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O ser, o tempo e a arquitectura: uma interpretação das formas

1. 278 Ilustra o 252 EMSA Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 253 Plantas Planta de apartamento tipo unidade habitacional em Marsella Marsella 1946 Clark 1982 p 371 e Edif cio principal da Unibversidade de Sheffield Inglaterra 1936 Ching 1982 p 217 280 Ilustra o 254 Esquisso do arquitecto na busca da linearidade Planta de um dos pisos volume lateral da pra a interior Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Talnh cesaiesaaer aa arrasa eg dona nedandidoias dscL Dead aja ensa segu dosdida 281 Ilustra o 255 Burroughs Adding Machine Company Michigan 19054 Albert Kahn ChIng 1982 D 77 enera a ee e ado Jada dada nara Maga nana de Daime 281 Ilustra o 256 Estudo de Borromini Para a fachada interior de uma Bas lica ritmos dos v os Ching 1982 p 376 serraria 281 Ilustra o 257 Hierarquias das Formas Tamanho Forma e Posi o Ching GS o 1208 o RRC T o por RR RA a RO RR RE OR ANPR RE E 282 Ilustra o 258 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuela Tainha Ver por compara o Cf IUSira o 206 pestisasisissssre raios pas li E SIA A adia ruas Tai O SU CRS ASS ZE Soda aaa 283 Ilustra o 259 Volume lateral do conjunto da Ribeira das Naus
2. UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Doutoramento em Arquitectura O ser o tempo e a arquitectura uma interpreta o das formas Realizado por Maria de F tima Lino Ferreira Orientado por Prof Doutor Arat J caquim J os Ferr o de Oliveira Braizinha Co orientado por Prof 2 Doutora Arat 2 Marta Llorente D az Constitui o do J ri Presidente Prof Doutor Eng Diamantino Freitas Gomes Dur o Orientador e Vogal Prof Doutor Argt caquim J os Ferr o de Oliveira Braizinha Co orientadora e Vogal Prof 3 Doutora Argt 2 Marta Llorente D az Arguente e Vogal Prof Doutor Argt Rui Barreiros Duarte Arguente e Vogal Prof Doutor Argt Fernando J os Carneiro Moreira da Silva Vogal Prof Doutor Argt Alberto Cruz Reaes Pinto Vogal Prof Doutor Argt Fernando Manuel Domingues Hip lito Tese aprovada em 18 de J unho de 2013 Lisboa 2013 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Doutoramento em Arquitectura O ser o tempo e a arquitectura uma interpreta o das formas Maria de F tima Lino Ferreira Lisboa Janeiro 2013 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Doutoramento em Arquitectura O ser o tempo e a arquitectura uma interpreta o das formas Maria de F tima Lino Ferreira Lisboa Janeiro 2013 Maria de F tima Lino Ferreira O ser o tempo e a arquitectura uma interpr
3. Pra a do Com rcio Gravura Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 201 2a 3estdo dies a a r aa A apa dale b 265 Ilustra o 228 Esquissos A procura da forma Documento ic nico Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 265 Ilustra o 229 Esquissos Il A procura da forma Documento ic nico Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 265 Ilustra o 230 Esquissos na procura da forma para os novos volumes do conjunto da Ribeira das Naus Fase imaginativa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 270 Ilustra o 231 Esqui os de uma das alas da edifica o do conjunto da Ribeira das Naus EMSA Esquissos Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 ousar seas ierao vas dascenia done iaae Ruas tap Sete pata banida 270 Ilustra o 232 Esquissos Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 assa ssa Tiga nadas bapa ln Tia do Rosado dl Ara nea na cinib san EL DDRado neancaRaSo 270 Ilustra o 233 A procura de uma ideia Maqueta virtual Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 270 Ilustra o 234 Esquissos da Faculdade de Psicologia FPCE Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 2
4. AGOSTINHO Santo 1990 O Homem e o Tempo Confiss es Braga Livraria Apostolada da Imprensa livro onze ALBERGARIA Miguel Silveira da Rosa Soares de 1995 O Tempo e a Mimesis da Ac o Introdu o hermen utica do tempo refigurado em Tempo e Narrativa de Paul Ricoeur Lisboa Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas Disserta o de mestrado em Filosofia ALBERTI L B 1988 On the Art of Building Cambridge MIT Press De RE Aedificatoria Trad Giovanni Orlando ed Biling e Milano II Polifilo 1966 ALBERGARIA Miguel Silveira da Rosa Soares de Albergaria 1995 O Tempo e a Mimesis de Ac o Introdu o Hermen utica do Tempo Refigurado em Tempo e Narrativa de Paul Ricoeur Lisboa Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas 1 Disserta o de mestrado em filosofia ALVES Vitorino de Sousa 1959 O Espa o e Tempo Imagin rios em Pedro da Fonseca Porto Faculdade de Filosofia Separata de Actas do Col quio de Estudos Filos ficos ALVIRA Rafael et al 2006 La experiencia social del tiempo Navarra Eunsa ANSELL PEARSON Keith 2002 Philosophy and the Adventure of the Virtual Bergson and the Time of Life London Routledge Publisher New Fetter Lane ARGAN Giulio Carlo 1992 Arte Moderna S o Paulo Editora Companhia das Letras ARIST TELES 1994 Po tica Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda ARNHEIM R
5. BEN VOLO Leornado 1983 Hist ria da cidade S o Paulo Perspectiva BENJAMIN Walter 1980 A obra de arte na era de sua reprodutibilidade t cnica In Os pensadores S o Paulo Abril Cultural BERGER Peter L 1983 A Constru o Social da Realidade 5 ed Petr polis Vozes BERGER Ren Arte y Comunicaci n Colecci n Punto y L nea S 1 s d Maria de F tima Lino Ferreira a O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas BERGSON Henri 1963 Essai sur les Donn es Imm diates de la Conscience Paris PUF BOLLEE tienne Louis 1985 Arquitectura ensayo sobre el arte Barcelona Editorial Gustavio Gili BOSCARINO S 1987 Sul Restauro di Monumenti Milano Ed Franco Angeli BOUDON Philippe 1979 Deshayes Philippe Viollet le Duc Le Dictionaire d Architecture Bruxelles Pierre Mard ga Editeur 1979 BOUDON Philippe 1971 Sur L espace architectural Essai d epist mologie de architecture Paris Collection Aspects de I urbanisme Collection dirig e par Ren Lov BOUTHOUL Gaston 1980 Hist ria da Sociologia S o Paulo Difus o Editorial BOTEY Jos Lu s Sanz 1998 Arquitecturaen el siglo XX La construcci n de la metaf ra Montensinos Biblioteca de Divulgaci n Tem tica Spain Edici n de Literatura y Ci ncia S L BRANCO Rosa Alice 1998 A Percep o em Berkeley como Opera o Interpretativa Porto Funda o Eng Ant nio
6. N o se pretende globalizar toda a mat ria poss vel de ser discutida sobre o presente assunto at porque seria partida sentir uma satisfa o enganosa e cair amos no erro de tentar fazer o imposs vel S pretendemos encontrar a Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas direc o exacta do caminho a percorrer para podermos intentar na busca das rela es do bin mio tradi o inova o O trilhar este caminho decorreu de an lise e aquisi es ao longo da forma o acad mica em arquitectura e respectivo percurso profissional Surge da inten o de se investigar a arquitectura como um dos ve culos de express o suprema do Ser Seria f cil n o na inten o de minimizar os temas desse teor fazer narrativas da vida e obra de alguns arquitectos decompor um edif cio4 e fazer compara es com outros edif cios similares pela tipologia pelo estilo ou mesmo fazer uma narrativa hist rica e estil stica da arquitectura Pretende se uma abordagem diferente em que a teoria e a pr tica convivem lado a lado de modo a explicar um novo ver e sentir a arquitectura Arquitectura como refer ncia sinal identidade testemunho da exist ncia humana Existem edifica es que salpicam o espa o e mediatizam o tempo original pela justifica o do seu significado cultural a sua dimens o simb lica identidade e a sua presentifica o como est mulo da evoca
7. a explora o da arte do sentido pelo Ser que faz variar as formas em causa Estamos perante uma paleta enorme de elementos sensoriais e interpretativos que variam de indiv duo para indiv duo dependentemente da sua cultura e da sua g nese a inten o de demonstrar que as retrac es e os avan os das rela es entre o Ser os objectos e os lugares onde se estabelecem n o s o independentes entre si Englobam nessa rela o a grande m quina de viver a arquitectura como suscitou Josep Muntafola A arquitectura tende a expandir o campo da sua ac o de modo a poder se incluir novas actividades por for a a ampliar a nossa aptid o criativa atrav s da sua realiza o sendo a forma o que faz com que uma coisa seja aquilo que O real da arquitectura E a expans o do campo de interven o arquitect nico muda sem d vida os aspectos da sua tarefa ou seja elabora o dos meios o projecto para atingir os fins edif cio habitar Mas para al m dos fins que a arquitectura procura dar resposta ela ainda se 54 Os objectos da investiga o e da especula o cient fica apesar da incerteza quanto ao seu estatuto de realidade fora do quadro das hip teses e da observa o que os definem s o dados S o anteriores e determinantes segundo modalidades que diferem fundamentalmente do tornar se presente da est tica Steiner 1993 p 141 Maria de F tima Lino Ferreira 82 O Ser o Tempo e a A
8. formas tradicionais Podendo se acrescentar ao conhecimento novos valores de refer ncia atrav s das formas existentes imediatamente apreendidas permitindo um maior enriquecimento formal funcional e estrutural das novas formas temporais o Os discursos filos ficos da modernidade aplicados s artes nas suas v rias teorias sejam elas pr ou p s modernismo demonstravam a rela o com a hist ria da ac o do Ser e da sua cria o atrav s da arte a qual hist ria n o independente Existe uma estreita liga o entre os fundamentos que a suscita problem ticas da filosofia contempor nea que surgem dos problemas actuais da modernidade e logicamente do Ser moderno e os prop sitos que a motivam a narrativa hist rica atrav s do Ser e dos objectos que cria Na hist ria reside um sentido que se esgota incessantemente no seu pr prio desenrolar Estabelecendo se uma ambiguidade que denota uma disjun o entre a actualidade e a pr pria constru o da hist ria Nesta diversidade quer de subjectiva o quer das ideologias que tentaram e tentam deslindar o paradigma da inova o emergente perante o que permanente retomamos o assunto que nos propusemos descortinar e pegando nas palavras de ordem que o sustenta novidade e ruptura dir amos que o modernismo2 demonstrava e a modernidade ainda a legitima uma repugna 20 cf Subcap tulo 3 6 Re interpreta o das Formas O uso cria
9. 5 2 1 3 A FORMA E A DISPOSI O A forma em p tio central ilustra o 247 evidente na configura o e implanta o da forma em U do edif cio da Faculdade de Psicologia e na forma em pra a patente na configura o implanta o do edif cio da EMSA A mesma configura o em U apresenta se do mesmo modo mas em escala e propor es diferentes numa a forma estrutura se num p tio FPCS numa analogia geom trica de um claustro ilustra o 245 e 246 na outra EMSA a forma de uma pra a ilustra o 244 Ambas as edifica es se assemelham no modo de apropria o do espa o em termos da formaliza o e funcionalidade do conceito comum derivado das viv ncias deste tipo de espa os urbanos Ao p tio associam se espa os mais intimistas resguardados e introvertidos pra a associam se os espa os mais amplos e mais sociais Estas formas de idealizar os espa os ser o eternas A presen a do p tio divulgou se principalmente a partir da antiguidade cl ssica na Gr cia e no Imp rio Romano alargando se at aos nossos dias em diversas culturas e locais Pereira 2010 A pra a surge na cidade da Gr cia Antiga Agora 236 no sentido de um espa o p blico constru do 236 Agorien que no s culo VIII a C significava discutir deliberar e tomar decis es No desenrolar do tempo foi perdendo esse sentido e ganhou no s culo IV a C uma conota o de neg cio compra Maria de F tima Lin
10. A arquitectura n o fixa nem imut vel pois a raz o da arquitectura define se atrav s da experi ncia da sua constru o hist rica uma realidade que se manifesta no tempo medida que cresce a consci ncia colectiva Segundo Ant nio Monesstiroli puede dicerse que la arquitectura como el trabajo en general es una de las manifestaciones concretas del processo de autoconsciencia de los Hombres 1996 p 37 O Ser o Tempo e a Arquitectura Os momentos relevantes da hist ria da cidade sobrep em se em camadas formando por vezes ilhas de objectos que nos remetem para constata es passadas imposs veis de se retomar ou recompor A cidade em constante muta o serve como liga o entre passado e futuro Como j demonstramos n o poder existir futuro sem passado pois a continuidade temporal assim o imp e 24 Enra zam se assim os valores simb licos j abordados nos pontos anteriores que radicam na cidade Simbolizar significa como j demonstramos a representa o de uma aus ncia express o de uma mem ria Montaner 2005 p 163 Uma das miss es da arte na cidade manter e preservar os vest gios permitir s lembran as percepcionadas qualificarem a mem ria 244 cf Segundo Cap tulo 245 cf Segundo Cap tulo Maria de F tima Lino Ferreira 2ga O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas colectiva isto respeitar o passado permitindo que o
11. A proximidade e a sucess o reflectem se nesta obra atrav s da adi o na espacialidade e na engrenagem temporal Esta obra EMSA evidencia os alicerces das formas contempor neas propostas denunciadas por dois edif cios perpendiculares ao rio hierarquizados pela forma temporal original existente palacete Os novos edif cios estabilizam conjuntamente com o palacete os limites de uma pra a Ilustra o 240 Pormenores dos percursos interior e exterior do Palacete Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 A concep o alimentou se de duas realidades presentes no espa o envolvente com escalas diferentes Uma escala monumental que se acoplou existente imposta pelo Terreiro do Pa o e outra escala urban stica mas n o menos importante a do espa o urbano Cais do Sodr Maria de F tima Lino Ferreira Em O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Nasa ar E S s X E S 5 Tas e pata 4 Rio Eis i o E a E EAN ho Ro y b Mosr a z cia y a 4 i o Minot Ilustra o 241 Zona Ocidental da cidade de Lisboa Despon vel em LXMAPAS CML Ilustra o 242 Vista a rea do Cais do Sodr A Lisboa Ortofotomapa do SIG CML Consult 20 Jan 2012 Dispon vel em lt www http maps google com gt Ilustra o 243 Pra a do Com rcio Lisboa Fotografia ilustra o nossa
12. Disserta o de Mestrado em Filosofia ALVES Pedro M S 2003 Subjectividade e Tempo na fenomenologia de Husserl Lisboa Centro de Filosofia Universidade ALVES Vitorino de Sousa 1959 O Espa o e Tempo Imagin rios em Pedro da Fonseca Porto Faculdade de Filosofia Separata de Actas do Col quio de Estudos Filos ficos ARGAN Giulio Carlo 1992 Arte Moderna S o Paulo Editora Companhia das Letras ARGAN Giulio Carlo 1988 Arte e Cr tica de Arte 1 edi o Lisboa Editorial Estampa ARIST TELES 1990 Po tica Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda ARNHEIM Rudolf 1988 Arte e Percep o Visual uma Psicologia da Vis o Criadora nova vers o 4 Edi o S o Paulo Livraria Pioneira 1988 ARNHEIM Rudolf 1988 A Din mica da Forma Arquitect nica Lisboa Editorial Presen a 1988 ASIMOV Isaac 1986 A Terra e o cosmos os horizontes o espa o do tempo da mat ria e da energia Lisboa Europa Am rica 1986 ATKINS Peter 2006 A Qu mica f sica do tempo Tempo e Ci ncia Lisboa Gradiva Publica es Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas AUFFRAY Jean Paul 1999 O espa o tempo Lisboa Instituto Piaget AUGE Marc 1994 N o Lugares Vendas Nova Bertrand Editora AUSTIN J L 1992 Sentido e Percep o S o Paulo Livraria Martins Fontes Editora BACHELARD Gaston 1991 A Filosofia
13. Dist ncia e dura o Jo o Silva Pinto 25 Fev Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http Olhares com gt 102 Ilustra o 15 Jesus Rui Marques 8 Jul Barcelona s n 2005 Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt 103 Ilustra o 16 A cruz Mosteiro de Alcoba a Pedro Pereira 23 Out 2004 106 Ilustra o 17 Cristo Rei Nuno Miguel 9 Dez 2006 Lisboa consult Out 2011 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt 106 Ilustra o 18 Religi o e os Homens Hugo 4 Mar 2006 Fotografia Consult 10 Out 2011 Dispon vel em www lt http aeiou pt a religiao e os homens fot0548345 himl gt 106 Ilustra o 19 O in h umano F nix Lu s Lobo Henriques 27 Nov Documento ic nico s l s n 2005 Fotografia Henriques 2005 114 Ilustra o 20 A vis o Hugo Tinoco 10 Jan Consult Set 2011 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt trens 122 Ilustra o 21 O tempo Hugo Tinoco 10 Jan 2007 Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt ss 128 Ilustra o 22 BOLZ Norbert 2006 A cultura vers til do Clique Courrier Internacional n 74 7 Setembro
14. Hoje n o exitem estilos rom nico barroco etc ou movimentos como as vanguardas que fizeram a modernidade O que existe s o tend ncias pluralistas de pseudo estilos que n o se sustentam em atribu es neo nem p s que associamos a movimentos que viveram da reinterpreta o de estilos anteriores 188 188 o p s modernismo foi um testemunho resultante desse facto n o se definiu concretamente como um estilo arquitect nico mas sim como uma linha do critic ssimo ao modernismo Maria de F tima Lino Ferreira alg O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Existe uma diferen a significativa entre o re interpretar e o copiar 189 as formas A c pia n o resultou exclusivamente da moderniza o pela revolu o t cnica da industrializa o mas foi apartir desse per odo que abalou a tradi o demonstrando a crise em que j na altura passava a humanidade Benjamin 1980 O fil sofo alem o Walter Benjamin no seu tempo descreveu este processo como a perda da aura do original esta perda transcendeu o territ rio da arte Benjamim 1980 A sua preocupa o foi not ria perante as reflex es que desenvolveu no descortiniu do impacto da moderniza o das t cncias de reprodu o Nos rasgos da inova o para al m da mudan a da industrializa o da c pia encontramos outra contextualiza o onde se encarna a mem ria Raramente poss vel recordar algo que
15. Ilustra o nossa Ilustra o 130 Esta o do Oriente Lisboa A anterioridade a favor da posterioridade Analogia estrutural ao g tico reinterpreta o da forma Ilustra o nossa O progresso s acontece no Devir tal como a hist ria que o acompanha embora atrav s das etapas sucessivas poderemos alcan ar a consci ncia da sua import ncia Estamos propensos a acreditar que estamos em tempos em que os meios testemunhais figurativos e as t cnicas art sticas onde se encontra a arquitectura suplantar o a escrita O cinema a pintura a escultura e a arquitectura s o exemplos dos v rios apelos ao Ser pelo olhar sendo a chave do nosso tempo Francastel 1973 p 25 Uma obra de arte n o deve ser encarada como algo a mumificar n o deve ser encarada como um res duo de um acontecimento necess rio mas como um signo pronto a ser descodificado e a impulsionar outros criadores a melhorarem as solu es encontradas pelo menos a encarar o problema como algo que o Maria de F tima Lino Ferreira 199 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tempo acomoda e adiciona ao espa o Perpetuando a forma num constante Devir sendo o seu sinal importante para provar uma exist ncia passada George Kubler afirmou que as coisas inanimadas continuam a ser um testemunho mais palp vel de que o passado humano realmente existiu 2004 p 38 a fun o contextualizadora da arquitectura l
16. es de v rios pensadores ao longo dos tempos No terceiro cap tulo por sequ ncia metodol gica tratamos o conceito aproximativo do tempo para definirmos a sua rela o com os objectos que o evidenciam o caso em concreto dos edif cios patrimoniais agarrados hist ria como marcos de presen a de um tempo original que ultrapassou presentes cont nuos O tempo denunciador pela exist ncia permanente no Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas espa o dos objectos arquitect nicos quer como elemento divergente quer como elemento convergente da exist ncia da mat ria Neste cap tulo pretende se demonstrar que o tempo descortin vel atrav s do edificado que constitui o tecido urbano sendo denotado tamb m nas refer ncias passadas residentes na constitui o da hist ria e da teoria da arquitectura que sustentam a formaliza o das novas formas arquitect nicas a valida o da anterioridade a favor da posterioridade Essencialmente propensa demonstra o da efectiva o no espa o do que temporal E isso acontece mediante a narrativa hist ria passado material edif cio bem como a descodifica o de objectos arquitect nicos est veis simb licos e intermedi rios na comunica o visual de modo a estabilizar o utilizador Ser do e no espa o Quando falamos em patrim nio estamos indirectamente a falar de espa o e de tempo
17. o antiglobaliza o faz as seguintes compara es conhecida a frase de Karl Marx D em me um moinho de vento dar vos ei a Idade M dia Poder amos acrescentar parafraseando o D em me a m quina a vapor dar vos ei a era industrial Ou aplicando poca actual D em me um computador dar vos ei a globaliza o Ramonet 2002 p 91 Maria de F tima Lino Ferreira 128 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Hoje o tempo vivido no dom nio da ordem simples e irrevers vel dos factos acontecimentos sucessivos Sendo poss vel a sua mensur vel exist ncia atrav s de quantidades homog neas instantes momentos nas quais sustentamos a nossa data o minutos horas dias semanas meses esta es e anos Este um tempo profano visto na ptica dos antigos que decorre de um passado segue um presente e tem em vista um futuro dependente de um sistema referencial dado A facilidade da vida moderna leva nos ao paradigma do progresso decorrente do racionalismo sustentado no que material e dos avan os da tecnologia e da ci ncia no qual se vislumbra um futuro O progresso deu nos solu es mas complicou a constru o da raz o sobre os sistemas onde o homem vive Colocou nos indirectamente dois problemas a finitude da exist ncia negando a transcend ncia e o mercantilismo do tempo como objecto negando a sua origem em Theos Martins 1990
18. o da mem ria hist ria atrav s destes exemplos edificados que propomos a visualiza o do tempo as obras por exemplo do arquitecto Manuel Tainha e o conte do que o mesmo permite contribuir para a continuidade art stica e hist rica Possibilitando que a cultura material se sustente em elementos nela existentes e que sejam organizadores da cultura de uma poca Sem refer ncias passadas e sem conferir import ncia hist ria da arquitectura a inova o n o seria notada ou diferenciada O espa o permite nos exprimir as nossas possibilidades colectivas A consci ncia do tempo parte sempre de um passado de experi ncias algumas delas muito vagas que entram inevitavelmente na mente humana Diria mesmo na pr pria textura da vida humana O tempo de hoje o somat rio 4 Com valor Patrimonial como representante de uma identidade de um povo toda a edifica o que pelas suas qualidades est ticas e art sticas pode constituir se como s mbolo de uma poca Rodrigues e tal 1988 p 185 O sentido original de Monumento surge do termo em latim monumentum que sugere a lembran a i e interpela a mem ria suscita emo o na realidade uma mem ria viva Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas de muitos outros tempos A experi ncia de hoje a resultante de muitos milhares de experi ncias vividas por n s pr prios e pelos outr
19. o do agora esse momento Fragoso 2001 tal como o vivificamos que fundamenta a verifica o do que existe E essa exist ncia encontra se na engrenagem diacr nica do tempo Participamos nestes ciclos temporais com a consci ncia sincr nica Jorge 1993 atrav s dos testemunhos existentes no espa o e que comp em a narrativa hist rica espa o como arquivo Nessa interpreta o obtemos atrav s da experi ncia a nossa interpreta o sobre o tempo pois a nossa percep o do mundo exterior197 em movimento inclui em si o reflexo do conte do que faz o tempo ser percept vel ou melhor intelig vel O tempo n o constitui uma ess ncia por si s Askin 1969 p 77 n o um factor singular mas uma forma de ser da mat ria intr nseco em todos os processos e fen menos O tempo uma caracter stica dos fen menos que se transformam Neste sentido a modernidade est associada a uma nova interpreta o da realidade que se fundamenta num objectivo concreto o de alcan ar a realiza o do futuro Afirmando se na renova o continuada das sucessivas etapas temporais a cada momento que se transcende Este entendimento materializa uma rela o com o Devir associando se hist ria como processo de revela o e de continuidade A modernidade inaugura uma interpreta o sempre nova quer em termos hist ricos teol gicos quer em termos sociais Se associarmos o antigo passado ao actual presente
20. tempos atrav s da nossa pr pria consci ncia na qualidade de modeladores do espa o que devemos estudar aprofundadamente estes temas que permitem acolher e compreender a rela o do Ser com o espa o cen rio do decorrer da hist ria o exemplo das tradi es cujo estudo nos leva a compreender melhor o que somos tomando conhecimento do que foi sendo transmitido de gera o em gera o 186 Gandra 1994 p 3 Os edif cios que a seguir apresentamos s o testemunhos edificados que fazem evocar a mem ria e um tempo j percorrido 166 Ruskin no cap tulo VI do seu livro La L mpara del Recuerdo exprime 1997 p 217 Cuando construyamos diremos pues que constru mos para siempre Que no sea tan solo por la alegria de la hora presente y por la nica utilidad de esta Que sea un trabajo por el cual nos est n agradecidos nuestros descendientes Refor amos este sentido com o que Anna Pag s nos comunica atrav s do seu livro Al Filo Del Pasado Naturalmente no hay transmisi n sin pasado que se transmita Ni futuro hacia el cual se camine un futuro en esse pasado 2006 p 63 Maria de F tima Lino Ferreira t O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 38 El Puente Romano de Alc ntara Documento ic nico Constru da em 104 d C Documento ic nico Litografia Serra Casals S rgio Moreira llustra o 39 Ponte romana
21. unidade na diversidade isto conhecido por todos atrav s de express es 68 Corresponde ao presente identificado atrav s de uma rela o causal com per odos temporais passado presente futuro 69 Na possibilidade de cada instante posterior 70 cr Subcap tulo 2 1 O vis vel e o invis vel A presen a da aus ncia Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas id nticas de linguagem A sua universalidade tende a unificar se intelig vel mas a sua interpreta o diversa consoante a rea na qual se aplica O tempo intelig vel na sua conceptualiza o necessitando de um lugar aqui e agora para se poder percepcionar ou melhor temporalizar se A partir do espa o ocorre a pr tica do tempo Este lugar de que falamos encontra se no espa o arquitect nico o qual possibilita a ocorr ncia das ac es atrav s das quais o pr prio tempo praticado S apreendemos o tempo quando ele se materializa se converte em fen meno e possui uma dura o Ao lan armo nos na procura da ess ncia do tempo e nas suas propriedades b sicas imprescind vel deixar claro desde logo se o tempo pertence ao campo objectivo ou se somente estar contido na esfera do subjectivo se est inserido num princ pio espiritual ou na natureza do mundo material Encontramos nas v rias teorias um lado objectivo como um lado subjectivo na avalia o do
22. 172 Ilustra o 49 Al ado Lateral do Mosteiro Souto p 153 vol 2 172 Ilustra o 50 S de Braga Souto p 64 vol 1 174 Ilustra o 51 Capela de S Geraldo no claustro da S g tica Souto p 68 io DRDS a loca CESAR UA UMA NOR E CEC PRI E ORA A Sea ED PS 174 Ilustra o 52 Interior da capela dos Fundadores com a sua ab bada polinervada Souto p 69 vol 1 asssazasesuszascrecd eso domigioaso favas deneigiaea ce ditprda tensa ias dacugas 174 Ilustra o 53 Cabeceira da S onde evidente a capela do transepto Souto DE GA VOO ii Dib ques isa nosso Secar against A SS q 174 Ilustra o 54 Convento de S o Gon alo Documento ic nico Fotografia C TE o MB S e 5 EAR AR CODE UNE NE ENE GDE EO RO PI ED RODO DU DA RAE OUR EN DE OND UE 175 Ilustra o 55 Convento de Mafra Documento ic nico Fotografia Direc o Geral do Patrim nio Cullutal aoesesssadra comodiosaa dia tosa da Da e nna 175 Ilustra o 56 Pal cio Nacional da Ajuda Lisboa Documento ic nico Fotografia Direc o Geral do Patrim nio Cultural si 175 Ilustra o 57 Edif cio Domingos J Da Silva Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 106 Lisboa 176 Ilustra o 58 Igreja N S de F tima Documento ic
23. 23 3 ano Outubro 1998 p 2 Campinas Ilustra o 208 Esta o do Oriente Lisboa 1998 Calatrava IGESPAR 98 249 Ilustra o 209 Notre Dame de Paris a b1163 c 1200 Janson 1989 p 303 A A O a RD ra 251 Ilustra o 210 Catedral de Amiens a b1220 Janson 1989 p 307 251 Ilustra o 211 Catedral de Gloucester 1332 1357 Janson 1989 p 311 251 Ilustra o 212 Torre de Bel m e o Padr o dos Descobrimentos Lisboa 252 Ilustra o 213 Atomium Feira Internacional de Bruxelas EXPO 58 252 Ilustra o 214 Torre Eiffel 1889 Exposi o Munidal Paris Consult Nov 2010 Dispon vel em www lt http fotoblog com flaviaglycerio 262408299 gt 252 Ilustra o 215 Est tua da liberdade Nova lorque Consult Jan 2012 Dispon vel em www lt http suapesquisa com monumentos estatua liberdade htmo gt 252 Ilustra o 216 Escola de Regentes Agr colas vora Anos 60 ilustra es dispon veis pelo arquitecto Manuel Tainha ie 258 Ilustra o 217 Casa Galo S o Pedro Anos 70 Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 22 2 cima da sina sia ea a SAGE RL ASTRA E cia CAS o LE LESS AS oi 259 Ilustra o 218 Pousada Santa Barbara In cio dos anos 70 Fotografia dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha rr
24. 275 Ilustra o 244 As formas lineares Agora de Assos sia Menor s culo Il a c Rela o com o conjunto EMSA Ching 1982 p 78 276 Ilustra o 245 Praza Mayor Sabbioneta em It lia Configura o do tipo da pra a proposta no edif cio da Ag ncia Europeia EMSA Ching 1982 p 47 276 Ilustra o 246 Pal cio Thiene Veneza It lia Andrea Palladio 1545 Configura o do tipo do claustro da Faculdade de Psicologia de Lisboa Ching 1982 DAS inian hrar Teresa qi Sa TR DA E a Hg A AEA 276 Ilustra o 247 Configura o em U Exemplo muito aproximado do Recinto Sagrado de Athena Pergmo S IV a C serra 277 Ilustra o 248 Centro de Musica Lang Col gio Swarthmore Romaldo Giurgola Pennsylvania 1973 Clark 1997 p 59 Localiza o planta do piso e composi o formal e funcional sapsiiiesisspieniisstocaesassado veaSastnnaarasan End taieuaa nda nao quad 277 Ilustra o 249 Configura o de desenvolvimento formal em U Clark 1982 SR KoT PERSEU RR 277 Ilustra o 250 Formas lineares Interliga o dos edif cios que constituem a pra a EMSA e FPCE Clark 1982 p 77 Analogia com as formas do conjunto ENVIA o to a a ER a A E SS A RS 277 Ilustra o 251 Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA Vista do Rio Tejo Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha
25. A terra onde o Ser se fixa e materializa a arquitectura de modo a transpor a sua mortalidade o c u para onde olha no sentido de vir a ser a condi o de dura o ef mero Ser temporal e o divino na busca da explica o do desconhecido e da origem atemporal o que est fora do tempo o que eterno constante est vel na sua concep o e concretiza o atrav s das formas da exterioridade que o Ser evidencia em si pr prio o seu Ser e toma consci ncia da sua condi o finita 43 Todo o espa o sagrado invoca uma hierofania que uma irrup o do sagrado Maria de F tima Lino Ferreira 14 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Na vis o de Henri Bergson a realidade dura o e o lugar dessa evid ncia d se na consci ncia onde se encontram a experi ncia e a intui o A consci ncia ajuda an lise descritiva e intencional das coisas reais numa rela o entre os actos mentais e o mundo externo A fenomenologia a ci ncia que descreve os fen menos e tem a preocupa o de atingir o conhecimento atrav s dos estudos dos problemas que adv m da rela o entre a consci ncia44 e o Serf Esse estudo deve dirigir se a um conhecimento cient fico da consci ncia e s diversas formas que o objecto se d evid ncia Neste contexto a evid ncia a forma como percepcionado o objecto pelo sujeito Segundo Edmund Husserl a percep o
26. Como escreveu Francisco Sanches 1550 1622 nada se sabe Sanches 1991 dado que o r pido progresso t cnico que ocorre nos nossos dias cria uma ideia ao Homem de hoje de que o hoje ser diferente do ontem e ser muito diferente do amanh A progress o imediata dos conceitos acelerou se de tal forma que pouco prov vel que uma decis o n o tenha em conta que amanh tamb m ser tudo diferente uma verdade universalmente aceite que pensar o espa o hoje n o a mesma coisa que pensar o espa o ontem Santa Rita 1995 p 11 Dependemos do futuro embora n o o conhe amos e ele no entanto depender ou ser alterado pelas nossas decis es agora Segundo Emmanuel L vinas o passado e o futuro s o perdas da presen a 1994 p 27 Ilustra o 2 A perda da presen a s l s n s d Consult Agost 2010 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt 18 A fragilidade da condi o de Ser porque consubstancia a incerteza de um futuro em aberto vir a ser bem como a pr pria defini o de Ser19 que segundo Heidegger indefin vel A rela o espa o tempo permite a compreens o do Ser 18 A perda da presen a marcada pela passagem do tempo de um presente para um passado e de um presente para um futuro O tempo medido pelos instrumentos como por exemplo os rel gios um tempo objectivo mensur vel Mas estes instrumentos
27. Existe uma interliga o entre os v rios tempos mencionados uns emergindo em rela o aos outros deambulando entre o tempo vivido e o tempo do conhecimento Desse interc mbio brota o tempo da hist ria que se baseia quer nas sociedades naturalistas amparam se no cron metro e na cronologia tempo natural quer nas sociedades espiritualistas sustentam se no mito 60 Iremos abordar este tema no subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Ser e Theos Maria de F tima Lino Ferreira El O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas na religi o e na filosofia tempo da alma A experi ncia hist rica de uma determinada cultura tende evolu o e por conseguinte o tempo aparece sempre nos eventos que se d o e formam essa experi ncia de modo a perfazer o cont nuo da hist ria Antes do s culo XIX o tempo da alma o tempo mitol gico teol gico ou filos fico eram dominantes Ap s a interpreta o do tempo segundo a nova filosofia de Kant que teve real destaque porque estabeleceu as primeiras bases desta problem tica numa clara interpreta o idealista subjectiva e posteriormente com o aparecimento de uma outra concep o de tempo sustentada na mec nica newtoniana Esta perspectiva admite um tempo e um espa o absolutos em que o tempo independente do lugar e das interac es baseado no espa o tridimensional da geometria euclidiana que considerava
28. Navio Clube TH TEL Armaz m Igreja al gl F brica Parlamento Forma Conte do Forma Conte do Tradi o inova o Ilustra o 74 Transforma o program tica A natureza do objecto arquitect nico Krier 1999 p 28 Nesse contexto estar amos a confrontar nos com um monumento mas nunca com um monumento hist rico Reside aqui a imortalidade da obra a sua condi o como testemunho e a sua rela o com o tempo O tempo na arquitectura para Fernando T vora um factor fundamental e n o encarado somente como dimens o de observa o mas tamb m como dimens o da pr pria obra T vora 1996 p 16 Maria de F tima Lino Ferreira 16 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Mas a r plica ou a tentativa de imita o do original um mal necess rio Os edif cios temporais os testemunhos deposit rios da hist ria porque hist ria o passado constituem a grande parte da obra original que transmite necessidades e aspira es da poca em que nasceu j que t m a capacidade de ocupar uma extens o do espa o a se fixarem o lugar pr prio e nico e perdurarem no tempo o nosso ser a hist rico Nasce dessa capacidade uma das caracter sticas mais naturais da arquitectura a sua territorialidade falamos do car cter terreno da obra Segundo Kant o objecto s nos pode afectar atrav s da percep o sens vel o conhecimento
29. es os imp rios Tudo ef mero porque a condi o humana comporta na sua natureza a for a da mudan a e o poder do imponder vel Baptista Bastos 1999 p 373 120 Caracter stica do Homem em quanto Ser O Ser capaz de criar valores Maria de F tima Lino Ferreira 140 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 3 CONFRONTOS ENTRE ARQUITECTURA E TEMPO 3 1 O COMPASSO TEMPORAL NA CONSTITUI O DA HIST RIA A ARTE MODELADORA DO ESPA O E DA HIST RIA O instante actual tudo o que podemos conhecer directamente O resto do tempo emerge apenas atrav s de sinais que chegam at n s neste instante depois de passarem por in meros est dios e inesperados suportes 21 Kubler 2004 p 32 N o h apenas um conceito de espa o ou de tempo H muitos e todos eles mudam conforme a evolu o da hist ria Isto porque os conceitos se modificam mediante duas tr ades simultaneidade sucess o dura o e presente passado futuro Albergaria 1995 Cada novo acto de cria o resulta numa nova forma que faz aparecer em rela o a si um tempo inaugural Reformula se o tempo Surge um novo tempo presente uma nova modernidade 22 superando se deste modo a actualidade a pl stica temporal 23 que supera o passado atrav s da sua regenera o no presente mediante novas mentalidades que surgem de novas formas no espa o 124 A sucess o temporal relatada objectivamente
30. es passadas patrim nio as n o devemos viver sempre aliados a uma viv ncia sincr nica temos que nos invadir para podermos vir a ser o Devir S desta forma poderemos construir novos referenciais formas e contribuir para a continuidade hist rica tempo 8 Cf Capitulo 2 Maria de F tima Lino Ferreira 52 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas N o temos que copiar as regras do passado tradi o mas tamb m n o devemos esquec las pois as regras convertidas em formas monumentos edif cios dever o ser re inventadas e re utilizadas atrav s de uma nova linguagem arquitect nica mediante a inova o Se por um lado temos a considera o de estabilizar o passado atrav s do edificado hist rico teremos por outro lado o futuro como meta a alcan ar No primeiro passado encontramos os fundamentos que se dever o manter e preservar na sustentabilidade da cultura e da identidade colectiva onde se insere a arquitectura no segundo futuro dever se atestar que o vir a ser faz parte da continuidade hist rica no resultado emergente de novas formas temporais actualidade superada diametralmente imprescind vel que os arquitectos de hoje saibam interpretar e relacionar hierarquicamente os valores edificados no espa o territ rio sem contudo perderem a imagina o para a constru o de novos ideais perfeitos formas da exterioridade neste bin mio tradi o
31. mem ria colectiva concedendo uma grande ajuda em termos dos registos escritos A mem ria assume assim a forma de inscri o e remodela o auxiliando a hist ria a se perpetuar a epigrafia O documento escrito tem fun es primordiais J o armazenamento de informa es que permite comunicar atrav s do tempo e do espa o e fornece ao Ser um processo de marca o memoriza o e registo Goody 1977 pp 29 52 V rios pensadores abordaram o assunto sobre a mem ria desde a filosofia Grega como Plat o e Arist teles at na Idade M dia com Alberto ou Maria de F tima Lino Ferreira 167 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas o Tom s de Aquino A mem ria recorda o mnem nica distingue se pela mem ria para as palavras e mem ria para as coisas primeira associam se os discursos as palavras e segunda os objectos arquitect nicos os documentos A mem ria colectiva foi instigada pela religi o numa interven o judaico crist que acrescentou uma nova rela o entre a mem ria e a religi o entre o Ser e Deus o laico e o divino 182 Agostinho em Confiss es d o seu contributo numa adapta o crist da teoria ret rica antiga sobre a mem ria as imagens dos objectos ausentes ent o presentes na mem ria O grande recept culo da mem ria sinuosidades secretas e inef veis onde tudo entra pelas portas respectivas e se aloja sem confus
32. porque existente no espa o e possui dimens o temporal presente passado presente futuro O monumento n o mais do que a demonstra o valiosa da passagem temporal do agora associada ao aqui do espa o Numa ltima abordagem quinto cap tulo valemo nos de dois edif cios da obra do professor e arquitecto portugu s Manuel Tainha os quais atestam a teoria que apresentamos nos pontos anteriores Al m deste dois exemplos sentimos a Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas necessidade de recorrer pontualmente a outros exemplos edificados do mesmo autor para refor ar o que descrevemos O quinto cap tulo fundamental para podermos atestar algumas das ideias explanadas que nos foi poss vel recorrer quer no espa o que apropriam quer no tempo que ultrapassam Evidenciamos duas obras do arquitecto Manuel Tainha as quais ao serem analisadas nos permite outras leituras do espa o tempo Dessas novas leituras aparecem os dois edif cios que escolhemos Uma nova contextualiza o entre obras de temporalidades distintas o paradigma disjuntivo rela o diferenciada da inser o de novas formas temporais em tecidos est veis e acomodados o caso do edif cio da Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA e o paradigma cumulativo rela o positivista na recep o das novas formas temporais em espa os estabilizados o caso da Faculdade de Psicolog
33. simplesmente viv ncia do meu sujeito do sujeito que percepciona Igualmente s o viv ncias subjectivas a recorda o e a expectativa todos os actos intelectuais sobre elas edificados em virtude dos quais se chega posi o mediata de um ser real 1990 p 42 Assim a fenomenologia ter como finalidade o estudo da consci ncia segundo os diversos meios de visionamento do objecto real ou ideal Consiglier 1992 p 24 sem d vida uma nova concep o filos fica do s culo XX iniciada pelos te ricos alem es que veio revolucionar toda a ci ncia do esp rito Um nova vis o que nos levou a um novo m todo de abordagem no estudo da ess ncia das coisas das formas Este novo m todo levou nos a uma nova concep o da filosofia que nos transportou a uma medita o e reflex o dos conceitos de viv ncia e da sua rela o com o espa o e com o tempo Estes princ pios da fenomenologia s o importantes para as explica es existenciais da mat ria assim como a sua rela o entre as formas o estudo essencial dos objectos e as implica es causais do efeito e das rela es imateriais que o visualizaram a ess ncia da visualiza o Sem os objectos e sem a capacidade do Ser percepcionar esses objectos no espa o e no tempo n o teriam exist ncia Tal como o esp rito sem imagina o intui o e sem armazenamento de conte dos 44 Consci ncia necessariamente visar algo ao visar um objecto
34. uma constru o que perpetua a mem ria de um facto ou de alguma personagem importante Edif cio majestoso memorial que preservado como testemunho da hist ria 199 Cf Subcap tulo 3 6 Rejinterpreta o das Formas o uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira 223 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas temporais e reavaliar as formas tradicionais na modernidade Riegl 2008 Neste sentido verifica se que o presente se liga gen ticamente ao passado eventos passados engendram eventos presentes eventos antecedentes causam eventos consequentes Reis 1994 p 101 A procura de um m todo bem elaborado que estabilize a especificidade deste vasto campo arquitect nico poder ter o seu come o no ordenamento espacial territorialidade e na preserva o dos bens culturais identidade Porque segundo George Kubler qualquer obra importante nos obriga a uma reavalia o de todas as obras anteriores Kubler 2004 p 55 O estado inquietante da arquitectura actual devido em parte ao anti historico advogado pela era moderna deixa debilitado qualquer defini o cultural N o f cil entender que o actual seja t o renitente em aceitar o passado At porque segundo Francisco Sanches n o existe nenhuma coisa 200 passada que n o prejudique ou auxilie muitas outras actuais pois para um conhecimento perfeito e exacto de uma determinada coisa actual dev
35. 1998 p 5 115 o Barroco exalta o excesso pelo detalhe o Funcionalismo exclui os excessos Ao percorrer ambos os espa os verifica se por compara o o sentido do tempo Maria de F tima Lino Ferreira 137 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Em cada presente procura se o modelo ideal em detrimento dos modelos existentes Espera se renascer a cada instante novo deixando actuar o factor inexor vel e interveniente que o tempo N o se pretende evocar os extremos quando falamos dos prop sitos de um renascer 8 n o pretendemos declarar uma ruptura com o passado e nem motivar a despreocupa o da recupera o do sentido da hist ria isto n o se almeja enaltecer um p s p s modernismo N o concordamos que a actualidade nos imponha a obriga o de romper definitiva e totalmente com as formas tradicionais emanando uma experimenta o somente sustentada nas formas novas desenraizadas numa formaliza o de uma linguagem formal abstracta Como reac o a essa radical posi o poderemos equilibrar e hierarquizar essa actualiza o dos dados da hist ria em termos formais numa simbiose relacional entre os tempos em presen a passado e presente este ltimo em vista de um futuro Contudo e em paralelo teremos de lidar com a actualiza o da ordem e da regra impostos pela modernidade isto experimentar novas formas temporais em que se estabiliza uma nova rela o hist r
36. 20 50 Intui o associada aos factos da experi ncia externa sens vel e interna psicol gica bem como a racional que se baseia nas rela es de causalidade de semelhan a e de axiomas Maria de F tima Lino Ferreira 73 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Pode provir desta constata o que o tempo um dado adquirido sobre o qual sabemos que a sua presen a f sica ausente invis vel mental mas a sua presen a atrav s dos objectos que o Ser cria de forma invis vel apresenta se ao nosso esp rito numa visualiza o atrav s das formas que passam pelas v rias temporalidades e est o no espa o quer f sico espa o real quer mental espa o mental Kant faz uma reflex o sobre os princ pios de uma metaf sica da natureza na qual exp e sobre duas doutrinas uma dos corpos e outra da alma Sendo que a primeira considera a natureza extensa e a segunda a natureza pensante Neste contexto e com base numa intui o racional que tem por objecto rela es de semelhan a e causalidade primeira corresponde os corpos e a mat ria e segunda o tempo dos corpos e da mat ria Na mesma ordem de ideias podemos advogar que no pensado Heidegger 1997 p 11 existem dois vectores de visualiza o do tempo o primeiro vector aquele que permite a visualiza o da presen a da aus ncia atrav s dos objectos reais que existem no espa o patrim nio edificado edif cio hist r
