada propor o de custos fixos exige a produ o de larga escala e os custos nesse regime de monop lio s o inferiores aos cust
471. se aqui a nomenclatura do Pacto Internacional de Direitos Econ micos Sociais e Culturais adotado pela Resolu o 2200 XXI da Assembleia Geral da ONU em 1966 e ratificado pelo Brasil atrav s do Decreto n 591 92 A Conven o sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra a Mulher de 1979 ratificada sem reservas pelo Brasil atrav s do Decreto n 4 377 de 13 de setembro de 2002 reconhece expressamente em seu art 12 inciso 2 al nea h a necessidade de ser assegurado mulher h gozar de condi es de vida adequadas particularmente no que diz respeito habita o saneamento fornecimento de eletricidade e abastecimento de gua transportes e comunica es grifo nosso Como exemplos de tal preocupa o pode se citar os seguintes documentos dos indigitados comit s de monitoramento Comm on the Elimination of Discrimination Against Women Report of the Committee on the Elimination of Discrimination Against Women U N GAOR 59th Sess Supp No 38 118 8 125 U N Doc A 59 38 2004 Comm on the Elimination of Discrimination Against Women Concluding Observations for Guyana amp Bosnia and Herzegovina 88 92 743 U N Doc A 49 38 1994 Comm on the Elimination of Discrimination Against Women Report of the Committee 44 Unidas v m desenvolvendo a es espec ficas no que se refere ao reconhecimento da liga o do direito de acesso energia el trica ao direito humano ao desenvolvim
472. se sinceramente una tal invasi n y si m s acertadamente como evidencia Alvaro d Ors de la marcha paulatina hacia la formaci n de um nuevo Derecho civil que rompiendo con los moldes cl sicos individualistas se eleva resueltamente a la colaboraci n estrecha del hombre y la sociedad BUSTAMANTE Lino Rodriguez Arias La distinci n entre lo publico y lo privado segun la concepcion comunit ria del derecho Madrid Reus 1951 p 10 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 41 Ainda de acordo com o magist rio de Serpa Lopes Essa influ ncia do Direito P blico se traduz pela restri o liberdade que dela decorre Passa se da liberdade ilimitada a uma liberdade menor LOPES Miguel Maria Serpa Curso de direito civil 7 ed rev ampl Rio de Janeiro Freitas Bastos 1989 p 25 Eros Grau destaca que as mudan as na atua o estatal sobre a economia ensejaram altera es especialmente no mbito dos contratos ante a sua ntima rela o com o direito de propriedade A atua o estatal no campo da atividade econ mica em sentido estrito acarretou uma s rie de transforma es no direito Um dos flancos mais atingidos foi justamente o do direito dos contratos Tem se afirmado sistematicamente que os dois valores fundamentais juridicamente protegidos nas economias do tipo capitalista s o simetricamente o da propriedade dos bens de produ o leia se propriedade privada dos bens de produ
473. sentido da liberdade ao mero exerc cio aquisitivo de bens ou menos ainda ao consumo revela um direcionamento funcional como se v se d em termos de amplia o de liberdade s notadamente da liberdade como efetividade ou substancial RUZYK Carlos Eduardo Pianoviski Institutos fundamentais do direito civil e liberdade s repensando a dimens o funcional do contrato da propriedade e da fam lia Rio de Janeiro GZ 2011 p 291 292 4 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Buenos Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 25 27 LOBO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 62 24 1 2 REFORMAS PRIVATIZA O E LIBERALIZA O NA ATIVIDADE ECON MICA A FUGA DO PUBLICO PARA O PRIVADO Na ordem econ mica estabelecida pela constru o do atual modelo constitucional brasileiro condizente com a conforma o de um Estado Social a atua o direta do Estado no dom nio econ mico se d sob duas modalidades principais i desempenho de atividade econ mica em sentido estrito ii presta o de servi os p blicos Tal distin o fundamental sob dois ngulos por um lado determina os limites da atua o privada e da atividade p blica por outro determina que a atua o caracterizadora do servi o p blico se subordine ao mbito do direito p blico por sua vez a atividade econ mica em sentido estrito se enquadra nos limites do direito privado ainda que princ pios gerais de direito
474. ser ordenados a fim de que a vincula o ocorra organizadamente de modo a assegurar a estabilidade persist ncia temporal e equil brio do sistema da rede de contratos Segundo o autor o alcance de tais aspectos deve ocorrer a partir do reconhecimento de deveres laterais de conduta entre os componentes do sistema que surgem n o da manifesta o expressa de vontade dos contratantes mas da realidade objetiva sist mica por eles criada Ressalta que a obriga o jur dica deve ser vista como um processo e que enseja deveres s partes deveres laterais para que seja alcan ado o adimplemento que polariza o v nculo obrigacional Existem assim de acordo com o posicionamento do autor tr s diferentes tipos de deveres necess rios garantia da ordem do sistema O primeiro deles o dever lateral de contribui o para a manuten o do sistema a fim de preservar a estabilidade e persist ncia temporal deste de modo que qualquer viola o ao objetivo comum da opera o econ mica prejudica a todos os seus participantes sendo assim vedada pelo direito De outro lado h o dever de observa o da reciprocidade sistem tica das obriga es estabelecido com o intuito de garantir o equil brio entre as diferentes partes componentes do sistema Por fim situa se o dever de prote o das rela es contratuais internas do sistema que se subdivide em deveres de prote o em sentido estrito deveres de lealdade e deveres de transpar ncia O
475. setor de energia para modelos competitivos a separa o do transporte da energia 259 que se d por meio de redes de transmiss o e distribui o que consistem em monop lios naturais da eletricidade transportada que pode ser comprada e vendida em regime de competi o Os autores indicam quatro poss veis modelos competitivos apresentados em ordem crescente de competi o e decrescentes em rela o atua o direta do Estado monop lios verticalmente integrados competi o por comprador nico competi o no atacado competi o no varejo Ao aplicar tais modelos realidade brasileira verificou se que a estrutura o inicial do setor el trico se deu por meio de monop lios privados regionais em que empresas privadas monopolistas detinham todas as etapas da cadeia produtiva em cidades espec ficas ou regi es Tal modelo come a a apresentar sinais de desgaste e passa a ocorrer no pa s principalmente a partir do C digo de guas e da Constitui o Federal de 1932 um progressivo processo de federaliza o das compet ncias relacionadas atividade de produ o de energia el trica e ao final do Governo Vargas de estatiza o das cadeias produtivas criando se monop lios estatais verticalizados de car ter nacional Esse processo culmina com os grandes projetos de Itaipu e Tucuru bem como com a aquisi o da Light pela Eletrobr s ao final da d cada de 1970 Por sua vez esse modelo centralizado na atividade
476. sh HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 51 68 A atua o regulat ria para a garantia do bom funcionamento neste modelo importante principalmente no que toca garantia do livre acesso s redes de transmiss o ao controle das tarifas da energia fornecida aos consumidores pelas distribuidoras supervis o do mercado atacadista e preven o quanto a atua es anticoncorrenciais em segmentos do mercado principalmente na gera o e distribui o Tendo em vista sua estrutura pulverizada necess rio um agente externo independente das partes atuantes que coordene e garanta a frequ ncia e voltagem do sistema de transmiss o e o coordene o despacho das usinas geradoras Al m disso preciso a exist ncia de um mercado spot que fa a a contabiliza o das opera es de compra e venda realizadas entre os agentes comercializadores definindo a cada hora ou meia hora o pre o spot desse mercado Dentre os problemas e riscos desse modelo de estrutura setorial est o self dealing decorrente da propriedade de distribuidoras e usinas geradoras por um mesmo grupo econ mico Em tais casos as distribuidoras podem preferir comprar energia das suas pr prias geradoras inclusive por pre os acima aos de mercado pois poder repassar o excesso de custo aos consumidores sobre os quais mant m o monop lio mesmo que a tarifa possa estar sujeita a r
477. si o de novas for as sociais Destarte um sujeito nico e universal Apta ao mercado de tal subjetividade se valem os atores alegando que precisariam que o Estado apenas lhes garantisse liberdade contudo somente esta era insuficiente para o fortalecimento do capitalismo O direito comum do Code Napole n era oriundo de formas jur dicas antigas direito de explora o da propriedade rural do s culo XVIII contratos herdados do direito romano e normas comerciais oriundas das ordenan as de Lu s XIV e assim insuficiente Era necess rio que ele gerasse seu pr prio direito de forma a limitar o poder do Estado frente s atividades privadas e a garantir que essas transcorressem com fluidez Foi necess ria a produ o cont nua de regras jur dicas pr prias para garantir o melhor funcionamento da empresa capitalista Pois o direito civil n o conhece a empresa mas s o propriet rio Sendo assim foram criadas diversas normas 12 FACHIN Luiz Edson TEPEDINO Gustavo org Di logos sobre direito civil contempor neo Rio de Janeiro Renovar 2008 v 1 2 13 LORENZETTI Ricardo Luis Fundamentos de direito privado S o Paulo RT 1998 p 83 FACHIN Luiz Edson Teoria cr tica do direito civil S o Paulo Renovar 2000 p 276 Sobre a figura do sujeito codificado da Modernidade e a necessidade de repersonaliza o do Direito Civil CARVALHO Orlando A teoria geral da rela o jur dica seus sentidos e limites
478. sivamente implementado de energia entre agentes compradores distribuidoras consumidores livres e comercializadores e agentes vendedores geradores e comercializadores em rela es contratuais bilaterais desenvolvidas num mercado de atacado formalizado MAE Assim h competi o no atacado no que se refere venda de energia pelos vendedores s distribuidoras e comercializadores e por sua vez competi o no varejo quanto venda de energia diretamente pelos geradores aos consumidores livres A natureza jur dica h brida p blico privada de tais rela es contratuais de comercializa o de energia tamb m resta consolidada nesse per odo medida que progressivamente o Estado deixa espa o no setor para o ingresso de agentes privados O exemplo dos denominados contratos iniciais muito significativo desse processo de mudan a ao estabelecer a liberaliza o progressiva do formato de contrato de suprimento pr prio do modelo anterior Ali s o qual sequer era devidamente formalizado em muitos casos em tal modelo uma vez que se dava entre agentes estatais em sua maioria em estruturas verticalizadas o que levou obrigatoriedade da formaliza o atrav s do art 3 da Lei n 8 631 1993 por decorr ncia do crescente aumento de complexidade das rela es econ micas entre os agentes setoriais agora p blicos e privados Esperava se que com a introdu o da competi o na gera o de energia e com a imposi o de um
479. spec fica de contrato os contratos de comercializa o de energia el trica Esta op o foi tomada por se considerar a comercializa o de energia o elemento central no relacionamento estabelecido entre as partes em um mercado competitivo Uma vez que tal relacionamento precipuamente econ mico comercial e no qual a competi o dar se justamente entre quem vende mais ou menos energia el trica a um pre o mais alto ou mais baixo Na hip tese de trabalho apresentada os contratos de comercializa o de energia ainda que sejam celebrados entre agentes privados segundo as normas de direito civil e setoriais s o formas de atua o e interven o estatal no mbito da atividade econ mica do setor el trico pr prias do direito econ mico Tais E tradu o livre HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 p 91 Together these contracts make up the matrix which ties together a dis aggregated industry Tais autores ressaltam que al m da finalidade de promo o de trocas comerciais os contratos tamb m t m por fito gerenciar o risco em um sistema descentralizado e promover os incentivos para o comportamento eficiente do mercado However the purpose of contracts is not only to allow separate companies to deal with one another Contracts can also be used to solve particular problems such as how to manage risk in a decentralised system and how
