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Epistemologia e Educação.indd

1. Desde os prim rdios a Europa se coloca como o centro de toda produ o de conhecimento anunciando a sua cultura como superior fazendo a prevalecer sobre todas as demais como se n o existisse nada de produtivo fora de seus dom nios A racionalidade moderna por que n o dizer europeia foi difundida por todo o mundo sendo usada para dominar subjugar diminuir e excluir diversas civiliza es tudo em nome da coloniza o do progresso e da difus o do pensamento ocidental Essa ideia de superioridade cultural e intelectual foi divulgada fortemente pela Europa durante todos esses s culos No entanto nas ltimas d cadas um pensamento vem na contram o enaltecendo as constru es de conhecimentos feitas do outro lado do mundo a Am rica latina Como expoente deste novo modelo de pensamento denominado filosofia da liberta o aparece Enrique Dussel fil sofo argentino que busca mostrar atrav s de um aporte cient fico elaborado uma cr tica ao pensamento euroc ntrico da atualidade Assim a filosofia Dusseliana coloca o pensamento moderno como euroc ntrico de domina o e opress o do outro Este movimento filos fico busca dar visibilidade ao pensamento que se op em ao euroc ntrico aquele que surge do outro lado do mundo denominado filosofia da liberta o Atrelados ao pensamento de Dussel est o os estudos de Paulo Freire os quais contribuem para o surgimento deste novo paradigma epistemol gico qu
2. Para que o professor tenha condi es de intervir a partir dos resultados da avalia o segundo enfatiza Leal et al 2007 instrumentos diversificados devem ser utilizados como relat rios e portf lios bem como a utiliza o de registros escritos que possam diagnosticar os v rios aspectos da aprendizagem para posterior reflex o sobre a pr tica de ensino Dessa maneira devem prevalecer os aspectos qualitativos sobre os aspectos quantitativos e os resultados ao longo do per odo sobre os de provas finais Como resultado dessa forma de conceber a avalia o tem se a elabora o por escrito de pareceres dos resultados avaliativos ao inv s de boletins contendo notas exatamente para fazer valer a preval ncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos Nessa perspectiva s o considerados outros aspectos relacionados ao desenvolvimento do educando e que devem ser desenvolvidos analisados e considerados na avalia o Esses aspectos s o cognitivos sociais emocionais afetivos e f sico motores A inclus o da crian a de seis anos de idade no ensino fundamental bem mais do que uma exig ncia da legisla o em vigor Esta inclus o perpassa pela necessidade de olhar as crian as em seu pr prio modo de ser aprender e fazer para da construir uma pr tica pedag gica capaz de atender suas especificidades e inclu las verdadeiramente no processo de ensino aprendizagem do ensino fundamental Perpassa tamb m pela reorganiz
3. CANEN Ana XAVIER Giseli Pereli de Moura Forma o continuada de professores para diversidade cultural nfase sil ncios e perspectivas In Re vista Brasileira de Educa o v 16 n 48 set dez 2011 p 641 661 ESTATUTO DO IDOSO In VERDERI rica O corpo n o tem idade Edu ca o F sica Gerontol gica Jundia Fontoura 2004 p 126 POL TICA NACIONAL DO IDOSO LEI N 1041 DE 2003 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis 8842 htm gt Acesso em 09 maio 2013 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Paulo Freire e a educa o intercultural CANDAU Vera Org Diferen as culturais e educa o construindo cami nhos Rio de Janeiro 07 Letras 2011 p 35 57 TOMIZAKI Kimi Transmitir e herdar o estudo dos fen menos educati vos em uma perspectiva intergeracional Educ Soc Campinas v 31 n 111 p 327 346 abr jun 2010 Dispon vel em lt http www cedes unicamp br gt Acesso em 22 set 2013 A CONTRIBUI O DE KARL MARX PARA A CI NCIA MODERNA E A EDUCA O Rosenildo da Costa Pereira Resumo O texto que se apresenta resultado de uma investiga o bibliogr fica na qual se analisou em diferentes autores a obra de Karl Marx incluindo no estudo de obras cl ssicas do pr prio autor voltando especificamente aten o para quest es da produ o do conhecimento contexto hist rico e principalmente da educa o Assim refletiu se sobre o pensamento cient
4. MOSCOVICI S Representa es Sociais investiga es em psicologia social Rio de Janeiro Vozes 2007 OLIVEIRA I A de Saberes imagin rios e representa es na educa o especial a problem tica da diferen a e da exclus o social Petr polis RJ Vozes 2004 PLETSCH M O professor itinerante como suporte para a educa o inclu siva em escolas da rede municipal do Rio de Janeiro Disserta o Mestra do em Educa o Universidade do Estado do Rio de Janeiro RJ 2005 QUADROS R M de KARNOPB L B L ngua de Sinais Brasileira estudos lingu sticos Porto Alegre Artmed 2004 RANGEL M A pesquisa de representa o social como forma de enfrenta mento de problemas socioeducacionais S o Paulo Ideias amp Lugares 2004 SANTOS K R Educa o especial e escola reflex es sobre os projetos edu cacionais para alunos surdos In FERNANDES E org Surdez e bilinguis mo Porto Alegre Media o 2010 SILVEIRA A P Representa es sociais de professores do ensino funda mental sobre o aluno surdo a in visibilidade na inclus o escolar Disserta o Mestrado em Educa o Universidade do Estado do Par 2011 REPRESENTA ES SOCIAIS DE MORADORES DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE ANANINDEUA PA SOBRE O USO DE ERVAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DE DOEN AS Marcio Barradas Sousa Resumo O presente trabalho o resultado do levantamento e an lise de depoimentos de moradores da Comun
5. Menaecmo 350 a C Dinostrato 350 a C Teeteto 415 369 a C Arist teles 384 322 a C entre outros EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Tal forma o foi imprescind vel no desenvolvimento e reconhecimento n o s da Matem tica mas tamb m daqueles que dedicaram sua vida a ela principalmente por pensar na filosofia matem tica como forma de descobrir verdades escondidas e como um mecanismo capaz de elevar a mente e raciocinar sobre entidades abstratas Algumas considera es A forma de investiga o dos pensadores cl ssicos da Gr cia antiga desencadeou um grande avan o no conhecimento acerca do mundo da natureza e suas rela es visto que introduzir outra maneira de pensar subsidiada por aspectos l gicos numa poca cujo racioc nio era fortemente marcado pela presen a incontest vel da mitologia e da a o dos deuses n o foi tarefa f cil Imbricados pelo anseio de identificar o conhecimento puro a origem das coisas dos fatos e dos fen menos significou para eles se debru arem a estudar de forma racional os processos naturais e sociais Em rela o s contribui es do pensamento filos fico para o desenvolvimento da Matem tica verificamos que ela ocorreu pela introdu o dos conte dos matem ticos na forma o dos fil sofos na civiliza o grega e como a Matem tica com os gregos ganhou um car ter dedutivo cujas explica es de seus elementos fen menos se davam com
6. es para a educa o pois esta al m de possuir um papel decisivo para o futuro da sociedade tem a responsabilidade de dar ao indiv duo uma forma o onde possa ter o senso cr tico do mundo ao seu redor assim esta n o pode mais estar imbricada somente fornecer conte dos que favorecem seus respectivos interesses Falamos aqui da educa o no mbito escolar onde cada vez mais se v os assuntos sendo trabalhados de forma separada Dessa forma h inadequa es cada vez mais amplas e graves no sentido de que os saberes desunidos divididos compartimentados est o de um lado que n o se correlaciona com o outro o das realidades e problemas cada vez mais multidisciplinares transversais multidimensionais tornando cada vez mais dif cil a contextualiza o do conhecimento MORIN 2007 Regredindo alguns s culos na hist ria nos deparamos com uma sociedade que sistematizava o conhecimento englobando todos os assuntos que com poucos indiv duos n o tinha a preocupa o de aprofundamento e discuss o dos saberes por m com o aumento de complexidade nos conhecimentos alguns campos do saber influenciados pela vis o positivista de ci ncia come aram a ser trabalhados separadamente surgindo ent o a partir de necessidades principalmente industriais as especializa es que visavam os conhecimentos espec ficos para resolu es de problemas t cnicos deste per odo Crema 1993 apud Levy 2004 p 106 afirma que o enfo
7. juventude do mundo inteiro que se rebela contra o filic dio Aos anci os sepultados vivos nos asilos pela sociedade de consumo DUSSEL 1976 p 5 Segundo Dussel 1995 h tempos este outro grita por estar exclu do da sociedade e por ser agredido ao ser objetivado por um ser qualquer No momento que esse ser qualquer rompe com a sua totalidade n o mais pode tornar seres humanos objetos Assim ele pode come ar uma rela o com este outro de modo que tamb m para ele o afastamento desta ideia de totalidade possa ser uma possibilidade de liberdade para ambos A premissa utilizada por Dussel de que todo o conhecimento e todo o sistema implantado em vigor que n s latino americanos repetimos nada mais do que a vis o e o estabelecimento de um sistema imposto pelos te ricos da Europa e dos Estados Unidos fazendo de n s simples repetidores dos conceitos e pensamentos pr prios de quem n o vive a nossa realidade caracterizada pela pobreza subdesenvolvimento e exclus o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Dessa forma a filosofia da liberta o pretende uma pr tica que leve em considera o o outro e n o apenas esse outro em sua condi o de oprimido em sua condi o de fora do sistema mas sobretudo baseado em sua alteridade onde este outro passa a ter a sua identidade e a sua dignidade reconhecida DUSSEL 1992 Para uma possibilidade de ruptura com o padr o imposto h necessidade
8. l nguas naturais e consequentemente compartilham uma s rie de caracter sticas que lhes atribui car ter espec fico e as distingue dos demais sistemas de comunica o QUADROS KARNOPE 2004 p 30 Pensamos que a realiza o das mais diversas formas de intera es em l ngua de sinais uma a o primordial na escola para que assim se reconhe a que esta a primeira l ngua utilizada pelos surdos pois esta servir de apoio para que o surdo possa ter o entendimento de uma segunda l ngua que no caso do Brasil a L ngua Portuguesa Neste sentido o Atendimento Educacional Especializado que segundo a Pol tica Nacional de Educa o Especial na perspectiva da Educa o Inclusiva BRASIL 2008 que ofertar ensino tanto na L ngua de sinais quanto na L ngua Portuguesa para alunos surdos De acordo com estes pressupostos acreditamos que realizar estudos sobre as representa es sociais de professores do ensino fundamental acerca do AEE no caso nas Salas de Recursos Multifuncionais contribui para a compreens o de como estes docentes constroem e socializam saberes e conhecimentos neste espa o escolar Assim cab vel recorrer seguinte quest o que representa es sociais os docentes do ensino fundamental elaboram acerca do AEE para discentes surdos ofertado na sala de recursos multifuncionais EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e que influ ncia essas representa es exercem sobre suas
9. o PPGED da Universidade Estadual do Par UEPA Procuro apresentar reflex es acerca do pensamento de Cornelius Castoriadis e sua contribui o a partir do imagin rio para analisar o processo de reconstru o de identidades na forma o de professoras que migraram para o Maraj das Florestas especificamente para Melga o a partir dos anos 80 do s culo XX Trata se de uma pesquisa de car ter bibliogr fico e emp rico tendo como refer ncia principal o II capitulo da obra A institui o imagin ria da sociedade A institui o e o imagin rio primeira abordagem Amplio a discuss o com interpreta es do pensamento deste fil sofo por Oliveira 2008 em O social hist rico e a educa o em Castoriadis assim como em Rodrigues 2008 A educa o como projeto pol tico li es de autonomia em Castoriadis e Freire Sustentam o debate abordagens de autores sobre identidade e mem ria al m de depoimentos orais das professoras migrantes Rosiete Siqueira Wilma Vilar e Jurema Pacheco que relatam suas hist rias de vidas desde suas primeiras lembran as at as suas atividades na profiss o docente em Melga o Para a realiza o deste primeiro exerc cio com as mem rias das professoras que s o sujeitos sociais da disserta o de mestrado em desenvolvimento no PPGED UEPA seleciono algumas falas especialmente aquelas relacionadas a chegada em Melga o e as conviv ncias coletivas 2 O termo fo
10. o do professor reconhecidamente um dos fatores mais importantes para a promo o de padr es de qualidade na educa o qual seja o grau ou modalidade de ensino De acordo com Kramer 2002 a capacita o espec fica do profissional uma das vari veis que maior impacto causa sobre a qualidade do atendimento e atua o profissional KRAMER 2002 p 19 Nesse sentido podemos entender que para atuar significativamente junto crian a da Educa o Infantil concebida como sujeito interativo na elabora o de seu conhecimento o professor deve constituir se como um participante que constr i e reconstr i na intera o o seu pr prio conhecimento Segundo Gramsci 1982 a filosofia da Pr xis embora parta do n cleo sadio do senso comum deve elevar o homem a consci ncia filos fica e operar atrav s de uma reflex o cr tica uma a o transformadora da sociedade Assim o aspecto constr i e reconstr i seu conhecimento entendemos que tamb m uma busca do professor em ressignificar sua a o portanto a busca por uma educa o transformadora EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Forma o de Professores da Educa o Infantil em bases legais Embora saibamos que a forma o de professores n o capaz de sozinha propiciar a qualidade e avan os na Educa o Infantil notamos seu reconhecimento ao ser assegurada em documentos oficiais que reafirmam a import ncia do processo de fo
11. predominante o autor mostra como a atual concep o de ci ncia encontra se num per odo de transi o ocasionado pela evolu o do conhecimento cient fico at ent o constru do Paradigma Dominante O paradigma dominante apresentado como nica forma de ver e pensar o mundo e que se demonstra infal vel Sua racionalidade cient fica utiliza a matem tica como linguagem do universo emprestando desta ci ncia em particular a l gica de investiga o para o controle e previs o dos fen menos naturais A pr tica de quantificar e de reduzir a complexidade em partes menores para formula o de leis universais colocada como m todo para compreens o da realidade Nesta maneira de compreender o mundo as leis da ci ncia moderna s o um tipo de causa formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o agente ou qual o fim das coisas SANTOS 1997 p 64 Assim tem se a ideia de mundo m quina onde os fen menos s o vistos de forma isolada compondo partes de um todo maior Al m disso tem se a ideia de que o passado se repete EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS no futuro uma vez que as fun es das coisas s o eternas e imut veis por serem regidas por leis Devido ao grau de confian a empregado ao m todo das ci ncias naturais exportou se o mesmo para as ci ncias sociais com todas as prerrogativas existentes Por isso surgiu o termo f sica social designado por Augusto Comte para
12. ticos justos e revolucion rios pessoas que t m de reverter uma situa o que n o conseguimos resolver inteiramente mudar o mundo e torn lo mais humano p 37 e 38 A escola inclusiva ent o deve reorganizar o seu projeto pol tico pedag gico acabar com os entraves de acessibilidade capacitar os professores para trabalharem com os diferentes alunos n o s os deficientes mas todos em geral respeitando e valorizando suas identidades culturais Na pr tica do ensino aprendizagem pesquisar novas metodologias que conduzam o aluno ao conhecimento para que este seja significativo prazeroso e ativo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Considera es finais A pesquisa revela que as Representa es Sociais de professores bil ngues sobre o processo de inclus o do educando surdo expressam o aluno surdo como o diferente da turma isolado e com dificuldades de aprendizagem dos conte dos escolares Al m disso est o associados ao ponto de interroga o que pode ser interpretado em dois sentidos o aluno surdo tem muita dificuldade em aprender bem como o professor o v como uma inc gnita algo desconhecido n o sabendo como ensin lo O educando surdo n o est incluso e a preocupa o dos docentes ainda com o modelo padr o da normalidade e n o com a diferen a Dessa forma as atribui es dos sentidos e imagens presentes nesse processo s o de dificuldades de comunica o nega o da Lib
13. 2011 p 39 Os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a realiza o da pesquisa e divulga o das imagens produzidas Naan lise dos dados se trabalhou o material acumulado buscando destacar os principais achados da pesquisa LUDKE ANDR 1986 p 48 criando se categorias tem ticas que possibilitaram a organiza o do relat rio da pesquisa Os dados coletados foram sistematizados nos seguintes eixos tem ticos Representa es Sociais sobre o processo de inclus o do aluno surdo acessibilidade ao espa o escolar e processo de aprendizagem do educando surdo Representa es sociais sobre o processo de inclus o do educando surdo Solicitamos aos entrevistados Bruno e Bruna que elaborassem um desenho acerca do processo de inclus o dos alunos surdos em escolas da Rede Municipal de Bel m EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Bruno desenhou o espa o escolar com a presen a do educando surdo marcou o sujeito em primeiro plano com a simbologia do Ponto de Interroga o demarcando as d vidas existentes nesse sujeito em rela o aos conte dos escolares presentes na escola com o conhecimento matem tico geogr fico hist rico entre outros que esses n o chegam ao surdo s aos demais educandos ouvintes Outro ponto destacado foi o semblante do educando surdo contendo olhos sobrancelha cabelo ouvidos e boca As m os aparecem no desenho de forma inc
14. Se a matem tica moderna n o produziu os resultados pretendidos o movimento serviu para desmistificar muito do que se fazia no ensino da matem tica e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS mudar sem d vidas para melhor o estilo das aulas e das provas e para introduzir muitas coisas novas sobretudo a linguagem moderna de conjuntos Claro houve exageros e incompet ncia como em todas as inova es Mas o saldo foi altamente positivo Isso se passou com essas mesmas caracter sticas em todo o mundo p 57 58 Esse fracasso da matem tica moderna nos leva ao desenvolvimento de diversas tend ncias em educa o matem tica que t m auxiliado significativamente o ensino da matem tica e principalmente a forma o de novos profissionais 3 Educa o matem tica Para iniciar a conversa sobre tend ncias em educa o matem tica nos remetemos ao questionamento de Garnica 2010 de o que Educa o Matem tica Segundo este autor desde o primeiro instante em que se decidiu ensinar alguma coisa chamada Matem tica a Educa o Matem tica come ou a se manifestar E tamb m A educa o Matem tica depende de modo radical de como a sociedade institui a cada poca a matem tica como pratica social relevante A educa o matem tica existe porque existindo a matem tica as sociedades ao fazerem dela parte de sua cultura criaram necessidades especificas de comunica o e a par dessas necessi
15. a Filosofia em Plat o se exerce sim num contexto de religiosidade rfica mas principalmente fixada num contexto de atividade racional Ci ncia divina e ci ncia humana raz o divina e raz o humana s o concebidas nos seus limites e possibilidades por analogia e confronto SPINELLI 1990 p 32 Outra caracter stica enraizada em Plat o refere se ao fato do conhecimento por ele concebido ser discutido apenas no plano te rico e contemplativo uma vez que n o se destinava a transforma o da realidade e sim em manter a divis o de classe entre trabalho intelectual e manual o que possibilitava apenas aos fil sofos como detentores do saber a supremacia para governar OLIVEIRA 2008 Como n o era interesse dos gregos romper com esse modelo social de classes a educa o na vis o de Plat o corroborava com essa perspectiva por defender que ela n o deveria se destinar a todos mas apenas aos fil sofos e guerreiros aos homens livres aos filhos leg timos aos que correspondam ao modelo de homem plat nico inteligente racional e com boa mem ria forte e corajoso saud vel bom OLIVEIRA 2008 p 4 Al m disso Plat o acreditava em uma divis o antropol gica de homem constitu do de corpo e alma em que esta se sobrepunha sobre aquela ou seja A quest o da teoria do conhecimento em Plat o tem suas bases na imortalidade da alma SANTOS 2008 p 21 E conceber a alma como imortal s
16. ao termo vida produtiva ou atividade vital humana n o como objeto mas como atividade e possibilidade de humaniza o Pode se ent o depreender das concep es de Marx que o trabalho no seu sentido negativo acarreta a desumaniza o do homem priva o se tornando a causa da sua servid o provoca a sua destrui o e no seu sentido positivo contribui para a sua emancipa o ou seja para a sua liberta o cr O trabalho diz Marx quando escreveu O capital em 1989 a mais simples e antiga rela o em que os homens aparecem como produtores pelo trabalho que a natureza humana transformada mediante o esfor o coletivo para arar a terra colher seus frutos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS domesticar animais modificar paisagens e construir cidades pelo trabalho que surgem institui es como a fam lia o Estado a escola Pode se dizer ent o que o ser humano se faz pelo trabalho porque ao mesmo tempo em que produz coisas torna se humano constr i a pr pria subjetividade Desenvolve a imagina o aprende a se relacionar com os demais a enfrentar os conflitos a exigir de si mesmo a supera o das dificuldades enfim pelo trabalho que as gera es conservam certas pr ticas apreendidas e modificam outras nesse sentido que Marx retoma a tem tica hegeliana ao ver o trabalho como condi o de liberdade como condi o de humaniza o como uma atividade qu
17. es Sociais de professores sobre a inclus o escolar de aluno surdo possibilitar entender a materialidade destas representa es em pr ticas de inclus o ou exclus o As Representa es Sociais consistem em um conjunto de fen menos quanto ao conceito que os engloba e a teoria constru da para explic los identificando um vasto campo de estudo psicossociol gicos S 1993 p 19 De acordo com Jodelet 2001 a Representa es Social marcada pela representa o de alguma coisa e de um sujeito tendo como objetivo uma rela o de simboliza o e de interpreta o Estas significa es resultam em uma atividade que faz da representa o uma constru o e uma express o do sujeito ser apresentada como uma modeliza o do objeto diretamente leg vel em diversos suportes lingu sticos comportamentais ou materiais p 27 Desta forma as Representa es Sociais proporcionam para os membros de uma comunidade um vi s para comunicar se e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS compreender seu contexto a partir do que conhecido A pr tica inclusiva dos educandos surdos no ambiente escolar gera s mbolos significados constru dos coletivamente compartilhados pelo grupo social e reinterpretados pelos subgrupos e seus sujeitos que est o sempre em atividade representacional ou seja constituindo novos sentidos que se ligam aos j existentes SILVA 2012 p 99 Nesse sentido
18. o metaf sica SANFELICE 2008 p 69 A Revolu o Francesa trata se de um momento hist rico de luta da classe trabalhadora frente s desigualdades sociais da poca Foi um movimento de ruptura do modelo hegem nico imposto pela sociedade capitalista que explorava a for a de trabalho do proletariado Deste modo Iluminismo e Revolu o Francesa foram per odos de grandes turbul ncias ao ponto de se chegar a um novo modelo de sociedade em que houve mudan as na ci ncia na economia na pol tica e sobretudo na educa o Este foi o posicionamento de Hegel a respeito do nascimento da modernidade Segundo Dussel 1992 a modernidade teve sua g nese na d cada de 1492 com o advento do per odo do descobrimento da Am rica pelos europeus Foi uma data de renova o do conhecimento passando do senso comum para o saber erudito cientifico uma vez que houve um processo de acultura o do europeu sobre os que viviam na Am rica descoberta Desta forma para Dussel 1992 A Modernidade nasce em 1492 embora algumas cidades europeias haviam desenvolvido a cultura que formalmente produziria a Modernidade a concretiza o desta s foi poss vel por ter havido as condi es hist ricas para uma efetiva origem o 1492 isto a organiza o de um mundo colonial e o usufruto das v timas em n vel pragm tico e econ mico apud DIAS e OLIVEIRA 2012 p 28 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Percebe se no e
19. o de Ni colas Balacheffet al E book Mathematics Educations Library 1997 Introdu o ao estudo das situa es did ticas conte dos e m todos de ensino Tradu o de Camila Bog a S o Paulo tica 2008 CHARLOT Bernard Da rela o com o saber elementos para uma teoria Tradu o de Bruno Magne Porto Alegre Artes M dicas Sul 2000 D AMORE Bruno Elementos de did tica da matem tica Tradu o de Ma ria Cristina B Barufi S o Paulo Livraria da F sica 2007 FREIRE Paulo Pedagogia do Oprimido 7 Ed Rio de janeiro Paz e Terra 1987 FREITAS Jos Luiz M de Teoria das situa es did ticas In MACHADO S D A Org Educa o matem tica uma nova introdu o 3 ed S o Paulo EDUC 2012 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS G LVEZ Grecia A did tica da matem tica In PARRA Cecilia SAIZ Irma Orgs Did tica da matem tica reflex es psicopedag gicas Porto Alegre Artes M dicas 1996 JAPIASSU Hilton Peneira Introdu o ao pensamento epistemol gico Rio de Janeiro Francisco Alves 1975 MORIN Edgar A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pen samento 8 Ed Tradu o de Elo Jacobina Rio de Janeiro Bertrand Russel 2003 PAIS Luis Carlos Did tica da matem tica uma an lise da influ ncia fran cesa Belo Horizonte Aut ntica 2001 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Epistemologia conceitos fundamentais Elaborado para fins d
20. o de m todo pareceu ser o ponto em comum entre os fil sofos da poca j que a sua import ncia como ve culo para se chegar a um conhecimento pleno e verdadeiro necessitaria de meios fidedignos que possibilitassem a dedu o de algo desconhecido a partir de algo conhecido Figuras expressivas como Descartes Kant e Hegel trazem contribui es significativas consolida o do m todo cientifico haja vista a subjetividade elemento mediador da raz o consistir no referencial do conhecimento e verdade Segundo Oliveira 2012 p 4 a subjetividade que se dimensiona na for a da raz o humana tem sua base no racionalismo Cartesiano perpassa por Kant e culmina em Hegel referenciais da concep o idealista moderna de mundo Neste trabalho dar se nfase a experi ncia de Ren Descartes pela not vel express o no pensamento moderno sobretudo em sua obra Discurso do M todo Preocupado em encontrar uma maneira do ser humano chegar verdade faz da d vida um m todo Reconhecer se como um ser pensante reflete uma verdade absoluta Ao dividir a segunda parte de sua obra em quatro fases necess rias para a pr tica cient fica Descartes 2012 prop e objetivamente jamais aceitar algo como verdadeiro sem saber com evid ncia que seja tal dividir cada dificuldade examinada em tantas partes quantas puder e for necess rio para melhor resolv las conduzir pela ordem meus pensamentos come ando pelos objetos mais simples e
21. o e rotul lo com um nome um conceito em uma imagem Essas categorias surgem da experi ncia social do grupo O contexto socioecon mico no qual a Comunidade est inserida deixa transparecer a fragilidade dos servi os de sa de que os assistem levando os a procurar medidas alternativas para tratar seus problemas de sa de A falta de manuten o da estrada de acesso comunidade a sua localiza o distante do centro urbano de Ananindeua as poucas condi es financeiras da maioria dos moradores somam alguns dos pr requisitos que os enquadram numa condi o degradante provocada pela pouca interven o de pol ticas p blicas de desenvolvimento no local As objetiva es poss veis que auxiliaram a problematiza o das representa es sociais sobre o uso de ervas medicinais atreladas as categorias Natureza Rem dio Necessidade Vida explicam se na experi ncia do vivido Para Serge Moscovici 2010 p 70 objetivar descobrir a qualidade ic nica de uma ideia ou ser impreciso reproduzir um conceito em uma imagem As representa es que se fizeram sentir na maioria dos depoimentos dos entrevistados tornam familiar a ess ncia da pr tica do uso de ervas A natureza percebida como o lugar onde as ervas s o encontradas A proximidade com a mata e os recursos que dela provem orientam as pr ticas terap uticas que se formaram historicamente no seio da comunidade Da cultiv las tamb m nos quintais EPISTEMOLOG
22. o sempre visando autonomia Nessa perspectiva s o louv veis os programas de ensino que tem como objetivo garantir o desenvolvimento de atividades esportivas que caracterizam a nossa cultura incentivando o resgate das tradi es e promovendo a autoestima do povo brasileiro ESCOBAR 2005 p 32 Para finalizar ressaltamos que nada disso valer se perdermos de vista que a pr tica do professor precisa estar fundamentada no conhecimento aprofundado da luta ideol gica contempor nea para reconhecer quais s o as caracter sticas imprimidas pelo imagin rio nas mais diversas institui es e pr ticas pedag gicas sendo elas da Educa o F sica ou de outra disciplina do curr culo escolar Considera es Finais De acordo com a teoria social hist rica raciocinar em fun o dos pressupostos da ci ncia moderna implicar em uma conclus o da realidade baseada unicamente na imutabilidade dos elementos que regem a sociedade nos seus mais variados mbitos ignorando portanto a dimens o do imagin rio social negando com isso o car ter mut vel e transform vel desses elementos Portanto a nega o da centralidade do simb lico e do imagin rio na constru o dos conceitos ideias e cultura que caracteriza e constitui uma sociedade gera a aliena o ao propagar uma falsa ideia de que essas constru es s o elaboradas e geridas pelas institui es essas entendidas como entidade metaf sica acima de qualquer interv
23. 1982 p 139 197 CAMPOS Maria das Gra as Professoras Migrantes de Campo Verde no encontro da fronteira Revista LetrasMil Cuiab Universidade de Cuiab UNIC Letras Faculdade de Educa o FAED v 01 n 02 Dezembro de 2011 CIAMPA Antonio da Costa Identidade humana como metamorfose a quest o da fam lia e do trabalho e a crise de sentido no mundo moderno INTERA ES Vol I n 6 S o Paulo Jul Dez 1998 FONTANA Roseli A Ca o Como nos tornamos professoras 2 ed Belo Horizonte Autentica 2003 LAPLANTINE Fran ois O que imagin rio S o Paulo Brasiliense 2003 Cole o Primeiros Passos 309 MASTOP LIMA Luiza de Nazar Territ rio Sudeste do Par migra es e identidades na constru o de um territ rio plural In CANCELA Cristina EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Donza e CHAMBOULEYRON Rafael Orgs Migra es na Amaz nia Bel m A a Centro de Mem ria da Amaz nia PPGA 2010 p 95 105 MONTEIRO Alb ne Lis Constru es e reconstru es do processo forma tivo pessoal e profissional a metodologia hist ria de vida na autoforma o identidade e subjetividade In MARCONDES Maria In s et al Orgs Abordagens te ricas e constru es metodol gicas na pesquisa em educa o Bel m EDUEPA 2011 v 01 p 127 144 MOTTA Maria Alice Alves da e URT S nia da Cunha Pensando o sujeito um di logo entre Castoriadis e Gonz lez Rey Psi
24. Bardin 2010 p 42 conceitua a an lise de conte do como um conjunto de t cnicas de an lise das comunica es visando obter por procedimentos sistem ticos e objetivos de descri o do conte do das mensagens indicadores quantitativos ou n o que permitam a infer ncia de conhecimentos relativos s condi es de produ o recep o vari veis inferidas destas mensagens 35 Considerando um n mero expressivo dos moradores que optaram por n o ter seus nomes citados na pesquisa fez se necess rio atribuir lhes pseud nimos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A partir do uso da t cnica da analise de conte do foi poss vel tamb m eleger as perguntas norteadoras que possibilitaram extrair a ancoragem e a objetiva o nos discursos analisados As perguntas eleitas foram Como voc define a sa de Como s o tratadas as doen as na Comunidade Voc faz ou fez o uso de ervas medicinais ou algum outro tipo de tratamento que n o seja o m dico Ao utilizar os processos formadores da Teoria das Representa es Sociais neste artigo foi preciso situ los dentro dos depoimentos dos moradores entrevistados a fim de tornar poss vel sua tradu o Uma vez que a pesquisa realizada em 2011 destinava se s pr ticas e saberes tradicionais no tratamento de doen as Por tratar se de entrevista semiestruturada novas quest es surgiram durante algumas entrevistas naquele momento complementando o mosaico de inf
25. Serve para operar a emancipa o das classes inferiores mediante a difus o da educa o isto mediante a liberta o da mente e da consci ncia para chegar liberta o pol tica p 25 Isso quer dizer que o fim educativo da uni o entre ensino e trabalho a emancipa o pois essa uni o proporciona tanto a satisfa o da sociedade quanto das inclina es pessoais dos trabalhadores isto a emancipa o para Marx o pleno desenvolvimento das for as produtivas e a recupera o da onilateralidade Pode se inferir ent o das concep es de Marx que a grande ideia fundamental da uni o entre trabalho e ensino seria ent o um ponto definitivo da pedagogia marxista No dizer de Lombardi 2005 a an lise marxista expressa que trabalho e educa o s o atividades especificamente humanas no sentido de que apenas o ser humano trabalha e educa Mas essa articula o entre trabalho e educa o teoricamente tratada por Marx e Engels em A Ideologia Alem a partir do entendimento do trabalho como um modo de ser do homem como meio de produzir sua pr pria exist ncia Ao buscarem a distin o do homem dos demais animais expressaram que n o a consci ncia ou cultura que distingue os homens dos outros seres mas o modo de produ o de seus meios de vida como j foi anteriormente explicitado Nesse sentido ao n o desvincular trabalho e educa o e ao preconizar que a escola deve ter no trabal
26. TEORIAS E PR TICAS aula tomar conta de uma turma de alunos e efetivar o ritual de doc ncia apresenta o de conte dos controle dos alunos avalia o da aprendizagem e disciplinamento A forma o situada num paradigma conservador tem como objetivo o treinamento e impregnou as formas de conceber e dirigir o aprendizado profissional dos professores Desta forma o ato de treinar algo se prende a reprodu o de uma s rie de t cnicas e comportamentos em geral atendendo s prescri es de um manual Nesse sentido Ibern n 2009 p 50 nos alerta este tratamento da forma o como um problema gen rico gerou um sistema de forma o padr o baseado no treinamento Muitos professores est o habituados a participar de cursos e semin rios nos quais o ministrante um expert que se estabelece o conte do e o desenvolvimento das atividades No Brasil nas d cadas de 60 e 70 a pedagogia tecnicista atendendo a um modelo econ mico e pol tico vigente reproduz nas suas pr ticas pedag gicas as rela es de produ o Nesse contexto preconiza se a valoriza o dos processos de industrializa o e desenvolvimento econ mico De acordo com Saviani 2007 com base nos pressupostos de neutralidade cient fica e inspirada nos princ pios de racionalidade efici ncia e produtividade a pedagogia tecnicista advoga a reordena o do processo educativo de maneira que o torne objetivo e operacional Na concep o de Behrens 200
27. Vera MOREIRA Antonio Fl vio Org Multiculturalismo diferen as culturais e pr ticas pedag gicas Petropolis RJ Vozes 2008 MELO A D B amp FERNANDES E Letramento Bilinguismo e Educa o de Surdos Porto Alegre Media o 2012 OLIVEIRA I A de Filosofia da Educa o reflex es e debates Petr polis RJ Vozes 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS OLIVEIRA I A de Paulo Freire e educa o intercultural In CANDAU V M Org Diferen as culturais e educa o construindo caminhos Rio de Janeiro 7 Letras 2011 ROJO R Letramentos m ltiplos escola e inclus o social S o Paulo Par bola Editorial 2009 ROPOLI E A etal A Educa o Especial na Perspectiva da Inclus o Esco lar a escola comum inclusiva Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Especial Universidade Federal do Cear 2010 SOARES M B Letramento Um tema em tr s g neros Belo Horizonte MG CEALE Aut ntica 1998 2002 WALSH Catherine Interculturalidade cr tica e Pedagogia Decolonial in surgir re existir e re viver In CANDAU Vera Org Educa o Intercultu ralna merica Latina entre concep es tens es e propostas Rio de Janeiro 7 Letras 2009 MEM RIA E RESISTENCIA SABERES E PR TICAS EDUCATIVAS EM NARRATIVAS ORAIS DOS MORADORES DA ILHA GRANDE BEL M PAR Andr a Lima de Souza Cozzi Resumo O artigo objetiva fazer a interface entre as reflex
28. a de organiza o do ensino fundamental para nove anos de dura o requer uma mudan a na forma de conceber a realidade e consequentemente a educa o com rela o dentre outros aspectos ao papel do aluno no processo de ensino e aprendizagem estrutura espacial ao curr culo s pr ticas de ensino ao tempo escolar e avalia o ou seja exige como bem colocado pelos documentos oficiais que a escola repense toda a sua estrutura e organiza o Exige uma mudan a de paradigma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BRASIL Lei n 10 172 de 9 de janeiro de 2001 Aprova o Plano Nacional de Educa o e d outras provid ncias BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica Ensino Fundamental de Nove Anos Orienta es Gerais Bras lia 2004 BRASIL Projeto de Lei 8035 2010 Aprova o Plano Nacional de Educa o para o dec nio 2011 2020 e d outras provid ncias BRASIL Minist rio da Educa o Conselho Nacional de Educa o Resolu o N 7 de 14 de dezembro de 2010 Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 nove anos DURAN Mar lia Claret Geraes A Escola de Nove Anos argumentando so bre seus sentidos In XVI ENDIPE Encontro Nacional de Did tica e Pr ti cas de Ensino 2012 Anais Campinas UNICAME 2012 p 110 118 HAIDT R C C Curso de did tica geral Editora tica S o Paulo 2006 KRAMER S nia A inf n
29. atualmente ainda se pretende alcan ar ou seja uma educa o para a conscientiza o do homem e tamb m como estrat gia pol tica de mudan a social por meio da constru o de um pensamento contra ideol gico objetivando a busca de solu es para supera o das contradi es existentes na sociedade Prop s tamb m um modelo de escola de tempo integral eminentemente formativa de valores e comportamentos human sticos t cnicas para o mundo do trabalho e desenvolvimento das capacidades intelectuais do ser humano para sua forma o enquanto futuro dirigente social e como resultado final uma sociedade onde as suas rela es aconteceriam de forma mais humana e igualit ria A vis o de sociedade e de educa o elaboradas por Gramsci nos possibilita compreender melhor a sociedade atual na medida em que sua an lise social e seus fundamentos filos ficos nos proporcionaram melhor conhecer o processo de forma o da sociedade capitalista e entender as bases das rela es sociais na atualidade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Portanto estudar Gramsci e suas contribui es filos fico educacionais nos proporciona compreender o passado e o presente do capitalismo fortalecer nossa criticidade e construir novas ideologias numa tentativa de entender o modo de produ o capitalista e a sociedade atual bem como formar nossa pr pria consci ncia cr tica em prol de uma poss vel transforma o social EPISTEMOLOGIA
30. capaz de ressignificar ideias e atitudes sobre o individualismo o coletivo e o social poder despertar o sujeito da pseudoautonomia para uma pr tica aut noma baseada na elucida o sem res duo e elimina o total do discurso do Outro n o reconhecido como tal Fla instaura o de uma outra rela o entre o discurso do Outro e o discurso do sujeito CASTORIADIS 1982 p 126 Nesse prisma ser aut nomo permitir a socializa o compreens o recep o e apreens o de saberes de um sujeito com o outro despertando valores ticos sociais e pol ticos que devido a sociedade capitalista vivenciada est o adormecidos e at esquecidos propiciando assim a busca cont nua por uma sociedade verdadeiramente democr tica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Oliveira 2008 realiza a seguinte reflex o sobre o sujeito aut nomo O sujeito em Castoriadis n o o eu do eu penso cartesiano sujeito atividade pura dos fil sofos subjetivistas e sim atividade sobre alguma coisa Sujeito efetivo totalmente penetrado pelo mundo e pelos outros um ser de pr xis O suporte da r articula o de si e do outro o corpo que n o aliena o mas participa o no mundo e no sentido liga o e mobilidade pr constitui o de um universo de significa es antes de todo pensamento refletido Estrutura concreta do sujeito OLIVEIRA 2008 p 52 Pelo fato da institui o escolar atender sujei
31. concebida em fun o do modo de produ o e estruturada em infraestrutura n vel econ mico e superestrutura n vel jur dica pol tica ideol gico Em tal correla o dependendo dos tipos de rela es de produ o que se estabelecem numa sociedade s o produzidas as ideias leis as formas de Estado Dentro dessa concep o na sociedade capitalista o Estado compreendido dentro superestrutura e for a pol tico ideol gica para reproduzir materialmente as rela es de domina o da classe hegem nica a burguesia Compreender os fundamentos do materialismo hist rico dial tico central para a produ o investigativa sobre a educa o A educa o sob a base material O debate sobre a educa o na perspectiva Marxiana tem gerado muitas discuss es ao longo na hist ria principalmente quanto Marx n o fez elabora es especificas sobre educa o e ensino este tema esta subjacente ao longo de sua produ o intelectual n o sendo poss vel edificar um sistema pedag gico completo e elaborado nos seus escritos MARX e ENGELS 2011 Diante dos conflitos e contradi es que emergem do sistema educa o desde seu in cio aos dias atuais em que aprofunda a divis o do trabalho a sociedade dividida em classes a desigualdade social a divis o entre o trabalho intelectual e manual entre outros alguns autores questionam qual a rela o hist rica da teoria marxiana com a educa o MANACORDA 1996 LOMBARDI 200
32. de submiss o Perguntas como estas podem clarear distin es entre aprendizagens de tipo reprodutor e servil e outras endere adas a reinven o da escola e da cultura LINHARES 1999 p 19 Esse espa o acad mico deve atentar para a forma o a partir de uma integra o da pr tica de saberes sustentando se em um conjunto de epistemologias que partem da diversidade e refazem a atua o educativa como algo que exprime uma dimens o pol tica e social O reconhecimento da diversidade epistemol gica do mundo sugere que a diversidade e tamb m cultura e em ltima instancia ontol gica traduzindo se em m ltiplas concep es de ser e estar no mundo SANTOS 2006 Nesse sentido contrapomo nos a uma l gica formativa que assume um vi s prescritivo e superficial da atua o docente Lopes 2007 nos alerta que ao absorver princ pios te ricos como fundamentos a serem incorporados a pr tica sem nenhuma reflex o e contextualiza o estabelece se assim o chamado monismo epistemol gico Na contram o dessa tend ncia de buscar teorias capazes de orientar as pr ticas a autora alerta que o mais significativo seria considerar que as pesquisas educacionais n o devem ser feitas para dizer a escola e aos professores o que fazer e como fazer mas para entender e contribuir na constru o desse objeto chamando educa o Dessa forma situamos o pensamento de Boaventura a partir da caracteriza o que o mesmo faz sobre o par
33. econ micas e culturais a sociedade tem prestado mais aten o na 55 Artigo apresentado como requisito avaliativo parcial da Disciplina Epistemologia e Educa o orientado pela Prof Dr Ivanilde Apoluceno de Oliveira 56 Mestranda da 9 turma do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par Especialista em Metodologia da Pesquisa Cient fica UEPA Graduada em Pedagogia UEPA E mail deboranascimento pahotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS educa o especialmente a que se desenvolve nos sistemas escolares submetendo a a uma an lise p blica constante O resultado desse interesse tem se consubstanciado inicialmente em pol ticas p blicas e posteriores reformas educativas desencadeadas em diversos pa ses Nesse contexto as quest es relativas atua o e forma o de professores est o no centro de amplas discuss es ocorridas n o somente nas academias mas em f runs e congressos voltados as quest es mencionadas acima Sacrist n 1990 considera que a forma o de professores tem se constitu do em uma das pedras angulares imprescind veis a qualquer intento de renova o do sistema educativo o que nos ajuda a compreender o quanto avan amos e o quanto ainda temos a avan ar para efetiva o de pol ticas p blicas j previstas no que diz respeito forma o de professores tendo em vista uma educa o qualitativamente superior De fato a forma
34. entre indiv duo e sociedade ou seja o homem por mais que se caracterize como um ser individual e com necessidades pr prias este dever considerar as vontades e necessidades coletivas bem como levar em considera o que sua interven o sobre si mesmo tamb m causa interven es no mundo pois Na medida em que o ser humano modifica a si mesmo modifica tamb m o mundo OLIVEIRA 2006 p 83 Fundamentado nos pressupostos da an lise social de Marx e em conson ncia com sua vis o de ser humano e de mundo Gramsci amplia o conceito de hegemonia que a categoria central de seu materialismo hist rico segundo o qual s existiria a domina o quando houvesse a for a e a hegemonia quando houvesse o consenso ou seja a hegemonia corresponderia ao exerc cio de uma dire o intelectual e moral por parte de um grupo uma classe social ou um Partido Pol tico em uma determinada sociedade historicamente contextualizada Neste sentido diz se que um grupo hegem nico quando dirige EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS o outro grupo N o correspondendo a simples domina o j que esta implica no uso da for a o conceito de Hegemonia implica sempre na aceita o ou seja no consentimento por parte dos dirigidos em rela o aos dirigentes MELO 2012 p 98 e 99 De acordo com esse conceito as rela es de poder na sociedade acontecem de forma dial tica pois incluem o consenso e
35. es de multiculturalismo cr tico e p s modernismo de resist ncia trazidos por Peter McLaren e os saberes e pr ticas educativas presentes no cotidiano da comunidade ribeirinha que vive as margens do Rio S o Benedito na Ilha Grande Bel m PA Neste artigo trazemos o debate sobre a necessidade do dialogo da escola com os saberes e pr ticas educativas locais trazendo como base o multiculturalismo cr tico como possibilidade epistemol gica para o estudo da educa o e cultura e a compreens o da complexidade da educa o na Amaz nia Palavras chave Po ticas orais Multiculturalismo cr tico Cartografia de saberes e pr ticas educativas Introdu o O presente artigo busca compreender as rela es entre educa o e cultura baseado nas pesquisas de Peter McLaren sobre Multiculturalismo cr tico e o P s modernismo de resist ncia tomando como refer ncia a pesquisa em andamento sobre o fazer pedag gico e os saberes locais da Ilha Grande situada em Bel m PA 42 Mestranda do Programa de P s gradua o Mestrado em Educa o pela Universidade do Estado do Par na linha de pesquisa Saberes Culturais e Educa o na Amaz nia Contadora de hist rias Pedagoga Especialista em Psicologia Educacional pela UEPA aacozzi dbol com br EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O objetivo deste estudo trazer o debate da necessidade dos saberes locais dialogarem com a escola Para tal utilizaremos a cartografia como c
36. fico moderno a partir da teoria social proposta por Karl Marx enfatizando a contribui o deste autor para a ci ncia e a educa o A ci ncia pensada por Marx se encontra mais que presente no contexto hist rico social atual uma ci ncia viva aos olhos da comunidade acad mica na medida em que teve como preocupa o a an lise das contradi es sociais Palavras chave Ci ncia Moderna Karl Marx Educa o Introdu o O contato inicial com a disciplina Epistemologia e Educa o no Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado da Universidade do Estado do Par UEPA colocou em evid ncia a discuss o e debate em torno de diversos temas educacionais envolvendo a racionalidade cl ssica a modernidade e a p s modernidade Entre os autores foram debatidos Augusto Comte Hegel Karl Marx Boaventura de Sousa Santos Enrique Dussel Edgar Morin entre outros 60 Mestrando do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Especialista em Educa o Desenvolvimento e Sustentabilidade no Campo na Amaz nia pela Universidade Federal do Par UFPA Graduado em Pedagogia pela UFPA e Curso T cnico em Agroind stria pelo Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Estado do Par IFPA Atualmente Servidor P blico do munic pio de Abaetetuba Pa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Durante as discuss es dos textos em sala de aula analis
37. o mais aquela filosofia moderna que fora tradicionalmente europeia na maior parte de sua hist ria e hoje se apresenta tamb m como norte americana Para Dussel 1992 o advento do pensamento moderno nasce em pleno s culo XV quando ele afirma que A modernidade nasce em 1492 embora algumas cidades europeias haviam desenvolvido a cultura que formalmente produziria a modernidade a concretiza o desta s foi poss vel por ter havido as condi es hist ricas para uma efetiva origem O 1492 isto a organiza o de um mundo colonial e usufruto das v timas em n vel pragm tico e econ mico p 241 Nesse contexto de imposi o do pensamento e da cultura europeia Dussel 1992 prop e a filosofia da liberta o que vem no sentido justamente de se contrapor a esse padr o euroc ntrico Assim como traz uma discuss o sobre a difus o da cultura europeia como superior e as demais como inferiores como os dominadores e os dominados A filosofia de Dussel entende o eurocentrismo como a imposi o da cultura europeia sob as demais culturas Na concep o moderna a nica cultura genu na de valor a ocidental enquanto as demais manifesta es culturais s o tidas como inferiores sem valor Percebemos no pensamento dusseliano um esfor o em criar uma filosofia nova uma linha de pensamento pr prio dos povos latino americanos evitando limitar se a meras interpreta es dos cl ssicos Busca se uma filosofia de periferia q
38. que eram invocados como poder alheio natureza Com isso acrescenta se ele tivesse dito que a terra se origina da gua ter amos apenas uma hip tese cient fica uma hip tese falsa mas apesar disso dificilmente refut vel Ele ultrapassa por m o quadro propriamente cient fico Ao expor essa representa o de unidade fundada na hip tese da gua Tales n o superou somente o n vel elementar das no es f sicas da poca mas pelo contr rio ultrapassou o com um salto p 31 Tales fundou a escola filos fica J nica em Mileto Esta escola trouxe contribui es significativas tanto para a compreens o da natureza quanto para o desenvolvimento da Matem tica Para a primeira proporcionou as primeiras tentativas plenamente racionais de descri o e explica o da natureza e do mundo Para a segunda possibilitou a dissemina o de seu car ter dedutivo por meio da uni o dos conhecimentos matem ticos oriundos dos Eg pcios e Caldeus transmitindo aos gregos os conhecimentos te ricos e pr ticos desta ci ncia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Como percebeu que a Matem tica dos eg pcios era muito obscura e que suas regras precisavam de uma base rigorosa lan ou m o de processos mentais importantes para sua compreens o a demonstra o e a abstra o Al m disso desenvolveu os primeiros teoremas geom tricos ao descobrir um m todo para medir a altura de uma pir mide do Egito me
39. tica ainda muito incipiente por diversos fatores que v o al m da sala de aula passam pela falta de respeito com o outro pela falha na implementa o e no entendimento das pol ticas p blicas que garantam que a escola seja um espa o de intera o e dissemina o de conhecimento de forma indistinta passando pela falta de forma o dos professores e de infraestrutura dos espa os sem o m nimo de acessibilidade Assim cabe escola potencializar o di logo multicultural trazendo para reflex o n o somente a cultura dominante mas al m disso vivenciar a cultura trazida pelos integrantes da comunidade escolar pais alunos professores as culturas locais e populares para se que se tornem objetos de estudo Na teia de conceitos diversos que nos deparamos na elabora o deste artigo entendemos que a escola pode organizar um trabalho pedag gico que contemple uma multiplicidade de pr ticas g neros EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS m dias direcionada compreens o e produ o escrita em diferentes linguagens Cabe aos educadores atentar para a utiliza o do multiletramento como mais uma ferramenta advinda das novas tecnologias e que em fun o da globaliza o da informa o precisa ser trabalhada no cotidiano escolar principalmente num universo inclusivo Ao analisar o contexto em que se insere o Instituo Felipe Smaldone nota se que os alunos t m sido despertados para v rias formas d
40. ticas aut nomas elemento essencial O conceito de autonomia de Castoriadis remete nos a refletir sobre pr ticas educacionais poss veis e capazes de transformar o ensino a aprendizagem a pr tica pedag gica docente e discente e a institui o escolar Nesse sentido trazer a teoria do autor para a reflex o educacional necess rio para a elucida o de a es implanta o ou implementa o de pol ticas p blicas sociais e educacionais baseadas na pr tica educativa aut noma Este artigo tem por objetivos analisar a pr tica aut noma Castoridiana e identificar a es necess rias para a constru o da pr tica educativa aut noma na educa o escolar O mesmo de cunho bibliogr fico e est fundamentado pelo seguinte aporte te rico Castoriadis 1982 Oliveira 2004 2009 Rodrigues 2008 Freire 1996 2004 Lib neo 2010 e Morin 2000 O presente trabalho intitulado Pr ticas Educativas Aut nomas na Educa o Escolar est desenvolvido atrav s dos seguintes t picos Educa o e Autonomia Pr ticas Educativas das Institui es Educacionais e Pr ticas Docentes e Discentes Aut nomas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Educa o e Autonomia Castoriadis 1982 em sua obra intitulada A Institui o Imagin ria da Sociedade faz an lise profunda sobre o imagin rio social que permeia as rela es entre as pessoas e as institui es Definindo o como cria o de
41. todo produz o conhecimento no sentido de desvendar no fen meno aquilo constitutivo suas leis gerais os nexos e determina es de sua exist ncia em princ pio o que obscuro deve se descobrir por tr s da apar ncia o fen meno tal como realmente e mais o que determina inclusive que ele apare a da forma como o faz ANDERY 2007 p 413 Para ir da apar ncia a ess ncia n o podemos perder de vista que para a l gica dial tica a realidade sempre complexa e contradit ria e est em permanente transforma o Esta premissa remete que a rela o sujeito objeto historicamente determinada por uma totalidade de rela es que exprimem e s o explicadas dentro do modo de produ o concreto MINAYO 2000 No processo de constru o do conhecimento a teoria tem papel fundamental pois reprodu o ideal do movimento real do objeto pelo sujeito que pesquisa Esta reprodu o sistem tica que conhecimento te rico dever ter a fidelidade do pesquisador ao objeto O objeto de pesquisa existe independente da consci ncia e desejo do pesquisador PAULO NETO 2011 O pesquisador entendido como sujeito hist rico no m todo materialismo hist rico dial tico fundamentalmente ativo capaz de captar a din mica e desenvolvimento do objeto estudo al m de mobilizar o m ximo de conhecimentos critic los revis los diferenciar o essencial do assess rio e deve ser dotado de criatividade e imagina o P
42. uma teoria que social e hist rica MCLAREN 1997 p 68 A corrente p s moderna de resist ncia seria uma cr tica intervencionista em que as textualidades tornam se pr ticas materiais Mas em que sentido as correntes p s modernas se relacionam com o multiculturalismo Em que aspecto a teoria p s moderna da resist ncia difere das demais concep es de diferen a proposta pelas teorias liberais o conceito de diversidade estaria associado no o de um b lsamo calmante isto uma solu o para administra o da crise imposta pelas quest es raciais Por outro lado para os membros da teoria p s moderna de resist ncia a diferen a difere do conceito de diversidade isto porque o conceito n o tomado superficialmente afirmam que a diferen a sempre incerta e polivocal nem sempre servindo ao consenso e portanto um conceito n o determinado por limites claramente demarcados servindo assim ao que chamam de multiculturalismo cr tico Dessa forma o texto apresenta v rias tend ncias dominantes da cr tica p s moderna O livro de Peter McLaren toma como base a atual conjuntura dos Estados Unidos levando em conta as mudan as na estrutura econ mica com o decl nio dos mercados de trabalho nas grandes cidades aumento do desemprego numa competi o global crescente que leva as empresas capitalistas a explorarem trabalhadores e trabalhadoras imigrantes nas cidades dos EUA e em
43. vel com o capitalismo A mesma autora trata a explora o no trabalho assalariado e a opress o de sexo como rela es indissoci veis sendo simultaneamente aquela onde se exerce o poder masculino sobre as mulheres A liga o indissoci vel entre opress o sexual e explora o econ mica permite reconceitualizar o trabalho que passa a comportar as duas dimens es rela es de classe e de sexo Desta maneira pode se dizer que o marxismo por sua vez a teoria que nos ajuda a entender a divis o sexual do trabalho e a l gica de seu desenvolvimento que os homens ainda concentram o poder econ mico e pol tico na maior parte do mundo e as mulheres persistem sendo as grandes respons veis pela fam lia e pelo cuidar dos filhos da casa e cada vez mais das finan as da fam lia O Trabalho como princ pio educativo e humanizador Entende se que h uma intr nseca rela o entre a educa o e a produ o material da vida e Marx aprofunda essa compreens o quando enfatiza em sua obra A Ideologia Alem que as rela es sociais s o determinadas essencialmente pelo trabalho e compreendem processos formativos Mesz ros 1995 tamb m infere que a natureza da educa o est vinculada ao destino do trabalho e que h uma necessidade hist rica de supera o das atuais rela es sociais que expressam profundas desigualdades sociais EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Nesse sentido para anali
44. vigente o neoliberal uma vez que defende a constru o de um novo modelo a partir das pessoas que sofreram submiss o e subalterniza o hist ricas Multiculturalismo e a cr tica p s moderna Ainda sob a tica dessa sociedade neoliberal vemos a preocupa o expressa por McLaren 2000 que em seus estudos se concentra em torno da cr tica p s moderna Por teoria p s moderna o autor considera duas tend ncias fortemente expressas nesse contexto a primeira classificada como p s modernismo l dico e a segunda como p s modernismo cr tico ou de resist ncia Posicionando se como um te rico de forte influ ncia marxista logo nas primeiras p ginas do livro Multiculturalismo cr tico McLaren 1997 exp e seu desconforto a partir do que compreende como p s modernismo l dico Define o como uma teoria que privilegia o cultural o discursivo em detrimento da materialidade dos modos de produ o N o basta pregar uma escola p s moderna se EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ela de fato n o for praticada Por conseguinte apresenta a teoria p s moderna da resist ncia mas n o como forma alternativa corrente que descreve como l dica mas como um meio de extens o de suas cr ticas Para ele o p s modernismo de resist ncia traz cr tica l dica uma forma de interven o materialista uma vez que n o est somente embasado em uma teoria social da diferen a mas em vez disso em
45. voa depoimentos das professoras os quais mostrar o que na viv ncia na rela o nos lugares de lutas e conflitos que vai se reconstruindo as identidades pessoais e profissionais Emerge dos depoimentos destas professoras concep es referentes s rela es estabelecidas entre elas principalmente no conv vio em sua resid ncia um espa o coletivo Eu vivi com pessoas dignas como se fosse uma grande fam lia dentro dessa casa uma ajudando a outra A Rose que at hoje minha amiga a gente se considera como irm a Dilma a Edna que trabalha nos Correios por incr vel que pare a era s mulher as professoras que vinham para Melga o s mulheres mesmo que vivia aqui dentro dessa casa Depoimento citado 7 A gest o municipal estabelecia uma ajuda de custo s professoras que vinham para Melga o como gua g s dom stica passagem Melga o Bel m e Bel m Melga o no per odo das f rias e a casa dos professores como era conhecida a resid ncia onde moravam apesar de na casa tamb m morar outros profissionais que vinham de diversos munic pios prestarem servi o em Melga o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Ao olhar para a imagem da resid ncia dos professores em Melga o o relato da professora Wilma apresenta uma quest o importante para justificar um pouco da escolha dos sujeitos da pesquisa mulheres professoras justamente pelo fato de que foram somente mulheres que migraram para
46. 260 SOARES Evanildo Costa Uma investiga o hist rica sobre os logaritmos com sugest es did ticas para sala de aula 2011 141f Disserta o Mes trado em Ensino de Ci ncias Naturais e Matem tica Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal 2011 Dispon vel em lt http bdtd ufrn br tde busca arquivo php codArquivo 4425 gt Acesso em 18 02 2014 PR TICAS EDUCATIVAS AUT NOMAS NA EDUCA O ESCOLAR Gicele Holanda da Silva Pinto Resumo O estudo da obra de Cornelius Castoriadis 1982 A Institui o Imagin ria da Sociedade estimulou a presente an lise sobre a relev ncia de pr ticas educativas aut nomas na educa o escolar Nesse sentido buscou se analisar a pr tica aut noma Castoridiana e identificar a es necess rias para a constru o da pr tica educativa aut noma na educa o escolar Tendo assim como ideia central a reflex o de uma nova sociedade baseada nos princ pios da alteridade solidariedade e do fazer e saber sendo a pr xis aut noma elemento essencial A pesquisa tem como aporte te rico os estudos de Castoriadis 1982 Oliveira 2009 Oliveira 2004 Rodrigues 2008 Freire 1996 2004 Lib neo 2010 e Morin 2000 Mediante as an lises podemos afirmar que o processo de educa o aut noma imprescind vel e poss vel de ser desenvolvido pelas pr ticas educacionais escolares necessitando que espa os sejam criados ideias e pr ticas sejam revistas e constr
47. A EDUCA O EM GRAMSCI Silvany Santana de Oliveira Costa Resumo O presente texto trata se de uma pesquisa bibliogr fica acerca das contribui es do fil sofo italiano Ant nio Gramsci sobre a ci ncia e a educa o Nesse sentido este trabalho realiza uma abordagem inicial a respeito do contexto hist rico vivido por Gramsci o qual viveu a transi o do feudalismo para o capitalismo e as mazelas sociais causadas por tal transi o Num segundo momento abordaremos a teoria social e os conceitos gramscianos que comp em o cerne de tal teoria tais como ci ncia ser humano hegemonia bloco hist rico dentre outros Refletiremos sobre o discurso educacional em Gramsci que via a educa o como estrat gia pol tica e fator de transforma o social e finalizaremos tratando a respeito de sua proposta de escola unit ria na qual coloca o trabalho como princ pio educativo Procuramos estudar os fundamentos epistemol gicos gramscianos objetivando compreender o processo de forma o da sociedade capitalista e as bases de constitui o das rela es sociais bem como reconhecer a atualidade do pensamento de Gramsci para a compreens o do Estado nos dias atuais e das rela es que se d o no interior da escola e da sociedade Portanto este estudo relevante na medida em que nos proporciona compreender o passado e o presente do capitalismo fortalecendo nossa criticidade para que possamos desvendar os seus mecanismos de produ o
48. AS RELA ES INTERGERACIONAIS NA EDUCA O CONTEMPOR NEA Glenda Yasmin Monteiro Pinheiro Resumo Este artigo objetiva investigar poss veis interrela es entre o multiculturalismo e a intergeracionalidade no contexto educacional Busca sustenta o epistemol gica para essa discuss o nos textos referentes ao Pensamento de Fronteira Multiculturalismo e educa o discutidos na disciplina Epistemologia e Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado 9 Turma e de textos que discutem as rela es intergeracionais no contexto educacional Conclui se com esse estudo o qu o relevante a discuss o das interrela es entre sujeitos de diferentes culturas e gera es no contexto social e educacional Ao agregar a perspectiva intercultural e intergeracional educa o tem a possibilidade de supera o de preconceitos e estere tipos fundados no desrespeito as diferen as Palavras chave Multiculturalismo Rela es intergeracionais Educa o Introdu o Este estudo adv m das discuss es consolidadas durante as aulas da disciplina Epistemologia e Educa o ministrada pela professora Ivanilde Apoluceno durante o primeiro m dulo do Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado 9 Turma que possibilitou um aprofundamento nos conhecimentos que norteiam as ci ncias e pesquisas educacionais As leituras e discuss es realizadas ao longo 59 Mestranda do Programa de P s Gradua
49. Considera es iniciais Este artigo foi elaborado com base em leituras e estudos realizados na disciplina Epistemologia e Educa o ofertada pelo Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Este trabalho visa discutir o ponto de vista epistemol gico e a no o de situa o did tica descrita por Guy Brousseau 1986 como aspecto fundamental da Teoria das Situa es Did ticas TSD inserida no campo epistemol gico da Did tica da Matem tica francesa Em linhas gerais Oliveira 2012 explica que Epistemologia um dos ramos da filosofia que estuda o conhecimento cient fico ao refletir de forma cr tica sobre ele A epistemologia possui car ter cr tico pois tem a tarefa de distinguir os discursos cient ficos dos n o cient ficos e os discursos que conduzem ao conhecimento daquelas que n o levam ao conhecimento J a Did tica da Matem tica uma das tend ncias te ricas da Educa o Matem tica iniciada na Fran a logo ap s a reforma educativa do final da d cada de 60 que impulsionou o ensino da matem tica moderna Segundo D Amore 2007 p 3 a Did tica da Matem tica a arte de conceber e conduzir condi es que podem determinar a aprendizagem de um conhecimento matem tico por parte de um sujeito Dentre os conceitos fundamentais da Epistemologia destacamos o pr saber o saber o conhecimento e a ci ncia Para Japiassu 1975 antes do surgimento de um sab
50. Dentro dessas vis es do multiletramento que o Instituto Felipe Smaldone tem constru do seu Projeto Pol tico Pedag gico desde 2012 quando iniciou a implementa o do multiletramento como possibilidade de contribui o no processo de alfabetiza o das crian as do Ciclo I Em entrevistas preliminares com educadores e alguns alunos pudemos observar que o desenvolvimento do Projeto Pol tico Pedag gico a partir do multiletramento tem suscitado mudan as na comunidade escolar e nos respons veis dos alunos A receptividade tanto dos professores como dos alunos tem causado expressiva motiva o no processo ensino aprendizagem A an lise proposta tem como foco os alunos surdos do ensino fundamental concluintes do Ciclo I que v m sendo trabalhados na perspectiva do multiletramento desde o 1 ano do Ciclo I Ao tomarmos como base de nossa pesquisa a implanta o de um Projeto Pol tico Pedag gico tendo como alicerce o multiletramento que respeita o processo de apropria o e produ o do conhecimento na Libras L1 e na L ngua Portuguesa L2 buscamos conhecer de perto a aplica o de uma nova forma de trabalhar a inclus o de crian as surdas e assim responder ao objeto da pesquisa Influ ncias do multiletramento no processo de alfabetiza o de crian as surdas concluintes do Ciclo I 3 ano alunas do Instituto Felipe Smaldone EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Alguns procedimentos metodol gicos
51. E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias GRAMSCI A Concep o Dial tica da Hist ria 9 Ed Rio de Janeiro Ci viliza o Brasileira 1991 Os Intelectuais e a Organiza o da Cultura 8 Ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1991 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1982 LOMBARDI J C SAVIANE D ORGS Marxismo e educa o debates contempor neos 2 Ed Campinas SP Autores Associados HISTEDBH 2008 LOWY M As aventuras de Karl Marx contra o Bar o de Munchhausen o marxismo e positivismo na sociedade do conhecimento 9 Ed SP Cortez 2007 MARTINS M E Conhecimento e Disputa pela Hegemonia Reflex es em torno do valor tico pol tico e pedag gico do senso comum e da filoso fia em Gramsci LOMBARDI Jos Claudinei SAVIANI Demerval Orgs Marxismo e Educa o Debates Contempor neos 2 Ed Campinas SP Autores Associados 2008 MANACORDA M A O Princ pio Educativo em Gramsci Americanismo e Conformismo Campinas SP Al nea 2008 MELO L Gramsci e a Educa o As Contribui es Te ricas de Ant nio Gramsci e suas Repercuss es no Debate Pedag gico Brasileiro 1 Ed Be l m PA Eduepa Graphitte 2012 NASCIMENTO M I M Sbardelotto D K A escola unit ria educa o e trabalho em Gramsci Campinas 2008 Revista HISTEDBR On line n 30 p 275 291 jun 2008 OLIVEIRA I A Concep o Hist rico Dial tica de Ant nio Gramsci Fi losofia
52. E PR TICAS ceito mais simples j visto anteriormente um exemplo que ao nosso ver importante destacar o estudo da equa o da reta contido no assunto de geometria anal tica comumente ministrado no 3 ano do ensino m dio onde o professor pode relacionar com o conhecimento de fun es do 1 e 2 graus que possivelmente j foi adquirido pelo aluno dando assim sentido ao minucioso estudo da reta Dessa forma a matem tica assim como as outras reas do conhe cimento abre possibilidades para a constru o de um conhecimento significativo para seus alunos sabemos que a compartimentaliza o disciplinar tem seus muros constru dos de forma muito resistente mesmo com metodologias diferenciadas para o ensino o desafio de estabelecer um pensamento como preconiza Morin grande demais Nesta vis o v rios s o os autores que apontam para a utiliza o de formas de abordagem que contemplem os diversos vislumbrando as intera es entre os conhecimentos indicam principalmente a viabilidade das inter multi pluri e transdiciplinaridades No entanto Gallo 1997 adverte para o cuidado com a utiliza o destas abordagens Em especial indaga a proposta interdisciplinar d realmente conta de superar a hist rica compartimentaliza o do saber p 47 O autor fazendo cr ticas interdisciplinaridade afirma que ela apenas vem a confirmar as fronteiras existentes no conhecimento deixando claro que a a o que
53. EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Contudo ele contradit rio pois se de fato as diversidades regionais fossem contempladas de forma diferenciada tamb m seriam diferenciados os exames de avalia o educacional em cada regi o E talvez ter se ia resultados mais condizentes com cada uma delas No entanto o que se v uma tentativa de padronizar o ensino em todas as regi es do pa s mesmo que isso desconsidere por exemplo a forte influ ncia dos saberes da oralidade tra o cultural amaz nico e de outras regi es Outro conhecimento a ser mudado segundo o autor o sociol gico j que o crescimento das atividades econ micas t cnicas sociais pol ticas por meio da inform tica se multiplicam cada dia mais de forma complexa tamb m com isso aumenta a necessidade de dom nio deste conhecimento que fundamental para o homem deste s culo E nesse contexto o desafio dominar e integrar as informa es para formar o conhecimento e este deve ser revisto e reanalisado pelo pensamento O terceiro conhecimento o c vico que est relacionado aos saberes que todo indiv duo como cidad o participante de uma sociedade tem o direito de conhecer para poder interagir e exercer sua responsabilidade como tal Entretanto a hiperespecializa o do conhecimento a cada dia mais forma experts especialistas e t cnicos para os quais os saberes s o direcionados compartimentados tornando os respons veis por esse conheci
54. EDUCA O TEORIAS E PR TICAS hist rico dial tico de Karl Marx para consequentemente compreender alguns desses conceitos Gramsci assim como Marx em sua hist ria de vida sempre apresentou interesse e preocupa o com as classes sociais em condi es de explora o de sua for a de trabalho por meio desse ponto em comum estudou profundamente as bases te ricas do pensamento marxista bem como a sua teoria de an lise da sociedade capitalista p s revolu o industrial o materialismo hist rico dial tico a qual possui como objeto de estudo as rela es existentes entre capital e trabalho Desta forma Gramsci retoma algumas dimens es conceituais do materialismo hist rico dial tico de Marx tais como a rela o entre ser humano natureza e trabalho ou seja a busca incessante do ser humano por satisfazer suas necessidades imediatas encontrando no processo de trabalho a nica forma de humanizar se e agir sobre o mundo para transform lo pois de acordo com L wy para Marx a base da sociedade assim como a caracter stica fundamental do homem est no trabalho do e pelo trabalho que o homem se faz homem constr i a sociedade pelo trabalho que o homem transforma a sociedade e faz hist ria LOWY 2007 p 401 O trabalho na concep o marxista a forma de humaniza o do homem transforma o da sociedade e condi o da atividade produtiva humana no entanto o mesmo na sociedade capitalis
55. Edi PUC 2008 p 646 662 RODRIGUES Denise Souza Sim es A educa o como projeto pol tico li es de autonomia em Castoriadis e Freire Revista Cocar Universidade do Estado do Par Bel m EDUEPA jan jun 2009 p 59 68 TANUS Maria Ignez Joffre Mundivid ncias hist rias de vidas de migrantes professores S o Paulo UNIC Zouk 2002 RELA ES ENTRE O PARADIGMA EMERGENTE E A EDUCA O MATEM TICA T ssia Cristina da Silva Pinheiro Resumo O presente trabalho tem como objetivo fazer uma rela o entre as ideias de Boaventura de Souza Santosa respeito do paradigma emergente e a Educa o Matem tica Atrav s de uma pesquisa bibliogr fica s o apresentadas as caracter sticas do paradigma emergente destacados aspectos do desenvolvimento da educa o matem tica desde o Movimento da Matem tica Moderna um breve resumo sobre algumas tend ncias da educa o matem tica e finalmente a explana o das rela es existentes entre os pressupostos do paradigma emergente e a educa o matem tica Palavras chave Educa o Matem tica Paradigma Emergente Tend ncias em Educa o Matem tica Introdu o Este artigo foi desenvolvido a partir dos estudos desenvolvidos nas aulas da disciplina Epistemologia e Educa o ministrada pela Prof Dr e Ivanilde Apoluceno do Programa de P s gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par O objetivo deste estudo apresentar uma rela o ent
56. Educa o B sica Bras lia MEC SEB 2002 BRZEZINSKI Iria Converg ncias e tens es na forma o das atuais pol ticas para a forma o de professores no Brasil entre o arcabou o normativo e o respeito s culturas e as formas de vida In DALBEN ngela et al Cole o did tica e pr tica de ensino converg ncias e tens es no campo da forma o e do trabalho docente Belo horizonte aut ntica 2010 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necess rios pr tica educati va 9 ed S o Paulo Paz e Terra 1998 Pedagogia do Oprimido S o Paulo Paz e Terra 2005 GARCIA Carlos M A forma o de professores novas perspectivas baseadas na investiga o sobre o pensamento do professor In N VOA Ant nio Os professores e a sua forma o Portugal Dom Quixote 1992 GIESTA N gila Caporl ngua O profissional docente e a educa o escolari zada decis es e a es In Cotidiano escolar e forma o reflexiva do professor moda ou valoriza o do saber docente 2 Ed Araraquara Jun queira amp Marin Editores 2005 p 29 40 GRAMSCI Antonio Concep o dial tica da hist ria Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 KRAMER Sonia A pol tica do pr escolar no Brasil a arte do disfarce Rio de Janeiro Achiam 1982 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Forma o de profissionais da Educa o Infantil quest es e tens es In MACHADO M L Org Encontros e desencontros da ed
57. Jurema Pacheco s o mulheres professoras que nascidas em diferentes territ rios amaz nicos encontraram se nos primeiros anos da d cada de 1980 no Maraj das Florestas Melga o Pa PACHECO 2006 para construir uma trajet ria que marcou profundamente sua hist ria pessoal e profissional Wilma Vilar migrou de Marapanim Rosiete partiu de Colares e Jurema atravessou a fronteira Breves Melga o Todas essas mulheres em suas distintas expectativas de vida constru ram experi ncias em EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS comum na condi o de normalistas ou apenas com forma o t cnica fizeram se professoras a partir de 1982 e 1983 na cidade de Melga o e ajudaram a solidificar a hist ria da educa o b sica naquele munic pio Raimunda Wilma Corr a Vilar Brasil nasceu em 30 de agosto de 1952 em um pequeno vilarejo chamado Marud pertencente ao munic pio de Marapanim Com 16 anos tinha apenas a 4 s rie sua m e ent o resolveu montar um pequeno com rcio e dar lhe de presente para que pudesse construir sua vida Wilma trabalhou dois anos no seu com rcio e durante esse per odo apesar das orienta es da m e para voltar a estudar ela n o se interessou em retornar escola Ficou gr vida e depois do nascimento de seu filho conheceu uma senhora que morava em Bel m mas passava as f rias em Marud e ficava em uma das casas da m e de Wilma A senhora chamada de Let cia a convidou para morar com
58. Marx com as obras cient ficas dos economistas cl ssicos Adam Smith e Ricardo e dos vulgares Sismondi Malthus etc que colocaram em evid ncia a problem tica da produ o do conhecimento de modo que a ci ncia estava a servi o de uma classe social a burguesa No entanto EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS L wy 1985 estudando a obra de Marx afirma que ele supera este ao propor um modelo cient fico levando em considera o o ponto de vista de uma classe espec fica neste caso uma ci ncia a servi o do proletariado considerando que Deste modo n o existe a ci ncia pura de um lado e a ideologia de outro Existem diferentes pontos de vista cient ficos que est o vinculados a diferentes pontos de vista de classe Existe tamb m uma certa continuidade entre a obra de Marx e a de Ricardo de Sismondi e de muitos outros superando as criticando as mas dando continuidade no trabalho cient fico Por outro lado h uma ruptura um corte introduzido pela ci ncia nova que representa o ponto de vista da nova classe o proletariado que a cr tica da economia pol tica de Marx representando um n vel superior de conhecimento cientifico Pelo menos o que Marx pensava e eu como marxista compartilho um ponto de vista superior um n vel de cientificidade superior em rela o ao alcan ado por Ricardo por Smith por Sismondi ou pelos outros que representam limites mais estreitos do conhecimento ci
59. PR TICAS O primeiro fil sofo matem tico Tales de Mileto Procure sempre uma ocupa o quando o tiver n o pense em outra coisa al m de procurar faz lo bem feito Tales de Mileto Este importante fil sofo viveu no s culo VII a C Nasceu em Mileto por volta do ano 640 a C e faleceu em 550 a C na referida cidade Estudou Astronomia e Geometria no Egito e ao voltar a Mileto abandonou os neg cios e a vida p blica para se dedicar inteiramente s especula es filos ficas s observa es astron micas e a matem tica LUNA 2013 Por meio de suas viagens obteve informa es precisas de outros povos que contribu ram para sua forma o Acredita se que aprendeu com os eg pcios a geometria e com os babil nios a astronomia O grande reconhecimento da figura de tales ampara se no fato de ter sido considerado o primeiro matem tico grego e inclu do entre os sete s bios da antiguidade A denomina o Sete S bios da Gr cia era o nome dado pela tradi o grega a sete grandes personagens fil sofos ou estadistas do s culo III antes de Cristo eram os seguintes Bias de Priena Quilon de esparta Cle bulo de Lindos Periandro de Corinto Pitaco de Mitileno S lon de Atenas e Tales de Mileto NIETZSCHE 2008 p 23 Tales deixou contribui es para a Filosofia a Matem tica e a Astronomia No campo filos fico possibilitou grandes avan os ao romper com uma caracter stica muito comum no mundo grego a centr
60. a necessidade de uma mudan a paradigm tica sem contudo assumir uma posi o arbitr ria em negar o conhecimento cient fico historicamente constitu do mas de estabelecer uma rela o dial gica entre eles de forma a seguir para al m de uma linha cient fica limite Considera es sobre a Ci ncia Moderna O per odo convencionalmente compreendido entre os s culos XV XVIII representam para o mundo cient fico um momento de profundas transforma es sociais pol ticas religiosas e principalmente cient ficas trata se da Modernidade O caminho que a hist ria tra ou para contar essas manifesta es variando no tempo e no espa o do pensamento moderno marcado pela ruptura com o pensamento escol stico imbu do na investiga o filos fica dos fen menos entre Deus e Religi o possibilita neste trabalho inten o de situar de forma sint tica a constru o do modelo paradigm tico moderno que se constituiu imperioso e excludente A conquista da Am rica em 1492 segundo Dussel apud OLIVEIRA 2012 p 2 marca o nascimento da modernidade como conceito Este fato deveu se a experi ncia de conquista que a Europa inaugura ao encontrar o outro A superioridade do conquistador constitu da de civilidade e tecnologia naquele momento condicionou o ego descobridor conquistador colonizador Compreendemos que n o h como entender o processo colonizador sem antes entender o pensamento europeu nesse contexto mas o que
61. a qual vai se propagando pelos demais segmentos sociais Educa o cultura e Curr culo Para Apple 2000 a educa o est diretamente articulada pol tica cultural importante entender que o curr culo escolar n o uma estrutura neutra de conhecimentos pois ele parte de uma rela o feita por um grupo que determina o que seja considerado conhecimento leg timo demonstrando desta maneira quem tem o poder na sociedade Assim sendo corrobora a ideia da escola se tornar uma escola de classe H um verdadeiro ataque ideol gico extremamente perigoso Seus efeitos ser o verdadeiramente devastadores para aqueles que j s o os que mais t m a perder nesta sociedade p 53 O curr culo preso pelas teias neoliberais estabelece padr es de va lores e condutas e se deixa manejar pelo ideal mercadol gico o que in viabiliza a forma o dos as educandos as para a cidadania Trata se na verdade de uma ferramenta de controle pol tico do conhecimento APPLE 2000 Considera Apple 2000 que o curr culo deve reconhecer a cultura e a hist ria como princ pios por m n o devem homogeneizar essa cultura e essa hist ria menos ainda os sujeitos O curr culo democr tico deve partir da ideia do reconhecimento das diferentes manifesta es existentes nas salas de aula ritos escolares tem uma fun o inerentemente pol tica hegem nica ou mistificadora que encoraja os alunos a aceitar e a apoiar a cultura dom
62. alunos surdos em salas de aula regular diz respeito ao tipo de comunica o usada nesses ambientes a comunica o oral atrav s da l ngua portuguesa p 71 Revela tamb m o desenho do professor Bruno o semblante do educando surdo que demarca n o somente as d vidas de conceitos em rela o ao conte do escolar mas tamb m as sombras e rabiscos dos outros alunos que n o apresentam os rostos e as m os Esse desenho exemplifica ainda um conflito existente em rela o aos pares j que o grupo dos alunos ouvintes narra um coletivo que se comunica de maneira oral auditiva atrav s da l ngua portuguesa As m os dos educandos ouvintes n o s o utilizadas para se comunicar por isso n o foram desenhadas pelo entrevistado A presen a do educando surdo demonstrada de forma isolada no processo escolar inclusivo no qual o mesmo n o se identifica com os demais por n o serem usu rios da Libras As m os do educando surdo aparecem incompletas j que a comunica o n o se faz de modo pleno pelo fato de que as mensagens emitidas ou recebidas n o chegam completas Dorziat 2009 explica o conflito interno presente em qualquer agrupamento de pessoas pode estar levando alguns EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS surdos a se isolarem junto a pares surdos mais pr ximos e na aus ncia desses ficarem sozinhos Essa atitude ao meu ver dificulta a busca de solu o para que se conquistem espa
63. ao seu redor se retroalimentam atrav s das linhas que formam as redes que comp em os conhecimentos contidos na comunidade o rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido constru do sempre desmont vel conect vel revers vel modific vel com m ltiplas entradas e sa das com suas linhas de fuga DELEUZE GUATTARI p 32 A proposi o do mapeamento de saberes ultrapassa a observa o do cotidiano ou da coleta de dados envolve a tentativa da escuta sens vel dos protagonistas da cartografia indicando nos o itiner rio do mapa os caminhos a serem percorridos pelas mem rias coletivas O cart grafo deve pautar se numa aten o sens vel para que possa enfim encontrar o que n o conhecia embora j estivesse ali como virtualidade KASTRUP 2009 p 49 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A maleabilidade apresentada pelo m todo cartogr fico de forma alguma pode ser vista como negativa sem a seriedade investigativa o estudioso adentrar no campo da pesquisa com o olhar da diversidade com aten o voltada tamb m para o que est no meio ou nas margens nas m ltiplas entradas ou sa das caracter sticas do sistema rizom tico Tal preocupa o apresentada por Kastrup 2009 p 7 Essarevers o consiste numa apostana experimenta o do pensamento um m todo n o para ser aplicado mas para ser experimentado e assumido como atitude Com isso n o se abre m o do rigor mas se
64. aprendizagem de cada educando Sendo assim na vis o de Oliveira 2011 para que a aprendizagem de alunos surdos seja efetivada de maneira efetiva e satisfat ria preciso que as metodologias adotadas no ensino estejam de acordo com as necessidades dos educandos em ordem ps quica social afetiva lingu stica e cognitiva EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Mantoan 2006 destaca a necessidade de superar a pr tica da escola tradicional na educa o inclusiva A escola tradicional resiste inclus o eles refletem a sua incapacidade de atuar diante da complexidade da diversidade da variedade do que real nos seres e nos grupos humanos Os alunos n o s o virtuais objetos categoriz veis Eles existem de fato s o pessoas que prov m de contextos culturais os mais variados representam diferentes segmentos sociais Produzem e ampliam conhecimentos e t m desejos aspira es valores sentimentos e costumes com os quais se identificam Em uma palavra esses grupos de pessoas n o s o cria es da nossa raz o mas existem em lugares e tempos n o ficcionais evoluem s o compostos de seres vivos encarnados p 30 Para isso se faz necess rio Superar o sistema tradicional de ensinar um prop sito que temos de efetivar com toda a urg ncia nas salas de aula Essa supera o refere se ao que ensinamos aos nossos alunos e ao como ensinamos para que eles cres am e se desenvolvam sendo seres
65. autonomia Esta apontada como a promotora da media o reflexiva de alcances plurais que as diferentes culturas desempenham de forma constante sobre as novas gera es G MEZ 1994 2001 apud CANDAU 2008 Uma gera o influ ncia culturalmente outras gera es por meio da transmiss o e socializa o de conhecimentos e experi ncias constru dos ao longo de um processo hist rico Ao considerar esses elementos que definem as gera es como uma situa o social e cultural torna se poss vel relacionar as mais diversas pr ticas educativas a determinadas din micas intergeracionais ou seja relacion las s exig ncias limites e possibilidades que delineiam como e o que deve ser transmitido de uma gera o a outra Sendo assim pensar a educa o em uma perspectiva geracional significa enraiz la em seu pertencimento social atribuindo lhe sentidos mais amplos fortemente pautados no movimento das intera es sociais Como afirma Bessa 2010 Pensar a intergeracionalidade na escola amplia a consci ncia sobre o que ser cidad o Respeitar a fase do idoso contribui para o respeito m tuo e nas rela es de conv vio enriquecendo o aprendizado que estas podem proporcionar Considera es Finais Conclui se com esse estudo o qu o relevante a discuss o das interrela es entre sujeitos de diferentes culturas e gera es no contexto social e educacional Ao agregar a perspectiva intercultural e inte
66. base em situa es l gicas as tentativas dos fil sofos em responder racionalmente s quest es da realidade humana aproximaram ainda mais estas duas ci ncias Al m disso apesar da tem tica ter sido desenvolvida por meio de um recorte de apenas tr s pensadores j citados foi imposs vel n o fazer refer ncia em alguns momentos a outros nomes de grande prest gio como S crates e Arist teles por terem sido estes grandes mestres e concentrado seus esfor os no desenvolvimento do pensamento filos fico racional H de se reconhecer a import ncia dos gregos para a quebra de paradigma com as quest es m tico religiosas que tanto influenciavam EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a forma de pensar e de conceber o conhecimento desta civiliza o Tamb m com eles ocorreu um amadurecimento no modo de refletir baseado na raz o Consequentemente houve um aprimoramento da Matem tica cujas investiga es tomaram conota es mais dedutivas e demonstrativas Tales Pit goras e Plat o cada um com sua contribui o fizeram hist ria e deixaram um grande legado cient fico para as novas gera es Boyer 1996 muito bem descreve as particularidades e afinidades matem ticas de cada um deles Tales de Mileto ficou conhecido como o primeiro matem tico Pit goras de Samos o popular Pai da Matem tica tinha como lema em sua Escola Pitag rica Tudo s o n meros e Plat o cuja frase sobre a po
67. capazes de utilizar sistemas de representa o do pensamento busca sele o e transforma o de informa es em conhecimento com autonomia para solu o de problemas diversos da vida di ria Diante de tais desafios neste cen rio de constantes mudan as temos em destaque o pensamento complexo trazido por Edgar Morin que percebe a sociedade como multidimensional Embora tenham vivido em s culos anteriores alguns importantes educadores como Friederich Froebel Ovide Decroly John Dewey Celestin Freinet An sio Teixeira e Paulo Freire influenciaram o pensamento educacional poca em que viveram entre os s culos XVI e XX Suas reflex es marcaram historicamente a educa o ao visar o fomento de pr ticas educativas inclusive para os dias atuais O objetivo deste artigo promover o di logo de tais reflex es com o pensamento de Morin Alguns desdobramentos para que ocorresse o di logo perpassaram pela compreens o do sentido de raz o aberta e da compreens o do pensamento complexo os quais apontam caminhos para uma reforma do pensamento para a educa o 48 Mestranda do Programa de P s gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS do s culo XXI ao ter em vista uma educa o que melhor atenda s demandas sociais Este ensaio possui abordagem qualitativa e do tipo bibliogr fica Palavras chave Reforma do pensamento Pensamento complexo
68. como indiv duos e como classes negados no seu direito de estar sendo imoralidade das mais gigantes FREIRE 1993 p 122 Assim sendo na vis o de Santos 2006 prevalece a concep o de que a injusti a social assenta na injusti a cognitiva a ideia de domi na o de um saber cient fico em detrimento do outro saber popu lar O conhecimento cient fico servir apenas queles que t m acesso a ele Entretanto importante esclarecer que n o se trata da nega o do cient fico mas sim na credibilidade dos n o cient ficos posto que nem todo senso comum alienado A educa o que promove a competi o e que fortalece o mecanis mo de sele o entre os mais competentes e os menos competentes com o prop sito de destacar a superioridade de um em detrimento do outro encontra sua g nese em Plat o isto o pensamento educacio nal ocidental pautado na educa o idealista plat nica Esta concep o de educa o ainda perpassa pelo contexto educacional brasileiro e os educandos que n o correspondem a este modelo plat nico s o marginalizados e exclu dos socialmente OLIVEIRA 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Nesta educa o meritocr tica mant m se a l gica de atribuir a culpa pelo fracasso escolar ao aluno por sua incapacidade em aprender ou ao professor pela dificuldade no ensinar ou por ser um agente do Estado que colabora para a reprodu o das ideologia
69. contexto real dos sujeitos com os quais se est trabalhando buscando transpor a barreira que separa a matem tica formal acad mica e a realidade dos alunos A modelagem se diferencia da resolu o de problemas pelo fato de que na primeira se parte de uma situa o problema pr tica e depois se busca a matem tica para ajudar a resolver tal problem tica enquanto que na segunda os problemas n o s o necessariamente de ordem pr tica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Esta modalidade tem sido muito usada nas pesquisas em educa o matem tica pois possibilita que os alunos se sintam inseridos em problemas matem ticos e percebam a proximidade desta ci ncia com seu cotidiano 4 5 Hist ria da matem tica A matem tica uma constru o humana que veio se desenvolvendo a partir das necessidades do homem em se comunicar e se relacionar com seus semelhantes Como o desenvolvimento desta ci ncia est intrinsecamente ligado ao pr prio desenvolvimento do homem nada mais natural que se utilize sua hist ria para explicar determinados fatos O uso da hist ria da matem tica como ferramenta para o ensino se justifica na tentativa de participa o do aluno como processo investigativo de constru o da matem tica Fazer com que o aluno pense de maneira semelhante a que os matem ticos antigos pensavam de grande valia pois o conhecimento vai se construindo atrav s de processos de descobertas 4 6 Uso de t
70. conversa o e o senso comum Neste sentido os universos reificados produzem conceitos considerados n o familiares e s o abstra dos pelo universo consensual por meio de RS e assim as informa es tornam se familiares ou conhecidas As Representa es Sociais t m como intuito transformar algo n o familiar em familiar para isso precisamos usar um processo de pensamento baseado na mem ria em que classificamos nomeamos e depois materializamos por meio dos processos denominados de ancoragem e objetiva o Assim Ancoragem e Objetiva o s o pois maneiras de lidar com a mem ria A primeira mant m a mem ria em movimento e a mem ria dirigida para dentro est sempre colocando e tirando objetos pessoas e acontecimentos que ela classifica de acordo com o tipo e os rotula com um nome A segunda sendo mais ou menos direcionada para fora para os outros tira da conceitos e imagens para junt los e produzi los no mundo exterior para fazer coisas conhecidas a partir do que j conhecido MOSCOVICI 2007 p 78 no bojo deste processo que os indiv duos formam suas explica es cren as ideias e percep es sobre uma certa realidade ou objeto dessa representa o por meio das intera es e comunica es entre indiv duos em um determinado grupo social Mas v lido mencionarmos que as RS n o s o meras opini es ou informa es acerca de um acontecimento ou objeto estes precisam estar solidificado
71. da Educa o Reflex es e Debates 2 Ed Petrop lis RJ Vozes 2011 TOMANDO CAF COM BOAVENTURA SANTOS ALGUMAS REFLEX ES SOBRE A FORMA O INICIAL DE PROFESSORES Daniela de Sousa Cortez Resumo O presente artigo tem como objetivo principal refletir sobre as contribui es do pensamento de Boaventura para a forma o inicial de professores De que forma podemos pensar a forma o inicial a partir das reflex es do paradigma emergente Como visualizar o espa o da forma o inicial a partir da totalidade e de suas m ltiplas rela es e significados Por meio de uma revis o bibliogr fica optou se pelo seguinte percurso investigativo inicialmente fazemos algumas pontua es sobre o surgimento da ci ncia moderna na sequencia fazemos um paralelo entre o paradigma dominante o paradigma emergente e a forma o de professores a partir dos estudos de Boaventura 2006 2010 Morin 2004 Bachelard 1996 e outros Especificamos o paradigma emergente e a import ncia em nos apropriarmos desse pensamento tanto para o processo formativo de professores como para a forma como percebemos e nos relacionamos com e no mundo Como considera es finais apontamos a necessidade de incorpora o e compreens o deste pensamento no processo educativo Palavras chave Paradigma dominante Paradigma emergente Forma o de Professores 26 Mestranda em Educa o pela Universidade do Estado do Par UEPA Atua como professora
72. da regi o Do progresso que est chegando Desespero e afli o is Agora vamos voltar A falar da mordomia Enquanto o ribeirinho Toma banho em gua fria Na cidade os empres rios Discutem sobre energia Nesta grande discuss o Criticaram a prelazia Vejo o bispo defender Sem usar hipocrisia Defendendo os ribeirinhos E tamb m as etnias a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No eu po tico da Literatura de Cordel de Orlando Silva pode se perceber a unidade humana em meio s diversidades individuais e culturais O eu po tico exp e um dilema causado pela constru o da Barragem hidrel trica de Belo Monte que para uns representa benef cios para outros malef cios popula o Nesse contexto ele ora representa um individuo no mundo escolhendo de que lado se posicionar do ribeirinho ou do empres rio ora representa seu mundo ntimo travando uma luta entre seus sentimentos ego stas em busca da mordomia e sua consci ncia de sujeito pertencente a uma comunidade em defesa dos ribeirinhos prejudicados O Cordel um tipo de Literatura uma heran a dos portugueses que encanta por conter musicalidade rima e ritmo pr prio e pode ser utilizada para falar de diversas tem ticas Neste poema ela tem um papel de expor pontos de vista sobre a constru o da barragem e remeter o leitor a uma reflex o E pode servir ao prop sito do pensamento ecologizante j que dialoga com
