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2012 - Ladeh

1. pausa longa O mercado est se adaptando as tev s procuraram anima es brasileiras com conte do bem melhor do que atualmente as televis es se dispunham a produzir ou comprar Acho que teve uma evolu o boa nisso agora continua tendo muita porcaria que consegue lugar no mercado por acaso mas temos que acreditar que acontece o oposto tamb m MAGALH ES Nesse cen rio a produ o industrial come a a dominar a cena a produ o de curtas a experimenta o e a diversidade relegada a um segundo plano E uma situa o paradoxal pois foi dessa mesma produ o agora negligenciada experimenta o e diversidade que se originou a possibilidade de se estruturar esse embri o de ind stria Novamente Avelar afirma Queremos entrar no mercado ent o vamos aprender a fazer bem aquilo que os outros j fazem bem Vamos simplesmente entrar no clube e colocar toda a for a nisso Acho isso uma cilada Temos que manter em paralelo a produ o criativa experimental de curta metragem porque isso vai alimentar o outro lado Uma coisa alimenta a outra AVELAR Squarisi complementa o pensamento de Avelar acredita que o trabalho experimental poderia ser melhor aproveitado na ind stria brasileira Poderia ser muito mais pela pr pria caracter stica da produ o comercial que arrisca pouco Preferem fazer o que j est dando certo o que j est comprovado O que n o invalida a produ o experimental quanto
2. interessante Eles fazem uma coisa visando o mercado mas tem uma caracter stica autoral Todos os filmes da Pixar ou da Disney t m uma carga autoral no meio daquilo tudo Eles t m princ pios que nunca traem por exemplo a Pixar tem piadas muito elaboradas na maioria dos filmes tirando Carros todos t m um certo questionamento s o muito mais profundos do que aparentemente uma coisa s para crian a Mas eu acredito que possa surgir tamb m algumas iniciativas autorais ao exemplo do The Simpsons do Futurama ou ent o do South Park mas para isso a mentalidade tem que mudar Eu fiz uma pesquisa e descobri 22 longas produzidos no Brasil desses 22 longas 12 s o Turma da M nica Dos 10 que sobram s dois s o para adultos Os dois do Otto Guerra ent o o mercado n o pode ficar s pensando nesse mercado j viciado que anima o uma coisa para crian a Acho que esse preconceito sobre a PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 222 anima o que as pessoas t m at hoje que uma arte voltada para as crian as essa nfase muito para isso foi talvez Hayao Miyazaki em 1989 que mudou essa forma de vis o Hoje muitas anima es s o autorais e est o com bom xito de p blico Por exemplo Persepolis teve bom p blico eu vi agora Chico e Rita acho que ainda n o passou no Brasil foi exibido no Anima Mundi 2011 um filme que tamb m estourou que as pessoas v o ao cinema ver E mar
3. o anal gico onde predominavam as t cnicas tradicionais de anima o e que tinha na publicidade o principal ramo de produ o de anima o J o crescimento de lan amentos de livros coincide com o advento da computa o gr fica a exibi o digital e a explos o do crescimento da produ o de curta metragens de anima o no pa s Verificamos que at meados dos anos 90 a produ o de anima o no Brasil era muito incipiente sazonal e regionalizada Hoje existe uma produ o constante de curtas metragens que precisa ser melhor valorizada e se inicia uma tentativa de criar uma ind stria de anima o forte no pa s com incentivo a produ o de s ries de televis o 8 Ver linha do tempo Anexo p 170 AMANCIO Tunico Artes e Manhas da EMBRAFILME Cinema estatal brasileiro em sua poca de ouro 1977 1981 passim 3 A FDE publicou v rias edi es sobre cinema com objetivos educacionais voltadas para o professor da rede p blica de ensino do estado de S o Paulo Apesar da quantidade de edi es textos de apoio s rie Apontamentos com mais de 460 volumes livros colet nea Li es com Cinema de 6 volumes e do per odo abrangente de lan amentos 1988 e 1997 Do universo de publica es poucas foram dedicadas exclusivamente anima o Assim o pesquisador adotou a publica o do 4 volume da cole o Li es com Cinema dedicado exclusivamente anima o como marco de publica
4. o comercial brasileira pois muitos diretores de longa metragens de anima o come aram no curta Paulo Munhoz Brichos e Belowars Otto Guerra 87 Relat rio Anima Forum 2010 88 Relat rio Anima Forum 2010 8 Cat logo Anima F rum 2010 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 103 Rocky amp Hudson e Wood e Stock Sexo Or gano e Rock n Roll e Al Abreu Garoto C smico Diretores de s ries animadas de televis o produzidas e exibidas no Brasil atualmente tamb m militaram no curta metragem Andr s Lieban Meu Amig oz o Humberto Avelar S tio do Pica Pau Amarelo e muitos animadores curtametragistas trabalham ou trabalharam nessas produ es como diretores de arte diretores de anima o roteiristas animadores chefes intervaladores dentre outros cargos Observando essa mesma produ o f cil notar que ela ainda bastante diversificada a ind stria brasileira ainda n o encontrou um padr o n o se estabilizou em um modelo est tico e de produ o Acredito ser justo afirmar que a diversidade est tica tem tica e t cnica da nascente ind stria de anima o nacional fruto do aprendizado gerado na produ o de curta metragens onde o realizador pode desfrutar de liberdade para criar ousar e experimentar que s o curta metragem autoral permite No entanto tamb m f cil perceber que tecnicamente e esteticamente a produ o industrial brasileira tende a encontrar esse padr o cedo
5. o das l minas da lanterna e dos objetos c nicos do teatro de sombras eram feitas no ato das proje es O movimento n o era constru do inventado os mecanismos das silhuetas e das l minas da lanterna se moviam por m esse movimento existia de fato n o era uma manipula o pose a pose A contribui o dessas formas de espet culo para o cinema e a anima o estava no arranjo espacial do p blico em rela o as proje es e no car ter narrativo das performances bem similar ao que vemos hoje no cinema Figura 46 Zootr pio J os brinquedos pticos como o fenaquitosc pio e o zootr pio dividiam sim o movimento em sucessivas poses mas os movimentos criados por tais dispositivos eram c clicos a exce o do flipbook de pouca dura o e n o eram projetados a frui o do movimento era benef cio apenas dos seus operadores Interessante que esses aparelhos foram inventados inicialmente como objetos de uso cient fico com o objetivo de explicar a persist ncia ret nica e posteriormente usados como entretenimento 6 amp Fenaquitosc pio um disco que possui em seu per metro 16 desenhos com poses sucessivas de um movimento e entre cada desenho na aresta do disco uma fenda Ao girar esse disco frente de um espelho tem se atrav s das fendas a ilus o do movimento 88 Zootr pio ou Roda da vida Zootropre do grego zoe vida e trope roda E um aparelho composto por um tambor com f
6. o do filme A maioria dos filmes que vejo em 3D se percebe que o programa que est determinando as coisas o artista n o est fazendo o que quer ele est cedendo muito s facilidades SQUARISI Hoje a t cnica em 3D tem um apelo muito grande com o p blico os grandes lan amentos da ind stria de anima o s o produzidos em 3D natural a cr tica dos entrevistados ao 3D todos trabalham e foram formados na anima o 2D PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 125 seja ela digital ou feita m o Os entrevistados t m uma vis o de dentro da t cnica e n o se deixam seduzir como o p blico n o especializado pirotecnia dos filmes produzidos em 3D Avelar alerta que com o passar dos anos o p blico tamb m come ar a perceber o 3D apenas como mais uma t cnica e a dar valor n o ao processo de anima o utilizado pelo filme mas sim na obra como um todo Avelar critica a monotonia e repeti o dos filmes em 3D lan ados pelos grandes est dios norte americanos Quando se tem muita grana como vemos nos filmes comerciais americanos chega a dar t dio E t o previs vel tem tanta repeti o de f rmulas e mesmo com dinheiro s o t o tediosos Ningu m precisa tirar nada da cartola N s temos a grana n s temos a t cnica vamos repetir produ o norte america em 3D N o sai nada novo Nos ltimos dez anos n o se consegue pin ar muita coisa nova Muita coisa tecnicamente nota dez e
7. padr o dos filmes animados BISHKO 2007 p 34 Apesar disso se verifica que a maioria da produ o animada da atualidade os princ pios da anima o foram gradativamente simplificados ou mesmo desprezados Nesse sentido Leslie Bishko afirma A partir dessa progress o que vai da full animation anima o total no estilo Disney da d cada de 1930 at os extremos e refinamentos da Warner Brothers a nfase gr fica da UPA e por fim as t cnicas limitadas de anima o para a TV de Hanna Barbera descobrimos que tem havido uma economia gradual de movimento Tr s Princ pios da Anima o permanecem nesse percurso Antecipation antecipa o Squash and stretch comprimir e esticar e Follow through and overlapping action continuidade e sobreposi o da a o A fun o deles sustentar a vitalidade a credibilidade e a caracteriza o Enquanto tal eles formam as unidades estruturais b sicas do estilo e da express o BISHKO 2007 p 32 Figura 73 Papa L guas Warner Brothers Poses exageradas e nfase nos extremos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 91 Xavier acredita que o aut ntico desenho animado foi produzido antes do advento do acetato quando o cen rio era desenhado quadro a quadro juntamente com a anima o dos personagens At ent o n o havia a possibilidade de separar em n veis diferentes os elementos da imagem e de tornar est vel ou permanentes algun
8. 165 RUSSET Robert amp STARR Cecile Experimental Animation Origins of a new art Nova lorque Da Capo Press 1988 224p SCHNEIDER Carla et al O cinema de anima o no Brasil e o National Film Bord of Canada Revista dos Cursos de Cinema do Cearte Pelotas n 1 p 174 177 2011 SENNETT Richard O Art fice Trad Cl vis Marques Rio de Janeiro Record 2009 360p SHENZHEN uma viagem china Guy Delisle Campinas SP Zarabatana Books 2009 160p SITIO T Whitaker H Halas J Timing em anima o Trad Edson Furmankiewicz Rio de J aneiro Elsevier Editora Ltda 2011 157p STANCHFIELD Walt Dando Vida a Desenhos volume l os anos de ouro das aulas de anima o na Disney Trad Edson Furmankiewicz Rio de J aneiro Elsevier Editora Ltda 2011 403p e A A Dando Vida a Desenhos volume Il os anos de ouro das aulas de anima o na Disney Trad Edson Furmankiewicz Rio de J aneiro Elsevier Editora Ltda 2011 354p SURRELL Jason Os Segredos dos Roteiros da Disney dicas e t cnicas para levar magia a todos os seus textos Trad Beatriz Sidou S o Paulo Panda Books 2009 228p TAVARES F Ata de reuni o entre a SAv e a ABCA mensagem para grupo de discuss es da ABCA Mensagem recebida por lt ABCA Q yahoogrupos com br gt em 22 dez 2011 TR S DEDOS um esc ndalo animado Rich Koslowski Gal Editora 2002 134p THOMAS Frank amp JOHNSTON Ollie The Illusion of Life Disney animation N
9. 5 O momento de mudan a de par metros da anima o brasileira que chamo de viragem foi constru do ao longo dos anos por iniciativa dos pr prios animadores e produtores de anima o brasileiros que objetivavam quebrar barreiras econ micas t cnicas e culturais para conquistar espa o quase exclusivo do mercado Norte Americano ou Japon s a televis o Os primeiros passos foram dados em dire o ind stria de anima o nacional Hoje j existem est dios trabalhando especificamente com o g nero s rie desenvolvendo t cnicas formando pessoal e ganhando mercado e experi ncia Em primeira vista isso muito bom Estamos ampliando o mercado de trabalho para o animador estamos gerando divisas para o mercado brasileiro e ampliando os limites t cnicos e produtivos da anima o brasileira Mas existem problemas nesse processo as pol ticas p blicas est o direcionadas para a anima o comercial e a anima o autoral est sendo tratada com neglig ncia Corre se com isso um risco de se padronizar a anima o brasileira em suas dimens es t cnicas e art sticas Ainda n o possu mos uma escola formadora de animadores e diretores para suprir a demanda da nascente ind stria e o curta metragem base de aprendizagem inova o e cria o como sempre n o encontra o apoio que deveria ter Pode at ser que os est dios comecem a formar seus pr prios profissionais mas esses ter o uma vis o compartimentada e de dentr
10. Figura 108 Carrapatos e Catapultas AnimaTV Figura 110 S tio do Pica Pau Amarelo Figura 111 Meu Amig oz o 107 al11 s ries brasileiras em exibi o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 139 O momento da anima o brasileira visto com muito otimismo por uns e criticamente por outros no entanto se percebe que existe uma mudan a no campo da anima o O impacto que a recente produ o de s ries exerce na anima o brasileira aumentando o volume de produ o movendo recursos humanos e financeiros influenciando no uso das t cnicas e na forma o de novos animadores ineg vel A viragem est em andamento e s o os animadores e produtores brasileiros que definir o o encaminhamento desse processo dif cil definir um estilo nico para a anima o brasileira ao longo dos anos a produ o de curtas foi muito diversificada Tamb m entendo que um pa s com as propor es continentais do Brasil encerra dentro de seus limites territoriais realidades e culturas diversas Mesmo que se considere a concentra o de produtoras e profissionais de anima o nos grandes centros do pa s preferivelmente no eixo Rio S o Paulo deixando de fora produ es realizadas em outras regi es penso ser complicado afirmar que existe um padr o na produ o nacional Se essa diversidade for a cara da linguagem brasileira podemos considerar como Magalh es que existe essa cara da anima
11. MORENO Ant nio A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o Rio de J aneiro Editora Artenova S A EMBRAFILME 1978 134p MOYA lvaro de O Mundo de Disney S o Paulo Gera o 1996 NAZ RIO Luiz As Sombras M veis atualidade do cinema mudo Belo Horizonte Ed UFMG 1999 334p NESTERIUK Sergio Dramaturgia de S rie de Anima o S o Paulo Anima TV 2011 282p PEREIRA Paulo Gustavo Animaq almanaque dos desenhos animados S o Paulo Matrix 2010 PIOLOGO Ricardo PIOLOGO Rodrigo Aprenda a Desenhar Cartoons para Produ o com Anima o e Computadores Rio de janeiro Axcel Books 2004 152p DS A RAR Flash Animado com os Irm os Piologo Rio de Janeiro Axcel Books 2009 272p PONCET Marie Th r se O Desenho Animado Trad Vasco Granja Lisboa Editorial Est dios Cor 1968 Enciclop dia Diagramas N o paginado PURVES Barry Stop motion Porto Alegre Trad Jo o Eduardo N brega Tortello Bookman 2011 200p PYONGYANG uma viagem cor ia do Norte Guy Delisle Campinas SP Zarabatana Books 2007 192p RAMOS Jos Mario Ortiz Cinema Estado e Lutas Culturais anos 50 60 70 Rio de J aneiro Paz e Terra 1983 175p ROSENFELD Anatol Cinema Arte amp Ind stria S o Paulo Perspectiva 2009 264p RUSSET Robert Hyperanimation Digital images and virtual worlds New Barnet J ohn Libbey Publishing 2009 224p PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA
12. PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 117 produtor de conte do e n o ser somente um repetidor de f rmulas ou um executor de tarefas Eu aprendi muito na pr tica mas n o por nega o da teoria certo que se trabalhe com a intui o e que se aprenda com isso Trabalhar em grupo no dia a dia em equipe a pr tica necess ria indubitavelmente Por m ao n o estudar a tend ncia de se transformar em um mero repetidor maior Quando se tem mais informa o a possibilidade de ser mais criativo maior ser mais cr tico em rela o ao que se est assistindo porque se conhece mais se estudou mais tem se mais informa o se mais exigente Assim se levanta o n vel do mercado Um mercado que n o estuda e que n o pesquisa um mercado repetidor Copia Copia o americano copia o japon s n o tem base n o se personaliza n o se forma ele s um imitador ou ent o se torna um cumpridor de metas um executor AVELAR Retomando a quest o da escola ideal imaginada pelos animadores brasileiros bom lembrar que tanto o NFB quanto o CTAv s o est dios l os animadores produzem fazem curtas Lazarette lembra Ali s o mais importante para o animador n o s a escola ele tem que estar fazendo o seu curta O curta importante suporte para experimenta o e aprendizado Fundamental na forma o do profissional brasileiro Nisso todos os entrevistados concordam Os mais import
13. a janela que d para a mente Immanuel Kant Como animador embora use outras t cnicas de anima o inclusive as digitais escolhi a t cnica do desenho animado como minha t cnica preferencial base de meu trabalho autoral e tamb m comercial Sempre tive uma rela o de profunda entrega ao papel em branco iniciar o desenho com rabiscos procura de um caminho a seguir Desenhar e sentir o atrito do l pis com a superf cie rugosa do papel o percurso dos dedos entre as folhas animadas ao flipar os pequenos detalhes acrescentados pouco a pouco ao desenho que transformam simples tra os em coisas vivas Olhar satisfeito em um fim de dia de trabalho minhas m os sujas de grafite Carri re enxerga com perfei o essa rela o entre o artes o e sua ferramenta da mesma forma que o animador e sua t cnica preferida O artes o acaba se acostumando com a ferramenta imperfeita No fim Descobre nela um certo charme no pr prio esfor o que ela o obriga a fazer CARRI RE 1995 p 215 Pode se pensar que essa vis o seja demasiadamente rom ntica ou nost lgica do trabalho do animador E certo que meu pensamento passa longe do pragmatismo de muitos colegas que afirmam em quest o de sobreviv ncia no mercado que a anima o em papel acabou que o trabalho manual n o mais vi vel que esse conhecimento ou saber n o mais relevante Por m como lembra J ean Fran ois Lyotard Quem decide o que saber e quem s
14. bibliografia indicada pelo N cleo de Anima o da Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de J aneiro N A D A Consulta ao manual did tico elaborado pelo Primeiro Programa de Fomento Produ o e Teledifus o de S ries de Anima o Brasileiras Anima TV Consulta em cataloga o elaborada pelo Prof Ant nio Moreno da Universidade Federal Fluminense Consultas nos s tios de pesquisa de livrarias da INTERNET Estante Virtual e Livros Dif ceis Consultas no acervo da Biblioteca Nacional e na Biblioteca da Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de J aneiro Consultas lista de discuss es da ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o Finalizando em entrevistas com animadores brasileiros Humberto Avelar Marcos Magalh es Maur cio Squarisi Rosaria S vio Leite e Wilson Lazaretti que n o s validam o conjunto de publica es levantado mas 26 ESTANTE VIRTUAL Dispon vel em lt http www estantevirtual com br gt Acesso em 05 set 2011 27 LIVROS DIF CEIS Dispon vel em lt http livrosdificeis com br gt Acesso em 05 set 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 29 tamb m a finaliza o da amostragem de livros e dados complementares O que pretendo nesse cap tulo tecer rela es entre as publica es seus conte dos e o contexto atual da anima o Encontrar apontamentos que direcionem para um melhor entendimento do que publicado e i
15. enf tico E isso talvez o elemento em que estamos com cara de brasileiro no lugar da t cnica Em t cnica ainda estamos aprendendo a usar as t cnicas de anima o LR Como voc v os processos que levaram a anima o brasileira ao momento atual em que vemos um significativo crescimento da produ o nacional e da incrementa o do fomento e incentivo a produ o comercial de anima o S rie e longa e quais resultados espera para o futuro se essas pol ticas forem implementadas Aproveitando sua fala anterior Existe o perigo de se estandardizar a diversidade de estilos a cara da anima o Brasileira PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 180 HA Existe o perigo da estandardiza o e temos que estar atentos Est na m o dos artistas n o permitir essa estandardiza o Existe o perigo claro enf tico Porque queremos competir queremos entrar em um mercado que j tem estabelecido um formato Queremos ser competitivos logo aprendemos a fazer o formato estabelecido e come amos a imitar esse formato A mentalidade a seguinte Eu quero ser aceito nesse clube Ent o come amos a desenhar parecido a esse clube editar parecido design parecido fazer o filme parecido essa uma tend ncia universal Os desenhos est o de um modo geral muito parecidos Isso um fato O design de anima o nos ltimos anos ficou muito repetitivo isso vis vel nos canais de anima o Existe um certo medo de
16. o do trabalho e terceiriza o da m o de obra Figura 59 Personagem em 3D A ind stria da anima o como toda a ind stria est organizada segundo esses par metros Os grandes est dios da Europa e Estados Unidos t m unidades terceirizadas de produ o espalhadas pelo globo A grande maiorida das s ries de TV e longa metragens produzidos nos grandes est dios tem como parceiros est dios menores que trabalham paralelamente na mesma produ o por exemplo cria o de roteiros nos EUA storyboard e anima o de quadros chave no Canad anima o de intervalos e coloriza o na China edi o e p s produ o na Inglaterra Esse modelo tamb m atinge produ es de menor escala No Brasil comum est dios contratarem animadores aut nomos para trabalhar no desenho de storyboards na execu o de anima o ou finaliza o de cenas Hoje em dia 75 A computa o gr fica se aproxima do modelo est tico f sico e narrativo do cinema de filmagem ao vivo live action e esse a utiliza como geradora de efeitos especiais e trucagens Figura 61 Paul Driessen PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 82 quem n o possui sua pr pria esta o de trabalho digital fica fora do ciclo produtivo A automa o realizada pelos programas de anima o s o fundamentais para o processo funcionar Aqui n o h lugar para experimenta es ou improvisos s o os mesmos m todos os mesmos equipamentos os me
17. o tra o o desenho sempre gostei de desenhar Desenhar no papel quando somos crian as desenhamos no papel Quem mais me influenciou foram meus amigos E at bobo falar mas como eu n o tive nenhuma refer ncia muito forte a n o ser Disney anteriormente ao meu inicio na anima o depois que comecei as pessoas que fui conhecendo as pessoas com quem eu fui trabalhando viraram as minhas refer ncias E o Sacha o Mar o a galera da Campo4 Cesar A da minha hist ria mesmo dentro disso Come a com eles LR Acredita que a anima o quadro a quadro em papel ou melhor a t cnica tradicional ainda importante R L gico que Primeiro porque n o d pra desenhar na tablet risos A Galera que come ou com isso que fazia isso e que estudou a vida inteira t cnica tradicional ainda est a Ainda est no mercado ainda tem muita coisa PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 210 para passar Eu ainda quero trabalhar com eles O papel um pouco isso trazer a galera trazer o que eles j aprenderam e ir frente a partir disso E tamb m como resultado diferente Falam que poss vel fazer tudo no digital hoje mas desenhar no papel como tocar viol o isso n o um fetiche aqui ainda rola de desenhar no papel quando crian a desenhamos no papel n o tem como acabar com isso N o vai cair n o espero que n o risos LR_ Como enxerga a t cnica tradicional em rela o aos
18. pela pr pria natureza humana mesma coisa com o desenho Se desenha porque inerente a voc LAZARETTE Avelar acredita que papel do animador trazer para o meio digital a organicidade do trabalho m o que as empresas fabricantes de programas precisam atender essa necessidade de materialidade ao animador Tamb m defende o uso dos conhecimentos da anima o tradicional aplicados aos programas digitais afim de quebrar a dureza do resultado final das anima es Estamos agora em um momento interessante os meios de produ o digital em princ pio endureceram o visual porque o pr prio desenho cl ssico deixou de lado o acetato e come ou a ser digitalizado Continua se desenhando m o mas se digitaliza esse desenho Essa digitaliza o a princ pio era dura perdia se muito o tra o do desenhista ficava um tra o digital A princ pio parecia que ia derrubar o org nico medida que o digital foi avan ando ele come a a imitar cada vez mais o org nico Por exemplo as tablets tem hoje um tra o cada vez mais parecido com o tra o l pis Ent o s vezes se est desenhando em uma tablet com o desconforto de se estar desenhando em um pl stico n o confort vel para um artista a ponta de pl stico da caneta sobre a prancha de pl stico n o definitivamente natural e nem confort vel Acredito que o artista sente a necessidade da organicidade ele precisa da sensa o da ponta do l pis arrastando no
19. um cara falando sobre isso mas a priori eu acho a coisa muito megaloman aca for ar um mercado que n o existe Te ajuda a fazer um longa metragem com X X X condi es tem que ser atrelado a isso isso e isso eu lie percebi que n o era para mim Tem que ser vinculado televis o educativa tem um longa que quero fazer que vai ser em cima do livro O Amanuense Belmiro do Ciro dos Anjos Fiquei pensando E bom para a TV bom para a TV Educativa Acho que falta ao Brasil uma pessoa como eu por exemplo Quando que eu vou fazer meu longa com essa postura autoral que tenho enf tico _ Nunca risos estou com 40 anos Est na hora LR Obrigado pela entrevista foi muito rica Alguma palavra final Quer dizer mais alguma coisa SL Uma coisa que voc falou que at me fez enxergar eu ainda n o tinha enxergado Na verdade eu penso o cinema independente dele ser de anima o ou n o Anima o para mim mais tranquilo porque eu gosto mais tenho mais tes o acho mais louco Se for para fazer cinema de anima o melhor ainda Um cara que eu gostaria de ter falado e que n o falei nele o J odorowsky Descobri nele o tipo de cinema que me agrada a filosofia do cinema que me agrada um cinema de experimenta o mesmo ali muita simbologia e coloca tudo isso numa forma cinematogr fica mais interessante Comungo muito com as id ias dele
20. A China executou milhares de desenhos americanos e ainda o faz mas agora eles est o com uma produ o criativa bem maior bem mais expressiva No Brasil temos que buscar personalidade a anima o brasileira ainda n o tem Porque isso n o uma coisa que se crie rapidamente criada aos poucos Tem que ter um certo volume de produ o para se olhar de fora e perceber pa Est se delineando aqui um perfil Como ainda n o temos muito volume de produ o n o tem cara Acredito que quando assistimos ao S tio Antes da entrevista acompanhei Humberto Avelar em seu trabalho como diretor da s rie de desenhos animados S tio do Pica Pau Amarelo ainda in dita na TV Assistimos dois animatics e um epis dio finalizado percebemos uma linguagem brasileira o falar dos personagens est brasileiro E isso um exemplo muito interessante Isso uma caracter stica que pode nos diferenciar n o estava contando com isso estava pensando em timing em estilo em desenho mas de repente o falar diferente A maneira de falar as coisas a maneira com que os personagens se relacionam esse o estilo da anima o brasileira Muitas vezes est todo mundo focado na t cnica e na fala que aparece o diferencial Temos muitos temas para produzir o que gostamos de fazer sobre o que gostamos de falar como falamos A maneira como os personagens dialogam no S tio n o como um personagem de desenho americano Isso linguagem
21. Isto foi de Barthes deixou de ser atual substitu do por uma hiper realidade conceito de Jean Baudrillard baseado na cren a popular que ele considera perigosa n o j no real mas nas imagens alteradas do real Desde que os efeitos especiais se tornaram invis veis todos os filmes que os utilizam tornam se filmes de anima o hoje a t cnica mais parecida com a filmagem real mesmo que ela redesenhe o real em vez de o produzir como fotografia DENIS 2010 p 187 Cada vez mais assistimos nos filmes de filmagem ao vivo atores reais contracenando com elementos animados Sejam eles simples movimentos de c mera constru o de cen rios virtuais e at mesmo anima o de personagens ou conjuntos de figurantes Talvez n o sejam necess rios mais 100 anos para que se possa verificar a preponder ncia da anima o no cinema de filmagem ao vivo 3 2 A m o e a m quina No mundo da anima o as pessoas que entendem de l pis e papel normalmente n o entendem de tecnologia e as que entendem de tecnologia em geral n o s o pessoas do mundo art stico ent o elas est o sempre em lados opostos Don Bluth A anima o pode ser realizada numa infinidade de t cnicas anima o direta na pel cula anima o de bonecos anima o de areia pintura sobre o vidro recortes de papel massa de modelar e etc Todas essas t cnicas tem a m o do animador como base do trabalho seja na constru o do boneco ou em sua
22. Tamb m uma pena a edi o ser em preto e branco No entanto Um Caminho para a Anima o por ser uma iniciativa pessoal do animador Silvio Toledo e realizado fora do eixo Rio S o Paulo tem seu louvor T tulo Manual do Pequeno Animador Autor Wilson Lazaretti Editora Editora Komedi Ano de publica o 2008 Pa s Brasil O N cleo de Cinema de Anima o de Campinas lan a em 2008 o Manual do Pequeno Animador de Wilson Lazaretti O N cleo de Campinas ensina as t cnicas tradicionais de anima o para crian as e jovens atrav s de oficinas de brinquedos pticos e anima o Esse livro reflete a experi ncia do n cleo e tem como p blico alvo as crian as O sub t tulo da publica o diz tudo Manual de anima o para quem ainda crian a mas quer ser animador T tulo Cartilha Anima Escola Autor Marcos Magalh es Editora Anima Mundi Ano de publica o 2007 Pa s Brasil T tulo Anima Escola 10 Anos Autor J oana Miliete Marcos Magalh es E ditora Anima Mundi Ano de publica o 2011 Pa s Brasil O bra o educacional do Anima Mundi o Anima Escola publicou em 2007 um manual para oficinas ministradas por animadores aos professores da rede p blica do Rio de Janeiro A Cartilha Anima Escola 2007 escrita por Marcos Magalh es foi distribu da apenas para pessoas envolvidas com o projeto Anima Escola Tamb m pelo projeto Anima Escola foi publicado em 2011 e tamb m com distribui o limitad
23. a confirma essa tend ncia da teoria cinematogr fica Em teoria do cinema estas t m vindo a seguir a produ o que domina a que concebe o filme enquanto longa metragem comercial fotogr fico de fic o narrativo e espetacular relegando outras pr ticas a uma zona marginal e indistinta Pelo que o filme animado tem permanecido margem s acompanhado de indiferen a e de ignor ncia Ibid p 19 A utiliza o do cinemat grafo como matriz para a anima o deixou a pr tica ref m dos modos industriais do cinema negligenciando ao segundo plano a maneira artesanal de produzir dos pioneiros Esse processo resultou no surgimento dos primeiros est dios de anima o comercial com a assimila o da anima o pelo cinemat grafo e subsequentemente sua vassalagem ao cinema de filmagem ao vivo Com isso naturalmente o desenho animado al m de usar o dispositivo do cinema tamb m passa a adotar as formas de linguagem do mesmo cinema deturpando assim as caracter sticas originais da anima o O animador portugu s os Maria Xavier em artigo para o Festival de Cinema de Anima o de Lisboa en rgico nessa quest o Ele indaga Mesmo uma an lise m nima n o levaria qualquer esp rito perspicaz a concluir que com o tempo a grande maioria das imagens do cinema de anima o se tornaram a caricatura das imagens do cinema de imagem real XAVIER 2007 s n Para Xavier o ponto de ruptura da anima o com s
24. chamados experimentais estes sabem do que se trata Sabem que os problemas a resolver s o os da imagem do aparelho do programa e da informa o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 76 Tentam conscientemente obrigar o aparelho a produzir imagem informativa que n o est em seu programa Sabem que sua pr xis estrat gia dirigida contra o aparelho FLUSSER 1985 p 83 4 Aqui cabe voltar ao pensamento de Gra a para quem a imagem animada possibilita abrir a caixa preta do aparelho cinematogr fico Gra a acredita que a anima o questiona e descortina os mecanismos do cinema pois a linguagem m e do cinema GRA A 2006 p 213 E justo afirmar que ao aprender a t cnica do quadro a quadro o animador compreende a mec nica do aparelho cinema sabe que seu trabalho consiste na manipula o de poses est ticas que posteriormente ao serem projetadas criar o uma ilus o do movimento Tamb m sabe que a sincronia e uso da banda sonora s o constru dos posteriormente que tudo falso que tudo montado e que o resultado apenas a conclus o de um grande quebra cabe as Esta possibilidade de embranquecer a caixa preta do cinema fica ainda mais clara ao focar o trabalho do animador experimental que como o fot grafo experimental de Flusser investe contra o aparelho e subverte as limita es dos dispositivos cinematogr ficos em fun o do que ele deseja Se for preciso o experimentador jogar t
25. curta tamb m deve ser considerado como formato final de express o e n o apenas uma passagem ou caminho cada vez existem mais janelas para que um realizador experiente realize e exiba seus curtas com continuidade e isso deve ser incentivado e valorizado Ap ndice resposta enviada por e mail data 07 12 2011 MM Acho que sim pessoas como o Diego Akel animador de Fortaleza Cear botou essa bandeira Sou animador experimental Ele est fazendo est apostando fazendo vinhetas para festival j conhecido no circuito No dia que uma ag ncia ou algum cliente queira alguma coisa que tenha uma linguagem diferente ou vai procur lo ou vai procurar algu m que fa a feito ele entendeu Alguma coisa experimental j tem um r tulo o r tulo pode ser ruim ou pode ser bom Todo animador que admiramos hoje em dia est de alguma forma encaixado em um r tulo ent o um r tulo n o sempre uma coisa ruim LR Voc acredita que a curadoria dos festivais brasileiros muito conservadora Voc acha que os festivais cumprem bem o papel de divulga o de trabalhos mais autorais e experimentais PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 193 MM Existem festivais e festivais Cada festival tem uma cara tem uma linha e acho que est o cumprindo sua fun o de mostrar para o p blico essas linhas Quem faz um trabalho experimental um trabalho diferente s tem uma sa da continuar produzindo continuar mostrando s
26. de uma coisa que pode ser muito maior d para voc dirigir s rie aprendendo com o curta Com o curta se consegue formar a sua pr pria maneira de trabalhar isso eu acho que individual Quem entra em est dio e faz um trabalho grande e cresce nesse est dio aprende daquele jeito aprende o jeito de produzir s que o curta te d a possibilidade de se fazer do seu jeito E diferente o autor que vai definir como funciona melhor para ele Depois essa experi ncia passada para as outras pessoas Curta para mim foi uma experi ncia incr vel foi bem parecido com a experi ncia que tive com o Tromba Trem de experimentar uma coisa diferente preciso experimentar os dois bom trabalhar numa equipe enorme e bom trabalhar no curta LR O Trabalho experimental aproveitado na produ o comercial brasileira R Com certeza N o sei se o trabalho todo de uma vez mas a experi ncia que se tem fazendo uma coisa experimental e autoral a experi ncia que se leva para o trabalho comercial Porque ainda o nosso trabalho sincero um trabalho art stico n o tem como se desvincular uma experi ncia da outra bem significativa essa experi ncia para o que se faz depois LR Voc acredita que os festivais cumprem bem o papel de divulga o de trabalhos mais autorais e experimentais R Eu acho que cumpre bem acho que sim J participei de muitos festivais com os meus dois curtas Acho que Menina da Chuva foi para 40 f
27. desenho no computador muito inferior ao se pintar direto no acetato por mais desagrad vel que isso possa ser muitas vezes por causa do cheiro da tinta por causa do cheiro da acetona para limpar o acetato ou entrar em um programa de edi o por mais pr tico que ele seja a experi ncia sensorial muito inferior a de entrar em uma sala com uma Oxberry instalada e operar aquele equipamento E uma experi ncia diferente AVELAR Leite acredita que a anima o em papel ainda possui sutilezas que a t cnica digital n o consegue atingir mas eu acho que se compararmos um trabalho todo feito na tablet e no photoshop e compararmos com uma trabalho todo feito m o a m o ainda tem o seu gracejo Porque a m o aceita uma coisa que o computador n o aceita que o erro A possibilidade do erro o cinema perdeu muito disso a possibilidade de errar A grande possibilidade do erro O 2D tem a possibilidade do erro se v a linha torta alguma coisa que saiu errado gosto de usar esse erro como uma for a est tica LEITE Mesmo que utilizem as ferramentas digitais os entrevistados v em o trabalho manual com carinho pensam ser importante desenhar e animar no papel Nessa mesma dire o Lazarette afirma PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 122 O computador um sofisticador mas voc vai ter o seu trabalho seu empenho N o se aprende a andar em uma esteira se aprende a andar por necessidade
28. e em 35 mm gra as a Lei do Curta E uma lei que n o est em pr tica mas que ainda existe que obriga toda exibi o de um longa metragem estrangeiro a ser precedida por um curta metragem nacional Ent o nos tempos que essa lei vigorou eu pude colocar meus filmes no cinema no circuito M o M e foi o primeiro feito em preto e branco com a ajuda de um produtor independente e o Miau que tamb m foi um filme que fiz em super 8 ensaiei a id ia em super 8 e apresentei um projeto de fazer um up grade para 35 mm para a Embrafilme Empresa Brasileira de Filmes ele foi aprovado e virou um filme que acabou ganhando um pr mio em Cannes Ent o nesse momento escancarou as portas para mim e para toda uma gera o que veio comigo Pelo fato de um filme brasileiro ter sido premiado em um festival internacional do porte de Cannes chamou a aten o de que existia alguma coisa acontecendo no Brasil Essa gera o que aprendeu a animar em PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 186 super 8 o crescimento da televis o da propaganda tudo isso proporcionando que a anima o tivesse um campo f rtil para se desenvolver nos anos 80 LR Voc poderia falar um pouco mais como foi sua ida ao NFB e tamb m o inicio do n cleo de anima o do CTAv MM Em sequ ncia do Miau o filme tinha acabado de ficar pronto apareceu um concurso de bolsas de estudos da CAPES Coordena o da Aperfei oamento de Pessoal de N vel Super
29. entrevistas est o nos anexos dessa disserta o Preparei um roteiro constitu do de 15 perguntas relacionadas aos temas tratados nos cap tulos anteriores Foram realizadas diversas leituras das entrevistas e selecionei muitos trechos que me chamaram a aten o Reli o material selecionado marquei os trechos similares e os d spares e constru indicadores Posteriormente reuni tais indicadores em grupos Organizados esses grandes grupos foram a partir deles constitu das as categorias de an lise A escola A t cnica A viragem Pol ticas p blicas No cap tulo 2 dessa disserta o A Anima o Publicada al m da revis o bibliogr fica j foram introduzidas algumas vozes dos entrevistados As informa es obtidas nas entrevistas modificaram diretamente os n meros quantitativos de publica es levantadas pelo pesquisador e relacionar tais dados em um cap tulo diferente seria extremamente confuso prejudicando a fluidez de leitura Neste cap tulo tra o paralelos e oposi es entre as vozes dos entrevistados apresentando as de forma mais Clara destacadas dos dados levantados pelo pesquisador no cap tulo anterior O objetivo das entrevistas n o fazer um levantamento quantitativo das opini es dos animadores brasileiros sobre sua pr tica e o momento atual da anima o nacional Procurei fazer um levantamento qualitativo escolhendo profissionais importantes e respeitados por seus pares Segundo Bourdieu os signific
30. fato esse um caminho sem volta j que as empresas precisam de t cnicos especializados para trabalhar em postos espec ficos usando o m todo de trabalho e o design da empresa Walt Disney criou tamb m sua pr pria escola e dela nasceu a Cal Arts que possui dois cursos de anima o um voltado para o mercado e outro de anima o experimental Squarisi alerta N o faz sentido o CTAv investir na ind stria a ind stria que invista na ind stria Nesse sentido interessante observar que a maioria dos produtores ou diretores de anima o que hoje est o na ind stria passaram pelo curta metragem pelo trabalho autoral ou pela anima o experimental Ter uma forma o global aprender a trabalhar em um produto do audiovisual desde a cria o do roteiro at a edi o de som deu a esses profissionais a possibilidade de dirigir equipes e trabalhar em escala industrial Fazer conte do foi fruto direto dessa experi ncia totalizante Avelar que hoje diretor da s rie televisiva de anima o S tio do Pica Pau Amarelo surpreendentemente vai contra a corrente do mercado e diz ser mais importante formar cineastas e n o t cnicos espec ficos para trabalhar em est dio citando tamb m o conv nio Brasil Canad no CTAv Um momento muito interessante foi na poca do interc mbio com o Canad Ali se formou profissionais Os profissionais que sa ram dali s o os que hoje organizam o Anima Mundi e outros que est o for
31. ficas animadas foi t o grande no p blico que o invento de Reynaud foi esquecido No entanto verificando as descri es do dispositivo justo afirmar que o Teatro ptico e as anima es de Reynaud fundaram a base do espet culo audiovisual ou cinematogr fico Nesse sentido Magalh es afirma Portanto o desenho animado a express o mais popular da anima o foi o verdadeiro precursor de toda a ind stria audiovisual Emile Reynaud personifica o talento que levou a m gica do zootr pio s telas com o sistema de espelhos que batizou de praxinosc pio e foi a base de seu Teatro Optico Mas talvez por um detalhe de sua personalidade mais para artes o do que para empres rio ao contr rio dos Lumi re que tinham algum tino de comerciantes n o foi capaz de industrializar seu sistema Ao contr rio concentrava todas as tarefas da produ o e do espet culo em sua pessoa tornando o espet culo comercialmente insustent vel Cada filme levaria meses para ficar pronto e por isso foi levado ao desespero quando verificou que a partir de 1895 seu p blico migrava para sess es do cinema real do cinemat grafo este capaz de realizar uma nova Figura 48 Pel cula desenhada utilizada no Teatro Optico de Reynaud Repare que a perfura o localizada no meio da tira e existe apenas uma perfura o entre cada quadro PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 66 atra o a cada semana mesmo que os f
32. funcionamento dos produtos do audiovisual A base de tudo est no frame a frame a possibilidade de construir o tempo e o movimento quadro por quadro A anima o n o deve ser produzida com intuito de se imitar o cinema n o deve ficar ref m das normas cinematogr ficas dependente da id ia do que poss vel do que palp vel A anima o deve enfatizar suas infinitas possibilidades a inven o a fantasia o on rico o imposs vel realizado A anima o estrategicamente muito importante para o mercado por ser a linguagem audiovisual que primeiro se toma contato atrav s das s ries televisivas infantis Tamb m mais perme vel do que o cinema pois seus personagens podem criar facilmente identifica o com p blicos de pa ses e culturas diferentes n o depende do corpo f sico do ator e de f cil adapta o s diversas l nguas pois pode ser dublado facilmente ou em alguns casos produzido sem di logos 3 O curta metragem a base do aprendizado do animador Para ser diretor de s rie ou longa o animador precisa passar pelo curta para adquirir uma vis o global de produ o aprender a tomar decis es e desenvolver seus m todos de trabalho Al m disso formador de profissionais O curta metragem autoral ou experimental uma fonte rica de inova o desse trabalho menos compromissado com resultados econ micos e de p blico que possibilita o ensaio para novas id ias t cnicas est ticas
33. importantes livros para o animador tradicional S o tr s livros fundamentais que aprofundam o conhecimento da t cnica do desenho animado e anima o total full N o s o livros de primeiros passos mas livros de aperfei oamento t cnico do animador T tulo Dando Vida a Desenhos Volle II Autor Walt Stanchfield Editora Elsevier Editora Ano de publica o 2011 Pa s Brasil Elsevier Editora publicou os dois volumes de Dando Vida a Desenhos de Walt Stanchfield Uma compila o de notas e desenhos das aulas ministradas pelo veterano animador dos est dios Disney Stanchfield aos animadores da empresa O livro focado no desenho de observa o modelo vivo e no gestual aplicados no aperfei oamento da anima o de personagens Walt Stanchfild apelidado de o Figura 23 A Grande Arte da Luz e da Sombra UM EXEMPLO DAS OBSERVA ES QUE PODERIAM SER FEITAS AD SE FUPAR E ESTUDAR APENAS ESSES DOIS DESENHOS AD DESLOCAR OS OLHOS ENTRE UM DESENHO DUTO VOC PODE VEZ ESSAS COISAS ALONTECEZEM E TAMB M DESCONAZ AS FORMAS NEGATIVAS MUDAZEM oro iga USTUS S O OUZON DOELAS PR PALA NNAL PERSPECINA VOLUME COMPRESS O ESTICAME gesto dOS fias pis z O WO E o gt o urano a mm DAS N DEGAS A 1 ESSE CASO A A o e POPAL SEO A PELA CASA OPA cS v K O secuv foa M TERRADO E v G EEMS ESNS AR DESDE NO MESMO DISO cassese a roem va ulbeca im 6 O desncameuro O C
34. mais se experimenta vai se vendo que aquilo d certo e se usa aquilo tamb m na produ o comercial Mas isso em tese pois na pratica vemos quase que um padr o raramente se sai um mil metro do padr o SQUARISI J Rosaria v de outra forma a rela o entre o trabalho autoral e a ind stria Acredita que ao absorver profissionais formados no curta na experimenta o essa experi ncia transferida naturalmente para a ind stria pelas m os dos profissionais Com certeza N o sei se o trabalho todo de uma vez mas a experi ncia que se tem fazendo uma coisa experimental e autoral a experi ncia que se leva PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 129 para o trabalho comercial Porque ainda o nosso trabalho sincero um trabalho art stico n o tem como se desvincular uma experi ncia da outra E bem significativa essa experi ncia experimental para o que se faz depois mercado ROSARIA un nime a opini o dos entrevistados quanto a evolu o e qualidade t cnica das produ es animadas brasileiras da atualidade Todos concordam que o computador e as facilidades do meio digital proporcionaram ao animador brasileiro a possibilidade de trabalhar mais r pido com um custo menor produzir mais obras e com recursos t cnicos que possibilitam um trabalho de melhor qualidade oportunidade de fazer teste de anima o de refazer cenas que n o atingiram um n vel satisfat rio o que antes e
35. mas deu para fazer Foi um trabalho importante Agora posso dizer que importante voltar para a Globo e fazer a s rie do S tio do Pica Pau Amarelo Voltei a fazer um trabalho de grande circula o Esses s o os pontos que eu poderia destacar LR Voc j falou do livro do Preston Blair como o livro de anima o que o marcou HA Tem o livro do Ant nio Moreno tamb m eu comprei esse livro e o li de cabo a rabo LR Que livro gostaria de ver publicado no mercado brasileiro HA Pensando em um livro que j exista no exterior traduzido para o portugu s Tem um livro para animadores que o livro The Animator s Survival Kit de Richard Williams um livro para animadores enf tico um livro estrangeiro tenho uma c pia em ingl s mas esse um livro essencial para animadores n o um livro gen rico H Vamos tomar conhecimento do que desenho animado N o n o n o Esse um livro para j iniciados Mas se queremos montar uma ind stria de anima o no Brasil temos que aprender a fazer a t cnica independente da for a criativa que n s brasileiros temos precisamos de informa o t cnica O livro do Richard Williams um livro de informa o t cnica nele se explica como Como se faz Uma caminhada muito simples o livro do Preston Blair j explica como se anima uma caminhada Mas no livro do Richard Williams ele explica como se faz efeitos e m ltiplos efeitos que o animador precisa no
36. narrativas e t cnicas animadas O circuito de festivais tem como fun o testar essas inova es com o p blico e disseminar entre os animadores novas possibilidades da que a ind stria da anima o vai buscar novos autores e id ias Figura 80 Gato Felix Figura 81 Yansan PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 97 No Brasil os festivais de anima o ou curta metragem funcionam como uma esp cie de rede paralela de distribui o cinematogr fica j que a exibi o de curtas de anima o no cinema ou na televis o muito rara e pontual Os festivais divulgam o trabalho do animador em centenas de mostras espalhadas pelos mais diversos pontos do pa s e atingem um p blico bastante diversificado No entanto esse modelo de exibi o n o traz dividendos econ micos significativos ao realizador de curtas normalmente os produtores dos festivais que conseguem ganhos econ micos com essas exibi es A ind stria brasileira de anima o ainda germinal n o tem o h bito de procurar tend ncias ou novos caminhos entre os filmes exibidos em festivais Grande parte dos diretores de s ries e longas brasileiros come aram no curta metragem no entanto fizeram o caminho inverso foram atr s da ind stria e n o o contr rio Recentemente o festival Anima Mundi come ou a promover uma melhor integra o entre os realizadores de curta e o mercado Desde 2006 o Anima Forum lugar de discuss e
37. o Finaliza o em pel cula 8 16 ou 35mm ou fita magn tica VHS Betacam As t cnicas tradicionais mais comuns de anima o s o o desenho quadro a quadro em papel e a anima o de bonecos em stop motion Democratiza o dos programas de anima o vetorial Flash Toon Boom de anima o em 3D digital Maya 3D studio e das esta es de trabalho em micro computadores caseiros 34 Televis o digital cinema digital INTERNET e o celular 3 ABCA Coordena o de Cl udia Bolshaw Hist rico brasileiro Quantidade de filmes de anima o produzidos at 2004 Dispon vel em lt http www abca org br page id 375 gt Acesso em 20 nov 2010 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 31 AnimaTV e longas metragens para salas de cinema FSA O crescimento da produ o nacional de anima o principalmente de curta metragem aconteceu paralelamente mudan a tecnol gica dos meios de produ o e correspondentemente ao amadurecimento do Festival Internacional da Anima o do Brasil o Anima Mundi festival de cinema de anima o mais antigo do pais que em 2012 realizar sua 20 edi o O Anima Mundi foi e um importante incentivador e divulgador da anima o brasileira Muitos animadores da nova gera o foram despertados para anima o assistindo filmes ou fazendo oficinas no festival muitos profissionais foram revelados para o p blico nas sess es de exibi o No entanto sem a chegad
38. o 11 Planos 12 Solidez 13 Arcos 14 Comprimir e esticar squash and stretch 15 Batida e ritmo 16 Profundidade e volume 17 Sobreposi o e seguimento overlap and follow thru 18 Timing trabalhando de um extremo a outro 19 Retas e curvas 20 Prim rio e secund rio 21 A o 22 Dramatiza o e composi o 23 Antecipa o antecipation 24 Caricatura 25 Detalhes 26 Textura 27 Simplifica o 28 Formas positivas e negativas STANCHFIELD 2011 P 05 A anima o limitada ou reduzida ou planificada uma t cnica criada com objetivo de baratear os custos de produ o de anima o O personagem animado dividido em c lulas separadas o que permite a utiliza o de planos em que s uma parte do personagem se mexa como por exemplo a boca Oposto anima o total onde al m da boca todo o personagem se move tanto os m sculos da face quanto o resto do corpo Na anima o limitada poss vel a reutiliza o m xima de sequ ncias j animadas o que n o acontece na total onde cada anima o Figura 68 UPA Figura 70 Anima o total Est dios Disney PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 89 animation Posteriormente a anima o limitada foi aplicada a exaust o na produ o de s ries de anima o para a televis o Os est dios Hanna Barbera popularizaram a anima o limitada em diversas s ries televisivas como Dom Pixote Z Colm ia Pepe Legal Os
39. o que eu n o conhecia coisas antigas publicadas no Brasil LR_ Tamb m fiz uma lista com alguns livros que voc citou na ltima pergunta s o t tulos em l ngua portuguesa encontrados no Brasil voc nota alguma aus ncia importante SL Tema biografia do Osamu tezuka em quadrinhos Osamu Tezuka Uma Biografia Mang s rie com quatro livros em quadrinhos publicado pela Conrad no Brasil entre 2003 e 2004 que eu tenho e n o est aqui tem esse livro do Moreno que estava tamb m na lista da menina Adoro esse livro aqui A grande arte da Luz e da Sombra mostro a ele a linha do tempo com os lan amentos em portugu s os intervalos sem lan amentos de livro no mercado nacional e os in meros lan amentos ap s o ano 2000 E interessante isso que voc identificou Eu fa o essa pesquisa tamb m porque acho que tem muito pouco livro Na lista do entrevistado encontrei as seguintes aus ncias da minha lista PEREIRA Paulo Gustavo Animaq almanaque dos desenhos animados S o Paulo Matrix 2010 IRWIN William CONRAD Mark T SKOBLE Aeon Os Simpsons e a filosofia S o Paulo Madras 2004 PRICE David A A magia da Pixar Como Steve J obs e J ohn Lassester fundaram a maior f brica de sonhos de todos os tempos Rio de J aneiro Elsevier 2009 NADER Gina A magia do Imp rio Disney S o Paulo Editora Senac Ap ndice resposta enviada por e mail data 11 12 2011 LR Qual o papel que o CTAV dever
40. o nacional Por outro lado se verificarmos uma primazia daqui para frente de um modelo industrial poss vel que com o passar dos anos como diz Avelar se configure um estilo ou cara da anima o comercial feita no Brasil Assim como ocorre com o produto Norte Americano ou Japon s Dentro dessa perspectiva a cara do Brasil ser outra Uma anima o industrial forte contribuir para uma anima o autoral forte Ou a concentra o nos esfor os pr ind stria sufocar a diversidade do curta autoral brasileiro S o perguntas que s o tempo responder 4 4 Pol ticas p blicas Geralmente tem se uma vis o muito limitada da anima o Muitos a consideram um sub g nero do cinema de filmagem ao vivo um hobby exc ntrico ou apenas uma arte menor destinada ao entretenimento de crian as Por m os animadores em geral tem uma vis o mais aprofundada da anima o Consideram que para se entender o audiovisual preciso conhecer primeiramente a anima o pois al m de ser t cnica m e do cinema a anima o a base da ind stria do audiovisual temos consci ncia disso Tenho certeza disso Que a anima o a base mais profunda da linguagem audiovisual N s estamos falando em juntar frames de criar a pr pria ilus o do movimento Essa cria o pode ser feita a partir de qualquer material o on rico a imagina o n o precisa absolutamente estar ligada a PUC Rio Certifica o Digital N 10118
41. poca N s que est vamos no est dio os poucos que estavam l desej vamos todos fazer filmes t nhamos muita enf tico vontade mas era um trabalho gigantesco Todo mundo cursava uma faculdade Eu comunica o social que me levaria a uma especializa o em cinema que era o mais pr ximo do desenho animado Eu gostava muito de cinema pensava Vou juntar as duas coisas cinema e desenho animado Na UFF tinha uma cadeira de anima o que eu poderia aprender um pouco Foi l o start foi l Dali logo no in cio eu peguei alguns trabalhos para a Globo Poderia dizer que os trabalhos importantes s vezes n o s o os mais famosos mas aquele que te impulsionou te jogou para frente Os primeiros trabalhos na Uranga Produ es foram importantes por ser a primeira experi ncia em animar e era muito intuitivo pois n o havia pencil test Tinha a supervis o dele e eu a intui o de fazer testes em casa em Super 8 Tudo ainda era muito incipiente fazia uma anima o pintava o acetato Quando estava l acabava pintando fazendo tudo Depois ia para o laborat rio ver o filme revelado Quando via o resultado Cara N o era nada disso risos Estava imaginando um Disney acontecendo achava que ia aparecer uma sequencia daquelas da Disney eu fiz pensado naquilo e risos n o sa a nada parecido com aquilo No in cio era tentativa e erro N o t nhamos computador na ocasi o para ajudar O pencil test era uma coisa compl
42. que a anima o comercial ou industrial tomou frente do desenho animado Esse momento como j foi visto a ado o da anima o em acetato como padr o de produ o e pela introdu o das id ias e teorias de Frederick Taylor na produ o de anima o Assim o trabalho individual de cada artista em seu pr prio filme foi substitu do pela divis o de trabalho especializado e organiza o da produ o de anima o em linha de montagem O animador canadense Raoul Barre em 1913 fundou o que considerado pela grande maioria dos pesquisadores de anima o o primeiro est dio de anima o do mundo No ano seguinte em 1914 John Bray montou um est dio semelhante nos Estados Unidos da Am rica do Norte As produ es desse est dio j alcan avam um n vel aceit vel e uniforme de periodicidade suas produ es eram lan adas mensalmente pela Path Bray e seu s cio Earl PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 100 Hurd obtiveram as patentes b sicas para a anima o em celul ide acetato perfurado entre 1914 e 1915 Desse momento em diante o ramo da anima o comercial proliferou RUSSET amp STARR 1998 p 32 Estava lan ada a base tecnol gica e organizacional subsequentemente de todo est dio comercial de anima o possibilitando uma produ o constante lan amentos peri dicos e maior agilidade de produ o Modelo que se tornou hegem nico ao longo do s culo XX Atualmente a ind str
43. que faltava uma verdadeira vontade pol tica de implementar um programa de incentivo ind stria de anima o no Brasil DA RIN O Proanima o era constitu do de tr s programas forma o de m o de obra qualificada para a industria de anima o amplia o e organiza o da infaestrutura de produ o de anima o fomento produ o de obras de anima o E de tr s linhas auxiliares pesquisa do perfil s cio econ mico do mercado de anima o e avalia o dos resultados do Proanima o comunica o e divulga o dos resultados e produtos decorrentes do Proanima o preserva o e constitui o de um acervo da produ o brasileira de anima o O projeto implicava um investimento de R 735 280 960 00 em dez anos DA RIN amp RUIZ 2009 p 4 8 Em contraste com o Proanima o o Projeto de Desenvolvimento de Anima o Brasil Cuba me parece bastante acanhado claro que muito v lido reestruturar e revitalizar o est dio de anima o do CTAv O Ctav a casa da anima o brasileira foi criado por meio de um acordo de coopera o t cnica com o NFB National Film Board do Canad em 1985 e foi respons vel pela forma o da gera o de animadores que deu origem ao Animamundi talvez a mais importante gera o de animadores brasileiros Por m acredito que mais importante que uma parceria de co produ o a anima o brasileira precisa de uma pol tica clara consistente e ampla para a anima o
44. rio mais realista poss vel LR Que livro de anima o o marcou MM O livro que li com mais interesse na minha poca foi um livro chamado The Animation Book de Kit Laybourne um americano Um livro que falava dessas t cnicas alternativas que se usava no NFB O livro falava bem dessas t cnicas que usamos at hoje desenho animado anima o de massinha anima o de areia pintura sobre vidro direto na pel cula Era uma coisa que n o existia literatura ent o foi um livro bem forte Depois lan aram uma segunda edi o incluindo computa o gr fica mas j n o era t o bom assim A informa o j n o t o coesa nesse novo livro LR Que livro gostaria de ver publicado no mercado brasileiro MM Aquino Anima Mundi estamos tentando fazer uma tradu o e viabilizar a publica o do The Animator s Survival Kit de Richard Williams J falamos com ele mas depende de uma editora acreditar no projeto Que eu acho que super vi vel Nem precisa ser a gente que fa a isso n o E um livro muito bom para se compreender o processo de anima o cl ssica o timing todo esse conhecimento que veio do est dio Disney e se aplica a qualquer tipo de anima o LR H dois anos atr s durante o Anima F rum julho de 2010 o S rgio Nesteriuk e o Andr s Lieban falaram de uma tentativa da ABCA de se viabilizar a publica o do The Animator s Survival Kit no Brasil PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 18
45. sic s pegava e finalizava por cima Isso acho que atrasa um pouco o aprendizado deles Eles n o tem a chance de experimentar a gente experimentou mais Quando eu comecei era tudo muito novo eu fazia de um jeito depois fazia tudo de outro Hoje se tem sempre que fazer igual tudo padronizado demais s o equipes gigantes ningu m tem um trabalho diferenciado ningu m descobriu o seu pr prio jeito de trabalhar inclusive de organiza o Por exemplo o animador tem que pegar a cena que est l para ele fazer quando eu trabalhava na Campo4 at quando fazia anima o para publicidade todo mundo podia escolher a cena que ia fazer pegar um personagem que tinha mais haver com o seu pr prio tra o hoje agora isso n o existe O cara sic n o tem nenhuma chance de seguir o tempo dele n o existe mais isso tamb m ningu m tem o seu tempo todo o tempo pago ROSARIA Acredito tamb m ser dif cil um talento se sobressair em um trabalho t o formatado Esse o perigo que corre a nascente ind stria brasileira de anima o ao germinar matar seu pr prio adubo todos na ind stria produzindo pelos mesmos m todos desviando recursos e material humano do curta da experimenta o e do autoral Se assim PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 136 o for acredito que a ind stria brasileira n o ter muito futuro Por m n o s o s os recursos financeiros que empurram as produtoras de anima o
46. tem uma vis o como diretor de cinema e n o como animador SL isso Nunca tinha pensado nisso dessa forma t o racional como voc est me falando hoje Mas isso mesmo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 219 LR Essa sua rela o com o Cl cius tem certa semelhan a com a rela o do Disney com o Ub Iwerks que hoje sabemos foi o desenhista que criou o Mickey Mouse SL embora o Walt Disney desenhasse tamb m Mas o Disney percebeu isso tem certas pessoas que desenham melhor porque perder tempo desenhando se posso perder meu tempo criando e criando novas formas Eu gosto muito do Disney porque ele percebeu isso e deu vaz o sua criatividade foi o primeiro a fazer um filme colorido foi o primeiro a fazer um longa e os caras diziam Voc um louco em fazer um longa Mas ele estava certo o cinema mais complexo o cinema muito complexo n o s no fazer mas no todo pois ele engloba muita coisa a filosofia junto a mensagem LR_ Como voc enxerga a rela o entre o conhecimento t cnico e te rico no ensino e na pr tica da anima o SL Os dois tem peso igual Por exemplo eu sou professor de cinema de anima o no Centro Universit rio UNA tem uma cadeira s durante o curso inteiro Cinema e Audiovisual em quatro anos os meninos tem uma cadeira de anima o Ent o o que eu fa o Primeiro eu falo da hist ria toda da anima o desde o in cio desde l da arqueologia do ci
47. tica quem bateu o martelo foi um figurante fantasiado de Bob Esponja Sobre todos esses aspectos no m nimo intrigante analisar a frase proferida pelo animador Stephen Hilllenburg criador do Bob Esponja durante o Anima Business evento paralelo ao Anima mundi voltado para os profissionais de anima o brasileiros onde se discute prioritariamente as a es de apoio e sustenta o para a germinal ind stria brasileira de anima o Quando fui a um festival de anima o tive uma vis o Vi todos aqueles filmes independentes estilos diferentes Queria fazer parte daquilo tudo queria ser um artista Acabei indo parar na televis o mas o que eu gosto realmente de filmes de festival pitching produtores procura do novo Bob Esponja Relat rio Anima Forum 2010 83 ADNEWS Bob Esponja completa dez anos Dispon vel em lt http www adnews com br cultura 84308 html gt Acesso em 28 jan 2011 OLIVEIRA Darcio Bob Esponja lucro ao quadrado ISTOE Dinheiro edi o n 390 online S o Paulo 2 mar 2010 Neg cios Dispon vel em lt http www istoedinheiro com br noticias 12131 BOB ESPONJ A LUCRO AO QUADRADO capturado em 28 jan 2011 35 G1 Economia e neg cios Bob Esponja homenageado na bolsa de Nova York Dispon vel em lt http g1 globo com Noticias Economia Negocios 0 MRP 123139 5 9356 00 html gt Acesso em 28 jan 2011 8 Stephen Hilllenburg em depoimento grava
48. uma anima o sem a desvincular da t cnica utilizada pelo animador As qualidades po ticas que experimentamos em um trabalho de anima o se originam da maneira na qual os animadores sintetizam suas sensibilidades criativas com a tecnologia da m dia Como a anima o um modo de express o que baseado na tecnologia da ilus o cinem tica as v rias tecnologias de ferramentas m todos e m dias s o parceiras no processo Leslie Bishko apud GRA A 2006 p 95 N o se trata aqui de demonizar o computador ou as t cnicas digitais N o h d vidas de que a revolu o digital possibilitou uma renova o e multiplica o da produ o independente mas ao mesmo tempo deixou em segundo plano o trabalho manual Segundo Bishko M todos de anima o feita m o tendem a promover qualidades de movimento que carregam sensa es enguanto uma abordagem mais mecanizada da anima o reflete as qualidades da m quina que a fez Ibid p 96 O que questiono a maneira exclusiva como se utilizam essas novas ferramentas O desafio deveria ser como conciliar as ferramentas digitais com o trabalho manual e n o contra ele Nesse sentido Richard Sennett alerta A maneira esclarecida de usar a m quina consiste em avaliar sua for a adaptar seu uso luz de nossos pr prios limites e n o do potencial da m quina N o devemos competir com ela Como qualquer modelo uma m quina deve propor e n o ordenar e a humanidade
49. volume e Il os anos de ouro das aulas de anima o na Disney 2011 de Walt Stanchfield Por m esse dom nio notado em maior ou menor grau em v rias publica es Os curtas metragens animados 58 Esse fluxo entre o marginal e o hegem nico t pico da p s modernidade 5 FARACO explicando o conceito bakhtiniano de heteroglossia dialogizada diz que Bakhtin N o abandona portanto o conceito de multid o de vozes nem de seu contraponto dial gico O que desaparece a equipol ncia e a plenival ncia FARACO 2010 p 13 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 56 produzidos pela MULTIRIO utilizaram crian as das escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro no auxilio aos roteiristas na cria o dos roteiros e foram produzidos em pequena escala por poucos profissionais caracter sticas essas mais ligadas produ o experimental mas s o claramente influenciados pela est tica Disneyana John Halas quando produziu Animal Farm tamb m foi influenciado pelos est dios Disney e a sombra de Disney permeada nos livros Juro Que vi Lendas Brasileiras adultos e crian as na cria o de desenhos animados 2004 da MULTIRIO e em A T cnica da Anima o Cinematogr fica 1979 de John Halas e Roger Manvell apesar da abrang ncia em que a anima o tratada nesse ltimo e da consist ncia que o livro tem at hoje O mesmo se percebe em Timing em Anima o 2011 de John Halas e Ha
50. 2001 da disciplina Hist ria da Anima o do curso de Belas Artes da EBA UFMG orientado pelo Prof Heitor Capuzzo Esses s tios t m realmente um conte do til e abrangente No entanto para o animador amador ter acesso a s tios como esses geralmente preciso j ter um encaminhamento pois a internet tem uma infind vel quantidade de endere os que trata da anima o Por m a disponibilidade de informa o na internet n o inviabiliza a informa o editada em livro mas sim a complementa atrav s de recursos que o livro geralmente n o tem v deos informativos exibi o de curtas metragens ou lista de discuss es No entanto a informa o contida na internet pode ser intermitente ou descontinualizada atrav s de bloqueios de conte do mudan as de endere o eletr nico fechamentos de s tios interrup es de colabora o em blogs ou ter ru dos informa es contradit rias superficiais especulativas Apesar dos novos suportes de leitura e conte do o livro continua tendo uma importante fun o de propaga o de conhecimento pelo que ele apresenta de 22 ABCA Dispon vel em lt http www abca org br gt Acesso em 05 set 2011 23 ANIMAP DIA Dispon vel em lt http www animapedia org gt Acesso em 05 set 2011 24 POPM DIA Dispon vel em lt http www popmidia com br nca gt Acesso em 05 set 2011 25 QUADRO A QUADRO Dispon vel em lt http www eba ufmg br midiaarte quadroaquadro g
51. Elliott tendo o modelo Disney como exemplo Fala se muito na colabora o do cinema mas n o tenho visto tanta colabora o no cinema quanto a anima o que sempre colaborativa Todos os filmes animados s o feitos assim Ted Elliott apud SURRELL 2009 p 165 Surrell complementa A anima o talvez seja a forma de entretenimento filmado que mais exige colabora o nela todas as disciplinas est o intimamente envolvidas e s o afetadas em profundidade por todas as outras Surrell 2009 p 165 O processo no trabalho de animar tamb m valorizado tanto na ind stria em forma de making of e divulga o de novas t cnicas como na anima o experimental que tem no processo o seu maior objetivo Portanto n o um reality show que vai contribuir em alguma mudan a ou revela o de novos caminhos para o cinema de anima o brasileiro O que deve ser feito uma pol tica consistente de est mulo ao curta de anima o independente autoral incrementando o fomento exibi o e distribui o desses filmes independente do retorno financeiro ou de p blico positivo pois essa n o a fun o principal do curta metragem e sim da anima o de mercado s rie e longa metragem PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 148 Sobre a pol tica para a anima o brasileira Santana diz O talento brasileiro para anima o nico no mundo mas hoje se eu tivesse R 10 milh es para investir i
52. Falem um pouco sobre a hist ria da rela o com a anima o de voc s como come aram forma o os trabalhos mais significativos o que andam fazendo no momento Wilson Lazaretti Na verdade comecei mais ou menos em 1975 no Conservat rio Carlos Gomes em Campinas Eu n o tinha no o de anima o eu gostava de cinema na verdade Fiz uma exposi o l de desenhos eu sempre desenhei a dona do conservat rio me chamou Vamos fazer uma aula de cineminha Cineminha era o Super 8 eu fui l no primeiro dia constru mos um teatrinho de sombras e o car ter da oficina foi se tornando de anima o Eu n o sabia nada ainda de anima o ent o eu decifrei algumas revistas do Preston Blair How to Draw Cartoon Animation e How to Animate Film Cartoons era a nica coisa dispon vel na poca n o conhecia os antigos animadores europeus nem os franceses comecei direto com influ ncia americana Ainda bem que n o deu certo depois fui me dando conta que aquele tipo de anima o a cl ssica acad mica n o servia muito bem pra mim Fui tomando um outro curso um outro rumo As crian as tamb m gostavam de desenhar sempre dei aula pra crian a alias eu comecei dando aula para crian as ent o eu me formei dando aulas para crian a depois que veio o N cleo de Cinema de Anima o a forma o dele Maur cio Squarisi Eu sempre desenhei desde crian a gostava de desenhar desenhava muito Gostava de anima o como espect
