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Educação e vida urbana:

1. municipal algumas actua es pr vias e no vas formas de organiza o interna a fim de facilitar a transversalidade e interdisciplina ridade Mais s o precisas novas formas de participa o da sociedade civil que a cida de deve p r em pr tica de acordo com as suas caracter sticas e especificidades Com o tempo e um pouco de conhecimento sobre as numerosas cidades com as quais traba lhamos vemos que as formas de concreti za o e desenvolvimento do conceito de cidade educadora s o t o variadas como diversas s o as cidades Com ritmos e n veis de implica o diferentes que t m que ver com a sua hist ria a sua situa o a sua es pecificidade e o seu projecto pol tico A Associa o Internacional de Cidades Edu cadoras AICE afirma e luta por esta con cep o global da educa o que impregna o conjunto da vida na cidade e abarca toda a cidadania A raz o da sua exist ncia o di logo o interc mbio e o conhecimento m tuo das diversas concretiza es da Carta de Cidades Educadoras em cada uma das ci dades que a formam A vitalidade da AICE e das cidades que nela se incorporam impelem a caminhar para um ponto comum certo positivo e espe ran ado Sem ignorar desafios adversida des dificuldades com coragem convic o e confian a partilhados entre cerca de 400 cidades do mundo Este o desafio Este o futuro O conceito de cidade educadora hoje Joan Manuel del Pozo Joa
2. o municipal como outras administra es que t m uma influ ncia na cidade e os seus habitantes dever o igualmente comprome terem se neste empreendimento n o s ao n vel pessoal como atrav s de diferentes as socia es a que perten am sJ A cidade dever promover a educa o na diversidade para a compreens o a coo pera o solid ria internacional e a paz no mundo Uma educa o que dever comba ter toda a forma de discrimina o Dever favorecer a liberdade de express o a diver sidade cultural e o di logo em condi es de igualdade Dever acolher tanto as ini ciativas inovadoras como as da cultura po pular independentemente da sua origem Dever contribuir para a correc o das de sigualdades que surjam ent o da promo o cultural devido a crit rios exclusivamente mercantis Bio A cidade educadora dever encorajar o di logo entre gera es n o somente enquanto f rmula de coexist ncia pac fica mas como procura de projectos comuns e partilhados entre grupos de pessoas de idades diferen tes Estes projectos dever o ser orientados para a realiza o de iniciativas e ac es c vicas cujo valor consistir precisamente no car cter intergeracional e na explora o das respectivas capacidades e valores pr prios de cada idade E DE As pol ticas municipais de car cter educa tivo devem ser sempre entendidas no seu contexto mais amplo inspirado nos princ pios
3. s vezes acompa nhada pelo deslocamento massivo de pes soas tanto fisicamente como no caso de Bombaim e Beirute ou intang vel como no caso dos sub rbios parisienses cujos habi tantes se v em cada vez mais alienados e presos no local deslocados por se terem tor nado im veis A cidade al m dos mapas portanto inclui n o s o movimento das for as econ micas globais mas tamb m das camadas de informa o transportadas por pessoas dado que est o a ser deslocadas de habitats familiares que podem ser peri gosos ou tempor rios uma vez que se est o a tornar m veis A cidade em si adquire uma nova rela o com a densidade a rela o ca racter stica entre as pessoas e o meio que define a produ o da localidade urbana A densidade baseada no local transfor mada num valor fisicamente absurdo mas recodificado nas hist rias que as pesso as carregam com elas nos v rios dom nios urbanos que lutam para reconstituir o seu lugar dentro da cidade Para a pesquisa ur bana torna se necess rio encontrar formas de mapeamento dessas estruturas invis veis e emergentes de informa o urbana a fim de compreender os processos pelos quais os moradores est o a ser reincorporados ao longo de diversos espa os geogr ficos e es calas em novas redes de interc mbio e inter depend ncia Esses tipos de transforma es fornecem uma maneira de explorar a ideia de cidade como arquivo com alguma pro fundidade
4. Existe no timo do termo pol tica um sentido ainda aberto a posteriores declina es que ultrapassa o campo da filologia Obviamente politica deriva de polis nome grego para uma forma particular de comu nidade em que se alinharam seguidamente no acontecimento hist rico que passa por Roma os termos urbs civitas e finalmente num amplo leque de l nguas europeias ci dade Ainda que a Europa das cidades da Idade M dia aos nossos dias desenhe cen rios inesquec veis de cultura e de hist ria o maior contributo da Europa para o l xico pol tico moderno ou seja a inven o do termo Estado e a estrutura categorial que ele cont m parece ir na direc o oposta A palavra pol tica na sua acep o moderna acaba por desmentir o sentido primitivo da quela polis que contudo faz parte integrante da sua aventura etimol gica Citando Han nah Arendt o modelo da pol tica baseado no Estado cancela realmente a ideia de espa o compartilhado interactivo contextual actual e sobretudo horizontal que caracte rizava a polis enquanto comunidade O presente contributo pretende ser uma nova leitura da cidade a partir da cr tica de Hannah Arendt modernidade pol tica moderna Uma critica que se baseia numa nova leitura poder se ia mesmo dizer uma recupera o descomprometida do fen me no da polis grega Se quisermos repensar a fun o educadoras da cidade actualmen te a antiga polis n o deve se
5. a organiza o da aten o b sica atrav s do Programa de Sa de da Fam lia e a organiza o das linhas de cui dado com o usu rio em todos os n veis da assist ncia prestada sa de p blica a partir das seguintes diretrizes fundamentais ga rantia de acesso visando garantir a todos aqueles que recorrerem unidade de sa de um atendimento adequado e o melhor encaminhamento ao seu caso v nculo e responsabiliza o por meio da constru o de um v nculo entre as equipes de sa de e as fam lias atendidas atrav s de rela es de confian a e de responsabiliza o entre eles Integralidade e resolutividade da assist ncia j que as equipes de sa de da fam lia devem procurar sempre resolver os problemas de sa de de seus usu rios dando a eles o enca minhamento correto e mais adequado para cada caso trabalho em equipe e interseto rialidade j que o alcance das metas dos programas BH VIDA e Sa de Integral nas a es em defesa da vida depende da ac o conjunta e articulada de todos os membros da equipe autonomiza o do usu rio que significa fazer com que ele ganhe autono 296 m Cidades educadoras 20 anos mia e tamb m se co responsabilize com o seu cuidado e ainda a participa o popu lar no planejamento e desenvolvimento de ac es intersetoriais integrando governo e sociedade civil com o trabalho da sa de Na rea urbana pode se citar o Vila Viva que um programa urban stico s
6. dar espa o inventividade perante uma si tua o complexa as solu es n o se dedu zem inventam se J M P Temos de denunciar aqui u uso da magia a magia da t cnica A t cnica a magia da nossa poca mobilizada para justificar ou esconder a inaptid o pol tica a m vontade p blica o autoritarismo ou o paternalismo isto as diferentes maneiras de se subtrair ao di logo democr tico um paradoxo normalmente sup e se que a t cnica a nega o da magia A t cnica permite em princ pio tratar os problemas de maneira ri gorosa e exclui a magia Mas na realidade a t cnica apresenta se como a solu o pe rante a qual ningu m pode dizer seja o que for Em termos filos ficos o que se chama tecno ci ncia da nossa poca a saber uma ci ncia que ir invadir as responsabilidades e as finalidades da vida e que deixa de ser uma ci ncia para se converter em t cnica PM por isso e no sentido que acabamos de evocar instaur mos com a minha equipa um m todo de forma o que nome mos o m todo dos cen rios Partimos de um pro blema de ordem familiar profissional ou pol tico e trabalhamos com as pessoas em causa nas diferentes componentes do pro blema tentamos ver no que podemos ter controlo compreender o que produziria o facto de agirmos desta forma ou doutra ima ginamos todas as escolhas poss veis e cons tru mos os cen rios poss veis analisamos as consequ nc
7. o do conhecimento ordem natural Esse co nhecimento em princ pio ating vel e su bir na hierarquia das pr ticas medidas pelo s ndrome do controlo conhecimento signifi ca igualmente avan ar para a universalidade e distanciar se das pr ticas provincianas particularistas e localizadas Quer seja pela necessidade do controlo ou pelo puro desejo de divulgar conhecimen tos a educa o e os educadores foram um produto da modernidade directamente asso ciado necessidade de contar com pessoal especializado para transmitir e reproduzir a nova cultura dominantes Neste sentido os sistemas educativos moder nos enfatizaram na transmiss o de conheci Z Bauman Legisladores e int rpretes Sobre la mo dernidad posmodernidad y los intelectuales Buenos Aires Universidad Nacional de Quilmas 1997 3 Z Bauman op cit Educa o e sociedade justa m 229 mentos valores e atitudes relacionados com as normas sociais que exigia o funciona mento da sociedade A aprendizagem destes conte dos obrigava a incorporar uma forte carga afectiva no processo de transmiss o O que caracterizava a forma o do cidad o no per odo de constru o e consolida o dos estados nacionais e a democracia era a nfase nos aspectos simb licos nos rituais e na autoridade com a que foram munidos os actores e as institui es respons veis pela difus o dos padr es de coes o social ou seja de aceita o das
8. Desde ent o outras ag ncias como o Instituto das Na es Unidas para a Forma o Profissional e Pes quisa UNITAR cooptaram representantes da CGLU e ou autoridades locais nos seus rg os da administra o mas a t tulo tempor rio e o reconhecimento expl cito do papel das autoridades locais em diversos textos das institui es internacionais O Plano de Ac o da Cimeira Mundial so bre o desenvolvimento duradouro e respei tador do Ambiente Joanesburgo 2002 UNACLA criado por recomenda o do Secret rio geral das Na es Unidas Kofi Annan sobre a respon sabilidade do programa ONU H bitat para promover socialmente e ambientalmente cidades sustent veis resolu o 17 18 conselho de Administra o da ONU H bitat 5 Resolu o 19 1 sobre a regras de procedimentos do Conselho de Aministra o da ONU H bitat artigos 64 65 e 66 Maio 2003 A sua aplica o data do ano 2005 o Relat rio de Kofi Annan Numa liber dade maior para o desenvolvimento segu ran a e direitos humanos para todos Nova York Mar o de 2005 a Declara o dos chefes de Estado e de go verno na Cimeira do Mil nio 5 Nova York Setembro de 2005 e por fim a assinatura de acordos de colabo ra o entre a CGLU e diversas ag ncias inter nacionais tais como o Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD o Instituto do Banco Mundial e a UNESCO a Organiza o Internacional do Trabalho
9. Essa ordem na melhor das hip teses um paradoxo A nossa heran a humilde e sur preendente o mundo e s o mundo cuja exist ncia n s testamos constantemente e provamos contando hist rias sobre ele A suspeita de que n s e o mundo somos feitos imagem de algo maravilhoso e caotica mente coerente muito al m do nosso alcan ce do qual tamb m fazemos parte a espe ran a de que o nosso explodido cosmos e n s o seu p das estrelas tem um signifi cado inef vel e um m todo o prazer em recontar a velha met fora do mundo como um livro que lemos e no qual n s tamb m somos lidos a presun o do que n s po demos saber da realidade um imagin rio feito da L ngua tudo isso tem a sua ma nifesta o material nesse auto retrato a que chamamos biblioteca E o nosso amor por isso e o nosso desejo de ver mais e o nosso orgulho nas suas realiza es medida que passeamos por prateleiras cheias de livros que prometem mais e mais del cias est o entre as nossas mais felizes mais emocio nantes provas de possuir apesar de todas as mis rias e tristezas desta vida uma forma mais ntima de f consoladora talvez reden tora num m todo por tr s da loucura do que qualquer divindade ciumenta nos poderia desejar a n s Ser que tudo isto responde minha pergun ta Porqu que o fazemos ent o Em parte Apenas em parte A Biblioteca de Alexandria impl cita nas mem rias de viajantes e cr nicas
10. Quem se tinha perdido ou estava desaparecido quem literalmente fal A cidade e a comunidade sob o olhar feminino m 117 tava ao afecto e a presenga dos pr prios fa miliares e amigos tinha um nome e um ros to era para dizer como Hannah Arendt um algu m uma pessoa de carne e osso com a propria irrepetivel qualidade de existen te nico A insist ncia dos nova iorquinos em chorar e recordar na sua qualidade de ausentes os seus entes queridos ficou im pressa na nossa mem ria exactamente por que confirmava o lado familiar quotidiano e ntimo daquela trag dia Foi extraordin rio o impacto medi tico que a procura daquelas pessoas perdidas missing teve na opini o p blica ocidental Mas saber ler aquele luto uma opera o dif cil sobretudo porque imediatamente ap s o acontecimento a ret rica do estado e da guerra levaram a melhor fazendo das v timas americanas uma esp cie de sacr rio inviol vel que devia ser vingado com a m xima for a vulnerabilidade compartilha da e lamentada sofrida pelos nova iorquinos seguiu se imediatamente uma afirma o orgulhosa de uma invulnerabilidade progra mada pronta a declarar uma guerra infini ta a quem tinha provocado aquelas v timas N o foi por acaso que dessa dif cil leitura se encarregaram mulheres pensadoras a pri meira de todas Adriana Caravero que num artigo publicado no Outono de 2001 escre veu As paredes de Nova lor
11. cidade de conhecimento No entanto esta experi ncia em Dakar bem como todas as experi ncias de pa ses pobres ter certamente necessidade para desabrochar e manter o rumo do apoio das organiza es como a nossa mas tamb m de parceiros no desenvolvimento A dimens o educativa das politicas do governo local em G nova Marta Vincenzi Presidente da Camara de G nova Participar em qu participar COMO O projecto de G nova Cidade Educadora completou oito anos Um periodo talvez demasiado curto para pretender conseguir amp xitos e resultados tangiveis mas suficiente mente longo para olhando para tras imagi nar o futuro A an lise e a verifica o da sua hist ria con duzidas em particular no decurso de 2005 favoreceram a adapta o deste projecto s mudan as pol ticas e sociais globais e lo cais que tiveram lugar nestes anos reflectin do os seus novos intentos outras ferramen tas diversos compromissos A necessidade de uma reactualiza o para G nova da Carta das Cidades Educadoras uma quest o aberta exigida por um lado pelo aumento da participa o democr tica efectiva por outro da procura de espa os por parte das pol ticas p blicas em contex tos educativos alargados A proposta inicial de Dezembro de 1999 caracterizou se deliberadamente pelo forte envolvimento e conte do filos fico e ofere ceu um suporte ao tema da constru o co lectiva de um project
12. criada pela tecnologia A Internet e sua promessa de uma voz e um site para todos o nos so equivalente ao incognitum mar o mar desconhecido que atraiu viajantes antigos com a tenta o da descoberta Imaterial como a gua vasto demais para qualquer mortal apreens o as qualidades excelentes da Internet permitem nos confundir o in compreens vel com o eterno Como o mar a Internet vol til 70 por cento das suas comunica es duram menos de quatro me ses A sua virtude a sua virtualidade im plica uma presen a constante que para os estudiosos medievais era uma das defini es do inferno Alexandria e os seus estudiosos pelo contr rio nunca confundiram a verda deira natureza do passado pois eles sabiam que seria a fonte de um presente sempre em mudan a em que novos leitores envolvidos com livros antigos que se tornaram novos no processo de leitura Cada leitor existe para garantir a um determinado livro uma imor talidade modesta Ler nesse sentido um ritual de renascimento Mas a Biblioteca de Alexandria foi criada A biblioteca como cidade estado m 187 para fazer mais do que simplesmente imor talizar Foi para gravar tudo o que tinha sido e poderia ser registado e esses registos eram para ser compilados em registos de mais um caminho infinito de leituras e conjuntos de palavras que iriam gerar por sua vez con juntos de palavras novas e novas leituras Era para ser uma oficina de leitores n o
13. lidades valores que permitem s pessoas Governan a e educa o m 247 dispor de instrumentos e compet ncias para que compreendam e saibam desenvolver se no mundo em que vivem Em rela o a esta transi o do ensino para a educa o a conveni ncia de incluir como objecto de debate educativo o conjunto de agentes que duma forma ou outra geram educa o surge como lugar comum nas agendas pol ticas e acad micas Se a edu ca o n o apenas ensino definida aqui ensino escolar poss vel criar instrumen tos que permitam a vis o e harmoniza o da fun o que desempenha a totalidade dos agentes educativos imagin veis entre eles o pr prio espa o p blico E neste contexto em que a experi ncia das Cidades Educa doras surgida em 1990 em Barcelona t o significativa Como expressado na sua Carta A cidade ser educadora quando reco nhe a exercite e desenvolva al m das suas fun es tradicionais econ mica social pol tica e de presta o de servi os tamb m uma fun o educadora ou seja que assume uma intencionalidade e uma responsabilidade com o objectivo da for ma o a difus o e o desenvolvimento de todos os seus habitantes a come ar pelas crian as e os jovens Carta das Cidades Educadoras 1990 Com base no trabalho e na an lise dos con ceitos de proximidade e educa o vincula dos a um terceiro elemento chave a partici pa o ver ponto anter
14. mente Mas ao mesmo tempo as pessoas com menos possibilidades partida com piores condi es para competir sofrem mui to mais o andar mais sozinhos pela vida e o poder contar com menos protec es essenciais em que se apoiar Os perdedores hist ricos da interac o livre e competitivi dade capitalista continuam a s lo na sua grande maioria s o agora mais vulner veis e re nem mais riscos Isto cria processos de exclus o que se manifestam em novas re alidades relacionadas com a esfera laboral um novo tipo de desemprego juvenil estru tural e adulto de longa dura o trabalhos de baixa qualidade sem vertente de forma o e empregos de sal rios muito baixos e n o abrangidos pelo acordo colectivo O impacto n o menor nas estruturas so ciais A antiga sociedade industrial tinha nos habituado a compreender a divis o de clas ses como notavelmente est vel e previs vel Agora temos uma convers o r pida da or dem classista e estratificada a uma realidade social desorganizada na qual encontramos uma multiplicidade significativa dos eixos de desigualdade T nhamos grandes agre gados e importantes continuidades e hoje temos um mosaico cada vez mais fragmen tado de situa es de pobreza riqueza fra 242 m Educa o o presente o futuro casso e sucesso O panorama aparece mais individualizado com prolifera o de riscos e quest es que muitas vezes provoca que os que podem pro
15. o era um dos objectivos centrais deste Congresso de G nova onde se reflectiu sobre o conceito de cidade partilhada O processo participativo a base da cida de partilhada da democracia contempor nea que aspira um futuro sustent vel para todos Voltava a ressoar nas instala es do Congresso a ideia presente j nos primei ros congressos do movimento dos que de fendiam com convic o a toler ncia como valor indiscut vel das cidades educadoras Para os congressistas reunidos em G nova a toler ncia deveria fortalecer se na mesma medida em que se tinham intensificado e generalizado os processos migrat rios e as escolas e os centros culturais tinha de co me ar a considerar como temas pr prios as condi es pol ticas lingu sticas religiosas e sociais do p blico para o qual dirigiam a sua proposta educativa e cultural A cidade j n o podia contar unicamente com a iniciativa das for as pol ticas que a regiam mas devia procurar formas de parti cipa o dos cidad os que contribu ram com novas doses de pensamento criativo a fim de poder entender os novos fen menos sociais Se os cidad os sentissem a import ncia e o peso da sua pr pria voz no desenvolvimento da vida urbana eles pr prios se considera riam agentes de mudan a e a vida local n o se desmoronaria perante as investidas da globaliza o Na cerim nia de abertura do Congresso o Presidente da C mara de G nova Giuseppe Pericu exp
16. pp 407 429 VARNELIS Kazys 2005 A cidade al m dos mapas de Boaventura at One Wilshi re consulta online em kazys varnelis net publicado originalmente em Paisagens de Arquitectura e Cr tica Setembro de 2003 Escolarizar e ou educar na cidade em mudanca Maxine Greene Maxine Greene possui o t tulo de professor em rita de Filosofia e Educa o do Teachers College da Universidade de Columbia EUA Licenciou se pelo Barnard College tendo feito mestrado e doutoramento na Universidade de Nova lorque Ao longo da sua carreira como docente e investigadora tem recebido diversos graus honorificos concedidos pelas seguintes universidades Lehigh Uni versity Hofstra University Universidade do Colorado Denver Universidade de Indiana Universidade McGill Universidade de Binghamton Bank Street College Goddard College College Mi sericordia Nazareth College e Montclair State College Maxine Greene desempenhou diversos cargos directivos foi presi dente da Sociedade de Filosofia da Educa o presidente da Asso cia o Americana para os Estudos Educacionais e da Associa o Americana de Estudos Educacionais Greene fil sofa residente do Instituto Lincoln das Artes em Edu ca o Da sua vasta obra destacam se entre outros os seguintes t tulos A Liberta o da Imagina o Professor como um estranho A Dial tica da Liberdade Varia es de uma guitarra azul Escolarizar e ou educar na cidade em m
17. sores s o travados pelo seu pr prio cepticis mo e as lembran as familiares de que devem seguir os seus planos de aula permanece rem dentro dos quadros curriculares n o dizendo nada para perturbar a ordem dese jada na sala de aula Esquecido ou ignorado demasiadas vezes o que acontece com o jovem quando conte dos irrelevantes ne cess rios s o impostos os chamados as suntos n o relacionados com as quest es ou interesses dos alunos Hoje quando os jovens s o expostos a tanto quando as per guntas sem respostas abundam uma conver sa entre professores e alunos muitas vezes evitada pelo facto dos professores temerem dizer aquilo em que acreditam Nas sombras de Nenhuma Crian a Deixada para Tr s com exig ncias de testes e presta o de con tas pairando pesadamente nas suas mentes os professores raramente conseguem prestar aten o s hist rias lembran as e medos dos jovens Eles s o guiados geralmente contra a sua vontade pela no o de que os jovens est o a ser tratados como recursos humanos formados em resposta s necessi dades tecnol gicas econ micas e militares do pa s Tudo isso se complica para os pro fessores bem como para os outros com as mudan as trazidas pela globaliza o pelas profundas divis es na cultura por incertezas em rela o imigra o e ao papel que esco lhemos desempenhar no mundo Dada a crescente oposi o guerra e s maquina es que levou
18. t ncias adquiridas ao longo da vida com preju zo para as pessoas que sofrem essa perda para a economia e para a sociedade no seu todo Enquanto vamos elaborando esse manual o primeiro aspecto que temos de mudar a imagem que temos da velhice At agora O discurso pol tico e as pol ticas p blicas re lacionam a velhice com a depend ncia ou seja a imagem que se tem dos idosos a de que s o pessoas com restri es a uma vida plena e aut noma Sem que isso signifique deixar de lado os idosos que necessitam de assist ncia essas percep es e esse discurso oficial n o correspondem nova realidade dos idosos 130 m Os novos desafios da vida urbana 5 Necessidade de uma nova cultura relativa aos idosos Necessitamos urgentemente de uma nova cultura que evite a exclus o de que sofrem hoje em dia os idosos e que facilite simulta neamente a sua integra o em todos os as pectos da vida social Devemos questionar nos a cerca do tipo de valores pr ticas e pol ticas p blicas que s o necess rios criar e desenvolver para que os idosos se man tenham activos e teis e ao mesmo tempo que permitam sociedade aproveitar todo o potencial de conhecimento e as capacida des que possuem No mbito empresarial os padr es culturais dominantes nos nossos dias constituem uma ruptura radical com rela es com o mundo laboral e profissional no momento da refor ma uma ruptura brusca violenta frus
19. tre os 20 mais ricos e os 20 mais pobres da popula o mundial na actualidade esta diferen a situa se numa rela o de 103 para 1 E o mesmo ainda que numa propor o mais pequena encontrar amos no mbito interno dos estados onde ao mesmo tempo aumenta a participa o do rendimento do capital e diminui o rendimento do trabalho no PIB total Em ultima inst ncia as cidades repetem o mesmo esquema e provavelmente de uma forma mais agravada 3 A governabilidade democr tica em quest o Em sentido estrito a politica o governo da polis isto da urbe e seguramente que as primeiras experiencias democr ticas apare ceram nas cidades N o obstante as actuais formula es da democracia representativa deixam muito a desejar a todos os n veis Come ando desde um dos instrumentos b sicos da participa o dos cidad os que s o os partidos pol ticos constatamos imedia tamente tr s deficits importantes a falta de elei es prim rias para escolher os seus candidatos a pr tica da inexist ncia de lis tas abertas e as disputas que as suas neces sidades de financiamento geram com os po deres econ micos A n vel estatal as coisas n o melhoram e vemos como se descrimina entre cidad os de primeira e de segunda ao n o conceder se o direito de voto aos imi grantes Observa se ainda a impossibilidade pr tica de levar a termo as iniciativas legisla tivas populares e constata se finalmente que os
20. A quest o do tipo de cidade que queremos n o pode ser separada portanto da quest o sobre o tipo de pessoas que eu tu n s e eles nos queremos tornar que tipo de rela es sociais s o valorizadas que sistemas de pro du o e rela es de trabalho s o considera dos criativos e gratificantes que rela o com a natureza que nos interessa preservar que sentidos est ticos se desejam cultivar que tecnologias s o consideradas adequadas e mais propriamente como que as pessoas querem viver as suas vidas A exist ncia de um consenso social sobre todas estas ques t es seria preocupante O importante co loc las na linha da frente do debate num momento em que a popula o mundial est cada vez mais condenada a viver nalguma forma de configura o urbana e quando certamente claro que as pessoas n o se v o tornar necessariamente melhores por essa raz o Devemos pelo menos concordar que o direito de fazer e refazer a cidade e consequentemente a n s mesmos segundo 1 Park R Sobre o controlo social e o comportamento colectivo Chicago Chicago University Press p 3 o nosso desejo um dos mais preciosos de todos os direitos humanos Mas qual o significado de tudo isto O rit mo e a escala extraordin ria da urbaniza o ao longo dos ltimos cem anos dificilmente se t m reflectido na tese de Park N s fomos feitos e refeitos v rias vezes por for as que est o aparentemente fora
21. A raz o pela qual eu penso assim que n o os ou o agora e n o h raz o para supor que eles pararam Portanto na cria o de uma biblioteca n o estamos em busca de uma revela o de qualquer esp cie uma vez que nada do que se revelou para n s necessariamente limitado por aquilo que so mos capazes de ouvir e entender N o pelo conhecimento a mais do que de alguma for ma secreta n s j temos N o pela clarifi ca o qual n o podemos razoavelmente aspirar N o pela experi ncia porque em ltima an lise s nos podemos dar conta do que j est em n s Para qu ent o busca mos nas nossas persistentes bibliotecas Conforto talvez Talvez conforto A cidade como arquivo transformac es urbanas contempor neas e as possibilidades politicas Vyjayanthi Rao Vyjayanthi Rao professora assistente de Antropologia e Rela es Internacionais na New School for Social Research Nova lorque Rao doutorada em Antropologia Sociocultural pela Universidade de Chicago e obteve p s doutoramento pela Universidade de Yale A autora tem se dedicado ao estudo da globaliza o e das cida des sobretudo s quest es relativas a infra estruturas viol ncia memoria e pol tica cultural da modernidade nas sociedades con tempor neas e coloniais do sul da sia Encontra se actualmente a estudar a infra estrutura urbana contempor nea de Bombaim e o impacto dos processos globais no futuro ur
22. De acordo com os gregos ser banido para a privacidade dos lares era equivalente a estar destitu do das potencialidades da vida especificamente humanas Partindo deste pensamento imp e se refle tir sobre o conceito de esfera p blica e de cidadania e sobre a presen a humana nos espacos que transcendem o mundo privado e que podem converter estes jovens em ci dad os Entendendo se por cidad o numa das acepc es correntes como habitante da cidade preciso perguntar se como nos convertemos em habitantes da cidade Como os jovens podem tornar se parte da cidade sobretudo estes representados em milh es que n o tem acesso nem a possibi lidade de circulac o No campo de debates proposto por este tex to os elementos de realidade trazidos a tona apontam para a aus ncia de uma esfe ra p blica estruturada que acolha e abrigue jovens que vivem em regi es perif ricas de uma cidade latino americana Os desejos apontam para a necessidade da quadra de esportes do campo de futebol e do espa o para realiza o de festas Numa perspectiva de cidade polic ntrica tais lugares deveriam estar tamb m nestas regi es perif ricas nas quais a casa ao abrigo da rua parece ser o espa o priorit rio de conviv ncia e apren dizagem sobretudo para as meninas Ainda prevalece o medo da rua e a inseguran a em rela o aos lugares p blicos A esco la segue sendo para estes jovens principal espa o de socializa
23. Neste momento ningu m negar a raz o moral que acompanhava todos os que se manifes taram contra as provas nucleares a guerra do Vietname ou a invas o do Iraque para falar de casos concretos Da mesma manei ra que agora todo o mundo j entendeu as raz es dos objectores de consci ncia ao ser vi o militar e que come am a ser entendidas as objec es fiscais financeiras laborais e cient ficas com tudo aquilo que tenha rela o com a prepara o da guerra Neste cap tulo deixamos para o fim um aspecto central como a educa o para a paz Em primeiro lugar deve entender se a educa o para a paz e sem d vida a paz em si mesmo num sentido amplo que pre viamente exige a justi a o desarmamento o respeito pelos direitos humanos a igualdade Competitividade e coopera o Justi a e paz m 91 social o desenvolvimento dos povos o cui dado pelo ambiente e muitos outros requisi tos Neste sentido educa o para a paz ser toda aquela que nos leve aos objectivos ci tados Mas evidentemente a educa o para a paz leva nos tamb m a tomar consci ncia dos privil gios de que usufru mos n s os ci dad os do Norte ren ncia da competitivi dade exclus o de qualquer tipo de descri mina o de fanatismo e de patriotismo e considera o do valor da dignidade humana acima de qualquer interesse material indi vidual ou colectivo Em ltima inst ncia a educa o para a paz ter de supor
24. OIT e o Programa Comum das Na es Unidas so bre o VHS Sida ONUSIDA e recentemente em Janeiro de 2008 a CGLU assinou um acordo quadro com a Alian a das Civiliza es das Na es Unidas e tornou se membro do Grupo de Amigos da Alian a Uma organiza o das Na es Unidas reconhece assim pela primeira vez a diplomacia das cidades como uma alavanca para o di logo entre os povos do mundo e para trabalhar para a paz e o respeito da di versidade Estes progressos avan os inscrevem se no mbito do debate sobre a reforma das Na es Unidas e a renova o da governa o mundial Iniciado pelo Secret rio Geral pre cedente Kofi Annan para refor ar a efic cia do sistema multilateral mundial democrati zar e aumentar a sua legitimidade o debate deu lugar a diferentes relat rios seguidos de propostas sendo que algumas delas faziam refer ncia explicita ao papel dos governos locais Deve se sublinhar em particular o relat rio sobre a rela o entre as Na es Unidas e a sociedade civil apresentado pelo grupo de personalidades presidido pelo ex presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso que prop s a Kofi Annan em Junho de 2004 A voz dos governos locais na governa o mundial m 149 corrigir o d fice democr tico da governa o mundial atrav s de um maior envolvimento dos representantes eleitos parlamentares e autoridades locais refor ando as liga es entre o local e o mundial Os aut
25. Pilar Figueras Bellot licenciada em Musica e Psicologia E pro fessora titular na Universidad Aut noma de Barcelona onde tem exercido os cargos de directora de departamento directora da Es cuela de Formaci n del Profesorado escola superior de educa o e vice reitora Foi professora do ensino pr escolar do b sico e do secund rio especialista em m sica Na c mara municipal de Barcelona Pilar Bellot dirigiu os Servi os Educativos o Conservat rio Municipal de M sica de Barcelona e foi respons vel pela rea do Ensino Musical Promoveu e dirigiu o Congresso Internacional das Cidades Edu cadoras e foi secret ria da Comiss o Interdepartamental Barcelo na cidade educadora Entre 1994 e o ano 2012 exerceu o cargo de secret ria geral da Associa o Internacional das Cidades Edu cadoras AICE Pilar Bellot autora de numerosas publica es no mbito da edu ca o musical e do tema cidades educadoras Cidades educadoras uma aposta de futuro O conceito de cidade educadora proposto em 1972 por Edgar Faur e outros na obra colectiva Apprendre tre Com esta abordagem ousada e inovadora a C mara Municipal de Barcelona acolhia e assumia no ano de 1989 o conceito de cida de educadora e apresentava o simultanea mente como o significante de uma proposta integradora da educa o formal n o formal e informal que se gera no contexto da cida de e se destina a todos os que a habitam
26. bas Africa sia e Am rica Latina Em terceiro lugar os imigrantes de Montreal vieram cada vez mais das sociedades de l n gua francesa na frica Cara bas e Sudeste Asi tico Uma consequ ncia dessas ten d ncias surgiu na contagem do Censo de 2001 no Canad que revelou que minorias vis veis tinham se tornado quase um quinto 18 7 da popula o global da cidade Esta transforma o mais evidente nos prin cipais bairros transnacionais de Montreal tais como o C tes des Neiges e o vizinho 32 Em 2001 43 7 da popula o metropolitana de To ronto era de origem estrangeira como era de 37 5 da popula o da rea metropolitana de Vancouver Ambos os valores s o sensivelmente mais elevados do que os 18 4 estimados dos residentes na rea metro politana de Montreal E apenas 2 9 dos moradores da regi o do Qu bec que nasceram fora do Canad Os n meros do Censo 2001 est o dispon veis online no site do Statistics Canada no http www statscan ca 10 D F Levy e L S Bourne O contexto social e a diver sidade do Canad Urbano p 23 Para uma discuss o mais ampla da experi ncia de imigrantes asi ticos no Canad ver os ensaios contidos em Eleanor Laquian Aprodicio Laquian e Terry McGee editores O debate Silencioso limigra o Asi tica e o Racismo no Canad Vancouver BC Instituto de Investiga o da sia da Universidade de British Columbia 1998 Denis Helly L imm
27. como os mais velhos ou quando n o havia uma necessidade t o desesperada de dar sentido ao que estava a ser absorvido cla ro que h muitos modos de fazer sentido o modo do senso comum o emp rico o reli gioso o imaginativo N o s o apenas os sig nificados impl citos na cultura envolvente h os significados que se desenvolvem nas culturas das crian as e adolescentes Pode ser poss vel ajudar os alunos a transformar a informa o em conhecimento se o ensino for feito num contexto de perguntas abertas encontrando diferentes tipos de express o dependendo da idade do interlocutor e da situa o de vida H liga es que certamen te devem ser procuradas entre as terr veis revela es dos furac es e os custos da guer Escolarizar e ou educar na cidade em mudanca m 211 ra Ha conhecimento factual a atingir tendo em vista os niveis do mar e o controlo de inundag es tal como existe o conhecimento factual sobre o voto no Iraque a constitui o e os interesses envolvidos Mas os factos n o s o suficientes A imagina o deve entrar em jogo se os jovens est o a alcan ar o domi nio das possibilidades O que seria de Nova Orle es como seria se as barragens tives sem sido constru das adequadamente se a cada parte da popula o fosse dada a opor tunidade de viver em terreno elevado Que diferen a isso faria no Iraque se os jovens estivessem familiarizados com as formas de democracia o pensamento c
28. de As novas gera es de reformados v o mu dar o modo radical das percep es sociais relativas velhice Al m do mais o facto de serem muito numerosas trar uma pro funda mudan a da sua visibilidade social do mesmo modo que estas gera es ter o uma crescente influ ncia pol tica visto re presentarem uma parte crescente dos cader nos eleitorais e terem uma maior disposi o para votar Alguns j falam do novo poder cinzento para se referirem crescente in flu ncia pol tica dos idosos Para estas novas gera es de idosos os anos de reforma surgem como uma poca de grandes oportunidades para viajar aprofun dar conhecimentos preservar as capacida des adquiridas ao longo da vida e adquirir outras Seria necess rio inventar uma nova lingua gem e uma nova cultura que nos permitisse descrever melhor esta nova sociedade sem idades que est a chegar Uma sociedade 126 m Os novos desafios da vida urbana sem idades ou na qual convivem tr s gera c es diferentes av s filhos e netos ou me Ihor jovens adultos e idosos A linguagem predominante para a aborda gem de pessoas com mais de 60 anos utiliza termos como velhos ou anci os duas palavras que cont m um sentido pejorativo evidente e que n o descrevem bem a nova realidade social que esta a desaparecer a das pessoas n o activas das sociedades agrarias ou manufactureiras do s culo XIX e grande parte do seculo passado
29. e muitos outros seriam um bom exemplo disto Em todo o caso esta nova maneira de ver a economia exige pelo menos tr s requisi tos que correspondem aos tr s partenai res sociais isto indiv duos empresas e administra es Por parte dos indiv duos consumidores mas tamb m trabalhadores e opositores preciso que abandonem a fi 94 m Os novos desafios da vida urbana losofia do ter pela do ser a da compe t ncia pela da coopera o e a da gan ncia material pela do bem estar colectivo As em presas pela sua parte devem assumir verda deiramente o conceito de Responsabilidade Social no sentido pleno da palavra e n o como sucede frequentemente mais como uma estrat gia de marketing Entendendo se que a Responsabilidade Social preciso t la com os trabalhadores com os clientes e usu rios com os fornecedores com os concorrentes comerciais com os sub adju dicados com as reparti es p blicas com as administra es a todos os n veis Por parte das administra es necess rio que enten dam de uma forma definitiva que a sua mis s o o servi o p blico a todos os cidad os e n o aos mais poderosos e privilegiados que a fiscalidade deve ser verdadeiramente distribuidora e que os direitos econ micos sociais e culturais devem ser t o respeitados como os direitos civis e pol ticos Neste contexto a cidade n o mais do que um espa o de constata es pouco afortuna
30. em guerras africanas tal como denunciou Int rmon Oxfam Sim diz amos que apesar de tudo a paci fica o poss vel em verdade podemos acreditar nisto Sempre e quando natu ralmente a vontade pessoal e politica nos leve obten o de determinadas condi es Como elemento b sico e como bem disse a UNESCO na sua carta de funda o faz falta apagar as guerras da nossa mente eviden te que hoje n o se pode falar de guerra justa sob nenhum pretexto e se entendemos tal como alguns disseram como guerra justa a que os aliados levaram a termo no ano de 1991 para reconquistar o Kuwait com bai xas de 300 soldados norte americanos com 270 000 iraquianos mortos e com o posterior embargo que gerou segundo a Unicef mais de um milh o de v timas entre as crian as menores de cinco anos ser necess rio que reexaminemos de forma imediata e profun da os nossos conceitos morais De qualquer modo se o conflito j estalou deveremos proceder rapidamente a negocia es de paz incondicionais O processo de pacifica o dever continuar com o desarmamento nuclear e convencio nal com a redu o dos efectivos das for as armadas com a destrui o dos arsenais e a reconvers o da ind stria militar para fins civis Como quase sempre se trata de deci s es pol ticas deveria ter se em conta que estas h o de ser impulsionadas por press o dos cidad os mediante os movimentos so ciais e os compromissos individuais
31. es re correntes do desejo do Homem de encontrar um melhor ou mais perfeit modo de vida A maioria dos planos que designamos por ut picos fixa e formal S o aquilo a que chamo utopias de formato espacial cida des e comunidades que ao longo dos anos nos t m conduzido erradamente a pensar que a harmonia ser uma certeza e que to dos os desejos humanos ser o plenamente saciados ou realizados O problema destas utopias que acabam por se tornar repres sivas para o esp rito humano frustrando o desejo de novidade e de descoberta Da forma como foram postas em pr tica t m conduzido a resultados muito mais autori t rios e repressivos do que emancipadores Estas utopias pressup em ainda que a hist ria pare que nada de novo aconte a e que n o haja novos epis dios para serem con tados As nicas inova es permitidas s o aquelas que permitam manter a harmonia previamente existente Tal como o conceito est tico de Para so dos crist os estas utopias s o t o aborrecidas que ningu m quer viver submetido a elas Mas depois h todo um conjunto de uto pias sobre o processo social Nos tempos mais recentes os neoliberais t m procu rado convencer nos de que o mercado e o com rcio livres associados propriedade privada e ao empreendedorismo individu al trar o riqueza seguran a e felicidade a toda a gente que os mecanismos do mer cado nos oferecer o as cidades dos nossos sonhos Mas os efei
32. ncia parecerem melhores os funcion rios em causa e os moradores da cidade ten tam fazer com que a diversidade e a tole r ncia pare am fixes organiza es n o governamentais tais como a Toler ncia Com Estilo patrocinou eventos em redor da cidade incentivando os jovens a abra ar a toler ncia como estando na moda e sen 28 Ibid pp 8 19 2 Entrevista a Boris Aleksandrovich Koptin 25 de Abril de 2007 30 Pravitel stvo Sankt Peterburga Komitet po vneshnim sviaizam Programma garmonizatsii mezhethnicheski kh I meshkul turnykh otnoshenii profilaktiki proiavlenii ksenogobii ukrepleniia tolerantnosti v Sankt Peterburge na 2006 2010 gody programma Tolerantnost pp 12 13 do divertida As suas salas de chat festas e espet culos s o cada vez mais populares entre os estudantes jovens gestores e outros membros de uma classe m dia crescente lo cal que se encontram procura de divers o com riqueza suficiente para se ligarem in ternet nos pubs locais em caves traktir e em concertos A socializa o relativamente espont nea gerada pela Toler ncia Com Estilo e ou tras iniciativas auto organizadas reuniu pe quenos grupos de elites em ascens o de diferentes comunidades tnicas religiosas e sexuais As autoridades municipais querem associar uma interac o intercultural mais difundida com o divertimento Trabalhando com associa es locais de origem tnica o gover
33. ngua dever so lucionar mas sim um problema de fundo a cidade influencia a educa o inexoravel mente portanto existe o risco de que im ponha esta influ ncia Para que seja verda deiramente educadora a influ ncia deve ser definida claramente como tal e aceite livre mente A cidade como as pessoas educadora quando tem o objectivo de liberar de resga tar o aluno de dentro de cada um ex ducere de permitir que as suas capacidades de for mar a sua pr pria liberdade tomem forma Tal consegue se n o com recurso a f rmu las concretas mas sim com vontade s se faz caminho ao andar com um murmuri nho de receio de emo o no cora o de quem educa A tarefa de conseguir com que cada indiv duo rec m nascido rec m chegado se jun te a outros seres humanos e d a conhecer a sua melodia e o seu ritmo que chegue a ser protagonista da sua pr pria hist ria que seja solid rio com as hist rias dos seus das dos seus semelhantes e tamb m das dos que s o diferentes das dos que est o distantes num c rculo cada vez mais amplo e que tem como primeiro horizonte a cidade o r dio da cidade Posto isto para ser Cidade Educadora 1 A cidade deve garantir a todos os seus ci dad os o direito educa o a tomar posse activa na heran a humana de acordo com a idade as circunst ncias pessoais e com os processos educativos vigentes que s o v rios hoje em dia Para isso deve pro
34. o completa e at nova ordem eminentemente revog vel a pedido presumida desde o in cio e esperada para durar apenas o tempo que desejar e n o um momento longo Essa totalidade n o es perada ou desejada para substituir o ausente da comunidade a sua fun o cobrir o va zio deixado pelo desaparecimento das co Espaco p blico m 59 munidades pr fabricadas de outrora e pron tos para uso Uma tarefa que imposs vel e por isso precisava ser infinitamente repetida Sugiro que os totalidades que diariamente emergem e desaparecem dentro da gora de hoje s o melhores chamadas de comunida des bengaleiro esta express o metaf rica se refere unidade de prop sito emergen te para a dura o de uma performance no bengaleiro de um teatro quando v rios in div duos se unem de longe para montar por um curto per odo uma sala para pendurar os seus casacos s para lev los novamente para fora dos cabides ap s o fecho da ltima cortina cada um na sua pr pria direc o As comunidades bengaleiro s o as comu nidades la carte Eles compartilham com as comunidades de perten a a qualidade de aproximarem pessoas impregnando as com um prop sito comum inspirando ac es sincronizadas e legitimar atrav s da dimens o da empresa em que as ac es s o realizadas o padr o de conduta individual embora de forma muito semelhante segui do por todas as pessoas presentes Elas n
35. o Ini ciativas semin rios debates constitu ram ocasi o para alargar a rea do confronto e das posi es no interior de uma audi ncia que ia de movimentos grupos e pessoas singulares que nos anos 70 tinham atraves sado a primeira grande fase de participa o do nosso pa s aqueles que interligavam os pr prios interesses profissionais com os do empenhamento c vico aos que enfrentavam a vida p blica pela primeira vez Aquele debate foi se progressivamente des 308 m Cidades educadoras 20 anos gastando pelo confronto entre as formas do poder e a procura de participa o nas de cis es sobre os bens comuns Coexistiam e debatiam se pontos de vista assuntos e linguagens diversos dos poderes fortes aos lideres politicos iluminados da experi n cia de conviv ncia civil nascida na base de projec es promovidas pela municipalida de da l gica do governo central as rela es com o territ rio A quest o da dial ctica inserida entre poder e participag o inscreveu se no seio da com plexa discuss o ligada ao significado p s moderno de democracia e a tentativa ain da em curso de conjugar as transforma es dos sistemas democr ticos ocidentais com a presen a de uma no o de poder plural e mutante Os argumentos desta discuss o encontram hoje em algumas boas pr ticas locais re sultados delimitados e respostas isoladas de qualidade para a nossa cidade mas que no entanto se colocam ao l
36. o Paulo aquele local ficou conhecido como o P tio do Colegio Actualmente um dos principais programas da administrac o da cidade S o Paulo uma Escola prolonga se a perman ncia dos alunos nas escolas onde lhes s o ofere cidas actividades extra curriculares de natu reza cultural desportiva de recrea o e ar tesanato entre outras Os espa os de muitas escolas s o utilizados totalmente e a tempo integral para as diversas actividades N o se trata apenas de tirar os jovens das ruas objectivo louv vel e comum a tantos projectos destinadas juventude O Pro grama S o Paulo uma Escola pretende consolidar o reconhecimento do direito de participar em actividades que enriquecem o capital social dos alunos e professores al m de dar continuidade ao esp rito educador da capital Por outro lado a preocupa o pela continuidade constitui uma caracter stica da actual administra o que tratou de aperfei oar em vez de abandonar iniciativas de administradores anteriores Foi o que aconteceu por exemplo com os Centros de Educa o Unificados CEU pro jecto em que se manteve a proposta socioe ducativa dita do advers rio pol tico enquan to se introduziram mudan as destinadas a dar mais funcionalidade ao equipamento Assim sendo as crian as mais pequenas permaneceram no r s do ch o em vez de ficarem nos pisos superiores como aconte cia no projecto original o que dificultava a
37. o das cidades mais vulner veis s mudan as clim ticas Al m disso pediram que os governos locais estejam associados aos seus governos nacionais nas pr ximas negocia es da Conven o quadro das Na es Unidas sobre as Mudan as Clim ticas In meras cidades elaboraram ou elaboram planos locais de luta contra as mudan as clim ticas em ordem a promover uma urba niza o mais densa bem como sistemas de transporte e de constru o mais adaptados a desenvolver a refloresta o e a incentivar uma gest o dos recursos naturais mais res peitadora do ambiente Da mesma forma as cidades s o espa os nos quais s o experimentadas diariamente solu es para responder aos grandes desa fios contempor neos Num mundo cada vez mais complexo e urbanizado os governos locais s o os primeiros a assumir diariamen te a defesa dos direitos dos cidad os nas ci dades multiculturais canalizando tens es ultrapassando conflitos e apoiando o di lo go entre todas as culturas e religi es Nesse contexto a educa o um vector funda mental apostar na forma o integral de cada um significa combater a exclus o reduzir as desigualdades e trabalhar para a equidade a convivialidade entre os cidad os nas cidades que se experimentam novas formas de democracia directa or amentos parti cipativos conselhos de bairros etc e que s o desenvolvidas pol ticas inovadoras de integra o social que promovem o acesso un
38. o das rea lidades territoriais em que se desenvolve a escola e atribuir fundos especiais nas zonas de maior vulnerabilidade social e precarie dade econ mica Hopenhayn 2002 315 316 Reduzir o conhecimento informa o leva a reincidir nesta nova etapa nos problemas criticados ao paradigma iluminista ou seja ver a educa o como imposi o de um tipo de racionalidade que asseguraria priori a produ o e transmiss o de conhecimentos universais e verdadeiros A desigualdade dentro de cada pa s e cada cidade nas vias de acesso aos mercados do saber e labo rais mesmo para quem disponha dos novos conhecimentos e destrezas p e em mani festo a interven o de outras vari veis n o contempladas pelos modelos iluministas e tecnocr ticos A variedade de compromis sos identit rios de simbolismos do sentido social mostram que os conhecimentos ne cess rios para se situar significativamente no mundo devem se obter tanto nas redes tec nol gicas globalizadas como na transmiss o e re elabora o dos patrim nios hist ricos de cada sociedade A cidade intercultural Pode uma cidade contribuir na educa o para um desenvolvimento cultural em vez de tecnologicamente avan ado e socialmen te integrador A pergunta n o abarca como h anos somente a capacidade de renovar os seus equipamentos incorporando as ino va es cient fico tecnol gicas e atraindo capitais que impulsionem as formas mais avan a
39. o de aprendizagem Para al m do v nculo com o sistema educativo formal e seus diferentes Ricardo Ehrlich Intendente Municipal de Montevideu n veis que em qualquer cidade pode adqui rir tortuosidades e responsabilidades pr prias o espa o urbano um espa o educati vo por si mesmo A cidade l se como se l a natureza l se um edif cio l se um espa o p blico l se o desenho dos servi os p bli cos Por vezes as mensagens s o limitadas por vezes transbordam de calor e poesia Uma cidade um espa o local deve abrir portas e caminhos a percorrer a explorar Percursos que conduzem a descobertas pes soais e nicas percursos que se repetem uma e outra vez como contos infantis por que isso gera seguran a e confian a Mas tais portas e caminhos tamb m devem levar a aprendizagens e descoberta de capaci dades que n o s o s para serem desenvol vidas dentro do ensino formal e que tamb m n o est o s destinadas a apoiar estes mes mos sectores A cidade deve ser para todos desde os pri meiros passos de uma crian a e durante toda a sua vida um lugar para aprender Assim se constr i qualidade e dignidade de vida Assim se constr i uma cidade e uma socie dade A prioridade das urg ncias e do com bate contra a exclus o n o devem preterir a constru o de mbitos de aprendizagem capacita o e descoberta de capacidades antes pelo contr rio pois que elas s o ne cess rias para e
40. o de um discurso pol tico que conven a os cidad os e os representan Cidades educadoras uma aposta de futuro m 21 tes municipais do interesse na colabora o transversal e cruzada do maior n mero de pessoas e associa es da cidade e tamb m da totalidade dos departamentos munici pais Sem d vida a posi o de maior influ ncia sobre este processo como ocorre em to das as pol ticas transversais a que possa e queira ter a pessoa que est frente do munic pio a sua convic o determinante na atitude dos seus colaboradores pol ticos e t cnicos e portanto ela que deve liderar n o s nominalmente mas sim realmente no processo de ades o primeiro e no da aplica o depois da Carta das Cidades Educadoras Os respons veis municipais devem procurar e desenvolver a dimens o educativa que o mesmo que dizer c vica presente nas diversas pol ticas locais A cidade democr tica que se desenvolve em plenitude edu ca ainda que n o o proponha formalmente esta a dimens o que exigida e justificada por um trabalho interdisciplinar e transver sal anal tico e objectivo que requer muitas vezes novos modelos de gest o impres cind vel contextualizar e contrapor qualquer proposta pr pria ou alheia com a reali dade Para que este trabalho seja poss vel para que na verdade cada cidade construa o seu projecto educativo s o precisas na estrutura
41. o democr tica todas aquelas no vas pr ticas de coordena o atrav s de re des partnerships e f runs deliberativos que nascem das ru nas da representa o centra lizada hier rquica e corporativa dos anos 70 A fim de p r alguma ordem no mbito desta diferen a de crit rio apresentamos tr s pro posi es directamente inter relacionadas entre si que entendemos formam o n cleo conceitual do novo paradigma i A governan a envolve o reconhecimen to a aceita o e integra o da comple xidade como um elemento intr nseco ao processo pol tico Governanca e educac o m 239 z Esta complexidade motivada pela diver sidade impl cita na exist ncia de v rios agentes que juntam ao processo pol tico uma multiplicidade de valores objectivos e prefer ncias E em segundo lugar pela in certeza que suscita a mudan a cont nua a eros o das certezas cognitivas e a instabili dade do conhecimento Governar n o pode continuar a ser a fun o duns poucos peritos que implementam conhecimentos contrasta dos mas deve ser concebida como um pro cesso de aprendizagem social em que v rios agentes transmitam os seus conhecimentos as suas pr prias percep es da realidade e tentem chegar a defini es partilhadas dos problemas Isto verdadeiro tanto numa perspectiva geral como em pol ticas espe c ficas como a educativa sujeita a press es muito significativas nos ltimos tempos ii A gove
42. o dos mercados e a sua integra o transnacional incrementar o os benef cios econ micos Na medida em que se consiga o acesso directo e simult neo informa o avan ada ir democratizar se a educa o e melhorar o bem estar da maioria Na verten te pol tica crescer o as oportunidades de participa o e descentralizar se a a tomada de decis es Como explicar com este esquema a degra da o da vida social e pol tica das cidades mesmo naquelas com um alto desenvolvi mento tecnol gico A concep o duma so ciedade do conhecimento habilita por sua vez perceber e explicar diferen as desi gualdades e contradi es que fazem paten tes outras din micas sociais Desta forma a sociologia da educa o p de mostrar que n o existe uma simultaneidade sist mica entre todas as dimens es do desenvolvimen to porque os educandos n o s o iguais n o t m possibilidades semelhantes de aprender nem se interessam pelos mesmos conte dos Uma educa o homog nea numa informa o universal e estandardizada n o gera 162 m Educa o o presente o futuro maior equidade nem democratiza o parti cipativa Se prestarmos aten o s m ltiplas formas de perten a e coes o social escu tamos uma pluralidade de exig ncias S o necess rias adapta es program ticas aos grupos espec ficos por exemplo o bilin guismo em zonas multi culturais procurar a pertin ncia curricular em fun
43. o governamentais internacionais fornecendo kits de informa es semin rios de capacita o e exemplos de boas pr ticas A inten o n o propor um instrumento normativo internacional sobre o direito cidade mas sim promover um projecto de investiga o internacional para a identifica o das melhores pr ticas no campo do direito e do urbanismo tais como conselhos municipais inter religiosos cartas municipais sobre direitos e responsabilidades a participa o das mulheres na gest o urbana bem como a integra o espacial e social dos imigrantes nas cidades Todas estas reas est o inclu das na campanha de UN HABITAT na gest o urbana e na estrat gia da UNESCO sobre os direitos humanos como na Declara o Universal sobre a Diversidade Cultural da Organiza o Reinventar a democracia local promovendo a capacita o A cidade um elo essencial entre o indiv duo e o Estado e um instrumento importante na promo o da cidadania democr tica Os programas da UNESCO incluem projectos como a Alian a Internacional de Cidades contra o Racismo Trabalhar em conjunto com os trabalhadores migrantes e projectos de investiga o sobre as cidades e a transfor ma o social pol tica urbana e da democra cia a renova o das cidades hist ricas e a forma o dos profissionais camar rios A UNESCO concede prioridade s neces sidades dos grupos vulner veis e margina lizados por meio
44. o ser esta uma mensagem s Barcelona o compromisso de uma cidade com a educa o m 39 novas gera es muito pr pria do s culo XXI um s culo que valoriza a criatividade e o talento Em segundo lugar gostaria de p r a t nica sobre Barcelona a cidade que resolve os seus conflitos atrav s de pactos e entende os processos que a eles conduzem como educativos em si mesmo N o um cami nho f cil j que frequentemente preciso descobrir o ponto de equil brio entre grupos e sectores que t m cada um uma raz o perante a qual a C mara deve actuar como rbitro e n o s deve escolher o lugar do bem comum acima das raz es individu ais Avan mos pactos sobre a mobilidade sobre o antagonismo entre cio nocturno e descanso dos vizinhos incluindo casos de grupos de jovens imigrantes sul americanos que longe de correr o risco de segrega o ou de condutas anti sociais logr mos trans formar por vontade dos implicados em entidades culturais certo que para esta convers o se avan a mais lentamente mas consegue se decisivamente uma legitima o da autoridade que deve existir mas ser exer cida democraticamente Uma cidade que transforma a mem ria em cria o e que pactua a sa da para os seus conflitos uma cidade educadora S o va lores postos em pr tica E estes valores dos cidad os devem aliar se estreitamente es cola e a todos os n veis de forma o dispo n veis para q
45. o urbano por pol ti cos por construtores e planeadores Numa poca marcada tanto pela destrui o e pela estimula o da mem ria e das identidades assim como pela prolifera o maci a de dados informa es a sua recolha e a sua organiza o necessitamos de repensar a no o de arquivo para abarcar um sentido din mico de ordena o e de interpreta o desprendido de pol ticas de preserva o e cria o de provas para compreens o hist rica Em contextos como o de Bombaim mas tamb m em muitos outros contextos urbanos contempor neos esta abordagem inesti m vel pois aponta para as possibilidades de uma pol tica baseada na antecipa o ao in v s de uma pol tica baseada nas conhecidas formas do local e enquadramento demogr fico A no o de cidade como arquivo per mite a produ o de ferramentas de desenho urbano que d m uma vis o muito diferente da densidade demogr fica e da sua rela o com a infra estrutura urbana Deste ponto de vista a densidade seria vista como parte de uma paisagem de infra estrutura m vel e em transforma o e n o como um indi cador est tico para ser reorganizado atrav s da informa o actual de infra estrutura Por outras palavras o perfil demogr fico da ci dade visto atrav s da lente da cidade como arquivo coloca em primeiro plano informa o que tem uma relev ncia para o futuro ao inv s de informa o que apenas tem de ser reorganizada e selec
46. os sociais a uma maior oferta cultural cria o de um intenso tecido social e disponibilidade de vasto instrumental que permite o cozinhar de novas ideias at capacidade organizati va de propostas alternativas Torna se tamb m evidente que precisa mente no mbito urbano onde aparecem com mais for a as desigualdades a aus n cia de solidariedade o consumismo os epis dios de viol ncia as dificuldades de conviv ncia os guetos residenciais e a cres cente prolifera o dos n o espa os como refer ncia nos grandes centros comerciais nas esta es de servi o nos aeroportos nas cadeias de cafetarias restaurantes hot is e centros qualificados de cio onde indife rente em que parte do mundo se est A cidade converteu se no paradigma da mu dan a social Todos os riscos para a justi a a liberdade a paz e a protec o do ambiente que vemos continuamente manifestam se com a m xima energia da mesma maneira que se manifestam ali todas as propostas de mudan a que em boa l gica v o surgindo da consci ncia cr tica da sociedade 2 A injusti a sempre crescente Apesar dos progressos cientifico t cnicos que certamente o possibilitariam boa parte da popula o mundial padece ainda de uma falta de cobertura das suas necessidades b sicas N o obstante frequentemente a falta de vontade pol tica os objectivos lucrativos das empresas e os ego smos dos particula res levam mil
47. pais Os pa ses do Norte da Europa come aram a tratar este problema mas na minha opini o focaram se em demasia na psicolo gia e na psicoterapia Ora temos de ver que as dificuldades dos pais aumentam hoje tam b m devido ao d fice de reflex o pedag gi ca em novas quest es pais em dificuldade porque os seus filhos t m o v cio dos jogos de v deo n o s o necessariamente doentes que t m de ser tratados mas pessoas com quem temos de reflectir sobre actividades alternativas e sobre os meios de as propor aos adolescentes Quando uma sociedade remete sa de ou medicina todos os pro blemas educativos que ela na realidade renunciou educa o Ningu m pode negar as dificuldades de hoje para muitos pais e ao inv s de estigmatiz los ou de trat los como resignados em vez de tratar sistematicamente as crian as com produtos farmac uticos ou programas de novos condicionamentos comportamentais para que fiquem sossegados seria melhor instaurar verdadeiros centros de forma o Estes centros devem estar abertos sem culpabiliza o a fim de ajudar o pai e ou a m e a enfrentar as perguntas que os seus filhos lhe s coloca m e sobre as quais ele ela n o tem resposta adequada Simplesmente porque estes problemas n o existiam quando ele ela pr prio a era crian a e que n o pode extrair da heran a educativa dos seus pr prios pais J M P Na Carta das cidades educadoras a forma
48. para a sustentabilidade urbana AICE um importante parceiro da UNESCO em projectos como a Alian a de Cidades contra o Racismo e a iniciativa conjunta Po l ticas Urbanas e Direito Cidade Direitos Responsabilidades e Cidadania da UN HA BITAT UNESCO A Carta da AICE para Cida des Educadoras um excelente exemplo de um instrumento normativo internacional so bre educa o para a cidadania e os direitos e responsabilidades a serem compartilhadas por autoridades locais e residentes urbanos Consequentemente seria altamente ben fico se a AICE incentivase a participa o dos municipios que j s o altamente activos na rede AICE para unir as iniciativas da UNESCO para a cria o de sociedades urbanas inclusivas em especial o projecto de pesquisa conjunta sobre os indicadores e par metros para as cidades inclusivas que ser lan ado em Fevereiro de 2008 na Confer ncia Mundial sobre o Desenvolvimento das Cidades em Porto Alegre Brasil Al m disso a contribui o das cidades membro da AICE para a D cada da Na es Unidas da Educa o para o Desenvolvimen to Sustent vel seria um bem s lido para o lan amento de iniciativas inovadoras para promover a educa o para novas formas de cidadania o pluralismo cultural e o uso sustent vel dos recursos naturais culturais e humanos das cidades para as futuras gera es de residentes
49. pensar esta tend ncia para que as pessoas beneficiem de uma forma o maior Para isso necess rio empenhar se num entrela amento das pol ticas e articular de maneira transversal os diferentes servi os e departa mentos que regulam a vida das cidades PM evidentemente essencial Deve ser permi tido criar o colectivo onde por toda parte reina o enclaustramento Assim Bertrand Schwartz criador e director do Instituto Na cional de Forma o dos Adultos em Nancy propunha trabalhar em forma o combinan do durante uma parte do tempo os n veis de responsabilidade Instaurou um m todo que se baseia na an lise das disfun es trabalhando em conjunto para elucidar as disfun es e as dificuldades encontradas no processo global de trabalho criada uma din mica onde cada um se envolve na inte lig ncia dos problemas onde h interc m bio com outros onde se descobrem novos horizontes novas necessidades e novos de sejos de forma o Schwartz especificava que a apari o de qualquer disfun o era a ocasi o de obrigar as pessoas a reflectirem na maneira de resolverem os problemas em conjunto tendo em conta e desenvolvendo a criatividade de todos um bom exemplo do que pode trazer a reflex o colectiva plu ral e transversal ao desenvolvimento da for ma o Mas a forma o cont nua n o se limita forma o profissional e atribuo no que me respeita muita import ncia forma o dos
50. pr prios do amor familiar ou do trabalho informal pouco ou mal remunerado O que acontece com as pol ticas p blicas Quais s o os efeitos disto tudo nas pol ticas educativas As pol ticas p blicas implanta das em meados do s culo passado em toda a Europa concretizaram a filosofia do estado do bem estar intervencionismo por redistri bui o em troca de liberdade de mercado Esse acordo mais ou menos expl cito tem vindo a acumular elementos de conflito Por um lado h menos consenso sobre as suas bases normativas Por outro lado as pol ti cas aplicadas t m vindo a tornar se pouco funcionais apenas capazes de incorporar as novas procuras e as novas sensibilidades As pol ticas de bem estar foram criadas a partir de l gicas de resposta a procuras que pareciam homog neas e diferenciadas e ge riram se de maneira s lida e burocr tica En quanto que hoje temos um cen rio em que as exig ncias pelas raz es indicadas ante riormente s o cada vez mais heterog neas mas ao mesmo tempo plenas de multiplici dade em rela o forma de apresenta o e apenas podem ser abordadas a partir de l gicas pol ticas de nova cidadania e com formas de gest o flex veis e sem burocracias evidente que a fragmenta o da socie dade o impacto sobre a esfera laboral da economia p s industrial e o d fice de in clus o das pol ticas cl ssicas de bem estar n o funcionam isoladamente umas das ou tras Est
51. presidente da ONG Justicia i Pau e da Universidade Internacional para a Paz em Sant Cugat del Vall s em Barcelona Arcadi Oliveres tamb m presidente do Consell Catala de Fomento de la Pau e membro da Sociedade Catal de Economia subsidi ria do Instituto de Estudos Catal es Arcadi Oliveres tem trabalhado sobre os temas do com rcio in ternacional da globaliza o econ mica e da d vida externa bem como sobre a coopera o no desenvolvimento das sociedades e a economia de defesa Participou em diversas obras como E milita rismo en Espana co edi o com Pere Ortega Barcelona Editorial Icaria 2007 Un altre m n Barcelona Angle Editorial 2006 e Contra el hambre y la guerra Barcelona Angle Editorial 2005 Competitividade e coopera o Justi a e paz 1 Introdu o 50 da Humanidade vive em zonas urba nas A urbaniza o um processo crescente e claramente palp vel nas ltimas d cadas Em meados do s culo XX s 33 dos habi tantes do planeta viviam nas cidades e ago ra prev se que a percentagem chegue aos 63 no ano 2030 A urbaniza o na me dida em que progride cria atitudes na vida econ mica e social que se afastam para O bem e para o mal dos par metros tradicio nais Com efeito por um lado s o ineg veis os benef cios que as concentra es de popula o trazem ao facilitar o acesso a uma boa assist ncia m dica a maiores possibilidades educativas a m nimos servi
52. tica por todo o mundo exista 1 Na l ngua inglesa o conceito de Governance Gover nan a adquiriu significado por oposi o ao Govern ment Governo entendido neste caso como governo tradicional Em diferentes l nguas traduziu se o termo Governance mas noutros casos utiliza se como sin ni mos governo em rede ou governo relacional 238 m Educa o o presente o futuro agora mais percepg o e consci ncia do seus limites e suas defici ncias E precisamente a volta destes sintomas preocupantes de es gotamento que surgem novas perspectivas de governo e de participa o social Nos l timos anos as democracias ocidentais t m vindo a experimentar um aumento cont nuo da absten o eleitoral e uma diminui o significativa nas taxas de filia o nos parti dos pol ticos e grupos de interesse O desin teresse o cepticismo e o distanciamento dos cidad os em rela o pol tica tradicional baseada na participa o atrav s dos parti dos as grandes organiza es empresariais e as elei es indicam uma certa estagna o do modelo democr tico que predomina A deriva delegat ria das nossas democracias come a a questionar se num novo contexto cultural marcado pela influ ncia de novos valores p s materialistas ou pela urg ncia duma sociedade mais educada e reflexiva na que os indiv duos est o cada vez menos dispostos a desempenhar fun es passivas e reivindicam um papel mais activo e ess
53. tivo Sa remos em frente porque sabemos o que nos est a acontecer Barcelona uma cidade que desde sempre se comprometeu com a educa o p blica de qualidade H mais de cem anos desde o princ pio da exist ncia da C mara Muni cipal de Barcelona que trabalhamos nes ta linha e podemos afirmar sem pecar por exagero que a cidade tem lutado por uma importante renova o pedag gica e tem principalmente a forte vontade de avan ar 38 m Introdu o para um modelo de educa o equitativo democr tico aberto e civico Por isso n o de estranhar que Barcelona ha vinte anos tivesse proposto com entusiasmo o projecto de cidade educadora um conceito que me especialmente grato por eu defender a ci dade como gestora de valores Acredito na cidade transmissora dos valores b sicos que governam a boa conviv ncia certo que parte desta conviv ncia corres ponde s administra es a partir do mo mento em que temos de procurar um marco de coes o social mas os enredos huma nos gerados na sociedade t m um aspecto mais subtil heran a car cter ambiente e esta educa o t cita n o regulada que se produz cada dia sem que frequentemente tomemos consci ncia dela mas que fun damental na forma o dos cidad os prin cipalmente dos novos cidad os refiro me ao mesmo tempo aos rec m chegados e aos que estreiam a cidadania os jovens Isto sem esquecer o papel das gera es mais velha
54. um pouco enganador Na tradu o a uni o pessoal entre o propriet rio gerente da oikos e do cidad o da po l tica presumida pela compress o dos seus nomes em alem o foi perdida Alemanha na sequ ncia do brutal desman telamento de institui es democr ticas e da invas o e conquista da gora do Estado Pode se dizer parafraseando Marx que du rante a maior parte do s culo passado um fantasma pairou sobre a Europa o espectro do totalitarismo seja na sua vers o fascis ta ou na sua vers o comunista E a marca mais vis vel do totalitarismo foi a coloni za o intransigente da gora pelo estado e a sua submiss o autoridade exclusiva do estado A tenta o de invadir e colonizar a gora e as amea as que os Estados podem sucum bir a essa tenta o parecia ainda mais rea lista para o realismo das ambi es estatais para a exclusiva e indivis vel soberania ter ritorial Embora s vezes todas as realidades do poder estarem paradas longe do ideal avan ada pela reivindica o de soberania que chegou mais perto de modelo comple to e descomprometido como da soberania do Estado que em qualquer outro per odo da hist ria e certamente muito mais do que no nosso tempo de globaliza o acelerada planeta atravessado por uma informa o de formas e queda no valor de defesa do es pa o No final do processo de constru o da na o associado com a fase s lida da modernidade a possibilidade de se i
55. um dos pro blemas centrais da educa o actual orien tar a tens o gerada por esta car ncia de sen tido quer nos processos pedag gicos e nos v nculos de ensino aprendizagem quer nos processos pol ticos e institucionais com que manifestada a actividade educativa 3 O sentido da educa o na sociedade moderna Lembremos que os sistemas educativos mo dernos surgiram associados cria o dos Estados nacionais Apesar deste n o ser o sitio para uma longa refer ncia hist ria da educa o preciso lembrar que pelo menos na nossa cultura os princ pios de educa o universal e obrigat ria estiveram directamente ligados cria o do Estado e de v nculos de ades o a uma determinada ordem acima de interesses particulares t nicos religiosos lingu sticos ou de qualquer outra ndole Este processo teve diferentes manifesta es conforme os contextos mas a escola e os professores estiveram entre as institui es e os actores sociais principais do processo de constru o da modernidade quer no aspecto pol tico quer no cultural A literatura sobre o processo de moderni za o muito vasta e conhecida Bauman para citar uma das refer ncias actuais mais reconhecida caracterizou a vis o tipica mente moderna do mundo como aquela que o considera uma totalidade essencialmente organizada O controlo pouco menos que sin nimo da ac o ordenadora e a efectivi dade do mesmo depende da adapta
56. vel construir uma cidade que produza construa cidadania sem que exista uma par ticipa o popular efectiva uma participa o dos cidad os Os cidad os t m que ter um espa o pr prio para discuss o Por exemplo h alguns anos n o tivemos qualquer difi culdade em levar a discuss o do Or amento Participativo da cidade s escolas atrav s dos conselhos escolares que envolvem os pais dos alunos a comunidade os professores e os funcion rios da escola e como conse qu ncia gerou se uma experi ncia riqu ssi ma que o Or amento Participativo dentro da escola Se os recursos destinados ma nuten o e a pequenas reformas que as pr prias escolas administravam passam tamb m a ser debatidos pelos professores alunos pais por uma comunidade para que desta forma se envolvam ainda mais na adminis tra o da escola tamb m poss vel obter este resultado nas pol ticas de assist ncia so cial e num conjunto de outros mecanismos Para n s a participa o popular decisiva essencial em qualquer processo de transfor ma o da cidade na cidade que educa que constr i efectivamente a cidadania por esse motivo que afirmamos que a se gunda caracter stica o segundo elemento fundamental a ac o pr tica as pessoas devem envolver se nesse processo impos s vel formar cidad os sem que eles tenham a possibilidade de exercer directamente esse direito A maioria dos cidad os nunca viveu a exp
57. vel local per mitiu a cria o de associa es de governos locais em mais de cento e trinta pa ses e a n vel regional em todos os continentes Se verdade que a no o de autonomia local de local selffgovermnent de Selbs tverwaltung de livre administra o anti ga a difus o mundial da descentraliza o um fen meno relativamente recente ligado as transforma es pol ticas e socioecon micas das ltimas duas d cadas do s culo passado Em linhas gerais a transfer ncia do poder de decis o de compet ncias e de recursos do governo central e das suas admi nistra es para Os governos intermedi rios e locais 1 United Cities and Local Governments First Global Report on Decentralization and Local Democracy Bar celona UCLG 2007 p 9 Este movimento geral n o reduz no entanto as grandes diferen as entre as regi es En quanto que no seio da Uni o europeia o peso dos governos locais nas despesas p blicas ultrapassa os 10 do PIB e se aproxi ma dos 9 na Am rica do Norte esse n o chega a 2 5 em frica e inferior a 4 na Am rica Latina Em paralelo a ac o internacional dos gover nos locais tamb m se alargou consideravel mente especialmente nos anos 1980 1990 Num inqu rito realizado em 1994 1995 numa amostra de cinquenta pa ses mais de dezasseis mil cidades desenvolvendo ac es internacionais foram identificadas Segundo um estudo mais recente da Organiza o para
58. 151 es Unidas tiveram uma influ ncia directa na constitui o das Cidades e dos Governos Locais Unidos como novo actor internacio nal A adop o das Directrizes para a Des centraliza o permitiu um passo importante na cria o de um quadro regulamentar uni versal a favor de um reconhecimento da au tonomia local Progressos decisivos tamb m foram realizados para que a voz dos gover nos locais perante a comunidade internacio nal se fa a ouvir Apesar dos Estados continuarem a tentar res tringir o reconhecimento dos governos lo cais a interac o cada vez mais estreita en tre o n vel local e o n vel mundial permite o maior optimismo quanto ao reconhecimen to futuro do papel dos governos locais nas institui es internacionais e na governa o mundial Como foi expresso pelo secret rio geral das Na es Unidas Ban Ki moon nas mensagens endere adas s autoridades locais reunidas aquando do congresso da CGLU em Jeju o futuro da humanidade de pende de como as cidades ir o agir perante os desafios levantados pela mundializa o 2 Educac o o presente o futuro Comunica es conhecimento e cidade um debate intercultural N stor Garc a Canclini N stor Garc a Canclini professor investigador da Universidad Aut noma Metropolitana UAM Unidade Iztapalapa M xico e investigador em rito do Sistema Nacional de Investigadores no M xico Tem leccionado em diversas un
59. 49 o mais elementar apoio material a inclus o o acesso e a diferenca A tarefa como suge re Polanyi consiste em expandir a esfera de liberdades e de direitos para la dos limites estreitos que o neo liberalismo imp e O direito cidade um direito real de re configurar a cidade de outra maneira de a adequar mais s nossas necessidades e de sejos colectivos e assim mudar os nossos quotidianos de redesenharmos as pr ticas arquitect nicas por assim dizer para en contrar uma forma alternativa de podermos continuar a ser simplesmente seres huma nos Este direito deve estar sempre na or dem do dia Se como disse um dia Alfred North Whitehead a natureza busca e cria permanentemente a novidade e se os seres humanos s o como a Hist ria evidencia imensamente imaginativos e criativos na procura dessa novidade ent o a cidade n o se pode permitir transformar se numa confi gura o espacial g lida e esclerosada Man ter os espa os urbanos abertos e flex veis construindo lugares que possam ser publica mente apropriados e disputados conferindo aos universos da mem ria e do desejo for mas materiais e configura es espaciais de perp tua esperan a s o as propostas para a pr tica do utopismo dial ctico Se o nosso espa o urbano for imaginado e constru do poder ser permanentemente re imaginado e reconstru do Espaco publico Zygmunt Bauman Zygmunt Bauman Poznan Pol nia 1925
60. Como exemplo voltar me ei aqui para al gumas das transforma es em curso em Bombaim como uma forma de examinar a utilidade da cidade como arquivo Como sabido estima se que cerca de metade da popula o de Bombaim viva em comuni dades informais que s o mal servidas e em grande parte desligadas da rede de infra estruturas Popularmente conhecidas como favelas pelos residentes bem como pelos planificadores pol ticos e construtores estas comunidades ocupam apenas 8 do espa o total da cidade dentro dos seus limites mu nicipais No entanto est o geograficamente espalhadas por toda a cidade e muitas vezes est o muito pr ximas dos bairros abastados formando a ant tese do distrito isolado do apartheid dos sub rbios parisienses con tempor neos ou do gueto Esta proximidade dos bairros desenvolvidos tem resultado na infla o dos valores de propriedade nacio nal dos terrenos em que as favelas s o cons tru das mesmo que muitas destas parcelas de terra s existam como resultado de uma dolorosa recupera o ou estejam situadas na parte superior de instala es de infra estrutura e portanto ambientalmente pre c rias ou sejam terras cuja propriedade objecto de lit gio Como o fluxo de capital imobili rio foi liberalizado e o desenvolvi mento em si foi privatizado essas comuni dades informais tornaram se alvos altamente valorizados uma vez que constituem obst A cidade como arquivo transforma es
61. L bano Julho Agosto 2006 e a ac o dos governos locais a favor da agenda mundial do desenvolvimento em particular os Objectivos do Mil nio para o Desenvolvimento promovido pela comuni dade internacional para lutar contra a pobre za extrema para O acesso dos mais neces sitados educa o sa de e aos servi os b sicos Campanha para as Cidades do Mi l nio de Junho Setembro 2005 e o apoio paz e ao di logo entre as civili za es atrav s da diplomacia das cidades e colabora o com a Alian a das Civiliza es das Na es Unidas e a luta contra as mudan as clim ticas e para o desenvolvimento duradouro e respei tador do ambiente e a participa o dos governos locais na campanha mundial contra a sida A CGLU tamb m progrediu de maneira sig nificativa no objectivo de vir a ser o prin cipal recurso mundial de informa o e de reflex o sobre os governos locais Publicou nomeadamente o Primeiro Relat rio Mun dial sobre a Descentraliza o e a Democra cia Local bem como a primeira compila o dos indicadores base dos governos locais em oitenta e dois pa ses do mundo inteiro A consolida o da organiza o mundial unificada n o um processo conclu do mas antes um processo em constante evolu o Os esfor os devem ser mantidos para re aproximar as redes regionais ou sectoriais para desenvolver uma arquitectura demo cr tica complexa permitindo articular de maneira equilibrad
62. Mudar as crian as para a escola secund ria deve abrir a escola para os moradores do bairro oferecendo programas novos e ex pansivos e incentivar o desenvolvimento de programas de centros comunit rios O programa educacional de arte criati va Kidpix Digital Inf ncia come ou em 2006 Uma vez por semana um per odo de quatro horas reservado para a forma o de professores e um per odo de duas horas dedicado s crian as Quinze crian as e vinte professores participam do projecto J que o programa educacional principal mente mediado por computador a escola necessitou de ter salas com computadores o que foi conclu do em Outubro Um projecto piloto educacional sueco o Tricky Fox patrocinado pela Embaixada da Su cia e pelo Instituto Sueco foi lan ado em 2006 O projecto oferece uma activida de interessante duas horas duas vezes por semana para alunos do ensino fundamental das classes do primeiro ao quarto ano Quin ze alunos participam do programa Em De zembro foi criado um pequeno livro com a ajuda das crian as O programa envolve uma coopera o estreita com as bibliotecas O trabalho de desenvolvimento para ser coordenado com o programa educacio nal da Escola B sica e Secund ria Erdelyi 302 m Cidades educadoras 20 anos apoiar os alunos mais desfavorecidos a fim de facilitar a transi o dessas crian as desde da creche at escola prim ria Actualmen te a represen
63. Munic pio de Lisboa A revis o e editing das biografias dos autores e dos artigos Ao leitor A cidade das pessoas Cidades educado ras uma aposta de futuro Utopias dial cticas e A deriva s o da responsabilidade do Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial do Munic pio de Torres Novas Pagina o Jo o Reis Municipio de Azambuja O desta edi o AICE O dos artigos os autores O do ep logo e da biografia de Koichiro Matsuura UNESCO 2008 Publicado com a autoriza o da UNESCO O das tradu es os tradutores Agradecimentos aos membros do Comit Executivo aos autores autoras aos presidentes das c maras municipais que participam no livro C mara Municipal de Barcelona UNESCO CGLU aos munic pios da Comiss o de Coordena o da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras que colaboraram nesta edi o Azambuja vora Lisboa e Torres Novas Agradecemos a Richard Sennett pela autoriza o para traduzir e reproduzir neste livro o cap tulo A deriva extrai do do livro The Corrosion of Character The personal consequences of work in the New Capitalism Esta edi o cumpre as regras do Acordo Ortogr fico de 1945 Impress o Gr fica Almondina Torres Novas Portugal Data 2013 ISBN 978 84 9850 419 4 Dep sito legal 353832 13 Proibida salvo excep o prevista por lei qualquer forma de reprodu o distribui o comunica o p blica e altera o desta obra
64. P E precisamente um programa de formac o continua que permite aos homens e as mulheres pol ticos explicar o seu trabalho di rio Em certos casos isto faz se mas ainda insuficiente necess rio para que as pessoas compreendam os processos colectivos para que estejam motivadas a participar fazer muito mais Mas para isto os pol ticos tamb m devem ter uma maior aproxima o aos cidad os a fim de explicarem as escolhas que ir o fazer PM Temos de apostar na intelig ncia dos indiv duos H alguns anos trabalhei em progra mas de televis o sobre o uso dos impostos Tinha comparado o que custava a constru o de um estabelecimento escolar a por exem plo um kil metro da auto estrada Da mes ma forma tinha explicado quanto custava um educador e quanto custava um preso um preso custa uma vez e meio o sal rio do edu cador Ter amos de conseguir tratar de assun tos t cnicos como os impostos e o uso do dinheiro p blico de forma viva e implicante enfatizando as nossas margens de manobra Temos de p r em dia as quest es financei ras e sair desta opacidade desmobilizadora a fim de que os cidad os compreendam os custos das coisas o custo social a m dio e longo prazo Um dos problemas mais impor tantes com efeito o de os pol ticos nunca revelarem os custos sociais os custos com as consequ ncias que adv m da sua escolha O Victor Hugo dizia cada vez que abrimos uma escola fechamos u
65. Square a famosa zona de entretenimento no centro de Manhattan mostra como a autenticidade encenada de espa os centrais representa um dilema para aqueles que querem conservar a cultura popular antiga da cidade mas que reconhecem a necessidade da renova o econ mica Durante a maior parte do s culo XX Times Square era um vigoroso centro de entretenimento com tudo desde shows da Broadway e cinemas com n ons luminosos cartazes publicit rios e multid es rotineiras a todas as horas do dia e da noite No in cio da d cada de 90 a sua aura cosmopolita permitiu aos Nova iorquinos chamar lhe com algum exagero a encruzilhada do mundo Em termos de aspira es nacionais Times Square era tanto o centro geogr fico como metaf rico da cultura popular americana Homens e mulheres reuniram se ali para ler as ltimas not cias que eram exibidas no enorme ecr el ctrico da Motogram e foi em Times Square que Alfred Eisenstadt tirou a sua famosa fotografia publicada na revista Life de um marinheiro que levantou uma jovem do ch o e a beijou para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial Times Square continuou a atrair visitantes incluindo fam lias com crian as at os anos 60 2 Sharon Zukin Paisagens de poder De Detroit ao Disneyworld Berkeley e Los Angeles University of California Press 1991 John Hannigan Cidade Fantasia New York Routledge 1998 Don Mitchell e Lynn A Staeheli Limpa e segura Propriedade Restr
66. a Coopera o e o Desenvolvimento Econ mico OCDE 2003 a coopera o dos governos locais mobilizava mais de 1 2 mil milh es de d lares cada ano Actualmente num mundo no qual mais de metade da humanidade vive num meio ur bano os governos locais participam cada vez mais na procura de solu es para maio ria dos grandes desafios contempor neos dos desafios democr ticos porque ao n vel local que a no o de cidadania adquire todo o seu sentido e que se constroem as identidades face ao avan o crescente da mundializa o dos desafios ecol gicos porque ao n vel local que s o levadas a cabo as ac es contra as mudan as clima t ricas e para a preserva o do nosso pla 2 G Jan Schep F Angenent J Wismans M Hlllenius Local Challenges to Global Change A Global perspec tive on Municipal International Cooperation SGBO VNG SDU Publishers La Hague 1995 3 OCDE Aide allou e par les collectivit s locales dos siers du CAD 2005 vol 6 n 4 146 m Os novos desafios da vida urbana neta ac es que requerem a transforma o dos modelos de produ o e de consumo principalmente urbanos dos desafios eco n micos porque nas cidades e nas suas periferias que se concentra grande parte das riquezas e das oportunidades mas tamb m das maiores desigualdades e por fim dos desafios sociais e de solidariedade porque as pol ticas de integra o social de respeito pela diversidade cul
67. a Fran a Regi o Departamento Cidade Evocando a cidade assinalemos a import n cia das inter comunidades o que legitima uma certa apreens o no momento em que se desenvolve a ades o multi territorial Mais concretamente na constru o da edu ca o n o formal vejamos a contribui o de tr s entidades essenciais a cidade o mo vimento associativo e a empresa A cidade um centro de recursos pr xi mo e rico Imaginemos os conhecimentos que se podem adquirir pelo saneamento o agenciamento o transporte as gemina es o consumo energ tico a hist ria a demo grafia a democracia local etc O movimento associativo Independente mente dos desafios que deve constantemen te enfrentar renova o dos actores profis sionaliza o alargamento dos territ rios pedido de proximidade limita o dos re cursos etc o movimento associativo com pleta a representa o da sociedade re ne compet ncias disp e de uma capacidade de adapta o implementa a democracia d vida ao duradouro e ao ef mero ao institu cional e ao social D lugar diferen a empresa Tem um papel relevante na fun o que nos interessa Vive do conhecimen to actualiza o e antecipa o Tomemos por exemplo uma empresa de constru o deve ter conhecimento dos materiais proteger o ambiente ter em aten o a vizinhan a a se guran a a sa de dos ses empregados deve A educag o n o formal um projec
68. a Paz Lom efectivamente considerada como um ref gio de paz Viver em Lom implica uma vida citadina diferente que permite romper com o isola Lod Aouissi Presidente da C mara de Lom mento procurando a sua perten a a uma comunidade ligada religi o a actividades ao bairro a um desporto a lazeres Pelo seu cosmopolitismo Lom uma cida de largamente aberta para o mundo Educa cada cidad o na luta contra as discrimi na es raciais no esp rito de toler ncia e aceita o do outro Os bairros da cidade facilitam sem nenhuma marginalidade a co habita o das diferentes camadas sociais ricos e pobres A cultura do respeito ainda vive e testemunha da riqueza dos valores tradicionais que consideram as pessoas de idade as crian as e os jovens A vida fami liar educa as pessoas a encarregarem se das camadas com idades vulner veis A cidade educa para um ambiente saud vel e ac es colectivas s o organizadas para a salubridade urbana a Opera o Lom Cidade Limpa O Munic pio convida efecti vamente cada cidad o de Lom a participar na limpeza da cidade A cidade educa para o civismo e a preven o na seguran a na estrada na sa de etc atrav s de movimentos associativos que servem de vectores educa o das mas sas exist ncia de pontos de encontro um trunfo para Lom que antes de mais um centro de passagem importante um cruza mento de eventos e
69. a de trabalho como sendo tempor ria embora a maioria dos empregados tempor rios es teja dentro das paredes da nossa empresa Os empregos est o a ser substitu dos por u A n HS 2 projectos e reas de trabalho As empresas come aram a adjudicar grande parte das tarefas que antes se faziam por tra balhadores do quadro a pequenas empresas que trabalham com empregados contratados a prazo O sector de mais r pido crescimen to da for a de trabalho norte americana por exemplo aquele que constitu do pelas pessoas que trabalham em ag ncias de em prego tempor rio As pessoas est o famintas de mudancal argumenta o guru da gest o de empresas Ja mes Champy porque o mercado pode ser orientado para o consumidor como nunca antes foi O mercado sob esse ponto de 2 Citado no New York Times 13 de Fevereiro de 1996 p DI D6 Corpora es como a empresa Manpower cresceram 240 por cento entre 1985 e 1995 Neste momento a empresa Manpower com 600 000 pessoas na sua fo lha de pagamentos comparativamente s 400 000 da General Motors e s 350 000 da IBM agora o maior empregador do pa s James Champy Re engineering management Nova lorque Harper Business 1995 p 119 pp 39 40 172 m Educa o o presente o futuro vista demasiado din mico para permitir fazer as mesmas coisas da mesma forma ano ap s ano ou para permitir fazer sempre o mesmo O economi
70. a premissa b sica a capacidade de di logo Os que hoje t m 18 anos e direito de voto nasceram quase uma d cada ap s o apa recimento do primeiro PC IBM e disp em de acesso Internet desde que se d o por gente S o os nativos digitais e aproveitam a Internet de maneira natural tanto para ex plorar oportunidades como para construir sinais de identidade Para eles a ortografia transforma se num c digo impenetr vel S o capazes de escrever um SMS s com uma m o e a uma velocidade mais do que razo vel e podem chegar a manter 10 conversas diferentes ao mesmo tempo atrav s de men 138 m Os novos desafios da vida urbana sagem instant nea enquanto os imigrantes digitais precisam de acabar uma conversa antes de comecar outra Utilizam inclu sivamente os blogs de maneira diferente enquanto os imigrantes os utilizam para partilhar conhecimentos os nativos utili zam nos para partilhar emo es A rela o com a informa o tamb m diferente os imigrantes ainda querem guardar em se gredo a informa o o conhecimento po der enquanto os nativos adoram distri buir tanto quanto poss vel a informa o que recebem e fazem no da maneira mais r pida que conseguirem partilhar o conhecimen to poder John Palfrey director executivo do Berk man Center of Internet and Society da Uni versidade de Harvard resume algumas das principais caracter sticas dos nati
71. amentos para financiar estes programas de actividades s o inade quados A mudan a profunda teve lugar na sequ n cia da resposta de S o Petersburgo intole r ncia cultural e racial ao longo dos ltimos dois a tr s anos O governo da cidade e os seus l deres est o firmemente a condenar a intoler ncia e a viol ncia As ag ncias da ci dade promovem activamente oportunidades para destacar as contribui es dos diversos grupos econ micos para o bem estar geral da cidade Os funcion rios municipais abra am publicamente a diversidade com mais entusiasmo do que nunca antes na hist ria russa Finalmente esfor os a longo prazo est o em curso para assegurar que os futuros residentes de S o Petersburgo considerem a Lidar com a heterogeneidade m 73 diversidade como sendo uma maneira de es tar comum no s culo vinte e um Tirando benef cio da diversidade aprendendo com Montreal Montreal tem evolu do ao longo do ltimo ter o do s culo de uma cidade dividida en tre dois fundamentos lingu sticos e comu nidades culturais Franc s e Ingl s numa complexa metr pole inter cultural enraizada no conhecimento geral comum do Franc s Na maioria dos recentes anos a economia da cidade tem se expandido dado que uma comunidade de l deres de neg cios e de di rigentes pol ticos aprenderam a tirar proveito destas mudan as Na verdade a migra o transnacional para Montreal durante os pri meiros anos do s
72. anal gica entre as cidades e os arquivos No contexto da r pida transforma o da cidade contempor nea necess rio que nos afastemos de uma compreens o de natureza conservadora e preservista dos arquivos porque essa vis o influencia ine vitavelmente a nossa forma de perceber a pol tica urbana Por outro lado podemos beneficiar tendo em conta a forma da metr pole moderna como meio de comunica o como um prot tipo para a cidade como arquivo um m todo para navegar nas pro fundas transforma es sociais do presente sem sucumbir a uma vis o do passado como sucess o de formas hist ricas preservadas dentro de um arquivo ele pr prio desliga do do presente Em vez disso sugiro que a cidade como arquivo seja uma forma de incorporar o passado no presente como um fen meno ausente mas um fen meno em progress o temporal que n o trate a cidade como um palimpsesto de formas hist ricas e n o veja O arquivo como meramente um reposit rio dessas formas Refer ncias ABBAS Ackbar 2000 Descri es Cosmo politas Xangai e Hong Kong P blica Cul tura vol 12 No 3 pp 769 786 SIMMEL Georg 1950 Metr pole e a vida mental em Kurt Wolff trans A Sociologia de Georg Simmel Nova lorque Free Press pp 409 424 original apresentado como pa lestra em 1903 SIMONE A M 2004 Pessoas como Infra estrutura Intersectando Fragmentos em Jo anesburgo Cultura P blica vol 16 No 3
73. ao exercer como cidad os participar nos compromissos colectivos e responsabilizar nos com o que acontece fora do nosso mbito privado Esta a mensagem final dum texto em que tratamos de articular e relacionar as reflex es sobre a mudan a de poca que atravessamos com as novas dimens es da participa o e da governan a que tenta ver a fun o que a educa o de sempenha em todo isto a partir de uma con cep o fundamental e transversal dos seus conte dos e impactos A educa o permanente uma op o pol tica Entrevista com Philippe Meirieu por Joan Manuel del Pozo Philippe Meirieu Al s Fran a 1949 ap s uma longa carreira como professor do ensino b sico e secund rio hoje professor universit rio na rea das Ci ncias da Educa o Meirieu foi res pons vel pedag gico de um col gio experimental editor dos Ca dernos Pedag gicos director do Instituto Nacional de Investiga o em Pedagogia INRP Fran a e do Instituto Universit rio de Forma o de Professores da Academia de Lyon Philippe Meirieu o respons vel pedag gico da cadeia educativa CAP CANAL sediada em Lyon Dirige a colec o Pedagogias e tem numerosa obra publicada cerca de trinta t tulos no mbito das ci ncias da educa o e da pedagogia como L cole mode d emploi des m thodes actives la p dagogie differenciee Pa ris 1985 Apprendre oui mais comment Paris 1987 Le choix d d
74. aqui proposta implica rever esquemas de leitura de mun do lan ar m o de utopias presentes na his t ria da pedagogia e projetar a cidade como espa o distinto daquele que se apresenta ao senso comum distinto da percep o gene ralizada de que a cidade um lugar cada vez mais inseguro de medo de perigos um lugar no qual a nica alternativa isolar se no mbito dom stico como que responden do a tirania imagin ria de um modo de ver e viver o mundo Na cidade cabem muitas cidades com as fei es que somos capazes de lhe atribuir Jovens e trilhas educadoras na cidade Duas pesquisas recentemente realizadas podem trazer elementos para pensar acerca das trilhas urbanas de jovens que vivem em regi es perif ricas uma buscou ouvir jovens da cidade de Porto Alegre sobre sua inser o na cidade e outra trouxe elementos acerca do papel do poder p blico municipal junto 5 MORIN Edgar Introdu o ao pensamento complexo Lisboa Instituto Piaget 1991 Refer ncia a partir de TRILLA BERNET Jaume Ciuda des Educadoras bases conceptuales Cidades Educado ras Curitiba Ed da UFPr 1997 7 Vale a pena a leitura da obra de Francesco Tonucci La cit dei bambini Laterza Roma Bari 1996 8 BRUNEL Carmen A casa a escola e a rua espa os de m ltiplas pr ticas no cotidiano de meninos e meni nas que freg entam tr s escolas p blicas da periferia da cidade de Porto Alegre Tese de Doutoramento PPGE
75. as pessoas a perceberem que a diversidade pode ser divertida 33 Por exemplo o Grupo Interleasing foi um dos prin cipais patrocinadores corporativos para o Sabantuy de S o Petersburgo de 2007 www ileasing ru 34 Entrevista com Boris Aleksandrovich Koptin 25 de Abril de 2007 O in cio do programa de toler ncia na cida de pode parecer surpreendente relacionada com a imagem generalizada do desenvol vimento pol tico russo contempor neo que acentua um afastamento das institui es da sociedade civil uma tend ncia em direc o ret rica nacionalista e uma crescen te separa o entre o Estado e sociedade A experi ncia de S o Petersburgo sugere que esse entendimento convencional da pol tica contempor nea russa limitado Mais signi ficativamente o programa de toler ncia de S o Petersburgo indica que as autoridades da cidade n o t m de ser inibidas nos seus esfor os para enfrentar os desafios da hete rogeneidade pelas limita es de um maior ambiente pol tico nacional O impacto do programa de toler ncia de S o Petersburgo est longe de ser certo Ataques de gangues eticamente e racica mente inspirados continuam com uma fre qu ncia assustadora nas ruas da cidade no sistema de transportes p blicos e nos parques e outros espa os p blicos A res posta da Pol cia a tais incidentes continua a ser decepcionante enquanto o sistema judicial se esfor a para dar seguimento aos julgamentos Os or