73. das disciplinas pedag gicas no curso de Licenciatura em F sica do Instituto Federal de Ci ncia e Tecnologia do Maranh o Campus Imperatriz IFMA E mail daniela itz Difma edu br EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS 1 Introdu o O presente artigo de car ter bibliogr fico prop e dialogar com o pensamento de Boaventura sendo acompanhado por outros autores como Morin 2004 Bachelard 1996 Japiassu 1983 dentre outros O objetivo refletir sobre as contribui es do pensamento de Boaventura para a forma o inicial de professores Partimos dos seguintes questionamentos como a forma o de professores pode se situar nesse debate sobre os paradigmas da ci ncia Quais as contribui es do pensamento de Boaventura educa o De que forma podemos pensar a forma o inicial a partir das reflex es do paradigma emergente Como visualizar o espa o da forma o inicial a partir da totalidade e de suas m ltiplas rela es e significados Primeiramente situamos atrav s de uma breve incurs o hist rica o nascimento do pensamento moderno e suas principais caracter sticas Na sequ ncia discutimos a forma o de professores baseada no paradigma tradicional e de que forma o professor e o aluno ganham contornos que fragilizam uma rela o cr tica e de liberdade Dessa forma ao analisarmos o pensamento de Boaventura e o paradigma emergente apontamos a vivencia de uma nova concep o de ci ncia e consequent
74. das pessoas com necessidades especiais parte do pressuposto de aceit las n o somente como exclu das por uma sociedade que busca o padr o da normaliza o mas tamb m como sujeito de sua pr pria hist ria social e cultural Dessa maneira quando eu aceito o outro eu o aceito com todas suas particularidades peculiaridade e individualidade tendo sob ele o olhar da diferen a dentro da diferen a uma vis o mais complexa do diferente para al m do paradigma da diversidade FLEURI 2006 p 495 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Neste sentido h uma incompletude do sujeito surdo demarcado no processo de inclus o escolar ao necessitar da presen a do outro referindo se que por meio do outro que o educando surdo constitui seu eu Bakhtin 2000 revela a rela o do eu outro como uma a o dial tica que se fundamenta em tr s eixos o eu para mim o eu para o outro e o outro para mim E Lodi 2006 descreve que O eu e o outro se constituem mutuamente o eu n o existe sem o outro assim como a autoconsci ncia s se desenvolve atrav s do outro Dessa forma o eu bakhtiniano n o se constitui isoladamente n o algo acabado e completo existe apenas em uma rela o tensa e din mica com aquilo que outro que lhe dar acabamento e completude Meu eu s percebido pelos olhos do outro na refra o do mundo atrav s dos valores do s outro s p 186 Entendemos que o sujeito se def
75. de classe g nero ra a encontrem se presentes no cotidiano escolar Compreender a complexidade da educa o na Amaz nia envolve a reorienta o curricular demandas da contextualiza o do real das EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS problem ticas percebidas e vividas pelos sujeitos a reorganiza o do tempo escolar de acordo com as demandas de cada grupo outro modo de avaliar enfim a busca de referenciais epistemol gicos al m da sele o dos conte dos escolares est reis da vida que os cercam de historicidade da indissoci vel rela o entre escola e vida Partindo de tais considera es o mapeamento dos saberes e pr ticas da comunidade visa tornar poss vel a interlocu o dos diversos sujeitos o ir e vir constante de saberes atrav s das vozes Na travessia pelas guas a proposi o aporta se nas vivencias a experi ncias metodol gicas de feitura da cartografia de saberes na ilha Grande munic pio de Bel m como forma de demonstrar que a escolha dos caminhos est ticos ticos e demais aspectos que margeiam a a o pedag gica dialogam com os diversos olhares da comunidade e de alguma forma ressignificam a escola em especial a escola que fica s margens dos rios banhada pelas culturas que comp em a identidade amaz nica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ANDR Marli Eliza D A A etnografia da pr tica escolar 8 ed S o Paulo Papirus 1995 BOS
76. de fato h complexidade quando elementos diferentes s o insepar veis constitutivos do todo MORIN 2007 p 38 Assim existe para Morin a necessidade de efetiva o de um pensamento que compreenda o conhecimento das partes dependendo do conhecimento do todo e que esta rela o seja rec proca reconhecendo que os fen menos s o multidimensionais Com a miss o de promover a intelig ncia geral a educa o deve se utilizar dos conhecimentos j existentes superar os paradoxos decorrentes do progresso nos conhecimentos especializados efetivando um ensino para al m de conhecimentos compartimentados formando cidad os cr ticos que conseguem visualizar a realidade que est o inseridos Portanto a educa o na atualidade vive em um momento de grandes desafios Curr culo disciplinar presente na escola A fragmenta o do conhecimento cient fico se manifesta na escola quando esta est pautada no ensino de disciplinas separadas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS que esquecem as intersec es nelas presentes se desenvolvem e s o ensinadas de forma a dar ao aluno o conhecimento em compartimentos N o queremos com isto fazer uma proposta revolucion ria de mudan a deste modelo de ensino mas mostrar que ele tem sido de certa forma danoso para a educa o At mesmo no contexto de uma disciplina em particular o conhecimento separado em diversos conte dos apresentados de maneira desvinculada o que se
77. de que ao outro como ocupante da periferia seja levado o conhecimento e a consci ncia da necessidade de romper com aquela ordem da totalidade pregada pelo europeu Assim poderemos estabelecer o grito de liberta o atrav s da anula o do ocupante da totalidade que considera o outro apenas como valor estat stico desconsiderando sua condi o humana seu direito quela dignidade e valoriza o referida e que sempre lhe fora negada A dignidade e valoriza o humana s o essenciais neste processo pois atrav s dessa vis o do outro como parte fundamental para a formula o e efetiva o desta liberta o filos fica envolvendo o conhecimento mas sobretudo os aspectos hist ricos e sociais que poderemos nos tornar visiveis para o resto do mundo Contribui es de Enrique Dussel e Paulo Freire para a educa o As cr ticas de Dussel trazem contribui es impares para a educa o sobretudo para o Brasil que teve Paulo Freire como um grande expoente filos fico O trabalho de Freire formulado nas bases da liberta o entendida enquanto conhecimento cientifico e filosofia de vida voltada para os socialmente exclu dos e oprimidos Tanto Dussel quanto Freire discutem a cerca de uma filosofia baseada na inclus o e na liberta o Freire 2003 explica que Os colonialistas diziam que somente eles tinham cultura Diziam que antes da sua chegada frica n s n o tinhamos Hist ria Que a nossa His
78. definir os estudos da sociedade e consequente formula o de suas leis assim os fen menos sociais s o tidos como fatos sociais ou seja como naturais Surge ent o o Positivismo est gio ultimo pelo qual passa o conhecimento No entanto alguns por n o concordarem com o estudo da sociedade a partir desta concep o de ci ncia da sociedade reivindicaram estatuto epistemol gico e metodol gico pr prio para estud la o que representa os sinais de uma crise uma ruptura A partir de ent o uma pluralidade de condi es aconteceu para que o paradigma dominante com bases positivista entrasse em crise e come asse a ser questionado e repensado pela pr pria comunidade cient fica Entre elas a teoria da relatividade e da simultaneidade a mec nica qu ntica o princ pio da incerteza de Heisenberg o questionamento do rigor da matem tica e os progressos do conhecimento nos dom nios da microf sica da qu mica e da biologia nos ltimos trinta anos Todas essas condi es levaram os cientistas fil sofos a uma profunda reflex o epistemol gica criando o cen rio para o surgimento de um paradigma emergente Dois temas principais s o destacados para exemplificar o conte do destas reflex es O primeiro o questionamento do conceito de lei e o conceito de causalidade que est associado a ela Para formula o de umaleisepara se o fen meno das condi es indesejadas permanecendo apenas aquelas de interesse do pesquisador Isso fa
79. duos se tornavam objetos e elementos do sistema em favor da ordem de efic cia e de economia sob a imposi o da raz o unidimensional isto ser humano visto de um s ngulo Nesta perspectiva em rela o ao per odo da racionalidade cient fica moderna Kant 1999 apud OLIVEIRA 2012 p 11 estabeleceu o conceito de cidad o passivo que vive na sociedade mas n o tem autonomia nem poder de decis o legitimando o discurso da superioridade de alguns sobre outros em oposi o ao cidad o ativo considerado independente e qualificado para exercer seus direitos civis Neste contexto dual de unicidade o outro era visto como inferior menor subalterno Esta concep o unidimensional revelou a raz o totalit ria e ditadora a qual incorreu na irracionaliza o da racionalidade em meio crise moderna detectada por meio da revela o da desraz o dentro da raz o MORIN 2000 p 160 Sobre isto Kosik 1969 apud OLIVEIRA 2012 p 17 constr i uma cr tica ao sistema que reduzia o ser humano quela realidade capitalista e n o verificava as rela es hist rico sociais desses indiv duos concluindo que o centralismo do poder na raz o na consci ncia individual conduz racionaliza o e ao irracionalismo pelo fato da raz o racionalista criar uma realidade que inating vel e indom vel por si pr pria isto pela pr pria raz o As Ci ncias Humanas passaram tempos acreditando que o determini
80. e ao discurso euroc ntrico visando incluir o oprimido o dominado aquele que por v rios anos foi inferiorizado anulado Para sustentar esta afirmativa Dussel 2003 destaca que At o presente a comunidade hegem nica filos fica europeu norte americana n o outorgou nenhum reconhecimento aos discursos filos ficos dos mundos que hoje se situam na periferia do sistema mundo E esse reconhecimento da dignidade de outros discursos da modernidade fora da Europa um fato pr tico que a tica da liberta o tenta tornar inevit vel vis vel perempt rio Esse reconhecimento do discurso do outro das v timas oprimidas e exclu das j o primeiro momento do processo tico de liberta o da filosofia p 77 Esse pensamento surge como um movimento contr rio a filosofia moderna entendida tamb m como europeia fundada na ontologia considerando a condi o de opress o dos povos latinos Dussel 1992 aponta como contradit ria a estes povos uma filosofia centrada num sujeito em um s ser que o nico capaz de capacitar os outros tidos como entes O outro ao relacionar se com o ser ontol gico objetivado tornando se objeto do sentido e do conhecimento do ser mas sempre em sua ess ncia objeto de um ser EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS contra a totalidade necess ria unidade do ser ontol gico que o fil sofo argentino postula em busca de um pensamento n o opressor e libert
81. e que o saber escolar lhe proporcione condi es para compreender e participar do mundo em que vive preciso considerarmos que h muitas situa es que mesmo contribuindo para a forma o de conceitos n o est o sob o controle pedag gico do professor A partir deste pressuposto Brousseau 1986 considera a no o de situa o adid tica como um caso particular dentro das situa es did ticas que se caracteriza pelo fato de representar determinados momentos do processo de ensino aprendizagem nos quais o aluno trabalha de forma independente e n o sofre um controle did tico por parte do professor relativo ao conte do matem tico ou seja toda situa o adid tica um tipo de situa o did tica e dentro de uma situa o did tica pode haver v rias situa es adid ticas A este prop sito Brousseau 1997 p 30 afirma que A concep o moderna de ensino portanto exige que o professor provoque em seus alunos a adapta o esperada por meio de uma escolha sensata dos problemas Estes problemas escolhidos de tal forma que os alunos possam aceit los deve faz los agir falar pensar e evoluir por conta pr pria Entre o momento em que o estudante aceita o problema como se fosse dele e o momento em que produz a sua resposta o professor se abst m de interferir como algu m que prop e os conhecimentos que deseja ver surgir O aluno sabe muito bem que o problema foi EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICA
82. e utilizou se a legisla o em vigor bem como o pensamento de Haidt 2006 Kramer 2007 Kuhn 1991 Lib neo 1994 Luckesi 2006 Oliveira 2001 e Santos 1997 para subsidiar as discuss es A primeira se o caracteriza o paradigma dominante e o paradigma emergente A segunda se o caracteriza o ensino fundamental de oito anos e o ensino fundamental de nove anos Os resultados apontaram que repensar o ensino fundamental requer tamb m uma mudan a na forma de conceber a realidade e consequentemente a educa o com rela o dentre outros aspectos ao papel do aluno no processo de ensino e aprendizagem estrutura espacial ao curr culo s pr ticas de ensino ao tempo escolar e avalia o ou seja exige como bem colocado pelos documentos oficiais que a escola repense toda a sua estrutura e organiza o Exige uma mudan a de paradigma Palavras chave Educa o Paradigma Ensino Fundamental Introdu o Este estudo surgiu da experi ncia de cinco anos na coordena o pedag gica de uma escola p blica de Bel m do Par onde foi feito um 27 Artigo apresentado para conclus o da disciplina Epistemologia Cient fica do Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado PPGED CCSE UEPA 28 Formada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Par UEPA e mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado PPGED CCSE UEPA E mail nandagoes25 yhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TE
83. eixos tem ticos gest o infraestrutura forma o de professores e financiamento Embora os quatro eixos tem ticos sejam indispens veis analisaremos a forma o de professores foco do presente trabalho Dentre os objetivos que podemos destacar diferente do que j foi mencionado nos documentos anteriores temos Destinar carga hor ria dos professores para estudo planejamento socioeducativo avalia es e reuni es pedag gicas Assegurar programas de forma o de professores leitores com acesso a livros publica es e recursos tecnol gicos para os trabalhadores em educa o infantil visando contribuir para pesquisa constante do professor EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Garantir a participa o de professores em eventos locais regionais nacionais e internacionais O primeiro objetivo aponta para a disponibiliza o de cargahor ria para estudo planejamento e avalia o al m de reuni es pedag gicas nas quais podem ser discutidas medidas a serem tomadas com o objetivo de favorecer o processo qualitativo da institui o Reservar tempo para estudo acima de tudo pensar em um instrumento que tem por objetivo de tornar o professor reflexivo de sua pr tica atuando de maneira inteligente e flex vel O segundo objetivo prop e sobre a import ncia da leitura na profiss o docente contribuindo tanto em sua forma o profissional quanto em sua forma o pessoal visto que a leitura est diretam
84. ela em Bel m e na oportunidade continuar os estudos Como Wilma j n o era sozinha por isso resolveu migrar para Bel m com o objetivo de estudar e dar uma vida melhor para o filho Sua m e ficou com a crian a e ela foi com dona Let cia ser empregada dom stica em sua casa e aproveitou a oportunidade para estudar Trabalhou estudou e conseguiu concluir o antigo 1 Grau morando por muito tempo na casa daquela senhora Depois dona Let cia mudou se de Estado e Wilma passou a morar com Alberto parente de dona Let cia exercendo a mesma profiss o empregada dom stica Depois de concluir o 1 Grau fez o teste de sele o para entrar na escola de 2 Grau e escolheu fazer o Curso de Magist rio Aprovada come ou a estudar no Instituto de Educa o do Par IEP No primeiro ano do magist rio Wilma novamente trocou de moradia s que dessa vez apesar de continuar como dom stica ganhava seu sal rio e come ou a ajudar sua fam lia Quando estava terminando o 3 ano conheceu um senhor chamado de Jair que era juiz no munic pio de Melga o Como ele admirava o esfor o dedica o e responsabilidade de Wilma perguntou EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS se ela gostaria de exercer a doc ncia em Melga o explicando como era o lugar e quais eram as condi es que a gest o p blica garantia aos professores Foi em 1982 que Wilma pela segunda vez resolveu migrar s que agora com um diferencial j esta
85. em prol da maioria e frear o processo de manuten o da dire o e da domina o presente na forma o econ mica e social capitalista Gramsci tamb m destaca o papel do pensamento filos fico no processo de manuten o e transforma o da sociedade Na concep o gramsciana a filosofia uma ordem intelectual o que nem a religi o e o senso comum podem ser pois a cr tica e a supera o destes Sejam as filosofias das classes dominantes e dirigentes sejam das classes subalternas todas elas apresentam se como concep es de mundo que servem a determinados prop sitos pr ticos e materiais GRAMSCI 1991 p 65 Portanto filosofia e pol tica s o conceitos que se entrela am e se influenciam diretamente nesse contexto de supera o e manuten o da ordem social capitalista segundo Martins 2008 as formula es gramscianas nos dizem que imposs vel conceber a pol tica separada da epistemologia assim como tamb m a exist ncia da epistemologia sem a pol tica e que a jun o de ambas determina a forma o econ mica e social de um dado momento hist rico Os conceitos e categorias abordados nos proporcionam uma vis o da teoria social de Ant nio Gramsci sendo que sua preocupa o epistemol gica central identificar o valor tico pol tico do conhecimento nas bases da vida social bem como pensar e formular estrat gias pol ticas e sociais que possam transformar a sociedade em prol da maioria de seus
86. entorno do imagin rio contido no inconsciente dos indiv duos que fazem parte desta sociedade A quest o da mudan a social em Castoriadis est vinculada da constru o da racionalidade que implica em mudan as nas significa es estabelecidas Mudar a sociedade implica n o s em modifica es na estrutura organizacional das institui es e do saber mas sobretudo nas rela es do ser humano com o saber e a institui o OLIVEIRA 2009 p 54 Realizar essas mudan as nas rela es do ser humano com o saber e a institui o para constru o de uma nova sociedade se vinculam intimamente com a maneira pela quala sociedade constr i e se relaciona com o imagin rio produzido pela pr pria sociedade e principalmente a maneira na qual essa sociedade se enxerga como produtora desse imagin rio Dessa forma para rompermos com a aliena o precisamos entender a partir do que a sociedade cria suas institui es e as representa es que dialogam com elas ou seja precisamos conceituar o imagin rio social Toda rela o social e mais ainda toda institui o social exigem que o homem prolongue sua exist ncia em imagens que faz de si mesmo e do outro de seu passado e de seu futuro Ora isto sup e um trabalho permanente da imagina o sua intera o com a raz o e as paix es e em particular a tradu o em imagens de conceitos abstratos tais como sociedade virtude etc Contrariamente mem ria que n o faz
87. esta uma dimens o da vida dos homens que se transforma historicamente acompanhando e articulando se s transforma es dos modos de produzir a exist ncia dos homens Concordamos com o autor que para analisar a educa o temos que contextualiz la na estrutura social vigente para captar os nexos e determina es que comp em a totalidade s cio hist rica compreendida na luta de classes antag nicas protagonizada pela burguesia versus proletariado que defendem projetos hist ricos contr rios EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Outro tema central no debate sobre a educa o na perspectiva marxiana a divis o do trabalho que foi gestado no seio da sociedade capitalista sob a premissa que cada trabalhador assume apenas uma fun o na produ o esta tem rela o direta com o tipo deaprendizagem prologando se em uma divis o social e t cnica e constituindo se o elemento central para a divis o do trabalho intelectual e manual o que produz em larga escala explora o dos trabalhadores e a ideologia dominante Assim para manter o desenvolvimento da produ o capitalista a ci ncia e os conhecimentos passam a ser propriedade do capital tornando se uma disputa hegem nica pois se defrontam com os interesses dos trabalhadores MARX e ENGELS 2011 O desenvolvimento do sistema de produ o exige a qualifica o da for a de trabalho introduzindo novas compet ncias e habilidades ao trabalhador par
88. estarem porosos ao mundo que os cerca rejeitando toda e qualquer forma de homogeneiza o t o apreciadas nas pr ticas neoliberais que chegam at n s com a capa de multiculturalismo mas precisam ser alvo de aten o por nossa parte caso n o queiramos continuar legitimando o modelo opressor de concentra o de riqueza centrismos e desintegra o moral Um enfoque sobre as rela es materiais e globais de opress o pode nos ajudar a evitar a redu o do problema do multiculturalismo a simplesmente uma quest o atitude ou estado de esp rito ou como no caso da academia a um caso de discord ncia textual ou guerra de discursos Tamb m ajuda a enfatizar o fato de que aos EUA a po o m gica chamada multiculturalismo que tem resultado em uma busca ret rica pela igualdade e pela mistura pol tica do caldeir o que h muito vem cozinhando tem produzido uma avers o em vez de respeito com a diferen a MCLAREN 1997 p 59 A preocupa o acompanha os estudiosos que se debru am sobre os debates do multiculturalismo e do fazer cartogr fico por se tratar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS n o de um aglomerado de regras a ser seguidas e sim do refinamento na experi ncia da pesquisa ao buscar compreender a multiplicidade de saberes que comp em o rizoma com seus fios interconectados Embarcar nas guas do multiculturalismo cr tico envolve a predisposi o ao fazer ao engajar se
89. estudo tendo como referencial te rico alguns autores que t m trabalhado a tem tica a partir de conceitos variados que perpassam por processos que iniciaram desde o aparecimento da escrita da alfabetiza o do letramento at chegar ao multiletramento Analisamos tamb m outro fator que est na g nese de toda essa discuss o sobre o multiculturalismo na educa o a cultura e suas diversas facetas Rojo 2009 destaca que a m dia tem se desdobrado para atrair cada vez mais uma massa hegem nica de seres pensantes numa via de m o dupla j que esses seres tamb m come am a questionar a tal ind stria cultural formada em sua ess ncia pela industrializa o da sociedade sustent culo do capitalismo dito Liberal A cr tica globaliza o uma constante e isso j foi por diversas vezes denunciado a partir dos estudos sobre a ind stria cultural e a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS comunica o de massa Por efeito da globaliza o vimos que o mundo mudou muito nas ltimas duas d cadas e nessa mesma velocidade a escola Isso tudo em fun o do surgimento das novas tecnologias digitais que tornam a informa o a cada dia mais ef mera e instant nea Dessa forma qual seria o papel da escola Podemos observar que na contemporaneidade a escola deveria estabelecer o di logo com seus conflitos v rios sons e vozes e assim formar um cidad o democrata e protagonista da sua hist ria r
90. fato de a surdez impedir que estes adquiram naturalmente as l nguas auditivo orais nicas utilizadas pela grande maioria na sociedade Sob esse pensamento Dorziat 2009 afirma que a dificuldade mais aparente na inser o do aluno surdo a comunica o existente no espa o escolar que majoritariamente oral por meio da l ngua portuguesa Sendo assim a maior dificuldade na inclus o do educando surdo a comunica o A pesquisa revela ainda a necessidade de contrata o do profissional int rprete de Libras pois este tem a fun o de mediar uma comunica o entre o educador regente com o educando surdo ou dos educandos ouvintes com o surdo O Processo de aprendizagem do educando surdo O entrevistado Bruno narrou o processo de aprendizagem do educando surdo como sendo um processo cont nuo por mais que a gente trabalhe com ele eu percebo que cada dia a gente supera uma d vida mas muitas outras d vidas aparecem porque ele est em contato com outras pessoas novos horizontes A entrevistada Bruna corroborou o discurso de Bruno afirmando que o processo de aprendizagem do aluno surdo tem que ser de maneira visual para que ele possa entender o conceito e abstra lo A inclus o escolar pressup e a participa o efetiva do aluno nas atividades escolares interagindo com todos os atores da escola e tendo acesso ao processo de escolariza o com qualidade necessitando respeitar as diferen as e o tempo de
91. fecundado a partir do paradigma emergente Ou seja faz se necess rio rompermos essa cadeia reprodutiva que ignora a dinamicidade da realidade e insiste em criar a ilus o da sala de aula como um territ rio seguro em que a mera reprodu o de teorias A forma o inicial deve ser vivenciada a partir da clareza que o ser humano m ltiplo e que as rela es que s o estabelecidas em sala de aula tamb m adquirem um car ter plural EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Considera es Finais Ao findar as ltimas gotas de caf nesta tarde onde o sol paraense come a a abra ar o rio Guam com delicadeza e com uma diversidade de tons percebemos e chegamos a algumas infer ncias que a chamada ci ncia p s moderna prop e entendermos esse momento de transi o paradigm tica como uma fase de profunda reflex o epistemol gica e posicionamento pol tico Repensar a forma o inicial de professores exige que tenhamos clareza do tipo de ser humano que estamos formando bem como do tipo de sociedade que estamos ajudando a formar Ir al m de modismos te ricos e receitas prontas do que ensinar requer uma atitude que fuja das pris es te ricas e dos modismos pedag gicos que n o dialogam com a realidade Entender o processo formativo a partir do pensamento de Boaventura nos fortalece a pensar a forma o de professores alicer adas numa rela o dial tica com o mundo com a vida e com as pessoas Assim a nece
92. foram utilizados na coleta de dados dentre os quais observa es e entrevistas realizadas no l cus na pesquisa Inicialmente observou se que a escola est construindo seu Projeto Pol tico Pedag gico utilizando alguns procedimentos do multiletramento como uma ferramenta que permite maior interatividade entre os alunos e desses com as diversas reas do conhecimento desenvolvidas durante as atividades escolares contribuindo para a compreens o das variadas formas de comunica o e aprendizagem Durante uma das entrevistas de car ter semiestruturado foi poss vel dialogar com a professora Lourdes Guedes educadora Especialista em Artes e que h 15 anos trabalha com alunos surdos Ela destaca eu sempre trabalhei com m sica e de dois anos para c com teatro tamb m mas sempre trabalhei com m sica como est mulo r tmico e musical mesmo Mas do ano passado para c a dire o resolveu modificar um pouco isso por conta da proposta do multiletramento na escola Eu passei a trabalhar com as crian as o teatro nessa outra perspectiva de leitura atrav s do corpo por meio da express o corporal na dramatiza o Entrevista com Lourdes Guedes dia 07 12 2013 Segundo ela em 2013 os professores das diversas disciplinas montaram um projeto nico reunindo v rias linguagens Anteriormente isso n o acontecia j que as aulas eram separadas cada professora trabalhava uma forma de conhecimento Ela trabalhava com m sica
93. intimas conex es do fen meno com a totalidade concreta buscando determinantes que exprimem sua exist ncia Portanto o m todo de Max consiste compreender os fen menos sociais concretos em sua totalidade Significa dizer que atrav s de aproxima es sucessivas com o objeto investigado o pesquisador deve buscar as m ltiplas determina es que situam o fen meno na realidade concreta com o objeto de desvelar a sua ess ncia Segundo Frigotto 2010a no materialismo hist rico dial tico h uma diferen a entre o m todo de investiga o e a exposi o Na investiga o o pesquisador tem que extrair a mat ria em suas m ltiplas dimens es e suas ntimas particularidades A exposi o busca ordenar de forma l gica e coesa a apreens o que o pesquisador fez da realidade estudada A realidade objetiva reproduzida no concreto pensado se d pela aproxima o sucessiva com a realidade investigada e s ntese de m ltiplas determina es Em s ntese este m todo de que propicia o conhecimento te rico partindo da apar ncia para chegar ess ncia do fen meno PAULO NETO 2011 Para ser materialista tem que dar conta da totalidade do especifico do singular e do particular FRIGOTTO 2010 p 79 Como podemos perceber na s ntese do seu m todo o quanto complexo caminhar por esta teoria pois centralmente o conjunto de rela es sociais aqui entra a educa o est o imbricadas no modo de produ o vigente e a
94. italiano Ant nio Gramsci e como essas contribui es nos ajudam a entender e compreender a sociedade capitalista atual realizamos uma pesquisa bibliogr fica acerca das mais importantes contribui es te ricas do referido fil sofo abordando os fundamentos epistemol gicos sobre a ci ncia e a educa o produzida e defendida por este Nesse sentido para uma melhor organiza o did tica dividimos este artigo em introdu o contexto hist rico vida e obras teoria social e conceitos gramscianos o discurso educacional em Gramsci escola unit ria considera es finais e refer ncias Desta forma inicialmente realizaremos uma abordagem a respeito do contexto hist rico vivido por Gramsci o qual viveu a passagem do feudalismo para o capitalismo o engajamento pol tico na luta contra o fascismo de Mussolini sua pris o obras e morte Em seguida abordaremos os conceitos gramscianos que comp em o cerne de sua EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS teoria cient fica e social tais como ci ncia ser humano hegemonia bloco hist rico dentre outros Relataremos o discurso educacional em Gramsci que via a educa o como estrat gia pol tica e fator de conscientiza o e transforma o social bem como a capacidade de formar o ser humano de forma integral E finalizaremos tratando a respeito de sua proposta de escola unit ria na qual coloca o trabalho como princ pio cient fico e educativo Procuramos estudar o
95. lugar do discurso do outro de um discurso estranho que est em mim e me domina fala por mim CASTORIADIS 1982 p 124 E ainda que o consciente deve tomar o lugar do discurso do inconsciente OLIVEIRA 2008 p 52 Tal mudan a levou tempo para ser amadurecida e ressignificada ou seja para ser reconstru da as suas identidades pessoal e profissional N voa debatendo essa quest o aponta que imposs vel separar o eu pessoal do eu profissional N VOA 2007 p 17 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Tratando a quest o da identidade Mastop Lima fala da import ncia das diferen as para a sua constitui o N o se pode falar de identidade sem tratar as diferen as uma vez que est o intrinsecamente ligadas pois s o mutuamente determinadas ao nos identificarmos o fazemos em oposi o queles ou quilo que diferente de n s MASTOP LIMA 2010 p 95 Para apreender dimens es dessas diferen as vividas tanto pelas professoras quanto pela comunidade no in cio da chegada das professoras migrantes em Melga o apresento uma fala representativa de Wilma N s fomos construindo esse processo de discrimina o que o professor aquele da sala de aula que n o tem uma vida social N s constru mos esse processo aqui dentro de Melga o e foi um processo constru do em cima de muita difama o Hoje a gente livre para fazer as nossas coisas dentro da sociedade que n o implicam na nossa vi
96. mais f ceis de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conhecer e por fim fazer em toda parte enumera es t o completas e revis es t o gerais que me assegure de nada omitir Ao que tudo indica a rela o cartesiana revelada no m todo investigativo d sinais de separa o dos conhecimentos apoiados na vida cotidiana saberes tradicionais como aqueles praticados por comunidades como a de Abacatal Saberes constru dos da experi ncia humana que revelam a singularidade do sujeito enquanto criador do conhecimento mas que n o encontraria lugar no m todo cartesiano assim como no pensamento moderno dado o seu contexto hist rico de forma o Oliveira 2012 p 7 analisando a experi ncia cartesiana recorrendo a Garcia Roza 1987 afirma que Descartes retira da subjetividade do eu penso toda a concretude individual isto n o fala do ser humano concreto mas de uma natureza humana de uma ess ncia universal As considera es at aqui levantadas acerca da modernidade e sua contribui o constru o do conhecimento cient fico contrasta na contemporaneidade com o interesse por temas como os saberes n o cient ficos antes postos de lado Esse interesse revela o movimento que a ci ncia faz em torno de si mesma em buscar explica es epistemol gicas s quest es contradit rias que emergem em seu fazer cient fico que neste caso concentra se sobre o paradigma moderno embora ainda presente nos d
97. marxismo ortodoxo quando discute o processo de forma o da consci ncia cr tica foi consolidada a partir do exerc cio da profissionaliza o docente em Melga o no Maraj das Florestas A chegada e atua o docente das professoras em Melga o contribuiu para a cidade come ar a viver uma nova din mica frente tanto a valores morais quanto a valores educacionais O imagin rio social migrante e local se chocou refez se e ampliou se Dentro deste as posturas os comportamentos os modos de vida das professoras assim como da sociedade causavam certas incomoda es e trocas de aprendizagens As narrativas das professoras revelam Melga o na d cada de 80 como uma cidade pouco urbanizada o que implicaria restrito acesso a informa es sobre as mudan as pol ticas sociais econ micas religiosas e culturais que estavam ocorrendo nos grandes centros urbanos Os desafios de viver em terra distante tais como aprender a conviver em coletividade enfrentar as dificuldades da profiss o interagir com novos costumes e modos de vida da comunidade foram quest es fundamentais que contribu ram com as professoras para refletirem e reformularem muitas de suas a es e concep es de vida assim como reconstru rem suas identidades Diante das exposi es sobre as interfaces que as professoras migrantes teceram entre si com o lugar e seus moradores o di logo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS entre imagin r
98. modernidade associada diretamente ao contexto hist rico ocidental onde ele coloca que as culturas das civiliza es do ocidente s o recheadas de significados e valores diferentemente da cultura oriental Podemos perceber de maneira muito n tida uma desvaloriza o e diminui o de tudo o que era produzido fora da Europa Vejamos o que Weber 1992 apud OLIVEIRA 2012 p 01 nos coloca em todas as teorias asi ticas faltava um m todo sistem tico compar vel ao de Arist teles e inexistia qualquer conceito racional um tratamento racional sistem tico e especializado da ci ncia por especialistas treinados em um sentido que se aproximasse de seu atual papel de domin ncia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS na cultura contempor nea n o existiu sen o no Ocidente Segundo Weber a propaga o da cultura ocidental n o pode ser vista somente pelo prisma da raz o mas principalmente pelo desenvolvimento e organiza o das sociedades modernas Nestalinhamodernaaparecetamb m Comte quecriao Positivismo afirmando que o conhecimento cient fico transcende ao filos fico e religioso Para Oliveira 2012 seu estudo baseia se na observa o dos fen menos como nica forma poss vel de conhecimento cient fico Neste contexto a experimenta o tamb m um fator fundamental uma vez que atrav s dela as hip teses s o verificadas e posteriormente as leis e teorias s o elaboradas O que Comte propunha era
99. mundo complexo Trata se de envolver uma atitude mental capaz abordar problemas globais que contextualizem suas informa es parciais e locais MORIN 2007 p 02 Os princ pios de Decroly tamb m parecem ter influenciado An sio Teixeira educador brasileiro e um dos precursores do movimento Escola Nova no Brasil iniciado na d cada de 30 e criador da escola p blica em tempo integral O brasileiro acreditava que como n o aprendemos tudo o que praticamos e sim aquilo que nos d satisfa o o interesse do aluno deve orientar o que ele vai aprender Portanto preciso que ele escolha suas atividades FERRARI 2008 n o paginado Nesta mesma linha o americano John Dewey s culo XIX que inspirou o movimento escola novista e o pr prio An sio Teixeira possu a ideias que se assemelhavam bastante com as de Morin 2007 Dewey acreditava que a educa o deveria ser prioritariamente pragm tica tendo como base os interesses do indiv duo Considerava ainda que era preciso conceber o paradigma da coletividade em que o conhecimento constru do em discuss es coletivas num ambiente democr tico para o compartilhamento de experi ncias pr ticas conjuntas e de coopera o VALDEMARIN 2007 E complementa N o havendo diverg ncia entre aspira es individuais e sociais a democracia e a igualdade de oportunidades s o fortalecidas Segundo esse entendimento a escola 53 Entrevista Revista Linha Direta 2007 Disp
100. munic pio de Breves PA A metodologia adotada nesta investiga o de car ter qualitativo a partir do m todo de pesquisa em Representa es 31 Mestrando do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par E mail huberkline vhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Sociais sendo que os principais instrumentos utilizados para abstrair a ancoragem e a objetiva o dos sujeitos investigados foram observa o e a entrevista semiestruturada para a an lise do corpus das respostas dos sujeitos utilizamos algumas t cnicas de an lise de conte do Esta investiga o traz as percep es de dois professores do ensino fundamental sendo uma professora que atua na sala de recursos multifuncionais e um professor que atua no ensino regular Os resultados deste estudo revelam que as representa es sociais dos professores acerca do AFE pessoa surda ancoram se e objetivam se na ideia de a AEE inadequado e n o articulado com o ensino regular b AEE com muitos contratempos e isolado c AEE que gera condutas de isolamento vergonha incapacidades dificuldades e persist ncias d AEE como espa o de sujeitos diferenciados e de trabalho por desejos de mudan a socioeducacional Palavras chave Representa es Sociais Atendimento Educacional Especializado Educa o de surdos Inclus o escolar Palavras iniciais A Teoria das Representa es Sociais originada na Europa
101. n s Mas esse n s esse grupo essa coletividade essa sociedade quem o qu primeiro um s mbolo as ins gnias de exist ncia que se deram sempre cada tribo cada cidade cada povo Antes de tudo certamente um nome CASTORIADIS 1982 p 178 No grupo das professoras existiam as trocas de experi ncias de princ pios e modos de vida que foram criando entre si e com a comunidade Nesse di logo rela es conflituosas foram enfrentadas em fun o do desafio das novas formas de se relacionar e de conviver com as diferen as Penin 2008 diz que a viv ncia de uma profiss o compartilhada em um cotidiano com um grupo de pares e outras pessoas interfere de maneira vigorosa no desenvolvimento da pr pria identidade No enredo da an lise de reconstru o de identidades das professoras constitu das a partir das trocas de saberes e das rela es estabelecidas com o outro e com o lugar compartilho da mesma concep o de Ciampa Falo como psic logo social que define identidade humana como metamorfose CIAMPA 1987 ou seja o processo permanente de forma o e transforma o do sujeito humano que se d dentro de condi es materiais e hist ricas dadas Esta a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS quest o central da psicologia social de meu ponto de vista CIAMPA 1998 p 88 Ainda continua seu posicionamento sobre identidade humana como metamorfose acrescentando alguns outros pontos para me
102. ncia os conceitos de ser humano cultura e sociedade p 13 al m de que a ci ncia moderna desconfiava sistematicamente das evid ncias das experi ncias imediatas Santos 2001 p 12 A supera o dessa distin o pode ser encontrada atrav s de diversas teorias f sicas e biol gicas que introduzem na mat ria conceitos de historicidades de liberdade de autodetermina o e at de consci ncia que antes apenas se atribu a a natureza humana entretanto o autor nos diz que n o h uma natureza humana porque toda natureza EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS humana tendo assim que todo conhecimento cientifico natural cientifico social Mas com o desenvolvimento de ci ncias como a biologia iniciou se um processo de supera o desse preceito poss vel encontrarmos termos espec ficos de determinada ci ncia em uso em outras ci ncias da pr pria biologia encontramos o termo feedback que significa retorno de informa es do efeito para a causa de um fen meno que tamb m utilizado na an lise de das intera es em sala de aula Na Teoria Antropol gica do Did tico a qual estuda a rela o do homem com o saber matem tico utiliza os conceitos de ecologia para tentar explicar as rela es entre os objetos matem ticos O autor nos diz ainda que a mec nica qu ntica na ci ncia moderna introduziu a consci ncia no ato do conhecimento e no paradigma emergente devemos introduzir a consci ncia no o
103. nunca consigo esquecer isso Eu chorei senti vontade de voltar para casa porque o barco pregou passamos dois dias ancorados numa baia eu queria voltar para casa no terceiro dia conseguimos um barco que nos trouxe para Melga o Entrevista concedida ao Prof Dr Agenor Sarraf em maio de 2002 A professora Rosiete tamb m reviveu suas hist rias narrando suas lembran as da viagem Cheguei aqui no dia 11 de Agosto de 1983 num per odo em que Portel estava em festa n o lembro a santa que estava festejando E nessa viagem eu vim com a professora Gra a Alves que j trabalhava no munic pio j conhecia Melga o chegando aqui a lancha foi nos buscar j que n s t nhamos que descer no meio do rio aqui no meio da baia Mas essa viagem para c eu vou falar um pouquinho dessa minha viagem ela foi gostosa prazerosa porque EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS fiquei observando muito senti saudades sim do que eu deixei para tr s mas foi uma saudade que n o deu para chorar que n o deu para se desesperar porque eu achei a viagem maravilhosa nunca havia andado de navio ou de barco um barco de maior porte Entrevista concedida ao Prof Dr Agenor Sarraf em abril de 2002 Diferente da professora Rosiete o depoimento da professora Wilma permite dialogar com Castoriadis quando assinala que um acontecimento s traum tico porque vivido como tal pelo indiv duo CASTORIADIS 1982 p 163 Assim perc
104. o dessa maneira o sujeito moderno inocente neste processo de viol ncia e subjuga o contra do outro DUSSEL 1992 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A escrita deste artigo est estruturada em tr s t picos o primeiro trata do surgimento da racionalidade moderna o segundo traz os pressupostos da filosofia da liberta o proposta por Enrique Dussel e o terceiro busca fazer uma aproxima o entre a filosofia dusseliana e o pensamento de Paulo Freire Para finalizar trazemos algumas considera es que foram poss veis fazer a cerca dos postulados de Enrique Dussel e que trazem contribui es para a constru o de uma educa o libertadora Origem da racionalidade moderna Para Hegel o inicio da modernidade marcado pelo surgimento do Iluminismo e pela Revolu o Francesa onde esses acontecimentos demonstram as intensas transforma es pelas quais a Europa passava naquele momento Para ele os outros mundos e as outras culturas nada t m a ensinar ou a contribuir com o pensamento europeu OLIVEIRA 2012 Ainda na vis o Hegeliana a civiliza o europeia teria direito absoluto sobre a ess ncia deste conhecimento uma vez que segundo Oliveira 2012 p 2 o ocidente era portador de um grau de desenvolvimento do esp rito mundial enquanto todo o outro povo n o teria direito Outro te rico que muito contribuiu para difus o do pensamento moderno foi Weber Segundo Oliveira 2012 Weber pontua que a
105. o conflito sendo que na concep o gramsciana qualquer indiv duo poderia fazer parte de um grupo hegem nico desde que desenvolvesse sua capacidade intelectual e assumisse a fun o de intelectual org nico e dirigente social Segundo o pensamento de Gramsci a sociedade alicer ada em um bloco hist rico que de tempos em tempos se desestrutura e se reestrutura modificando as bases sociais sendo permeado por rela es hegem nicas e contradit rias de poder entre as for as sociais que o comp em ou seja a combina o dial tica correlativa a cada est gio do desenvolvimento s cio hist rico da sociedade resultante da intera o entre infra estrutura econ mica e superestrutura social ou seja entre as for as econ micas e as for as socioculturais pol ticas e ideol gicas que se interinfluenciam ininterruptamente tendendo a formar uma estrutura s cio hist rica MELO 2012 p 83 Esse complexo hist rico insepar vel do conceito de hegemonia na medida em que seu interior se concentra as contradi es sociais as lutas de classes e os conflitos ideol gicos Seguido dos conceitos de hegemonia e bloco hist rico Gramsci nos fala de outro conceito o de crise org nica que explicaria a crise e a mudan a de um modo de produ o para outro e que segundo Melo 2012 corresponde a uma crise de hegemonia em que o bloco hist rico est sendo solapado entrando em uma crise org nica de fundo estrutural que o
106. o de intelectual assumida de duas formas distintas ou seja pelos intelectuais tradicionais que trabalham na constru o conserva o da hegemonia da classe dominante sem v nculo impl cito de classe ou pelos intelectuais org nicos que segundo Melo 2012 brotando ou n o no interior de uma determinada classe colocam a sua intelectualidade a servi o dessa classe para organizar a nova ordem social em contraposi o ordem vigente Para Gramsci 1982 o intelectual org nico deve ser erigir como um intelectual coletivo ou seja uma institui o capaz de gerar uma hegemonia que pedagogicamente educaria o proletariado a fim do torn lo a classe dominante do futuro Segundo Melo 2012 esse intelectual coletivo junto com os partidos e o proletariado se EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS autoeducaria no processo de lutas pol ticas e culturais durante a constru o da nova ordem social socialista No processo de forma o de intelectuais org nicos o trabalho teria papel crucial constituindo se o princ pio cient fico e educativo pois por meio deste o homem ser humano se tornaria capaz de gestar uma sociedade de forma consciente e igualit ria Segundo Manacorda 2008 Gramsci compreende essa categoria como trabalho t cnico industrial que tamb m se pensa se opera intelectualmente politecnicismo isto o trabalho possui duas dimens es uma t cnica e outra intelectual Nesse contexto
107. o e transforma o do modo social mediante o qual os seres humanos produzem sua exist ncia neste fim de s culo ainda sob a gide de uma sociedade classista vale dizer estruturada na extra o combinada de mais valia absoluta relativa e extra As escolhas te ricas neste sentido n o s o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS nem neutras e nem arbitr rias tenhamos ou n o consci ncia disto Em nenhum plano mormente o tico se justifica teorizar por teorizar ou pesquisar por diletantismo FRIGOTTO 2011 p 26 Para Frigotto 20104 a postura que antecede o m todo est vinculada a concep o de mundo ao posicionamento cr tico frente problem tica de pesquisa a contraposi o ao que est posto na realidade concreta aos aspectos ontol gicos do objeto investigado e sua rela o com produ o material de exist ncia humana Romper com o modo de pensar dominante pois condi o necess ria para instaurar se um m todo dial tico de investiga o FRIGOTTO 2010a p 84 Um m todo Esta postura est relacionada com a perspectiva dial tica para a compreens o do objeto a ser investigado que reflete o modo de pensarmos as contradi es da realidade o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contradit ria e em permanente transforma o KONDER 2008 p 03 Para Frigotto 2010a p 82 a dial tica situa se no plano da realidade no plano hist rico sob a for
108. o hoje disseminadas concomitantemente v m as diversas necessidades de adequa o de pr ticas especialmente no campo da educa o Todas as reflex es ora dispostas num debate de converg ncias tiveram a inten o de demonstrar que a escola contempor nea a qual surge com a modernidade dos tempos urge de reformas que podem come ar em n s mesmos e nas classes escolares Reformas estas que possam dar conta das novas demandas sociais de modo a conscientizarmos nossas pr prias pr ticas tendo em foco o paradigma da coletividade e ci ncia de nosso papel no e para mundo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Esperamos poder provocar novas reflex es acerca da educa o que temos com o fim de perceber a educa o que queremos haja vista a chamada de aten o dos educadores de s culos atr s para a realidade que se tinha a que se tem e a que se quer ter EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias CHASSOT A A Educa o nas fronteiras do humano e as rela es curricu lares In Sete escritos sobre educa o e ci ncia S o Paulo Cortez 2008 p 143 163 CHAUI M Filosofia Moderna OLIVEIRA A et al Primeira Filosofia as pectos da hist ria da filosofia 8 ed S o Paulo Brasiliense 1990 p 60 81 FERRARI M Edgar Morin o arquiteto da complexidade In Revista Nova Escola Edi o especial grandes pensadores Out 2008 Dispon vel em lt http revistaescola abril com
109. o imagin rio Essa institui o simb lica traz consigo ideias sobre e para a sociedade que pode libertar como tamb m aprisionar cada um de seus sujeitos a olharem apenas em uma dire o tendo assim uma vis o unilateral impossibilitando a onilateralidade que capaz de elucidar um olhar contextualizado e diverso do saber fazer e aprender No entanto o que percebemos em nossa realidade a escola presa a uma vis o nica que contribui para a manuten o da ordem social vigente em detrimento dos direitos de cidadania educa o sa de e moradia Lib neo 2010 p 79 nos faz refletir sobre essa ideologia quando afirma O v nculo da pr tica educativa com a pr tica social global faz vir tona o fato de ela subordinar se a interesses engendrados na din mica de rela es entre grupos sociais Nessas condi es a educa o tende n o s a ser representativa dos interesses dominantes consolidados pela a o do Estado como tamb m a ser transmissora da ideologia que responde a esses interesses Dessa forma a escola pode ser concebida como o espa o para a transmiss o de diversos conhecimentos impregnados de ideais neoliberais que alimentam a individualidade a competitividade e a segrega o A demarca o territorial social econ mica e educacional cada vez maior somente os melhores s o percebidos aplaudidos e colocados em lugares de prest gio social s margens da sociedade s o destinadas p
110. o pode se compreend lo a partir dos ndices de aferi o Saeb Ideb Enem Enad entre outros que demonstram o distanciamento dos discursos em rela o s pr ticas No entanto h que se ter um olhar mais atento a estes processos pois eles s o regidos pela cartilha da raz o meton mia que busca uniformizar o saber dentro de determinada ordem e classificar o aprendiz dicotomicamente apto inapto Esses processos t m perspectivas e interesses distintos relativizar escolariza o emprego produtividade e mercado Por isso negligenciam conhecimentos que julgam n o serem necess rios aos seus interesses Logo percebe se que a especializa o do saber a separa o em disciplinas que reduz o complexo ao simples e a descontextualiza o do objeto de estudo s o caracter sticas do paradigma desse pensamento moderno Contudo esse paradigma j apresenta ind cios de colapso pois seu pr prio sistema j tem ligado o alerta baixos ndices de notas nos exames nacionais em todos os n veis de ensino Esta Era tecnol gica e altamente cient fica apresenta se em uma velocidade que nem o pr prio sistema que a estimulou est comportando suas consequ ncias Por esta raz o a proposta de Morin de uma reorganiza o paradigm tica e n o program tica fazendo repensar n o somente a forma como ensinar mas o porqu de mudar a forma Para esse autor a organiza o do conhecimento sob a forma de disciplinas seria til se est
111. o se apresenta como uma atividade pr tico poi tica cuja tarefa n o a intercompreens o entre o professor e o aluno em suas rela es intersubjetivas mas possibilitar ao aluno o acesso sua autonomia ou seja desenvolver a capacidade de se questionar e de se transformar de forma consciente OLIVEIRA 2009 p 54 Para que o docente possa exerce sua pr tica nessa dire o precisa re construir continuamente ideais pol ticos e pedag gicos capazes de impulsion lo a acreditar que co respons vel pela aprendizagem A b m 4 acad mica social e cultural de seus discentes A educa o um ato pol tico FREIRE 2004 p 34 a pr tica pedag gica docente precisa ser conduzida por este caminho para assim ter a es inclusivas participativas motivadoras e aut nomas Tais a es devem perpassar sua pr xis como profissional docente e como cidad o pol tico reivindicando aspectos importantes para a qualidade da educa o como valoriza o salarial e de carreira condi es de trabalho dignas e forma o continuada Essas reivindica es precisam acontecer na perspectiva n o do sujeito enquanto ser individual mas da percep o aceita o e constru o com o Outro A compreens o e atua o do discente sobre suas responsabilidades enquanto sujeito aut nomo imprescind vel para o desenvolvimento de uma sociedade mais democr tica Quando o discente consegue se libertar de seu individua
112. os desdobramentos dessa teoria Neste sentido a Teoria do Conhecimento de Plat o embora se caracterizasse pela investiga o racional ainda apresentava um vi s religioso O exerc cio do pensar possu a um car ter dual por compreende o homem dividido entre corpo e alma pertencentes a dois mundos o sens vel e o intelig vel e pelo idealismo do conhecimento que n o se propunha a modificar a realidade composta por classes mas em mant la Em rela o a suas contribui es para a Matem tica os escritos indicam que Plat o n o se constituiu efetivamente um matem tico mas contribuiu para o desenvolvimento da matem tica grega por meio da forma o de v rios matem ticos pois os grandes matem ticos do seu tempo ou foram seus alunos ou seus amigos Seu interesse pela Matem tica deve se ao fato de entend la como a chave para a compreens o do universo Mello 2010 p 2 embora considere que a Matem tica n o seja a mais sublime das ci ncias EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS inclusive ficando na posi o intermedi ria em rela o dial tica ao se reportar a forma como Plat o descreve a Matem tica salienta Em 523 B Plat o afirma ser a matem tica capaz de elevar ao ser e conduzir naturalmente pura intelig ncia pois impele a alma especula es acerca de seu objeto que s o os n meros objetos tais que apresentam se sempre confusos e pedindo por conjeturas mais complexas do
113. para uma filha de fam lia pobre Em 1977 quando tinha 17 anos Jurema recebeu um convite de sua tia Maria Pacheco para ser professora em sua comunidade uma vez que naquele entorno ela era a nica pessoa com maior n vel de escolaridade Jurema ent o come ou sua primeira experi ncia na doc ncia apesar de o contrato ter sido feito no nome de sua m e j que ainda era menor de idade No exerc cio da profiss o Jurema vislumbrou novamente a oportunidade de continuar seus estudos quando foi convocada pela Secretaria de Educa o de Breves a concluir o 1 Grau e posteriormente seguiu para a conclus o do 2 Grau Em 1982 Jurema recebeu um convite mais ousado seu padrinho foi eleito prefeito de Melga o e as convidou para ser chefe do setor de educa o do munic pio e neste ano Jurema arrumou sua mala e com toda a sua fam lia migrou para Melga o e come ou a construir e viver outras hist rias na educa o Feita essa breve apresenta o das professoras convido para adentrar comigo nas reflex es referente ao imagin rio e identidades em narrativas docentes Imagin rio e Identidades em Narrativas Docentes Realizar experimenta es com a mem ria atrav s das narrativas das mulheres professoras que vinham de espa os e tempos diferentes em termos de forma o e atua o profissional e que como colaboradoras das nossas pesquisas decidiam fazer de sua hist ria de vida tamb m a constru o da hist ria da
114. pensamento cient fico Segundo o contempor neo soci logo fil sofo e antrop logo Morin 2000 recha ada pela ci ncia a teoria da complexidade que defende permaneceu marginalizada haja vista que as ci ncias naturais EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e humanas apenas concebiam a ideia do determinismo considerando que a complexidade ou incertezas n o cabiam na concep o de raz o sendo classificadas como erro Todavia ao percorrermos ideias de alguns educadores como Friederich Froebel Ovide Decroly John Dewey Celestin Freinet An sio Teixeira e Paulo Freire 1994 percebemos o quanto influenciaram o pensamento educacional poca em que viveram entre os s culos XVI e XX Suas reflex es marcaram historicamente a educa o ao terem em vista o fomento de pr ticas educativas ainda verificadas nos dias atuais Desta forma o objetivo deste artigo promover um di logo desses educadores com o pensamento de Edgar Morin perpassando pela reflex o acerca do sentido de raz o aberta e do pensamento complexo os quais apontam caminhos para uma reforma do pensamento no campo educacional Este ensaio resultado de conhecimentos constru dos a partir de leituras semin rios e discuss es desenvolvidas na disciplina Epistemologia e Educa o ofertada pelo curso de Mestrado em Educa o da Universidade do Estado do Par Utilizamos a abordagem qualitativa do tipo bibliogr fica e nossa experi ncia docen
115. pensarmos assim mas esta n o a nica maneira de se ter um ensino contextualizado Podemos ter por exemplo uma situa o matem tica em um contexto antigo o caso de imaginarmos como seria o c lculo de medidas h s culos atr s se antes n o havia o metro comumente utilizado hoje assim o profes sor consegue mostrar que medidas n o se limitam somente ao padr o utilizado atualmente Pesquisas na rea da Educa o Matem tica segundo Silva et al 2005 revelam que temos pelo menos quatro tipos de contextuali za o o primeiro o que mais percebemos e conhecemos a contex tualiza o no cotidiano do aluno que como o nome sugere associa o assunto com a vida di ria mostrando conte dos que evidenciem suas aplica es pr ticas o segundo tipo o conhecimento contextualiza do na hist ria e evolu o da pr pria matem tica mostrando a grande contribui o que grandes matem ticos deixaram para o nosso enten dimento hoje o terceiro tipo diz respeito ao contexto da interdisci plinaridade trabalhando com conceitos aplicados ou modelados nas diversas reas do conhecimento de forma onde o aluno possa perceber que este determinado conceito tem seu contexto n o em apenas uma disciplina onde estudado em v rias outras O quarto e ltimo tipo aqui abordado trata da contextualiza o da matem tica pela matem tica que situa o racioc nio do aluno a partir de um determinado con EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS
116. per odo de forma o da crian a e adolescente ou o seu est mulo direcionado a especializa o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a partir do projeto Esses lugares seriam beneficiados em infraestrutura em educa o transportes enfim desenvolvimento sustent vel para os munic pios terem condi es de abarcar o empreendimento Sem contar com os in meros ndices que apontam o ganho em gera o de energia em megawatts para o desenvolvimento do pa s Por outro lado estudos cient ficos e estat sticos tamb m s o capazes de apontar ndices negativos sobre o impacto socioambiental e suas consequ ncias para as comunidades ribeirinhas povos ind genas quilombolas e para os ecossistemas encontrados no local Contudo o conjunto de conhecimentos cient ficos n o suficiente para explicar as perdas culturais que podem ser silenciadas sob as guas Neste aspecto Morin 2003 enfatiza o compartilhamento da cultura das humanidades por meio das disciplinas da Hist ria por exemplo envolvendo no que tange a parte econ mica e Antropol gica da vida humana As disciplinas de humanas podem dimensionar neste caso o quanto as terras dos Paqui amba e Arara da Volta Grande ser o diretamente afetadas pela diminui o da vaz o do rio Posto que essas terras fazem parte da vida dessas tribos como o lugar onde nasceram criam seus filhos plantam reproduzem seus ritos culturais e religiosos E quais seriam as conseq
117. pesquisas em cogni o e transportou suas novas ideias para a rela o entre estruturas operativas mentais cognitivas e o desenvolvimento cient fico da matem tica Cattegno tentou se conectar a nova metateoria matem tica para a pesquisa psicol gica por uma s ntese filos fica e pedag gica e de criar e estabelecer rela es com a educa o matem tica como uma parte importante da educa o geral Valente 2011 afirma que o elevado prest gio dos membros componentes das equipes que elaboravam os novos curr culos constitu a garantia sobre a nova matem tica a ser ensinada e o processo de desenvolvimento de sua aprendizagem No contexto social em que o Movimento da Matem tica Moderna surgia D Ambr sio 1987 apud Silva 2006 afirma que com o fim da II Guerra Mundial a sociedade americana come a a perceber que j n o era suficiente preparar alunos da escola secund ria para uma compet ncia funcional pois nesse contexto a matem tica era ensinada a partir do que se via no cotidiano se resumindo a simples c lculos das opera es b sicas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A respeito disso Augustine 1976 diz que o r pido crescimento da sociedade t cnica indicou que um maior n mero de pessoas precisava estar mais bem preparado em Matem tica Desde j poss vel evidenciar os rumos que o ensino da matem tica tomaria um ensino t cnico pensado para o mercado de trabalho Com o lan amento do foguet
118. por Moscovici no ano de 1961 constituiu se como contraponto ao car ter individualista da Psicologia Social predominante nos Estados Unidos neste per odo Para o precursor desta teoria as Representa es Sociais ocupam com efeito uma posi o curiosa em algum ponto entre conceitos que t m como seu objetivo abstrair sentido do mundo e introduzir nele ordem e percep es que reproduzem o mundo de uma forma significativa MOSCOVICI 2007 p 46 Apoiando nos aos pensamentos de Jodelet principal colaboradora de Moscovici ressaltamos que esta teoria um conjunto de explica es cren as ideias que permitem relembrar ou evocar um dado acontecimento pessoa ou objeto JODELET 2001 p 127 As Representa es Sociais doravante RS podem ser compreendidas como um conjunto de opini es e percep es de um grupo de sujeitos referente a um objeto ou a uma situa o determinada EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Assim as RS s o entendidas como posicionamentos que os sujeitos tomam expressam ou emitem em seus discursos em suas ideias ou opini es sobre um determinado objeto alvo dessa representa o Para Moscovici 2007 a sociedade um sistema composto de dois universos o reificado e o consensual No universo reificado circulam os conhecimentos sistematizados cientificamente e as teoriza es objetivas e abstratas E no universo consensual est o presentes as pr ticas cotidianas interativas a
119. pr ticas pedag gicas nas escolas p blicas do munic pio de Breves PA Com isso temos como objetivo geral analisar as representa es sociais de docentes sobre o Atendimento Educacional Especializado destinado s pessoas surdas e a influ ncia dessas representa es para a pr tica pedag gica destes educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais e turmas regulares de escolas p blicas do munic pio de Breves PA Esperamos que este estudo possa estimular reflex es e a es sobre saberes conhecimentos imagin rios e opini es atinentes s pr ticas socioculturais e educativas assim como contribuir com outros educadores e pesquisadores que intentam apontar e analisar as representa es sociais de educadores e educandos de nossas escolas brasileiras e em especial do AEE de nossa regi o amaz nica Percursos metodol gicos O presente estudo desenvolveu se por meio de pesquisa de abordagem qualitativa sendo este tipo de pesquisa de acordo com Minayo 1994 a que se preocupa nas ci ncias sociais com um n vel de realidade que n o pode ser quantificado ou seja que trabalha com o universo de significados motivos aspira es cren as valores e atitudes sendo o lugar da explora o da intui o e do subjetivismo Nossa investiga o deu se a partir da metodologia de pesquisa em RS que segundo Rangel 2004 p 42 a forma de conhecimento dos objetos pelos sujeitos tornando os familiares
120. pr xis onde saberes geram fazeres poss vel despertar a inquietude cidad dos sujeitos conduzindo os atrav s de sua capacidade criadora de compreenderem a exist ncia das contradi es que permeiam a a o capitalista ou seja seus conflitos a partir do entendimento de que existem nesses conflitos caminhos que possam evidenciar rupturas de ideologias aliena es e de poder e principalmente a possibilidade de uma nova sociedade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Nessa vis o de busca de caminhos e de espa os imprescind vel acreditarmos que poss vel em qualquer sociedade fazer algo institucional e que contradiz a ideologia dominante Isso o que eu chamo de uso dos espa os de que a gente disp e FREIRE 2004 p 38 Freire nos estimula a perceber a exist ncia dos espa os nas institui es e principalmente buscar estimular a participa o cr tica reflexiva e ativa nos mesmos A necessidade de encontrarmos esses espa os e trabalharmos neles mediante a coletividade sem d vida a forma mais prudente de fazermos uma sociedade diferente daqui temos hoje e projetarmos uma viv ncia comunit ria fazendo assim uma hist ria diferente uma educa o emancipadora Pr ticas docentes e discentes aut nomas Uma educa o emancipadora deve ser precedida de pr ticas docentes e discentes aut nomas Mas como deve ser tratada a pr tica educativa aut noma na vis o de Castoriadis Rodrig
121. que foi tecido junto EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS um respons vel apenas por sua tarefa especifica O professor entra em sala para ministrar seu conte do e se d por satisfeito se este for entendido n o se preocupando se houve signific ncia para o aluno neste entendimento Dessa forma Morin 2007 destaca que a educa o assim como a ci ncia precisa desenvolver o conhecimento que comporte o geral bem como suas especificidades promov lo de forma que haja v nculos entre as partes e o todo compreendendo que um pertencente ao outro e que estes se complementam Para tanto o autor defende a ideia de que a educa o deve favorecer a aquisi o de aptid es gerais que condi o para o desenvolvimento da Intelig ncia geral Ao contr rio do que podemos pensar o desenvolvimento de aptid es gerais da mente para Morin 2007 permite melhor desenvolvimento das compet ncias particulares ou especializadas Quanto mais poderosa a intelig ncia geral maior a faculdade de tratar problemas especiais p 39 Mas afinal o que seriam estas aptid es gerais Segundo Silva 2012 Jentende se que a aptid o geral um conjunto de atitudes mentais que conjugam a sagacidade para resolver problemas no caso do ensino matem tico seria levado al m do c lculo este instrumento do racioc nio matem tico revelando a natureza intrinsecamente problem tica da matem tica SILV
122. racionalizar acerca do tema humanidade sendo que seu pensamento deveria estar afastado dos m todos filos ficos baseando se na objetividade e experimenta o OLIVEIRA 2012 Assim o pensamento moderno europeu caracteriza se como a valoriza o da raz o humana e das ci ncias naturais tendo seu marco hist rico defendido por Hegel nas revolu es francesa 1779 e inglesa 1688 momentos de grande efervesc ncia intelectual devido s mudan as econ micas sociais culturais e pol ticas vividas neste per odo de transi o Conforme nos coloca Oliveira 2012 o Iluminismo tido por Hegel como um momento determinante no surgimento do conceito de modernidade A partir deste momento a Europa se define como descobridora e colonizadora Dussel postula que 1992 p 46 o ego moderno apareceu em sua confronta o com o n o ego os habitantes das novas terras descobertas n o aparecem como Outros e sim como o mesmo a ser conquistado colonizado modernizado civilizado como mat ria do ego moderno Em seus estudos Dussel 1992 afirma que o conceito de modernidade surge a partir do descobrimento da Amer ndia com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a conquista do Atl ntico A racionalidade moderna por sua vez tenta explicar este fen meno atrav s de uma inven o ideol gica esquematizada entre Gr cia Roma Europa Esta nova filosofia proposta por Dussel vista de forma particular espec fica e n
123. refer ncias para a busca de um novo conhecimento o resgate do conhecimento pelo conhecimento Para dizer mais a busca do n o descoberto do desconhecido pela ci ncia O conhecimento trata se de um movimento que est em constante transforma o e em constante descoberta A verdade na sua ess ncia podemos dizer que dif cil de se chegar Em uma pesquisa propriamente dita de rigor e cunho cient fico pode se apenas se aproximar da verdade como caracteriza L wy ao conceituar que O que define a ci ncia como tal a tentativa de conhecimento da verdade Nesse sentido h uma rela o entre ci ncia e conhecimento da verdade Por m a verdade absoluta jamais ser conhecida todo o processo de conhecimento um processo de acercamento de aproxima o verdade Dentro do conhecimento cient fico h n veis maiores ou EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS menores de aproxima o da verdade Deste modo quando eu digo ci ncia eu n o estou dizendo verdade estou simplesmente dizendo processo a ci ncia um processo de produ o do conhecimento da verdade LOWY 1985 p 110 Compreende se o conhecimento como uma constru o hist rica e dial tica O que verdade por exemplo hoje pode n o ser amanh Uma nova concep o de verdade aparece para anular a verdade anterior um movimento de afirma o do conhecimento em determinado momento e nega o em outro Desta forma conclui se
124. reflete a sua situa o no mundo em que se constitui A a o educativa e pol tica n o pode prescindir d conhecimento cr tico dessa situa o sob pena de se fazer banc ria ou se pregar no deserto FREIRE 2005 p 100 Infelizmente muitos professores est o cansados e desacreditados da educa o Por vezes tem raz o por conta da car ncia das condi es f sicas e materiais para desenvolver o ensino que gostariam a desaten o da maioria dos pais s a es escolares dos filhos as atitudes dos alunos consideradas inadequadas pelos padr es estabelecidos nas propostas escolares o desprest gio do professor e da educa o atribu do aos governantes e sociedade referindo se especialmente aos baixos sal rios dos docentes GIESTA 2005 p 33 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No entanto acredito que os professores s o os intelectuais mais preparados a liderarem a es que impulsionem a filosofia da Pr xis Para tal fundamental um processo formativo em que o professor reflita sua pr pria a o e partir disso busque uma base de conhecimentos que o ajude a perceber as diversidades presentes no cotidiano de sala de aula e seja capaz de tomar decis es definindo a es e assumindo posturas ticas respeitando os conhecimentos pr vios a linguagem a origem social a cultura dos alunos e de construir uma racionalidade pedag gica que atenda as necessidades dos menos favorecidos
125. sempre foi muito pac fica e isso fez com que estas ci ncias estivessem num atraso cientifico se comparadas as ci ncias naturais A causa deste atraso pode ser relacionada as dist ncias ora encurtadas ora alongadas entre sujeito e objeto nas pesquisas sociais J nas ci ncias naturais o regresso do sujeito fora j anunciado pela mec nica qu ntica ao demonstrar que o ato de conhecimento e o produto do conhecimento eram insepar veis O desconforto que a distin o sujeito objeto causava nas ci ncias sociais se alastrou para as ci ncias naturais quando se verificou que o desenvolvimento tecnol gico afastou o homem da natureza fazendo deste um objeto de explora o Tinha se nesse momento o homem que sempre foi sujeito transformado em objeto Enquanto isso ocorre na ci ncia moderna temos no paradigma emergente que o objeto a continua o do sujeito por isso todo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conhecimento autoconhecimento a ci ncia n o descobre o conhecimento mas sim o cria e nesse processo de cria o o cientista tem de se se conhecer intimamente antes da apresenta o de resultados Diferente do que acontece na ci ncia moderna no paradigma emergente h claramente um car ter autobiogr fico Santos 2001 afirma que a explica o cientifica dos fen menos a autojustifica o da ci ncia enquanto fen meno central de nossa contemporaneidade p 52 Dessa maneira fica evidente a infl
126. sen o conservar as id ias a imagina o criadora as imagens que produz se organizam em todo um mundo imagin rio infinito e sem limites CASTORIADIS 1982 apud DO VALLE 1997 p 161 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Visto como os conceitos simb lico aliena o imagin rio social s o estruturados no pensamento social hist rico de Castoriadis podemos direcionar nossa escrita para o que o autor chama de projeto revolucion rio que pretende uma revolu o no mbito simb lico imagin rio buscando assim superar todas as formas de aliena o atrav s da reorganiza o e reorienta o da sociedade pela a o aut noma dos homens Autonomia como dom nio do consciente sobre o inconsciente CASTORIADIS 2000 p 97 e 123 Tem se ent o que a luta pela autonomia passa a significar uma luta pela reapropria o das institui es pela sua desmistifica o pelo reconhecimento de que elas s o criaturas dos homens individual ou coletivamente pela supera o do imagin rio social opressor e mistificador E articulada a todas essas quest es vamos encontrar a quest o da educa o C RDOVA 1994 p 34 Dessa forma essas mudan as ser o poss veis mediante uma revolu o social que vai al m da troca do sistema econ mico e o fim das classes sociais mas que priorize principalmente e essencialmente a troca do sistema de pensamento que rege essa sociedade para que este n
127. serem professoras naquele munic pio marajoara Essa quest o ser ampliada na investiga o para a escrita da disserta o Por hora sigo dialogando com suas narrativas acerca de si do lugar e da rela o com os moradores A rela o entre as professoras e as demais moradoras da casa emerge do imagin rio em clima de camaradagem e companheirismo Ao compartilhar a concep o de uma rela o baseado em clima de amizade confian a e ajuda m tua como profissional a professora Jurema nica das entrevistadas que n o morava na casa dos professores em um de seus relatos traz a experi ncia que viveu com uma professora quando esteve frente do Setor Municipal de Educa o no munic pio Eu j cheguei aqui em 83 e assumi o Setor de Educa o no munic pio E n s trabalhamos a professora C lia Rosa era supervisora eu era secretaria n s trabalh vamos juntas que por sinal eu tinha uma amizade muito grande por ela a gente dialogava se entendia muito bem era uma rela o muito harmoniosa minha com a C lia Rosa E depois a gente ministrava os cursos depois n s chegamos a ministrar cursos de capacita o para os professores da zona rural Entrevista realizada em 10 12 2013 Por m importante enfatizar que essa rela o estabelecida com a professora C lia Rosa n o foi a mesma vivida com outras professo ras No imagin rio que emerge de suas lembran as e representa es do passado rela es de indiferen a e de
128. significa es e cria o de imagens ou figuras que s o seu suporte O sentido do termo simb lico atribu do pela rela o entre a significa o e seus suportes imagens e figuras CASTORIADIS 1982 p 277 Apesar de n o ter direcionado especificamente sua obra educa o nos conduz a repensar n o somente o campo social pol tico e econ mico como tamb m a institui o escolar enquanto espa o poss vel da produ o do conhecimento coletivo aut nomo e as a es aut nomas de docentes e discentes Rodrigues 2008 p 61 afirma que Ainda que Castoriadis n o tenha se dedicado a detalhar sua abordagem da educa o ela se encontra demarcada pelo seu engajamento pol tico radical como processo matricial na produ o fabrica o dos autores sociais que ao que se posicionarem em uma sociedade democr tica criam leis que podem reflexiva e lucidamente dizer essa tamb m a minha lei CASTORIADIS 1992 p 24 Aspectos como alteridade constru o conjunta do conhecimento relev ncia dos objetivos em comum para mudan a social baseada em uma pr xis atuante e reflexiva nos inquieta e nos conduz a buscar nos estudos do autor subs dios para uma pr tica educacional aut noma e democr tica onde seus autores possam identificar e compreender suas capacidades enquanto coletividade refletindo tamb m a rela o hist rica social que embasa a sociedade Castoriadis 1982 p 90 compreende o processo hi
129. tamb m refor ar a import ncia do reconhecimento e do respeito s diferen as Por isso torna se im portante adotarmos crit rios sociopedag gicos objetivando sobretu do o car ter humanizador no mbito escolar OLIVEIRA 2006 O papel da escola significativo para esta a o pois deve viabi lizar uma forma o humana em que os indiv duos se compreendam como sujeitos plurais que buscam a reinven o de uma sociedade de mocr tica n o os reduzindo a meros expectadores partindo desta premissa que haver um aproveitamento direcionado para quest es pol ticas e socioculturais Para Brand o 2002 a cultura considerada como um meio de renovadas indaga es e constante consolida o das identidades Po demos verificar que por diversas vezes variadas identidades tradi es culturais foram distorcidas de sua realidade sendo encaradas como manifesta es inferiores s dimens es sociais Subsequente a isto essa vis o superficial e preconceituosa certamente se ajusta como forma de domina o Assim as rela es de poder que negam as diferen as mul tiplicam se continuamente e v o refletir tamb m na escola Em contrapartida a concep o da educa o intercultural cr tica em conson ncia com o pensamento educacional freireano buscam desenvolver a rela o dial gica entre diferentes culturas conceben do a toler ncia e a pr xis indispens veis Por isso a import ncia da cria o de uma cultura human
130. tem duas faces 1 Disponibilidade para ca ar pescar criar gado exercer a cr tica pintar exercer a pol tica estudar ter desejo pelo saber ter a energia da moral da sociabilidade da fraternidade humana e 2 Capacidades te ricas e pr ticas para enfrentar as varia es da tecnologia como desenvolvimento das pot ncias da mente Isso nos leva a compreender que para Marx e Engels a emancipa o est ligada a onilateralidade pois o desenvolvimento onilateral do ser humano se d mediante a elimina o da divis o do trabalho que segundo eles transforma um em campon s outro em sapateiro outro em oper rio de f brica e ainda outro em especulador da bolsa p 18 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Segundo Saviani 2005 a educa o proposta por Marx longe de orientar uns para uma profiss o e outros para outra deveria destinar se a todas as crian as e jovens indistintamente possibilitando tanto o conhecimento da totalidade das ci ncias como das capacidades pr ticas em todas as atividades produtivas Na compreens o do autor a educa o assume ent o um car ter contradit rio entre burguesia e proletariado pois para ele a educa o burguesa utilizada para perpetuar o pr prio dom nio t cnico e sociopol tico mediante a forma o de figuras profissionais capazes e impregnadas de esp rito burgu s de desejo de ordem e de esp rito produtivo e a educa o prolet ria
131. tempo torna evidente a necessidade que este possui de conhecer de refletir de buscar explica es para seus questionamentos Nessa efervesc ncia de descobertas e ensaios reacion rios em torno do conhecimento e as diversas mudan as ocorridas nas estruturas sociais surge o Renascimento elemento aglutinador de contradi es principalmente da base religiosa que em muito influenciara o pensamento cient fico at aquele momento O s culo XVI marca um momento hist rico da Europa sobretudo no campo cient fico filos fico aonde as explica es teol gicas v o cedendo lugar for a antropoc ntrica e humanista Mas uma pergunta parece emergir nesse contexto como buscar uma verdade em meio a tanta desconfian a Se a religi o e o mito n o foram capazes de deter os instintos investigativos do homem como encontrar um porto seguro em meio a tanta turbul ncia Nesse contexto nasce a necessidade da cria o de um m todo cient fico que pudesse assumir EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a responsabilidade de responder com rapidez e efic cia os fen menos investigados A ci ncia moderna estava em ascens o O bom m todo aquele que permite conhecer verdadeiramente o maior n mero de coisas com o menor n mero de regras Quanto maiores as generalidades e a simplicidade do m todo quanto mais puder ser aplicado aos mais diferentes setores do conhecimento melhor ser ele CHAU 1990 p 77 Essa designa
132. tica e os estudos hist ricos comparativos de sua legitimidade sua viabiliza o XIII Conferencia In teramericana de Educaci n Matem tica Recife 2011 O MATERIALISMO HIST RICO DIAL TICO COMO UMA POSTURA UM M TODO E UMA PR XIS NA PESQUISA EM EDUCA O Marcos Renan Freitas de Oliveira Resumo Este trabalho tem como objetivo apresentar aspectos centrais do materialismo hist rico dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis na pesquisa em educa o Para tanto realizamos uma pesquisa bibliogr fica e discutimos sobre a luta hist rica do materialismo contra o idealismo a educa o sob a base material e os elementos necess rios para adotar o materialismo hist rico dial tico na pesquisa em educa o tendo por base Marx 2007 2008 2011 Frigotto 2010 e Kosik 1976 e outros autores que discutem o assunto De modo geral este estudo enfatiza o materialismo hist rico dial tico como teoria do conhecimento fundamental para investigar as problem ticas educacionais e que tem como fio condutor para a investiga o cient fica uma postura que deve ser essencialmente cr tica um m todo que revela ess ncia do objeto a partir da luz que o fen meno emite na realidade concreta e uma pr xis que sempre revolucion ria Palavras chave Materialismo hist rico Educa o Pesquisa Introdu o O presente artigo surge dos debates travados durante as aulas do Programa de P s Gradua o em Educa o Me
133. ticas s o importantes por sua funcionalidade em situa es posteriores A situa o adid tica de a o quando o aluno que se encontra ativamente empenhado na busca da solu o de um problema realiza determinadas a es que resultam na produ o de um conhecimento imediatamente operacional n o havendo nenhum argumento ou explicita o dos mecanismos utilizados na sua elabora o FREITAS 2012 p 96 Nesta situa o se gera uma intera o entre os alunos e o meio e estes devem tomar as decis es que faltam para organizar sua atividade De acordo com Brousseau 2008 nesta fase Em geral adota se uma estrat gia descartando intuitiva ou racionalmente uma anterior Submetida experi ncia a nova estrat gia pode ser aceita ou n o conforme a aprecia o que o aluno fa a de sua efic cia A sucess o de situa es de a o constitui o processo pelo qual o aluno vai aprender um m todo de resolu o de um problema BROUSSEAU 2008 p 25 Nesse tipo de situa o ir predominar o aspecto experimental n o aparecendo o aspecto te rico dos conceitos que foram envolvidos Para Brousseau 1986 a dial tica da a o consiste nas sucess es de intera es entre o aluno e o meio pois ele ir organizar suas estrat gias EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e construir uma representa o da situa o que possa lhe servir de modelo e de guia para tomar suas decis es Na situa o adid ti
134. tinha que lutar pelos meus direitos aqui dentro desta casa eu comecei a aumentar o meu tom de voz eu EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS comecei a dizer que eu fazia parte desta casa e eu tinha um lugar aqui e eu tinha direito comecei a mostrar para as pessoas mais antigas que estavam nesta resid ncia comecei a mim impor Eu sempre costumo dizer que em Melga o foi que eu vim descobrir o sentido de vida maior como a quest o social a quest o pol tica a quest o de viver em grupo em viver numa comunidade de respeitar o direito dos outros dos outros respeitarem os meus direitos aqui eu vim saber lutar compreendi que eu n o podia s ouvir das pessoas e chorar porque era o que eu fazia ent o fui come ando a impor fui mostrando para as companheiras que a vida n o era bem assim que elas tamb m teriam que me respeitar que eu tinha desejos eu tinha vontades Depoimento citado Diante da dor e do conflito gerado pelas rela es na casa das professoras Rosiete assumiu nova postura frente aos desafios de viver em comunidade O tempo do choro da aceita o e da acomoda o foram dando lugar a atitudes mais decisivas por exemplo questionar colocar seu posicionamento afirmar suas ideias perante o grupo portanto compartilhando a reflex o de Oliveira a professora Rosiete foi incorporando um Outro eu que n o desconhecido mas um outro em mim Isto significa que meu discurso deve tomar o
135. um trabalho pedag gico a par tir de uma perspectiva plural que culmine para constru o de novas mentalidades Entender esta l gica da multiplicidade de ideias nos leva a trilhar por caminhos que nos desafiam permanentemente enquanto educa dores as pr tica esta que constitui a a o educativa e certamente se reveste em uma alternativa de contraposi o aos ideais hegem nicos que bloqueiam e negam a forma o da consci ncia cr tica Educadores as devem atentar para as condi es norteadoras de suas pr ticas de uma forma geral indispens vel conhecermos as rea lidades que estaremos vivenciando e entend las como parte do debate educacional Ultrapassar os muros da escola reconhecer que a educa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS o n o se limita a meras t cnicas de ensino mas que al m disso est inserida no dinamismo humano Entretanto observamos que h um distanciamento e at mesmo desconhecimento sobre o debate multi cultural por parte de alguns profissionais da educa o em especial os que vivenciam a realidade das salas de aula Os conte dos e a especiali za o t cnica s o fatores emergenciais na l gica capitalista que impera nas escolas OLIVEIRA 2006 Por outro lado a escola na perspectiva intercultural cr tica uma institui o que tem como fun o contribuir para a promo o do desenvolvimento de conhecimentos e capacidades intelectuais n o somente isso deve
136. 2000 complementa que compreende a tica do g nero humano como uma abordagem que deve considerar tanto o indiv duo quanto a sociedade e a esp cie Ovide Decroly m dico b lgico que viveu entre os s culos XIX e XX compreendia que o ensino deveria ser centrado no estudante preparando o a viver coletivamente em sociedade ao inv s da simples forma o para a vida profissional Os indiv duos deveriam ser estimulados por meio da transversalidade pois Decroly n o compartilhava da ideia da separa o tradicional entre as disciplinas FERRARI 2008 n o paginado chamando aten o para o trabalho com projetos pedag gicos nos dias atuais Cunhou assim o princ pio da globaliza o baseando se na vis o do todo pelo estudante para organiza o do todo em partes Assim como Pestalozzi Decroly primava pela divis o dos estudantes em grupos de aprendizado por faixa et ria chamados centros de interesse nos quais os indiv duos eram imersos observa o das necessidades do grupo o que os levava busca do conhecimento por meio do interesse gerado ZACHARIAS 2009 FERRARI 2008 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Retomemos a afirma o de Morin ao destacar a import ncia do conhecimento pertinente Por assumir os princ pios de conhecimento pertinente entende se a necessidade de ensinar os m todos que permitam apreender as rela es m tuas e as influ ncias rec procas entre as partes e o todo do
137. 23126 shtml gt Acesso em 20 fev 2014 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS recomenda es a serem consideradas para uma boa forma o ao enfatizar que mais vale uma cabe a bem feita que cheia de informa es e sem ger ncia das mesmas Reflex es de outros educadores em paralelo s reflex es de morin acerca da escola Ao ter constru do profundas reflex es acerca da educa o no espa o escolar que Morin cr ser o espa o ideal para que ocorra a ruptura de paradigmas convencionais vividos Segundo o autor MORIN 2006 p 24 a escola em sua singularidade cont m em si a presen a da sociedade como um todo Como entidade complexa por trazer em seu bojo disposi es socioecon micas culturais emocionais e principalmente por ser heterog nea a classe escolar re ne forte potencialidade para constru o de um pensamento integral contextualizado e complexo que vai de encontro pedagogia da transmiss o do conhecimento fragmentado Zacharias 2009 Ferrari 2008 e Valdemarin 2007 2010 reuniram importantes reflex es acerca de pr ticas educativas na escola deixadas pelos educadores Johann Pestalozzi Friedrich Froebel Ovide Decroly John Dewey An sio Teixeira C lestin Freinet Tais reflex es s o tratadas nesta subse o com desdobramentos paralelos por meio das ideias de Morin acerca da educa o O educador su o Johann Pestalozzi s culo XVIII defensor do respeito diversid
138. 7 Sobre o assunto KOVALHOV 1975 p 16 Materialismo e idealismo s o duas tend ncias fundamentais dois partidos em filosofia Naturalmente que divergindo na sua pr pria base estas tend ncias lutam uma contra a outra Toda a hist ria da filosofia n o s a hist ria da descoberta das leis mais gerais da natureza da sociedade e do pensamento humano tamb m a luta hist rica do materialismo contra o idealismo importante frisar que a concep o materialista de Marx foi herdada de Feuerbach que fez as primeiras formula es materialistas ao criticar o idealismo de Hegel e a partir dele Marx assume que a mat ria existe independente da consci ncia e que as ideias constituem a reprodu o da exist ncia material por m suas formula es ainda s o muito simplistas ANDERY 2007 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Para Marx 2007 p 93 a concep o materialista emerge da produ o material da exist ncia humana assim a produ o de ideias de representa es da consci ncia est em princ pio imediatamente entrela ada com a atividade material e com o interc mbio material dos homens com a linguagem da vida real Nessa perspectiva Oliveira 2006 comenta que Marx ao relacionar sociedade e Estado na perspectiva dial tica compreende que a sociedade se organiza de acordo com a produ o e reprodu o da vida material Nesse sentido de acordo com a autora a sociedade em Marx
139. 7 p 130 na d cada de 70 o treinamento se fortalece para contemplar o modelo fordista de produ o visando a preparar profissionais para executar uma determinada tarefa por meio de modelagem no mercado de trabalho estabelecendo em estruturas fundadas em organogramas matriciais e departamentalizados Nessa conjuntura a forma o de professores fortalecida sob a l gica do paradigma cartesiano regulamenta o curso de Pedagogia sob parecer n 252 69 que passou a formar especialistas atrav s das habilita es de Magist rio das Disciplinas Pedag gicas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS do Segundo Grau Orienta o Educacional Supervis o escolar Administra o e Inspe o Escolar resultando assim a fragmenta o do trabalho pedag gico ao dividir a forma o do pedagogo em habilita es Nas outras reas definiu se um perfil de professo cujas habilidades em evidencia se sobrepunham rigorosa forma o te rico cientifica pois era suficiente compreender e bem transmitir o conte do escolar que compunha o curr culo mecanicamente e manter o respeito e a boa disciplina requisitos b sicos efic cia da transmiss o ENS 2007 p 125 A essa vis o se agrega compreens o de Zabalza 2004 apud ENS BEHRENS 2011 p 131 Formar modelar Partindo dessa defini o a forma o busca dar forma aos indiv duos Eles s o formados na medida que s o modelados isto s o transformados no
140. 8 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A partir desta indaga o e corroborando com autores defendemos que Marx e Engels ao desvelarem as contradi es do sistema capitalista nos d a chave para compreender todas as rela es sociais assentadas sob a base material de produ o capitalista incluindo a a educa o Numa perspectiva revolucion ria os autores nos apresentam a possibilidade concreta de compreender analisar intervir e realizar a transforma o social Marx 2008 p 47 ao descobrir por meio de esses estudos que o modo de produ o da vida material condiciona o processo de social pol tica e espiritual N o a consci ncia dos homens que determina seu ser mas ao contr rio o ser social que determina consci ncia Apresenta nos que a base da sociedade suas ideias suas regras seu funcionamento seu desenvolvimento e estrutura seus valores est o condicionados a base material de produ o Ent o compreendemos que a pesquisa em educa o n o pode esta desatrelada desta premissa fundamente pois conforme Lombardi 2008 p 4 n o se pode entender a educa o ou qualquer outro aspecto e dimens o da vida social sem inseri la no contexto em que surge e se desenvolve notadamente nos movimentos contradit rios que emergem do processo das lutas entre classes e fra es de classe Com isso estou a afirmar que n o faz o menor sentido discutir abstratamente sobre a educa o pois
141. 990 p 39 afirma que tudo indica que o primeiro a fazer uso do vocabul rio filosofia em sentido estrito foi Pit goras N o s fez uso como tamb m atribuiu ao termo um conceito relativo sua pr pria disposi o intelectual desejo desinteressado do saber A relev ncia de Pit goras para a hist ria da Filosofia e da Matem tica ocidental deve se a funda o por volta de 540 a C de sua escola Pitag rica na cidade de Crotona uma vez que esta escola reuniu muitos disc pulos que estudavam al m da religi o e da M sica Filosofia Pol tica Astronomia e Matem tica LUNA 2013 A sua escola tinha como lema principal Tudo n mero Entretanto pouco se tem registrado sobre ela pois como possu a um vi s estritamente sigiloso caracterizado como uma irmandade com ritos secretos e cerim nias quase nada se divulgou sobre os estudos l desenvolvidos Sabe se que havia algumas concordatas entre seus membros como um c digo de lealdade a escola a distribui o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS comunit ria dos bens materiais e acreditava se que a purifica o da mente se dava por meio do estudo de algumas das disciplinas que eram ensinadas a exemplo da geometria da aritm tica da m sica e da astronomia LUNA 2013 Pit goras dedicou grande esfor o de sua escola aos estudos matem ticos por conceb la como uma disciplina racional que deveria ser entendida para al m de um
142. A O TEORIAS E PR TICAS O paradigma emergente se configura ent o como o rompimento da ordem estabelecida na ci ncia moderna o autor nos prop e como op o mais adequada para isso a revaloriza o e a reinven o do conhecimento emancipa o aceitando e revalorizando o caos e a solidariedade como forma de saber Para explicar o paradigma emergente quatro teses nos s o apresentadas 1 Todo conhecimento cient fico natural cient fico social 2 Todo conhecimento local e total 3 Todo conhecimento autoconhecimento e 4 Todo conhecimento cient fico visa constituir se em senso comum Tais teses s o fundamentadas nos sinais de crise que ci ncia moderna apresenta e por meio delas nos baseamos para mostrar as influ ncias do paradigma emergente na educa o matem tica 1 1 Todo conhecimento cient fico natural cient fico social Como dito anteriormente o paradigma emergente se configura na crise do paradigma dominante da ci ncia moderna t nhamos na ci ncia moderna uma clara distin o entre as ci ncias naturais e ci ncias sociais sendo as ltimas desprezadas no car ter cient fico pelas primeiras dessa maneira a primeira ruptura que temos para o desenvolvimento do paradigma emergente que essa distin o dicot mica deixou de ser sentido De acordo com Santos 2001 essa distin o existente ocorre por uma concep o mecanicista da mat ria e da natureza que a contrap e com pressuposta evid
