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Número 11 (jan-jun/09) - Dialogarts

1. 01 01 148 01 Ana c trouxe o contrato 02 11 0 03 Ana esse contrato foi celebrado quando 04 4 0 05 Lucas dia sete 06 0 5 07 Ana foi agora recente 08 09 Lucas foi 10 6 5 11 Ana esse do seguro 12 Lucas gt do seguro Seguro lt 13 Ana do empr stimo 14 Lucas humhum Nesse trecho inicial pode se investigar um aspecto crucial do dis curso institucional que o mandato institucional que guia as a es dos participantes A mediadora Ana tem uma meta fim tang vel na medi da em que pode explicit la meta a ser alcan ada por meio de sua inte 7 Nos segmentos da audi ncia que ilustram a an lise dos dados manteve se a formata o original de acordo com os registros do banco de dados ao qual essa pesquisa se filia Em nosso projeto de pesquisa na UFJF utilizamos a fonte Courier New tamanho 10 para a transcri o das audi ncias 8 N meros indicam a numera o na transcri o original Cada nova p gina foi iniciada com o n mero 01 Leia se da p gina 01 linha 01 a 14 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 146 ra o e que precisa estar assegurada antes do encerramento da mesma GARCEZ 2002 Para que essa meta seja alcan ada preciso antes de tudo assegurar o compartilhamento de algumas informa es essen ciais para a negocia o que vir a acontecer Percebe se que Ana bus ca informa es sobre o co
2. Ap s a limpeza seque completamente o produto Toda a limpeza dever ser feita com o produto desligado e des conectado da tomada COMO UTILIZAR O SEU SUPER MIXER Verifique se a voltagem do aparelho a mesma da tomada a ser utilizada Conecte o plugue na tomada Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Segure o aparelho pelo cabo anat mico e coloque o dentro do recipiente com o alimento a ser preparado Com o bra o dentro da mistura acione o bot o liga desliga Caso a mistura seja muito espessa aperte e solte o bot o para acionar a fun o pulsar Se desejar bater diretamente na panela retire primeiramente o recipiente do fogo e deixe esfriar um pouco Introduza primeiramente o bra o na mistura e s depois acione o bot o e Mantenha o bot o pressionado durante a mistura e mova o apa relho para baixo e para cima e em forma circular a menos que a recei ta indique outro movimento Aperte e solte o bot o em intervalos menores de 1 um minu to Desligue o aparelho soltando o bot o liga desliga e ent o re tire o bra o da mistura Primeiro processe os alimentos secos e s depois acrescente os l quidos IMPORTANTE N o utilize seu aparelho por mais de 1 um minuto ininterrup tamente Ap s deix lo ligado por 1 minuto deixe o esfriar desligado por cerca de 5 cinco minutos antes de utiliz lo novamente Ap s este intervalo voc p
3. des inerentes e que a grande parte destas requer uma categoriza o elas Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 n o conseguem explicar a maneira que n s seres humanos conceptuali zamos o mundo O que os objetivistas n o aceitam que o mundo n o um universo objetivista principalmente no que se refere experi ncia linguagem humana e ao sistema conceptual humano Contudo n o se pode afirmar que os modelos objetivistas s o in teis Certamente eles t m tamb m uma fun o nas ci ncias humanas As abordagens e pressupostos aqui s o de extrema complexidade e seria incorreto afirmar que qualquer uma delas seja coerente com a verda de e a realidade em que vivemos H ainda um longo caminho a ser per corrido na viagem de nossas vidas No entanto importante ressaltar que o fundamental observar o quanto os bin mios falso verdadeiro ob jetivo subjetivo imagina o realidade raz o emo o h muito t m sido alvo de discuss es e revis es e certamente continuar o a ser 5 ltimas considera es Na vida principalmente nos dias atuais temos a sensa o de que nada se conclui Como j dizia S crates o velho lema S sei que nada sei continua e continuar a ser parte de nossas vidas infinitamente Pois na verdade o homem nada sabe de si mesmo ou de seu semelhan te Todavia h que se acreditar na eterna utopia do tentar agir ainda que n o se t
4. Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 6 Considera es finais Na proposta de produ o da disserta o o LD solicitou que o alu no colocasse sua opini o ou seu ponto de vista acerca de determinado tema Ao dar a opini o ou ponto de vista a justifica o favorecida por m n o se d o processo de negocia o t o necess rio nos textos ar gumentativos Segundo Souza 2003 2007 instruir o aluno a dar opi ni o ou expor ponto de vista pouco contribui com a negocia o porque o leva a apenas basear se no pr prio ponto de vista N o favorecer a ne gocia o foi um ponto negativo Um aspecto positivo no trabalho do LD para a proposta do texto em observa o diz respeito explicita o do contexto de circula o do texto apesar de ele ser a classe ou a pr pria escola O contexto escolar ser o mais privilegiado traz certos problemas Para Marcuschi e Caval cante 2005 restringir o texto ao ambiente escolar d a ele a caracter s tica b sica da reda o As autoras chamam essa reda o de end gena uma vez que se origina e se esgota nela mesma Afirmam ainda que o professor ao agir dessa forma faz com que a produ o de um texto pelo aluno tenha como meta o cumprimento de uma tarefa meramente esco lar O professor l o texto visando atribuir a ele uma nota e o devolve ao aluno que considera o processo encerrado e n o retoma a produ o feita outrora es
5. MMM p 177 e s encontravam refor os nas preces Nossa Senhora de F tima pois os homens e mulheres fervorosos se alimentavam candidamente na esperan a e no amor MMM p 177 O narrador oscilando entre um portugu s polido culto e a pers pectiva de Jo o Segunda de forma meton mica usa termos que ora anunciam uma prociss o religiosa ora uma manifesta o pol tica E nesse universo aleg rico que os c es deixaram suas marcas na cena que recuperada de modo oralizado pelas interjei es que dinamizam o contado que quase salta do escrito para o oral Olharam para tr s e pararam e n o viram nada Da a pouco puderam ent o ver apesar de j estar a escurecer uma grande Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 matilha de c es a vir atr s da manifesta o Em poucos minutos estavam todos manifestantes cerca de um milh o a fugir em debandada rapazes a treparem rvores crian as perdidas a chorarem desesperadas aleijados a gritarem por so corro me levam s nas costas quem que lhes ligava gente a desmaiar em cadeia Eh Eh Eh dezenas de velhos se arras tarem exangues no asfalto mulheres gr vidas na imin ncia de parirem se esvaindo em sangue Na confus o uns que aprovei tavam ainda para roubar Eh Eh Eh Pouco depois na rua s estavam j os quatro homens que transportavam o andor e s Padre que se manteve se
6. dever de justificar tudo Essa posi o basicamente a de um Rorty ir nico p blico liberal RORTY 1991b p 203 RORTY 1994 passim RORTY DERRIDA et al 1998 A esperan a rortyana manter a conversa o como um objeti vo suficiente para a filosofia onde a sabedoria consiste na capacidade de sustentar e preservar essa conversa o Assim imagina Rorty pode mos ver os seres humanos como criadores geradores inventores daqui lo que ele chama redescri es ao inv s de v los como seres capazes de serem exatamente descritos Por essa raz o nem mesmo dizendo que o homem sujeito e ao mesmo tempo objeto por si ou em si estamos a apreender a sua ess ncia RORTY 1988a p 292 Quando sugerimos que uma das poucas coisas que sabemos ou necessitamos saber acerca da verdade que ela algo que se conquis ta em um encontro livre e aberto n s somos avisados de que definimos verdade como a satisfa o dos padr es de nossa comunidade Mas n s pragm ticos n o sustentamos esse ponto de vista relativista N o inferimos de n o h nenhuma forma racional para justificar comuni dades liberais frente a comunidades totalit rias Pois essa infer ncia envolve justamente a no o de racionalidade como um conjunto de princ pios a hist ricos a no o que os pragm ticos abjuram O que n s de fato inferimos que n o h nenhuma forma de bater os totalit rios com argume
7. g tico rom ntica Fisicamente Dr Bel m p e medo parece uma figura sa da de algum castelo medieval figura soturna e fantasmag rica que lembra algu m no limite entre a loucura e a maldade As compara es s o explicitamente sugestivas ele como uma espingarda como um de 1 UESC Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 funto Essa constru o imag tica pode remeter o leitor tanto ao medo da poss vel agressividade desse homem espingarda como ao temor de mortos vivos pode induzir a um sentimento de terror levando o interlo cutor da obra a ficar como um detetive diante do texto sempre espreita do que o Dr Bel m poder fazer de assustador ou inusitado Voltando primeira p gina do conto o espa o vem tamb m de senhado em tra os e cores densas o que cria um ambiente de suspense mist rio um ambiente sobrenatural at O mar batia perto na praia solit ria estilo de medita o em prosa Mas nenhum dos doze convivas fazia caso do mar Da noite tamb m n o que era feia e amea a chuva prov vel que se a chuva ca sse ningu m desse por ela t o entretidos estavam todos em discutir os diferentes sistemas pol ticos os m ritos de um artista ou de um escritor ou simplesmente em rir de uma pilh ria intercalada a tempo ASSIS 1985 p 814 Mas esse esbo o denso e tenso da natureza que circunda Alberto e seus companheiros atravessado por um proces
8. n o o nome de uma disciplina nem de um m todo de atingir o tipo de resultados que a epistemologia n o conseguiu atingir nem de um programa de pes quisa De outro modo a hermen utica deve ser uma express o de es peran a de que o posto at ent o ocupado pela Epistemologia n o seja preenchido em que a nossa cultura se deva tornar uma cultura em que j n o seja sentida a procura de constrangimento e confronta o RORTY 1988a p 247 8 A no o de que existe um quadro neutro per manente cuja estrutura pode ser exposta pela filosofia a no o de que os objetos a serem confrontados pela mente ou as regras que cons trangem o inqu rito s o comuns a todo o discurso ou pelo menos a cada discurso sobre um dado tema ou assunto Deste modo a epistemo logia prossegue na cren a e assun o de que todas as contribui es para um dado discurso s o comensur veis quantific veis RORTY 1988a 5 Para uma leitura complementar consultar Rorty 1998b Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 127 p 247 8 A hermen utica em boa medida uma tentativa de oposi o a esta proposi o e o pragmatismo assume essa oposi o como pro posta redescrevendo inclusive a id ia de comensurabilidade RORTY 1988a p 257 como a possibilidade de reuni o de um conjunto de regras que nos oriente no sentido de alcan armos um acordo racional acerca do que provoca conflito
9. o profissional condizente Mesmo com os cegos tendo acesso lei tura e escrita por meio do sistema Braille n o s o todas as informa es dispon veis por esse meio principalmente as relativas ao estudo de l n guas estrangeiras e no caso da presente pesquisa do espanhol Na realidade pelas respostas atribu das pelos professores infor mantes aos question rios observamos que com turmas heterog neas merecem aten o especial os alunos com necessidades especiais O de ficiente visual evidentemente tem seus deveres e direitos sociais id nti cos aos de todos cidad os T m que merecer aten o e oportunidades de participa o social segundo suas capacidades de desempenho sem dis crimina es Nesse sentido o processo de inclus o social do cego deve ressaltar sobretudo sua forma o educacional No estudo da l ngua es panhola para esse p blico ainda s o marcadas importantes car ncias merecedoras de aten o que come am a partir da revis o e atualiza o dos respectivos curr culos de forma o dos professores especializados nessa rea O ensino da leitura a esse p blico n o pode se caracterizar apenas como elemento acess rio ou instrumental do ensino aprendizagem de LE e de LM embora n o possamos negar sua fun o de instrumen Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 112 to para o acesso informa o por exemplo E igualmente uma ativida de de constru
10. es amorosas das personagens Nat lia Matheus e Paula entretecidos com as rela es de desejo n o tornam Eros vitorioso os contatos instintivos e animalescos das per sonagens s o desprovidos de ternura transformando a representa o amorosa numa paix o doentia pois estas n o possuem tom l rico e po tico s o despaix es que propiciam o predom nio de Tanatos deus da morte e da destrui o sobre Eros deus do amor e da for a vital Umberto Eco define o efeito po tico como a capacidade que tem um texto de gerar leituras sempre diversas sem nunca esgotar se com pletamente ECO 1985 p 15 Portanto a presente leitura vem somar se a outras poss veis com o intuito de ver as possibilidades do ato efabu lador deste contador de hist rias que Adolfo Boos J nior Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 187 Refer ncias BENJAMIN W Teses sobre a filosofia da Hist ria Organiza o de Fl vio Kothe S o Pau lo tica 1985 BOOS J NIOR A Quadril tero Livro Um Matheus S o Paulo Melhoramentos 1986 CORBIN A Sabores e Odores o olfato e o imagin rio social nos s culos XVII e XIX S o Paulo Companhia das Letras 1987 ECO U P s escrito ao Nome da Rosa Rio de Janeiro Nova Fronteira 1985 HOHLFELDT Ant nio A literatura catarinense em busca de identidade II O romance Porto Alegre Florian polis FCC UFSC Movimento 1994 SABINO L L
11. la assassinado descobriu sua inoc ncia Cheio de re morsos consegue reaver seus restos mortais Alberto enche se de hor ror e desconfia at que est sonhando mas essa uma desconfian a ret rica nem o leitor mais apressado e mais rom ntico cai nessa ar madilha pois Dr Bel m interv m racionalizando o irracional N o respondi com os l bios mas os meus olhos disseram lhe que efetivamente desejava saber a explica o daquele mist rio E simples continuou ele para que minha segunda mulher Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 199 esteja sempre ao p da minha vitima a fim de que se n o es que a nunca dos seus deveres porque ent o como sempre mui prov vel que eu n o procure apurar a verdade farei justi a por minhas m os ASSIS 1985 p 822 A manuten o do esqueleto e sua exposi o portanto n o est o ligadas a nenhum ritual de aproxima o com os mortos em Outro mun do muito pelo contr rio Dr Bel m coloca a situa o num solo bem concreto o do ci me o do crime o do remorso o da culpa Ele n o faz pacto algum com Mefist feles nem o pr prio t o somente um ho mem que mata a mulher que julga t lo tra do numa afirma o do ego smo machista referendada pela sociedade da poca E faz desse assassi nato um trunfo contra a segunda esposa amea ando a explicitamente Esse tangenciamento do ins lito ligado ao so
12. marcha Goffman 1981 lin guisticamente marcada na intera o Rui reconduz o t pico e tira de foco o enquadre imposi o proposto pela mediadora ao focalizar agora o relato do Procon com rela o ao que n s recebemos um relato do pro con linha 37 Tal relato enviado s empresas como uma primeira tentativa de acordo para evitar a audi ncia Se o acordo n o for poss vel marca se ent o a acarea o entre as partes Claramente o reclamado contesta os termos do relato que dava a entender que era opera o casada Segundo Rui n o opera o casada pois tal procedimen to comum entre as institui es financeiras Rui procura estabelecer o enquadre oferecimento em contraposi o ao enquadre imposi o proposto pela mediadora Segundo sua argumenta o todo e qualquer banco todas as Institui es no atendimento a seus clientes o clien te procura nos oferece produtos que trazem rentabilidade s o coisas que trazem rentabilidade pro cliente Nota se a nfase dada por Rui nos trechos relevantes de sua argumenta o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 150 A mediadora alinha se como ouvinte atenta ratificando a argu menta o do reclamado por meio dos sinais de retro alimenta o hu 99 c6 mhum claro t Tal procedimento sinaliza seu mandato institu cional de alocar
13. o se baseou em uma pesquisa de corpus com an lise dos principais dicion rios e de outros textos selecionados Aquelas numerosas regras de hifeniza o depois de prefixos pu deram ser amplamente simplificadas de modo que a maioria ficar re duzida a uma nica regra em que se utilizar o hifen na separa o dos dois elementos quando o segundo come ar com h ou com a mesma letra que terminar o primeiro H pessoas que at hoje n o entenderam que a ortografia n o res pons vel pela pron ncia das palavras A l ngua falada tem uma grande varia o que jamais poderia ter representa o em um sistema de escri ta Trata se de outra conven o do mesmo sistema lingu stico diferen te em sua produ o e diferente em sua percep o Ali s s o rar ssimas as palavras que conhecemos primeiramente pela escrita Aprendemos a falar ouvindo outros falantes Assim como h pessoas que pronunciam quest o com ou sem a articula o do u ou rapaz com formas diferentes de articula o do r forte ou da sibilante z ou mesmo acrescentando lhe uma semivo gal n o escrita h numerosas outras varia es que seriam imposs veis de sistematiza o em uma norma escrita 7 Base te rica para a organiza o das mudan as Numerosas reuni es de especialistas foram feitas nessas ltimas d cadas para se chegar a uma negocia o poss vel Ali s este um so nho mais que centen rio dos brasi
14. o se fixa no objeto O manual de instru es pertence ordem do descrever a es pois indica ao interlocutor de modo detalhado as a es a serem segui das para a utiliza o adequada do aparelho A tipologia textual de base a injuntiva De acordo com Travaglia 1991 a injun o p e em evid ncia as modalidades de ordem e prescri o Assim a fun o s cio comunicativa do g nero em an lise ins truir algu m a realizar algo Pode se assim inclu lo na categoria dos textos Injuntivos Instrucionais programadores Esse manual distingue se fundamentalmente pelas formas verbais imperativas limpe desconecte seque verifique conecte segure man tenha Empregam se ainda verbos no infinitivo utilizar acionar dese Jar bater ligar colocar evitar e no futuro do presente dever poder evitar garantir acarretar O g nero vale se de uma linguagem comum com o emprego de um conjunto de palavras express es e constru es usuais Utiliza uma sintaxe acess vel ao leitor comum ou seja a linguagem simples mas segue o padr o da l ngua escrita Para se dirigir ao leitor emprega o pronome voc impl cito N o utilize extens es auxiliares para au mentar o comprimento do cabo plugue A estrutura do manual de instru es permite ao interlocutor en contrar facilmente as informa es que deseja e lhe proporciona orienta es claras e seguras que possibilitam utilizar com s
15. professor na Universidade Federal de Goi s Campus Jata Este estudo contribui com as investiga es referentes s pr ticas de reflex o sobre a l ngua a desenvolvida pelos integrantes do Grupo de Estudos da Linguagem an lise descri o e ensino UFG CNPq e do grupo de pesquisa Livro Did tico de L ngua Portuguesa Produ o Perfil e Circula o UNI CAMP EL CNPq Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 53 Seu dom nio permite que o sujeito tenha acesso a um vasto conjunto de conhecimentos e capacidades as quais lhe garantir o participa o plena no mundo social al m do exerc cio de sua cidadania de forma consciente e ativa Mais que 1sso segundo Bakhtin 1952 53 1979 a l ngua escrita se constitui num sistema extremamente complexo um g nero do discurso secund rio Por conta dessa complexidade esco la a mais importante ag ncia de letramento cabe o papel fundamental de dotar o aluno de estrat gias que o tornar o capaz de ler e produzir esses g neros complexos Na escola a produ o de textos escritos coloca o aluno n o apenas como mero espectador ou consumidor passivo de um produto elaborado por outra pessoa A atividade de produzir um texto pode fazer do aluno o sujeito autor de um artefato o texto por meio do qual se trabalha a l ngua dando lhe a oportunidade de reflex o e di logo com outros tex tos Al m disso a produ o de texto um dos geradores d
16. retamente o aparelho Antes de ligar o plugue na tomada verifique se a voltagem do aparelho compat vel com a da rede el trica local Esses lembretes objetivam tamb m evitar poss veis acidentes dom sticos Para evitar choques el tricos nunca use o aparelho com as m os molhadas n o molhe o corpo do aparelho e n o o mergulhe em gua A progress o do sentido e a continuidade do texto ocorrem atrav s de itens n o numerados que apresentam numa sequ ncia cronol gica instru es a serem assimiladas e efetuadas pelo usu rio As senten as come am por verbos que direcionam a a o do leitor e apontam aquilo que deve ou n o ser feito mantenha aperte desligue retire siga O texto emprega operadores argumentativos apropriados ao enca deamento de a es antes ap s primeiramente depois a fim de permi Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tir ao interlocutor a imediata compreens o da dire o a ser seguida na concretiza o das instru es Verifica se ainda a presen a de voc bulos e express es destaca das no texto IMPORTANTE Nota que assinalam mensagens e avisos relevantes O uso desse recurso objetiva resguardar o consumidor de riscos desnecess rios N o utilize o Super Mixer em ingredientes fer ventes para evitar respingos e queimaduras Tamb m o orienta a utili zar adequadamente o aparelho adquirido N o utilize seu aparelho por ma
17. 2003 afirma que o produtor pode utilizar os textos injuntivos com v rias finalidades aconselhar o interlocutor a fazer algo ordenar lhe que cumpra determinadas tarefas apelar para que aja numa determinada dire o instru lo ensin lo a desenvolver uma atividade entre outras Cf ROSA 2003 p 25 Adam 1992 agrupa os g neros de base injuntiva sob a denomi na o de g neros textuais de sequencialidade injuntiva instrucional Se gundo o autor esses g neros buscam induzir atos e tratam explicita mente de um fazer pr tico de um agir saber sobre o mundo Por isso caracterizam se por apresentar uma estrutura linear ordenada tempo ralmente constitu da por uma sucess o l gica ou cronol gica de fases ou etapas de um comportamento ou processo a executar recomendando ao interlocutor seguir rigorosamente as indica es Nessa perspectiva a partir das capacidades de linguagem domi nantes dos sujeitos Schneuwly Dolz e colaboradores 2004 incluem os g neros textuais em que predomina a injun o na ordem do descrever a es ou instruir prescrever a es Os autores destacam que essa or dem diz respeito s normas que devem ser seguidas para atingir algum objetivo instru es e prescri es Cf SCHNEUWLY DOLZ e colab Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 2004 p 60 61 O mecanismo lingu stico mais empregado para indicar a concreti za o desses enunciado
18. 22 Rui eu queria confirmar a ag ncia 23 Ana qual que a ag ncia 24 Lucas Oitocentos 0 5 e nove 25 Ana oitocentos e no v Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 147 A mediadora se alinha como a animadora do reclamante e como sua porta voz constr i o relato da est ria linhas 16 19 Segundo ela o reclamante procurou o Banco para pedir um empr stimo e no entanto teria sido for ado a assinar um contrato de seguro como condi o para a libera o do empr stimo Percebe se na linha 18 que a mediadora faz um auto reparo em foi obrig uma das condi es retomando na linha subsequente o termo obrigado s que precedido de mais infor ma es que julgou importantes uma das condi es para ele conseguir um empr stimo Assim ela procura construir o enquadre imposi o para dar suporte a seus argumentos de que houve no Banco Sul uma opera o de venda casada A mediadora em seu papel assumido de defen der o consumidor tenta refor ar em v rios momentos o fato de que Rui foi obri gado a adquirir um produto para que o banco lhe cedesse o empr stimo Geralmente nas audi ncias a mediadora na primeira fase aloca os turnos s partes para que cada um defenda seus argumentos O turno cedido inicialmente ao reclamado cuja face j havia sido amea ada com a convoca o ao Procon e posteriormente ao reclamante Tal procedi me
19. Grupo Sul Modernismo em Santa Catarina Florian polis Funda o Cata rinense de Cultura 1981 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 188 O ESQUELETO ROM NTICO NO ARM RIO REALISTA DA FIC O MACHADIANA O INS LITO COMO DESCONSTRU O DE PARADIGMAS E FORMA O DE NOVOS PADR ES DE LEITURA Patr cia K tia da Costa PINA Era um homem extremamente singular ASSIS 1985 p 814 A caracteriza o recortada em ep grafe o primeiro contato do leitor com o Dr Bel m o dono do esqueleto que d t tulo ao conto machadiano trabalhado aqui Trata se de um indiv duo que prima pela diferen a culto inteligente misterioso um homem singular extre mamente singular Essa constru o da personagem feita pelo perso nagem narrador Alberto que conta sua experi ncia como disc pulo e amigo desse indiv duo t o apartado pelo car ter dos demais contempo r neos Assim ele descreve Dr Bel m O Dr Bel m era um homem alto e magro tinha os cabelos grisalhos e ca dos sobre os ombros em repouso era reto como uma espingarda quando andava curvava se um pouco Con quanto o seu olhar fosse muitas vezes meigo e bom tinha lam pejos sinistros e s vezes quando ele meditava ficava com olhos como de defunto ASSIS 1985 p 815 O leitor depara se ent o com uma narrativa que estabelece o cli ma de mist rio desde os primeiros par grafos numa tend ncia
20. N S A configura o das arenas comunicativas no discurso institu cional professores versus professores Tese de Doutoramento Belo Horizonte Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 176 Faculdade de Educa o da UFMG 2000 NOVO MANUAL DE REDA O DA FOLHA DE S PAULO In Cd Rom Fo lha de S Paulo 1995 S o Paulo Empresa Folha da Manh S A 1996 PERELMAN C e OLBRECHTS TYTECA L Tratado de argumenta o a nova ret rica S o Paulo Martins Fontes 2002 REBOUL O Introdu o ret rica S o Paulo Martins Fontes 2000 SEARLE Met fora In Express o e significado estudos da teoria dos atos de fala S o Paulo Martins Fontes 1995 p 121 181 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 177 QUADRIL TERO AS IMPRESS ES OLFATIVAS COMO DESENCADEADORAS DE DESEJO UMA LEITURA DO ROMANCE QUADRIL TERO LIVRO UM MATHEUS DE ADOLFO BOOS J NIOR Eliane Santana Dias DEBUS 1 Do escritor e do romance O homem um animal efabulador por natureza ECO 1985 p 15 Um contador de hist rias assim se autodenomina o escritor cata rinense Adolfo Boos J nior Florian polis 1931 Membro participati vo da segunda gera o do movimento de renova o das artes em Santa Catarina nas d cadas de 1940 e 1950 o Grupo Sul traz a p blico seus primeiros trabalhos devido a arrojada iniciativa do grupo que mesmo vivendo num
21. ainda que coberto por um pano luz do pensamento iseriano pode se perceber que a refer ncia n o se situa apenas no dom nio da m stica crist e cat lica o di logo com os paradigmas rom nticos torna se bastante claro A cr tica escri Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 196 ta g tico rom ntica est iluminada por sua pr pria tematiza o Ao ti rar o pano verde que mascara a trama o esqueleto do Romantismo bra sileiro aparece Esse primeiro cl max narrativo resolveria a hist ria contada no caso da narrativa rom ntica o que ocorre na hist ria de Solfieri que ao contar a seus convidados suas aventuras com a mo a louca morta mostrando lhes as rel quias que dela guardava encerra o narrado sem dar nenhuma chance ao leitor de escapar ao assombro de livrar se do medo AZEVEDO 1988 p 8 Sem espa o ficcional para a r plica resta ao leitor recolher se ao seu susto e manter se no clima g tico constru do na narrativa No caso do conto machadiano no entanto esse cl max o pretex to para o desenrolar de acontecimentos que se n o s o aterrorizantes no sentido estrito da palavra s o no m nimo instigantes Alberto controla o medo que superado pela curiosidade e mant m a conversa com o Dr Bel m que antes de lhe apresentar sua bela primeira esposa afirma que o rumo da conversa despertou lhe a vontade de casar de novo e que o faria em tr s meses
22. apuramento dos fatos da sua significa o elaborada pelo sujeito do discurso que por meio de apontamentos vai delineando a face obscura do nascimento do ho mem novo s avessas j que Finisterra era um micromundo dos vi vos mortos de riachos secos de dias e noites agitados para aqueles que foram retirados do Bairro do Bal o O jogo metaf rico estabelecido pela voz da enuncia o encontra refor o nas imagens estratificadas da viol ncia e da viola o embutidas nas a es dos personagens OLIVEIRA 2007 p 156 Boaventura Car doso cria na fic o uma proposi o de verdade para o 27 de maio de 1977 usando recursos estil sticos do tipo de conectores como o que o e o assim e outros v rias vezes em um mesmo par grafo para estabelecer na sequ ncia narrada uma semelhan a sem ntica de id ias de verbos repetidos nas sequ ncias oracionais definidoras de um tempo relembrado pelo narrador por exemplo quando deseja informar como deve se comportar o Presidente Jo o Segunda em Finisterra al m de in formar no enunciado que o personagem Segunda tem que metaforizar o linguajar usado nos tempos de perigo iminente Esta situa o pode tamb m ser remetida id ia que caracteriza a repeti o um acontecimento ocorrido no passado e que ocorre de novo Isto a experi ncia hist rica dos campos de concentra o re torna no tempo do fraccio
23. associado s representa es de formas e atos de ler a o do narrador a seu ponto de vista a sua forma de apresen tar fatos e personagens s rela es entre o mundo do texto e o mundo referencial etc O texto dever conduzir a leitura de forma a convencer o leitor de que o mundo ficcional real induzindo o a hesitar entre a naturalida de do narrado ou sua sobrenaturalidade Ou seja o texto dever colocar o leitor no campo movedi o do misterioso do insond vel do indefini vel Se essa hesita o for vivida por uma das personagens a identifica o leitor texto torna se mais direta e efetiva O leitor s n o pode considerar o evento fant stico como ficcional Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 192 ou aleg rico ele n o pode decidir a leitura deve jog lo de encontro a uma inc gnita Isso aterrorizante e d medo Mas n o o medo de fantasmas trata se do medo estimulante de acompanhar a hist ria nar rada trope ando no inusitado dos fatos Esses trope os longe de pro vocarem um distanciamento leitor obra viabilizando um olhar cr tico acabam por permitir que o leitor se cole ao narrado Na perspectiva tradicional portanto o fant stico funcionaria como um gancho narrativo capaz de atrair o leitor dominando o impe dindo o de jogar com as teias narrativas o que parece ocorrer com a leitura das hist rias narradas em Noite na taver
24. com uma senhora vi va sua conhecida Agindo como bom estrategista Dr Bel m conquista a noiva D Marcelina Vi va vinte e seis anos simp tica No primeiro m s de casa mento percebe se a felicidade da esposa A partir da o desconforto co me a para Alberto e para o leitor O personagem narrador tenta descobrir o que est acontecendo agindo pela observa o mas nada consegue Como frequentador da casa do homem singular e erudito liam juntos Numa das visitas liam o Fausto A narrativa de Goethe trazi da ao conto confere lhe n o s um tom de mist rio e terror como tam b m explicita mais uma vez o di logo com os padr es rom nticos de cria o liter ria e de leitura Nascido na Alemanha em 1749 e morto em 1832 Goethe refer ncia obrigat ria quando se pensa em literatura ro Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 197 m ntica Fausto de 1806 traz a releitura de uma lenda alem cuja per sonagem t tulo faz um pacto com o diabo que lhe d saber conheci mento inserindo o no mundo da t cnica e do progresso Alberto descreve a cena e a impress o que tem O doutor estava como sempre Liamos ent o e coment vamos nossa maneira o Fausto Nesse dia pareceu me o Dr Bel m mais perspicaz e engenhoso que nunca Notei entretanto uma singular pretens o um desejo de se parecer com Mefist feles ASSIS 1985 p 819 Os coment rios sobre o texto de Goeth
25. o de saberes de reflex o sobre o mundo de desenvol vimento do potencial discursivo individual e social do leitor Portanto necessita aten o sistem tica durante a pr tica did tico pedag gica Refer ncias BLANCO Leila In http www w multirio rj gov br multirio Aces sado pela ltima vez em 3 de outubro de 2005 BRASIL Par metros Curriculares Nacionais Ensino M dio Bra s lia Minist rio da Educa o 1999 FREIRE P A import ncia do ato de ler 12ed S o Paulo Cortez 1986 GOLDENBERG M A arte de pesquisar Como fazer pesquisa qualitativa em Ci ncias Sociais 4ed Rio de Janeiro Record 2000 HENZ L Des vantagem e aprendizagem um estudo de caso em uma proposta curricular e interdisciplinar na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre Disserta o de Mestrado apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o Porto Alegre UFRGS 2001 JUNGER C S V Leitura e ensino de espanhol como l ngua es trangeira um enfoque discursivo Tese de Doutoramento em Letras Ne olatinas Rio de Janeiro Faculdade de Letras da UFRJ 2002 MARCHESI e MART N E Da Terminologia do dist rbio s necessidades educacionais especiais In COLL C PAL CIOS J e MARCHESI A Orgs Desenvolvimento Psicol gico e Educa o ne cessidades educativas especiais e aprendizado escolar Porto Alegre Artes M dicas 1995 p 7 25 NASCIMENTO K Intera o de Sala de Aula de L ngua Estran geira de Deficient
26. se comunicarem em portugu s entre os quais mais de 190 milh es de brasileiros al m naturalmente de grande n mero de indiv duos que o utilizam como segunda l ngua Entre as l nguas de cultura de origem europeia o portugu s a terceira mais falada depois do ingl s e do espanhol mas a segunda se a considerarmos como primeira l ngua pois o dom nio da hispanofo nia menor que o da lusofonia como l ngua materna visto que mesmo na Espanha o espanhol segunda l ngua para milh es de indiv duos No mundo o portugu s o quarto quinto ou sexto idioma mais falado onde o mandarim e do h ndi se classificam como o primeiro e o tercei ro respectivamente intermediados pelo ingl s Tendo dois sistemas ortogr ficos o portugu s n o podia ser con tado como l ngua de cultura t o amplamente expandido pois a l ngua de cultura representada por um padr o de l ngua escrita culta e o Bra sil ficava isolado dos outros sete pa ses da Comunidade dos Pa ses de L ngua Portuguesa que utilizam o sistema ortogr fico de Portugal 3 Essas mudan as n o ter o o mesmo impacto em toda a extens o da lusofonia O Brasil sentir menos as mudan as porque elas ocorreram prati camente s na acentua o gr fica e na hifeniza o enquanto os outros pa ses tiveram de abrir m o de numerosas letras que s eram utilizadas por for a da origem das palavras da etimologia sem qualquer amparo na pron ncia ou na fon
27. stico opinativo escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura Define e expressa o ponto de vista do ve culo ou da empresa respons vel pela publica o RABA A e BARBOSA Apud FARIA 2000 p 118 9 Quanto estrutura normalmente cont m as seguintes partes a apresenta o sucinta da quest o fazendo um hist rico se for o caso b desenvolvimento de argumentos e contra argumentos necess rios discuss o do assunto e defesa do ponto de vista Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 160 do jornal c finaliza o com exposi o condensada do ponto de vista defendido Utilizando se a terminologia da Semiolingi stica pode se dizer que o editorial pois um texto cujo autor um sujeito argumentan te faz uma an lise dos fatos com uma vis o pr pria que organiza a mat ria linguag stica numa estrutura argumentativa em que os parti cipantes do ato linguag stico autor do editorial e leitores est o liga dos por um contrato de comunica o no qual os leitores esperam ver analisado e comentado um fato de interesse no momento s cio hist ri co cultural AZEREDO e ANGELIM 1996 Por outro lado os editoriais tenderiam a reproduzir as opini es de seus leitores servindo como espelho social ou seja n o seria do in teresse das empresas de not cias defenderem pontos de vistas contr rios s expectativas de
28. sua seiva e ao mesmo tempo saturar se com o cheiro do homem e num grito seu orgasmo uma derrota dentro da vit ria um sonho dentro de um pesadelo BOOS JUNIOR 1986 p 241 Matheus desperta em Nat lia a vaidade h muito n o sentida e em meio ao cheiro meio azedo das carnes defumadas BOOS J NIOR 1986 p 307 e de c modos mal ventilados BOOS JUNIOR 1986 p 307 os dois entregam se imunes aos odores da mis ria e da decad ncia BOOS J NIOR 1986 p 306 n o sentindo a nauseante gama de odores n o importando o aspecto f sico de cabelos suados e empoeirados BOOS JUNIOR 1986 p 309 As Impress es olfativas que envolvem Matheus e Nat lia divergem completamente dos odores que envolvem a rela o de Matheus e Paula necess rio alertar que esta somente ocorreu ap s a morte de Nat lia O aroma no jardim pressentido por Matheus no quiosque quando Paula pronuncia seu nome verdadeiro confunde se com o pr prio cheiro ine briante da mulher Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 184 Tudo est envolvido por um sil ncio intermin vel que parece composto pelo pesado aroma da terra e das folhagens que t m a natureza e sensualidade de uma carne estranha e ainda de flores que guardaram seu aroma enjoativo para a imobilidade daquela hora BOOS JUNIOR 1986 p 278 Nat lia a mulher terna e submissa que acompanha Matheus com o pes
29. 9142 Como dito antes todos os alunos indicaram sua opini o a favor ou contra a implanta o da censura na TV No entanto n o foram to dos que apresentaram justificativa para essas opini es A aus ncia dessa Justificativa em cerca de 65 dos textos enfraqueceu a argumenta o uma vez que o LD solicita que os alunos defendam seu ponto de vista e a professora explicou que a argumenta o ocorre quando existe a apre senta o de ponto de vista e posterior defesa As ocorr ncias para apre senta o de justificativas foram Opini o Justificativa A TV n o tem que tirar programas sem censura para que as crian as n o assistem programas inadequados E os que querem assistir o programa na TV cabe a cada um o que deve ou n o assistir na TV pois cada um livre e ningu m obrigado a assistir um programa que n o quer ou que acha inadequado assistir tem que partir de cada pessoa que tem seus filhos em casa ir l e desligar a TV porque isso n o culpa das emis soras e sim de quem assiste porque todo programa tem no come o a especifica o da idade de quem pode assistir 1 N o deve haver o que ver na TV decis o das pessoas que assistem censura na TV n s que temos que decidir o que queremos ou n o queremos assistir na televis o mesmo censurando os programas as pessoas podem recorrer a internet e a outros recursos melhor voc assistir junt
30. ABREU A S Met fora uma vis o funcionalista In Revista Letras Campinas PUC 2000 p 95 108 A arte de argumentar gerenciando raz o e emo o S o Paulo Ateli Edi torial 2001 ARIST TELES Arte ret rica e arte po tica S o Paulo Difus o Europ ia do Livro 1964 AZEREDO J C S ANGELIM R C C Argumenta o no jornalismo escrito In CARNEIRO A D O discurso da m dia Rio de Janeiro Oficina do autor 1996 p 125 134 CHARADEAU P Langage et discours l ments de s miolinguistique th orie et pratique Paris Hachete 1983 COIMBRA O O texto na reportagem impressa S o Paulo tica 1993 CUNHA A G da Dicion rio etimol gico Nova Fronteira da l ngua portugue sa Rio de Janeiro Nova Fronteira 1982 FARIA M A O jornal na sala de aula S o Paulo Contexto 2000 FERREIRA A B de H Novo dicion rio da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Nova Fronteira 1987 GARCIA L Org Manual de reda o e estilo 21ed S o Paulo O Globo 1995 JENSEN J V Metaphorical constructs for the problem solving process In Jour nal of Creative Behavior v 9 n 2 New York Creative Education Foundation 1975 LAKOFF G e JOHNSON M Met foras da vida cotidiana S o Paulo Mercado de Letras 2002 KOCH IG V e TRAVAGLIA L C A coer ncia textual S o Paulo Contexto 1990 KRESSE D Debate and argument Fullerton Fullerton College Department of Speech 2003 MIRANDA
31. Dispor de um m to do significa simplesmente a possibilidade de ordenar nossos pensamen tos nossas hip teses infer ncias e n o filtr los no intuito de eliminar elementos subjetivos e n o cognitivos RORTY 1991a p 196 O conhecimento enquanto resultado heuristicamente elaborado t o familiar Modernidade portanto a contram o do pragmatismo Entre as v rias fontes do pragmatismo rortyano que de uma forma ou de outra conduziram o seu labor est a heran a da Herme n utica filos fica cl ssica como em Dilthey Heidegger e Gadamer De certo modo o pensamento de Rorty est associado ao que comumen te chamado de giro pragm tico hermen utico lingi stico BELLO 1990 MALACHOWSKY 1990 WARNKE 1991 Ora por Hermen utica n s entendemos um acontecimento na hist ria do pensamento que de modo perempt rio sustenta que a compreens o humana como tal hist rica ling stica e dial tica PALMER 1989 p 214 A Hermen utica parte do fato de que compreender estar em re la o no tempo com a coisa mesma que se manifesta atrav s da tradi o Por outro lado a compreens o hermen utica n o se d sem tens es O car ter estranho e familiar da infinidade de mensagens que s o ofere cidas pela tradi o historicamente apresentadas em seu sentido e estru tura que constitui efetivamente a tarefa hermen utica O problema da Hermen utica n o a tentativa
32. Frame analysis New York Harper amp Row 1974 GUMPERZ J Contextualization and understanding In DURANTI A E GOO DWIN C Eds Rethinking context language as an interactive phenomenon Cambridge Cambridge University Press 1992 p 229 252 Conven es de contextualiza o In RIBEIRO B T e GARCEZ P M Orgs Sociolinguistica Interacional Porto Alegre Age 1998 The linguistic and cultural relativity of conversacional inference In e LEVINSON S C Eds Rethinking linguistic relativity Cambridge Cambridge University Press 1996 Sociocultural knowlege in conversational inference In JAWORSKI e COUPLAND N The discourse reader Routledge London Response essay Re ply to questions and comments on answers to an interview In PREVIGNANO C E THIBAUT P Filad lfia John Benjamins 1999 Entrevista com John Gumperz In PEREIRA M G D GARCEZ P M Orgs e Eds Palavra v 8 Rio de Janeiro PUC RJ 2002 OCHS E SCHEGLOFF E e THOMPSON S Orgs Interaction and gram mar Cambridge Cambridge University Press 1996 PEREIRA M G D Intera o e Discurso Estudos na perspectiva da Sociolingu stica Interacional Introdu o In Palavra v 8 Rio de Janeiro Editora Trarepa 2002 SACKS H SCHEGLOFF E e JEFFERSON G A simplest systematics for the organization of turn taking for conversation In Language v 50 1974 Caderno Seminal Digital
33. In Org A banaliza o do ins lito quest es de g nero liter rio mecanismos de constru o narrativa Rio de Janeiro Dialogarts 2007 p 11 23 ISER W Reception Theory Iser In How to do theory MA Bla ckwell 2007 p 57 69 STIERLE K Que Significa a Recep o dos Textos Ficcionais In COSTA LIMA L Org A literatura e o leitor textos de Est tica da Recep o Rio de Ja neiro Paz e Terra 1979 p 133 188 TODOROV T Introdu o literatura fant stica S o Paulo Perspectiva 1975 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 203
34. LD Cer tamente por conta das afirma es do LD sobre o fato de a disserta o e 12 Isso ocorre nas considera es do LD sobre o editorial o artigo de opini o e a disserta o escolar 9 ano Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 a argumenta o serem iguais Em sua explana o a professora melho ra as considera es do LD em rela o confus o entre a persuas o e a convic o 4 16 Pr Bom pessoal at agora a gente tava vendo esses textos e tem falado do texto dissertativo que esse texto que traz a apresenta o de um ponto de vista mostrando o que a pessoa pensa sobre algu ma coisa n uma disserta o mais expositiva Ok A partir de agora a gente vai falar de um outro texto diferente o texto dissertativo argu mentativo O que esse texto aquele que tem a finalidade de con vencer ou fazer o outro olhar certo fato com outro olhar Convencer pessoal fazer com que o outro aceite um ponto de vista como sendo verdadeiro ta Ent o essa disserta o argumentativa tem uma id ia e defesa de um ponto de vista com a apresenta o de argumentos certo Como ela n o menciona o fato de que no campo da convic o pre ciso que haja mudan a de um ponto de vista j definido indica diferen a quanto ao que alguns te ricos entendem ser persuadir e convencer A professora ent o relembrou com os alunos a leitura feita em au las anteriores d
35. Logo estabelecendo uma tr ade formada por esses tr s conceitos essenciais para a Sociolingu stica Interacional pistas de contextualiza o enquadre e alinhamento objetiva se compreender melhor a din mica desse encontro institucional t o particular que s o as audi ncias do Procon 3 A audi ncia que utilizamos faz parte do banco de dados do Projeto de Pesquisa A constru o da identidade de consumidor no Brasil pr ticas discursivas de categoriza o posicionamento em audi ncias de concilia o no PROCON coordenado pela Profa Dra Sonia Bitten court Silveira na Universidade Federal de Juiz de Fora Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 139 1 Fundamentos te ricos A Socioling stica Interacional abordagem de natureza ampla mente interdisciplinar focalizada intera es situadas no relacionamen to entre participantes considerando g neros espont neos e aqueles em contextos institucionais Seu principal objeto de estudo s o as trocas discursivas que envolvem dois ou mais atores e como eles utilizam a fala para atingir suas metas comunicativas em situa es da vida real O discurso como Schiffrin define inerentemente uma ativida de interativa na qual o que uma pessoa diz e faz duplamente uma res posta a palavras e a es anteriores e servir de base para futuras a es e palavras SCHIFFRIN 1994 p 351 Esse foco na intera o d a essa abordagem