76. circula o de empregados e m es especial mente com beb s Cuidar da educa o parte da hist ria e da tradi o de S o Paulo Desde os primeiros anos da funda o da cidade misturou se o colonizador portugu s com o ndio o que deu origem a um tipo original de sociedade que fez com que S o Paulo fosse conside rada a mais brasileira das cidades criando um novo padr o integrado pelo portugu s o negro e o ndio A interculturalidade um aspecto constitu tivo da natureza desta cidade Para termos uma ideia da antiguidade desta caracter s tica dados do censo efectuado em 1893 mostram que dos 130 775 habitantes da cidade apenas 59 307 eram brasileiros os restantes 71 468 eram estrangeiros italianos 35 portugueses 11 espanh is 4 e alem es 2 Desde sempre em S o Paulo que convivem diversas ra as culturas idiomas valores cren as Brasileiros de todos os Estados en contram l a sua segunda terra natal Imi grantes de todos os continentes constituem Toledo Roberto Pompeu de A capital da solid o uma hist ria de S o Paulo das origens a 1900 Objetiva Rio de Janeiro 2003 2 Idem 320 m Cidades educadoras 20 anos l as suas familias em perfeita paz sem o menor vest gio de rixas ancestrais que tu multuavam a vida nas suas regi es de ori gem Como presidente da c mara e dentro do esp rito do direito cidade frui o est tica e aos novos
77. com niveis culturais baixos e que chegavam a reforma quando chegavam em condi es de sa de e de vida em muitos casos prec rias necess ria uma linguagem adequada para nos referirmos a esta nova realidade social que come ou a emergir no in cio deste novo s culo Os japoneses que ter o milh es de centen rios nos meados deste s culo falam de Silver Century Os anglo sax nicos referem se a esta realidade como elderly society Enquanto n o tivermos palavras novas n o podemos descrever esta realida de de forma adequada falta de um termo mais adequado utilizarei neste ensaio o termo idosos para me referir popula o com mais de 65 anos por ser uma palavra mais neutra e descritiva do que velhos ou anci os 2 O aumento da esperan a m dia de vida como motor da nova realidade social dos idosos Em Mar o de 2004 o conhecido e influen te seman rio econ mico The Economist publicava uma reportagem especial sobre o fen meno do novo envelhecimento que come ava com a seguinte afirma o algo sem precedentes e irrevers vel est a acon tecer na humanidade Este ano ou no pr xi mo o n mero de pessoas com 60 anos ou mais superar a percentagem de popula o com menos de 5 anos No futuro impro v vel que os menores sejam mais do que os cabelos grisalhos As pessoas com mais de 60 anos que ao longo da hist ria que co nhecemos raramente significavam mais d
78. constitui como um espa o demogr fico Em particular se concebermos os arquivos n o apenas como formas institucionais mas tamb m como processos esta rela o anal gica entre as cidades e os arquivos come a a adquirir uma forma que corresponde s con di es espec ficas das cidades contempo r neas A ideia das metr poles como meio de comunica o ligada aos fluxos perp tuos e ef meros de informa es e est mulos ex plorados acima uma poderosa lembran a de que n s necessitamos de uma compre ens o processual do arquivo a fim de com preender a natureza destes fluxos Como um princ pio de ordem o arquivo fornece uma base sobre a qual a hist ria mem ria e recorda o ocorrem Tais mem rias estru turam rela es entre estranhos produzindo uma sensa o de localidade urbana e lugar Da a rela o entre cidades e arquivos e o conceito de cidade como arquivo ter uma resson ncia significativa especialmente no contexto da globaliza o da transforma o profunda e do per odo socioecon mico que o mundo enfrenta hoje Em suma sugiro que a forma urbana contempor nea pode forne cer um mecanismo te rico para explorar a constitui o de arquivos e vice versa As cidades para al m dos mapas Mapas e cartografia historicamente t m dado importantes ferramentas funcionais na navega o da rela o entre a realidade e as suas abstrac es Especificamente salien to os aspectos funcion
79. costumes sobre o uso de espa os p blicos formas e tempos de se divertir ou praticar a sua religi o que discordam com aquilo que duma forma ou doutra conside rado o correcto o mainstream assenta do ano atr s ano nas nossas sociedades Desta forma volta a ter sentido questionar se qual educa o para qual concep o de sociedade Como podemos relacionar edu ca o e cidadania Como governamos as pol ticas educativas Tradicionalmente considerava se que os tr s grandes mbitos de socializa o eram a fam lia a escola e o trabalho Neste momento os impactos da nova situa o s o muito vis veis nas esferas produtiva social e familiar e n o nos deve ria surpreender que isto afecte em maior ou menor medida a educa o no seu conjunto e os padr es de conviv ncia e interac o social Sabemos que na rea de produ o os gran des impactos da r pida mudan a tecnol gica modificaram por completo as coordenadas do industrialismo Termos como flexibili za o adaptabilidade ou mobilidade t m substitu do a especializa o estabilidade ou continuidade O trabalho deixou de ser algo ligado traject ria de vida de cada qual e tamb m n o funciona como indicador dos v nculos ou das rela es sociais o que ori gina m ltiplos impactos numa grande varie dade de direc es claro que se abriram novas possibilidades o destino das pessoas est menos escrito e definido do que antiga
80. culo XXI tornou se essencial para o bem estar da cidade dadas as precipi tadas projec es contr rias de queda da po pula o total e da for a da migra o laboral A emigra o recente para o Canad mudou em tr s dimens es que reformularam a ex peri ncia urbana da Montreal Em primeiro lugar os fluxos migrat rios transnacionais passaram de Montreal para Toronto e para o oeste do Canad medida que as incertezas econ micas geradas pelos debates sobre a soberania do Qu bec desvalorizaram a re gi o de Montreal como uma rea de recep 35 O objectivo de tornar a diversidade normal para as crian as das escolas da cidade vista como um objec tivo essencial para o programa 3 Para uma discuss o mais aprofundada dessas tend n cias em Montreal ver Blair A Ruble Criating Diversity Capital Transnationa Migrants in Montreal Washing ton and Kyiv pp 34 44 27 Um ponto referido em v rios estudos como relata do em Radio Canada L imigracion uma apport de l essentiel Montrealaise Economie 30 de dezembro de 2003 38 Peter S Li Desconstruindo o discurso do Canad sobre a Integra o dos Imigrantes Journal of Interna tional Migration and Integra o Revue de l int gration et internationale de migra o la vol 4 n 3 2003 315 333 o de imigrantes do exterior Em segundo lugar os migrantes para Montreal como em todo o Canad t m cada vez mais chegado das Cara
81. da cidade de Nova lorque agrada nos imaginar que aquele local absoluto n o tenha as caracte r sticas do bairrismo do particularismo mas sim v para al m dos limites da pr pria cida de e possa voltar a criar se a onde existen tes nicos possam recriar as condi es de comunidade e rela o a partir da percep o de uma vulnerabilidade compartilhada O local exactamente pelo cont gio que per tence essencialmente ao simb lico tem o poder de se multiplicar Um cem mil locais absolutos poderia ser um pouco ironica mente mas n o nostalgicamente o slogan Liberta tamb m da l gica do territ rio que a disfar ava sob o conceito do indiv duo a ontologia da unicidade tem uma extens o global A pol tica do local pode abrir se em todo o lado imprevis vel e intermitente in control vel e surpreendente Agrada nos finalmente imaginar se bem que at para o nosso olhar feminino se torne dif cil vislum brar que noutros lugares noutros espa os dilacerados pela viol ncia pelo luto e pela perda existentes nicos procurem a partir do sofrimento e da dor voltar a fundar a sua vulnerabil ssima cidade ideal Caravero locale assoluto cit p 72 Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas Anton Costas Anton Costas Comesana economista e engenheiro t cnico in dustrial Professor catedr tico de Pol tica Econ mica director do Centro de Investiga o em Pol ticas P
82. da p tria e uma de sumaniza o do inimigo como sucedeu na Am rica depois do 9 11 mas um repensar da condi o humana a partir de uma causa que deve ser transformada em recurso po l tico A dor como recurso pol tico o que as fotografias e os rostos dos desaparecidos no Ground Zero representam a tomada de consci ncia do que foi atingido nesse dia e desde esse dia infinitamente at hoje a possibilidade de uma interac o de exist n cias singulares tomadas na sua radical uni cidade n o como amigos ou inimigos nem como rabes ou homossexuais mas como existentes nicos com nome e apelido O holocausto multi tnico que se consumou em 9 11 em Nova lorque as reac es que se lhe seguiram s o um exemplo embrion rio de uma experi ncia pol tica que encon tra na dor e na vulnerabilidade um momento de comunh o Mas s as palavras femininas souberam nomear de um novo modo este evento conferindo lhe a sua justa e inova dora qualidade N o de resto por acaso que a perspectiva situada no feminino seja mais apta a colher e acolher a vulnerabilidade As mulheres s o sempre os sujeitos privilegiados de uma vulnerabilidade que toma muitas formas da viol ncia dom stica explora o laboral da comercializa o do seu corpo submis s o lei das suas capacidades procriativas As mulheres por m est o mais familiariza das com a vulnerabilidade tamb m do lado oposto a presta o de cui
83. de monstra Bourdieu nos anos 60 a prop sito de desenvolvimento das ofertas culturais Enfatiza que a multiplica o das propostas n o leva mais gente a comprar mais luga res de teatro ou a ir mais vezes ao museu Na realidade s o as mesmas pessoas que compram mais lugares Quando as ofertas de bens culturais aumentam as desigualda des tamb m A compara o pode ser feita com a forma o Hoje em todos os paises o consumo de forma o cont nua propor cional ao n vel de forma o inicial Quanto mais se beneficiou da forma o inicial mais se consegue aceder forma o cont nua E inversamente quanto menos as pessoas t m forma o inicial menos beneficiam da for 254 m Educa o o presente o futuro ma o continua O nosso maior problema inverter a tend ncia e garantir pelo menos que uma fraca forma o inicial n o seja um impedimento para poder aproveitar as possi bilidades da forma o cont nua O drama e a raz o para o rancor que alguns podem ter em rela o s nossas propostas de forma o cont nua inserem se neste paradoxo uma segunda hip tese que s podem aproveitar os que beneficiaram de uma primeira opor tunidade da escola e que sabemos estar longe da democracia Em vez de colmatar as diferen as os nossos pol ticos de forma o cont nua tendem a alargar o fosso J M P Da o papel fundamental das cidades educa doras acumular ac es que permitam com
84. de comunica o fundamental para sua teoria do desenvolvimento do tipo de personalida de metropolitana A pr pria forma metropolitana correspon de economia monet ria e assim se torna num tipo muito particular de meio envol vente dentro do qual as rela es sociais s o transaccionadas Uma pessoa escreve Simmel n o termina com os limites do seu corpo f sico ou com a rea para a qual a sua actividade f sica est imediatamente confi nada mas abarca sim a totalidade dos efei tos significativos que emanam dela tempo ralmente e espacialmente Da mesma forma a cidade s existe na totalidade dos efeitos que transcendem a sua esfera imediata Esses efeitos relacionados com a avan ada divis o econ mica do trabalho podem ser pensados como uma forma de arquivo atra v s dos quais a metr pole moderna e seus moradores s o constitu dos Os est mulos internos e externos que s o lan ados pela metr pole n o tem significado predestinado como tal mas em vez disso trabalham para produzir rela es entre os residentes por mais tempor rias e t nues que possam ser Estes tamb m afectam profundamente a per sonalidade urbana Mais fundamentalmente p em em causa o papel da mem ria no con texto da identidade urbana O que Simmel compreende acerca do primeiro plano da metr pole a ideia de que a cidade uma forma de meio de comunica o o que satu ra a vida dos seus moradores Este espa o de
85. de ac es que permitem as comunidades locais expressar as suas necessidades e participar em processos de decis o O Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunica o IPDC fornece amplo apoio aos meios de comuni ca o e aos projectos de desenvolvimento de comunica o em reas urbanas Tornar a cidade num espa o para o di logo intercultural e um espa o de heran a cultural vivo e habit vel Ao longo da hist ria as cidades t m sido o ber o da civiliza o e as principais for as para o di logo intercultural Iniciativas como Cidades Criativas Cidades para a base de dados da Paz ou Cultura nos Bair ros ilustram os esfor os da UNESCO para a promo o de pol ticas pluralistas apoiando a diversidade das identidades culturais e ex press es ao n vel local O Programa Cidades Patrim nio Mundial foi criado no mbito da Conven o do Patrim nio Mundial da UNESCO juntamente com as redes de cidades como a Organiza o das Cidades Patrim nio Mundial que visa 334 m Ep logo intensificar a troca de experi ncias a nivel internacional O Memorando de Viena sobre o Patrimonio Mundial e Arquitectura Con tempor nea e da Declaragao para a Conser va o do Patrim nio das Paisagens Urbanas Hist ricas ambas elaboradas recentemen te servem como instrumentos orientadores para a gest o integrada e planeamento de reas urbanas hist ricas Papel da AICE em ac es da UNESCO
86. de justi a social de civismo democr ti co da qualidade de vida e da promo o dos seus habitantes a Os munic pios dever o exercer com efic cia as compet ncias que lhes cabem em mat ria de educa o Qualquer que seja o alcance destas compet ncias elas dever o prever uma pol tica educativa ampla com car c ter transversal e inovador compreendendo todas as modalidades de educa o formal n o formal e informal assim como as dife rentes manifesta es culturais fontes de in Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 289 forma o e vias de descoberta da realidade que se produzam na cidade O papel da administra o municipal o de definir as pol ticas locais que se revelar o poss veis e o de avaliar a sua efic cia assim como de obter as normas legislativas opor tunas de outras administra es centrais ou regionais e Com o fim de levar a cabo uma actua o adequada os respons veis pela pol tica municipal duma cidade dever o possuir uma informa o precisa sobre a situa o e as necessidades dos seus habitantes Com este objectivo dever o realizar estudos que manter o actualizados e tornar o p blicos e prever canais abertos meios de comuni ca o permanentes com os indiv duos e os grupos que permitir o a formula o de pro jectos concretos e de pol tica geral Da mesma maneira o munic pio face a pro cessos de tomada de decis es em cada um dos seus dom nios
87. de responsabilidade de ver ter em conta o seu impacto educador e formativo 2 O Compromisso da Cidade ET A cidade deve saber encontrar preservar e apresentar sua identidade pessoal e com plexa Esta a tornar nica e ser a base dum di logo fecundo com ela mesma e com outras cidades A valoriza o dos seus costumes e suas origens deve ser compati vel com os modos de vida internacionais Poder assim oferecer uma imagem atra ente sem desvirtuar o seu enquadramento natural e social partida dever promover o conheci mento a aprendizagem e a utiliza o das l nguas presentes na cidade enquanto ele mento integrador e factor de coes o entre as pessoas 8 A transforma o e o crescimento duma cida de devem ser presididos por uma harmonia entre as novas necessidades e a perpetua o de constru es e s mbolos que constituam refer ncias claras ao seu passado e sua exist ncia O planeamento urbano dever ter em conta as fortes repercuss es do am biente urbano no desenvolvimento de todos os indiv duos na integra o das suas aspira es pessoais e sociais e dever agir contra toda a segrega o das gera es e pessoas de diferentes culturas que t m muito a apren der umas com as outras O ordenamento do espa o f sico urbano dever estar atento s necessidades de aces sibilidade encontro rela o jogo e lazer e duma maior aproxima o natureza A cidade educadora dev
88. dispostos a levantar a voz contra o sistema sobretudo se para al m disso como no caso espanhol t m a responsabilidade de pagamentos hi potec rios de longo prazo O Maio franc s de 68 foi evidentemente um toque de alerta perante esta situa o compreendido s por determinadas minorias Para o resto a porta do pensamento nico ficava completamente aberta Os resultados n o se fizeram esperar demasiadas d cadas e na actualidade podemos constatar duas coisas Primeiro que o actual n vel de consumo imposs vel fazer chegar totalidade da popula o mundial Como muito bem se disse na Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustent vel que teve lugar em Joanesburgo no ano 2002 se a Humanidade inteira quisesse ter acesso aos mesmos recursos naturais gua minerais fontes de energia madeira etc de que dispomos n s os habitantes do mundo industrializado e que representa uma quinta parte do total necessitar amos de tr s planetas Em Competitividade e coopera o Justi a e paz m 93 consequ ncia se partimos da ideia de justi a que figura no t tulo deste cap tulo devemos admitir que a nica via para aplic la no mbito material pondo em pr tica a teoria do decrescimento N o estamos eticamente autorizados a crescer mais naturalmente sim a desenvolver nos a maior parte da popula o da Terra dever abster se de faz lo Vai sendo tempo para que as autoridades econ micas dos pa
89. divertimento Os peri gos desconhecidos da vida da cidade eram controlados por guardas de seguran a pri vada contratados por agentes imobili rios que eram os propriet rios e gestores do es pa o bem como pela legisla o local que pro bia a presen a dos sem abrigo mendi gos e de outros elementos perturbadores Como resultado os cr ticos queixavam se que esses projectos urban sticos imporiam no centro urbano uma ordem social sem regras semelhante Disneyl ndia privan do os moradores e visitantes de encontros espont neos com estrangeiros que fazem com que a cidade perca a sua aut ntica experi ncia de Distin o Os mercados em centros hist ricos encenavam a autentici dade como uma experi ncia de consumo muito parecida com a do famoso comple xo de entretenimento salsicha cachorro quente ou grande atrac o da Disneyl n dia no centro segundo a famosa frase de Walt Disney Mas esse tipo de encena o convenceu os investidores imobili rios e clientes para correrem o risco de investir na vida da cidade O sucesso comercial do Fa neuil Hall em Boston do Porto Interno de Baltimore e de Plaza Horton em San Diego logo incentivaram imita es em muitas ci dades dos EUA e geraram ainda mais es pa os ambiciosos com aqu rios cinemas Cultura urbana em busca da autenticidade m 99 IMAX centros de conven es e lojas entre Barcelona e Singapura Times Square A reconstru o de Times
90. do nosso controlo Os construtores da cidade os empreiteiros financiadores e os interesses da constru o muitas vezes auxiliados e incitados pelos go vernos centrais e municipais t m sido im pelidos pela sede de lucro pela necessidade de acumular e absorver excedentes de ca pital cada vez maiores apoiados pelas leis coercitivas da concorr ncia capitalista A preocupa o com o bem estar humano tem sido ocasional com os imigrantes a concen trarem se nas cidades transformando de for ma radical o cen rio urbano s o movidos mais pelo desespero do que pela reflex o consciente sobre a tese de Park O direito de mudar a cidade n o um direito abstracto mas pelo contr rio um direito inerente pr tica quotidiana A dial ctica da urbani za o e da transforma o social funcionam constantemente em nosso redor e n s tanto sofremos como contribu mos para os seus efeitos bons maus e indiferentes medi da que vivemos constru mos trabalhamos fazemos compras interagimos e circulamos por diferentes ambientes urbanos Mas como nos podemos tornar mais conscientes da na tureza da nossa tarefa Como podemos ima ginar os nossos comportamentos e adaptar o 46 m Os novos desafios da vida urbana mundo urbano de forma a moldar a cidade mais de acordo com os nossos desejos Pode um regresso a tradic o ut pica fornecer nos alguma pista As utopias urbanas t amp m sido afinal ao longo da historia express
91. dokok 2 pdf 300 m Cidades educadoras 20 anos Condic es no Bairro Magdolna Um grande numero de familias desfavore cidas na sua maior parte familias da co munidade Romany vivem no Bairro Mag dolna A taxa de desemprego o maior de todas em Budapeste e tamb m do distrito e a propor o da popula o activa a mais baixa da cidade As estat sticas da educa o tamb m falam por si a propor o de pes soas sem instru o prim ria elevada e o n mero de pessoas com estudos universit rios baixo Esta uma das reas mais fracas em J zsefv ros no que respeita ao potencial econ mico e posi o na escala de emprego A taxa de crime elevada apesar da segu ran a p blica ter melhorado Outro proble ma s rio o uso e com rcio de drogas bem como a longa hist ria da prostitui o no bairro que praticamente desapareceu nas reas p blicas O modelo do programa de renova o O objectivo geral do programa a introdu o de um plano de renova o urbana na Hungria onde todos os elementos do pro grama s o constru dos sobre o envolvimen to activo das pessoas que vivem no bairro Deve actuar como um catalisador para os programas p blicos e assim desenvolver uma pe a nica em forma e atraente da ci dade criando novos pontos de p blico e cultural e de renova o das reas existen tes O objectivo social melhorar o padr o de vida global proporcionando condi
92. e tamb m reveladora de um compromisso po l tico p blico e activo que diz respeito n o s as fam lias e s escolas mas aos munici pios s associa es s ind strias culturais as empresas e a outras institui es e colec tividades A t tulo de reflex o pessoal e visto em pers pectiva creio que o facto de centrar inicial mente o conte do do Congresso Interna cional de Cidades Educadoras na inf ncia e na juventude e porque a redac o da Carta pusera claramente a t nica nestas fai xas et rias limitou de maneira importante a compreens o do alcance do conceito e por consequ ncia a sua tradu o na pr tica apesar da edi o de um livro sobre o assunto no qual se abordava o conceito a partir de diferentes perspectivas e dos con 1 Edgar Faur et al Apprendre tre UNESCO 1972 Aprender a Ser Alianza Editorial UNESCO 1973 p 239 e seguintes 2 Adoptado por ocasi o do Congresso Internacional de Cidades Educadoras Barcelona 1990 3 Carta das Cidades Educadoras elaborada e adoptada no dito Congresso AA V rios La Ciudad Educadora Ajuntament de BCN 1990 te dos das confer ncias ditadas no pr prio Congresso Creio que com o passar do tempo e ap s muito trabalho a incorpora o a concre tiza o e o desenvolvimento desta ideia se vai fazendo cada vez mais de acordo com o seu objectivo e que a interpreta o diversa nas diferentes cidades constitui para to
93. e os aconteci mentos que v m relatados nos jornais De outra maneira n o passaria de uma am l gama de imagens A maior parte das com para es que s o feitas recaem sobre cenas de viol ncia e sexualidade Enrico recorria com frequ ncia a pequenas par bolas para falar em casa da import ncia dos princ pios Eram ensinamentos que retirava do seu tra balho como porteiro como por exemplo Podemos fingir que n o vemos uma n doa mas ela est l Quando eu o conheci Rico era apenas um adolescente e demonstrava ter alguma vergonha desses excertos de sa bedoria dom stica Por isso perguntei lhe se ele tamb m gostava de utilizar este tipo de par bolas ou regras ticas com base na sua experi ncia profissional Inicialmente evitou responder directamente pergunta dizendo apenas que esses temas n o s o muito fala dos na televis o mas depois disse Bom n o na verdade eu n o falo assim com os meus filhos Uma conduta que conduza ao sucesso ou simplesmente sobreviv ncia no mundo do trabalho n o serve de modelo s rela es entre pais e filhos O problema deste jovem casal exactamente o inverso como evitar que as rela es familiares sucumbam ao comportamento t pico do curto prazo ao formato das reuni es de trabalho e aci ma de tudo muito d bil lealdade e pouco comprometimento que hoje caracterizam os ambientes de trabalho Em vez dos valores inst veis da nova econ
94. e transmitir o saber todas as sociedades em todas as pocas fo ram sociedades de conhecimento ou seja que todo o grupo humano foi disposto de um conjunto de saberes apropriado ao seu contexto e os seus desafios hist ricos O questionamento consequente das pretens es de superioridade europeia e ocidental con duziu ao relativismo cultural Assim quis se resolver as desigualdades reduzindo as a di feren as sempre leg timas entre culturas Enquanto as na es e muitas etnias conse guiam gerir com autonomia dentro dos seus territ rios a maior parte dos seus processos econ micos sociais e culturais a solu o de valorizar a independ ncia de cada cultu ra com os seus saberes pr prios mantinha uma certa consist ncia Ao globalizarem se os interc mbios econ micos as migra es os meios de informa o e entretenimento as condi es ecol gicas e de desenvolvimento socio cultural necess ria uma concep o que reconhe a as diferen as juntamente com as desigualdades As dist ncias entre sociedades desenvolvidas com formas dis tintas de conhecimento organizam se n o s como consegu ncia de diversas vias de elabora o cultural como tamb m em rela es assim tricas e d spares J n o satisfat ria a substitui o evolucio nista dos saberes tradicionais pelas ci ncias nem o reconhecimento separado da simples legitimidade de todas as formas de conhe cimento O problema identificar
95. es em especial no movimento da Web 2 0 no desenvolvimento de redes sociais e na defini o de modelos de presen a na rede Conferencista reconhecido nesta rea tem desenvolvido trabalho de consultadoria estrat gica para empresas e institui es nacionais e internacionais como a Organiza o Mundial de Sa de Telef nica La Caixa Generalitat de Catalunya e a Uni o Europeia Roca ocupou diversos cargos de responsabilidade nos Servi os In form ticos da Universidade Aut noma de Barcelona e dirigiu as reas de internet e rede social na Universidade Aberta da Catalu nha Desde 2006 que director geral da Infonomia um think tank de inova o com mais de 16 000 membros em todo o mundo Fez parte de diversos conselhos de administra o e foi professor con vidado em v rias universidades e escolas de neg cios Genis Roca arque logo licenciado em Hist ria pela Universida de Aut noma de Barcelona e mestre MBA pela ESADE Mant m o seu pr pio blog em www genisroca com Os novos desafios da vida urbana a redefini o do conceito de comunidade na era da Internet O significado de saber mudou em vez de ser capaz de lembrar e repetir informag es a pessoa deve ser capaz de encontr las e us las Herbert Simon 1916 2001 Premio Nobel da Economia O que est a acontecer De facto h alguma coisa a acontecer que est relacionada com a evolu o da demo grafia a tecnologia a informa o a
96. es de vida adequadas de tr s formas envolver os moradores locais no programa refor ar a unidade da comunidade local e manter di versidade social O objectivo econ mico melhorar a gera o de rendimentos e auto sufici ncia na rea de desenvolvimento do mercado de tra balho local e assim reduzir o desemprego de longa dura o O objectivo ambiental expandir as reas p blicas e verdes em tamanho e em quali dade Isto ser alcan ado atrav s da cria o de um ambiente de vida sustent vel atrav s da melhoria cont nua dos edif cios Este ser implementado em pequenos passos salvan do edif cios de valor arquitect nico e cons tru o de novas habita es Os nossos programas incluem 1 renova o de edif cios com a participa o do inquilino 2 renova o do espa o p blico com Gre enkeys 3 Centro Comunit rio 4 Programa Educar 5 A preven o da criminalidade 6 Emprego Programa de Empreendedores 7 Programa de Desenvolvimento Comunit rio 8 Programa Viver o P tio O Centro Comunit rio e o Programa educar Um complexo ser criado na antiga f brica de luvas abandonada proporcionando um espa o alternativo para programas culturais e de forma o e um espa o p blico cultural para os moradores do bairro Uma caracte r stica importante do edif cio a sua abertu ra e multifuncionalidade Um objectivo importante do Centro Comu nit rio al m de se focar no dese
97. espa os que criam possi bilidades de novas sociabilidades travamos neste momento uma batalha para resgatar a paisagem urbana O projecto Cidade Lim pa tenta recuperar a identidade arquitect nica a harmonia e a hist ria dos edif cios e monumentos que integram o patrim nio da cidade O projecto consiste em regula mentar a coloca o de outdoors e de pla cas de identifica o e de propaganda cujo descontrolo e abuso ocultaram a cidade real aos seus habitantes e criaram um ambiente ca tico que era imperativo extirpar O projecto Cidade Limpa est em execu o com o amplo apoio da popula o e est a ter um impacto surpreendente Como se fosse um trabalho arqueol gico esta inicia tiva est a revelar uma cidade nunca antes vista por cerca de tr s gera es Muitos jo vens manifestaram se surpreendidos por fi nalmente descobrirem nas ruas e avenidas por onde caminham a cidade mencionada nos document rios e mostrada nas fotogra fias dos av s e bisav s Al m do mais no mbito da influ ncia do ambiente na qualidade de vida finalmen te vamos controlar a emiss o de poluen tes atrav s da regulamenta o de todos os ve culos a motor Em fun o da topografia da cidade que todos os invernos se depara com enormes dificuldades para dispersar as subst ncias que poluem o ar J n o podia mos adiar essa medida de controlo ambien tal Esta uma ac o educativa que formar cidad os mais c
98. excesso de velocidade ladr es assaltantes assaltantes armados terroristas fumadores etc parece ser uma alternativa atraente Para tornar esta nova legitima o da autoridade do Estado eficaz os governos s o tentados no entanto em exagerar o volume e a intensidade das amea as seguran a est o tamb m com uma necessidade desesperada de demons trar em p blico a resolu o e a efic cia na luta em resposta contra a amea a arrancan do o mal pela raiz No esfor o de satisfazer tanto as necessidades atrav s da manuten o do clima de constante emerg ncia in certeza e ansiedade a mentira pol tica reve la se um expediente ideal um estratagema suscept vel de ser inventado n o estivesse j firmemente enraizado na pr tica pol tica O segredo de Estado a mentira pol tica e a promo o da seguran a pessoal para a clas sifica o de prioridades superiores p blicas t m um impacto debilitante na gora Elas derivam da articula o e promo o de al ternativas de quest es p blicas antecipan do assim a possibilidade de apresenta o da sua gravidade e urg ncia para a aprecia o p blica e forma o de uma opini o p bli ca informada e equilibrada A longo prazo prejudica as habilidades do p blico em dois sentidos interesses privados versus quest es p blicas em tradu o que o sangue da vida da gora e atrav s dele da democra cia vi vel a condi o indispens vel de uma comunic
99. f sico Aqui convido alguns autores a criar realidade atrav s da literatura como forma de resist n cia ao xtase exaspera o e decomposi o da informa o e como resposta ao eufemis mo na linguagem politica O paradigma televisivo o que domina a cena pol tica certo que fracassaram as pro fecias que anunciavam a morte dos meios de comunica o antigos sempre que aparecia um novo Nem a r dio acabou com a im prensa escrita nem o cinema com a r dio nem a televis o com a r dio ou o cinema nem de momento pelo menos o telem vel e a internet com a televis o com a r dio o cinema e a imprensa Mas hoje em dia quem manda o paradigma televisivo f cil ver como os outros meios at toda a im prensa tentam adaptar se s suas leis Basta ver a evolu o das maquetas e o tipo de le tras dos jornais nos ltimos anos atrav s da televis o que o efeito resson ncia assim chamado pelos estrategas da comunica o se torna eficaz O importante o zum zum que uma informa o deixa o ru do que che ga aqueles que nunca l em um jornal 3 Perante este panorama sucintamente des crito qual a contribui o dos meios de comunica o de massas imprensa r dio e televis o Internet outro mundo parte para a educa o das pessoas logo para a constru o da cidadania Zygmunt Bauman afirma que a cidade um lugar onde os estranhos co existem sem deixarem de ser est
100. flex veis Em vez das organiza es em pir mide a administra o prefere agora pensar nas organiza es como redes Os compromissos em rede s o mais leves nas suas bases do que as hierar quias piramidais afirma o soci logo Walter Powell s o mais facilmente decompostas ou redefin veis do que os activos fixos das hierarquias Isso significa que as promo es e as demiss es tendem a n o ser basea das em regras fixas e claras e as tarefas s o pouco r gidas A rede est constantemente a redefinir a sua estrutura Um executivo da IBM disse uma vez a Po well que uma empresa flex vel deve tornar se num arquip lago de actividades relacio nadas umas com as outras Arquip lago uma boa imagem da comunica o em rede uma vez que a comunica o se faz como nas viagens entre ilhas s que velocidade da luz gra as s modernas tecnologias O computador tem sido a chave para a substi tui o das comunica es lentas e condicio nadas que ocorriam nas cadeias tradicionais de comando O sector de mais r pido cres cimento no mercado de trabalho a infor m tica e os servi os de processamento de dados a rea em que trabalham Jeannette e Rico o computador hoje utilizado em praticamente todos os trabalhos de muitas formas por pessoas de todas as categorias ver quadros 1 e 7 do ap ndice para um en quadramento estat stico Por todas estas raz es a experi ncia de En rico da na
101. fruto da Cons titui o Espanhola de 1978 frente desta responsabilidade encontrava se a gera o de Narc s Serra e a minha de Xavier Rupert de Vent s Josep A Garcia Dur n Josep Maia Vergara etc nascida no p s guerra civil fi lhos da gera o marcada pela Rep blica e pela guerra Porque muitos de n s t nhamos vivido em casa dos nossos pais sent amos a necessidade de voltar a abra ar a tradi o democr tica que a ditadura de Franco havia interrompido de forma sangrenta e tentara a todo o custo eliminar Era a gera o dos anos trinta a gera o da Rep blica aque la que em anos convulsivos num pa s divi dido tinha confiado nos valores supremos da educa o e da cultura para resolver os problemas do atraso secular e de dif cil conviv ncia que abalava a Espanha dessa altura Era a gera o da Institui o do Ensino Livre do Instituto Escola que com perso nalidades como a pedagoga Marta Mata ve readora do pelouro da Educa o da cidade de Barcelona 1987 1995 corporizava uma declara o de princ pios Havia que recuperar os valores daquela gera o e fazer deles o mote para a nossa actua o A nossa miss o era criar um am biente urbano de educa o que respeitan do o passado projectasse a cidade no futu ro um ambiente que sarasse feridas que o planeamento urban stico n o democr tico da cidade havia infligido no tecido urbano e social um ambiente urbano que envol ve
102. gera es 4 Promover e realizar se necess rio a ofer ta de forma o espec fica aos pais para a educa o dos seus filhos Oferecer aos jo vens que ainda n o entraram na vida adul ta novas perspectivas novos horizontes do mundo em mudan a que nem a fam lia nem a escola podem dar e os jovens n o se formam sozinhos No primeiro dia Jarl Bengtson da OCDE descrevia o seu estudo intitulado Lifelong Learning em diversas cidades explicando o seu funcionamento nos adultos o tri ngulo escola trabalho ambiente cidad o e a forma como esse ambiente cria o apetite ou seja a vontade de participar na pr pria forma o para fechar o tri ngulo 5 Estimular a reuni o humana o associati vismo de que j fal mos promovendo o nos sectores e nas reas onde seja mais escasso embora seja sempre necess rio para que to das as formas de vida todos os temas vitais e todos os cidad os fa am parte do concer to da cidade participem nele S o esses os aspectos que a cidade educa dora deve promover facilitar estimular entre os cidad os adultos capazes de participar em plano de igualdade e deve igualmen te ajudar a formar as crian as for ando no sentido literal da palavra dando for a alimentando a capacidade de participa o humana 6 Para que as correntes de participa o de di logo se estabele am e sejam constantes a cidade educadora deve procurar a forma o dos seus cidad os em cada li
103. haveria o risco de perda de competitividade Quando todavia existem amplos sectores de popula o que se integram na Socieda de da Informa o e Conhecimento surge um sector incipiente que j fez a sua tran si o para Sociedade em Rede Enquanto os primeiros d o valor informa o a in forma o poder os segundos d o valor ao facto de fazerem parte de uma rede a informa o s til se a quiseres partilhar o que pressup e mudan as relevantes no que diz respeito a valores Por uma quest o de diferen as de idade os dois grupos cho caram pela primeira vez nas salas de aula mas cada vez se encontram mais espa os de rela o e conviv ncia o trabalho a po l tica o associativismo o com rcio e pro gressivamente se confirma a transforma o de conceitos como a autoridade a proprie dade intelectual a perten a a reputa o ou a identidade todos eles relevantes em qual quer processo educativo N o estamos a fa lar de acesso s novas tecnologias estamos a falar de compreens o em rela o s mu dan as sociais 14 BBC News 30 08 2007 Let staff use network sites TUC http news bbc co uk 1 hi uk 6969791 stm A voz dos governos locais na governag o mundial Elisabeth Gateau Elisabeth Gateau a primeira secret ria geral das Cidades e Go vernos Locais Unidos CGLU Foi secret ria geral do Conselho dos Municipios e Regi es Europeias CMRE CCRE Conseil des C
104. in cio dos anos 70 o gradual crescimento destes espa os p blicos conhecidos como bairro dos artistas ou lugar dos burgue ses deu novas ideias aos governantes e in vestidores privados usar 0 capital cultural para levar a cabo uma reabilita o urbana de maior envergadura Esta estrat gia pro metia renovar os centros das cidades sem o trauma de derrubar edif cios hist ricos e sem deslocar um grande n mero de antigos 98 m Os novos desafios da vida urbana residentes mas foi alterada de acordo com os gostos culturais de um grupo social com um alto grau de educa o e conhecimentos Na Am rica do Norte e na Europa Ociden tal a prefer ncia desse grupo de homens e mulheres pelos bairros antigos com edificios hist ricos e lugares com significado est tico muito rico deram uma nova defini o de autenticidade Tamb m os colocou no meio de moradores da cidade mais velhos mais pobres e menos adapt veis cujo direito ci dade dependia da fam lia dos h bitos dos locais e dos la os sociais Ao mesmo tempo uma maior iniciativa para remodelar o centro da cidade iniciou se nos EUA onde j nos anos 50 os comer ciantes locais tinham come ado a abando nar os centros hist ricos da cidade para se mudarem para as zonas suburbanas e para os novos centros comerciais As imobili rias e as autoridades municipais pensaram transformar a cidade num novo tipo de espa o comercial que devolveria ao cen
105. industrial cresceu cer ca de 131 4 apenas em 2002 http eng gov spb ru figures industry 70 m Os novos desafios da vida urbana de n o Russos Nem todas as pessoas da cidade estavam satisfeitas com estes desen volvimentos O pensamento racista tem pro fundas raizes intelectuais na Russia como em outros lugares Um aumento da hostili dade tnica e racial na Russia ap s o colap so da Uni o Sovi tica parece ser agudiza do por uma tend ncia similar na Europa Com demasiada frequ ncia o pensamento levou ac o O aumento da viol ncia neo nazi desafiou as autoridades de toda a R ssia S o Petersburgo em particular tem sido assolada por violentos e repugnan tes ataques racistas e xen fobos a indiv du os que parecem nao ser russos Relat rios dos meios de comunica o russos e inter nacionais sobre esses tais incidentes ame a am os esfor os da cidade para atrair os pr prios migrantes nacionais e transnacio nais que s o essenciais para apoiar o cres cimento econ mico da cidade Os oficiais da cidade ficaram vivamente preocupados com o aumento das tens es interculturais e tend ncias ultranacionalistas dentro de sua 21 Entrevista com Boris Aleksandrovich Koptin chefe da administra o de contactos com Associa es Nacionais de St Petersburgo do Comit Governamental para as Rela es Externas S o Petersburgo R ssia 25 de Abril de 2007 Para uma discuss
106. insensato numa ocasi o para voltar a fundar a comunidade a partir da perda Uma a uma um a um na sua insubstitu vel uni cidade e tamb m na sua diversidade mul ti tnica os mortos do World Trade Center recordam nos que n o h bandeira n o h identidade nacional que possa e deva cele br los transformando os em s mbolos e em justifica o de mais viol ncia Todavia existe a experi ncia comum da perda que vai para al m dos conceitos estatais tnicos e religio sos que abre a cortina sobre a possibilidade de uma partilha local do luto que p e em comum a vulnerabilidade e a depend ncia Para al m da l gica do Estado do inimigo e da guerra o horizonte da vulnerabilidade traz para a cena o que Caravero chama a pol tica do local absoluto que depois de finalmente se ter libertado da cartografia das na es n o caiu no erro de colocar diante da unicidade irrepet vel de cada ser humano as caracter sticas identit rias Ela atreve se a p r em jogo a unicidade sem particulari dades e confia lhe o sentido da rela o O que veio a ser criado na experi ncia do trau ma e da perda que se seguiu ao 9 11 se n o um local absoluto um espa o circunscri to desligado e separado da ret rica estatal e nacional onde a ocupar o palco mais que as bandeiras eram os rostos e os nomes de pessoas em carne e osso e onde a chor las havia outras tantas pessoas de carne e osso Mas por causa da for a simb lica
107. interesses Se uma crian a fosse simplesmente diferente ela poderia ser estigmatizada como est pida esquisita que n o pode ser ensinada Os conte dos curri culares derivavam de incidentes e de tarefas fundamentais para a economia planta o colheita produ o das ferramentas tecela gem N o se pensava em forma o profis sional As compet ncias e literacias visadas faziam parte de uma realidade dada como garantida definindo a pr pria cultura Festas de aldeia feiras cerim nias religiosas adi cionadas coer ncia comunit ria das coi sas Quando as chamin s apareceram no ho rizonte e as novas profiss es de repente abriram as estradas de pedra e rec m pavi mentadas aqueles que acharam que a sua pr pria subsist ncia estava amea ada n o tinham outra escolha a n o ser carregar os seus pertences e os seus filhos em carretas e vag es e mudar se para a confus o da ci dade em mudan a t o importante tentar mapear a cidade mentalmente como ima ginar as respostas dos rec m chegados das quintas campos e pastos que tinham sido abandonados Havia casas de madeira para serem alugadas pens es prec rias e bair ros de lata enquanto se procurava trabalho Muitas vezes as crian as tinham de ir traba lhar Karl Marx entre muitos relatou o sofri mento dos jovens nos teares ou nas f bricas de cer mica meia luz Herman Melville descreve as raparigas fr geis nas f bricas de papel Haviam vagab
108. juntos ligados por lealdade m tua e a obriga o de que eles n o s o livres de renunciar Nas redes e nas comunidades bengaleiro n o esperado ou desejado que formar la os com membros interminavelmente deixados sozinhos para sempre todos s o em princ pio renegoci veis e podem ser renunciados no momento anunciado A popularidade persistente dos programas Big Brother s pode ser explicada pelo seu ser a vers o contempor nea do jogo de moralidade que representa de uma forma condensada e reduzida ao essencial a l gica interna e muitas vezes despercebida ainda que fielmente seguindo os padr es de vida dos telespectadores diariamente Os milh es viciados nos sucessivos cap tu los do programa n o encontram nenhuma dificuldade em se identificar com o sofri mento dos personagens da saga intermin vel do Big Brother eles reconhecem no lote dos residentes da casa do Big Brother as suas pr prias experi ncias e descobrem o seu sentido at ent o negligenciado e n o descoberto ou apenas semi intu do O programa Big Brother consistentemente tenta dar a entender descaradamente aber tamente em plena luz e deixando pouco imagina o a verdade oculta de um mundo salpicado de entradas e sa das de e para as 60 m Os novos desafios da vida urbana comunidades bengaleiro endemicamente fr geis e de curta dura o Na realidade em cada ronda sucessiva outro conjunto aleat rio de
109. lhadas de informa o sobre criminalidade Tratava se de criar um clima de inseguran a que fizera perder o ent o primeiro ministro Jospin Mas o resultado foi que Le Pen pas sou segunda volta no meio do p nico ge ral De um s golpe desde a primeira noite eleitoral a criminalidade desapareceu dos notici rios como se a delinqu ncia tivesse desaparecido por milagre Existe um problema estrutural entre infor ma o e forma o A origem est na pr pria defini o de not cia A singularidade do facto que merece a condi o de notici vel Diz se n o not cia se um c o morde um homem not cia se um homem morde um c o desviando se a informa o para o lado mais negativo sem que venha acompanha da de uma vis o cr tica das coisas Da surgir uma opini o t o equivocada sobre a televi s o De um pa s onde sucede um atentado terrorista s nos chegam imagens de horror n o sabemos nada da absoluta normalidade do resto Tudo isto conduz nos a um ponto a meu ver essencial a televis o tem um papel fundamental na constru o da ideologia do medo t o viva no ocidente onde em nome da seguran a todos os dias se cortam liber dades perante a indiferen a geral O medo como se sabe desmobilizador lida com a indiferen a e a n o solidariedade Qual o sentido de uma educa o que faz prevalecer estas duas atitudes 6 Conclus o A sociedade onde predomi na a televis o tem mais quan
110. lico e real do ataque pelo menos para o imagin rio ocidental n o era unicamente a Am rica mas a cida de de Nova lorque de resto not rio que o impacto dos dois avi es contra as torres g meas e as consequentes v timas superou grandemente os outros alvos atingidos Para al m da diferen a quantitativa foi con tudo a qualidade do acontecimento que se mostrou inovadora Repetidamente se disse que o 11 de Setembro foi um dia que mu dou o mundo Cada uma e cada um de n s assistindo aquele acontecimento diante da televis o sentimo nos participantes de uma realidade que embora a muitas milhas de dist ncia parecia estar ali presente e in quietante imprevista e aterradora como uma esp cie de monstro extraterrestre que invadia a nossa sala e o nosso banal quoti diano Naquele dia qualquer coisa mudou sobretudo em rela o maneira como nos relacionamos com a cat strofe com a tra g dia de vastas propor es transmitida pela televis o Sendo assim podemos sem esc n dalo afirmar que o atentado de 9 11 foi bem sucedido em todos os sentidos sobretudo no medi tico e portanto simb lico O impacto no imagin rio do ocidente foi enorme che gando a fazer nos pensar que algo na natu reza do trauma se transformou para sempre Instintivamente na nossa proximidade dor e perda n o nos sent amos cidad os americanos talvez por ter consci ncia de que ser cidad os americanos possa signifi car muit
111. m estar aberta sua pr pria mudan a sua pr pria cria o e recria o como cida de enla ando as linguagens antigas com as novas recreando se com a participa o dos seus cidad os no conhecimento do antigo do que j foi feito do desconhecido de que nos falava Paulo Freire Uma cidade educadora consciente da sua localiza o geogr fica da sua hist ria que faz parte do seu presente mas que caminha em direc o ao futuro construindo o cons 272 m Cidades educadoras 20 anos truindo a sua personalidade a sua forma de ser no contexto mundial 9 Todas essas fun es e esses objectivos co muns s cidades educadoras devem ter em cada cidade um respons vel concreto As suas responsabilidades s o 1 a coordena o dos est mulos educati vos numa concep o de educa o per manente 2 a informa o 3 a ordena o urbana e o urbanismo 4 a forma o espec fica dos educadores n o profissionais 5 o associativismo 6 a compreens o das linguagens urba nas 7 o acolhimento dos imigrantes 8 a pr pria identidade O respons vel por todos estes objectivos que convertem a cidade educativa em cida de educadora n o pode ser outro que n o o respons vel pela cidade ou seja os rg os administrativos da mesma os nico que t m acesso aos recursos melhores ou piores mas os recursos que movem a cidade Estes recursos podem ser de mecanismos pr prios ou alhei
112. m ltiplos sectores se co nectem de forma imediata com informa es previamente restringidas e para que fre quentemente as discutam em blogues Tal como nos anos noventa os estudos sobre sociologia pol tica e da comunica o desco briram a import ncia da v deo pol tica de vemos agora prestar mais aten o a outros modos de nos informarmos comunicarmos e participar socialmente que se encontram nos novos cen rios digitais da leitura Desta forma as pol ticas culturais j n o podem ser apenas gutemberguianas deslocadas em rela o aos lugares e meios onde a maioria se informa e entret m N o poss vel cen trar o debate sobre a democratiza o social apenas na comunica o escrita Nem t o pouco na manipula o televisiva Um olhar sobre os novos modos de ler e de se comu nicar revela que n o se l t o pouco nem menos que no passado Vendem se menos jornais mas centenas de milhar consultam os diariamente na Internet Diminuem as livrarias mas aumentam os cibercaf s e os meios port teis pelos quais circulam mensa gens escritas e audiovisuais Seria ing nuo pensar que a ciber cidadania vai canalizar suficientemente as necessida des de informa o representa o e parti cipa o nas cidades A contra informa o por telem veis entre centenas de milhar de cidad os espanh is conseguiu desautorizar a manipula o do governo e do PP que atri bu am os atentados de Atocha ETA e pres sion
113. mais absurda A audi ncia a obsess o de toda a televis o p blica ou privada Esta audi n Por exemplo Pascal Bruckner A vida boa La vie bonne Breus CCCB Barcelona 2006 Os media a cidade e a educa o Entre o hiperactivismo e a indiferen a m 83 cia o resultado de um sistema enviesado porque a oferta orientada e restringida e a procura tem uma capacidade limitada de fazer se ouvir O discurso sobre a audi ncia feito com base num engano as emissoras dizem que fazem o que a gente quer ver e a gente diz que s pode ver aquilo que nos oferecem basta observar a semelhan a que h entre todas as cadeias E apesar de os programadores de televis o serem pessoas com uma import ncia determinante na for ma o da cidadania o seu crit rio n o o da cidadania mas o da audi ncia 5 Na televis o n o h vontade de educar No fundo a vontade de neg cio e con trolo pol tico que emana de um equil brio complexo entre propriet rios dos meios de comunica o e seus interesses Estado re gulador e profissionais dos meios A capa cidade de incid ncia da televis o grande da ser um instrumento poderoso que os po deres querem ter sob controlo H montes de exemplos da sua utiliza o pol tico eco n mica Mas s vezes tamb m lhes sai o tiro pela culatra como aconteceu em Fran a nas v speras das presidenciais de 2002 Durante meses as televis es privadas estiveram atu
114. mais capacidade de inova o e de cria o de novas culturas para responder a novos desafios sociais a n vel municipal do que a n vel estatal por essa raz o que estamos a observar a forma como as pol ticas p blicas se v o progressivamente centrando nas ci dades Esta caracter stica a respons vel por pen sarmos que a nova cultura que requer uma sociedade sem idades onde os idosos s o e ser o cada vez mais uma parte importante da popula o t m possivelmente na cida de o melhor laborat rio para experimentar a cria o de novos valores novas pr ticas e novas pol ticas em rela o aos idosos Uma nova cultura que abandona a superficialida de e o mero entretenimento que as pol ticas e programas culturais actuais visam para promover ac es capazes de dar sensa o de utilidade vida dos idosos Os respons veis pelas decis es pol ticas educativas culturais sociais de habita o ou laborais tanto das institui es p blicas como das privadas t m de ser conscientes desta nova realidade que representa a exis t ncia de uma popula o de idosos com um elevado n vel cultural e de potencialidade surpreendente que ainda hoje a maio ria dos programas culturais e educativos das principais institui es p blicas e priva das desconhe am quase por completo esta nova realidade As institui es educativas concentram se nas fases de escolariza o e reduzem as suas ofertas de acordo
115. modelar as cidades de acordo com as nossas aspira es e refazer o conceito que temos de n s pr prios Um utopismo dial ctico n o pode ser um assunto puramente individual porque a ci dade ela pr pria um produto colectivo O utopismo dial ctico tem de ser um projecto colectivo um direito de exerc cio colectivo que dependa de forma decisiva da cria o de uma pol tica colectiva de transforma o dos espa os e lugares da cidade das condi es ambientais e das pr ticas sociais numa nova configura o A cria o de novos espa os comuns urbanos incluindo os resultantes de pol ticas e de competi o p blicas expl ci tas uma nova esfera p blica de participa o democr tica activa exige o recuo da imensa vaga de privatiza es que tem constitu do o lema do neo liberalismo demolidor dos lti mos anos Libertemos os centros comerciais das estruturas de vigil ncia e de poder Te mos de imaginar uma cidade mais inclusiva mesmo que permanentemente fraccionada baseada n o s numa ordem diferente de direitos mas tamb m em pr ticas pol tico econ micas distintas e com um acesso mais livre aos espa os urbanos Os direitos dos indiv duos ao respeito pela dignidade hu mana e liberdade de express o s o dema siado preciosos para serem ignorados mas h ainda que acrescentar a estes o direito de dar uma resposta s mudan as da vida que beneficie toda a gente salvaguardando Utopias dial cticas m
116. modelo que exclui os residentes que n o s o nem produ tores nem consumidores da nova arte Isso diminui a singularidade dos museus que se tornam como o Guggenheim uma opera o escala global No s culo XIX Bilbao indus trial esteve certamente ligada ao poder eco n mico exterior regi o para os banqueiros europeus e f bricas inglesas que investiram nas ind strias sider rgicas e estaleiros Mas os museus de arte moderna de hoje s o em muitos aspectos as incubadoras de uma nova globaliza o N o s o apenas fontes de pra zer e aprendizagem mas s o tamb m tecno logias de disciplina que for am as culturas urbanas a abrir se para o exterior a adaptar se a mercados transnacionais e a se tornarem mais cosmopolitas 50 Lu Moganshan As reas culturais sugerem que promover um novo tipo de economia n o consiste apenas em discos r gidos e chips de silicone os polos tecnol gicos como Sillicon Valley onde os engenheiros inform ticos inovado res se encontram com os capitalistas interes sados no investimento nas novas tecnologias n o atraem os pensadores criativos que s o suscept veis de desenvolver novos usos para produtos de alta tecnologia que d o glamour 2 O uso de novos museus de arte para promover o desenvolvimento econ mico ver Graeme Evans Publicitar duramente a cidade cultural de Prado a Prada Jornal Internacional de Pesquisa Urbana e Regional 27 2003 417 40 Chris Hamnett e S
117. munic pios se juntam ao compromisso das cidades educadoras Como presidente da Associa o Internacio nal das Cidades educadoras sinto me satis feito Estamos trabalhando para um mundo melhor e dia ap s dia vamos conquistan do o 1 Os novos desafios da vida urbana Utopias dial cticas David Harvey David Harvey Gillingham Kent Reino Unido 1935 professor de Antropologia na Universidade da Cidade de Nova York CUNY Doutorado em Geografia pela Universidade de Cambridge Har vey tem se destacado ao longo dos ltimos 30 anos pela publica o de uma vasta obra em que aborda temas desde o criticismo ao neoliberalismo do imperialismo an lise geogr fica da cidade a partir da perspectiva marxista Os ensaios que publicou ao longo da sua carreira e obras como Justi a Social e a Cidade 1973 Os limites do capital 1982 A condi o p s moderna 1989 entre outras conferiram lhe noto riedade e tornaram David Harvey num dos ge grafos mais citados por todo o mundo Utopias dial cticas O soci logo urbano Robert Park definiu a cidade como a mais consistente e em geral mais bem sucedida tentativa de refazer o mun do em que se vive segundo o desejo do seu cora o Mas se a cidade o mun do que o homem criou o mundo em que ele passa a estar condenado a viver Assim indirectamente e sem qualquer no o clara da natureza da sua miss o o homem ao fazer a cidade refez se
118. normas da disciplina social A explica o e justifica o te rica mais exaustiva deste sistema foi proporcionada por Emile Durkheim nos seus ensaios sobre educa o em particular sobre a educa o morals O seu estudo completo baseia se na preocupa o de oferecer a cada pes soa a educa o que lhe corresponde pelo seu lugar na escala social e em conseguir a aceita o duma nova moral a moral laica e republicana que devia substituir a moral religiosa tradicional Esta a raz o pela qual as pr ticas escola res da poca insistiam tanto nos elementos rituais e concediam aos respons veis do pro cesso de ensino os professores um estatu to de autoridade quase religiosa ou sagrada Durkheim descrevia a labor dos sacerdotes e professores como uma actividade moral uma ac o de media o entre os valores ge rais e sujeitos espec ficos entre um g nero de sociedade e os indiv duos que a formam A voca o o apostolado as gratifica es simb licas por cima das materiais t m sido as principais caracter sticas do desempenho docente no mbito deste programa institu cional da escola Em suma a forma o do cidad o baseada nas categorias de democracia e na o teve 6 Emile Durkheim ducation morale Par s PUF 1963 um conte do espec fico actores chave e um desenho institucional e curricular consisten te A fertilidade socializadora deste projecto radicava em que era portador dum
119. o compartilham por m e t o enfaticamente a autoridade das comunidades de perten a para determinar a composi o da socieda de e acima de tudo para tornar a sociedade descrita apropriadamente como perten a uma obriga o tanto como represent Ja como um direito Ao contr rio no caso das comunidades de perten a a perten a das comunidades bengaleiro o que quer que o termo pode se referir no seu caso n o precede as interac es nem pr determina o seu car cter mas emerge no seu curso e sofre uma paragem e torna se hist ria no momento do fim das interac es Sintomaticamente o termo comunidade est a ser substitu do no social cient fico assim como no vocabul rio vern culo pelo conceito de rede Se a ideia de comu nidade tradicionalmente transmitida pela imagem de sa das fechadas de um pr determinada e dif cil dura o da interrup o de estadia a rede feita de actos de ligar tanto como de desligar Se fazer parte da comunidade ortodoxa objecti vamente definido pr determinado e n o uma quest o de escolha pessoal a rede est envolvida em torno do indiv duo jun tos atrav s de uma ac o individual e sua composi o permanece eternamente mu t vel a sa da de uma comunidade benga leiro t o f cil como entrar nela A raz o de ser da comunidade ortodoxa era garantir que as liga es inter humanas durassem e os membros permanecem
120. o comunit ria da cidade essencial na perspectiva educadora n o podemos nunca entender os cidad os como indiv duos separados apenas numa fria justaposi o mas sim como pessoas em activa coopera o e conviv ncia A mera justaposi o n o produz cidade constr i apenas um armaz m S a conviv ncia participativa e interactiva constr i um espa o de cidadania com conte do para projectos pol ticos mais nobres recordamos que para os gregos fundadores da ideia e da consci ncia de cidade polis o verbo polit uesthai n o significava fazer pol tica pobre tradu o literal no sentido que hoje se lhe atribui mas sim viver como cidad o exercer activa e participativamente direitos de cidadania O viver como cidad o estava intrinsecamente intimamente unido actividade p blica da comunidade Essa forma de vida estava em intima rela o como demonstrou Jaeger com as express es educa o para ou cultura de paideia nos seus dois sentidos principais a ac o ou participa o de cidad o pol tica em sentido etimol gico a educa o n o propriedade individual ela pertence por ess ncia comunidade o car cter da comunidade imprime se nos seus membros individuais e no homem o zo n politik n muito superior ao dos animais fonte de toda a ac o e de toda a conduta Com base neste modelo pol tico cultural poder se ia afirmar que fazer uma c
121. o g nero de fluxos e movimentos ao servi o do inter c mbio e da mercantiliza o a prolifera o de mensagens e s mbolos singularmente os publicit rios a abund ncia e a precis o das imagens geradas pela publicidade que nos converte a todos em espectadores a conse quente progressiva espectaculariza o des necess ria mas previs vel da vida na cidade e de tudo o que nela se move a transfor ma o do pr prio espect culo em artigo de consumo enfim a cidade em permanente releitura de si mesmo como espect culo cambiante Alguns dos seus efeitos aqui tamb m s enunciados s o o movimento e a acelera o constante das pessoas dos ve culos e de toda a esp cie de produtos e bens materiais ou imateriais a progressiva substitui o ou no m nimo relativiza o da realidade c vica e humana por imagens s mbolos e escaparates que a representam e mostram a instrumen taliza o dos indiv duos ao servi o do inte resse mercantil e consumista a progressiva perda de consci ncia e mem ria hist rica da cidade substitu da pela presen a intensi va de not cias e mensagens de todo o tipo que levam a viver um presente mediatizado facilitado pela inconsci ncia do movimento constante e a estimula o publicit ria para o consumo a multiplica o das rela es 2Como exemplo que retorna com regularidade provoca o colectiva as fotografias publicit rias de Oliviero Toscani para firmas internaci
122. o inter relacionadas e muitas vezes refor am se mutuamente De facto as din micas de exclus o social desenvolvem se merc destas inter rela es Por exemplo certos grupos imigrantes n o s ocupam os lugares mais marginais na divis o tnica do trabalho como t m obst culos no acesso aos sistemas de protec o social acumulam mais insucesso escolar e est o mais expos tos discrimina o no mercado imobili rio Os sectores de popula o dependente de idade avan ada ficam exclu dos muito fa cilmente duns servi os sociais com ndices muito baixos de cobertura As comunidades que habitam bairros perif ricos segregados sofrem com maior intensidade o desempre go de longa dura o a inser o no mercado de trabalho prec rio ou tamb m mais in sucesso escolar Em suma patente o ca r cter multifactorial e multidimensional da Governan a e educa o m 243 exclus o e das eros es duma concep o da cidadania que est a ficar obsoleta por for mal e desfasada Poder amos dizer que do ponto de vista social na aus ncia dum sentido comum de projecto partilhado e na insist ncia desde posi es neoconservadoras que o importan te aproveitar as oportunidades que exis tem e que a desigualdade n o possui bases sociais sen o que depende do esfor o que cada um aplique isto se transmita s fam lias como um salve se quem puder Neste cen rio a educa o surge como uma garanti
123. o mais aprofundada sobre a evolu o da composi o tnica da cidade ao longo de sua hist ria ver A Blair Ruble Leningrado Criando uma cidade sovi tica Berkeley CA University of Cali fornia Press 1990 pp 54 56 lukhneva NV Etnicheskii sostav i sotsial naia struktura naseleniia Peterburga Vtoraia polovina XIX XX Nachalo Veka Statisticheskii analiz Leningrado Nauka Leningradskoe otdelenie 1984 e GV Starovoitova Etnicheskaia sovremennom v gruppa Sovetskom gorode Sotsiologicheskie ocherki Leningrado Nauka otdelenie Leningradskoe 1987 22 Para a discuss o sobre as ra zes do pensamento racis ta na R ssia consulte Shnirel man VA Ocherki sovre mennogo racizma Petrozavodsk KRO Molodzehnaia pravozashchitnaia gruppa 2007 2 Ibid Pp 30 37 24 Para a discuss o do surgimento da Skinkul tura na R ssia Veja Shnirel man VA ulits moskovskikh Chistil shchiki skinkhedy SMI i obshchestvennoe mne nie Moscou Academiia 2007 25 Ver por exemplo Quatro condenados a penas pesa das por morte violenta de africano Moscow Times 20 de Junho de 2007 comunidade O assassinato particularmen te horrivel a 09 de Fevereiro de 2004 de uma menina Tadzhik de nove anos de ida de Khursheda Sultanova por um grupo de adolescentes locais levaram a Governado ra da cidade de Sao Petersburgo Valentina Matvienko a falar pela primeira vez contra o aumento da viol ncia racista na sua cida de A c
124. o mercado neolibe ral exige a escassez Se a escassez n o for real tem de ser socialmente inventada isto que a propriedade privada e a corrida ao lucro produzem O cerco ao que p bli co e a destrui o dos direitos sobre os bens p blicos atrav s das privatiza es e da co mercializa o de tudo e mais alguma coisa uma condi o necess ria acumula o do capital A educa o a sa de a gua e o saneamento t m de ser privatizados e postos ao servi o do regime dominante dos direitos favor veis circula o e acumula o de ca pital Aquilo a que chamo acumula o por espolia o o lema dominante 3 Harvey D A Brief History of Neoliberalism Oxford Oxford University Press 2005 Utopias dial cticas m 47 O direito colectivo a cidade desapareceu A cidade transformou se para dar lugar as engrenagens crescentes das financeiras dos empres rios dos especuladores e dos usur rios O resultado o desnecess rio despoja mento desemprego perda do acesso habi ta o etc no meio da abund ncia Da os sem abrigo e os pedintes no Metro A fome ocorre num mundo em que h excesso de alimentos As necessidades b sicas como gua pot vel s o negadas queles que n o t m possibilidades de as pagar Os exclu dos s o obrigados a beber gua em rios infesta dos de c lera Este o resultado da ac o dos mercados livres isto que a defesa dos direitos inalien veis
125. o pa s mesma h uma inquieta o cada vez mais expressa to das as vezes que uma fraude ou m gest o vem luz No entanto d vidas sobre se a guerra valeu ou vale o custo e as perdas de vida se necess rio manter o rumo s o de alguma forma abafadas O fosso entre o que as pessoas realmente sabem sobre a guerra e que elas est o dispostas a fazer sobre ela cada vez mais dif cil de entender O que est a ocorrer geralmente considerado ina ceit vel e mesmo assim o manto do sil ncio permanece Basta lembrar os 2000 mortos que se relataram recentemente os milhares gravemente feridos os caix es a ser carrega dos em cami es no campo de batalha as ex press es nos rostos atordoados de soldados de dezanove anos de idade que nunca foram preparados para o que viriam a encontrar pela frente E h as jovens esposas esperan do em casa muitas com crian as pequenas que nunca conheceram os seus pais N o foi por acaso e muito raramente evidenciado que dezenas de milhares de iraquianos homens mulheres e crian as morreram a maioria civis inocentes ou fam lias de civis Por toda a inquieta o que despertou entre os jovens por aquilo que eles encaram na televis o na imprensa e naquilo que ou vem eles ainda t m de ter a possibilidade de aprender as literacias fundamentais Pro vavelmente nunca conhecemos um tempo em que os jovens fossem imersos no mesmo oceano de informa o e desinforma o
126. o ser uma escola que transmita conhecimento mas sim uma escola na qual o modelo essencial deve ser o de aprender a aprender uma esco la que inculque nas pessoas a capacidade de aprender a aprender ao longo da vida a capacidade aut noma de se reprogramar no mundo e na sua vida privada J n o h modelos de ensino e por isso existe sempre o risco de que a inova o n o se limite ape nas a abrir caminho porque h liberdade mas preciso saber desenvolv la Posto de uma forma muito simples o conhecimento que se transmitiu h dez anos hoje em dia in til se n o for reprogramado constante mente e o conhecimento que se transmitiu sem uma adapta o das capacidades um conhecimento que est a bloquear o desen volvimento de novas coisas N o s in til mas ainda prejudicial Ciudades y apren dizaje en la Sociedad Red VII Congresso Internacional das Cidades Educadoras Tam pere Finl ndia Junho de 2002 O VIII Congresso de Cidades Educadoras teve lugar em G nova It lia em 2004 com o tema poss vel outra cidade O futuro da cidade como projecto colectivo Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 283 O Congresso de Tampere colocara o debate das cidades ligadas Associa o Internacio nal num novo registo que devia ser estuda do pormenorizadamente Aqueles aspectos da vida urbana que as cidades levavam a de bate aos Congressos adquiriam agora novos sinais de identi
127. os meios de comunica o de massas nos en viam torna natural a diversidade de opini es e maneiras de ser o que n o banal por que a aceita o do outro o reconhecimento de que n o existe apenas uma maneira de entender o mundo custou muito sangue humanidade Os meios de comunica o fa zem com que a liberdade de express o se v incorporando na cidadania como uma segunda pele e que quando esta n o exista ela seja notada e vivida como uma mutila o inaceit vel Mais informa o consagra o da diversida de como pr pria da cidade moderna Dois factores que se conjugam na boa direc o da educa o democr tica 82 m Os novos desafios da vida urbana 4 Mas avancemos um pouco mais Nem todos os meios de comunica o actuam da mesma maneira A imprensa escrita est a tornar se cada vez mais minorit ria destinada a um sector da popula o os que l em Tem portanto uma fun o mais complementar Ultimamente alguns jor nais optaram por se libertar como forma de sobreviv ncia da atrac o fatal que o paradigma televisivo para se situarem num terreno de reflex o e debate mais pr prio da cultura democr tica A r dio que chega mais directamente ao ouvinte estimula mais que qualquer outro media as reac es de car cter sentimental N o em v o que um media quente Importante nas batalhas pol ticas em muitos aspectos um meio de combate Para demonstrar o poder da voz vou
128. os avan os da chamada sociedade do conhecimento est o a expandir notavel mente as vias de acesso ao saber e facilitam releituras e usos da sociedade e da sua his t ria Combinam o tradicional o moderno e o hiper moderno Mas s o insuficientes para construir modos adequados de gest o dos muitos modos de conhecer e representar o social Construir cidade educar na e com a cidade requer hoje uma articula o de es pa os e circuitos que n o se limita escola e institui es tradicionalmente encarregadas destas tarefas Apenas come mos a vislum brar o que significa fazer uma cidade do co nhecimento Bibliografia CASTELLS MANUEL La ciudad informacio nal Madrid Alianza 1995 GARC A CANCLINI N STOR coord Las cuatro ciudades de M xico Cultura y co municaci n en la ciudad de M xico pri mera parte M xico Grijalbo Universidad Aut noma Metropolitana 1998 DAVIS MIKE Ecology of fear Los Angeles and the Imagination of Disaster New York Metropolitan Books 1998 HOPENHAYN MARTIN Educaci n y cultura en Iberoam rica situaci n cruces y perspectivas en N stor Garc a Canclini comp Culturas de Iberoam rica Diagn sti co y propuestas para su desarrollo Madrid Santillana 2005 KEANE JOHN Structural transformations of the public sphere en The Communica tion Review 1 1 San Diego California 1995 KOOLHAAS REM Junk space October N 100 primavera 200
129. pela anteci pa o de certos livros como Odyssey prev as aventuras de Jack Kerouac e a hist ria de Dido que antecipa a de Madame Bovary ou faz eco dela como as sagas de Faulkner que prendem os destinos da Casa de Atreu e as peregrina es de Bouvier homenageam as viagens de Ibn Khaldun Mas mais do que qualquer outra coisa a Biblioteca de Ale xandria foi um lugar da mem ria da me m ria necessariamente imperfeita O que a memoria tem em comum com a arte escre veu Joseph Brodsky em 1985 a habilida de para a selec o o gosto pelo detalhe Esta observa o pode ser um elogio para a arte ou para a prosa em particular para a mem ria deve parecer um insulto O insul to no entanto bem merecido A mem ria cont m precisamente os detalhes e n o toda a imagem destaques se quiser n o o programa inteiro A convic o de que esta mos de alguma forma a lembrar tudo de uma forma incompleta a convic o que permite que as esp cies sigam a sua vida infunda da Mais do que tudo a mem ria assemelha se a uma biblioteca em desordem alfab tica e sem obras reunidas por ningu m Honrando a finalidade remota de Alexan dria todas as bibliotecas posteriores apesar de ambiciosas reconheceram essa fun o mnem nica parcelar A exist ncia de qual quer biblioteca que permite aos leitores ter uma nogao do que o seu oficio realmente uma arte que luta contra as restri es do tempo tra
130. pela televis o a simplifica o e a banaliza o s o lei A televis o um meio de comunica o frio Por isso tem uma certa virtude pacificadora no sentido em que dificilmente consegue fa zer algu m levantar se do seu sof Tudo se converte em fic o a realidade patina sobre o televisor As revolu es alimentadas pela televis o s o geralmente mais pac ficas que as da r dio Pela mesma raz o tem tamb m uma certa virtude desmobilizadora A tele vis o o m dia pr prio do totalitarismo da indiferen a que s vezes parece amea ar as acomodadas sociedades europeias A televis o simplifica e banaliza Simplifica porque exige uma linguagem curta sem es pa o para os matizes Sobretudo que a frase 3 Veja se Daniel Bell As contradi es culturais do ca pitalismo Alianza Editorial Madrid 1976 e Herbert Marcuse One Dimensional Man Beacon Boston 1964 edi o espanhola de Seix Barral 1968 n o ocupe mais de dez segundos O ideal televisivo a confronta o simples conver tida em espect culo Neste sentido este ser um prolongamento da cena democr tica se o parlamento a sublima o dial ctica do conflito a cena televisiva ser um est dio mais nesse exerc cio Ao mesmo tempo a televis o banaliza A crueldade convertida em imagem repetida tira cada vez mais o impacto A rotina das atrocidades desumaniza as converte as em puro espect culo E aquela imagem que da primeir
131. perfei o em cada uma das suas obras tem o direito a ser ajudado para atingir esta perfei o N o porque se faz alguma coisa aparentemente banal que isto vai ser med o A educa o permanente uma op o pol tica m 257 cre at pode ser perfeito de uma pureza ab soluta A caligrafia chinesa que consegue ter uma letra de uma simplicidade total alcan a a perfei o como o marceneiro ou o enge nheiro como o campon s ou o cirurgi o Todos os gestos humanos podem aceder perfei o todos devem ser realizados com este fim Na nossa sociedade confundiu se infelizmente a perfei o e o n vel social da tarefa a exig ncia com o elitismo A forma o cont nua tem neste ponto um papel essencial fazer apreender do interior a exig ncia que existe em qualquer activi dade da cozinha cria o art stica do fabrico artesanal ac o pol tica a fim de permitir a cada um de se elevar e de se comprometer num trabalho que o leva a p r em jogo conhecimentos cada vez mais ela borados de se desafiar e de se ultrapassar de se desenvolver pessoalmente e de levar cada vez mais ao colectivo Se n o instaura mos desde a inf ncia e ao longo da forma o esta dilig ncia estaremos sempre numa rela o de saberes do tipo utilit rio e eco n mico no sentido estrito do Adam Smith o menor esfor o poss vel para mais efeitos teis O verdadeiro humano s se oferece nesta rela o part
132. porque segundo ela n o lhe permitia ver o rosto da pessoa com quem ela estava a falar Isso faz me pensar em fantasmas explicou ela O texto electr nico que n o necessita de papel pode amigavelmente acompanhar o papel que n o requer electricidade eles n o necessitam de se excluir num esfor o para nos servir melhor A imagina o huma na n o monog mica e nem necess rio ser OS novos instrumentos ser o colocados imediatamente ao lado dos PowerBooks que agora se colocam ao lado dos nossos livros na biblioteca multim dia H no entanto uma diferen a Se a Biblioteca de Alexan dria era o s mbolo da nossa ambi o de om nisci ncia a Internet o s mbolo da nossa ambi o de omnipresen a a biblioteca que continha tudo tornou se a biblioteca que nada cont m Alexandria modestamente se viu como o centro de um c rculo ligado pelo mundo cognosc vel a Internet tal como a defini o de Deus primeiramente imaginada no s culo XII v se como um c rculo cujo centro est em toda parte e cuja circunfe r ncia n o est em lugar nenhum A nossa sociedade hoje aceita o livro como um dado adquirido mas o acto da leitura outrora considerado til e importante bem como potencialmente perigoso e subversivo agora condescendentemente considerado como um passatempo um passatempo lento que carece de efic cia e n o contribui para o bem comum Hoje a leitura n o sen o um acto acess rio e o grand
133. produzir se uma verdadeira fus o na etapa educativa formal e na vida adulta entre os recursos e a pot ncia educa tiva da cidade e o desenvolvimento normal do sistema educativo laboral e social O di reito cidade educadora tem de ser uma ga rantia relevante dos princ pios de igualdade entre todas as pessoas de justi a social e de equil brio territorial Tudo isto acentua a res ponsabilidade dos governos locais no senti do de desenvolver todas as potencialidades educativas que a cidade alberga mediante a incorpora o no seu projecto pol tico dos princ pios da cidade educadora Barcelona o compromisso de uma cidade com a educa o Jordi Hereu Jordi Hereu Barcelona 1965 foi presidente da C mara Munici pal de Barcelona de 2006 a 2011 pelo partido socialista cargo ratificado pelos cidad os barceloneses nas elei es municipais de 2007 Licenciado e mestre em Administra o e Direc o de Empresas pela prestigiada ESADE Business School da Universi dad Ramon Llull antes de entrar na vida pol tica trabalhou com diversas empresas do porto de Barcelona tendo sido director de marketing da Intermodal de Logistica do porto de Barcleona Como presidente da c mara de Barcelona definiu como priorida des pol ticas e como base estrat gica da sua agenda a coes o so cial o desenvolvimento econ mico e a projec o internacional da cidade bem como a conviv ncia e a seguran a a sustentabilidade e a luta c
134. professores que proibiram todos os alunos de falar do 11 de Setembro pois era muito preocupante para os jovens Sim houve momentos em que estranhos se abra aram uns aos outros nas ruas quando as pessoas de todos os tipos tentavam pensar de que forma poderiam ajudar As crian as trouxeram poemas e comida para os bom beiros As bandeiras apareceram por falta duma melhor maneira de mostrar uni o Sentimentos de solidariedade foram ex pressos Desejando ac o alguns tentaram reunir se em comunidade para incentivar os membros a se tornarem curandeiros para te rem um papel na resultante confus o para ajudar as pessoas a lidar com o sofrimento com o abandono Sugest es de autocon fian a vinham de cima dizendo aos ouvin tes para retornarem s suas vidas normais Ent o abruptamente uma explica o Sa ddam Hussein ditador assassino de milh es de pessoas foi responsabilizado Osama bin Laden provocou vangloriou se do que fez seria capturado e a Al Qaeda seria esmaga da no ch o Ent o por toda a falta de provas de que o Iraque estava a ameacar nos foi lan ada uma guerra preventiva Cobertos pelo sil ncio vimos o ataque cha mado de Choque e Pavor as chamas e o fumo negro sobre as c pulas e torres con tra o c u Bagdad foi nos apresentada como uma cidade vazia uma esp cie de cen rio de filme N o nos foram mostradas fotos de pessoas mortas ou feridas de pais levan do os seus filhos feri
135. profundamente dividi da entre os falantes do Franc s e do Ingl s os chamados franc fonos e angl fonos em meados do s culo XX no Qu bec Du rante as ltimas tr s d cadas essas barreiras lingu sticas foram absorvidas por um novo Esta hist ria foi originalmente relatada em Ann Carroll Faithful Flock to See Virgin Mary s Tears of Oil Montreal Gazette 28 de Fevereiro 2004 Este reconto j tinha aparecido anteriormente em Blair A Ruble Cria ao da Capital da Diversidade Os Migrantes Transnacionais em Montreal Washington e Kiev Washington Baltimore DC Maryland Woodrow Wilson Centre Johns Hopkins University Presses 2005 p 43 44 e em Cidades Heter geneas Blair A Ruble Wilson Quarterly vol 30 n 3 2006 pp 56 59 entrela ar de culturas e religi es que carac terizam a vida de Montreal no alvorecer do s culo XXI Filipinos latinos procedentes de v rios cantos do globo sacerdotes da Igreja Ortodoxa Grega e Cat licos Romanos pro curam agora S o Louren o em busca dum s mbolo do milagre crist o descoberto por um mu ulmano devoto A metr pole francesa do Canad n o a nica Os Migrantes de todos os tipos imi grantes emigrantes refugiados deslocados trabalhadores convidados t m se tornado numa presen a significativa nas comunida des urbanas em todo o mundo De acordo com a Divis o da Popula o das Na es Unidas cerca de 200 milh es de pessoas ou 3 por cen
136. que cada edif cio no bairro usasse um grande letreiro luminoso na sua fachada tornando cada pr dio na verdade um cartaz electr nico gigante Os teatros da Broadway com a amea a de serem vendidos pelos proprie t rios dos terrenos onde estavam instalados e serem engolidos por um novo edif cio de escrit rios inspiraram uma nova lei Essa lei permitiu aos propriet rios dos teatros vender os direitos do ar importante pela oportu nidade que estes oferecem para a constru o de um edif cio muito mais alto no local William R Taylor ed Inventando Times Square o Com rcio e a cultura na encruzilhada do mundo Nova York Russell Sage 1991 Lynne B Sagalyn Times Square Roleta Cambridge MA MIT Press 2001 Sharon Zukin As Culturas das Cidades Oxford e Cambridge MA Blackwell 1995 Marshall Berman Na cidade Cem Anos de Espect culo em Times Square Nova York Random House 2006 100 m Os novos desafios da vida urbana para os propriet rios de im veis nas proxi midades A venda dos direitos do ar iria pro teger a concentrag o de edificios de teatros baixos nas ruas laterais enquanto arranha c us se erguiam nas avenidas largas ao seu redor come ando na Broadway em si Ao mesmo tempo o Departamento de Pol cia de Nova lorque iniciou uma limpeza vigo rosa de pornografia das cal adas e das lojas retirando os proxenetas os traficantes e os clientes ofegantes e arrebatados que subiam a r
137. que do lado de dentro das organiza es Sugere lhes que optem pela consultoria em vez de ficarem amarrados a um emprego de longa dura o a lealdade institucional uma armadilha numa eco nomia em que os conceitos de neg cio a concep o dos produtos o conhecimento estrat gico o investimento em tecnologias de ponta e todos os tipos de conhecimen to t m uma vida curta Um consultor res pons vel por uma reestrutura o da IBM que conduziu redu o do n mero de pos tos de trabalho afirma que uma vez que os funcion rios percebam que n o podem de pender da empresa est o no mercado O desprendimento e a colabora o superficial s o melhores protec es para lidar com a realidade actual do que o comportamento baseado em valores de lealdade e servi o A dimens o do tempo do novo capitalismo afecta de forma mais directa a vida emocio nal das pessoas fora do local de trabalho do que a alta tecnologia de transmiss o de dados os mercados globais de ac es ou o livre com rcio Transposto para o dom nio da fam lia o longo prazo j n o existe sig nifica manter se em movimento permanen te sem se comprometer e sem se sacrificar Rico teve uma s bita explos o N o pode imaginar como me sinto est pido quando falo com os meus filhos sobre a import ncia dos compromissos Para eles n o passa de uma virtude abstracta que n o encontram em lado nenhum Durante o jantar n o consegui p
138. que somos e n s somos a cidade Mas n o nos podemos esquecer de que no que somos permanece algo do que fomos Algo que nos chega de uma continui dade hist rica que n o podemos evitar ainda que possamos agir sobre ela das peculiarida des culturais que herd mos Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 267 A cidade educa se educando Grande parte da sua tarefa como educadora depende da nossa posi o pol tica e como bvio de como exercemos o poder sobre ela e do so nho e da utopia que a impregnam a que que servimos e a quem servimos as despesas p blicas a educa o e a cultura a sa de o transporte e o cio Depende inclusivamen te das medidas pol ticas relacionadas com a parte da mem ria da cidade que decidimos valorizar pois atrav s dessa mem ria que a cidade desempenha o papel de educado ra Aqui tamb m podem interferir as nossas decis es pol ticas J que n o h uma educa o poss vel se n o existir uma pol tica educativa que estabele a as prioridades os objectivos os conte dos e os meios uma pol tica imbu da dos nossos sonhos e utopias n o creio que fa a mal a ningu m sonhar um pouco Sejamos um pouco atrevidos e arrisquemo nos a pen sar nos valores concretos que poder amos acrescentar aos nossos desejos os desejos das cidades educadoras neste fim de s culo em que estamos viver que tamb m o fim do mil nio Um dos sonhos pelo qual vale a pen
139. raz o forte era a busca da imortalidade eg pcia Se uma imagem do cosmos pudesse ser organizada e preservada sob um nico tecto como o rei Ptolomeu pode ter pensado ent o cada detalhe da imagem um gr o de areia uma gota de gua o pr prio rei tem um lugar l gravado nas palavras de um poeta con tista historiador para sempre ou pelo me nos enquanto houver leitores que possam um dia abrir a p gina indicada H um verso da poesia uma frase numa f bula uma pa lavra num ensaio pela qual a minha exis t ncia justificada s temos de encontrar esse verso e a imortalidade est garantida Os her is de Virg lio de Herman Melville de Joseph Conrad da literatura mais pi ca abra am essa cren a de Alexandrino Para eles o mundo tal como a Biblioteca composto de hist rias infinitas que atra v s de labirintos emaranhados levam a um momento revelador criado apenas para eles mesmo que naquele derradeiro momento a pr pria revela o seja negada tal como o peregrino de Kafka se apercebe ficar fora dos port es da Lei t o estranhamente seme lhante s portas da biblioteca e descobrir no momento da morte que est o a ser fecha dos para sempre porque eles foram feitos propositadamente apenas para si Leitores como her is picos n o t m a garantia de uma epifania No nosso tempo desprovido de sonhos picos que substitu mos por sonhos de pi lhagem a ilus o de imortalidade
140. rela es com uma economia ca pitalista global Previsivelmente poucas ten taram revigorar os seus centros das cidades para atrair capital internacional ampliando a presen a e a participa o dos seus morado res mais pobres Quito Equador marca um contra exemplo importante para a persegui o global expl cita da exclus o social Como toda a Am rica Latina Quito est dividida em diferentes zonas territoriais 5 Susan Chrisopherson A Cidade Fortaleza Espa os Privatizados em Ash Amin editor P s Fordismo Um leitor Oxford Blackwell Publishing 1994 pp 409 427 havendo comunidades pobres em reas pe riurbanas e na periferia da cidade O dete riorado centro hist rico da cidade remonta poca colonial e pr colombiana enquanto as zonas residenciais da classe m dia e dos abastados no interior s o separadas do res tante da cidade por uma mir ade de barrei ras f sicas psicol gicas e simb licas Essas divis es t m uma longa hist ria Os coloni zadores espanh is transformaram a cidade que surgiu como um importante centro no norte do Imp rio Inca no final do s culo XV num importante centro colonial estabeleci do em conformidade com as Leis da ndia de inspira o grega de 1523 Uma explos o de industrializa o p s colonial levou a uma expans o dram tica da cidade no virar do s culo XX ao qual o desenvolvimento mo derno orientado para a ind stria autom vel adicionou c
141. rela es e da cria o de identi dades Esta participa o cria conex o e sen timento de dom nio Precisamente um dos problemas que mostram a evolu o actual do mercado e as formas contempor neas de articula o social que a autonomia individual pode transformar se muitas ve zes em isolamento e individualiza o n o solid ria De facto existem muitas vozes n o ouvidas muitas vozes invis veis que conveniente fazer emergir e considerar Por conseguinte preciso ser capazes de criar novas formas de perceber a pol tica e a conviv ncia social que permitam processos de identidade colectiva atrav s do di logo a forma o c vica a procura de equil brios entre interesses individuais perten as par ticulares e reconhecimento de v nculos de reciprocidade mais amplos o que requer a activa o de valores da cidadania A activa o da participa o dos cidad os nos seus diferentes aspectos pode ser a chave para o progresso nesta linha Isto tudo leva nos a reconsiderar a rela o p blico privado conveniente evitar cair na armadilha de confundir p blico com o mbito pr prio dos poderes p blicos O desafio passa por estimular o crescimen to dos espa os p blicos nas nossas comu nidades e do seu uso di rio em mat ria de conviv ncia e reconhecimento sem que isto implique aumentar o papel dos gover nos Deste ponto de vista o objectivo seria conseguir uma maior co responsa
142. satura o um espa o de r pida mudan a e um espa o de transforma o de est mulos e portanto tem influ ncia sobre as formas de interac o social e na reprodu o de formas s cio espaciais dentro da cidade melhor entendida como lugar Para a maioria das compreens es atrav s do senso comum os arquivos est o direc tamente relacionados com a preserva o de algumas pe as do passado colectivamente consideradas com import ncia No caso da metr pole fundada sobre o problema da novidade constante e experi ncias tempo r rias bem como sobre a temporaneidade do v nculo entre os residentes urbanos essa no o do arquivo em si problem tica No entanto h sempre uma luta contra esse sentimento de provisoriedade e de transi o criados pela metr pole como meio de co munica o Esta luta torna se mais vis vel em debates sobre o espa o e a produ o de lugar ou for ma s cio espacial significativa envolven do uma no o diferente da cidade como arquivo Aqui diferentes actores implantam a cria o de um arquivo atrav s de actos de deliberada preserva o e homenagem a fim de garantir o seu lugar no pulsar da cida de Actos de destrui o deliberada tamb m s o cada vez mais utilizados como estrat gias para a cria o de arquivos De facto a preserva o hist rica tamb m pode ser vista tanto como um acto de destrui o como de preserva o como explicarei mais adiante A
143. sentido compreendido nas tr s dimens es do signi ficado deste termo fundamento unidade e finalidade O fundamento da proposta era proporcionado pelo princ pio de Na o democracia e mercado como eixos articu ladores sobre os que se apoiava o projecto comum a unidade estava baseada no n vel significativamente alto de articula o das imagens do mundo que oferecia esta pro posta ideol gica onde cada um tinha o seu lugar na estrutura social a finalidade por ltimo baseava se na projec o da possibi lidade de um futuro sempre melhor duma amplia o progressiva dos espa os de parti cipa o liberdade e justi a A evolu o da ac o educativa com base neste sentido n o esteve isenta de contradi es e tens es O conhecimento e as pr ticas pedag gicas tenderam tamb m a autonomi zar se Quer pelas mudan as na estrutura social quer pela pr pria cultura pedag gica a educa o e os educadores desenvolveram um forte conte do cr tico da concep o mo derna da educa o em particular dos deus aspectos reprodutores de disciplina e auto ridade Desde os pedagogos cl ssicos como Pestalozzi Dewey Freinet e o movimento da Escola Activa at aos mais contempo r neos como Paulo Freire a cultura profis sional dos educadores muito mais do que as pr ticas educativas reais nas escolas foi dominada por princ pios que acentuavam as potencialidades libert rias da educa o Mas este pensamen
144. ses se expressem neste sentido dando desta maneira exemplo a empres rios e cidad os para que todos se encaminhem para o mesmo objectivo Segundo elemento que a injusti a que co metemos com o consumo afectar ainda mais as gera es que h o de vir Os sinto mas s o claros esgotamento dos recursos diminui o da biodiversidade contamina es de todo o tipo aquecimento do pla neta E tamb m se come am a vislumbrar guerras pelos recursos novas enfermidades secagem de lagos desaparecimento de al guns espa os emergentes etc N o cumpri mos de nenhuma maneira o prov rbio ndio que nos fala em arrendar a Terra e que pre ciso conserv la em bom estado para os que vir o depois de n s 7 Nem tudo est perdido O sistema socioecon mico imperante que a largos tracos tent mos identificar nos par grafos anteriores que ainda se apresenta com muita forca teve o seu ponto culminante durante a d cada dos anos noventa do s culo XX uma vez destru da a mal afamada alternativa do socialismo real que em realidade n o era outra coisa que um capitalismo de estado com um alt ssimo nivel de militarizagao A segunda metade da d cada j viu primeiro em Chiapas e depois em Seattle como desde o Sul e desde o Norte se levantavam vozes de oposi o que se consagraram a partir de Janeiro de 2001 com a celebra o sucessiva e at ao momento actual dos chamados F runs Sociais Mundiais que sob o seu ampl
145. simultaneamente nos princ pios num m todo numa tica numa orga niza o A Princ pios Alguns trabalham nas nossas sociedades promovendo a educa o n o formal uma educa o resultando do mundo do trabalho da cidade das associa es dos sindicatos dos partidos pol ticos das organiza es que trabalham com estabelecimentos escolares Cada saber exige partilha e utilidade A edu ca o n o formal n o se op e educa o formal a saber acad mica e cont nua quali ficativa conveniente encontrar a articula o que as junta facilita a sua complemen taridade Esta busca n o se refere s ao campo da educa o Governa a rela o que deve exis tir entre as nossas institui es e a sociedade e baseia se na responsabilidade institucional e na solidariedade social das empresas A democracia e a efic cia imp em um di logo das empresas e n o somente social aproximando empregadores e empregados Reconhecendo a Cidade educadora con sagramos este di logo social das empresas Com efeito estas express es designam a mobiliza o de todas as componentes da cidade para benef cio da constitui o e da partilha do saber 316 m Cidades educadoras 20 anos Falar de Cidade Educadora sugere mod s tia tem de se reconhecer os limites da ins titui o escolar e exig ncia uma vez que temos de p r a funcionar um sistema com plexo produzir uma co educa o deixar a u
146. sobre o Plano Director da cidade com a aprova o do poder legis lativo do munic pio agregando lhe um novo componente anteriormente desconhecido a integra o o direito das pessoas dos bairros de todas as regi es da cidade de exercer a sua participa o directa em acompanhar as ac es da c mara municipal que p e em pr tica esse plano director com a partici pa o directa permanente da popula o atrav s de f runs regionais onde os cidad os 280 m Cidades educadoras 20 anos possam fazer valer as suas reivindica es espec ficas relativas ao planeamento do bairro da regi o onde vivem e tamb m da cidade Este o processo que a pr tica j provou ser vi vel poss vel e perfeitamente exequ vel num contexto democr tico A terceira caracter stica o terceiro elemen to que marca a nossa experi ncia exac tamente o respeito pela capacidade que as pessoas t m de se auto organizarem Estes mecanismos no nosso ponto de vista de vem fortalecer a auto organiza o Respeitar a auto organiza o estimular a auto organiza o das comunidades para que possam ter poder de decis o a pos sibilidade de ac o Os nossos programas de alfabetiza o para adultos para pessoas que n o tiveram a oportunidade de ir es cola ou os nossos programas de acompa nhamento que garantem a todos o direito ao ensino b sico independentemente da idade t m em conta essencialmente a rei vin
147. suas raz es podemos ver que por um lado figuram os interesses econ micos basicamente vinculados s mat rias primas e aos recursos energ ticos Guerras portanto que pretendem manter quando n o aumentar o estado de bem estar de uma quinta parte da popula o mundial em detrimento do resto Os actuais conflitos ar mados no Iraque Afeganist o e os j menos intensos em Angola e Som lia correspon dem exactamente a este esquema esquema de interesses que se mant m a n vel interno dos estados como podemos verificar entre outros na Arg lia Col mbia Congo Kinsha sa e Congo Brazaville necess rio dizer tamb m que por vezes e sem desencadear guerras estes interesses dos privilegiados mant m se mediante formas ditatoriais ba seadas na tortura repress o e nos assassina tos extra judiciais realizados com o apoio de pot ncias estrangeiras Tal o caso por exemplo da Guin Equatorial Nig ria Zim babwe Myanmar e Uzbequist o Por outro lado encontramos por detr s das guerras uma s rie de desencontros pol ti cos sociais e tnicos que frequentemente se manifestam em marginaliza es sociais ocupa es territoriais em maiorias que oprimem minorias ou at em minorias que oprimem maiorias Encontramo lo s para citar alguns casos no de Israel versus Pales tina da S rvia e Cro cia versus B snia e Ko sovo da Federa o Russa versus Chech nia do Norte versus Sul do Sud o d
148. suficientes para se estabelecer desenvolver e fortalecer Para se assegurar o bom funcionamento da Associa o esta conta com tr s rg os constitutivos a Assembleia Geral rg o ad ministrativo formado por todas as cidades associadas o Comit Executivo Permanente encarregue da direc o gest o execu o e representa o e o Secretariado que se ocupa do cumprimento do plano de ac o aprovado pela Assembleia Geral do funcio namento do quotidiano e da administra o A Assembleia decidiu que a Secretaria e a Presid ncia da organiza o estivessem em Barcelona cidade impulsionadora do movi mento O Ill Congresso Internacional de Cidades Educadoras celebrou se em Novembro de 1994 na cidade de Bolonha sendo o tema Re Conhecer se para uma nova geografia das identidades O incremento generaliza do de processos migrat rios era uma nova realidade que come ava a ser reconhecida como caracter stica fundamental das alte ra es impl citas na moderniza o da vida urbana Em Bolonha levou se ent o a debate um novo tema a multicultura como fen meno urbano emergente Esta foi a raz o pela qual se voltou a alargar o mbito do Congresso que j dispunha de um enquadramento te rico e de um espa o de apresenta o de experi ncias educativas convidando a fazer parte dele as associa es e grupos de volunt rios relacionados com o mundo da imigra o Com as iniciativas e actividades paralelas
149. tamb m uma elimina o da viol ncia virtual cada vez mais presente nos filmes nas hist rias de quadradinhos nas consolas nos compu tadores nos jogos de rol nos brinquedos b licos e em qualquer instrumento formativo e de cio para crian as jovens e adultos De forma simult nea e complementar a educa o para a paz a investiga o sobre a paz b sica sim devemos procurar as origens dos conflitos e suas poss veis solu es Paradoxalmente est pouco valorizada em compara o com a investiga o para a guerra bom conhecer que nesta direc o e seguindo modelos j consolidados no Norte da Europa se iniciou com a aprova o do Parlamento da Catalunha o Instituto Catal o Internacional para a PAZ ICIP que tem ra zes na Lei do Fomento da Paz e a posterior cria o do Conselho Catal o de Fomento para a Paz rg o consultivo que vincula a sociedade civil e as institui es pol ticas em temas relacionados com a paz 5 A imigra o chave da vida citadina A cidade o espa o migrat rio por excel n cia As injusti as citadas no 2 cap tulo e as guerras analisadas no 3 evidenciam as ra z es das sa das e dos fluxos de popula o Interessa nos agora conhecer como a partir do Norte acolhemos estes fluxos A resposta infelizmente bastante negativa Fechamos as nossas portas sua vinda e possibilitamos um tr fico mafioso de pessoas que origina a sua morte n o lhes damos a docu