37. 2006 p 8 sendo na f sica concebida como abstrac o n o nos esquecendo das inquieta es na sua defini o para que seja intelig vel A f sica encontra um tempo contr rio a essa abstrac o n o podendo considerar de forma objectiva a reversibilidade Promovendo a presen a dos fen menos naturais que evoluem segundo uma direc o irrevers vel e em movimento Esta condi o inexor vel do Devir do tempo sempre na expectativa de vir a ser medeia o passado e o futuro pelo presente atrav s da sua seta Atkatkins 2006 p 47 Na biologia o tempo tamb m um bem hip tese objectiva evolucionista pois se ele importante para os seres humanos no seu quotidiano e nas coisas que o rodeiam tamb m o ser para a sua ontogeniad8 e sua filogenia 58 Ontogenia uma s rie de transforma es sofridas por um Ser desde a sua gera o at ao seu completo desenvolvimento 59 Filogenia a evolu o ancestral das esp cies rea da biologia que trata da descend ncia dos Seres atrav s dos tempos Maria de F tima Lino Ferreira se O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tempo biol gico tempo vivido Na biologia a natureza imp e padr es possui uma dura o evolutiva direccion vel e irrevers vel Na teologia60 hip tese subjectiva alma surgem v rias interroga es da transcendentalidade do tempo e consequentemente a crescente import ncia da sua inteligi
38. As representa es do tempo marcam prioridades de interven o e criam ordens materiais que derivam da experi ncia Tal como o espa o possui defini es variadas conforme as diversidades culturais dos indiv duos O tempo estipula quadros temporais diferentes em conson ncia com os referenciais j adquiridos e estabelecidos a priori O a priori segundo Martin Heidegger 1889 1976 Revela que um enigma j est sempre inserido a priori 1997 p 29 18 Ao contr rio da interpreta o de Keith Ansell Pearson no seu livro Bergson and the Time of Life no qual afirma Space and time cannot then be taken to be in their homogeneous aspect a priori realities intuition of sensibility but have to be seen as emergent and exigent features of social action Ansell Pearson 2002 p 24 Kant 1724 1804 sobre o a priori diz conhecer algo a priori significa conhec lo segundo a sua simples possibilidade Mas a possibilidade de coisas naturais determinadas n o pode conhecer se a partir dos seus simples conceito Kant 1989 p 16 Segundo o pensamento deste fil sofo podemos dizer que s o a priori os elementos do conhecimento ju zos conceitos s o elementos que s o independentes da experi ncia Este fil sofo alem o considera os ju zos a priori como universais e necess rios sendo uma verdade que n o depende da 16 No sentido em que Heidegger exp
39. Belas Artes Constata se em qualquer hist ria cultural ocidental e n o s a influ ncia desse passado A heran a tem sido sujeita no decurso temporal a profundas remodela es e adapta es A linguagem actual est impregnada do que a antiguidade nos legou continuando a estar abrangida nas fronteiras entre a modernidade novos meios de express o que apareceram da revolu o tecno industrial e a tradi o O modelo sustentado nesta tradi o cl ssica ainda se encontra enraizado numa linguagem que obsta muitas vezes o racioc nio fora destes estere tipos Esta diferencia o entre a cultura hel nica que prevaleceu durante s culos e o nosso actual contexto s culo XX e in cio do s culo XXI afundado em novas tecnologias designado por Pedro Barbosa 1985 como uma revolu o coperniciana Pedro Barbosa faz a diferencia o num quadro tradicional das Belas Artes onde se insere a arquitectura entre o passado e a contemporaneidade Isto os sistemas de classifica o entre as artes do espa o artes pl sticas arte apresentativas e as artes do tempo arte representativas as literatura cinema pintura Existe uma interliga o entre o espa o e o tempo este ltimo como coordenada fundamental para se movimentar no espa o ambos basilares para o desenvolvimento da cultura Dever se dar respostas a estes dois objectivos compreens o e operacionalidade da obra de arte Ajustando a a
40. EMSA Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuela Tainha Ver por compara o Cf Wysira o 250 aspas aan aea das iK ds asa nba a Ina pesa Rui Done nega etai 283 Ilustra o 260 A geometria das formas Ching 1982 p 21 288 Ilustra o 261 Rotonde de Chartres du mur des fermiers g n raux Paris XD Vier OB a A a RR RSA cd E 288 Ilustra o 262 Capela Instituto de Tecnologia de Massachudetts Cambridge 1955 Ching 1982 BO assassina Gras era n ta dada MEads a aN 288 Ilustra o 263 Audit rio da Faculdade de Psicologia Lisboa Forma em arco de circulo que quebra com a linearidade da constru o em forma de U 288 Ilustra o 264 Casa de agua y vidro Shizuoka Kengo Kuma Jap o 1995 Cerver 2005 P 803 riako a ceia cauda on Ep Saad anda 289 Ilustra o 265 Recinto Ferial Kunibiki Matsue Shin Takamatsu Jap o 1993 Cerver 2005 p 7 01 errereen cite da raso ENNE EEEE EAE EEEREN EASES RES 289 Ilustra o 266 Biblioteca Central de Monterry San Nicol s de los Ganza M xico 2005 Legorreta Arquitectos Cerver 2005 p 363 o 289 Ilustra o 267 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Lisboa 289 Ilustra o 268 Esquissos Fotografia Dispon vel pelo
41. Fotografia de Lu s Pav o Arquivo Fotogr fico CML Dezembro 1999 Lisboa 193 Ilustra o 102 O Parque Forma id ntica ao Pavilh o analogia convergente Concult Janeiro 2012 Dispon vel em www lt http olhares com gt 193 Ilustra o 103 Coliseu de Roma 72 80 a D Janson 1989 p 163 193 Ilustra o 104 Planta e corte do Coliseu de Roma Anfiteatro Fl vio Coliseu 70 80 0 6 K0Ch 1982 Pp 30 sonata an RS RA 193 Ilustra o 105 Desenho geom trico do Coliseu arquitecto desconhecido Clark 1997 p 219 rae s a e E A EU a aa a Ri 193 Ilustra o 106 Teatro romano Aspendos s culo II d C Koch 1982 p 36 DR fa O a oa e a 193 Ilustra o 107 Esquema de Vitr vio de forma semicircular Vitruviu 1998 p ESA ERR E EE E NR EE E E 193 Ilustra o 108 Planta do Pavilh o de Multiusos Lisboa 1996 193 Ilustra o 109 Arco de Tito em Roma 70 d c Em mem ria da vit ria sobre os Judeus Koch 1982 cai oasis ASUS BASS Sendas add A af AEAT NNA 194 Ilustra o 110 Arco de Constantino Roma 312 315 a D Norberg Schulz OB sine Rd SO RA 194 Ilustra o 111 Arco do Triunfo de l toile Fran a 1806 36 Ilustra o nossa DRA RR RR DPS RR RR RR RN AR QRO UR E 194 Ilustra o 112 Os edif cios que marcaram Monumentos Arco de La Def
42. Ilustra o 175 Catedral de Leon Fran a Koch 1985 p 144 243 Ilustra o 176 Planta da Catedral de Leon Koch 1985 p 144 243 Ilustra o 177 Igreja de La a do Balio Matosinhos Souto 1988 p 114 243 Ilustra o 178 Interior do Mosteiro de Le a do Balio Souto 1988 p 114 243 Ilustra o 179 Convento de Cristo Tomar Castelo da antiga Ordem do Templo fo dio DOR S oo Rc bj DR CED COD cap RN ER TDR EVER RR RD RS RR RD RR PDR 244 Ilustra o 180 Claustro de obra Joanina de D Jo o Ill Souto 1988 p 165 DORES SRD SERENO IDO po DEDO MENERA pe ade RR EE PO DER RED ARES SRD VAR 244 Ilustra o 181 Pormenor de uma janela de estilo Manuelino Souto 1988 p ES gs E A 244 Ilustra o 182 Casa do Cipreste Raul Lino Sintra 1912 Pedreirinho 1994 D 295 RR RR ED RP NR RUSSO RR RR SS EE AEE RE A 245 Ilustra o 183 Casa dos Patudos Raul Lino 1904 Pedreirinho 1994 p 235 E PPP RR PCR PR ORE PRN Rn QD PR ERR RR ERRAR AR PRO RR A 245 Ilustra o 184 Edif cio no Porto Arquitecto Alfredo Evangelista Viana de Lima Porto 1939 42 Influ ncia de Le Corbusier Pedreirinho 1994 p 144 245 Ilustra o 185 Casa Galo Arquitecto Manuel Tainha Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Tainha cenas Gas pao o R E que aia ns AEKA TAERE EKS e
43. O mesmo autor afirma que involuntariamente fixamos em um ponto do espa o cada um dos momentos que contamos e atrav s desta condi o que as unidades abstractas formam uma soma Diz ainda que esta ideia do n mero implica uma vis o no espa o Bergson 1963 p 63 A exist ncia neste contexto algo que atravessa o tempo e cumpre uma dura o Existe aqui uma rela o do instante com outros instantes mas numa conex o em que o instante como uma dial ctica que est sempre associada por iner ncia comunicabilidade do tempo nesta rela o que Emmanuel L vinas relaciona a fun o do instante como residente na rela o excepcional no cumprimento da exist ncia O instante considerado como uma conquista definindo o como uma rela o sui generis com o Ser uma inicia o ao ser L vinas 1988 p 92 A inquieta o do Ser persiste tal como persiste o cepticismo sobre o conceito do tempo bem como tudo o que o envolve Acompanhando estes dois condutores Ser e tempo encontra se o p nico da passagem O medo Milenarista98 tem nos dias de hoje no Ser menos impacto embora actualmente aparecem novos pavores que tomaram o lugar dos antigos tais como a crise global da nossa civiliza o que amea a a nossa pr pria exist ncia N o obstante estas amea as o Ser contempor neo menos prof tico e bem mais racional Segundo Michel Renaud a raz o j n o est 98 No sentido milenar
44. Patrim nio associa se ao que temporal e espacial porque existe porque resiste ao tempo O patrim nio permite nos narrar a hist ria perante testemunhos concretos de que o tempo decorreu e o espa o estabilizou Mais uma vez recorremos a uma evid ncia incontorn vel das obras existentes e que denunciam a hist ria do s objecto s e do pr prio Ser A an lise para al m de descritiva e de justificativa tamb m comparativa para o qual contribuem algumas ilustra es escolhidas que se reportam a v rias etapas temporais e a v rios objectos seleccionados quer em Portugal quer no estrangeiro fundamental esta abordagem narrativa e interpretativa de modo a fazer uma liga o comparativa e por vezes complementares com os quarto e quinto cap tulos desta tese No quarto cap tulo abordamos a legitima o das formas tradicionais na constitui o da continuidade da hist ria Assim como compreender a monumentalidade das formas tradicionais e a sua contemporaneidade na valida o do que novo n o deixando de falar da monumentalidade dos edif cios contempor neos Advogamos que o estudo da hist ria e da teoria da arquitectura n o nos deve conduzir a um novo historicismo baseado na c pia comum repetitivo das formas do passado A informa o contida na hist ria deveria possibilitar nos Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas uma vis o das rela es
45. Ser determina a concep o do real e explora as suas faculdades espirituais 130 Olhando deste modo o passado e o presente sentimos que o poder da arte poder ser reconhecido como agente civilizacional possuindo a perenidade e por conseguinte ultrapassando o tempo aproximar se da eternidade Exprime assim o que mais importante para o Ser a sua vis o do mundo e os modos de ser que lhe atribuem caracter sticas pr prias na vontade de se tornar num prolongamento do acto da cria o Ao tomar se consci ncia da especificidade da arte tomou se consci ncia tamb m da realidade e da particularidade das culturas E s na sua rela o com a cultura a arte passar a ser devidamente interpretada e s assim poss vel construir se um m todo l gico de entendimento das raz es que levam o Ser a rememorar constantemente o passado Pages 2006 191 A este n vel verifica se que a interven o do factor tempo implica a interven o da mem ria 52 porque a hist ria radica essencialmente na rememora o e o patrim nio vive dela Ruskin reconheceu que a arte n o nem ser um bem 149 cf Cap tulo 2 Percep o do Tempo 150 cfr Subcap tulos 2 4 A transcend ncia do Ser atrav s da Arquitectura O in h umano 151 0 valor de significa o da cultura reside na met fora do passado 152 Mem ria colectiva O testemunho da arte um eixo orientador do meio social Maria de F tima Lino Ferreira 134
46. Time For Views USA The Universe United States of America Intervarsity Press Edited by Gregory E Glassle HERN NDEZ Manuel J Mart n 1997 La Invenci n de la Arquitectura Madrid Celeste Ediciones HONDT Jacques D 1988 Qu est ce que l union de l Espace et du temps L Attitude Classique L Espace et le Temps Dijon 29 30 de ao t Actes du XXII Congr s de I Associaction des Soci t s de Philosophie de Langue Fran aise Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas HUSSERL Edmund 1990 A Ideia da Fenomenologia Textos Filos ficos Lisboa Edi es 70 HUSSERL Edmund 1994 Li es para uma Fenomenologia da Consci ncia Interna do Tempo Estudos Gerais S rie Universit ria Cl ssicos de Filosofia 1905 1828 Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda IBELINGS Hans 2003 Supermodernisme L rquitecture L re de la Globalisation La globalisation en arqchitecture est g n ralement per ue comme une force n gative conduisant lhomog n it er Puniformit Paris ditions Hazan JACQUARD Albert 1997 Pequeno Manual de Filosofia para uso dos N o Fil sofos Lisboa Terramar Editores d tradu o de Joaquim de petite Philosophie Usage des Non Philosophes Paris Editions Calmann L vy JANSON H W 1989 Hist ria da Arte Lisboa Funda o Calouske Gulbenkian JORGE Jos Duarte Gorj o 1
47. cios monumentos s o exemplos reais da din mica do tempo poderemos definir a arquitectura como uma arte que est inserida na classe das artes atemporais O processo de integra o do tempo na obra de arte evidente nos objectos que manifestam uma dimens o hist rica monumentos e necessariamente expressam uma dimens o espacial e temporal imprescind vel para a percep o das viv ncias Se estas obras ocupam um determinado espa o for osamente tamb m as artes atemporais possuem uma dimens o temporal Qualquer obra arquitect nica por si um monumento dependente do seu valor est tico e representativo perman ncia o que implica uma dura o Este acontecer converte a obra arquitect nica num testemunho da hist ria Existem edif cios que denotam os s culos que passaram e as suas temporalidades Falarmos de patrim nio arquitect nico pressup e de imediato a narrativa do passado tempo hist rico a socializa o do Ser tempo colectivo e o valor estabilizador e harmonioso do Ser tempo individual no tempo colectivo medido pela etapa temporal poca que nos focamos para demonstrar as ideias sobre a interpreta o das formas Amparamo nos nessa ideia espa o tempo com base nos objectos arquitect nicos que alinhados num sentido cronol gico que comp em a narrativa hist rica da exist ncia do pr prio Ser e dos objectos que ele cria Procuramos demonstrar as v rias interpreta es defini
48. e que todo o mundo compreende que o c u azul O c u azul e ningu m coloca em causa E um dado fornecido anteriormente experi ncia vivida isto independente da experi ncia Este dado a priori n o posto em causa e admitido pelo sujeito que o percepciona Maria de F tima Lino Ferreira 60 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas experi ncia Considerou que o tempo assim como o espa o s o formas aprior sticas da percep o sensorial Neste encadeamento situa se o tempo categoria do conhecimento que n o posta em causa pois nos dado a priori Mediante as teorias quer de Heidegger quer de Kant denotamos que o primeiro efectua uma rela o sustentada no existencialismo o segundo efectua uma rela o explicativa sustentada no pr prio conhecimento Em rela o ao espa o mais f cil a sua explica o na rela o com a compreens o do Ser e sua rela o espacial no territ rio Heidegger no seu livro Ser e Tempo exp e que o ente intramundano encontra se numa liga o ontol gica com o mundo no sentido que se liga ao espa o determinando em que sentido o espa o um constitutivo do mundo pelo momento estrutural do ser no mundo 1997 p 149 Na analogia com o tempo verificamos que ambos espa o e tempo est o vinculados pr pria compreens o do mundo ser no mundo e ser em Hall 1996 Apoiamo nos no campo arquitect nico pr
49. imagens e met foras Magalh es 1966 p 6 Maria de F tima Lino Ferreira sr O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Segundo Norberg Schulz os significados existenciais que envolvem o Ser surgem dos fen menos naturais e humanos os quais a arquitectura traduz em formas no espa o Essas formas s o por ele designadas como as formas significativas Norberg Schulz 1983 ou como formas simb licas Jorge 1993 p 44 4 3 A MONUMENTALIDADE O TEMPO E ARQUITECTURA Desde el punto de vista del valor de antiguidad no se trata pues de la conservaci n eterna de los monumentos creados en el pasado por la actividad humana sino de mostrar eternamente el ciclo de creaci n y destrucci n de g nesis y extinci n Riegl 2008 p 54 Qualquer concretiza o do desejo201 s se define pela forma eterno ciclo de cria o e destrui o ao relacionar se com o espa o e com o tempo ou seja pelo registo apoia se no espa o e pela sua dura o ou e perman ncia no decurso temporal A viv ncia do Ser pressup e uma ac o criadora de formas pois a pr pria vida forma e esta denota se pelas rela es entre formas sem as quais a vida n o poderia acontecer E a vida dura o precisa do tempo O mesmo se passa em rela o arquitectura sustenta se na cria o almeja a realiza o e conclui se pela participa o no e pelo Ser Criar equivalente a ter um princ pio Ist
50. m podem contribuir para a valoriza o dos espa os urbanos onde se inserem constituindo uma nova monumentalidade Os requisitos a considerar para que um determinado objecto arquitect nico seja monumental s o essencialmente para al m da grandeza de sua escala a irrever ncia a magnitude da sua originalidade como proeza do feito humano Embora se possa entender que os edif cios modernos se distanciam das imagens convencionais da cidade tradicional sustentando a transgress o hist rica frente ao passado De entre muitas outras justifica es destacamos a genialidade como factor de excep o de uma determinada obra arquitect nica em rela o a um determinado contexto Pauta se por uma desintegra o espacial pela sua singularidade e autenticidade no espa o que apropria A nova arquitectura carregou se de conte dos cada vez mais reaccion rios os quais se manifestavam e manifestam contra o conservadorismo formal Gracia 1992 p 92 Maria de F tima Lino Ferreira see O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 151 A Casa da M sica Capital Europeia da cultura 2001 Rem Koolhas Porto ilustra o nossa Ilustra o 152 Espa o multidisciplinar e polivalente Edif cio emblem tico da cidade do Porto Ilustra o nossa Hoje existe uma r pida capacidade para a monumentaliza o como foi patenteada no caso do Centro Cultural de Bel m 1998 92 de Vittori
51. mil nio que cont m mil anos No caso concreto do per odo a que nos referimos fim de um s culo XX e o come o de um outro o s culo XXI Maria de F tima Lino Ferreira 124 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas contida primordialmente em Deus mas sim na subjectividade humana e nesta que reside a raz o moderna Hoje pautados mais pela raz o do que pelo m tico na iman ncia de Deus somos desafiados pela universalidade e pela diversidade da leitura do tempo A luta entre o poder espiritual e o poder temporal ci ncia e filosofia foi uma das odisseias do anterior mil nio 100 Nas palavras de Eduardo Louren o esta vis o patente quando escreve Em suma desde St Anselmo a Heidegger uma ininterrupta desplumagem de Deus dessacralizou o divino e sacralizou o humano para acabar como era previs vel no inumano Louren o 1999 p 22 N s abordamos o tempo a partir da experi ncia de o viver ou seja sustentado no Ser que o experi ncia A exist ncia condi o essencial para a possibilidade do conhecimento e por conseguinte para a descoberta de si mesmo como Ser Na dimens o em que o Ser vai apreendendo a realidade do mundo onde existem as formas sendo essa realidade f sica que nos permite interpret las O existir evoca deste modo o tempo pois o humano o pr prio tempo segundo Ivan Pedro de Martins o humano o pr prio conceito de
52. ntico Multiusos EXPO 98 em Lisboa Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http technal pt ndex php content 84 gt 186 Ilustra o 74 Transforma o program tica A natureza do objecto arquitect nico Krier 1999 p 28 serrana 187 Ilustra o 75 Pir mides de Miquerinos c 2470 a C Quefren e Qu ops c 2530 a C Giz Documento ic nico Koogan 1983 p 1603 188 Ilustra o 76 Fischer von Erlach Entwurf einer historischen Architektur Planche XIII Vidler 1987 p 64 anais assi bis sepnisacees ooo idos aaa0A LOS Sosa dasasasaa d o 188 Ilustra o 77 Pir mide P s moderna de Leoh Ming Pei Louvre Express o High Tech Gracia 1992 p 267 isa rasia ssa iapade Dna nra sa naaNaR TS aan dg aoniana Epa ASR 188 Ilustra o 78 A Pir mide de Cristal do Louvre Materialidade Geometrismo requiar Gracia 1002 Po 287 seia sisal aa adote a atado a es ni 188 Ilustra o 79 Estrutura met lica e vidro reinterpreta o das formas Gracia HS e EAE RDI ARE EE NERI PN SR O 0 DR ESP O EE RA IE 188 Ilustra o 80 A materialidade das pir mides de Gize Materialidade Koogan E S to DO p 1603 RR RSA E aU SERRO SR RI 189 Ilustra o 81 As pir mides de Gize Koogan 1983 p 1603 189 Ilustra o 82 Torre de Bel m de 1515 Lisboa ilustra o nos
53. numa rela o de depend ncia rec proca Quando falamos do espa o conceito deparamo nos com um sistema de referencia o de ocorr ncias Aqui encontramos a determina o de um poss vel conceito de espa o pois basta nos tr s coordenadas para compreender essa referencia o comprimento largura e altura Ao longo da hist ria das ci ncias a defini o de um conceito de espa o foi se alterando introduzindo se nesse sistema uma outra coordenada a que corresponde o instante em que se deu a ocorr ncia The real is made up of both extensity and duration but this extent is not that of some infinite and infinitely divisible space the space of a receptacle that the intellect posits as the place in which and from which everything is built Pearson 2002 p 24 Ilustra o 13 Dist ncia e dura o Jo o Silva Pinto 25 Fev Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em WWW lt http Olhares com gt 89 65 Os objectos determinam entre si dist ncias que originam o espa o a quarta coordenada corresponde dura o que se percorre entre os tr s objectos aqui representados Presenciamos o espa o tempo numa rela o entre dist ncia e dura o Maria de F tima Lino Ferreira 92 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Segundo Albert Jacquard o tempo percebido atrav s da constata o das ocorr ncias segundo uma ordem Se existe sucess o de acontecimentos u
54. o recebe todas essas impress es para as recordar e revistar quando necess rio Agostinho 1990 p 248 O desenvolvimento das t cnicas tal como a imprensa veio refor ar e relevar o poder da escrita dos registos da mem ria como sua auxiliar transformando o suporte para que esta se tornasse universal E esse aux lio possibilitou o registo gr fico e documental dos edif cios hist ricos O s culo XIX n o tanto na ordem do saber como acontecera no s culo XVIII mas sim dos sentidos veio disputar o esp rito saudosista e comemorativo O romantismo reencontra se e descobre no modo liter rio a sedu o da mem ria O aux lio a esta capacidade do Ser a mem ria fortalece se em dois grandes momentos da hist ria no s culo XIX e in cio do s culo XX Valeu se a seguir da Il Guerra Mundial s c XIX com a constru o dos monumentos destru dos e a constru o f nebre de culto aos mortos a mem ria comum A outra val ncia foi sem d vida o aparecimento da fotografia s c XX que veio revolucionar o armazenamento da mem ria Permitindo guardar registos 162 cr Subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia Eternidade o Sere Theos Maria de F tima Lino Ferreira 16 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas visuais nunca antes alcan ados guardando a mem ria do tempo e sua evolu o cronol gica 188 Perante estas possibilidades de se completar o Ser va
55. o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas para o vir a ser o futuro demonstra a inquieta o de se alcan ar as referidas obras irreverentes e inigual veis que foram edificadas no nosso espa o no final do s culo XX e na viragem do s culo XXI Uma luta serrada entre a realidade e a fic o entre o objecto e o imaginado entre a presen a real e a presen a da aus ncia Coexiste a instabilidade do vir a ser que se sustenta numa nova etapa temporal o s culo que chegou 3 6 RE INTERPRETA O DAS FORMAS ARQUITECT NICAS O USO CRIATIVO DO PASSADO Tudo o que se faz agora constitui uma r plica ou uma variante de algo que foi feito h algum tempo e que por sua vez tamb m foi r plica ou variante de outros objectos tudo isto num movimento incessante desde o dealbar da era humana Kubler 2004 p 14 Ilustra o 71 Coliseu de Roma 78 80 a D Koch 1982 p 36 llustra o 72 Pal cio Sant Jordi Barcelona 1990 Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http barcelona com Barcelona directory monuments sant jordi palace gt Ilustra o 73 Pavilh o Atl ntico Multiusos EXPO 98 em Lisboa Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http technal pt ndex php content 84 gt A arte possui a capacidade de registar tudo o que h tanto de instintivo como de passional daqueles que a criam dos que a desejam e daqueles que a usam Francastel 1973
56. o de Filosofia Lisboa Veja Universidade SANTA RITA Isabel M Abranches Menezes Sequeira e Silva de 1990 A Arquitectura uma Converg ncia de Compromissos Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Tese de Doutoramento em Teoria de Arquitectura SARAIVA Jos Hermano 1987 O Tempo e a Alma Lisboa Gr diva SARAIVA Maria Manuela 1994 A Imagina o Segundo Husserl Paris Centro Cultural Calouste Gulbenkian trad de Isabel T men e Ant nio Pedro Mesquita SARAIVA Jos Ant nio 1993 Ser ou N o ser Arte Estudos e ensaios de mentaliteratura s l Gradiva Publica es Lda SARTRE Jean Paul 1998 O Ser e o Nada ensaio de ontologia fenomel gica Petr polis Vozes SCRUTON Roger 2010 Est tica Da Arquitectura Lisboa Edi es 70 SEBASTI N Mar a Victoria 1994 A aprendizaje y mem ria a lo largo de la historia Madrid Visor Distribuiciones S A SICA Paolo 1977 La Imagen de la Cidad de Esparta a Las Vegas Colecci n Arquitetctura Perspectiva Barcelona Editorial Gustavo Gili S A SILVA Augusto Santos 1988 Entre a Raz o e o Sentido Durkheim Weber e a Teoria das Ci ncias Sociais 2 edi o Porto Edi es Afrontamento SIMON Herbert 1989 A Raz o nas Coisas Humanas Lisboa Gradiva SIMOUNET Roland 1986 Pour une Invention de L Espace Paris Electa Moniteur cop SOLA MORALES Ignasi 2003 Inscripciones Barcelona
57. o facto de ser Nesta analogia descobrimos que existem v rios factores que podem condicionar a percep o do tempo E continuamos a obter algumas incertezas sobre a capacidade do Ser captar a ess ncia temporal dele pr prio e dos objectos que se d o clarivid ncia A transforma o da imat ria em mat ria faculta o desejo por necessidade e busca da sua realiza o e viabiliza a realidade o objecto s poder ser experimentado como real Neste campo a fenomenologia tende a conciliar o transcendental excede o Ser e o imanente perman ncia numa viv ncia puramente ontol gica do Ser Se analisarmos a fenomenologia de Husserl e de Heidegger deparamos com aspectos diferentes e ao mesmo tempo complementares Heidegger apoia a fenomenologia hermen utica como m todo da ontologia n o possuindo em concreto um objecto material A fenomenologia enquanto hermen utica aparece da rela o entre quest o e resposta s que a sua quest o pr pria aquela que interroga pelo sentido do ser do ente Notemos que a distin o entre enunciado e resposta hermen utica n o simplesmente te rica mas tem profundas ra zes existenciais Paisana 1992 p 206 este aspecto que Husserl contrap e a sua explica o fenomenol gica em que o fen meno o seu objecto pr prio e concreto O que Husserl criticava em Heidegger era a sua fenomenologia estar sempre associada ao antropologismo em que tomava o Ser
58. o romana que retomou as ordens j encontradas pelos Gregos O neoclassicismo de Ledoux tamb m se alicer ou na reinterpreta o das formas gregas A produ o art stica assenta em fontes nitidamente do passado Mais uma vez demonstrado que o passado tem real import ncia na re constru o do presente porque das coisas nascem coisas Munari 1981 Passados tantos s culos seria inexequ vel que tudo acontecesse da mesma maneira porque muito mudou desde essa poca No entanto confirma se que nada mudou no que concerne import ncia da arquitectura como elo de liga o e de continuidade da hist ria pela recorda o e revalida o da sua pr pria cultura O progresso lan a cada povo numa situa o nova e desconhecida obrigando o a inventar se a si mesmo Tavares 1991 Os acontecimentos anteriores exercem uma ac o selectiva no espectro dos temperamentos e cada poca molda um temperamento especial para seu pr prio uso tanto a n vel do pensamento como a n vel da ac o Dos v rios per odos da hist ria cnegaram at aos dias de hoje enumeras pistas mas que n o nos relatam todos os acontecimentos desses per odos Como tem sido h bito ao longo do tempo no passado a maioria das pessoas limitavam se a encontrar formas emprestadas mediante poss veis acumula es tradicionais Hoje n o seria l gico pensar que os nicos valores criados pela hist ria seriam somente os que a escrita consagrou A
59. p 12 France 129 Ilustra o 23 Ajuda te e o teu c rebro ajudar te PINN Ingram 2006 Financial Times n 64 23 a 29 Junho 2006 London p 28 130 Ilustra o 24 Formas de art Biblioteca e Centro de Artes de Sines Arquitectura amp Constru o n 38 Maio 2001 p 77 i 146 Ilustra o 25 Hospedes do tempo Pousada do Alamal Arquitectura amp Constru o n 20 Maio 2002 p 83 3 ies 146 Ilustra o 26 Torre em Bagdad Minarete Suhrawardi Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt htip www cemml colostate edu cultural 09476 iraq05 021 himl gt Khalil Jabir and Strika Vincenzo 1987 The Islamic Archite of Baghdad 150 Ilustra o 27 Chicago Tribune Loos Adolf Loos 1922 Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em lt http www slideshare net vinibocchi adolf loos gt 150 Ilustra o 28 Torre Malwiya em Samarra no Iraque Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt http alfurgan pt arquitecturaZ asp gt 150 Ilustra o 29 A inova o e a tradi o Banco Borges amp Irm o 1982 1986 Alvaro Siza Rodrigues 1992 uicaasmiassasndasisano aaiaiua dor easElaaa docas sina sto quabndi a una 151 3 not ria a rela o positiva entre o antigo e o novo numa linguagem formal hierarquizada respe
60. p 12 Esta manifesta o de mito acompanhada de uma cria o ao mesmo tempo ut pica em que cada poca introduz novos gestos novas representa es novos conceitos e novas finalidades visando muta es diversas que v o originar a hist ria Mediante tais factos cada poca dever ser analisada e abordada com m todos diferentes consoante a quadricula o espa o tempo Produzir hoje edif cios de estilos arquitect nicos assentes no passado da Gr cia Cl ssica desde a poca de P ricles de Alexandre Magno do per odo Maria de F tima Lino Ferreira 186 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas da Roma Imperial I a C a S culo IV ou mesmo da Idade M dia o rom nico s culos XI a XIII ou o g tico s culos XIII XV seria bizarro tanto pelas diferentes condicionantes que os levariam a outros tempos como pelas t cnicas a mais valia dos computadores e outros meios electr nicos mas tamb m n o menos importante pela conjuntura factores econ micos religiosos e pol ticos N o esque amos que a arquitectura uma realidade que combina passo a passo a hist ria com os ideais sociais Assim surgiria hoje sem d vida uma r plica do original mediante outros prop sitos e afins Tipos e utiliza o Desajusto funcional Casa de Campo n nan A Mesquita Esta o de Servi o VUT TASTA SASA q PP Aas CX TAS TRITA Central El ctrica Pal ciog da Cultura A
61. pela obra de arte Convertendo se assim num legado pelo qual relacionamos a nossa vida e a nossa hist ria nesse sentido que os meios de exterioriza o do Ser quer pela necessidade quer pela sua espiritualidade se concretizam e se tornam refer ncias para uma mem ria colectiva Como verificamos a arquitectura e as suas formas que emergem dos ideais humanos constituem um campo de medita o numa vis o aprofundada e num potencial gerador da vida social A exterioriza o pelas formas enriquece o espa o arquitect nico onde se exploram diversos ambientes criando potenciais m ltiplos contribuindo para uma maior participa o na rela o com o universo envolvente A este n vel encontra se a expans o do espa o e com ele a expans o correspondente das imensas possibilidades de interven o no campo da arquitectura A vida tem sido sempre um factor de renova o e de inova o nesse evoluir existiu sempre um alerta e uma cr tica fundamental em termos da arquitectura f cil desde que possamos ver a arquitectura como uma aproxima o do nosso esta no mundo e pela qual o Ser se exterioriza sem nunca deixar de sonhar utopia Porque a sim em vez de tornarmos poss vel a materializa o desse sonho n o fazemos mais que desmaterializ lo O salto do material para o espiritual incomensur vel e contudo damos este salto dentro da esfera da vida social Hauser 1988 p 22 As formas que i
62. poderemos dizer que uma linha de cr tica de supera o de uma modernidade considerada fortemente enredada em ideias e n o em sensa es Procura de certo modo superar a falta de s mbolos da modernidade Cf Walter Benjamin Marcel Duchamp e ou Adorno Maria de F tima Lino Ferreira Pen O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Esta despreocupa o moderna sustentada por novas inten es de contextualiza o n o franqueia o enquadramento das formas actuais na circunst ncia espacial O que nos leva a algumas d vidas e alguns desajustes de interpreta o Arrastando o observador utilizador a pensar que as formas s o livres desenraizadas e que nascem por acaso Por outro lado n o nos facilita a sua compreens o rela o espa o tempo a n vel formal e funcional n o existindo nenhuma raz o aparente para a apropria o do lugar Gracia 1992 a forma pela forma Esta s possuir significado se representar para o Sere para a sociedade a sua utilidade Podemos retirar das dicotomias e dos paradoxos demonstrados na arquitectura a compreens o de que ela vive de contradi es e complexidades convergentes e divergentes Por outras palavras n o dispomos de uma teoria concreta e exacta que nos mostre em que condi es os princ pios gerais que regem a nossa arquitectura actual sejam somente objectivos espa o mat ria ou subjectivos tempo esp rito Os resultados muitas vezes condu
63. s 1996 Historia de la eternidade Madrid Alianza Editorial BRENTANO Franz 1992 Fenomenologia e Hermen utica A rela o entre as filosofias de Husserl e Heidegger 1 Edi o Lisboa Editorial Presen a Maria de F tima Lino Ferreira pi O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas BRANDI Cesare 1977 Teoria del Restauro Torino Piccola Giulio Einaudi Editore BURGER Peter 1993 Teoria da Vanguarda Lisboa VeGa Universidade CALINESCU Matie 1988 Five Faces of Modernity Modernism Avant Garde Decadence Kitsch PostModernismo Duhram Duke University Press CALVO Agustin Garcia Contra el Tempo Zamora Editorial Lucina CARENA Carlo 2006 Tempo do homem Tempo de Deus Tempo e Ci ncia Lisboa Gardiva Publica es CARLOS Ana Fani Alessandri 1988 Espa o e Ind stria A geografia e a cidade A industria e a urbaniza o Brasil Editora da Universidade de S o Paulo p 15 CARRILHO Manuel Maria 2001 O que a Filosofia s l Quimera Editores CASQUILHO Jos Figuras do Tempo Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo encontro e leituras do tempo Lisboa Edi o Universidade Internacional CHING Francis D K 1982 Arquitectura Forma Espacio y Ordem Barcelona Editorial Gustavo Gili CHOAY Fran oise 1965 L Urbanisme Utopies et re lit s una anthologie Paris Seiul 1965 CHOAY Fra
64. stica Devemos preocupar nos n o s com o aspecto funcionalista mas com todos os detalhes que comp em a pe a arquitect nica para al m do espa o referimo nos luz ao ornamento s formas s texturas s modela es Enumeramos somente alguns desses detalhes pois seria imposs vel discorrer neste trabalho toda a carga de no es espec ficas inerentes explora o dos elementos tect nicos intervenientes Esses elementos s o verific veis por exemplo quando analisados o interior da capela mor de Notre Dame de Paris ou a ab bada da capela mor da Catedral Amiens ou ainda o interior da capela mor da Catedral de Gloucester 211 cf Cap tulo 2 Percep o do Tempo 212 Patrim nio gen tico Identidade 213 Patrim nio que abrange o meio em que vive e se d exist ncia Comunidade 214 cf Subcap tulo 3 4 A mem ria registos presentes 215cr Subcap tulo 3 6 Re Interpreta o das Formas O uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira 230 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 209 Notre Dame de Paris a b1163 c 1200 Janson 1989 p 303 Ilustra o 210 Catedral de Amiens a b1220 Janson 1989 p 307 Ilustra o 211 Catedral de Gloucester 1332 1357 Janson 1989 p 311 esta singularidade de combina es numa mesma obra que a torna memor vel e logicamente intemporal216 Intemporais em face
65. temporalidade Atrav s dessa narrativa observ vel edif cios hist ricos o observador poder re descobrir a experi ncia do tempo atrav s das v rias temporalidades que o edif cio denota que marcam etapas estil sticas o caso do Mosteiro dos Jer nimos Ambos tempo hist rico e tempo humano refor am e contemplam a perspectiva diacr nica A arquitectura precisa de mudan as vivemos num tempo de mudan a o que implica de imediato o racioc nio de que ela precisa do tempo para acontecer tal como precisa do espa o para se realizar Sem mudan a n o existe tempo sucess o continuidade Segundo Askin 1969 p 32 n o o pr prio tempo que muda mas algo que se encontra no tempo logo o tempo percept vel mediante a exist ncia dos objectos criados pelo Ser s o estes que o denunciam Maria de F tima Lino Ferreira 93 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas N s actuamos no espa o mas o tempo actua em n s e nas coisas que criamos Sem a mat ria o tempo n o pode ser percept vel poder n o existir como subst ncia independente mas existe realmente na qualidade da forma do Ser atrav s da percep o dos edif cios existentes que pela sua perenidade se associam ordem temporal dando um sentido ao tempo o tempo arquitect nico Nesse cont nuo temporal os objectos enunciados das ac es do Ser s o condicionantes do conhecer Meneres pp 5
66. ticos de Arte pela Secretaria de Estado da Cultura em 1990 Pr mio Valmor e Municipal de Arquitectura de 1991 pelo edif cio da Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o Pr mio MIPRIM com o Hotel Carlton Pal cio em Lisboa Grupo Pestana em 2000 e o Pr mio JEAN TSCHUMI de 2002 da Uni o Internacional dos Arquitectos Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 219 Carlton Pal cio Valle Flor Sito no Alto de Santo Amaro 1996 2001 Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 220 Arcadas do jardim Carlton Pal cio Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Escreveu v rios artigos nas revistas Casbella AV Arquitectura Viva DDZ Deutsche Bauzeitung e ARCHI SIA Autor de v rias confer ncias sobre a arquitectura quer em Portugal quer no estrangeiro Assim como autor de livros como Arquitectura em Quest o 2 ed Lisboa AEFA UTL 1994 e 2003 e Textos do Arquitecto s 1 edi o Estar 1999 A consider vel obra deste arquitecto quer como profissional quer como pedagogo foi um dos factores que influenciaram a minha escolha Aliando a este trajecto n o posso deixar de manifestar a minha admira o pelo colega de profiss o dado que tive o privil gio de fazer parte do grupo de docentes do ltimo ano do Curso de Arquitectura na Faculdade de Arquitectura e Artes d
67. transcendente valida a inclus o da religi o como um sistema que intenta uma rela o com o divino no sentido metaf sico Deste modo procura se minimizar as especula es irracionais de tudo aquilo que nos transcende Quadros p 196 Essa mitiga o come a na rela o do Ser que procura a sua estabiliza o emocional na tenta o de se igualar ao acto da cria o atrav s das obras que cria constr i Procurando a sua imortalidade atrav s da perman ncia perpetuando se atrav s da sua cria o a busca da eternidade Estes objectos s o instrumentos e meios essenciais na valida o de valores de estabiliza o do Ser quer na terra quer na sociedade onde se insere e na pr pria religi o Ant nio Quadros refere Que a arte perten a ao nosso tempo que perten a ao nosso espa o e que perten a tamb m ao profundo e eterno desejo do esp rito humano transcender se para libertar a humana condi o Quadros p 196 Desde a pr hist ria que o Ser contribui para a formaliza o da hist ria impregnando a de objectos s mbolos arquitect nicos interliga o com um lugar que demonstram a tentativa desta rela o entre o Ser e o divino atendendo que as religi es ocidentais s o crentes que Deus o criador Maria de F tima Lino Ferreira 199 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas universal com poderes infinitos e absolutos sendo o monote smo a mais dominante Assoc
68. vel em atas on es Ra iss RU Unda dass DE is DAS CO diseases ada 84 Ilustra o 12 Ilustra o nossa sa sessao iniinis adei 89 1 Obra de amplia o de Marques de Riscal Winer em Espanha A constru o revestida a n vel do exterior com materiais como o titanium cor de ouro e cor de rosa bem como o vidro Estes materiais s o suportados por uma estrutura de um geometrismo abstracto N o houve qualquer reinterpreta o das formas j existentes irreverente Arquitectura intemporal Este grupo de fotografias demonstra um tipo de formas a que n s designamos por arquitectura intemporal Classificamos estas obras de intemporais baseando nos no seu car cter genial irreverente e de euforia formal Ultrapassam todos os tempos e conseguem numa vis o progressista transpor os arqu tipos N o seguem estilos Surgem das suas pr prias regras sublima o imaginativa e tecnol gica Classificamos com base neste prop sito as obras de Daniel Libesking e de Frank O Gehry Cf 2 As ilustra es 6 7 e 8 demonstram os testemunhos vis veis do tempo como factor inexor vel e interveniente quer no Ser quer nos elementos que ele cria Os dois primeiros exemplos testemunham por diverg ncia o decurso temporal objectivado na forma corporal Os outros dois exemplos pela forma da mat ria Denota se de modo indirecto a din mica do tempo e atrav s dela a precariedade da pr pria actualidade Ilustra o 13
69. A SOL MORALES Ignasi 2003 Teorias de la Arquitectura memorial a Ignase de Sola Morales Barcelona SOSTRES Jos Maria 1983 Opiniones Sobre Arquitectura Colecci n de Arquitectura 10 M rcia Comisi n de Cultura del Colegio Oficial de Aparejadores y Arquitectos T cnicos SOUTO Jos Correia 1988 Portugal Monumental Lisboa Marujo Editora STEINER George 1990 Heidegger Biblioteca da Filosofia Lisboa Publica es Dom Quixote STEINER George 1993 Presen as Reais Artes do Sentido a Editorial Presen a 1993 TAVARES Manuel e Ferro M rio 1991 Conhecer os Fil sofos de Kant a Comte Lisboa Editorial Presen a 1991 p 89 TAFURI Manfredo 1979 Teorias e Hist ria da Arquitectura Lisboa Editorial Presen a Martins Fontes 1979 TAINHA Manuel Mendes 1994 Arquitectura em Quest o Lisboa Universidade T cnica Faculdade de Arquitectura T VORA Fernando 1996 Da Organiza o do Espa o Porto FAUP Publica es Faculdade de Arquitectura do porto Maria de F tima Lino Ferreira 32 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas THORNBERG Josep Muntafola 1996 La arquitectura como Lugar Ordens d Arquitectes Barcelona Edicions UPC Universidad Polit cnica de Catalunya TIETZ Locher GmbH J rgen 2000 Hist ria da Arquitectura do s culo XX Col nia Druckheus VANCOURT Raymond 1987 Kant Lisboa Edi es 70 VENTURI Rob
70. Arquitectura uma interpreta o das formas KUBLER George 2004 A Forma do Tempo observa es sobre a hist ria dos objectos Lisboa Veja Artes e Ensaios s e LACEY Hugh M Lacey 1972 A linguagem do Espa o e do Tempo S o Paulo Editora Perspectiva LE GROFF Jacques e PIERRE Nora 1977 1981 Fazer hist ria Lisboa Livraria Bertrand Vol 1 Novos problemas vol 2 Novas contribui es e vol 3 Novos objectos LE GROFF Jacques et al 1984 Mem ria Hist ria Enciclop dia Einaudi Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda vol 1 LEVI Strauss Claude Mito y Significado Perspectivas do Homem Lisboa Edi es 70 s d L VINAS Emmanuel Transcend ncia e Inteligibilidade Lisboa Edi es 70 s d tradu o de Jos Freire Cola o de Transcendance et Inteligibilit s l Editions Labor et Vides 1984 L VINAS Emmanuel 1998 Da Exist ncia ao Existente Colec o Travessia do S culo S o Paulo Papirus Editora s d tradu o de Paul Albert Simon e Ligia Maria de Castro Simon De l existence existant 4 edi o Paris Libraire Philosophique J Vrin 1986 LIBESKING Daniel La Vanguardia Cultura s 25 de Janeiro 2006 Vers o em espanhol LINS M rio 1940 Espa o Tempo e Rela es Sociais Rio de Janeiro J Com rcio Rodrigues amp CIA LOEWEN Andrea Buchidid 2009 Os quatro Livros a Arquitectura De Andrea Palladio Casela S o Paulo Hucite
71. Conforme j demonstr mos no Quarto Cap tulo desta tese as obras arquitect nicas representam os s mbolos de identifica o dos lugares Possibilitam um reconhecimento imediato dos observadores e s o facilmente identificadas S o elementos marcantes e reais da paisagem urbana mediante v rias caracter sticas a verticalidade a escala a originalidade o contraste de superf cie a predomin ncia e a din mica Todos eles presentificam se num tempo que n o o seu original s o obras de todos os tempos s o eternas por isso intemporais permanecem como marcos estabilizadores dos lugares e transgridem o pr prio tempo a cada etapa da sua passagem o presente caso de estudo Ilustra o 251 Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA Vista do Rio Tejo Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 252 EMSA Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 237 cf Subcap tulo 3 5 Entre a mem ria e a imagina o e Segundo Cap tulo 2 Percep o do Tempo Maria de F tima Lino Ferreira 218 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Concordamos com uma pr tica actual progressista 238 mas contextualizada que permita a sobreviv ncia dos edif cios antigos como o caso do palacete no conjunto da Ribeira das Naus EMSA O palacete recuperado e as novas formas criadas fazem parte do programa funcional tem tico que germinou a ide