36. Na impossibilidade de identificar Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 o inimigo de localizar os respons veis pelas atrocidades os moradores do Bairro do Bal o ouvem os rumores e tentam se defender dos c es sanguin rios que atuavam sozinhos 2 Conclus o repeti es e rumores Em Maio m s de Maria os signos ling sticos reformulados ora delimitam ora expandem os significados A arbitrariedade desses sinais pode ser interpretada como um jogo ret rico de id ias gritos que esca pam significa o vigiada refreada e contaminada por espalhar o terror e a morte MMM p 84 Aspectos como o comportamento os gestos contidos as repe ti es de palavras cujas conota es demarcam os v rios sentidos re primidos encenam a alegoria dos valores id ias fen menos e coisas combinadas em um contexto de ansiedade expectante de antivis es alucinantes em noites de febres altas tens es emo es sincopadas MMM p 171 Gradualmente a sonoriza o dos signos se traduz me taforicamente em murm rios produzidos por personagens agitados as sustados e insatisfeitos como Jo o Segunda que n o sabia bem como agir Que estava pensar qualquer atitude dele podia ser mal interpretada e ent o lhe fazerem outra vez desaparecer MMM p 84 Em o dia dos bois terceira parte de A hora dos ruminantes as a es dos ruminadore
37. Teoria do Conhecimento S o Paulo Martins Fontes 2000 LAKOFF G e JOHNSON M Met foras da Vida Cotidiana Tradu o do Grupo de Estudos da Indetermina o e da Met fora GEIM Campinas S o Paulo Mercado das Letras EDUC 2002 ORTONY A Ed Metaphor and Thought Cambridge Cambridge University Press 1993 PETERS M P s estruturalismo e Filosofia da Diferen a Belo Horizonte Aut ntica 2000 RORTY R Pragmatismo filosofia anal tica e ci ncia In PINTO P R et al Filoso fia Anal tica Pragmatismo e Ci ncia Belo Horizonte Ed UFMG 1998 VICO G A Ci ncia Nova Tradu o pref cio e notas de Marco Lucchesi Rio de Janeiro Record 1999 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 101 O ENSINO DA LEITURA A ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS EM TURMAS REGULARES DE ESPANHOL L NGUA ESTRANGEIRA E LE Antonio Ferreira da SILVA J NIOR Cristina de Souza Vergnano JUNGER Rodrigo de Oliveira LEMOS O presente estudo pretende portanto abordar a percep o de pro fessores sobre o processo de ensino aprendizagem de E LE no Ensino M dio em uma institui o de ensino da rede p blica federal do Rio de Janeiro no que se refere ao trabalho com a compreens o leitora para de ficientes visuais Assim passa se a investigar o ensino da leitura para cegos deparando se entretanto com uma literatura de certa forma res trita sobre a tem tica pertinente ao papel e ao t
38. Tradu o de Adela Cortina et al Madrid Taurus 1985 BELLO G Richard Rorty en la encrucijada de la filosofia postanal tica en tre pragmatismo y hermen utica In RORTY Richard El Giro Ling stico Dificuldades metafilos ficas de la filosofia ling stica Barcelona Ediciones Paid s 1990 p 9 44 COMETTI J Filosofia sem privil gios Tradu o de Fernando Marinho Lisboa Asa 1995 DILTHEY W Origens da hermen utica Plano de continua o da obra Estru tura o do mundo hist rico pelas ci ncias do esp rito Tradu o de Alberto Reis In AGOSTINHO et al Textos de hermen utica Lisboa R s 1984 p 147 203 Introducci n a las ciencias del esp ritu ensayo de una fundamentaci n del estudio de la sociedad y de la historia Tradu o de Juli n Marias Madrid Alianza 1986 GADAMER H Verdade e m todo 2ed Tradu o de Fl vio Meurer Petr polis Vozes 1997 O problema da consci ncia hist rica Tradu o de Paulo C sar Estrada Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas 1998 HABERMAS J Consci ncia moral e agir comunicativo Tradu o de Guido de Almeida Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1989 HEIDEGGER M Ser e tempo parte I Tradu o de M rcia de S Cavalcanti Petr polis Vozes 1988 HEKMAN S J Hermen utica e sociologia do conhecimento Tradu o de Lu s Manuel Bernardo Lisboa Edi es 70 1990 JAMES W Pragmatism New York Dover Publica
39. aberturas e fechamento conversacionais b pistas paralingii sticas como ritmo pausa hesita o sincro nia conversacional c pistas pros dicas como entona o acento tom d pistas n o vocais direcionamento do olhar gesticula o movimento corporal O autor acredita que atrav s de tra os encontrados na estrutura de superf cie das mensagens os falantes sinalizam e os ouvintes interpre tam o tipo de atividade que est em curso Atrav s das pistas percebe mos como o conte do sem ntico deve ser entendido e como o que pre cede e o que se segue se relaciona com cada elocu o Essas pistas portam informa es mas os significados s o trans mitidos como parte do processo interativo Assim n o h certeza sobre o significado final de uma mensagem por m observando os padr es 4 A Socioling stica Interacional trabalha com essa concep o de discurso como resultado do trabalho conjunto dos participantes envolvi dos na intera o face a face logo esse processo influenciado pelo falante pelo ouvinte e por todos os que assistem conversa RIBEIRO 1994 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 142 sistem ticos no relacionamento da percep o das pistas podemos obter fortes evid ncias das bases sociais das conven es de contextualiza o GUMPERZ 1999 p 106 As pistas de contextualiza o funcionam no estabelecimento de enquadres frames no curso da
40. ao longo do evento de fala 4 Conclus o Na audi ncia do Procon analisada nesse estudo procurou se de monstrar a constru o dos m ltiplos enquadres pelos participantes ao longo da intera o por meio de uma constela o de pistas de contextu aliza o presentes na estrutura de superf cie das mensagens Segundo Gumperz 1982 1992 enquanto participantes em qualquer encontro face a face n s fazemos uso a todo momento de pistas de contextuali za o que nos remetem tanto para informa es contextuais a n vel mi cro como a n vel macro Isso porque considera se o contexto de forma micro captando mais especificamente as informa es de natureza s cio interacional que informam uma conversa ou de forma macro refle tindo sobre a vis o s cio hist rica e institucional que ancora o discurso RIBEIRO e PEREIRA 2002 p 51 A mediadora enquanto representante institucional centra se na estrat gia de resolu o do conflito GARCIA 1997 buscando sempre o acordo Inicialmente introduz o enquadre imposi o argumentando como porta voz do consumidor que o Banco Sul for ou a assinatura do contrato do seguro como garantia da libera o do empr stimo Desde 10 A lei 8 078 90 C digo de Defesa do Consumidor estabelece v rias pr ticas comerciais abusivas sendo que uma delas a opera o cha mada venda casada Disp e o artigo 39 do CDC que vedado ao fornecedor de produtos ou servi os I c
41. aparece no contex to narrativo como mais um elemento para referendar a id ia do sujeito desterrado isolado num cen rio opressivo sanguin rio de medo e de sombra infiltrado nos falares e nos lares quem que imaginava nos tempos agora nossos a gente tinha de retrazer mem ria esquecida do tempo do tuga vigiar a palavra reaprender a pose estudada na esquina do olhar pidesco MMM p 84 1 A f ria canina e a hora de Maria O discurso dominante fundamenta se em signos marcados pela superposi o de dados Esses elementos representam uma nica verda de dotada de recursos ret ricos que t m como finalidade convencer ou alterar atitudes e comportamentos j estabelecidos Os cachorros redi mensionam a vida de Manarairema A cidade estava engrenando na rotina do tomar caf do regar horta do varrer casa do arrear cavalo quando os latidos ro laram estrada abaixo Borboletas inocentes morreriam pisadas mordidas desmanchadas como flores depois da ventania O palco estava armado para os cachorros e eles o ocuparam como dem nios alucinados HR p 34 5 As a es repressivas t picas da ditadura s o simuladas pelos animais que representam os homens que viviam na tapera de forma enigm tica entocados l longe cercados fechados HR p 40 Os signos que demarcam a domina o fixam o jogo demon aco em Manarairema toda a cidade estava pratica mente a servi o dos cachorros tudo o mais
42. bem os mecanismos de argumenta o na escrita ainda poss vel que saibam lidar com os ca racter sticos da linguagem oral apesar de o LD se constituir como um g nero secund rio escrito e os alunos virem de uma razo vel experi ncia de letramento a partir dele bem como do conv vio com outros g neros secund rios escritos Apesar do razo vel contato com esses Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 g neros escritos em outras esferas p blicas de atividade humana Rojo 1999 diz que os alunos trazem para a classe pouca ou nenhuma ex peri ncia dessas esferas o que justificaria pouca habilidade na elabo ra o de textos argumentativos escritos na escola Como a professora n o abordou em sua fala a argumenta o em si nem o LD deu maiores explica es sobre isso no Manual do Professor te mos outra indica o de que os alunos que argumentaram o fizeram adotan do e adaptando o seu conhecimento extra escolar sobre a argumenta o Mesmo os alunos sendo capazes de argumentar conv m enfatizar que na escola que eles mais podem refletir sobre estrat gias diversi ficadas para apresenta o e defesa de ponto de vista LEAL e MORA ES 2006 na escola tamb m que eles devem aprender e desenvolver outras estrat gias argumentativas ampliando o seu letramento estrat gias essas que sejam adequadas s variadas finalidades que nos exigem a elabora o de textos em diversas e
43. c Teremos um significativo barateamento nas grandes edi es de li vros considerando se que ser bastante ampliado o seu mercado Natural mente isto implicar em economia na compra de livros em que o governo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 gasta bilh es Economia esta que poder reverter no aumento do acervo nas bibliotecas ou em outro remanejamento que se mostrar conveniente Alguns livros de refer ncia como o Dicion rio Houaiss por exem plo s o editados duas vezes uma na ortografia brasileira e outra na or tografia portuguesa Outros como o Dicion rio Aur lio s o editados com duas entradas para cada verbete uma na ortografia brasileira e ou tra na ortografia portuguesa ampliando desnecessariamente o n mero de verbetes e o pre o do livro d A pol tica de expans o de uso da l ngua portuguesa ser ba rateada e ampliada possibilitando um r pido aumento do n mero de usu rios do portugu s como segunda l ngua como esperado 1n1 cialmente nos pa ses do Mercosul e nos pa ses lus fonos em que o portugu s apenas uma das suas l nguas oficiais Pa ses da CPLP como S o Tom e Pr ncipe Cabo Verde e Guin Bissau poder o rece ber doa o de livros de outros pa ses para ampliar o uso do idioma e o processo de unifica o ortogr fica 5 Transi o para a implementa o do Acordo Ortogr fico Segundo o Decreto no 6 583 assinado pelo Pre
44. circulam no ambiente escolar me interessa pelo fato de que ele o material mais usado pelo professor al m de ser tamb m segun do Batista 2000 a principal fonte de informa o impressa utilizada por parte significativa de alunos e professores Al m disso o LDP que traz as orienta es do trabalho a ser desenvolvido na escola com a escrita Segundo Jurado e Rojo 2006 ele a principal fonte de leitura de grande parcela do alunado tendo assim papel fundamental na forma o de leitores Por essa raz o segundo as autoras a an lise desse material di d tico relevante uma vez que pode contribuir para que o professor passe a olh lo de maneira menos imparcial interferindo na sua composi o de forma a melhor lo ou complement lo segundo suas necessidades Outra justificativa para a an lise do LDP diz respeito ao fato de que ele de maneira geral tem despertado o interesse de muitos pesqui sadores Estes tentam entender n o s a sua fun o como instrumento para o ensino mas tamb m a sua constitui o hist rica e o impacto cau sado por ele no ensino aprendizagem sua produ o difus o e uso bem como as rela es que produz entre pol ticas p blicas governamentais elabora o e desenvolvimento de curr culos escolares e ind stria edito rial ROJO e BATISTA 2003 Apesar de todos os avan os n o s no ensino de produ o de tex tos mas tamb m na pol tica de elabora o do LDP ainda poss
45. com o caso uma frase pode ser reconhecida como verdadeira ou falsa A t cnica de Lakoff e Lewis in Lakoff e Johnson 2002 utiliza esta no o de verdade de acordo com a correspond ncia com o mundo Ain da de acordo com esses pressupostos as no es de verdade ou falsi dade s o vistas em termos de condi es de satisfa o incluindo neste caso os atos de fala e declara es Outro aspecto a ser considerado de acordo com o mito do objetivis mo a constitui o do mundo por objetos Estes s o visto com bem defi nidos e com propriedades inerentes precisas Acredita se que h rela es fixas entre essas propriedades em um certo per odo de tempo Assim po de se atribuir nomes aos objetos precisamente correspondentes a essas re la es Tamb m a sintaxe assim compreendida pelos objetivistas O sentido da frase inteira depender completamente dos sen tidos de suas partes e do modo como elas juntas se ajustam O sentido das partes especificar que nomes podem designar que objetos e que predicados podem designar que propriedades e rela es LAKOFF e JOHNSON 2002 p 314 Os autores explicam que seria como se para o objetivista o mun do fosse feito de blocos para constru o ou seja de objetos que pode mos definir sendo suas propriedades e rela es bem delimitadas e b vias Tudo o que se acresce a esse sistema seria desnecess rio Por outro lado Quine In LAKOFF e JOHNSON 2002 argum
46. corpus foi constitu do ba sicamente por dois tipos de trabalhos aqueles que defendem ser a me t fora um recurso argumentativo como Arist teles 1964 Perelman e Olbrechts Tyteca 2002 e Abreu 2000 e os que relacionam a met fora no o cognitivista de frame ainda que n o utilizem esse termo como Jensen 1979 Lakoff e Johnson 2002 1980 e Abreu 2001 A escolha de referenciais te ricos diferenciados deveu se ao fato de entender se que o fen meno da met fora s pode ser explicado atrav s de uma abor dagem mais ampla que envolva diferentes aspectos da linguagem importante destacar que os editoriais foram selecionados se guindo se um nico crit rio deveriam conter al m das met foras do uso cotidiano outras pouco comuns A an lise dos textos foi comple mentada por informa es fornecidas por alguns jornalistas que foram 1 Doutora em Letras Vern culas pela UFRJ e professora de L ngua Portuguesa do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio de Janeiro IFRJ 2 Preferiu se neste artigo n o identificar os jornais Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 158 questionados quanto a normas de reda o de editoriais e ao uso da lin guagem figurada 1 Met fora Ret rica e Argumenta o Em fun o da teoria argumentativa conveniente vincular a me t fora analogia retomando a tradi o antiga a dos fil sofos em es pecial
47. das coisas Tal modelo galileano trabalha sobretudo com termos axiologicamente neutros particularmente concernentes aos valores morais n o subjetivos puramente descritivos nos quais possam esta belecer generaliza es progn sticas reservando aos ide logos o tra balho subjetivo e valorativo Este movimento de rea o contra o modelo galileano possibilitou o surgimento da id ia de Wilhelm Dilthey 1984 de que devemos apli car m todos hermen uticos n o galileanos para uma compreens o cient fica dos seres humanos e da sociedade Entretanto Richard Rorty ao apresentar seu pragmatismo avan a um pouco mais propondo que toda id ia de cientificidade ou de elei o entre m todos parece sempre confusa seja nos termos para as Ci ncias Sociais ou para a Filosofia Segundo ele n o h sentido em perguntar se os cientistas sociais de vem escolher entre a neutralidade axiol gica e a interpreta o subjeti va mais ampla ou mais branda Essa pergunta outrossim deveria ser definitivamente descartada RORTY 1991a p 191 Rorty interpretou a heran a da Hermen utica de modo diferente por exemplo do de Dilthey 1984 bem como do de J rgen Habermas 1 Este artigo resultado de pesquisa apoiada pela CAPES 2 UFBA Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 1989 e de Karl Otto Apel 1985 Aos seus olhos o m rito da Herme n utica n o ofe
48. defesa de um ponto de vista clara de texto argumenta tivo stricto sensu Este texto nos dizeres do autor apresenta um car ter argumentativo que se configura de maneira explicita atingindo dessa forma no processo interlocutivo o grau m ximo de orienta o argumen tativa Na argumenta o uma posi o tomada e proposto um debate A finalidade da argumenta o para o autor convencer ou persu adir o outro a aceitar a fazer crer ou a fazer fazer o que est sendo enunciado A argumenta o difere da disserta o cujo objetivo de con vencer e persuadir n o se manifesta explicitamente Segundo Travaglia 1991 na rela o interlocutiva em que a argu Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 menta o se institui como a forma de intera o o locutor experimenta o lugar do s interlocutor es a partir de seu pr prio lugar nessa ins t ncia que se constr i o jogo de imagens entre os interlocutores O locu tor tem a habilidade de imaginar de prever a imagem que o interlocutor faz dele do assunto do objeto do dizer da situa o O interlocutor para quem o texto argumentativo se refere em geral espec fico Na rela o dial gica entre locutor e interlocutor no texto argu mentativo o interlocutor pode concordar com o que est sendo enun ciado com o discurso produzido pelo locutor ou discordar dele Nes se caso podem se estabelece
49. desejo Para Egl Malheiros neste romance Os ambientes e as paisagens nos chegam atrav s das im press es sensuais dos personagens De todas as mais fortes s o as impress es olfativas Submergimos num oceano de cheiros perfumes e fedores que acabam juntando gente e bicho numa grande unidade animal MALHEIROS In BOOS JUNIOR 1986 p 5 Pelo itiner rio de efl vios que agu a as rela es tempestuosas e animalescas de Nat lia Matheus e Paula que pretendemos meter o nariz e aspirar os odores que circulam estas rela es Matheus o personagem condutor da trama trava rela es com duas mulheres totalmente diversas diversidade que pode ser detectada pelas impress es olfativas das duas personagens Nat lia o cheiro na tural em sua mis ria o nico artif cio que tem no aux lio da higiene cor poral o sab o grosseiro que n o lhe alivia o pr prio cheiro de suor Paula o cheiro cultural da desodoriza o o cheiro artificial da col nia que seduz O ambiente romanesco onde as rela es ser o gestadas coin cide com a descri o do processo de desodoriza o nas moradias feitas por Corbin Para o rico o ar a luz o horizonte desimpedido o retiro do jardim para o pobre o espa o fechado sombrio os tetos baixos at 4 BERNARD Leopoldo Les odeurs les romans de Zola In CORBIN 1987 p 264 O autor v a insist ncia olfativa dos romances de Zola como um procedimento de Escritura Natur
50. docentes informantes ao ques tion rio e do programa curricular da IES p blica onde estes cursaram sua gradua o 4 Conclus es Ap s a aplica o e an lise dos question rios definitivos acredita mos que grande parte das defici ncias encontradas pelos docentes em sua pr tica com alunos portadores de defici ncias f sicas encontra se nas defici ncias de seu curso superior e n o na sua inexperi ncia com tal p blico Portanto a raiz do problema pode estar no papel da universi dade p blica ensino pesquisa e extens o na forma o do profissional de Letras Al m disso pensamos que aliada a essa defasagem em sua for ma o pode estar a falta ou o desinteresse por uma forma o continuada Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 na rea espec fica ou ainda uma falha da pr pria escola e ou do Estado que n o oferecem nenhum tipo de prepara o aos seus docentes Embora os dados coletados e a revis o bibliogr fica indiquem a im port ncia de uma metodologia de ensino voltada para as necessidades de alunos especiais nosso estudo de caso mostra uma insufici ncia ou quase inexist ncia de procedimentos pertinentes prepara o e qualifica o de profissionais formados para esse fim Como visto na revis o da literatura especializada no tema a popula o de deficientes visuais no mundo re quer provid ncias incisivas e contundentes que propiciem o acesso for ma
51. estamos mais perto dela que nossos an cestrais Pois mais uma vez o nico crit rio que temos para aplicar palavra verdadeiro a justifica o e a justifica o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 94 sempre relativa a uma audi ncia Assim tamb m relativa perspectiva dessa audi ncia aos prop sitos que tal audi ncia quer consumar e situa o na qual ela se encontra RORTY 1998 p 18 9 Assim o fazer cient fico seria a simples capacidade de se fazer predi es e solucionar problemas Rorty sugere que ao inv s de nos pre ocuparmos tanto com as verdades que desconhecemos poder amos ex plorar a exist ncia ou n o de formas de falar e agir desconhecidas por n s e talvez at melhores Ele afirma que isso mudaria nossa perspectiva t o centrada na objetividade substituindo a por algo mais eficaz Conforme o desenvolvimento de novas pesquisas nesta rea acre dito que obteremos n o a resposta definitiva mas pistas cada vez mais n tidas em dire o ao conhecimento O perigo para quem n o quer cor rer o risco de que estas mesmas pistas venham a contradizer tudo o que j foi cientificamente provado evidenciado por teorias ou intuita mente vivenciado 4 Algumas conseqii ncias do mito do objetivismo para o discurso Como p de se observar nos itens anteriores o mito do objetivis mo h muito enraizou se em nossa cultura A tra
52. gr fica da l ngua portuguesa o livro traz uma cronologia da hist ria da nossa ortografia documentos oficiais relativos ao acordo as sim como o texto completo do Acordo Ortogr fico da Lingua Portugue sa de 1990 seguido de coment rios notas explicativas e bom n mero de exerc cios seguidos dos respectivos gabaritos Seria demasiado pretensioso afirmar que imagino responder a to das as principais d vidas sobre o Acordo Ortogr fico da L ngua Portu guesa principalmente porque n o se trata de uma Ler conclusiva mas de uma proposta com aberturas para decis es posteriores como s o as que ainda est o sendo tomadas pela equipe do Vocabul rio Ortogr fico da L ngua Portuguesa que resultar depois de publicado em um vo cabul rio nico e ampliado que incluir palavras espec ficas do portu gu s de Portugal de Angola de Mo ambique etc assim como suas va riantes cultas nas diversas regi es ou pa ses Partid rio da positividade procuro mostrar principalmente os pontos positivos da nova ortografia tentando levar meus colegas a en contrarem uma forma simples de repassar essas informa es a seus co legas e alunos A Nova Ortografia da L ngua Portuguesa sugere solu es para os principais pontos amb guos ou simplesmente os aponta pois as ambi guidades ocorrem exatamente por n o ter havido uma segunda leitura com outro ponto de vista sobre o problema em quest o Caderno Seminal Digital Ano 15
53. inicialmente o turno ao reclamado garantindo a ele o piso conversacional para a exposi o do seu ponto de vista sem que haja interrup es Para o reclamado o enquadre oferecimento isenta ria o Banco de qualquer responsabilidade posto que oferecimento n o implica imposi o Logo o Banco estaria vendendo seus produtos e com o aceite do consumidor sem coer o dois contratos foram assina dos o do seguro e o do empr stimo Ap s estabelecido o enquadre do reclamado a mediadora inter v m refutando os argumentos apresentados por Rui Participantes mediadora Ana reclamado Rui 02 09 24 09 Ana s que a alega o dele que n o foi oferecido 0 5 foi 10 imP Sto 0 8 pra ele conseguir o empr stimo ele teria que 11 assinar o seguro 12 Rui 13 Ana se n o fizesse o seguro ele n o teria conseguido o 14 em jpr stimo 15 Rui 68 16 Ana por isso n s chamamos essa foi o que foi passado pra n s 17 0 5 pelo reclamante 18 0 5 19 Ana que o seguro aqui foi uma imposi o para se fazer o empr stimo 20 0 5 ent o a 0 5 taria configurado a venda casada 21 Rui humhum 22 Ana enten deu 23 Rui j foi feito algum d bito 0 5 do do 0 8 do 24 seguro Nota se que no in cio do seu turno Ana usa uma express o restri tiva s que a qual sinaliza sua discord ncia Na sequ ncia ela nega o argumento do oferecimento e re
54. intera o A partir de como uma mensagem enunciada poss vel inferir o que est acon tecendo aqui e agora A no o de enquadre surgiu com Gregory Bateson em 1955 como um conceito psicol gico que capta o grau de ambival ncia presente nas comunica es suas fun es bem como rela es sutis de subordina o entre as mensagens RIBEIRO e GARCEZ 1998 p 57 Para com preender melhor esse conceito podemos pensar na analogia f sica com uma moldura que em um quadre representa um conjunto de instru es indicando ao observador para onde ele deve dirigir seu olhar De acordo com Pereira 2002 Goffman 1974 desenvolve o termo enquadre explorado por Bateson e faz a caracteriza o de enquadre situa cional dentro de uma abordagem sociol gica Goffman dedicou sua obra a explorar as filigranas da ordem interacional O autor ressalta que I A perspectiva situacional significando uma preocupa o com o indiv duo em uma dada situa o II Quando os indiv duos prestam aten o a uma dada sit ua o eles colocam quest es como O que est se passando aqui e Qual o significado do que est acontecendo aqui IIT O enquadre consiste de princ pios de organiza o defin i es da situa o s o constru das segundo com princ pios de organiza o que governam eventos e nosso envolvimento sub jetivo com eles GOFFMAN 1974 p 85 A no o de footing GOFFMAN 1981 constitui de
55. ncia Sua filosofia eleva o ideal socr tico o qual tem como base a reflex o e o sa ber J Arist teles considerava o conhecimento cient fico e seu objeto o ser como alvo principal Ao contr rio de Plat o argumentava que o verdadeiro conhecimento advinha de informa es fornecidas por todos OS graus o que n o provocaria ruptura entre o conhecimento sens vel e o intelectual necessariamente CHAU 1999 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Dentre outros John Locke destacou se como iniciador da filosofia do conhecimento Assim como Arist teles tamb m reconhecia graus diferentes de conhecimento desde a experi ncia dos sentidos as sen sa es at o pensamento negando com isso o inatismo Este sistema filos fico ficou conhecido como empirismo Entretanto embora dife rentemente de Plat o as concep es de Locke tamb m s o de cunho objetivista uma vez que como Lakoff e Johnson ressaltam o fil sofo desprezou a linguagem figurativa considerando a inimiga da verdade O medo da met fora e da ret rica na tradi o empirista o medo do subjetivismo medo da emo o e da imagina o LAKOFF e JOHN SON 2002 p 300 Outro fil sofo que combateu o subjetivismo foi Descartes Ele acreditava que era totalmente poss vel distinguir o verdadeiro do falso na ci ncia e na filosofia A raz o seria a ferramenta primordial a guiar o homem Assim como Plat o para e
56. o humana exclu do neste tipo de estudo A vis o dos sentidos e express es ling sticas como objetos deu ori gem a teoria objetivista da comunica o qual se assemelha a met fora do canal que subentende Sentidos s o objetos Express es ling sticas s o objetos Express es ling sticas t m sentidos em si Na comunica o o falante envia um sentido fixo para o ouvinte via express o ling s tica associada a esse sentido LAKOFF e JOHNSON 2002 p 318 Dessa maneira as eventuais falhas na comunica o s o consideradas enganos puramente subjetivos pois os sentidos s o expl citos No caso em que uma pessoa compreenda um enunciado em um determinado contexto diferentemente do literal este sentido chamado pelos objetivistas de sen tido do falante ou enunciador Assim uma determinada frase pode ser ob Jetivamente falsa ou verdadeira de acordo com o contexto Isso se aplica tamb m aos casos de sarcasmo eufemismo ironia e Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 em particular ao caso da met fora O sentido objetivo literal nestes ca sos seria considerado falso mas teria um sentido pretendido pelo falante X que pode ser verdadeiro Portanto para a compreens o da linguagem figurada deve se de acordo com essa vis o fazer uso da compreens o indiretamente j que este tipo de linguagem transmite um sentido obje tivo diferente do sentido
57. o ser necess ria mais a duplica o de documentos ofi ciais Com a unifica o ortogr fica passa a haver grande possibilidade de termos nossa l ngua oficializada na Organiza o das Na es Unidas o que nos trar ganhos pol ticos e economia nas rela es internacionais en tre seus integrantes praticamente todos os pa ses do mundo Todos nos lembramos do constrangimento pelo qual passamos quando aquele banqueiro brasileiro foi preso em um pa s europeu mas o juiz n o aceitou a documenta o apresentada em portugu s para a sua extradi o apesar de serem oficiais em toda a Europa as l nguas dos pa ses integrantes da Uni o Europeia que o texto n o estava redigido no que oficialmente reconhecido ali como l ngua portuguesa que a de Portugal pois o Brasil n o faz parte daquela comunidade nem escreve do mesmo modo que os portugueses b Teremos maior possibilidade de ampliar o chamado ensino a dist ncia pelos sistemas virtuais de ensino para atingir o usu rio da l ngua escrita em qualquer lugar em que estiver natural que um russo e um chin s que t m sistemas lingu sticos bem diferentes do nosso ter o dificuldades ao comparar o portugu s com o espanhol e com o galego Para eles s vezes as diferen as entre um pequeno texto brasileiro e um portugu s s o maiores do que entre esses e um texto espanhol ou galego E como explicar ou justificar essas discrep ncias a esses estrangeiros
58. os eventos e seus participantes chamados frames Fillmore In MIRANDA 2000 nas d cadas de 60 e 70 do s cu lo XX adotou o termo frame empregando o inicialmente num sentido Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 162 ling stico como um conjunto de meios lexicais e sint ticos utilizados para referir se a uma cena refletindo uma certa perspectiva sobre ela posteriormente nas d cadas de 80 e 90 passou a empreg lo no sentido de modelo cognitivo Na Ling stica Cognitiva e na Intelig ncia Artifi cial frames s o estruturas de conhecimentos relacionadas a situa es de intera o que se manifestam lingiiisticamente nas rela es lexicais e na sintaxe das ora es Goffman In MIRANDA 2000 em sua obra Frame Analysis de 1979 toma a Gregory Bateson o conceito de frame tamb m o definindo como o conjunto de conhecimentos estruturados sobre eventos interati vos Em outros termos os frames sinalizam o que est em jogo naque la situa o Interacional MIRANDA 2000 p 51 De uma forma simples pode se dizer que frames s o conjuntos de conhecimentos armazenados na mem ria debaixo de um certo r tulo sem que haja qualquer ordena o entre eles ex Carnaval confe te serpentina desfile escola de samba fantasia baile mulatas etc KOCH e TRAVAGLIA 1990 p 60 Nesta pesquisa considerou se como frame uma representa o ge n rica de um conju
59. seja tamb m muito comum Mesmo quando a disputa n o envolve viol ncia f sica h ataque defesa contra ataque etc O indiv duo usa os meios de que disp e intimidando ame a ando apelando autoridade negociando elogiando e at tentando oferecer raz es racionais Portanto nos mundos civilizados acad mico legal diplom tico pol tico eclesi stico entre outros as disputas discuss es podem ser concebidas em termos de guerra Al m disso conflitos armados s o uma constante em todo mun do Sendo assim a id ia de guerra muito familiar ao ser humano moderno Imagens a ela relacionadas certamente s o de f cil enten Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 170 dimento e assimila o da ser bastante til o emprego de met foras ligadas a esse frame O frame de PERCURSO apareceu tamb m com muita freq n cia Uma explica o para isso que a vida pode facilmente ser descrita e entendida como um caminho JENSEN 1979 al m disso as pesso as fazem percursos di rios para a escola para o trabalho etc ent o a id ia de ir a algum lugar de tentar alcan ar algum objetivo muito familiar e constante Um exemplo de texto em que ocorrem os frames de GUER RA e de PERCURSO o editorial Perigo de recuo publicado em 17 07 2003 no jornal A 5 Perigo de Recuo Tr s aspectos que v m sendo discutidos na reforma da Prev
60. t ncia est referendada pelas pr ticas atuais conforme afirma Junger 2002 Por fim cabe lembrar as afirma es de Costa 1997 a esse respeito El mbito de la cultura en la ense anza de una lengua extran jera no puede seguir siendo visto como algo aislado encerrado en un coto generalmente la ltima secci n del libro de texto en la que se destilan peque as gotas informativas COSTA 2007 p 125 Assim sendo importante reconhecer o papel da abordagem cultural no ensino da leitura em E LE para os deficientes visuais A Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 108 cegueira embora indique um fator limitador n o caracteriza a dimi nui o da capacidade intelectual do sujeito Na nossa sociedade glo bal os novos recursos did ticos para o ensino de deficientes visuais contribuem na adapta o do aluno cego e consegiientemente sua to tal inclus o no espa o escolar 3 Desenho metodol gico da pesquisa Quanto aos fins nosso estudo constitui uma pesquisa basicamente descritiva e explorat ria VERGARA 2000 Procuramos portanto des crever uma realidade espec fica do ensino de leitura em espanhol como l ngua estrangeira E LE para deficientes visuais inseridos em turmas re gulares de ensino m dio ao mesmo tempo em que exploramos as possibi lidades dessa atividade did tico pedag gica e sua forma de realiza o Quanto aos meios de investiga o o estu
61. tica do aluno Com essas reflex es esperamos contribuir com subs dios para a pr tica docente direcionada ao aperfei oamento das compet ncias e habili dades necess rias para a recep o sistematiza o e produ o de textos Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 23 Refer ncias ADAM J M Tipos de sequ ncias textuais elementares Tradu o de Alex nia Ripoll et al Revis o de Leci Borges Barbisan Porto Alegre Poligrafo 1992 BAKHTIN M Os g neros do discurso In Est tica da cria o verbal S o Paulo Martins Fontes 1992 BERTIN J Del cia gelada In Mix de receitas especiais Caxias do Sul UCS 2008 BRASIL Par metros Curriculares Nacionais Ensino M dio Bras lia Minist rio da Educa o 1999 BRONCKART J Atividade de linguagem textos e discursos por um interacio nismo sociodiscursivo Tradu o de Anna Rachel Machado e P ricles Cunha S o Paulo EDUC 1999 F VERO L L e KOCH I G V Ling istica textual introdu o 4ed S o Pau lo Cortez Editora 1998 GERALDI J W Portos de passagem S o Paulo Martins Fontes 1993 MARCUSCHI L A G neros textuais defini o e funcionalidade In BEZER RA M A DIONISIO A P e MACHADO A R G neros textuais amp ensino 2ed Rio de Janeiro Lucerna 2002 p 19 36 ROSA A L T No comando a sequ ncia injuntiva In DION SIO P e BE ZERRA N S Te
62. 2004 uma vez que sua circula o ocorre nessa esfera de atividade humana 3 A disserta o no LDP Portugu s linguagens Para a realiza o de um estudo acerca da produ o escrita propos ta pelo LDP inicialmente necess rio que se tenha um par metro de ob serva o a respeito do que seria um LDP eficaz no ensino de produ o de textos orais ou escritos independente do agrupamento ao qual os textos concretizados em g neros do discurso estudados se enquadrem Uso como par metro as id ias de Marcuschi e Cavalcanti 2005 defensoras de que o bom LDP aquele que permite a problematiza o das pr ticas de letramento oferecendo ao usu rio no caso o aluno a oportunidade de participar de momentos diversificados de trabalho tex tual em contextos de uso Al m disso o bom LDP opera com g neros do discurso que circulam socialmente considerando se a as pr ticas 4 Apesar disso segundo Souza 2003 2007 a disserta o tem extrapolado o universo escolar passando a fazer parte das pr ticas sociais de escrita tendo em vista sua requisi o em exames vestibulares concursos p blicos exames avaliativos propostos pelo MEC ENEM e no processo seletivo de algumas empresas p blicas e privadas Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 discursivas dos interlocutores Esse enfoque segundo as autoras est diretamente interligado no o de letramento visto como o est
63. 2009 ISSN 1806 9142 lativa ao nosso sistema conceptual Ela constru da e usualmente testa da por nossas experi ncias nas intera es com outras pessoas de nosso ambiente f sico e cultural Ent o embora n o exista objetividade abso luta pode existir um tipo de objetividade relativa ao sistema conceptual de uma cultura Indubitavelmente n o seria tarefa f cil descartar nos sos vieses individuais para se obter o xito desejado e o equil brio per feito Tamb m seria exagero dizer que devemos ser movidos puramente por nossas intui es t o subjetivas Em rela o quest o de justi a os autores argumentam que va lores culturais n o representam a ltima inst ncia j que normalmente existem diferentes tipos de modelos culturais de justi a Alem disso os valores culturais geralmente se modificam com o tempo e a hist ria o que complica um pouco esta avalia o Dessa forma acredita se que tanto o mito do objetivismo quanto do subjetivismo fornecem implica es para teorias do conhecimento e pensamento do saber cient fico Pode se exemplificar melhor fazendo uma breve retrospectiva hist rica desta rea 3 Uma Retrospectiva Hist rica Os sofistas eram extremamente c ticos em rela o descoberta da verdade J os antigos gregos acreditavam na dimens o transcendental do Ser ALMEIDA 1997 p 13 Por outro lado para Plat o o conheci mento consistia na apreens o dos aspectos imut veis da exist
64. 2009 ISSN 1806 9142 138 pistas de contextualiza o Com base na transcri o dos dados focalizo o jogo de enquadres entre as partes divergentes e a mediadora Procu rar se investigar a tendo em vista um contexto institucional espec fico que s o as audi ncias quais s o as pistas de contextualiza o empregadas pela mediadora e pelo reclamado que se encontram engajados na produ o conjunta da intera o b em que medida a multiplicidade de pistas subjacentes atua no estabelecimento dos enquadres e nos constantes realinhamentos dos participantes c de que forma os reenquadres e realinhamentos dos falantes e ouvintes refletem a mutabilidade din mica do contexto De acordo com Gumperz a comunica o humana canalizada e restringida por um sistema multinivelar de sinais verbais e n o verbais que s o adquiridos e que ao longo da vida s o automaticamente produ zidos e intimamente coordenados GUMPERZ 1982 1998 p 109 Goffman 1981 associa os conceitos de enquadre interacional e footing como princ pios importantes para a organiza o do discurso na intera o face a face O autor considera momentos de comunica o em contextos informais ou Institucionais como espa os privilegiados de in vestiga o da linguagem em a o ou seja de seu uso no mundo so cial Nesse engajamento no processo de constru o discursiva lan amos m o de m ltiplos canais semi ticos as pistas de contextualiza o
65. Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 156 SCHIFFRIN D Interactional sociolinguistics In Approaches to discourse Cambridge Blackwell 1994 Narrative as self portrait In Language in Society n 25 1996 p 167 203 TANNEN D Talking voices repetition dialogue and imagery in conversational discourse Cambridge Cambridge University Press 1989 TANNEN D That s not what I meant New York William Morrow amp Company 1986 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 157 O PAPEL DA MET FORA NA ARGUMENTA O JORNAL STICA Claudia de Souza TEIXEIRA Este artigo relata os resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi verificar o papel da met fora na argumenta o jornal stica Partiu se da hip tese de que a met fora pode no texto argumentativo ativar frames que possibilitam a associa o das id ias do produtor com imagens e ex peri ncias familiares ao leitor Isso facilitaria a tarefa de captar a aten o deste e de conseguir a sua identifica o com a tese proposta Para atingir tal objetivo foram analisados quinze editoriais de tr s jornais de grande circula o no eixo Rio S o Paulo nos anos de 2003 e 2004 Esses jornais foram escolhidos por se destinarem a princ pio a classes sociais com melhor n vel de escolaridade portanto a um p bli co mais exigente quanto qualidade dos textos O referencial te rico para a an lise do
66. CEZ 1998 entre outros Segundo tal vertente o 6 As narrativas s o de suma import ncia nas audi ncias pois a partir delas que reclamados e reclamantes v o expor seus pontos de vista em conflito construir suas argumenta es e alinhamentos GOFFMAN 1981 e tentar persuadir principalmente os mediadores Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 145 discurso visto como uma atividade comunicativa complexa e ao mesmo tempo em que produzido a partir do esfor o conjunto dos participantes em um dado contexto tamb m organizador do pr prio contexto onde se d a produ o discursiva SCHIFFRIN 1996 Conceitos como os de pistas de contextualiza o GUMPERZ 1982 1998 enquadre GOFF MAN 1974 alinhamento GOFFMAN 1981 ser o relevantes na an lise da intera o visto que sinalizam o fator din mico e cooperativo da con versa Procurar se Investigar como atrav s de uma constela o de pistas de contextualiza o estabelecem se ao longo da audi ncia m ltiplos en quadres e alinhamentos entre os participantes 3 An lise dos dados A seguir analiso como ao longo da produ o discursiva falantes e ouvintes na audi ncia de concilia o Banco Sul negociam o que est em Jogo e como eles se situam na intera o via pistas de contextualiza o O trecho a seguir representa as linhas iniciais da audi ncia Participantes mediadora Ana reclamante Lucas
67. Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 h a exposi o de cinco a es b sicas dissolver a gelatina e bat la jun to com o leite condensado e o iogurte natural colocar o creme em reci pientes lev lo para gelar e servi lo e duas a es opcionais decorar a sobremesa e substituir o leite condensado por iogurte natural Para que o leitor possa obter o resultado final almejado dever efetuar as a es b sicas de acordo com a ordem processual hier rquica indicada Entre tanto ele o far se desejar O produtor do texto n o explicita a justifica tiva ou seja os motivos pelos quais o destinat rio deve acatar a sequ n cia de a es estabelecida Como se constata essa receita conduz o interlocutor a efetuar uma macroa o espec fica preparar a sobremesa Para isso dever realizar uma s rie de microa es que equivalem aos comandos Verifica se as sim a presen a de um n cleo transformacional que possibilita a passa gem dos ingredientes n o preparados estado inicial sobremesa pron ta estado final Com o intuito de tornar o texto acess vel ao seu interlocutor e mostrar lhe com clareza como proceder para alcan ar resultados satis fat rios o g nero emprega uma linguagem comum e direta com frases curtas e de f cil compreens o Caracteriza se pela objetividade uma vez que deixa claro para o leitor as a es a serem executadas Emprega ora es na voz ativa coo
68. DIGMAS E FORMA O DE NOVOS PADR ES DE LEITURA ssesssssssssosssossseossessssscosscoosssosseesss Patr cia K tia da Costa PINA OS G NEROS TEXTUAIS E A TIPOLOGIA INJUNTIVA Vanilda Salton K CHE Adiane Fogali MARINELLO Odete Maria Benetti BOFF consenso entre os te ricos que um ensino eficiente de l ngua ma terna pressup e um trabalho com o texto Geraldi 1993 um dos grandes estudiosos do ensino de l ngua portuguesa no Brasil enf tico ao afir mar que a produ o de textos quer orais ou escritos ponto de partida e ponto de chegada de todo o processo de ensino aprendizagem Isso de corre do fato de a materializa o dos textos acontecer nas situa es so ciais do dia a dia na forma de g neros textuais Nessa perspectiva os Par metros Curriculares Nacionais 1999 recomendam o trabalho com o texto e consideram a fun o social dos g neros aproximando realidade social e ensino de l ngua Sugerem ainda que o professor explore as tipo logias textuais no interior de cada g nero Assim o ensino de l ngua ma terna metodologicamente situado na leitura compreens o an lise e pro du o de g neros textuais desponta como um importante caminho para auxiliar no desenvolvimento da compet ncia comunicativa dos alunos Este artigo apresenta uma discuss o sobre g neros e tipologias textuais aborda a tipologia injuntiva e analisa dois g neros em que essa tipologia predomina um manual de instru es e uma rec
69. EREJA e MAGALH ES 2002 p 233 A ltima dessas quest es pede para que o aluno troque id ias com os colegas para que concluam se h diferen as entre o texto argumenta tivo e o texto dissertativo escolar A forma como o LD aborda os dois coloca os mesmos realmente como g neros escolares indicando que a escola nas atividades de produ o escrita acabou construindo para si modelos de g neros que n o encontram refer ncia nas pr ticas de lin guagem escrita fora da sala de aula A disserta o escolar concretiza uma dessas pr ticas Na sequ ncia aparece a exposi o do que seria a disserta o esco lar e a argumenta o CEREJA e MAGALH ES 2002 p 234 A con clus o trazida sobre o assunto que nas situa es escolares quando se vir perante uma solicita o de produ o de um texto dissertativo o alu no deve na verdade produzir um texto argumentativo Como orienta 6 A parte em negrito o que o LD prop e como resposta 7 O LD responde para o professor que n o h diferen as Diz ainda que embora o vestibular solicite uma dis serta o geralmente a expectativa pelos temas propostos que o candidato produza um texto argumentativo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 o para o professor a respeito dessa quest o o LD esclarece que o tex to dissertativo pertencente ao grupo do expor citando como exemplos relat rio escolar verbete de encic
