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CAPÍTULO 9

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1. o conceito de intelig ncia fluida Gf introduzido por Cattell envolve a aptid o para resolver problemas novos como ainda tanto o modelo de Cattell como o de Carroll incluem um factor de Flu ncia Geral Gr cuja defini o contempla tamb m a no o de criatividade 578 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados O mesma covari ncia pode ser igualmente interpretada como representando g Brody 2003a b e nada ter de surpreendente a constata o de que ao remover das correla es a principal fonte de covaria o eventualmente g elas se aproximam de zero para Sternberg a interpreta o desta fonte de covaria o como vari ncia de m todo ou como vari ncia de construto meramente uma quest o de opini o e a sua opini o sem d vida a de que se trata de vari ncia de m todo Sternberg 2003f 2006b Conv m acrescentar que apesar disso Sternberg 2006b Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 tem vindo a admitir mais explicitamente a proximidade entre as medidas do STAT R H e as t cnicas tradicionais de avalia o da intelig ncia sobretudo medidas da intelig ncia fluida A hip tese de que os estudantes expostos a formas de instru o compat veis com o seu modo dominante de processamento mental anal tico pr tico ou criativo t m mais sucesso do que os estudantes que n o usufruem dessa compatibilidade Sternberg at al 1999 tamb m n o ficou demonstrada de acor
2. antes se 1 As negocia es entre R Sternberg e a Psychological Corporation hoje parte da Harcourt Assessment a mesma empresa que edita as escalas de Wechsler tendo em vista a publica o do STAT tiveram in cio pouco tempo ap s o in cio dos trabalhos experimentais com a primeira vers o embora n o tenham chegado a ser conclu das comunica o pessoal PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS articulam se interligam de forma nica em cada indiv duo em fun o do desenvolvimento da experi ncia e de factores conativos e afectivos tidos por insepar veis do funcionamento cognitivo O presente cap tulo pretende discutir os resultados obtidos com as duas t cnicas de avalia o da intelig ncia que se sup e representarem os dois paradigmas de investiga o e avalia o da intelig ncia sob estudo e retirar algumas implica es do ponto de vista do desenvolvimento de metodologias de avalia o e investiga o da intelig ncia bem como do ponto de vista do seu significado nos planos te rico e metate rico As quest es de significado das medidas prefiguram um entendimento amplo e dial ctico da valida o cuja inspira o na concep o de validade de Messick 1975 1980 evidente entendimento de que decorre a interpreta o dos resultados desta investiga o na dupla acep o da valida o das medidas e da valida o dos modelos te ricos subjacentes s medidas Afonso 1987a b 9 1 IMPLICA ES METODOL GIC
3. inevit vel a qualquer abordagem sist mica da intelig ncia por isso mesmo a que melhor caracteriza a avalia o da intelig ncia proposta no mbito de uma outra teoria sist mica a das Intelig ncias M ltiplas Gardner defende que n o tem sentido procurar aceder a medidas puras ou directas da intelig ncia seja da intelig ncia geral da intelig ncia musical da intelig ncia inter pessoal etc porque essas ess ncias da alquimia cognitiva Gardner 1999 p 207 n o existem antes derivam da tend ncia da ci ncia a criar terminologias para de seguida lhes atribuir um sentido artificial de realidade uma tend ncia cartesiana enraizada nas vis es do mundo formista ou mecanicista como se viu antes O que importa avaliar de acordo com Gardner a utiliza o que feita das intelig ncias separadamente ou em conjunto para levar a cabo actividades e dar resposta a tarefas que s o valorizadas pela sociedade em que se move um indiv duo actividades e tarefas que presumivelmente as envolvem o que desloca a avalia o para uma vis o do mundo contextualista H assim que incidir na observa o das pessoas em situa es concretas de vida aquelas em que por exemplo se revela a sua sensibilidade s necessidades ou aos motivos dos outros observando a maneira como lidam com uma briga entre duas pessoas ou como convencem um superior hier rquico a mudar uma pol tica quando se pretend
4. lise de itens ao estudos da precis o desde a an lise de Rasch ao estudo da estrutura interna das medidas Mesmo assim h a assinalar alguma evolu o positiva embora modesta ao longo dos v rios estudos presumivelmente decorrente do sucessivo esfor o de revis o da prova embora parte da melhoria possa ser eventualmente atribu da a flutua es amostrais o Na an lise de itens a tend ncia foi no sentido de se revelarem grandes discrep ncias no n vel de dificuldade entre as v rias partes a par de baixos ndices de discrimina o com frequ ncia em partes da prova com elevadas percentagens de sucesso Parte 1 Anal tica Verbal e Parte 7 Criativa Verbal ou noutras com elevadas percentagens de respostas omissas por serem mais demoradas de executar as mais dif ceis Partes 2 Anal tica Quantitativa 5 Pr tica Quantitativa e 6 Pr tica Figurativa Alguns dos esfor os de revis o incidiram por isso mesmo na tentativa de redu o do n vel de dificuldade designadamente na Parte 2 em que tal se mostrava vi vel por se tratar de um cl ssico teste de s ries num ricas e nas Partes 5 e 6 de maneira menos aprofundada por serem provas baseadas em novo racional Estes esfor os foram bem sucedidos dentro do poss vel muito em especial na Parte 2 que passou de uma das metrologicamente mais fracas na primeira vers o para uma das mais satisfat rias na ltima vers o o A an lise de Rasch efectuada no Ensaio
5. mas um modelo hier rquico baseado em reas de conte do intercorrelacionadas 514 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados o O estudo da dimensionalidade na amostra em que o STAT R H foi aplicado sem limite de tempo e tamb m na do Estudo Principal demonstrou a presen a de importantes fontes de ru do nos resultados que afectam claramente a sua unidimensionalidade a vari ncia explicada pelo modelo nos v rios resultados quer dos dom nios de processamento quer das reas de conte do sempre inferior vari ncia n o explicada e por consequ ncia tamb m inferior ao valor crit rio a partir do qual se admite a possibilidade de unidimensionalidade Todos os dados apontam no entanto no sentido de n o ser detectada estrutura nos res duos o que constitui evid ncia de aleatoriedade isto de fontes aleat rias de variabilidade das quais decorre tamb m o baixo n vel de precis o das medidas Assim apesar do aparente ajustamento dos itens e tamb m de elevada percentagem de sujeitos ao modelo de Rasch o modelo explica apenas uma parte diminuta da vari ncia dos resultados posto que estes s o fortemente afectados por fontes de erro que introduzem ru do nos dados Da a pouca nitidez da estrutura interna das medidas e o grau muito limitado em que essa estrutura se mostra coerente com o modelo te rico que as medidas pretendem operacionalizar o A este prop sito mostra se tamb m relevante inclu
6. ou a medidas da intelig ncia fluida subtestes de Matrizes e de Cubos factor de Organiza o Perceptiva parte de Realiza o da WAIS Ill por exemplo do que as partes Anal ticas como faria supor tanto a Teoria Tri rquica como a critica insistente de Sternberg ao car cter limitado da gama de funcionamento cognitivo abrangida pelos testes tradicionais a qual n o contempla a Intelig ncia Criativa Com efeito oportuno recordar que o conceito de intelig ncia fluida comporta quanto mais n o seja ao ser demarcado do de intelig ncia cristalizada a no o de que envolve a resolu o de tarefas novas com as quais o indiv duo n o se confrontou no passado e para as quais n o desenvolveu por consequ ncia conhecimento organizado ou automatismos N o ser surpreendente por consequ ncia que as medidas Criativas do STAT R H se correlacionem com os testes de intelig ncia fluida como o de Matrizes e o de Cubos ou saturem em factores que envolvem v rias medidas da intelig ncia fluida como o de Organiza o Perceptiva e a parte de Realiza o da WAIS Ill ou ainda em testes de Factor g Sternberg 20031 Importa tamb m notar que a novidade introduzida nas partes Criativas do STAT R H ao n vel dos conte dos itens verbais com conte do contrafactual condi es novas a verificar antes de efectuar c lculos aritm ticos ou matrizes figurativas distintas para extrac o e para aplica o da regra de resolu
7. psicom trica ainda que inspirada tamb m na abordagem cognitiva da intelig ncia Quando reportadas aos principais vectores de desenvolvimento actual da avalia o da intelig ncia qualquer das t cnicas diferenciais utilizadas no presente estudo apresenta potencialidades e limita es Quanto WAIS Ill as potencialidades decorrem em grande parte do conceito amplo e integrativo de intelig ncia em que se apoia o qual embora n o tenha sido actualizado relativamente s propostas originais do seu autor desde a origem se enquadrou numa vis o do mundo contextualista ou mesmo selectivista antecipando a nfase que s mais tarde viria a afirmar se nas concep es sist micas de intelig ncia O facto de ser uma bateria de aplica o individual abre ao mesmo tempo a possibilidade de adequa o desde que devidamente fundamentada avalia o interactiva 14 Alguns subtestes da WAIS Ill mesmo com n mero equivalente ou menor de itens permitem obter coeficientes superiores aos dos dom nios do STAT R H 605 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS designadamente avalia o din mica uma metodologia ensaiada com xito em outras escalas de Wechsler como a WPPSI R Seabra Santos 2000 ou avalia o adaptativa desde que a estrutura e a forma de aplica o sejam modificadas em conformidade O facto de fornecer resultados situados em n veis distintos de observa o e explica o aliado possibilidade de proporcionar
8. vari vel sexo revelou ainda um n mero bastante significativo de itens favor veis ao sexo masculino de onde decorreram diferen as estatisticamente significativas encontradas quer no Ensaio Experimental quer no Estudo Principal em favor do sexo masculino Uma revis o dos itens dever atender tamb m a estes dados o A aprecia o global dos ndices de precis o legitima a utiliza o da prova em investiga o podendo antecipar se que a correc o de algumas defici ncias ao n vel dos itens venha a contribuir para melhorar a consist ncia interna Os ndices de biparti o e alfa de Cronbach situaram se em geral acima de 80 e nalguns subtestes atingiram valores na ordem dos 90 embora tenham sido ligeiramente inferiores no Estudo Principal em compara o com o Ensaio Experimental O facto de o n mero de itens ser mais elevado no Estudo Principal em que foram aplicados todos os itens sem exclus o dos de invers o como no Ensaio Experimental n o contribuiu como se poderia esperar para aumentar a 3 Por uma quest o de s ntese e porque por raz es contratuais anteriormente aludidas n o pode ser revelado o conte do dos itens da WAIS lIl n o apresentada a lista dos itens que se identificaram pass veis de beneficiar de revis o 568 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados consist ncia interna possivelmente porque dado o n vel relativamente elevado de compet ncia das amostras parcialmente ex
9. 332 o autor prefere por isso trabalhar com amplitudes reais de amostras de estudantes reais e n o com amplitudes artificialmente inflacionadas relativas a hipot ticas amostras que cont m toda a gama de compet ncias concepualiz vel Sternberg amp Williams 1998 p 576 ver tamb m Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 O dom nio Criativo apresenta uma correla o ligeiramente mais elevada do que o dom nio Anal tico com os testes convencionais de intelig ncia que de acordo com a Teoria Tri rquica medem a intelig ncia anal tica ao referir se s correla es com outros testes de intelig ncia Sternberg 2003f sublinha que o padr o de correla es mesmo n o sendo perfeito se configura em geral de acordo com o previsto e que as mais elevadas correla es do dom nio Criativo com testes de factor g como o Cattell Culture Fair Test se devem a que estes apesar de medirem compet ncias anal ticas o fazem de maneira nova Em observa o de tom ir nico Brody 2003b p 340 afirma que este argumento denuncia uma mudan a assinal vel na linha de argumenta o de Sternberg as medidas convencionais de g encaradas na Teoria Tri quica como medidas da intelig ncia anal tica n o da intelig ncia criativa nem da intelig ncia pr tica passam a ser tidas enquanto medidas da intelig ncia fluida como melhores medidas da intelig ncia criativa do que da intelig ncia anal tica Julga se oportuno
10. O DOS RESULTADOS francamente superiores aos da vers o portuguesa algo que como oportunamente se assinalou ver estudos metrol gicos do STAT R H CAP TULO 4 n o se confirma nos poucos dados sobre o STAT dispon veis na literatura Sternberg et al 1996 1999 2000 2001 2006 ver tamb m Afonso 2005c Por outro lado foram efectuadas sucessivas revis es tendo em vista o aperfei oamento da vers o portuguesa sempre com base em estudos emp ricos o que conduziu a uma melhoria sens vel embora a v rios t tulos insuficiente da qualidade metrol gica das medidas ao contr rio do que se passou com a WAIS III cuja tradu o foi efectuada no mbito deste mesmo projecto e conduziu desde a primeira vers o experimental a resultados metrol gicos bastante satisfat rios Em segundo lugar n o deixa de ser oportuno manifestar alguma perplexidade relativamente reduzida publica o de resultados suficientemente completos e claros de estudos metrol gicos do STAT R H ou seja da sua ltima revis o 2002 apesar de continuar a ser citado a prop sito da valida o interna da Teoria Tri quica e at mesmo do modelo WICS ver por exemplo Sternberg 2005d e de constituir uma das t cnicas utilizadas em investiga o no mbito do PACE Center Psychology of Abilities Competencies and Expertise Center muito designadamente no projecto Rainbow onde tem sido aplicado juntamente com novos m todos de avalia o testes de d
11. Por outro lado os coeficientes menos que satisfat rios dos resultados dos dom nios s o justificados pelo baixo n mero de itens p 332 uma explica o que se mostra pertinente para os resultados de cada parte apenas 5 itens mas que j discut vel quanto extens o de cada dom nio 15 itens 4 Acentua o da interdisciplinaridade Embora a Teoria Tri rquica pelo seu car cter plurimetaf rico implique tal como qualquer teoria sist mica a integra o dos contributos de uma multiplicidade de dom nios de conhecimento o STAT R H n o reflecte em si esta interdisciplinaridade mais radicando na concep o diferencial da avalia o da intelig ncia A perspectiva de Sternberg relativamente investiga o da intelig ncia sublinha a absoluta necessidade de converg ncia de diferentes contributos as abordagens biol gicas para a compreens o da intelig ncia s o de extrema utilidade semelhan a de outras abordagens como a psicom trica a cognitiva a cultural a educacional para nomear apenas algumas A melhor maneira de compreender a intelig ncia atrav s de opera es convergentes utilizando uma variedade de t cnicas emp ricas que espera se convirjam num conjunto coerente de resultados que demonstrem transcender os m todos usados para os obter Sternberg 2005b pp 243 244 Deste ponto de vista o STAT R H corresponder pelo que se viu a uma t cnica emp rica representativa da abordagem
12. Sem Tempo Limite deu de certo modo uma leitura primeira vista mais optimista posto que apenas um item da Parte 7 Criativa Verbal se mostrou desajustado da medida respectiva e mesmo assim com um ndice de desajustamento pouco expressivo Note se que na aplica o sem limite de tempo a generalidade dos ndices de discrimina o melhoraram substancialmente e os ndices de dificuldade da an lise de itens cl ssica mostraram se mais equilibrados Verificou se no entanto fraca calibragem dos itens das Partes Verbais ao n vel de compet ncia da amostra por serem 572 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados excessivamente f ceis o que mostra que se manteve a tend ncia para o desn vel quanto ao grau de dificuldade de diferentes partes da prova A inspec o das respostas aos distractores permitiu nos v rios estudos identificar alguns itens em que a distribui o das repostas pelas alternativas erradas se mostrou desequilibrada possivelmente em consequ ncia de ambiguidade na formula o das alternativas Ainda assim na an lise de Rasch verificou se que quando o STAT R H aplicado sem tempo limite as alternativas de resposta funcionam em geral adequadamente Entre os resultados metrol gicos destacam se como mais limitados os que dizem respeito consist ncia interna apesar de ter havido uma assinal vel melhoria nos ndices relativos aos tr s dom nios de processamento e s tr s reas de co
13. adequar a situa o de observa o em fun o da avalia o pr via do contexto habitual de vida do indiv duo tendo em vista faz lo representar o melhor poss vel na situa o de observa o algo que contribuiria para aumentar a validade ecol gica das medidas um conceito que tender a ganhar relevo na exacta medida em que a vis o do mundo mecanicista em que assenta grande parte das actuais t cnicas de medida da intelig ncia for substitu da por uma vis o do mundo contextualista Mas este tipo de metodologias ter for osamente de se apoiar em vast ssimos bancos de itens ou mais ainda na possibilidade de cria o de itens no momento da pr pria resolu o duas ideias aparentemente arrojadas mas que fazem j parte de previs es actuais relativas evolu o da avalia o psicom trica para o novo s culo Vale a pena por isso atender s principais linhas de evolu o identificadas por grandes especialistas desde as ltimas duas d cadas do s culo XX no momento em que se aproximava o primeiro centen rio da Psicometria e a transi o de mil nio ret m se tr s contributos publicados com intervalos de cerca de uma d cada entre si McReynolds 1982 Matarazzo 1992 e Embretson 2004 J no in cio da d cada de oitenta McReynolds assinalava como duas tend ncias de evolu o futura da medida psicol gica a avalia o sistem tica do contexto que tamb m designa de avalia o ecol gica e
14. ciente das limita es do formato de resposta por escolha m ltipla a verdade que Sternberg construiu o STAT que ainda hoje continua a utilizar no mbito do Rainbow Project predominantemente com esse formato 45 dos 48 itens s o de escolha m ltipla Que vantagens poderia antecipar nessa op o Ser sem duvida especulativo discernir os motivos de Sternberg a este respeito uma vez que ele pr prio nunca os apresentou de maneira expl cita Mas pode se admitir que procurasse reter as vantagens conhecidas desse formato a facilidade de aplica o e a economia de tempo e de recursos decorrente de aplica o colectiva a possibilidade de classifica o autom tica e a inerente objectividade de cota o e o controlo de fontes de erro contextuais atrav s da aplica o estandardizada s quais se juntassem talvez motivos de ordem comercial j que houve desde cedo interesses editoriais na publica o do STAT H e um teste de formato convencional teria maior probabilidade de alcan ar a aceita o por parte da empresa editora e a popularidade entre os psic logos Conv m tamb m n o esquecer que a primeira vers o do STAT foi concebida para utiliza o no mbito de um estudo espec fico o primeiro em grande escala conduzido com o prop sito de valida o da Teoria Tri quica no qual havia que avaliar a n vel nacional alunos do ensino secund rio no mbito de um processo de avalia o dos estudantes que iriam frequentar um cu
15. comum j que esta exige outras compet ncias como a intelig ncia pr tica e a intelig ncia criativa As correla es elevadas entre os tr s dom nios e o facto de emergir de maneira 580 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados consistente em diferentes amostras quer com a forma portuguesa quer mesmo com a forma original do STAT R H um factor comum permite pelo contr rio admitir que meramente se est perante novas formas de medir uma mesma intelig ncia numa acep o bem pr xima de Wechsler ou quanto muito perante duas formas de intelig ncia correlacionadas intelig ncia cristalizada e intelig ncia fluida na acep o de Cattell e Horn n o perante novas formas de intelig ncia independentes na acep o de Sternberg Da que do ponto de vista da valida o das medidas este tipo de resultados conduza rejei o da interpreta o originalmente proposta para os resultados proporcionados pelo STAT R H medida de tr s dom nios de processamento correspondentes a tr s formas de intelig ncia Anal tica Pr tica e Criativa estabelecendo se antes como mais leg tima a interpreta o do resultado comp sito obtido a partir do conjunto de todos os itens como uma medida da intelig ncia geral N o havendo correspond ncia entre o modelo te rico e a sua operacionaliza o duas leituras se tornam poss veis poder ser que o STAT R H n o operacionalize adequadamente a Teoria Tri rquica
