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dissertacao_exp g_carneiro__figueiredo

1. N o Qual o motivo 7 g Fregii ncia das dores dores cont nuas de vez em quando 7 h Momentos em que as dores surgem aparecem ap s o descanso no fim de semana aparecem s ao final do dia j aparecem pela manh s sinto durante o trabalho 8a Assinale os sintomas de fadiga geral sinto dores musculares noite quando vou me deitar tenho dificuldades para pegar no sono quando vou dormir acordo durante a noite e tenho dificuldades de voltar a dormir tomo rem dio para dormir acordo triste e deprimido acordo cansado m coma sensa o de que n o dormi o suficiente acordo durante a noite ou durmo mal tenho dores de cabe a frequentes sinto me tenso e nervoso fico irritado todo o tempo eu me irrito facilmente com os familiares 107 n o tenho paci ncia de escutar pessoas da fam lia e amigos perdi a vontade de sair com amigos ou me dedicar a outras atividades de lazer outros sinais de estresse ou cansa o 8 b Esses sintomas come aram depois que voc come ou a trabalhar Sim N o 8 c Eles desaparecem ou diminuem quando voc tira f rias Sim N o 9 Tratamentos que j fez rem dio contra dor Qual s mudou de fun o no trabalho fisioterapia Quantas sess es _ cirurgia Qual o local outro 10 J consultou m dicos por causa da dor
2. Em contrapartida o momento final da produ o quando h forma o de bobinas de tecido as cargas cognitiva e f sica aumentam Nessa fase o operador analisa se h alguma irregularidade no tra ado linear do fio no entorno da bobina Caso perceba alguma irregularidade textura caro o assimetria ele interrompe o processo retira o fio defeituoso e coloca a bobina para rodar novamente a partir do peda o rearranjado Nesse momento o maquinista desloca se com maior frequ ncia para acompanhar todos os fusos que formam bobinas aproxima os olhos constantemente das bobinas evita conversar com o ajudante de conicaleira e procura algum defeito em torno dos fios da bobina A preocupa o aumentada na fase final da produ o est relacionada possibilidade de aparecer alguma irregularidade no fio e esse defeito passar para etapa seguinte algo que caso acontecesse na etapa inicial poderia ser corrigido na pr pria fia o Quando a bobina por exemplo apresenta diferen a em sua textura fio fino junto com fio grosso ao ser 80 desenrolada na tecelagem para formar a manta apresentar feixes de linha irregulares em seu trajeto caracterizando se como um tecido defeituoso O fato de a manta formada apresentar irregularidades na tecelagem motivo do maquinista ser advertido pelo encarregado de turma Ap s a forma o das bobinas o maquinista reinicia o processo de abastecimento dos magazines Em nenhum momento da produ
3. Turno C 5 anos na fun o Operador Eu e a X trabalhamos juntas h mais de 3 anos Quando ela ficou gr vida dei uma for a e tanto pra ela Uma sempre ajuda a outra aqui muito ruim de trabalhar com canelinha ruim de pegar pequena e vem com pouco fio Enquanto rola 1 canel o espula normal preciso de 2 canelinhas para a m quina n o parar trabalho dobrado nem sei pra qu tem essas canelinhas Maquinista manual Turno C 3 5 anos na fun o A preocupa o com a colega demonstrada nesta situa o Ao saber da dificuldade que trabalhar com canelinhas o maquinista experiente acelera sua produ o para ter tempo livre e ajudar o companheiro A canelinha espula pequena possui menos fio de linha que o tecido normal por isso os magazines ficam vazios com maior rapidez e o maquinista acelera seu ritmo custa de uma hipersolicita o do corpo para atender demanda da produ o 86 Outra diferen a existente entre o maquinista novato e experiente refere se compet ncia que esse ltimo possui em distinguir caracter sticas inerentes ao processo produtivo que podem prejudicar a qualidade das conicaleiras Na atividade do maquinista experiente poss vel demonstrar uma mudan a em sua estrat gia operat ria em fun o do ru do produzido pelas conicaleiras durante a emenda do fio de algod o primeira observa o parece ser um barulho estranho da m quina som forte de engrenage
4. conicaleira autom tica sexo feminino turno A Essa maquinista da conicaleira autom tica nunca trabalhou em uma conicaleira manual Ao relatar que na manual o trabalhador s cuida de uma m quina ela considera como exig ncias da atividade do maquinista apenas o n mero de fusos ou seja na manual s o 60 fusos a menos que a autom tica O atendimento aos fusos uma atividade que demanda exig ncia m sculo esquel tica posturas estereotipadas com hipersolicita o da musculatura do ombro e punho gestos repetitivos e deslocamentos com carga uma atividade portanto com caracter sticas diferentes da atividade desempenhada na conicaleira autom tica aten o aos fusos vigil ncia do painel de luzes e concentra o no abastecimento eletr nico de espulas do container n o deixar sobrar espulas A operadora em espec fico nunca foi afastada do trabalho devido causa m sculo esquel tica e relata que o trabalho na conicaleira autom tica muito mon tono por isso a prefer ncia em trabalhar na conicaleira manual que requer mais movimenta o Apesar da prefer ncia dessa maquinista o maior ndice de absente smo devido causa m sculo esquel tica na conicaleira manual 16 afastamentos na manual e nenhum na 70 autom tica Devido variabilidade de atividades manuais a conicaleira manual exige esfor o f sico Esse esfor o feito para atender meta de produ o e cumprir as determina e
5. mesmo sobre alguns exerc cios que poderiam fazer em domic lio para diminui o do seu quadro lgico ou seja assuntos relacionados sa de Nesse momento houve uma mudan a no tipo de roupa utilizada e o autor passou a usar roupas convencionais durante as visitas f brica Juntamente com as caracter sticas analisadas durante as observa es sistem ticas e com a mudan a de vestimenta foi poss vel ao pesquisador registrar verbaliza es que n o eram direcionadas somente sa de Os operadores passaram a relatar caracter sticas do maquin rio defeitos que fregientemente ocorriam nas espulas problemas da falta de organiza o no fluxo da produ o e informa es t cnicas sobre as etapas anteriores conicaleira As observa es sistem ticas as entrevistas em autoconfronta o e abertas o registro de verbaliza es espont neas e a utiliza o de filmagens em v deo forneceram elementos que possibilitaram identificar os condicionantes da atividade do maquinista de conicaleira m qualidade do fio ritmo acelerado da produ o associado aos momentos de insufici ncia de mat ria prima prazo reduzido da entrega do produto final opera o constante em maquin rio manual e excessiva rigidez do encarregado de turma no controle da produ o Tendo conhecimento da se o que apresentava o maior ndice de absente smo adoecimento na empresa conicaleira a pr xima etapa da pesquisa foi detalhar quais eram as caracte
6. o de modelos que abordem a rela o entre sujeitos humanos e seu meio ambiente s cio hist rico A Epidemiologia na sua perspectiva estruturalista perde de vista a exist ncia de indiv duos concretos que vivenciam situa es sociais que lhe s o dadas e que interpretam e fornecem significados aos seus comportamentos e aos dos outros Os indiv duos monitoram suas a es em processos interativos negociando adaptando e modificando significados e contextos enfatizada a necessidade de uma s ntese que leve em conta a objetividade das estruturas e a subjetividade das pr ticas individuais BARRETO E ALVES 1994 Al m dos fatores de risco relacionados atividade existem condi es inadequadas tanto do ambiente quanto da organiza o do trabalho que promovem o constrangimento e limita o da criatividade do operador Mais ainda as caracter sticas individuais como antropometria atividade f sica idade g nero e hist ria m dica pregressa tamb m s o fatores determinantes para o surgimento do adoecimento no trabalho A associa o desses fatores pode afetar a amplitude a dura o e a frequ ncia de exposi o das posturas de trabalho assumidas dos movimentos executados e das for as exercidas BUCLE E DEVEREUX 2002 Diante disso em uma an lise sobre adoecimento e fatores determinantes da exposi o necess rio correlacionar todas as caracter sticas do ambiente fatores externos s caracter sticas individuais fa
7. o m sculo esquel tica e condi es inadequadas no ambiente de trabalho favorecem o desenvolvimento de situa es que causam adoecimento e dist rbios m sculo esquel ticos dos trabalhadores Ao trabalhar com fio de m qualidade e maquin rio manual o operador frequentemente executa o gesto de recolher espulas rejeitadas e retirar bobinas formadas devido ao maquin rio manual n o possuir bra o mec nico de recolhimento autom tico Esse gesto com elevada fregii ncia de repeti o implica eleva o e flex o anterior dos ombros associada manuten o de contra o est tica at que a esteira rolante recolha a bobina formada A manuten o desse gesto causa efeitos delet rios no tecido muscular decorrentes da baixa circula o sangu nea local A contra o isovolum trica persistente dos m sculos com aumento do consumo de oxig nio pelas c lulas e a diminui o da circula o sangu nea regional resulta em isquemia com posterior fadiga muscular A fadiga muscular o estresse mec nico sobre a cartilagem os movimentos repetitivos e as contra es sustentadas constantemente transferem fluxo sangu neo das inser es para os m sculos levando isquemia local que pode se manifestar com dor difusa cansa o e desconforto nos m sculos dos membros superiores ASSUN O E ROCHA 1993 p 473 Diante da variabilidade do processo produtivo o operador adota estrat gias regulat rias e desenvolve novas habilidades que permi
8. tanto pela sua frente local de abastecimento de espulas quanto pelo fundo local de retirada da bobina formada A finalidade dessa vistoria localizar algum fuso com defeito travado recolher estopas de tecido que a pr pria m quina libera devido aos fios de algod o arrebentados observar se h alguma espula rejeitada na esteira de recolhimento leva as espulas vazias para uma caixa de armazenamento e passar o ventilador por cada fuso para retirar impurezas das partes internas da m quina Nessa etapa do processo a principal atividade do operador consiste em verificar a espessura da parafina O dispositivo de parafina uma pe a que se insere imediatamente antes do processo de emenda do fio Para uma perfeita emenda todo fio deve passar por dentro da parafina e ap s ser parafinado entra no fuso de emenda Com o uso constante a parafina perde sua textura e diminui o seu di metro sendo necess ria sua troca Durante um turno inteiro de trabalho o operador troca a parafina duas vezes em cada um dos sessenta fusos da conicaleira manual 12 PES O fuso da m quina sem impurezas restos de fios de algod o permite um maior deslizamento do fio pelo passador e uma maior precis o da m quina no processo de emenda dos fios sensores eletr nicos 40 Esses cuidados executados pelo operador em suas atividades tirar impurezas liberar esteira usar boa parafina promovem um bom desempenho da conicaleira durante a
9. turno C Pesquisador Como voc antecipa o problema e lida com a quest o da dor Operador Eu fico de olho nas espulas que est o com pouco fio e j vou trocando todas al m de andar olhando para tr s e ver se a luz est acesa Quanto a dor consigo suportar N o gosto de procurar m dico a quando chego em casa tomo anti inflamat rio Maquinista manual sexo masculino turno C Pelas verbaliza es indicado que quando a m quina solicitada a trabalhar em uma velocidade mais alta a carga f sica de trabalho para o operador maior A velocidade nas conicaleiras aumentada quando h grande n mero de espulas no estoque que precisam ser transformadas em bobinas 75 Durante a observa o sistem tica foi poss vel evidenciar em uma hora as diferen as no modo operat rio dos maquinistas e nos n meros de gestos adotados Na conicaleira que rodava a uma velocidade de 800 RPM o maquinista realizou 27 flex es e rota es lombares para recolher espulas rejeitadas e vazias que retornavam do fuso Em outra conicaleira com velocidade de 1 200 RPM utilizando a mesma mat ria prima o maquinista realizou 35 flex es e rota es Essa maior exig ncia m sculo esquel tica durante o ritmo acelerado da produ o associada maior press o temporal para cumprimento das metas diminui as margens de regula o do maquinista e causa comprometimento do seu estado interno Ao trabalhar sob influ ncias
10. A inexperi ncia o torna um indiv duo submetido a normas e procedimentos padr es A tarefa do maquinista de conicaleira consiste em apanhar caixa de espulas realizar o correto abastecimento dos magazines verificar a bobina produzida atender fuso com defeito e recolher espulas rejeitadas Para um observador externo ao realizar uma primeira aproxima o h uma tend ncia em simplificar a atividade do operador desconsiderando se os fatores de imprevisibilidade e complexidade tomada de decis es estrat gia de antecipa o gest o da carga de trabalho sobrecarga temporal prazo reduzido de entrega variabilidade inerente ao processo presentes em sua atividade A tend ncia em simplificar a atividade do maquinista tamb m acompanhada pelo senso comum que descreve o trabalho repetitivo como aquele que mobiliza partes dos membros do corpo humano dispensando qualquer atividade mental sin nimo de trabalho automatizado onde as tarefas s o realizadas sem qualquer mobiliza o de intelig ncia ASSUN O 2002 p 77 Por m a aparente simplicidade da atividade do maquinista e a id ia de que trabalho repetitivo n o mobiliza intelig ncia desmistificada ao evidenciar o modo operat rio e as estrat gias coletivas e de antecipa o que o maquinista experiente utiliza para enfrentar as exig ncias da atividade As estrat gias coletivas envolvem aux lios aos colegas novatos em momentos de prazo reduzido par
11. Com o decorrer do tempo alguns maquinistas relataram que a presen a do pesquisador incomodava mesmo sabendo que as observa es eram feitas para sugerir melhorias em suas atividades Achava que voc referindo ao pesquisador era filho do dono e estava aqui para vigiar a gente A gente nunca sabe o que eles os donos querem H mais tempo teve um encarregado que ficava s rodeando para ver o que estava errado a depois ele passava tudo para o gerente Maquinista de conicaleira manual sexo masculino turno B Todas as observa es realizadas referiam se s caracter sticas qualitativas da atividade do maquinista de conicaleira Para a coleta de dados que fornecessem indicadores quantitativos sobre a sa de e seus fatores de comprometimento foram utilizadas as seguintes ferramentas question rio sobre as condi es de sa de e trabalho dos operadores question rio estruturado com escala de intensidade de dor e diagrama de Corlett Anexo A CORLETT 1976 e por ltimo registro de informa es complementares e entrevista direcionada por observa es em momentos de transgress o das regras Com a caracteriza o dos dados fornecidos por esses instrumentos associados s observa es sistem ticas da atividade foi poss vel descobrir quais os pontos de maior comprometimento doloroso dos operadores O diagrama de Corlett um instrumento utilizado para que o entrevistado marque em uma figura esquem tica d
12. Educ Soc online v 19 n 65 p 101 140 1998 SCHWARTZ Y DURRIVE L Trabalho amp Ergologia conversas sobre a atividade humana Niter i Editora UFF 2007 SEVALHO G CASTIEL L D Epidemiologia e antropologia m dica a in ter disciplinaridade poss vel In Antropologia da Sa de Tra ando Identidade e Explorando Fronteiras Rio de Janeiro Editora Relume Dumar 248p 1998 SILVA D M P P MARZIALE M H P Problemas de sa de respons veis pelo absente smo de trabalhadores de enfermagem de um hospital universit rio Acta Scientiarum Health Sciences Maring SP v 25 n 2 p 191 197 2003 TRICOLI V Mecanismos envolvidos na etiologia da dor muscular Revista Brasileira de Ci ncia e Movimento Bras lia v 9 n 2 p 39 44 2001 VASCONCELOS R C A gest o da complexidade do trabalho do coletor de lixo e a economia do corpo Tese Doutorado Universidade Federal de S o Carlos Centro de Ci ncias Exatas e Tecnologia Programa de p s gradua o em Engenharia de Produ o 250p 2007 WESTGAARD R H Work related musculoskeletal complaints some ergonomics challenges upon the start of a new century Applied Ergonomics n 31 p 569 580 2000 WISNER A Atividades humanas previstas atividades humanas reais nos sistemas automatizados 1996 p 1 16 In LIMA F P A NORMAND J E Ed Qualidade da produ o produ o dos homens aspectos sociais culturais e subjetivos da qualidade
13. Pig Todas estas medi es foram realizadas durante o momento inicial de funcionamento da conicaleira Nesse momento todos magazines estavam vazios 81 FIGURA 18 Novato carregando uma espula FIGURA 19 Experiente carregando tr s espulas Essa diferen a de modo operat rio explica a maior solicita o da musculatura do antebra o e punho entre os maquinistas novatos Os gestos de flex o e extens o de punho e supina o e prona o do antebra o solicitam os m sculos pronador redondo e quadrado supinador braquiradial flexor ulnar e radial do carpo extensor radial e extensor ulnar do carpo A ado o desse gesto associada ao movimento de desvio ulnar e radial do punho durante o abastecimento dos magazines causa desconforto e dor na regi o tenar da m o Dentre os 34 operadores com queixa na regi o do punho 62 n 21 s o novatos 0 a 12 meses na fun o e 38 n 13 s o experientes Mais ainda ao considerar a propor o de desconfortos na regi o do punho por tempo na fun o o n mero encontrado o seguinte 78 dos maquinistas novatos e 41 dos maquinistas experientes A dor no punho como descrita pelos maquinistas possui localiza o pontual na regi o tenar e nessa regi o localiza se o m sculo braquiradial Esse m sculo possui dois aspectos biomec nicos que o condicionam a maior predisposi o les o menor rea de sec o transversa e anatomia biarticular Essas duas caracter sticas condici
14. conicaleira anterior da da produ o e m entre L 2 L 3 e L 4 L 5 dependendo do tipo coluna lombar qualidade do fio de A postura de flex o de mat ria prima linha A associa o anterior quando utilizada Quando a postura estereotipada dessas caracter sticas realizada in meras vezes linha de algod o dogdi causa maior por dia gera diminui a velocidade tensionamento no fio tensionamento muscular de rota o da durante de linha pois aem paravertebrais e caso conicaleira e quando recolhimento d conicaleira ir rodar a n o seja tratada pode a linha sint tica e espulas E uma maior velocidade e desencadear em uma aumenta a velocidade rejeitadas pela conseq entemente o fio lombalgia de rota o Assim h conicaleira arrebentar com maior menor n mero de facilidade gerando espulas rejeitadas mais espulas rejeitadas na esteira rolante 10cm do solo Ado o do Projeto inadequado do Hipersolicita o de Realiza a troca da gesto de pin a maquin rio musculatura de m o parafina somente fina com Dentre esses m sculos quando a mesma apenas dois existe o braquiradial que encontra se em dedos Gesto possui pequena rea de estado final Assim o adotado dissipa o de for as e n mero de trocas durante a troca de parafina anatomia biarticular di rias de parafina reduzido 89 Quadro 8 Quadro sin ptico com
15. da base altura padr o Esse processo determinado pela altura do arriador da ma aroqueira O operador que controla a altura do arriador relata que quando est no final do seu turno de EN 19 O gesto de elevar os bra os anteriormente flexionar os ombros e pronar o cotovelo somente realizado para retirar bobinas Como nesse dia a conicaleira produziu 380 bobinas por infer ncia poss vel descrever que o maquinista tamb m repetiu esse gesto por 380 vezes oN 712 trabalho e as espulas ainda n o est o formadas necess ria a ado o de certas estrat gias para que ele n o fique na ma aroqueira al m do seu expediente O processo de forma o de espulas em cada ma aroqueira existem oito no total quando regulada a altura padr o gasta aproximadamente 20 minutos 60 espulas formadas em 60 fusos Ap s a finaliza o do processo necess rio que o operador retire todas espulas cheias da ma aroqueira e coloque conicais vazios para reiniciar a produ o Quando o operador percebe que as espulas estar o prontas no exato momento de troca de turno por m h uma altera o na regulagem da altura de sua forma o O operador abaixa a regulagem da ma aroqueira assim o tempo de forma o de espulas maior pois ser o necess rios mais fios para preench las O pequeno ajuste na regulagem da ma aroqueira abaixando para um cent metro a altura ao inv s dos dois cent metros de preenchimento das
16. gica do operador diferenciada pois cada um possui uma estrutura tend nea diferente Aqueles que possuem algum desconforto ou adoecimento m sculo esquel tico s o os operadores que t m sua capacidade funcional individual vencida pelos constrangimentos sin rgicos sobre seus tecidos CLOT E FERNANDEZ 2005 O ambiente dotado de situa es constrangedoras e excessivas repeti es dos gestos determina ruptura do equil brio fisiol gico do operador e causa o adoecimento Em contrapartida a variedade de situa es associada possibilidade do poder agir do operador ocasiona em um ambiente favor vel ao desenvolvimento da atividade a repeti o ao id ntico a repeti o compulsiva da solicita o das mesmas unidades motoras por sincinesia que cria uma sobrecarga biomec nica localizada compress o reiterada das estruturas tendinosas alongamento constante das mesmas fibras tendinosas ou musculares para al m do limite de ruptura CLOT E FERNANDEZ 2005 p 69 Associado aos aspectos fisiol gicos de degenera o tecidual exigidos pela sobrecarga quantitativa desse trabalho h tamb m a subcarga qualitativa que contribui para o adoecimento dos maquinistas A subcarga caracterizada por pouca possibilidade de tomar iniciativas e contribuir com sugest es para melhoria das condi es de trabalho monotonia Postura an mala aquela resultante de uma situa o restritiva em que o uso confort vel do co
17. o o encarregado optou em abandonar sua planilha e deixou que os pr prios maquinistas elaborassem uma estrat gia de aloca o das m quinas Os operadores estipularam que primeiramente os maquinistas de conicaleira com mais tempo na fun o teriam direito escolha da m quina de sua prefer ncia Em segundo lugar a escolha seria dos maquinistas com menos tempo na fun o e em terceiro seriam os ajudantes de conicaleiras Essa situa o proporcionou um favorecimento aos indiv duos mais experientes que por trabalharem h mais tempo na f brica sempre escolhiam aquela m quina sobre a qual j detinham um maior conhecimento Atrav s da verbaliza o de uma ajudante de conicaleira que trabalhava h treze meses nessa se o fica evidente sua insatisfa o com esse tipo de procedimento 66 QUADRO 3 Registro de verbaliza o entre pesquisador e ajudante de conicaleira Operadora Apesar de ter mais de um ano de casa ainda me sinto uma novata N o tenho direito a opinar nas decis es da turma e n o consigo ter m quina fixa Toda vez que chego para trabalhar fico torcendo para n o cair na autom tica Se pudesse gostaria de trabalhar s na m quina 7 Ajudante de conicaleira sexo feminino turno B Pesquisador Por que voc gosta de ficar s na 7 Operadora O bom de usar s uma m quina que voc acostuma com ela Voc j sabe at que velocidade ela vai sabe mais ou menos o quanto ela
18. o posterior determinada pelo estoque gerado na se o anterior e pela capacidade de produ o instalada dos equipamentos No caso da se o conicaleira a velocidade das m quinas determinada pelos produtos que chegam da se o ma aroqueira espula quando h um grande n mero de espulas em estoque armazenadas na se o conicaleira a velocidade de produ o das conicaleiras tem que ser aumentada para conseguir transformar todas em bobinas A altera o da velocidade da conicaleira causa mudan as nas estrat gias utilizadas pelo operador Como a velocidade da conicaleira pode ser ajustada de 800 a 1200 RPM sua varia o implica em diferentes contextos de trabalho maior produ o de bobinas maior n mero de espulas rejeitadas fio com maior n mero de impurezas e maior n mero de arrebentamentos de fio Esses fatores associados causam aumento na carga f sica de trabalho aos maquinistas maior n mero de deslocamentos entre as conicaleiras aumento no n mero de flex es para recolhimento das espulas maior n mero de reposi o de espulas nos magazines e altera o em seu estado de aten o sobre a qualidade final das bobinas 74 No dia que a m quina est r pida e o fio arrebenta muito para mim dormir tenho que tomar um antiinflamat rio A velocidade r pida muito cansativa porque n o d tempo de ficar olhando os defeitos nas bobinas a quando ela chega na malharia eles reclamam que ela est ruim e es
