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saneamento ambiental dos terrenos da portucel recicla

1. SANEAMENTO AMBIENTAL DOS TERRENOS DA PORTUCEL RECICLA SITUADOS NO INTERIOR DA ALBUFEIRA DO ALQUEVA ENVIRONMENTAL REHABILITATION OF THE AREA OF PORTUCEL RECICLA INDUSTRIAL UNIT AT ALQUEVA RESERVOIR Costa C N CIGA FCT UNL Quinta da Torre Portugal cnc afct unl pt guas C Egiamb Lda Lazarim Portugal cesaraguas Ogmail com Presumido M WEBER Portugal Lisboa Portugal madalenapresumido Wweber pt Curto P AMBIPOLIS Telheiras Portugal pedrocurto Dambipolis pt RESUMO Esta comunica o analisa as raz es porque os trabalhos realizados durante a empreitada de desmantelamento e saneamento ambiental da Portucel Recicla em Mour o na qual foram removidos cerca de 267 000 t de res duos e solos da interface 113 000 t de lamas provenientes das lagoas de tratamento e das bacias de armazenamento e 10 000 t de solos e bet o contaminados com hidrocarbonetos dos terrenos de funda o da f brica foram subavaliados no Plano de Encerramento Apresenta ainda a solu o encontrada para a valoriza o das lamas como material de cobertura de aterros sanit rios ABSTRACT This paper analysis the reasons why the works performed during de dismantling and environmental cleaning of Portucel Recicla at Mour o where about 267 000 t of waste an interface soils 113 000 t of sludge coming from treatment lagoons and storage basins and 10 000 t of soils and concrete contaminated with hydrocarbons removed from the basement of t
2. tica e a elimina o por deposi o em aterro controlado Dado que para as duas primeiras alternativas se considerou haver necessidade de investiga es adicionais incompat veis com a urg ncia de tomada de decis o a curto prazo a EDIA optou pela deposi o em aterro Em conformidade com este destino final o cons rcio respons vel pela empreitada de saneamento ambiental apresentou uma solu o de valoriza o das lamas que se baseou na sua caracteriza o em duas vertentes fundamentais a caracteriza o qu mica ambiental em particular no que se refere presen a de subst ncias perigosas que pudessem inviabilizar a utiliza o das lamas devido natureza e teor de contaminantes b caracteriza o f sica mineral gica e mec nica geot cnica tendo em vista definir as condi es de aplica o nos aterros sanit rios A solu o encontrada e que consistiu na utiliza o em camadas de cobertura di ria de aterro e selagem de lixeiras fundamentou se em investiga o realizada sobre modernas pr ticas suportadas por aplica es recentes no Canad e nos E U A Burnotte 2000 segundo os quais as fibras celul sicas resultantes da rejei o dos processo de produ o de papel em conjunto com um filer mineral designadamente calcite e caulino podem constituir um material geot cnico de baixo custo 5 2 Trabalhos efectuados e resultados obtidos Foram recolhidas 61 amostras a partir de 30 pontos de prospec
3. A subestimativa destes encargos implicou que o processo de expropria o da unidade fabril custasse mais do dobro do inicialmente acordado ao passar de 29 8 milh es para 74 milh es de euros Esta comunica o pretende demonstrar que a execu o de estudos geol gico geot cnicos detalhados a realizar em fase anterior ao desmantelamento poderia ter evitado esta situa o 2 BREVE S MULA HIST RICA DO PROCESSO PRODUTIVO E DA GEST O DE RES DUOS A antiga unidade fabril da Portucel em Mour o figura 1 foi a maior produtora de papel reciclado utilizado no fabrico de embalagens de cart o canelado O in cio da labora o deu se em 1955 O processo de fabrico da unidade sofreu altera es no decurso do tempo O mesmo se verificou com as mat rias primas utilizadas e consequentemente com os res duos gerados Inicialmente a mat ria prima era essencialmente palha de cereais A partir de 1976 passou tamb m a utilizar eucalipto Em 1982 come ou a incorporar papel usado n s de madeira incozidos e lamas de pasta de papel Com as sucessivas altera es no processo de fabrico a unidade ter ainda constitu do um destino preferencial para o encaminhamento de mat rias primas de menor qualidade e de rejeitados de outras unidades fabris da Portucel 6 2006MTeleatias d image O 2006 MDA Earthsat TS A Du Image 0 2006 DigitalGlobe do Rodo mz Pointer 38 25 41 31 N W7220 35 35 8 1140 streaming I I 100 Fig