70. Em 2010 todos os pro fessores de L ngua Portuguesa estar o atualizados relativamente s novas regras ortogr ficas mas poss vel que isto n o ocorra ainda com os de mais docentes de ensino fundamental e m dio O professor de Portugu s Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 que n o estiver atualizado ter dificuldades para se manter nas salas de aula pois ter de remar contra a mar Os pr prios alunos naturalmen te for ar o seus professores a se atualizarem ou serem ridicularizados Para facilitar os livros did ticos publicados no Brasil a partir des te ano est o sendo revisados de acordo com a nova ortografia assim como os principais jornais escritos 11 Outros acordos ser o necess rios para aperfei oar o atual Se tudo der certo este ser de fato o primeiro Acordo Ortogr fico da L ngua Portuguesa visto que nenhum dos anteriores foi imple mentado Tamb m esta a primeira vez que entraram na negocia o os oito pa ses da lusofonia pois somente na segunda metade do s culo XX se tornaram independentes os pa ses africanos e o Timor Leste a primeira vez tamb m que o Acordo continua sendo negociado por mais de duas d cadas mesmo depois de ter seu texto definitivamen te aprovado De certo modo isto tamb m facilita para deixar mais pr xi ma uma nova rodada de negocia es visto que a realidade lingu stica n o permanece a mesma por mais
71. ISSN 1806 9142 Qualis B na tabela CAPES aderno eminal lt Dialogarts 1994 2009 15 anos de produ o Caderno Seminal Digital Vol 11 N 11 Jan Jun 2009 Rio de Janeiro Dialogarts 2009 ISSN 1806 9142 Semestral 1 Ling istica Aplicada Peri dicos 2 Linguagem Peri dicos 3 Literatura Peri dicos 1 T tulos Caderno Seminal Dialogarts II Universidade do Estado do Rio de Janeiro CONSELHO CONSULTIVO Andr Valente UERJ FACHA Aira Suzana Ribeiro Martins CPII Claudio Cezar Henriques UERJ UNESA Darc lia Marindir Pinto Sim es UERJ PUC SP Edwiges Guiomar Santos Zaccur UFF Eliane Meneses de Melo UBC SP Fl vio Garcia UERJ UNISUAM Jayme C lio Furtado dos Santos SEE RJ SME Maca Jos Lemos Monteiro UFC UECE NIFOR Jos Luis Jobim UERJ UFF Magn lia B B do Nascimento UFF Maria Geralda de Miranda UNISUAM UN ESA Maria Suzatt Biembengut Santad UMinho Pt PMPFM e FIMI SP UERJ Maria Teresa G Pereira UERJ N cia Ribas d vila Paris VIII Regina Michelli UERJ UNISUAM S lvio Santana J nior UNESP Vilson Jos Leffa UCPel RS EDITORA Darc lia Sim es CO EDITOR Fl vio Garcia ASSESSOR EXECUTIVO Claudio Cezar Henriques REVIS O Alessandra Cunha Maciel Bolsista de Extens o Dialogarts Jord o Pablo Rodrigues de P o Bolsista de EIC Editora o de textos acad mico cient ficos Pedro Villanova Go
72. Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 107 podem ser os caminhos seguidos e diversos os objetivos propostos Ao refletir sobre uma aula de leitura em E LE com alunos viden tes e n o videntes entendemos que o ensino da mesma pela abordagem cultural de demasiada import ncia j que ser atrav s dos textos que a cultura nacional e estrangeira ser o repensadas Por meio dos contras tes Inclusive dentro das pr prias variantes de mbito nacional os sujei tos envolvidos no processo conseguem compreender e discutir de modo mais eficaz as identidades consideradas marginalizadas dentro da socie dade na qual est o imersos Este enfoque dado leitura vista como interacional nos espa os de forma o acaba por favorecer a aprendizagem de diversos saberes possibilitando assim o desenvolvimento de uma vis o mais ampla so bre o que est sendo aprendido Paraquett 1998 118 entende que o conjunto de tradi es de esti lo de vida de formas de pensar sentir e atuar de um povo contribui para a melhor assimila o do conte do ling stico Assim no que se refere ao ensino de E LE pode se concluir que o professor al m de atentar comu nica o deve estimular a compreens o do contexto lingii stico cultural Desse modo o ensino da l ngua tem que estar inserido na compreen s o da cultura Durante muito tempo n o houve a preocupa o em inserir no ensino da l ngua estrangeira componentes culturais Todavia sua impor
73. N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 38 Refer ncias FARACO C A A imprensa e o Acordo Ortogr fico In CBN Curiti ba 15 01 2009 Dispon vel em http www cbncuritiba com br index php pag noticia amp id noticia 20960 amp id menu 148 Nova ortografia In CBN Curitiba 25 05 2008 Dispon vel em http www cbncuritiba com br index php pag noticia amp id noticia 16404 amp id _ menu 148 amp conjunto amp id usuario amp noticias amp id loja PERINL M A O novo acordo ortogr fico In Letra Magna Revista eletr nica de divulga o cient fica em l ngua portuguesa lingu stica e literatura ano 5 n 10 1 semestre de 2009 Dispon vel em http www letramagna com marioperini htm SILVA J P da A nova ortografia da l ngua portuguesa Niter i Impetus 2009 VIANA A R G Ortografia Nacional Lisboa Tavares Cardoso 1904 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 39 AUTORITARISMO E DISCURSO LITER RIO Jurema Jose de OLIVEIRA Um escritor n o um homem escritor um homem pol tico e um homem m quina e um homem experimental que deixa assim de ser homem para se tornar s mio ou cole ptero ou c o ou rato tornar se animal tornar se inumano pois na verdade pela voz pelo som por um estilo que se torna animal e seguramente por for a de sobriedade DELEUZE e GUATTARI 1977 p 13 O objetivo deste trabalho dete
74. Nacionais 3 e 4 ciclos do Ensino Fundamental L ngua Portuguesa Bras lia Minist rio da Educa o 1998 BATISTA A A G Um objeto vari vel e inst vel textos impressos e livros di d ticos In ABREU M Org Leitura hist ria e hist ria da leitura Campinas Mercado de Letras ALB 2000 p 529 575 BAZERMAN C G nero ag ncia e escrita S o Paulo Cortez 2006 CEREJA W R e MAGALH ES T C Portugu s linguagens 5 8 s ries S o Paulo Atual 2002 DELFORCE B La dissertation et la recherche des id es ou le retour de Pinventio In Pratiques n 75 1992 p 3 16 DOLZ J e SCHNEUWLY B G neros e progress o em express o oral e escri ta elementos para reflex es sobre uma experi ncia su a franc fona In SCH NEUWLY B DOLZ J et al G neros orais e escritos na escola Campinas Mercado de Letras 2004 p 41 70 GARCEZ L H do C T cnicas de reda o o que preciso saber para bem es crever S o Paulo Martins Fontes 2001 GERALDI J W Portos de passagem S o Paulo Martins Fontes 1993 GON ALVES A V O interacionismo na produ o de textos dissertativos Dis serta o de Mestrado apresentado ao Programa de P s Gradua o em Ling sti ca Assis Universidade Estadual Paulista 2002 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 83 JURADO S e ROJO R H R A leitura no ensino m dio o que dizem os do cumentos oficiais
75. OGR FICO EM DEBATE ssssssesessssosososoressososososoroosososososoososososoe Jos Pereira da SILVA AUTORITARISMO E DISCURSO LITER RIO eesssesessssosososerescosososorsssosososorersosososororersosos Jurema Jos de OLIVEIRA ENSINO DE PRODU O ESCRITA DA DISSERTA O A ATUA O DO PROFESSOR E DO LIVRO DID TICO DE PORTUGU S S lvio Ribeiro da SILVA O MITO DO OBJETIVISMO ALGUMAS IMPLICA ES PARA O DISCURSO sereen aeaaeae ensena aa reres EOSS F tima Cristina D ria Ramirez dos SANTOS O ENSINO DA LEITURA A ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS EM TURMAS REGULARES DE ESPANHOL L NGUA ESTRAGEIRA E LE Antonio Ferreira da SILVA J NIOR Cristina de Souza Vergnano JUNGER Rodrigo de Oliveira LEMOS HERMEN UTICA CI NCIA E SOLIDARIEDADE ALGUMAS CONSIDERA ES NEOPRAGM TICAS sssssssssseosssscsssessesesssssossoosssoesscess Maria Virg nia Machado DAZZANI PISTAS DE CONTEXTUALIZA O NA SINALIZA O DO JOGO DE ENQUADRES EM UMA SITUA O DE CONFLITO serenas Raquel BRIGATTE O PAPEL DA MET FORA NA ARGUMENTA O JORNAL STICA cce Claudia de Souza TEIXEIRA QUADRIL TERO AS IMPRESS ES OLFATIVAS COMO DESENCADEADORAS DE DESEJO UMA LEITURA DO ROMANCE QUADRIL TERO LIVRO UM MATHEUS DE ADOLFO BOOS J NIOR essssssssssssscosssocssccsseesssseosseoosscoosscosssosnscesssesssscssss Eliane Santana Dias DEBUS O ESQUELETO ROM NTICO NO ARM RIO REALISTA DA FIC O MACHADIANA O INS LITO COMO DESCONSTRU O DE PARA
76. a 2 par grafo d guerra 2 par grafo e capitular 2 par grafo f empurrar 2 par grafo g remendo 2 e 3 par Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 172 grafos h derrota 2 par grafo 1 efeito devastador 2 par gra fo G acertou na mosca 2 par grafo 1 na largada 2 par gra fo m embaladas 3 par grafo n puro mel 3 par grafo o congelamento for ado de sal rios 3 par grafo p fantasia 4 pa r grafo q perder e ser vencido pelas for as 4 par grafo 1 Bra sil velho 4 par grafo s vai por gua abaixo 4 par grafo t desvio 5 par grafo Os termos 1 e t do frame de PERCURSO fazem com que o leitor associe o processo de aprova o da reforma da Previd ncia a um caminho a percorrer Por outro lado no segundo par grafo o autor tra balha com met foras do frame de GUERRA antevendo que nesse per curso o governo passar por muitas dificuldades e conflitos a b d e b 1 Esse frame retomado no quarto par grafo pela se qu ncia perder e for vencido pelas for as do corporativismo q Essas for as representariam id ias ultrapassadas denominadas pelo editoria lista de Brasil velho frame de PASSADO As met foras relacionadas s medidas citada
77. a H quanto tempo jornalista b Que fun es j exerceu exerce no jornalismo c Na sua forma o acad mica o que lhe foi ensinado sobre editoriais d Como deve ser a linguagem utilizada em editoriais Por qu e O que pensa sobre o uso de met fo ras em editoriais ex A viol ncia um espinho agudo cravado nos ner vos da popula o ou O projeto recebeu pesado bombardeio Com esse question rio objetivava se saber que conhecimentos te ri Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 165 cos relativos aos editoriais s o adquiridos no meio acad mico pelos jorna listas e descobrir se estes possu am consci ncia do valor da met fora A partir dos dados obtidos com a an lise do corpus e com as res postas de todos os jornalistas p de se chegar a algumas conclus es so bre o uso da met fora em editoriais impressos No jornal A ocorreu um n mero consider vel de termos metaf ricos n o raro tamb m bastante coloquiais No B houve menor inci d ncia No C foi maior a restri o ao seu uso Algumas concep es ling sticas que deram origem a essas ca racter sticas ficaram expl citas nas entrevistas O editorialista do jornal A admitiu a necessidade de flexibiliza o da formalidade devido a mu dan as s cio culturais e considerou a met fora como um recurso que torna o editorial um texto mais criativo O editorialista do jornal B seguind
78. a 234 Por fim a professora l a proposta de produ o CEREJA e MAGA LH ES 2002 p 236 solicitando que os alunos n o deixem de apre sentar argumentos para defender o ponto de vista assumido Os alunos iniciam e concluem na classe a produ o do texto 14 Nesta p gina aparece um texto cuja inten o mostrar o que o LD pensa ser a diferen a entre a disserta o escolar e a argumenta o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 5 Os textos produzidos pelos alunos Dos 28 alunos presentes somente 24 entregaram o texto Como o LD solicita que o texto dos alunos seja a resposta a uma quest o era de se esperar que essa resposta ficasse expl cita A maioria dos textos 75 foi feita apresentando essa resposta o que fez com que fossem muito mais a apresenta o dela do que um texto com vi s argumentativo Dos textos que indicam favorabilidade censura na TV 17 s o iniciados com o uso explicito do sim O pr prio LD indica que a decis o do aluno pode ser sim n o ou em termos Assim foram constatadas as seguintes ocorr ncias para essa resposta Tabela 1 Respostas dos alunos quest o feita pelo LD Ocorr ncias Valor percentual 33 Total 100 O LD solicita que o aluno d t tulo ao seu texto quando o mesmo for conclu do Assim 67 dos textos trazem t tulo Outra solicita o do LD era para que esse t tulo fosse interessante No entanto os t t
79. a dos l gicos PERELMAN e OLBRECHTS TYTECA 2002 Utilizando as met foras derivadas de analogias propostas o orador ha bituaria os interlocutores a ver as coisas como ele as quer representar A met fora um argumento por condensar uma analogia mais convincente que o s mile por ser redutora por traduzir semelhan a em identidade Ela estabelece contato entre dois campos heterog neos res saltando um elemento comum em detrimento de outros ou seja desta cando as semelhan as e mascarando as diferen as REBOUL 2000 Na argumenta o tenta se convencer e persuadir ou seja apelar para a raz o e para a emo o Argumentar portanto utilizar a l ngua como forma de a o sobre o outro Para que isso aconte a tr s elemen tos s o necess rios o car ter do orador ethos as disposi es do ouvin te pathos e aquilo que o discurso tenta mostrar logos ARIST TE LES 1964 A met fora sendo ao mesmo tempo um procedimento de racio c nio LAKOFF e JOHNSON 2002 e um recurso capaz de atuar so bre a sensibilidade pode ser utilizada para predispor o ouvinte leitor ou seja para atuar sobre o pathos de forma a conseguir a sua ades o a uma tese Isso ocorreria a partir da evoca o de imagens e sensa es por meio da analogia compartilhadas pelos interlocutores num espa o de constru o de sentidos Uma mesma realidade pode ser vista de diversas formas KRES SE 2003 o que implica o uso de diferentes m
80. a equipe de reconhecidos linguistas e fil lo gos na tentativa de encontrar a melhor solu o para todos esses casos Al m disso sabemos que apesar dos esfor os improv vel que a sua primeira edi o saia sem erros ou possibilidades de retoques importante lembrar novamente que esse Acordo n o resultou numa mudan a do sistema ortogr fico mas apenas em uma unifica o Isto significa basicamente que os princ pios te ricos s o os mesmos que regeram a primeira e nica reforma ortogr fica que nossa l ngua j teve que foi a que se implantou em Portugal em 1911 Tudo o mais est fundamentado nos mesmos princ pios que tiveram sua primeira reda 3 O acordo de 1975 e o de 1988 n o chegaram a ser assinados conjuntamente mas serviram de base para os debates que resultaram neste de 1990 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 o no livro de Gon alves Viana 1904 fazendo se as adapta es ne cess rias para se negociar entre os sete pa ses que assinaram inicial mente o texto de 1990 8 Mudan a ortogr fica de maior import ncia Para os professores brasileiros a mudan a mais importante a que resulta na simplifica o da acentua o gr fica que tornar mais leve o ensino da comunica o escrita em portugu s A simplifica o da hifeniza o tinha tudo para ser a mais importante mas ainda n o con seguiu atingir o n vel esperado que pode n o ser poss v
81. a institui o p blica de ensino da rede federal localizada no munic pio do Rio de Janeiro Esta institui o vem oferecendo o idioma espanhol em sua grade curricular regular mente desde 1992 e tem a pr tica de inserir os alunos com defici ncias f sicas em turmas regulares em todas as disciplinas curriculares Al m disso o acesso a seus docentes nos foi facultado sem dificuldades Esta institui o passa a ser identificada ent o como escola caso Inicialmente foi realizada a coleta de dados atrav s de um ques tion rio piloto com os professores Os informantes definitivos da pes quisa foram dois docentes de l ngua espanhola da escola caso que atua vam em turmas de ensino m dio com alunos deficientes visuais Ambos fizeram sua forma o na Faculdade de Letras de uma institui o de en sino superior p blica do Rio de Janeiro curso de Portugu s Espanhol Antes de aplicar o piloto realizamos uma visita escola caso onde tamb m tivemos contato com os alunos portadores da defici ncia Des sa forma podemos comprovar na pr tica que o ensino de E LE n o era voltado para a abordagem da leitura interativa em sua grande parte Nesta visita atrav s da conversa com alguns professores que atuam com esses sujeitos especiais foi reorganizada a sequ ncia de perguntas do question rio definitivo pois se confirmou que certas quest es e id ias da proposta original n o eram pertinentes para o contexto observado Nosso objetiv
82. a mis ria de Johannes Matheus e Catarina Nat lia Em O Fogo o jogo prossegue cada fase constituindo uma nova pista uma entrada para o labirinto BOOS JUNIOR 1986 p 200 Usando se da metalinguagem Boos introduz o leitor no processo da escritura A palavra ponte desaparece e as reminisc ncias diferem pela forma gr fica Os mini blocos s o provenientes das reminisc ncias de Matheus ao desvendar o segredo para Paula A Col nia A Chacina A fuga entrecruzados com os enunciados ora emitido por Matheus ora por Paula por meio do fluxo da consci ncia Na quinta e ltima parte Os Ventos Paula 27 anos depois confessa filha Edla a sua filia o alternado com o discurso das remi nisc ncias presente e a morte futura de Matheus A tem tica da coloniza o germ nica no Vale do Itaja desenvolvida pelo autor n o in dita pois j foi trabalhada por outros escritores catari nenses como Lausimar Laus Tempo Permitido O guarda roupa Alem o Of lia dos Mavios Ricardo Hoffmann A Superficie e Urda A KIuger Verde Vale As brumas dan am sobre o espelho do rio No tempo das tan gerinas O que reveste de novidade a narrativa de Boos a re apresenta o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 da coloniza o que n o deu certo O seu her i n o o imigrante que progre diu em terra estrangeira sim o her i fracassado o anti
83. a se uma rela o de igualdade de direitos de identifica o O aluno com defici ncia n o o coitadinho O deficiente n o pode ser visto como um peso ele tamb m produz muda e nos faz mudar tem id ias BLANCO 2005 Pelo exposto em conson ncia com as demandas advindas com o progresso outros instrumentos associaram se ao c digo Braille para que seu aprendizado se tornasse mais f cil e de maior acesso aos de ficientes Entretanto verifica se que na literatura espec fica tanto em Braille como as produzidas com letras grandes adequadas aos portado res de vis o subnormal ainda escassa e cara H poucos t tulos dis posi o a pre os elevados pois o processo de produ o gr fica desse material especialmente complexo e dispendioso Em meados dos anos noventa como nos assegura Nascimento 2004 45 h uma conscientiza o por parte dos profissionais da edu ca o da necessidade de pensar novas formas de viabilizar a educa o para os deficientes visuais Esse processo deveria ser entendido na so ciedade como um processo mais abrangente capaz de aceitar as especi ficidades de cada um apesar de suas caracter sticas diferenciadas deve ria atingir todos os campos do saber Atrav s dessas reflex es fica claro que a educa o passaria a exigir do governo uma postura mais demo cr tica e complexa de modo que o ser humano estabelecesse rela es proveitosas com o meio A proposi o de integ
84. a solucionar quest es de lingu stica ou de ensino da l ngua mas de uma decis o de pol tica lingu stica que na turalmente ter reflexos em todas as atividades que envolvam a utiliza o da l ngua escrita no padr o culto ou oficial Em ci ncia n o se faz acordo Ou se convence fac o divergente ou se convence de que o rival tem raz o ou cada parte continua suas re flex es na busca da melhor solu o aproveitando naturalmente as con tribui es encontradas nos argumentos das outras correntes No caso presente trata se de um acordo Portanto seria abso lutamente imposs vel que uma das partes ficasse inteiramente satisfeita 1 UERJ pereira Wfilologia org br Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 com os resultados Todos tiveram de ceder em parte para se chegar a um termo de negocia o Afinal de contas acordo n o presume imposi o de nenhuma das partes Est claro que esta uma atividade pol tica e n o cient fica ou t cnica Entre os negociadores desse Acordo n o estavam apenas profissio nais da pol tica mas tamb m homens dedicados ao ensino e pesquisa educadores escritores fil logos e linguistas todos em uma fun o ba sicamente pol tica Apesar de sermos muito mais numerosos que os restantes usu rios da l ngua portuguesa como l ngua oficial n o somos seus donos A l n gua pertence a seus usu rios Portanto somos todos cond
85. a sua e de outras classes professores e funcion rios da escola Pro cure escrever de modo a atrair a aten o deles de lev los reflex o cr tica sobre o tema Conclu do o texto d a ele um t tulo interessante e fa a uma revis o cuidadosa seguindo as orienta es do boxe Avalie seu texto argumentativo que se encontra na p gina 163 e reescre va o se necess rio Em seguida re na se com os colegas de seu grupo e troquem o texto de modo que um leia o do outro e fa a sugest es Se achar conveniente refa a o texto e exponha o no mural para que todos possam l lo CEREJA e MAGAL H ES 2002 p 236 No final da apresenta o da proposta ao solicitar que o aluno tro que o texto com os colegas percebe se um destino mais interessante para o mesmo do que apenas o professor cuja tarefa principal ser ava li lo Por m concordo com Costa Val 2003 ao afirmar que quando a nica possibilidade de socializa o do texto se limita sala de aula esse procedimento pode perder o car ter de promo o de interlocu o para assumir um ritual obrigat rio e sem sentido Na proposta de produ o mais uma vez a confus o entre as duas modalidades textuais se estabelece tendo em vista que no texto ex plicativo apresentado sobre o que a disserta o escolar e argumenta o o LD afirma que dissertar discorrer sobre um assunto expor um conjunto de informa es sobre ele seja explicando ou descre
86. adas ora por express es locais ora por estruturas que retomam o por tugu s escrito Num plano figurativo as descri es familiares traduzem bem a disson ncia a desterritorializa o DELEUZE e GUATTARI 1977 p 10 da l ngua e dos falantes isto o isolamento ling stico que deixa desterrado o indiv duo dentro de seu pr prio territ rio O proces Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 so comunicativo entre emissor e receptor n o ocorre em Maio m s de Maria As regras que governam as produ es ling sticas ali estabeleci das n o levam em conta as diferen as sociais logo n o h intera o Toda comunica o discursiva s adquire valor se realizada no con texto social e cultural apropriado A constru o dos atos de linguagem precisa levar em conta as rela es sociais entre o falante e o ouvinte Os produtores do discurso precisam conhecer e agir verbalmente de acor do com determinadas regras para a produ o discursiva ser completa isto eles precisam saber a quando pode falar e quando n o pode b que tipo de variedade ling stica oportuno que seja usada GNER RE 1998 p 10 Esses elementos constituem a base condizente com o ato de fala propriamente dito e dever o estar de acordo com o contexto em que o ato verbal ser produzido A presen a de tais c digos torna se um dado positivo n o s para o falante mas tamb m para o ouvinte que p
87. ado ou a condi o que adquire um grupo social ou um indiv duo como conse qu ncia de ter se apropriado da escrita SOARES 1998 Apud MAR CUSCHI e CAVALCANTI 2005 p 240 A no o de l ngua enquanto atividade hist rica e situada na qual se acham envolvidos os usu rios para construir e reconstruir permanentemente uma vers o p blica do mundo tamb m imprescind vel segundo as autoras para o enfoque necess rio a um trabalho eficaz feito por um LDP A proposta de trabalho com a disserta o aparece na Unidade IV Cap tulo 1 Inicialmente o LD traz algumas reflex es acerca do texto dissertativo o que bastante pertinente uma vez que segundo Souza 2003 2007 com quem concordo o ensino da disserta o fornece ao aluno habilidades necess rias para que ele possa produzir outros g ne ros expositivos Por conta disso o trabalho com a disserta o na escola constitui se em um excelente momento para o desenvolvimento da com pet ncia comunicativa escrita do aluno Al m disso a partir do dom nio das habilidades para a produ o do texto dissertativo o aluno poder evoluir para a produ o de outros textos com vi s argumentativo O LD faz a seguinte pergunta dissertar argumentar Para res pond la apresenta um texto feito por uma candidata do exame vesti bular da UNICAMP 2000 p 232 do LD Ap s o texto o LD apresenta quest es relacionadas estrutura composicional do texto dissertativo mas n o s A
88. agem na cita o revela as contradi es resultantes de um con texto heterog neo mas silenciado por for a de um discurso monol gico estabelecido pelos compatriotas do Bairro do Bal o que negam veemen temente qualquer movimento diferente ou seja qualquer a o capaz de lembrar a id ia de di logo para se chegar a um acordo amig vel pois Tinha gente era pela destitui o de Jo o Segunda por incompet n cia e corrup o Tinha outra gente estava falar lhe fosse dada mais uma oportunidade at n o era muito grave o que dele se dizia ele at tinha feito algum trabalho tinha muita intriga no meio de tudo aquilo triba lismo porque ele era do Kwuanza Sul tinha chegado a hora de os su lanos tamb m mandarem no Bairro do Bal o que era considerado um bairro de todos MMM p 175 Grifos nossos Assim a repeti o funciona como um expressivo mecanismo lin gu stico Num primeiro momento na estrutura oracional ou frasal este sistema tende a funcionar como recurso para a valoriza o de por Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 menores do texto OLIVEIRA 1999 p 235 transformando os em seguida numa eficiente f rmula de amplia o tem tica que se efetiva de fato pelas imagens superpostas para conferir aos livros aqui estuda dos uma nova est tica liter ria e um novo paradigma gerador de uma reflex o cr tica acerca de situa es violentas que violam os direi
89. alista Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 182 mosfera pesada a estagna o dos fedores CORBIN 1987 p 191 O ambiente da casa de Paula tem um cheiro quase ass ptico o cheiro da solidez dos m veis cheiro da ordem e da limpeza envolvidos pelo cheiro da terra gorda Neste imp rio desodorizado Paula convive com o marido Rudolf uma rela o formal e fria e beijam se num leve ro ar dos l bios sem que os corpos se toquem e que n o mistura o aroma do charuto com o perfume da col nia apenas a aproxima o de dois rostos um pouco mais da ligeira aten o que ele prestaria a uma freguesa ou a r pida mesura que ela faria perante qualquer amigo dele BOOS JUNIOR 1986 p 200 No ambiente da casa de Nat lia a mis ria transmitida pelo cheiro das carnes defumadas BOOS JUNIOR 1986 p 196 pelos pelos chei ros dos excrementos e da urina da burra BOOS JUNIOR 1986 p 233 Finalmente atravessando a porta e na prec ria claridade Matheus n o sabe se entrou numa cozinha ou num est bulo conseguindo distin guir as pedras e um fog o sem chapa uma mesa e dois bancos e es querda pelas palhas e o odor de excrementos o lugar reservado burra BOOS JUNIOR 1986 p 196 No relacionamento de Matheus e Nat lia temos como interdito Arnold enquanto nas rela es Matheus e Paula interp e se Rudolf O primeiro no sonho de prosperar dei
90. andando Mas qual n o foi a minha surpresa ao chegar porta O doutor estava de costas n o me podia ver A mulher tinha os olhos no prato Entre ele e ela sentado numa cadeira vi o esqueleto Estaquei aterrado e tr mulo Que queria dizer aquilo Perdia me em conjecturas cheguei a dar um passo para falar ao doutor mas n o me atrevi voltei pelo mesmo caminho peguei no chap u e deitei a correr pela rua fora ASSIS 1985 p 820 Surpresa susto Alberto se depara com o absurdo da mesa de jan tar entre Dr Bel m e D Marcelina o esqueleto O medo de Alberto n o a exatamente do sobrenatural j um medo diferente O ins lito li gado ao mundo dos mortos se desfaz na narrativa machadiana Essa re presenta o do tri ngulo amoroso m rbido que toma o lugar da repre senta o do fant stico A narrativa desvia se do g tico rom ntico ap s esvazi lo de valor e se dirige ao mundo dos homens vivos que se ca sam e t m ci mes de suas mulheres Alberto passa tr s dias sem ir casa de Dr Bel m e D Marceli na mas ao final desse per odo simb lico que remete o leitor atento ao tempo de morte de Cristo entre outras coisas Alberto volta ao conv vio dos dois Ele n o consegue se livrar do convite para jantar e presencia o que define como uma cena horr vel Mas essa situa o lhe permite co nhecer a fun o do esqueleto Dr Bel m conta lhe que matou por ci mes sua primeira esposa e que depois de t
91. aneidade em rela o ao tempo referencial Segundo Travaglia 1991 de modo geral as rela es que as situa es estabelecem 3 Infelizmente apesar de o texto dissertativo ser destinado a algu m na escola ele n o proporciona um momento dial gico de fato uma vez que sua fun o escolar meramente avaliativa e nessa perspectiva punitiva na maior parte das vezes Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 entre si na disserta o s o de natureza l gica premissa e conclus o pro blema e solu o tese e evid ncia defini o e exemplos causa e efeito etc Como um texto que se presta mais an lise interpreta o a fazer conhecer uma dada realidade por meio de conceitos e generaliza es ele se apresenta muitas vezes abstra do de tempo e espa o O autor diz tamb m que na disserta o a perspectiva do enun ciador a do conhecer um conhecer conceitual que diz o que envol vendo a reflex o e o racioc nio portanto a raz o Esse conhecer ao qual o autor se refere abstrato por ser concretizado a partir de um modelo e sempre gen rico Dissertar uma atividade tipicamente escolar como j disse an tes O texto dissertativo est na escola e foi criado por ela com a finali dade de desenvolver a compet ncia lingii stico discursiva argumentati va escrita do aluno SOUZA 2003 2007 sendo considerado pois um g nero escolar DOLZ e SCHNEUWLY 1996
92. apresentados no g nero exceto queira Determinadas ins tru es aparecem como sugest o Al m disso se desejar o leitor poder acrescentar ingredientes que n o est o indicados no texto ou modificar as Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 quantidades sabendo que suas escolhas repercutir o no produto final Segundo Rosa 2003 os comandos propostos nos textos injun tivos podem ser obrigat rios ou opcionais A execu o dos comandos obrigat rios imprescind vel para que o macro objetivo acional seja atingido J os opcionais est o ligados a uma escolha do interlocutor do texto e sua execu o n o pr requisito para a concretiza o do ma cro objetivo Cf ROSA 2003 p 43 Rosa 2003 apresenta um agrupamento preliminar dos textos in juntivos considerando a fun o s cio comunicativa de cada g nero Cf ROSA 2003 p 32 Assim agrupa os nas seguintes categorias a textos instrucionais programadores tem por finalidade in struir ensinar algu m a realizar algo exemplos receitas guias e manuais de um modo geral b textos de conselho objetivam aconselhar algu m a fazer algo exemplos hor scopo e conselhos de sa de beleza comporta mento etc c textos reguladores prescritivos visam a obrigar algu m a efet uar algo exemplos ordens leis regimentos regras de jogos Como se observa os g neros textuais de base injuntiva podem ser utilizad
93. ar novas melhores mais Interessantes e mais fecundas maneiras de falar A tentativa de edificar a n s mesmos ou a outros pode consistir na atividade hermen utica de estabelecer liga es entre a nossa pr pria cultura e qualquer cultura ex tica ou per odo hist rico ou entre a nossa disciplina e uma outra que pare a perseguir fins incomensur vel Mas pode em vez disso consistir na atividade po tica de projetar esses novos objetivos novas palavras ou novas disciplinas seguida por assim dizer pelo inverso da herme n utica a tentativa de reinterpretarmos o nosso ambiente familiar nos termos pouco familiares das nossas novas inven es Em qualquer dos casos a atividade apesar da rela o etimol gica entre as duas pala vras edificantes sem ser construtiva pelo menos se construtiva sig nificar o tipo de coopera o na realiza o de programas de investiga o que ocorre no discurso normal Porque o discurso edifica o suposto ser normal arrancar nos para fora do nosso velho eu pelo poder da es tranheza para nos ajudar a tornar novos seres RORTY 1988a p 279 Com isso Rorty parece reivindicar da Hermen utica um certo tra o que alimenta o esp rito de quem n o gosta de palavras acostumadas Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 135 Refer ncias APEL K O La transformaci n de la filosofia el a priori de la comunidad de co municaci n v 2
94. as eticas Buenos Aires Nueva Visi n 1995 p 59 80 Pragmatismo y pol tica Tradu o de Rafael del guila Barcelona Paid s 1998a Nietzsche S crates e o pragmatismo Tradu o de Paulo Guiraldelli Jr In Cadernos Nietzsche n 4 S o Paulo 1998b p 7 15 O futuro da utopia Tradu o de Clara Allain In Folha de S o Paulo 04 04 1999 DERRIDA Jacques et al Desconstrucci n y pragmatismo Tradu o de Marcos Mayer e In s M Pousadela Buenos Aires Paid s 1998 WARNKE G L herm neutique et le nouveau pragmatisme In Her m neutique tradition et raison Tradu o de J Colson Bruxelles De Boeck 1991 p 177 208 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 137 PISTAS DE CONTEXTUALIZA O NA SINALIZA O DO JOGODE ENQUADRES EM UMA SITUA O DE CONFLITO Raquel BRIGATTE Dentro de uma perspectiva s cio interacional do discurso consi dera se a comunica o como resultado do trabalho conjunto dos partici pantes engajados em uma intera o face a face Assim adota se a no o essencialmente contextualizada de significa o posto que os significa dos s o constru dos negociados e ratificados na medida em que os par ticipantes se envolvem e envolvem o outro no discurso em determinadas circunst ncias culturais hist ricas e institucionais Nessa vis o de discurso para se referir ao uso da linguagem como forma de p
95. asicamente dial gico uma vez que se fundamentam em decis es interativas Cf BRONCK ART 1999 p 234 Nos textos em que prevalece a tipologia textual injuntiva a lin guagem tem uma fun o social espec fica pois segundo Rosa 2003 usada por um produtor em raz o de permitir ao seu interlocutor exe cutar ou adquirir um conhecimento sobre como executar uma determi Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 nada tarefa p 15 Conforme a autora o fazer agir comunicado no texto est relacionado ao dizer como fazer do produtor um dizer que est divulgado de forma expl cita O destinat rio geralmente sabe que o texto injuntivo o conduzir atrav s de uma sequ ncia programada de microa es a concluir uma macroa o que almeja ou est incumbi do de efetuar Cf ROSA 2003 p 32 Num texto que ensina a confeccionar um origami por exemplo tem se uma macroa o a ser realizada produzir a dobradura de um bar quinho de papel Para efetu la necess rio que o leitor execute uma s rie de microa es explicitadas no texto Elas est o relacionadas ao tipo e tamanho do papel e aos passos que precisam ser seguidos para a partir de um peda o de papel a situa o inicial chegar figura do barco o produto final Conforme Rosa 2003 a tipologia textual injuntiva comp e se de tr s etapas b sicas A primeira denomina se exposi o do ma
96. assagem dos ingredientes n o preparados ao prato conclu do Como se observa o estado final origina se de um macro objetivo acional e decorre da execu o de um plano de a o por parte do interlo cutor que propiciou a transforma o de um estado inicial Geralmente os textos injuntivos constituem sequ ncias textuais espec ficas que assinalam imposi o ordem indica o sugest o ou conselho Por exemplo no C digo de Defesa do Consumidor BRASIL lei n 8 078 de 11 de setembro de 1990 o receptor se ver for ado a realizar as a es indicadas no texto o fornecedor n o poder colocar no mercado de consumo produto ou servi o que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade sa de ou segu ran a Caso o interlocutor n o tome as atitudes apontadas estar sujei to puni o de acordo com o que define a legisla o Nesse c digo o produtor do texto utiliza a injun o com o car ter discursivo de ordem Ele representa um rg o do governo e se encontra em um n vel hierarquicamente superior o que lhe d respaldo diante de seu interlocutor para determinar como deve agir O produtor est legiti mado socialmente e 1sso garante que a intera o tenha sucesso Por outro lado existem textos injuntivos em que o produtor n o usa a Injun o na perspectiva de uma ordem Por exemplo numa recei ta culin ria o interlocutor n o necessita obrigatoriamente seguir todos os comandos
97. ativos mais gerais societ rios das ideologias lingu sticas e de como eles fazem parte do insumo para os processos inferenciais que determinam os julgamentos de sentido GUMPERZ 2002 p 32 Enfatiza se como as informa es e as interpreta es dos contex tos s o dependentes do entendimento do ouvinte a respeito das inten es do falante e das estrat gias discursivas que utiliza O autor ressalta que a comunica o n o pode ser estudada de forma isolada nem vista apenas a partir de seus elementos estruturais Observa se tal mudan a de perspectiva desde a d cada de 60 At meados do s culo XX a Ling stica preocupava se quase exclusiva mente com a linguagem na perspectiva de sistema parte da realidade social O grande foco de interesse nos estudos ling sticos era a an li se estrutural da gram tica no n vel da senten a e da sem ntica lexical Com o fortalecimento das ci ncias sociais a Ling stica come a a in corporar a no o de que a linguagem eminentemente uma institui o social vis o esta que propiciaria o surgimento de uma profus o de no vas reas que evidenciavam a complexidade do fen meno da lingua gem COUPER KUHLEN e SELTING 2001 A perspectiva muda de uma an lise estrutural para a investiga o da pr tica discursiva situa da GUMPERZ 1996 Dentro do paradigma s cio interacional para a an lise do discurso concebe se a comunica o como uma atividade social que requer esfor os co
98. brenatural n o afas ta o conto dessa categoria narrativa mas insere o em outro vi s Na se qu ncia Dr Bel m vai viajar e pede a Alberto que fa a companhia a D Marcelina Conhecendo a hist ria de seu mestre Alberto se nega a isso oferecendo a casa da irm O arranjo feito e o homem singular viaja Tempos depois D Marcelina recebe um convite estranho dizen do lhe que deve encontrar se com o marido em certo lugar Ela vai acompanhada de Alberto e sua fam lia Ao chegarem l passam dois dias com o erudito Ele lhes pede que fiquem mais um dia e convida D Marcelina para um passeio tamb m estranho Ela e Alberto v o ao tal passeio que culmina com a revela o de uma carta an nima a qual de nunciava um suposto amor entre o disc pulo e a esposa do mestre Ale gam inoc ncia ele n o aceita as alega es abra a o esqueleto da pri meira mulher e embrenha se no mato n o consegue mat los por gostar muito de Alberto e desejar v los felizes Ins lito esse desfecho parcial da a o narrada por toda a constru o do personagem o que o leitor que se criou no leite rom ntico esperaria era o duplo assassinato e uma posterior cole o de tr s m rbidos esqueletos Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 200 a acompanharem Dr Bel m em suas refei es Contrariando esses para digmas de gosto o conto machadiano desloca o ins lito do campo do so brenatural e o liga ao c
99. ca mas lhe proibido ser pomposa ou solene Alguns textos do jornal parecem usar roupa esporte outros vestem terno e gravata O editorial est quase sempre no segundo caso mas n o usa fraque beca ou toga GARCIA 1996 p 34 Depreende se das informa es desses manuais que no editorial devem ser evitados o sentimentalismo a linguagem descuidada ou ao contr rio desta o formalismo exagerado Curiosamente n o s neles mas tamb m na literatura sobre t cnicas de jornalismo de uma manei ra geral n o h regras mais espec ficas com rela o aos recursos lin gu sticos e argumentativos a serem utilizados As empresas de not cias apenas estabelecem alguns crit rios mais gerais de reda o abrindo en t o a possibilidade de o editorialista adotar um estilo pr prio de acordo com a linha editorial do jornal e com o seu p blico leitor 3 Met fora e frames Nos estudos cognitivos sobre a linguagem a met fora vista como uma proje o de dom nios de experi ncias diferentes a estrutu ra de um dom nio origem projetada numa estrutura correspondente de um dominio alvo Atrav s da met fora podem ser conceitualizados os dom nios abstratos em termos concretos e familiares ou seja a con ceitualiza o de categorias abstratas fundamenta se em grande parte nas experi ncias concretas cotidianas constituindo maneiras de pensar Dentre essas categorias est o os conjuntos de conhecimentos estrutura dos sobre
100. ccionalidade do narrado impedindo a hesita o do leitor elemento que segundo Todorov definiria o fant stico da obra Ao desconstruir o horizonte de expectativas sugerido no conto Machado de Assis mostra uma alternativa para o g tico esgar ado lega do pelo Romantismo colorindo o de ironia e humor O leitor desenga nado pelo narrador que at o final o conduzira junto a si v se desam Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 201 parado e s lhe resta pensar sobre o que leu ouviu Numa alquimia da narrativa o Bruxo do Cosme Velho reinventa o ins lito fazendo dele um instrumento de forma o da criticidade no ato da leitura transformando os padr es bem comportados do gosto liter rio ainda vigentes em possibilidades de desobedi ncia criativa e criado ra ao sistema tranquilizador do ins lito tradicional Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 202 Refer ncias ASSIS J M M de Um Esqueleto In Obra completa Sed v 2 Rio de Janeiro Nova Aguilar 1985 p 814 830 AZEVEDO de Noite na taverna 3ed Rio de Janeiro Francisco Alves 1988 CASTRO M A de A Realidade e o Ins lito In GARC A F Org Narra tivas do ins lito passagens e paragens Rio de Janeiro Dialogarts 2008 p 8 31 GARC A F O ins lito na narrativa ficcional a quest o e os conceitos na teoria dos g neros liter rios
101. cem funcionar dessa forma guiando o leitor para o referencial m stico crist o e cat lico que n o comp e diretamente a textualidade mas que fica como refer ncia sub jetiva e indispens vel Mas as duas narrativas n o s o assim t o iguais Ao reler o legado das Est ticas da Recep o e do Efeito Wolfgang Iser registra que na perspectiva dos estudos da recep o o texto ficcio nal um evento ele independe de referenciais exteriores a ele mas in terage com eles construindo seu pr prio espa o Na rela o dial gica obra contexto os elementos escolhidos e reinventados postos no cam po de refer ncia da obra s o atualizados no processo de leitura e inte ragem entre si iluminando a cada leitura aspectos diferentes de si e de outros elementos referenciais o que est no texto ilumina o que n o est ISER 2007 p 57 69 Na seq ncia do conto machadiano o personagem narrador fica aterrorizado com o que v No fundo do gabinete havia um m vel co berto com um pano verde o doutor tirou o pano e eu dei um grito Era um arm rio de vidro tendo dentro um esqueleto ASSIS 1985 p 816 O encaminhamento da narrativa constru do no sentido de ir levando o medo da personagem ao leitor culmina com essa vis o que parece re solver o enigma do Dr Bel m aquele homem extremamente singular Qual singularidade poderia ser maior que guardar um esqueleto o da primeira esposa no arm rio e bem num arm rio de vidro
102. cendo textos construindo experi ncias Rio de Janeiro Lucer na 2003 SCHNEUWLY B DOLZ J et al G neros orais e escritos na escola Tradu o de Roxane Rojo e Gla s Sales Cordeiro Campinas Mercado das Letras 2004 TRAVAGLIA L C Um estudo textual discursivo do verbo no portugu s do Brasil Tese de Doutoramento em Ling stica Campinas Universidade Estadual de Campinas 1991 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 24 O NOVO ACORDO ORTOGR FICO EM DEBATE Jos Pereira da SILVA 1 O car ter pol tico do Acordo Ortogr fico Como cidad o brasileiro e como homo politicus integrado ao uni verso da lusofonia nesta aldeia global em que a comunica o circula sem fronteiras entre os usu rios dos mesmos c digos lingu sticos sou plenamente favor vel ao Acordo Ortogr fico da Lingua Portuguesa Naturalmente levar mais vantagens sociais quem possuir me lhor possibilidade de comunica o com o restante do mundo E como o homo economicus est preocupado em ter dom nio sobre o restante dessa aldeia comunicativa a utiliza o de um padr o unificado de orto grafia ter repercuss o positiva nesse sentido Acredito piamente que este ser um acordo bem sucedido ao contr rio de todas as tentativas at hoje frustradas de unifica o de nossa ortografia Como a pr pria palavra acordo evidencia n o se trata de uma solu o cient fica ou t cnica par
103. comunidade derradeira que ter transcendido a distin o en tre o natural e o social que exibir uma solidariedade que n o paro quial porque a express o de uma natureza humana a hist rica ROR TY 1991 p 22 Rorty procura resolver na sua obra um dos impasses fundamen tais do pensamento pragmatista que tem oscilado segundo ele entre a tentativa de elevar o resto da cultura para o n vel epistemol gico das Ci ncias Naturais e a tentativa de puxar o n vel das Ci ncias Naturais para baixo at elas se tornarem o par epistemol gico da arte da religi o e da pol tica RORTY 1991 p 63 A distin o entre o objetivo e o subjeti vo foi designada paralelamente distin o entre fato e valor Ci ncias Naturais e Ci ncias Sociais na tentativa de apresent las como dualis mos in teis Discutir sobre a prioridade habilidade objetividade pre cis o de qualquer uma sobre a outra ou qualquer tra o que as distinga fundamentalmente n o traz nenhum avan o O que est em causa no pragmatismo assinado por Dewey e Rorty n o a afirma o ou cren a de que os fil sofos ou cr ticos liter rios s o melhores no que concer ne a pensar criticamente ou a empreender vis es amplas e extensas das coisas do que os te ricos da f sica chamados de cientistas naturais aqueles que fazem ci ncia dura por exemplo O que est em causa sobretudo o sentido de solidariedade do que poss vel empree