480. ss 2010 p 150 169 MCMULLAN J T MORGAN R MURRAY R B Energy resources London Edward Arnold 1977 MILAR dis Direito do Ambiente doutrina pr tica jurisprud ncia gloss rio 6 ed S o Paulo RT 2009 MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 MELLO Celso Ant nio Curso de direito administrativo 26 ed rev atual S o Paulo Malheiros 2009 MENCK Jos Theodoro Mascarenhas org C digo Civil brasileiro no debate parlamentar elementos hist ricos da elabora o da Lei no 10 406 de 2002 Bras lia Centro de Documenta o e Informa o da C mara 2012 MIRABETE Julio Fabrini C digo Penal interpretado 5 ed atual S o Paulo Atlas 2005 MME Modelo Institucional do Setor El trico Dispon vel em lt www mme gov br gt Acesso em 02 01 2011 MONTEIRO Washington de Barros Curso de direito civil parte geral 11 ed rev e aum S o Paulo Saraiva 1972 276 MORAES Maria Celina Bodin de Pref cio In KONDER Carlos Nelson Contratos conexos Rio de Janeiro Renovar 2006 10 p A causa dos contratos Revista Trimestral de Direito Civil Rio de Janeiro v 21 v 21 p 95 119 jan mar 2005 MOREIRA Egon Bockmann Direito das con
481. ssalta que a constitucionaliza o do Direito Privado n o implica na transforma o da Constitui o em nova codifica o ou na transfer ncia das normas infraconstitucionais para o seu texto mas na reinterpreta o dessas normas luz dos valores nela consagrados Nesse ambiente a Constitui o passa a ser n o apenas um sistema em si com a sua ordem unidade e harmonia mas tamb m um modo de olhar e interpretar todos os demais ramos do Direito Este fen meno identificado por alguns autores como filtragem constitucional consiste em que toda a ordem jur dica deve ser lida e apreendida sob a lente da Constitui o de modo a realizar os valores nela consagrados Como antes j assinalado a constitucionaliza o do direito infraconstitucional n o tem como sua principal marca a inclus o na Lei Maior de normas pr prias de outros dom nios mas sobretudo a reinterpreta o de seus realizar os valores nela consagrados Como antes j assinalado a constitucionaliza o do direito infraconstitucional n o tem 21 interpenetra o das esferas do p blico e do privado superando se em boa medida a perspectiva dicot mica da Modernidade que considerava verdadeira invas o tal fen meno A rigor poss vel constatar a artificialidade na separa o dicot mica entre as esferas p blica e privada servindo t o somente para justificar a limita o da atividade do Estado a fim de garantir o estabelecimento de um c rculo de
482. ssem a tecnologia e o capital necess rios para implanta o do parque energ tico brasileiro em n vel local ou regional Tendo em vista a pulveriza o de tal estrutura regulat ria em diversos tipos de interesses locais prevalecia um modelo descentralizado com baixa interven o estatal O vulto dos investimentos permitiu que os contratos de concess o ou permiss o fossem de longo prazo de 80 a 90 anos com garantia de rentabilidade m nima do capital investido em torno de 5 a 6 pelo Poder P blico e ado o de Cl usula Ouro como base para corre o monet ria das tarifas estas poderiam ser assim reajustadas conforme as varia es cambiais Desta feita companhias estrangeiras de energia operavam em regime de concess es ou permiss es outorgadas principalmente pelos Estados e munic pios Tais empresas detinham monop lios regionais e verticalizados das 169 SANCHES Luiz Antonio Ugeda Curso de direito da energia da hist ria S o Paulo Instituto Geodireito 2011 t 1 p 73 74 Segundo o autor o monop lio de rea pode ser considerado um antecedente hist rico do monop lio natural que ser explicitado adiante 17 CENTRO DE MEM RIA DA ELETRICIDADE Concess es de Energia El trica no Brasil Dispon vel em lt http Awww memoria eletrobras com serv dnae2 asp gt Acesso em 7 1 2011 Quest o importante em tais contratos dizia respeito necessidade de prever a atualiza o tarif ria em face
483. star agravada com os encargos da mora Estes motivos todos fazem com que as pessoas em regra se desempenhem espontaneamente das obriga es que assumiram Portanto a fim de que os objetivos j referidos sejam alcan ados o sistema estabelece uma s rie de repercuss es jur dicas ao devedor quando este deixa de cumprir com as obriga es por ele assumidas Caso isso n o ocorra n o poss vel o funcionamento do modelo competitivo apresentado anteriormente estruturado sobre rela es contratuais entre os diversos agentes do setor de energia As consequ ncias do descumprimento est o positivadas nos artigos 389 e seguintes do C digo Civil sendo comumente definidas a partir a concep o legal de mora como o n o cumprimento da obriga o nos devido tempo lugar e forma que se d por ato ou omiss o imput vel ao devedor dependente da esp cie de obriga o Nestes termos as consequ ncias do inadimplemento s o classicamente distinguidas quanto sua causa e quanto aos seus efeitos Em rela o primeira modalidade Judith Martins Costa indica que a summa divisio na quest o do inadimplemento refere se sua causa qual seja se este se realizou por fato imput vel ou n o imput vel ao devedor Na hip tese do incumprimento ser imput vel ao devedor haver o efetivo n o cumprimento da obriga o Por outro lado se este n o for imput vel haver a hip tese de 397 ALVIM Agostinho Da inexecu
484. star o expostas ao risco de inadimpl ncia das distribuidoras uma vez que v rias empresas est o em situa o financeira delicada destacando se as empresas federalizadas e as garantias oferecidas podem n o ser suficientes Com a perspectiva de aumento do risco de cr dito os bancos tender o a elevar os custos de financiamento o que poder inviabilizar a constru o de novas usinas As distribuidoras tamb m estar o sujeitas a riscos no Novo Modelo pois dever o prever seus mercados com 5 anos de anteced ncia e contratar toda energia necess ria em leil es p blicos Assim para minimizar o risco de penaliza o por erros de pre vis o as distribuidoras tender o a celebrar contratos de curta dura o e por isso as geradoras j existentes estar o expostas s varia es no mercado cativo das 201 Financeiro Caso a situa o de inadimplemento perante o mercado permane a mesmo ap s a aplica o desses mecanismos restar o gerador exposto ao mercado de curto prazo e subsequente aplica o de penalidades pela CCEE Nesse ponto necess ria a discuss o a respeito da imputabilidade ao vendedor de acontecimentos de caso fortuito ou for a maior que o impedem de assegurar o cumprimento da obriga o contratual A literatura jur dica brasileira sem embargo do reconhecimento da exist ncia do debate doutrin rio aponta que a diferencia o entre ambas as categorias est ril uma vez que estas n o apresenta
485. stent veis de gera o de eletricidade ver MCMULLAN J T MORGAN R MURRAY R B Energy resources London Edward Arnold 1977 p 66 98 132 WWF Agenda El trica Sustent vel 2020 Bras lia WWF Brasil 2006 p 29 David 133 Como ferramentas de planejamento e controle pelo Estado da demanda e suprimento de energia destacam se a controles f sicos como por exemplo cortes de energia racionamentos dentre outros b tecnol gicos por exemplo a realiza o de pesquisas sobre meios mais eficientes de produ o de energia c investimentos diretos ou incentivos para a amplia o da produ o ou de efici ncia energ tica d propaganda e conscientiza o a fim de estimular o consumo consciente e pol ticas tarif rias MUNASINGHE Mohan SCHRAMM Gunter Energy economics demand management and conservation policy New York Van Nostrand Reinhold 1983 p 87 O controle do consume embora dif cil em fun o dos n veis de inflexibilidade da sociedade industrial contempor nea uma meta poss vel de ser atendida mas demanda uma mudan a social conforme verificado na pesquisa realizada por David Goldblatt GOLDBLATT David L Sustainable energy consumption and society Dordrecht Springer 2005 p 1 24 No mesmo sentido advogando por uma revolu o energ tica o posicionamento de Howard Geller que destaca os seguintes tipos de pol ticas para superar as barreiras para uma maior efici ncia energ tica e uso de en
486. stitui o e finalmente a san o de contratos e reajuste das tarifas a t tulo prec rio O fim do Estado Novo e advento do governo do Presidente Eurico Gaspar Rr LEITE Ant nio Dias A energia do Brasil 2 ed rev ampl Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 77 218 Ibidem p 77 78 219 Ibidem p 78 91 Dutra em 1946 marcaram o aumento de intensidade do processo de federaliza o do setor e o in cio da estatiza o de sua cadeia produtiva A Constitui o da Rep blica de 1946 repete as Constitui es anteriores no que toca concess o de uso de potenciais energ ticos hidr ulicos aprofunda a federaliza o setorial ao afirmar em seu art 5 inciso XV al nea a compet ncia da Uni o para legislar sobre energia el trica Esse processo intensificado com a inaugura o de empresas p blicas para atuar no setor marcado principalmente pela cria o da primeira estatal federal do setor atrav s do Decreto lei n 8 031 1945 a Companhia Hidro El trica do S o Francisco CHESF em 1945 para a constru o da Usina de Paulo Afonso e prefer ncia de todo o potencial hidrel trico do Rio S o Francisco Decreto n 19 706 1945 com investimento p blico em gera o e transmiss o para o abastecimento de estados da Regi o Nordeste Esta vem acompanhada de outras iniciativas em mbito estadual com diferentes modelos de financiamento exempli gratia cria o da CEEE pelo governo do Rio Grande do Sul em 1943
487. stitui a base da modicidade tarif ria no Nov ssimo Modelo por promover a contrata o eficiente de energia pelos agentes distribuidores que repassam seus ganhos com a redu o do seu custo aos seus consumidores cativos de menor porte Na defini o de tal modelo s o tr s as caracter sticas que buscam gerar efici ncia Primeiramente a aquisi o de energia destinada ao mercado cativo se d apenas por interm dio de leil es reversos sob a modalidade de menor tarifa Ainda as empresas distribuidoras formam um pool a fim de obterem economia de escala na contrata o de energia de novos empreendimentos repartirem riscos e condi es contratuais bem como tornarem equ nimes as tarifas de suprimento Por fim ocorre de maneira separada mediante licita o a contrata o de energia de novos empreendimentos de gera o leil es de energia nova mais cara pois atende a expans o da demanda atrav s de empreendimentos ainda n o amortizados e dos empreendimentos existentes leil es de energia velha baseada em capacidade de gera o j instalada e depreciada portanto mais barata Cabe contudo apontar a exist ncia de cr ticas na doutrina quanto excessiva inger ncia estatal que ocorre nos leil es de energia realizados no ACR gerando distor es principalmente no que tange forma o de pre os de reserva excessivamente baixos pre o considerado m nimo definido pelo MME
488. sto implica o estabelecimento de mecanismos diretos ou indiretos de pre os administrados e o controle da entrada de novos agentes no setor a fim de permitir o aproveitamento dos ganhos de efici ncia presumivelmente associados explora o da atividade por apenas uma nica unidade econ mica Nesses casos extremos n o se pode falar em concorr ncia muito embora existam casos intermedi rios onde ela se mostra vi vel e deve ser estimulada pelos reguladores NUSDEO F bio Curso de economia S o Paulo RT 1997 p 274 275 73 ante a possibilidade de perda de grandes clientes e bons clientes ao mercado atacadista de energia Isso considerado um avan o em rela o ao modelo de competi o no atacado porque o monop lio das distribuidoras sobre os consumidores cativos em tal estrutura n o incentiva que estas adquiram energia a custo baixo ou repassem ganhos de efici ncia No mesmo sentido ao tornar vis vel o valor de disponibilidade de energia no sistema permite que os grandes consumidores tenham maior flexibilidade para responder ao pre o em tempo real alterando seus padr es de consumo para enfrentar aumentos repentinos de pre o fora da curva hist rica do mercado De forma geral ao passo em que h por um lado teoricamente o aumento m ximo da competi o entre os agentes de mercado por outro restam reduzidos os mecanismos de interven o estatal no setor el trico Sob o ponto de vista da gera o com a menor