53. Flintstones Manda Chuva Os Jetsons Scooby Doo dentre outros A anima o japonesa Anime paralelamente tamb m se consolidou com estilo mais r stico anima o fotografada em quadros triplos cada desenho fotografado 3 vezes ou seja cada segundo constitu do de 8 desenhos planos est ticos narra o em off e outros recursos para economizar anima o no entanto n o podemos confundir a anima o limitada da UPA com o m todo Hanna Barbera e nem com o estilo japon s Ou seja a t cnica foi renovada atrav s da cria o de novos conceitos de anima o As mudan as de rumo e estilos se reflete na anima o que produzida contemporaneamente A anima o limitada encontrou porto seguro na anima o de internet e na produ o de s ries de TV como da Cartoon Network O anarquismo dos personagens da Wamer se revelam na produ o de anima o para adultos O estilo japon s agora influ ncia nas produ es de todo o mundo No contexto da produ o comercial os doze princ pios s o usados ainda hoje como par metro de boa anima o mesmo que a t cnica utilizada seja o 3D que nesse caso procura simular as sensa es dos movimentos dos antigos desenhos animados Quando John Lasseter apresentou o curta Luxo Jr 1986 da Pixar os animadores de 3D e programadores de computador da poca queriam descobrir qual novo programa ou tecnologia inovadora de hardware ele havia utilizado At ent o nenhum filme
54. ICAIC tem dezenas de profissionais trabalhando em anima o dominam algumas t cnicas muito avan adas em stop motion por exemplo e n s estamos entrando nesse filme utilizando t cnicas mistas exatamente para que a co produ o crie um v nculo institucional est vel entre essas duas institui es o n cleo de anima o do CTAv do Rio de Janeiro e o n cleo de anima o do ICAIC DA RIN 3 CTAV Anima o Brasil Cuba Dispon vel em lt http www ctav gov br animacao animacao brasil cuba gt Acesso em 25 fev 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 144 Al m da produ o do curta Caminho das Gaivotas o CTAv promoveu algumas oficinas e palestras para animadores em 2010 no entanto essas a es foram pontuais e n o tiveram continuidade Da Rin supervisionou tamb m em 2009 a elabora o do projeto Proanima o Pol tica Para o Desenvolvimento da Anima o Brasileira O Proanima o J citado anteriormente por Magalh es era uma reivindica o das associa es de animadores e produtores O projeto teve participa o direta de membros da ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o ABPITV Brasilian TV Producers entre outras entidades O Proanima o acabou n o sendo implementado pelo Ministro da Cultura Juca Ferreira o que frustrou as expectativas dos produtores de anima o brasileiros O objetivo do Proanima o era estabelecer desenvolver e manter uma ind stria d
55. Moinho The Old Mill para experimentar uma nova t cnica de filmagem de anima o a c mera multiplano inventada por Ub Iwerks e que posteriormente foi usada em produ es de longa metragem da Disney Figura 78 Os Simpsons O cinema autoral tamb m abre espa o para a est tica da anima o comercial como o caso do recente curta Figura 77 O Velho Moinho PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 96 metragem Furico amp Fiof de Fernando Miller que usa o estilo de anima o padr o da ind stria norte americana nos anos 20 Otto Mesmer de Gato Felix e Hugh Harman e Rudolph Ising de OsWald O Coelho Sortudo para fazer uma contundente cr tica social ou Carlos Eduardo Nogueira que em seu curta Yansan utilizou o universo da anima o japonesa e a t cnica 3D para contar a hist ria de Xang e Yansan divindades das religi es afro brasileiras curta ganhador do pr mio Melhor curta experimetal no St Petesburg International Animation Festival na R ssia O interessante nos exemplos acima citados que o formato de liga o entre a anima o autoral e a industrial o curta metragem Formato que desde o apogeu da televis o considerado perif rico na ind stria de anima o importante destacar o curta metragem animado autoral nesse momento em que as aten es da produ o nacional se direcionam para o fortalecimento da ind stria de anima o brasileira colocando em evid nc
56. Sovi ticas atual R ssia e do NFB National Film Board of Canada Tamb m se repete como no livro anterior um cap tulo sobre o desenho animado e quadrinhos e outro sobre as perspectivas do cinema de anima o Temos tamb m um coment rio r pido sobre a anima o latino americana e brasileira A edi o parcamente ilustrada apresenta poucas reprodu es em preto e branco de fotogramas de alguns filmes comentados no miolo do livro Op o que n o privilegia a fluidez de leitura o que dificulta a percep o do conte do do livro a diversidade da cinematografia autoral e experimental de anima o mas sim o barateamento do pre o de venda da edi o T tulo Guia Pr tico Do cinema de Anima o Autor Zoran Perisic Editora Editora Presen a Livraria Martins Fontes Ano de publica o 1979 Pa s de origem Portugal Brasil O Guia Pr tico Do cinema de Anima o foi publicado em 1979 paralelamente publica o de A T cnica da Anima o Cinematogr fica de J ohn Halas e Roger Manvell pela EMBRAFILME O livro de Perisc foi lan ado simultaneamente em Portugal pela Editora Presen a e no Brasil pela livraria Martins Fontes Foi escrito pelo animador de efeitos especiais s rvio radicado nos Estados Unidos da Am rica Zoran Perisic e como diz o t tulo da obra um guia pr tico Mostra detalhes e instru es de como se construir registros para anima o em papel peg bars trucas cinematogr ficas mes
57. Tromba Trem AnimaTV Figura 108 Carrapatos e Catapultas AnimaTV Figura 109 Peixonauta Figura 110 S tio do Pica Pau Amarelo Figura 111 Meu Amig oz o Figura 112 Lotte Reiniger Figura 113 Ladislaw Starewicz Figura 114 O Caminho das Gaivotas Figura 115 Animato 127 127 129 129 130 130 130 130 133 133 136 138 138 138 138 138 140 140 142 146 Leonardo Freitas Ribeiro O Ponto de Viragem A anima o brasileira poss veis desdobramentos de um sonho industrial DISSERTA O DE MESTRADO DEPARTAMENTO DE ARTES amp DESIGN Programa de P s Gradua o em Design Rio de J aneiro abril de 2012 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 1 Introdu o A anima o est em crise de identidade Desde sempre e provavelmente para sempre nisso reside mesmo um dos seus tra os identit rios Dick Tomasovic A anima o considerando o espectro das popula es das cidades brasileiras est presente no cotidiano das pessoas desde a inf ncia Quando crian a durante os anos 80 ainda muito cedo muita gente entrava em contato com a linguagem atrav s de seriados televisivos infantis animados e de longas metragens da Disney nos cinemas Al m disso pod amos entrar em contato empiricamente com o mecanismo da anima o atrav s de flip books kinesc pios improvisados com desenhos feitos nos cantos das p ginas dos cadernos de col gio livros e dicion rios No entanto como inte
58. abriu caminho para sua profissionaliza o como animador Figura 87 Anima o realizada pelo NCAC Figura 88 Mesa de luz fabricada pelo NCAC PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 107 Ganhou o Pr mio Especial do J ri em Cannes em 1982 com Meow Posteriormente foi selecionado para uma bolsa de aperfei oamento CAPES EMBRAFILME e foi estudar anima o no NFB National Film Bourd of Canada onde teve contato com importantes animadores do porte de Norman MacLaren Produziu no Canad o curta Animando realizado com v rias t cnicas artesanais de anima o focando o processo do trabalho do animador e as t cnicas de anima o quadro a quadro Ao voltar ao Brasil foi o coordenador do conv nio Brasil Canad de anima o Nesse conv nio foi implantado no CTAv Centro T cnico Audiovisual um n cleo de anima o destinado a forma o de novos profissionais no Brasil E tamb m posteriormente a cria o de outros n cleos regionais Rio grande do Sul Minas Gerais e Cear Ap s a extin o da EMBRAFILME antigos membros do n cleo de anima o do CTAv incluindo Marcos Magalh es continuaram em contanto e fundaram o Anima Mundi Festival Internacional de Anima o do Brasil que em 2012 far 20 anos de exist ncia Marcos Magalh es al m de um dos diretores do festival coordena o projeto Anima Escola bra o educacional do Anima Mundi O Anima Escola realiza oficinas de anima o para alunos
59. algum problema nisso em n o se usar o papel SL N o N o fa o obje o nenhuma a isso O tablet nada mais do que o seu papel s que de uma maneira mais f cil mais r pida N o t o manual como se animar no papel depois se scaneia mas eu acho que se compararmos um trabalho todo feito na tablet e no photoshop e compararmos com uma trabalho todo feito m o a m o ainda tem o seu gracejo Porque a m o aceita uma coisa que o computador n o aceita que o erro A possibilidade do erro o cinema perdeu muito disso a possibilidade de errar Volta se aquela pergunta anterior o curta metragem uma possibilidade de erro nem sempre se vai acertar E geralmente quase 100 isso eu falo com meus alunos se faz o primeiro curta e ele n o vai bombar H n o ser que se seja um geniozinho mas mesmo assim t m v rios geniozinhos nascendo todo dia mas mesmo assim muito dif cil peneirar isso A grande possibilidade do erro O 2D tem a possibilidade do erro se v a linha torta alguma coisa que saiu errado gosto de usar esse erro como uma for a est tica LR Quala influ ncia dos doze princ pios de anima o no seu trabalho Acha importante que esses princ pios sejam aplicados anima o SL risos N o penso nos doze princ pios embora saiba sobre eles e sei que s o muito importantes mas acho mais importante ainda ter a possibilidade de driblar esses doze princ pios Como o Tex Avery fazia ele pegava ess
60. alguns acertos sim o AnimaTV O meu projeto por exemplo o Vai dar Samba n o virou s rie ainda espero que vire N o um sonho se faz uma s rie se ganha dinheiro N o um trabalho Todo mundo que fez seus pilotos est o correndo atr s Eu mesmo vou atualizar o meu piloto vou transformar Ver os acertos e os erros A falta de grana no meu caso atrapalhou Por causa do tipo de t cnica que queria usar Mas demos um jeito para produzir o piloto mas para uma s rie n o dava Para produzir s rie voc n o pode dar jeito tem que ser uma coisa certa uma coisa legal pagar todo mundo n o adianta fazer no jeitinho N s fizemos est entregue bonitinho mas isso n o ind stria Conseguimos formatar um epis dio que referencia at para se chegar conclus o que n o d para se produzir em anima o tradicional tem que mudar Tentamos mas n o d Vamos partir para cutout Essas iniciativas t m que ser apoiadas e como voc falou _ N o se pode pensar muito em ind stria Sem desvalorizar isso a ind stria necess ria mas n o podemos esquecer o curta metragem de jeito nenhum Produ o autoral n o se pode esquecer de jeito nenhum LR Lembrando o MacLaren ele tamb m dizia que a falta de recursos beneficiava o filme HA Tem muita coisa divertida que adoro ver e foi feito com pouco recurso Um filme em stop motion do Ray Harryhausen divertid ssimo aquilo se tornou Cult o animador curte a
61. anime consolida se como um nicho pr prio cm tantas especificidades e com volume grande de produ o que poderia distorcer a leitura quantitativa e qualitativa dos dados apresentados aqui 4 Quando necess rio apesar de n o ser objetivo nesse estudo indico no cap tulo algumas publica es em l ngua estrangeira que se relacionam com o conte do dos livros publicados em portugu s Considerando que a anima o existe como t cnica desde 1892 com as exibi es do Teatro Optico de Emile Reynaud em Paris RUSSET amp STARR 1988 p 32 a anima o demorou quase 80 anos para ganhar uma primeira publica o inteiramente dedicada a ela no Brasil mais exatamente 1971 O marco anterior em l ngua PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 30 portuguesa de 1968 por m essa publica o foi uma edi o de Portugal 2 Respeitando a data do primeiro livro publicado no Brasil 1971 como marco inicial da pesquisa em uma r pida an lise f cil perceber que existem intervalos muito grandes com poucos lan amentos de novos t tulos de livros sobre anima o no Brasil Esse intervalo compreende do momento de apogeu da EMBRAFILME 1977 1981 at o lan amento do livro Li es com Cinema Vol 4 Anima o da FDE Funda o para o Desenvolvimento da Educa o em 1996 e desta edi o at o ano 2000 Esses intervalos com raras edi es publicadas tamb m coincide com o per odo de hegemonia do modo de produ
62. antecipa o 3 Staging encena o 4 Straight ahead and pose to pose anima o direta e posi o chave 5 Follow through and overlapping action continuidade e sobreposi o da a o 6 Slow in and slow out acelera o e desacelera o 7 Arcs movimento em arco 8 Secondary action a o secund ria 9 Timing temporiza o 10 Exaggeration exagera o 11 Solid Drawing desenho volum trico 12 Appeal apelo No entanto apesar de ineg vel import ncia os princ pios estil sticos da Disney n o s o un nimes Dentro do campo da t cnica tradicional os animadores da Warner Brothers criaram um estilo oposto ao Disney Suas anima es eram destacadas pelo humor ferino e pelos takes poses de movimento exageradamente extremados A UPA criada por dissidentes do est dio Disney que abandonaram a empresa ap s a greve de animadores de 1941 enfatizou o grafismo dos personagens abandonando os conceitos de desenho volum trico e criou a anima o limitada em oposi o anima o total anima o plena ou full 77 Walt Stanchfield utilizava em suas aulas de anima o nos pr prios est dios da Disney entre as d cadas de 70 e 90 um conceito expandido dos princ pios de anima o que para ele totalizavam 28 princ pios 1 Pose e estado de esp rito 2 Formas em 2D e 3D 3 Anatomia 4 Modelo ou personagem 5 Peso 6 Linha e silhueta 7 A o e rea o 8 Perspectiva 9 Dire o 10 Tens
63. cada animador faz a sua pr pria t cnica n o tem problema mas n o se pode montar uma equipe assim um filme com unidade S se consegue fazer pequenos filmes de artistas isso deve ter Isso n o vai parar nunca Por m nunca se poder juntar 3 ou 4 pessoas se n o houver estabelecido algumas normas Vamos trabalhar sobre esse estilo Mas algumas vezes um animador chega com uma linguagem que quebra as regras e fica muito bom Mas isso t o pessoal que at dif cil ele passar isso para outros para que outros animadores o imitem N o fica a mesma coisa pessoal Quando um animador consegue desenvolver um estilo pr prio e ao mesmo tempo consegue mapear e explicar seu m todo isso legal Levanta uma escola Isso legal mas raro Na realidade as pessoas entram no mercado e v o atr s do que elas precisam aprender Elas falam Eu preciso aprender os doze princ pios Qual a t cnica que eu vou usar Qual t cnica que vou me identificar No final das contas o que j falei Conte do Como irei passar meu conte do Muitas vezes n o tem sa da risos aprenda PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 179 os doze princ pios porque ser o teis simplesmente por um fator de praticidade LR_ Como voc enxerga a rela o entre o conhecimento t cnico e te rico no ensino e na pr tica da anima o HA Eu aprendi muito na pr tica mas n o por nega o da teoria e sim pelo mercado publici
64. centro regionais criados em Fortaleza e Porto Alegre tamb m tiveram impacto importante na produ o regional de anima o Squarisi define o problema da centraliza o em um pa s continental como o Brasil Imagina um cara sic sair do interior do Par para ir a um curso no Rio de J aneiro E car ssimo isso e n o s caro em dinheiro Luz para Todos e Anima o para Todos tamb m SQUARISI Nas falas dos animadores se percebe a id ia de um centro que unisse o t cnico ao te rico pr tica ao pensamento cr tico uma esp cie de um est dio universidade Lugar de troca de experi ncias e produ o Os entrevistados acreditam que o CTAv n o deveria restringir suas a es ao T cnico ir al m do T cnico ser um lugar de pensar a anima o Um lugar de excel ncia para formar formadores e disseminadores da anima o pelo pa s Lugar de acolhida apoio e aperfei oamento dos realizadores Sobre as poss veis diretrizes para uma revitaliza o do CTAv Magalh es afirma O CTAv deveria continuar com a miss o para qual ele foi criado formar formadores Possuir o top de linha de todas as tecnologias do audiovisual e tamb m de pensamento Porque o pensamento audiovisual muito aliado pr tica produ o Voc criar um material para discutir e pensar e formar pessoas que multiplicaram isso depois A id ia essa ser um centro e excel ncia Nos anos 80 o CTAv era um centro de excel ncia em an
65. companheirismo na jornada do mestrado Ao CNPq pelo auxilio concedido sem o qual esse trabalho n o poderia ter sido realizado Aos Professores do Departamento de Design da PUC Rio Alberto Cipinuik e Ot vio Leon dio que em suas aulas me apresentaram novas perspectivas de abordagem para a anima o Ao Prof Tunico Amancio da UFF que na disciplina Economia Pol tica e Produ o Audiovisual me propiciou contato com S lvio Da Rin e consequentemente ao conte do do projeto ProAnima o A Marcos Magalh es que me apresentou ao texto No Territ rio Indeterminado da Imagem Animada do animador portugu s Jos Maria Xavier Aos animadores Humberto Avelar Marcos Magalh es Maur cio Squarisi Rosaria S vio Leite e Wilson Lazaretti pela gentileza de me concederem entrevistas pelo entusiasmo pela anima o e qualidade dos dados prospectados de suas falas Aos membros da Banca Professores Nilton Gamba Luiza Novaes e Tunico Amancio por prontamente aceitarem o convite A minha M e Profa Maria Teresa Freitas pelo incentivo leituras e opini es Agrade o minha namorada em sua l ngua natal Til Lene Tj rhom min kj re samboer A animadora Eliane Gordeeff que me emprestou seu raro exemplar de Colet nea Li es com Cinema Anima o vol 4 Ao grande e distante amigo Caio Caravelli que me enviou de Nova Iorque os importantes livros Experimental Animation e Hyperanimation Ao amigos e tradutores Adauto V
66. crian a uma coisa meio nost lgica mesmo Caramba Como que isso existia e eu nunca li Agora vou te dizer que eu nunca li nenhum outro livro Na verdade eu n o li o livro do Richard Williams de uma vez eu usei durante essa produ o com o Sacha Zoe e a Zebra foi ele que me apresentou o livro at ent o eu n o fazia a menor id ia que ele existia Fiquei apaixonada eu queria ver usei para caramba mas um livro que se usa e n o se l N o d para se absorver aquilo tudo em uma leitura uma coisa de imagem total e de experi ncia Experimentar aquilo tudo n o adianta s ler N o se absorve aquele conhecimento sem experimentar um livro que eu ainda experimento que eu ainda leio Nunca li nenhum livro sobre a Disney at tenho mas n o li N o tenho curiosidade sobre como eles produziam um problema meu uma defici ncia minha quem sabe agora eu n o leio Mas foi o livro do Williams que mais me influenciou LR Que livro gostaria de ver publicado no mercado brasileiro R Acho que o The Animator s Survival Kit tem muita gente pedindo eu vou na internet e vejo a galera toda pedindo o livro em portugu s Que aliais acho um absurdo risos Porque um livro cheio de figura talvez muita gente mais lesse se estivesse dispon vel para vender em qualquer lugar N o sei se publicando aqui venderia mais n o sei se popularizaria mais se publicasse aqui pois a galera j meio que l em ingl s mesmo Talvez
67. da Disney Figura 40 Walt Disney PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 50 funcionamento dos est dios Disney m todos de trabalho pesquisa de t cnicas forma o de profissionais evolu o gerencial e t cnica do est dio pol tica de direitos autorais rela es trabalhistas conflitos internos entre os animadores e a empresa a famosa greve de animadores de 1941 rela es internacionais filmes realizados para o Departamento de Estado dos EUA pol ticas e etc Al m dos volumes resenhados nesse grupo em 2011 a Elsevier Editora publicou os dois volumes de Dando Vida a Desenhos de Walt Stanchfield Veterano animador do est dio Disney suas id ias e t cnicas s o consideradas como protagonistas da renova o da anima o total full nos est dios Disney durante a d cada de 90 Exce es Ser destacado nesse grupo algumas publica es que est o exclu das da amostragem dessa pesquisa S o hist rias em quadrinhos cat logo de exposi o revista de artigos e um livro publicado em PDF disponibilizado na INTERNET que devido qualidade dos conte dos s o dignas de nota T tulo Animagia Autor Marie Christiane Mathieu Yves Rifauxlaure Delesalle Philippe Moins J ean Louis Boissier Pierre Henov Marc Piemoniese e Frank Popper Editora CCBB Ano de publica o 1996 Pa s Brasil Animagia Uma exposi o sobre a hist ria e o futuro da anima o Exposi o realizada em A
68. de inspira o e base de sustenta o fracassar nesse momento que volto os olhos novamente para Bob Esponja Cal a Quadrada sucesso comercial nascido da concep o de um artista com forma o experimental Produ es como essa se destacam por sua originalidade e intelig ncia mas tamb m n o escapam ao t dio repeti o e deturpa o em suas originalidades em prol do aproveitamento econ mico sem medidas da ind stria da anima o Temos como exemplo a diversidade tem tica de estilos de t cnicas e abordagens nas centenas de curtas de anima o que s o produzidos nos quatro cantos do pa s todos os anos Se no encaminhar das a es governamentais essa produ o for desassistida de apoio e recursos nossa ind stria como uma crian a distra da perder o Graal que est ao alcance de suas m os Retomando a entrevista de Santana ela profetisa ao concluir PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 155 Minha gera o se afastou da cultura brasileira Ela n o conheceu nenhum movimento significativo de pensar e refletir em termos de identidade Quero que minha gera o fa a o terceiro movimento antropof gico do Brasil que culmine em 2012 90 anos depois da Semana de Arte Moderna SANTANA Ser que o trabalho de uma gera o inteira se aglutinar em um ano na constru o de uma reinven o da semana de arte moderna A anima o como espet culo cinematogr fico isto a exibi o
69. de personagens do Mundo Canibal e t cnicas irm os Piologo de anima o vetorial em Flash T tulo Um Caminho para a Anima o Autor Silvio Toledo Editora E pgraf Ano de publica o 2005 Pa s Brasil da 2 ih SS e EZ 25 E do a onti a o c s 2 so do no ay Ps y S 4 Ege E Figura 28 Sequ ncia animada por Andr s Lieban contida no livro de Toledo O animador Silvio Toledo em parceria com o governo do Estado da Para ba publicam Um Caminho para a Anima o um guia de produ o e t cnicas de anima o para iniciantes apesar disso considero que o livro trata de maneira superficial a mec nica e a representa o do movimento e n o objetivo nos cap tulos em que aborda o desenho art stico e a pr tica do modelo vivo Quest o que muito melhor abordada nos dois volumes de Dando Vida a Desenhos 2011 de Walt Stanchfield Tamb m mostra a computa o gr fica e a anima o em 3D de forma ilustrativa sem aprofundamento O ponto forte do livro de Toledo n o o conte do te rico mas sim as in meras ilustra es e diagramas de anima es produzidas por 46 Ver em Novos protagonistas p 40 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 43 diversos animadores e est dios brasileiros Andr s Lieban Cleiton Cafeu Marcelo Mar o Rui de Oliveira e etc espalhados por todo o livro no entanto em certos momentos o livro peca pelo excesso de ilustra es
70. de provocar alguma resposta Fiquei surpreso pois se o programa realmente uma reivindica o da classe seria 100 palestra Desenvolvimento de projeto e conte do em Anima o oficinas Toon Boom storyboard PRO Toon Boom Harmony anima o e bonecos de madeira para stop motion O pesquisador foi selecionado e cursou a oficina Toon Boom Harmony PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 145 de se esperar que os animadores estivessem mais bem informados sobre o conte do do Proanima o Por outro lado os entrevistados de uma maneira geral cobram uma a o do Estado para fomentar a anima o como um todo Ainda sobre o Proanima o Da Rin afirma Anima o uma das minhas maiores se n o a maior frustra o nesse per odo de 30 meses a frente da Secretaria do Audiovisual O Juca Ferreira ainda como secret rio executivo sempre falou muito na anima o e nos estimulou a desenvolver um programa N s n o desenvolvemos um mas sucessivamente tr s projetos Porque o Ministro J uca Ferreira sempre achava que era insuficiente o que n s apresent vamos apesar de que o terceiro projeto que foi levado a ele preliminarmente no final de mar o de 2009 e de forma mais elaborada em junho de 2009 que o ProAnima o Mas esse projeto tamb m foi considerado insuficiente pelo Ministro Em que ele nunca conseguia dizer o que seria o caminho da sufici ncia Ent o na verdade o que n s perceb amos
71. desenho comercial mais prov vel ele meio improv vel LR Interrompendo um momento acho interessante tamb m que o Carrapatos amp Catapultas produzido fora do eixo Rio S o Paulo um projeto fora do eixo HA Muito bem lembrado ele fora do eixo Ser que por isso que ele diferente Ser que o eixo est muito focado em coisas comerciais E ele talvez venha com uma cabe a de fora E vem com uma coisa diferente Tai Pode ser Por qu Acho que algo a se pensar N o estou dizendo que os paulistas e cariocas n o possam produzir coisas diferentes eu sei que n o Mas algo a se pensar pois fica todo mundo muito focado em ind stria ind stria ind stria n o vai nascer algo como Carrapatos amp Catapultas H n o ser que seja uma c pia de Bob Esponja mas ele n o Vamos fazer um Bob esponja PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 183 Vamos fazer um Bob gen rico s vezes o mercado vai para o gen rico Digimon Pok mon voc sente aquela coisa de mercado de gen rico que n o legal No caso do Carrapatos amp Catapultas eu acho legal eles fizeram uma coisa diferente Nesse caso o AnimaTV deu uma oportunidade importante para algu m de fora do eixo produzir uma s rie E est passando na TV e espero que eles consigam desenvolver assim como o Tromba Trem Agora vamos ver cr ticas A grana curta E uma verba abaixo do que uma produ o estr
72. dia a dia de trabalho Esse um livro legal de ter em portugu s Outro livro que eu acho curioso um livro cl ssico um livro da Disney a b blia da anima o como chamamos que o Illusion of life The Illusion of Life de Frank Thomas e Olie J ohnston Esse um livro muito bonito tem um certo romantismo porque conta a hist ria da anima o cl ssica Disney como eles resolveram os problemas de anima o E claro que a Disney contribuiu muito para o desenvolvimento do desenho animado mas nesse livro temos uma vis o t cnica misturada um pouco com o rom ntico um livro mais afetivo Adoraria v lo em portugu s Mas de fato um livro t cnico o do Richard Williams que eu acho deveria ser traduzido LR Da lista compilada por mim de t tulos em l ngua portuguesa encontrados no Brasil voc nota alguma aus ncia importante HA Esse O Desenho Animado de 1968 eu n o conhecia Eu vejo aqui na sua lista o que aconteceu realmente no ano 2000 a coisa explode O que aconteceu por essa volta a tecnologia e a coisa explode no final do s culo XX E com isso explode a anima o positivamente risos LR Voc acha que existe um hiato de produ o de anima o entre o Super 8 e o digital no que seria o momento do dom nio do VHS HA O VHS n o ajudou em nada a anima o ele foi muito til para trocar informa o no sentido de absorver informa o Na locadora eu comecei a ver filme adoidado por causa do
73. do cinema Parece me que o universo da imagem e do filme em particular ilustra perfeitamente a quest o da acelera o exponencial das t cnicas Nascemos voc e eu no s culo que pela primeira vez na hist ria inventou novas linguagens Se nossas conversas se desenrolassem 120 anos atr s n o poder amos evocar sen o o teatro e o livro O r dio o cinema o registro da voz e dos sons a televis o as imagens de s ntese o quadrinho n o existiriam Ora sempre que surge uma nova t cnica ela quer demonstrar que revogar as regras e coer es que presidiram o nascimento de todas as outras inven es do passado Ela se pretende orgulhosa e nica Como se a nova t cnica carregasse com ela automaticamente para seus novos usu rios uma propens o natural a fazer economia de qualquer aprendizagem Como se ela propiciasse por si mesma um novo talento Como se preparasse para varrer tudo que a procedeu ao mesmo tempo transformando em analfabetos retardados todos os que ousassem repeli la Fui testemunha dessa mudan a ao longo de toda a minha vida Ao passo que na realidade o contr rio que acontece Cada nova t cnica exige uma longa inicia o numa nova linguagem ainda mais longa na medida em que nosso esp rito formatado pela utiliza o das linguagens que precederam o nascimento dessa rec m chegada CARRI RE amp ECO 2010 p 39 Para analisar em um contexto mais profundo a t cnica manual de anima o e
74. dos mesmos e os recursos narrativos usados pelos roteiristas da Disney para atingir seu p blico A publica o atulhada com frases edificantes de Walt Disney e de alguns colaboradores do est dio contribuindo para uma aproxima o ao tom de livros de auto ajuda espec fico para aspirantes a roteirista como se pode ler na frase abaixo Por alguma raz o n o consigo acreditar que haja muitas montanhas que n o possam ser escaladas por um homem que conhece o segredo de transformar sonhos em realidade Esse segredo especial a meu ver pode ser resumido em quatro c s curiosidade confian a coragem e const ncia O maior deles a confian a Quando voc acredita em algo acredita em tudo impl cita e indiscutivelmente Walt Disney apud SURRELL 2009 p 212 T tulo Walt Disney o triunfo da imagina o americana Autor Neal Gabler Editora Novo S culo Ano de publica o 2009 Pa s Brasil Esta a biografia mais completa de Walt Disney focando sua vida dentro e fora do est dio E uma aula de hist ria da anima o pois o autor demonstra como a organiza o do est dio foi constru da passo a passo como se desenvolveram os processos de cria o do m todo Disney de produ o de anima o O autor teve acesso aos arquivos da WDA Walt Disney Archives e apesar de ser uma biografia n o se restringe apenas a fatos da vida pessoal de Disney Conta com muitos detalhes o Figura 39 Os Segredos dos Roteiros
75. e nem confort vel Acredito que o artista sente a necessidade da organicidade ele precisa da sensa o da ponta do l pis arrastando no papel Acredito que a tecnologia tende a suprir isso criando superf cies mais speras tentando simular o efeito o que acho desagrad vel at hoje enf tico Apesar de ter me adaptado Mas em compensa o como a tecnologia avan a muito ela cada vez imita mais o desenho normal outro dia vi um programa no qual o usu rio misturava a tinta na tela pintando na tela um pincel na tela e misturava a tinta como se estivesse misturando em uma paleta e pintava Quer dizer de certa forma a tecnologia est entendendo que o legal ser org nico Ent o ela est tentando imitar ao m ximo o org nico No caso do Toon Boom ou do Flash que usamos hoje e que muito digital aplicamos aquelas regras da anima o tradicional para reverter isso acaba n o ficando t o duro Esse o papel do animador mesmo For ar os limites da tecnologia e pedir ao mercado pois o mercado precisa atender o animador Falar Eu quero mais organicidade nesse programa Eu quero resultados melhores O mercado atende at o pr prio Toon Boom que estamos usando muito no Brasil os desenvolvedores v o melhorando o programa para ter uma resposta mais org nica Pois o animador pede isso LR Voc chegou ao ponto chave pois apesar da apar ncia da anima o ser org nica o trabalho n o org nico Voc d im
76. economicamente precisaria de uma pr venda de 2000 exemplares o que n o foi viabilizado Ainda hoje The Animator s Survival Kit 2001 n o foi publicado em Portugu s sintom tico a cita o do livro de Williams pelos membros da mesa e tamb m nas entrevistas realizadas para essa disserta o Ao perguntar sobre que livros gostariam de ver publicado no Brasil The Animator s Survival Kit 2001 foi quase uma unaminidade nas respostas A exce o fica por conta dos animadores do N cleo de Cinema de Anima o de Campinas ligados produ o experimental Rosaria S vio Leite e Humberto Avelar consideram a publica o desse livro como fundamental para a forma o de m o de obra especializada para a ind stria de anima o nacional Destaco a frase de Avelar Esse um livro para j iniciados Mas se queremos montar uma ind stria de anima o no Brasil temos que aprender a fazer a t cnica independente da for a criativa que n s brasileiros temos precisamos de informa o t cnica O livro do Richard Williams um livro de informa o t cnica nele se explica como se faz AVELAR trecho de entrevista com o pesquisador em 08 12 2011 Marcos Magalh es vai al m e revela que o Anima Mundi tamb m pretende promover a publica o do The Animator s Survival Kit 2001 em portugu s e que est negociando com o autor e uma editora nacional para tentar viabilizar a publica o Como se v para se incrementar o
77. ele falou _ Voc vai gostar de conhecer o Arthuro Uranga que um cineasta que trabalha com anima o ele tem um est dio em Botafogo Leva l seus trabalhos para ele conhecer PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 172 Eu levei meus testes aquele bolo de desenhos que eu flipava umas experi ncias e o Uranga me contratou na hora Voc est contratado risos No dia seguinte eu comecei a trabalhar Trabalhava e fazia a faculdade ao mesmo tempo foi por a que eu comecei e o Uranga trabalhava com publicidade Tinha um projeto ou outro de filme mas a publicidade era o que mantinha o est dio o animador isso durante muito tempo Hoje em dia existem outras alternativas mas sempre foi a publicidade o trabalho do animador Eu comecei a animar publicidade com o Uranga logo recebi de cara uma sequencia de um filmezinho para fazer e ele supervisionando claro aprendi muita coisa nesse est gio Eu era iniciante mas eram poucos os est dios na poca Minha primeira forma o foi anima o cl ssica em um est dio de anima o cl ssica com um cineasta que trabalhava essencialmente com publicidade acetato truca ou seja passei pelo aprendizado cl ssico do desenho animado O que foi extraordin rio Anima o cl ssica sensacional Pena que demora muito que depende de muita gente para fazer Todos n s j desej vamos na ocasi o fazer filmes o Uranga principalmente que era o nosso diretor na
78. encontrar na rede mundial de computadores in meros blogs s tios e comunidades de animadores onde 2 Produtora de anima es inglesa especializada em stop motion anima o de bonecos respons vel pelos longa metragens Fuga das Galinhas 2000 Wallace amp Gromit 2005 e Flushed Away 2006 2 Ver linha do tempo Anexo p 170 Figura 12 Aardman PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 27 se pode discutir perguntar e aprender anima o Alguns exemplos brasileiros interessantes s o indicados a seguir O s tio da Associa o Brasileira de Cinema de Anima o um s tio institucional da associa o Disponibiliza ao internauta o estatuto da ABCA um breve hist rico da associa o e a lista de animadores e produtores de anima o associados Al m disso possui caminhos para o s tio do Dia Internacional da Anima o e da pesquisa Animadores do Brasil O blog Animap dia tem como finalidade produzir um gloss rio colaborativo de termos t cnicos de anima o e a tradu o do ingl s para o portugu s desses termos Tem como colaboradores os animadores Diego Stoliar Adriane P uresa entre outros No s tio Popm dia poss vel comprar equipamentos de anima o tradicional e brinquedos pticos fabricados pelo N cleo de Cinema de Anima o de Campinas O s tio Quadro a Quadro uma revista digital sobre hist ria da anima o Produzida pelas turmas do 1 e 2 semestre de
79. essa fun o vital da anima o que fazer um caminho completamente o contr rio disso De ir pela irrealidade e n o buscar a realidade A anima o tem um contato com o espectador atrav s das formas o que n o poss vel imaginar est sendo pensado ali A anima o em 3D tem esse problema de querer ser o mais pr ximo do real poss vel Mais pr ximo do real poss vel vai fazer document rio Entendeu risos At o document rio tem esses questionamentos Ser que minha interven o com a c mera aqui vai extrair o real ou a pessoa vai ficar ficcionalizando A anima o em 3D peca por isso Ela busca ser real demais A pele muito real tudo muito real Ser que eu estou vendo um desenho Ser que eu estou vendo a vida real ali Ent o esse o grande erro do 3D E o 2D acho que ainda vai existir muito tempo porque o 2D se consegue atrav s do gesto do manual captar toda a inten o do autor E o que aproxima muito mais das artes pl sticas numa coisa muito mais sensorial voc v o artista fazendo Embora se voc for questionar na anima o 3D tem um cara atr s do computador tamb m com todos os seus sentimentos mas o 3D por si s uma t cnica muito fria como se fosse criando em laborat rio fake tentando ser o mais pr ximo do real poss vel PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 224 LR_ Mas como voc percebe a anima o 2D digital o animador desenhando direto na tablet voc v
80. evita isso MS O animador pode at conhecer esses doze princ pios mas tomar cuidado para n o se amarrar a isso Nem os do Disney nem os do MacLaren nem os de ningu m O cara ter a sua liberdade Se o Bruno Bozzetto fosse seguir os doze princ pios do Disney ia fazer o Allegro Non Troppo risos Essas regras todas tudo tem que se ver sempre com filtros ver at aonde aquilo te interessa te serve at mesmo colaboradores que chamamos para trabalhar em um filme por exemplo o montador vai dar uma s rie de opini es umas voc vai acatar outras n o Ent o essas regras esses princ pios tem que ser vistos com filtros tem coisas que v o at te ajudar Claro se voc souber filtrar at onde vale at onde n o vale WL Temo Richard Wiliams autor de The Animator s Survival Kit que tem uma anima o atrelada ao Disney ele tem um livro que acad mico de anima o de repente ele fala uma frase que destr i com todo o livro Conhe a a regra para poder burl las pois isso que vai fazer a diferen a LR Aproveitando que voc citou o Richard Wiliams Algum livro sobre anima o marcou voc s WL Quando eu comecei comprei o Preston Blair aquelas revistas How to Draw Cartoon Animation e How to Animate Film Cartoons A nica coisa que estava m o era essa anima o mais acad mica Depois posso te dizer que n o tenho nenhum livro do Disney tenho do MacLaren Um que me tocou que recente Po tica
81. exposi o Animagia que foi mostrada ao p blico brasileiro em 1996 durante o festival Anima Mundi PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 65 Reynaud que pintava os seus desenhos diretamente sobre o filme o fot grafo n o esquecera sequer de inventar a perfura o da fita a fim de garantir lhe um desenrolar suave e regular Edison e os Irm os Lumi re especificamente Louis que s o considerados os inventores reais da cinematografia contribu ram com pouco de essencialmente novo de modo que n o vale a pena tomar partido em favor do franc s ou do norte americano para verificar a que na o se deve a realiza o do sonho milenar Ibid p 59 Sobre a presen a da sincronia sonora no aparelho de Reynard uma antevis o do cinema sonoro Mannoni diz Empregavam se tamb m efeitos ac sticos nas passagens em que a hist ria exigia efeitos sonoros a tira de imagens vinha acrescida de tirinhas de prata que acionavam um eletro m e este por sua vez disparava um sonorizador el trico Quando Arlequim dava golpes de bengala em Pierrot o aparelho reproduzia o som dos golpes com absoluto sincronismo MANNONI 2003 p 373 O aparelho de Reynaud j tinha todas as caracter sticas do invento dos Lumi re a diferen a significativa entre os dois aparelhos era que no lugar de projetar fotografias quadro a quadro o Teatro Optico projetava desenhos Com a inven o do cinemat grafo o apelo das imagens fotogr
82. feito com palitinho de f sforo ou filme em computa o gr fica avan ad ssima ou flash ou Toon Boom e assim por diante fundamental pensar o filme acho que acima de tudo tem a hist ria uma mensagem que voc quer passar E o conte do acima de tudo Agora tudo que se desenha ou se coloca visualmente tamb m conte do N o s necessariamente o roteiro que conte do que recheio tudo que se v tamb m conte do Tudo que desenhamos em 2D ou 3D ou flash conte do quer dizer alguma coisa com isso est a servi o do filme Pode acontecer de se usar a t cnica errada para o roteiro poderia ter sido melhor fazer o filme em outra t cnica s vezes encontro filmes e falo _ Puxa esse filme n o precisava PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 176 nem ser feito em anima o imagina nessa t cnica Existem filmes de anima o que seriam melhor realizados como filmes de a o ao vivo Existem v rios A anima o tem uma m gica que quanto mais deformado quanto mais on rico quanto mais improv vel quanto mais imprevis vel risos a anima o tem mais condi es de abra ar Como o cinema avan ou muito tecnologicamente hoje temos filmes de filmagem ao vivo com muitos efeitos mas ainda assim existe alguma coisa no desenho tra ado manualmente no desenho cl ssico que faz com que espectador imagine como seria Quando um personagem d a volta em uma casa por exemplo quando T
83. interessante Depois eu te passo isso da editora SESC a autora uma mulher Essa mulher a hist ria dela bem interessante ela ganhou o programa O C u o Limite do Jota Silvestre s PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 225 sobre Disney Tem um livro que depois eu comprei que de um cara da Argentina tipo uma b blia argentina sobre anima o Valiente o nome dele ele j morreu e o filho dele tamb m faz anima o Arte y Tecnica de la Animacion de Rodolfo Saenz Valiente Comprei um livro no Chile Fundamentos da anima o Fundamentos de la animaci n de Paul Wells que bem interessante E comprei outro livro interessante tamb m fora porque aqui tem pouca coisa mesmo Tem v rios livros porque agora sou meio pesquisador Vesti essa porque o MUMIA me deu uma certa respeitabilidade de falar em nome da anima o Tem um livro interessante de um cara que escreveu um livro sobre todas as anima es que passaram na televis o brasileira Outro livro que estou lendo um sobre Os Simpsons e a filosofia v rios fil sofos sentaram e escreveram alguns ensaios filos ficos pegando os personagens dos Simpsons Quando fui aos Estados Unidos vi um livro similar sobre o South Park mas n o comprei me arrependi depois voltei l e ningu m sabia me informar sobre o livro Descobri tamb m em Recife no ANIMAGE uma menina no ltimo dia ela me mostrou uma lista com v rios livros de anima
84. lista Dramaturgia para s rie de anima o HA Lembro que a Marta machado lan ou um livro mas s digitalmente ela n o publicou era um e book Talvez seja sobre produ o de anima o sobre o processo de se produzir anima o n o chegou a ser impresso me lembro de ter ouvido sobre isso na ABCA Vale a pena voc falar com ela acho que enfoca mais a produ o mesmo Ela bem envolvida com isso E bem recente Tudo o que voc queria saber sobre comercializa o de filmes nacionais mas n o tinha a quem perguntar autoria de Marta Machado com colabora o de Ana Adams de Almeida e financiamento do Fumproarte O livro da produtora de filmes de anima o Marta Machado j est dispon vel no site www tudosobrefilmenacional com br Apenas em formato e livro e udio livro por R 10 No livro Marta descreve no formato de perguntas e respostas as etapas que um realizador brasileiro costuma cumprir para ver seu filme chegar s telas LR Quais as t cnicas ou realizadores que mais influenciaram seu trabalho HA Anima o no papel anima o tradicional me encanta muito Acho que a chegada do 3D sensacional uma t cnica maravilhosa sem d vida O diretor de anima o tem que ter uma vis o abrangente da anima o n o apenas da t cnica que ele gosta mais Eu gosto muito da t cnica em 2D cl ssica mas um diretor de anima o dirige filmes antes de qualquer coisa Eu tenho que ter capacidade de dirigir um filme
85. livre e a outra mais organizada mas todos eles diversificaram MS Temos que tomar cuidado tamb m quando falamos em ind stria de n o querer impor um padr o um cuidado que n s todos temos que tomar inclusive os animadores de n o ceder a esse padr o A verba para se realizar uma produ o que se deve adaptar obra e n o o artista que precisa adaptar sua obra ao padr o que a verba possibilita realizar Tentei adaptar meu trabalho a esse modelo de s ries e vi que distorcia demais meu trabalho preciso ter espa o para todas as manifesta es LR O Proanima o um programa de fomento a anima o brasileira que visa principalmente investir na ind stria de anima o brasileira que n o foi posto em pr tica Existem dois bra os do programa que est o em andamento o AnimaTV e o Anima Edu Que opini o voc s t m sobre o Proanima o MS S o programas voltados para a ind stria e padroniza o ambos s o assim E se deixou de lado todas as outras coisas Todos os animadores se queixam disso Aliais at na ABCA se percebe o racha quando se fala disso inclusive alguns animadores sa ram da associa o por causa disso a pol mica era essa que se privilegiou uma s rea Com a sa da do J uca Ferreira e do S lvio Da Rin do Minc acho que esse projeto parou um pouco N o sei como anda isso Pelo que eu sei esse Proanima o s est no papel LR Voltando ao trabalho de voc s esquecemos de falar na
86. lo desde os seus prim rdios como uma forma art stica de vanguarda As distin es s o n tidas enquanto o cinema experimental de anima o est voltado para uma vertente de cria o art stica o cinema tradicional de anima o est voltado para uma verdade de cria o comercial Enquanto o primeiro traduz se numa recusa de utilizar o j existente conhecido testado e consubstancia uma op o pelo caminho mais dif cil sempre que isto resulte em maior riqueza expressional o segundo busca apenas o caminho mais f cil que resulta mais seguro na obten o do lucro MIRANDA 1971 p 58 9 Halas e Manvell complementam o pensamento de Miranda No entanto conseguem enxergar um ponto de contato entre as pr ticas experimentais e comerciais Para os autores a anima o experimental penetra no mago da t cnica testa os limites da linguagem Assim consegue revelar para o universo da anima o tudo do que ela capaz e esse conhecimento pode ser utilizado por todos os animadores Quase todas as formas da anima o servem s finalidades particulares da publicidade e da 81 Quando Miranda diz cinema animado tradicional est se referindo ao desenho animado comercial e n o s t cnicas tradicionais PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 99 x propaganda narra o de um est ria ou ao entretenimento e portanto partem de uma id ia ou necessidade originada fora do meio j os filmes experime
87. micos e colunas ou poses sobrepostas como em algumas pinturas rupestres n o possu am a sobreposi o das poses no tempo como no moderno desenho animado Todo movimento produto de dois fatores o tempo e o espa o Conhecer o movimento de um corpo conhecer a s rie de posi es que este ocupou no espa o numa s rie de instantes sucessivos Apud MANNONI FABRIS 2004 p 55 Portanto apesar de possu rem uma s rie de posi es em instantes sucessivos penso que essas antigas tentativas de representa o do movimento est o mais pr ximas das hist rias em quadrinhos do que dos modernos dispositivos de anima o Seguindo esse pensamento o quadrinista Scott Mcloud afirma Acho que a diferen a b sica que anima o sequencial em tempo mas n o espacialmente justaposta como nos quadrinhos Cada quadro de um filme projetado no mesmo espa o a tela enquanto nos quadrinhos eles ocupam espa os diferentes O espa o para os quadrinhos o que o tempo para o Figura 45 Fotogramas 35mm Margeando cada fotograma duas s ries de quatro perfura es PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 62 filme S que voc pode dizer que antes de ser projetado o filme s um gibi muito muito lento McCLOUD 2005 p 7 8 Juntamente considerados precursores do espet culo audiovisual o teatro de sombras e a lanterna m gica n o possu am tamb m a anima o quadro a quadro A manipula
88. muito maiores personagens meio que quase voando na tela Tem o filme do Otto Guerra Nave M e que de 2004 d o a impress o que a anima o em 3D ainda est engatinhando Pensando no 3D toda novidade interessante por um lado mas por outro lado talvez com o passar dos anos se mostre uma bobagem Toda novidade desperta um interesse total mas depois n o consegue se manter LEITE Avelar e Leite acreditam que o 3D rompe com a tradi o da anima o em 2D de subverter a realidade de criar um mundo imagin rio Acreditam que o 3D fica ref m da realidade A anima o tem uma m gica que quanto mais deformado quanto mais on rico quanto mais 3 Ver no item 4 3 A Viragem p 126 Figura 93 Historietas Assombradas para Crian as Malcriadas Figura 94 Vida Maria Figura 95 Nave M e PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 124 improv vel quanto mais imprevis vel risos a anima o tem mais condi es de abra ar O 3D para representar a realidade maravilhoso mas ele te d a realidade por outro lado acho que o desenho feito m o te d o sonho o 3D mastiga demais para o espectador Sei que isso um recurso til s vezes mas n o meu preferido Eu prefiro a anima o que faz o espectador imaginar E a anima o cl ssica mesmo quando muito rebuscada ela ainda assim ela n o realidade ela te for a a imaginar Isso que faz parte da
89. n mero de publica es brasileiras preciso tamb m resolver os problemas do mercado editorial brasileiro Portanto justo afirmar a import ncia da EMBRAFILME como agente respons vel pela preserva o da mem ria da anima o nacional e pela divulga o da t cnica da anima o no pa s ainda hoje Os livros que publicou no fim da d cada de setenta s o at hoje refer ncias obrigat rias em qualquer pesquisa que se fa a na rea A FDE tamb m teve uma l Ver em Exce es p 51 Figura 43 The Animator s Survival Kit PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 58 contribui o importante com suas publica es para o campo educacional entre o final da d cada de 80 e anos 90 O mercado liter rio no Brasil de uma maneira geral sempre foi muito restrito A maioria das editoras depende das vendas de livros did ticos e religiosos para sobreviver que juntos representaram 58 82 do total de livros produzidos no pa s no ano de 2009 por exemplo Assim os livros de arte incluindo artes pl sticas teatro r dio e TV cinema dan a fotografia quadrinhos grafite m sica e museus representam apenas 0 06 245 628 exemplares do total de exemplares produzidos em 2009 sendo eles primeiras edi es ou reedi es Essa situa o pode explicar a ainda n o publica o no Brasil de um livro t o recomendado e mencionado como The Animator Survival Kit 2001 Como j foi dito anteriormente o problema d
90. n o eram da rea de anima o pessoas que n o tinham experi ncia da pr tica da anima o que geravam as id ias os roteiros ou ent o pessoas vindas de fora O brasileiro a anima o brasileira sempre teve uma forte teimosia uma vontade de produzir coisas pr prias Alguns animadores at se subordinavam a isso de n o criar seu conte do por uma quest o de sobreviv ncia ou as vezes por uma quest o mesmo de voca o de gostar de executar e n o de inventar hist rias Mas pouco a pouco foi predominando essa vontade de criar conte do e isso est emergindo estamos vendo surgir hist rias personagens linguagens criadas aqui e que est o ganhando espa o no mercado N o acho que o mercado predominante mas o mercado um timo sinal de que a coisa est acontecendo Quando existe algu m comprando uma id ia e veiculando sinal que tem mais de onde veio isso Ent o acho que tudo isso est se movimentando Houveram incentivos que n o foram assim t o expressivos mas que foram estrat gicos aconteceram em um momento chave Acredito que as pessoas t m uma consci ncia disso muito legal um certo orgulho brasileiro de que a anima o assim como aconteceu com a arquitetura com o futebol com a m sica de acharmos que existe uma express o brasileira na anima o E tem mesmo A anima o est em um momento de expans o LR Mas voc n o acha que no momento que se investe mais na anima o comercial n o s
91. no que se refere ao curta metragem de anima o ou aos modos de exibi o tradicionais ou seja a televis o e as salas de cinema PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 73 homem dominado por aparelhos e que a nica forma de o homem se libertar jogar contra os aparelhos Para o autor a ideia de aparelho tamb m se aplica a outras m dias como o cinema a TV que para ele possuem imagens deslizantes e tamb m mais evidentemente para os computadores Segundo ele a cr tica cl ssica enxerga o aparelho como ben fico ao homem pois o emancipa da necessidade de trabalhar e abre ao trabalhador a possibilidade de jogar a automaticidade do aparelho que permite esse arranjo no entanto Flusser pensa que o ponto essencial da cr tica deveria ser exatamente essa automaticidade dos aparelhos Nenhum homem pode mais controlar o jogo E quem dele participar longe de controlar ser por ele controlado A autonomia dos aparelhos levou invers o de sua rela o com os homens Estes sem exce o funcionam em fun o dos aparelhos FLUSSER 1985 p 75 Intermediando o pensamento de Flusser no sentido de direcion lo anima o inicio um dialogo entre o autor e Marina Estela Gra a pesquisadora que privilegia a produ o experimental e autoral de anima o Gra a entende que a era p s industrial marcada pela impossibilidade do homem de conhecer os esquemas t cnicos ou discursos cient ficos qu
92. o 2006 Pa s Brasil O livro Entre o Olhar e o Gesto elementos para uma po tica da imagem animada escrito pela pesquisadora portuguesa Marina Estela Gra a tem foco para outros aspectos da anima o A autora navega contra a corrente e faz uma ode ao cinema experimental e ao trabalho manual Usando como exemplo as obras dos animadores experimentais Len Lye Norman McLaren e Pierre H bert ela vai al m das discuss es sobre os dispositivos cinematogr ficos e animados Ela foca a discuss o na import ncia do corpo do animador na anima o Esse enfoque se desdobra na apresenta o de formas marginais de exibi o e produ o de anima o com um olhar extremamente te rico po tico e profundo Disney almejava atingir com a anima o a ilus o da vida Apud Frank Tomas amp Ollie Johnston BARBOSA JUNIOR 2002 p 99 Em ingl s The ilusion of life Norman McLaren considerado por muitos pesquisadores e admiradores de anima o o anti Disney Se Walt Disney personifica a anima o industrial MacLaren o rosto da anima o experimental Marina Estela fi ENTRE ESTO Jementos para uma po tica da imagem animada Figura 22 Entre o Olhare o Gesto PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 40 T tulo A Grande Arte da Luz e da Sombra Autor Laurent Mannoni Editora Editora Senac S o Paulo Ano de publica o 2003 Pa s Brasil Concluindo o trio de publica es do Senac S
93. o em papel quadro a quadro acha se duplamente marginalizada alguns animadores experimentais v em a t cnica como estritamente comercial careta e estranha ao meio art stico e a ind stria a julga como uma t cnica hoje anacr nica Denis diz A imagem de s ntese o 3D tornou se desde h alguns anos dominante sinal aparente do fim das t cnicas mais artesanais Mas embora ela seja certamente um movimento de fundo outras t cnicas digitais permitem contrabalan ar essa homogeneiza o do virtual Gra as a uma simples m quina fotogr fica digital e um software de montagem qualquer um pode realizar um filme de anima o sem c mara recorrendo a sua pr pria criatividade misturando fotografia pintura desenho ou objetos DENIS 2010 p 09 Se por um lado a t cnica artesanal vem sendo substitu da na produ o em grande escala pelas t cnicas digitais esse mesmo processo abre espa o para a sobreviv ncia do artesanal como t cnica independente Acredito que a anima o quadro a quadro em papel ainda bastante utilizada na pr tica da anima o experimental e autoral Assim o animador autoral se tornar o guardi o da tradi o artesanal iniciada por Emile Cohl J Stuart Blackton e Winsor MacCay e o curta metragem o suporte que pode permitir uma sobre vida ao desenho quadro a quadro em papel como t cnica embora associado ao mundo digital Assim o que se v uma transmuta o da rela o entre as t cnica
94. papel Acredito que a tecnologia tende a suprir isso criando superf cies mais speras tentando simular o efeito o que acho desagrad vel at hoje Apesar de ter me adaptado Quer dizer de certa forma a tecnologia est entendendo que o legal ser org nico Ent o ela est tentando imitar ao m ximo o org nico No caso do Toon Boom ou do Flash que usamos hoje e que muito digital aplicamos aquelas regras da anima o tradicional para reverter isso acaba n o ficando t o duro Esse o papel do animador mesmo For ar os limites da tecnologia e pedir ao mercado pois o mercado precisa atender o animador AVELAR No entanto acredito que essa organicidade procurada aplicada somente ao resultado final do trabalho Uma esp cie de simulacro das t cnicas artesanais parece que foi feito m o mas n o o O curioso que o trabalho nas tablets continua diferente do trabalho no papel apenas o resultado final dos dois que os aproxima E interessante PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 123 que ainda se compra mesas de luz no pa s Squarisi afirma que escolas ainda compram as mesas fabricadas pelo N cleo Isso sem contar que muitos profissionais ou amadores fabricam suas pr prias mesas com seus pr prios recursos Por m a produ o de s rie toda baseada em vetor ou recorte digital Nesses est dios n o existem mesas de luz ou papel tudo feito direto na tablet Por m o con
95. papel existe mais vari veis que qualquer programa de anima o possa calcular e apesar disso ou melhor devido a isso o animador sabe muito bem o que fazer com o l pis N o espera a precis o de um gr fico de for as e movimento mas sim as in meras possibilidades da incerteza do tra o Ele sabe como se faz o l pis o seu instrumento n o est submisso ao programa do aparelho Portanto o trabalho do animador que trabalha m o n o pode ser classificado meramente com Funcion rio na concep o de Flusser Al m de manipular o aparelho ou melhor jogar com o aparelho cinema carrega consigo heran as da era pr industrial e do trabalho de artes o Ainda nas palavras de Gra a O filme animado tomado em geral permitiria assim para aquele que o faz a reapropria o do tempo pr prio abandonado gest o da pr tese tecnol gica Ibid p 216 O trabalho manual que mental mas tamb m f sico liberta o animador do ritmo da m quina taylorismo e subverte a caixa preta cinematogr fica pois conhece o mecanismo da ilus o cinem tica Longe de serem desprezadas ou tratadas com desd m e ignor ncia as t cnicas manuais de anima o deveriam estar na base do desenvolvimento da anima o como matriz pedag gica PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 78 ponta de lan a de caminhos alternativos e geradora de trabalho e arte 3 2 2 A t cnica manual e a computa o gr fica A m o
96. presta o de servi o pode ajudar um cineasta a mixar um filme est sendo til para muita gente fazer um som em 5 1 no CTAv disponibilizar o equipamento para A ou B isso til Mas penso que formar profissionais d forma o para profissionais Um momento muito interessante foi na poca do interc mbio como Canad Ali se formou profissionais Os profissionais que sa ram dali s o os que hoje organizam o Anima Mundi e outros que est o fora do Brasil s o pessoas que aprenderam muito naquele momento cresceram e claro aprenderam muito depois tamb m mas aprenderam muito ali utilizaram as ferramentas todas mas em um clima de aprendizado Um centro t cnico potencializa o seu poder ao sair do t cnico risos Partir tamb m para o te rico partir tamb m para a forma o Tem que ser um centro de excel ncia l se aprende l se pratica l se democratiza a informa o sobre o desenho animado Ter cursos permanentes de desenho animado em paralelo ter permanentemente cursos te ricos cursos de m sica para desenho animado porque se precisa de m sico para produzir desenho animado curso de Toon Boom de After Effects cursos permanentes de desenho animado formando profissionais Se a pessoa quer aprender por exemplo a pessoa diz Eu gosto de cutout eu quero aprender Toon Boom mas eu quero aprender linguagem de anima o eu quero ser um cineasta N o quero ser s animador eu quero al m eu quero p
97. que tenho visto dos colegas que est o produzindo que preciso ter parcerias com outros pa ses para que a produ o se viabilize Mas existe muita interfer ncia desses parceiros e a coisa come a como uma obra brasileira e vai se distorcendo no decorrer do processo E se um fomento estatal deveria ser em uma coisa realmente nova e criativa Come ou a se definir que a anima o comercial s o as S ries ent o come ou se a investir em s ries e abandonaram os outros investimentos isso n o legal Espero que se corrija isso SQUARISI Rosaria afirma que quem trabalha com papel no modelo atual prejudicado pois imperativo que se trabalhe com o Flash No entanto tamb m v com bons olhos essa produ o Rosaria acredita que o estilo brasileiro passa pela forma que os animadores e est dios nacionais utilizam os poucos recursos t cnicos e financeiros que t m para produzir Acredita que o modo como se utiliza o Flash no pa s j caracteriza um estilo diferenciado cabe destacar o papel do animador tradicional nesse modelo pois dele a responsabilidade de desenhar os quadros chave Falamos muito sobre isso o Flash os programas vetoriais Acho que aumentou muito a possibilidade de se fazer e estamos aproveitando essa oportunidade Ningu m no mundo aproveita t o bem assim anima o vetorial acho que muito bem aproveitado aqui no Brasil As anima es em Flash est o cada vez mais bonitinhas mais cu
98. ries j est o em exibi o na grade de programa o da TV Brasil TV Cultura e outras redes p blicas de televis o do pa s 1 Outro programa destinado ao fomento de s rie de anima o no Brasil foi iniciado pela Funda o Padre Anchieta com apoio da Associa o Brasileira de Cinema de Anima o ABCA Associa o Brasileira de Produtoras Independentes de Televis o ABPITV Brazilian TV Producers BTVP e o Consulado do Canad Inspirado no modelo do AnimaTV o ANIMACULTURA pretende incentivar a produ o de projetos transm dia com foco em s ries de anima o para televis o O projeto se encontra em processo de sele o e todas as s ries produzidas ser o exibidas pela TV Cultura Recentemente foi anunciada a inser o do campo do audiovisual no Plano Brasil Maior do Governo Federal O objetivo do plano fortalecer as cadeias produtivas e proteger a ind stria nacional atuando em forma o e qualifica o de m o de obra desonera o dos elos de atividade do setor e desburocratiza o dos processos para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro Segundo Santana 101 ANIMAEDU Dispon vel em lt http www animaedu com br oprojeto asp gt Acesso em 25 fev 2011 102 ANIMATYV Dispon vel em lt http blogs cultura gov br animatv gt Acesso em 25 fev 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 153 Sentimos necessidade de trabalhar para o desenvolvimento dessa ind stria que precisa
99. sabia como que era Isso foi em 2001 eu tinha 17 anos Fui de surpresa fui assistir uma sess o n o tinha mais ingresso e da eu bringuei na oficina mas acho que se talvez eu tivesse ingresso nem brincaria Da no mesmo ano eu fiz esse curso Alguns meses depois do festival eles abriram inscri es eu fz o curso e sai de l j com um pouquinho de trabalho prometido Em janeiro eu comecei a trabalhar o curso foi em outubro em janeiro um amigo que conheci l me indicou um trabalhinho e comecei e nunca mais parei Fiquei rondando risos ROSARIA S vio Leite fez Comunica o Social s descobriu o cinema quando estava terminando o curso atrav s da cineasta Patr cia Moran Ap s a universidade come ou a produzir v deo clipes caseiros para bandas de roque de Belo Horizonte Seu primeiro contato com anima o foi atrav s de uma oficina ministrada durante o Festival de Inverno da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Interessante que um dos animadores que ministrou a oficina o portugu s Abi Feij assim como Marcos Magalh es estudou anima o no NFB S vio Leite n o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 112 domina o desenho acredita que a t cnica de anima o extremamente excludente s os verdadeiros persistentes conseguem chegar at o final um diretor de curtas de anima o que n o sabe animar D muita import ncia conceitua o da obra como um todo
100. sala de artes com suas mesas de luz o storyboard do filme 3 CASTELOS DE VENTO de T nia Anaya 1988 dura o 8 min Sinopse Uma breve est ria sobre o poder do vento em apagar linhas destruir casas e arrastar pessoas O sopro que cria os homens unindo os e separando os Figura 02 Castelos de Vento PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 16 que o Telmo estava produzindo Em busca da Cor pregado na parede a ilha de edi o os computadores os programas de edi o n o linear como sincronizar imagem e som a truca cinematogr fica Tudo um pouco abandonado empoeirado e esquecido Nesse momento compreendi a estrutura que precisava replicar para produzir filmes Essa visita repentina foi fundamental para mim Lembro do Telmo em uma frase sint tica Voc precisa de um registro para nivelar as folhas nas quais voc vai animar pose a pose um movimento E precisa saber que para completar um segundo preciso desenhar 30 poses se a finaliza o for em v deo ou 24 poses se for em pel cula e depois fotograf las Assim se faz um filme Era tudo que precisava saber Voltei para Minas reuni alguns amigos em torno dessa ideia e produzi meu primeiro curta finalizado em 2003 Como Defender Um Cafofo ou As aventuras do Lobo Guar no Reino da Especula o Imobili ria uma par dia da f bula do Lobo Mau e dos tr s porquinhos onde os personagens eram transpostos para a realidade brasileira inverten
101. sar Coelho um dos diretores do festival afirma No in cio do festival havia a participa o de dois a tr s filmes brasileiros em cada ano H tr s anos o Brasil o pa s que mais inscreve filmes no festival Neste ano 2003 foram 206 sendo que 105 foram selecionados a participa o brasileira cresce exponencialmente e fica mais madura a cada ano Todo esse crescimento levou ao an ncio durante o 11 Anima Mundi da cria o da ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o As publica es sobre anima o no Brasil tamb m acompanharam a evolu o da produ o nacional O intervalo sem lan amentos publicados foi e muito prejudicial ao animador brasileiro Sem livros novos nas livrarias se fez necess rio percorrer sebos em busca de raridades ou importar livros em l ngua estrangeira E bom lembrar que ainda hoje grande parte dos profissionais brasileiros s o autodidatas aprenderam sozinhos ou com a pr tica Para esse profissional um guia um manual t cnico de extrema import ncia mas um conhecimento formal reflexivo e conceitual tamb m se faz necess rio para se vislumbrar outras formas de se trabalhar com anima o fora dos modelos hegem nicos dos est dios s rie de televis o publicidade e longas metragens 33 UNIVERSO HQ Entrevista por Samir Naliato C sar Coelho diretor do Anima Mundi fala sobre o festival Dispon vel em lt http www universohg com cinema nc190720
102. se inventar coisas novas em fun o de O mercado assim Ent o na anima o brasileira que est crescendo eu vejo muito isso Vamos imitar Vamos fazer o melhor do que j existe Isso um perigo enorme O artista tem tomar muito cuidado com isso porque uma cilada facinha facinha de se cair LR Voc acredita na viabilidade do curta como matriz de aprendizado e forma o profissional HA Total Total O curta metragem maravilhoso pena que n o temos muito espa o para veicula o dessa produ o nunca houve e talvez n o haja nunca risos Mas talvez a fun o do curta n o seja ser comercial mesmo a fun o do curta n o essa e sim investigar talvez a melhor contribui o do curta metragem seja a possibilidade de se investigar e experimentar E claro que disso tamb m surgem coisas maravilhosas s vezes um curta vira um longa n o raro Uma id ia muito boa feita para um curta pode ser transformada em um longa ou pode ser transformada em uma s rie O curta um formato maravilhoso ele n o pode morrer nunca porque o espa o de efervesc ncia de criatividade n o pode morrer LR Nesse sentido voc acredita que a solu o para se evitar a repeti o na ind stria da anima o seria o investimento em curta metragem e no trabalho experimental HA Acredito que sejam coisas paralelas aquela hist ria Queremos entrar no mercado ent o vamos aprender a fazer bem aquilo que os out
103. se profissionalizar enquanto setor empresarial e estrat gico O conte do audiovisual vai ser o grande ativo da economia do Brasil e do mundo SANTANA A rela o entre cinema de anima o experimental e anima o para fins industriais debatida desde os prim rdios Se para Robert Russet e Cecile Starr toda a anima o no in cio era experimental RUSSET amp STARR 1988 p 32 para Marcos Magalh es a anima o desde seus prim rdios possuiu por conta ou apesar de sua diversidade e potencial art stico uma enorme demanda do p blico e portanto uma latente voca o industrial MAGALH ES 2009 s n A anima o experimental ou de autor um r tulo muito amplo Pois refere se a todo tipo de anima o que n o segue o esquema t cnico gerencial e organizacional dos grandes est dios A institui o que mais colaborou para a realiza o de filmes de anima o autorais foi o National Film Board do Canad que serviu de modelo para a cria o do nosso CTAv Nos anos 60 a anima o independente especialmente filmes produzidos pelo NFB dentre outros est dios dominavam a premia o de anima o do Oscar Quando a linguagem dos grandes est dios americanos se mostrava ent o decadente foram os filmes de anima o experimental que apontaram para novos caminhos e descobertas GALVAO amp BRUZZO 1996 p 120 Sobre a anima o brasileira Magalh es afirma n o podemos falar que j existe uma ind st
104. se expressar ou investigar caminhos alternativos para a t cnica de anima o Apesar de algumas vezes conseguir xito no circuito comercial a fun o primeira da anima o autoral n o atingir o mercado Novas formas de exibi o e frui o da anima o como jogos eletr nicos performances ao vivo instala es simula es de realidade virtual entre outras embora dignas de nota n o ser o abordadas nessa pesquisa PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 94 ou ter grandes bilheterias Geralmente a anima o autoral tem como suporte favorito o curta metragem O que n o impede a produ o de longas autorais como Planeta selvagem La Plan te Sauvage de Ren Laloux e Submarino Amarelo Yellow Submarine de George Duning por exemplo no entanto a grande maioria da produ o autoral em curta metragem A organiza o da produ o autoral usualmente em pequena escala com poucos animadores ou animadores solit rios em um clima de oficina de artes o ou atelier art stico A divis o de trabalho quando existe n o r gida Tamb m mais comum al m do uso da computa o gr fica o uso de t cnicas tradicionais de anima o como anima o com areia anima o de bonecos e ou objetos stop motion anima o direta na pel cula anima o quadro a quadro no papel ou t cnicas mistas utilizando a vanguarda da tecnologia digital misturadas s t cnicas tradicionais A anima o in