104. cro ob Jetivo acional refere se indica o de um objetivo geral a ser atingi do pelo leitor A fase seguinte chama se apresenta o dos comandos diz respeito exposi o de uma sequ ncia de a es estabelecida pelo produtor a ser executada para a concretiza o do macro objetivo acio nal A ltima etapa denomina se Justificativa contempla a explicita o por parte do produtor do texto das raz es pelas quais o destinat rio deve seguir o s comando s estabelecido s Segundo a autora essa fase tem a sua apari o mais restrita na tipologia textual injuntiva e sua explicita o resultam de uma decis o do produtor do texto Sua presen a bastante comum nos textos de conselho e muito reduzida em leis e regimentos pois nesses g neros os comandos s o vistos como obrigat rios e Inquestion veis Nesse sentido Adam 1992 destaca que os g neros textuais de se quencialidade injuntiva instrucional subentendem dois estados o de Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 partida ou inicial e o de chegada ou final e aponta a exist ncia de um n cleo transformacional Ele exemplifica com a apresenta o do g nero receita culin ria temos de um lado a lista dos ingredientes e de outro frequentemente a foto do prato pronto que constitui a atualiza o ic nica da receita propriamente dita o n cleo transformacional garante a p
105. ctar as marcas de um sistema pol tico autorit rio que postula o princ pio da autoridade para silenciar a li berdade individual nas obras A hora dos ruminantes 1969 de Jos J Veiga e Maio m s de Maria 1997 de Boaventura Cardoso A escrita de ambos os textos cria s mbolos que remnterpretam alegoricamente a cen sura imposta no Brasil na poca da ditadura e em Angola no per odo do fraccionismo A primeira obra divide se em tr s partes a chegada o dia dos cachorros e o dia dos bois e a segunda em trinta e quatro cap tulos O estilo discursivo que norteia as narrativas de A hora dos rumi nantes 1969 e Maio m s de Maria 1997 oscila entre a par dia e a alegoria A par dia procura dar conta dos procedimentos necess rios configura o do trabalho art stico depreendendo categoricamente lugar e voz dos enunciados assim como a tem tica e a rede figurativa que ela p e em jogo na hist ria que os romances contam A alegoria exp e por sua vez um pensamento que representa determinada situa o mas pre tende dizer de fato outra coisa A obra de arte procura dizer o real ain da que subjetivamente como o real procura se dizer por meio da obra de arte Desta forma cada um diz o outro e se diz no outro alegorica 1 Doutora em Letras UFF Universidade Federal Fluminense Niter i Brasil Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 mente falando Assim com o intuito de aba
106. da por uma pessoa ou por um papagaio seria id ntica O que importa a compreens o das condi es sob as quais a frase seria verdadeira ou falsa Ent o de acordo com esta vis o n o existe sentido para algu m j que o sentido algo independente daquilo que os seres humanos fazem ou da maneira como fazem Um exemplo disso a vi s o objetivista em rela o sem ntica Eles a consideram como um es tudo da maneira que as express es ling sticas podem corresponder ao mundo sem qualquer interfer ncia da compreens o humana O lema de Richard Montague seria corresponder as palavras ao mundo sem con siderar pessoas ou compreens o humana In LAKOFF e JOHNSON 2002 p 311 J que a compreens o humana se d desta forma uma l ngua pode criar conven es de acordo com os sentidos objetivos atribu dos a fra ses Dessa maneira Lakoff e Johnson explicam na abordagem objeti vista as conven es que uma l ngua possui para emparelhar frases com sentidos objetivos depender o da capacidade de os falantes dessa l ngua compreenderem as frases como tendo esse sentido objetivo LAKOFF e JOHNSON 2002 p 309 Normalmente essa no o de compreens o restringe se id ia de Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 verdadeiro e falso A concep o de uma verdade objetiva cria a possibilidade de se formular uma teoria do sentido objetivo Sob essa concep o de acordo
107. dade conceitual h o predom nio na identifica o de causas fundamentalmente org nicas para estas defici ncias sendo estas geradas no in cio do desenvolvimento do sujeito e dificilmente modifica das posteriormente MARCHESI e MART N 1995 O conhecimento 4 Termo empregado para fazer refer ncia a qualquer pessoa com dificuldade ou defici ncia f sica ou mental que prejudique sua vida normal Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 103 cl nico pedag gico prestou se categoriza o dos sujeitos deficientes E durante os anos compreendidos entre as d cadas de 1950 e 1970 as classi fica es tornaram se bem mais minuciosas e descritivas passando a indi car os limites de normalidade de cada classe HENZ 2001 A limita o visual traz para a pessoa deficiente uma s ria restri o que a impossibilidade de acesso direto aos ve culos de comunica o escrita utilizados pelos que t m vis o normal Essa restri o quan do n o eliminada ou reduzida compromete o acesso informa o em geral incluindo se o acesso educa o cultura e ao mercado de tra balho Essa situa o determina hoje o perfil do portador de defici ncia visual brasileiro no que diz respeito educa o e profissionaliza o baixa escolaridade e exclus o do mercado de trabalho OMS 2004 Historicamente com o aparecimento do Sistema Braille o aces so Informa o por parte do
108. das necessidades e atividades socioculturais e na rela o com inova es tecnol gicas que motivam a explos o de novos g neros e novas formas de comuni ca o quer na oralidade quer na escrita p 19 Entre essas inova es destacamos os g neros blog chat e mail e teleconfer ncia Os g ne ros textuais portanto resultam do contexto cultural em que se origi nam e se desenvolvem Para o referido autor os g neros ordenam e estabilizam as ativi dades comunicativas do dia a dia e podem se expressar em diversas de signa es sendo poss vel mesmo dizer que s o ilimitados Cf MAR CUSCHI 2002 p 19 23 Por exemplo uma disserta o de mestrado produzida com o intuito de o indiv duo alcan ar o t tulo de mestre uma reda o de vestibular serve para um candidato disputar uma vaga em um curso superior e um an ncio publicit rio objetiva promover a venda de determinado produto ou servi o O g nero textual de modo geral heterog neo visto que na maio ria das vezes cont m diferentes sequ ncias tipol gicas na sua estrutura Exemplificamos uma carta pessoal pode apresentar sequ ncias narrati vas argumentativas descritivas preditivas explicativas ou injuntivas Assim embora a carta pessoal normalmente tenha um car ter narrati vo pode conter diferentes tipologias textuais Marcuschi 2002 conceitua tipo textual como uma esp cie de se qu ncia teoricamente definida pela natureza lingu stica de sua co
109. de argumentar inerente vida em sociedade e portanto sua an lise importante para uma melhor compreens o n o s do processo de intera o atrav s da linguagem mas tamb m de as pectos do comportamento humano No ato de argumentar o produtor do texto pode lan ar m o de di ferentes recursos dentre eles a met fora Esta desde a ret rica cl ssica tem sido definida como um processo de transfer ncia das caracter sticas de um elemento para outro Embora haja certo consenso com rela o natureza do processo metaf rico variados s o os pontos de vista sobre o papel da met fora na linguagem Para os estudos sobre a argumenta o conveniente vincular a me t fora analogia tomando a como uma figura de ret rica Ela ent o pode ser vista como um fen meno discursivo n o meramente lexical mas que pode funcionar como estrat gia argumentativa produzindo sentidos a par tir de contextos determinados Constitui se num procedimento de racioci nio e num recurso capaz de atuar sobre a sensibilidade sobre o pathos do ouvinte ou leitor de forma a conseguir a sua ades o a uma tese Isso ocorre por possibilitar a evoca o de imagens ou sensa es atrav s da analogia compartilhadas pelos interlocutores num espa o de sentidos ou seja ela ativa frames que levam os leitores a melhor compreender o texto Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 175 Refer ncias
110. de explicar um certo estado psicol gico do autor como se verifica em Schleirmacher In GADAMER 1997 p 296 Isto quer dizer que n o o tra o psicol gico que interessa mas a coisa mesma que transmitida e pode ser interpretada e compreendida A Her men utica solicita uma posi o mediadora entre o car ter estranho e fa miliar das mensagens O int rprete confronta se inevitavelmente com o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 seu pertencimento a uma tradi o e com sua rela o distanciada para com os objetos que constituem o tema das suas pesquisas Esse car ter oculto e ao mesmo tempo familiar hermilich que constitui a opera o inter pretativa nas palavras de Gadamer 1998 p 67 Os dois termos nucleares deste acontecimento na hist ria do pen samento s o linguagem e historicidade Segundo Gadamer de um lado um ser que pode ser compreendido linguagem a Hermen utica um encontro com o Ser atrav s da linguagem PALMER 1989 p 52 Do outro lado a consci ncia que existe a consci ncia hist rica que para ser verdadeira e concreta deve considerar a si mesma j como fen me no essencialmente hist rico GADAMER 1998 p 70 Vemos em Dil they que s podemos conhecer numa perspectiva hist rica j que n s mesmos somos seres hist ricos Gadamer por conseguinte afirma que a supera o da ingenuidade natural que nos faz julgar o passado pelas supostas
111. di o objetivista na fi losofia ocidental conservada at os dias atuais Isto pode ser facilmen te observado nos diversos mbitos da ci ncia tecnologia do governo jornalismo da economia e etc Conforme Lakoff e Johnson a grande maioria dos ilustres fil sofos e ling istas objetivistas consideram que A verdade uma quest o de correspond ncia entre palavras e mundo O sentido objetivo e n o corporificado independente da compreens o humana LAKOFF e JOHNSON 2002 p 306 7 Por m para Lakoff e Johnson o sentido n o objetivo ou descor porificado mas baseado na aquisi o e uso de um sistema conceptual Assim a verdade brota desse sistema e das met foras que o estruturam Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Portanto entende se que a verdade n o pode ser absoluta ou objetiva mas fundamentada na compreens o Consequentemente nem as frases e palavras possuem sentidos fixos em si mesmas nem a comunica o pode ser confundida como mera transmiss o Talvez por esta raz o ou seja da met fora desvelar o poderoso mito do objetivismo que a lin guagem figurada seja t o refutada pelos cl ssicos fil sofos e ling istas em sua maioria Segundo a tradi o objetivista as conven es da l ngua percebem cada frase como se possu ssem um sentido pr prio objetivo verdadeiro e independente da compreens o de uma determinada pessoa Assim a mesma frase emiti
112. dientes o modo de fazer e os subt tulos presentes no texto O g nero coloca ainda duas sugest es ao leitor a alternativa de decorar a sobremesa com uma fruta do sabor da gelatina e a possibilida de de substituir um dos ingredientes o leite condensado por outro mais saud vel o iogurte natural Al m disso h informa es complementa res indicando a categoria sobremesas doces o tipo de receita light a cozinha a que pertence brasileira a temperatura do prato gelado o grau de dificuldade f cil o tempo de preparo 15 min o tempo de ge ladeira e o rendimento 6 por es 4 Considera es finais O trabalho de leitura e escrita a partir dos g neros textuais pode ser uma sa da para um ensino de l ngua mais eficiente pois eles est o presentes na realidade cotidiana do aluno Na medida em que concebe mos os g neros textuais como objetos flex veis male veis e dispon veis na sociedade maiores e melhores expectativas se multiplicam para as aulas de portugu s As atividades de leitura e de escrita de diferentes g neros textu Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ais e a compreens o de seus contextos comunicativos auxiliam na am plia o da autonomia lingu stica do estudante Assim a explora o de textos de tipologia de base injuntiva como a receita e o manual de ins tru es tamb m um caminho para desenvolver a criatividade e a ca pacidade cr
113. do O confronto entre o ideal da reforma originalmente proposta e a fantasia das concess es sugeridas emblem tico Se o governo perder e for vencido pelas for as do corporativismo que representa o Brasil ve lho toda a id ia de reforma vai por gua abaixo Percebendo que n o tem for a bastante para viabilizar seu projeto original prefer vel recu perar e apoiar a PL 9 tal como foi proposta pelo governo anterior O presidente Lula n o pode recuar de seu projeto original Cabe a ele que at agora liderou a condu o do processo de mudan as estru turais corrigir com firmeza o risco de desvio O texto trata da reforma da Previd ncia considerando um aspec to em especial a tentativa de mudan as no projeto original mais pre cisamente a aceita o de tr s medidas a manuten o da aposentado ria integral a paridade entre os ganhos dos funcion rios da ativa e dos aposentados al m do mecanismo de prote o para pens es menores de R 2 400 00 O articulista mostra se claramente contr rio a esses re mendos e defende a tese expressa no primeiro par grafo de que recu ar do projeto original da reforma traria consequ ncias negativas Da a utiliza o das express es perigo de recuo t tulo e recuo perigoso 1 par grafo As express es metaf ricas identificadas nesse texto s o as seguin tes a perigo de recuo t tulo b recuo perigoso 1 par grafo c batalh
114. do partiu de uma pesqui sa bibliogr fica visando uma an lise do tema em profundidade Mas em sua etapa emp rica foi adotada a metodologia da pesquisa de cam po atrav s do emprego de question rio com quest es fechadas e abertas para a coleta de dados junto aos informantes VERGARA 2000 47 Por esta etapa emp rica tratar se da an lise detalhada de um caso indi vidual a realidade espec fica das aulas de E LE de uma nica escola federal de Ensino M dio classificamos a pesquisa como um estudo de caso GOLDENBERG 2000 cuja abordagem de an lise caracteriza se como qualitativa Para complementar os dados coletados no questio n rio foi realizado um pequeno estudo documental com a an lise dos programas do curso de gradua o dos docentes informantes Nosso ob jetivo foi corroborar ou refutar a hip tese de que a forma o desses pro fessores teria influenciado sua atua o dificultando a pela falta de ele mentos voltados especificidade do trabalho com deficientes visuais Nosso recorte voltado para o sistema de ensino regular formal jus Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tifica se por a ter apoio na LDB brasileira que preconiza a pr tica da educa o inclusiva no ensino b sico regular b enfocar especificamente o Ensino M dio no qual a oferta de l ngua espanhola passa a ser obri gat ria a partir da lei 11 161 2005 BRASIL 2006 Escolhemos trabalhar com um
115. e n o se baseia no conhecimento da verdade de proposi es irracional RORTY 1988a p 276 Segundo Rorty 1991b p 28 9 o pragm tico admite que n o pos sui nenhum ponto de partida a hist rico atrav s do qual apoia os h bi tos das democracias modernas que ele elogia e mesmo participa Essas consequ ncias e asser es s o justamente o que desejam e esperam os partid rios da solidariedade Mas dentre os partid rios da objetividade elas provocam mais uma vez o temor do dilema formado pelo etnocen trismo por um lado e pelo relativismo do outro Torna se muito claro portanto na leitura da obra rortyana a cren a de que devemos estabele cer um privil gio especial privil gio aqui n o diz respeito nenhuma fundamenta o epistemol gica mas moral para a nossa pr pria comu nidade e no caso especial de Rorty para a comunidade democr tico Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 129 liberal americana ou corremos o risco de pretendermos uma toler n cia imposs vel de todos os outros grupos Essa sua posi o frente ao etnocentrismo e seu posicionamento frente s outras culturas Afirma com toda eloqu ncia que dever amos ser francamente mais etnoc n tricos e menos pretendidamente universalistas mesmo que essa posi o implique em cr ticas severas por parte de outras comunidades pois utilizando suas palavras seu etnocentrismo n o tem o
116. e que n o exatamente uma obra fant stica mas que se insere no ins lito a partir de sua com preens o como g nero que abriga o incomum vem numa linha diferen te daquela estabelecida na refer ncia a Hoffman Compondo a segunda parte do conto isto como elemento que surge ap s a descoberta do esqueleto a refer ncia a Goethe vai introduzir a explica o do esquele to e sua fun o Assim Goethe pertence ao processo antropof gico que Machado de Assis estabelece sobre as pr ticas liter rias rom nticas o que altamente ir nico ele usa um grande rom ntico alem o para atravessar padr es de gosto j esgar ados Descrito atrav s da vis o do personagem narrador o Dr Bel m aparece ainda uma vez como um homem singular mas principalmen te como um homem estranho Dessa vez a compara o com Mefist fe les se vista com olhar m stico crist o e cat lico coloca o erudito como um dem nio se vista na tica liter ria coloca o conto em di logo cr ti co com o padr o ocidental do gosto rom ntico A compara o repugna Alberto e 1sso se torna muito interessante na perspectiva deste estudo o narrador rejeita pelo medo e pelo asco tanto o referencial m stico como o liter rio Alberto foi convidado a jantar mas preferiu continuar lendo Mi nutos depois procura Dr Bel m e D Marcelina para despedir se Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 198 Fui
117. e M todo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 122 porque apontava para uma no o subjetiva de abordagem do conhe cimento situa se na Hermen utica gadameriana no primeiro plano de uma interroga o fundamental A historicidade deste modo ganha um novo lugar na compreens o da exist ncia GADAMER 1998 p 43 Podemos ver ainda em Gadamer que o conhecimento hist rico n o pode ser descrito segundo o modelo de um conhecimento objetivis ta resultado da investiga o metodol gica e cient fica j que ele mesmo um processo que possui todas as caracter sticas de um acontecimen to hist rico Mas ao contr rio a compreens o em Gadamer deve ser entendida como um ato da exist ncia um projeto lan ado segundo as palavras que ele toma de empr stimo de Heidegger O objetivismo desse modo uma ilus o Segundo ele mesmo como historiadores e re presentantes de uma Ci ncia moderna e met dica somos membros de uma cadeia ininterrupta gra as qual o passado nos interpela e muitas vezes nos invade Neste sentido a consci ncia tica ao mesmo tempo saber tico e ser tico E agir eticamente n o esquecer o pertencimen to a uma tradi o e a essa voz que nos chega de longe isto seria a base de qualquer consci ncia hist rica GADAMER 1998 p 58 Podemos notar que esse car ter tico gadameriano da experi ncia da conduta e da consci ncia s
118. e aproxima mesmo que de modo turvo das preo cupa es rortyanas e das suas margens Tal preocupa o pode ser veri ficada em alguns de seus recentes ensaios onde Rorty 1998a atribui tica um papel essencial na condu o do seu pragmatismo Rorty 1991b p 21 salienta que a nossa tradi o cultural ocidental que remonta aos gregos e atravessa o per odo iluminista centrada na no o de busca pela verdade o melhor exemplo da tentativa de encon trar um sentido para a exist ncia a partir do abandono da solidarieda de em dire o objetividade A id ia de verdade como algo que seduz orientando nossas inquieta es nossas Investiga es que tem a si pr 3 Rorty dedica seu mais c lebre trabalho Philosophy and the mirror of nature constru o cr tica dessa tradi o filos fica Rorty 1988a passim Malachowiski 1990 passim Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 123 pria como causa sem nenhum sentido de solidariedade para uma comu nidade real ou imagin ria o tema norteador dessa tradi o N s somos os herdeiros dessa tradi o objetivista centrada na as sun o de que n s precisamos nos manter fora de nossa sociedade o tempo que for necess rio para examin la sob a luz de algo que a trans cenda ou seja sob a luz disso que ela tem em comum com toda e qual quer outra comunidade humana poss vel e atual Essa tradi o sonha com uma
119. e as met foras podem despertar imagens familiares para que os leitores com base no contexto possam criar os sentidos poss veis do texto Ao utilizar as met foras conscien temente ou n o os editorialistas acabam por evocar imagens que facili tam a compreens o e ades o dos seus leitores Uma das primeiras dificuldades da pesquisa foi determinar que palavras estavam sendo usadas como met foras pois muitos usos j es t o incorporados linguagem cotidiana a ponto de os falantes n o mais senti los como diferentes Por isso para fazer o levantamento dos ca sos de met foras no corpus partiu se da intui o de falante da pesqui sadora e do seu conhecimento te rico sobre a l ngua mas buscou se comprova o em um dicion rio da l ngua portuguesa contempor nea FERREIRA 1987 e em um dicion rio etimol gico CUNHA 1982 A partir disso procurou se perceber se os textos do corpus apre sentavam uma isotopia figurativa que viesse a refor ar os pontos de vista dos editorialistas Houve textos em que a maioria das met foras Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 168 p de ser agrupada em campos de significa o dominantes em outros isso n o foi poss vel Nestes embora os termos metaf ricos em geral n o destoassem das inten es dos produtores de textos pareciam disso ciados semanticamente entre si e das imagens criadas pelos outros ele mentos lexicais Isso p
120. e d vidas RORTY 1988a p 247 8 A no o dominante de epistemologia que para sermos racionais para sermos completamente humanos para fazermos o que devemos precisamos de ser capazes de arranjar um acordo com outros seres hu manos Construir uma epistemologia encontrar a quantidade m xima de terreno comum com os outros RORTY 1988a p 248 A Hermen utica de mirada rortyana v as rela es entre v rios discursos como as dos fios numa poss vel conversa o uma conversa o que n o pretenda se sustentar sobre uma base disciplinar que defina o lugar e as compet ncias dos locutores mas ao contr rio uma conver sa o onde nunca se perde a esperan a de acordo Esta esperan a n o a esperan a da descoberta de um solo comum anteriormente existente mas simplesmente a esperan a de acordo ou pelo menos de desacordo exci tante e que de algum modo provoque consequ ncias frut feras A Herme n utica trata os como unidos e pr ximos naquilo a que ele chama uma societas pessoas cujos caminhos pela vida se encontraram unidas mui to mais pela civilidade do que por um objeto comum ou por um solo co mum E sobre a id ia de conversa o a Epistemologia e a Hermen utica se distinguem radicalmente pois nas palavras rortyanas para a episte mologia a conversa o inqu rito impl cito e para a hermen utica o in qu rito conversa o de rotina RORTY 1988a p 249 50 Deste ponto de vis
121. e explica o da nossa realidade f sica constituem a pressuposi o central de nossa cul tura De acordo com o autor a ci ncia caracteriza se pela precis o e au s ncia de ambigiiidade de tal forma que a linguagem utilizada no seu dom nio deve necessariamente ser precisa e n o tendenciosa ou seja literal Esse tipo de linguagem era privilegiada no mbito da filosofia ocidental do in cio do s culo XX Ortony 1993 acrescenta que esta cren a culminou com os pressupostos do positivismo l gico o qual in fluenciou in meros fil sofos e cientistas num passado recente Cabe aqui tamb m citar Pedro Demo A obsess o pela objetividade da realidade e neutralidade do sujeito no paradigma modernista da ci ncia sempre foi marca ostensiva correspondendo menos ao que seria a realidade do que s expectativas dos m todos de an lise O p s modernis mo colocou em xeque tais cren as porque s o apenas cren as Acreditamos piamente que vemos a realidade assim como ela embora a vejamos assim como podemos PEDRO DEMO 2001 p 23 Segundo Hessen 2000 o elemento decisivo na rela o de conheci mento o objeto ele que determina o sujeito e este deve ajustar se que le Para tal basta que o objeto se coloque diante da consci ncia como algo pronto e determinado em si mesmo Hessen afirma que Plat o foi o pio neiro defensor de tais premissas Para este as id ias eram realidades ob Jetivamente dadas Assim como o
122. e intera o entre o aluno e seus professores dando a ele o direito de confronto e de experimentar diversas nuances A import ncia da produ o de texto na escola enfatizando aqui o texto escrito tem sido demonstrada atrav s de algumas propostas de en sino que a colocam em destaque Por m essa import ncia foi realmen te evidenciada a partir da publica o dos PCN de Lingua Portuguesa 1997 e 1998 Em v rios momentos o referencial enfatiza a import n cia de desenvolver a produ o de textos como aspecto essencial para a garantia do dom nio no uso da l ngua Na aula de Lingua Portuguesa o texto escrito produzido pelo aluno uma unidade de sentido o qual para sua elabora o mobiliza um con junto de saberes lexicais gramaticais e textuais discursivos utilizados nas a es sobre a linguagem na rela o com o outro o seu interlocutor Os PCN de Lingua Portuguesa 1998 valorizam a produ o do texto pelo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 aluno ao afirmar que as a es pedag gicas come am e terminam pelo tra balho com o texto de autoria do aluno Geraldi 1993 diz que a produ o de textos o ponto de partida e o de chegada de todo o processo de ensino e aprendizagem de l ngua uma vez que a totalidade da l ngua s reve lada no texto onde o sujeito projeta sua vis o de mundo Investigar o ensino de produ o de textos no LDP e n o em outros materiais que
123. e o que se faz In BUNZEN C e MENDON A M Orgs Portugu s no ensino m dio e forma o do professor S o Paulo Par bola Edito rial 2006 p 37 55 KOCH I G V Argumenta o e linguagem S o Paulo Cortez 1996 LEAL T F e MORAIS A G A argumenta o em textos escritos a crian a e a escola Belo Horizonte Aut ntica 2006 MARCUSCHI E e CAVALCANTE M Atividades de escrita em livros did ti cos de l ngua portuguesa perspectivas convergentes e divergentes In VAL M da G C e MARCUSCHI B Orgs O livro did tico de l ngua portuguesa le tramento inclus o e cidadania Belo Horizonte Aut ntica 2005 p 237 260 PEDROSA M C N S As atividades de produ o textual escrita em livros di d ticos de portugu s caminhos e descaminhos na forma o de produtores de textos Disserta o de Mestrado apresentado ao Programa de Estudos P s Gra duados em Ling stica Aplicada e Estudos da Linguagem S o Paulo PUC SP 2006 PERELMAN C e OLBRECHTS TYTECA L Tratado da argumenta o a nova ret rica S o Paulo Martins Fontes 2005 ROJO R H R Intera o em sala de aula e g neros escolares do discurso um enfoque enunciativo In Anais do II Congresso Nacional da ABRALIN CD ROM Florian polis ABRALIN 1999 ROJO R e BATISTA A Apresenta o cultura da escrita e livro escolar pro postas para o letramento das camadas populares no Brasil In ROJO R H R e BATISTA A A G O
124. e pistas de contextualiza o en quadres e alinhamentos constituem princ pios importantes para a orga niza o do discurso na intera o face a face Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 154 Anexo Conven es de Transcri o Para uma explica o mais detalhada sobre os mesmos recomendamos a leitura de Ochs Schegloff e Thompson 1996 colchetes 0 5 sublinhado MAIUSCULA o palavras Palavra Palavra T 4 gt palavras lt lt palavras gt lt palavras hhh h hhh palavras O Th fala sobreposta pausa em d cimos de segundo micropausa de menos de dois d cimos de segundo contiguidade entre a fala de um mesmo falante ou de dois falan tes distintos descida de entona o subida de entona o entona o continua subida de entona o mais forte que a virgula e me nos forte que o ponto de interroga o alongamento de som auto interrupc o acento ou nfase de volume nfase acentuada fala mais baixa imediatamente ap s o sinal trecho falado mais baixo descida entoacional inflexionada subida entoacional inflexionada subida acentuada na entona o mais forte que os dois pontos su blinhados descida acentuada na entona o mais forte que os dois pontos precedidos de sublinhado fala comprimida ou acelerada Desacelera o da fala in cio acelerado aspira es aud veis a
125. eita culin ria Este estudo significativo pois textos Injuntivos fazem parte do coti diano do aluno e est o presentes nos diversos ambientes discursivos da sociedade Os Par metros Curriculares Nacionais 1999 e os te ricos Bakhtin 1992 Adam 1992 Bronckart 1999 F vero e Koch 1998 Geraldi 1993 Marcuschi 2002 Rosa 2003 Travaglia 1991 Sch neuwly Dolz e colaboradores 2004 fundamentam este trabalho 1 UCS CARVL Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 5 1 Os g neros textuais e as tipologias textuais Toda a atividade comunicativa ocorre atrav s dos g neros textu ais o que justifica a multiplicidade dos g neros Para Bakhtin 1992 se n o existissem os g neros do discurso e se n o os domin ssemos se tiv ssemos de cri los pela primeira vez no processo da fala se tiv sse mos de construir cada um de nossos enunciados a comunica o verbal seria quase imposs vel p 302 Portanto os g neros exercem uma fun o fundamental nas rela es entre os sujeitos visto que a l ngua con cebida como uma atividade social hist rica e cognitiva Nesse sentido para Bronckart 1999 a apropria o dos g neros um mecanismo fundamental de socializa o de inser o pr tica nas ati vidades comunicativas humanas p 103 O trabalho com g neros textu ais permite portanto que o sujeito se torne o autor de seu dizer e possa estar inserid
126. el no est gio atual da l ngua Para os portugueses com certeza a elimina o das consoantes mudas foi a mudan a mais importante porque aquelas grafias nunca podiam ser claramente explicadas aos estudantes de ensino fundamen tal visto dependerem de conhecimentos etimol gicos ainda n o pos s veis nesta fase da aprendizagem Para um estrangeiro ent o a di ficuldade para o ensino com aquelas consoantes mudas parece ser insuper vel principalmente quando se trata de falante de l ngua n o europeia ou n o influenciada pela escrita latina Agora tudo leva a crer que ser muito mais simples H brasileiros que implicam com a supress o do trema achando isto uma barbaridade e se esquecendo de que os portugueses j o fi zeram h mais de sessenta anos e n o sentem nenhuma falta dele Como s o naturalmente daqueles que valorizam o que incomoda ou desagra da consideram essa altera o importante relacionando a com a ilus o de que a ortografia deve refletir a l ngua falada 9 Mudan a inadequada ou irrelevante H situa es irrelevantes para n s brasileiros mas relevantes para os outros como o caso da elimina o do h fen que separa a preposi o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 de do verbo haver em express es como Hei de chegar cedo hoje H registros de exce o para o uso do h fen em palavras compos tas de reas es
127. ela o ao referente para o qual o texto des tinado ao assunto ao objeto do dizer Nessa rela o o modo enunciativo se constr i segundo a perspecti va de atualiza o temporal e espacial que o enunciador assume em rela o ao pr prio objeto do dizer Assim o enunciador coloca se na disserta o na perspectiva do conhecer abstraindo se do tempo e do espa o O autor diz ainda que o modo enunciativo da disserta o esta belece um objetivo da enuncia o o qual se traduz na atitude do enun ciador em rela o ao seu objeto de dizer buscando se refletir explicar avaliar conceituar expor id ias para dar a conhecer para fazer saber associando se an lise e s ntese de representa es Geralmente na disserta o o interlocutor gen rico uma vez que o texto feito para qualquer leitor Essas rela es mencionadas pelo autor se entrecruzam definindo o tipo de intera o o modo enunciativo que se estabelece numa dada si tua o discursiva Instaurando se posi es distintas entre locutor e in terlocutor no processo de enuncia o Para o autor a posi o do inter locutor na disserta o se configura da seguinte forma a disserta o instaura o interlocutor como um ser pensante que raciocina TR AVA GLIA 1991 p 50 Al m disso a disserta o pressup e uma temporalidade que se evi dencia pela ordena o das situa es expressas no texto caracterizando se tamb m pela simult
128. ele 32 n o n o t interessado no seguro 0 8 mas ele se viu obrigado 33 a assinar o contrato do seguro pra conseguir a libera o do 34 empr stimo que que foi o motivo que o levou ao banco 39 entendeu Essa retomada sinalizada pelo marcador ent o na sobreposi o com Rui Ela enquanto figura institucional ressalta o valor de su porte conferido ao rg o ele veio ao procon nos questionar e por meio das repeti es enfatiza a insatisfa o do reclamante e seu desin teresse pelo seguro a inten o dele n o era fazer o seguro ele n o t interessado no seguro mas ele se viu obrigado a assinar o contrato do seguro A repeti o enquanto estrat gia de envolvimento TANNEN 1989 configura se como um forte instrumento lingu stico na medida em que imprime for a aos argumentos da mediadora e revalida seu ali nhamento com o consumidor Atrav s da reafirma o de sua posi o a mediadora atualiza o enquadre imposi o visto que o reclamado nos turnos anteriores n o entra no enquadre proposto por Ana e nem esta belece seu pr prio enquadre Nota se a diretividade na argumenta o da mediadora a qual faz sele es lingu stico discursivas n o t inte ressado se viu obrigado que propiciam o estabelecimento do enqua dre que vai favorecer o reclamante Assim o Banco projetado como culpado e o reparo ao consumidor ter que ser concedido 9 O posicioname
129. en ta que toda l ngua tem sua ontologia pr pria e que portanto as no es de objeto propriedade e rela o variam de l ngua para l ngua Conhe cida como a tese da relatividade ontol gica essa posi o afirma que cada l ngua absorve o mundo diferentemente atrav s da sele o de ob jetos propriedades e rela es dispon veis em sua realidade Portanto Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 verdades de uma l ngua s o dificilmente traduzidas em outra Contudo esta tese continua a se igualar ao mito objetivista na quest o da exist n cia da verdade e do sentido objetivo o qual exclui qualquer forma de compreens o humana Retomando se a quest o dos objetos segundo o mito do objetivis mo pode se afirmar que palavras e frases podem ser manuseadas como objetos Elas t m propriedade em e por si mesmas as quais t m rela es fixas umas com as outras independentemente do falante ouvinte Elas t m partes ra zes prefixos sufixos Infixos As frases s o compostas de palavras e os discursos de frases O estudo de toda essa estrutura e suas propriedades o que chamamos de gram tica No caso da gram tica os objetos ling sticos tamb m s o inde pendentes do contexto e da compreens o humana Noam Chomsky compartilha desta vis o e sustenta que a gram tica uma quest o de pura forma j que qualquer aspecto da linguagem que se relacione compreens
130. enha certeza alguma do resultado O que importa de fato a exist ncia do produzir do fazer Este artigo n o tem a inten o de meramente criticar e ou trazer solu es definitivas quanto ao mito do objetivismo De certo ele n o se pretende conclusivo Entretanto se ao menos trouxe tona quest es t o complexas e presentes em nosso meio e provocou uma necessidade de questionamento por parte de quem sabe que n o se pode ser deposit rio de verdades definitivas compreendendo portanto que o essencial a busca e o respeito s diferentes vis es possivelmente cumpriu o seu Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 100 papel ainda que temporariamente Pois como diz Coracini cada lei tor com a sua experi ncia sua vida sua reflex o acrescentar tessitu ra sempre inacabada novos fios novos sentidos novos suplementos CORACINI 1999 p 14 Refer ncias ALMEIDA C L O que epistemologia In Revista de Educa o AEC n 102 1997 CERDERA Cristiane Pereira O Discurso da Ci ncia e a Constru o do Real Dis serta o de Mestrado Niter i UFF 2002 CHAU M Convite Filosofia S o Paulo tica 1999 CORACINL M J R F Interpreta o Autoria e Legitima o do Livro Did tico Campinas Pontes 1999 DEMO P Pesquisa e Informa o Qualitativa S o Paulo Papirus 2001 GELLNER E Raz o e Cultura Lisboa Teorema 1992 HESSEN J
131. enomina o com que a maioria concordava O trabalho de determinar a rela o entre as met foras e as ima Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 169 gens familiares aos leitores foi em muitos momentos bastante comple xo O problema maior foi encontrar uma denomina o para todos os fra mes A imprecis o nesse caso demonstrou a dificuldade de rotular conceitos id ias Procurou se agrupar as met foras num menor n mero poss vel de frames por m mesmo assim a lista tornou se relativamente extensa demonstrando a multiplicidade de associa es que os leitores podem efetuar a partir dos editoriais A quantidade de express es metaf ricas nos 15 textos 207 no total e a diversidade de sentidos atribu dos leva ram a uma classifica o de 59 frames Em todos os textos foi detectado mais de um frame O frame de GUERRA foi o de maior ocorr ncia Isso bastante significativo e demonstra a concep o de mundo do homem moderno Na fundamenta o te rica da met fora Discuss o racional guerra LAKOFF e JOHNSON 2003 p 135 pode se encontrar uma explica o parcial para a grande incid ncia de met foras do frame de GUER RA Lembram os autores que todos os animais inclusive os humanos precisam lutar para obter o que desejam A diferen a que estes desen volveram t cnicas mais sofisticadas sem necessariamente ter de recor rer ao conflito f sico embora isto
132. es Visuais Disserta o de Mestrado em Letras Pelo tas UCPel 1997 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 OMS Organiza o Mundial de Sa de 2004 Dispon vel em www opas org br publicac cfm Acesso em 26 04 2006 PARAQUETT M Espanhol L ngua Estrangeira um objeto fun damental In Caligrama v 3 Belo Horizonte UFMG 1998 p 117 127 SANTOS M P dos Revisitando a inclus o sob a tica da globali za o duas leituras e v rias consegii ncias In SILVA L H da Org A Escola Cidad no Contexto da Globaliza o Petr polis Vozes 2000 p 440 452 SAVIANI D A Nova Lei da Educa o LDB Trajet ria Limites e Perspectivas Campinas Editora Autores Associados 2000 VERGARA S C Projetos e relat rios de pesquisa em adminis Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 114 HERMEN UTICA CI NCIA E SOLIDARIEDADE ALGUMAS CONSIDERA ES NEOPRAGM TICAS Maria Virg nia Machado DAZZANT Nas Ci ncias Sociais tanto quanto na Filosofia tem avan ado o movimento de rea o contra a id ia de que os estudiosos do homem e da sociedade somente seriam cientistas ou cient ficos se conti nuassem fi is ao modelo galileano segundo o qual o vocabul rio redu cionista matematizado e puro aplic vel nas atividades cient ficas porque n o apenas explica os fatos mas reflete o verdadeiro modo de ser
133. es mesmos h bitos de vida intelectual social e pol tica podem ser justificados por uma concep o de racionalidade enquanto atingindo os seus objetivos sem crit rios e por uma concep o pragm tica da verdade RORTY 1991b p 28 O pragm tico de estirpe rortyana n o tem uma teoria da verdade muito menos uma teoria relativista Enquanto partid rio e adepto da so lidariedade sua avalia o do valor da investiga o humana cooperativa e tolerante s possui uma base tica n o uma base epistemol gica ou metaf sica N o tendo qualquer epistemologia ou fundamenta o anco Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 134 rada no conhecimento de cunho epistemol gico ele n o possui nenhu ma epistemologia relativista RORTY 1991b p 24 nestes termos que Rorty elabora sua interpreta o da Herme n utica e com isso oferece um dos pontos de inflex o do debate filos fico sobre ci ncias e principalmente sobre os discursos sobre o homem Para ele h uma absoluta prioridade das pr ticas sociais que se inven tam e se criam no sentido po tico e at heideggeriano do termo no conflito aberto e renov vel Por essas raz es a conclus o que chega pode ser assim definida Uma vez que educa o um pouco ins pido de mais e Bildung educa o autoforma o um pouco estranho de mais utilizarei edifi ca o para significar este projeto de encontr
134. espa o e tempo em que inexistem as casas editoriais pu blica os textos de seus integrantes SABINO 1981 p 133 assim atra v s das Edi es Sul que Adolfo Boos Junior v chegar ao p blico seu contos primeiro com a antologia Contistas Novos de Santa Catarina 1954 e dois anos depois com o livro de contos Teodora amp Cia 1956 Dissolvido o Grupo Sul 1958 Boos como outros integrantes do movimento Salim Miguel Silveira de Souza Guido Vilmar Sassi e ou tros segue seu fazer liter rio tendo seus escritos publicados em v rias antologias Antologia do Novo Conto Brasileiro 1964 Panorama do Conto Catarinense 1971 Assim escrevem os catarinenses 1976 e 21 dedos de Prosa 1980 A d cada de 1980 sem sombra de d vidas a mais f rtil em termos de publica es na carreira do autor curiosamente todas vinculadas a premia es de concursos liter rios em 1980 o livro 1 Doutora em Letras Teoria Liter ria PUCRS Professora do Programa de P s Gradua o em Ci ncias da Linguagem da Universidade do cpa tirar oportunidades de jovens que est o iniciando v nos concursos liter rios a oportunidade de levar o se trabalho ao p blico Depoimento do escritor em 5 12 94 durante o curso A Hist ria no Romance de Santa Catarina ministrada pelo professor Dr Lauro Junkes no Programa de P s Gradua o em Literatura Universidade Federal de Santa Catarina Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Ju
135. et fora normalmente empregada como recurso argumen tativo nesse g nero de texto Uma vez detectado seu uso procurou se ent o observar os seguintes aspectos da quest o a com que frequ ncia as met foras s o utilizadas em editoriais N o havia inten o de quanti ficar as ocorr ncias mas apenas de perceber uma maior ou menor ten d ncia de uso das met foras nesse g nero textual b que frames s o co mumente ativados pelas met foras em editoriais Para 1sso no decorrer da an lise foi proposta uma classifica o para esses frames c como es ses frames se relacionam com as inten es dos editorialistas Para atingir esses objetivos foi primeiramente necess rio sele cionar editoriais em que houvesse met foras Optou se por analisar editoriais da poca 2003 e 2004 de tr s jornais de grande circula o no eixo Rio S o Paulo Esses jornais foram escolhidos por serem des tinados a leitores de classes sociais com melhor ndice de escolarida de e portanto supostamente mais exigentes quanto qualidade dos textos Como a pesquisa n o tinha inten es quantitativas decidiu se analisar quinze editoriais cinco de cada jornal escolhidos com base em um crit rio os editoriais deviam conter algumas met foras pouco comuns al m das do uso cotidiano Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 164 Na an lise evidenciaram se os pontos de vistas defendidos as met foras util
136. et foras por exemplo o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ambiente de trabalho pode ser descrito atrav s das met foras de zoo l gico fam lia pris o ou time Burke In KRESSE 2003 des tacou a fun o persuasiva ret rica da met fora considerando que esta capaz de alterar nossos modos de ver as coisas nossos julgamentos Mesmo as met foras comuns teriam efeito persuasivo exatamente de vido ao fato de possibilitar a analogia com base no que conhecido e no que foi integrado linguagem atrav s da tradi o cultural Com respeito de forma particular aos editoriais jornal sticos a necessidade de captar a aten o dos leitores e de lev los a se identificar com as id ias apresentadas faz com que sejam utilizados recursos diver sos da argumenta o inclusive as met foras No entanto poss vel que o grau de criatividade destas seja limitado em favor da melhor compre ens o e aceita o por um audit rio t o diversificado No jornalismo a valoriza o do plano da express o ter sempre de respeitar o compromisso com a clareza decorrente da obriga o de informar COIMBRA 1993 A dificuldade de aceita o da met fora no meio jornal stico adv m do fato de que ao lado de imagens metaf ricas conhecidas e de f cil compreens o podem surgir outras de car ter muito pessoal 2 O editorial O editorial um texto jornal