143. A 2012 p 257 grifo nosso importante ressaltar que pensamento que Morin preconiza n o a favor do abandono do conhecimento das partes dando exclusividade ao conhecimento das totalidades se apoia na necessidade de conjug las complementando assim as os conhecimentos tidos nas especializa es formadas ao longo da hist ria Em conson ncia ao pensamento de Morin Levy 2004 exp e que n o se trata de criar uma oposi o incondicional especializa o cuja utilidade haja vista EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS esse fen meno estar na origem da maioria das conquistas culturais da humanidade nos ltimos s culos n o pode ser desprezada preciso contudo complementar a especializa o com a constru o de rela es entre as partes disciplinas fato que nos aproxima ria da vis o do todo o qual nossos antepassados cujo mundo era menor vislumbravam por consequente mais facilmente N o obstante o armazenamento de informa es ora ser maior a progress o rumo a consci ncia de totalidade sempre ser poss vel Para tanto basta que se mude a atitude mental fazendo se valerem concordando se com os ditames da teoria da complexidade p 111 Levy 2004 traz tona um conceito fundamental no pensamento de Morin a teoria da complexidade a qual vem tecer sumariamente sobre os v rios fatores que devem ser considerados e explorados e trabalhados em conjunto no ato educativo
144. A hip tese fundamental da dial tica de que n o existe nada eterno nada fixo nada absoluto N o existem id ias princ pios categorias entidades absolutas estabelecidas de uma vez por todas Tudo o que existe na vida humana e social est em perp tua transforma o tudo perec vel tudo est sujeito ao fluxo da hist ria LOWY 1985 p 14 A concep o materialismo hist rico dial tico proposto por Marx foi uma reformula o de conceitos empregados por fil sofos que o antecederam A produ o do conhecimento segundo Marx est na vida concreta que determina a verdade No pr prio dizer dele N o a consci ncia dos homens que determina o seu ser mas ao contr rio o seu ser social que determina sua consci ncia MARX 1982 p 25 Reafirmando que o existir humano concreto quem produz o conhecimento verdadeiro O estudo da dial tica por exemplo come ou com Hegel que compreendia o espirito absoluto na constru o do conhecimento e da realidade Marx reconhece que Por isso confessei me abertamente disc pulo daquele grande pensador e no cap tulo sobre o valor at andei namorando aqui e acol os seus modos peculiares de express o A mistifica o que a dial tica sofre nas m os de Hegel n o impede de modo algum que ele EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS tenha sido o primeiro a expor as suas formas gerais de movimento de maneira ampla e consciente necess rio inv
145. APIASSU Hilton A Pedagogia da incerteza e outros estudos Rio de Janei ro Imago 1983 KUHN Thomas A estrutura das revolu es cient ficas S o Paulo Perspec tiva 1996 LINHARES C lia org et al Pol ticas do conhecimento velhos contos no vas contas Niter i Intertexto 1999 LOPES Alice Casimiro Curr culo e Epistemologia S o Paulo Iju 2007 LUCKESI Cipriano Filosofia da Educa o S o Paulo Cortez 1994 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS MORIN Edgar A religa o dos saberes o desafio do s culo XXI P tropolis Vozes 2004 SANTOS Boaventura de Sousa Um discurso sobre as ci ncias 7 ed S o Paulo Cortez 2010 SANTOS Boaventura de Sousa A gr matica do tempo para uma nova cul tura pol tica S o Paulo Cortez 2006 SANTOS Gilberto Lacerda Ci ncia tecnologia e forma o de professores para o ensino fundamental Bras lia Universidade de Bras lia 2005 SEMEARO G Liberta o e hegemonia realizar a Am rica Latina pelos mo vimentos populares Aparecida SP Ideias e Letras 2011 ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS PARA AL M DAS NOMENCLATURAS Fernanda Andrea Silva de G es Resumo Este artigo tem como objetivo identificar nas mudan as de organiza o do ensino fundamental de 8 para 9 anos de dura o a influ ncia dos paradigmas dominante e emergente na perspectiva de Boaventura Souza Santos Foi realizado um estudo bibliogr fico
146. AS trabalhar porque a mo a que est l ela disse que vai embora para terra dela ent o tu vais assumir a Secretaria de Educa o Entrevista concedida ao Prof Dr Agenor Sarraf em julho de 2002 A vinda das professoras para Melga o marcou o in cio de um novo estilo de vida quando elas come aram a perceber que o tempo o espa o e portanto a vida regida por uma nova din mica cultural As travessias feitas para a mudan a as rela es estabelecidas com o outro e os desafios da profiss o foram significativos para o processo de reconstru o de suas identidades Por m n o significa que tudo o que foi constru do em suas vidas na terra de origem ou de onde migraram ficou guardado para viverem outras vidas como menciona Laplantine quando discutindo o pensamento de Castoriadis aponta o imagin rio n o significa por m aus ncia da raz o mas apenas a exclus o de racioc nio demonstr veis e prov veis os quais constituem o fundamento da imagina o cient fica LAPLANTINE 2003 p 79 A cada situa o presenciada distante do habitual precisaram criar e recriar novas concep es de vida e novos posicionamentos para fazerem da situa o em viv ncia um di logo uma negocia o Castoriadis enfatiza muito bem essa rela o de recriar e reorganizar como uma necessidade real quando aponta que o essencial da cria o n o descoberta mas constitui o do novo a arte n o descoberta mas c
147. AULO NETO 2011 A rela o sujeito objeto e apar ncia fen meno em si muito complexa pois se a apar ncia fenom nica e a ess ncia as das coisas coincidissem diretamente a ci ncia e filosofia seriam in teis KOSIK 1976 p 17 Esta afirma o explica que embora duas realidades EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS apresentem a mesma coisa tanto a sua g nese desenvolvimento e ess ncia diferem inteiramente Kosik 1976 comente que a realidade n o se apresenta a primeira vista aos seres humanos inicialmente refleti a pr tica utilit ria e o senso comum a ela correspondente e d o a possibilidade dos seres humanos orientar se no mundo mas n o proporcionam a compreens o da realidade em si Numa an lise mais aprofundada sobre o assunto Kosik 1976 p 15 explica que O complexo dos fen menos que povoam o ambiente cotidiano e a atmosfera comum da vida humana que com a sua regularidade imediatismo e evid ncia penetram na consci ncia dos indiv duos agentes assumindo um aspecto independente e natural constitui o mundo da pseudoconcreticidade O conjunto de rela es da vida cotidiana que constitui o mundo da pseudoconcreticidade para Kosik 1976 p 15 um claro escuro de verdade e engano Seu elemento pr prio o duplo sentido O fen meno indica a ess ncia e ao mesmo tempo a esconde A ess ncia se manifesta no fen meno mas s de modo inadequado parcial ou apenas sob certos n
148. Apesar dos grandes avan os que a Educa o Matem tica trouxe aos dias atuais ainda h muito que se avan ar existem limites nas pr prias abordagens metodol gicas que utilizam pensamentos da atualidade assuntos matem ticos precisam na maioria das vezes de contextos para que os conceitos sejam significativos para os alunos Influ ncias da compartimentaliza o na pr pria matem tica s o evidentes quando observamos os assuntos sendo ensinados de forma desconexa um exemplo disto o tratamento do assunto de logaritmos que tem uma estreita rela o com o assunto de equa o fun o exponencial bem como possui v rias aplica es por m pouco se faz EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS men es dessas rela es Por muitas vezes os alunos deixam de gostar do conte do pela falta de conex o desenvolvida seja pelo professor pelo livro did tico ou at mesmo pela imagem que a sociedade tem do conte do e que inserida no pensamento escolar SOARES 2011 Os conte dos mencionados aqui e v rios outros em matem tica se complementam servindo um de resolu o para o outro Por esse motivo que ao nosso ver o conhecimento contextualizado til ferramenta de aux lio visando um melhor e mais significativo aprendizado por parte do aluno Vale deixar claro que em nosso pensamento o contextualizar n o est pautado apenas em mostrar que um determinado assunto pode ser visto no dia a dia do aluno comum
149. Boyer 1974 Eves 1995 e Mendes 2006 o processo de moderniza o da matem tica se iniciou com o Grupo Bourbaki um grupo formado por matem ticos franceses em sua maioria reacion rios ao culto a Euclides como nos diz Silva 2008 seria uma resposta a exagerada valoriza o da Matem tica formal que tem em Euclides sua maior refer ncia Ara jo 2009 nos diz que o tratamento bourbakista da matem tica buscou pontos de semelhan a entre os diferentes conte dos com desejo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS de substituir c lculos por ideias Miorim 1998 apud Ara jo 2009 v o desenvolvimento da moderna matem tica cada vez mais distanciado da antiga concep o de matem tica como ci ncia da quantidade Em 1950 fundou se a Comission internationale pour l tude et l am lioration del enseignement des math matiques CIEAEM com o objetivo de investigar as condi es do ensino de matem tica da poca e aperfei oar as t cnicas de ensino Seus encontros anuais coordenavam o trabalho j realizado por diversos profissionais em diferentes pa ses Vale ressaltar que o CIEAEM foi fundado por Caleb Gattegno matem tico pedagogo e fil sofo e teve auxilio nos primeiros anos de funda o do matem tico Gustave Choquet e do psic logo Jean Piaget Choquet trouxe para as discuss es as ideias de reforma que dirigiram para reforma do curr culo de matem tica e Piaget contribuiu com os resultados de suas
150. CAS Santos 2010 p 58 reconhece o valor do saber n o cient fico e o coloca como parte significativa do processo dial gico no campo cient fico ou seja um n o est dissociado do outro alargando desse modo o alcance da intersubjetividade como interconhecimento e vice versa O desafio lan ado por Boaventura em propor um di logo entre os m ltiplos saberes como um novo caminho a ser percorrido pela ci ncia na contemporaneidade possibilita reflex es como a que este trabalho se prop s fazer em torno das representa es sociais sobre o uso de ervas medicinais e a riqueza contida no saber fazer dos tratamentos de doen as em Abacatal Estabelecer linhas abissais entre o conhecimento n o cientifico e o cientifico certamente n o se mostra uma ideia inteligente na contemporaneidade A revis o te rica das representa es coletivas feitas por Moscovici denotam novos rumos no trabalho de interpreta o da sociedade pensante Seguindo a l gica das propostas de Boaventura Santos os saberes devem coexistir todos os conhecimentos s o testemunhais porque o que conhecem sobre o real a sua dimens o ativa se reflete sempre no que d o a conhecer sobre o sujeito do conhecimento sua dimens o subjetiva SANTOS 2010 p 58 Considera es finais A inten o deste trabalho em propor uma reflex o a partir da Teoria das Representa es Sociais e dos depoimentos dos moradores da Comunidade Quilombola de Abacatal sobr
151. DO PROCESSO DE ESCOLARIZA O DE ALUNOS SURDOS NA ESCOLA INCLUSIVA Huber Kline Guedes Lobato Resumo Este estudo visou analisar as representa es sociais de docentes que atuam em turmas regulares e no Atendimento Educacional Especializado destinado s pessoas surdas e a influ ncia dessas representa es para as suas pr ticas pedag gicas em escolas p blicas do munic pio de Breves Par Teve como aporte epistemol gico a Teoria das Representa es Sociais de Moscovici 2007 que diz que toda representa o formada por meio da ancoragem e objetiva o em que aquilo que at ent o percebido como estranho e n o familiar torna se conhecido e familiar para um determinado grupo social O estudo constitui se a partir das seguintes quest es norteadoras que representa es sociais os docentes do ensino fundamental elaboram acerca do Atendimento Educacional Especializado para discentes surdos e que influ ncia essas representa es exercem sobre as pr ticas pedag gicas destes educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais e em turmas regulares de escolas p blicas do munic pio de Breves Com isso temos como objetivo analisar as representa es sociais de docentes sobre o Atendimento Educacional Especializado destinado s pessoas surdas e a influ ncia dessas representa es para a pr tica pedag gica destes educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais e turmas regulares de escolas p blicas do
152. EDUCA O TEORIAS E PR TICAS te do contr rio ser apenas mais uma invas o sobre a cultura do outro Significa dizer que ser incapaz de conviver com o diferente tornan do se intolerante FREIRE 2009 A toler ncia verdadeira n o condescend ncia nem favor que o tolerante faz ao tolerado Mais ainda na toler ncia verdadeira n o h propriamente o ou a que tolera e o ou a que tolerado a Ambos se toleram Por isso mesmo na toler ncia virtuosa n o h lugar para discursos ideol gicos expl citos ou ocultos de sujeitos que julgando se superiores aos outros lhes deixam claro ou insinuam o favor que lhes fazem por toler los FREIRE 2009 p 24 Desse modo consideramos que a discuss o sobre a educa o mul ticultural cr tica uma quest o fundamental tendo em vista a constru o de uma nova epistemologia que congregue a pluralidade de ideias e d visibilidade aos sujeitos sua exist ncia enquanto atores sociais Esta alternativa envolve a rela o de respeito com o diferente tornando se um caminho para se ampliar a pr tica do di logo al m de fazer da pr xis o alicerce para sua efetiva o Considera es Finais Neste texto compreendemos que a educa o um processo n o apenas social e pol tico mas tamb m cultural Apresentamos algumas reflex es sobre a alian a estabelecida entre cultura e educa o e uma breve an lise sobre a produ o e reprodu o cultural do curr culo es
153. Educa o do s culo XXI Introdu o A educa o do s culo XXItraz desafios constantes aos profissionais da educa o frente dissemina o da avalanche de informa es dispon veis sociedade em que vivemos e provoca complexas mudan as em um curto espa o de tempo A chamada pedagogia da transmiss o SILVA 2011 j n o d conta da realidade presente nas salas de aula por raz es claras concernentes descentraliza o do conhecimento no professor em fun o do enorme contingente de informa es dispon veis em meios digitais a exemplo da internet Assim formar cidad os que sejam capazes de utilizar sistemas de representa o do pensamento buscar selecionar informa es e transform las em conhecimento com autonomia para solu o de problemas diversos da vida di ria s o alguns dos principais desafios da educa o do s culo em que vivemos Faz se necess rio perceber qu o importante se torna educar o olhar s multidimens es de um dado fen meno MORIN 2000 Diante de tantas demandas neste cen rio de constantes transforma es temos um destaque para a complexidade trazida por Morin 2000 p 175 que nos chama a aten o de que n o h nada simples na natureza s h o simplificado cuja aspira o corrobora o conhecimento em suas v rias dimens es comportando interiormente um princ pio de incerteza e incompletude e n o apenas numa nica raz o ou verdade absoluta como propunha o antigo
154. GIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS 4 3 A resolu o de problemas Mendes 1997 nos diz que a resolu o de problemas encarada como uma metodologia de ensino em que o professor prop e ao aluno situa es problema caracterizadas pela investiga o e explora o de novos conceitos p 15 Com isso procura se desenvolver no aluno a capacidade de desenvolver meios para solucionar uma problem tica e principalmente a criatividade Em matem tica nem sempre as sequ ncias did ticas ensinadas pelos professores constituem o meio mais pr tico de se solucionar um determinado problema entretanto estas sequ ncias s o teis quando o objetivo fazer com que os alunos entendam determinada t cnica A resolu o de problemas no ensino de matem tica ganhou espa o devido ao fato de fazer com que os alunos desenvolvam a habilidade de pensar por si pr prios indo de encontro ao modelo de ensino tradicionalmente expositivo e memorizador Os alunos come am tamb m a levantar hip teses sobre a resolu o e principalmente discutem com os colegas a respeito da maneira como se resolveu o problema trabalhando assim o pensamento cr tico desses sujeitos 4 4 Modelagem matem tica A modelagem matem tica o processo de transforma o de um problema real para um problema matem tico criando um modelo dentro do qual seja poss vel interpretar sua solu o na linguagem do mundo real Na educa o matem tica a modelagem se apoia no
155. GIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS rela es intergeracionais no contexto educacional contempor neo Para isso utilizaram se textos referendados e debatidos na disciplina os quais tratam das bases epistemol gicas do Multiculturalismo e de sua inser o no contexto educacional Tamb m foram utilizados outros textos que tratam das rela es intergeracionais numa perspectiva educacional os quais possibilitaram a pretendida investiga o referente a possibilidade de di logo entre estas categorias O multiculturalismo trata da busca por respostas as quest es referentes diversidade cultural e os desafios supera o de preconceitos e estere tipos dando nfase a identidade como categoria central na busca por uma educa o engajada com a pluralidade no ambiente escolar CANEN XAVIER 2011 Elegeu se este campo te rico pr tico e pol tico devido sua proximidade com as discuss es pretendidas na pesquisa do mestrado A educa o tem sido apontada como de grande relev ncia para o desafio a preconceitos raciais de g nero de orienta o sexual de religi o e no caso do presente estudo et rio e geracional Em busca de uma sociedade verdadeiramente democr tica e plural que permita o di logo entre diferentes culturas e progrida no desempenho positivo da rela o entre pessoas de universos culturais plurais Historicamente a forma o humana marcada pela elimina o f sica do outro as diferen as s o uns d
156. I Ecl a Mem ria e Sociedade lembran a de velhos 32 ed S o Paulo Companhia das letras 1994 BRAND O Carlos Rodrigues A educa o popular na escola cidad Rio de Janeiro Petr polis Vozes 2002 A Educa o como cultura Campinas SP Mercado das Letras 2002b CASTRO Edna Bel m de guas e ilhas Bel m CEJUB2006 DELEUZE G e GUATTARI F Mil plat s vol 1 Rio de Janeiro Editora 34 1995 FREIRE P Pedagogia do oprimido Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 A educa o na cidade 2e S o Paulo Cortez 1995 FREITAS S nia Maria de Hist ria Oral Possibilidades e procedimentos S o Paulo USP Humanitas Imprensa oficial 2002 HALL Stuart Da Di spora identidades e media es culturais Belo Hori zonte UFMG 2009 KASTRUP Virg nia Pistas do m todo da cartografia pesquisa interven o e produ o de subjetividade Porto Alegre Sulina 2009 LOUREIRO Jo o de Jesus Paes Cultura amaz nica uma po tica do imagi n rio Bel m Cejup 1995 MATOS Gislayne Avelar A palavra do contador de hist rias sua dimen s o educativa na contemporaneidade S o Paulo Martins Fontes 2005 MCLAREN Peter Multiculturalismo cr tico S o Paulo Cortez 1997 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS MOREIRA Eidorfe Sert o a palavra e a imagem In MOREIRA Eidorfe Obras reunidas Bel m Cejup 1989 MUNDURUKU Daniel O banquete dos Deuses Conversa sobre a ori gem da cult
157. IA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A tend ncia resolu o de problemas nos evidencia as caracter sticas de total e local do novo paradigma pois incentiva os alunos no desenvolvimento de uma estrat gia para solucionar problem ticas sendo assim uma possibilidade de solu o que pode funcionar para outro problema ou n o fugindo do conhecimento pronto de algoritmos pr determinados Na modelagem matem tica tamb m observamos tal caracter stica pois se utiliza um problema de ordem pr tica total e para resolv lo devemos criar um modelo espec fico local que atenda aquela realidade Nesse caso tamb m temos uma possibilidade de a o o fato de um determinado modelo atender ao problema positivamente n o nos garante de que servir para outras situa es semelhantes A terceira tese a qual trata do car ter de autoconhecimento da ci ncia p s moderna conseguimos enxerga la facilmente na educa o matem tica na qual n o temos um conhecimento pronto e determinado existem possibilidades de a o Na Educa o Matem tica atrav s do uso de jogos no qual o papel do professor de mediador entre o aluno e conhecimento n o temos como manter a dist ncia emp rica entre objeto e sujeito isso porque o professor enquanto mediador estar sempre a disposi o do aluno para instiga lo a ir ao ponto de chegada que a aprendizagem As interfer ncias que podem ser realizadas pelos professores tratam de fazer com que o a
158. IA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Por meio das pr ticas tradicionais surge a fabrica o do rem dio A propriedade terap utica das ervas medicinais utilizadas pela comunidade ao longo do tempo produziu confiabilidade e seguran a nas por es produzidas pelos moradores A terap utica da mata muitas vezes substitui ou at mesmo acompanha o tratamento alop tico receitado pela medicina institucional Alo sio 80 anos relata O rem dio t na mata e em casa tamb m Pra gente conseguir consulta tem vez que demora muito mas at aqui nuntenho do que me reclamar Tenho plantado mastruz catinga de emulata vassorinha aqui um ajuda o outro Na hora da precis o s chamar aqui teve tempo da gente chamar o pessoal l de fora da unidade de sa de do Aur e num vim ningu m tu acredita Nascida e criada em Abacatal Dona Ant nia Maria 48 anos conta que portadora de Diabetes Mellitus faz uso da medica o receitada pelo m dico que acompanha seu tratamento nas visitas mensais comunidade e segundo ela faz a ingest o do ch da folha da insulina Cissus Cycioides L Indagada sobre o uso dessas medica es ela afirma Fa o tratamento de diabetes h muito tempo Tenho aqui a planta no meu quintal mas eu mesmo me aplico a insulina que pego no posto Eu n o perco as minhas consultas At aqui nunca tive nenhum problema mas tenho cuidado com isso de n o misturar as coisas n bom ter nossas plan
159. IAS E PR TICAS Enfim a escola unit ria de Gramsci deveria possuir uma estrutura curricular eminentemente formativa e igualit ria para todas as classes sociais proporcionando o desenvolvimento de uma cultura socialista na qual o trabalho fosse considerado como princ pio educativo e cient fico na forma o de futuros dirigentes sociais A escola unit ria prop e a fornecer aos futuros cidad os a forma o de uma cultura geral s lida e ao mesmo tempo uma profissionaliza o polit cnica que garanta uma educa o cient fica e tecnologicamente avan ada lhes permitindo o dom nio controle do processo educativo e a autogest o de suas destina es hist ricas MELO 2012 p 87 Ap s o per odo escolar os dirigentes estariam prontos e seriam capazes de atuar em sociedade de forma consciente e buscando o bem comum Considera es finais Ap s a realiza o de uma pesquisa bibliogr fica que abordou as mais importantes contribui es sociais e educacionais do fil sofo italiano Ant nio Gramsci foi poss vel visualizar a sua vis o de ci ncia trabalho e o modelo escolar produzido por este No decorrer deste estudo destacamos fatos importantes sobre o contexto hist rico de transi o do feudalismo para o capitalismo vivido por Gramsci bem como os conceitos criados e desenvolvidos por este fil sofo por meio de suas cartas e cadernos de c rceres os quais serviram de base para a constru o de sua teoria educacion
160. Ivanilde Apoluceno de Oliveira Rosenildo da Costa Pereira Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Organizadores 7 EPISTEMOLO GIA z T EDUCACAO TEORIAS E PR TICAS Bel m Par Ivanilde Apoluceno de Oliveira Rosenildo da Costa Pereira Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Organizadores EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Bel m Par CCSE UEPA 2015 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Adrielle Cristine Mendello Lopes Andr a Lima de Souza Cozzi Benedita das Gra as Sardinha da Silva Daniela de Sousa Cortez D bora Silva do Nascimento Elis Priscila Aguiar da Silva Faneide Pinto Fran a Bitencourt Fernanda Andrea Silva de G es Gicele Holanda da Silva Pinto Glenda Yasmin Monteiro Pinheiro Giselle Cristiane Pinto Moreira Bezerra Huber Kline Guedes Lobato Hugo Carlos Machado da Silva Ilca Pena Baia Sarraf Ivanilde Apoluceno de Oliveira Ivone Caldas Carvalho Lyandra Lareza da Silva Matos Marin s de Maria Ribeiro Rodrigues Marcos Renan Freitas de Oliveira Marcio Barradas Sousa Rosenildo da Costa Pereira Silvany Santana de Oliveira Costa Tatiana Cristina Vasconcelos Maia T ssia Cristina da Silva Pinheiro Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Bel m Par 2015 Foto capa Amaz nia http www antropologiasocial com br antropologia ribeirinhos Ficha Catalogr fica Epistemologia e Educa o teorias e pr ticas Organizadoras Ivanilde Apoluceno de Ol
161. MOSS 2002 p 36 Entretanto para que o processo de transforma o no mbito educativo inicie necess rio que o professor intelectual que est diretamente ligado as classes dominadas se identifique com sua a o aceite suas convic es se reconhe a como tal A narrativa metaf rica de Veiga Neto 2012 acrescenta que necess rio visitar os por es pois poucos descem aos fundamentos nos quais se enra zam suas op es epistemol gicas e consequentemente poucos conhecem o subsolo em que se alimentam suas convic es acerca da salva o por obra da educa o Com esses esfor os de irmos aos por es ativamos nossas indaga es ati amos nossas indigna es p 277 e 280 Assim conforme o autor supracitado precisamos entender o presente e abrir se para o futuro e mais saber indagar e conseguir indignar se s o o combust vel imprescind vel para um pensamento relevante superior e por fim para uma a o consequente VEIGA NETO 2012 Considera es Finais Considerar o processo de forma o de professores como uma alternativa filosofia da Pr xis um debate que entende que o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conhecimento amplia horizonte e prop e novas perspectivas O poder p blico aos poucos vem reconhecendo a import ncia da forma o no entanto temos muito a avan ar para que direitos assegurados em leis sejam de fato efetivados A forma o de professores in
162. N cleo de Educa o Popular Paulo Freire NEP UEPA EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ticula o entre cultura e educa o A motiva o do estudo parte das discuss es realizadas na disciplina Epistemologia da Educa o que in tegra o Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Trata se um estudo bibliogr fico no qual buscamos analisar obras j desenvolvidas sobre o assunto Nele apresentamos alguns conceitos e destacamos a educa o como processo pol tico social e tamb m cul tural O texto tem como perspectiva analisar como est o sendo confi guradas as a es educacionais aliadas tem tica da pol tica cultural Destacamos tamb m o curr culo escolar e suas amarras ideol gicas Vera Candau 2008 compreende que h necessidade do curr cu lo deixar de ser considerado como as grades de revela es culturais e sociais para que o processo de constru o do saber ocorra de forma democr tica contemplando n o apenas a realidade dos sujeitos mas tamb m o reconhecimento das diferen as S assim que o di logo sobre o curr culo poder avan ar Oliveira 2006 avalia a escola como institui o que por anos car rega em sua hist ria um arcabou o ideol gico marcadamente forte que vem dominando as formas de pensar e agir dos sujeitos pertencentes ao processo educacional Observa se uma insufici ncia ou at mesmo aus ncia de espa o para se desenvolver
163. OGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS percebemos a import ncia da forma o de professores como um dos fatores relevantes para a promo o da qualidade da educa o infantil O documento aponta que a habilita o exigida para atuar na Educa o Infantil em n vel superior pedagogia ou modalidade normal admitindo se como forma o m nima a modalidade normal em n vel M dio sendo que os professores sem a forma o m nima exigida por lei que exercem fun es de professora ou professor de Educa o Infantil quer sejam titulares ou auxiliares obter o a forma o exigida com o apoio da institui o onde trabalham Caso atuem na rede p blica contar o tamb m com o apoio dos sistemas de ensino Vale ressaltar que o conhecimento de seus direitos e deveres o compromisso com a tica profissional e a dedica o constante ao seu aperfei oamento pessoal e profissional s o caracter sticas a ser consideradas na sele o e na avalia o das professoras e dos professores de Educa o Infantil Os professores valorizam atitudes de coopera o toler ncia rec proca e respeito diversidade e orientam contra discrimina o de g nero etnia op o religiosa ou s crian as com necessidades educacionais especiais permitindo s crian as aprender a viver em coletividade compartilhando e competindo saudavelmente Outro documento oficial que podemos destacar que tamb m enfatiza a forma o de professores s o as D
164. OLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A funcionalidade toma de empr stimo seu sentido fora de si mesma o simbolismo refere se necessariamente a alguma coisa que n o simb lico e que tamb m n o somente real racional Este elemento que d funcionalidade de cada sistema institucional sua orienta o espec fica que sobre determina a escolha e as conex es das redes simb licas cria o de cada poca hist rica sua singular maneira de viver de ver e de fazer sua pr pria exist ncia seu mundo e suas rela es com ele esse estruturante origin rio esse significado significante central fonte do que se d cada vez como sentido indiscut vel e indiscutido suporte das articula es e das distin es do que importa e do que n o importa origem do aumento da exist ncia dos objetos de investimento pr tico afetivo e intelectual individuais ou coletivos este elemento nada mais do que o imagin rio da sociedade ou da poca considerada CASTORIADIS 2000 p 175 De posse do conceito de simbolismo dado por Castoriadis podemos perceber que o imagin rio a base utilizada por uma sociedade para construir sua rede simb lica e a partir do entendimento do imagin rio e este entendido como cria o incessante e essencialmente indeterminada social hist rica e ps quica de figuras formas imagens a partir das quais somente poss vel falar se de alguma coisa CASTORIADIS 1982 p 13 que saberem
165. ORIAS E PR TICAS acompanhamento da implanta o do Ensino Fundamental de Nove Anos ainda em curso bem como da pr tica pedag gica dos professores que lecionam nas s ries iniciais O objetivo do artigo identificar nas mudan as de organiza o do ensino fundamental de 8 para 9 anos de dura o a influ ncia dos paradigmas dominante e emergente na perspectiva de Boaventura Souza Santos Este estudo caracteriza se como pesquisa bibliogr fica e documental Teve se como suporte a legisla o pertinente ao Ensino Fundamental de Nove Anos e o pensamento de Haidt 2006 Kramer 2007 Kuhn 1991 Lib neo 1994 Luckesi 2006 Oliveira 2001 e Santos 1997 para subsidiar as discuss es Em 20 de dezembro de 2010 foi enviado ao Congresso Nacional o Plano Nacional de Educa o PNE 2011 2020 de autoria do Poder Executivo O PNE 2011 2020 contem 10 diretrizes 20 metas e 171 estrat gias no sentido de garantir a oferta de educa o de qualidade Uma de suas metas Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda popula o de 6 a 14 anos BRASIL 2010 Por isso foi feita uma reflex o do ensino fundamental com oito anos de dura o bem como dos princ pios que o regem e proposto um novo ensino fundamental com nove anos de dura o incluindo a a crian a de seis anos de idade O ensino fundamental de nove anos pressup e avalia o curr culo e pr ticas pedag gicas diferenciadas Deste modo fez se n
166. P s Gradua o em Educa o Mestrado da Universidade do Estado do Par Visa discutir o ponto de vista epistemol gico e a no o de situa o did tica descrita por Guy Brousseau 1986 como aspecto fundamental da Teoria das Situa es Did ticas TSD inserida no campo epistemol gico da Did tica da Matem tica francesa A TSD tem como pressuposto o tri ngulo did tico aluno professor e saber e permite compreender as intera es sociais que ocorrem em um milieu meio ambiente Como caso particular da situa o did tica tem se a situa o adid tica que ocorre atrav s da devolu o quando os conhecimentos s o mobilizados pelo aluno e este se envolve na constru o do saber matem tico Dentre as situa es adid ticas destaca se as situa es de a o formula o e valida o tamb m as situa es de institucionaliza o que mesmo n o sendo consideradas situa es adid ticas s o importantes por sua funcionalidade em situa es posteriores Palavras chave Epistemologia Did tica da Matem tica Teoria das Situa es Did ticas Situa o did tica 38 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Licenciada em Matem tica UEPA Membro do Grupo de Pesquisa Forma o de Professores UEPA e do Grupo de Estudos em Cogni o e Educa o Matem tica UEPA E mail drika mendello gmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS
167. PISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS entre conhecimento cient fico considerado o nico v lido e rigoroso e outras formas de conhecimento como o senso comum ou estudos human sticos privilegiamento da causalidade funcional hostil investiga o das causas ltimas consideradas metaf sicas e centrada na manipula o e transforma o de realidade estudada pela ci ncia SANTOS 2004 p 2 Quando Edgar Morin faz suas proposi es sobre os problemas e desafios no ensino em A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensamento e Os sete saberes necess rio educa o educa o do futuro critica esses princ pios epistemol gicos citados por Santos por considerar que eles mudam o papel do ensino causam uma cegueira que n o permite ao homem ver que existem problemas centrais e fundamentais que permanecem completamente ignorados ou esquecidos e que s o importantes para qualquer sociedade e qualquer cultura S TIRO 2002 p 1 Por isso Morin diz que o ensino tem como miss o transmitir n o o mero saber mas uma cultura que permita compreender nossa condi o e nos ajude a viver e que favore a ao mesmo tempo um modo de pensar aberto e livre MORIN 2003 p 11 Segundo Morin em uma entrevista concedida a Revista Linha Direta S TIRO 2002 p 01 h que se fazer uma total reorganiza o da educa o E essa reorganiza o n o se refere ao ato de ensinar Essa luta refere s
168. PR TICAS v lido ressaltar que o estudo das representa es sociais de professores acerca do AEE pessoa surda evidenciou as seguintes dimens es a AEE inadequado e n o articulado com o ensino regular b AEE com muitos contratempos e isolado c AEE que gera condutas de isolamento vergonha incapacidades dificuldades e persist ncias d AEE como espa o de sujeitos diferenciados e de trabalho por desejos de mudan a socioeducacional Diante do exposto inferimos que as influ ncias das representa es sociais para a pr tica pedag gica destes educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais e turmas regulares est o ancoradas e objetivadas na afirma o de que estes professores reconhecem a import ncia de um trabalho articulado e em sintonia mas pouco buscam efetivar a es para que este trabalho venha a ser realizado em conex o entre AEE ensino comum Neste estudo constatamos que a Libras enquanto pr tica pedag gica considerada apenas no ambiente do AEE por meio de a es da professora da sala de recursos multifuncionais E que no contexto do ensino regular o professor demonstra a ideia de n o saber ensinar os alunos surdos por meio da l ngua de sinais Os professores investigados neste estudo revelaram que possuem algumas dificuldades de trabalhar com discentes surdos por m sentem se a cada dia desafiados a desenvolver pr ticas que possam superar tais dificuldades no contexto do AEE e ensino com
169. S escolhido para ajud lo a adquirir um conhecimento mas tamb m deve saber que esse conhecimento inteiramente justificado pela l gica interna da situa o e que ele pode constru lo sem apelar para raz es did ticas BROUSSEAU 1997 p 30 Morin 2003 p 24 mostra que todo conhecimento constitui ao mesmo tempo uma tradu o e uma reconstru o a partir de sinais signos s mbolos sob a forma de representa es ideias teorias discursos A organiza o do conhecimento realizada em fun o de princ pios e regras comporta opera es de liga o conjun o inclus o implica o e de separa o diferencia o oposi o sele o exclus o O processo circular passando da separa o liga o da liga o separa o e al m disso da an lise s ntese da s ntese an lise ou seja o conhecimento comporta ao mesmo tempo separa o e liga o an lise e s ntese Nas situa es adid ticas o processo de aprendizagem ocorre quando o aluno perante um problema e sem ajuda do professor mobiliza os saberes que tem dentro de si utiliza m todos pessoais para dar luz o seu pr prio conhecimento ou seja o professor permite ao aluno trilhar os caminhos da descoberta n o revelando sua inten o did tica tendo somente o papel de mediador Neste sentido a organiza o articula o conhecimento emp rico do aluno com o conhecimento matem tico por meio da an lise e da s nt
170. TEORIAS E PR TICAS criadas por elas pr prias mas tamb m foram capazes de reverter a concep o da sociedade sobre seus comportamentos atrav s do desempenho da seriedade e do compromisso que desenvolviam na profiss o A densa e intensa rela o com o lugar e o outro proporcionou as professoras vivenciarem situa es delicadas e conflituosas constru ram la os muito forte de amizade respeito entre si e com os moradores al m de contribu rem significativamente com o desenvolvimento educacional do munic pio Deste modo assumindo se como sujeitos de sua pr pria hist ria para dialogar com o pensamento de Castoriadis 1982 que defende a tese da autonomia do agente hist rico frente aos desafios e contradi es sociais MOTTA 2009 as professoras migrantes ao mesmo tempo em que reavaliaram o imagin rio local constru do inicialmente sobre si for aram este mesmo imagin rio a modificar se a partir da contribui o que foram legando hist ria da educa o de Melga o Como analisa Pacheco 2006 as contradi es experimentadas no dia a dia produziram n o apenas situa es de ang stia tristeza mas tamb m de amadurecimento e organiza o para delimitar e construir territ rios e direitos entre si e frente aos outros Reflex es de Rodrigues ao tematizar o representar e o fazer social ajudam me a melhor apreender como Castoriadis n o abre m o em suas an lises sobre o imagin rio do aspecto s cio hist ric
171. U 1986 p 399 tradu o nossa A concep o de educa o de Charlot 2000 p 54 apropriada no sentido de que a considera uma produ o de si por si mesmo mas essa autoprodu o s poss vel pela media o do outro e com sua ajuda o processo atrav s do qual a crian a que nasce inacabada se constr i enquanto ser humano social e singular o que acontece em uma situa o did tica onde o aluno busca seu conhecimento por meio da condu o do professor em um processo de intera o com ele mesmo e com o outro Assim o tri ngulo das situa es did ticas parte necess ria para caracterizar o espa o vivo de uma sala de aula de forma que as EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS rela es pedag gicas s o estabelecidas atrav s do contrato did tico o qual Brousseau 1986 como uma rela o que determina aquilo que cada parceiro da rela o did tica o professor e o aluno t m a responsabilidade de gerir e pelo qual ser de uma maneira ou de outra respons vel perante o outro isto s o as regras de funcionamento dentro da situa o did tica G lvez 1996 p 28 explica que a presen a de um contexto escolar n o essencial na defini o de uma situa o did tica pois o que realmente essencial o fato de haver sido constru da com o prop sito de que algu m aprenda algo Ainda que o prop sito seja contribuir pra que o aluno possa desenvolver certa autonomia intelectual
172. VAS DE INCLUS O NA ESCOLA Tatiana Cristina Vasconcelos Maia Resumo Este artigo faz uma reflex o sobre o multiculturalismo cr tico e o multiletramento como pr ticas inclusivas necess rias na escola e na sociedade Foram utilizados como refer ncia Bentes 2012 Candau 2008 McLaren 2000 Oliveira 2011 Rojo 2012 e Walsh 2009 De car ter bibliogr fico e de campo com algumas observa es j realizadas no Instituto Felipe Smaldone l cus da pesquisa este trabalho posteriormente pretende se estender para uma pesquisa mais densa sobre os resultados da aplica o do multiletramento na alfabetiza o de crian as surdas Preliminarmente identificamos que o multiletramento permite possibilidades ampliadas de acesso ao conhecimento valorizando assim os aspectos culturais pautados no multiculturalismo cr tico permitindo uma reflex o a o dos aspectos historicamente negados Palavras chave Cultura Multiculturalismo Multiletramento Inclus o Introdu o Ao abordar o tema do multiletramento e sua aplicabilidade no universo escolar da Amaz nia buscamos compreender o processo ensino aprendizagem a partir da pr xis trabalhada no Instituto Felipe 40 Artigo apresentado disciplina Epistemologia da Educa o como requisito parcial de avalia o sob orienta o da Prof Dr Ivanilde Apoluceno de Oliveira 41 Mestranda do Programa de P s gradua o em Educa o pela Universidade d
173. a o ao conhecimento cient fico a racionalista cartesiana a positivista de Comte e a dial tica de Marx O pensamento cient fico moderno caracteriza se pelo antagonismo de ideias em um mesmo per odo contexto hist rico social Trata se da tend ncia racionalista cujo prop sito se concentrava na vis o de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conhecimento cient fico fundamentado na raz o na evidencia de que a racionalidade era o alicerce do conhecer humano A positivista que pregava a ci ncia como neutra enfatizando que todo conhecimento s verdadeiro na medida em que for comprovado cientificamente por meio da experimenta o e o materialismo hist rico dial tico que deu uma nova roupagem a ci ncia tendo como pressuposto a vis o de totalidade na produ o do conhecimento cient fico Constata se desta forma que a presen a do materialismo hist rico dial tico nas pesquisas cient ficas e as contradi es de classes por exemplo s o caracter sticas do pensamento moderno A produ o do conhecimento em Marx na modernidade A busca pelo conhecimento cada vez mais crescente no contexto das universidades que s o institui es que promovem a pesquisa cient fica acad mica seja na gradua o p s gradua o Lato Sensu especializa o e Stricto Sensu mestrado e doutorado Todo conhecimento produzido geralmente embasado e orientado no j constru do anteriormente Os conhecimentos se tornam
174. a o do Ensino Fundamental em toda a sua estrutura Educa o em debate No documento chamado de Ensino Fundamental de Nove Anos Orienta es Gerais elaborado pelo Minist rio da Educa o afirma se a incapacidade do modelo educacional vigente em atingir o objetivo pretendido pela educa o o qual envolve a cidadania solid ria EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Alguns questionamentos s o feitos a respeito da estrutura espacial dos curr culos dos programas e do tempo escolar da educa o b sica tradicional as quais n o conseguem garantir a qualidade do ensino A estrutura espacial n o tem dado conta de promover uma a o comunicativa construtiva entre aluno aluno e professor aluno da a necessidade de criar novas estruturas espaciais que facilitem e n o dificultem a intera o entre os sujeitos no espa o da escola Questiona se igualmente a organiza o que vem sendo dada ao curr culo e aos programas escolares O curr culo tratado como um programa e organizado em conte do numa determinada sequ ncia Em contraposi o a esta organiza o prop em se com o Ensino de Nove Anos trazer para a escola as experi ncias dos alunos bem como a discuss o de temas relevantes para o exerc cio da cidadania e o pleno desenvolvimento do educando E finalmente no que tange ao tempo escolar constata se que a escola o reproduz tal como acontece na organiza o fabril da sociedade Prevalece as unidade
175. a 2011 ao fazer a op o por uma educa o do oprimido Freire apresenta uma caracter stica pr pria traduzida por uma educa o tica e politicamente engajada Essa pr xis libertadora prop e a supera o da opress o e possibilita que homens e mulheres sejam sujeitos de sua hist ria e cultura Para Freire 1983 a opress o social est diretamente relacionada opress o cultural ou seja a cultura n o nunca despolitizada ela permanece sempre conectada vida social e s rela es de classe que a inspiram Para Walsh 2009 parte da necessidade ainda presente e urgente de se ler criticamente o mundo intervir na reinven o da sociedade e visibilizar a desordem absoluta da descoloniza o como apontaram h alguns anos Frantz Fanon na Martinica e Paulo Freire no Brasil Fanon prop e a descoloniza o da ordem mundial por meio de um processo hist rico novo feito por novos homens que traduza uma nova linguagem e consequentemente uma nova humanidade preciso desconstruir os conceitos formados desde muito cedo nas crian as jovens e adultos a respeito da cultura euroc ntrica que sempre renegou a cultura dos sujeitos oprimidos historicamente como os ind genas os afrodescentes as mulheres e os deficientes A escola precisa dar conta desse debate e discutir as diferen as culturais e acima de tudo valoriz las Segundo Walsh 2009 a dupla modernidade decolonialidade historicamente funcionou a partir d
176. a de Educa o a Dist ncia 2009 p 38 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Segundo o educador necess rio aprender a fazer uma leitura do mundo conhec lo para transform lo Para ele a educa o um que fazer permanente Permanente na raz o da inconclus o dos homens e do devenir da realidade FREIRE 1994 p 42 Considera es finais No decorrer deste ensaio tivemos a inten o de levar o leitor a perceber reflex es convergentes de alguns importantes educadores com o pensamento complexo de Edgar Morin acerca da educa o Entretanto foi preciso conhecer a hist ria da raz o concebida inicialmente ainda na racionalidade cl ssica e que foi o estopim na problematiza o por Morin da ideologia cient fica com rela o certeza e absolutiza o do conhecimento Este estopim levou constru o do pensamento complexo t o marginalizado e por isso pouco explorado por estudiosos por m ousadamente discutido por Edgar Morin e em muitos pontos interconectados com os conceitos dos educadores convidados a esta discuss o neste trabalho Foi preciso percorrer a ideias que levariam reforma do pensamento para que perceb ssemos as contradi es pois se h a necessidade de mudan a porque existem as possibilidades de se ter melhorias Frente modernidade que avan a trazendo benef cios a todos os setores da sociedade a exemplo das tecnologias digitais de informa o e comunica
177. a gramsciana este o momento em que o jovem deve come ar o estudo do m todo cient fico sobre o qual dar continuidade na universidade A fase escolar do liceu deve ser incluir atividades pr ticas que se desenvolver o em semin rios bibliotecas laborat rios experimentais etc Gramsci 1991 apresenta como ltimo n vel de ensino para forma o de dirigentes sociais o estudo universit rio no qual aponta novamente o caminho para orienta o profissional e preparo intelectual do homem assim para completar a forma o desses dirigentes prop s uma nova fun o que as universidades e as academias deveriam assumir tendo em vista a uni o entre trabalho intelectual e industrial Em um novo contexto de rela es entre vida e cultura entre trabalho intelectual e trabalho industrial as academias dever o se tornar a organiza o cultural dos elementos que ap s a escola unit ria passar o para o trabalho profissional bem como um terreno de encontro entre estes e os universit rios GRAMSCI 1991 p 125 A aquisi o dessa nova fun o das universidades necessitaria de uma organiza o estrutural curricular e pedag gica que segundo Gramsci 1991 as universidades teriam que unificar variados tipos de organiza o cultural existentes na sociedade objetivando integrar o trabalho acad mico tradicional a atividades ligadas vida pr tica coletiva e ao mundo industrial do trabalho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEOR
178. a Vilar Rosiete Siqueira e Jurema Pacheco A Pesquisa e suas Motiva es Vi nascerem em mim a inquieta o e o desejo de estudar de perto os processos pelos quais tem se constitu do em n s nosso ser profissional na rede m vel e multifacetada de rela es sociais por n s vividas FONTANA 2003 p 14 Ensaiar a escrita sobre as mulheres professoras prop e muitas motiva es e desafios primeiro por ser uma tem tica que me encanta e isso n o pode influenciar em escrever uma hist ria rom ntica ou 3 A categoria professoras migrantes foi cunhada para identificar as professoras que vieram de diferentes localidades da regi o do Estado do Par exercer a doc ncia na cidade Melga o localizada no Maraj das Florestas e constru ram toda sua trajet ria profissional e pessoal em Melga o Estou em mapeamento bibliogr fico e mesmo sem discuti los o primeiro trabalho encontrado acerca da tem tica de Maria Ignez Joffre Tanus intitulada Mundivid ncias hist ria de vida de migrantes professores defendida inicialmente como tese de doutorado em Educa o na Universidade de S o Paulo em 1992 e somente publicada em 2002 Outros trabalhos s o de Nobre 2009 Alexandre 2011 Campos 2011 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS heroica mas mostrar os transmites que a vida as possibilitou viver como professoras em terras distantes Outro desafio de revelar para a academia hist rias de professoras mi
179. a diferen a diversidade heterogeneidade das vozes silenciadas pela Hist ria abafando a polifonia dos sujeitos tecida a partir do repert rio simb lico dos grupos estabelecendo hegemonias padronizadoras da diversidade cultural A presen a das vozes faz se necess ria para que nossas hist rias encontrem um lugar na grande teia de hist rias da vida A percep o de que somos parte desta tessitura permite nos olhar o outro e a n s mesmos Segundo Brand o 2002 p 400 Todo complexo de tecidos e teias de redes e de sistemas de s mbolos de significados e de saberes em com que estamos envolvidos e enredados desde o momento de nosso nascimento constitui o mundo da cultura A cultura isto e fora dela n o existe a possibilidade de uma exist ncia humana Somos seres da natureza vivida como alguma experi ncia de cultura Para identificar a teia de saberes e pr ticas encontradas na Ilha Grande procuramos ouvir os moradores o pesquisar nesta perspectiva assume o compromisso com as hist rias de homens mulheres ecrian as que refletem tamb m as vozes dos rios florestas com seu contingente de vida pulsante Aprender na conviv ncia com os sujeitos seu meio e suas experi ncias a proposi o do campo de atua o do pesquisador em conson ncia com as palavras de Paulo Freire levando nos a reflex o dos ligamentos entre os saberes abrir se alma da cultura e deixar se molhar se ensopar se das gua
180. a do conhecimento e entrela la do t tulo conclus o da pesquisa pois como vimos esta exige de imediato uma postura contraria a que est posta frente realidade complexa e contradit ria um m todo que parti da apar ncia para se chegar ess ncia processo que exige grande esfor o do pesquisador ou seja a totalidade concreta e por fim uma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pr xis revolucion ria que est comprometida com a transforma o social com a classe trabalhadora e com sujeitos hist ricos emancipados O materialismo hist rico dial tico como m todo de investiga o na pesquisa em educa o pode trazer uma significativa contribui o no que diz respeito a desvendar as problem ticas que afetam a educa o neste s culo XXI que se afunda numa crise sem precedentes assim captar suas leis de desenvolvimento os elementos contradit rios chegando ess ncia ou seja a totalidade concreta por conseguintes apontar possibilidades superadoras e a transforma o radical deste sistema educativo que segrega e reproduz a desigualdade social e consequentemente apontar outro modo de produ o da exist ncia humana EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ANDERY Maria Am lia et al Para compreender a ci ncia retrospectiva hist rica Rio de Janeiro Garamond 2007 FRIGOTTO Gaud ncio O enfoque da dial tica materialista hist rica na pesquisa educa
181. a e Pedagogos caminhos e perspecti vas S o Paulo Cortez 2006 SACRIST N J Gimeno Consci ncia e a o sobre a pr tica como liberta o dos professores In N VOA Ant nio org Profiss o professor Porto Edi tora 1991 SARMENTO Manoel Jacinto As culturas da inf ncia nas encruzilhadas da 2 modernidade In SARMENTO Manoel Jacinto CERISARA Ana Beatriz EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Orgs Crian as e mi dos perspectivas sociopedag gicas sobre inf ncia e educa o Porto Asa 2004 p 9 34 VEIGA NETO Alfredo preciso ir aos por es In Revista Brasileira de Educa o v 17 n 50 maio ago 2012 p 267 282 O ENSINO DA EDUCA O F SICA ESCOLAR LUZ DE CASTORIADIS Elis Priscila Aguiar da Silva Resumo Este texto consiste no resultado do compartilhamento de conhecimentos durante as leituras dos textos indicados para a disciplina Epistemologia e Educa o nas apresenta es dos semin rios e nas discuss es em sala sobre as teorias estudas O objetivo deste artigo entender a partir da Teoria Social hist rica como vem sendo constru do o modelo tradicional atual do ensino Educa o F sica Escolar utilizando principalmente as categorias de analises simbolismo imagin rio social aliena o projeto revolucion rio e autonomia de Castoriadis Para isso utilizamos a pesquisa bibliogr fica No in cio do texto situaremos o leitor sobre os conceitos e fundamento
182. a identifica o das mudan as de percurso eventualmente necess rias HI a pesquisa com foco no processo de ensino e de aprendizagem uma vez que ensinar requer tanto dispor de conhecimentos e mobiliz los para a a o como compreender o processo de constru o do conhecimento Nesse contexto mais especificamente sobre a forma o de professores da Educa o Infantil podemos destacar a meta n 5 do Plano Nacional de Educa o que prop e a forma o dos profissionais da Educa o Infantil Estabelecer um Programa Nacional de Forma o dos Profissionais de Educa o Infantil com a colabora o da Uni o Estados e Munic pios inclusive das universidades e institutos superiores de Educa o e organiza es n o governamentais que realizem as seguintes metas a que em cinco anos todos os dirigentes de institui es de educa o infantil possuam forma o apropriada em n vel m dio modalidade normal e em dez anos forma o de n vel superior EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS b que em cinco anos todos os professores tenham habilita o espec fica em n vel m dio e em dez anos 70 tenham forma o espec fica de n vel superior BRASIL PNE 2001 Entendemos portanto que o Proinfantil foi um mecanismo uma maneira de se efetivar o que j havia sido garantido por lei presente na meta descrita anteriormente O Programa tem o objetivo de valorizar o magist rio e oferecer cond
183. a manipula o de maquinas cada vez mais complexas e traz consigo a consolida o do sistema escolar institucionalizado para atender o mercado de trabalho em expans o aprofundando o abismo entre a educa o fornecida ao proletariado e a classe burguesa MARX e ENGELS 2011 Por m a educa o compreendida na perspectiva marxista fruto das rela es sociais de produ o e apresenta se historicamente como um NO campo social de disputa hegem nica Esta disputa d se na perspectiva de articular as concep es a organiza o dos processos e dos conte dos educativos da escola e mais especificamente nas diferentes esferas da vida social aos interesses de classe FRIGOTTO 2010b p 27 Para Lombardi 2008 imposs vel n o reconhecer o profundo debate do papel social da educa o na reprodu o social e contraditoriamente a sua fun o para o desenvolvimento humano pol tico social e seu potencial revolucion rio na rela o de disputa classes antag nicas que a pesquisa em educa o desenvolvida com base no materialismo hist rico dial tico ir disputar politicamente a concep o de educa o apresentando as armas te ricas para a possibilidade hist rica de romper com a domina o do capital no sistema educativo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Materialismo hist rico dial tico uma postura um m todo e uma pr xis Frigotto 2010a ao tratar o enfoque materialista hi
184. a na escola para viabiliza o de a es de cunho social tico e pol tico em que n o haja espa o para a dis EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS crimina o compreendendo os conflitos e desafios como elementos desse processo Educa o e cultura O termo cultura muito amplo e possui variadas dimens es po dendo se configurar como nossos h bitos valores costumes e tudo aquilo que criamos e recriamos em uma determinada sociedade Pro duzimos cultura de forma intencional para vivermos em ambiente co letivo que nossa vida social Eu me vejo com um ser da natureza mas me penso como um sujeito de cultura BRAND O 2002 p 16 Desta forma conforme Brand o 2002 educa o e cultura acon tecem juntas ensinamos e aprendemos vivendo em sociedade em gru po no ambiente comum na pr pria vida social que se manifestam por meio de ritos valores e cren as de um povo Tudo o que se passa no mbito daquilo a que chamamos de educa o acontece tamb m dentro de mbito mais abrangente de processos sociais de interna es chamado cultura Tal como a religi o a ci ncia a arte e tudo o mais a educa o tamb m uma dimens o ao mesmo tempo comum e especial de tessitura de processos e de produtos de poderes e de sentidos de regras e de alternativas de transgress o de regras de forma o de pessoas como sujeitos de a o e de identidade e de crises de identificados de inven o de r
185. a que essa situa o s faz sentido quando o aluno compreende o significado do conte do e percebe a necessidade de integrar seu conhecimento a uma teoria mais ampla A institucionaliza o segundo Brousseau 1996a p 56 se realiza tanto sobre uma situa o de a o reconhecendo o valor de um procedimento que se converter em um recurso de refer ncia como tamb m sobre uma situa o de formula o cabendo ao professor organiz lo de modo que n o dependa mais dos aspectos subjetivos visando a apropria o de um saber formal a ser incorporado como patrim nio cultural A seguir apresentamos algumas considera es a respeito do papel do professor e do aluno nas situa es did ticas O papel do professor e do aluno nas situa es did ticas Brousseau 1996a p 48 explica que o matem tico n o comunica seus resultados tal como os obteve mas os reorganiza lhes d a forma mais geral poss vel realiza uma did tica pr tica que consiste em dar ao saber uma forma comunic vel descontextualizada despersonalizada EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS fora de um contexto temporal O professor realiza o trabalho inverso ao do cientista uma recontextualiza o do saber procura situa es que deem sentido aos conhecimentos que devem ser ensinados Este trabalho mediado por di logos em sala de aula Para Freire 1987 p 46 o di logo o encontro que solidariza o refletir e o agir de seus su
186. a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educa o e Cultura de Bel m as escolas s o denominadas de Unidades Pedag gicas S o Jos e Nazar administrativamente vinculadas escola sede Silvio Nascimento localizada no bairro da Condor parte continental da cidade a proposta curricular demandada pela Secretaria de Educa o o corpo docente em sua maioria composto de moradores da ilha exceto a coordenadora pedag gica as professoras de arte e educa o f sica O atendimento escolar compreende os n veis da Educa o Infantil e Ensino Fundamental do 1 ao 5 ano 45 Mar s grandes de intenso movimento dificultando a navega o de pequenas embarca es 46 Ocorre no per odo de agosto a dezembro EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O deslocamento de alunos e professores feito atrav s de cinco barcos que diariamente fazem o percurso da Pra a Princesa Izabel at a ilha parando em determinados pontos para pegar os alunos que muitas vezes s o moradores dos Furos do Bijog e Guarapiranga e precisam viajar de canoa at o trapiche para ent o embarcar no transporte escolar disponibilizado pela Secretaria de Municipal de Educa o A escola enquanto espa o plural que congrega diferentes saberes como tem potencializado esses saberes e pr ticas Tem dado ouvido ou silenciado De que forma os interpretes da comunidade dialogam com a escola A desconstru o das metanarrativas por etnicidades
187. a sala regular a fim de dar respostas ao aluno surdo SILVEIRA 2011 p 188 Observamos no depoimento do professor do ensino regular express es como uma luz no fim do t nel e uma esperan a o que significa dizer que o AEE representado como um ambiente que pode elevar a aprendizagem do aluno surdo e com isso fazer com que este aluno possa progredir em todos os seus aspectos s cio educacionais Assim enfatizamos segundo Santos 2010 p 58 que a escola precisa assumir no seu projeto este aluno Isto significa reconhecer as condi es de aprendizagem e desenvolvimento que ele apresenta e relacion las s possibilidades de organiza o das ofertas educativas Neste sentido ressaltamos que pensar em educa o inclusiva para surdos n o apenas proporcionar um atendimento educacional especializado que na maioria das vezes ocorre de forma incipiente mas pensar numa escola bil ngue que valorize as diferen as individuais do aluno surdo Palavras finais Este trabalho teve como prop sito analisar as representa es sociais de docentes sobre o Atendimento Educacional Especializado destinado s pessoas surdas Assim aqui nestas considera es finais iremos expor sobre as influ ncias que essas representa es sociais exercem sobre as pr ticas pedag gicas destes educadores que atuam nas salas de recursos multifuncionais de escolas p blicas do munic pio de Breves PA EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E
188. a t cnica Defendia que ela era capaz de produzir um sistema de pensamento coeso e sustentado por provas e dedu es sendo portanto um dos primeiros a produzir demonstra es rigorosas sobre as verdades matem ticas Sua principal paix o se debru ou pelos n meros inteiros e pela aritm tica Foi esse interesse que deu sustenta o a seus estudos matem ticos e de seus disc pulos conforme indicado por Moura 2012 p 5 A filosofia pitag rica baseava se na suposi o de que a causa ltima das v rias caracter sticas do homem e da mat ria s o os n meros inteiros Isso levava a uma exalta o e ao estudo das propriedades dos n meros e da aritm tica no sentido de teoria dos n meros junto com a geometria a m sica e a astronomia que constitu am as artes liberais b sicas do programa de estudos pitag rico Esse grupo de mat rias tornou se conhecido na Idade M dia como quadrivium ao qual se acrescentavam o trivium formado de gram tica l gica e ret rica Essas sete artes liberais vieram a ser consideradas como a bagagem cultural necess ria de uma pessoa educada Apesar de seu grande entusiasmo pelos n meros inteiros a descoberta mais importante ou de seus disc pulos j que havia obscuridades em torno do pitagorismo devido ao car ter secreto da escola atribu do a seu nome foi o teorema at hoje conhecido e extremamente utilizado Teorema de Pit goras Diz se que cerca de mil anos antes j eram conheci
189. a totalmente imersa nos processos culturais presentes nos contextos em que esta arraigada e nas rela es interpessoais que estabelece como afirma Candau 2008 Portanto entende se que imposs vel estabelecer uma pr tica pedag gica que n o considere tais proposi es Nesta perspectiva buscou se estabelecer essas proposi es no di logo com as rela es intergeracionais devido ao aumento significativo da popula o idosa e a imprescind vel discuss o das formas de lidar com o envelhecimento a velhice e as mudan as promovidas por essa realidade Sendo assim torna se prioridade a busca por a es intergeracionais no contexto educacional como aponta o pr prio Estatuto do Idoso apud VERDERI 2004 p 126 promulgado pela constituinte brasileira atrav s lei n 10 741 de 1 de outubro de 2003 compreende que prioridade a viabiliza o de formas alternativas de participa o ocupa o e conv vio do idoso com as demais gera es E segundo a Pol tica Nacional do Idoso 2003 s o compet ncias dos rg os e entidades p blicas na rea da educa o inserir nos curr culos m nimos nos diversos n veis do ensino formal conte dos voltados para o processo de envelhecimento de forma a combater preconceitos e produzir conhecimentos sobre o assunto Com este intuito conjectura se a relev ncia deste estudo o qual prop e investigar poss veis rela es entre o multiculturalismo e as EPISTEMOLO
190. abilizados por uma educa o que esteja inserida e dialogue com estas quest es de extrema relev ncia social Esta discuss o aponta a necessidade de novas investiga es que viabilizem sustenta es para uma proposta de interven o que discorra com o tema in l cus ou seja no ambiente escolar A interculturalidade e a intergeracionalidade precisam ser refletidas no contexto escolar para ampliar a compreens o do que vem a ser um cidad o sendo este aquele que respeita as diferen as do outro seja ele idoso adulto jovem crian a homossexual ndio afro brasileiro entre outros assim contribui para o respeito m tuo e possibilita as rela es de conv vio enriquecendo o aprendizado que estas podem proporcionar com a troca de diferentes conhecimentos saberes e culturas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ARA JO Juliana Gomes de Gerofobia In EVELIN Heliana Ba a Org Velhice Cidad um processo em constru o Bel m EDUFPA 2008 p 27 59 BESSA Beatriz Intergeracionalidade na Escola Dispon vel em lt http por taldoenvelhecimento org br noticias diversos intergeracionalidade na esco la html gt Acesso em 09 de maio de 2013 CANDAU Vera Multiculturalismo e educa o desafios para a pr tica pe dag gica CANDAU Vera MOREIRA Ant nio Fl vio Org Multicultu ralismo diferen as culturais e pr ticas pedag gicas Petr polis Vozes 2008 p 13 37
191. acional e social no sentido de desenvolver o saber cr tico e conect lo com o exerc cio da cidadania Interessante pensar que esta l gica pol tica de associar o ensino escolar com o contexto real ainda precisa ser discutida posto que se trata de uma quest o deficiente N o se discute portanto desenvolver somente mecanismos pedag gicos eficazes mas de envolv los com a vida Desta forma considera Freire 2004 que n o se pode falar de as pecto ou car ter pol tico da educa o j que esta se configura numa pr tica pol tica ou seja imposs vel pensar a educa o fora da rela o de poder que eminentemente pol tico O educador portanto n o s portador de uma t cnica mas tamb m sujeito pol tico e por isso mesmo ele tem que ter uma op o e essa op o pol tica n o pu ramente pedag gica porque n o existe essa pedagogia pura p 34 Vale enfatizar tamb m que a educa o intercultural perpassa pelo exerc cio do respeito da toler ncia e do di logo como elementos ba silares para a efetiva o da conviv ncia com o diferente pr tica esta que n o pode estar de acordo com o discurso neoliberal que nega a historicidade humana e defende a perman ncia do hoje a que o futuro desproblematizado se reduz FREIRE 1966 p 143 A escola n o vai nos permitir criar a capacidade de pensar en quanto n o pensar diferente Pensando diferente respeitar o diferen EPISTEMOLOGIA E
192. ade e cujas formas de organiza o do espa o escolar s o vastamente utilizadas hoje como a separa o de crian as em sala de aula limitada faixa et ria por exemplo pensava o coletivo pois previa a coopera o aluno professor crendo na educa o como meio essencial ao aperfei oamento individual tendo em vista o social Anteviu a concep o hologram tica citada por Morin 2000 ao deixar nos a seguinte cita o A Educa o se constr i numa tens o permanente entre os desejos do homem natural individual e o desenvolvimento da natureza humana universal EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A educa o produzir a universalidade a partir das particularidades e da mesma forma a particularidade a partir da universalidade FERRARI 2011 p 17 Da mesma forma o alem o Friedrich Froebel cujos principais estudos eram voltados educa o infantil sendo o criador dos jardins de inf ncia acreditava que a pr tica promovia o interesse e levava ao aprendizado o que nos remete concep o moriniana sobre a necessidade de se promover a curiosidade por meio da a o FERRARI 2008 Al m disso Froebel nos chama aten o import ncia da compreens o da condi o humana e da tica ao colocar que o autoconhecimento era importante por m n o deveria se limitar esfera individual Por m seria ainda um meio de tornar melhor a vida em sociedade novamente trazendo o paradigma da coletividade Morin
193. ade em nome da racionalidade objetiva negando formular todo e qualquer ju zo de valor bem como manifestar qualquer posicionamento de ordem pol tica religiosa ou de outra forma trata se de um princ pio segundo o qual somente o conhecimento racional e objetivo cientifico deve ser tomado como verdadeiro e como real Por ser EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS objetivo tal conhecimento seria universal v lido em todos os tempos e lugares para al m das sociedades e das formas de culturas particulares JAPIASSU 1983 p 31 Seguindo esse racioc nio podemos nos questionar mas o que esse conhecimento moderno e racional que foi constru do ao longo da hist ria pode influenciar ou ter reflexos na forma como concebemos o mundo e o ser humano De que forma essa hierarquiza o dos conhecimentos e at mesmo a anula o das outras formas de conhecer e explicar a realidade podem interferir no meu processo formativo enquanto professor a As perguntas parecem nortear a nossa vontade de tomar caf e dialogar com as escritas de Boaventura por anunciar a possibilidade de termos novos olhares e perspectivas para o nosso pensar e agir enquanto seres humanos 3 Os primeiros goles de caf di logos sobre a forma o inicial de professores Ao dialogar com Boaventura Santos 2010 refletimos que a crise do paradigma dominante propicia uma profunda reflex o epistemol gica sobre o conhecimento cient fico uma refle
194. ades apontando este pressuposto te rico e investigativo como horizonte para estudo da educa o na Amaz nia bem como propor possibilidades superadoras contra as amarras hist ricas do capital sobre a educa o Apresentamos inicialmente a luta hist rica do materialismo contra o idealismo para distinguir no campo concreto as duas correntes filos ficas Em seguida discorremos sobre educa o assentada sob a base material de produ o capitalista e por conseguinte apresentamos alguns elementos centrais do materialismo hist rico dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis na pesquisa em educa o Idealismo e Materialismo Na medida em que se a larga a atividade pr tica dos seres humanos estes ampliam suas refer ncias e desenvolvem seus conhecimentos ao longo da hist ria Diferentemente dos outros animais que possuem uma rela o biologicamente determinada com a natureza os seres humanos n o se limitam ao imediato buscam sempre ultrapassar limites num permanente processo de produ o da exist ncia humana criando novas necessidades novos artefatos novas ideias Tamb m ao se ampliar a atividade pr tica dos seres humanos n o s se descobrem novos aspectos concretos dos objetos a sua faceta e propriedade mas revela se cada vez mais semelhan a entre eles possibilitando se progressivamente a consci ncia da unidade do mundo das leis gerais e seu desenvolvimento KOVALHOV 1975 Segundo o autor para conh
195. adigma emergente Acreditamos ser uma condi o sine qua non para integrar concep es epistemol gicas presentes na forma o inicial por criar la os de complementariedade entre os diversos saberes e focalizar o ser humano imerso numa teia de rela es sociais econ micas culturais e pol ticas Segundo Boaventura 2010 o conhecimento no paradigma emergente tende a romper com as contradi es t o familiares e bvias EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS que at h pouco tempo consider vamos insubstitu veis tais como natureza cultura natural artificial vivo inanimado mente mat ria observador observado subjetivo objetivo coletivo individual Alicer amos assim a ruptura com as ideias das extremidades humanas em que o di logo e o transitar entre esses territ rios fundavam se em algo imposs vel de ser realizado Para Morin 2004 p 92 o ser humano sempre foi concebido de modo mutilado e fragmentado O homem n o apenas homo economicus mas tamb m homo mythologicus Vivemos de mitologia sonhos imagin rio Essa a concep o complexa do ser humano Naci ncia moderna o conhecimento ganha seu formato avan ando pela especializa o Nisso reside ali s o que hoje se reconhece ser o dilema b sico da ci ncia moderna que o espartilhamento do real SANTOS 2010 O alerta para a forma o inicial vem sobretudo da real situa o existente e empiricamente vivenciada na nossa forma
196. ado estat stico divulgado pelo MEC demonstra o resultado das notas por escola do Exame Nacional do Ensino M dio ENEM A divulga o ressaltou que dentre os 10 piores resultados do Brasil os tr s primeiros lugares est o na regi o amaz nica nos estados Amap Par e Acre O Par ficou com o segundo pior em uma escola de Retiro Grande que fica na zona rural do munic pio de Cachoeira do Arari na Ilha de Maraj UOL educa o 2013 Al m deste ndice o PNUD Programa das Na es Unidas para o desenvolvimento baseado no censo 2010 aponta para os ndices hist ricos e alarmantes em que se encontra a Ilha de Maraj tendo os munic pios de Anaj s Afu Bagre Breves Chaves Curralinho e Portel como os munic pios com o mais baixo desempenho em educa o e qualidade de vida DI RIO DO PAR 2013 Diante disso v se que o sistema pol tico respons vel pela educa o n o est funcionando bem no Par Por essa raz o a proposta de Edgar Morin 2003 p 11 ganha import ncia porque defende a reforma do pensamento por meio da complexidade j que compreende a educa o como os meios que permitem assegurar a forma o e o desenvolvimento de um ser humano Para ele a sala de aula um EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS exemplo de complexidade e diversidade nos mbitos que devem ser considerados em seus contextos Al m disso aponta a necessidade do rompimento com o conhecimento espec
197. ador pr prio dos povos latinos DUSSEL 1976 afirma que como totalidade espacial o mundo sempre situa o eu o homem ou o sujeito como centro a partir de tal centro se organizam espacialmente os entes desde os mais pr ximos e com maior sentido at os mais distantes e com menor sentido p 30 A racionalidade moderna baseada em uma vis o ontol gica coloca que o ser pode dar o sentido que quiser e se quiser ao ente ao perif rico bem como pode simplesmente exclu lo negando lhe qualquer sentido ou significado Portanto o eu pode negar a pr pria exist ncia do ente DUSSEL 1976 Assim a filosofia da liberta o tem como principal finalidade romper com a ordem universal imposta que desconsidera as pessoas exclu das e vitimizadas buscando criar uma nova situa o de inclus o e por que n o dizer de justi a social Trata se de uma filosofia latino americana que se coloca como ci ncia tanto quanto a filosofia moderna mas que apresenta caracter stica de ser pr pria dos povos oprimidos at ent o dominados inferiorizados exclu dos e por assim dizer invis veis A inten o de tornar sujeitos em objetos o foco principal da ideia de totalidade difundida pela filosofia moderna Nessa nova vis o da filosofia da liberta o a opress o e a exclus o n o t m espa o A voz dos que at ent o foi calada come a a ter vez a ter relev ncia hist rica social e cientifica DUSSEL 2003 Podemos afirmar que pa
198. al Logo para Morin 2003 p 12 esse problema do ensino compartimenta os saberes e torna o aluno incapaz de articul los uns aos outros Por outro lado alerta que a capacidade de contextualizar e integrar s o inerentes ao homem contanto que seja estimulada nele Al m disso ele chama a aten o dos reformadores do pensamento pois eles devem superar alguns desafios al m do desafio do global e complexo primeiro o da expans o descontrolada do saber O crescimento ininterrupto dos conhecimentos constr i uma gigantesca torre de Babel que murmura linguagens discordantes Morin 2003 p 16 ou seja as informa es chegam a todo o momento pelas m dias na escola nas rodas de conversas mas em parcelas de maneira que a maioria das pessoas n o consegue conect las contextualizando as ao todo Logo essas informa es n o correlacionadas e organizadas deixam de se tornar conhecimento EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Quanto a isso Morin discute o assunto por meio do pensamento de Montaigne mais vale uma cabe a bem feita que bem cheia 2003 p 21 quando diz que as informa es sem organiza o e contextualiza o n o servem para nada al m de encher a cabe a Outro desafio fundamental para Morin 2003 e 2007 relativo mudan a da organiza o do conhecimento cultural sociol gico e c vico que n o s o muito favor veis a esse novo pensamento O cultural separado em duas partes a cul
199. al e social com vistas forma o de intelectuais org nicos que iriam autogestionar a sociedade Mostramos ainda o discurso educacional em Gramsci que via a educa o como estrat gia pol tica de conscientiza o e transforma o social e por fim abordamos aspectos relevantes de sua proposta de escola unit ria na qual o trabalho posto como princ pio educativo e cient fico na forma o human stica do homem EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Percebemos que de acordo com o pensamento gramsciano a educa o a base para a mudan a dos meios de produ o das rela es de trabalho e da estrutura social na medida em que esta pautada no debate no di logo na an lise e no desenvolvimento de valores e comportamentos eminentemente human sticos Desta forma a educa o deveria desenvolver a dimens o ominilateral do homem ou seja desenvolv lo em toda a sua inteireza por meio de uma educa o integral A educa o tamb m o meio pelo qual os homens se transformam e transformam a sociedade fazendo e refazendo a hist ria e a vida social tornando a menos competitiva e mais humana buscando a igualdade social na vida e no trabalho isto o homem realmente se torna homem por meio da educa o do trabalho e da conviv ncia em sociedade compreendidos de forma dial tica O pensamento de Gramsci vem influenciando os te ricos da educa o ao propor um modelo de educa o escola e sociedade que
200. al econ mico pol tico e natural Em sua obra Os Sete Saberes Necess rios Educa o do Futuro Morin 2000 desenvolveu inspira es que incitariam educadores a repensar a pr pria posi o na escola nas rela es com os alunos com o curr culo e com a avalia o Era preciso alertar demanda da nova sociedade hoje muito mais complexa e din mica quanto aos meios e formas de comunica o a diversidade cultural Torna se necess rio aprender a coexistir com as possibilidades incertezas e oposi es O conhecimento pronto acabado e absoluto agora cede espa o complexidade das rela es com o mundo em que vivemos e com 49 Entrevista Revista Nova Escola 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS o qual interagimos O trabalho de Chassot 2008 nos lembra o fato de a escola ter deixado de ser lugar de refer ncia do saber em fun o da chegada que o autor chama de invasiva incontrolada e massiva de novas informa es As intera es entre os indiv duos e com a informa o torna se absurdamente din mica e na conjuntura atual preciso articular informa o e conhecimento por meio das novas ferramentas de comunica o preciso aprender sobre a condi o humana a compreens o e a tica entender a era planet ria em que vivemos e saber que o conhecimento qualquer que seja ele est sujeito ao erro e ilus o adverte Morin 2007 traduzindo em poucas palavras os sabere
201. alguns momentos exportando as para os pa ses do terceiro mundo Al m disso existe um ataque crescente intelig ncia humana desenvolvida pelos arquitetos da cultura de massa estimulados por uma m dia controlada pela elite branca ignorando as condi es sociais e econ micas respons veis pelas causas do que tem acontecido com as comunidades afro americanas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Essa discuss o n o pode estar dissociada das experi ncias vividas pelos grupos oprimidos E o p s modernismo de resist ncia tem sido fundamental no desenvolvimento de novas formas de pr xis pedag gicas que se preocupam com o repensar de pol ticas educacionais em uma sociedade multicultural Para isso preciso que se apropriem de uma pedagogia cr tica que tamb m precisa de t ticas pol ticas e culturais que possam orientar a luta contra as m ltiplas formas de opress o e que interajam com grupos sociais distintos mas que estejam trabalhando por objetivos de liberta o Apoiando se em v rios autores MacLaren 1997 refere se a este posicionamento cr tico como sendo uma fronteira ou um espa o entremeio esse espa o que precisamos revisitar n o apenas nas teorias de fronteira da academia mas tamb m nas conting ncias vivas da luta revolucion ria Para al m dos passos regulares a busca pela identidade cultural passa n o apenas pela diversidade mas sim pela diferen a dos v rios movim
202. alidade do pensamento m tico religioso cujos fen menos da vida e da natureza estavam fundamentados em quest es religiosas explicadas por meio da interven o dos deuses pois at ent o o homem tinha como heran a cultural a cren a de que tudo desde as quatro esta es at a morte era relacionado a um deus ou um mito DEPIN et al 2009 p 1 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Este pensador elaborou uma nova era intelectual cujas investiga es estavam abalizadas na observa o racional das coisas buscando encontrar a origem e as causas dos fen menos naturais para explicar a realidade e n o mais pelos des gnios dos deuses DEPIN et al 2009 Uma das teses por ele defendida dizia que a principal mat ria prima do cosmo era a gua e portanto subst ncia primordial que tudo poderia ser reduzido a ela Contudo a gua referida por ele n o era a gua que bebemos e sim a natureza l quida origin ria da qual tudo se deriva e da qual a gua que bebemos apenas uma das manifesta es NIETZSCHE 2008 Nietzsche 2008 argumenta que esta hip tese de Tales deveria ser levada a s rio e pontua tr s motivos para tal argumenta o o primeiro que este enunciado busca explicar a origem das coisas o segundo que tal explica o n o se d por meio de imagem de deuses ou de tabula es e o terceiro porque induz a pensar que tudo na natureza um e n o mais v rios fen menos endeusados
203. amentado Marx foi o pensador que ficou mais famoso por tratar da quest o da desigualdade seu empenho em entender as causas da desigualdade social levou o a propor um modelo de sociedade no qual as dist ncias entre as pessoas n o existissem mais e as car ncias da maioria n o fossem t o brutais No tocante a divis o sexual do trabalho Marx infere que as forma es sociais capitalistas refor am as desigualdades e geram situa es muito complexas que fazem com que as mulheres se tornem objeto de uma opress o articulada a um conjunto de processos que fazem com que os homens tenham vantagens sobre elas Existem muitas situa es que nos ajudam a compreender como os homens s o beneficiados no acesso a melhores condi es de trabalho principalmente quando se trata da tem tica salarial pois o percentual de remunera o do trabalho das mulheres bem menor do que o auferido pelo trabalho masculino Ricardo Antunes 2009 em sua obra os sentidos do trabalho nos ajuda a compreender essa quest o de uma forma mais ampla quando infere que Na divis o sexual do trabalho operada pelo capital dentro do espa o fabril geralmente as atividades de concep o ou aquelas baseadas em capital intensivo s o preenchidas pelo trabalho masculino enquanto aquelas dotadas de menor qualifica o mais elementares e muitas vezes fundadas em trabalho intensivo s o destinadas as mulheres trabalhadoras e muito frequentemente aos as trabalhad
204. aminho metodol gico poss vel para legitimar conhecimentos que margeiam as institui es em especial a escolar Os saberes partilhados a partir da hist ria de vida e mem ria dos moradores da ilha apontados pelos alunos da Unidade Pedag gica S o Jos como refer ncia na pr tica de narrar hist rias encontram se na proa da embarca o quenoslevar paraa travessia po tica rumo a Bel m insular A hist ria oral as narrativas enquanto t cnica de pesquisa oportunizam o ecoar das vozes silenciadas pelo poder opressivo e que de outra maneira estariam condenadas ao esquecimento Em linhas gerais o artigo toma como base as reflex es de Peter McLaren na constru o do di logo entre educa o e cultura aportando na Ilha Grande em Bel m do Par cidade que vive sob o signo das guas e ainda assim insiste em voltar se apenas para sua parte continental Saberes e pr ticas educativas imersas por narrativas que tra am um modo de vida peculiar das popula es ribeirinhas da Amaz nia hist rias contadas e ouvidas que podem servir como base contra as metanarrativas os grandes discursos universais que buscam criar consensos desconsiderando as narrativas de cada grupo O artigo tamb m discorre sobre os primeiros passos dados rumo constru o do mapa de saberes e pr ticas educativas da Ilha Grande e finalmente trazendo para discuss o o papel da escola em face ao cen rio curricular praticado atualmente Bel m sob o signo i
205. amos ricas amplas e fundamentadas teorias sobre a ci ncia e a educa o em mbito nacional e internacional A maioria dos autores enfatizava a perspectiva de educa o cuja finalidade valorizar o saber do senso comum principalmente os te ricos da corrente p s moderna Com todo esse aparato te rico filos fico optamos em estudar a modernidade tendo como foco o fil sofo Karl Marx Desta forma o presente texto tem como objetivo fazer uma an lise da ci ncia e da educa o luz do pensamento de Karl Marx envolvendo o seu contexto hist rico da modernidade a educa o e a produ o do conhecimento Neste sentido o presente texto traz como discuss o o pensamento de modernidade na perspectiva de Karl Marx que fez sua hist ria em um per odo de grandes transforma es sociais provocada pelo capitalismo superando conflitos e criando uma ci ncia cujo prop sito analisar o todo de uma sociedade O texto que se apresenta encontra se estruturado em cinco momentos distintos Iniciamos com o debate do contexto hist rico e da concep o de sociedade na perspectiva Marxista O segundo debate se concentra em uma abordagem sobre a origem e caracter sticas da modernidade buscando fazer uma reflex o do in cio do pensamento moderno em diferentes autores e contexto hist rico social Dedicamos o terceiro momento na discuss o da produ o do conhecimento em Marx O debate sobre o conceito e perspectiva da educa o em Marx se evi
206. anacorda Ricardo Antunes M sz ros e do pr prio Marx no sentido de me aprofundar dessa tem tica ampliando a e desenvolvendo a em outras dimens es que em meu entendimento s o centrais quando se pensa no mundo do trabalho hoje e nos seus m ltiplos sentidos Para dar concretude a essa categoria de an lise procurei refletir primeiramente sobre a nova configura o da classe trabalhadora analisando ao longo do texto a forma assumida pela divis o sexual do trabalho na sociedade contempor nea e o trabalho como princ pio educativo e humanizador Pelo limite de espa o analiso apenas esses tr s elementos pois compreendo que os mesmos t m uma contribui o significativa para a compreens o dessa categoria de an lise No que diz respeito ao mundo do trabalho pode se observar que muitos questionamentos mobilizam as pessoas na sociedade contempor nea dentre eles O que fazemos com nossos dias Quando trabalhamos s cumprimos tarefas ou interagimos uns com os outros Ser que s fazemos parte da sociedade quando realizamos alguma atividade produtiva Porque o mundo do trabalho precisa ser regido EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS por regras Porque nem todas as pessoas tem trabalho Porque existe desigualdade de g nero no trabalho Enfim quando entramos no universo do trabalho percebemos que muitas quest es est o em jogo e a releitura dos conceitos de Marx oferece a chave para a compreens o do mundo do traba
207. aneiro Paz e Terra 1987 1996 Pedagogia da Autonomia saberes necess rios pr tica edu cativa S o Paulo Paz e Terra 1996 2005 Pedagogia do Oprimido 41ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1985 Por uma Pedagogia da Pergunta Paulo Freire Ant nio Faundez Rio de Janeiro Paz e Terra 1985 1993 Professora sim tia n o Cartas a quem ousa ensinar S o Paulo Olho d gua 1993 2004 Pedagogia da Toler ncia Paulo Freire organiza o e notas Ana Maria Ara jo Freire S o Paulo Editora UNESP 2004 MCLAREN Peter Rituais na escola em dire o a uma economia pol tica de s mboloss e gestos na educa o Tradu o Juracy C Marques Angela M EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS B Biaggio apresenta o edi o brasileira Tomaz Tadeu da Silva pref cio Hery Giroux Petr polis RJ Vozes 1991 OLIVEIRA Ivanilde Filosofia da Educa o Reflex es e Debates Vozes 2006 SANTOS Boaventura de Sousa A gram tica do tempo para uma nova cul tura pol tica S o Paulo Cortez 2006 Cole o para um novo senso co mum v 4 WALSH Catherine Interculturalidade Cr tica e Pedagogia Decolonial in surgir re existir e re viver In CANDAU Vera Maria Org Educa o Intercultural na Am rica Latina entre concep es tens es e propostas 2009 REPRESENTA ES SOCIAIS DE DOCENTES SOBRE O AEE BREVES REFLEX ES
208. anos da periferia permit ssemos ser dominados por aceitarmos que somos inferiores Ao problematizar o seu contexto Dussel 1995 percebeu nele a forte presen a de elementos altamente opressores da filosofia moderna dificultando a identidade entre o pensamento euroc ntrico e seu pr prio continente o que fez com que ele verificasse a necessidade emergencial de uma filosofia com caracter sticas latinas que viesse dar conta da realidade destes outros seres A filosofia da liberta o vem denunciar as rela es de poder e opress o latentes onde sujeitos subjugam outros por conceberem se como superiores enquanto estes outros s o percebidos como n o civilizados Trata se da nega o e encobrimento do outro em EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS sua alteridade negada que para Dussel 1992 se caracteriza como a identidade e dignidade de outras culturas Com o intuito de superar o conceito de modernidade europeu Dussel 1992 postula sobre o projeto da transmodernidade o qual busca transcender o car ter emancipador racional euroc ntrico atrav s da inclus o em seu discurso das alteridades negadas pela modernidade Dessa forma a raz o deixa de ser vista como emancipadora passando a ser vista como libertadora na tentativa de superar a exclus o e a invisibilidade do outro do indiv duo perif rico A transmodernidade pensada como um projeto de liberta o pol tica social e econ mica que se contrap
209. ao descrev lo como o mestre de extraordin rio saber que influenciou S crates Plat o Arist teles ou todo o pensar posterior a si Boyer 1996 fazendo um paralelo entre ele e Tales reconhece que embora Tales de Mileto seja conhecido como o primeiro matem tico Pit goras conhecido como o Pai da Matem tica Tais frases representam o prest gio dos historiadores s contribui es de Pit goras para o conhecimento cient fico e para a hist ria da humanidade O formador de matem ticos Plat o N o h nada bom nem mau a n o ser estas duas coisas a sabedoria que um bem e a ignor ncia que um mal Plat o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Outra figura importante tanto para a Filosofia quanto para a Matem tica no mundo grego foi Plat o que viveu entre os s culos V e IV a C Nasceu em Atenas em 428 7 a C e morreu em 348 7 a C Teve em sua forma o leitura escrita gin stica m sica pintura e poesia Tamb m em suas viagens estudou Geometria Astronomia e Matem tica Recebeu fortes influ ncias do pensamento filos fico de Pit goras e S crates Na Matem tica estudou com Euclides e manteve contato com disc pulos de Pit goras PEREIRA 2011 Por volta de 387 a C fundou sua escola filos fica intitulada Academia local que reuniu seus alunos chamados disc pulos para estudar Filosofia Ci ncias Matem tica e Geometria Plat o deixou uma vasta literatura de e
210. ao problematizar a inclus o escolar dos alunos surdos na rede municipal de educa o destacamos a import ncia deste estudo pois representa um trabalho de pesquisa inovador em tr s mbitos acad mico em virtude da car ncia de material escrito e publicado sob esta tem tica deixando uma lacuna imensur vel nos estudos relacionados a inclus o escolar do educando surdo Em rela o s teses e disserta es dispon veis no Portal da CAPES sob a tem tica de Representa es Socais na Educa o de Surdos encontramos 11 trabalhos entre os anos de 2008 a 2012 Pedag gico j que fundamental que o os professores bil ngues estejam diretamente presentes no espa o escolar em sala de aula problematizando o processo de inclus o e o ganho social para suscitar discuss o acerca da representa o social que os professores bil ngues t m sobre este processo de inclus o Metodologia Este estudo se constitui em uma pesquisa de campo qualitativa que de acordo com Ludke e Andr 1986 p 12 o foco do pesquisador para o significado que as pessoas d o s coisas e sua vida A abordagem no campo das Representa es Sociais a processual de Moscovici 2009 por tratar sobre a g nese das Representa es Sociais analisando os processos de sua forma o considerando a historicidade e o contexto de produ o formando assim dois processos de representa es a objetiva o e a ancoragem que t m uma rela o dial t
211. ar no ambiente psicossocial dos grupos de uma sociedade revela por meio de seus processos formadores ancoragem e objetiva o representa es do real que os direcionam nas tomadas de decis o nos mais diversos mbitos e espa os da vida s cia Essa perspectiva corrobora neste trabalho a ecologia de saberes pois reconhece o potencial dos saberes sobre o uso de ervas medicinais que se encontram engendrados na teia das representa es sociais no cotidiano da comunidade e construindo um ambiente epistemologicamente ecol gico envolvendo teoria cient fica e a ci ncia do vivido Os processos formadores das Representa es sociais foram importantes na percep o dos sentidos dado ao uso de ervas medicinais na comunidade Seguindo a organiza o das fontes orais colhidas agrupadas e analisadas percebeu se que a maioria dos entrevistados demonstrou grande aproxima o com o uso dessas ervas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A partir da an lise dos dados levantados foi poss vel perceber as ancoragens feitas pelos entrevistados da pesquisa As categorias que surgiram desses discursos relacionam se em sua maioria aos aspectos culturais pol ticos e sociais vividos pela comunidade e est o situadas nas dimens es Natureza Rem dio Necessidade Vida Segundo Moscovici 2003 p 61 71 ancorar pois classificar e dar nome a alguma coisa colocar um objeto ou uma pessoa em uma determinada categoria ou classifica
212. ar um programa educacional permanente para a classe trabalhadora e aos professores desde a educa o infantil at as universidades caracterizado como um programa de educa o integral tendo por base o trabalho como princ pio educativo na forma o de um novo tipo de ser humano plenamente desenvolvido capaz de participar ativamente das transforma es sociais A proposta gramsciana de escola unit ria nasceu em decorr ncia de sua viagem R ssia que de acordo com Manacorda 2008 nesta EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS viagem Gramsci teve contato com o modelo escolar sovi tico proposto por Vladimir L nin e sua mulher Krupskaia os quais falavam da escola unit ria gratuita e polit cnica russa que fazia a liga o entre ensino e trabalho socialmente produtivo Gramsci 1991 prop s uma educa o unit ria onde a escola tinha por base o trabalho intelectual e manual t cnico industrial objetivando a forma o dos valores fundamentais do humanismo tais como a autodisciplina intelectual e a autonomia moral necess ria tanto para os estudos posteriores como para o exerc cio de uma profiss o por isso era Uma escola de cultura geral humanista formativa que equilibre equanimente o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente tecnicamente industrialmente e o das capacidades de trabalho intelectual GRAMSCI 1991 p 118 A escola unit ria elementar corresponderia ao ensino fundamenta
213. ara aqueles que por algum motivo n o conseguiram avan ar as etapas do ensino e ficaram pelo meio do caminho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Nesse sentido Oliveira 2004 p 148 evidencia que Na sociedade moderna o Outro se constitui em indiv duos exclu dos socialmente estando impl cito tamb m a ideia de subordina o a grupos dominantes seja por fatores econ micos classe social de g nero tnico cultural entre outros Castoriadis 1982 afirma que as institui es t m o poder de alienar Na escola aliena es s o produzidas e reproduzidas vejamos algumas a es que normalmente s o vivenciadas utiliza o de estrat gias como a premia o dos melhores alunos afirma o e convencimento que com o estudo o aluno ter um lugar privilegiado na pir mide social e quando dividimos diretamente ou indiretamente os espa os e as atividades dos mais inteligentes e dos que possuem alguma dificuldade Atrav s dessas a es conseguimos oportunizar e fortificar a divis o a competitividade e a utopia pois sabemos que a educa o sozinha n o tem for a para garantir a ascens o social do sujeito pois isto implica tamb m aspectos que permeiam a pol tica social e econ mica Temos profissionais que n o s o valorizados nem financeiramente e nem socialmente Exemplo os professores Em nossa vis o o reflexo dessa educa o representante da ideologia e da aliena o capitalista coloca a
214. as O que comunga com o que Escobar 2005 diz sobre a rela o escola e capitalismo a escola organiza o seu processo de trabalho pedag gico pautado pelas normas da organiza o do trabalho imposta pelo modo de produ o capitalista p 19 Ter clareza dos simbolismos e do imagin rio que permeou e permeia a aliena o dos conte dos da Educa o F sica anteriormente visando adestrar e formar corpos capazes de suportar horas de trabalho fabril para garantir os maiores valores de mais valia e atualmente como pr tica de atividades f sicas sem sentido e significado para os alunos por estarem desconectada das rela es sociais que permeiam a vida ao nosso ver o ponto essencial para chegarmos a um imagin rio radical e portanto uma forma aut noma de pensar e redimensionar o ensino da Educa o F sica pois ao tomarmos consci ncia que de algum modo tudo uma cria o humana tudo pode ser recriado Para nos tornarmos indiv duos aut nomos n o precisamos levantar bandeiras e bradar discursos apaixonados basta sermos capazes de existirmos enquanto pot ncia criadora pois se fomos n s que constru mos nossas amarras seremos n s os encarregados de romp las BITTENCOURT 2008 p 16 Assim definir as atividades corporais constru das e sistematizadas ao longo da hist ria como algo inerente ao ser humano mascara as rela es entre produ o de conhecimento o processo produtivo e as finalidades do s