4. o localizados nas v rias lagoas de tratamento e bacias de armazenamento de lamas 5 2 1 Caracteriza o qu mica e mineral gica Os resultados das determina es anal ticas realizadas nos laborat rios da Quimit cnica Portugal e da Analytico Holanda mostraram que as concentra es em metais pesados eram bastante reduzidas ao passo que os leos minerais especialmente os de cadeia longa apresentavam teores elevados na ordem dos 2 000 mg kg ainda assim abaixo do valor de interven o definido na legisla o holandesa 5 000 mg kg Nas amostras colhidas nas lagoas de tratamento verificou se a presen a generalizada de ftalatos em concentra es por vezes acima do valor de interven o 60 mg kg Por sua vez as concentra es em PAH dioxinas e furanos eram muito reduzidas Os resultados obtidos permitiram classificar as lamas como um res duo n o perigoso sem limitar a sua aplica o em aterro sanit rio Refira se que no processo transfronteiri o de lamas para Espanha as lamas foram equiparadas a RSU pelas entidades envolvidas CMA Complejo Medioambiental de Andalucia e Junta de Andaluzia para efeitos de deposi o em aterro ap s caracteriza o qu mica ambiental Na caracteriza o mineral gica efectuada no Departamento de Geoci ncias da Universidade de Aveiro destacou se a elevada concentra o de calcite que dever ter origem nas adi es efectuadas para correc o do pH das guas A presen a deste mi
5. ocupada pelos res duos Em alguns casos como nas bacias de lamas onde estavam previstas colheitas de amostras uma vez que a consist ncia das lamas era insuficiente para sustentar o equipamento necess rio optou se por utilizar o PDL penetr metro din mico ligeiro que apenas forneceu indica es de tipo indirecto quanto sua espessura Por sua vez tamb m os ensaios e an lises realizados ter o sido insuficientes tanto em quantidade como nos par metros analisados Um dos factores que mais ter contribu do para a subavalia o das quantidades em termos de peso factor cr tico no custo dos transportes prende se com o valor indicado para a densidade dos res duos que ter sido feita apenas com base em 3 ensaios todos eles efectuados na zona do dep sito a descoberto O valor adoptado de 0 5 veio a revelar se inferior ao real uma vez que n o teve em conta o aumento da densidade em profundidade devido ao peso pr prio dos res duos e exist ncia de quantidades significativas de terras no interior do dep sito resultantes de ac es de cobertura realizadas pela Portucel para consolidar o aterro Finalmente no que respeita s lamas o valor adoptado para a densidade 0 85 n o tomou em considera o a mistura com terras que resultava da constante remobiliza o dos terrenos por parte da Portucel e do seu aumento com a profundidade nas bacias enterradas Em conclus o n o s as reas e as espessuras e por consequ nc
6. se n o s que a extens o real do dep sito de res duos era superior ao real como a forma da sec o do aterro correspondia a uma caixa talhada no vale de uma linha de gua resultado de escava es pr vias efectuadas para aumentar a capacidade do aterro Por outro lado houve necessidade de remover res duos para l da rea consignada para completar o saneamento ambiental dos terrenos Finalmente apesar de n o constarem do invent rio do Plano de Encerramento verificou se existirem no interior do aterro res duos perigosos nomeadamente bid es com corantes baterias usadas e materiais contaminados com hidrocarbonetos o que obrigou remo o total e rigorosa dos res duos em dep sito e dos solos de interface tendo em vista garantir que a qualidade