489. stria de base no pa s intensiva no consumo de energia por meio de mecanismos de interven o no dom nio econ mico sendo merecedora de nota a cria o da Companhia Sider rgica Nacional e da Companhia Vale do Rio Doce em 1941 e 1942 respectivamente o que aumentou as necessidades energ ticas do pa s e refor ou a percep o de que a energia el trica era necess ria ao crescimento nacional Os investimentos no setor entretanto deterioraram se durante a Segunda Guerra Mundial Antonio Dias Leite destaca os seguintes motivos para tal processo de deteriora o em primeiro lugar por decorr ncia das mudan as na institucionalidade setorial decorrente do C digo de guas e das Constitui es de 1934 e 1937 Ademais a dificuldade de importa es devido s restri es internacionais por conta da Guerra e a fraqueza do parque industrial nacional para o suprimento de equipamentos e material necess rios para a manuten o e expans o dos servi os finalmente o problema cr nico da infla o que no per odo da guerra resultou em aumento de pre os da ordem de 100 8 Dentre as respostas dadas para o problema entre 1940 1943 destaca se a j mencionada autoriza o para novos investimentos mesmo sem readequa o dos contratos a mudan a na Constitui o de 1937 por meio da Lei constitucional n 6 1942 que consentiu a utiliza o dos aproveitamentos hidrel tricos por estrangeiros que j fizessem uso destes na data daquela con
490. t o tendo em vista a complexidade inerente opera o econ mica de base e as repercuss es sociais do bem transacionado que demandam regula o espec fica Tais caracter sticas e particularidades propiciam que tais contratos assumam em termos gerais a forma especial de compra e venda sobre documentos conforme se exp e na sequ ncia Francisco Casconi 31 C mara de Direito Privado julg em 18 06 2013 DJ 19 06 2018 170 3 2 APROXIMA O DA COMERCIALIZA O DE ENERGIA EL TRICA COMO MODALIDADE DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA SOBRE DOCUMENTOS Com base no exposto nos t picos anteriores constata se que ao tornar perfeita a compra e venda com a presen a de todos os referidos elementos coisa pre o e consenso nascem do contrato obriga es rec procas a todos os contratantes Nesse sentido importante salientar novamente que em termos cl ssicos a compra e venda gera no direito brasileiro apenas efeitos obrigacionais e n o reais Ao comprador surge a obriga o de pagar o pre o no tempo e lugar estipulados e de receber a coisa Em contrapartida quanto ao vendedor surge a obriga o de entregar a coisa de modo a transferir ao comprador sua posse e propriedade com as qualidades e quantidades acordadas pelas partes Desse modo o adimplemento da obriga o principal do vendedor se dar com a efetiva transmiss o do dom nio ou da propriedade que ocorre com a tradi o no caso de bens m veis Conforme ressalt
491. t http jus com br revista texto 7547 gt Acesso em 21 out 2012 BERCOVICCI Gilberto A regula o dos potenciais de energia hidr ulica e o seu aproveitamento timo Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 9 n 35 p 31 48 abr jun 2009 p 32 BERTIOL La rcio F Itaipu modelo avan ado de coopera o internacional na bacia do Prata 2 ed S o Paulo FGV 2008 BICALHO Ronaldo Goulart PINTO J NIOR Helder Queiroz Flexibilidade institucional e transforma es estruturais o caso do setor el trico Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 10 n 1 2004 p 5 BITENCOURT Cezar Roberto Tratado de direito penal 8 ed rev e ampl S o Paulo Saraiva 2012 v 3 BOBBIO Norberto Estado governo e sociedade para uma teoria geral da pol tica 4 ed Trad de Marco Aur lio Nogueira Rio de Janeiro Paz e Terra 2001 BOEIRA Rog rio Londero O Desafio da Integra o Sul Americana com enfoque Energia Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 12 n 2 p 1 19 2 Sem 2006 BRADBROOK Adrian J GARDAM Judith Gail Placing Access to Energy Services within a Human Rights Framework Human Rights Quarterly Baltimore The Johns Hopkins University Press v 28 n 2 p 389 415 maio 2006 BRANCO Catullo Energia el trica e capital estrangeiro no Brasil S o Paulo Alfa Omega 1975 BRASIL MDS O perfil da extrema pobreza no Brasil com base nos dados prelimina
492. t www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Infomercado n 72 ago 2013 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 10 08 2018 Regras de Comercializa o Balan o Energ tico ver 2013 1 0 S o Paulo 2013 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Regras de Comercializa o Medi o Cont bil ver 2013 1 0 S o Paulo 2018 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 270 Regras de Comercializa o Medi o F sica ver 2013 1 0 S o Paulo 20183 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Regras de Comercializa o Penalidades de Energia ver 2013 1 0 S o Paulo CCEE 2013 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 Regras de Comercializa o Votos e Contribui o Associativa ver 2013 1 0 S o Paulo CCEE 2013 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2018 Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 CDDPH Comiss o especial Atingidos por Barragens Bras lia CDDPH 2006 CENTRO DE MEM RIA DA ELETRICIDADE Concess es de Energia El trica no Brasil Dispon vel em lt http www memoria eletrobras com serv dnae2 asp gt Acesso em 7 1 2011 COASE Ronald O problema do custo social Dispon vel em lt www pucrs br gt Acesso em 20 02 2018 COHEN Claude
493. ta forma restam tamb m alterados os diferentes perfis de contratos de acordo com o modelo industrial adotado que por sua vez varia de acordo com o contexto hist rico econ mico e pol tico do pa s conforme exposto na Primeira Parte 38 ROPPO Enzo O contrato Coimbra Almedina 2009 p 7 10 309 Ibidem p 11 310 Ibidem p 24 139 deste estudo Nos mercados monopol sticos a formaliza o dos relacionamentos econ micos se d por meio de instrumentos menos complexos e com menor grau de especificidade Em verdade a efetiva comercializa o de energia el trica se dar praticamente apenas entre monopolista e consumidor final mediante contratos de suprimento com condi es pr estipuladas pelo legislador ou pelo distribuidor de energia Nos mercados com mais intensidade de competi o por envolverem diferentes atores com distintas fun es e n veis de relacionamentos diversos os contratos com maior ou menor grau de interven o do Poder P blico tornam se importante mecanismo de agrega o das atividades setoriais Assim a jun o entre as diferentes esp cies contratuais aplic veis com os mecanismos de regula o o que formar a rede sobre a qual se estrutura o setor Sintetizando com outras palavras em conjunto esses contratos formam a matriz que une uma ind stria desagregada O presente trabalho se debru a sobre um aspecto espec fico de tal matriz ou melhor sobre uma modalidade e
494. tado por um terceiro agente Em segundo lugar h a pluralidade estrutural na qual a rela o jur dica contratual necessita de tr s ou mais partes n o sendo poss vel funcionar sem alguma destas Na referida modalidade as partes assumem posi es jur dicas distintas com diferentes a es n o havendo uma fun o comum exemplo desta modalidade a rela o entre credor devedor e terceiro benefici rio poss vel afirmar portanto a pluralidade funcional em que tamb m necess ria a presen a de tr s ou mais 374 Cabe indicar ainda a figura dos contratos plurilaterais que s o aqueles em que entram mais de duas partes resultando todas obrigadas N o se confundem com aqueles em que h simplesmente pluralidade de pessoas j que para n s parte do neg cio jur dico tem sentido direcional v n 85 supra v A pluralidade de partes como centros aut nomos ocorre nos casos como na constitui o de uma sociedade em que v rios contratantes emitem suas vontades cada uma representando seus pr prios interesses O contrato plurilateral produz efeitos que se podem diversificar em rela o a cada parte podendo ser gratuito para uma oneroso para outra etc PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 10 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 1997 v 3 p 39 35 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 213 215
495. tas TRF 1 R Ap RN 2008 34 00 007128 0 DF Quinta Turma Rel Des Fed Souza Prudente DJF1 18 04 2012 P g 20 236 individual dos contratantes Aos vendedores caber a decis o de ofertar sua energia naquele leil o ou n o e qual o valor m nimo que aceitariam vender sua energia Aos distribuidores a decis o se dar quando apresentarem suas declara es de necessidades de energia el trica ao MME anteriormente ao leil o Sequer a defini o sobre a realiza o do leil o cabe aos agentes de distribui o sendo esta atribui o do Estado A possibilidade de interven o dos referidos agentes no conte do dos contratos a serem firmados est limitada s audi ncias p blicas que devem anteceder a realiza o dos leil es De igual forma os prazos contratuais ser o definidos pelo agente estatal que os definir de acordo com os crit rios legais acima indicados O maior grau de atua o do Estado justificado sob tr s prismas a necessidade de se estimular a amplia o do parque gerador a redu o de custos da energia e a respectiva modicidade tarif ria aos consumidores cativos e a garantia da seguran a energ tica destes ltimos Apresentados os referidos caracteres gerais dos CCEARs ainda necess rio indicar a subdivis o destes em duas modalidades espec ficas disciplinadas pelo art 28 do Decreto 5 163 2004 os contratos tanto por quantidade e quanto por disponibilidade de energia As diferen as entre t
496. tas de Itaipu Binacional cotas de Angra 1 e 2 contratos do Programa de Incentivo as Fontes Alternativas de Energia El trica PROINFA cota de garantias f sicas das usinas hidrel tricas que tiveram sua concess o de uso prorrogadas pela Lei n 12 783 2013 Contratos de Leil o de Ajuste dentre outros As referidas formas de aquisi o de energia por parte das distribuidoras ser o analisadas nos t picos seguintes Optou se por dar maior nfase aos CCEAR por estes constitu rem os mecanismos de contrata o por excel ncia do ACR Quanto s demais modalidades de aquisi o de energia ser o apenas introduzidos os seus caracteres gerais a fim de n o ampliar desmesuradamente o escopo deste estudo Realizadas tais considera es preliminares passa se a apresentar na sequ ncia os CCEAR e posteriormente os demais contratos 7 1 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE AMBIENTE REGULADO CCEAR De acordo com o exposto nos t picos anteriores verificou se que estruturado um novo regime de contrata o de energia na reforma entabulada pela Lei n 10 848 2004 fez se necess ria a cria o de um novo instrumento jur dico destinado a formalizar tal opera o econ mica os Contratos de Comercializa o de 458 Art 2 da Lei n 10 848 2004 230 Ambiente Regulado CCEAR Nesses contratos a liberdade negocial tanto de agentes compradores quanto de agentes vendedores reduzida com pouca margem de abertura estipula o d
497. te possuir como limites a quantidade eletricidade e o prazo final do contrato original Em rela o ao pre o da energia cedida conforme ocorre com as demais modalidades contratuais do ACL este ser formado a partir da livre negocia o entre cedente e cession rio n o estando vinculado ao contrato original Ainda deve ser observado que conforme determina o par grafo nico do artigo 25 da Lei n 12 783 2013 a cess o de energia em quest o n o alterar os direitos e obriga es entre compradores e vendedores no neg cio origin rio Logo trata se de neg cio jur dico aut nomo com efic cia condicionada pelo neg cio de origem No plano do direito obrigacional a cess o constitui hip tese de transmiss o de obriga o disciplinada no C digo Civil de 2012 pelos seus artigos 286 a 298 Na transmiss o de obriga es ocorre uma altera o em um dos polos da rela o jur dica sejam eles ativos ou passivos Na hip tese de altera o do polo ativo ocorre denominada cess o de cr dito e por sua vez a altera o no polo passivo recebe a nomenclatura de assun o de d vida No caso de transfer ncias de posi es tanto ativas quanto passivas se d a cess o de contrato ou cess o de posi o contratual As duas primeiras hip teses de transmiss o de obriga o encontram se expressamente previstas na codifica o civil enquanto a terceira embora seja admitida em fun o complexidade do tr fego jur dico na 2