215. as n o estivessem fechadas em si mesmas compartimentadas dificultando a contextualiza o a solu o com a transdisciplinaridade faria o elo entre tais disciplinas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Os objetivos do ensino devem trazer em seu bojo a conscientiza o de que o homem n o uma m quina programada para o amanh despojada de rela es pelo contr rio por meio do ensino deve ficar claro que ele um ser humano dotado de la os que o ligam a sua comunidade a sua cultura a sua terra ao seu planeta Por isso respons vel por manter esses la os vivos e interligados E por esta responsabilidade que ele deve submeter cultura cient fica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BRAND O Carlos Rodrigues A educa o como cultura Campinas Mer cado das Letras 2012 CASTRO Maria Helena Guimar es de Sistemas de avalia o da educa o no Brasil avan os e novos desafios S o Paulo em Perspectiva S o Paulo v 23 n 1 p 5 18 jan jun 2009 Dispon vel em lt http www seade gov br gt Acesso em 09 fev 2014 IDH exp e abandono em que se encontra o Maraj Di rio do Par Par 30 jul 2013 Dispon vel em lt http diariodopara diarioonline com br N 170643 IDH EXPOE ABANDONO EM QUE SE ENCONTRA O MARA JOhtml gt Acesso em 30 jan 2013 Instituto Socioambiental ISA Especiais Belo Monte Dispon vel em lt http www socioam
216. atinge de alto a baixo isto a sociedade inteira a qual compromete toda a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS estrutura socioecon mica e cultural da sociedade Ocorre uma crise de produ o e perda de hegemonia que ocasiona profundas altera es estruturais no meio social e consequentemente provoca as mudan as de modos de produ o Em sua an lise social Gramsci nos mostra dois conceitos referentes estrutura social que segundo Melo 2012 o primeiro denominado de sociedade civil a qual formada por uma rede complexas rela es sociais e de fun es culturais educativas e ideol gicas respons veis pelas atividades diretivas da sociedade a segunda denominada sociedade pol tica ou Estado e representa o momento de domina o pela for a e coer o Esses dois conceitos juntos formam um bloco hist rico e dentro desse conjunto os intelectuais desempenham seus pap is sociais Nesse contexto segundo Melo 2012 Gramsci considera que todos os seres humanos s o intelectuais porque possuem uma atividade intelectual criadora em qualquer tipo de trabalho que desenvolvam mas nem todos desempenham na sociedade a fun o de intelectual devido estes necessitar desenvolver suas capacidades intelectuais e aprimorar a sua capacidade t cnica para tornar se produtivo e assumir a fun o de dirigente social assim o processo de forma o pode ser longo dif cil e cheio de contradi es Essa fun
217. balho realizado com gente mi da jovem ou adulta mas gente em permanente processo de busca FREIRE 1996 p 143 e 144 Contudo necess rio que se disponha espa o para que todos se jam participantes nas decis es democr ticas e sobretudo se compre endam como colaboradores sociais Importante tamb m nesta l gica entender os valores e modos de vida diversos o respeito aos sujeitos como protagonistas hist ricos homens e mulheres como parte de uma realidade criando e recriando produzindo saberes dando sentido e significado s coisas Tendo em vista a perspectiva da educa o intercultural cr tica torna se fundamental sua articula o com o pensamento educacional de Paulo Freire este tem como princ pio norteador a valoriza o e o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS respeito com o outro que envolve uma rela o dial gica e a problema tiza o das diferen as concebendo o local e o regional como ponto de partida Trata se de constru o do saber a partir de povos de conheci mentos subalternos Para Oliveira 2006 a concep o epistemol gica de Freire funda menta se no di logo e na reflex o al m de apresentar uma educa o humanista libertadora que envolve o pluralismo de ideias a rela o com diferentes culturas e a pr xis pedag gica cr tica politicamente engajada com as classes populares A educa o popular freireana vis lumbra sobretudo um movimento de inclus o educ
218. biental org esp bm inv asp gt acesso em 03 jan 2014 UNGES Cintia Valorizados cursos t cnicos tem empregabilidade alta Ga zeta do Povo Londrina 17 out 2012 Dispon vel em lt http www gazeta dopovo com br posgraduacao conteudo phtml id 1308418 gt Acesso em 09 fev 2014 MORIN Edgar A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensa mento Tradu o Elo Jacobina 8 ed Rio do Janeiro Bertrand Brasil 2003 Ci ncia com consci ncia Tradu o Maria de Alexandre e Maria Sampaio D ria 4 ed rev e mod Rio do Janeiro Bertrand Brasil 2000 Os sete saberes necess rios educa o do futuro Tradu o Cata rina Eleonora F da Silva e Jeanne Sawaya 12 ed S o Paulo Cortez Bras lia DF UNESCO 2007 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de O pensamento educacional dos fil so fos cl ssicos mimeo Bel m UEPA 2010 SANTOS Boaventura de Sousa Do P s Moderno ao P s Colonial e para Al m de Um e Outro In CONGRESSO LUSO AFRO BRASILEIRO DE CI NCIAS EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS SOCIAIS 8 2004 Coimbra Confer ncia de Abertura Coimbra Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra 2004 p 1 45 Dispon vel em lt http www ces uc pt misc Do pos moderno ao pos colonial pdf gt Acesso em 06 fev 2014 SANTOS Boaventura de Sousa A Gram tica do Tempo para uma nova cul tura pol tica 2 ed S o Paulo Cortez 2008 Para um n
219. bjeto de conhecimento fazendo com isso que a distin o sujeito objeto sofra uma grande transforma o Santos 2001 afirma que o conhecimento do paradigma emergente tende a ser n o dualista m conhecimento que se funda na supera o das distin es t o familiares e obvias que at pouco consider vamos insubstitu veis p 40 As distin es pontuadas pelo autor s o observador observado subjetivo objetivo coletivo individual etc e que em muitas pesquisas atuais n o se v tal distin o est o sendo superadas gradualmente O autor nos chama aten o para que al m de apontar as diferen as entre ci ncias sociais e ci ncias naturais possamos tamb m conhecer o sentido e conte do dessa supera o tentar perceber em que sentido est ocorrendo essa supera o se pelas ci ncias naturais ou pelas ci ncias sociais Segundo o mesmo medida que as ci ncias naturais se aproximam das ci ncias sociais estas aproximam se das humanidades O sujeito que a ci ncia moderna lan ara na di spora do conhecimento irracional regressa investido da tarefa de fazer erguer sobre si uma nova ordem EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS cient fica JA supera o da dicotomia ci ncias naturais ci ncias sociais tende assim a revalorizar os estudos human sticos SANTOS 2001 p 16 Essa revaloriza o dos estudos human sticos acompanha a revaloriza o da racionalidade est tico expressiva mas o auto
220. bom senso 423309 shtml gt Acesso em 28 fev 2014 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS FREIRE P Pedagogia do oprimido 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 GHEDIN E FRANCO M A S Quest es de m todo na constru o da pes quisa S o Paulo Cortez 2008 p 37 68 MORIN Edgar Os sete saberes necess rios educa o do futuro Trad Edgar de Assis Carvalho 12 ed S o Paulo Cortez 2007 A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensamento 17 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2010 p 20 33 Ci ncia com consci ncia 4 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2000 p 158 193 OLIVEIRA I A de Racionalidade cient fica moderna mimeo Bel m UEPA 2012 Projetos In Elabora o de projetos Guia do cursista 1 ed Bras lia Secre taria de Educa o a Dist ncia 2009 p 21 41 SATIRO A O pensamento complexo de Edgar Morin e sua ecologia da a o Disciplina Semin rio inform tica e sociedade Programa de P s Gra dua o Especializa o em Tecnologias em Educa o Dispon vel em lt http edgarmorin sescsp org br arquivo download arquivos pensamentocomple xo LD doc gt Acesso em 20 abr 2013 SILVA M Os professores e o desafio comunicacional da cibercultura In FREIRE W Org Tecnologia e Educa o as m dias na pr tica docente 2 ed Rio de Janeiro Wak 2011 VALDEMARIN V T A elabora o de uma concep o pedag gica John Dewey e as dir
221. br historia pratica pedagogica arquiteto complexidade 423130 shtml page 3 gt Acesso em 28 fev 2014 An sio Teixeira o inventor da escola p blica no Brasil In Revista Nova Escola Edi o especial grandes pensadores Out 2008 Dispon vel em lt http revistaescola abril com br historia pratica pedagogica anisio teixei ra 428158 shtml page 3 gt Acesso em 28 fev 2014 Michel de Montaigne o investigador de si mesmo In Revista Nova Escola Edi o especial grandes pensadores Out 2008 Dispon vel em lt http revistaescola abril com br historia pratica pedagogica investigador si mesmo 423126 shtml gt Acesso em 03 fev 2014 Friedrich Froebel In Revista Educar para Crescer Edi o especial grandes pensadores Jul 2008 Dispon vel em lt http educarparacrescer abril com br aprendizagem friedrich froebel 307910 shtml gt Acesso em 20 fev 2014 Ovide Decroly o primeiro a tratar o saber de forma nica In Revista Nova Escola S o Paulo jul 2008 Edi o especial grandes pensadores Dis pon vel em lt http revistaescola abril com br historia pratica pedagogica primeiro tratar saber forma unica 423099 shtml gt Acesso em 20 fev 2014 C lestin Freinet o mestre do trabalho e do bom senso In Revista Nova Escola S o Paulo jul 2008 Edi o especial grandes pensadores Dis pon vel em lt http revistaescola abril com br historia pratica pedagogica mestre trabalho
222. busca do amanh 21 Refere se obra Discurso do M todo desenvolvido por Ren Descartes na qual ele apresenta quatro preceitos gerais O segundo o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas poss veis e quantas necess rias fossem para melhor resolv las EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Segundo Saviani 1999 p 23 surgiu no final da primeira metade do s culo XX a pedagogia tecnicista pautada na neutralidade cientifica nos princ pios da racionalidade efici ncia e produtividade Em sua organiza o havia o m nimo de interfer ncia subjetiva em fun o da efici ncia Da a prolifera o de propostas pedag gicas tais como o enfoque sist mico o microensino o tele ensino a instru o programada as m quinas de ensinar etc Da tamb m o parcelamento do trabalho pedag gico com a especializa o de fun es postulando se a introdu o no sistema de ensino de t cnicos dos mais diferentes matizes SAVIANI 1999 p 24 Em outras palavras os objetivos deveriam ser operacionalizados direcionados aos fins propostos pelo sistema e n o pelo professor e aluno como era feito pela pedagogia nova Essa teoria do final do s culo passado segundo Saviani 2009 mantinha a cren a no poder da escola e em sua fun o de equaliza o social pautava se na individualidade do ser centrando a aten o no aluno e n o no professor como na pedagogia tradicion
223. ca o matem tica contribui es para o debate te rico In REUNI O ANUAL DA ANPED 24 2001 Ca xambu Anais Caxambu ANPED 2001 1 CDROM D Ambr sio Ubiratan Educa o Matem tica da teoria pr tica Ed Papi rus Campinas 1996 D Amore Bruno Epistemologia e did tica da matem tica Tradutora Maria Cristina B Barufi Ed Escituras S o Paulo 2005 Garnica Ant nio V M Matem tica Educa o Matem tica Cidades e Ca sacos Vermelhos In Educa o Matem tica Contextos e Pr ticas Docentes Ed Alinea S o Paulo 2010 Mendes Iran Abreu Tend ncias atuais na educa o matem tica experi n cias e perspectivas In XIII Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste Universidade Federal do Rio Grande do Norte 1997 Pinto Neuza Bertoni Marcas Hist ricas da Matem tica Moderna no Bra sil In Revista Di logo Educacional Curitiba v 5 n 16 2005 Santos Boaventura S Um discurso sobre as ci ncias Ed Afrontamentos Porto 2001 Para um novo senso comum a ci ncia o direito e a poli tica na transi o paradigm tica Ed Cortez S o Paulo 2009 Silva Maria C L Movimento da matem tica moderna poss veis leituras de uma cronologia In Revista Di logo Educacional Curitiba v 6 n 18 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Silva Neivaldo Oliveira Matem tica nas S ries Iniciais Vol 32 EdUFPA 2008 Bel m Valente Wagner Rodrigues A educa o matem
224. ca jur dica pol tica e ideol gica fortalecendo a soberania do estado no controle pol tico social ou seja a burguesia permanecendo a frente da gest o do estado Entretanto esta estrutura de domina o da burguesia pode ser modificada considerando que depois das an lises Gramscianas a teoria que considerava o Estado como comit de dire o da burguesia tem sido contestada O Estado contradit rio for a e consenso GADOTTI 2001 p 31 Origem e caracter sticas da modernidade Ainda n o se tem na literatura uma data exata um consenso sobre o prov vel surgimento da modernidade O que se tem s o vis es antag nicas de autores que a tratam do ponto de vista de determinado momento hist rico social Para Hegel 1995 a modernidade teve seu alicerce no Iluminismo e na Revolu o Francesa Palco de uma nova forma de pensar e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS organizar a sociedade da poca e sobretudo a ci ncia caracterizando se como um conceito epoca O Iluminismo caracterizou se pela nega o do conhecimento centrado na figura de Deus do misticismo religioso propondo como ci ncia a racionalidade cient fica moderna em que o conhecimento resultado da raz o do pensar humano ou seja da sua subjetividade Considera a Modernidade instaurada pela vit ria da raz o sobre a f e modernidade constru da pelo poder do conhecimento cient fico e filos fico substitutivos da especula
225. ca de formula o o aluno j utiliza na solu o do problema estudado alguns modelos ou esquemas te ricos expl citos al m de mostrar o trabalho com informa es te ricas bem mais elaboradas podendo ainda utilizar uma linguagem mais cient fica FREITAS 2012 p 96 97 Para Brousseau 2008 esta fase ilustrada a partir de um jogo num rico Para chegar vit ria n o basta que um aluno saiba como ganhar Deve tamb m saber comunicar aos colegas sua proposta de estrat gia pois essa a nica maneira que tem de atuar na situa o Esta comunica o est submetida a dois tipos de retroa o imediata por parte dos colegas que compreendem ou n o concordam com ela ou n o e a outra por parte do meio quando no caso de ser aplicada a uma partida espec fica a estrat gia resulte vencedora ou n o BROUSSEAU 2008 p 26 Para Brousseau 1986 a dial tica da formula o exige diferentes condi es que tornam necess rias uma troca de informa es e a cria o de uma linguagem para garantir essa troca Aqui o aluno pode justificar suas proposi es embora a situa o n o o exija J na situa o adid tica de valida o o aluno j utiliza o mecanismo de prova estando relacionada diretamente ao plano da racionalidade e da verdade o que implica que o seu trabalho n o se refere apenas s informa es em torno do conhecimento mas a certas afirma es elabora es e declara es sobre este
226. cacionais implantados nas institui es escolares pelos governos federal estadual ou municipal o projeto educacional aut nomo precisa partir da escola ser elaborado e executado por seus autores pois infelizmente o que presenciamos normalmente s o projetos sendo executados mas que s o elaborados por pessoas ou institui es que n o conhecem a realidade escolar s o experi ncias de outras comunidades ou at de outros pa ses sendo implementadas por m n o vivenciadas pelos docentes e discente uma vez que n o retratam os seus interesses e necessidades Nessa perspectiva o docente em sua profiss o se v muitas vezes conduzido a desenvolver trabalhos que v o de encontro ao que realmente o mesmo precisa para melhorar sua atua o e principalmente a qualidade da aprendizagem de seus discentes Segundo Linhares 2010 conte dos e metodologias s o implantados nas escolas por m pouco atendem aos objetivos dos docentes pois s o identificados pelos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS mesmos sem relev ncia Essas quest es e outras como a valoriza o condi es de trabalho forma o continuada e sal rio que permeiam o processo de ensino e aprendizagem precisam ser discutidas continuamente visualizando assim busca de melhorias Para a constru o do projeto educacional aut nomo preciso que docentes e discentes tenham espa os para refletirem discutirem criarem e agirem sobre quest es que possam verda
227. capitalismo O projeto revolucion rio em Castoriadis 1982 p 116 tem suas ra zes na realidade hist rica efetiva na crise da sociedade estabelecida e na sua contesta o realizada pelos indiv duos Esta crise n o est na contradi o entre o desenvolvimento das for as produtivas e a manuten o das rela es de produ o capitalistas tal como a perspectiva marxista mas consiste em que a organiza o social s pode realizar os fins que se prop e usando meios que os contradizem fazendo nascerem exig ncias que n o pode satisfazer estabelecendo crit rios que incapaz de aplicar normas que obrigada a violar A crise n o simplesmente uma oposi o entre classes ela em si mesma conflitual Al m disso a contesta o n o consiste simplesmente como na vis o marxista a luta dos trabalhadores contra a explora o nem sua mobiliza o pol tica contra o regime e sim a manifesta o nos grandes conflitos abertos e nas revolu es que marcam a hist ria do capitalismo estando presente de uma forma impl cita e latente no cotidiano no modo de trabalho e de viver dos indiv duos OLIVEIRA 2009 p 55 Pela compreens o de Oliveira 2009 somos conduzidos a perceber o projeto revolucion rio como um movimento de debates e reflex es entre os indiv duos acerca de suas hist rias viv ncias e ideias o que oportuniza as contesta es do que se tem como sociedade e do que se quer ter Nessa
228. capitalismo se apropria intensificadamente dessa polival ncia e multiatividade do trabalho feminino da experi ncia que as mulheres trabalhadoras trazem das suas atividades realizadas na esfera do trabalho reprodutivo do trabalho dom stico Essa apropria o na verdade acaba conformando n veis mais profundos de explora o pois o capitalismo se aproveita dessa polival ncia herdada pelas mulheres para reproduzir o que Marx chama de aliena o conceito que faz com que o trabalhador cada vez mais se empobre a enquanto a for a criativa do seu trabalho passa a se constituir frente a ele como for a do capital como pot ncia estranha Segundo Wood 1998 o capitalismo pode se aproveitar de outras formas de opress o e desigualdade adaptando as aos interesses EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da explora o de classe p 221 Pode tamb m tirar vantagens do racismo e do sexismo que se sobrep em s diferen as de classe ocultando as A autora entende que a domina o e a opress o extra econ micas s o sobre determinadas pelo econ mico e critica o uso da express o identidade por colocar todo tipo de diferen a em p de igualdade Para ela preciso distinguir as formas de domina o e opress o pois enquanto as diferen as de classe n o podem ser superadas no capitalismo o direito diferen a e igualdade no tratamento dos g neros sexos e culturas n o conquista incompat
229. caracteriza se como um novo princ pio educacional que Jdefende a heterogeneidade na classe escolar como situa o provocadora de intera es entre crian as com situa es pessoais as mais diversas Al m desta intera o muito importante para o fen meno das aprendizagens rec procas prop e se e busca se uma pedagogia que se dilate frente s diferen as do alunado p 73 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Isto significa que o respeito s diferen as do alunado com necessidades educacionais especiais requer uma pedagogia que promova o di logo entre os educandos e professores bem como pr ticas educacionais coletivas e participativas distanciando se da pr xis educativa tradicional De acordo com o Decreto n 5 626 de 22 12 2005 que regulamenta a Lei n 10 436 2002 em seu cap tulo VI artigo 22 determina que se organize para a inclus o escolar I escolas e classes de educa o biling e abertas a alunos surdos e ouvintes com professores bil ngiies na educa o infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental Assim entendemos que o professor bilingue aquele respons vel pela reg ncia de uma classe de educandos surdos e ouvintes fazendo uso da L ngua Brasileira de Sinais como l ngua de instru o Como os professores bil ngues representavam o processo de inclus o escolar do aluno surdo Compreendemos ser necess rio desenvolver reflex es mais profundas acerca do proc
230. cia de forma o continuada formas de realizar adapta es pedag gicas nas atividades destinadas ao aluno surdo Pensamentos sobre o AEE destinado ao aluno surdo Na perspectiva de abstrairmos de forma mais consistente as re presenta es sociais dos professores sobre o AEE pedimos aos entre vistados que fizessem mentalmente uma compara o entre o AFE e uma imagem ou pensamento e assim captamos representa es diver sificadas As representa es foram expressas a partir da seguinte ques t o que imagem vem mente ao pensar no AEE A via l ctea porque est um turbilh o de ideias l t o rodando muitas especificidades muita coisa pra ser feito entendeu Aquilo tipo um caldeir o girando e n s estamos aqui entre eles tentando melhorar Mas na verdade n s estamos sempre rodando e n o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS estamos achando um foco pra ir Professora do AEE entrevista realizada em 25 11 2013 Porque um meio deles os alunos surdos digamos assim almejarem um futuro melhor uma luz no fim do t nel eu comparo por causa que eles podem ver assim ter uma esperan a de n o ficar s ali naquela educa o mas avan ar futuramente ter um futuro prosperar na vida ter uma boa educa o acho que isso Professor do ensino regular entrevista realizada em 26 11 2013 Representa es Sociais sobre o AEE Ancoragem Objetiva o Muito trabalhado a ser feito para
231. cia e sua singularidade In BRASIL Minist rio da Educa o Ensino fundamental de nove anos orienta es para a inclus o da crian a de seis anos de idade Bras lia 2007 p 13 23 KRAMER S nia Inf ncia e educa o infantil 2 edi o Campina S o Paulo Papirus 2002 KUHN Thomas S A estrutura das revolu es cient ficas S o Paulo Pers pectiva 1991 LEAL T F et al Avalia o e aprendizagem na escola a pr tica pedag gica como eixo da reflex o In BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica Ensino fundamental de nove anos orienta es para a in clus o da crian a de seis anos de idade Bras lia 2007 p 97 108 LIBANEO Jos Carlos Did tica S o Paulo Cortez 1994 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS LUCKESI Cipriano Avalia o da aprendizagem escolar estudos e propo si es 18 Ed S o Paulo Cortez 2006 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Filosofia de Educa o Reflex es e De bates Bel m Unama 2001 PILETTI Claudino amp PILETTI Nelson Hist ria da Educa o 7 edi o S o Paulo Editora tica 2006 SANTOS Boaventura de Souza Um discurso sobre as ci ncias 9 ed Porto Afrontamento 1997 EDUCA O ESCOLAR E CULTURA S ALGUMAS REFLEX ES Ivanilde Apoluceno de Oliveira Lyandra Lareza da Silva Matos Resumo O artigo Educa o Escolar e Cultura s algumas reflex es apre senta a educa o
232. ciais A proposta de estudo que o presente artigo pretende tra ar surgiu a partir das leituras realizadas durante a disciplina Epistemologia e Educa o ofertada pelo Programa de P s gradua o Mestrado da Universidade do Estado do Par ministrada pela Professora Dra Ivanilde Apoluceno de Oliveira durante o primeiro semestre de 2013 e os dados levantados na pesquisa intitulada Pr ticas e saberes tradicionais no tratamento de doen as realizada em meados de 2011 no Curso de especializa o em Ensino de Hist ria do Brasil pela Faculdade Integrada Ipiranga envolvendo 05 cinco pessoas do sexo feminino com idades entre 18 e 60 anos e 03 tr s do sexo masculino com idades entre 25 e 80 anos membros na Comunidade Quilombola de Abacatal Fundada no s culo XVIII pelo Conde Ant nio Coma Mello localizada a 08 km do centro de Ananindeua PA regi o metropolitana de Bel m com aproximadamente 120 fam lias assentadas A fim de sistematizar as informa es contidas nos depoimentos dos moradores entrevistados e as leituras realizadas em 2013 sobretudo do referencial aqui abordado foram utilizadas algumas t cnicas de an lise de conte do proposta por Bardin 2010 no sentido de organizar as mensagens extra das por meio dos processos formadores das Representa es Sociais Ancoragem e Objetiva o interpret las traduzindo esses dados a fim de perceber as representa es desses sujeitos hist ricos sobre o uso de ervas medicinais
233. cional In FAZENDA Ivani Org 12 ed Metodologia da pesquisa educacional S o Paulo Cortez 2010a Gaud ncio Educa o e a crise do capitalismo real 6 ed S o Paulo Cortez 2010b Educa o crise do trabalho assalariado e do desenvolvimento teo rias em conflito In In FAZENDA Ivani Org 10 ed Educa o e crise do trabalho perspectivas de final de s culo Petr polis Vozes 2011 KONDER Leandro O que dial tica 28 ed S o Paulo Brasilense 2008 KOSIK Karel Dial tica do concreto Rio de Janeiro Paz e Terra 1976 KOVALHOVY S M Materialismo dial tico e hist rico Amadora Portu gal Novo Curso 1975 LOMBARDI Jos C Educa o ensino e forma o profissional em Marx e Engels In SAVIANI Dermeval Orgs 2 ed Marxismo e Educa o debates contempor neos Campinas Autores Associados HISTEDBR 2008 L WY Michael Ideologia e ci ncia segundo Marx As aventuras de Karl Marx contra o Bar o de M nchhausen marxismo e positivismo na sociolo gia do conhecimento 9 ed S o Paulo Cortez 2007 MANACORDA M A Pedagogia Marxiana Marx e a pedagogia moderna S o Paulo Cortez Autores Associados 1991 MARX Karl Pref cio In MARX Karl Contribui o cr tica da economia pol tica 2 ed S o Paulo Express o Popular 2008 O m todo da economia pol tica In MARX Karl Grundrisse ma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS nuscritos econ m
234. clusive de professores da Educa o Infantil precisa ter como finalidade maior a reflex o Assim um professor reflexivo problematizador contribuir que seus alunos problematizem suas a es e reflitam sobre elas Mesmo as crian as enquanto sujeitos de direitos precisam pensar suas atitudes e o professor tem um forte papel neste sentido bem verdade que todo processo de forma o e reflex o pessoal dos professores n o ser a redentora da educa o n o promover por si s a filosofia da Pr xis Acreditamos ser uma alternativa Mas que preciso a o preciso revolucionar o que est posto N o com autoritarismos como afirmava Paulo Freire em conson ncia com Gramsci mas democraticamente dialogicamente tendo em vista uma educa o enquanto pr tica da liberdade na busca da emancipa o dos oprimidos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BRASIL Decreto Lei n 10 172 de 09 de janeiro de 2001 Aprova o Plano Nacional de Educa o Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 09 de jan 2001 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica Pol tica Na cional de Educa o Infantil pelo direito das crian as de zero a seis anos educa o Bras lia MEC SEB 2006 Minist rio da Educa o Resolu o CNE CP N 1 de 18 de Fevereiro de 2002 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Professo res da
235. colar Consideramos aqui fundamental pensar a escola como um espa o h brido e politicamente engajado com a din mica social pois se ca racteriza como uma alternativa transgressora s formas de domina o que nos envolvem Ela pode se apresentar como resist ncia para supe ra o da nega o e desrespeito ao Outro que se diferencia do padr o estabelecido pela classe dominante materializando se fortemente nos modos de vida e pensamentos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Interessante pensar tamb m que seja essencial o desenvolvimento da pr tica do debate do respeito e da toler ncia como princ pios ati vos para a promo o da educa o baseadas nas rela es dial ticas na busca incessante por melhores condi es do universo educacional e da pr pria vida Deixamos como reflex o a ideia de desenvolver uma nova pers pectiva pedag gica e humana Configura se num trabalho rduo de vendo ser de constru o e reconstru o mas certamente vislumbran do o respeito e a produ o da vida dos sujeitos oprimidos buscando recuperar sua exist ncia enquanto atores sociais No entanto isso s ser poss vel atrav s de um permanente exerc cio da pr xis como ali cerce para a efetiva o dessa l gica O desafio tamb m se estrutura na constru o de uma escola que valoriza os diversos saberes dos sujeitos estimulando a busca pelo co nhecimento pela valoriza o da cultura e pelo engajamento sociopo
236. cologia em Estudo onli ne vol 14 n 4 2009 p 621 629 NOBRE Flisa Cl ia Pinheiro Rodrigues Hist rias de Vida de Professores Migrantes culturas e contextos de Mato Grosso do Sul Disserta o de Mes trado em Educa o Centro de Ci ncias Humanas e Sociais Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo Grande MS 2009 N VOA Ant nio org Vidas de professores Porto Porto Editora 1992 NUNES C lia M F CUNHA Maria Am lia de A A escrita de si como es trat gia de forma o continuada para docentes Revista Espa o Acad mico online n 50 jul 2005 p 11 23 OLIVEIRA Valeska Fortes de Educa o mem ria e hist rias de vida Usos da hist ria oral HIST RIA ORAL Revista da Associa o Brasileira de His t ria Oral S o Paulo Associa o Brasileira de Hist ria Oral v 08 2005 p 91 106 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno O social hist rico e a educa o em Cas toriadis Revista Cocar Universidade do Estado do Par Bel m EDUEPA jan jun 2009 p 51 56 PACHECO Agenor Sarraf Margens dos Maraj s cotidiano mem rias e imagens da Cidade Floresta Melga o PA Bel m Paka Tatu 2006 PENIN Sonia Teresinha de Sousa Profissionalidade e o embate entre o con ceb vel e o vivido In EGGERT Edla et al Orgs Trajet rias e processos de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ensinar e aprender did tica e forma o de professores Porto Alegre
237. come am a se delinear mostram que as explica es anteriores sobre o mundo e a vida humana n o eram mais convincentes SEMEARO 2011 Ainda segundo o autor O desenvolvimento das ci ncias e de novas tecnologias que ocorre nesse per odo impulsiona enormemente a produ o a navega o e a expans o do comercio para novas terras promovendo um acumulo extraordin rio de riquezas Profundas mudan as na politica nas artes na cultura nos costumes na filosofia e na religi o assumem um ritmo crescente deixando claro que na Europa havia chegado o fim de uma poca e sinalizando o inicio de um novo ciclo hist rico SEMEARO 2011 p 11 Assim temos o in cio de um espa o tempo que delegou para a ci ncia um conhecimento verdadeiro real racional e objetivo Nessa perspectiva apenas o que pudesse ser formulado quantitativamente ou ser formalizado tem condi es de constituir o conte do de um conhecimento verdadeiro De acordo com Japiassu 1983 ficam exclu das do dom nio do conhecimento verdadeiro as sensa es e as experi ncias como o amor a emo o a beleza o prazer e a dor Todas as demais formas de conhecer a realidade e explica la passam a ser negligenciadas e exclu das O conhecimento passa a ser expresso somente em termos quantitativos sendo que a verdade se identificaria com o pr prio conhecimento cient fico Assim a quest o da neutralidade dos cientistas coloca como quest o central a isen o e imunid
238. como um processo n o apenas social e pol tico mas tamb m cultural Nele tecemos alguns coment rios concernentes a po l tica cultural e a rela o com o campo educacional O interesse pelo tema converge das discuss es realizadas na disciplina Epistemologia da Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o da Uni versidade do Estado do Par Trata se de um estudo bibliogr fico no qual buscamos analisar obras j desenvolvidas sobre o assunto A pers pectiva norteadora do texto assume car ter reflexivo de como est o sendo configuradas as a es educacionais aliadas tem tica cultural Realizamos uma breve discuss o sobre o curr culo escolar e da inter culturalidade cr tica relacionada ao pensamento freireano Palavras Chave Educa o Cultura Escola Curr culo Introdu o Este artigo intitulado Educa o Escolar e Cultura s algumas reflex es foi concretizado a partir da aproxima o com referenciais te ricos que se propuseram discutir sobre tem ticas envolvendo a ar 29 P s Doutora em Educa o pela PUC Rio Doutora em Educa o pela PUC SP eUNAM UAM Iztapalapa M xico Docente titular pesquisadora do Programa de P s Gradua o em Educa o e coordenadora do N cleo de Educa o Popular Paulo Freire da Universidade do Estado do Par 30 Mestranda em Educa o UEPA 2013 Especialista em Neuropsicopedagogia FIBRA 2012 Licenciada Plena em Pedagogia UEPA 2011 e Pesquisadora do
239. conhecimento Assim ao definir o homem enquanto sujeito de saber as palavras de Charlot 2000 p 60 s o oportunas quando enfatiza que ele desenvolve uma atividade que lhe pr pria argumenta o verifica o experimenta o vontade de demonstrar provar e validar Brousseau 2008 p 26 aponta que os alunos organizam enunciados em demonstra es constroem teorias na qualidade de conjunto de enunciados de refer ncia e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS tanto aprendem a convencer os demais alunos como se a deixassem convencer sem ceder a argumentos ret ricos autoridade sedu o soberba a intimida es etc Para Brousseau 1986 o esquema dial tico da valida o motiva os alunos a discutir uma situa o e favorece a formula o das suas valida es impl citas mas seus racioc nios ainda s o insuficientes e incorretos A situa o dial tica os levar a evoluir a rever suas opini es a substituir suas teorias falsas por uma teoria verdadeira Destacamos ainda as situa es de institucionaliza o que visam estabelecer o car ter de objetividade e de universalidade do conhecimento exigindo adapta es do contrato did tico visto que a tarefa do aluno diferente em cada uma delas A necessidade desta situa o que n o se configura como adid tica justifica se diante da exig ncia de se fixar por conven o o estatuto cognitivo de um conhecimento Pais 2001 afirm
240. contribui es Epistemol gicas para a matem tica Benedita das Gra as Sardinha da Silva 299 Reflex es sobre o Multiculturalismo cr tico e o Multiletramento como alternativas de inclus o na escola Tatiana Cristina Vasconcelos Maia Mem ria e Resist ncia saberes e pr ticas educativas em narrativas orais dos moradores da Ilha Grande Bel m Par Andr a Lima de Souza Cozzi 318 334 A Reforma do Pensamento por Edgar Morin e a Escola um di logo entre educadores Giselle Cristiane Pinto Moreira Bezerra 351 Forma o de professores da Educa o Infantil alternativa uma filosofia da pr xis D bora Silva do Nascimento 368 O ensino da Educa o F sica escolar luz de Castoriadis Elis Priscila Aguiar da Silva 386 Enrique Dussel filosofia da liberta o e educa o Faneide Pinto Fran a Bitencourt 402 Di logos entre o Multiculturalismo e as rela es intergeracionais na Educa o Contempor nea Glenda Yasmin Monteiro Pinheiro 417 A contribui o de Karl Marx para a ci ncia moderna e a educa o Rosenildo da Costa Pereira 428 APRESENTA O O Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par em n vel de mestrado tem se preocupado em fortalecer a pesquisa de cunho cient fico no contexto Amaz nico brasileiro com enfoque principalmente na educa o da realidade Amaz nica A produ o de livros digitai
241. cotidiano das popula es ribeirinhas dele dependem a vida e a morte a fertilidade e a car ncia a forma o e a destrui o de terras a inunda o e a seca a circula o humana e os bens simb licos a pol tica e a economia o comercio e a sociabilidade o rio est em tudo A rede de s mbolos e significados tecidos pela rela o do ser humano com o fluxo das guas revela nos o modo de vida das comunidades atrav s das pr ticas e saberes cotidianos t o necess rios para a compreens o dos aspectos culturais das popula es amaz nicas Travessia das guas na Ilha Grande No percurso dos rios que banham Bel m aportamos na comunidade ribeirinha da Ilha Grande s margens do Rio S o Benedito Ela ocupa 929 16 h e est situada a 12 2 km ao sul de Bel m margem esquerda do rio Guam A sua popula o estimada em cerca de 400 habitantes divididos aproximadamente em 70 fam lias O acesso a Ilha Grande feito por barcos dos moradores da pr pria ilha quando v o comercializar seus produtos no Porto da Palha no bairro da Condor A travessia entre o Porto da Palha e a Ilha Grande de cerca de 40 minutos Os habitantes da Ilha Grande vivem basicamente da produ o do a a da pesca e da extra o de outros produtos frut feros como o cupua u pupunha e o cacau Diariamente os moradores fazem a travessia para abastecer a cidade 44 Fonte Companhia Desenvolvimento e Administra o da rea Metropol
242. da particular Antes era difamat rio mas n s n o lig vamos muito para isso por exemplo se eles vissem as professoras bebendo uma cervejinha aquilo era uma desonra para os alunos e para os pais Ent o quando n s chegamos n s ramos vistas desse jeito mas n s constru mos um processo de respeito que hoje n s somos respeitadas depois que eles passaram a nos conhecer a v realmente o nosso trabalho eles passaram a nos valorizar mas n s sofremos muita discrimina o Depoimento citado Nas mem rias de Wilma a vis o da sociedade referente s suas atitudes como professoras n o se encaixava na organiza o do imagin rio local Neste imagin rio a professora deveria assumir posturas condizentes com a representa o idealizada do ser professor pelos moradores Entre o modo como as professoras pensavam e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS viviam a sua identidade fruto de um imagin rio constru do sobre si mesmas e o imagin rio elaborado pela comunidade conflitos de des encontros de imagin rios foram experimentados pelas professoras nos primeiros anos de suas estadas em Melga o Posso dizer que aconteceu um choque de realidades concretas entre a sociedade local e o grupo das professoras provocando situa es constrangedoras e conflituosas Pacheco 2006 dialogando com narrativas da professora Rosiete Siqueira faz uma an lise contextualizando os significados de ser professora em Melga o em mead
243. da pesquisa em educa o e que merece um esfor o sistem tico a supera o do conflito entre a liberdade de pensamento as concep es te ricas antag nicas e o ecletismo ou pluralismo formal Portanto Trivihos 1997 e Frigotto 2010a apresentam uma problem tica concreta quando se trata do rigor cient fico na pesquisa em educa o Refletindo sobre esta problem tica nesta pesquisa bibliogr fica dialogamos com alguns textos de Karl Marx e seus interlocutores que discutem acerca da teoria do conhecimento fundada por este intelectual revolucion rio na perspectiva de apresentar os aspectos centrais do materialismo hist rico dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis na pesquisa em educa o A relev ncia social e cient fica deste estudo est na possibilidade de re colocar a discuss o da corrente filos fica marxista como alternativa na pesquisa educa o em que se prop e em contribuir com lutas pol ticas e ideol gicas partindo da premissa que esta concep o de mundo n o abandonou compreender as rela es sociais a partir dos nexos e determina es materiais e hist ricas e n o abdicou da possibilidade revolucion ria de edificarmos um mundo melhor EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Estamos convencidos de quanto complexo abordar o materialismo hist rico dial tico como m todo de pesquisa mas que este desafio tem o interesse em despertar no leitor mais curiosidades do que verd
244. da t cnica do desenho a ser aplicada a dois professores bil ngues bem como de levantamento bibliogr fico A abordagem no campo das Representa es Sociais a processual de Moscovici 2009 em que utiliza a ancoragem e a objetiva o como instrumentos de coleta de dados Os resultados alcan ados foram sistematizados em eixos tem ticos que ser o apresentados no decorrer do trabalho Uma das conclus es que as representa es sociais dos professores bil ngues sobre a inclus o escolar do educando surdo se configuram em discursos que est o longe de serem efetivados na pr tica inclusiva com respeito alteridade l ngua e identidade surda Palavras chave Representa es Sociais Professores Bil ngues Inclus o Escolar Introdu o O presente artigo tem como tema norteador Representa es Sociais de professores bil ngues sobre o processo de inclus o escolar de educandos surdos Objetiva se neste estudo analisar as Representa es Sociais de professores bil ngues acerca do processo de inclus o escolar do educando surdo Os objetivos espec ficos s o analisar as imagens e os sentidos atribu dos pelo profissional bil ngue ao educando surdo em rela o pr tica escolar inclusiva e identificar nas representa es sobre os professores bil ngues pelos educandos surdos as dificuldades de aprendizagem e do processo de inclus o escolar deste aluno O conceito de educa o Inclusiva para Beyer 2006
245. dade que nas mesmas rela es nas quais se produz a riqueza tamb m se produz a mis ria EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Deste modo riqueza e pobreza s o resultantes da contradi o do capitalismo que vigorava na hist ria da sociedade em que Marx viveu Trata se de duas categorias que podemos denominar de afirma o e nega o Afirma o porque gerou riqueza e sobretudo controle por parte da burguesia e nega o por conta que exclu a cada vez mais o proletariado da riqueza produzida por ele mesmo Com base na an lise social Marx publicou diferentes obras as quais fazem cr ticas de refer ncias hist ricas econ micas pol ticas e sobretudo sociais Dentre as obras Oliveira 2006 p 75 76 destaca gt Cr tica da filosofia do direito de Hegel 1843 cuja introdu o foi publicada em Paris em 1844 nos Anais Franco Alem es gt Economia e filosofia 1844 publicado postumamente gt A Sagrada Fam lia 1845 Cr tica de uma cr tica subt tulo gt Teses sobre Feuerbach 1845 gt Ideologia alem 1845 46 gt A mis ria da filosofia 1847 gt A filosofia da mis ria 1859 gt Cr tica economia pol tica 1859 gt O capital Vol I 1867 e Vol II e III publicados postumamente por Engels em 1885 e 1895 gt O 18 brum rio de Lu s Bonaparte 1852 oportuno conceituar no debate a vis o de sociedade em uma perspectiva marxista Ela se constitui a parti
246. dade tanto no plano pessoal quanto no coletivo pois apesar dos benef cios alcan ados pela nossa civiliza o h um grande n mero de pessoas exclu das do sistema e o desequil brio ecol gico agrava se a cada dia e isso remete nos a verificar a todo momento em que medida as atividades do trabalho est o a servi o da humaniza o e da sustentabilidade do planeta e quando se desviam desses objetivos principais Portanto uma concep o ampliada do trabalho nos possibilita entender acima de tudo o papel que ele exerce na sociabilidade contempor nea neste limiar do s culo XXI EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ANTUNES Ricardo 1995 Adeus ao trabalho Ensaio sobre as metamor foses e a centralidade do mundo do trabalho Cortez Unicamp S o Paulo ANTUNES Ricardo L C Os sentidos do trabalho Ensaio sobre a afirma o e a nega o do trabalho S o Paulo SP Boitempo 2009 BOTTOMORE T org Dicion rio do Pensamento Marxista Rio de Ja neiro Jorge Zahar Editores 1988 BRAZ Marcelo Capitalismo crise e lutas de classes contempor neas quest es e pol micas Serv Soc Soc jul Set 2012 n 111 p 468 492 ENGELS Frederick A Origem da fam lia da propriedade privada e do Esta do S o Paulo Ed Civiliza o Brasileira 1977 HOBSBAWN Eric J A Era das Revolu es 4 Ed Rio de Janeiro Ed Paz e Terra 1982 HOBSBAWN Eric J org A Hist ria do Marxis
247. dades de aprendizagem e do processo de inclus o escolar deste aluno Fundamenta se em alguns pressupostos te ricos Lacerda 2009 Campello 2007 Dorziat 2009 assim como nas Representa es Sociais de Moscovici 2009 e Jodelet 2001 Os sujeitos s o dois professores respons veis pelo atendimento educacional especializado dos educandos surdos das escolas na Ilha de Mosqueiro da Rede Municipal de Bel m A pesquisa apresenta enfoque qualitativo 10 P s doutora em educa o pela PUC Rio Doutora em Educa o pela PUC SP e UNAM UAM Iztapalapa M xico Professora Titular e pesquisadora do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par 11 Professora Auxiliar I da Universidade Federal do Par UFPA Mestranda em Educa o pela Universidade do Estado do Par UEPA Pesquisadora do N cleo de Educa o Popular NEP da UEPA vinculada a linha Educa o Inclusiva e Diversidade e colaboradora do Observat rio Nacional de Educa o Especial ONEESP coordenado pela Universidade Federal de S o Carlos UFSCar Coordenadora da linha de pesquisa Educa o Inclusiva no Campo vinculada ao Grupo de Estudo e Pesquisa e Extens o em Educa o do Campo na Regi o Tocantina GEPECART da Universidade Federal do Par Campus Camet Email waldmamaira Mhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS com o uso nos seus procedimentos de um roteiro de entrevista semiestruturada e
248. dades encontram dificuldades no exerc cio desta comunica o em fun o dessas necessidades e dificuldades que se constitui uma educa o matem tica Conseguimos perceber em sua primeira fala que a educa o matem tica est presente na sociedade mesmo que n o se trate dos formalismos acad micos do ensino de matem tica Assim o Movimento da Matem tica Moderna citado anteriormente constituiu uma manifesta o de educa o matem tica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS De sua segunda coloca o podemos entender que diante das dificuldades encontradas na comunica o existe a necessidade do desenvolvimento de diversas t cnicas e metodologias para que os conhecimentos matem ticos sejam transmitidos entre os membros de uma sociedade 4 Tend ncia em educa o matem tica Com o passar dos anos nossa sociedade vem sofrendo transforma es em diversos aspectos sociais econ micos culturais etc e com isso se fez necess rio abrir novos horizontes para a educa o novas perspectivas para que se deixasse para tr s a monotonia em que tinha se transformado o ato de ensinar D Ambr sio 1996 afirma que uma grande mudan a foi o reconhecimento de que a matem tica muito afetada pela diversidade cultural e esse reconhecimento fez com que essas influ ncias fossem incorporadas ao curr culo Com isso foram surgindo tend ncias de ensino que procuram at hoje aperfei oar a forma o de professo
249. de mediador do entre aluno e conhecimento via a o do jogo Alves 2001 p 25 poss vel encontrar o uso de jogos no ensino da matem tica em todas as series da educa o b sica ainda que seu in cio tenha contemplado as series iniciais no processo de matematiza o da crian a hoje podemos encontrar pesquisas de jogos desenvolvidos para todas as s ries da educa o b sica e nos mais diferentes conte dos 4 2 A etnomatem tica A etnomatem tica a tend ncia que procura trabalhar a matem tica feita por os diversos grupos culturais os quais possuem seus pr prios jarg es c digos mitos s mbolos utopias e maneiras de raciocinar e inferir e que se relacionam ao c lculo e a contagem D Ambr sio 1996 afirma que a etnomatem tica vai ainda al m do estudo das diversas manifesta es de matem tica pelas etnias segundo este autor a composi o da palavra significa v rias maneiras t cnicas habilidades TICA de explicar de entender de lidar e de conviver MATEMA com distintos contextos naturais e socioecon micos da realidade ETNO poss vel perceber atrav s do significado da palavra o engajamento pol tico por tr s da abordagem dada ao ensino de matem tica na perspectiva dessa tend ncia Nessa e em outras tend ncias procura se resgatar as particularidades dos grupos sociais que foram marginalizados ao serem submetidos a uma educa o desenvolvida pelos grupos colonizadores EPISTEMOLO
250. de como v o redefinindo as rela es entre a economia o Estado e a sociedade segundo Santos 2009 isso ocorre por conta do desenvolvimento excessivo do princ pio do mercado que desequilibra o contexto sociocultural Este princ pio faz parte de um sistema de produ o das Ci ncias Sociais em vigor acerca de 200 anos na sociedade Ocidental Ele est pautado em uma racionalidade hegem nica em fun o do neoliberalismo cujos pilares baseiam se em tr s princ pios Estado mercado e comunidade Por essa raz o a educa o tornou se um instrumento a servi o da economia para a forma o de capital humano Assim cada vez mais ela perde seu papel filos fico que segundo Morin 2003 p 23 tem a fun o de trazer consigo a for a da interroga o e da reflex o a qual se dirige aos grandes problemas do conhecimento e da condi o humana De acordo com Santos 2008 esse modelo epistemol gico euroc ntrico rege todos os pa ses ocidentais capitalistas E apresenta como base epistemol gica a seguinte formula o o positivismo em suas v rias vertentes assentava nas seguintes ideias fundamentais distin o entre sujeito e objeto e entre natureza e sociedade ou cultura redu o da complexidade do mundo s leis simples suscept veis de formula o matem tica uma concep o da realidade dominada pelo mecanicismo determinista e da verdade como representa o transparente da realidade uma separa o absoluta E
251. de Sousa Capoeira saberes necess rios educa o um debate epistemol gico In OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de ARA JO Monica Dias CAETANO Viviane Nunes da Silva Orgs Epistemologia e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS educa o Reflex es sobre temas educacionais Bel m PPGED UEPA 2012 pp 10 23 DESCARTES Ren 1596 1650 Discurso do M todo Medita es Tradu o de Roberto Leal Ferreira 2 ed S o Paulo Martin Claret 2012 DELGADO Lucilia de Almeida Neves Hist ria oral mem ria tempo iden tidade Belo Horizonte Aut ntica 2006 HELLER Agnes Valor e Hist ria O Cotidiano e a Hist ria Rio de Janeiro Paz e Terra 1992 LARAIA Roque de Barros Cultura um conceito antropol gico 20 ed Rio de Janeiro Jorge Zahar editores 2006 MARIM Rosa Elizabeth Acev do CASTRO Edna Maria Ramos de No Ca minho de Pedras de Abacatal A experi ncia social dos grupos negros no Par NAEA UFPA 2 ed Bel m Supercores 2004 MENDES Gilene Alves Ananindeua dos trilhos ao asfalto Ananindeua Salesianos 2003 MOSCOVICI Serge O fen meno das Representa es Sociais 1 a 5 In MOSCOVICI Serge Representa es Sociais Investiga es em Psicologia Social 2 ed Petr polis Vozes 2004 pp 29 88 NETO Jo o Colares da Mota OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de A Cons tru o de categorias de an lise na pesquisa em educa o In MARCON DES Maria In s OLIVEIRA Ivani
252. de da mesma mediante essa personaliza o automiza o de gerir o imagin rio que orienta a vida uma vez que ao ser dado as institui es um car ter de autogerenciamento de tomadas de decis es totalmente aut noma acabamos por n o reconhecer que o imagin rio contido e propagado pelas institui es produto da pr pria sociedade Para Castoriadis 2000 existem dois n veis de aliena o a social j vista e a individual no n vel individual o essencial da heteronomia ou da aliena o no sentido mais amplo o dom nio por um imagin rio autonomizado que se arrojou a fun o de definir para o sujeito tanto a realidade quanto seu desejo p 124 A aliena o ent o ultrapassa o que seria o discurso do outro uma vez que implantado e repassado de maneira an nima sem um preletor que reivindique tal discurso como seu ou seja o discurso se autoafirma mediante a impessoalidade dos mecanismos do mercado das institui es a medida em que essas estruturas sociais solidificam uma estrutura da sociedade dividida em classes sociais OLIVEIRA 2009 Apesar da aliena o solidificar a divis o de classes o rompimento com a aliena o vai muito al m de fazermos uma revolu o social que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS busque apenas findar com a divis o social haja vista que a aliena o n o se origina apenas da realidade dada mas de toda uma rede simb lica constru da
253. de lugar e institui o escolar fez Rosiete perceber que tinha muitas dificuldades de acompanhar o desenvolvimento da turma mas segundo ela com seu esfor o conseguiu superar aquelas dificuldades No ano seguinte iniciou a 42 s rie em escola p blica e assim foi at a conclus o de seu 2 Grau EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS formando se em T cnica de Laborat rio Conclu do o curso t cnico saiu da casa de sua madrinha foi morar com amigas e trabalhar em uma loja quando passou a ganhar seu primeiro sal rio pois at ent o s trabalhava como dom stica mas n o tinha sal rio Nunca foi plano de Rosiete ser professora seus interesses eram voltados para a rea da sa de por m a vida lhe tra ou outros destinos Depois do segundo convite de sua prima Dilma que j era professora em Melga o e naquele momento exercia o cargo de diretora escolar Rosiete foi se encantando com as hist rias do lugar e com a possibilidade de garantir um emprego fixo e de melhor renumera o Decidida a mudar de vida entregou seu cargo de vendedora na Marmobr s e em 1983 sua hist ria tomou novos rumos migrou como sua prima para Melga o Abandonou seu sonho de ser m dica e foi viver a experi ncia de ser professora em terra distante e desconhecida Sem a forma o em Magist rio a professora Rosiete enfrentou muitos desafios mas sempre buscou super los lendo e trocando experi ncias com as colegas Um desejo caminha
254. deiramente sinalizar mudan as positivas para a sociedade E principalmente terem o apoio e confian a da institui o escolar para assim irem aos poucos conquistando novos espa os e mais parcerias Considera es finais Podemos afirmar que o estudo sobre a relev ncia de pr ticas educativas aut nomas na educa o escolar possibilitou visualizarmos que as problem ticas e necessidades da sociedade especificamente da institui o escolar devem ser percebidas e refletidas por cada cidad o juntamente com o Outro E nessa rela o hist rica cultural pol tica e social com o outro que barreiras atitudinais podem ser quebradas e que poss veis solu es podem surgir A institui o escolar as pr ticas docentes e discentes precisam ser fundamentadas por princ pios que primam pela constru o do conhecimento que conduza ao questionamento da pr pria sociedade de suas institui es e principalmente do imagin rio capitalista que institui a pseudoautonomia Tendo assim a necessidade de estimular uma pr xis reflexiva e atuante baseada nos princ pios da alteridade solidariedade e coletividade Os limites existentes para alcan ar a escola aut noma s o cotidianamente reproduzidos como o individualismo a competitividade e a divis o social desigual e desumana por m preciso abrir novos espa os di logos e pr ticas mediadas pela educa o aut noma tendo assim possibilidades de estudar planejar e executar u
255. dencia no quarto momento e por ltimo finalizamos o artigo com as considera es finais as quais s o apresentadas de forma sint tica a retomada de toda discuss o do texto O contexto hist rico de Marx e sua concep o de sociedade Nascido na cidade de Treves no ano de 1818 Karl Marx foi um grande intelectual que cursou direito na cidade de Bonn e Berlim mas n o seguiu carreira na rea do direito e sim se dedicou ao estudo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da filosofia abandonando a em 1941 e posteriormente voltou se ao estudo da pol tica e do jornalismo OLIVEIRA 2006 A Europa se tornou em meados do s culo XIX o palco de uma efervescente transforma o nos aspectos pol ticos econ micos culturais e sociais Como declara Andery 2007 p 395 ao afirmar que O s culo XIX foi um s culo de grande desenvolvimento do capitalismo e de mudan as radicais no mundo Marx viveu nesse momento de grandes conflitos sociais causados pelo crescimento da economia europeia que o possibilitou a fazer uma an lise cr tica sociedade capitalista da poca Tal realidade se tornou o alicerce do estudo de Marx uma vez que participou ativamente do movimento oper rio contrapondo se ao modelo hegem nico imposto pela sociedade capitalista Avida de Marxn o foi marcada apenas por um intenso trabalho intelectual Marx sempre esteve presente na cena pol tica participando da organiza o e das reivindica
256. denciando a dimens o da utilidade e lembrando que esta an lise torna se mais clara atrav s da TSD De conformidade com o tipo de situa o torna se mais apropriado falar da exist ncia de um conhecimento ou saber Nesta perspectiva a TSD tem como objetivo caracterizar um determinado processo de aprendizagem matem tica que envolve o aluno o professor e o saber matem tico isto o tri ngulo das situa es did ticas a apresenta o dos conte dos matem ticos deve ocorrer em um contexto que seja significativo para o aluno sendo considerada a rela o de intera o entre professor aluno e um milieu ambiente meio com vista a produ o de um novo saber caso contr rio perde se a dimens o dos valores educativos das situa es did ticas De acordo com Brousseau 2008 o milieu tudo com que o sujeito interage para construir o conhecimento Almouloud 2007 p 32 destaca tr s hip teses nas quais a TSD est apoiada e O aluno aprende adaptando se a um milieu isto o saber produzido a partir desta adapta o seria manifestado pelas respostas novas as quais se constituem nas provas da aprendizagem e O milieu n o munido de inten es did ticas ou seja um meio adid tico n o suficiente para permitir a aquisi o de conhecimento matem tico pelo aluno Por isso para que haja uma intencionalidade did tica o professor deve criar e organizar um meio no qual ser o desenvolvidas as situa es suscet vei
257. des bem como outras que t m esta mesma perspectiva s o se bem planejadas e executadas de grande valia para este pensamento N o obstante este texto vem tamb m mostrando que no percurso hist rico da ci ncia muitos erros foram cometidos gerando ilus es de avan o bem sucedido portanto aqui deixamos tamb m um alerta na utiliza o das novas abordagens o professor quando planeja atividades nesses sentidos deve tomar cuidados para n o cair nas mesmas ilus es Tendo sempre a ideia de que o ser humano complexo assim como sua realidade portanto os diversos fatores devem ser considerados no ato educativo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias GALLO Silvio Conhecimento transversalidade e educa o para al m da interdisciplinaridade Impulso Revista de Ci ncias Sociais e Humanas Pira cicaba SP v 10 n 21 1997 GERHARD Ana Cristina ROCHA FILHO Jo o Bernardes da A fragmen ta o dos saberes na educa o cient fica escolar na percep o de professo res de uma escola de ensino m dio In Investiga es em Ensino de Ci ncias V17 1 p 125 145 2012 Revista eletr nica Dispon vel em lt http w ww ifufrgs br ienci artigos Artigo ID287 vl7 nl a2012 pdf gt UFRGS Mar o 2012 GUEDES Josiel de Alencar A crise da ci ncia moderna e a busca de uma supera o In GEOTemas Pau dos Ferros Rio Grande do Norte Brasil v 2 n 2 p 121 130 jul dez 2012 LEVY L ni
258. des muito delicadas em que o professor que atua na educa o de crian as s possui como forma o o ensino fundamental EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A forma o de profissionais da educa o infantil precisa ressaltar a dimens o cultural da vida das crian as e dos adultos com as quais convivem apontando para a possibilidade de as crian as aprenderem a hist ria vivida e narrada pelos mais velhos do mesmo modo a que os adultos concebam a crian a como sujeito hist rico social e cultural KRAMER apud MACHADO 2005 p 129 Assim entendemos que um profissional comprometido manifesta o interesse em buscar pesquisar refletir sobre sua atua o docente e redimensionando o seu fazer pedag gico Consequentemente os resultados dessa busca constante pelo saber implicar positivamente na qualidade de todo processo de ensino e aprendizagem das crian as Neste artigo analisamos o que a Pol tica de Educa o Infantil do Estado do Par 2009 aborda sobre a forma o de profissionais docentes neste n vel de ensino O referido documento preconiza os princ pios ticos da constru o coletiva das pol ticas p blicas com qualidade social valorizando a inf ncia amaz nica especialmente a inf ncia paraense uma vez que s o in meras as dificuldades enfrentadas no atendimento educacional infantil O documento considera que para a qualidade da Educa o Infantil efetivar se de fato s o necess rios quatro
259. desenvolve separado do outro e ensinado de forma particionada reduzindo os conhecimentos a se fecharem em suas caixas onde cada um tem o seu lugar Para Morin 2007 a disjun o de disciplinas prejudicial ao aluno na medida em que este n o consegue visualizar os problemas fundamentais e globais que se encontram ausentes nas disciplinas Exp e que a hiperespecializa o a especializa o que se fecha em si mesma impossibilitando sua integra o na problem tica global inviabiliza o aprender do que est tecido junto o complexo dos saberes tratados O autor ainda ressalta que de fato ahiperespecializa o impede tanto a percep o do global que ela fragmenta em parcelas quanto do essencial que ela dissolve Impede at mesmo de tratar corretamente os problemas particulares que s podem ser propostos e pensados em seu contexto MORIN 2007 p 41 Avan os nos conhecimentos foram produzidos no mbito das especializa es disciplinares n o h como negar a contribui o que de fato o desenvolvimento da ci ncia neste padr o nos trouxe por m estes progressos est o dispersos desunidos dessa forma fragmentando os contextos Nestas condi es as aptid es naturais para contextualizar e integrar os saberes enfraquecida em detrimento da ideia de que cada 15 Express o utilizada por Morin na explica o do termo complexo que vem de Complexus e que significa originalmente o
260. dias em prol desse mercado como se observa na reportagem do Jornal Gazeta do Povo A ind stria deu o alerta Nos pr ximos tr s anos o Brasil vai precisar de mais de sete milh es de profissionais de n vel t cnico para suprir a demanda do mercado conforme mostrou o Mapa do Emprego na Ind stria 2012 da Confedera o Nacional das Ind strias CNI Enquanto sobram candidatos com forma o superior generalista faltam t cnicos e tecn logos especializados GAZETA DO POVO 2012 Por isso a especializa o educacional tornou se uma das sa das para alcan ar esse objetivo Ela tem como base o m todo cartesiano caracter stica do paradigma hegem nico apontado por Santos no qual se separa um problema em pequenas partes para resolv las uma a uma Esse outro problema apontado por Morin 2003 p 13 2007 p 41 ao qual ele faz uma de suas maiores cr ticas quando diz que A especializa o abs trai em outras palavras extrai um objeto de seu contexto e de seu conjunto rejeita os la os e as intercomunica es com seu meio introduz o objeto no setor conceptual abstrato que o da disciplina compartimentada cujas fronteiras fragmentam arbitrariamente a sistemicidade rela o da parte com o todo 20 Segundo Santos 2008 refere se aqui ao tempo em rela o a concep o ocidental de racionalidade como uma de sua caracter sticas expandir o futuro entrincheirando o presente ou seja vive se hoje a constante
261. dindo o comprimento de sua sombra do qual teria derivado o famoso teorema de Tales Este teorema fundamental para compreens o e dedu o de v rias proposi es na Geometria Como astr nomo foi o pioneiro na compreens o do eclipse solar inclusive prevendo um deles ocorrido por volta de 585 As suas investiga es tamb m pretendiam facilitar as atividades econ micas de algumas categorias de trabalhadores quis desviar o curso de alguns rios para fins de irriga o e navega o investigou as causas das cheias do rio Nilo conseguiu prever que haveria uma alta produ o de oliveiras durante um ano e investiu em moendas de azeitona conseguindo obter grande lucro Na atualidade ao tomar conhecimento dessas investiga es e iniciativas talvez aparentem ser simpl rias contudo para aquela poca teve valor inestim vel e representou uma quebra de paradigma e o come o de uma nova era no pensamento filos fico cientifico Depin et al 2009 caracteriza este momento como uma nova mentalidade que passa a substituir as antigas constru es mitol gicas pela forma intelectual expressa por meio de especula o livre sobre a natureza do mundo e as finalidades da vida Neste esp rito houve o desenvolvimento da matem tica da ci ncia e da filosofia p 2 Assim Tales de Mileto conseguiu na Gr cia antiga se afirmar como um fil sofo matem tico muito a frente de sua poca ao olhar os fen menos da vida e do trabalh
262. do nominado As contribui es de Boaventura Santos a partir do pensamento P s abissal compreendendo o como uma ecologia de saberes sugere uma posi o tal que confronta a monocultura da ci ncia moderna e auxilia no debate acerca da relev ncia dos saberes n o cient ficos contidos nas pr ticas culturais de comunidades tradicionais como Abacatal l cus da pesquisa deste trabalho uma ecologia porque se baseia no reconhecimento da pluralidade de conhecimentos heter genos sendo um deles a ci ncia moderna e em intera es sustent veis e din micas entre eles sem comprometer a sua autonomia A ecologia de saberes baseia se na EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ideia de que o conhecimento interconhecimento SANTOS 2010 p 53 A proposta analisada n o aceita uma epistemologia geral o que por si s j reflete uma ruptura com o paradigma da ci ncia moderna O que se pretende com o pensamento p s abissal estabelecer a partir do reconhecimento dos m ltiplos saberes al m do cient fico um di logo entre eles que possibilite revisar a constru o do conhecimento sem que um negue a exist ncia do outro ou abandone o seu lugar em detrimento de cr dito ou descr dito Na ecologia de saberes enquanto epistemologia p s abissal a busca de credibilidade para os conhecimentos n o cient ficos n o implica o descr dito do conhecimento cient fico SANTOS 2010 p 57 Aescolha dat cnicade entr
263. do Oprimido pode ser considerado dentro de um processo pedag gico poss vel como um educador da consci ncia tico cr tica das v timas dos oprimidos dos exclu dos O pensamento de Freire acerca do conhecimento oposto a racionalidade moderna europeia sendo que para ele indiv duos jamais dever o ser objetivados uma vez que s o sujeitos de transforma o que possuem cultura e conhecimento pr prios capazes de refletir e agir no mundo Esses dois grandes te ricos contribuiram para a cria o do pensamento latino e ambos fazem o debate sobre o eurocentrismo e a luta tico pol tica na tentativa de superar o monop lio do discurso de um saber dominante e excludente sobre os demais saberes Assim podemos perceber que para solidificarmos um pensamento epistemol gico latino devemos fazer toda uma discuss o a cerca dos aspectos sociais pol ticos e culturais que fazem parte de nosso contexto Esse movimento de reflex o essencial para que nossas culturas e nossos conhecimentos sejam reconhecidos e valorizados por todos inclusive por n s os outros anulados e exclu dos muitas vezes incr dulos de nossa pr pria capacidade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Considera es finais Para compreendermos a cria o e a ess ncia do pensamento moderno necess rio que fa amos um apanhado das principais contribui es epistemol gicas que marcaram a forma o dessa maneira de pensar o mundo
264. do em outros princ pios Ensino Fundamental com Nove Anos de Dura o O Ensino Fundamental de Nove Anos de dura o faz parte dos esfor os do Minist rio da Educa o em ampliar o ensino fundamental de oito para nove anos considerando a universaliza o do acesso a essa etapa de ensino obrigat rio A legisla o brasileira tamb m trata da amplia o progressiva do ensino fundamental demonstrada nas seguintes leis e acordo Lei n 4 024 1961 estabeleceu quatro anos de escolaridade obrigat ria Acordo de Punta Del Este e Santiago de 1970 estendeu se para seis anos o tempo do ensino obrigat rio Lei n 5 692 1971 determinou a obrigatoriedade para oito anos a Lei n 9 394 1996 sinalizou para um ensino obrigat rio de nove anos de dura o a iniciar se aos seis anos de idade o que posteriormente tornou se meta da educa o nacional pela Lei n 10 172 2001 que aprovou o Plano Nacional de Educa o PNE Por fim em 6 de fevereiro de 2006 a Lei n 11 274 institui o ensino fundamental de nove anos de dura o com a inclus o das crian as de seis anos de idade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Deste modo a Lei n 9 394 1996 j havia sinalizado o ensino obrigat rio de nove anos de dura o quando posteriormente tornou se uma das metas da educa o nacional pela Lei n 10 172 2001 que aprovou o Plano Nacional de Educa o PNE 2001 2011 a qual tem como um dos seus objetivos ampliar para nov
265. do levantamento pode se constatar que a Filosofia e a Matem tica possu ram muitos pontos em comum nos trabalhos e estudos desenvolvidos pelos pensadores gregos e que estes trouxeram grandes contribui es para o desenvolvimento da ci ncia na civiliza o ocidental Palavras chave Filosofia Matem tica Ci ncia Gr cia antiga 39 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Introdu o O presente artigo fruto das discuss es tra adas no decorrer na disciplina Epistemologia em Educa o ofertada no Programa de P s gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par ministrada pela professora Dra Ivanilde Apoluceno de Oliveira ocorrida no primeiro semestre letivo da nona turma do Programa que ingressou no segundo semestre de 2013 A tem tica central visada neste trabalho estabelecer uma rela o entre duas reas do conhecimento amplamente valorizadas pelos gregos que contribu ram para que esta civiliza o tivesse a repercuss o e o reconhecimento que vem tendo ao longo da hist ria As duas reas tratadas portanto nesta discuss o s o a Filosofia e a Matem tica que possu am em comum o uso da raz o em suas investiga es A motiva o por discorrer sobre este tema emergiu de alguns estudos e verifica o de que muitos fil sofos da Gr cia antiga dedicaram sua vida e seus estudos tamb m Mat
266. do ser humano era como um papel em branco sem nada escrito A repeti o de exerc cios graduados e a recita o de cor tinham lugar central no ensino e aprendizagem Apesar de teorias terem sido elaboradas a partir da reflex o de v rios fil sofos que criticavam o m todo catequ tico de ensino este prevaleceu e ainda prevalece no sistema educacional brasileiro sendo chamado de Pedagogia Tradicional A Pedagogia Tradicional conforme salienta Oliveira 2001 classificada dentro das tend ncias pedag gicas reprodutivistas Esta concep o tem uma vis o essencialista de ser humano onde a racionalidade constitui se a ess ncia do homem e a capacidade de memoriza o considerada um elemento primordial para o desenvolvimento da racionalidade A rela o professor aluno desigual pois coloca o professor no centro da a o pedag gica por considerar o adulto acabado e a crian a incompleta A autora enfatiza ainda que na concep o de Paulo Freire esta educa o denominada tamb m de banc ria por comparar a educa o a um ato de depositar de transferir e de transmitir valores e conhecimentos aos educandos Outra tend ncia reprodutivista citada por Oliveira 2001 que predomina na educa o brasileira a Tecnicista Esta tend ncia concebe homens e mulheres dotados de racionalidade t cnica onde os m todos e t cnicas de ensino ocupam posi o central A prepara o para o mercado de trabalho atrav s da instru o p
267. doc ncia da hist ria da profiss o OLIVEIRA 2005 p 92 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O imagin rio possui um compromisso com o real e n o com a realidade A realidade consiste nas coisas na natureza e em si mesmo o real interpreta o a representa o que os homens atribuem s coisas e natureza Seria portanto a participa o ou inten o com as quais os homens de maneira subjetiva ou objetiva se relacionam com a realidade atribuindo lhe significados Se o imagin rio recria e reordena a realidade encontra se no campo da representa o ou seja do real LAPLANTINE 2003 p 79 Fazer a releitura das narrativas orais das professoras me despertaram muitas emo es a voz s vezes ficava travada com o choro preso na garganta outra hora soltava se em risos O tempo da inf ncia a chegada para a cidade o in cio da profiss o s o hist rias que me fazem rememorar a minha pr pria hist ria Todos n s de uma maneira ou de outra vivemos esse percurso s que em enredo tempo e lugar diferente O movimento criativo da mem ria e do imagin rio possibilita interpretar as hist rias de vida das professoras nos meados dos anos 80 no munic pio de Melga o visando compreender seu processo de reconstru o de identidades nas interfaces com as rela es sociais do lugar Para trazer os des encontros dos imagin rios como processo de transforma o e constru o do real come o po
268. dora em geral realiza sua atividade duplamente dentro e fora de casa essa duplicidade no ato do trabalho significa que ela duplamente explorada Infelizmente em nossa sociedade o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS trabalho feminino invis vel especialmente se for realizado dentro de casa Por isso os trabalhos de cuidar da casa e dos filhos s o considerados trabalhos leves e at n o trabalho Antunes 2009 analisando os contextos sociais e hist ricos das rela es de g nero no trabalho constata que No universo do mundo produtivo vivenciamos tamb m a efetiva o de uma constru o social sexuada onde os homens e as mulheres que trabalham s o desde a fam lia e a escola diferentemente qualificados e capacitados para o ingresso no mercado de trabalho E o capitalismo tem sabido apropriar se desigualmente dessa divis o sexual do trabalho p 109 Nesse sentido evidente que o capital incorpora o trabalho feminino de forma desigual e diferenciada em sua divis o social e sexual do trabalho ou seja o capital precariza com intensidade maior o trabalho das mulheres Contudo as mulheres herdam dessa polival ncia no trabalho um atributo social que lhes possibilita adaptarem se as novas dimens es de trabalho ao contr rio dos homens que mostram mais dificuldades em adaptarem se as novas dimens es polivalentes Mas necess rio observar que o autor chama a nossa aten o para o fato de que o
269. dos casos particulares deste teorema na Babil nia no Egito e na ndia contudo Pit goras foi o primeiro a enunciar e a demonstrar o teorema para todos os tri ngulos ret ngulos LUNA 2013 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No campo espec fico da Filosofia Pit goras era e continua sendo considerado dotado de um saber extraordin rio que sempre considerou tal saber como uma atividade desinteressada e articulada com outras reas do conhecimento a exemplo da Matem tica Se o corpo era um mau companheiro necessitava de um esfor o asc tico para libertar se dele Entre os pitag ricos tal liberta o realizava se mediante a observa o de princ pios morais e principalmente pela pesquisa intelectual desinteressada O cultivo da pesquisa desinteressada do saber que era a filosofia consistia na mais elevada forma de purifica o e por isso numa ci ncia divida E dado que n o se distinguia a filosofia das demais ci ncias da matem tica da geometria da astronomia da fisiologia todas as ci ncias te ricas existentes notadamente as matem ticas concorriam para tal purifica o SPINELLI 1990 p 46 Para ratificar o reconhecimento que se tem acerca da figura de Pit goras recorremos s palavras de dois escritores que sucintamente descreveram e ressaltaram a import ncia deste pensador tanto para a sua gera o quanto para as gera es posteriores a sua Spinelli 1990 p 41
270. e luta contra os defeitos do sistema que est o cada vez maiores No Brasil a educa o vive os reflexos s cio pol ticos e econ micos dessa globaliza o neoliberal pois apresenta caracter sticas de uma educa o tradicional voltada para interesses sociais e pol ticos 19 Segundo Saviani 2009 A constitui o dos chamados sistemas nacionais de ensino data de meados do s culo passado Sua organiza o inspirou se no princ pio de que a educa o direito de todos e dever do Estado O direito de todos educa o decorria do tipo de sociedade correspondente aos interesses da nova classe que se consolidara no poder a burguesia Essa nova classe precisava de indiv duos livres e n o s ditos como no imp rio logo esclarecidos e s o ensino proporcionaria isso EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS na qual o aluno enfrenta classes lotadas uma sele o de professores designados um a cada disciplina e uma variada lista de avalia es peri dicas Assim o aluno instigado a uma competi o que segundo Oliveira 2010 pode se chamar de Educa o Idealista Plat nica Uma educa o de car ter competitivo meritocr tico e disciplinar que tem a fun o de desenvolver cada um conforme suas aptid es e selecionar os mais aptos devem ser escolhidos os melhores para que alcancem um n vel de excel ncia marca de superioridade Embora considere o fato de que os desenvolvime
271. e anos a dura o do ensino fundamental obrigat rio com in cio aos seis anos de idade medida que for sendo universalizado o atendimento na faixa de 7 a 14 anos BRASIL 2001 Finalmente em 6 de fevereiro de 2006 a Lei n 11 274 institui o ensino fundamental de nove anos de dura o com a inclus o das crian as de seis anos de idade Para melhor atender esta meta foi elaborado pelo Minist rio da Educa o dentre v rios outros documentos para subsidiar o trabalho do professor em sala de aula no ensino fundamental um material chamado de Ensino Fundamental de Nove Anos orienta es para a inclus o da crian a de seis anos de idade e A crian a de 6 anos a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de Nove Anos A n vel estadual foi publicada a Resolu o n 001 de 05 de janeiro de 2010 CEE PA e o Manual de implanta o do ensino fundamental de 9 anos do Conselho Estadual de Educa o do estado do Par As principais mudan as nesta nova forma de organizar o ensino fundamental s o percebidas na maneira de conceber a inf ncia o curr culo as pr ticas de ensino e a avalia o No que se refere inf ncia preciso primeiramente compreender a fase de desenvolvimento pela qual se encontra a crian a Assim segundo Kramer 2002 2007 a inf ncia entendida como categoria social Durante os s culos a ideia de inf ncia sofreu mudan as de concep o conforme a sociedade de cada poca Estudos indicaram
272. e escolariza o m ltiplas perspectivas Porto Alegre Media o 2006 CAMPELLO A R S Pedagogia Visual Sinal na Educa o dos surdos IN QUADROS R M Org Estudos Surdos II Rio de Janeiro Arara Azul 2007 DOZIART A O outro da educa o pensando a surdez com base nos temas Identidades Diferen a Curr culo e Inclus o Petr polis RJ VOZES 2009 DUSSEL E tica da Liberta o na idade da globaliza o e da exclus o Petr polis RJ Vozes 2000 FLEURI R M Pol ticas da Diferen a para al m dos estere tipos na pr tica educacional Educ Soc Campinas Vol 27 n 95 p 495 520 maio ago 2006 JODELET D Representa es Sociais um dom nio em expans o org Tradu o de L U As Representa es Sociais RJ Ed UERJ 2001 A alteridade como produto e processo psicossocial In Repre sentando a alteridade Petr polis Vozes 1998 p 47 67 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS GOLDFELD M A crian a surda linguagem e cogni o numa perspectiva sociointeracionista S o Paulo Plexus 1997 176 p LACERDA C B F LODI A C B A inclus o escolar bilingue de alunos surdos princ pios breve hist rico e perspectivas IN LODI Ana C B e LACERDA C B F org Uma escola duas linguas letramento em l ngua portuguesa e l ngua de sinais nas etapas iniciais de escolariza o Editora Media o Porto Alegre 2009 LODI A C B A leitura em segunda l ngua pr ticas d
273. e forma geral enquanto que o papel da educa o para o filho do trabalhador estava relacionado apenas ao pleno desenvolvimento do trabalho produtivo desempenhado nas f bricas dos burgueses Essa dicotomia de modelo de educa o pensada a partir das rela es de classes fortemente desigual caracterizando que Numa sociedade estratificada os filhos dos trabalhadores s o incentivados a se prepararem para o manuseio das ferramentas o que tem exigido dos educandos oriundos das classes menos favorecidas um processo educativo fundado em elementos pragm ticos que s o voltados apenas para o adestramento para o desenvolvimento de tarefas espec ficas Esta din mica tem produzido uma escola dual onde aos filhos das classes mais abastadas s o dados instrumentos para se apropriarem de conhecimentos que lhes permitam atuarem como dirigentes nos mais diversos ramos da sociedade enquanto que aos trabalhadores o saber se d de forma difusa mesmo a operacionaliza o dos equipamentos quando s o apreendidos n o s o de maneira aprofundados de modo que haja um empoderamento das experi ncias compreendendo as como elementos que permitam focar a teoria permitindo a compreens o mesmo do conhecimento enquanto tal SILVA 2007 p 45 Obviamente essa base de sustenta o de que governar uma tarefa aparentemente da burguesia estar sendo quebrada desqualificada no cen rio social atual A supera o da escola dualista poss
274. e liberta ao viabilizar projetos e concretizar sonhos ou seja se a natureza apresenta se como destino o trabalho ser a oportunidade de supera o dos determinismos Nesse sentido a liberdade humana n o dada resulta da a o humana transformadora No entanto nem sempre prevalece essa concep o positiva sobretudo quando as pessoas s o obrigadas a viver do trabalho alienado que resulta de rela es de explora o Essa dicotomia que h no conceito de trabalho ora como tortura ora como emancipa o nos leva a compreender quest es que explicam o sentido do trabalho para o ser social que trabalha a classe trabalhadora hoje E para compreender o sentido amplo dessa categoria preciso englobar o sal rio como elemento anal tico Segundo o conceito marxista o sal rio n o o valor do reconhecimento do trabalho esse valor atribu do ao patr o O prolet rio para receber o sal rio depende da sua contribui o qualifica o e habilidade Nesse sentido o sal rio se transformou em fonte de riqueza na sociedade por m uma riqueza que distribu da entre poucos Isso significa que o sal rio favorece socialmente ou exclui ou seja o oper rio aquilo que ganha Marx explica que existe na classe trabalhadora o trabalho produtivo eo trabalho improdutivo O trabalho produtivo no entendimento que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS fazemos de Marx n o se restringe apenas ao
275. e linguagem cons trutivas da s subjetividade s de um grupo de surdos adultos Caderno Cedes Campinas v 26 n 69 p 185 2004 Mai ago 2006 LUDKE M ANDR M Pesquisa em educa o abordagens qualitativas SP EPUD 1986 MANTOAN M T Inclus o escolar o que Por qu Como fazer 2 ed Moderna 2006 MOSCIVICI S A representa o social da psican lise Rio de Janeiro Zahar 1981 As Representa es sociais investiga es em psicologia social 6 Ed Petr polis RJ Vozes 2009 MINAYO C S Pesquisa Social Teoria m todo e criatividade RJ VOZES 2010 OLIVEIRA W M M O ensino de Jovens e Adultos Surdos an lise das Pr ticas Metodol gicas de Docentes de uma Escola Especializada de Bel m Trabalho de Conclus o de Curso Pedagogia Universidade do Estado do Par Bel m 2011 OLIVEIRA I A DIAS A S tica da Liberta o de Enrique Dussel cami nho de supera o do irracionalismo moderno e da exclus o social Conjectu ra Caxias do Sul v 17 n 3 p 90 106 set dez 2012 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS S C P Representa es Sociais o conceito e o estado atual da teoria IN SPINK M P org O conhecimento no cotidiano as representa es sociais na perspectiva da psicologia social S o Paulo Editora Brasiliense 1993 SILVA A C A representa o Social da Surdez IN LODI A C B org Letramento bilinguismo e Educa o de Surdos Port
276. e o uso de ervas medicinais constituiu a partir das propostas de Boaventura Santos no pensamento p s abissal um exerc cio reflexivo e epistemol gico percebendo a ecologia de saberes como uma proposta fecunda e reacion ria ao paradigma moderno Os processos formadores das representa es sociais possibilitaram a leitura das categorias ancoradas e objetivadas pelos moradores que participaram da pesquisa O uso de ervas medicinais compreende uma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pr tica que desde os primeiros tempos de Abacatal envolve a cultura do grupo sua historia sua ci ncia O n cleo figurativo gerado a partir da ancoragem e objetiva o dos moradores al m de conciliar as impress es do grupo social sobre suas pr ticas denunciou tamb m as dificuldades enfrentadas pela comunidade os servi os de sa de Da a ideia de necessidade aplicada ao cultivo e uso das ervas pelos moradores Usar as ervas medicinais para tratar doen as indica n o apenas a confian a nas propriedades curativas historicamente constru das em seu legado cultural por isso guardadas na mem ria do grupo mas uma defesa contra a imprecis o das pol ticas p blicas de assist ncia a sa de A experi ncia social do saber fazer desses moradores revelou ainda a exist ncia de uma pr tica cultural que reside no universo consensual e que negocia com o universo reificado no tratamento de doen as como o diabetes por exemplo A eco
277. e padr es de poder fundados na exclus o nega o subordina o e controle no sistema mundo Capitalista que nos dias atuais se esconde por detr s de um discurso neoliberal multiculturalista que faz pensar que existe um reconhecimento da diversidade e da promo o de sua inclus o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Na verdade esse reconhecimento ilus rio j que nos governos neoliberais a propaganda inversamente desproporcional realidade A colonialidade do poder se acentuou nos ltimos anos se adequando ao projeto de neoliberaliza o e a necessidade de mercado o que provocou o surgimento do termo recolonialidade ou seja o reconhecimento e respeito diversidade cultural s o convertidos em novas estrat gias de domina o que ofusca e mant m ao mesmo tempo a diferen a colonial por meio de um discurso de multiculturalismo e sua ferramenta conceitual a interculturalidade funcional que n o aponta para a cria o de sociedades igualit rias ao contr rio servem de controle de conflitos e para a conserva o da estabilidade social num rearranjo permanente do projeto neoliberal A interculturalidade cada vez mais o termo usado para se referir a esses discursos a pol ticas e a estrat gias de corte multicultural neoliberal cujo interesse maior a manuten o do status quo J a interculturalidade cr tica n o condizente com o modelo de sociedade
278. e reprodu o numa tentativa de promover a transforma o social por meio da conscientiza o e busca de novas formas para efetuar a referida transforma o Palavras chave Ci ncia educa o Gramsci 25 Aluna do Mestrado em Educa o da Universidade do Estado do Par EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Introdu o O mundo capitalista desde seu surgimento sempre foi centrado na hegemonia de uma classe social sobre a outra onde as rela es sociais s o extremamente desiguais na medida em que uma pequena classe concentra em suas m os a riqueza produzida e os frutos gerados pela mais valia das classes trabalhadores um sistema de produ o que gera profundas contradi es sociais porque causa situa es de mis ria desemprego baixo n vel salarial e a m distribui o de renda O contexto social acima citado foi vivenciado por um dos maiores cientistas sociais da hist ria Ant nio Gramsci o qual presenciou a transi o do modo de produ o feudalista para o modo de produ o capitalista italiano e as mazelas sociais provocadas por tal transi o Lutou contra as injusti as sociais e formulou uma intensa produ o cient fica na tentativa de promover uma mudan a estrutural nas bases de sua sociedade A partir dos fatores citados anteriormente movidos pela tentativa de conhecer e compreender as contribui es cient ficas educacionais pol ticas e sociais do fil sofo e cientista social
279. e s o os cidad os que fazem e vivem a hist ria atual e sentem o reflexo negativo da ideologia e aliena o capitalista os autores desse processo de mudan a radical Todos os homens e mulheres independente de suas condi es sociais econ micas educacionais ou culturais tornam se autores principais desse projeto Uma nova sociedade criar certamente um novo simbolismo institucional e o simbolismo institucional de uma sociedade aut noma ter pouca rela o com o que conhecemos at aqui CASTORIADIS 1982 p 153 Nesse sentido o simb lico formado por um imagin rio social se este transformado consequentemente mudan as ser o efetivadas no simbolismo poss vel percebermos que o autor d nfase em seu estudo ao imagin rio compreendendo que atrav s do mesmo que o indiv duo pensa a sua realidade cria seus objetivos apreende o simbolismo a ideologia e a aliena o capitalista A relev ncia dada por Castoriadis ao imagin rio n o foi percebida por Marx como um dos pontos fortes da manuten o do poder da superestrutura Mas esse papel do imagin rio era visto por Marx como um papel limitado precisamente como papel funcional como elo n o econ mico na cadeia econ mica evidenciado no estudo de Castoriadis que o papel do imagin rio ilimitado ou seja EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS atinge n o s os indiv duos da sociedade mas tamb m o pr prio
280. e se comunicar com o mundo principalmente por meio das artes visuais e dram ticas assim como pelo contato com diferentes g neros liter rios contribuindo para a compreens o dos alunos surdos para que ele possa intervir na sua realidade sem ser visto como um coitadinho n o conhece n o entendi e n o ouvi proporcionando condi es para que o mesmo possa exercer sua autonomia O processo de ensino aprendizagem baseado no multiletramento tem apresentado resultados significativos segundo os professores entrevistados o que poder ser mais bem aprofundado numa pr xima an lise com dados mais apurados Ainda assim os dados ora apresentados neste artigo possibilitaram uma ampla reflex o sobre os processos de cultura multiculturalismo multiletramento e suas interfaces com o processo ensino aprendizagem dos alunos que n o conseguem alfabetizar se seguindo a ditadura da leitura e escrita imposta pela maioria das escolas do sistema educacional brasileiro importante ressaltar que esta pesquisa ainda est em andamento que as an lises realizadas est o em processo de constru o pois o objetivo e complementar os dados coletados com mais observa es entrevistas e observa es que ser o realizadas ao longo dos pr ximos tr s meses Com os resultados obtidos com a pesquisa ser realizada a socializa o com o Instituto Felipe Smaldone e com as outras escolas e espa os interessados em construir alternativas para ef
281. e sovi tico Sputinik ficou clara a necessidade dessa melhor prepara o t cnica por parte do Ocidente Essa prepara o teve apoio governamental nos Estados Unidos que segundo Augustine 1976 uma for a constitu da de dinheiro e pessoal especializado que se destinam a construir e avaliar recursos e treinar outras pessoas p XXIII Este autor descreve em seu livro M todos Modernos para o Ensino da Matem tica qual seria a estrutura do ensino nesse Movimento Teria uma maior participa o do aluno procuraria atender s diferen as individuais daria uma maior nfase a um trabalho s lido e unificado exigiria melhor equil brio entre o aspecto computacional da matem tica sua aplica o social e os aspectos criativos necess rios Teria maior nfase no significado dos conceitos e aplica o nos curr culos dos resultados de pesquisas sobre aprendizagem realizadas no campo da educa o e da psicologia Entretanto Pinto 2005 afirma que a realidade foi diferente do que se pretendia com esse movimento A autora nos diz que o novo curr culo no Brasil veio carregado de simbolismos e enfatizando a precis o de uma nova linguagem e que as promessas de um ensino mais atraente e descomplicado em supera o rigorosa matem tica tradicional foram substitu das por uma Matem tica carregada de formalismos O Movimento da Matem tica Moderna n o teve o sucesso esperado A respeito disso D Ambr sio 1996 fala que
282. e teatro a outra professora com Libras e uma terceira com Portugu s separadamente As crian as do primeiro ano tinham os dias da semana de aula comigo outros dias s com a professora de Libras e em outros s com a professora de Portugu s Entrevista com Lourdes Guedes dia 07 12 2013 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Ela relata que num determinado momento pensaram em fazer uma altera o e a dire o fez a proposta de se juntar as tr s professoras na mesma sala trabalhando a leitura e a escrita Discutiu se um projeto para trabalhar as tr s reas visando estimular escrita e leitura cujo objetivo central era o de a crian a aprender a ler o mundo que a cerca atrav s do Portugu s e da L ngua de Sinais projetando se nesse mundo por meio da express o corporal As professoras denominaram o projeto de Expressando o mundo atrav s das l nguas A partir da as turmas atendidas pelo projeto come aram a trabalhar unindo o Portugu s a Libras e a dramatiza o por meio dos diversos g neros liter rios O 1 ano trabalhou com lendas e contos o 2 ano com f bulas e o 3 ano identidades Considera es finais H muito que se discute a inclus o como uma necessidade b sica para que a escola seja de fato um espa o de todos Pesquisadores e educadores debatem permanentemente em busca de alternativas e pol ticas que levem a esse objetivo Alguns relatos nos mostram que essa pr
283. e valoriza o que se produz enquanto conhecimento do povo latino americano enquanto ser que est no mundo que pensa o mundo e que consequentemente o transforma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A filosofia da liberta o proposta por Dussel e embasada no pressuposto Freireano vem de encontro a esta ideia moderna de que o outro n o europeu latino necessita ser colonizado e dominado O europeu deixa de ser visto como salvador como nico ser capaz de conhecer e produzir Emerge assim um contra movimento ao pensamento europeu evidenciando que a ci ncia apenas n o nasceu na Europa assim como fora dela existem pensamentos subversivos de resist ncia que buscam fortalecer e legitimar determinados grupos at ent o exclu dos Paulo Freire surge nesse contexto como pensador de uma pr tica libertadora que pensa o indiv duo como um agente de transforma o Essa transforma o dar se h em mbitos sociais culturais e pol ticos Para tanto Freire 2003 explica que Do ponto de vista cr tico t o imposs vel negar a natureza pol tica do processo educativo quanto negar o car ter educativo do ato pol tico Isto n o significa por m que a natureza pol tica do processo educativo e o car ter educativo do ato pol tico esgotem a compreens o daquele processo e deste ato Isto significa ser imposs vel de um lado como j salientei uma educa o neutra que se diga a servi o da humanidade dos s
284. ealizadas com estas professoras pelo Prof Dr Agenor Sarraf Pacheco coletados entre 2002 e 2003 Com exce o de algumas passagens dos depoimentos da professora Rosiete Siqueira estas narrativas ainda n o foram exploradas em pesquisa acad mica Considerando meu interesse em interagir com o material emp rico obtive do pesquisador cess o e consentimento de uso preciso ressaltar ainda que algumas passagens do depoimento de Jurema Pacheco j s o resultado dos primeiros di logos que comecei a construir com essa professora EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS desta tem tica de estudo percebo que todo a s aquele a s que fizeram sua forma o escolar em Melga o entre os primeiros anos da d cada de 1980 at 2010 por exemplo em algum momento interagiram pelos ambientes educativos com essas professoras migrantes A escolha deste objeto de investiga o justifica se entre outros motivos primeiro pela minha pr pria rela o com a hist ria da educa o de Melga o e profunda conviv ncia com essas professoras Em segundo lugar pela car ncia de estudos relacionando professoras migrantes hist rias de vida identidades e forma o docente em territ rios amaz nicos Um terceiro motivo ainda pode ser descrito pela necessidade de documentar e com isso valorizar a contribui o dada por essas professoras hist ria da educa o de Melga o Conforme assinala Almeida 1998 pesquisas e estudos a re
285. ebo como cada professora sentiu e viveu a viagem o que para a professora Wilma se tornou um trauma em virtude do acontecimento com o barco e talvez por ser sua primeira experi ncia em transporte t pico da regi o marajoara acabou representando inseguran a medo e tribula o Para a professora Rosiete o estranho se tornou emo o prazer o percurso e a paisagem foram elementos que lhe inspiraram reflex es que lhe preencheram lembran as vividas amenizando as saudades Por essa perspectiva poss vel pensar a viagem das professoras n o apenas por um percurso linear e programado a ser seguido mas uma transi o cheia de improvisos e significa es que ganham dinamicidade a partir do que vivido e imaginado por cada uma delas Nesse enredo de experi ncias a professora Jurema relata a trajet ria que a levou junto com sua fam lia a serem moradores de Melga o Diferente das demais professoras Jurema veio a convite do prefeito eleito para assumir um cargo de confian a ser chefa do Setor de Educa o do Munic pio rg os que se transformou mais tarde em Secretaria Municipal de Educa o Por ser tamb m uma migrante essa professora viveu situa es semelhantes s outras professoras Meu padrinho ganhou para prefeito em Melga o em 82 Ent o meu padrinho disse Jurema tu vais trabalhar em Melga o comigo Tu vais trabalhar em Melga o porque eu preciso de uma pessoa para EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TIC