72. Consult Nov 2010 Dispon vel em www http arquitetandoblog wordpress com 2009 05 14 daniel Lol is d lg o RE RSRS AR ED AD RR RAR RR APPA ER AURA ON 247 Ilustra o 194 A vila e os monumentos Paradoxo entre as formas do passado e as novas formas temporais Marques de Riscal Winery Espanha Gehry amp Partners Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http com 2006 09 23hotel marques de riscal gt 248 Ilustra o 195 A intemporalidade da obra arquitect nica Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http com 2006 09 23hotel marques de riscal gt EEEE ces Ti TAE EEE E rede red TUE CLASS E S qa Dea IREI acid tea 248 Ilustra o 196 As formas actuais Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http com 2006 09 23hotel marques de riscal gt 248 Ilustra o 197 A nova monumentalidade Museu Guggenheim em Espanha Pa s Basco Frank O Gehry amp Associetes Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel m www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconstrutiva gt em www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura CESCONSILIVA SS Ade agi id a ER na ASP Cor G NO a dE A ra 248 Ilustra o 198 Modernidade superada Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconSIrutiVAS A area e
73. Davis 2003 Pura fic o pois entendemos que s a mem ria nos permite transportar para o que n o mais 1 Efectivamente n o poss vel ver o que n o existe O passado n o se d percep o sens vel mas como lembran a atrav s da mem ria da reminisc ncia deixando marcas reais bem vis veis no presente os monumentos O presente demasiado ef mero e inst vel sendo consecutivamente passageiro No instante imediatamente a seguir j 71 Ao demolir a teoria sobre o tempo e o espa o de Isaac Newton Einstein com a sua teoria da relatividade tornou aceit vel o tempo relativo t o relativo ao ponto de colocar em causa a exist ncia destes tr s per odos o que permitiria hipoteticamente se n o fosse pura fic o as viagens no tempo Maria de F tima Lino Ferreira 36 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas passado Afirma neste sentido Santo Agostinho Quanto ao presente se fosse sempre presente e n o passasse para o pret rito j n o seria tempo mas eternidade 1990 p 309 atesta ainda Existem pois estes tr s tempos na minha mente que n o vejo em outra parte lembran a presente das coisas passadas vis o presente das coisas presentes e esperan a presente de coisas futuras Se me l cito empregar tais express es vejo ent o tr s tempos e confesso que s o tr s Agostinho 1990 p 309 O presente divide o tempo em passad
74. Desde o in cio da sua evolu o que o Ser demonstrou sempre um forte desejo de criar Esta faculdade do acto de criar entre os v rios instintos do Ser o instinto mais forte um dos impulsionadores para a realiza o do Ser atrav s da arte Esta motiva o que nos comprova a arte e logicamente a arquitectura sustentada pelo desejo que todo o Ser sente de ser um criador n o se limitando cria o de filhos um simples perpetuar a sua g nese A arte a arquitectura manifesta se como a imperiosa necessidade de ir mais al m de progredir na procura do mais belo do subtil do mais perfeito Criar um est gio superior por esse facto o Ser supera se ultrapassa se Poderemos dizer que o poder criador do Ser situa se num n vel para al m da sua consci ncia vulgar Ao longo da narrativa hist rica no campo arquitect nico o Ser usou a e ainda usa e ainda usa a arquitectura para a sua representa o quer social quer econ mica Essa representa o realiza se espacialmente mediante sobreposi es alicer adas na sucess o hist rica Permitindo a continuidade dos feitos do Ser como criador Sendo o espa o mediador entre o interior e o exterior do Ser na possibilidade de atingir a realidade Freud 1930 p 13 89 89Sigmund Freud Com todo el hombre aprende a dominar un procedimiento que mediante la orientaci n intencionada de los sentidos y la actividad muscular adecuada le permite discernir lo int
75. Diez Livros de Arquitectura 2 ed Madrid Alanza Forma PORTAS Nuno 2008 A Arquitectura para Hoje seguido de evolu o da Arquitectura moderna em Portugal Lisboa Livros Horizonte Maria de F tima Lino Ferreira 333 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas PORTOGHESI Paolo 1981 Despu s de la Arquitectura Moderna Barcelona Editorial Gustavo Gili PRIGOGINE llya 1990 Entre o Tempo e a Eternidade Lisboa Edi es Gr diva PRIGOGINE llya 1988 Irr versibilit et Structure de L Espace Temps L Espace et Le Temps Actes du XXII Congr s de l Association des Soci t s de Philosophie de Langue Fran oise Dijon 29 31 Ao t PUIG GRAU Arnaldo 1963 Sintesis de los Estilos Arquitect nicos 3 ed Barcelona Ediciones CEAC RAMIREZ Juan Ant nio 1983 Construcciones Ilus rias Madrid Editi ns Alianza RAMONET Ignacio 2002 Guerras do S culo XXI Novos medos novas amea as Porto Campo das Letras Editores REICHENBACH Hans 2000 Our observations of physical things our feelings and emotions and our thinking the present to the futur The Direction of Time New York Courier Dover Publicstions p 2 pt 1 The Emotive Significance of Time RENEIR Alain 1989 Espace repr sentation et s miotique de I Architecture 2 ed Les Editions de la Villete RICHARD Sent 1991 La Consciencia del Ojo Barcelona Versal RICOEUR Paul 2011 Teo
76. Editorial Gustavo Gili STEINER George 1993 Presen as Reais As Artes do Sentido Lisboa Editorial Presen a trad de Miguel Serras Pereira de Real Presences Copyright by George Steiner 1989 TAFURI Monfredo 1978 Arquitectura del Humanismo Madrid Xarait Ediciones TAFURI Monfredo Project et Utopie de Avant garde la M tropole Espace Argchitecture s l Dunod s d Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas TAVARES Manuel e Ferro M rio 1991 Conhecer os Fil sofos de Kant a Comte Lisboa Editorial Presen a TEDESCHI Enri o 1972 Teoria de la Arquitecture Buenos Aires Ediciones Nueva Visi n THORNBERG Josep Muntafola 1996 La arquitectura como Lugar Ordens d Arquitectes Barcelona Edicions UPC Universidad Polit cnica de Catalunya TIETZ Locher GmbH J rgen 2000 Hist ria da Arquitectura do s culo XX Col nia Druckheus TOST ES Ana 1997 Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50 2 edi o Porto FAUP Publica es TOST ES Ana 1999 Caminhos do Patrim nio Monumentalidade obras p blicas e afirma o da arquitectura do movimento moderno o protagonismo da DGEMN na constru o dos grandes equipamentos nacionais Lisboa Direc o dos Edif cios e Monumentos Nacionais TOST ES Ana 2004 Arquitectura Moderna Portuguesa 1920 1970 Colec o Patrim nio Moderno IPPA
77. Francois Benveniste 16 Jul 2006 s l s n 2006 Fotografia Consult 10 Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt a tentativa do humano acalmar o esp rito e viver em conson ncia com o mundo42 independentemente das dimens es do espa o A concilia o do Ser com o seu meio de enraizamento depende da articula o e manipula o de v rios pares de dualidades contrapontistas e dialogantes como o sens vel e o intelig vel o olho e o esp rito o conhecimento a priori e o conhecimento emp rico a interpreta o aparente e a ess ncia Os opostos interligam o Ser ao campo da experi ncia fornecendo lhe meios emp ricos e sensitivos para poder interpretar e descodificar os modos da sua actua o e realiza o da arquitectura Essa interpreta o n o se poder constituir de argumentos v lidos sem estar associada experi ncia pois a interpreta o nasce da pr pria experi ncia do mundo 41 Ao divino se associa o extra temporal que significa estar fora do tempo Exclu qualquer mudan a a eternidade O entendimento divino o ideal o arqu tipo 42 cf Subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia Eternidade o Sere Theos Maria de F tima Lino Ferreira A O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Como mortais buscamos no extra temporal as justifica es dos nossos receios a tentativa de nos sentirmos em seguran a face ao desconhecido Na sepa
78. Lino Ferreira PAS O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Monta de implante o llustra o 200 Casa em Alvito Carvalhinhas de lvaro Leite Siza Vieira 2005 Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 62 Ilustra o 201 Perspectivas das plataformas de desenvolvimento da casa Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 62 Ilustra o 202 Planta e corte de adapta o da casa ao terreno Arquitectura amp Constru o n 5 Fevereiro Mar o 2006 p 62 Ilustra o 203 Casa da M sica Porto Capital Europeia da Cultura Ilustra o nossa Ilustra o 204 Vista da envolvente Porto Fotografia Ilustra o nossa Ilustra o 205 Pormenor da envolvente urbana Porto Fotografia Ilustra o nossa Ilustra o 206 A ltima Exposi o Mundial do s culo em Portugal EXPO 98 Boletim Oculum N 23 3 ano Outubro 1998 p 2 Campinas Ilustra o 207 Boletim Oculum N 23 3 ano Outubro 1998 p 2 Campinas Ilustra o 208 Esta o do Oriente Lisboa 1998 Calatrava IGESPAR 98 O Ser apoia se nos registos espaciais temporais como s o os edif cios que salpicam a hist ria os quais possibilitam a sua narra o na rela o com os objectos evidenciando o seu Ser social Isto o patrim nio individual de cada sujeito abrange o seu patrim ni
79. Manuel Tainha No sector habitacional destacamos o Grupo 6 de Olivais Sul para o Gabinete T cnico da Habita o da C mara Municipal de Lisboa a Unidade de 300 fogos em Set bal Praias do Sado para a Cooperativa de Habita o Econ mica Uni o Praiense a Moradia de Oeiras para o professor Kurt Jacobsohm e a moradia em S Pedro de Moel para V tor Manuel Santos Gallo No sector industrial distinguimos a Unidade de Fia o e Cardado 12 000 m2 de superf cie coberta para as F bricas Barros Lda Ainda a evidenciar a Pousada de Santa B rbara em Oliveira do Hospital Em concurso destacam se dois projectos que passaram para a 2 fase o Pavilh o Portugu s para a Feira Internacional em Sevilha e o Centro Cultural de Bel m em Lisboa Maria de F tima Lino Ferreira 238 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 217 Casa Galo S o Pedro Anos 70 Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Lugar de ver e de ser visto o lote desta casa situado nas novas urbaniza es de S Pedro arranca das cotas altas da Rua que lhe d acesso estendendo se encosta abaixo pelo pinhal existente uma das riquezas da Vila A casa ocupa uma posi o de charneira entre dois ambientes distintos Do lado rua casas casas e mais casas de constru o recente o dom nio do pr ximo Do lado encosta o grande vazio do vale o c u a vila o mar at linha do horizonte o do
80. N o esque amos que a revolu o industrial deu nos a possibilidade de obtermos ideias sobre o progresso mas tamb m nos concedeu o verso dessa medalha o seu lado mutilador Encaminhou o Ser para uma vertente paralela onde reside a destrui o sistem tica do meio ambiente e do pr prio Ser Hoje o progresso deu nos a possibilidade de acedermos aos mais altos n veis da tecnologia mas deu nos tamb m a depend ncia volunt ria que resulta de um feudalismo tecnol gico como define Jean Baudrillard o qual adv m de uma sociedade tecnocr tica cuja vida humana tende a ser irrealmente vivida atrav s de uma realidade virtual Ilustra o 22 BOLZ Norbert 2006 A cultura vers til do Clique Courrier Internacional n 74 7 Setembro p 12 France 107 107 Para o fil sofo alem o Norbert Bolz as novas formas de comunica o enaltecem o exibicionismo e o fim da raz o Maria de F tima Lino Ferreira 123 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Reduziu se o Ser actual experi ncia deste tempo linear cont nuo e ordin rio ao contr rio de um tempo circular que n o se media por quantidades mas por ser portador de qualidades o tempo dos planetas retirado da experi ncia tradicional do tempo Este tempo actualizado linear e cont nuo tempo linear hist rico porque a hist ria n o segue um percurso c clico O tempo e o espa o para o homem tradicional poss
81. O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas privado mas do interesse colectivo por esse motivo muitos per odos de crise da sociedade na hist ria foram demonstrados atrav s da arte De facto a arte um testemunho de uma das principais faculdades do Ser presente em todos os momentos da hist ria Gerador de obras que contribu ram para marcos monumentais no desenvolvimento das sociedades traduzindo pensamentos individuais e colectivos no espa o e no tempo A obra para existir tem que estar a no espa o como necessita da dura o para se fazer mat ria O tempo vive a hist ria Refere se Koj ve no seu livro A Eternidade o Tempo e o Conceito s existe Tempo na medida em que existe Hist ria Natureza o espa o ao passo que o Tempo a Hist ria Koj ve 1996 p 33 A hist ria consiste em nosso entender na transmiss o dos acontecimentos especificamente no campo art stico Testando ao mesmo tempo a sua veracidade atrav s da sua evolu o e na evolu o intelectual do sujeito que a percepciona a procura para minimizar o desespero da mortalidade e do vazio que a mesma acarreta Porque rememorar Garantir num devir de esperan a a perman ncia de valores simb licos ou emblem ticos que apoiam a nossa consci ncia hist rica num imagin rio de refer ncias que suporta o universo da tradi o num enquadramento cronol gico e de continuidade Ferreira 19
82. Ser Intentamos chegar a defini es aproximativas inclusas porque sempre que pretendamos encontrar uma explica o sobre o tempo as respostas s o muitas e vulner veis devido mutabilidade que caracteriza o tempo e o seu conceito As leis da compreens o de cada sujeito t m um car cter probabil stico aproximativo e por vezes provis rio Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Numa primeira abordagem segundo cap tulo procurou se descodificar e contextualizar o conceito do tempo nas v rias esferas do conhecimento em concreto na rea da arquitectura Sustentando a nossa reflex o em duas categorias o espa o e o tempo que sustentam a exist ncia do Ser e das coisas que ele cria Para que haja tempo preciso pois que haja outra coisa que Tempo Esta outra coisa antes de mais o Espa o o lugar de paragem de algum modo Logo n o h Tempo sem Espa o Koj ve 1998 p 35 N o existe espa o nem tempo por si s N o existe fora da ac o e da percep o do Ser Trata se de analisar os mecanismos e rela es que os constituem Para Raymond Ledrut o espa o e o tempo s o produzidos Aos movimentos a partir dos quais s o produzidos chamam se espacializa es e temporaliza es Silvano 2010 p 53 El problema de la estrutura espacial de la exist ncia humana se coloca com peso pr prio al lado del de la temporalidade B
83. Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas nos conte dos contidos nos vest gios vis veis devendo no dom nio central da hist ria das sociedades nas coisas que o Ser constr i investigar e prestar devida aten o a todos os objectos figurativos estrutura dos monumentos sua decora o e a esse material documental de enorme valor que constituem tamb m todas as imagens esculpidas ou pintada Le Groff 1984 p 183 Ilustra o 116 Tholos de Delfos Monumento megal tico culto dos mortes Consult Fev 2010 Dispon vel em www lt http artecreha com Miradas CREHA tolos de atenea pronaia html gt Ilustra o 117 Templos Circulares Ol mpia Filip ion cerca de 340 a C Koch 1982 p 34 A RA EERE f F wa gt 1 7 Sa Y A s ROA SN A fas SA Ilustra o 118 San Pietro in Montorio Tempietto datado de 1502 Jonson 1989 p 449 Maria de F tima Lino Ferreira 13 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 119 Ci dessous Bureau de Reuilly aquarelle de Palaiseau Mus e Carnavalet Gympel 2001 Ilustra o 120 Arquitectura ut pica N oclassicismo Canot fio a Newton 1784 de Etienne Louis Boull e Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http scribd com doc 10 ARQUITECTURA NEOCLASSICA gt Ilustra o 121 Donato Bramante Tempieto San Pietro in Mo
84. a capacidade de conceber sua medida uma nova arquitectura capaz de responder s necessidades f sicas e espirituais da poca Maria de F tima Lino Ferreira pas O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Numa associa o com as recomenda es da Carta de Atenas discutida no CIAM Congresso Internacional de Arquitectura Moderna em 1933 e publicada s em 1941 surge uma atitude mais serena e moralista que se sustentou numa atitude cautelar na p s guerra que a fomentou Ilustra o 190 Centro Cultural de Bel m Arquitecto Vittorio Gregotti e Manuel Salgado 1988 1992 Lisboa Ilustra o nossa Nos casos anteriores escolhidos por op o pode se constatar para al m da mem ria e ou da imagina o a import ncia do edificado na possibilidade de ordenar cronologicamente o pr prio tempo atrav s da presentifica o de cada uma destas obras de valoriza o patrimonial As novas tend ncias falando de uma etapa temporal mais pr xima actualidade imp em novas formas de apropria o dos espa os despontando um novo mundo e um novo Homem Marcam se assim espa os e tempos com obras irreverentes que determinam a evas o do progresso e a urg ncia de superar um presente tornando o sempre actual Essas obras denunciam uma outra etapa temporal o agora Obras que se transformam elas pr prias em testemunhos de uma poca temporal tais como os projectos d
85. a mudan a dos acontecimentos O Devir pressup e mudan as variadas que afectam o fen meno arquitect nico Tudo movimento os acontecimentos d o se cada vez mais num ritmo acelerado 14 A evolu o necess ria para que o tempo presente aconte a e d possibilidades ao vir a ser A perman ncia essa presen a um registo no espa o que testemunha o tempo Subentende a transcend ncia do tempo 146 Para sustentar um racioc nio sobre a hist ria necess rio que do confronto entre a mudan a inova o e a perman ncia tradi o se estabele a um conjunto de valores significativos com capacidade de ajudar o Ser a obter um sentido uma direc o e um caminho para a constru o s lida desse futuro O futuro a alcan ar incerto pouco probabil stico da considerar que a arquitectura actual vive num estado de neurose e inquieta o isto o desejo insatisfeito do Ser de se transcender no futuro Um futuro em que as formas da exterioridade edif cios possam ajudar no paralelismo entre inova o e tradi o para a arte e para o patrim nio Permitindo a defini o de novas formas conceptuais que associadas s formas existentes contribuem para a preserva o e difus o do patrim nio Ilustra o 29 A inova o e a tradi o Banco Borges amp Irm o 1982 1986 Alvaro Siza Rodrigues 1992 145 cr Subcap tulo 25 A vis o temporal na actualidade A pluralidade e o
86. actualiza o na modernidade A arquitectura tem um car cter evolutivo possibilitando a significa o dos edif cios antigos numa estabiliza o duradoura perante os edif cios de constru o recente que imprecisamente se ligam ao tempo na esperan a de se tornarem tamb m eles eternos Neste sentido a arquitectura pode evoluir tentando procurar novas formas de entendimento com o espa o e com o tempo num relacionamento com o que h de vi futuro imagina o o que vir e com o que j foi passado mem ria o que j n o Ir s origens dos arqu tipos e por meio deles compreender os dados estabilizadores padr es os quais podem atrav s da criatividade fazer surgir novas formas que tamb m elas podem vir a converterem se em ideais perfeitos O paradigma da modernidade ser a capacidade do Ser restabelecer os padr es estabilizadores do espa o vivencial com as novas formas temporais Contextualizando e reafirmando os valores hist ricos dos monumentos actualizando os A intemporalidade da obra a sua capacidade de transcender o tempo e igualar se eternidade O material hist rico em arquitectura o nico elemento concreto que poss vel aferir se para definir racionalmente a pr pria ideia de arquitectura A realidade em que vivemos fundamenta se na perspectiva do novo mas sustenta se na experi ncia hist rica da arquitectura Segundo Ant nio Monestiroli Para superar dicho grado de
87. and utopia Space is representation it is reality Time is causality and is problematic space is its result Approaching the dichotomy tradition innovation as a lens with which to study the sense of time in architecture allows us to better understand architectural experience throughout time whether by attending to styles or whether looking at the cultural circumstances which allowed such factors to last through time Time in architecture is a fundamental factor and is not seen merely as a dimension of observation but also as a dimension of the work itself The two fields are linked Tradition is underpinned by space which makes it possible makes its permanence possible Innovation is that which time permits to happen The two fields space and time are hard to separate The former allows the spatial positioning of material objects The latter relates such objects in a temporal order One establishes order in and by way of space the other establishes the temporal relationship between the objects This research transcends the mere goal of analysing a project and emphasises instead the temporality of the forms constructed Palavra chave Being Time Architecture Space LISTA DE ILUSTRA ES Ilustra o 1 Olhar Nuno Andr Monteiro Lisboa s n s d Consultado em 10 Out 2010 Dispon vel em www http hyperlink Olhares com gt 56 Ilustra o 2 A perda da presen a s l s n s
88. aos valores edificados existentes numa hierarquia pr pria que valorize as referencias edificadas do passado Permitindo uma hierarquia heterog nea entre as formas possibilitando o paralelismo existencial entre objectos do passado e do presente Como indubit vel entre o Mosteiro dos Jer nimos e o Centro Cultural de Bel m Fragoso 2001 O mago deste estudo sustenta se veemente no terceiro e quarto cap tulos O primeiro por explicar o que nos mais est vel passado e presente permanente e por esse mesmo facto como e porqu os objectos arquitect nicos tornaram se marcos identit rios valores patrimoniais e intermedi rios para uma optimiza o da viv ncia no espa o da experi ncia O segundo por nos permitir demonstrar a actualiza o constante das formas de exterioridade e de como fazem parte do campo arquitect nico acompanhando a hist ria Obras arquitect nicas que emergem do espa o numa linguagem contempor nea e obras que se actualizam incessantemente num eterno presente como s o os monumentos Mediamos a valida o de uma obra arquitect nica e os seus significados contextualizados na conjuntura onde se d a sua passagem na inten o de atingir o Devir Este intento valida cada acto da cria o e permite a adapta o ao Devir atrav s do edif cio existente e sua amplia o com novas formas temporias hierarquia do lugar A actualiza o incessante do instante permite o agora presencial da obra
89. arquitecto Manuel Tainha pd dc SNS Dad ta a DO Da DA E a E O dE 290 Ilustra o 269 Vista a rea do edif cio da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainh sea paasinsas io nsiassrosaiE rude siaas asa so Raia pandas Ra io estan 290 Ilustra o 270 Vista a rea do edif cio da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel TAN s e masssessase ra sasip ias Fort raa Dao sen pidasda den doca tia mas een S A fagianiada 290 Ilustra o 271 Implanta o de todo o P lo Universit rio do Campo Grande em Lisboa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 290 Ilustra o 272 Espa os iluminados A luz modeladora do espa o V rios planos modelados pela luz Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha E a ia Ta a E Sua a 291 Ilustra o 273 Panta de p tio interior Implanta o em U Reminisc ncias da forma de um claustro Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel LEE Tal ate Ee ORG AR RR RR RR RR ERR SR DP ED SE 292 Ilustra o 274 P tio interior da FPCE Em presen a a estiliza o das formas dada pela anterioridade Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 292 Ilustra o 275 Desenhos de colunas e seus ritmos A modela o do espa o pela forma da extyerioridade constru o Ching 1982 p 143 Uma fila de colunas ou colunata pode determinar e delimitar um espa
90. arquitectura a arte de construir Le Corbusier dizia que a arquitectura p r em ordem fun es Augusto Perret 1874 1954 define a como a arte de organizar o espa o Esta ltima abrange tanto a defini o de Viollet como de Le Corbusier e totalizante porque a ordem imp e uma determinada organiza o e se o espa o a ess ncia da arquitectura ent o n o ser dif cil concluir que a arquitectura a arte de organizar funcionalmente o espa o DICTIONNAIRE RMSONNE PARCHITECTURE M VIOLLET LE DUO K My Ilustra o 159 Eug ne Viollet le Duc Dictionnaire raisonn de l rchitecture fran aise du XI ao XVI si cle Tome Premier A Morel Editeur Paris 1856 O tempo aparece como um dos elementos fundamental quando falamos do nosso patrim nio arquitect nico Pois sem o tempo como aferir amos os estilos o permanente o ef mero ou mesmo a evolu o da nossa identidade cultural A identidade cultural organiza se num continuum temporal sucessivo e estruturado Assim o faz parecer a hist ria que atrav s dos lugares e das etapas temporais se formaliza e se d a conhecer S o os estilos Maria de F tima Lino Ferreira Eee O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas arquitect nicos por extens o significa o conjunto de formas ou modos est ticos caracterizando uma dada poca Rodrigues 1998 p 127 Para Viollet Le Duc o est
91. as formas do passado e as novas formas que fomentar o novos espa os Sobre a tem tica presente o renascer de um tempo novo continuamente j foi alvo de v rios estudos e cr ticas desde tempos ureos n o podendo de deixar de referir Giedion Zevi e Le Corbusier entre outros que consideraram a modernidade no movimento moderno movimento art stico uma possibilidade grandiosa para a emancipa o espiritual do Homem moderno Ao longo dos tempos tem sido tend ncia e no tempo presente isso tamb m acontece agregar a arte a esquemas ideol gicos a arquitectura do poder Demonstra nos isso as ditaduras a que a Europa se sujeitou e pelas marcas de edifica o que s o provas de tal feito poderemos enumerar o per odo de 1930 a 1945 per odo durante o qual a ditadura invadiu a liberdade pol tica e da viv ncia dos povos Situa es econ micas duras e de crise mundial que ocorreram entre o per odo das duas guerras Neste clima de austoridade no nicio do s culo XX surge uma arquitectura da mem ria nacional Surgem monumentos her icos locais embelem ticos e de culto que j tinham sido protaginistas na arquitectura do s clo XIX Tietz 2000 p 50 Portugal n o foi exep o em 1940 a Exposi o do Mundo Portugu s reflectia como acontecera at a uma mod stia que evidenciava a dimens o nacional da nossa viv ncia colectiva A vis o dos edif cios tinha como finalidade de transparecer o car c
92. as impress es do meio exterior onde se materializa a arquitectura O artista criativo que procura a sua inumanidade motivado pelo desejo que estimula a imagina o Esse desejo impulsionado por algo que uma necessidade imperiosa a qual gera a forma arquitect nica associando o til ao contemplativo Como afirmava George Kubler nenhum objecto feito se n o for desejado 2004 p 12 Esta rela o intr nseca da necessidade gratuita e funcional com a procura de algo transcendente atrav s da obra prima do belo premeia o Ser pela sua incessante busca de felicidade Esta realiza o atrav s da obra de arte permitir nos ultrapassar as nossas capacidades vulgares e p r nos em contacto com outras possibilidades inteiramente novas que nos ir o permitir conceber obras primas que nos ultrapassam A demonstra o desses actos s o os monumentos hist ricos que hoje sincronicamente habitam o espa o que hoje vivemos Da o seu valor nico resumindo em si in meros elementos que associam lugares e tempos n o homog neos a imagina o que diligencia a vontade do Ser de se transcender inumanamente J Alberto Einstein no seu tempo referia que a imagina o mais importante que o conhecimento A imagina o uma das capacidades humanas onde habita a inumanidade Jacquard 1997 p 81 Al m da persist ncia os grandes progressos cient ficos tiveram uma forte componente de imagina o Esta ser ev
93. cada realidade presentificada Sintonizando a com as multiplicidades pr ticas praxis operacionalidade e contextualizando a com a est tica numa linguagem interdisciplinar entre a inova o e a tradi o 185 Cf Subcap tulos 2 5 A vis o temporal na actualidade Pluralidade e o cepticismo sobre o conceito de Tempo Interliga es e 3 6 Re interpreta o das Formas o uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira a1 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A operacionalidade e a compreens o que retiramos da obra arquitect nica existente com valor patrimonial independente da defini o de modernidade n o dever ficar sujeita ruptura pela destrui o mas pela constru o de um novo conceito de modernidade futuro que as preserve de modo a fortalecem a nossa identidade Contudo e perante o que se disse n o existe impossibilidade de se construir novas formas no sentido da inova o e renova o da arquitectura As rela es entre as ac es novas e as tradicionais no mbito da arquitectura cada vez s o mais complexas e contradit rias A modernidade possui tantos sentidos quantos forem os pensadores e as sociedades envolvidas Mas todas as defini es de um modo ou de outro apontam para a passagem do tempo Latour 1994 p 17 Novos horizontes aparecer o e novas modernidades ir o acontecer Os dilemas nesta mat ria ir o prevalecer bem como a ambiguidade entre
94. cepticismo sobre o conceito de tempo Interliga es 146 cr Subcap tulo 2 3 O intemporal A transcend ncia A Eternidade o Ser e Theos Maria de F tima Lino Ferreira 151 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A arquitectura exige uma explana o quer do seu sentido til aspecto material quer do seu sentido impl cito aspecto imaterial Segundo Monestiroli 1998 p 8 o avan o cognitivo no mundo da arquitectura parte da reflex o sobre as formas do passado e de como as observamos luz da realidade material da poca presente Permitindo nos visualizar e narrar a arquitectura hist rica O mesmo autor no seu livro La Arquitectura de la realidad procede a uma apresenta o de uma dupla analogia em arquitectura com a hist ria e com a natureza Numa aplica o directa ao nosso estudo verificamos que as duas analogias s o essenciais para uma compreens o da arquitectura A analogia com a hist rica prov m de como as formas arquitect nicas se d o evid ncia permitindo a elabora o da hist ria atrav s da linguagem dos edif cios edificados que se encontram sustentados no espa o presentifica o A analogia com a natureza vincula a arquitectura ao mundo material mas n o dever permitir que as formas se convertam em meras conven es isto n o dever o ser convertidas tautologicamente replicas c pias Denote se que cada uma delas hist ria e natureza se identifica re
95. cient fico a Comiss o Europeia e os Estados membros na execu o apropriada da legisla o da Uni o Europeia no mbito da seguran a mar tima e no combate polui o contando com a coopera o dos estados membros E o edif cio da Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o FPCE de Lisboa No caso da Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o de Lisboa 1987 1990 o edif cio reflecte a primeira fase da extensa obra de Manuel Tainha Esta obra foi um marco na carreira do arquitecto n o se destacando nas leituras de bibliografias sobre a Hist ria da Arquitectura obras relevantes nas d cadas de 50 a 60 Embora se saiba que foram edificadas v rias obras de not vel valor quer em termos de t cnica quer de forma atrav s destes edif cios que intentamos desvendar e perceber na praxis o que teorizamos anteriormente quer na interpreta o das formas perante as suas temporalidades quer pela apropria o dos objectos arquitect nico escolhidos numa sequ ncia cronol gica 5 2 1 AG NCIA EUROPEIA DE SEGURAN A MAR TIMA EMSA 5 2 1 1 LOCALIZA O E FUN O A fun o deste conjunto distribui se por tr s edifica es distintas que formam uma pra a central voltada para o rio Tejo A solu o visa contribuir para a valoriza o do lugar frente ribeirinha e da pr pria edifica o existente Na pra a encontra se constru do um piso que alberga o estacionamento e alguns se
96. como iremos demonstrar Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A escolha residiu por um lado um objecto arquitect nico cujo conjunto resultou da adi o a um objecto j existente uma adi o racional que permitiu surgir novas formas da exterioridade registando no espa o o tempo presente por outro um objecto que sendo actual necessitou de referencias passadas na materializa o das formas a anterioridade a favor da posterioridade analogias Procuramos uma nova rela o causal entre as formas novas e as formas hist ricas constru das O edif cio da EMSA associa se mem ria do existente retrocedendo imposi o de um tempo original palacete admitindo a sua manuten o e articula o com as novas formas restante edifica o do conjunto No caso da FPCE a sua concep o reside no novo sustentando se em modelos anteriores apoiada em arqu tipos existentes A forma antes de materializada realizada pensada imaginada e esta rela o entre o material e o imaterial o esp rito e o real s o buscas do desejo e do equil brio do Ser no mundo A arquitectura segundo o livro Vocabul rio T cnico e Cr tico da Arquitectura a mais completa das formas correspondendo aos valores ontol gicos e existenciais na humanidade Rodrigues 1996 Hegel refere que o Ser tem que buscar o equil brio entre a arte a religi o e a filosofia onde reside a m
97. como seu objecto material Husserl enganou se uma vez que o objecto de Heidegger n o seria o Ser mas sim enquanto ontologia se questionava sobre o sentido do Ser do ente Para Husserl a fenomenologia uma ci ncia que implica a aus ncia de exterioridade da consci ncia segundo a interpreta o de Jo o Paisana o fen meno a pr pria viv ncia intencional ou o modo como o objecto surge consci ncia e n o o objecto de toda a experi ncia poss vel Paisana 192 p 324 Maria de F tima Lino Ferreira 80 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas not ria a exist ncia de duas demarca es fenomenol gicas que entendemos ser as mais exemplificativas uma a fenomenologia Husserliana que reflexivo explicativa encerrada ao n vel da subjectividade e a fenomenologia Heideggeriana que hermen utica em que isso j n o acontece reflecte se na rela o com a exist ncia do homem e a sua capacidade de se questionar enquanto Ser Ao longo dos s culos a hist ria e a filosofia t m como a linguagem a arte a religi o e os mitos condicionaram e condicionado a vida humana o seu estar no espa o e no tempo A busca de raz es e sentidos nestas reas do conhecimento tem um fundamento l gico que busca na exist ncia do ser no mundo os fundamentos para a exist ncia do objecto neste campo espec fico isto a obra de arte Evidencia se deste modo a consci ncia fenomen
98. considera o de estabilizar o passado atrav s do edificado hist rico teremos por outro lado o futuro como meta a alcan ar No primeiro passado encontramos os fundamentos que se dever o manter e preservar na sustentabilidade da cultura e da identidade colectiva onde se insere a arquitectura no segundo futuro dever se atestar que o vir a ser faz parte da Maria de F tima Lino Ferreira 299 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas continuidade hist rica no resultado emergente de novas formas temporais a actualidade diametralmente imprescind vel que os arquitectos de hoje saibam interpretar e relacionar hierarquicamente os valores edificados no espa o territ rio sem contudo perderem a imagina o para a constru o de novos ideais perfeitos formas da exterioridade neste bin mio tradi o inova o que escolhemos o conjunto da Ag ncia Europeia da Seguran a Mar tima A imagina o a media o entre o pens vel imagem mental e o que pode vir a acontecer objecto real pela ac o do Ser pensante A imagina o pode ser interpretada como um processo mental que reagrupa as imagens Merlleau Ponty 1992 p 25 recolhidas a priori que s o provenientes das nossas percep es a imagina o reprodutiva as quais s o associadas processadas e convertidas em novas unidades formas exteriores que surgem da rela o entre o esp rito interior e a ma
99. constata o de uma cultura material conforme designa o de George Kubler Segundo o autor e sobre o qual nos sustentamos a hist ria dos objectos permite nos reunir um conjunto de ideias e objectos pela forma visual ligados entre si segundo uma sequ ncia temporal Na mesma perspectiva do autor a partir destes objectos edif cios surge uma forma no tempo que reflectem uma identidade colectiva representativa de um grupo que o transforma num dado para a posteridade Facilmente se constata esta afirma o quando relatamos desde o in cio dos tempos as produ es construtivas dos v rios povos que constitu ram a hist ria do Ser N o se pretende narrar uma hist ria da arquitectura mas pelo contr rio demonstrar que pela narrativa visual associada ao tempo que passou e com a ajuda da filosofia e das pr prias formas existentes podermos constatar as temporalidades da arquitectura Associando cada per odo a um exemplo edificado Como escreveu Gilbert Luigi Comentar uma obra de arquitectura sem ter dela uma imagem torna a sua compreens o incerta 2004 p 22 Nos finais do s culo XIX e princ pio do s culo XX o Ser tentou imobilizar o tempo nos registos escritos que elaborava de maneira a garantir que os que viessem num tempo depois pudessem fazer uso desse conhecimento Hoje esses registos v o mais al m do que o mero papel e logicamente o tempo adquire novo aspecto e import ncia no relacio
100. constru o entre elas Existem padr es que se repetem tal como o ritmo dos v os a linearidade dos volumes o destaque do volume cont nuo por uma forma distinta quer pela sua geometria quer pela cor de contraste Assim como a marca o formal dos acessos verticais como elementos apelativos e de orienta o 5 2 2 1 LOCALIZA O E FUN O Ilustra o 267 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Lisboa O projecto de constru o da Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o FPCE iniciou se em 1987 ap s um concurso do Minist rio da Educa o e Cultura ganho pelo arquitecto Manuel Tainha As obras de constru o decorreram entre 1988 e 1990 A FPCE foi institu da em 1980 na Universidade de Lisboa tendo as novas instala es pr prias sido inauguradas no ano lectivo de 1990 1991 Desde 2009 funcionam neste edif cio a Faculdade de Psicologia e o Instituto de Educa o como unidades org nicas aut nomas da rea estrat gica das Ci ncias Sociais com regulamentos independentes mas tendo determinados servi os partilhados Maria de F tima Lino Ferreira 209 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O edif cio localizado na parte sul da Alameda da Universidade foi projectado de forma a permitir futuros acrescentamentos e define se por um desenho contido Manuel Tainha evidenciou logo de in cio p
101. cultura ancestral at sociedade actual mundo globalizado que o tempo perman ncia passado e mudan a futuro Devir Pela vida se vai formando a nossa intelig ncia e com ela algumas inquieta es que hoje se tentam indagar nesta an lise Without cognitive strategies to represent time we are unable to organize our experiences and expectation Therefore to acquire the notion of time is an important functional adaptation of evolution Michon et al 1988 p 168 Sobre o tempo Jean Marie Guyau 1854 1888 explanou que a exist ncia do tempo uma ideia de aprendizagem qual corresponde uma evolu o e um relacionamento com o mundo exterior To acquire the idea of time is therefore an important functional adaptation It is the result of a long process of evolution in a social context Michon Guyau 1988 p 162 E ainda afirmou que o tempo heterogeneidade continuidade diferencia o e concluiu que ele uma unidade na diversidade Ao contr rio da condi o a prior de Kant Guyau afirma que o tempo simples efeito da consci ncia e a sua defini o estar no resultado emp rico8 da nossa adapta o ao mundo exterior82 Procuramos acalmar essas inquieta es atrav s do conhecimento aproximativo das coisas pelas suas causas83 mediante os seus efeitos objectivados no campo da arquitectura Averiguando as reac es que conduzem ao nosso modo de interpreta o Arist teles dizia
102. d Consult Agost 2010 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt 62 lustra o 3 A ilus o Rich X Lisboa s n s d Fotografia Consult Agost 2010 Dispon vel em www lt http olhares com gt a 67 Ilustra o 4 Marques de Riscal Winery Espanha s n s d Fotografia Obra de Gehry amp Partners Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http olhares com gt DERROTAS DERA E EE RR VAN RD MR RE 67 Ilustra o 5 O Idoso s l S n S d ass sasgran died spa api der eaSEnaE Aa dada a 69 Ilustra o 6 A crian a Lisboa 2004 Ilustra o nossa 69 Ilustra o 7 Igreja de N Senhora da Concei o Documento Ic nico Peniche s d Atouguia da Balaia Souto p 185 69 Ilustra o 8 A FIL Acr nimo Documento ic nico Feira Internacional de Lisboa Fotografia Osvaldo Lisboa s d 2 69 Ilustra o 9 A procura Francois Benveniste 16 Jul 2006 S l s n 2006 Fotografia Consult 10 Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt 73 Ilustra o 10 O Invis vel Pedro Gomes 19 Dez 2005 s 1 s n 2005 Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt 83 Ilustra o 11 Ideias luminosas Jo o Alves 6 Mar 2006 Fotografia Consult Set 2011 Dispon
103. da sua autenticidade e singularidade S o obras que independentemente do tempo que presentificam2 est o sempre actuais porque nelas reside a perman ncia dos padr es de identidade de uma comunidade O monumento quer dizer moneo lembrar um objecto que se pode vislumbrar uma mem ria de um per odo ou de um acontecimento sendo perpetuado atrav s dele Rodrigues et al 1996 p 185 Uma determinada obra arquitect nica poder ser considerada como um s mbolo de uma poca pela representa o de qualidades est ticas e art sticas determinantes e singulares S o estas as obras arquitect nicas que se tornam em s mbolos como bens culturais 218 as quais contribuem para a constitui o da identidade colectiva Est o associadas nossa identidade como povo evocam visualmente ideias e valores quer atrav s de determinados objectos quer atrav s de espa os espa o simb lico ou antropol gico Genius Loci Existem edif cios ou s tios que pelas suas liga es s estruturas das cidades que os caracterizam se tornam identific veis de imediato e por conseguinte 216 cf Subcap ulo 2 3 O Intemporal transcend ncia Eternidade o Sere Theos 217 cf Cap tulo 3 Confrontos entre Arquitectura e Tempo 218 Lei do Patrim nio Decreto Lei 107 200 de 8 de Setembro Estabelece as bases pol ticas e do regime de protec o e valoriza o do patrim nio cultural Di rio da Republica N 209 de 8 d
104. de Almeida BRAUDEL Fernand Gram tica das Civiliza es S l Editorial Teorema 1989 BRAIZINHA Joaquim Jos 1989 Projecto Cl ssico em Arquitectura Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Tese de Doutoramento em Arquitectura BROADBENT Geoffre 1976 Dise o arquitect nico Arquitectura y Ciencias Humanas Colecci n Arquitectura Perspectivas Barcelona Editorial Gustavo Gili BROGLIE Louis de 1942 Para Al m da Ci ncia Filosofia e Religi o Porto Livraria Tavares Martins BRONOWSKI Jacob 1993 Los Origenes del Conhecimento y la Imaginacion Barcelona Editorial Gedisa BROOKNER Anita 1990 O Tempo Esquecido Lisboa Difel 1990 BRUN Jean S crates Plat o Arist teles Nova Enciclop dia Lisboa Publica es Dom Quixote Biblioteca Nacional s d CALABRESE Om 1986 A Linguagem da Arte Lisboa Editorial Presen a CALVO Agustin Garcia Contra el Tempo Zamora Editorial Lucina s n C MARA Jos Manuel Bettencourt 1985 Face do Vis vel a quest o da arte moderna na obra de Merleau Ponty Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa Disserta o de Mestrado Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas CARLOS Ana Fani Alessandri 1988 Espa o e Ind stria A geografia e a cidade A industria e a urbaniza o Brasil Editora da Univers
105. de atestar no campo da ci ncia da racionalidade mais se torna dif cil quando colocamos em causa a pr pria exist ncia de Deus86 As principais tradi es de pensamento teol gico radicam na ideia essencial de Deus como incognosc vel Ward 2007 p 71 Keith Ward escreveu Deus n o como nada que possamos conceber Ward 2007 p 68 Tom s de Aquino afirmou que n o podemos saber o que Deus mas apenas o que ele n o Tal como expressou Boaventura de Sousa Santos na sua ora o de sapi ncia convertida num livro intitulado Um Discurso sobre as Ci ncias teremos o cuidado de n o pretender que esta s ntese n o se limite nem a uma ci ncia unificada nem t o pouco a uma teoria geral mas sim que resulte num s conjunto de galerias tem ticas que se encontram num dos ramos de uma rvore onde convergem mais ramos do saber E que os mesmos n o se convertam em teorias estanques mas sim que a hierarquiza o existente entre o conhecimento cient fico e o conhecimento vulgar tendem a um esclarecimento mais objectivo sobre a nossa rela o com o transcendental O Ser diante desta inquieta o quer transcender se usando a arquitectura para converter se em in h umano A dificuldade de concluir sobre a tem tica aqui abordada reside no facto do tempo e da eternidade serem inapreensiveis Na medida em que o tempo se releva no movimento eternidade uma ideia sem correspondente ma
106. de ci ncia J demonstr mos nos pontos anteriores que o tempo faz parte de v rios dom nios n o sendo excep o a nenhum dos meios operativos do conhecimento Mas sabemos por fundamento que o tempo arquitect nico numa vis o contempor nea actual depende do Ser e da sua consci ncia perceptiva O conceito de tempo como ess ncia s era concebido como a ideia de uma pura condi o externa do movimento S com Kant a concep o do tempo foi considerada como o prov vel factor de tudo o que se deve ter em conta Como exemplo podemos evocar a teoria evolucionista de Charles Darwin 1809 1882 naturalista brit nico que edificou a grandiosa teoria da evolu o das esp cies por selec o natural onde o factor tempo foi fundamental O mesmo aconteceu no campo das ci ncias sociais na astronomia na qu mica nas ci ncias geol gicas Nos nossos dias o tempo tem cada vez mais import ncia 111 O vest gio indica o aqui e o agora da passagem dos vivos Ele assegura que houve a passagem anterior de outros homens vivos Reis 1994 p 77 Maria de F tima Lino Ferreira 132 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas e entra inevitavelmente na investiga o das regras que est o na forma o do que material um constituinte essencial da concep o do mundo moderno mesmo existindo aporias da especula o sobre ele Contudo desde h s culos que o tempo caracte
107. de experi ncia s e de interpreta o quer individual subjectiva quer colectiva unificadora e globalizante No mundo internacionalizado o passado n o apreendido do mesmo modo por todas as culturas existindo um leque variad ssimo de tradi es culturais Mas a diversidade cultural tende cada vez mais a se unificar a globaliza o Segundo Anna Pages n o temos deixado de formar as gera es que nos v o sucedendo at porque vivemos como nunca nem nada nos fosse ultrapassar ou suceder Neste processo de forma o da sociedade temos o compromisso de transmitirmos uma determinada ordem mediante as hierarquias estabilizadoras da viv ncia mesmo que sejam memoriais Existe uma rela o entre cultura e passado a partir desta rela o que nasce a tradi o e a diferencia o inexor vel como a novidade Desfrutamos no nosso espa o referencial de alguns exemplos magn ficos como os edif cios hist ricos como demonstramos que apropriam o espa o e que permitem atrav s da sua presentifica o denotar um tempo anterior Atrav s da narrativa te rica atrav s das formas da exterioridade possibilitamos a inteligibilidade do tempo O monumento no seu sentido mais antigo e primeiro uma obra realizada pela m o humana que converte se pelas suas qualidades e pelo decurso da sua presen a no tempo em elementos espaciais vivos na consci ncia das gera es vindouras Facultam nos assim a inteligibili