105. se traduz em diversidade de estilos e formas Tamb m como vimos em A m o e a m quina necess rio ao animador ter uma rela o ativa ao programa desafiar os limites do computador e n o abdicar seu toque pessoal s facilidades e padr es pr estabelecidos 33 3 2 A m o e a m quina p 70 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 126 4 3 A Viragem Acredito que o Brasil vive uma fase de mudan a no campo da anima o Em rela o ao que chamo de viragem hoje o volume de produ o muito maior do que no passado Antes a base de produ o de anima o estava formatada para atender a demanda publicit ria pequenas pe as institucionais e o curta metragem autoral ou experimental Geralmente as produ es eram organizadas por pequenas equipes de trabalho ou animadores solit rios Hoje existe um mercado muito maior a ser explorado as s ries de anima o para televis o Os est dios de anima o no Brasil est o se estruturando e se especializando na produ o de s ries Com uma divis o de trabalho muito rigorosa m todos r gidos de produ o equipes maiores trabalhando em produ es que levam um dois anos para se realizarem e or amentos superiores que as das produ es do passado Importante destacar que essa mudan a de escala de produ o tem base no sonho do animador brasileiro de desenvolver uma obra pr pria Esse movimento que estruturou o alicerce do que os est dios est o produzi
106. seria legal uma coisa brasileira com uma opini o brasileira com um m todo de produzir desenvolvido aqui talvez isso Porque precisamos dessas refer ncias As que temos s o refer ncias de outros estilos de produ o outro tempo de produ o tamb m Ent o talvez uma coisa mais adaptada a nossa realidade de profissional LR Tamb m fiz uma lista com alguns livros que voc citou na ltima pergunta s o t tulos em l ngua portuguesa encontrados no Brasil voc nota alguma aus ncia importante R Eu n o sei de nada Imagina pausa Sou uma ignorante nisso risos LR Obrigado pela entrevista foi muito legal Alguma palavra final Quer dizer mais alguma coisa R Acho que n o Acho que disse demais at risos Acho que eu sempre falo demais foi tudo risos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 215 Anexo VI Transcri o entrevista S vio Leite Data 09 12 2011 Hora 17hs Local SESC Palladium Av Augusto de Lima 420 Centro Belo Horizonte MG Leonardo Ribeiro Fale um pouco sobre a hist ria da sua rela o com a anima o como come ou sua forma o os trabalhos mais significativos o que anda fazendo no momento S vio Leite Eu me formei muito novo com 21 anos de idade descobri o cinema me formando Eu tinha uma orientadora que era a Patr cia Moran uma cineasta que est at hoje em atividade Eu me interessei por cinema por achar que talvez a nossa exist ncia pode ter algu
107. set de filmagem dentre outros pormenores que fazem parte do dia a dia de um animador de stop motion Tamb m fala um pouco de manipula o ao vivo de bonecos e titeragem anima o em 3D e 2D relacionando essas t cnicas anima o em stop motion T tulo O Cinema de Anima o Autor S bastien Denis Editora Edi es Texto amp Grafia Ano de publica o 2010 Pa s Portugal Em teoria e hist ria da anima o singular o valor do livro O Cinema de Anima o livro franc s lan ado em Portugal pela Edi es Texto amp Grafia dentro da cole o Mim sis em 2010 Escrito pelo pesquisador e professor de Hist ria da anima o da Universidade de Proven a Fran a S bastien Denis O livro define as t cnicas de anima o compara a anima o com o cinema de filmagem ao vivo relaciona as reas de atua o da anima o os diferentes tipos de produ o faz um balan o das principais correntes estil sticas pa ses produtores e obras Discorre sobre anima o experimental comercial e novos modelos de produ o e neg cios O livro usado como um dos principais referenciais te ricos dessa disserta o pelo papel abrangente em que o autor situa a anima o Confronta o potencial econ mico do desenho animado os perigos da estandartiza o e da banaliza o da imagem animada frente ao potencial art stico pl stico e narrativo ilimitado da 0 cinema De Figura 37 O Cinema de Anima o PU
108. sobre anima o AG em lingua portuguesa 2010 Walt Disney o triunfo da imagina o americana Flash Animado com os Irm os Piologo Os Segredos dos Roteiros da Disne Manual do Pequeno animador 2009 Cartilha Anima Escola 2008 Entre o Olhar e o Gesto 2007 2006 Um Caminho para a Anima o 2005 Animation Now Juro Que Vi Lendas Brasileiras Aprenda a Desenhar Cartoons para Produ o com Anima o e Computadores 2004 A Grande Arte da Luz e da Sombra 2003 A Arte da Anima o T cnica e est tica atrav s da hist ria 2002 EMBRAFILME A Arte da Anima o 1977 1981 2000 Colet nea Li es Com Cinema Vol 4 Anima o A T cnica da Anima o O Mundo de Disne 1979 1996 A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o Cinema de Anima o Arte nova Arte Livre 1978 Anima Mundi 1971 1992 2012 Livros editados To Brasil Guia Pr tico do Cinema de Anima o O Cinema de Anima o 1979 i x ET EEA EEE O Desenho Animado Aula de desenho profissional 2007 1968 2005 Livros editados em Portugal PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 171 Anexo Il Transcri o entrevista Humberto Avelar Data 08 12 2011 Hora 19hs Local Mixer Rio Rua Pereira da Silva 517 Laranjeiras Rio de J aneiro RJ Leonardo Ribeiro Fale um pouco sobre a hist ria da sua rela o com a anima o como come ou sua forma o os trabalhos mais significativos o que anda fazendo no momento Humberto Avelar Eu sempre gostei
109. tempo atr s tudo isso era car ssimo Era muito comum ver filmes com brilho no acetato d pra entender s vezes o cara tinha que lavar o acetato e aproveitar acetato usado ent o a tecnologia ajudou muito na qualidade dos filmes pois tudo isso encarecia muito a produ o Hoje isso vem melhorando E tamb m se tem muito mais informa o hoje tem muito mais facilidade de se obter informa o WL_ Acho que os filmes brasileiros tem muito problema de roteiro conseguir fechar um roteiro legal N o adianta vir um cara dos Estados Unidos dar um curso de roteiro porque o roteiro est intrinsecamente ligado cultura do pa s a maneira de ser do povo Por exemplo Esse filme n o tem a o Um filme norte americano tem que ter a o agora aqui n o precisa Os norte americanos em todos os filmes t m o dedo em riste _ I did my best E j o cinema franc s n o tem mais texto o alem o se liga na m sica o argentino em seus filmes tem muita cena de refei o em todo filme tem comida risos Igual novela brasileira tem suco de laranja porque isso aceito culturalmente Isso tem que ser levado em conta ao se fazer um roteiro claro que precisa atrair e prender o espectador mas tamb m tem a parte cultural N o conseguimos fazer isso bem ainda t m muitos problemas PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 205 MS Sobre roteiro muito recente essa coisa de roteirista de filmes de anima o Antigament
110. todo o potencial da linguagem que eles tinham escolhido Esse o caminho que tinha que continuar Independente do espa o f sico o CTAV um centro de excel ncia uma tradu o de um centro de pesquisa universit ria ligado pr tica o audiovisual muito ligado pr tica N s fazemos primeiro para depois refletir LR Que opini o tem sobre o Proanima o MM N o estou muito bem informado sobre o Proanima o risos O AnimaTV tem haver com isso LR O Proanima o um programa de fomento a anima o brasileira que visa principalmente investir na ind stria de anima o brasileira que n o foi posto em pr tica Existem dois bra os do programa que est o em andamento o AnimaTV e o Anima Edu MM Em linhas gerais aquela quest o A vis o que os animadores tem da anima o No dia que essa vis o for compartilhada por pessoas que n o s o animadores Na poca do Miau aconteceu isso no CTAv mesmo A anima o foi vista da seguinte forma Que coisa bacana Tem p blico Que coisa simp tica Ganha pr mio internacional N o precisa de ter di logos D para fazer com essas pessoas aqui que s o simples que ganham pouco risos trabalham por amor Por m quando a coisa come a a dar certo o pessoal fica com medo risos P esse neg cio poderoso Eu n o sei controlar essas pessoas idealistas que ganham pouco Isso acaba gerando uma rea o Op Pera a A anima o tem um poder muito grand
111. tosca do tempo necess rio para a sua realiza o A anima o rompe assim radicalmente com o princ pio da reprodu o mec nica do real para propor uma representa o artesanal que constr i na dura o longa DENIS 2010 p 01 Marina Estela Gra a tamb m destaca a diferen a da pr tica da anima o em rela o a pr tica cinematogr fica Figura 50 Folha desenhada por MacCay N o existia separa o entre cen rio e personagem tudo era desenhado na mesma superf cie Tamb m ainda n o existia as perfura es para endireitar as folhas animadas assim MacCay utilizava marcas nos cantos dos desenhos para alinh los PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 68 O Filme animado nasce do dispositivo mesmo que funda o cinema Em sua pr pria ess ncia e concomitantemente encontramos contudo a m o humana o gesto que tenta recuperar um espa o tempo diferenciado e vivido no seio das pr prias cria es tecnol gicas isto a partir do manuseamento po tico que tamb m cr tico da instrumentalidade do dispositivo f lmico GRA A 2006 p 14 Essa caracter stica da produ o animada contribui para sua posi o marginal dentro da teoria cinematogr fica Pois a teoria do cinema concebe a pr tica cinematogr fica em rela o produ o hegem nica isto o cinema fotogr fico e relega a outras pr ticas um papel secund rio considerando a anima o um sub g nero do cinema Gra
112. um ano aqui no Rio de Janeiro aprendendo anima o com canadenses Foi uma sele o muito democr tica muito extensa realmente n s conseguimos pescar alguns talentos que estavam escondidos no Cear em Minas Gerais no Rio Grande do Sul E n s trouxemos esses dez selecionados para o Rio de J aneiro ficamos em 1985 e 1986 fazendo o nosso primeiro curso para dez pessoas que resultou em uma s rie de curtas que ganharam pr mios internacionais N o era para ser PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 187 curtas metragens era para ser exerc cios de final de ano mas viraram curtas premiados Em um segundo ano a inten o era fazer uma especializa o ainda maior a inten o era se fazer um longa se pensou em fazer um longa mas as circunst ncias n o permitiram o tempo era curto Acabamos fazendo um m dia metragem chamado Alex com cinco desses dez animadores que tinham feito a primeira fase A da Queiroz Cesar Coelho F bio Lignini Rodrigo Guimar es e Patricia Alvez Dias Enquanto os outros cinco formados voltavam para seus estados de origem e come avam o movimento de dissemina o desse conhecimento Esse foi o projeto da Embrafilme com o CTAv LR_ Posteriormente como surgiu a id ia do Anima Mundi O festival saiu tamb m de dentro desse grupo que fez parte do n cleo de anima o do CTAv MM Bom esse grupo que participou do CTAv obviamente ficou muito unido n s mantivemos contato mesmo d
113. um p blico que sabia de tudo mas s cin filo Hoje n o se pode ir a qualquer festival por exemplo a Mostra de Cinema Infantil de Florian polis faz 5 mil pessoas o Anima Mundi faz mais de 100 mil pessoas e todos atingem muito p blico Em um festival de Recife tinha um cinema de 3 mil lugares lotado E gente que n o cin filo pessoas que querem conhecer e come am a gostar daquilo Se falarmos em distribui o n o s de filme experimental mas do filme que sai do padr o de sala de cinema s o os festivais que fazem esses filmes chegarem ao p blico LR Se pensarmos na produ o antes da democratiza o dos meios digitais no Brasil a qualidade da anima o nacional em m dia est melhor ou pior O animador brasileiro evoluiu t cnica e artisticamente WL Acho que est melhor para se fazer um filme antigamente era muito mais caro MS Se pegarmos os filmes mais antigos pela pr pria dificuldade por exemplo film vamos uma cena em Campinas t nhamos que comprar negativo em primeiro lugar filmar s vezes era preciso alugar uma c mera ir a S o Paulo revelar esperar dois ou tr s dias para ver o resultado Uma coisinha que aparecesse e te desagradasse iria custar tudo isso de novo todo esse tempo todo o custo financeiro Ent o com a facilidade da tecnologia faz a anima o melhor pois se n o gostei de alguma coisa mais f cil mudar em uma hora ou duas tenho aquilo refeito com um custo quase zero H um
114. vezes usando o humor Isso tudo foi inventado em fun o da falta de recursos de grana sic E hoje o americano que tem dinheiro imita aquilo E o japon s que passou a ter dinheiro come ou a produzir muito n o abandonou aquilo incorporou aquilo e s multiplicou Quem sabe a falta de grana tamb m n o favore a ao brasileiro criar alguma coisa diferente Olha a saca o dos caras sic AVELAR J Squarisi pensa estar tudo errado A verba para se realizar uma produ o que se deve adaptar obra e n o o artista que precisa adaptar sua obra ao padr o que a verba possibilita realizar SQUARISI O assunto j foi tratado nesse cap tulo dentro do item 4 1 A Escola p 108 Figura 106 Astro Boy PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 137 Surge aqui a quest o sobre a cara da anima o brasileira Ser que existe uma diferen a entre a produ o dos est dios brasileiros em rela o aos estrangeiros Aqui houve uma clara divis o entre os entrevistados Squarisi acredita que os est dios brasileiros est o apenas imitando o que se faz no exterior O fomento anima o comercial uma coisa delicada Porque se fomenta isso Porque vai gerar uma ind stria e emprego Isso importante sim mas que ind stria essa Se for para copiar as ind strias que j existem n o faz sentido vamos criar realmente uma coisa brasileira Aproveitando a cultura brasileira porque o
115. 03 02 cfm gt Acesso em 20 nov 2010 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 33 2 1 De Livro em Livro de Tempo em Tempo Nesse sub cap tulo apresentarei as publica es pesquisadas relacionando seus conte dos com a poca de publica o e outros livros semelhantes Os livros ser o divididos por categorias de naturezas diferentes ora separados por conte do ora separados por poca de edi o Essas categorias tem como fun o organizar o texto e n o definir especificamente a que grupo pertence cada publica o podendo um mesmo livro ser citado de forma distinta em cada grupo Livros pioneiros Ser destacado nesse grupo as publica es em l ngua portuguesa anteriores a 1980 exceto as publica es realizadas pela EMBRAFILME T tulo O Desenho Animado Autor Marie Th r se Poncet Editora Editorial Est dios Cor Ano de publica o 1968 Pa s Portugal Ao pesquisar a bibliografia sobre anima o em l ngua portuguesa encontrei O Desenho Animado Livro de origem francesa escrito por Marie Th r se Poncet e editado em Portugal pela Editorial Est dios Cor em 1968 o primeiro publicado em l ngua portuguesa dentro da minha amostragem O livro bem superficial e dedicado aos jovens Fala um pouco sobre os Est dios Disney das diferen as entre a banda desenhada Quadrinhos e anima o o funcionamento de um est dio a produ o de anima o a cinematografia francesa os festivais e o futu
116. 1888 CA 127 expressivos mas que foram estrat gicos aconteceram em um momento chave Acredito que as pessoas t m uma consci ncia disso MAGALH ES A mudan a da matriz tecnol gica a chegada dos equipamentos digitais de produ o propiciaram a desonera o da produ o e a possibilidade de democratiza o dos meios de produ o Hoje mais filmes s o produzidos mais pessoas est o trabalhando e a germinal ind stria de anima o brasileira vai atingindo espa os antes quase exclusivamente reservados para produ es estrangeiras Al m da Rede Brasil a Rede Globo e a Discovery Kids tamb m exibem produ es dos est dios nacionais Isso tudo gera um orgulho no animador brasileiro Participar do momento de conquista da televis o pelo produto nacional gratificante No entanto os desdobramentos desse momento de mudan a n o s o apenas positivos A produ o industrial pode representar tamb m standartiza o das t cnicas monotonia est tica e repeti o de modelos pr estabelecidos e consagrados pela pr pria ind stria O Brasil come a a dar seus primeiros passos em dire o a uma estrutura o e consolida o da ind stria de anima o um longo caminho e existem muitos desafios a serem vencidos Nesse sentido Humberto Avelar alerta Existe o perigo da estandardiza o e temos que estar atentos Est na m o dos artistas n o permitir essa estandardiza o Existe o perigo claro Porque quer
117. 19 Penso que existe modo diverso de vislumbrar o desenho animado ou a anima o tradicional Como vimos anteriormente a t cnica de fotografar desenhos pose a pose se iniciou antes da industrializa o da anima o O que S mirkoff ataca n o a fotografia desenho a desenho e sim o modelo de produ o industrial a divis o do trabalho do animador e o fim comercial de tais produ es Esse modelo n o se encerra na t cnica do desenho quadro a quadro e hoje abarca tamb m a anima o digital bom lembrar que a anima o industrial busca a efici ncia em suas t cnicas isto rapidez e facilidade de execu o uniformidade perfei o e reprodutibilidade dos resultados Nesse sentido hoje em dia a anima o em papel quadro a quadro n o mais o reflexo dessa efici ncia A ind stria da anima o substitui cada vez mais rapidamente o trabalho do animador em mesas de luz pela Figura 65 Est dio de anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 86 esta o gr fica digital A hegemonia do desenho animado como padr o da ind stria de anima o est hoje iremediavelmente em decl nio A anima o vetorial Flash o recorte digital cut out e a computa o gr fica em 3D s o hoje as t cnicas emergentes na ind stria Uma invers o ir nica de papeis a t cnica tradicional que outrora representava a ind stria hoje vista como uma excentricidade art stica Em fun o disso a anima
118. 1996 da FDE foram respons veis pela quebra de um intervalo de 17 anos sem nenhuma publica o no Brasil desde A T cnica da Anima o Cinematogr fica 1979 O livro foi escrito pelo pesquisador de hist rias em quadrinhos lvaro de Moya a Ver em Novos protagonistas p 39 9 Ver em Novos protagonistas p 40 oi ver em Livros do Estado EMBRAFILME e FDE p 37 ver em Livros do Estado EMBRAFILME e FDE p 36 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 49 um estudo da vida e obra de Disney mas o autor tamb m os relaciona com momentos da vida pol tica dos Estados Unidos da Am rica desde 1928 ano de nascimento do camundongo Mickey at 1996 Moya passou sete anos pesquisando e teve acesso aos arquivos dos est dios Walt Disney e da Editora Abril onde trabalhou desenhando capas para as revistas Pato Donald e Mickey que no Brasil eram editadas pela mesma editora T tulo Os Segredos dos Roteiros da Disney Autor J ason Surrell Editora Panda Books Ano de publica o 2009 Pa s Brasil O primeiro manual de roteiros especializado em anima o publicado no Brasil Os Segredos dos Roteiros da Disney escrito pelo roteirista da Disney J ason Surrell traz uma promessa em seu sub t tulo Dicas e t cnicas para levar magia a todos os seus textos O livro mostra atrav s de um texto fluido e simples o modo como os roteiros do est dio s o constru dos as estrat gias e conceitos que balizam a escrita
119. 5 n o se faz anima o sem inova o ou experimenta o Mesmo na obra mais comercial quase imposs vel escapar de um ou outro fator de risco tentativa ou pura ousadia no visual na narrativa ou concep o est tica j que tudo em anima o intermediado pela mente e pelas m os do s indiv duo s criador es PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 98 MAGALH ES 2011 p 45 Magalh es vai pelo mesmo caminho tra ado por Russet e Starr no entanto estes refor am o car ter investigativo ou seja a pesquisa como base da anima o experimental Embora toda anima o criativa contenha elementos de inova o sem os quais ela simplesmente se estagnaria a anima o experimental do modo como utilizamos o termo as vezes puramente explorat ria RUSSET amp STARR 1988 p 07 Magalh es Russet e Starr concordam que tanto a anima o comercial como a autoral apresentam inova es t cnicas est ticas ou narrativas No entanto os objetivos de cada pr tica s o completamente diferentes Carlos Alberto Miranda tem uma vis o mais radical Acredita que os caminhos da anima o experimental e comercial s o extremamente diversos e opostos Cinema experimental como o pr prio nome indica refere se a um cinema voltado inteiramente para a experimenta o Entretanto isto s n o basta para definiilo H que situ lo em rela o ao cinema animado tradicional o que termina por configur
120. 88 CA 140 realidade Mas n s entendemos que os filmes feitos usando a realidade tamb m est o usando a linguagem da anima o uma variante Quando falamos de anima o estamos falando de toda a linguagem audiovisual desde a anima o surrealista at o document rio mais realista poss vel MAGALH ES trecho de entrevista com o pesquisador em 05 11 2011 Leite considera que a anima o tratada com preconceito em campos como das artes pl sticas e do cinema Mas eu acho muito importante mostrar o que j foi feito mostrar esse trabalho de colocar o cinema de anima o em p de igualdade com o cinema direto porque a anima o n o perde em nada a ele talvez em muitos aspectos talvez at ganhe do cinema direto por n o ter limites por n o ter aquele f sico do ator da c mera Ent o o cinema de anima o pode ser at muito mais Acho que existe um preconceito em rela o as pessoas de achar a anima o menor um preconceito muito generalizado At os pr prios artistas pl sticos concebem a anima o como uma arte menor o povo do cinema de querer que o cinema de anima o tenha um tratamento diferente do cinema direto Essa discuss o ainda existe Muitas pessoas acham que o cinema de anima o apenas um hobby que se fica brincando de fazer N o conseguem ver esse alcance maior que tem o cinema de anima o Isso eu procuro mostrar atrav s de alguns autores que al aram o cinema de anim
121. 9 MM J ouvifalar de v rias tentativas de publicar o livro ainda n o rolou LR Da lista compilada por mim de t tulos em l ngua portuguesa encontrados no Brasil voc nota alguma aus ncia importante MM Eu tenho em minha biblioteca tudo o que eu encontrei eu tenho Agora tem bastante n LR Do ano 2000 pra c tem muita coisa lan ada MM Deve ter mais coisa mas de cabe a eu n o sei Voc colocou o A T cnica da Anima o do J ohn Halas Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre LR Sim esses eu coloquei na lista MM_ Tem alguns volumes da FDE Funda o para o Desenvolvimento da Educa o S o Paulo da s rie Apontamentos que s o sobre anima o tem sobre os filmes da Disney As Aventuras de Peter Pan Pin quio Alice no Pais das maravilhas M sica Maestro Tem tamb m sobre o Norman MacLaren e o Jan Svankmajer deve ter mais mas eu n o sei te precisar LR Desses eu n o sabia MM A FDE lan ou um livro tamb m com o C u D Elia Colet nea Li es com cinema Vol 4 Anima o LR_ Esse tamb m est no meu levantamento LR Quais as t cnicas ou realizadores que mais influenciaram seu trabalho Sei do MacLaren e das t cnicas tradicionais mas tem outros MM Toda a obra do Disney MacLaren tamb m O cinema do leste europeu os recortes filmes poloneses checos que assisti na Cinemateca do MAM O Planeta Selvagem La Plan te Sauvage risos LR Voc acredita que a anim
122. Anima Mundi era o nico festival brasileiro a dar destaque anima o hoje o n mero de festivais onde se pode ter contato com a anima o de autor bem maior Antes a anima o era 12 A FEIRA DOS IMORTAIS de Leo Ribeiro 2005 dura o 1 30 min Sinopse Livre interpreta o de parte do Genesis O curta metragem utiliza o s mbolo do fruto da rvore do conhecimento do bem e do mal como met fora para abordar o estado em que se encontra a nossa sociedade 13 O ANDAR SUPERIOR de Leo Ribeiro 2007 dura o 7 min Sinopse Teot nio Flanela um simples contador vive situa es inusitadas para conseguir embarcar para o descanso eterno Men o Honrosa 3 Mostra Curta Fant stico S o Paulo Brasil 2008 1 LOBO GUAR E A DAMA DE CHAP U VERMELHO de Leo Ribeiro 2011 dura o 9 min Sinopse A Corpora o OINC passa por uma forte crise financeira O ambicioso porco Orlando planeja mais uma vez demolir a casa do Lobo Guar a ltima edifica o antiga da cidade Agora Orlando tem uma nova aliada em sua nsia de destrui o a l der sindical Chapeuzinho Vermelho Pr mio Especial do J ri Categoria Adulto 6 Locomotiva Festival de Cinema de Anima o Garibaldi Brasil 2011 BANIMAGE Festival Internacional de Cinema de anima o de Pernambuco PE Animaldi oados Festival Internacional de Anima o de Horror RJ SP Dia Internacional da Anima o evento que se realiza anualmente em mais de 100 cid
123. C Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 48 anima o Outro livro te rico importante para a produ o desse estudo Entre o Olhar e o Gesto 2006 Disney em livros TS isnEp YAL ESC UZR E S Figura 38 Castelo da Disney natural que muitas das publica es sobre anima o girem em torno de Disney e suas id ias Apesar de Disney n o ser o primeiro est dio a trabalhar a anima o de forma industrial foi o primeiro a transformar a anima o em um neg cio de alcance global e multifacetado Sendo assim muitos manuais de anima o foram escritos por ex animadores e animadores dos est dios Esses livros s o tratados como verdadeiras b blias para o animador Alguns t tulos muito usados e lidos por animadores brasileiros s o Cartoon Animation de Preston Blair que tamb m tem vers o traduzida para o espanhol 1999 The Animator s Survival Kit 2001 de Richard Williams The Illusion of Life 1995 de Frank Thomas e Ollie J ohnston e agora a vers o em portugu s de Dando Vida a Desenhos 2011 de Walt Stanchfield Ser destacado nesse grupo as publica es dedicadas exclusivamente ao m todo Walt Disney T tulo O Mundo de Disney Autor lvaro de Moya Editora Gera o Ano de publica o 1996 Pa s Brasil O Mundo de Disney uma das raras publica es sobre anima o em l ngua portuguesa editada anteriormente aos anos 2000 Junto com Li es com Cinema Vol 4 Anima o
124. CA 213 oferecendo mais possibilidades profissionais pois antigamente era s uma mostra e uma competi o Os organizadores est o preocupados com isso a produ o de anima o est rolando com for a mais do que de fic o live action e internacionalmente tamb m O Festival de Vit ria tamb m fazia f rum sobre produ o e etc N o ainda como deveria ser o ideal mas acho que est rolando LR Qual o papel que o CTAv deveria ter em rela o produ o de anima o no Brasil R Iche nem sei Quando eu cheguei o CTAv j estava ca do risos Mas acho que deveria ser um eu sempre imaginei assim devo ser uma ignorante Porque na verdade acho que deveria ser um centro de produ o mesmo n o sei como deveria ser feita a sele o porque claro que n o d para todo mundo fazer seu filme no CTAv Mas acho que deveria ser uma institui o que apoiasse os animadores que tivesse cursos ou um interesse na nossa forma o no nosso desenvolvimento como diretor mesmo E isso que a galera fazia antigamente as pessoas iam l nem que fosse para furar papel risos produzia l tinha uma troca l entre os diretores Por m hoje em dia cada um faz na sua casa e essa troca acaba sendo nos festivais acaba sendo na mesa mesa do bar ao lado do CCBB do Anima Mundi mesmo l existe essa troca Mas eu sinto falta de um lugar n o sei se um edital talvez desse conta disso para produzir l dentro e ter uma ori
125. CKNROLL Figura 04 Wood amp Stock Figura 07 Roque A jogada Mortal PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 19 Lato Sensu em anima o da PUC Rio Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de J aneiro Nesse curso com dura o de um ano pude conhecer melhor a anima o sua origem variedade e hist ria da t cnica al m de ter contato com realizadores mais experientes como A da Queiroz Cesar Coelho Marcos Magalh es e Qui Rodrigues Na PUC Rio produzi meu curta mais experimental A Feira dos imortais um pequeno desenho animado com pouco mais de um minuto e meio animado quadro a quadro em papel sem a utiliza o de quadros chaves o que chamamos de anima o direta Depois de terminar o curso voltei a Minas para produzir O Andar Superior curta finalizado em pel cula 35mm com personagens que lembram o design das anima es de personagens da era de ouro da anima o norte americana e cen rios grandiosos e multicoloridos pr ximos da linguagem psicod lica Entre idas e vindas Rio de Janeiro e Minas Gerais anima o autoral e anima o comercial conclu mais um curta Lobo Guar e a Dama de Chap u Vermelho retomando meus primeiros personagens e de alguma forma fechando um ciclo Entre 2002 quando comecei a animar o primeiro curta do Lobo Guar e 2011 ano que terminei sua segunda aventura o campo da anima o no Brasil mudou muito Antes t nhamos muito pouca informa o o
126. Emile Reynaud inventado tr s anos antes do cinemat grafo 1895 dos Lumi re O Teatro ptico j reunia em sua conforma o todas as caracter sticas do espet culo audiovisual e na opini o do pesquisador o precursor tamb m do cinema A maior parte da teoria do cinema ignora o dispositivo de Reynard no entanto atualmente muitos pesquisadores alguns deles ligados ao campo da anima o tem reabilitado o Teatro ptico como precursor da anima o e do cinema A seguir poder ser visto descri es do funcionamento do dispositivo das novidades introduzidas por Reynard na constru o e proje o do movimento e os motivos que levaram o Teatro tico ao ostracismo Ao descrever o mecanismo de Reynard e sua epop ia acredito ser importante usar as pr prias palavras dos pesquisadores demonstrando mais precisamente a import ncia do invento de Reynard e de como ele repercute em Anatol Rosenfeld Laurent Mannoni ou Marcos Magalh es pesquisadores de origens diversas interesses diversos e com distanciamentos desiguais pr tica da anima o Essa exata descri o do Teatro ptico aqui reunida no sentido de n o deixar d vidas ao leitor do importante papel exercido por Reynard e seu aparelho para o advento da anima o e do cinema Segundo cat logo da exposi o Animagia fra o de segundo enquanto outra imagem percebida Disse que o olho humano combina imagens vistas em sequencia num nico movimento se forem e
127. Figura 67 Little Things Figura 68 UPA Figura 69 Anime Figura 70 Anima o total Est dios Disney Figura 71 Os Flintstones Figura 72 Luxo Jr Figura 73 Papa L guas Warner Brothers Figura 74 Est dio de anima o caseiro do pesquisador Figura 75 Planeta Selvagem Figura 76 Submarino amarelo Figura 77 O Velho Moinho Figura 78 Os Simpsons Figura 79 Furico amp Fiof Figura 80 Gato Felix Figura 81 Yansan Figura 82 Betty Boop e Mickey Mouse Figura 83 Meninas Superpoderosas Figura 84 Bob Esponja Figura 85 Garoto C smico Figura 86 S tio do Pica Pau Amarelo Figura 87 Anima o realizada pelo NCAC Figura 88 Mesa de luz fabricada pelo NCAC Figura 89 Animando Figura 90 Juro que vi Saci Figura 91 Merc rio Figura 92 Menina da Chuva Figura 93 Historietas Assombradas para Crian as Malcriadas Figura 94 Vida Maria Figura 95 Nave M e 82 82 85 87 87 88 88 88 89 89 90 91 94 94 95 95 96 96 96 100 100 100 103 103 106 106 107 107 108 108 123 123 123 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Figura 96 Digimon Figura 97 Pok mon Figura 98 Menina da chuva Figura 99 Tromba Trem Figura 100 De Janela Para o cinema Figura 101 Almas em Chamas Figura 102 Passo Figura 103 O Divino De Repente Figura 104 Desenho de MacLaren Figura 105 Sequ ncia animada Est dios Disney Figura 106 Astro Boy Figura 107
128. N cleo de Anima o de Campinas os curta metragens os brinquedos pticos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 196 WL Come amos com o Super 8 isso j no N cleo em 1975 fizemos muito Super 8 no Conservat rio e fora dele depois eu resolvi ir ao Canad porque queria conhecer o Norman MacLaren e essa proposta minha se realizou cheguei a conhecer e falar com ele Quando eu mandei a carta ao Canad eles falaram assim Voc vai trazer filmes em 16 ou 35 mm risos Eu nem sonhava em fazer isso Eu fui ao Canad em 1980 era para ficar uma semana mas eu fiquei dois meses e meio O MacLaren estava meio doente ainda mas ele estava terminando o Narcissus 1983 at cheguei a entrar no palco ele me pediu para esperar um pouco e eu encontrava com ele no corredor eu fiquei visitando todo o NFB National Film Board of Canada mas eu n o queria me antecipar No dia da visita ele me chamou e a primeira coisa que me falou foi o seguinte Como que est Alberto Cavalcanti cineasta brasileiro que foi o professor dele na GPO de Londres divis o de cinema dos correios O Alberto tinha ido para Portugal uma coisa assim N s conversamos fiquei impressionado pois ele autografou um livro para mim realmente isso se efetivou Ent o fui atr s da TV Cultura que ainda estava em forma o a Cultura ajudou cedia a c mera de filmagem as trucas n s faz amos filmes que eram exibidos no Bambalal o e transmitido
129. PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 4 Ponmiv cia UuvensinaDe Car tica DO RIO DE JANEIRO Leonardo Freitas Ribeiro O Ponto de Viragem A anima o brasileira poss veis desdobramentos de um sonho industrial Disserta o de Mestrado Disserta o apresentada ao Programa de P s Ggradua o em Desig da PUC Rio como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em design Orientador Prof Nilton Gon alves Gamba Rio de Janeiro Abril de 2012 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA A p Pontir cia UniversinaDe Cur tica Sor DO RIO DE JANEIRO Leonardo Freitas Ribeiro O Ponto de viragem a anima o brasileira poss veis desdobramentos de um sonho industrial Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Design da PUC Rio como requisito parcial para obten o do grau de Mestre em Design Aprovada pela Comiss o Examinadora abaixo assinada Prof Nilton Gon alves Gamba Orientador Departamento de Artes amp Design PUC Rio Profa Luiza Novaes Departamento de Artes amp Design PUC Rio Prof Antonio Carlos Amancio da Silva Universidade Federal Fluminense UFF Profa Denise Berruezo Portinari Coordenadora Setorial do Centro de Tecnologia e Ci ncias Humanas PUC Rio Rio de Janeiro 09 de Abril de 2012 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Todos os direitos reservados proibida a reprodu o total ou parcial do trabalho sem aut
130. Pierre Economia das Trocas Simb licas S o Paulo Editora Perspectiva 1974 370p C MARA Sergi O Desenho Animado Aula de desenho profissional Lisboa Editorial Estampa 2005 191p CARRI RE Jean Claude A linguagem secreta do cinema Trad Fernando Albagli Benjamin Albagli Rio de J aneiro Nova Fronteira 1995 221p CARRI RE Jean Claude amp ECO Umberto N o contem com o fim do livro Trad Andr Telles Rio de J aneiro Record 2010 269p CARTILHA ANIMA ESCOLA Marcos Magalh es Rio de J aneiro Anima Mundi 2007 58p CASTRO Ilda Conversas sobre anima o portuguesa Lisboa Atelier Formas do Poss vel 2004 249p CHONG Andrew Anima o Digital Trad Jo o Eduardo N brega Tortello Porto Alegre Bookman 2011 176p COELHO C sar etal Animation Now It lia Taschen 2004 576p COELHO Raquel A Arte da Anima o Belo Horizonte Editora Formato 2000 43p DA RIN S lvio amp RUIZ Adilson Org PROANIMA O Pol tica para o desenvolvimento da anima o brasileira Bras lia DF abr 2009 10p DAVIS Richard Chapter 18 animation Complete Guide to Film Scoring The art and business of writing music for movies and tv Boston Berklee Press p 179 188 1999 DENIS S bastien O cinema de anima o Trad Marcelo F lix Lisboa Edi es Texto amp Grafia Ltda 2010 224p FABRIS Annateresa A capta o do movimento do instant neo ao fotodinamismo Revista Ars S o P
131. Rio de Janeiro 2012 226p MSc Dissertation Departamento de Artes amp Design Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro This work aims through a literature review document analysis interviews and the researcher s own experience to identify aspects that the current animation context values or neglects and to plot ways to understand the present situation in Brazilian production its historical background and possible outcomes The work is divided into three parts The first is a literature review of animation in Brazil and contextualizes the selected publications within the practice and history of animation in the country In the second I use pairs to lead and organize a debate on animation These pairs may have the feeling of being duplicates or substitutes or may represent partnership or opposition It is this alternation of meanings that leads the dialogue on the differences between animation and live action cinema comparing traditional with digital animation techniques the animator s craftwork with industrial work carried out in animation studios and authorial production with commercial production In the third I describe qualitative interviews undertaken with Brazilian animators I compare the opinions of the animators with there searched content above and try to understand how the turning point in the field of animation in Brazil is perceived and how it can affect the development of animation in the country Therefore I
132. S vio Leite 185 195 208 215 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Lista de figuras Figura 01 Flip book Figura 02 Castelos de Vento Figura 03 Como Defender Um Cafofo Figura 04 Wood amp Stock Figura 05 Meu Amig oz o Figura 06 Peixonauta Figura 07 Roque A jogada Mortal Figura 08 A feira dos Imortais Figura 09 O Andar Superior Figura 10 Lobo Guar e a Dama de Chap u Vermelho Figura 11 Preston Blair Figura 12 Aardman Figura 13 C mera Multiplano Figura 14 O Desenho Animado Figura 15 Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre Figura 16 Guia Pr tico Do cinema de Anima o Figura 17 A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o Figura 18 A T cnica da Anima o Cinematogr fica Figura 19 Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria Figura 20 Personagem da UPA Figura 21 Personagem da Cartoon Network Figura 22 Entre o Olhar e o Gesto Figura 23 A Grande Arte da Luz e da Sombra Figura 24 Dando Vida a Desenhos Vol Figura 25 Timing em Anima o Figura 26 A Arte da Anima o Figura 27 Personagem dos irm os Piologo Figura 28 Sequ ncia animada por Andr s Lieban Figura 29 Manual do Pequeno Animador 14 15 16 18 18 18 18 19 19 19 24 26 31 33 33 34 35 36 38 38 38 39 40 40 41 41 42 42 43 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Figura 30 Anima Escola 10 Anos Figura 31 Esquema d
133. S guso leem Figura 24 Dando Vida a Desenhos Voll PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 41 outro Walt ampliou os conceitos dos doze princ pios da anima o de Disney para 28 princ pios T tulo Timing em Anima o Autor J ohn Halas Harold Whitaker e Tom Sito Editora Elsevier Editora Ano de publica o 2011 Pa s Brasil Publicado em 2011 pela Elsevier a nova edi o atualiza um cl ssico da forma o de animadores de todo o mundo O livro originalmente publicado em 1981 chega ao animador brasileiro com uma defasagem de 30 anos Aos textos originais do animador J ohn Halas e do professor de anima o Harold Whitaker foram acrescentadas notas de autoria de Tom Sito referentes t cnicas digitais de anima o relacionando o conhecimento da anima o tradicional aos novos meios de produ o No pref cio do livro Sito afirma que tentou interferir o m nimo poss vel no texto original Acredito que as novas notas s o importantes mas me parece que ficam superficiais em compara o com o conte do sobre anima o tradicional E um livro obrigat rio e talvez a publica o mais importante em l ngua portuguesa sobre a t cnica da anima o Manuais t cnicos Como fazer No per odo que envolve 2000 2011 importante ressaltar a publica o de v rios manuais t cnicos de anima o Ser destacado nesse grupo as publica es de conte do predominantemente t cnico desse per o
134. Tamb m acredito que esse modelo de co produ o Brasil Cuba n o pode ser usado como exemplo de produ o de anima o a ser replicado no incentivo a produ o dos chamados coletivos criativos Tanto o CTAv como o ICAIC s o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 146 institui es tradicionais de produ o cinematogr fica possuem corpo t cnico especializado equipamentos e instala es profissionais para a produ o de filmes de anima o essa estrutura n o combina muito com o arranjo de produ o do chamado cinema de garagem ou como quer Santana coletivos criativos N o conhe o nenhum coletivo de realizadores de anima o com produ o constante ou de destaque no pa s Existem bons exemplos de anima es feitas coletivamente no Brasil Planeta Terra 1986 filme animado por 30 animadores diferentes e financiado pela ONU e coordenado por Marcos Magalh es e C u D Elia ou Animato 2005 curta animado por 18 animadores diferentes e produzido de forma independente pelo animador Jefferson AV Esses filmes reuniam sequ ncias independentes animadas por cada autor come ando cada um a animar apoiado no ltimo quadro do realizador anterior Os grupos se formavam para a produ o mas trabalhavam separadamente e ap s a finaliza o do filme os coletivos eram desmobilizados No entanto poss vel vislumbrar o que seriam esses coletivos criativos de animadores Eles seriam formados por animadores
135. VHS Isso de alguma forma beneficiou o animador pela informa o N o que tivesse muito filme alternativo existia pouco filme fora do mercad o mas muita coisa eu vi em VHS Muito filme comercial eu PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 175 descobri no VHS Mas como o VHS n o possibilitava para n s o uso do quadro a quadro era muito frustrante Eu fiquei com muita pena do Super 8 ter acabado esmagado pelo VHS claro que o VHS era mais barato e cumpria essa fun o de home video mais eficientemente mas eu acho que o fato do Super 8 ter sido esmagado foi um obst culo terr vel que encontramos pois n o havia mais a possibilidade de se fazer testes com VHS n o dava Alguns at capturavam pequenos trechos mas aquilo saltava n o se podia fazer edi es muito precisas o VHS veio dificultar muito a vida do animador Acredito que ter amos avan ado bem mais se o VHS desse o recurso do quadro a quadro para n s n o existiria esse espa o de anos 80 e 90 morto O VHS deu uma atrapalhada legal nos animadores LR Voltando aos livros n o se lembra de nenhum que n o esteja nessa lista HA Vejo que voc colocou nosso livro do Juro Que Vi Juro Que vi Lendas Brasileiras adultos e crian as na cria o de desenhos animados de Solange J obim et al que fizemos para as escolas tem tamb m o do S lvio Toledo me lembro tamb m do livro que o AnimaTYV lan ou um dos mais recentes LR Est na minha
136. a o ao status de arte Mas at hoje n o Se olharmos os livros de arte por exemplo Norman MacLaren n o citado O Ladislaw Starewicz n o est l animadores como a Lotte Reiniger que fazia anima o de recortes n o est l Existe um certo preconceito e talvez voltando acho que de toda a arte cinematogr fica o cinema de anima o ainda deixado de lado como segundo plano Ele underground ao pr prio sistema LEITE trecho de entrevista com o pesquisador em 09 12 2011 Magalh es acredita que a anima o tem um poder muito grande mas que no Brasil ainda n o se compreende esse poder A vis o que os animadores t m da anima o como matriz do audiovisual deveria ser compartilhada ou melhor abra ada por outros campos assim toda a engrenagem do audiovisual iria fluir naturalmente inclusive a ind stria A cita o da entrevista com o pesquisador ser anotada para evitar confus es com outros documentos entrevistas e textos citados nesse tem Figura 112 Lotte Reiniger Figura 113 Ladislaw Starewicz PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 141 Na poca do Miau aconteceu isso no CTAv mesmo A anima o foi vista da seguinte forma Que coisa bacana Tem p blico Que coisa simp tica Ganha pr mio internacional N o precisa de ter di logos D para fazer com essas pessoas aqui que s o simples que ganham pouco risos trabalham por amor Por m quando a coi
137. a o quadro a quadro em papel ou melhor a t cnica tradicional ainda importante MM Acho super importante Ela tem ganho uma nova dimens o tenho visto coisas muito interessantes de misturas do tradicional com o digital que super rico Tem muita coisa para explorar porque o digital ajuda muito a otimizar o trabalho do animador libera o animador artesanal de algumas preocupa es Na poca que a gente era obrigado a lidar com elas eram muito estressantes Voc ter que acertar voc n o poder gastar o negativo ter que refilmar tudo de novo se tivesse algum erro passar a limpo o tra o um trabalho demorado no qual voc perdia o fluxo da anima o Hoje em dia poss vel fazer anima o artesanal de um jeito muito mais solto e ao mesmo tempo sob controle por causa da finaliza o digital LR Qual a influ ncia dos doze princ pios de anima o no seu trabalho Acha importante que esses princ pios sejam aplicados anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 190 MM N o Eu acho que os doze princ pios uma est tica da Disney ou melhor dos est dios Disney Eu acho que o MacLaren resume de uma forma muito mais elegante falando apenas das leis da f sica movimento constante acelera o e desacelera o que se repete as duas s o a mesma coisa s que em sentidos inversos pausa e movimento irregular Combinando isso voc d a express o que voc quiser E claro que tem alguns truques
138. a uma forma r pida de se atingir o maior n mero de pessoas ao mesmo tempo al m disso o curta isso eu falo para todo mundo que quer trabalhar com cinema te d a possibilidade de poder experimentar Vejo muita gente caindo nesse erro de fazer um primeiro curta e fazer tudo muito caretinha igual televis o igual novela o curta o lugar da experimenta o Eu acho que o momento que se pode decidir se tem jeito para a coisa ou n o Fica na minha cabe a aquela li o do Alfred Hitchcock tem que fazer um curta mudo sem palavras se conseguir atingir as pessoas se conseguir passar a mensagem tem jeito pro cinema O que triste que se v muita gente entrando nas escolas de cinema querendo fazer cinema porque tem um certo glamour mas n o conseguem atingir toda a complexidade dio cinema O curta o local da experimenta o sim Sempre Sempre foi e sempre ser O cinema nasceu curta Acho que cada vez mais o cinema tem que ser curto Vivemos numa sociedade de muita agita o as vezes vou assistir um filme de 15 minutos se for muito arrastado eu durmo Tem que ser cada vez mais curto a mensagem ser um tiro certeiro na cabe a do p blico LR Se pensarmos na produ o que existe hoje no Brasil j depois da democratiza o dos meios digitais a qualidade da anima o nacional em m dia est melhorando ou piorando SL Vejo uma melhora muito clara muito estridente Dos trabalhos que vi no MUMIA tem muitos traba
139. a ele no meio da papelada dez anos depois Eu imaginei o Ulisses de James Joyce todo contado atrav s de uma anima o de selos postais uma hist ria muito louca Na verdade vamos descobrindo pelos piores caminhos J ames J oyce um livro que todo mundo fala mas ningu m l Eu li o livro todo tenho uma certa comunica o de outro mundo com esses seres loucos Eu entendo o cara Eu entendia que o cara fazia as vezes uma digress o de 100 p ginas falando de uma x cara caf risos em atos cotidianos o cara delirava Ent o nesse curso de anima o eu descobri que tinha muitas t cnicas diferentes de anima o que tinha muita gente fazendo anima o diferente mas o que mais me chamou a aten o o que eu adorei foi ver a s rie do Wolf Red Hot Riding Hood de 1943 do Tex Avery Que aquela s rie em que ele pega a Chapeuzinho Vermelho e perverte a hist ria totalmente A Chapeuzinho dele uma gostosa cantora de cabar o Lobo fica atr s dela e a Vov uma ninfoman aca que fica correndo atr s do Lobo Eu lembrava que assisti isso quando era crian a e depois assistir isso mais velho O que isso A crian a n o pega nunca essas subst ncias a mal cia a carga sexual pol tica revolucion ria escrachada que tem por tr s daquilo ali Eu j gostava de um cinema mais torto duas refer ncias que eu tenho e que gosto primeiro foi o Glauber Rocha porque achava os filmes dele totalmente loucos qua
140. a o livro Anima Escola 10 Anos que conta a hist ria do projeto educacional sua metodologia e objetivos Acompanha o livro um DVD com um document rio sobre o projeto e uma colet nea de filmes animados produzidos nesses dez anos O Manual do Pequeno Animador 2008 a Cartilha Anima Escola 2007 e o livro A Arte da Anima o 2000 tem voca o educacional s o baseados nas t cnicas tradicionais e tem como objetivo guiar o leitor em produ es Wilson Lazaretti Manual To A KS AS KS Ks KS KS RA ES n 4 ti n Try te te 1 g tr a an ts Figura 29 Manual do Pequeno Animador Figura 30 Anima Escola 10 Anos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 44 caseiras de anima o ou em produ es em sala de aulas abordando a t cnica de maneira mais experimental Um Caminho para a Anima o 2005 tem objetivos mais amplos vai do desenho animado computa o gr fica e claramente um manual t cnico para quem quer se profissionalizar por m por causa dessa abrang ncia acaba pecando pela superficialidade das informa es T tulo O Desenho Animado Autor Sergi C mara Editora Editorial Estampa Ano de publica o 2005 Pa s Portugal Eventualmente encontrada em livrarias especializadas do pa s o livro O Desenho Animado de Sergi C mara originalmente em espanhol e editorado em Portugal pela editora Edi
141. a coisa para passar Eu ainda quero trabalhar com eles O papel um pouco isso trazer a galera sic trazer o que eles j aprenderam e ir frente a partir disso E tamb m como resultado diferente Falam que poss vel fazer tudo no digital hoje mas desenhar no papel como tocar viol o isso n o um fetiche aqui ainda rola sic de desenhar no papel quando crian a desenhamos no papel n o tem como acabar com isso N o vai cair n o espero que n o risos ROSARIA S quarisi demonstra na pr tica com a venda de mesas de luz no Brasil que a t cnica de anima o quadro a quadro em papel ainda usada n o apenas como t cnica autoral mas tamb m no mercado Tem uma leitura que percebo nisso vejo pelas encomendas que o Wilson recebe tem encomendas de Rond nia de Pelotas no Brasil inteiro Uma coisa importante que se est desenhando em papel quem comprou uma caixa de luz vai desenhar em papel No Brasil todo est se produzindo muito cada vez mais de lugares inimagin veis as vezes chegam pedidos de 40 mesas 30 Para escolas E est o investindo em papel o que rebate um pouco essa coisa de dizer de que agora para frente s tablet quem n o for digital n o vai conseguir produzir mentira N o s a gente o Haroldo Guimar es GHN est dio que forma animadores As mesas digitalizadoras no Brasil s o conhecidas informalmente como Tablets O fabricante que goza de mai
142. a de Anima o publicado em 1978 escrito por Ant nio Moreno animador brasileiro pioneiro do grupo Fotograma O livro trata basicamente da hist ria da anima o brasileira ricamente ilustrado por m as reprodu es de fotogramas personagens e desenhos de produ o de autores brasileiros n o est o diagramados paralelamente ao texto o que dificulta a liga o imediata entre texto e ilustra o Uma pena as ilustra es serem em preto e branco o que prejudica a visualiza o da diversidade de estilos da produ o brasileira de anima o at ent o No entanto para o pesquisador de anima o brasileira as ilustra es s o precios ssimas dada a dificuldade de acesso ao acervo ou aos filmes de anima o produzidos anteriormente d cada de 90 Novamente encontramos um cap tulo relacionando o cinema de anima o a hist ria em quadrinhos O livro termina com interessantes entrevistas com os animadores brasileiros Marcos Magalh es Roberto Miller e Pedro Emesto Stilpen Stil que contam suas experi ncias e juntos formam um panorama do que era a anima o brasileira na poca Apesar de divergir do autor quando ele classifica o filme Drag ozinho Manso como anima o stop motion por se tratar de manipula o de bonecos em filmagem ao vivo grande o m rito do livro Da d cada de 40 temos a contribui o valiosa e mais uma vez pioneira de Humberto Mauro Ele inaugura na filmografia brasileira o filme d
143. a do Brasil s o pessoas que aprenderam muito naquele momento cresceram e claro aprenderam muito depois tamb m mas aprenderam muito ali utilizaram as ferramentas todas mas em um clima de aprendizado Um centro t cnico potencializa o seu poder ao sair do t cnico Tem que ser um centro de excel ncia l se aprende l se pratica l se democratiza a informa o sobre o desenho animado Forma o para cineasta de anima o n o apenas PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 116 para animador Porque existe uma demanda no mercado eu sei de algumas pessoas do mercado que batem muito nessa tecla N s n o temos muito pessoal precisamos criar m o de obra criar m o de obra criar m o de obra Isso um pensamento de ind stria mas nada melhor do que se formar cineastas do que apenas t cnicos AVELAR Rosaria tamb m fala sobre o antigo CTAv da necessidade de uma escola de anima o no Brasil e do modelo que acredita ser o ideal para essa sonhada escola da troca de experi ncia entre animadores No entanto deixa transparecer que talvez esse modelo n o possa mais ser atingido Por m hoje em dia cada um faz na sua casa e essa troca acaba sendo nos festivais acaba sendo na mesa mesa do bar ao lado do CCBB do Anima Mundi mesmo l existe essa troca Mas eu sinto falta de um lugar Acho que precisamos de orienta o o que sentimos falta de uma escola mesmo Um lug
144. a e populariza o dos recursos digitais de produ o talvez esse crescimento n o seria poss vel Segundo Avelar Com a chegada da computa o n o da computa o gr fica que chamamos de 3D mas sim com a chegada do computador de recursos digitais Da esquecemos o acetato come amos a pintar a anima o no computador a imagem digital come amos a editar no computador come amos a fazer pencil test Da a anima o decolou Isso foi o principal independente do Anima Mundi ter incentivado mas sem esse avan o tecnol gico n o daria para produzir AVELAR trecho de entrevista com o pesquisador em 08 12 2011 Denis confirma a impress o de Avelar no sentido do impacto dos recursos digitais na produ o de anima o em escala global Quando fala em ambientes 3D Denis se refere a simula o do espa o em tr s dimens es nos programas de anima o 2D O que seria na pr tica o substituto digital da c mera Multiplano onde analogicamente se conseguia realizar cenas de anima o tradicional com movimentos de c mera com ilus o de tridimensionalidade Desde o fim dos anos 1980 os acetatos come aram a desaparecer em proveito de uma t cnica de scan dos desenhos que permite de seguida colori los digitalmente e integr los mais facilmente em 3 AnimaTV Primeiro Programa de Fomento Produ o e Teledifus o de S ries de Anima o Brasileiras FSA Fundo Setorial do Audiovisual Pencil test ou
145. a linguagem e o processo de produ o tamb m o tipo de ganho que a pessoa tem Compreender melhor a quest o do ritmo do tempo que uma coisa abstrata em outras mat rias S o coisas determinantes na nossa vida mas a gente tem pouca chance de entender mas a anima o te obriga a entender o tempo E tamb m a organiza o de uma equipe criativa isso uma coisa muito rica na anima o As pessoas dividem um projeto e o realizam Dividindo tarefas de um jeito muito coeso e participativo Bem mais do que em outras tarefas escolares que os alunos est o acostumados a ter Ent o eu acho que esse casamento de educa o com anima o funciona muito bem N s temos durante os dez anos de Anima Escola exercitado todas as variantes para atingir uma metodologia consistente LR Voc entende ent o que para se entender o audiovisual a fonte a anima o MM temos consci ncia disso Tenho certeza disso Que a anima o a base mais profunda da linguagem audiovisual N s estamos falando em juntar frames de criar a pr pria ilus o do movimento Essa cria o pode ser feita a partir de qualquer material o on rico a imagina o n o precisa absolutamente estar ligada a realidade Mas n s entendemos que os filmes feitos usando a realidade tamb m est o usando a linguagem da anima o E uma variante Quando falamos de anima o estamos falando de toda a linguagem audiovisual desde a anima o surrealista at o document
146. a novas quest es a serem pesquisadas A anima o ainda n o um objeto de estudo rotineiro no meio acad mico brasileiro Tudo que novo apresenta desafios mas tamb m descobertas Espero que esse estudo possa contribuir para a constru o de um pensamento mais amplo e cr tico sobre a anima o no Brasil Leonardo F Ribeiro 17 A animadora Rosaria assina seus filmes e reconhecida no campo da anima o apenas com o primeiro nome por isso n o identificada no texto com seu sobrenome PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 2 Anima o Publicada O Problema da falta de publica es sobre anima o no Brasil um problema operacional acad mico e institucional Gustavo Dahl O pequeno n mero de publica es disposi o do amador ou profissional de anima o no Brasil como afirma Dahl um problema acad mico pois o campo da anima o se desenvolve rapidamente nos dias de hoje e preciso que a academia auxilie o desenvolvimento e o ordenamento desse conhecimento no Brasil E institucional pois o mercado editorial n o acompanha com lan amentos o mesmo ritmo do crescimento da produ o de anima o no pa s e a demanda por informa o que esse crescimento gera E um problema operacional porque dificulta a difus o do conhecimento t cnico fundamental na forma o de novos animadores E claro que hoje em dia existem outras formas de se obter esse conhecimento em blogs e s tios
147. a se aperfei oar e aprender em detalhes a t cnica de anima o em papel quadro a quadro Livros de divulga o Al m de manuais t cnicos ou guias de produ o temos algumas publica es de diferentes aspectos e objetivos Ser destacado nesse grupo livros de divulga o ou cr tica de anima o abordando assuntos diversos hist ria de t cnicas espec ficas hist ria e cr tica de anima o ou divulga o de obras e seus realizadores T tulo Animation Now Autor A da Queiroz C sar Coelho Lea Zagury e Marcos Magalh es Editora Taschen Ano de publica o 2004 Pa s It lia Em 2004 os diretores do Festival Internacional de anima o do Brasil Anima Mundi A da Queiroz C sar Coelho Lea Zagury e Marcos Magalh es se uniram a Taschen editora de livros de arte e lan aram o Animation Now o livro tem duas edi es tril ngu es sendo uma delas em Espanhol ltaliano P ortugu s O livro um cat logo muito bem editado com muitas fotos desenhos e um DVD com anima es e entrevistas com animadores de perfil muito variado Como todo livro da Taschen al m do conte do importante destacar o design da edi o um livro muito bonito para ser lido e visto O maior m rito no entanto da publica o fazer uma atualiza o e apresenta o ao leitor brasileiro dos principais nomes da anima o mundial tanto animadores como est dios anima o autoral e comercial No entanto o livro n o trata
148. a teoria dominante que o omite Como superar o modelo para o qual o cinema de anima o sumariamente tomado como g nero art stico menor indistintamente colateral supostamente gr fico ou reduzido sumariamente a subg nero da pintura e portanto n o genuinamente cinematogr fico Modelo de onde decorre a convic o geral e comum de que sua fun o seria sobretudo a de divertir crian as e por vezes a de proporcionar uma distra o ligeira e inconsequente aos adultos Ou ent o a de sua utilidade enquanto t cnica entre as que se incluem no repert rio de efeitos de trucagem necess rios produ o do efeito de realidade No mais o termo anima o permaneceria confinado por historiadores e acad micos numa sub rea imprecisa de pr ticas protocinem ticas Ibid p 51 Em conson ncia com o pensamento de Gra a para um melhor entendimento das coisas animadas seria preciso mergulhar n o nos livros sobre cinema mas sim nas publica es dedicadas a anima o Mas o que ser que a teoria contida nos livros sobre anima o nos diz E como o conte do dessas publica es se reflete na produ o da anima o brasileira No Brasil como veremos adiante as publica es sobre anima o s o raras e intermitentes No entanto hoje temos disposi o do leitor um n mero sen o not vel mas significativo de publica es comparativamente ao universo do que foi publicado outrora Tamb m presentemente podemos
149. abe o que conv m decidir LYOTARD 2009 p 14 A fun o da academia relativizar pretensas verdades e questionar princ pios absolutos Lyotard tamb m diz que a pr tica universit ria deve ser especulativa isto filos fica Ibid p 61 Assim sendo desvinculo meu pensamento de uma vis o simplista na qual a anima o tratada como fruto de uma gera o espont nea possuindo como 2 Em ingl s to flip significa folhear F lipar a t cnica que permite ao animador folhear as folhas animadas em uma velocidade semelhante da proje o do filme testando o movimento O que permite ao animador corrigir o movimento antes mesmo de ser fotografado O flipar realizado com os dedos do animador entre as folhas desenhadas e o movimento dos dedos fazem as folhas ca rem em sequ ncia na mesa de luz efetuando o movimento PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 19 miasmas fundadores bytes e mais bytes invis veis dos computadores Essa vis o destorcida obscurece toda uma hist ria de encadeamentos t cnicos e a base do mecanismo da anima o que se origina no quadro a quadro e manipula o dos intervalos entre as poses fotografadas Por m ineg vel o fasc nio que as imagens geradas por computador e a moderna computa o gr fica exercem sobre o p blico animadores profissionais semi profissionais e amadores Como diz Carri re em uma conversa com Umberto Eco a respeito da evolu o da linguagem
150. ades espalhadas pelo Brasil Locomotiva Festival de Cinema de anima o de Garibaldi RS MUMIA Mostra Udigrudi Mundial de Anima o MG Figura 08 A feira dos Imortais Figura 10 Lobo Guar e a Dama de Chap u Vermelho PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 20 exibida apenas nos cinemas produ es da Disney em sua maioria ou nos programas matinais para crian as na TV hoje al m de uma produ o maior e mais diversificada nos cinemas existem canais de televis o exclusivos para a anima o onde esta veiculada 24 horas por dia Antes Informa es t cnicas eram limitadas a raras oficinas e livros de dif cil acesso Recorr amos a poucos manuais de anima o em ingl s e com sorte a alguma oficina de anima o hoje apesar do n mero de publica es ainda ser pequeno no pa s em sua totalidade existem mais op es de publica es especializadas em anima o a disposi o do leitor at mesmo em portugu s Na internet temos acesso facilitado informa o Tamb m hoje existe uma infinidade de cursos oficinas e work shops disposi o do amador no entanto a forma o do animador no Brasil ainda precisa ser aprimorada Antes a computa o gr fica estava engatinhando os computadores caseiros n o eram em sua maioria configurados para trabalhar com imagens em alta defini o e udio v deo em tempo real e o meio anal gico ainda era o padr o profissional hoje qualquer celular
151. ado que modestamente aprendi com o Disney Trisos aprendi pouco tenho que aprender mais Porque o cinema n o s o fazer todo um pensamento fazer aquela coisa circular Voc realizador e sabe disso N o adianta fazer um filme e guardar ningu m vai te descobrir e falar Cara eu quero exibir seu filme Ningu m Ent o uma coisa meio complexa pensar a distribui o disso ter tempo para ir na intemet baixar regulamento ler preencher ficha gravar DVD colocar no correio todo um processo que n o s o fazer E ir criando la os de rela es com as pessoas onde vai exibir por isso que eu falo do conceito todo formado pois o cinema n o s fazer fazer muita gente faz e deixa na gaveta o problema tamb m distribuir isso Ent o o Cl cius viu que essa hist ria toda era uma bobagem uma picuinha conversamos abertamente sobre isso e continuamos a trabalhar juntos A parceria muito boa pra n s dois nos damos super bem como parceiros em anima o nos completamos O problema da anima o por exemplo eu descobri a anima o nesse curso da UFMG mas eu n o sou desenhista nunca fui desenhista nunca fui descobri a anima o E agora Eu vi que isso causa um pequeno desconforto para quem trabalha com a t cnica para quem desenha muito bem para quem faz desenho animado isso uma invas o Mas eu descobri que na anima o se pode tamb m outro lado n o precisa necessariamente estar ali LR Voc
152. ador fui crescendo assim Mas um filme que me tocou muito foi o M sica e Fantasia do Bruno Bozzetto Allegro Non Troppo 1976 vi uma forma diferente de se fazer anima o n o era s Hanna Barbera Disney foi a que fiquei ainda mais interessado em anima o Depois do Bruno Bozzetto eu assisti algumas mostras que o Wilson fazia no SESC Campinas n s ainda n o nos conhec amos mostra de cinema canadense uma mostra s de MacLaren outra de cinema de anima o brasileiro onde eu vi Stil Pedro Emesto Stilpen Ery Barbosa Rubens Siqueira um trabalho muito criativo que cada vez me estimulava mais ver que poderia fazer uma coisa diferente n o s aquela anima o comercial E mais ou menos nesse tempo o N cleo de Cinema de Anima o que o Wilson estava formando al m de atrair crian as estava atraindo artistas tamb m Experimentar fazer anima o com sua arte ceramistas poetas v rios artistas estavam indo para l Foi em 1979 que fui para l E funcionava legal porque o Wilson conseguiu apoio da Embrafilme da TV Cultura t nhamos a liberdade de cada um criar seu filme individualmente ia se passando por todas as fases o aprendizado era como o de todo animador tem se formado at agora que experimentando errando concertando aprendendo a fazer anima o j fazendo os seus filmes Ent o o in cio da minha rela o com a anima o foi assim LR Voc s poderiam falar um pouco mais sobre o trabalho do
153. ados individuais podem estar representando significados grupais Assim a fala de alguns indiv duos de J4 um grupo representativa de grande parte dos membros PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 105 deste mesmo grupo inserido em um contexto espec fico Sendo assim n o necess rio entrevistar um grande n mero de animadores para se ter uma id ia dos pensamentos do grupo O que importa n o o n mero de entrevistas mas se os entrevistados s o capazes de trazer conte dos significativos para a compreens o do tema em quest o BOURDIEU apud FRASSER 2004 p 147 Tamb m segundo Bourdieu para se obter uma boa pesquisa preciso que exista uma certa familiaridade ou proximidade social entre pesquisador e pesquisado assim as pessoas se sentem mais vontade para colaborar BOURDIEU apud BONI e QUARESMA 2005 p 76 Seguindo essas determina es todos os entrevistados escolhidos anteriormente j haviam tido contato com o pesquisador eram familiarizados com a pessoa do pesquisador e todos assim como o pesquisador obtiveram contato com as t cnicas tradicionais mais precisamente com a anima o quadro a quadro em papel e tamb m em algum momento de suas carreiras produziram curta metragem de anima o Assim o que diferencia os entrevistados e proporciona uma diversidade de argumentos e dados recolhidos s o as escolhas de campo de trabalho comercial autoral diferen a de m todos de produ
154. ais primitiva e que leva ess ncia da anima o o mais importante MS Uma coisa que acho bom acrescentar sobre a quest o dos brinquedos pticos em todas as nossas oficinas come amos fazendo pelo menos um zootrosc pio zootr pio s vezes um taumatrosc pio por que a crian a ou o adulto voltam l na raiz do cinema mesmo O aluno vai ter muito mais facilidade em fazer um trabalho no meio digital se ele fizer e conhecer aquela anima o que a pr hist ria do cinema desenhar direto no papel nos brinquedinhos pticos de 1800 e pouco Outra vantagem que quando ele come a a fazer isso al m de estar revivendo a hist ria do cinema ele vai soltando o tra o Uma coisa muito importante em nossas oficinas e em tudo que fazemos ser aut ntico o cara buscar seu pr prio tra o n o copiar completamente fora da anima o industrial onde o cara precisa copiar o desenho da empresa onde trabalha do est dio mas n s queremos o cinema marginal o poeta na anima o N s n o aceitamos nada disso e passamos isso para os nossos alunos O zootrosc pio muito bom porque o aluno tem que PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 197 desenhar 18 vezes n o tem como copiar ou usar algum instrumento ent o ele solta o pr prio desenho dele Ent o quando o aluno sai do zootrosc pio e vai para a anima o em papel usar as caixas de luz mesas de luz ele j liberou um pouco o desenho ficou menos t
155. al ao mesmo tempo tamb m um desenvolvimento maior da computa o gr fica e os festivais tamb m acontecendo de novo Eu tinha participado recentemente de alguns festivais e tinha visto isso tudo acontecer em loco Pensei vamos trazer isso pro Brasil Da nos juntamos n s quatro o Daniel tamb m fazia parte desse primeiro grupo quando o Anima Mundi foi concebido Ent o n s criamos o festival um festival participativo que tem oficinas que tem uma vis o bem democr tica de juntar todos os tipos de anima o desde o filme de estudante at o filme de grande est dio na mesma sess o tentando juntar tudo pela linguagem E deu super certo a f rmula funcionou e vai fazer 20 anos agora LR Fale um pouco sobre o Anima Escola os objetivos das oficinas de anima o o filme feito por estudantes MM No Anima escola o foco n o tanto na anima o feita pelo estudante mas o processo de aprendizado atrav s da pr tica de anima o O que estamos tentando identificar sempre no Anima Escola o que o aluno PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 188 ganha e o professor tamb m tomando contato com essa linguagem em termos de percep o de uma percep o maior de todos os conte dos audiovisuais que todos n s somos obrigados a estar imerso cada vez mais a comunica o o tempo todo dentro e fora da escola De poder entender como esse conte do feito como ele produzido quais s o as particularidades dess
156. al as pessoas tentam vender como mainstream como se fosse a nova jogada do mercado Ent o usada at mau mas como eu vivo numa cidade que tem toda uma tradi o esse ber o mais autoral mais experimental mais v deo arte eu acho que os festivais tem sim essa abertura PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 221 LR Voc acredita que a ind stria vai procurar novidades nos festivais SL N o Primeiro n o acho que exista uma ind stria de anima o aqui Talvez ainda v ser constru da mas ainda n o existe uma ind stria a verdade essa Existem v rias pessoas fazendo anima o autoral talvez at o n mero de anima es autorais seja maior do que comerciais acho at que foi um grande passo a cria o do Anima TV pode ser at o ponta p inicial para pessoas com potencial fazer a industria mas ela n o existe Foi um debate que at fiquei pensando nisso na poca quando postaram naquela lista lista de discuss es de animadores mineiros na internet que a Ivete Sangalo cantora de ax g nero musical surgido na Bahia iria produzir ou estava produzindo um longa de anima o e que isso poderia criar um mercado Acho isso uma bobagem Porque o mercado criado a partir sempre foi assim de produtos de qualidade n o de um produto de uma mega star um produto comercial sem linha art stica nenhuma sem roteiro n o vi o projeto mas acredito que seja assim Uma coisa para vender a m sica da