19. o se expressa pelo desenvolvimento de novas habilidades e estrat gias para superar as perturba es do processo ou para descansar as estruturas musculares uma vez que a fadiga se manifeste interrompendo a tarefa reduzindo o ritmo ou compartilhando sua execu o com o colega FERNANDES ASSUN O e CARVALHO 2007 p 2 Apesar do encarregado n o ficar muito preocupado com a forma como os operadores executam suas atividades e dedicar maior parte do tempo cobran a de resultados produ o final ele ainda considerado uma pessoa que incomoda os maquinistas novatos A apreens o vivenciada pelos novatos com a presen a do encarregado reflete se em seu modo operat rio O maquinista novato a todo o momento olha para tr s procurando o evita parar suas atividades para ir ao banheiro ou beber gua organiza seu trabalho de modo a seguir a sequ ncia estabelecida pelo encarregado n o conversa com o colega da conicaleira vizinha e aumenta a velocidade de rota o da conicaleira Nesse dia em espec fico 12 02 2007 devido mudan a de modo operat rio desse maquinista que estava h quatro meses na fun o tr s fusos travaram duas bobinas foram rejeitadas por apresentarem irregularidades e 12 espulas cheias ca ram no ch o N o sei o que aconteceu comigo Cometi uns erros bobos que nunca tinha cometido Fui seguir a segii ncia do chefe e deu no que deu Igual na hora do carrinho para mostrar servi o quis colocar mais esp
20. p 46 55 2008 97 FERNANDES R C P ASSUN O A A CARVALHO F M Tarefas repetitivas sob press o temporal os dist rbios m sculo esquel ticos e o trabalho industrial Ci ncia e Sa de Coletiva v 12 2007 GAUDART C WEILL FASSINA A L volution des comp tences au cours de la vie professionnelle une approche ergonomique Formation Emploi n 67 p 47 62 1999 GU RIN F LAVILLE A DANIELLOU F DURAFFOURG J KERGUELEN A Compreender o trabalho para transform lo a pr tica da ergonomia S o Paulo Editora Edgard Bliicher 200p 2004 LAVILLE A VOLKOFF S Envelhecimento e trabalho 2007 p 111 123 In FALZON P Ergonomia S o Paulo Editora Bl cher 2007 LIMA M E A Informatiza o e sa de no setor de telecomunica es o problema das les es por esfor os repetitivos 2000 p 159 168 In SZNELWAR L I ZIDAN L N O trabalho humano com sistemas informatizados no setor de servi os S o Paulo Editora Pl iade 2000 LIMA F P A Qualidade da produ o produ o dos homens 1996 p i xii In LIMA F P A NORMAND J E Ed Qualidade da produ o produ o dos homens aspectos sociais culturais e subjetivos da qualidade e da produtividade Belo Horizonte DEP EEUFMG 1996 LIMA F P A A forma o em Ergonomia reflex es sobre algumas experi ncias de ensino da metodologia de an lise ergon mica do trabalho In Kiefer C lia Fag Iracema Sampaio Ma
21. rio o pavio transformado em fio pelo processo de estiragem e tor o FIGURA 7 Pavios transformados em fios FIGURA 8 Fio de linha espula em detalhe 5 A bobinadeira conicaleira a ltima se o do setor fia o L recebe se o fio em forma de espulas e o transforma em bobinas cones eliminando as imperfei es que vieram dos filat rios tim vm FIGURA 9 Conicaleira e seus 60 fusos FIGURA 10 Bobinas formadas 10 Nas figuras de n mero 2 a 9 n o h presen a de operadores porque a empresa concedeu autoriza o para o uso de imagens com funcion rios somente para a se o conicaleira 34 Tecelagem malharia recebe as bobinas da fia o que v o para o estoque para serem vaporizadas A vaporiza o umidifica o fio alivia as tens es das fibras e melhora o rendimento no tear O produto final dessa etapa o tecido cru Tinturaria nesse setor que o substrato t xtil sofre todo processo de prepara o e tingimento chamado de beneficiamento Expedi o etapa final da produ o Nesse setor os operadores realizam a ltima supervis o do tecido tingido e ap s aprova o final todas as mantas s o embaladas e despachadas para os caminh es A descri o detalhada de cada setor tornou se necess ria por tratar se de uma empresa com caracter sticas de produ o segiiencial por isso o aumento ou diminui o da produ o de materiais em um seto
22. Ao adotar essa estrat gia o maquinista evita agachar para recolher uma espula por vez Ao acumular de seis a oito espulas o maquinista abaixa perto da esteira e recolhe todas elas de uma s vez Algumas a es adotadas pelos maquinistas s o feitas na tentativa de diminuir a exposi o aos fatores de risco do adoecimento m sculo esquel tico Como n o poss vel controlar a qualidade do algod o ou a fregii ncia que o fio arrebenta o maquinista adota modos operat rios que predisp em seu corpo a um menor desgaste Al m das implica es fisiol gicas no operador a m qualidade do fio de algod o possui impacto na produ o final de bobinas Em 18 de outubro de 2007 durante oito horas de funcionamento houve uma diferen a de 13 na produ o de bobinas entre a conicaleira que utilizava algod o e a conicaleira com fio sint tico conicaleira com algod o produziu 2 855 Kg de tecido e conicaleira com fio sint tico produziu 3 270 Kg de tecido 18 A coluna vertebral dividida em 4 segmentos cervical tor cica lombar e sacral O segmento lombar possui 5 v rtebras e entre cada v rtebra existe o disco intervertebral amortecimento e dissipa o de cargas A nomenclatura utilizada para cada v rtebra da coluna lombar a letra L seguida do n mero correspondente sua altura primeira v rtebra lombar L 1 segunda L 2 e assim por diante 65 4 2 Fregii ncia de rod zio nas conicaleiras Na se o conic
23. abordar apenas um movimento isolado do contexto O movimento de eleva o do bra o al m de flex es de punhos abastecimento de magazines flex o lombar recolhimento de espulas rejeitadas pr ximo ao solo hiperextens o lombar carregamento de caixa de espulas e manuten o da postura ortost tica s o movimentos executados durante toda jornada de trabalho e cada um deles possui efeitos acumulativos sobre as estruturas tend neas e musculares do corpo Al m da hipersolicita o da musculatura flexora do ombro no gesto de retirar bobinas a mesma solicitada durante o destravamento de fuso rein cio de rolagem do fio de linha na forma o da bobina e coloca o de tubetes Por esse motivo a dor no ombro resultado de microtraumas que o operador submetido durante toda sua atividade A troca da bobina por ser o gesto mais exigente de demanda muscular seria o desencadeador final da cascata de respostas musculares a essa sobrecarga 4 4 Controle do processo de produ o A ma aroqueira respons vel em transformar os fios de linha grossos ainda retorcido em fios de linha mais finos espulas E nesse momento que se deve ter aten o constante para a forma o de espulas porque a altura do fio enrolado na espula a medida de refer ncia para a conicaleira realizar a puxada do fio e iniciar a produ o de bobinas Ao formar uma espula o fio que est enrolado ao seu redor dever ter in cio a dois cent metros
24. and prognostic factors of non specific neck pain a systematic review Pain n 77 p 1 13 1998 BUCKLE P W DEVEREUX J J The nature of work related neck and upper limb musculoskeletal disorders Applied Ergonomics n 33 p 207 217 2002 CLOT Y FERNANDEZ G Analyse psychologique du mouvement apport la compr hension des TMS Activit s Revue lectronique v 2 n 2 p 68 78 2005 DANIELLOU F Le Statut de la Pratique et des Connaissances dans intervention Ergonomique de Conception Th se d Habilitation en Ergonomie Universit Le Mirail Toulouse 1992 DEJOURS C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho S o Paulo Editora Obor 163p 1987 DEJOURS C O Fator Humano Rio de Janeiro Editora Funda o Getulio Vargas 1997 DREYFUS H L DREYFUS S E The power of human intuition and expertise in the era of the computer Canada Free Press 231p 1986 ECHTERNACHT E H Sobre a carga de trabalho Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 12 f mimeografado 2002 ECHTERNACHT E H A produ o social das les es por esfor os repetitivos no atual contexto da reestrutura o produtiva brasileira Tese Doutorado em Ci ncias em Engenharia de Produ o COPPE Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998 ECHTERNACHT E Atividade humana e gest o da sa de no trabalho elementos para a reflex o a partir da abordagem ergol gica Laboreal v IV n 1
25. de fios de linha A se o conicaleira apresenta maior ndice de absente smo adoecimento em rela o s outras se es do setor fia o devido elevada carga f sica da atividade do maquinista Essa consiste em limpar os restos de fios que ficam na conicaleira e realizar manualmente a emenda do fio de linha quando a conicaleira n o executa essa opera o automaticamente O maquinista tamb m respons vel por recolher as espulas oriundas da se o montante carregar caixas com peso elevado abastecer a conicaleira com tubos de fios de linha percorrer longas Fluxo de setores na ind stria t xtil 1 fia o 2 tecelagem malharia 3 tinturaria e 4 expedi o 2 O setor fia o possui seis se es 1 sala de abertura 2 cardas 3 passadores 4 filat rios 5 pavieiros e 6 conicaleiras dist ncias em ortostatismo recolher os carret is bobinas de fio e observar se algum fio de linha ou tubo pl stico impede o funcionamento adequado da m quina Para definir o setor cr tico o absente smo foi utilizado como indicador do adoecimento e serviu para mostrar qual setor possu a maior propor o de operadores com algum comprometimento m sculo esquel tico O ndice de absente smo utilizado neste estudo referiu se apenas aos operadores afastados do trabalho devido s doen as m sculo esquel ticas absente smo doen a seja por patologia com diagn stico m dico ou por queixa moment n
26. desses fatores ele predisposto a maiores situa es de risco de adoecimento m sculo esquel tico 4 6 Novato versus Experiente O ndice de absente smo entre os novatos maior que entre os experientes A porcentagem de operadores faltosos com at um ano na fun o atinge 31 5 e entre os operadores com tr s a quatros anos na fun o a porcentagem de 14 Yo D Operadores faltosos 1 12 12 24 24 36 36 48 Tempo na fun o meses Gr fico 5 Propor o de operadores faltosos por tempo na fun o Os maquinistas com at um ano na fun o que foram afastados do trabalho s o doze Entre eles existe variabilidade no n mero de dias afastados cinco operadores com at sete dias de afastamento quatro operadores com oito a quinze dias de afastamento e tr s operadores com mais de 15 dias de afastamento Mais ainda 75 nove desses operadores afastaram se do 20 O n mero total de dias afastados do trabalho pode ser cont nuo ou com interrup es recidiva 76 trabalho mais de uma vez ou seja o maquinista recebeu licen a m dica retornou ao trabalho e depois de determinado per odo recebeu outra A repeti o das licen as m dicas sugere cronicidade ou recidiva do dist rbio m sculo esquel tico Nesse caso o maquinista n o fica parado o tempo suficiente para recuperar o desgaste fisiol gico em suas estruturas m sculo tend neas ou o fator causal do dist rbio encontra
27. determinantes da exposi o fatores de risco e estrat gias de evita o Conclus o DETERMINANTES DA SITUA ES DE ESTRAT GIAS DE EXPOSI O RISCO EVITA O Contra o Projeto inadequado do Hipersolicita o Intercalar a atividade est tica com maquin rio e utiliza o do dos m sculos que de recolher bobinas sustenta o dos membros superiores acima da linha da cabe a gesto adotado durante recolhimento de bobinas prontas maquin rio manual contribuem para a realiza o desses gestos delt ides redondo menor subescapular infra espinhoso supra espinhoso e grande dorsal com atividade de menor carga de trabalho 90 CAP TULO 5 CONCLUS O E RECOMENDA ES Esse estudo desenvolvido na se o conicaleira identificou as estrat gias e os modos operat rios desenvolvidos pelos maquinistas experientes para reduzirem a exposi o aos fatores de risco do adoecimento m sculo esquel tico Al m disso foram identificados os determinantes da organiza o da produ o que favorecem o elevado ndice de absente smo e os maquinistas foram divididos em tr s classifica es absente stas presente stas e saud veis As sugest es e recomenda es foram direcionadas para a organiza o do trabalho para as caracter sticas t cnicas da produ o e para os meios dispon veis para os operadores realizarem suas atividades Ao final desta disserta
28. e da produtividade Belo Horizonte DEP E E UFMG 1996 99 WISNER A Por dentro do trabalho ergonomia m todo amp t cnica Tradu o de Flora Maria Gomide Vezz S o Paulo FDT p 172 189 1987 100 Anexo A Question rio de Percep o 101 QUESTION RIO PARA LEVANTAMENTOS DE DADOS SOBRE SA DE Voc n o precisa se identificar As informa es que voc dar ser o sigilosas e ningu m ter acesso ao question rio As respostas n o ser o divulgadas com o seu nome Elas servir o para propor novas melhorias das condi es de trabalho e para acompanhar os efeitos das mudan as implementares Data de preenchimento 2005 Idade Sexo M F Empresa Data de Admiss o Regi o onde trabalha Fun o Hor ria entrada Hor rio sa da 2 Atividades que realiza 3 Vou j trabalhou em outros lugares Local Per odo estimado Fun o Sintomas e Queixas 4 Voc j sentia dores antes de trabalhar como maquinista Sim N o 2 O question rio de percep o associado ao diagrama de Corlett foi adaptado pelo Grupo de Pesquisa e Extens o em Ergonomia e Projeto do Trabalho Departamento de Engenharia de Produ o Universidade Federal de S o Carlos 102 5 Que parte do corpo 6 Atualmente voc sente dores musculares Sim N o 7 Descreva em quais partes do corpo voc sente algum de
29. em modalidades diferentes de uso do corpo O experiente em momentos de maior exig ncia f sica adota modos operat rios e estrat gias de antecipa o que reduzem os efeitos da carga de trabalho sobre sua sa de mecanismos de regula o que se traduzem em ndices menores de absente smo e de desconforto A ergonomia n o considera o trabalhador como um mero executante de tarefas Ele age medida que confrontado com uma determinada situa o interpreta os dados dispon veis e mensura o tempo alocado para cada opera o ou seja ele regula e assim que obt m os resultados desejados Sem esta m gica n o existiria produ o ASSUN O 2001 p 2 A atividade do maquinista de conicaleira pode ser descrita da seguinte maneira 1 O operador chega ao posto de trabalho 15 minutos antes da sa da do colega Ao chegar o maquinista troca algumas informa es com o colega do turno anterior Durante esse momento informada a velocidade de rota o da conicaleira 800 900 1 000 ou 1 200 RPM como est a qualidade da mat ria prima qual tipo de tecido fabricado se h muitos rejeitos estopa e como est o ritmo de produ o de espulas na se o anterior ma aroqueira Nessa etapa de transi o o operador do turno anterior costuma dar algumas dicas como o p o O Op 8 encarregado est passando muito por aqui hoje a turma da ma aroqueira est acelerada ou fica esperto que ho
30. fio arrebentado ou seja o bra o mec nico realiza tr s tentativas para emendar o fio e caso n o consiga a luz vermelha acionada O operador nessa situa o realiza a emenda do fio manualmente ou seja ele puxa a ponta do fio da espula e passa no fulcro do passador para a m quina voltar a rodar e formar a bobina Essa atividade acarreta perda de tempo para o operador que se torna obrigado a n o dar aten o para os outros dispositivos da m quina 47 A an lise da atividade do maquinista em situa o real permite evidenciar algumas caracter sticas que a diferenciam da tarefa prescrita pela empresa o abastecimento dos magazines feito em dois sentidos e n o em um nico sentido como prescrito alguns operadores pegam mais de uma caixa de espulas para fazer reserva o abastecimento do magazine feito com mais de uma espula por vez o maquinista deixa sua conicaleira por alguns minutos e auxilia o colega em momentos de dificuldade exemplo uso de algod o de baixa qualidade 48 CAP TULO 4 EXPOSI O E EVITA O AOS RISCOS M SCULO ESQUEL TICOS O ESTUDO DA ATIVIDADE DE TRABALHO DO MAQUINISTA A an lise da atividade do maquinista de conicaleira em hor rios diferenciados turno A B e C permitiu explicar porque o hor rio preferido pela grande maioria dos operadores para trabalhar o turno C 22h at 05h45 A prefer ncia pelo turno C segundo os operadores seria devido a tr s princip
31. fios de linha 5 Verificar irregularidades entre os fusos Ap s o acionamento da conicaleira todos os 60 fusos come am a rodar e formar a bobina de linha Nessa etapa da produ o o operador verifica irregularidades nos fios de linhas das espulas nas bobinas e em toda conicaleira Durante a forma o da bobina o operador observa se os fios est o dispostos paralelamente e se n o h fio duplo ou cruzado O operador relata maior dificuldade para fiscalizar a qualidade das bobinas quando a m quina est a uma velocidade maior pois al m dessa fun o de vigil ncia o operador tem que abastecer os magazines com maior frequ ncia j que as espulas ficam vazias mais rapidamente No momento de fiscaliza o da qualidade das bobinas algumas a es s o realizadas de maneira simples como retirar restos de fios e realinhar as bobinas Em certos momentos da produ o por m algumas dessas a es tornam se mais dif ceis como destravar o fuso para a bobina voltar a rodar ou ter que retirar a bobina do carretel arrebentar a parte de fio irregular e colocar a bobina para rodar manualmente Uma irregularidade despercebida na bobina baixa linearidade fio duplo fio cruzado fio com espessura diferente na emenda durante a se o conicaleira acarretar em m forma o da manta de tecido no setor tecelagem Como todas as conicaleiras e bobinas s o marcadas poss vel o encarregado de turma descobrir qual foi o maquinista
32. horas aus ncia de pausas regulares elevada repetitividade para as a es que envolvem os membros superiores ritmo acelerado de trabalho imposto pela m quina condi es inadequadas no ambiente de trabalho e coexist ncia de maquin rios antigos com mat ria prima de m qualidade Esses fatores desfavor veis sa de do trabalhador s o ampliados por uma inexist ncia de coopera o entre encarregado de turma e maquinista na elabora o dos modos operat rios da tarefa a ser realizada Isso impossibilita que o maquinista contribua com seus conhecimentos e habilidades para a sugest o de melhorias nas condi es dessa atividade e a incorpora o de novos procedimentos ao trabalho prescrito O efeito da carga de trabalho sobre o operador pode levar ou n o ao adoecimento de acordo com as seguintes caracter sticas margens de manobra deixadas pela organiza o do trabalho na ado o de estrat gias compensat rias limites de seus condicionantes internos e escolha de estrat gias que reduzam os efeitos da sobrecarga da atividade A diminui o no n mero de modos operat rios pass veis de serem executados pelo operador causa aumento da carga de trabalho ou seja existem menos possibilidades de alternar maneiras de trabalhar para cumprir os objetivos estipulados a carga de trabalho o estado de abertura do leque de modos operat rios DANIELLOU 1992 A associa o entre manuten o de posturas que causam hipersolicita
33. ingrediente exatamente a associa o dos dois primeiros ou seja a articula o entre o protocolo e a particularidade de cada situa o O operador associa suas normas e conhecimentos antecedentes com a demanda de uma situa o em espec fico A singularidade da situa o exige conhecimentos espec ficos para sua solu o pois mesmo o operador que utiliza normas e procedimentos que foram protocolados em outras situa es cada momento exige a reformula o dos c digos que se aplicam em uma situa o em especifico ajustes permanentes ao que a situa o tem de particular SCHWARTZ 2007 O quarto ingrediente das compet ncias coloca em quest o o uso de si por si mesmo e o uso de si pelos outros Os outros representam os elementos externos ao operador que influenciam suas atividades colegas de trabalho hierarquia empresa e regras A forma como a organiza o usa o operador revela sua compet ncia para enfrentar a situa o o agir em compet ncia vai certamente depender do que o meio oferece O meio ao proporcionar constrangimentos e limita es ao operador n o cria espa os para o desenvolvimento adequado de suas atividades A todo o momento h um debate de valores ligado ao debate de normas as impostas e as institu das na atividade preciso ter no esp rito os conhecimentos sobre o caso t pico e ao mesmo tempo trabalhar para compreender em que medida h variabilidades deriva es in
34. magazine diferente e perguntei pra ela por que ela fazia daquele jeito Foi a que passei a fazer do jeito dela e minhas dores sumiram Maquinista manual Turno A 4 anos na fun o 83 A estrat gia relatada por esta maquinista consiste em apertar o fulcro central do magazine com o punho ao inv s dos dedos Esse posicionamento protege as articula es interfalangeanas distais ponta dos dedos e promove um relaxamento da musculatura intr nseca das m os evitando seu desgaste e fadiga O modo operat rio adotado pelo novato em seus meses iniciais de trabalho se diferencia dos experientes Um fator respons vel por essa altera o de estrat gias a presen a do encarregado de turma que causa mais desconforto nos novatos do que nos experientes Dentre v rias fun es ele avalia periodicamente a atividade do maquinista e ajudante de conicaleira e por meio de uma ficha de treinamento realiza uma avalia o de tr s em tr s meses Quadro 6 Procedimento de avalia o adotado pelo encarregado de turno CONCEITOS O B Rg R 1 Apanhar caixa de espulas 2 Localizar ponta do fio na espula 3 Abastecer magazine 4 Atender fuso luz acesa 5 Fazer reserva 6 Trocar parafina 7 Trocar bobina 8 Retirar estopa da caixa de aspira o 9 Retirar pelotas junto ao parafinador O timo B bom Rg regular e R ruim Fonte Set
35. n o o fio sint tico mais resistente o maquinista tenta diminuir a velocidade de rota o de sua m quina 1200 RPM para 800 RPM para evitar retrabalho e constantes recolhimentos de fios de linha arrebentados devido baixa for a t nsil do algod o Quando o fio de algod o substitu do pelo fio sint tico o operador acelera novamente a velocidade da m quina para que a meta de produ o estabelecida pelo encarregado de turma possa ser atingida Durante a execu o das atividades o operador vivencia uma rela o de conflito entre desgaste m sculo esquel tico e cumprimento das metas exigidas MENDES 2006 O trabalhador experiente mant m a regula o deste conflito com a ado o de estrat gias que permitem a ele reduzir os efeitos da carga de trabalho sobre sua estrutura f sica A experi ncia associada idade fornece subs dios para a compreens o destas estrat gias de redu o dos efeitos da sobrecarga f sica O aumento da idade e da experi ncia modifica as rela es entre os tr s p los que determinam a organiza o da atividade o sistema de trabalho as pessoas e os outros colegas e hierarquia O sistema de trabalho que permite uma manobra de a o menos constrangedora proporciona uma regula o eficiente entre as pessoas e os outros GAUDART 1999 Essa regula o classificada em duas modalidades principais regula o por evitamento e regula o por compensa o A regula o por ev
36. o O esquema abaixo ilustra a realidade encontrada neste setor gt ABSENTE SMO N T sosrecarca T ropizio recuLa o J FIGURA 17 C rculo vicioso do ndice de absente smo 69 4 3 Sele o de maquin rio Existem tr s tipos de conicaleira na f brica autom tica semi autom tica e manual A diferen a entre a autom tica e manual que no caso da autom tica a retirada de bobinas 2 5kg abastecimento do container com caixas de espulas 25kg e preenchimento dos fusos s o processos feitos de maneira automatizada Al m disso o operador que trabalha na conicaleira autom tica fica respons vel por duas conicaleiras 120 fusos e n o conta com aux lio do ajudante J na conicaleira manual o operador fica respons vel por apenas uma m quina 60 fusos A semi autom tica exce o da retirada de bobinas possui todas suas opera es executadas de maneira manual assim como a conicaleira manual A variabilidade existente no processo desencadeia prefer ncias diferenciadas entre os operadores Na verbaliza o abaixo a maquinista da autom tica demonstra prefer ncia pela conicaleira manual j que ela levou em considera o o menor n mero de fusos que ser o atendidos autom tica 120 e manual 60 desconsiderando se a maior exig ncia f sica e sobrecarga m sculo esquel tica na conicaleira manual O bom de trabalhar na manual que o trabalhador cuida s de uma m quina Maquinista da
37. o essa nova tarefa de recolhimento de espulas rejeitadas As espulas rejeitadas ficam a 10 cent metros do solo e deslizam automaticamente sobre uma esteira de fita de lona com destino final no reservat rio da conicaleira O problema dessa esteira quando as espulas se acumulam alto ndice de rejei o pela conicaleira e 64 travam esse processo de recolhimento autom tico exigindo a interven o do maquinista para recolher as espulas manualmente A postura adotada durante esse recolhimento gera elevada carga nos discos intervertebrais da coluna lombar principalmente entre L 2 L 3 e L 4 L 5 Essa postura flex o anterior associada rota o de coluna lombar quando realizada in meras vezes por dia gera tensionamento muscular em paravertebrais e caso n o seja tratada pode desencadear em uma lombalgia A prescri o feita aos maquinistas pelo encarregado de turma recomenda que ao realizar o recolhimento de algum objeto em solo necess rio agachar com os joelhos flexionados manter a coluna ereta e trazer a carga para o mais pr ximo poss vel do corpo Em situa o real de trabalho percebe se que os maquinistas n o adotam essa postura visto que ela acarreta perda de tempo e maior cansa o nas pernas como informado por uma maquinista da conicaleira manual Al m de n o assumirem a postura recomendada pelo encarregado os maquinistas deixam acumular um maior n mero de espulas rejeitadas no final da esteira