108. de hist ria como alicerce para o futuro por meio da avalia o poss vel que o passado cont m Esta ideia tornou se um ponto central no paradigma da actualidade que aposta continuamente nos v rios meios que o Ser tem ao seu dispor sempre com uma finalidade da sua Maria de F tima Lino Ferreira 202 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas emancipa o O conceito do progresso tem vindo a tornar se numa problem tica dado que est ligado a v rios sentidos quer l gico fenomenol gico ontol gico quer epistemol gico O passado tamb m respeita o presente a fun o do progresso que implica a mudan a e com ela a aceita o racional do que novo articulando socialmente a hist ria praxis do Ser manifestando a sua historicidade Este dualismo de um lado o Ser hist rico e de um outro o Ser racional e Ser espiritual faz surgir o s quiasma s objecto sujeito idealismo materialismo intelig vel sens vel teoria praxis experi ncia interpreta o iman ncia transcend ncia nos quais a arquitectura participa confrontando os sempre e nessa dicotomia que re nasce a rela o mais ampla entre o antigo tradi o e o novo inova o A defini o que aqui reside na aplica o da concep o do esp rito da poca sublinhada no que respeita ao modo como os edif cios se apresentam como produtos culturais de um determinado tempo hist rico Associando est
109. de sensa es Denota a ruptura das regras estereotipadas na constru o e evoca o fant stico e a 180 cr Subcap tulo 4 2 As modernidade das formas tradicionais e as novas formas temporais o tempo como transformador do e no objecto real e o subcap tulo 3 6 Rejinterpreta o das formas o uso criativo do passado 181 Real o que existe de verdade que n o imagin rio relativo s coisas e n o s pessoas Maria de F tima Lino Ferreira 184 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas imagina o Em Portugal nesta ordem de apresenta o evidenciamos a Casa da M sica do arquitecto Rem Koolhas no Porto o projecto do Pavilh o Atl ntico de Regino Cruz associado ao Gabinete Skidmore Owings amp Merrik ou o Pavilh o de Portugal de Siza Vieira entre outras Podemos designar estas obras como imagina o criativa Ao contr rio do que se possa julgar n o s o irreais ou n o pens vel interior invis vel olhar interior Marleau Ponty 1992 p 25 que estas formas da exterioridade se imponham realidade Pre sen a n o sin nimo nem de homem nem de ser humano nem de humanidade o objecto tem pre sen a e n o Ser embora conserve uma rela o estrutural Evoca o processo de constitui o ontol gica de homem ser humano e humanidade na pre sen a que o homem constr i o seu modo de ser a sua exist ncia a sua hist ria Heidegger 1997 p 309 A con
110. dialogante e ser extensa com o contexto A centralidade de uma forma circular evidencia a como um centro unificador ou dinamizador de um conjunto Esta forma estimula o espa o organizando o e regula os volumes lineares envolventes como se verifica quer neste edif cio ilustra o 37 quer no edif cio da Escola de Regente Agr colas e vora ilustra o 38 na Herdade da Mitra No edif cio da Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima na Ribeira das Naus Lisboa a demarca o da for a faz se perante uma forma descentralizada mas motivadora de um impulso diferente em rela o s demais formas lineares do conjunto de linhas curvas Ilustra o 287 Espa o da sala polivalente do edif cio da EMSA Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 288 Pormenor da edifica o FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha denominativo a linearidade na obra do arquitecto quebrada por volumes mais exuberantes de formas irregulares arredondadas mais uma vez o elemento construtivo que quebra com a linearidade do conjunto tal como acontece no edif cio da EMSA Ao analisarmos alguns dos edif cios projectados por este arquitecto facilmente concluiremos que nas suas sobras existem sempre formas que possui a fun o de destaque em todo o conjunto demarcando se pela cor volume e materialidade O arquitecto n o s permite atrav s da sua obra unir
111. do N o Filosofia do Novo Esp rito Cientifico 52ed Lisboa Editorial Presen a BAKER Geoffrey H 1998 Le Corbusier uma an lise da forma S o Paulo Martins Fontes BALLARD J G 1992 As Vozes do Tempo Lisboa Editora Caminho BAPTISTA BASTOS Armando 1999 O Instante da m quina do destino Not cias do Mil nio 8 de Julho BARBOSA Pedro 1995 Metamorfose do Real arte imagin rio e conhecimento est tico Porto Edi es Afrontamento BARTHES Rolan 1988 Mitologias Lisboa Edi es 70 BASTIDE Roger 1977 Arte e Soci te Paris Payot 1977 BAPTISTA Lu s Manuel Morgado Santiago 1998 Arquitectura em Transi o Constru o Versus Desconstru o A condi o problem tica e antin mica do objecto criado Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Disserta o de mestre em Cultura Arquitect nica Contempor nea e Constru o da Sociedade Moderna Santiago BATTISTI Em lio 1980 Arquitectura Ideologia y Ci ncia Teoria y pr tica en la disciplina del proyecto Madrid H Blume Ediciones BEAUDET Ger rd 1991 Patrimoine et Environement le Territorie d une convergence Momentum Icomos Canad Otawa BELTING Hans 2001 Art History After Modernism UniversitY of Chicago Press 2008 edi o Espamhola Barcelona Editorial Gustavo Gili BENEVOLO Leonardo 1981 As Origens da Urban stica Moderna Lisboa Editorial Presen a
112. e Humanas n 2 Lisboa Colibri MOORE Charles e Allen Gerald 1981 Dimensiones de la Arquitectura Espacio forma y escala 22ed Barcelona Editorial Gustavo Gili MORGADO Carla Sofia Alexandrino Pereira 1998 Temporalidade e Forma Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Disserta o de Mestrado em Cultura Arquitect nica e Constru o de Sociedade Moderna MORUS Tom s 1998 A Utopia 11 ed Lisboa Guimar es Editores tradu o de Jos Marinho de Optimo Reipublicae Statu Deque Nova Insula Utopia Basileia 1518 MOUR O Ferreira David 1977 Alexandre Herculano e a Valoriza o do Patrim nio Cultural Portugu s Lisboa Secretaria de Estado da Cultura MUGA Henrique 2005 Psicologia da Arquitectura Colec es Ensaios Lisboa Canelas Edi es Gailivro MUMFORD Lewis 1958 Arte e T cnica Buenos Aires Editorial Nueva Visi n Art and Technics New York Columbia University Press 1952 MUNARI Bruno 1993 A Arte Como Of cio 4 ed Lisboa Editorial Presen a tradu o De Wanda Ramos de Arte Come Mestiere Gius Laterza amp Figli Bari MUNARI Bruno 1981 Das coisas nascem coisas Lisboa Edi es 70 MUNARI Bruno 1987 Fantasia inven o criatividade e imagina o na comunica o visual Lisboa Colec es Dimens es MUNARI Bruno 1981 Design e comunica o visual Lisboa Edi es 70 NEVES Victor 1998 O
113. e a Arquitectura uma interpreta o das formas A monumentalidade de uma obra de arte arquitect nica est quase sempre conexa com a autenticidade A autenticidade deriva de autentico singular nico e genial A autenticidade definida pela qualidade do que verdadeiro fidedigno e id ntico a si mesmo Segundo Walter Benjamin a autenticidade n o reproduzida Benjamin 1969 O genial o original e a autenticidade est o sempre associados Ao definirmos os tr s termos encontraremos sempre os mesmos requisitos nico verdadeiro genu no e singularidade Ao observarmos uma obra de valor que para n s consideramos importante enaltecer n o s deveremos consider la pelo simples facto de ser bela e com isso e por isso fazermos dela uma reminisc ncia uma sobreviv ncia de lembran as208 Elevando a a um modelo nico a preservar uma matriz ideal a que corresponde um tipo a representar o arqu tipo a necessidade de mantermos na mem ria as coisas belas e positivas os monumentos os chamados idiais perfeitos carregados de hist ria e simbolismo de modo a n o apagar do tempo esses momentos felizes da cria o e da criatividade209 Devemos ser cuidadosos quando meditamos na valoriza o de uma pe a arquitect nica que consideramos de vital import ncia para a consagrar como monumental Como acontece com as pir mides do Egipto a arquitectura fara nica 2900 700 a C com o Coliseu em Roma inaugurad
114. e utilizamos com plena ades o com a actualidade arquitect nica O modo como prevemos o futuro tem fortes v nculos do passado Convertendo se na pr pria mat ria da hist ria n o s com relevo no campo ontol gico mas tamb m como uma cont nua compreens o da maneira como se encontram as estruturas das obras de arte A este ponto de encontro real a se o confronto poss vel e admiss vel entre a hist ria do objecto f sico e a pr pria hist ria do Ser A educa o e o meio s cio cultural do indiv duo interferem inevitavelmente na capta o da mensagem que determinada obra reflecte148 Os crit rios de avalia o s o mut veis como s o mut veis os seus conte dos referenciais e de adapta o com o meio envolvente onde o Ser desenvolve e constr i a sua hist ria Segundo a opini o de Arnold Hauser Em hist ria tudo realiza o de indiv duos os indiv duos encontram se sempre numa determinada posi o definida no tempo e no espa o o seu comportamento produto tanto das suas capacidades inatas como da sua posi o Isto de facto o n cleo da dial ctica dos acontecimentos hist ricos Hauser 1988 p 8 O valor inerente obra de arte tamb m vari vel como s o vari veis as sociedades que a modelam e a transformam dotando a muita vezes de valores que se perpetuam no tempo e modelam o espa o J no seu tempo Ruskin 1819 1900 1997 reconheceu que o n vel da arte era e cont nua a
115. el tiestimonio de um n mero m s o menos grande pero que puede llegar a ser considerable de puntos de vista sobre el hombre y sobre el mundo Francastel 1981 p 15 A obra de arte um objecto de diferentes di logos e por isso de diferentes interpreta es a procura da verdade est sempre na presen a de interpreta es que s o objecto de constantes reinterpreta es que t m sido ao longo dos tempos uma prova legada como confirma o do passado atrav s da perman ncia no Devir O Devir da arte Dorfles 1988 p 122 permite por um lado a expectativa e por outro a possibilidade de demonstrar a sua perenidade Condi o pela qual se debate a arte de hoje de modo a n o ser amea ada pela sua deteriora o ou pelo desaparecimento fragmenta o Falarmos da arquitectura como modeladora do espa o e da hist ria enaltecermos a apropria o de espa os num decurso de temporalidades que evidencia obra edificada numa perman ncia que refor a a import ncia como referencial de viv ncias do Ser 138 a sua import ncia para as nossas refer ncias vivenciais A resposta encontra se na pr pria obra da qual falamos objecto arquitect nico e que insepar vel da hist ria e um dos seus v rios testemunhos Refere Gilbert Luigi que 138 Referimo nos ao patrim nio edificado ou refer ncias culturais que s o fundamentais para a estabiliza o de um padr o vivencial de uma determinada popula o seja ela
116. elabora o deste trabalho implica uma explora o do sentido do tempo que pode afectar o campo da Arquitectura e em particular no que diz respeito s no es de Patrim nio Hist rico e experi ncia urbana da temporalidade Estudo decorrente de conceitos antropol gicos e humanistas com o intuito de iluminar as mat rias espec ficas da Arquitectura Na experi ncia temporal no contexto arquitect nico os valores s o atribu dos a partir da experi ncia real do impacto da consci ncia do tempo passado presente futuro O esp rito humano n o vive s da sua interioriza o isto precisa de se idealizar pelo concreto na realiza o das formas objectivando se e temporalizando se o tempo diferencial o espa o unificante O tempo a mem ria e a utopia o espa o a representa o e o real O tempo a causalidade e a problem tica o espa o o seu efeito A aproxima o ao bin mio tradi o inova o como leitura das temporalidades da arquitectura permitiu nos exercitar a compreens o sobre as experi ncias arquitect nicas ao longo da hist ria quer atrav s dos estilos quer das circunst ncias culturais associadas ao factor temporal que as fizeram perdurar O Tempo na Arquitectura um factor fundamental e n o encarado somente como dimens o da observa o mas tamb m como dimens o da pr pria obra Existe uma articula o dos dois campos em estudo tradi o o que o espa o sustenta e possibilit
117. es na mat ria criada e consequentemente implica es no tempo A aten o filos fica dirige se n o s para o mundo mas tamb m para a parte espiritual do Ser que o habita 177 ct Quinto cap tulo Maria de F tima Lino Ferreira 182 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Este Ser disponibiliza a sua ess ncia de Ser para constitui o do espa o e do tempo formalizando a mat ria a arquitectura Assim o esp rito rev se nos sentidos e na falta desses sentidos que ele esp rito busca o desejo que a presen a de uma aus ncia 8 a sua for a para a realiza o da forma exteriorizada que prov m do interior do Ser Esta incessante procura de satisfazer o desejo o meio pelo qual o esp rito se sente capaz de idealizar e de se tornar real mesmo sendo imaterial Segundo Hegel o esp rito a necessidade do homem vir a ser o Devir de si mesmo a sua din mica temporal o desejo que se dirige a outro desejo e assim sucessivamente Neste ponto de vista Jean Brun descreve segundo Arist teles que o desejo pressup e a imagina o e provoca o movimento o agir em fun o do que n o ainda mas que se dirige no sentido de vir a ser efectivamente a presen a de um futuro no presente a necessidade de vir a acontecer Neste sentido existe o temporal este agir prima o futuro de concretiza o e nele existe a poss vel temporaliza o do concretiz
118. estimular a forma arquitect nica no sentido do Devir N o admitimos que a actualidade nos imponha a obriga o de romper definitiva e totalmente com as formas tradicionais emanando uma experimenta o somente sustentada nas formas novas desenraizadas numa formaliza o de uma linguagem formal abstracta Como reac o a essa radical posi o poderemos equilibrar e hierarquizar essa actualiza o dos dados da hist ria em termos formais numa simbiose relacional entre os tempos em presen a passado e presente este ltimo em vista de um futuro Contudo e em paralelo teremos de lidar com a actualiza o da ordem e da regra impostos pela actualidade isto experimentar novas formas temporais em que se estabiliza uma nova rela o hist rica Una modernidad alternativa que reconece la inexist ncia de esa referencia dada para las obras que era caracter stica del arte tradicional pero que permite en cambio la inclus n actual de los elementos de la historia en uma nueva relaci n Cort s 2008 p 19 A percep o do tempo apresenta aspectos subjectivos como tamb m n o se pode negar que o tempo fluiu de maneira diferente nas pessoas e nas sociedades isto usamo lo de modo distinto dependente dos contextos pessoais sociais e urbanos Sem tempo a hist ria como ci ncia n o teria sentido ou seria imposs vel de realizar se Alvira et al 2006 p 124 A hist ria n o lhe interessa o tempo em si mas sim o t
119. et al 2003 La Revoluci n del arte moderno y el moderno arte de la revoluci n s l Editorial Pepitas COELHO Ant nio Borges 1996 O Tempo e os Homens Lisboa Caminho COLQUHOUN Alan 1978 Arquitectura Moderna y Cambio Hist rico Ensayos 1962 1976 Barcelona Editorial Gustavo Gili S A CORBUSIER 1983 El Espirit Nuevo en Arquitectura En Defensa de la Arquitectura Colecci n de Arquitectura 7 Colegio Oficial de Aporejadores y Arquitectos T cnicos Madrid CORBUSIER 1977 Vers une Architecture Paris ditions Arthaud cop CORREIA Jos Manuel dos Reis 1999 Muta o Urbana e Territorial Utopia e Praxis Contribui o para um Entendimento do Referencial Portugu s Lisboa Maria de F tima Lino Ferreira 326 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Disserta o de Mestrado CORT S Juan Ant nio 2003 Modernidad y Arquitectura Una Ideia Alternativa de Modernidad en el Arte Moderno Secretariado de Publicaciones e Intercambio Editorial Universidad de Valladolid C RTES Carlos Manuel Marques 1999 Continuidades e Descontinuidades Urbanas Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade de Lisboa Lisboa Disserta o de Mestrado em Planeamento Regional e Urbano C RTE Real Eduardo Alberto Vieira de Meireles 1999 Desenho como Legitima o da Arquitectura As Origens do Desenho Arquitect
120. exist ncia ao existente sem recorrer c pia ou sustenta o directa de formas estil sticas do passado Ao contr rio da ideia racionalista cartesiana baseado na doutrina de Decartes 1596 1650 a qual influenciou as vanguardas que enalteciam a aus ncia de referenciais passados ruptura radical com a tradi o Orienta o predominante das teorias que fundamentaram o movimento moderno Esta ideia estimulou o convencionalismo da era moderna certificada atrav s da cria o sustentada na matem tica no geometrico regular 191 de formas arquitect nicas depuradas lineares continuas e elementaristas bem como uma urbanidade estratificada e zonificada zoning Mas este peso racionalista na cria o do objecto arquitect nico teve ao longo da hist ria uma influ ncia pluralista isto uma evolu o vari vel e inconstante Esta pluralidade ramifica se em tr s abordagens diferentes o racionalismo formalista o racionalismo 191 Decartes foi o criador da geometria anal tica e do sistema de eixos ortogonais a forma geom trica Instrumentos fundamentais para a consecu o da arquitectura racionalista Maria de F tima Lino Ferreira 210 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas construtivista e o racionalismo funcionalistai92 Esta influ ncia pluralista conduziu a diversas formas e m todos O conceito193 associado ao racionalismo que segundo Theodor W Adorno 1970 na
121. experimental do Ser no campo arquitect nico para que ele possa buscar a verdade para a gratifica o do desejo materializado atrav s do objecto que dotar a arquitectura n o s de uma emo o de uma descri o real material mas tamb m possibilitar a esta express o art stica alcan ar a explora o m xima da sua pr pria experi ncia Atrav s do espa o e do tempo o Ser atrav s da arquitectura procura entender os problemas e s o esses problemas que v o gerar as solu es que ir o criar novas formas superando as necessidades de ordem material Solu o que n o Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas s evidenciam dotes construtivos est ticos e utilit rios no sentido de se conseguir uma arquitectura funcional mas tamb m que alicercem simbologia de identifica o cultural N o deixando a arquitectura desfalecer num estatuto de saber exclusivo dos artistas mas procurando d la a conhecer pelo seu valor intr nseco de documento e de esp lio de um tempo e de um espa o Mais do que emo o a arquitectura experi ncia Neste contexto a arquitectura n o s um elmo de protec o do Ser em rela o ao mundo um elo de mem ria passada que o leva a mover se atrav s de referencias espa o tempo em direc o a um investimento l gico no futuro e a uma viv ncia no presente sem esquecer o passado A arquitectura uma realidade hist ric
122. foi transformar se em testemunho Estes testemunhos convertem a cidade a uma figura museol gica espa o como arquivo que dever ser contrariada mas respeitada hierarquicamente por novas formas temporais permitindo novas monumentalidades Os monumentos e as cidades que os albergam foram sujeitas a v rias interpreta es e metodologias arquitect nicas Desde a teoria de Ruskin anos sessenta do s culo XIX que defendia a cidade como uma estrutura rara intoc vel e memorial Viollet le Duc que criticava ferozmente o eclectismo e condenava todas as formas de c pia e imita o do passado sustentou a sua teoria num trabalho de pesquisa hist rica fomentando numa pr tica arquitect nica que visava inten es formais a partir das novas condi es hist ricas No s culo XX o CIAM numa postura radical de t bua rasa recusa a no o de cidade hist rica ou cidade museu radicalizando as ac es no territ rio com concep es drasticamente puristas contrariando os arqu tipos ent o estabelecidos ou re estabelecidos pela hist ria As formas da exterioridade monumentos foram alvo de interpreta es cr ticas e muta es que reflectem estas inquieta es em espa os e tempos diferenciados A forma da exterioridade associada ao tempo demarca o seu sentido de monumento hist rico O monumento representa um objecto mensagem Jorge 1993 p 71 inserido num contexto espacial que o estabiliza e o referencia em rela o a uma det
123. formas A cultura nunca nos d significados absolutamente lineares Temos que intentar na poss vel descodifica o por meio da nossa raz o ou melhor da nossa verdade e alcan ar o nosso pr prio sentido retirado das interpreta es Para podermos dar um contributo na leitura das nossas sensa es e da nossa maneira de habitar o universo Ilustra o 30 Mahabalipuram Templo do Rio a Xiva Arte dos Pallava s culo VIII Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1031 Ilustra o 31 Tadj Mahall mausol u em m rmore branco Arte Mogol s culo XVII Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1031 Ilustra o 32 Templo do Byodo in em Uji o Hoo do ou Pavilh o do F nix 1053 Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1169 Ilustra o 33 Capela de Notre Dame du Haut Le Corbusier Ronchamp 1950 1955 Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1169 Ilustra o 34 Decomposi o da forma Propor o e unidade Documento ic nico Fotografia Clark 1997 p 201 Em rela o a este mundo tudo alterado sucessivamente N o existe nada que n o mude ou seja mudado que n o se mova ou seja movido Nesta altera o permanente do mundo o Ser tem por necessidade espiritual manter essas refer ncias que falamos buscando na perman ncia da obra de arte no espa o e no tempo esse seu elo de equil brio com o mundo e cons
124. futuro Segundo Witold Gombrowicz Quando fazemos qualquer coisa n o por causa mas para Se no passado temos a causalidade no provir na exist ncia do homem estamos perante o futuro 1995 p 74 O futuro n o existe constatamos que hoje sucedeu a ontem e deduzimos da que amanh vir depois de hoje J Albert Jacquard dizia que pensar no futuro s poss vel se deixarmos funcionar a imagina o Jacquard 1997 O autor tem o cuidado de a definir como uma antecipa o do conhecimento que engendra um processo de aproxima o gradual de nos ligarmos realidade Por este motivo entende se que a imagina o28 n o dever ser confundida com o irracional A imagina o um aliado invis vel para o alcance do que vis vel poder se dizer que um ve culo da passagem de um estado a um outro Tal como a passagem do presente para um outro presente que ainda n o o mas ser no Devir O futuro s pode ser abordado no campo da imagina o de outro modo n o poss vel atingi lo A imagina o a media o entre o pens vel imagem mental e o que pode vir a acontecer objecto real pela ac o do Ser pensante A imagina o pode ser interpretada como um processo mental que reagrupa as imagens Merlleau Ponty 1992 p 25 recolhidas a priori que s o provenientes das nossas percep es imagina o reprodutiva as quais s o associadas processadas e convertidas em novas unida
125. http Awww slideshare net vinibocchi adolf loos gt Ilustra o 28 Torre Malwiya em Samarra no Iraque Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt http alfurgan pt arquitectura2 asp gt As obras edificadas apresentadas demonstram bem a originalidade das formas atrav s da combina o do espa o tempo e das varia es formais que salpicam o territ rio arquitect nico em fun o da cultura de cada povo Surge neste entendimento v rias interpreta es face aos diferentes modos de ver e de sentir cada obra no seu espa o e no seu tempo S o bem not rias as rela es formais encontradas nas tr s obras apresentadas quer isto dizer que existem regras normas estruturas semelhantes que est o na base da concep o arquitect nica os arqu tipos As varia es formais resultam da cultura e do modo de reinterpreta o da arte do seu tempo e a cultura de um povo por sua vez processada atrav s da arte A hist ria apresenta se como uma tomada de consci ncia Um percurso que devemos atravessar para alcan armos a estrutura das coisas e podermos Maria de F tima Lino Ferreira 150 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas compreend las Mas verdade que cada vez que um novo modo de interpretar os acontecimentos que se concretizam em hist ria o nosso crit rio de valores das rela es entre problema causa influenciado determinado e conduzido para novos caminhos
126. import ncia restaurar o meio simb lico e a investiga o dos conte dos dever o concentrar se nos problemas actuais da sociedade em concreto os psicol gicos os sociais e os culturais sempre em conota o com o meio envolvente A pr pria narrativa hist rica da arquitectura necessita de elementos de informa o das ci ncias auxiliares Vitr vio fala no seu Livro Cap tulo da necessidade do arquitecto obter conhecimento e percorrer os degraus das ci ncias e das artes por s assim poderia aspirar a alcan ar a qualidade da profiss o que escolheu Afirmamos ainda que s poeticamente o Ser se emociona de modo a construir e poder habitar Mais uma vez essa po tica se confirma quando associamos a criatividade ao acto da cria o fazendo surgir novas formas que n o contrariam esta nossa maneira de ver e sentir a arquitectura mas complementa a Esta inten o po tica quando materializada poder tamb m ela contribuir diametralmente para a preserva o e para o aumento do nosso patrim nio arquitect nico e consequentemente do nosso esp lio cultural Ao longo dos s culos o Ser sem dar conta desse feito foi contribuindo para que a cidade se representa um papel memorial de monumento O edif cio era levado Maria de F tima Lino Ferreira 301 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas a uma constru o meramente habitacional ou representativo mas nunca com o prop sito que o tempo lhe concedeu que
127. informa o temporal as v rias temporalidades dos objectos das coisas e de n s pr prios Notre intelligence range toutes les choses dans le sens du temps et de espace c est le cadre tempo spatial colonne vert brale de notre perception du monde ext rieur de notre aptitude comprendre l tat et la condition des chosesL vinas KoutloukKa 1991 p 327 96 cf Subcap tulo 2 2 Inteligibilidade do Tempo Sua hipot tica defini o 97 No basta decir que el n mero es una colecci n de unidades Diremos pues que la idea de n mero implica la intuici n simple de una multiplicidad de partes o unidades absolutamente semejantes unas a otras Bergson 1968 p 62 Maria de F tima Lino Ferreira 124 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas No entanto para Emmanuel L vinas o instante isolado possui uma ilus o nica n o tem dura o nem grandeza ele empresta a sua dial ctica ao tempo pois ele n o possui significado pr prio A filosofia moderna professa desprezo pelo instante no qual ela v a ilus o do tempo cientifico despojado de todo o dinamismo de todo o devir O instante s lhe parece existir no limite de dois tempos pura abstrac o L vinas 1988 p 90 Bergson sobre este assunto refere no seu livro Ensayo Sobre los Datos Inmediatos de la Consci ncia que indiscut vel que se contem os momentos da dura o em vez de pontos no espa o
128. meio da narra o como sugere Ricoeur que poder ser uma reflex o e um contacto indirecto da temporalidade Atrav s dessa narrativa observ vel o observador poder re descobrir a experi ncia do tempo Ambos refor am e contemplam a perspectiva diacr nica Desde dos gregos que se enaltece a fun o do Arkhit kton arquicriador Gympel 2001 p 6 o construtor da m e das artes Construir em primeiro lugar e de uma forma diferente das outras artes era uma necessidade primordial da humanidade tendo em vista a seguran a Estes consideravam as constru es como protec o quer dos factores atmosf ricos quer dos animais selvagens a vertente pr tica da arquitectura mas tamb m ela representa a resposta s necessidades do esp rito Onde o Ser ao viver necessita das edifica es o que possibilita a exist ncia de fontes inesgot veis para a descodifica o quer simb lica quer formal de como as civiliza es existiram e existem Mediante os factores evocados o Ser construiu casas de variad ssimas formas e materialidades diversas cabanas tendas igrejas templos Mas para al m do corpo necessidades f sicas existe a alma e esta tamb m precisa de abrigo A habita o n o s representava a protec o do corpo mas as paredes e o tecto separavam o Ser do meio ambiente e cria uma outra dimens o mais intimista O acto de construir e habitar cosmos demarca um lugar no espa o que localiza a
129. n o est ligado a nada Perante a frieza do mundo mecanizado e estanderizado devemos consolidar as refer ncias do mundo nos valores que nos ajudam na constru o da identidade colectiva E a mem ria ajuda nos nesse processo Prova disso temos as formas da exterioridade que se alicer am nas formas da anterioridade evocando assim o apelo mem ria e amplia o e re elabora o das categorias que gerem esta disciplina que a arquitectura Prova disso o que demosntramos no subcap tulo 3 6 Re interpreta o das formas arquitect nicas O uso criativo do passado no qual refor amos a import ncia do passado na vitaliza o de novas formas temporais em arquitectura Naturalmente que a mimesis est associada representa o da relalidade atrav s dos objectos que o Ser cria isto s o originados atrav s da imita o da realidade os quais s o c pias da natureza Nesta sequ ncia a produ o em cadeia estandartiza o dos objectos ser por si uma imita o da imita o Deste modo a repeti o das formas torna o campo da arte onde se insere a arquitectura numa industria cultural A par desta evolu o cria se a consci ncia temporal que directamente implica na experi ncia arquitec nica embora um revivalismo da Arquitectura Cl ssica um movimento que entendemos ser anacr nico N o poderemos evocar com base na defesa do patrim nio um p s p s modernismo Exaltar a import
130. na vig ncia de um poder ditatorial designado pelo Estado Novo sob reg ncia do Oliveira Salazar 1889 1970 vincou se a necessidade de demonstrar o poder do Estado Sustentado numa ideia saudosista e nacionalista a ideologia da restaura o que embeveceu a mente nacional Surgem assim as grandes obras p blicas de incremento s necessidades da na o Obras que se imp em na cidade pela sua monumentalidade mostrando o poder do Estado Pretendia se que a grandiosidade da obra fosse equiparada grandiosidade do poder e da Na o Ilustra o 187 Instala es do Instituto Superior T cnico 1927 Projecto de Profiro Pardal Monteiro Pedreirinho 1994 p 169 Ilustra o 188 Vista a rea da Exposi o do Mundo Portugu s Vista global da Pra a do Imp rio Acciaiuoli 1998 Ilustra o 189 Exposi o do Mundo Portugu s em 1940 Pra a do Imp rio Fotografia Guede CML Ref A9574 A esta postura estadista de uma arquitectura encomendada surgiam alguns edif cios mais depurados que contrariavam o modelo tradicional portugu s Esta ideologia cai em desuso Os profissionais desmarcam se do poder pol tico e tentam romper em definitivo com a ideologia vigente Surge assim em 1948 a partir de novas gera es o primeiro Congresso de arquitectura Tost es 1997 Conduziu se assim para uma nova era de projectar e pensar a arquitectura perante um Homem novo e livre com
131. nara L Donos Rosa ADA denaDa nar Dao E renda rest ops A E A EE 248 Ilustra o 199 As novas formas da monumentalidade Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconStruIVAS a carente sa e eoe rr a ea SG eo La USAS a NUA Ad Pa a 248 Ilustra o 200 Casa em Alvito Carvalhinhas de lvaro Leite Siza Vieira 2005 Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 62 249 Ilustra o 201 Perspectivas das plataformas de desenvolvimento da casa Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 62 249 Ilustra o 202 Planta e corte de adapta o da casa ao terreno Arquitectura amp Constru o n 5 Fevereiro Mar o 2006 p 62 249 Ilustra o 203 Casa da M sica Porto Capital Europeia da Cultura Ilustra o 9 6 siste q UR aa E RAND AMA O ON RR RR O OR AD EA 249 Ilustra o 204 Vista da envolvente Porto Fotografia Ilustra o nossa 249 Ilustra o 205 Pormenor da envolvente urbana Porto Fotografia Ilustra o NOSSA aerea asas nai Dias apa UR ED OS A RA ra id a tn 249 Ilustra o 206 A ltima Exposi o Mundial do s culo em Portugal EXPO 98 Boletim Oculum N 23 3 ano Outubro 1998 p 2 Campinas 249 Ilustra o 207 Boletim culum N
132. nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 106 Lisboa 176 Ilustra o 59 Cottenelli Telmo a cria o do mundo Autoria de Jos ngelo Cottinelli Telmo para a Exposi o do Mundo Portugu s Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 p 107 Lisboa 176 Ilustra o 60 Pousada de Santa B rbara Oliveira do Hospital 1957 66 Documento ic nico Do arquitecto Manuel Tainha Fotografia Dispon vel por Arquitecto Manuel Tainha cs sas sspoidag e Sosa alas dotada sadia Sed Aun s Gan tSLloo a diga delas areal 176 Ilustra o 61 Teot nio Pereira desenho margem Edif cio Franjinhas Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 D 98 LISDOA sans totais a doa oo aia aaa Ends E o 176 Ilustra o 62 Edif cio Simopre Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 108 Lisboa ii 176 Ilustra o 63 O sil ncio de Vair o Laborat rio Nacional de Investiga o Veterin ria Documento ic nico Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro 240 9 RO o 88 LISBA sns DR RD E RR ENa 176 Ilustra o 64 A FIL acr nimo para Feira Internacional de Lisboa Documento ic nico Fotografia S l s n 2001 Lisboa iria 176 Ilustra o
133. ntico de Regino Cruz associado ao gabinete Skidmore Owings amp Merrik SOM ou o Pavilh o de Portugal de Siza Vieira entre outras A imagina o criativa n o irreal interior invis vel pensamento mental pois a mat ria possibilita a sua transposi o para o exterior ex firma uma exterioridade do Ser fomentando as formas dinamizadoras e irreverentes que sustentam a 30 Obra de amplia o de Marques de Riscal Winer em Espanha A constru o revestida a n vel do exterior com materiais como o titanium cor de ouro e cor de rosa bem como o vidro Estes materiais s o suportados por uma estrutura de um geometrismo abstracto N o houve qualquer reinterpreta o das formas j existentes irreverente Arquitectura intemporal Este grupo de fotografias demonstra um tipo de formas a que n s designamos por arquitectura intemporal Classificamos estas obras de intemporais baseando nos no seu car cter genial irreverente e de euforia formal Ultrapassam todos os tempos e conseguem numa vis o progressista transpor os arqu tipos N o seguem estilos Surgem das suas pr prias regras sublima o imaginativa e tecnol gica Classificamos com base neste prop sito as obras de Daniel Libesking e de Frank O Gehry Cf Maria de F tima Lino Ferreira 67 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas probabilidade da mudan a Mudan a pressup e altera o ruptura permitindo a sustentabilid
134. o com o desejo humano de se transcender219 Porventura aquilo que consente a perdurabilidade de uma obra justamente a diversidade das coer ncias poss veis de a encarar sempre actual e necess ria Acreditamos que n o exista lugar para uma arte marginalizando a vida at porque segundo Louis Kahn a arte o nico meio expressivo do Ser na qual ele revela a sua parte in h umana 220 219 cr Subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia O in humano 220 Cf Ibidem Maria de F tima Lino Ferreira 23a O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas N o acreditamos por m que a utiliza o esteja estritamente ligada s coisas feias at porque a arquitectura sendo fun o necessariamente n o considerada como coisa feia Seria bem rid culo se part ssemos deste princ pio que ao belo221 leis de composi o pelas quais podemos desenvolver os v rios limites da forma n o est associada a nenhuma fun o Igualmente o belo s se reportaria exposi o contemplativa Chegar amos conclus o de que a arquitectura para ser funcional e utiliz vel teria que ser desprovida de beleza Segundo Le Corbusier 1887 1965 O arquitecto ordenando formas realiza uma ordem que pura cria o do seu esp rito pelas formas afecta intensamente nossos sentidos provocando emo es pl sticas pelas rela es que cria desperta em n s resson ncias profundas nos d a medida de uma ordem
135. o de um futuro imediato e revolucion rio das formas da modernidade Temos como exemplo os novos volumes lineares propostos que se projectam perpendicularmente ao rio imagina o criativa e que denotam uma diverg ncia formal com o palacete recuperado recupera o da mem ria 5 2 1 5 O LINEAR E A REPETI O No local e no projecto observa se que a forma linear predominante sendo o produto de uma inten o propositada pelo arquitecto Estes dois corpos constru dos lineares r gidos s o utilizados para determinar o limite do espa o exterior e para definir tamb m o plano de acessos aos espa os situados entre eles Esta constata o mais notada no edif cio da Faculdade de Psicologia FPCE projectado pelo mesmo arquitecto HTM So e S AI HEE 2 Edificio Pinsinal Um TANTA Piso ersidad de Sreitield Inaliterra Ilustra o 253 Plantas Planta de apartamento tipo unidade habitacional em Marsella Marsella 1946 Clark 1982 p 371 e Edif cio principal da Unibversidade de Sheffield Inglaterra 1936 Ching 1982 p 217 Maria de F tima Lino Ferreira 200 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas f A O Ilustra o 254 Esquisso do arquitecto na busca da linearidade Planta de um dos pisos volume lateral da pra a interior Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 255 Burroughs Adding Machine Com
136. o favorecem somente a conten o de um espa o urbano delimitando o mas igualmente enaltecem o espa o em rela o envolvente Permitindo destacar um outro edificado pela sua centralidade a forma irreverente de linhas curvas e de cor diferenciada Esta forma elevada pelo impacto que causa na restante linearidade do conjunto 5 2 1 4 A UNIDADE E O CONJUNTO A analogia entre o edif cio em estudo EMSA e o edif cio projectado por Romaldo Giurgola o Centro de Musica Lang Col gio Swarthmore na Pennsylvania de 1973 aproximativo na composi o formal e na disposi o espacial Maria de F tima Lino Ferreira 21G O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas qa i rpo lateral linear omni Hai t 4 h Ilustra o 247 Configura o em U Exemplo muito aproximado do Recinto Sagrado de Athena Pergmo S IV a C ANS ASSES Ilustra o 248 Centro de Musica Lang Col gio Swarthmore Romaldo Giurgola Pennsylvania 1973 Clark 1997 p 59 Localiza o planta do piso e composi o formal e funcional Ilustra o 249 Configura o de desenvolvimento formal em U Clark 1982 p 164 Ilustra o 250 Formas lineares Interliga o dos edif cios que constituem a pra a EMSA e FPCE Clark 1982 p 77 Analogia com as formas do conjunto EMSA O espa o apropriado por novas formas temporai
137. o individual ao colectivo atrav s da viv ncia do espa o mas tamb m autoriza a sua pr pria socializa o 5 2 2 4 O LINEAR E A REPETI O Os v os refor am os ritmos que sequencialmente evocam a horizontalidade das fachadas e a marca o vertical dos rasgos que reproduzem uma leitura de coluna repetitiva comum na linguagem de composi o de um claustro mimetismo Maria de F tima Lino Ferreira 298 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 289 Ritmos e horizontalidade A luz modeladora do espa o Id ntica ao que acontece no edif cio EMSA Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha E i noa A pon mm a E E gg des j n zg lt joga EN Lin o Ilustra o 290 Al ados do edif cio da FPCE Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Os ritmos dos v os seguem uma m trica que imp em a horizontalidade do edif cio tal como se verifica no edif cio da EMSA Ilustra o 291 Plantas dos pisos do edif cio da FPCE Lisboa Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha O edif cio da Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o FPCE assume se como uma obra relevante a destacar pelo facto de definir a conviv ncia entre diferentes gera es arquitect nicas na Alameda da Universidade por um lado os imponentes edif cios de Pardal Monteiro por outro
138. o pertence aos componentes descritivos reais da viv ncia nem est seguramente extra mente ele n o existe de modo algum o objecto mental pertence ao esp rito n o mat ria nem forma n o pertence de modo algum ao mundo f sico Paisana 1992 p 48 Poder se incluir nesta analogia o encadeamento da imagina o pois segundo Albert Einstein 8 1879 1955 ela mais importante que o conhecimento Esta uma capacidade universal natural que usamos o tempo todo A presen a real de determinado objecto fortifica a compreens o da exist ncia patrim nio edificado na mesma medida que a exist ncia determina a presen a A presen a real do objecto que o intensifica marca a territorialidade da arquitectura Sendo esta arquitectura tamb m por causalidade consequ ncia da imposi o do desejo uma presen a permite ao espa o ser utilizado tornando o vi vel Viabiliza a exist ncia A arquitectura como presen a real neste contexto faz parte do campo fenomenol gico e ontol gico Como contribui para a descoberta dos elementos constitutivos do universo buscando a ess ncia da espacialidade E t o forte a sua presentifica o no territ rio que o tempo se 47 Edmund Husserl foi um fil sofo alem o conotado como um grande impulsionador da fenomenologia se n o mesmo o seu fundador Teve como seu pupilo e protegido o fil sofo Martin Heidegger 48 albert Einstein 1879 1955 foi considerado um
139. o que apropria Acumulando esses registos o objecto apresenta os atrav s da sua estrutura edificada Tal como a mem ria que vai acrescentando ao seu report rio diversos registos sucessivos associados a um desenvolvimento temporal A mem ria e a imagina o associam se ao desejo em todas estas etapas Esse desejo que surge da imagina o e por vezes incentivado pela mem ria passa forma mat ria e por conseguinte d se a visibilidade do que at ent o era invis vel 77 A obra em si d se a explorar sendo nessa explora o pelo Ser que se apreende a sua ess ncia tornando se numa percep o natural e concreta e n o somente intelectualizada O desejo impulso imaterial residente no sistema ps quico torna se assim mat ria dotando a forma de uma apar ncia externa com valor interno A forma dentro do contexto apresentado ou tenta ser a apar ncia de um objecto que se d a entender a ser percepcionado tornando se mat ria percept vel e sens vel Todo o desejo pretende converter se em realidade vis vel A busca de referenciais no espa o e no tempo talvez seja como raz o bvia a necessidade do Ser se defrontar em cada presente com as reminisc ncias do passado mem ria e a intui o do futuro imagina o E o futuro nasce no presente e dele se constitui sustentando se na lembran a do passado a ang stia existencial Esta situa o define os impulsos do esp rito que provocam altera
140. particularidad de la funci n es necesari colocar el an lisis en una perspectiva hist rica es decir analizar su permanencia y sus modificaciones para recoger en definitiva su pertenencia a una forma general de la experiencia humana sobre el territorio Monesstiroli 1993 p 29 Determina se assim o territ rio temporal das obras arquitect nicas pelos vest gios que a passagem do tempo original deixou vincado no espa o de apropria o das formas e da ac o da cria o do Ser num cont nuo vir a ser Devir O tempo n o um suplemento do espa o mas ambos se apresentam sempre de uma forma complementar pois tanto estamos no espa o como no tempo perman ncia presen a tempo espa o As formas tradicionais eruditas Maria de F tima Lino Ferreira Ed O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas aquelas que mais enaltecem a capacidade do Ser para criar com criatividade Santa Rita 1990 t m o dom de atribuir voluntariamente ao futuro testemunhos de um tempo que lhe foi procedente Not ria tamb m a evolu o da apropria o do espa o ao longo da hist ria a par da evolu o do pensamento filos fico e cient fico que o entendem como um fen meno que est ligado compreens o do mundo Neves 1998 A exist ncia das constru es serve necessidades de uma cultura conforme uma ordem espacial Segundo Viollet Le Duc 1814 1879 ilustra o159 s culo XIX a
141. pelas v rias etapas da hist ria pelas quais os edif cios passam Quanto mais se avan a no sentido de se compreender a necessidade de sustentarmos uma consci ncia sobre o passado para antevermos e podermos interpretar o futuro mais se eleva a arquitectura como mediadora das rela es temporais reivindicando a continuidade temporal N o se pretende detonar as 121 Um desses sinais s o os edif cios 122 Modernidade moderno as culturas modernistas industriais produzem objectos a curto prazo As Grandes Exposi es 123 pl stica temporal no nosso entendimento o que o tempo permite acontecer isto os objectos que modelam o espa o e denotam a passagem do tempo 124 Conforme se constata numa rela o entre o Segundo e Terceiro cap tulos Maria de F tima Lino Ferreira 14 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas reivindica es defendidas pelas vanguardas 2 Montaner 2005 p 143 modernismo e os seus fundamentos mais cr ticos das suas ideologias o anti referencial ruptura com a tradi o e o abstracionismo 26 Garcia 1992 p 114 pluralismo arquitect nico 12 Validamos a ideia de que o actual o Moderno 128 para existir teve que surgir no prolongamento da exist ncia do que o antecedeu sucess o continuada do que temporal Na mesma ordem de ideia de George Kubler quando tenta explicar o que para ele a actualidade no seu livro intitulado A Forma do Tempo N
142. pensamento sobre o tempo O que para uma filosofia uma interrogativa problem tica para outra n o passa de uma quest o exacerbada mal equacionada A diversidade proporcional perspectiva o de interpreta o mediante converg ncias e ou contraposi es existentes nos problemas que se colocam no campo da filosofia O que se apreende implicitamente em todos os discursos filos ficos da modernidade que a hist ria ou a sua constitui o n o se fazem independentemente da problem tica que a constitui A sua exist ncia alicer a se na evoca o das pr prias problem ticas e no dobrar do pr prio tempo Essa diversidade no sentido pluralista tal como na arquitectura o factor que germina a pr pria hist ria O poder de cumula es formais no campo arquitect nico p lo central de v rias disciplinas permite n o s uma possibilidade de antecipa o futuro vir a ser como suscita novas liga es com o passado ter sido a liga o da raz o humana de conectar 7 o que aconteceu e o que vir passado e futuro Carrilho 2001 p 12 Os tr s per odos que se atribui ao tempo s o passado presente e futuro O passado uma dimens o est vel inalter vel irrecuper vel insuprim vel e inacess vel porque n o pode jamais ser alterado mesmo com a tecnologia que hoje temos ao nosso dispor Nem perante a ideia que moveu H G Wells sobre a constru o de uma m quina do tempo