137. etaf rico Opostamente a Descartes ele constr i sua ci ncia como uma hist ria das id ias costumes e feitos do g nero humano VICO 1999 Tamb m contrariamente ao pensamento aristo t lico Vico reconhece a met fora como indispens vel cogni o e n o como mero recurso ret rico Assim ele procurou oferecer uma inovado ra alternativa para o problema do conhecimento e da verdade Ainda outros fil sofos e te ricos continuaram a oferecer cami nhos alternativos Como exemplo pode se citar o p s estruturalismo que apresentou uma rea o contra o estruturalismo dos anos 50 e 60 e que de acordo com Peters 2000 p 51 podem ser resumidos assim uma perspectiva antiepistemiol gica um anti essencialismo um anti realismo em termos de significado e refer ncia um antifundacionalis mo uma suspeita em rela o a argumentos e pontos de vista transcen dentais a rejei o de descri es can nicas e de vocabul rios finais Tamb m o fil sofo americano Richard Rorty 1998 questionou as pressuposi es da epistemologia moderna Ele nos convidou a abando nar a distin o apar ncia realidade das coisas uma vez que desconhe cemos a realidade em si mesma Segundo o mesmo a verdade n o deve ser nosso objetivo ltimo pois Um objetivo algo sobre o qual voc pode saber se est che gando mais perto ou se dele est se afastando Mas n o h nenhuma maneira de sabermos qu o distantes estamos da Ver dade nem mesmo se
138. evid ncias de nossa vida atual e a ado o da perspectiva de nossas institui es de nossos valores e verdades adquiridos o ato a partir do qual exercemos o nosso senso hist rico donde a interpreta o a opera o resultante GADAMER 1998 p 18 A consci ncia hist rica j n o escuta beatificamente a voz que lhe chega do passado mas ao refletir sobre a mesma recoloca a no contex to em que ela se originou a fim de ver o significado e o valor relativos que lhe s o pr prios Esse comportamento reflexivo diante da tradi o chama se interpreta o GADAMER 1998 p 18 9 Dilthey defende que a compreens o hist rica compreende o ato interpretativo relacionado com as express es de nossas vidas tal como a obra de arte enfim do que humanamente expressado Neste ponto especialmente reside a relev ncia da linguagem na obra desse autor porque segundo ele a interioridade humana s na linguagem encon tra a sua express o completa exaustiva e objetivamente compreensi Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 119 vel DILTHEY 1984 p 151 Esse ato interpretativo que implica num ato de compreens o hist rica seria fundamentalmente distinto da ope ra o de quantifica o do modelo galileano Para Dilthey um ato de compreens o hist rica subentende um conhecimento pessoal indivi dual do que significa sermos humanos Ele sustenta a necessidade nas Ci ncias Hu
139. ficos separado por conseguinte da condi o existencial da vida humana Idem 1998 p 20 As Ci ncias do Es p rito n o s o apenas mais um desafio para a discuss o filos fica elas s o ao contr rio a constitui o de um novo universo de temas e proble mas que dever renovar a Filosofia at aqui dedicada ao conhecimen to da Natureza e do Universo A experi ncia hist rica assim como a experi ncia ling stica algo que constitui a pr pria possibilidade da consci ncia humana A consci ncia humana n o uma intelig ncia infi nita e infal vel para a qual o mundo e a realidade se encontram integral mente presentes e definidos A consci ncia humana prec ria provis ria e contingente porque uma consci ncia ling stica e hist rica Nela a identidade e correspond ncia absoluta da consci ncia com o mundo algo irrealiz vel GADAMER 1998 p 30 A temporalidade e lingiisticidade em Gadamer s o determinan tes na compreens o da exist ncia pois falamos uma l ngua e somos se res que vivem no tempo portanto somos seres ling sticos e hist ricos Neste sentido a Iingiisticidade e historicidade do Ser a humano a sua lembran a e o esquecimento que possibilitam a resson ncia e pre sen a do passado e da hist ria na atualidade A lingiisticidade e histo ricidade s o a mem ria hist rica permanentemente evocada e atualiza da A historicidade antes danosa ao conceito de Ci ncia e d
140. fins de infor ma o e intera o com a sociedade o sujeito deve ser capaz de ler o mun do e suas m ltiplas linguagens sejam escritas visuais ou sonoras FR El RE 1986 Assim entendemos que a import ncia social do ato da leitura se revela a partir dos pr prios valores do indiv duo adquiridos e transfor mados nas m ltiplas rela es estabelecidas na vida em sociedade Dessa forma o dom nio da leitura pressup e uma participa o maior do mesmo como indiv duo ativo em suas pr ticas sociais onde sabemos que tais re la es podem apresentar valores e id ias pr concebidas Deve se salientar que a leitura representa uma habilidade com plexa cujo dom nio precisa p r em jogo uma s rie de compet ncias in ternas do sujeito MAINGUENEAU 2004 no momento de sua apro xima o ao c digo verbal ou n o verbal A leitura resume se em um processo de identifica o e interpreta o de est mulos visuais ortogr ficos de um sistema simb lico baseado na linguagem e acaba com a remodela o da base de conhecimentos sobre as novas informa es in corporadas ap s o ato da leitura KLEIMAN 2000 A leitura ultrapassa a simples id ia da decodifica o de c digos ling sticos na medida em que demanda variados aspectos do conheci mento Sabemos que ao planificar um trabalho em uma sala de aula vol tado para o desenvolvimento da compet ncia leitora dos alunos muitos Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11
141. forma es acerca do que pertinente para a constru o da argumenta o e por fim a conclus o momento que pode se retomar a id ia geral apresentada na introdu o ou apresentar uma solu o ou poss vel solu o para deter minado problema discutido ao longo do texto Pelas considera es da professora poss vel perceber que ela compartilha das id ias te ricas apresentadas pelo LD ambos aparente mente orientados pelas afirma es de Toulmin 1958 2006 Dando continuidade aula a professora lan a nova pergunta aos alunos 3 Pr Ok turma agora me digam o que argumentar Al questionar Al Eu acho que assim comentar alguma coisa 10 Al expor as id ias professora 11 Pr T E o que se pretende quando se argumenta 12 Al Pretende mostrar um ponto de vista 13 Pr Ok E o que persuas o 14 Al Persuadir convencer professora 15 Pr Exatamente isso O aval positivo da professora mais uma vez indica a forte influ ncia do LD tanto na sua pr tica quanto no conhecimento pr vio dos alunos Digo isso pelo fato de que o LD j havia dado ind cios de confu s o entre os conceitos persuas o e convic o como j discuti antes A professora n o percebeu que houve confus o por parte do LD na forma de encarar o que persuadir e o que convencer Ocorre que a professora apresenta outra op o de modalidade tex tual o texto dissertativo argumentativo n o apresentado pelo
142. forma de m ltiplos rela t rios registrado em letras garrafais e obedecendo a grafia da poca cont m reclama es e pedidos dos imigrantes estabelecidos na col nia Na col nia aparecem as dificuldades dos imigrantes de adapta o e es tabelecimento nas novas terras Estes mini blocos s o alternados e sur gem em forma de flashback para tal o autor se utiliza do que Ant nio Hohlfeldt chama de palavra ponte HOHLFELDT 1994 p 226 e ele escuta entende mas n o reponde preso mulher no lado de fora recolhendo a roupa lavada dos homens ligeiramente em Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 briagados e cheios de fadiga recuperam se e resolvem aportar ali mesmo e os homens fazem fogo esquentam as sobras de fei j o e da carne seca Gertrud deixa as crian as de lado e passa a cuidar de Irma e Edgard BOOS JUNIOR 1986 p 126 O exemplo da palavra ponte Cheiros de fadiga destaca outro re curso utilizado por Boos na constru o do texto o tamanho gr fico das letras para mini blocos distintos No bloco A Terra o recurso da palavra ponte e o tamanho das letras permanecem para a constru o em altern ncia modificam se os espa os dos mini blocos que denominaremos A Col nia e Terra Gor da Em A Col nia os imigrantes Matheus e Nat lia tentam domar a terra Em Terra Gorda a opul ncia do casal Paula e Rudolf contrace nando com
143. gem da cidade O tempo passava e nada mais acontecia Das inten es dos homens da sua ocupa o verdadeira a cidade continuava na mesma ignor ncia do primeiro dia HR p 31 A censura apaga os limites entre os projetos individuais e coleti vos neutralizando as a es do eu pessoal e do eu pol tico cum pridor das ordens estabelecidas massifica oculta silencia todo e qual quer sentido diferenciador mant m um discurso permanente aposta no discurso do mesmo As vozes silenciadas na vida real pelo processo de apagamento produzido pela censura ressoam na obra de Jos J Veiga e de Boaventura Cardoso As narrativas trazem no corpo do texto cir cunst ncias como pr ticas violentas e violadoras dos direitos humanos elas transp em o que foi recalcado silenciado para o espa o do conta do que redimensiona os fatos Os produtores de discursividade buscam explodir os limites impostos e expurgar um discurso conhecido e reco nhecido monol gico por natureza ao narrarem as hist rias de per sonagens fict cios que simbolizam uma coletividade Sendo assim es colhendo o poliss mico o diferente essas narrativas dizem o mesmo para significar outra coisa ORLANDI 2002 p 98 e dizem coisas di ferentes para ficar no mesmo sentido ORLANDI 2002 p 99 Do ponto de vista est tico a linguagem de Maio m s de Maria articula um falar culto com um falar coloquial As frases s o entrecor t
144. her i resgatando um outro vi s de enfoque isto a hist ria dos vencidos Quadril tero 1986 apresenta uma inesgotabilidade de leituras em suas 450 p ginas Na escritura de Boos a presen a obsessiva dos odores em dois n veis o psicol gico e o social uma constante por isso pretendemos centrar nossa leitura nas impress es olfativas no n vel psicol gico buscando destacar seu papel como desencadeador de desejos nos relacionamentos de Nat lia Matheus e Paula 2 Aromas odores perfumes onde nasce o desejo ou o asco O olfato este rg o de sentido que nos propicia o contato com os odores tem o forte poder de atrair o agrad vel ou e repudiar o desa grad vel Socialmente inconceb vel a simpatia por odores f tidos lixo excrementos e toda uma carga de miasmas os perfumes as col nias materiais de limpeza e todo um arsenal de efl vios est o a servi o da sociedade moderna na guerra contra o mau cheiro e por consequ ncia como aux lio na arte de sedu o Resta nos a pergunta este comporta mento desodoizado nasceu instintivamente com o homem ou passou por um processo de acultura o Segundo Alain Corbin 1987 em Saberes e Odores o processo de desodoriza o se propaga com o surgimento do mundo burgu s os odores que at ent o eram tolerados assumem pap is de vil es propa gadores de doen as e at mesmo mortes A figura do higienista pro movida ao n vel de her i culminando no que o hi
145. homem e a natureza em termos ontol gicos tornar se ia justific vel a afirma o condutivista de que as diferen as ontol gicas ditam uma diferen a metodol gica no tratamento s quest es do homem e da natureza Mas n o assim que o pragmatismo rortyano e tamb m deweyano conduz suas apostas Ao modo deweyano portan to seria menos problem tico pensarmos em toda a cultura abrangendo arte religi o ci ncia literatura etc como uma nica atividade con t nua na qual as divis es em reas ou temas chave seriam recursos meramente institucionais e pedag gicos RORTY 1991b p 76 Segundo Rorty o conhecimento n o algo que possa ser plena mente justificado pela Metodologia Cient fica nem algo que esteja se parado das outras pr ticas humanas como um discurso privilegiado COMETTI 1995 Assim como a id ia de verdade o conhecimen to simplesmente um enaltecimento feito s cren as que pensamos es tar bem justificadas as cren as que momentaneamente tornam uma segunda justifica o desnecess ria ou satisfazem o inqu rito Uma in vestiga o sobre a natureza do conhecimento na sua concep o uma Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 117 avalia o hist rico social de como uma comunidade espec fica tentou alcan ar concord ncia con senso ou seja uma partilha de sentido so bre aquilo em que acreditam RORTY 1991b p 24
146. i ficar melhor a fim de persuadir ou convencer o audit rio tendo em vista que essa n o deve ser a opini o mais comum em sociedade A esse res peito temos a opini o de Breton 1999 Apud LEAL e MORAIS 2006 para quem devem ser mais bem justificadas mudan as do que perma n ncias rupturas de conduta do que h bitos Isso significa que se um ponto de vista defendido se distancia do que em geral a sociedade acei ta faz se necess rio uma justifica o mais elaborada Como a professo ra nem o LD abordam nada a respeito de que justificativas para pon tos de vista diferentes devem ser mais elaboradas fica uma evid ncia de que os alunos trouxeram para a classe seu conhecimento extra escolar acerca da constru o de um texto argumentativo consistente Para apresentar a justificativa a maioria dos alunos usou o porque ou o pois na apresenta o do porqu ser favor vel ou n o aplica o da censura na TV Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 74 Tabela 2 Operadores argumentativos texto argumentativo dissertar argumentar Ocorr ncias Valor percentual 21 6 Apesar de 5 1 1 dos textos produzidos usa o operador mas tamb m o qual segundo Koch 1996 encadeia duas ou mais escalas orientadas no mes mo sentido sendo seus elementos encadeados por meio de tal operador J na conclus o do texto 1 apresenta o operador enfim ou o dian te diss
147. ica fi nalidade de cumprir uma tarefa escolar e n o desempenha as fun es maiores de comunica o e intera o Houve consider veis ocorr ncias de textos iguais um copiado do outro e de textos que n o passavam de c pia de partes do texto base apresentado pelo LD O que esses alunos acabaram realizando foi uma atividade de escrita uma reda o escolar mas n o uma atividade de produ o de texto Um dado marcante diz respeito ao fato de que grande parte dos alu nos apresentou opini es pontos de vista semelhantes uns aos outros em rela o ao tema discutido nos seu texto Essa opini o estava em torno da quilo que considerado pela maioria como o mais adequado institui o A esse respeito Rojo 1999 afirma que a rela o assim trica entre pro fessor e aluno na classe tende a fazer com que este assuma a voz institu cional apresentando aquilo que ele pensa ser a opini o da escola muitas das vezes anulando a sua pr pria opini o deixando de se manifestar apa gando o sentido de arena atribu do por Bakhtin Volochinov 1929 1981 palavra isto de confronto entre valores sociais contradit rios Tendo em vista o fato de que o LD e a professora n o enfatiza Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ram efetivamente possibilidades de levar os alunos constru o da ar gumenta o efetivamente adotando estrat gias pedag gicas que inter viessem na constru o do
148. icar opini es ou ent o faltaram instru es do LD e da professora As ocorr ncias foram Ocorr ncias 1 com certeza voc vai ficar constrangido o que n o vai acontecer se houver censura antes de iniciar 2 Com certeza a censura tem que ter somente depois que termina o hor rio nobre 3 Por isso tem que mostrar na televis o sim Figura 4 Modaliza o de ntica Para a modaliza o apreciativa a ocorr ncia n o foi muito mar cante aparecendo em apenas 37 dos textos produzidos Esse tipo de modaliza o era importante na disserta o dos alunos uma vez que eles deveriam apresentar ao leitor sua aprecia o de valor a respeito do que estava sendo discutido Ao fazer tal apresenta o a indica o de valor quase imprescind vel Foram detectados os exemplos abaixo Ocorr ncias 1 A televis o sem censura pode facilitar a vida de alguns pais A censura in til nos dias de hoje 2 ent o melhor proibir 3 Na televis o tem coisas muito sem cabimento 4 A TV tem sido um meio de comunica o muito bom ao longo dos anos 5 Existem na televis o programas fabulosos 6 De um lado bom a censura Mas por outro lado ruim 7 A censura essencial para a televis o 8 melhor voc assistir junto com seu filho do que ele assistir sozinho Figura 5 Modaliza o apreciativa
149. id n cia podem acabar resultando em recuo perigoso para o governo Por su gest es feitas no Congresso cogita se na manuten o de aposentadoria integral para os atuais servidores paridade entre os ganhos da ativa e dos aposentados al m de mecanismo de prote o para pens es meno res que R 2 400 Trata se ainda de uma primeira batalha pol tica de uma guerra que apenas come ou bom o governo n o capitular Deve reconhe cer que errou ao empurrar o Judici rio para dentro da reforma A tripli ce amea a de remendo representa derrota parcial para os prop sitos da equipe econ mica e sua incorpora o reforma poderia ter efeito de vastador sobre o projeto de mudan as que o pa s pede e o governo pelo menos at agora vem se mostrando disposto a fazer O governador de Minas A cio Neves acertou na mosca ao lembrar que n o se deve fa zer concess o na largada Obviamente que as propostas de remendo s o embaladas em sal Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 171 vaguardas como a que condiciona a paridade a um estudo de impacto e a que exige maior tempo de perman ncia do servidor no servi o p blico e na carreira para adquirir esse direito Puro mel A paridade n o pas sa de um contra senso E se for aprovada pode acabar prejudicando o pr prio funcionalismo da ativa por levar a um congelamento for ado de sal rios na impossibilidade de se conceder aumento universaliza
150. influenciar pela sua argumenta o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ritos s teses que apresentam a seu assentimento uma argumenta o eficaz a que consegue aumentar essa intensidade de ades o de forma que desencadejie a a o pretendida PERELMAN e OLBRECHTS TYTECA 2005 p 50 Toulmin 1958 2006 outro te rico da argumenta o como se sabe diz que argumentar defender id ias n o deduzidas necessaria mente das premissas sendo que as conclus es n o s o obrigatoriamente implicadas por elas O orador produtor precisa argumentar em favor da probabilidade de que o seu ponto de vista esteja correto Na escola a argumenta o ocorre principalmente mediante o con sumo e a produ o do texto argumentativo o qual passou por um pro cesso de didatiza o tornando se escolarizado BAZERMAN 2006 Sua produ o e circula o n o se d o naturalmente no ambiente es colar Ele se tornou objeto de ensino tendo em vista as novas fun es atribu das escola tais como dotar o aluno de capacidades habilidades para o pleno exerc cio de sua cidadania dominando o maior n mero de g neros para leitura e produ o A argumenta o na escola prevista pelos PCN de L ngua Portu guesa 1998 nas afirma es apresentadas pelo referencial quando este sugere o seu trabalho como forma de desenvolver atividades voltadas para a cidadania Os aspectos pol micos inerente
151. introduz seu enquadre imposi o Observa se que a mediadora explora estrat gias de envolvimento como repeti o para reiterar sua argumenta o Al m disso pistas de con textualiza o como a nfase em palavras e express es chaves foi im POSto ele n o teria conseguido o empr stimo foi uma imposi o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 para se fazer o empr stimo nos revela seu intuito em fazer com que o reclamado aceite o enquadre por ela proposto Mais uma vez quando o enquadre imposi o emerge o reclama do retorna com pedidos de informa o desta vez para verificar os d bitos na conta do reclamante linha 23 Logo ap s atrav s de uma ex press o formulaica muda de marcha e passa a focalizar obriga es contratuais linha 35 Participantes reclamado Rui mediadora Ana 02 35 45 35 Rui por qu porque a partir do momento em que ele aceita 36 0 5 o o o d bito 0 5 porque ele assinou o contrato 37 Ana sim jele assinou o contrato porque 38 Rui tendeu 39 Ana ele precisava 40 Rui eu acho 41 Ana do em pr stimo n o 2 42 Rui eu acho 43 Ana n o foi uma imposi o que foi 44 Rui eu 45 Ana feita ae le O objetivo de Rui ressaltar que a partir do momento em que o contrato foi assinado estaria ent o explicito o aceite do consumid
152. is de 1 um minuto ininterruptamente Isso evitar superaqueci mento e garantir maior vida til ao aparelho O manual de instru es portanto guia o destinat rio do texto no sentido de que realize uma macroa o utilizar o Super Mixer Markoch de forma correta e segura Para isso ele precisa executar um conjunto planejado de microa es especificadas no texto como conectar o plu gue do aparelho na tomada segur lo pelo cabo anat mico e coloc lo dentro do recipiente com o alimento a ser preparado Como se observa esse texto injuntivo comp e se de tr s etapas ex posi o do macro objetivo acional Antes da utiliza o leia atentamen te as instru es de uso apresenta o dos comandos a serem efetua dos equivalem s microa es para a concretiza o desse macro objetivo e explicita o da justificativa O produtor ressalta porque o destinat rio deve seguir as instru es indicadas no texto elas s o necess rias para um perfeito funcionamento de seu produto e para sua seguran a 3 2 A receita culin ria DEL CIA GELADA Ingredientes 1 lata de leite condensado light 1 copo de iogurte natural caixa de gelatina light sabor de sua escolha 400 ml de gua Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Modo de Preparo Dissolva a gelatina na gua conforme instru es na caixa Bata utilizando o MIXER a gelatina dissolvida o leite c
153. iscursos comensur veis quantific veis por meio da tradu o para um conjunto estipulado de termos seja uma sa da satisfat ria e til ROR TY 1988a p 271 Rorty prefere n o falar de uma nova ci ncia social mas de espe ran a social onde o fulcro efetuar a fun o social a que Dewey chamou quebrar a crosta da conven o impedir que o homem se iluda com a no o de que conhece a si pr prio ou a qualquer outra coisa exceto sob descri es opcionais RORTY 1988a p 293 Ele pensa que colocando a quest o em termos pol ticos e morais ao inv s de coloc los em termos epistemol gicos ou metaf sicos deixa as coisas mais claras uma ques t o de escolha de princ pio e n o o modo segundo o qual se definem pala vras como verdade racionalidade conhecimento ou filosofia O problema gira em torno de que auto imagem nossa sociedade deveria ter de si mesma Quando se diz que h uma necessidade de se evitar o rela tivismo isso no m ximo justific vel como um esfor o de manter cer tos h bitos concernente ao modo de vida do homem europeu Esses eram os h bitos nutridos e justificados pelo Iluminismo em termos de um apelo raz o concebida enquanto uma capacidade humana transcultural de corresponder realidade uma faculdade cuja possess o e uso s o demonstrados pela obedi ncia a crit rios expl citos Assim a verdadeira quest o sobre o relativismo se ess
154. izadas os sentidos adquiridos por estas nos contextos os frames por elas ativados e sua contribui o para refor ar as inten es dos autores Para garantir uma maior objetividade na pesquisa as met foras foram submetidas aprecia o de tr s informantes leitores ass duos de jornal Os informantes em separado direcionados pela pesquisado ra deveriam analisar as met foras e tentar exprimir em uma palavra a imagem conceito que estas lhes traziam mente Em seguida complementaram se as conclus es da an lise dos tex tos com informa es fornecidas por editorialistas dos tr s ve culos pes quisados e por opini es de outros cinco jornalistas sobre o editorial e o uso de met foras nesse g nero de texto As entrevistas aos editorialistas partiram das seguintes perguntas a Quem escreve os editoriais equipe do jornal convidados de diferen tes reas etc b Quais s o as normas b sicas de produ o de editoriais quanto linguagem c Por que s o utilizadas express es metaf ricas nos editoriais ex A viol ncia um espinho cravado nos nervos da po pula o ou O projeto recebeu pesado bombardeio Com essas entrevistas esperava se n o s conseguir informa es mais espec ficas sobre os editoriais mas tamb m descobrir se os edito rialistas tinham plena consci ncia do valor argumentativo da met fora Os cinco jornalistas por sua vez responderam question rio com as seguintes perguntas
155. l ticas pr ticas discursivas s o afinadas com posi es deweyanas de igual dimens o onde a conting ncia historicidade iro nia p blica solidariedade assumem um car ter norteador frente a ou 7 O apelo rortyano democracia parece muitas vezes pouco razo vel por exemplo na tica desconstrucionista derridiana onde a democracia est sempre por chegar atravessada pela indecidibilidade e mantendo para sempre aberto seu elemento de promessa RORTY DERRIDA et al 1998 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 132 tras pr ticas justificando quando poss vel cada escolha O tra o mar cadamente etnoc ntrico o faz falar a partir do lugar que lhe parece mais Justo mais pr ximo da possibilidade do exerc cio dessas pr ticas que tanto acalenta solidariedade toler ncia democracia Certamente seu pragmatismo n o oferece nenhuma garantia nenhuma sa da f cil fren te s dificuldades mais urgentes como a fome a mis ria os regimes au torit rios e perversos a loucura a morte etc Seu pragmatismo uma aposta na esperan a social sem qualquer fundamenta o objetiva ou a hist rica Para ele poss vel apostar em tais pr ticas por uma condi o de solidariedade n o fundamentada em qualquer proposi o cient fica objetivamente v lida ou qualquer vers o humanista crist dos seres hu manos RORTY 1991b p 59 Da perspectiva de um discurso que acolha o pensa
156. le as id ias eram inatas auto evi dentes verdadeiras claras e simples Os grandes respons veis por nos sos erros e enganos segundo Descartes seriam a cultura o costume e o exemplo O que se tem no cerne do sistema cartesiano a raz o indi vidual contra a cultura GELLNER 1992 p 21 Apesar de ter influen ciado bastante o pensamento cient fico este sistema come ou a sofrer abalos por volta do final do s culo XVII quando o italiano Vico prop s uma alternativa para o problema do conhecimento Vico 1999 n o s questionou as bases do cartestanismo como foi um dos primeiros fil sofos a ressaltar a fun o da met fora na constru o do conhecimento Examinando os princ pios das ci ncias duras como a f sica ou matem tica concluiu que h uma enorme diverg n cia entre o que Descartes define como certo e verdadeiro A f sica por exemplo representa ordem da certeza real mas n o da verdade A matem tica puramente inventada e convencionalizada pelo homem Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 n o oferece conhecimento do real Dessa maneira seria imposs vel ao homem obter um conhecimento verdadeiro sobre a natureza das coisas pois ele n o o criador dela e portanto a desconhece Em rela o met fora Vico a considera o instrumento principal na apreens o do mundo Ele enfatiza o aspecto coletivo e n o indivi dual do pensamento m
157. leiros que em 1907 j tentaram sim plificar e uniformizar o nosso sistema ortogr fico capitaneados pelo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 grande Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras Desde que o governo portugu s aprovou um sistema ortogr fico oficial para uso burocr tico e escolar 1911 nossos intelectuais e nossas academias v m tentando uma solu o unificadora para a nossa ortogra fia infelizmente sem sucesso Nosso sistema ortogr fico se baseia fundamentalmente na Or tografia Nacional de Aniceto dos Reis Gon alves Viana publicada em 1904 Todos os sistemas j aprovados at hoje tanto em Portugal quan to no Brasil tiveram essa mesma base Foi assim em 1911 em 1931 em 1945 1975 1986 1988 e 1990 Dizer que n o h fundamenta o seria o mesmo que dizer que n o seguiu nenhuma das fundamenta es com exclusividade Isto natural visto que tamb m os fil logos e linguistas apesar de poucos n o pensam uniformemente Mas uma base sempre houve e foi sempre a mesma Para se ter uma ideia de que n o se trata de algo feito nas coxas a Academia Brasileira de Letras foi eleita como o rbitro para decidir sobre os casos omissos e amb guos do Acordo atrav s do Vocabul rio Ortogr fico da L ngua Portuguesa para cuja coordena o foi nomeado o professor e acad mico Evanildo Cavalcante Bechara Na sua elabora o trabalha h meses um
158. lgumas delas dizem respeito ao estilo do texto 1 1 O texto dissertativo escolar geralmente apresenta uma estrutu ra organizada em tr s partes a introdu o o desenvolvimento e a con clus o a Identifique os par grafos que constituem essas partes A intro 5 As autoras usam a no o de g nero textual Por m por concordar com as id ias desenvolvidas pelos estudos voltados para a no o discur siva usei o termo discursivo uma vez que considero g nero discursivo todas as formas de enunciado que variam de acordo com as esferas sociais de comunica o levando em conta a intera o entre interlocutores e a enuncia o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 du o constitu da pelo 1 par grafo o desenvolvimento pelo 2 e pelo 3 e a conclus o pelo 4 par grafo 2 Observe os par grafos do desenvolvimento que d o sustenta o tese 3 Observe a conclus o do texto 5 Observe a linguagem do texto a A autora emprega uma linguagem pessoal e subjetiva ou impes soal e objetiva Justifique sua resposta Uma linguagem impessoal objeti va pois ao usar a 3 pessoa a autora n o se coloca diretamente no texto Professor comente com os alunos que em Vivemos a 1 pessoa do plu ral generaliza e a express o tem sentido equivalente a todos vivem b Que tipo de variedade ling stica foi empregado A variedade padr o C
159. literal A compreens o indireta leva em consi dera o o momento que o falante utiliza uma frase para transmitir um sentido indireto Resumindo n o h lugar para met foras no objetivismo j que os sentidos s o sempre objetivos expressando condi es de verdade A linguagem figurada pode no m ximo ser um instrumento de como se expressar indiretamente Entretanto Lakoff e Johnson argumentam fundamentados nas evid ncias ling sticas que a filosofia objetivista n o explica como a compreens o da nossa experi ncia nossos pensamentos e linguagem se d Para eles uma adequada explica o deveria requerer que Consideremos os objetos somente como entidades relativas s nos sas Intera es com o mundo e s nossas proje es sobre ele Consideremos as propriedades como interacionais ao inv s de inerentes Consideremos as categorias como gestalts experienciais definidas via prot tipo ao inv s de consider las como rigidamente fixadas e defi nidas via uma teoria estabelecida LAKOFF e JOHNSON 2002 p 323 Ainda para eles os problemas em rela o ao sentido nas l nguas naturais e forma que as pessoas compreendem sua l ngua e suas ex peri ncias s o problemas emp ricos e n o filos ficos Pode se resumir concluindo que para os autores em pauta os argumentos da vis o obje tivista s o inadequados pois est o calcados em assun es err neas Haja vista que as explica es objetivistas precisam de proprieda
160. lop dia dentre outros Abordagem confusa esta feita pelo LD ao afirmar que n o exis tem diferen as entre argumentar e dissertar Se o texto dissertativo da ordem do expor conforme o pr prio LD como n o haver diferen a en tre ele e o texto argumentativo da ordem do argumentar Na proposta de agrupamento de g neros de Dolz e Schneuwly 1996 2004 o agru pamento da ordem do argumentar prev a discuss o de problemas so ciais controversos tendo sua sustenta o na refuta o e na negocia o de tomadas de posi es ao passo que o agrupamento da ordem do ex por prev a transmiss o e constru o de saberes sendo sustentado pela apresenta o textual de diferentes formas dos saberes Na proposta do grupo de Genebra o que aparece no grupo do expor o texto expositivo em LD mas os proponentes n o o categorizam como disserta o nem as tradutoras fazem qualquer men o a isso O que o LD demonstra o desconhecimento de que a disserta o um texto que apresenta uma quest o a ser desenvolvida construindo se uma opini o que responda a uma quest o proposta Na disserta o a tentativa de ganhar a ades o do outro faz lo concordar com a enun cia o do locutor orador segundo Arist teles 350 a C 1998 sem no entanto mudar sua atitude Para Delforce 1992 a disserta o um texto no qual a atividade enunciativa fundamental consiste em interro gar e responder e n o em afirmar ou refutar A ca
161. m a sua ortografia Em Mo ambique uns quatro milh es sabem portugu s mas de pou co mais de um milh o os que o falam como primeira l ngua Em Ango la mais de sete milh es falam portugu s mas s o menos de quatro mi lh es os que o t m como primeira l ngua Est claro que bem pequeno o percentual de lus fonos que ser o atingidos pelas normas ortogr ficas nesses pa ses pois elas ser o obrigat rias apenas em algumas situa es e por uma pequena parcela da sociedade 4 Benef cios que o Acordo trar para o Brasil H quem diga que n o haver nenhum benef cio avaliando como uma inutilidade todo esse trabalho Noutras palavras os pol ticos aca d micos e intelectuais que v m lutando h d cadas para conseguir im plementar esse acordo s o pouco inteligentes e desprovidos de bom sen so preciso ser muito capaz para conseguir justificar essa avalia o Pelo contr rio al m da simplifica o do ensino da acentua o gr fica e da hifeniza o de que trataremos mais adiante teremos outros ganhos nada desprez veis E n o ser o ganhos exclusivos para o Brasil Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ou para os brasileiros a Na rela o internacional entre esses oito pa ses e com os demais pa ses do mundo teremos um importante e fundamental benef cio que ser o da agiliza o de processos em nossa pol tica e neg cios exteriores para os quais n
162. manas de uma outra cr tica da raz o tal cr tica faria para a compreens o hist rica o que a cr tica kantiana da raz o pura ti nha feito para as Ci ncias Naturais uma cr tica da raz o hist rica DILTHEY 1986 p 39 PALMER 1989 p 50 Percebemos portan to que o esfor o de Dilthey em rela o s Ci ncias do Esp rito Geis teswissenschaften se sustenta ainda sob a sombra da fundamenta o das Ci ncias Naturais tendo como refer ncia alguns dos seus princi pios como a objetividade e o m todo O grande passo que Heidegger 1998 deu em rela o a Dilthey foi a introdu o do princ pio segundo o qual a compreens o e a interpre ta o s o modos fundantes da exist ncia humana e n o apenas conseq ncia dela A objetividade e os fundamentos para as Ci ncias Humanas n o est o aqui colocados ao modo diltheyneano A Hermen utica heide ggeriana do Dasein transforma se em Hermen utica especialmente na medida em que apresenta uma ontologia da compreens o O Ser ai implica em compreens o e interpreta o dando se no tempo e na lingua gem Parte se ent o da compreens o como resultado final para a compre ens o e Interpreta o enquanto condi o da exist ncia Como podemos verificar aqui a compreens o prioritariamente um acontecimento ling stico E sobretudo este ponto que o pragma tismo herda da Hermen utica Aquilo que os homens falam de si do ou tro d
163. mento de Witt gensteimn Dewey e Donald Davidson n o poss vel se falar de uma te oria ou de uma descri o que seja por si s a melhor explica o do mundo Como podemos encontrar nestes autores citados mas tamb m em William James uma explica o sobre a natureza das coisas o que conveniente e til aos nossos Interesses e responde s nossas cren as JA MES 1995 Uma explica o cient fica religiosa ou cotidiana sempre ser uma descri o que obrigatoriamente dever conviver com in meras outras descri es alternativas Como afirma Hilary Putnam 1992 p 45 n o podemos falar do ponto de vista do olho de Deus n o h qualquer descri o que seja mais pr xima do mundo RORTY 1991b p 60 Deste modo n o temos conclui Rorty uma linguagem que sir va como base neutra permanente para formular todas as boas hip te ses explicativas ou a melhor chave interpretativa Uma linguagem para observar o mundo diretamente mas que seja neutra em rela o s nos sas perspectivas e interesses simplesmente in til Assim segue ele improv vel que a epistemologia como tentativa para tornar todos os 8 Um exemplo dessa vers o humanista crist lan ado por Rorty a Declara o de Helsinki onde podemos verificar o car ter fundacionista essencialista dos direitos humanos ali expostos RORTY 1995 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 133 d
164. mes de Almeida Bolsista de Extens o Dialogarts Thiago Rocha Soares Bolsista de Extens o SePEL UERJ DIAGRAMA O Carlos Henrique Brand o BIG FAPERJ LABSEM Igor Cesar Rosa da Silva BIG FAPERJ LABSEM Marcos da Rocha Vieira BIG FAPERJ LABSEM Samuel Gon alvez BIG FAPERJ LABSEM PROJETO DE CAPA Carlos Henrique de Souza Pereira Bolsista de Extens o LOGOTIPO Gisela Abad Contato caderno seminal gmail com publica es dialogarts gmail com Publica es Dialogarts um Projeto Editorial de Extens o Universit ria da UERJ do qual participam o Instituto de Letras Campus Maracan e a Faculdade de Forma o de Professores Campus S o Gon alo O Objetivo deste projeto promover a circula o da produ o acad mica de qualidade com vistas a facilitar o relacionamento entre a Universidade e o contexto sociocultural em que est inserida O projeto teve in cio em 1994 com publica es impressas pela DIGRAF UERJ Em 2004 impulsionado pelas dificuldades encontradas no momento surgiram com recursos e investimentos pr prios dos coordenadores do Projeto as produ es digitais com vista a recuperar a ritmo de suas publica es e ampliar a divulga o Visite nossa p gina http www dialogarts uer br NDICE OS G NEROS TEXTUAIS E A TIPOLOGIA INJUNTIVA esssessessssssessscssossessscossoseosecrss Vanilda Salton K CHE Adiane Fogali MARINELLO Odete Maria Benetti BOFF O NOVO ACORDO ORT
165. mesmos de alguma comunidade de investi ga o tratando os enquanto partes de um grupo no interior do qual a concord ncia n o for ada deve ser buscada O que n o podemos fazer nos lan ar para al m de todas as comunidades humanas numa incur s o a hist rica e finita n o contingente n o etnoc ntrica Essa passa gem diz respeito justamente a por o de filia o tradi o costumes e valores que sempre nos interpela Negar essa por o negar os pr prios limites A democracia nesse contexto se inscreve como elemento que permite esse encontro sempre precipitado que possibilita a conversa o e o acordo A conversa o e o acordo como possibilidades viabilizadas pela democracia n o acontece certamente sem as devidas tens es disso o pr prio Rorty est advertido O pragmatismo n o se v iludido frente aos limites da Linguagem do Homem da vida etc Poder amos at arriscar que utilizando o jarg o psicanal tico o pragmatismo est advertido da sua castra o mas nem por isso desiste da causa que toma como sua A valoriza o e prioridade rortyana das pr ticas democr ticas e liberais sobre qualquer outra e do confronto livre e aberto para negocia es profundamente atacado por alguns dos seus cr ticos De certo modo Rorty considerado s vezes apenas mais um democrata liberal americano ou um relativista pretensioso De qualquer maneira suas posi es po
166. minos Todos temos os mesmos direitos lingu sticos A unifica o ortogr fica n o foi feita para resolver as quest es do ensino ou da educa o mas quest es de pol tica lingu stica que b vio Interessa aos educadores Como todas as a es pol ticas de gran de alcance afeta a grande parcela da sociedade e a algumas muito mais profundamente do que a outras Ali s importante fazer um destaque aqui para uma express o bastante utilizada nos coment rios sobre esse tema que a informa o de que se trata de uma reforma ortogr fica Como bem lembra Carlos Alberto Faraco O Acordo de 1990 n o prop s uma reforma da ortografia Ou seja em nenhum momento se mexeu nas linhas mestras do sis tema ortogr fico O que o Acordo estabeleceu foram pequenas mudan as todas marginais nenhuma nuclear para garantir o fim da duplicidade ortogr fica FAR ACO 2009 2 Import ncia do Acordo Ortogr fico para os pa ses lus fonos No mundo h numerosos pa ses que utilizam a l ngua portugue sa como l ngua de cultura pois nem todas as milhares de l nguas exis tentes t m esse status Mas s o apenas oito os pa ses da CPLP Angola Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Brasil Cabo Verde Guin Bissau Mo ambique Portugal S o Tom e Pr ncipe e Timor Leste que a t m como sua l ngua oficial Quase 240 milh es de indiv duos desses pa ses se orgulham de
167. mposi o aspectos lexicais sint ticos tempos verbais rela es l gicas esti lo Constata se desse modo que a distin o entre as tipologias textuais Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tem por base as diferen as lingu sticas e o que distingue os g neros s o os aspectos funcionais O conjunto das tipologias textuais limitado e n o tende a aumen tar ao passo que o n mero de g neros ilimitado com tend ncia a ser ampliado no transcorrer do tempo As tipologias d o suporte na composi o de um g nero Assim quando certa tipologia textual predomina num determinado texto concreto dizemos que esse um texto argumentativo narrativo descritivo Injuntivo dialogal prescritivo entre outros 2 Tipologia textual injuntiva A tipologia textual injuntiva caracteriza se por guiar os indiv du os para a execu o de uma atividade espec fica e ou estabelecer normas para direcionar as pr ticas sociais frequentemente encontrada nos g neros textuais que circulam no cotidiano de qualquer indiv duo Por exemplo uma dona de casa ao folhear o seu livro de receitas culin rias depara se com in meros textos Injuntivos que visam a orient la no pre paro de alimentos A injun o est presente tamb m em g neros como os manuais e as Instru es de uso e montagem os textos de orienta o leis de tr nsi to recomenda es de tr nsito e dire o os reg
168. n 2009 ISSN 1806 9142 As Fam lias vencedor do Concurso Virg lio V rzea promovido pela Funda o Catarinense de Letras em 1986 o autor recebe o 2 lugar no Concurso Nacional 3 Bienal Nestl na categoria conto com o livro A Companheira Noturna Concorrente na categoria romance do mesmo No primeiro bloco Os Ventos o autor apresenta personagens n o nomeados em v rias cenas diversas em tempo e espa o separando cada discurso por par grafos que se alternam O Velho Matheus a col nia o prost bulo o botequim o pesadelo Ela Paula ao quadrante dos ventos terral noroeste nordeste e sul As pe as do quebra cabe a s o apresentadas ao leitor provocando certo estranhamento j que a seq ncia narrativa n o obedece a uma ordem linear e as pe as ser o mon tadas pela presen a remissiva das cenas anteriores presentes nos blocos seguintes No segundo bloco As guas a estrutura narrativa se alterna em tr s mini blocos que para melhor compreens o denominaremos 1 A Viagem 2 O Relat rio e 3 A Col nia Em A Viagem apre sentado ao leitor o dif cil trajeto de balsa para o interior de Itaja pelos imigrantes alem es Helmuth e Gertrud Edgard e Irma e Ele Matheus assim nomeado por n o fazer parte do grupo O mini bloco O Re lat rio traz fragmentos de um nico relat rio datado de 1898 que de vido a sua representa o fragment ria toma a
169. na AZEVEDO 1988 cuja ordem narrativa silencia o leitor deixando o espreita de novos de funtos novas bebedeiras novos exageros de uma juventude genial ge niosa e desvairada deixando o como um mero receptor do narrado Em O Esqueleto conto machadiano aqui enfocado Alberto est com dez ou doze convivas que discutem diferenciados temas aguar dando a refei o Em Noite na taverna Solfieri e seus amigos fazem o mesmo a diferen a est em que nos contos de lvares de Azevedo o assunto da palestra entre os amigos gira em torno de situa es er ticas e m rbidas No caso da narrativa machadiana Alberto o narrador perso nagem insere nas conversas variadas sua hist ria de mist rio e medo o caso do Dr Bel m e o esqueleto de sua primeira esposa Solfieri por seu turno conta uma hist ria de sustos e erotismo a qual ele pr prio vivenciara em um outro tempo e em um outro lugar constru do entre uma noite simb lica e uma falsa morte associada a uma inexplic vel dem ncia AZEVEDO 1988 p 5 8 A personagem apaixona se por uma vis o fantasmag rica de mulher reencontrando a depois quando catal ptica jazia como morta Ap s acord la pelo sexo e pela paix o Solfieri a leva para sua casa onde a v morrer e a enterra sob sua cama tendo mandado fazer antes uma est tua de m rmore que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 193 a reproduz O sobrenatural
170. nder e fazer pela comunidade de pertencimento para que seja mais livre e para Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 124 que possa ampliar o sentido de esperan a social N o importa em que tipo de investiga o ou de comunidade de pertencimento esteja envol vida Esse fazer diz respeito uma opera o pr tico discursiva de mocr tica onde a conversa o o ponto de tens o e de coopera o de engrenagem e de constri o Neste sentido a comunidade de acor do com Rorty tende a ignorar essas esp cies de ret rica que n o trazem nenhum avan o deixando de lado essas disputas in teis O pragmatis mo rortyano e deweyano trata as humanidades como estando no mesmo n vel da arte e pensa em ambas como fornecendo antes prazer do que verdade Rorty 1991b p 36 Neste aspecto em especial Rorty 1993 passim recorre a Heidegger e a sua po tica para fazer valer a literatu ra e poesia como sa da poss vel a esses impasses Se tratarmos qualquer tema chave como tratamos a poesia diz Rorty torna se mais f cil in troduzir qualquer met fora redescrever e ampliar o modo de ver as coi sas Idem 1991b p 36 seq Estas distin es t o comuns no discurso da modernidade entre fatos s lidos e valores flex veis experi ncia e natureza verdade e pra zer objetividade e subjetividade s o instrumentos ineficazes pois elas n o s o adequadas para dividi