286. ecer a realidade formam se em cada ci ncia diversos m todos de estudo modos de elabora o dos fatos assim quanto mais complexo o objeto que se pretende conhecer mais significado tem a pergunta Como devemos estud los Como devemos abord los As respostas a essas perguntas remetem a princ pios de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS investiga o cient fica que ajudam os seres humanos a orientar se na realidade e a encontrar sa da para diversas situa es A teoria do conhecimento o ramo da filosofia respons vel pelo ato de conhecer a realidade e refletir como se estabelece o conhecimento nesse processo para conhecer o real temos dois elementos fundamentais o sujeito e o objeto Nesse sentido identificam se duas correntes filos ficas que apontam formas distintas de abordar o real o idealismo e o materialismo KOVALHOV 1975 TRIVINOS 1997 Paraoidealismoo princ pioiniciale determinante do conhecimento a consci ncia a ideia a subjetividade afirmando a originalidade do esp rito em face natureza ent o o sujeito o principal elemento no ato de conhecer a realidade KOVALHOV 1975 TRIVINOS 1997 Para o materialismo o princ pio fundamental do conhecimento a base material a realidade objetiva esta existe independente da consci ncia assim a rela o dial tica entre o sujeito e o objeto constitui se nos elementos fundantes para a caracteriza o do real KOVALHOV 1975 TRIVINOS 199
287. ecess rio um estudo mais aprofundado da implanta o desta nova forma de conceber o ensino o qual representa um desafio aos educadores Conceito de Paradigma Um paradigma segundo Kuhn 1991 refere se maneira como a realidade entendida e apreendida conforme alguns pressupostos j estabelecidos por alguma teoria cient fica a qual d a solu o para os problemas da realidade Para ele paradigmas s o as realiza es EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS cientificas universalmente reconhecidas que durante algum tempo fornece problemas e solu es modelares para uma comunidade de praticantes de uma ci ncia KUHN 1991 p 13 Quando um conjunto de teorias e formas de conceber a realidade predomina num determinado contexto como a teoria geoc ntrica de Ptolomeu tem se o que ele denomina de ci ncia normal Quando ocorre a substitui o de uma teoria por outra como a teoria helioc ntrica de Cop rnico que substituiu a teoria geoc ntrica de Ptolomeu tem se uma revolu o de paradigma Estas mudan as permitem a evolu o das ci ncias e representam modelos de pr ticas cient ficas e de entender e compreender a realidade Santos 1997 ao escrever sobre a atual crise no campo epistemol gico que ainda perdura neste primeiro quarto de s culo explana de forma bem detalhada o cen rio que propiciou a crise de paradigma da ci ncia Ao caracterizar a condi o sociocultural num cen rio onde a incerteza
288. ecimento cient fico na disciplina Epistemologia e Educa o do curso de mestrado do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par PPGED UEPA o qual temos vinculo O objetivo desta pesquisa analisar os reflexos da compartimentaliza o das ci ncias e dos saberes na educa o nos dias atuais tendo por base o conceito de hiperespecializa o de Edgar Morin Morin 2007 entende como hiperespecializa o dos conhecimentos quando cada ci ncia se torna uma ci ncia particular no sentido de delimitar um campo de pesquisa e procedimentos espec ficos para seu desenvolvimento Realizou se pesquisa de cunho bibliogr fico com leituras de autores entre os quais Morin 2007 Levy 2004 e Gallo 1997 tratam sobre o desenvolvimento hist rico da ci ncia e nos trazem o cen rio atual cient fico e educacional Pode se observar na atualidade a emerg ncia do chamado pensamento complexo de Edgar Morin que busca as v rias intera es da rela o parte todo Distingue sem separar as diversas disciplinas e formas de ci ncia dando embasamento te rico para as ideias que consideram os variados fatores a saber as inter pluri multi e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS trandisciplinaridades Abordadas por Levy 2004 2007 Guedes 2012 Gerhard e Rocha Filho 2012 e inclusive por Morin 2007 assim como outros autores estas metodologias est o presentes nos discursos de forma a se
289. ecnologias para o ensino de matem tica Sabemos que atualmente o desenvolvimento tecnol gico cada vez mais avan ado em nossa sociedade A todo o momento nos deparamos com novos instrumentos cada vez mais sofisticados e o ensino n o pode ficar de fora desse movimento A tecnologia tem auxiliado o ensino de matem tica atrav s de programas computacionais com objetivos diversos como por exemplo a apresenta o de novos conceitos matem ticos ou a fixa o de conte dos j trabalhados A presen a da tecnologia na vida das crian as e adolescentes dos novos tempos tem sido fator preponderante para a escolha da utiliza o de tecnologia como recurso did tico Existem hoje in meros programas destinados ao ensino de matem tica desde a educa o infantil at o final da educa o b sica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS 5 Influ ncias do paradigma emergente na educa o matem tica Como tratado anteriormente muitas mudan as ocorreram no ensino da matem tica na transi o entre o Movimento da Matem tica Moderna e a Educa o Matem tica que temos atualmente Procuramos neste momento fazer uma rela o entre o paradigma emergente proposto por Boaventura de Souza Santos e a Educa o Matem tica com suas tend ncias O objetivo desta rela o mostrar que influ ncias essa ruptura com o paradigma da ci ncia moderna ocasionou no ensino de matem tica Em sua primeira tese a respeito do paradigma emergen
290. economia capitalista que explorava a for a de trabalho da classe trabalhadora A ci ncia para Marx visava ao processo de transforma o social pois reconheceu o importante papel dos economistas cl ssicos e dos vulgares na produ o do conhecimento cient fico mas superou suas teses com a cria o de uma ci ncia fundamentada na luta de classe particularmente a trabalhadora pois a ci ncia para ele n o se trata de interpretar o mundo mas sim de transform lo A teoria de Marx sobre a ci ncia moderna pode ser caracterizada como uma den ncia da explora o da for a de trabalho pela sociedade capitalista e a necessidade de organizar uma nova forma de sociedade em que n o haja divis o de classe Desta forma Marx se tornou um grande intelectual que revolucionou a ci ncia evidenciando seu car ter pol tico tornando se refer ncia no estudo das sociedades e das rela es de classes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ANDERY Maria Am lia et al Para compreender a ci ncia uma perspectiva hist rica Rio de Janeiro Jaramond 2007 BRASIL Senado Federal Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia Centro Gr fico 1988 CHAUI Marilena Filosofia Moderna In OLIVEIRA Armando et al Pri meira Filosofia aspectos da Hist ria da Filosofia 8 Ed S o Paulo Brasilien se 1990 DIAS A S e OLIVEIRA I A Um olhar Dusseliano sobre a Pedagogia do Oprimido de Paulo Fre
291. educa o vinculada ao mundo do trabalho Desenvolveu dois conceitos considerados fundamentais a respeito da compreens o da educa o que caracterizou de unilateralidade e onilateralidade A Primeira foi nega o por parte de Marx do modelo pr existente do capitalismo que determinava o que cada oper rio trabalhador deveria fazer tornando os dependentes uns dos outros Cada trabalhador estava destinado a desenvolver uma pr tica espec fica dentro da atividade fabril n o tendo portanto o conhecimento da totalidade dos meios de produ o Sobre a segunda destacava a implementa o imediata da escola nica e polit cnica cujo objetivo era formar o cidad o de forma integral Sem especializa o para uma ou outra forma de trabalho Cada sujeito seria formado para desenvolver todos os tipos de atividade fabril Destacando que A onilateralidade portanto a chegada hist rica do homem a uma totalidade de capacidades produtivas MANACORDA 1996 p 81 A educa o na Modernidade tinha uma dualidade de sentidos de modo que de um lado a burguesia era a classe pensante detentora do conhecimento e dos meios de produ o de outro o proletariado os n o pensantes sua fun o n o passava de prestar servi o classe burguesa ou seja nas atividades fabris Por conta disso que a educa o para EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS o filho do burgu s visava formar cidad o para governar a sociedade d
292. egativa da manifesta o pessoal O trabalho subsume os indiv duos sob uma determinada classe social predestina os desse EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS modo de indiv duos a membros de uma classe uma condi o que apenas poder ser eliminada atrav s da supera o da propriedade privada e do pr prio trabalho 1984 p 298 importante que sobretudo se destaque que esse portanto o sentido negativo do conceito de trabalho em Marx um conceito que apresenta o trabalho como n o mat ria prima n o instrumento n o produto ou seja como mis ria absoluta Em outras palavras como produtor de capital como sendo uma atividade historicamente determinada haja vista que toda atividade humana tem sido at agora trabalho Marx resume essa determina o dizendo que o trabalho o homem que se perdeu a si mesmo Confirmando esse sentido negativo a pr pria palavra trabalhar deriva do latim tripaliare que nomeava o trip lio um instrumento formado por tr s paus pr prio para atar os condenados ou para manter presos os animais dif ceis de ferrar A origem comum identifica o trabalho tortura ANTUNES 2009 Seo trabalho uma atividade historicamente determinada e a vida humana depende do trabalho e este causa tanto desprazer s pode se concluir que o ser humano est condenado infelicidade Entretanto para reverter esse lado negativo do trabalho Marx relaciona o termo trabalho
293. eira e Waldma Ma ra Menezes de Oliveira A hiperespecializa o e seus reflexos na Educa o 101 Hugo Carlos Machado da Silva Pr ticas Educativas aut nomas na Educa o Escolar 117 Gicele Holanda da Silva Pinto Aprofundando as concep es conceituais de Marx sobre o trabalho alguns pontos para debate 131 Marin s de Maria Ribeiro Rodrigues Um desafio para a Educa o Contempor nea o pensamento Ecologizante de Edgar Morin Ivone Caldas Carvalho A Ci ncia e a Educa o em Gramsci Silvany Santana de Oliveira Costa 148 168 Tomando caf com Boaventura Santos algumas reflex es sobre a forma o inicial de professores Daniela de Sousa Cortez 186 Ensino Fundamental de nove anos para al m das nomenclaturas Fernanda Andrea Silva de G es 204 Educa o escolar e Cultura s algumas reflex es Ivanilde Apoluceno de Oliveira e Lyandra Lareza da Silva Matos 223 Representa es Sociais de docentes sobre o AEE Breves reflex es do processo de escolariza o de alunos surdos na escola inclusiva Huber Kline Guedes Lobato 240 Representa es Sociais de moradores de uma comunidade quilombola de Ananindeua Pa sobre o uso de ervas medicinais no tratamento de doen as Marcio Barradas Sousa 261 Epistemologia da did tica da matem tica a teoria das situa es did ticas de Guy Brousseau Adrielle Cristine Mendello Lopes 284 A raz o no mundo Grego e suas
294. eitera es de palavras valores ideias e de imagin rios BRAND O 2002 p 25 Compreendemos que a educa o um processo pol tico social e cultural Nesse vi s devemos lembrar que toda a educa o cultura e ambas acontecem no mesmo contexto isto nas intera es sociais dos sujeitos que est o em constante processo de aprendizagem Desse modo Educar criar cen rios cenas e situa es em que entre elas e eles pessoas comunidades aprendentes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS de pessoas s mbolos sociais e significados da vida e do destino possam ser criados recriados negociados e transformados Aprender participar de viv ncias culturais em que ao participar de tais eventos fundadores cada um de nos se reinventa a si mesmo E realiza isto atrav s de incorporar em diferentes inst ncias de seus dom nios pessoais de intera o BRAND O 2002 p 26 A cultura um processo democr tico portanto n o se limita aos intelectuais deliberados pela tradi o ocidental Ela na verdade cria o e recria o coletiva de homens e mulheres na sua rela o com o mundo Procurar conhecer a realidade em que vivem nossos alunos um dever que a pr tica educativa nos imp e FREIRE 1993 p 79 De acordo com Freire 1996 quando inseridos numa experi ncia formadora essencial que se respeite a identidade cultural dos sujeitos e como educadores devemos construir uma
295. elius Castoriadis ampliada com interpreta es de especialistas sobre as tem ticas do imagin rio da identidade e da mem ria Para materializar a compreens o das leituras do pensamento de Castoriadis o trabalho dialoga com depoimentos orais das professoras Wilma Vilar Rosiete Siqueira e Jurema Pacheco e procura entender de que maneira via des encontros de imagin rios constru ram suas identidades docentes nas experi ncias pessoais e profissionais compartilhadas entre si com o lugar e seus moradores O di logo entre o imagin rio local e o imagin rio das professoras revelou se prop cio para apreender o processo de reconstru o de suas identidades visibilizadas em narrativas de hist rias de vida dificuldades de compreens o do comportamento das professoras por parte dos moradores e de uma certa incompreens o inicial destas professoras para compreenderem que imagin rio orientava a sociedade local Palavras chave imagin rio identidade professoras migrantes 1 Mestranda da 9 turma do Programa de P s Gradua o em Educa o PPGED da Universidade do Estado do Par UEPA na linha de pesquisa Forma o de Professores E mail ilcasarrafo yahoo com br EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Introdu o A tessitura deste artigo foi realizada a partir de estudos da disciplina Epistemologia e Educa o ministrada pela Prof Dr Ivanilde Apoluceno de Oliveira no Programa de P s Gradua o em Educa
296. em tica e vice versa Para esta discuss o preferimos eleger tr s grandes nomes Tales de Mileto Pit goras de Samos e Plat o por entender que foram eles que apresentaram grande interesse por estudos de ordem filos fico matem tica Contudo precisamos ponderar que n o h possibilidade de nesta produ o tratarmos de todos os aspectos que nortearam sua vida e seus trabalhos como pol tica religi o cren as fam lia entre outros Por isso optamos em fazer um recorte que abarcasse os aspectos concernentes a seus estudos nas reas da Filosofia e da Matem tica Assim a pesquisa apresenta abordagem qualitativa sendo do tipo bibliogr fica A sua execu o ocorreu por meio da realiza o de um levantamento em pesquisas j desenvolvidas e outros textos que disp em acerca da Hist ria da Matem tica e da Filosofia na Gr cia antiga A investiga o mostrou que embora S crates tenha sido um grande fil sofo grego que deixou contribui es significativas para o desenvolvimento da Filosofia antes dele a hist ria contou com a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS contribui o de outros pensadores conhecidos como os pr socr ticos por serem fil sofos da Gr cia antiga que antecederam S crates E o primeiro destes foi Tales de Mileto que al m de fil sofo foi um grande matem tico Para sistematiza o das informa es organizamos esta produ o em quatro t picos O primeiro deles busca expla
297. em Matem tica PROFMAT Universidade Federal de Campi na Grande Campina Grande 2013 MELO Ana Rafaella Pereira Matem tica enquanto ci ncia intermedi ria na rep blica de Plat o Revista SABERES Natal v 1 n 4 jun 2010 Dispon vel em http www cchla ufrn br saberes Acesso em 11 11 2013 MIORIM Maria ngela Introdu o Hist ria da Educa o Matem tica S o Paulo Atual 1998 MOURA Allan de Oliveira org A Matem tica Pitag rica Universidade Federal de Vi osa Minas Gerais 2012 NIETZSCHE Friedrich Wilhelm A Filosofia na poca tr gica dos gregos Traduzido por Ant nio Carlos Braga S o Paulo escala 2008 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Racionalidade Cl ssica a filosofia como ci ncia mimeo 2008 PEREIRA Hamilton Soares Poliedros plat nicos 42 p Monografia Espe cializa o em Matem tica Universidade federal de minas gerais Belo Ho rizonte 2011 SANTOS Alessandro Rodrigues dos A cr tica de Arist teles a Plat o na sua teoria do conhecimento In Arlei de Esp ndola org Filosofia inicia o ao estudo do pensamento cl ssico p 21 38 Londrina UEL 2011 SPINELLI Miguel Tend ncias da Investiga o filos fica grega In Filosofia e Ci ncia p 17 62 Curso de P s Gradua o em Filosofia UFSM S o Paulo EDICON 1990 REFLEX ES SOBRE O MULTICULTURALISMO CR TICO E O MULTILETRAMENTO COMO ALTERNATI
298. emente de educa o Refor amos que tais reflex es e posturas ganham espa o de discuss es e problem ticas no final do s culo XX por meio de uma abordagem que contemple uma vis o de complexidade interconex o e interdepend ncia dos diversos saberes Nessa perspectiva o trabalho sustenta se no paradigma emergente trazendo as contribui es para a forma o de professores onde a mesma pode e deve assumir um vi s menos contemplativo e mais interativo menos repetidor e mais criador 2 Antes do caf algumas reflex es Como argumento principal para iniciar as nossas reflex es propomos re pensar a forma o inicial de professores conferindo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS visibilidade a um territ rio repleto de incertezas e que paradoxalmente apresenta atrav s das concep es e pr ticas de muitos professores ideias absolutizadoras que acabam reproduzindo teorias que n o dialogam com a realidade e escravizam o pensar e fazer educativo a um paradigma de exclus o e superficialidade Mas o que vem a ser um paradigma Como afirma Kuhn 1966 um paradigma apresenta se como um sistema estruturado de regras normas pressupostos m todos e princ pios aceitos e reproduzidos por um determinado tempo pela pr tica de uma comunidade cient fica Assim defendemos que necess rio que esse espa o formativo possa des construir e mobilizar na forma o outros sentidos para o ser e fazer da p
299. emergentes Ao aportarmos na institui o escolar necessitamos haurir as discuss es a cerca das rela es estabelecidas entre os saberes locais e as pr ticas educativas frente s complexidades e peculiaridades que chegam a todo o momento na escola como o fluxo constante das mar s A proposi o partir a princ pio das reflex es do Multiculturalismo cr tico apresentada por Peter McLaren pesquisador canadense radicado nos Estados Unidos atua como professor da Universidade da Calif rnia e tem como cerne de seu trabalho o multiculturalismo e a pedagogia cr tica a ele cabe o m rito de ajudar na divulga o das ideias de Paulo Freire no exterior O seu trabalho por e com a educa o de resist ncia tem inicio ainda no Canad ao trabalhar nas escolas perif ricas da cidade de Toronto com alunos filhos de imigrantes de diversas nacionalidades tal contato marcou profundamente a sua pr xis as heterog neas experi ncias vivenciadas ajudaram no nas reflex es acerca de uma pedagogia de resist ncia e transforma o Como educar sem problematizar o papel da escola frente ao escamoteamento e banaliza o feita pelo capitalismo neoliberal amplamente utilizado e aceito na atualidade como o significado de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS democracia o culto heroico do modernismo ao homem branco detentor de amplos poderes e privil gios na passividade dos intelectuais livre flutuantes que falham ao negarem a nec
300. emplo flor Cada pessoa tem uma flor pr pria que consegue descrever por exemplo rosa margarida Jo aluno surdo n o consegue porque ele n o entendeu o que foi dito a professora n o usa nada de imagens recursos visuais ai o aluno fica cheio de d vidas A aus ncia de materiais pedag gicos voltados aos educandos surdos cuja imagem tida como metodologia no processo de aprendizagem faz com que os mesmos n o compreendam o conte do dado e nem consigam acompanhar os demais alunos ouvintes j que a metodologia n o favorece suas particularidades Para Campello 2007 p 113 a Libras inscreve se no lugar da visualidade e sem d vida encontra na imagem uma grande aliada junto s propostas educacionais e s pr ticas sociais do aluno surdo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Lacerda e Lodi 2009 explicam que a inser o do aluno surdo na rede regular precisa ser feita com cuidados que visem garantir as possibilidades de acesso aos conhecimentos que est o sendo trabalhados em sala de aula p 15 para isso o professor necessita mediar e incentivar a constru o do conhecimento atrav s da intera o com ele surdo e com os colegas p 15 com o objetivo de que o educando surdo n o fique isolado em sala de aula por estar em desigualdade lingu stica Para as autoras a inclus o escolar do aluno surdo um processo gradual e din mico podendo tomar formas distintas em n veis pos
301. en o da sociedade Essa falsa impress o retira das m os do indiv duo social o poder de dimensionar redimensionar de maneira aut noma seu modo de pensar de refletir e de viver Para a teoria de Castoriadis a educa o como pr xis indispens vel para findar com o pensamento de naturaliza o do sistema escolar ao reorganiz lo a partir da forma o e a o de sujeitos aut nomos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Ao analisar a educa o f sica e seu processo hist rico como disciplina escolar conseguimos compreender que a mesma foi constru da em fun o da consolida o de um imagin rio capitalista que continua interferindo na pr tica escolar atrav s do simbolismo de futuro promissor de esporte nacional e do apelo midi tico que cercam algumas modalidades esportivas Para construirmos uma outra forma de ensino educa o f sica necess rio come armos a refletirmos na perspectiva da teoria social hist rica e ent o enxergar e formar nossos alunos como seres aut nomos capazes de atrav s da avalia o consciente realizar suas escolhas e prefer ncias sem que essas sejam influenciada de forma alienada pelo imagin rio social EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ALBUQUERQUE Maria Bet nia Trilhas e Temas da Disciplina Filosofia da Educa o a partir da PUC SP 2002 241 f Tese de doutorado em Edu ca o Faculdade de Educa o da A Pontif cia Uni
302. ent fico LOWY 1985 p 104 A ci ncia de Marx volta se para o proletariado uma vez que supera o modelo cient fico desenvolvido pelos cl ssicos e vulgares e avan a na discuss o de uma nova perspectiva cient fica que segundo L wy 1985 caracteriza se Obviamente Marx est pensando em sua pr pria contribui o Ele v como ci ncia revolucion ria aquela que exprime que manifesta no terreno do conhecimento o ponto de vista de uma nova classe que inicia sua luta o proletariado Assim Marx afirma reconhece proclama o compromisso de sua teoria com o ponto de vista de uma classe social determinada ele se considera mesmo como representante cient fico do proletariado p 102 103 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A produ o do conhecimento portanto n o est dissociada das rela es de classes e tampouco do contexto hist rico da humanidade Para L wy 2007 p 105 A hist ria da ci ncia n o pode ser separada da hist ria em geral da hist ria da luta de classes em particular Com esse discurso L wy destaca que a ci ncia em Marx na sua ess ncia eminentemente pol tica envolve lutas de classes de modo que h uma rela o de saber e poder envolvendo disputa entre a classe burguesa e proletariado A educa o em Marx No que se refere ao processo educativo Marx n o escreveu uma teoria tratando especificamente de educa o SARUP 1986 Entretanto nos seus escritos aborda a
303. ente relacionada pesquisa A forma o apresenta se nos como um fen meno complexo e diverso sobre o qual existem apenas escassas conceitualiza es e ainda menos acordo em rela o s dimens es e teorias mais relevantes para a sua an lise Em primeiro lugar a forma o como realidade conceitual n o se identifica nem se dilui dentro de outros conceitos que tamb m se usam tais como educa o ensino treino etc Em segundo lugar o conceito forma o inclui uma dimens o pessoal de desenvolvimento humano global que preciso ter em conta face a outras concep es eminentemente t cnicas Em terceiro lugar o conceito forma o tem a ver com a capacidade de forma o assim como com a vontade de forma o GARCIA 1992 p 21 22 E finalmente o ltimo objetivo nos remete a pensar sobre a forma o continuada do professor fazendo de suma import ncia a sua participa o em encontros semin rios congressos palestras simp sios pois neste momento que o professor aprende desaprende reestrutura o aprendido faz descobertas e portanto nesse l cus que muitas vezes ele vai aprimorando a sua forma o CANDAU 1997 p 57 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Portanto entendemos que o aprender cont nuo essencial em nossa profiss o visto que ser professor requer saberes e conhecimentos cient ficos pedag gicos educacionais sensibilidade intui o indaga es teoria e criat
304. entendimento A unidade assim como os outros objetos de mesma natureza suscita o pensamento a fim de que este compreenda melhor o que de fato aquilo Plat o tamb m via um grande m rito no conhecimento da aritm tica por suas aplica es de ordem pr tica e defendia que ela deveria ser conhecida pelos fil sofos Contudo ficou conhecido pela forma como tratou no escrito Timaeus os cinco s lidos regulares tetraedro formado por quatro faces triangulares hexaedro com seis faces quadrangulares tamb m chamado cubo octaedro constitu do de oito faces triangulares dodecaedro formado por doze faces pentagonais e o icosaedro composto de vinte faces triangulares PEREIRA 2011 Ainda que muito se diga que o conhecimento dessas figuras deva se a um outro matem tico chamado Arquita foi por meio desta obra Timaeus de autoria plat nica que eles tiveram repercuss o sendo propostos por Plat o associando os a elementos da natureza o tetraedro ao Fogo o hexaedro Terra o octaedro ao Ar o icosaedro gua e o dodecaedro representava o s mbolo do Universo Por este motivo atribuiu se a eles a denomina o de s lidos plat nicos ou poliedros de Plat o PEREIRA 2011 Assim apesar de Plat o n o ter se configurado como um matem tico em sua Academia reuniu e tornou conhecidas as descobertas de importantes matem ticos da sua poca como Teodoro de Cirene 470 a C Eudoxo de Cnidos 408 a C 355a C
305. entos da vida cultural Letramento como pr xis desafios apontados Rojo 2009 faz uma abordagem interessante sobre a pr tica de letramento em diferentes contextos Inicialmente ela define alguns termos elementares para a compreens o do processo que se encontra em constante evolu o E para definir o letramento a autora se apropria do seguinte conceito letramento n o pura e simplesmente um conjunto de habilidades individuais o conjunto de pr ticas sociais ligadas leitura e escrita em que os indiv duos se envolvem em seu contexto social SOARES 1998 p 72 Mais adiante Rojo 2009 indaga que o conceito t o complexo e envolve uma diversifica o t o ilimitada a j se avista o multiletramento que pode ter como exemplos desde a leitura em voz alta de um texto no ambiente escolar at a interpreta o de um CD de rap em Tupi passando pelos meios eletr nicos e digitais Mas como surgiu a empregabilidade do termo letramento Segundo informa Kleiman 1995 o primeiro uso da palavra no Brasil EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS tradu o literal do ingl s Literacy foi de Mary Kato 1986 E a essa rede formada em torno do letramento recebe de Kleiman 1995 p 15 16 grifo do autor a seguinte defini o o conceito de letramento come ou a ser usado nos meios acad micos numa tentativa de separar os estudos sobre o impacto social da escrita dos estudos sobre a alfab
306. eoria cient fica mas n o a verdade condi es hist ricas culturais e sociais n o devem ser desconsideradas do saber cient fico A raz o fechada que representa uma verdade absoluta sistematicamente conclu da como um dogma ou um pensamento sacralizado n o d conta de lidar com a complexidade por m a raz o complexa permite o di logo entre o racional o a racional e o irracional reconhecendo as rela es em suas multidimens es A transforma o da sociedade que o nosso tempo exige revela se insepar vel da auto supera o da raz o conclui Castoriadis apud MORIN 2000 p 169 Mas afinal o que a complexidade Segundo o pensamento de Morin 2000 a diversidade e a variedade que se entrecruzam para formar a unidade da complexidade Deste modo o fil sofo nos chama ruptura epistemol gica da apar ncia negativa e at regressiva EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da complexidade concebida pelas ci ncias Naturais e Exatas j que consiste na reintrodu o da incerteza num conhecimento que havia partido triunfalmente conquista da certeza absoluta MORIN 2000 p 188 Por m os aspectos positivo e progressivo que pode ter a resposta ao desafio da complexidade fundamentalmente o come o para o pensamento multidimensional e a supera o da concep o metaf sica presente na racionalidade cl ssica Isto n o significa que Morin desconsidere concep es formalizante e
307. er ou de uma disciplina cient fica h sempre uma primeira aquisi o ainda n o cient fica de estados mentais j formados de modo mais ou menos natural ou espont neo Desta forma o pr saber concebido como estados mentais que constituem as opini es primeiras ou pr no es propondo certas explica es O saber na perspectiva deste autor todo um conjunto de conhecimentos metodicamente adquiridos mais ou menos sistematicamente organizados e suscept veis de serem transmitidos por um processo pedag gico de ensino JAPIASSU 1975 p 15 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Na vis o de Charlot 2000 o saber consiste no produto de rela es epistemol gicas sociais e culturais entre os seres humanos constru do por meio de uma hist ria coletiva e se configura como uma atividade pr pria do sujeito e tamb m a o do sujeito sobre si mesmo Oliveira 2012 p 5 destaca ainda que o saber em Paulo Freire est relacionado ao processo de busca permanente do conhecimento pelo fato de o ser humano ser inacabado e intera o e dialogicidade com o outro no mundo e ao processo de cria o que cultural Japiassu 1975 corrobora que h uma rela o entre o pr saber o e o saber visto que para um saber h sempre um pr saber Assim surge uma s rie de categorias epistemol gicas significativas dentre as quais apontamos a vigil ncia epistemol gica trata se de uma atitude reflexiva sob
308. eral haja vista que como processo educativo o trabalho subverte as condi es sociais e liberta o homem pois a combina o do trabalho produtivo com o ensino desde uma tenra idade um dos mais poderosos meios de transforma o da sociedade atual Quanto metodologia utilizou se a pesquisa bibliogr fica buscando em alguns cl ssicos como Manacorda 17 Mestranda da 9 turma do Programa de P s gradua o em Educa o PPGED da Universidade do Estado do Par UEPA na linha de pesquisa Saberes culturais e educa o na Amaz nia E mail marinesdemaria vhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS M sz ros Hobsbawn entender qual a contribui o que os mesmos apontam para a compreens o da presente realidade e principalmente Karl Marx por ser o divisor de guas no tocante ao debate sobre a centralidade do trabalho Palavras chave Trabalho Emancipa o Classe Trabalhadora Introdu o A ideia de aprofundar as concep es conceituais de Marx sobre o trabalho surgiu durante as aulas de Epistemologia e Educa o no Programa de P s Gradua o da Universidade do Estado do Par UEPA mas evidenciou se mais necess ria pelo conv vio intelectual com a professora Ivanilde Apoluceno que ministrou a disciplina a qual influenciou e influencia meu pensar e fazer pedag gico pois como disse Freire a cabe a pensa onde os p s pisam A partir de ent o resolvi revisitar as obras de M
309. erc cio de est mulo a curiosidade que desperta a pesquisa a d vida e a cr tica s informa es que se interligam obtidas por varias disciplinas Informa es essas vindas tanto das culturas cient ficas quanto das humanidades A esse conjunto de pr ticas Morin chama de pensamento ecologizante Trata se de procurar sempre as rela es e inter retro a es entre cada fen meno e seu contexto as rela es de reciprocidade todo partes como uma modifica o local repercute sobre o todo e como uma modifica o do todo repercute sobre as partes Trata se ao mesmo tempo de reconhecer a unidade dentro do diverso o diverso dentro da unidade de reconhecer por exemplo a unidade humana em meio s diversidades individuais e culturais as diversidades individuais e culturais em meio unidade humana MORIN 2003 P 25 No pensamento ecologizante a transdisciplinaridade faria a uni o das culturas cient ficas e das humanidades Logo em uma aula sobre Amaz nia considerando se o Par como parte do todo por exemplo o aluno teria muito mais condi es de desenvolver um ponto de vista cr tico ao relacionar as informa es sobre os efeitos positivos e negativos da constru o da barragem Hidrel trica de Belo Monte Pesquisas cient ficas trazem comprova es de experi ncias dados estat sticos em rela o ao desenvolvimento que os munic pios podem ter 22 Morin lamenta o car ter desencorajador da curiosidade durante o
310. eres humanos em geral de outro uma pr tica educativa esvaziada de significa o educativa p 23 Assim as contribui es freirianas para constru o de uma filosofia da liberta o s o de extrema relev ncia uma vez que coloca a necessidade de retirar o indiv duo o outro de sua condi o de exclu do e oprimido atrav s de par ticas educativas que o levem a reflex o de seu papelno mundo para uma poss vel transforma o de sua realidade O pensamento de Paulo Freire tem base nos ideais de igualdade e justi a social onde homens e mulheres possam ter vez e voz nesse sistem mundo Para tanto a educa o transformadora para a liberta o se faz vital EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias DUSSEL Enrique tica da Liberta o na Idade da Globaliza o e da Ex clus o 3 ed Petr polis Vozes 2003 Filosofia da Liberta o Cr tica Ideologia da Exclus o S o Paulo Paulus 1995 El encubrimiento del Indio 1942 Hacia el origen del mito de la modernidad M xico Cambio XXI 1992 Filosofia da Liberta o S o paulo Piracicaba Loyola UNIMEL 1976 FREIRE Paulo A import ncia do ato de ler em tr s artigos que se comple mentam 44 ed S o Paulo Cortez 2003 Pedagogia do Oprimido 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Racionalidade cient fica moderna mimeo Bel m UEPA 2012 DI LOGOS ENTRE O MULTICULTURALISMO E
311. erguntas fechadas e abertas e quem o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em quest o sem se prender indaga o formulada MINAYO 2010 p 64 Utilizou se ainda o uso da t cnica do desenho para que os professores representassem o processo de inclus o dos educandos surdos buscando se identificar a imagem e os sentidos dessas representa es Segundo V ctora Knauth Hassen 2000 a elabora o de desenhos consiste em uma t cnica em que se prop e aos entrevistados que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS representem graficamente uma determinada situa o ou concep o A partir do desenho o entrevistador e os entrevistados discutem sobre os elementos elaborados no desenho de forma a compreender o significado do que foi desenhado Esclarece Silveira 2011 que se deve planejar a produ o dos desenhos esclarecendo ao entrevistado a finalidade dos mesmos bem como organizar os materiais a serem utilizados tais como l pis de cor canetas hidrocor coloridas papel em branco dentre outros Al m disso a autora destaca a relev ncia da t cnica para o estudo das Representa es Sociais Ao falar sobre o que desenhou o participante permitiu emergir sua compreens o e evidenciou suas representa es diante do tema explorado pois necessitou relatar sobre os elementos escolhidos criativos subjetivos e at l dicos advindos pela media o da elabora o do desenho SILVEIRA
312. erro e da ilus o portanto o pensamento complexo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Efeitos contradit rios da modernidade na educa o e a necessidade da reforma do pensamento Edgar Morin problematiza a educa o atual a qual baseada em conte dos estritamente te ricos fragmentados e que reduzem ou at apagam a possibilidade da curiosidade no jovem Apesar do avan o tecnol gico decorrente da revolu o cient fica segundo o autor contraditoriamente este n o gerou avan os quanto ao progresso humano e pode mais consolidar os poderes do que favorecer as emancipa es MORIN 1982 p 13 apud GHEDIN amp FRANCO 2008 p 39 O pensamento complexo de Edgar Morin 2006 produziu estudos tamb m com finalidade de promover a percep o da import ncia do ensino transversal de valores ao permitir que o jovem visualize seu papel no mundo e desenvolva autonomia percep o das mudan as Refor a que o est mulo s aptid es gerais da mente deve ser estimulado na escola pois favorece o melhor desenvolvimento das compet ncias para colocar e resolver problemas pois o desenvolvimento da intelig ncia geral requer que seu exerc cio seja ligado d vida fermento de toda atividade cr tica MORIN 2010 p 22 O desenvolvimento da aptid o tende forma o de um pensamento ecologizante no qual se liga conhecimentos e informa es com seu meio ambiente nos mbitos cultural soci
313. ert la para descobrir o cerne racional do inv lucro m stico MARX 1983 apud ANDERY 2007 p 398 Est expl cito no dizer de Marx a atribui o dada por Hegel ao pensamento idealista na produ o do conhecimento Sugerindo na sua vis o uma invers o de an lise social empregando a racionalidade no ato de conhecer humano O emprego do materialismo partiu de Feuerbach que acreditava na materialidade das coisas e n o na for a divina como propulsora dos acontecimentos Para Andery 2007 Ao formular a cr tica do sistema hegeliano em especial da concep o de religi o nele contida Feuerbach reconstr i o conceito de aliena o o homem aliena se ao atribuir a entidades que s o cria es suas qualidades e poderes que na verdade pertencem ao pr prio homem Com esta cr tica Feuerbach expressa uma concep o materialista e naturalista de homem em vez da concep o idealista proposta por Hegel p 398 Tendo por base a rela o pr xima que teve com a dial tica de Hegel e do materialismo vulgar de Feuerbach que Marx criou o m todo denominado por ele como materialismo hist rico dial tico Hist rico porque faz referencia ao contexto social de seu tempo materialismo por acreditar que as coisas acontecem de maneira concreta real e dial tico na medida em que enxergava as contradi es sociais as lutas de classes ou seja a sociedade como um todo Outro aspecto importante a ser considerar foi o contato de
314. es da classe trabalhadora colaborando de uma maneira ou outra nos principais acontecimentos do per odo Alguns de seus textos mais conhecidos atualmente demonstram essa rela o ativa e profunda com o movimento oper rio de sua poca e com a luta pol tica pela transforma o da sociedade ANDERY 2007 p 397 398 importante salientar que Marx n o era oper rio nem prolet rio por mais que se amplie o conceito de prolet rio para incluir os intelectuais Sua classe era a pequena burguesia LOWY 1985 p 111 Nesse sentido mesmo n o sendo representante da classe prolet ria e oper ria Marx militou e sempre defendeu o ponto de vista da classe prolet ria por entender a nosso ver que o capitalismo produzia muitas injusti as sociais Os seus estudos est o intimamente ligados ao seu momento hist rico social A base filos fica do seu pensamento a rela o de classe envolvendo de um lado a burguesia detentora dos meios de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS produ o e de outro o proletariado dona da for a de trabalho A sociedade capitalista com suas rela es entre capital e trabalho que se constitui no objeto de estudo de Marx OLIVEIRA 2006 p 75 Atrelado a essa quest o estavam em evid ncia consolida o do conhecimento cient fico moderno centrado segundo Oliveira 2012 p 24 no indiv duo e na raz o com poder de determina o no processo do conhecimento e da
315. ese ao valorizar inicialmente a separa o e depois a liga o dos conhecimentos Estas situa es ocorrem atrav s da devolu o que consiste no conjunto de condi es que permitem que o aluno se aproprie da situa o ou seja o professor transfere a responsabilidade da pesquisa tendo controle na elabora o organiza o e andamento da atividade proposta mas n o sobre o saber Freitas 2012 p 86 explica a import ncia das situa es adid ticas no processo de ensino aprendizagem visto que representam os momentos mais importantes da aprendizagem pois o sucesso do aluno nelas significa que ele por seu m rito conseguiu sintetizar algum conhecimento sendo diferente EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS das chamadas situa es n o did ticas que s o aquelas que n o foram planejadas visando uma aprendizagem Quando pressupomos que o saber tem diversos n veis de funcionalidade o qual depende do problema e dos conceitos esperamos que o conhecimento produzido pelo aluno seja diferente em cada situa o pois cada uma tem sua pr pria di letica Ao lidarmos com essa diversidade de possibilidades devemos considerar a tipologia de situa es adid ticas desenvolvidas por Brousseau baseada na an lise das principais atividades espec ficas da aprendizagem da matem tica a o formula o e valida o e tamb m as situa es de institucionaliza o que mesmo n o sendo consideradas situa es adid
316. espeitando tamb m a hist ria do outro Por isso a necessidade de estudar esta realidade presente nas escolas e problematiz las para ent o buscar uma pr tica que respeite as diferentes culturas e formas de aprender Falar de inclus o na perspectiva de uma escola para todos as requer a tarefa rdua de primeiramente diagnosticar o que est sendo colocado em pr tica pela escola nessa dire o e posteriormente analisar o resultado dessa pr xis Mapear o que os professores colocam no cotidiano escolar e re avaliar junto com eles at onde o processo tem se consolidado faz parte do compromisso dos especialistas preocupados com a quest o Por essa tica defende se que o desafio das mudan as deve ser assumido e decidido pelo coletivo escolar e por que n o dizer do coletivo social A inquieta o se justifica pelo fato de que os projetos escolares inclusivos ainda est o em desenvolvimento e se nos grandes centros essa uma quest o ainda inacabada imagina nos lugares fora deles em especial na Amaz nia Por tudo isso considera se ser relevante fazer um estudo sobre essa nova proposta adotada como pr tica no Instituto Felipe Smaldone IFS e que hoje j evoluiu do ensino tradicional para o multiletramento A escola para surdos deve estar voltada para a constru o de um perfil de cidad o que supere a simples acumula o de conhecimento ou a sua repeti o mec nica e compreenda que o conhecimento tran
317. essidade de trazer para os debates as rela es materiais e as experi ncias vividas pelos grupos exclu dos e silenciados Cabe aqui mais um questionamento de que lugar falamos enquanto educadores Embora muitos analisem problematizem as formas de poder opress o o capitalismo ocidental a cultura de massa falha se ao ancorar na superficialidade no que McLaren 1997 p 67 denomina de P s modernismo l dico ou a um relativismo epistemol gico que demanda uma toler ncia por uma gama de significados sem defender nenhum deles Sendo assim as ideologias a essencializa o da diferen a o pensamento ocidental bin rio branco preto bom ruim raz o emo o teoria pr tica etc continuam sendo perpetuados Como forma de cr tica e supera o ao p s modernismo l dico o p s modernismo de resist ncia avan a ao ver a diferen a permeada de embates hist ricos e sociais na luta de classes e para tal necessita de estrat gias que possibilitem a resist ncia e a reversibilidade dos grupos exclu dos A escola confronta se urgentemente com a necessidade de superar o modelo multicultural liberalista que trata de forma homog nea e harmoniosa as diferen as por uma abordagem multiculturalista cr tica que n o negue as contradi es que questione os interesses ideol gicos constru dos a partir das metanarrativas dos grandes discursos que sugerem uma nica verdade ou concep o como por exemplo a metanarrativa trazida
318. esso de inclus o escolar dos educandos surdos e de como esse processo visto e percebido no imagin rio dos professores bil ngues que comp em a escola sendo importante identificar que representa es sociais est o contidas entre os educandos no espa o escolar Por Representa es Sociais entendemos Um conjunto de conceitos proposi es e explica es originado na vida cotidiana no curso de comunica es interpessoais Elas s o o equivalente em nossa sociedade dos mitos e sistemas de cren as 12 Para Slomski 2010 p 41 O bilinguismo uma filosofia de ensino cujo discurso prop e a diversidade cultural e aceita o social do surdo por meio do bilinguismo duas l nguas L ngua de Sinais e segunda l ngua EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS das sociedades tradicionais podem tamb m ser vista como a vers o contempor nea do senso comum MOSCOVICI 1981 p 31 Representa es que se configuram em Um sistema de valores ideias e pr ticas com uma dupla fun o primeiro estabelecer uma ordem que possibilitar s pessoas orientar se em seu mundo material e social e control lo e em segundo lugar possibilitar que a comunica o seja poss vel entre os membros de uma comunidade fornecendo um c digo para nomear e classificar sem ambiguidade os v rios aspectos de seu mundo e da sua hist ria individual e social MOSCOVICI 2009 p 21 Desta forma compreender as Representa
319. esta pode exercer de uma abrang ncia muito pequena O que vem s a corroborar com a ideia de rduo trabalho ter a educa o diante do desafio de superar a fragmenta o dos saberes Considera es finais A evolu o da ci ncia mostra que chegamos a um ponto em que necess rio reunificar saberes No ambiente da pesquisa cient fica assim como no meio escolar a perspectiva disciplinar teve sua contribui o para o desenvolvimento por m deixou v rias lacunas que s o prejudiciais em nosso contexto a necessidade de mudan a no foco das preocupa es em dire o integra o j de car ter emergencial EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A hiperespecializa o consequ ncia do processo de desenvolvimento da ci ncia est presente no ambiente escolar quando os alunos demonstram que n o conseguem perceber as semelhan as e rela es entre as diferentes reas do conhecimento um dos motivos do rep dio determinadas disciplinas a consequ ncia da falta de sentido no que se aprende As metodologias que abordam os conte dos de forma a reconhecer as intersec es entre estes agem de forma a favorecer a supera o deste modelo de desenvolvimento do conhecimento Para que se alcance bom xito na educa o devemos portanto estabelecer rela es que as partes possuem no todo e da mesma forma identificar o todo existente nas partes Propostas como as inter multi pluri e transdiciplinarida
320. estas informa es com outros alunos Para que esta investiga o cient fica seja poss vel Brousseau ibid recomenda que o professor deve imaginar e propor aos alunos situa es que possam ser vividas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS por eles problemas que valorizem a criatividade e admitam estrat gias pessoais de pesquisa assim os conhecimentos ir o surgir como descoberta para os problemas colocados Sobre esta ideia podemos dizer que o papel do professor deve levar o aluno a construir uma cabe a bem feita MORIN 2003 pois ao inv s de acumular o saber com uma cabe a bem cheia mais importante dispor de uma aptid o geral para colocar e tratar os problemas e de princ pios que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido a fim de formar uma cabe a bem feita Para Morin 2003 p 23 preciso valorizar o pensar bem que n o leva absolutamente a formar um bem pensante visto que o bom uso da intelig ncia geral necess rio em todos os dom nios da cultura das humanidades Um exemplo seria o ensino matem tico que compreende o c lculo por m est aqu m e al m do c lculo em que no decorrer dos anos de aprendizagem seria preciso valorizar progressivamente o di logo entre o pensamento matem tico e o desenvolvimento dos conhecimentos cient ficos e finalmente os limites da formaliza o e da quantifica o Considera es finais A escola francesa e mais particu
321. etivar de fato a inclus o educacional de todos os alunos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BENTES J A O Ensaio sobre letramento e multiletramento In Trescastro L B Org Alfabetiza o letramento e matem tica 1 ed Bel m Pa SE MEC ECOAR 2012 v p 38 50 BENTES J A O HAYASHI M C P I Normalidade e Disnormalida des formas do trabalho docente na educa o de surdos Campina Grande EDUEPSB 2012 FREIRE P Pedagogia do Oprimido 12 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 GROSFOGUEL R Multiculturalismo diferen as culturais e pedag gicas CANDAU V M amp MOREIRA A F Orgs Multiculturalismo diferen as culturais e pr ticas pedag gicas Petr polis RJ Vozes 2008 GROSFOGUEL R Para descolonizar os estudos de economia pol tica e os estudos p s coloniais transmodernidade pensamento de fronteira e colo nialidade global In SANTOS B amp MENESES M P Orgs Epistemologias do Sul S o Paulo Cortez 2010 KATO M No mundo da escrita uma perspectiva psicolingu stica S o Pau lo tica 1986 KLEIMAN A Org Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a pr tica social da escrita Campinas SP Mercado das letras 1995 MCLAREN P Multiculturalismo revolucion rio pedagogia do dissenso para o novo mil nio Porto Alegre Artmed 2000 MCLAREN P Multiculturalismo diferen as culturais e pr ticas pedag gi cas CANDAU
322. etiza o cujas conota es escolares destacam as compet ncias individuais no uso e na pr tica da escrita Segundo Rojo 2009 p 97 o conceito de alfabetismo serve para designar o conjunto de compet ncias e habilidades ou de capacidades envolvidas nos atos de leitura ou de escrita dos indiv duos de acordo com suas hist rias de vidas Da surge outro termo alfabetismo funcional que na d cada de 1930 nos Estados Unidos foi empregado durante a Segunda Guerra pelo ex rcito norte americano para a compreens o de instru es escritas necess rias para a realiza o de tarefas Desde ent o o termo passou a ser utilizado para designar a capacidade de se usar a leitura a escrita para fins pragm ticos em contextos diferenciados seja em espa os dom sticos ou de trabalho na maioria das vezes em contraposi o ao mundo academicista Assim podemos dizer que as pr ticas sociais de letramento que exercemos nos diferentes contextos de nossas vidas v o construindo nossos n veis de alfabetismos esses j consolidados nos espa os escolares n o necessariamente dessa forma pois existem pessoas que mesmo analfabetas e n o escolarizadas possuem os saberes populares herdados de seus antepassados e que se constituem em pr ticas de letramento Isto os torna de certa maneira letrados o que chamamos de viv ncia de mundo escola da vida m todo muito presente nas popula es do campo Nesse emaranhado que envolve as diferen
323. etrizes por uma nova escola In Hist ria dos m todos e ma teriais de ensino a escola nova e seus modos de uso S o Paulo Cortez 2010 ZACHARIAS V L C Projetos In Elabora o de projetos Guia do cursista l ed Bras lia Secretaria de Educa o a Dist ncia 2009 p 15 17 FORMA O DE PROFESSORES DA EDUCA O INFANTIL ALTERNATIVA UMA FILOSOFIA DA PR XIS D bora Silva do Nascimento Resumo A forma o de professores um tema que cada vez mais precisa ser colocado em pauta principalmente nos programas de p s gradua o em educa o de modo a valorizar o fazer docente Este artigo objetiva debater a forma o de professores da Educa o Infantil como uma alternativa filosofia da pr xis Os principais pressupostos te ricos que fundamentaram este texto foram Kramer 2002 Brzezinski 2010 Nunes e Monteiro 2007 e Lima 2004 referente a forma o de professores Oliveira 2006 Melo 2012 Gramsci e Freire 1998 concernente a filosofia da pr xis e aproxima es ao referido termo O texto inicia apresentando a forma o de professores da Educa o Infantil em bases legais em seguida busca se estabelecer um di logo entre autores visando conceber a forma o continuada de professores enquanto alternativa uma filosofia da pr xis Palavras chave Forma o de Professores Filosofia da pr xis Educa o Infantil Introdu o Nos ltimos anos em decorr ncia das mudan as sociais
324. eu fui muitas vezes chamada aten o eu muitas e muitas vezes n o pude atar minha rede onde eu gostaria porque tinha seus donos chorei bastante aqui fui discriminada entre muitas coisas que eu nunca havia sido chamada por exemplo se quando se paquerava um ou dois voc j seria galinha seria puta eu sentir demais que eu nunca tinha escutado essas palavras na minha vida com sinceridade eu nunca fui isso e de repente eu levei um choque com tudo isso at mesmo algumas companheiras pelo fato de voc conversar com um rapaz da comunidade voc j estava passando dos limites j estava fazendo coisas absurdas Depoimento citado O depoimento da professora Rosiete possibilita reflex es acerca da conviv ncia compartilhada Primeiro defronta se com os limites do EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS espa o a casa j estava toda demarcada pelos moradores mais antigos o coletivo era apenas uma representa o de um imagin rio irreal Segundo por chegar depois significou ter que ser submissa seguir as normas j estabelecidas caso contr rio seria chamada aten o Outro fato que deveria respeitar o perfil de ser professora para n o ser mal falada na comunidade e at mesmo por algumas companheiras de trabalho Para ampliar a compreens o a respeito do viver em coletividade Castoriadis referenda que O ser do grupo e da coletividade cada um se define e definido pelos outros em rela o a um
325. eu uso no mbito escolar o de treinamento de habilidades especificas para o trabalho ESCOBAR 2005 p 17 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Negando dessa forma a capacidade inalien vel do ser humano como criativo e hist rico Nesse sentido a qualidade das conex es entre os fen menos educativos e os processos sociais desenvolvidos na sociedade em geral o modo de produ o o qual essa sociedade est consolidada mas al m dele o significado que a sociedade atribui a partir de seu imagin rio coletivo an nimo Dessa forma as diferentes concep es de sociedade e de educa o s o geradas por diferentes projetos hist ricos arraigados em diferentes imagin rios Em um projeto hist rico de manuten o do status quo a educa o f sica ser vista como mais uma forma de movimentar o mercado e obter lucro provocando inevitavelmente a perda da identidade nacional cultural pela acultura o materializada na imposi o de pr ticas for neas ESCOBAR 2005 p 23 Na vis o de Freire uma invas o cultural uma a o indiscutivelmente alienante realizada maciamente ou n o sempre uma viol ncia ao ser da cultura invadida que perde sua originalidade ou se v amea ado de perd la 1980 Apud Rodrigues 2005 p 7 A educa o f sica na perspectiva social hist rica A Educa o F sica mesmo sendo uma disciplina do curr culo escolar vem sendo desenvolvida nas escolas como um
326. evistada Hist ria Oral no levantamento das fontes orais durante a pesquisa em 2011 constituiu elementos muito importantes na coleta de dados porque possibilitou visita a mem ria particular e coletiva dos sujeitos hist ricos pesquisados Sobre o trabalho com Hist ria Oral Delgado 2006 p 15 16 afirma que A hist ria oral um procedimento metodol gico que busca pela constru o de fontes e documentos registrar atrav s de narrativas induzidas e estimuladas testemunhos vers es e interpreta es sobre a Hist ria em suas m ltiplas dimens es factuais temporais espaciais conflituosas consensuais N o portanto um compartimento da hist ria vivida mas sim o registro de depoimentos sobre essa hist ria vivida Portanto a hist ria oral um procedimento um meio um caminho para a produ o do conhecimento hist rico Dialogando com as representa es sociais a Hist ria Oral constitui um aporte fecundo na capta o da mem ria como ve culo de ancoragem e objetiva o isto ao ser estimulada a mem ria atua como o elo de liga o entre as lembran as de experi ncias vivenciadas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS o valor que a elas s o empregados e posteriormente a infer ncia sobre o que a estimulou como resultado desse exerc cio Os m ltiplos e significativos discursos que a partir da mem ria s o externados transformam se em fontes hist ricas com o potencial cr tico refl
327. evou a sua cria o de suma import ncia que ela seja enxergada dessa maneira como constru o social j que in meros de seus t picos foram criados a partir das necessidades do homem A hist ria da matem tica como foi dito anteriormente procura por em pr tica essa vis o O estudo dos paradigmas cient ficos n o algo restrito para quem est na academia isso porque o que se faz dentro das academias traz consequ ncias para a sociedade em geral nada mais natural que seja de amplo conhecimento o que se desenvolve nelas Com as ideias de Boaventura de Souza Santos pretende se transformar o que se tinha no paradigma dominante da ci ncia moderna e que nas atuais conjunturas n o se adequa mais N o se trata de descartar tudo o que esteve presente na ci ncia moderna mas de lhes dar uma nova configura o O pr prio autor nos diz que o paradigma emergente possui uma configura o apenas especulativa que se funda nos sinais da crise do paradigma dominante EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No aspecto social desse novo paradigma o autor nos distingue um estado de ignor ncia e de saber em que a ignor ncia dada pelo colonialismo e o saber dado pela solidariedade Interpretamos o colonialismo como sendo um estado de ignor ncia pois o per odo da ci ncia moderna se confunde com o per odo da coloniza o de diversos territ rios momento em que os nativos das terras colonizadas eram dominados e impo
328. exivo de re contar a hist ria por meio das representa es sociais que produzem no cotidiano social As Categorias Cultura Cotidiano somam tamb m um aporte te rico fundamental na compreens o de uma ecologia de saberes uma vez que o lugar onde se produz o conhecimento a vida cotidiana e a cultura o pano de fundo dessas rela es Por Cultura insere se neste trabalho a concep o conceitual proposta por Laraia 2006 que denota uma apropria o que o ser humano faz estando em sociedade de valores e representa es simb licas estabelecidas pela comunica o fruto do interacionismo social a que est submetido que cria e recria seu posicionamento dentro e fora do grupo social em que est inserido Segundo o autor Tudo o que o homem faz aprendeu com os seus semelhantes e n o decorre de imposi es originadas fora da cultura LARAIA 2006 p 51 As representa es sociais s o forjadas no bojo da vida cotidiana durante a troca de saberes intergeracionais constru das nos locais de sociabilidade que os sujeitos conjecturam o posicionamento do grupo a partir das referencias que s o criadas atrav s do conhecimento e do uso dos elementos da natureza para dar solu o s problem ticas surgidas e por isso n o acontecem fora do cotidiano Recorrendo a Silva 2007 o Cotidiano percebido n o como um espa o de a es repetitivas mas como um lugar de inova o Para Heller 1992 ao considerar a hist ria c
329. fat rio pois as condi es de ensino a serem ofertados neste espa o n o atendem as necessidades dos educandos Para Lacerda 2006 estes alunos necessitam de uma s rie de condi es que na maioria dos casos n o t m sido propiciadas pela escola p 166 Assim para que as a es pedag gicas do AEE tenham resultados positivos o ideal que se tenha um trabalho em conjunto em que todos os envolvidos fa am parte do processo e sejam atores e n o apenas sujeitos passivos das atividades direcionadas aos alunos surdos 33 Conforme Pletsch 2005 os professores itinerantes atuam como agentes de media o sensibiliza o e mobiliza o junto aos demais profissionais escolares Seu papel auxiliar e orientar os professores do ensino regular que recebem alunos especiais inclu dos na classe v lido pontuarmos que a legisla o e os documentos oficiais sobre o AEE n o tratam sobre a fun o de professor itinerante por m no munic pio de Breves h o cargo em n vel superior de professor especialista em educa o especial professor itinerante de acordo com concurso p blico edital n 01 2013 PMB EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Sentimentos em rela o ao trabalho com surdos Neste t pico pautaremos discuss es na ideia de como o professor se sente em rela o ao seu trabalho com alunos surdos em que constatamos duas dimens es trabalho isolado e condutas de incapacidade Vejamo
330. fazer at parto porque n o tinha nem carro pra vim pegar as barriguda pra levar pro hospital Nunca ficamos sem rem dio por causa da sabedoria que tinha os nossos antepassados ALZIRA 50 anos Ao atribuir a qualidade ic nica sobre as imagens elaboradas pelos moradores entrevistados acerca do uso das ervas medicinais a categoria vida revelou uma finalidade significativa dessa pr tica cultural impedir a morte Os depoimentos em sua grande maioria evidenciaram que o uso de ervas medicinais associado ou n o a um tratamento prescrito pelo servi o de sa de possuem o mesmo objetivo cuidar sarar deixar a pessoa saud vel livr la da morte A an lise dos depoimentos dos oito membros da comunidade quilombola de Abacatal sobre as pr ticas e saberes tradicionais no tratamento de doen as e os processos formadores das representa es sociais ancoragem e objetiva o formam um n cleo figurativo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS termo usado por Moscovici 2010 p 72 que sugere um complexo de imagens que reproduzem visivelmente um complexo de ideias No intuito de tornar did tica a disposi o das informa es levantadas a partir da leitura das representa es sociais por meio da ancoragem e objetiva o foi elaborado um quadro simplificado baseado no trabalho de Silveira 2011 p 95 cuja pesquisa se manteve em torno das representa es sociais de professores do ensino fundamental sobre o alun
331. fica Este dom nio reflexivo resultante de um longo processo social hist rico tal como o processo de simboliza o C RDOVA 1994 p 29 Esse fluxo cont nuo de representa es produzidas absorvidas e reelaboradas pelos indiv duos cria situa es espec ficas para a compreens o da constru o das identidades coletivas e individuais como objeto de trabalho dos sistemas educacionais tendo se como objetivo primeiro a cria o de condi es prop cias ao estabelecimento da autonomia dos indiv duos RODRIGUES 2008 p 9 Perpassando a quest o da Educa o temos a Educa o F sica e a necessidade urgente de entendermos a situa o atual de seu ensino nas escolas como algo fundamentado em um imagin rio social mistificado em um simbolismo preso a manuten o da aliena o mas tendo sido constru do pode e deve ser desconstru do mediante a busca pela autonomia individual alicer ada pela autonomia coletiva Para melhor compreendermos a situa o atual do ensino da Educa o F sica nas escolas e de que forma este foi se configurando faremos um breve hist rico da disciplina Educa o F sica A Educa o F sica como disciplina Escolar no Brasil a constru o de um imagin rio capitalista No livro Metodologia do Ensino da Educa o F sica nos exposto que historicamente a Educa o F sica foi utilizada como pratica pedag gica a servi o dos interesses da classe social hegem nica ora prop
332. fiquei apenas um cap tulo em livro escrito por Alb ne Lis Monteiro 2011 hoje orientadora desta pesquisa que discute Constru es e reconstru es do processo formativo pessoal e profissional a metodologia hist ria de vida na autoforma o identidade e subjetividade que mesmo n o centrado em professoras migrantes permite intera es e aprofundamentos A realiza o desta pesquisa cumpre portanto uma dupla justificativa a valorizar as trajet rias de vida de professoras migrantes que constru ram sua hist ria e identidade profissional nas experi ncias compartilhadas com a hist ria da educa o do munic pio de Melga o no contexto de 1980 a 2010 e b contribuir com a produ o bibliogr fica sobre pesquisa em educa o na Amaz nia em tem ticas que articulam professoras migrantes hist rias de vida identidades na forma o docente como eixos importantes para avan ar em outras compreens es da experi ncia socioeducacional na regi o Desafiada pela Prof Dr Ivanilde para elaborar um artigo com base no pensamento de um dos autores estudados na disciplina articulando ou n o com o objeto da pesquisa resolvi viver o desafio tentando explorar minha tem tica de investiga o com o pensamento de Castoriadis sobre o imagin rio social O resultado deste exerc cio veremos nos pr ximos t picos Primeiro vamos conhecer quem s o essas professoras As Migrantes Professoras Wilma Vilar Rosiete Siqueira e
333. forma o de trabalhadores em soldados Segundo Melo 2012 em 1915 Gramsci abandonou a universidade e se EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS tornou redator do jornal socialista O Grito do Povo e respons vel por uma coluna na p gina turinense do Avante rg o oficial do referido partido Dois anos depois lan ou a revista A Cidade Futura Neste momento sua grande preocupa o era construir uma cultura e uma moral socialista na classe oper ria e concentrava todas as suas for as neste objetivo Em 1917 foi eleito Secret rio Regional do Partido Socialista e deputado opositor ao fascismo de Mussolini no entanto em 1919 rompeu com o este partido e de acordo com Melo 2012 em 1921 ajudou a fundar o Partido Comunista Italiano junto com Amadeo Bordiga No ano de 1922 os fascistas tomaram o poder na It lia e Gramsci viajou Roma para participar do II Congresso do Partido Comunista Italiano e foi designado para representar o partido em Moscou na R ssia onde foi hospitalizado e conheceu Giulia Schucht uma violinista com quem se casou e teve dois filhos nesta viagem conheceu tamb m o modelo de sociedade e educa o socialista no qual Gramsci se inspirou para formular sua teoria de mudan a e transforma o social centrada na educa o integral e tendo o trabalho como princ pio educativo na forma o t cnica e intelectual dos futuros dirigentes sociais Em 1926 o Partido Comunista Italiano posto na ilegalidade e
334. giando o desenvolvimento racional Assinala McLaren 1991 que s o muitos os estudos sobre a edu ca o como ferramenta ideol gica e comportamental por m conside ra um debate fragilizado justamente pela necessidade de se ter maior problematiza o para que se possa anular o discurso da escola como um seguimento isolado e neutro dos condicionantes socioculturais Pensar a escola como neutra romper com seu car ter pol tico Nesta perspectiva os educadores necessitam ser n o apenas re fer ncias de ensinamentos t cnico e metodol gicos mas sobretudo sens veis diante do processo educacional e da pessoa humana Devem adotar um posicionamento pol tico de resist ncia e n o de adapta o ou reprodu o do status quo OLIVEIRA 2006 uma estrat gia pol tica funcional ao sis tema mundo moderno e ainda colonial pre tende incluir os anteriormente exclu dos den tro de uma modelo globalizado de sociedade regido n o pelas pessoas mas pelo interesse do mercado WALSH 2009 p 20 Alves 1982 descreve o professor como um agente prestador de servi os do Estado e do mercado cujo valor se d pela sua excel ncia na fun o que desempenha Por m v lido enfatizar que isto n o sig nifica dizer que o professor dever ser responsabilizado pelas lacunas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS existentes na educa o mas sim pensar que se trata sobretudo de uma defici ncia no pr prio sistema
335. grantes que migraram em um determinado tempo hist rico para o Maraj das Florestas contribuindo para novas investiga es e posteriores estudos Diante desses desafios parafraseando Fontana 2003 inquieto me com o desejo de estudar de perto processos imagin rios din micas interfaces nas rela es vividas pelas professoras entre si com o lugar e seus moradores e contribu ram para a reconstru o de suas identidades na forma o docente A escolha desta tem tica de estudo est ligada minha pr pria hist ria de vida e forma o profissional Nasci no espa o rural do munic pio de Breves em localidade que fica em fronteira com Melga o Quando conclui a 4 s rie do antigo Ensino de 1 Grau migrei para a sede deste munic pio e vim morar na casa de parentes objetivando dar continuidade aos estudos Foi entre essa travessia e o in cio das aulas na turma de 5 s rie nos idos de 1990 que entrei em contato com as professoras migrantes A partir da Wilma Rosiete e Jurema passaram a fazer parte da minha pr pria hist ria de vida Se tamb m fosse contar um pouco desta trajet ria pessoal de forma o educacional uma esp cie de escrita de si para lembrar Nunes et al 2005 ou narrativa de si para n o esquecer Alves 2007 n o poderia deixar de citar os tempos em que estudei com estas professoras Hoje ao refletir sobre a escolha 4 Para a constru o deste artigo trabalho com entrevistas r
336. gulos e aspectos E que a dial tica o pensamento cr tico que se prop e a compreender a coisa em si e sistematicamente se pergunta como poss vel chegar a compreens o da realidade Nesse sistema complexo e contradit ria que constitui a realidade a ser estudada deve haver uma aproxima o concreta do investigador com realidade investigada como aponta Kosik 1976 a dial tica trata da coisa em si como vimos ela n o se manifesta imediatamente O que significa a coisa Como devemos abord la Qual o caminho para compreend la Kosik 1976 p 18 apresenta nos o percurso para chegar a coisa em si EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O conceito da coisa compreens o da coisa e compreender a coisa significa conhecer lhe sua estrutura A caracter stica prec pua do conhecimento consiste na decomposi o do todo A dial tica n o atinge o pensamento de fora para dentro nem do imediato nem tampouco constitui uma de suas qualidades o conhecimento a pr pria dial tica em uma de suas formas o conhecimento a decomposi o do todo Ainda como possibilidade de compreender a real e chegar ess ncia do fen meno estrutura e din mica Kosik conforme Frigotto 20104 prop e um d tour que necessariamente tem como ponto de partida os fatos emp ricos que n o s o dados pela realidade deve se por conseguinte superar as primeiras formas as manifesta es fenom nicas destas primei
337. ho o seu esteio por meio do EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS qual as experi ncias curriculares s o criadas e ao entender a categoria trabalho como o modo de ser e de estar dos homens no mundo transformando a natureza transformando se e criando a base material e espiritual da exist ncia Marx deixa claro que o trabalho como princ pio educativo e humanizador se constitui como o conte do e o m todo para a forma o do homem onilateral haja vista que como processo educativo o trabalho subverte as condi es sociais e liberta o homem pois a combina o do trabalho produtivo com o ensino desde uma tenra idade um dos mais poderosos meios de transforma o da sociedade atual Considera es finais Revisitar as interpreta es de Marx sobre o trabalho nos remete a compreender que o trabalho vital para o desenvolvimento do ser humano que a sua divis o condiciona a divis o de classes e a divis o do homem Consequentemente essa divis o cria a unilateralidade assim como de modo contr rio produz a onilateralidade que o fim da educa o Portanto quando Marx prop e o trabalho como princ pio educativo e humanizador o faz pensando na emancipa o da classe trabalhadora uma vez que para ele essa a nica forma de acabar com a divis o n o s do trabalho mas tamb m de classes Entretanto a amplia o te rico conceitual que se fez neste texto sobre o trabalho aumenta nossa responsabili
338. i es de crescimento profissional ao professor Trata se de um curso em n vel m dio a dist ncia na modalidade Normal Destina se aos professores da educa o infantil em exerc cio nas creches e pr escolas das redes p blicas municipais e estaduais e da rede privada sem fins lucrativos comunit rias filantr picas ou confessionais conveniadas ou n o Certamente a compet ncia docente requer tamb m mobilizar conhecimentos e valores em face da diversidade cultural e tnica brasileira das necessidades especiais de aprendizagem das diferen as entre homens e mulheres de modo a ser capaz n o s de acolher as diferen as como de utiliz las para enriquecer as situa es de ensino e aprendizagem em sala de aula Estes atributos o professor dominar se estiver preparado isto quer nos dizer que depender n o somente de sua forma o inicial mas tamb m cont nua O profissional consciente sabe que sua forma o n o termina na Universidade Esta lhe aponta caminhos fornece conceitos e ideias apontando perspectivas O resto por sua conta Muitos professores mesmo tendo sido ass duos estudiosos e brilhantes tiveram de aprender na pr tica estudando pesquisando observando errando muitas vezes at chegarem ao profissional competente no qual s o hoje Como j mencionado em outros documentos a forma o de professores em n vel superior defendida como preferencial Por m entendemos que h realida
339. i a entrevista semiestruturada que se baseia em quest es espec ficas por m sem ordenamento r gido LUDWIG 2009 p 66 Para seguirmos uma sequ ncia durante a entrevista utilizamos um roteiro contendo cinco perguntas Vale ressaltar que a entrevista foi antecedida por uma conversa inicial com os professores em que dialogamos assuntos do cotidiano escolar para em seguida realizarmos a entrevista Desta forma para identifica o das ancoragens e objetiva es que os sujeitos criam sobre o AEE ou seja para o tratamento das representa es sociais contidas nas entrevistas recorremos a Bardin 2007 e fizemos a an lise do corpus das respostas dos sujeitos em que utilizamos algumas t cnicas de an lise de conte do com o seguinte caminho leitura flutuante das falas dos sujeitos recorte das unidades cria o e valida o de categorias assim como interpreta o e an lise das categorias a partir dos recortes das unidades tem ticas Resultados e discuss o Neste estudo teremos como eixo principal as representa es sociais que dois docentes de uma escola p blica municipal de ensino fundamental de Breves PA possuem sobre o AEE destinado a alunos surdos Os resultados da pesquisa ser o apresentados de forma descritiva e por meio de quadros sendo que tais resultados foram abstra dos dos discursos dos professores como veremos a seguir EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A compreens o dos docen
340. i cunhado por Pacheco 2006 para ampliar o sentido convencional de Ilha de Maraj Para o estudioso o imenso arquip lago de Maraj possui duas regi es distintas e relacionais o Maraj das Florestas conformado por 09 nove munic pios Afu Gurup Anaj s Breves Melga o Portel Bagre Curralinho e S o Sebasti o da Boa Vista e o Maraj dos Campos constitu do por 07 sete munic pios Chaves Soure Salvaterra Cachoeira do Arari Santa Cruz do Arari Muan e Ponta de Pedras EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Norteada pela concep o de imagin rio social desenvolvida por Castoriadis dialogo com as mem rias das professoras procurando compreender de que maneira reconstitu ram suas identidades pessoais e profissionais em experi ncias compartilhadas entre si com o lugar e seus moradores No primeiro momento procuro fazer uma exposi o do nosso interesse em pesquisar as professoras migrantes Em seguida situo o leitor apresentando as tr s professoras migrantes identificando cada uma como se deu o processo de migra o e o que as levou a escolher a doc ncia como profiss o No t pico final e central do artigo mergulho nos des encontros dos imagin rios constru dos pelas docentes sobre sie a sociedade e o da sociedade constru dos sobre elas evocados em suas narrativas Nesse esfor o tento discutir o movimento de reconstru o de identidades pessoal e profissional das professoras Wilm
341. ializado pois dessa forma muito se aprende sobre partes cada vez menores do todo de um determinado assunto Esta compartimenta o al m de particularizar o conhecimento tornando o aprendiz inapto sobre o todo dificulta a reflex o e posterior rela o sobre o todo e as partes De fato a hiperespecializa o impede de ver o global que ela fragmenta em parcelas bem como o essencial que ela dilui Ora os problemas essenciais nunca s o parcel veis e os problemas globais s o cada vez mais essenciais Al m disso todos os problemas particulares s podem ser posicionados e pensados corretamente em seus contextos e o pr prio contexto desses problemas deve ser posicionado cada vez mais no contexto planet rio MORIN 2003 p 13 Por outro lado o referido autor sugere como uma sa da para a contextualiza o dos conhecimentos na educa o o pensamento ecologizante capaz de unir todo conhecimento e informa o com o seu meio ambiente de maneira a torn los insepar veis em todos os mbitos social econ mico pol tico e natural Ele apoia o atrelamento das ci ncias da natureza s ci ncias humanas e ainda enfatiza que essa inser o da cultura das humanidades no cotidiano escolar contribuiria com a literatura poesia e cinema para evidenciar a complexidade da condi o humana A teoria da complexidade foi criada por Edgar Morin Ele considerado um dos maiores pensadores do s culo XX Morin antrop logo soci
342. ias atuais variando em intensidade que n o reconhecia os demais saberes por conta do seu car ter euroc ntrico e unilateral excludente e pretencioso Neste debate as contribui es dos estudos de Serge Moscovici e Boaventura de Sousa Santos mencionados nas considera es iniciais s o algumas tend ncias da contemporaneidade no tocante a constru o de uma ecologia de saberes Exerc cio exaustivo e promissor que ratifica a constru o de novos caminhos para a Ci ncia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Representa es sociais Hist ria e Cotidiano A revis o te rica das Representa es Coletivas desenvolvida pelo soci logo franc s Emile Durkheim feita por Serge Moscovici no s culo XX proporcionou ci ncia contempor nea novas perspectivas de constru o psicossocial do pensamento de grupos sociais sobre a realidade social Trata se da Teoria das Representa es Sociais A partir do pensamento de Moscovici 2003 poss vel compreender as representa es sociais como um conjunto de conceitos proposi es e explica es originado na vida cotidiana no curso de comunica es interpessoais Elas s o o equivalente em nossa sociedade dos mitos e sistemas de cren as das sociedades tradicionais podem tamb m ser vistas como a vers o contempor nea de senso comum Segundo Celso S um estudioso das Representa es Sociais ao citar em seu trabalho intitulado Representa es Sociais o co
343. ica entre si e permitem a constru o de um n cleo figurativo que se apresenta com uma estrutura simb lica 13 Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior Dispon vel em lt http capesdw capes gov br 440 gt Acesso em 04 11 13 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Os sujeitos selecionados para participarem da pesquisa s o dois professores bil ngues da Rede Municipal de Educa o com o seguinte perfil dois jovens profissionais de faixa et ria entre 25 e 32 anos pertencentes Equipe Bil ngue do Distrito de Mosqueiro sendo uma professora de L1 Libras Surda e um professor Bil ngue Ouvinte com experi ncia de 4 a 5 anos de trabalho no Centro de Refer ncia em Inclus o Educacional Gabriel Lima Mendes CRIE Estes educadores s o respons veis pelo atendimento educacional especializado dos educandos surdos das escolas na Ilha de Mosqueiro Quadro 1 Perfil dos sujeitos da pesquisa Nome Idade Sexo Especiali Tempo de Condi o Fict cio za o Crie F sica Libras AFE Ouvinte Entre os procedimentos foi realizado um levantamento bibliogr fico acerca do tema pesquisado porque permite ao pesquisador partir do conhecimento j existente MINAYO 2010 p 61 Os dados foram coletados em uma escola p blica municipal da rea metropolitana de Bel m na Ilha do Mosqueiro em outubro de 2013 por meio de entrevista de car ter semiestruturada ou seja a que combina p
344. icos de 18571858 esbo os da cr tica da economia pol tica S o Paulo Boitempo 2011 Karl ENGELS Friedrich A ideologia alem S o Paulo Boitempo 2007 Teses sobre Feuerbach In ENGELS F A Ideologia Alem S o Paulo Martins Fontes 1998 ENGELS Friedrich Textos sobre educa o e ensino 2 ed S o Pau lo Moraes 1992 MINAYO Maria C S O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sa de 7 ed S o Paulo Hucitec Rio de Janeiro Abrasco 2000 NETTO Jos Paulo Introdu o ao estudo do m todo em Marx S o Paulo Express o Popular 2011 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Filosofia da Educa o reflex es e deba tes Petrop lis Vozes 2006 TRIVINOS Augusto N S Introdu o pesquisa em ci ncias sociais a pes quisa qualitativa em educa o S o Paulo Atlas 1997 REPRESENTA ES SOCIAIS DE PROFESSORES BIL NGUES SOBRE O PROCESSO DE INCLUS O ESCOLAR DE EDUCANDOS SURDOS Ivanilde Apoluceno de Oliveira Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Resumo O presente trabalho tem como objetivo analisar as Representa es Sociais de professores bil ngues acerca do processo de inclus o escolar do educando surdo Os objetivos espec ficos s o analisar as imagens e os sentidos atribu dos pelo profissional bil ngue ao educando surdo em rela o pr tica escolar inclusiva e identificar nas representa es sobre os professores bil ngues pelos educandos surdos as dificul
345. id ticos Bel m Universidade do Estado do Par 2012 A RAZ O NO MUNDO GREGO E SUAS CONTRIBUI ES EPISTEMOL GICAS PARA A MATEM TICA 39 Benedita das Gra as Sardinha da Silva Resumo O presente artigo tem por objetivo discorrer acerca da rela o entre ser fil sofo e ser matem tico na Gr cia antiga destacando a import ncia do pensamento racional para o desenvolvimento dessas duas ci ncias Pretende se pontuar o lugar de destaque dos gregos como precursores do pensamento filos fico cient fico ao indicar uma forma de investiga o com base na raz o Por entender que para este trabalho n o seria poss vel falar sobre todos os pensadores de grande renome no campo da Filosofia e da Matem tica grega trataremos especificamente de tr s deles Tales de Mileto Pit goras de Samos e Plat o A motiva o para esta produ o emergiu a partir do seguinte questionamento quala rela o existente entre o conhecimento filos fico e o conhecimento matem tico nos pensadores da Gr cia antiga Neste sentido trata se de uma pesquisa com abordagem qualitativa do tipo bibliogr fica realizada por meio de um levantamento e leitura de textos que disp em sobre a Hist ria da Matem tica e da Filosofia na Gr cia antiga Apontamos como principais refer ncias Oliveira 2008 Fernandes 2013 Melo 2013 Miorim 1998 Moura 2012 Nietzsche 2008 Spineli 1990 Boyer 1996 Bicudo 1998 entre outros Assim ap s o referi
346. idade Quilombola de Abacatal extra dos de uma pesquisa realizada em 2011 no curso de especializa o em Ensino de Hist ria do Brasil pela Faculdade Integrada Ipiranga e algumas das leituras realizadas durante a disciplina Epistemologia e Educa o ofertada pelo Programa de P s gradua o Mestrado da Universidade do Estado do Par no primeiro semestre de 2013 O objetivo deste trabalho propor uma reflex o a partir da Teoria das Representa es Sociais de Moscovici 2010 e dos depoimentos de moradores da comunidade sobre o uso de ervas medicinais no tratamento de doen as percebendo os saberes e seus significados contexto social e sua relev ncia cient fica epistemol gica na perspectiva sociol gica de uma ecologia de saberes proposta por Santos 2010 reafirmando a necessidade de uma mudan a paradigm tica em contraposi o ao paradigma moderno luz de Bardin 2010 Burke 2002 Delgado 2006 entre outros referenciais foi poss vel perceber que o uso das ervas medicinais indica n o apenas a confian a nas propriedades curativas historicamente constru das em seu legado cultural mas uma defesa contra a imprecis o das pol ticas p blicas de assist ncia a sa de Palavras chave Comunidade Quilombola de Abacatal Representa es Sociais Ecologia de saberes 34 Mestrando em Educa o pela Universidade do Estado do Par UEPA 9 Turma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Considera es ini
347. iedade principalmente a urbana na contemporaneidade a multiplicidade cultural das popula es e a multiplicidade semi tica de constitui o dos textos por meio dos quais ela se informa e comunica Isto significa levar em conta o sentido de tudo o que produzido e tudo aquilo que a escola pode produzir Nesse sentido a escola pode fazer atividades que favore am a constru o de rela es interculturais que promovam situa es de debate de reconhecimento entre os diferentes sem colocar uma cultura sobreposta outra Segundo Bentes 2012 o principal argumento que serve de sustenta o para esse debate que h na sociedade atual uma multiplicidade de formas de linguagens e de culturas que superam a vis o restritiva de se trabalhar na escola apenas a linguagem escrita ou EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS de se centrar unicamente na aquisi o de letras e na leitura de palavras impressas p 03 Isso significa dizer que a express o e a recep o do conhecimento podem ser realizadas por diversas formas pela vis o pelos gestos pelos sinais pelos desenhos e gravuras pelo movimento do corpo pois sabemos que por efeito da globaliza o o mundo mudou muito nas ltimas duas d cadas e nessa mesma velocidade a escola isto tudo em fun o do surgimento das novas tecnologias digitais que tornam a informa o a cada dia mais ef mera e instant nea Alfabetiza o multiletramento e surdez
348. ier rquica S 1993 p 28 As representa es sociais se mostram fecundas ao mediarem o conhecimento apontando a poliss mica exist ncia de teorias e saberes diversos que tornam poss veis a comunica o entre o emp rico e o cient fico atuando no cotidiano tornando poss vel a incurs o de mudan as na realidade vivida pelos grupos sociais O pensamento neste sentido assume o papel de ambiente pois nele que os processos formadores de ancoragem e objetiva o acontecem Ancoragem e Objetiva o s o pois maneiras de lidar com a mem ria A primeira mant m a mem ria em movimento e a mem ria dirigida para dentro est sempre colocando e tirando objetos pessoas e acontecimentos que ela classifica de acordo com o tipo e os rotula com um nome A segunda sendo mais ou menos direcionada para fora para os outros tira da conceitos e imagens para junt los e produzi los no mundo exterior para fazer coisas conhecidas a partir do que j conhecido MOSCOVICI 2007 p 78 Embora a proposta de Moscovici n o tenha a pretens o de negar o trabalho de Durkheim diferencia se por tornar poss vel a reflex o dos grupos sociais sobre a sua realidade por meio dessas representa es bem como sobre elas mesmas fato este que em muito contradiz ao m todo cient fico do paradigma moderno Assim as representa es sociais permitem al m de uma unidade de pensamento acerca daquilo que re conhece construir a hist ria dos s
349. ignificava que o conhecimento n o se esgotava com a morte e ao se confrontar com informa es que j tivera contato iria record la Ainda nas palavras de Oliveira 2008 p 4 para Plat o conhecer recordar porque a alma antes de juntar se ao corpo ao nascer j conhece as id ias ess ncia Nesta perspectiva ensinar teria tamb m o significado de recordar o conhecimento que j possuem EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Essa caracter stica antropol gica d origem a sua vis o ontol gica de homem caracterizando o em uma dualidade existencial entre o mundo intelig vel e a sens vel em que o mundo intelig vel constitui o das id ias eternas perfeitas verdadeiras e imut veis e o mundo material sens vel das coisas materiais OLIVEIRA 2008 p 3 Nesta mesma linha de racioc nio Santos 2008 p 21 pondera que o fato de Plat o compreender o ser humano constitu do de corpo e alma o faz tamb m pertencer a dois mundos a sens vel e o intelig vel e sintetiza dizendo Plat o apresenta o conhecimento como recorda o ou anamnese pois a alma teria tido um contato anterior com as id ias A quest o da forma com a qual o homem tem acesso ao mundo intelig vel que far Plat o dar origem teoria do conhecimento a anamnese O que o conhecimento e o processo pelo qual ele acontece qual a distin o entre conhecimento sens vel e conhecimento intelig vel s o
350. inante da escola MCLAREN 1991 p 58 Segundo McLaren 1991 a escola um campo complexo com dimens es variadas Uma delas refere se aos rituais que se encarregam de transmitir mensagens ideol gicas socioculturais que por anos se naturalizam e interferem nas rela es dos sujeitos envolvidos na din mica escolar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Os rituais como transmissores de informa o cognitivas e gestuais se inserem na cultura da escola tanto de forma superficial quanto nas mais profundas estruturas al m de ser um mecanismo pol tico que legitima a cultura dominante O curr culo produzido pelos conflitos tens es e compromissos culturais pol ticos e econ micos que organizam e desorganizam um povo APPLE 2000 p 53 Considera Oliveira 2006 que as salas de aula tradicionais s o es pa os pouco atrativos que demonstram um ambiente n o din mico exigindo aten o e disciplina por parte dos estudantes Esta forma de organiza o efetiva a pr tica do sil ncio e da ordem para que n o haja intera o Neste contexto o nico detentor da palavra o professor sim bolo do poder do saber o especialista que tem validade e tem poder Esta concep o admite o modelo de educa o positivista em que a raz o instrumental t cnica e neutra absoluta na qual os sujeitos s o negados e n o podem interferir no processo A explora o e a domi na o dos seres humanos
351. ine por suas rela es com outros sujeitos sendo assim esse processo dial tico plural inesgot vel e flex vel raz o pela qual a exist ncia compartilhada A entrevistada Bruna tamb m desenhou como visualizava o processo de inclus o escolar do educando surdo O seu desenho expressa a aus ncia de materiais pedag gicos e a nega o do aluno surdo A entrevistada desenhou uma sala de aula tradicional com fileiras de cadeiras organizadas de maneira indiana em dire o ao quadro negro e a presen a do professor ensinando algo turma em rela o a uma flor que aparece desenhada no quadro Do lado direito nas primeiras carteiras est o educando surdo desenhado com um bal o cheio de pontos de interroga o com o significado de que n o est entendendo o assunto nem conseguindo abstrair o conceito ensinado O aluno surdo desenhado de forma diferente dos demais apresenta rosto com express o de insatisfa o e grandes orelhas Os alunos da turma foram desenhados sem rosto de forma homogeneizadora e todos com bal es contendo a flor EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS As Representa es Sociais e simbologias presente no desenho da professora Bruna est o exemplificadas na figura 2 Figura 2 Desenho da Entrevistada Bruna A entrevistada Bruna no momento em que representou o processo de inclus o do educando surdo narrou que Na sala a professora fala sobre um tema por ex
352. insensibilidade de compreens o devido uma mentalidade med ocre inviabiliza as rela es sociais e culturais entre indiv duos de diferentes idades Para Oliveira 2011 o reconhecimento da diferen a pressup e o respeito ao outro e sua identidade cultural que envolve a atitude de toler ncia cujo significado o conviver com o diferente e n o com o inferior ou a quem se tolera reconhecendo a cultura do outro p 51 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Essas seriam formas de romper com estere tipos e preconceitos estabelecendo se dessa forma possibilidades de conviv ncia harm nica entre sujeitos diferentes Tamb m fundamental a valoriza o dos saberes culturais de segmentos sociais exclu dos indiv duos de diferentes gera es disp em de conhecimentos e experi ncias que podem ser repassadas umas as outras O papel da Educa o Intercultural e intergeracional A educa o nestas perspectivas promove a interrela o entre diferentes grupos culturais e et rios presentes em um determinado contexto social Busca uma aprendizagem entre diferentes culturas com respeito harmonia legitimidade mutua e identidade Constru o de conhecimento saberes e pr ticas culturalmente diferentes entre pessoas importante o reconhecimento da quest o das diferen as na educa o escolar como lhe sendo totalmente inerente A a o educativa caracterizada pelas diferen as sendo esta a base d
353. institui o escolar longe dos meios e fins dos reais objetivos de sua exist ncia N o podendo assim efetivar a sua a o social e pol tica Todavia preciso encontrar novos objetivos e dire es para a educa o tanto para redirecionar seu papel enquanto institui o que deve primar pelo atendimento de qualidade de todos os seus discentes e principalmente educar para a coletividade Em an lise feita por Rodrigues 2008 p 63 para Castoriadis a educa o teria o seguinte papel O papel da educa o ent o se apresenta em sua dupla face a conservadora entendida como EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a manuten o dos padr es organizativos que protegem o grupo da fragmenta o destruidora e a renovadora do sujeito social aquela que possibilita o questionamento permanente do que institu do e do crit rio de verdade que o sustenta em suma dos valores que o caracterizam enquanto grupo possibilitando a renova o e a inclus o de novos padr es de desempenho sociopol tico O projeto revolucion rio de Castoriadis 1982 aponta caminhos para a busca de uma sociedade coletiva invoca a substitui o da competitividade pela capacidade humana de dialogar estudar e agir em grupo sobre suas necessidades sociais educacionais culturais e econ micas Significando assim que a busca pela transforma o do social precede um fazer e saber coletivo ou seja aut nomo Fica evidente tamb m qu
354. io e identidade revelou se prop cio para apreender aspectos das hist rias de vida das dificuldades de compreens o do comportamento dos professores por parte dos moradores e de certa incompreens o inicial por parte dos professores para entenderem que vis o de mundo orientava a sociedade local Neste processo o artigo trilhou o movimento de reconstru o identit ria na forma o individual e coletiva dos professores articulando discursos pr ticas e significa es imagin rias distintas e complementares EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ABRAH O Maria Helena Barreto Org Identidade e Vida de Educadores Rio grandense narrativas na primeira pessoa e em muitas outras Porto Alegre EDIPUCRS 2004 ALEXANDRE Ivone Jesus Professoras Migrantes em Mato Grosso Anais do XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ci ncias Sociais Diversidades e des igualdades Salvador Universidade Federal da Bahia UFBA PAF I e II Campus de Olinda 07 a 10 de Agosto de 2011 ALVES Nilda N s somos o que contamos a narrativa de si como pr tica de forma o SOUZA Elizeu Clementino de Org Hist rias de vida e forma o de professores Bras lia SEE MEC Boletim 01 mar o de 2007 p 67 71 ALMEIDA Jane Soares de Mulher e Educa o a paix o pelo poss vel S o Paulo Unesp 1998 CASTORIADIS Cornelius A Institui o Imagin ria da Sociedade Trad Guy Reynaud Rio de Janeiro Paz e Terra
355. io no Estado do Par na Primeira rep blica 1889 1900 2002 127 f Disserta o de Mestrado em Educa o Universidade do Estado do Par Bel m 2012 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS FERREIRA Ana Emilia CARVALHO Carlos Henrique As Escolas Pri m rias no Brasil na Primeira Rep blica influ ncias pedag gicas 1890 1930 In Anais do XXVI Simp sio Nacional de Hist ria ANPUH S o Paulo 2011 Dispon vel em lt http www snh2011 anpuh org resources anais 14 1300668175 ARQUIVO TrabalhocompletoANPUH2011 pdf gt Acessado em 20 Nov de 2013 OLIVEIRA Ivanilde O social hist rico e a educa o em Castoriadis In Re vista Cocar V3 N5 Jan Jun Bel m EDUEPA 2009 RODRIGUES Denise A educa o como projeto pol tico li es de autono mia em Castoriadis e Freire In Revista Cocar V2 N4 Bel m EDUEPA 2008 ENRIQUE DUSSEL FILOSOFIA DA LIBERTA O E EDUCA O Faneide Pinto Fran a Bitencourt Resumo Este estudo foi realizado atrav s de pesquisa bibliogr fica tendo como ponto central de discuss o a cr tica que Enrique Dussel faz a cerca da racionalidade moderna mito da modernidade e os pressupostos de sua filosofia da liberta o A filosofia dusseliana questiona o pensamento cientifico moderno difundido em todo o mundo como padr o dominante de ci ncia e o eurocentrismo cultura europeia sobrepondo se as demais culturas Assim Enrique Dussel defende o pensamen
356. ionais em escolas regulares do munic pio de Breves Na presente pesquisa temos como enfoque de pesquisa a Teoria das Representa es Sociais em sua abordagem processual E como objeto de estudo temos como principais elementos as Representa es Sociais eo Atendimento Educacional Especializado para alunos surdos Trazemos neste trabalho as RS de 02 sujeitos participantes da pesquisa sendo que destes 01 professora desenvolve atividades no Atendimento Educacional Especializado no espa o das Salas de Recursos Multifuncionais para alunos surdos e 01 professor que atua em turma regular de 4 ano do ensino fundamental em uma escola p blica do munic pio de Breves Efetivamos primeiramente um per odo de quatro horas de observa o no contexto das SRM e turma regular com o prop sito de observarmos o cotidiano e a pr tica educativa de professores que atuam com alunos surdos Realizamos a observa o pois esta possibilita um EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS contato pessoal e estreito do pesquisador com o fen meno pesquisado o que apresenta uma s rie de vantagens LUDKE ANDRE 1986 p 26 Ap s as observa es realizamos as entrevistas individuais com os sujeitos da pesquisa Em rela o a entrevista esta pode ser conceituada como uma t cnica de investiga o baseada em perguntas que s o dirigidas a pessoas previamente escolhidas LUDWIG 2009 p 65 E sobre a tipologia da entrevista utilize