498. tendam s condi es previstas nos arts 15 e 16 da Lei n 9 074 de 7 de julho de 1995 com a reda o dada por esta Lei 344 Embora consistam em contratos de gera o distribu da os contratos de micro e minigera o de energia n o constituem contratos de compra e venda mas sim contratos de permuta de energia entre o gerador e a distribuidora nos termos da Resolu o ANEEL n 482 2012 5 Os recentes contratos de comercializa o varejista implementados por meio da Resolu o ANEEL n 570 2013 apesar da nomenclatura n o consistem em contratos de compra e venda de energia Tais contratos nos termos do par grafo 1 do art 1 da mencionada resolu o caracterizam se pela representa o por agentes da CCEE habilitados de entidades a quem facultado n o aderir C mara de Comercializa o de Energia El trica CCEE Assim s o em verdade contratos de representa o na forma do art 115 e seguintes do C digo Civil com enfoque espec fico na comercializa o de eletricidade Ressalte se que mesmo antes da entrada em vigor da Resolu o ANEEL n 570 2013 j era poss vel a representa o no mbito da CCEE e a referida resolu o veio apenas a regulamentar a mat ria A possibilidade de representa o visa facilitar a atua o de agentes compradores e vendedores de menor porte que possuem registro facultativo na CCEE reduzindo a estes os custos para ingresso no mercado de comercializa o d
499. teressados a ser promovida por este ltimo Tal 502 Mauro Moura Severino e outros prop em uma classifica o de gera o distribu da mais ampla que tal crit rio Gera o Distribu da GD a denomina o gen rica de um tipo de gera o de energia el trica que se diferencia da realizada pela gera o centralizada por ocorrer em locais em que n o seria instalada uma usina geradora convencional contribuindo para aumentar a distribui o geogr fica da gera o de energia el trica em determinada regi o Considerando se a defini o anterior prop e se o seguinte detalhamento explicativo para um caso particular de GD Uma fonte de energia el trica considerada caso particular de GD quando ela a est conectada diretamente a rede de distribui o b est conectada do lado de um consumidor conectado a algum ponto do sistema el trico c supre cargas el tricas de uma instala o eletricamente isolada d est conectada diretamente a rede de transmiss o desde que neste caso ela n o possa ser considerada caso pertencente gera o centralizada SEVERINO Mauro Moura CAMARGO lvan Marques de Toledo OLIVEIRA Marco Aur lio Gon alves de Oliveira Gera o distribu da discuss o conceitual e nova defini o Revista Brasileira de Energia S o Paulo v 14 n 1 p 66 2009 WA gera o distribu da implica na descentraliza o da atividade de gera o de eletricidade em unidades menores pulverizadas ao lo
500. terior de menor interven o estatal O crash de 1929 gerou impactos na economia mundial tornando 175 NUNES Ant nio Jos Avel s Op cit p 176 No mesmo sentido Eros Grau A virada do s culo assiste ao decl nio do capitalismo concorrencial liberal Economia de guerra e o evento da revolu o bolchevista desferem lhe golpes mortais Sombrio o futuro do capitalismo impunha se a sua renova o para qu chamado a atuar o Estado A m o invis vel de Smith substitu da pela m o vis vel do Estado O Estado assume a responsabilidade pela condu o do processo econ mico e com isso os planos econ mico e pol tico se correlacionam ainda que jamais tenham se dissociado O conhecimento a respeito dos mecanismos econ micos ademais permitiu que da economia pol tica caminh ssemos para a pol tica econ mica GRAU Eros O direito posto e o direito pressuposto 6 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2005 p 25 26 3 Eros Grau aponta a incorpora o da ordem econ mica e social nas constitui es brasileiras a partir da Constitui o de curta dura o de 1934 Entre n s a refer ncia a uma ordem econ mica e social nas Constitui es de 1934 at a de 1967 com a Emenda n 1 de 1969 salvo a de 1937 que apenas menciona a ordem econ mica e a duas ordens uma econ mica outra social na Constitui o de 1988 reflete de modo bastante n tido a afeta o ideol gica da express o
501. tical decorre dos monop lios privados verticalmente integrados cuja nota diferenciadora o fato da cadeia produtiva ser de propriedade de agentes privados Em tais casos faz se necess ria uma forte atua o regulat ria estatal de modo a corrigir as inefici ncias do mercado a fim de proteger o consumidor do poder 147 Ibidem loc cit 148 PIRES Jos Claudio Linhares PICCININI Maur cio Serr o Mecanismos de regula o tarif ria do setor el trico a experi ncia internacional e o caso brasileiro Rio de Janeiro BNDES 1998 p 9 Calha tamb m mencionar que A tarifa o pelo custo do servi o tamb m conhecida como regula o da taxa interna de retorno o regime tradicionalmente utilizado para a regula o tarif ria dos setores de monop lio natural Atrav s desse crit rio os pre os devem remunerar os custos totais e conter uma margem que proporcione uma taxa interna de retorno atrativa ao investidor Ibidem p 10 65 de mercado do agente monopolista O modelo baseado em monop lios verticalizados foi prevalente por quase um s culo por diversas raz es Dentre elas merece relevo a possibilidade de viabiliza o de sistemas de transmiss o e distribui o de larga escala e a implanta o de usinas de gera o de elevado porte em raz o da economia de escala necess ria para implement las Todavia foi superada a vis o de que seria imposs vel ou indesej vel a competi o no setor el trico sendo poss
502. tir da d cada de 1990 objetivaram a inser o da competi o na cadeia produtiva de eletricidade a partir de rela es de troca entre agentes p blicos e privados A reestrutura o setorial se deu por meio de duas grandes reformas A primeira denominada Reestrutura o do Setor El trico Brasileiro RE SEB ou Novo Modelo do Setor El trico institu da principalmente pelas Leis n 9 074 1995 9 427 1996 e 9 648 1998 construiu um modelo h brido de competi o no atacado e no varejo em um regime de livre contrata o de energia No entanto devido crise energ tica de 2001 o setor foi novamente reestruturado por meio das Leis n 10 847 2004 e 10 848 2004 Esta segunda reforma comumente apresentada como Nov ssimo Modelo do Setor El trico teve por objetivo a constru o de um modelo competitivo de comprador nico e de varejo com maior interven o estatal nas rela es contratuais firmadas pelos agentes A nota caracterizadora de ambas as reformas decorre do fato que as opera es econ micas de base passam a se dar mediante rela es contratuais entabuladas pelos diversos agentes da cadeia produtiva No entanto a disciplina cl ssica contratual assentada nos princ pios liberais do contrato autonomia da vontade for a obrigat ria e relatividade dos efeitos do contrato mostra se insuficiente para dar conta da disciplina de tais rela es Para tanto necess rio analisar o fen meno sob uma perspectiva cons
503. tiscons rcio passivo necess rio entre as distribuidoras participantes do leil o caso haja posterior necessidade de discuss o do valor da energia PROCESSUAL CIVIL CONTRATO DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA NO AMBIENTE REGULADO CCEAR PRE O ALTERA O EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELETRICA SIGNATARIAS LITISCONSORCIO PASSIVO NECESS RIO AUS NCIA DE CITA O NULIDADE Versando a controv rsia em torno da altera o do valor do pre o pactuado em contratos de comercializa o de energia no ambiente regulado Ccears firmados com empresas distribuidoras de energia el trica sob o fundamento de desequil brio econ mico financeiro como no caso imp e se a cita o dessas empresas na condi o de litisconsortes passivas necess rias sob pena de nulidade do feito nos termos do art 47 e respectivo par grafo nico do CPC A atua o da ag ncia nacional de energia el trica ANEEL e da c mara de comercializa o de energia el trica Ccee no caso diz respeito autoriza o para celebra o de tais contratos e fiscaliza o do seu efetivo cumprimento cabendo s empresas concession rias suportar o nus por eventual altera o do pre o inicialmente estabelecido II Processo anulado a partir da cita o inicial com determina o de retorno dos autos ao ju zo de origem para cita o das litisconsortes passivas necess rias Ill Prejudicialidade da remessa oficial do agravo retido e das apela es interpos
504. titucionalizada de contrato informada pelos microssistemas formados pela estrutura regulat ria de modo a conjugar os interesses imediatos dos contratantes com os interesses mediatos da sociedade tendo em vista a essencialidade e o custo social da energia el trica Desta forma o trabalho dividido em duas partes Na primeira apresenta se o quadro normativo que ampara as rela es contratuais em quest o Para tanto s o inicialmente analisadas as rela es entre as din micas de atua o do Estado na economia e as respectivas transforma es na contratualidade Em seguida s o apresentadas problematiza es referentes ao bem energia el trica principalmente no que toca sua essencialidade e seu custo social Na sequ ncia feita a exposi o dos diferentes modelos competitivos do setor el trico e as diferentes fases pelas quais passou a conforma o do setor no Brasil at a atual estrutura regulat ria Finalmente s o introduzidos os agentes da cadeia produtiva de energia A segunda se centra nos contratos de comercializa o em si Desta feita inicia se apresentando algumas problematiza es referentes aplica o da teoria contratual a opera o econ mica de comercializa o de energia el trica no Sistema Interligado Nacional Posteriormente verifica se a possibilidade de aplica o da estrutura t pica do contrato de compra e venda a tal opera o econ mica E ent o exposto como ao plano bilateral da comerci
505. tituto Geodireito 2010 t 1 p 181 Gilberto Bercovicci aponta que a concess o para explora o dos aproveitamentos hidr ulicos uma concess o de uso n o uma concess o de direito real de uso Para maiores detalhes sobre concess o de uso e natureza jur dica dos potenciais hidr ulicos ver BERCOVICCI Gilberto A regula o dos potenciais de energia hidr ulica e o seu aproveitamento timo Revista de Direito P blico da Economia Belo Horizonte ano 9 n 35 p 31 48 abr jun 2009 p 32 92 CHERP em 1955 que constitu ram os primeiros passos para a estatiza o setorial apoiados no conhecimento t cnico e corpo de engenheiros das empresas estrangeiras que aqui atuavam Ainda ocorre a regulamenta o dos servi os de eletricidade atrav s do Decreto n 41 019 1957 publicado com o fito de completar as lacunas do C digo de guas atualizando suas disposi es e conceitos para adapt lo ao novo contexto do setor Tal instrumento contribuiu para a consolida o das reformas realizadas anteriormente e estabiliza o da regulamenta o setorial No entanto o pa s ainda enfrentava crise de suprimento de energia el trica com apag es e racionamentos constantes A precariedade do fornecimento era t o comum que havia um grande n mero de autogera o em grupos diesel el tricos instalados pelos pr prios consumidores no in cio da d cada de 1950 exempli gratia hot is cinemas casas de espet culo et
506. tiva e com direitos positivos como o ensino fundamental os servi os de pronto socorro as campanhas de vacina o p blica etc Subjetivamente em seu status positivus libertatis m nimo por tocar parcialmente a quem esteja abaixo da linha de pobreza O m nimo existencial direito de dupla face a aparece com o direito subjetivo e tamb m como norma objetiva b compreende os direitos fundamentais origin rios direitos da liberdade e os direitos fundamentais sociais todos em sua express o essencial m nima e irredut vel c do ponto dc vista da efetividade apresenta a duplicidade do status negativus e do status positivus libertatis TORRES Ricardo LOBO O direito ao m nimo existencial Rio de Janeiro Renovar 2009 p 35 36 o m nimo existencial na qualidade de direito subjetivo opon vel administra o gerando para esta a obriga o de entregar a presta o de servi o p blico independentemente do pagamento de qualquer tributo ou contrapresta o financeira haja ou n o lei ou regulamento TORRES Ricardo LOBO O m nimo existencial e os direitos fundamentais Revista de Direito Administrativo Rio de Janeiro p 46 jul set 1989 42 al m de suas necessidades essenciais para estabelecer um crit rio de classifica o De acordo com a proposta da autora ao utilizar a destina o existencial contraposta destina o meramente patrimonial resta elevada a pessoa concretamente considerada como pont