157. al funcionava por meio de um complicado dispositivo de espelhos e que j contava com duas bobinas que ao girarem transmitiam as imagens desenhadas sobre uma pel cula aos espelhos os quais por sua vez as projetavam mediante uma lanterna sobre uma tela O inventor batizou o aparelho com o nome de teatro ptico e temos aqui j um desenho animado bastante perfeito maravilha que foi exibida em Paris na exposi o de 1889 ROSENFELD 2009 p 58 Refor ando a id ia de que o Teatro ptico j reunia em suas apresenta es os elementos que agrupados formavam o espet culo audiovisual Rosenfeld afirma Todos os elementos para criar o moderno cinema estavam reunidos nas ltimas d cadas do s culo passado S culo XIX conhecia se a proje o de sombras sobre telas a c mera escura e a lanterna m gica projetando reprodu es j n o eram novidade a persist ncia ret nica tinha sido aproveitada para produzir desenhos animados e unindo todos esses conhecimentos conseguiam se projetar esses desenhos animados ROSENFELD 2009 p 58 59 Detalhando os mecanismos do dispositivo e seu pioneirismo em rela o ao cinemat grafo Rosenfeld continua Mesmo a pel cula flex vel j existia introduzida por George Eastman 1884 feita de celul ide em 1887 sendo que essa pel cula j fora aproveitada por cidade o Mus e Ch teau d Annecy possuiu um acervo permanente sobre anima o E desse museu que se originou a
158. alho pessoal em Flash e em co produ o com a Copa Est dio produtora da s rie Tromba Trem pela minha empresa a Zoe Filmes que se chama A Menina que Imitava vai ser feito em fim tudo digital n o vai ter desenho em papel pela primeira vez LR E como isso para voc Te chateia isso R N o J deixou de me chatear At porque eu n o queria escrever s rie eu sempre gostei de curta mas nem uma evolu o eu vou dizer que Entendeu S o maneiras diferentes de contar hist rias uma narrativa diferente Mas n o sei Acho que estou vivendo tanto isso passei esse ano todo fazendo o Tromba Trem que eu acabei tendo essa id ia achei que rolava uma id ia minha eu n o adaptei nada para ter um projeto de s rie uma coisa que sincera acho que tem que ser assim A s rie n o uma evolu o do curta Eu n o estou t o frustrada n o Acho que a nica maneira de viabilizar mesmo a produ o fazendo em Flash porque n o tem grana para fazer tudo no papel do jeito que eu gostaria mas vou gostar de fazer Vai ser bom O dinheiro que eu ganhei foi para desenvolver o projeto desenvolvimento Estamos desenvolvendo uma b blia de 13 epis dios mas queremos desenvolver 26 para completar a temporada Vamos tentar LR Quais as t cnicas ou realizadores que mais influenciaram seu trabalho R T cnica com certeza o 2D Com certeza o papel Primeiro porque assisti minha inf ncia inteira a Disney
159. am constrangimentos ou barreiras a qualquer tipo de experimenta o MAGALH ES 2011 p 46 Penso que essa afirma o trespassa o S culo XX e tamb m v lida para a produ o nacional da primeira d cada do S culo XXI pois a ind stria nacional de anima o ainda incipiente e apenas recentemente surgiram casos de sucesso na produ o de s ries de anima o Meu Amig oz o Peixonauta Escola pra Cachorro e se retomou a produ o de longas metragens no Brasil Wood amp Stock Brichos Garoto C smico Figura 05 Meuamig oz o Figura 06 Peixonauta Depois de Como Defender Um Cafofo ou As aventuras do Lobo Guar no Reino da Especula o Imobili ria produzi Roque A Jogada Mortal desenho animado sem falas com personagens estilizados em tra os geom tricos e paleta de cores restrita gama de tons entre o verde e o azul Paralelamente produ o do curta senti necessidade de um maior aprofundamento no campo da anima o e me matriculei na primeira turma do curso de p s gradua o 1 ROQUE A JOGADA MORTAL de Leo Ribeiro 2004 dura o 12 mim Sinopse Numa pra a central velho enxadrista insoci vel e sistem tico disputa a posse de uma mesa de jogos com duas simp ticas velhinhas damistas Trof u Andorinha Digital Melhor Curta Metragem de Anima o 1 Cine Port 1 Festival de Cinema de Pa ses de L ngua Portuguesa Cataguases Brasil 2005 Z VICTOR amp SEXO OR GANO E RO
160. ams autor de The Animator s Survival Kit 2001 que tem uma anima o atrelada ao Disney ele tem um livro que acad mico de anima o de repente ele fala uma frase que destr i PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 133 com todo o livro Conhe a a regra para poder burl las pois isso que vai fazer a diferen a SQUARISI Magalh es acredita que os doze princ pios s o apenas regras ou truques para se conseguir uma anima o mais naturalista Pensa que o pensamento de MacLaren mais preciso e abrangente quanto a constru o do movimento E v qualidade no desenho mau animado tamb m Eu acho que os doze princ pios uma est tica da Disney ou melhor dos est dios Disney Eu acho que o MacLaren resume de uma forma muito mais elegante falando apenas das leis da f sica movimento constante acelera o e desacelera o que se repete as duas s o a mesma coisa s que em sentidos inversos pausa e movimento irregular Combinando isso voc d a express o que voc quiser E claro que tem alguns truques nos doze princ pios que ajudam voc fazer a coisa ficar mais teatral mais cartum mas voc n o precisa chamar daqueles nomes usar aquela nomenclatura s o varia es b sicas das leis da f sica Acho que o interessante quando o animador consegue criar um outro universo Que nem precise depender das leis da f sica que n s conhecemos e comunicar alguma coisa Movim
161. ando uma parada sic para unir isso tudo e para dar sentido a tudo que aprendemos ROSARIA Nas entrevistas observa se que o conhecimento pr tico foi a base e caminho de aprendizado dos animadores Mesmo os de forma o superior e passagens pela universidade aprenderam a t cnica na pr tica trabalhando em est dios ou produzindo seus pr prios curtas de forma autoral A universidade n o foi um caminho usual para aprender e se aperfei oar em anima o a pr tica sim Importante observar que o Super 8 por permitir a fotografia quadro a quadro foi dispositivo importante de aprendizado para os animadores mais veteranos Os mais jovens come aram em oficinas de anima o A descontinua o do Super 8 foi apontado como prejudicial pr tica da anima o pois o VHS n o permitia a fotografia quadro a quadro base da t cnica de anima o Mas como o VHS n o possibilitava para n s o uso do quadro a quadro era muito frustrante E claro que o VHS era mais barato e cumpria essa fun o de home video mais eficientemente mas eu acho que o fato do Super 8 ter sido esmagado foi um obst culo terr vel que encontramos pois n o havia mais a possibilidade de se fazer testes com VHS n o dava Acredito que ter amos avan ado bem mais se o VHS desse o recurso do quadro a quadro para n s n o existiria esse espa o de anos 80 e 90 morto O PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 110 VHS deu uma atr
162. angeira pagaria Logo eles n o podem alcan ar o resultado t cnico de uma produ o estrangeira que tem muito mais artistas trabalhando muito mais dinheiro Eles t m que se virar Mas nem sempre a falta de grana ruim Em 1963 foi lan ado o primeiro Anime Astro Boy At ent o s se fazia curtas metragens autorais ou longas metragens de anima o tradicional no Jap o Em fun o da Segunda Grande Guerra naturalmente o cinema ficou em uma situa o dif cil era complicado fazer filmes o Osamu Tezuka levou frente a id ia de se fazer um seriado para entrar na televis o A televis o no J ap o inclusive s veiculava produto americano Ele criou o Astro Boy e criou aquelas regras do Anime que s o agora usadas pelos americanos Aqueles recursos de risquinhos passando atr s imagens paradas efeitos gr ficos que se usam em diversos desenhos japoneses aquela pouca anima o s vezes usando o humor Isso tudo foi inventado em fun o da falta de recursos de grana enf tico E hoje o americano que tem dinheiro imita aquilo E o japon s que passou a ter dinheiro come ou a produzir muito n o abandonou aquilo incorporou aquilo e s multiplicou Quem sabe a falta de grana tamb m n o favore a ao brasileiro criar alguma coisa diferente Olha a saca o dos caras Mas tudo que demais se voc tirar todo o dinheiro dos caras eles n o v o produzir nada Tem que ter alguma grana Tem
163. anima o realizados em oficinas com crian as popula es ind genas e de reas perif ricas Aproveitando a forma o de t cnico em mec nica respons vel pelo projeto e fabrica o de equipamentos para produ o de anima o artesanalmente zootr pios mesas de luz registros de anima o furadores de papel e trucas rudimentares Quem trabalha com anima o no Brasil com certeza j trabalhou ou conhece algu m que possui mesas de luz fabricadas pelo N cleo Maur cio S quarisi 54 anos Despertou para a t cnica de anima o depois de assistir Allegro Non Troppo longa metragem do animador italiano Bruno Bozzetto e logo se juntou ao N cleo de Campinas em suas oficinas de anima o e se tornou um dos diretores do NCAC Lazarette e Squarisi dirigem o NCAC um dos cinco n cleos mais antigos do mundo realizando produ es de anima o com crian as As produ es das oficinas do NCAC j somam mais de 244 filmes em quase 40 anos de atividade O N cleo milita na anima o experimental afastada dos m todos industriais de anima o divulgando a anima o autoral produzindo filmes coletivos e fabricando brinquedos pticos e equipamentos artesanais de anima o Marcos Magalh es 53 anos Teve seu primeiro contato com anima o produzindo curtas em Super 8 Aos 15 anos seu curta Semente foi selecionado para o festival do filme Super 8 realizado pelo MAM Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro o que
164. animadores Quando posteriormente cartunistas de jornal perceberam que poderiam usar o cinemat grafo para a produ o de anima es reinventando assim o processo de anima o esse passou a ser considerado erroneamente um g nero do cinema A primeira gera o de animadores a usar fotografia pose a pose para a produ o de anima o era constitu da por Emile Cohl Segundo de Chomon J Stuart Blackton Arthur Melboumne Cooper George MacManus e Winsor McCay RUSSET amp STARR 1998 p 32 Assim o cinema e a anima o passam a utilizar os mesmos dispositivos em suas pr ticas mas de maneiras distintas O cineasta geralmente usa a c mera de cinema capturando as imagens e movimentos instantaneamente isto fotografando 24 poses por segundo sucessivamente J o animador utiliza o mesmo dispositivo de maneira diversa ele manipula os intervalos entre os quadros inventando o movimento Segundo Denis O princ pio da anima o assim exatamente inverso ao da filmagem real pois trata se de criar o movimento e n o de o captar na realidade DENIS 2010 p 17 A produ o das imagens animadas quadro a quadro tamb m afastam a anima o da quase instantaneidade da captura de imagens do cinema Denis continua A imagem a imagem que como a designa o indica precisa de trabalhar a mat ria f lmica fotograma por fotograma n o da ordem das 24 imagens por segundo mas das 24 imagens por dia pra dar uma id ia
165. antes animadores do Brasil e do mundo produziram curtas quer sejam hoje militantes do mercado ou do autoral No entanto o curta n o pode ser tratado apenas como um meio para se aprender tamb m produto que deveria ser mais bem aproveitado no mercado do audiovisual Nesse sentido as opini es se divergem mas todos percebem que o curta poderia ser melhor aproveitado Ainda assim tratado com neglig ncia pelas pol ticas de fomento ao audiovisual o curta metragem foi e fundamental no desenvolvimento da anima o brasileira Destaco aqui as vozes dos entrevistados cada depoimento aponta para diferentes nuances referente ao curta Rosaria e Marcos se mostram mais preocupados com o desenvolvimento da produ o de curtas como formato final de express o e apontam para a import ncia de editais de fomento produ o J Leite e Avelar lembram das possibilidades de experimenta o que o curta permite Mas em todos os depoimentos se confirma a relev ncia do curta metragem como formador de profissionais Com certeza Principalmente de diretores acho que todo mundo que quer dirigir tinha que fazer curta alguma vez uma experi ncia completa e pequena de uma coisa que pode ser muito maior D para voc dirigir s rie aprendendo com o curta Com o curta se consegue formar a sua pr pria maneira de trabalhar PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 118 isso eu acho que individual Eu sinto falta dos editais
166. apalhada legal nos animadores AVELAR No entanto apesar das diferen as de idade forma o e campo de trabalho todos falam do problema da inexist ncia de uma escola de anima o no Brasil pensam no formato ideal dessa escola e acreditam que tal escola seja fundamental para sustentar e aperfei oar o campo da anima o no pa s Existem cursos de Cinema Audiovisual Design ou Belas Artes nas universidades brasileiras que mant m em suas grades curriculares cadeiras espec ficas de anima o ou especializa es mas que est o longe em atingir o modelo de escola sonhada pelos animadores S vio Leite e Marcos Magalh es hoje s o professores em institui es de ensino superior onde ensinam anima o como uma cadeira isolada o primeiro Cinema e Audiovisual e o segundo Design Maur cio S quarisi observa que o animador ao entrar na universidade n o est preferencialmente procurando o conhecimento mas sim uma seguran a ou reconhecimento no diploma para arranjar emprego Por m seja ele de Arquiteto J ornalista Design ou Artista Pl stico s o apenas tentativas de aproxima o com o conhecimento que se pretendia estudar anima o mas com certeza a carreira de animador tem especificidades que estes cursos n o contemplam inteiramente As oficinas de anima o formas muito populares de divulga o das t cnicas de anima o e da linguagem da anima o possuem rapidez e amplitude atingindo um p blico variad
167. ar para trocar uma id ia com algu m mesmo que seja do seu n vel mas de uma vis o diferente Te dar um apoio moral risos ROSARIA Os entrevistados tamb m tem vozes semelhantes ao tratar do conhecimento pr tico e te rico na forma o de novos animadores Todos afirmam que a pr tica indispens vel n o h como aprender anima o sem produzir anima o No entanto alertam sobre a import ncia de se ter um conhecimento te rico Preocupam se com as dificuldades do animador em utilizar conceitos previamente definidos Como Magalh es diz N s fazemos primeiro para depois refletir Explicando melhor a rela o do animador com a discuss o te rica e cr tica e acrescenta O animador n o gosta de discutir a priori a posteriori sim Falar do filme que voc fez da conclus o que voc chegou durante o processo de anima o Isso a eu nunca vi um animador que n o gostasse de falar sobre isso MAGALH ES No entanto Magalh es acredita ser importante os animadores come arem a explorar outros caminhos e conhecimentos como o caso da Academia E acredita que a anima o pode contribuir para o desenvolvimento de outras reas do conhecimento como filosofia psicologia antropologia inform tica ou rob tica Humberto Avelar alerta para o perigo de se negligenciar o conhecimento te rico no campo da anima o Acredita que estudar a teoria fundamental para a ind stria brasileira trilhar o caminho de
168. ara a pr tica da anima o que pertence a ind stria do audiovisual As a es da Secretaria do Audiovisual at 2009 eram voltadas para a corrente comercial da anima o e no desenvolvimento da ind stria Algumas a es do n o implementado Proanima o foram de fato concretizadas O AnimaEdu produzido pela Otto Guerra Desenhos Animados com apoio da Lei Rounet Minist rio da Cultura atrav s da secretaria Do Audiovisual realiza cursos a dist ncia de anima o 2D atrav s da internet O AnimaTV realizado pelas Secretaria do Audiovisual e a Secretaria de Pol ticas Culturais do Minist rio da Cultura Empresa Brasil de Comunica o TV Brasil Funda o Padre Anchieta TV Cultura e Associa o Brasileira das Emissoras P blicas Educativas e Culturais ABEPEC com apoio da Associa o Brasileira de Cinema de Anima o ABCA em um sistema de sele o em formato de pitching selecionou 18 projetos de epis dio piloto de s rie Esses 18 pilotos foram produzidos e exibidos em rede p blica de televis o e dois foram contemplados com contrato de co produ o de s rie de anima o Tromba Trem de J os Luiz Brand o Albuquerque produzido pela empresa COPA Studio do Rio de J aneiro Carrapatos e Catapultas de Almir Correia produzido pela empresa Zoom Elefante de Curitiba Os contratos de co produ o assinados pelas empresas no valor de R 950 000 00 s o destinados produ o de 12 epis dios ao longo de um ano As s
169. ara o roteiro acho melhor voltarmos para o roteiro Acredito que isso seja c clico Uma hist ria criativa um bom roteiro sempre prevalece e se usa a t cnica que seja mais confort vel para produzir seja em curta em s rie ou em longa LR Obrigado pela entrevista foi excelente Alguma palavra final Quer dizer mais alguma coisa HA N o Por m gostaria de agradecer a voc pela oportunidade de falar um pouco mais sobre anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 185 Anexo III Transcri o entrevista Marcos Magalh es Data 05 12 2011 Hora 14hs Local IMAN Imagens Animadas Rua Elvira Machado 5 Botafogo Rio de Janeiro RJ Leonardo Ribeiro Fale um pouco sobre a hist ria da sua rela o com a anima o como come ou sua forma o os trabalhos mais significativos o que anda fazendo no momento Marcos Magalh es Essa rela o come ou de crian a de assistir filmes de me encantar pela linguagem L pelos 13 anos comecei a fazer muito hist ria em quadrinhos a fazer personagens a fazer hist rias E eu quis evoluir para o desenho animado n o descansei at quando eu conseguir um jeito de fazer anima o Passei por todo aquele percurso que v rios animadores contam de fazer cineminha com caixas de sapatos de fazer bloguinho flip book experimentar montar a pr pria c mera at que nos anos 70 eu entrei em uma onda muito favor vel que era o filme super 8 as c meras super 8
170. arelho Em toda fun o aparelh stica funcion rio e aparelho se confundem FLUSSER 1985 p 30 Segundo Flusser para funcionar o aparelho precisa de um programa rico pois do contr rio o homem o esgotaria e isso seria o fim do Jogo A compet ncia do aparelho precisa ser superior compet ncia do Homem O potencial do programa precisa superar a capacidade do homem em esgot lo assim a compet ncia do homem apenas parte da compet ncia do aparelho ficando imposs vel ao homem penetrar totalmente no programa do aparelho Ao procurar as potencialidades escondidas no programa o homem se perderia Constituindo o que Flusser chama de caixa preta Ibid p 30 Usando o fot grafo como exemplo ele afirma A pretid o da caixa seu desafio porque embora o fot grafo se perca em sua barriga preta consegue curiosamente domin la O aparelho funciona efetiva e curiosamente em fun o da inten o do fot grafo Isto porque o fot grafo domina o input e o output da caixa sabe com que aliment la e como fazer para que ela cuspa fotografias Domina o aparelho sem no entanto saber o que se passa no interior da caixa Pelo dom nio do input e do output o fot grafo domina o aparelho mas pela ignor ncia dos processos no interior da caixa por ele dominado Tal am lgama de domina es funcion rio dominando parelho que o domina caracteriza todo funcionamento de aparelhos Ibid p 30 1 Devido a esse apequena
171. as oficinas do NCAC e hoje um dos diretores do N cleo junto com Lazarette e tamb m divide com o amigo a milit ncia no trabalho autoral e experimental E mais ou menos nesse tempo o N cleo de Cinema de Anima o que o Wilson estava formando al m de atrair crian as estava atraindo artistas tamb m Experimentar fazer anima o com sua arte ceramistas poetas v rios artistas estavam indo para l Foi em 1979 que fui para l E funcionava legal porque o Wilson conseguiu apoio da EMBRAFILME da TV Cultura t nhamos a liberdade de cada um criar seu filme individualmente ia se passando por todas as fases o aprendizado era como o de todo animador que tem se formado at agora que experimentando errando concertando aprendendo a fazer anima o j fazendo os seus filmes SQUARISI PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 113 Marcos Magalh es come ou animando em Super 8 continuou seu processo de aprendizagem produzindo curtas e fez um curso de aperfei oamento nos est dios do NFB National Film Board of Canada que resultou na produ o do curta metragem Animando Magalh es foi coordenador do N cleo de Anima o do CTAv respons vel pela forma o de animadores importantes para a anima o nacional A da Queiroz e Cesar Coelho que juntos com o pr prio Marcos foram uns dos criadores do Anima Mundi F bio Lignini que hoje um dos principais animadores da DreamWorks e Patricia Alvez Dias q
172. as de luz Detalhes de funcionamento de maquinaria de est dio como operar trucas ilumina o fotometragem de acetatos planejamento de cenas e etc No momento em que a produ o de anima o era anal gica esse guia foi de fundamental import ncia na orienta o da montagens dos equipamentos de est dio e de sua opera o E ainda auxiliava o animador amador na constru o de seu pr prio equipamento Livros do Estado EMBRAFILME e FDE Ser destacado nesse grupo as publica es em l ngua portuguesa editadas em parceria com a EMBRAFILME 3 Ver em Livros do Estado EMBRAFILME e FDE p 36 do CINEMA de ANIMA O prt c DE Figura 16 Guia Pr tico Do cinema de Anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 35 Empresa Brasileira de Filmes empresa estatal brasileira produtora e distribuidora de filmes cinematogr ficos mas de capital misto extinta em 1990 pelo PND Programa Nacional de Desestatiza o no governo Collor de Mello e a FDE Funda o para o Desenvolvimento da Educa o funda o ligada Secretaria de Educa o do Estado de S o Paulo ainda em atividade T tulo A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o Autor Ant nio Moreno Editora Editora Editora Artenova S A EMBRAFILME Ano de publica o 1978 Pa s de origem Brasil No final da d cada de 70 a EMBRAFILME publicou em conjunto com a Editora Artenova o livro A Experi ncia Brasileira no Cinem
173. aulo v 2 n 4 p 50 77 2004 FARACO Carlos Alberto Bakhtin e a Atividade Est tica Novos Caminhos Para a Etica In CIRCULO RODAS DE CONVERSAS BAKHTINIANAS 2010 S o Carlos FLUSSER Vil m Filosofia da Caixa Preta S o Paulo Editora HUCITEC 1985 92p FRASSER M rcia Tourinho Dantas Da fala do outro ao texto negociado Discuss es sobre a entrevista na pesquisa qualitativa Paid ia v 14 n 28 p 139 152 2004 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 163 GABLER Neal Walt Disney o triunfo da imagina o americana Trad Ana Maria Mandim Osasco SP Novo S culo Editora 2009 911p GALV O Arnaldo amp BRUZZO Cristina Org Colet nea Li es com cinema Vol 4 Anima o S o Paulo Funda o Para o Desenvolvimento da Educa o FDE 1996 GRA A Marina Estela Entre o Olhar e o Gesto elementos para uma po tica da imagem animada S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2006 222p HALAS John MANVELL Roger A T cnica da Anima o Cinematogr fica Trad Roberto Raposo Rio de Janeiro Editora Civiliza o brasileira EMBRAFILME 1979 240p HARVEY David Condi o P s moderna Uma pesquisa sobre as origens da mudan a cultural Trad Adail Ubirajara Sobral Maria Stela Gon alves 19 ed S o Paulo Edi es Loyola 2010 349p INTERST CIOS 01 Bruno Cruz et al Rio de Janeiro P o e Rosas Editora outubro de 2009 JOBIM Solange Et al Juro Que vi Lendas Brasileira
174. avilhoso esse filme Acho que no Brasil ainda falta pensar nisso eu falo isso muito com o Qui Rodrigues animador de bonecos e criador do programa semanal Animania sobre anima o veiculado na Rede Brasil de Televis o eu defendo com unhas e dentes o cinema autoral fica at parecendo uma picuinha tenho um amigo que faz cinema em Curitiba e ele fala questionando o autoral Cara l na terra de voc s s tem v deo arte S tem v deo artista Mas por isso existe um preconceito grande enf tico Eu gostaria muito de ver e gostaria at de participar fazendo um trabalho diferenciado n o voltado para crian a pausa Eu vejo que o cinema Brasileiro em si n o s o cinema de anima o fica querendo buscar mercado ser comercial e acaba deixando as outras coisas de lado Fazem um roteiro muito chinfrim at esses blockbusters como Tropa de Elite eu dou aulas em periferia e vejo que os meninos n o tem saco para ver o filme todo espetacularoso fala o que o gringo est querendo ver e escutar o esteri tipo que eles t m do Brasil Isso muto complicado fazer cinema no Brasil buscando o mercado Temos que pensar em outras formas de atingir esse objetivo n o sei como n o tenho bola de cristal mas acho que um erro desse pessoal todo de mercado o que est o fazendo LR_ Voc acredita na viabilidade do curta como matriz de aprendizado e forma o profissional SL Eu acredito no curta Na verdade o curt
175. balha com ela ela jamais vai se perder O computador um sofisticador mas voc vai ter o seu trabalho seu empenho N o se aprende a andar em uma esteira se aprende a andar por necessidade pela pr pria natureza humana mesma coisa com o desenho Se desenha porque inerente a voc Usamos tamb m a computa o gr fica por exemplo quando animamos o 14bis fazendo acrobacias usamos a computa o gr fica pois m o seria muito dif cil complicado e complexo Anima o de letramento usamos computa o gr fica mas n o o fundamental apenas uma ferramenta Hoje o digital democratizou por isso conseguimos produzir um filme na Amaz nia l mesmo em qualquer lugar outro suporte a linguagem muda um pouco mas basicamente essencialmente o cinema se est usando a linguagem cinematogr fica MS O importante n o se prender ao digital n o ficar preso ao instrumento para se poder criar O que acontece muito com a coisa do software que ele dirige muito a cria o a condu o do filme A maioria dos filmes que vejo em 3D se percebe que o programa que est determinando as coisas o artista n o est fazendo o que quer ele est cedendo muito as facilidades quando se usa o l pis de cor cada tra o que se d em um papel fica diferente um do outro Acontece com a coisa mais digitalizada a cor fica mais padronizada sempre a mesma cor a mesma paleta clicada com o l pis de cor se n s tr s usarm
176. bre eu lembro que gostava muito de The Doors e teve uma febre de The Doors eu gostava de Joy Division da teve aquele filme do Joy Division em 2007 foram lan ados dois document rios um de Anton Corbijn e outro de Grant Gee e tamb m virou uma febre Tem certas coisas que v em a superf cie mas tem outras que permanecem no underground a verdadeira arte continua se v ainda artistas com seus 90 anos agora tendo suas primeiras retrospectivas a arte caminha por um caminho muito torto mas tem uma linearidade risos LR Aproveitando essa sua exposi o voc se influenciou mais por artistas fora do campo da anima o Voc n o tem um realizador ou t cnica espec fica que o influenciou Voc tem uma influ ncia do cinema v a anima o como audiovisual Correto SL isso N o existe diferen a PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 218 LR Gostaria que voc falasse um pouco mais sobre a s rie de curtas de anima o Plut o Merc rio SL Eu sempre gostei de mitologia e acho que a mitologia tem um campo muito grande de hist rias S o hist rias t o loucas as vezes n o se apreende todo o mito de t o louco de t o inconceb vel que O Cl cius me mostrou aquelas imagens dele e falei Eu tenho que fazer alguma coisa com isso Comecei a buscar na mitologia algum significado para aquelas imagens foi um trabalho de pensar durante meses para dar um nome de criar um sentido Pois acho que de
177. brincadeira AVELAR O 3D tem muito que se desenvolver uma cr tica que eu fa o anima o em 3D que ela tenta fugir ao m ximo ao vamos dizer assim ao reino do 2D Ela tenta se aproximar do live action e o que o live action n o consegue fazer faz com a anima o 3D Com isso a abstra o a loucura os limites da imagina o acabaram sendo domesticados Porque a anima o que vemos principalmente a norte americana tem esse padr ozinho de tudo parecer com a realidade o m ximo poss vel Isso digladia um pouco com essa fun o vital da anima o que fazer um caminho completamente o contr rio disso De ir pela irrealidade e n o buscar a realidade E o 2D acho que ainda vai existir muito tempo porque o 2D se consegue atrav s do gesto do manual captar toda a inten o do autor o que aproxima muito mais das artes pl sticas numa coisa muito mais sensorial voc v o artista fazendo Embora se voc for questionar na anima o 3D tem um cara sic atr s do computador tamb m com todos os seus sentimentos mas o 3D por si s uma t cnica muito fria E como se fosse criando em laborat rio fake tentando ser o mais pr ximo do real poss vel LEITE Squarisi v o uso do programa como problema da anima o em 3D Nesse tipo de produ o o programa mais relevante que a atua o do artista O que acontece muito com a coisa do software que ele dirige muito a cria o a condu
178. cado o retorno do investimento nesse tipo de produ o n o imediato n o se reflete em n mero de audi ncia e pouco vis vel O investimento no cinema de anima o experimental contribui para o mercado com novas id ias tecnologias e tend ncias art sticas legitima a pr tica solidifica um pensamento cr tico e contribui para a forma o de novos profissionais pesquisadores e professores N o existe publica o ou estudo espec fico no Brasil sobre o tema da anima o e pol ticas p blicas A anima o majoritariamente considerada como um g nero menor e marginal de cinema e ignorada pela maioria dos te ricos e historiadores do cinema brasileiro Dentro dessa infeliz perspectiva para abordar as rela es entre a anima o experimental e a anima o comercial no Brasil preciso utilizar primeiramente como norteador as lutas entre o cinema comercial e o cinema experimental na constru o das pol ticas de Estado que v o formatar o mercado cinematogr fico nacional No livro Cinema Estado e Lutas Culturais de J os M rio Ortiz Ramos vemos que os embates entre as correntes que ap iam um cinema de base comercial e industrial inserido no capitalismo global com os que defendem um cinema de base experimental e autoral independente dos rumos e exig ncias do mercado internacional de cinema perduram no Brasil desde os anos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 152 50 Essa luta transferida p
179. certamente deve afastar se das ordens de imitar a perfei o SENNETT 2009 p 122 Figura 55 Est dio de anima o tradicional Figura 56 Est dio de anima o digital PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 81 Acredito que a procura da perfei o pelo campo da anima o tem muito em comum com o uso das t cnicas de anima o digital em modelos 3D Simula es matem ticas que levam reconstitui o de texturas movimentos luz e sombra e perspectivas que muito pouco tem em comum com o desenho em papel e as caracter sticas dos primeiros filmes animados quadro a quadro por Cohl MacCay entre outros pioneiros e tamb m de animadores contempor neos como Plympton Larkin ou Driessen onde as imperfei es do tra o s o a atra o e o diferencial nos estilos dos desenhos e movimentos O que vemos no campo da anima o um reflexo da compress o do espa o e do tempo dentro dos processos que resultaram no que David Harvey denomina de acumula o Flex vel Fen meno iniciado em meados dos anos 70 que consiste na flexibiliza o das estruturas de produ o em massa adotadas pelo fordismo afim de ultrapassar as limita es desse modelo Na acumula o flex vel se intensificou o uso de novas tecnologias automa o dos processos de produ o dispers o espacial das plantas fabris n o s em uma mesma regi o mas espalhadas por todo o mundo e a flexibiliza o da organiza
180. ciante mas eram poucos os est dios na poca Minha primeira forma o foi anima o cl ssica em um est dio de anima o cl ssica com um cineasta que trabalhava essencialmente com publicidade acetato truca ou seja passei pelo aprendizado cl ssico do desenho animado O que foi extraordin rio Tudo ainda era muito incipiente fazia anima o pintava o acetato Quando estava l acabava pintando fazendo tudo Depois ia para o laborat rio ver o filme revelado No in cio era tentativa e erro N o t nhamos computador na ocasido para ajudar O pencil test era uma coisa complicada n o t nhamos acesso ao pencil test T nhamos que esperar ver o filme pronto ou seja t nhamos que estar dentro de um espa o publicit rio para poder experimentar Estava cercado por outros artistas que iam me ajudar e depois eu assistia ao filme e dizia Acertei ou errei E estava pronto E ia ao ar Isso era complicado mas era a nica alternativa AVELAR Rosaria come ou nas oficinas do Est dio Aberto oferecidas ao longo dos dias ao p blico do festival Anima Mundi Posteriormente fez um curso mais completo tamb m ministrado pelo Anima Mundi e j come ou a trabalhar profissionalmente como animadora Fez seu aperfei oamento trabalhando em pe as publicit rias e institucionais para a televis o e em curtas metragem Eu s desenhava comecei no Anima Mundi fui em uma edi o do festival at ent o nem queria ir nem
181. cineasta o animador com o artista pl stico o estilista junto com Figura 115 Animato PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 147 algu m de teatro Todo mundo junto para pensar coletivamente um produto Minha ideia ir al m montar um coletivo selecionando indiv duos para ficar em imers o numa resid ncia Filmar isso 24 horas e talvez virar reality show Mostrar na internet e aprimorar o coletivo a partir da interven o de quem est vendo SANTANA A anima o com fins comerciais organizada numa estrutura industrial onde cada profissional tem um trabalho definido e espec fico na linha de produ o do filme No cinema de autor no curta experimental de anima o essa estrutura n o t o r gida com o artista interferindo em v rias fases do projeto tamb m existem artistas que preferem trabalhar sozinhos nos seus filmes realizando todas as fun es Muitas vezes tanto na produ o industrial como na autoral a m sica ou trilha sonora do filme fica pronta antes da anima o Tamb m nessas duas estruturas de produ o se utiliza o conhecimento de v rios profissionais para atingir diversos objetivos est ticos e art sticos na anima o estilistas fot grafos core grafos atores artistas pl sticos e muitos outros contribuem para a constru o da ilus o do movimento A intera o entre artistas expertises e trabalho coletivo algo comum na produ o de anima o Como afirma Ted
182. com detalhes os modos de produ o de cada realizador e suas diferentes t cnicas T tulo J uro Que Vi Lendas Brasileiras adultos e crian as na cria o de desenhos animados Autor Solange Jobim Maria Cec lia Morais Pires e Fernanda Hamann Editora MULTIRIO Ano de publica o 2004 Pa s Brasil No mesmo ano a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro atrav s da MULTIRIO Empresa Municipal de Multimeios Ltda Lan ou o livro Juro Que Vi Lendas Brasileiras adultos e crian as na cria o de desenhos 41 ver em Novos protagonistas p 41 ANIMATION NOW FREE D INSIDE Figura 33 Animation Now Figura 34 Ilustra es no livro Animation Now Figura 35 J uro Que Vi Curupira PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 46 animados O livro ricamente ilustrado com os desenhos de produ o das anima es produzidas pela MULTIRIO e documenta todo o processo de produ o dos curtas metragens de anima o Curupira lara e Boto produzidos pela empresa em parceria com as crian as da rede municipal de ensino A edi o bil ng e portugu s e ingl s e teve distribui o restrita T tulo Animag almanaque dos desenhos animados Autor Paulo Gustavo Pereira Editora Matrix Ano de publica o 2010 Pa s Brasil O livro um almanaque sobre as s ries de anima o veiculadas na televis o brasileira com dados e curiosidades sobre cada produ o Em 2011 a edi
183. como animadora de quadro chaves em Tromba Trem da produtora COPA Studio uma das ganhadoras do AnimaTV Assim sendo espero que comecemos a ver mais publica es em portugu s enriquecendo nossa bibliografia Que os lan amentos de livros sobre anima es se tornem t o corriqueiros que deixem de causar admira o entre profissionais e amadores De qualquer forma os animadores brasileiros agradecem t Ver em Exce es p 51 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 3 A anima o e seu duplo Penso que ao falar de anima o f cil deixar se perder pelos in meros desdobramentos contidos na t cnica e na linguagem da anima o o desenvolvimento da t cnica o relacionamento da anima o com o cinema as particularidades das t cnicas mais artesanais comparadas s t cnicas digitais a organiza o da produ o e do mercado de anima o as rela es entre a ind stria de anima o e a anima o autoral a anima o experimental a produ o brasileira o curta metragem dentre outros assuntos Assim utilizo a forma dos duplos para conduzir e organizar o pensamento O duplo pode ter o sentido de duplicado de c pia e ainda de s sia de substituto O duplo igualmente pode representar parceria e oposi o E a dan a dos significados do duplo que conduz o cap tulo e seus sub cap tulos Relaciono a anima o ao cinema de filmagem ao vivo e o trabalho m o m quina computador no processo d
184. consegue ter uma id ia de quanta gente j PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 198 experimentou anima o nos v rios cantos do Brasil e uma anima o autoral porque as vezes o cara vai em um est dio est certo formar pessoas para a ind stria tamb m mas a pessoa n o est se expressando quando est l est o apenas copiando o Pateta fazendo um portf lio para um est dio est s com uma vis o de emprego Na verdade essas escolas quase que s formam pe es para a anima o WL Por outro lado existem escolas parecidas com as nossas T m v rias que tamb m seguem essa filosofia O padr o norte americano influenciou muito a anima o mundial animar um personagem j pronto mas a ess ncia da anima o outra Ele desconhece os antigos europeus a Lotte Reiniger Walter Ruttmann Viking Eggeling s o os abstratos a anima o que vinha de movimentos art sticos o filme cubista o filme expressionista impressionista isso tudo poss vel de realizar E se realizou s que ele desconheceu Quando vem esse padr o americano parece que matou tudo Ent o todas as escolas que t m mais ou menos a nossa filosofia de trabalho a escola da B lgica da Fran a de Portugal essas escolas foram massacradas E uma luta meio ingl ria mas afinal de contas s o 37 anos que estamos a com essa filosofia LR O Brasil por ser um pa s perif rico importa tecnologia e equipamento de fora para produzir c
185. de computa o gr fica em 3D apresentara uma anima o t o fluida sutil e elegante aos personagens Lasseter apenas havia aplicado os conceitos da anima o em papel na anima o em 3D O software inovador na verdade eram os doze princ pios da anima o que todo animador tradicional conhecia CHONG 2011 p 73 importante destacar as diferen as entre os m todos da ind stria e da anima o autoral no uso da t cnica quadro a quadro em papel A primeira pioriza o m todo de anima o por posi o chave e a segunda a anima o direta A anima o por chaveamento divide o trabalho da anima o entre v rios animadores se constitui por um animador chave ou principal que desenha as poses principais key frames extremos extremes e quebras do movimento breakdowns e v rios animadores assistentes ou intervaladores que desenham as poses intermedi rias nos intervalos entre as chaves inbetweens A anima o por posi o chave preferida pelos est dios pois mais produzida para ser usada somente em sua sequ ncia O planejamento da anima o limitada evita ao m ximo cenas de a o j a anima o total baseada na a o Os animadores da Disney consideravam a anima o limitada her tica Figura 71 Os Flintstones Figura 72 Luxo Jr PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 90 ordenada r pida f cil de planejar e econ mica No entanto um trabalho mais repetitivo e mon to
186. de uma hist ria completa perante um p blico grande numa tela de tamanho fora do comum mais antiga que o pr prio cinemat grafo pois em 2012 o Teatro tico de Emile Reynaud completar 120 anos RUSSET amp STARR 1988 p 32 Por enquanto ainda n o se anuncia o in cio de atividades da escola t cnica de anima o dos desdobramentos do conv nio Brasil Cuba do apoio aos coletivos criativos ou da retomada ou re estrutura o do Proanima o Segundo a Ata da ltima reuni o entre representantes da SAv e da ABCA fica claro o foco na ind stria com discuss es sobre o andamento do AnimaTV e poss veis novas edi es do programa amplia o da grade para os produtos do AnimaTV na televis o aberta e amplia o de investimentos na cadeia de produ o comercial atrav s de financiamento do BNDES Pouco se fala no fomento a produ o autoral e de curtas de anima o apenas nos editais gerais da Sav Sobre o CTAv h a perspectiva de cursos e laborat rios pontuais de anima o e uma poss vel reaproxima o do CTAv com o NFB atrav s do Programa Hot House resid ncia art stica de 4 meses no NFB al m de uma bolsa de estudos atrav s da CAPES nos Estados Unidos da Am rica Tudo muito aqu m da sonhada escola de anima o brasileira TAVARES 2011 s n Ser que os animadores brasileiros ter o o que comemorar no anivers rio de 120 anos de sua pr tica PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 5 Con
187. dentificar lacunas diverg ncias e converg ncias de conte do Tamb m pretendo assim entender como essas publica es influenciam na produ o nacional de anima o Listo em seguida os limites do meu recorte indicando o que n o foi por mim considerado para essa disserta o 1 Teses e disserta es que abordam o campo da anima o n o participam dessa listagem pois a pesquisa est relacionada pratica editorial ou seja publica es lan adas no mercado editorial sejam elas pertencentes ao cat logo de grandes editoras ou a pequenas tiragens independentes 2 N o incluo nessa amostragem a analise de livros sobre arte sequencial e quadrinhos cinema comunica o jogos eletr nicos e inform tica Apesar de muitas vezes esses conte dos se misturarem o objeto escolhido s o os livros com foco na anima o sua hist ria e t cnica salvo alguma exce o devidamente justificada Da mesma forma livros que abordam anima o apenas como t picos ou em alguns cap tulos n o fazem parte desse invent rio 3 As publica es que abordam a anima o japonesa doga ou anime tamb m n o fazem parte dessa amostragem A anima o japonesa hoje com uma imensa produ o amealhou aficionados por todo o mundo organizados em comunidades de otakus que cultuam a estil stica e personagens dos anime e na maioria das vezes n o se interessam por outras obras de anima o fora desse universo No entender do pesquisador o
188. do S o manuais que explicam passo a passo as t cnicas de anima o contendo desenhos esquem ticos descrevendo quadro a quadro o processo de se animar caminhadas corrida sincronia labial acelera o e desacelera o movimentos em curva e etc T tulo A Arte da Anima o Autor Raquel Coelho Editora Formato E ditorial Ano de publica o 2000 Pa s Brasil A Formato Editorial em Minas Gerais publicou o livro A Arte da Anima o de Raquel Coelho destinada a crian as O livro faz parte da cole o No Caminho das Artes de leitura f cil e agradavelmente ilustrado com bonecos explicando o processo de anima o 4 ver linha do tempo Anexo p 170 Timing em Anima o Figura 25 Timing em Anima o Figura 26 A Arte da Anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 42 T tulo Aprenda a Desenhar Cartoons para Produ o com Anima o e Computadores Autor Ricardo Piologo e Rodrigo Piologo Editora Axcel Books Ano de publica o 2004 Pa s Brasil T tulo Flash Animado com os Irm os Piologo Autor Ricardo Piologo e Rodrigo Piologo Editora Axcel Books Ano de publica o 2009 Pa s Brasil Esses dois livros s o de autoria dos irm os Ricardo Piologo e Rodrigo Piologo seu conte do replica a produ o dos irm os para o s tio Mundo Canibal muito popular entre adolescentes e nerds S o manuais que explicam o estilo Figura 27 Personagem dos do desenho
189. do Movimento do Xavier J os Maria Xavier animador portugu s nesse texto que est a frase citada por Lazaretti na resposta sobre os doze princ pios PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 201 O animador brasileiro precisa ter mais amplid o no seu conhecimento ficam muito fechados nessa quest o da produ o as s ries brasileiras na minha opini o s o estressantes demais E muito longo aquele formato para produzir Anima TV 13 epis dios de 11 minutos o que prejudica o conte do dessas s ries no lugar de se produzir uma coisa boa de pouca dura o se produz uma coisa ruim de longa dura o E muito prejudicial para a crian a eu acho MS Tem alguns livros que queria citar um para se ter contato com a diversidade das t cnicas aquele livro do J ohn Halas A T cnica da Anima o Cinematogr fica de J ohn Halas e Roger Manvell uma edi o da Embrafilme muito legal n o sei porque nunca reeditaram o livro Ele se aprofundava mesmo nas t cnicas Para conhecer anima o brasileira A Experi ncia Brasileira No Cinema de Anima o do Antonio Moreno E Po tica do Movimento do Xavier foi editado na MONSTRA de Lisboa h uns quatro ou cinco anos atr s WL A Papirus editora de Campinas estava interessada em publicar mas n o foi para a frente MS Quando eu li esse livro muita coisa eu j tinha experimentado encontrei afinidades com ele e me aperfei oei Minha inspira o M rio Quinta
190. do em entrevista no Anima Business durante o Anima Mundi no Centro Cultural Banco do Brasil em 21 de julho de 2010 na cidade do Rio de J aneiro Posteriormente foi publicado pelo Anima Mundi um resumo dessa palestra A tradu o da frase nesse resumo um pouco diferente mas cont m o mesmo sentido da tradu o feita pelo pesquisador Eu estava voltando a pintar n o queria mais dar aula queria ser realmente um artista Fui a um festival de anima o como o Anima Mundi e tive um insight isso que quero fazer Eram filmes independentes estilos diferentes realmente isso que eu adoro na anima o A ironia que eu acabei trabalhando com a televis o mas realmente o que eu gosto de filmes de festival PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 102 O que a frase de Hilllenburg pode nos dizer Ser apenas ret rica para agradar um p blico formado por produtores de anima o realizadores de curtas e animadores Hillenburg estudou no Calif rnia Institute of the Arts CalArts fundada por Walt Disney onde concluiu em 1992 o mestrado em anima o experimental onde a anima o tratada como arte Acho que a coisa mais importante sobre a CalArts que eles nos ensinavam a seguir as pr prias ideias n o fazer o que os outros estavam fazendo Isso realmente muito importante Continuando voc aprendia a fazer o seu pr prio filme sem delegar que o que voc acaba fazendo na televis
191. do os pap is dos protagonistas os porquinhos como vil es e o Lobo como mocinho Em consequ ncia dessa produ o abracei a anima o como minha arte e profiss o O interessante dessa aventura cinematogr fica que eu n o tinha consci ncia exata do que estava fazendo Na minha cabe a estava entrando para a mundialmente famosa ind stria da anima o Meus modelos est ticos e refer ncias eram os seriados animados que via quando crian a na televis o Hanna Barbera Warner Brodres UPA Disney e dois pequenos livretos em ingl s How to Animate Film Cartoons 1990 e How to Draw Cartoon Animation 1980 de Preston Bair animador que passou pelos est dios Disney MGM e Hanna Barbera que achei em uma papelaria misturados a manuais de pintura e artesanato Acredito que muitos animadores da minha gera o passaram por experi ncias parecidas N o t nhamos uma EM BUSCA DA COR de Telmo Carvalho 2002 dura o 13 mim Sinopse A procura da t cnica e das cores perfeitas um artista acaba se deparando com a decad ncia e a ang stia A Truca usada para fotografar os diversos planos de folhas de acetato sobrepostas Ela constitu da por uma mesa m vel e uma c mera de cinema 35mm ou 16mm suspensa paralelamente mesa Na truca poss vel animar os movimentos de c mera quadro a quadro O registro ou peg bar consiste de uma r gua com dois ou tr s pinos Nesses pinos se encaixam as folhas de anima o que s o
192. do profissional e do p blico bem como um essencial instrumento de investiga o de novos caminhos t cnicos e est ticos da pr tica da anima o ao mesmo tempo revitalizador e preservador dessas mesmas t cnicas e est ticas 16 viragem adotada aqui no sentido de altera o brusca de um estado ou condi o para outro Guinada reviravolta mudan a muta o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 21 Contextualizando esse ponto de viragem da anima o nacional e relacionando essa mudan a com a relev ncia do curta autoral e experimental de anima o no pa s Magalh es afirma Ultimamente o foco da aten o para a anima o tem se voltado para a conquista do mercado brasileiro de s ries de TV e longas para cinema fato indiscutivelmente importante hist rica e estrategicamente medida que este mercado se estabelece e ainda h muito caminho a percorrer vai se evidenciando cada vez mais a necessidade destes laborat rios de novas possibilidades O importante que esta voca o de pesquisa natural e intuitiva na arte da anima o n o se deixe perder na ambi o estreita de atender ao que o mercado come a a determinar pelo simples e c modo v cio da repeti o Pois a hist ria mostra que os mercados mais s lidos e frutuosos foram conquistados com inova o e esta uma li o que no que diz respeito aos animadores apesar de sua voca o natural precisa sempre ser renovada Ibid
193. dores hoje lend rios estavam em atividade o pr prio Norman MacLaren estava terminando seu ltimo filme Foi um impacto enorme isso tudo se traduziu no filme que fiz l o Animando um filme que tem muito entusiasmo pela anima o a id ia era passar isso tudo para os espectadores O fato de eu estar l uma bolsa bem sucedida o pr mio em Cannes tamb m a Embrafilme que foi a patrocinadora dos dois eventos eles perceberam que tinha um caminho para a anima o aqui no Brasil Estavam costurando j institucionalmente um acordo com o NFB para trazer uma experi ncia parecida para o Brasil Quando esse acordo realmente saiu em 1985 eles me chamaram para ser diretor do n cleo de anima o Eu pude conceber a estrutura do projeto junto com os canadenses o Carlos Augusto Machado Calil diretor da Embrafilme de 1979 a 1986 me deu liberdade para fazer do jeito que eu achava que ia funcionar A estrat gia foi realmente procurar os animadores pescar os animadores n s sabemos que os animadores n o s o pessoas extrovertidas risos que saem se apresentando e eu sabia que eles estavam espalhados por todo o Brasil Eu tinha consci ncia de que essa onda do super 8 tinha deixado v rios talentos a procura de uma oportunidade Eu fiz uma excurs o pelo Brasil levando uma palestra com os filmes do Norman MacLaren e com os meus filmes falando do tipo de anima o que quer amos desenvolver e procurando candidatos a vir passar
194. du o de anima o quadro a quadro em papel e outras t cnicas de anima o e etc O livro apesar da dist ncia tecnol gica ainda muito til e cont m informa es muito relevantes para o animador No Ap ndice encontra se um sub cap tulo sobre o futuro da anima o O estilo de grafismo e anima o do est dio Halas amp Batchelot foi bastante influenciado pelos est dios Disney e posteriormente tamb m pela UPA Os dois livros editados pela EMBRAFILME s o muito importantes para o estudo de anima o no Brasil Eles s o Figura 18 A T cnica da Anima o Cinematogr fica PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 37 recorrentemente citados em teses disserta es artigos acad micos e tamb m em livros posteriormente lan ados no pa s Depois dos livros editados com apoio da EMBRAFILME temos um longo per odo de 17 anos sem lan amentos at o ano de 1996 com a publica o de dois livros Pela editora Gera o O Mundo de Disney 1996 e pela FDE Colet nea Li es com Cinema Vol 4 Anima o 1996 A Funda o Para o Desenvolvimento da Educa o FDE publicou entre os anos de 1988 e 1997 especificamente destinado aos professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de S o Paulo v rios textos de apoio para o uso do cinema em salas de aulas Dentre as centenas de t tulos publicados na s rie Apontamentos alguns exemplares foram dedicados anima o As Aventuras de Peter Pan P
195. dustrial tem como objetivo a produ o em massa atender s necessidades do mercado em grande escala e eficientemente gerando lucro para seus promotores A estrutura de produ o extremamente r gida e gigantesca com divis o de trabalho em linha de montagem taylorismo terceiriza o de partes da produ o e o emprego sistem tico de anima o feita em computa o gr fica em 3D ou vetor Existem est dios que ainda trabalham com a anima o em papel quadro a quadro mas se torna cada vez mais raro o uso das t cnicas tradicionais na ind stria Ainda que empregue nos quadros de funcion rios t cnicos competent ssimos e artistas esses trabalham em fun o das diretrizes da empresa A ind stria investe em inova es tecnol gicas e de linguagem por motivos de concorr ncia No entanto esse investimento aplicado produ o comercial de forma extremamente conservadora Predominantemente s o modelos de produ o padronizados e repetidos a exaust o que abastecem o mercado O formato preferencial da ind stria de anima o o longa metragem cinematogr fico ou a s rie animada para a televis o Por m separar em universos estanques a ind stria e o autoral impratic vel No mundo da p s modernidade esses conceitos se completam e se embaralham E claro que o underground e o mainstream tem suas particularidades mas esses conceitos n o s o t o r gidos Como afirma J ean Fran ois Lyotard Hoje sabemos que o l
196. e escassez de publica o de livros sobre anima o no Brasil encarada pelos animadores como um problema estrutural que prejudica o campo da anima o como um todo Como pode ser visto entre os anos 2000 e 2011 foram publicados tr s vezes mais livros sobre anima o no Brasil atualmente do que nos quarenta anos anteriores acompanhando lado a lado a amplia o da produ o de anima o no pa s Hoje tanto o animador profissional como o amador tem acesso a um diversificado n mero de publica es Entre os anos 2002 e 2011 foram lan adas pelo menos uma publica o ao ano culminando em 2011 com o lan amento de 6 novos t tulos Por outro lado entre os anos 70 e 90 houve um intervalo de 17 anos sem novos lan amentos na ind stria editorial brasileira 1979 1996 Esse per odo compreende o reflexo negativo na produ o nacional de cinema com o fechamento da EMBRAFILME e a mudan a tecnol gica da produ o de anima o que migrou da plataforma anal gica para a digital Se o n mero de publica es em que a anima o a principal mat ria n o o ideal sem d vida houve um incremento no n mero de publica es No entanto apesar de publica es importantes as necessidades do mercado editorial n o acompanham as demandas do campo da anima o Ainda se depende de a es do poder p blico para se publicar livros sobre anima o Publica es isoladas como Juro Que vi Lendas Brasileiras adultos e cria
197. e ou se a investir em s ries e abandonaram os outros investimentos isso n o legal Espero que se corrija isso Gosto de lembrar de um palestra que assisti do Koji Yamamura animador experimental japon s h alguns anos atr s no Anima Mundi ele um animador marginal no Jap o faz uma anima o fora da ind stria Ele tem muito menos dificuldade em exercitar sua anima o marginal e experimental porque no Jap o existe uma ind stria muito forte ele est sombra de uma ind stria muito forte Ent o talvez seja legal se formar uma ind stria forte para que os marginais brasileiros entre os quais nos inclu mos possam ter menos dificuldades na hora de produzir Agora o Estado n o pode s investir na ind stria deveria se encontrar uma forma de tamb m se investir PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 206 incluindo leis de incentivo e capta o de dinheiro no mercado na anima o criativa n o comercial WL Existem exemplos como o NFB do Canad um rg o pol tico faz muita propaganda mas diversificou a anima o e conhecemos muita anima o por causa deles A escola de Zagreb na antiga lugosl via atual capital da Cro cia antigamente era estatal hoje n o sei mais nem sei qual governo cuida hoje daquilo l a escola polonesa a russa eles investiram n o apenas em um nico estilo diversificaram as t cnicas acho que no Canad at mais uma parte inglesa e outra francesa uma parte mais
198. e professores da rede p blica de ensino do Rio de Janeiro Introduzindo professores e crian as na linguagem de anima o e nas t cnicas artesanais Marcos Magalh es foi coordenador do Curso de Especializa o em Anima o da PUC Rio Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro Mestre em Design e professor de anima o do Departamento de Design da mesma institui o Talvez seja um dos profissionais com vis o mais ampla sobre anima o como t cnica e linguagem no Brasil devido ao seu envolvimento direto com institui es que foram fundamentais para o amadurecimento da anima o no Brasil CTAv e Anima Mundi sua atua o como educador PUC Rio e Anima Escola e na produ o autoral de curtas Humberto Avelar 46 anos Animador e diretor de anima o come ou a descobrir a anima o ainda crian a criando produ es caseiras em Super 8 Posteriormente quando cursava cinema na UFF Universidade Federal Fluminense conheceu atrav s do Prof Ant nio Moreno o animador Arthuro Uranga que o levou para trabalhar em seu est dio produzindo pe as publicit rias Avelar atravessou todo o processo de mudan a tecnol gica do audiovisual brasileiro da matriz anal gica digital trabalhando como animador Aprendeu a t cnica na pr tica em uma poca em que o produ o publicit ria era baseada na anima o quadro a quadro em papel Posteriormente dirigiu a equipe de animadores da MULTI Rio que realizou a
199. e tem esse poder PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 194 de ser o essencial da linguagem cinematogr fica S que os animadores n o est o muito preocupados com isso n o pensam dessa forma E quem pensa dessa forma no poder tamb m sente um pouco essa falta de controle Ent o no dia em que aparecer algu m capaz de unir esses dois mundos N o tem que ser Proanima o tem que ser Proaudiovisual E o audiovisual come a com a anima o o que a crian a assiste onde a pessoa se educa para o audiovisual onde se consegue manipular melhor a linguagem audiovisual onde se planeja se faz storyboard se estuda a fundo a sequ ncia das imagens que formam o movimento onde se estuda a l gica dessas imagens e onde se domina tudo isso Acho que nos Estados Unidos na ind stria americana existe essa compreens o os grandes est dios sabem que a anima o muito estrat gica e conseguem conciliar isso tudo Aqui ainda existe um certo medo desse poder latente da anima o E preciso que se d um jeito de se harmonizar isso no Brasil LR Obrigado pela entrevista Alguma palavra final Quer dizer mais alguma coisa MM Acho que eu j falei at demais risos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 195 Anexo IV Transcri o entrevista Wilson Lazarettie Maur cio S quarisi Data 11 12 2011 Hora 13hs Local Cine SESC Rua Augusta 2075 Consola o S o Paulo SP Leonardo Ribeiro
200. e anima o nacional apta a fornecer obras com capacidade de inser o nos mercados nacional e internacional Mudar o panorama do mercado brasileiro de anima o de elevado consumo do produto estrangeiro em contraste a quase aus ncia da produ o brasileira nos principais segmentos do mercado salas de cinema programa o televisiva internet telefonia m vel e jogos eletr nicos pretendendo ocupar 25 desse mercado em dez anos visando ao longo prazo a progressiva sustentabilidade da industria de anima o nacional DA RIN amp RUIZ 2009 p 4 Leite critica esse modelo que considera megal mano e diz n o acreditar na efici ncia do programa para criar uma ind stria ou mercado que n o est estabelecido J Avelar v com bons olhos Temos que abra ar tudo que for nesse momento favor vel a anima o Penso que todas as iniciativas t m seus pr s e contras mas tudo que vem em favor da anima o no momento temos que abra ar porque estamos em um momento de aprendizado existem iniciativas que as pessoas ap iam ou criticam todas t m seus problemas mas temos que abra ar AVELAR trecho de entrevista com o pesquisador em 08 12 2011 Interessante que apesar de ser um programa focado na anima o e que interfere diretamente na produ o de anima o no pa s os entrevistados de um modo geral mostraram um desconhecimento do conte do do programa sendo preciso ao pesquisador introduzir detalhes do mesmo afim
201. e bonecos animados Era Drag ozinho Manso realizado em 1942 com fotografia e montagem de Humberto Mauro e Manoel P Ribeiro quando trabalhava para o ex INCE Tinha 18 minutos e era destinado ao p blico infantil Moreno 1978 p 75 Por outro lado Humberto Mauro em A Velha a Fiar de 1964 produzido no INCE imagens gravadas ao vivo dividem espa o com a manipula o de bonecos com fios e uma montagem ousada onde as cenas aparecem em Figura 17 A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 36 sincronia com a m sica No filme em uma pequena cena um pau se move sozinho acredito que essa cena foi produzida em stop motion ou seja animado quadro a quadro Drag ozinho Manso mesmo sem anima o quadro a quadro possui elementos comuns ao filme de anima o comercial como o uso de bonecos tem tica fant stica e produ o voltada para o p blico infantil Dessa maneira Drag ozinho Manso se constitui como um intermediador entre a linguagem da anima o e o filme feito ao vivo mas de fato n o anima o A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o o nico livro publicado no Brasil exclusivamente sobre hist ria da anima o brasileira e amplamente citado por animadores como fonte de informa o sobre a produ o do passado T tulo A T cnica da Anima o Cinematogr fica Autor J ohn Halas e Roger Manvell Editora Civiliza o Brasile
202. e caminhada de Sergi C mara Figura 32 Esquema de caminhada de Richard Williams Figura 33 Animation Now Figura 34 Ilustra es no livro Animation Now Figura 35 Juro Que Vi Curupira Figura 36 Diagrama o do livro Stop motion Figura 37 O Cinema de Anima o Figura 38 Castelo da Disney Figura 39 Os Segredos dos Roteiros da Disney Figura 40 Walt Disney Figura 41 Rickey Rat Figura 42 Shenzhen Figura 43 The Animator s Survival Kit Figura 44 Teatro ptico Figura 45 Fotogramas 35mm Figura 46 Zootr pio Figura 47 Fenaquitosc pio Figura 48 Pel cula desenhada utilizada no Teatro ptico Figura 49 MacLaren pintando diretamente na pel cula Figura 50 Folha desenhada por MacCay Figura 51 Anima o em acetato Figura 52 O cen rio e o personagem Figura 53 Ao animar Homer Simpson Figura 54 O ator contracena com Hulk Figura 55 Est dio de anima o tradicional Figura 56 Est dio de anima o digital Figura 57 mile Cohl Figura 58 Winsor MacCay Figura 59 Personagem em 3D Figura 60 Bill Plympton Figura 61 Paul Driessen Figura 62 Est dio caseiro de anima o 43 44 44 45 45 45 47 47 48 49 49 52 52 57 60 61 62 62 65 66 67 68 69 69 70 80 80 81 81 81 81 81 82 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Figura 63 Little Nemo Figura 64 2D or not 2D Figura 65 Est dio de anima o Figura 66 Flatword
203. e corre um risco de pasteurizar essa linguagem ou essa est tica brasileira MM Se corre esse risco mas acho que tem a pr pria internet com esse compartilhamento onde pessoas v o se reunindo em grupos que t m afinidades est ticas e tamb m os festivais por exemplo o Anima Mundi que uma boa janela que mostrou que existe um p blico que existe alguma coisa em comum entre esses filmes t o diversos No entanto o mercado vai ser sempre meio bvio vejo coisas acontecendo no mercado realmente muito ruins risos pausa longa O mercado estamos vivendo no capitalismo estamos em um pa s capitalista em um mundo predominantemente capitalista dizem que est em transforma o vamos acreditar nisso Mas realmente est havendo uma transforma o de como o capitalismo se comporta a distribui o de conte dos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 192 como a que est acontecendo na m sica o artista n o precisar mais de uma gravadora pessoas comprando a m sica no meio digital isso tamb m est acontecendo com qualquer conte do Isso um grande est mulo para quem quer fazer alguma coisa diferente do bvio do mercado consiga colocar seu trabalho prova e colher os ganhos disso Isso est acontecendo isso verdade O mercado est se adaptando as tev s procuraram anima es brasileiras com conte do bem melhor do que atualmente as televis es se dispunham a produzir ou comprar Acho que teve u
204. e dos dois Isso legal MS O problema que isso fica s no Rio Olha s acabamos de trabalhar na Amaz nia agora no final de outubro E l que fomos entender o que o tal do custo Amaz nia Tudo l custa muito mais caro se movimentar muito mais caro n o t m estradas precisa de se viajar pelo rio Imagina um cara sair do interior do Par para ir a um curso no Rio de J aneiro E car ssimo isso e n o s caro em dinheiro Luz para Todos e Anima o para Todos tamb m risos LR_ Voc s acreditam na viabilidade do curta como matriz de aprendizado e forma o profissional MS risos Sim Ali s o mais importante para o animador n o s a escola ele tem que estar fazendo o seu curta Se ele fizer uma s rie de cursos um tr s do outro se ele n o fizer o curta dele ele nunca vai aprender Ele tem que estar experimentando no pr prio curta WL Os grandes profissionais de anima o n o ficaram s estudando anima o sem produzir nada LR O trabalho experimental aproveitado na produ o comercial brasileira WL Acho que sim A pesquisa que se faz todo filme que se faz serve para alguma coisa Por exemplo eu sempre aprendi com meus filmes tem hora que eu odeio tem hora que eu amo tem hora que eu acho que est de mais tem hora que eu acho que est de menos n o tenho uma rela o fixa com eles Isso importante pois aprendemos tamb m vendo o filme dos outros MS Poderia ser muito
205. e era uma equipe mais enxuta que resolvia tudo isso mais recente uma pessoa especializada em roteiro intervir em um filme de anima o Tudo isso faz a coisa melhorar claro LR Como voc s v em os processos que levaram a anima o brasileira ao momento atual em que vemos um significativo crescimento da produ o nacional e da incrementa o do fomento e incentivo produ o comercial de anima o S rie e longa e quais resultados esperam para o futuro se essas pol ticas forem implementadas WL Na verdade acho esse modelo de investimento prejudicial Sobre o AnimaTV Para a crian a eu acho estressante demais deix las assistindo 56 cap tulos de 11 minutos durante um ano de um produto que massacrante com planos mirabolantes que n o contam nada E igual ao Cassino do Chacrinha um cara sem conte do era um comunicador mas n o tinha nada para comunicar Se as s ries fossem mais curtas e com mais conte do seria muito melhor Porque tem que seguir esse modelo Acho que nem todos os pa ses compram o pa s que tem preocupa o com suas crian as n o vai comprar uma s rie assim Quem quiser pode me contestar mas um pa s onde as crian as s o mais bem tratadas como na Dinamarca na Su cia Alemanha talvez as crian as v o ter um outro tipo de anima o para assistir um produto mais elaborado mais calmo n o essa coisa irritante aquelas vozinhas chatas que tem por a Porque se faz isso A crian a
206. e est o por tr s de todos os aparelhos que o cercam cotidianamente E tamb m que o trabalho humano est cada vez mais desvalorizado e alienado na conjuntura p s industrial Em geral n o compreendemos o funcionamento das m quinas com as quais lidamos em casa ou no emprego O oper rio n o domina a l gica dos mecanismos com os quais tem de trabalhar nem compreende o texto cient fico a ele subjacente Aquilo que realiza j n o sequer trabalho no sentido tradicional do termo uma vez que este exercido pelo conjunto de m quinas que integra o dispositivo de produ o e do qual ele constitui uma parte necess ria mas cada vez menos fundamental GRA A 2006 p 209 Flusser aprofunda essa impress o e explica mais detalhadamente como se d a rela o entre o homem e os aparelhos em que posi o da engrenagem e fun o o homem acha se no momento Aparelho brinquedo e n o instrumento no sentido tradicional E o homem que manipula n o trabalhador mas jogador n o mais homo faber mas homo ludens E tal homem n o brinca com seu brinquedo mas contra ele Procura esgotar lhe o programa Por assim dizer penetra o aparelho a fim de descobrir lhe as manhas De maneira que o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 74 funcion rio n o se encontra cercado de instrumentos como o artes o pr industrial nem est submisso m quina como prolet rio industrial mas encontra se no interior do ap
207. e fala de quest es que est o mais pr ximas s artes pl sticas do que anima o Apesar de teoricamente aprofundado desenvolveu seu trabalho tamb m na pr tica experimentando nos curtas que produziu conceitos mais pr ximos v deo arte desfragmenta o da narrativa desvincula o entre imagem e som e obra conceitual O problema da anima o por exemplo eu descobri a anima o nesse curso da UFMG mas eu n o sou desenhista nunca fui desenhista nunca fui Descobri a anima o E agora Eu vi que isso causa um pequeno desconforto para quem trabalha com a t cnica para quem desenha muito bem para quem faz desenho animado isso uma invas o Mas eu descobri que na anima o se pode tamb m o outro lado n o precisa necessariamente estar ali desenhando Mas o Disney percebeu isso tem certas pessoas que desenham melhor porque perder tempo desenhando se posso perder meu tempo criando e criando novas formas LEITE Wilson Lazarette come ou em uma oficina de cinema experimentou anima o em Super 8 se formou como t cnico em mec nica e criou o NCAC N cleo de Cinema de Anima o de Campinas onde produz curtas autorais fabrica equipamentos para produ o de anima o artesanal e ministra oficinas seguidor de uma anima o desvinculada industria e livre de padr es E admirador de Norman MacLaren e visitou os est dios do NFB National Film Board of Canada Maur cio Squarisi come ou n
208. e filmagem truca cinematogr fica para sombra chinesa e recortes tudo isso fazemos MS Tem uma leitura que percebo nisso vejo pelas encomendas que o Wilson recebe tem encomendas de Rond nia de Pelotas no Brasil inteiro Uma coisa importante que se est desenhando em papel quem comprou uma caixa de luz vai desenhar em papel No Brasil todo est se produzindo muito cada vez mais de lugares inimagin veis s vezes chegam pedidos de 40 mesas 30 Para escolas E est o investindo em papel o que rebate um pouco essa coisa de dizer de que agora para frente s tablet quem n o for digital n o vai conseguir produzir mentira N o s a gente o Haroldo Guimar es GHN est dio que forma animadores para trabalhar no mercado e faz trabalho de intervala o para Disney e outros est dios nosso colega que PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 199 come ou l no N cleo ele fez o ltimo filme da Disney aqui em S o Paulo ele ia ao aeroporto buscar carrinhos e carrinhos de papel que vinham da Disney para dar continuidade ao trabalho risos percebemos isso o papel ainda tem uma vida muito longa LR Ent o voc s acreditam que a anima o quadro a quadro em papel ou melhor a t cnica tradicional ainda importante MS Sim Com certeza WL Sim claro LR Como v em a rela o dela com o meio digital WL Usamos sempre aquilo que mais pr tico quando se tem a ess ncia da anima o se tra