357. ionalizar o a professor a com capacidade de enfrentar os dilemas sociais ou seja as contradi es da sociedade complexa e em constantes mudan as Enfatizo a necessidade de que o processo formativo seja orientado para a forma o de um profissional com capacidade de agir com autonomia reflex o cr tica sobre sua pr tica reestruturando a e construindo a a partir das exig ncias emergente do trabalho de ensinar Uma base de conhecimentos que ajudem o a professor a a perceber as diversidades presentes no cotidiano da sala de aula e seja capaz de tomar decis es definindo a es e assumindo posturas ticas respeitando os conhecimentos pr vios a linguagem a origem social a cultura dos alunos e de construir uma racionalidade pedag gica que atenda as necessidades dos menos favorecidos ou seja das classes populares p 51 Assim fica evidente que o professor precisa ser mais que um transmissor de conhecimento Precisa ser um problematizador do saber No atual contexto pol tico educacional urgente a valoriza o dos saberes das experi ncias e das rela es que formam o ch o da escola para que sejam articulados com a teoria no processo da forma o a fim de superar lacunas relacionadas entre teoria e pr tica nos cursos de forma o de professores EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O processo permanente de forma o docente requer a mobiliza o das compreens es e dos saberes
358. ire Contribui es para a Epistemologia do Sul In ARA JO M D CAETANO V N Se OLIVEIRA I A Orgs Epistemolo gia e Educa o reflex es sobre temas educacionais Bel m PPGED UEPA 2012 GADOTTI Moacir Educa o de Jovens e Adultos correntes e tend ncias In GADOTTI Moacir ROM O Jos E Orgs Educa o de Jovens e adultos teoria pr tica e proposta S o Paulo Cortez Instituto Paulo Freire 2001 Guia da Escola cidad v 5 HEGEL Friedrich A filosofia do Esp rito In Enciclop dia das Ci ncias Fi los ficas Em Comp ndio 1830 S o Paulo Loyola 1995 LOWY Michael Ideologia e Ci ncia segundo Marx As aventuras de Karl Marx contra o Bar o de Munchhausen marxismo e positivismo na sociolo gia do conhecimento 9 ed S o Paulo Cortez 2007 Ideologias e Ci ncia Social Elementos para uma an lise marxista S o Paulo Cortez 1985 MANACORDA Mario Alighiero Marx e a Pedagogia Moderna Tradu o de Newton Ramos de Oliveira 2 ed S o Paulo Cortez 1996 MARX KARL Mis ria da Filosofia resposta filosofia da mis ria de Prou dhon S o Paulo Centauro 2001 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Para a cr tica da economia pol tica Introdu o e Pref cio S o Paulo Abril Cultural 1982 Col Os Economistas OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno Racionalidade Cient fica Moderna mi meo Bel m UEPA 2012 Filosofia da Educa o reflex es e deba
359. iretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Professores da Educa o B sica em n vel superior curso de licenciatura de gradua o plena institu das pela RESOLU O CNE CP N 1 de 18 de Fevereiro de 2002 que em um dos artigos demonstra a import ncia da forma o do profissional que trabalha com crian as ao enfatizar que Art 3 A forma o de professores que atuar o nas diferentes etapas e modalidades da educa o b sica observar princ pios norteadores desse preparo para o exerc cio profissional espec fico que considerem I a compet ncia como concep o nuclear na orienta o do curso EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS II a coer ncia entre a forma o oferecida e a pr tica esperada do futuro professor tendo em vista a a simetria invertida onde o preparo do professor por ocorrer em lugar similar quele em que vai atuar demanda consist ncia entre o que faz na forma o e o que dele se espera b a aprendizagem como processo de constru o de conhecimentos habilidades e valores em intera o com a realidade e com os demais indiv duos no qual s o colocadas em uso capacidades pessoais c os conte dos como meio e suporte para a constitui o das compet ncias d a avalia o como parte integrante do processo de forma o que possibilita o diagn stico de lacunas e a aferi o dos resultados alcan ados consideradas as compet ncias a serem constitu das e
360. isador e pesquisado como o uso de trabalho de campo etnogr fico e a observa o participante De igual modo aconteceu uma mudan a na maneira de enxergar os povos ditos selvagens o que levou a um questionamento do status quo metodol gico e as no es de dist ncia social em que ele assentava Tem se ent o o entendimento de que a ci ncia assim como outras formas de conhecimento n o descobre cria ou seja a ci ncia como tal apenas um dentre os v rios conhecimentos existentes e suas teorias s existem dentro dela mesma assim ela autobiogr fica sendo muito mais contemplativa do que ativa Por fim todo o conhecimento cient fico visa constituir se em senso comum Esta afirma o busca a valoriza o do senso comum como um conhecimento v lido e importante que d suporte para a vida cotidiana das pessoas Suas caracter sticas espec ficas permitem uma rela o mpar com a natureza Deste modo nada adianta a ci ncia produzir conhecimento que n o contribua para melhoria de vida em sociedade que n o se transforme em sabedoria de vida na ci ncia p s moderna o salto mais importante o que dado do conhecimento cient fico para o conhecimento do senso comum O conhecimento cient fico p s moderno s se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum SANTOS 1997 p 57 Percebe se portanto que o conhecimento cient fico s tem valor se contribuir para a qualidade de vida das pessoas ta
361. ismo e satisfa o em se conhecer EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS uma somente partes do todo Por isso devemos como agentes vitais da educa o ter a preocupa o de pensar que o conhecimento especializado precisa ser submetido avalia o de benef cios e malef cios que pode trazer Para isso preciso fundamentalmente a an lise de um ser cr tico formado atrav s do processo educacional Isso segundo Gehard e Rocha filho 2012 n o pode ser alcan ado sen o por uma educa o que contemple prioritariamente a interdisciplinaridade p 127 Por m as propostas interdisciplinares esbarram em problemas b sicos como por exemplo a forma o dos pr prios professores que precisam ultrapassar barreiras conceituais para compreender a rela o de sua pr pria especialidade com as demais reas do saber Mesmo em sua rea de atua o os professorem por vezes sentem dificuldades de ter acesso aos outros compartimentos que comumente n o trabalha em sala de aula Problemas estes que devem ser superados nos v rios n veis acad micos O Caso da matem tica escolar Em matem tica os v rios conte dos t m suas fronteiras bem definidas seja pela estrutura escolar ou pela influ ncia da forma em que foram formados os professores e gestores Os conte dos internos da matem tica tendem a ser trabalhados por unidades dando defini es exemplos e exerc cios que servem para fixar a ideia abordada
362. iste o estatuto de ci ncia autentica uma dire o correta da pr xis Compreender a forma o inicial de professores a partir do paradigma emergente requer que possamos situar o processo educativo a partir de uma totalidade que composta de uma multiplicidade de fen menos din micos e complexos Nessa linha de racioc nio segundo Torriglia 2009 a renova o pedag gica ou a transforma o educativa supera os limites do cotidiano e do mero discurso Essa supera o do cotidiano n o significa sua elimina o A autora enfatiza a import ncia de conhecer as media es entre o fen meno que aparece o imediato e aquilo que est al m do campo fenom nico mediante processos de objetiva es e de apropria o da realidade sobre esse olhar que Boaventura 2010 nos convida a entender as rela es entre o local e total Para o autor no paradigma emergente o conhecimento total mas tamb m local O conhecimento sendo total n o determin stico sendo local n o descritivista um conhecimento sobre as condi es de possibilidade Tais possibilidades s o evidenciadas por Freire 2005 p 116 a partir da argumenta o que todo programa educativo deve ter por base a investiga o que se far mais pedag gica quanto mais cr tica e t o mais cr tica quanto deixando de perder se nos esquemas estreitos das vis es parciais da realidade das vis es focalistas da realidade se fixe na compreens o da t
363. itana de Bel m CODEM EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Conhecimentos sobre o cotidiano amaz nico fazem parte do modo de vida da comunidade As mar s lan antes a safra do a a o tempo das fortes chuvas o per odo de prolifera o de carapan s refletem na rela o do ser humano com o meio alteram e influenciam o movimento di rio Tais pr ticas fundamentam as representa es sociais nas quais os indiv duos lan am o sentido de suas exist ncias criando e recriando temporalidades espa os culturas Saberes quase sempre expressos na oralidade A trama de s mbolos e sentidos que representam as hist rias s o experi ncias de comunica o entre grupos sendo assim s o experi ncias de cultura mediadas pela voz Segundo Zumthor 1997 p 139 a voz po tica assume a fun o coesiva e estabilizante sem a qual o grupo social n o poderia sobreviver Cada grupo possui um acervo de narrativas que s o repassadas de boca em boca como registro testemunho da maneira de se colocar no mundo Ouvir tal acervo envolve a percep o da complexidade das tens es em se ver a hist ria a partir de outra tica um movimento das margens para o centro aprender com a escuta dos sujeitos Com a palavra o homem se faz homem Ao dizer a sua palavra pois o homem assume conscientemente sua essencial condi o FREIRE 1987 p 13 Aqui aportamos na institui o escolar A Ilha Grande possui duas escolas sob
364. itivos e negativos de acordo com a postura n o somente do professor mas de todos os sujeitos que comp em a escola Todavia na maioria do processo de inclus o escolar o educando surdo n o atendido em sua condi o sociolingu stica especial n o s o feitas altera es metodol gicas que levem em conta a surdez e o curr culo n o repensado culminando em um desajuste socioeducacional LACERDA LODI 2009 p 15 Desse modo evidenciamos que para a inclus o do educando surdo se efetivar faz se necess rio superar as representa es discriminat rias e o uso de metodologias que atendam a particularidade lingu stica deste sujeito respeitando a sua forma de apreender o mundo Acessibilidade ao espa o escolar O entrevistado Bruno narrou as limita es de comunica o vivenciadas pelo educando surdo na escola com os demais alunos ouvintes e professores afirmando que o processo de inclus o para o aluno surdo hoje a gente ainda sente dificuldades precisando superar as d vidas que ele tem porque como ele ainda n o sabe bem a Libras dif cil eu entender as respostas que ele est me dando A entrevistada Bruna expressou o mesmo discurso do Bruno sobre a dificuldade de comunica o com os atores sociais da turma j que o surdo sabe um pouco de libras mas os ouvintes nada EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Segundo Goldfeld 1997 as dificuldades dos surdos ocorrem justamente pelo
365. ito de autonomia est ligado primordialmente a necessidade de formar sujeitos e coletivos que de forma consciente reavaliem e reorganizem sua postura diante s imposi es culturais da sociedade do espet culo que toma conta das quadras e p tios das escolas brasileiras Assim n o propomos aqui que modalidades esportivas que fazem parte do conte do da cultura corporal como o futebol e o v lei esportes esses de maior apelo midi tico em nosso pa s sejam negados aos alunos mas que este conte do n o sobrecarreguem a carga hor ria da Educa o F sica Escolar principalmente nos primeiros ciclos dessa escolariza o impedindo dessa forma que os alunos experimentem outros conte dos como a gin stica a dan a a capoeira lazer e nem seja internalizado de maneira alienante ou seja sem que exista uma reorganiza o consciente de sua pr tica mas que o aluno mediante a pr xis estabelecida com o professor possa como sujeito aut nomo saber ter boas raz es para concluir isso bem verdadeiro e isso bem meu desejo CASTORIADIS 1982 p 126 O ensino da educa o f sica deve afirmar se pelo acesso das camadas populares ao campo da produ o cultural da sociedade no sentido mais abrangente promovendo eventos de esporte e lazer voltados especialmente para o envolvimento de todos os EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS segmentos sociais demandantes na organiza o no planejamento e na participa
366. iveira Rosenildo da Costa Pereira Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Bel m CCSE UEPA 2015 P 446 Inclui bibliografias ISBN 978 85 98249 21 6 1 Epistemologia educa o 2 teorias 3 Pr ticas I Ivanilde Apoluceno de Oliveira Org II Rosenildo da Costa Pereira Org II Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Org O telesc pio multiplica o olhar mas ainda um olho humano que v o que olha Os n meros e as teorias d o um ch o seguro compreens o do que visto ou experimentado atrav s de instrumentos mas uma mente humana que d sentido ao que o olho descobre ou a imagina o inventa quando constr i uma interpreta o objetivamente pessoal do que a pessoa pensa uma mente humana que pensa mas um cora o que a dirige Carlos Rodrigues Brand o 2003 p 37 SUM RIO Apresenta o Ivanilde Apoluceno de Oliveira Rosenildo da Costa Pereira e 8 Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Imagin rios na Reconstru o de Identidades de Professoras Migrantes 10 Ilca Pena Baia Sarraf Rela es entre o Paradigma Emergente e a Educa o Matem tica 39 T ssia Cristina da Silva Pinheiro O Materialismo Hist rico Dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis na pesquisa em Educa o 61 Marcos Renan Freitas de Oliveira Representa es Sociais de professores Bil ngues sobre o processo de inclus o escolar de educandos Surdos 81 Ivanilde Apoluceno de Oliv
367. ividade para encarar situa es amb guas e incertas portanto faz se necess rio ressignificar a identidade do professor Pois ningu m nasce educador ou marcado para ser educador A gente se faz educador a gente se forma como educador permanentemente na pr tica e na reflex o da pr tica FREIRE 1998 p 58 Forma o de Professores alternativa uma filosofia da pr xis As contribui es de Gramsci 1987 p 13 referente a educa o n o se encontram reunidas e destacadas sob um t tulo espec fico e particular em determinada obra nem mesmo circunscritas em uma teoria completa e desenvolvida para este fim mas constam em v rias de suas obras de sua produ o intelectual uma vez que os conceitos gramscianos se entrela am e relacionam se frequentemente Apesar de n o ser a categoria nica dos escritos de Gramsci a tem tica pedag gica ocupa lugar central na pr tica e no pensamento gramscianos emergindo a educa o como instrumento necess rio luta entre classes sociais OLIVEIRA 2006 p 86 De acordo com Oliveira 2006 baseada em Gramsci n o existe educa o sem interesse ou seja neutra e que por isso est vinculada a fatores ideol gicos pertencentes a determinada classe Se a educa o tendo como pressuposto o pensamento de Gramsci n o neutra e est inserida na dimens o cultural e pol tica da sociedade precisa ter a finalidade de desenvolver integralmente os sujeitos human
368. jeitos endere ados ao mundo a ser transformado e humanizado n o pode reduzir se ao ato de depositar ideias de um sujeito no outro nem tampouco tornar se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes Assim segundo Brousseau 1996 o professor tem de simular nas suas aulas uma pequena sociedade cient fica caso pretenda que os conhecimentos sejam impulsos para boas quest es e promo o de debates e queira que as linguagens sejam delineadas para ocorrerem situa es de formula o e valida o Para ele o trabalho do professor propor situa es que provoquem a aprendizagem a fim de que o aluno possa produzir conhecimento por m apresenta a figura do professor de acordo com o ponto de vista de quem organiza as aulas e de quem leciona Nos diferentes n veis de um meio as intera es de um sujeito seja ela um professor ou aluno tamb m s o diferentes ela toma decis es conforme regras estrat gias e conhecimentos atua em fun o das informa es que recebe e interpreta BROUSSEAU 2008 p 57 O trabalho intelectual do aluno deve ser assemelhar a uma atividade de investiga o cient fica pois saber matem tica n o somente aprender defini es e teoremas mas tamb m reconhecer as ocasi es onde aplic los Brousseau 1997 afirma que a reprodu o fiel de uma atividade cient fica exige que o aluno seja capaz de formular provar construir modelos linguagens conceitos e teorias e trocar
369. l p blica gratuita laica obrigat ria com forma o human stica forma o integral do homem e industrial forma o para o trabalho com uma organiza o did tico pedag gica que correspondia s escolas prim rias e m dias com v rios graus de carreira escolar e tempo integral pois A escola deveria ser uma escola col gio com dormit rios refeit rios bibliotecas especializadas salas aptas ao trabalho de semin rios etc Com atividades diurnas e noturnas de ensino coletivo e em tempo integral GRAMSCI 1991 p 121 e 122 A escola unit ria segundo Gramsci 1991 deveria ser organizada como col gio com atividades diurnas e noturnas e estudo coletivo Nessa proposta educacional o jovem deveria ser preparado para a vida social e para o trabalho t cnico intelectual no entanto existe uma fase em que este jovem necessita estar voltado inteiramente para os estudos fase que formalmente corresponde ao momento do liceu ou seja a fase escolar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS na qual os jovens ingressam imediatamente ap s a crise da puberdade deve ser considerado a fase transit ria mais importante para a forma o daquela autodisciplina intelectual e daquela autonomia moral que s o os valores fundamentais do humanismo em vista da posterior especializa o seja intelectual na universidade seja profissional MANACORDA 2008 p 175 De acordo com Manacorda 2008 a concep o de escol
370. l tico al m da transforma o da realidade a partir da for a potencial dos sujeitos isto uma escola que trabalhe dentro de uma concep o democr tica e inclusiva n o excludente Desse modo conclu mos reiterando a import ncia do debate so bre a educa o que ultrapasse o contexto da escola compreendendo a valoriza o e o respeito dos sujeitos que carregam consigo seus tra os culturais Entendemos tamb m que estas quest es perpassam por um caminho da n o neutralidade pois a educa o e os sujeitos s o pol ticos Assim sendo a pr tica pedag gica como afirma Paulo Freire n o jamais despolitizada EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ALVES Rubem O preparo do educador In BRAND O Carlos Rodrigues O educador vida e morte Rio de janeiro edi es Graal 1982 APPLE Michel W Pol tica cultural e educa o Tradu o de Maria Jos do Amaral Ferreira S o Paulo Cortez 2000 BARDIN Laurence An lise de conte do S o Paulo Edi o 2011 BRAND O Carlos Rodrigues A Educa o como Cultura Campinas Mer cado das Letras 2002 CANDAU Vera Maria Multiculturalismo e educa o desafios para a pr ti ca pedag gica In MOREIRA A F CANDAU V M Org Multiculturalis mo Diferen as culturais e pr ticas pedag gicas 2 ed Petr polis RJ Vozes 2008 FREIRE Paulo Medo e ousadia O cotidiano do professor Paulo Freire Ira Shor Rio de J
371. l proposi o vai ao encontro da fun o da escola de formar o cidad o e promover o pleno desenvolvimento do educando EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O paradigma emergente oferece a possibilidade de se enxergar a realidade com outro olhar uma realidade que se apresenta em toda a sua complexidade e totalidade sendo por isso necess ria novas concep es em torno das principais categorias em torno da educa o Paradigma e Educa o No mbito educacional em particular no estado do Par no que tange a atual fase de transi o de ensino fundamental de oito anos para ensino fundamental de nove anos de dura o poss vel notar a influ ncia dos paradigmas com as duas formas de organiza o do ensino fundamental bem como fazer uma analogia desta transi o com a que est ocorrendo no campo epistemol gico A educa o ramo das ci ncias sociais tamb m cont m todo o pensamento e l gica do paradigma dominante bem como est sendo repensada no paradigma emergente Percebe se isto na forma como se organiza a estrutura espacial o curr culo as pr ticas de ensino o tempo escolar e a avalia o bem como ao papel do aluno no processo de ensino e aprendizagem Esta influ ncia faz se vis vel na mudan a do ensino fundamental de oito para nove anos de dura o onde se prop e n o s a mudan a de nomenclatura mas tamb m de curr culo tempo e avalia o ou melhor prop em se repensar todo o ensi
372. la es intergeracionais no contexto educacional A educa o esta completamente arraigada nos processos culturais do contexto social na qual se situa Sendo assim n o h como trat la sem fazer uma interela o com as quest es culturais da sociedade CANDAU 2008 nesse contexto que as rela es intergeracionais est o inseridas pois a partir delas que s o estabelecidas as rela es culturais e educacionais O principal objetivo deste estudo investigar poss veis interrela es entre o multiculturalismo e a intergeracionalidade no contexto educacional Multiculturalismo e as rela es intergeracionais di logos poss veis As principais problem ticas referentes educa o escolar destacadas nesse estudo foram s rela es com a comunidade e a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS fun o social da escola da a necessidade de reinven o da educa o escolar Para que a escola seja um espa o que leve em considera o as inquieta es de crian as jovens e adultos imersos no contexto sociopol tico e cultural contempor neo CANDAU 2008 Nas sociedades multiculturais como o caso do Brasil e neste caso espec fico a regi o norte tem se diferen as de g nero tnica et ria e cultural o que torna desse modo necess rio a compreens o das rela es entre educa o e cultura assim como as rela es entre educa o multiculturalismo e intergeracionalidade A educa o est
373. larmente Brousseau considera o processo de ensino aprendizagem segundo um ponto de vista sist mico e n o como o estudo separado de cada um de seus componentes Na TSD o professor e o aluno s o fundamentais ligados pela rela o saber no interior de um milieu no qual eles est o interagindo importante destacar que a educa o enquanto processo pode ocorrer de v rias formas e por v rios motivos mas principalmente pode ocorrer por meio das intera es entre sujeitos e o ambiente Todo processo educacional consiste numa atividade que envolve tr s elementos principais aquele que ensina aquele a quem se ensina e aquilo que o primeiro ensina ao segundo o conte do constituindo o tri ngulo das situa es did ticas Nesse contexto o professor o respons vel em propor situa es did ticas que ser o caracterizadas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pelas m ltiplas rela es pedag gicas no tri ngulo did tico contrato did tico A TSD valoriza os conhecimentos mobilizados pelo aluno e seu envolvimento na constru o do saber matem tico e tamb m valoriza o trabalho do professor que consiste em criar condi es suficientes para que o aluno se aproprie dos conte dos espec ficos Ao organizar o meio o professor tem expectativas em rela o participa o dos alunos e estes tamb m observam o trabalho do professor e buscam entender quais s o as regras que direcionam suas a es Salienta
374. lde Apoluceno de TEIXEIRA Elizabeth Orgs Abordagens te ricas e constru es metodol gicas na pesquisa em educa o Bel m EDUEPA 2011 pp 161 179 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Racionalidade cient fica moderna Be l m EDUEPA 2012 mimeo S Celso Pereira de Representa es Sociais O conceito e o estado atual da teoria In SPINK Mary Jane O Conhecimento no cotidiano as representa es perspectiva da Psicologia Social S o Paulo Brasiliense 1993 pp 19 45 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS SANTOS Boaventura de Sousa Para al m do pensamento abissal das linhas globais a uma ecologia de saberes In SANTOS Boaventura MENEZES Ma ria Paula Org Epistemologias do Sul S o Paulo Cortez 2010 pp 31 83 SILVA Maria das Gra as da Pr ticas educativas ambientais saberes e modos de vida locais Revista Cocar Bel m v 1 n 01 p 47 57 jan jun 2007 SILVEIRA Andr a Pereira Representa es Sociais de professores do ensi no fundamental sobre o aluno surdo a in visibilidade na inclus o escolar 2011 209 f Disserta o Mestrado em Educa o Universidade do Estado do Par Bel m 2011 EPISTEMOLOGIA DA DID TICA DA MATEM TICA A TEORIA DAS SITUA ES DID TICAS DE GUY BROUSSEAU Adrielle Cristine Mendello Lopes Resumo Este artigo foi elaborado com base em leituras e estudos realizados na disciplina Epistemologia e Educa o ofertada pelo Programa de
375. lecimento da rela o entre saberes de v rias reas de forma contextual para que se tornem instrumento de conhecimento da condi o humana Trata se do pensamento complexo de Edgar Morin que tem como um de seus princ pios o conhecimento pertinente pautado na observa o do saber pelos prismas contextual global multidimensional e complexo para que ele possa fazer sentido Para tanto aponta a transdisciplinaridade como uma sa da para trabalhar as disciplinas juntas e correlacionadas por meio do desenvolvimento da intelig ncia geral que deve ser estimulada no aluno Desse modo ele poder desenvolver o pensamento ecologizante que une todo conhecimento e informa o ao seu meio ambiente No intuito de demonstrar que esse tipo de organiza o do conhecimento seria vi vel no ensino brasileiro buscou se a partir de uma pesquisa bibliogr fica em um primeiro momento apresentar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS uma breve abordagem das caracter sticas educacionais identificadas como problemas por Morin Finalmente aborda se as caracter sticas que permeiam o pensamento complexo em fun o de uma educa o ecologizante e a import ncia dessa teoria para a educa o amaz nica 1 Educa o brasileira necessidade de mudan as Por conta da ideologia neoliberal a introdu o de novas tecnologias mat rias primas e forma de organiza o da produ o n o s est o remodelando as bases materiais da socieda
376. lho e suas consequ ncias mais imediatas para a classe trabalhadora A Forma de ser da classe trabalhadora hoje Para construir uma no o ampliada da forma de ser da classe trabalhadora hoje preciso primeiramente conferir o conceito marxiano de trabalho pois este oferece novos elementos para pensar a centralidade da sociedade contempor nea Marx para construir um conceito de trabalho remonta as origens hist ricas do homem constatando que o trabalho o pressuposto de toda exist ncia humana 1984 p 76 Foi a primeira a o hist rica do homem para produ o da sua vida material isto uma atividade vital sem a qual a vida n o existiria Portanto um termo historicamente determinado que indica a condi o de atividade humana no que denomina economia pol tica ou seja a sociedade fundada sobre a propriedade privada dos meios de produ o e a teoria ou ideologia que a expressa 1984 p 249 Em sua obra A Ideologia Alem Marx descreve o trabalho da seguinte forma O trabalho aqui ainda uma vez a coisa principal o poder acima dos indiv duos obviamente nas condi es historicamente determinadas da divis o do trabalho que express o id ntica a propriedade privada e sempre nas condi es descritas pela economia pol tica O trabalho recolocando o processo hist rico da aliena o perdeu toda apar ncia de manifesta o pessoal e agora a nica forma poss vel embora n
377. lhor explicar tal defini o Para clarificar esta concep o de identidade Como processo que articula a subjetividade e a objetividade ela metamorfose constitutiva do sujeito localizando o no mundo dando se sempre como rela o tanto sincr nica como diacr nica Evidentemente n o se trata aqui de metamorfose como processo natural como a da borboleta mas de processo hist rico e social que se d fundamentalmente como produ o de sentido o que pr prio do agir comunicativo CIAMPA 1998 p 92 e 93 Ciampa compreende identidade como um processo din mico provis rio sujeito a forma o e transforma o na intera o earticula o com o contexto hist rico e social ou seja um processo em constante movimento e mudan a por isso compreendido como metamorfose Trabalhar esta defini o de identidade tamb m dialogar com Rodrigues 2008 pois considera a identidade como processo cont nuo que se afirma com a produ o cultural e a interrela o do sujeito com o processo econ mico e pol tico da sociedade Nas rela es de conflitos negocia es descobertas e aprendizagens as professoras tamb m foram reconstruindo suas identidades Para expressar a concretude desse processo torna se significativo acompanhar depoimento da professora Rosiete Mas tamb m n o posso deixar de dizer que teve momentos muitos agrad veis aqui dentro dessa casa Foi aqui dentro dessa casa que eu descobri que eu
378. lismo e de seu egocentrismo come a a perceber que precisa da viv ncia coletiva e de respeitar os limites e contribui es que a mesma lhe proporcionar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A consci ncia cr tica dos discentes precisa ser elucidada e incentivada por seus docentes como tamb m pela a o pol tica pedag gica da escola que deve nortear objetivos e estrat gias educacionais que desenvolvam teorias e pr ticas contextualizadas com os saberes e viv ncias dos discentes Como j enunciamos neste texto a ideologia dominante se desenvolve atrav s de pequenas a es realizadas no dia a dia escolar preciso revisitarmos nossas concep es e a es de educar se realmente queremos honrar o compromisso de educador que assumimos ao adentrar na educa o A institui o escolar um dos espa os para se trabalhar e motivar essas viv ncias E para isso deve garantir em seu projeto pol tico pedag gico a es que garantam pr ticas educativas aut nomas de todos os autores do processo Tal proposta pedag gica precisa ser capaz de fomentar saberes acad micos sociais e culturais capazes de conduzir os discentes a serem e terem a es pol ticas e aut nomas E para a efetiva o desse processo necess rio o compromisso da educadora com a consci ncia cr tica do educando cuja promo o da ingenuidade n o se faz automaticamente FREIRE 1996 p 29 Diferentemente dos projetos edu
379. lizando como refer ncias para esse entendimento principalmente as categorias de analises simbolismo imagin rio social aliena o projeto revolucion rio e autonomia bases da Teoria de Castoriadis No in cio do texto situaremos o leitor sobre os conceitos e fundamentos que sustentam a filosofia de Castoriadis no que perpassa as categorias anal ticas citadas acima Em seguida fazemos uma configura o hist rica da Educa o F sica escolar e a possibilidade de um novo ensino da Educa o F sica a partir da autonomia O Social hist rico de Castoriadis Como muitos te ricos da contemporaneidade Castoriadis postula sua teoria contrapondo as ideias veiculadas pela modernidade por isso para entender o pensamento social hist rico de Castoriadis necess rio redimensionar a forma de pensar postulada pela ci ncia moderna e esta pautada na ordem na separa o e na raz o como fontes exclusiva para se chegar ao conhecimento cient fico Esse redimensionar se faz necess rio uma vez que o n cleo epistemol gico da teoria proposta pelo filosofo grego est no imagin rio Vivemos um curso hist rico no qual as a es movidas pelo simb lico que impregna nossa imagina o o que direciona as decis es atribuindo sentido construindo assim a hist ria social que vai al m das condi es mat rias dadas al m do determinismo Assim utilizando as palavras de Castoriadis para compreendermos o simbolismo temos EPISTEM
380. logia de saberes apresentada ainda que de forma experimental neste trabalho indica um caminho contr rio quele proposto pelo paradigma moderno mas h de se considerar que as riquezas contidas nos m ltiplos conhecimentos merecem ter os seus lugares assegurados na constru o e desenvolvimento da ci ncia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias Aloizio Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 05 set 2011 Alzira Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 09 set 2011 Ant nia Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 05 set 2011 Ant nia Maria Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 09 set 2011 Jo o Filho Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 26 set 2011 Jos Luis Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 09 set 2011 Luiza Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 26 set 2011 Margarida Entrevista Entrevistador Marcio Barradas Sousa Abacatal 26 set 2011 BARDIN Laurence An lise de conte do Lisboa Edi es 70 2010 BURKE Peter O que hist ria cultural Tradu o de S rgio Goes de Paula Rio de Janeiro Jorge Zahar Editores 2005 CHAU Marilena Filosofia Moderna In OLIVEIRA Armando et al Pri meira Filosofia aspectos da Hist ria da filosofia 8 ed S o Paulo Brasilien se 1990 pp 60 81 CORDEIRO Albert Alan
381. logo fil sofo e educador contempor neo Franc s que se graduou ainda em Direito Economia Pol tica Hist ria e Geografia Autor de mais de trinta livros entre eles como obras mais relevantes para este artigo O m todo 6 volumes que trata da transforma o das ci ncias e do seu impacto na sociedade contempor nea Introdu o ao pensamento complexo Ci ncia com consci ncia e Os sete saberes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS necess rios para a educa o do futuro e A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensamento Estas ltimas obras tratam sobre o pensamento complexo e a rela o deste com a educa o do futuro enfatizando uma reforma no pensamento em fun o da forma o de cidad os de uma era planet ria Para Morin primordial uma mudan a no pensamento que vise o desenvolvimento do conhecimento de forma global e em toda a sua complexidade mas o que vem a ser o complexo para o autor Complexus significa o que foi tecido junto h complexidade quando elementos diferentes s o insepar veis constitutivos do todo como o econ mico o pol tico o sociol gico o psicol gico o afetivo o mitol gico e h um tecido interdependente interativo e inter retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto as partes e o todo o todo e as partes as partes entre si Por isso a complexidade a uni o entre a unidade e a multiplicidade MORIN 2007 p 38 Por considerar que o
382. luir a escola nos avan os pol ticos e sociais segundo o contexto hist rico vivido enquanto realidade pelos indiv duos Ao partirmos da ideia de Decroly de que o aluno o centro C lestin Freinet s culo XIX empirista franc s e educador afirmava que a crian a deveria ser estimulada s experi ncias a buscar respostas s pr prias necessidades inquieta es FERRARI 2008 Entretanto compreendia que n o havia valor did tico no erro pois este desmotiva o aluno Morin 2007 por m com base nos estudos j transcorridos neste texto equilibraria esta ideia ao dizer que todo conhecimento nunca estar livre do erro e da ilus o mas como num espiral fornece motivos para a busca de novas possibilidades que permitam a reconstru o do conhecimento novamente EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No s culo XX tivemos a honra de conhecer as ideias c lebres do educador brasileiro Paulo Freire com reconhecimento em n vel internacional por causa principalmente da chamada Pedagogia do Oprimido FREIRE 1994 assumindo o pensamento pedag gico pol tico Percebemos que dentre os educadores ora referidos neste estudo Paulo Freire um dos que mais possui concep es que convergem com as do soci logo Edgar Morin 2007 O intuito de Paulo Freire 1994 j no s culo XX era o de conscientizar o estudante especialmente de classes sociais desfavorecidas acerca de sua pr pria liberta o ao provocar e desenvol
383. luno construa o conhecimento e n o seja apresentado a ele de forma pronta e acabada Na quarta tese abordada a transforma o do conhecimento cient fico em senso comum a respeito disso salientamos a corrente s cio cr tica da modelagem matem tica que busca uma compreens o do papel sociocultural da matem tica Barbosa 2003 afirma que com a abordagem dessa corrente h uma preocupa o maior em se tratar da forma o de sujeitos capazes de atuar ativamente na sociedade e n o apenas uma forma o matem tica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Uma alternativa valiosa que se tem de dar acesso ao conhecimento para a sociedade em geral atrav s do uso de tecnologias a utiliza o de programas computacionais espec ficos de f cil acesso atrav s da internet como a sociedade est cada vez mais informatizada se tornou comum utilizar as redes sociais para transmiss o de conhecimento que antes eram feitos apenas no ambiente escolar Considera es finais Ao longo da hist ria inevit vel que haja mudan as de pensamento e de considera es cient ficas em todas as ci ncias Os par metros v o se modificando constantemente e at poss vel que aqueles deixados de lado em certo momento venham a ser reconfigurados e se coloquem no topo em uma poca distinta Com a matem tica n o poderia ser diferente sendo est considerada uma ci ncia exata natural n o est desvinculada da a o social que l
384. m descritivista De acordo com o autor o novo paradigma incentiva os conceitos e teorias desenvolvidos localmente a emigrarem para outros lugares cognitivos de modo a poderem ser utilizados fora do seu contexto de origem O que tamb m se modifica neste paradigma emergente a n o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS exist ncia de um m todo espec fico o conhecimento se constituiu a partir de uma pluralidade de m todos Santos 2009 nos diz que a ci ncia moderna precisou lutar contra os monop lios de interpreta o feitas pela religi o estado fam lia ou partido entretanto a modernidade colonizou as outras formas de racionalidade causando assim a renuncia interpreta o Para reconstruir o conhecimento emancipa o que um conhecimento local como uma nova forma de saber se faz necess ria a prolifera o de comunidades interpretativas O autor acredita que a reemerg ncia da retorica parte integrante da crise paradigm tica da ci ncia moderna 1 3 Todo conhecimento autoconhecimento Santos 2009 nos lembra de que na ci ncia moderna um conhecimento objetivo e rigoroso n o pode tolerar a interfer ncia de particularidades humanas e de percep es axiol gicas p 82 ou seja na ci ncia moderna necess rio que haja um distanciamento entre sujeito e objeto para preservar o rigor da pesquisa No entanto este autor afirma que nas ci ncias sociais a distin o entre sujeito e objeto
385. m projeto educacional revolucion rio EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias CASTORIADIS Cornelius A institui o e o imagin rio 3 e Rio de Janeiro Paze Terra 1982 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia saberes necess rios pr tica educativa S o Paulo Paz e Terra 1996 Cole o Leitura FREIRE Paulo Pedagogia da toler ncia Org e notas Ana Maria Ara jo Freire S o Paulo Editora UNESP 2004 LIB NEO Jos Carlos Pedagogia e Pedagogos para qu 12 Ed S o Paulo Cortez 2010 LINHARES C lia Desafios contempor neos da educa o docente tempo de recome ar movimentos institu ntes na escola e na forma o docente In DALBEN ngela I L de F et al Cole o Did tica e Pr tica de Ensino Converg ncias e tens es no campo da forma o e do trabalho docente Belo Horizonte Aut ntica 2010 MORIN Edgar Os sete saberes necess rios educa o do futuro S o Pau lo Cortez Bras lia DF UNESCO 2000 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de O social hist rico e a educa o em Castoriadis In Revista Cocar Universidade Estadual do Par v 3 n 5 _ Bel m EDUEPA jan jun 2009 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Saberes imagin rios e representa es na educa o especial A problem tica tica da diferen a e da exclus o social Petr polis RJ Vozes 2004 RODRIGUES Denise Sim es Souza A educa o como projeto pol tico li e
386. ma de trama de rela es contradit rias conflitantes de leis de constru o desenvolvimento e transforma o dos fatos importante enfatizar que a dial tica de Marx foi demasiadamente influenciada pela dial tica idealista de Hegel que aceitava todos os fen menos da natureza e da sociedade tinham sua base na ideia no esp rito absoluto portanto fundada no misticismo Marx escreveu que em Hegel a dial tica estava por assim dizer de cabe a para baixo decidiu ent o coloc la sobre seus pr prios p s KONDER 2008 p 42 A dial tica marxiana tem sua base fundada na concep o ontol gica de ser humano e sua rela o com a produ o social da exist ncia humana que Marx e Engels 2007 p 33 assim definiram EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O primeiro ato hist rico pois a produ o dos meios para a satisfa o dessas necessidades a produ o da pr pria vida material e este sem d vida um ato hist rico uma condi o fundamental de toda a hist ria que ainda hoje assim como h mil nios tem de ser cumprida diariamente a cada hora simplesmente para manter os homens vivos O segundo ponto que a satisfa o dessa primeira necessidade a a o de satisfaz la e o instrumento de satisfa o j adquirido conduzem a novas necessidades A rela o hist rica do ser humano com a natureza para satisfazer suas necessidades se d por meio do trabalho atividade p
387. ma pr tica transversal Resta saber se esta proposta ter condi es pr ticas de ser vivenciada na realidade de cada unidade de ensino Com rela o s pr ticas de ensino as diretrizes curriculares n o trouxeram um t pico espec fico para discuti la mas prop em algumas abordagens que privilegiem a articula o do saber com as experi ncias dos alunos como explicitado no Art 24 2 grandes eixos articuladores projetos interdisciplinares com base em temas geradores formulados a partir de quest es da comunidade e articulados aos componentes curriculares e s reas de conhecimento curr culos em rede propostas ordenadas em torno de conceitos chave ou conceitos nucleares que permitam trabalhar as quest es cognitivas e as quest es culturais numa perspectiva transversal e projetos de trabalho com diversas acep es No que tange avalia o esta deve ser processual formativa e participativa cont nua cumulativa e diagn stica visando em primeiro lugar o desenvolvimento dos alunos ao identificar suas dificuldades e dando a oportunidade para alunos e pais questionarem os resultados das mesmas Isto exige compreender a avalia o como uma forma de intervir no aprendizado do educando como bem coloca Luckesi 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS p 43 preciso que a avalia o seja efetivamente um julgamento de valor sobre manifesta es relevantes da realidade para uma tomada de decis o
388. me aram a ser criadas formas padr es de produ o do conhecimento cient fico o chamado m todo cient fico que primordialmente limita o conhecimento ao que quantific vel descrevem fen menos somente com base na utiliza o de quantidades mensur veis Desde o in cio desta trajet ria a ci ncia j deixava pistas de que tenderia para um equ voco pois desde o in cio a evolu o da ci ncia possibilitou que houvesse a separa o entre os v rios ramos do conhecimento sobretudo pela ideia de que qualquer objeto que se quisesse conhecer poderia ser particionado em quantas partes fossem necess rias para que pudessem ser entendidas de forma particular para depois se compreender o todo o que se configura como uma ilus o que leva ao erro um processo bem pensado por m pouco planejado pois em alguns casos o todo tem propriedades que n o s o encontradas nas partes Portanto aqui exp e se um dos maiores problemas da sociedade atual onde o desenvolvimento das partes se desenvolve somente para EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS si pr prio n o conseguindo a visualiza o exata da totalidade da qual faz parte e traz tona problemas universais indaga es de como ter acesso a possibilidade de articular as partes os compartimentos e organiz los Como perceber e conceber o contexto o global a rela o todo partes o multidimensional o Complexo MORIN 2007 Estes problemas devem servir de inquieta
389. melhorar a educa o Via l ctea Dificuldades em realizar as cc Turbilh o de ideias atividades educativas Caldeir o girando Necessidade de educa o de Uma luz no fim do t nel qualidade Uma esperan a A escola e o AEE como caminho para mudar a realidade do aluno surdo Fonte elabora o pr pria 2014 interessante observarmos que o AFE representado como um lugar constitu do de sujeitos professores e alunos com identidades diferenciadas e perfis distintos Sendo que os professores no seio do trabalho com os alunos surdos ainda n o encontraram um foco a alcan ar por meio do AFE Ressaltamos que o AEE representado como um espa o que pode proporcionar uma melhor condi o de vida acad mica e social aos alunos surdos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Diante destas imagens e pensamentos realizamos infer ncias de que os professores percebem o AEE como um local composto por docentes e discentes diferentes por isso comparados a uma via l ctea um turbilh o de ideias ou um caldeir o girando Sendo que neste espa o os professores desenvolvem suas atividades cotidianas de forma ass ncrona em que ainda n o focaram um trabalho a ser realizado em conjunto Pensamos que seja necess rio oferecer condi es de trabalho para maior articula o entre as pr ticas desenvolvidas na sala de recursos multifuncionais e as a es d
390. membros para que estes possam viver mais dignamente EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O discurso educacional de Gramsci Ant nio Gramsci foi um fil sofo que pensou a educa o como cr tica manuten o e legitima o das rela es de poder na sociedade capitalista constituindo se em instrumento de media o na transforma o e mudan a social A educa o um processo implicado diretamente com a reprodu o das rela es de produ o possibilitando que essas rela es ou reforcem a domina o ou provoquem a sua mudan a estrutural Como instrumento de media o entre as classes a educa o forma a consci ncia que tanto pode aderir ideologia vigente mascaramento como pode superar e desmascarar essa ideologia JESUS 1989 p 29 Nesse contexto de mudan a a educa o passa a ser uma estrat gia pol tica e fator de transforma o social porque adquire uma conota o pol tica na medida em que trabalha a dimens o cr tica e social dos sujeitos visando realizar transforma es em prol de uma sociedade mais justa digna e igualit ria Desta forma a educa o assim como a economia e pol tica est vinculada organicamente ao conceito de hegemonia que de acordo com Melo 2012 o referido conceito abrange todo o campo vasto da cultura assim como uma rela o pedag gica dos intelectuais com as massas Ainda de acordo com Melo 2012 para Gramsci a educa o deveria proporcion
391. menos estranhos trazendo os do exterior para o universo interior ancorando os sedimentando os 32 Breves um dos 16 munic pios que comp e o arquip lago do Maraj e possui uma rea de 9 550 51 km O munic pio faz parte da Mesorregi o Geogr fica do Maraj e da Microrregi o do Furo de Breves Sua popula o total de 92 860 mil habitantes IBGE 2010 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Compreendemos que o m todo em RS deve ser empregado de forma organizada sistematizada e articulada com m todos e t cnicas que podem ser adequados ao campo da investiga o cientifica e com isso realizar pesquisas como forma de enfrentamento de problemas imersos em nosso contexto socioeducacional Dessa forma os mecanismos de forma o das representa es sociais considerando se o enfoque moscoviciano s o a objetiva o e a amarra o ou ancoragem ou ancoramento Pela objetiva o se d a concretiza o a materializa o de conceitos em imagens Pela amarra o ancoragem ou ancoramento assimilam se ou adaptam se as novas informa es aos conceitos e imagens j formados consolidados e objetivados RANGEL 2004 p 31 Assim a partir da conceitua o destes dois mecanismos buscamos perceber no l cus como os professores ancoram e objetivam explica es cren as e ideias sobre o trabalho com educandos surdos realizados em turmas inclusivas e no espa o da sala de recursos multifunc
392. mento e deixando a maioria dos que n o est o neste meio alheia as especificidades das informa es Assim enquanto o expert perde a aptid o de conceber o global e o fundamental o cidad o perde o direito ao conhecimento A partir da a perda do saber muito mal compensada pela vulgariza o da m dia levanta o problema hist rico agora capital da necessidade de uma democracia cognitiva MORIN 2003 P 19 O fil sofo franc s prop e essa mudan a na educa o organizando o pensamento com um prop sito a reflex o sobre a condi o humana EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Para Morin 2007 Interrogar nossa condi o humana implica primeiro nossa posi o no mundo Por essa raz o considera o ser humano um mundo que est no mundo ou seja um universo ao mesmo tempo possuidor de uma pequenez diante do cosmo singular na capacidade da linguagem por outro lado em suas mol culas igual a tudo que existe pois em suas c lulas tudo est em constante movimento E isso significa ser c smico terrestre e humano pertencente ao planeta e ao mesmo tempo a uma cultura que o identifica 2 Educa o Ecologizante de Morin uma teoria para um repensar a educa o amaz nica Diante dos problemas e desafios que s o encontrados na educa o no pa s a vigente na regi o amaz nica no Par como exemplo pode ser apontada como uma das mais penalizadas pelo sistema neoliberal que rege o pa s Um d
393. mo Rio de Janeiro Ed Paz e Terra 1986 L NIN V I As tr s fontes e as tr s partes constitutivas do marxismo S o Paulo Ed Global s d LOMBARDI Jos Claudinei e SAVIANI Dermeval orgs Marxismo e Edu ca o debates contempor neos Campinas SP Autores Associados 2005 L WY Michael As aventuras de Karl Marx contra o Bar o de Miinchhau sen marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento 9 Ed S o Pau lo Cortez 2009 MANACORDA M Marx e a Pedagogia Moderna S o Paulo Cortez Auto res Associados 1991 MARCUSE Herbert A ideologia da sociedade industrial o homem unidi mensional Rio de Janeiro Zahar 1973 p 26 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS MARX Karl O Capital Livro 1 Vol 1 S o Paulo Difel 1984 MARX K amp ENGELS F A Ideologia Alem S o Paulo Martins Fontes 1987 MARX K Manuscritos Econ micos Filos ficos Os pensadores S o Paulo Abril Cultural 1978 MARX K O Capital Cr tica da Economia Pol tica Livro 1 Vol I 13 edi o Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1989 M SZ ROS Istv n 1995 Para al m do capital Rumo a uma teoria da transi o Boitempo S o Paulo OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno Filosofia da Educa o reflex es e debates Petr polis RJ Vozes 2006 PAULO NETO Jos Introdu o ao m todo de Marx S o Paulo Express o Popular 2011 QUINTANEIRO T nia Um toque de Cl ssicos Durkheim Ma
394. momento para realiza o de atividades sem que haja de fato uma interven o pedag gica por parte dos professores Em outros contextos a Educa o F sica escolar se tornou predominantemente esportivizada encontrando na pr tica dos esportes o significado para sua perman ncia no curr culo escolar Essa din mica de aliena o na qual a Educa o F sica Escolar se encontra n o se deu de maneira aleat ria resultado de uma constru o hist ria que se inicia com os interesses e motiva es sociais e pol ticas para sua implanta o nas escolas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Romper com o imagin rio alienado que tem sido alicer ado no inconsciente dos atores educacionais mediante a automatiza o da pr tica de um ensino da Educa o F sica baseado no lema ol mpico Citius Altius Fortius o mais r pido o mais alto o mais forte pressup em a necessidade de se entender a import ncia do ensino da hist ria da Educa o F sica Escolar como um elemento fundamental para a compreens o dos processos hist ricos e principalmente de constru o desse imagin rio de aliena es que sustentou e sustenta o trato com a educa o f sica como disciplina que tende a manter a hegemonia da classe social dominante e mais que isso pretende manter uma car ter acr tico caracter stica essencial para que os alunos n o sejam formados na perspectiva da autonomia No caso da Educa o F sica o conce
395. mos a import ncia de averiguar como funcionam as situa es did ticas e prever os efeitos da situa o que elaborada antes de coloc la prova em sala de aula isto quais s o as caracter sticas determinantes para a evolu o do comportamento do aluno e consequentemente de seu conhecimento Salientamos que a escolha da s atividade s pelo professor uma parte importante de uma situa o did tica mais ampla e planejada com fins pedag gicos na qual podem ocorrer v rias situa es adid ticas que por sua vez se caracterizam pela inten o de colocar o aluno como ator principal na produ o do conhecimento EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ALMOULOUD Saddo Ag As transforma es do saber cient fico ao saber ensinado o caso do logaritmo Educar em Revista Curitiba n Especial 1 2011 p 191 210 2011 BROUSSEAU Guy La th orisation des phen m nes d enseignement des math matiques 1986 Tese Docteur tat des Sciences Universidade de Bordeaux I 1986 Fundamentos e M todos da Did ctica da Matem tica In BRUN J Did ctica das Matem ticas Tradu o de Maria Jos Figueiredo Lisboa Instituto Piaget 1996 p 35 111 Os diferentes pap is do professor In PARRA C SAIZ I Did tica da matem tica reflex es psicopedag gicas Tradu o de Juan Acu a Llo rens Porto Alegre Artes M dicas 1996a Theory of Didactical Situations in Mathematics Tradu
396. muito espec ficas de modo que aqueles que se dedicam a ela est o se propondo a desenvolver certas habilidades necess rias a manipula o de seus elementos de forma precisa e coerente E isso possibilita a criatividade e o racioc nio l gico compet ncias t o exigidas no mundo de hoje n o s na Matem tica mas em diversas ci ncias e ramos de trabalho Outro ind cio encontrado na hist ria que aproxima estas duas ci ncias diz respeito ao fato da Matem tica ter sido introduzida na Escola Pitag rica como requisito para a forma o dos fil sofos gregos Com rela o ao aspecto educacional podemos dizer que foi na escola filos fica de Pit goras que a Matem tica pela primeira vez foi introduzida na educa o grega e reconhecida como um elemento de grande valor formativo Entretanto isso estaria restrito escola filos fica e forma o de fil sofos MIORIM 1998 p 15 Como vemos tanto a Filosofia quanto a Matem tica tiveram seu apogeu pelas fortes influ ncias dos gregos caracterizando a Filosofia como uma ci ncia capaz de descobrir a verdade para al m da opini o e da apar ncia distinguindo se de outras vertentes de conhecimento como a mitologia e a religi o que possu am car ter mais subjetivo A Matem tica tamb m passou a ser reconhecida como um meio not vel de conhecer verdades necess rias sobreviv ncia independentemente da experi ncia dos sentidos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E
397. nar sobre as converg ncias hist ricas existentes entre a Filosofia e a Matem tica na Gr cia antiga no que diz respeito ao surgimento de ambas e a import ncia da primeira para a consolida o da ltima No segundo t pico apresentamos o primeiro e grande fil sofo grego Tales de Mileto que representou uma nova forma de pensar no mundo grego com base na raz o e que tamb m se tornou conhecido por suas descobertas matem ticas Dando continuidade no t pico seguinte tratamos de Pit goras grande nome na civiliza o grega que fundou sua escola e influenciou a forma o de muitos fil sofos e matem ticos posteriores a ele Em seguida Plat o fil sofo que embora n o tenha se constitu do como matem tico contribuiu para a forma o de muitos matem ticos de sua poca E para finalizar breves considera es acerca das principais informa es obtidas com a pesquisa Converg ncias entre filosofar e matematizar no mundo grego Ao tratar de pensamento filos fico faz se necess rio ponderar que embora os povos orientais j questionassem sobre o ser humano e o mundo foi na cultura grega que a racionalidade tomou car ter cient fico principalmente com Plat o ao estabelecer a distin o entre doxa e episteme que trataremos mais a frente A preocupa o dos gregos era encontrar a unidade na diversidade ou a origem das coisas que foi a base da constru o do pensamento filos fico Neste sentido o pensamento filos fic
398. nas lutas pela transforma o pela cidadania h brida e solidariedade t o necess ria aos que ousam fazer a travessia sem medo das intemp ries sabendo que elas s o indispens veis para compreendermos os espa os de tens es e negocia es entre as culturas Considera es finais Os debates sobre o multiculturalismo cr tico e a pedagogia de resist ncia trazidos por Peter McLaren apresentam base epistemol gica para estudos pesquisas e o fazer pedag gico que legitimem os saberes e as pr ticas educativas locais A convoca o da pedagogia de resist ncia aos educadores e educadoras o de orientar para a busca de um mundo mais justo onde a opress o os grilh es ideol gicos a nega o da diferen a sejam problematizadas no espa o escolar A escolha pelos caminhos do multiculturalismo cr tico envolve a cren a na legitima o dos conhecimentos que margeiam as institui es em especial a escolar contornos desenhados sob o signo da multiplicidade a escola n o o centro os saberes que est o ao seu redor se retroalimentam atrav s das linhas que formam as redes que comp em os conhecimentos contidos na comunidade Pensar a escola n o apenas a partir do conhecimento institucionalizado padronizado com moldes definidos de homem para atender a demanda de uma sociedade favor vel forma o de sujeitos subordinados ao contr rio a escola enquanto espa o de converg ncia de m ltiplos saberes em que as discuss es
399. nceito e o estado atual da teoria ao classificar a sociedade como pensante a partir das proposi es de Moscovici traz uma importante contribui o constru o do debate neste trabalho Na perspectiva psicossociol gica de uma sociedade pensante os indiv duos n o s o apenas processadores de informa es nem meros portadores de ideologias ou cren as coletivas mas pensadores ativos que mediante inumer veis epis dios cotidianos de intera o social produzem e comunicam incessantemente suas pr prias representa es e solu es espec ficas para as quest es que se colocam a si mesmos p 16 S 1993 p 28 Partimos do principio que as representa es sociais refletem uma coletividade pensante Ela assume esse perfil por meio dos indiv duos pensantes que a comp em Para tornar intelig vel o processo formador dessas representa es Moscovici prop e a exist ncia de universos de pensamento divididos em consensuais e reificados onde o primeiro corresponde ao conhecimento do senso comum fruto das EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS rela es sociais tra adas no cotidiano entre os grupos sociais pelas quais s o produzidas as representa es sociais e o segundo lugar onde se produzem o conhecimento cient fico erudito campo das ci ncias com sua objetividade seu rigor l gico e metodol gico sua teoriza o abstrata sua compartimentaliza o em especialidades e sua estratifica o h
400. no fundamental em seus v rios aspectos os quais ser o abordados nas se es seguintes Para entender melhor este cen rio cabe em primeiro lugar compreender o ensino fundamental com oito anos de dura o e como o paradigma dominante o fundamenta e depois compreender a proposta de ensino fundamental com nove anos de dura o e como o paradigma emergente o fundamenta Ensino Fundamental com Oito Anos de Dura o No Brasil segundo Piletti 2006 a educa o passou por todo um processo de evolu o iniciado com a chegada dos jesu tas em 1549 Com objetivo mission rio eles dedicavam se a prega o da f cat lica e ao trabalho educativo dos filhos dos senhores de engenho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS dos colonos dos ndios e dos escravos utilizando a Ratio Studiorum como norteadora de sua pr tica Assim criaram um sistema de ensino amplo organizado pela Companhia de Jesus que perdurou por mais de dois s culos sendo expulsos em 1759 Como a pr tica pedag gica utilizada pela Companhia de Jesus era baseada nos pressupostos da igreja cat lica mesmo depois da expuls o dos jesu tas o sistema educacional brasileiro continuou utilizando o seu m todo de ensino Segundo Haidt 2006 p 14 da antiguidade at o in cio do s culo XIX predominou na pr tica escolar uma aprendizagem de tipo passivo e receptivo Assim valorizava se a memoriza o em detrimento da compreens o por entender que a mente
401. nsamento Ecologizante de Edgar Morin Ivone Caldas Carvalho A Ci ncia e a Educa o em Gramsci Silvany Santana de Oliveira Costa Tomando caf com Boaventura Santos algumas reflex es sobre a forma o inicial de professores Daniela de Sousa Cortez Ensino Fundamental de nove anos para al m das nomenclaturas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Fernanda Andrea Silva de G es Educa o escolar e Cultura s algumas reflex es Ivanilde Apoluceno de Oliveira e Lyandra Lareza da Silva Matos Representa es Sociais de docentes sobre o AEE Breves reflex es do processo de escolariza o de alunos surdos na escola inclusiva Huber Kline Guedes Lobato Representa es Sociais de moradores de uma comunidade quilombola de Ananindeua Pa sobre o uso de ervas medicinais no tratamento de doen as Marcio Barradas Sousa Epistemologia da did tica da matem tica a teoria das situa es did ticas de Guy Brousseau Adrielle Cristine Mendello Lopes A raz o no mundo Grego e suas contribui es Epistemol gicas para a matem tica Benedita das Gra as Sardinha da Silva Reflex es sobre o Multiculturalismo cr tico e o Multiletramento como alternativas de inclus o na escola Tatiana Cristina Vasconcelos Maia Mem ria e Resist ncia saberes e pr ticas educativas em narrativas orais dos moradores da Ilha Grande Bel m Par Andr a Lima de Souza Cozzi A Reforma do Pensamento por Edgar Morin e a Escola um di logo e
402. nsformadora concreta Tarefa semelhante deve desempenhar os intelectuais org nicos da classe trabalhadora Mas engana se quem pensa que s precisa de uma postura pol tica e revolucion ria os professores que tem suas atividades voltadas a EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS jovens e adultos As crian as s o atores sociais com capacidade de produ o simb lica e constitui o de suas representa es e cren as Deste modo Sarmento 2004 chama a aten o para as produ es culturais das crian as Afirma que a crian a tem de ser compreendida como ser social no contexto nas rela es intera es com os seus pares Como sujeitos sociais elas s o capazes de produzir mudan as nos sistemas nas quais est o inseridas ou seja as for as pol ticas sociais e econ micas influenciam suas vidas ao mesmo tempo em que as crian as influenciam o cen rio social pol tico e cultural NASCIMENTO 2011 p 41 Assim fica claro que os professores da Educa o Infantil tamb m precisam estar em constante processo de pesquisa e de forma o refletindo sobre sua pr tica de maneira a agir politicamente manifestando o di logo mas sem imposi es como afirma Paulo Freire Nosso papel n o falar ao povo sobre nossa vis o do mundo ou tentar imp la a ele mas dialogar com ele sobre a sua e a nossa Temos de estar convencidos de que a sua vis o do mundo que se manifesta nas v rias formas de sua a o
403. nsular Bel m capital do estado do Par atualmente com sua popula o de 1 393 399 habitantes IBGE 2013 est localizada a 01 2720 de latitude Sul e 48 30 15 de longitude W Gr A localiza o geogr fica de Bel m abriga em sua dimens o aproximadamente 43 ilhas apenas 34 36 compreende a rea continental as outras 65 64 fazem parte 43 Fonte Companhia Desenvolvimento e Administra o da rea Metropolitana de Bel m CODEM EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da rea insular os rios margeiam a cidade que vive sob o signo das guas Diariamente um significativo n mero de habitantes das ilhas faz a travessia rumo cidade para abastec la com os produtos que se entrecruzam entre as duas realidades Um complexo contorno cartogr fico quase sempre despercebido pelos habitantes da Bel m urbana Segundo Eidorfe Moreira 1989 p 157 digno tamb m de nota que as ilhas que defrontam com Bel m n o se acham isoladas mas dispostas semelhan a de uma guirlanda envolvendo parte da cidade o que lhes refor a os efeitos c nicos em termos geogr ficos Das mais pr xima para as mais distantes rumo ao Norte as mais importantes desse grupo s o as seguintes Ilha das On as Arapiranga Longa dos Patos Urubuoca Jararaca Paquet mirim Paquet a Jutuba Cutijuba e Tatuoca Algumas dessas ilhas sofreram modifica es topon micas umas leves outras radicais raz o por que nem semp
404. ntexto educacional buscando atender aos anseios deste modelo de educa o inclusiva vem buscando desenvolver formas de atendimentos que garantam a inclus o escolar de educandos com necessidades educacionais especiais na sala de aula do ensino regular E em rela o a esses atendimentos mencionamos o que prescreve a Resolu o n 04 2009 BRASIL 2009 que institui diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educa o B sica em seu Art 5 diz que o AEE deve ser realizado prioritariamente na sala de recursos multifuncionais da pr pria escola ou em outra escola de ensino regular no turno inverso da escolariza o n o sendo substitutivo s classes comuns podendo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ser realizado tamb m em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede p blica ou de institui es comunit rias confessionais ou filantr picas sem fins lucrativos conveniadas com a Secretaria de Educa o ou rg o equivalente dos Estados Distrito Federal ou dos Munic pios Assim o Atendimento Educacional Especializado deve estar dispon vel em todos os n veis de ensino escolar b sico e fundamental de prefer ncia nas escolas comuns da rede regular FAVERO 2007 p 26 Nesse ambiente de atendimento os discentes surdos s o pessoas que relacionam se com o mundo por meio da l ngua de sinais assim precisamos compreender que as l nguas de sinais s o consideradas
405. nto Educacional Especializado aspectos legais e orienta o pedag gica S o Paulo MEC SEESE 2007 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA Censo 2010 Dispon vel em lt http www ibge gov br gt Acesso em ago de 2013 JESUS D M de Inclus o escolar forma o continuada e pesquisa a o co laborativa In BAPTISTA C R Inclus o e escolariza o m ltiplas perspec tivas Porto Alegre Media o 2006 JODELET D Representa es Sociais um dom nio em expans o In JODE LET D org As representa es sociais Rio de Janeiro Eduerj 2001 LACERDA C B F de A inclus o escolar de alunos surdos o que dizem alunos professores e int rpretes sobre esta experi ncia Cad Cedes Campi nas vol 26 n 69 p 163 184 maio ago 2006 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS LACERDA C B F de SANTOS L E dos CAETANO J F Org Estrat gias metodol gicas para o ensino de alunos surdos Tenho um aluno surdo e agora Introdu o LIBRAS e educa o de surdos S o Paulo Edufscar 2013 p 185 200 LUDKE M ANDR M E D A Pesquisa em educa o abordagens quali tativas S o Paulo EPU 1986 LUDWIG A C W Fundamentos e pr ticas da metodologia cient fica Pe tr polis RJ Vozes 2010 MINAYO M C S Ci ncia T cnica e Arte O desafio da pesquisa social In MINAYO M C S Org Pesquisa Social Teoria M todo e Criatividade Petr polis Vozes 1994
406. ntos disciplinares das ci ncias trouxeram as vantagens da divis o do trabalho e uma avan o no conhecimento cient fico Morin 2003 p 13 aponta como problema a desagrega o do conhecimento em disciplinas E diz ser algo cada vez mais inadequado amplo profundo e grave j que ele considera os problemas na atualidade cada vez mais complexos necessitando de solu es multidimensionais E o ensino leva o saber redu o simplifica o da complexidade Aliado a isso o mesmo sistema que produz essa divis o tamb m cria os mecanismos de avalia o Ideb Saeb Enem Prova Brasile Prova de p s gradua o CAPES segundo Castro 2009 p 2 o programa de avalia es apresenta interesses distintos quanto ao papel dos sistemas educativos melhorar as economias nacionais estabelecendo v nculos mais fortes entre escolariza o emprego produtividade e mercado Quando perguntado sobre esse assunto em uma entrevista S tiro 2002 Morin diz que ele n o a favor de nem um tipo de segrega o pois historicamente j superamos tantos problemas isso n o ajuda a organizar o conhecimento e suas rela es com distintas informa es e n o faz parte dos princ pios que ele acredita EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Em fun o de um futuro expandido essa educa o meritocr tica se pauta em uma busca constante do sucesso profissional para obter um lugar no mercado de trabalho E ela fomentada pelas m
407. ntre educadores Giselle Cristiane Pinto Moreira Bezerra Forma o de professores da Educa o Infantil alternativa uma filosofia da pr xis D bora Silva do Nascimento O ensino da Educa o F sica escolar luz de Castoriadis Elis Priscila Aguiar da Silva Enrique Dussel filosofia da liberta o e educa o Faneide Pinto Fran a Bitencourt Di logos entre o Multiculturalismo e as rela es intergeracionais na Educa o Contempor nea Glenda Yasmin Monteiro Pinheiro e A contribui o de Karl Marx para a ci ncia moderna e a educa o Rosenildo da Costa Pereira Esperamos que o leitor se aproprie de conceitos epistemol gicos luz da reflex o sobre a educa o em especial a educa o na Amaz nia Bel m abril de 2015 Ivanilde Apoluceno de Oliveira Rosenildo da Costa Pereira Waldma Ma ra Menezes de Oliveira Organizadores IMAGIN RIOS NA RECONSTRU O DE IDENTIDADES DE PROFESSORAS MIGRANTES Ilca Pena Baia Sarraf Resumo O presente artigo analisa a rela o entre o imagin rio local e o imagin rio de professoras migrantes para entender movimentos de reconstru o de suas identidades em narrativas acerca da trajet ria pessoal e profissional vivenciada a partir da d cada de 1980 no munic pio de Melga o Maraj das Florestas A base te rica que sustenta o estudo o cap tulo A Institui o e o Imagin rio da obra A Institui o Imagin ria da Sociedade do fil sofo Corn
408. nunciado de Dussel que a cultura europeia nada mais que o princ pio b sico fundante da era at ent o conhecida como moderna tornando se o momento em que os conhecimentos produzidos pelos europeus como centro do conhecimento verdadeiro em rela o aos demais saberes Na vis o de Santos 2009 o conceito de modernidade apareceu em meados do s culo XVI que para ele nada mais que o per odo da revolu o cient fica fundamentado no dom nio das ci ncias naturais sobre as demais ci ncias principalmente nas ideias iluministas de Cop rnico e Galileu No que se refere ao in cio da modernidade Chau 1990 explica que Muitos historiadores preferem localizar a filosofia moderna no per odo designado como S culo de Ferro situado entre 1550 e 1660 tomando como refer ncia as grandes transforma es sociais pol ticas e econ micas trazidas pela implanta o do capitalismo enquanto outros consideram decisivo o per odo entre 1618 e 1648 isto a Guerra dos Trinta Anos que delineia a paisagem pol tica e cultural da Europa moderna p 61 Desta forma as discuss es apresentadas at aqui mostram que diferentes autores se contradizem ao apontar determinado momento hist rico social como sendo decisivo para o in cio da modernidade por apresentar caracter sticas especificas na produ o do conhecimento E o que caracteriza o pensamento cient fico moderno Na modernidade encontramos tr s grandes tend ncias em rel
409. o objetivo na vis o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS do senso comum separa se um conhecimento incompreens vel e prodigioso de um conhecimento obvio e obviamente til O senso comum visto de maneira isolado pode se conservador e legitimar prepot ncias no entanto aliado e interpretado pelo conhecimento cient fico pode gerar uma nova racionalidade A revaloriza o do senso comum pelo paradigma emergente se faz por reconhecer nesta forma de conhecimento virtudes para enriquecer a rela o do homem com o mundo Santos 2009 afirma que o conhecimento emancipa o precisa se converter num senso comum emancipat rio tem que ser um conhecimento pudente para uma vida decente pois transformado imprescind vel para intensificar a trajet ria de colonialismo para solidariedade Este auto tamb m afirma que a constru o da emancipa o da atual sociedade avan a a medida que a argumenta o introduz exerc cios de solidariedade cada vez mais vastos 2 O Movimento da matem tica moderna O movimento da matem tica moderna foi um movimento internacional de ensino da matem tica que teve in cio na d cada de 1960 Esse movimento tinha como principal objetivo aproximar a matem tica ensinada nas escolas daquela produzida nas universidades por especialistas Para explicar melhor como se desenvolveu esse movimento se faz necess rio conhecer que fatos o levaram a nascer De acordo com historiadores em matem tica
410. o emancipa o e o conhecimento regula o A saber o conhecimento emancipa o uma trajet ria entre um estado de ignor ncia chamado colonialismo e um estado de saber chamado solidariedade O conhecimento regula o uma trajet ria entre um estado de ignor ncia o caos e um estado de saber ordem p 79 Cada forma de conhecimento dividida em princ pios ou racionalidades o conhecimento emancipa o dividido nos princ pios de mercado Estado e comunidade enquanto que o conhecimento regula o dividido em racionalidade moral pr tica est tico expressiva e cognitiva instrumental Essas duas formas de conhecimento se articulam num equil brio din mico realizado pelas racionalidades do conhecimento regula o No entanto durante o auge da ci ncia moderna a racionalidade cognitivo instrumental da ci ncia se imp s sobre as demais fazendo com isso que o conhecimento regula o se sobressa sse ao conhecimento emancipa o Diante disso a ordem transformou se na forma hegem nica de saber e o caos na forma hegem nica de ignor ncia Sobre isso podemos perceber ent o uma caracter stica importante de um m todo cient fico muito comum no per odo moderno o positivismo que negava ci ncia qualquer possibilidade de investigar a causa dos fen menos naturais e sociais considerando este tipo de pesquisa in til e inacess vel voltando se para a descoberta e o estudo das leis EPISTEMOLOGIA E EDUC
411. o decisivo na constru o de identidades coletivas e individuais A complexidade dessas rela es diz respeito institui o primeira do social hist rico e do imagin rio social CASTORIADIS 1982 p 412 que instaura as condi es objetivas do representar dizer social legein e do fazer social teukhein Esse fluxo cont nuo de representa es produzidas absorvidas e reelaboradas pelos indiv duos cria situa es espec ficas para a compreens o das constru es das identidades coletivas e individuais como objeto de trabalho dos sistemas educacionais tendo se como EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS objetivo primeiro a cria o de condi es propicias ao estabelecimento da autonomia dos indiv duos RODRIGUES 2008 p 67 Nesse sentido a reconstru o das identidades pessoais e profissionais das professoras foram acontecendo no processo din mico simb lico e complexo das interrela es pessoais e coletivas Foi na viv ncia no espa o e no tempo que elas refizeram suas identidades assimilando as mudan as re criando tradi es e ganhando autonomia para apreender a dialogar com conflitos e diferen as consigo mesmo com o outro e com o lugar Considera es Finais A experi ncia de produzir este artigo entre os muitos desafios e dificuldades que foram necess rios serem dirimidos ao longo do processo de escrita uma certeza deixou ainda tenho muito a aprender no que tange s hist rias vi
412. o no curso de Pedagogia Alguns questionamentos s o pertinentes como conceber espa os de forma o inicial que n o estimulem processos de compreens o e interven o social Como transpor as ret ricas que embriagam os acad micos futuros professores e fortalecer di logos que promovam o real compartilhamento de saberes e experi ncias Boaventura estimula a nossa imagina o ao defender a transgress o metodol gica vista como uma inven o cientifica que consiste em criar contextos persuasivos que conduzam a aplica o de m todos fora do seu habitat natural ou seja n o evidenciar o m todo apenas como forma de fazer ou trabalhar em sala de aula mas um fazer que sinaliza a emerg ncia em que o cotidiano da forma o inicial deve ser mobilizado por fundamentos epistemol gicos que ganhem significados ontol gicos do ser social Para referenciar essa quest o onto metodol gica utilizamos o pensamento de Lukacs 1978 apud ALMEIDA MENDES 2009 p 74 ao insistir que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O movimento dial tico da realidade tal como ele se reflete no pensamento humano assim um incontrol vel impulso do singular para o universal e deste novamente para aquele No entanto este itiner rio que resulta numa constante tens o entre os polos superando o puro silogismo ganha consist ncia ontol gica e se torna uma autentica e verdadeira aproxima o da realidade objetiva nisso cons
413. o optou se pelo multiculturalismo interativo ou interculturalidade por este perspectivar a interrela o entre os diferentes grupos culturais presente numa determinada sociedade CANDAU 2008 Tem se nesta perspectiva sustentada pela interculturalidade a principal possibilidade de di logo entre o multiculturalismo e a intergeracionalidade A ess ncia semelhante presente nesses termos a busca pela interrela o intera o integra o vista como a principal possibilidade de di logo entre eles A intergeracionalidade vista como a interrela o entre diferentes gera es A interculturalidade trata das rela es sociais e culturais a partir de seus contextos hist ricos sendo estas carregadas pelas quest es de poder por rela es hierarquizadas marcadas por preconceitos estere tipos e pela discrimina o de determinados grupos sociais Esta perspectiva busca promover uma educa o para o reconhecimento do outro para o di logo entre os diferentes grupos sociais e culturais CANDAU 2008 A educa o intergeracional tema em ascens o no contexto educacional e tamb m assim como a perspectiva intercultural corrobora para supera o de preconceitos e estere tipos criados acerca do envelhecimento por meio das rela es entre as gera es Para EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Ara jo 2008 a informa o educativa agiria como um importante instrumento de desaliena o dos indiv du
414. o Alegre Media o 2012 SILVEIRA A P Representa es Sociais de professores do Ensino Funda mental sobre o aluno surdo A in visibilidade na inclus o escolar Disser ta o Mestrado em Educa o Universidade do Estado do Par Bel m 2011 SLOMSKI V G Educa o Bil ngue para surdos concep es e implica es pr ticas Curitiba Juru 2010 V CTORA C G et al Pesquisa qualitativa em sa de uma introdu o ao tema Porto Alegre Tomo Editorial 2000 A HIPERESPECIALIZA O E SEUS REFLEXOS NA EDUCA O Hugo Carlos Machado da Silva Resumo Este artigo apresenta reflex es tidas a partir de uma pesquisa de cunhobibliogr fico sobreo desenvolvimento hist rico do conhecimento cient fico e suas influ ncias nos dias atuais com o objetivo de analisar os reflexos da compartimentaliza o das ci ncias e dos saberes na educa o Por meio de alguns fatos a ci ncia num determinado per odo se viu obrigada a especializar seu desenvolvimento onde cada um estuda uma das partes de forma densa e particular para se chegar ao conhecimento do todo almejado Hoje est o evidentes os limites desta forma de pensar h dificuldades para se enxergar a totalidade dos conhecimentos visto que os compartimentos segregados pouco fazem rela es entre suas partes Para o debate te rico desta tem tica nos apoiamos principalmente na vis o de hiperespecializa o de Edgar Morin verificando as realidades que se apresen
415. o Estado do Par Pedagoga Especialista em Educa o Infantil e em Gest o Educacional E mail tat maia vhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Smaldone IFS l cus da pesquisa em quest o Neste artigo trabalham se os itens relacionados ao tema a leitura multicultural de Paulo Freire Multiculturalismo e a cr tica p s moderna letramento como pr xis Multi letramento e cultura de que educa o estamos falando Concluidas as an lises s o apresentadas as considera es finais Este artigo tem como objetivo relacionar as teorias do multiculturalismo critico e o processo de alfabetiza o de crian as surdas do Instituto Felipe Smaldone pautados na perspectiva do multiletramento No bojo da pesquisa tomou se como base dados bibliogr ficos das produ es de alguns autores j citados que v m dialogando sobre multiletramento e multiculturalismo como ferramentas de valoriza o e inclus o das diversas culturas o que possibilita amplia o de conhecimento j presente na sala de aula e no mundo globalizado Segundo Bentes 2012 uma pedagogia fundamentada no multiletramento utiliza se de uma variedade de linguagens e de modos de significa o uma variedade de recursos de ensino para diferentes fins culturais e de ensino sejam textos escritos auditivos espaciais gestuais em l ngua de sinais corporais em desenhos ou gravuras em ambientes digitais No entanto precisamos contextualizar este
416. o Fernandes Modelagem Matem tica no Ensino e Transdisci plinaridade O S culo XXI e a Necessidade da Forma o de Professores de Matem tica Reflexivos e Pesquisadores In IX Encontro Nacional de Educa o Matem tica IX ENEM 2007 Belo Horizonte MG IX ENEM 2007 O Conhecimento Cient fico Matem tico ao Longo do Tempo Rela o entre Aspecto Quantitativo da Produ o e Compartimentaliza o Tra os UNAMA Universidade da Amaz nia v 6 n 14 p 105 114 2004 MORIN Edgar Os sete saberes necess rios educa o do futuro tradu o de Catarina Eleonora F da Silva e Jeanne Sawaya 12 ed S o Paulo Cortez Bras lia DF UNESCO 2007 SILVA Francisco Hermes Santos da GUERRA Renato Borges Contextuali za o do Ensino da Matem tica In II Congresso Internacional de Ensino da Matem tica 2005 Canoas RS Anais do III Congresso Internacional de Ensino da Matem tica 2005 v 01 SILVA Francisco Hermes Santos da LEVY L nio Fernandes MENDES Ma ria Jos de Freitas BARROS Osvaldo Santos Tend ncias metodol gicas no ensino de matem tica Bel m EDUFPA 2005 v 18 90p EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS SILVA Silvio Tadeu Teles da Morin e o ensino de matem tica In OLIVEI RA Ivanilde Apoluceno de ARA JO Monica Dias CAETANO Vivianne Nunes da Silva Org Epistemologia e Educa o reflex es sobre temas educacionais 1 ed Bel m PPGED UEPA 2012 v 1 p 253
417. o conhecimento tamb m ganha destaque porque por meio deste o ser humano consegue ultrapassar os aspectos do senso comum por meio da cr tica e retirar o n cleo sadio deste e transform lo em um novo senso comum que de acordo com o pensamento gramsciano N o se trata de introduzir uma ci ncia na vida intelectual de um povo mas de se refletir criticamente sobre as diferentes formas alienadas do senso comum para transform lo em um novo senso comum que se radique na consci ncia popular com a mesma for a e solidez das cren as tradicionais MELO 2012 p 116 Por meio desse novo senso comum tamb m chamado de bom senso o ser humano estaria preparado para ter contato com o conhecimento cient fico no decorrer de seu processo educativo Na teoria social gramsciana o conceito de filosofia da pr xis est atrelado diretamente ao conceito de senso comum porque nesta que opera criticidade que base da transforma o social ou seja Segundo Gramsci a filosofia da pr xis embora parta do n cleo sadio do senso comum opera atrav s de uma reflex o cr tica uma a o transformadora EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pois uma concep o de mundo qualitativamente superior que se eleva do senso comum uma concep o filos fica pol tica do mundo MELO 2012 p 93 Essa concep o filos fica e pol tica do mundo que torna o ser humano capaz de intervir e transformar a sociedade
418. o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Membro do Grupo de Pesquisa Ressignificar Forma o de Professores e Pr tica Pedag gica E mail glenda yasmimwhotmail com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS desta instigaram a reflex o sobre as diferentes correntes filos ficas que sustentam a constru o do conhecimento pela humanidade no transcender de um percurso hist rico Entre os diversos referenciais apontados pela disciplina como fundamentais para um resgate hist rico dos conhecimentos e produ es que circundam o contexto educacional em express o a sua ontog nese e gnosiologia as quais respectivamente buscam a compreens o do processo de evolu o do indiv duo desde o nascimento at sua morte e o estudo filos fico das bases do conhecimento humano buscou se selecionar os que foram mais significativos e que possibilitassem um entrela amento com o objeto de estudo da disserta o do mestrado O objeto de estudo pretendido para a elabora o da disserta o do Mestrado em Educa o refere se ao trato com as quest es intergeracionais no contexto educacional Este estudo busca sustenta o epistemol gica para essa discuss o a partir dos textos referentes ao Pensamento de Fronteira 1 Interculturalidade e educa o discutidos na Unidade V Epistemologia contempor nea e a educa o Por meio da seguinte indaga o poss vel ou n o estabelecer di logos entre o Multiculturalismo e as re
419. o fundamentados na raz o e n o mais por interm dio de for as sobrenaturais como eram tratados at ent o Ele passou a existir na hist ria como um dos iniciadores da filosofia gra as a seu esfor o em buscar um princ pio nico da explica o do mundo constituindo assim o ideal da filosofia e fornecendo impulso para sua continuidade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O amigo da sabedoria Pit goras A sabedoria plena e completa pertence aos deuses mas os homens podem desej la ou am la tornando se fil sofos Pit goras Este importante pensador embora tenha deixado grandes contribui es para a Matem tica para a Filosofia e para outras reas de conhecimento n o se tem registros com informa es precisas acerca da data de seu nascimento e sua morte Arrisca se que Viveu entre a primeira metade do s culo VI a C e o in cio do s culo V a C Nasceu em 571 a C e 570 a C em Samos e que morreu em 496 a C e 497 a C em Metaponto Pit goras recebeu influ ncias principalmente de Tales de Mileto j que era cinquenta anos mais novo que ele e morava perto de Mileto Anaximandro e Anax menes Em suas viagens recebeu forma o em Matem tica Astronomia e Religi o LUNA 2013 Conjectura se que apesar daimport ncia de Tales paraa humanidade n o foi com ele que a palavra fil sofo teve grande import ncia ela ganhou sentido especial anos mais tarde com Pit goras A esse respeito Spinelli 1
420. o mais seja alicer ado por um discurso advindo do simbolismo e imagin rio do outro sem que haja um mecanismo de filtragem n o para simplesmente neg lo mas para redimension lo junto ao conte do que o pr prio ser aut nomo j reorganizou anteriormente e buscaremos isso atrav s da educa o A educa o na perspectiva social hist rica A educa o dentro da teoria social hist rica de Castoriadis vista como meio pelo qual poss vel estabelecer e desenvolver o projeto revolucion rio visto que este um elemento da pr xis Pr xis nesse sentido entendida como fazer no qual o outro ou os outros s o visados como seres aut nomos e considerados como agente essencial do desenvolvimento de sua pr pria autonomia CASTORIADIS 1982 p 94 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Esta compreens o de projeto revolucion rio no campo educacional vista como a capacidade de reorganiza o pelas a es aut nomas dos sujeitos do sistema escolar H uma organiza o institu da mas que capaz de ser modificada pela a o consciente cr tica e aut noma dos atores educacionais OLIVEIRA 2009 p 55 Podemos utilizar aqui a forma o do curr culo como exemplo de algo que pode ser modificado pela a o consciente cr tica e aut nomo dos atores educacionais Mas para isso o curr culo precisa ser entendido como resultado de uma constru o social superando dessa forma a vis o natu
421. o surdo mas que neste trabalho servir como modelo adaptado para a presente exposi o Quadro descritivo das representa es sociais sobre o uso de ervas medicinais no tratamento de doen as em Abacatal Familiaridade de moradores com o uso de ervas no tra tamento de doen as Ancoragem Objetiva o Encontrada na mata cul Natureza tivada no quintal Rem dio Curativa tr s a sa de Ervas medicinais Necessidade Acompanha ou substitui Vida o medicamento receitado pelo m dico Livra da morte Fonte Quadro elaborado a partir da an lise dos processos formadores das repre senta es sociais presente nos relatos dos moradores entrevistados na pesquisa em 2011 Analisando os processos formadores das representa es sociais que resultam na constitui o do n cleo figurativo Silveira 2011 p 57 explica que a ancoragem e a objetiva o de um objeto s o processos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS complexos e dependem das rela es estabelecidas no grupo de perten a Neste caso a comunidade de Abacatal A leitura poss vel que se projetou a partir do quadro descritivo fruto do di logo interdisciplinar de conceitos t cnicas e abordagem permite inferir que o uso das ervas medicinais encontradas e ou cultivadas nos quintais de Abacatal est o assentados num conjunto de saberes que vai desde o conhecimento do lugar onde elas s o encontradas sua indica o a um tratamento
422. o tipo e quantidade a ser usado at a transmiss o desse conhecimento atrav s das receitas verbalizadas entre os moradores e o sentido que a elas s o atribu dos Os processos formadores das representa es sociais ao possibilitarem a sistematiza o do sentido dado ao uso de ervas pelos moradores de Abacatal denunciaram tamb m as dificuldades enfrentadas pela comunidade no atendimento dos servi os de sa de Da a ideia de necessidade aplicada ao cultivo e uso das ervas pelos moradores Os depoimentos registrados al m de tornarem evidentes as representa es que o grupo faz sobre o uso de ervas medicinais revelou parte do contexto sociocultural que os impulsiona a continuar usando esses m todos demonstrando a riqueza e relev ncia dos saberes n o cient ficos contidos no discurso da ecologia de saberes Como ecologia de saberes o pensamento p s abissal tem como premissa a ideia da diversidade epistemol gica do mundo o reconhecimento da exist ncia de uma pluralidade de formas de conhecimento al m do conhecimento cient fico Isso implica renunciar a qualquer epistemologia geral SANTOS 2010 p 54 A riqueza contida nos saberes que a comunidade possui quando lida com o uso das ervas para dar resolutividade aos problemas de sa de de seus moradores n o est assentada num conhecimento cient fico mas na experi ncia na hist ria do lugar na mem ria social do grupo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TI
423. o uma unidade dial tica entre teoria e pr tica n o um fator meramente mec nico e sim o construto do devenir o hist rico Esse devir hist rico deve ser tamb m entendido na l gica do ser humano ou sua natureza como a express o da coletividade e suas a es transformadoras de si e dos outros cujas rela es s o de natureza social e hist rica Assim como ent o entender a filosofia a partir da pr xis A filosofia da Pr xis busca a supera o do senso comum e prop e elevar a condi o cultural da massa e dos indiv duos propiciando uma consci ncia cr tica e pol tica aos sujeitos sociais e lhe permitam ser dirigentes e ao mesmo tempo se opor s ideologias autorit rias e conservadoras MELO 2012 p 34 No entanto com as novas exig ncias e as complexidades direcionadas a educa o escolarizada refletidas no m tier docente o professor precisa de um processo continuado de conhecimento e EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS reflex o que o capacite a agir frente as novas compet ncias habilidades e saberes que lhe s o requeridos Vinculado a isto surge a necessidade de um novo repensar no perfil de forma o que venha contribuir de maneira significativa na rela o professor aluno e no processo educativo em espa o e tempo real Para refletirmos sobre este aspecto trazemos para dialogar Lima 2002 que considera o processo de forma o continuada a partir da necessidade de profiss
424. o veio substituir o pensamento m tico amplamente utilizado na poca para explicar a origem das coisas O que nos induz a inferir que os gregos foram os EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS primeiros a fazer ci ncia por terem levantado quest es da rela o do homem com o mundo que ainda n o haviam sido problematizadas e que s o inclusive extensamente discutidos at hoje Do mesmo modo foi na Gr cia antiga que a Matem tica ganhou repercuss o gra as a grande import ncia que os gregos deram a ela Os eg pcios os babil nicos e at os chineses j matematizavam com grande precis o por meio de seus c lculos e suas medidas de ordem pr tica Contudo foi com os gregos que a Matem tica tomou um car ter mais dedutivo pois pela sistematiza o de teoremas demonstrativos tornaram na uma ci ncia Assim investigando um pouco da hist ria constatamos que h diversos pontos comuns entre essas duas ci ncias Matem tica e Filosofia na Gr cia antiga O primeiro deles refere se ao fato da Filosofia nesta civiliza o ser usada por necessidade do ser humano em entender o mundo e as rela es nele existentes os seres humanos e suas a es os acontecimentos naturais e as coisas da natureza para responder a alguns questionamentos referentes a esses fen menos com explica es reais pelo conhecimento de si e da raz o o que nos leva a entender que A sabedoria ao mesmo tempo conte do e objeto da fil
425. obre a educa o Estas informa es carecem de um contexto que nem sempre o cotidiano mas tamb m pode se apresentar atrav s de aplica es a ess ncia deste pensamento que o aprendiz visualize sentido em tais informa es assim a contextualiza o se torna condi o necess ria para a absor o de fato do conhecimento Portanto a crise epistemol gica hoje discutida vem de contra ao processo de fracionamento da ci ncia de aprofundamento da disciplinaridade onde cada sub ramo cria seu pr prio campo de a o visto que a consequ ncia disto a perda da unicidade do conhecimento a partir da incapacidade de organiza o do saber disperso Nesta perspectiva Morin 2007 tem pensamentos sobre o ir al m do racioc nio que preconiza conhecer as partes para se chegar no conhecimento do todo um pensamento complexo que est para al m da mera somat ria de saberes pretende tecer junto a rede complexa de saberes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Hiperespecializa o e Intelig ncia Geral Pela compartimentaliza o dos assuntos surgem enormes obst culos para o desenvolvimento do conhecimento mais amplo global comum visualizar este fato no pr prio sistema de ensino que adotamos atualmente por exemplo em matem tica s o v rios os assuntos que podem ser correlacionados uns com os outros por m n o o que se apresenta na realidade por conta da fragmenta o dos assuntos cada qual se
426. obriga o minha como professor regente mas acredito que o compromisso maior seja do professor de itiner ncia de estar fazendo aquele di logo aquele interc mbio Professor do ensino regular entrevista realizada em 26 11 2013 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Representa es Sociais sobre o AEE Ancoragem Objetiva o O tempo n o permite realizar Aus ncia de atividades outras atividades extraclasse diferenciadas pesquisa de campo Desconhecimento do papel de Transfer ncia da professor responsabilidade do aluno para o professor itinerante Fonte elabora o pr pria 2014 Os relatos nos levam a perceber sentidos e significados atribu dos pelos professores ao AEE pois segundo os entrevistados o tempo influencia no desenvolvimento das atividades no AEE em que n o h momentos para realizar atividades de grupos de estudos ou pesquisas de campo para que se amplie o vocabul rio do aluno surdo Assim conforme os relatos os surdos encontram se limitados aos conte dos de sala de aula A partir das falas dos docentes percebe se tamb m que necess rio que o atendimento de itiner ncia trabalho complementar ao AEE possa fazer a conex o entre os conte dos desenvolvidos no ensino regular e as atividades desenvolvidas no AEE Consideramos que segundo as perspectivas docentes h dois elementos que necessitam ser melhorados no cotidiano escolar para que o AEE destinado a alunos
427. ocesso educativo que por sua vez a ess ncia do pensamento educacional de Marx Deste modo constata se que O ponto de vista de Marx apresenta se como claro e atual at hoje MANACORDA 1996 p 98 Considera es Finais O texto apresentado sintetizou o pensamento de Karl Marx evidenciando aspectos do contexto hist rico social em que viveu que foi fundamental na constru o de sua vis o de sociedade enfatizando como se consolidou a produ o do conhecimento e principalmente a educa o pensada para a classe trabalhadora A an lise que se faz a respeito da teoria desenvolvida e proposta por Marx que ela apresenta se como suporte te rico necess rio para a compreens o do conhecimento da ci ncia moderna contrapondo se ao positivismo e propondo o materialismo hist rico dial tico A sua teoria contribuiu e ainda hoje contribui de forma significante para a educa o mesmo n o tendo desenvolvido um estudo espec fico sobre educa o mas prop s um modelo de educa o que privilegiasse a onilateralidade na forma o dos sujeitos e defendia a escola p blica gratuita EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No aspecto do conhecimento reformulou o conceito de dial tica de Hegel e do materialismo de Feuerbach que resultou na concep o do materialismo hist rico dial tico existente nos dias atuais propondo uma an lise baseada no conhecimento do todo da sociedade bem como a cr tica que fazia a
428. odu o das Ci ncias Sociais em vista da globaliza o neoliberal Esta raz o tem claramente como finalidade capacitar indiv duos para o mercado de trabalho ou forma o 18 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o Mestrado da Universidade do Estado do Par EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS profissional deixando de lado seu car ter primeiro o filos fico que visa forma o humana Nesse vi s os desenvolvimentos cient ficos e tecnol gicos v m trazendo uma s rie de inova es que mudam constantemente o cen rio mundial e a sociedade n o est preparada para tais mudan as pois perdeu a capacidade de visualizar o presente e perceber que a desordem tamb m faz parte do todo complexo do ser humano A educa o baseada epistemologicamente na l gica do conhecimento hegem nico filos fico e cient fico ocidental cria mecanismos cognitivos que possam enquadrar o saber necessidade mais urgente do indiv duo e instrumento de avalia o que possam control lo Desta forma o que se v um gigantesco desperd cio de experi ncias saberes silenciados por n o estarem no rol da prioridade Parte se do pressuposto de que historicamente o ensino tem negligenciado uma organiza o contextualizada e global dos saberes ao aluno que o deixa inapto para articular e refletir sobre problemas e solu es da sua poca prop e se uma perspectiva de ensino mais abrangente que visa o estabe