38. o maquinista experiente ap s concluir o abastecimento dos magazines utiliza o ventilador para retirar restos de poeira e estopas nos sensores de emenda do fio esse gesto diminui a possibilidade do sensor n o reconhecer a ponta do fio de linha e por isso n o realizar a sua emenda o que causa perda de tempo e maior demanda m sculo esquel tica na emenda do fio manualmente O novato n o realiza essa opera o porque na maioria das vezes seu tempo dedicado realiza o de atividades rotineiras e corretivas e n o sobra tempo para as atividades de antecipa o Nesse contexto a compet ncia dos trabalhadores est relacionada com sua capacidade de regula o ou seja o indiv duo gerencia a variabilidade conforme as situa es quanto maior a variabilidade das situa es menor a possibilidade de antecipa o caso aquela n o seja compensada e dominada pela experi ncia Durante a atividade do maquinista de conicaleira ficam evidentes os sinais de apreens o e a mudan a do modo operat rio de acordo com o momento em que se encontra a produ o No in cio da atividade momento em que a conicaleira realiza a emenda dos fios o operador apresenta se de maneira relaxada desloca se pelo itiner rio da m quina e observa se algum fuso est travado conversa com o colega da conicaleira vizinha deixa a m quina sozinha para ir ao banheiro Enfim uma situa o de vigil ncia que n o gera demandas f sicas intensas ao operador
39. o mec nico Ao somar a porcentagem de tempo do maquinista novato nas fun es abastecimento dos magazines atender defeito e atender bobina pronta chega se ao total de 80 Essas opera es s o fatores de risco para o adoecimento m sculo esquel tico e exigem a ado o de gestos que provocam hipersolicita o da musculatura do punho e da cintura escapular 110 de flex o do ombro e 15 de flex o do punho associados ao carregamento de peso Os m sculos que contribuem para a realiza o desses gestos s o os delt ides redondo menor subescapular infra espinhoso supra espinhoso grande dorsal e flexores do punho No in cio da flex o de ombro o delt ide fornece 50 da for a para manter o ombro em flex o Durante esse momento inicial a cabe a umeral estabilizada pelo redondo menor for as opostas de depress o da cabe a umeral e acima dos 60 de flex o o subescapular e o infra espinhoso agem simultaneamente para auxiliar a manuten o da cabe a umeral na cavidade da glen ide Na medida em que o arco de movimento aumenta o m sculo grande dorsal contrai excentricamente para auxiliar na estabiliza o da cabe a umeral Acima de 90 de flex o a for a do manguito rotador redondo menor subescapular infra espinhoso e supra espinhoso diminui e deixa a articula o do ombro mais vulner vel les o Al m dessa an lise cinesiol gica a hipersolicita o da musculatura do punho e ombro su
40. operador utiliza um carrinho suporte que desliza com a caixa de espulas para que ele n o tenha que carreg la em suas m os Esse suporte da mesma altura do local de abastecimento e o operador utiliza uma das m os para empurr lo enquanto a outra preenche os magazines Ao realizar o abastecimento necess rio que o operador segure a espula e ao mesmo tempo puxe a ponta do fio de tecido e passe esta ponta pelo fulcro central do magazine sistema de v cuo que puxa a ponta do tecido para a etapa de emenda O maquinista que abastece o magazine com uma nica espula por vez possui um modo operat rio diferente do maquinista que abastece o magazine com um maior n mero de espulas Ao abastecer com uma nica espula o operador utiliza a ponta de seus dedos para apertar o fulcro central do magazine e ao mesmo tempo puxar a ponta do fio Para puxar a ponta do fio o operador realiza o gesto de pin a do polegar supina o leve do antebra o e flex o do cotovelo uma atividade que exige destreza e rapidez durante sua execu o O gesto de pin a determinante na efici ncia do operador ao passar a ponta do fio pelo fulcro do magazine Por utilizar somente uma espula esse operador ter que realizar o abastecimento dos magazines em uma velocidade maior que o operador que utiliza tr s espulas j que ambos n o podem deixar nenhum dos 60 fusos vazio Ver Figuras 12 e 13 44 Figura 12 Coloca o de espula com uso dos dedos
41. poss vel comprometimento do nervo mediano a associa o da flexo extens o deslocamento da m o para cima e para baixo e desvio radial ulnar deslocamento da m o para o lado e para o centro com carregamento de carga operador experiente carrega 3 a 4 espulas na mesma m o ao abastecer os magazines 54 1 O operador chega no posto de trabalho conversa com o colega respons vel pela conicaleira pergunta qual tipo de linha roda naquele momento e olha no painel a quantidade de quilos de fios de linha produzidos 2 Abastece todos os magazines at completar cinco espulas Como existiam no ch o algumas caixas com espulas n o houve necessidade de o maquinista deslocar at a ma aroqueira para buscar caixa reserva 3 Completa o reservat rio de tubetes O reservat rio de tubete fica acima do local de forma o de bobinas e assim que uma bobina formada o maquinista recoloca um novo tubete para que o processo reinicie O maguinista coloca quatro tubetes em cada fuso porque durante um turno de trabalho o n mero m ximo de bobinas formadas por fuso s o quatro O maquinista agacha para pegar os tubetes que ficam em uma caixa no ch o segura os quatro em uma m o fica em ortostatismo eleva o ombro a 100 de flex o e solta os tubetes no local de encaixe do reservat rio 4 Passa o ventilador nos fusos e verifica a parafina O operador utiliza o ventilador para retirar as impurezas e restos de fios de linha que ficam ao re
42. prima tipo de maquin rio turno de trabalho determinante para a identifica o dos fatores de risco que o predisp e ao adoecimento ou absente smo A atividade o elemento integrador das dimens es t cnicas econ micas e sociais do trabalho 26 a atividade de trabalho o elemento central que organiza e estrutura os componentes da situa o de trabalho uma resposta aos constrangimentos determinados exteriormente ao trabalhador e ao mesmo tempo capaz de transform los Estabelece portanto pela sua pr pria realiza o uma interdepend ncia e uma intera o estreita entre esses componentes GU RIN et alli 2004 p 26 A AEFT m todo de a o da ergonomia tamb m definida como a descri o exaustiva das atividades de trabalho do ou dos trabalhadores que atuam sobre um dispositivo t cnico de dimens o mais ou menos consider vel e possuindo um grau de complexidade mais ou menos elevado A partir da observa o de todos os comportamentos motores perceptivos ou de comunica o a descri o validada atrav s de uma segunda e fundamental etapa da metodologia a autoconfronta o dos trabalhadores com os fatos observados pelo ergonomista WISNER 1996 p 1 A autoconfronta o foi utilizada com alguns maquinistas em momentos que eles deixavam de cumprir a tarefa prescrita e adotavam estrat gias diferenciadas para atingir a meta de produ o Priorizaram se os operadores do turno C para a autoc
43. quina e da diferen a na ado o de modos operat rios do novato e experiente fornecem elementos que permitem caracterizar a atividade do maquinista O modo operat rio adotado pelo maquinista novato ou experiente revela a forma como cada um faz uso do corpo e 61 o saber sobre o seu corpo e sobre si orientam a atividade mesmo quando as margens de liberdade deixadas pela organiza o do trabalho s o estreitas para permitir ao trabalhador escolher e implementar a estrat gia que julgar mais apropriada situa o levando em conta o seu estado interno ASSUN O 2003 p 38 4 1 Qualidade da mat ria prima A mat ria prima utilizada para forma o das bobinas de linha o algod o ou tecido sint tico Na maior parte dos tecidos produzidos nesta f brica Paraopeba MG ainda h predomin ncia do algod o enquanto que na filial recentemente constru da em Pedro Leopoldo MG somente se utiliza o tecido sint tico O algod o gera uma quantidade excessiva de p seu manejo e armazenamento s o dif ceis a resist ncia t nsil em rela o ao sint tico menor e o tecido formado por ele necessita de maior tempo nos processos de limpeza e tingimento Por se tratar de uma mat ria prima de fonte natural a sua disponibilidade n o a mesma durante todo ano ocasionando per odos de maior safra e per odos de entressafra Essa varia o primordial em determinadas pocas de produ o pois n o encontrando algod o de boa q
44. respons vel pela produ o da bobina imperfeita Caso isso aconte a o 46 maquinista ser advertido pelo encarregado j que essa bobina ser rejeitada pela tecelagem e transformada em estopa Al m de desperd cio de material essas irregularidades provocam atraso na produ o das mantas de tecido Nessa etapa o operador tamb m precisa ficar atento sinaliza o em cada fuso Quando acende a luz verde o operador vai at o fuso destrava o bra o mec nico e libera a bobina 2 5 kg de tecido para a esteira de recolhimento Nessa atividade em ortostatismo o operador realiza flex o do ombro extens o do cotovelo e extens o de punho para alcan ar a bobina ver FIG 16 Toda essa atividade feita com os membros superiores acima da linha do ombro posicionamento que gera uma hipersolicita o da musculatura da cintura escapular e condizente com os dados encontrados no question rio aplicado sobre dor em que a grande maioria dos maquinistas relata algum tipo de dor ou desconforto no ombro Esse gesto realizado para retirar as bobinas prontas e em m dia cada operador produz 200 a 240 bobinas por turno 390 a 420 kg de fios FIGURA 16 Atendimento luz verde acesa retirada de bobina pronta Quando a luz vermelha est acesa os procedimentos adotados pelo maquinista s o diferentes A luz vermelha acesa indica que existe algum problema com a bobina daquele fuso Na maioria das vezes esse problema
45. rio utilizado e a velocidade de produ o tamb m s o apresentadas Al m disso s o mostradas as situa es de exposi o e evita o aos fatores de risco atrav s do estudo da atividade de trabalho do maquinista Cap tulo 4 Por fim s o apresentadas as conclus es e recomenda es para a organiza o da produ o desta empresa e para a atividade do maquinista de conicaleira retomada a hip tese inicial de trabalho para verificar at que ponto essa foi confirmada Tamb m s o apresentadas as limita es e dificuldades encontradas pelo pesquisador no decorrer do estudo assim como os limites desta an lise e quest es para novas pesquisas ainda sem respostas sobre a diferencia o da exposi o aos fatores de risco para uma popula o novata e uma popula o experiente Cap tulo 5 2 O uso das aspas justifica se pelo fato da situa o de trabalho de um operador n o ser semelhante ao do outro Estudos indicam que existe grande varia o inter indiv duo no padr o e no n vel da atividade muscular exposi o interna diferente entre trabalhadores durante a execu o de atividades similares exposi o externa semelhante WESTGAARD 2000 p 571 CAP TULO 1 REGULA O EXPERI NCIA E COMPET NCIA Na atividade do maquinista de conicaleira h situa es constrangedoras e execu o de gestos que causam hipersolicita o m sculo esquel tica poss vel citar manuten o da postura ortost tica por oito
46. trabalho e executam suas atividades por m apresentam dist rbios ou sintomas equivalentes aos de operadores doentes afastados Esses operadores n o faltam ao trabalho devido aos dist rbios n o atingirem graus incapacitantes mas adotam recursos e estrat gias para amenizarem os sintomas danosos dores m sculo esquel ticas a m dio e longo prazo O in cio dos sintomas insidioso com predomin ncia nos finais de jornada de trabalho ou durante os picos de produ o ocorrendo al vio com o repouso noturno e nos finais de semana Aos poucos os sintomas intermitentementes tornam se presentes por mais tempo durante a jornada de trabalho O paciente permanece assim submetido sobrecarga est tica e din mica do sistema m sculo esquel tico e os sintomas evoluem de forma t o intensa que sua perman ncia no posto de trabalho se d s custas de muito esfor o N o ocorrendo mudan as nas condi es de trabalho h grandes chances de piora progressiva do quadro cl nico MPAS Instru o Normativa n 98 2003 p 9 Os sintomas associados ao presente smo s o dores generalizadas cansa o intenso ansiedade ang stia irrita o ins nia dist rbios g stricos e indisposi o f sica SILVA 2003 p 195 Esses sintomas indicam mais uma vez que o absente smo n o pode ser considerado o nico fator ao analisar as caracter sticas de sa de e epidemiol gicas em uma empresa Al m de investigar quantos trabalhado
47. um maior ou menor desgaste de suas estruturas 17 m sculo esquel ticas ou seja o operador cria uma situa o de controle corporal para enfrentar as irregularidades do processo produtivo momentos de pico de produ o configuram se em altas exig ncias corporais e momentos de baixa produ o configuram se em momentos de relativo repouso A altern ncia de momentos de exig ncia m sculo esquel tica proporciona escolhas que s o feitas ao n vel da consci ncia mas ao mesmo tempo e tudo isto se entrela a escolhas que s o feitas no n vel eu diria de uma economia de uma economia do corpo SCHWARTZ E DURRIVE 2007 O operador experiente recria sua atividade em situa es de trabalho e encontra uma posi o de conforto e confian a diante das variabilidades do sistema Ele n o sabe descrever as min cias desta altera o mudan a de postura aumento do ritmo desvio de olhares cad ncia diferenciada por m subconscientemente esse operador realiza economias em seu corpo que determinam menores desgastes musculares e fadiga O car ter sub consciente da a o explicado por v rias raz es desde o fato de que certos comportamentos sobretudo habilidades corporais dispensam o controle cortical direto at o efeito do processo de aprendizagem que consiste essencialmente em se descarregar do controle consciente do comportamento uma vez que se adquiriu as habilidades necess rias realiza o do tra
48. uma nova m quina Posteriormente essa atividade se reduz a uma a o e mesmo a uma opera o no interior de uma atividade mais ampla operar duas conicaleiras manuais 120 fusos ao mesmo tempo durante o intervalo de almo o do companheiro Ao se deparar com uma nova situa o de trabalho o maquinista adota modos operat rios que proporcionam o cumprimento da produ o estabelecida Os modos operat rios s o os resultados de uma regula o entre os objetivos os meios disponibilizados os resultados produzidos e o estado interno do trabalhador Tal regula o surge diante da necessidade de elaborar novos modos operat rios frente aos diferentes limites impostos pelas condi es de execu o da tarefa Elaborar novos modos operat rios implica em reinterpretar a situa o presente e formular estrat gias para solucionar os problemas e antecipar incidentes GU RIN et alli 2004 A diminui o das margens de regula o e a supress o dos conhecimentos e habilidades necess rios para gerir os rod zios constantes entre as conicaleiras ocasionam maior exposi o aos condicionantes da elevada carga de trabalho A carga de trabalho elevada predisp e o operador a queixas ou adoecimentos m sculo esquel ticos Devido variabilidade de conicaleiras o profissional n o consegue conhecer todos meios problemas e especificidades disponibilizadas em cada uma delas e por isso h certa limita o em suas estrat gias de antecipa
49. Figura 13 Esquema anat mico do uso dos dedos J o operador que carrega tr s espulas durante o abastecimento dos magazines utiliza os punhos ao inv s dos dedos para apertar o fulcro do magazine Ele relata que ganha tempo ao executar a atividade dessa maneira Ao segurar tr s espulas entre os dedos esse operador deixa o punho livre e realiza uma aproxima o entre os segundo terceiro e quarto dedos para firmar as espulas e puxar a ponta do fio Ao realizar uma extens o de punho esse operador usa a base de sua articula o para apertar o fulcro e consegue ao mesmo tempo segurar as espulas entre os dedos Ver Figuras 14 e 15 Ao segurar tr s espulas o operador consegue abastecer o magazine com maior rapidez e com menor repetitividade que o operador que abastece o magazine com uma espula o operador que abastece os magazines dos 60 fusos com apenas uma espula realiza 300 extens es de punho 60 fusos x 5 espulas por magazine j o operador que abastece os magazines com tr s espulas realiza cerca de 180 extens es de punho 60 fusos x 3 espulas 3 Medi o realizada no in cio do funcionamento da conicaleira Nesse momento todos os magazines est o sem espulas 45 Figura 14 Coloca o de espula com uso do punho Figura 15 Esquema anat mico do uso do punho Ap s todos os magazines estarem abastecidos com cinco espulas o operador aciona a conicaleira e assim inicia se o processo de forma o das bobinas de
50. INTRODU O O setor fia o da ind stria t xtil em estudo apresenta grande n mero de operadores com dist rbios m sculo esquel ticos e isso causa um alto ndice de absente smo doen a 24 de um contingente de 65 operadores no per odo de mar o de 2007 a mar o de 2008 As caracter sticas da fia o respons veis por esse alto ndice de absente smo pela elevada carga f sica de trabalho e pela hipersolicita o das estruturas m sculo esquel ticas dos operadores com desconfortos s o tarefas repetitivas sob press o temporal ritmo acelerado imposto pela elevada velocidade de rota o da m quina pequena margem de manobra de regula o condi es inadequadas dos meios de produ o cobran a de resultados associada rigidez na prescri o dos procedimentos e modos operat rios e vigil ncia da hierarquia Por m os operadores que s o expostos a essas inadequadas situa es de trabalho desenvolvem compet ncias habilidades e estrat gias diferenciadas O operador experiente em uma mesma situa o de trabalho que o novato adota estrat gias que diminuem a exposi o aos fatores de rico Ao contr rio da previs o de um modelo linear e acumulativo do adoecimento quando a experi ncia se acumula desenvolvem se tamb m estrat gias de regula o que permitem preservar esse trabalhador de desgastes cr nicos A hip tese desta pesquisa parte exatamente dessa premissa citada acima como os maquinistas experientes con
51. RCENTAGEM A 3 038 78 2 999 50 3 194 61 2 948 18 3 235 89 2 786 19 3 078 98 2 899 17 3 378 18 3 154 90 3 001 80 2 987 00 3 100 17 2 989 00 2 725 89 42 619 07 33 2 2007 B 3 263 16 3 562 29 3 528 98 3 746 90 3 345 00 3 245 19 3 678 90 3 567 89 4 129 90 3 989 00 3 235 78 3 567 54 3 789 90 3 567 56 3 981 90 54 199 89 42 2 Fonte Relat rio de produ o da empresa Setor Fia o C 1 900 19 2 211 55 2 330 88 2 289 18 2 205 78 2 119 90 2 098 19 2 190 78 2 456 89 2 234 67 2 190 89 1 987 00 1 768 98 1 988 00 1 762 00 31 674 88 24 6 TOTAL 8 202 13 8 773 34 9 054 47 8 924 26 8 786 67 8 151 28 8 856 07 5 758 67 9 964 97 9 378 57 8 428 47 8 541 54 8 659 05 8 544 56 8 469 79 128 493 84 100 53 Algumas caracter sticas fazem com que a se o conicaleira apresente particularidades que geram maior carga m sculo esquel tica aos maguinistas caracterizada por 1 atividade em ortostatismo durante toda a jornada de trabalho 2 predomin ncia de contra o est tica e sustentada na execu o de alguns gestos 3 ado o de postura estereotipada e 4 ciclo de trabalho de curta dura o Atrav s da an lise dos v deos realizados com os maquinistas de conicaleira e das observa es sistem ticas foi poss vel descrever seus ciclos de tra
52. Sim N o 11 Atividades extras 11a Trabalha em outro local 11b Lazer preferido Freqii ncia semanal 11c Esporte praticado Freqii ncia semanal 108 12 Voc usa equipamento de prote o individual EPI ou vestimenta espec fica para sua atividade sim n o Quais culos Gorro Protetor auricular Sapato de seguran a Luvas Avental Outros Quais E e E E Se n o usa quais os motivos 13 Voc j sofreu algum acidente no seu trabalho Descri o do acidente com local atingido e causa Data estimada Observa es lt 6 meses 6m a 1 ano de 6 meses lt 6 meses 6m a 1 ano de 6 meses 14 O que voc mais gosta no seu trabalho Por qu 15 O que voc menos gosta no seu trabalho Por qu Como isso poderia mudar melhorar 109
53. Tr s fusos travados com espulas rejeitadas as espulas rejeitadas devem ser recolhidas da esteira de rolagem para n o provocar o travamento do fuso Quando as espulas rejeitadas n o s o recolhidas elas se acumulam na sa da do fuso e causam o bloqueio O maquinista recolhia as espulas de forma manual flexionava a coluna lombar anteriormente esteira de rolagem fica a dez cent metros do ch o pegava as espulas rejeitadas retornava posi o ortost tica e deslocava at a caixa coletora para guard las Tr s fusos estavam com excesso de impurezas o sensor eletr nico n o detectava que o fio estava arrebentado O maquinista utilizava o ventilador em dire o ao sensor e retirava os restos de estopas Um fuso com defeito sem diagn stico o maquinista n o identificou o problema e chamou um funcion rio da manuten o Esse fuso ficou parado durante todo o momento da observa o 7 Atende o fuso com bobina formada A luz verde acesa indica que a bobina est pronta O maquinista libera a para a esteira de recolhimento coloca um novo tubete e liga novamente o fuso Em uma hora de observa o treze bobinas foram formadas O maquinista relatou que esse n mero foi pequeno porque a velocidade de rota o da conicaleira estava baixa Na libera o da bobina o maquinista adota o seguinte modo operat rio aperta o bot o que p ra o fuso destrava a bobina atrav s da flex o de ombro 110 semi flex o e supina o de c
54. U SENTIRAM ALGUMA DOR DURANTE O TRABALHO NA CONICALEIRA NO PER ODO DE MAR O DE 2007 A MAR O DE 2008 A 21 14 66 B 24 20 83 C 20 11 55 Assim como o n mero de desconfortos registrados o ndice de absente smo tamb m o menor no turno C em compara o com os turnos A e B TABELA 3 N mero de operadores faltosos devido causa m sculo esquel tica por turno de trabalho TURNO POPULA O N MERO DE OPERADORES QUE PORCENTAGEM TOTAL FALTARAM AO TRABALHO POR MAIS DE UM DIA A 21 4 19 B 24 10 41 5 C 20 2 10 Os ltimos fatores observados que contribuem para a prefer ncia dos operadores pelo turno C consistem na sensa o agrad vel de temperatura durante o hor rio noturno e na livre disponibilidade de tempo durante o dia Devido ao ambiente quente e abafado da f brica nos turnos A e B a sensa o t rmica s vezes ultrapassa 35 graus enquanto que noite essa sensa o amenizada devido baixa temperatura externa 5 Intensidade da dor leve ou moderada Tipo de dor m sculo esquel tica 51 A livre disponibilidade de tempo no decorrer do dia n o encarada de forma positiva pelo m dico do trabalho da empresa Muitos trabalhadores do turno C executam outras atividades durante o dia e no final do dia chegam para trabalhar exaustos Isto uma coisa que n o tem como fiscalizar M dico do trabalho Apesar de existir essa preocupa o do m dico do trabalho
55. URS 1997 A transgress o dos modos operat rios prescritos e a ado o de estrat gias espec ficas vivenciadas com a experi ncia e a pr tica s o determinantes na caracteriza o das atividades do maquinista novato e do experiente O saber do trabalhador experiente est na base da elabora o dos modos operat rios e das posturas assumidas permitindo por exemplo a ado o de estrat gias de compensa o em decorr ncia dos decl nios nas fun es psicofisiol gicas ASSUN O 2003 Os saberes originados da pr tica e da experi ncia permitem mobilizar uma compet ncia e s o divididos em dois tipos o saber fazer concernente ao dom nio das tarefas ao funcionamento das m quinas aos procedimentos de rotina ou excepcionais s respostas demandas particulares dos usu rios e aos m todos em contextos bem espec ficos J o saber ser recobre um conjunto de comportamentos de adapta o de rela es com os outros nos contornos vari veis das demandas apresentadas das condi es de trabalho flutuantes dos diferentes usu rios e clientes que demandam pelos servi os MINET 1995 apud ASSUN O 2003 p 35 A compet ncia de cada trabalhador determina o funcionamento adequado do trabalho coletivo A compreens o da compet ncia dos trabalhadores est relacionada sua capacidade de regula o ou seja gerir a variabilidade de acordo com as situa es Quanto maior a variabilidade das situa es menor
56. a entrega da produ o opera o com conicaleira em alta velocidade e utiliza o de mat ria prima de m qualidade Esses condicionantes da atividade s o fatores de risco para o adoecimento m sculo esquel tico e caso o operador n o adote mecanismos de reduzir os 78 efeitos da elevada carga de trabalho ter que se ausentar de sua atividade ou trabalhar com algum comprometimento Inseridos no mesmo ambiente de produ o os maquinistas conhecem as caracter sticas t cnicas da produ o e elaboram julgamentos sobre quais regras devem ou n o ser seguidas al m de adotarem modos operat rios diferenciados para lidar com a variabilidade inerente ao processo Esses julgamentos s o desenvolvidos atrav s da compet ncia aprendizagem e experi ncias adquiridas com o tempo e pela intera o com os colegas de trabalho h mais tempo na fun o A experi ncia proporciona ao operador a viv ncia de um maior n mero de situa es de imprevisibilidade no processo de produ o e fornece alguns ingredientes necess rios para sua solu o A experi ncia um processo que conduz a uma organiza o dos saberes permitindo ao trabalhador em situa es conhecidas ou situa es de rotina a utiliza o das compet ncias mais adapt veis situa o real ASSUN O 2003 p 3 A compet ncia e experi ncia desenvolvidas com o tempo na fun o proporcionam ao maquinista experiente um maior leque de possibilidades s quai