209. e produ o de anima o e os desenrolamentos dessas duplicidades 3 1 A anima o e o cinema de filmagem ao vivo O cinema de anima o antes de mais cinema S bastien Denis A anima o e o cinema se aproximam ou se distanciam em suas semelhan as e diferen as S o linguagens an logas e ao mesmo tempo divergentes Nesses in meros encadeamentos interessa me mais precisamente tr s variedades de conex es entre elas Primeiramente o confronto entre a inven o do Teatro ptico de Emile Reynaud na opini o do pesquisador dispositivo inaugural da anima o e do espet culo audiovisual e o Cinemat grafo aparelho inventado pelos irm os Auguste e Louis Lumi re considerado por grande parte da teoria cinematogr fica o dispositivo primeiro do cinema Em seguida a apropria o do cinemat grafo pelos animadores como dispositivo para a produ o de anima o e a diferen a entre o modo como o dispositivo utilizado por animadores e cineastas Por ltimo a influ ncia da linguagem cinematogr fica no cinema de anima o Muitos pesquisadores entendem a anima o como uma pr tica milenar e associam a anima o quadro a quadro ou ainda o cinema s tentativas de representa o Figura 44 Teatro ptico PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 61 do movimento por civiliza es antigas e at mesmo entre os homens primitivos Richard Williams em The Animator s Survival Kit 2001 mostra ex
210. eiro que se fazia antigamente porque antes tinha que ter acetato e um monte de coisas o cara fez em casa hoje o cara sic tem tudo para fazer Tem tudo s ter talento e d para fazer vi vel ROSARIA Figura 99 Tromba Trem PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 130 Leite tamb m v um salto de qualidade nos curtas de anima o Vejo uma melhora muito clara muito estridente Dos trabalhos que vi no MUMIA tem muitos trabalhos brasileiros em n vel de excel ncia igual a trabalhos de qualquer lugar do mundo L fora se t m um super equipamento e aqui terceiro mundo lutando contra tudo se consegue fazer coisas muito interessantes Tem muita gente muito interessante a anima o brasileira est cada vez mais se desenvolvendo novas pessoas surgindo essa gera o mais nova que j nasceu com o youtube est vindo com for a total com mil id ias o que antes era imposs vel fazer hoje f cil fazer Figura 100 De J anela Para o LEITE cinema No entanto apesar de falar em uma nova gera o quando cita trabalhos de qualidade Leite aponta para curtas de realizadores mais experientes Se pegarmos qualitativamente fazer um recorte da produ o dos anos 2000 se agruparmos a produ o de 2001 at hoje tem muita anima o boa Eu posso citar de cabe a para voc vamos come ar em 2000 De Janela Para o Cinema do Qui Rodrigues Almas Em Chamas do Arnaldo Galv o O
211. el A imagem ainda n o tem esse status a imagem ainda est muito sob suspeita a gente v a imagem e diz Isso n o verdade Isto o efeito da pr pria dissemina o da ilus o do movimento que t o grande que n s a vemos mais como ilus o e n o como uma coisa que fa a parte Acho que o que est acontecendo que a ilus o est sendo reconhecida a ilus o est deixando de ser uma coisa pejorativa n s sabemos que estamos vivendo em um mundo ilus rio que n s constru mos nossas realidades cada um tem uma realidade Ent o essas teorias ajudam as pessoas a se unirem em torno da anima o acho interessante que isso aconte a um processo que est come ando a acontecer Eu pessoalmente tive poucas oportunidades de participar de discuss es sobre anima o ricas e continuadas espero que isso aconte a mais seria bacana LR Me parece que o animador se desenvolve mais na pr tica no desenho e n o est muito interessado em discutir o que ele est fazendo MM O animador n o gosta de discutir a priori a posteriori sim Falar do filme que voc fez da conclus o que voc chegou durante o processo de anima o Isso a eu nunca vi um animador que n o gostasse de falar sobre isso Agora voc tem raz o muito dif cil o animador explicar o que ele vai fazer antes de fazer Ele dizer Vou adotar esse partido estou seguindo essa teoria e minha anima o vai se basear nos princ pios de fulano e beltrano r
212. ela t cnica acaba sendo algo frustrante A capacidade do artista deve estar sintonizada com a obra e n o acima dela Carri re diz ser perigosa a id ia de que a t cnica o suficiente e de que o virtuosismo pode suplantar as id ias CARRIERE 1995 p 153 Quando o desenho animado parecia se repetir e a t cnica parecia estar consolidada surgiram rupturas estil sticas e novos caminhos se abriram para o mundo da anima o Por exemplo a cria o da anima o limitada pela UPA United Productions of America a cria o do m todo e estilo da anima o japonesa Anime ou cria o da Figura 67 Little Things PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 88 computa o gr fica em 3D Que hoje a t cnica dominante e inevitavelmente alcan ar a estagna o e tamb m ser suplantada por novos m todos t cnicas e estilos de anima o A t cnica tradicional atingiu seu auge durante a era de ouro da anima o norte americana per odo que abrange o aparecimento dos curtas de anima o sonoros no fim dos anos 20 at o advento da televis o em meados dos anos 60 Durante o per odo os Est dios Disney desenvolveram os doze princ pios da anima o regras de desenho do movimento que conferiam credibilidade anima o isto a ilus o de que personagens animados det m vida Os doze princ pios s o conhecidos pela seguinte terminologia 1 Squash and stretch comprimir e esticar 2 Antecipation
213. ele canto ao qual pertencem conforme a inten o inicial humana Gra as a cr ticas deste tipo que podemos esperar transcender o totalitarismo robotizante dos aparelhos que est em vias de se preparar N o ser negando a automaticidade dos aparelhos mas a encarando que podemos esperar a retomada do poder sobre os aparelhos FLUSSER 1985 p 75 6 Flusser entende que o cr tica especializada ao analisar uma fotografia deveria fazer as seguintes indaga es At que ponto conseguiu o fot grafo apropriar se da inten o do aparelho e submet la sua pr pria Que m todos utilizou ast cia viol ncia truques At que ponto conseguiu o aparelho apropriar se da inten o do fot grafo e desvi la para os prop sitos nele programados E Conclui As fotografias melhores seriam aquelas que evidenciam a vit ria da inten o do fot grafo sobre o aparelho a vit ria do homem sobre o aparelho Ibid p 48 9 Acredito ser justo fazer uma analogia boa fotografia de Flusser com a boa anima o Essa seria aquela em que o autor ou melhor o animador prevalecesse m quina Uma anima o na qual se percebesse Claramente a m o do artista e n o as facilidades e automatismos do programa de anima o Flusser tamb m cr que a nica exce o domina o do aparelho ao fot grafo a fot grafia experimental pois essa trabalha contra o aparelho H por m uma exce o os fot grafos assim
214. ele n o entregava todo o jogo ele falava das principais coisas mas n o falava dos intermeios das acelera es Ent o eu ia fazendo os key frames as intervala es filmava no Super 8 um teste ou outro geralmente funcionava assim O Super 8 era como o v deo cassete as pessoas filmavam festa de anivers rio no final sobrava alguns segundos e eu fazia uns testezinhos Eu notava que precisava de muito mais intermeios do que eu pensava eu comecei a tatear anima o por a comecei a fazer em casa no papel flipando e guardando Pensei em fazer com amigos cheguei a fazer um filminho com amigos em Super 8 tamb m garoto e fui acumulando desenhos em casa flipando e de vez em quando um testezinho em Super 8 Quando eu estava j na faculdade em 1985 mais ou menos conheci atrav s do Prof Ant nio Moreno que foi meu professor na faculdade de cinema da UFF o Arthuro Uranga Eu me inscrevi em cinema pois era o mais pr ximo da anima o Eu tive aulas com o Moreno e mostrei a ele alguns desenhos alguns testes que fazia em casa Ele disse que meu estilo era um pouco mais comercial Eu j gostava de um desenho um pouco disneyano apesar de Disney n o passar tanto na televis o passava mesmo era desenho comercial da Hanna amp Barbera da Warner e alguns desenhos japoneses j faziam sucesso Disney a gente s via no cinema ou em algum programa ou outro especial na televis o Ent o levei meus desenhos para o Moreno e
215. emos competir queremos entrar em um mercado que j tem estabelecido um formato Queremos ser competitivos logo aprendemos a fazer o formato estabelecido e come amos a imitar esse formato Os desenhos est o de um modo geral muito parecidos Isso um fato O design de anima o nos ltimos anos ficou muito repetitivo isso vis vel nos canais de anima o Existe um certo medo de se inventar coisas novas em fun o de O mercado assim Ent o na anima o brasileira que est crescendo eu vejo muito isso Vamos imitar Vamos fazer o melhor do que j existe Isso um perigo enorme O artista tem tomar muito cuidado com isso porque uma cilada facinha facinha sic de se cair Vamos fazer um Bob Esponja Vamos fazer um Bob gen rico s vezes o mercado vai para o gen rico Digimon Pok mon voc sente aquela coisa de mercado de gen rico que n o legal AVELAR Marcos Magalh es tamb m v perigo na standartiza o da produ o voltada para a ind stria mas acredita que dentro desse formato tamb m existe espa o para o trabalho de qualidade E que hoje muito importante Figura 97 Pok mon PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 128 a anima o brasileira estar ocupando um espa o que antes era fechado a ela a televis o s rie televisiva No entanto o mercado vai ser sempre meio bvio vejo coisas acontecendo no mercado realmente muito ruins risos
216. emplos milenares de representa es do movimento pelo homem como em pinturas rupestres feitas h 35 mil anos atr s nas cavernas onde animais eram representados com quatro pares de pernas mostrando um movimento sobreposto Outro exemplo interessante o Templo de sis constru do no Egito em 16000 AC durante o reinado do Fara Rams s Il Esse templo possu a 110 colunas de pedra e nessas existiam desenhos representando a Deusa sis em um movimento progressivo Em cada coluna o desenho estava em uma posi o diferente Quando ao passar em bigas por essas colunas o passageiro ao contempl las tinha a impress o que o desenho se movia Tamb m na Gr cia antiga os gregos decoravam potes com desenhos de figuras humanas em est gios sucessivos de movimento ao manipular os potes girando em seu pr prio eixo criava se a sensa o do movimento WILLIAMS 2001 p 11 2 Daniel Pina na revista Interst cios N 1 2009 no artigo Antigas como o barro nos d outro exemplo interessante Um c lice ass rio de 5 200 anos que possui ornamentando seu corpo cinco figuras de um bode Em 2006 a Associa o de Cinema de Anima o lIraniano afirmou ser esse pote a anima o mais antiga do mundo Ao girar o c lice tem se a ilus o de um ciclo de anima o com o bode saltando para morder a folha de uma rvore No entanto apesar dessas representa es primitivas possu rem uma sequ ncia de poses como em exemplares de vasos cer
217. endas laterais no interior desse tambor se encaixa uma fita com uma s rie de desenhos com poses sucessivas de um movimento Ao girar o tambor e fitar as imagens atrav s das fendas tem se a ilus o do movimento Por exemplo as pessoas se questionavam a respeito do fen meno de perceber os raios das rodas das carruagens girando ao contr rio ou mesmo ficando paradas quando o ve culo se movia rapidamente Os cientistas se debru aram sobre o assunto e em 1824 Peter Mark Roget publicou o artigo intitulado The Persistence of Vision with Regard to Moving Objects o qual estabelecia que o olho humano ret m uma imagem por uma Figura 47 Fenaquitosc pio PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 63 De um modo geral o filme animado produzido por imagens est ticas diferentes uma das outras que s o projetadas em uma tela na qual o espectador ao perceber as diferen as entre a imagem anterior e a que est sendo projetada tem a ilus o de um movimento Paralelamente as imagens projetadas em sincronia com o movimento uma reprodu o sonora acompanha a a o Esse arranjo t cnico proporciona ao espectador a impress o que mesmo as imagens animadas sejam elas produzidas por computador ou a m o s o vivas e aut nomas Nesse sentido comparando com outros dispositivos e formas de espet culos apontados anteriormente justo afirmar que o antepassado direto do cinema de anima o o Teatro Optico 1892 de
218. enho bola de cristal mas acho que um erro desse pessoal todo de mercado o que est o fazendo LEITE Ao falar em ind stria da anima o necess rio aprofundar nos m todos de trabalho adotados na produ o de desenhos animados E para tal preciso de uma forma ou de outra relacionar a produ o nacional com estruturas de estilos consagradas na produ o industrial como a divis o taylorista do processo de anima o e os doze princ pios de anima o de Walt Disney Os doze princ pios s o modelos est ticos de constru o do movimento e design de personagens desenvolvidos pelos est dios Disney para real ar uma anima o mais naturalista Os entrevistados de uma maneira geral acreditam em uma anima o mais livre e rejeitam a ado o sistem tica dos princ pios Avelar por outro lado tamb m destaca a necessidade de se aprender os princ pios no trabalho industrial Acho que importante que os doze princ pios sejam aplicados da seguinte forma Quando se trabalha sozinho quando um trabalho autoral tem se a liberdade de se fazer o que quiser Se o animador quiser esquecer os doze princ pios ele tem essa liberdade Quando se autor e se est simplesmente criando n o h necessidade e nem muito saud vel se ter muitas regras a seguir Tem que se saber separar uma coisa da outra Agora quando se entra em um sistema um pouco mais industrial n o que se tenha 300 pessoas animando um filme s vez
219. ensar o filme como um todo Forma o para cineasta de anima o n o apenas para animador Porque existe uma demanda no mercado eu sei de algumas pessoas do mercado que batem muito nessa tecla N s n o temos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 182 muito pessoal precisamos criar m o de obra criar m o de obra criar m o de obra Isso um pensamento de ind stria mas nada melhor do que se formar cineastas do que apenas t cnicos LR Que opini o tem sobre o Proanima o HA Temos que abra ar tudo que for nesse momento favor vel a anima o Penso que todas as iniciativas t m seus pr s e contras mas tudo que vem em favor da anima o no momento temos que abra ar porque estamos em um momento de aprendizado existem iniciativas que as pessoas ap iam ou criticam todas t m seus problemas mas temos que abra ar Pois daqui a cinco anos olharemos para tr s e poderemos dizer Foi bom nisso foi bom naquilo E como eu falei no in cio n o t nhamos o pencil test e amos tentativa e erro Agora tamb m vamos LR O Proanima o tem dois bra os que est o em andamento o AnimaTV e o Anima Edu Mas tamb m tinha pontos pol micos Por exemplo quando li o projeto no meu entender o Proanima o tinha como objetivo transformar o CTAv no contr rio do que voc falou um lugar para se formar m o de obra para o mercado E o programa foi desenvolvido para se investir na ind stria o curta por exempl
220. enta o Acho que precisamos de orienta o o que sentimos falta de uma escola mesmo Um lugar para trocar uma id ia com algu m mesmo que seja do seu n vel mas de uma vis o diferente Um apoio menos em termos de venda e coisas assim e mais de produ o mesmo Te dar um apoio moral risos LR Como voc v os processos que levaram a anima o brasileira ao momento atual em que vemos um significativo crescimento da produ o nacional e da incrementa o do fomento e incentivo produ o comercial de anima o S rie e longa e quais resultados espera para o futuro se essas pol ticas forem implementadas R Falamos muito sobre isso o Flash os programas vetoriais Acho que aumentou muito a possibilidade de se fazer e estamos aproveitando essa oportunidade Ningu m no mundo aproveita t o bem assim anima o vetorial acho que muito bem aproveitado aqui no Brasil As anima es em Flash est o cada vez mais bonitinhas mais cuidadosas a galera que trabalhou em papel est passando entrando e trabalhando nas t cnicas atuais que s o mais vi veis Ent o est sendo tudo at agora positivo Eu sinto falta dos editais para curta por exemplo a galera n o est muito preocupada com isso nesse momento Eu vejo as discuss es os f runs ningu m est preocupado com a produ o de curta que est caindo um pouquinho Todos os diretores de curta s o hoje os diretores que est o fazendo s rie porque n o tem m
221. entos cortados as vezes o movimento rude ele tem uma fun o o personagem mau animado ele comunica muito ele fala bem da personalidade dele A anima o se enriquece muito quando se liberta desses princ pios como uma coisa obrigat ria MAGALH ES Concluindo Lazarette usa de ironia ao falar de regras e princ pios na anima o N s conhecemos bem os cinco mandamentos da anima o risos O primeiro deles N o mangar s sic risos O segundo N o cobi ar s a produtora do pr ximo E por a vai Eu n o sou um bom legislador Mois s criou dez o Disney foi melhor ainda criou doze eu fico no cinco mesmo risos LAZARETTE Os doze princ pios foram aplicados n o somente nas produ es Disney influenciaram outros animadores e escolas de anima o Ainda hoje muito usado mas tamb m contestado Penso ser muito mais interessante uma anima o livre de sistemas de movimento ou est ticos no entanto ainda se v nos trabalhos comerciais e na ind stria a influ ncia dos 12 princ pios de Disney ignorando ou n o os princ pios a ind stria se organiza em torno da divis o do trabalho e no Brasil n o diferente A sistematiza o de equipes divididas por animadores chave e intervaladores desenvolvida a exaust o por Disney Figura 104 Desenho de MacLaren Figura 105 Sequ ncia animada Est dios Disney PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 134 ainda
222. epois do projeto terminado Depois teve mudan as pol ticas houve o governo Collor que acabou de arrasar com toda a possibilidade que t nhamos de fazer um projeto desse na poca Fernando Collor extinguiu a Embrafilme dentro do Programa Nacional de Desestatiza o Ent o n s continuavamos em contato n o s os tr s que s o agora meus s cios no Anima Mundi Aida Queiroz Cesar Coelho e L a Zagury mas Tamb m o Daniel Schorr o Rodrigo Guimar es do Rio Grande do Sule o F bio Lignini que hoje trabalha na DreamWorks fez a dire o de anima o do Gato de Botas Puss in Boots um dos principais animadores da DreamWorks Ent o esse grupo continuou pensando numa maneira de continuar produzindo como continuar fazendo uma anima o como a que faz amos no pa s criar uma chance para que existisse uma anima o como a gente fazia no Brasil Em 1993 quando o CCBB Centro Cultural Banco do Brasil tinha acabado de ser inaugurado vimos ali uma oportunidade de se fazer uma mostra de anima o para trazer a anima o que estava ressurgindo no resto do mundo os longas metragens do Steven Spielberg concorrendo na mesma linha do Disney os filmes da Aardman Wallace amp Gromit os Simpsons que estavam inovando nas s ries de tev todos os curtas metragens da Uni o Sovi tica que estavam come ando a se re estruturar depois da perestroika os filmes do leste europeu Estava havendo um ressurgimento da anima o tradicion
223. equisito exigido a velocidade pois o tempo da m o diferente do tempo da m quina E a compreens o treinamento e aprendizado do trabalho manual leva tamb m um tempo consider vel Sennett afirma que n o existem motivos para considerar que indiv duos que efetuam um trabalho mais lentamente sejam inferiores simplesmente por causa da maior lentid o SENNETT 2009 p 280 Uma anima o feita quadro a quadro em papel com certeza requer maior tempo em sua execu o aprimoramento e esfor o f sico e mental do animador comparada a uma anima o similar Figura 64 2D or not 2D PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 83 produzida em vetor Mas o que perde o animador ao trocar o l pis e papel pela mesa digitalizadora e o monitor de computador Sennett continua A lentid o do tempo artesanal fonte de satisfa o a pr tica se consolida permitindo que o artes o se aposse da habilidade A lentid o do tempo artesanal tamb m permite o trabalho de reflex o e imagina o o que n o facultado pela busca de resultados r pidos Maduro quer dizer longo o sujeito se apropria de maneira duradoura da habilidade Ibid p 328 O animador sabedor de sua t cnica ningu m pode tirar o conhecimento e a habilidade que um animador adquire em anos de pr tica quer seja no tra o do desenho em papel ou na manipula o de bonecos E no ir e vir do animador de folha em folha de desenho em desenho expe
224. er escolas e preciso absorver esse conhecimento do autodidata na escola WL O que dever amos aproveitar seria uma escola livre de anima o Quando se come a a instituir por exemplo anima o b sica se tem um programa fica tudo muito certinho Acho que isso s serve para a ind stria A escola livre voc vai agregar o conhecimento a experi ncia como na antiga Gr cia os alunos conviviam com os mestres andavam de um lado pro outro juntos um conhecimento muito mais efetivo do que um programa do MEC por exemplo MS Talvez um formato de escola parecida com a Folimage na Fran a Nem sei se escola ou est dio o cara fica dois anos l dentro produzindo com assessoria dos profissionais mais experientes o cara produz uma coisa totalmente livre LR Aproveitando o assunto Qual o papel que o CTAv deveria ter em rela o produ o de anima o no Brasil WL Estou acompanhando muito pouco o CTAv O princ pio est correto ter um centro para se produzir as coisas e finalizar porque muito caro N o sei se posso responder direito essa pergunta mas em princ pio sou a favor que se mantenham e ampliem os est dios do CTAv que recebam cada vez mais animadores Poderia at se tornar um grande centro O problema a vis o que as pessoas t m quando a coisa fica institu da demais faz parte de uma m quina burocr tica emperrada do governo federal principalmente se falando em cultura O que acho que deveria melhora
225. er escolhido esses temas a hist ria dura t o pouco acontece tanta coisa que n o fica registrada Esses livros que voc pesquisou a anima o vai se perdendo uma hist ria recente mas muita coisa vai ficando de fora principalmente as coisas mais antigas v o sendo esquecidas muito rapidamente importante esse seu estudo esse document rio que est sendo feito e aquele do Arnaldo Galv o as v rias teses que est o aparecendo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 208 Anexo V Transcri o entrevista Rosaria Data 18 01 2012 Hora 10 30hs Local Est dio Leo Ribeiro Anima es Rua Monte Alegre 482 402 Santa Teresa Rio de J aneiro RJ Leonardo Ribeiro Fale um pouco sobre a hist ria da sua rela o com a anima o como come ou sua forma o os trabalhos mais significativos o que anda fazendo no momento Rosaria Eu comecei muito de repente ent o eu n o tive uma prepara o eu n o era uma pessoa que estudava anima o antes que eu a conhecesse N o sabia nem como fazia mesmo Eu s desenhava comecei no Anima Mundi Fui em uma edi o do festival at ent o nem queria ir nem sabia como que era Isso foi em 2001 eu tinha 17 anos Fui de surpresa fui assistir uma sess o n o tinha mais ingresso e da eu brinquei na oficina mas acho que se talvez eu tivesse ingresso nem brincaria risos Comecei assim de surpresa demais Ent o eu n o tenho as mesmas refer ncias de outro
226. erra 2008 mas a minha refer ncia primeira a mitologia mas isso legal tamb m porque n o s o filmes com princ pio meio e fim S o filmes que permitem v rias interpreta es depende de quem ver Existem at rea es contr rias que as pessoas achem uma bosta mas foi isso Ser que eu me perdi Come o a falar agora do meu trabalho minha primeira anima o foi feita em 2001 que foi Mirmid es mas voltando um pouco na poca desse curso eu vi que quatro curtas de Belo Horizonte tinham ganhado pr mios no Minist rio da Cultura para serem produzidos Que eram A Hora Vagabunda do Rafael Conde Castelos de Vento da T nia Anaya e outros dois que n o me lembro agora o nome Na poca eu liguei para essas pessoas porque eu queria entrar no cinema de alguma forma me ofereci para fazer um making of desses filmes tanto o da T nia quanto o do Rafael Com Super VHS High aid nesse trabalho eu pude me aprofundar mais embora eu n o estar trabalhando efetivamente diretamente nos filmes mas eu pude acompanhar e trocar id ias com todo mundo foi muito interessante Foi nesse momento que conheci o Cl cius ele trabalhou com a T nia no Castelos de Vento fazendo arte final O Cl cius veio nessa poca e me falou Cara eu tenho um monte de imagens que fiz um monte de trechinhos de anima o que eu n o sei o que fazer com isso Vou te dar essas imagens e voc faz qualquer coisa com elas Quando eu vi as imagen
227. es doze princ pios e dava uma certa pirada em cima desses doze princ pios Eles est o at ali mas de uma forma bem exagerada LR O Tex Avery na verdade quebrou o movimento do estilo Disney tem elementos dos doze princ pios no trabalho dele mas ele quebrou e exagerou o movimento em rela o ao estilo Disney LR Que livro de anima o o marcou SL Nenhum livro me marcou mas como professor sim interessante esse assunto que voc falou sobre publica o de anima o porque acho que tem muito pouca Tem dois anos que sou professor fui fazer uma pesquisa sobre livros de anima o e vi que quase n o existia Um que acho bem interessante Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria do BARBOSA JUNIOR Alberto Lucena Barbosa J nior um livro bem interessante pois ele fala da anima o desde o princ pio mas como professor eu fiquei procurando saber _ Ser que s existe esse Existe aquele livro famoso The Animator s Survival Kit de Richard Williams s que em ingl s LR Aproveitando a cita o Que livro gostaria de ver publicado no mercado brasileiro SL Esse livro em portugu s importante Existem outras coisas por exemplo eu descobri duas biografias do Disney muito interessantes um livro grande que fala da vida dele tim tim por tim tim que muito interessante Walt Disney o triunfo da imagina o americana de Neal Gabler e outro livro fala do imp rio da Disney que tamb m
228. es s o meia d zia de pessoas trabalhando e essa meia d zia precisa falar a mesma linguagem se precisa ter unidade no filme Nesse caso os doze princ pios come am a estabelecer regras para que se comunique o movimento que se quer realizar Se trabalharmos seguindo risca os doze princ pios isso vai dar um resultado t cnica A mesma t cnica outras pessoas podem aprender podem trabalhar juntas Porque se cada animador faz a sua pr pria t cnica n o tem problema mas n o se pode montar uma equipe assim um filme com unidade Na realidade as pessoas entram no mercado e v o atr s do que elas precisam aprender Muitas vezes n o tem sa da risos aprenda os doze princ pios porque ser o teis simplesmente por um fator de praticidade Mas algumas vezes um animador chega com uma linguagem que quebra as regras e fica muito bom Mas isso t o pessoal que at dif cil ele passar isso PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 132 para outros para que outros animadores o imitem AVELAR Rosaria em um primeiro momento n o v influ ncias dos 12 princ pios no seu trabalho por m posteriormente afirma ter influ ncia deles Zero risos Verdade risos Porque eu comecei muito livre comecei de brincadeira nem sabia se eu ia trabalhar n o escolhi muito isso foi tudo muito de repente Os princ pios me influenciam naturalmente as coisas v m quando eu preciso N o sei de ve
229. esmo Ent o o pessoal que entra j entra tendo que produzir mesmo O tempo do papel era maior se tinha aquele momento em que se desenhava o personagem que era uma coisa mais tranquila eu sentia assim O pessoal que chega agora j recorte j tem que ir pegando j tem que ir ru do de irrita o Tem um tempo diferente para aprender tamb m tem que ser mais r pido digital tudo tem que ser mais r pido Ningu m tem muito interesse por exemplo eram 40 pessoas na produ o e eu fazia os desenhos chaves e a galera s pegava e finalizava por cima Isso acho que atrasa um pouco o aprendizado deles Eles n o tem a chance de experimentar a gente experimentou mais Quando eu comecei era tudo muito novo eu fazia de um jeito depois fazia tudo de outro Hoje se tem sempre que fazer igual tudo padronizado demais s o equipes gigantes ningu m tem um trabalho diferenciado ningu m descobriu o seu pr prio jeito de trabalhar inclusive de organiza o Por exemplo o animador tem que pegar a cena que est l para ele fazer quando eu trabalhava na Campo4 at quando fazia anima o para publicidade todo mundo podia escolher a cena que ia fazer pegar um personagem que tinha mais haver com o seu pr prio tra o hoje agora isso n o existe O cara n o tem nenhuma chance de seguir o tempo dele n o existe mais isso tamb m ningu m tem o seu tempo todo o tempo pago LR Se pensarmos na produ o que existe hoje
230. especializados visitando festivais e mostras de anima o ou frequentando oficinas para iniciantes Mas esses novos meios n o diminuem a import ncia do livro mas sim o complementam como instrumento de divulga o t cnica e te rica O trabalho do animador excessivamente t cnico moroso e detalhista Um leigo ou amador muitas vezes t m dificuldades de imaginar como se d esse trabalho que para muitos parece ser m gico Divulgar jogar luz e revelar os segredos das t cnicas de anima o de import ncia capital para a amplia o do n mero de animadores Sendo assim o papel dos livros e manuais na forma o de animadores amadores e profissionais not rio Muitos animadores tem em sua mem ria o nome do livro que o despertou para a t cnica Richard Williams animador e autor de The Animator s Survival Kit 2001 um livro de conte do muito completo sobre anima o tradicional nos conta Quando eu tinha 10 anos de idade comprei um livro barato How to Make Animated Cartoons escrito por Nat Falk e publicado em 1940 Esse livro est com edi o esgotada h muito tempo mas foi uma til refer ncia para os estilos de desenhos de personagens e a dire o do longa Who Framed Roger PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 24 Rabbit inspirados nos desenhos animados de Hollywood dos anos 40 No entanto o mais importante para mim o livro era claro simples e direto Essas informa es sobre como os f
231. est tica atrav s da hist ria Figura 20 Personagem da UPA Figura 21 Personagem da Cartoon Network PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 39 esquecimento passada sua fase dourada BARBOSA J UNIOR 2002 p 134 Os gigantes internacionais canais de anima o Cartoon Network e Nickelodeon que ditam as tend ncias do que produzido para a televis o e a INTERNET s o herdeiros diretos da anima o limitada e da estiliza o anti realista da UPA Segundo Denis O surgimento da Cartoon Network no cabo abre ainda mais o caminho a este tipo novo de produ o com as s ries de Genndy Tartakovsky Dexter s Laboratory e Samurai Jack e a de Craig McCracken The Poerpuff Girls todas amplamente inspiradas no grafismo rido e eficaz tra os espessos e largas reas coloridas da UPA nos anos 1950 que sinal de modernidade nessa poca se tornou ao mesmo tempo retr e fundamentalmente demarcado da est tica Disney e portanto de novo moderno DENIS 2010 p 127 Tamb m considero extremamente longo os cap tulos sobre o desenvolvimento da anima o por computador e julgo que o autor focou muito na anima o digital em 3D E ineg vel que ele como Disney valorizam a anima o que procura imitar a natureza em detrimento das estiliza es e anti realismo de outras escolas T tulo Entre o Olhare o Gesto Autor Marina Estela Gra a Editora Editora Senac S o Paulo Ano de publica
232. estilos tem ticas que podem ou n o posteriormente serem aproveitadas pela anima o comercial Ou seja o curta renovador da ind stria e tamb m age como preservador das t cnicas tradicionais e vis es mais pessoais art sticas ou artesanais do processo de anima o O Estado brasileiro de fato negligencia a import ncia dessa produ o e trata as pol ticas de fomento ao curta de forma pontual e desinteressada como se fosse um favor do Estado aos exc ntricos curtametragistas N o consegue assim perceber a dimens o estrat gica do curta para toda a ind stria do audiovisual 4 A t cnica tradicional ainda utilizada primeiramente como t cnica experimental e de ensino Apesar de ter perdido terreno para as t cnicas digitais tamb m utilizada na produ o comercial embora em menor escala que estas Com a ado o de recursos digitais a t cnica tradicional ganhou nova dimens o podendo ser utilizada misturada a outras t cnicas e em conjunto com a t cnica digital Dessa forma o lado artesanal pode sobreviver aliado a recursos digitais PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 159 O conhecimento adquirido trabalhando com a t cnica tradicional ou artesanal empregado por diretores de anima o ou animadores chave aplicados no uso das t cnicas digitais anima o por vetor recorte digital ou 3D com objetivo de humanizar essas t cnicas de trazer organicidade ao produto dessas novas t cnicas
233. estivais fora os que n o me inscrevi e n o entrei J fui em muito festival e o tipo de trabalho que vi muito diferente cada festival tem um perfil As vezes te seleciona as vezes n o As vezes vejo meu filme com um monte de filmes que acho que n o tem nada haver mas para os curadores faz algum sentido Isso tamb m uma divulga o do trabalho deles eu vejo que festival isso a P blicos s o diferentes filmes s o diferentes festivais s o diferentes N o acho que eles tem uma preocupa o n o sei se tem uma preocupa o muito feroz de se representar todas as t cnicas todas as culturas e as vis es mas acho que inevit vel que cada festival tenha o seu tipo de escolha essa diferen a entre um festival e outro j o suficiente para mim Tem muito festival no Brasil para participar e a anima o est super bem recebida Acho que eles t m visto com mais boa vontade a anima o e est rolando mais anima o tem mais gente vendo LR Voc acredita que a ind stria vai procurar novidades nos festivais R Acho que nos maiores sim Tem muito festival pequeno que mais para o p blico Tem muito festival assim por ai que n s nem sabemos Mas por exemplo o Anima Mundi est com uma vis o mais profissional Acontecem mais contatos Anima Business tem um f rum Anima Forum tem um monte de coisas um monte de possibilidades acontecendo O Anima Mundi est PUC Rio Certifica o Digital N 1011888
234. eu trabalho sempre que poss vel N o vejo muito a depend ncia aos festivais Hoje em dia existem tantas op es para se mostrar um trabalho n o s festival televis o Temos eventos temos a rua tem a parede risos A fun o do artista continuar produzindo e veiculando LR Voc acredita que a ind stria vai procurar novidades nos festivais MM N o sei Talvez mais na internet buscar quem est bombando no youtube tentar perceber porque est fazendo sucesso qual a raz o daquilo o processo LR Qualo papel que o CTAv deveria ter em rela o produ o de anima o no Brasil MM Eu j falei sobre isso na poca que o Gustavo Dahl que infelizmente faleceu cedo Diretor do CTAv falecido em 26 de julho de 2011 O CTAv deveria continuar com a miss o para qual ele foi criado formar formadores Possuir o top de linha de todas as tecnologias do audiovisual e tamb m de pensamento Porque o pensamento audiovisual muito aliado pr tica produ o Voc criar um material para discutir e pensar e formar pessoas que multiplicariam isso depois A id ia essa ser um centro de excel ncia Nos anos 80 o CTAv era um centro de excel ncia em anima o possu a a melhor c mera table top que existia com os primeiros computadores de controle de filmagem um est dio de som tamb m feito com os melhores requisitos para que os realizadores de curta metragem pudessem ter uma qualidade que refletisse
235. f a new art 1988 de Robert Russet e Cecile Starr Espero que essas iniciativas n o sejam acidentais e que al m de novas tradu es para o portugu s de livros importantes as editoras nacionais invistam em publica es de autores brasileiros que come am a surgir das universidades pesquisando diversos aspectos do campo da anima o seguindo o caminho do veterano Ant nio Moreno e do recente Lucena J nior Tamb m importante um livro documentando t cnicas e processo de produ o e cria o de animadores brasileiros como apontam Squarisi e Rosaria al m de The Animator s Survival Kit O primeiro gostaria de ver um livro com relatos da experi ncia de animadores veteranos do Brasil como Chico Liberato com o intuito de divulgar entre os jovens uma anima o mais autoral e experimental distante do padr o Disney J Ros ria gostaria de ver uma publica o de car ter t cnico com os processos e m todos de produ o desenvolvidos pelos est dios brasileiros utilizando o Flash curioso que Ros ria n o tenha citado Dramaturgia de S rie de Anima o 2011 publica o promovida pelo AnimaTV Programa de Fomento Produ o e Teledifus o de S ries de Anima o Brasileiras do SAV MINC Secretaria do Audiovisual do Minist rio da Cultura e lan ado na internet em PDF que trata exatamente dos processos de produ o de s ries adotados pelos est dios brasileiros concorrentes ao programa Rosaria trabalhou
236. falei sabemos que existem mas n o precisa ser assim LR Voc acredita que os festivais cumprem bem o papel de divulga o de trabalhos mais autorais e experimentais HA Acredito que sim LR Voc acredita que a ind stria vai procurar novidades nos festivais HA A ind stria ainda n o se tocou nisso N o vamos dizer que temos uma ind stria no Brasil Temos uma busca Por m acredito que existe uma curiosidade geral das pessoas pelo que exibido em festivais Os festivais est o sempre cheios Ali o lugar de se buscar informa o mas n o ainda ind stria ainda n o local de pesquisa de ind stria mas o local de busca dos animadores sem d vida LR Se pensarmos na produ o antes da democratiza o dos meios digitais no Brasil a qualidade da anima o nacional em m dia est melhor ou pior O animador brasileiro evoluiu t cnica e artisticamente HA Melhorou melhorou porque se viabilizou muita coisa Muita coisa que se fazia m o hoje feito digitalmente com ajuda de softwares Ao acelerar o processo se viabiliza um filme que nunca seria feito Ent o isso s veio a contribuir LR Qual o papel que o CTAv deveria ter em rela o produ o de anima o no Brasil HA O papel ideal que um centro t cnico deveria ter Qual o papel N o sei Sem entrar no m rito do que o CTAv faz ou deveria fazer Sem entrar nesse m rito Penso que um centro t cnico no Brasil hoje o principal papel al m de
237. figura mas sem nenhum tipo de qualidade sem nenhum tipo de tratamento sem nenhum tipo de pensamento Ent o n o existe o mercado ainda N o existe o mercado LR Como voc v os processos que levaram a anima o brasileira ao momento atual em que vemos um significativo crescimento da produ o nacional e da incrementa o do fomento e incentivo a produ o comercial de anima o S rie e longa e quais resultados espera para o futuro se essas pol ticas forem implementadas SL Acho que o governo tem um papel importante no desenvolvimento dessa ind stria que ainda n o nasceu mas pode nascer O governo tem esse papel preponderante porque muito dif cil tentar fazer isso sozinho Por exemplo queria fazer meu longa de anima o mas para fazer um longa de anima o muito trampo Se existisse um financiamento mais f cil do que enfrentar toda essa burocracia que pode demorar anos e anos igual ao Walbercy Ribas O Grilo Feliz a produ o foi iniciada em 1997 e lan ada em 2001 Essas pol ticas de incentivo t m que come ar a pipocar o Terra foi feito com recursos do governo mas acho que tem que ter mais LR Voc n o tem nenhum tipo de receio de que o foco fique na ind stria e que o curta e o autoral figuem de lado SL Na verdade uma boa pergunta mas eu n o sei te responder Mas por exemplo se seguirmos algum modelo porque cada pa s cada pa s realidades diferentes mas o modelo norte americano
238. gem de anima o Dossi R Bordosa T tulo Dramaturgia de S rie de Anima o Autor S rgio Nesteriuk Editora Anima TV SAv Minc Ano de publica o 2011 Pa s Brasil Um produto direto do programa AnimaTV o livro Dramaturgia de S rie de Anima o escrito por S rgio Nesteriuk est dispon vel para download no site http tvbrasil org br animatv anime O livro foi desenvolvido como apoio Oficina de Desenvolvimento de Projetos do Programa de Fomento Produ o e Teledifus o de S ries de Anima o Brasileiras AnimaTV a partir da percep o dos coordenadores da oficina da escassez bibliogr fica sobre anima o em portugu s E um guia completo de produ o de anima o para a TV e o primeiro livro a tratar especialmente esse tipo de produ o no Brasil Discorre sobre as t cnicas da narra o seriada as caracter sticas da linguagem do meio televisivo hist ria das s ries de anima o e an lise detalhada das s ries norte americanas Os Simpsons e Bob Esponja Cal a Quadrada Tamb m nos mostra detalhes de como elaborar uma b blia de produ o de s rie de anima o e pitch Detalha as a es realizadas pelo AnimaTV crit rios avaliativos e par metros utilizados nas escolhas dos projetos selecionados para produ o pelo programa e finaliza com entrevistas com os realizadores das s ries produzidas pelo AnimaTV Tromba Trem e Carrapatos e Catapultas Finalizando esse levantamento apresento tr
239. grante dessa gera o para mim o apelo das imagens dos seriados animados da tev e dos longas dos cinemas pareciam algo inating vel fazendo que com o tempo as minhas tentativas de animar nos cantos dos livros se tornassem frustrantes N o existiam informa es dispon veis como j existem hoje de como se animam imagens e a anima o n o era algo relevante para as escolas da poca Minha aten o ent o se desviou para as hist rias em quadrinhos e o cartum Nesse intervalo de tempo lembro de ter visto em um cine clube o filme Animando de Marcos Magalh es que mostra o animador interagindo com seu personagem de desenho descortinando para o espectador v rias t cnicas de anima o No entanto com minha pouca idade na poca n o possu a instrumentos para compreender e replicar as t cnicas que via no filme e muito menos equipamentos para 1 O flip book ou kinosc pio um brinquedo ptico muito simples um bloco de papel com figuras desenhadas que ao ser folheado d a quem o manuseia a ilus o do movimento Foi inventado em 1868 Em ingl s to flip significa folhear Tamb m pode ser chamado de cinema de polegar cin ma de poche cinema de bolso ou Hand cinema cinema de m o ANIMANDO de Marcos Magalh es 1981 dura o 13 min Sinopse Um animador tentando encontrar a t cnica ideal para dar vida a seu personagem Neste passeio pelas diferentes formas de animar criador e personagem terminam por se confundir Pr m
240. hecimento adquirido com a t cnica tradicional aproveitado nos desenhos chave trabalho que feito por animadores ou diretores de anima o formados na t cnica tradicional Quanto produ o autoral os meios digitais trouxeram mais possibilidades para o artista podendo esse misturar os meios e as diferentes t cnicas com mais facilidade Outra compara o feita pelos entrevistados em rela o as t cnicas digitais e a anima o tradicional s o as diferen as entre a anima o feita em 2D e as t cnicas de computa o gr fica em tr s dimens es o popular 3D Leite acredita que a anima o brasileira ainda n o atingiu excel ncia na produ o em 3D que o n vel t cnico das anima o feitas em 2D no Brasil ainda muito superior Uma coisa que eu tento enxergar que fa o esfor o para enxergar nessa produ o o seguinte O desenvolvimento da anima o 3D Eu tento analisar com o maior distanciamento poss vel a anima o 3D computadorizada em rela o ao trabalho manual A anima o 3D no Brasil acho que ainda est engatinhando embora eu tenha apontado bons exemplos Historietas Assombradas Para Crian as Malcriadas e Yansan O Vida Maria do M rcio Ramos um filme muito interessante acho o roteiro sensacional mas percebo alguns problemas na anima o em 3D N o sei se norma ou se est tica mas quase todas as anima es em 3D que vejo os olhos s o proporcionalmente ao rosto
241. i Metro Goldwyn Mayer eu vi muito mais Metro Goldwyn Mayer O meu tra o se voc for analisar estudar ele muito mais parecido com Metro do que Disney Apesar dos dois estarem fazendo o mesmo tipo de trabalho de estarem na mesma praia mas a Metro tem um desenho um pouco mais c mico fazia o Tom amp J erry fazia o Droopy onde o Tex Avery brilhou eu acho que talvez o meu desenho tenha sido mais influenciado pela Metro do que pela Disney Porque a Disney est li parecido LR Voc acredita que a anima o quadro a quadro em papel ou melhor a t cnica tradicional ainda importante HA Estamos agora em um momento interessante os meios de produ o digital em princ pio endureceram o visual porque o pr prio desenho cl ssico deixou de lado o acetato e come ou a ser digitalizado Continua se desenhando m o mas se digitaliza esse desenho Essa digitaliza o a princ pio era dura perdia se muito o tra o do desenhista ficava um tra o digital A princ pio parecia que ia derrubar o org nico medida que o digital foi avan ando ele come a a imitar cada vez mais o org nico Por exemplo as tablets tem hoje um tra o cada vez mais parecido com o tra o l pis Ent o s vezes se est desenhando em uma tablet com o desconforto de se estar desenhando em um pl stico n o confort vel para um artista a ponta de pl stico da caneta sobre a prancha de pl stico n o definitivamente natural
242. ia a promo o e o fomento de s ries de anima o e longas metragens animados em detrimento dos curtas Nesse sentido Carlos Alberto Miranda diz a rea pr pria do desenho animado o filme de curta metragem e que esse necessita sen o de ajuda financeira oficial pelo menos de leis que o protejam Miranda 1971 p19 Uma ind stria forte n o se viabiliza sem o assentamento s lido de uma forte produ o autoral ou seja no curta metragem de anima o Formato que deve propiciar liberdade para o animador mergulhar profundamente na linguagem da anima o O curta metragem n o pode ser restritivo t cnica narrativa tem tica ou esteticamente Se assim o for o curta metragem perde a fun o de desbravador de novos caminhos para a pr tica da anima o tornando se um mero repetidor do que j est consagrado no modelo comercial O experimentador torna se geralmente um especialista em algum aspecto selecionado da anima o no qual pesquisa mais que qualquer outro at que o seu sucesso encoraja a experimenta o alheia HALAS amp MANVELL 1979 p142 O realizador ou produtor de s rie para televis o ou longa metragem de anima o em sua quase totalidade come ou no curta metragem Formato que possibilita ao animador aprender o of cio na pr tica que concede ao realizador uma vis o global da produ o a anima o de cabo a rabo desde o roteiro at a edi o final Viabiliza novas id ias est ticas
243. ia da anima o em sua totalidade se ap ia em novas tecnologias e na anima o digital por m a mudan a apenas tecnol gica o car ter da produ o e a organiza o do trabalho o mesmo do iniciado por John Bray e Earl Hurd h quase 100 anos atr s A ind stria de Anima o se estabeleceu baseada nesse arranjo gerencial e tecnol gico e se propagou incessantemente sustentada na anima o de personagem Seguiram se gera o ap s gera o personagens de quadrinhos imensamente populares desde Koko o palha o e Felix o gato at Mickey Mouse e Betty Boop Pernalonga e Mister Magoo Embora esses desenhos fossem inovadores em estilo e t cnica mais cedo ou mais tarde a individualidade e a criatividade tendiam a ser sobrepujadas por t cnicas de linhas de montagem prazos finais e quest es de comercializa o assim como acontece em qualquer empreendimento de produ o em massa Ibid p 32 Hoje os herdeiros dessa estrutura Meninas Superpoderosas Bob Esponja entre outros cativam plat ias pelo mundo inteiro Sustentando a exist ncia do gigantesco conglomerado internacional envolvendo canais de televis o abertos e a cabo intemet est dios de anima o redes de cinemas home v deo cria o de jogos eletr nicos e variados produtos licenciados que formam a ind stria de anima o Hoje a procura pelo personagem de sucesso se tornou o Santo Graal dos executivos da ind stria de Anima o Essa b
244. ia ter em rela o produ o de anima o no Brasil SL Para ser sincero eu n o conhe o o trabalho do CTAv Sei que o CTAv d um acerto apoio mixar filme transfer de alguns filmes existe uma lista pr requisitos para entrar Sei que eles editam aquela revista FilmeCultura que acho deveria ser de gra a por ser paga eu n o leio risos Eu encontrei com PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 226 uma pessoa do CTAv que a Rosangela Sodr eu acho Porque eu estou querendo descobrir a hist ria da anima o no Brasil Dessa produ o que eu n o conhe o pois eu posso falar do que eu conhe o que de 2000 para c LR Talvez por voc produzir em Belo Horizonte n o tenha muito contato com o CTAv que no Rio de Janeiro Mas o CTAv foi o palco do conv nio Brasil Canad que deu origem aos n cleos regionais um deles em Belo Horizonte deu origem a escola de anima o da Belas Artes da UFMG O CTAv ficou muito abandonado depois do fim da EMBRAFILME e est o tentando re estruturar o CTAv agora Mas como voc n o conhece muito sobre o assunto vamos ltima quest o LR Que opini o tem sobre o Proanima o SL Eu n o conhe o o Proanima o LR Muita gente fala sobre o Proanima o como se fosse a salva o para a anima o brasileira mas na pr tica muito animador desconhece o teor do Proanima o Um dos bra os do programa foi o Anima TV e o Anima Edu SL Em Recife eu escutei por l
245. icada n o t nhamos acesso ao pencil test T nhamos que esperar ver o filme pronto ou seja t nhamos que estar dentro de um espa o publicit rio para poder experimentar Estava cercado por outros artistas que iam me ajudar e depois eu assistia ao filme e dizia Acertei ou errei E estava pronto E ia ao ar Isso era complicado mas era a nica alternativa Imagina s fazer um curta metragem todo assim Poucos conseguiram fazer nessa ocasi o a produ o dessa poca anos 80 bem pequena E era pequena antes tamb m bem pequena T nhamos uma produ o maior em S o Paulo onde a publicidade estava mais aquecida Luiz Briquet Daniel Messias Walbercy Ribas eles que fizeram muita publicidade nessa poca S o os cl ssicos s o muito bons Havia uma produ o muito boa deles havia qualidade e no Rio ramos poucos Ent o tive uma produ o importante fazendo filmes para o Uranga que foram filmes de aprendizado e tive uma experi ncia muito interessante trabalhando para a Globo Na Uranga Produ es fiz contato com o animador Stil Pedro Ernesto Stilpen que na poca fazia uma parceria com o Uranga Ele fazia um personagem junto com o Uranga que se chamava Zeca Tat O personagem sa a no J ornal do Brasil no caderno de quadrinhos Fui assistente do Uranga nesse personagem cheguei a desenhar algumas tiras com o meu tra o O Uranga era o meu mentor art stico nessa poca eu seguia o estilo dele estava dentro do es
246. icada para analisar a pr tica da anima o Vil m Flusser que em Filosofia da Caixa Preta 1985 revelou me as rela es entre o homem e o aparelho consequentemente dando me recursos para uma interpreta o do trabalho do animador com o computador Marina Estela Gra a que fez uma brilhante defesa da anima o experimental e autoral em Entre o olhar e o gesto 2006 Richard Williams Leslie Bishko e J ohn Halas pelo conhecimento t cnico em anima o Jean Claude Carri re que em A linguagem secreta do cinema 1995 d uma interpreta o do cinema e da linguagem cinematogr fica que contribuiu muito na defesa de uma anima o mais criativa e autoral David Harvey Jean Fran ois Lyotard e Pierre Bourdieu que deram base ao pesquisador para entender melhor o mundo contempor neo e as rela es de troca entre os campos acad micos art sticos e produtivos Finalizando Sebastien Denis que em seu livro O cinema de anima o 2010 contribuiu imensamente para o pesquisador entender melhor toda a amplitude do universo da anima o Tamb m foi de fundamental import ncia as contribui es dos animadores Humberto Avelar Marcos Magalh es Maur cio S quarisi Rosaria S vio Leite e Wilson Lazarett que atrav s de suas entrevistas revelaram nuances da anima o brasileira tanto do campo da anima o de mercado como na produ o experimental e autoral Essas entrevistas me levaram a compreender melhor todo o processo de
247. iciativas de implanta o da ind stria de anima o os est dios brasileiros ter o que crescer em tamanho em n mero de funcion rios e em produtividade Uma s rie de televis o de 13 epis dios modelo adotado na maioria dos pa ses produtores e seguido pelo Anima TV gera um volume de produ o compar vel a dois longas metragens de anima o ao ano Isso em um pa s que at o in cio do S culo XXI s tinha em sua hist ria 12 longas produzidos um grande desafio Para dar conta de tal volume de produ o o Brasil precisar investir em fomento produ o mas tamb m na re estrutura o do campo no pa s Essa re estrutura o transp e a organiza o da forma o de m o de obra especializada Ou seja faz se necess rio instituir m todos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 54 de ensino instrutores t cnicos professores pesquisadores e cr ticos cursos t cnicos aperfei oamento e escolas de n vel superior O livro instrumento basilar nesse processo meio concentrador organizador consagrador qualificador e legitimador do conhecimento Em Julho de 2010 no Anima F rum durante a mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o o problema da escassez de publica es em portugu s voltou tona Gustavo Dahl ent o diretor do Ctav e ex presidente da Ancine afirmou como citado na epigrafe desse cap tulo e complementou seu pensamento um proble
248. idadosas a galera sic que trabalhou em papel est passando entrando e trabalhando nas t cnicas atuais que s o mais vi veis ROSARIA Avelar acredita que se mantendo um volume satisfat rio e constante de produ o com o passar do tempo se definir o estilo brasileiro de anima o No Brasil temos que buscar personalidade a anima o brasileira ainda n o tem Porque isso n o uma coisa que se crie rapidamente criada aos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 138 poucos Tem que ter um certo volume de produ o para se olhar de fora e perceber Opa sic Est se delineando aqui um perfil Como ainda n o temos muito volume de produ o n o tem cara AVELAR No entanto trabalhando na serie de anima o S tio do Pica Pau Amarelo Avelar d pistas onde o estilo brasileiro poder se sobressair A Fala Isso uma caracter stica que pode nos diferenciar n o estava contando com isso estava pensando em timing em estilo em desenho mas de repente o falar diferente A maneira de falar as coisas a maneira com que os personagens se relacionam esse o estilo da anima o brasileira Muitas vezes est todo mundo focado na t cnica e na fala que aparece o diferencial JEm t cnica ainda estamos aprendendo a usar as t cnicas de anima o AVELAR Apesar de opini es diversas sobre a produ o comercial brasileira tanto Avelar quanto Squarisi vislumbram o estilo b
249. illela pela tradu o dos livros Experimental Animation e Hyperanimation e do artigo The Uses and Abuses Of Cartoon Style in Animation de Leslie Bishko e Carolyn Hoggarth pela tradu o para o ingl s do resumo dessa disserta o Aos amigos e familiares Adriane Pupu Puresa Cl udia Bolshaw Gabriel Yazbeck Gef Coutinho Jovino Santiago Ribeiro Qui Rodriques Rog rio Terra Jr Solange Jobim e Souza Stefan Miiller Teresa Cristina Freitas e Vicente de Souza pelo apoio presen a e amizade PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Resumo Ribeiro Leonardo Freitas Gamba Nilton Gon alves O ponto de viragem a anima o brasileira poss veis desdobramentos de um sonho industrial Rio de Janeiro 2012 226p Disserta o de Mestrado Departamento de Artes amp Design Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro Esse trabalho pretende atrav s de uma revis o bibliogr fica an lise documental entrevistas e a pr pria experi ncia do pesquisador identificar aspectos que o contexto atual da anima o valoriza ou negligencia tra ando caminhos para se compreender o momento atual da produ o brasileira sua trajet ria hist rica e poss veis desdobramentos O trabalho divido em tr s partes Na primeira fa o uma revis o bibliogr fica do campo da anima o no Brasil e contextualizo essas publica es com a pr tica e a hist ria da anima o no pa s Na segunda utilizo a forma dos duplos para c
250. ilmes curtos ou trechos de longas Eu ficava perplexo pois ali eu via uma anima o muito fluida uma representa o da realidade muito naturalista que me enche os olhos mas eu vi muita televis o 90 da cultura que absorvi de desenho animado foi vendo televis o n o desenho de cinema ou seja as solu es para a televis o Que tem v rios exemplos ador veis a Hanna Barbera que ficou famosa pela anima o econ mica anima o ruim anima o malfeita limitada mas ela teve tiradas geniais diversas vezes Um desenho como Os PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 177 Flintstones era genial tem tiradas geniais inclusive de edi o de roteiro e at de anima o para contar aquela hist ria toda com poucos recursos E tem outros como Jonny Quest por exemplo um desenho animado que n o poss vel de se fazer hoje em dia existe o recurso tecnol gico mas ningu m vai gastar dinheiro em uma produ o como essa Utilizando tra o de quadrinho tentando fazer aquele quadrinho uma anima o Aquilo muito inovador enf tico At hoje em dia Se algu m fizer um filme do mesmo tipo ser diferente A Hanna amp Barbera foi muito ousada foi muito bem em v rios filmes a Warner Brothers eu via muito Warner via muito Metro Goldwyn Mayer As vezes eu falo com as pessoas as pessoas remetem meu tra o muito a Disney por causa do full animation mas eu falo Eu vi muito menos Disney que v
251. ilmes animados eram feitos foram registradas no meu pequeno c rebro de menino de dez anos Eu comecei a trabalhar seriamente em anima o aos vinte e dois anos a informa o da qual precisava ainda estava no meu c rebro WILIAMS 2001 p 01 No Brasil apenas recentemente o mercado editorial come ou a prestar mais aten o nesse nicho de mercado livros sobre anima o No entanto durante muito tempo as publica es em portugu s sobre anima o eram muito raras e pouco variadas no conte do Ainda hoje apesar do aumento do n mero de publica es e de lan amentos mais freq entes n o atendem s necessidades do campo Em entrevista concedida ao pesquisador Wilson Lazaretti e Humberto Avelar contam suas primeiras experi ncias com o livro de anima o por coincid ncia o mesmo livro que tamb m iniciou o pesquisador nos conhecimentos da pr tica da anima o quase trinta anos depois Importante dizer o manual de Preston Blair tem conte do voltado para a anima o cl ssica mais comercial aquela produzida nos grandes est dios norte americanos como Disney Warner Bros ou Metro Goldwyn Mayer Eu n o sabia nada ainda de anima o ent o eu decifrei algumas revistas do Preston Blair era a nica coisa dispon vel na poca n o conhecia os antigos animadores europeus nem os franceses comecei direto com influ ncia americana Ainda bem que n o deu certo depois fui me dando conta que aquele tipo de anima
252. ilmes n o tivessem nenhum atrativo al m da mera reprodu o fotogr fica da realidade em cenas cotidianas como a chegada de um trem ou a sa da de oper rios da f brica MAGALH ES 2009 s n Ainda segundo Magalh es A fal ncia e o fim tr gico de Reynaud num surto de depress o jogou seu equipamento e sua obra no rio Sena sepultaram o seu m rito por quase um s culo deixando a errada impress o de que o cinema seria prioritariamente uma reprodu o da realidade em movimento A anima o e sua linguagem da qual derivaram todas as express es audiovisuais em movimento que conhecemos deve ser colocada como a base da ind stria audiovisual e reconhecida e valorizada como tal Ibid s n A t cnica usada por Reynaud em suas anima es muito similar anima o direta na pel cula t cnica usada at hoje Norman MacLaren Len Lye e Roberto Miller a usavam preferivelmente em seus curtas N o existe hiato entre o teatro ptico e a proje o cronofotogr fica ou cinematogr fica mas continuidade uma filia o essencial O filme pintado tem ali s uma posteridade impactante na pessoa de Norman Maclaren por exemplo Reynaud n o portanto um precurssor o que ele fez foi cinema de verdade tanto como espet culo como escritura do movimento MANNONI 2003 p 378 O processo de tomada do cinemat grafo pela pr tica da anima o se iniciou por acaso O primeiro passo foi dado por Ge
253. ima o expressividade e solu es de produ o O livro muito agrad vel visualmente falando com ilustra es coloridas acompanhando o conte do dos artigos Os textos s o muito bem escritos de f cil compreens o e de bom conte do Arnaldo Galv o animador brasileiro nos brinda com uma anima o de filp book nas bordas do livro Ver em Disney em livros p 48 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 38 Novos protagonistas Na d cada de 70 a EMBRAFILME foi a principal divulgadora da anima o atrav s da publica o de livros nos anos 90 a FDE tamb m teve um papel relevante J ap s o ano 2000 temos o protagonismo dividido entre duas editoras A Editora Senac S o Paulo com os lan amentos Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria em 2002 A Grande Arte da Luz e da Sombra em 2003 e Entre o Olhar e o Gesto em 2006 E a Elsevier Editora com os dois volumes de Dando Vida a Desenhos e Timing em anima o todos lan amentos de 2011 T tulo Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria Autor Alberto Lucena Barbosa J nior Editora Editora Senac S o Paulo Ano de publica o 2002 Pa s Brasil O livro Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria escrito por Barbosa J nior foi originalmente concebido como estudo de mestrado no Instituto de Artes da Unicamp Pode se afirmar que este livro uma atualiza o para o mercado edito
254. ima o perfeita ao servi o de um argumento e de um grafismo indigentes n o tem grande interesse Nesse caso a qualidade da anima o e dos efeitos poder obter uma recep o positiva por parte de t cnicos especialistas em imagens digitais ou agradar ao p blico pela sua facilidade mas em nada ter contribu do para a arte da anima o DENIS 2010 p 24 Na televis o ao mudar os canais com programa o infantil notamos logo o predom nio da pobreza est tica a homogeneiza o das t cnicas e padr es de desenho e movimento nas s ries de anima o vindas principalmente dos Estados Unidos da Am rica e do J ap o nesse contexto de t dio e repeti o que acredito na import ncia da anima o de autor e experimental na constru o da ind stria de anima o nacional A import ncia de mecanismos e pol ticas que ap iem os est dios nacionais no caminho da sustentabilidade econ mica e que estabele am igualdade de condi es no mercado entre o produto estrangeiro e nacional s o fundamentais No entanto se essa pol tica for implementada em detrimento do cinema de autor e da anima o experimental todo o esfor o na constru o da ind stria nacional ser em v o Pois se nossa germinal ind stria de anima o no caminho de sua estrutura o se tornar apenas uma copiadora perif rica de modelos estabelecidos ao contr rio de procurar no curta metragem nacional e na anima o experimental suas fontes
255. ima o possu a a melhor c mera table top que existia com os primeiros computadores de controle de filmagem um est dio de som tamb m feito com os melhores requisitos para que os realizadores de curta metragem pudessem ter uma qualidade que refletisse todo o potencial da linguagem que eles tinham escolhido Esse o caminho que tinha que continuar Independente do espa o f sico o CTAv um centro de excel ncia uma tradu o de um centro de pesquisa universit ria ligado PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 115 pr tica o audiovisual muito ligado pr tica MAGALHAES Os produtores de anima o falam muito da falta de m o de obra especializada em anima o no pa s O tamanho da equipe de uma produ o de s rie ou longa metragem bem maior do que o n mero de pessoas que trabalham em um curta metragem ou em uma pe a publicit ria para a televis o O problema t o grande que os est dios est o abrindo suas pr prias escolas para revelar novos profissionais e ensinar seus pr prios m todos A 2DLab produtora carioca de anima o uma das pioneiras na produ o de s ries animadas no Brasil Meu Amig oz o Quarto do Jobi entre outras em 2011 criou sua pr pria escola dentro do est dio CRIA Centro de Refer ncia Inicia o e Aperfei oamento em Anima o e Artes Aplicadas e procura parceiros em outras localidades para disseminar seus m todos e formar novos profissionais De
256. ima o como uma coisa distante longe das Minas Gerais Em 2001 ganhei de um amigo uma fita VHS composta de uma compila o de curtas metragens produzidos em Minas Dentre os curtas me chamou a aten o Castelos de Vento anima o de T nia Anaya Tive um estalo na cabe a Que curta fant stico Ent o poss vel fazer desenho animado em Minas Gerais No roda p da contra capa da fita um logotipo me chamou a aten o Decine CTAv Centro T cnico Audiovisual No mesmo ano coincidentemente fiz uma oficina de anima o em pel cula ministrada por Ana Rita Nemer animadora do mesmo CTAv durante o 4 Festival de Cinema de Tiradentes Al m de animar direto na pel cula assisti a quase todos os curtas produzidos pelo CTAv no conv nio com o Canad A estrutura de produ o de anima o come ava a se construir na minha cabe a e come ava a sentir que era poss vel eu mesmo produzir um curta metragem animado Mas ainda faltava algo Deixei minha timidez de lado e fui atr s da informa o Peguei um nibus rumo ao Rio de Janeiro e fui direto Av Brasil onde se encontra a sede do CTAv sem hora marcada e com uma boa dose de inoc ncia perguntei ao vigia do port o Bom dia gostaria de fazer desenhos animados o Senhor sabe se algu m poderia me ajudar Meio surpreso o funcion rio me encaminhou para a sala de artes do CTAv onde fui recebido pelos animadores Ana Rita Nemer e Telmo Carvalho Eles me mostraram a
257. imite que a institui o op e ao potencial da linguagem em lances nunca estabelecido mesmo quando ele o formalmente Ele mesmo antes o resultado provis rio e a disputa de estrat gias de linguagem travadas dentro e fora da institui o Exemplos o jogo de experimenta o sobre a linguagem a po tica ter lugar numa universidade Pode se contar hist rias no conselho de ministros Reivindicar numa caserna As respostas s o claras sim se a universidade abrir seus ateliers de cria o Figura 76 Submarino amarelo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 95 sim se os superiores aceitarem deliberar com os soldados Dito de outro modo sim se os limites da antiga institui o forem ultrapassados Reciprocamente dir se que eles n o se estabilizam a n o ser que deixem de ser um desafio LYOTARD 2009 p 32 Assim sendo A anima o autoral e industrial se interp em os grandes est dios abrem espa os para produ es com est tica marginal como Os Simpsons por exemplo que tem origem em um projeto pessoal de Matt Groening uma s rie de curtas chamada Life in Hell que adaptada ao formato de s rie televisiva tornou se um grande sucesso comercial com mais de 10 temporadas produzidas e que influenciou v rias produ es comerciais similares como Uma Fam lia da pesada Family Guy ou O Rei do Peda o King of the Hill ou Walt Disney que utilizou o formato do curta metragem com O velho
258. in quio Alice no Pais das maravilhas M sica Maestro dedicados a produ o dos est dios Disney e tamb m exemplares sobre Norman MacLaren e Jan Svankmajer MAGALHAES 2011 ENTREVISTA No entanto n o foi poss vel ao pesquisador obter informa es complementares sobre outros t tulos com o tema anima o A cole o Apontamentos devido ao grande n mero de edi es entorno de 460 exemplares poderia distorcer a leitura quantitativa e qualitativa da pesquisa e n o fazem parte da amostragem de livros analisados No entanto a FDE publicou uma s rie de livros chamada Li es com Cinema tamb m com objetivo educacional O quarto volume dessa cole o foi dedicado exclusivamente anima o T tulo Li es com Cinema Vol 4 Anima o Autor Cristina Bruzzo Org Editora FDE Ano de publica o 1996 Pa s Brasil A colet nea Li es com Cinema Vol 4 Anima o se organiza como uma compila o de diversos artigos escritos por pesquisadores de cinema e ou animadores como Luiz Naz rio que aborda a hist ria da anima o na Am rica do Norte Marcelo Tassara que escreve sobre a origem da anima o e hist ria geral da anima o de forma resumida Ant nio Moreno que em seu artigo faz uma esp cie de atualiza o do seu A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o publicado em 1978 Marcos Smirkoff que aborda a anima o experimental C u D Elia que escreve sobre a rela o entre a t cnica de an
259. inema Interessante tamb m no N cleo de Campinas que voc s fabricam material profissional para produ o de desenho animado Em qualquer canto do pa s se encontra algum animador com uma mesa de luz fabricada por voc s Falem um pouco sobre isso Eu mesmo tenho um a r gua de anima o peg bar fabricada por voc s risos WL Na verdade eu sou mec nico geral formado pelo SENAI em 1973 Sempre gostei de mec nica n o segui a carreira pois segui a anima o Eu sempre me virei com as coisas porque na verdade eu tinha que fazer as coisas Compramos um furador do Markian que j fabricava aqui eu tamb m tenho um furador do mesmo fabricante da cidade de S o Paulo depois comecei a fabricar meus pr prios furadores aqui Fabriquei r guas porque o tr s pinos sustenta melhor o papel se pode usa dois pinos mas com tr s melhor Comecei a bolar um jeito de fazer comprei um torno e comecei a fazer para suprir a necessidade do N cleo s que uma vez levei as r guas para o Anima Mundi e uma animadora a Joseane estava l chegou e me pediu Eu n o tenho um est dio e preciso de uma mesa mas teria que ser m vel para poder levar para a casa de cada animador se fosse uma maleta seria bom Dai eu projetei aquela mesa de luz port til que serve para todo mundo nosso carro chefe Abri uma empresa que vende esses materiais vende muito para universidades tem o zootrosc pio em MDF que usamos para oficinas mais fixas mesas d
260. intend to reflect upon the relevance of authorial animation and short films within the field of design and cinema as a fundamental production model for the preservation of traditional animation techniques and at the same time a renovator of language an important factor in the growth of both professionals and their audience Keywords Design animation cinema specialized bibliography Brazil the animation industry authorial animation craft techniques digital techniques PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Sum rio 1 Introdu o 2 anima o publicada 2 1 De livro em livro de tempo em tempo 2 2 Nas p ginas animadas 3 anima o e seu duplo 3 1 A anima o e o cinema de filmagem ao vivo 3 2 A m o e a m quina 3 2 1 O animador e a caixa preta 3 2 2 A t cnica manual e a computa o gr fica 3 2 3 A anima o de autor e a anima o industrial 4 Um di logo animado 4 1 A escola 4 2 A t cnica 4 3 A viragem 4 4 Pol ticas p blicas 5 Considera es finais 6 Refer ncias bibliogr ficas 7 Anexos Anexo l Linha do tempo Anexo Il Entrevista com Humberto Avelar 23 33 53 60 60 70 72 78 93 104 108 119 126 139 156 161 169 170 171 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Anexo III Entrevista com Marcos Magalh es Anexo IV Entrevista com Maur cio Squarisi e Wilson Lazarette Anexo V Entrevista com Rosaria Anexo VI Entrevista com