171. necessidades especiais A forma o acad mica do pro fessor de Letras prepara o para vivenciar essa experi ncia Que refle x es podem ser propostas sobre a readapta o do curr culo dos cursos de Letras a essa realidade Assim o estudo prop e discutir acerca das pr ticas que favorecem a inclus o dos deficientes visuais no espa o da sala de aula sobretudo no ensino de E LE Configura se desse modo como um estudo de caso das estrat gias docentes para o ensino de compreens o leitora em E LE em uma turma que possui alunos deficientes visuais Ao pensar no processo ensino aprendizagem de F LE em turmas regulares e inclusivas considera se que o professor deveria planejar suas aulas de modo a interagir com todo grupo e direcionar o estudo da LE para uso priorit rio da compreens o leitora O objetivo que esta pos sa contribuir para o desenvolvimento de uma consci ncia cr tica e ativa dos sujeitos envolvidos no processo educativo No entanto n o essa a realidade que se observa em salas de aula que apresentam alunos cegos j que o professor n o recebe informa es espec ficas e nem qualifica o adequada para desempenhar tal papel 1 O aluno deficiente visual e o acesso informa o No in cio do s culo XX observou se que os conceitos de defici n cia diminui o ou handicap foram sendo associados s pessoas com restri es em seus sentidos A evolu o das pesquisas e estudos mostrou que apesar da varie
172. nismo narrado em Maio m s de Maria como se pode perceber na fala do narrador ao destacar os procedimentos que Jo o Segunda deveria seguir com a ajuda do enfermeiro s David Com o tempo se foi familiarizando com a gente da comuna embo ra prudente conforme lhe tinham aconselhado que s David lhe reve lou tinha no seio da popula o muita gente sem escr pulos que n o se Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 importava de falsear verdades a troco de dinheiro Depois tinha outro perigo Jo o Segunda n o era da regi o e por isso n o falava a l ngua lo cal Quando que falava com as pessoas da comuna tinha de linguajar as simples falas directas De outro modo seria logo tido como branco ape sar da cor que ele tinha Para ocupar o tempo Segunda jogava s cartas com s David e lhe ajudava no tratamento dos doentes dele Coisas sim ples limpar feridas com tintura de 10do fazer pensos e atar ligaduras esterilizar fervendo agulhas e seringas Tinha tamb m vezes de irem ca ar nas matas de Sandundo Kapalandande ou Kafuana ou de pesca rem os saborosos peixes na lagoa Tchimbetcha Entre ele e o enfermeiro foi nascendo assim uma grande e sincera amizade S David vivia pro fundamente as preocupa es dele por isso tentava sempre lhe ajudar Segunda que confirmou provado enfermeiro David era um amigo e ti nha humanismo no trato com toda gente MMM p 161 Grifos nossos im
173. nto de conhecimentos relacionados a um mesmo con ceito experi ncia imagem etc como por exemplo o frame de guerra que pode incluir elementos como batalha trincheira atirar atacar entre outros Dessa forma partiu se da id ia de que as met foras s o capazes de ativar frames que no editorial levam o leitor a relacionar suas ex peri ncias com as pistas deixadas pelo editorialista para nessa a o in tersubjetiva e interativa construir o sentido do texto 4 Pesquisa sobre o uso de met fora em editoriais jornal sticos A pesquisa aqui relatada baseou se na id ia aceita desde a Ret rica Cl ssica de que a met fora pode funcionar como um recurso argu Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 163 mentativo Al m disso considerou que essa figura representa um pro cesso de associa o entre dois dom nios cognitivos o que acarreta a transposi o de um elemento sem ntico de um campo a outro O valor argumentativo da met fora estaria na sua capacidade de ativar imagens ou frames que fariam com que o ouvinte leitor pudesse relacionar suas experi ncias com as opini es do produtor do texto Este poderia ent o atingir racional e emocionalmente o seu interlocutor e dessa forma conseguir sua ades o tese proposta Partindo dessas hip teses e da an lise de um corpus composto de 15 editoriais impressos a Investiga o teve como objetivo inicial averi guar se a m
174. nto dito padr o n o acontece na audi ncia do Banco Sul visto que a mediadora se encarrega de construir a narrativa pelo consumidor Na linha 20 quando Rui toma o turno h a expectativa de que o mesmo apresentaria a sua vers o do que ocorreu no Banco Entretanto Rui n o entra no enquadre da mediadora mas reintroduz a fase inicial de pr abertura linhas 1 14 quando h levantamento de informa es e che cagem de dados relevantes para o que ser discutido posteriormente O reclamado procura esclarecimento sobre em qual ag ncia o problema foi detectado Tal informa o revelar se importante no desenrolar da au di ncia posto que o reclamado assume o cargo de gerente administrati vo da referida ag ncia Mesmo que Rui o gerente n o tenha estado com Lucas na ag ncia seu envolvimento e sua responsabilidade sobre a venda Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 148 casada aumentam amea ando sua face e a do Banco que representa O turno da mediadora correspondente s linhas 30 a 34 funciona como um reparo do turno das linhas 16 a 19 na medida em que a me diadora reintroduz o t pico reclama o e relata novamente a posi o do reclamante Participantes reclamado Rui mediadora Ana 01 29 35 29 Rui gt o contrato do lucas n o t aqui n o lt 30 Ana fent ele veio ao procon nos 31 questionar porque a inten o dele n o era fazer o seguro
175. nto do tipo respons vel x n o respons vel focalizado por Divan 2006 a qual investiga as explica es como recursos discursivo interacionais que os participantes utilizam para expor seu ponto de vista e para se posicionar no discurso A autora destaca ainda posicionamentos do tipo forte x fraco oferta x imposi o e expert constru dos por meio de escusas justificativas e recusas mecanismos a servi o da constru o discursiva do significado Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 149 A partir da linha 36 Rui inicia sua argumenta o e se posiciona sobre a reclama o Participantes reclamado Rui mediadora Ana 01 36 48 36 Rui o o que eu tenho pra dizer a voc o 37 seguinte 0 5 com rela o ao que n s recebemos um relato do 38 procon 0 5 t tava dando a entender que fosse opera o 39 casada n o opera o casada 40 0 5 41 Rui acho que todas as institui es financeiras hoje tem os seus 42 produtos a oferecer 43 Ana humhum 44 Rui t Todas 45 Ana humhum 46 Rui a partir do momento em que o cliente proCUra nos a a 47 a a um empr stimo com certeza eu acho que qualquer lugar 48 quer vender o peixe dele Por meio de uma express o formulaica o o que eu tenho pra dizer a voc o seguinte o reclamado conduz ao enquadre que lhe conv m O que ocorre uma mudan a de
176. ntos apelando para premissas comuns compartilhados e 6 Rorty publicou recentemente na Folha de S o Paulo o artigo O futuro da utopia onde apresenta a relev ncia da utopia enquanto sonho de um mundo melhor e igualit rio frente ao esnobismo do pensamento p s moderno RORTY 1999 p 5 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 130 nenhum sentido em pretender que uma natureza humana comum fa a com que os totalit rios inconscientemente sustentam tais premissas RORTY 1991b p 42 Em Objectivity relativism and truth Rorty 1991b p 2 3 procura fazer a distin o entre o representacionalismo e anti representacionalis mo descartando a no o de realismo e anti realismo argumentando que esta quest o diz respeito aos representacionalistas e n o aos anti re presentacionalistas Essa escolha de se manter fora das discuss es dessa ordem coerente com o modo como constr i seu pragmatismo Ele uti liza ainda a no o j referida neste ensaio de etnocentrismo como um elo entre anti representacionalismo e liberalismo pol tico Pois se gundo ele a cultura liberal dos ltimos tempos encontrou uma estrat gia para evitar a desvantagem do etnocentrismo que foi justamente a abertu ra para o encontro com outras culturas atuais e poss veis e a a o de tor nar essa abertura o ponto central para a sua auto imagem como vemos na id ia de globaliza
177. ntrato assinado como uma sinopse um ajuste dos termos da conversa entre o consumidor Quem inicia a atividade e quem coloca todas as perguntas a mediadora a qual se alinha como a representante do rg o trazendo tona informa es especificas sobre o contrato nas linhas 3 11 e 13 foi celebrado quando esse do se guro do empr stimo Observa se tamb m o uso de termos jur di cos espec ficos para se referir assinatura do contrato esse contrato foi celebrado quando linha 3 Tal escolha lexical tamb m funciona como uma pista de contextualiza o que sinaliza sua posi o discursiva de representante legitimada Por ser uma fala resumitiva da mediadora sem ainda mencionar a reclama o do reclamante v se como pista pa ralinguistica a presen a de muitas pausas entre os turnos Isso tamb m sinaliza que as partes reconhecem as regras do encontro e n o introdu zem seus pontos de vista o que acontecer somente quando Ana alocar os turnos a cada um deles A partir da linha 16 Ana assume um novo alinhamento Participantes mediadora Ana reclamado Rui 01 16 25 16 16 Ana a reclama o dele aqui que ele 0 5 foi junto ao 17 banco sul requerer um empr stimo 0 5 e foi obrig gt uma 18 das condi es pra ele conseguir um empr stimo foi obrigado a 19 adquirir o seguro 20 Rui gt sei lt qual que a ag ncia que atendeu ele 21 0 5
178. o para concluir a apresenta o das id ias e encaminhar o texto para o fim Pela forma como o LD encaminhou a proposta de produ o era esperado um alto n mero de d iticos de pessoa indicativos de pessoali dade nos textos dos alunos o que de fato ocorreu O uso dessas marcas n o deve ter sido motivado pelo entendimento dos alunos acerca do efei to que causa no texto o uso de mais pessoalidade e subjetividade ou n o Digo isso porque as atividades de explora o do texto base Cf CERE JA e MAGALH ES 2002 p 233 traziam uma quest o sobre a pesso alidade mas n o foram trabalhadas pela professora Assim 67 dos textos trouxeram essas marcas explicitamente e 33 n o caracterizando se pois como impessoais Dos textos que tra zem a marca de pessoalidade expl cita 50 o fazem com o uso da ex Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 press o na minha opini o As ocorr ncias mostro a seguir Ocorr ncias 1 Na minha opini o 2 Se n o estamos satisfeitos com a programa o de nossa TV 5 Eu sou contra a censura 6 Eu sou a favor porque 3 Eu n o acho que tem que por mais censura 7 E tamb m a gente adolescente temos direito 8 Eu acho que muito bom proibir as crian as Figura 3 D iticos de pessoa 4 No meu ponto de vista Mesmo tendo usado o recurso da pessoalidade prov vel que os alunos desc
179. o aquela carro a que era utens lio p blico HR p 47 Ele se desloca de cabe a baixa num conformismo incon formado procurando no ch o a justificativa para aquele trabalho ab surdo idiota HR p 29 O trabalho idiota consome corr i Serrote e o cavaleiro Geminia no antes t o confiante e desempenado agora aquilo um homem desmanchado na boleia os ombros despencados os olhos fixos nas an cas cada vez mais magras de Serrote despreocupado do caminho HR p 29 As frases curtas objetivas s o ampliadas pelo ac mulo de signifi ca o que parte de uma rela o objetiva entre a significa o pr pria e a figurada para demarcar a falta a nega o de sentidos nas a es dos per sonagens Jos J Veiga com o intuito de explorar ao m ximo os efeitos de repress o em Manarairema e explicitar a imobilidade discursiva usa verbos que denotam a degrada o de ambos os personagens Geminiano desumanizou se igualou se ao cavalo gradualmente pois est se desmanchando se despencando Esses e outros verbos diluem a no o de movimento crescente da palavra precisa exata com Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 a qual o sujeito faz e encontra sentido As informa es contidas nessa linguagem reinterpretam a aus ncia de di logo entre o grupo cidad os manarairenses e os outros aqueles engravatados que alteraram a en grena
180. o O etnocentrismo o elo que permite enfrentar o outro a outra cultura como possibilidade de enfrentamento da pr pria cultura de origem Segundo Rorty esta cultura o etnos que se or gulha de si mesmo por sua suspei o frente ao etnocentrismo antes por sua habilidade em incrementar a liberdade e a abertura dos encontros do que por sua possess o da verdade RORTY 1991b p 2 Pois aqui o en frentamento com qualquer comunidade n o se d nos limites da episte mologia mas nos limites da interpreta o e da toler ncia Meu pr prio ponto de vista o de que n o h muito proveito em apontar as contradi es internas de uma pr tica social ou em descons tru la a n o ser que se possa advir com uma pr tica alternativa a n o ser que se possa por fim tra ar uma utopia na qual o conceito ou distin o se tornariam obsoletos Antes de tudo toda pr tica social de alguma complexidade assim como todo e qualquer elemento de uma tal Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 pr tica cont m tens es internas RORTY 1991b p 16 Os pragm ticos querem substituir a id ia de objetividade pela de concord ncia n o for ada Esta ltima refere se a n s um n s etnoc ntrico Para Rorty n s sempre podemos ampliar os nossos es copos observando outras pessoas ou culturas como membros ou repre sentantes tanto quanto n s
181. o deitou se aspirando profundamente os aromas que aquela mulher deixara com ele BOOS J NIOR 1986 p 378 9 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 185 A mesma camisola vai ser o disparador da morte de Helga a empre gada que encontra a camisola dias depois exalando ainda o mesmo aroma entre os guardados na mochila de Matheus as fivelas estavam abertas e a conhecida fragr ncia da col nia subir at ela sobrepondo se aos cheiros de Matheus e do seu pr prio corpo BOOS JUNIOR 1986 p 384 O perfume de Paula em seu frasco tem o poder m gico de renova o cujo n vel a em pregada nunca percebeu baixar ficando lhe a impress o de que por qualquer esp cie de milagre ou magia l quido e aroma recomp em se durante as pou cas horas de sono de sua propriet ria BOOS JUNIOR 1986 p 39 Paula tem consci ncia do poder de sedu o do seu aroma sobre Matheus Viu Matheus com os cabelos em desalinho lentamente er guer o corpo contra a t bia claridade em busca do seu cheiro lento po r m decidido feito um c o de ca a BOOS JUNIOR 1986 p 30 As imagens de ca a e ca ador interp em se v rias vezes no discurso descobrira o corpo nu usando o tato como um prolongamento da imagina o desenfreada e ainda o olfato seguindo todos os cheiros que ela exalava assim como um predador seguindo n o a presa f cil e amedrontada por m um inimigo t o po de
182. o destacando pontos isola dos do que foi apresentado por ele Em seguida a professora complementa a fala dos alunos e pergun ta que texto aquele que acabara de ser lido Com essa atitude ela j fa vorece a instaura o da ZPD VYGOTSKY 1933 1988 1 l Pr Que texto esse que a gente acabou de ler pessoal 2 Al um texto informativo professora 3 Al um texto dissertativo 4 Pr Certo Os dois t o certos um texto informativo e um texto dissertativo Agora por que ele um texto dissertativo 5 Al Porque tem introdu o desenvolvimento e conclus o A resposta da aluna d ind cios de que o m todo de ensino do LD estava sendo apropriado por ela uma vez que em v rios momentos ele afirma para o aluno que um texto argumentativo composto pelas tr s partes mencionadas 2 6 Pr Muito bem Na introdu o do texto dissertativo apre 10 O texto trata da import ncia da gua ao longo da hist ria da humanidade 11 Vygotsky 1933 1988 p 97 diz que ZPD a dist ncia entre o n vel de desenvolvimento real que se costuma determinar atrav s da solu o independente de problemas e o n vel de desenvolvimento potencial determinado atrav s da solu o de problemas sob a orienta o de um adulto ou em colabora o com os companheiros capazes Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 senta se o assunto a ser discutido no desenvolvimento as in
183. o Procon s o encontros de natureza institucional DREW e HE RITAGE 1992 Segundo Drew e Heritage 1992 a institucionalidade de uma intera o n o determinada pelo contexto f sico em que ocorre e sim pelo fato de identidades profissionais ou institucionais serem relevan tes s atividades de fala A dist ncia social entre os participantes a exis t ncia ou n o de uma agenda pr determinada assim como os direitos e deveres em rela o participa o no encontro de fala s o alguns dos as pectos que devem ser contemplados pelo analista do discurso que desen volve estudos dessa natureza No entanto o aspecto mais enfatizado a orienta o dos participantes para uma tarefa ou meta fim Tais metas s o especificas do encontro social em andamento e especificas tamb m das identidades institucionais que os participantes tornam relevantes no aqui e agora da intera o GOFFMAN 1964 1998 Foram identificadas tr s fases nas audi ncias segundo Silveira 2000 a fase de troca de informa es de argumenta o e a fase de en cerramento Cabe ao mediador iniciar o evento cedendo o turno ao re clamado A partir da solicita o as partes narram suas est rias desta cando fatos relevantes para suas argumenta es Sigo aqui o modelo interacional de discurso com o embasamen to te rico metodol gico da Sociolingu stica Interacional GOFFMAN 1981 1998 GUMPERZ 1982 1998 TANNEN 1986 1993 SCHIFFRIN 1994 RIBEIRO e GAR
184. o a tradi o do jornalismo defendeu o uso com restri es de adjetivos que segundo ele podem tornar o texto enfadonho e pobre e de met foras que podem prejudi car a clareza das informa es embora algumas vezes possam at fa cilitar a comunica o No jornal C a situa o era um pouco diferente Na equipe que produzia os editoriais havia dois economistas Essa provavelmente a explica o para o fato de na sele o dos textos terem sido encontrados muitos editoriais sobre economia com uma linguagem mais t cnica e poucas met foras Os textos sobre pol tica foram os que melhor se pres taram an lise da pesquisa Devido provavelmente forma o acad mica que receberam h ainda por parte dos jornalistas a id ia de que a met fora um recurso a ser evitado ou usado com cautela por poder prejudicar a clareza Para esses profissionais como prescrito nos manuais de jornalismo a objeti vidade deve ser priorizada Al m disso a met fora ainda vista como 3 Neste artigo os jornais ser o identificados como A Be C Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 166 um floreio de linguagem e inimiga da objetividade Por tr s dessa vi s o subjazem algumas concep es dentre elas as seguintes As pessoas podem ser objetivas e podem falar objetivamente mas s o conseguem se utilizarem uma linguagem simples que seja clara e precisamente definida direta e
185. o com seu filho do que ele assistir sozinho e entender algumas coisas erradas as pessoas s o mais li berais hoje em dia coisas que antes eram proibidas s o co muns Depois do movimento rip n o existe mais repress o Por isso n o deve haver censura e sim mostrar tudo melhor aprender assim do que de outra forma Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 73 para se saber o que tem em um filme antes de inici lo por exemplo se voc e sua fam lia estiver vendo um filme e derrepente os personagens come am a se despir com cer teza voc vai ficar constrangido o que n o vai acontecer se houver censura antes de iniciar tem cenas inadequadas em certos hor rios que podem ser mostradas para as crian as a televis o tamb m um 2 Deve haver censura Er meio de aprendizagem deveria passar cenas em hor rios na TV adequados para cada tipo de idade h programas na TV que mostram a o terror sexo e isso tudo muito prejudicial as crian as aprendem coisas que n o s o para a sua ida de crian as e adolescentes v em pornografia Figura 2 Apresenta o de justificativas para os argumentos As justificativas dos alunos para o fato de que n o deve haver cen sura na TV foram mais elaboradas Isso se deu certamente pelo fato de eles considerarem que para ser favor vel a n o censura era preciso just
186. o de habilida des sobre os variados textos vai sendo constru do Essas habilidades dizem respeito superestrutura e ao funcionamento discursivo espec fico de cada um desses textos incluindo a os argumentativos os quais neste estudo demonstraram o fr gil desenvolvimento da sua aprendizagem na escola Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 82 Refer ncias ABAURRE M B MAYRINK SABISON M L T e FIAD R S Conside ra es sobre a diferencia o de g neros discursivos na escrita infantil In RO CHA G e VAL M G Reflex es sobre pr ticas escolares de produ o de textos o sujeito autor Belo Horizonte Aut ntica 2003 p 167 184 ARIST TELES Ret rica Lisboa INCM 1998 AUGUSTO F de F A produ o e a compreens o de um texto dissertativo argu mentativo a estrutura problema solu o nas reda es do SARESP Disserta o de Mestrado apresentada ao Programa de Estudos P s Graduados em Lingii sti ca Aplicada e Estudos da Linguagem S o Paulo PUC SP 2006 BAKHTIN M Os g neros do discurso In Est tica da cria o verbal S o Paulo Martins Fontes 1979 p 277 326 BAKHTIN M VOLOCHINOV V N Marxismo e filosofia da linguagem S o Paulo Hucitec 1981 BRASIL Par metros Curriculares Nacionais 1 e 2 ciclos do Ensino Funda mental L ngua Portuguesa Bras lia Minist rio da Educa o 1997 Par metros Curriculares
187. o do pecado de adult rio Paula domina a rela o desde o primeiro instante E daquele momento em diante sem qualquer pergunta toda a iniciativa coube a ela BOOS JUNIOR 1986 p 294 Era Paula que se oferecia em todas as posi es at aquelas que jamais imaginara mesmo em sonhos mais secretos e degradantes BOOS JUNIOR 1986 p 326 Visto que Matheus est envolvido pelos cheiros a maciez e a inesgo t vel lux ria da mulher BOOS JUNIOR 1986 p 357 A camisola de Paula s mbolo da intimidade er tica est extrema mente ligada s impress es olfativas e seus artif cios de sedu o Den tro dela Paula guarda a carta com as not cias de Karlsburg portanto o segredo de Matheus A carta fica dentro das dobras do tecido e das ren das adquirindo lentamente o perfume de alfazema e talvez o aroma de sua pr pria carne do suor e do orgasmo lembrado sem orgulho e sem exalta o BOOS JUNIOR 1986 p 302 3 Corbin descreve algumas condutas olfativas que agu am o desejo e entre elas est a de cheirar objetos perfumados da pessoa amada por garantir a presen a imagin ria do amante o que se caracteriza como fetichismo Cf CORBIN 1987 p 205 Matheus assim age quando Paula esquece a camisola em seu quarto O quarto ainda guardava o perfume e a camisola provava a passagem do corpo pela cama e dobrou a camisola num gesto meticuloso para guard la na mochila sob duas cami sas e s ent
188. o em seu contexto social e hist rico Alguns exemplos de g neros textuais s o carta pessoal receita culin ria manual de instru es bula de rem dio romance conto reportagem not cia jornal stica edito rial resumo resenha esquema reda o de vestibular edital de concur so Inqu rito policial piada card pio de restaurante serm o confer ncia aula expositiva conversa o e reuni o de condom nio Bakhtin 1992 define os g neros do discurso como tipos relati vamente est veis de enunciados produzidos pelas mais diversas esferas da atividade humana Cf BAKHTIN 1992 p 279 Isso significa que eles podem ser modificados dependendo da situa o s cio comunicati va em que s o empregados Por sua vez numa escala s cio hist rica Bronckart 1999 afirma que os textos s o produto da linguagem em funcionamento permanente nas forma es sociais em fun o de seus objetivos Interesses e quest es espec ficas essas forma es elaboram diferentes esp cies de textos que apresentam caracter sticas relativamente est veis justificando se que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 sejam chamadas de g neros de texto e que ficam dispon veis no inter texto como modelos indexados para os contempor neos e para as gera es posteriores p 137 Marcuschi 2002 define os g neros como eventos textuais alta mente male veis din micos e pl sticos que surgem
189. o empregadas em contextos n o esperados Al m disso seu valor na argumenta o eminente sobretudo por causa da grande for a persuasiva que possuem essas met foras quando com o apoio de uma t cnica ou outra elas s o postas em a o Essa for a resulta do fato de elas tirarem seus efeitos de um material anal gico facilmente aceito pois n o s conhecido mas tamb m integrado pela linguagem na tradi o cultural PERELMAN e OLBRECHTS TYTECA 2002 p 460 Em suma atrav s da pesquisa constatou se que as met foras s o comumente empregadas em editoriais e que em geral s o de f cil en tendimento Por isso ajudam a promover uma maior intera o entre autor leitor despertando n o s a raz o atrav s de sua rela o com os dados da realidade mas tamb m a emo o pois fala de perto s expe ri ncias pessoais dos leitores sem despertar excessos de sentimentalis mo ou subjetivismo j que isso n o desej vel em editoriais Na argu menta o conseguem diversos efeitos chamar a aten o potencializar resumir hiperbolizar simplificar tornar mais compreens vel uma id ia etc embora os jornalistas nem sempre tenham consci ncia disso 6 Conclus o Quem argumenta n o pode se limitar a apresentar opini es Deve esfor ar se para convencer e persuadir o outro apelando para a raz o e Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 174 para a emo o O ato
190. o era verificar como o cego adquire a leitura em l n gua estrangeira e como se processa sua Intera o com os demais alu nos videntes em sala de aula Fizeram portanto parte desse processo de ajuste e valida o do instrumento tamb m as conversas com alunos Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 110 cegos e a assist ncia a duas semanas de aula em duas turmas da mesma s rie com professores diferentes Observamos que nenhum dos professores atuava no ensino da leitura em l ngua espanhola segundo a perspectiva s cio interacional Ademais n o conseguiam interagir com todos os alunos do grupo prin cipalmente com os deficientes sendo essa informa o revelada na con versa informal com os pr prios alunos e comprovada na observa o pr tica da sala de aula Cabe destacar nas turmas observadas a presen a de um aluno vidente que sempre estava disposto a colaborar e guiar o amigo deficiente na realiza o das tarefas Ap s a aplica o e an lise do piloto foi poss vel verificar as ques t es que alcan avam os objetivos satisfatoriamente al m de avaliar a necessidade de realizar modifica es O question rio definitivo para a coleta de dados da pesquisa foi composto de quest es discursivas que procuraram analisar a forma o do professor e sua pr tica pedag gica no cotidiano de sua sala de aula Nossos corpora de an lises est o cons titu dos portanto das respostas dos dois
191. o mundo nas ci ncias nas artes na pol tica etc s poss vel na linguagem O pr prio Rorty 1994 p 26 veio reconhecer que O mundo n o fala n s que falamos O mundo pode ser a causa Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 120 de perfilharmos cren as uma vez programados com uma linguagem N o pode no entanto propor nos uma linguagem para falarmos A tomada de consci ncia de que o mundo n o nos diz quais os jogos de linguagem que devemos jogar n o deveria no entanto levar nos a dizer que uma decis o sobre o jogo que h que jogar arbitr ria nem a dizer que a express o de algo de profundo que existe dentro de n s Com esse passo adiante em rela o a Dilthey Heidegger apresen ta a linguagem enquanto reveladora do nosso mundo Esse mundo n o o mundo cient fico ou ambiente mas o mundo da vida pois a lingua gem cria a possibilidade do homem poder pertencer a um mundo Nes te sentido a linguagem que possibilita o la o social a exist ncia e o reconhecimento Pertencer a um mundo ao mesmo tempo pertencer linguagem O homem partilha suas cren as atrav s da linguagem como mundo e ele pr prio existe na linguagem A experi ncia n o antecede a linguagem pois a pr pria experi ncia ocorre na e pela linguagem A linguagem condi o O homem n o anterior linguagem outrossim a linguagem que o constitui Assim ling isticidade e exis
192. o tem real valor no universo hu mano pois n o capaz de conduzir o homem ao mundo interior 2 A Sintese Experiencialista Tratando se do mito do objetivismo e do subjetivismo n o se po deria deixar de mencionar a chamada S ntese Experiencialista Lakoff e Johnson 2002 defendem uma proposta conciliadora entre correntes aparentemente opostas O que mais interessante e inovador que os autores prop em a met fora como o instrumento para se realizar essa s ntese Para eles as vis es objetivista e subjetivista est o igualmente equivocadas e se anulam mutuamente Por 1sso eles prop em uma ter ceira alternativa a s ntese experiencialista Esta seria a ponte de uni o entre as duas vis es opostas a partir da met fora Esta considerada como uma esp cie de racionalidade imaginativa cuja fun o seria nos ajudar a compreender parcialmente o que n o pode ser compreendido totalmente nossos sentimentos experi ncias est ticas pr ticas morais e consci ncia espiritual LAKOFF e JOHNSON 2002 p 303 Atra v s de uma constru o cognitiva do real via met fora os autores n o consideram o sujeito individual mas sugerem um sujeito que se consti tui a partir de met foras geradas no mbito de uma cultura O que Lakoff e Johnson trazem de inova o o fato de que n o se trata simplesmente da inexist ncia de verdades mas que a verdade re Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun
193. o texto Ela tem alma de pomba de Rubem Braga In CEREJA e MAGALH ES 2002 p 226 O texto apesar de ser uma cr nica apresenta alguns argumentos de seu autor acerca do fato de que para alguns a televis o pura divers o ao passo que para outros uma forma de manipular e controlar as pessoas A inten o da profes sora era fazer com que os alunos percebessem que a argumenta o e a apresenta o de pontos de vista s o inerentes a qualquer texto indo ao encontro das id ias de Koch 1996 para quem a argumentatividade algo inerente pr pria l ngua n o podendo ser acrescentada a ela pos teriormente em determinadas situa es de intera o 13 Persuadir do lat persuadere per suadere sendo que per significa de modo completo e suadere aconselhar n o impor consiste em levar algu m a crer a aceitar ou decidir fazer algo agir sem que da decorra necessariamente uma inten o de iludi lo ou prejudic lo tam pouco a de desvalorizar a sua aptid o cognitiva e acional AUGUSTO 2006 Convic o vem de cum vicere vencer o opositor com sua par ticipa o Tecnicamente denota convencer a mente atrav s de provas l gicas indutivas exemplos ou dedutivas argumentos levando algu m a acreditar naquilo que dizemos Assemelha se nas palavras de Augusto 2006 a docere ensinar Convencer fazer algu m pensar como n s mas n o s Ao se convencer esse algu m muda de atitude de post
194. oca tamb m um Heidegger que se distancia do que ele chama de esperan a social fio condutor do pragmatis mo para tecer severas cr ticas Para uma leitura mais aprofundada sobre a cr tica rortyana dirigida a Heidegger consultar Rorty 1993 p 15 121 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 126 vra faz ao discurso da Ci ncia do qual o pragmatismo prop e abdicar RORTY 1991b p 65 6 Rorty insistir que o desejo de uma Teoria do Conhecimento o desejo de um constrangimento um desejo de encontrar funda mentos a que nos pud ssemos ligar quadros para al m dos quais nos n o dev ssemos perder objetos que se imp em a si mesmo representa o que n o pudessem ser negadas RORTY 1988a p 247 8 Ele toma de empr stimo de Nietzsche a express o conforto metafisico para in dicar esse desejo pela fundamenta o epistemol gica e pela objetivida de O conforto metaf sico o engodo da modernidade do qual adver te agora Rorty o conforto de pensarmos em n s mesmos como seres infinitos e n o contingentes a heran a da promessa crist E contra esse conforto que nos acomoda frente vida ao vocabul rio s re la es sociais que Rorty oferece suas redescri es e met foras Ele n o prop e uma sa da metodol gica ou epistemol gica de qualquer es p cie Nas interpreta es que ele oferece hermen utica
195. ociais Hermen utica parece razo vel ao prag matismo pois narrativas e leis redescri es e progn sticos s o de igual utilidade quando abordamos problemas sociais Neste ensaio apresentaremos alguns aspectos da cr tica de Ror ty epistemologia a partir da refuta o de um ideal de conhecimen to cient fico objetivo e metodologicamente conduzido O pragmatismo segundo Rorty trata as divis es do mundo em temas chave subject matters como recurso poss vel na tentativa de podermos alcan ar o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 116 que queremos em um certo momento pontual na Hist ria usando uma certa linguagem RORTY 1991b p 91 Para tanto dialogando com a Hermen utica Rorty cr tica uma perspectiva como a de Dilthey que segundo Gadamer 1998 permaneceu insistindo na busca de funda mento Grund das Ci ncias do Esp rito Para ele a Hermen utica de veria ampliar e renovar a epistemologia e nos libertar da no o de que h um caminho cient fico e met dico especial para lidar com id ias fi los ficas em geral uma no o que John Dewey tamb m insistiu em desaprovar As divis es rortyanas do mundo n o s o divis es funda mentais epistemologicamente distintas Isto quer dizer que n o distin guem se por qualquer natureza mais ou menos objetiva mais ou menos correspondente ao mundo Certamente se estabelec ssemos diferen as de princ pio entre o
196. ode ter alguma expectativa em rela o produ o ling stica do falante dis tinta daquela estabelecida na cerim nia de casamento De um lado en contra se a fam lia de Hort ncia gente de posi o m dia instru da MMM p 54 e do outro lado com menos instru o e menos eleg n cia os familiares do noivo O contraste o choque cultural explicitado pelo conflito instaurado na l ngua dos desterrados do Bairro do Bal o e especialmente na festa de casamento Os signos recebem uma nova configura o nos falares que estavam para acontecer Meus senhores e minhas senhoras Eu aqui presente Chitalu Sipanguale tio do camarada Comandante quer falar uma cu eza na noiva e no noivo meu sobrinho camarada Comandante calem a boca porra sil ncio mas quem que mandou este sacana falar Jo o Segunda estava pensar no ntimo dele eu aqui presento Chitalu Sipanguale quero desejar os noivo ficam bem ficam felizes quando tiver discutiss o l em casa Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 44 s chamar de mim ou o compadre nome dele Jo o Segunda para resolver os problema voc s devem ter muitos filios os filios a riqueza dos pobres MMM p 53 Grifos nossos O discurso do Chitalu intensifica as disparidades a confus o de signos deslocados com uma sonoridade destoante que se traduz em di feren as discursivas e de classes sociais Esse dado
197. oder reutiliz lo novamente sempre observan do o tempo m ximo de utiliza o ininterrupta Isso evitar supera quecimento e garantir maior vida til ao aparelho Nota N o utilize o Super Mixer em ingredientes ferventes para evitar respingos e queimaduras N o use o aparelho para cortar carne ou gelo N o utilize em massas pesadas e n o fa a o aparelho funcionar al m da capacidade para a qual foi projetado COMO LIMPAR O SEU SUPER MIXER Retire o plugue da tomada antes de iniciar qualquer limpeza Siga as Instru es de limpeza do item ANTES DE USAR O SEU APARELHO N o use jamais palhas de a o buchas de esfregar ou qualquer esp cie de limpadores e materiais abrasivos pois eles podem danifi Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 car seu aparelho Nunca mergulhe o corpo do aparelho na gua RECOMENDA ES E ADVERT NCIAS IMPORTANTES Antes de utilizar o aparelho leia atentamente todas as instru es de uso pois elas s o necess rias para um perfeito funcionamento de seu produto e para sua seguran a Antes de ligar o plugue na tomada verifique se a voltagem do aparelho compat vel com a da rede el trica local Este aparelho foi produzido para fins dom sticos sua utiliza o comercial acarretar a perda da garantia e Desligue o aparelho da tomada sempre que n o estiver utili zando o mesmo Para evitar choques el tricos nunca u
198. oderia significar um menor rigor na sele o lex1 cal e ou um uso menos consciente da met fora Uma vez encontradas as met foras e observada a exist ncia de efeitos argumentativos partiu se para a an lise dos frames ativados Como n o havia uma classifica o de frames para tomar como modelo a pesquisa prop s algumas denomina es conforme as imagens b sicas evocadas pelas met foras no contexto Durante essa fase percebeu se que era dif cil evitar a subjetivida de O conte do de uma met fora fortemente determinado pelas cren as dos interlocutores sobre a realidade SEARLE 1995 Por extens o pode se afirmar que as imagens por elas evocadas est o muito relacio nadas s experi ncias pessoais e culturais Portanto para tentar assegu rar uma maior objetividade na pesquisa as met foras foram submetidas aprecia o de tr s informantes leitores ass duos de jornal Reconhe ceu se no entanto que nem com essa medida era poss vel alcan ar uma precis o absoluta Os informantes em separado direcionados pela pesquisadora analisaram os enunciados em que as met foras apareciam sendo le vados a tentar exprimir em uma palavra a imagem conceito que es tas lhes traziam mente Muitas vezes para eles a tarefa foi dif cil mas a partir de sugest es da pesquisadora acabavam por chegar a um consenso Poucos foram os casos em que houve diverg ncias nas res postas Se os informantes divergissem prevalecia a d
199. omportamento humano natureza humana sem com isso torn lo s lito E um outro tipo de ins lito que corr i as bases de consumo quase pragm ticas constru das pelo Romantismo Flavio Garcia ao refletir sobre o ins lito na narrativa ficcional de fine o da seguinte forma os eventos ins litos seriam aqueles que n o s o frequentes de acontecer s o raros pouco costumeiros inabituais inusuais incomuns anormais contrariam o uso os costumes as regras e as tradi es GARC A 2007 p 19 O conto machadiano transgride a tradi o g tico rom ntica antropofagizando a Ele a tematiza deslo cando a para uma anormalidade liter ria capaz de instaurar novas nor mas de cria o liter ria e de leitura Ao final do conto Alberto d o golpe final no uso liter rio rom n tico brasileiro Questionado por um de seus ouvintes sobre a sanidade de Dr Bel m ele replica Ele doudo Disse Alberto Um doudo se ria efetivamente se porventura esse homem tivesse existido Mas o Dr Bel m n o existiu nunca eu quis apenas fazer o apetite para tomar ch Mandem vir o ch ASSIS 1985 p 826 A ilus o de realidade do narrado a verossimilhan a provocadora de ades o e identifica o por parte do leitor t o do gosto dos maiores escritores rom nticos ociden tais jogada por terra Ao contr rio de Solfieri que mant m o clima de horror entre os ouvintes ficcionais e leitores emp ricos Alberto exp e a fi
200. onceptual que qualquer sistema conceptual humano em grande parte metaf rico por natureza 1 Professora da UNESA UNISUAM SEE e SME Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 e portanto que n o h verdade inteiramente objetiva incondicional ou absoluta LAKOFF e JOHNSON 2002 p 293 De acordo com Lakoff e Johnson 2002 tanto a aceita o total do dogma da verdade quanto de uma exclusiva individualidade s o vi s es bastante equivocadas que constituem o mito do objetivismo e sub Jetivismo respectivamente E embora equivocadas pode se depreender que na cultura ocidental h apenas estas duas alternativas a cren a numa verdade absoluta ou a cren a na possibilidade de se fazer o mun do a sua pr pria imagem Os autores esclarecem que tanto as met foras quanto os mitos fa zem parte de todas as culturas e que portanto se fazem necess rios medida que as pessoas ordenam suas vidas e d o sentido ao que est em volta delas Por m interessante observar que o mito do objetivismo n o s desconhece seus pr prios mitos como negligencia a met fora na sua busca desenfreada pela verdade Lakoff e Johnson 2002 apresen tam uma s rie de cren as que constituem o mito do objetivismo 1 O mundo constitu do por objetos Os objetos possuem pro priedades que existem independentemente de quem os experiencia Uma pedra por exemplo dura e existe como um objeto
201. ondensado e o 10 gurte natural Coloque o creme em recipientes individuais e leve para gelar Quando estiver firme est pronto para servir Sugest o decore com uma fruta do sabor da gelatina Voc pode substituir o leite condensado por mais um pouco de iogurte natural para obter uma sobremesa mais saud vel Categoria sobremesas doces Esta receita light Cozinha brasileira Temperatura gelado Dificuldade f cil Tempo de preparo 15 min o tempo de geladeira Rendimento 6 por es BERTIN 2008 p adapta o das autoras A receita culin ria Del cia gelada empregou a sequ ncia injunti va com o objetivo de orientar o interlocutor na prepara o da sobreme sa descreve os Ingredientes e define como executar a receita Portanto esse g nero textual pertence ordem do descrever a es A tipologia textual de base a injun o pois instrui seu interlocu tor a fazer algo e indica lhe as a es que dever o ser efetuadas atrav s de verbos operacionais em sua maioria no imperativo dissolva bata coloque leve Vale se ainda de verbos no infinitivo substituir obter A fun o s cio comunicativa da receita ensinar algu m a reali zar algo vi vel portanto enquadrar o g nero na categoria dos textos injuntivos instrucionais programadores O texto tem como macro objetivo acional instruir o leitor sobre o preparo de uma sobremesa por meio de um plano de execu o no qual
202. ondicionar o fornecimento de produto ou de servi o ao fornecimento de outro produto ou servi o bem como sem justa causa a limites quantitativos A venda casada consiste ent o na pr tica de subordinar a venda de um bem ou servi o aquisi o de outro O fornecedor obriga o consumidor na compra de um produto a levar outro que n o queira para que tenha direito ao primeiro Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 133 o in cio a mediadora se alinha como animadora do reclamante e desta forma reintroduz tal enquadre em v rios momentos da audi ncia Em contrapartida o reclamado defende o enquadre oferecimento condi zente com seu ponto de vista e com seu objetivo interacional de reivin dicar valores positivos para o Banco que representa Assim verifica se que os diferentes reenquadramentos e realinhamentos assumidos pelos participantes interferiram no curso da audi ncia Portanto conclui se que as mudan as de enquadre e de alinha mento sinalizam a complexidade das rela es discursivas em termos de pap is e identidades dos interlocutores e a mutabilidade din mica do contexto o que contextualmente relevante em um momento pode mu dar radicalmente quando os participantes mudam de perspectiva Cada movimento adicional na intera o modifica o contexto existente en quanto cria uma nova arena para subsequentes intera es Assume se aqui por conseguinte que as no es d
203. onhe am de fato o emprego da 1 pessoa bem como os efei tos de sentido que est o por tr s da explicita o feita pelo sujeito enun ciador em seu enunciado como forma de persuadir o leitor e de mostrar claramente sua opini o Era esperada ainda aus ncia de refer ncia ao interlocutor tendo em vista o encaminhamento do LD para que o texto fosse a resposta a uma pergunta dirigida diretamente ao aluno Assim somente 8 dos textos trazem essa refer ncia com o uso do voc Em um dos casos o aluno se refere aos pais seus interlocutores dizendo melhor voc as sistir TV junto com seu filho No outro caso n o fica claro se a refe r ncia aos pais ou aos filhos se voc e sua fam lia estiver vendo um filme e derrepente os personagens come arem a se despir com certeza voc vai ficar constrangido Em ambos os casos a constru o foi in teressante porque acabou por imprimir ao texto uma nuance diferente dos que n o trouxeram marcas de interlocu o e acabaram se configu rando como realmente feitos exclusivamente para a professora Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Foi pequeno o n mero de modalizadores de nticos ocorrendo em apenas 12 dos textos produzidos Minha hip tese para isso que o texto eminentemente persuasivo Intencionava apenas apresentar a opi ni o do seu autor sobre determinado fato n o tendo a inten o de ma nipular vontades e modif
204. or ou seja o d bito s foi efetuado ele assinou o contrato porque Lucas concordou com as vantagens que o Banco lhe ofereceria Logo sob sua tica a assinatura do contrato se deu sem qualquer tipo de coer o a partir do momento em que aceita o d bito porque ele assinou o con trato Todavia a mediadora reitera a sua defini o da situa o e o en quadre imposi o novamente emerge ele precisava do empr stimo n o foi uma imposi o que foi feita a ele O Banco enquanto insti tui o que visa lucros e procura vender seus produtos para um n mero cada vez maior de clientes ao perceber a necessidade de Lucas de fazer o empr stimo n o considerou sua dificuldade financeira e lhe imp s Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 152 um produto que lhe traria a curto prazo mais d bitos Tal opera o ilegal segundo o C digo de Defesa do Consumidor Dessa forma percebe se o dinamismo da atividade de fala em es tudo e o jogo de enquadres e alinhamentos que se sucedem no curso da intera o Os participantes visando seus objetivos interacionais ado tam alinhamentos diferentes e procuram enquadrar a situa o a seu fa vor As pistas de contextualiza o que permeiam os turnos sinalizam o contexto interacional a postura dos participantes com rela o ao que dito e com rela o ao outro e por outro lado tece a cadeia argumenta tiva