143. presentes mas dotar a contempla o do mundo exterior com o envolvimento do sujeito na interpreta o e descodifica o dos objectos numa vis o do futuro a liga o do mundo subjectivo invis vel presen a da aus ncia com o mundo objectivo presen a rea a preocupa o em exaltar a import ncia das sensa es humanas na inten o de evidenciar a exist ncia do Ser e dos objectos que cria e experi ncia Resumindo estas considera es a fenomenologia assenta basicamente sobre os fen menos e sobre a viv ncia do homem no mundo unicamente quando a nossa aten o se aplica a um outro objecto que os fen menos ps quicos que com ele se relacionam s o percebidos acessoriamente assim que a observa o dos fen menos f sicos na percep o externa pode fornecendo nos pontos de apoio para o 46 Jean Paul Sartre definia o existencialismo como o humanismo Maria de F tima Lino Ferreira 76 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas conhecimento da natureza torna se ao mesmo tempo um meio de conhecimento ps quico Brentano 1992 p 44 Segundo Edmund Husserl 1849 1938 a viv ncia entendida fenomenologicamente ela pr pria fen meno Os pr prios fen menos n o nos aparecem s o vivido 1990 p 42 4 Mas a rela o entre o imaterial e o material fundamental para a realiza o das formas O objecto mental sem exist ncia real emp rica exterior n
144. ria com o tempo colectivo Este ltimo aquele que mais nos interessa Isto pelo simples facto de que o patrim nio arquitect nico de todos n s e possui um sentido nacional Na base desse nacionalismo n o podemos no entanto individualizar esse tempo colectivo pela simples raz o de que ele acumula o tempo psicol gico de cada indiv duo social o tempo biol gico a pr pria exist ncia do Ser e o tempo cosmol gico o universo onde existimos O monumento e ou edif cio representativo respondem a uma necessidade que possui profundos estratos de alma colectiva JSon problemas que respondem tanto o lo existencial como a la esencia intemporal del hombre Sosttres 1983 p 37 A arquitectura neste contexto torna poss vel a exist ncia humana associando o indiv duo ao social e ao mundo atrav s do simples habitar Este tempo colectivo o tempo das sociedades das suas mudan as e das suas constru es que aglutina o tempo hist rico o qual evidencia a rela o do tempo vivido com o tempo c smico medido pelo calend rio Reis 1994 p 72 o reconhecimento do tempo passado e a sua reconstitui o em prol das sociedades vindouras o instinto da conserva o da esp cie de um sentimento de continuidade tanto a n vel do espiritual superior mas tamb m material os objectos que criamos O tempo hist rico o mais objectivo dado que as obras existentes n
145. s culo XIX nos anos 70 e 80 do s culo XX promovida para sustentar as justifica es dos que apoiavam o movimento p s moderno Segundo Peter Burger o p s modernismo trivializa os seus produtos renuncia abstrac o como forma do conhecimento e usa e abusa da imagem como via de concilia o 1993 p 11 Este movimento em Portugal n o teve grande relev ncia mas fez se sentir em obras edificadas como o edif cio da Pantera cor de rosa de Reis Cabrita e de Gon alo Byrne 1972 ou as Torres das Amoreiras de Tom s Taveira 1980 Demonstramos a inevitabilidade permanente em todo o processo criativo e de desenho arquitect nico da influ ncia do report rio de imagens e fragmentos de arquitectura que se tornaram numa refer ncia dial ctica para a corporalidade das novas formas E este nexo causal com as formas estabelecidas existentes e vindouras dever estimular a inven o e a autonomia criativa Sol Morales 2008 p 37 A modernidade concebeu e concebe ainda o objecto arquitect nico em detrimento das rela es do conjunto O conjunto servia e serve muitas vezes para acentuar e destacar a pr pria modernidade O objecto n o chega a ser condicionado mas passa a ser uma presen a real e torna se num forte elemento a condicionar a organiza o futura do espa o conjunto no sentido que advoga Fernando T vora no seu livro A Organiza o do Espa o T vora 1996 195 O p s moderno
146. sobre o rio Tejo C ceres Documento ic nico S rgio Moreira Litografia Serra Casals Ilustra o 40 Edif cio sito em Algozinho Douro Monumento rom nico do s culo XIII Fotografia Documento ic nico Atlas de Portugal 1988 p 74 Ilustra o 41 lgreja Mosteiro de Brav es Monumento rom nico portugu s S culo XIII Documento ic nico Fotografia IGESPAR Fotografia de S rgio Moreira s l s n s d Ilustra o 42 Igreja do Salvador Felgueiras Templo rom nico de 1165 IGESPAR Fotografia de S rgio Moreira s I s n s d Ilustra o 43 D mus Municipalis Igreja do Salvador Felgueiras IGESPAR Fotografia de S rgio Moreira Souto p 155 vol 1 Ilustra o 44 Igreja do Mosteiro dos Jer nimos iniciada em 1499 al ado frontal Koch 1982 p 181 Ilustra o 45 Nave central Koch 1982 Ilustra o 46 Planta da igreja Koch 1982 Ilustra o 47 Arcada do Claustro Real do Mosteiro da Batalha Souto p 159 vol 2 Ilustra o 48 Mosteiro da Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vit ria Arquitectura g tica peninsular Souto p 153 vol 2 Ilustra o 49 Al ado Lateral do Mosteiro Souto p 153 vol 2 Maria de F tima Lino Ferreira 172 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A mem ria tamb m participa na transmiss o cultural porque uma modalidade
147. social Freud coloca o indiv duo numa posi o desfavor vel em rela o cultura e em parte ela que provoca o mal estar no indiv duo pela sua hierarquia sobre a sua vida Se por um lado o indiv duo para sobreviver tem que viver em comunidade e por conseguinte inserido numa sociedade por um outro ele cria padr es estabilizados que se implantam como regras Encontramos no espa o rasgos dessa hierarquia denotando se as formas 92 Freud entende que deve ser refor ada a individualidade pois o desejo o nico meio atrav s do qual o sujeito pode reinventar o seu eu e delinear uma nova hist ria Maria de F tima Lino Ferreira 119 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas temporais realizadas pelo Ser mesmo que sejam entendidas como refer ncias civilizacionais 3 as leis da cultura como afirma Freud Ora como sabemos os monumentos que fazem a nossa hist ria colectiva elaborados e pensados pelo acto individual t m um pronunciado car cter p blico Numa simples defini o podemos dizer que a mat ria art stica registo existente da forma idealiz vel o que existe o que est presente neste sentido a mat ria n o questiona o esp rito mas prov m dele A arquitectura precisa do esp rito o pens vel o imaterial para se realizar Dissemos anteriormente que a imagina o impulsionadora do acto criativo logo esta implica na concretiza o da mat ria arquitect
148. tempo Martins 1990 p 180 Este autor entende que n o h tempo em abstracto mas sim um conceito de tempo relacionado com o conceito humano e com a pr pria realidade este sentido do tempo que evocamos nesta tese O tempo o conceito que traduz mudan a e transforma o por essa raz o foi um dos problemas fundamentais do s culo XX e continua a s lo nos nossos dias O tempo associado sempre exist ncia e ao conhecimento tem tido e ter um enorme impacto nas distintas concep es a n vel cultural e na socializa o do Ser A esse facto n o excep o a arquitectura quer a n vel da sua concep o quer na sua concretiza o real materialista 99 No sentido actual contempor neo 100 S culo XX Maria de F tima Lino Ferreira 125 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O tempo no seu fluir constante e unidireccional flecha do tempo101 irr versible et irr vocable Koutlouka 191 p 328 como dimens o inserido neste contexto observ vel torna se vis vel pela exist ncia no universo f sico atrav s dos objectos e do movimento Movimento que provoca a mudan a pois se n o h mudan a n o existia tempo A sucess o dos eventos resulta de uma causa e nunca posterior a seu efeito Lacey 1972 p 25 A arquitectura situa se nesta engrenagem temporal existe pela mudan a numa rela o de transitoriedade entre o pens vel imaterial e o concreto mater
149. tiempo Montaner 1999 p 35 A intemporalidade que se procura no esp rito da poca facilmente perdida pela continuidade da procura do progresso e do anti tradicionalista Todos os movimentos importantes do s culo XX que permitiram o nascimento de uma cultura arquitect nica nova construfram se sobre a nega o da arquitectura do Maria de F tima Lino Ferreira Ear O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas fim do s culo XIX Uma procura que se esgota em si pr pria um facto que a sagacidade permanente de ser actual poder nos levar a evocar a eternidade do agora da arquitectura Caindo no sentido nico do esp rito da poca sin nimo da estabilidade eterna do tempo import ncia ao limite do sempre actual do agora Por um lado evoca se o progresso o futuro actualiza o por outro lado evoca se a perman ncia a estagna o do agora Zeitgeist A temporaliza o tende a superar as limita es da pr pria actualidade numa sustenta o cultural na cria o de novas formas 82 e pretens es funcionais e simb licas que surgem de uma nova sociedade cada vez mais exigente o peso da experi ncia temporal sobre a transforma o dada ao meio arquitect nico A palavra moderno de origem medieval da palavra modernus significa o presente diferente da no o de anterior passado Acresce a este significado a palavra hodiernus que derivada de h
150. um universo sustentado em leis imut veis como advogava Newton ou mesmo a interpreta o dualista do universo o dom nio da mat ria e do esp rito defendida por Descartes s culo XVII Maria de F tima Lino Ferreira 109 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas localizarmos somente nesta rea de estudo que a arquitectura entendemos que o Tempo na Arquitectura objectivado pela forma da exist ncia do mundo edificado e sua associa o concep o arquitect nica Atrav s da arquitectura o tempo objectivado sendo posto perante todos os presentes de um modo apreens vel Nesta rea do conhecimento ainda existe muito para investigar porque ainda n o se sabe se o tempo pertence ao conjunto dos seres ou dos n o seres Na verdade parece nos que todas as reflex es s o poss veis e poder o ser verdadeiras n o esquecendo que reflectem experi ncias m ltiplas em diferentes pocas v rias culturas e diversos universos simb licos Contudo esta vertente hist rica das mentalidades e dos seus variados conceitos veio refor ar o sentido do pr prio tempo na reformula o de uma ideia mais aproximada na sua forma de se dar Rendemo nos mediante a quest o do ser do tempo com uma presum vel certeza de que o tempo arquitect nico objectivo e transparece atrav s de muitos outros tempos focados neste cap tulo A perspectiva objectivista refere se s rela es temporai
151. uma submiss o do indiv duo em favor da civiliza o pois esta ltima s pode existir em fun o de um poder de um grupo que exerce influ ncia sobre o indiv duo que abre m o do seu poder pessoal em prol de um bem estar social Maria de F tima Lino Ferreira 120 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Se a arquitectura n o se prestasse ao di logo comunic vel e n o contribu sse para a constitui o de uma dial ctica pr pria os valores identit rios que fazem valer uma cultura ou um povo n o teriam a import ncia que t m hoje em todas as sociedades sendo atrav s dela arquitectura que a hist ria da cultura assenta na vis o da obra de arte como express o simb lica pois nenhum sentido pode ser difundido sem uma forma concreta Foi por este caminho que se articulou a arte com a hist ria por meio de um sistema de rela es formais existente no espa o e no tempo e a prova disso bem vis vel pois a pe a arquitect nica o sinal que demonstra que um esp rito de um poca tempo e de um determinado lugar espa o se convertem numa base de dados referenciais para a viv ncia singular indiv duo e universal sociedade 4 Todo o estudo do objecto pressup e o estudo sobre o sujeito bem como a explora o do conhecimento come a pelo conhecimento do sujeito enquanto Ser Esse facto centraliza o estudo aqui apresentado em volta do Ser pois ele que produz e que vive a
152. vel O esp rito n o acabado nem perfeito em si por esse motivo busca nas formas da exterioridade 9 incluindo na arquitectura o meio de se completar Verifica se isso mesmo quando a cren a na substancialidade do esp rito cedeu pouco a pouco afirma o sempre mais intransigente da substancialidade do mundo f sico A metaf sica do esp rito no decurso do s culo XIX teve de dar abertura a uma metaf sica da mat ria Resulta que toda a interioridade obscura t mida e em si ing nua tornara se exterioridade vis vel que se edifica no mundo emp rico e deixa o mundo espiritual Mas bem verdade que ambas se estimulam e se assumem como b sicas para a realiza o do algo imaginado Quando falamos do futuro o que dele compreendemos depender da nossa s ntese pessoal em que a imagina o opera definida por Boaventura de Sousa como a imagina o sociol gica Santos 1987 p 36 178 cr Subcap tulo 2 1 O paradigma entre o vis vel Arquitectura e o invis vel Tempo A presen a da aus ncia 179 A exterioriza o das formas atrav s do campo da arquitectura realiza se em grande parte luz da consci ncia quase sempre dentro do controlo poss vel e permanente do Ser como portador das ideias das formas Cf Subcap tulo 3 6 Re interpreta o das Formas O uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira 183 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Os d
153. vel em www http farnsworthhouSe org gt cassia apro Ersma dg add DirA So ipa ago sa E DD Apa dota aa 206 Ilustra o 148 John Hancock Tower 1973 B ston Documento ic nico Foptografia Gracia 1992 p 167 eerreeereeeenereereressaenaa 217 Ilustra o 149 Kaiser Wilhelm Ged chnis Kirche Berlin Gracia 1992 p 167 ERR ADE NR RD Ra SDS ER RAND ARENS TR PEN OR SR PR RR 217 Ilustra o 150 Castelo Mouro Fotografia Documento ic nico Osvaldo 30 VAN ZOOS SIM O cares rece N ad nr RGE E ad 225 Ilustra o 151 A Casa da M sica Capital Europeia da cultura 2001 Rem Koolhas Porto ilustra o nossa cusegammasadsas degenito eia ii Do raa dna asa danado pois da 226 Ilustra o 152 Espa o multidisciplinar e polivalente Edif cio emblem tico da cidade do Porto Ilustra o nossa sau sacansopearsans ns asdbdN pra as dna SO pelo cao sacas amanda 226 Ilustra o 153 Novas Arquitecturas Pavilh o de Portugal Exposi o Mundial de 1998 Fotografia Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa DOS ado A ra RS a E E a 227 Ilustra o 154 Edif cio do Conselho de Ministros EXPO 98 Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 104 227 Ilustra o 155 Pavilh o de Portugal Arquitecto Siza Vieira Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 104 232 Ilustr
154. 0 1900 aparece com a ajuda do ferro uma nova arquitectura que faz a viragem da Idade Moderna per odo do qual distinguimos obras como o Pal cio de Cristal em Londres obra de Joseph Paxton quer a Torre Eiffel em Paris de 1889 de Gustave Eiffel Este novo material industrial ferro permitiu o aparecimento de uma variad ssima gama de tipologias construtivas nos finais do s culo XIX desde pontes esta es galerias comerciais e constru es em arranha c us tal como o edif cio Guaranty Building em Nova lorque de 1894 95 da autoria de D Adler e LH Sullivan Na primeira metade do s culo XX cintilam os edif cios de Gaudi como a casa Batl em busca de uma nova forma e de uma nova ordem bem como outros grandes nomes da arquitectura desta etapa temporal como Gerrit Th Rietveld casa Schr de Walter Gropius Bauhaus ou Philip Johnson Glass House International Style Na segunda metade do s culo XX evidencia se o edif cio Seagram de Ludwig Mies van der Rohe arquitectura do vidro e Philip Johnson em Nova lorque 1954 58 A Capela de Notre Dame du Haut Ronchamp de Le Corbusier 1950 54 e o Museu Guggenheim em Nova lorque Frank Lloyd Wright de 1956 59 Estes s o testemunhos formais da manifesta o da arquitectura Todas estas obras pretendiam alcan ar a funcionalidade construtiva do objecto Resultando um formalismo puro elementarista t o defendido pelos mestres do moderno patente no purismo de Le Corb
155. 136 Novas Arquitecturas Pavilh o de Portugal Parque da Na es EXPO 98 Arquitecto Alvaro Siza Constru do em1998 Arquitectura amp Constru o n 27 Novembro 2002 Lisboa p 109 i llustra o 137 ltamatary Palace Bras lia Brasil do arquitecto Oscar Niemeyer Brasil Constru do em 1968 Arquitectura amp Constru o n 15 Novembro 2002 Lisboa p 94 Ilustra o 138 Igreja Santa Maria de Marco Canaveses Arquitecto lvaro Siza Constru da 1990 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril 2002 Lisboa p 112 Ilustra o 139 Congresso nacional de Bras lia Brasil Oscar Niemeyer Constru do em 1960 Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro 2001 Lisboa p 94 Ilustra o 140 Edif cio da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa Arquitectos Aires Mateus Constru do em 1998 Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 102 Ilustra o 141 Pal cio Congressos Catalunya Barcelona Espanha Arquitecto Carles Ferrater Espanha 1944 Constru do em 2000 Consult Out 2010 Dispon vel em www http flickr com photos fafner 3063890251 llustra o 142 Casa em Ovar sita em Ovar Projecto dos arquitectos Jos Ant nio da Costa e Tiago Meireles Obra conclu da em 2005 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 Lisboa p 12 Ilustra o 143 Casa Tugendhat Rep blica Checa Arqui
156. 172 Ilustra o 39 Ponte romana sobre o rio Tejo C ceres Documento ic nico S rgio Moreira Litografia Serra Casals 172 Ilustra o 40 Edif cio sito em Algozinho Douro Monumento rom nico do s culo XIII Fotografia Documento ic nico Atlas de Portugal 1988 p 74 172 Ilustra o 41 Igreja Mosteiro de Brav es Monumento rom nico portugu s S culo XIII Documento ic nico Fotografia IGESPAR Fotografia de S rgio vi o p ge RO ES SA PR So pi DOR RR RE UR OR RR 172 Ilustra o 42 Igreja do Salvador Felgueiras Templo rom nico de 1165 IGESPAR Fotografia de S rgio Moreira S 1 S n 8 d ii 172 Ilustra o 43 D mus Municipalis Igreja do Salvador Felgueiras IGESPAR Fotografia de S rgio Moreira Souto p 155 vol 1 172 Ilustra o 44 Igreja do Mosteiro dos Jer nimos iniciada em 1499 al ado trontal Koch 1982 P18 annen e USE nara ed Gabi qo a A A E EA E ns 172 Ilustra o 45 Nave central Koch 1982 ssseesseeeisseeeeerrrresssrrrerrrnesssrrrrnns 172 Ilustra o 46 Planta da igreja Koch 1982 172 Ilustra o 47 Arcada do Claustro Real do Mosteiro da Batalha Souto p 159 VONE pisos o ai E a 172 Ilustra o 48 Mosteiro da Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vit ria Arquitectura g tica peninsular Souto p 153 vol 2
157. 1922 Criticism and Interpretation Universidade Lus ada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Dissertations Dissertations Academic Portugal Lisbon LCC 1 NA2500 F73 2013 AGRADECIMENTOS Se obtive o m rito foi sem d vida por poder terminar esta tese Fim que de modo algum poderia alcan ar se n o existissem as pessoas que por serem amigas e muito queridas me apoiaram e incentivaram desde o in cio N o poderia deixar de mencionar em especial o meu Orientador o Professor Doutor Arquitecto Joaquim Jos Ferr o de Oliveira Braizinha que me incentivou durante o desenvolvimento deste ciclo de estudos Sem o seu contributo ao n vel dos conhecimentos cient ficos e orienta o nos procedimentos seria imposs vel superar as dificuldades ultrapassadas N o menos importante s o os meus agradecimentos minha Co orientadora a Professora Doutora Arquitecta Marta Llorente D az que com muito carinho partilhou o conhecimento intelectual e os ensinamentos imprescind veis para a realiza o desta etapa E por ltimo e n o de menor import ncia o agradecimento professora Doutora Marieta D Mesquita que embora j n o esteja entre n s parte integrante desta tese sendo a sua conclus o a minha homenagem e demonstra o de eterna amizade A todos muito obrigada APRESENTA O O Ser o Tempo e a Arquitectura Uma interpreta o das formas Maria de F tima Lino Ferreira A
158. 4 72 Evocamos o aparecer do tempo atrav s das rela es formais e materiais mantendo a possibilidade da reversibilidade mediante um interc mbio anacr nico passado presentificado atrav s da presen a material dos objectos 2 entre passado presente e futuro Foi defendida a quest o do Ser do tempo com uma presum vel certeza de que o tempo arquitect nico objectivo e revela se atrav s de muitos outros tempos aqui apresentados N o vemos o tempo a n o ser mediante o efeito da forma e da mat ria e n o entendemos por esse facto que ele possua uma interpreta o materialista Mas se entendermos o tempo segundo a relatividade das caracter sticas espa o temporais e a varia o das medidas temporais e espaciais das quais falamos neste trabalho verificamos que possui um determinado car cter ontol gico estando condicionado pelas mudan as dos corpos materiais e do pr prio Ser que o percepciona Bergson 1859 1941 considerava a dura o pura continuidade da vida interior do Ser isto o indiv duo o nico possuidor da dura o e consequentemente o nico portador do tempo Segundo este fil sofo o tempo constitui todo o sentido da exist ncia humana seria a pr pria exist ncia humana tempo biol gico Kant exp e essa correla o Ser Tempo de um outro modo dado que concebe o tempo como forma de um sentido puramente interno no fundo a quest o subjectiva do tempo tempo psicol gi
159. 5 Gaston Bachelar 1884 1962 Heidegger 1889 1976 M Merleau Ponty 1908 1961 entre outros A reflex o sobre o tempo 103 demonstra o percurso do Ser e ao analisarmos esse percurso quer do Ser quer das sociedades colectivas onde se insere podemos estabelecer a racionalidade sobre a imprevisibildade da vida o c ptico futuro 104 isto o tempo potencial Durante s culos o registo escrito foi o nico feito para o Ser de hoje poder conhecer e compreender o passado da sua exist ncia tentando aprisionar o tempo para saber do antes ver se no agora e tentar prever o depois Martins 1990 p 181 Tal como as obras edificadas ao existirem para al m do seu tempo origin rio Hoje o tempo adquire um novo aspecto com a era electr nica o mundo torna se uma aldeia global A intercomunicabilidade que hoje existe atrav s dos sat lites em que os meios udio visuais n o possuem fronteiras 105 torna a terra um territ rio nico 1034 L analyse de la nature du temps a donn lieu diverses supposition le temps est une substance une r alit selon Platon Plotin Descartes et Spinosa le temps est un caract re des ph nom nes pour Aristote et Leibniz et une aptitude de I esprit humain pour Kant et Hegel D autres philosophes consid rent que c est notre exp rience sensible qui donne existence la notion de temps Koutlouka 1991 p p 327 330 104 A imposi o teol gica coloca em ca
160. 65 Uma escultura no territ rio Est dio de Braga Arquitectura amp Constru o n 25 Mar o de 2004 p 96 Lisboa nn 176 Ilustra o 66 O espelho dos sentidos Casa em Ponte de Lima Arquitectura amp Constru o n 29 Mar o de 2004 p 75 Lisboa 176 Ilustra o 67 Biblioteca Central Biblioteca Central do P lo Universit rio de Ponta Delgada Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 121 LISBOA srs saia Rd cr PE ta a SRD E A O a GEO EU O Ra a SS 176 Ilustra o 68 Teatro Municipal Teatro Municipal da Guarda Arquitectura amp Constru o n 36 Abril Maio de 2006 p 98 Lisboa 176 Ilustra o 69 As torres g meas Os edif cos que marcam Monumentos Frank O Ghery Barcelona Documento ic nico Jornal expresso 25 anos inesquec veis n 1348 s d Lisboa re 184 Ilustra o 70 Catedral de Mil o Igreja G tica de It lia Janson 1989 p 1650 SRD REM Rea SOPRA ARE SR A E ER EDER SRS OIE MEN UR 184 Ilustra o 71 Coliseu de Roma 78 80 a D Koch 1982 p 36 186 Ilustra o 72 Pal cio Sant Jordi Barcelona 1990 Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http barcelona com Barcelona directory monuments sant jordi palace gt a cat de ad RT a o Eb Re Ran a ea Ca aaa Dad 186 Ilustra o 73 Pavilh o Atl
161. 71 Ilustra o 235 Palacete do rel gio Cais do Sodr Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 273 Ilustra o 236 Conjunto de edif cios da Ag ncia Europeia de Seguran a Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2012 273 Ilustra o 237 Um dos dois volume que se projectam perpendicularmente ao rio Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 273 Ilustra o 238 Al ados do Palacete do Rel gio Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Alexandre Marques Pereira 2012 273 Ilustra o 239 Planta de um dos do piso Do Palacete Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Alexandre Marques Pereira 2012 273 Ilustra o 240 Pormenores dos percursos interior e exterior do Palacete Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 274 Ilustra o 241 Zona Ocidental da cidade de Lisboa Despon vel em EXMARAS CIMA aaa sa R ps neo da Un A ad NIE ANTA Eae ERAS A SEADE OCR dna 275 Ilustra o 242 Vista a rea do Cais do Sodr A Lisboa Ortofotomapa do SIG CML Consult 20 Jan 2012 Dispon vel em lt www http maps google com gt 275 Ilustra o 243 Pra a do Com rcio Lisboa Fotografia ilustra o nossa
162. 84 de Etienne Louis Boull e Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http scribd com doc 10 ARQUITECTURA NEOCLASSICA gt 196 Ilustra o 121 Donato Bramante Tempieto San Pietro in Montonio Roma 1502 1508 Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http nl wikipedia org wiki Bestand PalladioBarmante Tempieto1570 jpg gt ERP O Se DA PAR RR AR RO E SEARA SR SDS IRD PR SN RR E 196 Ilustra o 122 Exposi o do mundo portugu s de 1940 Consult Out 2011 Dispon vel em www lt luisaguilar ca favoritos diaporamas expomundoportugues pps gt 196 Ilustra o 123 Edif cio do Servi o de Meteorologia Barcelona Espanha 1992 Arquitecto Alvaro Zisa Pedreirinho 1994 sie 196 Ilustra o 124 Edif cio da Universidade de Psicologia Lisboa Arquitecto Manuel Tainha 1989 Dispon vel por Manuel Tainha 196 Ilustra o 125 Pormenor do deambulat rio da Igreja da Abadia de St Denis Paris 1140 44 Janson 1989 p 902 saias messias do sanen fin omans cataratas de nanasiiado 199 Ilustra o 126 Pormenor de uma galeria do Claustro do Mosteiro dos Jer nimos Felicidade 1989 p 111 199 Ilustra o 127 Pal cio da administra o da Companhia Johson Wax Racine Wisconsin 1937 39 Interior Lloyd Wright Giedion 1967 p 437 199 Ilustra o 128 Roberto M
163. 90 p 298 Nesta perspectiva crist o tempo cria o de Deus e antes da cria o n o haveria o tempo sendo Deus o que cont m a pr pria eternidade Mediante o j explanado e por silogismo84 intentamos por rela o do racioc nio de alguns pensadores mais cl ssicos que o tempo est contido na eternidade8 logo sendo a eternidade uma qualidade suprema de uma figura transcendental Theos esta possuir o tempo sempre numa supera o infinita dele mesmo Para Santo Agostinho o tempo n o a eternidade pois possuem caracter sticas bem distintas mas na verdade s por meio da experimenta o do tempo poss vel alcan la 82 Note se por m que quer Plat o quer Arist teles conclu ram que o tempo exterior alma mas ligada exist ncia deste Os quais afirmam ainda que o tempo n o um ser mas sim uma forma uma rela o entre o movimento das coisas materiais como medida e n mero 83 Em Arist teles o pensamento grego conquista a transcend ncia de Deus 84 Racioc nio dedutivo formado por tr s termos e tr s proposi es de que a ltima conclus o se infere da primeira por interm dio da segunda 85 Como j referimos neste subcap tulo que a eternidade n o transcende o tempo porque este por sua vez existe na pr pria eternidade Maria de F tima Lino Ferreira 112 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Mas se estas afirma es s o dif ceis
164. 91 p 2 a ac o volunt ria do Ser no espa o que realiza no presente uma obra para que o futuro a contemple a qual foi influenciada a partir do conhecimento adquirido no passado o tempo No presente o tempo passado ausente n o existe S o monumento hist rico edif cio nos pode transportar para o passado pela refer ncia e pela sua pr pria presen a sincr nica no presente tempo hodierno A import ncia dada s obras de arte o seu valor s cio cultural tem contribu do intensamente para o aumento do conhecimento sobre a arquitectura O sentido de preservar as refer ncias que nela existem ajudar o a procurar o eterno Maria de F tima Lino Ferreira 155 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Devir no sentido diacr nico da vida o vir a ser As varia es das interpreta es ao longo dos tempos e a sua import ncia dependem desse valor Essas varia es n o impossibilitar o a constitui o de uma arquitectura abundante e transmissora de identidade e de valores importantes para a constitui o da cultura de um povo Falarmos da arquitectura como a arte modeladora da hist ria reporta nos sempre para a rela o espa o tempo onde as obras influenciam a nossa organiza o vivencial e a nossa rela o com o que h de vir Buscamos nessa rela o do espa o e do tempo os valores inerentes obra de forma a descodificarmos a arquitectura legada pe
165. 988 p 48 Ao tempo neste contexto est associada a mem ria colectiva e a percep o individual do Ser enquanto Ser social Esta socializa o fixa o Ser na engrenagem din mica do tempo e fixa o no espa o lugar O lugar antropol gico apaziguador estabiliza o Ser tal como os valores presentificados nesse lugar em que as formas existentes e as formas novas medeiam a tradi o e a inova o A tradi o sustenta se numa realidade solidificada num passado a actualidade inova o manifesta se sobre esse passado fazendo coac o de modo a impor se no sentido de romper as normas estabelecidas Acreditamos sem embargo que as diverg ncias temporais no campo da arquitectura possam encontrar as suas justifica es reduzidas pr tica de contornar o temporal atrav s da actua o tecnicista no mundo super estrutural onde quase sempre posto em causa a caracter stica fundamental do uso participativo da cultura colectiva e identit ria Esta causa nasce de uma sociedade massificada e sustentada na imediata resposta s necessidades que surgem no seu meio O ideal seria que existisse um acompanhamento uniforme e rec proco entre o Devir tecnol gico e o Devir hist rico Esta rela o partiria do di logo entre o mundo super estrutural medi tico da arquitectura e 251 Continuidade visa o vir a ser da obra a que corresponder o tempo futuro 252 Tempo inaugural corresponde ao tempo em que se deu a sua constru o ini
166. 993 A No o de Sincronismo na leitura e representa o do espa o Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Tese de Doutoramento em Teoria da Arquitectura JUNG Carl Gustav 1975 O Homem Descoberta da sua Alma estrutura e funcionamento do inconsciente Porto Livraria Tavares Martins tradu o de Camilo Alves Pais de L Homme la descouverte de son Ame s 1 s d KANT Immanuel 1989 Cr tica da Raz o Pura Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian KANT Immanuel Metaf sicos da Ci ncia da Natureza Lisboa Edi es 70 s d KOJ VE Alexandre 1998 A Eternidade o Tempo e o Conceito Paris Far ndola KOJ VE Alexandre 2005 Breve Introdu o Leitura de HEGEL Dial ctica do senhor e do Escravo Paris Far ndula KOOGAN Abrah o 1983 Nova Enciclop dia Larousse Rio Janeiro Editora Delta S A KRIS Ernst e Otto Kurz Lenda Mito e Magia na Imagem do Artista Uma Experi ncia Hist rica Colec o Dimens es Lisboa Editorial Presen a s d KRIER Leon 1999 Arquitectura escolha ou fatalidade Colec o Teorias e Fontes da Arquitectura Lisboa Estar Edito KOUTLOUKA Maria E et al 1991 L Espace et le Temps Actes du XXII Congr s de Association des Soci t s de Philosophie de Langue Fran aise France Universit de Bourgogne Soci t Bourguignonne de Philosophie Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a
167. Arist teles Na tentativa de uma rela o com o divino e por conseguinte transcender a temporalidade 137 a forma de se garantir a defesa contra o traumatismo da exist ncia tranquilizando o Ser no tempo A arte um meio de fazer produzir alguma coisa o desejo materializado A aproxima o da arquitectura e a arte com a viv ncia humana evidencia o seu condicionamento social e a sua rela o com a hist ria Essas condi es 135 not ria a rela o positiva entre o antigo e o novo numa linguagem formal hierarquizada respeitando as refer ncias hist ricas do lugar ilustra o 24 136 cr Cap tulo 2 Percep o do Tempo 137 cf Subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Ser e Theos Maria de F tima Lino Ferreira 149 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas d o origem a obras de arte com v rios n veis de valores que dependem das refer ncias s cio culturais Este poderio s cio cultural que anula ou enaltece a obra de arte reflecte se energicamente no meio art stico numa perspectiva na qual a vida atrav s dela arquitectura se projecta neste mbito da descoberta do significado da arte perante determinada sociedade que a sociologia da arte associada hist ria tem vindo a transformar se num dos instrumentos importantes na interpreta o do Ser como ser colectivo Todo o objecto da arte es um punto de convergencia donde encontamos
168. DUARTE Rui Barreiros 2012 Os Para sos Perdido de avum Sobre a Incomunicabildiade Lisboa Caleidosc pio Edi o e Artes Gr ficas DUARTE Rui Barreiros 1992 A Arquitectura do Ef mero Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Tese de Doutoramento DUARTE Rui Barreiros 1993 As Exposi es A Arquitectura do Ef mero Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Prova complementar da Tese de Doutoramento ECO Humberto 1992 Os Limites da Interpreta o Lisboa Difel EHRENZWEIG A 1976 Psicoan lisis de la percepci n art stica Barcelona Editorial Gustavo Gili ELIADE Mircea Origens Hist ria e Sentido na Religi o Perspectivas do Homem Lisboa Edi es 70 s d tradu o de Teresa Louro Perez de The Quest University of Chicago 1969 ELIA Mario Manier 1977 William Morris y la ideologia de la arquitectura moderna Barcelona Editorial Gustavo Gili FAUSTO Rui e MARMOTO Rita 2006 Tempo e Ci ncia Colec o Ci ncia Aberta Lisboa Gradiva Publica es FABRIS AnnaTeresa 1987 Futurismo Uma Po tica da Modernidade S o Paulo Editora Perspectiva FARNDON John 1992 O Tempo Lisboa Verbo FERNANDES H J Barahona 1976 Da Psicologia para a Epistemologia o Humanismo Criativo de Ant nio S rgio Lisboa Academia das Ci ncias de Lisboa Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma i
169. Embora se verifique a ruptura das regras formais essa ruptura se efectuou com equil brio e racionalidade Dado que as Maria de F tima Lino Ferreira 269 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas hierarquias formais as escalas e as volumetrias n o colidem com as regras formais e funcionais do palacete Um acto novo da cria o se revelou sustentando se num pr requisito a valoriza o do palacete e a sua utilidade na cidade moderna Esta concep o n o deixou de ser um acto revolucion rio A persist ncia destes edif cios na imagem da cidade faculta a viabilidade da ideia da sua pr pria estabilidade no tempo Permitindo continuamente a sua revalida o como elementos fundamentais na identidade dos espa os vivenciais A personalidade urbana constru da atrav s dos lugares e dos monumentos que a referenciam A monumentalidade aparece associada ao passado alimentando a hist ria mas a irrever ncia das novas formas amparadas pela inova o permite criar novas monumentalidades e novos monumentos Os registos gr ficos tamb m eles testemunhos229 s o meios pelos quais o esp rito se realiza na representa o dos objectos Na necessidade de compreender o que vai no esp rito e nos leva formaliza o da mat ria onde se incarna a ideia i i I i j es S phim I zad Mia q r Ed ji rI Ilustra o 230 Esquissos na procura da forma para os novos volumes
170. Espa o o Mundo e a Arquitectura Lisboa Edi es Universidade Lus ada SPB Il Editores NEVES Victor 1999 Espacio e Po tica en la Arquitectura Portuguesa Contempor nea de los a os 70 a 90 Barcelona Escuela T cnica Superior de Arquitectura de Barcelona UPC Tese Doutoral para a obtencion del T tulu de Doctor Arquitecto NORBERG Schulz Christian 2008 Intenciones en Arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili NORBERG Schulz Christian 1983 Arquitectura Occidental Barcelona Editorial Gustavo Gili OCKMAN Joan Columbia 1993 Architecture Culture 1943 1968 A Documentary Anthology ed University Graduate School of Architecture Planning and Preservation Columbia Books of Architecture Rizzoli Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas OLIVEIRA Manuel Ferreira Rodrigues 1993 O Corpo Fenomenol gico na Ph nom ologie de la Perception de Merleau Ponty Lisboa Universidade Nova de Lisboa Disserta o de Mestrado em Filosofia Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas OLIVEIRA Maria Manuel dos Anjos A Fenomenologia do Espa o A Imag stica Arquet pica do G nero Feminino na Produ o Transforma o e Entendimento do Espa o Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Disserta o de Mestrado em Reabilita o da Arquitectura e N cleos Urbanos ORTIG O Ramalho 1943 O culto
171. Ferreira 330 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas HUYGHE Ren Os Poderes da Imagem Balan o de uma Psicologia da Arte Lisboa Livraria Bertrand s d JAMESON Fredric 2004 Una modernidad singular Ensayo sobre la ontologia del presente Barcelona Editorial Gedisa S A JANSON H W 1989 Hist ria da Arte Lisboa Funda o Calouske Gulbenkian JENCKS Charles A 1987 The Language Of Post Modern Architecture London Fifth Revised Enlardeg Edition Academy Editions First Editions 1977 JENCKS Charles Movimentos Modernos em Arquitectura Arquitectura amp Urbanismo Lisboa Edi es 70 s d JORDAN R Furneaux 1985 Hist ria da Arquitectura no Ocidente Lisboa Verbo JORGE Jos Duarte Gorja 1993 A No o de Sincronismo na Leitura e Representa o do Espa o Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Tese de Doutoramento em Teoria da Arquitectura JUNG Carl Gustav 1975 O Homem Descoberta da sua Alma estrutura e funcionamento do inconsciente Porto Livraria Tavares Martins tradu o de Camilo Alves Pais de L Homme la descouverte de son Ame s 1 s d JUNG Carl Gustav 1976 Os Arqu tipos e o Inconsciente Coletivo S o Paulo Editora Vozes 1976 KANDINSKY Wassily 2002 Do espiritual na arte 5 ed Lisboa Publica es Dom Quixote 2002 KANT Immanuel 1990 Princ pios da Metaf sicos da C
172. H Hans 2000 Our observations of physical things our feelings and emotions and our thinking the present to the futur The Direction of Time New York Courier Dover Publicstions p 2 pt 1 The Emotive Significance of Time REIS Jos Carlos 1994 Tempo Hist ria e Evas o S I Campinas SP Papirus Editora RIEGL Alois 2008 El Culto moderno a los monumentos Madrid Machado Libros RODRIGUES Maria Jo o Madeira et al 1996 Vocabul rio T cnico e Critico da Arquitectura Coimbra Quimera Editores RODRIGUES Maria Jo o Madeira 1998 Valor Introdu o ao estudo da Hist ria da Arquitectura e do Urbanismo GEHA Revista de Hist ria Est tica e Fenomenologia da Arquitectura e do Urbanismo Lisboa Faculdade de Arquitectura n 1 ROSSI Aldo 1977 A Arquitectura da Cidade Lisboa Edi es Cosmos RU O Carlos 1995 O Convento de S o Gon alo de Amarante Omicrocosmos e arquitectura maneirista do Noroeste de Portugal Revista Monumentos n 3 Setembro Lisboa RUSSEL Bertrand 1971 Pensamento e Comunica o 7 Edi o P voa de Varzim Bras lia Editora Porto RUSKIN John 1997 Las Siete L mparas de la Arquitectura Barcelona Editorial Alta Fulla SANCHES Francisco 1991 Que Nada se Sabe sec o de Filosofia Lisboa Veja Universidade SANTA RITA Isabel M Abranches Menezes Sequeira e Silva de 1990 A Arquitectura uma Converg ncia de Compromis
173. Intentando de certo modo inferir a dimens o tempo na abordagem destes fen menos sociais constru dos e o seu poder de apropria o do espa o Segundo Norberg Schulz os significados existenciais que envolvem o Ser surgem dos fen menos naturais e humanos os quais a arquitectura traduz em formas no espa o Essas formas s o por ele designadas como as formas significativas Norberg Schulz 1983 p 7 ou como designou Gorj o Jorge refere as formas simb licas Jorge 1993 p 44 A explora o do espa o sem d vida uma explora o tamb m ela temporal A interpreta o dos edif cios e os seus modos de apropria o possibilitam a compreens o das opera es materiais que se desenvolvem a n vel da interpreta o do espa o porque as formas informam Menezes 1993 23 Maria de F tima Lino Ferreira 133 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas N o s o s as formas que constituem o elo de comunica o como o sujeito que as utiliza O pr prio espa o a fonte de comunicabilidade em que os objectos nele contidos s o categorizados no nosso sistema de orienta o e sujeitos a uma narrativa pr pria consoante o referencial espacial e temporal de cada indiv duo ou sociedade S os objectos reconhecidos s o objectos do nosso acolhimento visual Assim o espa o comunica de modo a percepcionarmos o sentido de lugar tornando se significativo mediante m ltiplos aspecto
174. JUNTO a 5 5 sa cansa sintas isso pnadEncSo SEG sai Nas SA dceiabdash s 1 5 O linear e a repeti o inner arena 1 6 A forma e a hierarquia ccssasas saio She se dana sta afeta Slade Angie Estad 5 2 2 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o FPCE 5 2 5 2 5 2 5 2 2 1 Localiza o e a fun o ssssneseesesnerrersrrrrerrrrrrrrrrerrrrrrererert 2 2 A forma e a disposi o qe los cao dane irao s an caindo Sagan adia aa 2 3 A unidade e OCON UN O ss css nesses punto Has osa CEU antas Un aua bege snges sado 2 4 O linear e a repeti o re rene eee rananaaaa BS GONCIUS O a dsrgmbsicaco a ias as cus do Pa UE TAS e Ga SS a ad a a AGIU Ed doado Refer ncias Bibliografia 257 257 261 262 262 267 275 276 280 282 284 289 293 294 296 301 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 1 INTRODU O Comte defendera com todo o nfase que ci ncia cabia tornar intelig veis as rela es entre fen menos e nunca procurar as suas origens primeiras ou as suas formas puras e que o conhecimento era sempre aproximativo e relativo nunca esgotando a realidade que apropriava Silva 1988 p 8 O antagonismo entre a tradi o e a inova o fundamenta se nas suas essenciais diferen as e nas suas oposi es diverg ncias e converg ncias isto antes depois passado presente futuro passa
175. Lisboa Difus o Cultural MESQUITA Marieta D 1993 Arquitectura e Renova o Aspectos do Restauro Arquitect nico em Portugal no s c XIX Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Prova Complementar de Doutoramento em Hist ria da Arquitectura MEYER Charles Andr Architecture Patrimpniale L architecte et I architecture patrimoniale une question de comportement Paris Editions Anthony Krafft s d MILLS C Wright 1982 Imagina o Sociol gica 6 ed Rio de Janeiro Zahar MIRANDA Maria do Carmo Tavares de Experi ncia Ontol gica do Tempo Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo Lisboa Edi o da Universidade Internacional Ciclo de Confer ncias sobre A Leitura do Tempo s d MOLES Abraham A Teor a de los objectos Colecci n Comunicaci n Visual Barcelona Editorial Gustavo Pili tradu o de Laura Pla Bac n de Th orie des objects Paris Editions Universitaires 1975 MONTANER Josep Maria 1999 Arquitectura Y Cr tica Barcelona Editorial Gustavo Gili S A MONTANER Josep Maria 2001 Arquitectura da segunda metade do s culo XX Barcelona Editorial Gustavo Gili Maria de F tima Lino Ferreira sos O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas MONTEIRO do Ros rio Maria 1999 O Tempo como Marca Qualitativa do Espa o Tempo Temporalidades Dura es Faculdade de Ci ncias Sociais
176. Montaner 2486 A DO SPESSI PAR ARR NE RN RENA VSEE ROSSIO E RD SEU 240 Ilustra o 165 Maior templo romano Beja Arque logos encontraram uma pegada no maior templo do pa s P blico 22 Outubro 2011 Lisboa 241 Ilustra o 166 Maior templo romano Beja Arque logos encontraram uma pegada no maior templo do pa s P blico 22 Outubro 2011 Lisboa 241 Ilustra o 167 Ru nas da Vila romana de Con mbriga Condeixa a Nova Ilustra o NOSSA assis aeas aan ado R o DRS DESA ad ROSE EE Read 241 Ilustra o 168 Santa Sofia Constantinopla Koch 1985 p 15 242 Ilustra o 169 Corte longitudinal Gympel 1982 p 15 242 Ilustra o 170 S o Vital Ravena Igreja Fotografia Koch 1985 p 45 242 Ilustra o 171 Igreja S o Vital Corte e planta centrada octogonal datada de 522 547 Koch 1985 p45 aereas ii US seas RES aS Ea a ARF 242 Ilustra o 172 Baptist rio e Campanilha de Pisa It lia Consult Out 2010 Dispon vel em www http lt l cia paginas sapo pt catdral de pisa htm gt 242 Ilustra o 173 Catedral planta em forma de Cruz Pisa It lia Consult Dez 2011 Dispon vel em www http lt l cia paginas sapo pt catdral de pisa htm gt 242 Ilustra o 174 S Catedral de vora vora Souto 1988 p 191 243
177. NT O Saber da Filosofia Lisboa Edi es 70 s d trad de Germiniano Franco de La philosophie critique de Kant s l Presses Universitaires de France 1963 DELGADO Jo o Paulo 1998 O Lugar da Arquitectura Arquitectura e Ordens Arquitect nicas Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Disserta o de Mestrado em Cultura Arquitect nica Contempor nea e Constru o da Sociedade Moderna DERRIDA Jacques 1995 Kh ra s 1 Papirus Editora s d Maria de F tima Lino Ferreira ser O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas D Z Marta Llorente 2000 El Saber de la arquitectura y de las artes La formaci n de un mbito de conocimiento desde la Antiguidad hasta el siglo XVII Barcelona Edicions de la Universitat Polit cnica de Catalunya DOCZI Gy rgy The power of limits Proportional harmonies Nature art and Architecture U S A Shambhala Publications 1981 DOMINGUES Frei Bento 1999 Da morte de Deus ao regresso do religioso Not cias do Mil nio s n 8 de Julho DONDIS D A 1976 La Sintaxis de la Imagen Introducci n al Alfabeto Visual Barcelona Editorial Gustavo Gili DORFLES Gillo 2001 As Oscila es do Gosto A Arte de Hoje entre a Tecnocracia e o consumismo Lisboa Livros Horizonte DUARTE Rui Barreiros 2011 Arquitectura Representa o e Psican lise Lisboa Caleidosc pio Edi o e Artes Gr ficas