261. intervalador esse ltimo mesmo fazendo um trabalho complementar ao do primeiro sabe animar e desenhar as poses que precisa para atingir as extremidades do movimento O processo de anima o digital realizada por bibliotecas de personagens recorte digital ou cut out produz uma anima o muito dura E preciso o conhecimento das t cnicas tradicionais para definir os desenhos chave e o conhecimento dos recursos t cnicos da anima o total para humanizar a anima o digital usando ou n o os doze princ pios os animadores chefes precisam saber anima o total S o eles os diretores e animadores principais dos est dios brasileiros Como por exemplo Rosaria e Avelar A nova gera o de intervaladores digitais n o tem espa o de cria o e experimenta o dentro dos est dios seguem um cronograma pesado de trabalho e a cartilha da empresa o seguinte agora a produ o muito mais r pida mesmo Ent o o pessoal que entra j entra tendo que produzir mesmo O tempo do papel era maior se tinha aquele momento em que se desenhava o personagem que era uma coisa mais tranquila eu sentia assim O pessoal que chega agora j recorte j tem que ir pegando j tem que ir ru do de irrita o Tem um tempo diferente para aprender tamb m tem que ser mais r pido digital tudo tem que ser mais r pido Ningu m tem muito interesse por exemplo eram 40 pessoas na produ o e eu fazia os desenhos chaves e a galera
262. io de Melhor filme did tico no Festival de Espinho Portugal 1983 Men o Honrosa no Festival de Melbourne Austr lia 1984 Produzido no NFB National Film Board Canad atrav s de um conv nio entre a EMBRAFILME e a CAPES para concess es de bolsas de aperfei oamento em cinema no exterior Figura 01 Flip book PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 15 tal feito C meras de cinema e de v deo ainda n o participavam do cotidiano das pessoas e o VHS padr o que sucedeu o Super 8 no home video brasileiro n o permitia a fotografia quadro a quadro Em 1998 existia um plano pol tico de transformar a cidade de J uiz de Fora onde vivia em um polo de produ o audiovisual plano que n o se concretizou Dentre algumas a es do poder p blico houve na cidade alguns cursos r pidos de produ o audiovisual entre eles uma oficina de anima o ministrada por Pedro Emesto Stilpen Stil um dos pioneiros da anima o e da televis o do Brasil Nessa oficina tomei contato pela primeira vez com a t cnica e pr tica de produ o de anima o mas muito superficialmente Nem cheguei a animar mas pude exercitar o design de um personagem e criar um simpl rio storyboard No ano 2000 participei do meu primeiro Anima Mundi Festival Internacional de Anima o do Brasil Fiquei impressionado com as oficinas de anima o abertas ao p blico pela primeira vez vi pessoas animando mas ainda percebia o mundo da an
263. ior associada a Embrafilme para procurar cursos no exterior em mat rias que n o existia especializa o no Brasil ligadas ao cinema Entre elas estava anima o preserva o de filmes som capta o de som mixagem coisas que ainda eram incipientes aqui no Brasil Eu me inscrevi em anima o perseguindo um sonho que eu tinha que era ir ao Canad conhecer Norman MacLaren Batalhei muito por isso escrevi cartas pro NFB National Film Board of Canada fiz contatos pessoais antes de ter a bolsa aprovada Quando a bolsa saiu eu j tinha uma aprova o o pessoal do NFB j sabia quem eu era o que eu estava querendo j existia um sim que se eu conseguisse a bolsa eu poderia ir E a Embrafilme me aprovou para ir para a Pol nia risos Eu falei N o N o vou para a Pol nia porque eu tenho o Canad me aprovando eu j fiz o contato Felizmente eu fui para o Canad pois naquele mesmo ano na Pol nia teve uma grave geral a greve do solidariedade do Lech Walesa um acontecimento que parou que isolou a Pol nia do mundo por uns tempos Quem ganhou a bolsa para a Pol nia teve que esperar um pouco Fui para o Canad era um plano concreto de me especializar de encontrar uma atmosfera parecida com a do amador animadores que tinham a liberdade de trabalhar como se estivessem em casa O NFB era um grande ber rio de ideias depois eu percebi que eu fui para l numa poca muito especial uma era de ouro v rios anima
264. ira EMBRAFILME Ano de publica o 1979 Pa s de origem Brasil Em complemento ao livro de Moreno no ano seguinte EMBRAFILME publicou tamb m em parceria com uma editora dessa vez Civiliza o Brasileira o livro A T cnica da Anima o Cinematogr fica de John Halas h ngaro exilado na Inglaterra e Roger Manvell primeiro diretor da British Film Academy Halas dirigiu em companhia de Batchelot o primeiro longa metragem de anima o da Inglaterra A Guerra dos Bichos Animal Farm adapta o do livro de George Orwell em 1953 Halas tamb m foi vice presidente da ASIFA Associa o Internacional do Filme de Anima o O livro que escreveu conjuntamente com Manvell um guia muito completo e abrangente Livro grosso com muitas p ginas fartamente ilustrado como nos livros anteriores em preto e branco detalhe de duas folhas duplas desdobr veis com a ilustra o de dois storyboads E dif cil classific lo como somente um livro t cnico ou te rico ou de divulga o extremamente amplo e completo em suas p ginas tem de tudo um pouco hist ria da anima o brinquedos pticos teoria da anima o descri o de linguagem de anima o ritmo timing leis da f sica cinematografias variadas aplica o comerciais e autorais da anima o comerciais de televis o filmes did ticos e educativos filmes experimentais e longa metragem diagramas t cnicos descri es de m todos de produ o guia de pro
265. isos Isso n o existe em anima o O processo muito mais visual mesmo intuitivo e criativo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 191 Eu estou gostando muito dessa inser o que pessoas como eu e voc estamos fazendo da anima o na academia comparar o nosso conhecimento com o de outras pessoas N s estamos numa faculdade de design ainda est pr ximo mas eu estou achando mais interessante ainda quando vamos para lugares mais distantes ainda tipo filosofia psicologia antropologia ou at fora das ci ncias humanas inform tica rob tica risos Trazer o nosso conhecimento para essas reas eu vejo como complementa Eu acho legal procurarmos mais meios de comunica o se esse meio passa pela palavra escrita vamos l vamos tentar LR Como voc v os processos que levaram a anima o brasileira ao momento atual em que vemos um significativo crescimento da produ o nacional e da incrementa o do fomento e incentivo a produ o comercial de anima o S rie e longa e quais resultados espera para o futuro se essas pol ticas forem implementadas MM Acho que estamos em um caminho sem volta acho que uma coisa muito boa que se estabeleceu foi a valoriza o do conte do feito aqui Os est dios terem os seus roteiros os seus personagens o seu pr prio filme T nhamos muito uma mentalidade nos anos 80 e antes da anima o prestando servi os para a propaganda para a televis o Pessoas que
266. ita que a anima o quadro a quadro em papel ou melhor a t cnica tradicional ainda importante SL Ent o A anima o 3D no Brasil acho que ainda est engatinhando embora eu tenha apontado bons exemplos Historietas Assombradas Para Crian as Malcriadas e Yansan O Vida Maria 2006 do M rcio Ramos um filme muito interessante acho o roteiro sensacional mas percebo alguns problemas na anima o em 3D N o sei se norma ou se est tica mas quase todas as anima es em 3D que vejo os olhos s o proporcionalmente ao rosto muito maiores personagens meio que quase voando na tela Tem o filme do Otto Guerra Nave M e que de 2004 d o a impress o que a anima o em 3D ainda est engatinhando Pensando no 3D toda novidade interessante por um lado mas por outro lado talvez com o passar dos anos se mostre uma bobagem Toda novidade desperta um interesse total mas depois n o consegue se manter O 3D tem muito que se desenvolver uma cr tica que eu fa o anima o em 3D que ela tenta fugir ao m ximo ao vamos dizer assim ao reino do 2D Ela tenta se aproximar do live action e o que o live action n o consegue fazer faz com a anima o 3D Com isso a abstra o a loucura os limites da imagina o acabaram sendo domesticadas Porque a anima o que vemos principalmente a norte americana tem esse padr ozinho de tudo parecer com a realidade o m ximo poss vel Isso degladia um pouco com
267. ital N 1011888 CA 151 A produ o brasileira n o considera um fator determinante que o gosto do consumidor N o estou condenando os filmes autorais estou querendo que a produ o se desenvolva no sentido de achar o p blico para sua obra Certos produtores autorais n o t m no o do p blico para o qual est o produzindo Quero que o cinema autoral d feedback para o Estado Olha o p blico que quero atingir esse que se interessa por essa est tica e essa linguagem Na minha gest o vai ter espa o para a experimenta o para o autoral e o comercial mas vai ter cinema buscando efici ncia para dar retorno e contrapartida ao p blico final que quem paga a conta O espectador paga para aquilo que desperta desejo pode ser uma com dia rom ntica um besteirol americano ou um filme supercabe a sic SANTANA Santana tenta enquadrar a produ o experimental aos moldes da produ o comercial A anima o experimental tem um papel importante na ind stria de anima o Sua viabilidade necess ria mesmo n o dando lucro ou n o atingindo um n mero significativo de p blico A anima o de autor ou experimental tem como objetivos art sticos e est ticos investigar aspectos que s o ignorados pela cinematografia de massas e desenvolver novos m todos e tecnologias de anima o preservar a mem ria da anima o e as t cnicas tradicionais A anima o experimental n o tem que assumir par metros de mer
268. izados previs veis sem vida E preciso entender os mecanismos da anima o quadro a quadro para poder utiliz los ou subvert los em prol da qualidade do movimento Operar a m quina ou seja os programas de anima o de forma ativa E isso se d quando o animador olha tamb m para a m o e n o somente para a tecla do computador 3 2 3 A anima o de autor e a anima o industrial A arte e o com rcio s o como o leo e o vinagre n o se misturam naturalmente mas se agitarmos bem obtemos uma combina o aceit vel Allan Neuwirth A anima o pode ser dividida em tr s diferentes grupos de formato de exibi o Curta metragem festivais e mostras s rie Televis o e longa metragem distribui o cinematogr fica Cada qual com sua especificidade e caracter sticas pr prias Tamb m podemos dividir a anima o relacionando as obras aos objetivos da produ o em dois grandes grupos as produ es autorais anima o independente experimental marginal e as comerciais industria da anima o grandes est dios publicidade Apresentarei as rela es entre os formatos das obras e os objetivos das produ es apontando como formato preferencial de produ o o curta metragem animado autoral Fundamental como ferramenta de pesquisa desenvolvimento t cnico est tico e de linguagem forma o de novos realizadores e profissionais A anima o autoral tem como ponto de partida a necessidade do animador de
269. izonte desde 2002 Tem Mestrado em Artes Visuais pela UFMG e tamb m professor de cinema de anima o no curso Cinema e Audiovisual do Centro Universit rio UNA Rosaria 28 anos uma revela o da nova gera o de animadores brasileiros Teve os primeiros contatos com a t cnica de anima o atrav s das oficinas de anima o do festival Anima Mundi e come ou a trabalhar profissionalmente j no mesmo ano quanto tinha apenas 17 anos Adquiriu sua forma o na pr tica trabalhando como animadora em diversas produ es para o mercado publicit rio e vinhetas institucionais Dirigiu seu primeiro curta aos 20 anos Tem Um Drag o no Meu Ba selecionado no primeiro edital espec fico para anima o do Minist rio da Cultura Tamb m produziu o curta Menina da Chuva premiado em diversos festivais pelo Brasil Trabalhou na COPA Studio na produ o de s ries para a televis o como animadora chave na s rie Tromba Trem selecionada pelo programa AnimaTV Foi contemplada com o pr mio de desenvolvimento de s rie da RioFilme e atualmente desenvolve o projeto de s rie A Menina que Imitava em co produ o com a Copa Est dio Ros ria desenvolveu seu trabalho autoral em dire o a uma anima o mais cl ssica utilizando a t cnica tradicional e anima o total Na COPA Studio produzindo s ries para TV adotou a anima o vetorial Flash como solu o para o trabalho em escala industrial 4 1 A escola Nas entrevi
270. l N 1011888 CA 71 suscet vel de manuseio pelo qual o filme apresenta se tamb m como posicionamento cr tico e pedag gico relativamente aos meios e modos de produ o GRA A 2006 p 213 O animador quando trabalha manualmente transmite ao papel e ao l pis ou ent o massa de modelar diretamente o seu gesto os seus sentimentos sua for a sua emo o Quando este usa um programa de anima o tamb m transmite a es e impress es para sua obra S que entre obra e animador existe mais um intermedi rio o computador o elo f sico n o direto est rompido Aqui entra a caixa preta o animador sabe em que tecla apertar ou em que dire o levar a caneta digital para conseguir o movimento ou definir um personagem mas n o sabe como isso foi feito O programa pode ter a capacidade de transmitir a sensa o para o animador e tamb m para o p blico que o trabalho foi feito m o mas essa impress o n o verdadeira n o existe a organicidade do gesto e sim um c lculo matem tico Gra a afirma a import ncia da for a vital do animador diretamente no processo de execu o na obra de muitos realizadores como Len Lye Pierre H rbert ou Norman MacLaren Ibid p 214 15 Um bom observador ou conhecedor de anima o percebe quando v um movimento constru do por programas O animador digital por mais experto que seja sabe que o resultado m o diferente Entre a m o que segura o l pis e o
271. la o ao fomento para a produ o de Audiovisual que Santana relega a um segundo plano no Proanima o tem o protagonismo com previs o de investimentos na ordem de 76 55 R 562 870 160 00 do total de recursos destinados ao programa como um todo Sobre as estrat gias de investimento em fomento Da Rin afirma Um fort ssimo investimento progressivamente crescente depois decrescente nos ltimos quatro anos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 150 de fomento produ o De curtas longas mas especialmente de s ries para a televis o DA RIN Aqui fica claro o objetivo de priorizar as s ries de anima o para a televis o como o carro chefe das iniciativas de impulsionar a ind stria da anima o nacional Objetivo que se concretizou em menor escala no AnimaTV Avelar que produziu um epis dio piloto para o AnimaTV defende o formato de investimento como ferramenta de incentivo ind stria no entanto faz considera es sobre o foco exclusivo na ind stria Para ele o curta autoral tamb m deveria ser incentivado Mas temos que tentar ser abrangentes toda iniciativa em que se joga o foco muito para um s lado acabar deixando coisas importantes de fora lAgora o AnimaTV foi uma iniciativa interessante at participei com um filme Eu sei que n o o ideal mas foi uma tentativa que rendeu alguma coisa melhor com ele do que sem ele Deveria ter outras edi es aperfei oando o modelo d
272. lhos brasileiros em n vel de excel ncia igual a trabalhos de qualquer lugar do mundo L fora se t m um super equipamento e aqui terceiro mundo lutando contra tudo consegue fazer coisas muito interessantes Tem muita gente muito interessante a anima o brasileira est cada vez mais se desenvolvendo novas pessoas surgindo essa gera o mais PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 223 nova que j nasceu com o youtube est vindo com for a total com mil id ias o que antes era imposs vel fazer hoje f cil fazer Se pegarmos qualitativamente fazer um recorte da produ o dos anos 2000 se agruparmos a produ o de 2001 at hoje tem muita anima o boa Eu posso citar de cabe a para voc vamos come ar em 2000 De Janela Para o Cinema do Qui Rodrigues Almas Em Chamas do Arnaldo Galv o Os Irm os Willians do Ricardo Dantas Historietas Assombradas Para Crian as Malcriadas do Victor Hugo Borges Yansan do Carlos Eduardo Nogueira Tyger do Guilherme Marcondes Passo do Al Abreu O Divino De Repente do F bio Y amaji um grande exemplo a produ o est boa Uma coisa que eu tento enxergar que fa o esfor o para enxergar nessa produ o o seguinte O desenvolvimento da anima o 3D Eu tento analisar com o maior distanciamento poss vel a anima o 3D computadorizada em rela o ao trabalho manual LR Aproveitando a deixa Voc poderia aprofundar esse ponto Acred
273. m festival que n o tenha sele o Tudo que for inscrito n s vamos exibir No in cio as pessoas falavam assim Voc s s o loucos Pode chegar muita coisa ruim Voc s s o obrigados a exibir voc s est o falando que v o exibir tudo Com 9 anos fazendo o festival eu descobri coisas cheguei a algumas conclus es Os curtas de anima o geralmente s o muito curtos muito por causa dessa t cnica excludente muito trabalhoso se gasta muito tempo para fazer Geralmente a maioria dos filmes de anima o s o muito curtos tem dois minutos tr s minutos poucos chegam a 5 minutos e rar ssimos passam os 5 minutos Se voc faz uma programa o de uma hora e coloca 10 curtas vamos dizer que se coloque um curta ruim de dois minutos no meio dessa programa o As pessoas n o percebem porque depois de assistir 10 curtas na verdade lembram daquilo que mais gostaram Nunca lembram do que n o gostaram H n o ser que seja uma pessoa muito aborrecida que vai no cinema e saia xingando por causa desse filme de dois minutos mas pouco prov vel Ent o o MUMIA surgiu assim como um protesto vamos fazer aqui um festival que n o tenha sele o Desde o in cio esse nome caiu no gosto do povo o Denis Leroy fez uma logomarca de um cara rolando essa logomarca entrou na Bienal de Design de S o Paulo e ganhou medalha de ouro como uma marca Os caras escreveram um texto falando o porque daquela marca que o cara b bado caindo represen
274. m sentido Tipo Nascer crescer morrer e s Eu acho que a arte tem esse poder e dentro das artes eu ca no cinema porque sempre gosto do caminho mais dif cil Pois sempre achei o cinema a arte mais complexa de todas porque engloba tanto m sica literatura interpreta o ent o s o v rias coisas por essa complexidade eu quis tentar o cinema para tentar al ar a eternidade Para quando eu morrer alguma coisa ficar independente do meu corpo f sico ir embora mas alguma coisa f sica estava at pensando nisso hoje Ser que uma imagem alguma coisa tang vel Para mim que mexo com imagem Porque posso pegar qualquer imagem e mexer nela tocar nela Mas isso outra discuss o risos LR_ Retornando sua forma o Voc se formou em que SL Eu me formei em comunica o social no Centro Universit rio Nilton Paiva e fiz rela es p blicas porque na realidade eu sempre quis fazer jornalismo mas eu vivia no interior eu nasci em Belo Horizonte mas passei minha inf ncia toda em Virgin polis e vir para Belo Horizonte fazer faculdade foi um pouco por causa da sobreviv ncia da possibilidade de sair de uma cidade pequena Meu pai j tinha morrido Belo Horizonte representou para mim uma fuga Comecei a estudar comunica o gostei de estudar comunica o mas no final do curso eu descobri isso a Patr cia que uma diretora de cinema fiquei fascinado pelo cinema e tentei fazer cinema Mas nessa poca por
275. ma o Essa t cnica foi t o influente em seu tempo que em ingl s anima o tamb m chamada de cartoon em alus o ao cartum de jornal A t cnica do desenho animado come ou como algo totalmente artesanal e trabalho quase que inteiramente individual Posteriormente com o aparecimento do acetato celul ide transparente dos pinos de registro peg bar e da divis o taylorista do trabalho de anima o o desenho animado tornou se a t cnica que deu suporte para a cria o da ind stria de anima o e a t cnica de desenho quadro a quadro em papel se tornou quase que automaticamente associada anima o de mercado personificada e solidificada por Disney Seguindo essa impress o e colocando em lados opostos a anima o experimental e comercial bem como o desenho animado e outras t cnicas Marcos Smirkoff diz A anima o experimental o r tulo mais amplo encontrado na linguagem cinematogr fica Refere se praticamente a todo tipo de anima o que n o segue o que poderia ser chamado de padr o Disney a filmagem sequencial de personagens pintados sobre acetato Os grandes est dios fixaram para sempre a palavra anima o face do camundongo Mickey e costuma se englobar as t cnicas restantes sob o nome de Anima o Independente A independ ncia refere se ao esquema de trabalho e financiamento dos est dios onde cada desenho trabalho coletivo e visa retorno comercial especificado BRUZZO Org 1996 p 1
276. ma Business Entrevista Stephen Hilllenburg eo pr ximo Bob Esponja LIEBAN A Andr s Lieban depoimento jun 2010 Centro Cultural Banco do Brasil Rio de J aneiro 2010 MP3 102 mim 34 s Anima Mundi PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 168 Anima F rum Mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o NESTERIUK S S rgio Nesteriuk depoimento jun 2010 Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 2010 MP3 102 mim 34 s Anima Mundi Anima F rum Mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o Entrevistas Transcritas AVELAR H Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro Rio de Janeiro 08 dez 2011 LAZARETTE W Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro S o Paulo 11 dez 2011 LEITE S Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro Belo Horizonte 09 dez 2011 MAGALH ES M Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro Rio de Janeiro 05 dez 2011 ROSARIA Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro Rio de Janeiro 18 jan 2012 SQUARISI M Entrevista concedida a Leonardo Freitas Ribeiro S o Paulo 11 dez 2011 169 7 Anexos VO 888LLOL aN IELI ogeu OIH INd PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 170 Anexo l Anima Escola 10 anos Dando Vida a Desenhos Vol le Il 0 S o 0 S Timing em Anima o Anima o Digital Stop motion Linha do tempo 2011 livros
277. ma evolu o boa nisso agora continua tendo muita porcaria que consegue lugar no mercado por acaso mas temos que acreditar que acontece o oposto tamb m LR Se pensarmos na produ o antes da democratiza o dos meios digitais no Brasil a qualidade da anima o nacional em m dia est melhor ou pior O animador brasileiro evoluiu t cnica e artisticamente MM Evoluiu muito Evoluiu com certeza Hoje temos animadores fant sticos e come a a se ver roteiristas o que fundamental j se come a a ver pessoas se especializando em escrever hist rias para a anima o A curva da qualidade ascendente n o tenho d vidas LR Voc acredita na viabilidade do curta como matriz de aprendizado e forma o profissional O trabalho experimental aproveitado na produ o comercial brasileira MM Sim eu acredito pois meu aprendizado e forma o profissional se deu atrav s de curtas metragens que realizei de maneira autodidata Esta foi uma das principais fontes de forma o do audiovisual brasileiro mas a exemplo de cinematografias de outros pa ses o formato do curta hoje predominantemente praticado por escolas e universidades sendo o curta um projeto final da forma o do aluno Acho que este modelo deve conviver com oportunidades para realizadores independentes realizarem seus filmes de curta metragem fora do meio acad mico como acontece com os editais eventuais concursos ou festivais que proporcionam esta oportunidade O
278. ma operacional no sentido que a difus o do conhecimento melhora a forma o E um problema acad mico no sentido que n o existe um repasse de conhecimento que acompanhe a acelera o do fluxo de informa es E institucional no sentido que o mercado editorial nacional n o d conta dessa atividade Relembrando a atua o da EMBRAFILME respons vel pela publica o no Brasil dos livros A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o 1978 e A T cnica da Anima o Cinematogr fica 1979 afirmou A EMBRAFILME funcionava praticamente como um minist rio do cinema A Empresa tinha receita pr pria e autonomia administrativa o que permitia atividade editorial Hoje n o existe nenhuma institui o brasileira que resolva o problema da falta de publica es em l ngua portuguesa de livros sobre anima o Procuro identificar os conte dos que s o negligenciados ou priorizados pela ind stria editorial brasileira nesse conjunto de 28 edi es Para categorizar esse conte do preciso entender que no campo da anima o n o consenso a classifica o r gida manique sta e de completo antagonismo entre a anima o experimental e de autor e a anima o industrial Como poder ser visto em cap tulos posteriores a anima o em sua origem era toda experimental e muito do que hoje hegem nico no mercado de anima o surgiu no campo experimental Por outro lado m todos e t cnicas 5 Ciclo de palestra
279. mais pela pr pria caracter stica da produ o comercial que arrisca pouco Preferem fazer o que j est dando certo o que j est comprovado O que n o invalida a produ o experimental quanto mais se experimenta vai se vendo que aquilo d certo e se usa aquilo tamb m na produ o comercial Mas isso em tese pois na pr tica vemos quase que um padr o raramente se sai um mil metro do padr o LR_ Voc s acreditam que a curadoria dos festivais brasileiros muito conservadora Voc acha que os festivais cumprem bem o papel de divulga o de trabalhos mais autorais e experimentais WL_ Acho que sim MS Tem cerca de 200 festivais no Brasil cobrem o Brasil todo e cumprem aquilo que o cinema n o faz No cinema voc n o exibe mas em PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 204 festival sim Algum tempo atr s tinham uma estimativa de p blico de mais de 2 milh es de pessoas Alguns at desprezam um pouco P mas seu filme s passou em festival Mas muito S em festival WL Tem um exemplo interessante no Cear Diego Akel ele fez a vinheta do festival H uns dois anos passei por l conversei com ele Ele tinha conhecimento conhecia MacLaren se v que um animador diferente e formado l o cara saca eu fiquei bem impressionado com ele MS O legal dos festivais que eles v m se profissionalizando muito e muito rapidamente H 15 anos atr s em festival s haviam cin filos
280. mais vinculadas produ o em grande escala e industrial de anima o e carregadas de roupagens novidadeiras Para tal empreendimento necess rio compreender melhor a conex o do homem com os instrumentos mecanismos dispositivos ou aparelhos que usa na produ o do desenho animado e percebermos as diferen as entre as rela es do homem com esses aparelhos quando trabalha m o ou digitalmente o que chamo de m quina Primeiramente aproximarei o pensamento de Vil m Flusser anima o e em um segundo momento demonstrarei como na pr tica se d o as diferen as e di logos entre o trabalho m o anima o tradicional e as novas t cnicas digitais de anima o e computa o gr fica Finalizando abordarei a pr tica autoral e comercial da anima o com foco no curta metragem 3 2 1 O animador e a caixa preta Liberdade jogar contra o aparelho E isto poss vel Vil m Flusser No livro Filosofia da Caixa Preta Vil m Flusser pretende desvendar a rela o entre homens e aparelhos Inicia seu pensamento destacando a rela o entre fot grafo m quina fotogr fica meios de circula o das fotografias complexo industrial Flusser vai al m entende que hoje o ampliou os limites da anima o tradicional e criou um novo tipo de linguagem redefinindo os princ pios fundamentais da anima o RUSSET 2009 p 9 No entanto acredito que essa nova posi o do autor n o invalida a frase dita h 35 anos
281. manipula o na precis o da pincelada ou for a de tra o O papel fundamental da m quina se restringe nessas t cnicas ao registro das poses engendradas pelo animador ou seja a fotografia pose a pose da anima o 7 Refiro me nesse momento produ o da anima o propriamente dita Outras etapas de produ o de um filme animado como a capta o e reprodu o sonora e p s produ o Figura 54 O ator de carne e osso direita contracena com Hulk animado em 3D PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 71 Com a ascens o das t cnicas digitais de anima o o poder de construir o movimento foi dividido entre o animador e a m quina o computador atrav s de c lculos matem ticos algoritmos e simula es tamb m possibilita a cria o do movimento A m o do animador n o mais a nica intercess o entre o inanimado e o animado O computador tomou de assalto o campo da anima o no in cio vagarosamente em experimenta es que comparadas s anima es produzidas manualmente eram consideradas simpl rias Hoje praticamente imposs vel produzir um desenho animado sem o aux lio da tecnologia digital O impacto das novas tecnologias de tal ordem que muitas vezes o trabalho humano esquecido Lan o m o de uma pequena anedota contada pelo cineasta franc s Jean Claude Carri re que ilustra perfeitamente o contexto do campo cinematogr fico e porque n o da anima o Recentemen
282. meios de produ o digital R A t cnica tradicional n o vou dizer que seja ineficiente mas n o t o barato t o r pido quanto a digital Mas outro resultado uma op o que o animador tem que ter preciso ter essa op o n o se pode fechar s porque demora muito e custa mais caro uma outra op o mais caro mas o resultado ainda diferente do digital Eu espero que um n o prejudique o outro s vezes eu me sinto prejudicada acho que o animador se sente prejudicado porque os prazos dos editais de s rie inclusive e da grana que eles tem sempre muito reduzido Te impossibilita muito de fazer tudo no papel A que equipe de trabalho n o tem escola de anima o aqui no Brasil o est dio tem formar muito mais r pido o animador dif cil de se for ar o desenho a quem n o est acostumado A t cnica tradicional precisa de uma m o de obra mais qualificada mais seleta Assim n o se pode pegar um cara que s saiba animar ele tem que saber desenhar para se formar a equipe de trabalho Ent o acho mais caro mesmo mais dif cil de treinar a galera n o d para se dividir muito as etapas de trabalho mas isso para ser diferente mesmo Tem que ter os dois ao mesmo tempo fazendo coisas diferentes com dinheiro diferente mas n o pode cair de moda a t cnica tradicional N o pode ser por isso LR Qual a influ ncia dos doze princ pios de anima o no seu trabalho Acha importante que e
283. mentas profissionais a cada nova gera o da tecnologia Contudo esses ganhos evidentes s o contrabalan ados por uma diminui o no conhecimento das habilidades e t cnicas tradicionais do setor o que resulta em produ es feitas com anima o e efeitos padr o CHONG 2011 p 168 Durante anos ministrando oficinas para crian as adultos professores artistas e amadores me surpreendeu o grande n mero de pessoas que consideravam a anima o somente nos aspectos da computa o gr fica dependente de um programa de computador para ser realizado Esses alunos anteriormente s aulas eram fundamentalmente operadores de programas n o compreendiam o verdadeiro mecanismo da anima o isto a anima o pose a pose Ao desconhecer os passos de 120 anos de desenvolvimento da anima o n o carregavam consigo o aprendizado coletivo e evolutivo da anima o Ao conhecer o processo tradicional esses alunos se surpreendiam com a simplicidade da fotografia quadro a quadro adquirindo confian a para ir al m das limita es dos programas que utilizavam anteriormente melhorando a qualidade do movimento em suas produ es com ou sem os mesmos programas devido ao fato de agora aplicarem os conhecimentos do trabalho manual e as t cnicas do desenho animado no novo meio Descobriam assim que a computa o gr fica era uma consegu ncia do desenvolvimento da anima o e n o o contr rio Nesse sentido J oseph Gilland cri
284. mento do homem perante o aparelho e de sua submiss o s caracter sticas e comandos do programa do aparelho ou melhor sua abdu o pelo aparelho o homem teria se robotizado Para Flusser n o dif cil perceber a robotiza o dos gestos humanos tanto em f bricas como em guich s de banco ou viagens tur sticas Ibid p 72 Em conson ncia a esse pensamento Gra a critica o uso das id ias de Taylor que foram implementadas na ind stria de anima o A industrializa o seguiria assim um processo de adapta o progressiva do oper rio m quina que pela tayloriza o dos gestos e tempos de execu o domina programa e controla a atividade humana no processo GRA A 2006 p 210 Flusser acredita que o homem pode virar o jogo em que hoje se encontra em desvantagem Para tal como dito anteriormente preciso que o homem jogue contra o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 15 aparelho e submeta esse suas determina es Curioso Flusser buscar no aprendiz de feiticeiro popularizado nos cinemas por Walt Disney com Mickey Mouse a figura para ilustrar seu pensamento O dever de toda cr tica dos aparelhos mostrar a cretinice infra numana dos aparelhos Mostrar que se trata de vassouras invocadas por aprendiz de feiticeiro que traz automaticamente gua at afogar a humanidade e que se multiplicam automaticamente Seu intuito deve ser exorcizar essas vassouras recolocando as naqu
285. mentos e com um corpo de t cnicos e cineastas de alto n vel As a es de revitaliza o do CTAv s o bastante t midas se comparadas aos sonhos dos animadores brasileiros tamb m preocupante a falta de uma pol tica consistente de apoio ao curta metragem de anima o principal revelador e formador de profissionais da rea N o existe atualmente editais suficientes para atender demanda dos animadores curtametragistas E clara a aposta de todas as fichas na industrializa o o fomento s s ries e amplia o do AnimaTV 4 2 A t cnica A anima o pode ser produzida em diversas t cnicas fundamental para o resultado final da obra a op o t cnica do animador Os meios de produ o mudaram do anal gico para o digital Essa mudan a tem reflexos positivos e negativos na atual produ o brasileira Se no passado era mais dif cil produzir hoje existe pelo menos na produ o mais industrial uma tend ncia uma standartiza o das t cnicas e modos de produ o Uma preocupa o do pesquisador o poss vel abandono das t cnicas tradicionais anima o quadro a quadro em papel em favor das t cnicas digitais de anima o anima o com vetor recorte digital e 3D o que no meu entendimento favoreceria a um empobrecimento da anima o Por outro lado os meios digitais ampliaram o volume de produ o pois desoneraram o processo de anima o e democratizaram os meios de produ o Todos os entrevistado
286. mido o desenho dele Outra coisa importante tamb m nas oficinas principalmente quando se vai trabalhar principalmente com pessoas que n o s o do meio da anima o como comunidades afastadas comunidades ind genas e mesmo nas periferias das cidades al m de levar a anima o para esse pessoal pois eles tem o direito de fazer anima o tamb m n o s quem est numa condi o social mais privilegiada ele passa a usar a anima o como sua express o tamb m Mas por outro lado eu acredito que a anima o ganha muito tamb m porque a anima o brasileira n o fica s naquela coisa padronizada Ela fica com isso tamb m com aquela experi ncia do menino que teve uma vida diferente ou vive numa tribo ind gena ou vive numa periferia de uma cidade Ele leva esse experi ncia tamb m para a anima o ent o diversifica com o tempo os filmes vai se vendo filmes diferentes n o s daqueles meninos que v o trabalhar no c rculo de filmes publicit rios de est dio mas com esses meninos que v m dessa experi ncia tamb m WL A filosofia das oficinas segue esses princ pios que o Maur cio falou isso d subst ncia para n s chegarmos numa oficina resolver tranquilamente os problemas n o propriamente saber desenhar bem LR S o mais de 140 filmes realizados por voc s em oficinas MS Hoje s o mais de 244 estamos terminando um que deve estrear nessa quinta feira que acho vai ser 245 Quando falamos nesses n mer
287. minutos Vou fazer com recursos do PROAC do estado de S o Paulo O parecer deles me cobrou isso o filme n o pode ficar com 60 minutos ou amplia para o formato longa ou reduz para m dia Ent o optei por ampliar para 75 minutos mas um filme de custo bem baixo Conta a hist ria do caf o cen rio principal o interior paulista O filme come a na frica entra no Brasil s o dois amigos que se encontram para tomar caf em uma cafeteria e v o conversando sobre a hist ria do caf Queria duas vozes bem paulistanas bem paulistas para os personagens com sotaque s o eles Wandi Doratiotto m sico e ator daqui da Lapa e que foi do Premeditando o Breque e a Vera Holtz quando a chamei ela disse O sotaque sempre me atrapalhou e agora aqui me beneficia Estou prestes a come ar a captar recursos risos LR Obrigado pela entrevista Alguma palavra final Querem dizer mais alguma coisa WL Essa semana foi muito movimentada a segunda entrevista que damos tem um pessoal do Rio que est fazendo um document rio sobre anima o e falou conosco Luz Anima A o de Eduardo Calvet Fico orgulhoso por voc s se lembrarem da gente Sabemos da nossa import ncia como n cleo e trabalho com crian as estamos entre os cinco mais antigos do mundo Conquistamos isso sem perceber um pouco a hist ria do longa quando estamos produzindo se produz sem perceber o que vai se realizando Obrigado Leo MS Acho importante voc t
288. mo nunca antes na hist ria da anima o poss vel usar essas ferramentas digitais para produzir solitariamente dando vaz o a experimenta es e trabalhos de caracter sticas autorais No entanto aqu m ao computador o elo mais importante na produ o de anima o o homem N o podemos pensar que as facilidades da ferramenta s o mais importantes que a inventividade conhecimento e criatividade do animador Carri re diz Por outro lado n s nos rendemos de bom grado s novas e sedutoras facilidades Elas n o nos deixam ver mais nada acreditamos que o problema est resolvido sem nos perguntarmos que problema Estranhamos at como conseguimos viver e trabalhar sem essa admir vel descoberta E continuamos virtualmente cegos para o essencial nossa escassez de inventividade verdadeira nossas lament veis id ias repetitivas nossas hist rias cheias de lugares comuns CARRI RE 1995 p 215 Figura 74 Est dio de anima o caseiro do pesquisador PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 92 Andrew Chong em Arte Digital depois de p ginas e p ginas demonstrando as maravilhas da anima o digital n o escapa da conclus o Para o animador existem perdas e ganhos Nunca foi t o f cil criar e exibir filmes animados As ferramentas de produ o e exibi o est o em todos os lugares e exigem treinamento m nimo com uma menor diferen a de qualidade entre equipamentos dom sticos e ferra
289. mudan a de paradigmas que atualmente envolve a produ o nacional de anima o Ao fim dessa pesquisa cheguei as seguintes conclus es 1 O livro ainda um meio til para divulga o t cnica e te rica Acompanhar a evolu o das publica es sobre anima o em l ngua portuguesa no Brasil reflete tamb m a hist ria da anima o no pa s percept vel que o n mero de publica es d um salto em n meros de livros lan ados paralelamente ao aumento da produ o de anima o no Brasil e da democratiza o dos meios digitais de produ o a partir do ano 2000 Apesar desse significativo aumento do n mero de publica es ainda temos lacunas a serem preenchidas pela ind stria editorial nacional Livros importantes como The Animator s Survival Kit 2001 de Richard Williams The Illusion of Life 1995 de Frank Thomas e Ollie Johnston e Experimental Animation Origins of a new art 1988 de Robert Russet e Cecile Starr entre outros ainda n o foram publicados em portugu s Tamb m preciso incentivar autores brasileiros para que se tenha acesso a m todos e pr ticas utilizadas na anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 158 nacional divulgar realizadores locais e suas obras e atualizar historicamente a produ o nacional de anima o 2 A anima o a linguagem e t cnica m e do cinema Conhecer os mecanismos da anima o de fundamental import ncia para se entender todo o
290. muito de anima o desde crian a Sempre me encantou muito Outra coisa que me encantou muito foi quadrinhos N o tive muita oportunidade de trabalhar com quadrinhos trabalhei pouco com quadrinhos Com 7 ou 8 anos j gostava de fazer quadrinhos fazia em casa desenhando de brincadeira Mas anima o era uma coisa muito complicada apesar de me encantar muito n o fazia a menor id ia de como se fazia Fui investigando intuitivamente Eu tinha um amigo que tinha uma Super 8 que conseguia fotografar quadro a quadro E isso eu tinha uns 12 ou 13 anos Come amos a fazer umas brincadeiras no quadro a quadro Na poca eu tamb m consegui ter uma filmadora Super 8 e comecei a fazer uns testes puramente por brincadeira e ali eu comecei a entender a mec nica da anima o Comecei a fazer alguns desenhos e filmava em Super 8 Tinha que esperar a revela o uma semana depois que voc via o que aconteceu Eu via que aquilo que achava que ia funcionar n o funcionava N o basta voc colocar uma sequencia de desenhos se n o estiver pinado se eu n o trabalhar com uma mesa de luz As coisas v o tremer v o balan ar o ritmo n o fica bom Eu tinha comprado aquele livro do Preston Blair Animation By Preston Blair How to Draw Cartoon Animation j garoto um livro grande e fino do Preston Blair tem uma edi o mais moderna mais gordinha legal esse livro para o iniciante Eu tentava fazer o que o Preston Blair propunha mas
291. n as na cria o de desenhos animados 2004 da Prefeitura do Rio de Janeiro e Um Caminho para a Anima o 2005 incentivado pelo Governo do Estado da Para ba s o exemplos Mas ao contr rio da EMBRAFILME n o existe uma pol tica coordenada de ABDL Associa o Brasileira de Difus o do Livro Produ o por rea tem tica Total de exemplares produzidos em 2009 Primeira edi o e reedi o Dispon vel em lt http www adbl com br userfiles fipe2009 ppt l gt Acesso em 25 nov 2010 ver linha do tempo Anexo p 170 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 59 lan amentos O Anima Escola e o N cleo de Anima o de Campinas publicam cartilhas para suprir as necessidades dos alunos de seus cursos e oficinas de anima o mas como s o publica es de circula o restrita n o atingem o grande p blico A Editora Senac S o Paulo investiu em publica es que atualizaram o conhecimento formal do campo da anima o no Brasil e que ap iam a forma o de novos profissionais O lan amento dos dois volumes de Dando Vida a Desenhos 2011 e Timing em Anima o 2011 pela Elsevier cl ssicos da forma o de animadores no mundo todo nos traz esperan a de ver lan ados em portugu s obras tamb m fundamentais para se entender a anima o como The Animator s Survival Kit 2001 de Richard Williams The Illusion of Life 1995 de Frank Thomas e Olie Johnston e Experimental Animation Origins o
292. n o assim Aprendemos muito com os ndios que l n o se faz assim ningu m fala comidinha caminha para os ndios risos ndio fala normalmente com a crian a tem um relacionamento diferente do que temos A nossa crian a deixada para que a televis o tome conta dela vai induzir ao consumo comprar iogurte N o consigo assistir um cap tulo de uma s rie dessas estressante demais O investimento deveria ser na diversidade mudar o formato da TV a TV que tem que se formatar a n s n o o contr rio Vamos ver um longa metragem depois vamos ver um curta e depois vamos desligar a televis o A crian a precisa desse tempo n o pode ficar o tempo todo com a televis o ligada MS O fomento anima o comercial uma coisa delicada Porque se fomenta isso Porque vai gerar uma ind stria e emprego Isso importante sim mas que ind stria essa Se for para copiar as ind strias que j existem n o faz sentido vamos criar realmente uma coisa brasileira Aproveitando a cultura brasileira porque o que tenho visto dos colegas que est o produzindo que preciso ter parcerias com outros pa ses para que a produ o se viabilize Mas existe muita interfer ncia desses parceiros e a coisa come a como uma obra brasileira e vai se distorcendo no decorrer do processo E se um fomento estatal deveria ser em uma coisa realmente nova e criativa Come ou a se definir que a anima o comercial s o as s ries ent o com
293. na que me inspira muito mais risos A poesia de M rio Quintana LR Que livro gostariam de ver publicado no mercado brasileiro MS Talvez um livro que fale sobre o aprendizado da anima o n o voltados s para a ind stria o aprendizado junto com a poesia com a experimenta o baseada na pr tica WL Est para surgir algu m quando se conhece o Xavier por exemplo se mais experiente Ele conseguiu abrir uma filosofia diferente ele d aulas na Fran a n o bem onde acho que na Escola Superior de Propaganda enfim Acho que precisamos de algu m que fale n o somente da t cnica mas da anima o como uma arte brasileira Quem sabe um movimento parecido com a semana de arte de 22 se que j n o est acontecendo risos Acho o livro do Xavier interessante ele pequenininho mas muito importante MS Talvez seria preciso somar experi ncias de pessoas que fizeram anima o muito criativas por exemplo o Chico Liberato mostrar o que se passa na cabe a de um artista que faz anima o assim como ele Seria importante ter isso registrado Principalmente para os jovens animadores quando n s come amos a primeira coisa que tivemos contato foi com Disney hoje o cara que est come ando tamb m tem primeiro contato com essa anima o mais industrial essa anima o padronizada Uma publica o assim poderia quebrar um pouco isso LR Da lista compilada por mim de t tulos em l ngua portuguesa encontrados no B
294. ndo no momento Magalh es afirma Acho que estamos em um caminho sem volta acho que uma coisa muito boa que se estabeleceu foi a valoriza o do conte do feito aqui Os est dios terem os seus roteiros os seus personagens o seu pr prio filme T nhamos muito uma mentalidade nos anos 80 e antes da anima o prestando servi os para a propaganda para a televis o Pessoas que n o eram da rea de anima o pessoas que n o tinham experi ncia da pr tica da anima o que geravam as id ias os roteiros ou ent o pessoas vindas de fora O brasileiro a anima o brasileira sempre teve uma forte teimosia uma vontade de produzir coisas pr prias Mas pouco a pouco foi predominando essa vontade de criar conte do e isso est emergindo estamos vendo surgir hist rias personagens linguagens criadas aqui e que est o ganhando espa o no mercado MAGALH ES Continuando Magalh es destaca o momento chave que passa a anima o nacional o que chamo de viragem Para Magalh es o mercado n o e hegem nico mas sinal de que a produ o brasileira est alcan ando uma maturidade N o acho que o mercado predominante mas o mercado um timo sinal de que a coisa est acontecendo Quando existe algu m comprando uma id ia e veiculando sinal que tem mais de onde veio isso Ent o acho que tudo isso est se movimentando Houve incentivos que n o foram assim t o PUC Rio Certifica o Digital N 101
295. ndo essa analise indago Que publica es poderiam enriquecer o acervo das livrarias brasileiras Nesse sentido ainda na mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o obtive 60 Squash and Stretch Comprimir e Esticar Anticipation Antecipa o Staging Encena o Straight Ahead Action and Pose to Pose A o Direta e Posi o Chave Follow Through and Overlapping Action Continuidade e Sobreposi o da A o Slow In and Slow Out Acelera o e Desacelera o Arcs Movimento em arco Secondary Action A o Secund ria Timing Temporiza o Exaggeration Exagera o Solid Drawing Desenho volum trico e Appeal Apelo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 57 uma pista O ent o Diretor de Educa o da ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o e autor do livro Dramaturgia de S rie de Anima o 2011 S rgio Nesteriuk afirmou que a ABCA tentou viabilizar a publica o de The Animator s Survival Kit 2001 por considerar esse livro o mais completo em termos t cnicos existente no mercado mas n o obteve sucesso Entrando em mais detalhes Andr s Lieban ex presidente da ABCA e S cio Diretor da produtora de anima o 2DLab afirmou que ao entrar em contato com o agente liter rio do Richard Williams autor do livro The Animator s Survival Kit 2001 percebeu que os custos de tradu o editora o e direitos da obra para se viabilizar
296. ndo eu vi Terra em Transe senti uma palpita o Achei o filme uma evolu o um vulc o uma erup o O que isso Eu achava interessante o Glauber porque ele atingia o povo com filmes muito herm ticos ele tinha a manha total Uma grande arte com poucos recursos e se transformou talvez no maior artista brasileiro Que pegou a arte brasileira e a expandiu mesmo Nem Heitor Villa Lobos alcan ou tanto assim em quest o mundial E outro cara que eu gosto tamb m o Jean Luc Godard porque ao ver os filmes dele n o tem princ pio nem meio e nem fim Muitas vezes a imagem est dizendo uma coisa e o som est dizendo outra e as vezes n o est o dizendo nada As coisas est o se chocando na tela o tempo todo Acho que tudo isso tem haver com a id ia do Terra 2008 tamb m O texto est falando uma coisa a imagem est dizendo outra e o som dizendo outra risos Est tentando mostrar na imagem o que n o est no texto talvez fique aquele desespero tentando mostrar alguma coisa que nem existe Vi esses dois caras e disse Meu caminho a anima o Gostaria muito de fazer anima o Porque em anima o se pode ser muito louco Criar mundos irreais fazer as pessoas viajarem nessa onda Eu vou meio atropelando mas eu acho que no meu PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 217 trabalho as pessoas se confundem muito com os nomes dos planetas Marte 2003 Plut o 2004 Merc rio 2007 e T
297. neira diferente por autores diversos e se confunde com a anima o de autor e a anima o ou cinema independente Para Robert Russett e Cecile Starr a anima o experimental se limitaria aos filmes feitos por um s Frederick Taylor o pai da Administra o Cient fica ou Taylorismo que se caracterisa pela divis o de fun es dos trabalhadores e da ado o da linha de montagem Model sheet ou folha de modelo usada para normalizar o desenho do personagem a ser animado Normalmente constitu da de 4 poses do personagem frente costas perfil e 3 4 10 Sobre anima o total Full Animation e anima o limitada ver p 89 90 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 18 indiv duo RUSSET amp STARR 1988 p 9 No entanto penso que essa classifica o deixa de lado muitas produ es animadas coletivamente e que est o muito longe do cinema comercial e s o produzidas em pequenos est dios de maneira independente J alguns autores como J ohn Halas Roger Manvell Bob Privett e S bastien Denis tamb m pensam a anima o experimental de maneira mais ampla Marcos Magalh es vai mais al m e classifica quase toda a produ o brasileira como experimental At bem pouco tempo talvez at o fim do s culo passado virtualmente toda obra de anima o autoral produzida no Brasil poderia se encaixar nestes padr es j que as possibilidades comerciais eram inexistentes ou t o t nues que n o representav
298. nema vou passando ano a ano mostrando as t cnicas depois mostro alguns autores de estilos que gosto depois vamos para a pr tica Porque na verdade a pr tica muito boa mas voc tem que ter talento pra fazer anima o Todo mundo quer fazer pr tica quer fazer anima o eu fa o essa compara o uma sala de 100 alunos todo mundo louco para fazer anima o uma semana depois duas semanas depois tem 50 alunos desses caem para 25 desses 3 v o chegar at o final Acho a pr pria t cnica meio excludente s os verdadeiros persistentes conseguem chegar at o final O resto n o chega Mas eu acho muito importante mostrar o que j foi feito mostrar esse trabalho de colocar o cinema de anima o em p de igualdade com o cinema direto porque a anima o n o perde em nada a ele talvez em muitos aspectos talvez at ganhe do cinema direto por n o ter limites por n o ter aquele f sico do ator da c mera Ent o o cinema de anima o pode ser at muito mais Acho que existe um preconceito em rela o as pessoas de achar a anima o menor um preconceito muito generalizado At os pr prios artistas pl sticos concebem a anima o como uma arte menor o povo do cinema de querer que o cinema de anima o tenha um tratamento diferente do cinema direto Essa discuss o ainda existe Muitas pessoas acham que o cinema de anima o apenas um hobby que se fica brincando de fazer N o conseguem ver esse alcance maio
299. nhecimento te rico sobre outros tipos de cinematografias ou t cnicas de anima o No entanto estava muito longe de uma organiza o taylorista de produ o como nos grandes est dios O gerenciamento da produ o era flex vel cada animador participava da cria o dos movimentos ativamente n o existia um mero intervalador Os personagens apesar de seguirem a orienta o de um model sheet eram desenhados com mais liberdade e estavam longe do aspecto est tico fofinho dos personagens da televis o e do cinema Os roteiros tamb m n o tinham conceitos r gidos de bem contra o mal e o happy end nem sempre desfechavam esses curtas A t cnica estava distante da anima o fluida de Disney ao contr rio eram movimentos mais bruscos simplificados e estilizados uma mistura de t cnicas e estilos hora usando a anima o total hora a limitada Fabricava minhas pr prias mesas de luz e registros r guas de pino ou peg bars Adaptava computadores e programas que em sua origem n o eram projetados para serem esta es de trabalho em anima o Hoje percebo que o que faz amos na poca n o era uma mera imita o dos m todos da ind stria mas sim uma reinven o desses m todos E xperimentava o encaminhamento de 120 anos da t cnica da anima o em uma s produ o Dito isso acredito ser justo afirmar que o que faz amos era uma obra autoral e de certa forma experimental A anima o experimental definida de ma
300. nheza que consiste em olhar para uma imagem ter a sensa o de que ela nica mas na verdade a sua unicidade constitu da pela altern ncia intermitente duma multiplicidade doutras XAVIER 2007 s n O foco no movimento no trabalho de anima o e n o na imagem parada explica o motivo pelo qual nem todo bom cartunista em conseq ncia seja um bom animador e de um modo geral que um bom animador n o precisa necessariamente ser um cartunista genial E claro que um bom desenho ajuda e muito mas n o tudo na arte de animar De fato ir nico pensar que o desenho animado surgiu das m os justamente de cartunistas de jornal no in cio do s culo XX O cinema de anima o tendo surgido primeiramente como um modo de representa o m gica com a t cnica da stop motion depressa ser representado sobretudo pelo desenho animado Isso deve se em 76 O termo stop motion geralmente associado a anima o de bonecos objetos ou massinha Por m na pr tica toda anima o stop motion pois o movimento criado pose a pose sucessivamente PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 85 parte ao facto de os primeiros animadores virem do mundo da caricatura na imprensa Habituados ao desenho fixo quiseram faz lo mover se mal tiveram oportunidade DENIS 2010 p 41 Esses artistas levaram as caracter sticas do cartum para a anima o tendo o desenho de humor como base do trabalho de ani
301. nimador Verificar se o trabalho art stico est sendo substitu do por um trabalho menos especializado e no que essa condi o implicar nos futuros filmes animados e t cnicas Como Magalh es afirma N s fazemos primeiro para depois refletir MAGALH ES trecho de entrevista com o pesquisador em 05 12 2011 O conhecimento pr tico e emp rico mais familiar aos animadores pelo menos aqui no Brasil ainda n o existem muitos animadores que se aventuraram na Academia Acredito que esse movimento tende a aumentar j que a produ o brasileira de anima o continua crescendo e dentro desse crescimento surgir o novos campos para a anima o E salutar que exista um grupo de animadores capacitado para entender o desenvolvimento da pr tica no pa s em suas dimens es hist rica est tica t cnica ou comercialmente Espero com esse trabalho ter contribu do para uma reflex o de todo o processo de mudan a que ocorre nesse momento com a produ o de anima o no pa s e espero que n s animadores comecemos a exercitar a reflex o e a cr tica e conseguentemente agirmos para a consolida o e fortalecimento do campo da anima o no pa s PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 6 Refer ncias bibliogr ficas ANDRIES A ed CTAV amp National Film Board Um acordo que veio do espa o Filme Cultura edi o especial comemorativa 70 anos do INCE Rio de J aneiro n 49 p 45 48 jun 2007 AMANCIO Tunic
302. nnecy Fran a e adaptada para exibi o no CCBB Centro Cultural Banco do Brasil durante o Anima Mundi O cat logo ricamente ilustrado e traz textos muito claros e objetivos sobre a hist ria da anima o sua evolu o e origem E justo destacar que o cat logo faz uma defesa contundente de Emile Reynaud como pioneiro do cinema e da anima o T tulo Interst cios 01 f Autor Bruno Cruz Daniel Pinna Gabriel Cruz e India Mara Marins Editora P o e Rosas Ano de publica o 2009 Pa s Brasil 52 ver em Novos protagonistas p 40 5 O mais importante festival de anima o do planeta realizado desde 1960 na cidade de Annecy Tamb m nessa cidade se situa o Museu Castelo de Annecy com exposi o permanente de objetos desenhos e dispositivos animados e proto cinem ticos A exposi o no CCBB foi realizada de 22 de agosto a 13 de outubro de 1996 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 51 Uma publica o independente e de pequena tiragem foi lan ada em 2009 a revista de artigos e ensaios Interst cios 01 que dedicada arte sequencial quadrinhos anima o e cinema e editada por uma nova gera o de pesquisadores e animadores brasileiros A revista traz artigos sobre a origem da primeira anima o pol micas em torno de Walt Disney e a cria o de Mickey Mouse e sobre o document rio animado Termina com uma entrevista com o animador brasileiro C sar Cabral diretor do curta metra
303. no Brasil j depois da democratiza o dos meios digitais a qualidade da anima o nacional em m dia est melhorando ou piorando R Eu acho que essa produ o tem qualidade pra caramba Acho que amadurecemos como diretores amadurecemos como produtores amadurecemos em um milh o de sentidos O que acho que falta hoje uma escola mesmo Est faltando uma parada para unir isso tudo e para dar sentido a tudo que aprendemos O que pecamos em falta de tempo de produ o pois acostumamos a ter menos tempo porque feito em flash isso ruim para n s que temos carinho pelo trabalho no papel Mas o mercado amadureceu a grana amadureceu tamb m de onde vem a grana Foi bom em todos os sentidos quanto mais gente trabalha mais vis es diferentes temos existem mais diretores hoje em dia e mais possibilidades de se fazer Foi timo com certeza melhorou muito se v filmes incr veis O cara fez com muito menos dinheiro que se fazia antigamente porque antes tinha que ter acetato e um PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 212 monte de coisas o cara fez em casa hoje o cara tem tudo para fazer Tem tudo E s ter talento e d para fazer E vi vel LR Voc acredita na viabilidade do curta como matriz de aprendizado e forma o profissional R Com certeza Principalmente de diretores acho que todo mundo que quer dirigir tinha que fazer curta alguma vez uma experi ncia completa e pequena
304. no do pequeno n mero de publica es em portugu s O campo da anima o est em um momento de crescimento Al m do aumento do n mero de curtas metragens animados produzidos no pa s tamb m estamos usufruindo a revolu o digital que desonerou os custos de produ o distribui o de obras animadas e criou novos modelos de comercializa o e plataformas de exibi o justo afirmar que em nenhuma outra poca a anima o esteve t o em voga mesmo na chamada era de ouro dos desenhos animados de Hollywood At mesmo pa ses perif ricos como o Brasil sem uma tradi o forte na ind stria do entretenimento excetuando telenovelas e m sica enxergam o momento como oportuno para a implanta o da ind stria de anima o em seus territ rios Alguns pa ses como a China ndia Cor ia do Sul Cor ia do Norte investiram na sub empreitada e na m o de obra barata de anima o outros como Austr lia Canad e Alemanha apostam em acordos internacionais de co produ o de conte do No Brasil a pr tica e o campo da anima o se estruturaram em torno de um modelo de produ o recep o e circula o que no momento est diminuindo seu protagonismo Em geral a anima o nacional se baseava em pequenos est dios que trabalhavam para pequenos clientes A produ o era majoritariamente feita de publicidade e vinhetas televisivas ou de curtas metragens autorais com pequeno volume de produ o Agora com as primeiras in
305. no para o animador e menos natural A anima o direta normalmente executada por apenas um animador e n o h planejamento na execu o do movimento e nem categoriza o de poses O animador simplesmente come a animar e executa o trabalho intuitivamente A anima o direta preferida pelos animadores autorais pois mais natural divertida e possibilita o improviso No entanto muito lenta dif cil de ordenar e trabalhar em conjunto e imprevis vel Esse m todo mais comum em curta metragens e anima o autoral o segundo na ind stria Richard Williams diz que o m todo ideal seria uma mescla entre os dois procedimentos O uso de posi es chaves e uma intervala o mais livre se aproximando da abordagem direta Williams 2001 p 61 3 A mistura dos dois m todos utilizada habitualmente em curta metragens autorais enquato que na ind stria a aplica o da uni o dos dois m todos mais particular Portanto a t cnica tradicional n o pode ser considerada como uma t cnica preferencialmente comercial O que caracteriza uma anima o comercial a maneira como o uso de princ pios estil sticos na anima o dos movimentos e cria o de personagens s o aplicados E Claro os objetivos do filme quer sejam eles animados em papel ou outra t cnica Segundo Leslie Bishko O estilo desenho animado uma configura o espec fica das qualidades do movimento e se tornou em certa medida o estilo de movimento
306. nos doze princ pios que ajudam voc fazer a coisa ficar mais teatral mais cartum mas voc n o precisa chamar daqueles nomes usar aquela nomenclatura s o varia es b sicas das leis da f sica Acho que o interessante quando o animador consegue criar um outro universo Que nem precise depender das leis da f sica que n s conhecemos e comunicar alguma coisa LR Criar uma est tica de movimento pr pria MM Movimentos cortados as vezes o movimento rude ele tem uma fun o o personagem mal animado ele comunica muito ele fala bem da personalidade dele A anima o se enriquece muito quando se liberta desses princ pios como uma coisa obrigat ria LR_ Como voc enxerga a rela o entre o conhecimento t cnico e te rico no ensino e na pr tica da anima o MM Eu acho que isso est sendo constru do Acho que a imagem animada muito poderosa ela d origem sempre a muitas leituras Essa a sua riqueza quanto mais amb guo mais atordoante ela for mais ela vai gerar interpreta es Interpreta es s o textos podemos ter muitas leituras de um mesmo filme muitos textos gerados a partir dessas imagens S recentemente que a anima o come ou a ser encarada dessa forma As pessoas se disp em a escrever e a ler sobre anima o A linguagem verbal ainda muito predominante na nossa cultura S reconhece como fato aquilo que est escrito aquilo que se l de uma fonte respeit vel aquilo que confi v
307. ntais normalmente germinam dentro do pr prio meio Assim as descobertas feitas pelos experimentadores s o de utilidade constante para o animador profissional porque quer sejam bem sucedidas ou n o mostram aquilo de que o filme animado capaz HALAS amp MANVELL 1979 p 141 Continuando Num meio t o livre e flex vel como o desenho animado o campo para experimenta o infinito Mantendo se vivo este senso de experimenta o a anima o pode evitar algumas das repeti es estereotipadas de t cnicas e formas estabelecidas de desenho s quais frequentemente est sujeita Embora seja bvio que um grau consider vel de experimenta o possa ser feita no decorrer de uma produ o comercial normal o cinema livre isto a cinematografia sem compromissos comerciais que permite essas formas mais extremas de trabalho onde o fracasso total ou parcial pode ser t o proveitoso quanto alguma nova descoberta t cnica bem sucedida Ibid p141 42 Como lembra o animador brasileiro C u D Elia a anima o por computador hoje protagonista do mundo da anima o surgiu de pesquisas e experimenta es com anima o abstrata A pesquisa de linguagem e experimenta o t cnica inova o cinema de anima o e aponta para novas possibilidades a serem exploradas BRUZZO Org 1996 p 160 A anima o no princ pio era toda experimental um trabalho artesanal de artistas solit rios Apenas em um segundo momento
308. nto como se v no capitulo anterior em entrevista com animadores percebe se que mais importante que formar m o de obra formar formadores E bom lembrar que os objetivos do CTAv s o Apoiar o desenvolvimento da produ o cinematogr fica nacional dando prioridade ao realizador independente de filmes de curta m dia e eventualmente longa metragem estimular o aprimoramento da produ o de filmes de anima o e curta metragens promover a implanta o e aperfei oamento de pessoal t cnico necess rio atividade cinematogr fica atuar como rg o difusor de tecnologia cinematogr fica para n cleos regionais de produ o e apoiar o surgimento deles ANDRIES 2007 p 16 7 Como vemos a utiliza o do CTAv como difusor de tecnologia e apoio a n cleos regionais atendendo uma produ o mais autoral e experimental de anima o est em sintonia com os objetivos primeiros do CTAv Essa descentraliza o ocorreu durante o conv nio Brasil Canad e foi interrompido com a extin o da EMBRAFILME J Da Rin preferia dar maior nfase na forma o de m o de obra para o mercado embora fale tamb m na forma o de formadores Eu diria que h a CTAv uma certa perspectiva experimental muito embora o objetivo primordial desse n cleo de anima o vir a ser um embri o de forma o de formadores para poder contribuir com a capacita o profissional que o segmento realmente necessita DA RIN Em re
309. ntuito de promover uma ind stria de anima o capaz de gerar uma nova cadeia produtiva dentro do audiovisual brasileiro Algumas a es de fato foram promovidas nesse sentido a es de apoio produ o independente de s ries de anima o para a rede de televis o p blica AnimaTv forma o de m o de obra especializada em anima o a dist ncia por meio da internet AnimaEdu Santana se afasta dessa corrente comercial que visava prioritariamente desenvolver o mercado de anima o brasileira ocupando espa os na televis o e no cinema Por m como veremos seu discurso amb guo e na pr tica as a es da SAv pouco acrescentaram ao panorama anterior tanto da anima o autoral como da comercial Sobre as primeiras a es de sua gest o ela afirma Assinamos em 2009 uma produ o cooperada entre Brasil e Cuba que resultou num filme de anima o de 15 minutos Caminho das gaivotas que tem origem em cantigas de ninar dos dois pa ses Montou se uma equipe de Cuba e do Brasil trabalhou se pela internet tivemos imers es aqui e l Pois essa produ o vai resultar agora na pol tica de forma o e incentivo de coletivos criativos e na pol tica de anima o SANTANA O Projeto de Desenvolvimento de Anima o Brasil Cuba O Caminho das Gaivotas uma parceria entre os Minist rios da Cultura do Brasil e de Cuba e envolve animadores e profissionais dos Est dios Animados do Instituto Cubano de Arte e Ind
310. nvestiria na forma o de m o de obra em que temos uma grande defici ncia e n o na produ o Tenho um projeto que est sendo finalizado de criar a primeira escola t cnica de anima o que ofere a teoria d capacidade produtiva e tenha pr tica SANTANA Novamente se examinarmos o Proanima o veremos que o projeto previa um programa de forma o para capacitar os profissionais necess rios expans o do mercado brasileiro de anima o Com investimentos no valor de R 110 119 800 00 Nas palavras de Da Rin Um investimento significativo nos primeiros anos de forma o profissional porque n s percebemos que n s vamos ter um gargalo de m o de obra absolutamente vis vel para todos que operam nesse segmento E preciso fazer um investimento p blico importante na forma o profissional em diversas especializa es da anima o brasileira Para que ela se transforme efetivamente numa ind stria DA RIN O programa de forma o do Proanima o consistia em v rias propostas implantar por meio de conv nios e apoios a grupos organizados uma rede de unidades de forma o t cnica distribu das pelo pa s Um programa de bolsas para alunos de anima o e de est gios remunerados para estudantes de anima o nas empresas produtoras que possu ssem projetos financiados com recursos do Proanima o Intera o com o Minist rio da Educa o para forma o de curr culos e programas educacionais em n vel
311. o voc delega essas tarefas O CalArts tamb m possui um departamento de Anima o de Personagens onde a anima o tratada nos moldes de produ o e concep o da industria de anima o Os dois cursos s o ministrados em paralelo dentro da universidade CalArts E claro que n o podemos considerar Hillenburg como um modelo exato a ser estudado e reproduzido mas no m nimo curioso que o criador de uma das s ries de anima o mais bem sucedida da contemporaneidade ter se formado em anima o experimental e antes da televis o realizado curtas metragens Ser que Hillenburg teria adquirido as ferramentas necess rias para a cria o do personagem Bob Esponja que revigorou o campo da anima o para TV se tivesse tido uma forma o mais voltada anima o comercial na universidade Nesse sentido tendo como recorte a anima o nacional que na opini o do pesquisador vive um momento de viragem onde se procura germinar uma ind stria de anima o acredito que no lugar de repetir f rmulas j testadas e desgastadas da anima o comercial a anima o brasileira deveria tamb m abra ar com mais seriedade a produ o independente e experimental de anima o pois dessa produ o mais descompromissada com retorno de p blico e financeiro que paradoxalmente est escondida a base para o sucesso da industrializa o da anima o nacional f cil observar a import ncia do curta metragem autoral na produ