205. ordenados de dois ou mais indiv duos na qual os significados s o conjuntamente constru dos e negociados por fa lantes e ouvintes GUMPERZ 1982 1998 A preocupa o fundamental de Gumperz centra se na compre ens o das infer ncias conversacionais O termo usado para se refe Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 141 rir ao processo situado de interpreta o a partir do qual os participan tes avaliam as inten es uns dos outros e fundamentam suas respostas GUMPERZ 1999 p 98 Atrav s desse processo interpretamos uns aos outros mesmo quando n o tornamos expl citas nossas inten es co municativas De acordo com o autor os processos que utilizamos para produzir e interpretar significados resultam de a es coordenadas dos participantes que se encontram engajados na produ o conjunta da in tera o E o falante sinaliza e o ouvinte interpreta com que quadro co municativo est o operando pelo uso de tra os denominados por Gum perz de pistas de contextualiza o pistas que utilizamos para sinalizar as nossas inten es comunicativas ou para inferir as inten es comuni cativas do interlocutor RIBEIRO e GARCEZ 1998 p 98 Como pistas que contribuem para a sinaliza o de pressupostos contextuais Gum perz destaca a pistas ling sticas por exemplo a altern ncia de c digo de dialeto ou de estilo escolhas lexicais e sint ticas express es formulaicas
206. os com diversos prop sitos no dia a dia Constituem portanto um conjunto aberto e n o s o pass veis de classifica es definitivas 3 G neros textuais com tipologia textual de base injuntiva Apresentaremos nesta parte uma an lise de dois g neros textuais de base injuntiva um manual de instru es e uma receita culin ria No primeiro texto as denomina es originais do produto e de seu respectivo fabricante foram substitu das por nomes fict cios para preser var os direitos autorais Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 13 3 1 Manual de instru es SUPER MIXER MARKOCH Manual de Instru es Modelo 0710 01 Modelo 0710 02 Parab ns agora voc possui um SUPER MIXER com alto padr o de efici ncia e qualidade garantindo sucesso no preparo de suas recel tas Antes da utiliza o leia atentamente as instru es de uso pois o bom funcionamento de seu aparelho e a sua seguran a dependem de las CARACTER STICAS E ESPECIFICA ES DE SEU APARE LHO O SUPER MIXER MARKOCH apresenta Bot o Liga Desliga Pulsar L minas de alta performance Bra o desmont vel Gancho porta fio ANTES DE UTILIZAR O SEU SUPER MIXER Limpe o aparelho com um pano macio para n o riscar o mate rial de acabamento das superf cies Desconecte o bra o e lave com detergente neutro e gua cor rente Cuidado com a limpeza das l minas pois elas s o muito afia das
207. padre co ava a cabe a olhava o campo de chifres espalhado em frente prometia pensar no assunto Por fim ele fechou a janela e foi olhar a sua cole o de selos HR p 87 Em con trapartida a igreja em Maio m s de Maria cumpre bem o seu papel chegando at a simular a materializa o da santa A voz da Virgem Ma ria plasma todas as outras vozes inclusive a daquele que fala em seu nome o padre CITELLI 1991 p 48 O discurso religioso efetiva assim o processo autorit rio por meio da repeti o de ora es e ladainhas que comp em a prociss o pois repetir significa a possibilidade de aceita o pela const ncia reiterativa CITELLI 1991 p 48 da vis o dogm tica que tem como objetivo englobar todas as falas do rebanho milagre os jovens que pensaram E ent o muitos que puderam ver no c u avermelhado ima gem de Virgem resplandecendo rosto expressivo melanc lico talvez triste MMM p 167 A imagem que desponta num c u verme lho da cor do sangue MMM p 167 diante de Jo o Segunda todo mordido pelos c es rairvosos observa num plano aleg rico um acon tecimento hist rico o fraccionismo ocorrido em 1977 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 De acordo com Jakobson este movimento de transmuta o das coisas por meio da repeti o se traduz na fic o como po tica da lin guagem Po tica esta que abre caminho para o
208. parou HR p 37 A contamina o contextual recontextualizada explicitada por meio de express es espec ficas do tipo p lo suado urina concentrada Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 45 estrume pisado HR p 35 As marcas dispersas na cidade eram dos animais E na impossibilidade de redimensionar a vida de trazer de vol ta o descanso o sossego e novos sentidos que fossem apreens veis verbaliz veis ORLANDI 2002 p 35 os manarairenses procuram se adaptar a nova situa o De repente ficou parecendo que todo mundo adorava cachorro quanto mais melhor e s tinha na vida a preocupa o de faz los felizes HR p 36 A imagem canina impulsionadora da trama de A hora dos rumi nantes est presente tamb m em Maio m s de Maria Num processo aleg rico a f ria canina se desenrola na prociss o de Nossa Senhora de F tima padroeira do Bairro Bal o Os s mbolos religiosos abarcam po tencialmente a din mica estrutural que configura a id ia de f na santa padroeira mas tamb m outra a ideol gica que motivou no passado os guerrilheiros de Mayombe por exemplo e agora absorve as id ias de jovens que querem voar liberdades O medo marca o c digo ling stico a palavra dita passa por um polimento cens rio e se enche de outros significados Por 1sso o cora o se enchia de muitas palavras que acabavam por n o nascer
209. pec ficas como da Bot nica e da Zoologia de aceita o livre de grafias consagradas pelo uso de grupos especiais como o caso dos nomes b blicos H outros casos aparentemente inadequados como s o algumas intromiss es em assuntos de morfossintaxe Mas acho tam b m pouco produtivo dar relevo a coisas irrelevantes Para relacionar as normas espec ficas de reas ou especialidades ter amos de registrar as especificidades das normas da ABNT as regras espec ficas da Antropologia e de muit ssimas outras Tudo isto a meu ver irrelevante 10 Adequa o dos professores s mudan as ortogr ficas Com certeza se adequar o rapidamente mas n o sem algum es for o pois o h bito arraigado e fixado em anos de estudo e pr tica de leitura e escrita com certeza n o ser exclu do com naturalidade Mas esteja certo os professores brasileiros s o muito dedicados e se esfor a r o para estarem prontos em 2010 para come arem a ensinar de acordo com as novas regras As academias associa es de classe clubes universidades e pre feituras de todo o pa s desenvolver o pequenos cursos de reciclagem para seus professores e isto se far sem grandes traumas Naturalmente alguns professores de outras reas far o resist ncia mais por comodismo do que por convic o principalmente os que nunca se preocuparam em escrever corretamente N o estar o entre esses cer to os professores de ensino da l ngua portuguesa
210. pend ncias fora do alcance das paix es e das emo es Tecnicamente muitas das quest es pendentes deste Acordo esta riam resolvidas se para isto se houvesse escolhido atrav s de uma con sulta ampla classe letrada dos pa ses integrantes da CPLP uma equipe representativa para negoci lo No entanto ortografia uma quest o de pol tica lingu stica e n o poderia ser resolvida de outra forma Tanto que at hoje n o se conse guiu implementar um nico acordo sequer apesar de mais de um s culo de tentativas 13 Sobre o livro A Nova Ortografia da L ngua Portuguesa Trata se de um livro dirigido a um p blico misto mas de n vel su perior estudantes e profissionais de Letras e reas afins um material preparado para colocar o estudante e o profissional da l ngua escrita professores redatores revisores escritores etc bem informados sobre a ortografia da l ngua portuguesa N o um livro que trata apenas das novidades que s o poucas mas da ortografia como um sistema completo pois raro encontrar se uma faculdade de Letras ou de Comunica o que inclua a disciplina espec fica de Ortografia na grade curricular para que o profissional estude sistematicamente esse tema Al m de trazer em destaque o que mudou para os brasileiros com Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 o novo acordo ortogr fico e uma sintese do princ pio b sico da acen tua o
211. pliar nosso sentido de solidariedade e coopera o de toler ncia e de conting ncia Epistemo logia Dewey e Rorty preferem pensar na id ia de que o homem pode aprender com sua hist ria a partir das narrativas descritas por seus pais seus av s por exemplo sem nenhum determinismo O pragmatis mo parte da concep o darwiniana naturalizada do mundo Pensa do mesmo modo que Darwin nos seres humanos como produtos for tuitos da evolu o Desse modo n o h sentido em distinguir qualquer ci ncia recorrendo a qualquer argumento essencialista ou realista Rorty resgata Heidegger ainda para corroborar na sua constru o cr tica no o de objetivismo e verdade enquanto correspond ncia Em muitos dos seus ensaios evoca um Heidegger para quem o melhor da filosofia reside na elimina o do que impede nossa felicidade e n o o descobrimento de uma representa o correta da realidade O cora o do pragmatismo rortyano a tentativa de substituir a no o de cren as verdadeiras enquanto representa es da natureza das coisas e ao Inv s disso pensar em cren as como regras preditivas de a o Desse modo Rorty imagina ser mais f cil sugerir um procedi mento emp rico fal vel que d conta de alguns progn sticos que orien te a conduta mas pensa ser dif cil imaginar um m todo que d corpo a esse modo de agir M todo aqui diz respeito a todo apelo que essa pala 4 Certamente Rorty ev
212. prolixo sem altera o de sentidos O autoritarismo imp e pelo poder pela for a um sentido nico para toda a sociedade mas por outro lado abre espa o para o surgimento de mecanismos que explode m os limi tes do significar ORLANDI 2002 p 87 via met foras O escritor utiliza em um regime ditatorial elementos d spares para produzir os novos significados Desta forma o material oriundo da lin guagem cotidiana passa por transforma es para emitir novos sentidos no discurso liter rio Esses efeitos se processam numa linguagem que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tem seus contornos iniciais modificados pela reinterpreta o Assim Am ncio o comerciante de Manarairema do romance A hora dos ru minantes 1969 tem a incumb ncia de intermediar as quest es entre os cidad os da cidade e a gente estranha que trouxe dor de cabe a comunidade Am ncio agora era uma esp cie de advogado dos ho mens HR p 39 O outro elo era aquele existente entre Serrote o cavalo e Gemi niano o dono da carro a puxada por Serrote pois eles prestam servi os tanto para os homens da tapera como para a popula o local A pala vra serrote dicionarizada significa cortar separar e adquire no roman ce mais uma acep o pois pode ser lida tamb m como um divisor de guas pesadas profundas e escuras BACHELARD 1998 p 47 Ser rote corta a cidade puxand
213. que convivem no espa o es colar Como o trabalho com textos em l ngua estrangeira pode contri buir para uma melhor unifica o desses centros de forma o Esse tipo de pergunta bastante constante no imagin rio dos professores de um modo geral principalmente no daqueles que persistem na luta di ria por melhores condi es do ensino p blico de qualidade Atualmente muito se discute na escola sobre o trabalho com a compreens o leitora pois essa se trata de uma habilidade muito exigi da em todos os setores da escola Atrav s de constantes pesquisas cada vez se comprova mais a falta do interesse pela leitura por parte do alu nado ou um elevado n mero de estudantes que n o consegue compre ender todas as id ias de um texto Por isso entendemos que a pr tica do ensino da leitura na Educa o B sica permite uma maior conscien Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 106 tiza o do aluno em sua vida em sociedade Por este motivo em nosso trabalho defendemos como sugerem os PCN Par metros Curriculares Nacionais e OCN Orienta es Curriculares Nacionais a id ia de que o ensino de l nguas estrangeiras na escola se centre no desenvolvimen to de uma pr tica leitora nos aprendizes onde o professor seja um mero intermedi rio entre o texto e o aluno 2 A import ncia do ensino da leitura em E LE aos deficientes visuais Nos dias de hoje para estabelecer a comunica o com
214. que tr s gera es E no caso presente uma gera o se esgotou at que sua implementa o se come asse 12 O Acordo Ortogr fico poderia ter sido mais radical Questionado por Artarxerxes Modesto da Letra Magna Perini respondeu que o ideal seria Unificar a grafia de certos fonemas e passar a escrever jente sidade caza e xuva A sim estar amos facilitando a ortogra fia Mas embora essa seja uma solu o linguisticamente de fens vel n o passaria pela barreira de in rcia que bloqueia as reformas na rea de Lingua Portuguesa barreira representada pela tradi o gramatical pelo pouco preparo dos professores e pela resist ncia da popula o em geral que imagina que mudar a ortografia desfigurar a l ngua Perini 2009 Como se v o que defende Perini de fato uma reforma orto Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 36 gr fica pois seriam mudados os princ pios que regem as normas da or tografia da l ngua portuguesa ao contr rio do caso presente em que os princ pios b sicos se mantiveram os mesmos buscando se simples mente uma unifica o dos dois sistemas coexistentes Na verdade esta uma ideia progressista que n o tem possibilida des de ser implementada como bem percebeu seu proponente mas h v rias situa es que j poderiam ter sido resolvidas se n o se colocasse tanto peso na tradi o linguistica deixando as solu es das
215. r segundo Travaglia 1991 duas formas de interlocu o que caracterizam dois tipos de discursos argumenta tivos o discurso da transforma o e o discurso da cumplicidade No primeiro caso o locutor v o interlocutor como discordando dele e as sume assim a posi o de transformar o seu interlocutor em c mplice buscando para isso estrat gias discursivas eficientes com o fim de in fluenci lo convenc lo ou persuadi lo faz lo crer em algo ou faz lo realizar algo agindo de certo modo No segundo caso o locutor v o interlocutor como concordando com ele como adepto de seu discurso e assume a posi o de c mplice que se identifica com o locutor TR A VAGLIA 1991 p 58 Pela forma com que Travaglia 1991 apresenta a argumenta o deixa transparecer filia o s id ias de Perelman e Olbrechts Tyteca 1958 2005 segundo os quais para argumentar preciso ter apre o pela ades o do interlocutor pelo seu consentimento pela sua partici pa o mental A argumenta o nas palavras dos autores visa obten o da ades o daqueles a quem se dirige Ela por inteiro relativa ao audit rio que procura influenciar Dizem ainda que se a argumenta o uma a o que tende sempre a modificar um estado de coisas preexis tentes seu objetivo ent o provocar ou aumentar a ades o dos espi 2 Segundo Perelman e Olbrechts Tyteca 1958 2005 audit rio o conjunto daqueles que o orador quer
216. r tica social Gumperz 1982 1998 enfatiza a quest o das infer ncias conversacionais Para o autor o entendimento situado em grande parte uma quest o de infer ncias indiretas contextualizadas e para a compreens o das pressuposi es contextuais contamos com as pistas de contextualiza o GUMPERZ 1982 1998 que sinalizam que tipo de atividade est ocorrendo Tais sinais presentes nas comunica es colaboram na elabora o do jogo de enquadres a todo momento RIBEIRO e GARCEZ 1998 Esses enquadres tamb m ancoram como o falante se posiciona ou se orienta com rela o ao que expressa bem como com rela o ao seu interlocutor e a si mesmo Assim para analisar a dinamicidade das intera es proponho nes te trabalho investigar a tr ade pistas de contextualiza o enquadre e alinhamento em uma audi ncia de concilia o no Procon uma ativida de de fala em cen rio institucional que tem o confiito de interesse como elemento constitutivo O presente estudo objetiva analisar os m ltiplos enquadramentos e realinhamentos dos participantes de uma audi ncia de concilia o via 1 Este artigo uma vers o estendida do trabalho apresentado no curso Linguagem e Intera o na Puc Rio no primeiro semestre de 2006 2 Doutora em Letras na rea de Estudos da Linguagem pela PUC Rio 2009 sob a orienta o da Profa Dra Maria do Carmo Leite de Oliveira Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun
217. r a cultura mas ao contr rio elas criam mais dificuldades do que resolvem Tanto Rorty quanto Dewey v em estas distin es formas dialeticamente menores de um dualismo maior a saber o mbito do sagrado versus o mbito do destino do acaso o mbito do duradouro e o mbito do dia a dia contingente A ci ncia moderna se aproxima da teologia tradicional no sentido de promover a perpetua o do isolamento do homem e da experi ncia da natureza E a inten o de perpetua o viabilizado justamente pela utiliza o do vo cabul rio que se pretende Pr prio Natureza Para ambos os autores o melhor seria encontrar outro vocabul rio e recome ar urbanizar o discurso num outro tom No entanto para fazermos isso temos que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 125 primeiro encontrar um novo modo de descri o das Ci ncias Naturais consider la como mais uma narrativa oferecida por uma comunidade espec fica N o uma quest o de exceder ou aviltar o cientista natural mas simplesmente deixar de v lo como um sacerdote desmistific lo O pragmatista sugere que modifiquemos a imagem que temos da ci n cia e do cientista ou seja em vez de um lugar sobre humano um lugar tamb m habitado pelas diversas pr ticas sociais RORTY 1991b p 36 Precisamos parar de pensar numa natureza a hist rica n o contingen te na objetividade como princ pio devemos am
218. rabalho do professor de E LE junto aos alunos com necessidades especiais especificamente portadores de defici ncia visual Na trajet ria de vida do deficiente visual o estudo insere se como alicerce fundamental s suas conquistas Considerando essa premis sa Importa tamb m reconhecer que dentre os conhecimentos e sabe res hoje difundidos nos meios acad micos e de trabalho o ensino da l ngua espanhola representa diferencial na forma o e qualifica o de perfis profissionais Conforme reproduz Saviani 2000 a LDB Lei das Diretrizes e Bases do ensino aborda o fato de que o aluno com necessidades espe ciais deve situar se em turmas regulares junto com os demais estudan tes No entanto n o existem par metros definidos para a institui o promover a integra o dos diversos tipos de identidades que s o per cebidas no espa o escolar Nessa linha o trabalho procura investigar 1 Professor de Letras Espanholas do Centro Federal de Educa o Tecnol gica Celso Suckow da Fonseca CEFET RJ 2 Professora Adjunta da Gradua o em Letras Portugu s Espanhol e do Programa de P s Gradua o Strictu Sensu em Letras Mestrado em Lingu stica da UERJ Orientadora dos alunos 3 UERJ Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 102 como se configura o planejamento e o trabalho do professor de E LE no que diz respeito ao desenvolvimento da pr tica leitora em uma turma com alunos com
219. racter stica principal da disserta o nas palavras de Delfor ce a aten o que se d ao exame de uma quest o pela sua relev ncia tornando se inadequado apresentar de imediato uma resposta J para Travaglia 1991 na disserta o busca se o refletir o explicar o avaliar o conceituar o expor id ias para dar a conhecer para fazer saber asso 8 As tradutoras s o Roxane Rojo professora na poca em que foi feita a tradu o do Programa de Estudos P s Graduados em Lingu sti ca Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC SP Atualmente ela integrante do corpo docente do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas e Gla s Sales Cordeiro professora da Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o da Universidade de Genebra Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 ciando se an lise e interpreta o A proposta de escrita do Cap tulo 1 a seguinte E voc o que pensa sobre o tema em debate Deve haver ou n o censura na TV Tome uma posi o sim n o ou em ter mos e a exemplo do texto Cultura e Sociedade produza um texto dissertativo escolar isto um texto argumentativo defendendo seu ponto de vista Ao produzir o texto sugerimos que voc siga as orienta es que se encontram na p gina 163 dadas a prop sito do texto argumentativo Escreva levando em conta o perfil dos interlocutores o professor os colegas d
220. rar os alunos com necessidades educativas especiais no ensino comum est caracterizada por paradigmas que est o sendo revisados e atualizados atingindo as discuss es desencadeadas no interior das escolas SANTOS 2000 Nesse caminho proporcio Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 105 nar oportunidades diferenciadas de produzir conhecimento nos espa os educativos passou a ser entendida como uma pr tica vinculada aos princ pios de uma educa o que se apresenta como inclusiva As esco las passaram a se preocupar em estabelecer diretrizes que fundamentem sua a o pedag gica em experi ncias e sistemas de avalia o coerentes com o atendimento a todos os alunos independentemente de suas des vantagens ou defici ncias Al m disso est o procurando adaptar seus curr culos na busca de novas abordagens obedecendo aos diferentes rit mos e caracter sticas de aprendizagem de seus alunos Apesar de todos os esfor os convergirem para a inclus o de alunos com necessidades educativas especiais no ensino comum este fato por si s n o garante xito na aprendizagem A escola inclusiva pode bene ficiar a todos portadores de defici ncias ou n o trabalhando para que se estabele am rela es de reciprocidade baseadas no respeito dife ren a na coopera o e na solidariedade Caber escola buscar mecanismos em sua estrutura interna para unir todas essas identidades conflitantes
221. rasil Indiretamente o conceito de ins lito foi at agora no mbito des Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 191 te estudo ligado id ia de misterioso assustador aterrorizante fant s tico Para Todorov o fant stico um g nero liter rio TODOROV 1975 p 7 um conjunto de caracter sticas que presente numa obra pode apro xim la de outras que tragam a mesma natureza e que funciona numa rela o dial gica com o real e o imagin rio Nesse processo a intera o texto leitor tem papel definitivo O fant stico implica pois uma integra o do leitor no mundo das personagens define se pela percep o amb gua que tem o pr prio leitor dos acontecimentos narrados necess rio desde j esclarecer que assim falando temos em vista n o este ou aquele leitor particular real mas uma fun o de leitor im pl cita no texto do mesmo modo que nele acha se impl cita a no o do narrador A percep o desse leitor impl cito est inscrita no texto com a mesma precis o com que o est o os movimentos das personagens TODOROV 1975 p 37 A atribui o do car ter fant stico a uma obra pode se deduzir do fragmento destacado dependeria do olhar do leitor ou como esclarece Todorov na mesma p gina da interpreta o grande perigo que se fizer da obra Esse olhar do leitor est na depend ncia do leitor impl ci to no texto ou seja est
222. rcar a totalidade das coisas ela funciona como o fio condutor na busca da ess ncia escondida GE NETTE 1972 p 45 Logo as frases precisam ter uma consist ncia se melhante quela presente nos objetos representados mas isso n o signi fica que a representa o possa atingir exatamente o objeto desejado A alegoria tende a ser a linguagem da subvers o pois aponta para a mudan a da ordem estabelecida e corresponde ao afloramento do re primido na hist ria O objeto aleg rico funciona como o ndice da hist ria que poderia ter sido mas n o foi ao denunciar a repress o Ele efeti va assim uma dist ncia entre o significante e o significado pois se refere ao outro numa alus o pluralista De acordo com Orlandi 2002 p 85 a escrita liter ria permite o distanciamento da vida cotidiana a suspens o dos acontecimentos Ela faz circular outros sentidos pela t cnica de deslocamento j que as mar cas discursivas apagadas pela censura na vida di ria e a falta de hetero geneidade identit ria se traduzem numa asfixia t pica do autoritarismo pois n o h reversidade poss vel no discurso isto o sujeito n o pode ocupar diferentes posi es ele s pode ocupar o lugar que lhe des tinado para produzir os sentidos que n o lhe s o proibidos ORLAN DI 2002 p 81 Essa produ o discursiva fundamenta se na rela o pa rafr sica isto na reprodu o daquilo que pode ser dito num discurso
223. rdenadas em sua maioria coloque o creme em recipientes individuais e leve para gelar Para se dirigir ao leitor o produtor utiliza um pronome de tratamen to voc pode substituir o leite condensado por mais um pouco de iogurte natural Contudo na maioria das vezes o pronome est impl cito Na constru o do texto a coes o entre os diversos elementos que o comp em garantida atrav s de operadores argumentativos sobretudo os de adi o que apontam uma sequ ncia de a es e leve para gelar O vocabul rio usado nesse g nero pertence ao campo sem ntico da Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 culin ria gelatina light gelar leite condensado Emprega adjetivos na tural individual saud vel e locu es adverbiais de lugar na gua em re cipientes e instrumento com o MIXER Al m disso faz uso de abrevia turas para indicar quantidade e tempo ml mililitros min minuto A receita apresenta a seguinte estrutura a t tulo DEL CIA GELA DA coerente com o texto b ingredientes apresentados em forma de lis ta leite condensado light iogurte natural gelatina light e gua especifi cam se as quantidades necess rias atrav s dos voc bulos lata copo e caixa c modo de fazer coloca explicitamente o procedimento ou seja como se juntam os ingredientes para se alcan ar o resultado final Existe uma coer ncia entre os ingre
224. recer um crit rio para distinguir as Ci ncias Naturais das Ci ncias Humanas Seu valor acima de tudo o de desfazer a dife ren a e a distin o epistemol gica entre as v rias formas de saber Ele avalia que a distin o entre Ci ncias Humanas e Ci ncias Naturais ex pressa na verdade uma outra diferen a mais radical entre cientificida de letras e artes e pr ticas humanas em geral Segundo Rorty pretender que as formas de saber se distingam ou se conformem a l gicas dife rentes expressa o erro de se conceber que o saber reflete fielmente o seu objeto Essa concep o comumente chamada por ele de espelho da natureza Nesta tica haveria entre as Ci ncias Naturais e Ci ncias Humanas uma distin o que corresponderia diferen a entre a nature za e o esp rito entre o fato e o valor em que ao primeiro estaria associado um conhecimento objetivo e ao segundo apenas interpreta tivo portanto uma distin o fundamental entre objetividade e interpre ta o Mas o m rito da Hermen utica principalmente em Hans Georg Gadamer e Martin Heidegger e consequentemente em Rorty foi o de ter mostrado que todo o saber jamais alcan a as coisas como elas real mente s o todas as formas de saber s o na verdade formas de cria o de leituras a partir da tradi o e da l ngua e n o formas de descoberta WARNKE 1991 p 179 assim que o movimento em favor da con vers o das Ci ncias S
225. renoso Entretanto os latidos se tinham deixado de ouvir mas os c es vinham s centenas se aproximando Eh Homens que transportavam o andor deram meia volta e puseram a Santa voltada para os c es a San ta falou assim VINDE EM PAZ Que ela falou altissonante Eh Eh Eh Todo mundo ouviu a Santa falar aquelas santas palavras MMM p 227 8 Num processo fantasmag rico a paz de repente foi estabelecida mais uma vez pela f que transforma revigora num plano outro energi zado pelos corpos jazidos no asfalto que estavam se movimentar so zinhos MMM p 228 Nesse cen rio extraordin rio os c es come a ram estavam se transformar em homens bons crist os MMM p 228 As imagens migram se transformam para dar conformidade s situa es disformes presentes em Maio m s de Maria Os signos reordena dos corporificam as leis proibi es e restri es que determinam o sis tema e a ordem da vida dos animais que sofreram uma metamorfose Num processo de reinterpreta o dos fatos a linguagem de Maio m s de Maria se superp e a desconfian a ao medo que estava se in filtrar em todos os lares MMM p 84 O narrador procura depreender forma es discursivas d spares dicot micas cujos significados se dis tanciaram por for a das circunst ncias da significa o dicionarizada As a es caninas se assemelham s atitudes humanas s pr ticas mi litarizadas de um sistema totalit rio
226. representado de forma t o exaltada que se torna quase natural Manuel Ant nio de Castro numa leitura contempor nea da tradi o reflexiva sobre o fant stico o maravilhoso o ins lito enfim afirma o ins lito simplesmente o n o costumeiro o n o habitual CASTRO 2008 p 28 O n o natural e que permanece suspenso fora do controle l gico da raz o e dos sentidos Como g nero ent o o ins lito engloba a literatura fant stica o maravilhoso o estranho e outras esp cies liter rias voltadas para essa n o naturalidade do narrado Na mesma p gina Castro completa a for a e vigor do ins li to est em quebrar os valores dominantes em p r em quest o um cer to mundo CASTRO 2008 p 28 Esse g nero narrativo caracterizado pela utiliza o de elementos n o costumeiros esse ins lito teria como marca preponderante a capacidade de questionar formas valores con ceitos vis es de mundo O incomum estaria na posi o de iluminar cri ticamente o comum O ins lito rom ntico exemplificado aqui pela narrativa de lva res de Azevedo n o atravessa o institu do a n o ser superficialmente pois ao que tudo indica uma narrativa que naturaliza o n o natural podendo provocar no leitor a certeza de que o que l fruto de uma ima gina o genial mas definitivamente imagin rio Os elementos narra tivos estranhos s o postos numa posi o de familiaridade com o interlo cutor como se este
227. resenta o da opini o ponto de vista era esperada num gran de percentual de textos tendo em vista que os alunos deveriam demons trar sua opini o acerca da quest o deve haver ou n o censura na TV Minha expectativa foi prontamente atendida uma vez que todos os alu nos demonstraram sua opini o 33 dos alunos indicaram serem favor veis implanta o da censura na TV 42 contra e 25 parcialmente a favor e parcialmente contra Na indica o dessa opini o exatamente 50 dos alunos a fez explicitamente com o uso de na minha opini o ou algum equivalente Os demais indicam a opini o de maneira impl cita mas possibilitando que se perceba sua favorabilidade ou n o implanta o da censura na TV Dos alunos que apresentam a opini o com o uso de na minha opi ni o 67 fazem isso logo no in cio do texto Iniciar apresentando a opi ni o acerca da pergunta feita pelo LD pode ser mais persuasivo do que traz la no final do texto uma vez que o leitor interlocutor de imedia to saberia a opini o do aluno locutor e lendo a disserta o detectaria o que ele colocou como sendo as justificativas para aquela opini o Por outro lado apresent la no final pode ser tamb m bastante persuasi vo por conta de o leitor interlocutor do texto ter que l lo por completo para visualizar essa opini o conhecendo os argumentos usados e quem sabe aceitando os Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806
228. rgs Livro did tico de l ngua portuguesa letramento e cultura da escrita Campinas Mercado de Letras 2003 p 7 24 SOUZA E G de Disserta o g nero ou tipo textual In DION SIO A P e BESERRA N da S Orgs Tecendo textos construindo experi ncias Rio de Janeiro Lucerna 2007 p 163 183 TOULMIN S E Os usos do argumento S o Paulo Martins Fontes 2006 TRAVAGLIA L C Um estudo textual discursivo do verbo no portugu s Tese de Doutoramento em Ling istica Campinas Universidade Estadual de Campi nas 1991 VAL M da G C C Atividades de produ o de textos escritos em livros did ti cos de 5 8 s ries do ensino fundamental In ROJO R e BATISTA A A Li vro did tico de l ngua portuguesa letramento e cultura da escrita Campinas Mercado de Letras 2003 p 125 152 VAN DIJK T A e KINTSCH W Strategies of discourse comprehension Nova Iorque Academic Press 1983 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 84 VYGOTSKY L S A forma o social da mente o desenvolvimento dos proces sos superiores S o Paulo Martins Fontes 1988 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 85 O MITO DO OBJETIVISMO ALGUMAS IMPLICA ES PARA O DISCURSO F tima Cristina D ria Ramirez dos SANTOS O objetivo deste artigo apresentar um panorama geral do fen meno chamado na cultura ocidental de objetivismo e di
229. rienta es da An lise da Conversa o e da An lise do Discurso As conven es foram baseadas no modelo de transcri o uti lizado por Gago 2002 que por sua vez adota o sistema de conven es desenvolvido por Gail Jefferson em Sacks Schegloff e Jefferson 1974 Os dados a serem analisados s o da audi ncia de concilia o Ban co Sul realizada no Procon de Juiz de Fora e gravada em udio Par ticiparam dessa audi ncia a representante do Procon Ana o reclaman te consumidor Lucas e o representante do Banco Rui O problema que causou a audi ncia foi segundo o consumidor a ocorr ncia de uma ven da casada no Banco Sul Lucas teria sido obrigado a adquirir um seguro na ag ncia para conseguir a libera o de um empr stimo requisitado O reclamado inicialmente afirma que n o houve imposi o na assinatura 5 Todos os nomes citados na transcri o da audi ncia s o fict cios Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 144 do contrato mas no final concorda em pedir o ressarcimento das duas parcelas j debitadas As audi ncias de concilia o s o atividades de fala GUMPERZ 1982 1998 reguladas por processos contestat rios abertos A meta prin cipal do encontro o estabelecimento da verdade dos fatos A linguagem desempenha papel central visto que o poder do reclamado e do reclaman te na busca de um acordo se instaura atrav s da argumenta o As audi ncias d
230. roso quanto ele BOOS JUNIOR 1986 p 399 Como uma doen a curada o aroma de Paula perde o seu poder vinte e sete anos depois quando Matheus est velho e solit rio exercen do a mesma fun o orientada por ela cuidar do cemit rio Sabia que eu vivia ouviu a voz e sentiu o perfume e rebelde n o se moveu como se estivesse curado BOOS JUNIOR 1986 p 60 Matheus reconhece que o perfume n o mais capaz de reaviv lo comprovando que um dia ele se sentiu seduzido porque agora o perfu me s um cheiro incapaz de trazer de volta a viva carne de outrora e al m dela a centelha o que o cegava BOOS JUNIOR 1986 p 66 Matheus homem de partidas de mochila sempre pronta busca com preender as duas mulheres Nat lia e Paula que ocuparam espa os iguais Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 em sua lembran a e em seus desatinos morte de Arnold Rudolf e Helga A primeira misturando saudade com remorso por n o ter entendi do quando o amor estivera ao seu lado a segunda na admiss o do fra casso e de ter sido um instrumento na trama inacredit vel e que tornara proibida a continua o da caminhada ainda presente em seus sonhos BOOS JUNIOR 1986 p 419 Com Nat lia o peso da solid o da col nia acendendo a mesma paix o que pode comandar dois bichos no cio com Paula mero objeto de sua inacredit vel maquina o Os odores destacados nas rela
231. s As sim ao julgarmos se premissas s o falsas ou verdadeiras necess rio que saibamos escolher as palavras para que as usemos de maneira direta e objetiva Consequentemente podemos nos referir com precis o ao mundo externo j que a linguagem objetiva reflete o mundo como ele 6 As pessoas podem ser objetivistas e podem falar objetivamente mas s o conseguem se utilizarem uma linguagem que seja clara e precisa mente definida direta e sem ambigiiidade e que corresponda realidade 7 A met fora e os outros tipos de linguagem po tica imagina tiva ret rica ou figurada podem sempre ser evitados ao se falar objeti vamente e deveriam ser evitados pois seus significados n o s o claros nem precisos e n o correspondem de um modo claro realidade 8 Ser objetivo geralmente uma coisa boa Somente o saber ob jetivo realmente um saber Acredita se que atrav s da objetividade podemos compreender o mundo mais claramente romper com precon ceitos pessoais e sermos mais justos 9 Ser objetivo ser racional ser subjetivo ser irracional e se deixar dominar pelas emo es 10 A subjetividade pode ser perigosa pois ela pode provocar uma Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 perda de contato com a realidade Como a subjetividade considera um ponto de vista pessoal ela pode ser injusta Tamb m Ortony 1993 argumenta que a descri o
232. s aos temas sociais por exemplo abrem possibilidades para o trabalho com argumenta o capacidade relevante para o exerc cio da cidadania por meio da an lise das formas de convencimento empregadas nos textos da percep o da orienta o argumentativa que sugerem da identifica o dos preconceitos que pos sam veicular no tratamento de quest es sociais etc nfase adicionada por mim PCN 1998 p 41 Ao propor um trabalho com a argumenta o na escola o profes Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 sor precisa oferecer ao aluno alguns conhecimentos acerca da situa o argumentativa e dos principais elementos que constituem esse tipo de discurso Segundo Souza 2003 2007 esses elementos s o O tema deve gerar desacordo ou controv rsia professor e alunos divergem quanto ao hor rio do jogo de futebol por exemplo O argumentador deve tomar uma posi o em rela o quest o o professor adota uma posi o com base na opini o da maioria dos alunos e O argumentador deve convencer o interlocutor apelar para seus sentimentos ou fatos e procurar modificar suas atitudes e opini es O argumentador deve conhecer e antecipar a posi o do in terlocutor no exemplo o professor sabendo das prefer ncias de hor rio antecipa a opini o da maioria dos alunos O argumentador deve saber que o interlocutor o elemento regulador do discurso argumentativo uma ve
233. s deficientes visuais difundiu se em esca la sem precedentes Este m todo tem potencialidades mas tamb m al gumas dificuldades tais como aquelas causadas pela falta de recursos por parte de rg os competentes que limita a produ o e distribui o de material em braille e o n o aperfei oamento do profissional da Edu ca o que dever trabalhar com deficientes visuais Da o aparecimen to de suportes complementares ao c digo Braille entre os quais as gra va es sonoras que tamb m t m limita es pr prias Atualmente a educa o de cegos parciais ou totais conta com variados recursos sono ros como fitas CDs e programas de computa o gr fica Mesmo reco nhecendo melhorias para o ensino de tal p blico alguns educadores e deficientes visuais afirmam que os textos falados ou livros gravados n o substituem de modo satisfat rio os que podem ser lidos com os olhos ou com os dedos pelos pr prios sujeitos Conforme as id ias da professo ra Leila Blanco diretora do Instituto Helena Antipoff THA os novos recursos aliados ao braille permitem que os alunos deficientes visuais Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 104 consigam se integrar a grupos regulares de ensino j que para a pesqui sadora o conv vio e a troca desde o in cio s o muito importantes para os dois lados Pois as crian as ditas normais tamb m aprendem a viver com a diferen a e como resultado cri
234. s em rela o ao assunto Por m n o existe tentativa de mudan a de opini o o que entraria no campo de atua o da convic o e do texto argumentativo Seguindo o modelo estrutural mais comum de disserta o GON CALVES 2002 no caso em observa o as partes do texto a ser produ zido pelo aluno seriam situa o problema muitas pessoas defendem a cria o de um rg o que censure a programa o outras preferem me didas mais leves como a cria o de um c digo de tica a ser respeita do pelos canais outras ainda acham que essa uma quest o que cabe a cada fam lia resolver CEREJA e MAGALH ES 2002 p 234 discuss o Deve haver ou n o censura na TV CEREJA e MAGA Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 LH ES 2002 p 236 solu o avalia o Tome uma posi o sim n o ou em termos e produza um texto dissertativo escolar isto um texto argumentativo defendendo seu ponto de vista CEREJA e Magalh es 2002 p 236 4 A abordagem da professora para a disserta o A professora usou duas aulas geminadas dia 04 de dezembro de 2007 para desenvolver a se o de produ o de textos com os alunos Sua aula come a com a solicita o para que os alunos fa am a leitura oral do texto apresentado pelo LD CEREJA e MAGALH ES 2002 p 232 Em seguida ela solicita que comen tem o tema do texto Alguns se prontificam a comentar do que trata o text
235. s no primeiro par gra fo apresentam sentidos pejorativos e pertencem ao frame de ENGANO como n e mesmo p que no contexto em que aparecem adquirem co nota o ir nica de algo ilus rio Essa rela o entre uma subst ncia doce e algo enganoso ocorre em outras express es muito comuns no portu gu s ado ar a boca e mel zinho na chupeta Outra met fora pos s vel de ser inclu da nesse frame embaladas m Prova disso que iludir j consta no dicion rio como um dos significados de embalar FERREIRA 1987 A express o 0 ligada rea econ mica mas bastante conhecida da popula o um termo t cnico de base metaf rica Evoca tanto o fra me de ESTAGNA O quanto o de IMPOSI O Tamb m g apesar de ter um uso oficial pode ser tomado como uma met fora do frame de Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 CONSERTO mas numa conota o negativa de algo mal ajustado Ainda podem ser mencionadas duas outras express es metaf ri cas de uso comum j e s A primeira do frame de PRECIS O mos tra a aprova o do editorialista s palavras de A cio Neves a segunda do frame de PREJU ZO destaca que a necess ria reforma da Previd n cia pode n o acontecer se o governo ceder s press es o que trar gran de preju zo para o pa s As met foras adormecidas tamb m podem provocar efeitos argumentativos principalmente quand
236. s objetos do mundo sens vel podem ser percebidos os objetos do mundo supra sens vel id ias podem ser con templados Consequentemente de acordo com este fil sofo este mundo das id ias torna se a base sobre a qual se assenta o conhecimento Por m n o somente no mbito acad mico que o mito do obje Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tivismo exerce influ ncia Em sua disserta o de mestrado Cristiane Cerdera 2002 cita por exemplo que em uma entrevista revista Veja Janeiro 2002 o psic logo Michael Shermer diretor de uma ONG de nominada Sociedade dos C ticos deixa claro que a ci ncia seria o nico campo do saber humano pass vel de eliminar erros com facilidade Este fato embora isolado parece revelar como as pessoas encaram o papel da ci ncia na sociedade Ou seja o mito parece ser parte integrante do inconsciente coletivo j h bastante tempo 1 Considera es sobre o mito do subjetivismo na cultura ocidental Embora este trabalho focalize primordialmente a quest o do mito do objetivismo faz se necess rio para um maior entendimento uma breve discuss o a respeito do mito do subjetivismo Com o advento da Revolu o Industrial e do progresso tecnol gico da ci ncia nossa sociedade sofreu um processo desumanizador Como forma de reagir a essa realidade artistas poetas e fil sofos de senvolveram o que chamamos de tradi o rom ntica A f
237. s que incitam a o s o os verbos no modo im perativo que podem aparecer tamb m de forma impl cita Entretanto esse n o o nico recurso utilizado pois ora es com verbos modais dever ter que verbos no futuro do presente colocar dever ser e no infinitivo mexer juntar acrescentar tamb m s o muito comuns Geralmente os g neros textuais com tipologia de base injuntiva empregam per odos simples e curtos pois constru es extensas podem prejudicar a clareza das orienta es Utilizam ainda operadores argu mentativos apropriados ao encadeamento sequencial das a es Como os textos injuntivos s o produzidos para um p blico que tanto pode ser masculino quanto feminino jovem ou adulto o enuncia dor mant m certa neutralidade no tratamento Muitas vezes utiliza o pronome voc para se dirigir ao leitor como nos manuais de instru es e regras de jogos Por m na maioria dos casos o pronome est impl ci to e a termina o verbal garante esse entendimento Como se observa a injun o se caracteriza por estabelecer um pro cesso de intera o que compreende emissor texto e receptor O enuncia dor elabora comandos e ou sugere a ado o de atitudes ou comportamen tos transmitindo conhecimentos de forma sistematizada na perspectiva de que o interlocutor concretize uma situa o espec fica pois o considera apto para 1sso Nesse sentido Bronckart 1999 destaca que as sequ ncias t m um estatuto b
238. s s o instintivas animalescas met fora da inuma nidade de homens perversos que lembravam bois com cara de animais medonhos soltando berros que pareciam gargalhadas HR p 93 A figura bovina representa a repress o A id ia de dom nio de controle do espa o se processa na massifica o na multiplica o dos animais os bois foram aparecendo aqui ali nas encostas das serras nas v rzeas na beira das estradas uns bois calmos confiantes indiferentes HR p 83 Do dia para a noite as r plicas dos ditadores tornaram inacess vel a vida Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 dos manarairenses que s tinham de esperar e confiar Se as paredes resistissem e os mantimentos durassem em breve o povo estaria nas ruas festejando a recupera o de sua cidade HR p 86 Os sinais reificados articulam agrupam os ruminantes no conjunto das similaridades limitando inibindo a forma o de novos significados Nesse contexto o signo se fecha e irrompe na voz da autoridade O discurso autorit rio lembra um circunl quio como se algu m falasse para um audit rio composto por ele mesmo CITELLI 1991 p 39 A igreja em A hora dos ruminantes se apresenta de forma est tica sem mobilidade desprovida da persuas o que lhe inerente O discur so religioso foi anulado silenciado e o ve culo de Deus tornou se um ser pasmado im vel O bom