507. tivo verifica se a cria o de um modelo h brido de competi o no atacado e no varejo em que os relacionamentos entre os diversos agentes de mercado se d sobretudo por meio de contratos de comercializa o de energia De igual forma reduz se a atua o direta do Estado e aumenta o grau de interven o normativa nas rela es contratuais de comercializa o de energia No entanto a crise energ tica de 2001 demonstra a insufici ncia desse marco regulat rio e enseja a realiza o de nova reforma setorial em 2004 com a Lei n 10 848 2004 e Decreto n 5 163 2004 Como principais medidas no mbito da comercializa o de energia decorrente de tal reforma indica se a proibi o da autocontrata o de energia s empresas distribuidoras e mais importante a cria o de dois ambientes de comercializa o distintos para a negocia o de energia o Ambiente de Contrata o Regulada ACR e o Ambiente de Contrata o Livre ACL No ACR a competi o se d por meio de um modelo de comprador nico em que as empresas distribuidoras adquirir o de forma conjunta toda a energia ofertada por meio de leil es No ACL podem participar os comercializadores de energia consumidores livres e especiais mantendo se o regime de livre contrata o anterior O n cleo central da mudan a do modelo setorial anterior para essa estrutura de mercado que passa a ser de competi o por comprador nico e por varejo se d fundamentalmente na
508. to apenas a sua apropria o e o seu tr nsito jur dico A fim de problematizar os aspectos transindividuais da energia el trica no mbito das rela es contratuais o presente estudo pretende tratar ainda que brevemente de duas dessas dimens es da energia el trica a sua essencialidade e o seu custo social de produ o Dois alertas contudo fazem se necess rios Primeiramente deve se ressaltar que n o se olvida de outras esferas de semelhante relev ncia coletiva da energia como por exemplo seguran a nacional ou desenvolvimento tecnol gico Entende se todavia que as duas esferas indicadas ou seja essencialidade e custo social de produ o s o relevantes e abrangem temas comuns s demais Ainda tratar de todas as mencionadas esferas teria por consequ ncia ampliar LORENZETTI Ricardo Luis Fundamentos de direito privado S o Paulo RT 1998 p 85 88 Ibidem p 98 100 41 excessivamente o objeto de estudo do presente trabalho O segundo alerta tamb m se refere preocupa o quanto aos limites de escopo e extens o deste estudo Em raz o de tais limites tanto essencialidade quanto custo social de produ o ser o tratados de forma sucinta de modo a apresentar um panorama geral Sendo assim ser o apenas introduzidos ind cios da exist ncia de tais dimens es suficientes para o estudo ora desenvolvido 2 2 1 Essencialidade O paradigma da essencialidade foi desenvolvido por Teresa Negreiros
509. to de valor ou posicionamento ideol gico de seus autores 168 Em 1879 D Pedro Il inaugura a ilumina o el trica da Esta o da Corte com seis l mpadas que substituem com melhor luminosidade 46 bicos de g s O munic pio de Campos em 1883 a primeira cidade do Brasil e da Am rica do Sul a contar com ilumina o p blica alimentada por energia el trica Nas d cadas de 1880 e 1890 s o instalados os servi os municipais de energia el trica para ilumina o e tra o de transportes urbanos em diversas cidades brasileiras exempli gratia Porto Alegre em 1887 S o Paulo em 1889 Curitiba em 1889 EXERCITO BRASILEIRO Energia el trica no Brasil da primeira l mpada Eletrobr s Rio de Janeiro Biblioteca do Ex rcito 1977 p 54 55 78 Nesse sentido a entrega de energia el trica era considerada mera atividade meio da regulamenta o dos servi os de transporte urbano e ilumina o p blica possuindo natureza jur dica estritamente civil e contratual Prevalecia no Brasil o modelo de monop lio privado verticalmente integrado no setor de energia o mais indicado realidade nacional de ent o tendo se em vista a incapacidade do Estado em promover os massivos investimentos necess rios para a implementa o da nascente tecnologia da energia el trica no pa s As pol ticas de Estado nesse per odo foram marcadas pela tentativa descentralizada de atra o de investidores estrangeiros para o pa s que tive
510. toriais de gera o transmiss o distribui o e comercializa o com o Poder P blico Tal op o se d pela dificuldade de precisar um conceito de servi o p blico que seja suficiente para abarcar a integralidade das rela es existentes no setor el trico quanto pela recomenda o metodol gica da verticaliza o tem tica Seja qual for o conceito de servi o p blico dentre as m ltiplas possibilidades encontradas na literatura sejam estes de car ter material formal ou subjetivo poss vel a apresenta o de obje es s rias que demandariam a constru o de uma interpreta o que ultrapassaria o escopo dessa disserta o Ali s seria uma obra acad mica em si mesma Por outro lado entendeu se que n o seria correto com um tema de tamanha relev ncia simplesmente adotar o posicionamento de determinado autor e fechar os olhos para as obje es existentes No mesmo sentido e sob os mesmos fundamentos outro aspecto de grande import ncia que tamb m restou exclu do foi a defini o de um regime jur dico de direito p blico ou de direito privado para cada uma das rela es contratuais aqui tratadas Tanto em raz o da insustentabilidade da dicotomia entre essas categorias quanto em fun o de d vidas da relev ncia de tal divis o no direito brasileiro contempor neo Parte se da premissa de supera o de tal dicotomia entre os regimes que vista sob os olhos de administrativistas ainda que sob premissas distint
511. tos por meio de chamadas p blicas at 30 de junho de 2004 para a implementa o de 3 300 MW de capacidade em instala es de produ o com in cio de funcionamento previsto para at 30 de dezembro de 2008 assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de vinte anos a partir da data de entrada em opera o consoante o determinado pelo art 3 I a da Lei S o Paulo FGV 2008 p 61 73 p 161 260 Outra obra relevante com pareceres de diversos juristas brasileiros sobre a natureza jur dica de Itaipu ITAIPU Natureza jur dica de Itaipu Curitiba Itaipu Binacional 2004 Sobre integra o energ tica regional UDAETA Miguel Edgar Morales et al Pondera o anal tica para da integra o energ tica na Am rica do Sul Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 12 n 2 p 1 19 2 Sem 2006 BOEIRA Rog rio Londero O Desafio da Integra o Sul Americana com enfoque Energia Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 12 n 2 p 1 19 2 Sem 2006 484 Pesquisadores do Centro de Nacional de Refer ncia em PCH liderados pelo professor da UNIFEI Geraldo L cio Tiago Filho verificaram como efeito indireto do PROINFA a gera o de 150 mil empregos diretos e indiretos durante a constru o e a opera o dos empreendimentos sendo 45 mil gerados pelas PCHs TIAGO FILHO Geraldo L cio et al Impactos s cio econ micos das Pequenas Centrais Hidrel tricas inseridas no Programa de
512. tratados de forma a adequar os montantes contratados carga verificada a fim de evitar ou minorar a aplicabilidade de penalidades no mbito da CCEE Dessa forma esta executada em janeiro de cada ano com base no ano civil anterior antes do c lculo das penalidades por insufici ncia de cobertura de consumo dos agentes de distribui o As cess es neste caso se d o de forma multilateral sem a identifica o de pares de cedentes e cession rios e ter o como finalidade nica evitar a aplica o de penalidades Desta forma n o ser o alterados os volumes contratados com os agentes de gera o nem as quantidades sazonalizadas 48 Sobre a apresenta o detalhada do processamento das diferentes modalidades de MCSD ver ibidem p 7 74 49 Ibidem p 87 91 50 CCEE Regras de Comercializa o MCSD p 75 86 CCEE Vis o geral das opera es p 73 74 253 Verifica se que as cess es de energia por meio do MCSD consistem em transmiss o de obriga es Contudo n o ser o feitas aqui novas considera es a respeito da cess o de energia el trica no plano obrigacional uma vez que estas j foram adequadamente expostas no cap tulo referente aos contratos de cess o de energia no ACL Ambas as figuras os Contratos de Cess o de Energia no ACL e os Termos de Cess o no ACR embora possuam caracteres muito distintos entre si partem de uma base comum no que toca ao direito das obriga es podendo desse mo
513. trato a express o em raz o serve a opor justamente autonomia privada utilidade social Assim a liberdade de contratar n o se dar pois em raz o da vontade privada como ocorria anteriormente mas em raz o da fun o social que o neg cio est destinado a cumprir Do mesmo modo os limites da liberdade de contratar n o mais est o como j se tratou de explicar na autonomia dos privados mas s o estabelecidos pelo ordenamento estando a lei encarregada de prescrever ou recepcionar justamente a fun o social dos institutos jur dicos MORAES Maria Celina A causa dos contratos Revista Trimestral de Direito Civil Rio de Janeiro v 21 v 21 p 117 118 jan mar 2005 31 LORENZETTI Ricardo Luis Tratado de los contratos parte general Bueno Aires Rubinzal Culzoni 2004 p 718 32 Rodrigo Xavier Leonardo ressalta a fun o social do contrato como o elemento de vincula o da rede de contratos A teoria das redes contratuais acaba chamando aten o para 189 No caso do setor de energia esse elemento de vincula o e orienta o complexo conformando interesses privados e p blicos Por um lado h o interesse individual das partes de estabelecerem entre si rela es de troca com o intuito de auferir lucro Por outro h o interesse coletivo determinado pelo Estado a partir da estrutura regulat ria que tais opera es garantam o fornecimento de um bem essencial de modo a garantir a seguran a ene
514. tratos privados classificados ao que parece no art 458 do C digo Civil A ANEEL terceiro em rela o a esses contratos A quest o contratual ter que ser resolvida entre as partes contratantes no ju zo competente A o com essa finalidade n o ter a ANEEL teria se se estivesse tratando de servi o p blico e logo de autotutela como litisconsorte necess rio Portanto nem ser da compet ncia da Justi a Federal compet ncia esta que absoluta n o se prorroga por simples conex o TRF 1 AC 200834000079760 DF 2008 34 00 007976 0 Relator DESEMBARGADOR FEDERAL JOAO BATISTA MOREIRA Data de Julgamento 28 08 2018 QUINTA TURMA Data de Publica o e DJF1 p 126 de 09 09 2018 A caracteriza o dos contratos de comercializa o de energia como essencialmente contratos de compra e venda implica tamb m na verifica o das caracter sticas imanentes referida esp cie contratual Caio M rio da Silva Pereira indica as seguintes caracter sticas para os contratos de compra e venda Na sua caracteriza o jur dica dizem os civilistas Tito Fulg ncio Esp nola Carvalho de Mendon a Sebasti o de Sousa Cunha Gon alves Colin et Capitant que este contrato a bilateral porque cria obriga es para o vendedor e para o comprador b oneroso porque ambas as partes dele extraem proveitos e vantagens c normalmente comutativo em raz o da determina o das presta es e sua apreci vel equival ncia ap
515. tribui o do comprador S o consideradas exce es gera o distribu da as hidrel tricas com capacidade instalada superior a 30 MW e as termel tricas inclusive cogera o com efici ncia energ tica inferior a 75 n o se aplicando tal limite a empreendimentos de biomassa ou res duos Dentre os empreendimentos de gera o distribu da existem aqueles recentemente denominados de microgera o e minigera o de eletricidade De acordo com a Resolu o ANEEL n 482 2002 considera se microgera o aquela menor ou igual a 100 kW e que utilize fontes com base em energia hidr ulica solar e lica biomassa ou cogera o qualificada Por sua vez a minigera o decorre de superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW para fontes com base em energia hidr ulica solar e lica biomassa ou cogera o qualificada Essas duas formas de produ o de eletricidade n o s o pass veis de comercializa o a princ pio eis que a Resolu o ANEEL n 482 2002 estabelece t o somente um 29 CF 1988 Art 8 O aproveitamento de potenciais hidr ulicos iguais ou inferiores a 1 000 kW e a implanta o de usinas termel tricas de pot ncia igual ou inferior a 5 000 kW est o dispensadas de concess o permiss o ou autoriza o devendo apenas ser comunicados ao poder concedente 132 regime de compensa o entre o mini ou microgerador com a distribuidora no qual est conectado A energia el trica pode ainda ser produzida po