da gua da albufeira do Alqueva n o viesse a ser posta em risco Embora no Plano de Encerramento se tivesse considerado a espessura de apenas 0 5 m no decorrer da obra foi necess rio estender o conceito de solos de interface a uma realidade bem diferente da prevista e que consistia no facto de entre os res duos e o solo ocorrer normalmente uma espessa camada de mistura de solos e res duos Em v rias situa es foi verificado que devido ao contacto durante d cadas com os res duos os solos ficam impregnados de lixiviados apresentando a caracter stica colora o negra at profundidades que chegavam a atingir 3 5 m abaixo da base estimada do dep sito No total for
7. am removidos cerca de 267 000 t de res duos e solos de interface correspondendo a cerca de 180 000 m removidos do aterro e da funda o e n o 120 000 m de res duos mais 6 000 t de solos de interface como foi inicialmente estimado equivalendo a uma densidade pr xima de 1 5 isto cerca de 3 vezes superior esperada figura 2 Figura 2 Remo o dos res duos em aterro na interface com os solos de funda o e saneamento da funda o do aterro 4 2 Remo o de lamas O sistema de tratamento de guas residuais existente nas instala es da Portucel Recicla consistia em 3 lagoas paralelas escavadas nos terrenos gran ticos existentes a Sul da unidade fabril O efluente era depois descarregado directamente numa linha de gua afluente do rio Guadiana Este sistema originava lamas que eram retiradas periodicamente para bacias escavadas nos terrenos que iam sendo encerradas e cobertas com terras Durante a empreitada foram removidos cerca de 113 000 t de lamas provenientes das lagoas de tratamento e das bacias de armazenamento correspondentes a cerca de 76 400 m e n o 48 540 m como foi inicialmente estimado O aumento das quantidades ficou a dever se em grande medida ao facto de que n o s as lagoas de tratamento mas tamb m os aterros que as confinavam terem sido constru dos em parte com lamas resultantes da limpeza das lagoas tendo por isso de ser removidos figura 3 Figura 3 Remo o de l
8. amas dentro das lagoas de tratamento 4 3 Remo o de bet o e solos contaminados com hidrocarbonetos Foram removidos mais de 10 000 t de materiais contaminados com hidrocarbonetos incluindo bet o e solos O maior desvio face ao estimado no Plano de Encerramento corresponde ao bet o contaminado estava prevista a remo o de apenas 100 t quando se verificou ser superior a 4 700 t Nas reas referidas pelo Plano de Encerramento n o estavam contempladas as caves das m quinas a contamina o a encontrada nomeadamente em pilares vigas e escadas obrigou remo o para aterro de res duos perigosos em Espanha dada a sua inexist ncia em Portugal figura 4 Figura 4 Saneamento das funda es das caves da f brica da Portucel Recicla 4 4 Modela o dos terrenos A quantidade de escava o em solo rip vel e subsequente aterro compactado com solos provenientes da escava o inerente modela o final dos terrenos foi de cerca de 120 000 m em vez dos 34 000 m previstos o que est directamente relacionado com as quantidades de res duos e lamas removidos figura 5 Si A VSR E ado ade EE rS D Figura 5 Modela o dos terrenos de funda o do dep sito de res duos e das lagoas de tratamento 5 VALORIZA O DAS LAMAS 5 1 Introdu o De entre os v rios destinos poss veis considerados para as lamas foram identificados no Plano de Encerramento a valoriza o agr cola a valoriza o energ