239. sa abordagem meramente pedag gica que d ao tex to produzido pelo aluno a caracteriza o de reda o tornando o assim para Marcuschi 2004 Apud MARCUSCHI e CAVALCANTI 2005 um novo g nero do discurso A respeito das aulas percebi que poucas contribui es foram tra zidas pela professora em rela o ao que o LD j apresentava especial mente a respeito da amplia o dos assuntos apresentados A forma como ela abordou o assunto em discuss o na aula n o chegou a propiciar uma reflex o mais detida acerca das inst ncias pol tica ideol gica social Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 que ele podia suscitar Sua fun o foi a de organizadora do contexto pe dag gico dando as coordenadas sobre que atividade do LD os alunos deveriam fazer e como desenvolv la a partir das instru es dele Em sua aula a professora se prendeu mais explora o dos aspec tos estruturais e composicionais do texto argumentativo ou s considera es do LD sobre o texto base Um ponto a ser destacado diz respeito s suas tentativas em estimular nos alunos a constru o do conhecimento No tocante aos textos escritos pelos alunos de maneira geral seus produtores demonstraram capacidade para sua constru o havendo apresenta o de ponto de vista justificativa conclus o e tentativa de in terlocu o com o leitor interlocutor Alguns alunos demonstraram que a escrita parece ter a n
240. scutir algumas de suas implica es para o discurso tomando como base principal mente teorias recentes da vis o de met fora conceitual interessan te observar como isto se d de maneira t o desapercebida por muitos inclusive por professores e alunos Para tal objetivo faz se necess rio um exame do chamado mito do objetivismo conforme George Lakoff e Mark Johnson 2002 Sendo o objetivismo t o influente em nosso meio torna se fundamental a sua compreens o para um melhor entendimento de suas manifesta es no discurso Assim pretende se apresentar o ob Jetivismo e seus pressupostos bem como seus desdobramentos atrav s dos conceitos estabelecidos por esses autores dentre outros A busca da verdade e do conhecimento sempre fora uma constante na vida do homem ocidental Apesar de in meras tentativas infrut feras de se chegar a uma conclus o essa mesma busca pela verdade tem pro vocado discuss es infind veis desde os antigos gregos at hoje e acre dito que ainda o far por muito tempo Como Lakoff e Johnson 2002 afirmam a quest o da verdade absoluta principalmente para aqueles per tencentes ao meio cient fico ainda experienciada como um dogma Em outras palavras pode se dizer que embora n o se tenha certeza da inteira verdade muitas pessoas amedrontam se diante de quaisquer quest es em que tenham que se render a um certo subjetivismo Eles argumentam que a verdade sempre relativa a um sistema c
241. sdobramento do conceito de enquadre no discurso O termo representa o alinhamen to a postura a posi o a proje o do eu de um participante na sua rela o com o outro consigo pr prio e com o discurso em constru o RIBEIRO e GARCEZ 1998 p 70 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 143 Com essa no o enfatiza se a natureza din mica do conceito de enquadre porque no curso da intera o h constantes reenquadres e re alinhamentos dos falantes e ouvintes sendo a introdu o negocia o ratifica o sustenta o e mudan a de alinhamento uma caracter stica inerente fala natural A forma como conduzimos a produ o ou a re cep o de uma elocu o expressa mudan as de alinhamento que temos para n s mesmos e para os outros Uma mudan a de footing implica um novo alinhamento entre os participantes e uma mudan a de enquadre Procurar se observar atrav s da an lise de uma audi ncia de concilia o do Procon em que medida as pistas de contextualiza o evidenciam mudan as de enquadre e de alinhamento dos participantes ou seja como tra os encontrados na superf cie das mensagens sinali zam o que est em jogo naquela situa o Interacional 2 Metodologia e contexto da pesquisa A an lise a ser feita ser de natureza essencialmente qualitativa in terpretativista considerando a fala situada e o contexto sociocultural A transcri o segue o
242. se o aparelho com as m os molhadas n o molhe o corpo do aparelho e n o o mergulhe em gua Para evitar acidentes n o permita que crian as utilizem o pro duto ou mesmo pessoas que desconhe am suas instru es de uso Sempre que colocar o aparelho de lado mesmo que por breves instantes desligue o N o utilize extens es auxiliares para aumentar o comprimento do cabo plugue Nunca permita que o cabo plugue se encoste a superf cies quen tes Nunca transporte ou desligue o produto puxando pelo cabo plu gue Nunca use o produto com o cabo plugue ou plugue danificados ou ainda se o produto apresentar mau funcionamento Leve o a uma Assist ncia T cnica Autorizada MARKOCH Para n o perder a garantia evitar problemas t cnicos e risco de acidentes ao usu rio n o permita que sejam feitos consertos e ou tro cas de pe as em casa caso seja necess rio leve o produto a uma As sist ncia T cnica Autorizada MARKOCH O Manual de Instru es SUPER MIXER MARKOCH um texto que acompanha o produto Apresenta orienta es ao leitor para o uso do aparelho e exp e o seu funcionamento Diferencia se por enfati Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 zar a a o e explicit la de forma detalhada Segundo F vero e Koch 1998 esse g nero textual direciona com portamentos sequencialmente ordenados Verbaliza um processo linear de observa o e a aten
243. sem ambigiiidade e que corresponda realidade Somente falando desse modo as pessoas podem se comuni car com precis o sobre o mundo externo e fazer declara es que podem ser objetivamente verdadeiras ou falsas A met fora e outros tipos de linguagem po tica imaginativa re t rica ou figurada podem sempre ser evitados ao se falar objetivamente e deveriam ser evitados pois seus significados n o s o claros nem pre cisos e n o correspondem de um modo claro realidade LAKOFF e JOHNSON 2003 p 296 Sem uma discuss o mais aprofundada sobre a quest o da objetivi dade e sobre os recursos de argumenta o os jornalistas s o levados a reproduzir as id ias tradicionais sem se darem conta de que as met fo ras podem fazer parte de qualquer tipo de linguagem e que normalmen te apenas na liter ria podem vir a causar alguma dificuldade de compre ens o Na forma o do profissional do jornalismo nem se d destaque ao trabalho de produ o de editoriais e nem se fala satisfatoriamente so bre recursos argumentativos Em suma n o h preocupa o em formar editorialistas Aqueles que chegam a tal fun o passam a fazer parte de um grupo seleto dentro do jornalismo formado por profissionais muito experientes e especializados Enquanto os jornalistas que n o produziam editoriais afirmaram que a met fora n o deve ser empregada os editorialistas entrevistados respaldados na experi ncia admitiram o contr rio ainda que fi
244. separado ainda que n o houvesse mais ningu m no universo 2 Adquirimos nosso conhecimento do mundo experienciando os objetos e chegando a saber que propriedades os objetos t m e como eles se relacionam entre si 3 Compreendemos os objetos de nosso mundo em termos de ca tegorias e de conceitos Estas categorias e conceitos correspondem s propriedades que os objetos t m neles mesmos e s rela es deles com outros objetos Por exemplo temos a palavra pedra que corresponde ao conceito PEDRA e considerando se uma determinada pedra po de se saber se a mesma se inclui na categoria PEDRA e n o em outra Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 4 H uma realidade objetiva e podemos dizer coisas que s o ob Jetivamente absolutamente e incondicionalmente verdadeiras e falsas sobre ela De acordo com a concep o objetivista o sentido objetivo e existe independentemente do entendimento humano Ele n o jamais aquilo que algu m entende sobre alguma coisa pois o sentido objetivo exclui quaisquer aspectos considerados subjetivos isto contexto cul tura emo es ou modo de compreens o particular Ao contr rio deve expressar atrav s da ci ncia explica es corretas e definitivas e por isso progredir continuamente 5 As palavras t m significados fixos isto nossa linguagem ex pressa os conceitos e as categorias em termos dos quais pensamo
245. seus leitores e estes portanto viriam refletidos nos editoriais suas pr prias cren as e valores CHAR AUDEAU 1983 poss vel conhecer a vis o dos jornalistas sobre os editoriais a partir da defini o de manuais de alguns jornais De acordo por exem plo com o Novo manual de reda o da Folha de S Paulo o editorial deve ser ao mesmo tempo enf tico e equilibrado deve evitar a ironia exagerada a interroga o e a exclama o Deve apresentar com conci s o a quest o que vai tratar desenvolvendo os argumentos que o jornal defende refutar as opini es opostas e concluir condensando a posi o adotada pela Folha NOVO MANUAL 1996 p 70 J o Manual de reda o e estilo do jornal O Globo aponta algumas normas para a opini o Deve se evitar com exce o de momentos muito especiais o coment rio que apenas registra pasmo admira o ou indig na o Esses sentimentos principalmente ante o interesse p blico ofendido s o importantes mas n o bastam precisam Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 161 estar apoiados em fatos e acompanhados de argumentos l gi cos que conduzam a uma conclus o concreta O editorial realmente til suplementa a not cia com pesquisa e informa o adicional Sem isso ser dif cil escapar de observa es super ficiais e conclus es padronizadas A opini o pode ser manifes tada de forma leve ir nica ou s ria se
246. sferas de atividade humana Para que a escola consiga ampliar as capacidades argumentativas do aluno n o necess rio apenas um LDP qualificado Compartilho do pensamento de Pedrosa 2006 para quem um material did tico qualifi cado n o produz efeitos positivos se o professor n o souber ensinar os ob jetos apresentados por ele preciso investir na forma o do professor para que ele saiba o que fazer em sala quando se deparar com desafios de qualquer ordem PEDROSA 2006 p 210 e para que saiba ampliar as orienta es do LDP a fim de desenvolver os letramentos do aluno para a produ o e consumo de g neros argumentativos variados Seria preciso a implanta o de um programa de forma o acad mica e continuada que produzisse efeitos na qualidade da pr tica do trabalho do professor como o PNLD produz na qualidade do material enviado s escolas Acredito que este estudo aponta o fato de que muito do conhecimento sobre argumenta o que o aluno mostra no texto n o vem da contribui o Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 direta do LDP nem do professor Vem de suas experi ncias extra escolares Esta afirma o encontra suporte nos pressupostos de Van Dijk e Kintsch 1983 para quem os processos interacionais nos quais o sujeito se encontra envolvido o tornam capaz de produzir textos coerentes e bem estruturados ling isticamente Nesses processos interacionais um conjunt
247. sidente Lula o Acordo deve ser implementado de janeiro de 2009 a dezembro de 2012 que um per odo razo vel e suficiente Para quem quiser o novo sistema ser fixado em poucos meses Nem seria necess rio um ano Mas bvio existem os desinteressa dos que s far o qualquer esfor o quando forem obrigados a isso e existem os resistentes que far o o poss vel para manter o status quo mesmo sem dominar completamente o sistema atual como o caso da sua maioria Tempo ali s n o algo que se mede apenas com o cron metro Cada um de n s tem o seu sistema pessoal de medida do tempo assim Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 como h o tempo psicol gico que varia de acordo com o estado de es p rito do indiv duo Na entrevista referida Perini 2009 lembra que para aprender toda a reforma n o preciso ler nenhum livro Carlos Alberto Faraco da Universidade Federal do Paran resumiu tudo em uma p gina Cf Faraco 2008 Ali s o pr prio Faraco conta em um de seus artigos para a CBN Curitiba Um jornalista me perguntou quanto tempo uma pessoa pre cisaria para dominar as mudan as Quando lhe disse que bas tariam uns quinze minutos ele ficou espantad ssimo e insis tiu Quinze minutos por dia Por quanto tempo Foi dificil convenc lo de que bastavam quinze minutos no total Faraco 2009 6 Simplifica o na grafia das palavras O sis
248. siosamente o esqueleto do Dr Bel m Batia justamente meia noite a noite como disse era escura o mar batia funebremente na praia Estava se em pleno Hoffman Al berto come ou a narra o ASSIS 1985 p 815 A men o ao esqueleto do Dr Bel m desperta nos convivas o in teresse pelo narrado Essa simula o ficcional do processo de recep o da obra uma das estrat gias narrativas para prender o leitor oitocentis ta nas malhas do texto e vem aliada exatamente sugest o de algo inco mum de algo n o natural Observe se que um romancista estava entre os ouvintes e que o tema interessou lhe bastante A refer ncia a Hoffman situaria o leitor criado no seio da literatura fant stica rom ntica no ambiente do ins lito escritor compositor pin tor alem o nascido no s culo XVII e morto em 1822 Hoffman o autor de O vaso de ouro O elixir do diabo Noturnos e de muitos outros tex tos constru dos a partir da rela o entre o mundo da obra e o sobrenatu ral que habita o imagin rio crist o e cat lico principalmente Sintaticamente posto ao lado de Hoffman Alberto vai come ar uma narra o que concretizar um processo intertextual com outras narrativas do ins lito mas n o para ratific las consagr las na tica deste artigo as refer ncias ao fant stico rom ntico aqui s o uma forma antropof gica de lidar com ele e com os padr es de produ o e consumo do liter rio por ele estabelecidas na Europa e no B
249. so ir nico que exp e a ficcionalidade do narrado esvaziando ou melhor relativizando o tom m rbido e sepulcral que parecia predominar a proximidade do mar es pa o sombrio que agita o imagin rio de leitores habituados a narrativas de apelo imediato sensa o do desconhecido se por um lado pode nos remeter a um lugar simb lico destinado ao medo por outro ao ser as sociada ap s as retic ncias id ia de reflex o e no o de escrita em prosa pode abrir caminho para a leitura a que se prop e este artigo o ins lito n o funcionaria neste conto como instrumento de desconstru o dos paradigmas de escrita e consumo da literatura os quais foram criados e consolidados pela produ o rom ntica como a de lvares de Azevedo em Noite na taverna por exemplo Afinal ao mesmo tempo em que o narrador se refere ao mar e praia solit ria mostra sua na tureza discursiva colocando esse ambiente como capaz de provocar a Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 190 constru o de uma prosa provavelmente t o singular e nica quanto a praia indicada Essa suspeita na verdade uma hip tese de leitura ganha for a na segunda p gina do conto a partir da rea o proposta de Alberto de contar a hist ria de seu mestre de alem o A palavra esqueleto agu ou a curiosidade dos convivas um romancista aplicou o ouvido para n o perder nada da narra o todos esperaram an
250. spira es durante a fala inspira o aud vel coment rios do analista transcri o duvidosa transcri o imposs vel estalar de l ngua Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 155 Refer ncias bibliogr ficas COUPER KUHLEN E e SELTING M Introducing Interacional Linguistics In Studies in Interaction Linguistics John Benjamins B V 2001 DIVAN L Interagindo e construindo significados em situa es de conflito atra v s da pr tica discursiva de explica es Disserta o de Mestrado em Letras Juiz de Fora UFJF 2006 DREW P e HERITAGE J Analysing talk at work An Introduction In DREW P e HERITAGE J Orgs Talk at work Interaction in institutional settings Cambridge Cambridge University Press 1992 GAGO P C A relev ncia da converg ncia num contexto de negocia o um es tudo de caso de uma reuni o empresarial na cultura portuguesa Tese de Douto ramento em Ling stica e L ngua Portuguesa Rio de Janiro PUC RJ 2002 GARCIA A Interactional constraints on proposal generation in mediation hea rings a preliminary investigation In Discourse amp Society v 8 1997 p 219 247 GOFFMAN E Footing In RIBEIRO B Te GARCEZ P M Orgs Sociolin guistica Interacional Porto Alegre Age 1998 The neglected situation In RIBEIRO B T e GARCEZ P M Orgs So ciolinguistica Interacional Porto Alegre Age 1998
251. storiador denomina de sil ncio olfativo Para Corbin 1987 a hierarquiza o sensorial fun damentada sob a gide da heran a plat nica relegou a segundo plano as sensa es do olfato valorizando as sensa es consideradas mais no bres a vis o a audi o e o tato Cf CORBIN 1987 p 30 3 Walter Benjamin em sua Tese sobre Filosofia da Hist ria op e se historiografia tradicional por ver a Hist ria como um continuum homog neo e vazio conclamando reflex o sobre um outro vi s de enfoque a hist ria dos vencidos Papel que vem sendo assumido pela produ o liter ria contempor nea ao tentar transform la num dos meios de compreens o da hist ria Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 181 Num ritmo mais acelerado a ode limpeza se propagou pelo s cu lo XIX e chega at nosso s culo tecnologicamente aromatizado com es s ncias que servem para camuflar os odores que nos rodeiam mas quer falando do odor cultural ou do odor natural as imagens olfativas sempre estiveram presentes na literatura Em Dom Quixote o imortalizado per sonagem Sancho Pan a j imaginava o forte cheiro das axilas de Dulci n ia Baudelaire j evocava poeticamente a eternidade do perfume e a in sist ncia olfativa na obra de Zola era uma caracter stica marcante Em Quadril tero 1986 as impress es olfativas se tornam signos poss veis de decifra o por conterem uma linguagem do
252. t ncia se confundem PALMER 1989 p 207 10 Para a hermen utica gameriana a linguagem n o tal como na modernidade um instrumento de subjetividade n o se realiza na inte rioridade nem tem um estatuto infinito pelo contr rio a linguagem finita e hist rica ela restitui e conduz a experi ncia do ser no tempo A linguagem tem que nos levar a compreender o texto a tarefa da Her men utica levar a s rio a lingiisticidade da linguagem e da experi n cia e desenvolver uma Hermen utica verdadeiramente hist rica PA L MER 1989 p 215 Em Verdade e m todo Gadamer 1997 tentou mostrar que o pro cesso de confronto entre o velho e o novo a tradi o e o presente per mite que o novo venha luz atrav s do antigo constituindo deste modo Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 121 um processo de comunica o dial tica a partir da que ele toma a pretens o da Hermen utica universalidade onde a linguagem a base constituidora do homem e da sociedade FADAMER 1997 p 14 Para Gadamer assim como para Rorty a principal dificuldade do projeto de uma Hermen utica Filos fica Geral em Dilthey se encontra no seu esfor o de atribuir natureza dos temas e problemas das Ci n cias do Esp rito a necessidade de uma fundamenta o epistemol gica ou seja atribuir sociabilidade lingiiisticidade e historicidade um estatuto de conceitos cient
253. ta portanto a linha entre os respectivos domi nios da Epistemologia e da Hermen utica n o uma quest o de diferen a entre as Ci ncias da Natureza e a Ci ncias do Homem nem entre Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 128 fato e valor nem entre o teor tico e o pr tico nem entre o conhecimen to objetivo e algo mais escorregadio mais fr gil e mais d bio Isto sig nifica que somente podemos obter comensura o epistemol gica onde j tivermos acordado pr ticas de inqu rito ou de um modo mais geral de discurso onde j tivermos alcan ado um vocabul rio comum onde os parceiros se reconhe am RORTY 1988a p 251 2 A Hermen utica n o outra maneira de conhecer compreen der como oposto previsiva explica o Contrariamente a Herme n utica antes outra forma de perceber o universo de problemas e ten s es Seguramente n o faz distin es entre a compreens o explica o e interpreta o Rorty acredita que contribuiria para a clareza filos fica se d ssemos simplesmente a no o de cogni o ci ncia progn stica e par ssemos de nos preocupar com m todos cognitivos alternativos Em sua an lise a palavra conhecimento n o pareceria ser digna de dis puta se n o fosse a tradi o kantiana de que ser um fil sofo possuir uma teoria do conhecimento e a tradi o plat nica de que a a o qu
254. tema de acentua o gr fica ser bastante simplificado elimi nando diversos acentos que n o tinham qualquer fundamenta o te rica razo vel para sua fixa o como o trema nos grupos g e g i que qui os acentos diferenciais p ra p lo p lo p lo etc os acentos circunfle xos em palavras terminadas em do s e Sem o acento agudo no 1 e no u t nicos na pen ltima s laba quando precedidos de semivogal e 66 99 1 o acento agudo no u t nico seguido de e ou 1 no final de verbos al m de outros Com isto podemos ensinar ortografia com muito mais l gica e intelig ncia do que anteriormente quando t nhamos de for ar nossos alunos a decorar muitas regras sem justificativas racionais importante lembrar que n o foi acrescentada nenhuma letra e nenhum acento gr fico na grafia das palavras S houve redu o tanto de acento quanto de letras No caso da hifeniza o tamb m a simplifica o foi bem grande apesar de terem permanecido v rios casos que ainda dever o ser resol Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 vidos no futuro ou queira Deus com o novo Vocabul rio Ortogr fico da L ngua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras que est che gando por a Neste caso a negocia o foi mais t cnica do que pol tica pois as discrep ncias eram enormes tanto no Brasil quanto nos outros pa ses A simplifica
255. texto escrito pelos alunos pode se concluir que eles levaram para esse texto reflexos de seu conhecimento extra es colar sobre a produ o de g neros argumentativos escritos A esse res peito Abaurre Mayrink Sabison e Fiad 2003 dizem que existe a pos sibilidade de na produ o de textos escritos ocorrer um processo de transforma o dos conhecimentos acerca dos g neros pr prios de esfe ras de interlocu o que apresentam similaridade com a situa o propos ta adaptados s novas situa es Alguns alunos demonstram dificuldade na constru o de um texto argumentativo escrito Isso n o significa que esse percentual de alunos n o sabe argumentar Certamente eles elaboram textos argumentativos orais g neros prim rios do discurso eficientemente mas ainda encon tram dificuldade na sua produ o escrita Essa dificuldade para a escrita pode ser decorrente de certa inefici ncia do LD e da abordagem da pro fessora no momento de oferecer aos alunos condi es de produ o efi cientes para a elabora o de um bom texto argumentativo escrito A afirma o anterior de que os alunos conseguem argumentar bem oralmente baseia se no fato de que parte dos alunos inicia o texto pela resposta afirmativa ou negativa sim ou n o quest o feita pelo LD Em geral com sim ou n o que damos in cio apresenta o de uma opini o oralmente seguida das justificativas para essa opini o Isso indica que mesmo que eles n o dominem
256. tica Para essas palavras a fundamenta o ortogr fica deixa de ser ba sicamente etimol gica para ser fon tica 2 Segundo o Index Mundi http www indexmundi com os oito pa ses que t m o portugu s como idioma oficial t m mais de 239 646 701 habitantes visto que sua estat stica de 2008 d esses n meros Angola 12 531 357 hab Brasil 191 908 598 hab Cabo Verde 426 998 hab Guin Bissau 1 503 182 hab Mo ambique 21 284 701 hab Portugal 10 676 910 hab S o Tom e Pr ncipe 206 178 hab e Timor Leste 1 108 777 hab Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Portugal sentir mais as mudan as porque o percentual de usu rios da l ngua escrita nas ex col nias africanas e no Timor Leste ainda menor o que neutralizar a resist ncia e a dificuldade de adapta o Na verdade para quem ainda n o tem o dom nio da ortografia o novo sistema ser mais f cil de aprender do que o anterior M rio Alberto Perini de opini o que os pa ses mais pobres senti r o mais essas mudan as dizendo que quanto mais pobre o pa s mais vai sentir o efeito dessa substitui o Perini 2009 exemplificando com Guin Bissau em que apenas uns 13 da popula o fala o portugu s Acredito piamente que meu Amigo M rio est equivocado pois pouqu ssimos desses guineenses lus fonos que s o menos de 200 000 utilizam a l ngua escrita padr o ou se preocupam co
257. to da singularidade do Dr Bel m do inusi tado de seu car ter do inusual de algumas atitudes suas Trata se de um narrador autorit rio que conduz o leitor pela m o a partir de um ponto de vista intradieg tico como se o interlocutor da obra n o fosse capaz de caminhar sozinho pelas teias narrativas Ele toma o leitor de assalto impedindo o de tirar suas pr prias conclus es A mesma t cnica narra tiva de lvares de Azevedo no auge do Romantismo brasileiro T cnica ali s bastante confort vel para o leitor da poca uma vez que tornava ociosa qualquer atitude meditativa exatamente por atrelar a narrativa n o a seu processo constitutivo mas a sua trama sequ ncia das a es das atitudes do Dr Bel m e do pr prio Alberto como se esse ins lito machadiano pudesse provocar uma leitu ra quase pragm tica do texto geradora de identifica o imediata e por consequ ncia de um prazer de reconhecimento de ratifica o de expe ri ncia Karlheinz Stierle afirma que os textos ficcionais podem ser li dos a despeito de sua ficcionalidade num processo quase pragm tico Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 195 que leva o olhar do leitor para algo que est no campo extratextual algo que est no campo da a o exterior STIERLE 1979 p 148 Esse pro cesso de leitura o de uma estrita e restrita identifica o texto leitor A narra o de Alberto e a de Solfieri pare
258. tos hu manos Tais obras acabam por refletir um espelhamento dos contextos sociais representados na fic o Refer ncias BACHELARD G A gua e os sonhos ensaio sobre a imagina o da mat ria S o Paulo Martins Fontes 1998 CARDOSO B Maio m s de Maria Porto Campos das Letras 1997 CITELLI A Linguagem e persuas o 6ed S o Paulo tica 1991 DELEUZE G e GUATTARI F Kafka por uma literatura menor Rio de Janei ro Imago 1977 GNERRE M Linguagem escrita e poder 4ed S o Paulo Martins Fontes 1998 OLIVEIRA H A A linguagem em A hora da estrela uma an lise sint tico se m ntica Tese de Doutoramento Niter i UFF 1999 OLIVEIRA J J Viol ncia e viola o uma leitura triangular do autoritarismo em tr s narrativas contempor neas luso afro brasileiras Luanda Uni o dos Es critores Angolanos UEA 2007 ORLANDI E P As formas do sil ncio no movimento dos sentidos 5ed Cam pinas Unicamp 2002 VEIGA J J A hora dos ruminantes 2ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1969 Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 52 ENSINO DE PRODU O ESCRITA DA DISSERTA O A ATUA O DO PROFESSOR E DO LIVRO DID TICO DE PORTUGU S S lvio Ribeiro da SILVA Este artigo traz uma parte das reflex es que fiz ao longo dos estu dos de Doutorado no Instituto de Estudos da Linguagem da Universi dade Estadual de Campinas Est di
259. ucesso o aparelho O texto apresenta um t tulo destacado SUPER MIXER MARKOCH que diz respeito ao nome e marca do produto seguido de um subt tulo Manual de Instru es na sequ ncia aparecem outros subt tulos que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 apontam as caracter sticas e especifica es do aparelho e os procedi mentos a serem efetuados Antes de utilizar o seu Super Mixer Como utilizar o seu Super Mixer Como limpar o seu Super Mixer Recomen da es e Advert ncias Importantes Na parte inicial o texto apresenta uma lista dos elementos que se r o manuseados no procedimento l minas bra o seguida da exposi o de algumas de suas caracter sticas l minas de alta performance bra o desmont vel O texto n o utiliza desenhos para especificar os componentes do aparelho No entanto segundo Travaglia 1991 para substituir a descri o dos elementos podem aparecer fotos ou desenhos com indica o dos nomes das partes acompanhadas ou n o da explici ta o de sua fun o Cf TRAVAGLIA 1991 p 293 Em seguida o manual de instru es exp e em ordem cronol gica os procedimentos a serem efetuados antes de usar o Super Mixer Na se qu ncia explicita detalhadamente como utilizar o aparelho e as a es a serem realizadas para a limpeza ap s o uso No final do texto aparecem conselhos importantes com o intuito de ajudar o comprador a usar cor
260. ulamentos as regras de jogo os regimentos as leis os decretos os textos que ensinam a con feccionar trabalhos manuais e objetos para o lar as bulas de rem dios os textos doutrin rios e as propagandas Eles podem ser publicados em cartazes revistas panfletos embalagens de produtos correspond ncias entre outros suportes Segundo Travaglia 1991 essa tipologia abrange ainda a opta o que se constitui no discurso da manifesta o do dese Jo nesta circunst ncia o locutor n o tem controle sobre a concretiza o da situa o Que Deus te ajude p 50 De acordo com Bronckart 1999 a op o pela sequ ncia injun Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tiva para compor um g nero textual implica o objetivo de querer fa zer agir o interlocutor numa dire o espec fica apontada pelo texto A a o portanto visa diretamente ao interlocutor A injun o conforme Travaglia 1991 almeja incitar realiza o de uma situa o a o fato fen meno estado evento etc requeren do a ou desejando a ensinando ou n o como realiz la A informa o diz respeito a algo a ser feito ou como deve ser feito Fica a cargo do in terlocutor executar aquilo que se solicita ou se define que seja feito em uma ocasi o posterior ao momento da enuncia o Cf TRAVAGLIA 1991 p 50 Est ligada portanto a comportamentos futuros Na mesma linha de racioc nio Rosa
261. ulos dos alunos n o trouxeram atrativos Do total de textos que trazem t tu lo 62 mencionam a censura 56 deles mencionam a TV inclu dos os que tamb m mencionam a censura Alguns alunos mostraram nos textos que n o entenderam o que censura Em 8 deles ela foi tratada como um programa ou algo pareci do Essa ocorr ncia prejudicou a constru o da argumenta o uma vez que o encaminhamento dado pelos alunos acabou sendo diferente do que se esperava a apresenta o de uma argumenta o que indicasse ao lertor interlocutor a posi o favor vel ou n o instaura o da censura 15 Como mostrado no item 3 a proposta para o texto a seguinte E voc o que pensa sobre o tema em debate Deve haver ou n o censura na TV Tome uma posi o sim n o ou em termos e a exemplo do texto Cultura e Sociedade produza um texto dissertativo escolar isto um texto argumentativo defendendo seu ponto de vista Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 na TV Pelos exemplos abaixo fica percept vel o equ voco do percentual de alunos mencionado Ocorr ncias 1 Na minha opini o a censura deve ser mostrada mas na hora adequada 2 Na minha opini o n o deve haver censura na TV pois pode haver crian as assis tindo apesar que a maioria dorme cedo A censura leva muitas coisas para as crian as de ruim Figura 1 Equ voco dos alunos A ap
262. uma vis o elaborada do papel dos participantes suas identi dades e a rela o entre eles A linguagem vista como a o conjunta e n o simplesmente a soma de um falante que profere elocu es e de um ouvinte que as ouve Segundo Schiffrin 1994 os fundadores desse campo foram o antrop logo e ling ista John Gumperz e o soci logo Erving Goffman Gumperz contribuiu de forma precursora para a Sociolingu stica ao fornecer coordenadas b sicas para a constru o de uma teoria da in terpreta o O autor se prop e a desenvolver a abordagem da Sociolingii stica no que se refere aos processos comunicativos da intera o huma na para tratar de rela es entre cultura sociedade e indiv duo buscando dar conta da diversidade ling stica e cultural na comunica o do coti diano e investigar o seu impacto na vida dos indiv duos GUMPERZ 1982 1998 Todo o seu trabalho baseado na pressuposi o de que o significado a estrutura e o uso da linguagem s o determinados social e culturalmente A linguagem seria ent o um sistema simb lico operan do nos n veis micro e macro estruturais Gumperz explica seus focos de pesquisa em entrevista revista Palavra Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 140 Ainda que eu nem sempre tenha sido claro a esse respeito o meu trabalho de fato busca dar conta tanto dos processos 1n terpretativos no n vel local como dos processos interpret
263. un o princi pal do Romantismo seria refor ar a dicotomia entre os bin mios raz o e verdade arte e imagina o No entanto para os contr rios ao Roman tismo a racionalidade continuou a ser objetiva assim como para os ob jetivistas Para estes a subjetividade considerada potencialmente peri gosa pois s o conhecimento objetivo pode levar verdade Como o mito do objetivismo o subjetivismo tamb m apresen ta cren as enraizadas na cultura ocidental Segundo Lakoff e Johnson 2002 a cren a mais arraigada seria a nossa capacidade de usar sentidos e intui es no dia a dia Muitos acreditam que a intui o pode ser o me lhor guia para nossas a es Seguindo esta perspectiva a moral nossos sentimentos e espiritualidade representam os aspectos mais importan tes da vida A arte e a poesia s o instrumentos valiosos j que transcen Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 dem a racionalidade e objetividade atrav s dos sentimentos e percep es E em rela o nossa compreens o pessoal os significados das palavras baseados no senso comum n o s o suficientes Para o subjetivismo o objetivismo tamb m considerado peri goso j que despreza o que aquele considera altamente significativo A objetividade compreendida como n o humana e injusta pelo fato de ignorar o que mais relevante e valorizar o universal e impessoal Os subjetivistas acreditam que a ci ncia n
264. ura sua opini o prim ria vencida Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 Em seguida ela retorna discuss o do texto lido na aula atual 5 17 Pr Agora vamos achar a no texto onde que ta a intro du o o desenvolvimento e a conclus o certo os alunos come am um pequeno tumulto e v rios falam ao mesmo tempo A professora faz com que se acalmem para que ela possa falar Bem a introdu o o primei ro par grafo ta Porque quando o autor fala da import ncia da gua e do desperd cio das pessoas E o desenvolvimento 18 Al Uai deve ser o segundo par grafo 19 Pr S o segundo 20 Al N o Deve ser o segundo o terceiro porque o texto s tem quatro par grafos Pela l gica o ltimo a conclus o 21 Pr Espertinha voc heim risos de todos N o porque o ltimo que tem que ser ele a conclus o Pode ser que a conclus o come ce no pen ltimo Cuidado para n o fazer bobagem achando que tudo assim t o simples heim O segundo e o terceiro s o o desenvolvimen to porque apresentam argumentos que dizem respeito id ia central do texto O ltimo conclui porque a autora apresenta uma proposta para resolver o problema da gua no planeta ta Agora me digam este texto argumentativo Por qu 22 AI Porque tem ponto de vista e defesa desse ponto de vis ta n 23 Pr N Os alunos foram solicitados a ler o que aparece na p gin
265. vel per ceber lacunas nesses setores em especial na produ o de textos escritos concretizados em g neros que exigem maior dom nio das capacidades de Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 escrita como os g neros argumentativos meu interesse neste estudo Creio que o resultado de um estudo como este poder contribuir para uma melhor abordagem acerca dos procedimentos metodol gicos adotados no ensino de L ngua Portuguesa em rela o quest o da pro du o escrita de g neros da ordem do argumentar levando a escola a observar como se d o seu ensino de forma a colaborar com o desenvol vimento do letramento do aluno Assim poder contribuir para refle x es por parte de professores e de formadores de professores 2 Dissertar e argumentar s o iguais Para Travaglia 1991 a argumenta o est presente em qualquer discurso n o havendo aquele que seja neutro imparcial Nessa mesma linha de pensamento encontra se Koch 1996 que afirma ser a argu mentatividade algo inerente pr pria l ngua e n o acrescentada a ela posteriormente em determinadas situa es de intera o Para a autora as articula es argumentativas s o essenciais para a progress o textu al sendo a orienta o argumentativa dos enunciados a respons vel pela constitui o do texto coeso e principalmente coerente Travaglia 1991 chama o texto argumentativo propriamente dito aquele em que a
266. vendo 9 O texto dever ser produzido ap s a leitura de um pequeno conjunto de textos p 235 que trazem opini es variadas sobre a TV Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 65 seja detalhando ou exemplificando CEREJA e MAGALH ES 2002 p 234 Nessa explica o n o se fala sobre o fato de que na disserta o ocorre defesa de ponto de vista t o comum no texto argumentativo se gundo o pr prio LD CEREJA e MAGALH ES 2002 p 234 Essa re la o feita pelo LD entre o texto dissertativo e o argumentativo pode gerar d vidas no aluno Quando o LD prop e ao aluno que produza um texto dissertativo escolar isto um texto argumentativo defendendo seu ponto de vista CEREJA e MALH ES 2002 p 236 coloca as duas modalidades no mesmo patamar Por m ao explicitar o que cada uma demonstra n o diz que na disserta o podem ser apresentados argumentos uma vez que na produ o de um texto dissertativo o autor orientado a procu rar id ias a partir de leituras para desenvolv las discursivamente num processo de constru o Essas id ias poder o gerar argumentos e exem plos em torno da quest o examinada no caso aqui se a censura deve ou n o haver na TV Segundo Garcez 2001 no texto dissertativo especi fica se e detalha se o ponto de vista em rela o a uma id ia preliminar n o s pelo aprofundamento da reflex o mas tamb m pelo esclareci mento de posi e
267. vidido em sete partes Inicialmente explico porque pertinente abordar a produ o de textos na escola via LDP Posteriormente discuto se as atividades de dissertar e argumen tar s o iguais tendo em vista o tratamento dado em geral para a esco la como uma sendo sin nimo da outra Na sequ ncia apresento como o LDP em observa o traz para o aluno a proposta de produ o escrita da disserta o para em seguida mostrar o encaminhamento dado pela professora para essa proposta Feito isto trago discuss o do texto os alunos apresentados pelos alunos a partir da proposta do LD e do enca minhamento did tico da professora Conv m esclarecer que as considera es sobre os textos dos alu nos foram feitas a partir de algumas categorias de an lise a saber apre senta o de opini o ponto de vista apresenta o de justificativa para a opini o ponto de vista uso de operadores argumentativos uso de d iti cos de pessoa pronomes indicativos de pessoalidade refer ncia ao lei tor interlocutor e modaliza o de ntica e apreciativa 1 A produ o de textos na escola e no livro did tico de Portugu s LDP O meu interesse pela proposi o de um estudo sobre a produ o escrita se deve ao fato de ela exercer um papel determinante so bre certos acessos ao mundo tecnologizado no qual vivemos e al m disso ser um dos conte dos mais relevantes de que se ocupa a escola 1 Doutor em Lingu stica Aplicada UNICAMP IEL
268. vivesse a mesma situa o que Solfieri ele jogado numa narrativa de um eu que est dentro do narrado e que para l o leva evitando que ele se desgarre Dr Bel m uma esp cie de Solfieri machadiano foi professor de alem o de Alberto Tornaram se ntimos At que Alberto lhe fez uma pergunta que culminou no evento ins lito o qual se torna o centro ge rador da a o narrativa Alberto perguntou lhe se fora casado A per Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 194 gunta simples n o tem nada de estranho de extraordin rio A rea o que provoca no entanto inusitada O erudito e singular homem hesi ta mas acaba confessando que sim Ele convida Alberto para conhecer outra parte de sua casa Levantou se levantei me tamb m Est vamos assentados porta ele levou me a um gabinete interior Confesso que ia ao mesmo tempo curioso e aterrado AZEVEDO 1988 p 816 O narrador a explicita ao leitor o medo que sente at pela constru o sint tica as frases s o curtas com muita coordena o fechando blo cos de sentido encadeados mas simultaneamente independentes como se cada ora o representasse um passo da personagem um passo cauteloso que exigiria o acompanhamento tamb m cuidadoso do leitor Curiosamente n o havia at ent o nenhum ind cio de funda menta o para o medo de Alberto Ele vai espalhando pela narrativa afirma es esparsas a respei
269. xa a mulher solit ria o segundo ocupado com os neg cios deixa na mulher uma sensa o de abando no e esta por capricho urde uma vingan a infantil a insinua o de um amante atrav s de uma carta an nima Matheus surge para fragmentar estas rela es j estilha adas e podemos destacar as impress es olfati vas como material corroborador de similitude e de diferen a na apre senta o de seus rivais Com Arnold as impress es olfativas s o signos a uni los pois Matheus tem consci ncia que Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 dono da mesma m scara grotesca a lama estriada pelo suor igual s cicatrizes de uma doen a implac vel e ainda o mes mo cheiro de podre trazido do brejo ao dos animais e que n o ser desfeito pela gua e pelo sab o porque o aroma do des nimo e algumas vezes do pr prio medo BOOS JUN IOR 1986 p 133 Rudolf e os perfumes do charuto e da col nia que pareciam apega dos pele e roupa com a natureza de uma segunda vestimenta BOOS JU NIOR 1986 p 255 contrapondo com o cheiro grosseiro do fumo de corda de Matheus espesso acre viril em demasia BOOS JUNIOR 1986 p 316 Nat lia v em Matheus o reacender de um sonho principiado pelo prazer ileg timo da masturba o O objeto de prazer solit rio a camisa impregnada do suor de Matheus E continua comprimindo a camisa desejando impregn la com
270. yions 1995 MALACHOWSKI A Ed Reading Rorty critical responses to Philosophy and the Mirror of Nature and beyond Oxford Cambridge Blackwell 1990 PALMER R Hermen utica Tradu o de Maria Lu sa Ferreira Lisboa Edi es 70 1989 PUTNAM H Raz o verdade e hist ria Tradu o de Ant nio Duarte Lisboa Dom Quixote 1992 RORTY R A filosofia e o espelho da natureza Tradu o de Jorge Pires Lisboa Dom Quixote 1988a Foucault y la epistemolog a Tradu o de Bonano In HOY D C Comp Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 136 Foucault Buenos Aires Nueva Visi n 1988b p 51 60 El Giro Ling stico Dificuldades metafilos ficas de la filosofia ling isti ca Tradu o de Gabriel Bello Barcelona Ediciones Paid s 1990 Consequences of pragmatism essays 1972 1980 Sed Mineapolis Uni versity of Minnesota 1991a Objectivity relativism and truth philosophical papers v 1 Cambridge Cambridge University Press 1991b Ensaios sobre Heidegger y otros pensadores contempor neos escritos filo s ficos 2 Tradu o de Jorge Vigil Rubio Barcelona Paid s 1993 Conting ncia ironia e solidariedade Tradu o de Nuno Ferreira da Fonse ca Lisboa Presen a 1994 Derechos humanos racionalidad y sentimentalismo Tradu o de Ofelia Castillo In ABRAHAM T et al Batall
271. z que n o se consegue mu dar a opini o de algu m sem conhecer sua posi o e seus interesses ele deve dar nfase ao lugar social em que se realiza o discurso porque esse condiciona os pap is tanto do argumentador como do seu interlocutor por exemplo a escola determina os pap is dos alunos e dos professores SOUZA 2007 p 73 J a disserta o produzida e consumida muito mais em am biente escolar sendo apresentada ao aluno concretizada num texto em que um ju zo de valor sobre um determinado tema emitido Permi te se compara o discuss o fundamenta o rejei o na tentativa de persuadir algu m As id ias expostas na disserta o evoluem a partir de um racioc nio l gico Por conta disso diz se que ela um texto te m tico dotado de an lise interpreta o compara o estabelecedor de rela es discursivas Concordo com Souza 2003 2007 quando diz que a disserta o n o um texto mas um mecanismo de que se vale o locutor para apresen Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 tar seus julgamentos ao interlocutor Ela poder estar inserida em qual quer texto contudo os textos tem ticos s o predominantemente disserta tivos pois t m como caracter stica central expor um ponto de vista Para Travaglia 1991 com quem concordo dissertar n o o mes mo que argumentar uma vez que para cada um dos modos tem se uma enuncia o espec fica em r
272. zessem restri es ao seu uso e disseram haver diferentes fun es para ela No entanto cada entrevistado destacou apenas um objetivo na sua utiliza 4 E importante notar que a forma o dos jornalistas entrevistados se deu em momentos diferentes j que alguns se formaram mais recente mente e outros h mais tempo Al m disso por nunca terem atuado como editorialistas baseiam se nos conhecimentos te ricos adquiridos na forma o acad mica Caderno Seminal Digital Ano 15 N 11 V 11 Jan Jun 2009 ISSN 1806 9142 167 o tornar o texto mais criativo jornal A mais claro jornal B e sin tetizar id ias jornal C S foi poss vel entrevistar os chefes das equipes de editorialistas No entanto sabe se que cada produtor de texto tem seu estilo pr prio da as diferen as entre editoriais do mesmo jornal O ideal era que o au tor de cada texto explicasse suas inten es ao empregar as met foras Percebeu se que os editorialistas nem sempre est o conscientes dos diferentes valores da met fora j que em princ pio usam a l ngua como instrumento de trabalho mas n o costumam proceder an lise detalha da dela como o fazem os pesquisadores da linguagem Os jornalistas no entanto precisam estar cientes de que no jornal podem ser empregadas express es metaf ricas de uso mais comum que n o prejudicam a clareza e que ainda podem atender a diferentes inten es discursivas Nesta pesquisa defendeu se qu

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