16. conativos e afectivos e tende a alargar os seus contornos e a assumir uma natureza multifacetada por compara o com a no o tradicional de intelig ncia geral Ao remeter o enquadramento te rico para as propostas originais de Wechsler n o se 596 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados observa na WAIS III uma amplia o do conceito de intelig ncia semelhante que caracteriza algumas propostas actuais contudo not vel como assinalado no CAP TULO 3 a forma ampla como a intelig ncia definida desde o in cio pelo autor ao reconhecer por exemplo o papel dos factores n o intelectivos ou conativos no desempenho cognitivo Wechsler 1975 factores hoje fulcrais nas novas teorias da intelig ncia Salovey amp Mayer 1990 Sternberg 1996 Gardner 1999 e ao entend la como manifesta o da personalidade total Mesmo assim de acordo com Sternberg 2002a b 20039 entre outros nos testes tradicionais de intelig ncia como a WAIS Ill um factor geral emerge porque a gama de aptid es avaliada muito estreita e incompleta Constru o de novos testes dirigidos a novos construtos provenientes da psicologia cognitiva Como se viu os modelos te ricos que se prev virem a estabelecer o quadro de refer ncia para o desenvolvimento das medidas de intelig ncia do futuro s o os que prov m da psicologia cognitiva posto que s o os que postulam os processos mentais subjacentes ao desempenho n
17. da Medida de acordo com o qual um elevado n vel de consist ncia interna imprescind vel a qualquer medida psicol gica tem sido posto em causa nas ltimas d cadas por exemplo Raven 1989 ao desafiar uma lista de pressupostos tradicionalmente considerados imprescind veis em psicometria refere se exig ncia de elevada consist ncia interna ou pureza 573 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS factorial pp 4 75 como um princ pio que deve ser ponderado em cada investiga o luz da natureza do construto te rico sob avalia o uma posi o assumida tamb m por Messick 2000 p 3 O n vel apropriado de precis o depende do significado do construto que est a ser medido pois alguns construtos s o concebidos teoricamente como mais consistentes ou est veis do que outros Assim a congru ncia entre a precis o e o significado do construto constitui tamb m uma evid ncia de validade de construto Ser de acrescentar que no caso do STAT R H este princ pio seria aplic vel s tr s reas de conte do mais do que aos tr s dom nios de processamento j que estes s o considerados conceptualmente mais distintos entre si contribuindo para a baixa consist ncia interna das reas de conte do do que aquelas o que n o se confirma se atendermos ao mais elevado coeficiente que se registou nos estudos da ltima vers o na rea Quantitativa em compara o com o baixo coeficiente no dom nio Pr tico po
18. e criativo inclu dos apenas marginalmente melhorada pela considera o da combina o dos tr s resultados do STAT H em substitui o do resultado Anal tico isolado Embora Sternberg 2003f argumente que esta objec o repousa numa confus o de vari veis dependentes entre condi es de tratamento com vari veis dependentes dentro das condi es de tratamento Brody 2003b sublinha que as medidas do STAT H n o fornecem suficiente predi o das avalia es acad micas pondo em causa a sua validade de construto ao que acresce n o terem sido comparadas com predi es efectuadas a partir de medidas convencionais de intelig ncia do ponto de vista da validade incremental As correla es significativas entre os tr s dom nios de processamento do STAT H n o s o indicativas de independ ncia relativa mais ainda se a atenua o devida aos baixos ndices de precis o e a restri o da amplitude forem corrigidas Sternberg atribui essas correla es a vari ncia de m todo vari ncia comum devida s compet ncias envolvidas na resolu o de testes de resposta m ltipla pelo que remove o seu efeito de onde resultam correla es pr ximas de zero A 7 Comente se a prop sito que embora Sternberg repetidamente afirme que as concep es tradicionais de intelig ncia excluem a intelig ncia criativa definida na subteoria experiencial como capacidade para lidar com a novidade h que assinalar que n o s
19. enquadramento mecanicista evidente na primeira fase de investiga o dominada pela an lise componencial Sternberg 1977 para um enquadramento contextualista j patente na obra Beyond IQ de 1985 e mais tarde para um enquadramento selectivista a partir da introdu o em 1996 do conceito de Intelig ncia Funcional a medi o como se viu atr s enquadra se por contraste na abordagem diferencial cl ssica assente numa vis o do mundo quanto muito mecanicista ao inferir o funcionamento de mecanismos mentais subjacentes ao comportamento observado em situa o estandardizada est tica e na verdade apesar da subteoria contextual descontextualizada Mas outra leitura poss vel ainda mais ousada sem d vida a de que a pr pria Teoria Tri rquica ao desenvolver se no sentido de favorecer a operacionaliza o em t cnicas de avalia o diferencial e a valida o com recurso a m todos enquadrados na Teoria Cl ssica dos Testes renunciou natureza sist mica que almejava e acabou por restringir o n vel de observa o e explica o em que se posiciona aquele para que necessariamente remete a avalia o quantitativa de dimens es psicol gicas Neste sentido a transi o entre a primeira formula o da Teoria Tri rquica 1985 e a actual Teoria Tr rquica da Intelig ncia Funcional uma designa o cada vez mais frequente nos trabalhos do seu autor ter tornado o modelo mais intelig vel mais acess vel operac
20. h muito implantada na avalia o psicol gica a de associar num mesmo processo a avalia o de condutas cognitivas e conativas no quadro de um entendimento articulado e interdependente de diferentes reas de funcionamento psicol gico Note se que deste ponto de vista n o se trata de um entendimento em si mesmo inovador como se viu a prop sito da concep o de intelig ncia de Wechsler mas sim de um entendimento que remete para uma vis o do mundo selectivista que sublinha a intencionalidade do comportamento e reporta a ac o aos objectivos e valores pessoais do indiv duo Mas esta ideia ainda mais elaborada por alguns autores a aposta de muita da tradicional avalia o da intelig ncia na medi o encarada como independente dos valores e objectivos pessoais inclu da por Raven 1989 na lista de postulados da psicometria cl ssica que considera no m nimo question veis n o faz sentido tentar aceder separadamente s componentes cognitivas afectivas e conativas de uma actividade N o se pode avaliar de um modo que fa a sentido a capacidade de desenvolver melhores maneiras de pensar sobre algum problema independentemente do prazer que a pessoa em causa obtenha ao faz lo ou da sua determina o em tornar conhecidas as suas ideias p 4 Raven sugere por consequ ncia que a avalia o da compet ncia cognitiva deve ser efectuada em dois est dios no primeiro s o identificados os tipos de comportamento ou activi
21. mostra coerente com a concep o que pretende representar em que a intelig ncia entendida como equil brio entre diversas formas de processamento mental qualitativamente diferenciadas segundo o facto de ser uma prova de aplica o estandardizada que reduz a possibilidade de avalia o contextualizada sublinhada pela subteoria contextual terceiro o facto de se tratar de uma t cnica de resposta por escolha m ltipla reduzindo a possibilidade de manifesta o espont nea supostamente til para a avalia o da intelig ncia criativa no quadro da subteoria experiencial quarto o apuramento de um resultado global que 601 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS contraria a no o da intelig ncia como equil brio e a convic o na independ ncia relativa das tr s formas de intelig ncia que o STAT R H supostamente avalia Enfim sem pretender esgotar a lista das incoer ncias entre a operacionaliza o e a teoria posto que muitas delas ser o abordadas nos t picos seguintes parece desde j evidente que a estrutura e natureza do teste n o se afigura completamente consistente com o modelo te rico que procura operacionalizar Amplia o do conceito de intelig ncia Esta constitui uma das tend ncias sem d vida bem representada no STAT R H trata se de uma t cnica de avalia o que procura de maneira muito expl cita alargar o espectro do funcionamento mental abrangido pela avalia o da intelig ncia ao incluir a av
22. n o actuando este sobre o contexto durante a resolu o do problema e s o semelhantes para todos os indiv duos al m disso mant m se o peso da utiliza o da linguagem da qual depende em alguma parte a qualidade das respostas sendo excessiva a presen a de tarefas de redac o de textos A maior desvantagem destas t cnicas reside contudo na morosidade da sua classifica o que requer a cuidadosa defini o de crit rios o recurso a v rios ju zes previamente treinados e o controlo cuidadoso da consist ncia da cota o inter avaliadores Ser talvez oportuno recordar que os resultados do estudo do acordo inter avaliadores em testes tradicionais de intelig ncia como a WAIS Ill mostram se em geral encorajadores e permitem atingir elevado n vel e consist ncia quando os crit rios s o estabelecidos com cuidado e aperfei oados a partir de estudo emp rico Mas a extens o das respostas na WAIS III muito mais curta e os crit rios envolvidos menos diversificados e complexos 10 Conv m que se refira que boa parte destas t cnicas foram criadas para utiliza o no mbito do projecto Rainbow na selec o de candidatos ao ensino superior 587 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS Nestas novas formas de avalia o da intelig ncia manifestam se sobretudo tr s nfases a configura o como t cnicas de desempenho t pico em contraste com as de desempenho m ximo o abandono do formato de resposta por escolha m ltip
23. o e n o ao n vel das tarefas que s o at relativamente comuns nos testes de intelig ncia analogias verbais opera es aritm ticas e matrizes figurativas Como foi antes assinalado esta op o mostra se algo paradoxal uma vez que o autor considera as opera es ou processos mentais como mais fundamentais ao funcionamento cognitivo do que os conte dos a que se aplicam esses processos pelo que seria de esperar que tivesse proposto tarefas pouco familiares e n o simplesmente conte dos supostamente menos familiares Acresce que a resposta a analogias verbais o c lculo aritm tico e a resolu o de matrizes figurativas s o consideradas pelo autor tarefas representativas da intelig ncia Anal tica uma vez que s o bem tradicionais em testes de intelig ncia raz o por que surpreende que sejam retomadas na constru o de uma medida nova da Intelig ncia Criativa Ao estabelecer o contraste em fun o do grau de familiaridade das tarefas do qual decorre a distin o entre Intelig ncia Anal tica e Intelig ncia Criativa Sternberg parece retomar afinal a distin o fundamental e j bem estabelecida em psicologia da intelig ncia entre Intelig ncia Cristalizada e Intelig ncia Fluida Um resultado mais consistente com a Teoria Tri rquica diz respeito Intelig ncia Pr tica repetidamente em todas as an lises o dom nio Pr tico apresenta menor satura o no factor de intelig ncia geral definido a partir das medidas
24. o conceito de processo vicariante mais tarde introduzido por Reuchlin 1978a 1988 1999 2002 H uma evidente mudan a de vis o do mundo na transi o da perspectiva dimensional e centrada na medi o formista mecanicista para a perspectiva desenvolvimentista e centrada na descri o organicista contextualista Mais a convic o mais b sica de Tyler era na realidade inspirada numa vis o do mundo selectivista o desenvolvimento pessoal depende da selec o e actualiza o a partir de uma infinidade de possibilidades daquelas poucas que o tempo e a situa o viabilizam Littman 1993 Equacionar na forma dimensional qualquer conceito com o intuito de o tornar mensur vel traduz uma op o impl cita por uma vis o do mundo formista ou mecanicista logo pouco compat vel com qualquer quadro de refer ncia te rico que se pretenda sist mico esta incoer ncia ainda mais acentuada se esse quadro de refer ncia remeter para a no o de sistema altamente complexo caracterizado pela consci ncia das suas pr prias finalidades e pela intencionalidade a qual traduz uma op o impl cita por uma vis o do mundo selectivista Ser talvez oportuno notar como o faz Van Geert 2003b que os modelos factoriais que organizam as dimens es psicol gicas pertinentes avalia o das diferen as individuais aptid es intelig ncia etc s o modelos que reportam a maneira como essas dimens es variam entre os indiv duos escol
25. o dos objectivos e dos valores dos indiv duos e das comunidades humanas em face dos circunstancialsmos presentes em determinado per odo da Hist ria da humanidade e do desenvolvimento da esp cie 15 Esta perspectiva com toda a evid ncia inscrita numa metateoria relacional Overton 2006a conduz a ponderar as implica es te ricas e metate ricas dos resultados da presente investiga o 15 Ao tomar o governo das na es como met fora da intelig ncia humana na Teoria do Auto Governo Mental ver CAP TULO 3 pp 205 206 Sternberg d lugar ainda que apenas de forma impl cita ideia de que a intelig ncia humana pode ser tomada como met fora do governo das na es 608 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados 9 2 IMPLICA ES TE RICAS DOS RESULTADOS 9 2 1 WAIS Ill 2002 STAT R H 2004 S ntese e Significado Te rico dos Resultados Apesar de necessariamente circunscritos e de condicionados por algumas importantes limita es metodol gicas e metrol gicas oportunamente assinaladas os resultados desta investiga o ter o tido pelo menos o m rito de estimular a reflex o sobre a natureza e o lugar de algumas teorias da intelig ncia humana no quadro dos grandes paradigmas de investiga o e mais fundamentalmente sobre as metateorias e as vis es ontol gicas do mundo em que se inspiram e que em ltima an lise representam No CaP TULO 2 ficaram apontados alguns eixos organizadores dest
26. o e estudo metrol gico das t cnicas de avalia o uma rea em que se esperam ali s importantes desenvolvimentos para as pr ximas d cadas inquestion vel o esfor o de actualiza o das metodologias de estudo metrol gico e de aperfei oamento t cnico da WAIS Ill e a apresenta o extensiva de resultados emp ricos muito s lidos que preenche boa parte do Manual T cnico Acrescente se a prop sito que este mesmo modelar pela sua excel ncia em termos de riqueza de conte do de clareza de organiza o e de rigor t cnico Na generalidade contudo a Teoria Cl ssica dos Testes tende a preponderar e as t cnicas de an lise s pontualmente fazem apelo a conceitos ou ndices enquadrados pela Teoria da Resposta ao Item por exemplo o que mais n o faz do que refor ar a natureza n o adaptativa e est tica da avalia o proporcionada pela WAIS Ill Ao que parece embora sejam reconhecidas algumas potencialidades das mais recentes perspectivas de constru o e estudo metrol gico estas n o s o adoptadas muito possivelmente porque essa op o implicaria uma modifica o substancial da estrutura e talvez do conte do da WAIS Acentua o da interdisciplinaridade A interdisciplinaridade uma das tend ncias actuais de evolu o da investiga o no dom nio da intelig ncia Miranda 2001 Sternberg Lautrey amp Lubart 2003b emergiu tamb m no levantamento das tend ncias de evolu o da medida psicol gica para as pr
27. o que acontece num planeta chamado Priumliava sem qualquer informa o adicional a cota o de qualquer destas duas tarefas feita por ju zes teinados e incide na originalidade inova o no desenvolvimento ideativo qualidade e na utiliza o de conhecimento pr vio numa tarefa relativamente nova sofistica o 3 Banda desenhada cinco imagens de banda desenhada das quais o sujeito deve escolher tr s para preencher as falas das personagens a cota o feita por tr s ju zes treinados e incide na sagacidade no humor e na originalidade 4 Hist rias escritas redigir duas hist rias demorando cerca de 15 minutos com cada uma escolhendo dois dos seguintes t tulos A quinta oportunidade 2983 Para l do precip cio Os chinelos do Polvo Est a recuar e Sem tempo suficiente a cota o feita por quatro ju zes treinados e incide na originalidade na complexidade no poder de evoca o da emo o e no poder descritivo 586 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados 5 Hist rias Orais perante a apresenta o de cinco folhas contendo gravuras relacionadas com um determinado tema comum m sica dinheiro viagem o sujeito tem de escolher duas e em 15 minutos para cada tema formular uma hist ria e dit la no m ximo de 5 minutos para um audio gravador a cota o feita por seis ju zes treinados e incide nos mesmos crit rios do teste anteri
28. por outro lado porque a distin o que introduziu nas suas provas entre duas partes Verbal e Realiza o deixa transparecer apesar da no o global de intelig ncia o reconhecimento da utilidade de resultados de n vel de generalidade inferior QI Verbal e QI de Realiza o referidos a gamas de funcionamento cognitivo mais restritas um resultado envolvendo subtestes que ao apelar ao uso da linguagem e a conhecimentos adquiridos formal e informalmente em fun o da experi ncia sugere proximidade no o de intelig ncia cristalizada Gc e o outro envolvendo subtestes pouco dependentes do uso da linguagem e que exigem a resolu o de problemas novos que apelam pouco a aprendizagens 613 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS anteriores alguns de conte do abstracto Gf Os resultados obtidos na presente investiga o mostram se francamente coerentes com esta perspectiva da organiza o das aptid es de onde decorre como primeira implica o te rica a confirma o da concep o hier rquica das aptid es humanas na base das medidas da WAIS Ill e do STAT R H Mas esta implica o p e em causa uma outra concep o a que deriva da Teoria Tri rquica da Intelig ncia de acordo com Sternberg esperar se ia como se viu antes uma organiza o do conjunto de todas as vari veis medidas pela WAIS Ill e pelo STAT R H em torno de tr s dom nios de processamento Anal tico Pr tico e Criativo E embora esses dom ni
29. 9 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS convencionais de intelig ncia constitui um meio mais adequado identifica o do lugar das medidas do STAT H na estrutura das aptid es humanas sugest o que recorde se inspirou a presente investiga o ver defini o do problema no CAP TULO 4 o Em suma Brody sublinha que a presen a de vari ncia de g nos resultados do STAT H apoiada por tr s ordens de evid ncias emp ricas a correla o entre cada dom nio de processamento e medidas convencionais de g as correla es substanciais entre os tr s dom nios e os resultados da an lise factorial confirmat ria importante notar que nos estudos a que se reporta Brody na sua cr tica foi utilizado o N vel H do STAT a forma mais antiga do teste em utiliza o desde 1993 uma vers o com 36 itens de resposta m ltipla 4 em cada parte e 3 itens ensaio um para cada dom nio N o s o por isso directamente compar veis os resultados dessa vers o do teste e os resultados da presente investiga o ainda assim e porque s o esparsos os resultados metrol gicos da vers o revista americana do STAT R H 2002 Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 Sternberg The Rainbow Project Collab amp the University of Michigan Business School Project Collab 2004 vale a pena assinalar algum paralelismo entre as considera es de Brody 2003a b e os mais importantes resultados obtidos com a vers o portuguesa do ST