57. a probabilidade de antecipa o exigindo assim maior compet ncia dos trabalhadores para passagem de uma opera o prescrita uma a o situada contextualizada Esta compet ncia possibilita tamb m redefinir a atividade favorecendo a reconstitui o de situa es anteriores por meio de reformula es utilizando para isto recursos do pr prio contexto como por exemplo 16 o apelo compet ncia de outros trabalhadores a elabora o de novos par metros para esta atividade ou at mesmo a utiliza o eventual de uma estrat gia operat ria antiga ABRAH O 2000 p 51 A no o de compet ncia nos convida a caracteriz la para cada situa o de trabalho Ao desenvolver compet ncias para gerir determinadas situa es de trabalho o maquinista experiente constitui um repert rio de estrat gias e modos operat rios que ajudam a lidar com as situa es de imprevisibilidade do trabalho O operador competente utiliza os meios que julga ser o melhor para cada situa o mesmo que este julgamento envolva transgredir as regras estabelecidas pela empresa Na maioria das vezes a situa o j foi vivenciada e solucionada por eles A constru o das compet ncias se manifesta na atividade atrav s de modalidades de regula o dos sistemas de trabalho que estabelecem compromissos entre efic cia produtiva preserva o de si e de sua sa de e lugar no grupo de trabalho GAUDART E WEILL FASSINA 1999 A gest o en
58. ado de turma mas n o chega a ser advertido por isso Ao inv s de abastecer os magazines em um nico sentido do fuso um para o fuso 60 o maquinista executa essa atividade tanto na ida quanto na volta A estrat gia adotada para permitir o abastecimento completo dos magazines e evitar que as espulas acabem no meio do percurso colocar um maior n mero de espulas no carrinho permitindo o abastecimento dos magazines no percurso de ida e de volta O ganho de tempo proporcionado durante essa atividade habitual permite ao experiente ter maior dedica o s estrat gias de antecipa o e s a es de manuten o preventiva do maquin rio Durante o abastecimento dos magazines necess rio que o operador aperte o fulcro central e coloque a ponta do fio de algod o Ao apertar o fulcro atrav s de um sistema de v cuo a ponta do fio sugada para alcan ar o local de emenda do fio A maioria dos maquinistas principalmente os novatos utiliza a ponta do 2 dedo para apertar o fulcro e com a outra m o passam o fio de algod o pelo magazine Ao observar o modo operat rio diferente de um experiente foi feita a seguinte pergunta Quadro 5 Registro de verbaliza es entre pesquisador e maquinista manual h 4 anos na fun o Pesquisador Por que voc n o utiliza os dedos para apertar o fulcro do magazine Operador Antes eu sentia muita dor nas juntas dos dedos mas fui levando At que um dia vi minha colega apertando o
59. ais fatores O primeiro econ mico o adicional por insalubridade proporciona um aumento de 30 nos sal rios A aus ncia de chefes e do encarregado de turma o segundo fator determinante na escolha dos maquinistas pelo turno C Apesar da meta de produ o para todos os turnos ser a mesma percebe se uma menor cobran a dos chefes quanto aos ndices esperados no turno C que possui tr s horas de trabalho a menos que os turnos A e B Nos turnos A e B existe uma carga hor ria total de trabalho de oito horas e no turno C al m de ter uma hora a menos por ser no hor rio noturno existe uma pausa no processo de produ o por duas horas Essa pausa na produ o refere se ao acordo estabelecido entre a Companhia Energ tica de Minas Gerais CEMIG e a empresa em estudo Entre os meses de outubro a mar o por motivos de economia de energia a empresa desliga todas suas m quinas no hor rio de 23 00h a 01 00h e essa pausa na produ o ocasiona descontos de at 60 na sua conta de energia mensal Durante esse intervalo poss vel observar nos corredores da empresa operadores jogando baralho cochilando conversando em pequenos grupos ou lendo A nica regra que a empresa estabelece a proibi o dos operadores sa rem da empresa nesse intervalo Os operadores relatam que no turno C n o h encarregado de turma por isso eles trabalham com maior liberdade e autonomia na execu o de suas atividades Gosto de trabalhar na
60. aleira existem as fun es de maquinista e ajudante de conicaleira O maquinista principalmente aqueles com mais tempo na fun o trabalham com a mesma conicaleira O ajudante n o possui maquin rio fixo e no hor rio de almo o opera as conicaleiras dos maquinistas que v o almo ar al m de assumir a conicaleira de operadores que faltam ao trabalho Nessa se o ocorrem freq entes rod zios entre a conicaleira autom tica e a manual ou seja os ajudantes n o possuem maquin rio fixo e quando esses n o s o suficientes para suprir a falta de operadores o encarregado de turma recorre aos maquinistas com menos tempo na fun o O encarregado de turma encontra dificuldades em planejar uma escala que mantenha cada operador em determinada conicaleira devido ao alto n mero de operadores faltosos Assim quando um maquinista falta ao trabalho o encarregado coloca o ajudante como respons vel pela m quina ocasionando altera o no planejamento de sua escala O instrumento adotado pelo encarregado de turma era uma planilha que continha todos os n meros das conicaleiras com os respectivos operadores dos tr s turnos assim ele procurava designar cada operador para a mesma m quina Devido exist ncia de tr s tipos de m quinas manual semi autom tica e autom tica os procedimentos de opera o eram bem espec ficos e da a necessidade de manter o mesmo operador para cada m quina Por m com o absente smo elevado nessa se
61. ataram ter alguma dor ou desconforto m sculo esquel tico no momento inicial da transfer ncia quatro sentiam dores na coluna um no punho e um na panturrilha Ap s assumirem a fun o de maquinista de conicaleira dos 22 operadores transferidos 17 passaram a ter alguma queixa m sculo esquel tica O ndice de queixa nessa popula o aumentou 280 e a regi o dominante de queixas deixou de ser a coluna e passou a ser o punho dez operadores Dos 65 operadores que responderam aos question rios 56 sentem atualmente algum tipo de dor ou j trabalharam com dor moderada a intensa As principais regi es acometidas s o ombro punho e coluna lombar Desse total 34 n o procuraram aux lio m dico por receio de serem mal vistos pelos colegas por terem sa do v rias vezes para levar filho na escola ou por serem novatos A an lise da atividade do maquinista e os dados pesquisados mostram a influ ncia das posturas estereotipadas dos gestos repetitivos e das caracter sticas f sicas do ambiente de trabalho na sa de do operador Por m fatores organizacionais da produ o e par metros t cnicos da se o conicaleira tamb m devem ser considerados na abordagem do elevado n mero de operadores que faltam do trabalho na conicaleira A an lise dos fatores relacionados qualidade da mat ria prima da taxa de rod zio nas conicaleiras da sele o do maquin rio do controle do processo de produ o do ritmo de produ o da m
62. balho Essa filmagem teve dura o de uma hora a mat ria prima utilizada era o algod o e a conicaleira rodava a uma velocidade de 900 RPM Optou se por realizar a filmagem no momento que o maquinista iniciava seu turno de trabalho Turno B 13h45 Com o uso das imagens foi poss vel descrever a seguinte sequ ncia de opera es executadas pelos maquinistas QUADRO 2 Sequ ncia de opera es do maquinista de conicaleira durante uma hora de observa o 1 Chega ao posto de trabalho 2 Abastece todos os magazines at completar cinco espulas lt A 3 Completa o reservat rio de tubetes JL 4 Passa o ventilador nos fusos e verifica a parafina a 5 Liga a conicaleira lt A 6 Atende fuso com defeito LETT 7 Atende fuso com bobina formada IIT 8 Reabastece magazines com poucas espulas 16 A descri o de posturas estereotipadas que geram maior carga de trabalho aos operadores ser detalhada para aquelas patologias que apresentaram os maiores ndices de absente smo nessa empresa Lombalgia Ocupacional e S ndrome do T nel do Carpo Na Lombalgia Ocupacional a postura com maior impacto na coluna vertebral regi o lombar a associa o do movimento de flex o anterior deslocamento anterior do corpo e rota o lateral lombar durante o carregamento de carga caixa de espulas com 25kg Na S ndrome do T nel do Carpo o movimento que ocasiona maior carga na articula o do punho com
63. balho LIMA 2001 p 6 A tentativa de economizar o corpo e n o saber descrever as min cias envolvidas na atividade denominada de corpo si ou seja alguma coisa que atravessa tanto o intelectual o cultural quanto o fisiol gico o muscular o sistema nervoso O corpo se adestra sem que possa dizer exatamente como SCHWARTZ 2007 A economia do corpo envolve seguir regras e protocolos mas tamb m criar particularidades que ser o incorporadas nova atividade Cada operador acrescenta procedimentos e a es sua atividade no intuito de buscar a melhor solu o A caracteriza o do trabalho por meios pessoais est incorporada nas dram ticas do uso de si no trabalho ou seja tudo aquilo que a confronta o em um momento particular no qual tentamos encontrar uma solu o com toda a nossa hist ria SCHWARTZ E DURRIVE 2007 O operador a todo instante recria e reconfigura suas condi es de trabalho e na maioria das vezes essas recria es n o conservam o projeto inicial prescrito 18 A cada vez que h um novo princ pio t cnico a empregar criam se entidades coletivas para os operar que jamais recobrem exatamente aquelas que t nhamos previsto de maneira dedutiva S o as entidades coletivas relativamente pertinentes ECRP SCHWARTZ 1998 p 45 O entendimento das ECRP fornece a compreens o das atividades coletivas em trabalho de suas rela es e de seus valores As ECRP comp em os in
64. balho entre o que pedido e o que a coisa pede A an lise ergon mica da atividade a an lise das estrat gias regula o antecipa o etc usadas pelo operador para administrar essa dist ncia GU RIN et alli 2004 p 15 A carga de trabalho envolvida na atividade perpassa por tr s componentes o f sico o ps quico e o cognitivo Por m para estrutura o desse estudo a dimens o f sica da carga de trabalho foi a nica considerada nos c lculos do ndice de absente smo e na descri o da cr nica da atividade dos maquinistas mesmo sabendo que n o se pode isolar um componente do outro visto que a sobrecarga produzida em qualquer um deles repercute nos demais WISNER 1987 A metodologia utilizada para investigar a diferen a da ado o de modos operat rios entre os maquinistas novatos e experientes e permitir a caracteriza o dos efeitos da carga de trabalho sobre os operadores foi a An lise Ergon mica do Trabalho AET Na AET a an lise da atividade tem um papel fundamental visto que existe uma importante dist ncia e distin o entre o que foi estabelecido para os trabalhadores executarem trabalho prescrito e como estes respondem s exig ncias do trabalho atividade real Considerando que a resposta elaborada pelo trabalhador ou seja a atividade est relacionada s exig ncias da produ o a observa o dos fatores envolvidos neste processo produtivo ritmo tipo de mat ria
65. bre as diferen as entre as conicaleiras autom ticas e manuais velocidade de rota o e produ o Citaram as caracter sticas a serem consideradas na verifica o da linearidade da bobina produzida fio cruzado fio duplo fio embolado e qual implica o destas irregularidades na pr xima etapa da produ o tecelagem Al m disso a quantidade de fios produzidos por turno em cada conicaleira e suas respectivas metas de produ o tamb m foram apresentadas A psic loga e o m dico do trabalho apresentaram avalia es admissionais e peri dicas realizadas com os operadores dados de produ o sobre os tr s turnos de funcionamento da empresa ndice de absente smo por doen a e tipos de doen as mais frequentes em cada setor da empresa Ap s apresenta o das informa es fornecidas pelo m dico e pela psic loga da empresa foi marcada uma reuni o com a equipe do SESMT m dico do trabalho engenheiro de seguran a do trabalho t cnico de seguran a do trabalho e operadores do setor para esclarecer o ndice de absente smo de cada setor da empresa e analisar qual deles apresentava maior SESMT Servi o Especializado em Seguran a e Medicina do Trabalho 22 porcentagem de operadores afastados Com essas informa es foi poss vel identificar que o setor e a se o que apresentavam as maiores propor es de operadores absente stas e com algum adoecimento m sculo esquel tico eram a fia o e a conicalei
66. ca o de funcion rios de outros setores para tentar suprir a falta de m o de obra E necess rio algum tipo de interven o na fia o pois l o setor que possui maior n mero de doen as e afastamentos e al m disso os trabalhadores de l reclamam muito de dor principalmente em per odos que o ritmo de produ o aumenta Diretor da empresa A partir dessa verbaliza o a caracteriza o dos dados concretos relacionados aos indicadores de absente smo adoecimento m sculo esquel tico dados quantitativos fornecidos pela empresa e a an lise dos dados informais que s o de conhecimento do diretor da empresa os trabalhadores de l reclamam muito de dor forneceram indicadores que direcionaram a investiga o dessa pesquisa para o setor fia o especificamente para a se o conicaleira como ser apresentado adiante Na conicaleira o maquinista trabalha em ortostatismo durante toda jornada de trabalho e n o existem pausas regulares compensat rias durante sua atividade H predomin ncia de contra o est tica na execu o de alguns gestos e ado o de posturas an malas A fiscaliza o do encarregado de turma sobre os procedimentos adotados postura e modos operat rios no decorrer da atividade constante Existe elevada repetitividade de gestos que causam hipersolicita es m sculo esquel ticas de punho ombro e coluna e fregiente o transporte e manuseio de caixas com peso elevado 25 Kg
67. casional de antiinflamat rios calmantes ou relaxantes musculares Desse total apenas 24 1 homem e 8 mulheres receberam receita m dica A grande maioria dos operadores 21 87 5 que usavam medicamentos pertenciam ao turno B No dia que a m quina est r pida e o fio arrebenta muito para mim dormir tenho que tomar um anti inflamat rio Ajudante de conicaleira manual sexo feminino turno B O uso de medicamentos que proporcionam al vio tempor rio dos sintomas dolorosos uma das estrat gias utilizadas por esses operadores para enfrentarem as situa es de maiores exig ncias produtivas O n mero de usu rios de medicamentos maior que o n mero de 17 O operador poderia relatar queixa em mais de uma parte do corpo 60 afastados do trabalho O n mero elevado de operadores que utilizam medicamentos indica que o ndice de absente smo n o pode ser considerado o nico fator norteador nas campanhas da empresa sobre cuidados e preven es relacionados sa de Os operadores usam medicamentos para amenizar suas dores m sculo esquel ticas aliviar seus sintomas de fadiga e estresse ou para promover algum relaxamento muscular Ao usar esses medicamentos alguns deles disfar am sua dor e n o procuram aux lio m dico Isso proporciona agravamento ou recidiva das patologias Ainda em rela o queixa dolorosa dos 22 operadores que foram transferidos de outro setor para a conicaleira apenas seis rel
68. da do fio manualmente j que a m quina s tenta 73 emendar tr s vezes e quando o fio est ruim assim nem adianta esperar a m quina emendar porque ela n o consegue Maquinista da conicaleira manual sexo masculino turno B O arriador est muito baixo por isso as espulas est o voltando Isso embola muito o fio e todos eles viram estopa Maquinista da conicaleira autom tica sexo feminino turno B O arriador baixo causa aumento na carga de trabalho para o maquinista O modo operat rio do maquinista consiste em recolher espulas rejeitadas pelos fusos que n o conseguem emendar os fios de algod o e a postura adotada caracteriza se por hipersolicita o da musculatura lombar flex o lombar anterior a uma altura de dez cent metros do solo para recolher espulas associada rota o e extens o da lombar para guardar as espulas em um reservat rio pr prio Com excesso de espulas rejeitadas o maquinista n o consegue adotar estrat gias de antecipa o sempre deixar magazine cheio escolher as espulas ideais para rodar na conicaleira colocar caixas de reserva ao lado da conicaleira e passa a dedicar seu tempo aos fatores relacionados corre o de problemas do fuso 4 5 Ritmo de produ o da m quina No setor em estudo todas as cinco se es s o dependentes e interligadas em um fluxo cont nuo no qual o produto de uma se o mat ria prima de outra A velocidade de produ o da se
69. de de remo o de catab litos ou restabelecimento da fun o fisiol gica em momentos com aus ncia de contra o muscular TRICOLI 2001 As queixas m sculo esquel ticas possuem sintomatologia diferenciada e diversas causas dano f sico causado pelo aumento da tens o no aparelho contr til estresse mec nico dano estrutural aos tecidos causado pelo aumento da temperatura muscular e controle muscular alterado produzindo espasmos que por sua vez causariam dor TRICOLI 2001 p 40 10 A press o temporal associada maior exig ncia f sica um fator que proporciona aumento nas queixas lgicas dos maquinistas O ritmo acelerado ocorre s custas de hipersolicita o do sistema m sculo esquel tico com a ado o de posturas an malas que visam diminuir o tempo de execu o da tarefa e resulta de uma interrela o complexa entre diversos fatores do trabalho e da regula o poss vel adotada individualmente ou coletivamente pelos trabalhadores FERNANDES ASSUN O E CARVALHO 2007 p 13 A ado o de postura an mala necess ria para enfrentar situa es de maior press o temporal causa maior desgaste s estruturas musculares e predisp e o maquinista a queixas ou adoecimento A postura adotada pelo operador para enfrentar as exig ncias da produ o causa hipersolicita o das estruturas m sculo tend neas O acometimento das estruturas musculares diferenciado para cada operador A resposta fisiol
70. dendo do operador que o escuta Dependendo da situa o por exemplo em um momento que a diferen a de ru do entre o anormal e o usual pequena o novato n o possui compet ncia para identific lo e n o consegue adotar estrat gias de antecipa o para o problema que passa desapercebido A an lise dos condicionantes da atividade do maquinista e elucida o da hip tese permitiu a constru o de um quadro sin ptico que cont m os determinantes da exposi o o porqu da ado o do modo operat rio naquele momento os fatores de risco consegii ncias fisiol gicas da ado o do modo operat rio e as estrat gias de evita o procedimentos adotados para amenizar os efeitos da carga de trabalho Ver quadro 8 87 Quadro 8 Quadro sin ptico com determinantes da exposi o fatores de risco e estrat gias de evita o Continua DETERMINANTES SITUA ES ESTRAT GIAS DE DA EXPOSI O DE RISCO EVITA O Ortostatismo Ritmo acelerado da Edema da Intercala com pausas em trabalho em p produ o e projeto musculatura de momentos de menor press o durante toda inadequado da m quina panturrilha temporal e resolve os jornada de que impede a ado o Sensa o de defeitos de cada fuso por trabalho da postura sentada fadiga e completo evitando maiores zona de alcance na queima o em deslocamentos entre as conicaleira a 1 metro membros conicaleiras para solucionar do solo i
71. do quando no m nimo tr s luzes verde ou vermelha acendem O experiente termina uma etapa da produ o exemplo abastecimento de magazines antes de iniciar o atendimento aos fusos com defeito ou com bobinas prontas A prioridade do maquinista experiente abastecer todos os magazines com espulas e evitar que algum fuso trave devido falta de material Como o tempo envolvido na resolu o do problema do fuso pode variar conforme a causa o experiente prefere deixar todas essas opera es imprevis veis para o momento final ap s o abastecimento dos 11 magazines atividade previs vel assim ele consegue ter maior controle sobre o processo de produ o das conicaleiras O novato ao ser promovido para maquinista de conicaleira procura seguir os procedimentos e regras estabelecidas pelo encarregado de turma abastecer fuso em um nico sentido usar uma espula por vez durante o abastecimento n o conversar com colega durante a opera o da conicaleira atender fuso com defeito de maneira priorit ria e trocar parafina no inicio do expediente A obedi ncia s regras nesse caso estabelece se devido ao fato de o operador n o conhecer outros artif cios para atingir as metas da produ o Enquanto novato ele ainda n o desenvolveu compet ncias que permitir o recriar criar ou mesmo transgredir as regras e poder julgar aquilo que melhor ou pior para si decis o que se d consigo mesmo ou entre ele e seus colegas de trabalho
72. dor do magazine O recomendado trocar a parafina ao assumir a conicaleira por m o maquinista relata que a quantidade restante suficiente para rodar mais um pouco e que ao retornar do lanche momento que a m quina estaria desligada trocar todas as parafinas antigas por uma nova 5 O maquinista liga a conicaleira acompanha a produ o de bobinas e fica atento s luzes dos fusos 6 Atende fuso com defeito A luz vermelha acesa sinal que o fuso est com algum defeito Nessa observa o o maquinista atendeu 22 fusos com alguma altera o O maquinista n o desloca imediatamente para atender o fuso quando a luz vermelha acende ele espera acender no m nimo duas luzes para ir at os respectivos fusos defeituosos Os defeitos apresentados foram Doze fusos com dificuldade em emendar o fio o bra o mec nico n o conseguia emendar a ponta dos fios arrebentados e ap s tr s tentativas a luz vermelha acendia O maquinista manualmente puxava o fio arrebentado passava a ponta do fio pelo fulcro do magazine e religava o fuso 55 Tr s fusos com fio embolado na emenda o fio embolado originado de espulas irregulares possu a uma espessura maior que o fio normal Ao passar pelo local de emenda largura previamente regulada o fio embolado enroscava se ao fio normal e o bra o mec nico n o conseguia puxar a ponta O maquinista para solucionar o problema adotava o mesmo procedimento descrito no item anterior
73. e trabalha com algod o e enfrenta maior dificuldade para cumprir a meta de produ o O experiente adota esta estrat gia pois sabe que em momento de maior demanda de produ o por exemplo quando usa algod o ter o apoio do colega da conicaleira ao lado A estrat gia de adapta o situa o real e o processo de regula o na execu o das atividades diferenciado para o maquinista novato e para o maquinista experiente visto que este desenvolve compet ncias para lidar com situa es de maior carga de trabalho e por isso o comprometimento do seu estado interno menor que aquele 15 Na an lise da carga de trabalho a constru o de estrat gias operat rias proposta como categoria central As estrat gias operat rias representam a s ntese das regula es poss veis pelo sujeito frente objetividade da situa o coordenando os aspectos ps quicos cognitivos e f sicos mobilizados na a o ECHTERNACHT 2002 p 8 O operador que tem mais tempo na fun o atrav s do desenvolvimento de suas compet ncias e habilidades adota modos operat rios que promovem o relativo dom nio do trabalho Entre a tarefa e a atividade existe um ajuste necess rio que se caracteriza como uma parte enigm tica do trabalho o chamado dom nio do trabalho real cuja resolu o fica a cargo do trabalhador em contraposi o aos modos operat rios prescritos para que a pr pria tarefa possa ser realmente efetivada DEJO
74. e um corpo humano quais s o seus pontos de desconforto muscular dividido em vista anterior e posterior Al m de marcar a regi o comprometida h op o para tipo de desconforto peso formigamento agulhada e dor e grau de intensidade leve moderado forte e insuport vel O diagrama de Corlett associado ao question rio de dor foi adaptado pelo Grupo de Pesquisa e Extens o em Ergonomia e Projeto do Trabalho Departamento de Engenharia de Produ o Universidade Federal de S o Carlos 28 CAP TULO 3 O CAMPO DO ESTUDO O maquinista de conicaleira o operador que trabalha no setor fia o e respons vel por transferir os fios de linha das espulas para as bobinas produto final do setor fia o al m de zelar pelo funcionamento adequado das conicaleiras e organizar a produ o final de bobinas Seu local de trabalho dependente da mat ria prima espulas formada na se o anterior ma aroqueira e fornecedor de insumos para o setor posterior tecelagem Em compara o com outras se es do setor fia o a conicaleira possui a maior propor o de operadores afastados por absente smo doen a causa m sculo esquel tica 24 do seu contingente total de operadores afastaram se do trabalho por pelo menos um dia no decorrer do per odo de mar o de 2007 a mar o de 2008 Mais ainda dos 65 operadores da conicaleira existem 69 que trabalham ou trabalharam com algum desconforto lgico ou comprometimento m sculo