516. trica proveniente dos leil es de compra exclusiva de fontes alternativas 465 Nos termos do art 27 1 do Decreto n 5 163 2004 468 Conforme disp e o art 18 do Decreto n 5 163 2004 487 REGO Erik Eduardo Proposta de aperfei oamento da metodologia dos leil es de comercializa o de energia el trica no ambiente regulado 232 f Tese Doutorado Programa de P s Gradua o em Energia EP FEA EE IF da USP 2012 p 79 234 redu o dos custos de aquisi o Erik Eduardo Rego em tese de doutorado do Programa de P s Gradua o em Energia da Universidade de S o Paulo indica que a modalidade de leil o adotada no modelo de contrata o do ACR a do leil o anglo holand s de rel gio decrescente Assim o leil o se divide em duas etapas principais na primeira h oferta oral constitu da na verdade de lances eletr nicos simult nea com os lances sendo classificados em ordem decrescente de acordo com base no pre o teto conhecido como sistema ingl s J na segunda etapa os lances s o dados de forma fechada por meio eletr nico como se fossem lances em envelopes lacrados tamb m denominado como sistema holand s O autor explica em maiores detalhes a sistem tica de realiza o dos leil es no ACR Para o primeiro lance da primeira etapa os licitantes sabem os pre os de partida pre o teto e com base nele s o capazes de apresentar propostas que consistem em quantos me
517. trole mais rigoroso sobre as empresas por meio do Servi o de Aguas do Departamento Nacional de Produ o Mineral A nova forma de defini o das tarifas implicava na fiscaliza o das empresas a tarifa razo vel devia se basear no servi o pelo custo considerando na avalia o da propriedade o chamado custo hist rico e conferindo justa remunera o a esse capital JOHNSON Bruce Banner et al Servi os p blicos no Brasil mudan as e perspectivas S o Paulo Edgard Bl cher 1996 p 62 202 Art 157 e 165 do Decreto n 24 643 1934 203 Art 145 do Decreto n 24 643 1934 204 Conforme as seguintes disposi es do Decreto n 24 643 1934 Art 139 O aproveitamento industrial das quedas de guas e outras fontes de energia hidr ulica quer do dom nio p blico quer do dom nio particular far se h pelo regime de autoriza es e concess es institu do neste C digo 1 Independe de concess o ou autoriza o o aproveitamento das quedas d agua j utilizadas industrialmente na data da publica o deste C digo desde que sejam manifestadas na forma e prazos prescritos no art 149 e enquanto n o cesse a explora o cessada esta cair o no regime deste C digo 8 2 Tamb m ficam excetuados os aproveitamentos de quedas d agua de pot ncia inferior a 50 kws Para uso exclusivo do respectivo propriet rio 3 Dos aproveitamentos de energia hidr ulica que nos termos do par grafo anterior
518. tronorte para operar na Regi o Nordeste a Companhia Hidro El trica do S o Francisco Chesf Regi o Sudeste e em parte da Regi o Centro Oeste a Furnas Centrais El tricas S A e na Regi o Sul do pa s a Centrais El tricas do Sul do Brasil S A Eletrosul 94 foi lento e enfrentou dois temas centrais a sua autossufici ncia econ mico financeira que foi solucionada em parte com a realiza o de empr stimo compuls rio a favor da Eletrobr s e com a reformula o do Imposto nico sobre Energia El trica atrav s da Lei n 4 156 1962 e a integra o f sica do sistema el trico de modo geral a cargo de Furnas no Sudeste e Chesf no Nordeste a integra o do Norte e Centro Oeste ainda n o era poss vel e que demandava a unifica o da frequ ncia em 60 Hz que veio a ocorrer em 1964 2 O processo de reestrutura o empresarial do setor em torno do Estado intensificado durante a ditadura militar com a compra das empresas do grupo AMFORP pelo Estado por meio da Lei n 4 428 1964 e a consolida o destas em conjunto com FURNAS e CHESF na Eletrobr s Ocorre posteriormente a descentraliza o dos servi os de distribui o e subtransmiss o de eletricidade com a transfer ncia das ex empresas do grupo AMFORP para o mbito dos estados E a constitui o de equivalentes CHESF no Sul Eletrosul em 1968 e Norte Eletronorte em 1973 do pa s A Constitui o de 1967 e a Emenda Constitucional n 1 1969 mant
519. tuais representam um fen meno decorrente de uma realidade econ mica muito diversa da teoria contratual cl ssica que era fundada em rela es contratuais atom sticas e imediatas Insere se assim em um novo paradigma dos contratos mais adequado contemporaneidade Ao passo em que persiste a exist ncia de contratos individualizados com causa jur dica pr pria estruturados no modelo cl ssico de rela o jur dica obrigacional partes objeto causa e garantia sob o aspecto funcional h a vincula o de diversos instrumentos a uma finalidade unificada sistematizada e funcionalizada necess ria para a menos em tr s pontos Em primeiro lugar as redes correspondem necessariamente a fen meno de contrata o empresarial em massa J os contratos coligados podem mostrar se totalmente desvinculados da realidade empresarial e da contrata o em massa Em segundo lugar as redes contratuais s o necessariamente estruturadas por uma parte qual se ligam diversos outros contratantes A rede portanto aberta comportando um a multiplicidade quase infinita de contratos fung veis sob a tica do promotor da rede Na coliga o contratual stricto sensu tal caracter stica inexiste Por fim a abertura da rede faz com que ela se torne divis vel no sentido de a invalidade ou a inefic cia de um dos contratos da rede n o afetar os demais pois ela permanece via de regra perfeitamente vi vel na perspectiva do empres rio organiz
520. tuavam em transmiss o e gera o Desta feita observa se no Brasil durante o per odo que se inicia na d cada de 1920 e finda no final da d cada de 1980 in cio dos anos 1990 a passagem do modelo de monop lio privado verticalmente integrado regional para um monop lio estatal verticalmente integrado de car ter nacional no qual a atua o dos agentes privados passou a ser minorit ria restando relegada a segundo plano Devido forma de monop lio estabelecida caracterizada por ser intervencionista e centralizada foi poss vel a reorganiza o do setor e a mobiliza o dos vultosos recursos necess rios para a implementa o de um parque energ tico que fosse de alguma forma adequado s necessidades de desenvolvimento industrial do Brasil e que permitisse o atendimento de sua popula o Tal modelo foi constitu do em permanente crise e embate entre Estado e agentes privados no que se refere remunera o dos investimentos realizados por estes ltimos e a capta o de recursos necess rios para a amplia o da estrutura do sistema el trico nacional De forma geral a op o adotada foi a de privilegiar a cria o de fontes p blicas de financiamento atrav s de impostos taxas fundos et coetera ao inv s da autossustentabilidade das empresas a partir da inser o destas numa l gica de mercado De igual forma a utiliza o desmesurada das tarifas de energia el trica pelo Estado como mecanismo de controle inflacion rio
521. ty on the National Interconnected System Later we check the possibility of applying a typical purchasing and selling contract to this operation We then consider how to integrate a bilateral and a multilateral plan of energy trading possibly combining them under a contract network Given this structure we question the consequences of contract delinquency and from there go to the different types of transactions in the Free Contract Environment and the Administered Contract Environment xiii INTRODU O Na mitologia grega o roubo do fogo de Hefesto por Prometeu conduz o homem a ser expulso do conv vio com os deuses e condenado a viver seu destino separadamente Prometeu teria cometido tamanho desatino para n o ficar merc dos deuses para dominar seu destino e n o ficar subjugado A met fora contida no mito de Prometeu liga o dom nio energia O dom nio do calor com a descoberta do fogo da energia solar nos prim rdios da agricultura da tra o animal da for a das guas e do vento da m quina a vapor no in cio na Primeira Revolu o Industrial da eletricidade e do motor a combust o na Segunda Revolu o Industrial da energia nuclear na Terceira Revolu o Industrial ou Revolu o Tecno Cient fica e assim continua Sem que se esteja aqui a adotar uma vis o linear e evolutiva da hist ria nem a inferir que esta est estritamente atrelada a avan os energ ticos poss vel indicar que o dom nio da energia u
522. u d declarada pelo agente livremente acordada ex ante entre as partes CCEE Procedimentos de Comercializa o Subm dulo 3 1 op cit 218 ser analisadas as especificidades das mencionadas subesp cies de CCEAL devido as peculiaridades que lhes s o imanentes 6 2 CONTRATOS DE COMERCIALIZA O DE ENERGIA INCENTIVADA CCEI A primeira das subcategorias de CCEAL a ser verificada a dos Contratos de Comercializa o de Energia Incentivada CCEI estabelecida pelo legislador com o objetivo de promover a produ o de energia por fontes alternativas e de menor porte Para estimular a produ o de energia por tais fontes a Lei n 9 427 1996 disp e nos par grafos 1 e 5 do seu art 26 que os agentes que comercializarem sua energia por meio de CCEI ter o direito a desconto n o inferior a 50 cinquenta por cento sobre as tarifas de uso dos sistemas de distribui o e transmiss o TUSD e TUST podendo chegar a at 100 cem por cento conforme a fonte utilizada e o ato autorizativo do gerador O referido desconto incidir tanto nas tarifas dos agentes compradores quanto daqueles que forem vendedores No entanto para fazer jus a tal desconto vendedores e compradores dever o possuir algumas caracter sticas espec ficas De forma gen rica os vendedores pass veis de celebrar os CCEI s o todos aqueles que possuem empreendimentos com pot ncia instalada igual ou inferior a 1 000kW independentemente de qual fonte f
523. u ram os Contratos de Suprimento de Energia El trica de Compra e Venda de Energia El trica do modelo setorial anterior O processo de transi o fixado pela Lei n 9 648 1998 visava evitar rupturas entre o regime de contrata o anterior e o do RE SEB que causassem desabastecimento das distribuidoras e inseguran a para os consumidores 2 Ser utilizada no presente estudo a nomenclatura self dealing pois ainda que se incorra em desnecess rio anglicismo esta a forma mais utilizada pela literatura para tratar de tal fen meno 28 Estando legalmente habilitadas a deter participa es em geradoras pertencentes ao mesmo grupo econ mico atrav s do self dealing as distribuidoras teriam est mulo para investir seus ganhos com a presta o do servi o p blico na constru o de novas centrais de gera o que no futuro especialmente a partir do decaimento dos volumes de energia contratados sob os contratos iniciais poderiam suprir suas necessidades de contrata o de energia el trica para atendimento ao mercado consumidor LUSTOSA Isabel Valor normativo e sefl dealing efeitos da sua ado o e 111 de valores de mercado seria contingenciado a partir da imposi o de limites pela ANEEL com fulcro nos incisos VIII e IX do art 3 da Lei n 9 647 1996 e por meio da Resolu o ANEEL n 94 1998 posteriormente substitu da pela Resolu o ANEEL n 278 2000 Cumpre ainda destacar que o Valor Normativo tamb m s
524. u a ser baixo para padr es do setor de infraestrutura resultando em empresas mais s lidas o que permitiria a capta o de recursos atrav s de financiamento Nesse sentido Ildo Sauer destaca que o aprimoramento dessa condi o poderia alavancar a moderniza o da infraestrutura dentro de um projeto de pa s ou alternativamente servir a prop sitos imediatistas de realizar caixa atrav s da simples privatiza o Por m a op o pol tica da poca foi pelo prosseguimento do processo de privatiza o S o considerados marcos iniciais da liberaliza o e privatiza o do setor el trico o Decreto n 915 1993 o Decreto n 1 009 1993 e a Portaria n 337 1994 que estabelecem a cria o de cons rcios entre concession rias agentes autoprodutores para explora o de aproveitamentos energ ticos que estavam com 29 prt 3 Os concession rios supridores e supridos dever o celebrar contrato de suprimento de energia el trica 1 O contrato a que se refere o caput deste artigo conter a identifica o das quantidades os pre os e as regras do interc mbio de energia e obedecer s leis espec ficas e ao que dispuser o regulamento desta lei 2 A homologa o pelo Poder Concedente dos n veis das tarifas propostos pelos concession rios de fornecimento e de suprimento estar condicionada celebra o do contrato a que se refere este artigo 8 3 Os contratos de suprimento de energia el trica e