30. AS DOS RESULTADOS O primeiro n vel em que se procede a uma reflex o acerca do significado e das implica es dos resultados de natureza metodol gica e assenta na discuss o dos estudos metrol gicos das duas t cnicas diferenciais WAIS III e STAT R H Este estudo metrol gico ainda que acess rio aos objectivos centrais da presente investiga o acabou por ocupar parte substancial do tempo e do esfor o que lhe foi destinado tendo mesmo contribu do para demorar a conclus o do projecto e reflectiu se tamb m na extens o que ocupa no texto desta disserta o O estudo metrol gico era contudo incontorn vel posto que ambas as t cnicas foram traduzidas e adaptadas no mbito do projecto e apenas poderiam representar os dois paradigmas em an lise se demonstrassem correspond ncia aos modelos te ricos que procuram operacionalizar Importa pois come ar por tra ar uma aprecia o global dos resultados metrol gicos para dela retirar algumas implica es quanto s possibilidades de aperfei oamento futuro das t cnicas de medida ou num n vel mais fundamental quanto pr pria legitimidade da sua utiliza o no quadro dos respectivos paradigmas de investiga o e avalia o Parte se assim de uma s ntese dos resultados obtidos com cada instrumento para proceder de seguida identifica o dos principais aperfei oamentos que sugerem e discuss o das suas implica es do ponto de vista da validade de construto das me
31. AT R H 2004 1 correla es apreci veis 50 a 71 entre os dom nios de processamento e o resultado comp sito Escala Completa da WAIS III uma medida tradicional da intelig ncia geral bem como entre as partes do STAT R H e o subteste de Matrizes sete das nove correla es significativas 28 a 57 2 em particular maiores correla es entre as partes Criativas do que entre as partes Anal ticas ou Pr ticas e os resultados da WAIS III 3 correla es expressivas mesmo sem correc o de atenua o ou de restri o de amplitude entre os tr s dom nios de processamento e 4 como consequ ncia do precedente melhor ajustamento na an lise confirmat ria a modelos em que os dom nios n o s o independentes os quais permitem supor a presen a de um factor comum aos tr s dom nios de processamento A emerg ncia de uma componente geral pass vel de ser interpretada como vari ncia devida a g na estrutura interna do STAT reveste se da maior import ncia do ponto de vista conceptual como do ponto de vista da valida o das medidas da intelig ncia funcional Conceptualmente esta constata o faz cair pela base um dos mais fundamentais postulados da Teoria Tri rquica o de que g n o geral apenas parece geral porque partilhado pelo conjunto limitado de tarefas e problemas de natureza acad mica tradicionalmente inclu dos na avalia o da intelig ncia mas pouco relevantes para o sucesso na vida
32. CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados Um pouco maneira dos primeiros autom veis movidos a motor que inutilmente conservavam o formato e as caracter sticas das carruagens puxadas por cavalos algumas das primeiras propostas de avalia o da intelig ncia no quadro de um novo paradigma de investiga o o sist mico conservam em larga medida as caracter sticas das t cnicas diferenciais tradicionais Seja pela in rcia inerente a qualquer mudan a s bita de movimento ou direc o seja por motivos de ordem comercial a verdade que a estrutura apresenta o forma de aplica o tipos de conte dos e at mesmo tipos de tarefas que constituem o STAT R H a nica t cnica de medida sist mica da intelig ncia at hoje constru da s o muito mais semelhantes aos tradicionais do que o autor leva a supor a partir da sua persistente veemente e at contundente cr tica avalia o cl ssica da intelig ncia humana Uma t cnica tradicional de avalia o da intelig ncia como a WAIS Ill pelo contr rio embora concebida e constru da no quadro do paradigma diferencial apresenta algumas potencialidades para a avalia o sist mica da intelig ncia quer pela riqueza da leitura complexa e contextual do desempenho de cada indiv duo viabilizada pela aplica o individual quer pela perspectiva estrutural em que radica a qual reconhece e respeita n veis distintos de observa o e explica o que n o se substituem
33. HIP TESE EXPERIMENTAL 4 2 inspirada na estrutura hier rquica cl ssica das aptid es humanas n o saindo apoiadas as Hip teses Experimentais 2 e 4 1 que representavam a Teoria Tri rquica nem a Hip tese 3 multifactorial ou a Hip tese 1 factor geral assinale se contudo que a Hip tese 4 2 n o exclui a presen a de g nos resultados apenas n o lhe atribui o estatuto de nica dimens o subjacente vari ncia dos resultados obtidos com a WAIS Ille o STAT R H na amostra do Estudo Principal A mais aceite concep o estrutural das aptid es humanas representada pelo modelo hoje abreviadamente designado C H C e que acaba por sintetizar as posi es de autores t o diferentes como Spearman Thurstone na fase mais avan ada dos seus trabalhos Cattell e Carroll consiste em reconhecer a exist ncia de uma factor de intelig ncia geral ou g que pode ser empiricamente confirmado juntamente com cerca de dez factores amplos de segundo estrato entre os quais se destacam os factores designados como Gf e Gc intelig ncia fluida e intelig ncia cristalizada associados a tipos espec ficos de vari veis Nyborg 2003 p 3 Esta concep o de organiza o das aptid es apresenta se em larga medida coerente com a concep o de intelig ncia de Wechsler e at com a estrutura b sica das suas escalas por um lado pelo destaque atribu do ao factor geral ou seja a uma intelig ncia global necess ria a todo o desempenho cognitivo
34. a avalia o interaccionista que toma em considera o simultaneamente os factores pessoais e situacionais em comum a nfase na avalia o contextualista para o que preconizava a aplica o de t cnicas como o improviso sistem tico p 128 ou o roleplaying ao mesmo tempo que antecipava o crescimento da nfase na avalia o de vari veis afectivas e motivacionais em detrimento das vari veis cognitivas Mas assinalava tamb m como terceira linha evolutiva de relevo a profunda revis o da Teoria dos Testes com o emergir de novas aplica es de desenvolvimentos metodol gicos e tecnol gicos a aplica o da teoria da decis o avalia o psicol gica por exemplo para dar resposta ao problema da igualdade de oportunidades em selec o escolar e profissional a divulga o da Teoria da Generalizabilidade Cronbach et al 1972 para utiliza o sistem tica nos estudos de precis o e a implementa o de novas t cnicas de constru o de testes Embora menos expl cito quanto a esta ltima inova o n o deixa de ser assinal vel a sua pertin ncia numa poca em que alguns dos postulados at ent o subjacentes chamada Teoria Cl ssica dos Testes come avam a ser frontalmente questionados Por exemplo Raven em 1989 em publica o da International Test Commission atr s citada discute um conjunto de princ pios fundamentais como por exemplo o de 591 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS que as di
35. a Teoria Tri rquica apesar de incorporar uma subteoria contextual que sublinha que a intelig ncia se define em fun o do contexto e uma subteoria experiencial que sublinha que a intelig ncia se define tamb m em fun o da experi ncia e das aprendizagens passadas acaba por perder o seu car cter sist mico ao equacionar essas subteorias como dimens es Intelig ncia Pr tica e Intelig ncia Criativa por iner ncia quantific veis 17 E ser que a Teoria Tri rquica ou pelo menos a sua operacionaliza o no STAT R H permanece por isso situada num n vel de observa o relativamente restrito do cont nuo que pode ser conceptualizado entre as vari veis moleculares do mundo interno do indiv duo objecto do paradigma biol gico e as vari veis molares do mundo externo ou do contexto objecto dos paradigmas sociol gico e antropol gico Estas quest es equivalem afinal a questionar a sua natureza sist mica A no o de medida e a no o de dimens o s o dif ceis de separar porque imposs veis de conceber separadamente a medida pressup e varia o quantitativa num cont nuo e por defini o a variabilidade inter individual no cont nuo que faz emergir uma dimens o J em 1965 na terceira edi o da obra The Psychology of Human Diffrences Leona Tyler 1906 1993 ao efectuar um balan o da Psicologia Diferencial at poca e antecipar as tend ncias de evolu o para o final do s culo acent
36. a avalia o ou eventualmente a partir de uma adequada anamnese a algumas informa es relativas ao seu contexto actual de vida Este n o contudo objecto de avalia o sistem tica nem modificado em fun o da ac o do sujeito durante a resolu o do teste como acontece numa avalia o interactiva pelo contr rio devido ao refor o da avalia o est tica em detrimento de din mica a terceira edi o da WAIS n o parece ter apostado em integrar esta tend ncia de evolu o persistindo o seu car cter de t cnica de avalia o centrada nos aspectos do mundo interno do indiv duo ver Loci da Intelig ncia Humana CAP TULO 1 p 32 e radicada numa vis o do mundo mecanicista Maior nfase no diagn stico cognitivo do que na avalia o do desempenho A ideia de que a avalia o psicol gica deve incidir na compreens o do funcionamento mais do que na explica o do funcionamento baseada nos tra os latentes uma mudan a que n o abandona ainda assim uma heur stica elementarista Overton 2002 ter conduzido ao crescimento da nfase na avalia o de aspectos qualitativos do desempenho para l dos quantitativos e na leitura da configura o dos dados de avalia o mais do que na pesquisa dos factores explicativos desses dados Algumas inova es da 32 edi o da WAIS s o subtis mas mesmo assim reveladoras de alguma mudan a no sentido de uma avalia o centrada na compreens o do funci
37. a avaliar a efici ncia na esfera emocional e interpessoal Um tipo de metodologia em pleno crescimento e com enormes potencialidades para a avalia o da intelig ncia em contexto de acordo com Gardner 1999 2006 a da simula o existe hoje tecnologia que permite a simula o de situa es de car cter realista realidade virtual nas quais tamb m poss vel efectuar medidas das reac es e do desempenho muito exactas e at mesmo seleccionar os passos subsequentes da situa o modificar o contexto em fun o das respostas ou reac es do examinado nas etapas anteriores um formato de medida inspirado na avalia o adaptativa mas tamb m pass vel de se adequar chamada avalia o 12 Um argumento recorde se tamb m utilizado por Wechsler a prop sito da concep o de intelig ncia como manifesta o da personalidade total insepar vel dos factores conativos ou n o intelectivos 590 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados din mica se durante o desempenho for dado feed back ou forem introduzidas ajudas e instru es tendo em vista a avalia o do potencial de aprendizagem Este tipo de metodologias poderia ao mesmo tempo adaptar a avalia o em fun o das reac es emocionais e das manifesta es motivacionais pr vias do indiv duo avaliado no sentido das supracitadas propostas de Raven 1989 e no quadro de uma vis o do mundo selectivista como ainda
38. a de que apenas se pode obter estimativas das propriedades dos itens relativamente livres de erro se as observa es forem efectuadas em amostras representativas quando esse tipo de estimativas poss vel nos modelos de tra o latente a partir de amostras n o representativas a de que as propriedades das escalas de intervalos apenas se estabelecem se forem obtidas curvas Normais quando tal se mostra poss vel pela aplica o de modelos de medida pertinentes Uma das principais potencialidades da aplica o da Teoria da Resposta ao ltem consiste precisamente na possibilidade de desenvolver bancos de itens apropriados avalia o adaptativa a forma de avalia o que como se viu se torna incontorn vel numa perspectiva contextualista ou selectivista da avalia o psicol gica Na d cada de noventa Matarazzo 1992 antecipa tamb m a avalia o dos contextos de vida como uma das linhas de evolu o futura que levanta o problema de construir medidas ecologicamente v lidas p 1016 a par da avalia o das compet ncias de adapta o e da medida da qualidade de vida Ainda assim a nfase deste autor colocada muito mais nas evolu es resultantes dos progressos das neuroci ncias a possibilidade de medi o de ndices da actividade cerebral durante a resolu o de tarefas como os testes de intelig ncia e a imagiologia cerebral para estudo da estrutura do c rebro raz o por que cita numerosos estudos de correlatos n
39. a reflex o os quais ser o agora retomados em articula o n o s com os resultados obtidos mas ainda com as considera es que suscitaram relativas avalia o da intelig ncia abordadas no t pico precedente As teorias factoriais de organiza o das aptid es ver Car TULO 1 constituem a mais caracter stica conceptualiza o diferencial da intelig ncia humana Podendo assumir v rias formas muitas vezes decorrentes dos postulados de que partem muitas vezes decorrentes tamb m das op es metodol gicas de que dependem estas teorias constru ram se a partir da evid ncia das diferen as individuais na efici ncia de resolu o de problemas suficientemente complexos para adquirirem valor preditivo em rela o a crit rios relevantes do sucesso dos indiv duos em contextos significativos de vida designadamente a escola e a vida profissional O sucesso definido objectivamente reportou se por muito tempo a crit rios externos de avalia o escolar ou de desempenho profissional pelo que as t cnicas diferenciais capazes de predizer esses crit rios se mostravam v lidas para essa finalidade Mas estas teorias factoriais mesmo as mais complexas que se estruturam numa hierarquia contemplando v rios n veis de generalidade organizam a variabilidade inter individual que se manifesta num n vel entre outros conceptualiz veis de observa o e explica o o do desempenho nas tarefas que comp em as t cni
40. a um problema da vida pessoal actual ou de car cter criativo descri o da escola ideal e a cota o efectuada por ju zes treinados que classificam as respostas em fun o de um conjunto de crit rios Ao introduzir itens ensaio no STAT H Sternberg estava ciente das limita es do formato de resposta por escolha m ltipla sobretudo da limita o decorrente da vari ncia de m todo como referido antes o autor considera que o simples formato de resposta por escolha m ltipla envolve o recurso a um conjunto de compet ncias relativamente independentes dos construtos que se pretende medir mas que se reflectem nas intercorrela es das medidas sublinha por isso que as correla es entre os itens de resposta por escolha m ltipla s o bem mais elevadas do que as correla es entre estes e os itens ensaio ver por exemplo Sternberg et al 1999 Sternberg 2005e o que interpretado por alguns autores Brody 8 Essa pode ser uma das raz es por que as Partes Criativas tendem a apresentar elevadas correla es com as Partes Anal ticas e com os testes tradicionais de intelig ncia 9 Como referido e justificado oportunamente cf CAP TULO 4 p 281 na presente investiga o optou se por n o utilizar a Parte 10 584 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados 2003a b como resultado do baixo n vel de precis o dos itens ensaio apenas um item para avaliar cada dom nio de processamento Apesar de
41. acrescentar que nesta perspectiva o contraste entre intelig ncia anal tica e intelig ncia criativa a observar se pode eventualmente ser lido como correspondendo 517 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS O distin o entre intelig ncia cristalizada e intelig ncia fluida h muito introduzida por Cattell e por Horn e mais recentemente incorporada por Carroll na Teoria dos Tr s Estratos ver CAP TULO 1 p 47 distin o que afinal coerente com a que repetidamente feita por Sternberg entre as intelig ncias anal tica e criativa a partir do car cter familiar e pr ximo das aprendizagens escolares das tarefas envolvidas na primeira e do car cter n o familiar logo desligado das aprendizagens escolares das tarefas envolvidas na segunda O padr o de rela es entre os resultados do STAT H e o desempenho acad mico n o t o n tido quanto pretendem os autores Sternberg et al 1999 as correla es entre os tr s dom nios do STAT H e as avalia es acad micas respectivas anal tica pr tica e criativa n o s o significativamente mais elevadas do que as correla es cruzadas entre resultados do STAT H e avalia es acad micas com designa es diferentes al m disso o resultado Anal tico explica sozinho mais de 75 da vari ncia explicada pelo conjunto dos tr s dom nios o que significa por outras palavras que a predi o do rendimento acad mico nos diferentes dom nios pr tico
42. alia o das intelig ncias pr tica e criativa para al m da intelig ncia anal tica medida pelos testes tradicionais de intelig ncia O estudo metrol gico quer internacional quer das amostras do presente estudo n o oferece infelizmente resultados completamente claros ou inequ vocos relativamente a este alargamento por um lado o facto de se manifestar a presen a de um factor comum a todas as formas de intelig ncia acaba por sugerir a interpreta o das medidas das intelig ncias pr tica e criativa como novas formas de medir a mesma intelig ncia geral desde h muito medida pelos testes de natureza anal tica acresce que a elevada correla o entre a parte Criativa e as medidas da intelig ncia fluida sugere alguma sobreposi o destes dois construtos por outro lado a baixa precis o das medidas contribui para levantar d vidas sobre a adequa o e a aplicabilidade pr tica desta forma de operacionaliza o das intelig ncias pr tica e criativa o que ter motivado Sternberg a ensaiar racionais alternativos para a sua medi o Constru o de novos testes dirigidos a novos construtos provenientes da psicologia cognitiva De novo encontra se no STAT R H um excelente exemplo de aplica o de mais esta tend ncia de evolu o da medida da intelig ncia a subteoria componencial resultado mais directo da investiga o cognitiva das aptid es que ocupou Sternberg nos prim rdios dos seus trabalhos est presente de acordo c
43. aptativa e da riqueza dos dados de valida o em que se apoia a avalia o psicol gica Embretson antecipa ainda outras tend ncias particularmente importantes se nos reportarmos s mais recentes propostas de Sternberg para a avalia o das intelig ncias pr tica e criativa as tarefas de resposta aberta como ensaios resolu o de problemas ou tarefas de completamento cuja classifica o requer o recurso a ju zes humanos ir o de futuro poder ser classificadas tamb m automaticamente para o que est o j em ensaio programas inform ticos como o E rater Embretson 2004 p 20 que parte de uma amostragem de classifica es efectuadas por ju zes humanos a partir da qual determina por m todos de regress o os pesos a atribuir a diversos crit rios tendo em vista a optimiza o da predi o e de seguida classifica autonomamente os restantes ensaios a partir das pondera es identificadas Por outro lado a conceptualiza o do que pode constituir um item de um teste ser muito ampliada de novo a partir da aplica o de modelos necessariamente baseados na teoria psicol gica e abranger observa es hoje dificilmente consideradas itens de testes que poder o vir a incluir por exemplo tarefas de role playing ou de improviso McReynolds 1982 ou mesmo simula es baseadas na realidade virtual na linha das propostas de Gardner 1999 para a medida da intelig ncia Acrescem ainda a esta linha evolutiva o muito mais i
44. ara uma vis o do mundo contextualista Pepper 1942 em avalia o psicol gica Os procedimentos de aplica o adaptativos de futuro mais viabilizados ainda pelos progressos tecnol gicos em curso s o imprescind veis avalia o na perspectiva interaccionista ecol gica e din mica A WAIS Ill n o certamente uma t cnica de 597 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS avalia o adaptativa embora tenha havido nesta edi o algum cuidado com a o estabelecimento mais rigoroso e tamb m mais flex vel dos procedimentos de invers o em caso de insucesso nos primeiros itens aplicados ou de paragem ap s um determinado n mero de insucessos consecutivos Mas a larga maioria dos itens aplicados semelhante para todos os sujeitos de onde decorreu neste estudo que alguns se tenham mostrado mesmo desajustados ao n vel de compet ncia das amostras examinadas Por outro lado uma das tend ncias de evolu o que n o parece ter orientado a revis o mais recente da WAIS a que se refere adop o de procedimentos din micos de aplica o Pelo contr rio h at evid ncia de um esfor o no sentido de estabelecer ainda com mais detalhe todas as regras de aplica o estandardizada e de quantifica o das respostas o que acentua o car cter de avalia o est tica Por fim na WAIS Ill por ser uma prova de aplica o individual existe alguma possibilidade de reportar as respostas do examinado ao contexto imediato d