150. tempo que j n o circular nem linear mas sim estrita mente pontilhista que cria nos habitantes das nossas cidades uma concep o presen cial da cultura marcada pela precariedade das identidades individuais e dos v nculos entre umas e outras at ao ponto de ele pa recer representar a subst ncia da liberdade individual na nossa cultura Esta cultura j claramente l quida carente de refer ncias seguras ou s lidas n o fomenta o af de aprender e acumular e mais parece uma cul tura do distanciamento da descontinuidade e do esquecimento Nesta situa o quase no grau zero de defini o e compromisso o espa o p blico democr tico e a coes o social e territorial da cidade v em se forte mente amea ados Considera es extra das do op sculo de Zygmunt Bauman Els reptes de educaci en la modernitat l quida Ed Arc dia Barcelona 2007 J em 1998 Jordi Borja em Cidadania e espa o p blico salientava o temor ao espa o p blico N o um espa o protector nem protegido Em alguns casos n o foi indicado para dar seguran a mas sim para certas fun es como circular ou estacionar ou muito simples mente para espa o residual entre edif cios e vias Em outros foi ocupado por classes perigosas da sociedade imigrantes pobres ou marginais Colabora o publi cada na AAVV Ciutat real ciutat ideal Significat i fun ci a l espai urb modern Urbanitats n 7 Centro de Cu
151. uma vis o fatalista e conserva dora do mundo Achava que quem nascia numa determinada classe com uma deter minada condi o social fazia o melhor que podia dentro do que lhe era poss vel dentro das limita es impostas por essa condi o Os despedimentos eram acontecimentos que estavam fora do seu controlo pelo que teve de aprender a lidar com eles A ex press o de Rico que acabei de citar reve la que o seu sentido de responsabilidade mais profundo O que Rico quer enfatizar a sua vontade f rrea de ser considerado ne cess rio mais como uma qualidade do seu car cter do que como o resultado das suas ac es A flexibilidade conduziu o a consi derar a for a de vontade como a ess ncia do seu car cter tico Assumir a responsabilidade por aconteci mentos que est o fora do nosso controlo pode parecer mero sentimento de culpa mas no caso de Rico essa interpreta o n o seria justa uma vez que n o est apenas a tentar desculpar se e tamb m n o desistiu perante uma sociedade que se apresenta completamente fragmentada As regras que formula sobre o que deve ser uma pessoa de bom car cter podem parecer nos simplistas ou infantis mas estar amos mais uma vez a julg lo de forma injusta Rico de cer ta forma um realista Na verdade teria sido perfeitamente in til escrever uma carta aos seus empregadores a falar do preju zo que tinham causado sua fam lia Assim prefe riu concentrar se na su
152. urbanas contempor neas e as possibilidades pol ticas m 201 culos completa remodela o da cidade como acontece em Xangai ou Dubai Neste contexto uma nova forma de luta tem surgi do diferente da luta para preservar os bair ros hist ricos em Bombaim que discutimos anteriormente Como as partes de terreno em que essas comunidades informais se instalam s o ab sorvidas pela paisagem formal constru da da nova cidade com as suas aspira es de se tornar a pr xima Xangai muitos residentes foram deslocados para as novas torres de edif cios constru das sob parcelas de terre no definidas muitas vezes a uma grande dis t ncia dos seus lares originais A favela em certo sentido constitui uma express o ma terial de densidade no espa o Mas a den sidade em si pode ser conceptualizada de novo n o apenas como a ocupa o espa cial de uma localidade por uma determina da popula o mas tamb m como uma rede de informa es e rela es o que tamb m pode ser separado do espa o Assim o des locamento desses moradores tamb m pode ser visto como uma separa o da densidade da sua infra estrutura informal das rela es e redes do local em si Embora muitas das lutas actuais na cidade se articulem em tor no da ideia de fazer valer um direito cida de estas lutas funcionam em primeiro lugar para produzir um impasse pol tico e para manter o status quo Enquanto isso o capi tal especulativo continua a p
153. usos locais Mas tal como os dirigen tes da Empresa Disney que decidiram abrir uma loja na Times Square o director do Mu seu Guggenheim com sede em Manhattan j estava preparado para a expans o Desde meados de 80 Thomas Krens tinha planeado abrir v rias filiais em outras ci dades do mundo bem como patrocinar um novo Museu de Arte Contempor nea de Massachusetts MassMoCA em North Adams uma cidade industrial em decl nio situada nas montanhas Berkshire da Nova Inglaterra O Museu Guggenheim tinha mais obras de arte do que tinha espa o de expo si o para as mostrar e muitas obras recen temente adquiridas eram t o grandes que precisavam de um museu s para elas Tal como o projecto de Times Square a re vitaliza o da zona portu ria industrial de Bilbao incorporava uma desejada sinergia entre as estrat gias econ micas dos em 104 m Os novos desafios da vida urbana pres rios bascos os urbanistas de Krens e um empreendedor cultural Tal como Times Square o Centro Pompidou e outros novos p los culturais em todo o mundo o Gug genheim de Bilbao seria acompanhado de desenvolvimento imobili rio por novas lojas e pr dios de luxo Mas ao contr rio da maioria das outras cidades Bilbau tinha uma estrat gia mais ampla e mais ambiciosa de moderniza o da infra estrutura urbana e para levar a cabo essa estrat gia lan ou concursos para a concep o do novo me tropolitano pontes e do novo aeropor
154. vago ao lado de Rico e durante a primei A deriva m 169 ra hora de um longo voo entre Nova lorque e Viena tentei saber tudo o que lhe tinha acontecido desde o nosso ltimo encontro Rico cumpriu o desejo de mobilidade as cendente do pai mas n o o caminho que este lhe havia tra ado N o tem particular admira o pelos servidores do tempo ou outros igualmente presos na armadura da burocracia Em vez disso acredita na ca pacidade de mudar e de correr riscos E a verdade que prosperou Enquanto Enrico recebe uma remunera o situada no ltimo quartel da cadeia salarial Rico est entre os 5 mais bem pagos Contudo esta n o exactamente uma hist ria feliz Depois de se ter formado numa universida de local em engenharia electr nica Rico ingressou numa escola de gest o em Nova lorque Por l casou com uma colega uma jovem protestante oriunda de uma fam lia mais abastada A escola tinha os preparado para a necessidade de mudar de terra e de emprego com frequ ncia e foi o que eles fi zeram Depois da licenciatura em catorze anos de trabalho Rico mudou se quatro ve zes Come ou como consultor de tecnologia numa empresa de capital de risco na Costa Oeste nos anos de gl ria da ind stria de computadores em Sillicon Valley mudou se ent o para Chicago onde tamb m teve sucesso A mudan a seguinte foi motivada pela carreira da sua mulher Se Rico fosse apenas um ambicioso personagem retirado de
155. valores o que j n o pouco mas no que diz respeito a aspectos t cnicos tanto os pais como os professores podem ajudar nos cada vez menos e neste contexto a principal ajuda prov m dos ami gos o que se chama peer to peer uma nova maneira de aprender e de se relacionar d origem a um novo modelo social colabo rar ou morrer O mercado de trabalho valoriza cada vez mais um conjunto de capacidades e recursos que em muitas ocasi es os filhos n o po dem alcan ar baseando se apenas nos pais Os pais podem ensinar lhes uma profiss o ou facultar lhes contactos mas dificilmente os ensinam a manipular grandes quantida des de dados e fontes de informa o ou a utilizar recursos tecnol gicos de nova gera o Contudo o que pior o facto de os sistemas sociais que formam os nossos filhos tamb m n o parecerem muito eficazes nes te sentido N o est claro que estes recur sos tecnologia de ponta redes sociais de informa o milh es de dados se resolvam de forma correcta a partir da escola ou da universidade Este um dos pilares que suporta o movi mento social colaborador a que se chama Web 2 0 S o cidad os que baseiam o seu conhecimento e a sua aprendizagem na co labora o Quem partilha e distribui infor ma o valorizado pela rede til Aquele que bloqueia a informa o n o til e a rede rejeita o Se a rede rejeita fica se fora do circuito de informa o e conheciment
156. 2 MART N BARBERO JES S De los medios a las mediaciones M xico Gustavo Gili 1987 ORTIZ RENATO A moderna tradi o brasi leira Cultura brasileira e ind stria cultural S o Paulo Editora Brasilense 1988 WINOCUR ROSAL A Ciudadanos medi ticos La construcci n de lo p blico en la radio Buenos Aires Barcelona M xico Gedisa 2002 WOLTON DOMINIQUE L autre mondiali sation Par s Flammarion 2003 A deriva Richard Sennet Richard Sennett Chicago EUA 1941 professor de Sociolo gia na Escola de Economia de Londres e professor catedr tico de Ci ncias Sociais no Instituto de Tecnologia de Massachusetts Em Londres lecciona no programa Cidades e orienta os alunos do doutoramento em Sociologia da Cultura membro da Academia Americana de Artes e Ci ncias da Real Sociedade de Literatura da Real Sociedade de Artes e da Academia Europeia ex presidente do Conselho Americano para o Trabalho e ex director do Instituto de Ci ncias Humanas de Nova lorque Os seus livros mais recen tes s o estudos sobre o capitalismo moderno The Culture of the New Capitalism Yale 2006 Respect in a World of Inequality Penguin 2003 The Corrosion of Character the Personal Conse quences of Work in New Capitalism Norton 1998 e The Crafts man Allen Lane 2008 O professor Sennett foi premiado com os pr mios Amalfi e Ebert na rea da Sociologia 1 Sennett Richard Drift em The Corrosion of Ch
157. 2005 e como assessora art stico educativa em escolas museus e centros c vicos Publicou numerosos artigos e os livros O Prazer de olhar Actar 1998 e Quem educa quem Laertes 2003 Atrav s da publica o da obra Educa o e vida urbana 20 anos de Cidades Educado ras a Associa o Internacional de Cidades Educadoras celebra os seus 20 anos de vida e comemora tamb m o lan amento de no vos projectos cujos programas reflectem as altera es sociais e pol ticas que marcam profundamente a viragem do s culo A edi o desta antologia cumpre dois objec tivos promover o debate e criar um ponto de refer ncia comum para os respons veis pol ticos dos governos locais institui es e colectividades com prop sitos educativos e docentes dos diversos n veis de ensino A finalidade desta publica o ser o ponto de encontro entre os que t m a responsabilida de de orientar e regular a vida das cidades e os que trabalham diariamente no ensino dois mundos que frequentemente est o t o alheados um do outro que n o se reconhe cem como aliados naturais Neste espa o de desconhecimento entre estas duas esfe ras desvaloriza se um assunto que vital a base da exist ncia e do desenvolvimento das sociedades democr ticas a forma o c vica dos cidad os Este livro divide se em tr s grandes partes Na primeira observam se os processos de transforma o que actualmente afectam os sistemas urbanos e alte
158. 5 Grau de Qualificac es Sem Secund rio 1 190 191 ma ma a 9 9 20 6 16 0 Concluiu Secund rio 13 307 PISA 525 29 4 25 8 13 3 17 6 30 8 Freq Universidade 11 548 33 5 49 5 38 5 33 9 20 6 18 0 40 9 Grau Associado 5 274 37 5 47 0 39 7 34 7 215 14 9 41 6 Bacharelato 13 162 46 9 40 0 45 1 41 5 28 8 17 0 54 8 Mestrado 4 628 47 9 28 3 48 5 41 9 35 3 10 4 63 8 Doutoramento 1 999 42 8 279 45 9 Bom 28 3 5 2 66 5 11 Uma pessoa pode ser contabilizada em mais do que uma aplica o Dados extra dos do U S Bureau of the Census Statistic Abstract of the United States 1995 Washington DC 1995 p 417 A biblioteca como cidade estado Alberto Manguel Alberto Manguel Buenos Aires Argentina 1948 um escritor de nacionalidade canadiana e argentina que reside actualmente em Fran a conhecido pelos seus ensaios e an lises sobre o mundo liter rio e cultural e pelas colunas publicadas em v rios jornais em todo o mundo Le Monde El Pa s The Guardian The New York Times Washington Post etc Distinguido com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Liege em 2007 Manguel foi agraciado tamb m com v rios pr mios como o Pr mio Grinzane Cavour o Grande Pr mio Roger Caillois e o Pr mio McKitterick no Canad Ao longo da sua carreira escreveu v rios livros de en saios e fic o incluindo Dictonary of Imaginary Places Blooms burry Publishing 1999 A History of Reading Penguin 1997 ed portuguesa Presen
159. 50 Moganshan Lu Uma vez que os pre os dos terrenos s o muito elevados no centro da cidade a maioria dos artistas n o se podem dar ao luxo de viver l Alguns nem sequer se podem dar ao luxo de l trabalhar e decidiram alugar est dios mais baratos nos arredores da cidade usan do Moganshan Lu como espa o de galeria onde tentam vender o seu trabalho Os al tos valores de propriedades no centro t m o mesmo efeito do que em Nova lorque e Londres onde a produ o de arte ocupa o segundo lugar do consumo cultural da clas se alta N o s os pre os altos pagos pela arte contempor nea chinesa mas tamb m o sucesso comercial de Xangai colocam a ci dade em risco de perder a sua alma 14 Em Pequim as rendas altas e o desenvolvimento imo bili rio tiveram um efeito semelhante na Factory 798 Henri Benaim Analisando a Modernidade 798 um distrito de arte vanguardista em Pequim tese s nior do Departamento de Estudos da sia Oriental Universi dade de Yale 2006 Para saber mais sobre os artistas de Xangai no mercado internacional de arte consulte Charlotte Higgins A Arte Chinesa est a superiorizar se ou est a humilhar se para conseguir favores The Guardian 09 de Novembro de 2004 Para al m de 50 Moganshan Lu outros p los de cria o em Xangai poder o ter mais espa o comercial para escrit rios de arquitectos e artistas gr ficos como Bridge 8 ou mais espa o para os est dios de artistas como Tianzifan
160. A forma o a possibilidade de escapar a qualquer clau sura de evitar a fatalidade da heran a socio cultural de impedir que o facto de pertencer a determinada etnia n o paralise os indiv du os em naturezas que os deixariam comple tamente incapazes de se pensar de maneira diferente ou de se tornarem outra pessoa As nossas sociedades modernas devem ser contrariamente s velhas utopias dos s culos XIX e XX sociedades de mobilidade assumi da Na minha opini o uma sociedade que progride uma sociedade na qual os lugares j n o s o inevit veis a saber uma socieda de onde os indiv duos podem se mostrar di ferentes do que s o N o est o condenados a ficar aquilo que eles eram Isto leva nos a um lugar comum teremos a partir de agora de mudar de profiss o v rias vezes ao longo da nossa vida Mas n o deve mos considerar isto como uma simples obe di ncia a uma ordem das grandes empresas que necessitam de uma maior flexibilidade na sua m o de obra Isto tamb m pode ser o direito dado a uma pessoa de se reconverter profissionalmente quando o deseja e pensa que se pode realizar noutras actividades Quando era director do Instituto universit rio de forma o de Professores IUFM Ins titut Universitaire de Formation des Maitres de Lyon desenvolvi um dispositivo de re convers o para as pessoas vindas de todas as profiss es e que queriam ser docentes Este dispositivo deu excelentes resultados pes
161. ABELAS ESTAT STICAS Penso que Rico est consciente do facto de ser um homem bem sucedido mas tamb m confuso O comportamento flex vel que o conduziu ao sucesso tem vindo a enfraque cer irremediavelmente o seu car cter Sendo um faz tudo no mundo actual o dilema que trava provavelmente o que o aproxima da generalidade dos seus contempor neos Tabela 1 Emprego por ind strias seleccionadas com projec es 1979 a 2005 TAXA DE CRESCIMENTO IND STRIA EMPREGO 1000 ANUAL 2005 1992 2005 1979 11992 1979 92 Brons Brons Manufactura 21 040 18 040 117 323 1 2 0 2 MS SNE 4 975 6 571 7 969 22 1 5 e ramo imobili rio Fornecimento 508 1 649 2 581 9 5 3 5 de servi os pessoais Servi o de Computa o e 271 1 626 90 52 processamento de dados j Governo federal DUIS 2 969 285 0 5 0 4 Governo estatal e local 13 74 15 683 19 206 1 4 1 6 Com base em pressupostos de crescimento moderado Dados extra dos do U S Bureau of the Census Statistic Abstract of the United States 1995 Washington DC 1995 p 417 A deriva m 179 Tabela 2 Trabalhadores que usam computador no servi o administrativo 1993 Sexo Masculino 24 414 41 1 45 2 39 4 35 2 25 3 18 1 40 7 Feminino 26 692 3176 44 8 38 1 33 8 19 6 14 5 47 8 Raca Etnia Branca 43 020 37 2 45 8 SO 3972 23 0 16 7 45 9 Negra 4 016 DU 38 3 372 D1 2 16 8 129 33 9 Hisp nica 2 492 DON 45 6 32 1 27 6 18 7 16 0 33 6 Outras 1 578 397 39 4 32 335 2276 10 2 44
162. Cr nica de Reis Magos por Ibn al Kifti e agora sem fundamento culpou o general mu ulmano Amr ibn al As pela destrui o que ao entrar em Alexandria em 642 A C deve ter ordenado ao califa Omar para in cendiar o conte do da Biblioteca Os livros sempre de acordo com o narrador crist o A biblioteca como cidade estado m 189 foram usados para alimentar os fornos dos banhos publicos apenas as obras de Arist teles foram poupadas Historicamente luz do dia o fim da Bi blioteca continua t o nebuloso quanto o seu verdadeiro aspecto historicamente a torre se algum dia existiu n o era nada mais do que um empreendimento imobili rio sem sucesso apesar de ambicioso Tal como os mitos por outro lado na imagina o noi te a solidez das duas constru es est aci ma de qualquer suspeita Podemos admirar a Torre m tica visivelmente a erguer se para provar que o imposs vel vale a pena ser ten tado n o importa o qu o devastador seja o resultado podemos v la subindo o seu ca minho ascendente fruto de uma sociedade un nime ocupando tudo como formigas podemos testemunhar o seu fim na dispers o dos seus indiv duos cada um no isolamento do seu pr prio c rculo lingu stico Podemos percorrer as pilhas a abarrotar da Biblioteca de Alexandria onde toda a imagina o e co nhecimento estavam organizados podemos reconhecer na sua destrui o o aviso de que tudo o que n s recolhemos ser destru
163. DU UFRGS 2005 218 m Educa o o presente o futuro juventude urbana Compreendendo se os grupos juvenis no territ rio urbano como parte de um universo outsider que vem instaurando novas formas de ser expressar se e viver formas que amea am e amedrontam o estabelecido proponho pens los como sujeitos poss veis interlocutores cuja originalidade em termos de modus vivendi e operandi pode colaborar para a reinven o institucional e social do presente Proponho que pensemos os jovens como poss veis articuladores de um novo presente Jovens de periferia urbana e suas trilhas Na primeira pesquisa realizada na periferia da cidade de Porto Alegre foram ouvidos atrav s de question rios 266 jovens 149 meninas e 115 meninos 160 do ensino fundamental e 106 do ensino m dio com idades que variam de 13 a 24 anos Cerca de 25 dos jovens vive em fam lias cuja ren da de 1 sal rio m nimo enquanto 129 cerca de 50 dos jovens vive em fam lias cuja renda de 2 a 5 sal rios m nimos Do conjunto destes jovens 218 referem gostar 2 Juventude escolariza o e poder local pesquisa realizada nos anos de 2004 e 2005 coordenada em mbito nacional por Mar lia Sp sito USP e Sergio Ha ddad PUC SP e em mbito local Porto Alegre e regi o metropolitana por Nilton Bueno Fischer e Jaqueline Moll UFRGS 10 ELIAS Norbert SCOTSON John L Os estabelecidos e os outsiders sociol
164. International Association of Educating Cities Association Internationale des Villes Educatrices Asociaci n Internacional de Ciudades Educadoras Educa o e vida urbana 20 anos de Cidades Educadoras Educa o e vida urbana 20 anos de Cidades Educadoras Educating Cities Villes Educatrices Ciudades Educadoras International Association of Association Internationale des Asociaci n Internacional de ISBN 978 84 9850 419 4 788498 504194 l 4 9 Educa o e vida urbana 20 anos de Cidades Educadoras Volume editado originalmente em 2008 por ocasi o do X Congresso da Associa o Internacional das Cidades Educadoras AICE Comit Executivo da AICE 2008 Adelaide Barcelona Presid ncia e Secretariado Budapeste G nova Lisboa Lom Lyon Rennes Tesouraria Rosario Vice Presid ncia S o Paulo Tampere e Turim Edi o de Eulalia Bosch Ajuda t cnica de M Angeles Cabeza Coordena o da publica o em portugu s Gabinete Lisboa Cidade Educadora Municipio de Lisboa Tradu es do castelhano Janice Lapeyre Espina Joana Vieira e S rgio Filipe dos Santos Mariano do franc s e do italiano Maria de F tima de Noronha Galv o Telles Maria Teresa de Noronha de Galv o Telles Maria Luiza de Saldanha e Annick Tryer do ingl s S nia Catarina Peres Duarte Revis o Gabinete Lisboa Cidade Educadora
165. Museu de Belas Artes local tem uma excelente colec o de trabalhos hist ricos locais mas carece de uma colec o de arte forte e moderna No entanto levanta d vidas sobre a integra o da rea cultural com artistas locais que vivem e trabalham hoje na cidade Nem se pode dizer que o museu serve mais os visitantes locais do 7 Muschamp Herbert O Milagre em Bilbao New York Times 7 de Setembro de 1997 Zulaika Joseba Beleza Dura Bilbao como Ruina Arquitectura e Alegoria em Joan Ramon Resina ed Cidades Ibericas Nova lorque e Londres Routledge 2001 pp 1 17 Cultura urbana em busca da autenticidade m 105 que os turistas Os precos das entradas s o altos para as pessoas de Bilbau onde a taxa de desemprego de 60 por cento entre os jovens e a maioria dos visitantes v m de outras areas da Espanha e do estrangeiro Al m disso os hot is de luxo que foram constru dos para os turistas culturais s o caros Os visitantes tendem a vir uma vez ficar uma ou duas noites e sair sem ver o resto da cidade Quando fiquei num hotel ao lado do museu e pedi ao empregado da recep o um mapa da cidade ele desenhou um grande c rculo em volta do centro antigo da cidade e alertou me para n o ir l um sinal vis vel do desigual desenvolvimento recente da cidade S o muitos os que felicitariam as autoridades de Bilbau por terem reconhecido que tinha terminado a era de uma economia baseada na ind stria e aplau
166. Nerea 1997 Sobre North Adams consulte Zukin Culturas das Cidades da atriz Marilyn Monroe como Herbert Muschamp o cr tico de arquitectura do New York Times escreveu quando visitou Bilbao aquando da abertura do museu em 1997 O edif cio sugere um estilo americano de liberdade escreveu Muschamp Esse estilo sensual emocional intuitivo e exibicionista Nada poderia estar mais longe da cultura tradicional biscaia ou atitudes em Bilbau uma cidade que no passado havia rejeitado ambas as esculturas do a o minimalista do artista americano Richard Serra e os trabalhos do artista basco moderno Jorge Oteiza Uma vez que os estaleiros e siderurgias ainda n o tinham sido demolidos quando Muschamp escreveu isso foi mais f cil para ele do que seria para um visitante de hoje dizer que Gehry se tinha inspirado na pot ncia industrial de Bilbao do s culo XIX Mas Gehry refez esse patrim nio industrial de uma forma abstracta e o pr prio museu substituiu uma f brica que segundo alguns relatos ainda estava em funcionamento Estas transforma es materiais da cultura urbana representam a posi o dominante do novo museu na cidade onde ambos t m vista para o centro da cidade e empregam a maior parte do financiamento cultural do governo regional Tamb m n o h lugar para a arte local dentro do Guggenheim Bilbao Todas as exposi es s o de obras de artistas estrangeiros Talvez seja positivo para Bilbao onde o
167. Paulo Freire chega ra em Gotemburgo a toler ncia a grande virtude que as cidades devem praticar e que a Associac o Internacional das Cidades Edu cadoras deve impulsionar Sem toler ncia n o se pode avan ar na democracia Na abertura do Congresso estavam presentes mais de duzentas cidades Todas ouviram e discutiram o texto com que Franco Frabboni tentava especificar o conceito central do en contro a cidade multicultural A minha obrigac o de reflectir nesta Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 275 assembleia plen ria conclusiva do terceiro Congresso Internacional das Cidades Educa doras sobre os materiais de an lise discuti dos e elaborados pela comiss o de trabalho intitulada Fun o das ag ncias socioedu cativas p blicas e privadas numa realidade multicultural Uma comissao de trabalho que ja modificou seis relat rios que incluem c digos orais e escritos com simbolos e videos e uma am pla discuss o acesa a modo de conclus o Os materiais de reflex o cient fica e projec tos socioculturais produzidos pelo grupo H foram resumidos e filtrados num manifesto num dec logo de dez teses uma esp cie de invent rio de problemas tal como j foi defi nido anteriormente por Furio Colombo S o as dez letras do alfabeto do p blico e do privado numa cidade que temos definido como cidade projecto numa cidade multi e intercultural Trata se de dez teses que se centram em ob je
168. Se buscamos a autenticidade nas cidades de hoje n s estamos a revoltar nos contra a falsidade que vemos na familiaridade ence nada dos sub rbios e da hist ria encenada dos centros feitos imagem da Disneyl n dia Estamos a tentar escapar da produ o de prazer em massa mesmo se isso nos levar ao consumo em massa de casas de arenito de edif cios de lofts em ferro fundido e rua de paralelos Embora a valorizemos como real a auten ticidade nunca surge por si pr pria sempre produzida por homens e mulheres que a re conhecem escrevem sobre ela que a alimen tam e a vendem aos outros No seu sentido mais restrito a autenticidade um selo de aprova o dada por especialistas aos objec tos exclusivos como o retrato de Rembrandt autenticado mas num sentido est tico mais amplo tamb m pode ser um reconhecimento cr tico da m sica de um som de um g nero aut ntico de um cantor ou o elogio de um cr tico a um restaurante com um estilo culin rio aut ntico Com produtores inteligentes e uma boa campanha de marketing a autenticidade pode ser fabricada um recurso renov vel como diz o so ci logo Richard Peterson e nesta contradi o tanto encontramos a originalidade sem par como a autenticidade e o seu potencial de inova o H quase sempre um acto de Para pensamentos semelhantes ver Marshall Berman Tudo que s lido se desfaz no ar New York Simon and Schuster 1982 e Richard Senne
169. XV o poeta Thomas Hoc cleve afirmava em The Regiment of Princes mas afinal onde que neste mundo h es tabilidade lamento este que tamb m po demos encontrar nos textos de Homero ou na B blia no livro de Jeremias Ao longo da hist ria da humanidade as pessoas foram aprendendo a aceitar que as suas vidas te riam de mudar algumas vezes na sequ ncia de guerras fomes ou outros desastres e que para sobreviver teriam de ser capazes de se adaptar Os nossos pais e av s viviam numa ansiedade profunda em 1940 quando de pois de sofrerem a ru na durante a Grande Depress o encaravam a perspectiva imi nente de uma guerra mundial O que espec fico da incerteza nos nossos dias o facto de ela existir sem que se pers pective nenhum desastre iminente Faz par te do quotidiano de uma era de capitalismo vigorosa suposto que a instabilidade seja 1 Citado em Ray Pahl After Success Fin de Siecle Anx iety and Identity Cambridge R U Polity Press 1995 pp 163 164 178 m Educa o o presente o futuro encarada com normalidade e nessa medida o homem empreendedor de Schumpeter o faz tudo ideal Talvez a corros o do ca r cter seja apenas uma consequ ncia inevi t vel Saber que o longo prazo n o existe faz com que a ac o n o se oriente para o tempo longo destr i as rela es de confian a e compromisso e imp e o div rcio entre a vontade e a conduta AP NDICES T
170. a es das suas diversas morfologias desde as crian as prot tipos indel veis talvez de aut ntica diversidade Re Conocerse para una nueva geografia de las identidades Ill Congresso Internacional das Cidades Educadoras Bolonha Novem bro de 1994 p g 328 329 A cidade de Chicago organizou o IV Con gresso Internacional das Cidades Educado ras no ano de 1996 A organiza o locali zava se assim no continente americano O tema escolhido foi As artes e as humanida des como agentes da mudan a social Desde 1990 data do I Congresso as cida des impulsionadoras da Associa o Inter nacional tinham desenvolvido um grande trabalho para despertar em muitos governos locais o interesse pelo conceito de educa o de longo e amplo alcance A novidade que representava o IV Congresso era a de dar in cio ao estabelecimento de v nculos clara mente vis veis entre as estruturas pol ticas e a vida cultural da cidadania O m sico e compositor Wynton Marsalis foi convidado a inaugurar o Congresso e parte das sess es realizaram se fora da sede cen tral do encontro no Art Institute of Chicago e no Chicago Center Wynton Marsalis no seu discurso de aber tura referiu se ao papel que as artes e em especial a poesia e a m sica representam na compreens o da condi o humana Gostamos de ler a vers o de Shakespeare sobre o que aconteceu a J lio C sar porque sabemos que Marco Ant nio n o falava de forma
171. a o eficaz entre oikos e oikoume ne Dessa forma eles liberarem o espa o da gora para outra invas o e conquista ain da que a partir do lado menos esperado a invas o dos interesses individuais privados e as preocupa es j n o chegam gora para procurar a sua tradu o para O voca bul rio de tarefas comuns mas para terem a sua privacidade e a sua individualidade quer queira quer n o e por padr o ao inv s de design juntamente com a futilidade de qualquer tentativa de buscar solu es colec tivas para problemas individuais reiterou e refor ou Gostaria de sugerir que esta inva s o inesperada recente actualmente em ple no andamento constitui a principal amea a 58 m Os novos desafios da vida urbana mais terr vel e menos resistivel para a vivaci dade e efic cia da Agora Mas quais s o as fontes dessa nova amea a A diminui o consistente da soberania do Estado Na o na sequ ncia da ced ncia de muitos dos seus poderes aos rg os supra nacionais e outras pot ncias evaporadas no espa o global de fluxos para usar a ex press o de Manuel Castells tem um impac to de desactiva o das suas capacidades de lidar com muitas das fun es que anterior mente eram realizadas ou previstas e tinha prometido realizar Os poderes remanescen tes do estado ficam aqu m do volume que os rg os e institui es do Estado exigiriam abra ar toda a gama de suas fun es anterio res D
172. a 1999 Stevenson Under the Palm Trees Ca nongate Books 2004 A Reading Diary Alfred A Knopf 2004 ed portuguesa Um Di rio de Leituras Asa 2008 e The Library at Night Alfred A Knopf 2006 ed portuguesa Companhia das Letras 2010 A biblioteca como cidade estado O meu ponto de partida uma pergunta Fora a Teologia e a Literatura fant stica al guns podem duvidar que as principais carac teristicas do nosso universo sejam a sua falta de sentido e a aus ncia de prop sito dis cernivel E ainda assim com um optimismo desconcertante continuamos a juntar peda os de informa es que podemos reunir em pergaminhos e livros e chips de computador em sucess es de prateleiras de biblioteca quer seja material virtual ou n o tem a in ten o de pateticamente atribuir ao mundo uma apar ncia de sentido e ordem sabendo perfeitamente que por muito que se queira acreditar pelo contr rio as nossas buscas infelizmente est o destinadas ao fracasso Porqu ent o fazemos isso As bibliotecas privadas ou compartilhadas com um p blico maior de leitores sempre me pareceram lugares apesar da sua apa r ncia de ordem agradavelmente loucos e por tanto tempo quanto me posso lembrar fui seduzido pela sua l gica labir ntica o que sugere que a raz o se n o a arte reina sobre um arranjo cacof nico de livros Eu sei que as bibliotecas sempre abrigaram outros objectos tamb m mas a presen a de
173. a Rep blica Federal da Alemanha e Ca nad para minorar as press es financeiras limitar a quantidade e tipo de publicidade assim como dar acesso aos cidad os para que participem nos debates de cada socie dade Encontr mos uma an lise semelhante as fun es sociais e pol ticas dos meios em estudos sobre a radiodifus o e a televis o na Am rica Latina Mart n Barbero Ortiz Wi nocur entre outros Devido crescente influ ncia da r dio da televis o e da Internet referimos nos nor malmente a estes recursos como as novas goras os lugares de informa o massiva Ferry Wolton Efectivamente nos meios de comunica o conhecemos a maioria das not cias ouvimos coment rios e debates sobre a esfera p blica e s vezes participa mos nesta conversa o Ao mesmo tempo que os partidos pol ticos reduziram a sua credibilidade e capacidade de representa o dos interesses p blicos os meios foram ocupando os velhos e os novos lugares de intermedia o e delibera o social A v deo Comunica es conhecimento e cidade um debate intercultural m 159 pol tica substitui as reuni es e a milit ncia partid ria Di rios e r dio e muito mais a televis o d o a conhecer melhor que no passado e a mais cidad os actos de corrup o e viola es de direitos humanos ou difundem explica es sobre crises ecol gicas ou pol ticas O acesso cada vez mais estendido Internet contribui para que
174. a dos recursos e do potencial for mativo da cidade com o normal desenvolvi mento do sistema educativo laboral e social O direito a uma cidade educadora deve ser uma garantia relevante dos princ pios de igualdade entre todas as pessoas de justi a social e de equil brio territorial 288 m Cidades educadoras 20 anos Esta acentua a responsabilidade dos gover nos locais no sentido do desenvolvimento de todas as potencialidades educativas que a cidade cont m incorporando no seu pro jecto politico os principios da cidade edu cadora Principios I O Direito a uma Cidade Educadora ie Todos os habitantes de uma cidade ter o o direito de desfrutar em condic es de liber dade e igualdade os meios e oportunidades de formac o entretenimento e desenvolvi mento pessoal que ela Ihes oferece O di reito a uma cidade educadora proposto como uma extensao do direito fundamental de todos os individuos a educagao A cidade educadora renova permanentemente o seu compromisso em formar nos aspectos os mais diversos os seus habitantes ao longo da vida E para que isto seja poss vel dever ter em conta todos os grupos com suas ne cessidades particulares Para o planeamento e governo da cidade tomar se o as medidas necess rias tendo por objectivo o suprimir os obst culos de todos os tipos incluindo as barreiras f sicas que impedem o exerc cio do direito igual dade Ser o respons vel tanto a administra
175. a a diversidade das face tas do mundo local Um progresso para o reconhecimento dos governos locais no direito internacional Ao longo do processo que levou consti tui o da organiza o Cidades e Governos Locais Unidos e sobretudo desde o ano de 2004 as autoridades locais refor aram e consolidaram as liga es que existiam com as principais institui es internacionais Po demos assinalar e a cria o do Comit Consultivo das Au toridades Locais junto das Na es Unidas 148 m Os novos desafios da vida urbana UNACLA no ano 2000 a primeira expe ri ncia de institucionaliza o do di logo entre as autoridades locais e as Na es Uni das O seu mandato foi circunscrito por en quanto realiza o da agenda do programa Habitat e o lan amento da Alian a das Cidades em 1999 pelo Banco mundial e pela ONU Ha bitat A Alian a re ne actualmente mais de quinze pa ses doadores e cinco organismos internacionais Mobilizou desde a sua cria o mais de 88 milh es de d lares em inves timentos para a redu o da pobreza urba na As autoridades locais s o representadas no seio do Conselho Consultivo da Alian a pelo intermedi rio da CGLU e da sua sec o metropolitana Metropolis e a admiss o de representantes das autorida des locais como observadores junto do Con selho de Administra o da Ag ncia Habitat da ONU 2003 representa o assumida pela organiza o CGLU desde 2005
176. a cren a de que cada um dos livros feitos dessas palavras era o seu pr prio cosmos complexo cada um assumindo a sua singularidade para atender a toda a cria o A Torre de Babel ruiu na pr hist ria da narrativa a Bibliote ca de Alexandria ergueu se quando hist rias tomaram a forma de livros e se esfor ou para encontrar a sintaxe que daria a cada palavra cada t bua cada rolo o seu lugar esclarecedor e necess rio Indistinta majes tosa sempre presente a arquitetura t cita dessa biblioteca infinita continua a assom brar os nossos sonhos de uma forma univer sal Como ela nunca mais nada semelhante foi alcan ado apesar de outras bibliotecas incluindo a Internet tentarem copiar a sua ambi o surpreendente Ela permanece ni ca na hist ria do mundo como o nico lu gar que tendo sido constitu do para registar tudo passado e futuro tamb m poderia ter previsto e armazenado a cr nica de sua pr pria destrui o e ressurrei o Dividida em reas tem ticas por categorias concebidas pelos seus bibliotec rios a Biblioteca de Alexandria tornou se numa infinidade de bi bliotecas cada uma insistia num aspecto da variedade do mundo L os Alexandrinos se vangloriavam era um lugar onde a mem ria era mantida viva onde cada pensamento escrito tinha o seu nicho onde cada leitor poderia encontrar o seu pr prio itiner rio tra ado em sucess es de filas de livros tal vez ainda fechado onde o pr prio Un
177. a de melhores oportunidades indivi duais que refor am o potencial de segmen ta o e parcial que a educa o costuma a ter Portanto a pol tica educativa aumenta a sua visibilidade e a press o social a que es t o sujeitos os diferentes agentes educativos quando se torna como j temos referido um elemento central da capacidade individual e colectiva para enfrentar as r pidas din mi cas das mudan as nas reas de produ o social e familiar Contudo ser que a escola e os diferentes grupos profissionais vincula dos directamente com os itiner rios de for ma o poder o assumir a grande avalanche de procuras que lhes s o dirigidas desde a sociedade Poder o faz lo sozinhos H al gum tempo que estas quest es andam no ar e se t m vindo a abordar de forma directa e indirecta em muitas das reflex es e inquie ta es relacionadas com o nosso ambiente educativo A influ ncia da educa o estendeu se mui to para al m do normal mas isso envolve por um lado caminhar em direc o aqui lo que se tem chamado a sociedade do conhecimento na que todos os aspectos fundamentais e as actividades sociais t m componentes formativas e acabam por gerar conhecimento com as consequ ncias que tem de produzir a sensa o de que qualquer aspecto vital pode ser objecto de aprendi zagem formal e de supera o de incompe t ncias previas E por outro lado a ideia de que toda car ncia pessoal ou social que
178. a determina o firme em resistir n o andar deriva Resistir A deriva m 177 particularmente terr vel amea a de per der aqueles valores que s o por natureza est veis como a lealdade o compromisso a capacidade de trabalhar por objectivos e de tomar decis es Valoriza as qualidades intemporais que o definem para sempre permanentemente e essencialmente A sua vontade tornou se est tica Est preso na ar madilha da assump o clara dos valores Nesta contradi o entre a experi ncia da mudan a e o desejo de estabilidade falta Ihe uma narrativa que possa organizar a sua conduta As narrativas n o s o simples descri es de eventos D o forma passa gem do tempo propondo explica es para a raz o pela qual as coisas acontecem e mostrando as suas consequ ncias Enrico tinha uma narrativa para a sua vida linear e cumulativa uma narrativa que fazia todo o sentido num mundo altamente burocrati zado Rico vive num mundo dominado pela flexibilidade e por vagas de curta dura o este mundo n o lhe permite construir uma narrativa s lida nem econ mica nem so cialmente As empresas desagregam se ou anexam se os empregos aparecem e desa parecem constituindo acontecimentos sem liga o uns com os outros A destrui o criativa como Schumpeter lhe chama pre cisa na ptica dos investidores de pessoas predispostas imprevisibilidade a n o po der prever o futuro A maior parte da
179. a diversidade nas cidades e dos territ rios como fundamentos para a paz e o desenvolvimento e a realiza o dos Objectivos do Mil nio para o Desenvolvimento e da democracia local para refor ar atrav s deles o lugar dos governos locais na governa o mundial ads docs 5181 19348 Resolution 2021 3 pdf Jornal Oficial da Uni o Europeia L 209 de 11 de Agosto de 2005 e C 46 de 24 de Fevereiro de 2006 Resolu o do Parlamento europeu de 15 de Mar o de 2007 sobre as colectvidades locais e a coopera o ao desenvolvimento 2006 2235 INI P6_TA 2007 0083 150 m Os novos desafios da vida urbana No que diz respeito ao primeiro tema a CGLU juntamente com as principais redes de governos locais sobres as mudan as cli m ticas ICLEI Conselho Internacional para as Iniciativas Ecol gicas Locais o Con selho Mundial de Presidentes de C mara sobre as Mudan as Clim ticas o Grupo das Grandes Cidades para o clima C40 bem como os presidentes de c mara americanos signat rios do Acordo de protec o do clima lan aram em Bali em Dezembro de 2007 no mbito da Confer ncia das Na es Uni das sobre Mudan as Clim ticas um apelo para reduzir nos seus territ rios as emiss es de gazes com efeito de estufa entre 60 e 80 para 2050 a promover a utiliza o de tecnologias pr prias e de energias reno v veis a encorajar a planifica o e o de senvolvimento para facilitar a preven o e adapta
180. a do pacto de eugenia depois de atravessada a poca da reflex o sobre os servi os e a da afirma o de outros actores na sociedade e de ter posto em marcha em 2004 um processo de pla nifica o social da cidade sustentando in terven es e recursos coligados activa o de cidadania a Administra o C vica inclui ainda no primeiro ponto da pr pria agenda pol tica a participa o como m todo e subs t ncia de governo Porque a participa o continua a ser uma quest o pol tica que tem que ver com a procura crescente de democracia e com a exig ncia dos cidad os de concorrer s es colhas caracterizadas por forte impacto na vida quotidiana dos bairros e territ rios Trata se frequentemente de decis es defini das como p blicas do ponto de vista do procedimento e administrativo mas que s o vividas como privadas do ponto de vista processual e pol tico num sentido lato cer tamente distantes do reconhecimento e con fian a de uma esfera p blica compartilhada O trabalho que a Administra o P blica tenciona fazer dando sentido ao que est expresso na Carta das Cidades Educadoras quando afirma que A cidade educadora es timular a participa o citadina numa pers pectiva cr tica e co respons vel centra se hoje na an lise das ferramentas de partici pa o existentes e futuras necess rio pro mover com maior empenho e convic o a participa o t cnica regulamentar admi nist
181. a e social de serem teis O que nos dizem estas e outras investiga es que os reformados desejam intervir activamente de alguma maneira na vida econ mica laboral social e pol tica ainda que seja apenas para desfrutarem de expe ri ncias sociais que agora lhes est o inter ditas S o idosos din micos que se negam a serem exclu dos e que at agora n o encontraram canais mais produtivos e satis fat rios Este o desafio que temos perante n s criar uma nova cultura que permita aos idosos deixarem de ser reformados ociosos para passarem a ser reformados ocupados Mas o problema que n o sabem como faz lo As actuais gera es de reformados s o as primeiras a viver colectivamente ou seja como gera o plena entre os 20 e os 30 anos mais do que viviam as gera es anteriores Facto que nunca antes ocorre ra Trata se de uma gera o que chegou reforma em massa mas n o disp e de um manual de instru es para a utiliza o desta nova etapa das suas vidas necess rio criar uma nova cultura que per mita desenvolver boas pr ticas relacionando o uso do tempo com o manual de instru es para novos reformados Penso que um dos desafios mais importantes das nossas socie dades Entre outros aspectos preciso or ganizar a sociedade e o mundo do trabalho para evitar que a sa da brusca repentina do mundo laboral e profissional signifique uma perda de capacidades cognitivas e compe
182. a lu tar e para torn lo realidade neste caso preciso coer ncia valor tenacidade sen tido de justi a e for a por parte de quem se entregar a ele o sonho de um mundo melhor onde haja menos desigualdades e onde a discrimina o devido ra a ao sexo e s classes sociais deixe de ser um motivo de orgulho e ou de constantes e va zias lamenta es para n o ser sen o moti vo de vergonha Este um sonho essencial Se n o conse guirmos realiz lo essa democracia de que tanto falamos especialmente no tempo em que vivemos n o ser mais do que uma farsa Que tipo de democracia essa que atribui o sofrimento de milh es de pessoas que mor rem fome que s o rejeitadas a quem se impede que aprendam e saibam ler as pala vras e que apenas sabem ler o seu mundo a raz es de ordem clim tica ou de incompe t ncia gen tica Outro sonho fundamental que devemos acrescentar ao ensino da cidade educadora o direito de ser diferente um direito que deve existir em qualquer verdadeira demo cracia e a sua extens o que essa diferen a seja respeitada Farrington Freire Revans Sapp Four of the main speakers at the 2nd International Congress of Educating Cities Gotemburgo Su cia Novembro de 1992 p gs 18 19 Para muitos dos participantes ficava claro que o conceito de cidade educadora se transformava num instrumento ao servi o de uma melhor compreens o do fen meno urbano
183. a melhorar o di logo educador e melhorar as condi es de conviv ncia e qualidade de vida e O cumprimento dos princ pios da Carta das Cidades Educadoras merece uma apli cac o de pol ticas globais atrav s das quais as ac es surjam das melhores estrat gias e A troca de avalia o de experi ncias cons tituem um valioso activo do movimento das cidades educadoras e Os princ pios da Carta e os Estatutos da Associac o ser o analisados e revistos se necess rio a luz das mudancas sociais do novo mil nio e As reflex es das cidades h o de ser a prin cipal fonte de actualiza o dos princ pios que fundamentam o movimento das Cida des Educadoras e Os valores educativos que nascem das di ferentes formas de coopera o entre cidades h o de ser escolhidos pelas Cidades Educa doras como uma fonte de actualiza o sem nunca esquecer que cada cidade tem uma responsabilidade primordial no desenvolvi mento dos habitantes no mbito da convi v ncia e progresso pessoal e colectivo O VI Congresso das Cidades Educadoras celebrou se em Novembro do ano 2000 na cidade de Lisboa Circunst ncias diver sas provocaram um atraso na realiza o do Congresso de Jerusal m e por esse motivo o Congresso de Lisboa celebrou se poucos meses depois do de Jerusal m O encontro de Lisboa debru ou se sobre a tem tica A cidade espa o educativo no novo mil nio abordando grande parte dos temas que os anteriores
184. a n o se pode limitar a seleccionar os que t m mais m rito deve igualmente preocupar se com o destino dos perdedores A igualdade de oportunidades em estado quimicamente puro n o preserva necessa riamente os perdedores da humilha o do fracasso e do sentimento de mediocridade A meritocracia pode ser perfeitamente in toler vel quando se associa o orgulho dos ganhadores ao desprezo dos perdedores A exclus o e a viol ncia duma grande parte dos alunos demonstram actualmente que este cen rio n o fic o O modelo de igualdade de oportunidades e de meritocracia nunca esteve totalmen te em vigor No caso franc s as diferen as de resultados escolares entre classes sociais continuam t o fortes como em per odos em que o acesso n o era universal ou era so cialmente desigual Este fen meno cria um estado de desilus o que pode provocar ten ta es reaccion rias de voltar atr s em es trat gias democr ticas Dubet prop e con tra estas tenta es tr s linhas principais de ac o A primeira enumera as pol ticas de distribui o mais equitativa da oferta esco lar ao dar mais aos mais desfavorecidos e aumentar a informa o sobre a oferta peda g gica e flexibilizar a circula o dentro do sistema educativo A segunda linha exp e a forma como responde o sistema educati vo sorte dos mais fr geis Neste sentido a educa o obrigat ria deveria guiar se por princ pios de avalia o onde n o haver
185. a qual for o termo associado responsabilidade do poder p blico sobre o que cada um deveria aprender est fora de quest o tomar a direc o de uma educa o forma o cont nua do tipo autorit rio No entanto nas nossas l nguas o castelhano e o catal o a palavra educa o n o ne cessariamente respons vel por conota es autorit rias A palavra forma o aceit vel porque compat vel com o respeito da autonomia do indiv duo Por outro lado a palavra aprendizagem tem um car cter ex 252 m Educa o o presente o futuro tremamente instrumentista e por isso est directamente associada a forma o profis sional PM Na an lise da Hannah Arendt que hoje retomada pela maioria dos te ricos da democracia define se um regime totalit rio como um regime que confunde os pap is A saber um regime que toma as crian as por adultos e adultos por crian as Para a Hannah Arendt deve se respeitar a fronteira necess ria entre o momento em que a crian a n o sendo capaz de escolher por si s deve ser educada pelos que devem decidir pelo seu bem e o momento em que o adulto deve poder como cidad o ser reconhecido tanto como actor na sua vida e na cidade Mesmo que a distin o que ela prop e seja pedagogicamente discut vel da minha parte penso justamente que a pedagogia o ordenamento das transi es necess rias parece me que mais vale evitar que se pense que concebe
186. a que tem ficado atr s do Canad e das regi es metropolita nas dos EUA em resultados de educa o Os migrantes t m refor ado a vitalidade 17 Laura Julie Perreault Embouteillage sur le dieu pris Montrealais La Presse 12 junho de 2004 Solie Karen As muitas solid es em Montreal Glo be and Mail 12 de Junho 2004 49 An lise Territorial da OCDE de Montreal OECD Observer Policy Brief Paris OCDE 2004 p 2 3 www oecd org publications Pol brief Lidar com a heterogeneidade m 75 econ mica da cidade e da regi o e devem continuar a agregar valor a economia local se a cidade esta a prosperar A experi ncia de Montreal demonstra a necessidade de in culcar migrantes urbanos em estrat gias de desenvolvimento econ mico A diversidade deve ser reconhecida como uma oportuni dade para o sucesso econ mico para que a cidade e a regi o se desenvolvam economi camente Multiplicando investimentos na diversidade As experi ncias de Quito Sao Petersburgo e Montreal sugerem que a politica urbana e os lideres comunit rios em varias cidades do mundo est o a esforgar se para organizar a heterogeneidade do seculo XXI de maneira que aumente o bem estar de todos Essas ex peri ncias s o apenas pequenos exemplos de uma tend ncia em desenvolvimento na gest o urbana em todo o mundo O mpe to est a crescer para expandir o conjunto de respostas para a diversidade social e cul tural As cid
187. a reduzida a esta ltima Al m disso eu questiono me sobre a oportunidade de no debate ideol gico actual utilizar a pa lavra educa o no caso de adultos Fil so fos como Hannah Arendt consideram que o que caracteriza o adulto que este pode continuar a aprender mas que j n o o po demos educar Porque para ela a educa o consiste a definir o que outra pessoa deve aprender que o caso espec fico da inf n cia A Hannan Arendt vai ainda mais longe pois enfatiza que se um Estado reivindica ser Educador totalit rio ou carrega um ris co de totalitarismo Para Hannah Arendt a transi o para a vida adulta ocorre quando precisamente o sujeito decide o que apren der por essa raz o que quando ela diz que h uma incompatibilidade entre a edu ca o dos adultos e a democracia aponta para um problema pol tico que est longe de ser insignificante a raz o pela qual na Comiss o da UNESCO em que trabalhei propus utilizar o conceito de aprendizagem continuado ou o de aprendizagem ao longo da vida Isto permite nos enfatizar que em nenhuma circunst ncia temos a perspectiva de decidir o que os adultos devem aprender Somos em vez disso impulsionados pela cren a de que eles como adultos se envol vem na escolha das suas aprendizagens e da sua forma o e este envolvimento ao mesmo tempo o reconhecimento e promo o do seu estatuto de cidad o Joan Manuel Del Pozo certo que sej
188. a vez nos deixou comovidos ao cabo de v la umas tantas vezes aquela ou equivalentes j n o nos diz nada Com uma consequ ncia grav ssima para que chame a aten o n o h outro rem dio s h que dobrar a dose Chegamos assim aos snuff movies e provoca o de actos de viol n cia real para os filmar e faz los chegar aos crans A internet est cheia deles Acostu mados a almo ar e jantar todos os dias com imagens de atentados levadas nossa mesa em casa a escalada na busca de emo es fortes n o tem limite E ao mesmo tempo o cidad o responde s imagens com uma indiferen a crescente Tal o jogo duplo da televis o Por um lado cria a verdade social Chegou a dizer se que s existe o que a te levis o apresenta Por outro distancia nos porque converte a realidade em fic o Na aparente transpar ncia da imagem te levisiva produz se um m ltiplo sistema de oculta o oculta o por acumula o ocul ta o por velocidade imposta por uma hi perboliza o da informa o oculta o por obscenidade o exibicionismo da imagem oculta o por simplifica o oculta o por homologa o A televis o contribui para a Sobre este tema muito interessante o ensaio de Michela Marzano La mort espectacle Enqu te sur Phorreur realit Gallimard Paris 2007 Os media a cidade e a educa o Entre o hiperactivismo e a indiferen a m 81 degrada o da phisis desgaste
189. abertos ao escrutinio p blico Se os avisos do estado sobre um desastre iminente n o s o confirmados como no caso de fecho tempo r rio dos aeroportos e introdu o de novas medidas de seguran a rigorosas e severas ap s o an ncio da descoberta de uma cons pira o que envolvia as bombas l quidas nunca seria capaz de determinar com certe za se a amea a n o se concretizou gra as vigil ncia do governo e efici ncia das suas contra medidas ou porque foi baseado ou enganado informa es reunidas de forma descuidada e de outra maneira n o confi vel ou at mesmo totalmente inventadas Tudo isso garante que a expectativa de se recorrer a mentiras pol ticas num futuro pr ximo se pode tornar mais comum nas pr ticas governamentais No tempo em que os estados urgentemente buscam novos fun damentos para a sua autoridade e deman da de obedi ncia as funda es existentes a promessa e em grande medida a pr tica do Estado social em assegurar os cidad os contra os golpes do destino e individual mente sofridos apesar do infort nio causa do socialmente tendo sido progressivamen te debilitado e temido de ser desmontado na totalidade os cuidados de seguran a pessoal protec o contra alimentos me dicamentos gases nocivos ao organismo contra criminosos sexuais ped filos e viola dores vagabundos perseguidores e mendi gos intrusivos comportamento desviante em locais p blicos motoristas em
190. adaptar ao novo ambiente As estrat gias locais para promover o capital de diversidade devem procurar maximizar os benef cios e minimi zar as interfer ncias das for as globais que promovem a migra o em todas as regi es do planeta A expans o da reserva de capital da diver sidade de uma comunidade baseia se numa estrat gia holistica que trata de resolver si multaneamente m ltiplas necessidades hu manas As comunidades devem reconfigurar a vida local a fim de promover a acomoda o da diversidade e reconhecer para todos os seus residentes o direito cidade Elas necessitam de fornecer lugares de encontro protegidos aos quais as pessoas diferentes v o e voltem e interajam uns com os ou tros sem entrar em conflito e confronto Os residentes na Comunidade t m de aprender a usar O espa o num sentido literal e figu rativo e de novas formas As escolas t m necessidade de educar os alunos a aceitar a diversidade como parte e parcela do mun do em torno deles A diversidade deve ser deixada de ser vista como uma amea a ao bem estar de uma comunidade ao tornar se reconhecida como uma oportunidade para O sucesso econ mico Tais mudan as na forma como a vida vi vida n o s o facilmente asseguradas As cidades em todo o mundo est o cheias de gt Para uma discuss o mais aprofundada sobre o con ceito de Capital de Diversidade ver A Blair Ruble Cria o da Capital da Diversidade Migrantes T
191. ade f sica e para a mar gem da sociedade A sociedade de Quito permanece fragmentada pela classe social etnia l ngua raca e regi o A identidade de Quito continua a ser altamente controver sa e contestada A experi ncia demonstra tanto as possibilidades e os limites impostos para a promo o do espa o p blico inclu sive a aus ncia de mudancas estruturais na sociedade 1 Ibid 12 Lisa M Hanley e Ruthenburg Meg As consequ n cias simb licas de Revitalizac o Urbana O Caso de Quito Equador Ibid p 214 215 1 Ibid Pp 198 199 Lidar com a heterogeneidade m 69 Ensinar a diversidade aprender com S o Petersburgo A fragmenta o urbana social de diferentes tipos tem estado a ocorrer na segunda maior cidade da Russia Sao Petersburgo na ultima d cada e meia O trauma que acompanhou o colapso da Uni o Sovi tica acelerou um decl nio geral na sa de e no tamanho da popula o da cidade Durante a d cada de noventa a esperan a m dia de vida mascu lina e de nascimentos caiu na cidade a um ritmo mais r pido do que em qualquer outra das oitenta e nove regi es do pa s Doen as card acas fulminantes acidentes e can cro continuaram a ceifar a vida dos homens russos tragicamente curta desde ent o De pois de atingir 65 anos de idade em 1987 a esperan a de vida masculina na Uni o Sovi tica e posteriormente na R ssia caiu para menos de 59 anos de idade at 2003 Este padr o de mortalidad
192. ades Educadoras Documentos Finales Barcelona Espanha Novembro de 1990 p gs 56 75 O espa o p blico urbano apresentou se como um lugar de mem ria como um pon to de encontro e uma plataforma de transfor ma o urbana A complexidade de rela es humanas impl citas nesta concep o t o multifacetada da cidade contempor nea sa lientou a participa o necess ria das crian as e jovens que naquele momento eram grupos sociais com pouca voz nos assuntos p blicos Deste modo a mensagem transmitida nes ta reuni o internacional era a de que a ad ministra o local deveria impulsionar com determina o a identifica o e reconhe cimento de outros espa os como agentes educativos al m da fam lia e da escola o que implicaria abrir meios de participa o cidadania ao mesmo tempo que se convi daria os educadores a considerarem a cida de como o grande centro de recursos sua disposi o O Congresso foi encerrado com a parti cipa o da Carta das Cidades Educadoras 266 m Cidades educadoras 20 anos que estabelecia os principios e valores que as cidades participantes se comprometiam a impulsionar nas suas ac es pol ticas Como v nculo permanente entre as cidades criou se um Banco Internacional de Experi ncias Educadoras dirigido pela cidade de Barce lona As cidades presentes no Congresso expressaram a vontade de desenvolver os conte dos da Carta das Cidades Educadoras
193. ades emi nentes encarregado de examinar as rela es entre as Na es Unidas e a soiedade civil 11 de Junho de 2004 721 UN Habitat Gouverning Council resolu o 21 23 de 16 de Abril de 2007 http www unchs org downlo desenvolvimento na qual reconhece um lu gar importante aos governos locais no seio da pol tica de coopera o internacional da Uni o europeia Neste e no outro caso o esfor o n o deve afrouxar para que estes progressos ineg veis permitam s autoridades locais atingir um novo estatuto institucional no seio das organiza es internacionais Actualmente as autoridades locais e seus representantes eleitos s o considerados como membros da sociedade civil da mesma forma que uma ONG um sindicato ou uma organiza o profissional ou patronal E Ihes negado a sua qualidade de governantes locais e de repre sentantes democraticamente eleitos nas suas comunidades Este reconhecimento ir depender da capa cidade das autoridades locais nas propostas de solu es para resolver os grandes desa fios da agenda mundial Essas aspira es s o colectadas na recente declara o final do 2 Congresso da organiza o CGLU que teve lugar de 28 a 31 de Outubro de 2007 em Jeju na Coreia do Sul e cujos aspectos mais not veis s o os seguintes e o combate contra o aquecimento global e para a protec o do ambiente como priori dade da agenda local e a promo o dos direitos do Homem e do respeito d
194. ades est o a procurar criar um melhor ambiente para a adapta o das co munidades e dos migrantes tanto nacionais como transnacionais aumentando assim a diversidade de capital Os pol ticos bem su cedidos em cidades muito diferentes est o a tomar decis es expl citas para se opor a uma tend ncia global em direc o frag menta o social e ao isolamento Estes bre ves estudos de caso revelam o qu o dif cil a tarefa de reorganiza o das comunidades urbanas para a heterogeneidade poder ser O espa o p blico foi reconfigurado em Qui to para ser mais abrangente os curr culos escolares foram reescritos em S o Petersbur go para promover a toler ncia e o empreen dedorismo Montreal criou mais empregos entre os migrantes transnacionais Poucos visitantes e residentes iriam identificar estas cidades como sendo um ideal urbano As pol ticas s o insuficientes porque melhorar em qualquer dom nio urbano produz a procura de melhorias noutras reas Mais espa o p blico inclusivo deve ser preenchido atrav s de uma melhor educa o dos moradores se houver cria o de empregos urbanidades educadas para o caminho da toler ncia devem ter o espa o f sico e a oportunidade econ mica de envolver outros grupos para a cidade mudar e novos neg cios devem ser acess veis aos diversos moradores que t m a educa o para sustentar um maior crescimento A tarefa de organizar a heterogeneidade de uma cidade num pe
195. ado das vozes das den ncias contra as aus ncias e as incapaci dades das formas da pol tica tradicional para fornecerem ideias e ferramentas Trata se na verdade de experi ncias talvez ainda longe de poderem ser lidas interpretadas profun damente compreendidas Na realidade o debate sobre estes aspectos n o foi nem indolor porque se desenrola no mbito da conflitualidade sa da da crise dos modelos do welfare As diverg ncias as discrep ncias e os abandonos estratificados no tempo n o se podem resolver atrav s da engenharia jur dica do conceito da subsi diariedade emprestada ao direito europeu e hoje princ pio constitucional As pr ticas pol ticas imbu das de temas como coes o social responsabilidade p blica e cidadania est o com efeito profundamente hipoteca das pela acidentalidade e precariedade de duas frentes a da procura de novas rela es p blico privadas do tipo parceria e a de uma profunda reorienta o dos recursos p blicos A proposta eug nica do nome do percur so genov s o pacto de eugenia de facto teve o m rito de criar enfrentar e relan ar as perguntas sobre o futuro da cidade atrav s duma lente interpretativa que ensinou a su perar as abordagens de gest o de adminis tra o e burocr ticas evidenciando a rique za e a inevitabilidade de outras abordagens Representou simbolicamente um lugar onde fazer emergir poder p r prova confrontar posi es saberes e
196. ais do que a Organiza o Mundial da Agricultura e Alimenta o FAO cr que faria falta para a elimina o anual da fome no mundo Em segundo lugar aparecem as surpreendentes cifras de pessoal adstrito s for as armadas uns 26 milh es de pessoas quando segundo as Na es Unidas seria mais do que suficiente meio milh o de capacetes azuis em todo o mundo para apaziguar os poss veis focos e situa es de conflito Em terceiro lugar a mais que perversa investiga o com fins militares apesar da sua inaceit vel dimens o tica justifica se com a desculpa do aproveitamento civil das suas inova es Desculpa insustent vel j que est mais que demonstrado que este aproveitamento escass ssimo e que a via de transfer ncia da tecnologia parte do civil para o militar que as novas descobertas em armamento alcan am n veis absolutamente degradantes no que respeita s pessoas humanas Em quarto lugar a produ o e transfer ncia de armamentos que pressup e frequentemente um fluxo Norte Sul que enche de benef cios os pa ses ricos ao mesmo tempo que leva a guerra aos empobrecidos Em paralelo o tr fico de droga produz se em direc o inversa e muitas vezes pode falar se de armas que se pagam com droga e de drogas que se pagam com armas Por outro lado esta actividade de venda de armas indigna e indignante no caso espanhol que ocupa um lugar destacado como exportador mundial e como fornecedor de muni es
197. ais dos mapas porque o conceito de realidade em si altamente contestado e os debates filos ficos sobre a natureza da realidade s o lend rios Em certo sentido os mapas fornecem uma base para a produ o de arquivos dado que es pelham as transforma es da realidade ur bana Como numerosas an lises recentes t m sugerido a transforma o epocal da 200 m Educa o o presente o futuro sociedade numa rea urbana est a ocorrer a uma escala planet ria nos dias de hoje No entanto o papel dos projectos arquitec t nicos na constru o do urbanismo con tempor neo esta a retroceder ao inves de aumentar Como o arquitecto Kazys Varnelis sugere O funcionamento da economia con tempor nea baseada na informa o evita a necessidade do plano arquitect nico Varnelis 2005 Desta forma sugere que uma cidade para al m dos mapas j exis te aquela que n o pode ser mapeada em termos da sua arquitectura vis vel e infra estrutura Este ponto de vista sobre o que poder amos chamar urbanismo invis vel tamb m um fen meno que tem sido estu dado por antrop logos que afirmam que necess rio estudar a cidade n o s nos seus aspectos f sicos mas tamb m pelo posicio namento do seu povo e da sua rede de acti vidades de produ o como a infra estrutura que permite cidade funcionar ver Simone 2004 A transforma o f sica das cidades no con texto da globaliza o
198. ais longe do que os centros educativos tradicionais a forma o permanente nas cidades educadoras A es colha deste tema tinha como objectivo es tender a educa o das crian as e dos jovens a uma forma o ao longo da vida Como na edi o anterior apresentou se um programa que inclu a juntamente com os documentos de estrat gia a descri o de experi ncias que pudessem servir de refer ncia s cida des participantes Foram descritas 75 expe ri ncias no decorrer do Congresso Um dos aspectos importantes foi o envolvimento de diferentes agentes da cidade na organiza o do mesmo Um dos conferencistas convidados para este congresso foi Paulo Freire que falou da import ncia da integra o da justi a e da igualdade de oportunidades nas pol ticas de uma cidade ao servi o das pessoas Assim importante afirmar que n o basta reconhecer que a cidade educa A cidade tor na se educadora a partir da necessidade de educar aprender ensinar saber criar ima ginar Todos n s homens e mulheres preen chemos os campos as montanhas os vales os rios as ruas as pra as as casas as fontes os edif cios das cidades deixando a marca de um determinado tempo estilo e gosto de cada poca A cidade cultura criatividade n o s pelo que fazemos com ela e dela pelo que criamos nela e com ela mas tamb m pelo aspecto est tico propriamente dito ou simplesmente pelos horrores que nela faze mos A cidade o
199. ais pr ximos dos pr dios que caiam entraram em barcos e ferries para Escolarizar e ou educar na cidade em mudanca m 209 atravessar o rio Uma confus o de mensa gens de ordens Ambul ncias vazias vidro partido Ataques de p nico a incerteza so bre onde os familiares trabalhavam Hoje os professores lembram se de estar to talmente concentrados a proteger as crian as salvando as inspirando lhes confian a Muitos refugiaram se numa linguagem de rotina como se levar as crian as para as caves ou reunindo as nos cantos longe das janelas fosse perfeitamente normal Mas continuaram as fugas e marchas longas e sem rumo devido aus ncia de transportes p blicos Mais inquietante foi a falta dos suportes e estruturas habituais A sensa o de invulnerabilidade foi subitamente corro da em parte porque n o havia nenhuma explica o sobre o que estava a acontecer Durante algum tempo houve a expans o gradual do termo terrorista Entretanto as fotografias dos homens e mulheres desa parecidos apareceram nas paredes as pes soas levavam fotos dos familiares perdidos Havia um vazio Alguns dos maiores medos das crian as pareciam ser reais Aumentou a fosso entre o que fazia sentido comum e a suspeita de que nada seria certo a partir de ent o Crian as agarradas televis o pensa vam que as torres estavam a cair vezes sem conta Algumas das perguntas das crian as pareciam n o ter respostas Houve muitos
200. ais recebem desde h muito A este respeito muitos cidad os d o nos uma resposta curiosa sentem se incompetentes dizem para participar no espa o p blico Ao lado do discurso habitual sobre os homens e as mulheres pol ticos os pol ticos s o corruptos longe do povo etc h um aspecto deste problema que toca directamente a forma o cont nua os cidad os declaram que n o compreendem a pol tica que n o se sentem capazes de participar ao debate p blico um aspecto a ter em conta porque h um pedido escondido para se sentir socialmente A educag o permanente uma opc o politica m 259 competente Se dialogarmos com estas pessoas descobrimos que elas est o de facto interessadas e que fazem as perguntas fundamentais Ese na qualidade de politicos nao trabalhamos nas representa es da compet ncia da cidadania as pessoas n o ir o votar O problema est ent o em saber como elaborar um programa de forma o para as pessoas que lhes permita comprometerem se de uma forma l cida com a colectividade P F Neste aspecto temos uma car ncia fundamental falta nos uma pedagogia para a pol tica Parece que existe uma incapacidade para explicar aos cidad os o que se faz e o que vai fazer se a responsabilidade dos homens e das mulheres pol ticos de explicar aos cidad os porque que pol ticas e ac es s o determinadas um tema elementar na perspectiva das cidades educadoras J M
201. alam em termos espaciais Ao n vel mais funda mental os arquivos t m profundas liga es hist ricas com a mem ria e em particular com as formas institu das da mem ria As caracter sticas formais dos arquivos signifi cam l nguas atrav s das quais a mem ria constitu da por diferentes grupos de pessoas Neste contexto o posicionamento da cida de como uma forma de arquivar levanta in meros desafios ticos e filos ficos que t m uma influ ncia quer sobre como podemos compreender a natureza dos arquivos quer sobre a forma como entendemos a cidade contempor nea A cidade moderna funda mentalmente um conjunto de estranhos que ultrapassam os limites de qualquer forma singular de identidade e perten a Assim a quest o a que tipo de arquivo corresponde a cidade como espa o demogr fico est fundamentalmente ligada ao problema da perten a dentro da cidade e ao estabeleci mento de direitos para a cidade Mas porque a cidade re ne diferentes grupos de pessoas tamb m necess rio considerar que a ci dade como v rias formas de meios de co munica o pode servir como um arquivo produzindo activamente rela es entre os seus moradores ao inv s de meramente os reflectir Neste artigo vou considerar estes dois aspectos atrav s dos quais a ideia de ci dade como arquivo pode ser elaborada Estes est o de facto intimamente ligados e t m uma influ ncia como sugiro acima na nossa compreens o da
202. alidades de educa o tanto na formal como na in formal e ainda a das diversas vias poss veis do conhecimento da realidade inteira da cidade que tradicionalmente ficavam a margem da educa o formal 16 Art 1 17 Art 4 18 Art 5 Como deduc o natural desse conhecimen to da cidade estabelece se o valor da pre servac o da sua identidade dos costumes origens e l nguas com o fito de alcan ar a integra o e coes o sociais A planifica o urbana orientar se com palavras si n nimas para a cria o de espa o p blico acess vel identificador facilitando o desen volvimento pessoal social moral e cultural das pessoas Um elemento chave do esp ri to da cidade educadora especialmente til para esta planifica o a participa o para al m dela evidente que a vida democr tica urbana est em propor o directa com a participa o real dos cidad os na vida co lectiva assim conclui se que a cidade edu cadora tende a fomentar a participa o do cidad o com uma perspectiva cr tica e res pons vel a partir da informa o suficiente e da organiza o associativa das pessoas Outros aspectos fundamentais s o o de senvolvimento atrav s da cultura cio ou informa o da iniciativa e autonomia de crian as e jovens e da orienta o para uma boa articula o da sua forma o com as necessidades laborais existentes Como condi o para uma boa colabora o edu cativa
203. aliza o da mem ria uma leitura hist rica dos Andes Ibid p 2 Como foi o caso da maior cidade do Equador Guaya quil durante os ultimos quinze anos Veja X Andrade Mais Cidade Menos Cidadania Renova o urbana e a aniquila o do espa o p blico Ibid pp 107 141 1 Mena Diego Carri n Quito Os Desafios de uma Nova Era Ibid p 151 156 Os Novos Desafios da Vida Urbana p blico e privado para uma estrat gia de desenvolvimento compartilhado Os lide res aproveitaram o transporte a seguran a p blica e as pol ticas ambientais para promover a cria o de emprego est vel bem como dar express o a interesses co lectivos Os vendedores informais foram envolvidos em negocia es extensivas que se conclu ram com a sua passagem dos mercados m veis para mercados mais formais e lojas Os esforcos de Quito n o foram totalmente bem sucedidos A criminalidade tem diminu do no centro hist rico o turismo tem aumenta do e os vendedores informais foram incorpo rados numa economia comercial pr spera O centro de imagens simb licas e espacos p blicos comegaram a criar um sentimento do que significa viver em Quito que com partilhado por dezenas de milhares de mo radores da cidade que t m pouca coisa em comum No entanto as barreiras a entrada no sector formal da economia continuam a ser elevadas muitas vezes obrigando os mo radores mais pobres da cidade a irem mais para a periferia da cid
204. am lia partilham ou de veriam partilhar A simbiose entre estes dois sistemas insubstitu veis a que resulta num novo cidad o preparado solid rio cr tico activo seguramente participativo O tercei ro factor que incide na forma o o meio ambiente o bairro aqui que as adminis tra es devem oferecer recursos para que o bairro tenha um papel positivo neste proces so de forma o O ideal conseguir que os tr s factores actuem ao mesmo tempo com os mesmos objectivos e que n s administra es municipais nos esforcemos para tornar tudo numa realidade Quero destacar umas tantas iniciativas n o todas que Barce lona est planeando ou j executando para que a cidade seja de verdade educadora para al m da escola Uma delas relaciona se com o elemento fundamental da heran a urbana que o patrim nio Este como sa bemos a concretiza o da mem ria e as cidades precisam de mem ria tang vel pre sente nas ruas para construir a sua identida de que ao fim e ao cabo a identidade dos cidad os Boa parte da mem ria da cidade moderna de Barcelona industrial e temos nos antigos bairros de oper rios f bricas j desactivadas que vamos recuperando para as converter em equipamentos para outros fins muitas das vezes culturais Pois bem um dos projectos imediatos utilizar estes edif cios como f bricas de cultura espa os onde os jovens possam criar experimen tar fazer N
205. ama desta concep o surgiu de uma Barcelona entusiasmada com o pro cesso de transforma o que arrancou com a democracia e que era a voca o de construir uma cidade mais justa mais am vel mais equitativa mais digna De certo modo Bar celona queria partilhar com o mundo este impulso esta for a e f lo da melhor manei ra poss vel pondo a circular a ideia genero sa e elevada de cidade como educadora da popula o de todas as idades de todas as condi es de todas as proced ncias Sem menosprezar as mais poderosas ferramentas educadoras as fam lias e a escola Estamos num momento de redefini o da educa o no referente s novas tecnologias com suas toneladas de informa o sem cr tica que inundam o espa o mental e f sico dos adolescentes e jovens Estamos at a redefinir toda a nossa sociedade de cima a baixo a maneira de viver de nos relacio narmos de empobrecermos tudo hoje est em transforma o pois que o fen meno da globaliza o sacudiu as antigas parcelas onde habit vamos e que conhec amos como a palma da nossa m o N o obstante as mudan as s o boas abrimo nos ao mundo temo lo inteiro nas nossas casas dispomos de mais instrumentos mais eficazes para en frentarmos os desafios Mesmo assim toda a altera o profunda implica uma crise pre ciso estarmos conscientes de que vivemos uma crise do sistema educativo compreen dendo o termo crise num sentido constru
206. amente conhecido lema de Outro mundo poss vel apresentam muitas propostas para transformar o actual sistema de globaliza o Ainda que se pudesse tomar como uma ex cessiva simplifica o o conjunto de vanta gens dos F runs iniciadas em Porto Alegre mas que tiveram continuidade em v rias ci dades novamente o papel da cidade de todo o mundo em encontros de diferente n vel representam muito bem a inten o de constru o de uma economia comunit ria e substituta da actual injusta e predadora Alguns tra os que se inferem das tem ticas tratadas apontam claramente nesta direc o A melhor partilha no acesso s terras para explora o agr ria as transfer ncias gratuitas de tecnologia o cancelamento da d vida externa o incremento da coope ra o para o desenvolvimento o travar a economia especulativa e n o produtiva as pr ticas de com rcio justo a promo o das finan as ticas o estabelecimento de for mas empresariais cooperativas a partilha de trabalho entre todos os que o queiram o consumo respons vel os v nculos a po tenciar entre os pa ses do sul a ocupa o e recupera o de f bricas abandonadas as iniciativas empresariais levadas a cabo por mulheres a cria o de instrumentos de fis caliza o internacional a redu o do gasto militar em benef cio de fins sociais o p r em pr tica o rendimento m nimo as pa nelas populares os interc mbios n o mo net rios
207. amento com as novas gerac es quan to no campo dos novos saberes produzidos A responsabilidade com o futuro imp e nos como tarefa fundamental compreender o que est acontecendo para construir novos olhares sobre os tensionamentos desafios e limites de nossas pr ticas e sobre o desenho de outras possibilidades para a vida na esco la na comunidade e na cidade Neste sentido os conceitos de cidade edu cadora ou de cidade como pedagog a po dem alargar nossa compreens o de educa c o permitindo nos reinventar a escola no mesmo movimento que busca reinventar a cidade e nela a comunidade como lugares 222 m Educa o o presente o futuro de conviv ncia de di logo de aprendiza gens permanentes na perspectiva do apro fundamento da democracia e da afirma o das liberdades Tais processos desafiam a mudan as que embora tamb m metodol gicas s o mu dan as paradigm ticas que implicam pro duzir novos esquemas para ler o mundo e para criar o que Paulo Freire chamou de in ditos vi veis Portanto n o se colocam como nova panac ia nem como um novo modelo mas como mudan as poss veis a m dio e longo prazo e que s podem ser constru das a partir de novos pactos sociais e educativos Nesta dire o o poder p blico local pode desempenhar importante papel pedag gico como e articulador de for as e sujeitos sociais e financiador de a es que nas am das ne cessidades e exig ncia
208. amos favelas como as de Parais polis e Heli polis Em todas as favelas em processo de urbaniza o a melhoria das condi es f sicas e ambientais ocasiona um forte im pacto na sociabilidade e na auto estima dos seus habitantes Em todas elas se criaram conselhos integra dos por representantes dos habitantes do poder p blico e das organiza es sociais que ali desenvolvem algum trabalho Quando promovemos programas de assis S o Paulo Cidade Educadora m 321 t ncia as pessoas que vivem nas ruas e te mos funcionarios capazes de oferecer a estas pessoas um abrigo digno a cidade tamb m est a educar Este um tema controverso e pol mico No entanto se percebermos que o direito cidade pressup e regras de conviv ncia e limites respeitantes do espa o p blico ser mais f cil reunir esfor os para encontrar sa das tamb m elas respeitantes das necessidades e dos desejos e que d em dignidade pessoas que se encontram em situa o prec ria Entre outros exemplos de como S o Paulo articula a suas pol ticas p blicas e ac es sectoriais a partir do conceito a cidade educa temos ainda a Virada Cultural Na sua mais recente edi o de 5 e 6 de Maio de 2007 tr s milh es e meio de habitantes da capital puderam assistir gratuitamente a 350 eventos em 80 pontos diferentes da cidade ao longo de 24 horas consecutivas Teatro dan a m sica concertos cinema coros saraus e confer ncias ent
209. anos de idade apenas 16 dos homens que ainda est Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas m 127 em idade activa na Am rica e s 4 na Europa continental As pessoas idosas t m agora um longo caminho pela frente ap s uma vida de laboralmente activa que antes n o tinham Se do conjunto da popula o passarmos s a considerar a popula o das cidades o fe n meno intensifica se Em geral a esperan a m dia de vida da popula o urbana maior do que o conjunto da popula o Assim no caso da cidade de Barcelona o relat rio A sa de de Barcelona em 2005 assinala que a esperan a de vida continua em crescimento na cidade que era nessa data de 77 5 anos para os homens e de 84 3 para as mulheres Nos ltimos dez anos a esperan a de vida dos homens que vivem na cidade aumentou 4 anos e das mulheres 2 5 anos Estes ni veis situam a cidade de Barcelona entre as taxas de sobreviv ncia mais altas do mundo Contudo uma tend ncia que se observa na maioria das cidades Esta nova realidade social constitui um desafio para as cidades educadoras 3 Maldi o ou b n o de Matusal m A maior parte das an lises sobre as conse qu ncias econ micas sociais e pol ticas desse aumento do n mero de idosos alar mista frequente encontrarmos estudos que nos alertam para a chegada iminente da mal di o de Matusal m segundo a qual a so ciedade cada vez mais povoada de i
210. ansmite car cter aos seus cidad os S o muitos os elementos de diversidade en tre as cidades a sua hist ria mais ou me nos remota ou recente os monumentos e documentos vivos dessa hist ria o ritmo de evolu o as mudan as por vezes surpreen dentes sem ritmo ou com ritmo sincopado o urbanismo as celebra es os servi os a situa o geogr fica neste ou naquele conti nente na costa na plan cie no alto de uma montanha o clima E como ficamos a co nhecer e a apreciar melhor os cidad os de Gotemburgo se conhecermos as especifici dades do seu clima os seus dias e as suas noites As diferen as entre as l nguas s o as mais importantes j que estas codificam todas as outras diferen as para marcar o car cter das pessoas como nos dizia Paulo Freire Existem grandes diferen as de cidade para cidade inclusivamente na educa o como por exemplo a sede do Congresso em Barcelona que n o tem compet ncias no pr prio sistema escolar e que construiu pou cas escolas e Gotemburgo que totalmente respons vel pelo seu sistema escolar e que tem vindo desde h um s culo a construir e a geri lo Muitas diferen as poss veis muitas l nguas muitas cidades diferentes mas que conver gir o com um s amor como dizia o poeta catal o Salvador Espriu Um s amor Ou dois amores A cidade sim mas tamb m a educa o a forma o das pessoas a huma nidade ou ser o mesmo A humanidade a comu
211. apelido rostos singulares que faltavam a vidas igualmen te singulares Naquele momento ef mero se comparado com a imediata reac o vio lenta do Estado talvez se tenha produzido por breves instantes o que Butler desejava e define como uma comunidade pol tica da perda Nova lorque se lida com olhos femininos apresenta se portanto como a cidade ide al n o no sentido tradicional arquitec t nico e renascimental do termo mas no actual ssimo de um lugar s mbolo em que poss vel repensar a comunidade n o a partir do Estado na o mas daquilo que Adriana Caravero chamou o local absoluto O horizonte do local absoluto n o o fruto di recto do global mas daquilo cuja abertura a globaliza o permite Um lugar entre visto antes ainda de imaginado como se estivesse separado liberto da sua perten a a um estado que se torna um espa o limitado Caravero A pit voci Feltrinelli Milano 2003 p 223 capaz de acolher um novo tipo de comuni dade uma comunidade que acontece em virtude de um acontecimento traum tico e que atravessa o acontecimento o trauma da perda no cora o da pr pria comunidade O acontecimento crucial do 9 11 redese nha em Nova lorque os limites da cidade que se por um lado se contraem e intensi ficam em torno dos escombros do Ground Zero por outro amplificam se e ultrapassam os limites nacionais verdade que somos todos um pouco nova iorquinos por
212. apenas um lugar onde os livros eram infinitamen te preservados Para assegurar a sua utiliza o os Ptolomeus convidaram os estudio sos mais c lebres de v rios pa ses como Euclides e Arquimedes para fixar resid ncia em Alexandria pagando lhes uma renda consider vel e n o exigir nada em troca excepto que eles fizessem uso dos tesouros da Biblioteca Dessa forma esses leitores es pecializados poder se iam familiarizar com um grande n mero de textos ler e resumir o que tinham lido produzindo resumos cr ticos para as gera es futuras que iriam re sumir ent o leituras para mais resumos cr ti cos Uma s tira do s culo III A C de Tim o de Phlius descreve esses estudiosos como charakitai escrevinhadores e diz que na terra populosa do Egipto muitos charakitai bem alimentados rabiscam em papiro en quanto brigam incessantemente na gaiola das Musas No segundo s culo e como resultado dos resumos e especifica es liter rias alexan drinas uma regra epistemol gica para a lei tura foi firmemente estabelecida decretando que o texto mais recente substitui todos os anteriores uma vez que suposto cont los Seguindo essa interpreta o e mais perto do nosso tempo St phane Mallarm sugeriu que o mundo foi feito para ser conclu do num bonito livro ou seja num nico li vro qualquer livro a ess ncia ou a soma do mundo que deve englobar todos os outros livros Esse m todo prossegue
213. ar as m os em tarefas de execu o incluindo na sua vida particular Portanto nada nos garante que as nossas economias ir o exigir a forma o de alto n vel da totalidade da popula o Em Fran a por exemplo cri mos um bacharelato profissional que envol ve um ter o dos jovens do pa s E toda gente acha normal que n o lhes seja ensinado a filosofia Ou melhor acham normal que um ter o de bacharelatos franceses j que v o ter uma profiss o manual n o tenham o di reito a reflectir sobre o amor a morte o de sejo a justi a a verdade e todas as quest es existenciais e pol ticas da vida Existe assim gente que considera que os que vir o a ser ferreiros ou garagistas n o t m necessida de de estudar filosofia por isso que estou convencido de que o desenvolvimento da forma o cont nua na aceita o mais exi gente do termo n o realmente inevit vel uma verdadeira forma o cont nua para to dos uma escolha pol tica uma escolha de sociedade N o temos de cruzar os bra os e esperar que isso aconte a um combate a travar J M P A meu ver a educa o cont nua um di reito P M Bem efectivamente uma formula o na qual me reconhe o plenamente Falar de direito deixar o paradigma da oferta considerar que n o chega oferecer forma o para que funcione Pode se mesmo afirmar que a multiplicidade das ofertas n o me canicamente democratizante o que
214. ar da cidade No dia de hoje n o se conhece espa o mais aberto a um reconhecimento mais amplo da con di o de cidad o que a cidade Os Estados p em todo o tipo de problemas para o re conhecimento da condi o de cidad o aos que v m de fora Os Estados vivem da divi s o entre nacionais e estrangeiros o que para 2 Dipesh Chakrabarty Humanism in an Age of Glo balization minuta da confer ncia pronunciada em Essen 2006 80 m Os novos desafios da vida urbana n s factor de coes o Ainda em tempo de restri es aos fen menos migrat rios como os actuais as cidades t m a m o mais aberta que os Estados Em Barcelona basta recen sear se para obter os direitos b sicos como a assist ncia m dica a maneira de levar os ilegais pelo caminho da cidadania A rela o desigual entre os media e os ci dad os determina o que denominamos de opini o p blica decisiva na forma o das verdades sociais a cada momento Vivemos num est dio de capitalismo em que em so ciedades abertas como a nossa se pode di zer quase tudo mas em que a imensa maioria das coisas apenas fica inventariada Esta a capacidade que o sistema tem de integrar e dissolver as suas contradi es culturais que suscitaram o aparecimento j no p s guer ra de autores hoje quase esquecidos como Daniel Bell ou Herbert Marcuse Portanto somos muitos a configurar a verdade social e poucos a determin la Em sociedades do minadas
215. aracter the Personal Conse quences of Work in New Capitalism Nova lorque W W Norton 1998 pp 15 31 A deriva Recentemente encontrei num aeroporto uma pessoa que nao via ha quinze anos Tinha entrevistado o pai de Rico como Ihe vou chamar ha vinte e cinco anos quando escrevi um livro sobre os oper rios nos Es tados Unidos The Hidden Injuries of Class Enrico o pai de Rico trabalhou como por teiro e tinha grandes projectos para o filho que estava a entrar na adolesc ncia um rapaz brilhante e bom desportista Quando perdi o contacto com o seu pai uma d ca da depois Rico tinha acabado de terminar a faculdade Na sala de espera do aeropor to parecia ter cumprido os sonhos do pai Transportava um computador numa mala de couro elegante estava vestido com um fato que eu n o poderia pagar e ostentava um anel de sinete com um bras o Enrico tinha passado os ltimos 20 anos a limpar casas de banho e a esfregar o ch o de um edif cio de escrit rios da baixa Fazia o sem reclamar mas tamb m sem qualquer entusiasmo A sua obra teve um prop sito nico e duradouro servir a sua fam lia Pre cisou de quinze anos para juntar o dinheiro para uma casa que comprou num sub rbio perto de Boston cortando os la os com o seu antigo bairro italiano porque uma casa nos sub rbios era melhor para as crian as Entretanto a sua esposa Fl via tinha come ado a trabalhar como engomadeira numa empresa de limpeza a
216. aram a imprensa a r dio e a televis o a transmiti lo Mas tamb m as m fias organi zam a partir das pris es servindo se de tele m veis sequestros e ataques urbanos como aconteceu em S o Paulo Rio de Janeiro Ci dade do M xico Tijuana e em dezenas de cidades latino americanas Sociedade da informa o ou do conhecimento As quest es relativas informa o e gest o urbana foram elaboradas nos ltimos anos sob o marco da redefini o das sociedades contempor neas como sociedades do co nhecimento As cidades ocupam uma po si o central nesta linha de pensamento e ac o Falamos de cidades do conhecimen to para nos referirmos a cidades desenhadas com objectivo de propiciar um desenvolvi mento econ mico baseado no conhecimen to cient fico nas tecnologias avan adas de informa o e numa interconectividade glo bal flu da ou a partes de cidades reestrutura das para fazer cumprir esses objectivos Al gumas caracter sticas destas cidades s o usar a cria o e inova o como recursos chave para adicionar valor produ o e propiciar um desenvolvimento acelerado com maior competitividade internacional fomentar a articula o entre universidades empresas e criadores facilitar o acesso s novas tecno logias comunicacionais a todos os cidad os orientar a educa o formal e informal para elevar o n vel educativo de toda a popula o especialmente as aprendizagens de conhe cimentos e inse
217. ard e P cuchetd que tenta compilar uma enciclop dia universal t o completa que nada no mundo seria ex clu do No final tal como os seus antecesso res franceses ele falha na sua tentativa mas n o inteiramente Na noite em que ele de siste do seu grande projecto ele contrata um cavalo e charrete e faz um passeio pela ci dade Ele v as paredes de tijolo as pessoas comuns as casas um rio um mercado e sente que de alguma forma todas estas coi sas s o o seu pr prio trabalho Ele percebe que o seu projecto n o imposs vel mas meramente redundante A enciclop dia do mundo a biblioteca universal existe e o pr prio mundo Tal como o mito de Alexandria nos diz esta ambi o n o nova Sempre quisemos lem brar mais e vamos continuar eu acredito a tecer teias para capturar palavras na espe ran a de que de alguma forma na grande quantidade de declara es acumuladas num livro ou numa tela haver um som uma frase um pensamento enunciado que vai carregar o peso de uma resposta Toda a nova tecnologia tem vantagens sobre a anterior mas necessariamente carece de alguns dos atributos da sua antecessora Fa miliaridade sem d vida gera o desprezo cria tamb m conforto o que n o familiar traz desconfian a A minha av nascida no interior da R ssia no final do s culo XIX ti nha medo de usar a nova inven o chamada telefone quando foi instalado pela primeira vez no seu bairro em Buenos Aires
218. as Cidades Educadoras apresen tada pelo Comit Permanente Intercongres sos foi recebida com entusiasmo por parte dos representantes oficiais das cidades reu nidas em Gotemburgo Entre 1992 e 1994 o Comit Permanen te passou a chamar se Comit Executivo e registaram se algumas modifica es na sua composi o acabando por ficar compos to por Barcelona Birmingham Bolonha Chicago Genebra Gotemburgo Lilongwe Rennes e Turim Durante este per odo o Comit trabalhou na elabora o dos estatutos e colaborou com a cidade de Bolonha na organiza o do Ill Congresso Internacional Os congressos foram se configurando como um espa o de encontro entre cidades para trocar e com parar experi ncias sobre um determinado tema bem como para estimular a reflex o e o debate em volta da Cidade Educadora com a colabora o de peritos Em 1994 na C mara Municipal de Bolonha celebrou se uma nova Assembleia Geral de Cidades na qual se apresentaram os Estatu tos da Associa o Internacional de Cidades Educadoras AICE dando lugar cria o desta organiza o que re ne rg os de ad ministra o local comprometidos com a Carta de Cidades Educadoras Das 63 cida des que colaboraram na elabora o da Carta 274 m Cidades educadoras 20 anos em 1990 40 integraram a Associa o Com o passar dos anos a estas 40 juntaram se 300 O tempo demonstrou que uma asso cia o de cidades tinha raz es mais do que
219. as outras coisas excepto o ser viti ma mas consider vamo nos nova iorquinos compartilhando o trauma do acontecimento inesperado que punha em evid ncia a fra gilidade e a vulnerabilidade de um espa o urbano e dos seus habitantes N o foi ao Pent gono principal s mbolo da pot ncia do Estado como detentor do monop lio da viol ncia que ficou associada a mem ria daquele atentado mas sim cidade de Nova lorque mais precisamente ao espa o cir cunscrito pela ilha de Manhattan A frase somos todos nova iorquinos est portanto imbu da de significados que v o muito para al m da solidariedade para com as v timas de uma viol ncia inesperada e aterradora Ela sobretudo significativa por que move desloca o centro do trauma da na o para a cidade localizando no espa o urbano uma nova realidade pol tica in dita at quele momento N o se trata de um acto de funda o cons ciente mas precisamente de uma ocorr n cia que transforma ou transformou duran te um breve momento a pr pria filia o A cidade e a comunidade sob o olhar feminino m 115 pol tica Dos escombros daquele espa o circunscrito e urbano lido na sua fun o simb lica e construtora de imagin rio que cidade no mundo mais simb lica e cons trutora de imagin rio colectivo do que Nova lorque do Ground Zero de Manhattan pa receu emergir algo de novo uma insuspeita da reac o feita de silencios ssima solidarie
220. as pelos jovens podendo se inferir acerca da dist ncia real e simb lica entre a institui o escolar com seus rituais temporalidades e temas e estes novos territ rios produzidos na conflu ncia entre interesses juvenis e pol ticas p blicas locais Da rua da cidade e dos processos educativos As narrativas acerca de cidade e juventude apresentadas nestas reflex es pensadas des de o lugar da emerg ncia dos jovens como novos sujeitos do cen rio urbano poder o ser melhor compreendidas no quadro de intensa instabilidade e de profunda crise dos c nones sobre os quais construiu se O modo de vida moderno Muitos pensadores chamam o que estamos vivendo de tr nsito paradigm tico caracterizando o em termos de revoluc es cotidianas no mundo do tra balho no universo das relac es humanas no contexto das relac es com a natureza e da pr pria natureza no mbito da produ o cient fica nas mudan as de esquemas tempo espaco at ent o conhecidos produ zidas sobretudo pelas novas tecnologias da informac o que questionam as formas de organizac o que produzimos empurrando nos para a construc o de olhares que ou sem e reinventem o que est levando nos a refletir acerca da historicidade e da transi toriedade de modelos h muito apresenta dos como imut veis O conjunto de pr ticas educativas realizadas no mbito da escola vive o impacto destas perplexidades e instabilidades tanto no re lacion
221. as tamb m h uma menos crua menos sa liente e menos intrusivo e portanto menos propensos a provocar resist ncia significa o mesmo efeito no valor de como Thomas Mathiesen o coloca sil ncio silencioso um processo que est tranquilo em vez de barulhento oculto ao inv s de aberto despercebido e n o vis vel invis vel e n o visto n o f sico mais do que f sico O sil ncio silenciador estrutural uma parte da nossa vida quotidiana ilimita do e por isso gravado em cima de n s silencioso e portanto passa desper cebido e ele din mico no sentido em que se espalha na nossa sociedade e se torna sempre mais abrangente O car cter estrutural de representantes isentos do silenciamento do Estado da responsabi lidade por isso o torna inevit vel do ponto de vista daqueles que s o silencia 2 Ver Thomas Mathiesen Silenciosamente Silenciadas Ensaios sobre a Cria o da Aquiesc ncia na Sociedade Moderna Waterside Press 2004 p 9 14 dos o seu car cter ilimitado o torna espe cialmente eficaz em rela o ao indiv duo o seu car cter silencioso faz com que a seja mais f cil de o legitimar e seu car c ter din mico transforma o num mecanis mo de silenciamento que pode ser cada vez mais confi vel Esse m todo de distor o comunicativa mais sofisticado e refinado mas pelo mesmo mo tivo mais dif cil de se notar e de resistir ir em toda a probabilidad
222. as v timas se tenha privilegiado uma perspectiva de identidade excluindo do discurso p blico as outras v timas ou aque las que n o tinham lugar na ret rica estatal imigrantes clandestinos homossexuais e logo em seguida as v timas dos bombarde amentos no Afeganist o os rostos ou corpos dos militares ca dos no Iraque as v timas pa lestinianas da viol ncia israelita 7 Butler Precarious Life The Powers of Mourning and Violence London and New York Routledge 2003 A cidade e a comunidade sob o olhar feminino m 119 Butler prop e deslocar a narra o daqueles factos da perspectiva em primeira pessoa retirando o acontecimento do sofrimento e da ofensa l gica estatal Existe sugere Bu tler outra narra o poss vel que toma nota da perda e se dedica a uma elabora o com partilhada do luto fazendo o tornar se parte integrante da pr pria identidade individual social e pol tica N o se trata tamb m aqui de uma reac o emotiva ou comemorativo do sofrimento o trauma colectivo pode en contrar uma resposta diferente daquela da vingan a Ela consiste em tomar completa consci ncia da condi o inevit vel da vul nerabilidade como sendo inerente ao huma no uma condi o que foi traumaticamente revelada aos americanos exactamente em 9 11 Aquele caminho foi talvez percorrido pelas pessoas que atapetaram Nova lorque com os seus mortos chorando os e celebrando os um a um com nome e
223. at ent o dispon veis A institui o escolar enquanto espa o privi legiado para educa o das novas gera es vai perdendo seu monop lio Cada vez mais damo nos conta de que os sujeitos se edu cam e s o educados em diversos e distintos espa os sociais A escola comp e mesmo n o levando isto em considera o uma rede de espa os sociais institucionais e n o ins titucionais que constr i comportamentos ju zos de valor saberes e formas de ser e es tar no mundo A rua enquanto experi ncia de n o institucionalidade comp e esta rede Rede invis vel a leituras que insistam em en quadramentos r gidos Como locus crescente de ocupa o societ ria podemos dizer que a cidade constitui se como cen rio no qual estas redes engen dram se interessante mencionar que ao longo do s culo XX cerca de 70 da popu la o mundial passou a habitar as cidades na Am rica Latina 3 de cada 4 habitantes vivem atualmente nas cidades e no Brasil passamos de 30 para 81 em termos de popula es urbanas dos anos 30 aos anos 90 Como parte de um forte movimento de re vis o paradigm tica do modus vivendi moderno pensar a cidade como lugar de educac o ressituando a escola com sua im port ncia hist rica e simb lica apresenta se como uma possibilidade que ganha contor nos mais precisos na medida em que mun dialmente se discute o papel das cidades como atores sociais e politicos fundamen tais na r
224. b m se desenvolvem iniciativas de cariz solid rio em conjunto com a comunidade Assim no contexto de uma poca de difi culdades econ micas criou se uma campa nha denominada Vallenar Puro Coraz n que pretende assegurar a entrega afectuosa dos elementos necess rios para uma ceia de Natal digna para que todos os habitantes possam desfrutar do encontro familiar nestas datas Atrav s da campanha foi poss vel envol ver a comunidade organizada para p r em pr tica o princ pio de solidariedade enqua drando o nos conceitos das Cidades Edu cadoras A campanha mant m se h nove anos e evidencia um xito crescente Parti cipam nas decis es da campanha as asso cia es de vizinhos que em conjunto com os centros de sa de e as escolas de cada sector integram os conselhos sectoriais que definem no seu seio a forma de operar os benefici rios e como realizar a entrega do benef cio Estes s o exemplos do esfor o deste governo local em construir uma cidade educadora em conjunto com a comunidade Cada uma das decis es em torno da nossa cidade e das ac es concretas que se empreenderam em virtude desta vis o vem da educa o como algo mais humano e complexo que o desen volvimento de capacidades e compet ncias em fun o de certos objectivos pretendem avan ar no progresso da cidade mantendo a nossa identidade fortalecendo a nossa co munidade melhorando a nossa conviv ncia com a participa o e opini