525. u lastro restando ele obrigado a comprar energia novamente de outros vendedores ou ficar exposto ao PLD no mercado de curto prazo Outro exemplo com semelhantes repercuss es para o comprador seria o atraso de entrada em opera o comercial dos empreendimentos de gera o a que est o vinculados contratos de comercializa o Em tais situa es os riscos devem ser assumidos pelo vendedor devendo este adquirir energia no mercado de curto prazo para honrar o seu lastro de venda e manter o contrato Como fundamento dessa forma de distribui o do risco pode se mencionar a aplica o anal gica do art 529 do C digo Civil que estabelece que ficar o a cargo do vendedor os riscos pela entrega do produto caso n o haja seguro de transporte no contrato de compra e venda contra documentos Na mesma toada o j mencionado par grafo 1 do art 7 da Conven o de Comercializa o Resolu o ANEEL n 109 2004 determina expressamente a responsabilidade do vendedor pela entrega da energia contratada Constata se portanto que o 407 Nesse caso o comprador n o estar sujeito aplica o de penalidades pela CCEE por at noventa dias devido ao art 17 82 da Resolu o ANEEL n 545 que trata do desligamento de agentes da CCEE Art 17 2 N o ser o aplicadas penalidades por insufici ncia de lastro para venda de energia e pot ncia e insufici ncia contratual para cobertura de consumo a outros agentes em
526. uais In FERNANDES Wanderley coord Contratos empresariais fundamentos e princ pios S rie GVLAW S o Paulo Saraiva 2010 p 3 8 48 L BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 67 70 23 com suas repercuss es no mbito das rela es sociais de car ter transindividual De outra monta h tamb m um perfil intr nseco de car ter interpartes em que se d a ressignifica o dos princ pios liberais do contrato e a imposi o de outros novos como a igualdade material equidade e boa f objetiva Esse perfil interno da fun o social implica na veda o de condutas abusivas entre as partes de forma a garantir materialmente o equil brio contratual a equival ncia das presta es e a observ ncia de deveres de condutas decorrentes da boa f objetiva As liberdades negativas decorrentes da autonomia da vontade passam a sofrer maiores limita es de car ter positivo em rela o ao Estado A liberdade de escolher o outro contratante ou da conclus o do contrato s o limitadas por exemplo na presta o de servi os p blicos ou monopolizados Em rela o escolha do tipo contratual h uma maior incid ncia de tipos exclusivos para determinados setores da atividade econ mica Por sua vez quanto liberdade de determina o do conte do do contrato se d menor espa o ao consensualismo das partes com a imposi o de obriga es que decorrem de normas cogentes Entretanto esse modelo de Esta
527. uando o Estado participa do capital de pessoas jur dicas que det m determinado setor ou assume parcialmente este em regime de competi o frente aos demais agentes privados Por sua vez a atua o do Estado sobre a economia subdividida em atua o por dire o que ocorre a partir do estabelecimento de normas de comportamento compuls rio aos agentes econ micos de forma a pressionar a economia em determinada dire o e finalmente a atua o por indu o que se d mediante a otimiza o dos mecanismos de interven o em conformidade e conson ncia com as regras de mercado As referidas altera es do modelo de Estado implicam em modifica es no campo do direito civil e mais especificamente em rela o ao objeto de estudo para a contratualidade como se demonstra na sequ ncia 1 1 CRISE DAS FONTES NORMATIVAS NO ESTADO SOCIAL E O DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL As mudan as demonstradas no t pico anterior com a progressiva interven o do Estado no espa o econ mico at ent o privado geram uma s rie de repercuss es para o mbito jur dico As solu es jur dicas do modelo codificado do liberalismo moderno mostram se insuficientes para dar conta da realidade econ mica e pol tica de tal per odo H portanto no processo de passagem do Estado Liberal para o Estado Social um processo de crise das fontes normativas a partir da dissocia o do discurso jur dico da codifica o civil com a pr tica
528. ucros totais para 106 milh es de d lares de investimentos MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 p 31 187 AMFORE filial da Bond and Share com sede nos Estados Unidos da Am rica iniciou suas atividades no Brasil em 1927 Possu a estrat gia de atua o pulverizada n o competindo com a Light nos dois principais mercados do pa s as cidades de S o Paulo e Rio de Janeiro concentrando assim sua atua o no Interior do Estado de S o Paulo e ao longo do litoral nas principais capitais do Sul e Nordeste de forma a possuir maior abrang ncia em mercados menores Seus esfor os foram direcionados para a compra de pequenas empresas que operavam isoladamente espalhadas por tais localidades realizando assim bons neg cios De acordo com os relat rios acion rios de tal companhia sua estrat gia de atua o adotava os seguintes passos De acordo com os relat rios acion rios o principal desafio da empresa ao chegar nessas localidades consistia na altera o do padr o da cultura organizacional instalada Isso significava refazer os contratos de concess o junto s administra es p blicas para garantir a lucratividade em face da varia o cambial considerando a aprecia o do d lar e do ouro sobre a moeda nacional no reajuste anual das tarifas O segundo passo se dava na avalia o da infraestrutura dispon v
529. ue a fun o do neg cio colocada em primeiro plano A causa ainda que n o tenha sido adotada expressamente pelas codifica es de 1916 e 2002 assume importante relev ncia com a fun o social do contrato estipulada pelo art 421 do C digo Civil de 2002 Nesse sentido Maria Celina Bodin de Moraes atribui tr s pap is causa Dos tr s pap is antes referidos ao conceito que se designou polivalente quais sejam o seu papel de qualificar os contratos o de dar ou negar juridicidade ao acordo e o de limitar a autonomia privada o primeiro embora raro o de aplicabilidade mais frequente no direito brasileiro Quanto ao segundo relativo juridicidade do acordo ele normalmente abstra do sendo no mais das vezes assimilado ao pr prio neg cio jur dico ou substitu do pela no o de objeto N o deixa de ter sentido esta op o uma vez que o C digo n o indicou expressamente a causa como requisito de validade do neg cio art 104 CC J a terceira utilidade do termo causa agora enfim como elemento de restri o da autonomia dos privados como a fun o propriamente social do neg cio esta tende a se consolidar com a mais apurada interpreta o de alguns dispositivos do C digo de 2002 Em particular a melhor compreens o do teor do art 421 A este respeito prop e se a seguinte interpreta o quando a lei diz que a liberdade de contratar ser exercida em raz o e nos limites da fun o social do con
530. ui o de mandatos fixos a uma dire o colegiada SOUTO Marcos Juruena Villela Direito administrativo regulat rio 2 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2005 p 245 246 Por sua vez Lu s Roberto Barroso indica que a autonomia das ag ncias reguladoras divide se sob dois fundamentos distintos quais sejam autonomia pol tico administrativa e autonomia econ mico financeira A institui o de um regime jur dico especial visa a preservar as ag ncias reguladoras de inger ncias indevidas inclusive e sobretudo como assinalado por parte do Estado e de seus agentes Procurou se demarcar por esta raz o um espa o de leg tima discricionariedade com predom nio de ju zos t cnicos sobre as valora es pol ticas Constatada a necessidade de se resguardarem essas autarquias especiais de injun es externas inadequadas foram lhes outorgadas autonomia pol tico administrativa e autonomia econ mico financeira No tocante autonomia pol tico administrativa a legisla o instituidora de cada ag ncia prev um conjunto de procedimentos garantias e cautelas dentre as quais normalmente se incluem i nomea o dos diretores com lastro pol tico em mbito federal a nomea o feita pelo Presidente da Rep blica com aprova o do Senado ii mandato fixo de tr s ou quatro anos e iii impossibilidade de demiss o dos diretores salvo falta grave apurada mediante devido processo legal No que toca autonomia econ mico
531. ula um pre o de acordo com as particularidades do neg cio e estabelece um prazo para entrega B prepara a pizza e a entrega no endere o de A no prazo e nas condi es estipuladas A por sua vez recebendo a pizza verifica se foi devidamente cumprido o pedido realiza o pagamento do pre o acordado para B estando o neg cio a princ pio encerrado ressalvando se claro os deveres p s contratuais de B ou a exist ncia de v cios redibit rios etc Por sua vez os aspectos t cnicos f sicos e econ micos da ind stria de eletricidade tornam esta opera o de compra e venda mais complexa Basicamente porque em um sistema interligado o consumidor A compra a energia do gerador B mas quem gera a energia que ser efetivamente entregue poder ser o gerador C D ou E ou ali s todos esses juntos E quem determina qual ir gerar a energia possivelmente n o ser nenhum deles Isso ocorre devido a uma s rie de particularidades A primeira particularidade consiste no fato de que o agente gerador e o consumidor est o normalmente distantes um do outro sendo assim necess ria a utiliza o de rede transmiss o de energia ou mesmo de distribui o que se d no caso brasileiro no mbito do Sistema Interligado Nacional SIN Neste mesmo sistema tamb m est o conectados diversos outros agentes consumidores e geradores que de igual forma estar o injetando ou retirando e
532. ulo v 15 n 2 p 75 2009 A Resolu o ANEEL n 531 2012 estabelece as condi es metodologia de c lculo das garantias financeiras associadas ao mercado de curto prazo Sobre a metodologia de c lculo e acr scimo de 5 ver os artigos 2 e 3 da Resolu o 427 Conforme art 7 da Resolu o ANEEL n 531 2012 428 Conforme art 5 III da Resolu o ANEEL n 545 2013 429 CCEE Regras de Comercializa o p 6 12 A obrigatoriedade de suportar a inadimpl ncia no mercado de curto de curto deve se ao art 17 IV da Conven o de Comercializa o 208 contabiliza o e liquida o os agentes possuem obriga es decorrentes do v nculo com a CCEE como as relacionadas ao pagamento de contribui es associativas emolumentos despesas de leil es e outros valores Ou ainda aquelas necess rias para o funcionamento do sistema como um todo como os encargos indicados nas Regras de Comercializa o e outras tarifas aplic veis notadamente as tarifas de uso dos sistemas de transmiss o e distribui o O inadimplemento de tais obriga es tamb m enseja aplica o de penalidades e causa o desligamento do agente da CCEE De forma geral o incumprimento das obriga es dos agentes com o plano plurilateral da comercializa o de energia al m da repara o dos preju zos causados ao mercado como um todo provoca a aplica o de penalidades de car ter pecuni rio e o desligamento do agente faltoso
533. um sujeito que n o se limitando a gerar a transmitir ou distribuir energia tenha uma vis o completa do sistema desde o comportamento das unidades geradoras at o dos centros de consumo Trata se de um operador do sistema entidade a tarefa hoje n o est medida de um s homem que deve ter acesso pr vio e tamb m em tempo real a todas as informa es acerca do comportamento da demanda carga no jarg o el trico de um dado sistema bem como plena disponibilidade para coordenar a gera o de energia nas usinas na medida da necessidade coordenar ou determinar o despacho Como n o se pode guardar energia el trica nem se pode gerar em excesso sob pena de comprometimento da estabilidade de todo o sistema este operador do sistema deve garantir sob certos pressupostos de seguran a e economicidade cfe adiante que a produ o se iguale a todo o instante ao consumo LOUREIRO Luiz Gustavo Kaercher Introdu o ao regime jur dico da ind stria el trica premissas gerais Revista de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul Santa Cruz do Sul n 28 p 156 jul dez 2007 2 A indica o pormenorizada das atribui es do ONS encontra se no par grafo nico do art 13 da Lei n 9 648 1998 aqui apresentada em sua reda o original ou seja sem as posteriores altera es estabelecidas pela Lei n 10 848 2004 Art 13 Par grafo nico Sem preju zo de outras fun es que lhe forem atribu das e