178. PLANTA SUPERIOR Ilustra o 89 Plantas Clark 1997 p 94 ER SE EE 5 ECC ree NECE MENS Sm Pantheon Roma 118 125 a D S culo Il a D Janson 1989 p 164 Lord Burlington e William Kent Chiswich House Londres Andrea Palladio Janson 1989 p 575 Pa os do Concelho de Lisboa Domingos Parente da Silva Pedreirinho 1994 p 220 Universidade Cat lica Lu s Cunha e Domingos Gomes Ilustra o nossa Ilustra o 90 Ilustra o 91 Ilustra o 92 Ilustra o 93 Os novos eventos s o capazes de dar um curso novo hist ria dos homens Passado e presente interligam se e dessa rela o surge a genealogia da temporaliza o Estes tempos diferenciados a consci ncia de um tempo percorrido um cont gio para a consci ncia moderna Esta revolu o consciente este golpe de tempo uma progressiva erudi o que sup e uma troca de pontos de vista em rela o ao passado Tal como na Idade M dia o mil nio entre os s culos V e XV foi considerado por muitos como um intervalo vazio entre a Antiguidade Cl ssica e o seu reaparecimento o Renascimento Esta transi o Maria de F tima Lino Ferreira 199 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas veio dissipar a escurid o e obscurantismo medieval onde pouco se realizara e que compreende dois s culos entre a morte de Justiniano e o reinado de Carlos Magno Este renascer de todas a
179. R TOST ES Ana 2002 Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Instituto Superior T cnico de Lisboa Tese de Doutoramento TRIGUEIROS Luiz et al 1996 Lisbon World Expo 98 Projects Lisboa Editorial Blau Lda TULKU Tarthang 1977 Time Space and Knowledge A New Vision of Reality USA Dharma Publishing VATTIMO Gianni 1987 O Fim da Modernidade Niilismo e Hermen utica na Cultura P s Moderna Lisboa Editorial Presen a WAISMAN Marina 1972 La Estrutura Hist rica del Entorno Buenos Aires Ediciones Nueva Visi n Colecci n Arquitectura Contempor nea WARD Keith Deus e os Fil sofos Uma viagem pela hist ria das ideias ocidentais acerca de Deus Lisboa Sociedade Editorial Estrelapolar s d WHITEHEAD Alfred North 1955 Simbolismo o seu significado e efeito Textos Filos ficos Lisboa Edi es 70 s d trad De Artur Mor o de Simbolism irts meaning and effect Macmillan Company 1927 Copyright renewed by Evelyn Whitehead Published under agreement with the Syndicate of the Cambridge University Press WIEBENSON Dora 1988 Los Tratados de Arquitectura de Alberti a Ledoux Madrid Hermann Blume Maria de F tima Lino Ferreira 398 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas WRIGHT Frank Loyd Futuro de la Arquitectura Buenos Aires Editorial Poseidon 1957 trad Eduardo Goligorsky de The f
180. Refere ainda que o tempo uma forma do sentido interno hip tese subjectiva intui o individual 57 mile Durkheim considerado um dos fundadores da sociologia moderna tendo sido um impulsionador da escola francesa de sociologia posterior a Marx numa associa o da pesquisa emp rica com a teoria sociol gica Maria de F tima Lino Ferreira Ba O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas As implica es do tempo s o vis veis em toda a experi ncia humana ocorrendo deste facto investiga es em v rias reas do saber Isto para um f sico hip tese objectiva o tempo um suporte basilar da realidade O tempo astron mico foi objecto de abordagem desde o Neol tico e sustentava se com grande entusiasmo na previsibilidade do movimento dos astros O futuro c smico o qual nos parece infinito dado ao tempo nesta rea ser ultralongo a seta c smica do tempo tempo cosmol gico Rees 2006 p 31 O tempo c smico est associado filosofia tal como o tempo da consci ncia Mas com o progresso a f sica distanciou se da filosofia e excluiu o tempo da consci ncia dedicando se aos aspectos mais objectivos sobre o tempo distanciando se da fenomenologia a qual a filosofia ainda se debru a e aprofunda A hipot tica defini o respeitante ao tempo c smico sustenta se na invari ncia temporal numa direc o revers vel em que todas as coisas e seres avan am Fausto e Marnoto
181. Ser din mico desdobra se temporalmente para Ser para e para vir a ser Continuando este racioc nio estas realidade e imagina o s o conexas primeira associa se a experi ncia objectiva vis o vinculada verdade que suscita o real segunda associa se a experi ncia subjectiva percep o vinculada s interpreta es e reflex es dependentes do Ser Eu 36 Para a compreens o das formas da exterioridade de todos os tempos fundamental ponderar na diversidade das excep es que se colocam ao Ser A arquitectura insere se na primeira realidade associada raz o O pr prio objecto arquitect nico materializado por concatenamento do idealizado imagina o invis vel e depois transforma se em mat ria e passa a existir real no sentido temporal do a Mas sem a segunda a imagina o antecipa o da 34 As ilustra es 6 7 e 8 demonstram os testemunhos vis veis do tempo como factor inexor vel e interveniente quer no Ser quer nos elementos que ele cria Os dois primeiros exemplos testemunham por diverg ncia o decurso temporal objectivado na forma corporal Os outros dois exemplos pela forma da mat ria Denota se de modo indirecto a din mica do tempo e atrav s dela a precariedade da pr pria actualidade 35 Cognitiva estruturada organizada real 36 A subjectiva o do mundo um dos tra os gerais dos discursos da modernidade do seu modo de conhec
182. Sraka 245 Ilustra o 186 Casa Galo Vista do p tio exterior Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Tainha agro prima anenee e oaa aE NANE AAAA AARAA Aaii 245 Ilustra o 187 Instala es do Instituto Superior T cnico 1927 Projecto de Profiro Pardal Monteiro Pedreirinho 1994 p 169 246 Ilustra o 188 Vista a rea da Exposi o do Mundo Portugu s Vista global da Pra a do Imp rio Accialuoli 1098 sais snsraties iso dino pudrto conla dia petalodouehe ao ad ag peidos 246 Ilustra o 189 Exposi o do Mundo Portugu s em 1940 Pra a do Imp rio Fotografia Guede CML Ref A9574 e rreeeeaaaeeearereaaaana 246 Ilustra o 190 Centro Cultural de Bel m Arquitecto Vittorio Gregotti e Manuel Salgado 1988 1992 Lisboa Ilustra o nossa i 247 Ilustra o 191 Grand Canal Theatre Dublin Irlanda 2010 Daniel Libeskind Fabio de Paula ARCOWESB 2011 Arquitectura amp Constru p n 29 Mar o A 6 87 0E E NR EEN SIRI UN RO SD E RN ET 247 Ilustra o 192 Creative Media Center Universidade de Hong Kong Daniel Libeskind Libeskind 2006 Arquitectura amp Constru o n 29 Mar o 2005 p 24 LISDOA sita sie iriscaniaaar i cre LeR TAL Data E T ET 247 Ilustra o 193 Projecto da amplia o do Museu de Arte Contempor nea de Denver Estados Unidos Fonte Studio Daniel 2003 2006
183. Varia es de conte dos interpretativos de indiv duo para indiv duo 7 Embora longo o nosso discurso n o abarcar todo o campo da Arquitectura dado que muito vasto Maria de F tima Lino Ferreira 50 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas sentido de demonstrar novos valores que est o contidos na arquitectura actual optando por crit rios definidos e concretos baseados no passado numa actua o que estabilize e associe a nova arquitectura arquitectura existente Criando est mulos e reciprocamente viabilizando pela ac o do arquitecto uma nova arquitectura que contribua para a dignifica o e valoriza o do conjunto da sociedade e da cultura Buscando una legitimidad hist rica cultural e t cnica que haga de la nueva arquitectura una contribuici n valiosa al conjunto de la sociedad y de la cultura Sol Morales 1979 p 12 A associa o sequencial das fragmenta es temporais presenciadas pelos edif cios que salpicam o territ rio permitem nos de um modo anal tico e po tico restabelecer uma vis o continu stica do fen meno art stico Cruz 1998 p 17 Nos finais do s culo XIX e princ pio do s culo XX o Ser tentou imobilizar o tempo nos registos escritos que elaborava de modo a garantir que os que viessem num tempo depois pudessem fazer uso desse conhecimento Hoje esses registos v o para al m do mero papel e logicamente o tempo adquire novo aspecto
184. a or ei mess i e p Y e os es ua pes e 6 Ar bi ns ul PNE u Ilustra o 275 Desenhos de colunas e seus ritmos A modela o do espa o pela forma da extyerioridade constru o Ching 1982 p 143 Uma fila de colunas ou colunata pode determinar e delimitar um espa o n o impedindo a sua continuidade Forma exterior que marca o audit rio da FPCE Constru o marcante destacado pela materialidade formal e pela cor contrastante Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 276 Maria de F tima Lino Ferreira 292 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O interior deste edif cio confrontado com o exterior Goza dos efeitos da forma e conjuga a luz sombra modelando deste modo o espa o Destaca se desta obra as v rias linguagem volum tricas e o pormenor do acabamento das paredes que est o decoradas com pain is de azulejos azuis e brancos da autoria da pintora Menez Painel de Azulejos de Menez O arquitecto neste edif cio conseguiu tirar partido da mem ria busca de referenciais para a constru o de formas de composi o que evocam o passado cl ssico Denotamos que a imagina o tamb m impera atrav s da reinterpreta o das formas e na articula o com as novas ideias Notemos que quer a estrutura construtiva quer alguns elementos de composi o est tica testemunham a originalidade que o arquitecto consegui neste ob
185. a o 156 Leone Battista Alberti 1404 1472 De Re Aedificatoria Alberti ES ie 9 PRN REU PNR E OD UR RU GU RE IR 233 Ilustra o 157 Andrea Palladio 1508 1580 Los cuatro libros de arquitectura de Palladio Loewen 2009 Fotografia Capa da edi o de Cosimo Bartolo 1550 RD AD RAPAE o copa do AO RATO ARE IR Rd DAR A A E 233 Ilustra o 158 Daniel Rabreau Claude Nicolas Ledoux Franch Ed s n Vidier T987 RAROS RR RDNS e CUP CPR ODAS NUTS AR RE CPR 232 Ilustra o 159 Eug ne Viollet le Duc Dictionnaire raisonn de l rchitecture fran aise du XI ao XVI si cle Tome Premier A Morel Editeur Paris 1856 235 Ilustra o 160 Elevador Santa Justa Consult Out 2011 Dispon vel em www lt hitp espacoturismo COM gt azisasssissentoea amas cosnasiantnnas Sanna a cundr aceda omega ditado 237 Ilustra o 161 Torre EXPO 98 Consult Agosto 2011 Dispon vel em www lt http memoriavirtual net 2004 10 8torre vasco da gama expo98 2 gt 237 Ilustra o 162 Mies van der Rohe Seagram s Building Nova lorque 1954 1958 Montaner 20014 p 24 sessao lara atas ioie asa l ada End Dr casam ga ban D LA adentra a 240 Ilustra o 163 F L Wright Museu Guggenheim Nova lorque 1943 1959 Edif cio Escultura Montaner 2001 p 58 a 240 Ilustra o 164 Museu Guggenheim Corte estrutural do edif cio
186. a o formal e da constru o estil stica Gaston Maire s d Maria de F tima Lino Ferreira E O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas rela o vis vel do que material presen a real efectiva e o invis vel presen a de uma aus ncia O invis vel descortin vel 10 atrav s das implica es vis veis mediante o contacto com o que material forma exterior semelhan a de um objecto arquitect nico isto tudo o que nos dado a observar porque existente no espa o os edif cios Em concreto falamos da passagem do tempo cronol gico diacr nico que deixa marca nos edif cios que se apropriam do territ rio espacial os quais s o presen as reais efectivas Exemplo deste argumento s o os edif cios hist ricos que passam por fragmenta es temporais e fecundam os lugares S o estes edif ciosformas da exterioridade que asseguram e afirmam a vitalidade da presen a do passado a par da previs o c ptica do seu destino futuro Apreender a aus ncia seja do que for induz nos no imediato numa exist ncia de pelo menos uma outra exist ncia por oposi o ou deriva o o que fundamenta a exist ncia do existente por multiplicidades compar veis Na apreens o de um determinado objecto arquitect nico art stico para al m da percep o da coisa vis vel a forma que se d a ver a vis o primeira existe uma outra que a vis o segunda Esta interp
187. a Universidade Lus ada de Lisboa e do qual o Professor Arquitecto Manuel Tainha fez elogiosamente parte N o poderia deixar atrav s deste meu pequeno contributo de fazer refer ncia a algumas das obras cujos documentos que apresento para fundamentar as minhas ideias foram gentilmente concedidas e discutidas com o admir vel Senhor da Arquitectura 5 2 AS OBRAS ESCOLHIDAS DOIS EXEMPLOS PR TICOS Inserimos neste preciso momento os casos de estudo que pretendemos descodificar interpreta o das formas adaptando essa an lise aos crit rios que aqui apresentamos e defendemos Neste contexto e na procura de analogias para aceita o das novas formas coadjuvadas com as antigas pretende se de certo modo encontrar par metros para uma interpreta o das formas e sua apropria o Maria de F tima Lino Ferreira 261 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas do espa o Numa liga o com as formas existentes e numa interliga o com as v rias temporalidades em presen a Deparamo nos assim na Avenida da Ribeira das Naus com o edif cio da Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima European Maritime Safety Agency EMSA o Observat rio Europeu da Droga e Toxicodepend ncia e ainda do Centro de Informa es Europeia Jacques Delors que teve a sua conclus o em 2006 Ag ncia criada no mbito do Regulamento N 1406 2002 de 27 de Junho de 2002 tendo como objectivo auxiliar a n vel t cnico e
188. a a perman ncia inova o o que o tempo permitir vir a acontecer Dois campos espa o e tempo de dif cil separa o O primeiro espa o por possibilitar o posicionamento espacial das coisas materiais o segundo tempo por relacionar as coisas numa ordem temporal Um estabelece a ordem no e pelo espa o o outro a rela o do tempo das coisas Investiga o esta que transcende a mera ambi o de uma an lise de projecto destacando a temporalidade das formas edificadas Palavra chave Ser Tempo Arquitectura Espa o PRESENTATION Being Time and Architecture an interpretation forms Maria de F tima Lino Ferreira This research project explores the sense of time and how it can affect the field of architecture the concepts of architectural heritage in particular as well as the urban experience of time It starts from anthropological and humanistic notions in order to elucidate the issues peculiar to architecture When experiencing the concept of time in the architectural context the true experience of awareness of time past present future serves as the basis for arriving at notions of value The human spirit does not exist merely based on its processes of internalization That is to say it requires the concrete in order to construct ideals which emerge from the forms themselves reifying them and placing them within a temporal context Time is differential Space unifies Time is memory
189. a que se torna v lida porque se integra no decurso da hist ria fazendo parte dela Entre esta raz o de existir e viver o espa o como habitat e senti lo atrav s das experi ncias e mem rias reside uma precis o de um equil brio no qual se acumula toda a an lise arquitect nica Sem o Ser para habitar o mundo terreno n o existiria arquitectura Entre a raz o de existir e de habitar o espa o o Ser vive sequencialmente e atribui arquitectura o sentido que faz dela um ve culo que testemunha o existir A uni o entre o Sere a arquitectura transforma o saber em v rios saberes em que a raz o e o sentido fazem parte da explica o da exist ncia na rede do universo A especificidade da realidade existencial do homem v se reduzida na medida que lhe negado a consci ncia do ser Menezes 1993 p 19 Centralizamos o Ser nas explica es das ideias porque o Ser que infinitamente observa interroga reage e pensa sobre o mundo em que vive Uma das caracter stica do Homem a utiliza o do c rebro na procura de justifica es e ou explica es para tudo o que o rodeia O Ser reage por compara es como se verificar durante o nosso disserto O Ser humano o Homem ao qual nos referimos sempre que a palavra Ser aparece manifesta a sua capacidade de controlar e moldar a sua exist ncia O Ser tem a capacidade de observar os fen menos que o envolvem e questionar se sobre eles O Ma
190. a Arquitectura Lisboa Estar Editora Lda KRIS Ernst e Otto Kurz Lenda Mito e Magia na Imagem do Artista Uma Experi ncia Hist rica Colec o Dimens es Lisboa Editorial Presen a s d KRUFT Hanno Walter 1994 A History of Arachitectural Theory From Vitruvius To The Present New York Zwemmer LAGE Eduardo 1988 Espa o Tempo e Relatividade Col quio Einstein Teoria da Relatividade em Portugal Simultaneidade e Perspectivas Lisboa LAMEIRO Carlos Manuel da Silva 1994 Arquitectura Temporalidade e Metadiscurso Lisboa Faculdade de Arquitectura U T L Tese de Doutoramento LAMPUGNONI V W G G 1983 De la Arquitectura del siglo XX Barcelona Editorial Gustavo Gili LEVINAS Emmanuel 1983 Le temps et l autre Paris Presses Universitaires de France L VIS STRAUSS 1981 Semin rio La Identidad Madrid Ediciones Petrel 1981 tradu o de Beatriz Dorriots de L identit Paris Editions Grasset 1977 LIMA S lvio 2002 Ci ncia e Religi o A Modernidade do Pensamento Epistomol gico do Cardeal Cerejeira na obra A Igreja e o Pensamento Contempor neo Cascais Principia Publica es Universit rias e Cient ficas 2002 p 70 LINO Raul 1992 Casas Portuguesas Alguns apontamentos sobre o arquitectar das casas simples Lisboa Livros Cotovia LOOS Adolf 1972 Ornamento y Delito y outros escritos Colecci n Arquitectura y Cr tica Barcelona Editorial G
191. a arquitectura esta enraizada en la historia en la memoria y en la tradici n de un lugar Existe una conexi n entre lo memorable y lo eterno La arquitectura es construir hacia una direcci n debe mirar al futuro y adquirir sustancia dentro de la vida de las personas La Vanguardia 2006 A arquitectura faz parte da socializa o do Ser e torna poss vel a sua fixa o no territ rio sedimentando o no lugar e na hist ria permitindo a possibilidade do Ser socorrer se da mem ria presentificada atrav s dos elementos est veis nos lugares adi o convergente positiva Estas liga es mediam o passado e o presente facilitando a expectativa do futuro vir a ser Nestas possibilidades vivenciais do Ser as novas formas temporais aparecem como elementos rebeldes por vezes de ruptura como existente mas dinamizadoras dos espa os que as apropriam adi o divergente por diferencia o Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Descodificar estas mensagens espaciais e temporais e de que modo nos d evid ncia um trajecto que nos propusemos percorrer As inten es actuais das formas e seus impulsos simb licos s o transforma es provenientes da sociedade que gera as necessidades do Ser Transformando os c digos antigos em novos destruindo os elementos do passado e abrindo outras perspectivas para a arquitectura Estas rupturas s o v lidas se adicionadas
192. a com as no es de tradi o palacete e inova o os novos volumes O lugar definido atrav s de substantivos bem como os valores simb licos e hist ricos que est o relacionados fenomenologicamente com o Ser Estamos perante a arquitectura como espa o e a cidade como estrutura que se articula entre a legibilidade e identidade primeira espa o como leitura real mais generalista ilimitado indefinido e mais 238 Nos dez livros de Vitr vio no Cap tulo o arquitecto explica que a arquitectura se realiza atrav s da pr tica e da teoria e que deve apoiar se no conhecimento das Ci ncias e das Artes Refere que a execu o pertence pr tica bem como a aplica o dos m todos e mat ria para a constru o da obra A teoria investiga o equil brio das propor es 239 Coisa aplicado neste contexto no sentido geral obra de arte monumento edif cio etc 240 cf Subcap tulo do cap tulo II A Arte modeladora da Hist ria Arquitectura como reflexo da Hist ria Maria de F tima Lino Ferreira aa O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas amplo e segunda lugar a sua import ncia hist rica car cter concreto existencial articulado definido e denunciador de detalhes Abordamos o tempo hist rico sucessivo mas nem sempre os acontecimentos hist ricos presentificam essa continuidade Esse facto deriva da voca o repentinamente progressista da imposi
193. a das mais emergentes o habitar Associado a este pensamento a arquitectura serviu tamb m durante s culos a ideia de transporte pesado de cargas simb licas de per odos que fizeram dela um ve culo transparente de dissabores socio culturais pol tico econ micos e at pag os e religiosos Este est dio entre a raz o e o sentido derivado da raz o de n o existir a problem tica da arquitectura que se tem procurado encontrar em teorias diversas A simples raz o poder estar no sentido sempre objectivo que o Ser ao erigir pretendeu dar ao mero acto de construir A sociedade ao exigir espa os concretos para a viv ncia do Ser lugares antropol gicos em tempos espec ficos pocas suscita inquieta es na estabiliza o do Ser nos lugares O Ser atrav s da arquitectura faz a Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas ancoragem e estabiliza se no espa o mediante as constru es que surgem do desejo de transcender se como mortal As necessidades reais v o aparecendo medida que se desenvolve a arquitectura que por si s fomenta outras necessidades Sendo a arquitectura um resultado de condicionantes ela pr pria passar a ser condicionante A arquitectura para ser realizada teve de obedecer a v rios factores Realizando se a arquitectura passa a ser tamb m circunst ncia a ter em conta como refer ncia passa a ser condicionante Sendo o probl
194. a forma do sentido interno uma intui o do Ser e do seu estado interior Realmente o tempo n o pode ser uma determina o de fen menos externos n o pertence a uma figura ou a uma posi o etc antes determina a rela o das representa es no estado interno 1997 p 73 importante para refor ar as ideias expostas parafrasear o racioc nio de Kant E precisamente porque esta intui o interna se n o afigura abstracta procuramos suprir essa falta por analogias e representamos a sequ ncia do tempo por uma linha cont nua no o contr ria vis o medieval do tempo circular que se prolonga at ao infinito e cujas diversas partes constituem uma s rie que tem apenas uma dimens o O tempo a condi o formal a priori de todos os fen menos em geral O espa o enquanto forma pura de toda a intui o externa limita se simplesmente aos fen menos externos o tempo pois n o inerente aos pr prios objectos mas unicamente ao sujeito Ser que os intui 1997 p 73 A ideia sobre o tempo passa sempre pelo sujeito Ser Isto pela exist ncia E ent o Deus existe Ou pura ideia tamb m ela abstracta pois como descreveu Kant Deus tal como o tempo n o se afigura e procuramos suprir essa falta por analogias s mbolos met foras e mitos A evolu o do pensamento na procura de explica es sobre os assuntos mais delicados que envolvem o Ser no unive
195. a vida Conclu mos que o Ser busca atrav s das obras que cria os edif cios a inumanidade Convertendo os edif cios em elementos sempre que poss vel intemporais fora do tempo Porque o que n o temporal inumano E o inumano aproxima se da divindade prevalece para al m do tempo Fixa se na eternidade existencial A obra percorre v rias temporalidades temos o caso de obras constru das em tempos passados que hoje num tempo presente est o presentificadas no territ rio onde se convenciona a arquitectura A exist ncia e a consci ncia de si pr prio Santa Rita 1990 possibilita ao Ser criativo segundo Freud interpretar e descodificar os est mulos recebidos do exterior originados no mundo convertendo os numa investiga o dolorosa 90 Seria uma tarefa ingrata segundo este autor e no nosso entendimento submeter os sentimentos an lise cient fica las religiones de la humanidad deben ser consideradas como se mejantes del rios colectivos Freud 1930 p 36 Maria de F tima Lino Ferreira 116 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas ansiosa e por vezes bloqueada pelas censuras inconscientes para transformar e criar o passo para a entroniza o do princ pio da realidade Este processo criativo est ligado percep o consciente Existe uma associa o segundo Freud entre a percep o e a consci ncia A primeira capta e a segunda analisa e interpreta
196. actor temporal que as fizeram perdurar Em cada poca etapa temporal introduzem se novos gestos novas representa es novos conceitos e novos 256 Objecto temporal o que nos permite atrav s da sua presen a obter a no o de um tempo decorrido no o da dura o Maria de F tima Lino Ferreira soe O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas prop sitos que originam muta es diversas que v o originar novos per odos da hist ria Para Fernando T vora o tempo na arquitectura um factor fundamental e n o encarado somente como dimens o da observa o mas tamb m como dimens o da pr pria obra A principal regra que sempre observei nos meus estudos e que julgo ser a que mais me aproveitou para adquirir algum conhecimento foi nunca ter despendido sen o muitas poucas horas por dia com pensamentos que ocupam a imagina o e muitas poucas horas por ano com os que ocupam apenas o entendimento Broglie p 121 Finalizando ousamos escrever o que o arquitecto Manuel Tainha disse no seu livro Arquitectura em Quest o O saber do arquitecto um saber de fronteira entre muitos continentes N o h que ter medo Ousar fazer ousar dizer uma pedagogia de coragem Tainha 1994 p 29 Maria de F tima Lino Ferreira 399 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas REFER NCIAS ADORNO Theodoro W 1970 Teoria Est tica Lisboa Edi es 70 s d
197. ada na entropia sentido do aumento da desordem do desgaste ora na cosmologia sentido da expans o do universo ou at mesmo no mundo interior do Ser sentido da viv ncia perante um passado vivido pela mem ria e um futuro n o previs vel porque n o decifr vel E esta seta que permite delinear uma continuidade temporal direccion vel algo que se distingue de um passado para um futuro Pereira 1998 p 101 102 A revolu o Einteniana a Teoria da Relatividade veio demonstrar que h infinitos observadores tal como a revolu o coperniana demonstrou que existe mais mundos para al m da terra Maria de F tima Lino Ferreira 126 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas conclusiva N o h apenas um conceito de espa o e um de tempo isto porque os conceitos se modificam mediante duas tr ades do tempo simultaneidade sucess o dura o e futuro expecta o presente aten o passado mem ria Albergaria 1995 A problem tica do tempo um assunto muito antigo da hist ria e tem vindo a ser uma tarefa rdua para f sicos e fil sofos como j tivemos oportunidade de evidenciar nos pontos anteriores Plat o 428a C id c 347a C Arist teles 384 C lcis Eub ia 332 a C Santo Agostinho 354 430 D C S o Tom s 1225 1274 Newton 1642 1727 Leibniz 1649 1716 Kant 1724 1804 Hegel 1770 1831 Husserl 1859 1938 Bergson 1859 1941 Einstein 1879 195
198. adamente sem minimizar a import ncia de uns ou de outros bem como o espa o que os suporta O tempo que indirectamente vis vel atrav s da presen a dos objectos temporais ele torna se objectivo tem atribui es e express es que possibilitam uma linguagem que o conhecimento adoptou para referenciar algumas propriedades temporais passado presente futuro antes depois ontem hoje amanh devir dura o sucess o evento repeti o consci ncia instante momento agora Para Paul Ricoeur as rela es e os atributos temporais constituem o esqueleto intelig vel do nosso discurso sobre o tempo Askin 1969 p 13 Essas express es e atributos na eternidade n o seriam aplicadas pois a passagem de uma express o a uma outra denota o tempo 2 o tempo a transi o de um fen meno para o outro Enquanto a imutabilidade a presen a constante se associa eternidade com a qual o tempo est relacionado 3 A eternidade o sempre N o tem Devir e por esse motivo intelig vel est vel o estilo e associa se perenidade arqu tipo enquanto o tempo est sempre associado mudan a a caducidade constante diferen a o ef mero Agostinho referiu Na 112 Pelo nosso discurso sobre o tempo 113 Na rela o equiparada aos pares de paradoxos j enumerados tais como mal bem noite dia constru o destrui o evolu o estagna o nascen a morte Cf Dial ctica do
199. ade da diferen a vir a ser futuro O segundo prisma corresponde imagina o construtiva que n o mais do que evidenciada atrav s quer dos factos descortinados da ci ncia da filosofia quer da hist ria e da possibilidade imediata de concretiza o real S o os casos edificados que respeitam padr es est veis e j adquiridos tradi o unidades existentes os quais partida n o s o contestados porque est o inseridos no a priori ou seja sustentados na norma vis vel existenteS Estas formas s o marcos estabilizadores e apaziguam o Ser no espa o Heidegger refere no livro Ser e Tempo Pre sen a n o sin nimo nem de homem nem de ser humano nem de humanidade o objecto tem pre sen a e n o Ser embora conserve uma rela o estrutural Evoca o processo de constitui o ontol gica de homem ser humano e humanidade na pr sen a que o homem constr i o seu modo de Ser a sua exist ncia a sua hist ria 1997 p 309 Nesta conjuga o que nos parece disjuntiva complexidade e contradi o encontram se dois prismas da imagina o que utilizam caminhos diferentes para alcan ar o mesmo destino o real presen a real 32 Importa referir que n o se pretende neste trabalho desenvolver um estudo sobre a imagem Recorremos imagina o Invis vel para encontrar explica es sobre o que n o se v de imediato percepcionado pelo sujeito Ser de modo indi
200. ados No primeiro edif cio Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA associamo lo s obras que se adaptam s hierarquias 242 Cf Subcap tulo 4 2 A modernidade das formas tradicionais e as novas formas temporais 243 Cf Subcap tulo 3 5 Entre a mem ria e a imagina o Desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira Si O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas temporais no lugar palacete e os volumes que se desenvolvem perpendicularmente ao rio Confrontamo nos com duas linguagem formais distintas mas que se complementam a diversidade transforma se em unidade A hist ria est presente quer na narrativa do lugar quer na narrativa do palacete No segundo edif cio Faculdade de Psicologia e de Ci ncia da Educa o de Lisboa FPCE demonstra uma linguagem actual alicer ado na busca de regras da anterioridade atrav s de elementos de composi o seculares e uma estrutura pr pria do espa o disposi o das formas constru das que se encontra moldada nas regras estabelecidas a priori 244 A reinterpreta o destes elementos numa linguagem nova permitiu criar um edif cio contempor neo do seu tempo sem destabilizar padr es estabelecidos a anterioridade a favor da posterioridade A hist ria mesmo pela ruptura conceptual com o antigo mant m elementos estruturantes do projecto e elementos compositivos que retomam os c nones estabilizados na hist ria
201. aia Souto p 185 33 Ilustra o 8 A FIL Acr nimo Documento ic nico Feira Internacional de Lisboa Fotografia Osvaldo Lisboa s d 34 33 Constru da entre 1694 e 1698 titulada de Real Capela O exterior pesado de um barroco rude e forte Maria de F tima Lino Ferreira 63 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O tempo apreens vel pelo Eu enquanto Ser que o essencialmente no que emerge da rela o entre a sua mente experi ncia interna e as suas experi ncias externas ao seu corpo f sico Suscitando por esse facto uma tentativa de explica o nutrida no sentido do Ser que o percepciona tempo Ao nos aproximarmos deste tema deparamo nos entre dois extremos divergentes que se complementam convergentes O primeiro vis vel alimentado pelo segundo invis vel A passagem de um estado a outro do invis vel ao vis vel carece para acontecer de um instante ou de instantes temporais Ao primeiro extremo denominamos como realidade associado raz o embora esta seja interior racional aproximando se do verdadeiro S e ao segundo extremo como a antecipa o da realidade associado imagina o Entre estes extremos apenas existe uma fronteira o do acontecer passagem do invis vel imagina o para o vis vel concretiza o realidade Esta liga o vive sempre da disjun o e da complementaridade Estes coadjuvados com o
202. aillart Alemanha Zurique 1910 Pilares fugiformes Manson 1989 D 740 amas pos esa ASS OGU SE shimano e de 199 Ilustra o 129 Esta o do Oriente Ilustra o nossa 199 Ilustra o 130 Esta o do Oriente Lisboa A anterioridade a favor da posterioridade Analogia estrutural ao g tico reinterpreta o da forma Ilustra o NOSSA ares Racepiadepia aii saco ERA nd Da dos us ogia fia adia Scania aaia 199 Ilustra o 131 Pir mide P s moderna de Leoh Ming Pei Louvre Fran a Ilustra o NOSSA iriiria nenii aa dese SE cen danca LE saga Penta aah nadas 202 Ilustra o 132 A casa improv vel Casa manifesto Documento ic nico Visela Constru da em 2002 Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa o Rio 6 RARA TRENE DE TEME RR po RREO SR ADD S RENO RD E RR RR 204 Ilustra o 133 Casa Bordeaux Burdeus Arquitecto Rem Koolhaas Fran a 1998 Consult Set 2011 Dispon vel em wwwhttp fag edu br gradua o arquitetura anais2006 trabalhorem pd 204 Ilustra o 134 Casa em Visela Projecto do atelier Artcitta Augusto Vasconcelos Ara jo Quartin amp CA Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa PoDO asmaso soa a asa Dea Saba ada di Aa Eiaa Eea ESIa 204 Ilustra o 135 O arquitecto do sil ncio Complexo de Confer ncias Tot Hyogo Jap o Projecto do Ar
203. ais pelas quais passou A escolha desta obra e do arquitecto passou essencialmente pela sua capacidade interpretativa e hier rquica da leitura do lugar e das etapas temporais registada no pr prio espa o edif cios existentes Assim como a capacidade do arquitecto em respeitar as hierarquias formais e temporais das duas realidades volum tricas e compositivas num conjunto nico que se integra na cidade A unidade conjunto resultou da dualidade o palacete e os novos volumes edificados 234 cf Subcap tulo 2 2 Inteligibilidade do Tempo Sua hipot tica defini o 235 cf Subcap tulo2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Sere Theos Maria de F tima Lino Ferreira Brg O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A fun o permitiu o desenvolvimento da forma reciprocamente numa linguagem adaptada ao existente A monumentalidade surge quer pela utiliza o do edif cio pela massiva constru o pela rela o privilegiada com o rio pela escala pela hierarquia quer pela composi o As duas linguagens imp em se conjuntamente na cidade permitindo a requalifica o de espa os que se encontravam expectantes de novas formas do Devir Ilustra o 235 Palacete do rel gio Cais do Sodr Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 236 Conjunto de edif cios da Ag ncia Europeia de Seguran a Lisboa Fotografia Dispo
204. anados nos cap tulos terceiro e quarto No cap tulo quinto apoiamo nos em dois edif cios do arquitecto Manuel Tainha de modo a demonstrar as ideias e os fundamentos apresentadas Maria de F tima Lino Ferreira 143 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas verificamos que possui um determinado car cter ontol gico e fenomenol gico estando condicionado pelas mudan as dos corpos materiais e n o dependente somente do arb trio do Ser A teoria da relatividade bem clara na profunda rela o interna que existe entre o espa o e o tempo como formas de ser da mat ria A forma espa o temporal n o um mero recipiente externo dos corpos mas sim uma estrutura interna que permite a exist ncia das coisas e dos processos materiais E atrav s desse mero recipiente externo como espa o de exposi o que vamos intentar na descodifica o dos corpos nele existentes os objectos arquitect nicos Sustentados numa estrutura de teia de aranha onde nascem constru o emergem evoluem narrativa existencial e por vezes morrem destrui o A muta o arrasta consigo fen menos de acultura o porque revela n o s a sucess o do que reside como permanente hist rico no tempo mas ainda a sua coexist ncia e a sua interfer ncia com o que o Devir constr i O novo tempo o Devir configura a possibilidade de uma nova metodologia arquitect nica que se baseia na reinterpreta o do qu
205. arte n o apenas o dom nio da realiza o da imagina o ela informa e d se a descodificar Com efeito os nicos vest gios da Hist ria que se oferece continuadamente aos nossos sentidos s o os objectos desejados feitos pelos homens Kubler 2004 p 13 Esta inten o da arte fundamental para se poder criar elos estabilizadores e unificadores da continuidade temporal porque cada mudan a temporal no decorrer da hist ria abala o padr o formal regras estabelecidas e dadas pela hist ria estilos arquitect nicos dando origem por necessidade a novas formas Maria de F tima Lino Ferreira 138 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas e figuras Quando uma forma aparece n o se entende com isso que ela anule a validade das antigas Porque essas formas v o nos servir para continuar a descrever um passado vis vel Ilustra o 125 Pormenor do deambulat rio da Igreja da Abadia de St Denis Paris 1140 44 Janson 1989 p 302 Ilustra o 126 Pormenor de uma galeria do Claustro do Mosteiro dos Jer nimos Felicidade 1989 p 111 Ilustra o 127 Pal cio da administra o da Companhia Johson Wax Racine Wisconsin 1937 39 Interior Lloyd Wright Giedion 1967 p 437 Ilustra o 128 Roberto Maillart Alemanha Zurique 1910 Pilares fugiformes Janson 1989 p 746 Ilustra o 129 Esta o do Oriente
206. as Do mesmo modo que a constata o de uma sucess o dos acontecimentos est na origem do conceito de dura o assim a constata o de uma dist ncia entre objectos est na origem do conceito espa o Jacquard 1997 p 30 sublinhado nosso Ilustra o 21 O tempo Hugo Tinoco 10 Jan 2007 Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt Falarmos da modernidade actualiza o do tradicional pela novidade num racioc nio inato leva nos mudan a e tend ncia c clica de actualiza o A mudan a pressup e o factor tempo que influ ncia todas as coisas interferindo inexoravelmente no seu cont nuo temporal Referimo nos aos objectos materiais que pontuam o espa o la exterioridade es el car cter pr prio de las cosas que ocupan espacio Bergson 1963 p 76 Neste contexto Emmanuel L vinas 1906 1995 no seu livro Da Exist ncia ao Existente exp e O tempo por si mesmo recusa se a toda hip stase as imagens de corrente e de fluxo pelas quais ele explicado aplicam se aos seres no tempo e aos objectos e n o ao pr prio tempo L vinas 1988 p 90 atrav s desta ideia queremos sustentar a visualiza o do tempo e do seu fluxo mediante a sua sucessiva contagem n o nos instantes98 em n mero mas sim entre as formas de exterioridade que o denotam Baseamo nos nos objectos temporais aos quais se faz refer ncia porque nos permitem obter a
207. as se faz conta do espa o que as perpetuam Paralelamente necessidade da morada do Ser existe a morada das divindades que eram mais grandiosas e dur veis do que as dos mortais Da Antiguidade 2900 a C 540 d C chegou somente at n s os t mulos com fun es de culto e os edif cios sacros e raramente nos apresentado as humildes habita es dos mortais Devido n o s aos materiais da sua constru o grandeza e magnitude dos mesmos mas tamb m inova o t cnica constatando se sempre que surgia uma etapa temporal Um novo modo de construir acontecia 160 Os s mbolos n o constituem simplesmente um meio de express o ou reflex o eles s o instrumentos e meios essenciais para manter os valores c vicos e pessoais para os alimentar e sustentar Kier 1999 p 31 Maria de F tima Lino Ferreira 165 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 3 4 A MEM RIA REGISTOS PRESENTES Tudo deve se passar portanto como se uma mem ria independente juntasse imagens ao longo do tempo medida que elas se produzem Bergson 1990 p 59 La ideia de arquitectura se forma a partir de la relaci n del conocimiento com la realidad externa com el conocimento de la arquitectura en la hist ria Monesstiroli 1993 p 14 El primeiro hacer hist ria la arquitectura de una poca y el segundo conservarla como la m s preciosa de sus herencias la de los siglos passados Ru
208. as do Ser com a sua parte inumana At porque a inumanidade uma caracter stica especificadamente humana Jacquard 1997 p 81 Conclu mos que a cria o arquitect nica n o arbitr ria mas sim motivada por um impulso inconsciente dominado pelo desejo associado a uma consci ncia alicer ada na fun o como pr tica espacial O Ser imposs vel viver quando os seus desejos chegam ao fim assim como quando os seus sentidos e imagina o ficam paralisados Segundo Freud a felicidade um progresso do desejo de um objecto para outro sendo a obten o do primeiro como meta para alcan ar o segundo e assim continuadamente resulta deste facto o acontecer arquitect nico 2 5 A vis o temporal na actualidade A pluralidade e o cepticismo sobre o tempo Z Ali s humano o pr prio conceito de tempo que durante s culos afligiu pensadores pois n o h tempo em abstra c to h tempo como conceito humano e tempo real entidade que existe como o espa o e permite a ideia e a realidade do movimento Martins 1990 p 180 Ilustra o 20 A vis o Hugo Tinoco 10 Jan Consult Set 2011 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt Avec apparition de notre univers le temps passerait actuel C est instabilit qui donne au temps son actualit Bergson 1963 p 76 Maria de F tima Lino Ferreira 122 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das form
209. as em factos concretos n o transcendentais No ltimo s culo verificou se uma mudan a na import ncia da religi o e da ci ncia Estas duas maneiras de interpretar e compreender o mundo nunca foram aliadas como nos demonstrou a hist ria Este conflito foi patente nos acontecimentos que se desenvolveram volta quer de Averr is 1126 1198 de Giordano Bruno 1548 1600 quer de Galileu Galilei 1564 1642 confirmado pela hist ria Delumeau 1997 a influ ncia esmagadora que as religi es durante s culos tiveram sobre o Ser oferecendo uma verdade irrefut vel e indispens vel em que o motor im vel o acto puro o pensamento do pensamento definiam o pr prio conceito de Deus A ci ncia contestou essa verdade por aus ncia de comprova o e de argumenta o Hoje a ci ncia atinge um n vel de conquista inimagin vel superando a ent o incapacidade de demonstra o da verdade pela religi o que se alicer a em factos transcendentais N o caber no nosso tema a descri o de uma hist ria das religi es mas sim sustentarmo nos nela para validarmos confrontarmos e demonstrarmos as nossas ideias volta da trilogia Eternidade Ser e Deus Theos 75 Importa referir que quando falamos de religi o num sentido amplo Segundo afirmou S lvio Lima no seu livro sobre A Modernidade do Pensamento Epistemol gico do Cardeal Cervejeiro fala se na religi o mas h religi es como se fala de ci
210. as inquieta es que n s Homens hoje sentimos quer no nosso viver profano quer no nosso viver religioso Mas como e porqu o Ser de hoje se confronta entre estes dois estados de viv ncia A resposta a esta pergunta encontrar se na instabilidade dos conceitos e nos dados fornecidos a priori imperativos impostos pelas leis da religi o e na condi o finita do Ser como mortal Apoiados nestes dois extremos temos uma vertente seguidora da ideia de Deus uma realidade 141 o homem religioso esfor a se por se aproximar dos Deuses e participar do Ser a imita o dos modelos exemplares divinos exprime ao mesmo tempo o seu desejo de santidade e a sua nostalgia ontol gica Eliade 1992 p 118 Maria de F tima Lino Ferreira 103 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas suprema inating vel e inigual vel qualidades de qualquer entidade cujos atributos est o acima das capacidades dos homens transcendente e uma outra vertente a do pr prio Ser acreditar que o acto criador passa por algo mais terreno A primeira a sustenta o dos mitos e das religi es a segunda a objectividade da ci ncia a primazia da raz o Ambas as vertentes residem na subst ncia do pensamento humano A religi o diz possuir a verdade global e completa quer em rela o natureza quer em rela o ao Ser A ci ncia procura a verdade mais objectiva com propostas de descodifica o basead
211. as mesmas concedem s novas formas que surgem no espa o um exerc cio de analogia formal e temporal n o uma cr tica de refer ncia mim tica mas a manifesta o de novas interpreta es formais e contextuais topos sem d vida um meio cultural e arquitect nico em que cada poca parece inaugurar e concluir um novo per odo da evolu o art stica e cujo discurso predominante de mudan a e de continuidade Obras constru das em Obras constru das no Portugal estrangeiro Ilustra o 132 A casa improv vel Casa manifesto Documento ic nico Visela Constru da em 2002 Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa p 50 Ilustra o 133 Casa Bordeaux Burdeus Arquitecto Rem Koolhaas Fran a 1998 Consult Set 2011 Dispon vel em wwwhttp fag edu br gradua o arquitetura anais2006 trabalhorem pd llustra o 134 Casa em Visela Projecto do atelier Artcitta Augusto Vasconcelos Ara jo Quartin amp CA Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa p 50 Ilustra o 135 O arquitecto do sil ncio Complexo de Confer ncias Tot Hyogo Jap o Projecto do Arquitecto Tadao Ando Constru do em1995 1996 Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa p 121 Maria de F tima Lino Ferreira Eid O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas mitin llustra o
212. at ria do conhecimento porque a arte a forma sens vel a religi o a representa o simb lica e a filosofia a mais livre de todas porque pensa o pensamento Tavares e Ferro 1997 p 126 1 2 TEMA E O CORPUS O tempo hist rico manejar a no o de contemporaneidade ainda mais livremente relativizando a em fun o das suas pr prias conveni ncias metodol gicas Jorge 1993 p 103 Com o desenvolvimento de um trabalho j longo proveniente de uma investiga o j fundamentada atrav s de uma disserta o de mestrado propomos com este estudo um n vel de investiga o mais profundo sobre as Maria de F tima Lino Ferreira 49 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas influ ncias do tempo no campo da arquitectura e a interpreta o das formas ligadas ao patrim nio edificado referencias estabilizadas no espa o Neste contexto o que no in cio do trabalho se julgava ser algo inalcan vel e at inimagin vel tornou se consistente conforme prossegu amos neste caminho do saber permitindo consolidar as ideias As observa es que a vida nos prop s e as leituras que temos vindo maturadondo seleccionadas com base num car cter muito pr prio foram factores de decis o para escrever e apresentar este trabalho conducente tese para Doutoramento embora com um conte do sustentado em v rios saberes incluindo o filos fico e o t cnico cie