225. bana para a produc o de novas fibras sinteticas para a industria do vestu rio Al m disso 50 Moganshan Lu contou com o apoio do partido local e funcion rios do governo Em 2002 a Secretaria Econ mica Municipal de nominou o complexo de 21 edif cios como parque industrial oficial dois anos depois este t tulo foi alterado para parque indus trial de arte Construir um centro criativo no 50 Mo ganshan Lu satisfez a ambi o de Xangai de se tornar uma cidade global que supera os seus concorrentes mais pr ximos Hong Kong e Pequim tanto como centro financei ro e como centro cultural a capital da eco nomia simb lica Os espa os s o ocupados por uma variedade de temas criativos gale rias de arte artes gr ficas escrit rios de ar quitectos e est dios de design e instala es para televis o e produ o de filmes N o de surpreender que o centro da auto reivin dicada estrat gia de denomina o capitaliza representa es est ticas e espaciais que se originaram nos Estados Unidos e migraram para a Europa e sia O seu slogan Su zhou Soho loft Tal como o site do centro criativo divulga estas rela es s o o exem plo de que o M50 50 Moganshan Lu uma integra o de hist ria cultura arte moda sic e originalidade Um ponto de encontro entre os edif cios de lofts antigos do SoHo de Manhattan e a nova maravilha de tit nio do Guggenheim Bilbao Moganshan Lu destina se a r
226. bano desta cidade Esta pesquisa tem servido de mote para diversos artigos que a autora tem vindo a publicar na imprensa como Cultura P blica e Am biente Constru do Globaliza o e a tica Especulativa Espa o Viol ncia e Subjectividade na Bombaim P s Industrial o mais recente projecto de Vyjayanthi Rao A cidade como arquivo transforma es urbanas contempor neas e as possibilidades politicas Agora vamos supor que Roma n o uma habita o humana mas uma entidade psi quica com um igualmente longo e copioso passado entidade essa na qual nada do que uma vez existiu ter j deixado de existir e todas as anteriores fases de desenvolvimento continuam a coexistir com a mais recente Se queremos representar a sequ ncia hist ri ca em termos espaciais s podemos faz lo pela justaposi o no espa o o mesmo espa o n o pode ter dois conte dos diferentes Ele mostra nos o qu o longe estamos de do minar as caracter sticas da vida mental ao re present las em termos pict ricos Sigmund Freud Civiliza o e os seus Descontentes Cidades e arquivos Compreender a rela o entre a cidade e o arquivo levanta muitos paradoxos interes santes j sinalizados por reflex es de Freud sobre Roma A quest o levantada mais di rectamente a da justaposi o de diferen tes temporalidades e as possibilidades do que representam essas temporalidades e as experi ncias hist ricas que assin
227. bilidade e interesse pela coisa p bli ca seus bens e seus servicos BArte 11 Arts 1 e 2 Art 20 32 m Introdu o Os princ pios b sicos da Carta Sem d vida que seria injusto e deformador cingirmo nos exclusivamente aos crit rios ou vectores da reforma da Carta como diz amos ao princ pio a nova Carta man t m um esp rito no seu todo fiel ao ini cial e o sentido das reformas apenas o de consolid lo perante o reconhecimento e adapta o s novas circunst ncias As sim encerramos a nossa exposi o sobre o conceito actual de cidade educadora quanto aos seus princ pios b sicos ou va lores permanentes por isso sempre ac tuais embora renovados e reordenados na sua redac o mas t o s lidos como no in cio N o uma descri o detalhada mas uma s ntese conceptual dos aspectos essenciais O primeiro o direito a desfrutar em condi es de igualdade oportunidades de forma o entretenimento e crescimento pessoal que o conjunto da pr pria cidade oferece constitui um dos pilares de toda a cidade educadora logicamente uma obra not vel a do interesse espec fico pelas pol ticas municipais educativas que implementam o desenvolvimento dentro de um marco de justi a social civismo democr tico quali dade de vida e promo o dos seus habitan tes e de certa maneira porque cria valor acrescentado a da procura de amplitude transversalidade inova o e mod
228. biliza o colectiva no que respeita aos problemas que gera a conviv ncia social Reinventar a pol tica envolve saber criar novas formas de ac o colectiva e de gest o institucional que possam reunir e fazer valer a riqueza educativa cultural humana e relacional da vida social criando responsabilidades e compromissos mais s lidos em rela o aos problemas colectivos E neste contexto a participa o como mecanismo de respon sabiliza o e envolvimento colectivo como instrumento que permite a incorpora o do conjunto dos membros duma comunidade condi o de cidad os transforma se numa pe a central Se aceitamos que na fase actual de desen volvimento das nossas comunidades locais o funcionamento da democracia requer uma dose mais elevada de participa o popular dever amos considerar qual a fun o das experi ncias de desenvolvimento e educa o comunit rias definidas num sentido amplo Por outras palavras se considerar mos o espa o p blico como um cen rio de restabelecimento de v nculos entre pessoas grupos actividades e ambiente envolvente atrav s do conhecimento e reconhecimento a consci ncia do significado das interac es e dos valores que permitem a vida em co mum desde uma perspectiva de progresso e melhoria para todos a reformula o par ticipativa da democracia representativa es pecialmente a n vel local deveria desempe nhar uma fun o primordial Portanto n
229. blicas e Regulamenta o Econ mica Dirige tamb m o mestrado em Regulamenta o dos Servi os P blicos da Universidade de Barcelona Costas dedica se ao estudo das pol ticas de privatiza o da libera liza o e da regulamenta o dos servi os p blicos tendo publica do v rios livros e numerosos artigos sobre estes temas Foi o primeiro provedor do cliente da ENDESA o presidente do conselho consultivo da ENDESA Catalunha e vice presidente do C rculo de Economia Desempenha o papel de conselheiro em v rias empresas p blicas e privadas Ant n Costas colaborador dos jornais El Pa s e El Peri dico de Catalu a e presen a habitual noutros rg os de comunica o social Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas 1 Uma nova realidade social uma velha linguagem Ha uns dias depois de ter tido conhecimen to de que o meu pai tivera um principio de enfarte um amigo perguntou me a sua ida de E jovem respondi tem oitenta anos Fiquei surpreendido ao aperceber me de que utilizara a palavra jovem para me referir a uma pessoa com 80 anos pois nunca a tinha utilizado para me referir aos meus av s Ha tamb m pouco tempo um amigo em presario comentou comigo que acabara de ouvir na radio uma jornalista a referir se ao protagonista de uma noticia como um ido so de 64 anos O meu amigo estava irritado porque tinha mais de 64 anos e n o se con siderava de modo algum um id
230. ca o n o s para aprenderem a usar aparelhos de infor 9 Art s 1 e 19 da Carta das Cidades Educadoras refor mada em G nova 2004 10 Arts 1 8 e 10 Art 3 12 Arte 19 m tica mas tamb m para saberem seleccio nar entender e tratar o grande caudal de informac o disponibilizada e evitar assim uma das novas raz es de exclus o social h algum tempo inimagin vel Por outro lado a reforma deu igualmente aten o ao novo e cada vez mais necess rio concei to de desenvolvimento sustent vel com men o expressa ao equil brio entre cidade e natureza ao direito a um meio ambiente saud vel e participa o nas boas pr ticas de um desenvolvimento sustent vel Ou tra sustentabilidade est a chamar a nossa atenc o a sustentabilidade democr tica que como se diz no pre mbulo da Carta n o tem uma configurac o suficiente no novo mbito ou dimens o global de tudo quanto ocorre por isso a nova Carta adi ciona em diversos pontos refer ncias mais fortes e mais expl citas que as contidas na redac o inicial mais dirigidas promo o dos valores essenciais da vida democr tica a liberdade a igualdade a diversidade cul tural ou a coopera o solid ria internacio nal s e insiste se ainda no artigo final em modo de fecho no que poder amos chamar os fundamentos da cultura democr tica a forma o de todas as pessoas nos valores do respeito toler ncia participa o res ponsa
231. cadora deve exercer e desenvolver esta func o parale lamente s suas fung es tradicionais eco n mica social pol tica e de prestac o de servicos tendo em vista a formac o pro moc o e o desenvolvimento de todos os seus habitantes Deve ocupar se priorita riamente com as crian as e jovens mas com vontade decidida de incorporar pes soas de todas as idades numa forma o ao longo da vida 248 m Educa o o presente o futuro A partir da nova Carta e das diferentes con tribui es realizadas no mbito acad mico e pol tico ao longo dos ltimos anos torna se evidente em diversas direc es o en volvimento da educa o para o s culo XXI no contexto da cidade e o espa o p blico Poder amos resumir a profundidade destes abordagens ao gerir os crit rios seguintes espa o tempo contexto social e quotidiani dade Mostramos este exerc cio no seguinte quadro explicativo Em suma a cidade o espa o p blico n o s o apenas agentes e territ rios educativos Quadro 3 Os novos mbitos da Educa o Crit rio Concre o educativa Modelo Educa es Espa o Cidade urbs Tempo Educa o cont nua toda a vida Contexto social Cidade civitas rela es sociais espa o p blico Quotidianidade Educa o como processo cont nuo e di rio Fonte Elabora o pr pria A nfase recai no cidad o e seu processo de gest o e recep o educativa Criamos a nossa educa o
232. ceito de cida de educativa actualmente enriquecido ao fazer refer ncia ao tipo de cidade ou socie dade que desejamos ou projectamos cons truir Neste texto assumimos a ideia de cons tru o duma sociedade justa como o grande desafio que enfrentamos como civiliza o A partir deste princ pio geral apresentam se algumas reflex es e hip teses dirigidas principalmente ao papel da educa o e dos educadores no processo de constru o da dita sociedade justa 2 O d fice de sentido Em primeiro lugar preciso fazer refer ncia ao d fice de sentido que caracteriza o novo capitalismo onde a ruptura com o passado e a incerteza sobre o futuro conduzem a uma forte concentra o no presente Richard Sennett enfatizou neste ponto principalmente a partir da an lise das mudan as na organiza o do trabalho Sennett sustenta no seu cl ssico estudo sobre o car cter e no seu recente ensaio sobre a cultura do novo capitalismo que este baseia se na ideia de nada a longo prazo o que tem consequ ncias muito significativas sobre a forma o dos indiv duos e sobre os processos de transmiss o cultural tanto nas institui es p blicas a escola em particular como na familia Em ltima inst ncia o nada a longo pra 3 R Sennett La Corrosi n del Car cter Las consecuen cias personales del trabajo en el nuevo capitalismo Barcelona Anagrama 2000 R Sennett La cultura del nuevo capitalismo Barce
233. celona Col Guies Metodol gi ques 7 p 18 Participa es O quadro explicativo 1 resu me estes contrastes Evidentemente o est mulo da participa o deve surgir a partir duma vincula o clara com o territ rio desde uma abordagem de proximidade aberta s necessidades e sen tidos espec ficos do territ rio Ou seja todo processo de participa o requer o cumpri mento das condi es necess rias Em pri meiro lugar preciso que o processo seja estabelecido com base em crit rios de signi ficatividade Os agentes envolvidos devem compreender e partilhar o sentido da sua participa o Em segundo lugar o processo n o pode esquecer raz es de utilidade os agentes envolvidos devem conhecer e dis por de garantias daquilo que vai ser til no seu envolvimento colectivo Pura e simples mente o exerc cio da transversalidade da participa o da co responsabiliza o n o apenas uma quest o sentimental ou ideol gica tamb m um instrumento pr tico para a visualiza o discuss o e harmoniza o de um conjunto muitas vezes em conflito de interesses particulares por isso que os valores de proximidade e transpar ncia de vem ser constitu dos com princ pios b sicos de cada processo participado No contexto europeu nos ltimos tempos as novas din micas sociais abriram novas perspectivas em mat ria de educa o Em termos gerais o objecto de trabalho e refle x o passou de ensino nu
234. centro hist rico da cidade Duas formas de conhecimento do saber que nutria o desenvolvimento industrial expressado fisicamente em f bricas e fornos t o resistentes como o material que pro duziam o a o segundo uma nota sobre o F rum publicada em 2007 passamos ao resgate simb lico dos edif cios esvaziados que se convertem no Museu do A o no planet rio e em centros para exibir arte Nas confer ncias e mesas do F rum debate se sobre contribui o dos novos conhecimen tos diversidade cultural e um desenvolvi mento sustentado baseado na informa o mais do que na produ o material Recon vers o ou eufemiza o Para se responder pode ser til vincular es tas transforma es urbanas com as d vidas sobre se chamar a sociedade actual da infor ma o ou do conhecimento Insiste se em Monterrey e entre outros f runs em vincular a diversidade cultural com os movimentos tidos como de maior avan o no saber tecno l gico de origem ocidental Mas legitimo generalizar o conceito de sociedade do co nhecimento a todo o mundo Um olhar antropol gico sobre este debate ajuda a ver as dificuldades em incluir nesta f rmula os milhares de etnias e dezenas de na es nas quais os conhecimentos que pre valecem n o seguem as estrat gias cogniti vas do ocidente ou das ci ncias modernas De acordo com as investiga es antropol gicas e a sua conceptualiza o diversificada dos modos de produzir
235. chega a ter uma liga o ou outra com uma actividade de forma o real ou potencial culpa da educa o que acaba por tornar se num grande contentor para meter tudo o que n o est a funcionar principalmente quando os agentes de socializa o que a acompanhavam nessa labor est o missing ou mostram muitas vulnerabilidades Se falamos de educa o e governan a te mos de defender um conceito de educa o mais vinculado ao de servi o p blico Ou seja tentar vincular uma melhor educa o e n o apenas escola com o conjunto de servi os e pol ticas que procuram a melho ria das condi es de vida dos cidad os e o refor o do seu papel activo na renova o democr tica e participativa das pol ticas tradicionais de bem estar E portanto com uma vis o do trabalho educativo mais vin culada ao trabalho em rede colabora o entre profissionais de diferentes servi os ao envolvimento dos cidad os numa educa o do ber o cova um esfor o colectivo perante problemas de car cter integral que precisam igualmente de respostas integrais Todos educamos e faz mo lo mais com o nosso ru do com a nossa atitude com os nossos actos do que com as nossas pala vras Num volume dedicado experi ncia das cidades educadoras temos de de fender perspectivas que procurem o envol vimento de todos os cidad os na quest o educativa indo para al m do que a co munidade educativa no sentid
236. ciais clientes Aos poucos alguns produto res tornam se empres rios culturais abrindo galerias de arte caf s e espa os de actua o onde a rede existe Esses espa os tamb m mostram e promovem o trabalho de novos residentes criativos Com o tempo tornam se locais de consumo cultural atraindo a aten o dos escritores dos meios de co munica o coleccionadores galeristas em voga e curadores de museus bem como os ca adores de talentos da ind stria musical e outros potenciais recrutas para a vida art sti ca Gradualmente esses espa os come am a mudar a cultura local Eles oferecem uma casa mais confort vel para os artistas do que os estabelecimentos comerciais e os bares existentes na rea criando uma comunida de vis vel que mais sofisticada na sua for ma mais em voga do que os residentes de longa data Muitas vezes novas atrac es para os consumidores culturais t m o efeito de aumentar as rendas na rea o que sig nifica que o bairro dos artistas ou o ponto fulcral criativo um lugar din mico em ter mos de economia e cultura Mas a subida das rendas pode provocar a desloca o n o s das comunidades aut nticas existentes como tem vindo a acontecer em Nova lor que desde os anos 70 mas tamb m para tornar a rea demasiado cara para os pr prios artistas Em Londres recentemente a procura das artes gr ficas e das empresas de publicidade que alugaram espa os a baixo custo em ce
237. cionada ou por outras palavras informa es pertencentes a um ar quivo que apenas concebem transi es his t ricas atrav s do conter informa es como prova Assim a come ar pelo simples facto da centralidade das transforma es espaciais afastamo nos de considerar essas transfor ma es espaciais como prova de arquiva mento ao compreender o tecido urbano contempor neo e a pol tica Em vez disso defendemos uma ac o metodol gica para postular a pr pria cidade em transforma o como um arquivo durante o processo uma forma que ter uma relev ncia profunda na nossa compreens o do passado como uma hist ria do presente Tal abordagem tem implica es pr ticas pe dag gicas especialmente para as profiss es relacionadas com o design empenhadas em capturar a criatividade para a produ o de futuros urbanos A um n vel mais amplo permite nos repensar o tipo de ferramentas necess rias para projectos de regenera o urbana por si s uma caracter stica constan te das cidades contempor neas Ao fornecer um mecanismo te rico para o mapeamento de rela es emergentes em vez de isolar e classificar certas formas como pertencentes ao passado e outros ao presente a cidade como arquivo tamb m utilizada como interven o metodol gica para a recria o das rela es quotidianas Nesse sentido a cidade como arquivo fundamentalmente um instrumento pedag gico que estimula a criatividade concep
238. colabora o das administra es com a sociedade civil livre e democratica mente organizada em institui es do chamado sector terci rio seio Artigo 18 A cidade dever estimular o associativismo enquanto modo de participa o e co responsabilidade c vica com o objectivo de analisar as interven es para o servi o da comunidade Artigo 20 A cidade educadora dever oferecer a todos os seus habitantes enquanto objectivo cada vez mais necess rio comunidade uma forma o sobre os valores e as pr ticas da cidadania democr tica o respeito a toler ncia a participa o a responsabilidade e o interesse pela coisa p blica Por ltimo n o posso deixar de expressar que o projecto de C rdoba fruto de reflexo de um trabalho colectivo da for a que os cidad os os t cnicos e os pol ticos AC ES MUNICIPAIS Funda o do Jardim Bot nico Programa de Cumprimento da Agenda 21 Programa de Recupera o do Rio Celebra o dos seguintes dias internacionais Dia Internacio nal dos Direitos da Inf ncia Dia Internacional das Pessoas com Defici ncia Dias Internacionais da Paz e da N o Vio l ncia Dia Internacional para a Elimina o da Discrimina o Racial entre outros Festa para a Escola P blica Festival de Guitarra Concurso Nacional de Arte Flamenco Bienal de Artes Pl sticas e Fotografia Escuela de Padres y Madres Servi o de Orienta o as Fam lias Pro
239. colher a sua pr pria actividade favorita At data n o houve espa o institucionalmente organiza do cultural ou outro no bairro em que se passe o tempo livre Os escrit rios locais da renova o urbana de gest o do bairro tam b m estar o localizados no edif cio O programa educacional um elemento fundamental na renova o do bairro Como parte deste Programa da Escola Prim ria Erdelyi ser transformada uma institui o de ensino com as novas tarefas ser criada Centro Comunit rio e tamb m ser dada import ncia educa o de inf ncia A renova o da Escola Prim ria e Secund ria Erdelyi fundamental pois absoluta mente essencial ter um estabelecimento de ensino aberto fornecendo uma educa o de qualidade e oportunidades de educa o continuada e cursos para a forma o de adultos O principal efeito da reorganiza o institucional ser a elabora o na escola pri m ria com quase 100 do corpo estudan til de ra a cigana actualmente bem como proporcionar uma oportunidade para os jo vens desfavorecidos e adultos no trimestre para obter um certificado continuando a es cola prim ria um pr requisito para muitos empregos qualificados A abertura e o fun cionamento da escola recriada que tamb m fornece educa o art stica poder o contri buir para uma mudan a a longo prazo dado que leva a uma valoriza o da aprendiza gem e do trabalho e utilidade de ambos
240. com as idades Desconhecem totalmente essa nova realidade que os idosos representam As universidades e outros centros de ensino superior n o s o mais activos e inovadores S recentemente come aram a surgir pro gramas nas institui es de ensino superior dirigidos a idosos Contudo este o terreno mais percorrido necess rio um ensino universit rio especifi co para idosos que permita a integra o e a participa o destas pessoas na sociedade e fomente as rela es intra e inter gera es iniciativas que contribuam para a preserva o das suas compet ncias e capacidades adquiridas a longo prazo e que dessa forma d em continuidade hist ria das suas vidas Precisamos por isso de uma nova cultura e de novas pol ticas em rela o aos idosos Novos valores e pr ticas sociais laborais econ micas e culturais que possibilitem a sua autonomia pessoal e que os fa a sentir se teis e integrados na sociedade Uma nova cultura que nos traga uma nova forma de entender a nova sociedade dos idosos e o chamado envelhecimento Talvez esta nova cultura relativa aos idosos seja uma nova p gina na hist ria da humani dade E as cidades educadoras t m um pro tagonismo indubit vel na sua redac o Os novos desafios da vida urbana a redefini o do conceito de comunidade na era da Internet Genis Roca Genis Roca amp especialista em gest o de impacto das novas tecno logias nas organiza
241. com claros recortes de s ries escolares ou ainda programas para toda a comunidade aos quais jovens acorriam em n mero expressivo sobretudo em diferentes campos art sticos como teatro m sica dan a ou artes pl sticas Foi comum tamb m a insist ncia na categoria alunos pois na escola estavam as a es para os jovens Em grande parte das cidades pesquisadas percebem se os jovens como grupo social ausente das pol ticas p blicas ou que come a e emergir e neste caso a qual reserva se O lugar de receptor de a es do poder p blico Destaca se a n o participa o dos jovens como propositores colaboradores ou avaliadores das a es que lhes s o destina das Em grande parte destas a es que tem no m ximo dois anos de dura o n o h avalia o dos resultados ou de seu alcance social o que aponta para a reiterada descon tinuidade ou para o car ter pontual e emer gencial destas pr ticas Apesar das limita es encontradas cabe destacar que al m das reas que podem ser consideradas cl ssicas como sa de e es portes podem se perceber movimentos em A cidade e seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis m 221 termos de politicas p blicas que apontam na dire o das muitas express es dos jo vens no contexto contempor neo das cida des Projetos e a es no campo das artes dan a contempor nea hip hop grafitismo que podem relacionar se com alternativas de g
242. como se Comunica es conhecimento e cidade um debate intercultural m 161 realiza hoje a constru o multicultural dos saberes e elaborar nessa trama os dilemas interculturais O formidavel aumento de co nhecimentos pode efectivamente comunicar que n o o mesmo que informar se se usa para construir novas formas de coabita o cultural Wolton 2003 12 A situa o global do desenvolvimento ur bano apresenta se nesta ptica mais com plexa que a concebida pelas teologias pro gressistas da hist ria ou pelo relativismo cultural A crescente moderniza o dos pai ses orientais com r pido desenvolvimento como a China ndia e Jap o aproximou o desenho de algumas cidades ao urbanismo ocidental sem prescindir da sua heran a hist rica Da mesma forma nas sociedades latino americanas com ampla popula o in d gena a medicina tradicional as pr ticas artesanais e as formas nativas de organiza o do conhecimento coexistem com as ci ncias Pese a enorme desigualdade entre os conhecimentos cient ficos e tradicionais e as tend ncias evolucionistas que tendem a desqualificar as culturas ind genas os sabe res aut ctones continuam a ser usados por vastos sectores como recursos para a sa de a educa o bilingue e as pr ticas campo nesas e urbanas notoriamente na Bol via Guatemala e M xico A estas mudan as cabe somar a vasta difu s o de saberes tradicionais e n o ocidentais na Eu
243. concertos de ar tes pl sticas nos seus museus de desporto e tamb m de h bitos de vida de cultura pro funda e naturalmente de educa o Dedica remos uma lista especial educa o 6 Uma cidade uma oferta mais ou me nos rica mais ou menos pessoal e delicada de servi os sociais de compensa o do que possa faltar a uma pessoa ou a determinadas pessoas uma oferta de solidariedade e de seguran a 7 Uma cidade uma oferta de di logo organizado entre pessoas com os mesmos interesses ou em situa es semelhantes e que se unem para cultivar esses interesses falar de si e ter uma voz colectiva para favorecer o di logo com outras vozes da cidade o di logo civil 8 Uma cidade tamb m uma oferta de organiza o mais ou menos demogr fica mais ou menos participativa A partir do di logo entre colectivos e entre pessoas define os seus objectivos escolhe os seus gover nantes e constr i o seu futuro 9 Uma cidade est situada num territ rio que deve favorecer o equil brio ecol gico e a rela o com os n cleos vizinhos de po pula o com os seus fluxos di rios de co munica o e de contribui o em todos os campos e sentidos trazendo novos cidad os para o seu territ rio As cidades s o centros de radiodifus o dos pa ses d o forma ca r cter s na es 10 Por fim uma cidade uma voz concreta elaborada com as vozes de todos os cida d os tanto os que nasceram l c
244. congressos j tinham destacado como fundamentais O programa ficou dividido em cinco grandes pontos 1 A apropria o do espa o da cidade pe las pessoas planifica o e pr ticas 2 Mem ria e identidade da cidade 3 Desenvolvimento local solidariedade e interdepend ncias 4 A diversidade como recurso educativo para a cidade e para a escola novos mo delos de participa o e cidadania 5 Educa o forma o emprego e lazer o papel estrat gico da cidade Neste Congresso a interven o de Raul Pont presidente da c mara de Porto Alegre entre 1997 e 2001 salientou a import ncia da participa o da cidadania em quest es p blicas na Cidade Educadora Como diminuir ao m ximo a delega o do poder Para n s esta a quest o principal central que deve preocupar os educadores Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 279 os militantes politicos que actuam na cons tru o de uma cidade que educa que cons tr i que produz cidadania Retomar este tema da diminui o da delega o significa procurar superar esta falta de legitimidade crescente nas democracias representativas e criar mecanismos de democracia participa tiva onde os cidad os possam efectivamen te construir o seu presente construir a cada momento o seu futuro Os elementos que gostar amos de destacar nesta reflex o s o fundamentalmente tr s primeiro a necessi dade da participa o popular efectiva im poss
245. conta as fortes repercuss es do ambiente urbano no desenvolvimento de todos os indiv duos Artigo 9 A cidade educadora dever fomentar a participa o cidad com uma perspectiva cr tica e co respons vel Artigo 10 O governo municipal dever dotar a cidade de espa os equipamentos e servi os p blicos adequados ao desenvolvimento pessoal social moral e cultural de todos os seus habitantes prestando uma aten o especial inf ncia e juventude Rosa Aguilar Rivero Presidente da C mara de C rdoba de 1990 nos serviram como referentes para construir o nosso pr prio modelo de identi dade Manter se firme e coerente com os referidos princ pios numa sociedade competitiva consumista e utilitarista como a nossa n o significa que n o se encontrem dificuldades O trabalho do quotidiano juntamente com a tarefa de uma planifica o integrada baseada na coer ncia na coordena o de diferentes reas municipais na participa o dos cidad os na transpar ncia e na informa o foram as nossas ferramentas para governar Assim sendo queremos dar conta do referi do acima no seguinte quadro onde os prin c pios e os objectivos se materializaram em ac es concretas AC ES MUNICIPAIS Planos Gerais de Ordena o Urbana VIMCORSA empresa municipal para promover a habita o social Planos Estrat gicos da Cidade Planos de Acessibilidade Processo de Or amentos Participat
246. contar uma experi ncia pessoal Pre parando a exposi o O Ocidente visto do Oriente ponder mos se dever amos p r ou n o v deos das execu es de cidad os oci dentais sequestrados pelo terrorismo islami ta Perante a crueza das imagens tent mos a op o de deixar s o som Era muito mais in suport vel Finalmente cingir me ei televi s o que continua a ser o primeiro alimento espiritual dos cidad os Era Georg Simmel que dizia que a vida urba na gera ansiedade est mulos nervosos que determinam a sensibilidade do homem mo derno Eu creio que a televis o com a du pla publicidade zapping se converteu num mecanismo de activa o nervosa que trans forma os seus utilizadores em potenciais hiperactivos Hiperactivos especialmente orientados para uma tarefa precisa a insa tisfa o permanente no consumo A necessi dade cada vez mais acelerada de lutar para conseguir uma compra nova ainda antes de possuir a ltima acabada de pagar Esta di n mica nestes tempos acelerados d me a impress o de ter s rias consequ ncias na 8 Georg Simmel A metr pole e a vida moderna Des te texto h v rias vers es em espanhol na internet forma o das pessoas submetidas ao dever de comprar permanentemente a felicidade Cada vez mais dif cil concentrar o esforco fixar a atenc o J n o o esquecimento de qualquer forma contemplativa ou delibera tiva a necessidade de estar simultanea mente d
247. ctos socioculturais de uma grande nature za estrutural e que requerem resolu o em inst ncias superiores dos problemas estru turais de uma cidade que pretenda definir se como multicultural ou seja as grandes quest es relativas ao trabalho habita o e sa de entre outros Seguem se as dez teses 1 Tese a cidade multicultural convidada a combater as patologias sociais isolamento separa o solid o as patologias culturais a dupla homologa o tanto nos c digos dos meios de comunica o de massas como o caso da monopoliza o do ter como nos mecanismos antropol gicos e as patologias existenciais hierarquiza o e a conflitua lidade entre as gera es e as diferen as de g nero de classe e de etnia as patologias geradas pela cidade monocultural pela ci dade monstro desorganizada consumista liberal produtora por conseguinte de mar ginalidade e submiss o dos grupos sociais mais d beis e de baixo risco imigrantes desempregados portadores de defici ncia 2 Tese a cidade multicultural convidada a procurar alcan ar um perfil de ecossistema que seja produto de rela es culturais difun didas a partir da alian a entre o sistema for malizado das entidades educativas fam lias autoridades locais sector privado social as par quias na perspectiva de um sistema for mador integrado alimentado pela ideia de educa o permanente 3 Tese A cidade multicul
248. curem espa os territoriais ou institucionais nos que se encontram se guros com os seus fechando as portas aos outros Qual o tipo de sociedade que est a surgir Em primeiro lugar poder amos destacar uma transi o clara para uma estrutura social muito mais complexa e como referimos fragmentada Com maiores n veis de diver sifica o tnica com uma grande altera o da pir mide de idades com os aumentos subsequentes das taxas de depend ncia demogr fica e com uma grande diversi dade de formas de conviv ncia familiar A incorpora o das mulheres no mercado de trabalho aumenta sem parar apesar das evi dentes discrimina es que ainda existem Mas por muito positivas que resultem essas mudan as para devolver s mulheres toda a sua dignidade pessoal a verdade que as fun es no lar apenas se t m modificado j que as mulheres continuam a ter o maior peso das fun es de cuidado e reprodu o As tens es aumentam por causa da jornada laboral dupla das mulheres incrementam se as separa es e aumentam igualmente as fam lias nas que a mulher a nica que cuida dos filhos E portanto originam se novas instabilidades sociais novos veios de exclus o em que o g nero uma vari vel determinante Enquanto que por outro lado os trabalhos imprescind veis em mat ria social continuam sem obter uma valora o adequada como aqueles relacionados com o cuidado o afecto considerados elementos
249. da pot n cia financeira americana que como um novo Leviatan confia na geom trica perfei o das suas linhas para confirmar a indiscut vel su perioridade e incompar vel for a As Torres G meas por m n o encarnam somente a superpot ncia financeira dos Estados Uni dos e do ocidente fazem tamb m parte de um outro imagin rio talvez mais inocente o imagin rio cinematogr fico por causa dessa estranha familiaridade transterritorial que nos foi oferecida pelo cinema que olha mos com nostalgia para as imagens cinema togr ficas de Manhattan que nos mostram ainda as torres como pano de fundo Gra as a um estranho furac o que provoca um cur to circuito no espa o e no tempo como se tamb m esse imagin rio cinematogr fico ti vesse ap s o 9 11 perdido a sua inoc ncia sempre que vemos um filme ou um telefilme que nos apresenta Nova lorque com as tor res ainda de p imediatamente nos vem mem ria a imagem da sua destrui o Uma imagem que embora tivesse todas as carac ter sticas da fic o espectacular era cruel mente real Em consequ ncia daquele ima gin rio cinematogr fico Nova lorque ap s o trauma assume a apar ncia de uma cidade ideal ainda mais do que antes O trauma mudou a exactamente como alterou o nosso modo de a ver e imaginar agora Nova lor que um cone que vive das suas feridas que continua a fascinar nos porque nela se misturam a familiaridade do imagin rio tele visiv
250. da propriedade privada e da corrida ao lucro significam indepen dentemente das afirma es mais piedosas emanadas pelos principais centros do poder capitalista At o Banco Mundial admite que a pobreza absoluta ou relativa tem aumen tado e n o diminu do nos anos dourados do neo liberalismo no mundo No entanto continua obstinadamente a afirmar que s atrav s da propaga o dos direitos neolibe rais da propriedade privada e da corrida ao lucro atrav s do mercado que a pobreza pode ser eliminada quando o resultado re conhecido pelas Na es Unidas a produ o de um planeta de bairros de lata Por raz es bvias que se servem a si pr prias aqueles com riqueza e poder apoiam direitos e liberdades que relacionam com a m quina do sonho neoliberal procurando convencer nos da sua universalidade e da sua bondade Trinta anos de liberdades neo liberais trouxeram nos imensa concentra o de poder nas empresas de energia dos meios de comunica o dos produtos farma c uticos dos transportes e at de retalho e constru o A liberdade do mercado acaba por ser nada mais do que os meios conve nientes para espalhar o poder do monop lio das empresas condom nios e Coca Cola por 4 Davis M Planet of Slums Londres Verso 1996 todos os lugares sem excep o Nos Estados Unidos para vermos um caso paradigm ti co tamb m se tem permitido que o m ximo de um por cento dos cidad os aumentas
251. dade A facilidade proporcio nada pelas novas tecnologias aproximava de forma surpreendente reas geografica mente muito distantes Muitos dos temas e problemas que no passado se restringiam ao mbito local eram agora objecto de aten o globalizada O programa final do Congresso alertava para o seguinte Um projecto educativo e cultu ral da cidade que seja fortemente comparti lhado um pilar fundamental de qualquer possibilidade de desenvolvimento local sus tent vel que conjugue positivamente a so ciedade local com os est mulos mas tam b m com a potencial desestrutura o que prov m da globaliza o O meio ambiente e a sustentabilidade a identidade das cidades submetidas a uma forte compet ncia internacional a educa o permanente suscept vel s mudan as constantes nos sistemas de produ o e dis tribui o as novas necessidade sanit rias e os programas de preven o e protec o da sa de a necessidade de alian as como for ma de gerir a vida p blica s o temas que n o eram novos para a Associa o das Cida des Educadoras mas deveriam ser revistos luz de uma situa o presente qual cada cidade estava a aceder de maneira desigual Rever a vida urbana a partir de um conceito de educa o que sem esquecer os sistemas escolares se ia introduzindo nas institui es cidad s atrav s de todas as formas de permeabilidade que possibilitam as redes internacionais de comunica
252. dade de vizinhan a e de comunh o num circulo virtuoso de entreajuda e compaix o Esta a minha tese a cena que apresenta Manhattan no dia onze de Setembro de 2001 pode ser retirada do imagin rio do dio do terror vingan a em que a ret rica do Estado e do presidente Bush a enquadrou para se tornar o s mbolo de uma diferente ades o comunidade que tem na cidade o lugar ideal para repensar a cidadania e elaborar novas modalidades de educa o pol tica e participa o Aquele acontecimento por outras palavras e o seu cen rio a cidade podem tornar se a ocasi o talvez ainda n o perdida para um abandono dos modelos pol ticos tradicionais agora postos em crise pelos processos de globaliza o emergente 3 O modelo politico da modernidade como sabido baseia se na antropologia indivi dualista aquela para quem o individuo a medida do humano considerado como um ser aut nomo e racional que como tal pensa e age Este tem o seu corresponden te institucional no estado soberano enti dade aut noma titular de um direito para governar um determinado territ rio e a nao justificar as suas ac es perante nenhuma autoridade superior a si Abandonar aquele modelo significa tomar consci ncia da sua agora ef mera efic cia devido aos comple xos processos de globaliza o abandonar aquele modelo por m significa tamb m recusar a l gica reactiva e vingativa um ac tuar aparentemente racio
253. dados elas no fundo foram e continuam a ser as principais guardi s do vulner vel por excel ncia a crian a O olhar feminino portanto capaz de acolher a vulnerabilidade na sua pers pectiva localizada quer como v timas vul ner veis quer como guardi s do vulner vel A centralidade pol tica da vulnerabilidade assim mais vis vel e de maneira mais l cida atrav s da perspectiva sexuada no feminino A universalidade do vulner vel n o possi vel sem a origin ria diferen a sexual que se d na vulnerabilidade 7 Educar para a vulnerabilidade luz de uma leitura feminista do 9 11 envolve ent o um esfor o te rico e imaginativo que coloca na cidade em vez de na na o ou no Estado o espa o pol tico e a filia o comunida de Trata se por outras palavras de imaginar outra hist ria alternativa quela beligerante reactiva apocal ptica masculina e estatal da guerra ao terror Uma hist ria que tem como centro da cena narrativa a cidade A cidade e a comunidade sob o olhar feminino m 121 como espa o de uma experi ncia comum e compartilhada A qual por m no caso em blem tico do 9 11 n o remete para a lumi nosidade e harmonia da paideia grega mas sim para a vertigem e o vazio provocados pelo trauma S na experi ncia do trauma lida por um olhar feminino atento ao singu lar ao existente nico e sua vulnerabilida de poss vel transformar a vertigem do vazio e do
254. das elas uma fonte de inspira o e uma riqueza ineg veis O dec logo aprovado pela Assembleia Geral em Jerusal m 1999 aquando do VCongressolInternacional www edcities org fazia constar a necessidade de as propostas da cidade educadora transcenderem as pri meiras idades e a escola para incluir toda a popula o e todos os campos urbanismo e planeamento cultura servi os sociais meio ambiente desporto economia sa de etc As mudan as nas sociedades e nas cidades levaram nos a actualizar a Carta tendo em conta o conte do do seu ltimo artigo esta Carta dever ser ampliada com os aspectos n o tratados nesta ocasi o e a incorporar novos aspectos e novas oportunidades sem ocultar as dificuldades a forma o ao longo da vida o di logo intercultural e intergera cional a acessibilidade cidade das pessoas com depend ncia o desenvolvimento sus tent vel a forma o nas TIC etc 5 www edcities org G nova 2004 VIII Congresso In ternacional das Cidades Educadoras 20 m Introdu o Com o passar do tempo verificamos que a Carta serve de uma s vez a cada uma e a todas as cidades de ferramenta de cons tru o e de evolu o individual e tamb m colectiva Hoje a experi ncia permite nos ratificar algumas afirma es apontadas no ano de 1990 e adicionar outras novas A educa o uma tarefa partilhada fam lia e escola mas tamb m muitos outros agen t
255. das de produ o Trata se al m de combinar o conhecimento hist rico territo rial com as comunica es tecnol gicas re centes e quem sabe com o que sobra das etapas anteriores do desenvolvimento urba no e industrial Quando falamos de multi culturalidade j n o nos referimos apenas coexist ncia de etnias l nguas e modos de conhecer e ima ginar como acontecia e ainda acontece em diversas regi es geogr ficas duma na o mas sim proximidade e interculturalida de numa mesma cidade a conviv ncia de crist os isl micos e n o crentes em Nova lorque Londres Berlim Paris e muitas ci dades europeias norte americanas latino americanas e asi ticas As megal poles e tamb m centenas de cidades m dias e pe quenas v em erguer se templos de diferen tes religi es fundirem se m sicas de diver sas culturas e pocas arquitecturas e modos de usar a cidade origin rios de concep es urban sticas diversas Estamos a afastar nos dos modelos homogeneizadores tal como das fantasias reproduzidas espacialmen te nas cidades norte americanas de que a segrega o em diferentes bairros garantiria uma multi culturalidade sem conflitos entre afro americanos latino americanos e anglo Sax nicos e asi ticos Al m das novas dificuldades que se p em em gerir as formas hist ricas de diversidade tnica nacional que coexistem numa cida de o desenvolvimento tecnol gico e comu nicacional d origem a o
256. das e ao mesmo tempo um laborat rio de provas que poderiam ser de verdade fer ramentas de transforma o Se fosse assim poder amos falar com todo o conhecimento de causa de cidades educadoras Cultura urbana em busca da autenticidade Sharon Zukin Sharon Zukin professora catedr tica de Sociologia na Universida de de Brooklin e na Universidade da Cidade de Nova lorque tem escrito sobre as cidades a cultura e a economia Foi galardoada com o Lynd Award como reconhecimento da sua carreira e dos seus trabalhos como investigadora do departamento de Sociologia Urbana da American Sociological Association A autora recebeu tamb m o pr mio C Wright Mills da Sociedade para o Estudo dos Problemas Sociais pela obra Landscapes of Power From Detroit to Disney world 1991 Zukin tem publicado diversos estudos sobre sociologia e geografia urbana reflectindo sobre teoria politica e a economia das cidades Loft Living Culture and Capital in Urban Change John Hopkins University Press 1982 Landscapes of Power University of Cali fornia Press 1993 The Cultures of Cities Blackwell 1995 After the World Trade Center Rethinking New York City co ed Michael Sorkin Routledge 2002 e Point Of Purchase How Shopping Changed American Culture Routledge 2004 s o alguns dos seus trabalhos mais conhecidos Em The Naked City The Death and Life of Authentic Urban Places 2010 a autora aborda a questao da autenticidade analisand
257. de a es coletivas intencionais e identit rias de grupos que habitam e exploram peda g gica pol tica e culturalmente a cidade e seus m ltiplos territ rios Estas reflex es n o caminham na dire o da desescolariza o social ou da minimiza o dos efeitos e possibilidades do trabalho es colar Ao contr rio prop e uma abordagem que re situe a institui o escolar nas redes educadoras que se configuram no espa o da cidade e na pr pria cidade como espa o educativo portanto numa abordagem que situe rua e escola como territ rios educa tivos complementares Como pano de fun do a id ia da reconceitualiza o da esfera p blico governamental como inst ncia edu cadora Prop e se pensar as trilhas educativas que os jovens estabelecem e desejam no contex to urbano Os pressupostos da democracia da conviv ncia e da diversidade estar o no horizonte da an lise como elementos pos sivelmente estruturadores de aprendizagens significativas para a vida em sociedade e que desejar amos penetrassem as a es edu cativas na escola e na rua Cidade contemporaneidade e reinven o do espa o escolar O contexto contempor neo de massifica o urbana crescente e de complexifica o dos problemas da vida cotidiana pouco a pou co torna se irredut vel a linearidade e as po lariza es das categorias de an lise lugares 216 m Educa o o presente o futuro e cren as produzidos pela modernidade
258. de pessoas e organismos que salvaguardem tan to o interesse p blico como o privado de servi os e representantes da comunidade atentos s necessidades dos cidad os que ocupam este novo espa o urbano A aus n cia neste espa o p blico deveria servir para desqualificar todos os que se dizem estar ao servi o dos cidad os sejam pol ticos fun cion rios ou professores Os desconectados n o s o indicados para pensar em solu es para o futuro e a nova e verdadeira exclus o digital que marcar a diferen a a dos res pons veis pol ticos sociais e empresariais que se deparam com decis es relativas ao nosso futuro sem estarem conectados A chegada dos nativos digitais provoca a transi o da sociedade da informa o e do conhecimento para a sociedade em rede A informa o j n o tem valor porque est muito mais acess vel em diversos formatos atrav s de v rios dispositivos em qualquer momento a partir de qualquer lugar e ao al cance de toda a gente O que importante s o as redes as comunidades os circuitos a partir de onde se gera a informa o e os circuitos atrav s dos quais se circula e se enriquece A intelig ncia colectiva constr i se a partir das contribui es feitas por cada um Que esta hist ria sirva como exemplo a associa o de sindicatos do Reino Unido TUC exigiu que os funcion rios pudessem aceder em horas de trabalho s redes sociais da Internet caso contr rio
259. de Alexandria que emble m tica do seu sonho colossal Para reunir uma biblioteca universal segundo a car ta o rei Ptolomeu escreveu a todos os soberanos e governadores de toda a terra implorando que lhe enviassem todo o tipo de livro de todo o tipo de autor poetas e escritores em prosa ret ricos e sofistas m dicos e adivinhos historiadores e todos os outros tamb m Os homens eruditos do rei haviam calculado que seriam necess rios quinhentos mil rolos de papel se fossem re colhidos em Alexandria todos os livros de todos os povos do mundo o tempo amplia as nossas ambi es em 2005 a Biblioteca do Congresso estava a receber o dobro des se n mero de itens por ano dos quais eram apenas mantidos cerca de quatrocentos mil A Torre de Babel suportou enquanto se man teve uma prova da nossa cren a na unidade do universo Segundo a hist ria sombra do crescimento da humanidade de Babel habitava um mundo sem fronteiras lingu s ticas acreditando que o c u estava t o in clu do nos seus direitos como a terra s li da A Biblioteca de Alexandria em terreno mais firme talvez do que a de Babel cres cer para provar o contr rio que o Universo era de uma variedade desconcertante e que esta variedade possu a uma ordem secreta A primeira reflecte a nossa intui o de uma divindade nica cont nua e monolingue cujas palavras foram ditas por todos a partir da Terra at ao c u a segunda
260. de Educa dora Como todos os conceitos que lon ge da perfei o e inamovibilidade do c u plat nico se enra zam na complexidade e flu ncia da realidade humana o conceito de cidade educadora muda com a mudan a pr pria das vidas da cidade e dos seus habitantes isto n o implica uma mudan a que a subordine condescendentemente as crescentes press es e dificuldades de toda a ordem mas sim uma mudan a que a coordene ou adapte s novas caracte r sticas e necessidades das cidades O seu esp rito genu no inicial n o se perde na mudan a porque desde a sua origem ele responde a constantes humanas e sociais de fundo e porque a evolu o permanente ela pr pria uma constante individual e social Assim todo o projecto com sentido da realidade mesmo albergando algum ideal deve saber articular se e encontrar ancoragem suficiente nos novos perfis ur banos e na sua componente humana indi vidual e colectiva Na mira de adaptar o conceito de Cidade Educadora e suas propostas evolu o in tensa que vivem as nossas cidades a AICE elaborou e aprovou no seu Congresso cele brado em G nova Italia em 2004 catorze anos depois uma nova redac o da Carta das Cidades Educadoras a qual inspira as considera es que se seguem Para al m da importante formalidade de acei tar e subscrever os vinte Princ pios da Carta uma cidade educadora foi antes da reforma e continua a ser depois de renovada a que li
261. de histo riadores reinventou a obra de fic o e de f bula veio para ficar no enigma da identida de humana colocando a pergunta prateleira ap s prateleira Quem sou eu No roman ce de Elias Canetti de 1935 Die Blendung 192 m Educa o o presente o futuro Auto da F Peter Kien o estudioso que nas ltimas p ginas ateia fogo a si pr prio e aos seus livros quando sente que o mundo ex terior se tornou insuportavelmente intrusivo demais encarna cada herdeiro da Biblioteca como um leitor que est ele pr prio envol vido nos livros que possui e que como um dos antigos estudiosos de Alexandria torna se p no meio da noite quando a biblioteca j n o existe Em parte constru mos biblio tecas para saber quem somos Mas isso certamente n o tudo H uma segunda quest o No seu romance A Flor Azul Penelope Fitzgerald diz Se uma his t ria come a com uma descoberta neces s rio terminar com uma busca A hist ria de qualquer biblioteca certamente come ou com uma descoberta descobrir livros de qualquer forma ou formato rolo codex ou disco descobrir o local no qual os alo jar descobrir uma maneira de trabalhar com eles dentro do espa o emprestado Mas se a hist ria deve terminar com uma busca a segunda quest o tem de ser buscar o qu Northrop Frye observou certa vez que se estivesse estado presente no nascimento de Cristo n o achava que ouviria os anjos a cantar
262. de seus filhos as as fam lias e os educadores receber o forma o e est mulo que os ajudem na sua co responsabilidade educativa sendo esta uma variante muito significativa da educa o ao longo da vida isto mesmo estende se aos funcion rios p blicos incluindo as for as de seguran a o que acentua o estilo desej vel de uma ci dade disposta a educar no sentido amplo como um conjunto coerente e coeso Nesta linha de pensamento postula se a coorde na o entre administradores e sociedade 19Art 9 0Arts 8 e 10 21Arts 9 12 e 18 22Art 13 BArt 15 4Art 14 O conceito de cidade educadora hoje m 33 civil principalmente no chamado sector terci rio Um aspecto fundamental que inspira o con junto da Carta o que se pode resumir em conceito de coes o social Aparece de forma recorrente em diversos artigos com expres s es nem sempre iguais mas coincidentes no fundo trata se de trabalhar por uma cidade onde todas as pessoas encontrem o seu lu gar na sociedade onde se faculte median te politicas activas a inclus o de pessoas procedentes da imigra o ou refugiadas com direito a sentir a cidade como pr pria onde passe a express o seja exclu da a pr pria exclus o a menos educadora de todas as atitudes individuais e colectivas 25Art 17 2 Art 15 27 Art 16 As palavras finais do pre mbulo da Carta sao especialmente adequadas ao fecho desta ex posi o deve
263. de sua pr pria casa Como locais em que mais gostam de estar a casa e o pr prio quarto aparecem como espa os priorit rios para as meninas enquanto para os meninos o gin sio da escola o local mais apreciado seguido da casa e de shows Tanto para me ninas quanto para meninos a escola n o se encontra entre as prefer ncias Como espa os de menor prefer ncia destes jovens est a igreja seguida do campo de futebol para as meninas Na escola o local de prefer ncia consensual entre meninas e meninos o p tio seguido do gin sio para os meninos do ensino fun damental Portanto espa os de maior ampli tude em termos de conviv ncia e de possi bilidades desportivas recreativas e culturais As respostas destes jovens remetem nos a reflex o acerca de que trilhas educativas s o possibilitadas a jovens cujo poder aquisitivo A cidade e seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis m 219 n o permite nem acesso ao transporte co letivo A cidade para estes jovens se apre senta como proje o de um espa o ao qual n o pertencem A vida est restrita a casa as suas cercan as e a escola espa os de circula o cotidianos razoavelmente segu ros nos quais constr em identidade e sua rela o com o mundo Nesta perspectiva poss vel afirmar que a presen a do poder p blico atrav s de pol ticas que visibilizem estes jovens e facultem seu tr nsito pelas tri lhas da cidade elemento defi
264. derada pelos seus representantes democr ticos estimula e oferece vias de realiza o capacidade educadora em sentido amplo que t m sempre todos os membros da cida de tanto individual como colectivamente Um dos sentidos principais da educa o a capacidade de promover o melhor cresci mento poss vel ou desenvolver as potencia lidades e projectos das pessoas e dos grupos humanos por um lado interessante notar o facto de que a interac o entre as pessoas e as institui es associa es empresas ou grupos de qualquer tipo tem precisamente a virtude de gerar est mulo para o crescimento e para plenitude de todos os que convivem no espa o urbano ou seja tem capacidade educativa Pode dizer se que toda a ac o humana individual ou de grupo tem sempre um valor educativo ou deseducativo porque toda a ac o humana n o tem um resultado neutro ou indiferente para o desenvolvimen to humano e c vico das restantes pessoas A cidade educadora adquire e esfor a se por difundir a consci ncia de todas as poss veis repercuss es m tuas que as pessoas e gru pos exercem entre si dentro do espa o p blico da cidade e procura descobrir todas as suas potencialidades positivas em ordem ao progresso pessoal e social de todos os seus componentes 26 m Introdu o As mudancas na cidade contempor nea Toda a cidade contempor nea gera no seu interior uma complexidade crescente que a enriquece e problematiza ao m
265. dica o e a decis o dos pr prios interes sados e n o apenas o pensamento a ideia o conhecimento do chefe do governo A partir do momento em que permitimos s pessoas expressarem se e lhes delegamos o poder de decis o as nossas escolas passa ram a incorporar cada vez mais nas horas livres do dia depois das aulas normais os cursos de educa o para jovens e adultos precisamente porque estas pessoas verifica ram no debate ou na discuss o realizada na sua regi o a oportunidade de reivindi car e exigir do poder p blico este tipo de servi o ao qual nunca tinham tido acesso anteriormente Esta forma de auto organiza o significa atribuir poderes s pessoas poderes de fac to que lhes permitam discutir o or amen to decidir pol ticas p blicas estabelecer conselhos municipais sectoriais por temas como a educa o a sa de o tr nsito os direitos das crian as e dos adolescentes Mecanismos como estes criam fortes orga niza es de base social independentes dos partidos que exercem uma press o muito forte sobre os governos uma capacidade de decis o e de press o permanente sobre os governos que acabam redireccionando os recursos e reorientando o or amento p bli co em benef cio da popula o La ciudad espacio educativo en el nuevo mil nio VI Congresso Internacional das Cidades Educa doras Lisboa Portugal Novembro de 2000 p gs 34 36 A cidade finlandesa Tampere organizou o VII Con
266. dificar uma sociedade coesa e afirmada nos princ pios da equidade A educag o n o formal um projecto para os habitantes de Rennes Parece me que o presidente da c mara de uma cidade educadora tem necessariamente uma concep o volunt ria e global da sua ac o I A constata o Temos de construir uma nova igualdade a igualdade nos conhecimentos A civiliza o a sociedade do conhecimento esperam por n s Cabe nos identificar as desigual dades sociais econ micas financeiras mas tamb m culturais educativas cient ficas que existem Cabe nos identificar a frac tura territorial na qual as desigualdades se inscrevem Procedendo a estes diagn sticos de maneira precisa facilitaremos a escolha e a mobiliza o de meios suscept veis de as reduzir Segundo elemento da nossa constata o j n o existe um tempo educativo limitado primeira idade da vida O tempo educativo acompanha nos ao longo dos anos A edu ca o ao longo da vida em todos os aspec tos da vida Eis o desafio moderno que todos temos de ultrapassar Terceira observa o a escola p blica foi es tabelecida em Fran a contra a sociedade a fim de impor os valores da Rep blica liber dade igualdade fraternidade Esta escola santu rio teve as suas raz es e sucessos mas hoje vemos bem que temos de a fazer viver em termos de abertura Edmond Herv Presidente da C mara de Rennes II Respostas Encontram se
267. diram a mudan a e o de senvolvimento cultural para a cidade Mas esta mesma maneira de ver mudou o modo de pensar dos dirigentes pol ticos e econ mi cos de muitas cidades na era p s industrial Um quarto de s culo passou e o efeito Be aubourg passou a efeito Bilbao e desta vez as esperan as de um desenvolvimento urbano baseado na cultura originou uma in find vel s rie de centros culturais festivais e concursos Se a selec o anual de uma Capi tal Europeia da Cultura apenas o caso mais promovido das cidades a tentarem refazer se numa nova imagem c vica estes projectos emblem ticos colocam s rias d vidas sobre 8 Decorre um debate sobre o valor social e econ mico destas visitas de turistas alguns dos quais tomam co nhecimento da sua exist ncia nos meios de comunica c o globais Ver em Beatriz Plaza Avaliar a influ ncia de um Artefacto Cultural na Atracc o do Turismo Re vista de Assuntos Urbanos 36 2000 264 74 e O Re torno do Investimento do Museu Guggenheim Bilbao Jornal Internacional de Pesquisa Urbana e Regional 30 2006 452 67 Denny Lee Bilbao dez anos depois Secc o de Viagens do New York Times 23 de Setembro de 2007 O museu Guggenheim de Bilbao det m 80 por cento do orcamento do governo regional para os museus Zuleika Beleza Dura p 12 o futuro da cultura urbana A repeti o destes projectos t m levado imposi o de um ni co modelo de criatividade Um
268. do mas tamb m que muito pode ser novamen te recolhido podemos aprender com a sua espl ndida ambi o o que foi a experi ncia de um homem que pode tornar se atrav s da alquimia das palavras a experi ncia de todos e como essa experi ncia reduzida uma vez mais a palavras pode servir cada leitor individual para algum prop sito secre to e excepcional O mito s lido de Alexandria tamb m nos en sina que uma biblioteca deve imp r os seus pr prios limites ou decretar a sua pr pria morte Uma biblioteca com crescimento in finito exige uma casa sempre em expans o que pode assumir dimens es monstruosas Diz a lenda que Sarah Winchester a vi va do famoso criador de armas cuja espingarda conquistou o Oeste consultou um m dium que lhe contou que enquanto a cons tru o de sua casa na Calif rnia continuas se os fantasmas dos ndios mortos pela arma do seu marido seriam mantidos dist ncia A casa cresceu e cresceu como num sonho at as suas cento e sessenta salas cobrirem seis hectares da terra este monstro ainda vis vel no cora o de Silicon Valley Cada biblioteca sofre com esta vontade de crescer de maneira a pacificar os nossos fantasmas liter rios que se ramificam e aumentam at que numa data impens vel ir incluir todos os volumes j escritos sobre cada assunto imagin vel Este aspecto monstruoso do mito de Alexan dria deu origem a muitos contos de mora lidade Numa tarde q
269. dores mas sim s em presas institui es p blicas e privadas que fornecem os servi os 7 Tese A cidade multicultural exige do sector privado associativo terceiro sector sem fins lucrativos a constru o de uma rede org nica e interligada de micro projectos urbanos que tratem das necessidades imediatas da colectividade e directamente administrados pelos utilizadores a partir dos grupos que acusam elevados ndices de marginalidade diversidade e exclus o 8 Tese A cidade multicultural tem portan to o compromisso de promover uma eleva da qualidade de vida atrav s de um plano regulador da conviv ncia solidariedade social e civil que esteja em condi es de transformar a multiculturalidade entendida como diversidade de culturas em intercultu ralidade ou seja um di logo e interac o entre culturas 9 Tese A cidade intercultural exige dos ho mens e das mulheres que nela habitam uma capacidade de se descentralizarem de sa rem do seu pr prio pensamento para volta rem a ele s depois de terem dialogado com outros pensamentos outras l gicas outras escritas Assim o pensamento moderar se e abrir se a outras perspectivas a outras esperan as a outras utopias para se conver ter em pensamento n mada pensamento migrat rio 10 Tese A cidade intercultural exige e per mite por isso a todos os cidad os o feito de se converterem em agentes protagonistas nas decis es e modific
270. dos desesperados por ajuda Quanta foi a nossa pr pria nega o Com que facilidades compr mos a ideia de que est vamos a lutar contra o eixo do mal que os eventos devem ser lidos em termos de sim ou n o E como o que que ensinamos s crian as aos adolescen tes entre n s As promessas de resolu o de conflitos desapareceram quando vimos as imagens de cortar o cora o da mulher sequestrada e os homens implorando pelas suas vidas e ouvimos sobre as decapita es que aconteceram tantas vezes Compreen demo lo em termos de diferen a cultural apenas Eram os homens vestidos de negro posando atr s de suas v timas em qualquer forma representativos do povo iraquiano ou eram uma minoria radical isl mica Mas havia as imagens chocantes de soldados americanos torturando e degradando os pri sioneiros iraquianos fotos de detidos em Guantanamo N o houve ideia do valor de cada pessoa individual Sabemos o suficien te para encorajar quest es cr ticas Ser que uma demonstra o de brutalidade justifica outra 210 m Educa o o presente o futuro Depois h a perplexidade envolvida em li dar com o que at mesmo as crian as ouvi ram como sendo bomb stico a alega o de miss o cumprida as comemora es do avan o da liberdade da democracia Quan do que nos podemos dar ao luxo de semear sementes de d vida em rela o aos l deres da na o No presente momento os profes
271. dos nas suas diversas formas as comunidades no sentido tradicional eram cada vez menos prov veis de aparecer Cer tos grupos foram agrupados em guetos asso cia es de bairro mais ou menos vagamente definidas Os grupos de teatro e centros de artes come aram a tomar forma Houve uma quantidade m nima de homogeneidade fora das igrejas e sinagogas O dia do valor parti lhado fora dos limites da ortodoxia parecia ter desaparecido A escolariza o pensada como um projecto comprometido com o processo de molda gem dos jovens de fora de acordo com as normas e pr ticas emergentes dos acordos e valores comuns que definem uma deter minada sociedade j n o parecia vi vel nas novas cidades Dada a extrema variedade de tradi es interesses e orienta es a coer n cia estranha e a simpatia da antiga comuni dade s podiam ser concebidas como uma possibilidade futura dadas as circunst ncias de uma democracia A democracia tem sido descrita como uma comunidade em forma o uma condi o trazida luz pelos se res humanos tamb m em constru o en contrando a sua realiza o na participa o conversa e di logo A Educa o na confus o da cidade exige uma ac o deliberada e imaginativa sobre a parte das pessoas que se ser mostrada aos outros afirmando o seu sentido de ins trumentalidade recusando estabilidades e certezas A Educa o deve ser sempre ina cabada a ponto de transformar a poss
272. dosos provocar uma situa o insustent vel para a economia e uma crise para os or amen tos p blicos como consequ ncia dos custos para responder s necessidades sociais e de sa de dos idosos Este por exemplo o pa norama tra ado pelos economistas Laurence Kotlikoff e Scout Burns em The Coming Ge nerational Storm no qual concluem que at 2030 os Estados Unidos ser o assolados por instabilidade pol tica desemprego greves e elevadas taxas de criminalidade com ten d ncia para aumentarem Este panorama est correcto O prestigiado economista norte americano Paul Krugman descredibilizou este tipo de an lise e esta belece as diferen as entre o problema da tend ncia demogr fica para o aumento da esperan a m dia de vida e o problema do aumento das despesas p blicas na sa de Na sua opini o este ltimo ocorreria mes mo que n o houvesse um aumento do n mero de idosos certo que como referi no in cio estamos perante uma mudan a demogr fica sem precedentes e irrevers vel O aumento da es peran a m dia de vida com o horizonte a m dio prazo nos 100 anos est a modificar a sociedade na qual nascemos Mas a quest o da sa de n o est directa mente relacionada com o envelhecimento da popula o mas sim com os grandes e c leres avan os na medicina O aumento das despesas de sa de teria ocorrido mesmo que a esperan a de vida n o aumentasse Deste modo conv m sepa rar b
273. e mais evidente no centro das ci dades Nos primeiros anos da d cada de 60 nas cidades mais ricas do mundo a grande falta de investimento deixou uma quantida de de armaz ns abandonados docas a apo drecer e torres de escrit rios parcialmente vazias As f bricas escrit rios e os morado res mais ricos come aram a mudar se para os sub rbios ou at mesmo para outras par tes do mundo e os artistas e os propriet rios de pequenas empresas desde os vendedo res ambulantes at aos aspirantes a chefes de cozinha passando pelos galeristas co me aram a tirar partido do centro que tinha sido abandonado As suas actividades trou xeram uma nova vitalidade aos bairros anti gos enquanto surgiam novos centros finan ceiros sedes de bancos empresas e novos grupos de comunica o social dando assim sinais de uma nova era Os professores escritores advogados e profissionais de neg cios aventureiros mu daram se para as velhas casas e lofts crian do um novo estilo de vida urbana entre os bo mios e burgueses Os lugares que eles ocuparam locais p blicos como caf s res taurantes e boutiques e mesmo os espa os privados das suas casas depressa atra ram a aten o pelos seus elegantes designs in dustriais e pela sua clientela famosa Com o crescimento constante dos meios de comu nica o e das artes esses espa os adquiri ram uma din mica irresist vel eram vis veis sinais de uma nova cultura urbana No
274. e posiciona as responsabilidades colectivas num espa o partilhado entre estas duas esferas Igualmente neste ponto a educa o forne ce um bom cen rio para exemplificar o que temos argumentado Uma pol tica educativa sujeita a interven es desde v rios sectores de governo uma pol tica educativa que re quer abordagens transversais para enfrentar os novos desafios Uma pol tica educativa cujo desenvolvimento universalista e expan s o para os O anos e para al m dos 25 le vou a a combinar protagonismos de diferen te ordem com agentes p blicos privados entidades e colectivos iii A governan a implica uma nova posi o dos poderes p blicos nos processos de governo a adop o de novas fun es e a utiliza o de novos instrumentos de governo O resultado da governan a ou do governo em rede n o pode ser atribu do ao exe cutivo sendo que mais produto espon t neo e em certa medida imprevisto duma interac o complexa entre v rios agentes de natureza muito diversa Enquanto o paradig ma tradicional determinava uma separa o Clara entre a esfera p blica e a privada en tendia que os sujeitos nicos da ac o do governo eram os poderes p blicos e conce bia a esfera privada como o objecto passivo da ac o de governo a governan a indica 240 m Educa o o presente o futuro um cen rio em que a fronteira entre as duas esferas se desvanece as responsabilidades em mat ria d
275. e 2 3 da popula o na maioria dos pa ses constituir o 15 da popula o dos pa ses ricos O aumento do n mero de idosos na popu la o mundial ser a tend ncia demogr fica que definir este s culo Esse aumento o resultado de tr s tend ncias que actuam si multaneamente A primeira a subida do n mero de refor mados Este fen meno como j referi ante riormente ser mais evidente nos pr ximos anos Entre 2008 e 2015 estima se que as grandes empresas v o mandar para a refor ma mais de metade dos seus actuais fun cion rios Estes dados levam nos a reflectir sobre a necessidade de prolongar ainda que seja de forma parcial a vida laboral A segunda tend ncia provoca um aumento no n mero de idosos a queda generalizada das taxas de natalidade Na Am rica o n mero de nascimentos dificilmente iguala o n mero de bitos No caso de alguns pa ses europeus o n mero de nascimentos n o suficiente para substituir os bitos A terceira e mais importante o aumento da esperan a m dia de vida Esta tend ncia constitui possivelmente o fen meno demo gr fico mais relevante dos ltimos s culos e com maior impacto potencial na organiza o da economia na sociedade e na pol tica H um s culo a esperan a de vida ao nas cer rondava os 35 anos e a maioria das pes soas trabalhava at ao fim dos seus dias Hoje a esperan a m dia ao nascer ultra passa os 80 anos e aos 65
276. e pura execu o Nas nossas economias oci dentais ao contr rio do que alguns afirmam ainda h um grande n mero de tarefas que podem ser executadas sem uma verdadeira cultura sem qualifica o nem forma o ou para as quais a forma o seria mais cara do que o rendimento Nestas condi es afirmar que todos os tipos de trabalhos ne cessitam de uma actualiza o cont nua do conhecimento adquirido evidentemente fazer a escolha de uma sociedade na qual cada um no seu trabalho beneficia da evo lu o colectiva e adquire os meios para per ceber e controlar o mundo uma aposta uma vontade pol tica e n o de espantar que encontre resist ncia Na realidade se as nossas sociedades tives sem uma real necessidade de um aumento geral do n vel cultural intelectual e concei tual dos cidad os se as nossas economias n o pudessem sobreviver sem este aumen to n o ter amos a televis o que temos no ocidente de hoje Al m disso os nossos sis temas escolares deixariam de funcionar ao enviar os alunos com maiores dificuldades para o ensino profissional n o reduzir amos sistematicamente os estudos que levam a profiss es ditas manuais etc N o estou seguro de que as nossas sociedades n o tenham a necessidade de na actual confi gura o liberal manter a distin o entre os que trabalham sem compreender e os que compreendem sem trabalhar entenda se sem trabalhar na produ o nem suj
277. e Marrocos versus Sahara e at h bem pouco tempo do Reino Unido versus Irlanda do Norte margem das origens dos conflitos que as sinalamos o mais preocupante a obsess o que tem a totalidade dos estados de man ter permanentemente em marcha uma m quina de guerra que primeiramente serve para incitar o outro a fazer o mesmo uma m quina de guerra cuja justifica o assen ta quase sempre na fabrica o de falsas e sobredimensionadas amea as a inimigos inexistentes De tudo isto se encarrega com bastante efici ncia uma parte dos meios de comunica o por de tr s dos quais encon tramos quase sempre grandes corpora es industriais importantes poderes financeiros respons veis dos departamentos de defesa e fabricantes de armamentos Constatamos por exemplo o caso da imprensa francesa em boa parte nas m os de Serge Dassault Le Figaro primeiro fabricante privado de avi es de combate e de Arnaud Lagard re imprensa regional e imp rio editorial Ha chette accionista principal das ind strias b licas privadas do pa s O ciclo armamentista express o mais elegante da m quina de guerra apresenta se com diferentes facetas qual delas a mais perniciosa Em primeiro lugar encontramos o gasto militar De acordo com as 90 m Os novos desafios da vida urbana estimativas dos organismos internacionais na actualidade este ja atinge a cifra de 1 200 000 milh es de d lares anuais isto 22 vezes m
278. e acordo com as circunst ncias os go vernos dos estados na o v em se for ados a contratar uma grande e crescente parte do seu repert rio tradicional para as for as de mercado politicamente descontroladas enquanto subsidiam grande parte do resto do reino da pol tica da vida dom nio da iniciativa individual os recursos individuais e de responsabilidade individual fechado dentro dos limites da oikos O ltimo processo ostensivamente autori za o universo da oikos e os seus residen tes na verdade as tend ncias g meas de desregulamenta o e individualiza o amplamente divulgadas foram amplamen te retratadas como passos decisivos para a emancipa o dos indiv duos da pessoal mente depend ncia debilitante intrusiva e desagrad vel do Estado ama e em suma como uma expans o sem precedentes dos poderes individuais para escolher e agir so bre as escolhas feitas Numerosos observa dores no entanto repostaram que os indivi duos as metas do exerc cio pretensamente emancipat rio encontraram os resultantes desafios da vida esmagadores e na sua pr pria maneira incapacitantes ultrapassando as suas compet ncias e recursos e no final usurpador de poder O lan amento da go ra aberta ao sector privado um aspecto do processo mas o fornecimento de um escudo protector contra a eventualidade dos proble mas individualmente sofridos definindo a lista de tarefas comuns outra Qual
279. e aumentar em im port ncia custa de expedientes ortodoxos Pela primeira vez potencialmente mais eficaz uma vez que mais radical ele lan a a repress o pol tica fora do mbito do discurso pol tico e a ac o reconhecida como pr tica pol tica batendo no ponto em que barrada a entrada na gora aos os postulados ainda que n o tenha atingido o limite de articula o e assim da pol tica Al m disso e ainda mais importante inde pendentemente das vantagens do sil ncio silencioso possa ter alternativas ortodoxas como a arregimenta o dos media e a cen sura torna se cada vez mais dif cil a aplica o de qualquer medida de sucesso tendo em conta a globaliza o do fluxo de infor ma o ter evolu do por agora muito al m do alcance dos poderes do controle de gest o do Estado Essas alternativas est o por m a tornar se cada vez mais irrelevantes e pro vavelmente at mesmo contra producentes a produ o cada vez mais intensa e a cada vez mais r pida distribui o de informa es distribui o no sentido de tornar dispo n vel mas n o necessariamente no sentido de entrega deixando de lado a aquisi o para n o mencionar a reten o transformaram a informa o da mais valiosa fonte de conhecimento no maior impedi mento para a forma o do conhecimento Quando uma edi o de domingo do New 56 m Os novos desafios da vida urbana York Times cont
280. e cat li cos e protestantes que s o nas palavras da jornalista do La Presse Laura Julie Perreault uma esp cie de milagre atrav s do qual Montreal n o se tornou uma segunda Irlan da do Norte Pelo contr rio como reporta Perreault o antigo regime multi confessio nal da cidade com 350 anos tornou se uma ferramenta de marketing para a ind stria burguesa do turismo da cidade O resultado nem sempre feliz como se pode ver nos romances populares de Stephen Henighan sobre Montreal do final de nosso s culo Para citar o autor de uma revis o da hist ria de Henighan de 2004 As Ruas do Inverno os habitantes de Montreal s o incapazes ou n o querem abrir m o do preconceito indi vidual e cultural nostalgia e da expectativa que os aliena nas suas buscas pela verdadei ra Montreal Uma vez profundamente divi dida pela linguagem Montreal converteu se numa grelha de muitas solid es Esta grelha de solid es tem recuperado algum do seu dinamismo econ mico hist rico em parte porque os novos habitantes de Montreal foram chegando todos os dias Migrantes de zonas pr ximas do Quebec no Canad e mais al m representam novas adi es cr ticas a uma for a de trabalho que de outra maneira poderia estar em de cl nio acentuado O crescimento futuro da economia regional de Montreal depende da actualiza o do perfil de compet ncias e da entrada de trabalhadores mais jovens numa popula o envelhecid
281. e concordaram em encontrar se dois anos depois em Gotemburgo Simultaneamente criou se o Comit Permanente de Intercongressos integrado pelas cidades de Barcelona Berlim Birmingham Genebra Gotemburgo Montpellier Roterd o e Turim O principal papel deste comit foi decidir a frequ ncia e a sede dos pr ximos congressos colaborar com a cidade organizadora e estudar a conveni ncia de criar uma organiza o que promoveria a comunica o entre as cidades e que potenciaria as ac es solid rias baseadas nos princ pios da Carta das Cidades Educadoras Entre 1990 e 1992 o Comit Permanente interveio activamente na estrutura o dos conte dos do Congresso de Gotemburgo e a Secretaria de Barcelona colaborou duran te os dois anos de prepara o contribuin do com crit rios e experi ncia A Secretaria trabalhou paralelamente com as cidades que assistiram ao Congresso e outras com a finalidade de divulgar a Carta alimentar o Banco de Experi ncias e incorporar novas cidades no movimento criado Este comit funcionou at 1994 momento em que se criou a Associa o Internacional das Cidades Educadoras De 25 a 27 de Novembro de 1992 900 participantes que representavam 130 cida des de 43 pa ses diferentes encontraram se em Gotemburgo para o Il Congresso Inter nacional Este Congresso mostrou ter assu mido desde o in cio as premissas descritas na Carta e optou por um tema central que levava a educa o m
282. e contribuir para o desenvolvimento democr tico nou tros lugares do mundo pelo que participam em projectos de coopera o internacional e descentraliza o com entidades adminis trativas de outros pa ses De igual modo foi salientado que as cidades decidem traba lhar no mbito das rela es internacionais para poderem ter influ ncia nos processos de regionaliza o e nas pol ticas interna cionais a partir do destaque dado s cida des e aos cidad os A diplomacia entre as cidades a ferramen ta de que disp em as entidades administra tivas locais para contribuir para a cria o de situa es de estabilidade atrav s da qual a cidadania possa conviver num ambiente de paz democracia e prosperidade Neste sentido s o muitas as iniciativas levadas a cabo no mbito municipal a fraterniza o e a cria o de v nculos entre cidades de diferentes pa ses a assist ncia t cnica o aconselhamento no desenvolvimento da po l tica municipal a coopera o com a cida dania e as organiza es da sociedade civil as actividades de sensibiliza o o fomento da compreens o m tua no mbito local os programas de forma o a solidariedade in ternacional a cria o de coaliz es ou ac es coordenadas etc A ideia de educar em e para a paz assumia a forma de um eixo a partir do qual era poss vel rever ac es e projectos para o futuro Da mesma forma que talvez as Cidades Educadoras propuseram aos
283. e culturais em cidades antigas que ocuparam um lugar sagrado e se tornaram icones devido aos rituais praticados os cen tros culturais de hoje sao concebidos desde o inicio como cones profanos que simboli zam a cidade e mobilizam o investimento numa nova economia S o as cartas com que a cidade joga no plano da globaliza o Desde os anos 60 quando a Casa da pera de Sydney e o Centro Pompidou de Arte Mo derna em Paris foram planeados os centros culturais foram convidados a desempenhar diversas fun es atrac o de renova o ur bana s mbolo de prest gio da na o ener gizador da criatividade e da inova o Eles est o quase sempre localizados em terrenos que perderam o seu uso industrial e o seu valor econ mico muitas vezes beira mar Em Paris o Centro Pompidou foi planeado em parte para revitalizar a rea ao redor da Rue Beaubourg um terreno vazio de lojas de renda baixa habita es em ru nas pe quenas oficinas baratas entre o ainda n o enobrecido Marais e os mercados grossis tas de alimentos ainda n o demolidos de Les Halles Os donos destes novos centros culturais l deres pol ticos e empresariais deram prioridade ao design inovador e or ganizaram um concurso entre arquitectos de todo o mundo que foi ganho por arquitectos estrangeiros Cultura urbana em busca da autenticidade m 103 Hoje os vencedores dessas competi es sao arquitectos estrelas possuidores de mui to
284. e e a participa o de todos os seus habitantes nas boas pr ticas de desenvolvi mento sustent vel 12 O projecto educador explicito e implicito na estrutura e no governo da cidade os valores que esta encoraja a qualidade de vida que oferece as manifesta es que organiza as campanhas e os projectos de todos os tipos que prepara deverao ser objecto de refle x o e de participa o gra as utiliza o dos instrumentos necess rios que permitam ajudar os indiv duos a crescer pessoal e co lectivamente 3 Ao Servi o Integral das Pessoas Eee O munic pio dever avaliar o impacto das ofertas culturais recreativas informativas publicit rias ou de outro tipo e as realidades que as crian as e jovens recebem sem qual quer intermedi rio Neste caso dever em preender sem dirigismos ac es com uma explica o ou uma interpreta o razo veis Vigiar a que se estabele a um equil brio entre a necessidade de protec o e a auto nomia necess ria descoberta Oferecer igualmente espa os de forma o e de deba te incluindo os interc mbios entre cidades para que todos os seus habitantes possam assumir plenamente as inova es que aque las geram 14 A cidade dever procurar que todas as fa m lias recebam uma formag o que lhes permitir ajudar os seus filhos a crescer e a apreender a cidade num esp rito de respeito m tuo Neste mesmo sentido dever pro mover projectos de for
285. e masculina alta foi acentuado dentro da cidade de S o Peter sburgo Como no resto do pa s as taxas de nascimento e as taxas de fertilidade diminu ram simultaneamente O impacto combinado destas tend ncias na populac o da cidade tem sido devastador O quinto milion simo residente da cidade nasceu em Fevereiro de 1988 at ao censo 14 Walberg Peder Martin McKee Shkolnikov Vladimir Raphaelle Laurent Leon A David Mudan a Econ mica Crime Crise e Mortalidade na R ssia An lise Regional British Medical Journal v 317 7154 1 de Agosto de 1998 15 Irina Titova A esperan a de vida russa em queda St Petersburg Times 17 de Janeiro de 2003 16 Vladimir M Shkolnikov Alexander D Deev ystein Kravdal Tapani Valkonen As diferengas educacionais na mortalidade masculina na R ssia e norte da Europa Uma comparac o de um estudo epidemiol gico gera cional de Moscovo e S o Petersburgo com as popula es masculinas de Hels nquia e Oslo Demographic Research vol 10 article 1 pp 1 26 9 de Janeiro de 2004 17 Julie Da Vanzo e Gwen Farnsworth A crise demogr fica da R ssia Santa Monica CA RAND Corporation 1996 oficial de 09 de Outubro de 2002 a popu lac o de S o Petersburgo perdeu quase 350 mil moradores para 4 661 219 Em 2007 a populac o da cidade tinha diminuido para 4 596 milh es que ainda fazia de S o Pe tersburgo a quarta maior cidade da Europa depois de Lond
286. e novo trata dos Conflitos Urbanos de gua que visa de finir os diversos tipos de conflitos relaciona dos com a gua nas cidades Outra iniciati va inovadora o SWITCH Projecto para a gest o da gua urbana coordenado pela UNESCO IHE que visa o desenvolvimento eficiente e sistemas urbanos interactivos de gua e servi os para as megacidades emer gentes do mundo A expans o urbana e a polui o afectam ne gativamente o ambiente natural e a biodiver sidade ambas dentro e fora das cidades Para minimizar os seus efeitos a UNESCO no mbito do Programa O Homem e a Biosfera Ep logo de Koichiro Matsuura director geral da UNESCO 1999 2009 m 333 MAB defende a abordagem de ecosistema para a gest o urbana integrada aplicando o conceito de reserva da biosfera para a cida de e seus arredores Lutar contra a exclus o Nas grandes cidades as pol ticas de educa o t m de servir a popula es altamente contrastantes Proporcionar educa o para todos em especial para as meninas as pes soas com defici ncia os mais pobres e imi grantes complicado e requer o conheci mento e colabora o de diversos parceiros A iniciativa conjunta UN HABITAT UNES CO Pol ticas Urbanas e Direito Cidade Direitos Responsabilidades e Cidadania lan ado em 2005 visa promover a inclu s o das cidades e visam presid ncias de c mara os munic pios os profissionais da cidade e organiza es n
287. e p e em pr tica a Carta das Cidades Educadoras em lugares diferentes e distantes tais como Belo Horizonte Brasil Budapeste Hungria C rdoba Espanha Dakar Senegal Geno va Italia Lom Togo Montevideu Uruguai Rennes Franca Sao Paulo Brasil e Vallenar Chile e tamb m fazer um apanhado do quotidiano das cidades comprometidas com a educac o ou seja que t m a educa o como o eixo transversal a partir do qual desenvolvem os seus projectos pol ticos e que est o deveras pre ocupadas em melhorar a qualidade de vida individual e colectiva de toda a cidadania Estas cidades e muitas outras encontram na AICE uma plataforma de di logo interc mbio e ac o na qual po dem partilhar os seus problemas e os xitos do quotidiano Belo Horizonte cidade que educa A educa o em uma cidade n o uma ta refa simples Representa na verdade um desafio de transformar a metr pole em um objeto de educa o em si e fazer com que todos os seus espa os p blicos possam pro porcionar experi ncias educadoras aos seus habitantes Este um desafio que n o se es gota permanente e requer uma intencio nalidade pol tica por parte dos governantes que ao final far a diferen a na concep o e execu o de pol ticas p blicas em diversas inst ncias Em Belo Horizonte cidade coordenadora da Rede Territorial Brasileira da AICE Associa o Internacional de Cidades Educadoras poder amos citar v ria
288. e reflex es em torno des tas quest es desde a compreens o de que a cidade potencialmente educadora tanto pelo conjunto de rela es sociais pol ticas e culturais que perpassam a vida cotidiana de seus cidad os e cidad s quanto pela densi dade de seus territ rios f sicos arquitet ni cos hist ricos naturais Considerando o contexto de um pa s como o Brasil que somente no final dos anos 90 universalizou o acesso educa o funda mental para meninos e meninas de 7 a 14 anos este debate enseja problematiza es de duas ordens de um lado o pr prio debate acerca da institui o escolar como locus so cial irrenunci vel para os processos educa tivos das novas gera es e de outro acerca das possibilidades educativas das trilhas da cidade nas quais est o suas ruas Desde a perspectiva da rua toma se como pressuposto a necessidade de desroman ticizar 0 que se pode supor como espa o de absoluta liberdade e aprendizagens con t nuas a rua n o espa o educativo para os sem casa sem fam lia sem escola Para estes grupos ou indiv duos perdidos e isolados no fluxo das cidades ao contr rio 1 A educa o b sica no Brasil organiza se em educa o infantil 0 a 6 anos educa o fundamental 7 a 14 anos e educa o m dia 15 a 17 anos a rua via de regra representa inseguran a viol ncia e guetiza o Entende se que a rua pode ser educativa quando trilha
289. e reposit rio da nossa mem ria e experi ncia a biblioteca menos considerada uma entidade viva do que uma sala de armazenamento inconve niente E no entanto embora o livro n o fique no n cleo simb lico da nossa sociedade a nova sensa o do infinito criado pela Internet n o diminuiu o antigo sentido do infinito inspi rado pelas bibliotecas antigas apenas lhes emprestou uma esp cie de intangibilidade tang vel Pode aparecer uma nova t cnica de recolha de informa o ao lado da qual a Internet nos v parecer habitual e familiar na sua vastid o como os pr dios envelhecidos que alojaram as bibliotecas nacionais em Paris e Buenos Aires Beirute Salamanca Londres e Seul Contudo as bibliotecas s lidas de madeira A biblioteca como cidade estado m 191 e papel bem como as bibliotecas de Ecrans fantasmag ricos a piscar permanecem como prova da nossa cren a numa ordem resistente e intemporal de longo alcance que n s vagamente intu mos ou percebemos Durante a insurrei o Checa contra os nazis em Maio 1945 quando as tropas russas en travam em Praga a bibliotec ria Elena Sikor skaja irm de Vladimir Nabokov percebeu que os oficiais alem es que agora tentavam retirar se n o haviam devolvido v rios livros que tinham requisitado na biblioteca onde ela trabalhava Ela e um colega decidiram re clamar os volumes faltosos e partiram numa miss o de resgate pelas ruas abaixo em que os cami es russos es
290. e se muito tempo e esfor o por parte de todos Quando as empresas promovem pela primeira vez uma venda p blica de ac es isto quando os fundadores est o dispostos a vender fora para investir dentro os funcio n rios da base da hierarquia s o exclu dos do processo Se uma organiza o seja ela nova ou antiga funciona mais como uma es trutura de rede flex vel e aut noma do que com ordens r gidas emanadas do topo a rede pode tamb m enfraquecer os la os sociais O soci logo Mark Granovetter afirma que as redes institucionais modernas s o marca das pela for a dos la os d beis o que em parte significa que as formas passageiras de associa o s o mais teis para as pessoas do que as rela es de longo prazo e em parte que o estabelecimento de la os fortes como a lealdade tem deixado de ser incentivado Estes la os d beis s o uma caracter stica do trabalho em equipa em que se passa de uma tarefa para outra e a equipa vai alterando a sua composi o em conformidade Os la os fortes dependem pelo contr rio de relacionamentos longos E de forma mais 7 Mark Granovetter The Strenth of the Weak Ties American Journal of Sociology 78 1973 pp 1360 1380 pessoal dependem da vontade de assumir compromissos Tendo em conta os la os curtos d beis nas institui es de hoje John Kotter da Escola de Neg cios de Harvard aconselha os jovens a trabalhar mais do lado de fora do
291. e todos governos empre sas e trabalhadores um novo cen rio O que fazem os idosos com o seu tempo Como o fen meno da reforma ainda re cente n o poss vel encontrar investiga es exaustivas que respondam a esta quest o como existem no caso do uso do tempo de pessoas que est o profissionalmente activas Actualmente imaginamos formas de mudar as coisas para tornar poss vel a concilia o entre o trabalho e a fam lia das pessoas pro fissionalmente activas O mesmo deve ser feito relativamente aos idosos A aus ncia de estudos deste tipo n o mais do que uma manifesta o concreta de falta de informa o e de dados e o que pior de falta de interesse em obt los sobre os idosos revelando de certa forma discrimi na o quanto idade A imagem que hoje temos dos nossos refor mados nos pa ses ricos a de um grupo de pessoas de terceira idade que anda de um lado para o outro principalmente nas po cas baixas do turismo procura de um en tret m para ocupar o tempo livre No entan to esta uma vis o simplista necess rio adquirir mais conhecimentos sobre os com portamentos e desejos dos idosos Um dos poucos estudos de que tenho noti cia foi elaborado pela jornalista inglesa Vic toria Cohen que colocou as seguintes ques t es os reformados ingleses t m o mesmo esp rito consumista que as outras pessoas O que compram as pessoas com idades entre os 75 e os 85 anos Liqu
292. e venham a ser cidad os modelos mas tamb m defensores da co habita o pac fi ca entre indiv duos provenientes de horizon tes etnias culturas ou religi es diferentes Apoio sem falhas nos esfor os nacionais As necessidades e aspira es das minorias s o sistematicamente identificadas e toma das em conta para evitar frustra es ou opo si es radicais caracterizadas pelas lutas de poder as insurrei es ou as guerras civis No plano rigoroso dos conhecimentos fora da nossa pol tica destemida e voluntarista que visa a educa o universal e que reser va um lugar importante na escolariza o das raparigas orient mos os nossos esfor os para a Direc o da Educa o e da Cultura DEC na realiza o de um tecido infra es trutural moderno adequado que se traduz pela exist ncia de uma carta escolar digna de respeito ratio in meras infra estruturas popula o a escolarizar bem como ac es merit rias visando a performance Apoiamos o governo que dedica 40 do or amento nacional educa o enquanto que em frica o objectivo atingir 20 Uma pol tica que se traduziu pela democra 306 m Cidades educadoras 20 anos tiza o do ensino sobretudo no sector da pequena infancia com o modelo universal da divis o dos pequeninos uma iniciativa do Chefe de Estado do Senegal aceite como tal pela UNESCO Favorecemos al m disso a acessibilidade s tecnologias de informa o e da co
293. ecto de vida de Enrico foi o facto de ter conseguido fazer se respeitar em ambas as situa es duas identidades que prov m da mesma capacidade de fazer um uso discipli nado do tempo Se o mundo fosse um lugar feliz e justo aque les que s o respeitados devolviam na mesma medida o respeito que tinham recebido As sim propunha Fichte em Os Fundamentos do Direito Natural que falava do efeito rec pro co do reconhecimento Mas a vida real n o procede com tanta generosidade Enrico n o gostava de negros embora tives se trabalhado em clima de paz durante mui tos anos com outros porteiros de ra a negra N o gostava de imigrantes n o italianos como os irlandeses apesar de o seu pr prio pai falar muito mal ingl s N o admitia ci s es familiares e n o se aliava aos da sua classe mas acima de tudo n o gostava de pessoas da classe m dia Achava que o tra tavam como se ele n o existisse como se valesse zero O ressentimento de Enrico provinha do facto de achar que a sua bai xa instru o e condi o servil conferiam a outros o direito de o ignorarem A sua ca pacidade de utilizar o tempo como recurso contrastava com a auto comisera o da po pula o negra e com os privil gios injustos da burguesia Embora Enrico sentisse que tinha atingido um certo grau de prest gio social n o queria que o seu filho Rico tivesse uma vida igual sua O sonho americano de ascens o so cial dos filhos motivo
294. ectura a ordem e desordem urban stica os cart is publicit rios e pol ticos as sinaliza es os grafitis e os demais referentes vis veis da cidade A actual reorganiza o dos espa os urbanos e das redes comunicacionais efectua se com uma l gica que combina tr s movimentos a o enorme poder tecnol gico e econ mico dos meios para se comunicar com a maioria da popula o conjugar a quotidiano local com redes de informa o e entretenimento nacionais e globais b o decl nio dos orga nismos estatais e a baixa capacidade dos agrupamentos soci veis para participar nes sas fun es de comunica o em grande es cala e ainda para compreender a din mica e o valor sociocultural dessas redes comuni cativas c as press es do mercado deriva das dos altos investimentos requeridos para produzir duma forma industrial e difundir massivamente a r dio a televis o o cinema e os servi os digitais Nem sempre estes tr s factores se articu laram como agora em benef cio dos em pres rios e no sentido de dar prioridade videocultura comercializada No inicio da difus o radiof nica e televisiva alguns Es tados nacionais eram propriet rios de emis soras e orientaram a sua ac o com sentido p blico A concep o do espa o p blico moderno esteve ligada diz John Keane ao modelo de radiodifus o de servi o p bli co Este autor demonstrou a import ncia que este modelo teve na Gr Bretanha Ho land
295. egar e chegar inevitavel mente na verdade a cada semana um mem bro do grupo deve ser banido da sociedade seja qual for o n mero de indiv duos que se situam abaixo do padr o de intelig ncia zelo e ast cia N o tanto o merece pelas suas v timas dado que a ordem n o nego ci vel de coisas que a causa principal da exclus o E estas s o as cerim nias de exclus o nor mais repetitivas que fornecem os destaques do programa Estes s o os dias que os vicia dos esperam com a respira o suspensa es tes s o os eventos em que as apostas s o fei tas e os residentes juntamente com aqueles que v em as suas prova es e atribula es em ecr s de TV trabalham para e pensam em Depois da s rie de exclus es se ter esgotado os residentes desaparecem da vista afun dando se de volta em nenhum lugar do qual surgiram no in cio do programa Enquanto os observadores perdendo o foco por um tempo uniram os peda os espalhados das suas preocupa es tamb m v o cair e dis persar se cada um perseguindo como antes as suas pr prias metas e traject rias Espera mos no entanto que o tempo gasto assistin do e debatendo o drama do Big Brother n o seja desperdi ado Os observadores v o acabar enriquecidos Eles poder o ago ra responder melhor a quest o de como a vida a vida como vista no reality show chamado Big Brother Big Brother um retrato da vida con tempor nea E
296. ego enorme dos planos urban sticos a libido de usos criativos que impulsiona a alma da cidade 5 Richard A Peterson Criando m sica country Confec o de autenticidade Chicago University of Chicago Press 1997 David Grazian Chicago Blues A busca de autenticidade nos Clubes Urbanos de Blues Chicago University of Chicago Press 2003 Jane Jacobs Morte e vida das grandes cidades americanas New York Ran dom House 1961 Sobre a Deslibidina o de Nova lorque ver notas de Rocco Landesman produtor de teatro da Broadway em Sewell Chan Painel de Discus s o Nova York perdeu a sua alma Http cityroom blogs nytimes com 2007 10 04 has new yorklost its soul 04 de Outubro de 2007 o autor Samuel L De lane expressa a mesma ideia num painel de discuss o sobre Times Square na Universidade de Columbia no in cio dos anos 90 Guggenheim Bilbao Na maioria das cidades o ego do planea mento de um centro de revitalizac o urba na que guia a construgao de novos bairros culturais em antigos zonas industriais nas docas fabricas e caves abandonadas Na contrapartida do mercado festivo estes no vos bairros culturais desenvolvem se em tor no de uma atrac o de peso normalmente um museu de arte moderna ou uma casa de pera Sydney teatros Singapura ou de uma ilha de instituig es culturais antigas como em Berlim e Viena recentes como em Abu Dhabi Ao contr rio dos centros his t ricos
297. eja cada vez mais ca paz de exprimir afirmar e desenvolver o seu potencial humano assim como a sua singu laridade a sua criatividade e a sua respon sabilidade Segundo promover as condi es de plena igualdade para que todos possam sentir se respeitados e serem respeitadores capazes de di logo Terceiro conjugar todos os factores poss veis para que se possa cons truir cidade a cidade uma verdadeira socie dade do conhecimento sem exclus es para a qual preciso providenciar entre outros o acesso f cil de toda a popula o s tecnolo gias da informa o e das comunica es que permitam o seu desenvolvimento As cidades educadoras com suas insti tui es educativas formais suas interven es n o formais de uma intencionalidade educadora para al m da educa o formal e informais n o intencionais ou planifica das dever o colaborar bilateral ou multi Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 287 lateralmente tornando realidade a troca de experi ncias Com esp rito de coopera o apoiar o mutuamente os projectos de estu do e investimento seja sob a forma de co labora o directa ou em colabora o com organismos internacionais Actualmente a humanidade n o vive so mente uma etapa de mudan as mas uma verdadeira mudan a de etapa As pessoas devem formar se para uma adapta o cr tica e uma participa o activa face aos desafios e possibilidades que se abrem gra as g
298. em passa esquece tudo o que sabe Anos atr s foi me mostrado um pequeno monte de en tulho fora dos muros da Babil nia e disse que aquilo era tudo o que restava do que tinha sido Babel A Biblioteca de Alexandria foi um centro de aprendizagem criada pelos Reis Ptolomai cos no final do s culo III A C para melhor seguirem os ensinamentos de Arist teles Se A biblioteca como cidade estado m 185 gundo o que o ge grafo grego Estrab o es creveu no s culo primeiro A C a biblioteca pode ter contido os pr prios livros do fil sofo deixados para um de seus discipulos Teofrasto que por sua vez os legou a ou tro Neleus de Scepsis que eventualmente se envolveu na cria o da biblioteca At a funda o da Biblioteca de Alexandria as bi bliotecas do mundo antigo eram colec es particulares de leituras de um homem ou ar maz ns dos Governos onde os documentos jur dicos e liter rios eram mantidos para re fer ncia oficial A cria o dessas anteriores bibliotecas eram impulsionadas mais pela curiosidade do que pela recolha e resultou da necessidade de uma consulta espec fica ao inv s do desejo de ser fantasticamente abrangente A Biblioteca de Alexandria re velou uma nova imagina o que superou todas as bibliotecas existentes em ambi o e em concretiza o Um curioso documento do segundo s cu lo A C a possivelmente ap crifa Carta de Aristeu regista uma hist ria sobre as origens da Biblioteca