45. arde s o surpreendentemente mais amplas as aplica es das tecnologias inform ticas antecipadas por Embretson 2004 para o dom nio da avalia o psicol gica designadamente quanto ao desenvolvimento de procedimentos de constru o e aperfei oamento das t cnicas de medida quanto natureza das tarefas da avalia o e quanto pr pria delimita o do objecto da medida De acordo com esta autora poss vel prever e para um futuro n o muito distante posto que muitos dos desenvolvimentos necess rios est o j em curso amplos sistemas informatizados e centralizados de avalia o psicol gica acedidos via Internet constitu dos por gigantescas bases de itens a que continuamente s o acrescentados novos itens a partir da calibragem relativamente aos 593 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS itens previamente existentes e do respectivo estudo metrol gico A revis o dos testes e a actualiza o das normas ser o ent o parte integrante de um tal sistema e constituem processos em cont nua actualiza o medida que novos protocolos e resultados v o sendo adicionados aos dados previamente dispon veis Evidentemente este tipo de sistema que estar na base de formas de avalia o adaptativa apenas se torna vi vel pela aplica o de procedimentos autom ticos baseados em modelos de medida no quadro da Teoria da Resposta ao Item os quais conferem aos itens a propriedade da invari ncia e de princ pios est
46. at sticos de amostragem que contemplam a pondera o sistem tica de casos de modo a assegurar a representatividade das normas relativamente s popula es de refer ncia relevantes No quadro destes sistemas centralizados de avalia o os pr prios estudos de valida o procedem de forma autom tica a partir da reuni o cont nua de respostas reac es e tempos de execu o a par de outras informa es demogr ficas que viabilizam o estudo diferencial dos itens e biogr ficas relativas a crit rios pertinentes an lise de correlatos dos resultados Mais arrojada mas j actualmente em pleno estudo a possibilidade de gera o autom tica de novos itens se um teste pode ser composto por itens automaticamente calibrados e tamb m automaticamente seleccionados em fun o do n vel de compet ncia do indiv duo avaliado ou de outros crit rios pertinentes para incorporarem uma avalia o adaptativa n o parece imposs vel a pr pria gera o autom tica de itens a partir de programas de computador sendo cada novo item uma varia o de modelos de itens que previamente demonstraram potencialidades psicom tricas adequadas Nesta linha pode se at supor a possibilidade de gera o instant nea de itens ao longo da pr pria sess o de avalia o novos itens criados automaticamente tendo por alvo determinadas propriedades metrol gicas e a optimiza o da informa o relativa ao sujeito examinado o que leva a
47. azer se Quando um comentador afirma que n o ser jamais poss vel melhorar substancialmente o essencial das pol ticas de admiss o de candidatos ao ensino universit rio Darlington 1998 p 572 a afirma o equivalente que alguns ter o proferido a prop sito do autom vel Modelo T ou do computador UNIVAC Sternberg amp Williams 1998 p 577 Com efeito se nos detivermos na considera o das grandes linhas de evolu o de t cnicas diferenciais cl ssicas como as baterias de Wechsler um trabalho que foi efectuado relativamente WAIS com base na an lise dos manuais das tr s edi es 1955 1981 e 1997 Afonso 20044 verificamos que a evolu o dos procedimentos metodol gicos e nas t cnicas de an lise de resultados empregues no estudo metrol gico evidentemente apoiada pelos desenvolvimentos da estat stica pela aplica o de modelos matem ticos investiga o psicol gica e pelo recurso s tecnologias inform ticas de tratamento de dados n o tem paralelo no plano conceptual onde persiste na ess ncia a concep o de intelig ncia global de Wechsler com cerca de setenta anos ela pr pria enraizada em perspectivas e conceitos com mais de um s culo Binet amp Henri 1895 Spearman 1904 Esta fidelidade s ideias originais de Wechsler merece alguma reflex o Em primeiro lugar sem d vida sublinha a actualidade das no es introduzidas pelo autor em 1939 na primeira edi o da sua obra The measur
48. ca es taxon micas como as estruturas das aptid es ou a mecanismos mentais como os algoritmos de processamento mental da informa o No plano metate rico implica renunciar metateoria fragmentada que simplifica os fen menos ao postular dimens es discretas lineares independentes e quantific veis ao admitir o seu car cter aditivo e ao aceitar para a medida o enquadramento na Teoria Cl ssica dos Testes e antes assumir a metateoria relacional Overton 2006a Overton amp Ennis 2006 que equaciona a mudan a a interac o e a em m ltiplas ocasi es nas mesmas vari veis Mas o plano de an lise mais utilizado no dom nio cognitivo envolve as intercorrela es de vari veis medidas numa nica ocasi o numa amostra de indiv duos Plano R Anastasi 1958 p 389 619 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS complexidade como objectos de estudo e concebe a avalia o muito para l da simples quantifica o de atributos Nesta perspectiva as limita es metrol gicas encontradas no STAT R H quer quanto precis o quer quanto estrutura interna das medidas que podem bem ser lidas sumariamente como resultado de deficiente operacionaliza o da teoria sugerem antes outras leituras mais profundas uma a de que n o existe coer ncia do ponto de vista metate rico e epistemol gico entre a Teoria Tri rquica e a sua operacionaliza o o STAT R H a teoria como se viu no CAP TULO 3 evoluiu de um
49. cas diferenciais das aptid es Por isso os diversos modelos factoriais representam formas alternativas mas equivalentes nenhuma melhor do que outra de explicar a vari ncia inter individual num determinado n vel de observa o e explica o e porque todos os modelos acabam por apresentar potencialidades os hier quicos como a Teoria dos Tr s Estratos de Carroll ou o Modelo C H C Cattell Horn Carroll Carroll 2003 p 18 exactamente por serem mais completos e integrativos de novo num determinado n vel de observa o ganharam aceita o consensual e constitu ram se at hoje como o quadro de refer ncia para a avalia o diferencial da cogni o humana Este tipo de modelo factorial tem atr s de si n o s d cadas de investiga o factorial como um dos mais impressionantes estudos de meta an lise alguma vez efectuado em psicologia publicado em 1993 por John Carroll envolvendo 60 anos de investiga o 609 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS conduzida nos cinco continentes com enorme diversidade de instrumentos e de amostras num total de quase 500 conjuntos de dados uma investiga o impar sem d vida ainda que extempor nea na opini o de Sternberg 1994a perante os contributos ent o emergentes no dom nio da intelig ncia Com efeito pela altura desta publica o j a psicologia da intelig ncia tinha trilhado novos caminhos e alargado muito significativamente os seus horizontes Emergiam
50. como organizar algo que se tornou ca tico 585 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS 2 Vinhetas gravuras acompanhadas de cinco alternativas das quais h que escolher a que se considera melhor para resolver quatro tipos de problemas como manter o valor das poupan as o que fazer quando ap s uma compra se verifica que o objecto comprado est avariado como conseguir assist ncia m dica em poca de crise ou como gerir um b nus salarial que se recebeu pela excel ncia do trabalho efectuado N o existe resposta certa e a resposta chave foi determinada a partir da frequ ncia de resposta a mais frequente 3 Invent rio de Avalia o Situacional consiste em sete situa es apresentadas na forma de video as quais lidam com problemas do quotidiano como o que fazer se algu m que n o conhecemos muito bem nos pede para escrever uma carta de recomenda o 4 Question rio de Senso Comum composto por 15 vinhetas representando problemas que podem ser enfrentados em contextos de trabalho como lidar com uma tarefa fastidiosa ou resolver uma situa o competitiva 5 Question rio da Viv ncia Universit ria composto por 15 vinhetas que representam problemas que podem ser enfrentados no contexto universit rio como providenciar a obten o de uma bolsa ou lidar com um companheiro de quarto dif cil o novas medidas da intelig ncia criativa 1 Descrever o mundo atrav s dos olhos dos insectos 2 Descrever quem vive e
51. conjuntas da WAIS Ill e do STAT R H demonstrando poder ser entendido como um construto algo separado das no es precedentes de Intelig ncia 615 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS Anal tica e Intelig ncia Criativa ou de Intelig ncia Cristalizada e Intelig ncia Fluida Esta constata o coerente com a observa o de Sternberg e colaboradores ver por exemplo Sternberg Ferrari Clinkenbeard amp Grigorenko 1996 relativamente a que as partes pr ticas do STAT R H tendem a ser as que apresentam correla es mais baixas com os testes convencionais de intelig ncia Mesmo assim na presente investiga o esta distin o est longe de ser suficientemente clara ou inequ voca para poder ser considerado que apoia as predi es da Teoria Tri rquica de forma expressiva Uma vez que as constata es emp ricas tenderam a confirmar mais as expectativas que se poderiam estabelecer com base no modelo tradicional de organiza o das aptid es do que as que poderiam derivar da Teoria Tri rquica esta falta de correspond ncia entre os resultados do STAT R H e a teoria pode ser interpretada genericamente de dois modos ou o STAT R H constitui uma operacionaliza o deficiente da Teoria Tri rquica e ent o n o ser leg timo utiliz lo mesmo que apenas em contextos de investiga o para obter medidas da Intelig ncia Funcional ou o que mais fundamentalmente pode ser posto em causa a pr pria Teoria Tri rquica como
52. construir t cnicas que tal como os v rios subtestes das baterias de Wechsler medem de diferentes maneiras sempre a mesma intelig ncia ou as mesmas formas de intelig ncia a que se manifesta nas diferen as individuais em tarefas estandardizadas e emerge por isso nas correla es entre resultados quantitativos apurados nas respostas a essas tarefas As v rias t cnicas de avalia o limitam se a repartir de maneiras diversas a mesma vari ncia 607 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS relativa a um mesmo n vel de observa o e explica o o n vel molar dos factores do mundo interno do indiv duo O paradigma sist mico de investiga o e de avalia o da intelig ncia ter de assumir de maneira expl cita e inequ voca o enquadramento contextualista que lhe inerente e incidir na interac o entre as caracter sticas do sujeito do mundo interno e as caracter sticas do contexto do mundo externo Note se que a defini o do aspecto contextual da intelig ncia tal como Sternberg a apresenta nalgumas exposi es da Teoria Tri rquica por exemplo Sternberg 1985a como a rela o da intelig ncia com o mundo externo do indiv duo ou como envolvendo a modifica o do indiv duo para se ajustar ao contexto adapta o a modifica o do contexto para o adaptar ao indiv duo modela o ou a selec o de um novo meio por parte do indiv duo selec o mant m o centro de gravidade da intelig ncia no indiv
53. da Intelig ncia ou poder ser que a pr pria Teoria Tri rquica da Intelig ncia n o encontre suficiente suporte emp rico pelo menos a partir da investiga o com o STAT Enquanto esta ltima perspectiva tende a caracterizar a postura dos cr ticos a Sternberg desde os mais radicais que contestam a teoria na sua globalidade Gottfredson 2003a b aos mais moderados que apenas a contestam parcialmente Brody 2003a b ou consideram que n o se demarca suficientemente das concep es tradicionais de intelig ncia Gardner 1983 o autor e seus colaboradores tendem a manter que os resultados embora longe de serem perfeitos se mostram promissores quanto ao estabelecimento de uma nova forma de conceptualizar e avaliar a intelig ncia Sternberg 2003f h raz o por que persistem na demonstra o da sua utilidade para a avalia o da intelig ncia baseada na Teoria Tri rquica Sternberg et al 2004 2006 Reserva se para o t pico 9 2 do presente Cap tulo a abordagem das implica es dos resultados desta investiga o do ponto de vista da valida o das concep es te ricas estudadas e enquadradas nos paradigmas diferencial e sist mico de investiga o da intelig ncia para completar a reflex o sobre as implica es dos resultados para a medi o e investiga o da intelig ncia importa por agora analisar as evolu es recentes das perspectivas de medida da intelig ncia tomando por refer ncia os paradigmas diferencial e sist
54. dade que o indiv duo valoriza e s de seguida se avalia a maneira como aplica e integra as suas potencialidades cognitivas afectivas e 588 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados conativas na implementa o eficaz desse tipo de comportamento ou actividade Raven sublinha que n o se trata de medir em separado como pr tica corrente os aspectos cognitivos afectivos e conativos para depois os integrar no momento da interpreta o mas antes de formatar a pr pria avalia o cognitiva a partir da avalia o pr via das vertentes afectiva e conativa da cogni o o que pressup e ao que parece o desenvolvimento de m todos de avalia o adaptativa em que a selec o dos itens ou das pr prias tarefas a ser aplicados depende n o apenas do n vel de compet ncia previamente demonstrada o tipo de avalia o adaptativa mais comum mas do tipo de compet ncia valorizada ou investida pelo pr prio sujeito A nfase excessiva nos objectivos e valores pessoais da qual poderia decorrer desajuste relativamente s press es do contexto contrabalan ada por Raven ao questionar um outro princ pio da psicometria cl ssica o de que a avalia o pode ser independente do contexto em que se encontra o indiv duo na dupla acep o do contexto objectivo que ter de ser tamb m avaliado do ponto de vista das oportunidades de aprendizagem que oferece e dos desafios que coloca e do contexto percebido ou represe
55. di es tanto quanto poss vel uniformes estandardiza o Ora a inclus o das inst ncias temporal e situacional no esquema 19 Ser pertinente relembrar que Raymond Cattell no dom nio conativo identificou e aplicou diversos planos factoriais alguns dos quais envolviam a interven o de vari veis temporais Plano P baseado no estudo de um nico caso observado 618 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados cl ssico de Stern produz uma desmultiplica o dos planos de experi ncia que os aproxima de uma abordagem metodol gica de natureza sist mica e muito em particular da abordagem dos sistemas din micos adiante caracterizada CAP TULO 10 Por outras palavras a abordagem diferencial cl ssica porque baseada no postulado da estabilidade temporal das diferen as individuais e na natureza nomot tica da defini o e da medi o das dimens es das diferen as com nfase nas diferen as inter individuais e inter grupais omitiu intencionalmente dos seus planos de experi ncia a considera o das inst ncias temporal e contextual a primeira pelo acento na consist ncia comportamental e na aplica o de m todos de precis o teste reteste a segunda pelo acento no controlo das condi es de observa o e pela aposta na estandardiza o da medi o De fora deixou por muito tempo a variabilidade intra individual e a variabilidade inter situacional o que a afastou da psicologia experimenta
56. didas 2 Ainda assim o prazo estabelecido pelo Centro de Psicometria e Psicologia da Educa o CPPE para a conclus o do projecto coincidente ali s com o prazo contratualmente concedido pela Harcourt Assessment para direito de utiliza o da WAIS III nesta investiga o 31 de Dezembro de 2006 foi cumprido uma vez que nessa data se encontrava conclu do todo o estudo experimental e j em fase avan ada a redac o da presente disserta o 566 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados 9 1 1 WAIS III 2002 S ntese e Significado Metrol gico dos Resultados Recorde se que o estudo da vers o experimental portuguesa da WAIS III se baseou num nico Ensaio Experimental embora tenham sido conduzidos outros estudos incidindo no aperfei oamento dos crit rios de classifica o e na estima o da precis o estabilidade temporal dos resultados e acordo inter avaliadores A implementa o de um nico Ensaio Experimental justificou se por um lado pelo bom n vel metrol gico global dos resultados obtidos nesse Ensaio e nos outros estudos e por outro lado pelo maior investimento que desde cedo se reconheceu necess rio dedicar ao aperfei oamento do STAT R H Resumem se e discutem se de seguida as principais conclus es que puderam ser extra das dos estudos metrol gicos da WAIS Ill o A an lise da dificuldade dos itens p s em evid ncia um padr o de resultados coerente com as caracter stica
57. do com Brody 2003a uma vez que cerca de 35 da amostra foi exclu da da an lise sob pretexto de eliminar as flutua es aleat rias decorrentes do impacto de factores n o acad micos nos resultados sendo que essa exclus o de participantes com resultados desviantes Sternberg et al 1999 p 10 obedeceu a crit rios n o explicitados Este procedimento seguramente reduziu a vari ncia dentro dos grupos embora os dados n o permitam determinar se afectou tamb m a vari ncia entre os grupos mas poder ter contribu do para a eleva o das estat sticas de teste F Por fim os resultados da an lise factorial confirmat ria Sternberg et al 2001 n o s o suficientemente coerentes com a teoria uma vez que a superioridade do ajustamento das medidas ao modelo Tri rquico foi obtida custa de permitir que os factores de segunda ordem Anal tico Pr tico e Criativo se correlacionassem m dia das correla es 855 esta op o corresponde a admitir a presen a de um factor comum aos tr s dom nios de processamento que n o s n o se mostram portanto independentes entre si como previa a Teoria Tri rquica como podem ainda conceber se dependentes de um nico factor geral Acresce que a an lise factorial confirmat ria do STAT H isolado n o constitui de acordo com Brody o melhor m todo para demonstrar a aus ncia de vari ncia de g nos resultados o estudo correlacional conjunto do STAT H e outras medidas 57
58. drada por uma teoria ela pr pria em elabora o e sob avalia o emp rica e baseada em novos racionais de constru o esperava se partida que esta prova viesse a necessitar de enorme cuidado de adapta o e estudo pr vio Mesmo assim estas expectativas foram francamente excedidas posto que houve que desenvolver mais estudos emp ricos pr vios do que os inicialmente previstos Assim para al m do Estudo Piloto do qual decorreu uma primeira revis o e do Ensaio Experimental inicialmente planeado tornou se necess rio ap s revis o 4 Assinale se a prop sito que o subteste de Vocabul rio deve merecer uma especial aten o de revis o atendendo a que apresentou um padr o de resultados discrepante do que habitual nas escalas de Wechsler em geral e na WAIS em particular n o apresentou por exemplo os ndices de consist ncia interna mais elevados nem as mais altas satura es em g nos diversos estudos 571 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS um 2 Ensaio Experimental e ainda um Ensaio Sem Tempo Limite tendo em vista a aplica o de metodologia baseada nos modelos de Tra o Latente Resumem se de seguida os resultados obtidos nestes estudos bem como na an lise metrol gica efectuada no mbito do Estudo Principal o Numa sintese dos m ltiplos estudos do STAT R H efectuados nesta investiga o n o se pode deixar de come ar por reconhecer a fragilidade geral dos resultados metrol gicos desde a an