213. atrim nio pois ambos cont m aspectos sociais pol ticos e antropol gicos este ltimo como heran a cultural Cada vez mais nos dias de hoje vivemos num confronto permanente entre modernidade e tradi o A modernidade vive da transitoriedade do que novo numa ruptura propositada com o passado Na realidade a inova o n o consegue aniquilar a tradi o na sua totalidade pois sem dar por isso o novo demonstra se pela sua oposi o a tudo aquilo que antigo Alois Riegl no seu livro El culto moderno de los monumentos admite a exist ncia de uma inten o atrav s da nega o de uma outra isto admite o novo na rela o directa com o passado e com a tradi o concede nos a seguinte afirma o Debo dar una desilusi n a los estetas loa vieja Viena en outro tiempo fue nueva 2008 p 105 A tradi o vive da perman ncia da estabilidade e potencia a sua transmissibilidade A inova o estimula o novo e a transitoriedade A transmissibilidade uma inten o dos monumentos e da sua monumentalidade Conferindo lhes um estatuto universal singular e enaltecem as hierarquias no espa o que os suportam Numa rela o conexa com a vida material e simb lica porque s o estes edif cios que permitem construir a personalidade da cidade e contribuem para a valoriza o das caracter sticas morfol gicas da imagem e ambientes urbanos Perante a evolu o e adaptabilidade da cidade aos desafios da era mod
214. bildade O tempo aqui passa a ter uma dimens o religiosa quando associado ao vatic nio Durante s culos e at ao s culo XX o mito e a religi o intentaram in meras respostas a essas interroga es em v rios contextos sociais mas as respostas foram mais intuitivas do que conceituais O tempo assente na defini o de eternidade Esta a nica realidade de tempo ou seja a eternidade sendo a nica que reside na possibilidade de um processo que reside em Deus que est tico e imut vel Nas alega es de Santo Agostinho o presente se fosse sempre presente deixaria de ser tempo para passar a ser eternidade Carena 2006 Na religi o em Deus criador do mundo e por conseguinte do tempo que tudo come a decorre se afasta e regressa por refer ncia O tempo do Ser e a eternidade de Deus Esta ser entre outras uma das interpreta es teol gicas a agostiniana O tempo um dos problemas que envolveu desde h muito fil sofos e mit grafos Carena 2006 p 214 Baseado no vivido come a a aparecer a consci ncia n o natureza do tempo humano colectivo e psicol gico Embora estes tempos estejam interligados o tempo da consci ncia que em parte falamos no ponto anterior n o de todo coincidente com o tempo psicol gico onde existe uma grande rea do inconsciente O tempo psicol gico envolve o passado atrav s da mem ria a reversibilidade e o futuro a expectativa e a continuidade para a morte
215. c LOUREN O Eduardo O Ouro do Tempo que nos Redime Not cias o Mil nio 1999 LUDZIA Leo F A Rela o Espa o Tempo Lisboa Editorial Estampa s d LUIGI Gilbert 2004 A Arquitectura na Europa da Idade M dia ao S culo XX Bibliotecta Univetrsit ria S l Publica es Europa Am rica Lda LYOTARD Jean Fran ois 1986 A Fenomenologia Lisboa Edi es 70 LYOTARD Jean Fran ois 1989 O Inumano Considera es Sobre o Tempo Lisboa Editorial Estampa MACIEL Maria Esther e tal 1999 A Palavra Inquieta Homenagem a Oct vio Paz Belo Horizonte Autentica MAGALH ES Jo o Baptista 1966 A Ideia do Progresso em Thomas Kuhn no contexto da Nova Filosofia da Ci ncia Porto Edi es Contraponto Maria de F tima Lino Ferreira 317 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas MAIRE Gaston 1966 Plat o Biblioteca B sica de Filosofia Lisboa edi es 70 MATINS Ivan Pedro 1990 Tempo Hist rico e Tempo Humano Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo Lisboa edi o da Universidade Internacional s d MENERES Clara As M quinas de Medir o Tempo Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo Almerindo Lessa Coordenador do Encontro e das Leituras do Tempo Lisboa Edi o Universidade Internacional s d MENEZES Marluci 1993 Espa o Cultura e Arquitectura Lisboa Lab
216. ca foram destacados ou mesmo monumentalizados A monumentalidade associa se sempre ao poder religioso ou estatal At porque s o estes dom nios que durante s culos tinham o poder econ mico para fomentar as constru es grandiosas e deslumbrantes atrav s das quais demonstravam o seu dom nio social A monumentalidade aparece sempre conexa ao passado sendo um s mbolo de uma concep o est tica do mundo conforme nos referiu Gropius A monumentalidade que se confere aos monumentos hist ricos n o foi premeditada como j referimos Como exp e Jos Maria Sostres no seu livro Opiniones sobre arquitectura la criaci n monumental es casi sempre inconsciente en su pr pria poca Sostres 1983 p 37 Se analisarmos os v rios tratados cl ssicos que a hist ria da teoria da arquitectura nos exp e a que correspondente o per odo mais decisivo da arquitectura s culo XV a XVII Renascimento verificamos que representavam os edif cios mais in ditos e representativos do feito grandioso do Ser Na hist ria da teoria da arquitectura descobrimos regras que se tornaram not veis e basilares na constru o dos ideais perfeitos S o disso prova os v rios tratados existentes como exemplo o de Marcus Vitruvius Pollio204 descoberto em 1414 uma c pia manuscrita da De architectura Libri decem obra composta com os dez livros ou o de Claude Nicolas Ledoux ilustra o 158 1736 1806 L Archite
217. cep o das formas de exterioridade resultado de v rios est mulos que o Ser arquitecto Ser est sujeito Das v rias imagens que o Ser captura do meio envolvente espa o permite o entender de um modo muito pr prio sensibilidade individual a realidade Conceptualizando novas formas mediante o conte do informativo de interpreta o e descodifica o percep o das formas existentes que obteve atrav s da ajuda quer da mem ria quer da imagina o O homem vulgar sabe o que s o imagens Mas o mecanismo de forma o das imagens sempre foi e ser motivo de controv rsia Sartre 1940 Queremos assim afirmar que na imagina o entendida por muitos fil sofos e cientistas ao longo de v rios s culos como motivadora da cria o que arte e tamb m a arquitectura se amparam para se realizar O poder de antever de antecipa o do que n o existe Do mesmo modo se modificou o objectivo vivencial do Ser O Ser actual j n o se ergue a partir daquilo que julgava ser baseado no passado ter sido quer a n vel espiritual quer emp rico evoca o da mem ria mas sim no futuro no vir a ser evoca o da imagina o A imagina o coadjuvada pela mem ria numa afinidade e em simult neo numa ambivalente abrem novas perspectivas apresentam novos conceitos e possibilitam projectar um novo alcance sobre a realidade Esta vis o virada Maria de F tima Lino Ferreira 189 O Ser
218. cess o do que reside como permanente hist rico no tempo mas ainda a sua coexist ncia e a sua interfer ncia com o que o Devir constr i mais tempo para que novas mentalidades possam produzir desencadeamento de acontecimentos Porque nas desigualdades dos ritmos temporais aparecem diferentes mentalidades e por conseguinte podem haver reestrutura es e adapta es de novas formas arquitect nicas aprofundando se a aliena o entre o antigo e o novo Situa o que o moderno seguir com grande dificuldade devido ao seu sentido anti historicista Porque quer queiramos quer n o ao existir o continum temporal existir sempre uma tentativa para a forma o da hist ria 4 4 A NOVA MONUMENTALIDADE O TEMPO E A ARQUITECTURA Il Considero esencial que la arquitectura este enraizada en la historia en la memoria y en la tradici n de un lugar Existe una conexi n entre lo memorable y lo eterno La arquitectura es construir hacia una direcci n debe mirar al futuro y adquirir sustancia dentro de la vida de las personas Lisesking 2006 p 18 Ilustra o 160 Elevador Santa Justa Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http espacoturismo com gt Ilustra o 161 Torre EXPO 98 Consult Agosto 2011 Dispon vel em www lt http memoriavirtual net 2004 10 8torre vasco da gama expo98 2 gt 207 cf Cap tulo 2 Percep o do Tempo Maria de F tima Lino Ferreira ear O Ser o Tempo
219. cial 253 O edif cio hist rico possui a capacidade de resistir dura o passando por dois est gios ultrapassar o seu tempo inaugural presentificar se e subsistir a inquieta o de um tempo futuro Mem ria colectiva O testemunho da arte um eixo orientador de um meio social 254 Confere perman ncia espa o como arquivo ao que est sempre presente O presente fundamentalmente aquilo que se mant m sempre a Maria de F tima Lino Ferreira 393 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas a estrutura econ mica produtiva na qual a arquitectura se demonstra manifesta Battisti 1980 p 9 A nossa pretens o de intentar nesta procura sobre a descodifica o da rela o entre o tempo e a arquitectura formas arquitect nicas permite nos alcan ar algumas das causa que interferem na materializa o das formas e na rela o entre as formas tradicionais tradi o e as novas formas temporais inova o Este percurso permitiu demonstrar que efectivamente existem aspectos inilud veis do conhecimento e da experi ncia emp rica que possibilitam a continuidade hist rica tempo e espa o os quais inevitavelmente condicionam a nossa mente e representam etapas temporais objectivadas pelas edifica es Atrav s delas o Ser toma consci ncia de outros tempos e toma consci ncia de si pr prio O esp rito humano n o pode viver s na sua interioriza o isto precisa de se ideali
220. cializa o do Ser Ajudando a sedimentar a constru o da sua identidade quer individual quer colectiva A actualidade n o mais do que uma circula o de dados gerais da percep o da hist ria culminando nos fen menos novos os acontecimentos Esses fen menos n o s o sin nimos de ruptura com o passado mas sim de sua continuidade Nesse sentido s o bem acolhidas as novas fases da forma atrav s de novas tecnologias construtivas e novos significados na tentativa de procurarem os sustent culos construtivos e simb licos na est tica e na estrutura da forma contempor nea caracter sticas que evidenciam a singularidade pr pria dos Maria de F tima Lino Ferreira 131 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas monumentos Pois o evento singular de grande valor nunca deixar de ser o privilegiado da hist ria inserindo se num esp rito colectivo de uma determinada poca o grande valor testemunhal dessas obras que demonstram pela sua presen a a sua exist ncia Ilustra o 94 Palazzo Vecchio Pal cio Municipal de Floren a de estilo g tico Janson 1989 p 317 Ilustra o 96 Auditorium Building Arquitecto Louis Sullivan e Engenheiro Adler Consult Dez 2011Dispon vel em www lt http auditoriumtheatre org gt Por m qualquer dificuldade passada pode ser suscept vel de uma re an lise face s componentes de varia o de uma determ
221. co na subjectividade e na tentativa de tornar o tempo objectivo que emerge o paradoxo do Ser ou 72 Passado presentificado atrav s dos objectos arquitect nicos Rela o simult nea entre passado e presente Maria de F tima Lino Ferreira Re O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas do n o Ser Arist teles evocava que por um lado ele foi e j n o mais e por outro ele vai ser mas ainda n o 3 Reis 1994 p 9 As v rias reflex es apresentadas sobre o Tempo passaram ap s o s culo XVIII da express o vinculada na alma para a consci ncia Em rela o primeira encontramos as reflex es de Santo Agostinho Plotino ou Newton em que o tempo n o seria exterior alma ao contr rio da ideia de Plat o e de Arist teles em rela o segunda a de Bergson e de Kant Num resumo brev ssimo poderemos dizer que o tempo se imp e reflex o fomentando a interdisciplinaridade entre os v rios saberes desde as ci ncias exactas at s ci ncias sociais se para Plat o o tempo articula o dos movimentos celestes origem cosmol gica em Arist teles o tempo medida de todo o movimento com base referencial no movimento celeste sendo em Newton absoluto um Ser emanado directamente de Deus Para Kant o tempo dado embora n o seja exterior ao sujeito ser uma intui o a priori do sujeito Em Einstein o tempo determinado pelo seu lugar
222. cos que s o parte da hist ria da filosofia durante s culos Se alegarmos que Deus o criador do tempo logo deduzimos que Deus teria que existir antes dele e por esse facto n o estaria sob a sua influ ncia Poder amos neste contexto afirmar que Deus intemporal e a eternidade a sua pr pria ess ncia tornando o imortal apreens vel imensur vel e transcendente 80 Desde os primeiros fil sofos Maria de F tima Lino Ferreira 109 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas God is Lord over creation He is the rightful ruler and he is subject to nothing outside of himself The fact that God is the Creator of all implies that God is sovereign over everything including time If God brought time into being then he existed without time If he existed without time even if he is temporal now he was timeless Helm et al 2001 p 10 A eternidade pode ser interpretada pela lei dos contr rios O que temporal parece encontra se num permanente estado de mudan a e de movimento nada perp tuo e duradouro A eternidade sempre igual a si mesma sempre de forma id ntica sendo intelig vel O tempo sempre diferente Mediante as mudan as de tudo o que experienciamos adquirimos a percep o da imperman ncia da transitoriedade das nossas experi ncias e do nosso pr prio eu Seguidamente o contr rio do que relatamos ser o que imut vel duradouro definitivo e
223. ct nicas Como a hist ria radica no que passou o seu processo n o tem fim e os seus limites encontram se em constante e em cont nua mudan a e supostamente continuar o enquanto o Ser tiver a aptid o para fazer hist ria Porque tal como vem expresso no arquitectura Kubler qualquer obra importante nos obriga a uma reavalia o de todas as obras anteriores Kubler 1990 p 55 A passagem de um n vel de experi ncia ao n vel da consci ncia um acto cultural de import ncia decisiva na aproxima o aos factos da arquitectura Tainha 1994 p 36 Para finalizar deixamos outra frase do arquitecto Manuel Tainha Em todas as inst ncias e n veis da aprendizagem pr tica hist rica te rica a apreens o da unidade do intelecto deve ser regra Dir se que o arquitecto epistemologicamente falando um ser omn voro todos os meios lhe servem para dar corpo forma a uma ideia ou para formar a pr pria ideia Ele deve ser capaz de recorrer com igual destreza intelectual aos dois p los tradicionais do conhecimento o emp rico e o racional a experimenta o e a lei a pr tica e a teoria a sensibilidade e a raz o o fen meno e o n mero 1994 p 34 Aspiramos demonstrar que os objectos que pertencem modernidade n o sejam meras refer ncias de mais uma etapa sequencial e dinamizadora do percurso temporal hist rico A evolu o representada atrav s das formas cada vez mais consumis
224. ctor inexor vel e interveniente na arquitectura passada e presente A inteligibilidade do tempo dif cil de fixar dado que o tempo Inapreens vel o tempo parece n o ter ser Neste intento teremos que determinar um limite e aceitarmos n o ultrapassar certo horizonte que definimos como ltimo Como disse Albert Jacquard a procura de uma origem como a procura de Graal definitivamente inacess vel 1999 Para avaliarmos as interfer ncias do tempo na modernidade arquitect nica deparamo nos com dois meios de entendimento s o eles a experi ncia e o ju zo ambos est o ligados tal como o espa o e o tempo A experi ncia dif cil e ardilosa s demonstra o que se d exteriormente e nunca a ess ncia das coisas Segundo a opini o de Francisco Sanches A ess ncia das coisas n o podemos conhec la Ora se n o a conhecemos de modo algum podemos d la a conhecer Sanches 1991 p 86 O ju zo esse exerce a sua fun o sobre aquilo que se descobriu pela experi ncia e pela exterioridade logo s se poder valer das coisas externas e da consci ncia cultural84 S com a experi ncia e o ju zo se poder concluir e perscrutar no conhecimento das coisas e das formas Embora saibamos que qualquer 64 N o falaremos nem sobre o senso comum nem na varia o das sensa es sentidos que influenciam o ju zo Sendo o campo da aplica o da pesquisa t o vasto era nos imposs
225. ctura denotamos que a uma determinada etapa de tempo 206 a arquitectura possui id nticas caracter sticas formais mesmo em lugares distintos Mas tamb m verdade que outras caracter sticas formais aparecem mediante outras etapas temporais Esta muta o constante de poca em poca devida diversidade de culturas de mentalidades de g nios nacionais e das pr prias vontades e necessidades vigentes em cada poca A arquitectura c mplice das for as mitificadoras da sociedade O r pido progresso t cnico e as v rias 205 4 Por estilo entendo a forma constante e por vezes os elementos as qualidades e a express o constantes na arte de um indiv duo ou de um grupo de indiv duos um sistema de formas signicativa s Cruz 1998 p 6 206 As partes que totalizam a ac o em rela o presentifica o e se encontram dispostas no tempo numa forma sucessiva s quais designamos por etapas temporais Maria de F tima Lino Ferreira ses O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas transforma es que a Europa Ocidental e em concreto o nosso territ rio a partir da Revolu o Industrial e n o esquecendo anteriormente a import ncia e desenvolvimento na poca dos Descobrimentos levou nos a uma melhor compreens o do significado do tempo hist rico col ctivo 207 A muta o arrasta consigo fen menos de acultura o porque demonstra n o s a su
226. ctura Moderna su Natureza sus Problemas y Formas Buenos Aires Ediciones Infinito BENJAMIN Walter 1980 A obra de arte na era de sua reprodutibilidade t cnica Os pensadores S o Paulo Abril Cultural BENJAMIN Walter 1969 Iluminations New York Schocken BERGSON Henri 1970 A Intui o Filos fica Lisboa Faculdade de Letras de Lisboa Lisboa Edi es Colibri Universalia s d trad de Maria do C u Patr o Neves de L intuition philosophique Bergson Oeuvres Paris Edition du Centenaire BERGSON Henri 1990 Mat ria e Mem ria Ensaio sobre rela o do corpo com o esp rito Brasil Martins Fontes tradu o de Paulo Neves da Silva de Mati re et M morie Presses Universitaires de France 1939 BERGSON Henri 1963 Essai sur les Donn es Imm diates de la Conscience Paris PUF BLANC Mafalda Faria 1999 Metaf sica do Tempo Lisboa Instituto Piaget BLOOMER Kent C MOORE Charles W 1982 Cuerpo Mem ria y Arquitectura Introduci n al Dise o Arquitect nico Madrid Hermann Blume BOHIGAS Oriol 1969 Contra uma Arquitectura Adjectivada Barcelona Seixal Barral 1969 BOLLNOW O Friedrich 1960 Hombre y Espacio Barcelona Biblioteca Universitaria Labor BONTA Juan Pablo 1977 Sistemas de Significaci n en Arquitectura Un estudio de la arquitectura y su interpretaci n Colecci n Arquitectura y Cr tica Barcelona Editorial Gustavo Gili BORGES Jorge Lu
227. cture consider e sous le rupport de lart d s moneurs et de la l gislation entre outros de t o inigual vel import ncia para a narrativa da te rica da hist ria da arquitectura 204 Manual T cnico Romano no qual patente os conhecimentos tradicionais sobre a constru o Conhecimentos sedimentados atrav s da difus o da Antiguidade Cl ssica Cf Subcap tulo 3 6 Re interpreta o das Formas O uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira ese O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ledoux Deniel Rabrezu IRUNTZE Me Ares Lters Torrano logeerde i Ilustra o 156 Leone Battista Alberti 1404 1472 De Re Aedificatoria Alberti 1988 Ilustra o 157 Andrea Palladio 1508 1580 Los cuatro libros de arquitectura de Palladio Loewen 2009 Fotografia Capa da edi o de Cosimo Bartolo 1550 Ilustra o 158 Daniel Rabreau Claude Nicolas Ledoux Franch Ed s n Vidler 1987 A arquitectura como temos demonstrado algo mais do que os jogos de formas Os objectos formas da exterioridade s o apreendidos na rela o com os outros objectos Estas liga es vari veis acompanham a hist ria e definem as categorias evidentes da arquitectura a massa que se d forma e o espa o que se ocupa Estes objectos fazem parte do meio simb lico humano porque s o portadores de valores s cio culturais e hist ricos Embora se saiba que as
228. da Arte em Portugal e outros estudos Lisboa Cl ssica Editora OSTROWER Fayga 1977 Criatividade e Processos de Cria o Rio de Janeiro Imago PANOFSKY Erwin 1955 Ideia Contribuici n a la historia de la teoria del arte 8 ed Madrid Ediciones C tedra tradu o de Maria Teresa Pumarega de Ideia Ein Beitrag zur Begriffsgeschichte der alteren Kunstheorie s Idea Constribucion a la Historia de la Teoria del Arte s l Ediciones Catedra 1989 PANOFSKY Erwin O Significado nas Artes Visuais Lisboa Editorial Presen a s d PASSOS Jos Manuel da Silva 1990 O Bilhete Postal Ilustrado e a Hist ria Urbana de Lisboa Mem ria da Cidade Lisboa Editorial Caminho PEDREIRINHO Jos Manuel Dicion rio dos Arquitectos Activos em Portugal do S culo Actualidade Porto Edi es Afrontamento PEREIRA Paulo Nuno 1998 O Espa o e o Tempo Lisboa Fim de S culo Edi es PEREIRA Paulo 2004 Patrim nio edificado Pedras angulares Ensaios Aura s l Estudos e projectos de arte PERNIOLA M rio 1993 Do Sentir Lisboa Editorial Presen a PLAT O A Rep blica Di logos l 3 ed S I Publica es Europa Am rica s d PINTO Manuel Maia Ser ou N o Ser A Dial ctica do Existente e do Observador Porto Publica es Tavares Martins s d POE Edgar Allan 1989 A Filosofia da Composi o S l Ulmeiro POLI N Marco L cio Vitr vio 2000 Los
229. dade do tempo passado 167 Estes edif cios s o interpretados como formas de transmiss o cultural Gandra 1994 p 3 S o eles que podem participar visual e fisicamente na apresenta o de um tempo passado que j n o existe mem ria colectiva tempo hist rico de codifica o colectiva Os edif cios e os s tios hist ricos convidam e estimulam a mem ria porque eles s o memoriais e asseguram esse tempo passado no presente Refere Anna Pag s o seguinte Lo que llega hasta nosotros como parte del 167cr Subcap tulo 2 2 Inteligibilidade do Tempo sua hipot tica defini o Maria de F tima Lino Ferreira 173 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas pasado no son m s que im genes del pasado construcciones simb licas impresas en nuestra sensibilidade 2006 p 58 Ilustra o 50 Ilustra o 51 Ilustra o 52 Ilustra o 53 S de Braga Souto p 64 vol 1 Capela de S Geraldo no claustro da S g tica Souto p 68 volt Interior da capela dos Fundadores com a sua ab bada polinervada Souto p 69 vol 1 Cabeceira da S onde evidente a capela do transepto Souto p 67 vol 1 importante referir que o retorno ao passado pela mem ria nunca ser puro na sua interpreta o dado a subjectividade da percep o sensibilidade e da interpreta o descofica o de cada sujeito fenomenologia Em rela o a
230. de indefinida A arquitectura como um espelho que reflecte as condi es de uma poca da qual deriva Perante este contexto a arquitectura assume a responsabilidade de um ju zo sobre o passado e por este motivo que podemos estudar a arquitectura na hist ria e dirigir essa experi ncia hist rica para a constru o de uma realidade posterior 4 2 A MODERNIDADE DAS FORMAS TRADICIONAIS E AS NOVAS FORMAS TEMPORAIS O TEMPO COMO INTERFERENTE DO E NO OBJECTO REAL Maria de F tima Lino Ferreira QuE O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O tempo hist rico manejar a no o de contemporaneidade ainda mais livremente relativizando a em fun o das suas pr prias conveni ncias metodol gicas Jorge 1993 p 103 Ilustra o 148 John Hancock Tower 1973 B ston Documento ic nico Foptografia Gracia 1992 p 167 N Ilustra o 149 Kaiser Wilhelm Ged chnis Sl i Kirche Berlin Gracia 1992 p 167 oka EP Atp a i d od E E M O estudo da hist ria e da teoria da arquitectura deve conduzir nos a uma reflex o pluralista e contextualizada compensando a pr tica arquitect nica a uma concretiza o racional baseada tamb m no conhecimento a priori e numa actualiza o do saber Interpretando e utilizando em face dos novos paradigmas da actualidade os significados j explorados e descodificados dos signos e s mbolos existentes da
231. de alma Heidegger p 55 regras que se Maria de F tima Lino Ferreira 199 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas imp em vida do esp rito a qual se sustentam na arte nas leis do belo e no c digo do gosto Una nave para guardar bicicletas es una construcci n la catedral de Lincoln es una obra de arquitectura Casi todo lo que encierra espacio en una escala suficiente para que un hombre se mueva en el es una construcci n el t rmino arquitectura se aplica exclusivamente a edificios proyectados e corporalizados com el prop sito de suscitar una emoci n est tica Echaide p 15 Ao contr rio do que se pensa a arquitectura para se realizar pelas formas mat ria e no espa o no qual se organiza tem que respeitar v rios factores que a condicionam O seu acontecimento n o surge no acaso nem em regime de liberdade total ela resultante de condicionantes Contudo depois de corporalizada no concreto real ela passa a ser tamb m circunst ncia passa a ser condicionante Confirma se assim que a nova forma criada n o apenas condicionada mas tamb m condicionante No entendimento do Fernando T vora o espa o organizado pelo Ser condicionado na sua organiza o mas uma vez organizado passa a ser condicionante de organiza es vindouras T vora 1996 p 23 O que nos foi legado neste acordo entre condicionante e condicionado transformado numa base de dados que
232. definem o nosso ser individual e colectivo A hist ria n o pode reduzir se a uma ontologia das subst ncias individuais ela feita de colectivos porque de diversas maneiras os indiv duos n o se encontram murados na sua singularidade Le Groff 1982 p 96 Atrav s desses testemunhos temos a facilidade de intentar muitas vezes ingloriamente no acto da imita o da cria o aplicando na execu o da forma mat ria as regras dadas pela anterioridade dando a possibilidade posterioridade de acontecer evolu o diacr nica E nessa anterioridade o que passou que encontramos as regras e a disciplina para programar o futuro um cont nuo renascer N o do mesmo modo que nos s culos XIV XVI no Renascimento porque n o se procura fazer c pias exactas dos antigos edif cios mais representativos e significativos de uma cultura seria imposs vel mas sim Maria de F tima Lino Ferreira 137 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas apreender e compreender o significado dessas mesmas obras tornando as exemplos a seguir embora em contextos diferentes O objectivo do Renascimento n o foi o de copiar as obras da Antiguidade mas o de igual las e se fosse poss vel o de super las D az 2000 p 155 expl cito que no Renascimento j se procurava nos ensinamentos do passado directrizes para construir o futuro Bem not rio tamb m foi o caso da civiliza
233. dentifica o a soma de lembran as ligada faculdade de visualiza o mental e da possibilidade da reprodu o material do anteriormente registado Bergson no seu livro Mati re et M moire explica que o reconhecimento se realiza de duas maneiras pela ac o mecanismo autom tico apropriado s circunst ncias ou implicar a colabora o do esp rito que ir buscar no passado para dirigilas ao presente as representa es mais adaptadas a esse presente Bergson 1990 p 60 Denote se que a mem ria e a repeti o parecem agrupadas num mesmo conjunto Podemos dizer que a mem ria por lembran a pode repetir um objecto um dado ou acontecimento retrocedendo se continuadamente A lembran a sustenta se numa repeti o daquilo que objecto que desencadeou o retrocesso de um determinada imagem sendo por vezes a ponte de liga o com uma nova forma de surgir Em s ntese podemos afirmar que a mem ria uma repeti o que acontece por retrocesso No campo arquitect nico a diferen a substancial que poderemos n o necessitar de recorrer mem ria para visualizar por retrocesso os objectos Disso s o os exemplos edificados que temos vindo a apresentar aos quais juntamos s seguintes Ilustra o 54 Convento de S o Gon alo Documento ic nico Fotografia Ru o 1995 Ilustra o 55 Convento de Mafra Documento ic nico Fotografia Direc o Geral do Patrim nio Cu
234. der ncia sobre o factor espa o do que o contr rio Embora este ltimo espa o seja a base fundamental para a sua tempo inteligibilidade Pela raz o de que podemos moldar o espa o e actualiz lo por consequ ncia do progresso porque objectivo real e apreens vel O tempo sendo lnapreens vel parece n o ter ser Reis 1994 p 141 torna se de dif cil manipula o At porque segundo o fil sofo Soloviov o tempo n o admite uma explica o emp rica nem uma defini o racional da sua ess ncia Askin 1969 p 82 N s actuamos no espa o mas o tempo actua em n s e nas coisas que criamos Sem a mat ria o tempo n o pode ser percept vel Poder n o existir como subst ncia independente mas existe realmente na qualidade da forma do Ser atrav s da percep o dos edif cios existentes que pela sua perenidade se associam ordem temporal dando um sentido ao tempo o tempo arquitect nico Nesse cont nuo temporal os objectos enunciados das ac es do Ser s o condicionantes do conhecer Meneres pp 54 72 Evocamos o aparecer do tempo atrav s das rela es formais e materiais mantendo a possibilidade da reversibilidade atrav s da mem ria mediante um interc mbio anacr nico passado presentificado atrav s da presen a material dos objectos 32 entre passado presente e futuro defendida a quest o do Ser do tempo com uma presum vel certeza de que o tempo a
235. des formas exteriores que surgem da rela o entre o esp rito interior e a mat ria exterior Derivando dessas combina es percepcionadas e relacionadas pelo sujeito a cria o 9 A imagina o sustentada nestas novas unidades resultantes do pensamento associativo considerada a imagina o criativa 28 voltaremos a abordar da imagina o no Subcap tulo 3 5 Entre Mem ria e Imagina o Desejo materializado em arquitectura 29 cf Subcap tulo 3 6 Re interpreta o da Formas uso criativo do passado Maria de F tima Lino Ferreira 66 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas lustra o 3 A ilus o Rich X Lisboa s n s d Fotografia Consult Agost 2010 Dispon vel em www lt http olhares com gt Ilustra o 4 Marques de Riscal Winery Espanha s n s d Fotografia Obra de Gehry amp Partners Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http olhares com gt 30 A imagina o pode ser analisada sob dois prismas O primeiro prisma corresponde a imagina o criativa fantasista inova o unidades constru das sendo espont nea e irreverente supera o super vel A designada modernidade superada Montaner 2005 ou o Supermodernismo Ibelings 2003 vis vel atrav s de obras entendidas como desafiantes e dinamizadoras de sensa es tais como a casa da M sica no Porto do arquitecto Rem Koolhas o projecto do Pavilh o Atl
236. desenrolo ao longo do tempo da arquitectura do movimento moderno se efectuou sempre com grande debilidade conceptual Sola Morales 1995 p 43 A concep o do modernismo n o foi influenciada pelo a priori O Ser come ou na pr pria filosofia a perder a sua exist ncia ligada ao ter sido em detrimento ao vir a ser no sentido do Devir A debilidade em parte sustentava se no entendimento de que os dados adquiridos a priori 26 s o verdades que podem ser conhecidas sem recorrer aos factos emp ricos pela experi ncia efectiva da exist ncia 2 S o dados adquiridos pela exist ncia dada tempo passado ou experi ncia j existente presen a dada pelo outro que s o interpretados como dados que n o contribufam para o desenvolvimento por j se encontrarem sedimentados cristalizados no decurso de se Ser Esta estagna o ent o interpretada necessitava de um est mulo de contradi o Por esse facto apoiavam se na expectativa do futuro do que vir a ser As novas formas do Devir O Devir pressup e de imediato uma rela o com o progresso e este est intimamente ligado s transforma es alcan adas pelo desenvolvimento tecnol gico e cient fico Esta evolu o acompanha as expectativas do pr prio campo arquitect nico impondo novos materiais que estimulam o aparecimento de formas absolutamente novas irreverentes e inigual veis As formas da mudan a que suscitaram uma n tida passagem do passad
237. dmitindo a exist ncia atrav s da nega o de um passado e de uma tradi o A tradi o vive da perman ncia da estabilidade e potencia a sua transmissibilidade Conferindo aos edif cios um estatuto universal singular louvando as hierarquias no espa o que os suportam Numa rela o conexa com a vida material e simb lica porque s o estes edif cios que permitem construir a personalidade da cidade e contribuem para a valoriza o das caracter sticas morfol gicas da imagem e ambientes urbanos Maria de F tima Lino Ferreira 390 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 6 CONCLUS O A vida cultural do voltar do s culo e de um modo geral as leis que organicamente ligam as tradi es e impulsos do passado ao mundo criativo do presente s o lamentavelmente desconhecidos evidente que existe presentemente um grande n mero de equ vocos em geral e tamb m ju zos falsos de natureza mais profunda relacionados com esta quest o da arquitectura e outros que se relacionam com a cria o material de um modo geral De modo nenhum s o f ceis Alvaro Alto 1983 p 70 Nenhuma an lise neste campo experimental e concreto poss vel sem recorrermos a compara es de determinadas teorias por esse facto utilizamos cita es que t m como finalidade fortalecer a compreens o das ideias defendidas nesta tese Christian Noberg schulz no seu livro Intenciones en Arquitectura afirma que de maior
238. do No sentido que esses lugares possam ser convertidos em centro do mundo Mircea Eliade sobre este assunto menciona que O Homem religioso desejava viver o mais perto poss vel do Centro do Mundo a comunica o com o outro mundo o dos Deuses o mundo transcendental era ritualmente poss vel o mundo dos Deuses era lhe homem das sociedades tradicionais afian ada pela simples entrada no templo Eliade 1992 p 56 Maria de F tima Lino Ferreira 108 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Na combina o entre a arquitectura e a religi o surgiram edif cios que se tornaram monumentos antigos de evoca o a Deus em que se eleva um grau de antiguidade mas essencialmente a perpetuidade das ideias neles contidas tradi o O que nos admira nestes monumentos a sua modernidade actualidade constante a sua capacidade de transmiss o de nos emocionar tendo em conta a sua estada longa no tempo dura o e o seu poder de transcender o seu pr prio tempo e a sua materialidade Krier 1999 p 69 O culto a Deus ou divindade apoia se num determinado s mbolo que pode ser um objecto um gesto ou um acto que o represente O sagrado associa se a um dom nio interdito inviol vel de venera o a um significado transcendente metaf sico o divino A este contrap e se o profano o mundano o Ser terreno que descrente da venera o absoluta de um Deu
239. do abordamos o subcap rulo O Intemporal Transcend ncia Eternidade o Ser e Theos A arte onde se inclui a arquitectura tem sido sempre moderna e actual quer isto dizer que as pir mides do Egipto ou o F rum Romano eram actuais para o seu tempo como s o actuais os modernos objectos representativos da nossa Era N o existem sistemas absolutamente fechados em si mesmo a hist ria a demonstra o deste tipo de sistema Os criadores do s culo XIX acreditaram que certas formas seriam v lidas para todas as pocas mas na realidade estavam enganados Pois segundo Sigfried Giedion No se puede tocar la Hist ria sin cambiarla Giedion 1968 p 6 Concluiremos que em cada tempo a arte sempre actual porque a arte a representa o sens vel de uma ideia tornando se num s mbolo exterior que prov m de um conte do metaf sico que se desenvolveu no tempo em que a s forma s ideia materializada interpretada s como uma express o modeladora do espa o condiciona e condicionado por ela Tamb m o espa o sempre actual porque o espa o sempre o mesmo espa o lato a transforma o das formas que o mudam Ilustra o 131 Pir mide P s moderna de Leoh Ming Pei Louvre Fran a Ilustra o nossa Nos tempos que correm a ideia de progresso tornou se um dos pontos fulcrais no modelo dos saberes das ci ncias para o desenvolvimento da sociedades fazendo surgir a no o
240. do conjunto da Ribeira das Naus Fase imaginativa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 231 Esqui os de uma das alas da edifica o do conjunto da Ribeira das Naus EMSA Esquissos Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 232 Esquissos Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 233 A procura de uma ideia Maqueta virtual Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 229 f Subcap tulo 3 4 A mem ria Registos presentes Maria de F tima Lino Ferreira 210 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 234 Esquissos da Faculdade de Psicologia FPCE Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 A rela o entre o esp rito invis vel e a mat ria vis vel fecunda existindo uma colabora o inata entre ambos permitindo deste modo estabelecer v rias rela es formais Henri Bergson230 considerou que o esp rito uma iniciativa criadora que se desenvolve alimentando se da natureza como sua mat ria Estes s o uns dos esqui os do arquitecto que exemplifica a procura da ideia de modo a atingir posteriormente a forma real A elabora o do projecto a defini o de uma ideia fundamental com o des gnio de promover uma finalidade da arquitect
241. do do passado e Cap tulo 4 21 Referimos a uma ideologia e n o ao significado cronol gico de moderno contempor neo Maria de F tima Lino Ferreira 63 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas med ocre sobre o vis vel materializado pela tradi o edif cios que denotam o tempo perpetuando a temporalidade 22 Evocava o modernismo sem rodeios esse prop sito ruptura com o passado por soberania de impulsos imateriais conceptuais imaginativo com dificuldades acrescidas por ser novo mediante resultados de formas simplistas nuas e rectas a forma pela forma sustentados por novas posturas conceptuais derivadas do progresso industrial Da materialidade que possibilitaram os materiais de origem fabril e posteriormente a imagina o racional racionalismo superava se sem normas e conven es sustentadas em regras dadas pela anterioridade sem um fundamento a priori a vertiginosa vontade de construir novas formas Pensou se numa fase do modernismo que se tinha encontrado uma f rmula ideal de diferencia o e actualidade Jos Maria Sostres advoga no seu livro Opiniones sobre Arquitectura Com los materiales ligeros y de gran reistencia y su empleo com la intenci n de valorar la esbeltez la sutileza las amplias luces el Funcionalismo aporta tambi n a la arquitectura de nuestro tiempo el triunfo del esp ritu sobre la mat ria hasta ahora representada por el mito estereot
242. dos grandes g nios do s culo XX Em 1905 e 1915 respectivamente formulou as revolucion rias descobertas das teorias da relatividade restrita e da relatividade generalizada Revolucionando a f sica newtoniana Recebeu em 1921 o pr mio Nobel de F sica A revolu o relativista do in cio do s culo XX consagrou a equival ncia entre massa e energia e numa segunda fase a rela o do espa o e a materialidade dos corpos Alertou para a diversidade infinita de observadores tal como a revolu o coperniana que detectou que para al m da terra existiam outros mundos Consult 20 Out 2010 Dispon vel em www lt http eventos uevora pt gt Maria de F tima Lino Ferreira m O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas rende evid ncia torna se intelig vel atrav s dessa presen a Sendo o tempo percepcionado interpretado e por ltimo transformado num elemento de demonstra o da imposi o po tica do Ser nas v rias pocas ao logo da sua passagem como nos demonstra a hist ria e a filosofia Assim o objecto arquitect nico transforma se muitas vezes sem intencionalidade da cria o origin ria num testemunho marco ou sinal de muitos produtos sociais no decurso temporal tempo hist rico Transmitindo a sua capacidade ao Devir de se tornar eterno supera o do seu tempo origin rio e por conseguinte estabilizar se e afastar se do ef mero49 Por compara o e analogia poderemo
243. e associando se a essa for a o poder do factor temporal O tempo torna se intelig vel234 Sendo percepcionado interpretado e por ltimo transformado num elemento de demonstra o da imposi o po tica do Ser humano nas v rias etapas ao longo da sua passagem Assim o objecto arquitect nico transforma se muitas vezes sem intencionalidade da cria o origin ria num testemunho marco ou sinal de produto social no decurso temporal tempo hist rico Transmitindo a sua capacidade ao Devir de se tornar inating vel e por isso afastar se do ef mero e aproximar se da eternidade235 A arquitectura como presen a real passa da imagina o para o real concreto do esquisso ilustra o 230 a 234 para a constru o ilustra o 235 a 237 Considera se assim que a arquitectura um processo de representa o criativa adaptativa racional sens vel e intuitiva do nosso viver com a realidade seja ela figurativa registos escritos desenhados ou real o objecto concreto A defini o racional da arquitectura evolui ao longo da hist ria e tendo sido sempre plural A concep o embora racional aceitou o valor positivo da tradi o e da acumula o de conhecimento A obra EMSA protagoniza duas realidades concretas motiva e alicia o acontecer das novas formas da exterioridade atrav s dos novos volumes ampliados e erguidos no local e fomenta a estabiliza o do testemunho que um mediador das v rias etapas tempor
244. e cita es que ajudam a sua explica o Os fundamentos s o apurados atrav s do conhecimento alcan ado transversalmente a outros temas filosofia antropologia sociologia paralelos e com interliga es evidentes arquitectura tendo como centralidade o Ser em todas as justifica es das ideias a demonstrar A segunda fase corresponde ao controlo da recolha sua organiza o e sistematiza o nesta fase que se interpretam e se descodificam os dados recolhidos e se organizam os sistemas comparativos dos v rios autores quer por analogias converg ncias quer por contradi es diverg ncias A terceira fase est relacionada com o acto de realiza o onde se formulam e articulam as ideias objectivo de interpreta o mediante os conte dos obtidos nas fases anteriores Aqui o conhecimento perceptivo conjuga com a experi ncia pr tica familiaridade com as tend ncias essenciais do nosso conhecimento humano associado aos objectos e s ac es Por ltimo e n o menos importante temos a quarta fase que resulta na s ntese da recolha e do processamento de informa o para a justifica o das ideias explanadas de uma investiga o que determinou regras de aumento do conhecimento de uma organiza o que fortaleceu os prop sitos e fundamentos da recolha e por fim a transmiss o das conclus es retiradas de todo o m todo seguido As formas do passado e suas temporalidades engendram a sua adequa o aos sistema
245. e Setembro S rie A Maria de F tima Lino Ferreira es O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas estabelecem uma imagem ideal de um espa o urbano s mbolos identit rios Bonta 1977 As obras arquitect nicas em baixo expostas Ilustra es 39 a 42 representam os s mbolos de identifica o de alguns lugares Possibiltam um reconhecimento imediato dos observadores e s o facilmente identificados S o elementos marcantes e reais da paisagem urbana mediante v rias caracter sticas que podem ser a sua verticalidade a escala a originalidade o contraste de superf cie a predomin ncia e a din mica Todas elas presentificam se num tempo que n o o seu original s o obras de todos os tempos s o eternas por isso intemporais Ilustra o 212 Torre de Bel m e o Padr o dos Descobrimentos Lisboa Ilustra o 213 Atomium Feira Internacional de Bruxelas EXPO 58 Ilustra o 214 Torre Eiffel 1889 Exposi o Munidal Paris Consult Nov 2010 Dispon vel em www lt http fotoblog com flaviaglycerio 262408299 gt Ilustra o 215 Est tua da liberdade Nova lorque Consult Jan 2012 Dispon vel em www lt http suapesquisa com monumentos estatua liberdade htm gt Conforme j referimos o tempo arquitect nico insepar vel do eu humano e por isso o monumento e a sua monumentalidade n o podem ser entendidos sem a rela
246. e de continuidade Ferreira 1998 p 2 A arquitectura a realiza o da ideia A ideia manifesta se no Ser ent o a arquitectura a consciencializa o da ideia que se auto realiza no esp rito humano Aqui reside a motiva o da arquitectura que se envolve na natureza intr nseca da ac o O processo da modifica o essencial como ve culo de um fim em aberto a expectativa A arquitectura regista todas estas impress es ajustando se e conformando se criativamente com a migra o das identidades individuais e colectivas do Ser evoluindo com novas maneiras de captar e interpretar os dados que o espa o na qualidade de acervo museugr fico lhe transmite Adaptando se ao contexto onde ir se desenvolver e implantar colocando se num tempo sempre actual presente de modo a n o se transformar numa estagna o dessincronizada no espa o segundo Constantinos Doxiadis Em arquitectura o tempo expresso principalmente como movimento Se pararmos num ponto dado ent o j n o teremos arquitectura mas mero projecto c nico 1965 p 139 A nossa conclus o baseia se na estreita articula o dos dois campos em estudo tradi o o que o espa o sustenta e possibilita a perman ncia inova o o que o tempo permitir vir a acontecer o Devir Dois campos que se articulam com as categorias do espa o e do tempo que dificilmente se separa o Embora distintas se misturam e se completam A primeira espa o
247. e import ncia no relacionamento entre as pessoas e a comunidade envolvente O car cter universal do tempo tornou se t o bvio que ningu m o p e em causa mas tamb m ningu m o consegue definir Se nos localizarmos somente nesta rea de estudo que a arquitectura entendemos que as influ ncias temporais nesta s o concretas e not veis pelas formas de exterioriza o que contemplam o mundo edificado e se perpetuam no espa o o estar a existente Atrav s destas formas o tempo objectivado sendo colocado perante o presente e actualizado incessantemente pela velocidade que imposta pela vida moderna A arquitectura pode ser investigada porque real A arquitectura mais do que um simples conceito uma realidade de exist ncia objectiva Negar que a Arquitectura pode ser analisada como ci ncia negar o conhecimento de uma estrutura espacial que nos imposta investiga o Lins 1940 p 38 Maria de F tima Lino Ferreira 51 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Neste dom nio das rela es entre o Ser o Tempo dura o e a Arquitectura espa o a dificuldade de descodifica o das formas e dos significados impera Porque se trata de um tema complexo que implica com as mais intrincadas ordens da realidade dependente do sujeito e t o delicado que por vezes a sua aplica o objectiva em confronto com as outras reas do saber como a filosofia existenc