299. em estas duas quest es Pelo contr rio presume se que o aumento das despesas de sa de dos idosos modere em consequ ncia de as condi es de sa de das gera es que est o a chegar reforma n o terem nada a ver com as condi es e circunst ncias pes soais das gera es que se reformaram ao longo da segunda metade do s culo passa do Pode ainda argumentar se algo semelhante a respeito da ideia de que o aumento da po pula o idosa introduzir elementos de for te conservadorismo pol tico rigidez social e resist ncia mudan a nas nossas socieda des surpreendente que um feito t o positivo 128 m Os novos desafios da vida urbana como o prolongamento da vida da maior parte da populac o provoque tanto temor Provavelmente uma das raz es que contri buem para a prolifera o destas an lises tao alarmistas sobre as consequ ncias econ mi cas sociais e pol ticas do aumento do n me ro de idosos nas nossas sociedades o facto de continuarmos a encarar esta nova reali dade com o olhar a linguagem e os padr es culturais dos velhos das sociedades agr rias e industriais dos dois s culos passados Construir um novo olhar e uma nova lin guagem sobre a nova sociedade sem idades exige elaborar uma nova cultura sobre a nova sociedade p s industrial uma socieda de em que as pessoas ser o sempre jovens ao longo da maior parte da sua vida Falo de cultura n o no sentido art stico mas no sen
300. em um grande desafio integra o os imigrantes s o obri gados a encontrar um equil brio adequado entre a manuten o da integridade cultural e tnica ao mesmo tempo aberto s oportu nidades sociais pol ticas e econ micas da sua nova cidade A necessidade de abordar as quest es do processo de integra o cres ce em import ncia medida que as for as da globaliza o ampliam as disparidades de rendas em reas urbanas como as oportu nidades de emprego educa o e servi os b sicos se contraem Como que comuni dades urbanas e os migrantes se ajustam medida que se acomodam s novas realida des das migra es transnacionais massivas deste s culo Para serem bem sucedidas aquando desse fluxo global r pido de pessoas como no in cio do s culo XXI as comunidades urbanas devem aceitar simultaneamente a diferen a e identificar os pontos comuns de refer n cia As lendas locais mem rias e o relato da hist ria deve ir al m do entendimento de exclus o da sociedade para aceitar um plu ralismo inclusivo Por outras palavras a iden tidade c vica deve abra ar uma variedade de grupos e indiv duos urbanos Mesmo que tenham sido divididas no passado as cida des devem criar um senso compartilhado de responsabilidade por um futuro comum As comunidades urbanas precisam de ampliar o seu conjunto de respostas para a diversida de a fim de acomodar os rec m chegados assim como os imigrantes se devem
301. emas foram incorporados como a forma o ao longo da vida o acesso de todas as pes soas e em especial s portadoras de defici n cia a todos os servi os edif cios e equipa mentos urbanos o acesso e a forma o em tecnologias de informa o e comunica o o desenvolvimento sustent vel etc Em 2006 foi Lyon a cidade que acolheu o IX Congresso das Cidades Educadoras Os diversos aspectos abordados na reuni o de G nova exigiam ser agora analisados como elementos essenciais de um novo humanis mo que deveria come ar a ser elaborado O IX Congresso prop s se debater o papel de cada um na cidade Tratava se desde logo de um objectivo de masiado ambicioso para ser esclarecido em poucos dias mas a inten o era abrir uma reflex o colectiva sobre as condi es do de senvolvimento interno das cidades conside radas individualmente e as capacidades de desenvolvimento partilhado que eram poss veis entre as cidades associadas A educa o formal estabelecendo la os com a educa o permanente no mbito urbano as redes locais sustentando um n vel aceit vel de cuidados de sa de a sustentabilida de do quotidiano e as suas implica es nos programas escolares a abertura dos centros educativos e art sticos a toda a popula o sem exclus es de nenhum tipo a utiliza o dos espa os p blicos como lugares de encontro e de conviv ncia eram os temas propostos numa tentativa de aprofundar o conceito de de
302. en cial nos processos pol ticos FUNCIONALIDADE alta alta baixa LEGITIMIDADE Governo tradicional baixa Imagem 1 Crise do governo democr tico tradicional elabora o pr pria Como manifestado na imagem 1 o gover no democr tico tradicional encontra se hoje com dificuldades crescentes para responder de maneira eficaz e eficiente perante um ambiente cada vez mais complexo din mi co e incerto e a legitimidade democr tica das institui es p blicas deteriora se peran te uma cidadania com mais capacidade cr tica e com novos valores que n o se satis fazem com a mera presta o tecnocr tica de servi os p blicos Um ponto comum na literatura que existe sobre governan a destacar a complexida de e o alto grau de ambiguidade do pr prio conceito Nas palavras de R A W Rhodes o conceito da governan a define um novo processo de governo uma condi o dife rente de regula o social um novo m todo mediante o qual a sociedade governada N o obstante uma vez acordada esta defi ni o b sica a confus o conceitual a am biguidade e a controv rsia te rica come am a reinar na literatura existente A governan a adquiriu diferentes significados como Nova Gest o P blica ou novo sistema de interdepend ncia internacional ou um sis tema s cio cibern tico de governo ou redes de pol tica Tamb m alguns autores como Hirsch identificam o governo em rede com a inova
303. entenas de milhares de cidad os a viver em Nova lorque Cidad os que est o fisicamente na Costa Este dos EUA mas que cultural social e telepaticamente est o per manentemente conectados e relacionados com a sua cidade nas Cara bas Este um aspecto que o presidente da c mara tamb m n o esquece que tem centenas de milhares de cidad os que pertencem a outras comu nidades A Internet est a desempenhar um papel determinante na cria o preserva o e desenvolvimento das comunidades sociais e o fen meno das comunica es digitais est a tornar poss vel que muitas pessoas mantenham a sua perten a em v rias comu nidades e por conseguinte em v rios am bientes virtuais ou n o de socializa o e educa o A exclus o digital Boa parte dos acontecimentos actuais est relacionada com o fen meno digital Hoje em dia tudo digital as fotos os v deos a m sica a correspond ncia as chamadas e as redes de comunica o N o h muito tempo que se falava e muito de exclus o digital A dificuldade de acesso tecnologia provocaria uma fractura digital que exclui ria os mais desfavorecidos e impediria a sua integra o na nova sociedade da informa o e do conhecimento Nem toda a gente tinha a possibilidade de ter um computador ligado Internet e ainda menos de dispor dos conhecimentos b sicos para utiliz la Foi contra estes factores que se lan aram planos e campanhas mais ou menos bem
304. entros comerciais alternativos e bairros residenciais para os abastados no fi nal do s culo Na d cada de 90 o centro hist rico da cida de de Quito continua a ser o ponto fulcral da vida pol tica e religiosa local enquanto um novo centro comercial na zona norte tinha emergido como o lar de grandes empresas internacionais Os migrantes que fogem da pobreza rural foram atra dos para as pra as da cidade colonial e para os monumentos os bairros mais antigos de Quito tornaram se O lar de uma vibrante economia informal dominada por vendedores ambulantes Os l deres municipais come aram a encontrar maneiras de atrair turistas internacionais e da burguesia local para o centro da cidade que oferecia os s mbolos que tinham sido partilhados no passado 6 Para uma discuss o mais aprofundada sobre o desen volvimento de Quito consulte Fernando Carri n e Lisa M Hanley Regenera o Urbana e Revitaliza o nas Am ricas Rumo a um estado est vel Washington DC Kennan Institute of the Woodrow Wilson Center 2007 7 Lisa M Hanley e Ruthenburg Meg As consequ ncias simb licas de Revitaliza o Urbana O Caso de Quito Equador em Ibid Pp 177 202 68 m Os novos desafios da vida urbana O desejo de impulsionar o valor simb li co de um distinto bairro hist rico n o era particularmente invulgar para um conti nente em que as elites locais tinham sido por muito tempo tentadas a integrar a pre serva o do pa
305. ependente de meia d zia de coisas Diante da televis o n o h calma para o esp rito tudo conduz aos extremos hiper ac o ou indiferen a De certo modo um alimenta o outro Interessar se por tudo ou interessar se por nada bastante parecido Nos tempos de hoje em que diferentemente do que se passou ao longo da exist ncia da humanidade a informa o n o um bem escasso bem ao contr rio excessiva O problema como orientar se num mar de inputs A hierarquiza o e a ordena o s o decisivas E a televis o o m ximo hierar quizador Por isso a sua responsabilidade educativa extraordin ria E por isso tam b m poder amos dar a volta quest o a nica maneira de tornar positivo o impacto da televis o proporcionar um bom ensino para que as pessoas se tornem intelectual mente adultas diante do cran Mas a televi s o o media a que se chega logo quando se pequeno De uma maneira acr tica foi se aceitando um t pico da sociedade liberal moderna que os meios de comunica o privados t m campo livre para fazer o que agrada ao pa tr o na sua luta sem limites pela audi ncia e que s o os meios p blicos financiados pe los impostos dos cidad os que devem co brir os deficits comunicativos Se pensarmos que a nica coisa que costuma diferenciar os p blicos dos privados o facto dos noti ci rios dos primeiros estarem sob a tutela di recta do governo esta distin o ainda
306. equim onde as transforma es r pidas e massivas do ambiente cons tru do enviam outros tipos de sinais Nessas ltimas cidades a arquitectura muitas ve zes torna se uma ferramenta monumental na tentativa de produzir repercuss es de um mundo novo forjado pelas for as da globa liza o contempor nea Que tipos de sinais transmitem estas novas paisagens urbanas No contexto da r pida altera o fision mi ca que est a tornar cidades diferentes em cidades cada vez mais iguais em apar ncia a especificidade cultural marcada pelo am biente constru do tem sido posta em causa Se os arquivos est o associados produ o e difus o de formas espec ficas como sig nificantes de um passado ausente a falta de especificidade cultural fisionomicamente si nalizada dificulta o projecto de imaginar a cidade como arquivo pelo menos ao n vel da forma constru da Novos tipos de sinais sobre a declara o de emerg ncia e de re sist ncia integra o cultural global est o a ser transmitidos por estas paisagens novas Na verdade seria poss vel at mesmo afir mar que os projectos de constru o monu mental como os que est o em andamento em Pequim em prepara o para as Olim p adas assinalam a inten o de colher um novo tipo de hermetismo cultural usando uma linguagem internacional de design e estilo Como que a cidade emerge como um arquivo transmitindo sinais culturais em particular em context
307. er conceder um cui dado especial s necessidades das pessoas com depend ncia no planeamento urbanis tico de equipamentos e servi os a fim de lhes garantir um enquadramento am vel e respeitador das limita es que podem apre sentar sem que tenham que renunciar maior autonomia poss vel 20 A cidade educadora dever fomentar a parti cipag o cidad com uma perspectiva critica e co respons vel Para este efeito o gover no local dever oferecer a informa o ne cess ria e promover na transversalidade as orienta es e as actividades de forma o em valores ticos e c vicos Dever estimular ao mesmo a participa o cidad no projecto colectivo a partir das ins titui es e organiza es civis e sociais ten 290 m Cidades educadoras 20 anos do em conta as iniciativas privadas e outros modos de participa o espont nea Os O governo municipal dever dotar a cidade de espacos equipamentos e servicos p bli cos adequados ao desenvolvimento pessoal social moral e cultural de todos os seu ha bitantes prestando uma atenc o especial a inf ncia e a juventude 11 A cidade dever garantir a qualidade de vida de todos os seus habitantes Significa isto um equilibrio com o ambiente natural o direito a um ambiente sadio al m do di reito ao alojamento ao trabalho aos lazeres e aos transportes p blicos entre outros De ver promover activamente a educa o para a sa d
308. er da cidade uma pedagogia Neste sentido os processos educativos que acontecem na pra a p blica na rua no nibus na escola podem ser a chave para a conviv ncia e portanto para a democra cia que pressup e tanto a compreens o e o respeito pelas diferen as ideol gicas et rias de ra a de g nero de classe social de modo de compreens o da vida quanto o enfrentamento coletivo e concreto dos pro blemas que nos afligem 224 m Educa o o presente o futuro Tais processos implicam que cada cidad cidad o crian a jovem ou adulto entenda se como parte da cidade comprometendo se com seu destino em um movimento pedag gico e cultural que permita a todos na qualidade potencial de educadores a constru o de olhares acerca deste grande espelho territ rio com seus temas e problemas para reaprendendo o ousar reinvent lo A cidade democr tica e educadora espa o de muitas trilhas portanto uma utopia a ser reanimada porque mais uma vez nos re mete aos sonhos coletivos de uma vida feliz sustent vel e solid ria neste planeta Nos remete cidade para al m do que nela produzido materialmente e como diz o his toriador Jacques Le Goff reanima a id ia da cidade como palco de igualdade e festa da troca como espa o do bem comum da seguran a e do urbanismo como inven o de beleza elementos engendradores do imagin rio das cidades do renascimento 20 LE GOFF Jacques Por a
309. era o de trabalho e renda numa pers pectiva de auto gest o esbo am se como novidades que resultam de a es de setores juvenis que for am a rela o com o poder local Projetos e a es relacionados a tem ticas ambientais a sexualidade a produ o gr fica e a constitui o de f runs de debates variados apontam para possibilidades de in ser o no cen rio urbano de grupos juvenis comumente afastados da vida p blica Nesta perspectiva a ocupa o do territ rio urbano em suas pra as parques centros co munit rios conjuntos esportivos teatros ex plicitada nos projetos inventariados aponta para a visibiliza o de formas de ser e es tar que come am a explicitar os jovens no complexo cen rio das cidades alargando o palco educativo para al m do intra muros escolar A expressiva afirma o no conjunto de entrevistas e question rios acerca do uso pac fico dos espa os comunit rios pelos jo vens nestes projetos aponta para a necessi dade da releitura do lugar de viol ncia ou de amea a representado no imagin rio social pelos grupos juvenis sobretudo dos jovens que vivem em regi es perif ricas Poucas atividades que transcendam o curri culo cl ssico s o encontradas no espa o es colar quando acontecem est o relacionadas a temas ambientais ou a pr ticas desporti vas Isto aponta para a n o conex o entre a escola a cidade e as poss veis trilhas educa tivas constru das ou desejad
310. eram qualquer utilidade para Rico no seu papel de pai ou de membro da comunidade quando o que pretende manter relacio namentos sociais e ser um educador capaz de dar orienta es duradouras contra os la os desfeitos no trabalho a amn sia de liberada dos seus vizinhos e o espectro dos filhos como ratos de centros comerciais que Rico defende a import ncia dos valores est veis E foi assim que se viu preso numa armadilha Todos os valores que considera importan tes exigem regras r gidas um pai diz n o 176 m Educa o o presente o futuro uma comunidade constr i se com trabalho a depend ncia um mal a evitar As regras ticas n o t m lugar para caprichos de oca si o e precisamente destes caprichos que Rico pretende defender se Mas dif cil p r estas regras intemporais em pr tica Essa dificuldade est patente na linguagem que usa para descrever as suas mudan as de casa durante os ltimos 14 anos por todo o pa s Embora muitas dessas mudan as tivessem ocorrido contra a sua vontade raramente usa a voz passiva para relatar os acontecimentos Por exemplo n o gosta de dizer Fui dispensado Prefere referir se ao fim da carreira no parque de neg cios do Missouri como Enfrentei uma crise e fui obrigado a tomar uma decis o Acerca des se assunto diz Sou respons vel pelas mi nhas pr prias escolhas e pelas consequentes mudan as Parecia o seu pai a falar A
311. erceber esta explos o que na al tura me pareceu t o despropositada Agora 8 John Kotter The New Rules Nova lorque Dutton 1995 pp 81 159 2 Anthony Sampson Company Man Nova lorque Random House 1995 pp 226 227 174 m Educa o o presente o futuro percebo que Rico estava apenas a reflectir sobre si pr prio que os filhos n o vislum bram quaisquer compromissos nem na vida dos seus pais nem em outros da mesma ge ra o Rico n o suporta a nfase naqueles valores que definem um local de trabalho inovador e flex vel como o trabalho em equipa e o debate quando transpostos para a esfera ntima Quando posto em pr tica dentro de uma casa o trabalho em equipa des trutivo sintoma de falta de autoridade e de orienta o na educa o dos filhos Como refere tanto ele como Jeannette conhecem casos de pais que s para n o terem de di zer n o s o capazes de debater todos os temas at exaust o S o pais que ouvem demasiado bem que s o condescendentes em vez de serem autorit rios S que este tipo de educa o gera demasiados mi dos desorientados Tudo tem de bater certo explicou me Rico Mais uma vez n o fui capaz de com preender de imediato o que me queria di zer e ent o deu me o exemplo da televis o Rico e Jeannette s o talvez dos poucos ca sais que t m por h bito falar aos seus dois rapazes da rela o entre os filmes ou s ries de humor que v em no ecr
312. eren as que provam que uns e outros n o s o iguais n o sendo contudo melho res nem piores Nem os nativos digitais s o um modelo a seguir nem os imigrantes 10 Mashup http pt wikipedia org wiki Mashup digitais uma esp cie em vias de extinc o Mas o que certo que uns n o querem parecer se com os outros e que existem mui tos espa os onde ambos os grupos devem encontrar se e trabalhar juntos Um deles a escola J h quem se dedique identi fica o do que possa ser um problema de rela o entre alguns estudantes nativos di gitais e alguns professores imigrantes di gitais como lan Jukes e Anita Dosaj que j realizaram trabalhos sobre este tema em 2004 na Universidade de Wrigh e elabo raram esta tabela para mostrar as diferen as entre os grupos Estudantes nativos digitais Preferem receber infor ma o r pida prove niente de m ltiplas fon tes multim dia Preferem processos em paralelo e multitarefa Preferem processar ima gens sons e v deo a texto Preferem interagir em rede e de forma simul t nea com muitas outras pessoas Preferem aprender just in time Preferem satisfa o e re compensas imediatas Preferem aprender o que imediatamente relevan te aplic vel e divertido Professores imigrantes digitais Preferem um forneci mento lento e controla do da informa o que provenha de um n mero limitado de fontes Preferem process
313. eri ncia de falar em p blico usar o microfone organizar uma reuni o na comu nidade nem teve a oportunidade de deci dir democraticamente de criar mecanismos para que as decis es possam ser ao mesmo tempo colectivas e democr ticas Trata se de um processo de aprendizagem que insubstitu vel N o a junta de fre guesia nem a c mara municipal n o s o os partidos que s o capazes de dar conta deste processo as pessoas t m de ser estimuladas pelo governo pelos partidos mas t m de ter mecanismos e a possibilidade de exercer di rectamente esse direito A nossa experi ncia permite nos dizer que emocionante ver como as pessoas O Ci dad o comum quando tem a oportunidade quando tem acesso ao microfone quando tem acesso reuni o colectiva sabe expres sar as suas necessidade sabe defender os seus interesses e tamb m sabe ser solid rio ser capaz de tomar decis es que n o s o apenas afectadas por quest es pessoais por algum problema espec fico que afecta o seu lar a sua rua Este processo faz com que as pessoas cres am e compreendam a comple xidade da vida moderna Posso citar como exemplo uma experi ncia que lev mos a cabo e que consistia em fazer com que o debate sobre o Plano Director de Desenvol vimento Urbano da cidade fosse discutido publicamente n o s por t cnicos n o s por especialistas mas tamb m pela popula o Para isso modificamos bastante o que existia anteriormente
314. es A Educa o ao Longo da Vida um concei to no centro das prioridades da UNESCO abrange a escolaridade b sica de adultos e a educa o comunit ria a educa o t cni ca e profissional e o ensino superior ele mentos vitais envolvendo a responsabilida de das autoridades locais que muitas vezes necessitam de auto capacita o Gerar preocupa o com o meio ambiente uma parte fundamental da educa o para o de senvolvimento sustent vel Todos os grupos et rios devem aprender sobre a necessidade de um consumo econ mico de energia e de mat rias primas e sobre a import ncia da reutiliza o e reciclagem e aceita o das mudan as resultantes nos estilos de vida Se todos possu rem os conhecimentos ne cess rios as habilidades e vontade de viver de forma sustent vel a gest o de conflitos a tomada de decis o o desenvolvimento de projectos e a escolha das tecnologias apro priadas ser o muito facilitadas Equilibrar o crescimento urbano e o meio ambiente Enquanto as cidades crescem em popula o e se expandem em tamanho colocam uma enorme press o sobre as fontes de recursos naturais e sobre o ambiente A gua em particular est a tornar se um recurso cada vez mais fr gil O Plano Hidrol gico Inter nacional da UNESCO PHI visa melhorar o conhecimento dos processos hidrol gicos e desenvolver abordagens para a avalia o e gest o racional dos recursos h dricos Um projecto particularment
315. es difusas e esquivas Ent o a r dio a televis o e Internet que s o redes parcialmente des localizadas constroem relatos de localiza o Ao mesmo tempo que a expans o ter ritorial das megacidades debilita a conex o entre as suas partes as redes comunicacio nais levam a informa o e o entretenimento a todos os lares A expans o desordenada at as periferias a qual provoca aos ha bitantes a perda de no o dos limites do seu territ rio compensa se atrav s dos meios de comunica o com informa o do que se passa em locais afastados da cida de Noutros tempos as cr nicas liter rias e periodistas cumpriam esta fun o de con figurar relatos integradores para superar de algum modo a dispers o urbana Nos estu dos dobre a rela o entre os usos do espa co e processos comunicacionais na cidade do M xico pensamos que o helic ptero que sobrevoa a cidade e transmite todas as manh s atrav s do ecr da televis o e das vozes radiof nicas oferece o simulacro de uma megal pole vista em conjunto a sua unidade aparentemente recomposta por quem vigiam Como analisei noutro lugar os desequil brios e incertezas engendrados pela urbaniza o que desurbaniza pela sua expans o irracional e especulativa pare cem ser compensados pela efic cia tecnol gica das redes comunicacionais Por isso a caracteriza o unicamente sociodemogr fi ca do espa o urbano n o chega a tomar conhecimento dos seus n
316. es o cam po do desenvolvimento local conhece pro fundas muta es o caso do Senegal onde nos termos da lei 96 07 de 22 de Mar o de 1996 a educa o faz parte dos nove domi nios de compet ncia transferidos s colecti vidades locais consagrando assim cada vez mais a exist ncia e o reconhecimento dum poder local Neste contexto a constru o de um espa o urbano desenvolvido harmonioso e dura douro leva a que o modo de gest o das nos sas colectividades integre de maneira cres cente e sustentada a dimens o forma o e educa o dos actores sociais com consci n cia c vica e cidad numa vis o partilhada dos valores das rela es do modo de vida etc Neste dom nio a pol tica da cidade de Dakar continua ligada da definida pelo Estado do Senegal cuja finalidade o desenvolvimen to duradouro a integra o harmoniosa e a participa o de todos na vida da na o A nossa estrat gia assenta essencialmente na disponibilidade a escuta a parceria e a co munica o a fim de levar a uma verdadeira ades o popular s nossas dilig ncias factor indiscut vel de coes o social Aqui est todo o interesse e a verdadeira ra z o da cria o da r dio municipal de Dakar predeterminada para servir de liga o entre as autoridades municipais e os cidad os Sensibilizamos informamos enquadramos e contribu mos na educa o das popula es em particular na camada juvenil para qu
317. es com as finalidades A partir de certo momento como j n o exis tem finalidades claras j s nos agarramos as modalidades Na escola por exemplo a organiza o sob a forma de aula n o uma finalidade da escola uma modalidade que foi eficaz e til que fez progredir conside ravelmente a certa altura da sua hist ria o sistema educativo Mas isto apenas uma modalidade Ora a partir de dada altura as pessoas imaginam que isto a finalidade j n o reflectem sobre as finalidades de escola aprender e aprender juntos contentam se em perguntar como fazer funcionar as aulas com os seus constrangimentos e os seus ho r rios Esquecem se as finalidades porque as modalidades s o tot micas Para mim a forma o cont nua tem a obriga o de in terrogar as modalidades em nome das fina lidades Pode assim abrir nos perspectivas libertar nos da influ ncia da organiza o e da pura gest o permitir nos desbloquear o futuro em vez de ficarmos fechados na re produ o crispada do passado J M P Isto para mim quer dizer que nao se deve apenas ensinar o conhecimento mas sobre tudo o gosto pelo conhecimento o gosto do saber e da verdade o gosto da exig ncia PM verdade a todos os n veis As crian as t m o direito perfei o nas coisas mais simples Porque o n vel de exig ncia deve ser m xi mo qualquer que seja o n vel da taxonomia A crian a tem o direito que lhe seja exigi da a
318. es n o reconhecidos at hoje formam um novo cen rio um novo sistema educativo que vai acompanhar toda a vida do cidad o e que tem de ser revelado considerado e de senvolvido Reiteramos que esta tarefa partilhada n o pode escamotear de modo algum o papel fundamental da fam lia e das escolas e acres centamos que ambas devem reposicionar se dentro do contexto deste novo cen rio Dia a dia comprovamos que inquestion vel a planifica o urbana a cultura os cen tros educativos os desportos as quest es do meio ambiente e da sa de econ micas e or amentais as que se referem mobilida de e viabilidade seguran a aos diferentes servi os as correspondentes aos meios de comunica o etc cont m e incluem diver sos valores conhecimentos e compet ncias que necess rio considerar como vectores de educa o para a cidadania Certificamos que a cidade educadora um novo paradig ma cujo n cleo constitui o conhecimento a consci ncia e o desenvolvimento destes vectores educativos presentes nas distintas pol ticas e actua es em todos os sectores e tamb m na avalia o dos seus impactos Como no pre mbulo da Carta das Cidades Educadoras se afirma que toda a cidade disp e de in meras possibilidades edu cadoras mas que tamb m nela podem in cidir for as e in rcias deseducadoras queremos precisar que a cidade educado ra quando imprime esta intencionalidade forma co
319. esa de t xteis e decla rou que se havia mudado para uma nova zona de desenvolvimento situada do outro lado do rio na zona de Pudong pr ximo do aeroporto N o s artistas mas tamb m lide res de neg cios e pol ticos viram o potencial do local como um centro cultural especial mente luz do sucesso da F brica 798 um complexo de est dios de artistas e galerias que tinha aberto em Pequim em 2001 e ra pidamente estimulou o desenvolvimento de uma rea de galerias caf s e boutiques que estavam na moda Artistas de Xangai atra dos pelas rendas baratas e a localiza o no centro da cidade cosmopolita em franco crescimento rapidamente se mudaram para o Shangtex a eles se juntaram empres rios culturais individuais da Europa e dos Estados Unidos que abriram galerias de arte con tempor nea chinesa expondo o trabalho que at recentemente n o havia sido mostra do sendo at mesmo proibido pelos l deres do governo e do partido Estas obras passa ram ent o a ser uma atrac o positiva para os turistas e investidores estrangeiros que estavam t o ansiosos para descobrir novos artistas chineses na rea industrial fortaleci da em Xangai para encontrar o trabalho de outros artistas num ambiente semelhante ao do SoHo ou o East End Shangtex tornou se um mecenas ansioso ou propriet rio de novos artistas j que a empresa se orgulha da uni o inovadora da tecnologia e da moda 108 m Os novos desafios da vida ur
320. esmo tempo A complexidade n o adv m apenas do n mero de pessoas que constantemente afluem a uma ou outra cidade no mundo Calcula se que em cada dia duzentas e cinquenta mil pessoas em todo o planeta se incorporam na vida urbana vindas de zonas rurais Trata se de uma mudan a quantitativa relevante que vem acompanhada e em certa medida as introduz de mudan as qualitativas da ci dade tal como a viv amos reconhec amos e pens vamos at ao ltimo quarto do s cu lo XX Estas mudan as qualitativas derivam especialmente do processo de globaliza o fundamentado na intensa transforma o da comunica o facilitadas por uma acelerada evolu o tecnol gica Algumas das principais mudan as qualitati vas principalmente aquelas que geram mais desassossego aqui simplesmente mencio nadas sem entrar em grandes an lises s o a digitaliza o de praticamente todos os pro cessos e a progressiva virtualiza o da exis t ncia a intensifica o do uso muitas vezes at ao abuso do espa o urbano para o inter c mbio de toda a classe de bens e valores a 1A parte principal dos conte dos destas an lises das mudan as e seus efeitos sobre a cidade contempor nea fez se a partir de diversos estudos do livro de Gonz lez Quir s Jos Luis ed intr e v rios autores Cidades poss veis elaborado na Escola Contempor nea de Humanidades ed Lengua de Trapo Madrid 2003 multiplica o e acelera o de todo
321. esoluc o dos problemas sociais e de conviv ncia humana e na constru o con solida o de identidades locais em meio aos processos de globaliza o e de crescen te amplia o dos territ rios urbanos Pensando a cidade como espa o de convi v ncia humana sob suas diferentes formas fun es e conceitos podem se mencionar como emblem ticos os contornos e pap is hist ricos por ela desempenhados e na p lis grega espa o da democracia nascente da palavra da pra a p blica e na cidade medieval com suas muralhas protetoras em rela o aos b rbaros e por conseguinte de todos os diferentes e na cidade moderna forjada sob a gide das demandas do capitalismo nascente da revolu o industrial indiferenciadora dos indiv duos convertidos todos homens e mu lheres crian as jovens e velhos em poten ciais trabalhadores oper rios Espa o caracterizado estruturalmente pela diversidade tnica ling stica racial re ligiosa econ mica geracional sexual a cidade sobretudo a cidade moderna pro piciou condi es para florescimento das di versidades entre outros fatores pelo anoni mato propiciado pelas multid es Por m ao mesmo tempo buscou civilizar a diversida de atrav s de a es institucionais forjadas a partir de ideais de branquitude cristandade escolaridade adultez masculinidade nesta polariza o diversidade X homoge neiza o que reside o que denomin
322. este contexto tais experi ncias de desenvolvi mento comunit rio representam um papel fundamental Correndo o risco de simplificar podemos agrupar as diferentes concep es da parti cipa o dos cidad os sob duas grandes ep grafes modelo Participa o e modelo Quadro 1 Diferentes concep es da Participa o Modelo Participa es Modelo Participa o Participa o falar e decidir reuni o mo mento Participa o fazer e transformar quotidiano pr tica Participa o deliberar e consensualizar Participa o compro missos assumidos Participa o instrumen to consultivo Participa o instrumen to vinculativo 246 m Educa o o presente o futuro Modelo Participa o Participa o op o Modelo Participa es Participa o necessi dade Participa o curto prazo ad hoc Participa o m dio e longo prazo Participa o momento Participa o processo Participa o no contexto dum projecto ideol gico e pol tico Participa o pontual e isolada neutra Participa o como fina lidade nela pr pria Participa o como um meio Participa o oportunida de social de relaciona mento etc Participa o sacrif cio Fonte Elabora o pr pria a partir de DIBA IGOP 2006 Els Projectes Educatius de Ciutat An lisi de Pexperiencia acumulada i Nova proposta metodol gica Diputaci de Bar
323. eu pr prio tra ado execu o e avalia o passa a tornar se n o apenas numa op o mas sim numa necessidade A verdade que nos ltimos anos desde a segunda metade dos anos noventa os estu dos sobre as virtudes e limita es da par ticipa o do cidad o proliferaram Experi ncias livros artigos cursos de forma o novas profiss es colocam este mbito como um dos pontos de maior interesse no mundo das ci ncias sociais e a estrat gia po l tica Em princ pio parece haver consenso na con textualiza o da reivindica o actual a favor da participa o dos cidad os no mbito da crise de alguns elementos daquela governa bilidade que tem orientado a ac o do go verno tradicional democracia representati va assim como no mbito da urg ncia dum novo contexto em que se torna necess rio avan ar para novas formas de gest o do con flito mais horizontais e complexas Dentro das din micas de governan a que temos apresentado manifesta se a necessidade de contar com o envolvimento dos cidad os na hora de tomar decis es gerir e dar resposta aos desafios colectivos propostos Assim fa lar de participa o implica fazer refer ncia a qualquer tipo de actividade destinada a in fluenciar de forma mais ou menos directa a tomada de decis es pol ticas Contudo al m deste valor a participa o Governan a e educa o m 245 igualmente central quando se fala da estru tura o de
324. evitalizar a margem do rio po lu da mostra uma boa forma de reutiliza o de edif cios antigos em vez de os derrubar e coloca a tecnologia em colabora o com a arte Para justificar o esfor o a gest o evoca n o apenas a apar ncia mas a experi ncia de autenticidade Os edif cios usados das f bricas cont m um certo valor porque a estrutura de a o nu bem como as paredes 2 Wang Jie Shanghai SoHo 50 Moganshan Road http www chinadaily com cn citylifel 29 de Agosto de 2006 http www shangtex biz en de tijolos antigos e bet o manchado fazem com que as pessoas sintam a veracidade e a perfeic o do ser existente A cultura ur bana n o pode ser mais ambiciosa do que isto Moganshan Lu converteu se num local mui to frequentado por artistas e turistas estran geiros e chineses Visitas s o recomendadas por guias estrangeiros e sites do mundo da arte e do turismo dedicados a Xangai Na tarde em que visitei o local alguns turistas estrangeiros estavam a almo ar num peque no caf e a ver as galerias abertas ainda que quando h exposi es especiais v rias cen tenas de visitantes chegam a vir num nico dia Alguns dos artistas que ali mostram o seu trabalho v m de Hong Kong e Taiwan por que o custo de vida mais barato no conti nente e em Xangai t m acesso ao mercado internacional Enquanto que uma parte da arte que ali se produz de estilo tradicional a maioria quase chocante
325. feminino Olivia Guaraldo Olivia Guaraldo doutorada em Ci ncia Politicas pela Universi dade de Jyvaskyla Finlandia e professora catedr tica de Filosofia Pol tica na Universidade de Verona It lia institui o onde iniciou a sua Carreira docente e de investigadora Guaraldo tem se dedica do ao estudo do pensamento politico moderno e contempor neo especialmente a teoria politica feminista e em particular ao pen samento de Hannah Arendt Nos seus estudos Olivia Guaraldo tenta combinar a exposi o pol tica da filosofia com um enfoque de g nero baseado no pensamento da diferen a sexual uma perspectiva te rica que permite a desconstru o da tradi o filo s fica ocidental do ponto de vista feminino A autora tem publicado diversas obras entre as quais se desta cam Storylines Narrative history and politics froms na Arendtian Perspectiva SoPhi Jyvaskyla 2001 e Politicare racconto Trame arendtiane della modernit Meltemi Roma 2003 Recentemente foi respons vel pela edi o em italiano de algumas obras de Ju dith Butler Precarious Life The power of mourning and violence Vite precarie contro l uso della violenza come risposta al lutto collettivo Roma 2004 e Undoing Gender La disfatta del genere Roma 2006 e do ensaio Lying in Politics de Hannah Arendt La menzogna in pol tica riflessioni sui Pentagon Papers Mil o 2006 A cidade e a comunidade sob o olhar feminino 1
326. ferentemente da categoria de mortalida de celebrada pelos fil sofos n o se baseia numa fuga do corp reo mas radica se no corp reo na constante exposi o do corpo aos cuidados e viol ncia alheia Existe uma ambiguidade constitutiva do hu mano neste horizonte de vulnerabilidade que deve contudo ser preservada Trata se da ambiguidade existente na duplicidade da resposta que pode ser dada vulnerabilida de reagir vulnerabilidade atrav s da per cep o de uma comunidade que pode tor nar se politicamente proveitosa atrav s da recusa de infligir mais viol ncia em resposta ofensa sofrida Podemos ao contr rio rea gir atrav s de uma resposta que tenta teimo samente remover a vulnerabilidade poten ciando os instrumentos de coer o e ofensa Ter consci ncia desta duplicidade represen ta uma nova maneira de ler os fen menos do presente A universalidade da categoria de vulnerabilidade permite contudo uma aten o ao local ao singular que indis pens vel para sair dos modelos tradicionais ainda euroc ntricos de humanidade e de cidadania Atrav s dela realmente poss vel distinguir os diversos graus de vulnera bilidade vivenciada mantendo por m firme a comunidade humana na vulnerabilidade Somos todos nova iorquinos significa ent o que a intervalos regulares e imprevis veis tamb m nos podemos tornar v timas A co munh o na vulnerabilidade por m n o im plica uma glorifica o
327. g enquanto outros ainda como a Rua da Originalidade Yifei em Pudong pode ser uma zona de entretenimen to semelhante Disney que combina a produ o criati va e v rios tipos de consumo cultural pubs tem ticos restaurantes lojas de arte e casas nocturnas tamb m foram criadas ao longo da rua que disp e de ilumina o paisag stica em rvores e muros com uma pra a central Yang Li Fei Abertura do aglomerado Criativo de Chen Shanghai Daily 10 de Outubro de 2007 Conclus o Autenticidade na maioria das vezes um gosto recentemente cultivado na cultura urbana Quando se fala de autenticidade referimo nos a experi ncias espec ficas com edificios e zonas da cidade sentidos como sendo locais hist ricos e diferentes e que encontra o seu lugar num momento especi fico com limites irregulares entre a degra da o de uma cidade e a reconstru o O car cter local a import ncia hist rica e a diferencia o s o acreditadas e confirmadas se n o por um perito oficial pelo menos por consumidores de um alto estatuto cultural que seguem os artistas e outros produtores culturais at aos espa os abandonados ou arruinados que ocupam as classes sociais de n vel inferior e n o demoram a substitui los Cada dimens o de autenticidade pode ser subvertida por empres rios agressivos pelas elites empresariais ambiciosas e por oficiais pol ticos competitivos Local torna se uma marca para promover
328. gi o de acordo com a Times Squa re Alliance um grupo empresarial local igual ao conjunto das economias da Bol via e Panam Embora as atrac es culturais tra gam multid es que enchem a pra a desde a rua 42 at rua 50 dia e noite a rea rodeada por edif cios de escrit rios de em presas dos principais sectores de trabalho da economia simb lica da cidade meios de comunica o e finan as A sede da Cond Nast a Hearst Corporation e o New York Ti mes est o nas proximidades bem como a sede do Nasdag os escrit rios das empresas financeiras Lehman Brothers e Morgan Stan Cultura urbana em busca da autenticidade m 101 ley e escrit rios de advocacia empresarial Os promotores de Times Square alegam que a renova o manteve como recurso o ape lo populista nico da rea enquanto houve uma limpeza para o p blico e o tornavam num local ideal para o estatuto de sede de reconhecidas corpora es transnacionais Mas ser a nova Times Square aut ntica No in cio da sua renova o os cr ticos queixaram se amargamente da Disneyfica o uma repeti o branda e entorpecen te de marcas corporativas m alimenta o e entretenimento banal Filiais de empresas multinacionais como o Museu Madame Tussaud s negam a localiza o nica desta cando a hist ria de Nova lorque e as ra zes da rea da cultura pop em performances ao vivo Apesar dos seus reclames de n on pul santes e as mult
329. governos locais pensar na educa o como um componente das suas ac es mais do que mant la simplesmente como um sector em si mesmo integrando a nos diferentes departamentos que configuram a pasta municipal Por sua vez a Carta das Cidades Educadoras constitui em si mesma uma aposta na paz O tema central do pr ximo Congresso que ter lugar na cidade de S o Paulo no m s de Abril de 2008 Constru o da cidadania nas cidades multiculturais recupera este desejo e compromisso de paz Far se refer ncia s cidades da Associa o que investem na forma o integral de cada cidad o e na da cidadania com a finalida de de combater a exclus o cidades essas conscientes de que a educa o reduz as desigualdades e um elemento fundamen tal para a coes o social As confer ncias e a troca de experi ncias no mbito deste Con gresso proporcionar o reflex es e ideias de como avan ar e fazer face aos reptos impos tos pela conviv ncia entre culturas O novo protagonismo e reavalia o de que gozam as cidades tanto a n vel pol tico como social e econ mico faz com que os seus go vernos locais estejam convencidos de que tarefas como a renova o e a reconvers o da base produtiva a gera o e manuten o da infra estrutura urbana a manuten o de n veis aceit veis de qualidade de vida e a articula o de mecanismos de integra o social se considerem metas que as cidades n o podem resolver de forma is
330. grama de Apoio s AMPAS Colabora o com a Universidade os Sindicatos e os Colecti vos de Renova o Pedag gica e com o Centro de Forma o de Professores em confer ncias semin rios encontros de forma o da educa o Instituto Municipal de Desenvolvimento Econ mico e do Emprego Programas de Garantia Social Conselho Local da Imigra o 1 Plano de Imigra o Unidade de interven o social de rua para a preven o da mendicidade infantil Conselho Local da Imigra o 1 Plano de Coopera o Social Processo de Or amentos Participativos Il Regulamento de Participa o Cidad Cria o dos Conselhos de Distrito e Juntas Locais e Distrito Membro da Comiss o de Autoridades Locais para a Inclus o Social e a Democracia Participativa Membro do Foro Social Mundial Participante no Programa URB AL Programa educativo Educar para la Paz la Convivencia y la Solidaridad infantil e prim ria Programa educativo La Solidaridad tarea de todos Programa Escuela de Padres y Madres empreendem para conseguir transformar as ideias primeiro em projecto e depois em realidade AS coisas sao assim em Dakar Pape Diop Senador Presidente da C mara de Dakar O sector da educa o apresenta um interes se principal para todas as sociedades huma nas em particular para os pa ses em desen volvimento e nomeadamente para as suas colectividades locais Hoje na maioria dos nossos pa s
331. gresso no ano de 2002 O seu tema de estudo intitulou se O futuro da educa o o papel da cidade num mundo globa lizado Ao longo da hist ria da Associa o Interna cional das Cidades Educadoras mudan as muito significativas transformavam a vida das pessoas e por conseguinte a vida das cidades onde habitavam Neste per odo 1990 2002 dois termos surgiram no mundo inteiro Globaliza o e Internet N o parece por acaso que tenha sido uma cidade finlandesa um pa s destacado no uso da tecnologia de ponta tanto na produ o de bens de consumo como nos m todos de aprendizagem a assumir a organiza o des te Congresso Tamb m n o estranho que um autocarro com computadores e liga o permanente Internet estivesse dispon vel entrada do edif cio onde se celebrou o Con gresso para o uso privado e profissional dos assistentes Este autocarro conhecido como Netti Nysse que circula por toda a cidade faz parte de um projecto mais amplo deno minado eTampere desenvolvido conjun tamente pela C mara Municipal diversas empresas e as universidades da cidade com o objectivo de promover o conhecimento os neg cios os servi os digitais p blicos e Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 281 a aquisic o por parte da cidadania de ca pacidades necess rias na sociedade do co nhecimento Neste Congresso apresentou se o projecto A Cidade Educadora Virtual www edci ties org um novo p
332. gua e a manuten o de reas p blicas Outra vertente do programa o apoio ge ra o de emprego e renda que conta com a parceria do N cleo de Estudos de Traba lho Humano da UFMG Um exemplo des sa parceria a Cooperativa das Costureiras que est confeccionando os uniformes dos trabalhadores que executam as obras Ou tro que 80 dos 450 trabalhadores dos canteiros de obras s o moradores do pr prio Aglomerado As pol ticas sociais da Prefeitura tamb m est o presentes no programa por meio da constru o de equipamentos p blicos como o Espa o BH Cidadania Unidades Munici pais de Educa o infantil e Centros de Sa de Entretanto para que uma cidade seja real mente educadora ela deve compartilhar responsabilidades e decis es Em Belo Ho rizonte n o s o governo municipal mas tamb m a sociedade civil o setor privado e tamb m outras inst ncias de governo t m uma parcela de responsabilidade e tarefas claras na constru o permanente de um compromisso com a cidadania Nesse mo delo governo e sociedade se somam ad quirem responsabilidades e compartilham solu es Incentivar os seus cidad os a par ticipar das decis es que v o transformando a realidade da cidade um bom caminho o exerc cio da democracia e o incentivo conviv ncia com a diversidade aliadas a um forte est mulo ao conhecimento da pr pria hist ria e cultura local que prova velmente seja o que melhor diferenc
333. guias tur sticos Em todo o caso isto pode ser a propaganda A forma da cidade mais complexa e di f cil de monumentalizar de reduzir a uma imagem Se tiv ssemos que recorrer a uma 1 Refiro me ao livro de Julien Gracq La forme d une ville Ed Jose Corti Paris 1986 nica imagem para definir a forma de Barce lona ser nos ia mais til recorrer ao Ensan che que Sagrada Fam lia a Gracia que a La Pedrera No fundo a forma de Barcelona uma s rie de povoa es agrupadas como teias de aranha ou ensanche extens o que as insufla de nova vida Por isso fala se frequentemente de Barcelona no plural Barcelonas Manuel Vasquez Mont lban ou as Barcelonas de Barcelona O resultado uma forma peculiar em que a racionalidade de fundo s conseguiu penetrar em parte nos espa os mais distorcidos das velhas po voa es que hoje comp em Barcelona Este jogo duplo a forma da cidade A mesma que acolhe uma avalancha desconhecida de imigra o estrangeira tornando realidade aquela ideia de Dipesh Chakrabarty de que sempre vivemos em moradas lugares onde outros estiveram antes de n s Precisamente por isto a forma da cidade como que um desleixo que pela sua forma arquitectural e urbana marca e determina o esp rito da ci dade Isto f la diferente de todas Os media s o transmissores da forma da ci dade Temo muito que n o 2 Os media dirigem se cidadania E a ci dadania a pe a angul
334. gulha e com o facto de negligenciar os filhos cujas necessidades n o podem ser programadas para se adaptarem s exig n cias do seu trabalho Ouvindo isto tentei acalm lo a minha mu lher o meu enteado e eu t nhamos sofrido e sobrevivido a uma vida igualmente stressan te n o est a ser justo consigo pr prio disse eu O facto de se incomodar significa que est a fazer o melhor que pode pela sua fam lia Apesar de ter ficado sensibilizado A deriva m 171 com o que eu lhe disse na verdade eu nao tinha compreendido Quando era crianga e isso eu ja sabia Rico tinha contestado a autoridade de Enrico ja nessa altura me tinha dito que se sentia sufo cado com as regras mesquinhas que regiam a vida do pai Agora que ele pr prio pai o medo da falta de disciplina tica persegue o Receia sobretudo que os seus filhos se tor nem ratos de centros comerciais andando sem rumo nos parques de estacionamento a tarde enquanto os pais permanecem incon tactaveis nos seus escrit rios Deseja ser para o seu filho e filhas um mo delo de determinac o e resoluc o mas nao pode simplesmente dizer lhes o que devem ou n o fazer Tem de lhes dar o exemplo O exemplo objectivo que lhes podia dar o da sua mobilidade social algo que eles consi deram como um direito adquirido uma his t ria que pertence a um passado que n o o seu e que j acabou Mas a maior preocu pa o de Rico que a sua vida
335. hares de milh es de pessoas a condi es de vida deplor veis Assim por exemplo os que morrem de SIDA por impossibilidade de acesso a medicamentos que os laborat rios farmac uticos n o que rem facilitar ciosos das suas patentes as condi es desumanas que s o aproveitadas pelas subcontrata es deslocalizadoras das grandes empresas a debilidade de recursos para lutar contra a fome quando se investem enormes quantidades na guerra o incons ciente e imoral neg cio das armas o fechar de fronteiras s migra es o com rcio inter nacional em condi es de desigualdade a corrup o misturada com os neg cios il ci tos e os para sos fiscais a fuga de c rebros a especula o financeira a d vida externa abusiva a explora o sem fim dos recursos naturais a deteriora o ambiental e a urba niza o indiscriminada s o alguns dos me canismos geradores das car ncias indicadas N o dif cil constatar por outro lado que 88 m Os novos desafios da vida urbana tais car ncias t m um impacto mais doloro so quando se trata de popula es concentra das especialmente nas periferias das grandes cidades Assim tais mecanismos n o s impedem que se mantenha a dignidade de muita gen te como tamb m geram diferen as crescen tes entre as popula es do Norte e do Sul e as do interior de cada pa s Se nos anos cinquenta do s culo XX h uma rela o de 30 para 1 na dimens o do PIB per capita en
336. horas ao telefone e j enviaram e receberam 250 000 mensagens de correio electr nico e mensagens instant neas Mais de 50 dos habitantes dos EUA com 21 anos j criou algum tipo de conte do na Internet Mais de 70 com 4 anos de idade j utilizou um computador A r dio levou 38 anos para conseguir obter uma audi ncia de 50 milh es de pessoas a televis o consegui o em 13 anos e Internet em 4 Em 1984 havia mil dispositivos liga dos Internet um milh o em 1992 e seis centos milh es em 2006 A utiliza o da Internet ficou acess vel ao p blico em 1995 Em 2005 um em cada oito casais que contrafram matrim nio nos EUA conheceram se atrav s da Internet A eBay foi fundada em 1996 e em 2006 fac turou seis milh es de d lares com vendas O Google foi criado em 1998 e actualmente as pessoas realizam todos os meses mais de 2 700 milh es de buscas O Youtube s foi criado em 2005 e em 2006 j exibia todos os meses 2 5 milh es de v deos 136 m Os novos desafios da vida urbana A informa o t cnica que existe no mundo duplicada todos os anos e prev se que em 2010 se duplica a cada 72 horas Certamente algo esta a acontecer algo cuja responsabilidade nao se pode atribuir apenas a tecnologia e ao auge da Internet E algo que tem raizes sociais culturais de mogr ficas econ micas algo estrutural que afecta a maneira inevitavel de as pessoas se relacionarem trabalharem aprenderem e partici
337. hoval Noam Museus como exemplos emblem ticos de Desenvolvimento Urbano nas cidades e visitantes ed Lily M Susan Hoffman S Fainstein e Dennis R Judd MA Malden e Oxford Blackwell 2003 p 219 36 George Y dice A oportunidade de Cultura NC Durham e Londres Duke University Press 2003 Sobre o efeito do franchising e da globaliza o econ mica em Bilbau ver Donald McNeill McGuggeniza o Identidade Nacional e Globaliza o no Pa s Basco Geografia Pol tica 19 2000 473 94 106 m Os novos desafios da vida urbana e divulgam a economia da informag o Me nos monumental no tamanho do que uma area cultural mas igualmente ambicioso na sua vis o do futuro o centro criativo cons titui um esfor o diferente para recrear os as pectos produtivos da cultura urbana O foco criativo consiste num grupo de artistas e de senhadores que se juntam intencionalmente num bairro ou num complexo de edif cios s vezes subsidiado pelo Estado como os centros criativos patrocinado pela Ag n cia de Desenvolvimento de Londres desde 2004 mas muitas vezes emerge como um agrupamento espont neo de jovens artistas m sicos e performers como os bairros de artistas do SoHo Manhattan Williamsburg Brooklyn e Hoxton Londres assim como o pequeno Silicon Alley na baixa de Ma nhattan Muitas cidades t m as condi es materiais para esses grupos se formarem reas anteriormente industriais com rendas ba
338. i o dos luga res espec ficos nos quais se apresentariam as diversas confer ncias teve particular im port ncia museus centros culturais e audi t rios estes responderam com entusiasmo ao convite para abrirem as suas portas s cidades participantes Em 1999 foi especial mente relevante o facto de o Congresso se reunir na cidade de Jerusal m para trocar experi ncias e propostas para o futuro sobre o legado patrimonial e a hist ria Entre os novos assuntos encontravam se a import ncia dos legados materiais e imate riais e a presen a urbana das religi es Um dos aspectos importantes no mbito no Congresso que redireccionou a trajec t ria da AICE foi o dec logo aprovado pela Assembleia Geral da AICE no qual se afir mava 278 m Cidades educadoras 20 anos e A Associa o confia na vig ncia da sua mensagem e na utilidade do conceito de cidade educadora como um servi o para os cidad os e cidad s e A Associa o far todos os esfor os neces s rios para se estabelecer no seio de todas as culturas universais e A Associa o defende um conceito global de educa o que impregne o conjunto da vida da cidade e que afecte a todos os cida d os e cidad s e preciso que sejam os presidentes das c maras a liderarem as ac es educativas na medida em que s o eles que t m uma vis o global e As cidades educadoras n o podem nem devem renunciar a nenhuma das oportu nidades par
339. ia que n s desfrut mos a seguir ao fim da Guerra Civil negamo nos a receber refugiados excepto em quantidades simb licas procedentes da B snia do Koso vo e da Chech nia para n o falar dos total mente inexistentes do Ruanda do Sud o e do Iraque a t tulo de exemplo 6 Consumismo limita o dos recursos O ltimo elemento que devemos considerar dentro dos grandes problemas que afectam as sociedades actuais e muito particular mente a vida urbana tem que ver com o crescimento exponencial do consumismo e a progressiva limita o dos recursos que tem origem nos anos cinquenta e cuja efer vesc ncia come a a partir dos anos setenta do s culo XX Com efeito uma vez refeitas as sociedades do golpe da Segunda Guer ra Mundial o mundo ocidental e de uma maneira particular as suas empresas d o se conta que no consumo se encontra a base do lucro e a partir da come a uma cuida da planifica o que mediante a psicologia e as t cnicas publicit rias investiga as mo tiva es dos compradores hipnotiza os pe rante os produtos oferece lhes espa os nos quais predisp em os cinco sentidos para a atrac o pelas mercadorias proporciona Ihes acessos hor rios e facilidades de pa gamento e coloca os cidad os perante um falso sentimento de felicidade o que conv m aos governos democr ti cos ou n o que cria cidad os conformados com modelos de vida virados para o con sumo e cio uniformes e pouco
340. ia do volume Ediciones de Fou cault Locke Nietzsche y Montesquieu Os media a cidade e a educa o Entre o hiperactivismo e a indiferenca 1 Julien Gracg um peculiar escritor franc s que sempre foi considerado um inadaptado aos tempos que correm num livro sobre a sua cidade natal Nantes fala da forma da sua cidade A forma da cidade tem que ver com a sua representa o mas tamb m com a maneira de viver Quando a cidade perde a sua forma a caligrafia pr pria e irrepet vel deixa de ser cidade para se converter em urbanaliza o dormit rio utilizando a express o com que Francesc Munoz identifi ca a multiplica o de espa os habitacionais sem vontade c vica consagra o da pior vers o do individualismo burgu s que v o tomando os c rculos conc ntricos de habi ta o que se expandem como as ondas das guas no rio nos arredores das cidades Da forma da cidade falam pouco os meios de comunica o Provavelmente uma quest o demasiado subtil para capt la E j se sabe que as subtilezas n o t m demasia do espa o na simplifica o medi tica A for ma da cidade f sica mas f sica vivida por assim dizer habitada O Plano Cerda n o a forma de Barcelona o Ensanche Extens o do plano Cerda convertido em carne isto trabalhado pelas pessoas Mas a forma da cidade n o configurada pelos edif cios emblem ticos museus lojas bares restau rantes que aparecem nos
341. ia lu gar para testes de selec o por m rito mas sim um princ pio de assegurar o acesso a um bem comum Na educa o obrigat ria n o pode haver ganhadores ou perdedores mas sim um espa o comum de aprendizagens ao que todos possam aceder Finalmente Dubet defende a necessidade de garantir a igualdade individual das oportunidades Isto obriga reflex o sobre a forma o dos indi v duos sobre o pr prio modelo educativo e o lugar que d este modelo aos indiv duos aos seus projectos sua vida social e sua singularidade al m dos seus desempenhos cognitivos Esta ltima reflex o de Dubet destaca que uma escola justa n o se esgota nos proces sos institucionais de selec o avalia o financiamento e traject rias de forma o Uma escola justa n o pode ser neutral com os conte dos culturais que deve transmitir Em suma uma escola justa deve ser capaz de oferecer a todos uma educa o de boa qualidade em que a ades o justi a seja um valor central Esta abordagem tem con sequ ncias directas sobre o desempenho dos educadores Neste sentido poss vel presumir que a ades o justi a deveria ser um requisito para o exerc cio da profiss o docente Da mesma forma que os m dicos est o for ados em muitos s tios ao juramen to de Hip crates de respeito vida seria preciso tal vez introduzir na cultura profis sional dos docentes um compromisso muito maior com os resultados de aprendizagem dos
342. ia requer a educa o enquanto capaci dade que nos permite recriar constantemen te a nossa maneira de perceber o mundo e de nele viver Richard Sennett revendo o conceito cl ssi co de car cter reflecte sobre as tend n cias contempor neas da n o exist ncia do longo prazo que caracteriza as viv ncias da maioria das pessoas Esta percep o ge neralizada de fragilidade representa um de safio dific limo de enfrentar No processo de aprendizagem e de consolida o do saber n o h nada pior do que a instabilidade a inconst ncia e o imediatismo Neste cap tulo os artigos abordam tem ticas como o debate intercultural Nestor Garc a Canclini as fun es das bibliotecas como guardi s do conhecimento desde a antigui dade Alberto Manguel a ideia da cidade como arquivo Vyjayanthi Rao a rela o 10 m Ao Leitor entre ensino e educa o nas cidades de hoje Maxine Greene e a ideia do pr prio meio urbano como espa o educativo Jaquelline Moll Reflecte se tamb m sobre a rela o entre educa o e justi a Juan Carlos Tedes co e a educa o e a vida pol tica das ci dades Joan Subirats E por fim debate se a inevitabilidade do processo de aprendiza gem cont nua dos cidad os Philippe Mei rieu e Joan Manuel del Pozo Finalmente mas n o menos importante na terceira parte apresenta se uma breve me m ria dos congressos bienais da Associa o Internacional das Cidade
343. ias previs veis a curto m dio e longo prazo At usei esta t cnica com conselhos municipais de crian as tentando faz las compreender que n o h solu es impostas pela magia mas que existem es colhas possibilidades que de cada vez im plicam consequ ncias diferentes e revelam assim uma escolha de valores de vis es di ferentes do futuro Penso que uma das fun es da forma o cont nua desmitificar os sob entendidos o que bvio desmitificar as solu es m gi cas os automatismos imaginar outras even tualidades poss veis e se fiz ssemos de ou tra forma E se fiz ssemos outras escolhas E se pus ssemos o dinheiro noutro lugar E se houvesse uma fatalidade nisto Por exemplo quando dou forma o cont nua a professo 256 m Educa o o presente o futuro res faco perguntas do g nero quanto custa ao liceu e ao Estado os chumbos dos alunos nos vossos estabelecimentos E se decidisse mos utilizar este dinheiro de forma diferente ao dos chumbos dos alunos E importante na sociedade actual que a formag o ajude as pessoas a perceberem que t m outras es colhas possiveis na utilizac o do dinheiro p blico assim como na organiza o social que lhes proposta e que as decis es n o se imp em contrariamente ao que se passa nas teocracias ou nas tecnocracias N o por acaso que hoje o Harry Potter est no auge das manchetes porque estamos obcecados pela magia Estamos num
344. ibili dade na pr tica movendo se pulsando com a mudan a de cidade Se houve um momen to nos tempos recentes em que houve a necessidade de conceber a Educa o como um processo permanente para transformar a possibilidade na realidade foi a trag dia do 11 de Setembro e os acontecimentos que se lhe seguiram Primeiro um som abafado de destrui o n o estranho entre os sons da cidade mas depois um sil ncio infiltrou se como uma n voa por debaixo das portas Aqueles que estavam longe demais para ver o World Tra de Center disseram s crian as para conti nuarem a tirar os livros da mala e para se prepararem para a leitura aqueles que se encontravam um pouco mais perto das tor res disseram calmamente s turmas para se afastarem das janelas sem saber exactamen te porqu Ent o inexplicavelmente outro som de destrui o e alguns estavam a correr nas ruas pedindo s crian as para darem as m os para se colocarem em fila Outros fo ram para as caves os pais apressaram se a ir para l e n o havia maneira de saber quem tinha encontrado as suas crian as e quem n o tinha Mais perto do Centro algumas crian as viram o que pensaram ser peda os de detritos em volta das pessoas que usavam gravatas e corriam rapidamente outros vi ram o que imaginaram ser p ssaros em cha mas Por entre a poeira negra e multid es os professores conduziram as suas turmas atrav s de uma ponte Os alunos do ensino secund rio m
345. ibo uma comunidade local um estado na o e prospectivamente a humanidade sempre uma nova renegocia o reforma e reconfir ma o A gora deve ser portanto um espa o aco lhedor ao mesmo tempo e igualmente para os rec m chegados de dom nio p blico e do privado mas para ser e permanecer aco lhedor preciso defender firmemente a sua independ ncia de ambos N o pode ser pro priedade ou meramente um posto avan ado de uma das duas Se fosse assim o fluxo de tradu o seria constantemente amea ado pela ruptura e os resultados poderiam ser distorcidos No caso extremo a tradu o se ria ficar paralisada e resultar numa falha de comunica o como uma das duas l nguas eliminaria a outra que era para ser encontro em condi es de igualdade Convidando tanto para o oikos como para a oikoumene a gora portanto deve per manecer vigilante e cautelosa com o apeti te para a conquista que pode levar um ou outro dos parceiros do di logo a apropriar se do espa o do encontro totalmente para O si mesmo tomando a sob a sua pr pria e exclusiva administra o e permanentemente limitar o direito de entrada do outro parcei ro reservando se o direito de monop lio ou quase monop lio da tradu o oficial Assim como o vento s existe atrav s da ac o de soprar e o rio que flui a gora s existe atra v s da actividade livre cont nua sem restri es e sem interrup o de tradu o Ideal
346. ica e simb lica que nos pode interpelar a todos Todas as culturas ocidental e africana oriental e amer ndia assim como a cultura cient fi ca e a cultura liter ria acad mica podem ajudar nos a construir nos e a descobrir a humanidade que nos torna profundamente solid rios J M P Somos animais simb licos E atrav s do s m bolo que se constr i a pessoa EF tamb m nesta perspectiva que temos de analisar o que pode ser o futuro papel da Associa o de Cidades Educadores Desejo que possamos continuar a caminhar juntos 3 Cidades Educadoras 20 anos Cidades Educadoras Congressos Internacionais Eulalia Bosh e Secretariado da AICE Cidades Educadoras Congressos Internacionais O primeiro Congresso Internacional das Cidades Educadoras teve lugar em Barce lona em Novembro de 1990 Sessenta e tr s cidades de vinte e um paises do mundo reuniram se para discutir a importancia da educa o para uma governa o adequada da vida urbana Esta primeira reuni o inter nacional foi levada a cabo pela firme vonta de do Presidente da C mara de Barcelona Pasqual Maragall 1982 1997 de dar visi bilidade capacidade educativa inerente vida das cidades contempor neas perante a cidadania Os documentos apresentados neste con gresso abordaram alguns aspectos da vida urbana que de t o pr ximos que est o ao quotidiano passam frequentemente desper cebidos n o s a um grande n mero de
347. icular com a ac o que faz que para al m da efic cia material e t c nica algo se desenvolve noutro cen rio no simb lico P F Quando a consci ncia educadora das cida des mais vis vel quais s o as mudan as que se podem esperar da vida colectiva PM A pol tica das cidades em mat ria de forma o consistiu frequentemente a abrir espa o de encontros de mobiliza o e de trocas Eu sou muito sens vel a um movimento de senvolvido em Fran a um pouco margem que se chama as redes de trocas rec procas de conhecimentos um movimento que se inspira por um lado em Paolo Freire ou em Ivan Illich e por outro nas din micas locais O movimento nasceu em Orly perto de Pa ris Permite s cidades tecer redes de forma o entre as pessoas Isto n o dif cil de rea lizar especialmente porque dispomos agora de logiciais tais como As rvores do conhe cimento logicial que foi criado pelo fil sofo franc s Michel Serres e seus colaboradores Trata se de uma ferramenta inform tica que permite identificar os conhecimentos e as compet ncias e de as trocar entre diversas pessoas sem passar obrigatoriamente por estruturas institucionais nem incorrer em custos proibitivos As cidades poderiam ser mais ainda inst ncias que estimulam as trocas de saberes de conhecimentos de compet ncias e que as estimulam de manei ra a que as pessoas de culturas diferentes de sensibilidades diferentes co
348. id es que fazem a caminha da com expectativa Times Square tornou se um franchising de entretenimento popular uma express o moderna e padronizada de cultura urbana que apesar da proemin ncia dos seus eventos ao vivo como a queda de uma bola brilhante do topo da Torre Times na v spera de Ano Novo corre o risco de ser um clich A aut ntica cultura urbana deve ter a for a do destino Vemo lo em pr dios antigos ruas estreitas e na enorme variedade de pessoas espa os comerciais lojas e pontos tur sticos que encontramos em cada cidade grande um sentimento de tijolo e argamassa nos nossos ossos que n o podemos separar da escala hist rica da cidade de pr dios baixos as lojas familiares e as ruas lotadas uma est tica diferente tamb m um sentimen to social um sentimento de orgulho c vico n o for ado entre estranhos e um la o social forte entre os habitantes locais Tanto social mente e esteticamente o desejo de auten ticidade um grito contra a modernidade contra a repeti o das novas constru es irrepreens veis filiais inescap veis de cadeia de lojas e uma grade opressiva de torres de arranha c us Mas a ideia de autenticidade est tamb m enraizada na modernidade Ser sincero para uma personagem inata ou hist rica s pode ser valorizada numa poca em que tudo visto como mudan a e toda a gente vista como capaz de ser falsa A autenticidade a apar ncia da veracidade
349. idade dos seus sistemas Neste contex to as cidades de todos os pa ses devem agir desde a sua dimens o local enquanto plataformas de experimenta o e consoli da o duma plena cidadania democr tica e promover uma coexist ncia pac fica gra as forma o em valores ticos e c vicos o respeito pela pluralidade dos diferentes modelos poss veis de governo estimulando mecanismos representativos e participativos de qualidade A diversidade inerente s cidades actuais e prev se que aumentar ainda mais no futu ro Por esta raz o um dos desafios da cidade educadora o de promover o equil brio e a harmonia entre identidade e diversidade salvaguardando os contributos das comuni dades que a integram e o direito de todos aqueles que a habitam sentindo se reco nhecidos a partir da sua identidade cultural Vivemos num mundo de incerteza que pri vilegia a procura da seguran a que se ex prime muitas vezes como a nega o e uma desconfian a m tua A cidade educadora consciente deste facto n o procura solu es unilaterais simples aceita a contradi o e prop e processos de conhecimento di logo e participa o como o caminho adequado coexist ncia na e com a incerteza Confirma se o direito a uma cidade educa dora que deve ser considerado como uma extens o efectiva do direito fundamental educa o Deve produzir se ent o uma ver dadeira fus o da etapa educativa formal com a vida adult
350. idade educadora deve ser nem mais nem menos e essencialmente fazer uma cidade 3 Jaeger Werner Paideia Os ideais da cultura grega F C E M xico 2 ed 2 reimp 1971 p 3 em pleno Neste fazer as cidades em toda a sua plenitude com a participa o dos habitantes encontra se a melhor educa o poss vel incluindo a formal s o estas as que se tornam plenamente educadoras por outro lado na educa o n o s na formal dos cidad os para a plena cidadania que est o g rmen da melhor cidade pens vel e poss vel A Reforma da Carta em G nova 2004 No esfor o feito pela AICE para adaptar a primeira Carta das Cidades Educadoras s mudan as nas cidades desenvolveram se algumas ideias que permitem ampliar e aprofundar o seu conceito geral Um elemento novo em rela o primeira re dac o de 1990 foi a apresenta o de um fio condutor que embora considerado em certa medida impl cito na primeira redac o me recia ser tratado para sublinhar aspectos que a redefinem e melhoram Ele fazia se atrav s dos tr s t tulos que agora se reagrupam com maior ordem ou sentido em vinte artigos ou princ pios da Carta conservou se para n o alterar o seu perfil global o mesmo n mero de artigos apesar de notavelmente modifica dos no seu conte do e posi o O fio condutor une se entre as seguintes ideias primeiro o direito a cidade educa dora que abrange seis artigos segund
351. idificadores e objec Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas m 129 tos de uso pessoal como imaginamos Ou pelo contr rio jogos de computador e os ltimos modelos de leitores de DVD como a popula o mais jovem Podemos verificar a partir do seu estudo que os reformados anglo sax nicos compram de tudo Mas isto n o fica por aqui Dois dias depois de comprarem voltam s lojas para devolver os produtos adquiridos e repetem o mesmo com outro tipo de produtos Tamb m gostam de fazer compras por cat logo em casa Fa zem o pedido e logo depois de terem rece bido a mercadoria voltam a embalar o pro duto e procedem sua devolu o Este comportamento parece na opini o da autora da investiga o explicar o facto de s se verem octogen rios aos balc es de de volu o nas grandes superf cies comerciais brit nicas da Mark amp Spencer Como interpretar este comportamento dos idosos A autora explica que o acto de com prar e vender uma forma de entretenimen to e que o mais revelador o facto de este procedimento os fazer entrar no circuito co mercial O que lhes interessa n o a com pra em si mas a simula o de participa o numa actividade social da qual se sentem exclu dos O ciclo gasto compra devolu o n o acrescenta nada renda dos idosos mas ocupa lhes o tempo E precisamente este consumo de tempo que lhes d a sensa o de estarem a participar na vida econ mic
352. ie uma cidade educadora de uma cidade comum O est mulo participa o popular talvez o maior instrumento de transforma o e sustenta o dos princ pios de uma cidade educadora transpar ncia di logo com a cidade forma o de cidad os conscientes de seus direitos e deveres Nesse aspecto Belo Horizonte vem se destacando Aqui as a es de governo s o discutidas com a popula o de v rias maneiras Os cida d os s o envolvidos no processo decis rio atrav s de diversos instrumentos formais Belo Horizonte cidade que educa m 297 como os conselhos municipais e informais quando o poder publico procura a comu nidade para dialogar com ela e envolv la em distintas fases das politicas p blicas concep o e identifica o das principais necessidades planejamento e execu o O or amento participativo um dos expoen tes desta pr tica que permite que o cidad o interfira nas decis es sobre a destina o dos recursos p blicos Em 2006 inovamos ao ampliar este processo e viabiliz lo pela primeira vez em seu formato digital O re sultado foi a participa o de mais de 200 mil cidad os Portanto ser uma cidade educadora n o simplesmente criar pol ticas educacionais eficientes muito mais do que isso per mitir o aprofundamento da democracia permitir que a popula o seja parte e fim das a es p blicas e dividir a responsabili dade e o poder com aqueles que s o ao f
353. igration pour quoi faire Montre al Institut de Recherche sur Qu b cois sur la cultura 1992 22 INRS Urbaniza o Cultura e Sociedade Retrato das populac es imigrantes e n o imigrantes e da cidade de Montreal e os seus 27 dsitritos www2 ville montre al qc ca Diversit portrait htm Os Censos Canadia nos identificaram canadianos de descend ncia negra do sul da sia China Sudeste da sia rabe e do Oriente M dio Am rica Latina coreana japonesa fili pina e do patrim nio como constituindo as minorias visiveis do pa s 74 m Os novos desafios da vida urbana Notre Dame de Grace Por vezes conheci do como o Bronx de Montreal o C tes des Neiges em particular tornou se casa para os Africanos os Arabes os Camboja nos os Judeus os Filipinos naturais do Laos Vietnamitas Chineses Latino Americanos Portugueses Haitianos e membros de va rias Outros grupos que vivem em estreita proximidade uns com os outros Na d ca da de 90 os bairros C tes des Neiges e o Notre Dame de Grace eram casa para mais de 154 mil moradores que sustentam os flo rescentes distritos dominados por pequenas empresas locais de investidores tnicos As empresas locais estavam a produzir receitas de publicidade durante o inicio dos anos 90 suficientes para apoiar duas dezenas de jor nais das etnias e dos bairros publicados em diversas linguas africanas arabe camboja no hebraico filipino la
354. im e ao cabo os maiores educadores do coti diano os cidad os Um distrito educador em Budapeste Gabor Demszky Presidente da Camara de Budapeste Caro leitor Sa do o calorosamente em nome dos cida d os de Budapeste A nossa cidade mem bro da Associa o Internacional de Cidades Educadoras desde h v rios anos e agora es tou especialmente satisfeito que Budapeste seja um centro regional da Europa Central e Oriental Os objectivos da AICE s o universais e estou convencido de que as cidades membro po dem beneficiar muito com as experi ncias das suas cidades companheiras Tenho o prazer de vos apresentar uma breve descri o de um dos nossos grandes projectos na cidade nomeadamente o programa de re nova o urbana do Bairro Magdolna Espero que a leitura desta apresenta o lhe forne a informa es teis e venha tamb m a benefi ciar a sua cidade Bairro Magdolna Budapest Distrito J zsefv ros O Programa do Bairro Magdolna Budapes te J zsefv ros foi lan ado em 2005 na Hungria um projecto pioneiro destinado a renovar um bairro desfavorecido urbano com a participa o dos seus moradores e baseado num abrangente programa social cultural e t cnico O Bairro J zsefv ros o oitavo distrito de Bu dapeste tem 34 hectares com aproximada mente 12 000 habitantes O Bairro a maior rea pobre metropolitana em Budapeste Gy rgy Alf ldi DLA Arquitecto Programas de reno
355. indiv duos re solve instalar se por um tempo na casa do Big Brother sem antecedentes de contactos anteriores e sem la os m tuos para justifi car a sua uni o assumidamente tempor ria nova Eles todos carregam suas pr prias bio grafias t o diferentes quanto as biografias individuais possam ser e assim tamb m as suas pr prias experi ncias idiossincr ticas variadas caracteres temperamentos expec tativas prefer ncias O que quer que seja que os vai unir ou dividir nas pr ximas se manas obviamente primeiro deve evocar sustentar com seu pr prio esfor o e negociar do zero Os residentes n o t m muito tempo para realizar tal tarefa complexa e dif cil A hospitalidade do dono da casa e gerente n o garantida pelo contr rio os residentes s o informados de forma inequ voca que o que eles fa am a sua estadia na casa estar limi tada que n o com eles determinar esse li mite e que o limite para a negocia o n o por si s negoci vel Como eles procedem da sua escolha mas seguir em frente ou sair para fora n o quest o de escolha O lento e inepto entre os residentes ser prontamente eliminado antes de mais tenta tivas Se quiserem ficar eles devem superar o resto do grupo antes de serem enganados por eles A exclus o do jogo n o depende do quanto ambiciosos e inteligentes eles s o mas quem provar ser o mais ambicioso e inteligente do que os outros O dia de ex clus o tem de ch
356. ineada regulamenta o e planifica o social da cidade A medida do impacto das pol ticas do governo local no welfare cita dino pode considerar se quer uma meta im portante para uma administra o quer um ponto de partida para a difus o de pr ticas e instrumentos da ausculta o e do agir co lectivos Para al m disso todos estes objectivos se in serem numa finalidade que representada por um saldo de qualidade a constru o de um verdadeiro e adequado projecto para G nova do qual a administra o c vica se faz promotora mas que n o pode efectivamen te realizar sozinha A alma desta tens o no projecto deve exprimir se atrav s de ideias de futuro que os jovens querer o e saber o enunciar e gra as capacidade de atrac o que a cidade souber e quiser oferecer lhes A nossa ideia de G nova Cidade Educadora 310 m Cidades educadoras 20 anos mant m a nog o de que as cidades exigem uma formula o nova do papel da pol tica como pr tica que n o pode prescindir da aproxima o do conhecimento e apropria o do real em pura chave fenomenol gi ca mas que n o deve nunca interromper a continuidade do exerc cio da aten o da proximidade do respeito Esperamos optimistas que todos os esfor os que um governo local ponha em pr tica para interceptar fen menos de recomposi o das comunidades para com a sociedade tornem poss vel colocar sob uma outra luz a zona cinzenta sempre mais co
357. inevitavelmente ao refor o dos governos locais e as din micas territoriais como as nicas capazes de articular proximidade integralidade de resposta e envolvimento colectivo baseado em elementos de identidade com a comunidade local Governan a e educa o m 241 3 Educa o e governan a Se nos referimos mais especificamente ao mbito educativo preciso reconhecer que estamos em tempos de mudan a E a educa o normalmente situa se no pr prio centro das tens es que implica todo o processo de altera o social S o muitos os elementos que propiciam essa nova centralidade edu cativa na agenda p blica Como sabemos estamos a viver altera es muito fortes nos aspectos fundamentais que estabeleceram a sociedade industrial avan ada do s culo XX E esta mudan a inverte os diferentes mode los de sociedade com que temos trabalhado e fun o que a educa o desempenhava neles N o de surpreender que as tens es e os conflitos surjam com profus o nos nos sos centros educativos j que se reflectem nestes as inseguran as e os medos perante a nova realidade Por m o debate trasladou se para os espa os p blicos e discute se sobre civismo conviv ncia E nesse contexto de comunidade bairro ou cidade os temas de educa o surgem misturados com os temas de cidadania N o alheio a isto a presen a significativa de grupos de pessoas rec m chegadas que trazem h bitos modelos de interac o
358. informarem se Atenta ao valor que significa seleccionar compre ender e tratar a grande quantidade de in formac o actualmente dispon vel a cidade educadora dever oferecer os recursos que estar o ao alcance de todos O munic pio dever identificar os grupos que necessitam de uma ajuda personalizada e colocar sua disposi o pontos de informa o orienta o e acompanhamento especializados Ao mesmo tempo dever prever programas formativos nas tecnologias de informa o e comunica es dirigidos a todas as idades e grupos sociais a fim de combater as novas formas de exclus o Ds A cidade educadora dever oferecer a todos os seus habitantes enquanto objectivo cada vez mais necess rio comunidade uma for ma o sobre os valores e as pr ticas da cida dania democr tica o respeito a toler ncia a participa o a responsabilidade e o in teresse pela coisa p blica seus programas seus bens e servi os FOO A RR OK Esta Carta exprime o compromisso assumido pelas cidades que a subscrevem com todos os valores e princ pios que nela se manifestam Define se como aberta sua pr pria reforma e dever ser adequada aos aspectos que a r pida evolu o social exigir no futuro Testemunhos Em seguida sao apresentados diferentes testemunhos de presiden tes da c mara de cidades membros da Associac o Internacional das Cidades Educadoras Estes testemunhos permitem nos com preender como s
359. inter net Deste maremagnum est a surgir um novo modelo possivelmente social ao qual nos teremos de adaptar Dois investigadores norte americanos Karl Fisch e Scott McLeod editaram um v deo muito curto e divulgativo Did you know no qual fornecem dados que ajudam a to mar consci ncia de que algo est realmente a acontecer e se perguntam se de facto os pol ticos as escolas os padres e os cidad os em geral se est o a preparar para o mundo que se est a configurar No ano de 2006 1 3 milh es de pessoas ter minaram os seus estudos universit rios nos EUA 1 3 milh es na ndia e 3 3 milh es na China 100 dos licenciados universit rios indianos falam ingl s Daqui a 10 anos o pa s com maior n mero de pessoas a falar ingl s ser a China Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA 1 em cada 4 trabalhadores est h menos de um ano no seu local de trabalho Fisch Karl e McLeod Scott Did you know en http www youtube com watch v pMcfrLYDm2U enquanto 1 em cada 4 trabalhadores esta ha menos de 5 anos As criangas que actual mente se encontram em idade escolar ter o entre 10 a 14 empregos quando chegarem aos 38 anos Segundo Richard Riley Secre tario de Estado da Educac o em 2004 nao existiam as empresas que em 2010 criaram mais postos de trabalho As pessoas que agora t m 21 anos j viram 20 000 horas de televis o j jogaram 10 000 horas de jogos de v deo j falaram 10 000
360. investimentos turismo e o crescimento futuro da cidade Hist rico torna se uma estrat gia de de senvolvimento de reutiliza o adaptativa para a ind stria do patrim nio Original ou individualmente diferente torna se no canto da sereia dos bairros na moda e dos distritos dos artistas que atraem visitantes s suas boutiques caf s e bares O resultado ent o uma reprodu o e pa droniza o das culturas urbanas aut nticas volta do mundo que reflectem tanto uma cultura material antiga abandonada pela in d stria na sua expans o global e uma nova cultura material de consumo cultural trans nacional criadas na sua continuidade Te mos apenas de olhar para a velha cervejaria Carlsbad no bairro Vesterbro de Copenhaga que se tornou a principal atrac o de uma rea recentemente na moda e compar la com a velha refinaria de a car Domino beira mar em Williamsburg uma incrivel mente semelhante estrutura industrial antiga 110 m Os novos desafios da vida urbana numa area na moda de Brooklyn Ao redor de cada fabrica velha encontramos um bair ro de classe trabalhadora e um crescente complexo de galerias de arte restaurantes lojas e diversidade multicultural na rua em bora poucos imigrantes continuem a viver no bairro A autenticidade tornou se mais do que terrenos no recurso renovavel de uma cidade e na sua t bua de salva o para o futuro A cidade e a comunidade sob o olhar
361. ior surge duma nova abordagem que abrange nas suas coorde nadas de espa o e tempo o significado do educativo A contribui o do debate sobre a Cidade Educadora um vivo exemplo deste novo paradigma No Quadro 2 sintetizam se as mudan as fundamentais na concep o de educa o que abrange este paradigma Quadro 2 Mudan as na concep o da Educa o Concep o Tradicional Educa o Educa o escola espa o Educa o de crian as e jovens tempo limitado Nova Concep o Educa es Educa es j que tudo educa espa os Educa o ao longo da vida tempo ilimitado Dist ncia Proximidade Sectorializa o Transversalidade Modelo top down Participa o Centraliza o Territorializa o Fonte Elabora o pr pria a partir de DIBA IGOP 2006 Els Projectes Educatius de Ciutat Analisi de experi ncia acumulada i Nova proposta metodol gica Diputaci de Barcelona Col Guies Metodol gi ques 7 p 16 Estas transforma es chegam ao ponto de p r em quest o a pr pria pertin ncia da categorizac o tradicional das diferentes for mas de educac o educac o formal n o formal e informal Por exemplo na ltima actualizac o da Carta Novembro de 2004 observa se a dimens o de dita reelaborac o conceitual O objectivo constante da cidade ser o de aprender intercambiar partilhar e por consequ ncia enriquecer a vida dos seus habitantes A cidade edu
362. irmos ci dade educadora que come ou a gatinhar em Gotemburgo neste clima laborioso de cidade profundamente afectada pelo traba lho intermin vel de ifelong learning a favor da forma o do homem em sintonia com o seu trabalho o seu lazer a sua personalida de Bolonha oferece nos a possibilidade de abrirmos os horizontes da Cidade Educado ra de renovar a Cidade Educadora a partir do seu trabalho entre novas e velhas culturas entre cultura estabelecida e cultura transmi tida com os seus problemas confian a e as suas poss veis e maravilhosas solu es Mas n o nos precipitemos Fiquemo nos agora por aqui Acrescentaremos as novas perspectivas Carta das Cidades Educado ras mais tarde Entretanto a nossa organi za o d in cio sua actividade como j foi referido uma organiza o formada por cidades administradas por rg os eleitos democraticamente Mas uma cidade com posta por cidad os por isso fazemos esta comunica o hoje para que todos voc s se assim o desejarem levem a tocha supera dora de Babel da Cidade Educadora para a vossa cidade e que essa tocha se transforme em decis es tomadas com toda a responsa bilidade Pelas cidades unidas por estes objectivos esperamos Formaci n Permanente en Ciudades Educadoras II Congresso de Cida des Educadoras Gotemburgo Su cia No vembro de 1992 p g 93 97 A proposta da cria o da Associa o Inter nacional d
363. is e institucionaliz los Fiquei bastante irritado e debatemos caloro samente sob uma enorme nuvem do fumo dos cigarros Fal vamos os dois ao mesmo tempo e conclu mais tarde consultando as minhas notas Rico tivera algum prazer em provocar me Rico sabe perfeitamente que o seu conservadorismo cultural apenas isso uma comunidade simb lica idealiza da Na verdade n o espera que as crian as sejam mesmo postas em orfanatos Teve se guramente muito pouco contacto com o tipo de conservadorismo que preserva o passado por exemplo os seus compatriotas t m no tratado de cada vez que muda o seu local de resid ncia como se a sua vida come as se nessa altura remetendo o passado ao es quecimento O conservadorismo cultural de que se diz adepto um sinal da coer ncia que falta na sua pr pria vida E no que respeita fam lia os seus valores n o s o apenas uma quest o de nostalgia Na verdade Rico detesta a experi ncia real da autoridade parental r gida como aque la que ele pr prio sofreu com Enrico N o regressaria ao modelo do tempo linear que governava a vida de Enrico e Fl via mesmo que pudesse Olhou para mim com um cer to desprezo quando lhe contei que como professor universit rio tenho emprego para o resto da vida V a incerteza e o risco como desafios profissionais como consultor aprendeu a ser um jogador numa equipa es pecializada Mas estas formas de trabalho flex vel n o ti v
364. is lhes oferecem chega se conclus o que essas pol ticas pre tendem aumentar as rela es informais e en treter enquanto o tempo n o passa A maior parte dos programas e iniciativas que as institui es p blicas e privadas ofe recem actualmente aos idosos procuram a vincula o dos idosos a uma determinada comunidade ou organiza o seja eclesi s tica ou laica Sem menosprezar de modo algum este tipo de pr ticas o risco do voluntariado como salienta Richard Sennett reduzir a utilidade a um hobby O servi o volunt rio uma pr ti ca valiosa que conv m fomentar No entanto necess rio conferir estatuto profissionalis mo aos idosos que realizam um trabalho til O selo de garantia que distingue a sua utilida de o seu reconhecimento p blico Os sectores p blico estatal regional e local t m uma grande capacidade de profissiona lismo ou utilidade o que se ganha quando se reconhece um sal rio s pessoas no am biente familiar que cuidam de uma pessoa dependente O mesmo deve acontecer com os idosos que est o encarregues de cuidar dos netos bem como outro tipo de activida des teis que possam desenvolver mas que actualmente n o t m esse reconhecimento Se os governos recompensarem essas tare fas os idosos que as desempenham n o cai r o no esquecimento 6 Os idosos e as cidades educadoras As cidades desempenham um papel es sencial nesta nova cultura em rela o aos ido
365. ita sobre a forma o das elites Enquan to que numa sociedade democr tica a dis tin o entre os membros das elites dirigentes e o resto da cidadania uma distin o di n mica a responsabilidade pelas decis es muito maior naqueles que dirigem reas mais sens veis do ponto de vista das conse qu ncias das suas decis es os cientistas os l deres pol ticos os l deres empres rios Por ltimo estas decis es j n o se podem li mitar espacialmente ao mbito do territ rio local ou nacional A responsabilidade assu mir de igual forma uma dimens o interna cional e ao n vel do g nero humano Como toda fase crucial da hist ria abre sempre a op o da incerteza ou a esperan a Governan a e educa o Joan Subirats Joan Subirats doutorado em Ci ncias da Economia professor catedr tico de Ci ncia Pol tica e director do Instituto de Gover no e Pol ticas P blicas na Universidade Aut noma de Barcelona Foi professor convidado nas universidades de Roma La Sapienza Berkeley California e Georgetown editor da Revista Espafiola de Ciencia Pol tica e faz parte do conselho editorial de diversas revistas e centros de investiga o Especialista em temas da governan a administra o p blica e na an lise de pol ticas p blicas e da exclus o social tem se dedica do tamb m ao estudo dos problemas da inova o democr tica e da sociedade civil E colaborador habitual do jornal E Pa s e no
366. itas vezes adiado espalhados pelo infinito da Internet que nos pr ximo os textos preservados nas nossas bibliotecas aglomerados em torno do que Henry James chamou de inten o geral que muitas ve zes escapa aos leitores o fio onde as p ro las foram colocadas o tesouro enterrado o desenho do tapete Cada biblioteca como Dewey descobriu deve ter uma ordem e nem toda a ordem querida ou logicamente estruturada Existem bibliotecas que devem a sua cria o a demonstra es de gosto a ofertas casuais e encontros a sonhos e de sejos E ainda assim todas as bibliotecas apesar de dependentes do acaso ou r gidas t m em comum a expl cita vontade de dar conc rdia ao nosso conhecimento e ima gina o para reunir num s lugar a nossa experi ncia indirecta do mundo e excluir muitas experi ncias dos outros leitores atra v s de parcim nia da ignor ncia da inca pacidade ou medo E aqui gostaria de fazer uma pausa e consi derar estas qualidades aparentemente con tradit rias de uma biblioteca T o constante e de t o longo alcance s o essas tentativas de inclus o e exclus o que t m os seus em blemas liter rios distintos dois monumentos que pode se dizer representam tudo o que somos O primeiro erguido para alcan ar os c us inacess veis proveio do nosso desejo de conquistar o espa o um desejo punido pela pluralidade de l nguas que ainda hoje coloca obst culos di rios contra as nossas
367. ito particular de controlo de rendas promulgada quase h seis d ca das atr s uma grande parte dos mais antigos bairros da cidade tornaram se decr pitos A mesma legisla o no entanto impede o des pejo de inquilinos a longo prazo que pagam rendas com taxas determinadas nos anos 40 e tem portanto efectivamente impedido a requalifica o desses bairros Embora os construtores e os pol ticos te nham encontrado recentemente maneiras de subverter todas essas regulamenta es e derrubar uma s rie de edificios do s culo XIX e do in cio do s culo XX a condi o destes bairros tamb m tem dado origem a um vigoroso debate sobre a quest o da pre serva o Como primeiros exemplos de ten tativas arquitect nicas nativas populistas e aut nticas numa cidade colonial estes bair ros t m sido o lar de gera es de naturais de Bombaim com profundas liga es hist ricas e ra zes na cidade No entanto esses cidad os hoje s o apanhados numa situa o paradoxal de ocupar algumas das proprie dades mais caras do mundo mais pr ximo ao distrito empresarial central da cidade ao mesmo tempo encontrando se rapidamente marginalizados no processo ambicioso de requalifica o do antigo porto e de trans forma o da cidade num centro de servi os global Neste contexto a quantidade de pr ticas 198 m Educa o o presente o futuro de conserva o a que o arquitecto de Bom baim Mustansir Dalvi se referiu
368. iversal aos servi os p blicos b sicos para avan ar para a realiza o dos Objectivos do Mil nio para o Desenvolvimento Todavia frequente que os governos locais recebam novas compet ncias sem que lhes sejam transferidos os recursos correspon dentes Isso conjuntamente com a pobreza dos meios de que disp em em in meros pa ises em via de desenvolvimento afecta con sideravelmente a capacidade dos governos locais a assegurar as suas responsabilidades e a responder necessidades da sociedade civil Esta falta de meios fragiliza de maneira determinante as pol ticas visando a limitar ou a prevenir os conflitos E quando estes se produzem s o as cidades e suas popula es que s o as primeiras v timas da guerra ou da viol ncia terrorista Em conclus o Inexoravelmente os governos locais s o levados a partilhar cada vez mais as res ponsabilidades com os governos nacionais para atender os grandes desafios do mundo contempor neo Os Estados aproveitam se igualmente deste compromisso crescente dos governos locais Mas a ser necess rio permitir a estes ltimos assumir um pa pel mais activo na elabora o bem como na execu o dos acordos internacionais nas reas relacionadas com as compet ncias dos governos locais A hist ria da articula o pol tica das auto ridades locais e da sua inser o no sistema das Na es Unidas ainda recente As Na A voz dos governos locais na governa o mundial m
369. iversidades como profes sor convidado nomeadamente em Austin Duke Nova lorque Satnford Barcelona Buenos Aires e S o Paulo Canclini recebeu a bolsa Guggenheim e tem sido agraciado com diversos pr mios internacionais como o Book Award da Associa o para os Es tudos da Am rica Latina pela sua obra Culturas h bridas 2002 considerado o melhor livro sobre a Am rica Latina Canclini tem vasta obra publicada sobre os temas da globaliza o hibridiza o cultural e das transforma es da p s modernidade Ultimamente tem se dedicado ao estudo das rela es est tica antropologia A sua obra Diferentes desiguales y desconectados mapas de la interculturalidad editada em 2004 uma reflex o te rica sobre estes tr s conceitos considerados pelo autor como conceitos chave para a compreens o do mundo actual Os traba lhos de Garc a Canclini est o traduzidos em ingl s franc s italia no e portugu s O autor uma refer ncia para os Estudos Culturais Comunicac es conhecimento e cidade um debate intercultural A cidade comunicacional As cidades sobretudo as grandes cidades sao sistemas espaciais e redes de comunica c o Uma cidade habita se e faz se circular e ambos os modos de a ocupar complemen tam se movimentar se para trabalhar e con sumir supostamente uma maneira de a usar Portanto a cidade forma os seus habi tantes pelos procedimentos em que organiza a ocupa o do espa o e pelas o
370. iverso encontrava o seu reflexo formulado Como 186 m Educa o o presente o futuro medida adicional para realizar a sua ambi o o rei Ptolomeu decretou que todos os livros que chegassem ao porto de Alexandria deveriam ser apreendidos e copiados com a promessa solene de que o original seria devolvido como tantas promessas reais so lenes esta n o foi sempre mantida e muitas vezes era a c pia que era entregue de volta Devido a esta medida desp tica os livros reunidos na Biblioteca ficaram conhecidos como a colec o dos navios enfurecedor n o conseguir dizer qual era o aspecto da Biblioteca de Alexandria Com orgulho compreens vel cada um de seus cronistas todos aqueles cujo testemunho chegou at n s parece ter pensado que a sua descri o era sup rflua O ge grafo gre go Estrab o um contempor neo de Diodo ro descreveu a cidade de Alexandria em detalhes mas misteriosamente n o men ciona a Biblioteca Que necessidade teria eu de falar sobre ela j que est impereci velmente gravada na mem ria de todos os homens escreveu Ateneu de Naucratis apenas um s culo e meio depois da sua des trui o A Biblioteca que ambicionava ser O armaz m para a mem ria do mundo n o foi capaz de garantir para n s a lembran a de si mesma Tudo o que sabemos dela tudo o que resta da sua vastid o dos seus m r mores e dos seus pergaminhos s o as suas v rias raz es de existir Uma
371. ivos Regulamento da Participa o Cidad Programa de Subven es para colectivos cidad os Rede de Centros C vicos 10 em cada cidade Rede de instala es desportivas Rede de bibliotecas Rede de centros de servi os sociais Centro de Educa o Rodovi ria Parque La Ciudad de los Ni os Jardim Zool gico de C rdoba Instalag es infantis em todos os parques e pracas da cidade Museus Julio Romero de Torres Alc zar de los Reyes Cristianos e Museu Arqueol gico 304 m Cidades educadoras 20 anos O COMPROMISSO DA CIDADE Cap 2 da Carta das Cidades Educadoras Artigo 11 um equilibrio com o ambiente natural o direito a um ambiente sadio Artigo 12 O projecto educador explicito e implicito na es trutura e no governo da cidade os valores que esta encoraja a qualidade de vida que oferece as manifestag es que organiza as campanhas e os projectos de todos os tipos que prepara dever o ser objecto de reflex o e de participa o Artigo 14 A cidade dever procurar que todas as fam lias recebam uma forma o que lhes permitir ajudar os seus filhos a crescer Artigo 15 A cidade dever oferecer aos seus habitantes a possibilidade de ocuparem um lugar na sociedade Artigo 16 As cidades dever o estar conscientes dos meca nismos de exclus o e marginaliza o que as afectam Artigo 17 preciso igualmente encorajar a
372. ixas ou mesmo de escrit rios edif cios que est o perto tanto das empresas financei ras e dos meios de comunica o que com pram trabalhos criativos muitas vezes numa base freelancer como lojas de pre os baixos bares e restaurantes cujas etnias e culturas da classe trabalhadora fornecem uma diver sidade de materiais de base e um sentimento de autenticidade Do ponto de vista dos jo vens trabalhadores culturais compartilhan do as ruas com os imigrantes e trabalhadores ajudam a criar uma Nova Bo mia de energia criativa Tamb m reproduz o nervosismo dos encontros inesperados com estranhos na ci dade tradicional e Estranhamento produ o cultural nova que prospera nos limites recortados do desenvolvimento desigual em reas que ainda n o foram higienizadas ou transformadas imagem da Disney 19 Sharon Zukin Viver em Lofts Cultura e Mudan a na Capital Urbana 2 ed New Brunswick NJ Universidade de Rutgers Press 1989 Richard Lloyd Nova Bo mia Arte e Com rcio na cidade p s industrial New York Routledge 2006 Indergaard Michael Silicon Alley A Ascens o e Queda de um Novo Bairro de Meios de Comunica o New York Routledge 2004 Quer sejam subsidiados ou espont neos os grupos de produtores criativos t m uma im portante fun o econ mica Eles ajudam a formar redes que relacionam criativos em sinergias teis e colabora es e tamb m os tornam vis veis e dispon veis para poten
373. jovens Contudo os dados esta t sticos mostram o contr rio A m dia da produtividade e assiduidade no trabalho dos funcion rios com mais de 60 anos mais ele vada do que a dos grupos de trabalhadores mais jovens E a perda de certas capacidades relacionadas com a rapidez de reflexos em determinadas actividades compensada por uma maior experi ncia e capacidade Durante muitos anos os cientistas acre ditaram que as nossas fun es mentais se deterioram irreversivelmente com a idade N o obstante investiga es mais recentes da neuroci ncia moderna revelam o con tr rio Neurologistas como Elkhonon Gol dberg Wisdom Paradox How your mind can grow stronger as your brain grows older ensinam nos que as estruturas do c rebro sofrem mudan as ao longo da vida crian do novos neur nios adquirindo e armaze nando dados bem como refor ando as vias neuronais A condi o para que tudo isto aconte a a de que n o haja uma quebra de motiva o e do v nculo da pessoa com a vida activa Contudo surpreendente a pobreza dos programas e iniciativas educativas e cultu rais orientados para os idosos Esta nova rea lidade constitu da pela presen a dos idosos desconhecida pelas institui es educativas e culturais A maior parte das grandes ins titui es educativas e culturais n o encara os idosos como uma parte da popula o suscept vel de ser identificado como um co lectivo ao qual se pode dirigir oferta