9. fica e o atraso no campo t cnico relativamente descontamina o de terrenos favoreceu uma atitude de desresponsabiliza o por parte da entidade poluidora que se reflectiu numa sub estima o dos trabalhos de saneamento ambiental a realizar com o encerramento da unidade 3 TRABALHOS DE INVESTIGA O IN SITU REALIZADOS COM O PLANO DE ENCERRAMENTO O lan amento do concurso p blico internacional para a realiza o dos trabalhos de desmantelamento e saneamento ambiental foi precedido de um conjunto de trabalhos de prospec o geot cnica e de ensaios efectuados ainda antes do encerramento da unidade com o objectivo de fixar com o necess rio rigor os tipos e quantidades de trabalhos a realizar na empreitada de desmantelamento a cargo do cons rcio CME Seth Por m verificou se uma conjun o de uma s rie de factores desfavor veis e de limita es que concorreram para uma acentuada sub avalia o dos trabalhos a executar 3 1 Prospec o geot cnica e ensaios insuficientes A campanha de prospec o foi executada durante o m s de Dezembro de 2000 em condi es meteorol gicas desfavor veis e com a unidade fabril ainda em actividade o que dificultou e obrigou interrup o dos trabalhos por diversas vezes No dep sito de res duos em especial na zona coberta pela laje de bet o assim como em algumas bacias enterradas de lamas a prospec o foi manifestamente insuficiente o que n o permitiu delimitar com rigor a rea
10. he factory were dug had been underestimated It presents also the solution found for sludge valorization as cover material for sanitary landfills 1 INTRODU O Na sequ ncia do encerramento em Maio de 2001 da unidade fabril da Portucel Recicla em Mour o a EDIA entidade com atribui es na concep o constru o e explora o das infra estruturas do Alqueva ao tomar posse administrativa dos terrenos optou por um procedimento que lhe assegurasse a despolui o efectiva dos terrenos da Portucel Recicla tendo em conta algumas condicionantes espec ficas nomeadamente o curto prazo de enchimento da albufeira do Alqueva e a necessidade de garantir o menor impacte poss vel na qualidade das guas Consequentemente mandou proceder execu o da demoli o da f brica remo o dos res duos e despolui o dos terrenos Para o efeito a EDIA pagou 49 2 milh es de euros um valor dez vezes ao superior ao inicialmente previsto O Tribunal de Contas no relat rio de conclus es de uma auditoria ao empreendimento do Alqueva refere que os custos da EDIA com a Portucel Recicla sofreram um desvio que revela que o valor inicialmente calculado n o respeitou o princ pio da razoabilidade do acordado e o princ pio do poluidor pagador uma vez que o valor acordado foi calculado com base quer em informa o disponibilizada pela Portucel Recicla entidade que deveria conhecer a extens o e o volume das lamas e outros res duos
11. ia os volumes do aterro de res duos e das bacias de lamas foram subavaliados como a densidade dos res duos em aterro e das lamas foram subestimados quer devido ao desconhecimento da morfologia dos dep sitos quer pela utiliza o de m todos de avalia o insuficientes o que conduziu a uma dr stica subavalia o das quantidades que teve um impacte decisivo na subavalia o dos custos de transporte calculados com base no peso dos res duos a levar a destino final 3 2 Subavalia o da contamina o A extens o e o grau de contamina o por hidrocarbonetos em especial nas caves sob as m quinas e nas oficinas e sob os dep sitos de fuel foram n o s manifestamente subavaliados pela Portucel respons vel pelo Plano de Encerramento como grosseiramente agravados nos ltimos tempos de labora o que se estendeu por mais 6 meses ap s o Plano de Encerramento e principalmente pela fase de desmantelamento de equipamentos presumivelmente recuper veis efectuada por uma empresa tunisina cujas pr ticas ambientais eram absolutamente conden veis que se vieram a somar ao facto de os equipamentos n o terem sido previamente sujeitos a limpeza e desgaseifica o por parte da Portucel nesse per odo houve corte sistem tico de tubagens com derrames importantes para o solo do que resultou contamina o extensa 4 TRABALHOS REALIZADOS EM OBRA 4 1 Remo o de res duos em dep sito e de solos da interface Em fase de obra verificou