59. duo deixando ao meio o papel de cen rio da ac o o que ter conduzido a operacionaliza es que reproduzem em boa parte as medidas tradicionais da intelig ncia centradas na intelig ncia como atributo do indiv duo e mais representativas das vis es do mundo formista e mecanicista do que da contextualista Mas como sublinha Van Geert 2003 p 199 uma vez que a ac o adaptativa por natureza dependente do contexto a solu o mais econ mica para determinar a origem da ac o adaptativa por refer ncia a um mecanismo ou mecanismos que consistam numa combina o dos dois factores envolvidos designadamente o organismo e os seus contextos de ac o N o se trata de entender a intelig ncia apenas a partir do indiv duo ou da sua ac o sobre o meio objecto privilegiado dos paradigmas biol gico diferencial construtivista e informacional nem apenas a partir do meio ou da sua ac o sobre o indiv duo objecto privilegiado dos paradigmas antropol gico e sociol gico mas sim atrav s do processo din mico e temporal de ac o rec proca que dever ser este sim o objecto privilegiado do paradigma sist mico Neste sentido igualmente pertinente falar de indiv duos inteligentes como de contextos inteligentes que outro objectivo para a organiza o social econ mica e pol tica sen o o de tornar os contextos mais favor veis leia se mais inteligentes mais adaptados implementa
60. ement and appraisal of Adult Intelligence e por ocasi o da publica o da sua primeira escala de intelig ncia a Wechsler Bellevue no es como a de que a intelig ncia se desenvolve para l do final da adolesc ncia a de que a intelig ncia depende do funcionamento global 582 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados do c rebro n o tendo localiza o espec fica a de que a intelig ncia consiste numa manifesta o da personalidade como todo n o sendo imune consequentemente influ ncia de factores conativos ou n o intelectivos s o de uma extrema actualidade se considerarmos at especificamente algumas das linhas de evolu o actual da investiga o da intelig ncia humana as rela es entre aspectos cognitivos e conativos do funcionamento psicol gico ou a investiga o neuropsicol gica em particular o estudo dos correlatos neurofisiol gicos do funcionamento cognitivo por exemplo constituem t picos de extrema actualidade na Psicologia Mas tamb m verdade que a constata o desta fidelidade s ideias de Wechsler n o pode perder de vista o impacto comercial e a enorme divulga o das escalas deste autor as mais utilizadas t cnicas de avalia o psicol gica a n vel internacional as quais mant m deste modo uma identidade muito pr pria no dom nio da medida da intelig ncia em diversos contextos de interven o do psic logo Afonso 20043 Acresce ainda que a este suc
61. ens de Informa o e Vocabul rio e itens de Cubos e Matrizes este resultado parece sugerir a distin o entre INTELIG NCIA CRISTALIZADA e INTELIG NCIA FLUIDA n o a distin o entre dom nios de processamento sugerida pela Teoria Tri rquica esta aparece apenas vagamente esbo ada na an lise em que se trataram em conjunto todos os itens do STAT R H e os itens de Compreens o Verbal da WAIS Ill na qual o 1 contraste se definiu pela oposi o entre as satura es de itens dos subtestes de Informa o e Vocabul rio WAIS Il e das Partes Criativa e Pr tica embora tamb m alguns da Anal tica STAT R H 612 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados o Na an lise factorial confirmat ria os modelos mais ajustados estrutura emp rica das vari veis Modelos 4d e 5b foram os que se estruturaram em tr s factores obl quos Compreens o Verbal Organiza o Perceptiva e Num rico Mem ria de Trabalho mas admitindo a satura o da Parte 8 Criativa Quantitativa do STAT R H no factor de Organiza o Perceptiva uma solu o inspirada nas intercorrela es e nos resultados da an lise factorial explorat ria uma poss vel leitura desta organiza o das medidas remete de novo para um factor de INTELIG NCIA CRISTALIZADA um factor de INTELIG NCIA FLUIDA e um factor NUM RICO MEM RIA DE TRABALHO o Por fim importa ainda reter nesta sintese que a hip tese experimental que obteve maior apoio foi a
62. ent o as perspectivas sist micas de investiga o e de avalia o da intelig ncia em 1983 Gardner apresentara uma teoria que ao pluralizar o termo intelig ncia acentuava o car cter limitado do conceito tradicional em 1985 Sternberg publicara a sua obra Beyond IQ um t tulo que desde logo deixava transparecer a sua posi o cr tica relativamente natureza reducionista do conceito tradicional de intelig ncia em 1990 Salovey e Mayer haviam introduzido o novo conceito de Intelig ncia Emocional que tamb m sublinhava s por si o reconhecimento da limita o do espectro de funcionamento abrangido pela no o tradicional de intelig ncia e no mesmo ano Ceci publicara a primeira edi o da obra On intelligence onde apresentava a Teoria Bioecol gica da INTELIG NCIA humana Um tra o comum a todas estas propostas sist micas de investiga o da intelig ncia a inclus o nos modelos da intelig ncia de outros n veis de observa o e explica o para l do n vel do desempenho nos testes convencionais atrav s do alargamento do construto tendo em vista a inclus o da interac o com o contexto ampliando desse modo o mbito das predi es que viabiliza Os fundamentos e contributos te ricos destes dois paradigmas de investiga o da intelig ncia o diferencial e o sist mico foram explorados nos cap tulos de enquadramento te rico CAP TULOS 1 a 3 uma t cnica de avalia o representativa de cada um foi tradu
63. erradas de onde decorre que as diferen as individuais se expressem em termos quantitativos de grau ou de n vel de aptid o em cada dimens o medida isto em cada dom nio de processamento centrada nos produtos resultados quantitativos mais do que nos processos descri o qualitativa do processamento mental envolvendo conte dos cl ssicos verbal quantitativo e figurativo e alguns tipos de tarefas tamb m cl ssicas matrizes s ries analogias verbais problemas aritm ticos etc e acima de tudo que se centra na avalia o de factores do mundo interno do indiv duo mesmo nas partes do teste supostamente contextuais Partes Pr ticas em que em parte como consequ ncia da op o por fazer representar apenas o processo de adapta o e n o os de modela o e de selec o do meio a nfase 583 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS colocada na capacidade do indiv duo para se modificar no sentido de se conformar ao contexto como dado adquirido a no o cl ssica afinal de intelig ncia como adapta o ao meio em sentido lato n o ao meio imediato do indiv duo Esta ltima caracter stica acrescentada ao formato de escolha m ltipla implica a perda da possibilidade de avalia o do aspecto mais essencial da intelig ncia pr tica a flexibilidade da resposta em fun o das circunst ncias aspecto nuclear afinal da subteoria contextual O formato de resposta por escolha m ltipla al
64. esempenho e em complemento das t cnicas tradicionais de selec o de candidatos ao ensino superior americano do SAT Scholastic Assessment Test o ACT American College Test o GRE Graduate Record Examination e o GMAT Graduate Management Admissions Test Stemler Grigorenko Jarvin amp Sternberg 2006 Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 Sternberg The Rainbow Project Collab amp the University of Michigan Business School Project Collab 2004 Alguma fragilidade no rigor e na consist ncia da investiga o emp rica efectuada e coordenada por Sternberg que para alguns contrasta com a extraordin ria criatividade e produtividade da sua obra te rica tem sido alvo ali s de criticas que oportuno ponderar a prop sito dos resultados obtidos nesta investiga o Brody 2003a b aponta as seguintes limita es aos estudos de valida o da Teoria Tri rquica com recurso ao STAT H 1993 Sternberg Castej n Prieto Hautam ki amp Grigorenko 2001 Sternberg Ferrari Clinkenbeard amp Grigorenko 1996 Sternberg Grigorenko Ferrari amp Clinkenbeard 1999 o As correla es alegadamente baixas entre os dom nios de processamento do STAT H e testes de intelig ncia mais ou menos convencionais Sternberg et al 1996 ter o sido afectadas por dois factores o baixo n vel de precis o das medidas do STAT R que tem um efeito de atenua o e a restri o da amplitude 5 O centro de investiga o fu
65. esso n o ser tamb m alheio o enorme corpo de investiga o que apoia a no o de intelig ncia como construto global indiscutivelmente um dos maiores sucessos da Psicologia Cient fica Gottfredson 2003a Nyborg 2003 o qual d enquadramento tamb m aos mais importantes resultados obtidos na presente investiga o muito designadamente com a WAIS Ill em amostras portuguesas Ainda assim n o deixa de ser surpreendente como Sternberg faz notar que a tecnologia da medida psicol gica n o tenha acompanhado a evolu o que marcou o s culo XX nos mais diversos dom nios Apesar da critica velada de Sternberg s t cnicas de avalia o da intelig ncia do tipo das escalas de Wechsler como a WAIS Ill paradoxalmente Sternberg oferece como t cnica de avalia o da intelig ncia constru da com base no seu modelo sist mico um instrumento que partilha muitas caracter sticas das t cnicas mais cl ssicas de avalia o colectiva da intelig ncia trata se de uma t cnica de papel e l pis e de aplica o estandardizada ou seja que procura controlar ou mesmo eliminar o efeito do contexto nos resultados de resposta por escolha m ltipla ou seja que impede a manifesta o da idiosincrasia individual no comportamento de resposta e inviabiliza qualquer aprecia o qualitativa do processamento envolvido na resolu o da tarefa de desempenho m ximo ou seja que assume a classifica o dicot mica das respostas em certas e
66. eurofisiol gicos dos resultados de testes de intelig ncia muito designadamente dos resultados da WAIS Uma bateria composta exclusivamente por medidas biol gicas do funcionamento cortical que mostre predizer t o bem quanto os actuais testes de intelig ncia o sucesso escolar o desempenho profissional ou mesmo outros aspectos da adapta o aos contextos comuns de vida vista por Matarazzo como um 592 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados instrumento vi vel e com potencial para o futuro da avalia o da intelig ncia embora acredite que as t cnicas tradicionais continuar o a ser utilizadas paralelamente Bem mais prudente relativamente a esta nfase na avalia o neurobiol gica da intelig ncia pelo perigo evidente de reducionismo mostra se Sternberg que embora n o negue a possibilidade de recolha de evid ncias convergentes de interesse tanto para a psicologia da intelig ncia como para as neuroci ncias Sternberg 2005b assinala o maior interesse de modelos biopsicol gicos Sternberg Lautrey amp Lubart 2003b que se situem na articula o entre conceptualiza es top down e bottom up pp 21 22 o que significa por outras palavras que evitem a omiss o de qualquer classe de determinismos ascendentes ou descendentes ao contemplar m ltiplos n veis de observa o e explica o na acep o de Reuchlin 1999 2002 Particularmente ricas e heur sticas s o as especula es re
67. gias j tradicionais nestas provas cujas potencialidades evidenciadas pelos respectivos estudos metrol gicos s podem servir de est mulo maior generaliza o deste formato de resposta na avalia o da intelig ncia humana Modifica o nos prop sitos da avalia o psicol gica Uma tend ncia de evolu o decorrente das duas mudan as de nfase que acabam de ser tratadas consiste na maior aten o promo o do bem estar apostando nas potencialidades e promovendo a 599 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS correc o dos d fices do que no mero diagn stico da defici ncia Esta mudan a evidentemente enquadrada por uma modifica o mais fundamental de uma psicologia da patologia centrada no despiste da defici ncia para uma psicologia positiva centrada na promo o da adaptabilidade na qual ganham relevo conceitos como o de bem estar psicol gico ou de qualidade de vida Lopez amp Snyder 2004 Pela maior nfase na avalia o idiogr fica e a crescente aten o compreens o do funcionamento atrav s do diagn stico cognitivo a utiliza o da WAIS Ill mostra se til no mbito de uma interven o psicol gica positiva Implanta o de novas t cnicas estat sticas de constru o e estudo metrol gico Uma das mais importantes evolu es no dom nio da avalia o psicol gica diz respeito como se viu ao aperfei oamento dos m todos estat sticos subjacentes constru
68. global do n vel de dificuldade da prova para a popula o geral portuguesa sem contudo deixar de 567 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS assinalar a necessidade de novos estudos com amostras representativas da popula o o A ordem de dificuldade dos itens tomando em conta os coeficientes de correla o entre as ordena es original e observada na amostra do Ensaio Experimental sugere a necessidade de reordena o sobretudo nos subtestes de Informa o Completamento de Gravuras Semelhan as e Vocabul rio ou ainda incluindo tamb m os dados do Estudo Principal nos subtestes de Cubos e Disposi o de Gravuras Considerando que a empresa editora da WAIS III por princ pio n o autoriza a introdu o de modifica es dos subtestes de Realiza o a eventual revis o quanto ordena o da dificuldade dever concentrar se nos subtestes de Informa o Semelhan as e Vocabul rio o Uma tal revis o n o pode deixar de dar aten o quer aos ndices de discrimina o dos itens que embora se situem em n vel adequado quando tomados em conjunto permitem detectar alguns casos de menor adequa o quer aos ndices de ajustamento ao Modelo de Cr dito Parcial que em toda a prova assinalam menos de duas dezenas de itens desajustados poucos deles com n vel de desajustamento expressivo e alguns compreensivelmente desajustados por serem itens iniciais de cada subteste o O estudo da sensibilidade diferencial dos itens
69. hidos enquanto membros de determinado grupo ou popula o mas n o existe nenhuma rela o l gica ou conceptual entre a estrutura factorial da intelig ncia definida a partir das diferen as entre os indiv duos e a estrutura da intelig ncia dentro dos indiv duos E a raz o simples a estrutura da intelig ncia em cada indiv duo o produto de um processo din mico e temporal enquanto a estrutura da intelig ncia num grupo produto das diferen as entre indiv duos independentes Daqui decorre sem d vida a acusa o cl ssica dirigida aos modelos factoriais por constitu rem descri es est ticas que n o tomam em considera o a variabilidade intra individual em fun o do tempo e da situa o como decorre tamb m a natureza pouco contextualizada da avalia o psicol gica tradicional Esta limita o dos modelos factoriais fica equacionada com clareza ao retomar a tabela inspirada em Stern 1911 citado em Gilles 1999 e apresentada no CAP TULO 4 TABELA 4 1 p 252 a an lise factorial semelhan a de muitos outros m todos de an lise multivariada como a modeliza o estrutural ou a modeliza o de Rasch acrescente se consiste numa metodologia que prescinde regra geral de considera es temporais ou situacionais as medidas de que parte s o supostamente independentes do momento da avalia o procura se averiguar em que grau pelo estudo da estabilidade temporal das medidas e s o obtidas em situa es ou con
70. i s tamb m pouco compat vel com a avalia o da intelig ncia criativa neste caso perde se a possibilidade de uma verdadeira avalia o do pensamento criativo por defini o inovador e imprevis vel ao formatar as respostas como alternativas a priori e classific veis em certas e erradas acrescente se que a inclus o no STAT apenas de um dos segmentos do cont nuo novidade automatiza o de problemas que supostamente requerem lidar com a novidade mas n o de problemas que requerem automatiza o contribui para reduzir a validade de construto das medidas derivadas da subteoria experiencial Partes Criativas decorre daqui que est em causa nestas partes do STAT avaliar a capacidade para lidar com a novidade de novo um conceito dimensional que remete para o mundo interno do indiv duo e que avaliado por um resultado expresso na forma quantitativa justo que se sublinhe que estes coment rios dizem respeito s nove partes do STAT R H de resposta por escolha m ltipla mas que o autor sens vel a quest es como as que acabam de ser tratadas desde o in cio procurou introduzir tamb m medidas mais qualitativas designadamente na Parte 10 da prova original constitu da por tr s itens ensaio Nesta parte cada item requer a redac o de um texto ou ensaio de car cter anal tico an lise das vantagens e desvantagens do policiamento das escolas de car cter pr tico proposta de tr s solu es pr ticas par
71. ifica o de uma componente comum a todas as vari veis envolvidas nos v rios n veis de an lise 1 as matrizes factoriais antes da rota o quer na an lise em componentes principais de cada instrumento quer na an lise factorial explorat ria dos dois instrumentos em conjunto apresentam uma componente ou um factor que explica uma parte substancial da vari ncia dos resultados e em que saturam positivamente todas as vari veis de partida 2 as an lises da dimensionalidade do conjunto de todos os itens ou de grupos seleccionados de itens puseram em evid ncia o seu ajustamento global e de uma larga maioria dos sujeitos dimens o do modelo tendo em geral ficado por explicar uma parte diminuta da vari ncia dos resultados acresce que todos os dom nios de processamento indistintamente n o s o dom nio Anal tico e todas as reas de conte do s o compostos por itens que se ajustam ao modelo definido a partir dos itens da WAIS Ill e do STAT R H em conjunto 3 por fim o estudo 611 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS confirmat rio das medidas embora n o tenha demonstrado como mais ajustado o modelo de Factor Geral admitiu um maior ajustamento de modelos com factores obl quos de onde decorre o reconhecimento impl cito da presen a de um factor comum aos factores de primeira ordem os modelos de factores ortogonais foram os que alcan aram ndices de ajustamento mais reduzidos Quer as an lises factoriais quer
72. inado na interpreta o dos resultado N o se pode deixar de assinalar o quanto surpreendente alguma desarticula o entre o STAT R H e as perspectivas te ricas e metate ricas que o seu autor afirma estarem na base da sua constru o Mas importante sublinhar a tentativa de maior contextualiza o da avalia o presente quer nos itens ensaio quer de maneira mais expressiva nas t cnicas propostas mais recentemente para a avalia o da intelig ncia pr tica e da intelig ncia criativa Maior nfase no diagn stico cognitivo do que na avalia o do desempenho Esta uma nfase repetidamente assinalada pelo autor do STAT R H n o se pretende avaliar a intelig ncia como um todo um resultado desprovido de aplica o na promo o do bem 603 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS estar ou da adapta o do indiv duo pelo contr rio considera se mais adequada deste ponto de vista a adequada identifica o das potencialidades e dos d fices que permita capitalizar as primeiras e compensar ou corrigir os segundos A demonstra o da exist ncia de correla es expressivas entre os tr s dom nios e o emergir de uma estrutura factorial nas amostras do presente estudo dando mais relevo distin o entre reas de conte do ou entre no es cl ssicas de intelig ncia fluida e cristalizada por exemplo do que entre dom nios de processamento coloca algumas reservas contudo utilidade das distin es entre o
73. ionaliza o em t cnicas diferenciais e tamb m h que diz lo mais pass vel de alcan ar popularidade entre n o especialistas mas em parte custa de aproximar os conceitos postulados na teoria de no es dimensionais tanto mais intuitivas quanto enquadradas numa l gica mecanicista bem tradicional no dom nio da intelig ncia e bem implantada no senso comum Assim as subteorias Componencial Experiencial e Contextual da Teoria Tr rquica original sem serem abandonadas reorganizam se em tr s conceitos arriscados da Teoria Tri rquica da Intelig ncia Funcional Intelig ncia Anal tica Intelig ncia Criativa e Intelig ncia Pr tica arriscados por incorrerem no risco de retomar a tradicional defini o dimensional da intelig ncia e o respectivo formato de avalia o ou Seja o mesmo n vel de observa o e explica o de h muito o que fica em evid ncia nos resultados dos estudos factoriais e dimensionais onde as medidas tri rquicas emergem apenas como novas medidas da mesma intelig ncia E arriscados por isso mesmo por sacrificarem afinal o prop sito original de constru o de uma teoria sist mica da intelig ncia humana 620