374. l Foi apenas mais di f cil mais arriscado e mais caro a saber me nos popular For ado a combater possibi lidades incr veis contra o qual se encontra de p parece improv vel que seja o curso da ac o tomada pela maioria estat stica de homens e mulheres contempor neos e de uma maioria estat stica das suas situa es de vida Lidar com a heterogeneidade migra es altera es demogr ficas e consequ ncias culturais Blair A Ruble Nascido em Nova lorque Blair A Ruble actualmente director do Instituto Kennan do Wilson Center em Washington onde exerce tam b m o cargo de director do Programa de Estudos Urbanos Comparati vos Licenciou se 1971 com distin o m xima em Ci ncia Pol tica em Chapel Hill Universidade da Carolina do Norte e obteve os graus de mestre e doutor pela Universidade de Toronto 1973 1977 B A Ruble trabalhou no Conselho Nacional de Investiga o em Estudos Sovi ticos e da Europa de Leste entre 1982 e 1985 e no Conselho de Ci ncias Sociais e Investiga o em Nova lorque en tre 1985 e 1989 Tem vasta obra publicada destacam se os estudos monogr ficos e uma trilogia sobre o destino das cidades das prov ncias russas ao longo do s culo XX Leningrado Shaping a soviet city 1990 Money sings The Changing Politics of Urban Space in Post Soviet Yaroslavl 1995 Second Metropolis Pragmatic Pluralism in Gil ded Age Chicago Silver Age Mosco
375. licou A sociedade de hoje est cada vez mais atomizada Vivemos de forma muito mais individual em compara o com o passado e cada vez mais condicionadas pelos pro dutos de massa que procedem de mundos diversos Estamos a perder a nossa pr pria identidade de forma inexor vel A comunidade n o se forma mas desagrega com o individualis mo necess rio e constitui uma exig ncia profunda reconstruir dentro do poss vel uma s rie de mecanismos comunit rios que podem ter como base exclusivamente co 284 m Cidades educadoras 20 anos nhecer e partilhar a realidade assim como os objectivos grandes e pequenos propostos a cada ocasi o pela maioria dos cidad os O car cter militante da formulag o do tema central do Congresso poss vel outra cida de concordava plenamente com os objecti vos a que se prop s atingir No mbito deste Congresso apresentou se a actualiza o da Carta das Cidades Educa doras fruto de um processo participativo no qual se convidou as cidades associadas a realizarem as suas contribui es Esta ac tualiza o correspondia necessidade de adaptar a Carta s mudan as urbanas edu cativas e sociais que as cidades sofrem mas mantendo o esp rito inicial da Declara o de Barcelona A nova Carta est organizada num pre mbu lo e tr s sec es O Direito a uma Cidade Educadora O Compromisso da Cidade e Ao Servi o Integral das Pessoas Novos t
376. loba liza o dos processos econ micos e sociais a fim de poderem intervir a partir do mundo local na complexidade mundial manten do a sua autonomia face a uma informa o transbordante e controlada por certos cen tros de poder econ mico e pol tico Por outro lado as crian as e os jovens n o s o mais protagonistas passivos da vida social e por consequ ncia da cidade A Conven o das Na es Unidas de 20 de Novembro de 1989 que desenvolve e considera cons trangedores os princ pios da Declara o Uni versal de 1959 tornou os cidad os e cidad s de pleno direito ao outorgar lhes direitos civis e pol ticos Podem associar se e participar em fun o do seu grau de maturidade A protec o das crian as e jovens na cida de n o consiste somente no privilegiar a sua condi o preciso cada vez mais encon trar o lugar que na realidade lhes cabe ao lado dos adultos que possuem como cidad a satisfa o que deve presidir coexist ncia entre gera es No in cio do s culo XXI as crian as e os adultos parecem necessitar de uma educa o ao longo da vida de uma for ma o sempre renovada A cidadania global vai se configurando sem que exista ainda um espa o global demo cr tico sem que numerosos pa ses tenham atingido uma democracia eficaz respeita dora dos seus verdadeiros padr es sociais e culturais e sem que as democracias de longa tradi o se possam sentir satisfeitas com a qual
377. lobal e tudo est sempre co nectado Relacionam se a todas as horas e com normalidade com pessoas de diferen tes pa ses e em diferentes situag es Contudo foi Marc Prensky que utilizou pela primeira vez os conceitos de nativos digitais e imigrantes digitais num artigo publicado em 2001 e que em trabalhos pos teriores foi identificando as reas que os nativos digitais desenvolvem de maneira diferentes dos imigrantes digitais e Comunicam de maneira diferente N o gostam do correio electr nico porque ass n crono e preferem as mensagens instant neas e os SMS reconhecem os interlocutores por nicknames e n o d o valor ao nome real inventam uma linguagem paralela utilizam emoticons para expressar sensa es 5 Presumer http pt wikipedia org wiki Prosumer Cluetrain Manifesto http www cluetrain com book 7 Marc Prensky http www marcprensky com writing 8 Marc Prensky 2001 Digital natives digital immigrants http www marcprensky com writing Prensky 20 20Digital 20Natives 20Digital 20 Immigrants 20 20Part1 pdf 2 Marc Prensky 2004 The Emerging Online Life of the Digital Native What they do differently because of te chnology and how they do it http Avww marcprensky com writing Prensky The Emerging Online Life of the Digital Native 03 pdf Os novos desafios da vida urbana a redefini o do conceito de comunidade na era da Inter
378. locais na governa o mundial Elisabeth Gateau 13 17 23 35 43 51 63 77 85 95 123 133 2 Educa o o presente o futuro Comunica es conhecimento e cidade um debate intercultural un ist 155 N stor Garcia Canclini ea IS Richard a A biblioteca como cidade estado e 181 Alberto Manguel A cidade como arquivo transforma es urbanas contempor neas e as possibilidades da politica u en een 193 Vyjayanthi Rao Escolarizar e ou educar na cidade em mudan a ceia 205 Maxine Greene A cidade e os seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis 213 Jaqueline Moll Educacao e sociedade justa spasianesr amamenta a eignen 22D Juan Carlos Tedesco Governan a e educa o id id iia 239 Joan Subirats A educa o permanente uma op o pol tica E E iii A AO Entrevista a Philippe Meirieu por Joan Manuel del Pozo 3 Cidades educadoras 20 anos Cidades Educadoras Congressos Internacionais 263 Eulalia Bosh e Secretariado da AICE Testemunhos Belo Horizonte cidade que educal u nennen 295 Um distrito educador em Budapeste i recreio 299 C rdoba Cidade Educadora una nui n ee 303 As coisas s o assim em Dakar air 30 A dimens o educativa das pol ticas do governo siete em Genova E ETT 307 Em que medida Lom capital da Rep blica de Togo na frica Ocide
379. lona Anagrama 2006 228 m Educa o o presente o futuro zo acaba com a possibilidade de construir la os de confian a compromisso m tuo e de coes o Por exemplo nas empresas os empregados sabem que existe a possibili dade de haver fus es deslocaliza es ou transforma es que os pode deixar fora sem haver qualquer compromisso por parte dos empres rios Hoje aconselh vel trabalhar fora das empresas e como refere Sennet o desapego e a coopera o superficial s o muito mais funcionais do que a lealdade e o servi o D se mais valor capacidade de mudar do que experiencia e a pr tica do consumo expande se a todas as dimens es da vida social e pessoal e n o apenas s mercadorias Quando este comportamento abrange ou tras reas da vida social como a fam lia ou o mbito de desempenho pol tico cidad o as tens es e contradi es s o muito signi ficativas A fam lia requer compromissos e lealdades de m dio e longo prazo que ma nifestem a solidariedade intergeracional O desempenho da cidadania tamb m exige cada vez mais um grande sentido de res ponsabilidade e solidariedade colectiva que obriga a tomar decis es que requerem uma vis o de futuro Tamb m representa graves problemas para a educa o institucionali zada cuja raz o de ser tem sido sempre a transmiss o do patrim nio cultural da socie dade e a prepara o para um determinado projecto de futuro Visto assim
380. ltura Contempor nea 1998 Com respeito ao fecundo conceito de espa o p blico Jordi Borja assinala a rela o existente entre a sua configura o f sica e o exerc cio de cidadania entendida como o estatuto que permite exercer um conjunto de direitos e deveres c vicos pol ticos e so ciais a qualidade do espa o p blico pode r ser avaliada sobretudo pela qualidade das rela es sociais que facilita pela sua for a capaz de misturar grupos e comportamentos e pela aptid o para estimular a identifica o simb lica a express o e a integra o cultu rais Recentemente Bauman voltou a insis tir na transcend ncia do espa o f sico da ci dade com aquela capacidade misturante condenando a pol tica urbana de homoge neizar os bairros e depois reduzir ao m nimo inevit vel todo o com rcio e comunica o entre eles f rmula infal vel para avivar e intensificar o desejo de excluir e segregar A fus o que requer o entendimento m tuo s pode provir da experi ncia partilha da e partilhar a experi ncia inconceb vel se antes n o se partilhar o espaco De entre os progressos que muitos movi mentos de cidad os implementaram junto dos seus governos destacam se a revalo riza o do ambiente urbano a qualidade de vida nos bairros ou a cria o de novas centralidades urbanas Assim melhora se a cidadania democr tica a concerta o e participa o em planos e projectos e co
381. lugar ent o su giro que essas formas m veis de densidade recentemente criadas possam ter se posicio nado como uma forma de arquivo A nova cidade estando a acontecer pode ser lida como um arquivo e as lutas da pol tica urbana podem ser reposicionadas mais na zona de antecipa o do que na zona de nostalgia A pedagogia urbana Esta cidade como arquivo que inclui a re constitui o da densidade urbana como um factor chave pode fornecer um contraponto importante para a compreens o de como as rela es emergentes dentro na nova cidade est o a ser entendidas Ao fornecer um meio de registar e incluir a fluidez da informalida de urbana como informa o vital a cidade como arquivo fornece uma lente para o que est a emergir ao mesmo tempo que indi ca formas hist ricas Sugeri anteriormente 202 m Educa o o presente o futuro que ao inv s de destacar a capacidade do arquivo para representar um passado com exactidao usamos a nogao de arquivo como uma forma de navegar os vazios do presen te como uma pr tica de interven o e lei tura dos tecidos urbanos criados por esses vazios n o para a leitura do tecido urbano como uma manta de retalhos ou um palimp sesto de formas hist ricas conservados no arquivo Estes vazios do presente s o cria dos n o s pela destrui o ambiental ca tastrofes ou actos de terror direccionados a um alvo mas tamb m pelas transforma es do quotidiano do espa
382. m Temos de distinguir sempre o acto po tico da mentira pois podem confundir se A menti ra requer muita energia para ressoar N o harmoniosa com o ambiente enquanto o acto po tico o e est em harmonia com as verdades da natureza humana e por isso ressoa E como ressoa Tem um eco que dura para sempre E essa a import ncia da arte ou seja a import ncia da representa o que constitui o cora o da arte A lembran a do acto po tico o que faz de n s o que somos Las Artes y las Humanidades como agentes de cambio social IV Congresso In ternacional das Cidades Educadoras Chica go EUA Setembro de 1996 p g 7 Em Chicago o Congresso das Cidades Edu cadoras uma estrutura j consolidada alar gou mais uma vez o seu espectro acrescen tando exposi es de arte apresenta es de experi ncias e confer ncias Assim os per odos entre os congressos tinham um registo muito amplo no qual as cidades dispunham de exemplos suficientes para planear projec tos espec ficos que mais tarde poderiam ser compartilhados internacionalmente atrav s do Banco de Documentos e de forma pre sencial nos congressos organizados a cada dois anos O s culo XX terminou para a Associa o Internacional de Cidades Educadoras na cidade de Jerusal m sede do V Congresso que teve lugar no m s de Mar o de 1999 O tema foi Transportar o legado e a hist ria para o futuro Tal como em Chicago a ele
383. m mais informac es do que um homem mais primorosamente edu cado da Renascenca encontrou no decurso de sua vida inteira e dado que o volume de informa es criadas nos ltimos 30 anos ul trapassou o volume produzido nos anterio res quinze mil anos de hist ria humana a informa o e o conhecimento t m os seus caminhos separados e a diferen a entre eles parece estar a aumentar sem parar Entre os factores maioritariamente anti gora desde que destrutor de comunica o dois outros fen menos talvez actualmente po dem manter o estado de medo de invas o da gora vivo segredos de Estado e mentira pol tica ambos est o em r pido crescimen to tanto em volume como em frequ ncia de implanta o e discutivelmente no seu im pacto sobre a efic cia do debate pol tico Segredos que j foram mostrados por Georg Simmel como sendo avidamente procurados por todos os lados num conflito para que um dos lados possa obter mais do que um advers rio privado do acesso aos factores potencialmente significativos da situa o e portanto obrigado a tactear no escuro onde e quando o outro lado se pode mover com confian a Al m disso a pr pria cons ci ncia ou apenas uma mera suspeita que o outro lado tem algumas partes desco nhecidas e n o defin veis da cena escura gera uma atmosfera de incerteza e pode em consequ ncia consumir profundamente a auto confian a e a determina o dos seus potenciais detracto
384. m pleno resultado justifi cados por falsos medos de terrorismos que frequentemente s o promovidos pelos go vernos e quando o n o s o precisam de outras formas de resposta Novamente s o os habitantes das cidades os que suportam a pior parte destes ataques intimidade e privacidade Competitividade e coopera o Justi a e paz m 89 4 A pacifica o poss vel duvidoso que as guerras tenham tido al gum sentido ao longo da hist ria mas evidente que agora t m menos sentido que nunca Em pocas de economias eminente mente agr rias submetidas s conting ncias dos fen menos naturais podia em algumas pocas tornar se imposs vel a sobreviv n cia das pessoas e ainda que n o justific vel podia ser pelo menos compreens vel a vontade de atacar o vizinho para desta for ma aceder aos bens que escasseavam Ac tualmente apesar dos milh es de pessoas esfomeadas existem recursos mais do que suficientes para satisfazer as necessidades b sicas dos habitantes da Terra E quando de forma local e circunstancial se produzem alguns deficits estes s o perfeitamente supe r veis com os actuais sistemas de comunica o os meios de transporte conhecimentos cient ficos e t cnicas existentes dispon veis A partir daqui a guerra n o outra coisa se n o o ego smo em grau superlativo e a com petitividade levada ao seu m ximo extremo Ainda assim as guerras existem e quando se analisam as
385. m profiss es diferentes de idades tamb m diferentes possam conhecer se e enriquecer se reci procamente de uma forma s ria profunda para criarem novas solidariedades atrav s da forma o Temos de ser capazes de p r em contacto pessoas com compet ncias e dis pon veis para aqueles que teriam necessida des delas Temos de ser capazes de suscitar encontros mesmo improv veis em mat ria de inter forma o sem d vida uma das miss es mais importantes das cidades edu cadoras contribuir para desenvolver a for ma o atrav s da troca entre os cidad os J M P Gostaria de introduzir outras no es as do esp rito cooperativo e da solidariedade no es que t m um valor altamente sig nificativo do ponto de vista democr tico Elas conduzem exclus o do paternalismo e consistem na procura da igualdade na aprendizagem e na troca Neste esp ri to os trabalhadores que s o convidados a seguir uma forma o n o deveriam nunca conhecer o risco de perda de emprego A forma o deveria garantir lhes encontrar ou tro lugar em fun o das novas compet ncias adquiridas 258 m Educa o o presente o futuro PM Aqui est ainda um dos grandes desafios da forma o cont nua permitir a mobilidade das pessoas no espa o econ mico e social As sociedades humanas afectam demasiadas vezes na verdade os indiv duos em lugares definitivos As sociedades desumanas elas encerram nos nesses lugares
386. m sentido restri to para a educa o em sentido amplo evidente que esta mudan a de perspectiva sup e algo mais do que uma simples modifi ca o nominal por exemplo na designa o de reas institucionais ou governamentais chamadas agora de educa o e anterior mente de ensino Poderia fazer se aqui refer ncia prolifera o da oferta de for ma o cont nua desenvolvida nos ltimos anos ou ao grande aumento do n mero de alunos inscritos em programas de mestrado p s gradua o e cursos de especializa o Poderia falar se igualmente da adapta o cada vez mais necess ria dos programas e cursos que fazem parte da genericamente denominada educa o de pessoas adul tas Em suma o processo educativo amplia se num sentido longitudinal a forma o cada vez mais necess ria ao longo da vida Contudo conveniente que signifique ao mesmo tempo a transcend ncia duma am plia o diferente duma nova vis o que po der amos entender como produzida igual mente em sentido transversal Todavia em termos gen ricos acredita se que a educa o algo que vai mais al m da escola algo mais do que aquilo que produzido num contexto de ensino aprendizagem formal e regularizado com objectivos pedag gicos e curriculares em sequ ncia para a aquisi o de t tulos oficialmente reconhecidos Em re sumo o mbito actual situa nos perante to das aquelas aprendizagens conte dos habi
387. ma o destinados aos educadores em geral e aos indiv duos parti culares ou pessoal pertencente aos servicos p blicos que interv m na cidade sem es tarem conscientes das func es educadoras Atender igualmente para que os corpos de seguran a e protec o civil que dependem directamente do munic pio ajam em con formidade com estes projectos 15 A cidade devera oferecer aos seus habitan tes a possibilidade de ocuparem um lugar na sociedade dar lhes os conselhos necess rios sua orienta o pessoal e profissional e tornar poss vel a sua participa o em actividades sociais No dom nio espec fico das rela es escola trabalho preciso as sinalar a rela o estreita que se dever esta belecer entre o planeamento educativo e as necessidades do mercado de trabalho Para este efeito as cidades dever o definir estrat gias de forma o que tenham em conta a procura social e colaborar com as organiza es sindicais e empresas na cria o de postos de trabalho e de actividades Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 291 formativas de car cter formal e n o formal sempre ao longo da vida le As cidades dever o estar conscientes dos mecanismos de exclus o e marginalizag o que as afectam e as modalidades que eles apresentam assim como desenvolver as poli ticas de acc o afirmativa necess rias Deve rao em particular ocupar se dos rec m che gados imigrantes ou refugiad
388. ma pris o Actualmente em Fran a suprimimos de for ma maci a todas as ajudas associa es em particular s associa es que tratam de jovens delinquentes para investir este di nheiro na constru o de centros educativos fechados que s o pris es para adolescen tes uma escolha mas uma escolha que acarreta muitos problemas J M P Existe algum lugar para uma educag o hu manista e progressista Sabemos que a fi losofia grega associa o humanismo ao eli tismo os homens verdadeiramente cultos nao podem ser muitos Muita gente pensa ainda que porque se fala bem porque se culto se elitista Quando se diz por exem plo que os nossos alunos devem falar bem alguns dizem que fazemos um programa humanista elitista Pela minha parte penso que uma das grandes finalidades da vida conhecer reconhecer e desfrutar a beleza qual infelizmente muita gente n o teve acesso Penso que este aspecto deveria ser incorporado na forma o ao longo da vida que dever amos todos conhecer melhor as diferentes formas de express o art stica e utiliz las na nossa vida PM N o estou absolutamente de acordo com a ideia sobre a qual a exig ncia da cultura seria intrinsecamente elitista uma antiga 260 m Educa o o presente o futuro cren a que postula que se a cultura difun dida democratizada ela dissolve se e torna se mediocre Como se o pequeno n mero de eleitos garantis
389. menta o necess ria e colocamo los em situa es de precariedade laboral e social n o lhes da mos a plenitude de direitos como cidad os e permitimos o seu mau trato e a sua descri mina o necess rio corrigir todos estes mal enten didos e estar conscientes de que as migra es s o um facto t o antigo como a pr pria humanidade que sempre se moveu fugindo da fome e da guerra preciso entender que para as sociedades envelhecidas como as europeias a imigra o um man de juven tude e de for a de trabalho ainda que n o seja por isso que devemos receb los mas porque t m todo o direito Em ltima inst n cia preciso entender que contrariamente ao choque cultural de que tanto se fala as migra es est o na origem dos nossos h bitos costumes riqueza art stica e patrim nios liter rios N o obstante preciso reconhecer que as m tuas inter rela es nem sempre se produ ziram da mesma maneira Algumas vezes os processos de enriquecimento e de os mose respectiva funcionaram bastante bem enguanto noutras circunst ncias se deram confrontos cria o de guetos e at situa es de domina o de uns sobre os outros Na nossa realidade trata se mais de descrimina es sociais que tnicas Assim por exem plo quando nos inteiramos dos dist rbios nas banlieues francesas devemos pensar sobre tudo num protesto pela quebra da promo o social resultante das pol ticas labo
390. mente ambos os limites portanto se parando a gora do dom nio do privado de um lado e do dom nio do p blico por ou tro s o marcados por dois sentidos de tr fe go pesado Ocasionalmente no entanto o tr fego atrav s de um ou outro limite pode ser reduzido a um fio que possa tornar a tra du o que a raz o de ser da gora e sua modalidade de ser insuficiente ou ineficaz que pode estar at mesmo totalmente pre so Nenhuma das fronteiras n o s o nada a n o ser seguramente fortificadas mal guar dadas e eminentemente perme veis ambos continuam vulner veis e est o permanente mente expostas invas o Como a necessi dade de deixar a tradu o para os perigos da livre iniciativa e livre de oposi o pode ser sentida por cada um dos lados pesada e desconfort vel suprimindo essa necessida de e espero que se livre dele completamente pelo menos por um momento ao invadir e conquistar a gora est em todas as vezes a tenta o dos actores tanto do sector privado como da esfera p blica A gora nunca est segura e raramente se sente auto confiante 54 m Os novos desafios da vida urbana Ela nao pode contar com a boa vontade dos ocupantes de um dos dois reinos vizinhos e com a sua submiss o volunt ria ao c digo de comportamento com a regra de respeito m tuo em especial que deve ser observado se o di logo continuar sem esmorecer A so breviv ncia da gora depende unicamente do seu pr pri
391. mente moderna e ir nica parodiando os artefactos da era mao sta propondo ou sugerindo que alguns dos resultados mais evidentes do auge actu al da sociedade de consumo na China s o t o grotescos como os capitalistas burgueses caricaturados pelos expressionistas alem es do in cio do s culo XX O perigo que o xito de 50 Moganshan Lu n o seja bem sucedido o suficiente quer para contrabalan ar ou para combater a de moli o agressiva de edif cios e bairros anti gos de Xangai Ainda que um dos objectivos do governo municipal seja a limpeza do Rio Suzhou e criar uma zona pedonal verde se gura nas suas margens as obras de demo li o continuam dia e noite derrubando f bricas como a 50 Moganshan Lu destruin do a antiga cidade que cresceu em seu re 13 www m50 com cn Sobre a ambi o cultural e a con corr ncia interurbana Lily Kong cones Culturais e Desenvolvimento Urbano na sia Imperativo Econ mico a Identidade Nacional e Status da Cidade Glo bal Geografia Pol tica 26 2007 Cultura urbana em busca da autenticidade m 109 dor durante o s culo XX Nem sempre este tipo de centros criativos como Moganshan Lu beneficiam todos os artistas Alguns ar tistas tornaram se famosos os seus trabalhos lideram os pre os elevados e s o vendidos principalmente aos turistas estrangeiros e em leil es no estrangeiro Mas outros artis tas t m dificuldade em pagar at mesmo as rendas baixas na
392. mento lazer e seguran a n o necessitam de crescer e uma mera esmola para a maioria das pessoas que em v o procuram fazen do uso dos seus direitos democr ticos a protec o dos detentores da propriedade 5 Polanyi K The Great Transformation The Political and Economic Origins of our Time Boston Beacon Press 1957 pp 249 58 48 m Os novos desafios da vida urbana O neo liberalismo ut pico provocou movi mentos de oposig o Alguns defendem que outros processos tais como as lutas de clas se anti racismo ou feministas nos conduzi rao a perfeic o do comunismo socialismo anarquismo feminismo ecologismo e por a adiante Infelizmente estes esquemas ut pi cos alternativos dos processos sociais falha ram de forma fatal como se tornou evidente em todas as raras tentativas de os imple mentar S o demasiado abstractos para dar resposta aos problemas que surgem quando os seus programas s o postos em pr tica A territorialidade do poder e da organiza o pol tica vista como neutra no que respeita as pessoas quando a pr tica nos demonstra que as configura es espaciais s o parte in tegrante das rela es sociais As utopias dos processos sociais ignoram aquilo que acon tece quando muros pontes e portas cons tituem o cen rio da ac o social quando comunidades fechadas fronteiras e barreiras nacionais s o estabelecidas tornando se o ponto de partida da exclus o e da discrimi na o
393. mo se apresenta aos seus cidad os Confirmamos a import ncia dos governos locais na constru o de cidades educado ras OS representantes dos cidad os escutam animam sugerem coordenam prop em li deram e executam conforme os casos A cidade educadora ao mesmo tempo uma proposta e um compromisso necessa riamente partilhados basicamente pelos governos locais e pela sociedade civil Como n o podia deixar de ser para a cidade que se pretende educadora este factor a educa o em sentido amplo constitui o eixo fundamental e transversal do seu pro jecto pol tico O conceito de cidade educadora est direc tamente relacionado com outros tais como a equidade a cidadania inclusiva a coes o a sustentabilidade ou a educa o para a paz importante recordar que o conceito de ci dade educadora assenta em tr s pilares Boa comunica o das oportunidades que a cidade oferece a todos e a cada um dos cidad os No que respeita aos governos lo cais estes devem esclarecer o porqu e o como das suas pol ticas isto devem fazer da pol tica uma pedagogia Participa o co respons vel dos cidad os definindo e acordando previamente o alcan ce os limites e os campos Avalia o do impacto educativo das diferen tes pol ticas e tamb m do seu grau de utili dade e efic cia necess rio que os governos locais princi pais promotores da ades o Carta se em penhem na cria
394. mocracia participativa des tacado no Congresso de G nova A este elenco de aspectos espec ficos com os quais cada cidade se podia identificar o Congresso de Lyon acrescentou uma nova sec o consistente com a an lise das formas dispon veis para partilhar objectivos e para a coopera o entre as cidades As interven es neste Congresso giraram em torno de quatro temas e A educa o ao longo de toda a vida edu ca o formal e n o formal e Rela es humanas na cidade conviv n cia democracia e igualdade e Os espa os urbanos e os tempos sociais e A coopera o entre as cidades A solidariedade digital surgiu como res posta s desigualdades criadas na rede A luta contra as fracturas digitais pelo desen volvimento das infra estruturas destinadas a tecer a rede para que a interactividade se alargue cria o de conte dos online al m do com rcio electr nico A inser o das tecnologias digitais nas redes dos agentes Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 285 sociais passa pela forma o nas novas ferra mentas e uma diversidade cultural e linguis tica dos conte dos A tentativa de reunir todos os aspectos re vistos no Congresso numa nova concep o do humanismo evidenciou um con ceito deveras maltratado no nosso mundo contempor neo a paz Neste Congresso salientou se que numerosas entidades ad ministrativas sentem a responsabilidade e compreendem as vantagens d
395. mor s cidades S o Paulo Editora da UNESP 1998 Educag o e sociedade justa Juan Carlos Tedesco Juan Carlos Tedesco licenciado em Ci ncias da Educa o pela Universidade de Buenos Aires Foi professor universit rio e funcio n rio da UNESCO onde dirigiu o Centro Regional de Educa o para a Am rica Latina e Caribe CRESALC em Santiago Chile o Centro Internacional de Educa o em Genebra Su a e a sede regional do Instituto Internacional de Planifica o da Educa o em Buenos Aires Argentina Tedesco foi ministro da Educa o da Rep blica Argentina entre 2007 e 2009 Tem publicado numerosos artigos e v rios livros sobre as rela es entre educa o e sociedade Da obra publicada destacam se Educaci n y Sociedad en Argentina 1800 1945 Buenos Aires 1972 El Proyecto Educativo Autoritario Argentina 1976 82 Buenos Aires 1983 El Nuevo Pacto Educativo Madrid 1995 ed portuguesa O novo pacto educativo ed Funda o Manuel Le o 2007 e Educar en la sociedad del conocimiento Buenos Aires 2000 Educa o e sociedade justa 1 Introdu o Nos ltimos anos frequente que as an li ses sobre a sociedade do conhecimento e da informa o superem o optimismo que mani festavam as primeiras abordagens acerca das potencialidades democr ticas da centralida de do conhecimento na sociedade As ditas abordagens com distintas fundamenta es associavam a import ncia do conhecimen
396. mos a forma o cont nua como uma empresa de catequiza o de uma popula o menor No debate que temos hoje em Fran a com um aumento extremamente forte do pensamento autoritarismo conta se muito sobre a Hannah Arendt para desacreditar todas as formas de forma o autonomia na educa o da crian a N o dever amos tamb m apoiar nos nela para desacreditar a forma o dos adultos J M P Falamos da educac o continua no sentido liberal do termo e n o sobre uma educa o programada pelo Estado para o controlo dos cidad os Trata se de uma educa o como impulso da autonomia Parece me que po demos portanto falar indistintamente de educa o ou forma o PM Conv m no entanto relembrarmos que a de mocracia como muito bem explica Claude Lefort um regime em que o locus do poder est vazio um espa o que ningu m est habilitado a ocupar o colectivo em debate exerce o poder e ningu m pode pretender encarn lo Mas n o certo que a democra cia esteja definitivamente instalada Um dos problemas do s culo XXI que as teocra cias no sentido geopol tico do termo s o terrivelmente poderosas no planeta E nos Estados que se consideram democr ticos a nostalgia teocr tica ainda muito poderosa a tenta o natural das pessoas que devem decidir o seu futuro mas que acabam por achar mais confort vel que algu m decida por elas O locus do poder que deve per manecer vazio continua
397. mos um poder mais pr ximo das pessoas A Uni o Europeia acabaria por adoptar esta ideia entre os seus princ pios fundamentais que conhecemos sob o nome de subsida riedade utilizado na doutrina social da igreja cat lica o que significa que aquilo que uma administra o mais pr xima possa fazer n o deve ser feita por outra superior Lut mos para que as escolas fossem geridas pelos munic pios junto das fam lias e do professorado Mas tamb m sab amos e por ventura isso ser o mais importante que as cidades educam Sab amos que uma cidade educada com um tra ado arquitect nico inteligente e um planeamento urbano que sirva as necessidades de todos que garan ta a seguran a pessoal e rodovi ria e onde as pessoas os bairros e as colectividades tenham nas suas m os o poder de decis o tem mais probabilidades de criar um forte sentimento de comunidade do que muitos programas educativos por mais bem inten cionados que sejam A ideia de que a cidade pode e deve ser si multaneamente marco e agente educador o mote que inspira as cidades educado ras conceito que nasceu h quase 20 anos Um projecto dirigido cidade e atrevo me a dizer ao mundo dirigido s pessoas com o desejo de que seja assumido partilhado redefinido por tantas outras cidades e por muito mais gente Este livro dedicado a esta experi ncia Cidades educadoras uma aposta de futuro Pilar Figueras Bellot
398. mover os servi os obriga t rios a escola o sistema formal da educa o mas tamb m estimular as institui es e actividades educativas para a escola de ca riz extracurricular ou informal ou seja que n o perten am ao sistema escolar formal mas possivelmente relacion veis Deve su perar os obst culos as influ ncias negativas para a educa o na vida da cidade para que toda a sua riqueza e din mica social sejam tamb m fontes informais para a educa o Acima de tudo deve coordenar essas fontes de influ ncia sobre os cidad os para passar de uma cidade educativa sem vontade de o ser a ser uma cidade educadora com von tade e meios para o ser Neste primeiro mandamento da coordena o p blica das influ ncias educativas na cidade educadora est impl cita a sua defi ni o Contudo conv m explicit la 2 O segundo mandamento o de dar infor ma o clara e geral dos recursos educativos de todos os n veis e car cter que a cidade tem Uma informa o que deve chegar de forma adequada a todos os cantos n veis e sectores da cidade 3 O terceiro mandamento precisamen te ordenar a cidade atrav s do urbanismo de modo a desintegrar ou evitar a forma o de guetos para que se previna a marginali Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 271 zagao de minorias ou maiorias se ofereca um espa o f sico e social para o encontro de pessoas o di logo e a colabora o entre
399. muito cobi ado e somos chamados a exercer neste contexto uma vigil ncia constante incluindo com n s pr prios por isso que se deve constan temente reafirmar que a forma o cont nua fundamentalmente inscrita para n s numa perspectiva democr tica S o os usu rios este termo aqui ali s particularmente inadequado que devem decidir e n o um qualquer clerical ou t cnoestrutura J M P Neste contexto o que se entende hoje por conhecimento pertinente em mat ria de formag o continua P M J ningu m d vida actualmente que a edu ca o cont nua uma necessidade inevit vel Qualquer trabalho exige diz se uma actualiza o cont nua dos conhecimentos adquiridos Mas mesmo verdade poss vel que a nossa sociedade possa continuar a viver e mesmo a desenvolver se mantendo uma parte da popula o em lugares subal ternos de trabalho sem nenhuma exig ncia de compreens o dos mecanismos e dos de safios E precisamente por isso a necessi dade da forma o cont nua n o adv m em primeiro lugar para mim de uma necessida de econ mica mas de um projecto demo cr tico Se examinarmos os progn sticos A educa o permanente uma op o politica m 253 contradit rios dos economistas n o de ex cluir que a economia dos pa ses ocidentais possa desenvolver se sem grande problema mantendo 15 a 20 da popula o a um baixo n vel de qualifica o e em tarefas d
400. mulheres e homens de sessenta e tr s etnias diferentes morriam prisioneiros das chamas numa esp cie de holocausto multi tnico que enviava para a morte n o a globaliza o dos capitais gerida do alto do poder mas o cosmopolitismo vivido na base da vida em comum Os olhos femininos que observam aquele acontecimento e dele retiram a deixa para confirmar a import ncia e a centralidade da reflex o feminina sobre a pol tica debru am se exactamente sobre esta perspectiva da base da vida em comum Trata se realmen te de uma reflex o que j h algum tempo critica a falsa neutralidade dos modelos e da ontologia pol tica modernas ligadas ao Esta do na o ao individualismo de formato liberal Todavia a emerg ncia do presente a sua viragem inesperada e o vazio que colo cou diante de n s parecem confirmar que indispens vel agora mais do que nunca p r em movimento o pensamento feminino cr tico e imaginativo como diria Virg nia Woolf reafirmando a sua centralidade e a Dominijanni cit p 203 118 m Os novos desafios da vida urbana sua import ncia na identifica o dos erros das omiss es das viol ncias simb licas e materiais de uma civiliza o ainda demasia damente masculina e patriarcal 6 Para al m da vertigem do vazio por m h algo mais Existe antes de mais um pensa mento que o pensamento da diferen a se xual que h anos se movimenta fora da tra di o masc
401. mundo que gostaria de resolver todos os problemas por meio de solu es t cnicas elaboradas certamente gra as intelig ncia de alguns mas que entravam na realidade o exerc cio da intelig ncia dos outros A t cnica toda poderosa torna se assim o instrumento da nossa regress o infantil individual e colecti va da tentativa de ditar tudo pelo poder da nossa palavra ou do nosso olhar Sonhamos com um mundo onde o debate colectivo te ria desaparecido onde as contradi es te riam sido apagadas onde as tens es seriam suspensas um mundo onde seriamos cada um na postura de Deus Mas este mundo seria uma terr vel regress o b rbara os deu ses matam se uns aos outros Os cidad os eles sabem que n o s o deuses e por isso que podem e devem debater por isso que devem desnaturalizar e tirar o car cter t cni co dos problemas para mostrar os desafios e fazer as escolhas A forma o cont nua essencial para reintroduzir o homem no mundo da modernidade para reintroduzir a liberdade a responsabilidade a temporali dade J M P O problema da nossa civiliza o que uma civiliza o de meios que n o conhe ce as suas finalidades A nossa civiliza o a primeira na hist ria da humanidade que tem tantos meios refinados ao servi o de fi nalidades t o confusas Temos muitos como mas n o sabemos muito bem para qu PM Para al m disso a confus o tal que se con fundem as modalidad
402. munic pios o primeiro escal o da demo cracia apenas disp em de 16 dos fundos p blicos frente aos 53 que corresponde ao governo central Se ascendermos escala europeia e mun dial temos sem d vida de lamentar a pr tica inexistente de democracia Um Parlamento Europeu sem plenas faculdades legislativas umas Na es Unidas com um voto para cada estado e portanto completamente des proporcionado em rela o sua popula o um Conselho de Seguran a com um incom preens vel direito de veto para cinco pa ses privilegiados umas institui es como as de Bretton Woods Banco Mundial e Fundo Monet rio Internacional onde o voto cor responde sua cota demonstra o de forma manifesta E tudo isto sem esquecer que aci ma dos organismos formais s o os poderes de facto desde o G 8 ao F rum Econ mico de Davos desde a C mara de Com rcio de Bruxelas ao Clube Bilderberg que determi nam impunemente nomea es pol ticas decis es econ micas e ac es b licas Por outro lado se a liberdade das pessoas um imperativo da democracia podemos observar como tal liberdade diminui a pas sos largos em fun o do crescimento do controlo social As m quinas fotogr ficas em lugares p blicos e privados as ilegais escutas telef nicas a disseca o fotogr fica do territ rio o controlo do correio electr nico e de entradas na Internet a informati za o de qualquer tipo de dados pessoais etc Funcionam co
403. munica o TIC aos cidad os atrav s da forma o e inser o socioprofissional Este programa visa tanto as desist ncias precoces do sis tema escolar os alunos e estudantes assim como as donas de casa e ainda os jovens sem emprego Pacto de parceria Al m disso em considera o forte impli ca o das popula es no desenvolvimento da cidade estamos a elaborar um pacto de parceria frut fero e amig vel entre a admi nistra o municipal e os actores do desen volvimento na base do qual ter o lugar a sensibiliza o e a mobiliza o volta das quest es educativas e de forma o Este pacto diz respeito a duas grandes fede ra es de movimentos associativos O Co lectivo dos Comit s de Desenvolvimento Local CCDL e o Acordo de Circula o e Associa es de Desenvolvimento EMAD que s o quadros de reflex o concerta o e ac o no seio dos quais podem evoluir todas a categorias de actores populares e institu cionais A experi ncia da municipalidade de Dakar com certeza modesta mas conforta o nosso optimismo na proposta de uma nova cultura urbana mais produtiva e promotora de cida dania atrav s de uma gest o de parceria da cidade Favorece o compromisso de todas as com ponentes da cidade e d vida a v rias ini ciativas e projectos citadinos concorrendo todos para instalar a nossa cidade entre as Cidades Educadoras e que visam resolver eficazmente a emerg ncia de uma
404. n tribui se para o refor o dos governos locais 5 Ibid 6 Baumann Z Confian a e Temor na Cidade Ed Arc dia Barcelona 2006 p 38 28 m Introdu o na politica urbana e a culminar recria se o conceito de cidad o como sujeito da pol ti ca urbana em permanente renova o atrav s da sua atitude participativa Baumann ao finalizar a sua an lise sobre os desafios educativos na modernidade l quida indica algumas vias de avan o que como veremos abarcam em muitos pontos o que foi dito tanto sobre a ideia de espa o p blico democr tico como sobre a propos ta da nova Carta das Cidades Educadoras Entre outros aspectos salienta a necessidade de construir e reconstruir os la os e v nculos entre as pessoas de fomentar uma convi v ncia hospitaleira e amistosa de cooperar mutuamente na forma o enriquecedora da auto estima individual e colectiva de desen volver as potencialidades latentes e o uso adequado das aptid es de cada um a tudo isto resumindo se na ideia expressada lite ralmente da reconstru o do espa o p bli co como di logo constante entre indiv duo e comunidade entre direitos e deveres de todos os actores c vicos uma educa o ao longo da vida que n o s renove aptid es para a mobilidade laboral e t cnica mas so bretudo o esp rito de cidadania A cidade educadora perante esta mudan a complexa estimulante situa o analisada e consequentes desafios n
405. n Manuel del Pozo doutorado em Filosofia pela Universidade de Barcelona e actualmente professor da catedra de Filosofia na Universidade de Girona UdG Entre o ano 2000 e 2002 foi res pons vel vice reitor pelo departamento de Investigac o e Trans fer ncia do Conhecimento desta universidade Entre 1982 e 1996 Joan del Pozo fez parte do parlamento espa nhol Na C mara Municipal de Girona desde 1995 ocupou o car go de vice presidente e foi respons vel pelos pelouros da Partici pa o Informa o e Rela es de Cidadania 1995 1999 da Edu ca o 1999 2003 e da Presid ncia e Educa o 2003 2006 Joan del Pozo entre 2004 e 2005 coordenou o Pacto Nacional para a Educa o no mbito da co responsabilidade dos munic pios na Educa o e foi membro do Consell Escolar de Catalunya No ano 2006 foi conseller da Educa o e das Universidades do governo regional aut nomo da Catalunha Generalitat de Catalunya Foi tamb m deputado do parlamento catal o de Novembro de 2006 a Janeiro de 2008 e desde Janeiro de 2008 membro do conse lho consultivo da Corpora o Catal dos Meios Audiovisuais O conceito de cidade educadora hoje Em 1990 Marta Mata a grande mestra e pe dagoga catal da segunda metade do sec XX plenamente activa at a sua morte em 2006 com responsabilidade politica na Camara deslumbrou Barcelona ao propor ao mundo um ideal civico e educativo que se plasmou no conceito de Cida
406. na Broadway era ent o uma perspectiva atraente tanto para os urbanistas como para o grupo Colocar a Disney em Ti mes Square conduziu a uma uni o saud vel entre a cultura popular de entretenimento orientada para a fam lia da Disney e a reno va o moral que o governo da cidade dese java Com as novas leis a proteger o espa o na rea para os teatros leg timos da Broa dway os promotores privados come aram a planear novas instala es de entretenimento para alugar a outras empresas que queriam estar junto da ideia inicial da Disney Na d cada de 90 quando a Disney ainda parecia um grupo gigante invenc vel com recursos populares universais a empresa abriu uma loja em Times Square e renovou um teatro hist rico o Nova Amesterd o na porta ao lado para a estreia de A Bela e o Monstro Eles foram em breve acompanhados pela es ta o de televis o de m sica orientada para os jovens MTV e uma grande quantidade de restaurantes tem ticos bares e casas de es pect culos com nomes de marcas bem co nhecidas desde o Museu Madame Tussaud e a Virgin Megastore at Blues BB King s Club e uma loja da Hello Kitty Pelas medidas comuns de requalifica o urbana Times Square um grande sucesso Todos os anos 26 milh es de visitantes v m para se fascinarem com as luzes brilhantes comer em restaurantes comprar no Toys R Us e talvez ir ao teatro pelo menos ao teatro da Disney O impacto econ mico da re
407. nal baseado na l gica instrumental que op e guerra a guer ra viol ncia a viol ncia terror a terror Se entendermos a palavra educar no sentido etimol gico de conduzir para fora torna se claro como a situa o actual necessita urgentemente de uma educa o pol tica re novada que consiga guiar nos para fora das categorias agora obsoletas da modernidade Estado indiv duo soberania guerra entre estados e orientar nos no desconhecido da constela o p s estadual O colapso da constela o do Pol tico moderno feita de obsess o da identidade espacialidade defi nida teologia pol tica conceito amigo ini migo Estado nacional e derivados precisa enfim de ser reenunciado luz de aconte cimentos que sucedem diante dos nossos olhos um olhar feminino ou seja olhos ha bituados a olhar com algum distanciamen to ou com uma certa ironia a ret rica e a hist ria masculinas Para citar uma brilhante pensadora italiana terminada esta conste la o come a alguma coisa aqui que se sente a vertigem do vazio Acompanhando algumas leituras femininas daquele acontecimento poss vel p r em evid ncia como a perspectiva de sexo ou de g nero capaz de colher as novidades do presente de ter coragem para as men cionar e propor novos quadros categoriais que consigam iluminar o percurso ainda desconhecido e obscuro da constela o p s estadual Por outras palavras proponho que a
408. nalisemos como a rela o mulheres cidade educa o se for declinada a partir do acontecimento trauma do 11 de Setem bro se revela muito proveitosa focando a crise do presente e a necessidade de ela borar novos instrumentos interpretativos O olhar feminino ou sem usar met foras a perspectiva sexual torna assim vis vel o va zio e palp vel a vertigem por ele produzida principalmente se comparado com as leitu ras masculinas que no dia a seguir a 9 11 2 Ida Dominijanni Nella piega del presente em Dioti ma Approfittare dell assenza Napoli Liguori 2002 pp 187 212 pp 206 207 116 m Os novos desafios da vida urbana pareciam incapazes de lidar com o novo que estava a acontecer e insistiam portanto em coloc lo em categorias existentes Em vez de prever um horizonte catastr fico e apocal ptico os olhos femininos retiram do acontecimento traum tico uma ocasi o para repensar a comunidade a partir da per da do trauma do luto mas sobretudo da vulnerabilidade 4 Somos todos americanos somos todos nova iorquinos Que imagem da cidade nos dei xou o 9 11 Tratou se sobretudo de assistir naquela estranha situa o de espectadores privilegiados e de v timas em diferido fragmenta o e destrui o de um imagin rio compacto familiar e s lido encarnado nas duas torres O colosso arquitect nico do World Trade Center foi muitas vezes associa do a um s mbolo f lico revelador
409. nd ncia Mas ao come ar a trabalhar viu se mergulhado num sem n mero de ta refas menos qualificadas como ter de tirar as suas pr prias fotoc pias que antes eram feitas por outra pessoa Estava submerso no fluxo complexo do trabalho em rede Cada chamada tinha de ser atendida e o mais pe queno conhecimento aproveitado Para con seguir trabalho submeteu se aos hor rios de pessoas que n o eram obrigadas a respon der lhe Tal como outros consultores deseja va apenas cumprir a sua parte dos contratos Mas esses segundo diz s o em grande parte uma fic o Um consultor est sempre a ter de tomar novas direc es em resposta s mudan as de humor e de opini o de quem lhe paga Rico n o tem tarefas fixas que lhe permitam dizer isto que eu fa o s o es tas as minhas responsabilidades No caso de Jeannette a quest o n o se colo ca de forma t o evidente O pequeno grupo de contabilistas que agora dirige encontra se 170 m Educa o o presente o futuro dividido em pessoas que trabalham a partir de casa pessoas que est o normalmente no escrit rio e um grupo de funcion rios inter nos de n vel inferior que se encontram a mil quil metros de dist ncia e que est o ligados a ela atrav s de um computador Na em presa onde actualmente trabalha as regras r gidas de vigil ncia de telefones e e mail controlam os contabilistas que trabalham a partir de casa Para organizar o trabalho dos funcion
410. ndo a comparag o da arqueologia em par metros de macro hist ria uma tecno logia relevante na medida em que altera a maneira como as pessoas ganham a vida no sentido literal A tecnologia litica permi tiu melhorar as t cnicas de caca e a mani pula o e melhorou as possibilidades de sobreviv ncia daqueles que a dominam A tecnologia neol tica consistiu na domestica o de certas esp cies tanto vegetais como animais e quem aprendeu a gerir um cultivo ou um rebanho melhorou as suas possibili dades de se alimentar e sobreviver e assim sucessivamente com o ferro o vapor a elec tricidade a inform tica e agora a Internet Todas estas tecnologias alteraram o modo como os seres humanos ou alguns deles encontram uma forma de sobreviv ncia Mas se at agora os nossos pais nos podiam ensinar a criar ovelhas a plantar aveia a for jar o ferro ou a tecer linho j n o podem fazer o mesmo quando se trata de desen volver nesta sociedade a informa o de se relacionarem telematicamente com diferen tes pa ses e em diferentes idiomas e tam b m quando preciso mudar de emprego a cada cinco anos n o de empresa mas de Os novos desafios da vida urbana a redefinic o do conceito de comunidade na era da Internet m 137 profissao nem quando se trata de gerir a incerteza como um activo e nao como um problema ou quando se trata de viver liga do a Internet 24 horas por dia Os nossos pais transmitem nos
411. ndo que estava a obrigar todos os sectores a reconsi derar as suas abordagens e formas de desen volvimento Contudo muito significativo o facto de o Congresso abordar simultane amente e com a mesma intensidade os as pectos filos ficos que convinha redefinir em fun o destas mudan as os valores ticos e tnicos do ensino a igualdade a desigual dade e a marginaliza o Ao combinar a transforma o que se estava a produzir a n vel mundial com as repercus s es sociais geradas por essa mesma transfor ma o a Associa o Internacional das Cida des Educadoras apresentava uma perspectiva necess ria para pilotar com responsabilidade a vida urbana nesta nova etapa de mudan as j claramente percept veis O professor Manuel Castells resumiu a situa o As mudan as da mentalidade dependem sempre da transforma o das estruturas so ciais b sicas e em particular das estruturas de produ o Esta flexibilidade esta cultu ra da liberdade ou este projecto individual ou seja l como se chama est baseado na transforma o do mundo na emerg ncia de um mercado laboral flex vel e de uma re la o individualizada entre o trabalhador e as entidades patronais no aparecimento de organiza es que funcionam em rede e por isso constituem redes de indiv duos em vez de estruturas verticais num sistema de co munica o que global e local ao mesmo tempo global quanto produ o dos meios de c
412. nem mesmo de comportamento baseado unicamente no predom nio da di mens o cognitiva A ades o justi a exige uma reflex o em que h lugar para a emo o S o muitos os acontecimentos hist ri cos transcendentais provocados pela luta pela justi a que s o explicados unicamente pela forte ades o emocional que ela pode suscitar No entanto a novidade a articu la o caracter stica exigida hoje pela ades o emocional e tica justi a com o conheci mento e a informa o que ela obriga para o seu desenvolvimento Neste sentido pode ser til expor o exem plo da reflexividade que obriga promover o respeito diversidade Hoje cada indiv duo tem o direito de ser reconhecido na sua pr pria identidade Mas este apego ao pr prio sua comunidade de origem n o pode es tar associado concep o de acreditar que essa maneira de pensar a nica favor vel e leg tima Perante esta vis o limitada pre ciso promover o pensamento alargado que permite distanciar se de si pr prio para colocar se no lugar do outro n o apenas para conhec lo ou compreend lo melhor mas tamb m para nos conhecermos a n s pr prios mais profundamente A verdade que aderir ideia de sociedade justa hoje muito mais exigente em termos cognitivos e emocionais do que no passa do Neste sentido importante retomar a abordagem de Habermas que refere que actualmente os cidad os s o confrontados com que
413. net m 139 e Criam de maneira diferente Uma das ca racter sticas que melhor os define gostam de criar querem criar e o suporte digital per mite lhes faz lo de m ltiplas formas criar um blog ou um website fazer anima es em flash retocar fotografias editar v deos programar mashups criar os seus avatares e at modelar a sua identidade na rede e Re nem se e coordenam se de maneira diferente Estar com algu m j n o implica um encontro presencial T m m ltiplos re cursos para comunicar apesar de n o ser preciso estar no mesmo local S o capazes de se coordenar online envolvendo cente nas de pessoas e Avaliam de maneira diferente Num ambiente no qual se relacionam com pessoas que talvez nunca venham a conhecer pessoalmente os nativos desenvolvem a capacidade de avaliar a reputa o a confian a e a credibilidade que o outro interlocutor merece e consideram diversas var veis ao faz lo algumas verdadeiramente subtis e dif ceis de parametrizar e Buscam de maneira diferente Quando desconhecem o n mero de telefone de al gu m v o procurar ao Google e quando pesquisam algum tipo de informa o utili zam documentos e pessoas fi veis e Socializam de maneira diferente Tamb m socializam atrav s da rede algo que a maio ria dos imigrantes n o faz e Crescem de maneira diferente tendo a rede como refer ncia e n o os pais Assim sendo existe uma grande quantidade de dif
414. ngai onde as velhas ind strias est o a mover se para fora e a mudar se para regi es de baixo custo da China e os funcion rios municipais e distri tais querem incentivar novos tipos de desen volvimento Embora o governo chin s apoie oficialmente as ind strias criativas como uma pedra angular do desenvolvimento econ mico nacional e de prest gio os fun cion rios locais tanto correm um risco pol tico como um risco financeiro ao se apoia 11 Allen J Scott A Economia Cultural das Cidades Lon dres Sage 2000 Andy C Pratt As Ind strias Cultu rais no Sudoeste de Inglaterra Rumo a uma Estrat gia Sectorial Dominic Power e Scott J Allen eds As ind strias culturais e a produ o de Cultura London Routledge 2004 pp 19 36 Elizabeth Currid A Eco nomia Warhol Como a Moda Arte e M sica guiam a cidade de Nova York NJ Princeton Princeton Univer sity Press 2007 rem em artistas emergentes cujo trabalho pode ser visto como uma cr tica aos lemas do partido e que tinha pelo menos at h alguns anos valor de mercado imprevis vel Em qualquer caso um determinado n mero de centros criativos formaram se em Pequim e Xangai durante a d cada de 90 e in cio de 2000 por iniciativa de artistas in dividuais Em Xangai o artista Xue Song mudou o seu est dio para um complexo fabril vazio da d cada de 30 situado no 50 Moganshan Lu perto do rio Suzhou propriedade da Shang tex uma grande empr
415. nguagem que atravesse o seu universo o seu espa o social Historicamente a escola nasceu para ensi nar a l ngua escrita condi o da hist ria e da sociedade moderna Ensinou se n o s a ler mas tamb m a escrever e constatou se inclusivamente que a melhor forma de aprender a ler aprender a escrever Desde a linguagem do tr nsito da imagem passando pela da m quina e retomando musical que invade agora as nossas vidas e descobrindo o c digo da linguagem das artes pl sticas da arquitectura do urbanis mo os nossos cidad os devem n o s saber como se l mas tamb m como se escreve Na verdade n o podemos ler livremente criticamente criativamente se n o conhe cermos a arte o quanto custa e o que custa escrever cada uma as diferentes linguagens 7 De uma maneira especial uma cidade educadora deve ser respeitadora deve res peitar acima de tudo os portadores de no vas linguagens de novas formas de humani dade como s o as pessoas que v o para a cidade e por l ficam necess rio favorecer a sua linguagem romper com os seus medos e sil ncio para que com a sua rica contribui o construam a cidade obriguem a cidade a permanecer viva a integrar a completar se a ser nica e cada vez mais aberta 8 Uma cidade educadora deve ter n o s a sua pr pria identidade hist rica plastica mente guardada nos seus museus nas suas bibliotecas e no seu urbanismo mas tam b
416. nidade humana a cidade como for madora de humanidades As Cidades Educadoras partem desta dupla realidade convergindo numa s concep o Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 269 Que concepg o Tentemos responder a per gunta em primeiro lugar com as 10 premis sas que definem esta cria o do homem e para o homem esta forma o social a que damos o nome de cidade 1 A cidade agrupa as pessoas no espa o uma oferta mais ou menos rica e nivelada que vive perto de outras tem a sua intimida de preservada tem servi os comuns e vizi nhos para receber ajudar e sobretudo com quem dialogar 2 A cidade uma oferta mais ou menos ge nerosa ou mesquinha na sua planifica o de espa os comuns p blicos de ruas pra as e parques de comunica o de comunica o f sica e de comunica o pessoal 3 Uma cidade uma oferta ascendente ou descendente de trabalho uma oferta plural e variada complementar do trabalho que cada um quer e pode escolher segundo os seus interesses e necessidades e que produ zir servi os e bens de utilidade m tua 4 Uma cidade uma oferta de recursos de sa de de aten o cuidadosa e esmerada re lativamente doen a e deve oferecer sa de com a recupera o do seu equil brio eco l gico 5 Uma cidade uma oferta de cultura mais rica e ou mais escassa mais popular ou mais elitista mais plural ou mais unit ria uma oferta de m sica nos seus
417. nidor de sua inser o urbana Na etapa seguinte desta pesquisa os percur sos cotidianos de dez destes jovens foram investigados e explicitou se a riqueza de mundos criados no contexto comunit rio Nas pedagogias praticadas por estes jovens est o expressas trilhas educativas constru das atrav s da experi ncia de parti cipa o na r dio comunit ria da cria o de uma banda de rock das hist rias poesias e letras de m sica escritas dos grupos de m sica e dan a criados e do esfor o para aces so ao mundo do futebol A escola est entre os principais espa os para articula o destas possibilidades O sentimento de interdi o explicitado em rela o cidade n o impossibilita que mes mo neste espa o restrito de circula o e com parcos recursos materiais estes jovens criem verdadeiros universos de significado A veda o ao espa o p blico ser de al guma forma compensada pelo esfor o em configurar uma esfera privada na qual a vida possa fazer sentido Este quadro remete me a Hanna Arendt quando evoca a hist rica Gr cia A principal caracter stica do tirano era que ele privava o cidad o de ter aces 14 PAIS Jos Machado Vida cotidiana enigmas e reve la es S o Paulo Cortez 2003 so esfera p blica onde ele poderia se mostrar ver e ser visto ouvir e ser ou vido que ele proibia o espa o da p lis confinava os cidad os privacidade da vida de seus lares
418. nilateralidade de ontem B Um exemplo de m todos Penso que cada colectividade cada estabe lecimento p blico deve em fun o das suas compet ncias e em coordena o recorrer a um projecto educativo A t tulo de exem plo na qualidade de presidente do conselho de administra o do Centro hospitalar uni versit rio de Rennes desejei que houvesse no mbito do projecto de estabelecimento uma componente educa o sa de com uma parte interna e uma parte externa Exprimindo me como presidente da c mara quais s o as caracter sticas de um projecto educador comunal Deve ser de parceria global prospectivo concreto seguro aber to e p blico Um projecto destes serve para mobilizar informar regular contratualizar C Uma tica Um projecto destes deve ser interdisciplinar e pluralista respeitante educa o instru o forma o e cidadania D Uma organiza o A confian a deve presidir n o a suspeita o princ pio de precau o n o adv m da mes ma Para uma boa economia seria convenien te que no cume remedi ssemos crise da lei ela assenta no seu conte do sentido e efic cia A primazia da comunica o a excessiva sensibilidade aos medias e opini o alimen tam as mudan as de orienta o confundem a administra o Uma boa organiza o necessita de boas re la es entre o escal o desconcentrado do Estado e as entidades descentralizadas para
419. no de S o Petersburgo tem apoiado uma s rie dos festivais de promo o da di versidade cultural ao longo do ano De lon ge o maior e de maior sucesso entre esses esfor os tem sido uma encena o local do festival de Sabatunyi realizada na altura das famosas noites brancas na cidade em me ados de Junho Celebrado nas aldeias do Volga central antes da chegada do Isl o o Sabantuyi fundiu se com outros festivais locais durante final do s culo XIX tornou se um s mbolo da na o Tartara Secularizado durante o per odo so vi tico o Sabantuyi agora uma celebra o anual de tradi es com m sica dan a co mida e jogos T rtaros A maioria dos festivais Sabantuyi inclui uma forma distinta de luta livre T rtara corridas de cavalos concursos e muitas competi es saud veis combina 31 EE Chebotareva Toler ncia Com Estilo An lise Conceptual da Gest o Empresarial num Ambiente Multi Cultural trabalho para confer ncia Confer ncia Internacional Acad mica Pr tico sobre Toler ncia e In toler ncia na Sociedade Moderna Universidade Estatal de S o Petersburgo S o Petersburgo R ssia em 25 de Abril de 2007 2 Saban tuyi na Enciclop dia T rtara Kazan Insti tuto da Enciclop dia T rtara Academia de Ci ncias da R publica do T rtar ist o 2002 72 m Os novos desafios da vida urbana dos com muita comida e m sica que v o desde coros folk a musica rock estridente Os presiden
420. nquanto espera num terminal de aeroporto J exis tem cidades com planos para oferecer Inter net sem fios em todo o seu territ rio e um sem n mero de novidades que combatem as barreiras t cnicas de acesso rede A exclus o digital j n o est relacionada com as classes mais desfavorecidas e com as dificuldades para aceder tecnologia Est sim relacionada com os desconectados os que n o pertencem a nenhuma comuni dade em rede os que n o se educam em rede e os que desprezam os sinais digitais de identidade digital preocupante o n mero de pessoas que ocupam posi es rele vantes tanto no mundo dos neg cios como 13 OLPC http es wikipedia org wiki Olpc 142 m Os novos desafios da vida urbana na administra o que n o est conectado a nenhuma das novas redes digitais de conhe cimento e que por isso n o s o capazes de utilizar a rede como um ambiente educador e socializador A estat stica dos pol ticos que abrem s tios da Internet e blogs em poca de elei es para abandon los na manh seguinte s elei es preocupante Muitos v o a Internet s durante a campanha eleito ral para tirar fotografias e aparentar interesse pela cultura digital mas n o valorizam ou n o entendem que a rede um espa o onde muitos cidad os se educam e sociabilizam um espa o de conversa o e participa o envolvimento e ac o Os espa os digitais s o o novo espa o p blico que precisa
421. nsistente das rela es entre institui es e sociedade Em que medida Lom capital da Republica do Togo na frica Ocidental uma Cidade Educadora Cidade capital costeira com mais de um mi lh o de habitantes Lom assegura no Togo e na sub regi o ocidental africana um papel motor importante na abertura social econ mica e cultural das outras cidades do Togo e dos pa ses do sul do Saara que n o apresen tam fachada mar tima Lom uma cidade que oferece todas as oportunidades de forma o aos jovens s crian as e at aos adultos atrav s de in me ros estabelecimentos escolares de qualquer n vel de centros de aperfei oamento e de alfabetiza o de centros de forma o pro fissional etc Essas estruturas do sector privado ou p blico est o abertas a todos os habitantes da cidade que desfrutam de um ambiente cultural mui to favor vel com a exist ncia de v rios cen tros culturais e de in meras infra estruturas desportivas s cio sanit rias econ micas e de comunica o Os m dias de informa o desenvolvem se imprensa escrita r dio te levis o etc O acesso internet est garan tido pela forte densifica o dos ciberespa cos no espa o urbano A cidade est marcada por pra as e monu mentos que relembram aos habitantes e aos visitantes s mbolos fortes como por exem plo a rotunda da Pomba da Paz uma Ci dade Mensageira da Paz uma Cidade Edu cadora para
422. nsversais de par ticipa o e inova o Pouco a pouco surgem novos objectivos A partir do ponto de vista urbano era neces s rio recuperar um sector muito degrada do da cidade a zona por onde passa o rio Huasco Projectou se a sua urbaniza o e a instala o de diversas reas verdes e infra estrutura desportiva e comunit ria que ge raram espa os multifuncionais oferecendo a possibilidade de realizar actividades ao ar livre e ter espa os de encontro e participa o que favorecem a qualidade de vida dos habitantes O projecto ainda est em fase de desenvol vimento e constru o permanente j que devido sua extens o e custo foi neces s rio realiz lo em v rias etapas A vis o futura deste projecto que pretende que a cidade n o vire as costas ao seu rio inclui a incorpora o nos seus extremos de centros educativos de alto n vel a sede da Univer sidade de Atacama e um centro tecnologia ambiental Com deste projecto pretende se integrar o referido espa o urbano na cida de e permitir tamb m que o investimento nos privados proporcione novos p los de actividade cultural recreativa comercial etc Por seu lado os departamentos da muni cipalidade t m tomado v rias medidas O Departamento de Tr nsito criou uma cam panha educativa com uma personagem de nominada Transitin cujo objectivo criar consci ncia para a educa o rodovi ria realizam se actividades com os col gios e fo
423. ntal uma Cidade Educadora siiin nieces deanenis 311 Montevideu um espa o de aprendizagens ie Peele haa ng SH gt A educa o nao formal um projecto para os habitantes de Rene hiess 315 Sao Paulo Cidade Educadora ss 319 Vallenar Cidade Educadora um desafio aten Deere naeh ca ia 323 Ep logo Ep logo de Koichiro Matsuura director geral da UNESCO 1999 2009 329 Ao leitor Eulalia Bosh Eulalia Bosch Barcelona 1949 professora de filosofia Um dos seus principais interesses profissionais tem sido e continua a ser explorar a rela o entre as institui es educativas e a vida cultu ral das cidades Na direc o do IREF Instituto de Pesquisa para o Ensino de Filosofia desenvolveu o programa de educa o est tica do qual fazem parte as exposi es de arte contempor nea Criatu ras Misteriosas 1992 e Caixa M gica 1993 Como directora do departamento de Educa o do Museu de Arte Contempor nea de Barcelona aprofundou esta linha de trabalho organizando exposi es como Ver a Luz 1996 ou A cidade das Palavras 1988 Como membro da Ag ncia Gao lletres www gaolletres net trabalha na organiza o de exposi es Oteiza San Sebasti n 2000 na edi o de livros Te mando este rojo C dmio una correspondencia sobre el color entre John Berger e John Christie Actar 2000 na cria o de projectos educativos na internet www lapedreraeducacio org
424. ntaram proteg los contra o risco de destrui o que resultaria se fos sem deixados nas m os que eram considera das menos cuidadosas um argumento adop tado na actualidade por muitos museus e bibliotecas ocidentais tal como a recente discuss o em torno do famoso Evangelho de Judas provou n o h muito tempo Por tanto al m de ser um s mbolo do poder do homem para agir atrav s do pensamento a Biblioteca tornou se um monumento desti nado a derrotar a morte o que como nos dizem os poetas p e fim mem ria E no entanto apesar de toda a preocupa o dos seus governantes e bibliotec rios a Bi blioteca de Alexandria desapareceu Assim como n o sabemos quase nada sobre a for ma como tinha sido constru da n o sabe mos nada ao certo sobre o seu desapareci mento s bito ou gradual As v rias hist rias sobre o seu fim s o bem conhecidas De acordo com a de Plutarco durante a perma n ncia de J lio C sar em Alexandria em 47 A C um inc ndio propagou se a partir do Arsenal e p s termo grande biblioteca mas a sua culpa n o certa Outros historia dores Dio Cassius e Or sio por exemplo sugeriram que o fogo de C sar n o destruiu a biblioteca em si mas cerca de quarenta mil volumes armazenados perto do Arsenal onde eles estavam possivelmente espera de embarcar para Roma Quase sete s culos depois um outro final poss vel era apresen tado Uma cr nica crist elaborada a partir da
425. nte feminina para o detalhe da trag dia de 9 11 a perspectiva feminista det m se sobre aquilo que os esquemas grandiosos dum e doutro lado t m dificuldade em ver Quem morreu Quem foi chorado Se Adria na Cavarero chama a aten o para o modo como a cidade imediatamente recordou os pr prios mortos um a um e Dominijanni como o holocausto multi tnico sufocou a globaliza o da base da vida em comum a pensadora americana Judith Butler em surpreendente continuidade com as pensa doras italianas prop e retirar da experi n cia de vulnerabilidade e de ofensa sofrida pelos nova iorquinos a ocasi o para repen sar a condi o humana a partir da centrali dade do luto e da perda No texto que escreve no dia seguinte ao 9 11 Vidas Prec rias Butler afirma que o erro fundamental que se seguiu ao trauma foi exactamente o de ler todo o aconteci mento como uma narrativa na primeira pes soa com o gigante americano ferido na sua presum vel invulnerabilidade como nico protagonista Invisibilidade e sil ncio torna ram se ent o as caracter sticas de tudo o que n o encontrava espa o naquela narrativa autocentrada e autocelebrativa de uma dor incomensur vel injustific vel inexplic vel e que assim se devia manter Butler torna se uma voz cr tica da ret rica do Estado que quer restaurar a pr pria soberania e a pr pria invulnerabilidade percebendo como tamb m no interior da ret rica comemora tiva d
426. ntegrar socialmente culturalmente e economica mente grandes territ rios e as suas popula es em totalidades pol ticas foi acompa nhado pela capacidade t cnica de cercar tais totalidades por fronteiras praticamente imperme veis dentro do qual a plena sobe rania e no trip econ mico cultural e po l tico das autarquias em que foi presumido e tiveram deficar poderia ser eficazmente prosseguido estabelecido e doravante de fendido Espa o p blico m 55 Enquanto uma gora vigorosa e cheia de re cursos composto pela rede de associa es aut nomas e institui es parece o meio mais confi vel e dur vel para cumprir essa possibilidade a inclina o totalit ria como Hannah Arendt lhe chamou a ten d ncia para continuar atrav s de atalhos ao inv s de seguir voltas e reviravoltas de rotas longas e arriscadas teve que ser levada em considera o dada a crescente capacidade e desenvoltura dos poderes do Estado Ata lhos para pedir emprestada a terminologia de J rgen Habermas fermentou para multi plicar as distor es comunicativas impedin do a todos ou a alguns postulados prestes a entrar na gora do outro o final provado de ser articulado e em alguns casos a arti cula o j ocorreu antecipando a possibili dade de os expressar A arregimenta o dos media e da censura dos seus conte dos s o mais conhecidos e uma vez das mais utili zadas ferramentas de distor o intencional m
427. nternet exactamente o mesmo um espa o de di logo e de troca de experi ncias Neste novo s culo que agora come ou os valores de comunidade e os sentimentos de perten a constroem se por igual tanto em espa os f sicos como em espa os virtuais Se comunidade um grupo humano que visa construir uma identidade um compro misso uma participa o interesses comuns vontade de influenciar sentimento de per ten a rela es e sinais externos de identida de podemos afirmar que estes ecossistemas tamb m est o a desenvolver se na rede em espa os que nada t m de virtuais j que s o t o reais que influenciam a educa o e a so ciabiliza o dos seus membros da mesma maneira que as cidades 12 Projecte Internet Catalunya PIC http www uoc edu in3 pic cat Os presidentes de c mara j sabem que os cidad os desenvolvem com toda a normali dade sentimentos de perten a com mais do que um munic pio ao longo da vida Cada vez mais dif cil responder pergunta De onde s porque podemos sentir que per tencemos cidade na qual nascemos mas tamb m cidade onde crescemos onde es tud mos onde nos apaixon mos onde vive mos onde trabalhamos onde dormimos e se a m xima express o de cidadania exercer o direito de voto para elegermos os dirigentes da nossa cidade cada vez mais inc modo e incongruente ter direito a voto numa nica regi o As cidades s o comu nidades com muito
428. nto podemos construir uma cidade melhor que nos integre a todos e favore a efectivamen te o progresso de cada um proporcionando melhores oportunidades de crescimento e fortalecendo o governo local que fez uma op o de desenvolvimento atrav s do traba lho formativo em conjunto com a comuni dade Epilogo Ep logo Koichiro Matsuura director geral da UNESCO entre 1999 e 2009 Koichiro Matsuura Jap o 1937 foi director geral da UNESCO en tre 1999 e 2009 Estudou na Faculdade de Direito de T quio e diplomado em Economia pelo Haverford College EUA Da sua carreira como diplomata destacam se os cargos de conse lheiro da embaixada japonesa em Washington distrito de Colum bia de c nsul geral em Hong kong e ministro adjunto dos Neg cios Estrangeiros como assistente do representante do Jap o para a cimeira do G 7 Desde os primeiros tempos da carreira diplom tica em que viveu no Gana Matsuura mant m especial interesse pelas culturas e povos africanos Em 1999 quando ocupava o cargo de embaixador do Jap o em Fran a e a presid ncia do Comit do Patrim nio Mundial da UNESCO foi eleito pelos estados membros para o seu primeiro mandato como director geral da UNESCO Koichiro Matsuura autor de numerosos livros sobre a UNESCO e de um modo geral sobre as rela es internacionais a intersec o entre a diplomacia e a coopera o para o desenvolvimento e a hist ria da cimeira do G 7 E
429. ntros de cria o em antigas f bricas da periferia urbana fizeram aumentar as rendas e gradualmente reduziram os es pa os baratos que estavam dispon veis para os artistas individuais A l gica em que assenta o apoio estatal aos centros criativos que esses grupos contri Cultura urbana em busca da autenticidade m 107 buem para o desenvolvimento de uma nova economia Eles s o uma maneira eficiente de criar redes de informa o fornecedores e clientes que os produtores necessitam Estudos mostram que a produ o cultural desde os meios de comunica o em voga at moda alternativa m sica e arte for necem de ano para ano mais empregos e o valor financeiro da compra e venda des ses bens e servi os cresce em import ncia tal como o fabrico tradicional continua a diminuir Os produtores culturais al m disso pensam em maneiras de aumentar o valor de m quinas de alta tecnologia com a cria o do software para jogos de v deo e do padr o de itens produzidos em massa atrav s da cria o de campanhas publicit rias inovadoras para autom veis ou cerve ja bem como popularizar novos produtos distintivos para nichos de mercado fazendo campanhas secretas e de passa a palavra para as bandas indie t nis personalizados e vodkas aromatizados Os neg cios empresariais e os l deres pol ticos das economias em r pido crescimento da sia aprenderam estas li es especial mente em cidades como Xa
430. nvolvimen to da comunidade e oferecer servi os de consultoria apoiar o programa de edu ca o da Escola Prim ria Erdelyi oferecen do sess es especiais focadas na promo o da criatividade e na consciencializa o de crian as de diferentes antecedentes sociais e culturais a frequentar a escola e ao mesmo 2 Ver a p gina web Greenkeys Verde Urbano como a chave para Cidades Sustent veis http www gre enkeys project net hu home html Um distrito educador em Budapeste m 301 tempo proporcionar a oportunidade para que se testem a elas pr prias bem como para brincar e aprender juntas E mais importante para as criangas em situa es desfavorecidas serem capazes atrav s do desenvolvimento dos seus pr prios conhecimentos e habilidades de superar os blocos constru dos ao longo de gera es Al m da educa o tradicional mais aten o deve ser dada liberdade criatividade e abertura O programa de artes visuais e digitais proposto al m de ser uma mais valia para a escola poderia ser uma verdadeira alternativa para os jovens interessados em fotografia v deo ou outros meios de comunica o e para outros jovens de dentro ou de fora do bairro Os eventos culturais s o concebidos para reunir pessoas de diferentes origens culturais em conjunto e promover a aceita o atrav s da abertura e de natureza l dica das activi dades A variedade dos programas organi zados deve permitir a todos es
431. o o compromisso da cidade com outros seis terceiro ao servi o integral das pessoas com os oito restantes A sua fun o n o tanto a de agrupar tematicamente os respec tivos artigos mas sim o de referir cada um por si e especialmente pela sua inter rela o um esp rito global da Carta que d a compreender a sua ltima finalidade 30 m Introdu o Vejamos ent o com a ideia do direito a ci dade educadora pretende se dar um passo em frente com o fim de oferecer aos habitan tes de todas as cidades aquilo por que elas legitimamente aspiram isto a redefini o da sua cidade como educadora como dota dora das oportunidades de qualidade de vida pessoal e democr tica do melhoramento do espa o p blico para poderem desenvolver em plenitude a sua cidadania neste sentido o ideal da cidade educadora passa a ser o de uma proposta voluntariosa e desde logo bem intencionada que como direito possa ser reclamada por qualquer pessoa na sua cidade Escusado ser dizer que a efectivida de desse direito depender na vida real de outras inst ncias que n o s o as da pr pria Carta mas esta o g rmen para o avan o nessa direc o Por isso no artigo primeiro se menciona tal direito cidade educadora como extens o do j efectivamente exis tente nos Direitos Humanos nas constitui es democr ticas e que o direito fun damental de todas as pessoas educa o Na sua inte
432. o Noutras cidades tal como Beirute repetidamente destru das por guerras O processo de reconstru o de sencadeia debates em torno das quest es do patrim nio e da preserva o No entanto mesmo se a cidade n o est a ser submetida a transforma es dram ticas devido guer ra ou a investimentos financeiros a preser va o do tecido hist rico invariavelmente altera o ambiente constru do da cidade alte rando a sua pr pria atmosfera e significado A preserva o responsabilizada como um meio de criar mem ria colectiva marcando certos lugares como sendo de significado No entanto a import ncia da preserva o hist rica no mundo contempor neo est aberta ao debate Como o te rico cultural Ackbar Abbas tem defendido em v rios ar tigos sobre Xangai a preserva o hist rica funciona n o tanto para forjar a mem ria co lectiva como para acomodar e tornar a mu dan a natural A cidade imagem criada por esses actos de preserva o em seguida distribu da aos cidad os e turistas por pol ticos planeadores e construtores como uma fonte de receitas provenientes do turismo em massa festivais rendas e assim por diante Em lugares como Bombaim onde grandes transforma es est o em desenvolvimento na tentativa de a transformar numa cidade classe mundial o emergente movimento de preserva o do patrim nio continua a ser dominado pelos cidad os da elite Devido a uma legisla o mu
433. o e perde se valor competitividade emprega bilidade probabilidade de sobreviv ncia Esta troca indispens vel de conhecimentos entre iguais levada a cabo em formato digital fotos v deos websites blogs chats SMS correio electr nico e a Internet a grande plataforma atrav s da qual se articu lam as rela es digitais Na Internet toda a gente pode dar e receber tudo o que estiver em formato digital e por isso que na In ternet que se est o a formar as novas comu nidades os novos espa os sociais e educa dores onde as pessoas se podem relacionar progredir e aprender Chegam os nativos digitais Os nativos digitais t m entre 15 e 25 anos e utilizam com regularidade todo o tipo de tecnologias digitais desde que se d o por gente Da mesma maneira que n s ramos capazes de utilizar o leitor de v deo casse te sem ler as instru es eles acham mui to f cil fazer um v deo com o telem vel e public lo no Youtube Gerem recursos e fi cheiros digitais com tanta naturalidade que conceitos como propriedade privacidade ou direitos de autor est o a precisar de ser reinterpretados Como disse o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Alan Kay uma tecnologia tecnologia s para os que nasceram antes de esta ter sido inventada S o os propriet rios da Web 2 0 a rede social baseada em conceitos colabo radores onde as pessoas partilham todo o tipo de recursos e onde
434. o colectivo s o distribu das en tre diversos agentes e o poder pol tico est absolutamente disperso entre uma grande diversidade de sujeitos Se trabalharmos com uma perspectiva edu cativa que n o se limite ao mbito escolar e entendermos que a educa o e a vida est o relacionadas evidente que a nossa concep o sobre a pol tica educativa vai ampliar se de forma radical e vai exigir uma abordagem mais aberta mais plural e com mais agentes institucionais ou presentes no seu desenvolvimento dif cil imaginar a abordagem dos problemas escolares des de uma perspectiva tradicional de governo baseada na hierarquia e na especializa o e muito mais se partimos dessa concep o aberta e transversal da educa o durante toda a vida 2 Quest es Apesar de todo o referido e precisamente pela ambiguidade do termo governan a poder amos indicar v rias quest es rela cionadas com a capacidade de produzir pol ticas democr ticas atrav s deste novo paradigma a o governo em rede envolve uma rela tiviza o da legitimidade das institui es representativas como sujeitos respons veis da ac o de governo b se os processos de governo s o desen volvidos agora no mbito de redes com postas por variados e diferentes actores onde est o os princ pios da transpar ncia a responsabilidade e a accountability de mocr tica Como se t m vindo a tomar as decis es agora quem o respons vel e quem de
435. o como que os bairros usam a au tenticidade como meio de fomento do crescimento econ mico Cultura urbana em busca da autenticidade Com a maioria da popula o mundial a vi ver nas cidades a cultura urbana devia ser uma poderosa express o de identidade co lectiva Mas poucas cidades t m a certeza de qual a sua identidade Mais vulner veis do que nunca s ondas de migra o e aos movimentos de capital s o cada vez mais diversificadas socialmente mas com a mes ma apar ncia A sua continuidade cultural desafiada por grandes mudan as sobre as quais n o t m nenhum controlo o fim das ind strias tradicionais como a t xtil a side rurgia a constru o naval e de autom veis o aumento da influ ncia das elites transna cionais em mat ria de finan as e meios de comunica o bem como a presen a ge neralizada de novos migrantes em todas as reas da vida social As cadeias globais de meios de comunica o auxiliadas pela In ternet promovem e popularizam as novas atrac es tornando poss vel evitar interac es cara a cara As novas formas de cultu ra urbana desde a arquitectura ic nica at aos restaurantes de fast food e bandas de hi phop impuseram um modernismo universal no sentido local de espa o e do tempo dos moradores da cidade Expressando a ansie dade que muitos homens e mulheres sentem sobre essas mudan as a cultura urbana so fre de uma crise de autenticidade Esta cris
436. o compreender a metr pole como meio de comunica o que origina o interc m bio social o arquivo torna se um conceito emergente um princ pio de ordena o de est mulos sobre a qual opera es futuras s o imaginadas e se tornam presentes em vez de uma determinada no o do passado que foi considerada significativa e marcante para a preserva o Esta no o de cidade como A cidade como arquivo transforma es urbanas contempor neas e as possibilidades pol ticas m 197 arquivo est sempre em conflito por vezes produtivo e por vezes corrosivo com a no o da cidade como arquivo que emerge em actos de preserva o e estrat gias para inscrever espa o com agendas sociais e po l ticas espec ficas Referir me ei agora for ma constru da de um outro local no qual a cidade surge como arquivo Preserva o e destrui o Os ambientes urbanos est o sempre em transi o atrav s de adi es incrementais aos tecidos constru dos atrav s de novas iniciativas de infra estrutura e em crescen do atrav s da reurbaniza o No momen to contempor neo tal transi o significa vitalidade e falta de mudan a por vezes at mesmo mudan as radicais significam estagna o Assim as cidades mais vitais de hoje como Dubai Xangai e Pequim pare cem estar em movimento perp tuo cobertas com locais de constru o e no caso de Pe quim e Xangai tamb m com a abund ncia de locais de demoli
437. o de todos os sectores Contudo reconhecemos as nossas debili dades e a necessidade de super las Des de o come o da Cidades Educadoras em Vallenar quando se formou a mesa de tra balho para desenvolver e implementar esta ideia estabeleceu se que a actua o deste departamento devia ser supra municipal No entanto ao operacionalizar as suas fun es a mesa enfrentou transforma es permanentes sem que ter encontrado ain da o melhor caminho para a experi ncia desde o ponto de vista da sua implemen ta o formal Durante estes dez anos implementaram se ac es bem sucedidas Na comunida de existe um n mero crescente de pessoas que conhecem e se identificam com este projecto num sentido amplo de constru o entre todos governo local e comunidade de uma Cidade Educadora N o obstante ainda h caminho para percorrer conse guir uma maior integra o das ac es de senvolvidas perfilar todo o trabalho muni cipal a sua planifica o e gest o de um modo geral e a sua imagem corporativa de modo a que se projecte de forma coeren te com os valores e princ pios das cidades educadoras Os esfor os para juntar novas cidades a este projecto e gerar novos la os Vallenar Cidade Educadora um desafio permanente m 325 de desenvolvimento com outras cidades para fortalecer e incrementar assim a for a deste projecto O desafio grande E necess rio unir esfor os vontades e acreditar que em conju
438. o e aprendizagens es 15 ARENDT Hannah A condi o humana 16 Conforme FERREIRA Aurelio Buarque Holanda Novo Dicion rio Aur lio Rio de Janeiro Nova Fron teira 1986 220 m Educa o o presente o futuro pa o da conviv ncia espa o de constru o identit ria e espa o da possibilidade da forja de novos olhares sobre o mundo A escola para eles o principal espa o comunit rio que reflete a cidade Pode se inferir que para jovens de regi es perif ricas a escola ter que ser a ponte com o universo urbano em suas m ltiplas pos sibilidades Este lugar ponte ser resultado de todo processo de reinven o das formas tempos e espa os de atua o da escola A rua como possibilidade educadora s tem plausibilidade na medida da inten o de educar e da inclus o dos jovens no hori zonte do olhar de quem vive e faz a cidade Entre os que fazem a cidade est o poder p blico local cujo olhar e cujas pr ticas podem permitir a estes jovens circula o inser o e recria o dos pr prios territ rios a partir de poss veis trilhas educativas O poder p blico local e suas trilhas para os jovens A segunda pesquisa referida apresenta resul tados preliminares do estudo Juventude es colariza o e poder local especificamente na regi o metropolitana de Porto Alegre Teve como objetivo central o mapeamento das pol ticas de educa o de jovens e adul tos e das pol ticas de ju
439. o e cinematogr fico com a igualmente familiar sensa o da destrui o do medo da vulnerabilidade 5 Familiar e no entanto desconhecida a di mens o dessa vulnerabilidade que os nova iorquinos experimentaram no 9 11 Nesse dia perderam por assim dizer a sua invul nerabilidade primeiromundista vivendo na pr pria pele uma viol ncia repentina e ines perada Aquilo que por um lado familiar e por outro desconhecido o que Freud de finia como perturbador unheimlich No perturbador esconde se a face monstruosa daquilo que por outro lado familiar Para muitos americanos e sobretudo para o go verno dos E U A o 9 11 representa um es pectro perturbador uma esp cie de lado obscuro da viol ncia h muito infligida aos outros Talvez por esta raz o a reac o qua se imediata ao ataque foi em primeiro lugar um convite a superar O trauma a reagir e se guir em frente A exorta o tamb m na esfe ra privada a continuar a vida de sempre foi rapidamente seguida pelo desenvolvimento da resposta estatal normal a do uso da viol ncia e da guerra a vida de sempre do estado Longe da ret rica de estado e da justifica o da guerra o que apesar de tudo aconteceu no imediato do espa o urbano de Manhat tan foi uma reac o comunit ria espont nea e curiosa as pessoas andavam pela cidade com as fotografias dos seus entes queridos desaparecidos em muitas das quais estava escrito missing
440. o educativo da cidade Pode afirmar se que se trata de um projecto cultural destinado a partilhar uma ideia a de uma cidade atenta s pessoas e sobre tudo s suas rela es A Municipalidade aposta na possibilidade que as compet n cias pr prias e as dos cidad os envolvidos singulares ou organizados de interagir no interior de espa os oportunos de reciproci dade para delinear em conjunto a qualida de da vida citadina A evolu o desta ideia levou pois atrav s de um processo participativo desenvolvido em tr s anos ao apuramento de uma ideia ori ginal para uma reflex o de natureza pol tico institucional em ordem a centralizar o novo papel dos governos locais no desenvolvimen to local dos territ rios em sintonia com os est mulos provenientes do debate internacio nal passando pelas liga es com modelos e experi ncias de transforma es urbanas e sociais que as outras cidades conseguem e ou sofrem como verdadeiros e aut nticos la borat rios A realiza o do X Congresso da Associa o Internacional das Cidades Educa doras em G nova em Novembro de 2004 teve tamb m este objectivo Talvez n o se te nham encontrado ou usado todas as respos tas e solu es mas evitou se seguramente o risco da repeti o sobre a nica rea local A proposta inicial versava sobre conceitos como governo governabilidade represen ta o juntamente com os da esfera p blica decis es colectivas descentraliza
441. o esp rito de independ ncia e do seu pr prio ritmo e vigor Durante a maior parte do s culo XX as mentes mais percept veis e perspicazes de todo e qualquer pol tico denomina es ideol gicas concentraram sua aten o preo cupada quase exclusivamente na fronteira primeira linha que separa que liga a Agora e Oikoumene na sua vers o moderna res pectivamente e b rgerliche Gesellshaft e Estado na o A maior parte deste s culo foi vivido na sombra de dois poderes totali t rios baseados na regra a n vel mundial e da sua mem ria fresca traum tica O impacto dos dois regimes totalit rios es palhou se muito al m das fronteiras do seu estado As respostas radicais e totalit rias implac veis incerteza vexat ria associada com as configura es sociais centradas em torno de roda livre tipo pol gono a gora configura es conhecidas sob o nome de democracia foi considerada pelos ha bitantes de muitos regimes democr ticos nomeadamente como modelos para copiar jornalistas dos rg os de imprensa mais proeminente dos pa ses democr ticos os pr prios s mbolos do esp rito democr tico que algumas d cadas antes pareciam domi nar o mundo p s iluminista e ser percebido como o pice do progresso pol tico tico l ricas ao pintar a imagem de ordem a es tabilidade a paz social e a disciplina dos cidad os que desceram sobre a It lia ou a 1 O seu equivalente Ingl s sociedade civil
442. o estrito e portanto abordar os debates nucleares que vinculam educa o e sociedade educa o e cidadania Neste contexto dever amos ser capazes de reflectir sobre o conceito de participa o dos cidad os e em particular sobre os elementos que devemos tomar em considera o para uma reconstru o pr tica do ideal democr tico baseado no impulso da participa o e a educa o 244 m Educa o o presente o futuro 4 Participa o educa o cidade Na opini o de alguns autores Bauman Sen nett Castel este conjunto de mudan as referidas muito rapidamente origina proces sos de desvincula o e desfilia o que a diferentes n veis afectam uma grande parte dos cidad os e grupos das chamadas socie dades avan adas E entram em crise os pr prios fundamentos da experi ncia de viver em comunidade entendida como um colec tivo de pessoas estreitamente entrela ado Bauman com base em biografias partilha das e comprometidas durante uma longa hist ria e uma expectativa ainda maior de interac o frequente e significativa N o ad mira que neste mbito a comunidade seja re presentada at como uma amea a como um fen meno que representa a perda de autenticidade ou um perigo para a pr pria individualidade Contudo outros indiv duos sofrem esse isolamento e experimentam n sias de comunidade aspira es diferentes e d spares em fun o da sua traject ria bio gr fica e
443. o ou mais tarde cha mado e ser pressionado a ser renegociado e a busca por uma f rmula n o alcan vel ideal vai continuar Na variedade contem por nea da gora no entanto a decis o j est decidida antes de ser tomada Invaria velmente o compromisso que apontado como a necessidade de se justificar em ter mos de um servi o prestado escolha sendo tamb m negado o direito de esperar e exigir o mesmo do seu advers rio No caso de um confronto entre os dois o resultado a favor da escolha predeterminado pelas regras do jogo da vida No conflito intermin vel entre a liberdade de escolha e a seguran a de ser a realidade como vista na televis o tal como a realidade quotidiana experimentada pelos telespectadores toma partido E assim s o todas as realidades conhecidas por serem criadas at data para a convi v ncia humana e atrav s dela Nenhuma das realidades conhecidas nunca atingiram o extremo seriam arduamente e autocon fiantemente defendidas e ou obrigadas Mas cada uma torceu o equil brio entre os valores da concorr ncia para um ou para outro p lo Cada uma tornou mais f cil e provavelmente a prefer ncia dada a um va lor e mais dif cil e improv vel uma prefe r ncia dada ao outro Mas em nenhum caso a guerra de atrito entre dois valores indisso ci veis atingiu o seu objectivo ostensivo No entanto as restri es impostas graves e no entanto as for as incans veis esmagadora
444. o parental evocada um ponto essen cial no que diz respeito pessoa e fam lia A educa o permanente uma op o pol tica m 255 Pode se educar na complexidade mas deve se evitar uma educac o baseada em solu es autom ticas PM por essa raz o que a forma o parental deve sempre mobilizar profissionais de ori gens diversas com conhecimentos diversos Esta forma o deve focar se em problemas de dimens o psicol gica mas tamb m em outras quest es como o acesso escrita onde sabemos que o ambiente familiar tem um papel determinante E evidentemente temos de trabalhar com os pais sobre a for ma o para a cidadania a constru o das regras a identifica o das autoridades legi timas etc J M P Mesmo os homens e mulheres politicos de vem tornar se formadores Devem propor programas de formac o continua A cres cente complexidade do conhecimento pare ce reclamar que na formag o continua ne nhum conhecimento deve ser ensinado de forma isolada P M absolutamente essencial O perigo das nossas sociedades de colocar os cida d os perante decis es t cnicas apresentadas como inevit veis por peritos muito especia lizados nas suas reas Voltar a introduzir a complexidade introduzir a liberdade mostrar que tudo se mant m e que se po dem fazer escolhas diferentes consoante as alavancas que accionamos e os cen rios que privilegiamos Introduzir a complexidade
445. o pensamos na so ciedade no seu todo o problema reside por um lado em como estimular a criatividade a produtividade e a inova o e por outro em como gerir este processo de constante mudan a para que nem a sociedade nem os indiv duos se desintegrem Cada vez s o mais necess rios os sistemas flex veis adequados personalidade de cada indiv duo suficientemente inovadores para que o indiv duo se possa adaptar de for ma cont nua ao ambiente em mudan a e ao mesmo tempo suficientemente fortes para que n o se desintegrem durante este proces so de mudan a no qual necess rio redefi nir os par metros da sua vida e reconstruir a sua forma de se comportar preciso inova o e ao mesmo tempo valores mas n o em demasia porque se tivermos demasiados valores paralisamos mas se tivemos alguns bons s lidos e convictos valores que permane am quando o resto muda uma personalidade flex vel que combine a adaptabilidade permanente com um ambiente em constante mudan a tem capacidade para definir os pap is com base nesses valores A inova o mais eficaz quando tamb m competitiva e cooperativa e esta coopera o constitui a dimens o social ou a estrutura da inova o Quais s o as transforma es que observa mos na escola e na cidade como ambien tes de aprendizagem no mbito deste novo paradigma sociot cnico O mais importante uma escola adaptada a este tipo de socie dade e de economia N
446. o pode por si s ser a chave da resolu o de todas as dificul dades nem de todos os desafios mas pode aspirar a criar um clima de qualidade c vica e de conviv ncia urbana que induza as pes soas a tomarem consci ncia das mudan as a orientarem se melhor na sua complexida de a atenuar e superar alguns dos seus efei tos negativos potenciando as suas oportu nidades e elementos positivos que tamb m sempre a acompanham Pode afirmar se que uma das melhores leituras dos princ pios da Carta a de um verdadeiro programa de aten o e promo o da qualidade do espa o 7 Baumann Z Els reptes p 38 ss publico democratico com o vector educati vo como um dos eixos n o exclusivo nem excludente mas principal e cooperativo A cidade contempor nea continua tanto ou mais que antes um espaco de liberdade e de comunicagao Ainda que a comunicag o esteja mediatizada por interesses mercantis e procure objectivos consumistas a pluralidade intr nseca dos seus habitantes em combina o inteligente com as novas capacidades e t cnicas de comunica o tem na sua m o a capacidade de construir e difundir mensagens livres de mercantilismo e consumismo A cidade que aspire a ser educadora deve moldar se s exig ncias do novo mundo globalizado e digital para ganhar efic cia na defesa do espa o p blico democr tico utilizando as mesmas t cnicas e estilos de comunica o eficazes para outras finalidades Com certeza se
447. o ten s o fundadora da cidade contempor nea que agu ada pela atual crise civilizat ria leva os que vivem na cidade a construirem novas identidades e novas formas de rela o com seus territ rios Os jovens como b rbaros nestes territ rios urbanos apare cem como os que n o falam a l ngua dos que j est o estabelecidos por isso outsi ders aparecem como os que est o procu rando construir outras trilhas com c digos vestimentas gostos modos de ser que n o 2 MOLL Jaqueline Hist rias de Vida Hist rias de Esco la elementos para uma pedagogia da cidade Petr po lis Vozes 2000 A cidade e seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis m 217 alcan amos compreender S o os que n o se adequam aos padr es societ rios estabele cidos Nesta perspectiva a discuss o da democra cia e de uma nova esfera p blica coloca se como possibilidade para a reinven o da ci dade como espa o n o de mesmidades e de homogeneidades mas como palco e cen rio para a express o e o reconhecimento das diversidades humanas V rios autores v o al m deste argumento quando apontam a democracia n o s como possibilidade mas como condi o para que a pr pria huma nidade siga existindo o caso de Alberto Melucci quando diz que o fator crucial que muda hoje o significado da democracia que sem o reconhecimento das diferen as e sem acordo sobre os limites que h o de impor se n o ha