429. ofessor do ensino regular sente se incapacitado pois desconhece a forma de se comunicar com o aluno surdo a Libras Penso que ser professor de surdo significa considerar suas singularidades de apreens o e constru o de sentidos LACERDA SANTOS CAETANO 2013 p 185 fazendo com que este aluno tenha acesso aos conhecimentos partilhados na escola por meio da l ngua de sinais O aspecto que reclama nossa aten o refere se representa o social expressa pela ancoragem de isolamento pois de acordo com a professora do AEE n o h uma comunica o entre as atividades desenvolvidas nas turmas regulares e as atividades da sala de recursos multifuncional ou seja cada um est organizando suas atividades de forma isolada Neste sentido pensamos que o professor da sala de recursos multifuncional em sua pr tica educativa com o aluno surdo deve promover a articula o do trabalho pedag gico da turma regular e da sala de recursos SANTOS 2010 p 62 Na verdade entendemos que seja compromisso coletivo dos profissionais que comp em a din mica escolar o envolvimento nas a es relacionadas ao aluno surdo Em rela o ao segundo depoimento percebemos a ideia de vergonha e incapacidade em que o professor do ensino regular sente se incapaz e envergonhado por desconhecer a forma de se comunicar com o aluno surdo e assim n o sabe se os discentes surdos est o de fato aprendendo Segundo Dorziat 2011
430. ogr fica e lan a m o da observa o participante O pesquisador mant m se no campo em contato direto com as pessoas e seu territ rio existencial A cartografia como estrat gia metodol gica aproxima se do trabalho etnogr fico ao apresentar o car ter processual da investiga o ao mesmo tempo em que lan a o olhar da observa o participa do cotidiano intervindo na realidade mas tamb m sofrendo modifica es sendo imprescind vel a disponibilidade do pesquisador para a diferen a para o novo n o poss vel o fazer cartogr fico isolando o objeto das linhas que o interligam a sua rede hist rica a busca excessiva pelas informa es pelos dados dar lugar a abertura do pesquisador ao encontro por interm dio do acesso s vivencias das comunidades Ir a campo pressup e estar junto vivenciar o cotidiano do grupo lan ar m o da escuta sens vel que sinalizar al m das informa es precisas coletadas tamb m as observa es e impress es percebidas pelo pesquisador no contato com as m ltiplas vozes Em educa o a pesquisa cartogr fica encontra solo f rtil por tratar de interligar os fios que comp em o rizoma uma vez que a escola n o o centro e sim uma parte do sistema o mapeamento dos saberes que est o nas comunidades nos mostrar os processos educativos expressos nas pr ticas cotidianas que necessitam ser problematizados e potencializados no espa o escolar Brand o 2002b apresenta pertinente prop
431. ola tende a promover uma pol tica de igualdade que oculta s diferen as carrega consigo valores padronizados que eliminam e negam aqueles que n o se en caixam ao modelo cultural vigente Com isso torna se indispens vel construir uma a o pedag gica com base no pressuposto intercultural cr tico para que se possa promover um debate s lido em torno dos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS diferentes Trata se de dilatar nossa capacidade de assumi la e traba lh la p 25 A escola como institui o est constru da tendo por base a afirma o de conhecimentos considerados universais uma universalidade muitas vezes formal que se aprofundarmos um pouco termina por estar assentada na cultura ocidental e europeia considerada como portadora da universalidade CANDAU 2008 p 33 Ainda conforme Candau 2008 vivemos em uma sociedade segregada que privilegia os grupos considerados iguais e marginaliza aqueles que resistem ao padr o social cultural tico imposto pela hegemonia dominante e ao mesmo tempo multiplicam se as grades os muros as dist ncias n o somente f sicas como tamb m afetivas e simb licas entre pessoas e grupos cujas identidades culturais se diferenciam p 31 Assim inconsciente ou conscientemente nos inserimos neste campo de forma o monocultural A escola nesse sentido adota uma postura que se caracteriza numa esp cie de daltonismo cultural Conforme Candau o dalt
432. omo transmiss o da mat ria aos alunos realiza es de exerc cios repetitivos memoriza o de defini es e f rmulas O professor passa a mat ria os alunos escutam respondem o interrogat rio do professor para reproduzir o que est no livro did tico praticam o que foi transmitido em exerc cios de classe ou tarefas de casa e decoram tudo para a prova Percebe se nesta cita o o papel reprodutivista do aluno em meio ao processo de ensino aprendizagem o tratamento objetivo dos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conte dos did ticos e a considera o apenas do aspecto cognitivo no desenvolvimento do educando O autor ressalta ainda a pouca participa o do aluno na elabora o dos conhecimentos e a posi o de sujeito passivo que recebe toda a a o educativa A avalia o da aprendizagem pauta se na atribui o de notas o que resulta na classifica o dos educandos Segundo Lib neo 1994 a avalia o cumpre pelo menos tr s fun es pedag gico did tica de diagn stico e de controle No entanto na pr tica escolar tem se apenas o uso da fun o de controle Isto constatado no fato de os professores utilizarem a prova como nico instrumento avaliativo atribuir notas e classificar os alunos Todos esses aspectos presentes no Ensino Fundamental de oito anos come am a ser questionados estudados e reformulados o que resulta em uma nova forma de conceber o sistema de ensino fundamenta
433. omo a subst ncia da sociedade percebe as rela es sociais dos sujeitos hist ricos diretamente ligadas ao cotidiano que entendido como o palco das rela es sociais onde o tempo o valor e o ju zo s o utilizados pelo individuo e a coletividade na constru o dos fatos hist ricos Da a rela o da Hist ria como subst ncia da sociedade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Ancoragem e objetiva o no uso de ervas medicinais em Abacatal A revis o dos depoimentos colhidos durante as entrevistas com moradores de Abacatal no per odo da pesquisa de campo em meados de 2011 possibilitou a leitura das representa es sociais contidas naqueles discursos e que neste trabalho dialogam com a ecologia de saberes proposta por Boaventura Santos por reconhecer como relevante a ci ncia existente nos saberes envolvendo manuseio das ervas medicinais que em muito se diferencia do paradigma moderno A ecologia de sabres prev uma intera o entre os saberes cient ficos e n o cient ficos que promovem uma hierarquiza o dos conhecimentos em um dado contexto Considerando que as interven es no mundo real suscitam tais procedimentos Santos 2010 p 60 sugere dar se prefer ncia s formas de conhecimento que garantam a maior participa o dos grupos sociais envolvidos na concep o na execu o no controle e na frui o da interven o poss vel inferir que a teoria das representa es sociais ao atu
434. omo o paradigma emergente surgiu a partir das pr prias bases do paradigma dominante a reflex o acerca da implanta o do Ensino Fundamental de Nove Anos deve partir daquilo que j se conhece da estrutura j existente em nossa educa o portanto com esse cen rio que as escolas s o convidadas a pensar sob uma outra perspectiva para provocar mudan as no tradicional modelo curricular predominante em grande parte das escolas de nosso pa s BRASIL 2010 p 10 Percebe se ent o que considerar aquilo que j est institu do na escola fundamental para repens la dentro da perspectiva do paradigma emergente Promover uma transforma o na organiza o da escola depois de s culos de uma educa o apoiada em bases positivistas requer planejamento discuss es e muita reflex o sobre as concep es pedag gicas e filos ficas da educa o Considera es Finais Repensar a educa o como prop e o Ensino Fundamental de Nove Anos um desafio que se lan a aos educadores principalmente considerando a realidade atual das escolas no Brasil Todos os aspectos relacionados ao tempo ao espa o ao curr culo a avalia o entre outros presentes em nossa educa o perpassam por uma concep o tradicional e positivista de ensino presente em documentos e estruturas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ainda atreladas a organiza o da escola e na pr tica pedag gica dos educadores Percebe se isso na e
435. ompleta em contraposi o aos demais alunos que n o apresentam rosto e nem m os apenas sombras rabiscos contidos no espa o escolar Nesse sentindo percebemos a incompletude do sujeito surdo demarcando que o processo de inclus o escolar necessita da presen a do outro referindo se n o somente aos alunos mas aos professores e a todos que comp e a escola As Representa es Sociais e as simbologias presentes no desenho do professor bil ngue Bruno est o exemplificadas na figura 1 Figura 1 Desenho do Entrevistado Bruno No momento em que o entrevistado Bruno representou o processo de inclus o do educando surdo ele elaborou a seguinte narrativa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Quando eu fiz o desenho eu pensei muito no meu aluno surdo que eu atendo h 3 anos eu vejo assim que apesar da gente estar fazendo um trabalho muito tempo com ele eu percebo algumas d vidas falta alguns conceitos mas o meu aluno chegou assim sem saber muito o que o a sem saber muito que s o as leis as opera es sem saber muita coisa com grandes indaga es Percebemos que a aus ncia dos conceitos narrados pelo entrevistado Bruno se d pela barreira de comunica o existente n o somente no espa o escolar como tamb m no social j que a L ngua Brasileira de Sinais uma l ngua minorit ria Dorziat 2009 explica que uma das dificuldades mais aparentes de inser o dos
436. on vel em lt http edgarmorin sescsp org br arquivo download arquivos pensamentocomplexo LD doc gt Acesso em 28 fev 2014 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS deve estar conectada s transforma es sociais que ocorrem em larga escala em termos de objetivos e m todos de aprendizagem VALDEMARIN 2007 p 33 Para ele medida que a sociedade se torna complexa a compreens o do mundo tamb m ganha complexidade sendo necess rio ensinar a crian a a viver no mundo partindo do modo simplificado e organizado at chegar aos grandes desafios da sociedade numa constante reconstru o da experi ncia Nestes termos a experi ncia educativa segundo Dewey deve conter os seguintes pontos essenciais o estudante deve estar imerso em situa es verdadeiras de experimenta o que haja um problema a resolver que ele possua os conhecimentos para agir diante da situa o e que tenha a chance de testar suas ideias Reflex o e a o devem estar ligadas s o parte de um todo indivis vel FERRARI 2008 n o paginado O fil sofo educador embora empirista e influenciado pelo positivismo como boa parte dos intelectuais de sua poca contraditoriamente rejeitava leis morais imut veis absolutas Formado em artes e filosofia se interessou muito pela pedagogia por conta da desinteressante escolariza o recebida em seu tempo cuja escola era orientada por valores tradicionais fazendo notar que era preciso inc
437. onismo cul tural Tende a n o reconhecer as diferen as tnicas de g nero de diversas origens regionais e comunit rias ou a n o coloc las em evid ncia na sala de aula por diferentes raz es a dificuldade e falta de preparo para lidar com estas quest es o considerar que a maneira mais adequada de agir centrar se no grupo padr o ou em outros casos por convivendo com a multiplicidade quotidianamente em diversos mbitos tendo a naturaliz la o que leva a silenci la e n o consider la como um desafio para a pr tica educativa Trata se de um dado que n o incide na din mica escolar N o corresponde escola trabalhar estas quest es 2008 p 27 28 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A cultura da sala de aula estimula os pressupostos te ricos e me todol gicos neoliberais nos quais a competi o e a t cnica s o meios que favorecem o desenvolvimento das capacidades e potencialidades individuais Ela na verdade o que McLaren 1991 p 35 considera como uma competitividade cheia de competi es entre ideologias e disjun es entre condi es de classe cultura e s mbolo De acordo com Oliveira 2006 os estudantes s o sujeitados aos padr es hegem nicos de ensino e desta forma que o pensamento oci dental dominante se materializa no curr culo escolar em que o desen volvimento dos sujeitos prescrito sobre o ponto de vista das habilida des individuais privile
438. onstitui e a rela o do que ela constitui com o real rela o seguramente muito complexa n o uma rela o de verifica o CASTORIADIS 1982 p 162 Aqui trabalho na perspectiva de uma necessidade que parte do des encontros de imagin rios vividos pelas professoras e pela sociedade local Dessa forma o imagin rio est presente nas a es cotidianas nos valores nos princ pios e na cultura de cada grupo social Entre as evid ncias rastreadas nos depoimentos das mulheres professoras emerge a quest o da reconstru o de suas identidades pessoais e profissionais tendo como pano de fundo a discuss o do imagin rio social EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS N voa 2007 torna se importante para o entendimento do conceito de identidade profissional docente que pretendo explorar em nossa pesquisa de mestrado quando reflete A identidade n o um dado adquirido n o uma propriedade n o um produto A identidade um lugar de lutas de conflitos um espa o de constru o de maneira de ser e de estar na profiss o A constru o daidentidade passa sempre por um processo complexo gra as ao qual cada um se apropria do sentido da sua hist ria pessoal e profissional Dimond 1991 um processo que necessita de tempo Um tempo para refazer identidades para acomodar inova es para assimilar mudan as N VOA 2007 p 16 Cabe nesse momento trazer como exemplifica o do pensamento de N
439. orcionando for a f sica para que esta fosse usada como moeda de troca na f brica no contexto da revolu o industrial europeia ora como instrumento de aprimoramento f sico dos indiv duos que fortalecidos pelo exerc cio f sico que por si s gera sa de estariam aptos para contribuir com a grandeza da ind stria nascente dos ex rcitos assim como a prosperidade da p tria no contexto escolar COLETIVO DE AUTORES 1992 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Da mesma forma entre o s culo XIX e in cio do XX o Brasil passava por transi es de ordem pol tica econ mica e social com isso existia a necessidade de consolidar o sentimento de amor p tria preparar corpos saud veis e dispostos para serem utilizados de forma eficaz e produtiva pelo novo modo de produ o capitalista Esses ideais propagados pelo regime republicano deveriam ser transmitidos pela instru o p blica desde a educa o prim ria nas e atrav s das escolas local de forma o dos futuros cidad os Esse contexto no qual a sociedade brasileira se encontrava imprescind vel para dar suporte aos discursos da elite do pa s sobre a necessidade da implanta o da Educa o F sica nas escolas brasileiras FERREIRA CARVALHO 2011 FRAN A 2012 Como podemos perceber o processo de implanta o da Educa o F sica como parte da educa o p blica n o aconteceu de modo aleat rio mas seguiu a necessidade de consolidar um no
440. ores as imigrantes e negros as p 105 Com base na abordagem do autor pode se perceber que a divis o sexual do trabalho na sociedade capitalista fomentada pela domina o ideol gica e socioecon mica da burguesia As rela es se EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS baseiam na explora o na opress o na viol ncia na domina o E esses mecanismos v o se naturalizando de modo que as pessoas n o estranham que a sociedade se divida em alguns que mandam e outros que trabalham uns que exploram e outros que s o explorados Al m disso esse machismo predominante se sustenta em aspectos ideol gicos que consideram a desigualdade salarial entre homens e mulheres uma consequ ncia natural de diferen as biol gicas ANTUNES 2009 Isso significa que mesmo que as mulheres estejam bem posicionadas quanto ao grau de instru o fa am bons cursos se aperfei oem profissionalmente ao entrarem no mercado de trabalho n o concorrer o em igualdade de condi es com os homens porque no mundo do trabalho as mulheres s o discriminadas ou seja no mundo do trabalho que as desigualdades s o mais vis veis e as mulheres perdem nessa competi o para os homens porque a sociedade incorpora no es culturais arbitr rias que s o apreendidas coletivamente e que classificam comportamentos que os homens e as mulheres devem ter ou devem evitar como isso s para meninos ou isso coisa de meninas Po
441. orma es que aos poucos formaram um corpo informativo acerca do porqu usar as ervas medicinais Durante as aulas o contato com os debates epistemol gicos em torno das rela es existentes entre o paradigma dominante da ci ncia moderna e as propostas de revis o desse modelo que ao longo do tempo veio sendo forjada por intelectuais preocupados com as limita es que ele possui anunciando uma negocia o cient fica entre os saberes cient ficos e emp ricos possibilitou neste artigo a constru o de um di logo envolvendo algumas considera es acerca da modernidade e o paradigma cient fico forjado naquele per odo a Teoria das Representa es Sociais proposta por Serge Moscovici sobretudo os processos formadores ancoragem e objetiva o a ecologia de saberes apresentada no texto Para al m do pensamento abissal das linhas globais a uma ecologia de saberes de Boaventura de Sousa Santos e os dados levantados por meio de entrevistas sobre o uso de ervas medicinais por moradores da Comunidade Quilombola de Abacatal 36 Essas perguntas fizeram parte do roteiro semiestruturado aplicado nas entrevistas realizadas na Comunidade de Abacatal em 2011 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A partir desse referencial pretende se refletir em torno dos saberes seus significados as representa es sociais constru das pelos moradores entrevistados e sua relev ncia cient fica epistemol gica no sentido de reafirmar
442. os A autora afirma ainda que velhos adultos adolescentes e crian as devem se apropriar e entender o processo de envelhecimento como um curso natural da vida e que para viv lo com qualidade necessita se de um preparo ao longo de suas trajet rias de vida e das rela es que estabelecem socialmente Para Freire 2001 apud OLIVEIRA 2011 os crit rios levados em considera o para avaliar a idade de cada sujeito s o as formas de pensar e a busca por compreender e inser o no mundo Para ele Ningu m velho s porque nasceu h muito tempo ou jovem porque nasceu h pouco Somos velhos ou mo os muito mais em fun o de como pensamos o mundo da disponibilidade como que nos damos curiosos ao saber cuja procura jamais nos cansa e cujo achado jamais nos deixa imovelmente satisfeitos Somos mo os ou velhos muito mais em fun o da vivacidade da esperan a com que estamos sempre prontos a come ar tudo de novo Somos mo os na medida em que lutando vamos superando os preconceitos Somos velhos se apesar de termos apenas 22 anos arrogantemente desprezarmos os outros e o mundo FREIRE 2001 apud OLIVEIRA 2011 p 51 A interculturalidade e a intergeracionalidade dialogam entre si na medida em que viabilizam o respeito ao outro a identidade cultural e geracional do outro e a toler ncia O ser velho n o est nos anos de vida mas sim na mentalidade de cada sujeito seja ele com idade cronol gica avan ada ou n o Essa
443. os processos educativos CANDAU 2008 O espa o escolar constitu do por diferentes sujeitos convivendo entre si portanto s o inevit veis as diferen as culturais e as interven es geracionais neste ambiente Para um conv vio harm nico e de respeito mutuo entre os sujeitos h necessidade de serem identificadas reveladas e valorizadas as diferen as presentes para que sejam assumidas e trabalhadas da melhor forma poss vel Para realizar um estudo geracional dever se preparar para analisar disputas alian as rupturas e continuidades de uma gera o a outra Segundo Tomizaki 2010 p 329 330 embora educa o e gera es sejam realidades diversas esses dois fen menos sociais se encontram intrinsecamente ligados em fun o da necessidade de cada gera o transmitir aos seus sucessores aquilo que considera fundamental para a preserva o e continuidade da suaheran a Por outro lado o pr prio EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS fen meno geracional pode provocar mudan as tanto nos modos de se educar as novas gera es quanto naquilo que deve ou n o ser transmitido de uma gera o a outra A atual conjuntura da sociedade contempor nea permite que se pense na impossibilidade da coexist ncia de diferentes gera es no mesmo espa o social Mas ser poss vel que diferentes gera es convivam num mesmo espa o social mais especificamente num espa o educacional Esse fato ser po
444. os de qual forma constru do o sentido que a mesma atribui para si tanto individualmente como coletivamente O mundo social cada vez constitu do e articulado em fun o de um sistema de tais significa es e essas significa es existem uma vez constitu das na forma do que chamamos o imagin rio efetivo ou o imaginado s relativamente a essas significa es que podemos compreender tanto a escolha que cada sociedade faz de seu simbolismo e principalmente de seu simbolismo institucional como os fins aos quais ela subordina a funcionalidade CASTORIADIS 2000 p 177 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A partir do disposto acima Castoriadis explica o simb lico e sua indissociabilidade com tudo o que cerca a vida social em especial as institui es Tudo o que se nos apresenta no mundo social hist rico est indissociavelmente entrela ado com o simb lico As institui es n o se reduzem ao simb lico mas elas s podem existir no simb lico CASTORIADIS 1982 p 142 justamente durante a din mica da rela o entre a sociedade e a institui o que se estabelece a aliena o social a aliena o a autonomiza o e a domin ncia do momento imagin rio na institui o que propicia a automiza o e a domin ncia relativamente sociedade p 159 Dessa forma a aliena o pode ser entendida como a personaliza o das institui es sociais e a capacida
445. os dos anos 80 a partir do olhar dos moradores locais Quem chegava na condi o de professora no in cio da d cada de 80 em Melga o era ser visto com outros olhos pela comunidade Esperava se dessas profissionais n o apenas o desenvolvimento de um bom trabalho com os alunos mas tamb m que se tornassem exemplo de um comportamento social aos padr es do povoado Transgredir tais padr es era motivo de esc ndalo PACHECO 2006 p 144 Os relatos das professoras na reflex o de Pacheco revelam que a sociedade n o aprovava que elas vivessem determinadas pr ticas de sociabilidade como namorar ter amigos tomar cerveja e se divertir em espa os p blicos Essas atitudes eram consideradas amea adoras aos princ pios e aos valores imaginados pela comunidade melgacense Consideravam que as professoras deveriam ser profissionais que viessem conservar e valorizar os ensinamentos simbolicamente corretos para os padr es socialmente aceit veis Portanto as atitudes de sala de aula deveriam ser as mesmas em qualquer situa o e lugar Se em territ rio n o escolar as professoras assumiam posturas n o consentidas pelos moradores no imagin rio social os ensinamentos em sala de aula entravam em descr dito Outra reflex o interessante na fala da professora Wilma considerar que as atitudes de discrimina o da sociedade referente s posturas das professoras assim como o perfil de ser professora foram EPISTEMOLOGIA E EDUCA O
446. os enquanto seres totais capazes de participar politicamente da transforma o da sociedade n o igualit ria e formal em prol da sociedade democr tica efetivamente real MELO 2012 p 35 Para que o ser humano participe politicamente tendo em vista a transforma o social ele precisa apresentar uma atitude cr tica EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS de supera o da antiga maneira de pensar tendo como elemento importante o pensamento concreto existente universo cultural existente e a este processo consideramos a filosofia da Pr xis A express o Filosofia da Pr xis segundo Melo 2012 foi cunhada por Gramsci em seus escritos no per odo em que esteve encarcerado como forma de driblar a censura fascista de Mussolini e ter seus escritos fora da pris o Para compreendermos melhor o que seria a filosofia da Pr xis vamos desmembrar a express o e tentar compreender filosofia e pr xis em Gramsci A filosofia na compreens o de Gramsci vis o de mundo assim uma condi o pol tica Gramsci 1987 afirma que n o h filosofia ou seja concep o de mundo sem nossa consci ncia de historicidade E que portanto na realidade n o existe filosofia em geral O que existem s o diversas filosofias ou concep es do mundo e sempre se faz uma escolha entre elas A escolha e a cr tica de uma concep o do mundo s o tamb m fatos pol ticos p 15 A pr xis entendida com
447. os principais fatores de influ ncia estes se configuram no plano das representa es e no imagin rio social O ser humano n o busca compreender tais diferen as suas causas e as consequ ncias que podem acarretar ao contr rio acaba por estereotipar segregar e excluir os ditos desiguais ou inferiores Neste sentido constituem se os debates multiculturais na busca por colocar o ser humano diante de sua pr pria forma o ao longo do tempo Surgem indaga es como Qual a natureza sociocultural do ser humano Quais afirma es e nega es estes protagonizam O que valorizado e integrado na cultura destes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A natureza cultural do ser humano ao longo do tempo tem se mostrado egoc ntrica e excludente as rela es s o estabelecidas conforme melhor lhe convenha os outros s o constantemente exclu dos Estes afirmam na sociedade a domina o de uns sobre outros e negam as diferen as S o valorizadas e integradas a sua cultura as rela es de poder assim tricas de subordina o e excludentes As quest es multiculturais surgem para dar vaz o aos sujeitos historicamente massacrados que resistiram com bravura e ainda hoje lutam pela afirma o de suas identidades e para o cumprimento de seus direitos A problem tica mais contundente ao discutir o Multiculturalismo refere se polissemia do termo No presente estudo n o se pretende atentar para esse fat
448. os sociais e para que se promovam movimentos de transforma o pessoal e social frente ao fen meno da surdez p 77 Desse modo os sujeitos surdos ao identificarem seus pares e ficarem longe dos mesmos e da l ngua de sinais geram um sentimento de insatisfa o Por n o conseguirem ser iguais aos padr esintitulados socialmente buscando sempre novos caminhos de se adaptarem em contradi o muitas vezes com suas peculiaridades O sentimento de insatisfa o decorrente de uma ideologia capitalista consumista mercadol gica que cria os desvios para gerar em seguida a ind stria da normaliza o DORZIAT 2009 p 78 Esse sentimento de insatisfa o marcado pelo selo da diferen a Sendo assim a diferen a configurada f sica mental moral e culturalmente em rela o a outro ser refer ncia sendo este o modelo a ser copiado e seguido Jodelet nomeia a diferen a como alteridade de dentro j que se refere aos sujeitos marcados com o selo da diferen a seja ela f sica cor ra a defici ncia etc ou ligada a uma perten a de grupo nacional tnico comunit rio religioso etc se distinguem no seio de um conjunto social ou cultural e podem a ser considerados como fontes de mal estar ou de amea a JODELET 1998 p 48 A diferen a ent o est fortemente marcada pela nega o e exclus o por causar desconforto e uma poss vel amea a ao grupo social dominante Neste trabalho o olhar
449. os surdos se efetive de maneira significativa Acreditamos que as representa es sociais sobre o AEE para alunos surdos neste estudo evidenciaram que o modelo de inclus o educacional vigente em nossa conjuntura precisa ser problematizado pois inferimos que o ideal seria que os surdos fossem educados a partir de uma perspectiva bil ngue que vai al m do uso e difus o da l ngua de sinais este modelo de educa o pauta se no contexto de garantia de acesso e perman ncia dos surdos com seus pares no mbito escolar EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BARDIN L An lise de Conte do Tradu o Lu s Antero Lisboa Portugal Edi es 70 Ida 2007 BENTES J A de O HAYASHI M C P I Normalidade e disnormalida de formas do trabalho docente na educa o de surdos Campina Grande EDUEPB 2012 BRASIL Resolu o CNE CEB 4 2009 Di rio Oficial da Uni o Bras lia 5 de outubro de 2009 BREVES Concurso P blico Edital N 001 2013 Dispon vel em lt http portalfadesp mentorhost com br midias anexos 268 edital 01 2013 pmb pdf gt Acesso em novembro de 2014 DAM ZIO M F M Atendimento Educacional Especializado para Pesso as com Surdez Bras lia SEESP SEED MEC 2007 DORZIAT A Org O direito dos surdos educa o que educa o essa In DORZIAT A Org Estudos Surdos diferentes olhares Porto Alegre Media o 2011 FAVERO E A G et al Atendime
450. osi o ao dizer O que estou propondo uma esp cie de passagem do cotidiano da escola para a educa o do cotidiano Isto significaria em primeiro lugar o abrir as portas da escola e sair a buscar compreender os mundos circunvizinhos antag nicos pr ximos e remotos onde est o onde vivem e convivem com suas culturas do cotidiano os pr prios personagens da vida escolar Significaria em seguida o trazer para o campo da educa o todas as interliga es poss veis com todos os outros eixos internos e exteriores das experi ncias sociais e simb licas da vida da pessoa da sociedade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e da cultura Significaria portanto um re centrar da educa o Isto poderia parecer uma enorme perda de seu lugar pr prio para quem est acostumado a preservar a educa o em um terreno cercado de muros e com raras portas abertas a tudo o mais p 156 157 Vivenciar novos modos de exist ncia na constru o dos tra ados imag ticos do mapa de saberes requer como observamos nas reflex es aqui expostas a indissociabilidade entre pesquisa e interven o opondo se aos pressupostos cient ficos positivistas rigorosos objetivos e neutros Ao pesquisador cartogr fico preocupar se n o apenas com os registros do objeto de pesquisa mas tamb m com o processo e com os desdobramentos dele preocupa o pertinente apresentada por McLaren ao chamar aten o das educadoras e educadores a
451. osofia pois tanto algo que se constr i como algo que se investiga SPINELLI 1990 p 36 Neste sentido a Filosofia para os gregos surge como alternativa para explicar de forma racional e coerente o mundo possibilitando a reflex o e o racioc nio cr tico diante dos acontecimentos cotidianos Oliveira 2008 p 8 destaca que entre os gregos a arte de interrogar o exerc cio de pensar e a arte de argumentar s o fundamentais para agu ar a intelig ncia e a busca de conhecimento Essa forma de entender a realidade e os fen menos naturais com base na raz o representou um avan o consider vel para a ci ncia uma vez que o pensamento racional se fez e ainda se faz necess rio para o desenvolvimento cient fico Assim como a Filosofia a Matem tica tamb m teve seu processo de desenvolvimento nesta civiliza o Bicudo 1998 p 307 descreve que um dos mais importantes cap tulos da hist ria da matem tica embora EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS bem pouco conhecido a transforma o do primitivo conhecimento matem tico emp rico dos eg pcios e babil nios na ci ncia matem tica grega dedutiva sistem tica baseada em defini es e axiomas Com isso a Matem tica embora j fosse conhecida por outras civiliza es com os gregos que se desenvolve e ganha um estilo mais abstrato Esse car ter abstrato da Matem tica fez e faz dela uma ci ncia diferenciada com caracter sticas
452. ossas vidas O autor apresentar questionamentos fundamentais para a reflex o sobre a pesquisa educacional que nos faz avaliar a pr tica pol tica social de nossas a es cotidianas e como investigador das problem ticas educacionais meio a realidade complexa e contradit ria que situamos segunda a teria marxista a educa o na qual se coloca no campo de resist ncia contras as amarras do capital e como uma poderosa arma para emancipa o da classe trabalhadora e transforma o radial da sociedade capitalista Nesse sentido que a ci ncia em Marx assume uma fun o social totalmente diferente da sua atual configura o em que a mesma assume o perfil mercadol gico a servi o do capital e aperfei oamento da propriedade privada Para Marx a ci ncia de deve estar a servi o da luta para a liberdade humana em suas m ltiplas dimens es e a investiga o cientifica com base na ci ncia revolucion ria pode desvendar o real estado das rela es sociais capitalistas e apontar possibilidades para a emancipa o humana e social Considera es finais Neste artigo partimos de uma problem tica concreta que o desafio que ter uma coer ncia interna a partir de uma teoria do conhecimento na pesquisa em educa o e depois buscamos apresentar o materialismo hist rico dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis para o desenvolvimento da pesquisa cient fica Estamos convencidos do qu o e dif cil transitar por esta teri
453. otalidade Isto significa a necessidade de aprender a olhar para o mundo e ter a es educativas que possam compreender a realidade e consequentemente transform lo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Como subjetividade curiosa inteligente interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono meu papel no mundo n o s o de quem constata o que ocorre mas tamb m o de quem interv m como sujeito de ocorr ncias N o sou apenas objeto da hist ria mas seu sujeito igualmente No mundo da hist ria da cultura da pol tica constato n o para adaptar mas para mudar FREIRE 1997 p 85 Na perspectiva do paradigma emergente todo conhecimento cient fico natural cient fico social ou seja a distin o entre ci ncias naturais e ci ncias sociais deixa de ter sentido e utilidade Esta separa o se sustenta numa concep o mecanicista da mat ria e da natureza a que contrap e os conceitos de ser humano cultura e sociedade Nesse sentido Boaventura nos alerta que n o basta apontar a tend ncia para a supera o da distin o entre ci ncias naturais e ci ncias sociais preciso conhecer o sentido e conte do dessa supera o N o h natureza humana porque toda a natureza humana p 72 Nesse sentido fazemos referencia que a revolu o cient fica que estamos vivendo tamb m entendida a partir de uma reconceitualiza o em curso das condi es epistemol gicas e metodol gica
454. ovo senso comum a ci ncia o direito e a pol tica na tran si o paradigm tica 2 ed S o Paulo Cortez 2009 S TIRO Ang lica O pensamento complexo de Edgar Morin e sua ecolo gia da a o Revista Linha Direta S o Paulo n 57 Ano 5 dez 2002 Dis pon vel em lt http edgarmorin sescsp org br arquivo download arquivos pensamentocomplexo LD doc gt Acesso em 23 dez 2013 SAVIANI Demerval Hist ria das ideias pedag gicas no Brasil Campinas Autores Associados 2007 Escola e Democracia teorias da educa o curvatura da vara onze teses sobre educa o e pol tica 32 ed Campinas SP Autores Associados 1999 SILVA Orlando Nascimento da A Discuss o do Ribeirinho com um Em pres rio sobre Belo Monte 1 ed Altamira PA Editora Serra Verde 2011 PIMENTEL Danieli dos Santos Cartografias po ticas em narrativas da Amaz nia Educa o Oralidades Escrituras e Saberes em di logo 2012 192 f Disserta o Mestrado em Educa o Universidade do Estado do Par Bel m 2012 PINTO L cio Fl vio amp KZAN thila Lima Amaz nia Decifrada Il para quem quer ser amaz nida 2 ed Bel m Edi o dos autores 2013 UOL educa o not cias Norte piores n o alcan am 400 pontos no Enem 2012 26 Out 2013 Dispon vel em lt http educacao uol com br noticias agencia esta do 2013 11 26 no norte piores nao alcancam 400 pontos no enem 2012 htm gt acessado em 03 jan 2014 A CI NCIA E
455. p 26 sem d vida impens vel a inclus o escolar de surdos que n o considere a l ngua de sinais Precisamos problematizar a inclus o escolar em especial a acontecida na rea da surdez e assim pensar em mecanismos pedag gicos e condutas docentes que possam considerar as diferen as individuais de alunos surdos visando forma o de sua cidadania EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Representa es sociais do ser professor de surdos Neste momento expressaremos os fragmentos de falas referentes aos sentimentos docentes sobre o trabalho com surdos em que evidenciaremos que os professores remetem seus posicionamentos a elementos como dificuldades e persist ncia As falas ocorreram por meio da pergunta o que ser professor de surdos Repres ser uma guerreira porque as dificuldades s o muitas A ajuda da dire o da nossa coordena o s o poucas mas a vontade o que prevalece e que me dar vontade de continuar Professora do AEE entrevista realizada em 25 11 2013 um desafio devido s muitas complexidades que a gente tem que trabalhar com o aluno ent o a gente tem que trabalhar Apesar deles estarem inseridos nas classes ditas normais mas a gente tem que trabalhar de uma outra maneira sem que eles se sintam rejeitados Professor do ensino regular entrevista realizada em 26 11 2013 enta es Sociais sobre o AEE Ancoragem Objetiva o Ser professora de
456. para a diferen a de pessoas com necessidades educacionais especiais que se apresentam historicamente EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS negados no seu direito de exercerem a cidadania E esse processo de exclus o precisa ser problematizado do ponto de vista da tica Oliveira e Dias 2012 exp em que a tica da Liberta o de Dussel 2000 uma tica datransforma o que se efetua por meio de a es cr ticas cotidianas e tem como ponto de partida a v tima o outro em algum aspecto negado oprimido e afetado exclu do Assim a cr tica ao processo de exclus o social se constitui num movimento dial tico que parte da afirma o tica radical da vida negada s v timas essa expressa pelo desejo e a luta para viver assim como do reconhecimento da dignidade da v tima como outro a qual negada pelo sistema DUSSEL 2000 p 101 Retrata Dussel a exclus o social que se constitui num problema tico e pol tico o que implica n o apenas reconhecer a exist ncia de v timas ou de oprimidos ou de abstrair conceitos e valores que refor am a solidariedade a justi a social os direitos humanos mas h necessidade de se problematizar as causas da exclus o a partir do reconhecimento do outro n o s como exclu do mas tamb m como sujeito assumindo se um compromisso tico com o outro denunciando a exclus o e se apontando perspectivas de mudan a DUSSEL 2000 p 102 Aceitar a alteridade
457. pelo iluminismo de que a raz o o progresso cient fico e tecnol gico conduziriam a humanidade a emancipa o e a felicidade Cabe escola problematizar os discursos que chegam sob a gide dos consensos universais propondo a reescrita das narrativas dominantes Hall 1991 apud 1997 MCLAREN diz que para nos posicionarmos necess ria a descoberta do que ele chama de etnicidades emergentes que est proporcionalmente atrelada ao reconhecimento das nossas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pr prias hist rias contar e ouvi las envolve a complexidade de rela es constru das a partir das tradi es e heran as que expressam as culturas as etnicidades emergentes t m uma rela o com o passado mas uma rela o que se d parcialmente atrav s da mem ria parcialmente atrav s das narrativa uma rela o que tem que ser recuperada um ato de recupera o cultural HALL 1991 p 18 19 apud 1997 MCLAREN Desconstruir as metanarrativas atrav s da partilha das hist rias marginalizadas deixar que as narrativas que circundam a escola sejam ouvidas e contadas pelos estudantes tarefa de um curr culo multiculturalista oriundo da Pedagogia cr tica comprometida com a luta contra a opress o partindo da pr tica pedag gica que permita a problematiza o das rela es cotidianas com os processos ferozes de globaliza o a liga o dos fios que comp em a teia de saberes locais com o cu
458. pens vel compreender e resignificar as rela es humanas a partir da reflex o permanente que a pr pria complexidade do ser humano envolve as diferen as sendo que a pluralidade cultural algo inerente aos espa os sociais A conviv ncia entre as diferen as deve ser encarada n o apenas no plano dos valores morais mas como uma condi o humana em viver e conviver com aquilo que n o lhe semelhante 4 Apreciar e degustar a ltima gota de caf o paradigma emergente de Boaventura e a forma o inicial de professores A educa o assim como outras reas do conhecimento tem sido influenciada intensamente pelos paradigmas da ci ncia Tais reflexos se incorporam tamb m para o campo da forma o inicial de professores que vai se desenvolvendo sob a orienta o de um paradigma dominante regulador ou emergente emancipador SANTOS 2006 2010 Nessa conjuntura o debate sob a forma o inicial de professores alicer ado no pensamento de Boaventura nos oferece a possibilidade de trilharmos um caminho que n o seja absolutizador de verdades e hierarquizador de conhecimentos porisso quenos parecet o s rio re pensar osespa os de forma o iniciala partir do seu vi s epistemol gico e ontol gico Os circuitos do conhecimento abrem EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS perguntas ou fecham o pensamento Alimentam curiosidades e instigam a inven o Ou pelo contr rio promovem o conformismo e os processos
459. perceber sua grande valia para a supera o da forma estagnada de desenvolvimento cient fico Neste sentido este texto est estruturado em tr s partes a primeira referente a exposi o das ideias do pesquisador franc s Edgar Morin que dar o suporte as discuss es que a seguir o sendo a segunda destinada a mostrar como o pensamento fragmentado se faz presente na educa o bem como no caso particular em matem tica o que ser objeto de discuss o da terceira parte deste trabalho que traz tamb m alguns apontamentos na perspectiva de supera o deste modelo de pensamento O pensamento de Edgar Morin N o pretens o desta se o a descri o densa do pensamento do pesquisador franc s Edgar Morin mas sim discorrer sobre alguns assuntos que este autor discute tais como a constru o omiss o e consequ ncias de erros e ilus es no contexto da evolu o da ci ncia a aquisi o de aptid es gerais por parte do indiv duo e por conseguinte a intelig ncia geral Estes servem como base para o nosso pensamento principalmente sobre a hiperespecializa o presente na ci ncia e na educa o atual tratando sobre seus limites e possibilidades Para tanto teceremos a seguir t picos e categorias que est o presentes em seu livro Os sete saberes necess rios educa o do futuro Algumas considera es preliminares Morin 2007 ao escrever Os sete saberes necess rios educa o do futuro deixa explici
460. pode chamar de compartimentaliza o dentro dos compartimentos Gallo 1997 afirma que No ensino contempor neo sofremos da excessiva compartimentaliza o do saber A organiza o curricular das disciplinas coloca as como realidades estanques sem interconex o alguma dificultando para os alunos a compreens o do conhecimento como um todo integrado a constru o de uma cosmovis o abrangente que lhes permita uma percep o totalizante da realidade p 41 Gerhard e Rocha Filho 2012 concordam e fundamentam este pensamento quando afirmam que caracter stica do curr culo escolar da atualidade a disciplinaridade que tolhe de alunos os resultados realmente teis do conhecimento assim como fez a ci ncia com os erros cometidos ao longo de sua hist ria negligenciando a capacidade do pensar globalmente de forma contextualizada determinado problema Explicam que a estrutura o do curr culo escolar separado em disciplinas que n o se relacionam decorre da influ ncia que o pensamento cartesiano teve no desenvolvimento do conhecimento cient fico o qual j discorremos anteriormente Assim como nos tempos das extremas necessidades t cnicas dos s culos da industrializa o vivemos em mundo onde a velocidade de circula o de informa es muito alta fazendo com que o conhecimento evolua rapidamente e seja cada vez mais complexo deixando assim margem para continuarmos trabalhando de forma compartimentalizada com o conform
461. postura ou concep o de mundo enquanto um m todo que permite apreens o radical que vai raiz realidade e enquanto pr xis isto a unidade da teoria e pr tica na busca da transforma o e de novas s nteses no plano do conhecimento e no plano da realidade hist rica grifos nosso Sabemos que a mudan a concreta no sistema educacional s acontecer com transforma o social e edifica o outro modo de produ o onde n o haja a explora o do homem sobre o homem a destrui o massiva dos recursos ambientais a divis o social por classes que exige duas forma es uma para a classe dominante para que ela seja sempre dominante e outra para a classe trabalhadora para que esse seja explorada dominada e produtora de riquezas para uma minoria e mantenha a perpetua o da esfacelada burguesia e seu decadente modo de produ o Frigotto 2010 p 91 faz reflex es sobre a produ o do conhecimento enquanto pr xis educacional assim apresenta alguns questionamentos qual o sentido necess rio e pr tico das investiga es que se fazem nas faculdades mestrados e doutorados de educa o N o se trata do sentido utilitarista e apenas imediato ou esp cie de ativismo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Trata se de indagar sobre o sentido hist rico social e pol tico t cnico de nossas pesquisas A servi o de que e de quem desprendemos nosso tempo nossas for as e grande parte de n
462. pr ti ca que tenha como diretriz o fortalecimento das a es coletivas na tentativa de romper com o individualismo cada vez mais exacerbado e buscar re construir sujeitos melhores Esta busca do ser mais EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS por m n o pode realizar se no isolamento no individualismo mas na comunh o na solidariedade dos existires FREIRE 2005 p 43 Para tanto isto requer rigor e capacidade para desenvolver uma pr tica baseada na participa o Nas condi es de verdadeira apren dizagem os educandos v o se transformando em reais sujeitos da constru o e da reconstru o do saber ensinado ao lado do educador igualmente sujeito do processo FREIRE 1996 p 26 O educador progressista precisa estar convencido como de suas consequ ncias o de ser o seu trabalho uma especificidade humana J vimos que a condi o humana fundante da educa o precisamente a inconclus o de nosso ser hist rico de que nos tornamos inconscientes Nada que diga respeito ao ser humano possibilidade de seu aperfei oamento f sico e moral de sua intelig ncia sendo produzida e desafiada os obst culos a seu crescimento o que possa fazer em favor da boniteza do mundo como de seu enfeamento a domina o a que esteja sujeito a liberdade por que deve lutar nada que diga respeito aos homens e s mulheres pode passar despercebido pelo educador ou educadora O nosso um tra
463. pr tica coerente com este saber Por que n o estabelecer uma intimidade entre os saberes cur riculares fundamentais aos alunos e a experi ncia social que eles t m como indiv duos FREIRE 1996 p 30 Considera Candau 2008 que a educa o e a cultura s o pro cessos que n o podem estar desvinculados um do outro e portanto a pr tica pedag gica tamb m est intrinsecamente ligada a isso nesse sentido que a aproxima o com a realidade social fundamental para que possamos desenvolver uma a o educativa dial gica que parta do respeito e reconhecimentos de saberes diversos De acordo com Faundez 1985 para que possamos entender nos so contexto necess rio compreendermos um contexto outro para nos descobrir precisamos nos mirar no Outro compreender o Outro para nos compreender entrar no outro p 23 Interessante entendermos que a l gica cultural poder ser revertida de acordo com os interesses de cada grupo social Assim sendo tamb m poder ser cr tica ou poder transformar se em discursos e pr ticas de valoriza o da ideologia dominante que por tempos se legitima EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS como padr o universal num movimento vertical global para o local podendo ocorrer em diferentes mbitos A escola n o escapa a isso Liberdade e escolha no novo mercado educacional ser o para quem pode pagar por elas e Diversidade na escolariza o ser
464. presenta se sob a forma de ideologia dominante Por isso sabemos que imposs vel apresentar este m todo em poucas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS linhas Mas que os estudos analisados sobre o m todo e cl ssicos textos do Marx trazem a chave para a compreens o dessa rede de elementos apresentados que nos conduzem a ess ncia do objeto de investiga o Uma pr xis O m todo de investiga o cient fica que caminha dialeticamente para se conhecer a realidade concreta n o fundamentada da cr tica pela cr tica do conhecimento pelo conhecimento mas que este seja o ponto de partida para uma pr tica que altere e transforme a realidade anterior no plano do conhecimento e no plano hist rico social A teoria materialista hist rica sustenta que o conhecimento efetivamente se d na e pela pr tica FRIGOTTO 20104 p 89 Todo o esfor o investigativo de Marx tem rela o direta com a revolu o social este foi o que motivou toda a produ o do autor Para ele uma produ o cientifica n o ter implica o concreta na realidade social se n o possibilitar o desvelamento das contradi es e conflitos presentes na sociedade apresentando tamb m caminhos para supera o das problem ticas E assim que explicita ao longo de sua produ o que o conhecimento n o puramente contemplativo Em Ideologia Alem nas teses II e XI sobre Feuerbach Marx e Engels 1998 p 100 103 explicam tal a
465. quantificante mas considera como grande erro a cren a de que o n o quantific vel ou formaliz vel n o existe A realidade antropossocial constitui diversas dimens es dentre as quais a individual a social e a biol gica segundo o princ pio hologram tico e dial gico em que de algum modo a parte est no todo e o todo est na parte rearticulando a singularidade de cada dimens o Assim um dos aspectos da crise que permeou o s culo XX e adentrou o s culo XXI diz respeito pr hist ria da mente dominada por verdades e conceitos est ticos A educa o se desviou de sua finalidade primordial orientada por condicionamentos de paradigmas predominantes nas ci ncias a forma o e transforma o do indiv duo e dos pr prios saberes que este produz mostrando se em estado de letargia e cegueira MORIN 2007 Sobre isto Morin 2010 sugere que fa amos uma quebra do primitivismo da mente uma reforma do pensamento que favore a no campo da educa o uma reforma do pr prio ensino do pr prio papel da escola cujo intuito deve ser o de promover a ressignifica o do pensamento e suscitar a d vida sobre o que parece j ser sabido No lugar da simplifica o e fragmenta o do conhecimento da racionaliza o que pressup e um sistema l gico perfeito MORIN 2007 mecanicista e determinista que nega se cr tica o soci logo prop e a racionalidade construtiva aberta que traz em seu mago a possibilidade do
466. que disciplinar anal tico gerou a especializa o A sua necessidade deveu se vastid o do conhecimento humano especialmente a partir da revolu o cient fica e a divis o do trabalho a partir da revolu o industrial A industrializa o ent o acabou tendo um papelimportante EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS neste contexto de fragmenta o pois a partir da separa o de fun es no processo de produ o gerou a necessidade de especializa es de acordo com cada rea de atua o Assim a vis o de totalidade foi paulatinamente foi sendo perdida em meio ao progresso fragmentado das ci ncias o que na poca foi proveitoso pelo que se propunha a fazer e teve sim seus v rios avan os por m revelou grandes limites Neste sentido Guedes 2012 exp e que Para a Ci ncia foi interessante a divis o entre v rios ramos at o momento em que foi necess ria para o fortalecimento do seu escopo mas em contrapartida levou ao esfacelamento do conhecimento do todo Um bom exemplo pode ser apresentado na Medicina como um ramo cient fico com fracionamento de especialidades a tal ponto que perdeu a no o do cuidado do corpo humano como um organismo nico indissoci vel criando subdivis es para cada membro do corpo GUEDES 2012 p 2 Para Morin 2007 o conhecimento somente das informa es ou de dados isolados n o suficiente para a forma o de cidad os cr ticos proposta que tem s
467. que o tratamento dado s crian as e seu papel social variam segundo a organiza o da sociedade Ent o a ideia de inf ncia que temos hoje fruto de um processo hist rico Compreende se a crian a como sujeito hist rico e social com caracter sticas pr prias e capacidades de imagina o fantasia e de cria o A crian a reconhecida como cidad detentoras de direito EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e como sujeito que produz cultura e s o nelas produzidas Da que a inclus o da crian a de seis anos de idade no ensino fundamental de nove anos garante um direito da crian a e apresenta se como um desafio aos educadores o que requer di logo entre a educa o infantil e o ensino fundamental j que esta nova forma de organizar o ensino fundamental trouxe o ltimo ano da educa o infantil para o ensino fundamental tendo por isso curr culo pr ticas de ensino e avalia o diferenciados Quanto ao curr culo o principal aspecto a ser observado a necessidade de supera o da fragmenta o do conhecimento Prop e se uma reestrutura o considerando n o somente o conhecimento cient fico mas tamb m a vivencia e experi ncia dos educandos Nas diretrizes curriculares para o ensino fundamental no artigo 9 entende se o curr culo como constitu do pelas experi ncias escolares que se desdobram em torno do conhecimento permeadas pelas rela es sociais buscando articular viv ncias e sabe
468. quest o da diferen a cultural torna se evidenciada nos anos 1990 Ap s muitas lutas e press es dos movimentos sociais o Minist rio da Educa o decidiu em 1997 incluir nos seus documentos uma pol tica pluralista cultural implantada por meio dos Par metros Curriculares Nacionais que direcionaram a educa o para as diferen as de etnia g nero e classe Vale ressaltar que essa pol tica tem sido mais utilizada como uma maneira de acalmar os movimentos sociais ao inv s de ser de fato uma pol tica de valoriza o da pluralidade cultural de nosso pa s Oliveira 2011 analisa a contribui o do pensamento educacional de Paulo Freire para a g nese hist rica da interculturalidade no Brasil e identifica que por meio de seus referenciais pedag gicos a educa o libertadora defendida pelo educador pode ser considerada de interculturalidade cr tica Com base na leitura de obras de Freire e de autores que tratam sobre educa o popular e interculturalidade EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS bem como assuntos de interface com o tema faz uma aproxima o te rica entre Paulo Freire e a educa o intercultural cr tica por meio da rela o entre cultura e a educa o da matriz libertadora constru da em seu projeto educacional e do debate sobre o multiculturalismo apresentando quest es de classe g nero etnia diferen a solidariedade alteridade toler ncia entre outras Ainda segundo Oliveir
469. r tica e consciente que se constitui a categoria central para o autor pois como comentam Marx e Engels 2007 p 87 Pode se distinguir os homens dos animais pela consci ncia pela religi o ou pelo que se queira Mas eles mesmos come am a se distinguir dos animais t o logo come am a produzir seus meios de vida passo que condicionado por sua organiza o corporal Ao produzir seus meios de vida os homens produzem indiretamente sua pr pria vida material na produ o da exist ncia por meio do trabalho que o ser humano constr i a sociedade transforma a natureza e a si mesmo e faz hist ria e estas rela es sociais sofreram modifica es ao longo tempo que Marx e Engels 2007 p 40 explicitam como A hist ria nada mais do que o suceder se de gera es distintas em que cada uma delas explora os materiais os capitais e as for as de produ o a ela transmitidas pelas gera es anteriores portanto por um lado ela continua a atividade anterior sob condi es totalmente alteradas e por outro modifica com uma atividade completamente diferente as antigas condi es o que ent o pode ser especulativamente EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS distorcido ao converter se a hist ria posterior na finalidade da anterior Portanto apresentamos alguns pressupostos centrais para a abordarmos o materialismo hist rico dial tico na pesquisa educacional O m todo materialismo hist rico como m
470. r afirma que a cria o do conhecimento no paradigma emergente reclama para si uma proximidade com a cria o liter ria ou art stica isso porque os conceitos reguladores dessa racionalidade s o a autoria e artefatualidade discursiva Sobre a autoria existe uma resist ncia distin o sujeito e objeto e sobre artefatualidade discursiva ainda que aparente esteja baseada na distin o entre natureza e cultura o autor acredita que isso n o aconte a pois como n o h limites para a produ o de objetos art sticos a natureza desde o in cio cultura em a o 1 2 Todo conhecimento local total Tem se na ci ncia moderna de que o rigor do conhecimento se d pela restri o de seu objeto de estudo ou seja quanto mais espec fico for a rea de conhecimento mais rigoroso ser seu estudo J no paradigma emergente trata se de um conhecimento total na perspectiva de uma totalidade universal mas ainda assim local n o com o mesmo significado que se tem na ci ncia moderna O local neste caso segundo Santos 2001 tem tico e n o disciplinar Isso porque n o se procura especializar numa determinada rea mas estudar um tema que em dado momento adotado por grupos sociais concretos como projetos de vida locais Uma caracter stica marcante do novo paradigma que seu conhecimento sobre as condi es de possibilidades da a o humana projetadas localmente Assim n o se tem um conhecimento determin stico ne
471. r apresentar atrav s das mem rias as vozes das mulheres professoras como forma de compreens o e interpreta o No entanto importante considerar que ressignificar os fatos narrados nos indicam que ao trabalharmos com mem ria fazemo lo consciente de que tentamos capturar o fato sabendo o reconstru do por uma mem ria seletiva intencional ou n o ABRAH O 2004 p 18 Assim como seguindo as orienta es de Castoriadis ao tratar da tem tica imagin rio compreendo que O imagin rio de que falo n o imagem de cria o incessante e essencialmente indeterminada social EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS hist rica e ps quica de figuras formas imagens a partir das quais somente poss vel falar se de alguma coisa Aquilo que denominamos realidade e racionalidade s o seus produtos CASTORIADIS 1982 p 13 Este imagin rio que guiar como representa es do real vivo nas mem rias das professoras ora analiso trazendo inicialmente os percursos e trajet rias que levaram estas professoras a migrarem para Melga o A professora Wilma trouxe como imagem desta viagem a seguinte fala Vim embora para Melga o isso aconteceu em 1982 cheguei aqui nunca tinha andado de barco andava sempre de nibus ou caminh o porque eu morava na regi o da estrada A primeira vez que eu coloquei meus p s num barco para viajar o nome desse barco era cidade de Breves foi uma viagem muito atribulada que eu
472. r das rela es de classes seja em n vel econ mico infraestrutura seja a n vel jur dico pol tico e ideol gico superestrutura Nesse sentido a sociedade se configura pelas rela es estruturais constitu das pelo modo de produ o capitalista Oliveira 2006 analisando a sociedade no ponto de vista da teoria de Marx explica que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A sociedade concebida em fun o do modo de produ o e estruturada pela infraestrutura n vel econ mico e superestrutura n vel jur dico pol tico ideol gico Significa dizer que dependendo dos tipos de rela es de produ o que se estabelecem numa sociedade compreendem se as ideias as leis e as formas de Estado dessa sociedade p 78 Neste sentido Marx trouxe uma nova forma de conceber a sociedade baseado na cr tica constru da a partir da filosofia idealista de Hegel e ao materialismo vulgar ou metaf sico empregado por Feuerbach A concep o de ser humano para Marx conforme Oliveira 2006 p 77 a determina o de que O ser humano compreendido por meio de um processo real percept vel empiricamente em determinadas condi es hist ricas O ser humano sendo aquilo que faz ent o a g nese do pensamento estaria na vida na produ o material Enfim a sociedade na vis o de Marx o resultado da produ o material dos sujeitos sociais por meio da rela o de classe que se cria a estrutura econ mi
473. r isso no mundo do trabalho mesmo as mulheres desempenhando as mesmas fun es ganham bem menos do que os homens Marx contribui com essa tem tica nos Manuscritos Econ micos Filos ficos de 1978 provocando profundas e irrevers veis mudan as no campo das ideias e das pr ticas sociais constatando que a divis o do trabalho enfraquece a capacidade de cada homem individualmente considerado e comporta o debilitamento e empobrecimento da atividade individual p 87 Al m disso a divis o do trabalho causa a degrada o do homem No tocante a quest o da mulher a perspectiva marxista assume uma dimens o de cr tica radicalao pensamento conservador a condi o social da mulher ganha em Marx um relevo especial especificamente em A ideologia Alem de 1984 quando Marx e Engles abordam que essa hierarquiza o processa se no interior do pr prio processo de trabalho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A divis o do trabalho repousa sobre a divis o natural do trabalho na fam lia e sobre a separa o da sociedade em fam lias isoladas e opostas umas as outras e esta divis o do trabalho implica ao mesmo tempo na reparti o do trabalho e de seus produtos distribui o desigual na verdade tanto em quantidade como em qualidade ela implica pois na propriedade assim a primeira forma o germe reside na fam lia onde a mulher e as crian as s o escravas do homem A escravid o ainda latente e mui
474. ra transcender a totalidade ontol gica temos que conhecer e discutir a filosofia euroc ntrica No ato de supera o desta totalidade ontol gica ultrapassarmos estes outros pensamentos at incorporarmos o pensamento dusseliano Para tanto extremamente necess rio que se escute a voz do outro que olhemos para ele por outro prisma o da capacidade de refletir e criar Dussel 1995 afirma que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS O oprimido o torturado o que v ser destru da sua carne sofredora todos eles gritam clamando por justi a Tenho fome N o me mates Tem compaix o de mim o que exclamam esses infelizes Estamos na presen a do escravo que nasceu escravo e que nem sabe que uma pessoa Ele simplesmente grita O grito enquanto ru do rugido clamor protopalavra ainda n o articulada interpretada de acordo com o seu sentido apenas por quem tem ouvidos para ouvir indica simplesmente que algu m est sofrendo e que do ntimo de sua dor nos lan a um grito um pranto uma s plica a interpela o primitiva p 19 Na vis o da filosofia da liberta o devemos buscar entender o outro como um ser vivo que est pr ximo de n s que n o uma categoria abstrata Todo aquele que ao longo de v rios s culos de hist ria vem sendo exclu do e oprimido se caracteriza como o outro Dussel refere se ao outro como a mulher camponesa e prolet ria que suporta o uxoric dio
475. ralista que o considera como um dado de realidade negando por tanto o car ter das a es simb licas que direcionadas pelo imagin rio constroem o curr culo Em outras palavras O processo de fabrica o do curr culo n o um processo l gico mas um processo social no qual convivem lado a lado com fatores l gicos epistemol gicos intelectuais determinantes sociais menos nobres e menos formais tais como interesses rituais conflitos simb licos e culturais necessidades de legitima o e de controle prop sitos de domina o dirigidos por fatores ligados classe ra a ao g nero SILVA 1995 apud ALBUQUERQUE 2002 p 16 Nesse sentido refletir sobre como o curr culo historicamente constru do significa estar consciente que a forma o do mesmo n o implica apenas numa escolha de conhecimentos e informa es por m de regras e padr es que guiam os indiv duos ao produzir seu conhecimento sobre o mundo Assim constituem formas de regula o sociais produzidas atrav s de estilos de racioc nio as quais condicionam formas particulares de agir sentir falar e ver o mundo POPKEWITZ 1994 apud ALBUQUERQUE 2002 p 17 Assim s come aremos a modificar as estruturas organizacionais institu das na sociedade a partir de uma autonomia do dom nio reflexivo EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS do processo de simboliza o atrav s do qual o imagin rio se presenti
476. ras aus ncia de material pedag gico e metodol gico voltado para especificidade do alunado surdo e principalmente o processo de exclus o dos alunos surdos Esse estudo aponta que o processo de inclus o escolar do educando surdo necessita de mudan as nas representa es negativas para positivas dos educandos porque essas representa es se materializam em pr ticas de exclus o um curr culo flex vel e de estrat gias metodol gicas que estejam de acordo com as necessidades ps quicas sociais afetivas lingu sticas e cognitivas dos alunos surdos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BAKHTIN M M O autor e o her i In Est tica da cria o verbal 3 ed S o Paulo Martins Fontes 2000 BRASIL Lei n 10 436 de 24 de abril de 2002 Disp e sobre a L ngua Brasi leira de Sinais Libras e d outras provid ncias Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 leis 2002 110436 htm Acesso em 09 de Agosto de 2014 Decreto n 5 626 22 de dezembro de 2005 Regulamenta a Lei n 10 436 de 24 de abril de 2002 que disp e sobre a L ngua Brasileira de Si nais Libras e o art 18 da Lei n 10 098 de 19 de dezembro de 2000 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2005 decreto d5626 htm Acesso em 09 de Agosto de 2014 BEYER H O Da integra o escolar educa o inclusiva implica es pe dag gicas In BAPTISTA C R Org Inclus o
477. ras impress es obter os nexos e determina es que garante sua exist ncia assim o ponto de chegada ser concreto pensado A aut ntica supera o da pr tica utilit ria do mundo da apar ncia das representa es abstratas das formas ideol gicas dominantes para Kosik 1976 p 20 21 se d pela destrui o da pseudoconcreticidade A destrui o da pseudoconcreticidade que o pensamento dial tico tem de efetuar n o nega a exist ncia ou a objetividade daqueles fen menos mas destr i a sua pretensa independ ncia demonstrando o seu car ter mediato e apresentado contra a sua pretensa independ ncia prova do seu car ter derivado Sobre esta assertiva Marx 2011 p 54 explica que manifesta es fenom nicas conduzem a efetiva o do concreto no pensamento O concreto concreto porque a s ntese de muitas determina es isto unidade do diverso Por isso o concreto aparece no pensamento como o processo de s ntese como resultado n o como ponto de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS partida embora seja o verdadeiro ponto de partida e portanto o ponto de partida tamb m da intui o e da representa o Neste excerto Marx afirma a import ncia de partir do real para se produzir o conhecimento e extrair os nexos e determina es do fen meno seu car ter complexo e contradit rio sua lei transforma o buscar as media es do todo com a parte e da parte com o todo buscar a
478. re concordam os mapas e comp ndios corogr ficos a respeito dessa topon mia Edna Castro 2006 apresenta nos o desenho da Bel m urbana balizado pelo curso das guas uma cidade fluvial margeada pelos rios que comp em o estu rio amaz nico peculiar tra o encontrado nos lugares em que o rio marca sua presen a determinantes para a re cria o tanto dos bens materiais quanto dos simb licos Os portos assumem nesta perspectiva o espa o do encontro da integraliza o entre as pessoas fios de saberes que comp em aa teias culturais amaz nicas N o somente o lugar da comercializa o da troca das mercadorias por l circula a diversidade humana Bel m conforme observado possui uma singular caracteriza o de seu territ rio com o corpo h drico superior as terras continentais a riqueza de sua localiza o notada nos aspectos geogr fico econ mico no clima vegeta o esta ltima possui uma distin o interessante as florestas encontradas em Bel m s o ombr filas termo grego que significa gosta de gua ou EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS amigo das chuvas certamente a influencia das guas na capital do Par possui presen a marcante O rio dita um ritmo pr prio cadenciado pelo fluxo das mar s na partida e chegada das embarca es o di logo com o mesmo se faz presente al m das rela es econ micas Loureiro 1995 p 121 traz a presen a do rio como elemento r tmico ao
479. re o Paradigma Emergente proposto por Boaventura de Souza Santos nas tend ncias em Educa o Matem tica O autor Boaventura de Souza Santos nos leva a refletir a respeito de um novo paradigma de ci ncia que est se construindo em oposi o ao paradigma vigente de ci ncia moderna Atrav s de quatro teses fundamentadas em representa es inacabadas da modernidade o 8 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o PPGEd UEPA EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS autor nos auxilia a entender as mudan as que est o ocorrendo nos paradigmas cient ficos A Educa o Matem tica o ramo da matem tica que tem como objetivo estudar as rela es entre ensino e aprendizagem em Matem tica Ela se subdivide em tend ncias de estudo e pesquisa que procuram promover metodologias para aperfei oar a forma o de professores e contribuir para otimizar o aprendizado de alunos na disciplina Com isso mostraremos a rela o entre a Educa o Matem tica e o paradigma que se configura na atualidade Para produ o deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliogr fica acerca do das ideias de Boaventura de Souza de Santos caracterizando o paradigma emergente em seguida uma abordagem sobre o desenvolvimento da Educa o Matem tica desde o chamado Movimento da Matem tica Moderna Em seguida s o descritas algumas tend ncias da educa o matem tica e finalmente fazemos uma an lise da rela o das ideia
480. re o m todo cient fico isto de uma atitude que nos leva a apreender al gica do erro para construir a l gica da descoberta cient fica como pol mica contra o erro e como esfor o para submeter as verdades aproximadas da ci ncia e os m todos que ela emprega a uma retifica o met dica a fim de nos libertarmos das ideologias das cren as das opini es das certezas imediatas e chegarmos assim objetividade cient fica JAPIASSU 1975 p 19 Pais 2001 p 36 afirma que o saber est relacionado ao plano hist rico da produ o de uma rea disciplinar enquanto que o conhecimento considerado mais pr ximo do fen meno da cogni o estando submetido aos v nculos da dimens o pessoal do sujeito empenhada na compreens o de um saber A import ncia de destacar esta diferen a um objetivo da did tica ou seja partir da compreens o pessoal para alcan ar o estatuto da objetividade Para Almouloud 2011 em Did tica da Matem tica procura se teorizar os fen menos ligados atividade matem tica visando especificidade do conhecimento ensinado Para isso devemos considerar o tri ngulo did tico como sistema m nimo ou seja as EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS intera es entre professor e alunos mediadas pelo saber nas situa es do ensino que vem sendo apontada nos estudos de Yves Chevallard desde 1982 Brousseau 1988 faz uma distin o entre conhecimento e saber evi
481. res e que esses em seus locais de trabalho possam com essas novas ferramentas gerar uma aprendizagem mais significativa para os alunos Descreveremos a partir de ent o algumas dentre as diversas existentes Tend ncias em Educa o Matem tica que s o uso de jogos etnomatem tica resolu o de problemas modelagem matem tica hist ria da matem tica e uso de tecnologias para o ensino de matem tica 4 1 O uso de jogos no ensino de matem tica A utiliza o de jogos no ensino de Matem tica uma tend ncia com influ ncias da pedagogia psicologia educacional e psicopedagogia que tem como aporte te rico as ideias de Froebel Dewey Piaget Vygotsky Kamii e Callois E segundo Alves 2001 dessas ideias podemos depreender que a ludicidade estimula rela es cognitivas afetivas e sociais al m de propiciar atitudes de cr ticas nos alunos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Assim vi vel a aplica o de jogos desde que este esteja centrado no objetivo de ensinar algum conceito ou a fixa o de conceitos j ensinados previamente Deve estar claro para o professor que nesse momento o jogo n o um passatempo para os alunos e sim um instrumento facilitador da aprendizagem Os professores devem estar com as atividades bem organizadas com objetivos claros e esses jogos devem principalmente gerar situa es problemas que desafiem os alunos a buscar solu es Nesta modalidade o papel do professor
482. res dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos estudantes No artigo 16 ainda das diretrizes curriculares recomendado um tratamento articulado entre os conte dos de ensino e os acontecimentos da vida social que pode ser posto em pr tica por meio da transversalidade desse modo os componentes curriculares e as reas de conhecimento devem articular em seus conte dos a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais a abordagem de temas abrangentes e contempor neos que afetam a vida humana em escala global regional e local bem como na esfera individual Temas como sa de sexualidade e g nero vida familiar e social assim como os direitos das crian as e adolescentes de acordo com o Estatuto EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da Crian a e do Adolescente Lei n 8 069 90 preserva o do meio ambiente nos termos da pol tica nacional de educa o ambiental Lei n 9 795 99 educa o para o consumo educa o fiscal trabalho ci ncia e tecnologia e diversidade cultural devem permear o desenvolvimento dos conte dos da base nacional comum e da parte diversificada do curr culo Percebe se ent o na forma de conceber o curr culo que o ensino fundamental de nove anos traz em sua implanta o vis o diferente de compreender o conhecimento a ser trabalhado no mbito da educa o escolar por meio da abordagem de temas para u
483. ressignificado O rigor do caminho sua precis o est mais pr ximo dos movimentos da vida ou da normatividade do vivo de que fala Canguilhem A precis o n o tomada como exatid o mas como compromisso e interesse como implica o na realidade como interven o N o se trata de romper ou desconsiderar o conhecimento institu do mas alinhav lo com a participa o intensa de todos os envolvidos considerando que os fios que comp em a rede nem sempre s o desvelados de inicio exigindo a leitura das entrelinhas no que est porvir nos dados ainda n o revelados por esse motivo o exerc cio do cart grafo envolve n o apenas acompanhar o processo mas habitar um territ rio investigativo antes n o habitado ainda conforme afirma KASTRUP 2009 p 56 Sempre que o cart grafo entra em campo h processos em curso A pesquisa de campo requer a habita o de um territ rio que em princ pio ele n o habita Nesta medida a cartografia se aproxima da pesquisa 47 Georges Canguilhem fil sofo e m dico franc s Especialista em epistemologia e hist ria da ci ncia Sua tese principal de que a vida n o pode ser deduzida a partir de leis f sico qu micas ou seja preciso partir do pr prio ser vivo para compreender a vida Fonte Enciclop dia On line Wikip dia Dispon vel em lt http www wikipedia org Georges Canguilhem gt Acessado em Dezembro 2013 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS etn
484. rgeracional educa o tem se a possibilidade de supera o de preconceitos e estere tipos fundados no desrespeito as diferen as As rela es m tuas entre uma gera o e outra s o reflexos de um contexto social e hist rico estabelecido por meio da transmiss o e socializa o de conhecimentos saberes e experi ncias de um sujeito ao outro Neste estudo foi proposto o di logo poss vel entre as concep es interculturais e as intergeracionais no contexto educacional EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Afirmando que este di logo poss vel na medida em que a ess ncia defendida tanto pelas concep es interculturais e intergeracionais para a educa o s o semelhantes ambas prop em a inter rela o entre indiv duos de diferentes culturas e isso implica em inter rela o de diferentes culturas Por meio deste pode se identificar a relev ncia que a tem tica confere as pesquisas educacionais e como a compreens o epistemol gica fundamental para a compreens o do contexto hist rico social e pol tico no qual se encontram inseridas Tamb m se observou o qu o importante a compreens o das concep es de homem mundo e sociedade para uma interven o consciente e cr tica nas propostas de interrela o entre indiv duos O respeito e a socializa o foram apontados como as principais formas de promover este conv vio entre indiv duos de diferentes culturas e gera es sendo estes vi
485. rma o inicial e continuada dos profissionais que atuam na Educa o Infantil de crian as de 0 a 5 anos de idade A eleva o da forma o de professores da educa o infantil em n vel superior permite nos esperar dos futuros professores um preparo profissional bem mais consistente alicer ado em uma s lida cultura pedag gica Para Pimenta 2006 Como podemos O desenvolvimento profissional envolve forma o inicial e cont nua articuladas a um processo de valoriza o identit ria e profissional dos professores Identidade que epistemol gica ou seja que reconhece a doc ncia como um campo de conhecimentos espec ficos configurados em quatro grandes conjuntos a saber conte dos das diversas reas do saber e do ensino ou seja das ci ncias humanas e naturais da cultura e das artes conte dos did ticos pedag gicos diretamente relacionados ao campo da pr tica profissional conte dos ligados explicita o do sentido da exist ncia humana individual sensibilidade pessoal e social E identidade que profissional Ou seja a doc ncia constitui um campo espec fico de interven o profissional na pr tica social n o qualquer um que pode ser professor p 41 notar a forma o de professores indiscutivelmente relevante quando pensamos em avan os e melhoria da Educa o Infantil No t pico quatro do segundo volume dos Par metros Nacionais de Qualidade para Educa o Infantil EPISTEMOL
486. rofessores conservadora e enciclop dica considerada como transmiss o de conhecimentos cient ficos e culturais de modo a dotar os professores de uma forma o especializada centrada principalmente no dom nio de conceitos e na estrutura disciplinar da mat ria que especialista GARCIA 1999 p 33 Pontuamos que a prepara o e a forma o tradicional para o exerc cio docente primam exclusivamente o dom nio do conte do e de habilidades aplicadas de formas reducionistas e descontextualizadas Percebemos que esse processo de forma o mantem uma rela o direta com o modelo paradigm tico conservador proposto por Descartes a partir do s culo XVIII na sua obra Discurso do M todo o qual desenvolveu e fortaleceu uma vis o assentada na racionaliza o nas verdades inquestion veis deterministas e fragmentadas Nessa perspectiva o conhecimento s considerado v lido se for passado por experi ncias que seguindo um m todo r gido que possa comprova lo cientificamente Nessa dire o a a o do professor pressup e a de um mero executor de tarefas necessitando de uma forma o que garanta transitar pedagogicamente pelo dom nio e operacionaliza o dos conte dos cientificamente validados Dessa forma Luckesi 1994 p 103 entende que Para ser professor no sistema de ensino escolar bastava tomar um certo conte do preparar se para apresenta lo ou dirigir o seu estudo ir para a sala de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O
487. rofiss o docente Acedemos assim ao pressuposto sobre o qual movimenta se esse trabalho onde as concep es epistemol gicas que norteiam a forma o de professores devem entrecruzar se com uma vis o de ci ncia que seja dialogicamente assentada na realidade na cultura e no ser humano nas suas m ltiplas dimens es Nessa perspectiva conv m ap s a agua ser fervida para o preparo do caf fazermos uma breve abordagem hist rica situando a racionalidade cient fica e as armadilhas presentes numa concep o que procura explicar o mundo e o ser humano dissociado de um contexto hist rico social pol tico e econ mico 2 1 O mundo moderno e suas transforma es A Europa entre os s culos XV e XVI entra em profunda crise acelerando um processo que j vinha se delineando ao longo da Idade M dia As transforma es econ micas pol ticas e as descobertas cient ficas suplantaram n o apenas o modelo feudal baseado em institui es fechadas hier rquicas e religiosas mas tamb m na tradi o filos fica existente at ent o De acordo com Santos 2010 o modelo de racionalidade que pertence ci ncia moderna constitui se a partir do s culo XVI ficando sob o dom nio das ci ncias naturais e posteriormente com alguns pren ncios no s culo XVIII e somente no s culo XIX se EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS estende as ci ncias sociais As formas de conhecimento e de se organizar em sociedade que
488. rogramada do tele EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e microensino e do sistema modular de ensino a principal fun o da escola Deste modo toda a organiza o da escola no que tange a grade curricular tempo planejamento cumprimento de hor rios entre outros indicadores constituem se em elementos de efic cia do funcionamento da escola Os pressupostos positivistas ainda est o presentes na maneira como a escola atual est organizada Conforme salienta Oliveira 2001 nas Tend ncias Reprodutivistas Pedagogia Tradicional Pedagogia Nova Pedagogia Tecnicista e Educa o Neoliberal os alunos devem se adaptar educa o e s o considerados incompletos em processo de forma o ou devem ser integrados ao mercado de trabalho O reconhecimento da crian a como sujeito e detentora de cultura e conhecimento n o leg timo Em rela o ao curr culo tem se a fragmenta o do saber em disciplinas como um dos aspectos mais marcantes no ensino fundamental de oito anos A pr pria express o grade curricular um indicativo do aprisionamento do conhecimento na sele o daquilo que a classe dominante considera importante bem como a considera o do conhecimento cient fico como nico e absoluto Na pr tica de ensino predomina a exposi o oral e o uso do quadro negro e de livro did tico como os principais meios de ensino Segundo Lib neo 1994 p 78 a atividade de ensinar vista comumente c
489. rr culo escolar Teia de saberes e pr ticas educativas da Ilha Grande A hist ria oral n o necessariamente um instrumento de mudan a isso depende do esp rito com que seja utilizada N o obstante a hist ria oral pode certamente ser um meio de transformar tanto o conte do quanto a finalidade da hist ria Pode ser utilizada para alterar o enfoque da pr pria hist ria e revelar novos campos de investiga o pode derrubar barreiras que existam entre professores e alunos entre gera es entre institui es educacionais e o mundo exterior e na produ o da hist ria seja em livros museus r dios ou cinema pode devolver s pessoas que fizeram e vivenciaram a hist ria um lugar fundamental mediante suas pr prias palavras THOMPSON 1992 p g 22 As hist rias contadas s o fios que nos vinculam a pessoas e lugares de ontem e de hoje interligando nos a uma teia tecida por cada um partes de um todo que impulsiona a percep o que somos um pouco dos outros seres e do mundo em que vivemos Segundo Bosi 1994 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS p 413 para localizar uma lembran a n o basta um fio de Ariadne preciso desenrolar fios de meadas diversas pois ela um ponto de encontro de v rios caminhos um ponto complexo de converg ncia dos muitos planos do nosso passado O contar ouvir as hist rias nos liga a uma rede de saberes que nos acompanha desde o nascimento como express o d
490. rta de sua Academia era N o entre aqui ningu m que n o seja ge metra Assim espera se que esta produ o tenha cooperado para compreens o da rela o filos fico matem tica existente na Gr cia antiga por ser esta civiliza o caracterizada pelo pensar e agir com forte preval ncia dos aspectos racionais e que contribuiu amplamente para o desenvolvimento da Ci ncia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias BOYER Carl Benjamim Hist ria da matem tica Tradu o de Elza F Go mide 2 ed S o Paulo Edgard Bl cher 1996 BICUDO Irineu Plat o e a Matem tica Letras cl ssicas n 2 p 301 315 1998 Dispon vel em wwyw revistas usp br letrasclassicas article downlo ad 51486 55550 Acesso em 03 12 2013 DEPIN gatha Cristine org O surgimento da filosofia e a evolu o dos mitos a import ncia da Escola J nica para a constru o da racionali dade X Sal o de Inicia o Cient fica PUC RS 2009 Dispon vel em www pucrs br Filosofia 71062 AGATHACRISTINEDEPINE pdf Acesso em 11 11 2013 FERNANDES Cl udia Alves JUNIOR Ricardo de Oliveira Fernandes A hist ria da Filosofia antiga e a forma o do pensamento ocidental UFJF Dispon vel em www ecsbdefesa com br defesa fts HFEAFPO pdf Acesso em 11 11 2013 LUNA Weidson do Amaral Uma Constru o da Geometria Anal tica a partir dos Teoremas de Tales e de Pit goras 76 p Disserta o Mestrado Profissional
491. rx e Weber Belo Horizonte Ed UFMG 1996 WOOD Ellen Meiksins Capitalist change and generational shift Monthly Review vol 50 n 5 1998 p 3 UM DESAFIO PARA A EDUCA O CONTEMPOR NEA O PENSAMENTO ECOLOGIZANTE DE EDGAR MORIN Ivone Caldas Carvalho Resumo O objetivo deste artigo demonstrar que a proposta de Edgar Morin para uma educa o do futuro viabiliza uma mudan a no ensino Focaliza se o pensamento ecologizante como uma solu o para reagrupar os saberes contextualizando os de forma que possam gerar uma reflex o sobre a condi o humana Metodologicamente faz se uma revis o bibliogr fica tomando como base de reflex o textos sobre a teoria da complexidade de Edgar Morin analisando com mais especificidade as obras A Cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensamento e Os sete saberes necess rio educa o Parte se do pressuposto de que historicamente o ensino tem negligenciado uma organiza o contextualizada e global dos saberes ao aluno o que o deixa inapto para articular e refletir sobre problemas e solu es da sua poca Isso porque est disseminado na educa o contempor nea o pensamento cientifico orientado pela l gica cartesiana Palavras chave Educa o Complexidade Pensamento Ecologizante Edgar Morin Introdu o Sempre em fun o de um futuro expandido v se hoje a educa o a servi o da raz o indolente que segundo Santos 2008 rege o sistema da pr
492. s essenciais reforma do ensino que pode limitar o egocentrismo e incentivar a constru o de um paradigma em prol da coletividade pois onde nossas a es se refletem importante ainda promover a percep o do outro em suas multidimens es promover o agir ao inv s do aprendizado da simples teoria favorecendo a capacidade de reformul la por meio da compreens o paralela a o Em entrevista ele explica um pouco seu pensamento e diz que a reforma mais ampla no ensino pode come ar a ser feita em cada sala de aula As pr prias tecnologias na escola podem ser utilizadas para ensinar a lidar com a fartura de informa es Ferrari 2008 destaca o fil sofo franc s Michel de Montaigne no s culo XVI que cunhou o termo cabe a bem feita e foi grande inspirador dos estudos desenvolvidos por Edgar Morin 2000 2007 2010 Montaigne orientou principalmente que a interioriza o de si mesmo o permitir se d vida para contato com outros costumes e pontos de vista s o 50 Entrevista Revista Nova Escola 2006 51 Entrevista Revista Linha Direta 2007 Dispon vel em lt http edgarmorin sescsp org br arquivo download arquivos pensamentocomplexo LD doc gt Acesso em 28 fev 2014 52 FERRARI M Michel de Montaigne o investigador de si mesmo In Revista Nova Escola S o Paulo out 2008 Dispon vel em lt http revistaescola abril com br historia pratica pedagogica investigador si mesmo 4
493. s no grupo ser amplamente compartilhado BENTES HAYASHY 2012 p 28 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Por todo o exposto importante relacionarmos a abordagem das RS ao universo da educa o escolar e mais precisamente ao mbito da escola inclusiva espa o este em que as explica es cren as e ideias s o produzidas no contexto das rela es interpessoais que se operam no processo de constru o da diferen a Se as diferen as s o constru das num sistema de representa es no qual encontramos diferentes discursos a fala dos atores educacionais com experi ncias pedag gicas com pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais nos permitir identificar a representa o da diferen a de capacidades dessas pessoas a partir de um imagin rio estabelecido pela conviv ncia com elas seja familiar social ou profissionalmente OLIVEIRA 2004 p 168 Portanto o que se prima hoje em termos democr ticos uma sociedade que aceite a todos os alunos respeitando suas diferen as individuais superando as pr ticas segregacionistas e assim oportunizando pr ticas inclusivas que valorizem cada educando Neste prisma esta proposta de educa o pauta se na ideia de uma educa o de boa qualidade para todos e com todos buscando se novas alternativas para que se possa remover as dificuldades de aprendizagem e para a participa o de todos os aprendizes no mbito escolar Nosso co
494. s que sustentam a filosofia de Castoriadis Em seguida faremos uma configura o hist rica da Educa o F sica na escola e a poss vel constru o de um novo modelo de ensino baseado na autonomia Palavras chave Educa o F sica Castoriadis Imagin rio Autonomia Introdu o Esse artigo foi constru do a partir dos conhecimentos adquiridos durante a disciplina Epistemologia e Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par Nessa disciplina tivemos a oportunidade de estudar os pensamentos epistemol gicos referentes modernidade e a contemporaneidade e suas rela es com a educa o 57 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o da UEPA graduada em Licenciatura Plena em Educa o F sica UEPA e Membro do Grupo de Pesquisa Hist ria da Educa o na Amaz nia GHEDA E mail elis aguiaaro yahoo com br EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS V rias foram as teorias e os te ricos estudados por exemplo o materialismo hist rico dial tico de Marx o pensamento complexo de Morin o pensamento p s abissal de Boaventura de Sousa Santos entre outros Dentre estes e outros pensamentos ser o Social hist rico de Cornelius Castoriadis o foco deste artigo O presente artigo trata de uma pesquisa bibliogr fica e tem como objetivo entender a partir da teoria Social hist rica como vem sendo constru do o ensino da Educa o F sica Escolar uti
495. s culturais e hist ricas dos indiv duos envolvidos na experi ncia FREIRE 1995 p 110 Compreender o di logo feito entre a escola e a cultura expressa na din mica de vida dos moradores da ilha nos incita a percorrer os EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS caminhos para os ensaios do contorno do mapa da Ilha Grande que nos mostrar os processos educativos atrav s das narrativas orais imersas nas pr ticas cotidianas dos Amaz nidas que ficam a margem da escola A pesquisa cartogr fica como possibilidade de discuss o do multiculturalismo cr tico no locus escolar O exerc cio da pesquisa cartogr fica envolve a transposi o do olhar para o entendimento de outras realidades que margeiam a escola constituindo se o fluxo constante dos fios que ligam a rede de saberes expressa nas vis es de mundo na pr tica social cotidiana nas hist rias de vida de cada grupo Nesse sentido segundo Andr 1995 p 17 uma caracter stica importante desse tipo de pesquisa a fundamenta o numa vis o hol stica dos fen menos isto que leva em conta todos os componentes de uma situa o em suas intera es e influ ncias rec procas A cartografia de saberes surge como um caminho metodol gico poss vel para legitimar conhecimentos que margeiam as institui es em especial a escolar O mapeamento tem os contornos desenhados sob o signo da multiplicidade a escola n o o centro os saberes que est o
496. s de Santos e a Educa o Matem tica 1 O Paradigma emergente Boaventura de Souza Santos doutor em sociologia do direito atrav s de seus estudos nos faz refletir a respeito de um paradigma emergente oposto ao paradigma dominante da ci ncia moderna Tinha se no paradigma dominante um modelo de racionalidade totalit ria que negava o car ter racional de todas as formas de conhecimento que n o se pautassem em seus princ pios epistemol gicos e em suas regras metodol gicas Em Santos 2009 o autor nos descreve como se desenvolve esse novo paradigma Eu falarei do paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente Sendo uma revolu o cient fica que ocorre numa sociedade ela pr pria revolucionada pela ci ncia o paradigma a emergir dela n o pode ser apenas um paradigma cient fico paradigma de um conhecimento prudente tem de EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS ser um paradigma social o paradigma de uma vida decente p 74 O autor nos mostra que o novo paradigma cientifico n o deve se pautar apenas na ci ncia mas tamb m deve dar conta de quest es sociais O autor parte das representa es inacabadas da modernidade para anunciar a configura o de um novo paradigma isso porque de acordo com o mesmo s a partir da modernidade poss vel transcender a modernidade Santos 2009 nos diz que o paradigma da ci ncia moderna admite duas formas principais de conhecimento o conheciment
497. s de autonomia em Castoriadis e Freire In Revista Cocar Universidade Estadual do Par v 2 n 4 Bel m EDUEPA 2008 APROFUNDANDO AS CONCEP ES CONCEITUAIS DE MARX SOBRE O TRABALHO ALGUNS PONTOS PARA DEBATE Marin s de Maria Ribeiro Rodrigues Resumo Este texto nasce da leitura do pensamento epistemol gico de Marx trabalhado na disciplina Epistemologia e Educa o ministrada pela Professora Ivanilde Apoluceno no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par As concep es desse autor oferecem bases epistemol gicas para an lise da categoria trabalho atrav s da reflex o sobre a nova configura o da classe trabalhadora da forma assumida pela divis o sexual do trabalho na sociedade contempor nea e do trabalho como princ pio educativo e humanizador Em conformidade com Marx pode se inferir que uma no o ampliada de classe trabalhadora hoje inclui todos aqueles e aquelas que vendem a sua for a de trabalho para o capital em troca de sal rio Portanto o conceito de trabalho se estrutura na rela o entre assalariamento e subordina o Evidencia se tamb m que a liga o indissoci vel entre opress o sexual e explora o econ mica permite reconceitualizar o trabalho que passa a comportar as duas dimens es rela es de classe e de sexo Consequentemente o trabalho como princ pio educativo e humanizador se constitui como o conte do e o m todo para a forma o do homem onilat
498. s de provocar essa aprendizagem e Este milieu e essas situa es devem incluir de forma intensa os saberes matem ticos envolvidos no processo de ensino aprendizagem EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Quanto educa o matem tica h uma influ ncia do aspecto epistemol gico na pr tica pedag gica chamada de cont gio epistemol gico PAIS 2001 sobretudo no que diz respeito rela o entre o professor o aluno e ao saber tratando se de um conflito que caracteriza a transforma o do conhecimento em saber nesta perspectiva que a seguir apresentamos a no o de situa o did tica A no o de situa o did tica Na vis o de Freitas 2012 p 80 o significado do saber matem tico escolar para o aluno fortemente influenciado pela forma did tica pela qual o conte do lhe apresentado e o envolvimento do aluno depender da estrutura o de aprendizagem atrav s de uma situa o did tica que existir sempre que houver uma inten o do professor de possibilitar ao aluno a aprendizagem de um determinado assunto Nas palavras de Brousseau 1986 uma situa o did tica Um conjunto de rela es estabelecidas explicitamente e ou implicitamente entre um aluno ou um grupo de alunos um meio eventualmente incluindo instrumentos ou objetos e um sistema educativo o professor com a finalidade da apropria o dos alunos de um saber constitu do ou em vias de constitui o BROUSSEA
499. s de tempo e hor rios definidos ao bater da campainha Com o novo modelo proposto com a implanta o do Ensino Fundamental de Nove Anos prop em se abordagens com projetos e temas geradores o que favorece o tratamento diferente daquele inerente aos do hor rio de aula Duran 2012 ao analisar a inclus o da crian a de seis anos no ensino fundamental afirma que Trata se sim de uma nova concep o e de uma nova estrutura de organiza o dos conte dos que rompe com antigas representa es de Educa o Infantil e Ensino Fundamental e que p e nfase no brincar poss vel dizer que a antecipa o do acesso ao ensino fundamental pode contribuir para uma mudan a na estrutura e na cultura da escola Ou seja a antecipa o do acesso ao ensino fundamental obrigat rio pode levar a uma escolariza o mais construtiva contribuindo com uma mudan a na EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS estrutura da escola associada a uma maneira nova de gerir o ensino Pensar a escola fundamental de nove anos j significa estabelecer uma ruptura com as formas tradicionais de organiza o da escola j significa alterar a estrutura da escola pois isto implica trazer tona a dicotomia entre o ensino fundamental e a educa o infantil 2012 p 115 Consolidar uma nova estrutura organizacional no espa o da escola um desafio que perpassa por diversas quest es entre as quais est o o espa o o curr culo e o tempo Assim c