74. ioria dos itens do STAT R H se ajustam a uma dimens o nica definida pelos itens da WAIS III e que o primeiro contraste em todas as an lises em que a totalidade dos itens da WAIS Ill entrem delimita uma dimens o dentro do modelo que pode ser interpretada a partir do contraste entre Intelig ncia Cristalizada e Intelig ncia Fluida n o como uma distin o entre as dimens es Anal tica e Pr tica ou Anal tica e Criativa terceiro os modelos que a an lise confirmat ria demonstrou mais ajustados estrutura emp rica das vari veis n o s o os que se baseiam nos postulados da Teoria Tri rquica mas os que se baseiam numa estrutura mais pr xima da cl ssica concep o hier rquica das aptid es humanas Uma terceira implica o te rica dos resultados assenta numa verifica o emp rica deste estudo que corrobora resultados obtidos em an lises conjuntas do STAT R H com outras medidas 16 Note se que o autor bem menos explicito quanto distin o entre Intelig ncia Pr tica e Intelig ncia Criativa mas presume se que a primeira envolva situa es mais familiares do que a segunda posto que envolve os problemas enfrentados no quotidiano dos contextos comuns de vida do indiv duo 614 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados tradicionais da intelig ncia a de que as partes Criativas do STAT R H se ligam mais claramente a medidas da intelig ncia geral QI de Escala Completa da WAIS Ill por exemplo
75. ir nesta s ntese a refer ncia ao significado metrol gico do estudo conjunto das duas t cnicas diferenciais Tr s constata es efectuadas nesse estudo colocam francamente em quest o a validade de construto das medidas desta vers o do STAT R H primeiro a da presen a de um factor em que saturam conjuntamente vari veis da WAIS Ill e do STAT R H segundo a de que n o s o as partes Anal ticas as que saturam mais claramente nesse factor de natureza geral mas sim as partes Criativas terceiro a de que os resultados da an lise confirmat ria foram favor veis HIP TESE EXPERIMENTAL 4 2 a que representa a mais consensual e tradicional estrutura hier rquica das aptid es humanas que Sternberg no entanto postula corresponder a uma gama de funcionamento cognitivo muito limitada ou pelo menos mais limitada do que a que pretende que seja abrangida pelo STAT R H O estudo do STAT R H deixou claro que pelo menos na sua vers o experimental portuguesa esta t cnica de avalia o da intelig ncia funcional apresenta limita es metrol gicas s rias o que justifica uma cuidadosa discuss o destes resultados Em primeiro lugar pode se admitir que essas limita es decorreram de deficiente tradu o e adapta o esta explica o seria mais pertinente contudo se os resultados provenientes do estudo metrol gico da vers o original e tamb m de outras tradu es e adapta es internacionais fossem 575 PARTE 4 DISCUSS
76. is promo o do bem estar e da adapta o no respeito pela idiossincrasia individual mais acentuam a compara o inter individual e a adop o de uma perspectiva convencional e nomot tica de medida da intelig ncia Implanta o de novas t cnicas estat sticas de constru o e estudo metrol gico Os estudos de valida o da Teoria Tri rquica que utilizam entre outros instrumentos de avalia o o STAT R H t m vindo a evidenciar crescente recurso a t cnicas sofisticadas de an lise de dados Exemplo claro encontra se nas mais recentes publica es sobre o projecto Rainbow ver por exemplo Sternberg amp Rainbow Project Collab 2006 Mas importa assinalar que as refer ncias espec ficas ao estudo metrol gico do STAT R H ocupam em geral uma parte diminuta da apresenta o dos resultados e comportam 604 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados algumas imprecis es importantes por exemplo como evid ncia da consist ncia interna frequente como o caso no estudo atr s citado p 332 ser apresentado o coeficiente relativo ao conjunto dos 45 itens o que absolutamente incoerente com a no o de que o STAT R H mede tr s formas distintas de intelig ncia a nica justifica o para um tal procedimento reside talvez em que esse coeficiente atinge em geral um valor relativamente elevado superior a 70 o que legitima apenas aparentemente a utiliza o do STAT R H em investiga o
77. l tal como denunciou Cronbach em 1957 A variabilidade intra individual em curto intervalo de tempo em geral lida pela Teoria Cl ssica dos Testes como resultante de erro de medida n o como produto de uma interac o din mica e cont nua entre o indiv duo em desenvolvimento e o contexto em mudan a Como a hist ria da Psicologia bem demonstrou entender as diferen as como erro conduz a perspectivas simplificadoras dos fen menos e enraizadas em vis es do mundo limitadas recorde se a posi o dos primeiros psic logos experimentais relativamente s diferen as individuais tratadas como erro de observa o deste ponto de vista a psicologia diferencial por muito tempo teve em rela o s diferen as intra individuais e inter situacionais a mesma atitude que os primeiros psic logos experimentais tiveram em rela o s diferen as inter individuais remeteu as para a vari ncia de erro Entender as diferen as inter indiv duos como objecto de estudo fez emergir no virar do s culo XIX para o XX a nova psicologia ocupada das diferen as inter individuais e inter grupais mas entender as diferen as intra indiv duos como objecto de estudo uma marca distintiva desse mesmo dom nio diferencial na actualidade implica assumir incontornavelmente a intelig ncia no quadro dos sistemas din micos que contemplam por defini o as inst ncias temporal e situacional e ultrapassar as vis es do mundo redutoras dos fen menos a classifi
78. la substituindo o pelo de resposta aberta e a tentativa de maior aproxima o da situa o de observa o a contextos representativos da vida quotidiana Quanto ao primeiro aspecto importa notar que as medidas assumem car cter mais idiogr fico centrado na compreens o do funcionamento individual do que nomot tico focado na quantifica o do produto desse funcionamento e implicam por consequ ncia aten o avalia o subjectiva do sucesso a par da medi o objectiva do sucesso Ao reportar as medidas desta natureza concep o de intelig ncia que lhes deu origem faz sentido que assim seja definir a intelig ncia como capacidade do indiv duo para de forma intencional adaptar se ao meio modelar o meio ou seleccionar um meio tendo em vista satisfazer os seus objectivos pessoais e os objectivos que a sociedade ou a cultura em que vive lhe imp em faz sobressair que os tra os associados com a intelig ncia funcional s o parcialmente idiogr ficos n o nomot ticos Sternberg 2001b p 350 e que medir a intelig ncia tende a ser um exerc cio de avalia o global do ajustamento o qual inclui tamb m a viv ncia subjectiva do ajustamento Afonso 2005b Este tipo de avalia o que n o substitui antes complementa a avalia o tradicional com recurso a t cnicas de desempenho m ximo como se viu antes inspiradas numa vis o do mundo mecanicista pode ser entendido como mera formaliza o de uma pr tica desde
79. lativas ao segundo s culo da medi o da intelig ncia efectuadas por Embretson em 2004 na medida em que articulam as tend ncias apontadas por outros autores com as espectaculares possibilidades tecnol gicas que se abrem a partir das aplica es dos computadores e da Internet avalia o psicol gica curioso e ao mesmo tempo fascinante observar o quanto em apenas cerca de uma d cada evolu ram as perspectivas dos especialistas em avalia o psicol gica quanto s possibilidades de aplica o da inform tica ao seu dom nio e imaginar o quanto poder o evoluir essas perspectivas nas pr ximas d cadas com efeito em 1992 Matarazzo deixa como ltimo apontamento no seu artigo sobre o futuro da avalia o psicol gica uma refer ncia ao desenvolvimento das aplica es dos computadores interpreta o de resultados dos testes uma ideia que recorda ter aceite com relut ncia durante muito tempo mas que acreditava na altura que viria a alcan ar consider vel sucesso num futuro mais ou menos pr ximo na medida em que fosse poss vel efectuar cuidadosos estudos de valida o de sistemas de avalia o altamente computorizados nos quais se articulassem num todo com significado informa es de diversa ordem sobre os contextos de vida objectivo e subjectivamente vivenciado qualidade de vida e sobre m ltiplas fun es cognitivas conativas e afectivas medidas psicometricamente e neurofisiologicamente apenas 12 anos mais t
80. mais rent veis de classifica o das respostas abertas a valida o destas t cnicas ter for osamente de tomar em considera o a rela o custo benef cio no quadro da chamada validade incremental por refer ncia a alternativas de avalia o da intelig ncia menos exigentes em termos de recursos humanos 11 Alguns dos quais poderia at ser invocado medirem aspectos da intelig ncia funcional como o subteste de Compreens o que em parte envolve a avalia o da capacidade de resolu o de situa es de ordem pr tica 589 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS Uma terceira caracter stica que estes novos m todos de avalia o da intelig ncia apresentam que os distingue da maioria das t cnicas tradicionais principalmente colectivas consiste na tentativa de maior aproxima o a situa es e contextos do quotidiano pode se ler esta tend ncia como um prolongamento de uma mudan a iniciada por Binet ao argumentar a favor da medida da intelig ncia como construto global efectuada a partir da efici ncia na resolu o de tarefas e problemas representativos do quotidiano neste sentido corresponde a uma nova subida no n vel de observa o e explica o na acep o de Reuchlin no cont nuo conceptualiz vel entre o funcionamento cognitivo molecular processos neurofisiol gicos processos cognitivos e a manifesta o da intelig ncia no n vel molar comportamento em contexto Esta ascens o no n vel de observa o
81. mas Por outras palavras ao assemelhar se s t cnicas tradicionais de avalia o da intelig ncia o STAT R H n o corresponde como pretende o seu autor a esta tend ncia de evolu o e radica numa vis o do mundo mecanicista porque avalia afinal a intelig ncia do ponto de vista do mundo interno do indiv duo ver Loci da Intelig ncia Humana CAP TULO 1 p 32 Generaliza o da avalia o interactiva adaptativa e contextual Talvez paradoxalmente posto que a Teoria Tri rquica inclui uma subteoria contextual e afirma se como representando uma postura contextualista de investiga o da intelig ncia o STAT R H constitui um meio bem convencional de avalia o da intelig ncia no respeitante a este crit rio ao assumir o tradicional formato de teste de papel e l pis e de aplica o estandardizada N o est por conseguinte em causa nem a avalia o interaccionista posto que n o existe interac o complexa com o meio ao longo da resolu o nem a avalia o adaptativa posto que o teste igual para todos os indiv duos avaliados nem a avalia o din mica posto que n o existe nenhuma oportunidade de treino ou de aprendizagem no decurso da realiza o da prova e nem sequer a avalia o contextual posto que como prova de aplica o colectiva permite pouco perceber o efeito dos factores contextuais imediatos no desempenho n o tomando tamb m em considera o os factores contextuais da vida presente do exam
82. mente do procedimento adoptado nas anteriores edi es da prova em que era utilizado um grupo de refer ncia de m ximo rendimento m dio na popula o adulta 20 34 anos esta altera o acentua a leitura desenvolvimentista e a compara o intra individual dos resultados ao n vel dos subtestes Ainda assim todas as an lises mesmo as intra individuais come am por comparar sempre o indiv duo com uma norma o que reporta ainda a an lise intra individual compara o inter individual Por outro lado as informa es de car cter qualitativo embora sejam desde sempre inclu das na interpreta o dos resultados da WAIS n o s o recolhidas de acordo com grelhas de observa o formais pelo que n o s o sistem ticas nem incidem eventualmente nos aspectos mais pertinentes do ponto de vista te rico Um aspecto particular da mudan a de nfase da avalia o nomot tica para a idiogr fica consiste na tend ncia a substituir o formato de resposta m ltipla comum a muitas t cnicas de avalia o cognitiva pelo de resposta aberta H que enaltecer a inclus o de tarefas de resposta aberta que caracteriza as escalas de intelig ncia de Wechsler desde as suas primeiras edi es algo que se justifica pelo contexto cl nico da sua origem e se viabiliza pelo car cter individual da aplica o a utiliza o de crit rios de classifica o e o estudo da consist ncia entre as pontua es atribu das por diferentes avaliadores s o metodolo
83. mico de investiga o e a posi o que ocupam actualmente e que poder o vir a ocupar as duas t cnicas de avalia o da intelig ncia estudadas no quadro da evolu o da medida e da investiga o da intelig ncia que se antecipa para as pr ximas duas a tr s d cadas 581 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS 9 1 3 WAIS Ille STAT R H no Quadro da Evolu o da Medida da Intelig ncia Com alguma frequ ncia Sternberg manifesta a sua perplexidade perante a estagna o da tecnologia de avalia o psicol gica sobretudo ao tomar como termo de compara o a evolu o de outras tecnologias ao longo do s culo XX o Nenhuma tecnologia de que eu tenha conhecimento computadores telecomunica es televis es e outras ter apresentado o tipo de estagna o de ideias que tem caracterizado a ind stria da medida psicol gica Porqu Porque noutras ind strias quem n o inova n o sobrevive Na ind stria da medida psicol gica o oposto parece ser verdade Como nos filmes Rocky Rocky ll Rocky Ill etc a ind stria da medida psicol gica vai sucessivamente desenvolvendo variantes cosm ticas menores do mesmo produto em que a nica mudan a substancial consiste no n mero que sucede o nome do teste Estas variantes sobrevivem porque os psic logos compram os testes e de seguida os defendem lealmente Os testes existentes e as suas utiliza es comuns t m valor mas n o constituem o que de melhor poderia f
84. modelo te rico da intelig ncia Quanto primeira interpreta o o presente estudo n o deixou de assinalar m ltiplas limita es metrol gicas em boa parte confirmadas em estudos internacionais as quais se reflectem no rigor e no significado das medidas que o STAT R H proporciona Muito em particular o facto de os estudos da estrutura das medidas n o confirmarem de forma clara a configura o de vari veis teoricamente esperada tem como implica o que n o seja leg timo interpretar os resultados das medidas remetendo para os construtos de Intelig ncia Anal tica Intelig ncia Pr tica e Intelig ncia Criativa e mais importante que n o seja sequer leg timo efectuar os somat rios respectivos de pontua es dos itens posto que n o se organizam em medidas lineares separadas Mas a segunda interpreta o torna se neste momento mais pertinente ao situar se mais claramente no plano te rico que se pretende discutir poder a pr pria Teoria Tri rquica ser questionada enquanto modelo te rico da intelig ncia Certamente n o com base num nico estudo n o com base em umas quantas amostras e mais ainda com base numa vers o traduzida do STAT R H N o se pretende de todo p r em causa todo o corpo de investiga o que tem vindo a ser desenvolvido desde h mais de dez anos por Sternberg e seus colaboradores com o prop sito de proceder valida o da Teoria Tri rquica e nem se considera dispor de suficiente fundamento a parti
85. mportante papel que ganhar a avalia o de aspectos qualitativos bem como a integra o flex vel porque mediada por vari veis moderadoras das avalia es quantitativa e qualitativa e tamb m a generaliza o da medida do desempenho perante modifica o nas condi es de observa o na linha do m todo hoje designado de avalia o din mica Sternberg amp Grigorenko 2002 Retomando as t cnicas de medida da intelig ncia utilizadas na presente investiga o ser ent o oportuno report las a este quadro evolutivo procurando desse modo entender n o s o seu lugar na evolu o da medida da intelig ncia como algumas das suas potencialidades e limita es para o futuro da avalia o da intelig ncia Relativamente WAIS Ill este trabalho foi antes formalmente apresentado Afonso 2004a tomando por refer ncia uma an lise anteriormente efectuada das tend ncias de evolu o da medida da intelig ncia Afonso 2003a s quais se acrescentam agora algumas das acabam de ser assinaladas Assim de seguida reporta se a WAIS Ill ao conjunto das mais importantes tend ncias de evolu o identificadas nestes trabalhos 1 Maior fundamenta o te rica das medidas Na base da maioria das linhas de evolu o tra adas de maneira mais ou menos expl cita assinala se a muito maior liga o entre a medida e a teoria psicol gica os modelos de medida os modelos de itens os modelos cognitivos etc remetem para um quad
86. ndado e dirigido por Sternberg e actualmente localizado na Universidade de Tufts Massachussets USA 6 As conclus es do Professor Sternberg seriam mais aceit veis para os investigadores do dom nio da intelig ncia se o rigor das suas an lises de dados igualasse a originalidade dos seus insights te ricos Brody 2003b p 342 576 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados dos resultados baixa variabilidade devida a homogeneidade das amostras de estudantes seleccionados com base em crit rios de sobredota o De facto nos estudos de Sternberg e colaboradores as correla es entre vari veis n o s o habitualmente corrigidas quanto atenua o devida a baixa precis o embora sejam discutidas quanto sua magnitude e comparadas entre si de acordo com Sternberg 2003f a aplica o de correc es baseia se no pressuposto de que a correla o entre duas vari veis a mesma ao longo de toda a amplitude de resultados o que sabido n o ser exacto as correla es entre testes de aptid o por exemplo s o mais elevadas nos n veis mais baixos de compet ncia do que nos n veis mais elevados A correc o da restri o de amplitude por seu lado requer a correc o para a popula o correcta o que nem sempre delimit vel com exactid o e corrigir para uma popula o inapropriada arbitr rio e n o reflecte a situa o ecol gica para a qual foi criado o teste Sternberg 2003f p
87. nificado e Implica es dos Resultados de Sternberg em rela o tradicional medi o da intelig ncia o STAT R H uma t cnica ainda centrada na avalia o de aspectos do mundo interno do indiv duo mesmo quando est em causa a medida da intelig ncia pr tica e da intelig ncia criativa no primeiro caso pela exclusiva representa o do processo de adapta o modifica o do pr prio para responder s press es do meio e concomitante omiss o da avalia o da ac o sobre o meio ou eventualmente da delimita o de crit rios para a selec o de um novo meio no segundo caso pela utiliza o de tarefas fechadas de resposta por escolha m ltipla na avalia o da capacidade para lidar com a novidade uma no o pr xima afinal do j bem conhecido conceito de intelig ncia fluida Acresce que o car cter de avalia o est tica decorrente da natureza estandardizada e n o adaptativa da aplica o mais acentua a aproxima o concep o tradicional de medida em que a intelig ncia entendida e avaliada enquanto atributo do indiv duo uma constata o sem d vida surpreendente se recordarmos a convic o do autor em que a intelig ncia n o est simplesmente na cabe a Intelligence is not just inside the head Sternberg 2002b Sem d vida a evolu o recente no que toca a constru o de novas t cnicas de avalia o por parte de Sternberg e seus colaboradores procura suprir em parte e
88. nta o subjectiva do contexto Resta decidir se toda esta amplia o do conceito e da medida da intelig ncia n o poder conduzir dilui o dos contornos do construto relativamente a outros construtos psicol gicos e por iner ncia redu o das possibilidades de implementa o de procedimentos rigorosos e consequentes de valida o das medidas Quanto segunda nfase das novas formas de avalia o op o pelo formato de resposta aberta para a medida das intelig ncias pr tica e criativa h que reconhecer que se trata tamb m de uma ideia n o completamente nova as mais cl ssicas baterias de intelig ncia de aplica o individual como as escalas de Wechsler incluem uma maioria de testes de resposta aberta que apesar de tornarem mais morosa e eventualmente menos precisa a classifica o nunca foram abandonados por proporcionarem preciosa oportunidade de observa o do comportamento espont neo em situa o de avalia o Os itens que constituem as novas medidas constru das por Sternberg e colaboradores parecem exigir no entanto um enorme disp ndio em recursos humanos os textos ou os registos udio s o longos em compara o com as respostas aos subtestes das provas de Wechsler e depreende se demorados de apreciar e classificar e o recurso a v rios ju zes torna as t cnicas pouco adaptadas utiliza o para l do contexto estrito da investiga o Enquanto n o forem desenvolvidas metodologias