448. o urbano por um lado e os problemas de localiza o de qualquer ar quivo em torno do que parece ser o aspecto menos ef mero do espa o urbano nomea damente o ambiente constru do por outro Neste ltimo caso tamb m somos obriga dos a enfrentar o facto de que os ambientes urbanos s o constitu dos atrav s de um pro cesso cont nuo e cumulativo de subtrac o e destrui o que forma uma camada crucial da hist ria de quase todas as cidades con tempor neas Mesmo a preserva o hist rica na minha opini o acaba por ser uma forma de destrui o Ao considerar a rela o entre as cidades e os arquivos seria positivo explorar o pr prio ambiente constru do como um arquivo da cidade Mas dada a complexidade tanto das cidades como dos arquivos enquanto formas hist ricas sugiro o conceito alternativo da cidade como arquivo como uma ferramenta com a qual se exploram as complexidades das cidades contempor neas bem como os processos pelos quais os arquivos s o cons titu dos Para levar isso um pouco mais al m o conceito de cidade como arquivo sugere uma rela o anal gica entre as cidades e os arquivos em termos de forma e levanta a quest o dos limites de cada forma Na formula o da rela o entre as cidades e os arquivos sugiro que sejamos capazes de interrogar tanto os limites dos princ pios pe los quais os arquivos s o constitu dos bem como o problema de perten a atrav s da qual a cidade se
449. ocial e am biental que est transformando a vida dos 46 mil moradores do Aglomerado da Serra o maior conjunto de vilas de Belo Horizonte que ocupa uma rea de mais de 1 4 milh o de metros quadrados O programa leva ci dadania aos moradores por meio da urba niza o de becos constru o de unidades habitacionais erradica o de reas de risco implanta o de parques com equipamentos para a pr tica de esportes e lazer e recupe ra o de nascentes al m das ac es de de senvolvimento comunit rio educa o sani t ria e ambiental e qualifica o profissional As interven es permitem que essas pesso as tenham acesso a servi os b sicos como transporte coletivo gua tratada coleta de lixo e esgoto O programa partiu de um estudo aprofunda do da vida dos moradores o Plano Global Espec fico do Aglomerado da Serra que foi feito em tr s etapas levantamento de dados elabora o de um diagn stico dos princi pais problemas e defini o das prioridades e das ac es necess rias para atend las Uma das bases de sustenta o do progra ma o envolvimento da comunidade con quistado atrav s da promo o de cursos de capacita o de l deres comunit rios que se tornam multiplicadores do Vila Viva dando dicas aos demais moradores sobre educa o ambiental e sobre como melhorar a vida em comunidade Entre as principais orienta es est o a forma correta de acondicionar o lixo o uso racional da
450. ociano vietnamita chin s latino americano crioulo franc s franc s do Quebec e ingl amp s Montreal entrou no s culo XXI com uma mistura surpreendente de comunidades tni cas religiosas raciais e lingu sticas muitas vezes sem limites bem definidos entre elas C te des Neiges tem sido objecto de extensa pesqui sa em ci ncias sociais em parte devido ao seu car cter diverso e complexo e em parte devido presen a no bairro da Universidade de Montreal e do seu corpo do cente e estudantes Uma excelente colec o de artigos sobre diversos aspectos da vida do bairro na d cada de 1990 pode ser encontrada em Deidre Meintel Vic tor Pich Danielle Juteau e Sylvie Fortin editores Le Quartier C tes des Neiges Montreal um Les interfa ces de la pluriethnicit Montreal Paris l Harmattan 1997 4 Myriame El Yamani com o auxilio de Jocelyne Dupuis Bronx construg o La mediatique du de Montreal em idem pp 29 52 Daniel e Sylvie Juteau Par empreendedorismo L C tes des Neiges le p rim tre Victoria Van Horne em Ibidem p 129 160 47 Myriame El Yamani com o aux lio de Jocelyne Dupuis A constru o medi tica do Bronx de Montreal p 35 Para uma discuss o mais alargada da imprensa tnica de Montreal ver Sylvie St Jacques Des Nouvelles de leurs mondes La Presse 21 de Abril 2004 Dadas as inimizades hist ricas entre angl fonos e franc fonos bem como entr
451. ogia das relac es de poder a par tir de uma pequena comunidade Rio de Janeiro Jorge Zahar 2000 Cidade do sul do Brasil com popula o de cerca de 1 350 000 habitantes conhecida internacionalmente pelas pr ticas de participac o popular na gest o p bli ca municipal governada pelo Partido dos Trabalhado res de 1989 a 2004 e sede dos primeiros F runs Sociais Mundiais 12 Dos quais dois nao informaram seu n vel de inser o escolar 13 O sal rio m nimo corresponde a 147 28 euros do bairro em que moram sendo o n mero de meninas que gosta do bairro superior ao n mero de meninos Apesar de apontarem v rios problemas no bairro apenas 35 di zem n o gostar do bairro Como problemas e necessidades do bairro 54 apontam a falta de seguran a 116 reclamam da inexist ncia de um gin sio de esportes 88 reclamam da limpeza 53 pedem um campo de futebol e 11 gostariam que houvesse locais para fes tas Chama aten o o sentimento de interdi o expresso por quase 200 jovens que afirmam n o circular pela cidade por n o ter dinheiro para pagar a passagem do transporte coleti vo Os espa os pelos quais circulam s o em geral casas de amigos e parentes Cerca de 50 jovens menos de 1 5 do total apontam frequentar parques pra as e sho ppings espa os para al m de sua casa e da rua da sua casa Entre as meninas bem maior a declara o de que a casa de amigos e parentes o local que mais frequentam al m
452. olada Por isso as cidades de todo o mundo recorrem coopera o internacional na busca de solu es para as exig ncias do desenvolvi mento local e tamb m em busca de solu es partilhadas e coordenadas para se en frentar problemas comuns Assim sendo os Congressos da AICE gozam de uma ptima aceita o tanto entre as cidades associadas 286 m Cidades educadoras 20 anos como entre as novas que se v o associando gradualmente Carta das Cidades Educadoras As cidades representadas no 1 Congresso Internacional das Cidades Educadoras que teve lugar em Barcelona em Novembro de 1990 reuniram na Carta inicial os princ pios essenciais ao impulso educador da ci dade Elas partiam do princ pio que o desen volvimento dos seus habitantes n o podia ser deixado ao acaso Esta Carta foi revista no Ill Congresso Internacional Bolonha 1994 e no de G nova 2004 a fim de adap tar as suas abordagens aos novos desafios e necessidades sociais A presente Carta baseia se na Declara o Universal dos Direitos do Homem 1948 no Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais 1966 na De clara o Mundial da Educa o para Todos 1990 na Conven o nascida da Cimeira Mundial para a Inf ncia 1990 e na Decla ra o Universal sobre Diversidade Cultural 2001 Pre mbulo Hoje mais do que nunca as cidades gran des ou pequenas disp em de in meras possibilidades educadoras ma
453. om sucessos e insucessos domi na o e submiss o aliena o e consumo Quest es de car cter e cultura enquadra vam se perfeitamente nestas categorias tra dicionais Mas as experi ncias dos jovens na actualidade n o podem ser explicadas atra v s destes conceitos A forma como Rico se refere sua fam lia tamb m o conduziu evidentemente a re flectir sobre os seus valores ticos Quando fomos os dois para a parte de tr s da cabine para fumar recordou me que j havia sido um liberal no sentido americano do termo preocupando se com os pobres e tendo um comportamento correcto perante as mino rias como os negros ou os homossexuais A intoler ncia de Enrico relativamente aos negros ou aos estrangeiros envergonhava o Contudo depois de come ar a sua vida profissional Rico tornou se um conserva dor social Tal como a maior parte dos seus pares n o tolera parasitas sociais que v encarnados na figura paternalista do estado provid ncia que gasta o er rio p blico em alco licos e drogados Com o tempo aca bou por se tornar um crente nos padr es fixos draconianos do comportamento em comunidade como opostos aos valores da educa o democr tica que encontra a sua an loga na reuni o de trabalho de tipo hori zontal Como exemplo deste ideal comuni t rio Rico disse me que aprova as propostas vindas de alguns c rculos mais conservado res que defendem que se devem retirar os filhos aos maus pa
454. omia a fam lia deve ria na opini o de Rico real ar a import n cia da obriga o formal da confian a do compromisso e dos objectivos Todas estas virtudes s o pr prias do longo prazo Este conflito entre a fam lia e o trabalho co loca algumas quest es sobre a pr pria ex peri ncia da vida adulta Como que os objectivos de vida a longo prazo podem ser atingidos numa sociedade dominada pelo curto prazo Como poss vel manter rela es sociais duradouras De que forma pode um ser humano construir uma narra tiva de identidade e hist ria de vida numa sociedade feita de epis dios e fragmentos As condi es da nova economia vivem da experi ncia com desvios no tempo de lugar para lugar de emprego para emprego Se eu pudesse continuar a acompanhar o percur so de Rico verificaria que o capitalismo do curto prazo amea a corromper o seu car c ter especialmente aquelas qualidades que fazem com que os seres humanos se liguem uns aos outros e que lhes permitem manter um sentimento de self sustent vel POR VOLTA DA HORA DO JANTAR est vamos ambos mergulhados nos nossos pr deriva m 175 prios pensamentos Eu tinha imaginado 25 anos antes que o capitalismo tardio tinha atingido uma esp cie de consuma o final Mesmo que o mercado fosse mais livre e o controlo governamental mais d bil o sis tema continuava a entrar na experi ncia quotidiana das pessoas como sempre tinha entrado c
455. ommunes et R gions Europ enne secg o europeia de Cida des e Governos Locais Unidos e respons vel pelas quest es do governo local no Secretariado da Conven o para o futuro da Eu ropa encarregada de preparar a Constitui o da Uni o Europeia A contribui o de Elisabeth Gateau junto dos governos locais e re gionais foi reconhecida em Julho de 2004 altura em que recebeu o Pr mio Empereur Maximilien Composto por um j ri internacio nal este galard o homenageia o trabalho de refor o da pol tica regional e local na Europa enfatizando os princ pios e os valores estabelecidos na Carta Europeia da Autonomia Local A voz dos governos locais na governa o mundial A irrupg o dos governos locais no palco internacional Uma revoluc o democratica silenciosa propaga se actualmente no mundo A de mocracia local progride em todas as regi es desde os povos da savana africana ao alti plano Latino americano at aos barangayes das Filipinas passando pelos povos da Eur sia Por estas palavras come a o Primeiro Relat rio mundial sobre a Descentraliza o e a De mocracia local que pormenoriza a evolu o dos governos locais no mundo actual Este relat rio evidencia o facto de que a maioria dos pa ses ao longo destes ltimos 20 anos estabeleceu governos locais eleitos por su fr gio universal e que responde pelos seus actos perante os cidad os A emerg ncia de novas lideran as pol ticos a n
456. omo os que a ela recorreram uma voz concreta no con certo colectivo mundial A cidade n o pode viver sozinha nem estar s necessita deste di logo em harmonia com as outras cidades para conseguir ser ela pr pria diferente das demais oferecendo a sua pr pria tape aria tecido com fibras comuns mas com dese nho e des gnios pr prios Uma parte desses desenhos a que corres ponde educa o o que podemos obser var entre as cidades que querem ser educa doras N o obstante para se ser cidade educa dora n o basta ser cidade e ter como base as dez ofertas que acab mos de enumerar que quanto mais positivas melhor Para ser cidade educadora necess rio cumprir 270 m Cidades educadoras 20 anos as condi es que discutimos e definimos numa Carta no nosso primeiro encontro em Barcelona a Carta das Cidades Educa doras Os vinte pontos da Carta das Cidades Educa doras explicam e cont m dez compromissos de fundo sobre aquele que o compromis so b sico que Farrington nos recordou no primeiro dia construir as pessoas construir a humanidade As pessoas e a humanidade s o o expoente m ximo da natureza e a base da sociedade Sendo assim exige se um compromisso p blico da cidade que deve passar de educativa como o s o todas a educadora como s s o as que querem ser O que surge aqui n o um problema de vocabul rio entre os termos educativa e educadora que cada l
457. omunica o mas local em rela o sua adapta o s necessidade e aos valores das pessoas a quem se dirigem O projecto individual o resultado da crise dos siste mas ideol gicos tradicionais tais como a igreja ou os partidos pol ticos e da crise da 282 m Cidades educadoras 20 anos familia patriarcal e das formas tradicionais da familia nuclear Deste processo de mu danca material do mundo em que vivemos emergem os individuos e os projectos indi viduais como uma forma de reconstruc o da sociedade Este o material com que se deve trabalhar no processo de aprendizagem Esta mudan a cultural e socioecon mica utiliza e desenvolve um novo ambiente tec nol gico chamado Internet N o se trata apenas de uma tecnologia a tecnologia que organiza o metaparadigma O papel que a Internet tem hoje e as redes inform ticas em geral equivalem ao papel da elec tricidade na sociedade industrial N o uma forma de fazer as coisas mas sim uma ferramenta o instrumento gra as ao qual se desenvolve este individualismo organizado em rede esta sociedade baseada no projec to individual Por outras palavras a Internet n o um instrumento de isolamento e de individua liza o mas sim o instrumento que permite ligar e trabalhar em rede a partir de projec tos de interesse individuais Mais uma vez este facto tem consequ ncias importantes para o processo de aprendizagem De uma perspectiva geral quand
458. omunidade local e os l deres pol ticos come aram a lutar pela melhor forma de formular uma resposta sistem tica para o conflito intercultural Em Julho de 2006 o Governo de S o Peter sburgo lan ou um programa de toler n cia que visava promover a harmonia das rela es inter tnicas e interculturais e evi tar tend ncias ultranacionalistas e o forta lecimento da toler ncia para todos em S o Petersburgo As autoridades da cidade formularam o programa com base em ampla consulta das ag ncias policiais locais espe cialistas acad micos l deres da sociedade civil e autoridades educacionais Entre as metas do programa est o uma maior coordena o entre as ag ncias da cidade em quest es de toler ncia a amplia o das ini ciativas para integrar as nacionalidades que vivem na cidade na vida p blica e cultural um maior esfor o para preservar e desenvol ver o patrim nio cultural de todos os grupos dentro da cidade uma mais forte aplica o das leis destinadas a prevenir a viol ncia t nica e punir os autores de crimes de dio bem como a melhoria da comunica o entre as v rias comunidades e autoridades locais atrav s da cria o da linha telef nica 26 Shnirel man VA moskovskikh Chistil shchiki ulits skinkhedy SMI i obshchestvennoe mnenie pp 86 Ibid 27 Pravitel stvo Sankt Peterburga Komitet sviaziam vneshnim po Programma mezhetnicheskikh garmoni zatsii i otnoshenii meshkul t
459. onais de governos locais do mundo inteiro uma de las a Associa o Internacional das Cidades Educadoras AICE cujo enquadramento de A voz dos governos locais na governa o mundial m 147 interven o a cidade como agente educa dor A CGLU apoia se em sete sec es con tinentais frica Am rica latina sia Eur sia Europa M dio Oriente sia Ocidental Am rica do Norte bem como numa sec o metropolitana Metropolis que junta oitenta das maiores cidades do planeta O seu Se cretariado mundial situa se em Barcelona Os principais objectivos da nova organiza o mundial s o os seguintes a Desenvolver o papel bem como a influ n cia dos governos locais e das organiza es que os representa na governa o mundial b Ser o recurso principal no apoio aos go vernos locais democr ticos eficazes e ino vadores pr ximos dos cidad os e c Promover uma organiza o mundial de governos locais democr tica e eficaz Desde a sua cria o a organiza o CGLU dedicou se a refor ar a presen a das autori dades locais nos principais temas da agenda mundial que t m uma influ ncia directa so bre o local e a solidariedade activa entre os governos locais e entre a sua popula o face aos eventos mundiais como por exemplo com as v timas das cat strofes naturais ap s o tsunami que sucedeu no Sudeste asi tico Dezembro de 2004 janeiro de 2005 ou a favor dos sinistrados da guerra do
460. onais de roupa tais fotografias e campanhas constituem um exemplo da espectaculariza o e mercantiliza o de verdadeiros problemas humanos e sociais a imigra o o VIH a anorexia interessante reflectir sobre qual ser o elemento predominante ser a arte fotogr fica por si mesma a tem tica humana ou finalmente melhor finalistamente com rcio puro e cru Em todo o caso as cidades e seus habitantes v em se convertidos respectivamente em cen rio e espectadores de um exibicionismo imp dico mas talvez til como tomada colectiva de consci ncia Ou prejudicial como homologador de arnomalidades como no caso da anorexia ou descaradamente imoral pela instrumentaliza o interessada da dor humana O conceito de cidade educadora hoje m 27 pessoais remotas e virtuais que deslocam as pr ximas e presenciais o individualismo que interpreta a vida urbana como um risco onde subjectivamente predomina o factor da oportunidade sobre o factor perigo e onde se acentua a competitividade para alcan ar posi es de dom nio nas altera es constan tes que a cidade proporciona individualismo que reclama uma protec o crescente fre quentemente desmedida contra os perigos que o risco inicialmente assumido como oportunidade traz consigo Por outro lado e de forma parecida outras an lises insistem nos efeitos da acelera o das mudan as como cen rio ptimo para uma cultura do instante um
461. onscientes dos seus deveres para com a cidade em que vivem e respiram Esta administra o municipal tamb m ade riu Carta da Terra ao conjunto de medidas propostas pela ONU para preservar o meio ambiente do planeta V rias ac es como a constru o de escolas dentro de determina dos padr es ecol gicos o uso de materiais n o poluentes o incentivo redu o do consumo de gua e luz entre outras ser o implementadas pelos diversos rg os da C mara O rec m lan ado projecto Comunidade Protegida d prioridade s pessoas e ao ambiente e n o aos ve culos Atrav s desta medida os bairros tipicamente residenciais devem permanecer isentos de fumos de ve culos que escapam do tr nsito A medida est todavia em fase de experi ncia piloto mas sem d vida que o aumento da largura dos passeios da arboriza o e dos pontos de encontro estimular uma nova rela o dos habitantes com o seu bairro e a sua cidade Pretende se estimular em S o Paulo a for ma o de novas gera es sem preju zos habituadas a conviver e dialogar com os contrastes e com o diferente Neste sentido destaca se o apoio da C mara Parada do Orgulho Gay que na sua edi o de 2007 reuniu mais de tr s milh es de pessoas na Avenida Paulista Esta por outro lado mais uma iniciativa que adv m de administra es anteriores O car cter intrinsecamente educador da ci dade manifesta se igualmente quando urba niz
462. ontra as altera es clim ticas e a notoriedade de Barce lona enquanto cidade capital Barcelona o compromisso de uma cidade com a educa o Voltei a ler a Carta das Cidades Educadoras que se implementou no primeiro congresso internacional celebrado na nossa cidade em 1990 e que foi revisto em mais duas oca si es 1994 e 2004 As primeiras palavras do pre mbulo hoje mais que nunca a cidade grande ou pequena disp e de in cont veis possibilidades educadoras mas tamb m podem incidir nela for as e in rcias deseducadoras um bom come o Sobre tudo se tivermos em conta que o ltimo dos artigos da Carta diz a cidade educadora dever oferecer a todos os seus habitantes como objectivo crescentemente necess rio para a comunidade forma o em valores e pr ticas de cidadania democr tica respeito toler ncia participa o responsabilidade e interesse pelo p blico pelos seus progra mas bens e servi os Este um objectivo partilhado na actualidade por centenas de cidades em todo o mundo cada uma com as suas pr prias condi es culturais e sociais econ micas e pol ticas mas todas vinculadas pela vontade de ele var a qualidade de vida dos cidad os n o s no plano material o ambiente os servi os como tamb m a constru o c vica uma maneira empolgante de ver a cidade por que nos mostra a liga o entre o indiv duo e o colectivo certo que a implementa o deste progr
463. or ganizadas como nas duas edi es anteriores os lugares e a vida do quotidiano da cidade organizadora passavam a ser tamb m um aspecto de refer ncia para quem assistia reuni o internacional A cidade de Bolonha p s disposi o da organiza o do Con gresso alguns dos edif cios e servi os muni cipais mais emblem ticos da cidade para a celebra o das reuni es e confer ncias A ideia latente era aproximar o Congresso da cidadania e destacar que na cidade est es crita a sua hist ria o sistema econ mico as rela es sociais a pol tica etc Pretendia se activar a rela o entre a educa o e o patri m nio cultural existente tanto no ambiente mais pr ximo a rua o bairro e o distrito como em museus bibliotecas e outras insti tui es metropolitanas Talvez tenha sido esta multiplicidade de vozes presente no Congresso que levou a substituir a leitura inaugural por uma mesa redonda na qual Umberto Eco propunha aos participantes pensar em voz alta sobre o pro cesso de transforma o da Europa afirman do que A Europa converter se cada vez mais numa federa o de cidades onde se estabelecer o contactos entre urbes de l n guas diferentes e se criar o reas comerciais e culturais que atravessar o as fronteiras tra dicionais pelo que talvez se torne neces s rio preparar as cidades tamb m para este tipo de encontro Curiosamente esta mesa redonda chegou mesma conclus o a que
464. ores deste relat rio postulavam o reconhecimento da autonomia local pela Assembleia das Na es Unidas como um princ pio universal e ponderavam considerar a organiza o Ci dades e Governos Locais unidos como um rg o consultivo para os neg cios de gover na o Infelizmente raras s o as propostas deste relat rio at agora concretizadas A adop o em Abril de 2007 das Linhas di rectrizes sobre a Descentraliza o e Refor o das autoridades locais constitui a este respeito um progresso decisivo do sistema onusiano ONU o primeiro texto de refe r ncia mundial que reconhece o papel dos governos locais na realiza o da governa o democr tica e do desenvolvimento A adop o destas linhas directrizes concretiza uma das maiores ambi es das autoridades locais Esperamos que este texto ser sub metido num futuro pr ximo Assembleia geral das Na es Unidas a fim de consoli dar esse precedente no direito internacional Em paralelo foram realizados progressos noutros f runs internacionais A Uni o Eu ropeia reconheceu em 2005 que as autori dades locais eram actores plenos da co opera o ao desenvolvimento Acordo de Cotonou revisto e Declara o sobre o Con senso Europeu para o desenvolvimento O Parlamento Europeu quanto a ele adoptou em Mar o de 2007 uma resolu o sobre o papel dos governos locais na coopera o ao A 58 817 Relat rio do grupo de personalid
465. ortal desenhado com o objectivo de favorecer o interc mbio e a aprendizagem entre cidades Este portal em funcionamento na actualidade composto por uma p gina principal onde o Secretaria do publica periodicamente not cias de inte resse geral mas onde tamb m cada cidade associada por rede tem tica ou territorial pode dispor de uma p gina na Internet onde d a conhecer as suas actividades Assim o portal oferece informa o sobre a vida ge ral da Associa o mas tamb m sobre o que acontece nas cidades associadas e nas re des al m de permitir a consulta online de documentos As comunica es agruparam se em cinco mbitos muito distintos dos que foram exa minados em Lisboa 1 O papel da cidade em criar e manter sistemas educativos 2 Ambientes de ensino modernos redes locais e globais 3 Valores aspectos ticos e tnicos do ensino 4 Igualdade desigualdade e marginali za o 5 Ensino e trabalho Em Tampere falar de cidades educadoras exigia j uma nova terminologia Novas pa lavras novos conceitos para poder designar novas realidades O Congresso debru ou se na educa o como um conjunto de sistemas educativos num momento em que o mundo tinha absorvido com extraordin ria rapidez a ideia de uma rede inform tica que supor tava o mercado mundial nico Esta abordagem n o foi desde logo exclusi va do Congresso Respirava se j h muitos anos uma nova concep o do mu
466. os pr prios da adminis tra o da cidade s o sempre o urbanismo o transporte a limpeza pertencentes ao governo da na o regi o ou tamb m da cidade dependendo dos pa ses em quest o a sa de e a educa o a seguran a da ini ciativa privada mais ou menos social mais ou menos comercial mais ou menos mista Mas os recursos o controlo de coordena o ou as decis es finais devem estar nas m os da cidade dos rg os administradores da Cidade Educadora a fim de que se cum pram os seus objectivos e se coordene a re aliza o dos prop sitos comuns das cidades educadoras Por esse motivo pedimos o compromisso fi nal da administra o da cidade da aceita o da Carta Quem tiver interesse em que a sua cidade seja educadora e n o seja respons vel pela administra o da mesma depara se com dois dom nios distintos ou melhor um do m nio e uma via de acesso a elabora o de projectos complexos no dom nio da edu ca o e o percurso da estrada da via que conduz a que a administra o a nica que pode faz lo na totalidade assuma e firme a responsabilidade de ser cidade educadora de cumprir todos os objectivos comuns s Cidades Educadoras 10 Para limar o dec logo e para que a his t ria continue em aberto devemos acres centar algo Carta das Cidades Educadoras N o apenas um pequeno acrescento mas sim um aspecto muito importante as ci dades que querem ser educadoras devem constr
467. os que t m o direito de sentir com toda a liberdade que a cidade lhes pertence Dever o consagrar todos os seus esfor os no encorajar a coes o social entre os bairros e os seus habitantes de todas as condi es 1 7 As intervenc es destinadas a resolver desi gualdades podem adquirir formas m ltiplas mas dever o partir duma vis o global da pessoa dum par metro configurado pelos interesses de cada uma destas e pelo con junto de direitos que a todos assistem Toda a interven o significativa deve garantir a coordena o entre as administra es envol vidas e seus servi os preciso igualmente encorajar a colabora o das administra es com a sociedade civil livre e democratica mente organizada em institui es do cha mado sector terci rio organiza es n o go vernamentais e associa es an logas Eng A cidade dever estimular o associativis mo enquanto modo de participa o e co responsabilidade c vica com o objectivo de analisar as interven es para o servi o da comunidade e de obter e difundir a informa o os materiais e as ideias permitindo o desenvolvimento social moral e cultural das pessoas Por seu lado dever contribuir na forma o para a participa o nos processos de tomada de decis es de planeamento e gest o que exige a vida associativa O O munic pio dever garantir uma informa c o suficiente e compreens vel e encorajar os seus habitantes a
468. os em paralelo e multitarefa Preferem processar tex tos a trabalhar com ima gens sons e v deos Preferem que os estu dantes trabalhem indivi dualmente Preferem aprender just in case atrav s de exames Preferem satisfa o e re compensas diferidas Preferem seguir o plano de estudos e de exames padr o 1 lan Jukes e Anita Dosaj 2004 Understanding Digital Kids http www wright edu 7 Emarguerite veres 140 m Os novos desafios da vida urbana Cidade e Internet espacos sociais e educadores O soci logo Manuel Castells chegou a con clusao que actualmente a l ngua a na o o territ rio ou a religi o t m um lugar muito subordinado na consci ncia de identidade da popula o em geral O sentimento de perten a constr i se de maneira mais s lida onde tivermos uma rede de rela es e inte rac es e por esse motivo que nos senti mos mais envolvidos no mbito da cidade do que da localidade da regi o ou do pa s tamb m por isso que os nativos digitais desenvolveram fortes sentimentos de comu nidade e de perten a com a Internet onde n o h necessariamente um marco f sico concreto de refer ncia O contexto urbano foi e um espa o educa tivo e socializador o espa o da escola dos amigos dos vizinhos do jogo do cio do trabalho do associativismo dos interes ses particulares sociais pessoais culturais e profissionais E para os nativos digitais a I
469. os t o diversos como cidades asi ticas de que s o exemplo Bombaim Beirute Xangai Pequim e Dubai descritas nesta sec o Para responder a essa pergunta seria necess rio fazer uma r pida men o a uma elabora o te rica da no o do arquivo em si Navegando vazios Arquivos n o s o formas universais nem s o institui es uniformes que recolhem deter minado tipo de informa es ao servi o de projectos universais de hist ria espec ficos Em vez disso poder amos pensar em arqui vos como linguagens cujas caracter sticas formais constituem a mem ria de formas di ferentes para diferentes grupos de pessoas Esta posi o considera que o pr prio pas sado como uma aus ncia inerentemente inst vel e est constantemente reconstitu do como mem ria atrav s de formas activas de lembran a e atrav s de formas institucio A cidade como arquivo transforma es urbanas contempor neas e as possibilidades pol ticas m 199 nais tais como arquivos O problema do arquivo como diversos te ricos t m aponta do o pressuposto da import ncia a priori das informa es recolhidas no mbito do arquivamento formal geralmente considera do a reflectir algo mais algo que menos tang vel como o g nio cultural ou a verdade superior A autoridade do arquivo de facto repousa sobre essa suposi o Nas sec es anteriores expliquei a natureza fundamentalmente ef mera dos fluxos que constituem o espa
470. oso A nova realidade social que os idosos re presentam actualmente n o corresponde ao significado tradicional que atribu mos palavra idoso Nos ltimos dois anos tive a oportunidade de pronunciar um ciclo de confer ncias por toda a Espanha dirigido a idosos reformados A experi ncia permitiu me descobrir uma realidade social da qual n o tinha consci ncia a maioria das pes soas com mais de 60 anos de idade desfruta de uma sa de e qualidade de vida excelen tes e t m um enorme desejo e necessidade de se sentirem teis e ocupados A nova realidade social choca com a ma neira como encaramos a velhice e com a linguagem convencionalmente utilizada em rela o mesma por n s associada a uma situa o de depend ncia e passivida de 95 das pessoas com mais de 65 anos vivem autonomamente em resid ncias pri vadas sem qualquer tipo de depend ncia e apenas uma percentagem reduzida de pes soas entre os 65 e os 80 anos mostram sinto mas pronunciados de senilidade Este panorama de autonomia dos idosos j por si muito distante da vis o tradicional que associa o envelhecimento depend n cia sofrer melhorias consider veis nos pr ximos anos com a chegada reforma das pessoas que se inserem na chamada gera o do baby boom Trata se de uma gera o numerosa nascida entre o final das d cadas de quarenta e cinquenta com um n vel edu cativo e cultural elevado e em boas condi es de sa
471. ovos significados se n o inclui tamb m a recomposi o que 158 m Educa o o presente o futuro lhes imprime a ac o imagin ria dos meios Garc a Canclini 1998 A r dio e a televis o comprometidas na ta refa de narrar e dar coer ncia cidade re desenham as suas t cticas comunicacionais para se enraizarem em espa os delimitados As adapta es do discurso internacional da CNN com emiss o em Atlanta com infor ma o local em muitos pa ses exemplifi cam esta versatilidade Ainda que se tratem de empresas transnacionais sabem que as suas audi ncias esperam que lhes falem do que significa estar juntos num sitio particu lar Apresentam se ent o neste duplo pa pel como informadores macro sociais que divulgam o que sucede em lugares distan tes e como confidentes micro sociais que contam os engarrafamentos e perturba es emocionais da cidade em que estamos a ver o notici rio Os rituais da diplomacia inter nacional e os espect culos ntimos dos nos sos vizinhos t m uma liga o na sucess o informativa Vejamos mais de perto como se reconfigura o sentido da cidade mediante o papel urba nizador da v deo cultura Considerarei a vi deocultura em duas dimens es Por um lado constitu da pelo conjunto de redes e men sagens electr nicas r dio televis o v deos Internet por outro o conjunto de mensa gens visuais que moldam a imagem da ci dade ou seja a sua arquit
472. pala vras que me afecta acima de tudo Eu sinto um prazer aventureiro em perder me entre as estantes lotadas supersticiosamente con fiante de que toda a hierarquia estabelecida de letras ou n meros me levar um dia a um destino prometido No in cio do s culo A D no seu livro sobre a guerra civil romana que tinha ocorrido cem anos antes Lucan descreveu J lio C sar vagueando pelas ru nas de Tr ia e observou como cada caverna e cada floresta est ril lembrava o seu her i das hist rias hom ricas antigas A lenda agarrou se a cada pedra explicou Lucan descrevendo a narrativa repleta de viagens de C sar As Bibliotecas tomam parte desta qualidade fantasmag rica Os livros numa biblioteca seguram entre as suas capas todas as hist rias conhecidas eles enchem o espa o nossa volta com vozes antigas e novas O C sar de Lucan caminha com cuidado na paisagem de Tr ia temendo pisar fan tasmas Na biblioteca os fantasmas podem falar Uma grande biblioteca ponderou Northrop Frye num de seus muitos livros de anota es realmente tem o dom das lin guas e uma vasta pot ncia de comunica o telep tica Mas o amor s bibliotecas como a maioria tem deve se aprender Ningu m que pisa pela primeira vez um espa o feito de pa lavras pode saber instintivamente como se comportar o que esperado o que prome tido o que permitido Isto verdade tanto em bibliotecas virtuais como em biblioteca
473. parem Colaborar para sobreviver Os arquedlogos que trabalham nas origens da humanidade datam os f sseis com uma margem de erros de mil anos Tendo em conta esta perspectiva macro das cronolo gias a actualidade apresenta uma novidade radical somos a primeira gerag o na historia da humanidade em que o pai aprende com o filho Est o a confluir no m nimo duas novi dades determinantes Por um lado a acele ra o exponencial da evolu o tecnol gica que produz mudan as radicais em per odos de tempo muito curtos Por outro lado uma maior esperan a de vida implica que os pais j n o morram aos 30 ou 40 anos de idade como acontecia no in cio do s culo XX mas sim aos 80 ou 90 anos Os nossos av s t m dificuldade em acompa nhar o ritmo da telefonia m vel os nossos pais t m dificuldade em perceber os jogos de v deo e n s talvez tenhamos dificulda de em compreender a realidade virtual ou o quer que seja que nos aproxime de um futu ro mais pr ximo 2 Francisco Jos Goerich e Rafael Pinilla 2006 Espe ran a de vida em Espanha ao longo do s culo XX Fun da o BBVA http www imsersomayores csic es docu mentos documentos goerlich esperanza 01 pdf Decada Total 1900 34 76 1910 41 73 1920 41 15 1930 49 97 1940 50 10 1950 62 10 1960 69 85 1970 7236 1975 73 34 1980 29 62 1985 76 92 1990 76 94 1994 77 93 1996 7831 1998 78 71 Esperanga de vida em Espanha ao longo do s culo XX Volta
474. pilogo de Koichiro Matsuura director geral da UNESCO 1999 2009 Desafios para as cidades no s culo XXI Com a popula o mundial a crescer anu almente cerca de 70 milh es de pessoas a urbaniza o est a ocorrer a uma escala e ritmo sem precedentes Isto significa que a batalha para alcan ar as Metas do Mil nio ser ganha ou perdida nas cidades A menos que os grandes investimentos sejam feitos no desenvolvimento urbano ao longo das pr xi mas duas d cadas a maioria da popula o urbana no Sul ter de enfrentar os riscos de pobreza condi es de habita o deplor veis m s condi es de sa de e saneamen to m nutri o e baixa produtividade No entanto apesar da amea a do aumento da pobreza urbana as cidades s o tamb m motores de desenvolvimento e mudan a so cial assim como centros de comunica o e express o cultural inova o e interc mbio inter cultural Eventos internacionais como o Ill F rum Urbano Mundial realizado em Vancouver no Canad em Junho de 2006 atestam os pap is importantes e complexos que as ci dades t m como e reas que geram riqueza mas tamb m exclus o social e segrega o e lugares valiosos do patrim nio e espa os que sofrem as maiores agress es ao meio ambiente e espa os em que as formas de vida e valo res sociais combinam com a modernidade e tradi o e locais onde as identidades colectivas s o redefinidas O que necess
475. portunida des que oferece de informar se conhecer e actuar comunicando se Esta dupla perspectiva de an lise levou a redefinir o que entendemos por cidade e por vida urbana Tamb m leva a reconsiderar o que nas grandes reas urbanas desintegra e reintegra Muito foi escrito sobre a decomposi o a perda de ordem e sentido do conjunto experimentado pelas cidades expandidas nos processos de industrializa o e aflu ncia massiva de migrantes na segunda metade do s culo XX Davis 1998 Koolhaas 2002 A desordem urbana e a cr tica aos relatos totalizadores do social levaram a desqualificar a planifica o mega urbana especialmente sob a influ ncia do pensamento p s moderno As cidades ficaram sem vis o nem projectos de conjunto e houve a tend ncia de pensar nelas como uma soma de fragmentos procurou se em vez do ordenamento integral a aten o isolada ao que se julgava potencialmente mais din mico A teoriza o da cidade como fluxo e como territ rio atravessado por fluxos globais da economia das comunica es e do turismo contribuiu para p r de parte um sector do pensamento urbano de qualquer aspira o a exercer controlo sobre a totalidade urbana Castells 1995 Mas a persist ncia de movimentos sociais e ecol gicos que protestam sugere um mal estar com esta fragmenta o do urbano Os meios de comunica o captam esse descontentamento dos habitantes das cida des que n o se resignam a viver entre red
476. precisa mente os objectivos o nico aspecto que as Cidades Educadoras devem ter em comum As cidades reunidas com o desejo de parti lharem experi ncias no longo caminho da educa o s o talvez muito diferentes pre cisamente porque t m o amplo e complexo objectivo comum de serem educadoras Porque da mesma maneira que o car cter pr prio a personalidade pr pria de cada professor e dos diferentes professores pos tos ao servi o da educa o dos alunos um factor de grande for a imprescind vel na educa o que sempre uma rela o entre pessoas tamb m assim o o car cter pr prio de cada cidade que quanto mais carac ter stico mais not vel e tem influ ncia na forma o e no car cter dos seus cidad os adultos jovens e crian as S o diferen as que se notam inclusivamen te entre pessoas do mesmo pa s e n vel social Por exemplo os cidad os de Go temburgo consideram se diferentes dos de Estocolmo Estas diferen as que podemos comprovar em geral lendo simplesmente a lista de comunica es das cidades ordena das alfabeticamente que se apresentam no Congresso de Gotemburgo Pensar sobre o que significa nascer viver educar se trabalhar em Adelaida Barce lona Berlim Bolonha Budapeste ou em Cerdanyola del Valles a pequena activa e agitada cidade vizinha de Barcelona um exerc cio que permite ver a cidade no seu todo com os seus elementos caracter sticos e que tr
477. profissional n o possa servir de exemplo aos seus filhos e forma como eles devem conduzir as suas vidas As qualidades necess rias para se ter um bom emprego n o s o necessariamente as qualidades de um bom car cter Tal como viria a compreender mais tarde a intensidade desse medo tem origem no fosso que separa as gera es de Enrico e de Rico Os lideres empresariais e os jornalistas en fatizam o mercado global e o uso de novas tecnologias como as principais caracter sti cas do capitalismo do nosso tempo Isso verdade mas falta aqui uma outra dimens o da mudan a a das novas formas de orga nizar o tempo especialmente o tempo de trabalho O sinal mais tang vel dessa mudan a pode ria ser O lema o longo prazo j n o existe No mundo do trabalho a carreira profissio nal tradicional em que se progredia passo a passo numa ou duas organiza es est a de saparecer O mesmo se passa com a aquisi o de um nico conjunto de compet ncias ao longo de uma vida de trabalho Hoje um jovem americano com pelo menos dois anos de faculdade sabe que poder ter de mudar de emprego cerca de onze vezes durante a sua carreira e reformular a sua base de com pet ncias pelo menos umas tr s vezes em quarenta anos de trabalho Um executivo de uma grande empresa ame ricana recorda que o lema o longo prazo j n o existe est a alterar o pr prio conceito de trabalho Temos de promover o conceito da for
478. que recorda ram nos antes de mais que os milhares de mortos do 11 de Setembro morreram um a um e cada um deles faz falta aos seus fami liares e aqueles que olhando os seus rostos compartilham essa falta Aparentemente tra tou se de uma resposta emotiva e contudo de um outro ponto de vista n o se tratou apenas de uma resposta pol tica bastante mais eficaz do que o apelo bandeira na cional mas talvez da mais pol tica de todas as respostas dadas at essa altura 3 A Caravero locale assoluto em Micromega Alma nacco di filosofia 5 2001 pp 64 73 p 71 Ida Dominijanni fez Ihe imediatamente eco num ensaio de 2002 em que analisava com olhos fantasticamente femininos dois grandes acontecimentos que no ano 2001 tiveram como protagonistas duas cidades as sumidas como s mbolo de uma poca G nova e Nova lorque A marca do presente vivida e lida com olhos femininos revelava como a cat strofe nova iorquina longe de atingir o cora o do capitalismo global como talvez os autores do atentado tencio nassem e como muitos tamb m no ocidente esperavam tinha caracter sticas completa mente novas em rela o ao passado O que aconteceu antes do colapso definitivo das duas torres e o que todos n s continu mos a ver pela televis o numa esp cie de reali ty show do massacre foi um inconceb vel holocausto multi tnico corpos sem rou pas e sem pele voavam dos andares altos milhares de
479. que sa bemos em linhas gerais onde fica Central Park e a 5 Avenida reconhecemos imedia tamente o Empire State Building ou as Twin Towers Contudo o acontecimento do 9 11 intensificou esta familiaridade Somos re almente todos nova iorquinos tamb m no sentido em que a experi ncia do trauma a perda o luto nos tocaram de perto n o s porque particip mos em directo no atenta do mas tamb m porque a partir da se ini ciou uma escalada de viol ncia que ainda hoje n o deixou de nos tornar espectadores permanentemente traumatizados por massa cres cont nuos horrores agora quotidianos e no entanto incompreens veis como se o ter sido v timas secund rias daquele acon tecimento nos obrigasse n o s a reflectir politicamente sobre as suas consequ ncias mas tamb m sobre as suas possibilidades repensar de um modo diferente a cidadania o espa o compartilhado a rela o entre as diferen as tnicas econ micas culturais de g nero o que o trauma quotidiano nos impele a fazer Mesmo luz das reflex es de Judith Butler poss vel pensar que o pre o a pagar por este novo modo de conceber a cidadania seja a vulnerabilidade apresenta se como um novo universal que n o permite assimilar os diversos ao modelo euroc ntrico do uno Somos todos vulner veis no sentido em que somos todos humanos A vulnerabilidade como tra o caracter stico do humano mas 120 m Os novos desafios da vida urbana di
480. quer tentativa de traduzir os problemas indivi duais em quest es p blicas prov vel que seja reflectida de volta para a esfera da po l tica da vida e volte para a lista de tarefas que os indiv duos precisam de enfrentar e tentar cumprir por conta pr pria aceitando a responsabilidade total em caso eles acaba rem em fracasso Os indiv duos s o deixados sozinhos con denados a auto crit rio auto refer ncia e auto ajuda Votar ao abandono a comu nidade pr concebida pr fabricada e pr estabelecida da esp cie a que pertencem antes de come ar a agir eles precisam para tecer as suas pr prias redes de protec o social podando o fio fino e fri vel dos la os interpessoais e os fios precisam de ser amarrados frouxamente para os tornar mais f cil de desatar quando a necessidade che ga como certamente ir chegar Uma vez que participam numa ou noutra iniciativa da gora as pessoas s se conhecem uns aos outros com excep o de alguns profissio nais ou compadres amadores animadores ou conselheiros a conspirarem e a instiga rem as suas manobras e a pronunciar se so bre os seus resultados N o h nada vista que seja reconhec vel como oikoumene Qualquer que seja a Totalidade vista den tro de uma gora s pode ser um produto lateral provis rio de sua interac o t o vo l til e fr gil como as redes que tecem e o fio que usam para tec las Essa totalidade sempre ainda n
481. r es nas redes que favore am a aquisi o deste tipo de capital social Boston e Seatle nos Estados Unidos Cam bridge e Manchester na Gr Bretanha s o alguns exemplos desta re articula o entre informa o conhecimento conectividade infraestrutura urbana educa o e participa o social no desenvolvimento O F rum Universal das Culturas realizado em 2004 em Barcelona j auspiciou uma articula o entre o crescimento urbano e 160 m Educa o o presente o futuro a expans o do saber A segunda edi o do F rum com lugar em Monterrey a partir de Setembro de 2007 explicita ainda mais o v nculo entre o desenvolvimento sustentado e os avan os cientifico tecnol gicos Mon terrey cidade do conhecimento o tema com o qual se promove este evento interna cional na sede mexicana a segunda cida de do pa s em volume populacional onde a maior companhia sider rgica da Am rica Latina entre muitas outras f bricas lhe deu prest gio como capital industrial No entan to quando a industrializa o diminuiu o seu poder impulsionador de desenvolvimento face ao avan o da informatiza o tecno l gica os altos fornos fecharam e os seus edif cios transmutados em Parque Fundidor converteram se em Pinacoteca e Cinema teca Agora com o est mulo do F rum o espa o p s fabril cresce agregando novos museus e passeios em torno dum canal de 2 5 quil metros que liga a ex zona industrial ao
482. r indispens vel que a cidade segundo os educadores formais e n o formais oriente a forma o dos seus habitantes especialmente mas n o exclusivamente dos mais jovens para o dom nio conceptual e a orienta o tica dos novos alfabetos comunicacionais as armas e infinitas arg cias da comunica o e informa o do s culo XXI Seguramente este o n cleo a partir do qual se pode reorientar com muita dificuldade e modestas previs es de xito a transforma o qualitativa das nossas cidades Esclarece se que a forma o conceitual e tica significa muito mais do que a simples capacidade t cnica ou dominio de toda a diversidade de instrumentos significa sobretudo a consci ncia dos objectivos dos valores e da experi ncia humana e social que actua diariamente na gal xia comunicativa em que se transformou o mundo sistemas inteiros de comunica o com suas estrelas planetas sat lites e aster ides que circulam enlouquecidamente em torno de indiv duos aturdidos que paradoxal e ingenuamente cr em que O conceito de cidade educadora hoje m 29 dominam o mundo com um comando a dist ncia Para al m desta forma o agora j considerada b sica a cidade educadora tem de concentrar esfor os para sustentar e refor ar os v nculos comunit rios que ainda sobrevivem em muitas cidades e promover a sua recupera o naquelas em que se encontrem muito d beis ou em risco de se perderem A dimens
483. r odo de r pida evolu o demogr fica exige complexas estrat gias multifacetadas a longo prazo que s surgem quando a cidade se torna um foco compartilhado de preocupa o e aten o A cidade deve se tornar um agente de organiza o e educa o e n o apenas um objecto em que os outros actuam Os media a cidade e a educa o Entre o hiperactivismo e a indiferen a Josep Ramoneda Josep Ramoneda Molins fil sofo e jornalista Foi professor de Fi losofia Contempor nea na Universidade Aut noma de Barcelona 1975 1990 e director do Instituto de Humanidades 1986 1989 Fundou e dirigiu a colec o Textos filos fics publicada pelas Edicions 62 tendo sido tamb m o respons vel pela cria o da revista de cultura Saber 1980 Foi colaborador do jornal La Van guardia entre 1980 e 1996 Ramoneda director do Centro de Cultura Contempor nea de Barcelona colaborador do jornal E Pa s e da esta o de r dio Cadena Ser Josep Ramoneda tem publicado numerosos trabalhos dos mais re centes destaque se Despu s de la pasi n pol tica Taurus 1999 e Del tiempo condensado Random House Mondadori 2003 Parte da sua obra encontra se publicada pelas Edicions 62 t tulos como Apologia del present Mitol giques e El sentit ntim O autor tem participado tamb m em diversas obras colectivas como Frontera e Perill Coneixement memoria i invenci e Textos filos fics co lec o em que assume a autor
484. r tico a partici pa o na resolu o de problemas a coexis t ncia de pontos de vista divergentes Como em qualquer caso podemos abrir espa os para a ortodoxia e ainda manter em aberto a possibilidade de uma sociedade livre E a ideia da possibilidade que continua a ser importante Junto com ela vem o reco nhecimento de incompletude H sempre perguntas sem respostas e porque pre sentemente n o t m resposta h a ne cessidade de novas perspectivas m todos rec m criados o excesso da persist ncia de d vidas a improbabilidade de uma prova final E o questionamento constan te a vivacidade do di logo Adrienne Rich escreveu que a poesia come a em terror e termina em possibilidade e que isso pode ser verdade para muitas formas de arte Hamlet come a na escurid o e na descon fian a na consci ncia de algo podre e termina com Hamlet moribundo a dizer a Hor cio Que a felicidade se ausente de ti por um tempo e conta a minha hist ria Contar a hist ria buscar o seu significado sem nunca ter a certeza do fim imaginar o que pode estar al m do presentemente incompreens vel para prevenir que a tor re caia outra e outra vez para come ar a construir de novo A cidade e os seus caminhos educativos escola rua e itinerarios juvenis Jaqueline Moll Jaqueline Moll pedagoga especialista em Alfabetiza o e Edu ca o Popular doutorada em Educa o pela Universidade Federal do Rio G
485. r focada como 1 Hanna Arendt The Human Condition Chicago The University of Chicago Press 1958 uma esp cie de rel quia arqueol gica mas sim muito arendtianamente e para al m das suas conhecidas implica es patriarcais e etnoc ntricas como um paradigma rela cional e interactivo da politica Nesta poca de transi o recentemente marcada por colapsos da velha ordem que tomam os nomes mais diversos mas que substancialmente se inserem na quadro da dita globaliza o e por acontecimentos catastr ficos poderia sobretudo advir um contributo precioso da recupera o inova dora do modelo da polis ou pelo menos do repensamento do significado original do termo pol tica A essa origem pertence por direito a cidade que deve ser retirada ao imagin rio estatal e transformada assim no lugar privilegiado para repensar a pol tica e com ela em sintonia com a proximidade que na Gr cia tinham polis e paideia a edu ca o pol tica N o lamentando de modo algum a inst n cia concreta e hist rica da polis que como sabido era profundamente marcada por uma matriz masculina e patriarcal o pre sente contributo prop e se trazer luz tor nar vis vel a centralidade da cidade como lugar de experi ncias pol ticas ainda in di tas e aparentemente indecifr veis dando lhe uma leitura situada no feminino Sub trair ao modelo estatal a pol tica marcada pela prolifera o da viol ncia e do e
486. rais e de rendimentos dos governos de direita mais do que lutas entre grupos de po pula o procedentes de etnias ou territ rios diferentes Ainda assim passeando por Barcelona se 92 m Os novos desafios da vida urbana pudermos passar um momento pela Rambla del Raval damo nos conta de que a convi v ncia perfeitamente plaus vel e de que ainda estamos a tempo de n o cair nas du ras realidades vividas em algumas cidades europeias Agimos bem sempre que formos capazes de travar os tra os racistas que so bressaiem em alguns meios de comunica o de eliminar os esp ritos xen fobos de determinados grupos de popula o aut cto ne e de praticar pol ticas p blicas abertas e respeitosas com os imigrantes Uma pequena nota margem antes de aca bar este cap tulo sobre o tratamento pouco favor vel que em Espanha se d desde h quase trinta anos aos refugiados e aos exila dos pol ticos N o deixa de ser um paradoxo que na medida em que as pr ticas da liber dade na vida p blica tenham melhorado se tenha perdido em contrapartida a capacida de de acolher aqueles que fogem da guerra e da repress o e que chegam a nossa casa n o s para melhorar as suas condi es de vida mas principalmente para salv la Desapa receu das nossas cidades a pluralidade e a riqueza que representou a chegada de ex pulsos pelas ditaduras latino americanas dos anos setenta do s culo XX e numa posi o absurda contr r
487. ram profundamente a nossa vida social Conforme diz David Harvey nas primeiras linhas do artigo aqui publicado n o pode mos separar o tipo de cidade que desejamos da forma como queremos viver as nossas vi das e do tipo de pessoas que pretendemos ser Esta observa o t o intimamente liga da ao pr prio conceito de educa o o leitmotiv da sec o de abertura Os novos desafios da vida urbana cujos artigos abor dam temas como as muta es contempor neas do espa o p blico Zygmunt Bauman os processos migrat rios e suas implica es culturais Blair Ruble o poder dos m dia Josep Ramoneda a insustentabilidade da desigualdade socioecon mica escala in ternacional Arcadi Oliveres a busca da autenticidade nas diferentes formas do desenvolvimento urbano Sharon Zukin a inclus o da perspectiva do g nero na cons tru o do sentido de comunidade Olivia Guaraldo respostas culturais para o enve lhecimento da popula o Ant n Costas os novos la os sociais criados pela Internet Gen s Roca e a import ncia do poder lo cal na governa o mundial Elisabeth Ga teau A segunda parte tem como eixo a educa o a rela o existente entre o conhecimento e as suas formas de transmiss o os processos de aprendizagem e o desenvolvimento pes soal o saber acumulado e a singularidade de cada indiv duo em suma a rela o entre a privacidade e a sociabilidade que a cida dan
488. ran a dos representantes de mocr ticos entende se que o dever do com promisso para toda a cidade Dessa forma o direito cidade educadora converte se num verdadeiro direito dever para todos os representantes sem d vida mas tamb m os cidad os e as cidad s Al m de tudo este compromisso ao servi o integral das pes soas como reza o terceiro t tulo que de prop sito no seu sentido gramatical est li gado ao segundo Com efeito pretende se que cada pessoa que vive na cidade se sinta realmente ponto de aten o do conjunto da cidade e principalmente dos seus repre sentantes democr ticos que se sinta sujeito de direitos de cidadania como pessoa com possibilidade real de desenvolver a todo o momento e em pleno as suas capacidades objectivo cl ssico e principal da educa o e de alcan ar melhor qualidade de vida objectivo gen rico e b sico de toda a gover na o democr tica nica poss vel numa ci dade educadora Sem entrar em pormenor na descri o de cada um dos vinte artigos cremos que seja til destacar resumidamente a fim de com pletar o conceito de cidade educadora os aspectos que na reforma de 2004 voltaram a incorporar se ou melhoraram claramente a sua presen a ou defini o da Carta inicial tendo em vista adapt la s novas caracte r sticas e necessidades das cidades no prin c pio de um novo s culo Os vectores prin cipais da reforma foram em primeiro lugar a in
489. rande do Sul tem realizado parte de seus estudos na Uni versidade de Barcelona Moll professora da Faculdade de Educa o e do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil e professora colaboradora do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade de Bras lia Brasil Nos anos de 1993 e 2001 coordenou as equipas pedag gicas da Secretaria de Educa o da cidade de Porto Alegre e integrou a equipa do Minist rio da Educa o do governo Lula Jaqueline Moll autora e organizadora de v rios livros entre os quais destaque se Alfabetiza o poss vel reinventando o ensinar e o aprender Ed Media o 1996 Para al m do fracasso escolar Ed Papirus 1997 Por uma nova esfera p blica a experi ncia do or amento participativo Ed Vozes 2000 Hist rias de vida his t rias de escola elementos para uma pedagogia da cidade Ed Vo zes 2000 Educa o de Jovens e Adultos Ed Media o 2005 Conta ainda numerosos artigos publicados em edi es peri dicas e colectivas A cidade e os seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis Sera possivel compreender a rua como uma grande escola ignorada ou como possibi lidade de escola para os sem escola Pode a rua fazer parte das trilhas educadores pelas quais transitam homens e mulheres sobre tudo as novas gera es na contemporanei dade Este texto nasce d
490. ranhos quer dizer um espa o de rela o polivalente e a n veis muito diferentes Isto significa uma comple 5 Estes temas foram tratados no meu livro Depois da paix o pol tica Taurus Madrid 1999 Neste sentido o pr logo de James G Ballard da sua novela Crash 7 Zygmunt Bauman Noves fronteres i valors univer sals New Frontiers and Universal Values Breus CCCB Barcelona 2006 xidade cultural grande Na cidade mistura se o cosmopolitismo com o discurso identit rio e por entre as m nimas pautas partilhadas emergem v rias formas de transversalidade cultural e novos imagin rios que embora sejam tecidos aqui t m a m sica original em lugares muito distantes A primeira coisa a ter em conta que os meios de comunica o de massas s o uma janela virada para fora num ambiente priva do que presta informa o a que a maioria dos cidad os nunca tinha tido acesso Pode ser uma informa o superficial banal tudo o que se quiser S vendo televis o e quase toda a gente v se aprendem coisas e se acede a uma variedade de informa o vinda de todos os lados que antes era privil gio de uma reduzid ssima minoria Esta flui evidentemente a jorros pouco orga nizada do ponto de vista pedag gico e mais virada ao entretenimento e a uma socializa o plana das pessoas No entanto quem pensar que os tempos passados eram melho res engana se Precisamente o fluxo informativo que
491. ransna cionais em Montreal Washington e Kiev Para uma discuss o mais aprofundada acerca do con ceito Direito Cidade ver Don Mitchell O Direito Cidade O Espa o da Justi a Social New York The Guilford Press 2003 Lidar com a heterogeneidade m 67 tentativas frustradas em realizar todas essas metas falhas que muitas vezes t m sido marcadas por explos es de viol ncia na co munidade Conseguir acomodar a diversida de criada pelos imigrantes rec m chegados sejam nacionais ou transnacionais mesmo de forma parcial ou temporal o objectivo primordial na hora de pensar como devemos organizar a heterogeneidade Remodelac o do espaco aprender com Quito Reconfigurar o espa o p blico de modo a in centivar as varias comunidades que integram a cidade para compartilhar uma experi ncia m tua de comunidade representa um desa fio inc modo para os l deres municipais no momento em que os meios buscam separar se eles pr prios da sociedade em geral As recompensas pol ticas e econ micas favore cem os esfor os para a privatiza o do espa o atrav s da concess o de privil gios a pro jectos comerciais ou atrav s da constru o de muros e port es A paisagem fragmentada resultante acentua a diferen a ao inv s de promover um senso de destino compartilha do Isto especialmente verdade nas cida des que lutam para gerir a migra o de um interior rural pobre ao mesmo tempo que estabelece
492. rativa sem retirar significado e for a Os cidad os devem saber utilizar os meios que as normas p em sua disposi o De entre os instrumentos a valorizar encontra se tamb m urban center que ao p r em pr tica a Resolu o sobre a qualidade ar quitect nica do ambiente urbano e rural aprovada pelo Conselho da EU em 2001 contribui para a afirma o da democracia urbana como charneira entre a Administra o Municipal e a cidadania Est com efei to radicada a convic o de que regenera o urbana e coes o social n o s premeiam a qualidade de vida das nossas cidades mas ajudam nos a enfrentar a exclus o e a mar ginalidade semelhan a de outras cidades que institu ram estes centros tamb m G nova pretende iniciar e manter aberto um di logo e um confronto com a cidade sobre os grandes processos de desenvolvimento urbano divulgando os e discutindo os num percurso de escuta que ter no centro a pa lavra responsabilidade ou melhor co res ponsabilidade das escolhas Vis es diferentes da realidade devem pro por ditar premissas do racioc nio construir condi es do discurso atrav s do qual a amplia o do estado p blico se qualifique para aberturas e n o viola es para inter c mbios e n o ataques para conflitos e n o destrui es No que respeita s rela es com o exterior situa se o projecto de redac o do balan o social de G nova no seguimento da j del
493. re presentantes do poder social mas tamb m a muitos profissionais da educa o A discus s o que teve lugar com o tema A cidade como cen rio educativo suscitada pelas apresenta es de Saskia Sassen Fiorenzo Alfieri e Roland Castro foi um bom exem plo de troca de abordagens que este novo f rum educativo se propunha Pelas palavras de Saskia Sassen Falar da cidade como paisagem ou cen rio falar sobre os processos econ micos po l ticos e culturais que constituem a cidade e que assumem formas visuais distintas o dis trito central de neg cios dominado por edi f cios de escrit rios de neg cios os espa os para a cultura organizada com teatros e mu seus os bairros onde vive a classe oper ria Estas formas visuais apresentam se nos com clareza contam nos uma hist ria bastan te simples Contudo se nos centrarmos no tema da confer ncia A cidade tal e como nos educa necessitamos de algo mais do que a mera descri o de formas visuais Por tanto preciso descobrir o que a cidade nos conta a narrativa mais ampla contida na sua paisagem nos seus diversos espa os constru dos Os diferentes espa os urbanos que se nos apresentam como des ligados uns dos outros s o parte de uma di n mica comum uma din mica que se torna mais dif cil de ver e de recuperar a n vel dos processos pol ticos e culturais atrav s dos quais a cidade nos educa Primer Congre so Internacional de Ciud
494. re outros s o uma oferta da C mara aos habitantes de S o Paulo que j contam com a Virada Cultural como um evento obrigat rio no seu calend rio Assim numa tentativa de formar os cidad os melhores mais sens veis e capazes a admi nistra o actual da capital paulista preserva o legado dos educadores que fundaram S o Paulo Vallenar Cidade Educadora um desafio permanente Juan Horacio Santana Alvarez Presidente do Municipalidade de Vallenar A 8 de Junho de 1998 por iniciativa de Pre sidente da Camara Juan Horacio Santana Al varez e atrav s de um acordo un nime do conselho municipal a nossa cidade fica for malmente integrada na Associagao Interna cional das Cidades Educadoras AICE Com esta ac o inicia se um importante proces so cuja finalidade orientar o desenvolvi mento da nossa comunidade tendo como eixo principal a educa o Assim come a a busca por um caminho que nos permita a constru o deste sonho em conjunto com a comunidade Forma se assim uma mesa de trabalho para encontrar a melhor maneira de desenvolver esta iniciativa Gradualmente o munic pio cria um departamento encarregue de coor denar ac es com a comunidade e com as escolas A partir de governo local promove se atrav s dos diferentes departamentos a realiza o de ac es que nos aproximam a par e passo deste caminho com o objectivo de integrar toda a comunidade Por isso necess rio abrir espa os tra
495. res Estes s o efeitos ge rais e extra temporais do segredo Nos nos sos tempos no entanto gra as crescente facilidade de t cnicas de recolec o arma zenamento e processamento de informa o tamb m o reino do segredo pode ter cresci do enormemente em tamanho Pode agora e pode com toda a probabilidade incluir o pessoal muitas vezes informa es nti mas e potencialmente difamat rias e com prometedoras que tamb m podem e pro vavelmente podem expor os indiv duos que sa ram da linha e ou defender demandas impopulares com os poderes que s o para a amea a de uma retalia o imediata ou at mesmo a incapacidade de prefer ncia mais um golpe na j diminu da auto confian a e determina o dos potenciais agentes da gora A mentira pol tica est na cara do oposto do sigilo ao contr rio de segredos de Estado eles s o declarados publicamente em voz alta em o nome de consci ncia p blica e martelado com vigor incans vel para bem dos pr prios sujeitos embora a sua im planta o efectiva no ataque contra a liber dade da gora n o seria vi vel se n o for no pressuposto de que o Estado sabe de coisas que os seus sujeitos s o incapazes de apren der e melhor n o saberem a menos que o saber seja necess rio para o seu pr prio bem Contrariamente ao segredo isto o estado de reten o de uma parte das infor ma es que esse tem no caso de uma men tira pol tica o e
496. res Moscovo e Paris Escondida por tr s desta imagem de decl nio est a chegada de milhares de novos residentes que se mudaram para a cidade muitas vezes de fora das fronteiras da Fede rac o Russa em resposta procura dos em pregadores de trabalho locais A economia da cidade entrou num per odo de cresci mento explosivo por volta de 1999 liderada pelo porto em expans o juntamente com a r pida recupera o da constru o naval e da ind stria automobil stica Como con sequ ncia dessas v rias tend ncias o que tinha sido uma cidade quase exclusivamen te de etnia russa no final do per odo sovi tico tornou se o lar de mais de um milh o 18 Pavel Viacheslavovich Rusakov nasceu com grande aparato como o habitante n mero 5 000 000 de Leni negrado a 25 de Fevereiro de 1988 S dnem rozhde niia Leningradets Sovetskaia Rossiia February 26 1988 Os n meros oficiais do Censo de 2002 da Fe dera o Russa podem ser encontrados no Servi o de Estat sticas N meros e Distribui o da Popula o do Estado da Confedera o Russa Resultados de todos os censos russos de 2002 Moscow Russian Federation Fe deral State Statistics Service 2004 Vol 1 p 93 19 Sobre a popula o recente de S o Petersburgo con sulte o site oficial do Governo da Cidade de S o Peters burgo http eng gov spb ru figures population 20 De acordo com o site oficial do Governo da cidade de S o Petersburgo a produc o
497. rio ser feito de forma a ma ximizar as oportunidades e minimizar os riscos de desenvolvimento urbano acelera do O que a UNESCO em particular pode fazer UNESCO e as Cidades Educa o para o desenvolvimento urbano sustent vel A D cada das Na es Unidas da Educa o para o Desenvolvimento Sustent vel 2005 2014 do qual a UNESCO a ag ncia l der e coordenadora internacional proporciona um enquadramento para os interessados em todos os n veis para avan ar na constru o sustent vel e inclusiva de ambientes ur banos A D cada chama a aten o para o facto da educa o poder desempenhar um papel fundamental quando se enfrentam de safios como pobreza consumo predat rio degrada o ambiental decad ncia urbana crescimento populacional a desigualdade de g nero a sa de o conflito e as viola es dos direitos humanos A d cada tamb m um quadro de colabora o em rede apelan do a todos aqueles envolvidos na resposta a estes desafios de desenvolvimento para tra balhar em parceria A Educa o e a forma o s o as mais valias das cidades no contexto da globaliza o As cidades oferecem muitas oportunidades para a Educa o Ao n vel do bairro a esco la um meio nico de estabelecer rela es entre os problemas globais e vida local de 332 m Ep logo permitir a mudan a e facilitar a aquisi o dos conhecimentos e habilidades necess rias para funcionar como um cidad o ac
498. rios do escrit rio que se encontram a mil quil metros de dist ncia n o pode delegar tarefas nem t o pouco os conhece pessoalmente orientando os apenas atrav s de indica es formais escritas Esta forma de trabalho flex vel n o menos burocr tica De facto agora as suas decis es t m menos peso do que no tempo em que supervisiona va um conjunto de pessoas a trabalhar todas juntas no mesmo espa o Como j disse eu n o estava inicialmente predisposto a sentir pena deste t pico casal do sonho americano Mas como o jantar foi servido no avi o e acab mos por falar de assuntos mais pessoais a minha simpatia por Rico foi aumentando O medo de deixar de ter o controlo era muito mais profundo do que o de eventualmente perder poder no seu trabalho Temia que a necessidade de sobreviv ncia no contexto da economia moderna o conduzisse a ter atitudes e fazer op es que o deixassem emocionalmente perdido Contou me que tanto ele como Jeannette faziam amizade sobretudo com as pessoas que conheciam no trabalho tendo perdido muitas dessas amizades durante as mudan as dos ltimos 12 anos embora mantendo o contacto Para Rico as comunica es elec tr nicas t m o mesmo significado de comu nidade que as reuni es do sindicato tinham para Enrico mas acha as demasiado curtas e apressadas o que nos acontece com os filhos ou estamos l quando preciso ou j tarde de mais Em cada uma das sua
499. rmam se grupos de crian as como inspec tores do tr nsito que transmitem s fam lias e amigos a consci ncia da responsabilidade no tr nsito Do ponto de vista da sa de promovem se campanhas atrav s da Comisi n Comunal Vallenar Ciudad Educadora que come ou com o objectivo de melhorar certos indica dores de sa de e de incentivar uma mudan a nos comportamentos para uma melhor qualidade de vida A caracter stica mais im portante ser participativa associativa for mativa intersectorial e de formar uma rede heterog nea 324 m Cidades educadoras 20 anos Por outro lado a partir do ponto de vista da participa o das organiza es criou se um fundo competitivo para financiar iniciativas baseadas nos princ pios das Cidades Edu cadoras Dentro dos projectos financiados destacam se os de tipo patrimonial despor tivo art stico e ambiental relacionados com outros princ pios como a participa o o trabalho associativo a liberdade de expres s o O di logo entre gera es a qualidade de vida a transversalidade na educa o e inova o a valoriza o de identidade e origens etc Esta iniciativa tem uma grande import ncia para todos n s porque permite que as organiza es planifiquem desenvol vam e executem ac es pensadas desde a constru o da cidade educadora com a au tonomia suficiente de modo a que garanta novos espa os de inova o desenvolvidos pela comunidade Tam
500. rme transforma o da cidade e lhe conferiu uma notoriedade sem precedentes Pasqual Maragall foi presidente do governo regional aut nomo da Catalunha Generalitat de Catalunya de 2003 a 2006 Durante o seu mandato foi aprovada por referendo a reforma do Estatut d Autonomia de Catalunya em 18 de Junho de 2006 A cidade das pessoas What is the city but the people William Shakespeare Coriolanus 1608 Acto 3 cena 1 Ha 25 anos o tempo de uma gera o Bar celona a minha cidade encontrava se en volvida num processo de reconstru o ur bana A cidade emergia ent o de um longo per odo caracterizado pela falta de demo cracia e auto governo pela desregula o urban stica pela falta de investimentos p blicos ou privados de ambi o e de auto estima colectiva Salamos de uma ditadura e tudo ou quase tudo estava por fazer Mas n o part amos do vazio do nada N o era preciso construir uma cidade t nhamos ape nas que reconstrui la refaz la Estes eram os verbos utilizados por n s naquela po ca Porque sab amos que dentro da cidade existiam os elementos as ferramentas e so bretudo as pessoas que tornariam poss vel a renova o ramos herdeiros de Mies van der Rohe pavilh o de 1929 e de Gaudi do funcionalismo e do barroco moderno Tudo havia come ado em 1979 com a re conquista da democracia municipal no mesmo ano em que se aprovara o Estatuto de Autonomia da Catalunha
501. rnan a envolve um sistema de governo mediante a participa o de dife rentes agentes no mbito de redes plurais Neste cen rio o conhecimento est disper so entre a multiplicidade de agentes com as suas pr prias defini es dos problemas A autoridade um conceito difuso que ape nas se pode desenvolver num mbito de negocia o cont nua Os recursos para o desenvolvimento eficaz das pol ticas est o distribu dos entre uma multiplicidade de in div duos E finalmente as interven es p blicas causam uma serie de efeitos dif ceis de prever Mais especificamente a diversi dade de agentes capazes de participar no mbito destas redes respondem a uma tripla din mica de fragmenta o de responsabili dades e capacidades de governo a o governo multi n vel definido como um sistema em que os diferentes n veis institucionais partilham em lugar de mo nopolizar decis es sobre grandes reas de compet ncia b a transversalidade como sistema orga nizativo do sector p blico que coloca em inter rela o diversas reas tem ticas de partamentos e organiza es p blicas no contexto de projectos partilhados c a participa o social perante a concep o tradicional que colocava sociedade como o objecto da ac o de governo e aos poderes p blicos como o sujeito a Governan a destaca o car cter confuso e amb guo da separa o entre a esfera p blica e a privada e ao mesmo tempo r
502. ropa e Estados Unidos assim como em zonas urbanas e rurais da sia e Am rica Latina desenvolvidas com orienta o moderna J n o parece contradit rio que recursos comunicacionais modernos como a televis o e Internet contribuam para a ex pans o das medicinas tradicionais ou que grupos ind genas utilizem programas com putacionais para registar e dar continuidade aos seus mitos e cosmovis es Existe uma in terac o por vezes conflituosa entre formas antigas e modernas tradicionais e cient ficas de conhecimento luz desta co exist ncia complexa entre saberes modos de vida e comunica o podemos re examinar se mais pertinen te falar de sociedade da informa o ou do conhecimento A Sociedade da informa o refere se a um conjunto de processos tecno l gicos e sociais que organizam o emprego sistem tico da informa o e o seu processa mento digital para reestruturar os processos produtivos reduzir os custos de produ o e incrementar exponencialmente a capacida de de acumula o econ mica Ent o con seguir um desenvolvimento social e cultural mais equilibrado no mundo dependeria da integra o de todos os pa ses na revolu o digital e informacional que todos os sec tores de cada sociedade tenham acesso a trabalhos inteligentes atrav s das novas destrezas e da conex o com as redes onde se obt m informa o estrat gica Sup e se que a introdu o de tecnologia produtiva a expans
503. rosperar e at mesmo a beneficiar com essas lutas dado que se realizam apostas sobre a futura forma das cidades que s o estabelecidas e obt m se lucros no momento presente com base na antecipa o Neste contexto o desafio para o planea mento e a pol tica a identifica o de no vas formas de interesse geral ou comum As no es normativas de planeamento urbano t m infra estruturas como ponto de partida e como final compreendendo as subjacen tes condi es urbanas em rela o infra estrutura existente A infra estrutura vista como fornecedora de uni o organizacional para uma esfera p blica automaticamen te constitu da e uma indica o precisa das condi es existentes incluindo demogr fi cas Mas esta forma de compreender a base para a pol tica est claramente em perigo medida que o urbanismo avan a mar chando ao som de uma cidade para al m de mapas uma arquitectura invis vel de for as Aqui um novo conceito de pol tica urbana pode ser utilmente articulado por se referir cidade como arquivo Depois da minha an lise anterior os arquivos podem ser tratados como ncoras na reconstitui o das rela es sociais e n o como reflexos de um j existente conjunto de condi es sub jacentes Al m disso nos podermos referir densidade como um reflexo de uma rede de informa es e rela es e n o como um indicador demogr fico da qualidade e da natureza da experi ncia do
504. rpreta o mais elementar j se est a dizer que s no contexto de uma ci dade educadora se adquire em plenitude o direito fundamental de uma pessoa a uma educa o formal ou escolar Dito por outras palavras a educa o puramente escolar essencial e necess ria mas n o suficiente na cidade educadora h um valor acrescentado ao qual os cidad os tamb m t m direito O segundo e terceiro assuntos podem dar uma melhor resposta ao primeiro em conjunto do que em separado reconhecido tal direito a cidade deve responder precisamente com um compromisso da cidade segundo ti tulo posto ao servi o integral das pessoas terceiro t tulo importante sublinhar em primeiro lugar a ideia de compromisso que ultrapassa pela sua conota o de exig ncia tico pol tica a simples obriga o de uma cidade e sua administra o democr tica gerirem eficaz e honestamente os assuntos do dia a dia com a ideia de compromisso reclama se uma posi o pr activa de reco nhecimento do direito dos cidad os ao que cham vamos h pouco valor acrescenta do educa o escolar e ao fomento pr ti co e efectivo desse valor Contudo seria uma interpreta o redutora e n o conforme ao esp rito da Carta se consider ssemos os ad ministradores municipais como nicos su jeitos desse compromisso na realidade n o se fala de compromisso da C mara Muni cipal mas da cidade portanto para al m da natural lide
505. rrativa de longo prazo e direccio nada tornou se disfuncional Rico tentou explicar me e talvez tamb m a si pr prio que as mudan as materiais incorporadas no lema o longo prazo j n o existe se tor naram disfuncionais tamb m para ele mas mais como orienta es de car cter pessoal particularmente no que respeita sua vida familiar Tomemos a quest o do compromisso e da lealdade O longo prazo j n o existe um princ pio que corr i a confian a a leal dade e o compromisso m tuos A confian 5 Walter Powell e Laurel Smith Doerr Networks and Economic Life in Smelser Neil e Richard Swedberg eds The Handbook of Economic Sociology Princeton Princeton University Press 1994 p 381 6 Ibidem A deriva m 173 a pode claro ser uma quest o puramente formal como num acordo de neg cios ou no respeito pelas regras de um jogo Mas as experi ncias mais intensas de confian a s o em geral mais informais como aquelas que prov m de se aprender em quem confiar quando necess rio fazer uma tarefa dif cil ou imposs vel Esses la os sociais levam tempo para se desenvolver e v o se enrai zando nos alicerces das institui es A precariedade do trabalho nas institui es modernas dificulta o desenvolvimento da confian a informal O compromisso m tuo quebra se de forma mais evidente quando as novas empresas s o vendidas pela primeira vez Nas empresas em in cio de actividade exig
506. s sumir as responsabilidades era a frase mais importante do l xico de Enrico S que Rico n o sabe como agir face a essa responsabili dade Perguntei lhe Porque que quando foi dispensado no Missouri n o contestou porque que n o lutou Respondeu Cla ro senti raiva Mas de que que isso me va lia N o h nada de errado em uma empresa decidir redimensionar se Acontecesse o que acontecesse eu teria de lidar com as conse qu ncias la pedir a Jeannette que mudasse uma vez mais por mim Seria mau para ela e mau para as crian as Deveria ter lhe per guntado A quem que eu ia escrever uma carta sobre este assunto N o havia nada que Rico pudesse fazer No entanto sente se respons vel por este acon tecimento que est fora do seu controlo Literalmente carrega o como uma esp cie de fardo Mas o que significa assumir a responsabilidade Os seus filhos aceitam a mobilidade como sendo a forma como o mundo funciona A sua mulher est lhe gra ta por ter assentido em mudar se por causa dela Contudo a frase assumo a responsa bilidade de todas aquelas mudan as para Rico uma forma de desafio Nesta fase da nossa viagem percebi que a ltima coisa que eu poderia dizer perante este dilema era mas como que se pode achar respons vel Teria sido efectivamente uma pergunta razo vel mas sem d vida tamb m um insul to Seria como se dissesse voc n o conta nada Enrico tinha
507. s t ria de vida fundada na experi ncia f sica e material acumulada narrativa por si inter pretada como perfeitamente linear Se para alguns a vida de Enrico pode ser rotulada como enfadonha para ele foi uma hist ria dram tica feita de pequenas conquistas medida que ia conseguindo pagar as suas contas Independentemente de se situar num escal o social baixo o nosso porteiro sente se o autor da sua pr pria narrativa de vida o que lhe confere um sentimento positivo de auto estima 168 m Educa o o presente o futuro Embora clara a hist ria de vida de Enrico n o foi f cil Surpreendeu me especialmen te a forma como conseguiu libertar se das malhas da sua velha comunidade de imi grantes e adaptar se neutralidade da nova vida suburbana Entre os novos vizinhos foi um cidad o pac fico e an nimo quan do por m voltou ao velho bairro era visto como algu m que tinha sido bem sucedido l fora um veterano que voltava todos os domingos para ir missa almo ar e ir para os caf s inteirar se das novidades Conse guiu simultaneamente obter um reconhe cimento personalizado por parte daqueles que o conheciam h tempo suficiente para compreender o seu percurso de vida e um reconhecimento an nimo por parte dos seus novos vizinhos por fazer exactamente o que toda a gente fazia mantendo a sua casa e jardim limpos e vivendo sem grandes sobressaltos O que conferiu consist ncia ao proj
508. s de pedra e argamassa Pode se ser derrotado pelo horror desordem ou vastid o ao sil ncio lembran a que ridiculariza com tudo o que se n o sabe vigil ncia e al guns desses sentimentos avassaladores que se podem instalar mesmo ap s os rituais e conven es terem sido assimilados a geo grafia mapeada os ind genas terem se tor nado amig veis as leis do acaso entendidas A biblioteca n o s um lugar de ordem e caos tamb m o reino da oportunidade Cada biblioteca tem uma certa qualidade dependente do acaso de mercado de rua Os livros numa biblioteca est o juntos devi do aos caprichos de um coleccionador aos avatares de uma comunidade passagem 184 m Educa o o presente o futuro da guerra e do tempo por causa da negli g ncia e cuidados da imponderabilidade da sobreviv ncia da selec o do mercado ambulante e pode levar s culos at que a sua congrega o adquira a forma de identi fica o de uma biblioteca Porque os livros mesmo depois de lhes ter sido atribu da uma prateleira e um n mero mant m uma mobi lidade pr pria Entregues a si pr prios eles re nem se em forma es inesperadas pois seguem as regras secretas da similaridade genealogias n o registadas interesses co muns e temas Armazenados em cantos ao acaso ou em pilhas na nossa mesa de cabe ceira em caixas ou em prateleiras espera de serem classificados e catalogados um dia no futuro mu
509. s directrizes oficiais baseadas no que a so ciedade ptolomaica considerava bom ou valioso por decis es burocr ticas cujas raz es se perderam nos por es do tempo por considera es de or amento de tama nho e disponibilidade Os Ptolomeus e os seus bibliotec rios estavam certamente conscientes de que a mem ria era poder Hecateus de Abdera no seu livro semi ficcional de viagens o Egyptiaca alegou que a cultura grega devia a sua exist ncia ao Egipto cuja cultura era mais antiga e moralmente bastante superior A simples afirma o n o era suficiente e os bibliotec rios de Alexandria compilaram devidamente uma vasta colec o de obras gregas para confirmar a d vida destes para com a autoridade eg pcia N o apenas dos Gregos atrav s da colec o de livros de varios passados de civiliza es os bibliotec rios esperavam conceder aos seus leitores o conhecimento das ra zes entrela adas e ramos da cultura humana que como Simone Weil muito mais tarde declarou pode ser definida como a forma o da aten o Para este efeito praticaram para se tornarem atentos ao mundo al m das suas fronteiras na recolha e interpreta o de informa es sistematiza o e cataloga o de todos os tipos de livros procurando associar os diferentes textos e transformar o pensamento por associa o Por alojar o maior n mero poss vel de livros sob um nico tecto os bibliotec rios de Ale xandria tamb m te
510. s e sem escr pulos que tentam imp las a li berdade humana mostrou ser indestrut vel mesmo os comandantes dos campos de con centra o e dos campos de trabalho russos nunca conseguiram inteiramente destrui la Considerando no entanto o quanto opressi vo o compromisso incondicional possa sen tir a sua atrac o foi provavelmente nunca desaparecer completamente mas mostrar se determinado a sobreviver mesmo que ape nas de forma rudimentar e mesmo se rele 62 m Os novos desafios da vida urbana gado para as margens o ressentimento mais virulento No futuro as rela es tempestuo sas entre o individual e a comunidade tanto quanto na sua longa hist ria os gritos volta comunidade est tudo perdoado muito provavelmente a ser ouvido intermi tentemente pelo ou ao longo das trombetas dos combatentes da liberdade individual Contrariamente sugest o dada a entender pelas variedades mais populares da gora contempor nea o que tem sido discutido at agora n o implica que o triunfo actual de escolha sobre o compromisso seja defi nitivo ou completo O tribunal ainda est sentado e vai permanecer sentado durante um longo tempo talvez para sempre Com todas as press es actuais quer seja coerciti va persuasiva ou lavagem cerebral que a mistura de persuas o com coer o entregar uma parte ou mesmo a totalidade da liber dade de escolha em nome do compromisso n o foi feito imposs ve
511. s que nos d o o seu apoio e exemplo A ci dade patrim nio do mundo e a aprendi zagem tamb m Estou convencido de que a cidade d exemplo de determinados valores atrav s da sua organiza o das prioridades tomadas pela equipa do governo municipal das propostas feitas pelos cidad os e final mente atrav s das campanhas de difus o e participa o Neste sentido o urbanismo j um livro aberto sobre os valores de uma cidade e eu defendo com orgulho que a prioridade do espa o p blico como ponto de reuni o de todos os cidad os bem vis vel nesta trama urbana importante que uma cidade se or ganize ao redor do espa o que partilhamos a onde acontecem as interac es espont neas entre diferentes grupos sociais O ur banismo d tamb m ao observador atento outros relatos sobre a cidade a primazia do transporte p blico as ciclovias os equipa mentos sociais e culturais dizem nos em que tipo de valores colectivos confiamos Por fim os servi os que a cidade oferece e que n o s o evidentes primeira vista acabam por constituir a alma da rela o entre admi nistra o e cidad os porque atrav s dos servi os que a C mara possibilita a igual dade de oportunidades a autonomia das pessoas o apoio aos projectos que cada um sonha levar a cabo E estas coisas n o s o elas valores No entanto para ler a cidade em termos de valores h que treinar esta aprendiza gem que escola e f
512. s Educadoras A hist ria destes encontros revela a evolu o de uma ideia que h apenas vinte anos parecia um tanto extempor nea e que hoje est na base de m ltiplas iniciativas desen volvidas em cerca de 400 cidades por todo o mundo Este cap tulo inclui ainda os testemunhos dos presidentes de c mara de algumas destas cidades que escolheram deliberadamente a educa o como cone da sua ac o pol tica Encerra se esta edi o com um texto de Koichira Matsuura director geral da UNES CO entre 1999 e 2009 que destaca a edu ca o e a forma o como os tesouros mais valiosos das cidades no contexto da globali za o Pessoalmente desejo que este livro sirva para propagar esta ideia e para inspirar novas formas de compreender a educa o estreitamente ligadas ao desejo de realiza o pessoal a que todos os seres humanos aspiram e qual t m direito Introduc o A cidade das pessoas Pasqual Maragall Pasqual Maragall i Mira Barcelona 1941 doutorado em Ci ncias Econ micas pela Universidad Autonoma de Barcelona e licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona Foi um dos fundadores da Converg ncia Socialista da Catalunha um dos grupos que esteve na origem do Partido Socialista da Catalunha PSC PSOE Maragall foi presidente do municipio de Barcelona durante quinze anos 1982 1997 Em 1986 Barcelona foi eleita sede dos Jogos Olimpicos de 1992 evento que resultou numa eno
513. s a intervir em un ssono para facilitar o di logo com a comunidade internacional Um processo de colabora o mais directo entre as Na es Unidas e os governos locais arrancou Desembocou ao fim de v rios anos em a a unifica o das grandes organiza es mundiais de governos locais com a cria o da organiza o Cidades e Governos Locais Unidos CGLU e b um maior reconhecimento institucional e pol tico do papel dos governos locais Cria o da organiza o Cidades e Governos Locais Unidos Em 2004 as autoridades locais entraram numa nova era da coopera o internacio nal A funda o da organiza o Cidades e Governos Locais Unidos CGLU resulta efectivamente de um processo de quase dez anos que permitiu a fus o das tr s principais organiza es internacionais de governos locais que existiam a Uni o internacional das Autoridades Locais IULA a Federa o Mundial das Cidades Unidas FMCU e Me tropolis A funda o da CGLU foi impulsionada pe los presidentes de C mara e pelos l deres locais do mundo inteiro que desejavam desenvolver o com rcio com a comunida de internacional e particularmente com as Na es Unidas Actualmente a organiza o mundial agrupa governos locais de cento e trinta e seis pa ses dos cento e noventa e dois Estados membros das Na es Unidas Os seus aderentes s o cidades governos regionais bem como a quase totalidade das associa es nacionais e internaci
514. s cidades contempo r neas bem como na nossa compreens o dos arquivos A metr pole como meio de comunica o ineg vel que a experi ncia urbana con tempor nea seja profundamente mediada condicionada em particular atrav s da di vulga o de imagens cinematogr ficas e ou tros tipos de imagens e est mulos sensoriais O artigo de investiga o de Georg Simmel As Metr poles e a Vida Mental escrito no in cio do s culo XX j explora o impacto sensorial da cidade na perce o que os re sidentes urbanos t m do espa o do tempo e do sentido de si pr prios O fundamen to psicol gico sob a qual a individualidade metropolitana erguida escreve Simmel a intensifica o da vida emocional devi do mudan a r pida e cont nua de est mu 196 m Educa o o presente o futuro los externos e internos A metr pole tanto a causa como o efeito das formas que as re la es sociais t m tomado nos tempos mo dernos mais notoriamente a transforma o das rela es sociais em rela es de c lculo Simmel escreve as rela es e as preocu pa es dos t picos residentes metropolitanos s o t o variadas e complexas principalmen te como resultado da aglomera o de tan tas pessoas com interesses t o diferenciados que as suas rela es e actividades se entre la am umas com as outras num organismo de muitos membros Para Simmel essa compreens o da metr pole como meio
515. s cul Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas m 131 turais e educativas e quando existe um tipo de programa dirigido a idosos os principais pontos em evid ncia costumam ser de tipo assistencial ou de entretenimento O mesmo acontece com as actuais politicas publicas ou pretendem dar assist ncia ou pretendem entreter Os idosos nao sao enca rados como pessoas capazes de desenvolver actividades socialmente teis A nova cultura em rela o aos idosos tem de enfrentar dois grandes desafios O primeiro est relacionado com o tempo como dar continuidade hist ria de vida dos reforma dos mantendo os activos e teis O segundo desafio est relacionado com a preserva o do talento como desenvolver novas pr ticas que permitam manter e aproveitar as capaci dades e conhecimentos A reforma provoca uma quebra na hist ria de vida dos idosos Quebra a liga o com os seus conhecimentos com a experi ncia acumulada ao longo do tempo e muitas ve zes com as viv ncias quotidianas durante a etapa laboral Por isso necess rio criar novas institui es e pr ticas que d em con tinuidade ao fio narrativo da vida dos ido sos e lhes permitam manter a capacidade de interpretar o que acontece ao seu redor no mundo e sentirem se teis Sentir se til significa dar algo que interessa aos outros Quando observamos o que fazem os reformados nas nossas sociedades e o que as pol ticas culturais actua
516. s des ses locais que visitam Os jovens at mes mo estrangeiros est o muitas vezes mais em sintonia com o surgimento destes bairros e institui es culturais do que os moradores Penso no jovem casal italiano que eu vi n o h muito tempo quando na Quinta Ave nida ao entrarem para o autocarro pergun taram ao motorista se aquele passava pelo MOMA o motorista ficou preplexo pois n o conhecia o nome do Museu de Arte Mo derna pelas siglas Tal como Times Square e outros centros de entretenimento urbano estes bairros culturais s o muito frequenta dos mas nem todos eles s o populares entre os locais O grande espa o aberto em frente ao Centro Pompidou encheu se de turistas e artistas de rua jovens e dan arinos de dan as urbanas muitos deles franceses desde a abertura do museu Enquanto isso o grande espa o aberto em frente ao Museu Gugge nheim em Bilbao geralmente est vazio com excep o dos turistas que o visitam Ao contr rio do Centro Pompidou que pro priedade do governo franc s e gerido pelo mesmo o Guggenheim de Bilbao uma su cursal da cadeia dos museus Guggenheim Concebido como um s mbolo que chama a aten o para o triplo objectivo da cidade fazer desaparecer as ind strias em decl nio limpar os detritos das ind strias sider rgicas e estaleiros navais da orla mar tima e reali zar uma campanha contra terrorista pac fica contra os separatistas bascos o museu tinha muitos
517. s deste novo pacto e mediador de interesses n o s diferencia dos mas at antag nicos em rela o a ocu pa o do espa o p blico Desde esta perspectiva sine qua non a condi o do di logo com e para al m das institui es escolares sobre nossos projetos educativos como sociedade Nossas socie dades enxergam os jovens Se s o vistos que olhares diferentes sujeitos sociais as socia es de bairros grupos ecol gicos empresariado clubes de servi o sindicatos partidos pol ticos poder p blico local diri gem aos jovens Que grupos juvenis vivem e circulam pelas nossas cidades e comunida des Que espa os ocupam Como modificar olhares que nos grupos juvenis s enxergam amea as e problemas e que terminam por pautar muitas pol ticas p blicas Como re cuperar ou constituir os jovens como atores do processo social com suas convic es cren as saberes experi ncias e sobretudo com sua intensa capacidade criativa Como oferecer aos jovens o espa o p blico e o ter rit rio das cidades com suas in meras possi bilidades educadoras Neste aspecto certamente reside uma difi culdade fundamental n o estamos habitua dos ao di logo e a aproxima o com outros sujeitos da cena social muito menos com os jovens que aglutinados por tra os iden tit rios em in meras tribos urbanas desa fiam nossa capacidade de compreend los e de aceit los Aproximar sujeitos sociais entre estes o
518. s grupos juvenis para realizar novos pactos educativos pensando a cidade em seu conjunto com a es que envolvam a aproxima o de diferentes institui es o uso dos espa os urbanos a disponibiliza o de tempo para as novas gera es e a afir ma o de novos horizontes e compromissos comuns s o condi es para converter a ci dade em cen rio educativo Nesta perspecti va todos que vivem na cidade convertem se em educadores Trata se de instaurar di logos nos quais o outro seja ouvido tanto pelo poder p bli co quanto por outros sujeitos sociais es tabelecidos N o teremos mudan as se as novas gera es seguirem confinadas ao es pa o dom stico a escola cl ssica ou s cer canias de sua casa Nossa condi o civilizat ria passa segu ramente por estes jovens atores da cena urbana contempor nea Contempla los escut los inclu los como sujeitos plenos de possibilidades n o como portadores de problemas ou necessidades a serem por n s resolvidos ou sanados imp e se como con di o nas trilhas educadoras que podemos construir Portanto pensar nestas trilhas im p e nos pensar na amplia o do olhar sobre as cidades e implica fundamentalmente colocar as estruturas pol tico administrativas das cidades ao servi o de um projeto educa tivo que localize escola e rua A cidade e seus caminhos educativos escola rua e itiner rios juvenis m 223 Neste sentido preciso que nos perg
519. s membros que n o t m direito legal participa o na vida eleitoral s por causa da limita o do sistema de re censeamento baseado na domicilia o f si ca Esta quest o n o se coloca na Internet onde se pode construir sinais de identidade e sentimentos de perten a n o vinculados a coordenadas f sicas Agora h pessoas a crescerem na Internet que estudam na In ternet que se apaixonam na Internet que se divertem na Internet A condi o para per tencer a um lugar participar Aparecem novos cidad os reais com diver sas identidades pertencentes a m ltiplas comunidades e que conjugam sem qual quer problema o presencial com o virtual S o cidad os do mundo e da rede e j exis tem aqueles que se sentem mais c modos mais realizados mais teis mais reconhe cidos e mais desenvolvidos na rede do que nas ruas da sua cidade As cidades e a rede chegam ser um bin mio indivis vel para o desenvolvimento pessoal social e profissio nal de muitos cidad os Os espa os onde as pessoas se educam e se sociabilizam j n o podem ser s f sicos da mesma forma que nunca poder o ser s digitais necess rio termos refer ncias f sicas da mesma maneira que necess rio estarmos conectados sem fronteiras Os novos desafios da vida urbana a redefini o do conceito de comunidade na era da Internet m 141 O presidente de Santo Domingo na Rept blica Dominicana nao pode impedir o facto de ter c
520. s pesso as contudo n o reage de forma despreocu pada e negligente mudan a Rico n o est certamente interessado em vi ver como um homem Schumpeteriano em bora tenha conseguido travar com sucesso esta luta brutal pela sobreviv ncia Mudar significa simplesmente andar deriva Preocupa se com o facto de os seus filhos andarem tica e emocionalmente deri va mas n o pode simplesmente escrever Ihes uma carta que lhes d orienta o para as suas vidas tal como n o a p de escrever aos seus patr es quando foi despedido O que lhes quer ensinar t o intemporal como a sua vontade o que significa que os seus princ pios se aplicam a todas e a quaisquer circunst ncias As confus es instauradas pela mudan a conduziram no a este extre mo oposto Provavelmente ser por isso que n o consegue encontrar na sua pr pria vida hist rias exemplares para mostrar aos seus filhos e que ao ouvi lo temos a sensa o de estar perante um indiv duo cujo car cter e ideais est o em evolu o Descrevi este encontro porque nem estas viv ncias do tempo dos lugares e do traba lho nem a sua resposta emocional s o ex clusivas de Rico As condi es do tempo no capitalismo tardio criaram um conflito entre a personalidade e a experi ncia com a ex peri ncia do tempo descont nuo a amea ar a capacidade das pessoas para formarem as suas personalidades de forma sustent vel No final do s culo
521. s podem ser igualmente sujeitas a for as e in rcias dese ducadoras De uma maneira ou de outra a cidade oferece importantes elementos para uma forma o integral um sistema com plexo e ao mesmo tempo um agente educa tivo permanente plural e poli drico capaz de contrariar os factores deseducativos A cidade educadora tem personalidade pr pria integrada no pa s onde se situa por consequ ncia interdependente da do terri t rio do qual faz parte igualmente uma cidade que se relaciona com o seu meio envolvente outros centros urbanos do seu territ rio e cidades de outros pa ses O seu objectivo permanente ser o de aprender trocar partilhar e por consequ ncia enri quecer a vida dos seus habitantes A cidade educadora deve exercer e desen volver esta fun o paralelamente s suas fun es tradicionais econ mica social pol tica de presta o de servi os tendo em vista a forma o promo o e o desenvol vimento de todos os seus habitantes Deve ocupar se prioritariamente com as crian as e jovens mas com a vontade decidida de in corporar pessoas de todas as idades numa forma o ao longo da vida As raz es que justificam esta fun o s o de ordem social econ mica e pol tica sobre tudo orientadas por um projecto cultural e formativo eficaz e coexistencial Estes s o os grandes desafios do s culo XXI Primeiro investir na educa o de cada pessoa de maneira a que esta s
522. s pol ticas que ilus tram o nosso esfor o Na Educa o o programa Escola Integrada j beneficia cerca de 14 mil alunos entre 6 e 14 anos de 50 escolas da rede municipal Es tes alunos t m atividades em tempo integral o que possibilita um aprendizado amplo de qualidade Crian as e adolescente ocupam o hor rio que estariam fora da escola com op es culturais e educativas participando de projetos art stico culturais pr ticas es portivas ecol gico ambientais e com aulas de idiomas As atividades envolvem n o so mente as escolas mas tamb m ONGs uni versidades e a pr pria comunidade Com a Escola Integrada os diferentes espa os da cidade como museus cinemas teatros parques bibliotecas e centros culturais s o transformados em centros educativos J o Programa Primeira Escola construiu e mant m 44 Unidades Municipais de Educa Fernando Damata Pimentel Prefeito de Belo Horizonte o Infantil UMEIs onde mais de 13 mil crian as passam o dia A maioria s o filhas de m es que n o t m com quem deixar as crian as Al m das unidades pr prias mais de 20 mil crian as de at seis anos s o aten didas nas 191 creches conveniadas com a Prefeitura O Programa Primeira Escola da Prefeitura refer ncia nacional em infra es trutura de qualidade para o atendimento de crian as de at cinco anos e meio Na sa de temos diversas iniciativas com destaque para o Programa BH Vida cujo eixo principal