75. ea tens o fadiga dolorimento queima o ou estresse muscular apesar das diversas classifica es existentes a absente smo doen a aus ncia justificada por licen a sa de b absente smo por patologia profissional causado por acidente de trabalho e ou doen a profissional c absente smo legal respaldado por lei d absente smo compuls rio por suspens o imposta pelo patr o por pris o ou por outro impedimento de comparecer ao trabalho e absente smo volunt rio por raz es particulares n o justificadas SILVA 2003 p 192 Na caracteriza o do problema foram utilizados indicadores de adoecimento fornecidos pelo departamento de pessoal e registro do n mero de queixas lgicas coletados ap s aplica o de question rios estruturados Ver anexo A Para o levantamento dos dados sobre o ndice de absente smo foram pesquisadas todas as licen as m dicas bem como seus motivos CID 10 Classifica o Estat stica Internacional de Doen as e Problemas Relacionados Sa de e para o esclarecimento das informa es iniciais foi aplicado um question rio estruturado sobre dor e desconfortos m sculo esquel ticos a todos os maquinistas da se o conicaleira para avaliar e qualificar as reclama es de dor nas palavras do diretor Por meio do uso dos dados quantitativos fornecidos pelos ndices de absente smo presente smo foi poss vel caracterizar a popula o afastada do trabalho e por meio da
76. ecidual e exist ncia de for as de rea o que agem transversalmente sobre as estruturas periteciduais ASHTON MILLER 1999 p 76 Esses estudos citados indicam por m os fatores de risco de forma descontextualizada do ambiente de trabalho e n o os associam com o tipo de atividade e exig ncias demandadas para sua execu o por isso esses indicadores de risco podem n o ser suficientementes precisos para apontar a condi o ambiental com o risco potencial BORGHOUTS et alli 1998 Uma situa o com a mesma exposi o externa e o mesmo efeito adverso sa de pode existir para dois trabalhadores mas o fator de exposi o cr tica e at o processo de desenvolvimento da doen a podem ser diferentes Uma an lise epidemiol gica tradicional deveria nessa situa o concluir que n o existiriam fatores de risco relacionados ao trabalho WESTGAARD 2000 p 572 As medidas direcionadas para o controle de eventos em sa de sem considerar as singularidades do adoecer humano dificilmente poder o obter respostas satisfat rias de controle a necessidade de integrar novas perspectivas ao m todo epidemiol gico decorre da constata o dos limites das a es de preven o de agravos e promo o de sa de baseadas apenas na Epidemiologia SEV ALHO E CASTIEL 1998 p 108 12 A abordagem dos fatores de risco aplicada de maneira isolada ao estudo da rela o sa de adoecimento possui limita es por isso necess ria a elabora
77. eriente n o transporta uma caixa com fios de linha por vez mas cria pilhas de caixas reservas ao lado da sua conicaleira para ganhar tempo entre deslocamentos A experi ncia desenvolvida no trabalho proporciona ao operador o conhecimento requerido para uma gest o adequada das tarefas de maior complexidade O operador experiente associa sua compet ncia s regula es coletivas no trabalho Cada operador gerencia sua carga de trabalho no grupo e cria referenciais de a o para sua poss vel identifica o profissional Dessa maneira o trabalho coletivo para construir referenciais e para identificar as compet ncias mobilizadas no trabalho comum conjuga efic cia operat ria e apoio efetivo O trabalho coletivo produtor de compet ncias mas tamb m de estrat gias de regula o Ele permite n o s o compartilhamento dos saberes e pr ticas mas tamb m a elabora o das identidades profissionais GAUDART 1999 p 51 Ao criar estrat gias coletivas os trabalhadores reduzem os efeitos da elevada carga de trabalho e estabelecem intera es eficientes entre os membros da equipe Nas conicaleiras por exemplo quando um maquinista trabalha com espula formada de fio sint tico ele acelera a velocidade de rota o de sua m quina e abastece os magazines de forma mais r pida para atingir sua meta de produ o Ao adotar esta estrat gia ele termina sua produ o antes do prazo estipulado e auxilia o colega da conicaleira ao lado qu
78. espulas suficiente para atrasar sua forma o em mais cinco minutos e determinar o recolhimento das espulas prontas somente no pr ximo turno de trabalho A estrat gia do operador tem duas principais consequ ncias o atraso no preenchimento de fios transfere a troca de espulas cheias por vazias somente no pr ximo turno de trabalho assumido por outro operador A segunda consequ ncia refere se ao atraso na forma o das bobinas na se o conicaleira criando maiores dificuldades de ajustes nas conicaleiras ao receber espulas com altura desregulada Quando a conicaleira rejeita constantemente as espulas o n mero de sobras estopa aumenta e a produ o contabilizada ao final do dia menor Dessa maneira quando o arriador n o regulado com precis o pelo maquinista de ma aroqueira as espulas saem com algum defeito de produ o e isto determinante para provocar o atraso da forma o de bobinas na se o conicaleira Nas verbaliza es abaixo dois maguinistas de conicaleira relatam que o fio est arrebentando constantemente devido a algum problema no arriador da ma aroqueira Ainda em rela o verbaliza o vale ressaltar que arriador baixo significa fio pr ximo base da espula e isso dificulta o puxador da conicaleira coletar a ponta do fio durante a forma o da bobina Hoje a espula est vindo desregulada e isso d uma dor de cabe a danada porque toda hora tem que parar o fuso e realizar a emen
79. esquel tico como ser apresentado nos dados fornecidos pelos question rios estruturados Esses operadores presente stas n o fazem parte dos ndices estat sticos de absente smo da empresa mas usam antiinflamat rios para mascarar suas dores t m medo de serem demitidos ou punidos pelo encarregado de turma devido ao n mero elevado de atestados m dicos s o receosos de procurar aux lio m dico ou ficam preocupados de serem mal vistos pelo colega que passar a trabalhar em dois postos de trabalho o seu pr prio e o do colega faltoso caso n o tenha um ajudante para substitu lo Diante dessa situa o de agravo das condi es de sa de e ndices elevados relativos ao adoecimento a se o conicaleira foi considerada o nosso campo de estudo Para uma an lise do processo global de produ o e das caracter sticas da ind stria t xtil que influenciam a se o conicaleira a seguir ser o apresentados os termos t cnicos utilizados no ambiente fabril bem como as caracter sticas da popula o trabalhadora a tarefa e a atividade 7 ndice de absente smo doen a por se o da fia o sala de abertura 19 cardas 10 passador 15 e filat rios pavieiros 20 N mero de dias afastados operadores faltosos O a 7 dias 7 operadores 8 a 15 dias 5 operadores e mais que 15 dias 4 operadores 29 3 1 Caracteriza o geral da empresa e do processo produtivo A empresa em estudo foi u
80. ess ria a contrata o de um maior n mero de maquinistas para suprir eventuais aus ncias de funcion rios Maior flexibiliza o do encarregado de turma durante a avalia o operacional O encarregado de turma a cada tr s meses avalia se a seq ncia e posturas adotadas pelos maquinistas correspondem prescri o feita durante o treinamento Deveria ser demonstrado ao encarregado que existe uma margem de variabilidade entre os indiv duos durante a 93 execu o de suas atividade e que n o h necessidade dos maquinistas seguirem estritamente aquilo que foi estabelecido no treinamento desde que eles consigam atingir a meta estabelecida Ado o de sugest es recomendadas por maquinistas experientes As regras estipuladas pelo encarregado de turma muitas vezes n o se mostram as mais efetivas Devido experi ncia de alguns maquinistas as suas sugest es deveriam ser incorporadas aos procedimentos operacionais de treinamento para os novatos Exemplo desta situa o est presente no abastecimento dos magazines A regra estabelece que o abastecimento deva ser feito em um nico sentido e com a utiliza o de apenas uma espula Os experientes para ganhar tempo e sofrer menor desgaste f sico realizam o abastecimento com tr s espulas e nos dois sentidos Mais ainda os novatos n o realizam reservas de espulas ao lado da conicaleira e n o utilizam o ventilador para limpar o sensor de emenda do fio deveria ser dem
81. gerida pelo alto ndice de desconfortos m sculo esquel ticos nessas regi es Os dados dos question rios foram analisados de maneira ponderada e geraram indicadores que permitiram 59 algumas compara es apesar da grande variedade e pequena amostra A tabela 5 representa a porcentagem de desconfortos dos maquinistas em rela o a cada parte do corpo TABELA 5 Porcentagem de queixas m sculo esquel ticas dos maquinistas de conicaleira por regi o do corpo nos ltimos doze meses intensidade limita o de atividades e consultas m dicas e nos ltimos sete dias N 65 REGI O Ultimos 12 meses Ultimos 12 Ultimos 12 Ultimos 7 formigamento e meses meses dias Algum dorm ncia impedido de consultou problema realizar profissional da atividades rea PESCO O 6 0 0 2 OMBROS 15 16 5 23 5 16 COSTAS SUPERIOR 9 5 23 17 5 11 COTOVELOS 8 5 10 12 11 PUNHOS M OS 22 10 17 5 18 5 COSTAS INFEROR 14 5 36 5 29 5 15 QUADRIL COX AS 4 0 0 4 JOELHOS 5 5 0 0 9 TORNOZELOS P S 15 4 0 13 5 O question rio estruturado al m do n mero de queixas m sculo esquel ticas forneceu tamb m dados dos maquinistas sobre o uso de antiinflamat rios quais tipos de dores sentiam antes de trabalhar na fun o atual quais os momentos que as dores apareciam e quais os sintomas de fadiga apresentados fora do ambiente de trabalho Em rela o ao uso de medicamentos 59 4 homens e 34 mulheres dos operadores relataram uso o
82. gredientes das compet ncias mobilizados na atividade humana em situa o de trabalho envolvendo a capacidade de constru o de sinergias entre diferentes hist rias e perfis de compet ncia em torno dos objetivos do trabalho ECHTERNACHT 2008 p 53 O operador desenvolve compet ncias e estabelece escolhas para gerir as variabilidades produtivas uso de si Mas o uso de si n o suficiente para enfrentar as situa es de imprevistos e sobrecargas do trabalho e por isso o trabalhador recorre ao auxilio de colegas Uso de si por si uso de si pelos outros o uso de si pelos outros de uma certa maneira o fato de que todo universo de atividade de atividade de trabalho um universo em que reinam normas de todos os tipos quer sejam cientificas t cnicas organizacionais gestion rias hier rquicas quer remetam a rela es de desigualdade de subordina o de poder h tudo isso junto SCHWARTZ E DURRIVE 2007 Ainda em rela o no o de compet ncias existem tr s elementos de articula o a apropria o de certo n mero de normas antecedentes algo relativamente conceituado e codificado o dom nio do hist rico relativo a uma determinada situa o de trabalho e a gest o do in dito possibilidade do operador executar suas escolhas O operador que possui um entendimento e dom nio desses tr s elementos ter uma posi o privilegiada em seu grupo ou seja sua atividade ser marcada por efic
83. himento O operador recolhe essas espulas para evitar o ac mulo e poss vel travamento do fuso 8 Liberar bobina a luz verde acesa no painel indica que a bobina est pronta O operador destrava o bra o mec nico e libera a bobina para a esteira de recolhimento 9 Iniciar processo de rolagem ap s liberar a bobina o operador reinicia o funcionamento do fuso Ele coloca um tubo vazio no local da bobina passa o fio pelo tubo e inicia o processo de forma o de bobina Ao final do expediente cada operador retira de sua conicaleira um informativo referente produ o n mero de bobinas formadas quantidade de tecido produzido em quilos e velocidade de rota o da m quina 38 3 4 Atividade do maquinista O encarregado de turma oferece o treinamento aos maquinistas e cria a expectativa de que eles ir o executar as opera es e seguir as regras exatamente como foi ensinado Durante a atividade por m cada maquinista adota um modo operat rio espec fico altera seu ritmo de trabalho e busca as melhores estrat gias antecipa o ou compensa o para atingir os resultados da produ o e amenizar os efeitos da carga de trabalho sobre sua sa de A maneira individualizada como o operador novato e o experiente lida com a variabilidade operacional aumento da velocidade da m quina fio de algod o de m qualidade falta de mat ria prima para continuidade da produ o tipo de maquin rio utilizado se expressa
84. i ncia e compet ncia produtiva A integra o desses elementos facilitada pelo conhecimento dos seis ingredientes da compet ncia que articulam entre si SCHWARTZ E DURRIVE 2007 O primeiro desses ingredientes refere se ao relativo dom nio dos protocolos numa situa o de trabalho Antes da a o ou situa o ser criada o operador j apresenta o dom nio dos protocolos prescritos O trabalho possui e exige conhecimentos t cnicos cient ficos e outros para sua realiza o necess rio a descontextualiza o do operador de sua situa o de trabalho pr vio Como exemplo o operador antes de tornar se maquinista de conicaleira passa por um per odo de treinamento de tr s semanas e nesse per odo ele aprende as normas 19 t cnicas o procedimento padr o e os modos operat rios prescritos para a fun o de maquinista sem necessariamente vivenciar a atividade O segundo ingrediente exatamente o contr rio do primeiro ele trata da relativa incorpora o do hist rico de uma situa o de trabalho a capacidade do operador se deixar apropriar pela dimens o singular da situa o O operador usa seus conhecimentos pr vios e os associa aos conhecimentos t cnicos da situa o para desempenhar a atividade de maneira satisfat ria Os conhecimentos e habilidades diferenciados de cada operador determinam a singularidade individual dentro de um coletivo de trabalho o agir em conjunto com desempenho O terceiro
85. ida em menor tempo que o canel o espula grande e causa aumento no n mero de gestos de abastecimento dos magazines A canelinha possui menor di metro e quantidade de fios que o canel o isso obriga o maquinista a executar suas atividades com a m o em pin a e em maior n mero de vezes Com esse tipo de material o maquinista trabalha em um ritmo mais intenso e acelerado al m de causar maior desgaste da musculatura intr nseca da m o Caso a substitui o seja imposs vel a recomenda o seria direcionada se o ma aroqueira Os ma aroqueiros deveriam ser orientados a utilizar os tubetes menores usado para formar canelinhas somente em momentos que n o houvesse os tubetes convencionais usado para formar canela normal assim a produ o de canelinhas seria menor Evitar rod zio entre equipamentos Os maquinistas principalmente os novatos n o possuem m quina fixa para execu o de suas atividades com isso eles n o conseguem conhecer todas peculiaridades e defeitos de sua m quina Como a tentativa de utilizar uma planilha com numera es espec ficas das m quinas para cada operador n o vingou a recomenda o nesse caso deve ser mais generalizada A recomenda o consiste em direcionar os operadores por setor os operadores que trabalham com a conicaleira manual devem ficar somente nas manuais os operadores que trabalham nas semi autom ticas devem ficar somente nelas e assim por diante Al m disso nec
86. impar estopas do fuso n o seriam necess rias caso o fio da espula n o arrebentasse Assim o desgaste m sculo esquel tico do operador seria menor Ao relatar que conhece o problema s de bater o olho esse maquinista demonstra sua compet ncia desenvolvida com o tempo de trabalho nas conicaleiras Esse problema em espec fico referido na verbaliza o trata se de espulas que n o possuem linearidade em seus fios O maquinista sabe que essas espulas com irregularidades em seus fios fio torcido ou tra ado de forma tran ada ser o rejeitadas pelo fuso da conicaleira por isso quando poss vel eles procuram n o coloc las para rodar na produ o O maior desgaste f sico do maquinista tem rela o com a baixa qualidade do fio de algod o O fio fraco ocasiona interrup es constantes na produ o de bobinas e o rein cio desse processo tem que ser desempenhado manualmente atividade que n o acontece quando a qualidade do fio boa e o mesmo n o arrebenta Essas verbaliza es indicam qu o importante o controle de qualidade do fio de algod o visto que a queixa exposta acima constante entre os operadores pois quando o fio est ruim ele arrebenta com maior fregii ncia e forma n em torno da espula fio embolado desencadeando rejei o pelas m quinas conicaleiras A rejei o das espulas faz com que os operadores alterem seu modo operat rio al m de realizarem suas tarefas habituais eles ter
87. io e caso as espulas acabem na conicaleira reduz se a probabilidade do fuso travar devido falta de espulas no magazine O novato pega uma caixa por vez e somente depois da caixa ter esvaziado ele retorna ao reservat rio para buscar outra 42 AVES DA TAN MAMMA O FIGURA 11 Operador experiente com sua reserva de caixas de espulas Ao retirar as espulas do reservat rio principal para abastecer a caixa o operador realiza um movimento de abra ar as espulas e deslocar anteriormente todo seu corpo sobre o dep sito que armazena as espulas 1 metro de altura Por um movimento de flex o anterior da coluna lombar associado semi flex o e abdu o dos ombros flex o do cotovelo e prona o e flex o do punho o operador consegue abra ar 12 espulas de uma nica vez A articula o que predisposta maior carga de trabalho f sico a coluna lombar baixa pois al m do posicionamento de maior compress o articular flex o anterior existe a associa o do movimento de rota o de tronco com manipula o da caixa de espulas 25Kg Apesar da repetitividade de flex o anterior da coluna duas vezes por minuto nesta etapa da produ o n o ser elevada a regi o lombar hipersolicitada na atividade do maquinista de conicaleira porque al m dessa etapa existem outras que solicitam esse mesmo posicionamento da coluna lombar recolher espulas rejeitadas separar espulas vazias e retirar estopas da parte i
88. itamento individual ou coletiva aparece quando o operador sabe que n o quer ou n o pode compensar seus limites LAVILLE e VOLKOFF 2007 Evitamento individual o maquinista de conicaleira em momentos que h menor press o temporal para entrega da produ o e portanto maior tempo livre escolhe o maior n mero poss vel de espulas que s o preenchidas com fio de algod o ao inv s do fio sint tico Sabendo das dificuldades de rodar as conicaleiras com fios de algod o devido menor resist ncia t nsil maior taxa de arrebentamento e maior gera o de estopas o operador procura trabalhar com maior n mero poss vel de espulas de algod o durante esses momentos de menor press o temporal Essa mudan a no modo operat rio acarreta em menor solicita o de suas estruturas m sculo esquel ticas durante os momentos de prazo reduzido para entrega 14 da produ o pois nesse momento os maquinistas ir o utilizar espulas de fio sint tico que s o mais resistentes e ocasionam menor retrabalho A regula o por compensa o surge por meio da ado o de regula es funcionais e possui rela o direta com a experi ncia O momento certo para transgredir a regra de fazer da maneira que acha mais eficiente ou de utilizar m todos diferenciados executado por operadores experientes em momentos determinantes da produ o Como exemplo ao aumentar a demanda de produ o de bobinas diferentemente do novato o maguinista exp
89. ito da elevada carga de trabalho em operar somente o maquin rio manual houve uma tentativa da diretoria em implantar rod zios entre os maquinistas nas conicaleiras por m eles n o aderiram a essa recomenda o Diante destes determinantes da organiza o da produ o levantados as recomenda es foram feitas na tentativa de diminuir ou erradicar o problema Substitui o do fio de algod o por tecido sint tico Al m do fio de algod o ser de qualidade inferior e gerar maior quantidade de poeiras que o sint tico e consequentemente ocasionar atraso na produ o e retrabalho n o poss vel controlar e regularizar seu fornecimento durante todo ano O algod o em certos per odos do ano tem sua produ o diminu da e por isso a empresa aceita mat ria prima de baixa qualidade Quando n o for poss vel a substitui o do fio de algod o pelo sint tico a recomenda o consiste em controlar a velocidade das conicaleiras Como o fio de algod o exige maior demanda m sculo esquel tica que o fio sint tico o ideal seria limitar a velocidade de rota o da conicaleira quando o fio utilizado fosse de algod o A conicaleira que roda com fio de 92 algod o deve ter sua velocidade limitada a 800 RPM Com isso a probabilidade de o fio de algod o arrebentar menor assim como o ndice de retrabalho Troca de canelinhas por espulas grandes Durante a forma o das bobinas a canelinha espula pequena consum
90. ividades e como ele consegue lidar com as exig ncias da elevada carga de trabalho A abordagem metodol gica empregada neste estudo a An lise Ergon mica do Trabalho AET proposta por Gu rin e colaboradores 2004 e os conceitos da ergonomia francesa s o utilizados como guia na busca por informa es e caracter sticas relacionadas atividade de trabalho do maquinista de conicaleira Tamb m s o abordadas as t cnicas empregadas pelo pesquisador na coleta de dados na aplica o dos question rios e na caracteriza o dos condicionantes da carga de trabalho do maquinista Cap tulo 2 Por meio da utiliza o da AET o campo de estudo investigado nos aspectos relacionados ao funcionamento geral da empresa s caracter sticas t cnicas de produ o e descri o da popula o trabalhadora Tamb m s o apresentadas a tarefa o trabalho prescrito pela empresa e a atividade o trabalho efetivamente realizado do maquinista de conicaleira Cap tulo 3 A AET auxilia na investiga o da rela o existente entre os componentes da produ o e a forma como cada um deles interfere na atividade dos operadores E mostrado como o novato e o experiente trabalham de maneira diferenciada quanto ado o de posturas estereotipadas e como fazem uso dos seus corpos em situa es de trabalhos semelhantes As informa es sobre a qualidade da mat ria prima a freqii ncia de rod zios nas conicaleiras o tipo de maquin
91. je o fio n o est bom n o Essas informa es s o importantes para que o operador programe melhor suas atividades O maquinista ao saber que o ritmo de produ o est acelerado naquele dia procura antecipar 39 a es poss veis tentando reduzir os efeitos da carga de trabalho Suas estrat gias de antecipa o consistem em utilizar o maior n mero poss vel de canel es espula com maior quantidade de tecido no in cio da atividade e deixar as canelinhas espula com pouco tecido para o final Assim eles ganham tempo no momento em que a produ o est acelerada Eles tamb m procuram encher seus carrinhos com maior quantidade poss vel de espulas para n o haver necessidade de parar com tanta fregii ncia o abastecimento dos magazines Com isso deslocam se menos vezes entre o local de abastecimento e o reservat rio de espulas A troca de informa es entre as mudan as de turno uma a o prescrita pelo encarregado de turma com objetivo de oferecer aos operadores um maior entendimento sobre as caracter sticas t cnicas da m quina naquele dia Nessa etapa do trabalho n o h desgaste f sico do operador necess rio apenas que ele se entenda com o colega e relate alguma imprevisibilidade ou irregularidade que ocorreu durante seu expediente 2 Verificar res duos e irregularidades ao redor da m quina Ap s a troca de turnos o operador caminha ao redor de toda conicaleira cerca de 35 metros 60 fusos
92. local de armazenamento de espulas na se o ma aroqueira dist ncia de 45 metros Ao chegar ao 1l Informa es retiradas do folheto Procedimento Operacional 06 2007 Ap s o treinamento os operadores assinam e guardam esse folheto 37 local o operador enche a caixa 25kg 35x50x30cm com espulas e retorna conicaleira com a caixa carregada manualmente Na conicaleira a caixa colocada em um carrinho mesma altura do magazine que pode ser deslocado por toda extens o da m quina 2 Localizar ponta do fio da espula o operador puxa a ponta do fio e verifica se existe alguma irregularidade na espula impureza fio irregular ou fio solto 3 Abastecer magazine com uma espula o operador aperta o fulcro do magazine para a m quina sugar a ponta do fio da espula Ap s esse momento a espula colocada em um dos seis reservat rios do magazine 4 Atender fuso bot o amarelo ou luz acesa a luz acesa indica alguma irregularidade durante a forma o da bobina bra o mec nico travado fio arrebentado falta de espula no magazine O operador confere o problema tenta solucion lo reinicia o fuso e aguarda o apagamento da luz do painel 5 Fazer reserva n o deixar o reservat rio de espulas do magazine ficar vazio 7 Recolher espulas rejeitadas espula com defeitos s o rejeitadas pela conicaleira e ficam na parte inferior do fuso mec nico no eixo do magazine ou na esteira de recol