89. nte do observando se os mais favor veis na sua ltima vers o 2004 eles continuam a situar se em n veis inferiores aos aconselh veis para utiliza o das medidas em investiga o a maioria abaixo de 70 A este respeito a Parte 8 destaca se do conjunto das restantes ao apresentar sistematicamente os ndices de consist ncia interna mais satisfat rios a par de outros ndices metrol gicos tamb m mais adequados dificuldade e discrimina o E as partes Verbais especialmente a Parte 1 Anal tica e a Parte 7 Criativa apresentam se como as de consist ncia interna mais baixa o que pode bem ser explicado pela deficiente calibragem dos itens dessas partes ao n vel de compet ncia das amostras N o ser surpreendente que os ndices de precis o de cada uma das partes n o sejam elevados dado o n mero de itens reduzido que incluem mas a precis o dos resultados comp sitos poderia esperar se ser superior j que se baseia em 15 itens Como referido a prop sito dos v rios estudos de precis o do STAT R H Car tuLO 7 Sternberg e colaboradores Sternberg amp Clinkenbeard 1995 Sternberg Ferrari Clinkenbeard amp Grigorenko 1996 sugerem que n o seriam de esperar ndices muito elevados em face da heterogeneidade de conte do quer dos dom nios que envolvem sempre tr s reas de conte do quer das reas de conte do que envolvem sempre tr s dom nios de processamento Com efeito o princ pio da cl ssica Teoria
90. ntraste no estudo da unidimensionalidade da Escala Completa n o significativo pois explica uma frac o m nima da vari ncia total quando comparado com a medida do modelo embora uma breve inspec o dos itens que definem esse contraste ponha em evid ncia a oposi o entre itens Verbais Vocabul rio e Informa o e itens de Realiza o principalmente Matrizes e Cubos itens ajustados ao modelo isto que n o definem outras dimens es paralelas do modelo antes apoiam a subdivis o da prova em parte Verbal e parte de Realiza o ao mesmo tempo que reportam os seus resultados aos factores de intelig ncia cristalizada e intelig ncia fluida respectivamente presentes nos mais consensuais modelos factoriais das condutas cognitivas 570 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados o Por fim na an lise conjunta da WAIS Ill e do STAT R H quer nos estudos factoriais explorat rio e confirmat rio quer no estudo da dimensionalidade emergiu uma configura o das medidas compat vel com a concep o de intelig ncia global de Wechsler mais do que com a Teoria Tri rquica de Sternberg a emerg ncia de um factor comum a todas as vari veis quer na an lise dos resultados totais quer na an lise dos resultados comp sitos e o estabelecimento de uma estrutura que se organiza em fun o de factores definidos a partir da WAIS Ill Realiza o Verbal mais do que do STAT R H dom nios de processamen
91. o estudo da dimensionalidade tenderam a fazer emergir dois a tr s factores para al m do factor geral o Na an lise factorial explorat ria ap s rota o dos eixos FACTOR Subtestes de Realiza o satura es mais altas Cubos e Matrizes WAIS lll e Partes 8 Criativa Quantitativa 3 e 9 Anal tica Figurativa e Criativa Figurativa ambas provas de matrizes STAT R H FACTOR Il Subtestes de Vocabul rio Informa o Semelhan as e Compreens o WAIS lll e nenhuma satura o significativa do STAT R H Factor Ill Subteste de Aritm tica e satura o mais elevada de Mem ria de D gitos WAIS Il e Partes 2 e 5 Anal tica Quantitativa e Pr tica Quantitativa STAT R H o primeiro factor pode ser interpretado como INTELIG NCIA FLUIDA o segundo como INTELIG NCIA CRISTALIZADA e o terceiro como NUM RICO MEM RIA DE TRABALHO o Na an lise dos contrastes nas an lises em que entraram todos os itens da WAIS Ill e itens do STAT R H todos os itens ou apenas os de cada dom nio ou de cada rea a percentagem de vari ncia explicada pelo modelo foi sempre muito elevada muito mais elevada do que a propor o explicada pelo 1 contraste ainda assim este contraste sempre definido a partir de itens ajustados ao modelo o que significa que n o corresponde a uma dimens o distinta da representada pelo modelo mas antes a um efeito local na dimens o do modelo definiu se pelas satura es opostas na WAIS Ill entre it
92. olvimento da medida da intelig ncia ou mais genericamente da avalia o psicol gica Este sentido de actualidade das escalas de Wechsler provavelmente justificado pelo quadro de refer ncia te rico e metodol gico que o seu autor esbo ou desde h mais de seis d cadas o qual como se viu Car TULO 3 foi marcado pela sua pr pria evolu o de uma vis o do mundo mecanicista para uma vis o do mundo contextualista e mais tarde selectivista na acep o de Pepper 1966 Chegou o momento de proceder a uma an lise equivalente anterior desta feita incidindo sobre o STAT R H 2004 Retomam se para o efeito os mesmas nove t picos de s ntese da evolu o da medida da intelig ncia 1 Maior fundamenta o te rica das medidas O STAT R H representa como se viu um dos melhores exemplos de um m todo de avalia o da intelig ncia criado a partir de uma teoria da intelig ncia a Teoria Tri rquica da Intelig ncia Humana e como operacionaliza o de um novo conceito o de Intelig ncia Funcional A este respeito marca por isso mesmo uma mudan a importante no dom nio da medida da intelig ncia sobretudo se o compararmos com a maioria dos testes colectivos ou de papel e l pis m todos em geral constru dos numa l gica bottom up Contudo algumas incoer ncias ou ambiguidades chamam a aten o primeiro o facto de tratar se de uma prova de formato tradicional e de avalia o estritamente quantitativa o que n o se
93. om o autor em toda a bateria no dom nio anal tico as metacomponentes as componentes de execu o e as componentes de aquisi o de conhecimento aplicam se a tarefas abstractas e familiares no dom nio pr tico aplicam se a tarefas relativamente familiares mas de conte do concreto ligado a problemas n o acad micos e no dom nio criativo aplicam se a tarefas que exigem adapta o novidade ou seja capacidade de lidar eficazmente com tarefas n o familiares Ainda assim embora estas componentes como se viu antes CAP TULO 3 sejam consideradas pelo autor como os mais fundamentais e universais processos subjacentes 602 Car TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados intelig ncia o STAT R H n o possibilita e nem sequer pretende discernir o n vel ou o modo de funcionamento destas componentes Assim apesar de baseado na investiga o da cogni o humana o STAT R H mais pretende avaliar o sucesso na resposta a problemas de natureza diversa que envolvem sempre uma combina o n o conhecida nem averiguada de componentes de processamento de informa o no que uma t cnica bem mais pr xima do que se propunha inicialmente da avalia o convencional da intelig ncia pouco preocupada com o funcionamento ou com a combina o de processos mentais envolvidos na resolu o dos itens antes centrada na avalia o da efic cia da aplica o desses processos resolu o de determinadas classes de proble
94. onamento ou diagn stico cognitivo Huteau amp Lautrey 1999 mais do que na avalia o quantitativa do funcionamento por refer ncia popula o Esta preocupa o manifesta se na tentativa de identifica o de reas de rendimento ou de potencial e de reas de d fice ou modos de processamento menos eficazes por exemplo pela introdu o de procedimentos opcionais como no subteste de 598 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados C digo D gito S mbolo ou pela maior aposta na avalia o de vari veis com car cter funcional como a mem ria de trabalho e a velocidade de processamento A an lise de perfis e a aposta na compara o sistem tica de resultados e ndices viabilizadas por um completo conjunto de tabelas para interpreta o de discrep ncias de resultados revelam o acentuar desta perspectiva intra individual de an lise Maior nfase na abordagem idiogr fica do que na abordagem nomot tica Esta maior aten o s diferen as intra individuais do que inter individuais implica o decl nio da abordagem nomot tica da avalia o e o afirmar da avalia o idiogr fica A acentua o do car cter idiogr fico da medida da intelig ncia na WAIS Ill est de algum modo presente nas modifica es referidas no par grafo anterior ao que acresce a mudan a no procedimento de deriva o dos resultados dos subtestes que toma por compara o os resultados do respectivo grupo et rio diferente
95. or De acordo com Sternberg 2005d este tipo de testes n o s faz emergir claramente os factores pr tico e criativo separados de factor anal tico medido por t cnicas convencionais de avalia o da intelig ncia como se mostra preditivo do sucesso em contextos pr ticos da vida Grigorenko amp Sternberg 2001 ou na adapta o universidade Stemler Grigorenko Jarvin amp Sternberg 2006 Sternberg 2005d Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 Estes novos formatos de avalia o contrastam com os testes de resposta por escolha m ltipla desde logo por serem mais contextuais colocando tanto quanto poss vel o sujeito perante situa es que poderia enfrentar no seu quotidiano por serem de resposta aberta o que torna a avalia o mais flex vel mais pass vel de revelar a idiosincrasia individual e de fornecer informa es qualitativas quanto aos modos de resolu o das tarefas por serem de comportamento t pico n o de desempenho m ximo as que se baseiam na auto descri o e evitam a imposi o de uma classifica o r gida em respostas certas e erradas por serem mais preocupadas com a activa o dos processos na situa o de avalia o do que com a medi o dos produtos Ainda assim persiste a concentra o da avalia o da intelig ncia no mundo interno do indiv duo as situa es ou contextos constituem pretextos para se observar o desempenho do indiv duo ou para avaliar o funcionamento do indiv duo
96. os nos estudos com a forma original do teste A este respeito importa notar que os crit rios de classifica o ap s aperfei oamento e teste emp rico no mbito do estudo espec fico conduzido com esse objectivo permitiram a obten o de elevado acordo entre avaliadores experientes e at mesmo entre avaliadores com menor experi ncia de classifica o de escalas de Wechsler Acresce que o estudo das categorias de cota o dos subtestes de Vocabul rio Semelhan as e Compreens o no mbito do Modelo de Cr dito Parcial TRI demonstraram que apenas um reduzido n mero de itens seis no conjunto dos tr s subtestes apresentou algum grau de desajustamento ou de desordena o das categorias de classifica o a que ainda assim importa atender aquando da revis o dos itens dos subtestes O estudo da estrutura interna das medidas forneceu resultados muito semelhantes nas amostras em que foi efectuado identifica o de um factor em que saturam de forma muito expressiva todos os subtestes antes da rota o identifica o de dois 569 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS factores com lambda superior a 1 00 um definido a partir dos subtestes Verbais e outro a partir dos subtestes de Realiza o embora a import ncia relativa dos dois factores tenha sido diversa em diferentes amostras quando retido o terceiro factor j com valor pr prio inferior unidade e explicando por consequ ncia uma parcela menor da vari ncia to
97. os possam envolver sempre as mesmas componentes de processamento da informa o Subteoria Componencial estas podem aplicar se em situa es mais familiares ou menos familiares Intelig ncia Anal tica versus Intelig ncia Criativa Subteoria Experiencial ou lidar com conte dos mais abstractos semelhantes aos que envolvem as tarefas escolares ou mais concretos semelhantes aos que envolvem as situa es da vida comum Intelig ncia Anal tica versus Intelig ncia Pr tica Subteoria Contextual t Os resultados do presente estudo h que reconhec lo n o apoiam esta forma de conceber a intelig ncia humana pelo menos a partir das operacionaliza es adoptadas pelos dois autores o que constitui uma segunda implica o te rica deste estudo primeiro a estrutura factorial emergente da an lise explorat ria n o se configura de acordo com o esperado com base na Teoria Tri rquica posto que n o emergem os tr s dom nios de processamento com o dom nio Anal tico a saturar mais fortemente no factor em que saturam as medidas proporcionadas por uma t cnica convencional de avalia o da intelig ncia WAIS Ill e estes dom nios n o emergem nem como dimens es ortogonais como postula a teoria partida nem sequer como dimens es obl quas uma vez que os modelos baseados na separa o destes tr s dom nios n o foram os mais ajustados aos dados na an lise confirmat ria segundo a an lise dimensional mostrou que a grande ma
98. os testes de intelig ncia permitindo que a medida psicol gica escape ao pragmatismo cl ssico que toma por suficiente a avalia o quantitativa dos produtos da actividade mental Ao avaliar em que medida esta tend ncia est presente na WAIS III certo que se verifica que novos subtestes foram introduzidos embora talvez n o com o prop sito claro de ampliar a gama de funcionamento avaliada ou de medir novas vari veis antes sublinhada nos manuais a inten o do refor o da medi o de vari veis tradicionalmente identificadas na an lise factorial como a mem ria de trabalho e a velocidade de processamento sendo apenas ligeiramente acentuado o peso das vari veis de processo cognitivo no conjunto da avalia o mesmo estas avaliadas acima de tudo quanto ao produto do seu funcionamento como dimens es Generaliza o da avalia o interactiva adaptativa e contextual Esta talvez uma das tend ncias de evolu o mais marcantes e mais consensuais entre os autores que se debru am sobre o futuro da medi o psicol gica a avalia o do contexto avalia o ecol gica a avalia o em contexto avalia o interaccionista e a avalia o perante modifica o das condi es do contexto avalia o din mica representam diversas facetas de uma mesma nfase na contextualiza o da medi o psicol gica ou por outras palavras assinalam uma mudan a mais fundamental de uma vis o do mundo mecanicista p
99. plicado pelo n vel de escolaridade os itens acrescentados de invers o se mostraram pouco discriminativos e pouco correlacionados com os restantes itens de cada subteste por outras palavras diminu ram o ajustamento ou calibra o da dificuldade dos itens ao n vel de compet ncia da amostra Na an lise da consist ncia interna na amostra do estudo de estabilidade temporal e inter avaliadores os coeficientes Alfa de Cronbach corroboraram os que foram obtidos nas amostras do Ensaio Experimental e do Estudo Principal situando se todos acima de 70 o crit rio considerado m nimo para utiliza o em investiga o Ainda assim os subtestes que sugerem alguma aten o do ponto de vista da consist ncia interna s o os de Composi o de Objectos Completamento de Gravuras Disposi o de Gravuras e Compreens o O primeiro j tradicionalmente um subteste com deficiente consist ncia interna possivelmente devido ao reduzido n mero de itens raz o por que hoje um subteste opcional no seio da WAIS III e raz o tamb m por que foi abandonado no Estudo Principal dos restantes apenas o de Compreens o poder ser melhorado posto n o ser autorizada a modifica o dos subtestes de Realiza o Ainda no que toca ao estudo da precis o os resultados quer do estudo de estabilidade temporal quer do estudo de acordo inter avaliadores foram francamente positivos e situaram se ao n vel ou at ligeiramente acima dos resultados apurad
100. que se torne necess ria n o propriamente a calibragem pr via dos itens mas a calibragem dos pr prios modelos ou dos princ pios subjacentes gera o dos itens Estes programas de gera o autom tica de itens fundamentar se o ent o em modelos cognitivos relativos aos processos envolvidos na resolu o dos itens e na aplica o de modelos matem ticos para a predi o dos tempos de execu o e das propriedades metrol gicas dos itens em fun o das componentes cognitivas envolvidas Uma importante vantagem destes sistemas autom ticos de gera o de itens consiste na possibilidade de minimizar a extens o da avalia o ao mesmo tempo que maximizada a quantidade de informa o recolhida sobre os modos e os n veis de funcionamento do examinado por outras palavras a possibilidade de reduzir a extens o dos testes aumentando a sua precis o e maximizando a informa o que fornecem 13 Para al m da invari ncia dos par metros dos itens que resulta de n o serem enviesados pelas caracter sticas das amostras ver CAP TULO 4 pp 307 308 Embretson sublinha ser tamb m imprescind vel assegurar a invari ncia quanto aos itens espec ficos aplicados e quanto sua posi o relativamente s normas Embretson 2004 p 12 594 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados Para l da possibilidade de ligar directamente a medida teoria psicol gica teoria cognitiva da amplia o da avalia o ad
101. r dos dados limitados do presente estudo Mas estes dados sugeriram algumas reflex es que se admite terem implica es para a investiga o e a medi o da intelig ncia uma vez que dizem respeito aos fundamentos epistemol gicos e metate ricos da investiga o da intelig ncia humana A persistente verifica o da organiza o das vari veis do STAT R H em dimens es comuns s medidas tradicionais da intelig ncia e designadamente neste estudo WAIS Ill leva a considerar que possam constituir apenas novas formas de medir a mesma intelig ncia uma no o coincidente 616 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados afinal com a concep o de intelig ncia de Wechsler Mas esta verifica o pode significar t o s que as medidas do STAT R H se situam no mesmo n vel de observa o e explica o em que se situam as medidas convencionais de intelig ncia ao reportarem se afinal a aspectos do mundo interno do indiv duo Como foi assinalado a prop sito do STAT R H T PICO 9 1 deste cap tulo muitas das suas caracter sticas aproximam no das t cnicas tradicionais colectivas de medida da intelig ncia ao mesmo tempo que est o ausentes as caracter sticas que permitiriam uma aproxima o a uma avalia o contextualista flex vel porque adaptativa din mica e baseada na rela o entre factores conativos afectivos e cognitivos A quest o agora recolocada no plano te rico ser que a pr pri
102. r exemplo Quanto estrutura interna das medidas importa notar que a tend ncia global dos resultados foi no sentido de n o confirmar o modelo subjacente constru o do STAT R H o que desde logo n o legitima a interpreta o das medidas organizadas em fun o dos dom nios de processamento A estrutura emergente tendeu a n o ser completamente consistente nos diversos estudos mas aproximou se em geral mais da tradicional organiza o das aptid es por um lado na an lise em componentes principais tende a identificar se uma componente de natureza geral com satura es positivas de todas as partes as mais baixas das quais observadas nas vari veis com mais baixos n veis de consist ncia interna e por iner ncia com menores correla es com outras vari veis por outro lado quando efectuada a rota o ortogonal dos eixos os factores organizam se em torno das reas de conte do mais do que dos dom nios de processamento e d o destaque rea Figurativa com a qual tende a agrupar se tamb m a Parte 8 Criativa Quantitativa e rea Quantitativa definida pelas outras duas partes Quantitativas 2 e 5 Anal tica e Pr tica respectivamente a rea Verbal como se poderia esperar dado o mais baixo n vel de precis o tende a ver dilu da a sua import ncia na explica o da vari ncia dos resultados por fim na an lise confirmat ria o modelo mais ajustado n o foi nunca o mais directamente baseado na Teoria Tri rquica