523. s pr mios e muitos projectos No caso do Centro Pompidou a escolha de um design industrial que deixava a descoberto muitas partes da estrutura do edif cio e estava pin tado de cores vivas correspondia vontade de criar uma s rie de programas inovadores que for osamente converteriam Paris e por extens o a Fran a numa das paragens fun damentais nos meios art sticos e culturais Na d cada de 90 quando os l deres locais em Bilbao e Hong Kong projectaram umas instala es culturais de grande envergadura pensaram nas diferentes maneiras em que estas poderiam ajudar as suas cidades a al can ar e manter um papel importante nos mercados financeiros globais A nica coisa que perguntaram foi se estas ajudariam os artistas locais na exposi o das suas obras ou se atrairiam at eles a aten o dos meios de comunica o Os novos bairros culturais realmente atraem a aten o dos meios de comunica o Um n mero crescente de revistas de arte guias de viagem e sites da Internet s o dedicados as cidades e ao lazer promovendo a cultura e locais para visitar Embora o p blico possa n o ter a menor ideia do que exactamente a arte ela mostrada em novas instala es e ouvem o falar dela As tarifas a reas mais baixas mais tempo livre e uma forte nfase na mobilidade individual incentivam o turismo cultural especialmente entre os ricos homens e mulheres cultos que prova velmente recolhem novas experi ncia
524. s quatro mudan as os novos vizinhos de Rico t m interpreta do a sua chegada como uma nova fase que encerra os cap tulos anteriores Fazem lhe perguntas acerca de Sillicon Valley ou do parque de escrit rios do Missouri mas diz Rico n o v em outros lugares as suas imagina es n o est o preparadas para isso Este um medo tipicamente americano O cl ssico sub rbio americano era uma cida de dormit rio na ltima gera o surgiu um tipo diferente de sub rbio economicamente independente do n cleo urbano nem uma cidade ou vila nem uma aldeia um local que nasce a partir da interven o de um in vestidor imobili rio desenvolve se e decai no tempo de uma s gera o As amizades fugazes e a comunidade local formam o pano de fundo da maior preocu pa o de Rico a sua fam lia Tal como Enri co Rico encara o trabalho como um servi o fam lia Mas ao contr rio do seu pai Rico descobre que as exig ncias do trabalho difi cultam o alcance dos objectivos Inicialmen te achava que Rico se referia dificuldade de gerir o tempo entre o trabalho e a fam lia Chegamos a casa s sete fazemos o jantar tentamos encontrar uma hora para dedicar aos trabalhos de casa das crian as e depois tratamos dos nossos assuntos Quando as coisas se tornam complicadas durante me ses a fio na firma quase como se n o conhecesse os meus filhos Preocupa se com a anarquia frequente em que a fam lia mer
525. se os seus rendimentos em mais de 8 por cen to em 1970 e pr ximo dos 20 por cento na actualidade Ainda mais dramaticamente o m ximo de 0 1 por cento das pessoas que t m rendimentos aumentaram a sua quota entre 2 e at superior a 6 por cento do ren dimento nacional entre 1978 e 1998 hoje certamente ser ainda maior Isto tem acon tecido em todos os lugares onde ocorreu o retorno ao neoliberalismo O neoliberalismo foi simplesmente acontecendo com base na restaura o do poder de classe para uma pe quena elite de executivos e financeiros Com influ ncia desproporcional sobre os meios de comunica o social e sobre o processo pol tico essa elite tenta convencer nos de como estamos todos melhor sob um regime neoliberal de poder pol tico econ mico E para eles que vivem confortavelmente nos seus guetos dourados o mundo realmente um lugar melhor As cidades contempor neas est o mais segregadas fragmentadas e fracturadas pela riqueza e poder do que jamais estiveram Esta n o a cidade social mente justa dos meus sonhos Cada forma de governo emite leis de acor do com os seus interesses diz Tras maco na Rep blica de Plat o de tal forma que o justo sempre igual em toda a parte a van tagem sempre do mais forte Karl Polanyi diz o mesmo com outras palavras quando a ideia de liberdade degenera numa mera defesa da livre iniciativa ela passa a ser a liberdade plena para aqueles cujo rendi
526. se a beatitude no paraiso Como se partilhando se os saberes perdes sem as suas qualidades Ora o conheci mento tem esta caracter stica extraordin ria quanto mais se partilha melhor se possui e o que se d ainda se controla melhor Quanto mais os saberes forem partilhados mais eles ser o exigentes E em particular a exig ncia ligada l ngua exactid o precis o e beleza da expres s o uma exig ncia constitutiva e construti va do humano O meu trabalho pedag gico sempre se centrou na exig ncia perguntei sempre a mim mesmo como ser exigente e assegurar que o outro se aproprie ele mes mo desta exig ncia para progredir Sou muito sens vel forma como o humanismo nos ofereceu este ideal de perfectibilidade que nos permite superarmo nos Se batalho nas escolas em nome deste ideal de per fectibilidade das nossas obras e de n s pr prios Contribu mos para a perfectibilidade de n s pr prios e da humanidade atrav s do trabalho que fazemos Digo muitas vezes que a cultura o que liga o ntimo ao universal ou ao universa liz vel se queremos ser mais modestos A mitologia greco latina fala de assuntos que s o para mim extremamente pessoais e ntimos a minha rela o com a vida e com a morte a minha rela o com os ou tros com o medo de ser devorado por eles e com o desejo de eu pr prio os devorar e Hes odo ou Ov dio conseguem dar forma a isto uma beleza lingu st
527. se em indaga o um postulado apre sentado na introdu o da Carta das Cidades Educado ras elaborada em Barcelona no ano de 1990 e aperfei oada no ano de 1994 e re conceitualizar a cidade entendendo a no seu emaranhado de ruas avenidas pra as e pr dios como um territ rio de m lti plas hist rias e culturas e por isso de incon t veis possibilidades educativas e discutirmos quem somos que necessida des comuns e singulares temos que presen te e que futuro desejamos e assumirmos governos associa es de moradores empresariado movimentos so ciais grupos de jovens igrejas sindicatos universidades como diferentes atores so ciais do cen rio urbano tarefas educativas no sentido de mapear demandas e possibi lidades formativas para oferecer e construir com o conjunto da popula o in ditos vi veis que permitam fazer da vida algo mais ou algo distinto do que ela Esta re conceitualiza o pressup e a com preens o da cidade como uma grande rede de trilhas educadoras nos seus espa os pe dag gicos formais escolas creches facul dades universidades institutos e informais teatros pra as museus bibliotecas meios de comunica o reparti es p blicas igre jas al m do tr nsito do nibus da rua cujas ruas sejam pontes para a conviv ncia e as aprendizagens e onde a intencionalida de das a es desenvolvidas possa converter a cidade em territ rio educativo e faz
528. seco quando conheci Enrico em 1970 ambos poupavam para a educa o universit ria dos seus dois filhos O que mais me impressionou em Enrico e na sua gera o foi o facto de nas suas vidas O tempo ser linear ano ap s ano com empre gos em que as tarefas se repetiam dia ap s dia E nessa linha do tempo a conquista era cumulativa Enrico e Fl via verificavam o aumento das suas poupan as todas as se manas medindo o seu conforto atrav s das v rias melhorias e aquisi es que fizeram na sua casa Podemos afirmar que o tempo em que viviam era previs vel As convuls es da Grande Depress o e da Segunda Guerra Mundial tinham acabado os sindicatos pro tegiam os empregos embora tivesse apenas quarenta anos de idade quando o conheci Enrico sabia exactamente quando se iria aposentar e quanto dinheiro iria receber O tempo o nico recurso gratuitamente dispon vel para aqueles que se encontram no estrato inferior da sociedade Para acu mular tempo Enrico necessitava daquilo a que o soci logo Max Weber chamou jau la de ferro uma estrutura burocr tica que racionalizava o uso do tempo No caso de Enrico as regras de remunera o por anti guidade do seu sindicato e as que determi navam a sua pens o do governo conferiram Ihe este suporte Quando acrescentou a estes recursos a sua pr pria auto disciplina o resultado n o p de ser medido apenas em termos econ micos Enrico construiu uma narrativa da sua hi
529. sem autoriza o dos titulares da proprie dade intelectual A infrac o dos direitos mencionados pode constituir delito contra a propriedade intelectual artigos 270 e seguintes do C digo Penal Espanhol Indice EX all 21 0 trar rinda a telde Eul lia Bosch Introduc o Arcidaderdas pessoas sasra ea nn ne ita ee naeh eii Pasqual Maragall Cidades educadoras uma aposta de futuro eres Pilar Figueras Bellot O conceito de cidade educadora hoje Joan Manuel del Pozo Barcelona o compromisso de uma cidade com a educa o 2 cece eeeeee eee eeeeeee nenn Jordi Hereu 1 Os novos desafios da vida urbana Utopias dial cticas sr an are ee ee en David Harvey Espaco p blico Zygmunt Bauman Lidar com a heterogeneidade migra es altera es demogr ficas e consequ ncias Te JU AU e SAR RR RR ARNS RD acia Blair A Ruble Os media a cidade e a educa o Entre o hiperactivismo e a indiferen a Josep Ramoneda Competitividade e coopera o Justi a e paz Arcadi Oliveres Cultura urbana em busca da autenticidade erra Sharon Zukin A cidade e a comunidade sob o olhar feminino a Olivia Guaraldo Jovens para sempre a nova realidade das pessoas idosas urenneesnnessnnesneen nennen Ant n Costas Os novos desafios da vida urbana a redefini o do conceito de comunidade na era da Internet c ea Genis Roca A voz dos governos
530. sem qualquer exclus o e dos seus mecanismos de gest o e reprodu o Neste sentido foi fundamental a interven o da Vereadora da Educa o da C mara Municipal de Barcelona Marta Mata 1987 1995 que descreveremos de seguida Os amigos organizadores do Il Congresso das Cidades Educadoras em Gotemburgo solicitaram delega o de Barcelona uma contribui o relativa aos objectivos comuns a todas elas talvez para ajudar a esclarecer o car cter desta criatura que nasceu que fizemos nascer entre todos h apenas dois anos no Congresso de Barcelona Cidade Educadora concep o esta que come a a dar os primeiros passos com firmeza e rapi dez Para onde vai O que pretende Qual o seu objectivo Os amigos de Gotemburgo fize ram a pergunta no plural quais s o os ob jectivos comuns e n o o objectivo bem como as Cidades Educadoras concretas e 268 m Cidades educadoras 20 anos no plural e n o a ideia abstracta de Cidade Educadora os objectivos comuns a todas as Cidades Educadoras as que se reuniram pela primeira vez em Barcelona e as que se re nem em Gotemburgo as que assumiram o firme e p blico compromisso de ser uma Cidade Educadora as que dentro de dois anos encontraremos no III Congresso as que ano ap s ano se ir o definindo como Cida des Educadoras importante perguntarmo nos desde o pri meiro momento quais os objectivos comuns das Cidades Educadoras porque s o
531. seus alunos e com os valores de justi a social solidariedade e coes o 14 A ideia de expandir o juramento de Hip crates a ou tros actores sociais como por exemplo os empres rios poder ser vista em Otfried H ffe Ciudadano econ mico ciudadano del Estado ciudadano del mundo ti ca pol tica en la era de la globalizaci n Buenos Aires Katz 2007 Educag o e sociedade justa m 233 6 Para concluir A criac o duma sociedade justa coloca os cidad os perante decis es duma grande en vergadura a inclus o ou n o de todos a ma nipulagao ou nao do nosso capital gen tico a protec o do meio ambiente e a natureza entre outros Os niveis de reflexividade exi gidos por estas decis es sao tamb m muito profundos e obrigam nao apenas a um gran de desenvolvimento cognitivo mas tamb m tico e moral Quantos destes niveis de refle xividade podem ser formados mediante ac c es educativas intencionais e sistem ticas Quais seriam as formas institucionais mais adequadas para esta fung o Quem ser o os educadores destes processos de formagao A resposta a procura de forma o do cidad o para o Estado Na o foi a escola universal e obrigat ria a cargo de professores forma dos profissionalmente mediante institui es educativas especiais Ser que esta a res posta para as exig ncias de forma o do ci dad o reflexivo que procura o s culo XXI Estas quest es envolvem igualmente uma in c gn
532. sist ncia na necessidade e o direito de todas as pessoas forma o ao longo da O conceito de cidade educadora hoje m 31 vida principio assumido nos mais diversos f runs internacionais como uma exig ncia essencial num mundo sujeito a altera es t o r pidas n o s por causa do perma nente aperfei oamento das capacidades laborais mas tamb m familiares c vicas de comunica o e sociais Outro crit rio im portante foi o de melhorar e universalizar o acesso de todos sobretudo daqueles que t m incapacidades funcionais ou quaisquer depend ncias a todos os servi os edif cios e equipamentos urbanos necessidade principal num contexto de qualificar a con viv ncia urbana Tamb m se insistiu num aspecto que por si mesmo e pela evolu o das popula es merece considera o o di logo e a coopera o inter geracional com o fim de atingir a maior integra o so cial poss vel entre as pessoas de todas as idades e o aproveitamento rec proco dos conhecimentos e experi ncias vitais Em rela o pr xima com os crit rios anteriores idade adulta ou avan ada e a acessibili dade e em liga o com a nova sociedade globalizada do conhecimento insistiu se na necessidade de que a cidade educadora garanta a todas as pessoas principalmente as dos sectores mais distanciados da forma o seja pela idade seja por outros mo tivos o acesso forma o em tecnologias de informa o e de comuni
533. soas muito motivadas com uma expe ri ncia profissional e pessoal muito rica que decidiram ser docentes d o escola um di namismo suplementar Mudar de profiss o aqui uma forma de se realizar e de ajudar a institui o p blica a cumprir melhor a sua miss o De facto temos de recusar a qualquer um a obriga o de ficar confinado sua iden tidade profissional Temos de recusar entrar na l gica mort fera de uma sociedade que classifica selecciona p e as pessoas em gavetas com r tulos dos quais n o se po dem livrar Dizemos lhes que poss vel ser outra coisa e fazer doutra forma Para al m das quest es t cnicas de gest o dos postos de trabalho uma sociedade de progresso uma sociedade onde a pessoa na sua tota lidade que ter o seu pr prio projecto e n o ser obrigada a reproduzir o projecto que os outros t m para ela E temos de a ajudar a concretiz lo fornecendo lhe os meios para realiz los Politicamente esta dilig ncia est mesmo no centro da din mica demo cr tica J M P Estou completamente de acordo No entanto poder amos completar o conceito de cidadania com o aspecto pol tico isto a pessoa n o s tem o direito ao seu projecto pessoal aut nomo como tem o direito e o dever de participar livremente em projectos colectivos outro aspecto que levanta problemas sociedade Conhecemos as cr ticas pela falta de esp rito participativo que as nossas democracias ocident
534. soci logo profesor emerito de Sociologia da Universidade de Leeds onde foi director de departamento de 1972 at data da sua aposenta o 1990 e na Universidade de Vars via onde leccionou nos anos 60 Lec cionou tamb m como professor convidado em diversas universi dades de todo o mundo como em Tel Aviv Israel e na Austr lia antes de se fixar em Leeds Bauman conhecido em todo o mundo pelas suas obras como Legisladores e int rpretes 1987 Modernidade e Holocausto 1989 Modernidade e Ambival ncia 1991 e A tica P s mo derna 1993 Recebeu o Amalfi European Prize 1990 e o Adorno Prize 1998 os mais altos galard es para um soci logo de reputa o europeia e mundial Espa o p blico gora o lugar onde oikos casa reino do privado e oikoumene a pol tica esfera do p blico se encontram Eles re nem se para conversar e o prop sito expl cito ou impl cito de troca em todas as suas formas de discursos formais recebidos com aplau sos assobios ou vaias do argumento frio ou quente de arenga ou prelec o negocia o ou discus o etc chegar a uma solu o sa tisfat ria ou pelo menos a uma tradu o em duas direc es aceit vel de preocupa es e desejos privados em quest es p blicas e das necessidades p blicas e ambi es em direito privado e deveres na gora que o espa o compacto que integra particulares numa totalidade social seja ela uma tr
535. sos A tend ncia da segunda metade do s culo passado de fugir da cidade n o de sapareceu mas surgiram outras tend ncias que fazem com que a par desse movimento centr fugo exista outro centr peto que tem vindo a crescer nas ltimas d cadas h mui ta gente que gosta da vida urbana e em par ticular de viver no centro Entre os que preferem viver na cidade en contram se os idosos um n mero crescente como j referi dentro da popula o total Buscam maior e mais f cil acesso aos trans portes p blicos sa de vida cultural e rela o com a fam lia e os amigos mas so bretudo s oportunidades de se manterem activos e teis 132 m Os novos desafios da vida urbana As cidades s o a personifica o da moder nidade A Provid ncia criou a natureza mas os homens criaram as cidades As cidades s o constru es humanas em constante transforma o At agora o factor de maior intensidade transformadora ao longo da hist ria as mi gra es Contudo a partir de agora os ido sos tamb m ser o um factor muito poderoso de mudan a na vida urbana As cidades s o um espa o natural para as classes criativas e as gera es que est o a chegar reforma s o compostas por pessoas com um elevado n vel profissional e cultural e portanto de criatividade Alguns analistas e acad micos reconheci dos como o caso de Bruce Katz da Ins titui o Brookings afirmam que h muito
536. sse as pessoas e as fizesse sentir orgulho sas uma vez mais de pertencerem a esta cidade um ambiente de consenso entre di ferentes parceiros sociais e que aproveitas se a for a criadora do mercado livre para o bem comum naquele tempo os trabalhistas brit nicos diziam n o veneramos o mer cado servimo nos dele Tudo isto foi con figurando uma maneira de fazer um mo delo que de certa forma culminou com a organiza o dos Jogos Ol mpicos ficando conhecido como modelo Barcelona que despertou interesse por todo o mundo Nos anos anteriores a 1992 fizemos diversas viagens pela Europa e pelos Estados Uni 16 Introdu o dos para explicar o que est vamos a fazer e quais eram os nossos objectivos Recordo me particularmente de uma des sas viagens Est vamos em Boston a cidade mais inglesa dos Estados Unidos Numa conversa no Ateneu de Boston utilizei uma express o que resumia o que est vamos a fazer a cidade a sua gente Um homem mais velho de entre o p blico fez me notar Isso Shakespeare Com efeito incons cientemente eu estava a citar Shakespea re mais concretamente Coriolano uma trag dia sobre o mundo da pol tica e dos pol ticos uma reflex o sobre a formas de governa o Quando os tribunos mandam prender Coriolano utilizando a for a da plebe Sic nio lembra E o que a cidade sen o a gente 0 povo Esta era tamb m a nossa convic o Defen d a
537. st es cujo peso moral ultrapassa amplamente as quest es pol ticas tradicio nais Segundo Habermas estamos perante a 10 Sobre esta distin o entre o pensamento limitado e o pensamento alargado consulte Luc Ferry Aprender a viver Tratado de filosofia para uso das jovens gera es 2006 11 Habermas L avenir de la nature humaine Vers un eug nisme liberal Paris Gallimard 2002 necessidade de moralizar a esp cie huma na O desafio que temos pela frente o de preservar as condi es sobre as quais est baseado o nosso reconhecimento de que actuamos como pessoas aut nomas como autores respons veis da nossa hist ria e da nossa vida Os n veis de responsabilidade exigidos por estas decis es s o nicos e este aumento dos n veis de responsabilidade exigidos s decis es individuais e sociais produzido ao mesmo tempo que diminui a possibilidade de promover uma moral absoluta baseada em obriga es perante exig ncias quer seja do tipo religioso ou secular Vivemos como referiu Gilles Lipovetsky um per odo de moral emocional uma moral sem obriga es e san es uma moral que n o causa dor nem imperativa adaptada aos novos valores da autonomia individual Perante estes desafios exp e se a refer n cia forma o duma intelig ncia respons vel que ultrapasse a ideia duma moral sem base cient fica e de um desenvolvimento cient fico sem controlo moral A primeira conduzi
538. sta Bennett Harrison acredita que a origem dessa fome de mu dan a o capital impaciente o desejo de lucro r pido Por exemplo a dura o m dia de tempo das transac es que t m sido rea lizadas em bolsas brit nicas e americanas caiu 60 por cento nos ltimos quinze anos O mercado acredita que o lucro mais r pido melhor quando gerado pela r pida mudan a institucional H que referir que o sistema do longo pra zo que o novo regime quer destruir foi em si mesmo ef mero as d cadas de meados do s culo XX O capitalismo do s culo XIX caracterizou se pelos sucessivos desastres nos mercados de ac es e por um investi mento empresarial irracional as fortes osci la es do ciclo de neg cios deram s pes soas muito pouca seguran a Na gera o de Enrico ap s a Segunda Guerra Mundial foi poss vel na maioria das economias avan adas controlar a instabilidade com a aju da dos sindicatos e das garantias do estado provid ncia e das grandes empresas Todos estes factores contribu ram para gerar uma era de relativa estabilidade Este per odo de mais ou menos trinta anos define o passado est vel que est agora a ser substitu do por um novo regime Uma mudan a na estrutura institucional moderna tem sido o suporte do trabalho a curto prazo por contrato ou espor dico As empresas t m procurado diminuir a quanti dade de burocracia para se tornarem orga niza es mais horizontais e
539. stado fabrica um peda o de informa o que apenas finge possuir apesar de novo ser para o pr prio bem dos sujei tos n o se poder divulgar o seu conte do e fontes todo e qualquer questionamento pe los c pticos assim desclassificado ante cipadamente e obrigado a permanecer sem resposta Recorrer a uma mentira pol tica envolve poucos riscos uma vez que todas as provas poss veis e os argumentos s o fir memente entrincheirados no reino inacessi vel dos segredos de Estado o bluff do esta do n o pode ser chamado pelo menos n o para al m de qualquer d vida razo vel Em caso de decep o desmascarado e ex posto pelos acontecimentos posteriores que o Estado n o pode controlar como no caso das armas de destrui o maci a que Sa ddam Hussein teria sido capaz de esconder nas ilhas brit nicas em menos de uma hora o estado ainda pode contar com o espa o de mem ria p blicos lamentavelmente breve e continuamente em diminui o e os not rios Espaco p blico m 57 habitos da atenc o publica a deriva A men tira sera rapidamente esquecida ou no mo mento da sua divulgac o n o ser mais foco de interesse p blico Na maioria dos casos as quest es nunca ser o definitivamente res pondidas e os c pticos nunca seriam capa zes de provar que suas d vidas eram funda mentadas pelo menos n o antes do fim do prazo legal 30 anos na Gr Bretanha de pois do qual os arquivos do Estado devam ser
540. sua posi o na estrutura social Se aprofundamos mais nas rela es de edu ca o e participa o neste mbito de indi vidualiza o e comunidade notamos que desde h tempo se considera que as estru turas de governo nas democracias repre sentativas para al m dos respectivos actos eleitorais carecem de mecanismos que lhes permitam conhecer e ter presentes os inte resses ou prefer ncias dos cidad os Os sen timentos de insatisfa o impot ncia ou frus tra o dos cidad os perante a passividade ou inefic cia dos seus governantes acabam por um lado no distanciamento dos cida d os com respeito s vias convencionais de participa o pol tica elei es partidos po liticos grupos de press o e por outro na procura de novas formas de express o que se agrupam normalmente sob a denomina o gen rica de movimentos sociais Perante esta situa o evidente a necessi dade de divulgar este desejo de participa o mediante novos mecanismos que permitam que a democracia tradicional e represen tativa determine aquelas dist ncias entre cidadania e assuntos p blicos Trata se de recuperar a pol tica como res publica ao co responsabilizar o cidad o com as deci s es tomadas no seu ambiente envolvente sem limitar a sua participa o na elei o dos seus representantes pol ticos Ao mesmo tempo come a se a perceber que a partici pa o e o envolvimento dos receptores das pol ticas no s
541. sucedidas A evolu o da Internet deu origem a uma rede mais participativa mais cooperativa mais social desde a Internet das empresas Internet da popula o e desde a Web 1 0 Web 2 0 Os v nculos da rede j n o s o os computadores mas as pessoas As pes soas est o a construir as suas pr prias redes de confian a de circula o de informa o de colabora o as suas comunidades Cada pessoa escolhe o que quer ler e sobre que temas e as fontes de informa o que pre tende utilizar Cada um escolhe do que falar com quem falar como e onde o publicar A informa o flui de tal maneira que em si mesma j n o sup e nenhum poder Agora mais interessante participar numa comuni dade numa rede num conjunto de liga es e portanto de pessoas atrav s dos quais circula informa o relevante para a constru o de opini es e tomada de decis es Paralelamente as formas de acesso rede j se diversificaram e simplificaram e con tinuar o a faz lo Os mais desfavorecidos utilizam com normalidade a tecnologia IP e as videoconfer ncias a partir de locut rios e cibercaf s para se comunicarem com aque les familiares que vivem longe O projecto OLPC One Laptop PerChild e seus deri vados oferecem computadores port teis por menos de 100 d lares Os telem veis permi tem navegar na Internet Qualquer executivo vai munido de um dispositivo inform tico que lhe permite tratar do correio e
542. sugestiva mente como eugenesia arquitect nica ou o congelamento da envolvente do edif cio para obedecer a alguma imagem considera da objectivamente aut ntica No entanto esta forma de eugenesia equivale em grande parte imposi o de uma vis o particular e est tica baseada em alega es de autentici dade que s o altamente contest veis e n o levam em conta a hist ria real desses bair ros Tratando a envolvente do edif cio como um guia OS conservacionistas associam es ses bairros a determinadas comunidades mesmo quando a evid ncia emp rica mos tra a coabita o destas reas por diversas comunidades Assim as estrat gias de con serva o por vezes tornam se projectos de limpeza tnica e acabam por apagar a con tribui o de certos grupos para a produ o da cidade Desta forma as narrativas oficiais s o difundidas com base nos denominados conhecimentos hist ricos de especialistas espec ficos Este processo representa uma das formas nas quais o passado est consa grado no processo de apagamento atrav s do recurso narrativa oficial O ambiente constru do torna se um arquivo em que o silenciamento dos v rios passados e diversi dade efectivamente alcan ado As cidades com popula es heterog ne as como Bombaim e Beirute est o talvez numa rela o diferente quando se trata da produ o do ambiente constru do como um arquivo relativamente a outras tais como Dubai Xangai e P
543. t o po tica Isso seria imposs vel Pro vavelmente ter dito Acabou se Mas o efeito po tico engrandece as palavras de tal forma que queremos acreditar que ele falava Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 277 mesmo assim e que disse o que Shakespeare disse que ele disse E af que entra a arte porque a arte representa o A primeira pessoa que tocou trombeta f lo provavelmente com uma presa de elefante Observou a e viu que tinha uma extremidade pontiaguda Ou talvez tivesse ouvido o som que o ar produzia ao sair e fez Marsalis toca uma na sua pr pria trombeta Ent o algu m o ouviu e apanhou essa presa de elefante e disse Quero tocar com esta presa da mesma maneira que o velho Ulu tocava por isso vou tocar assim Marsalis toca a trombeta A realidade que esse som n o soava da mesma maneira que o de Ulu mas isso n o mais do que um exemplo do acto po tico em contraste com o simples acto puro e duro Louis Armstrong ouve Buddy Bolden tocar Pois bem n o temos aqui uma grava o mas sabemos que gostava de tocar em Si be mol de modo que provavelmente tocasse qualquer coisa que se parecesse com isto Marsalis toca a trombeta Armstrong diria Bem vou tentar tocar como o Buddy Bol den Temos de perceber que o acto po tico perdura porque pega num fen meno e en grandece o converte o num acto majestoso espiritual como o simples acto de fazer um bolo para algu
544. ta o da maioria das crian as ciganas nas duas creches do bairro n o atin ge o n vel de segrega o da escola prim ria As creches devem tamb m estar ligadas aos programas de ensino prim rio e secund rio bem como aos do Centro Comunit rio O Centro Comunit rio e a escola juntos abrigam tanto o Programa Plano de Reno va o do Espa o P blico como Emprego e Forma o O Distrito Educacional O principal objectivo do nosso programa unir o tecido social rasgado Com esse ob jectivo temos feito dele a nossa prioridade para al m de melhorar as condi es de habita o reconstruir a rede social para fornecer os meios para que os v rios estra tos sociais e culturais tenham uma voz pr pria representam os seus pr prios interesses e criar bons contactos sociais O programa de renova o educacional da escola o pri meiro passo para ajudar as diferentes gera es de habitantes locais a obter estas ha bilidades e inspirar as crian as a aprender O segundo passo desenvolver um sistema para a aprendizagem ao longo da vida j que os adultos que vivem aqui ficaram fora nesta primeira etapa das suas vidas devem ser atra dos de volta para que possam me lhorar as suas habilidades sociais para es tabelecer novos contactos e desenvolverem uma vantagem competitiva no mercado de trabalho Desta forma eles ser o capazes de assumir a responsabilidade pelo seu futuro Os programas do centro com
545. ta tanto os princ pios da legitimida de democr tica dos Estados como a sua ca pacidade para dar respostas produtivas e efi cazes s novas exig ncias e desafios sociais Perante esta realidade fala se de Governan ce como uma nova forma de regula o do conflito caracterizado pela interac o e a coopera o de v rios agentes estruturados em rede para o desenvolvimento de projec tos colectivos N o surpreendente que o tema da gover nan a seja tratado num contexto de debate sobre o futuro da educa o Hoje mais do que nunca falar do futuro da educa o falar do futuro das sociedades em que vive mos e de como enfrentar os desafios e con flitos colectivos Poder amos at manifestar a possibilidade de que quanto maior for o de senvolvimento educativo mais insuficientes ser o os par metros tradicionais de governo baseados em elementos como hierarquia e especializa o e ser necess rio procurar f rmulas de acomoda o social que pro duzam capacidades colectivas de governo E com certeza apesar da ambiguidade do termo governan a e do seu uso e abuso por parte de muitos agentes cuja pr tica bem mais hier rquica o importante precisa mente esse v nculo que origina com a ideia de governo colectivo numa sociedade edu cada e coesa 1 Governan a Pode parecer estranho que numa altura em que a democracia representativa se tem vin do a expandir e consolidar como sistema de regula o pol
546. tamb m que a coes o social obriga a n veis b sicos de equidade social baseados no direito ao trabalho e numa remunera o que garanta o acesso aos bens e servi os pr prios duma vida digna Em suma encontramo nos pe rante o desafio de criar uma sociedade que enfrente a desigualdade e respeite a diversi dade A grande quest o saber se o prop si to de criar uma sociedade justa poder ter a potencialidade suficiente como para criar os n veis de ades o necess rios para contrariar as tend ncias injusti a derivadas do mer cado e das tenta es do dom nio e controlo cultural A adesao a criagao duma sociedade justa um tema que deve ser analisado de forma contextualizada No entanto com as con tribui es de A Giddens poss vel admitir que a ades o requerida pela cria o duma sociedade justa uma ades o reflexiva O novo capitalismo tem n veis muito baixos de solidariedade org nica e exige por parte dos cidad os um comportamento baseado muito mais em informa o e em ades o vo lunt ria do que os exigidos pelo capitalismo 2 Poder encontrar uma an lise completa sobre a co es o social nos pa ses da Am rica Latina y as Cara bas em CEPAL Cohesi n social Inclusi n y sentido de pertenencia en Am rica Latina y el Caribe Santiago de Chile 2007 Educag o e sociedade justa m 231 industrial ou pelas sociedades tradicionais Contudo reflex o n o sin nimo de racio nalidade
547. tavam vitoriosamente agrupados Chegamos a casa de um piloto alem o que devolveu os livros com toda a calma escreveu ela ao seu irm o alguns meses depois Mas agora eles n o deixam ningu m atravessar a estrada principal e em toda parte h alem es com metralhadoras reclamou ela No meio da confus o e caos parecia importante para ela que a tentativa pat tica de ter a biblioteca em ordem deve na medida do poss vel ser preservada Mas isto umas ordens que devemos ver com precau o apesar do seu apelo No en tanto por mais atraentes que o sonho de um universo cognosc vel de papel e um cosmos com significado feito de palavras possam parecer uma biblioteca ainda que colossal nas suas propor es ou ambiciosa e infinita no seu mbito n o pode nunca oferecer nos um mundo real no sentido em que o mundo quotidiano de sofrimento e de felici dade real Oferece nos em vez disso uma imagem negoci vel desse mundo real que nas palavras de Jean Roudaut gentilmente nos permite conceb lo bem como a pos sibilidade de conhecimento experi ncia e mem ria de algo intu do atrav s de um con to ou adivinhado por uma reflex o po tica ou filos fica S o Jo o num momento de confus o diz nos para n o amarmos o mundo nem as coisas que se encontram nele porque tudo o que h no mundo a concupisc ncia da carne a concupisc ncia dos olhos e a so berba da vida n o do Pai mas do mundo
548. tentativas de nos dar a conhecer aos outros A segunda constru da para juntar de todo o mundo o que essas l nguas tinham tentado gravar nascida a partir da nossa esperan a em vencer o tempo e terminada num lend rio inc ndio que consumiu at o presente A Torre de Babel no espa o e a Biblioteca de Alexandria no tempo s o os s mbolos in dividuais dessas ambi es Na sua sombra a minha pequena biblioteca um lembrete de ambas as ambi es desejo imposs vel de conter todas as l nguas de Babel o desejo de possuir todos os volumes de Alexandria A hist ria de Babel contada no d cimo pri meiro cap tulo do G nesis Ap s o dil vio o povo da terra partiu para o Oriente para a terra de Shi nar e l decidiu construir uma cidade e uma torre que alcan asse os c us E o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam E o Senhor disse Eis que o povo um e todos t m uma mesma l ngua e foi isto que eles come aram a construir e agora n o haver restri o para o que eles pretenderem fazer Vamos irei descer e confundirei depois a sua l ngua para que n o entendam a l ngua do outro A lenda diz nos que Deus inven tou a multiplicidade das l nguas a fim de nos impedir de trabalharmos juntos ent o n s n o dever amos exceder os nosso poderes De acordo com o Sin drio o lugar onde a torre no passado foi erguida nunca perdeu a sua qualidade peculiar e ainda hoje qu
549. terizada pela ruptura da concep o segundo a qual existe uma nica ordem cultural v lida e leg tima qual se subordinam todas as outras Agora os parti cularismos n o s o sin nimo de atraso e tra dicionalismo s o antes reivindicados como um direito e a sua nega o atenta contra a conviv ncia democr tica e a justi a Do ponto de vista s cio econ mico as tend n cias concentra o do lucro e exclus o social de vastos sectores de popula o s o bem conhecidas Economia e sociedade tendem a dissociar se e geram um cen rio em que a grande quest o e desafio gira em Para uma an lise dos fen menos de fragmenta o so cial nas cidades consulte Loic Wacquant Los conde nados de la ciudad Gueto perfiferias y Estado Buenos Aires Siglo Veintiuno Editores Argentina 2007 torno das possibilidades de criar um sentido partilhado capaz de superar coes o fun damentalista autorit ria e o individualismo anti social A quest o da possibilidade de criar um sen tido partilhado em suma a quest o da co es o social Qual seria o modelo de coes o poss vel e necess rio no mbito deste novo capitalismo p s moderno Por um lado sa bemos que imposs vel a coes o dos mo dernos baseada na imposi o duma ordem nica embora seja de natureza racional e se cular Tamb m imposs vel a coes o iden tificativa tnica ou religiosa que exclui o diferente Por outra parte sabemos
550. tes Russos Boris Yeltsin e Vladi mir Putin t m abra ado a festa como uma maneira aparentemente benigna para de monstrar a diversidade do seu pais embo ra o Sabantuyi mantenha um forte senso de identidade Tatar aut noma O Sabantuyi de Sao Petersburgo realizado fora da cidade na vizinha regiao de Leni negrado com o apoio do governo da cida de das administrag es regionais federais e da Tart ria bem como o apoio de grandes empresas locais Mais de 60 mil compare ceram no Sabantuyi de 2006 duplicando o numero de pessoas a fazerem o caminho de menos uma hora at ao norte da cidade em 2007 para um campo ao longo da autoestra da Siargi fora da vila de Kuzmolovo Uma vez la os residentes de Sao Petersburgo pas sam o dia a desfrutar de passeios a explorar exposic es culturais Tartaras e a ouvir uma variedade de musica a partir de tr s grandes palcos Para as autoridades locais as celebrac es Sabantuyi representam um esforco para tor nar a diversidade normal e confort vel V em a popularidade bvia do festival como uma oportunidade de espalhar a palavra de que o conv vio com pessoas que s o diferen tes pelo menos no ambiente controlado de um encontro empresarial e reuni es patro cinadas pelo munic pio n o amea ador Essa forma dom stica de interac o cultural vista como um refor o das qualidades da sua cidade N o menos importante as au toridades acreditam que o Sabantuyi ajuda
551. ti vo e respons vel As autoridades locais t m um papel estrat gico de desempenhar para tornar esses meios de forma o e express o dispon veis Nesta rea o papel da Asso cia o Internacional de Cidades Educado ras AICE de uma import ncia catal tica Parceiros como Cidades e Governos Locais Metropolis Comiss es Nacionais e Centros da UNESCO tamb m contribuem para essas ac es A UNESCO v as cidades como os principais centros de pensamento e de ac o quando se trata de Educa o e aprendizagem sobre o desenvolvimento sustent vel Para maxi mizar este potencial a c tedra da UNESCO Crescer nas Cidades da Universidade de Cornell EUA criou uma plataforma para as crian as e profissionais da cidade que visa capacitar as crian as para moldar a sua exis t ncia urbana e incentivar os presidentes das C maras para envolver as crian as na gest o urbana por exemplo em Bangalore ndia Joanesburgo frica do Sul e Trondheim No ruega Ao abordar as condi es de vida di ria e as quest es socioculturais as actividades das c tedras da UNESCO Paisagem e Ambien te Montreal Canad e Pol ticas Urbanas e Cidadania Lyon Fran a mostram clara mente que as pessoas est o no centro dos desafios do desenvolvimento urbano Os seus conhecimentos espec ficos saber fazer identidade rela es sociais e padr es de povoamento s o vitais para a forma o de decis es pol ticas eficaz
552. tidade de in forma o que qualquer outra at aos nossos dias Por m esta informa o n o contribui for osamente para melhorar a capacidade de emancipa o dos cidad os isto para pensar e decidir por eles mesmos Exacta mente o contr rio tende a activar neles os frames como definem os soci logos ame ricanos aqueles h bitos mentais instalados que nos levam a que vivamos determinadas coisas como pr prias simplesmente porque assim as foram inculcando no nosso esp ri to desde pequenos A televis o n o uma escola de atitude cr tica Esta ou se aprende antes ou uma vez diante do televisor j tar de O televisor s favorece a acomoda o a indiferen a tende a isolar fomentando um individualismo acr tico que tem pouco do individualismo moderno e que em troca dos seus v cios traz por exemplo o desinteresse pelos outros A televis o deveria ser para maiores com reservas Mas afortunadamente estamos numa sociedade aberta e ela o meio de comunica o que est ao alcance de todos Tenho a impress o que se se ensinasse a ver televis o o rendimento educativo que se poderia retirar dela seria maior mas talvez ent o a primeira consequ ncia fosse que a ver amos menos Competitividade e coopera o Justi a e paz Arcadi Oliveres Arcadi Oliveres Boadella doutorado em Ci ncias Econ micas professor no departamento de Economia Aplicada na Univer sidade Aut noma de Barcelona
553. tido antropol gico Uma nova cultura que fomente e desenvolva um novo tipo de capacidades pessoais e formas de vida bem como uma nova forma de organizar a eco nomia o mundo do trabalho a pol tica e a sociedade de tal forma que se consiga tirar proveito de todas as possibilidades positivas que o aumento da esperan a m dia de vida proporciona popula o ou por outras pa lavras necess rio elaborar um manual de instru es para a utiliza o do tempo na nova sociedade da nova gera o de idosos 4 Manual de instru es para a utiliza o do tempo dos idosos O que fazer com esses 20 25 ou 30 anos que o progresso cient fico e econ mico con cedem s novas gera es de reformados Como aproveitar o potencial de cria o de riqueza que os idosos representam Que tipo de mudan as s o necess rias na organi za o empresarial social pol tica e familiar para aproveitar esse potencial l gico que a reforma continue a ser aos 60 ou 65 anos agora que a esperan a de vida se est a pro longar tanto Ser adequado que se produza uma ruptura radical violenta e completa das traject rias laborais e profissionais N o se ria l gico e racional que a transi o da vida profissional activa a tempo inteiro para a re forma ocorresse de forma gradual mediante f rmulas mistas de trabalho a tempo parcial N o seria melhor aproveitar enquanto a gera o do baby boom ainda est activa para preparar entr
554. to A ideia fundamental por m era a mesma juntar o melhor da arquitectura mundial ao fabrico local para produzir uma nova s rie de s mbolos urbanos Isto representava uma ruptura extraordin ria com a interioridade das tradi es locais em direc o a uma eco nomia visando o turismo Mas tanto no interior do museu como nas suas envolv ncias urbanas o Guggenheim Bilbao tem um problema com a autenticidade Se a autenticidade significa original no sentido de se ser fiel cultura local o museu falha pois nem o seu design arquitect nico nem as empresas financiadoras est o filiados em Bilbao O arquitecto Frank Gehry tinha inten o de que os curvos pain is cor de prata feitos em tit nio da fachada do museu representassem as ondas do rio Nervi n e sugerissem a dureza dos altos fornos que costumava haver nas proximidades Mas a forma sinuosa do museu e as reflex es brilhantes da luz poderiam muito bem sugerir um glamour cosmopolita o glamour O museu tem suscitado um debate intermin vel sobre o conflito entre o industrial e a revitaliza o orientada pela arte e pelas finan as em Bilbao Ver em Lorenzo Vicario e P Manuel Martinez Monje Outro efeito Guggenheim Projetos da Cidade Central e o Enobrecimento em Bilbao em O Enobreciemnto num contexto Gobal ed Rowland Atkinson e Gary Bridge Londres Routledge 2005 p 151 67 Zulaika Joseba Cr nica de uma Sedu o o Museu Guggenheim Bilbao Madrid
555. to cr tico e o senti do que dava s ac es e identidade dos educadores fazia parte do mundo moderno Contra a imposi o de uma ordem nica contra o autoritarismo pedag gico os edu cadores cr ticos constru am a sua identidade 7 Zaki Laidi Un monde prive de sens Par s Fayard 1994 230 m Educa o o presente o futuro tanto individual como colectiva De certo modo este pensamento critico foi criado a partir da contradi o que surgia entre formar para o trabalho e formar para o exerc cio da cidadania e o pleno desenvolvimento da personalidade Este cen rio muda radical mente com a expans o do novo capitalismo 4 O sentido no novo capitalismo cria o duma sociedade justa A literatura sobre a p s modernidade a so ciedade do conhecimento e o novo capi talismo vasta e bem conhecida Embora cada uma delas fa a refer ncia a fen menos diferentes a sua an lise refere um processo de transforma o que afecta todos os aspec tos da sociedade a organiza o do trabalho a Organiza o pol tica os paradigmas cultu rais e os processos de cria o de identida des pessoais As tend ncias fragmenta o s o significativas e bem conhecidas e est o vinculadas a um fen meno duplo por um lado a desigualdade e a exclus o social e por outro a explos o de identidades e de demandas de reconhecimento diversida de Do ponto de vista cultural a p s mo dernidade est carac
556. to com um determinado sentido social onde a democracia e o crescimento econ mico apareciam directamente vinculados Ago ra em contrapartida comum enfatizar as caracter sticas excludentes originadoras de incertezas e risco que provocam o uso in tensivo dos conhecimentos e da informa o na economia e na sociedade Com a velo cidade que caracteriza os processos sociais contempor neos em breve se destacou que a centralidade do conhecimento provocava fortes tend ncias a privatizar a sua produ o e distribui o O capitalismo baseado no uso intensivo de informa o e conhecimen tos poderia ser mais injusto que o capitalis mo tradicional industrial O debate portanto deixou de fazer referen cia educa o e ao conhecimento em si mesmos para se transformar no modelo de sociedade que queremos criar a partir da sua 1 A vers o mais popular deste optimismo a de Alvin Toffler Ver por exemplo A Toffler As mudan as do po der Record 1990 2 D Cohen Riqueza del mundo pobreza de las nacio nes Buenos Aires Fondo de Cultura Econ mica 1998 Ultimamente at o Fundo Monet rio Internacional reconheceu que est em aumento a desigualdade e a concentra o do lucro no mundo associado ao desen volvimento tecnol gico Ver Daniel Muchnik El FMI ahora preocupado por lo social en Clar n Buenos Ai res 15 de octubre de 2007 centralidade Duma forma mais espec fica poder amos afirmar que o con
557. to da popula o vive fora do pa s onde nasceu Tais projec es po dem n o contar com as pessoas que vivem num novo pa s sem a documenta o com pleta nem englobam os migrantes que se deslocam de um lado para o outro das fron teiras de um determinado Estado A popula o mundial est em constante movimento afectando todas as sociedades mundiais Diversidade em movimento As pessoas n o se movem apenas assentam num determinado lugar Num mundo no qual pela primeira vez a maioria dos seres humanos vive em cidades s o cada vez mais os migrantes que se estabelecem em reas 2 Jason DeParle n a World on the Move a Tiny Land Strains to Cope New York Times 24 de Junho de 2007 66 m Os novos desafios da vida urbana urbanas de varios tipos Os rec m chegados sejam eles do estrangeiro de outra cidade ou do campo perturbam os sistemas de do minio econ mico e pol tico A sua presen a for a as comunidades de acolhimento mais uma vez a enfrentar quest es latentes que supunham terem sido resolvidas num passa do distante Os processos pelos quais as comunidades migrantes se incorporam numa determina da regi o urbana variam de cidade para cidade A hist ria do lugar as identidades da comunidade e as pol ticas p blicas t m impacto nesse processo Al m de enfrenta rem as barreiras da l ngua discrimina o racial culturas diferentes e os mercados de trabalho hostis que constitu
558. to para os habitantes de Rennes m 317 calcular avaliar etc Assim como a cidade e a associa o a empresa necessita de forma o formal e informal HI Conclus o As dilig ncias da educa o n o formal ser vem a democracia em benef cio dos valores de igualdade liberdade e fraternidade Te mos de ganhar a batalha da sua necessidade e do seu sentido Para tanto a cidade edu cadora deve reinstalar a ideia de futuro o futuro na consci ncia colectiva c vica Reto mar o sentido com o futuro passa por uma filosofia que se chama simplesmente laici dade A laicidade n o se limita sua rela o com a religi o ou a escola Diz respeito ao conjunto da sociedade j que consiste em se libertar dos clericalismos que seja de cle ricalismo religioso financeiro tecnocr tico partid rio medi tico ou do instante e do ef mero Essa laicidade inspira um comporta mento ao servi o da pessoa e da sociedade que exclui qualquer instrumentaliza o Sao Paulo Cidade Educadora Gilberto Kassab Presidente da Camara da Cidade de Sao Paulo Integrante da rede mundial das Cidades Educadoras desde 2004 Sao Paulo nasceu para educar em 1554 e assim continua at hoje Ha mais de quatro s culos que os je suitas portugueses subiram a Serra do Mar e quando chegaram a Meseta de Piratinin ga aperceberam se de que era o local ideal para fundar um col gio A partir desse mo mento da fundac o da cidade de S
559. tos pr ticos desta utopia neoliberal nas nossas vidas e cidades na nossa seguran a e perspectivas n o t m sido 2 Harvey D Spaces of Hope Edimburgo Edinburgh University Press 2000 ben ficos sabido que n o h nada mais desigual do que tratar de forma igual o que diferente Os mercados livres n o podem produzir resultados justos quando as condi es de partida n o s o iguais quando se exercem poderes de monop lios e quando os quadros institucionais das transac es s o afectados e s o sempre por assimetrias de poder e de informa o H muitos pa ses que em nome do mercado livre praticam tremendas viola es dos direitos humanos e retiram o direito de subsistir queles de cujo trabalho retiram vantagens competitivas A liberaliza o n o s das rela es comerciais mas tamb m dos mercados financeiros es cala global desencadeou uma tempestade de poderes especulativos especialmente no mercado imobili rio e no sector da constru o em que o capital tem saqueado o mun do em detrimento de todo o resto especial mente das rela es sociais e do ambiente Alguns fundos especulativos exercendo o seu direito de fazer lucro e protegidos pela fic o legal que lhes atribui o estatuto de pessoa de direito privado espalham se pelo mundo destruindo atrav s da especula o economias inteiras como na Indon sia em 1997 e 1998 e na Argentina em 2001 Pior ainda para funcionar
560. trante De um dia para o outro passam de m dicos para deixar de o ser de artes es em qualquer of cio a desocupados Isto provo ca uma descapitaliza o enorme tanto para as pessoas como para as empresas e para a economia no seu todo necess rio abrir novos caminhos e desenvolver novas pr ti cas que permitam s pessoas uma mudan a mais gradual entre a situa o de profissio nalmente activo a reformado Segundo a OCDE entre 2025 2030 12 mi lh es de pessoas por ano deixar o de per tencer popula o activa Os empres rios e os funcion rios p blicos do sector da economia n o podem continuar a ignorar esta realidade demogr fica e a consequente perda e destrui o de talento que tal facto significa A baixa natalidade e a interdi o do fluxo de imigrantes qualificados n o per mitir o substituir essa perda de talento dos idosos que v o abandonar a vida laboral nos pr ximos anos O impacto negativo na pro dutividade e nas empresas t o forte que se torna urgente planear uma nova cultura la boral e empresarial que permita s empresas reter ainda que mediante novos moldes de trabalho a tempo parcial ou outros mecanis mos de colabora o uma parte importante dessas pessoas Deste modo preciso uma nova cultura de trabalho em rela o aos idosos Existe uma ideia estereotipada e falsa que sustenta que os trabalhadores idosos s o menos compe tentes pouco produtivos e mais absentistas do que os
561. trim nio nos planos de de senvolvimento econ mico Normalmente tais planos procuraram deslocar os pobres e moradores ind genas atrav s de v rias formas de controlo social e coes o a fim de aumentar o n vel de conforto dos visitantes de classe m dia As elites de Quito mo veram se na direc o oposta Baseiam se discuss es sobre o futuro do centro hist rico da cidade para criar s mbolos c vicos compartilhados por todos os residentes de Quito e para aumentar a participa o dos cidad os entre comunidades deslocadas anteriormente No in cio do s culo XXI os l deres pol ticos de Quito abra aram uma vis o estrat gica para a sua cidade sendo esta baseada em recuperar o centro da cidade O objecti vo era ampliar a participa o dos cidad os nos assuntos municipais atrav s de discus s es de como o centro hist rico podia ser revitalizado Uma sociedade diversificada deu voz a no es muito diferentes sobre o que pode significar a preserva o hist rica Por exemplo respostas d spares surgiram sobre o equil brio adequado entre a pre serva o de heran as ind genas e coloniais da cidade As autoridades locais tentaram maximizar a participa o e a transpar n cia como forma de aproximar os sectores 8 Fernando Carri n M O Centro Hist rico como um objecto de desejo Ibid pp 19 65 Garc s Eduardo Kingman e Ana Maria Goetschel O patrim nio como um dispositivo de disciplina e ban
562. tro a classe m dia atra ria os visitantes dos sub rbios e os turistas transformando o antigo centro da cidade num merca do festivo Tal como o enobrecimento de certas zonas hist ricas das cidades estes projectos de desenvolvimento urbano se guiram tamb m uma estrat gia cultural As imobili rias utilizaram os edif cios antigos como pano de fundo hist rico da identida de local e tamb m como marca de est tica Esse mercado festivo dependia de uma nova consci ncia o valor que esses edif cios hist ricos tinham enquanto patrim nio cultural Mas tamb m reflete a crescente import ncia dos centros comerciais como locais tanto para o consumo de lazer indi vidual e cultura p blica Lizabeth Cohen A Rep blica dos Consumidores A pol tica do consumo de massa na Am rica do p s guer ra New York Knopf 2003 Bernard J Frieden e Lynne B Sagalyn Inc Baixa Como a Am rica reconstr i ci dades MA Cambridge MIT Press 1989 Embora os novos centros comerciais insta lados nos antigos centros urbanos tenham trazido um n mero recorde de consumido res ao centro da cidade estes compradores n o circulavam pelas ruas da cidade velha Os investidores imobili rios de novos mer cados urbanos criaram espa os fechados em si mesmos quase gradeados onde os clientes podiam procurar comprar comer beber e visitar um museu de arte cinema ou aqu rio envoltos num sentimento de segu ran a abund ncia e
563. trocas interculturais Lom cria para o conjunto dos seus habitan tes espa os prop cios a ac es de cidadania para o desenvolvimento de debates e de ac tividades para uma democracia local Montevideu um espaco de aprendizagens O imediato territ rio de explora o que se abre para al m do ambiente familiar est chamado a constituir se numa refer n cia emancipada para toda a vida acima de tempos e dist ncias quando se alcan am os elementos que geram perten a que geram identidades e se associam aos afectos Refe r ncias que aprendemos a amar contextos em que sentimos ser queridos e que origi nam esse v nculo prim rio de perten a com os tons de uma l ngua de perfis e de cores de uma paisagem com os cheiros sabores e sons que se descobrem nos espa os p blicos Os espa os urbanos que se abrem genero samente sua gente continuam a criar re fer ncias por toda a vida e para toda a vida para aqueles que nasceram no seu seio para aqueles que o adoptaram numa ou noutra etapa para os que o visitam e o descobrem N o s o suficientes a sua beleza a sua cul tura a sua hist ria ou a sua riqueza material se n o conseguirmos esse v nculo subtil da perten a O cuidado com os espa os de dimens o humana na cidade conferem lhe qualida de sendo elemento chave para a cria o da conviv ncia e coes o social Por m isso implica sobretudo que assumamos plena mente o papel da cidade como espa
564. tt A consci ncia do Olho New York Norton 1990 Em Negro Real Aventuras na Sinceridade Racial Chicago University of Chicago Press 2005 John L Jackson Jr usa a sin ceridade para indicar o desempenho de um indiv duo com identidade aut ntica 102 m Os novos desafios da vida urbana descoberta envolvido na autenticidade a escava o do diamante em bruto o encon trar a grava o do vinil raro ou o deparar num clube de m sica barato com o cantor de blues que j foi famoso A autenticida de ent o implica o consumidor cultural Em contraste com a autenticidade encenada dos novos clubes do estilo blues destinados a turistas extrair a novidade ou a pr xi ma novidade requer n o apenas um certo conhecimento especializado mas tamb m uma vontade de mergulhar fundo na lama de bares de bairro e em espa os de espect culo em armaz ns Na est tica dos espa os urbanos a autenticidade a imagem vis vel dos limites irregulares de desenvolvimento desigual testemunho de uma cidade nua de densas multid es ruas escuras e persegui es subterr neas Este o terreno de para n ia assim como da criatividade do truque de tr s cartas e outros jogos ilegais jogados a c u aberto na cal ada bem como do hino de Jane Jacobs para a interdepend ncia pr pria de vizinhos dos comerciantes locais das crian as da escola e das donas de casa a que chamou ballet de rua A autenticidade n o o
565. tual como a base para a transforma o pol tica Sem criatividade conceptual a base anal tica para a ac o pol tica permanece fun damentalmente conservadora Se o design como actividade profissional est funda mentalmente relacionado com o imaginar e produzir o futuro ent o o conceito particu A cidade como arquivo transforma es urbanas contempor neas e as possibilidades pol ticas m 203 lar de arquivo avan ado nesta exposi o da cidade como arquivo pode proporcionar a base dessa criatividade Por outras palavras a cidade como arquivo fundamentalmente funciona como uma ferramenta remode lando a nossa rela o com o pr prio futu ro atrav s do seu potencial para intervir na educa o dos designers urbanos Conclus o Ambas as cidades e os arquivos desempe nham um papel central na constitui o da nossa compreens o da vida social A metr pole moderna como meio de comunica o constantemente medeia produz e mant m rela es entre estranhos Da mesma forma uma vez que nos libert mos das amarras dos arquivos como formas oficiais institucionais particulares estamos numa melhor posi o para entender o arquivo al m do seu pa pel de um reposit rio de evid ncias acerca do passado sempre voltado para um futu ro putativo Em vez disso adoptando uma vis o mais ecum nica de quais os tipos de informa es ou actividades que podem ser inclu das num arquivo come amos a ver uma rela o
566. tural convidada a enfrentar o desafio extraordin rio dos ser vi os e das ofertas socioculturais atrav s do qual poss vel n o s responder minuciosa mente s exig ncias de um colectivo como tamb m criar novas e diferentes exig ncias sociais culturais e axiol gicas 4 Tese A cidade multicultural exige escola p blica o pluralismo de conhecimento va lores e c digos culturais o que significa n o s transmitir e elaborar cultura mas tamb m buscar e reencontrar outras culturas 5 Tese A cidade multicultural exige das fa m lias a sua presen a constante a sua soli dariedade e a sua responsabilidade Al m do mais exige dos pais a tarefa de sen sibilizar os filhos para que possam aceitar as suas pr prias diferen as como primeiro al fabeto inevit vel para mais tarde saberem escrever as diferen as dos outros 6 Tese A cidade multicultural exige das au toridades locais dos munic pios prov ncias regi es uma tripla fun o pol tico institu cional a a de governar a cidade atrav s da fun o de coordena o de macro projectos de fi 276 m Cidades educadoras 20 anos nanciamento p blico e privado previamen te atribuida b a de proporcionar servi os e ofertas socio culturais a subterrit rios da cidade bairros zonas perif ricas que caregam dos mesmos c a de elaborar novos projectos e experi mentar meta servi os nao directamente dirigidos aos utiliza
567. tural e da luta contra a inseguran a encarnam se em primeiro lugar a n vel local Estas evolu es explicam o interesse cres cente que t m as organiza es internacio nais para a dimens o institucional do local Ao longo da d cada de 1990 as Na es Unidas descobriram a quest o local para abordar o desenvolvimento duradouro e a problem tica das grandes metr poles En tre 1991 e 1995 as Na es Unidas orga nizaram v rias confer ncias internacionais sobre a gest o das grandes cidades que se conclu ram pela adop o em Quioto duma declara o conjunta de presidentes de c maras e de especialistas em favor de uma nova governa o metropolitana Em para lelo em 1992 por ocasi o da Cimeira da Terra que teve lugar no Rio de Janeiro as Na es Unidas reconheceram pela primeira vez o papel essencial dos governos locais para a protec o do ambiente bem como na realiza o da Agenda 21 para um de senvolvimento duradouro e respeitador do ambiente Em 1996 em Istambul durante a 2 Cimeira mundial sobre os estabelecimentos huma nos Habitat II os Estados afirmaram final mente que os governos locais eram os seus associados mais pr ximos e mais impor tantes para a execu o do programa Habitat e para impulsionar o desenvolvimento du radouro e respeitador do ambiente Assim comprometeram se a descentralizar as res ponsabilidades e os recursos para os n veis locais e convidaram os governos locai
568. u nos impot ncia enquanto que a segunda pode levar nos ao desastre A quest o nesta defini o seria saber o pa pel da educa o no processo de forma o desse tipo de intelig ncia e das condi es sociais que possam beneficiar o seu desen volvimento 5 Sociedade justa e escola justa Neste contexto a quest o principal para a pol tica educativa o que uma escola justa Sobre isto F Dubet fornece nos al gumas reflex es e hip teses muito esclare 12 Gilles Lipovetsky Le cr puscule du devoir L thique indolore d s nouveaux temps d mocratiques Paris Gallimard 1992 13 Fran oes Dubet L cole d s chances Qu est ce qu une Ecole juste Paris Seuil 2004 232 m Educa o o presente o futuro cedoras para fomentar o debate e avancar em estrat gias de ac o Em primeiro lugar Dubet esclarece que as suas reflex es n o est o dirigidas a definir uma escola justa mas menos injusta poss vel o que mos tra a dificuldade e complexidade do pro blema Normalmente a justi a escolar est associada igualdade de oportunidades Dubet cria pol mica com esta vis o da justi a de validade duvidosa em particular nos n veis obrigat rios e universais da educa o Segundo a sua abordagem a igualdade de oportunidades pode ser uma grande cruel dade com os perdedores duma competi o escolar respons vel por diferenciar os indi v duos conforme o seu m rito Uma esco la just
569. u o meu amigo N o entendo uma palavra do que ele diz dizia Enrico orgulhosamente quando Rico vinha da escola e estava a fazer os trabalhos de matem tica Ouvi muitos outros pais de fi lhos como Rico dizer algo como eu n o o entendo num tom mais severo como se os filhos os tivessem abandonado De alguma forma todos n s violamos o lugar que nos foi atribu do na fam lia mas a mobilidade ascendente confere a essa passagem um ca riz especial Rico e os outros jovens enca be aram a hierarquia social por vezes com vergonha dos sotaques e das maneiras rudes dos pais mas sobretudo sentindo se sufo cados pela estrat gia infind vel de contar tost es e tempo em pequenos passos Estas crian as desfavorecidas desejariam ter em preendido um percurso menos repressivo Agora muitos anos depois gra as aquele encontro no aeroporto pude averiguar se o filho de Enrico tinha sido bem sucedido Devo confessar que n o gostei muito do que vi O fato caro de Rico podia at ser s uma farda de trabalho mas o anel com um bra s o de fam lia de elite soava me a mentira e era at de certa forma uma trai o ao pai Mas o acaso juntou nos numa longa viagem de avi o Esta n o foi para n s uma daque las t picas viagens de avi o americana em que um desconhecido nos conta a sua vida toda e assim que o avi o aterra pega na ba gagem de m o e desaparece para sempre Mesmo sem ser convidado sentei me no lu gar
570. u sugiro que ele possa servir como uma semelhan a da gora contem por nea Como o cen rio observado de perto e vigiado do mundo esot rico do Big Brother apresentado aos telespectadores sob a rubrica de reality show equivalen te contempor neo substitui o substitu to da gora inscrita apenas por interesses privados interesses e compromissos com quest es p blicas e os seus pretensos porta vozes mant m a dist ncia deixando o exerc cio privado para encontrar seu pr prio valor em rivalidades m tuas e da con corr ncia quest o de manifestar a sua neu tralidade e aderindo a uma regra do n o nos telefone n s lhe telefonamos Os inte resses privados e ambi es deixam a gora contempor nea confirmada e refor ada no seu estado quo ante o de indiv duos auto Espaco p blico m 61 sustent veis e autopropulsionados que nos esfor os para resolver os seus problemas in dividuais por m articulado podem derivar pouco da companhia dos outros excepto o refor o da sua vontade pr pria para se con centrar em interesses individuais e persegui los a qualquer custo para os outros e que pode ganhar ainda da lealdade do compro misso com a fidelidade nada a longo prazo para n o falar por tempo indeterminado da coopera o e da solidariedade Resolver o conflito entre o compromisso e a escolha de facto o tema constante de toda e crescente fam lia dos programas de Te le
571. ua 42 depois do anoitecer t o amea a dores especialmente para as mulheres Por for a adicional o governo da cidade expro priou locais ocupados por lojas de porno grafia cujos propriet rios se recusaram a mudar de ramo ou a fechar vendendo as a agentes imobili rios que iriam substitu las por empresas menos problem ticas A combina o de legisla o est tica poli ciamento e a expropria o for ada preparou Times Square para uma mudan a de cultu ra popular que se baseou n o coinciden temente na empresa Disney O conhecido arquitecto de Nova lorque Robert A M Stern relacionou estas estrat gias pois tanto traba lhava para a direc o empresarial da Disney como supervisionava um estudo de planea mento local para preservar a zona dos tea tros da Broadway Stern n o se lembra ao passar por Times Square um dia no final dos anos 80 de quantas pessoas especialmente mulheres chegavam s sess es da tarde nos teatros da rea em autocarros apanhados perto das suas casas nos sub rbios Teve de pois ent o relembra a ideia da constru o de atrac es que tornariam Times Square se gura o suficiente para que os visitantes ali se sentissem em casa Por sorte no in cio de 1990 o grupo Walt Disney tamb m estava a pensar em expandir os seus neg cios atrav s da produ o de espect culos para o teatro comercial que apresentavam personagens dos seus filmes e parques tem ticos A en trada da Disney
572. udanca No final do s culo XIX as institui es de ensino tiveram um papel crucial na maioria das comunidades homog neas Escolariza o significava n o apenas a transmiss o de conhecimentos fundamentais mas a impo si o de um conjunto de valores e cren as Estes eram presumivelmente derivados de leis morais que foram pensadas para serem fixas e imut veis e para muitos elas ser viam como base da reciprocidade e coer n cia que definia cada comunidade predomi nantemente rural A continuidade s poderia ser assegurada se os c digos e padr es de comportamento escritos ou n o fossem fei tos para parecer inquestion veis e os jovens ficavam impressionados no in cio das suas vidas com a necessidade e a seguran a da conformidade Foi dada pouca ou nenhuma aten o diferen a individual e os interes ses das crian as em especial raramente eram tidos em conta A norma foi estabelecida em cada escola e na sala de aula Apesar da partilha da experi ncia de acordo com os ritmos da natureza havia uma suposi o de que a maneira de pensar de cada crian a estava em desacordo com as atitudes aceit veis no mundo em redor Os assuntos abordados em conjunto com a import ncia dada s morais visavam o equil brio Se um aluno dava a entender a um professor que se dedicava pouco saudavelmente ao dese nho ou m sica seria dito ao jovem para se focar na matem tica ou na l gica a fim de equilibrar os seus
573. ue se fortale am A qualidade do ensino crucial tanto para a competi tividade futura da nossa economia como para a viabilidade da nossa conviv ncia A escola desde os primeiros anos uma ferra menta para a integra o e para a igualdade de oportunidades Conseguimos uma esco la para toda a gente agora devemos pros seguir para uma escola de mais qualidade exigente moderna totalmente integrada na sociedade complexa de hoje Mas isto tudo ainda n o suficiente a cidade inteira tem de ser coerente com os valores que a escola oferece tem de ser exigente consigo mesma e com os cidad os processo que n s j vive mos aqui mas que devemos intensificar at excel ncia tanto educativa como c vica Para terminar voltamos nossa hist ria comum de cidades educadoras A C mara Municipal de Barcelona assumiu desde o primeiro dia o compromisso de exercer uma lideran a social com voca o de fazer da pol tica pedagogia Estamos convencidos de que o potencial educativo da cidade o seu potencial c vico e vice versa A qualidade c vica da cidade converte se em educadora para os cidad os novos e tamb m para os antigos Assim a nossa responsabilidade aprofundar na democracia a participa o a coes o social e decididamente os valores conforme plasma ponderada e minuciosa mente a Carta fundadora deste movimento que se estendeu a todo o mundo como uma embaixadora de boa vontade Todos os dias novos
574. uente no final do s culo XIX dois empregados de escrit rio de meia idade reuniram se num banco na Rua Bourdon em Paris e imediatamente se torna ram os melhores amigos Bouvard e P cu chet descobriram atrav s da sua amizade um objectivo comum a busca do conhecimento universal Para alcan ar esta meta ambicio sa junto qual a conquista dos Ptolomeus parece deliciosamente modesta eles tenta ram ler tudo o que conseguissem encontrar sobre cada campo da actividade humana e retirar das suas leituras os factos e ideias mais marcantes um projecto dif cil que n o tinha claro fim Apropriadamente Bouvard e P cuchet foi publicado inacabado um ano ap s a morte de Flaubert em 1880 mas n o antes dos dois bravos exploradores terem lido atrav s de muitas bibliotecas eruditas em agricultura em literatura zootecnia me dicina arqueologia e pol tica sempre com resultados decepcionantes O que os dois palha os de Flaubert descobriram o que n s sempre soubemos mas raramente acre ditamos que a acumula o do conhecimen to n o conhecimento Gra as Internet claro a ambi o de Bouvard e P cuchet agora quase uma re alidade quando todo o conhecimento do mundo parece estar ali piscando por tr s do 190 m Educa o o presente o futuro ecr que emite sons Borges que j imagi nou a biblioteca infinita de todos os livros poss veis tamb m inventou um personagem do mesmo tipo de Bouv
575. uir um marco no qual fique registado o trabalho ao mesmo tempo que se d con tinuidade a este abrindo uma porta para dar a conhecer e oferecer esta concep o a to das as demais cidades que tenham interesse e oferecer lhes experi ncias e ideias e aco lher avaliar e integrar as suas num processo aberto de feedback de coopera o de en riquecimento assim que nasce a proposta de nos inte grarmos na Associa o Internacional de Ci dades Educadoras com o objectivo de obter um ponto de refer ncia constante para as Cidades Educadoras e um processo estabe lecido de alimenta o da fogueira da educa o e o revezamento da tocha entre umas e outras cidades Cidades Educadoras Congressos Internacionais m 273 Os dois objectivos desta associa o sao extraordinariamente importantes todas as cidades de todos os paises do mundo com objectivos comuns a Cidade Educadora queremos associar nos juntar nos porque temos a convicg o de que estamos a fazer historia hist ria do mundo da humanida de com a nossa doutrina e o nosso traba lho Queremos tamb m assegurar que a to cha portadora desse fogo dessa luz alcance sucessivamente todos os cantos do mundo toda a geografia fisica todas as vertentes e todos os problemas da humanidade toda a geografia humana Em Barcelona ou melhor numa Barcelona que se preparava para viver a festa mundial e hist rica dos Jogos Olimpicos em paz e liberdade nasceu a ideia de defin
576. ulina e re enuncia a pol tica a partir de novos termos diferen a rela o singularidade comunidade termos que to mam o lugar de identidade amigo inimigo indiv duo estado O desafio o de afirmar a perspectiva sexual na pol tica n o s em teoria mas a partir da pr tica da confian a em que verdadeiramente sobre esta base nas a algo a que possamos chamar pol ti ca a identifica o de uma figura antropo l gica nova capaz de a p r no mundo e de a fazer caminhar ou capaz de a educar de construir um percurso de crescimento que escape com decis o de um horizonte que agora j tem dificuldade em conferir sentido realidade N o se trata contudo de inventar de novo uma f rmula boa para decifrar os tempos que correm mas sim de conseguir ver que esta antropologia e esta pol tica j nasceram na pr tica da diferen a sexual da singularidade na rela o de um pacto social n o mais edipiano e sacrificial A novidade consiste na elabora o de novas categorias de leitura e interpreta o da reali dade porque a realidade est continuamen te exposta ao novo e ao imprevisto somos n s que temos dificuldade em reconhec lo N o por acaso que a percep o de tal no vidade que ainda tem dificuldade em ser reconhecida foi feita por mulheres volto a afirm lo Ao sublinhar os aspectos concre tos materiais os detalhes a aten o tipica 5 Idem p 207 Ibidem me
577. um dos livros de Balzac nunca o teria feito porque nem sequer foi ganhar um sal rio melhor e trocou o ber o da tecnologia por um parque de neg cios mais discreto e modesto no Missouri Enrico sentiu se um pouco envergonhado quando Fl via come ou a trabalhar Rico pelo contr rio v Jeannette como uma com panheira e uma colega de trabalho e adap tou se s suas necessidades Foi nessa altura quando a carreira de Jeannette melhorou que nasceram os filhos de ambos No parque de neg cios no Missouri a ins tabilidade da nova economia apanhou os desprevenidos Enquanto Jeannette era pro movida Rico era despedido A sua empresa foi absorvida por uma empresa maior que ti nha os seus pr prios analistas Assim o casal fez uma quarta mudan a para o leste para um sub rbio de Nova lorque Actualmente Jeannette administra uma grande equipa de contabilistas e Rico fundou uma pequena empresa de consultoria Embora pr speros em lugares de topo por serem capazes de se apoiar e adaptar mutuamente tanto um como outro temem frequentemente estar na imin ncia de perder o controlo sobre as suas vidas Este medo faz parte das suas carreiras profissionais No caso de Rico o medo da falta de con trolo simples prov m da dificuldade de administrar o tempo Quando informou os seus colegas que ia abrir a sua pr pria em presa de consultoria a maioria incentivou o consultoria parecia ser o caminho da indepe
578. undos sem traba lho ou mulheres solteiras que viviam com pessoas naturais das cidades e que ensina vam nas escolas que estavam a evoluir len tamente Havia raparigas que trabalhavam em f bricas de t xteis e viviam arregimenta das como as de Lenox algumas for adas a abandonar as suas fam lias de agricultores a quem tinham prometido uma vida boa e escolaridade necess ria para trabalhar du ramente e obedecer Mas as pessoas de lugares diferentes con tinuavam a dirigir se para as cidades mal 208 m Educa o o presente o futuro equipadas para os abrigar tratar e educar Eles sentiam se como estranhos rec m che gados destinados a viver as suas vidas com desconhecidos Alguns sobreviveram devido ao cultivo da indiferen a atrav s de expe ri ncias de poder enraizado em convic es de uma nova liberdade de irem em frente para se acomodarem s exig ncias do capi talismo De facto foi o capitalismo com a sua enf se nos fins lucrativos e de explora o pelos interesses dos ricos que estratifi cam a vida para ricos e pobres Mas agora que as velhas restri es e estabilidades de sapareceram a energia humana encontrava v rios modos de express o Trocas e com r cio inven o experimenta o cient fica e social os esfor os para instituir reformas c vicas todos expandidos em lugares diferen tes em momentos diferentes Como os ban cos as corpora es e os monop lios foram desenvolvi
579. unit rio ter o como alvo os desistentes sociais Assim este programa est a entrar em terri t rio desconhecido n o s na Hungria mas na Europa de Leste como um todo N s pla ne mos o nosso programa de acordo com o exemplo fornecido pelo programa Cidades Educadoras e outros programas da UE mas n o existem orienta es no momento para medir o sucesso dos nossos esfor os Nesse pressuposto desenvolvemos uma aborda gem inteligente construtiva e flex vel que nos permitir ver ano a ano se estamos no caminho certo No interesse do sucesso devemos aprender o tempo todo e continuar no caminho que n s escolhemos esta a terceira fase do nosso projecto educativo do distrito C rdoba Cidade Educadora Ap s quase vinte anos consecutivos de uma ac o pol tica baseada na igualdade justi a social e liberdade podemos afirmar que C rboba fiel s suas ra zes hist ricas se consolidou cidade educadora Para O conseguir foi necess rio partir das se guintes premissas O direito educa o A educa o como ferramenta de transforma o social A cidade educa A ac o do governo repercute se na vida presente e futura da cidadania na sua quali dade de vida e na identidade da cidade Os princ pios contidos na Carta das Cida des Educadoras foram os mesmo que des O COMPROMISSO DA CIDADE Cap 2 da Carta das Cidades Educadoras Artigo 8 O planeamento urbano dever ter em
580. unte mos e Como ensinamos aos jovens as pr ticas democr ticas da conviv ncia e da diversi dade se nossas pr ticas cotidianas de convi v ncia s o interditoras da aceita o do ou tro da disponibilidade a palavra e da escuta de seu modus vivendi e Como pensar em trilhas educadoras para estes jovens se a cidade lhes vedada se es t o confinados a suas ruas e casas sem que estas sobretudo as ruas se convertam em possibilidades pedag gicas e poss vel que a cidade e a comunidade desenvolvam para al m de suas tradicionais fun es econ micas sociais pol ticas e de presta o de servi os uma fun o educa dora no sentido do compromisso coletivo e permanente da forma o da promo o e do desenvolvimento de todos os seus habitan tes crian as jovens e adultos Em outras palavras poss vel pensar a cidade e a co munidade desde a perspectiva da educa o e poss vel pensar a cidade e a comunida de como espa os de conviv ncia cultural e geracional como espa os de aprendizagem da diversidade humana e de supera o das intoler ncias condi es para a vida demo cr tica e poss vel pensar a escola como uma ins titui o menos fechada e mais articulada s redes sociais e ao cen rio urbano que est ao seu redor Considerando estas quest es pensar a cidade com suas trilhas educadoras e nela a rede de possibilidades que inclui a escola implica Aqui converte
581. uquer thique et p dagogie 1991 Frankenstein p dagogue 1996 Faire V cole faire la classe 2004 Lettre un jeune pro fesseur 2005 Pedagogie le devoir de resister 2007 Une autre t l vision est possible 2007 A educa o permanente uma op o pol tica Ningu m educa ningu m Os homens educam se entre si mediatizados pelo mundo Paulo Freire Observa o preliminar A educa o cont nua para a cidadania tem sido e ainda uma das quest es fundamen tais para a Associa o Internacional das Ci dades Educadoras Hoje todos os tipos de trabalho parecem exigir uma actualiza o cont nua dos conhecimentos adquiridos Mas tamb m certo que o acesso aparente mente f cil e generalizado fontes de infor ma o esconde e por vezes impede o aces so ao conhecimento Na realidade devemos rever as quest es de educa o cont nua no contexto de hoje e em especial para me lhor identificar o papel que poderiam ter as Cidades Educadoras nesta rea Para reflectir sobre esta quest o pedimos a colabora o de Philippe Meirieu e de Joan Manuel Del Pozo Pilar Figueras Secret rio Geral da AICE Philippe Meirieu Antes de mais parece me que temos de evi denciar a ambiguidade sem ntica em torno da express o educa o cont nua Pode abranger na verdade diferentes realida des quer sejam ou n o ligadas forma o profissional e n o deve ser de maneira ne nhum
582. urnykh profilaktiki proiav lenii ksenofobii ukrepleniia nd v tolerantnosti Sankt Pe terburge 2006 2010 gody programa Tolerantnost Sankt Peterburg Pravitel stvo Sankt Peterburga 2006 Lidar com a heterogeneidade m 71 St Petersburg A Cidade da Paz A cidade tem disponibilizado fundos para incentivar associa es tnicas locais especialmente aquelas que representam a cidade de 200 mil Azeris 150 mil T rtaros assim como muitos grupos menores como a comunida de judaica hist rica de S o Petersburgo para organizar festivais culturais Mais ambiciosamente os funcion rios mu nicipais trabalharam com o Minist rio da Educa o da Federa o Russa para introdu zir um abrangente programa de toler ncia em todo o sistema de ensino da cidade Esta iniciativa destina se a integrar uma com preens o da diversidade tnica e religiosa o interesse para outras culturas O respeito pe los seus valores tradi es e especificidades das suas formas de vida em todos os aspec tos do curr culo escolar em todas as disci plinas durante o programa escolar prim rio e secund rio Simultaneamente o curr culo escolar deve ser reprojectado para promover a rejei o do chauvinismo e do extremismo s crian as em idade escolar e aos jovens devem ser ensinadas as compet ncias para interagir mais pacificamente com os outros que s o diferentes deles pr prios Al m de fazer a diversidade e a toler
583. utras Os recursos audiovisuais e electr nicos que noutros tempos foram vistos como amea as homoge neizadoras est o a suscitar formas de multi e interculturalidade ao fazer interactuar em condi es de desigualdade as culturas le tradas audiovisuais e digitais Nas cidades convivem a poucos passos de dist ncia li vrarias teatros cinemas discotecas e v de otecas neg cios de jogos de v deo e sobre tudo nos pa ses de menor n vel econ mico Comunica es conhecimento e cidade um debate intercultural m 163 cibercaf s nos quais se democratiza o aces so as redes digitais Em sociedades mono lingues os diferentes modos de se informar atrav s de livros ou monitores de conhecer musicas em concertos videos e discos pi ratas downloads gratuitos ou intercambios electr nicos v o configurando diferen as e dist ncias entre grupos e gera es A no o de espa o p blico urbano que continua a apresentar fractura entre bairros mais ou me nos qualificados entre zonas melhor ou pior equipadas complexifica se pelas prolonga es virtuais de outros modos de comunica o conviv ncia ou segrega o Assombrou me h poucos anos e apenas a iniciar se este s culo ver como um GPS orientava com seguran a o autom vel que me levou de San Gemignano at Siena tan to no tro o de auto estrada como pelas ruas de tra ado medieval As novidades elec tr nicas digitais e informacionais que nos trazem
584. utros rg os de comu nica o espanh is Governan a e educa o Governance Wikipedia The term governance deals with the proces ses and systems by which an organization or society operates Frequently a government is established to administer these processes and systems The Word derives from Latin origins that suggest the notion of steering This sense of steering a society can be contrasted with the traditional top down approach of governments driving socie ty or the distinction between power to in contrast to governments power over Os anos 70 marcaram o come o duma tran si o ainda n o resolvida para paradigmas alternativos de regula o do conflito social que respondem crise das formas tradicio nais de governo Neste sentido a ideologia neoliberal vai come ar a criar um discurso alternativo que custa das press es do ca pitalismo financeiro nos anos 70 crise fiscal greve de capitais faz press o aos go vernos para que reduzam e redimensionem a sua capacidade de regula o e taxa o sobre os fluxos de capital Neste contexto questiona se a capacidade real que t m os governos para liderar e controlar a mudan a social crise de governabilidade propondo assim a volta ao mercado como a nica for ma plaus vel eficaz e efectiva para regular as necessidades sociais A crise de governabilidade a que fazemos refer ncia abrange uma dimens o dupla que afec
585. uturada Espa o P blico e Sem Abrigo na baixa de San Diego em Smith e Neil Setha Low ed A pol tica do espa o p blico New York Routledge 2006 p 143 75 Encenando Autenticidade de Dean MacCannell O Turismo Uma Nova Teoria da Classe Ociosa 3 ed Berkeley e Los Angeles University of California Press 1999 Mas sendo uma zona de muito movimento e divers o tamb m atraiu o perigoso com r cio do sexo e drogas Dado que os agentes imobili rios n o mostraram nenhum interes se na rea a presid ncia da C mara prop s v rios projectos diferentes mas nenhum de les atraiu muita aten o at d cada de 80 quando os investidores corporativos fize ram os seus pr prios planos para uma nova Times Square com torres de escrit rios de finitivamente n o era um mercado festivo e n o era de todo consistente com a aut ntica dureza e o brilho de n on de Times Squa re Este plano causou tanta oposi o que o projecto foi adiado por v rios anos at que o potencial financiamento desapareceu no decl nio do mercado de ac es Grande parte da oposi o veio dos homens e mulheres que apoiaram a preserva o his t rica e chefiavam muitas das institui es culturais da cidade Encabe ado pela So ciedade Municipal de Arte os advers rios fizeram campanha para proteger a autenti cidade de Times Square valendo se de um argumento est tico o de preservar o seu aspecto Propuseram uma lei exigindo
586. va o em Budapeste A estrutura administrativa da capital deter mina como a cidade se desenvolve e como isso afecta a vida dos seus habitantes Um sistema administrativo com dois n veis asse gura que a maioria das tarefas s o realiza das para al m do Conselho da cidade de Budapeste h 23 conselhos distritais a tra balhar na capital Esses conselhos t m uma voz na pol tica de desenvolvimento da cida de em escala mas ainda h muito a ser fei to em termos de ajustamentos deste esfor o cooperativo Em 2004 o Conselho Municipal de Budapeste e o governo local de J zsefv ros assumiram um compromisso para a renova o social urbana integrada atrav s da cria o de um cons rcio R v8 J zsefv ros Reabilita o e Desenvolvimento Urbano Ltd Desenvolveu o Programa do Bairro Magdolna como um projecto de renova o de m dio prazo num per odo de 15 anos Em 2005 a cidade de Budapeste decidiu lan ar uma s rie de projectos piloto de renova o urbana socialmente e culturalmente baseados em v rias zonas da cidade Tr s reas de renova o urbana foram focadas em Budapeste para o per odo 2005 2008 Ferencv ros nono distrito o conhecido Dzsumbuj Illatos ut K b nya d cimo distrito e Bihari t J zsefv ros oitavo distrito o Bairro Magdolna 1 REV8 Programa de Regenera o em Budapeste Programa Magdolna J zsefv ros 2007 dispon vel em http www rev8 hu csatolmanyok eng_dokok eng
587. veja se o exemplo dos kibbutz israe litas que come aram por ser socialistas e com o tempo se tornaram corporativistas e empresariais Obviamente raras ou nenhumas vezes os direitos e as liberdades s o concedidos por aqueles que t m o poder Como dizia Marx perante direitos iguais vence a for a Ha ver inevitavelmente uma luta mas uma luta para qu Se todas as utopias de mode lo espacial s o insatisfat rias porque procu ram suprimir a for a da mudan a hist rica e se todas as utopias do processo social s o igualmente repressivas porque negam a im port ncia da organiza o espacial urbana ent o que conceito de cidade deve ser pro curado A resposta est em parte na formula o de Park Se ao construir a cidade nos refazemos a n s pr prios ent o claramente esta uma proposi o dial ctica que requer um utopis mo dial ctico correspondente A Hist ria est pejada de frac es dessa ideia Para Saint Si mon n o h ordem social que possa mudar sem que as qualidades da nova ordem este jam j presentes de forma latente na ordem previamente estabelecida As revolu es n o s o cortes abruptos embora possam virar tudo do avesso Direitos antigos podem res surgir e outros novos podem ser definidos como o direito cidade que como comecei por dizer n o meramente o direito de ace der ao que os especuladores imobili rios e os planeadores do Estado definem mas um direito real de
588. ventude no mbito da a o do poder p blico municipal em nove regi es metropolitanas brasileiras sendo realizada atrav s de entrevistas com gestores locais e aplica o de question rios sobre as 17 Como refer ncia a distintas possibilidades neste pro cesso de reinven o pode se consultar a publica o Bairro Escola passo a passo editada no Brasil em 2007 por distintos atores do campo educacional en tre os quais UNICEF Movimento Todos pela Educa o UNDIME Cidade Escola Aprendiz Funda o Educar Minist rio da Educa o 18 Regi es metropolitanas de Jo o Pessoa PB Recife PE Goi nia GO Porto Alegre RS Florian polis SC Vit ria ES Belo Horizonte MG S o Paulo SP Rio de Janeiro RJ a es desenvolvidas nos anos 2003 2004 No caso da cidade de Porto Alegre foram le vantados 134 projetos ou a es na rea da juventude O primeiro contato com grande parte das prefeituras municipais resultou muitas vezes em interjei es de espanto em rela o pesquisa Pol ticas de para jovens N o aqui n o tem nada espec fico para logo ap s ouvir se Ah mas tem sim na secretaria da sa de projeto para jovens sobre DST AIDS ou na secretaria de meio ambiente algo relacionado a preserva o Tais respostas deram conta do jovem como sujeito ausente da agenda p blica das prefeituras Os jovens apareciam dilu dos em programas para crian as ou em programas para alunos
589. ver j espa o nem para as diferen as e nem para as decis es sen o s para a cat strofe 2001 p 56 As comunidades no macro cen rio das ci dades constituem pequenos centros nos quais redes de rela es pessoais e sociais tra am a vida cotidiana com todas as suas demandas e tens es Nas comunidades reproduzem se os movimentos dos grandes cen rios A comunidade pode ser portanto na perspectiva de um contexto polic ntrico um pequeno palco em que os ensaios para a vida alargada na cidade acontece desde a rua desde o bairro que nos podemos tor nar cidad os do mundo desde que o espa o local possibilite o acesso ao mundo adulto n o como imposi o mas como possibilida de de amplia o deste di logo vital que nos faz humanos como diria Bernard Charlot maneira do holograma proposto pelo pen 3 MELUCCI Alberto Viv ncia e conviv ncia teoria so cial para uma era da transforma o Madrid Editorial Trotta 2001 4 CHARLOT Bernard Da rela o com o saber Elemen tos para uma teoria Porto Alegre Artmed 2001 sador franc s Edgar Morin nos pequenos espa os reconfiguram se os grandes espa os nas tiranias e intoler ncias cotidianas como em um jogo de espelhos est o image ticamente refletidas em escala menor as ti ranias e intoler ncias dos fundamentalismos geradores dos genoc dios que nos apavoram Portanto a comunidade reflete a cidade Pensar a cidade na perspectiva
590. ver prestar contas perante os cidad os c a presen a e o poder que conferido neste cen rio a agentes como organiza es lucrativas leva nos a questionar que tipo de interesses s o defendidos no con texto das redes sob que crit rios s o to madas as decis es p blicas quem est re presentado e como podemos garantir que o interesse geral o crit rio que conduz tomada de decis es p blicas d at que ponto as redes s o inevitavel mente espa os horizontais de interc m bio e negocia o entre agentes iguais ou pelo contr rio s o espa os reprodutores das desigualdades e das hierarquias que existem na realidade Todas estas quest es t m uma dimens o te rica b sica mas tamb m emp rica Em suma a governan a ou governo em rede n o um modelo simples e inequ voco que se reflicta de forma mim tica em qualquer situa o As novas din micas de governo em rede adoptam formas muito diferentes segundo o contexto em que se desenvolvem os agentes envolvidos os valores os interesses e objectivos que guiem a conforma o dos novos padr es organizativos O que n o se pode negar que o cen rio deixa espa os suficientes para avan ar para uma governan a de proximidade que abre novos cen rios de radicalidade e consolida o democr tica E isto especialmente significativo quando corroboramos que as novas l gicas de governo relacional e de transversalidade nas pol ticas conduzem quase
591. vis o da realidade para o qual o ritual re corrente da guerra de estilo de atrito do Big Brother travada por todos contra todos se destaca como o membro mais popular e publicamente aclamado O conflito entre o compromisso e a escolha uma das muitas manifesta es da oposi o principal entre a seguran a ea liberdade muito real claro Maiores compromissos restringem a escolha a escolha mais forte enfraquece o compromisso A liberdade de escolha torna inseguro o compromisso embora o compro misso torne insegura a viabilidade da esco lha O ideal para n o falar da explora o de resolu o desse conflito inconceb vel uma vez que os dois valores conflituosos de liberdade e seguran a s o igualmente in dispens veis para uma vida decente e agra d vel enquanto que a reconcilia o t o plaus vel como a quadratura de um c rculo ou a constru o de um movimento perp tuo Nenhuma resolu o duradoura dado que leva pouca ou nenhuma discord ncia provavelmente nunca ser encontrada so mente poder acordos ser o colocado em pr tica n o esperado que os acordos durem eles s o considerados concess es provis rias e muitas vezes explicitamente apresentados como condicionais passagei ros e acima de tudo revog veis Qualquer equil brio m tuo entre o compromisso e a escolha ser votado a ser mais cedo ou mais tarde considerado insatisfat rio qualquer solu o ser mais ced
592. vos digi tals e Para eles a identidade digital na rede t o importante ou mais do que a identidade que se desenvolve na vida real O que a rede diz dos nativos quando buscam o seu nome no Google tanto ou mais importante do que o que dizem os colegas de trabalho ou os vizinhos Quem n o tem refer ncias na rede n o tem credibilidade e T m a capacidade de trabalhar em parale lo em multitarefa surpreendente ver uma crian a de 8 anos a divertir se tranquilamen te enquanto atende cinco sete ou dez ses s es de chat de uma vez e Predominam os meios de produ o digi tal surpreendente o facto de n o ficarem surpreendidos com as possibilidades que o mundo digital oferece Fazem copy paste de v deos para publicar na rede com a mesma John Palfrey http blogs law harvard edu palfrey Berkman Center of Internet and Society http cyber law harvard edu facilidade que antes se fazia copy paste de um texto para criar um documento e V m o mundo como presumers consu midores pr activos em clara oposi o ao consumidor passivo S lhes interessa as empresas com as quais podem ter um di logo Se n o houver possibilidade de con versa o n o h rela o Este facto j foi anunciando pelos vision rios do Cluetrain Manifestos em 1999 e O mundo como um terreno de jogo com a eliminac o que este sup e tanto das bar reiras geogr ficas como de barreiras tempo rais Tudo g
593. w and Meiji Osaka 2001 Em 2005 Ruble editou Creating Diversity Capital uma monografia sobre as mudan as ocorridas nas cidades de Montreal Washing ton D C e Kiev ap s a chegada das comunidades emigrantes trans nacionais O autor gostaria de agradecer a Marjorie Mandelstam Balzer Lisa Hanley Galina Levina Boris Koptin Renata Kosc Harmaty Liz Malinkin e Mejgan Massoumi pela sua colabora o na elabora o deste cap tulo Lidar com a heterogeneidade Uma curiosa hist ria surgiu na imprensa de Montreal h dois invernos atras No meio de um tipico Fevereiro rigoroso do Qu bec pais filipinos e hispanicos andavam com os filhos doentes pelas ruas cheias de neve de um pequeno complexo de apartamentos no bairro de periferia de Sao Lourenco As maes e os pais desesperados imploravam a uma imagem da Virgem Maria para curar os seus filhos doentes Abderezak Mehdi o gerente mu ulmano de um bloco de apartamentos da baixa descobriu a imagem da Virgem no lixo De acordo com Mehdi e o padre Orto doxo Grego Michel Sayde a Virgem derra mava l grimas de leo que poderiam curar os enfermos e atormentados Michel Parent o chanceler da Arquidiocese Cat lica Ro mana de Montreal aconselhou cepticismo observando que embora fosse verdade que nada imposs vel para Deus historicamen te n o assim que Deus age Essa pequena cena de cura passava se num bairro sombrio constru do numa poca em que Montreal estava
594. xcesso em rela o a qualquer finalidade ordenativa para voltar a coloc la no espa o da cidade n o um acto de boa vontade mas o que num certo sentido a marca do presente im p e 114 m Os novos desafios da vida urbana 2 A import ncia decisiva da cidade noutros termos revela se quando os tempos se tor nam obscuros e quando as antigas ordens institucionais parecem desmoronar se Foi assim no fim do Imp rio Romano na Idade Media e ao raiar da modernidade politica Para chegar a tempos mais pr ximos de n s em meados do seculo passado a fractura do continente europeu em dois blocos con trapostos tem exactamente numa cidade Berlim o seu lugar simbolo Testemunha participativa da lacera o daquela cidade John Fitzgerald Kennedy em 1961 de visita a Berlim afirmou provocatoriamente Ich Bin ein Berliner manifestando a sua solida riedade para com os cidad os alem es que viviam agora numa cidade dividida por um muro Em onze de Setembro de 2001 a frase que circulou imediatamente ap s o ataque ter rorista ao World Trade Center foi somos to dos americanos De Berlim por m talvez em mem ria da solidariedade de Kennedy para com a cidade alem ecoou uma frase ainda mais significativa somos todos nova iorquinos Aquela frase exprimia de modo eficaz a solidariedade para com as v timas e os sobreviventes do atentado terrorista porque num certo sentido era verdade que o cora o simb
595. xpectativas com o nico objectivo de criar rela es exercitar a diver sidade cuidar das confian as estabelecidas Colocou no centro os singulares acreditando na supera o de perten as e individualismos atrav s de um conceito de participa es a desenvolver no seguimento de uma busca baseada em valores ideais paix es e para promover como um motor de agrega o social para grupos e organiza es Em an tecipa o a modelos que se lhe seguiram escolheu fazer ced ncias como forma sus tent vel de recomposi o colectiva porque impregnadas de capital fiduci rio e distantes das componentes unicamente economicis tas das din micas sociais A identidade eu g nica comp e se de todos estes tra os A convic o profunda que a animou de que um fazer de emerg ncia n o estrutu rado ac falo n o sirva mas que sejam ne cess rios tamb m o tempo da reflex o e as dist ncias do quotidiano para assumir novos pontos de vista descortinar outros horizon tes orientar as complexidades A proposta desta participa o foi uma aposta densa de utopia porque quis premiar a qualidade da cidadania reconhecendo a exist ncia de uma multiplicidade de formas de acesso vida p blica atrav s das quais tendem a ser pessoas cidad os colectividades activas e conscientes A dimens o educativa das pol ticas de governo local em G nova m 309 por isso que hoje dist ncia de quase um dec nio sobre a esperan
596. zendo fragmentos do passado no seu presente Concede lhes um vislumbre secreto ou distante nas mentes de outros seres humanos e permite lhes um certo co nhecimento da sua pr pria condi o atra v s das hist rias guardadas aqui para sua leitura Acima de tudo diz aos leitores que a sua arte consiste no poder de lembrar de forma activa atrav s da sugest o da p gina a momentos seleccionados da experi ncia humana Esta foi a grande pr tica estabele cida pela Biblioteca de Alexandria Assim s culos mais tarde quando foi sugerido um monumento para homenagear as v timas do Holocausto na Alemanha a proposta mais inteligente infelizmente n o foi escolhido era construir uma biblioteca 188 m Educa o o presente o futuro E no entanto como um espa o p blico a Biblioteca de Alexandria foi um paradoxo um edif cio reservado para uma actividade essencialmente privada leitura que agora realizada comunitariamente Sob o telha do da biblioteca os estudiosos partilharam uma ilus o de liberdade convencidos de que o reino da leitura era todo seu bastando para isso pedir Na verdade a sua escolha foi censurada de v rias formas pela pilha aberta ou fechada em que o livro esteve pela sec o da biblioteca na qual tinha sido catalogado por no es privilegiadas de sa las reservadas ou colec es especiais por gera es de bibliotec rios cuja tica e gos tos haviam influenciado a colec o pela

Educação e vida urbana:

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