93. locidade m xima de rota o 800 RPM na conicaleira nova chega a 1200 RPM e o esfor o f sico exigido para cumprir as metas de produ o menor Por m quando n o poss vel a ado o de modos operat rios que substituam os meios de trabalho dispon veis o maquinista tem que se adaptar situa o e enfrentar as variabilidades inerentes ao processo 21 CAP TULO 2 ABORDAGEM METODOL GICA Esta pesquisa contou com a participa o de 49 maquinistas e 16 ajudantes de conicaleira al m da colabora o do gerente de fia o m dico do trabalho engenheiro de seguran a do trabalho t cnico de seguran a do trabalho psic loga e encarregado de turma O gerente de fia o no in cio do estudo mar o de 2007 apresentou toda a empresa com seus quatro setores e explicou quais eram os operadores respons veis por dar continuidade a cada etapa da produ o Al m disso o gerente forneceu um manual com a descri o t cnica dos termos utilizados pelos operadores e explicou quais produtos eram fabricados em cada setor O engenheiro o t cnico de seguran a do trabalho e o encarregado de turma forneceram informa es sobre o processo de produ o e a diferen a existente no produto final formado em cada setor de acordo com a mat ria prima utilizada algod o ou fio sint tico Tamb m mencionaram os tipos de irregularidades existentes nas espulas motivo pela qual algumas eram rejeitadas pelas conicaleiras Falaram so
94. m mas com o passar do tempo percebe se que algo inerente ao processo produtivo Esse ru do acontece com maior frequ ncia quando a velocidade de rota o da conicaleira est alta pois nesse momento que o bra o mec nico desloca se com maior intensidade e velocidade O ru do causado pela libera o de ar pressurizado durante o deslocamento autom tico do bra o mec nico da conicaleira respons vel por puxar a ponta do fio da espula e emend lo no passador que forma as bobinas A diferen a entre o ru do que indica problema e o ru do usual de deslocamento do bra o mec nico pequena e dif cil de ser notada por m para o maquinista experiente esse barulho facilmente distingu vel O maquinista experiente ao perceber o barulho anormal desenrola o fio da bobina manualmente e passa esse fio pela parafina e pelo fulcro de emenda Gra as a essa a o antecipat ria do operador experiente o bra o mec nico da conicaleira n o trava e n o interrompe a forma o de bobinas Esse comportamento apesar de alterar a sequ ncia de atividades do maquinista proporciona ganho de tempo na opera o total porque ele n o precisa perder alguns segundos no destravamento do bra o mec nico O operador experiente possui habilidade de ouvir o barulho relacionado a disfun es prejudiciais ao sistema produtivo e diferenci lo dos barulhos usuais das conicaleiras Por isso o mesmo barulho pode provocar diferentes sensa es depen
95. m conforto e alcance das metas de produ o estabelecidas Por n o existir o encarregado de turma a todo momento corrigindo sobre a forma correta de trabalhar estabelecida pela regra durante o treinamento cada operador adota modos operat rios que atendem suas necessidades frente s variabilidades da produ o na conicaleira Um poss vel indicador positivo dessas caracter sticas de maior liberdade no turno C e menor exig ncia por metas de produ o pode ser percebido nos resultados do question rio aplicado sobre desconfortos m sculo esquel ticos o turno C apresenta o menor n mero de operadores com algum problema lgico Ver Tabelas 2 e 3 Uma outra poss vel explica o do baixo n mero de operadores com desconforto no turno C poderia ser atribu da s duas horas de pausa que eles recebem durante esse expediente Ao comparar a produ o hora trabalhada em cada turno o turno C apresenta a menor quantidade de fios produzidos e consegiientemente menor carga f sica de trabalho fatores que podem contribuir positivamente para o menor relato de desconfortos entre os operadores desse turno Como exemplo no per odo de 1 a 15 de agosto de 2007 a produ o de fios de linha quilos por hora trabalhada em cada turno foi a seguinte A 118 5 B 150 7 e C 96 50 TABELA 2 N mero de operadores com desconfortos m sculo esquel ticos por turno de trabalho TURNO POPULA O N MERO DE OPERADORES QUE PORCENTAGEM TOTAL SENTEM O
96. m hipersolicita es m sculo esquel ticas 2 M qualidade do fio de algod o em poca de entressafra os gerentes da empresa encontram poucas op es de fornecedores de algod o e por isso adquirem algod o de m qualidade para evitar a interrup o da produ o O algod o de m qualidade arrebenta com 91 maior facilidade durante o processo de emenda e forma o de bobinas e acarreta em retrabalho perda de tempo e maior carga de trabalho ao maquinista O fio arrebentado e n o emendado automaticamente pela conicaleira exige que o maguinista fa a o procedimento manualmente e a m qualidade do fio causa maior repeti o desse gesto de emenda A m qualidade do fio acarreta posturas an malas e aumento no ritmo de trabalho pois o tempo perdido na emenda manual do fio atrasa o cumprimento das etapas subsequentes da produ o 3 Opera o constante do maquin rio manual a conicaleira manual possui opera es que exigem esfor o f sico para serem cumpridas O maquinista que n o desenvolve compet ncias para diminuir a exposi o aos condicionantes da elevada carga de trabalho f sico ou n o consegue lidar com as exig ncias da produ o est predisposto ao adoecimento ou queixas lgicas durante o trabalho A repetitividade na ado o dos gestos manuais durante a opera o na conicaleira aliados press o temporal causam maior desgaste das estruturas m sculo tend neas dos maquinistas Para reduzir o efe
97. ma ind stria t xtil com atua o no mercado nacional e internacional por 24 anos Possui sua matriz instalada na cidade de Paraopeba MG 101 quil metros de Belo Horizonte MG Atualmente possui 980 funcion rios e sua produ o gira em torno de 800 toneladas m s de algod o malhas e tecido sint tico Durante o registro das verbaliza es e das entrevistas o maquinista de conicaleira utiliza uma linguagem t cnica para descrever as caracter sticas do seu trabalho Os termos utilizados com maior fregii ncia ser o apresentados no quadro abaixo QUADRO 1 Gloss rio com termos t cnicos da ind stria t xtil Contiua Termo Significado MA AROQUEIRA ESPULAS Espula Canelinha TUBETES A ma aroqueira uma se o da fia o e nas ma arocas s o formadas as espulas que servem de mat ria prima para a se o posterior conicaleira S o tubos pl sticos enrolados com 200g de linha 5 000 metros de fio A linha pode ser de algod o ou material sint tico As espulas s o utilizadas para formar as bobinas nas conicaleiras Quando a espula cont m muito fio acima de 200g chamada de canela cheia canel o e com pouco fio chamada de canelinha A canelinha mais leve e menor que a espula convencional O preenchimento da espula na ma aroca deve ser regulado a uma altura de dois dedos a partir de sua base Es Ideal 2 dedos da base da espula Tubete um cone pl stico que fica no cen
98. mpo visual Ao usar somente um dedo o operador consegue maior precis o visual do encaixe e maior proximidade do fulcro da parafina com o pino do fuso O gesto de pin a fina com a utiliza o de somente dois dedos resultante 1 de um projeto de equipamento inadequado quanto possibilidade de execu o do gesto de pin a com maior destreza e em um maior espa o e 2 das exig ncias t cnicas naquele momento da produ o Para execu o desse gesto necess rio um controle visual apurado para aquela opera o somente poss vel gra as ao uso do corpo de forma compensat ria pin a com dois dedos ao inv s de tr s em fun o da configura o da situa o de trabalho 3 Abastecimento dos carrinhos com espulas cheias As espulas cheias que chegam da ma aroqueira s o depositadas em grandes reservat rios a uma dist ncia de 45 metros das conicaleiras O operador precisa deslocar se levando uma caixa semelhante s caixas de supermercado da conicaleira at esse reservat rio e ench la com espulas Ap s o preenchimento completo desta caixa o operador retorna para a conicaleira e a coloca no suporte que ir utilizar para abastecer os magazines O operador experiente antes de ligar sua conicaleira pega um maior n mero de caixas com espulas e organiza um pequeno estoque ao lado de suas conicaleiras uma dist ncia de 5 cm Ver FIG 11 Com essa estrat gia ele evita deslocar a todo o momento at ao reservat r
99. na o problema e retorna para pr ximo do painel O painel da conicaleira autom tica com aquele tanto de luzinhas avisa onde est o problema a vou at o fuso com defeito e avalio o problema Quase n o h esfor o f sico Isso facilita muito pra gente Acho muito bom trabalhar na conicaleira autom tica Maquinista da conicaleira autom tica sexo masculino turno B Em rela o s regi es do corpo o maior n mero de desconfortos dos maquinistas de conicaleiras manuais s o direcionados ao ombro e punho como descrito anteriormente Sinto fortes dores no ombro direito porque al m de trabalhar no reparo das espulas que retornam por causa de fio arrebentado tenho que tirar muitas bobinas por dia J na 71 m quina autom tica o coletor de bobina faz esse trabalho e o operador fica s olhando Maquinista de conicaleira manual sexo masculino turno B O maquinista da conicaleira manual relata fortes dores em seu ombro direito lado dominante ao retirar as bobinas dos conicais Essa a o envolve a eleva o do bra o direito associada flex o e abdu o do ombro a uma altura acima da cabe a com sustenta o do peso da bobina Durante seu turno de trabalho 13h30 s 22h15 esse maquinista executou esse gesto aproximadamente 380 vezes O n mero de repeti es para essa a o pequeno um movimento por minuto por m ao abordar dist rbios m sculo esquel ticos n o se deve
100. ncion rios do controle de qualidade tornam se menos rigorosos adquirindo mat ria prima de baixa qualidade para n o ocorrer interrup o da produ o A m qualidade do algod o uma reclama o frequente dos maquinistas de conicaleira Eles relatam que a m qualidade do algod o faz com que o fio ao passar pelas conicaleiras arrebente com maior facilidade ocasionando atrasos e retrabalhos Os problemas s o sempre fio enrolado ou arrebentado Mas s vezes a m quina d problema A a gente chama a manuten o O fio quando arrebenta muito n o deixa o trabalho render toda hora a gente tem que parar para recolher espulas rejeitadas e colocar de novo na caixa Maquinista da conicaleira manual sexo feminino turno A O gesto de recolher espulas rejeitadas e coloc las na caixa somente s o executados quando o fio de linha arrebenta Essa opera o causa perda de tempo e impede o maquinista de atender aos fusos retirar bobinas prontas e abastecer os magazines Al m da perda de tempo o recolhimento de espulas rejeitadas e sua coloca o em caixas provocam hipersolicita es da musculatura da coluna lombar A postura adotada para o recolhimento dessas espulas consiste em flex o anterior ou lateral da coluna depende da posi o do maquinista em rela o esteira de recolhimento a uma dist ncia de 10 cent metros do solo Ap s o recolhimento das espulas os operadores abastecem as caixas coletoras que possuem
101. nferior do fuso mec nico O operador ap s encher a caixa com espulas desloca se at a conicaleira e a deposita em um suporte pr prio Durante este trajeto o operador estende o quadril e desloca sua coluna posteriormente com o objetivo de deixar a caixa mais pr xima do seu corpo A ado o desse modo operat rio associado ao carregamento de peso causa aumento na lordose lombar e em m dio prazo deslocamento anterior do disco intervertebral n cleo pulposo postura que pode causar h rnia de disco anterior e lombalgia 43 4 Abastecimento dos magazines e acionamento da m quina Nesta etapa da produ o o operador preenche todos os fusos da conicaleira Em cada fuso existe um magazine e esse dispositivo armazena cinco espulas Quando a m quina ligada o magazine come a a girar e liberar a ponta do fio de tecido de cada espula para formar a bobina Ap s acionamento manual do maquinista o magazine puxa a ponta do fio de cada espula por vez ou seja s depois de finalizar todos os fios de uma espula que o magazine ir puxar a ponta do fio de outra e assim sucessivamente at terminar as cinco Ap s acabarem os fios de uma espula ela liberada para o coletor e nesse momento fica um espa o vazio no magazine O operador nunca deve deixar o magazine ficar sem espulas manter no m nimo uma Caso isso aconte a o bra o mec nico trava o fuso j que n o h fio de linha a ser puxado Durante o abastecimento o
102. nferiores defeitos restantes Repeti o M qualidade da Hipersolicita o Abastece os magazines com elevada do mat ria prima e espula da musculatura maior n mero de espulas gesto de preenchida com pouca flexora e entre os dedos escolhe punho em quantidade de fio de extensora de espulas com maior hiperflex o e linha caracter sticas punho com quantidade de fios de linha hiperextens o que ocasionam em possibilidade de canel o e quando poss vel elevada repeti o do desenvolvimento utiliza espulas preenchidas postura s gesto de abastecer da s ndrome do com fios de linha sint tica estereotipada adotada magazines devido ao t nel do carpo Esses procedimentos fio de linha arrebentar proporcionam um menor durante E constantemente e exigir n mero de abastecimentos abastecimento dos magazines seu recolhimento e recoloca o no fuso do magazine e consegientemente menor repeti o no gesto de hiperflex o extens o do punho 88 Quadro 8 Quadro sin ptico com determinantes da exposi o fatores de risco e estrat gias de evita o Continua DETERMINANTES SITUA ES DE ESTRAT GIAS DE DA EXPOSI O RISCO EVITA O Repeti o Projeto inadequado da Sobrecarga nos discos Alterna a velocidade elevada do conicaleira prazo intervertebrais da coluna de rota o da gesto de flex o reduzido para entrega lombar principalmente
103. nte pass lo pela parafina e rodar a bobina para que ela comece a puxar a ponta opera es que levam 6 a 10 segundos a mais que o procedimento automatizado A demanda m sculo esquel tica durante a emenda manual do fio consiste em manuten o da postura ortost tica durante toda jornada de trabalho devido altura elevada do local de passagem do fio da espula execu o de gestos em pin a fina durante a troca das parafinas nos fusos mec nicos predom nio de contra o est tica da musculatura estabilizadora da cintura escapular supra espinhoso infra espinhoso sub escapular e romb ide ao assumir a postura de eleva o e flex o anterior dos ombros no momento de rein cio de rolagem da bobina com fio de linha arrebentada e manuten o da postura de hiperextens o da coluna cervical ao observar se a bobina n o apresenta irregularidades ap s a finaliza o do processo de emenda do fio 41 Por meio da descri o cinesiol gica do gesto de pin a fina poss vel compreender o modo operat rio espec fico assumido por cada maquinista no momento de troca da parafina Ao segurar a parafina c rculo de 3 em o operador realiza o gesto de pin a fina com o segundo dedo e o polegar O esperado seria que o operador tamb m utilizasse os outros dedos da m o para proporcionar maior firmeza e encaixe da parafina no fuso da conicaleira por m a utiliza o de todos os dedos n o permitiria que ele encaixasse a pe a com o mesmo ca
104. nutos antes do apito conversar inteirar se da situa o e inspecionar m quinas e rea de trabalho junto ao colega que sai recolher todas as espulas que estiverem no ch o no momento da chegada ao posto de trabalho antes do in cio da sopragem das m quinas evitar ac mulos de res duos na m quina pegar caixa cheia de espulas localizar ponta do fio da espula abastecer corretamente os magazines com uma espula por vez e em um nico sentido atender fuso bot o amarelo ou luz acesa fazer reserva trocar parafina analisar a qualidade das espulas rejeitadas pela m quina verificar a linearidade do fio na bobina finalizada ajustar o tamanho da parafina por onde passa o fio de algod o abastecer os carrinhos com espulas cheias colocar cone na m quina separar canelas vazias que caem no caixote retirar estopa da caixa de aspira o e retirar estopas pelotas junto ao parafinador Al m dessas orienta es relacionadas tarefa existem regras referentes seguran a n o colocar as m os em correntes e engrenagens usar touca capilar n o usar ar comprimido para limpeza pessoal e n o correr dentro das depend ncias da empresa No final do folheto existe a seguinte frase a n o execu o das atividades descritas resulta em advert ncia e ou suspens o Dentre as fun es descritas acima existem algumas que merecem maior detalhamento 1 Apanhar caixa de espulas consiste em deslocar da conicaleira at o
105. o foi poss vel compreender os fatores que for am o operador entrar e permanecer no c rculo vicioso do absente smo e do adoecimento apesar das estrat gias de regula o frente a situa es de hipersolicita o do seu corpo e de aumento da carga de trabalho Os condicionantes da atividade determinantes para o alto ndice de absente smo nesta empresa s o 1 Alta velocidade de rota o da conicaleira a velocidade da conicaleira ajustada de acordo com a necessidade de forma o de produtos para atender se o posterior ou para diminuir o excesso de materiais fabricados na se o anterior A alta velocidade de rota o da conicaleira implica em aumento na carga de trabalho para o maquinista A velocidade aumentada impossibilita o maquinista adotar estrat gias de antecipa o que reduzam seu esfor o f sico e exposi o aos fatores de risco nesse momento a sua atividade passa a ser constitu da por a es mais imediatas direcionadas s corre es de defeitos usuais ou execu o dos procedimentos de rotina j previstos na descri o da tarefa a ado o dessas a es imediatistas faz com que o operador tenha menos tempo para dedicar se aos problemas de maior complexidade Para atender s necessidades da produ o aumentada o maquinista acelera seu ritmo percorre maior dist ncia entre os maquin rios adota posturas estereotipadas n o utiliza estrat gias de antecipa o e aumenta o n mero de gestos que causa
106. o o magazine de determinado fuso pode ficar sem espula pois o bra o da conicaleira realiza tr s tentativas para puxar o algod o e caso n o consiga automaticamente o fuso trava e uma l mpada vermelha acesa P4 A exig ncia f sica para o cumprimento dessa tarefa alta pois cada maquinista fica respons vel por uma conicaleira e conseq entemente 60 fusos Como todo trabalho feito em ortostatismo o operador desloca se do 1 ao 60 fuso v rias vezes ao dia e realiza o abastecimento dos magazines com seis espulas durante toda sua jornada de trabalho No in cio do turno quando a conicaleira est vazia o operador percorre toda conicaleira 35 metros e abastece os 60 fusos com 360 espulas de algod o Durante o abastecimento dos magazines com espulas no in cio do turno h uma diferen a na atividade do maquinista experiente e novato O novato como prescrito na regra elaborada pelo encarregado de turma abastece o magazine pegando uma espula por vez ou seja para cada magazine ele executa seis flex es extens es de punho e portanto para abastecer toda conicaleira s o executadas 360 flex es extens es de punho Ver Figura 18 J o maquinista experiente coloca tr s espulas entre os dedos e abastece o magazine de forma mais r pida executando 120 flex es extens es para abastecer os 60 fusos 2 flex es extens es por fuso ou seja apenas 1 3 do n mero total de repeti es Ver Figura 193 21 isa sui
107. o gr fico de tempo do maquinista novato e do experiente a maior dedica o do experiente s opera es de antecipa o O experiente dedica mais tempo que o novato na limpeza dos sensores eletr nicos com o uso do ventilador e no recolhimento de restos de fios de linha nas bobinas pois sabe que essa a o reduz a possibilidade do fuso apresentar algum defeito ou a linha da bobina arrebentar constantemente e exigir que a 58 emenda seja feita de maneira manual Al m disso o operador experiente desse exemplo gasta mais tempo que o novato durante a troca de turno o experiente ao chegar na sua conicaleira conversa com o operador do turno anterior sobre velocidade de rota o qualidade do fio exig ncias do encarregado e quais fusos apresentam defeitos Essas a es de antecipa o minimizam o desgaste f sico do experiente pois o mesmo diferentemente do novato n o precisa dedicar tanto tempo no atendimento aos fusos com defeitos ou no recolhimento de espulas rejeitadas defeitos que s o evit veis com a ado o de medidas preventivas Ao abastecer os magazines com maior n mero de espulas na m o e em dois sentidos o maquinista experiente reduz o tempo de dedica o a essas opera es usuais e consegue maior tempo livre para corrigir eventuais defeitos que possam aparecer ou at mesmo mais tempo para as a es de manuten o da conicaleira limpeza de sensores troca de parafina verifica o de restos de linhas no bra
108. obleminha Ao conhecer a m quina poss vel a redu o desses problemas que na maioria das vezes est o relacionados a fuso travado problema no sensor de emenda do fio ou retorno de espula pela m quina O conhecimento dessas caracter sticas na sua conicaleira permite a ado o de 67 estrat gias de antecipa o no intuito de manter o ritmo de produ o e tamb m diminuir o desgaste do seu corpo evitando situa es extenuantes Nesta verbaliza o outro operador relata sua insatisfa o em n o trabalhar em conicaleira fixa S esta semana j trabalhei em tr s m quinas diferentes enquanto outros colegas sempre trabalham na mesma m quina E muito ruim ficar pulando de m quina em m quina voc nunca se acostuma ao ritmo dela Ajudante de conicaleira manual sexo masculino turno A O acostumar se com a m quina envolve quest es relacionadas ao conhecimento de suas variabilidades previstas e incidentes previs veis velocidade de rota o geralmente utilizada e fusos com maior probabilidade de defeito por exemplo O conhecimento das caracter sticas previstas na produ o permite ao operador mobilizar estrat gias de antecipa o e modos operat rios que reduzam a exposi o aos fatores de risco da atividade s vezes o operador estava h mais de tr s meses em uma m quina manual Assim ele passava a ter um maior conhecimento daquela m quina utilizando se das estrat gias e rec
109. onam no a um maior trabalho biomec nico que os m sculos da regi o do punho porque sua rea de dissipa o de for as pequena e a fun o biarticular proporciona uma carga de trabalho sempre quando h contra o do punho ou do cotovelo menor momento de repouso Al m disso a repeti o excessiva do gesto de flexo extens o desvio ulnar desvio radial do punho durante o abastecimento dos magazines associado aus ncia de pausas regulares n o permite que a fibra muscular retorne ao seu estado inicial de repouso evitando a adequada reperfus o sangii nea do tecido muscular gerando uma resposta inflamat ria e ou degenerativa das c lulas dos tecidos moles m sculos nervos tend es ligamentos ASSUN O 2002 p 78 82 Outra diferen a entre novato e experiente consiste na dist ncia percorrida durante sua jornada de trabalho com o abastecimento de magazines N o considerando o fator variabilidade atender fuso fio arrebentado ida ao banheiro durante o abastecimento dos magazines o maquinista desloca se com um carrinho de espulas at o final da conicaleira e ap s abastecer todos os magazines ele retorna abastecendo novamente o processo O novato segue exatamente o prescrito pela empresa ou seja abastece os magazines sempre em nico sentido do fuso um ao 60 e no momento de retorno desloca se com o carrinho e n o abastece os magazines O experiente transgride a regra e n o segue as recomenda es do encarreg
110. onfronta o uma vez que nesse hor rio n o existia encarregado de turma e por isso os operadores trabalhavam de maneira mais aut noma e sem preocupar com a fiscaliza o como ser demonstrado no cap tulo quatro Al m disso no turno C os operadores possu am maior tempo livre para discutir essas quest es com o pesquisador pausa de duas horas na produ o em contrato firmado com a CEMIG Associada autoconfronta o foi utilizada a filmagem de algumas situa es que apresentavam maior carga f sica de trabalho aos operadores velocidade aumentada da esteira de produ o excesso de espulas na reserva prazo reduzido de entrega da produ o uso de algod o de m qualidade momento no qual eles foram questionados sobre alguns modos operat rios espec ficos que adotavam para estas situa es Durante esses momentos de filmagem principalmente nos meses iniciais do estudo junho a julho de 2007 ficou n tida a apreens o dos maquinistas ao perceberem que o pesquisador filmava suas atividades na opera o da conicaleira Foi poss vel perceber a desconfian a dos maquinistas durante as filmagens porque em v rios momentos eles olhavam para tr s em dire o c mera evitavam conversar com os colegas da conicaleira do lado n o se deslocavam ao banheiro e carregavam pouco peso nas caixas de espulas 27 No in cio do estudo os operadores n o estavam habituados com o pesquisador e n o sabiam qual era sua fun o