312. o Artes e Manhas da EMBRAFILME Cinema estatal brasileiro em sua poca de ouro 1977 1981 Niter i EDUFF 2000 ANIMA ESCOLA 10 ANOS Joana Miliet e Marcos Magalh es Rio de aneiro Anima Mundi 2011 38p ANIMA FORUM 2010 Cat logo Anima F rum 2010 Rio de Janeiro Anima Mundi 2010 Anual N o paginado n E Relat rio Anima F rum 2010 Rio de J aneiro Anima Mundi 2010 Anual N o paginado ANIMAGIA uma exposi o sobre a hist ria e o futuro da anima o J ean Louis Boissier et al Rio de J aneiro CCBB 1996 BARBOSA J NIOR Alberto Lucena Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2002 456p BARTHES Roland A C mara Clara notas sobre a fotografia Trad J lio Castafion Rio de J aneiro Nova Fronteira 1984 185p BISHKO Leslie The uses and abuses of cartoon style in animation Animation Studies v 2 p 24 35 2007 BLAIR Preston Dibujos animados el dibujo de historietas a su alcance Barcelona Evergreen 1999 215p CM s DE How to Anime Film Cartoons Tustin Walter Foster Publishing Inc 1990 40p e a TE ad How to Draw Cartoon Animation Tustin Walter Foster Publishing Inc 1980 32p BONI Valdete amp QUARESMA J urema Aprenda a entrevistar como fazer entrevistas em ci ncias sociais Em Tese Florian polis v 2 n 1 p 68 80 jan jul 2005 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 162 BOURDIEU
313. o N o tinha filme brasileiro apenas os que tinham sido feitos ao longo dos ltimos anos um ou outro maioria iniciativa do Canad o intercambio com o CTAv Eles passaram aqueles filmes que j estavam prontos Essa iniciativa CTAv NFB funcionou muito formou cineastas Ent o t nhamos alguns filmes mas passados aqueles filmes exibidos numa nica sess o risos de uma hora de dura o n o tinha mais filme brasileiro Tivemos alguns anos de Anima Mundi sem ter produ o brasileira A situa o econ mica n o permitia produzir Com a chegada da computa o n o da computa o gr fica que chamamos de 3D mas sim com a chegada do computador de recursos digitais Da esquecemos o acetato come amos a pintar a anima o no computador a imagem digital come amos a editar no computador come amos a fazer pencil test Da a anima o decolou Isso foi o principal independente do Anima Mundi ter incentivado mas sem esse avan o tecnol gico n o daria para produzir Mais tarde j com esses recursos tecnol gicos um trabalho importante foi fazer a s rie J uro Que Vi na MULTI Rio usei todo o meu conhecimento para fazer filmes maiores coisas que queria fazer h anos e n o tinha como Ali eu PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 174 encontrei o m nimo de condi es computadores pequenos equipe pequena mas com sonhos grandes Vamos fazer um filme complicado com muitos cen rios anima o full
314. o Paulo temos A Grande Arte da Luz e da Sombra escrito pelo franc s Laurent Mannoni tem como sub t tulo arqueologia do cinema Coloco esse livro na fam lia dos livros sobre anima o porque o autor trata no livro das inven es dos dispositivos pticos que deram origem ao cinema mas tamb m anima o O cinema de filmagem ao vivo prefer ncialmente relacionado ao cinemat grafo enquanto os brinquedos pticos e inven es proto cinematogr ficas podem ser consideradas tamb m anima es Existem muitos livros que tratam tamb m desse assunto publicados no Brasil As Sombras M veis de 1999 de Luiz Naz rio Pr cinemas amp p s cinemas de 1997 de Arlindo Machado mas esses livros focam o cinema de filmagem ao vivo al m do livro de Mannoni ser mais detalhista nas descri es das patentes dos diversos dispositivos que deram origem anima o e posteriormente ao cinema Os tr s livros da Editora Senac S o Paulo juntos Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria A Grande Arte da Luz e da Sombra e Entre o Olhar e o Gesto formam um trip te rico da anima o cada um abordando um pilar importante do multifacetado mundo animado Evolu o da t cnica tradicional ao computador no primeiro mas com foco maior na anima o feita no computador descoberta e inven o dos dispositivos pticos no segundo e anima o experimental no terceiro A editora Elsevier lan ou no ano de 2011 tr s
315. o a cl ssica acad mica n o servia muito bem pra mim LAZARETTI trecho de entrevista com o pesquisador em 11 12 2011 Eu tinha comprado aquele livro do Preston Blair j garoto um livro grande e fino do Preston Blair Tem uma edi o mais moderna mais gordinha mas legal esse livro para o iniciante Eu tentava fazer o que o Preston Blair propunha mas ele n o entregava todo o jogo ele falava das principais coisas mas n o falava dos intermeios das acelera es AVELAR trecho de entrevista com o pesquisador em 08 12 2011 18 Aqui framed tem um sentido duplo incriminou ou enquadrou mas tamb m remete a frame o quadro a quadro dos filmes animados No Brasil o filme foi intitulado Uma Cilada Para Roger Rabbit ARCS CURVES PATHS OF ACTION Figura 11 Preston Blair PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 25 Como disse ainda hoje apesar de in meros lan amentos o mercado n o consegue atender todas as necessidades dos animadores Marcos Magalh es diretor de anima o e um dos diretores do Anima Mundi e S vio Leite diretor de anima o e igualmente diretor de festival de anima o MUMIA encontraram em publica es em l ngua inglesa ou estrangeiras informa o para suas pesquisas de linguagem e tamb m conte do para aulas de anima o O livro que li com mais interesse na minha poca foi um livro chamado The Animation Book de Kit Laybourne um americano Um livro q
316. o artesanal industrial cidades onde trabalham Belo Horizonte Campinas Rio de Janeiro S o Paulo e faixas et rias diferentes E curioso que em um universo majoritariamente masculino profissionais do desenho animado entre os entrevistados est uma animadora As entrevistas foram semi estruturadas e seguem um roteiro pr estabelecido de perguntas afim de propiciar compara es entre as respostas dos entrevistados No entanto esse roteiro n o foi r gido algumas perguntas foram exclu das no decorrer da conversa quando se mostravam desnecess rias para a obten o das informa es ou acrescidas s relacionadas no roteiro afim de esclarecer pontos que n o ficaram claros ou para obter complementos da informa o dada por cada entrevistador No curso das entrevistas o pesquisador optou por trocar a ordem de algumas perguntas aproveitando o fluxo de pensamento do entrevistado e o ritmo da conversa Isso fica claro ao ler as transcri es Por exemplo as perguntas referentes ao conte do do cap tulo dois que antes estavam no come o do roteiro foram deslocadas para o final das entrevistas pois a pausa dada aos entrevistados para ler o levantamento de livros atrapalhava o andamento da conversa Em alguns casos mais informa es foram acrescentadas s respostas atrav s de e mail por escrito o que deixo claro nas transcri es das entrevistas No entanto todas as entrevistas come aram com a mesma pergunta sobre a hist
317. o iria ter um espa o reduzido e menos importante Tem algum coment rio sobre esse aspecto do programa HA Veja bem tudo v lido eu n o quero dizer o que certo e o que errado Mas temos que tentar ser abrangentes toda iniciativa em que se joga o foco muito para um s lado acabar deixando coisas importantes de fora E como te falei _ A galera do conceitual do experimental tem que dialogar permanentemente com a outra comercial Se fizermos um espa o s conceitual faremos um monte de filmes conceituais mas os realizadores n o ter o dinheiro para sobreviver sem dinheiro para pagar as contas esperando dinheiro do governo isso complicado tamb m Precisa o conceitual contribuir para o comercial Agora o AnimaTV foi uma iniciativa interessante at participei com um filme Eu sei que n o o ideal mas foi uma tentativa que rendeu alguma coisa melhor com ele do que sem ele Deveria ter outras edi es aperfei oando o modelo do AnimaTV Pegando o que o programa tem de melhor e acrescentar pontos que ficaram faltando n o pode parar tem que aperfei oar Acho que o AnimaTV deveria ser um programa frequente AnimaTV 2011 2012 2013 e assim por diante Porque projetos de s rie n o param de nascer e s vezes um projeto at muito louco como o Carrapatos amp Catapultas que engra ado muito louco conseguiu patroc nio e produziu 13 epis dios Eles est o correndo atr s Ele n o aquele tipo de
318. o AnimaTV AVELAR trecho de entrevista com o pesquisador em 08 12 2011 ineg vel a import ncia das s ries de TV na cadeia de produ o da anima o mas discordo que em nome desse impulso se d menos import ncia produ o de curtas e longas Mais precisamente produ o de curtas pois s o os curtas que formam a base de sustenta o da produ o nacional nesse tipo de produ o que surgem novos animadores que se formam novos diretores que se testam novas est ticas e id ias que v o alimentar posteriormente a ind stria J Lazarette se mostra contr rio a esse modelo de desenvolvimento da ind stria de anima o brasileira Na verdade acho esse modelo de investimento prejudicial JA nossa crian a deixada para que a televis o tome conta dela vai induzir ao consumo comprar iogurte JO investimento deveria ser na diversidade mudar o formato da TV a TV que tem que se formatar a n s n o o contr rio Vamos ver um longa metragem depois vamos ver um curta e depois vamos desligar a televis o A crian a precisa desse tempo n o pode ficar o tempo todo com a televis o ligada LAZARETTE trecho de entrevista com o pesquisador em 11 12 2011 Santana v a produ o brasileira tamb m pelo vi s comercial apesar de ter um discurso sobre o desenvolvimento do autoral quer que essa produ o siga os mesmos objetivos das produ es comerciais Santana diz PUC Rio Certifica o Dig
319. o Digital N 1011888 CA 216 cheirando cheirando cheirando assaltando um banco cheirando cheirando cheirando at explodir Mas na hora que fui fazer isso eu vi que era imposs vel fazer isso em 15 dias Primeiro eu tinha que ter um puta dom nio do desenho coisa que eu n o tinha e n o tenho Segundo n o ia dar tempo se eu fizesse 30 segundos n o ia dar tempo o tanto que eu tinha que desenhar Da eu acabei fazendo uma anima o que virou uma anima o em conjunto Depois eu peguei essa parte que eu fiz e joguei no Mirmid es 2001 que foi a primeira anima o que fiz junto com o Cl cius Rodrigues que era uma anima o s de forma Mas as pessoas disseram Legal Uma anima o em baixa Eu ainda acho o desenho um pouco debil ide Mas as pessoas diziam N o Voc seguiu a m sica que o mais importante Da que eu descobri tamb m essa coisa da m sica mas isso eu descobri mais tarde depois Essa foi minha primeira experi ncia com anima o A segunda foi fazer um curso em 1998 na UFMG A UFMG tinha um conv nio com a Prefeitura e estavam querendo fazer uma s rie do Menino Maluquinho personagem do Ziraldo em 3D Um pouco depois do lan amento do Toy story que arrebentou Eles estavam querendo formar roteiristas para essa s rie a condi o para se entrar ou n o nesse curso era fazer um roteiro e mandar para eles Eu lembro que tinha um roteiro muito louco que at o redescobri outro di
320. o crian as jovens ou adultos Cursos r pidos um dia uma semana ou um m s de dura o Podem ser ministrados em espa os improvisados e itinerantes salas de aula sagu o de museus pra as centros comerciais ou clubes Atingem um grande p blico mas n o d o conta de uma forma o completa s o teis para despertar a t cnica em poss veis novos profissionais mas n o d o continuidade ao aperfei oamento dos alunos Estes precisam procurar o aperfei oamento por seus pr prios meios e caminhos ou no mercado ou produzindo curtas O caminho que cada profissional trilhou releva aspectos interessantes da pr tica de anima o no Brasile a forma o dos animadores e de que forma a aus ncia de uma escola formal de anima o influenciou e diversificou o trabalho de cada um Humberto Avelar j animava em Super 8 e produzia anima o de forma amadora antes de entrar na universidade Cursou Cinema Universidade Federal Fluminense e apesar da cadeira de Cinema de Anima o ministrada pelo Prof Ant nio Moreno aprendeu a t cnica trabalhando nos est dios do animador Arthuro Uranga Nessa poca a produ o comercial era baseada nas t cnicas tradicionais de anima o e a publicidade permitia ao profissional uma forma o completa dos processos de produ o cinematogr ficos pois a estrutura do mercado era mais perme vel rom ntica e amadora Avelar diz PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 111 Eu era ini
321. o da pr pria ind stria Sem o curta metragem de anima o a nascente ind stria de anima o brasileira perde sua base e refer ncia A maioria dos profissionais de destaque hoje diretores roteiristas produtores se formaram no curta N o justo sufocar uma nova gera o de animadores apenas com as pr ticas industriais preciso ter abertura para a diversidade O mercado tende a repetir o pr prio mercado As pol ticas de apoio anima o ao priorizarem a germinal ind stria de s ries podem estar dando um tiro no pr prio p ao negligenciarem a anima o autoral Esse estudo abre possibilidades para novas pesquisas acredito ser interessante aprofundar o estudo da produ o industrial que recente no pa s e compar lo com o processo usado em outros pa ses Verificar est dios semelhantes no Canad ou Estados Unidos e comparar suas estruturas forma o de profissionais tecnologia organiza o gerencial financiamento design organiza o de trabalho t cnica com os est dios brasileiros afim de tentar diagnosticar poss veis problemas e orientar os caminhos da produ o nacional PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 160 Tamb m acredito ser importante investigar mais profundamente as t cnicas artesanais e o trabalho feito m o em rela o s t cnicas digitais Perceber que conhecimento est sendo perdido ao abandonar tais pr ticas e que novas perspectivas est o se abrindo ao a
322. o de Magalh es como orienta o para abordar a forma pela qual a anima o pensada nos c rculos do poder Para isso necess rio tecer liga es entre o curta metragem autoral e experimental de anima o com o mercado nacional e fazer uma reflex o sobre as pol ticas p blicas de apoio a anima o no Brasil Para tal introduzo nesse item novas vozes para dialogar com os entrevistados principalmente de Ana Paula Santana e Silvio Da Rin Em recente entrevista ao Jornal O Globo a rec m nomeada Secret ria do Audiovisual Ana Paula Santana de apenas 30 anos de idade deu pistas sobre a futura pol tica que pretende implantar na SAv Secretaria do Audiovisual Na entrevista ela toca O GLOBO Cultura Nova secret ria do Audiovisual prop e metas de efici ncia para o cinema brasileiro por Mauro Ventura Dispon vel em PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 142 diretamente na pol tica de anima o e na rela o do cinema experimental com o mercado Para fazer um contraponto ao discurso de Santana promovendo um dialogo utilizarei depoimento do antigo Secret rio do Audiovisual Silvio Da Rin E entremeando esse di logo apresento as opini es dos entrevistados e de alguns pesquisadores de anima o j citados em cap tulos anteriores importante lembrar que a pol tica da SAv para a anima o se constitu a na implanta o do Programa Nacional de Desenvolvimento da Anima o Brasileira com o i
323. o no ensino e na pr tica da anima o R Acho que falta uma escola mesmo um lugar onde se pode ouvir tamb m a galera que j fez que leu que viajou que trabalhou fora Acho que PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 211 falta esse momento de troca Eu n o conhe o outro jeito eu aprendi na pr tica N o a melhor maneira de aprender Tem essa galera que est chegando agora e que j vai direto para a anima o de recorte cutout que n o teve tempo de aprender Mesmo comigo sendo tudo muito de repente eu tive mais tempo acho importante a teoria Por exemplo eu n o sei nada de hist ria da anima o Quando eu leio um livro eu me surpreendo Raramente eu leio por causa disso conhecimento pr tico acho que isso uma defici ncia na minha vida profissional Eu n o tive necessidade de procurar de pesquisar por mim mesmo Eu pulei n Eu olho os livros e falo Prefiro fazer do meu jeito Mas a verdade lendo que pode se descobrir uma outra maneira de se fazer as coisas E tudo misturado acho que n o tem teoria sem pr tica mas a pr tica sem teoria tamb m deficiente n o o suficiente LR Retomando a sua experi ncia de trabalho voc nota alguma diferen a ou defici ncia entre a sua gera o e as anteriores que come aram a animar no papel e essa gera o agora que j est entrando direto na tablet e anima o por vetor R o seguinte agora a produ o muito mais r pida m
324. odas as pe as do quebra cabe as para o alto Esse lan ar para o alto vai al m dos limites do aparelho e essas pe as fora do lugar podem constituir toda a obra do experimentador Este pode ser um caminho para se subverter o aparelho subverter a divis o taylorista dos est dios subverter as normas de constru o de movimento subverter a mickey mousea o das trilhas sonoras subverter os padr es de cor dos programas de pintura subverter os c lculos matem ticos das simula es de movimentos dos programas de anima o vetorial e 3D e finalmente subverter o complexo mercado ind stria do entretenimento Com certeza pelo menos nesse momento acredito que a anima o feita m o mesmo essa usando recursos digitais est mais pr xima da subvers o da m quina que a moderna computa o gr fica Retomo o pensamento de Gra a focado na anima o autoral ou experimental quando afirma Assim a imagem animada parte da concep o do dispositivo cinematogr fico como sistema aberto e 72 Termo utilizado para designar os desenhos animados onde toda a trilha sonora tanto musical como de ru dos constru da em total sincronismo com a a o do personagem O nome tem origem nos primeiros filmes de anima o sonoros protagonizados por Mickey Mouse O estilo bem caracter stico dos Est dios Disney mas tamb m comum em outros est dios e filmes animados DAVIS 1999 p 179 PUC Rio Certifica o Digita
325. oderia aqui falar em heteroglossia dialogizada uma vez que existe espa o para v rios discursos e conte dos de tend ncias variadas mas n o existe um equil brio entre eles se existe o predom nio de uma voz por outro lado a voz dissonante tamb m se faz presente embora reduzida A anima o experimental e autoral primazia nos livros O Cinema de Anima o 2010 de S bastien Denis Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre 1971 de Carlos Alberto Miranda A Experi ncia Brasileira no Cinema de Anima o 1978 de Ant nio Moreno pela natureza da produ o nacional de anima o at o momento em que o livro foi publicado e Entre o Olhar e o Gesto elementos para uma po tica da imagem animada 2006 de Marina Estela Gra a Os conte dos dos manuais t cnicos como os publicados pelo N cleo de Anima o de Campinas Anima Mundi e Raquel Coelho s o de tend ncia experimental j que permitem ao leitor chegar s suas pr prias descobertas Encontramos em diversos livros cap tulos sobre anima o autoral e experimental No entanto a ascend ncia do modelo industrial pode ser notado pelo n mero de livros que divulgam e popularizam o m todo Disney por exemplo O Mundo de Disney 1996 de lvaro de Moya Os Segredos dos Roteiros da Disney dicas e t cnicas para levar magia a todos os seus textos 2009 de J ason Surrell Walt Disney o triunfo da imagina o americana 2009 de Neal Gabler Dando Vida a Desenhos
326. om amp J erry saem correndo um atr s do outro e passam por tr s de uma casa ou entram por uma porta da cozinha e saem pela porta da sala o espectador entende perfeitamente que aquela casa tridimensional que os personagens s o tridimensionais apesar deles serem altamente flex veis e acontecer o imposs vel com eles eles podem circular naquela casa que chapada mas ela representa uma casa volum trica eles s o chapados e representam personagens volum tricos o espectador aceita que eles s o volum tricos o tempo todo mas de fato n o o s o O 3D me d uma sensa o de te dar tudo pronto o espectador n o precisa aceitar o 3D j deu ao espectador ele n o precisa sonhar o que Inclusive quando n o est muito bem feito o espectador rejeita Quando a grama n o est com cara de grama o espectador fala Est malfeito Quando a textura de pedra est ruim o espectador percebe a textura esticada que a luz n o est boa O 3D para representar a realidade maravilhoso mas ele te d a realidade por outro lado acho que o desenho feito m o te d o sonho Ele te for a a imaginar o espectador aceita tudo aquilo aceita que tudo aquilo existe aceita que tudo aquilo volum trico mas nada daquilo existe um exerc cio de imagina o que o espectador faz junto com o autor permanentemente O autor diz Isto aqui n o mas vamos combinar que Essa brincadeira muito legal Acredito que cor
327. onduzir e organizar uma reflex o sobre a anima o O duplo pode ter o sentido de duplicado de substituto Igualmente pode representar parceria e oposi o a altern ncia desses significados que conduzem o dialogo entre a anima o e o cinema de filmagem ao vivo as t cnicas tradicionais e digitaisde anima o o trabalho artesanal do animador e o trabalho industrial nos est dios de anima o e a produ o autoral com a comercial Na terceira realizo entrevistas com animadores brasileiros de car ter qualitativo Relaciono os discursos dos animadores com o conte do levantado e procuro entender como esse momento de viragem do campo da anima o no Brasil percebido e como poder afetar o desenvolvimento da anima o no pa s Assim pretendo refletir sobre a relev ncia do cinema de anima o de autor e do curta metragem dentro do campo do design e do cinema como modelo de produ o fundamental para a preserva o de t cnicas tradicionais de anima o e simultaneamente renovador da linguagem importante formador de profissionais e de p blico Palavras chave Design anima o cinema bibliografia especializada Brasil ind stria da anima o anima o autoral t cnicas artesanais t cnicas digitais PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Abstract Ribeiro Leonardo Freitas Gamba Nilton Gon alves Advisor The turning point the Brazilian animation possible consequences of an industrial dream
328. or popularidade entre os usu rios e profissionais de anima o a japonesa Wacom Consiste em um conjunto de dispositivos em forma de prancheta e caneta que substituem o uso de papel e caneta l pis ao desenhar O movimento que o usu rio realiza com a caneta na prancheta digitalizado em tempo real na tela do computador PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 121 para trabalhar no mercado e faz trabalho de intervala o para Disney e outros est dios nosso colega que come ou l no N cleo ele fez o ltimo fime da Disney aqui em S o Paulo ele ia ao aeroporto buscar carrinhos e carrinhos de papel que vinham da Disney para dar continuidade ao trabalho risos percebemos isso o papel ainda tem uma vida muito longa SQUARISI Avelar v os recursos digitais com bons olhos mas acredita na import ncia da anima o feita no papel e v diferentemente a experi ncia de trabalho no meio digital ao anal gico Acho importante o papel e o l pis acho importante termos uma rela o com o que fazemos que n o seja s virtual O mundo das id ias sensacional e sem ele n o materializamos nada Por m existe uma necessidade do f sico da mat ria Eu sei que o acetato dava um trabalho infernal ainda bem que arranjamos uma t cnica mais pr tica risos mas a experi ncia do digital muito inferior experi ncia de se pintar um desenho m o Digo isso experi ncia sensorial do animador pintar um
329. orge Meli s m gico precursor dos efeitos especiais no cinema e pioneiro do cinema fant stico Ele descobriu como manipular o tempo entre dois fotogramas de filme e como usar esse intermeio suprimido no instante da proje o gerando uma ilus o de continuidade e transforma o Essa manipula o do tempo no filme chamada de truque por substitui o ou parada de a o Querem saber como me veio a id ia de aplicar o truque ao cinemat grafo Foi coisa muito simples Certo dia quando eu fotografava prosaicamente a pra a de L Op ra meu aparelho engui ou Era um aparelho rudimentar em que o filme rasgava Tamb m chamada de anima o sem c mera pois sua produ o independe de fotografias cada pose pintada diretamente na pel cula Figura 49 MacLaren pintando diretamente na pel cula PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 67 constantemente ou se recusava a avan ar Custou um minuto para arranjar a cinta e para p r em marcha o mecanismo Durante esse minuto como bvio os transeuntes nibus carros tudo mudava de lugar Projetando a pel cula emendada no ponto em que se verificara a ruptura vi de repente um nibus Madelaine Bastille transformar se num carro mortu rio enquanto homens se transmutavam em mulheres George Meli s apud ROSENFELD 2009 p 79 Essa descoberta abriu caminho para a descoberta da fotografia pose a pose e o subsequente uso do cinemat grafo pelos
330. oriza o da universidade do autor e do orientador Leonardo Freitas Ribeiro Graduou se em Arquitetura amp Urbanismo na UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora em 2002 Concluiu Especializa o em Anima o na CCE PUC Rio em 2004 cineasta de anima o produziu cinco curtas metragem em anima o ganhadores de diversos pr mios Ficha Catalogr fica Ribeiro Leonardo Freitas O ponto de viragem a anima o brasileira poss veis desdobramentos de um sonho industrial Leonardo Freitas Ribeiro orientador Nilton Gon alves Gamba 2012 226 f il color 30 cm Disserta o mestrado Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro Departamento de Artes e Design 2012 Inclui bibliografia 1 Artes e design Teses 2 Design 3 Anima o 4 Cinema 5 Bibliografia especializada 6 Brasil 7 Ind stria da anima o 8 Anima o autoral 9 T cnicas artesanais 10 T cnicas digitais Gamba Nilton Gon alves Il Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro Departamento de Artes amp Design IIl T tulo CDD 700 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Dedico essa disserta o minha M e Maria Teresa Freitas que se aposentou esse ano de uma vida dedicada a Academia Espero poder seguir o seu exemplo e vitorioso caminho PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA Agradecimentos Ao meu orientador Prof Nilton Gamba pelas revis es opini es e
331. os n s somamos tanto os filmes autorais quanto os filmes realizados em oficina porque cada oficina gera um filme que damos o mesmo tratamento dos nossos filmes pessoais Por exemplo temos filmes de oficinas que v o para festivais que s o premiados s o adquiridos por televis es Agora mesmo estamos negociando um pela Programadora Brasil que um filme realizado no ano passado em uma oficina e eles se interessaram Ser exibido junto com outros filmes autorais de v rios animadores e cineastas do Brasil todo E esse filme tem o mesmo tratamento um filme realizado numa oficina quando falo desses 244 entre eles uns 40 filmes autorais do Wilson e meu e o restante realizados em oficinas LR uma produ o que proporcionalmente ao que foi produzido no Brasil muito significativa WL Acredito que chega a ser mais da metade do n mero de filmes brasileiros em anima o MS Uma equipe da Cl udia Bolshaw coordenadora do NADA N cleo de Arte Digital e Anima o da PUC Rio estava fazendo um levantamento e descobriu isso ela levantou na poca uns 700 e tantos filmes e na poca j t nhamos uns 200 e poucos Foi ela quem falou desses n meros WL S o dados num ricos mas voc v que existe todo um trabalho nesses 244 filmes de mexer mesmo com o p blico MS Isso desde 1975 s o 37 anos de produ o E contando que trabalhamos em m dia com 15 pessoas em cada oficina Se pegarmos esses 200 e tantos filmes voc
332. os o mesmo l pis n o vai ficar igual Isso que importante preservar H momentos como o Wilson falou que melhor usar o digital n o h porque dar uma volta t o grande se vamos ter o mesmo resultado Mas temos que tomar cuidado e estar sempre de olho nisso n o ceder a essas pseudo facilidades LR Qual a influ ncia dos doze princ pios de anima o no trabalho de voc s Acha importante que esses princ pios sejam aplicados anima o MS risos Os doze princ pios risos WL N s conhecemos bem os cinco mandamentos da anima o risos O primeiro deles N o mangar s risos O segundo N o cobi ar s a produtora do pr ximo E por a vai Eu n o sou um bom legislador Mois s criou dez o Disney foi melhor ainda criou doze eu fico no cinco mesmo risos Uma frase que acho muito legal N o se pode dar mais import ncia torneira do que gua Em mais de um s culo de pr ticas imitativas e de atitudes greg rias as imagens da anima o enriqueceram se da pobreza do PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 200 movimento Que estupidez Ningu m excepto um louco d mais import ncia s torneiras do que gua Jos Maria Xavier em artigo para o Festival de Cinema de Anima o de Lisboa Quando fazemos um desenho animado procuramos a ess ncia que est em n s Quero fazer um desenho animado em tal computador N o N s fazemos por uma necessidade de cria o a fe
333. ostaram muito Mas mesmo em filmes anteriores como Nem Que a Vaca Tussa que um dos ltimos que eles fizeram o filme bonito mas ele mais duro que um Branca de Neve isso incontest vel enf tico risos E incontest vel voc pega um 101 D lmatas voc v o rachurado o tra ado alguma coisa hoje se perdeu LR Qual a influ ncia dos doze princ pios de anima o no seu trabalho Acha importante que esses princ pios sejam aplicados anima o HA Acho que importante que os doze princ pios sejam aplicados da seguinte forma Quando se trabalha sozinho quando um trabalho autoral tem se a liberdade de se fazer o que quiser Se o animador quiser esquecer os doze princ pios ele tem essa liberdade Quando se autor e se est simplesmente criando n o h necessidade e nem muito saud vel se ter muitas regras a seguir Tem que se saber separar uma coisa da outra Agora quando se entra em um sistema um pouco mais industrial n o que se tenha 300 pessoas animando um filme s vezes s o meia d zia de pessoas trabalhando e essa meia d zia precisa falar a mesma linguagem se precisa ter unidade no filme Nesse caso os doze princ pios come am a estabelecer regras para que se comunique o movimento que se quer realizar Se trabalharmos seguindo risca os doze princ pios isso vai dar um resultado t cnica A mesma t cnica outras pessoas podem aprender podem trabalhar juntas Porque se
334. ou tarde Muitas produ es tem como modelo a produ o em anima o vetorial e ou cut out Forma replicada e adaptada das produ es canadenses e americanas como Nelvana Breakthrough Cartoon Network e Nickelodeon utilizando em escala menor e com verbas inferiores aos est dios do norte as ferramentas gr ficas do Flash ou Toon Boom Harmony Assim sendo a preserva o da diversidade da produ o comercial brasileira depender da cont nua promo o do curta metragem autoral e experimental de anima o e na revela o de novos curtametragistas e diretores Figura 85 Garoto C smico Figura 86 S tio do Pica Pau Amarelo PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 4 Um di logo animado Animar criar a ilus o de vida E voc n o pode cri la se n o tiver uma Brad Bird Para consolidar o levantamento conceitual sobre anima o apresentado nos cap tulos anteriores e coloc lo em di logo com o pensamento de outros profissionais do campo da anima o realizei entrevistas nas quais debati as id ias e quest es levantadas na pesquisa Assim pretendo compreender atrav s dos discursos dos animadores como esse momento de viragem do campo da anima o no Brasil percebido e como pode afetar a anima o autoral a produ o de curta metragem e as escolhas t cnicas dos animadores brasileiros As entrevistas foram feitas presencialmente e gravadas em arquivo MP3 As transcri es da ntegra das
335. ouco d mais import ncia s torneiras do que gua ibid s n Penso ser justo afirmar que a utiliza o do suporte do cinema para a produ o de anima o e tamb m a apropria o da anima o de algumas caracter sticas da linguagem do cinema levam a uma an lise precipitada da condi o da anima o como sub g nero cinematogr fico No entanto a anima o precede o cinema fotogr fico e antes desse j desenvolvia caracter sticas narrativas na origem do seu espet culo Posteriormente em um segundo momento que os primeiros animadores adotam o cinemat grafo como dispositivo de produ o de anima o Talvez essas sejam as causas da invers o de prest gio entre as pr ticas no entanto justo afirmar que o cinema n o passa de uma esp cie de anima o de fotografias Nesse sentido Bendazzi diz leg timo considerar o cinema como um g nero particular de anima o quase um substituto industrial e barato destinado a trocar o trabalho criativo de um NA Figura 53 Ao animar Homer Simpson o animador pode dividir o corpo do personagem em camadas para simplificar a anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 70 artista como Emile Reynaud por fotografias de modelos humanos em movimento BENDAZZI apud MAGALHAES 2004 p 11 Contemporaneamente o cinema de filmagem ao vivo est em crise devido a fal ncia da imagem fotogr fica como cone da realidade O
336. ova lorque Hyperion 1995 TOLEDO Silvio Um Caminho para a Anima o Campina Grande E pgraf 2005 220p WILLIAMS Richard The Animator s Survival Kit Londres Faber and Faber 2001 342p XAVIER J os Manuel No territ rio indeterminado da imagem animada Po tica do Movimento Edi es da MONSTRA Lisboa s n mai 2007 ZORAN Perisic Guia Pr tico do Cinema de Anima o Trad Concei o ardim e Eduardo L cio Nogueira Porto Editorial Presen a 1979 238p PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 166 S tios da INTERNET ABCA A Associa o Brasileira de Cinema de Anima o Dispon vel em lt http www abca org br gt Acesso em 05 set 2011 ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o Coordena o de Cl udia Bolshaw Hist rico brasileiro Quantidade de filmes de anima o produzidos at 2004 Dispon vel em lt http iwww abca org br page id 375 gt Acesso em 20 nov 2010 ADNEWS Bob Esponja completa dez anos Dispon vel em lt http www adnews com br cultura 84308 html gt Acesso em 28 jan 2011 ABDL Associa o Brasileira de Difus o do Livro Produ o por rea tem tica Total de exemplares produzidos em 2009 Primeira edi o e reedi o Dispon vel em lt http www adbl com br userfiles fipe2009 pptfl gt Acesso em 25 nov 2010 ANIMAEDU Dispon vel em lt http www animaedu com br oprojeto asp gt Acesso em 25 fev 2011 ANIMAP DIA Di
337. p 48 Essa disserta o pretende atrav s de uma revis o bibliogr fica an lise documental entrevistas e a pr pria experi ncia do pesquisador identificar aspectos que o contexto atual da anima o valoriza ou negligencia investigar a rela o entre o cinema de anima o autoral e o de mercado tra ando caminhos para se compreender o momento atual da anima o brasileira e sua trajet ria hist rica Pretendo demonstrar a relev ncia do cinema de anima o de autor dentro do campo do design e do cinema como um importante formador de profissionais e de publico bem como modelo de produ o fundamental para a preserva o de t cnicas tradicionais de anima o e simultaneamente renovador da sua linguagem Pretendo compreender atrav s dos discursos de profissionais do campo da anima o no Brasil como esse momento de viragem do campo pode afetar a anima o autoral no pa s Como referencial te rico dialogo preferencialmente com J os Maria Xavier Marcos Magalh es Marina Estela Gra a Sebastien Denis Robert Russett e Cecile Starr no campo te rico e t cnico da anima o J ean Claude Carri re e Laurent Mannoni no campo do cinema Richard Sennett na reflex o sobre a valoriza o do trabalho manual e Vil m Flusser na reflex o sobre as rela es entre o animador e o aparelho Divido este estudo em quatro cap tulos A Anima o Publicada Fa o uma revis o bibliogr fica do campo da anima o no Brasil a
338. para curta por exemplo a galera n o est muito preocupada com isso nesse momento Eu vejo as discuss es os f runs ningu m est preocupado com a produ o de curta que est caindo um pouguinho Todos os diretores de curta s o hoje os diretores que est o fazendo s rie porque n o tem muito diretor Precisamos formar mais diretores ROSARIA Eu acredito no curta Na verdade o curta uma forma r pida de se atingir o maior n mero de pessoas ao mesmo tempo al m disso o curta isso eu falo para todo mundo que quer trabalhar com cinema te d a possibilidade de poder experimentar Eu acho que o momento que se pode decidir se tem jeito para a coisa ou n o O curta o local da experimenta o sim Sempre Sempre foi e sempre ser O cinema nasceu curta Acho que cada vez mais o cinema tem que ser curto LEITE O curta metragem maravilhoso pena que n o temos muito espa o para veicula o dessa produ o nunca houve e talvez n o haja nunca risos Mas talvez a fun o do curta n o seja ser comercial mesmo a fun o do curta n o essa e sim investigar talvez a melhor contribui o do curta metragem seja a possibilidade de se investigar e experimentar AVELAR Sim eu acredito pois meu aprendizado e forma o profissional se deu atrav s de curtas metragens que realizei de maneira autodidata Esta foi uma das principais fontes de forma o do audiovisual brasileiro ma
339. para esse modelo de produ o O que existe mesmo falta de m o de obra especializada no pa s n o tem escola de anima o aqui no Brasil o est dio tem que formar muito mais r pido o animador dif cil de se for ar o desenho a quem n o est acostumado A t cnica tradicional precisa de uma m o de obra mais qualificada mais seleta Assim n o se pode pegar um cara sic que s saiba animar ele tem que saber desenhar para se formar a equipe de trabalho ROSARIA No entanto existe quem acredite que a escassez de recursos seja de alguma forma positiva Avelar acredita que assim como no J ap o o Brasil pode tirar proveito da falta de recursos para desenvolver uma ind stria criativa Mas nem sempre a falta de grana ruim Em 1963 foi lan ado o primeiro Anime Astro Boy At ent o s se fazia curtas metragens autorais ou longas metragens de anima o tradicional no Jap o Em fun o da Segunda Grande Guerra naturalmente o cinema ficou em uma situa o dif cil era complicado fazer filmes O Osamu Tezuka levou frente a id ia de se fazer um seriado para entrar na televis o A televis o no J ap o inclusive s veiculava produto americano Ele criou o Astro Boy e criou aquelas regras do Anime que s o agora usadas pelos americanos Aqueles recursos de risquinhos passando atr s imagens paradas efeitos gr ficos que se usam em diversos desenhos japoneses aquela pouca anima o s
340. pode servir como plataforma de produ o de anima o e o digital reina absoluto tanto na produ o amadora quanto na profissional Antes o trabalho do animador se restringia a curtas autorais e publicidade hoje bem recentemente vemos no Brasil produ es de s ries animadas para a tev longas metragens e at mesmo o video game como novos mercados para a anima o nacional Esse momento de mudan a de paradigmas no campo da anima o nacional inicialmente positivo pois a industrializa o da anima o traz consigo novos empregos e divisas para o pa s No entanto a industrializa o tamb m promove uma padroniza o e uniformiza o da anima o isto estandartiza os estilos e t cnicas em virtude da produ o em larga escala e do trabalho serial que o modelo exige Acredito que a anima o uma t cnica que vai al m de um entretenimento matinal para crian as ou uma divers o para a fam lia nas tardes de domingo A anima o um poderoso meio de comunica o e de express o no qual tanto animadores profissionais amadores e crian as podem mergulhar e usufruir de sua universalidade E justo afirmar que vivemos em um momento de viragem no campo da anima o no pa s com o foco voltado para a industrializa o o tempo de reavaliarmos a produ o de anima o brasileira at aqui Defendo que a produ o autoral experimental e independente de anima o ainda um importante modelo de forma o
341. pois da semi tica tudo pass vel de explica o nem que se force um pouco mas tudo pass vel de explica o Quando se vai fazer um filme necess rio que o conceito esteja muito bem fechado para o diretor Porque qualquer discurso qualquer debate o diretor n o ser desmascarado por aquilo que fez pois se vai criando conceitos acreditando piamente no que se fez Foi um processo muito interessante essa dobradinha com o Cl cius porque ele muito talentoso tecnicamente na manipula o ele um verdadeiro escultor daquelas massinhas nato A dobradinha deu certo porque o Cl cius um pouco deficiente em contar uma hist ria mesmo que essa hist ria n o seja linear Na verdade manipular mesmo as imagens o poder da montagem do audiovisual o poder mesmo do cinema criar uma narrativa mesmo que ela seja de cabe a para baixo ele n o tem Por isso deu super certo essa dobradinha com ele Eu tinha as id ias ia falando com ele e intuitivamente ele pegava a id ia e fazia tudo aquilo do jeito que eu tinha imaginado At hoje essa parceria ainda continua Ele trabalhou no Merc rio ganhamos o Tela Digital P lut o ganhou o pr mio favorito do p blico da temporada 2011 e estou pensando em fazer mais uma coisa junto pois uma parceria boa Tudo que d muito certo tamb m existem pontos de tens o numa poca o Cl cius achou que era o grande artista por tr s dos filmes e que eu s levava a fama Eu tenho esse l
342. pon vel em lt http www popmidia com brinca gt Acesso em 05 set 2011 QUADRO A QUADRO Dispon vel em lt http www eba ufmg br midiaarte quadroaquadro gt Acesso em 05 set 2011 UNIVERSO HQ Entrevista por Samir Naliato C sar Coelho diretor do Anima Mundi fala sobre o festival Dispon vel em lt http www universohg com cinema nc19072003 02 cfm gt Acesso em 20 nov 2010 VENTURA Mauro Nova secret ria do Audiovisual prop e metas de efici ncia para o cinema brasileiro O Globo online Rio de J aneiro 22 fev 2011 Cultura Dispon vel em lt http oglobo globo com cultura mat 2011 02 21 nova secretaria do audiovisual propoe metas de eficiencia para cinema brasileiro 923852573 asp gt capturado em 25 fev 2011 Documentos gravados DAHL G Gustavo Dahl depoimento jun 2010 Centro Cultural Banco do Brasil Rio de J aneiro 2010 MP3 102 mim 34 s Anima Mundi Anima F rum Mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o DA RIN S Silvio Da Rin depoimento nov 2010 Empresa Brasil de Comunica o Rio de Janeiro 2010 AVI 29mim 26s Palestra para a turma da disciplina Economia Pol tica e Produ o Audiovisual UFF Universidade Federal Fluminense 2 semestre 2010 Prof Tunico Amancio HILLENBURG S Stephen Hilllenburg depoimento jun 2010 Centro Cultural Banco do Brasil Rio de J aneiro 2010 MP3 89 mim 25 s Anima Mundi Anima F rum Ani
343. port ncia ao papel e ao l pis PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 178 HA Acho importante o papel e o l pis acho importante termos uma rela o com o que fazemos que n o seja s virtual O mundo das id ias sensacional e sem ele n o materialzamos nada Por m existe uma necessidade do f sico da mat ria Eu sei que o acetato dava um trabalho infernal ainda bem que arranjamos uma t cnica mais pr tica risos mas a experi ncia do digital muito inferior experi ncia de se pintar um desenho m o Digo isso experi ncia sensorial do animador pintar um desenho no computador muito inferior ao se pintar direto no acetato por mais desagrad vel que isso possa ser muitas vezes por causa do cheiro da tinta por causa do cheiro da acetona para limpar o acetato ou entrar em um programa de edi o por mais pr tico que ele seja a experi ncia sensorial muito inferior a de entrar em uma sala com uma Oxberry instalada e operar aquele equipamento E uma experi ncia diferente Eu sei s o experi ncias diferentes mas acho que a tecnologia se poss vel tem que tentar compensar essa diferen a pois isso de alguma forma se reflete no resultado final enf tico De alguma forma se percebe que a organicidade foi perdida mesmo nos desenhos da Disney os ltimos que a Disney fez que s o j digitalizados Pensou se em fazer A Princesa e o Sapo no Toon Boom e os animadores da Disney rejeitaram N o g
344. previamente furadas 7 AS AVENTURAS DO LOBO GUAR NO REINO DA ESPECULA O IMOBILI RIA de Leo Ribeiro 2003 dura o 12 min Sinopse Um ambicioso porco construtor e seus asseclas pretendem destruir a ltima casa antiga da cidade para no local construir um centro empresarial No antigo casar o mora um distra do e boa pra a Lobo Guar que sem esquentar a cabe a defende seu cafofo da demoli o Melhor Curta Metragem de Anima o J ri Popular Festival Olhares 1 Festival de Cinema e V deo digitais da Universidade Federal de Vi osa Brasil 2006 Figura 03 Como Defender Um Cafofo ou As aventuras do Lobo Guar no Reino da Especula o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 17 educa o formal em cinema de anima o e aprend amos com o que faz amos e essas experi ncias j eram os filmes que depois mostr vamos ao p blico Uma forma o tortuosa lenta feita de pequenas descobertas N o existia uma teoria ou conhecimento organizado o neg cio era animar e ir em frente Essa caracter stica de produ o de anima o produziu uma variedade de estilos de se animar e desenhar personagens n o se pode dizer que exista um padr o na anima o brasileira Mas tamb m essa falta de base te rica s lida fez com que muitos de n s nos prend ssemos nos dogmas da ind stria principalmente no m todo Disney de produ o de desenhos animados Apesar de termos acesso mesmo que restrito e pontual ao co
345. produ o do Longa do NCAC Querem falar um pouco sobre esse desafio WL Esse longa na verdade j tem dez anos que estamos produzindo uma hist ria Por isso que se chama Uma Hist ria Antes da Hist ria risos Para se contar uma hist ria preciso ter a sua pr pria hist ria um filme sobre a anima o uma meta linguagem Um senhor vai caminhando e encontrando instrumentos para realizar seu desenho animado ele cria cen rios personagens no come o tem um evento b blico ele entra em conflito com a cria o de seus pr prios personagens Tem uma interfer ncia do Don Quixote que d umas dicas ao nosso personagem principal Ele tamb m cria uma bruxa que apaga todo o trabalho dele ele fica triste ele morre no meio do filme e depois renasce um roteiro escrito por mim um pouco da nossa hist ria fiz tamb m o storyboard a anima o somos uma equipe de 15 pessoas em produ o 3 m sicos nossa previs o terminar agora em mar o MS O Wilson est finalizando esse longa e eu estou iniciando outro risos N o porque eu queria fazer um longa h anos que eu queria contar a hist ria do caf eu gosto muito de hist ria Vinha pesquisando sobre isso em 2009 encontrei um livro com toda essa informa o compilada A Hist ria do Caf de Ana Lu sa Martins Escrevi o roteiro o storyboard j est PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 207 pronto e o filme todo ficou com um pouco mais que 60
346. que tinham dispositivo quadro a quadro Consegui comprar uma com dinheiro de mesada meu irm o foi aos Estados Unidos e trouxe pra mim o modelo mais baratinho que era da Canon risos Ent o montei uma mesa de luz da minha cabe a baseada em modelos que tinha visto em um document rio sobre o Pica Pau onde apareciam os animadores trabalhando em mesas de luz em papel manteiga Da eu adivinhei como que seria a t cnica e encomendei a um carpinteiro da fam lia que trabalhava para minha fam lia para me ajudar a montar a mesa Ent o fiz meu primeiro filme que se chamava A Semente em 1974 eu tinha 15 anos de idade um filme de tr s minutos e esse filme participou de uma mostra no MAM Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro de filme super 8 Foi um acontecimento um filme de um adolescente desenho animado e tal o filme rodou o mundo e participou de v rios festivais internacionais de super 8 Ali abriu um caminho uma porta E isso que eu quero fazer uma carreira internacional vou entrar nessa Foi a s ent o que comecei a pensar em me profissionalizar Eu n o via nada errado em ser um cineasta amador nunca achei que essa palavra amador era uma coisa pejorativa como as pessoas acham Sempre valorizei muito de ser uma coisa feita espontaneamente pelo amor a coisa Continuei a trabalhar dessa forma mas algumas portas profissionais se abriram consegui transformar um dos filmes que eu animei todo em super 8 o M o M
347. que trabalham em pequenos est dios caseiros ou em pontos de cultura e laborat rios de universidades perif ricas que n o possuem as mesmas estruturas de produ o do CTAv O n mero de animadores amadores ou semiprofissionais a trabalhar sozinhos na sua garagem ou no seu computador bastante consider vel por uma raz o simples o filme de anima o quase o nico tipo de filme que qualquer um pode escrever realizar e sobretudo produzir sozinho na l gica hoje muito difundida entre os jovens do DIY do it yourself DENIS 2010 p 19 Qual ser a pol tica de incentivos aos coletivos criativos Investir em equipamentos e estrutura para a constru o de pequenos n cleos de produ o Descontos na aquisi o de equipamentos e softwares para pequenos realizadores Assessoria t cnica Ou todos os coletivos ir o usar as instala es do CTAv como base de produ o Outra quest o nebulosa Ser que o curtametragista o animador autoral ter que se obrigar a trabalhar em coletivos ou inventar coletivos artificiais para conseguir apoio Santana procura esclarecer essas d vidas O primeiro programa que quero lan ar o do coletivo criativo Vou selecionar coletivos j existentes e potencializ los Falar Apresente me um plano estrat gico diga me qual a sua pol tica de empreendedorismo crie uma marca que o governo vai investir X Em vez de chamar o cara da trilha no fim do filme bote o m sico junto com o
348. r mesmo a burocracia O trabalho que se tem para registrar filmes no Brasil falta um pouco mais de movimenta o normalmente s temos exibi o de anima o em festivais n o tem exibi es de anima o em cinemas muito pouco Primeiro que uma rea dominada totalmente Temos leis de incentivo que sustentam o cinema brasileiro de um modo geral seria bom ter um mecanismo mais amplo MS O CTAv tem uma estrutura que foi bem pensada precisa botar em pr tica Eu mesmo j usei a truca de l uma oxberry muito boa me deram todo apoio l O que fica complicado ter que ir ao Rio filmar No inicio queriam espalhar n cleos pelo Brasil se chegou a come ar isso depois houve um recuo importante investir nessa anima o criativa nessa anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 203 voltada educa o voltada para a cria o N o faz sentido o CTAv investir na ind stria a ind stria que invista na ind stria O que falei da Folimage talvez o CTAv fosse o espa o para isso D pra fazer isso l Na poca do Marcos Magalh es se chegou a praticar isso l naquela primeira fase em que participaram alguns do que hoje est o no Anima Mundi o Cesar Coelho a A da Queiroz era um grupo liderado pelo Marcos e alguns canadenses Era esse exerc cio isso deveria ter continuado WL Eu tive aula com dois tchecos que estiveram por l um cara da Tchecoslov quia e uma senhora n o me lembro o nom
349. r que tem o cinema de anima o Isso eu procuro mostrar atrav s de alguns autores que al aram o cinema de anima o ao status de arte Mas at hoje n o Se olharmos os livros de arte por exemplo Norman MacLaren n o citado O Ladislaw Starewicz n o est l animadores como a Lotte Reiniger que fazia anima o de recortes n o est l Existe um certo preconceito e talvez voltando acho que de toda a arte cinematogr fica o cinema de anima o ainda deixado de lado como segundo plano Ele underground ao pr prio sistema Volta aquelas coisas de estilo que falei Saca risos LR Gostaria que voc falasse um pouco sobre o MUMIA Mostra U digrudi Mundial de Anima o um festival de anima o que tem o udigrudi no pr prio nome e que n o tem curadoria um festival livre PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 220 SL Na verdade o MUMIA surgiu em 2003 como se fosse um protesto Em 2003 por exemplo eu j tinha feito o Mirmid es e j tinha feito o Marte Esses filmes tiveram um certo reconhecimento tiveram em alguns festivais mas aqui em Belo Horizonte principalmente n o tiveram o seu verdadeiro reconhecimento Por causa dessa coisa de sele o eu sempre achei curadoria um pouco suspeito porque muitas vezes n o passa de gosto pessoal de cada pessoa que est ali Da eu junto com o Denis Leroy mais o S rgio Villa a na verdade o S rgio entrou depois Decidimos Vamos fazer u
350. ra Chegava o storyboard eu tamb m depois n o montava nada no After Effects s desenhava s animava E dessa vez eu acompanhei o processo todo Depois em 2005 eu comecei a fazer Menina da Chuva sem dinheiro que era um filme que realmente eu queria fazer em 2010 s que ele ficou pronto Foi quando ganhei em 2009 um edital e no ltimo ano de produ o eu consegui terminar com a grana que tinha e terminei o filme que tem 6 minutos foi minha primeira hist ria que eu queria contar mesmo LR Engra ado eu lembro de um curta que acho que seu tamb m Zoe e a Zebra PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 209 R Esse filme eu fiz com o Sacha Alexander foi minha primeira experi ncia com curta mas esse filme era dele eu animei um personagem do filme inteiro eu peguei o personagem desde o come o e fiz ele no filme inteiro que era a zebra que era at a principal Foi minha melhor experi ncia antes de come ar a fazer meu pr prio trabalho a melhor coisa que fiz O Sacha teve a maior paci ncia eu fiquei acho que dois anos fazendo aquilo e um filme de dois minutos Gostei a be a do filme LR Agora voc est trabalhando em uma s rie de anima o o Tromba Trem que foi produzida dentro do Anima TV R A produ o acabou agora Eu entrei como animadora chave eu fazia as poses chaves no Flash em fim trabalhei no Flash Mas agora eu ganhei um edital da RioFilme estou desenvolvendo meu primeiro trab
351. ra o mais importante na t cnica n o seja o que se desenha em cada quadro animado mas sim o que n o se desenha O desenho invis vel que existe entre os quadros desenhados que importa para a execu o de qualidade da ilus o do movimento PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 84 Noman MacLaren talvez o nome mais importante da anima o experimental pioneiro do NFB National Film Board of Canada e premiado com o Oscar pelo filme Vizinhos de 1953 clarifica esse suposto paradoxo em seus pensamentos A anima o n o arte dos desenhos que se movem mas a arte dos movimentos que s o desenhados O que acontece entre cada fotograma muito mais importante que o que existe em cada um deles anima o portanto a arte de manipular os interst cios invis veis que jazem entre os quadros Norman McLaren apud GRA A 2006 p 190 Complementando essa id ia os animadores John Halas e J os Manuel Xavier concluem Os interst cios s o os ossos a came e o sangue do filme enquanto o que est em cada fotograma meramente a roupa J ohn Halas apud ibid p 191 Num movimento ilus rio as imagens preenchem duas fun es que se sobrep em a imagem singular vis vel sobre o espa o ecr que parece e as imagens plurais que s o o movimento invis vel que se manifesta no tempo A ambiquidade do territ rio da imagem animada resulta dessa particularidade poder se ia mesmo dizer desta estra
352. ra quase proibitivo Se pegarmos os filmes mais antigos pela pr pria dificuldade por exemplo film vamos uma cena em Campinas t nhamos que comprar negativo em primeiro lugar filmar s vezes era preciso alugar uma c mera ira S o Paulo revelar esperar dois ou tr s dias para ver o resultado Uma coisinha que aparecesse e te desagradasse iria custar tudo isso de novo todo esse tempo todo o custo financeiro Ent o com a facilidade da tecnologia faz a anima o melhor pois se n o gostei de alguma coisa mais f cil mudar em uma hora ou duas tenho aquilo refeito com um custo quase zero H um tempo atr s tudo isso era car ssimo Era muito comum ver filmes com brilho no acetato d pra entender s vezes o cara sic tinha que lavar o acetato e aproveitar acetato usado ent o a tecnologia ajudou muito na qualidade dos filmes pois tudo isso encarecia muito a produ o hoje isso vem melhorando E tamb m se tem muito mais informa o hoje tem muito mais facilidade de se obter informa o SQUARISI Rosaria acredita numa melhora global n o s tecnol gica Mas o mercado amadureceu a grana sic amadureceu tamb m de onde vem a grana sic Foi bom em todos os sentidos quanto mais gente trabalha mais vis es diferentes temos existem mais diretores hoje em dia e mais possibilidades de se fazer Foi timo com certeza melhorou muito se v filmes incr veis O cara sic fez com muito menos dinh
353. ral ou experimental frente anima o ind strial comercial mais precisamente produ o de s ries televisivas de anima o Tamb m me preocupava com o destino do trabalho artesanal e das t cnicas tradicionais mais precisamente a anima o quadro aquadro em papel no momento em que existe um predom nio de uso das t cnicas digitais de anima o anima o por vetor recorte digital ou 3D e a aplica o da anima o em escala industrial Tomando essas impress es como ponto de partida mergulhei na pesquisa Nela alguns autores foram de fundamental import ncia na condu o dos estudos ou confirmando minhas primeiras id ias ou me levando para caminhos ainda n o imaginados S o em seguida indicados esses autores Laurent Mannoni e Anatol Rosenfeld pela precis o da descri o do funcionamento e mecanismos do teatro ptico de Emile Reynaud Que considerado como o dispositivo fundador do desenho animado e consequentemente do espet culo cinematogr fico Jos Maria Xavier animador portugu s que me abriu os olhos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 157 para um entendimento de anima o mais purista onde o desenho quadro a quadro a bidimensionalidade e a constru o do movimento s o os elementos mais importantes Richard Sennett que em seus estudos sobre o art fice confirmou a import ncia do artes o do trabalho manual e do conhecimento pr tico vis o que consequentemente pode ser apl
354. rama AnimaTV Seu piloto de s rie foi produzido na t cnica tradicional e por isso inviabilizado Rosaria que trabalhou em uma das duas produ es vencedoras do AnimaTV Tromba Trem tamb m acredita que invi vel se produzir anima o tradicional dentro da realidade dos est dios brasileiros mas n o se diz frustrada por isso Eu n o estou t o frustrada n o Acho que a nica maneira de viabilizar mesmo a produ o fazendo em Flash porque n o tem grana sic para fazer tudo no papel do jeito que eu gostaria mas vou gostar de fazer Vai ser bom A t cnica tradicional n o vou dizer que seja ineficiente mas n o t o barato t o r pido quanto a digital Mas outro resultado uma op o que o animador tem que ter E preciso ter essa op o n o se pode fechar s porque demora muito e custa mais caro uma outra op o mais caro mas o resultado ainda diferente do digital Eu espero que um n o prejudique o outro as vezes eu me sinto prejudicada acho que o animador se sente prejudicado porque os prazos dos editais de s rie inclusive e da grana sic que eles t m sempre muito reduzido Te impossibilita muito de fazer tudo no papel ROSARIA Nesse sistema o intervalador monta as poses n o as desenha Nas produ es com anima o quadro a aquadro PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 135 em papel onde o sistema de anima o dividido entre animador chefe e
355. rasil voc s notam alguma aus ncia importante MS Tem o Livro Uma Janela para o Cinema do Cineduc s que era um livro voltado mais para o cinema mas tinha anima o no meio acho que um cap tulo Meu levantamento tem como recorte apenas livros dedicados a anima o e n o a livros com cap tulos sobre anima o PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 202 WL Voc colocou A Grande arte da Luz e da Sombras esse eu tamb m tenho o Livro do Lucena J nior A Arte da Anima o T cnica e Est tica Atrav s da Hist ria tamb m est a MS Outro que lembro que tamb m est na sua lista o livro do Silvio Toledo Um Caminho para a Anima o bem Disney cheguei a folhear esse livro bem Disney LR Como voc s enxergam a rela o entre o conhecimento t cnico e te rico no ensino e na pr tica da anima o MS Ent o das escolas n o d para falar muito pois elas est o come ando ainda imagino que muito mais errando que acertando o que normal O animador continua sendo autodidata mesmo aqueles que v o para a escola que fazem universidade tem que aprender fora da escola Na escola ele vai para ter diploma Ele precisa de experimentar ir aos est dios fazer oficinas paralelas fazer seus pr prio curta Somando tudo isso E precisa daquele filtro nem tudo que ele aprendeu no est dio legal tomar cuidado para n o cair na padroniza o Daqui h dez anos que acho que vamos come ar a t
356. rasileiro no aproveitamento das caracter sticas da cultura brasileira J Magalh es n o tem duvidas de que exista um estilo de anima o brasileiro e o compara com campos onde a cultura brasileira tem destaque muito legal um certo orgulho brasileiro de que a anima o assim como aconteceu com a arquitetura com o futebol com a m sica de acharmos que existe uma express o brasileira na anima o E tem mesmo A anima o est em um momento de expans o MAGALH ES S quarisi se mostra contr rio a industrializa o na anima o brasileira mas lembra que uma ind stria forte pode ser positiva para a produ o n o comercial Gosto de lembrar de um palestra que assisti do Koji Yamamura h alguns anos atr s no Anima Mundi ele um animador marginal no J ap o faz uma anima o fora da ind stria Ele tem muito menos dificuldade em exercitar sua anima o marginal e experimental porque no Jap o existe uma ind stria muito forte ele est sombra de uma ind stria muito forte Ent o talvez seja legal se formar uma ind stria forte para que os marginais brasileiros entre os quais nos inclu mos possam ter menos dificuldades na hora de produzir Agora o Estado n o pode s investir na ind stria deveria se encontrar uma forma de tamb m se investir incluindo leis de incentivo e capta o de dinheiro no mercado na anima o criativa n o comercial SQUARISI Figura 107 Tromba Trem AnimaTV
357. rdade o peso que isso tem no meu m todo Qual o resultado que eu espero tamb m acho isso bem bagun ado ROSARIA Aqui fica claro a diferen a entre o trabalho autoral de Rosaria e o que ela exerce dentro do est dio como animadora chave na produ o de s ries Eu tenho uma maneira minha de trabalhar de produzir pausa eu tenho um pouco de dificuldade de trabalhar em grupo por v rios motivos tanto de conviv ncia como da maneira que eu trabalho Primeiro que eu n o fa o storyboard meu trabalho super desorganizado eu fa o tudo ao contr rio eu fa o tudo do jeito que vem na minha cabe a fa o barulho pra caramba sic minha maneira de trabalhar muito desorganizada Claro que isso tudo digo do meu trabalho autoral ROSARIA Leite e Squarisi pensam ser importante saber os 12 princ pios para se poder subverte los risos N o penso nos doze princ pios embora saiba sobre eles e sei que s o muito importantes mas acho mais importante ainda ter a possibilidade de driblar esses doze princ pios LEITE O animador pode at conhecer esses doze princ pios mas tomar cuidado para n o se amarrar a isso Nem os do Disney nem os do MacLaren nem os de ningu m O cara sic ter a sua liberdade Ent o essas regras esses princ pios tem que ser vistos com filtros tem coisas que v o at te ajudar Claro se voc souber filtrar at onde vale at onde n o vale Tem o Richard Wili
358. relacion la computa o gr fica uso como recorte a t cnica de anima o em papel quadro a quadro tamb m chamada de t cnica tradicional ou t cnica m e do desenho animado ou simplesmente desenho animado Relaciono a t cnica tradicional com as demais t cnicas anal gicas tamb m chamadas de t cnicas x experimentais e mais profundamente anima o 74 Para alguns autores essas t cnicas tamb m s o denominadas tradicionais mas n o usarei essa terminologia afim de evitar confus es com a t cnica do desenho animado PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 80 baseada em vetor e computa o gr fica em 3D Mostro os fundamentos da t cnica tradicional sua hist ria e evolu o do princ pio artesanal e experimental constitui o da ind stria Posteriormente mostro o desenvolvimento da produ o industrial os doze princ pios da anima o a anima o total full animation as mudan as da t cnica em dire o anima o limitada e por fim as mudan as do processo de trabalho com a ado o de novas tecnologias e suas consegu ncias A escolha da t cnica a ser trabalhada pelo animador de suma import ncia pois o resultado do trabalho do animador influenciado diretamente por suas op es t cnicas e pela forma com que utiliza as v rias tecnologias na sua produ o A tecnologia companheira do animador desde o cinemat grafo ao computador N o h como assistir
359. ria da rela o do entrevistado com a anima o Pergunta importante para introduzir a conversa deixar o entrevistado mais relaxado e confiante ao expor suas id ias e tamb m para o entrevistador entrar melhor no universo do entrevistado PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 106 As entrevistas aconteceram entre 05 e 11 de dezembro de 2011 O primeiro animador a ser entrevistado foi Marcos Magalh es em seguida Humberto Avelar S vio Leite Wilson Lazarette e Maur cio Squarisi os dois ltimos por serem parceiros no N cleo de Cinema de Anima o de Campinas foram interpelados na mesma entrevista Com a posse dos dados colhidos o pesquisador percebeu a aus ncia de um profissional renomado mais jovem o que afetava a amplitude das respostas Assim para complementar a pesquisa em Janeiro de 2012 incluiu a animadora Rosaria entre os entrevistados Todas as entrevistas foram feitas em local de trabalho dos entrevistados com exce o de Rosaria que foi entrevistada no est dio do pesquisador Segue uma breve biografia dos entrevistados Wilson Lazarette 59 anos Descobriu a anima o em uma oficina de cinema no Conservat rio Carlos Gomes em Campinas Iniciou sua produ o com o Super 8 e de forma experimental foi influenciado pela obra do animador canadense Norman Maclaren e das escolas autorais da Fran a e do Leste Europeu Fundou o NCAC N cleo de Cinema de Anima o de Campinas onde produz curtas de
360. ria de anima o brasileira Ainda n o dominamos o processo completo de cria o planejamento produ o finaliza o e principalmente distribui o e licenciamento de s ries e longas de anima o Ainda n o se treina m o de obra para o mercado em cursos profissionalizantes pois aquele n o tem padr es estabelecidos mas os est dios j incluem em seu planejamento o treinamento pr vio de suas equipes _ MAGALH ES 2009 s n O Brasil est dando seus primeiros passos em dire o a industrializa o da anima o assistimos todo o ver o a chegada de novos t tulos de longa metragens americanos em nosso mercado a grande maioria deles uma repeti o mon tona de piadas velhas em moderna roupagem de anima o computadorizada em tr s 103 104 ATO no portal Minc Brasil Maior O National Film Board of Canada NFB caracteriza se como uma institui o de refer ncia mundial para o cinema de anima o Fundado em 1939 j foi respons vel por criar mais de 13 000 produ es ganhando cerca de 5 000 pr mios incluindo 12 Oscars e conhecido mundialmente como um grande laborat rio cultural para a inova o SCHEIDER 2001 p 174 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 154 dimens es e tecnicamente perfeitos Filmes com produ es milion rias que prioritariamente s o planejados para a venda de produtos licenciados Sobre essa produ o Denis afirma Pelo contr rio uma an
361. rial brasileiro do livro A T cnica da Anima o Cinematogr fica 1979 de HALAS e MANVELL inclusive a publica o e seus autores s o citados v rias vezes por Barbosa J nior No entanto o livro n o t o abrangente quanto a antiga edi o da EMBRAFILME O livro se divide em tr s partes a primeira Desenvolvimento da anima o tradicional trata da inven o dos dispositivos ptico mec nicos a descoberta da t cnica de anima o os modelos art sticos a industrializa o da anima o a anima o independente os Est dios Disney e a busca pela automatiza o da t cnica excelente conte do Nos outros dois cap tulos o autor trata do desenvolvimento da anima o por computador Sem d vidas a publica o mais completa dispon vel nas livrarias do pa s para quem quer saber a hist ria da anima o por m fa o algumas ressalvas O autor supervaloriza o legado dos Est dios Disney anima o total ou full e menospreza a UPA United Productions of America estiliza o e anima o limitada que hoje a principal influ ncia t cnica na anima o que se produz para a televis o Barbosa J nior diz Talvez a maior prova da limita o expressiva da est tica UPA tenha sido seu quase absoluto ver as publica es da Elsevier ns p 40 1 42 Ver em Livros do Estado EMBRAFILME e FDE p 36 alberto lucena j nior arte da anima o 2 EDI O Figura 19 Arte da Anima o t cnica e
362. rimentando poses errando tra os e at mesmo indo por caminhos imprevistos que resulta a apreens o e dom nio t cnico Xavier conclui O artista animador ocasionalmente poeta que procura principalmente sugerir vai tentar manter at o fim do processo de trabalho um caminho calcetado de pequenas experi ncias onde alternam imagens que provocam movimentos e movimentos que d o corpo s imagens Duma certa maneira este tipo de percurso representa uma viagem de prazer o prazer de descobrir de encontrar de perder e de voltar a achar XAVIER 2007 s n Como diz J ean Claude Carri re Todos os progressos t cnicos t m que andar lado a lado com as perdas CARRI RE 1995 p 214 Se por um lado perdemos as sensibilidades individuais do tra o do animador e as descobertas adquiridas pelo artista ao executar seu esmerado trabalho por outro possibilitamos a constru o de modelos matem ticos que reproduzem movimentos de deslocamento deforma o e escala pr ximo a instantaneidade e a realiza o da anima o por pessoas sem maiores conhecimentos ou treinamento Nesse contexto a tecnologia digital oculta cada vez mais o trabalho artesanal do animador Carri re novamente alerta Os avan os t cnicos fazem parte simplesmente da ordem natural das coisas nunca significaram que uma forma de arte estivesse Progredindo CARRIERE 1995 p 214 A base da t cnica do desenho animado a habilidade do desenho embo
363. rios tridimensionais e interagir com personagens animados em massinha computa o gr fica ou atores reais O trabalho do animador Daniel Greaves um bom exemplo da diversidade de aplica o da anima o quadro a quadro em papel no espa o tridimensional como nos filmes Flatword e Little Things Concluindo Philippe Moins diz Hoje todas essas formas de anima o 2D 3D tradicional digital t m tend ncia a mesclar se alimentar se uma das outras e a regenerar assim um cinema de anima o que for a de se repisar vinha mordendo a cauda Philippe Moins apud DENIS 2010 p 31 Embora esse arranjo tecnol gico contribua para a democratiza o dos meios de produ o da anima o n o diminui a import ncia da t cnica do animador A anima o n o o simples movimentar de personagens A t cnica da anima o quadro a quadro em papel e seus pormenores n o pode ser confundida com preciosismo f til ou maneirismo Sennett diz A t cnica tem m fama pode parecer destitu da de alma Mas n o assim que vista pelas pessoas que adquirem nas m os um alto grau de capacita o Para elas a t cnica estar sempre intimamente ligada express o SENNETT 2009 p 169 Acredito ser justo afirmar que o animador se expressa pela t cnica que utiliza ao construir o movimento o timing da anima o a trajet ria do movimento a encena o e o design do personagem Por outro lado o exerc cio da t cnica p