12. icativamente a extens o e grau de contamina o de solos e bet o por hidrocarbonetos Por sua vez a caracteriza o qu mica mineral gica das lamas da Portucel Recicla permitiu classific las como um res duo n o perigoso compat vel com a sua coloca o em aterro de RSU A caracteriza o geot cnica permitiu concluir que as lamas especialmente quando misturadas com solos saneados das bacias de armazenamento apresentam caracter sticas favor veis para constituir um material geot cnico de baixo custo para camadas de cobertura de aterros sanit rios e de selagem de lixeiras e que equipamentos correntes de compacta o atingem um grau de compacta o satisfat rio 7 REFER NCIAS 1 Burnotte F Lefebvre G Cabral A R Audet C and Veilleux A Use of deinking residues for the final cover of a MSW landfill Proc 53 Geotechnical Canadian Conf Montr al Oct Volume 1 2000 P ginas 585 591 2 CME Seth Caracteriza o geot cnica ambiental das lamas da Portucel Recicla com vista sua aplica o em camadas de cobertura de aterros sanit rios Relat rio n o publicado 2001
13. izados 10 ensaios com o gama dens metro Troxler at profundidade de 30 cm Os graus de compacta o variaram entre os 83 e os 95 tendo se verificado n o existir grande varia o entre os 10 e os 30 cm onde se obtiveram valores entre os 90 e os 95 enquanto que na zona mais superficial 5 cm de profundidade se ficou aqu m dos 85 Figura 6 Compacta o do aterro experimental e respectivo ensaio com gama densimetro 6 CONCLUS ES As sucessivas altera es no processo de fabrico e nos res duos gerados as deficientes pr ticas de gest o ambiental a reduzida consci ncia ambiental e a aus ncia de press es externas e finalmente um enquadramento legal omisso e estado de arte recuado no que se refere problem tica de descontamina o de terrenos estiveram na base de uma clara subavalia o dos custos de saneamento ambiental da f brica da Portucel Recicla em Mour o Por outro lado os estudo realizados para o Plano de Encerramento nomeadamente em termos de prospec o geot cnica amostragem e ensaios executados em condi es desfavor veis conduziram a uma subavalia o quantitativa e qualitativa com fortes repercuss es na estimativa das quantidades de res duos e solos contaminados a remover e transportar a destino final Finalmente a deficiente opera o e manuten o dos ltimos meses de labora o e principalmente as condi es em que se processou a desmontagem dos equipamentos agravaram signif
14. neral revela se ben fica nesta solu o de valoriza o por constituir par metro associado capacidade tamp o Na frac o fina dominou a caulinite 5 2 2 Caracteriza o geot cnica laboratorial Os ensaios geot cnicos realizados nos laborat rios de Mec nica dos Solos do Departamento de Engenharia Civil da FCT UNL consistiram na determina o do teor em gua natural e da densidade das part culas sobre 16 amostras na realiza o de ensaios edom tricos e de compacta o Proctor normal sobre 8 amostras e de corte directo sobre 4 amostras As gamas de varia o dos resultados obtidos s o apresentadas no Quadro 1 Quadro 1 Resultados dos ensaios geot cnicos laboratoriais Teor S Den ade Proctor normal Corte directo Consolida o gua part culas Localiza o 0 Ya Wopt gt 0 Wn G KN m c kPa D C o 317 3 a Lagoas 537 6 1 21 a 1 59 46 4 a 57a 20 3 a 0 230a 0 633a Bacias 2428 1 37 a 2 39 15 1 113 16a40 26a39 1 179 3 186 As amostras colhidas nas lagoas apresentam naturalmente teores de gua muito superiores em regra acima dos 300 aos das bacias de armazenamento divis o que tamb m se verifica na densidade das part culas s lidas com densidades em torno de 1 25 nas lagoas e j pr ximas de valores t picos de um solo nas bacias Os ensaios de compacta o foram realizados apenas em amostras de lamas com densidade de part c