111. onstrado a eles a import ncia da realiza o dessas opera es O novato n o conhece os macetes necess rios para tornar sua atividade menos extenuante A atividade fragmentada a n o utiliza o de estrat gias de reserva de caixas de espulas as constantes interrup es na segii ncia das atividades para resolver problemas no fuso a aus ncia de coopera o com o colega vizinho e a falta de ajustes adequados em sua conicaleira antes do in cio das atividades submete o operador novato a maiores exig ncias f sicas Com o decorrer do tempo esse operador adoece e sofre com constantes dores e desconfortos m sculo esquel ticos ou aprende estrat gias e modos operat rios que burlam o prescrito e amenizam a elevada exig ncia f sica da atividade A diferen a entre esse grupo de trabalhadores novatos com desconfortos m sculo esquel ticos e os trabalhadores experientes que n o adoecem que estes conseguem desenvolver estrat gias de controle das situa es de trabalho enquanto aqueles tomam a si mesmos seu pr prio corpo como meio de regula o da carga de trabalho individual e coletiva mas se mant m no trabalho porque o dominam com os truques e macetes incorporados para mascarar a dor O tempo de trabalho na fun o n o leva necessariamente ao adoecimento O desenvolvimento de compet ncias funciona como um contrapeso s les es e aos desconfortos m sculo esquel ticos As compet ncias fornecem ingrediente
112. or de RH Empresa A avalia o consiste em observar se o operador segue as fun es estabelecidas pelo encarregado O encarregado exige que a maneira de adotar as posturas sejam as mesmas que foram estabelecidas no treinamento O operador advertido quando recebe dois conceitos regulares ou tr s ruins Ap s essa avalia o a ficha entregue ao gerente do setor ao 84 coordenador de treinamento e ao monitor para que todos assinem e confirmem a nota dada Ap s tr s meses feita uma nova avalia o e tra ada a evolu o da ficha de treinamento O encarregado v a necessidade de manter esse tipo de avalia o por m entende a forma diferenciada como cada maquinista executa sua atividade Durante as quatro 4 primeiras semanas de treinamento na primeira e s vezes at na segunda avalia o de desempenho uma beleza eles fazem igualzinho eu ensinei Mas com o tempo eles come am a mudar Antes eu era mais rigoroso Hoje me preocupo mais com a quantidade de tecido produzido Encarregado de turma Turno A e B O maquinista transgride o prescrito atrav s da ado o de modos operat rios que viabilizem a produ o e ou reduzam as solicita es sobre seu corpo O maquinista experiente com o decorrer do tempo e em situa es sem constrangimentos modifica os objetivos ou os meios dispon veis para assegurar a qualidade da produ o evitar o risco sa de e minimizar o esfor o A regula
113. os a tarefas repetitivas Anais do XI Congresso da Associa o Nacional de Medicina do Trabalho Belo Horizonte MG CD ROM 2001 ASSUN O A A Gesto repetitivo trabalho vari vel In NETO A C SALIM C A Novos desafios em sa de e seguran a no trabalho IRT FUNDACENTRO Belo Horizonte MG p 77 92 2002 ASSUN O A A O saber pr tico constru do pela experi ncia compensa as defici ncias provocadas pelas condi es inadequadas de trabalho Trabalho e Educa o Belo Horizonte MG v 12 n 1 p 35 49 20083 ASSUN O A A ALMEIDA I M Doen as Osteomusculares relacionadas com o trabalho membro superior e pesco o 2003 p 1501 1540 In MENDES R Org Patologia do Trabalho 2 ed revisada e atualizada S o Paulo Editora Atheneu 2003 96 ASSUN O A A ROCHA L E Agora at namorar fica dif cil uma historia de les es por esfor os repetitivos 1993 p 461 493 In BUSCHINELLI J T P ROCHA L E RIGOTO R M Orgs Isto trabalho de gente vida doen a e trabalho no Brasil S o Paulo Editora Vozes 1993 BARRETO M L ALVES P C O coletivo versus o individual na Epidemiologia contradi o ou s ntese 1994 p 129 135 In Qualidade de vida compromisso hist rico da epidemiologia Anais do III Congresso Brasileiro de Epidemiologia Belo Horizonte Rio de Janeiro Coopmed Abrasco 1994 BORGHOUTS J A J KOES B W BOUTER L M The clinical course
114. ossui idade entre 45 e 50 anos n 5 J em rela o ao n mero de fun es anteriores a grande maioria 43 operadores 66 nunca trabalhou em um setor diferente 17 26 trabalharam em um setor diferente e apenas 5 8 trabalharam em dois setores antes de serem transferidos para a conicaleira Em rela o ao n mero de operadores por turno existe uma homogeneidade em sua distribui o A 21 B 24 e C 20 apesar do n mero de horas trabalhadas no turno C ser menor Essa menor carga hor ria devido ao contrato estabelecido entre a empresa e a CEMIG com objetivo de economizar energia 36 A maioria dos operadores 38 est o na fun o atual h no m ximo 6 meses o que caracteriza uma elevada taxa de rotatividade tornando a atividade do maquinista como predominantemente exercida por novatos 3 3 Tarefa do maquinista A tarefa do maguinista da empresa ensinada pelo encarregado de turma O treinamento operacional como descrito pela empresa dura de tr s a quatro semanas e ap s essa etapa o operador avaliado de tr s em tr s meses Na avalia o o encarregado de turma acompanha o operador por uma hora para verificar como s o executadas as fun es ensinadas no treinamento e em uma folha de papel descreve as notas timo bom regular e ruim recebidas em cada etapa da tarefa A tarefa para o maquinista de conicaleira compreende as seguintes etapas chegar ao posto de trabalho 5 mi
115. otovelos 60 e flex o de punhos 15 libera a bobina para a esteira de rolagem que fica atr s da conicaleira coloca novo tubete roda o manualmente para o fio ser puxado pela m quina e aperta o bot o que liga o fuso 8 Abastece novamente os magazines O maguinista desloca com um carrinho e abastece os magazines com poucas espulas A todo instante por m o processo de abastecimento interrompido por defeitos nos fusos ou por bobinas formadas que precisam ser retiradas Em 56 uma hora de observa o o maquinista abasteceu os magazines com 430 espulas n o foram consideradas as espulas colocadas no magazine no in cio do turno Entre as fun es de atender luz verde atender luz vermelha e reabastecer magazines n o existe uma sequ ncia linear e cada maquinista adota modos operat rios diferenciados para atender essas variabilidades da produ o Todas as fun es s o dependentes das caracter sticas do processo produtivo 1 maior velocidade de rota o da conicaleira implica em maior n mero de bobinas formadas portanto maior n mero de luzes verdes acesas e aumento no n mero de gestos de abastecimentos de espulas 2 fios de baixa qualidade arrebentam com maior facilidade e quando geram restos de impurezas nos sensores dificultam a emenda pelo bra o mec nico causando maior n mero de luzes vermelhas e repeti es do gesto de emenda manual do fio de linha arrebentado 3 prazo reduzido para ent
116. ova es e in dito dentro da singularidade que se encontra SCHWARTZ 2007 O quinto ingrediente trata do potencial que o operador pode desempenhar em situa o de trabalho Com um meio de trabalho saud vel e ben fico os ingredientes precedentes da compet ncia do operador s o potencializados e desenvolvidos O sexto ingrediente aborda o colocar em sinergia os diferentes ingredientes da compet ncia em situa o de coletividade As decis es do operador em situa o de trabalho possuem 20 rela es com os conhecimentos t cnicos e espec ficos daquele momento mas tamb m com sua hist ria social e experi ncias anteriores O desenvolvimento da compet ncia em situa es de trabalho proporciona o al vio da elevada demanda de produ o Aqueles operadores que n o conseguem criar margens de regula o para viabilizar sua produ o ou para diminuir as demandas sobre seu corpo s o acometidos por algum desconforto ou desequil brio em seu sistema fisiol gico Assim o adoecimento surge diante das limita es e press es temporais impostas pela organiza o do trabalho Z E necess rio que o operador adote estrat gias de regula o para modificar os objetivos ou meios dispon veis para assegurar a qualidade da produ o evitar riscos sua sa de e diminuir seus esfor os Os maquinistas mais experientes para reduzir os riscos sua sa de f sica preferem trabalhar nas conicaleiras mais antigas pois sabem que a ve
117. produ o O operador aproveita esse momento inicial quando possui mais tempo livre para realizar a es que s o antecip veis e que podem ser executadas antes do in cio do funcionamento da conicaleira Assim durante o processo produtivo e em situa es de maior exig ncia ele n o perde tempo com esses pequenos ajustes A antecipa o dessas a es permite certo tempo livre para os problemas de maior complexidade O operador permanece em estado de vigil ncia dos fusos da conicaleira Esta aten o constante permite reduzir os efeitos da carga de trabalho f sico decorrente da repeti o do gesto de realizar a emenda do fio manualmente caso o fuso da conicaleira esteja com impurezas O operador atua antes de o problema mec nico acontecer gra as a suas estrat gias de antecipa o localiza o de impurezas e restos de fios nos sensores de emenda do fio antes da m quina come ar a rodar As impurezas nos fusos da conicaleira diminuem a sensibilidade do sensor eletr nico dificultando a detec o de fios que estejam arrebentados e atrapalhando o processo de emenda autom tica No momento que o sensor n o detecta o fio arrebentado automaticamente o bra o mec nico disparado tr s vezes para procurar a ponta de linha solta Ap s a terceira tentativa caso n o localize a ponta solta o bra o mec nico trava o fuso e a opera o de emenda deve ser executada manualmente Neste caso o maquinista tem que recolher o fio manualme
118. produz sabe quais fusos que direto rejeitam espulas e sabe at quando vai acontecer algum probleminha Ajudante de conicaleira sexo feminino turno B Essa operadora demonstra interesse em trabalhar permanentemente na conicaleira manual n mero sete e esse interesse possui rela o com o tipo de treinamento que ela recebeu em suas semanas iniciais de emprego Por ter aprendido a trabalhar na conicaleira manual suas estrat gias de antecipa o e modo operat rio mostram se mais eficientes neste tipo de maquin rio Essa operadora sabe que a m quina sete por ser mais antiga tem a sua velocidade de rota o limitada a 800 RPM ou seja o n mero de bobinas formadas e o retrabalho na emenda de fio de linha manualmente menor que de outras conicaleiras Devido a esta limita o de velocidade o operador n o se depara com o ritmo acelerado e desgastante imposto pelas conicaleiras que rodam a 1200 RPM Dessa maneira direciona o tempo que gastaria em retrabalhos emendar fios manualmente recolher espulas rejeitadas e acelerar o abastecimento dos magazines para executar as a es de manuten o preventiva em sua m quina conferir parafina limpar restos de estopas fazer reserva de espulas e passar ventilador nos sensores eletr nicos de emenda dos fios Isso proporciona melhor efici ncia produtividade em seu maquin rio e menor esfor o f sico Em sua verbaliza o a ajudante fala sobre a possibilidade de acontecer um pr
119. quanto possibilidade dos operadores executarem outras atividades fora do hor rio de trabalho e chegarem em seu expediente indispostos ou com algum desconforto os dados dos question rios n o confirmaram essa possibilidade Como dito anteriormente o n mero de operadores com desconforto no turno C foi o menor entre os tr s turnos O alto n mero de operadores com desconforto m sculo esquel tico e o elevado ndice de absente smo no turno B s o acompanhados por uma produ o mais elevada de fios de linha nesse hor rio Ao analisar a quantidade de fios produzidos por cada turno entre os dias 01 a 15 de agosto de 2007 percebe se que o turno B produziu 42 a mais que o turno C e 22 a mais que o turno A Ver TAB 4 Uma poss vel explica o para o elevado ndice de absente smo e presente smo seria que a eleva o da produ o no turno B causa aumento no ritmo de trabalho dos operadores e consequentemente condiciona os a uma maior carga f sica de trabalho Diante deste quadro de prazo reduzido da entrega e aumento da demanda da produ o o maquinista n o consegue amenizar os efeitos danosos do trabalho sobre sua sa de e suas estrat gias de antecipa o s o suprimidas e assim ele acaba adoecendo ou apresentando algum desconforto lgico 52 TABELA 4 Quantidade de fios de linha em quilos produzidos por turno entre o dia 1 e 15 do m s de agosto de DIA 10 11 12 13 14 15 Total por turno PO
120. quin rio manual prazo reduzido para entrega da produ o fornece elementos que permitem caracterizar os momentos de hipersolicita o das estruturas m sculo esquel ticas dos operadores com algum comprometimento A estrat gia de regula o desenvolvida por cada operador para lidar com as caracter sticas rotineiras e as imprevisibilidades do processo de produ o repercute na forma como se faz uso do corpo A maneira diferenciada como cada operador utiliza o corpo permite estabelecer a seguinte classifica o indiv duos que sofrem de algum dist rbio e por isso afastam se do trabalho indiv duos que sofrem por m n o se ausentam do trabalho e indiv duos que n o sofrem e n o se ausentam do trabalho A an lise da atividade dos maquinistas experientes que n o possuem desconfortos m sculo esquel ticos e n o se abst m do trabalho o foco principal desta pesquisa A caracteriza o de suas estrat gias e modos operat rios al m da descri o das compet ncias desenvolvidas para diminuir a exposi o aos determinantes da atividade fornecem informa es que auxiliam na elabora o de sugest es de melhoria para o setor em estudo e para diminui o dos altos ndices de absente smo Os conceitos de regula o experi ncia e compet ncia s o apresentados no cap tulo um definindo um quadro de refer ncia para analisar as estrat gias diferenciadas que s o adotadas pelo operador experiente na realiza o de suas at
121. r sticas respons veis por provocar o alto ndice de afastamentos e desconfortos m sculo esquel ticos e identificar as estrat gias adotadas pelos maquinistas experientes para reduzir a exposi o aos fatores de risco Para um levantamento detalhado destas caracter sticas as seguintes a es foram executadas 24 conhecimento do funcionamento geral da empresa e levantamento de informa es sobre ndices de produ o em cada setor quantidade de tecido produzido turno de trabalho e per odo do ano com maior produ o levantamento de fatores de produ o das se es montante e jusante que s o determinantes no funcionamento cont nuo e regular da m quina conicaleira identifica o das caracter sticas organizacionais respons veis em causar hipersolicita o das estruturas m sculo esquel ticas dos maquinistas estudo das caracter sticas t cnicas das tr s conicaleiras manual semi autom tica e autom tica e conhecimento do treinamento que era oferecido aos maguinistas al m da an lise do ndice de absente smo em cada uma delas descri o das caracter sticas da popula o em estudo tempo na fun o atual tempo de empresa n mero de fun es anteriores e idade conhecimento do tipo de mat ria prima utilizada na forma o das bobinas de fios de linha e quais eram os impactos diretos na carga de trabalho do maquinista levantamento de dados sobre queixas m sculo esquel
122. r causa altera es no setor a jusante ou a montante O atraso na fabrica o de fios de linha pela fia o acarreta atrasos na produ o do tecido cru pela tecelagem que consequentemente atrasa a produ o na tinturaria Na fia o existem dezenove m quinas conicaleiras conforme descrito na tabela a seguir TABELA 01 Classifica o das conicaleiras quanto ao tipo quantidade e efici ncia TIPO QUANTIDADE EFICI NCIA Manual 13 82 Semi autom tica 3 87 Autom tica 3 92 O ndice de efici ncia obtido pelo potencial de produ o indicado pela velocidade de rota o no momento em rela o sua produ o m xima indicado pela velocidade m xima de rota o estabelecida em seu manual ou seja 92 significam que a conicaleira roda com 8 a menos do seu potencial m ximo e portanto a uma velocidade 8 menor que sua m xima As m quinas autom ticas e semi autom ticas s o mais novas e ajust veis que as manuais nos par metros de controle espessura do calibrador da parafina amplitude de velocidade de rota o sensibilidade do fuso de emenda do fio de linha e regulagem do bra o mec nico de recolhimento das bobinas Al m disso essas m quinas suportam maior 35 exig ncia mec nica pois sempre trabalham com velocidade de rota o pr xima da m xima e a efici ncia produtiva quantidade de fios produzidos maior A conicaleira manual 31 80 metros x 3 60 metros possui 60 fusos mec nicos disposto
123. ra respectivamente Ver gr ficos 1 e 2 N 370 N 150 N 180 Yo Fia o Tecelagem Tinturaria Expedi o Gr fico 1 Propor o de operadores afastados em rela o ao contingente de cada setor Per odo mar o de 2007 a mar o de 2008 Fonte Empresa Yo Gr fico 2 Propor o de operadores afastados em rela o ao contingente de cada se o do setor fia o Per odo mar o de 2007 a mar o de 2008 Fonte Empresa 23 O pesquisador juntamente com tr s estudantes de fisioterapia ao identificar que a conicaleira era a se o com maior porcentagem de operadores afastados do trabalho devido a algum dist rbio m sculo esquel tico aplicou question rios estruturados em todos os sessenta e cinco operadores dos tr s turnos de trabalho A 05h30 s 13h45 B 13h30 s 22h15 e C 22h s 05h45 O objetivo da aplica o do question rio foi coletar dados quantitativos sobre os tipos de desconfortos e em quais partes do corpo eram mais frequentes Durante a an lise da atividade e aplica o de question rios foi dada aten o especial em rela o vestimenta utilizada No in cio da pesquisa o autor apresentava se na empresa com a vestimenta branca Ao registrar verbaliza es com os operadores sobre suas principais reclama es ou desconfortos relacionadas ao trabalho eles sempre dirigiam a conversa para uma queixa postural dor muscular medicamento indicado para tens o muscular ou at
124. rega da produ o impossibilita os maquinistas de adotarem estrat gias de antecipa o e criarem reservas de caixa de espulas ao lado do seu maquin rio essa situa o causa retrabalho e maior carga de trabalho f sico Apesar da variabilidade nas segii ncias executadas pelos maquinistas esperar maior n mero de fusos com defeito ao inv s de um abastecer magazines com mais espulas que o prescrito e nas prioridades que cada um adota atender fuso com defeito antes do fuso com luz verde trocar parafina somente no final do expediente a observa o de suas atividades por uma hora permitiu evidenciar quais s o as opera es realizadas com maior fregii ncia pelo operador experiente e pelo novato Ver Gr ficos 1 e 2 57 E Chegada ao posto E Abastecimento dos magazines Completar tubetes Ventilador e parafina E Ligar conicaleira E Atender defeito E Atender bobina pronta Gr fico 3 Dura o de tempo das opera es do maquinista de conicaleira novato executadas durante uma hora de observa o D Chegada ao posto E Abastecimento dos magazines O Completar tubetes O Ventilador e parafina E Ligar conicaleira D Atender defeito E Atender bobina pronta Gr fico 4 Dura o de tempo das opera es do maquinista de conicaleira experiente executadas durante uma hora de observa o A diferen a existente entre
125. res se ausentam e por que se afastam necess rio analisar a maneira como desenvolvem suas estrat gias de regula o para se manterem em atividade diante de situa es de aumento da carga de trabalho f sica ps quica e ou cognitiva press o temporal e sofrimento m sculo esquel tico e verificar se essas estrat gias s o eficazes ou n o A carga de trabalho aumenta em momentos que o operador n o consegue adotar um maior n mero de modos operat rios prazos reduzidos de entrega da produ o aumento da velocidade de funcionamento das m quinas falta de material m qualidade da mat ria prima ou seja sua margem de manobra de regula o reduzida Esta margem de manobra diz respeito s demandas internas e externas de regula o das vari veis presentes no processo de trabalho e s possibilidades de flexibiliza o da carga de trabalho ou dos modos operat rios que configuram a din mica da atividade de trabalho A no o de carga de trabalho aqui deve ser interpretada a partir da identifica o e compreens o da din mica operat ria frente aos objetivos de produ o s exig ncias da tarefa e s condi es de execu o da atividade em situa es de trabalho espec ficas ECHTERNACHT 1998 p 38 A associa o da elevada carga de trabalho com os determinantes macro organizacionais da produ o alta velocidade de rota o da m quina m qualidade do fio da mat ria prima opera o constante do ma
126. resa Manual t cnico do setor fia o 31 Essa ind stria encontra se dividida em quatro setores com suas respectivas se es Setor fia o o processo de fabrica o de fios t xteis usando como mat ria prima fibras vegetais e fibras sint ticas Constitui se de se es de opera es que transformam uma massa de fibras t xteis inicialmente desordenadas flocos em um fio de grande comprimento que possui fibras organizadas e presas entre si mediante o processo de tor o O processo de fia o pode ser descrito da seguinte maneira z 1 Na sala de abertura o algod o passa por tr s transforma es e submetido a processos de retirada de impurezas FIGURA 2 Algod o in natura transformado em flocos As informa es sobre as caracter sticas dos quatro setores da empresa foram fornecidas pelo encarregado de turma turno B Ele possui forma o em T cnico T xtil 32 FIGURA 3 Algod o in natura transformado em rolos de mantas 2 Na se o cardas as fibras curtas e as impurezas s o eliminadas Os rolos de mantas s o transformados em fitas FIGURA 4 Rolos de mantas transformados em rolos de fitas 3 Na se o pavieiros as fitas das cardas s o transformadas em fitas mais finas e uniformes e posteriormente formam pavios com fios retorcidos FIGURA 5 Fitas transformadas em pavios FIGURA 6 Pavios torcidos em detalhe 33 4 Na se o filat
127. ria do Ros rio orgs Trabalho educa o sa de um mosaico em m ltiplos tons FUNDACENTRO S o Paulo 2001 MATHIASSEN S E WINKEL J Quantifying variation in physical load using exposure vs time data Ergonomics n 34 1455 1468 1991 MENDES D P Donos do poder Uma an lise da atividade pericial no contexto da Previd ncia social brasileira limites e conflitos frente caracteriza o do adoecimento em LER DORT Disserta o mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Engenharia de Produ o 132p 2006 MINET F L analyse de l activit et la formation des compet nces Paris L Harmattan p 10 30 1995 Apud ASSUN O A A ALMEIDA I M Doen as Osteomusculares relacionadas com o trabalho membro superior e pesco o 2003 p 1501 1540 In MENDES 98 R Org Patologia do Trabalho 2 ed revisada e atualizada S o Paulo Editora Atheneu 2003 MPAS Minist rio da Previd ncia e Assist ncia Social INSTRU O NORMATIVA N 98 DE 2003 aprova norma t cnica sobre Dist rbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho DORT Di rio Oficial da Uni o Bras lia p 1 19 2003 PUEYO V GAUDART C L exp rience dans l s r gulations individuelles et collectives perspectives actuelles em ergonomie Apud FALZON P Ergonomia S o Paulo Editora Bl cher p 177 2007 SCHWARTZ Y Os ingredientes da compet ncia um exerc cio necess rio para uma quest o insol vel
128. rpo produz mudan as no arranjo corporal e n o compat vel com a execu o da tarefa LIMA 1996 11 repetitividade e exig ncias sazonais pela produ o com consegiiente prazo reduzido da entrega da produ o Na literatura existem in meros estudos que ap iam essas caracter sticas monotonia repetitividade subcarga qualitativa como fatores de risco determinantes para o adoecimento m sculo esquel tico A repetitividade considerada fator de risco prim rio para as desordens que envolvem os m sculos da m o pois a atividade muscular mesmo de baixa intensidade representa a atividade sustentada por muito tempo em poucas unidades motoras MATHIASSEN E WINKEL 1991 A atividade muscular est tica e o desvio da posi o articular neutra associada for a de press o de contato e repetitividade tamb m favorecem o desenvolvimento de desgastes e dist rbios m sculo esquel ticos para as extremidades superiores AAR S et alli 1998 preconizado na literatura que todos tecidos moles incluindo m sculos tend es ligamentos f scias sin vias cartilagens e nervos ir o deteriorar se quando suficiente for a aplicada As atividades de trabalho podem frequentemente produzir for as biomec nicas sobre o corpo que se aproximam dos limites das propriedades mec nicas dos tecidos moles Sob condi es de repetitividade e sustenta o de carga os tend es podem ficar inflamados por dois motivos aumento da fric o t
129. s estabelecidas pelo encarregado de turma recolher espulas abastecer magazines carregar caixa de espulas e retirar bobinas As opera es na conicaleira manual possuem influ ncias da qualidade da mat ria prima e da velocidade de rota o da m quina Ao aumentar a velocidade de rota o o n mero de bobinas formadas maior e o maquinista adota modos operat rios para atender s exig ncias do ritmo acelerado Ao aumentar a velocidade da m quina manual as opera es de abastecer magazines recolher espulas rejeitadas retirar bobinas prontas e abastecer o carrinho de espulas demandam maiores exig ncias m sculo esquel ticas aos maquinistas e causam queixas e fadigas Acho esse trabalho de abastecer magazine com espula muito repetitivo gostaria de trabalhar na autom tica porque l n o precisa fazer isto Maquinista da conicaleira manual sexo feminino turno A Na autom tica as opera es n o demandam altas exig ncias f sicas visto que as opera es de retirar bobina pronta abastecer carrinho de espulas e abastecer magazines com espulas s o automatizados A conicaleira autom tica exige concentra o e vigil ncia ao painel de luzes no qual todo controle do processo monitorado e sinalizado quando algum problema acontece O aumento da velocidade de rota o ou surgimento de imprevistos mostrado no painel e indica em qual fuso ocorreram as altera es O maquinista desloca se at o fuso solucio