364. ro da anima o O curioso que a tradu o para o portugu s ficou a cargo de Vasco Granja respons vel pelo programa Cinema de Anima o que a partir de 1974 foi ao ar semanalmente durante 16 anos na rede de televis o portuguesa RTP e que exibia anima es de diretores como Norman McLaren Alexander Alexeieff Jiri Tranca entre muitos outros profissionais e artistas da anima o mundial CASTRO 2004 p 102 T tulo Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre Autor Carlos Alberto Miranda Editora Editora Vozes Ano de publica o 1971 Pa s de origem Brasil No Brasil o primeiro livro publicado de um autor brasileiro sobre anima o foi Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre publicado em 1971 pela Editora Vozes e T o DESENHO ANIMADO Figura 14 O Desenho Animado CARLOS ALBERTO MIRANDA Figura 15 Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 34 escrito por Carlos Alberto Miranda O livro trata quase em sua totalidade do cinema de anima o e do cinema de anima o experimental Apresenta ao leitor o universo dos filmes de anima o de autor filmes de arte e uma listagem comentada dos principais diretores do cinema de anima o experimental e suas t cnicas O autor d destaque em seu livro de cinematografias menos divulgadas como dos antigos est dios estatais do Leste europeu e da antiga URSS Uni o das Rep blicas Socialistas
365. rold Whitaker Com rela o ao conte do de tend ncia industrial comercial podemos notar a ascend ncia dos 12 Princ pios da Anima o definidos e desenvolvidos pelos est dios Disney no conte do de manuais de produ o como Um Caminho para a Anima o 2005 de Silvio Toledo e O Desenho Animado 2005 de Sergi C mara e tamb m em livros te ricos como Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria 2002 de Barbosa J nior Os livros publicados pelos irm os Piologo tamb m s o dedicados anima o industrial comercial por m com foco na produ o de anima o para a INTERNET interessante ver nos livros mais antigos uma preocupa o em desvincular a anima o das hist rias em quadrinhos e definir as caracter sticas que diferenciam essas linguagens irm s conte do que desaparece das publica es mais modernas Tamb m os exerc cios de futurologia sobre os caminhos da anima o eram muito comuns e ainda hoje aparecem nas novas publica es E bom lembrar que a computa o gr fica e a anima o digital que hoje s o hegem nicas surgiram como exerc cios de experimenta o e tem uma hist ria ainda muito recente Se nas publica es antigas a maior preocupa o pousava nos rumos da computa o gr fica hoje os autores se preocupam mais com a especula o de novos modelos de neg cios e de plataformas que ampliem a exibi o de anima o al m da sala de cinema e da INTERNET Conclui
366. ros j fazem bem Vamos simplesmente entrar no clube e colocar toda a for a nisso Acho isso uma cilada Temos que manter em paralelo a produ o criativa experimental de curta metragem porque isso vai alimentar o outro lado Uma coisa alimenta a outra Veja bem Pode existir um est dio que fa a uma anima o comercial e que tenha um tempinho ou uma verba ou montar um or amento para se fazer algo diferente experimental Mas dif cil existir um animador s experimental com dinheiro para fazer uma s rie ou mesmo com dinheiro simplesmente para fazer o seu experimental Ent o muitas vezes uma coisa alimenta a outra tem o est dio comercial que d condi es do animador desenvolver seu trabalho experimental Acho que uma coisa tem que andar junto com a outra acho at mais n o tem que andar cada um para o seu lado A galera do experimental e a galera do comercial Eles nem se encontram n o v o nem mesmo no mesmo barzinho risos O comercial fica quente quando essa galera toda est conversando est o trocando id ias est o trocando experi ncias est o trocando desenhos O comercial n o como dizem O comercial um lixo coisa de m qualidade feito para as massas s solu es f ceis repeti o Mas n o necess rio ser assim absolutamente LR Voc v isso como uma vis o preconceituosa do comercial PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 181 HA Existem coisas assim como
367. rramenta pode ser qualquer uma Se pode fazer um desenho animado com areia todo mundo sabe disso O mais importante digo isso s pessoas ter um compromisso consigo mesmo se expressar atrav s da anima o e n o o contr rio Se pega um computador com Toon Boom e j come a Vou fazer fuma a no Toon Boom frisos N o Tem que se dar uma chance para o l pis e se expressar As palestras que assistimos de demonstra o desses programas muito direcionada No lugar de se servir de uma ferramenta para expressar suas id ias se faz o contr rio se expressa sua id ia atrelada a uma ferramenta o que n o muito justo As coisas saem muito iguais Tem essa coisa da anima o Disney a anima o do vai e volta todo filme do Disney tem essa coisa do vai e volta o cabelo vai e volta Follow through and overlapping action continuidade e sobreposi o da a o ou Secondary action a o secund ria Isso cansa Rei Le o est cheio disso Uma cascata de um filme Disney parece que a mesma cascata em todos os filmes sempre aparece do mesmo jeito Porque isso Porque na verdade n o estamos falando de uma obra de arte estamos falando de uma coisa comercial meramente comercial Obra de arte em longas metragem se v em Lotte Reiniger em Chico Liberato Otto Guerra esses que s o os artistas da anima o realmente N o est o seguindo nenhum padr o estabelecido essa que a diferen a a anima o comercial
368. s achei muito legal O trabalho do Cl cius muito expressivo a minha cara ele tosco mas um tosco bem trabalhado um tosco intencional n o uma coisa tosca porque n o conseguiu fazer E tosco por inten o por est tica Eu fico me perguntando porque gosto do tosco e percebo que por exemplo bandas como Sonic Youth Pexbaa J oy Division tem tudo haver com o cinema do Glauber Rocha risos com o cinema do Godard tem tudo haver com literatura do Charles Bukowski Talvez lendo Gilles Deleuze ele fala dos intercessores as vezes buscamos uma afinidade naquilo que gostamos interiormente mas se v que depois aquilo se torna quase um estilo E como se gost ssemos de um tal artista e aquele artista est dizendo aquilo que voc teria dito naquele momento Eu falo que essa coisa do Underground uma coisa buscada trabalhada mas uma coisa mesmo de gosto de gosto Voltando a uma coisa que voc j falou comigo e eu falo tamb m desse papel de termos que ficar pensando pensando e pensando Eu faria sei l um livro falando sobre todos esses divinos caras do Underground divinos artistas que n o se venderam ao sistema fizeram uma arte que muitos que se venderam ao sistema hoje a arte deles est o obsoletas os caras ainda s o refer ncia para gera es gera es e gera es embora muita gente possa nem conhec los Um trabalho t o lado B que a grande maioria das pessoas n o tem acesso As vezes vem uma fe
369. s adultos e crian as na cria o de desenhos animados Rio de Janeiro MULTIRIO N cleo de Publica es 2004 120p LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos de Metodologia Cient fica S o Paulo Atlas 2003 311p LAZARETTI Wilson Manual do Pequeno Animador Campinas SP Editora Komedi 2008 40p LIOTARD Jean Fran ois A Condi o P s moderna Trad Ricardo Corr a Barbosa Rio de J aneiro J os Olympio 2009 131p MACHADO Arlindo Pr cinemas amp p s cinemas Campinas Papirus 1997 304p McCLOUD Scott Desvendando os Quadrinhos Trad H lcio de Carvalho Marisa do Nascimento Paro 2 ed S o Paulo M Books do Brasil Editora Ltda 2005 218p MAGALH ES Marcos Anima o Espont nea 2004 126p Disserta o Mestrado em Design Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de J aneiro ES DE ARE ERS Novos caminhos para a anima o experimental Filme Cultura Rio de J aneiro n 54 p 45 48 mai 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 164 DE mes ds Sides tura pass Ordem progresso e anima o Retomada a Quest o da ind stria Cinematogr fica Brasileira Rio de janeiro s n mar 2009 MANNONI Laurent A Grande Arte da Luz e da Sombra arqueologia do cinema Trad Assef Kfouri S o Paulo Editora Senac S o Paulo UNESP 2003 514p MIRANDA Carlos Alberto Cinema de Anima o Arte Nova Arte Livre Petr polis Editora Vozes Ltda 1971 154p
370. s curiosas revistas em quadrinhos que t m em suas hist rias a grande ind stria mundial de anima o como pano de fundo T tulo Tr s dedos Um esc ndalo Animado Autor Rich Koslowski Editora Gal Editora Ano de publica o 2002 Pa s Brasil Apresenta o comercial de projetos de s ries de anima o a executivos e produtores PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 52 Figura 41 Rickey Rat Ganhadora do Pr mio Ignatz como melhor Grafic Novel de 2002 e de autoria de Rich Koslowski Tr s dedos Um esc ndalo Animado um falso document rio em quadrinhos A hist ria ambientada em Hollywood na poca de ouro da industria de anima o uma par dia em que os personagens de desenho animado s o de carne e osso e trabalham como atores na ind stria de cinema dos Estados Unidos da Am rica Atrav s das mem rias de um velho ator Rickey Rat alegoria de Mickey Mouse somos imersos em uma f bula sombria uma met fora da opress o dos grandes est dios sobre os personagens animados em busca do lucro T tulo Pyongyang Autor Guy Delisle Editora Zarabatana Books SHENZHEN Ano de publica o 2007 Pa s Brasil Uma Viagem Terl a China gr JE T tulo Shenzhen EI AGE Autor Guy Delisle ira mer Editora Zarabatana Books Ano de publica o 2009 Pa s Brasil No g nero autobiogr fico As hist rias em quadrinhos Pyongyang 2007 e Shenzhen 2009 lan adas pelo quadrinis
371. s debates e palestras onde o assunto a industria brasileira de anima o e seu desenvolvimento A partir de 2009 essa aproxima o se estreitou com a realiza o de encontros entre produtores de anima o e realizadores com projetos para o mercado no Anima Business no entanto iniciativas como essa s o raras A anima o de autor o cinema independente e a anima o experimental se confundem em suas defini es Pesquisadores como Russett e Starr delimitam essa produ o a animadores que cultivem t cnicas individuais dedica o pessoal e ousadia art stica Outros autores como Halas Manvell Denis e Magalh es t m pensamentos mais amplos para o campo admitindo como experimentais ou autorais pequenos est dios ou grupos de animadores sejam eles profissionais semi profissionais ou amadores A dedica o exclusiva investiga o tamb m relevada pois muitos animadores independentes tamb m trabalham comercialmente ou d o aulas Como dito anteriormente a anima o comercial adota com muita frequ ncia descobertas e estudos de linguagem iniciados na anima o experimental Da mesma forma o animador independente tamb m utiliza t cnicas e modelos originados na ind stria conferindo a estes um car ter autoral e cr tico A troca e permeabilidade entre os campos experimental e comercial revigora o campo da anima o Magalh es diz no artigo Novos caminhos para a anima o experimental na revista Filmecultura 4
372. s desses elementos Ao falar sobre o trabalho de MacCay Xavier afirma bons tempos esses em que tudo se mexia num desenho animado mesmo aquilo que deveria estar quieto XAVIER 2007 s n Segundo Xavier a anima o vem continuamente perdendo movimento na verdade ele acredita que houve uma involu o da pr tica e n o uma evolu o Que cada vez mais as anima es est o repletas de elementos que n o se movem e que a maioria dos realizadores d o mais import ncia aos acabamentos gr ficos da anima o que para ele seria um adorno sup rfluo ess ncia da anima o que o movimento Relacionando as id ias de Xavier teoria de Bishko e observando a infinidade de anima es na intemet onde personagens s o movimentados de forma grosseira com simples mudan as de escala ou deslocamento de posi o dos seus elementos n o dif cil pensar nesse sentido de que realmente nada evoluiu certo que as mudan as nos dispositivos t cnicos desde o acetato e a c mera oxberry at a tecnologia digital e as varia es dos estilos e t cnicas do desenho animado estabeleceram in meras possibilidades ao animador contempor neo Hoje poss vel montar um pequeno est dio de anima o caseiro com um computador equipado com programas de edi o de imagens som e v deo um scanner digital ou uma m quina fotogr fica digital A tecnologia digital desonerou os custos de produ o e de aquisi o de equipamentos Co
373. s rie de curtas J uro Que Vi premiados internacionalmente realizados na t cnica tradicional Atualmente trabalha entre as cidades do Rio de Janeiro e S o Paulo dirigindo s ries de anima o para a televis o como Sitio do Pica Pau Amarelo para a Rede Globo E um animador muito ligado t cnica tradicional e a anima o Figura 89 Animando Figura 90 Juro que vi Saci PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 108 total no entanto hoje em dia dirige s ries para a TV produzidas em cut out recorte digital e vetor na plataforma Toon Boom S vio Leite 41 anos Se diz um p ssimo desenhista n o se considera um animador mas sim um diretor de cinema que realiza anima es Seu primeiro contato com a t cnica de anima o foi atrav s de oficina ministrada pelos animadores portugueses Abi Feij e Regina Pessoa e o alem o Raimmund Krummer no Festival de Inverno da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Dirigiu a s rie de curtas animados Marte 2003 Plut o 2004 Merc rio 2007 e Terra 2008 Seus curtas de anima o tem aproxima es com a linguagem da v deo arte e a anima o experimental s o esteticamente brutos e com um estilo de anima o mais tosco e visceral Muito ligado cultura underground diretor da Mostra MUMIA Mostra Udigrudi Mundial de Anima o segundo festival mais antigo do Brasil dedicado exclusivamente anima o realizado anualmente em Belo Hor
374. s Irm os Willians do Ricardo Dantas Historietas Assombradas Para Figura 101 Almas em Chamas Crian as Malcriadas do Victor Hugo Borges Y ansan do Carlos Eduardo Nogueira Tyger do Guilherme Marcondes Passo do Al Abreu O Divino De Repente do F bio Yamaji um grande exemplo a produ o est boa LEITE Magalh es tamb m v evolu o e vai al m da t cnica de anima o acredita que a cadeia produtiva evoluiu paralelamente e outros elos da produ o como o roteiro por exemplo tamb m est o melhorando Evoluiu muito Evoluiu com certeza Hoje temos animadores fant sticos e come a a se ver roteiristas o que fundamental j se come a a ver pessoas se especializando em escrever hist rias para a anima o Figura 102 Passo A curva da qualidade ascendente n o tenho d vidas _ MAGALH ES Por m Leite e Lazarette n o enxergam da mesma maneira Para eles os roteiros s o o ponto fraco da nova produ o brasileira Acreditam que ao focar no mercado os roteiros tem perdido em inventividade e arte Leite diz Figura 103 O Divino De Repente PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 131 Eu vejo que o cinema Brasileiro em si n o s o cinema de anima o fica querendo buscar mercado ser comercial e acaba deixando as outras coisas de lado Fazem um roteiro muito chinfrim Temos que pensar em outras formas de atingir esse objetivo mercado n o sei como n o t
375. s a exemplo de cinematografias de outros pa ses o formato do curta hoje predominantemente praticado por escolas e universidades sendo o curta um projeto final da forma o do aluno Acho que este modelo deve conviver com oportunidades para realizadores independentes realizarem seus filmes de curta metragem fora do meio acad mico como acontece com os editais eventuais concursos ou festivais que proporcionam esta oportunidade O curta tamb m deve ser considerado como formato final de express o e n o apenas uma passagem ou caminho cada vez existem mais janelas para que um realizador experiente realize e exiba seus curtas com continuidade e isso deve ser incentivado e valorizado MAGALH ES Assim entendo que a escola de anima o brasileira sonhada pelos entrevistados deveria ser baseada na produ o de curta metragem ter um conte do abrangente PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 119 tanto t cnico como te rico dar possibilidades do iniciante aprender com os melhores profissionais e equipamentos e tamb m dar suporte para a produ o de curtas metragens autorais e experimentais e para o aperfei oamento de profissionais de anima o Importante que essa estrutura seja descentralizada e atinja os v rios cantos do pa s Como ser visto em Pol ticas p blicas ainda est longe o momento em que o animador brasileiro ter a sua disposi o um centro de excel ncia equipado com os melhores equipa
376. s animadores Para mim acho que foi uma coisa muito nova mesmo N o era um mundo que eu pesquisava que eu conhecia n o tinha muita refer ncia a n o ser Disney mesmo Eu via filme da Disney uma vez por ano era o que eu tinha de melhor em refer ncia de anima o o que conhecia e vivia desenhando LR Como voc come ou a trabalhar R Ent o l na oficina do festival eu fiquei apaixonada vi que sabia um pouquinho que eu tinha assistido muito filme da todo mundo me indicou a galera da oficina disse Faz o curso do Anima Mundi Da no mesmo ano eu fiz esse curso alguns meses depois do festival eles abriram inscri es eu fiz o curso e sai de l j com um pouquinho de trabalho prometido Em janeiro eu comecei a trabalhar o curso foi em outubro em janeiro um amigo que conheci l me indicou um trabalhinho e comecei e nunca mais parei Fiquei rondando risos LR E sua produ o de curtas autorais R Com 20 anos eu fiz Tem um Drag o no Meu Ba que um filme de um minuto do primeiro edital espec fico para anima o do Minist rio da Cultura Tem um minuto era para crian a ele era bem espec fico ent o ele n o foi completamente autoral n o foi uma coisa que eu sempre quis fazer Eu escrevi o roteiro para me inscrever no edital Mas foi autoral no jeito de fazer foi minha primeira produ o quando aprendia produzir mesmo pegar uma coisa desde o in cio que at ent o trabalhava em est dio como animado
377. s digitais e a anima o quadro a quadro em papel A ind stria substitui o trabalho artesanal pelo automatismo digital E as t cnicas digitais que um dia foram exerc cios de experimenta o assumem o comando da ind stria de anima o Um exemplo de sinergia entre a tecnologia digital e trabalho manual o uso por modernos programas de anima o 2D Toon Boom de interfaces que simulam fichas de filmagem mesas de luz registro de pinos peg bars e trucas cinematogr ficas c mera Rostrum ou c mera Oxberry ferramentas anal gicas usadas na anima o quadro a quadro em papel At mesmo a pintura dos quadros animados em sequ ncia tem l gica parecida com a pintura em acetato onde o tra o da anima o e a cor eram aplicados em lados diferentes da c lula transparente PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 87 A grande vantagem do uso desses programas a facilita o de visualiza o r pida da anima o produzida e a possibilidade de se refazer o trabalho ou testar solu es alternativas sem aumento de custo e tempo de produ o O animador pode escolher em que t cnica animar quadro a quadro vetor ou em recorte digital cut out Tamb m n o podemos negar que a permeabilidade das t cnicas digitais proporcionam uma maior liberdade e uma facilita o para a combina o de v rias t cnicas em um mesmo trabalho Assim um personagem animado na t cnica tradicional pode facilmente ser mesclado com cen
378. s e debates promovido pelo Anima Mundi com o objetivo de discutir o mercado de anima o no Brasil e a implanta o da ind stria de anima o nacional Gustavo Dahl em depoimento gravado Durante a mesa redonda A Capacita o de Novos Talentos para a Ind stria de Anima o Anima Mundi Anima F rum no Centro Cultural Banco do Brasil em 22 de julho de 2010 na cidade do Rio de J aneiro 57 ver linha do tempo Anexo p 170 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 55 desenvolvidos na ind stria s o apropriados por animadores em trabalhos autorais Isso se reflete tamb m nas publica es pois mesmo livros de tend ncia autoral possuem elementos ou citam a anima o comercial o mesmo se d em publica es de tend ncia comercial que tamb m possuem elementos ou citam a anima o autoral Ao contr rio do que pode parecer analisando apenas os conte dos dos livros apresentados n o pode ser dito que exista um equil brio dos conte dos de tend ncia experimental autoral e teor cr tico em rela o aos conte dos de tend ncia industrial comercial e orienta o t cnica em sua totalidade Se esse equil brio aparente nas publica es analisadas isto se d porque o livro onde esse conte do de tend ncia experimental autoral e teor cr tico encontra espa o preferencial de divulga o ao contr rio de outros meios como a televis o revistas ou INTERNET onde o conte do comercial majorit rio P
379. s pela TV Cultura Come amos a perceber que esses filmes atingiam as crian as de todo o Estado de S o Paulo receb amos algumas cartas de crian as admiradas por ver na tev um trabalho feito por outra crian a Descobrimos um mundo novo na verdade as fachas et rias se correspondem n o precisa ser adulto para fazer filmes para crian as cada facha et ria tem suas caracter sticas o adulto fazendo um filme para crian a ele estereotipa destorce todo o conceito do filme e isso n o bom Ent o se faz o filme e as crian as s o inseridas e v o entender e sentir esse filme Paralelamente a isso eu sempre gostei de trabalhar com m quinas como voc viu ali embaixo risos NCAC montou no sagu o do Cine SESC a rvore da vida uma rvore de natal constitu da de v rios zootr pios Postada em cada zootr pio uma diferente anima o feita por uma crian a E nossa m quina mais complexa tem mais de 500 pe as ali Constru fmos brinquedos pticos em oficinas que ajudam a nossa sobreviv ncia na anima o fazemos isso nas oficinas de anima o em papel o mesmo aparelho eu bolei a rvore e o mecanismo pessoas colaboraram pintaram nosso amigo Rog rio mec nico tamb m deu uma for a Ent o isso tudo d uma subst ncia estamos sempre procurando essas coisas diversamente do eletr nico n o vamos para esse lado N s usamos o digital em nossos filmes mas a engrenagem a roda a roldana zootr pio a coisa m
380. s v em com bons olhos a utiliza o de recursos digitais na produ o de anima o Por m ainda acreditam na import ncia da anima o quadro a quadro em papel como t cnica de trabalho Magalh es aponta para uma nova dimens o da anima o tradicional combinada aos recursos digitais Acho super importante Ela tem ganho uma nova dimens o tenho visto coisas muito interessantes de misturas do tradicional com o digital que super rico Tem muita coisa para explorar porque o digital ajuda muito a otimizar o trabalho do animador libera o animador artesanal de algumas preocupa es Na 9 Ver item 4 4 Pol ticas p blicas p 139 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 120 poca que a gente era obrigado a lidar com elas eram muito estressantes Voc ter que acertar voc n o poder gastar o negativo ter que refilmar tudo de novo se tivesse algum erro passar a limpo o tra o um trabalho demorado no qual voc perdia o fluxo da anima o Hoje em dia poss vel fazer anima o artesanal de um jeito muito mais solto e ao mesmo tempo sob controle por causa da finaliza o digital MAGALH ES Rosaria tamb m pensa ser importante a t cnica quadro a quadro sobre papel L gico que Primeiro porque n o d pra desenhar na tablet risos A Galera sic que come ou com isso que fazia isso e que estudou a vida inteira t cnica tradicional ainda est a Ainda est no mercado ainda tem muit
381. sa come a a dar certo o pessoal fica com medo risos P sic esse neg cio poderoso Eu n o sei controlar essas pessoas idealistas que ganham pouco Isso acaba gerando uma rea o Op Pera a sic A anima o tem um poder muito grande tem esse poder de ser o essencial da linguagem cinematogr fica S que os animadores n o est o muito preocupados com isso n o pensam dessa forma E quem pensa dessa forma no poder tamb m sente um pouco essa falta de controle Ent o no dia em que aparecer algu m capaz de unir esses dois mundos N o tem que ser Proanima o tem que ser Proaudiovisual E o audiovisual come a com a anima o o que a crian a assiste onde a pessoa se educa para o audiovisual onde se consegue manipular melhor a linguagem audiovisual onde se planeja se faz storyboard se estuda a fundo a sequ ncia das imagens que formam o movimento onde se estuda a l gica dessas imagens e onde se domina tudo isso Acho que nos Estados Unidos na ind stria americana existe essa compreens o os grandes est dios sabem que a anima o muito estrat gica e conseguem conciliar isso tudo Aqui ainda existe um certo medo desse poder latente da anima o preciso que se d um jeito de se harmonizar isso no Brasil MAGALH ES trecho de entrevista com o pesquisador em 05 12 2011 Para compreender melhor o momento atual da anima o brasileira o que chamo de viragem uso essa reflex
382. sentava na ilha de edi o e capturava um ou dois quadros de cada desenho da anima o de cada take gravado Ele constru a a anima o editando na ilha Edi o linear enf tico N o era nem edi o n o linear digital n o Era edi o linear passando de uma fita para outra Pegava uma fita com horas de desenhinhos gravado e ia editando Foi um trabalho que apareceu muito que foi para a tev Globo sobre o Tom Jobim e eu fiz quase que sozinho Eu lembro que foram quase 15 dias de trabalho para fazer o clipe inteiro uma coisa insana Eu lembro que por quatro noites eu fiquei sem dormir direto as ltimas quatro noites quase morri por isso n o aconselho a ningu m fazer isso s com 21 anos Mesmo assim n o recomend vel Eu e meu primo no final que veio me ajudar trabalhamos juntos uma semana paulada e entregamos Foi um trabalho importante Hoje em dia j passou muito tempo esse trabalho deve ser de 87 mais ou menos outro dia consegui uma c pia Foi um trabalho importante de grande circula o e eu era muito novo tateando foi expressivo No in cio de carreira foi um trabalho importante Depois naturalmente eu posso dizer que fiz publicidade A situa o econ mica do Brasil ficou muito ruim entrada de v rios planos econ micos que afundaram a economia tivemos recess o e estava muito complicado Tanto que no primeiro Anima Mundi n o tinha filme brasileiro naquele ano Nem no primeiro nem no segund
383. sidera es finais Minha trajet ria dentro do campo da anima o sempre foi de descoberta Percorri caminhos em dire o ao conhecimento emp rico e t cnico mas tamb m em dire o Academia e ao conhecimento te rico Meu aprendizado t cnico assim como da grande maioria dos colegas de profiss o foi trabalhando em curta metragens fazendo de tudo um pouco roteiro design de personagens composi o de cenas dire o de dublagem anima o composi o digital edi o contabilidade formata o de projetos dire o de anima o coloriza o e etc Aprendi a animar na pr tica mas tamb m pesquisei muito em livros e manuais frequentei oficinas conclu um curso de Especializa o em Anima o na PUC Rio e agora concluo Mestrado em Design na mesma institui o Essa disserta o reflexo da experi ncia do pesquisador dentro da pr tica da anima o acrescida de um esfor o de pesquisa relacionado ao campo acad mico Percebi nesses quase dez anos de atua o como instrutor de anima o animador e curtametragista uma transforma o do campo da anima o no Brasil Essa percep o de mudan a que me levou pesquisa Preocupava me com o processo de forma o dos animadores no Brasil e a pouca literatura dispon vel para quem quer aprender Chamava me a aten o a forma equivocada como a pr tica cinematogr fica enxerga a anima o Inquietava me com o aparente desprest gio do curta metragem auto
384. smos programas e os mesmos bot es a apertar Um efeito paralelo a essa disper o da extrutura de produ o que vemos muitos animadores trabalhando sozinhos em suas casas ou ateliers atendendo a demanda das prdu es maiores e tamb m viabilizando suas pr prias produ es No entanto cada animador tem em seus colega de profiss o al m de um parceiro um concorrete direto na disputa por trabalho Figura 62 Est dio caseiro de anima o A acumula o Flex vel agente causador de extrema volatilidade de valores e de mudan as econ micas pol ticas e sociais A acumula o flex vel trouxe novas formas de organiza es industriais e novas tecnologias de produ o que implantadas em conjunto aceleraram o tempo de giro e criaram a obsolesc ncia programada dos produtos Hoje em dia tudo muda muito rapidamente interessante notar que mesmo as novas t cnicas digitais n o conseguem acompanhar o r pido ritmo de mudan as O animador Jim Hillin sarcasticamente afirma nos computadores a inova o revolucion ria de hoje o protetor de tela amanh apud SITIO 2011 p 12 As t cnicas tradicionais e manuais de anima o est o em lado oposto acelera o dos modos de produ o A t cnica n o envelhece um filme animado quadro a quadro em 1911 como Little Nemo de MacCay possuiu a mesma vitalidade de 2D or not 2D animado em 2003 por Driessen O trabalho manual se torna invi vel no momento em que o r
385. spon vel em lt http www animapedia org gt Acesso em 05 set 2011 ANIMATYV Dispon vel em lt http blogs cultura gov br animatv gt Acesso em 25 fev 2011 CTAV Centro T cnico Audiovisual Anima o Brasil Cuba Dispon vel em lt http www ctav gov br animacao animacao brasil cuba gt Acesso em 25 fev 2011 CTAV Centro T cnico Audiovisual Pol ticas Dispon vel em lt http www ctav gov br animacao politicas gt Acesso em 25 fev 2011 ESTANTE VIRTUAL Dispon vel em lt http www estantevirtual com br gt Acesso em 05 set 2011 G1 Economia e neg cios Bob Esponja homenageado na bolsa de Nova York Dispon vel em lt http g1 globo com Noticias E conomia Negocios 0 MRP 1231395 9356 00 html gt Acesso em 28 jan 2011 LIVROS DIF CEIS Dispon vel em lt http livrosdificeis com br gt Acesso em 05 set 2011 Minc Minist rio da Cultura Brasil Maior Dispon vel em lt http www cultura gov br site 2011 10 20 brasil maior 2 gt Acesso em 02 nov 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 167 MUNDO CANIBAL Dispon vel em lt http mundocanibal uol com br gt Acesso em 05 set 2011 OLIVEIRA Darcio Bob Esponja lucro ao quadrado ISTO Dinheiro edi o n 390 online S o Paulo 2 mar 2010 Neg cios Dispon vel em lt http www istoedinheiro com br noticias 12131 BOB ESPONJ A LUCR O AO QUADRADO gt capturado em 28 jan 2011 POPM DIA Dis
386. sses princ pios sejam aplicados anima o R Zero risos Verdade risos Porque eu comecei muito livre comecei de brincadeira nem sabia se eu ia trabalhar n o escolhi muito isso foi tudo muito de repente Eu tenho uma maneira minha de trabalhar de produzir pausa eu tenho um pouco de dificuldade de trabalhar em grupo por v rios motivos tanto de conviv ncia como da maneira que eu trabalho Primeiro que eu n o fa o storyboard meu trabalho super desorganizado eu fa o tudo ao contr rio eu fa o tudo do jeito que vem na minha cabe a fa o barulho pra caramba minha maneira de trabalhar muito desorganizada Claro que isso tudo digo do meu trabalho autoral Acho que eu n o aprendi tudo o que eu tinha que aprender eu comecei j trabalhando ent o eu n o tive tempo de estudar anima o pausa Eu falo assim mas n o sei risos n o tive um m todo mesmo de aprendizado foi tudo muito assim eu precisava de fazer um ciclo de caminhada ent o fazia eu n o sei em que momento eu deveria ter aprendido aquilo Foi muito de repente eu n o lembro mais como eu aprendi como foi como eu me organizei dessa maneira Os princ pios me influenciam naturalmente as coisas v m quando eu preciso N o sei de verdade o peso que isso tem no meu m todo Qual o resultado que eu espero tamb m acho isso bem bagun ado LR Voc aprendeu tudo na pr tica Mas como voc enxerga a rela o entre o conhecimento t cnico e te ric
387. ssistir aquelas criaturas e efeitos em stop motion Aquilo n o poderia ser feito de outra maneira em 3D N o fica a mesma coisa basta ver F ria de Tit s contempor neo e o antigo Eu prefiro o antigo muito mais m gico ver aqueles efeitos em stop motion do que o 3D que se banalizou muito divertido ver o animador trabalhando se virando e tirando da cartola id ias isso muito legal Quando se tem muita grana como vemos nos filmes comerciais americanos chega a dar t dio t o previs vel tem tanta PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 184 repeti o de f rmulas e mesmo com dinheiro s o t o tediosos Ningu m precisa tirar nada da cartola os americanos n s temos a grana n s temos a t cnica vamos repetir os americanos N o sai nada novo Nos ltimos dez anos n o se consegue pin ar muita coisa nova Muita coisa tecnicamente nota dez estamos em um momento de t cnica a mil Isso tende a se esgotar at porque esse t dio que estou sentindo talvez o p blico comum comece a sentir tamb m Estamos falando como cineastas isso nos entedia mais cedo porque vemos os filmes codificando os Espero que se tenda a um retorno em dire o ao roteiro em dire o a originalidade pois est o gastando tubos de dinheiro em filmes que nada acrescentam Agora o momento do 3D vamos fazer tudo em 3D pois leva mais p blico mas ele tamb m se esgota como novidade come a a ficar comum Vamos voltar p
388. stamos em um momento de t cnica a mil Isso tende a se esgotar at porque esse t dio que estou sentindo talvez o p blico comum comece a sentir tamb m Estamos falando como cineastas isso nos entedia mais cedo porque vemos os filmes codificando os Espero que se tenda a um retorno em dire o ao roteiro em dire o a originalidade pois est o gastando tubos de dinheiro em filmes que nada acrescentam AVELAR Portanto a t cnica tradicional vista como essencial aos entrevistados para se produzir uma boa anima o Mesmo produzindo anima o utilizando recursos e t cnicas digitais como a anima o vetorial ou o recorte digital ou o 3D o conhecimento adquirido no trabalho com a t cnica tradicional que permite atingir resultados satisfat rios mais org nicos O 3D visto com desconfian a pelos entrevistados j que as tentativas de simula o de realidade v o de encontro s caracter sticas da anima o em 2D que baseada na inven o na cria o de um mundo parte da realidade O Encanto da anima o em 2D est no fato de que s o desenhos se movendo n o coisas reais ou que parecem reais No entanto seja uma produ o em 3D ou em 2D o animador n o deve se contentar em apenas repetir movimentos ou formas padronizadas Como j disse Avelar preciso que o animador traga a organicidade do trabalho artesanal para o digital ou como afirma Leite trazer a possibilidade do erro para o trabalho Isso
389. stas foi poss vel observar uma preocupa o dos animadores quanto forma o de novos Figura 91 Merc rio Figura 92 Menina da Chuva PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 109 profissionais do campo da anima o Essa constata o reflete a observa o emp rica do pesquisador em conversas informais durante festivais de cinema ou eventos ligados anima o Sempre se escuta uma reclama o geral quanto falta de uma escola brasileira de anima o Tanto animadores ligados ao mercado quanto os mais independentes sentem que existe um vazio quando se fala em forma o e aperfei oamento de animadores no pa s De uma maneira geral os animadores ligados produ o industrial querem a amplia o da forma o de m o de obra para trabalhar em est dio designers de personagens intervaladores desenhistas de storyboard desenhistas de cen rio coloristas roteiristas especializados e etc Os animadores autorais querem se aperfei oar em suas t cnicas e ter apoio e estrutura para promover um crescimento art stico Rosaria elogia a produ o de anima o nacional e acredita que uma escola seria muito importante para o cont nuo desenvolvimento da anima o brasileira Eu acho que essa produ o tem qualidade pra caramba sic Acho que amadurecemos como diretores amadurecemos como produtores amadurecemos em um milh o de sentidos O que acho que falta hoje uma escola mesmo Est falt
390. stria Cinematogr ficos ICAIC de Cuba e do Centro T cnico do Audiovisual CTAv do Brasil A produ o voltada para o p blico infantil com lt http oglobo globo com cultura mat 2011 02 21 nova secretaria do audiovisual propoe metas de eficiencia para cinema brasileiro 923852573 asp gt Acesso em 25 fev 2011 Silvio Da Rin em depoimento gravado durante palestra para a disciplina Economia Pol tica e Produ o Audiovisual UFF Universidade Federal Fluminense 2 semestre 2010 Prof Tunico Amancio 38 CTAV Centro T cnico Audiovisual Pol ticas Dispon vel em lt http www ctav gov br animacao politicas gt Acesso em 25 fev 2011 Figura 114 O Caminho das Gaivotas PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 143 tem tica latino americana produzida nas t cnicas stop motion 2D digital anima o cl ssica t cnica tradicional em papel e l pis e ser finalizado em 3D estereosc pico dif cil enxergar algum paralelo entre a produ o O caminho das Gaivotas onde existe financiamento p blico e a estrutura de dois centros estatais de produ o de cinema CTAv e ICAIC com o que Santana chama de coletivos criativos Acredito que o termo coletivos criativos seja o reflexo de uma movimenta o est tica e te rica cinematogr fica que se destacou na Mostra Aurora de curadoria de Cl uber Eduardo a partir de 2007 na Mostra de Cinema de Tiradentes Os coletivos criativos s o gr
391. t Acesso em 05 set 2011 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 28 exclusivo sua materialidade Como nos aponta a frase de Hermann Hesse proferida nos anos de 1950 Quanto mais com o passar do tempo as necessidades de distra o e educa o popular puderem ser satisfeitas com inven es novas mais o livro resgatar sua dignidade e autoridade Ainda n o alcan amos plenamente o ponto em que as jovens inven es concorrentes como o r dio o cinema etc confiscam do livro impresso a parte de suas fun es que ele pode justamente perder sem danos CARRIERE amp ECO 2010 p 19 Apesar de Hesse n o mencionar a INTERNET acredito que ainda hoje essa frase pertinente Pois a pr tica editorial possui papel fundamental na legitima o da anima o em fun o das necessidades do campo acad mico Al m disso o livro define atrav s da an lise das obras publicadas um acompanhamento hist rico do desenvolvimento do campo da anima o no Brasil A busca pelos livros sobre anima o publicados no Brasil tem como ponto de partida a procura individual e informal realizada pelo pesquisador como apoio ao seu trabalho de animador Posteriormente para esta pesquisa o processo de busca foi organizado da seguinte forma Procura nos acervos de livrarias e sebos de Belo Horizonte J uiz de Fora Rio de Janeiro e S o Paulo ou em eventos e festivais de anima o quadrinhos e cinema pelo Brasil Consulta
392. t cnica criadora poderosa Nas palavras do pesquisador de anima o Robert Russet do filme dependem de um arranjo tecnol gico diverso que n o ser abordado nesse estudo 71 A primeira edi o de Experimental Animation Origins of a New Art de 1976 Em 2009 Russet publica o livro Hyperanimation Digital images and virtual worlds onde ele trata da hiperanima o uma nova categoria de anima o digital que vai al m dos modos de exibi o tradicionais e alcan a os campos de realidade virtual simula es performances e experimenta o art stica Nesse novo contexto ele afirma que a anima o digital PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 72 Embora a tecnologia e em especial o computador tenha obviamente qualidades extraordin rias imagens animadas manualmente continuam a ser uma forma importante e vi vel de express o art stica Suas caracter sticas formais nicas aquelas que podem ser criadas somente pela interven o espont nea e sutil da m o humana provavelmente n o ser o substitu das muito em breve Nem existe qualquer hierarquia de m dia no campo da anima o que fa a uma abordagem representa o gr fica ser mais avan ada ou automaticamente melhor do que outra RUSSET amp STARR 1988 p 31 Nesse sentido interessa me abordar as rela es entre o trabalho manual mais diretamente ligado as tradi es da artesania em rela o s t cnicas digitais no momento
393. t cnico e superior Intera o com o Minist rio da Ci ncia e Tecnologia para a cria o de centros orientados para a forma o de t cnicos nas especializa es necess rias ao desenvolvimento da ind stria de anima o Implementar um projeto de identifica o de talentos para a anima o em diferentes localidades do Brasil e posteriormente sua forma o a dist ncia por meio da internet AnimaE du DA RIN amp RUIZ 2009 p 5 Os objetivos e investimentos do Proanima o s o consideravelmente maiores do que a proposta de se criar uma escola t cnica de anima o como planeja Santana Sua pol tica para o setor significativamente menos ambiciosa que a pol tica do Proanima o E verdade que suas a es se implementadas dar o apoio a uma parte da cadeia de produ o de anima o que j existe e dar conta de uma demanda mais imediata de t cnicos artistas e animadores mas muito longe de atingir a meta de PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 149 crescimento do mercado nacional aos sonhados 25 do Proanima o Por outro lado se essa prometida primeira escola t cnica de anima o for um projeto concreto de revitaliza o do CTAv o transformando numa escola de anima o em permanente funcionamento com cursos regulares bolsas de inicia o cientifica conv nios com institui es de ensino e pesquisa de anima o do exterior e especializa o t cnica ser uma tima iniciativa No enta
394. t dio dele ent o seguia o estilo dele Desenhei um PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 173 pouquinho de Zeca Tat e o Stil que era roteirista do personagem me indicou para um trabalho na Globo Esse foi um trabalho importante que eu fiz praticamente sozinho eu e o Erthal Julio Cesar Dias Erthal cartunista que inclusive meu primo trabalhou comigo como cartunista na Uranga Produ es fez charges para o jornal O Globo hoje ele n o trabalha com anima o mas na poca ele trabalhava Ele me ajudou mas fiz quase que sozinho um v deo clipe para a Globo para um especial do Tom J obim Se chamava Ant nio Brasileiro esse especial dos anos 80 foi um especialza o da Globo Tom Jobim e convidados Era um projeto grande e eu era muito novo tinha 21 anos O Stil pegou esse trabalho e me botou para animar ele estava gostando do meu trabalho no Uranga e falou _ Vamos animar isso Acabei animando quase tudo era l pis sobre papel era um l pis dermatogr fico daquele bem gross o mais grosso que um 6B n o tinha cen rio era o desenho solto Como n o existia pencil teste nem computador grav vamos com v deo cada desenho pendurado na parede com um pino O c mera da Globo gravava um por um os desenhos presos na parede e intercalava com uma claquete escrito desenho 01 desenho 02 e assim por diante Gravava durante um ou tr s segundos pois a capta o n o permitia o quadro a quadro Um editor as
395. t rio estar dispon vel na poca onde todo mundo aprendia na pr tica mas eu procurei a faculdade e n o encontrei cursos de desenho animado eu encontrei a faculdade de cinema e fui estudar eu aprendi coisas na faculdade de cinema Mas realmente carente acho que as duas coisas tem que trabalhar juntas certo que se trabalhe com a intui o e que se aprenda com isso Trabalhar em grupo no dia a dia em equipe a pr tica necess ria indubitavelmente Por m n o estudar a tend ncia de se transformar em um mero repetidor maior Quando se tem mais informa o a possibilidade de ser mais criativo maior ser mais cr tico em rela o ao que se est assistindo porque se conhece mais se estudou mais tem se mais informa o se mais exigente Assim se levanta o n vel do mercado Um mercado que n o estuda e que n o pesquisa um mercado repetidor Copia enf tico Copia o americano copia o japon s n o tem base n o se personaliza n o se forma ele s um imitador ou ent o se torna um cumpridor de metas um executor Ainda bem que o Brasil n o est nesse perfil mas em algum momento vai acontecer isso N s executamos E claro que isso tem sua fun o mas n o a cara do brasileiro Por exemplo receber um conte do dos Estados Unidos e executar a anima o Acho que o Brasil tem muita personalidade como cultura para ser um mero executor de desenhos como por exemplo a China foi por muito tempo
396. ta e animador Canadense Guy Delisle nos introduz ao dia a dia dos est dios de anima o da sia sub contratados pelos est dios norte americanos e franceses Figura 42 Shenzhen para intervalar s ries de anima o para televis o Delisle que trabalha como supervisor de anima o nos mostra al m do cotidiano das cidades Pyongyang Cor ia do Norte e Shenzhen China a estrutura de trabalho dos animadores nos est dios uma vis o cr tica tanto das sociedades locais como das empresas O relato dos dias de labuta pouco a pouco nos revela a organiza o gerencial perversa do trabalho da despersonaliza o do animador e dos objetivos puramente econ micos desses est dios A anima o como um frio produto e n o propriamente como arte O objetivo desse panorama de publica es procurar entender a qualidade e conte do dos livros que PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 53 eventualmente ou mais facilmente chegam at o leitor brasileiro Destacar que tipo de informa o esse leitor disp e e de que forma esse conte do pode influir na compreens o que esse leitor tem da anima o e no que isso pode significar para o amador que pretende profissionaliza se no campo da anima o Tamb m prop sito dessa amostragem fazer um resgate da hist ria da anima o brasileira atrav s do campo editorial 2 2 Nas p ginas animadas Existe uma preocupa o generalizada entre os animadores brasileiros em tor
397. ta muito o barato quando se da exatamente a realidade para o espectador Modelar perfeitamente o corpo ou um personagem cartunizado muito real colocar esse personagem em um cen rio muito real numa casa muito real numa luz muito real o espectador diz Estou vendo a realidade A c mera virtual consegue ir atr s do personagem e voltar conseguindo mostrar para onde o personagem foi No Tom amp J erry quando o personagem some voc imagina que ele est atr s da casa e daqui a pouco ele volta esse fundos da casa o espectador imaginou Se for preciso o diretor vai fazer um corte e vai mostrar um detalhe s do que ele precisa mostrar No 3D a c mera vai voando d volta na casa inteira o 3D mastiga demais para o espectador Sei que isso um recurso til s vezes mas n o meu preferido Eu prefiro a anima o que faz o espectador imaginar E a anima o cl ssica mesmo quando muito rebuscada ela ainda assim ela n o realidade ela te for a a imaginar Isso que faz parte da brincadeira Quanto as minhas influ ncias tem Disney mas todo mundo tem influ ncia do Disney Todo mundo teve pois era a anima o cl ssica mais rebuscada mas eu n o vi muito Disney na minha vida Na minha inf ncia e adolesc ncia eu n o tive muita oportunidade de ir ao cinema ver Disney Quantos filmes o Disney lan ava Era um ou outro As vezes um programa como o Disneyl ndia na Globo um dia por semana um apanhado de f
398. tava o grau et lico do ser humano o underground O udigrude vem de uma homenagem aquele movimento surgido entre as d cadas de 60 e 70 que o J lio Bressane mais o Rog rio Sganzerla resolveram fazer um monte de filmes sem nenhum dinheiro e com muita criatividade na Belair Em seis meses fizeram seis longa metragens Uma coisa absurda Numa precariedade total mas os filmes s o muito ricos criativamente e com o passar do tempo eles v o ficando mais ricos ainda v o agregando significado O udigrude um abrasileiramento dessa palavra e homenagem a esses dois cineastas Eu lembrava muito de um cara que tamb m acho fenomenal que o Ariano Suassuna que ele detesta as palavras em ingl s Ent o udigrudi meio um abrasileiramento e um avacalhamento escrever um nome em ingl s de maneira tosca o escrachado que ao mesmo tempo uma homenagem LR O curioso que a maioria dos termos t cnicos em anima o s o em ingl s E muitos animadores aqui no Brasil tentam abrasileirar esses termos para ensinar e divulgar melhor a anima o no pa s Abrasileirar o underground uma coisa a meu ver muito interessante LR Voc acredita que os festivais cumprem bem o papel de divulga o de trabalhos mais autorais e experimentais SL risos Hoje tem tanto festival no Brasil que de uma forma ou de outra essa produ o toda absorvida As vezes absorvida mau Eu tenho visto muita produ o nova um trabalho mais autor
399. te algu m perguntou _Ser que algum dia os computadores far o filmes E Ihe responderam _ Com certeza E outros computadores ir o v los CARRI RE 1995 p 201 Ao comparar as t cnicas manuais de anima o com as digitais tenciono resgatar ou melhor destacar a relev ncia do trabalho manual numa sociedade que a cada dia parece mais hipnotizada pelas maravilhas da tecnologia Muitos ficam curiosos em saber qual programa de anima o foi utilizado na produ o de um filme qual modelo de computador foi usado pelos animadores em que rapidez trabalhavam os c lculos para determinar as texturas sombras luzes e movimento dos diversos personagens Muitos entusiastas da anima o cr em que o conhecimento operacional de programas seja suficiente para se produzir um bom filme mas quando se v em frente frente ao computador n o sabem ou n o entendem porque o resultado de seus esfor os n o resultam em cria o de movimentos no m nimo convincentes O computador apenas uma ferramenta os programas mudam s o descontinuados novos perif ricos s o criados mas a anima o est al m da computa o gr fica O conhecimento dos fundamentos da t cnica imprescind vel para se tornar um bom animador mesmo que estes fundamentos sejam subvertidos na produ o da obra preciso conhec los O trabalho quadro a quadro a anima o feita m o v lida n o somente como instrumento pedag gico mas tamb m como
400. teste de l pis Fotografia quadro a quadro feita previamente dos desenhos de anima o em esbo o para verificar sua fluidez antes de pass los a limpo e de inserir os desenhos intermedi rios Tamb m se faz o pencil test com a anima o mais definitiva e antes da pintura Esse recurso auxilia o diretor de anima o a avaliar a qualidade da anima o evitando desperd cios de tempo trabalho e dinheiro em poss veis corre es nas fases futuras de produ o Figura 13 C mera Multiplano PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 32 ambientes 3D t cnica agora empregada em todo o mundo DENIS 2010 p 19 No Brasil devido a fatores pol ticos sociais e econ micos a computa o gr fica as esta es de trabalho digital scanners e softwares se popularizaram mais tarde j no fim dos anos 90 diferentemente da Europa e Estados Unidos A populariza o dos recursos digitais tamb m se refletiu no n mero de anima es produzidas j que os meios digitais motivaram uma consider vel diminui o dos custos de produ o e viabilizaram a ado o de recursos t cnicos de dif cil execu o analogicamente Assim o crescimento da produ o de curta metragens de anima o resultou na cria o da ABCA Associa o Brasileira de Cinema de Anima o no ano de 2003 durante a 11 edi o do Anima Mundi O que demonstra por outro lado a import ncia do festival na promo o da anima o no Brasil C
401. tica e alerta Muitas vezes eles esquecem o mundo m gico do movimento do design e da narra o que podiam aprender com uma forma o cl ssica de cinema Imaginem um estudante de literatura que aprendesse a escrever aprendendo a utilizar o Word em vez de 1 Fui instrutor de anima o tradicional nos projetos Anima Escola 2008 2011 NPD N cleo de Produ o Digital Prefeitura de Niter i 2010 Est dio Aberto Festival Internacional de Anima o do Brasil Anima Mundi 2007 2009 A Escola Vai ao Cinema Anima Mundi e SESC Nacional 2007 e 2008 F brica do Futuro Projeto Conex o Digital de Sons e Imagens do Instituto Telemig Celular Resid ncia Criativa do Audiovisual 2008 e 2009 Oficina de anima o Festival Primeiro Plano 2006 e 2007 PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 93 viver a sua vida para achar coisas que contar Tantas vezes os estudantes procuram respostas nos seus computadores em vez de procurarem inspira o no mundo vivo que os rodeia J oseph Gilland apud DENIS 2010 p 25 Acredito ser de vital import ncia enxergar o processo do trabalho do animador quando se v um filme de anima o Perceber o cuidado e dedica o no of cio de animar Por exemplo ao olhar uma anima o baseada em m todo de interpola o por vetor muitas vezes vemos personagens se movendo e esticando mas o que vemos o programa trabalhando n o o animador S o movimentos duros padron
402. tivo que tem oficinas que tem uma vis o bem democr tica de juntar todos os tipos de anima o desde o filme de estudante at o filme de grande est dio na mesma sess o tentando juntar tudo pela linguagem E deu super certo a f rmula funcionou e vai fazer 20 anos agora MAGALH ES Quase todos os entrevistados sonham com uma escola ideal para a anima o brasileira o modelo mais presente na fala dos animadores se assemelha antiga experi ncia do CTAv quando em conv nio com o Canad se espelhou o modelo do NFB adaptado realidade brasileira Lazarette o nico a formular outro modelo Ele acredita numa escola livre filos fica sem amarras PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 114 curriculares ou burocr ticas Coisa que critica nas institui es do Estado ligadas produ o do audiovisual No entanto h um lamento geral com a interrup o dos investimentos no N cleo de Anima o do CTAv ap s o fim da EMBRAFILME e o abandono das instala es do processo de descentraliza o dos centros t cnicos e do apoio a forma o de novos t cnicos cineastas e diretores Al m da experi ncia de forma o de grandes profissionais o conv nio Brasil Canad tamb m foi respons vel pela descentraliza o dos equipamentos de produ o e dissemina o das t cnicas Por exemplo o embri o do curso de anima o na Belas Artes da UF MG foi fruto dessa pol tica de descentraliza o do CTAv Os
403. tora Bookman publica dois volumes da s rie Anima o B sica divididos nos volumes Anima o Digital e Stop motion Apesar de pertencerem mesma cole o e visualmente tratados da mesma maneira o aprofundamento do conte do diferente nas duas publica es Os livros tem um design que lembra a estrutura de um s tio da internet com t picos e intertextos deslocados do corpo principal do texto e uma anima o de canto de p gina flip book que remete ampulheta de carregamento de arquivos no computador T tulo Anima o Digital Autor Andrew Chong Editora Bookman Ano de publica o 2011 Pa s Brasil Anima o Digital um livro introdut rio Andrew Chong faz um apanhado da origem da anima o digital at os dias de hoje focando a converg ncia do cinema de filmagem ao vivo com a anima o e a evolu o dos efeitos especiais anima o digital T tulo Stop motion Autor Barry Purves Editora Bookman Ano de publica o 2011 Pa s Brasil PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 47 Figura 36 Diagrama o do livro Stop motion Em Stop motion apesar da aus ncia de diagramas t cnicos e construtivos de bonecos um livro bastante instrutivo O animador Barry Purves escreve com bastante simplicidade aproximando seus textos a um bate papo informal Ele d in meras dicas sobre como animar bonecos pesquisar movimento aprendizagem t cnica exercitar a m o e o olhar atua o em
404. torial Estampa um manual de desenho animado dedicado inteiramente a anima o em papel quadro a quadro e anima o total full Os desenhos e diagramas de movimento que ilustram as t cnicas de anima o se parecem muito com os desenhos encontrados em The Animator s Survival Kit 2001 No entanto os desenhos s o muito simplificados apresentam um conte do mais introdut rio que de aperfei oamento como no livro de Williams Por m um livro til para quem deseja compreender bem as t cnicas de anima o em papel e a organiza o da produ o em est dios de anima o Figura 32 Esquema de caminhada de Richard Williams Os livros dos irm os Piologo s o baseados na anima o vetorial e de personagens e o manual de Sergi C mara em anima o tradicional de personagem Silvio Toledo realiza um livro mais gen rico passando pela anima o tradicional o vetor e o 3D Os objetivos desses livros s o similares introduzir o leitor no modo de produ o comercial de anima o ao contr rio dos manuais editorados pelo Anima Escola N cleo de Anima o de Campinas e Raquel Coelho RUR VA Figura 31 Esquema de caminhada de Sergi C mara PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 45 importante destacar entre todos os manuais t cnicos publicados no Brasil o livro Timing em Anima o 2011 considerado uma refer ncia padr o na t cnica tradicional e livro indispens vel para quem desej
405. trav s de livros publicados sobre esse tema Relaciono os conte dos PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 22 dos livros encontrados seus objetivos e momentos de sua publica o Contextualizo essas publica es com a pr tica do filme de autor e relaciono as com o momento atual da anima o brasileira A Anima o e Seu Duplo A partir do levantamento realizado Apresento a anima o relacionada com seus v rios duplos a anima o e o cinema de filmagem ao vivo as t cnicas tradicionais e as t cnicas digitais de anima o o trabalho artesanal do animador e o trabalho industrial nos est dios de anima o e a produ o autoral com a comercial O duplo pode ter o sentido de substituto de c pia pode representar parceria ou oposi o E a altern ncia desses significados que organiza o conte do do cap tulo e conduz a reflex o te rica sobre o campo da anima o Um di logo Animado Apresento entrevistas de car ter qualitativo com os animadores brasileiros Humberto Avelar Marcos Magalh es Maur cio Squarisi Rosaria S vio Leite e Wilson Lazaretti objetivando consolidar o levantamento conceitual sobre anima o nessa pesquisa e coloc lo em di logo com o pensamento de outros profissionais do campo da anima o E relaciono essas vozes com as pol ticas publicas de apoio e fomento da anima o no Brasil Considera es finais Apresento as considera es finais desse estudo e aponto par
406. ua ess ncia em merc do cinema o momento da industrializa o marcado pelo aparecimento da anima o em celul ide acetato transparente O acetato transparente possibilitou diversas modifica es na t cnica de anima o Separa o entre a forma e a est tica do personagem Figura 51 Anima o em acetato Os diversos desenhos s o alinhados pelas perfura es abaixo no acetato peg bars PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 69 animado em rela o ao fundo da anima o ou seja o cen rio Introdu o de planos sobrepostos criando uma falsa tridimensionalidade no desenho animado Ado o dos planos narrativos em fun o de uma c mera imagin ria Figura 52 O cen rio e o personagem s o trabalhados em superf cies diversas A c mera acompanha o personagem Partilha do personagem em diversas camadas de acetato cada qual constitu da de uma parte a ser animada separadamente Movimentos animados subordinados s leis da f sica e movimentos biomec nicos E por fim a divis o taylorista do trabalho do animador em fases estanques e repetitivas Todas essas caracter sticas contribu ram para a falta de unidade na arte da anima o causando sua descaracteriza o mediocridade e defer ncia ao cinema Xavier termina Em mais de um s culo de pr ticas imitativas e de atitudes greg rias as imagens da anima o enriqueceram se da pobreza do movimento Que estupidez Ningu m excepto um l
407. ue falava dessas t cnicas alternativas que se usava no NFB O livro falava bem dessas t cnicas que usamos at hoje desenho animado anima o de massinha anima o de areia pintura sobre vidro direto na pel cula Era uma coisa que n o existia literatura ent o foi um livro bem forte Depois lan aram uma segunda edi o incluindo computa o gr fica mas j n o era t o bom assim A informa o j n o t o coesa nesse novo livro MAGALH ES trecho de entrevista com o pesquisador em 05 12 2011 Tem dois anos que sou professor fui fazer uma pesquisa sobre livros de anima o e vi que quase n o existia Um que acho bem interessante Arte da Anima o t cnica e est tica atrav s da hist ria 2002 do Alberto Lucena J nior mas como professor eu fiquei procurando saber Ser que s existe esse Existe aquele livro famoso The Animator s Survival Kit 2001 de Richard Williams s que em ingl s Tem um livro que depois eu comprei que de um cara sic da Argentina tipo uma b blia argentina sobre anima o Valiente o nome dele ele j morreu e o filho dele tamb m faz anima o Arte y Tecnica de la Animacion de Rodolfo Saenz Valiente Comprei um livro no Chile Fundamentos da anima o Fundamentos de la animaci n de Paul Wells que bem interessante E comprei outro livro interessante tamb m fora porque aqui Brasil tem pouca coisa mesmo LEITE trecho de entre
408. ue produziu a s rie de curtas J uro que Vi da MULTI Rio e hoje retornou ao CTAv Marcos Magalh es por sua atua o no CTAv coordenando o N cleo de Anima o na poca do conv nio com o Canad e posteriormente sua atua o como um dos diretores do Anima Mundi teve atua o importante no processo de desenvolvimento da anima o brasileira e de certa forma tanto o antigo N cleo de Anima o do CTAV quanto o Anima Mundi s o refer ncia para a forma o de animadores e divulga o da anima o no Brasil Fui para o Canad era um plano concreto de me especializar de encontrar uma atmosfera parecida com a do amador animadores que tinham a liberdade de trabalhar como se estivessem em casa Estavam costurando j institucionalmente um acordo com o NFB para trazer uma experi ncia parecida para o Brasil Quando esse acordo realmente saiu em 1985 eles me chamaram para ser diretor do n cleo de anima o Eu pude conceber a estrutura do projeto junto com os canadenses o Carlos Augusto Machado Calil diretor da EMBRAFILME de 1979 a 1986 me deu liberdade para fazer do jeito que eu achava que ia funcionar Depois teve mudan as pol ticas houve o governo Collor que acabou de arrasar com toda a possibilidade que t nhamos de fazer um projeto desse Na poca Fernando Collor extinguiu a EMBRAFILME dentro do Programa Nacional de Desestatiza o JEnt o n s criamos o festival um festival participa
409. uito diretor Precisamos formar mais diretores O momento ideal vai ser quando tiver trabalho para todo mundo Existem diretores de s rie existem diretores de curta preferencialmente claro que n o impossibilita em nada voc fazer s rie a vida inteira e um dia fazer um curta N o pela qualidade mas pela prefer ncia mesmo Eu gosto de trabalhar com curta vai ser ideal quando tivermos longas autorais sendo produzidos sendo vistos com p blico assistindo Tem que ir educando o p blico mesmo com boas anima es A galera reclama que tem muito preconceito mas porque a produ o ruim de ver mesmo Subestimamos o p blico achamos que o p blico ignorante que gosta de ver coisa ruim mesmo E pensa que o que vale fazer isso Eu n o acho n o Acho que n s que PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 214 educamos tamb m somos ignorantes fazemos tamb m tanta coisa ruim Temos que come ar a ter dinheiro e trabalhar aos poucos em cima disso trabalhar mais com o pouco que tem para come ar a ganhar mais e fazer coisas melhores E o p blico se acostumar a ver coisas melhores uma bola de neve a parada vai crescendo assim Por n s mesmos LR Que opini o tem sobre o Proanima o R N o conhe o risos LR Que livro de anima o a marcou R O livro que mais olhei foi o The Animator s Survival Kit do Richard Williams Acho que o melhor livro que j vi era o que eu queria ter lido quando eu era
410. upos de cineastas ou cin filos que realzam a obra cinematogr fica conjuntamente s o filmes coletivos sem a figura de destaque no autor diretor indiv duo ou de realizadores que trabalham uns nos filmes dos outros Esse movimento tamb m pode ser denominado Cinema de garagem o que reflete as condi es de produ o e cria o nesses grupos O movimento se articulou fora do eixo Rio S o Paulo e seus representantes mais conhecidos s o Alumbramento do Cear S mio e Trincheira de Recife na Teia e Filme de pl stico de Minas Gerais Revista Filme Cultura 54 p 24 35 38 e 40 O conv nio Brasil Cuba foi criado em 2009 na gest o do ent o Ministro da Cultura Juca Ferreira e do ent o Secretario do Audiovisual Silvio Da Rin Sobre o conv nio Brasil Cuba Da Rin afirma Agora quando n s no ano passado 2009 recriamos o n cleo de anima o do CTAv um compromisso que eu assumi E quando eu percebi que o Ministro n o estava disposto a implementar uma ampla pol tica de anima o eu procurei cuidar de que pelo menos no mbito da Secretaria do Audiovisual com o or amento da secretaria eu fizesse alguma coisa para esse processo avan ar Acompanhei o Ministro numa visita a Cuba fizemos um acordo de coopera o com o ICAIC em que a nica coisa que realmente est andando a co produ o de um curta n o com objetivo de produzir um curta mas com o objetivo de fazer dessa co produ o uma troca de experi ncias O
411. usca se disseminou pelo mundo na forma de pitchings encontros entre executivos de est dios e canais de televis o com criadores e animadores onde esses ltimos tentam vender seus personagens e cria es aos primeiros para a produ o de s ries animadas e longas metragens O desenho animado Bob Esponja Cal a Quadrada pode muito bem representar contemporaneamente esse Graal Todo executivo de televis o e produtor de est dio de anima o sonham em criar descobrir ou ter em m os o pr ximo Bob Esponja O desenho animado com as 82 Segundo Andr Breitman produtor de anima o da 2Dlab um dos poucos no Brasil a produzir s ries de anima o em co produ o internacional com o Canad Meu Amig oz o muito comum escutar nos mercados internacionais de anima o e Figura 82 Betty Boop e Mickey Mouse Figura 83 Meninas Superpoderosas Figura 84 Bob Esponja PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 101 aventuras do estranho personagem amarelo e quadrado exibido pela Nickelodeon em 170 pa ses no Brasil tamb m pela Rede Globo de Televis o e em 25 idiomas Com dez temporadas produzidas em 2004 movimentou em licenciamento de produtos mais de US 3 5 bilh es em todo o planeta O que o levou a Bolsa de Nova lorque a homenagear o personagem o convidando a bater o martelo do encerramento do preg o pr tica geralmente realizada por executivos e personalidades famosas Na pr
412. utilizada com modifica es e adapta es aos novos modelos de produ o digital Nesse ponto tem se uma vis o divergente sobre o car ter da recente ind stria nacional Alguns destacam que no Brasil os est dios est o desenvolvendo seus pr prios m todos outros acham que s o apenas repeti es de modelos importados da Am rica do Norte Europa ou J ap o interessante observar que os est dios brasileiros t m contratado animadores experientes em anima o tradicional em papel e anima o total full para dirigir produ es feitas em vetor ou recorte digital Nesse modelo de produ o o processo de anima o n o feito integralmente Existe o design de personagem que define as formas dos personagens o design de rigging que vai dividir o corpo do personagem criar as conex es m veis entre as partes do corpo e montar uma biblioteca de cabe as m os bra os troncos e etc o animador chefe que vai definir as poses chave e o intervalador que vai utilizar esse esqueleto previamente estruturado e de acordo com as posi es e instru es do animador principal montar os intervalos Esse modelo se formou pela necessidade de se adequar o or amento dispon vel ao projeto a ser executado Segundo os entrevistados tal modelo impede a ado o da anima o feita quadro a quadro e obriga os est dios a utiliza o dos programas vetoriais e de recorte digital Avelar participou do concurso de pilotos de s rie do prog
413. vista com o pesquisador em 09 12 2011 Segundo o pesquisador franc s S bastien Denis entre a d cada de 1950 e 1980 manuais destinados a amadores e estudantes publicados na Europa contribu ram muito para a forma o de in meros profissionais Essas publica es demonstravam que as t cnicas de anima o eram geralmente de simples reprodu o em casa ou em sala de aulas Os animadores que criaram a produtora de 1 Professor de cinema de anima o no Centro Universit rio UNA no curso de Cinema e Audiovisual PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 26 anima o Aardman Nick Park Peter Lord e David Sproxton descobriram a anima o bem antes de fazer dela seus of cios atrav s desses manuais DENIS 2010 p 19 Outro dado importante que a produ o te rica em cinema menospreza a anima o um segundo plano uma sub linguagem do cinema Pesquisadores do campo da anima o como a portuguesa Marina Estela Gra a denunciam a neglig ncia contida na teoria cinematogr fica quando o assunto a anima o Segundo a autora a teoria do cinema acompanha a produ o hegem nica Isto o filme de longa metragem comercial fotogr fico de fic o narrativo e espetacular Tratando a anima o com indiferen a e ignor ncia relegando a um papel marginal dentro do campo do audiovisual GRA A 2006 p 19 Gra a afirma Como refletir simplesmente sobre filme animado sem ter de rever os fundamentos d
414. volta de 1993 eu pensei como eu poderia trabalhar com cinema Qual o caminho Da eu comecei a fazer v deo clipes para amigos de Belo Horizonte Eu achava que talvez o caminho mais f cil para chegar no cinema seria tentar fazer imageticamente o que os meus amigos faziam em m sica O caminho foi esse Mas em 1995 nessa poca eu dividia apartamento com os meninos do Virna Lisi banda de roque p s punk em Belo Horizonte divid amos em quatro o aluguel e est vamos sempre quebrados era um desespero para arrumar dinheiro viv amos com o m nimo at para comer Eu lembro que uma noite eu estava com a seguinte d vida ou eu ia comer ou eu ia ao cinema Eu preferi ir ao cinema O filme que estava passado era Pulp Fiction Tempo de Viol ncia dire o de Quentin Tarantino um puta de um filme a depois da sess o eu encontrei a T nia Anaya animadora e ela falou comigo Vai ter uma oficina no Festival de Inverno da UFMG com duas pessoas muito fodas em cinema de anima o Eu sou assistente da oficina e posso tentar arrumar uma bolsa para voc l Da eu fui fazer isso era em 1995 com Abi Feij animador portugu s que estudou no NFB do Canad e com Regina Pessoa esposa do Abi Feij e o alem o Raimmund Krummer Da eu fiquei fascinado pelo cinema de anima o A primeira ideia que eu tive para uma hist ria era uma sequ ncia s eu imaginei o Bolinha personagem da Luluzinha PUC Rio Certifica
415. xibidas rapidamente com regularidade e ilumina o adequada Baseada nesse princ pio surgem diversas inven es que se constituir o em brinquedos nos quais a anima o utilizada BARBOSA J UNIOR 2002 p 33 34 Persist ncia retiniana ou persist ncia ret nica uma teoria elaborada no S c XIX que tenta explicar o motivo que leva o olho humano a perceber um movimento quando v projetado sequencialmente imagens est ticas diferentes ou em posi es diversas numa velocidade superior a 16 poses por segundo Essa teoria foi contrariada pela Gestalt que associa essa ilus o aos chamados movimento beta e movimento phi Na cidade de Annecy Fran a acontece anualmente desde 1960 o Festival International du Fim d Animation d Anncy um dos principais festivais de anima o do mundo Na mesma PUC Rio Certifica o Digital N 1011888 CA 64 Os espet culos de seu teatro tico continham todos os elementos da linguagem cinematogr fica mas a supremacia da realidade se fez logo sentir somente quando os irm os Lumiere incorporaram a imagem fotogr fica ao espet culo considerou se a hist ria do cinema inaugurada BOSSIER etal 1996 p 11 J Rosenfeld diz O mais importante entre esses ancestrais do cinema mile Reynaud fot grafo de Paris que no entanto n o teve a id ia de projetar fotografias por meio de seu praxinosc pio mas sim desenhos Esse aparelho era um zootr pio muito aperfei oado o qu

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