15. ulas superior a 1 9 caracter sticas mais pr ximas das condi es em que se verificar a sua aplica o Os ensaios de consolida o foram programados para os patamares de tens o de 14 28 55 83 kPa de acordo com a experi ncia da Universidade de Sherbrooke Canad para este tipo de materiais tendo sido ampliados para os patamares de 110 e 138 kPa nas ltimas 2 amostras de forma a ter uma ideia mais rigorosa dos valores de Cc e eo Para os ensaios de corte directo semelhan a do que foi realizado para os ensaios de consolida o as amostras foram compactadas em molde Proctor com teor em gua superior em 4 aos Wop Obtidos nos ensaios de compacta o tendo sido inicialmente adoptadas as cargas de consolida o vertical recomendadas 14 28 55 83 kPa posteriormente aumentadas para 225 kPa de forma a permitir estimar com rigor a resist ncia ao corte em situa es em que os materiais estejam colocados em camadas inferiores de aterros com altura superior a 5 m mesmo com compacta o adequada 5 2 3 Ensaios de compacta o in situ Tendo em vista avaliar as condi es de execu o das camadas de cobertura de aterros com as lamas provenientes da Portucel Recicla foram conduzidos ensaios de compacta o in situ sobre um aterro experimental O aterro foi compactado camada a camada com tractor de rastos do tipo D6 da Catterpillar ap s a passagem dos dumpers que efectuaram o transporte e descarga das lamas figura 6 Foram real
16. unidade fabril quer das autoridades ambientais uma percep o clara da real dimens o do problema o que objectivamente concorreu para a sua desvaloriza o no momento anterior ao desmantelamento da f brica e ao saneamento ambiental da rea afectada V rias raz es poder o ter concorrido para essa situa o a As constantes modifica es no processo de fabrico nas mat rias primas utilizadas e consequentemente nos res duos gerados sempre no sentido da maior complexidade poder o ter concorrido para um grande desconhecimento relativamente ao tipo e quantidades de res duos depositados ao longo do tempo b Por se encontrar estabelecida numa regi o remota e portanto de baixa consci ncia e exig ncia ambiental os respons veis pela unidade n o se encontravam sujeitos a press es externas tanto por parte das popula es como das autoridades regionais e locais no sentido de implementar as pr ticas ambientais apropriadas c A legisla o nacional em mat ria de contamina o de terrenos era e continua a ser omissa e n o contempla um quadro jur dico rigoroso e de implica es ambientais decorrentes Por outro lado a escassa disponibilidade de meios e equipamentos para a implementa o no terreno de programas de descontamina o e a fraca experi ncia nesse dom nio s o factores que introduzem grandes incertezas t cnicas e financeiras na avalia o dos trabalhos a efectuar Em conclus o a falta de legisla o espec
17. ura 1 Localiza o da antiga unidade fabril da Portucel Recicla em Mour o Os res duos produzidos foram desde o in cio de labora o da unidade depositados no interior do per metro fabril na rea Norte das instala es de produ o adjacente ao parque de mat rias primas num vale encaixado no qual se desenvolvia uma linha de gua afluente do rio Guadiana O dep sito de aterro desprovido de qualquer protec o ambiental seja em termos de sistema de impermeabiliza o seja de drenagem e tratamento de lixiviados apresentou um crescimento substancial principalmente nos ltimos anos de labora o ap s come ar a receber o papel para reciclar e os rejeitados das outras f bricas que geravam uma grande quantidade de res duos tendo se estendido desde o parque de mat rias primas at para fora do limite oeste da veda o A necessidade de expans o do parque de mat rias primas motivou a constru o de uma laje de bet o armado sobre os res duos na rea mais antiga do dep sito Por sua vez o processo de tratamento de efluentes consistia no lan amento para 3 lagoas escavadas no terreno gran tico tamb m elas sem qualquer sistema de protec o ambiental nas quais se processava a decanta o natural ap s o que procediam a descarga numa ribeira afluente do rio Guadiana Apesar dos factos acima enunciados reveladores de uma deficiente gest o ambiental parece nunca ter havido quer por parte dos respons veis da

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