103. ro de refer ncia te rico que funciona como ponto de partida para a constru o das medidas numa l gica top down em contraste com muitas 595 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS t cnicas de avalia o do passado designadamente factoriais constru das a partir das evid ncias emp ricas das diferen as individuais numa l gica bottom up A WAIS a par das restantes escalas de Wechsler constitui uma excep o no que aos testes cl ssicos diz respeito por se apoiar explicitamente e desde a sua primeira edi o numa conceptualiza o da intelig ncia humana trata se deste ponto de vista de um instrumento constru do numa l gica top down Uma leitura dos manuais da mais recente edi o da WAIS Wechsler 1997a b revela que continuam a situar o fundamento te rico da prova por refer ncia s ideias originais de Wechsler mantendo assim a sua fidelidade relativamente a uma conceptualiza o tradicional da intelig ncia ali s como antes referido ainda hoje aceite por muitos autores e apoiada por muito importante corpo de investiga o Acrescentam se apesar disso e pela primeira vez outros conceitos em articula o com o de intelig ncia designadamente os de aprendizagem e de mem ria de onde decorre uma maior explicita o da natureza do construto Algumas ambiguidades persistem contudo no enquadramento conceptual a nfase no car cter multifactorial da estrutura das medidas tanto na an lise factorial e
104. rso de Ver o na Universidade de Yale ver por exemplo Sternberg amp Clinkenbeard 1995 Sternberg Ferrari Clinkenbeard amp Grigorenko 1996 Compreende se assim a op o por uma prova de aplica o colectiva e de resposta por escolha m ltipla Mas as limita es metrol gicas detectadas quer na vers o original quer em vers es internacionais a ambiguidade quanto natureza da vari ncia comum aos itens de escolha m ltipla vari ncia de m todo versus vari ncia de construto e considera es acerca da natureza dos construtos que incorporam a Teoria Tri rquica ter o determinado o crescente empenho de Sternberg e colaboradores no desenvolvimento de novos meios de avalia o da intelig ncia funcional o que deu origem nos ltimos seis anos a novos testes especialmente concebidos para a avalia o das intelig ncias pr tica e criativa Grigorenko amp Sternberg 2001 Sternberg 2005d Sternberg amp The Rainbow Project Collab 2006 Sternberg The Rainbow Project Collab amp The Univ of Michigan B S P Collab 2004 o novas medidas da intelig ncia pr tica 1 T cnicas de auto descri o compreendendo itens que pretendem avaliar as compet ncias pr ticas no dom nio social por exemplo utiliza o eficaz da comunica o interpessoal no dom nio familiar por exemplo como consertar objectos dom sticos ou como gerir o or amento familiar e no dom nio da resolu o de problemas inesperados por exemplo
105. s vel encontrar algumas tend ncias de resultados com interesse do ponto de vista do teste das Hip teses Experimentais estabelecidas no CAP TULO 4 Na an lise da matriz de intercorrela es conjunta verificam se correla es apreci veis entre medidas das duas t cnicas de avalia o utilizadas sugerindo que tendem a medir construtos comuns particularmente importantes s o as correla es entre Aritm tica WAIS lIll e a Parte 2 Anal tica Quantitativa STAT R H e entre Cubos e Matrizes WAIS lll e as Partes 3 e 8 Anal tica Figurativa e Criativa Quantitativa STAT R H ainda na an lise das intercorrela es manifestam se de interesse as correla es entre todas as partes Criativas STAT R H e os subtestes de Cubos e Matrizes Nas intercorrela es de resultados comp sitos foi importante verificar que todos os resultados do STAT R H relativos quer aos dom nios de processamento quer s reas de conte do se correlacionam muito significativamente com o QI de Escala Completa da WAIS III 50 a 71 cf QUADRO 8 4 embora de maneira mais expressiva o resultado Criativo e o resultado Quantitativo e ainda que o resultado do dom nio Criativo se correlaciona elevadamente com o ndice de Organiza o Perceptiva e com a parte de Realiza o e o dom nio Anal tico com o ndice de Mem ria de Trabalho e com a parte Verbal O resultado mais consistentemente replicado ao longo das v rias an lises consistiu na ident
106. s das amostras baixo n vel et rio e elevado n vel de escolaridade em rela o popula o geral percentagem de acertos relativamente elevada em todos os subtestes m dias dos sujeitos sistematicamente superiores s m dias dos itens quando medidos numa escala nica logit no quadro do Modelo de Cr dito Parcial TRI resultados bem expl citos nos mapas dos sujeitos e dos itens apresentados em anexo taxas de sucesso que tomam em conta a grada o de pontua o nos subtestes que admitem cr dito parcial elevadas A compara o entre n veis de escolaridade confirmou ali s existirem diferen as significativas favor veis aos grupos de mais elevada escolaridade e a compara o entre grupos et rios evidenciou tend ncia para resultados mais elevados no grupo mais jovem excep o do resultado comp sito de Compreens o Verbal o Embora este conjunto de resultados seja assim coerente com as caracter sticas das amostras conv m assinalar que em parte poder ter decorrido de alguma contamina o introduzida pelos crit rios de classifica o aperfei oados e testados com base na vari vel escolaridade ainda assim este estudo dos crit rios incidiu apenas nos subtestes de resposta aberta Vocabul rio Semelhan as e Compreens o que n o s o os nicos em que se observa tend ncia para a superioridade dos grupos de escolaridade mais elevada Conclui se por consequ ncia favoravelmente em rela o adequa o
107. s resultados do STAT R H apoiados na Teoria Tri rquica Maior nfase na abordagem idiogr fica do que na abordagem nomot tica Apesar desta aparente aten o s diferen as intra individuais o STAT R H n o se mostra inteiramente coerente com ela seja pela nfase nos resultados quantitativos e omiss o quanto obten o de informa es qualitativas sobre o desempenho seja pela limitada informa o intra individual que efectivamente proporciona seja acima de tudo pela fragilidade atr s comentada das distin es relativas ao funcionamento cognitivo que introduz Mas importante acrescentar que a adi o de itens ensaio itens de resposta aberta que permitem uma apreens o mais qualitativa do processamento mental e mais tarde de novas tarefas criadas para a avalia o das intelig ncias pr tica e criativa mais viradas para a avalia o do desempenho ou para a avalia o em contexto abrem maiores possibilidades avalia o de t nica idiogr fica Modifica o nos prop sitos da avalia o psicol gica Esta modifica o quanto aos prop sitos de avalia o da intelig ncia parte integrante da Teoria da Intelig ncia Funcional no entanto pelo que acabou de ser comentado relativamente ao STAT R H o formato estandardizado e de resposta m ltipla bem como a nfase na avalia o quantitativa mais do que na descri o qualitativa do desempenho n o se mostra de todo favor vel obten o de informa es te
108. ste desajuste entre teoria e operacionaliza o atrav s da substitui o de itens de resposta m ltipla por itens ensaio ou por itens de realiza o ou de desempenho e atrav s da introdu o da possibilidade de op o por parte do examinado relativamente aos itens para os quais sente maior motiva o Estas formas de avalia o mant m contudo algumas limita es cl ssicas de t cnicas avalia o da intelig ncia como seja o facto de envolverem em larga escala a utiliza o da linguagem o que provavelmente contamina a avalia o dos dom nios pr tico e criativo de factor verbal e condiciona as possibilidades de generaliza o a outras formas de manifesta o desses aspectos da intelig ncia A avalia o da intelig ncia no quadro do paradigma sist mico ter necessariamente de romper de maneira mais radical com as formas tradicionais de avalia o posto que corresponde mais do que a uma mudan a de paradigma a uma profunda mudan a do pr prio objecto de avalia o N o se trata de defender que as t cnicas tradicionais de medida est o ultrapassadas ou deviam ser simplesmente substitu das por novas t cnicas bem antes pelo contr rio como se viu numa t cnica tradicional como a WAIS lIll foram detectadas enormes potencialidades para a avalia o da intelig ncia numa ptica contextualista e sist mica Trata se antes de argumentar que enquanto se persistir num formato de avalia o tradicional mais n o se far do que
109. stribui es de resultados dos testes devem seguir uma curva Normal ou gaussina o de que a avalia o deve ser independente dos valores ou pode ser independente do contexto o de que os testes devem ter elevada consist ncia interna o de que a melhor maneira de obter descri es parcimoniosas das diferen as individuais a partir de um pequeno n mero de vari veis ou o de que a pr tica de proferir afirma es descritivas sobre os indiv duos n o cient fica ao contr rio da de efectuar discrimina es inter indiv duais a partir de um pequeno n mero de dimens es Na mesma linha nas ltimas duas d cadas em consequ ncia do enorme impacto da Teoria da Resposta ao Item algumas regras cl ssicas subjacentes medida modificaram se radicalmente Embretson e Reise 2000 listam dez regras cl ssicas que saem desafiadas por esta nova perspectiva de constru o por exemplo a de que o erro padr o da medida se aplica a todos os resultados numa determinada popula o quando nos modelos de tra o latente ele difere em fun o do n vel de resultados sendo maior nos resultados extremos e menor pr ximo da m dia a de que quanto maior a extens o de um teste mais elevada a sua precis o quando pela aplica o dos modelos de tra o latente ou TRI testes mais curtos podem produzir medidas com maior precis o desde que seja adequada a calibragem do n vel de dificuldade dos itens ao n vel de compet ncia dos sujeitos avaliados
110. tal dos resultados s o os subtestes de Mem ria de Trabalho Aritm tica Mem ria de D gitos e Ordena o de Letras e N meros que saturam nesse factor esbo ando se por consequ ncia a aproxima o da estrutura interna das medidas estrutura tradicionalmente identificada nas escalas de Wechsler estrutura que foi ainda a melhor ajustada no estudo factorial confirmat rio e quando retido o quarto factor embora reconhecendo a sua pouca relev ncia na explica o da vari ncia total a estrutura aproxima se da que corresponde aos ndices factoriais da vers o original da prova pois nele saturam os subtestes de Velocidade de Processamento C digo D gito S mbolo e Pesquisa de S mbolos De entre os ndices factoriais o de Velocidade de Processamento no entanto o que de forma sistem tica menos claramente emerge nas amostras desta investiga o pois explica uma parte diminuta da vari ncia dos resultados possivelmente fruto da idade predominantemente jovem e homog nea das amostras estudadas uma vez que a investiga o demonstra que a velocidade de processamento declina com a idade Afonso 2004f 2005d 2006b O estudo da dimensionalidade confirma a elevada percentagem de vari ncia que explicada pelo modelo em cada subteste e em cada resultado comp sito e a reduzida import ncia do primeiro contraste quando comparado com a medida do modelo Particularmente importante a verifica o de que o primeiro co
111. tamb m dados qualitativos relativos ao desempenho numa gama diversa de situa es e tarefas e possibilidade de averigua o do desempenho atrav s de tarefas opcionais concede WAIS III o car cter de uma t cnica estrutural de avalia o da intelig ncia n o simplesmente hol stica nem de todo elementarista O refor o do car cter est tico da aplica o consequ ncia do investimento na estandardiza o das condi es de observa o constitui uma linha de evolu o contr ria que seria desej vel face s futuras tend ncias da avalia o psicol gica maior relevo da avalia o do contexto e em contexto e ao assumir por iner ncia da vis o do mundo contextualista A vis o do mundo selectivista uma elabora o da vis o contextualista mas que lhe acrescenta a intencionalidade caracter stica dos sistemas de elevada complexidade apelaria n o s a maior nfase na avalia o funcional do indiv duo em contexto mas ainda explora o mais formal dos factores n o intelectivos ou conativos que j Wechsler reconhecia influenciarem o desempenho cognitivo mas os quais s o observados de maneira pouco sistem tica e objectiva na WAIS Uma das implica es para o futuro desenvolvimento desta t cnica diferencial seria incluir uma grelha de observa o ou uma medida ou conjunto de medidas incidindo nos aspectos motivacionais e emocionais manifestos durante a avalia o O STAT R H ao representar
112. to ou mesmo reas de conte do O conjunto de resultados obtido nos estudos metrol gicos da WAIS lll conduzidos no mbito da presente investiga o constituiu s lido fundamento para a adop o desta t cnica como representante do paradigma diferencial de avalia o da intelig ncia e em particular como operacionaliza o do conceito de intelig ncia global definido por Wechsler os diversos subtestes e os resultados comp sitos parciais podem legitimamente ser tratados como medidas diversas de uma nica intelig ncia e o resultado total da bateria representa a sua melhor medida isolada Conv m que se refira que na compara o com resultados obtidos internacionalmente quer com a vers o original da WAIS Ill Wechsler 1997b ver tamb m Ward Ryan amp Axelrod 2000 Taub McGrew amp Witta 2004 quer com as adapta es espanhola Wechsler 1999b e francesa Wechsler 2000 a vers o experimental portuguesa apresenta caracter sticas metrol gicas de n vel equivalente apesar do car cter assumidamente provis rio e do reconhecimento da necessidade de aperfei oamento do conte do de v rios subtestes 9 1 2 STAT R H 2002 2004 S ntese e Significado Metrol gico dos Resultados O estudo metrol gico do STAT R H ocupou a parte mais volumosa da presente investiga o uma vez que tornou necess rias m ltiplas revis es e tentativas de aperfei oamento Por se tratar de uma nova t cnica de medi o da intelig ncia enqua
113. uava o contraste entre a perspectiva cl ssica do dom nio nomot tica centrada na avalia o quantitativa ou medida e na no o de dimens o e a perspectiva que iria crescer em import ncia nos anos seguintes idiogr fica centrada na avalia o qualitativa do desenvolvimento e em novos conceitos mais flex veis porque multifacetados n o necessariamente unidimensionais e contextualistas como estilos estrat gias tipos definidos como direc es tendenciais de desenvolvimento vari veis moderadoras etc A no o de estilo por exemplo contextualista na medida em que n o se define pela quantidade de um atributo como uma aptid o ou um tra o no sentido cl ssico mas pelos processos mentais predominantemente escolhidos que podem variar em 17 Um exemplo particularmente ilustrativo do car cter dimensional dos conceitos da Teoria Tri gruica da Intelig ncia Funcional encontra se na an lise das suas implica es para as escolhas vocacionais e para o desenvolvimento da carreira Sternberg 20036 na qual as intelig ncias anal tica pr tica e criativa s o tratadas como vari veis de conte do n o como vari veis de processo Afonso 2005a 2006a 18 A quarta mulher a tornar se presidente da Associa o Americana de Psicologia em 1972 73 617 PARTE 4 DISCUSS O DOS RESULTADOS fun o das situa es tornando o comportamento mais ou menos adaptado ao contexto Gilles 1999 uma no o que invoca
114. uma tentativa de alargamento da avalia o da intelig ncia e consistir na operacionaliza o de uma teoria previamente edificada constitui uma t cnica bem exemplificativa das actuais perspectivas de constru o de m todos de avalia o muito designadamente no dom nio da intelig ncia Por outro lado o facto de as suas partes constituintes se apoiarem em racionais que se fundamentam em conceitos e modelos oriundos da psicologia cognitiva consubstancia a n vel da medida a integra o entre os paradigmas de investiga o diferencial e informacional que moveram o autor nos prim rdios dos seus trabalhos A maior fragilidade do STAT R H ali s da qual se admite resultarem em alguma parte as limita es detectadas no estudo metrol gico nomeadamente as que dizem respeito estrutura interna das medidas decorre talvez de ser uma t cnica radicada numa vis o do mundo mecanicista ao articular os referidos paradigmas que no entanto pretende constituir operacionaliza o de uma teoria radicada numa vis o do mundo contextualista selectivista De que modo no STAT R H aparece operacionalizada a no o de que a intelig ncia s pode ser avaliada em fun o do contexto E de que modo no STAT R H aparece operacionalizada a no o de que a intelig ncia deve ser avaliada em fun o dos valores e objectivos pessoais de cada indiv duo Ao contr rio do que se poderia esperar atendendo t o veemente cr tica 606 CAP TULO 9 Sig
115. ximas d cadas a aplica o dos progressos das neuroci ncias da imagiologia cerebral da gen tica bem como das tecnologias de informa o e da matem tica avalia o psicol gica em particular medida da intelig ncia constituem alguns exemplos desta tend ncia Numerosos estudos t m sido efectuados procurando determinar os correlatos neurofisiol gicos do desempenho na WAIS algo que parece ampliar as possibilidades de avalia o da intelig ncia para l dos instrumentos 600 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados convencionais Esta tend ncia marca de algum modo a nova edi o da WAIS pelas claras liga es que s o estabelecidas com dom nios de investiga o e de aplica o que ultrapassam o da cl ssica avalia o diferencial por exemplo a aplica o da prova em neuropsicologia empiricamente fundamentada em diversos grupos cl nicos com les o cerebral localizada e com doen a neurol gica diagnosticada Mas ficam ainda em aberto talvez por prud ncia muitas outras possibilidades de articula o com outros dom nios numa ptica de interdisciplinaridade que seria certamente cara a Wechsler A WAIS Ill constitui em suma uma t cnica que bem pode ser classificada de diferencial ao manter um conjunto de caracter sticas dos m todos tradicionais de avalia o da intelig ncia mas que cont m ao mesmo tempo potencialidades para poder evoluir no sentido de alguns vectores actuais de desenv
116. xplorat ria como na confirmat ria dando relevo s evid ncias que apoiam os ndices factoriais mais do que s que apoiam os ndices globais em particular o QI de Escala Completa n o sendo retiradas no entanto as devidas implica es para a natureza do construto e para a interpreta o dos resultados globais Qls a possibilidade de op o pelos ndices Factoriais ao inv s dos Qls de certa forma desvirtuando a avalia o da intelig ncia tal como Wechsler a concebeu a articula o num mesmo n vel de vari veis de natureza distinta compreens o verbal e organiza o perceptiva vari veis tra o a par com mem ria de trabalho e velocidade de processamento vari veis de media o cognitiva ou de processo tratadas ent o como vari veis tra o a aus ncia de articula o expl cita entre a estrutura das medidas da prova e os mais aceites modelos de organiza o das aptid es humanas como por exemplo a Teoria dos Tr s Estratos de Carroll 2003 ou de modo mais gen rico o modelo C H C Assim embora haja uma preocupa o maior com a fundamenta o conceptual das medidas explicitamente assinalada no Manual T cnico Wechsler 1997b p 12 ela n o nem suficientemente clara nem completamente rigorosa Amplia o do conceito de intelig ncia Uma segunda tend ncia que emerge na an lise da evolu o da medida da intelig ncia consiste na amplia o do pr prio conceito que vem a abranger aspectos
117. zida adaptada e aperfei oada CAP TULOS 4 a 7 tendo em vista prepar la para o estudo da estrutura das medidas emergente e do grau em que esta esclarece sobre a natureza dos construtos e as suas inter rela es e os resultados deste estudo foram apresentados e discutidos CAP TULO 8 Pretende se agora analisar para l das implica es dos resultados deste estudo para a medida da intelig ncia com recurso a essas duas t cnicas CAP TULO 9 T PICO 9 1 tamb m as implica es destes resultados do ponto de vista das teorias e das metateorias que fundamentam essas medidas Para isso parte se da s ntese dos principais resultados do estudo conjunto das duas t cnicas WAIS Ille STAT R H o Importa come ar por recordar que os estudos correlacionais se mostraram francamente condicionados pelas limita es quanto consist ncia interna de muitas medidas do STAT R H de onde resultaram por exemplo intercorrela es mais baixas no STAT R H do que na WAIS III nas an lises factoriais explorat rias menores comunalidades h no STAT R H do que na WAIS Ill e no estudo da dimensionalidade do STAT R H muito marcada presen a de ru do nos dados ou seja modelo explicando em geral propor o limitada da vari ncia 610 CAP TULO 9 Significado e Implica es dos Resultados mesmo assim e uma vez verificadas as condi es m nimas para a aplica o dos m todos de an lise factorial e de an lise dimensional foi pos

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