130. s paralelamente e a nica fun o automatizada a emenda do fio O abastecimento dos magazines com as espulas recoloca o de espulas rejeitadas retirada de bobinas e abastecimento do container com a caixa de espulas 25kg s o atividades executadas manualmente A conicaleira semi autom tica excetuando a retirada de bobinas possui todas suas fun es operadas de maneira manual A retirada de bobinas realizada por um bra o autom tico acionado ao detectar que a bobina est totalmente preenchida Mas o operador deve acompanhar esse processo que pode n o se realizar corretamente bobinas com fios tra ados de maneira irregular ou peso acima do estabelecido n o s o recolhidas automaticamente Em cada fuso h uma luz verde que indica que a bobina foi retirada sem apresentar problemas e uma luz vermelha que indica alguma altera o no momento da retirada travamento da bobina 3 2 Popula o das conicaleiras Os trabalhadores respons veis por operar as conicaleiras s o os maquinistas n 49 e os ajudantes n 16 Na se o conicaleira existem 65 operadores 55 84 5 s o mulheres e 10 15 5 s o homens O operador admitido na empresa como ajudante e ap s passar por um per odo de tr s a quatro semanas avalia o e treinamento pode ser promovido a maquinista H uma diversidade na popula o em rela o faixa et ria A maioria dos operadores possui idade entre 20 e 25 anos n 20 e a minoria p
131. s ele pode recorrer diante de situa es de maior demanda Quando era novato o seu modo operat rio consistia em cadenciar suas opera es e interromper sua atividade sempre que aparecia alguma irregularidade no processo de produ o Devido irregularidade ainda ser desconhecida para o novato ele interrompia todas as atividades de rotina executadas naquele momento e direcionava todo seu tempo para uma poss vel resolu o dessa nova situa o O experiente como na maioria das vezes conhece o problema que interrompeu o funcionamento do fuso e sabe quanto tempo dedicar sua poss vel solu o n o interrompe suas atividades rotineiras at sua finaliza o e por isso mant m um ritmo de trabalho mais harm nico e sem interrup es O maquinista de conicaleira come a a mudar seus modos operat rios medida que torna se mais experiente em sua atividade Ele deixa de fragmentar suas a es a press o temporal parece n o influenci lo e o ndice de produ o aumenta A sua prioridade muda de foco primeiramente ele cumpre as pequenas habituais fun es com maior rapidez para ter maior livre para dedicar aos problemas de maior complexidade das conicaleiras Por isso a situa o de imprevisibilidade na maioria das vezes solucionada pelos maquinistas experientes ou seja sua capacidade de antecipa o evita que uma situa o inesperada 79 desencadeie uma sequ ncia de falhas no processo produtivo Como exemplo
132. s informa es da an lise qualitativa da atividade do maquinista de conicaleira foi poss vel identificar as estrat gias de regula o e os modos operat rios adotados em situa es de aumento da carga de trabalho e imprevisibilidade Essas informa es qualitativas foram fornecidas pelas observa es sistem ticas verbaliza es consecutivas entrevistas em autoconfronta o e aplica o de question rios estruturados Nesta empresa o absente smo doen a tratado como um indicador das m s condi es de sa de dos operadores em seus respectivos setores ou seja o setor com menor ndice de afastamentos o setor que necessita de menos interven es para sua melhoria Por m o ndice de absente smo n o deve ser considerado o nico indicador de gravidade das condi es de sa de adoecimento dos operadores O absente smo n o representa a real situa o de descontentamento e ou desconforto que os trabalhadores enfrentam em suas atividades laborais visto que alguns n o recorrem ao m dico para conseguirem licen a preferindo mascarar seus desconfortos m sculo esquel ticos e permanecerem no trabalho Diante dos vieses decorrentes do uso exclusivo do ndice de absente smo necess rio recorrer aos dados do ndice de presente smo para uma avalia o adequada das condi es de sa de no trabalho do maquinista de conicaleira O ndice de presente smo refere se aos operadores que est o presentes em seu
133. s que auxiliam o maquinista experiente na 94 ado o de modos operat rios e estrat gias de antecipa o diante das situa es de maior demanda da atividade 95 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AAR S A HORGEN G BJ H H et al Musculoskeletal visual and psychosocial stress in VDU operators before and after multidisciplinary ergonomic interventions Appl Ergonomics n 29 p 335 354 1998 ABRAH O J I Reestrutura o produtiva e variabilidade do trabalho uma abordagem da ergonomia Psicologia Teoria e pesquisa Bras lia v 16 n 1 p 49 54 2000 ADLER P S Tempos e movimentos reconguistados In DRUCKER P F STALK G NONAKA IL ARGYRIS C Organizacional Gest o de Pessoas para a Inova o Cont nua Harvard Business Review Book 1993 ARMSTRONG R B Mecanisms of exercise induced delayed onset muscular soreness a brief review Medicine and Science in Sports and Exercise v 16 p 529 538 1984 ARMSTRONG T J BUCKLE P FINE L J et al A conceptual model for work related neck and upper limbmusculoskele tal disorders Scand Journal Work Environ Health n 19 p 73 84 1993 ASHTON MILLER J A Response of muscle and tendon to injury and overuse work related musculoskeletal disorders National Research Council National Academy Washington DC p 73 97 1999 ASSUN O A A Os aspectos biomec nicos explicam os problemas musculo esquel ticos em trabalhadores expost
134. sconforto do tipo sensa o de peso no corpo formigamento dor cont nua agulhada pontada nos ltimos 6 meses e o quanto ele incomoda grau de intensidade Graus de Intensidade 1 gt 3 a s S 7 s 2 10 Leve Moderado Forte insuport vel 7a VISTA ANTERIOR E POSTERIOR DESCONFORT GRAU DE INTENSIDADE Pe Formiga Agu Dor so mento lhada LO J LBA 1 2 3415 103 10 Bra o Esquerdo 11 Cotovelo Dir 12 Cotovelo Esq 104 13 Antebra o D 15 Punho Direito 105 23 Perna Direita 26 P Esquerdo 7b H quanto tempo voc sente esse s desconforto s at 6 meses de 6 meses at 1 ano de 1 ano Tc Voc sente outros sintomas de fadiga no corpo Se sim assinale quais sensa es voc sente queima o falta de for a muscular Exemplo dificuldade em segurar os objetos ou deixar as coisas ca rem incha o cansa o nos bra os Jcansa o nas pernas dificuldade em realizar movimentos como levantar os bra os fisgada ou choque c imbras Outra sensa o Qual 106 7d H quanto tempo voc come ou a sentir dores anos e meses 7 e J foi afastado por causa das dores Quantas vezes Sim N o 7 f J foi afastado do servi o por outro motivo Sim
135. se instalado em seu setor de trabalho A forma como o novato utiliza seu corpo condiciona o ao adoecimento m sculo esquel tico O maquinista novato fragmenta suas a es n o auxilia o colega na execu o das atividades e n o adota estrat gias de antecipa o em sua conicaleira todos esses fatores associados o predisp em a lombalgias e outros dist rbios m sculo esquel ticos A atividade do novato fragmentada e seu modo operat rio consiste em atender s irregularidades da conicaleira medida que elas aparecem conforme prescrito pelo encarregado de turma evitando o ac mulo de irregularidades O novato interrompe a execu o de suas atividades de rotina para corrigir alguma irregularidade no fuso luz vermelha acesa ou para retirar a bobina pronta luz verde acesa Na observa o analisada o maquinista abastecia os sessenta magazines com espulas e ao chegar no magazine do fuso n mero oito a luz vermelha do fuso 40 acendeu O maquinista interrompeu a atividade de abastecimento dos magazines foi at o fuso 40 realizou a emenda do fio manualmente e retornou para o fuso oito A ado o desse modo operat rio fragmentou sua atividade e interrompeu a conclus o de uma das etapas das opera es na conicaleira Isso ocasionou perda de tempo e queda no ritmo da produ o O experiente cumpre as etapas de produ o na conicaleira de maneira diferente mais sequencial O abastecimento de magazines somente interrompi
136. seguem reduzir os efeitos dos fatores de risco que poderiam causar hipersolicita o das estruturas m sculo esquel ticas e por isso adoecerem com menor frequ ncia Assim como outros nos perguntamos se a experi ncia permite executar uma tarefa com a redu o do seu n vel de solicita o CLOT E FERNANDEZ 2005 p 70 No entanto a manuten o dos determinantes de exposi o ao risco presentes na organiza o do trabalho associados maneira como cada indiv duo reage s situa es agressivas do ambiente determinam o surgimento ou n o do adoecimento LIMA 2000 De modo geral as caracter sticas da organiza o do trabalho que promovem hipersolicita es s o constru das sem considerar o funcionamento e as exig ncias do operador durante momentos de elevada carga de trabalho e imprevisibilidade Mais ainda o elevado ndice de adoecimento e absente smo na empresa surge devido organiza o do trabalho considerar que o operador um homem est vel no tempo e no espa o plenamente adapt vel s normas e s regras prescritas ilimitado na sua capacidade de responder aos imprevistos da produ o ASSUN O E ALMEIDA 2003 p 1502 A demanda norteadora desta pesquisa foi apresentada pelo t cnico de seguran a do trabalho e pelo diretor da empresa em mar o de 2007 e configurava se em alto ndice de absente smo e adoecimento m sculo esquel tico no setor fia o problema que constantemente acarretava realo
137. t marcando o tecido Ajudante de conicaleira manual sexo feminino turno B A velocidade acelerada da produ o causa maior desgaste aos maquinistas e aumenta as solicita es m sculo esquel ticas O trabalho repetitivo devido ao recolhimento constante de espulas rejeitadas ao abastecimento dos magazines e o retrabalho de emenda manual causado pelo excesso de fios arrebentados aumentam a carga de trabalho do maquinista O maquinista n o consegue adotar estrat gias de antecipa o para amenizar a carga de trabalho porque suas a es est o direcionadas para corrigir irregularidades do processo Na verbaliza o acima o maquinista relata n o ter tempo de conferir as irregularidades nas bobinas que v o para a malharia Em dias com velocidade de rota o menor o maquinista observa as bobinas durante seu processo de forma o e quando h alguma irregularidade fio embolado fio duplo ou espa os falhos na bobina ele interrompe o funcionamento do fuso repara o defeito manualmente e religa o fuso Assim ele evita a forma o da bobina com irregularidades QUADRO 4 Registro de verbaliza o entre pesquisador e maquinista de conicaleira Operador Quando a velocidade da m quina aumenta e o fio arrebenta mais a o bicho pega Passo a abastecer os magazines com maior n mero de espulas e apesar da dor no punho aumentar tento ao m ximo antecipar o problema de fio arrebentado Maquinista manual sexo masculino
138. tem diminuir os efeitos dos fatores de risco sobre sua sa de A regula o acontece para gerir as perturba es do processo ou para promover um relaxamento das estruturas musculares hipersolicitadas atrav s da interrup o da tarefa redu o do ritmo ou procura por aux lio do colega O termo regula o se refere forma como a atividade desenvolvida pelo trabalhador uma vez que a sua realiza o pressup e a constru o de modos operat rios e o uso de estrat gias que podem ser de adapta o ou de antecipa o para realizar a tarefa da forma como a empresa exige ou espera GU RIN et alli 2004 Em uma situa o de trabalho que o operador n o consegue gerir as perturba es do processo ou adotar estrat gias de antecipa o ou adapta o as suas estruturas m sculo esquel ticas ser o comprometidas As altera es m sculo esquel ticas podem se manifestar inicialmente com quadros sintom ticos de dor que ocorrem durante a jornada de trabalho desaparecendo com o repouso e recuperando a capacidade para o trabalho Com o decorrer do tempo as altera es evoluem e atingem est gios cl nicos que s o incompat veis com o desempenho das tarefas isso provoca o absente smo no trabalho FERNANDES ASSUN O E CARVALHO 2007 A manuten o da queixa lgica durante os momentos de repouso ou aus ncia do trabalho indica sinais de gravidade e maior comprometimento m sculo esquel tico pois o organismo perde a capacida
139. terceira porque toco o servi o da minha maneira N o preciso trabalhar do jeito que o X encarregado de turma quer Na segunda turno B o encarregado te avalia e v se voc cumpre todos os passos que ele ensinou a depois com uma folhinha ele te mostra quais passos voc deixou de cumprir Maquinista manual sexo feminino turno C 14 Segunda e terceira s o as denomina es que os operadores utilizam para caracterizar o turno de trabalho primeira 05h30 a 13h45 A segunda 13h30 a 22h15 B e terceira 22h00 a 05h45 C 49 Ao relatar toco o servi o da minha maneira a maquinista demonstra liberdade na execu o de sua atividade A liberdade dessa operadora consiste em trabalhar sem a supervis o do encarregado e adotar modos operat rios que ela julga serem os mais eficientes para aquele momento da produ o A aus ncia desse profissional representa executar a atividade e cumprir as metas de produ o sem necessariamente ter que seguir todas as regras estipuladas por ele A maquinista acha necess rio o treinamento oferecido por ele e entende a necessidade de algumas regras estipuladas por m com o aprendizado e a experi ncia desenvolvidos com o tempo na profiss o ela adota modos operat rios e estrat gias que s o diferentes daqueles estipulados pelo encarregado Ao ter maior liberdade na execu o de suas atividades o maquinista de conicaleira adota modos operat rios que proporciona
140. ticas e ndice de absente smo nos tr s turnos de trabalho A Be C an lise da atividade e do modo operat rio adotado pelo operador durante os momentos de aumento da carga de trabalho observa o sistem tica das atividades dos maquinistas de conicaleiras com objetivo de contextualizar os seus modos operat rios de acordo com as exig ncias do trabalho descri o da cr nica da atividade do maquinista de conicaleira novato e experiente al m da aplica o de question rios estruturados para cada parcela desta popula o com o objetivo de mostrar o n mero diferenciado de desconfortos m sculo esquel ticos entre elas e entrevistas em autoconfronta o e registro das verbaliza es dos maquinistas novatos e experientes 25 Com todas estas informa es e ndices levantados foi poss vel caracterizar os condicionantes da atividade que causavam elevada carga de trabalho e analisar as estrat gias adotadas pelos experientes para reduzir a exposi o aos fatores de risco da hipersolicita o m sculo esquel tica A abordagem te rica adotada para investigar a atividade do maquinista de conicaleira parte do pressuposto que o operador desenvolve sua atividade em tempo real a atividade de trabalho uma estrat gia de adapta o situa o real de trabalho objeto da prescri o A dist ncia entre o prescrito e o real a manifesta o concreta da contradi o sempre presente no ato de tra
141. tores internos As caracter sticas individuais por m n o devem ser consideradas como as principais determinantes do adoecimento em um ambiente de trabalho pois mesmo o operador que possui idade elevada n o pratica atividade f sica ou tenha v rias patologias m sculo esquel ticas pr vias consegue desenvolver estrat gias de adapta o que podem ser equilibradas por suas compet ncias habilidades e experi ncias desenvolvidas no decorrer dos anos em seu trabalho A experi ncia um processo que conduz a uma organiza o dos saberes permitindo ao trabalhador em situa es conhecidas ou situa es de rotina a utiliza o das compet ncias mais adapt veis situa o real Com a experi ncia os trabalhadores podem desenvolver um saber que permite a mobiliza o das compet ncias adquiridas na pr tica ou aquelas compet ncias formalizadas nos bancos das escolas ASSUN O 2003 p 36 13 Os maquinistas experientes desenvolvem compet ncias para atingir as metas de produ o e atender s exig ncias determinadas pela empresa por vivenciarem um maior n mero de situa es inerentes ou externas ao processo Ao conhecer as variabilidades produtivas o maquinista adota estrat gias de antecipa o quando poss vel sobre sua conicaleira e adota modos operat rios que reduzem os efeitos da carga de trabalho sobre seu corpo Por exemplo ao perceber que a mat ria prima utilizada em sua m quina ser o fio de algod o e
142. tre efic cia produtiva e preserva o de si pode ser algo dif cil de ser atingido por operadores novatos que ao encontrarem uma situa o de imprevisibilidade n o conseguem sair de sua tarefa e por n o terem vivenciado esta situa o fuso com defeito espula rejeitada bra o mec nico travado fio de m qualidade n o conseguem solucion la Gra as a estrat gias de antecipa o o operador competente soluciona o problema a montante do processo Conforme exemplo descrito por Pueyo e Gaudart 2000 controlar a qualidade de uma bobina de a o consiste para um novato em detectar os defeitos quando eles se apresentam e para um veterano em identificar a origem a montante na linha de produ o para evitar na seq ncia sua repeti o e interven es de urg ncia custosas para o operador PUEYO E GAUDART 2000 A compet ncia proporciona ao operador uma maior assimila o das caracter sticas do processo e a contempla o de um maior n mero de modos operat rios alternativos Com o decorrer do tempo a compet ncia torna se automatizada e isso faz que o operador execute suas a es de forma espont nea e subconsciente por m um novo imprevisto estabelece a perda harm nica deste processo A compet ncia se constr i n o simplesmente por repeti o de gestos e a es mas pelo conhecimento do resultado da a o diante dos obst culos para atingir o objetivo De acordo com a demanda de produ o o operador sofre
143. tro da bobina e serve para dar sustenta o aos fios de linha 30 QUADRO 1 Gloss rio com termos t cnicos da ind stria t xtil Conclus o Termo Significado CONICALEIRAS M quinas utilizadas na forma o das bobinas S o constitu das de 60 fusos mec nicos e podem ser autom ticas semi autom ticas bobinadeiras ou manuais Possui capacidade para armazenamento de 300 espulas A velocidade de rota o varia entre 800 a 1 200 RPM FUSO MEC NICO Denomina o dada ao conjunto de pe as que formam uma das 60 partes da conicaleira O fuso formado por magazine bra o mec nico dep sito de bobina e painel de luzes Dispositivo que armazena cinco espulas cheias e a partir de cada espula o fio de linha puxado e passado pela parafina at chegar ao bra o mec nico que realiza a emenda do fio antes de formar a bobina Imediatamente ap s o magazine ser acionado uma espula desce dele e vai para a parte inferior da conicaleira e nesse local a espula fica presa para ter todo fio de linha desenrolado de sua superf cie O magazine deve conter pelo menos uma espula para manter seu funcionamento e n o travar o fuso mec nico FULCRO DO MAGAZINE Orif cio central do magazine Por este orif cio passam os fios originados das espulas Atrav s de um sistema de v cuo que para ser acionado tem que ser pressionado pelo operador o magazine puxa o fio das espulas e leva o at o local de emenda do fio Fonte Emp
144. ualidade a empresa obrigada a utilizar mat ria prima de m qualidade para que a produ o de fios n o seja interrompida A empresa disp e de espa os para o armazenamento de grandes quantidades de algod o mas por quest es de economia e controle de qualidade a empresa planeja mudar seus par metros de produ o e substituir o uso do algod o pelo fio sint tico Esse ltimo n o apresenta varia es em seu padr o de qualidade e sua f cil disponibilidade no mercado faz com que a empresa n o passe momentos sem mat ria prima al m de n o necessitar de espa os de estocagem podendo at mesmo adotar o sistema just in time A oscila o no fornecimento de algod o tem efeito indireto na sa de dos maquinistas Durante os momentos de falta de algod o as m quinas t m seus funcionamentos interrompidos e com isso a taxa de produ o di ria cai Para compensar essa queda ao chegar mat ria prima no dia seguinte a velocidade das conicaleiras aumentada e os trabalhadores tentam aumentar a produ o de bobinas de algod o Essa mudan a na programa o da produ o aumenta a fadiga o desgaste f sico e a insatisfa o com o trabalho As vezes necess rio trabalhar nesse ritmo acelerado por at dois 62 dias no intuito de compensar o per odo paralisado e assim conseguir atingir a meta de produ o mensal Devido falta de op o na escolha de fornecedores de algod o no per odo de entressafra os fu
145. ulas e ir mais r pido acabou caindo algumas Maquinista manual Turno B 4 meses na fun o 85 O maquinista experiente considera os elementos relevantes da situa o e toma as decis es de maneira fluida e sem pensar analiticamente ele acumula experi ncias concretas e considera inconscientemente a nova situa o como uma recorda o de situa es similares anteriores DREYFUS e DREYFUS 1986 O conhecimento de uma diversidade de situa es faz com que ele tenha habilidade de antecipar a resolu o de poss veis problemas Por entenderem da dificuldade em alguns momentos de produ o como falta de mat ria prima e aumento do ritmo das m quinas sempre que poss vel esses maquinistas experientes ajudam o colega da conicaleira vizinha pois sahem que em algum momento a mesma situa o de dificuldade poder ser vivenciada por eles Quadro 7 Registro de verbaliza es entre pesquisador e maquinistas com mais tempo na fun o Operador Um dia vi meu colega enchendo o carrinho com canelinhas na mesma hora acelerei meu ritmo para acabar logo com minhas espulas e ir ajudar ele Porque vou te falar canelinha fumo Maquinista manual turno C 3 anos na fun o Pesquisador Como voc acelera seu ritmo Operador Como eu estava com canela de algod o e neste dia o fio estava beleza eu peguei e mudei a velocidade de rota o da conicaleira de 700 para 900 Maquinista manual
146. um metro de profundidade A qualidade do fio de algod o importante na confec o das bobinas da conicaleira pelo fato de a conicaleira estar ajustada eletronicamente a certo n vel de impureza e quando esse n vel ultrapassado a m quina rejeita as espulas n o formadas e causa retrabalho para o operador que tem que repetir todo processo de abastecimento dos magazines Tem dia que o fio est ruim a a linha volta sempre D mais trabalho Tem que recolher a linha nos tubos e devolver para o cont iner para abastecer a m quina Maquinista da conicaleira manual sexo feminino turno A 63 E muito raro trabalhar trangiiilo aqui Tem dia que cai fio de qualidade ruim Arrebenta muito A tem que recolher cones e levar para a fia o ver onde est o problema s vezes s de bater o olho na espula eu j sei o problema mas eles n o d o ouvidos para n s Maquinista da conicaleira manual sexo feminino turno A A atividade de recolher a linha e devolver para o container desempenhada somente pelos maquinistas das conicaleiras manuais As espulas que t m seus fios de linha arrebentados n o retornam para a conicaleira e viram estopas por isso necess ria a interven o manual do operador para que essa espula n o fique na esteira de rolagem do magazine fuso e atrase a produ o Todas estas opera es recolher espula em esteira de rolagem abastecer caixa com espula rejeitada l
147. ursos dispon veis para manter um bom funcionamento dela por m ap s passar por um acompanhamento operacional e o encarregado avaliar que o operador n o estava exercendo de maneira correta as suas fun es ali ele era orientado a mudar para outra e essa mudan a s vezes poderia ser muito danosa ex manual para autom tica Al m disso o maquinista ao trabalhar constantemente na mesma m quina desenvolve compet ncias e modos operat rios que fornecem subs dios para uma produ o em um ritmo mais homog neo e com ado o de estrat gias de antecipa o Como o operador passa a conhecer as particularidades e irregularidades da m quina em sua fase inicial raramente ela p ra seu funcionamento devido a panes mec nicas decorrentes de falta de espulas no magazine restos de estopas nos sensores de emenda do fio ou bobina travada por falta de material Esses problemas ocorrem frequentemente devido falta de tempo do operador em executar certas a es preventivas No primeiro contato entre operador e conicaleira quando o trabalho ainda desconhecido execut lo demanda uma atividade grau m ximo de complexidade que pode ser reduzida ao n vel da a o quando o aprendizado progride ou mesmo a uma opera o que n o necessita 68 de decis es conscientes WISNER 1996 grifo do autor Dessa forma operar uma conicaleira uma atividade para o maquinista novato ou para o maquinista experiente com a utiliza o de

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