500. s do conhecimento cient fico social Ressaltamos o pensamento de Japiassu 1983 que dialoga com as ideias de Boaventura ao explicitar que todo conhecimento uma resposta a uma determinada quest o p 166 Ao explicitar a crise que as ci ncias humanas passaram e o momento de reconstru o a qual est passando o autor frisa um tra o marcante dessa situa o A reconcilia o anunciada das rela es entre as ci ncias naturais as humanas e a filosofia alvissareiro o papel das humanas nesse di logo ecum nico e nesse processo geral de pacifica o O veto positivista dessas disciplinas filosofia foi levantando e em seu lugar instaurada uma promissora rela o de interfecunda o Posi es diversas convergem para certas linhas de for a que EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS se destaca a aten o que vem sendo dada parte expl cita e refletida da a o e supera o da velha dicotomia entre explicar e compreender Na sequ ncia da sua caracteriza o do paradigma emergente o mesmo defende a tese de que todo o conhecimento autoconhecimento A distin o travada pela ci ncia moderna entre sujeito objeto nunca foi t o pac fica nas ci ncias sociais quanto nas ci ncias naturais para isso o autor refor a que o maior atraso das primeiras em rela o s segundas partes do distanciamento do pr prio objeto de estudo que s o os homens e as mulheres os quais pesquisavam Para Boaven
501. s dominantes Consideramos que esta quest o deva ser problematizada j que professores e professoras tamb m n o deixam de ser oprimidos as por um sistema maior No entanto possuem poder subjetivo e coleti vo para transgredir a ordem vigente e se libertar das amarras do poder ideol gico que incessantemente invade e domina o Outro e construir uma educa o cr tica e libertadora Educa o intercultural cr tica Desenvolver uma pr tica baseada na participa o permanente dos educandos aliando a disciplina com o contexto vivenciado por eles caracteriza se em uma educa o cr tica Para Sh r 1987 esse tipo de educa o est na forma de aproximar o saber cotidiano do sujeito com o saber escolar relacionar o conte do com a realidade A educa o n o requer apenas mudan as t cnicas relacionadas a m todos mas sim o estabelecimento de uma realidade diferente com o conhecimento e com a sociedade FREIRE 1987 p 48 Nesse sentido destaca Walsh 2009 p 24 assinalar a necessidade de visibilizar enfrentar e transformar as estruturas e institui es que diferencialmente posicionam grupos pr ticas e pensamentos dentro de uma ordem e l gica que ao mesmo tempo e ainda racial moderno ocidental e colonial Uma ordem em que todos fomos de uma maneira ou de outra participantes Torna se indispens vel o exerc cio de estimular capacidades que possam favorecer a constru o de pessoas menos competitivas
502. s e tradicionais na sociedade da hegemonia de uma classe social sobre a outra definia e caracterizada as sociedades civil e pol tica mostrava os conceitos de guerra de movimentos luta e guerra de oposi o guerra de trincheira ideol gica o modelo de ser humano que a escola unit ria pretendia formar esclarecia o verdadeiro papel dos partidos pol ticos na educa o dos futuros dirigentes sociais bem como segundo Manacorda 2008 criticava a escola tradicional italiana e a descontinuidade do ensino proporcionada por esta criticava a sociedade italiana e os modelos de comportamento americano americanismo e de produ o capitalista fordismo propunha um novo modelo de educa o e escola embasado no modelo escolar sovi tico etc Tais conte dos geraram a teoria social e os conceitos gramscianos dos quais abordaremos alguns no decorrer deste artigo Teoria social e conceitos gramscianos Os conte dos tratados por Gramsci nas cartas e cadernos de c rcere geraram in meros conceitos que passaram a compor sua teoria social esses conceitos serviam tanto para explicitar os mecanismos de funcionamento da sociedade capitalista como tamb m para explicar a forma o de uma nova sociedade a sociedade socialista onde existiriam outros tipos de rela es sociais e de produ o Para que possamos compreender a teoria social gramsciana se faz necess rio explicitar seus fundamentos te ricos embasados no materialismo EPISTEMOLOGIA E
503. s fundamentos epistemol gicos gramscianos objetivando compreender o processo de forma o da sociedade capitalista e as bases de constitui o das rela es sociais de poder bem como reconhecer a atualidade do pensamento de Gramsci para a compreens o do Estado nos dias atuais e das rela es que se d o no interior da escola e da sociedade Enfim este estudo de pesquisa possui extrema relev ncia acad mica porque nos proporciona conhecer uma teoria cient fico social que ajuda a exercitar nossa capacidade cr tica bem como nos faz compreender o passado e o presente do capitalismo fortalecendo ainda mais nossa criticidade para que possamos desvendar os seus mecanismos de sua produ o e reprodu o numa tentativa de promover a transforma o social por meio da conscientiza o e busca de novas formas para efetuar a referida transforma o Contexto hist rico vida e obras Ant nio Gramsci nasceu em 22 de janeiro de 1891 em Ales na Sardenha Sul da It lia em uma fam lia pobre camponeses e numerosa era o quarto filho de Francesco Gramsci e Giuseppina Marcias concorreu e ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Turim na qual em 1911 fez o curso letras tornou se jornalista cr tico liter rio fil sofo cientista pol tico e participou ativamente da luta dos trabalhadores italianos contra o fascismo Em 1913 tornou se militante do partido socialista italiano e fez oposi o a 1 Guerra Mundial criticando a trans
504. s no Programa de P s gradua o em Educa o tem sido uma iniciativa da disciplina Epistemologia e Educa o que tem incentivado a produ o do conhecimento cient fico possibilitado aos alunos a refletirem sobre diferentes tem ticas no campo educacional e publicarem suas produ es da disciplina Este livro Epistemologia e Educa o Teorias e Pr ticas nasce dessa disciplina Est composto de 24 artigos oriundos de pesquisas de cunho educacional produzido por mestrandos em educa o da Universidade do Estado do Par UEPA no qual se privilegia o debate de quest es como Imagin rios na Reconstru o de Identidades de Professoras Migrantes Ilca Pena Baia Sarraf Rela es entre o Paradigma Emergente e a Educa o Matem tica T ssia Cristina da Silva Pinheiro O Materialismo Hist rico Dial tico como uma postura um m todo e uma pr xis na pesquisa em Educa o Marcos Renan Freitas de Oliveira Representa es Sociais de professores Bil ngues sobre o processo de inclus o escolar de educandos Surdos Ivanilde Apoluceno de Oliveira e Waldma Ma ra Menezes de Oliveira A hiperespecializa o e seus reflexos na Educa o Hugo Carlos Machado da Silva Pr ticas Educativas aut nomas na Educa o Escolar Gicele Holanda da Silva Pinto Aprofundando as concep es conceituais de Marx sobre o trabalho alguns pontos para debate Marin s de Maria Ribeiro Rodrigues Um desafio para a Educa o Contempor nea o pe
505. s os discursos docentes por meio da quest o como voc se sente em rela o ao trabalho com surdos Me sinto mais um na multid o mas um que vai mudar essa hist ria Eu acho que deveria ter um trabalho mais em conjunto mas devido ao tempo cada um na verdade est programando a sua atividade por si s Na verdade n o est tendo essa comunica o entre os tr s AEE professor da sala regular professor itinerante Na verdade h uma quebra e isso tamb m quebra o trabalho Fica dif cil Professora do AEE entrevista realizada em 25 11 2013 Me sinto assim incapacitado com vergonha de mim mesmo de n o saber trabalhar de uma forma assim que eu possa repassar os meus conhecimentos pra eles Eu n o sei se eles est o assimilando alguma coisa que eu to ensinando Professor do ensino regular entrevista realizada em 26 11 2013 Representa es Sociais sobre o AEE Ancoragem Objetiva o Isolamento Vergonha Incapacidade Aus ncia de atividades coletivas Aus ncia de comunica o entre AEE e ensino regular Sentimentos de que n o conseguem ensinar o aluno surdo Fonte elabora o pr pria 2014 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Os depoimentos assinalam que o profissional do AFE sente se sozinho uma vez que n o h uma articula o entre o AEE e o Ensino Regular por m mesmo com tantas dificuldades existe a vontade de transformar esta realidade Neste sentido o pr
506. saber para ser desvendado n o deve ser separado de seu contexto em partes como costume do pensamento determinista e reducionista ele prop e o princ pio do conhecimento pertinentequevisacontextualizartodo saber para que possafazer sentido Nesse olhar em rela o educa o do futuro a transdisciplinaridade seria a solu o na qual as disciplinas trabalhariam em un ssono e de modo organizado determinado assunto envolvendo todos os seus aspectos multidimensionais Dessa maneira uma aula sobre Amaz nia com toda a sua multidimensionalidade biol gica sociol gica econ mica mitol gica e hist rica envolveria esses aspectos observados pela Geografia pela Hist ria pela Biologia pela Ecologia pela Educa o Ambiental e muito mais disciplinas que pudessem contextualizar o ser humano e os diferentes saberes cient ficos e culturais criados por ele como forma de representa es de si naquele espa o geogr fico Teria mais condi es EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS de fazer as rela es de reciprocidade entre ele e o meio ambiente e vice versa posicionando se como parte desse todo ecossistema Assim ele desenvolveria um conhecimento pertinente sua condi o humana pertencente quele l cus Para isso no ensino a intelig ncia geral deve ser estimulada no aluno pois se trata da capacidade que desenvolve a compreens o de problemas de alta complexidade e a solu o dos mesmos Por meio do ex
507. sar as rela es que se estabelecem entre a educa o e a produ o da vida preciso ter como referencial de an lise e de interven o as concep es marxianas que recuperam a dimens o do trabalho como central compreendendo que a educa o s pode ser pensada em condi es materiais concretas Para Manacorda 1991 Marx pensa o trabalho numa dimens o pedag gica e isso est expl cito no Manifesto do Partido Comunista obra que escreveu com Engels na qual prop e instru o a todas as crian as assim que possam prescindir dos cuidados maternos em institutos nacionais e as expensas da na o p 16 Com esta proposta Marx est reivindicando um ensino universal e gratuito ou seja uma forma socialista de vida infantil atrav s da uni o entre instru o e trabalho e importante observar que nesta proposta est contido o objetivo maior do pensamento marxista que garantir a exist ncia do proletariado pois quando Marx e Engels associam ensino e trabalho o fazem de forma universal ou seja a todas as crian as Essa proposta tem tamb m um cunho emancipador pois atrav s dessa uni o as crian as poder o desenvolver a polival ncia no trabalho isto poder o se alternar de um ramo a outro da produ o fundamentadas por atitudes onilaterais que implicam na constru o de um homem total completo em todos os sentidos das for as produtivas das necessidades de sua satisfa o Esse homem para Marx
508. scr dito por parte de algumas professoras s o vis veis em seu depoimento Percebi que algumas colegas como a Y e a Z talvez por desconhecimento da Lei ficaram com um certo ci me do cargo que antes era da amiga C lia Rosa Eu entendo claro porque elas gostariam que estivesse nas EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS m os da C lia Gra a Wilma Dilma C lia moravam na rep blica das professoras Eu era desconhecida para elas al m do mais era do espa o rural de Breves mas com o tempo e a nossa voca o de educadora fomos nos aproximando e nos entendendo porque a miss o era rdua e nos aproximava cada dia Depois foram chegando outras professoras como Rosiete F tima Luiza Socorro Mendon a Entrevista realizada em 10 12 2013 A narrativa aponta que as rela es entre as professoras nem sempre eram comuns e amig veis existiam os grupos os interesses as rela es de poder e como bem enfatiza Castoriadis um imagin rio que orientava a vida e o trabalho Nesse sentido vale a pena lembrar o autor o imagin rio seria a solu o fantasiosa das contradi es reais CASTORIADIS 1982 p 161 Na vis o da professora Rosiete sem deixar de considerar que viveu e construiu bonitas amizades com as companheiras o que mais marcou em seu imagin rio como contradi es reais de uma vivencia harmoniosa o que vai relatar Aqui eu chorei muitas vezes eu fui muito exclu da por chegar depois
509. se torna essencial nesse debate perceber os desdobramentos que essa investida implicou sobre o pensamento cient fico A modernidade se mostra como um tempo de rupturas pol ticas econ micas religiosas cient ficas e sobretudo culturais A empresa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS colonial desenvolveu o uso de t cnicas mar timas associadas a outras descobertas naquele tempo como as de cunho geogr fico que aos poucos foram rompendo com o pensamento medieval por exemplo de que a terra era plana que havia monstros marinhos seres mitol gicos No campo da Astrologia Cop rnico e a teoria helioc ntrica o trabalho de Johannes Kepler e a observa o dos astros s o pren ncios de um novo tempo para a ci ncia As descobertas al m mar provocaram uma acentuada ruptura sobre as verdades antes aceitas explicadas em grande parte pelo mito e religi o Essa experi ncia enaltece a figura do ser humano como ser de transforma es de conquistas que racionaliza sobre seus achados A extrema valoriza o da capacidade da raz o humana para conhecer e transformar a realidade a confian a numa ci ncia ativa ou pr tica em oposi o ao saber contemplativo uma das caracter sticas principais do chamado Humanismo desenvolvido durante a renascen a CHAU 1990 p 62 Como se pode notar o caminho contado pela hist ria da constru o do conhecimento e como ele transforma a esfera mental do homem em seu
510. seus membros s o presos dentre esses Gramsci que por ordem de Mussolini permaneceu preso durante quase 11 anos Em 1927 como nos esclarece Melo 2012 foi julgado e condenado por um Tribunal Especial Militar acusado de compl contra a seguran a nacional instiga o guerra civil apologia ao crime etc Foi na pris o que Gramsci escreveu suas maiores e melhores produ es denominadas de cartas para familiares e Cadernos do C rcere manuscritos dos quais a irm de sua esposa era portadora sua fam lia e aos companheiros de partido Em 1931 contraiu tuberculose que se agravou com o tempo em fase terminal da doen a foi libertado pelos fascistas e ap s 03 tr s dias de sua soltura sofreu um derrame cerebral e faleceu em 27 de abril de 1937 aos 46 anos de idade em Roma na It lia EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS As Principais Obras produzidas por Gramsci est o organizadas em dois per odos o primeiro denominado de per odo pr c rcere no qual suas obras compreendem Ensaios sobre Literatura e Teoria pol tica publicados em jornais oper rios e socialistas o segundo per odo chamado de per odo de c rcere compreende duas obras As Cartas do C rcere escritas para parentes e amigos e posteriormente reunidas para publica o que segundo Melo 2012 somam mais de 500 cartas e os 32 Cadernos do C rcere O conte do das cartas e cadernos de c rcere tratava sobre a fun o dos intelectuais org nico
511. sforma e transformado pelo sujeito SANTOS 2012 necess rio o aluno surdo saber para que serve ler e escrever Com o objetivo de al ar novos voos no atendimento de crian as surdas em todo o Estado este estudo pretende identificar atrav s da EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS pesquisa de campo e documental como est sendo desenvolvido pela comunidade escolar do IFS o novo conceito de trabalhar a surdez por meio do multiletramento A metodologia utilizada inicialmente na pesquisa foi a de observa es dos integrantes da comunidade escolar com registro em di rio de campo e algumas entrevistas in loco para tanto importante definir o l cus da pesquisa O Instituto Felipe Smaldone IFS uma entidade filantr pica fundada e mantida pela Congrega o das Irm s Salesianas dos Sagrados Cora es especializada no atendimento s crian as com defici ncia auditiva severa e profunda O Instituto que j trabalha com crian as e jovens surdos h 40 anos oferece atendimento educacional popula o da cidade de Bel m e munic pios vizinhos A leitura multicultural de Paulo Freire A quest o da diferen a cultural j estava presente nos movimentos de grupos sociais exclu dos por fatores tnicos como os ind genas e os afro descendentes bem como j vinha sendo problematizada pelos movimentos de educa o popular sendo Paulo Freire uma das principais refer ncias OLIVEIRA 2011 No Brasil a
512. simplesmente uma palavra mais delicada para designar a exist ncia de um apartheid educacional APPLE 2000 p 74 Entretanto h um caminho cr tico desta l gica que necess rio percorrer se no mbito da escola Cultura da escola e cultura escolar Para Candau 2008 as vertentes cultura escolar e cultura da escola precisam ser problematizadas para que se possa romper com a tend n cia homogeneizadora e monocultural da educa o tendo em vista a constru o de pr ticas educativas em que as diferen as sejam dialeti camente inclu das e se fa am cada vez mais presentes pois as quest es culturais n o podem ser ignoradas pelos educadores e educadoras sob o risco de que a escola cada vez se distancie mais dos universos simb licos p 16 Conforme a mesma autora cultura escolar aquela que refor a a homogeneiza o e nega as diferen as reproduzindo a ideia de que to dos os sujeitos s o iguais No tocante a cultura da escola esta compre ende o cotidiano do ensino que envolve a articula o com o contexto hist rico cultural e social al m da pr pria cultura escolar A quest o da subjetividade tamb m parte desse processo Brand o 2002 entende que o educando necessita ver nas coisas e na pr pria escola um significado e o educador necessita encar la como um espa o h brido para que se possa fomentar uma articula o pol tica que inclua a comunidade Candau 2008 assinala que a cultura da esc
513. smo as leis gerais e a raz o fechada eram requisitos de valida o e independ ncia das Ci ncias Naturais que por anos controlaram as premissas do que era ci ncia Entretanto as Ci ncias EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Humanas lidam com a complexidade dos fen menos humanos impossibilitando concep es simplificadas por meio de leis e princ pios simples Morin 2000 p 177 elucida que a ambi o da complexidade prestar contas das articula es despeda adas pelos cortes entre disciplinas entre categorias cognitivas e entre tipos de conhecimento De fato a aspira o complexidade tende para o conhecimento multidimensional Ela n o quer dar todas as informa es sobre um fen meno estudado mas respeitar suas diversas dimens es Morin 2000 p 166 continua ao citar o termo anarquismo epistemol gico cunhado por Feyerabend que diz que teoria alguma possui o privil gio da verdade sobre as outras nenhuma funciona mais ou menos e sua concorr ncia a nica condi o do progresso cient fico Este conceito abre caminho para o que Morin 2000 defende como raz o aberta que incorre na raz o enquanto fen meno evolutivo o qual se fundamenta nas vis es epistemol gicas de Kuhn Popper e Escola de Frankfurt apud MORIN 2000 v rias revolu es desracionalizantes provocam nova racionaliza o cada uma na hist ria das ci ncias poss vel provar a falsidade de uma t
514. so educativo O princ pio norteador sobre o pensar e fazer de professores deve guiar se e repousar nos questionamentos epistemol gicos da realidade e ao mesmo tempo do imagin rio e do simb lico Tudo o que se nos apresenta no mundo social hist rico est indissociavelmente entrela ado com o simb lico N o que se esgote nele Os atos reais individuais ou coletivos o trabalho o consumo a guerra o amor a natalidade os inumer veis produtos materiais sem os quais nenhuma sociedade poderia viver um s momento n o s o nem sempre n o diretamente s mbolos Mas uns e outros s o imposs veis fora de uma rede simb lica CASTORIADIS 1982 p 142 Continuando essa tentativa de relacionar o pensamento de Boaventura ao processo de forma o inicial apresentamos a ltima caracter stica do pensamento emergente que todo o conhecimento cient fico visa constituir se em senso comum Nessa linha o autor nos convida a perceber e entender que mesmo o conhecimento do senso comum sendo mistificado mistificador possuidor de uma dimens o ut pica e libertadora que pode ser ampliada atrav s do di logo como o conhecimento cient fico Apreciamos o movimento dial tico que Boaventura incorpora ao refletir que a pr pria superficialidade do senso comum o faz ser um ex mio captador das rela es conscientes entre as pessoas e as coisas em profundidade Assim temos a alternativa de trilharmos por um processo formativo que seja
515. speito da presen a feminina no Brasil ainda s o considerados muito restritos refletindo a exclus o do sexo feminino no mundo social e do trabalho mesmo sendo elas determinantes nos rumos tomados pela profiss o Nesse sentido se a car ncia desses estudos denunciada por Almeida j vem sendo enfrentada com novas investiga es no mundo amaz nico essa tem tica voltada para compreender o movimento trilhado por professoras migrantes est por ser constru do Em levantamento no Banco de Disserta es e Teses do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Par acerca do tema professoras migrantes ou eixos que articulem Educa o Mulher Mem ria Forma o voltadas para as quest es de hist ria de vida identidade pessoal e forma o docente n o localizei nenhum trabalho com nfase mais espec fica sobre professoras migrantes A car ncia de estudos tamb m foi constatada no acervo de disserta es defendidas no Programa de P s Gradua o em Educa o 5 Apresentei ao Programa de P s Gradua o em Educa o UEPA para a sele o do mestrado a propostas de projeto Professoras Migrantes Forma o Docente na Constru o de Identidades 6 Justifico a escolha deste recorte temporal pelo fato de ser a partir de 2010 que as professoras come aram a solicitar aposentadoria EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS da Universidade do Estado do Par At o momento identi
516. ss vel na medida em que o respeito s diferen as seja priorizado No espa o escolar poss vel a conviv ncia entre gera es com diferentes concep es de mundo cultura e sociedade S o conhecimentos e experi ncias transmitidos e socializados uns com os outros mutuamente Segundo Mannheim 1990 apud TOMIZAKI 2010 p 341 o essencial em todo processo de transmiss o que a nova gera o cresce imersa em comportamentos sentimentos e atitudes herdadas Afirma ainda que Essa heran a ser transmitida para a nova gera o em um processo de m o dupla n o somente o professor que educa o aluno mas tamb m o aluno educa o professor As gera es se influenciam mutuamente Vale destacar ainda que o autor estabelece uma n tida diferen a entre o que aprendido por meio da instru o ou ensino e toda uma gama de conte dos e atitudes transmitidos e herdados de modo inconsciente que seriam os mais importantes para o fen meno geracional Assim a coes o das unidades geracionais pode ser entendida como o resultado da socializa o MANNHEIM 1990 apud TOMIZAKI 2010 p 341 Sendo assim corrobora se com G mez 1994 2001 apud CANDAU 2008 quando aponta a escola como ambiente de cruzamento de culturas Esta tida como diferenciada de outros EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS espa os de socializa o devido sua responsabilidade espec fica que lhe confere identidade e
517. ssertiva na pr xis que o homem precisa povoar a verdade isto a realidade e a for a a terrenalidade o seu pensamento Os fil sofos se limitaram a interpretar o mundo do que se trata e de transform lo Isto significa dizer que a pr tica o principal crit rio de verdade e o ser humano atrav s do conhecimento tem a possibilidade de transformar a realidade a favor determinado objetivo que em Marx a transforma o radical do modo de produ o capitalista para outro qualitativamente superior Para a teoria marxista a luta de classes tem um papel central na derrubada do atual sistema de produ o e na edifica o de uma nova sociedade pois considera a a o humana e o papel de sujeitos hist ricos no processo de transforma o social MINAYO 2000 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Andery 2007 comenta que o conhecimento cientifico adquire nos pressupostos marxistas uma ferramenta elementar a servi o da compreens o do mundo na busca de sua transforma o que deve estar em favor daqueles que s o os produtores reais da riqueza do homem ou seja os trabalhadores nos dizeres de Marx o proletariado que por condi o hist rica est o em antagonismo com dono do capital a pequena burguesia Nessa perspectiva que Frigotto 20104 p 79 apresenta o enfoque materialista hist rico dial tico na pesquisa educacional pois explica o autor A dial tica materialista historicamente enquanto uma
518. ssidade de constru o e compreens o do processo formativo aliado a um posicionamento epistemol gico nos orienta a trilhar caminhos que se revelam incertos mas sobretudo potencialmente criativos e expressivos de autonomia e possibilidades Nesse sentido as reflex es aqui descritas n o tiveram a pretens o de esgotamento da tem tica mas de provoca o e tentativa de buscar as rela es entre o pensamento de Boaventura e a forma o inicial de professores EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias ALMEIDA Maria de Lourdes Pinto MENDES Vitor Hugo Educa o e ra cionalidade quest es de ontologia e m todo em educa o Campinas SP Mercado de Letras 2009 BACHELARD Gaston A forma o do esp rito cient fico contribui o para uma psican lise do conhecimento Rio de Janeiro Contraponto 1996 CASTORIADIS Cornelius A Institui o imagin ria da sociedade Trad Guy Reynaud Rio de Janeiro Paz e Terra 1982 ENS Romilda Teodora BEHRENS Marilda Aparecida Ser professor forma o e os desafios da doc ncia Curitiba Champagnat 2011 Discutindo a educa o na dimens o da pr xis Curitiba Champag nat 2007 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia saberes necess rios pr tica Rio de Janeiro Paz e Terra 1995 Pedagogia do oprimido 46 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2005 IBERN N Forma o permanente do professorado novas tend ncias S o Paulo Cortez 2009 J
519. st rico dial tico na pesquisa educacional apresenta pressupostos ontol gicos e epistemol gicos desta teoria do conhecimento como uma postura um m todo e uma pr xis unificada em dimens es da mesma unidade Uma postura Para Lowi 2007 p 99 o marxismo foi pioneiro em desmascarar as ideologias de classe por detr s do discurso neutro e objetivo dos economistas pol ticos sociais Assim Marx nos seus estudos apresenta nos elementos concretos para afirma que a ci ncia travada no interior da produ o capitalista e n o pode ser separada da hist ria da luta de classes portanto ela essencialmente hist rica e pol tica Assim indiscut vel que desde ent o se constitui uma nova vis o uma alternativa para produ o do conhecimento cient fico ANDERY 2007 p 402 Nessa perspectiva temos total acordo com a cr tica que teoria marxista faz a correntes filos ficas que se dizem neutras pois quaisquer que sejam os elementos estruturantes da pesquisa estar o fundados numa postura essencialmente pol tica e constitu da de uma compreens o sobre a realidade objetiva pois Um pressuposto fundamental quando nos propomos ao debate te rico entendemos deva ser que as nossas escolhas te ricas n o se justificam nelas mesmas Por tr s das disputas te ricas que se travam no espa o acad mico situa se um embate mais fundamental de car ter tico pol tico que diz respeito ao papel da teoria na compreens
520. st rico social como o mundo hist rico o mundo do fazer humano Esse fazer est sempre em rela o com o saber mas esta rela o precisa ser EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS elucidada Nesse prisma podemos afirmar que o hist rico social realizado mediante a rela o de ensino aprendizagem e constru o de saberes entre as pessoas E a constru o da autonomia depender de como seja incentivado as ideias os estudos e principalmente as a es que possibilitem evolu es Para o autor a hist ria da sociedade feita por a es constru das desejos reprimidos lutas vencidas guerras perdidas e ideais compartilhados que exprimem um fazer que est relacionado a um saber A humanidade faz a sua hist ria que embasa futuras gera es a recri la por m imprescind vel que essa capacidade de recria o seja estimulada atrav s de uma pr xis reflexiva e aut noma Chamamos de pr xis este fazer no qual o outro ou os outros s o visados como seres aut nomos e considerados como o agente essencial do desenvolvimento de sua pr pria autonomia CASTORIADIS 1982 p 94 Podemos compreender que a pr xis precede a um saber sendo este constru do mediante uma sociedade social hist rica que reflete saberes viv ncias e um imagin rio que pode libertar o indiv duo assim como pode conduzi lo a uma pseudoautonomia A educa o despertada para a troca de experi ncias entre seus pares
521. stos a uma cultura diferente da sua E de maneira similar a solidariedade se configura como estado de saber em oposi o ao colonialismo procurando devolver a esses povos a sua voz que foi calada Diante desses aspectos poss vel perceber as rela es existentes entre a educa o matem tica e o paradigma emergente visto que tenta romper com os ideais de conhecimento nico da ci ncia moderna Aceita se hoje que os alunos n o s o caixas vazias que podem ser preenchidas com o conhecimento formatado perfeitamente todos trazem consigo uma hist ria de vida que deve ser levada em considera o no processo ensino aprendizagem not rio que um longo caminho ainda deve ser percorrido para que se cheguemos a um referencial cient fico que transforme o conhecimento em senso comum e esteja dispon vel para todos mas os primeiros passos j foram dados e com o reconhecimento de que uma atitude deve ser tomada n o h como retroceder assim cabe a n s pesquisadores transpor os obst culos e trilhar esse caminho rumo ao novo paradigma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Refer ncias Araujo Renato Srbek Movimento da Matem tica Moderna o reconheci mento de seus resqu cios na educa o atual 2009 Disserta o Mestrado Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Educa o Alves Eva M S A Ludicidade e o Ensino de Matem tica Ed Papirus Cam pinas 2001 BARBOSA Jonei C Modelagem na edu
522. strado da Universidade do Estado do Par em especial no interior da disciplina Epistemologia e Educa o ministrada pela Profa Dr Ivanilde Apoluceno de Oliveira 9 Mestrando do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Membro do Grupo de Pesquisa Ressignificar Forma o de Professores e Pr tica Pedag gica E mail marcosrenanef d yahoo com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS As discuss es durante a disciplina nos fizeram refletir sobre as correntes filos ficas que sustentam a constru o do conhecimento ao longo da hist ria e como estas se desencadeavam na pesquisa em educa o E refletir tamb m a problem tica apontada por Trivihos 1997 p 15 sobre a indisciplina te rica na pesquisa em educa o que uma aus ncia de coer ncia entre os suportes te ricos que presumivelmente nos orientam e a pr tica social que realizamos Segundo o autor esta problem tica gera uma confus o entre correntes filos ficas e faz das pesquisas um conjunto de ideias sem coer ncia interna Como proposi o para tal assertiva o autor sugere ao pesquisador a apropria o de qualquer ideia sua concep o de mundo em primeiro lugar e em seguida inserir essa no o no quadro te rico espec fico que lhe ser servir de apoio para o estudo dos fen menos sociais TRIVINOS 1997 p 13 Sobre o assunto Frigotto 2010a adverte que um dos maiores desafios
523. sur uma guerreira Ser professor de surdos um desafio Fonte elabora o pr pria Para os professores Enfrentamento das in meras dos ser dificuldades Ter de trabalhar por desejos de mudan as Trabalho como a o complexa 2014 o trabalho no AEE acontece de forma isolada em que a articula o entre o AEE a dire o escolar e a coordena o pedag gica acontecem em poucos momentos As atividades com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS alunos surdos s o desafiadoras pois precisam ser diferentes em termos pedag gicos e assim tornam se complexas para o docente A composi o das falas dos docentes nos permite apontar que ser professor de surdos algo desafiador devido s dificuldades que os docentes encontram cotidianamente em suas pr ticas educativas com os alunos surdos Conforme Jesus 2006 ao retratar sobre as a es docentes no contexto da educa o inclusiva a referida autora diz que os professores no meio de seus medos d vidas ansiedades disponibilidades acolhimentos e possibilidades assumem os alunos em suas salas de aulas S o as pr ticas pedag gicas a desenvolvidas que podem contribuir ou n o para a aquisi o do conhecimento p 97 Assim inferimos que as dificuldades presentes no trabalho com surdos fazem com que os professores sejam persistentes buscando muitas vezes mesmo com pouco apoio institucional ou mesmo aus n
524. surdos produza resultados significativos Primeiramente pontuamos o fator tempo que muito influencia no desenvolvimento das atividades docentes e que segundo a afirma o da professora do AEE h um excesso de atividades extensivas que n o correspondem ao tempo que os docentes possuem para execut las Infere se que o professor necessita organizar seu tempo e suas atividades priorizando aquelas mais significativas no processo ensino EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS aprendizagem com os discentes surdos De acordo com Bentes Hayashy 2012 o educador precisa ter um objetivo de ensino certo conhecimento dos instrumentos seguir normas estabelecidas ter diversas habilidades pessoais p 172 E desta forma reorganizar determinadas metodologias para ensinar no intuito de promover de maneira significativa o aprendizado do aluno surdo E no entender do professor do ensino regular nos remetemos ideia de que o AEE deve ser um trabalho que necessita envolver todos os agentes que comp em a institui o escolar inclusive com os professores regentes das turmas regulares e os professores itinerantes Conforme a fala do entrevistado percebe se que h uma esp cie de transfer ncia da responsabilidade de ensinar o aluno para o professor itinerante quando na verdade a responsabilidade de todos os envolvidos no processo O AEE como proposta de trabalho da escola inclusiva vem se tornando um trabalho n o satis
525. t ria EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS come ou com a sua vinda Estas afirma es s o falsas s o mentirosas Eram afirma es necess rias pr tica espoliadora que exerciam sobre n s Para prolongar ao m ximo a nossa explora o econ mica eles precisavam tentar a destrui o da nossa identidade cultural a nossa Hist ria p 75 Buscamos aqui estabelecer um par metro entre o pensamento de Dussel e de Freire que conviveram no mesmo tempo hist rico e seus estudos est o em conson ncia contribuindo para consolida o de uma filosofia da liberta o Conceitos como opress o exclus o e liberta o est o presentes nos estudos destes dois filos fos Isso demonstra a grande inquieta o existente de atrav s da reflex o e da a o transformar o modo de pensar de viver e de se posicionar das pessoas Nessa din mica a educa o como mecanismo social se faz fundamental Para tanto pr ticas educativas que tragam discuss es no sentido de problematizar as condi es sociais hist ricas e pol ticas dos individuos s o determinantes para as transforma es que o mundo necessita FREIRE 1987 Precisamos com urg ncia reafirmar nossa cultura e nossa hist ria Freire 1987 p 30 afirma que a esta a grande tarefa humanista e hist rica dos oprimidos e oprimidas libertar se a si e a seus opressores Para que isso aconte a necess rio que busquemos espa o para cria o e di
526. ta visto como maneira de explora o da classe trabalhadora maioria social pela burguesia minoria social que det m o poder e o controle da sociedade a qual mantem essa ordem social atrav s da explora o da referida classe e de sua for a de trabalho assim surgem rela es hegem nicas na tentativa de manter o status quo da burguesia segundo Nascimento Para garantir a manuten o do status quo garantir a continuidade da explora o deste trabalho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS assalariado a burguesia precisa garantir al m de uma hegemonia econ mica deten o dos meios de produ o estrutura tamb m uma hegemonia cultural influ ncias intelectuais e culturais superestrutura NASCIMENTO 2008 p 275 Gramsci se apropriou desses conceitos marxistas e fundamentou sua teoria social ampliando o conceito de hegemonia para o dom nio ideol gico de uma classe social sobre outra enfatizando a concep o de ser humano enquanto agente de transforma o social e a uni o entre trabalho e t cnica para a forma o social e pol tica do homem Desta forma Gramsci 1991 compreende o ser humano como essencialmente pol tico O homem essencialmente pol tico j que a atividade para transformar e dirigir conscientemente os homens realiza a sua humanidade a sua natureza humana p 48 concebendo o como processo de seus atos e estabelecendo uma rela o dial tica
527. tam na aprendizagem atualmente e que perspectivas podemos ter diante desta problem tica O texto tamb m traz ideias de outros autores deste campo que apontam em dire o utiliza o das inter pluri multi e trandisciplinaridades como metodologias que favorecem a re constru o de um saber com verdadeiros sentidos aos alunos Palavras chave Desenvolvimento da ci ncia Conhecimento Cient fico Hiperespecializa o Educa o 14 Mestrando do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado do Par UEPA Graduado em licenciatura plena em Matem tica UEPA E mail huggo silvamoutlook com EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Introdu o Vivemos na atualidade o que podemos chamar de sociedade da hiperespecializa o onde conhecimentos s o fragmentados para que possam ser melhor assimilados pelos indiv duos A velocidade que as informa es s o desenvolvidas e repassadas desproporcional ao tempo que temos para adquiri las fazendo com que atinjamos um n vel muito superficial do conhecimento Nos discursos atuais est o sendo debatidas formas de abordagens metodol gicas tanto na ci ncia como na educa o que est o para al m do trabalho com os saberes compartimentados nesta perspectiva de discuss es vislumbrando melhorias no processo de ensino e aprendizagem que se efetiva esta pesquisa que foi motivada a partir de discuss es sobre o desenvolvimento hist rico do conh
528. te Santos nos fala sobre a distin o existente entre ci ncias naturais e ci ncias sociais e que esta distin o ocorre por uma vis o mecanicista da mat ria relacionando com o ensino da matem tica vimos que no Movimento da Matem tica Moderna tentou se aproximar a matem tica escolar daquela desenvolvida na academia no entanto se criou um enorme rigor e simbolismo e ainda que se pretendesse aliar o ensino a realidade do aluno o que houve na verdade foi a continua o do isolamento da matem tica pela matem tica a qual uma caracter stica evidente da ci ncia moderna Contudo a partir do desenvolvimento da Educa o Matem tica e suas tend ncias percebemos que se iniciou uma nova rela o entre as ci ncias naturais e sociais j se procurava associar aspectos das ci ncias sociais para explicar situa es de aprendizagem Alguns autores defendem de que a supera o entre as ci ncias ocorre sobre a gide das ci ncias naturais mas podemos contrapor esta ideia citando a Etnomatem tica que trata o ensino da matem tica principalmente pelo aspecto social e de transforma o no grupo em que se esta ensinando A segunda tese diz respeito ao conhecimento local ou parceliza o do conhecimento e do reducionismo arbitr rio apontados por Santos caracter stico da ci ncia moderna no Movimento da Matem tica Moderna as reformas nos conte dos seguiam esse princ pio buscou se substituir os c lculos por ideias EPISTEMOLOG
529. te ricos e pr ticos capazes de apropriar o desenvolvimento das bases para que os professores compreendam e investigam sua pr pria atividade e a partir dela constituam os seus saberes num processo cont nuo ALMEIDA 2012 p 75 Ao compartilhar deste pensamento Nunes e Monteiro 2008 destacam que existem v rios conhecimentos necess rios para a profissionaliza o docente dentre estes elas destacam o conhecimento especializado conhecimento cient fico pedag gico o conhecimento do conte do disciplinar e o conhecimento de conte do pedag gico reafirmando a necessidade de espa os de forma o continuada que possam oferecer conte dos espec ficos disciplinares para a melhor atua o do professor Para Paulo Freire a lideran a revolucion ria possui uma fun o impar no desvelamento da situa o opressora e na anuncia o de sua supera o Fundamentada numa pr xis libertadora e em uma a o dial gica a lideran a revolucion ria comprometida com as massas oprimidas tem um compromisso com a liberdade E precisamente porque o seu compromisso com as massas oprimidas para que se libertem n o pode pretender conquist las mas conseguir sua ades o para a liberta o FREIRE 2005 p 193 A lideran a revolucion ria dessa maneira deve contribuir incessantemente com a organiza o das massas populares em classe FREIRE 2005 p 205 ou seja com o salto qualitativo da den ncia a uma a o tra
530. te em escolas privadas e principalmente p blicas do Estado do Par e munic pio de Bel m Da raz o complexidade por Morin percal os epistemol gicos hist ricos e pol ticos Nascido em 1921 licenciado em direito hist ria e geografia pela Universidade de Sorbonne o franc s Edgar Morin considerado um dos maiores pensadores do s culo XX dedicou se a estudos nas diversas reas do conhecimento que retratam principalmente a introdu o das incertezas das possibilidades que negam a raz o das ci ncias exatas e naturais da essencialidade da vis o transdisciplinar do pensamento SATIRO 2013 Neste vi s Morin foi um dos poucos estudiosos a tratar do tema da complexidade ao ousar perturbar a ordem do pensamento linear e das concep es da racionalidade cl ssica que tinha na raz o o EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS conhecimento baseado no c lculo e na l gica concebida apenas por meio do empirismo heran a do per odo renascentista segundo Chaui 1990 e a qual a filosofia moderna estava subordinada Hegel 1995 apud OLIVEIRA 2012 concebia a raz o como a certeza da consci ncia que se realizava no saber absoluto verdadeiro real Morin 2000 p 160 criticou duramente o racionalismo que dizia que a sociedade e suas a es n o apenas podiam como deviam ser eticamente racionais ideologia esta que deveria satisfazer a sociedade industrial capitalista Sob a tica ontol gica os indiv
531. tes RJ Vozes 2006 SANFELICE Jos Lu s Dial tica e Pesquisa em Educa o In Lombardi Jos Claudinei Dermeval Saviani Orgs Marxismo e Educa o debates contempor neos 2 ed Campinas S o Paulo Autores associados HISTE DBR 2008 SANTOS B S Para um novo senso comum a ci ncia o direito e a pol tica na transi o paradigm tica 7 ed S o Paulo Cortez 2009 SARUP Madan Marxismo e Educa o abordagem fenomenol gica e mar xista da educa o Tradu o de Waltensir Dutra Rio de Janeiro Guanabara 1986 SILVA G P Magist rio da Terra O Desafio para a constru o de uma nova metodologia para a educa o do campo In SILVA G P CANALI H H B RODRIGUES D S ARA JO M N C Orgs 2007 Educa o do Campo na Amaz nia Uma experi ncia Edufpa Bel m
532. tes denomina es dos termos apresentados importante que n o se perca de vista que o alfabetismo tem um foco individual determinado pelas capacidades e compet ncias cognitivas e lingu sticas escolares letramentos escolares EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS e acad micos enquanto que o termo letramento utiliza as pr ticas sociais de linguagens valorizadas ou n o envolvendo contextos sociais diversos fam lia igreja trabalho escola m dias etc numa perspectiva sociol gica antropol gica e sociocultural Multi letramento e cultura de que educa o estamos falando A necessidade de se modificar as pr ticas pedag gicas monoculturais presentes na escola urgente Os modelos implementados pela cultura dominante de processos de aprendizagem que valorizam apenas a escrita e a leitura t m mostrado o insucesso de tais pr ticas escolares ao longo dos anos A escola deve deixar sua pr tica monocultural reproduzida h anos e propiciar uma nova compreens o das rela es entre educa o e cultura A escola deve ser concebida como um espa o ecol gico de cruzamento de culturas mediadora e reflexiva de influ ncias plurais que as diferentes culturas exercem de forma permanente sobre as novas gera es CANDAU 2008 Para Rojo 2012 diferentemente do letramento que aponta para uma variedade de pr ticas o multiletramento aponta para dois tipos espec ficos de multiplicidade presentes em nossa soc
533. tes sobre o AEE ofertado ao aluno com surdez Abordar quest es sobre o AEE destinado s pessoas com surdez enquanto proposta educativa complementar e promotora da inclus o educacional de alunos surdos no contexto da escola regular e mais precisamente no mbito das SRM requer que conceituemos primeiramente este atendimento De acordo com Dam zio 2007 o trabalho pedag gico com os alunos surdos nas escolas comuns deve ser desenvolvido em um espa o em que se utilize a L ngua de Sinais e a L ngua Portuguesa mediante tr s momentos did tico pedag gicos Atendimento Educacional Especializado em Libras Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras e Atendimento Educacional Especializado para o ensino da L ngua Portuguesa A partir destes pressupostos vejamos como os docentes criam suas representa es sociais sobre o AEE a partir do seguinte questionamento De que forma voc acha que deveria ser esse atendimento Que n s pud ssemos fazer grupos de estudos junto com esses surdos pra eles conhecerem mais sinais que n s n o temos esse momento fica dif cil a correria muito grande o tempo pequeno Eu gostaria que eles pudessem sair pra fazer pesquisas de campo que eles tamb m n o tem esse tempo e n s tamb m n o temos esse tempo de lev los ent o isso deixa eles muito limitados s no conte do mesmo de sala de aula Professora do AEE entrevista realizada em 25 11 2013 Ent o assim
534. tinhas aqui no terreiro no caso de uma precis o Estes depoimentos s o significativos pois demonstram al m da apropria o dos recursos naturais na fabrica o de rem dios 37 Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes o Diabetes Mellitus DM n o uma doen a mas um grupo heterog neo de dist rbios metab licos que apresentam em comum a hiperglicemia Essa hiperglicemia o resultado de defeitos na a o da insulina na secre o da insulina ou em ambos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS a coexist ncia de tratamentos para uma nica doen a O uso do medicamento trazido da floresta requer o dom nio desses saberes Para fabric los preciso conhecer viver sentir a natureza e com isso entender os limites que cada tratamento apresenta A necessidade do uso de ervas medicinais reflete uma pr tica cultural que foi forjada desde a funda o da comunidade no s culo XVIII e a pouca interven o dos servi os de sa de na atualidade Os tratamentos realizados com as ervas medicinais assumem uma complexa posi o nos cuidados com a sa de A experi ncia social descrita nos depoimentos analisados mostrou que usar os rem dios da mata tamb m pode estar ligado as dificuldades enfrentadas pela comunidade em conseguir o atendimento desejado nos servi os de sa de Aqui em casa todos fazemos o uso do rem dio do mato Na falta do m dico meu filho agente se vira como pode Teve tempo de agente ter que
535. tipo de produto que se torna como modelo Formar conformar Esse segundo argumento desvia do sentido original e se poss vel ainda mais grave nesse sentido que questionamos e refletimos sobre as epistemologias que ainda fecundam nos cursos de forma o inicial de professores e hierarquizam os conhecimentos e preconizam a forma o como sin nimo de treinamento Para Almeida e Mendes 2009 essa racionalidade sugere que a pr tica docente neutra por se voltar quase que exclusivamente ao limite intraescolar cabendo uma transposi o de modelos apreendidos na forma o inicial e no sequenciamento de etapas r gidas a serem cumpridas Santos 2010 ao analisar a ci ncia moderna destaca que para se conhecer necess rio quantificar sendo que o m todo cient fico tem como pressuposto a redu o da complexidade Ao escrever Um Discurso sobre as Ci ncias o autor relata que a imagina o epistemol gica no EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS in cio do s culo XX era dominada pela ideia de unidade premissa do universalismo herdada do iluminismo Apesar da premissa da unidade estar ainda hoje vigente em algumas tend ncias epistemol gicas do nosso tempo penso que ela n o colhe hoje a unanimidade que antes colheu e pelo contr rio cada vez mais confrontada com a premissa alternativa da pluralidade da diversidade da fragmenta o e da heterogeneidade SANTOS 2006 p 143 Assim faz se indis
536. to latino americano como possibilidade de constru o cient fica filos fica e cultural A partir da filosofia da liberta o e das an lises que Dussel apresenta sobre Paulo Freire aponta se uma perspectiva de educa o comprometida com os oprimidos e os exclu dos da sociedade Esse pensamento envolve a ideia de ouvir a voz do outro que foi silenciado ao longo do tempo contribuindo assim para uma educa o que prima pela liberta o do oprimido Palavras chave Racionalidade moderna Filosofia da liberta o Dussel Freire Oprimido Introdu o Este trabalho tem a inten o de fazer um debate sobre a constru o da racionalidade moderna apresentando a filosofia da liberta o postulada por Enrique Dussel como uma contraposi o ao pensamento moderno assim como as contribui es de Paulo Freire para formula o de uma educa o libertadora 58 Mestranda do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade do Estado Par UEPA EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Para tanto buscamos fazer um paralelo entre as duas vertentes que ora apresentamos de um lado o pensamento moderno europeu caracterizado como hegem nico e do outro o movimento de resist ncia do pensamento latino americano enquanto uma filosofia da liberta o Acreditamos que ao fazermos uma discuss o sobre a constru o do pensamento cient fico podemos contribuir para a rea da educa o trazendo a necessidade de
537. to que estes n o se tratam de um conjunto das disciplinas que s o ou deveriam ser ensinadas tampouco estabelecem regras para a conduta do professor em sua pr tica pretendem apenas expor problemas que permanecem ignorados e necessitam de discuss es para poss veis solu es EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No seu texto o autor trata de erros e ilus es que ao longo da hist ria foram cometidos e pela ci ncia por muitas vezes omitidos construindo assim um saber deficiente em alguns aspectos Exp e que o conhecimento cient fico poderoso em detec o dos erros e luta contra ilus es Entretanto os paradigmas que controlam este tipo de conhecimento podem desenvolver suas pr prias ilus es portanto as teorias cient ficas est o sempre sujeitas ao erro MORIN 2007 Alguns destes erros podem surgir de variados fatores como a comunica o incorreta ou incompleta dos fatos e ideias resist ncias informa es que n o conv m assim h sele o de acordo com a prefer ncia de quem adquire o conhecimento entre outros Desta forma o desenvolvimento da ci ncia tem tido um acumulo de limita es que hoje manifestam necessidade de mudan as Historicamente a evolu o do conhecimento se deu pela utiliza o quase que hegem nica da linguagem matem tica e da abordagem quantitativa para di logos e an lises de resultados Principalmente atrav s de Galileu Bacon e Descartes a partir do s culo XVI quando co
538. to rudimentar na fam lia a primeira propriedade 1984 p 47 Para Marx o in cio da utiliza o do trabalho das mulheres pelo capitalista foi facilitado pela introdu o da maquinaria que segundo ele permitia o emprego de trabalhadores sem for a muscular poca as mulheres eram consideradas parcialmente capazes do ponto de vista jur dico O olhar sobre as mulheres o olhar sobre seres indefesos e incapazes dos quais o capitalista se aproveita para diminuir os sal rios dos homens adultos roubar lhes o trabalho e aumentar os lucros Diz Marx Antes o trabalhador vendia o trabalho do qual dispunha formalmente como pessoa livre Agora vende mulher e filhos Torna se traficante de escravos 1984 p 76 A mulher nesse contexto aparece n o s como propriedade do capitalista como tamb m do homem marido e com o mesmo status das crian as As altas taxas de mortalidade infantil nesse per odo s o atribu das principalmente ao fato de as m es trabalharem fora de casa o que faz as crian as serem abandonadas e mal cuidadas Assim Marx e Engels compreendem a fam lia como fen meno social e a divis o social do trabalho como uma divis o sexual entre fun es femininas e masculinas e sob esse ponto de vista o trabalho dom stico e assalariado formal e informal se apresentam como sendo modalidades de trabalho que implicam um alargamento desse conceito bem como a afirma o da sua centralidade A mulher trabalha
539. tornando natural as rela es de mando e obedi ncia valores produzidos pela sociedade capitalista Marx pressup e que isso acontece porque a sociedade capitalista para atingir seus objetivos e se consolidar usou como primeira estrat gia hist rica a separa o entre trabalho manual e trabalho intelectual fragmentando o processo produtivo Um oper rio passou a receber para pensar o processo produtivo outro para executar o trabalho manual Essa l gica do capital contribuiu para consolidar a desigualdade social que necess ria para manuten o do sistema capitalista M SZ ROS 1995 Em conformidade com Marx podemos ent o inferir que uma no o ampliada de classe trabalhadora hoje inclui todos aqueles e aquelas que vendem a sua for a de trabalho para o capital em troca de sal rio Portanto o conceito de trabalho se estrutura na rela o entre assalariamento e subordina o Continuar acompanhando essa tem tica longe nos levaria pois tantas s o as determina es que aparecem e que precisam ser compreendidas do ponto de vista te rico e conceitual no entanto bastam nos aqui apenas estes coment rios A Divis o sexual do trabalho O modelo dominante de desenvolvimento que vivenciamos hoje fomenta desigualdades de toda ordem principalmente no que diz EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS respeito s dimens es de classe e g nero que s o fortemente impactadas pelo trabalho precarizado e desregul
540. tos com diferentes culturas hist rias valores e ideologias sociais que refletem assim a humanidade complexa MORIN 2000 a mesma deve ter claramente a sua funcionalidade social educacional e cultural E esta deve atender s reais necessidades de sua clientela escolar que busca o espa o educativo como o caminho mais promotor de ascens o social e econ mica Castoriadis 1982 traz a discuss o sobre a relev ncia da vis o funcionalista da institui o para a manuten o da pr pria exist ncia da sociedade como tamb m da import ncia da mesma atender de forma integral as necessidades que possam justificar a sua exist ncia social Pr ticas Educativas das Institui es Educacionais As institui es s o formadas por redes simb licas estabelecidas pelas ideologias que a sustentam simbolicamente e geram aliena es CASTORIADIS 1982 Nesse sentido quais redes simb licas e ideologias sustentam a institui o escolar Que aliena es s o alimentadas Quando pensamos na institui o escolar talvez venha em nossa imagina o os seguintes significados aprender brincar obedecer EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS regras encontrar barulho ou sil ncio e de fazer amigos Esses significados podem ser considerados como concretos por m existem os significados abstratos como a subjetividade dos sujeitos os saberes culturais sociais e educacionais nem sempre explorados e valorizados na escola que comp e
541. trabalho manual ainda que nele encontre seu n cleo central incorpora tamb m formas de trabalho que s o produtivas que produzem mais valia mas que n o s o diretamente manuais 1984 p 443 no trabalho produtivo que se encontra o proletariado O trabalhador produtivo aquele que produz diretamente mais valia e participa diretamente do processo de valoriza o do capital o trabalhador assalariado que assume um papel central no interior da classe trabalhadora No trabalho improdutivo as formas de trabalho s o utilizadas como servi o seja para uso p blico ou para o capitalista Segundo Marx o trabalho nesse sentido consumido como valor de uso e n o como trabalho que cria valor de troca O trabalho improdutivo abrange um amplo leque de assalariados desde aqueles inseridos no setor de servi os bancos com rcio turismo servi o p blico entre outros at aqueles que realizam atividades nas f bricas mas n o criam diretamente valor No entanto M sz ros 1995 p 533 afirma que esses trabalhadores s o absolutamente vitais para a sobreviv ncia do sistema Pode se ent o depreender da concep o de Marx sobre trabalho produtivo e trabalho improdutivo que todo trabalhador produtivo assalariado e nem todo trabalhador assalariado produtivo Entretanto para se construir uma no o contempor nea de classe trabalhadora preciso incorporar a totalidade dos trabalhadores assalariados haja vista que h
542. tura 2010 a distin o epistemol gica entre sujeito e objeto teve de ser articular metodologicamente com a dist ncia emp rica entre sujeito e objeto O desconforto que a separa o distin o entre sujeito e objeto tinham causado nas ci ncias sociais propagava se assim s ci ncias naturais Nesse contexto a ci ncia moderna foi constituindo o ser humano enquanto sujeito epist mico o distanciando do sujeito emp rico A ci ncia moderna legou nos um conhecimento funcional do mundo que alargou extraordinariamente as nossas perspectivas de sobreviv ncia Hoje n o se trata tanto de sobreviver como de saber viver Para isso necess rio uma outra forma de conhecimento um conhecimento compreensivo e ntimo que n o nos separe e antes nos uma pessoalmente ao que estudamos A incerteza do conhecimento que a ci ncia moderna sempre viu como limita o t cnica destinada a sucessivas supera es transforma se na chave do entendimento de um mundo que mais do que controlado tem de ser contemplado Neste ponto detenhamo nos a encontrar liga es com o processo de forma o inicial de professores ao conceber que em cada ser professor habita um mundo humano que re constr i seus saberes ao dialogar com a realidade vivida nos seus espa os de atua o Entretanto a dimens o formativa que acontece na academia deve EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS traduzir se numa for a criadora e recriadora do proces
543. tura das humanidades e a cultura cient fica que para Morin desencadeia graves consequ ncias quando trabalhados separadamente pois a cultura cient fica que tem como praxe as pesquisas com resultados comprov veis menospreza os conhecimentos da cultura human stica por se tratar de saberes gen ricos filos ficos e que levam a reflex o sobre o destino humano e o da pr pria ci ncia considerando os assim como algo superficial Por outro lado a cultura human stica considera a primeira t cnica e cient fica como um amontoado de informa es abstrato e incapaz de refletir sobre os problemas sociais e humanos Neste mbito pode se incluir como um problema os Par metros Curriculares Nacionais PCNs que o governo implantou acerca de dezesseis anos como um norteador para a realiza o de um plano educacional que pudesse abranger todo o pa s No entanto o todo composto de partes e com caracter sticas diferentes variedades lingu sticas socioculturais geogr ficas e econ micas que n o s o levadas em considera o neste modelo certo que diz haver uma contempla o da diversidade sociocultural Os Par metros Curriculares Nacionais foram elaborados procurando de um lado respeitar diversidades regionais culturais pol ticas existentes no pa s e de outro considerar a necessidade de construir refer ncias nacionais comuns ao processo educativo em todas as regi es brasileiras PCNs 1998 p 5 EPISTEMOLOGIA E
544. u das Palavras chave Autonomia Pr tica Educativa Educa o Escolar Pr xis Introdu o As pr ticas educacionais realizadas nas institui es escolares um campo que no contexto hist rico da sociedade sempre despertou interesse investiga o e questionamentos de autores que acreditam 16 Mestranda em Educa o Universidade do Estado do Par Pedagoga Universidade do Estado do Par Especialista em Atendimento Educacional Especializado Universidade Estadual de Maring Paran Pesquisadora do Observat rio Nacional das SRM S UFSCAR EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS na promo o do ensino e aprendizagem com qualidade para todos os cidad os E ao fazerem estudo sobre a educa o inevit vel a an lise social e pol tica que a permeia e os ideais que se propagam mediante sua a o que v o ao encontro de ideologias que tendem a estimular a segrega o a exclus o e a valoriza o do eu em detrimento do outro Cornelius Castoriadis em sua obra intitulada A Institui o Imagin ria da Sociedade 1982 n o investiga diretamente a educa o e suas pr ticas por m faz uma an lise profunda acerca do hist rico social da imagina o e imagin rio e da sociedade aut noma apontando caminhos para a compreens o desses aspectos e principalmente elucidando a necessidade de uma nova sociedade baseada nos princ pios da alteridade solidariedade e do fazer e saber sendo as pr
545. u ncia do pesquisador no objeto pesquisado n o no sentido de provocar propositalmente altera es nos resultados da pesquisa mas no sentido de que quase imposs vel dissociar o um do outro O autor nos diz que a desumaniza o proposta por Durkheim quando este dizia que os fatos sociais eram coisas e por isso deveriam ser analisadas como tais foi decisiva para consolidar uma conquista do caos pela ordem Retomando o inacabado da ci ncia moderna temos que no conhecimento emancipa o a ignor ncia colonialismo a incapacidade de estabelecer rela o com o outro a n o ser transformando o em objeto No entanto para alcan ar o conhecimento solidariedade substituiu o objeto para o sujeito pela reciprocidade entre os sujeitos 1 4 Todo conhecimento cient fico visa constituir se em senso comum Tinha se na ci ncia moderna que para que um conhecimento realmente fosse valido deveria deixar de ser senso comum e passar a ser conhecimento cientifico na ci ncia p s moderna a validade inverte o sentido o conhecimento cient fico deve transformar se em senso comum Com essa transforma o Santos 2001 n o quer dizer que se deve desprezar o conhecimento que produz tecnologia mas diz que o desenvolvimento tecnol gico deve traduzir se em sabedoria de vida O autor diferencia ci ncia e senso comum a partir das vistas de cada um desses conhecimentos Na vis o da ci ncia o senso comum opini o enquanto o conhecimento cient fic
546. u ncias dessa mudan a para essas tribos al m da perda territorial Assim pode se observar a import ncia do trabalho em conjunto das ci ncias indicado pelo autor pois concatenar as informa es levaria o aluno forma o de um pensamento complexo a respeito dessa parte da Amaz nia paraense e de si como sujeito transformador desse cen rio Os estudos cr ticos proporcionados pela Hist ria pela Filosofia por exemplo despertariam a curiosidade pelo tema Por consequ ncia viriam os questionamentos a d vida e agu ariam a criticidade do aluno Al m disso Morin 2003 tem mais a acrescentar como cultura das humanidades que se entende como mais um ponto positivo 23 Tribos ind genas da Bacia do Xingu EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS educa o do futuro a restitui o da Literatura ao seu lugar de reflex o sobre a condi o humana O autor critica a utiliza o da Literatura e da poesia como mero pretexto para estudar e analisar a linguagem pois considera a Literatura importante por despertar a capacidade de representar sentimentos existenciais amor dio cobi a d vida seja em prosa ou em verso seja escrito ou oral subjetivamente ela se utiliza do imagin rio e do mitol gico do ser humano para esse fim Dessa forma o poeta exp e seus problemas humanos e d vidas e chama o leitor reflex o Caro leitor eu vos pe o Redobre sua aten o Que de agora em diante Vou falar
547. ubjetivo objetivo coletivo individual e animal pessoa tendem a desaparecer As teorias cient ficas que deram suporte a constru o desta tese s o todas de voca o hol stica E ainda a compreens o da natureza pelas ci ncias que se ocupam do conhecimento da mat ria presidida por conceitos teorias met foras e analogias das ci ncias sociais SANTOS 1997 p 41 Desta forma os estudos human sticos s o valorizados e o mundo visto tanto como natural como social A segunda tese diz que todo conhecimento local e total Na concep o do paradigma dominante o conhecimento disciplinar e especializado J no paradigma emergente o conhecimento concebido em sua totalidade sem perder de vista o aspecto local Isto significa que ao se desenvolver um tema em n vel local o mesmo avan a na medida em que o seu objeto se amplia Sendo assim a ci ncia do paradigma EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS emergente incentiva os conceitos e as teorias desenvolvidos localmente a emigrarem para outros lugares cognitivos de modo a poderem ser utilizados fora do seu contexto de origem SANTOS 1997 p 48 Na terceira tese afirma se que todo o conhecimento autoconhecimento Havia uma dist ncia muito acentuada entre sujeito e objeto por isso a fim de aproximar se mais dos grupos humanos pesquisados povos primitivos foram criadas metodologias capazes de encurtar a dist ncia entre pesqu
548. uca o infan til S o Paulo Cortez 2002 LIMA Em lia Freitas de Forma o de professores passado presente e futu ro o curso de Pedagogia MACIEL Lizete Shizue Bomura e NETO Alexan dre Shigunov orgs Forma o de Professores Presente Passado e Futuro S o Paulo Editora Cortez 2004 p 15 a 34 MELO Maria L cia Gramsci e a Educa o as contribui es te ricas de An t nio Gramsci e suas repercuss es no debate pedag gico brasileiro Bel m Pa SOCID EDUEPA 2012 MOSS P Para al m do problema com qualidade In MACHADO M L de A Encontros e desencontros da Educa o Infantil S o Paulo Cortez 2002 NASCIMENTO Maria Let cia Barros Pedroso Reconhecimento da socio logia da inf ncia como rea de conhecimento e campo de pesquisa algumas considera es In FARIA A L G amp FINCO Daniela Orgs Sociologia da Inf ncia no Brasil Campinas SP Autores Associados 2011 p 37 54 NUNES Cely do Socorro Costa MONTEIRO Albene Lis Profissionaliza o e cultura docente limites e possibilidades na forma o de professores In MERCADO Luiz Paulo Leopoldo CAVALCANTE Maria Auxiliadora da Silva orgs Forma o do pesquisador em educa o profissionaliza o docente pol ticas p blicas trabalho e pesquisa Macei EDUFAL 2007 OLIVEIRA Ivanilde Apoluceno de Filosofia da educa o reflex es e deba tes Petr polis RJ Editora Vozes 2006 PIMENTA Selma G Org Pedagogi
549. ue trate dos problemas da realidade em que estamos inseridos e de alternativas para solucion los DUSSEL 1992 EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A filosofia proposta por Enrique Dussel Iremos centrar nossa discuss o no pensamento dusseliano buscando assim n o basear nossa argumenta o na filosofia europeia explicitando que n o inten o da filosofia da liberta o ter no pensamento moderno seu par metro seu objeto ou o reconhecimento quanto a sua relev ncia Podemos ent o ter claro que a proposta intencionada por Dussel uma filosofia ativa criadora e por si s libertadora com caracter sticas socioantropol gicas pr prias dos povos latino americanos DUSSEL 1992 Ao longo dos tempos conforme coloca Dussel 1992 o nico pensamento dominante foi e ainda o ocidental como forma de anular tudo o que produzido fora dos territ rios europeu e norte americano como se o que se fizesse e se pensasse fora de seus dom nios fosse insignificante e inferior O esfor o euroc ntrico exatamente no sentido de invisibilizar as demais culturas e formas de produzir e pensar o conhecimento para que possa subjugar e dominar os demais povos considerados por eles como dignos de serem exclu dos Existe toda uma justificativa para este posicionamento euroc ntrico o europeu como um povo que trabalha a sua alteridade precisa auxiliar os demais povos primitivos como se n s os povos latino americ
550. ues 2008 p 61 nos traz a seguinte resposta Tratando a como um amplo processo questionando filosoficamente as possibilidades do homem com sujeito e objeto do pr prio ato de conhecer dado educa o a grande responsabilidade de fazer do ato de educar uma a o efetiva de aprendizagem tanto acad mica quanto pol tica e social Mas para isso ser efetivado preciso que a educa o seja privilegiada e que a valoriza o de quest es econ micas que centralizam o crescimento do capital seja desprivilegiada RODRIGUES 2008 As pr ticas educativas aut nomas devem ter em seu processo cont nuo a alteridade a pr xis a solidariedade o conhecimento acad mico cultural social e econ mico a criatividade e o interesse incessante por uma sociedade mais justa e igualit ria onde cada um possa ser atendido em suas especificidades e potencialidades dando ao indiv duo o direito de ser visto e compreendido como gente que pensa sente aprende ensina sonha e vive e que com o Outro poder pensar sentir aprender ensinar sonhar e viver de uma forma mais significativa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Assim como a institui o escolar questionada sobre a sua fun o social a pr tica docente tamb m deve ser interrogada pois na rela o de ensino e aprendizagem desse docente com o discente que espa os podem ser travados ou alargados Na vis o de Castoriadis 1999 1992 a educa
551. uesa uma escola espec fica classe trabalhadora que contribua para a forma o social uma escola tecnol gica vinculada escola prim ria mas onilateral p 81 Marx nesse sentido negava toda forma de educa o aos moldes do modelo capitalista de modo que todo objetivo e conte do do ensino visavam prepara o e qualifica o do educando a para o desenvolvimento das atividades produtivas sendo por isso uma educa o com interesse de classe a capitalista destinado ao pleno desenvolvimento do capital EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Contrapondo se ao modelo de escola capitalista Marx acreditava na necessidade e emerg ncia de uma escola com forma o onilateral caracterizando que o ensino como superior a todo tipo hist rico de ensino at agora existente que colocar a classe oper ria acima das classes dominantes atuais instru es e produzir homens plenamente desenvolvidos O Capital MANACORDA 1996 p 31 claramente percept vel na vis o de Marx educa o na perspectiva do interesse do trabalhador compreendendo a educa o numa dimens o polit cnica onilateral e de classe como instrumento propulsor de eleva o da classe oper ria numa perspectiva de transforma o social adquirindo a educa o uma conota o eminentemente pol tica OLIVEIRA 2006 p 82 Para Marx o ensino deveria ser gratuito e administrado pelo Estado sem a interfer ncia deste no pr
552. ujeitos pertencentes ao grupo social EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS A Hist ria Cultural redescoberta segundo Burke 2005 na d cada de 1970 em muito negocia com a proposta deste trabalho em tornar poss vel o estudo de comunidades tradicionais sua cultura seus h bitos suas pr ticas socioambientais elementos subalternizados pelo paradigma moderno que tamb m se fez sentir na Hist ria positivista que estava ocupada em reproduzir um discurso dominante e n o em construir uma narrativa de teor critico reflexivo Com o advento da chamada Nova Hist ria cuja referencia mais expressiva o movimento dos Annales na Fran a na d cada de 1920 o trabalho de historiadores preocupados com as limita es que o modelo positivista de escrever a hist ria possu a motivou o crescente interesse por temas antes silenciados e entre eles est o saberes e pr ticas culturais como fontes que possibilitam contar uma hist ria problema vista de baixo O interesse por temas outros n o mais assentados em datas e grandes personagens hist ricos faz da Nova Hist ria neste debate uma fecunda parceira no processo de leitura das representa es sociais por envolver mem ria tempo cotidiano a o na vida social dos sujeitos hist ricos As representa es segundo Silveira 2011 p 50 proporcionam para os membros de uma comunidade um vi s para comunicar se e compreender seu contexto a partir do que conhecido classifica
553. um A partir das representa es sociais sobre o AEE para alunos surdos apontamos que temos um Atendimento Educacional Especializado extremamente distante daquele preconizado pelas pol ticas de educa o inclusiva de nosso pa s que pelo menos em seus documentos oficiais expressam possibilidades de os alunos surdos aprenderem nas turmas comuns de ensino regular tendo como a o complementar o AEE como forma de romper barreiras lingu sticas e pedag gicas que interferem na inclus o escolar destes alunos A ideia de inclus o educacional no Brasil uma proposta que vem sendo disseminada desde a d cada de 1990 e at os dias atuais nossos EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS alunos com necessidades educacionais especiais principalmente os alunos surdos ainda n o foram contemplados em sua totalidade por esta inclus o pois muitos s o os problemas que circundam este processo como aus ncia de capacita o docente para atuar com alunos surdos inadequa o de espa os f sicos e materiais pedag gicos no ambiente escolar inviabiliza o de um trabalho coletivo no fazer pedag gico a estes alunos Diante deste contexto indicamos que seja imprescind vel pensar em a es educacionais que reconhe am os surdos a partir de suas diferen as lingu sticas e culturais A escola precisa criar ambientes lingu sticos que oportunizem a comunica o entre surdos e ouvintes para que o processo de escolariza o de alun
554. uma crescente imbrica o entre trabalho produtivo e improdutivo no capitalismo contempor neo importante enfatizar que Marx muitas vezes com a colabora o de Engels concebia a classe prolet ria como a classe produtora de mais valia Por m procura se fazer essa discuss o anal tica em torno desses dois tipos de trabalho em virtude de manter essa distin o entre o proletariado industrial aquele que cria diretamente mais valia e participa diretamente do processo de valoriza o do capital e a classe trabalhadora que engloba tanto o proletariado industrial como o conjunto dos assalariados que vendem a sua for a de trabalho EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Isso ocorre porque as rela es sociais que s o produzidas no sistema capitalista baseiam se na contradi o entre capital e trabalho e priorizam o primeiro em detrimento do segundo Para Marx 1978 essa rela o esteia se na explora o do trabalho da classe trabalhadora que ao ser privada dos meios de produ o necessariamente vende sua for a de trabalho no mercado tornando se os sujeitos assalariados para sobreviver Nesse processo produtivo o trabalhador alienado da produ o por n o identificar o produto de seu trabalho como seu e desconhece a mais valia gerada pelo seu trabalho ou seja n o tem consci ncia de que explorado Nesse sentido o trabalhador ent o naturaliza o poder existente nas rela es de produ o
555. uma reflex o sobre o papel do educador e da pr pria forma o do ser humano dentro deste contexto de conflitos pol ticos sociais e culturais Para que possamos compreender a relev ncia da filosofia de Dussel enquanto cr tica ao conceito de modernidade torna se imprescind vel o entendimento do processo de cria o e fundamenta o do pensamento moderno e suas repercuss es no mbito educacional e social Existem algumas discuss es acerca do surgimento e do processo de constru o do conhecimento cientifico e filos fico No entanto dois posicionamentos antag nicos s o evidentes e embasam este estudo O pensamento moderno cl ssico e a filosofia da liberta o entendida como movimento de uma epistemologia latino americana A origem da racionalidade moderna pelo prisma europeu deu se na civiliza o ocidental onde renomados te ricos como Weber Hegel e Comte muito contribu ram para a consolida o do pensamento moderno trazendo a valoriza o da raz o humana da subjetividade e a vis o positivista de ci ncia OLIVEIRA 2012 Para Enrique Dussel o fato de uma cultura julgar se como superior e a outra como inferior caracteriza se como o que ele chama de mito da modernidade Este mito coloca a cultura do dominador como superior e mais desenvolvida onde o dominado por sua vez possuidor de uma cultura rude e b rbara O mito da modernidade torna o outro v tima sendo este mesmo o nico respons vel por sua vitimiza
556. ura brasileira S o Paulo Angra 1999 OLIVEIRA Ivanilde Org Cartografias Ribeirinhas saberes e representa es sobre pr ticas sociais cotidianas de alfabetizandos amaz nidas Bel m CCSE UEPA 2004 Educa o em classes multisseriadas na Amaz nia singularida de diversidade e heterogeneidade v 1 Bel m Eduepa 2011 SANTOS M R S Entre o rio e a rua cartografia de saberes art stico cultu rais emergentes das pr ticas educativas na Ilha de Caratateua Bel m do Par Disserta o de Mestrado UEPA Bel m 2007 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCA O DE BEL M Educa o nas ilhas de Bel m Travessias e desafios curriculares por entre culturas e aprendizagens Caderno de educa o 1 Bel m 2011 ZUMTHOR Paul A letra e a voz S o Paulo Companhia das letras 1993 A REFORMA DO PENSAMENTO POR EDGAR MORIN E A ESCOLA UM DI LOGO ENTRE EDUCADORES Giselle Cristiane Pinto Moreira Bezerra Resumo O paradigma tradicional que comumente se pauta na transmiss o do conhecimento presente na realidade das escolas j n o d conta das demandas das atuais salas de aula por raz es clara concernentes descentraliza o do conhecimento no professor em fun o do enorme contingente de informa es dispon veis nos meios digitais a exemplo da internet Deste modo alguns dos principais desafios do campo educacional ao considerarmos o contexto brasileiro referem se forma o de cidad os que sejam
557. v rios saberes que podem ser abordados pelas outras disciplinas Em se tratando de educa o para o futuro e considerando se a Amaz nia como um todo complexo a Literatura apresenta um papel mais importante quando se trata da cultura oral pois como um ramo de saber que se mant m na tradi o cultural da regi o amaz nica por onde perpassam os acervos das mem rias coletiva e individual Pimentel 2013 p 13 essa cultura tamb m pode contribuir com o prop sito do pensamento ecologizante porque poss vel vislumbrar a possibilidade de religar o pensamento cient fico ao senso comum no sentido de estabelecer inter rela es entre a cultura oral e poss veis media es no campo da educa o Esse encontro permite uma reflex o sobre a import ncia dos saberes dentro de contextos diferenciados como por exemplo o texto liter rio Nesse sentido o texto 24 Orlando Nascimento cordelista Altamirano de cora o criou este poema denominado A Discuss o do Ribeirinho com um Empres rio sobre Belo Monte EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS liter rio n o ser tratado como fic o mas como um documento hist rico cultural em que poss vel encontrar o imagin rio dos povos e suas constru es simb licas e engendrar rela es entre homem natureza e cultura PIMENTEL 2013 p 73 Considera es Finais Quando Morin enfatiza que a educa o necessita de uma total reorganiza
558. va com ela assim que fosse poss vel iria especializar se na nova profiss o Para completar esse provis rio mapeamento e apresenta o das professoras migrantes trago para o cen rio Jurema do Socorro Pacheco Viegas que nasceu no dia 17 de setembro de 1960 na Vila S o Jos localizada no Rio Tajapuru pertencente ao munic pio de Breves Jurema em suas mem rias traz a pessoa do pai como o seu principal educador e os ensinamentos estavam pautados nos princ pios da religi o cat lica Com oito anos de idade esta professora saiu pela primeira vez da casa de seus pais e foi morar com seus av s maternos para iniciar o processo de escolariza o A aus ncia do lar a fez perder a ludicidade de sua inf ncia e come ou a assumir as responsabilidades de cuidar dos afazeres de uma casa Essa situa o nunca foi aceita por Jurema apesar de sua tenra idade questionava com os pais porque tinha que passar por tal situa o Os pais explicavam que o motivo estava no fato de n o existir escola perto de sua casa EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS No ano de 1970 os padrinhos de Jurema incentivaram seus pais para ela morar com eles na cidade de Breves e continuar os estudos Foi ent o que Jurema conseguiu estudar at a 4 s rie e retornou para a sua casa Por estar ficando mo a os pais decidiram ser melhor que ficasse sob a responsabilidade deles e tamb m acreditavam que alcan ar o ensino de 4 s rie j era suficiente
559. va formada e ia exercer a profiss o que escolheu para trabalhar por m n o pensava ser em terra bem distante da sua Foi em Melga o que a professora Wilma Vilar como conhecida construiu toda a sua carreira na doc ncia assim como a parte mais significativa de sua hist ria de vida Nossa segunda professora Rosiete Correa Siqueira nasceu no dia 14 de abril de 1958 na comunidade de Itajur no munic pio de Colares filha de agricultores e desde seus 7 anos cuidava dos afazeres da casa e de seus irm os menores Rosiete na sua inf ncia convivia no circuito escolar pois a sala de sua casa era tamb m espa o de uma sala de aula assim como sua casa servia de hospedaria para os professores da comunidade A professora considera sua inf ncia muito boa e divertida o tempo do brincar era reservado At hoje as cicatrizes em seu corpo testemunham sinais das brincadeiras infantis Seus pais eram pessoas muito preocupadas com a forma o escolar dos filhos aspecto que explica o porqu de todos terem conseguido concluir o 2 Grau Rosiete chegou a fazer at a 3 s rie em sua comunidade e aos trezes anos conheceu seus padrinhos que eram fazendeiros da regi o mas moravam em Bel m Com a permiss o de seus pais deixou sua terra e veio fazer resid ncia na capital Como j havia terminado o 1 semestre em Bel m n o foi poss vel mais vaga em escola p blica concluiu o ano estudando em uma escolinha particular A mudan a
560. vel somente com a cria o da escola polit cnica que por sua vez o ponto de vista defendido por Marx Seria uma escola diferente do modelo burgu s que atendesse as necessidades reais dos trabalhadores visando uma forma o te rico pr tica e ao mesmo tempo possibilitasse a transforma o social EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Manacorda 1996 defendendo uma escola para a classe trabalhadora salienta a necessidade de um novo ensino para a classe oper ria a saber escolas como as da classe dominante e n o mais de simples treinamento escolas tamb m investidas da mais moderna ci ncia a tecnologia destinada de modo contradit rio a fazer dominar inteiramente n o mais um limitado processo produtivo mas uma totalidade de ramos de produ o p 66 Desta maneira a escola na perspectiva marxiana visa formar o cidad o para o desenvolvimento de uma totalidade de meios de produ o reativando o conceito de onilateralidade na forma o dos trabalhadores Nega toda forma de ensino que reabilite a unilateralidade tendo em vista a fragilidade deste processo educativo na forma o e na vida humana Sobre o processo educativo em Marx Oliveira 2006 compreende que Marx v a impossibilidade de uma educa o para todos sob a tica capitalista na medida em que o acesso e o conte do do ensino n o perdem o car ter de classe Reivindica ent o diante desta realidade educacional burg
561. ver o pensamento cr tico no indiv duo Nas escolas burguesas o educador classificou o ensino como educa o banc ria FREIRE 1994 p 35 em que o professor depositava informa o e os estudantes docilmente recebiam de forma a desconsiderar completamente o indiv duo em suas multidimens es como hist ria de vida cultura conhecimento de mundo Paulo Freire concordava que a t nica deste tipo de educa o vastamente difundida em grande parte das escolas era essencialmente a de matar nos educandos a curiosidade o esp rito investigador a criatividade Convergia ainda com Morin 2007 ao defender que sob a condi o relativa das possibilidades o estudante deveria ser conduzido ao conhecimento de conte dos fazendo o notar por m que n o existem verdades absolutas ibid Tal ponto de vista implica a ideia de ser humano que ele reconhecia como seres que est o sendo como seres inacabados inconclusos em e com uma realidade que sendo hist rica tamb m igualmente inacabada FREIRE 1994 p 42 Al m disso n o concordava com o distanciamento do professor com o aluno pois ambos possu am valor cultural equiparados no sentido de n o ser pior nem melhor um em rela o ao outro e que ambos deveriam aprender juntos considerando que o sujeito da cria o cultural prioritariamente coletivo ao inv s de individual 54 Projetos In Elabora o de projetos Guia do cursista 1 ed Bras lia Secretari
562. verdade a possibilidade do ser humano tudo conhecer por interm dio da raz o o que lhe permite intervir sobre a natureza f sica e humana Toda obra de Marx portanto foi elaborada a partir da an lise cr tica que fazia aos escritos dos pensadores com quem teve contato de forma direta Friedrich Engels e indiretamente Hegel Feuerbach Adam Smith Ricardo Owen Fourier e Saint Simon e da economia do contexto social de seu tempo ANDERY 2007 Segundo Andery 2007 A compreens o do pensamento de Marx se por um lado exige que se reconhece a ntima rela o entre seu trabalho intelectual e sua atua o pol tica por outro lado exige que se reconhe am as influ ncias por assim dizer te ricas que marcaram o desenvolvimento de seu pensamento p 398 A vida de Marx foi marcada por milit ncia atua o pol tica e cr tico do modelo capitalista que impunha a classe trabalhadora a uma atividade desumana a explora o Os seus estudos retratam e denunciam todo modo de produ o capitalista que por meio da obten o da riqueza causava a desumaniza o de quem a produz ou seja a classe prolet ria vivia sempre na mis ria Tal constata o vis vel no pr prio dizer de Marx 2001 p 106 que analisando a estrutura contradit ria do capitalismo afirmou Se torna cada dia mais claro que as rela es de produ o nas quais se move a burguesia t m um car ter uno um car ter simples mas um car ter de duplici
563. versidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2002 BITTENCOURT Jo o Batista O pensamento social como ferramenta de transforma o pol tica um di logo entre Pierre Bourdieu e Corn lius Cas toriadis In Revista eletr nica de ci ncias sociais Ano2 V5 Dez 2008 Dispon vel em lt http www editoraufjf com br revista index php csonline article view 399 372 gt Acessado em 20 de Nov 2013 CASTORIADIS Cornelius Cap II A institui o e o imagin rio primeira abordagem In A institui o imagin ria da sociedade 5e Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 COELHO Maricilde A Escola Prim ria no Estado do Par 1920 a 1940 2008 213 f Tese de doutoramento em Educa o Faculdade de Educa o da Universidade de S o Paulo S o Paulo 2008 COLETIVO DE AUTORES Metodologia do Ensino de Educa o F sica S o Paulo Editora Cortez 1992 C RDOVA Rog rio Imagin rio Social e Educa o cria o e autonomia In Em Aberto Ano 14 n 61 jan mar Bras lia 1994 Dispon vel em lt http emaberto inep gov br index php emaberto article viewFile 909 815 gt Aces so em 20 Nov 2013 ESCOBAR M O Jogo e Esporte na Cultura Corporal In Manifesta es dos Jogos Bras lia Universidade de Bras lia Centro de Educa o a Dis t ncia 2005 p 9 45 Dispon vel em lt http www lume ufrgs br hand le 123456789 230 gt Acesso em 20 Nov 2013 FRAN A Ney A Educa o F sica no Ensino Prim r
564. vidas e rela es sentidas pelas professoras migrantes em espa os a priori desconhecidos Preciso mergulhar em outras leituras acerca de imagin rio social e identidade para articul los com maior propriedade Diante das reflex es para a tessitura deste artigo em an lise preliminar ficou evidente alguns pontos em comum e distintos entre as professoras As tr s professoras sa ram de suas terras sempre em busca de forma o escolar de melhor qualidade Trabalharam em resid ncias de padrinhos ou conhecidos como empregadas dom sticas sem renumera o Mesmo oriundas de fam lias com baixo poder aquisitivo as professoras sempre contaram com apoio e incentivo destes familiares para alcan ar forma o educacional Aspecto singular entre as tr s mas comuns entre Jurema e Rosiete foi que ambas viveram o processo de migra o desde suas inf ncias EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Na educa o al m da doc ncia estas professoras assumiram cargos relevantes na administra o p blica tanto municipal quanto estadual como secret rias de educa o diretoras vice diretoras coordenadoras pedag gicas presidentas de Conselhos Municipais entre outros As trajet rias e andan as foram sin nimos de muitas lutas para conquistarem suas autonomias pessoal e profissional Essa autonomia fortemente debatida e defendida por Castoriadis 1982 para criticar o processo de aliena o defendido pelo
565. vo padr o de pensamento que agora tamb m inclu a a educa o do corpo como primordial para o avan o do capital Fran a 2012 nos descreve essa conjuntura quando afirma que A educa o f sica estava afinada com o discurso surgido na Europa nos s culos XVIII e XIX qual seja de fortalecimento do corpo por meio da exercita o da gin stica dos jogos exerc cios militares e outras formas que de alguma maneira realizasse a movimenta o do corpo de forma sistem tica promovendo for a e sa de o que de maneira velada correspondia a determinados interesses de classe p 114 Ainda sobre a educa o f sica se configurar como conhecimento baseado nos interesses capitalistas e portanto em um imagin rio coletivo corrompido Maricilde Coelho 2008 p 173 nos mostra que Nas d cadas iniciais da rep blica a escola prim ria teve a preocupa o de fazer das datas c vicas atividades escolares Numa poca de conflitos sociais EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS onde a legitima o da nacionalidade ainda corria os riscos das ideologias estranhas ao capitalismo era fundamental como lembra Jos Murilo de Carvalho recriar o imagin rio dentro dos valores republicanos portanto nesse contexto de busca por consolidar a rep blica e de garantir a perman ncia e avan o do modo de produ o capitalista no Brasil que s o pensadas as pr ticas corporais e a forma como essas seriam ministradas nas escol
566. vulga o dos conhecimentos e da cultura que produzimos e que foi desmerecida pelo ocidente A filosofia da liberta o vem neste contexto valorizar a cultura os saberes e os conhecimentos produzidos por grupos sociais exclu dos e inferiorizados Aqui mora a grande contribui o dos pensamentos de Dussel e Freire em contraposi o a cultura ocidental dominante Devemos criar espa os para que os outros os negados socialmente possam ter vez e possam mostrar sua voz ao restante do mundo voz essa que por tantos anos foi silenciada pelas vozes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS gritantes do colonizador Podemos afirmar que se tem na modernidade uma explica o para uma pr xis irracional de viol ncia exercida pelo descobridor colonizador opressor sobre o n o europeu e n o norte americano Essa agress o velada faz com que o ideal ocidental se perpetue sobre as demais culturas onde estas s o diminuidas e tantas vezes extirpadas DUSSEL 1992 Os estudos de Paulo Freire tratam da pr pria condi o do oprimido de como a opress o pol tica e social o deixa margem do conhecimento e o submete a situa es desumanas A pr tica pedag gica freireana esta embasada em um processo de educa o para a liberta o e forma o da consci ncia cr tica do indiv duo que o torne apto a transformar a sociedade opressora e excludente da qual ele faz parte FREIRE 1987 Para Dussel Paulo Freire e sua Pedagogia
567. x o de tal modo que o mesmo a considera rica e diversificada e que melhor do que qualquer outra circunstancia caracteriza exemplarmente a situa o atual do tempo presente Esse tempo presente reflete se na compreens o da Educa o e pode ser elucidada a partir dos paradigmas da ci ncia O paradigma tradicional ainda muito presente nas Universidades e nas escolas em geral conduz a uma concep o dualista racionalista do mundo baseado na racionalidade newtoniana cartesiana MORIN 2004 Dessa forma a viv ncia de uma nova concep o de ci ncia e consequentemente de educa o ganha espa o de discuss es e problem ticas no final do s culo XX propondo uma abordagem que contemple uma vis o de complexidade interconex o e interdepend ncia dos diversos saberes EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Mas radicalmente os pr prios desenvolvimentos do s culo XX e da nossa era planet ria fizeram com que nos defront ssemos cada vez mais ami de e de modo inelut vel com os desafios da complexidade Nossa forma o escolar e mais ainda a universit ria nos ensina a separar os objetos do seu contexto as disciplinas uma das outras para n o ter que relaciona las ALMEIDA 2009 p 18 Nessa dire o a prepara o e a forma o tradicional para o exerc cio da doc ncia focalizam exclusivamente o dom nio do conte do e de habilidades aplicadas de maneira reducionista Dessa forma a forma o inicial de p
568. xcelentes escritos que possibilitaram a grande repercuss o de seu nome e a perman ncia de seus ide rios na forma de pensar e agir de seus sucessores Assim como Talles seu filosofar estava subsidiado pela raz o e o conhecimento v lido era aquele adquirido de forma racional refutando tudo que fosse oriundo das apar ncias e do senso comum Neste sentido estabeleceu a diferen a entre a episteme e a doxa como formas diversas de conceber o conhecimento A episteme na concep o Plat nica seria uma atividade racional que tem na verdade o elemento de sustenta o diferenciando se da doxa da opini o que n o possui uma argumenta o racional s lida de comprova o e tem como substrato as valora es as cren as e as informa es obtidas no cotidiano OLIVEIRA 2008 p 3 Esta forma de idealizar o conhecimento advindo da racionalidade foi o grande diferencial de Plat o que possibilitou os primeiros passos para o surgimento da ci ncia uma vez que a forma de pensar e compreender a natureza passou a se fundamentar em elementos racionais investigativos e n o mais pelos princ pios da f EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS Por outro lado mesmo que o filosofar plat nico estivesse ligado investiga o racional as quest es divinas eram tidas como princ pio orientador desta investiga o porque acreditava que somente deus exercia a sabedoria mais nobre e consequentemente a ci ncia Assim
569. xist ncia de hor rios pr fixados para o trabalho isolado com cada disciplina na falta de tempo reservado aos professores para planejar as suas aulas na campa que batida para indicar o fim de uma aula sem considerar as rela es que j est o acontecendo entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem na imposi o de conte dos requeridos para o aprendizado da leitura da escrita e do c lculo deixando em segundo plano ou nem considerando outros assuntos de interesse dos educandos ou que sejam percebidos pelo educador como essencial para o desenvolvimento pleno do aluno e ainda na maneira de ministrar as aulas em sala de aula considerando apenas a exposi o oral e o uso do quadro magn tico e do livro did tico Assim a reorganiza o do ensino fundamental para nove anos de dura o que traz toda uma mudan a na forma de conceber o ensino e aprendizagem bem como da organiza o da escola requer reflex o principalmente dos educadores que j se encontram atuando nas diversas unidades de ensino Para tanto a cria o de resolu es portarias entre outros documentos diversos n o s o por si s suficientes para a mudan a acontecer preciso principalmente al m do empenho de cada profissional em efetivar esta mudan a em sua pr tica pedag gica o investimento governamental na forma o inicial e continuada dos educadores bem como na infraestrutura de cada escola Pode se afirmar ent o que a mudan
570. z com que as leis tenham car ter probabil stico aproximativo e provis rio O segundo d mais nfase ao conte do do conhecimento cient fico do que sobre sua forma Por ser a ci ncia um conhecimento estruturado no rigor matem tico altamente quantitativo objetivo e classificat rio o que torna os fen menos desqualificados EPISTEMOLOGIA E EDUCA O TEORIAS E PR TICAS objectualizados e caricaturados Isto torna o conhecimento triste desencantado e pobre Estas reflex es criam o contexto da crise do paradigma dominante e formam a base para o perfil do paradigma emergente o qual ser apresentado a seguir Paradigma Emergente Santos 1997 designa este paradigma como de um conhecimento prudente para uma vida decente enfatizando que o momento atual assemelha se ao que ocorreu no s culo XVI no que tange a mudan a de paradigma por m diferencia se no aspecto estrutural pois a sociedade j revolucionada pela ci ncia Assim o paradigma a emergir deve al m de cient fico conhecimento prudente ser social e contribuir para uma vida decente Nesse sentido o autor apresenta quatro teses para fundamentar o paradigma emergente A primeira delas diz que todo conhecimento cient fico natural cient fico social Esta tese permite a supera o da vis o dicot mica sobre as coisas assim as distin es sujeito objeto natureza cultura natural artificial vivo inanimado mente mat ria observador observado s

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