534. ura de tipifica o em que os tipos legais por n o atenderem mais as necessidades do tr nsito jur dico s o transmutados a partir da forma o de tipos sociais desenvolvidos pelos agentes de mercado para a facilita o do tr fego econ mico que por sua vez podem vir a ser positivados pelo legislador ante a import ncia que venham a assumir Nesse sentido Naturalmente os tipos legais n o s o fixados uma vez por todas Num dado momento hist rico a lei prev e disciplina um certo n mero deles na base do reconhecimento de que as opera es a que correspondem s o socialmente teis e merecedoras de tutela jur dica mas com o evoluir das condi es econ mico sociais novas opera es novos g neros de neg cios diversos dos correspondentes aos tipos 156 Tal distin o possui relev ncia do ponto de vista pr tico uma vez que nos contratos t picos as partes adotam mesmo que implicitamente as normas legais que abrangem a modalidade contratual utilizada enquanto que nos contratos at picos necess rio um maior cuidado para minudenciarem as disposi es contratuais pertinentes para a perfectibiliza o do neg cio Podem ainda serem mencionadas tr s diferentes fun es para a tipifica o dos contratos Primeiramente uma fun o facilitadora das opera es de troca de modo a dar maior agilidade ao tr fego econ mico como por exemplo a compra venda Em segundo lugar est a fun o delimitati
535. urante a d cada de 1980 destaca se a REVISE em 1987 que diagnosticou os seguintes problemas i desatualiza o da legisla o b sica do setor ii endividamento setorial iii conflito entre estatais federais e estaduais iv o mecanismo de transfer ncia de recursos implementado a partir da equaliza o tarif ria levou a um desest mulo efici ncia da gest o das concession rias v a aus ncia de inser o suficiente do capital privado no setor vi excessiva interfer ncia externa no setor vii carteliza o do mercado fornecedor de insumos viii necessidade de garantir um fluxo de investimentos para o setor na ordem de U 6 bilh es ao ano MEDEIROS Reginaldo Almeida O capital privado na reestrutura o do setor el trico brasileiro S o Paulo Departamento de Patrim nio Hist rico 1996 p 114 115 102 obrigatoriedade da formaliza o das rela es entre agentes supridores e supridos em contratos de suprimento As tarifas cobradas dos usu rios finais passariam a ser propostas pelos concession rios e depois homologadas pelo DNAEE Departamento Nacional de guas e Energia El trica estando condicionadas a ganhos de produtividade art 2 Outro aspecto relevante de tal diploma legal foi o estabelecimento do encontro de contas entre cr ditos de concession rios e as d vidas destes com a Uni o na forma do art 7 par grafos 2 a 15 Com isso o n vel m dio de endividamento das companhias de eletricidade passo
536. uto Isso implica na altera o dos princ pios relativos tradi o da coisa objeto da compra e venda Com a entrega da documenta o caso esta esteja adequada para o efetivo recebimento posterior da coisa pelo comprador restar presumida satisfeita a obriga o e desincumbido o vendedor de seu dever contratual principal Estando assim perfeita a venda dever o comprador efetuar o pagamento na data e lugar de entrega dos documentos salvo estipula o contratual em contr rio na forma do art 530 do C digo Civil No entanto o lugar de entrega da coisa poder continuar sendo o local onde ela se encontra Quanto data do pagamento se o contrato for omisso em rela o ao vencimento a entrega do documento servir como interpela o para pagamento imediato Caso a documenta o inclua contrato de seguro contra os riscos de transporte da mercadoria os riscos de transporte se d o por conta do comprador a n o ser que o vendedor tenha ci ncia da perda ou avaria da coisa no momento de conclus o do contrato conforme determina o art 531 do C digo Civil Na hip tese 38 BO Paulo Contratos S o Paulo Saraiva 2011 p 267 268 39 PEREIRA Caio M rio da Silva Institui es de direito civil 12 ed rev e ampl Rio de Janeiro Forense 2005 v 3 p 223 225 178 contudo de n o haver contrato de seguro os riscos continuam correndo por conta do vendedor at a efetiva entrega da coisa mesmo que esta ocorra a
537. va d se a constru o de um modelo econ mico de bem estar O modelo codificado assentado na no o de completude e atemporalidade do positivismo do s culo XIX perde assim sua centralidade no ordenamento Ademais fragmenta se com a emerg ncia de microssistemas no regramento da atividade privada cuja unifica o e orienta o axiol gica passa a ser dada pelo texto constitucional e n o pela codifica o 32 L BO Paulo Luiz Netto Constitucionaliza o do Direito Civil Revista de Informa o Legislativa Bras lia a 36 n 141 jan mar 1999 p 99 109 E Justi a social inicialmente quer significar supera o das injusti as na reparti o em n vel pessoal do produto econ mico Com o passar do tempo contudo passa a conotar cuidados referidos reparti o do produto econ mico n o apenas inspirados raz es micro por m macroecon micas as corre es na injusti a da reparti o deixam de ser apenas uma imposi o tica passando a consubstanciar exig ncia de qualquer pol tica econ mica capitalista GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1998 8 ed rev ampl S o Paulo Malheiros 2008 p 204 4 Ibidem p 37 3 As codifica es cumpriram sua miss o hist rica de assegurar a manuten o dos poderes adquiridos Assistimos entre as duas grandes guerras a um movimento de socializa o do direito seguido de novos ramos do direito privado e p blico dotados de
538. va em que o tipo espec fico apresenta o que seria desej vel no desenvolvimento de uma finalidade econ mico social espec fica Desta forma provoca a delimita o de determinado setor espec fico com a fun o de controle junto ordem p blica como por exemplo ocorre na especializa o das normas consumeristas em rela o ao direito comum Finalmente h a fun o de programa o em que s o estabelecidas aprioristicamente as figuras contratuais e suas respectivas cl usulas pr prias com o intuito de conform las a objetivos sociais espec ficos A partir do exposto poss vel compreender os contratos de comercializa o de eletricidade como inseridos em uma estrutura contratual tipificada permeada codificados podem emergir por difus o e import ncia no tr fico Desenham se assim com eles novos tipos contratuais n o contemplados expressamente pelo legislador e portanto n o recondut veis a tipos legais mas de facto reconhecidos e correntemente empregues no contexto s cio econ mico e que se definem por isso por tipos sociais pense se na experi ncia actual no contrato de leasing ou no contrato de factoring instrumentos important ssimos da organiza o empresarial moderna e todavia n o disciplinados em nenhum texto legal Geralmente acontece que o legislador precedido pela realidade e pelas exig ncias da economia acaba por tomar conhecimento ex post da exist ncia desses tip
539. vo de outras por iniciativa e sob o controlo e depend ncia de entidades p blicas s o desde logo inevit veis as d vidas quanto a saber se tais entidades fazem ou n o parte da Administra o P blica ESTORNINHO Maria Jo o A fuga para o direito privado Coimbra Almedina 1999 p 79 Todavia Paulo Otero apresenta obje es exist ncia de completa fuga da Administra o para o Privado ante as vincula es de direito p blico a que esta est submetida no direito portugu s O Direito Privado aplicado pelas empresas p blicas ou pelas empresas privadas integradas no setor empresarial do Estado est sujeito a diversas vincula es de Direito P blico que impossibilitam qualquer fuga do Direito Administrativo para o Direito Privado com o intuito de viola o ou fraude tutela de valores ou de princ pios constitucionais de natureza funcional ou garant stica OTERO Paulo Vincula o e liberdade de conforma o jur dica do sector empresarial do Estado Coimbra Coimbra 1998 p 278 27 aquelas ligadas infraestrutura do pa s como as do setor el trico de g s de saneamento de telefonia de transporte ferrovi rio dentre outras Assim em rela o s ltimas agentes privados passam a prestar servi os p blicos que at ent o eram de monop lio estatal mediante instrumentos de concess o permiss o ou autoriza o Cumpre ressaltar que no direito brasileiro diferentemente do europeu por exemplo
540. xcedente Financeiro utilizado para aliviar as exposi es negativas dos Agentes de Gera o participantes do MRE que tiveram aloca o de Garantia F sica em Submercados com pre os diferentes daqueles onde est o localizadas suas usinas e as exposi es de contratos registrados na CCEE CCEE Vis o Geral das Opera es na CCEE S o Paulo CCEE 2012 p 52 Dispon vel em lt www ccee org br gt Acesso em 17 03 2013 e Veja que as penalidades aplicadas pela CCEE n o se confundem com aquelas aplicadas pela ANEEL Sob tal perspectiva A ANEEL e CCEE s o duas entidades distintas que atuam apoiadas em fundamentos distintos com objetivos diversos Enquanto a atua o da ANEEL sempre voltada para o interesse p blico e visa o bom funcionamento do ambiente regulat rio a CCEE como entidade privada age de acordo com aquilo que est previsto em seu estatuto social buscando viabilizar as opera es de comercializa o que s o firmadas entre os seus agentes A imposi o de san es decorre da pr pria natureza da ANEEL como ente regulador N o se confundem portanto a a natureza jur dica das san es ou penalidade que podem ser aplicadas tanto pela ANEEL quanto pela CCEE ainda que seja sobre uma mesma conduta Pelo contr rio a atua o da ANEEL e a da CCEE se complementam e s o necess rias para o bom funcionamento do ambiente regulat rio GON ALVES Jo o Alfredo Serra Baetas Poss vel conflito de compet n
541. xpans o at 2002 A partir de tal ano a contrata o de tais montantes seria liberalizada na propor o de 25 ao ano at chegar ao regime de livre contrata o em 2005 2 8 Quanto pol tica tarif ria a RE SEB propunha valores de comercializa o liberados entre os agentes geradores e os consumidores livres Em rela o aos consumidores cativos o regime anterior e os contratos de concess o previam o repasse dos custos de aquisi o de energia nas tarifas cobradas pelas distribuidoras Por m a fim de promover a modicidade tarif ria e a compra eficiente de energia estabeleceram se limites de repasse dos custos de contrata o de eletricidade pelos distribuidores aos usu rios finais fixados pela ANEEL no elemento Valor Normativo calculado a partir do valor de aquisi o de energia el trica pelas distribuidoras e outros crit rios na forma da Resolu o ANEEL n 266 1998 e altera es posteriores Para incentivar a produ o estipulou se o mecanismo de self dealing ou 257 auto contrata o ou seja a comercializa o de energia entre geradoras e distribuidoras de um mesmo grupo econ mico que podiam comprar e vender energia entre si a fim de aproveitar as sinergias existentes e reduzir os custos de transa o 8 O risco de uso abusivo do self dealing de aquisi o de energia acima 26 De forma sint tica os Contratos Iniciais eram contratos de fornecimento de energia de longo prazo que substit
542. y Patrick et al Introdu o economia S o Paulo Atlas 2007 GROSSI Paolo Mitologias jur dicas da modernidade 2 ed rev e atual Trad de Arno Dal Ri J nior Florian polis Boiteux 2007 GUIMAR ES Fl vio Borsato et al Avalia o das condi es de atendimento demanda m xima em horizonte decenal Revista Brasileira de Energia S o Paulo vol 16 n 2 p 7 21 2 sem 2010 HESPANHA Ant nio Manuel Cultura jur dica europeia s ntese de um mil nio Florian polis Boiteux 2006 HOVENKAMP Herbert The antitruste enterprise principle and execution Cambridge Harvard 2005 HUNGRIA Nelson Coment rios ao C digo Penal 2 ed rev e atual Rio de Janeiro Forense 1958 v 7 273 HUNT Sally SHUTTLEWORTH Graham Competition and Choice in Electricity Nova York John Wiley and Sons 1996 INTERNATIONAL ENERGY AGENCY World Energy Outlook 2011 Energy for all financing access for the poor Paris OECD IEA 2011 IPEA Comunicado do Ipea n 51 Dispon vel em lt www ipea gov br gt Data de acesso 15 10 2010 Sustentabilidade Ambiental no Brasil biodiversidade economia e bem estar humano Bras lia IPEA 2011 ITAIPU Natureza jur dica de Itaipu Curitiba Itaipu Binacional 2004 JAMISON Mark A Industry structure and pricing the new rivalry in infrastructure Norwell Kluwer Academic Publishers 2000 JESUS Dam sio E de C digo Penal anotado 17 ed atual S o

GABRIEL JAMUR GOMES - UFPR

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