248. e ligarmo los pelo sentido hist rico depreendemos como estas temporalidades diferenciadas delineiam uma continuidade hist rica pois uma a sucess o da outra Um novo acto de cria o partindo da originalidade um acto revolucion rio A l gica e o processo da modernidade s o materializados mediante um m todo progressivo que pode completar a hist ria num movimento de realiza o e alcance de um determinado fim a concretiza o no Devir O resultado protege se na continuidade da ac o hist rica no tempo na qual se aglutina a inova o e a preserva o A ruptura e a inova o em rela o a momentos antecedentes constituem momentos de ultrapassagem que s o pr prios da hist ria Nestes termos e como j precedentemente advogamos o refor o hist rico e a sua 197 As coisas que nele existem suportadas pela exist ncia espacial Maria de F tima Lino Ferreira se O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas validade pode sair valorizada por estes confrontos antigo novo divergente convergente complexidade contradi o e tradi o inova o O progresso r pido e ef mero est a estabilizar se com base numa sensibilidade agarrada ao que passageiro ligeiro veloz e pr tico Isto levar caducidade e transitoriedade dos conceitos e por conseguinte destabiliza o das regras j definidas pelo passado Llas caracter sticas fundamentales de la arquitectura futurista se
249. e reside no tempo hist rico com a finalidade de recuperar a dimens o quer cultural identidade e mem ria quer colectiva socializa o de cada etapa temporal passada N o nos esque amos que a arquitectura n o possui somente um prop sito instrumental funcional mas tamb m uma fun o psicol gica e educacional 130 paradoxalmente n o s o as pessoas que vivem querendo apagar o passado e olhando apenas ao futuro as que nos trazem as grandes inova es Os que modificam substancialmente o futuro s o aqueles que vivem enraizados no passado e s o plenamente conscientes das implica es da hist ria daquilo que as ac es passadas podem trazer como consequ ncia no futuro Montaner 2005 p 14 Procuramos as raz es que sustentam racionalmente a necessidade da descodifica o de s mbolos e de signos atrav s da obra edificada para a 130 Evoca o dos sentidos Maria de F tima Lino Ferreira 144 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas forma o de uma ideia objectiva do tempo e a sua rela o com o campo arquitect nico O Ser s se apercebe de um determinado acontecimento depois de ele se ter dado no momento em que esse acontecimento se tornou passado Em arquitectura s o espa o permite guardar esses acontecimentos 131 Contudo e em face do que alegamos poderemos correr o risco de afirmar com base nos argumentos expostos que o factor tempo tem maior prepon
250. e tempo ao espa o este ltimo como parte que possibilita a descri o material da edifica o resulta a rela o do antes tradi o e do depois inova o A arquitectura como se tentou demonstrar definida como uma actividade cognitiva cujos resultados s o o fruto de uma dupla rela o de di logo com a realidade social e material pr pria de cada poca bem com a realidade hist rica da arquitectura como disciplina e como experi ncia O avan o cognitivo no mundo da arquitectura deriva da reflex o sobre as formas do passado vista mediante a realidade material da poca presente E neste fundamento que apresentamos esta nossa abordagem Monestiroli 1993 p 8 Esta conex o permite articular as formas residentes do passado com as ideias da cultura moderna actual quer por assimila o dessas formas por adapta o ao presente conforme demonstramos quer por irrever ncia de novas formas temporais Em ambas existe quase sempre uma analogia com as formas de etapas temporais passadas sem d vida a interdepend ncia das formas entre a concep o tradicional mimesis e da renova o de novas propostas formais Exemplo disso e em complementaridade das formas j Maria de F tima Lino Ferreira 203 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas apresentadas enuncia se alguns edif cios por analogia nos quais not ria a influ ncia das formas existentes e a contribui o que
251. ea dae 3 4 A mem ria Registos presentes ssesnenesnererrsrrrrrrrrrsrrrerrrrsrrrrrrerre re 3 5 Entre a mem ria e a imagina o Desejo materializado em Arquitectura 3 6 Re Interpreta o das Formas O uso criativo do passado 4 O Tempo como factor interveniente na Arquitectura iiiiiii iii 4 1 A explora o temporal no campo arquitect nico Tradi o e inova o 4 2 A modernidade das formas tradicionais e as novas formas temporais O Tempo como transformador interferente do e no objecto Real 4 3 A monumentalidade O Tempo e a Arquitectura ii ii 4 4 A nova monumentalidade O Tempo e a Arquitectura II 35 39 53 56 56 122 141 141 146 158 166 177 186 207 207 217 228 5 Entre a Te ora a PraxIS dies aid e US EE a 5 1 O Arquitecto Manuel Tainha usas neo A caes dad onto nanEico EU Estas pan 5 2 As obras escolhidas dois exemplos pr ticos i ii 5 2 1 Ag ncia Europeia Seguran a Mar tima EMSA 5 2 5 2 5 2 5 2 5 2 5 2 1 1 Localiza o e a fun o nneseenonennesesneo re rsrtrrrstrrrnrerrnnrrrrtnnesrrenneet 1 2 O conceito actividade cognitiva 1 3 A forma e a disposi o nneneeneonenerseonerrersrerrrrrrrnrrrrerrrrereree 1 4 A unidade e o CON
252. ect nica em que o interior satisfaz todas as Maria de F tima Lino Ferreira ido O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas exig ncias funcionais circula o acessos entrada de luz etc Destas formas regulares as suas subtrac es s o vis veis neste conjunto As formas simples e geom tricas regulares s o alteradas com subtrac es mediante o seu interior sem alterar e afectar nenhum dos seus v rtices Ilustra o 280 Analogias formais entre a FPCE e o F rum na Alemanha Schwendi 1987 1992 Richard Meier Clark 1982 p 110 Ilustra o 281 Planta de composi o da forma Planta do F rum na Alemanha Schwendi Clark 1982 p 110 Espa o til Repeti o singular Geometria Ilustra o 282 Decomposi o da Forma fun o espa o e geometria Clark 1982 p 110 Ilustra o 283 Planta global da implanta o do n cleo da FPCE Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 284 P tio central posterior da FPCE Fotografia dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 285 Volume do acesso verticais da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 286 Volume do acesso verticais da EMSA Maria de F tima Lino Ferreira 239 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Uma forma circular ou parte dela pode permanecer
253. ect nicos Percep o espacial numa rela o simult nea de objectos originais do passado e do presente Maria de F tima Lino Ferreira 10 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas existem isto os tempos passados e futuros as coisas passadas e futuras n o existem Lacey 1972 p 43 A argumenta o anteriormente citada contradit ria quando a aplicamos directamente no contexto da arquitectura e essa prova dada pela presen a dos monumentos hist ricos no presente que s o o maior testemunho que o passado realmente existiu No entanto estamos de acordo no que se refere n o exist ncia desse passado que nos recordado lembran a presente atrav s da presen a da forma apresentada real e registada no espa o f sico O presente cont m mem rias do passado e expectativas do futuro Lacey 1972 p 44 no presente que se apreende os objectos legados por gera es passadas Neste racioc nio concordamos com Santo Agostinho quando refere Porem atrevo me a declarar sem receio de contesta o que se nada sobrevivesse n o haveria tempo futuro e se agora nada houvesse n o existia o tempo presente Agostinho 1990 p 304 O patrim nio cultural onde se inscreve a arquitectura dever explorar outras reas sobre as quais poucos se debru aram at aos dias de hoje Essas reas s o fundamentais para rebuscar e fazer re viver o esquecimento de outros
254. elas met foras arquitect nicas e pelo dinamismo o segundo pela fluidez linear pela estiliza o formal pela liberdade e pela amplitude 115 Nessa continuidade o movimento impl cito na arquitectura e a sua perman ncia implicam a dimens o do pr prio tempo Atrav s dela o tempo torna se um pouco mais racional porque todo o que real racional e todo que racional real Doxiadis 1965 p 139 Mas afinal o que o tempo N o sabemos ao certo isto porque o saber se ramifica por v rias reas e outros tantos contextos Nem no campo da arquitectura onde o tempo pode ser objectivado foi poss vel definilo com precis o Como demonstramos a hipot tica defini o do tempo dif cil E a incerteza ainda paira em muitas teorias quanto dif cil defini o do tempo e se ele pertencer ao conjunto dos seres ou dos n o seres A experi ncia hist rica de uma determinada cultura tende evolu o Esta conduz nos a uma conceptualiza o no presente em que a leitura do passado hist rico necess ria na determina o do processo de emancipa o que nos leva em direc o ao futuro Por oposi o ao anterior o posterior surge conjuntamente com a modernidade num novo entendimento da realidade Refere Maria Teresa Cruz De facto a narrativa de uma hist ria das formas art sticas precisamente aquilo que rep e uma vis o de continuidade entre uma arte presente e uma arte do passado
255. ema da insatisfa o humana o desejo necessidade de e uma vez que as mentalidades s o mut veis esse problema ser sempre renovado conforme o desenvolvimento e o desenrolar da cena arquitect nica Rafael Echeide exprimiu que a sociedade n o apresenta uma lista de exig ncias abstractas que s o resolvidas com formas concretas e espec ficas As actividades humanas v o tomando forma em espa os arquitect nicos As actividades humanas e o processo arquitect nico desenvolvem se no mesmo e nico processo No terreno das ideias podemos distinguir a actividade humana e suas rela es com a arquitectura entre forma e fun o pois cont m ngulos da mesma realidade E isto verific vel quando estudamos o desenrolar hist rico do Ser e das obras que cria 1976 p 39 N o se pretende criar mais um problema para mais uma vez a ci ncia se ocupar e decifrar embora se saiba que em arquitectura existem muitas perguntas ainda sem resposta A no o da necessidade de respostas para a aus ncia de explica es faz de alguns temas um alarmismo redundante e expectante numa busca quase incessante de encontrar modelos e orienta es entre problema solu o Refor amos esta ideia com o pensamento expresso por Rafael Echaide El fracaso de las teor as arquitect nicas que hemos examinado se debe a que intentan dar una respuesta al problema de la arquitectura No puede haber una respuesta porque no existe el problema 1976 p 39
256. empo numa rela o com a ac o humana Maria de F tima Lino Ferreira D3 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Na sociedade contempor nea temos vindo a revalidar os monumentos dado incapacidade que o nosso tempo tem para produzir os monumentos modernos a dram tica insatisfa o contempor nea A dificuldade assim se entende est na sagacidade de num curto espa o de tempo se pretender alcan ar o espectacular o transcendente250 A procura de superar o pr prio acto de cria o pelo rasgo da criatividade isto a procura da imortalidade atrav s do objecto arquitect nico n o propositadamente conseguida Os edif cios que hoje consideramos como monumentos nunca o foram sempre muitos nasceram de uma necessidade cujo fim e o significado s o distintos daquele para os quais foram constru dos S o formas que permitem hierarquizar os s mbolos da cidade e permitem ao Ser estabilizar os antagonismos entre o ter sido antes e o vir a ser depois O antagonismo entre a modernidade e a tradi o fundamenta se nas suas essenciais diferen as e nas suas oposi es diverg ncias e converg ncias isto antes depois passado presente futuro passageiro permanente imut vel mut vel Num contexto paradoxal entre a Eternidade permanentemente infinito e o Temporal ef mero transit rio Existem obras que evidenciam estes antagonismos os quais lhes confe
257. enan 260 Ilustra o 219 Carlton Pal cio Valle Flor Sito no Alto de Santo Amaro 1996 2001 Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 261 Ilustra o 220 Arcadas do jardim Carlton Pal cio Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel T lnha 2ezzieczassstogisardssdoslotaa senao ndheas algas dicas abala la deabotanaamag E 261 Ilustra o 221 Planta da rea da parcela sita no Cais do Sodr Lisboa Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 263 Ilustra o 222 Vista rea da rea de implanta o do conjunto EMSA Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2011 263 Ilustra o 223 Vista do interior da pra a Fotografia Dispon vel por arquitecto Mantel Tainha 201V ainn a ginba guie das VEEE AE Ka enaa 263 Ilustra o 224 Vista de um dos volumes laterais Fotografia Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 essere errada 263 Ilustra o 225 Planta do conjunto da Ribeira das Naus Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 ssa samasssisa samp soralias so pooassasag aa dasdas cesiagitas 263 Ilustra o 226 A viv ncia dos espa os exteriores no decurso do tempo Pra a do Com rcio O sentido da concep o de pra a mant m se ao longo do tempo Gravura Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2011 265 Ilustra o 227
258. eno A primeira a sustenta o dos mitos e das religi es a segunda a objectividade da ci ncia a primazia da raz o Ambas as vertentes residem na subst ncia do pensamento humano Maria de F tima Lino Ferreira 164 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas procura de uma uni o com a divindade mesmo que seja somente pela sua proximidade Enquanto a ci ncia se esfor a por hierarquizar as leis que regem os fen menos da natureza e subordinar sistematicamente causas e efeitos o mito preocupa se sobretudo com a hierarquiza o das formas e das figuras divinas o pensamento m tico pelo contr rio n o realiza propriamente influ ncias causais entre acontecimentos mas liga os por determina es m gicas Jorge 1993 p 156 Nessa causalidade sustentado nessa necessidade aparece nos v rios edif cios emblem ticos que enaltecem o car cter m stico de algumas civiliza es ou o poder dos seus Deuses Estes edif cios constituem se em s mbolos 160 que reflectem e transmitem os valores fundamentais do poder religioso mas tamb m da cria o humana Deste modo as obras mais importantes e grandiosas s o reflexo de um conjunto de pessoas ou objectivos que certos grupos dominantes aspiravam A hist ria da arquitectura possui como refer ncia deste facto enumeras obras sacras salpicadas pelo territ rio espacial Verifica se assim que a sustentabiliza o das marcas edificad
259. ensamento de perceber quando plena ou afcltual 1964 p 38 Maria de F tima Lino Ferreira 57 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas seleccionar certas ideias e sequ ncias de ideias num caos primeiro imprimindo lhes uma forma mas sobretudo o artista e de facto qualquer homem retira a sua livre for a criadora da consci ncia que tem desta moldagem do pensamento 1 Gil 1996 p211 O Ser organiza o pensamento com base nos conceitos na sequ ncia de imagens e nos acontecimentos os quais surgem na consci ncia em resultado da viv ncia do real de acordo com o sujeito Estes dados adquiridos cumulativos pelo Ser retirados do real das imagens mentais e dos signos fazem parte da evoca o do pensamento operativo Nenhuma imagem isol vel de todas as que a precedem e das que se lhe seguem Francastel 1983 p 30 No sentido aplicativo de M Merleau Ponty 1908 1961 no seu livro O Vis vel e o Invis vel o autor refere 1964 p 47 Dizer que a percep o e sempre foi inspelcjc o do esp rito defini la n o pelo que ela nos d mas pelo que nela resiste hip tese de inexist ncia identificar de imediato o positivo como uma nega o da nega o Um jogo combinat rio no qual resulta a selec o de categorias espa o e tempo que n o se sustenta somente nas leis gerais da natureza mas essencialmente no comum que uma dete
260. ense Documento ic nico Fran a Jornal Expresso os 25 anos N 1348 s d LISBOA EERE PE AAE E ts cede ea ae A E A a RO A qi alo ts Doo E 194 Ilustra o 113 Fachada Ocidental da Catedral de Notre Dame Paris ad 1163 C 1250 Janson 1989 p 303 asia senado tes cnsien Gasto pda Spanito as opina gatas 194 Ilustra o 114 Composi o Central da Frontaria da Catedral Janson 1989 016 PARAN RE AAEE NAS NR RR ODOR IR A A NEGRA ARE A 194 Ilustra o 115 Architecture and Urbanism Documento ic nico A U Publishing CO Ltd n 327 July 1994 Japan Reinterpreta o da composi o central da fachada da Catedral Notre Dame Catedral Notre Dame de le Treille 194 Ilustra o 116 Tholos de Delfos Monumento megal tico culto dos mortes Consult Fev 2010 Dispon vel em www lt http artecreha com Miradas CREHAstolos de atenea pronaia html gt 195 Ilustra o 117 Templos Circulares Ol mpia Filip ion cerca de 340 a C Koch TOB2 DA es a a RR ED E A Ca A Re de AA E 195 Ilustra o 118 San Pietro in Montorio Tempietto datado de 1502 Jonson IBAMA E a a a A E ATA 195 Ilustra o 119 Ci dessous Bureau de Reuilly aquarelle de Palaiseau Mus e Carnavalet Gympel 2001 suas anais nasais sean dl consola na ela nana aa 196 Ilustra o 120 Arquitectura ut pica N oclassicismo Canot fio a Newton 17
261. entre problemas sobreviv ncia vazio niilismo e solu es dando nos uma base s lida porque emp rica para reanalisarmos as quest es fundamentais da era moderna que sustenta as inquieta es do Ser no mundo ainda hoje pertinentes as quais as sociedades antepassadas se confrontaram e ultrapassaram atrav s de explica es pag s e ou religiosas A arquitectura serve fins pr ticos submetida a uma fun o mas n o deve deixar de se reger concep o ideol gica com intelecto por ideias e fantasias que poder o vincar a exist ncia do criador no espa o e no tempo contribuindo para as ideias revolucion rias que permitir o um novo desenrolar hist rico Como exemplo podemos vincar a import ncia de Ant nio Gaudi Nonell 1994 no panorama da arquitectura em Espanha E na verdade a defini o de utopia dada pelo Karl Mannheim demonstrativa na obra do Gaudi pois s o orientaciones que transcienden la realidad que cuando pasan a efectuarse tiendem a quebrar parcial o totalmente el orden de cosas imperante Rower 1999 p 202 O Ser procura essa transcend ncia superar se pela obra de arte que poder desencadear uma arquitectura diferente para o s culo XXI O desenvolvimento pol tico cultural e espiritual modificou a arquitectura que atravessou o s culo XX quer em termos est ticos quer em termos ticos e modificar a arquitectura do s culo XXI Libesking afirmou Considero esencial que l
262. entualmente a maior faculdade das actividades intelectuais n o sendo poss vel em nosso entendimento o pensamento sem imagens vindas da mat ria exterior91 Sartre 1940 910s movimentos do c rebro s o causados pelos est mulos que os objectos exteriores nos transmitem Maria de F tima Lino Ferreira 14x O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Qualquer cria o imaginativa criatividade requer um princ pio estimulante tal como a arquitectura que vem sempre do exterior dando possibilidade ao esp rito para poder operar a convers o entre a imagem vinda do exterior e a imagem transformada pelo Ser uso criativo do passado O material e o imagin rio criam na sua rela o novos objectos inova o poss veis de reconhecimento de liga o tradi o e de interpreta o rela o entre tradi o e inova o Isso acontece num projecto arquitect nico em que a imagina o um dos factores mais importante para um resultado criativo no acto criador O lado inumano talvez seja essa a inspira o do esp rito humano de aspirar ir mais al m ultrapassando para isso os seus limites racionais e at materiais as novas formas temporais Controlar o tempo sem d vida um dos aspectos que est mais al m est para l de n s inumano por n o ser suscept vel de conhecimento enquanto tal Conhecemos o tempo indirectamente atrav s do acontecimento onde se podem observar as mudan a
263. ep 1971 Po tica y Arquitectura Barcelona Editorial Anagrama 1892 1970 Construir pour Survivre Tournai Publica es Casterman NONELL Juan Bassegoda 1984 Gaud Arquitectura del futuro Barcelona Salvat Editores Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas NORBERG Schulz Christian 1975 Existencia Espacio y Arquitectura Madrid Editorial Blume NORBERG Schulz Christian 1983 Arquitectura Occidental Barcelona Editorial Gustavo Gili P GES Anna 2006 Al Filo del Pasado Filosofia hermen utica y transmisi n cultural Barcelona Herder Editorial S L PAISANA Jo o 1992 Fenomenologia e Hermen utica A Rela o entre as Filosofias de Husserl e Heidegger 1 ed Lisboa Editorial Presen a PARDO Jos Lu s 1992 Las Formas de la Exterioridade Valencia Pr Textos PAUL Frank 1981 Principios Fundamentales de la Historia de la arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili PAZ Oct vio 1989 Los hijos del limo Seix Barral PEREIRA Paulo Nuno 1998 O Espa o e o Tempo Lisboa Fim de S culo Edi es PEREIRA Paulo 2004 Patrim nio edificado Pedras angulares Ensaios Aura s l Estudos e projectos de arte PEREIRA Paulo Nuno 1998 O Espa o e o Tempo intraliga es Lisboa Fim de S culo Edi es PIERA Manuel Ribas L 1982 Problem tica de la Conservaci n de Centros Hist ricos Rehab
264. er a se na reinterpreta o das formas j existentes terceiro cap tulo Surgindo formas adaptadas com liga o aos arqu tipos 223 que irrompem da media o e da explora o dos novos materiais e das novas tecnologias de constru o a segunda suporta se nas novas formas temporais Terceiro e quarto cap tulos que rompem com os arqu tipos existentes e surgem de novas concep es e padr es formais Al m da utilidade dada s coisas pelo Ser de modo a satisfazer as suas necessidades prim rias ele buscou nas formas de exteriorizar a necessidade mais pertinente e mais inquietante do seu Ser a imagina o224 Transcendendo se colocando fora de si as suas ideias atrav s da 223 Porque do nosso conhecimento geral O modelo uma imagem de autoridade que serve de regra para as outras imagens semelhantes Rodrigues e tal 1990 Cf Subcap tulo 3 6 Re Interpreta es das Formas 224 cf Subcap tulo 2 1 O paradigma entre o vis vel e o invis vel e 3 5 Entre mem ria e imagina o desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira EM O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas materializa o Foi um dos meios mais alucinantes e de realiza o do Ser Essa evas o para fora de si mesmo uma tentativa atrav s da qual se idealiza e se concretiza atrav s da arte Diversas formas surgem e elevam no a um complexo jogo de sensa es indutivas que o fazem que
265. er o mundo como totalidade inteiramente constitu da a partir do sujeito Cruz 1998 p 34 Maria de F tima Lino Ferreira 70 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas realidade n o seria poss vel a sua concep o o projecto arquitect nico do objecto vir a ser O mesmo acontece ao tempo que faz parte desta engrenagem porque est ligado ao Ser e porque este tamb m temporal Aqui podemos relacionar a temporaliza o no sentido heideggeriano O tempo com o qual se preocupa o Dasein na sua temporalidade est de cada vez quado sua databilidade ligado ao lugar do Dasein porque a temporalidade do ser no mundo f ctico torna originariamente poss vel a revela o do espa o e o Dasein espacial de cada vez atribui se um aqui existencial Franck 1986 p 147 Mais se acrescenta quanto a esta espacialidade que se quer impor ao tempo segundo Heidegger o Datado o agora localizado 1997 p p141 Neste contexto a realiza o arquitect nica passa pelos dois extremos mencionados vis vel e invis vel sustentando se mais do que a priori se suponha na categoria ontol gica do invis vel Queremos com este pensar afirmar que na imagina o entendida por muitos fil sofos ao longo de v rios s culos como motivadora da cria o que a arte e a arquitectura se regenera e se impulsiona isto o poder de antever e de antecipa o do que n o existe Do mesmo feito se m
266. er se ter em conta a rela o causal de todas as outras passadas Os objectos art sticos que pertencem dita modernidade n o dever o ser considerados como meras refer ncias de mais uma etapa sequencial e dinamizadora do percurso temporal hist rico A evolu o representada atrav s das formas cada vez mais consumistas gere ao contr rio do que se julga uma continuidade temporal domada pelo progresso mas que dever sustentar se nos alicerces do passado Alicerces esses que fazem parte de um sentimento colectivo e identit rio Resultam desta rela o antag nica mas complementar dois tipos de objectos arquitect nicos os que se imbricam no tecido urbano e na pr pria g nese cultural pela adapta o e estabiliza o nas regras vigentes ou os que pela fantasia e pela irrever ncia s o contestat rios e criam euforia formal Criam se por necessidade puramente existencialista novas expectativas formais que surgem com grande probabilidades medi ticas de se converterem em ideais 200 Coisa aplicado neste contexto ao sentido geral obra de arte monumento edif cio Maria de F tima Lino Ferreira Es O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas perfeitos Converte se deste modo um novo sentido de monumentalidade quer pela escala pelo motivo representativo da edifica o quer pela aus ncia de pe as emblem ticas do nacionalismo Estes prop sitos cooperam com o ideal de p
267. era o do esp rito criador Deixamos de estar perante a fase da imateria e do pens vel e por conseguinte da inumanidade pela simples rela o f sica existente com o objecto materializado Entende se que na fase imaginativa a imagem mental impulsionadora do acto criativo existe algo que transcende o Ser e por isso inumano este lado incerto e inquieto que possibilita ao Ser a capacidade de se transcender porque ele tamb m habitado pelo inumano como referiu Adorno A arte mant m se fiel aos homens unicamente pela sua inumanidade para com eles Lyotard 1989 p 10 a capacidade humana de pensar visualmente sendo tamb m o seu devaneio e 87 Os artistas s o antes de mais homens que pretendem tornar se inumanos Pereira 1998 p 45 88 Mat ria como algo que est presente E existe pelo acto de cria o do homem Maria de F tima Lino Ferreira Ma O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas a sua maior diferen a que o permite ser distinguido dos outros seres vivos Segundo Bachelard ela a imagina o que nos confere o diferencial entre o Sere os animais Na hist ria do comportamento do Ser quer como individuo quer como elemento de uma determinada sociedade descobrimos que a sua ambi o passou sempre pela realiza o de feitos grandiosos num paralelismo tend ncia grandiosa dos actos de cria o de Deus uma vis o teol gica da cria o
268. erior pertenciente al yo de lo exterior originado en el mundo dando as el primer paso hacia la entronizaci n del princ pio de realidad 1930 p 13 Maria de F tima Lino Ferreira 113 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O que move esta vontade humana de se superar e se perpetuar ou mesmo igualar se aos Deuses Segundo a teoria de Sigmund Freud dir amos que o motor que sustenta essa vontade de se superar a procura do desejo de encontrar a felicidade Experi ncia essencialmente subjectiva em procurar segundo a religi o e sobre a qual Freud encara como uma ilus o algo sem limites e barreiras um sentimento em certo modo oce nico 90 A transcend ncia n o indica que o Ser tenha que fugir da terra O ser humano tenta fazer de tudo para fugir do desamparo e da ang stia da solid o da a sua necessidade constante de construir e de elaborar sistemas religiosos e ideologias salvadoras A busca da felicidade ou seja o problema do fim e o prop sito da vida humana na qual a religi o importante Heidegger estudou a transcend ncia como uma estrutura fundamental da subjectividade discernir o interior pertencente ao Eu que caracteriza o ser humano Dasein sendo o existir uma preocupa o inteiramente temporal na busca da possibilidade divina de modo a alcan ar o lado inumano isto vencer a morte e alcan ar a eternidade A tentativa de perpetuar o ef mero a sua pr pri
269. erminada poca O espa o torna se num espa o referenciado e hierarquizado caracterizando se num espa o carregado de significado Jorge 1993 p 71 Neste nosso discurso a no o de tempo est nitidamente contida na leitura das formas de exterioridade que s o os edif cios monumentos que transparecem as temporalidades por que passaram A mem ria humana possibilidade do Ser fomentada pela capacidade simb lica dos edif cios A mem ria fixa se nas representa es que o espa o permite forma e congela o tempo numa ideia mental Faculta deste modo a contextualiza o do Ser Maria de F tima Lino Ferreira be O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Esta capacidade memorial do Ser perante os edif cios d lhe a no o da passagem do tempo Ao olharmos para obras como o Mosteiro dos Jer nimos Castelo de S o Jorge ou a Bas lica da Estrela bem como alguns dos edif cios que fomos apresentando para formalizar uma ideia objectiva da narra o hist rica activamos a mem ria e a imagina o Estimulamos assim a nossa percep o do vis vel e do invis vel Isto acontece quando congelamos o tempo em mem ria apelando nossa capacidade temporal de regress o mental do passado Evoca se deste modo a imagina o que estimulada pelas representa es espaciais e temporais da obra presentificada e percepcionada Espa o e tempo s o fundamentais para caracterizar o espa o simb lico e
270. erna e a preserva o dos elementos de identidade da mesma somos confrontados com o paradoxo quando nos inquietamos com a pergunta que futuro para o passado Pereira 2004 p 73 A persist ncia formal destes edif cios na imagem da cidade faz com que viabilizem a ideia da sua pr pria perman ncia Permitindo a sua revalida o como elementos fundamentais na identidade dos espa os vivenciais A personalidade urbana edificada atrav s dos lugares e dos monumentos estabelecidos Ruskin escreveu no seu livro Las Siete L mparas de la Arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira ces O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas La mayor gloria de un edif cio no depende en efecto ni de su piedra ni de su oro Su gloria toda est en su edad en esa sensaci n profunda de expresi n de vigil ncia grave de simpatia misteriosa de aprobaci n o de cr tica que para nosotros se desprende de sus muros largamente ba ados por las olas r pidas de la humanidad Ruskin 1997 p 217 Ilustra o 150 Castelo Mouro Fotografia Documento ic nico Osvaldo 30 Jan 2005 Sintra A monumentalidade de uma determinada obra arquitect nica pode ser reconhecida pela valoriza o do espa o urbano Reconhecendo se atrav s das suas qualidades arquitect nicas capaz de opor o seu prest gio frente a qualquer forma moderna que n o aceitou as sugest es formais do contexto As formas modernas tamb
271. ert 1995 Complexidade e Contradi o em Arquitectura S o Paulo Martins Fontes VIDLER Anthony 1987 Ledoux Paris Fernand Hanzan VIOLLET LE DUC Eug ne 1856 Dictionnaire raisonn de l rchitecture fran aise du XI ao XVI si cle Tome Premier Paris A Morel Editeur WARD Keith Deus e os Fil sofos Uma viagem pela hist ria das ideias ocidentais acerca de Deus Lisboa Sociedade Editorial Estrelapolar Maria de F tima Lino Ferreira 322 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas BIBLIOGRAFIA ACCIAIUOLI Margarida 1998 Exposi es do Estado Novo 1934 a 1940 Lisboa Livros Horizonte ACCIAIVOLI Margarida Maria Anos 40 em Portugal O Pa s O Regime e as Artes Restaura o e Celebra o Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa 1991 Tese de Doutoramento em Hist ria de Arte Contempor nea AFONSO Lu s 1991 Arquitectura da Cidade Limite e Forma Urbana Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa 1991 Tese de doutoramento AGOSTINHO Santo 1990 O Livre Arb trio Braga Faculdade de Filosofia ALCAL Ram n Rom n 2005 La Ciudad Aus ncia y Presencia C rdoba Edici n Plurabelle ALEXANDRE Christopher 1981 El Modo Intemporal de Construir Barcelona Editorial Gustavo Gili ALVES Ana Cristina Ferreira de Almeida Rodrigues 1996 O Tempo da vida e dos elementos Lisboa s n
272. es tradicionais embora a cada momento o tecido se gaste e um novo tecido seja fabricado para substituir o velho por outro lado de tempos a tempos o padr o sofre um abalo profundo dando origem a novas formas e figuras 129 2004 p 33 Por m qualquer dificuldade passada pode ser suscept vel de uma re an lise face s componentes de varia o de uma determinada sociedade A arte n o pode ser avaliada fora de um contexto social determinado pelo espa o e pelo tempo S o estes que influenciam qualquer forma material condicionando a a priori pela presen a passada de outras formas existentes e que pelos valores educacionais tornaram se b sicas para novas concep es arquitect nicas Como a hist ria radica no que passou pois hist ria no momento que sucede Calvo p 297 o seu processo n o tem fim e os seus limites encontram se em constante e em cont nua mudan a e supostamente continuar o enquanto o Sertiver aptid o para fazer hist ria N o vemos o tempo a n o ser mediante o efeito da forma e da mat ria e n o entendemos por esse facto que ele possua uma interpreta o materialista Mas se entendermos o tempo segundo a relatividade das caracter sticas espa o temporais e a varia o das medidas temporais e espaciais 129cf Subcap tulo 3 6 Re interpreta o das Formas o uso criativo do passado e a compara o Apoiamo nos na mat ria existente onde se evidencia o passado conforme expl
273. esta edifica o da tra a de um not vel arquitecto que formado nos anos 50 evoluiu e se integrou no presente O edif cio destaca se no conjunto da Alameda embora se incorpore na envolvente urbana preocupa o do arquitecto quanto ao esp rito do lugar Trata se de uma obra relevante de Manuel Tainha premiada pelo Munic pio enquadrada na continuidade do seu Maria de F tima Lino Ferreira 291 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas percurso particularmente enquanto projectista de espa os destinados ao ensino Nestas duas obras escolhidas verificamos que num retrocesso constante o Homem vive de mem rias e da imagina o por esse facto constantemente estamos a re nascer a re descobrir e a rejinventar A inven o a combina o nova de elementos j existentes socorrendo se regra do arqu tipo original para ser diferente e se tornar nova Como defendemos podemos concluir que a territorialidade possibilita a obra original permanente no lugar servir de andaime e suporte para outras formas do devir e a reside a grande habilidade humana de utilizar o passado como mediador entre o presente e o devir Os eventos possuem seus antecedentes e descendentes O presente liga se geneticamente ao passado eventos passados engendram eventos presentes eventos antecedentes causam eventos consequentes Reis 1994 p 101 A evolu o hist rica fundamenta se por analogia da ac
274. eta o das formas Tese apresentada Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa para a obten o do grau de Doutor em Arquitectura Orientador Prof Doutor Argt Joaquim Jos Ferr o de Oliveira Braizinha Co orientadora Prof Doutora Argt Marta Llorente D az Lisboa Janeiro 2013 Ficha T cnica Autora Maria de F tima Lino Ferreira Orientador Prof Doutor Arqt Joaquim Jos Ferr o de Oliveira Braizinha Co orientadora Prof Doutora Arat Marta Llorente D az T tulo O ser o tempo e a arquitectura uma interpreta o das formas Local Lisboa Ano 2013 Mediateca da Universidade Lus ada de Lisboa Cataloga o na Publica o FERREIRA Maria de F tima Lino 1967 O ser o tempo e a arquitectura uma interpreta o das formas Maria de F tima Lino Ferreira orientado por Joaquim Jos Ferr o de Oliveira Braizinha Marta Llorente D az Lisboa s n 2018 Tese de Doutoramento em Arquitectura Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa BRAIZINHA Joaquim Jos Ferr o de Oliveira 1944 Il LLORENTE DIAZ Marta 1957 LCSH Espa o e Tempo Quarta Dimens o Arquitectura Filosofia Tainha Manuel Mendes 1922 Cr tica e Interpreta o Universidade Lus ada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Teses Teses Portugal Lisboa Space and Time Fourth Dimension Architecture Philosophy Tainha Manuel Mendes
275. exist ncia humana dando lhe um sentido original Situamo nos no campo arquitectural vivificado O habitar o fundamento para o qual o Ser se idealiza numa rela o de mortal ligado terra ao c u e aos divinos Heidegger Maria de F tima Lino Ferreira 163 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas designa a rela o do habitar com os mortais pelos quatro elementos que formam um todo harmonioso totalidade a que deu o nome de quadratura Heidegger 1991 A terra onde o Ser se fixa e materializa arquitectura de forma a transpor a sua mortalidade o c u para onde olha no sentido de vir a ser a condi o de dura o ef mero ser temporal e o divino na busca da explica o do desconhecido e da origem o atemporal 198 As v rias maneiras de construir surgiam em fun o da estrutura social econ mica mas tamb m dos materiais dispon veis As altera es edifica o ao longo da hist ria n o s aconteceram o n vel de desenvolvimento interior mas tamb m a n vel do exterior Aparecem assim as tribos as aldeias as cidades como ambientes artificiais que se implantaram natureza Estas formas de edificar permitiram ao longo do tempo uma leitura significativa de interpreta o do modo de pensar e de sentir dos povos que as constru ram Representam o esp rito da poca e permitem entender as rela es sociais de uma determinada civiliza o E civiliza o
276. existe uma contiguidade com o modo como abordamos os objectos materiais pois estamos a evocar a possibilidade de v los e toc los J George Berkeley seguia de certo modo esta rela o isto colocou no centro da sua doutrina sobre a vis o percep o visual a heterogeneidade de percep es associando a essas percep es um outro sentido o tacto Refor ando que a vis o que nos confere a verdadeira possibilidade de confirmar a exterioridade das formas Essa exterioriza o s poss vel atrav s de um suporte que o espa o La notion de l espace est li e la sensation du monde ext rieur Koutlouka 1991 p 327 Maria de F tima Lino Ferreira 133 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O conceito que intentamos procurar numa rela o espa o tempo poder surgir da correla o entre a sensibilidade interpretativa associada intui o com a capacidade representativa do objecto pelo Ser que resultar da apreens o desses objectos observados Uma vez que o mundo nos dado trav s da forma e da capacidade representativa das coisas objectos Compreender a presentifica o e apreender a realidade da coisa existir e ser no mundo Quando falamos do nosso patrim nio arquitect nico parte integrante do mundo observ vel estamos a falar de v rios factores que se encontram interligados com o tempo sendo imposs vel discernir cada um deles separ
277. forme j dissertamos 246 que a mem ria e a repeti o aparecem agrupadas num mesmo conjunto Podemos dizer que a mem ria por lembran a pode repetir um objecto um dado ou acontecimento retrocedendo se continuadamente A lembran a sustenta se numa repeti o daquilo que objecto que desencadeou o retrocesso de um determinada imagem sendo por vezes a ponte de liga o com uma nova forma de surgir Em s ntese podemos afirmar que a mem ria uma repeti o que acontece por retrocesso Kierkegaar 1992 A diferen a no campo arquitect nico substancial dado que poderemos n o necessitar de recorrer mem ria para presentificar os objectos O edif cio da EMSA associa se mem ria do existente retrocedendo imposi o de um tempo original a do palacete e sua manuten o articulado com as novas formas os dois corpos constru dos perpendiculares ao rio No caso da FPCE a sua concep o parte de um sentido do novo mas n o coloca de parte a lembran a da sustenta o da ideia de concep o em modelos j aplicados pelo arquitecto criador criativo em obras anteriores estas por sua vez apoiadas em prot tipos j existentes retrocesso 247 A reutiliza o inconsciente das ideias existentes modelos est ligado ao tempo intelig vel na sua conceptualiza o necessitando de um lugar para se poder percepcionar ou melhor temporalizar se A partir do espa o ocorre a pr tica do tempo Este lu
278. futuro aconte a A viv ncia na cidade possibilita esta linguagem interligada nas v rias fases temporais patenteada nos edif cios que a salpicam associada aos lugares que representam a comunidade No livro de Manuel Tainha sobressai entre muitas a seguinte frase Em todas as inst ncias e n veis de aprendizagem pr tica hist rica te rica a apreens o da unidade do intelecto deve ser regra Dir se que o arquitecto epistemologicamente falando um ser omn voro todos os meios lhe servem para dar corpo forma a uma ideia ou para formar a pr pria ideia Ele deve ser capaz de recorrer com igual destreza intelectual aos dois p los tradicionais do conhecimento o emp rico e o racional a experimenta o e a lei a pr tica e a teoria a sensibilidade e a raz o o fen meno e o n mero Tainha 1994 p 36 Esta frase traduz o que intentamos demonstrar nos cap tulos anteriores no Segundo Cap tulo Percep o do tempo intentamos numa explica o poss vel atrav s do conhecimento emp rico e racional do tempo associado sempre sensibilidade e raz o ao fen meno e ao n mero tal como acontece no Terceiro Cap tulo Confrontos entre a arquitectura e Tempo O presente cap tulo demonstra de que modo a teoria se associa explica o pr tica numa rela o directa e articulada com o Quarto Cap tulo tempo como factor interveniente na arquitectura isto a rela o da hist ria do fen meno da imagina
279. gar de que falamos encontramo lo no espa o arquitect nico o qual possibilita a ocorr ncia e com ela o pr prio tempo praticado Essa negocia o atrav s da pr tica conjugada com a transac o das categorias de 246 Cf Subcap tulo 3 4 A Mem ria Registos Presentes 247 Cf Cap tulo 3 Maria de F tima Lino Ferreira E O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas compreens o decorrentes da hist ria da cultura da linguagem e das estruturas sociais permite nos a contextualiza o da rela o espa o tempo dos objectos arquitect nicos Estes n o s o excep o Podemos completar este racioc nio com o facto de que a sustenta o da compreens o temporal faz parte de um conhecimento muito espec fico cuja efectiva o atestada imediatamente no momento em que se d S compreendemos o tempo quando ele se converte em fen meno e possui uma dura o Escreve Manuel Tainha no seu livro Arquitectura em Quest o Na verdade o ciclo criativo do arquitecto s se esgota na observa o comentada cr tica dos objectos constru dos e em uso esta a prova de fogo As ideias como as emo es que as geram n o s o hoje nem mais fortes nem mais profundas do que eram h mil anos Acontece que na express o das suas ideias aquele que cria est ligado por um v nculo necess rio s t cnica do seu tempo Tainha 1994 p 74 As ideias em muitos casos s o alicer adas n
280. geiro permanente imut vel mut vel Num contexto paradoxal entre a eternidade permanentemente infinito e o temporal ef mero transit rio S o nestas duplicidades e nestes antagonismos que tentamos indagar as interfer ncias do tempo no campo da arquitectura e do modo que dado evid ncia pela percep o quer na sua apropria o do espa o quer na sua materializa o formal e funcional Para demonstrar como interfere este factor interveniente na arquitectura teremos que nos socorrer de obras arquitect nicas edificadas em Portugal e no estrangeiro Nesta investiga o optou se por utilizar um m todo simultaneamente regressivo passado e progressivo futuro que fa a uma constante liga o entre o passado presente futuro um m todo assim julgamos que tem por fim uma totaliza o que reside na singularidade de cada obra arquitect nica no seu simbolismo na apropria o do espa o e na sua dura o no tempo Assim poderemos distinguir dois momentos precisos o primeiro o momento anal tico das obras arquitect nicas passadas anal tico regressivo mem ria a obra a vida e a hist ria o segundo o momento sint tico progressivo futuro das obras presentes evolutivas vir a ser No momento regressivo memoriza o compreender os alicerces da obra a sua perman ncia e a sua ess ncia isto inquietar as quest es em rela o obra de arte no que ela exprime do Ser descodif
281. i ncia da Natureza Lisboa Edi es 70 KAUFMANN Emil 1985 De Ledoux a Le Corbusier Origem y Desanollo de la Arquitectura Aut noma Barcelona Editorial Gili 1985 1 edi o 1933 KLEE Paul 1990 A Ess ncia da Visualiza o A ess ncia da sabedoria dos grandes g nios de todos os tempos a Arte de Viver s l Editora Martin Claret 1990 KLEIN tienne 1995 O Tempo Lisboa Instituto Piaget KOCH Wilfried 1985 Estilos de Arquitectura A Arquitectura Europeia da Antiguidade aos Nossos Dias Il Vila da Feira Editorial Presen a KONG M rio Say Ming 2006 Harmonia e Propor o Protagonistas do Desenho Arquitect nico Constantes no pensamento gr fico entre Ocidente e o Oriente Uma interpreta o Portuguesa Barcelona Escuela T cnica Superior de Arquitectura de Barcelona Universidad Polit cnica de Catalu a Tesis Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Doctoural en Teoria y Historia de la Arquitectura Departamento de Composici n Arquitect nica KOSTOF Spiro Historia de la Arquitectura S l Alianza Editorial Forma s d vol 1 1 11 KOYRE Alexandre 1992 Considera es sobre Descartes 4 ed Lisboa Editorial Presen a tradu o De H lder Godinho de Entretiens sur Descartes Copyright Editions Gallimard 1963 KRIER L on 1999 Arquitectura Escolha ou Fatalidade Colec o Teorias e Fontes d
282. i constituindo o seu pensamento com base nos conceitos na sequ ncia de imagens e nos acontecimentos os quais surgem na consci ncia em resultado da viv ncia do real da experi ncia emp rica Estes dados adquiridos cumulativos pelo Ser retirados do real das imagens mentais e dos signos fazem parte da evoca o do pensamento operativo Nenhuma imagem indissoci vel de todas as que a precedem e das que se lhe seguem Francastel 1983 p 30 O Ser na procura da sua estabiliza o com o meio que o envolve recorre muitas vezes mem ria e ao passado na tentativa de criar refer ncias com base nos fundamentos emp ricos para poder sobreviver e adaptar se aos novos desafios que a modernidade imp e a sedimenta o e a conserva o da sua identidade quer como indiv duo quer como elemento pertencente a um determinado meio social A mem ria contribui e possibilita a estabiliza o da identidade do Ser Atrav s dela s o somadas as lembran as que se encontram ligadas faculdade de reprodu o material do anteriormente registado imprimem se na mem ria Para Bergson a mem ria Jn o porque conserve imagens antigas mas porque prolonga seu efeito til at o momento presente Jung 1975 p 184 Falarmos do passado remete nos para um tempo hist rico j mencionado no segundo cap tulo e simultaneamente para tempos sincr nicos recorrendo nos da mem ria tempo decorrido pen
283. ia Ci ncias da Educa o de Lisboa FPCE Escolhemos dois edif cios localizados no per metro da cidade de Lisboa a Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima Observat rio Europeu da Droga e Toxicodepend ncia EMSA e a Faculdade de Psicologia e de Ci ncias S cias da Educa o FPCE O primeiro denota uma apropria o espacial distinta mas cumulativa entre o antes e o depois tempo Isto o conjunto urbano que se desenvolve junto ao rio confronta se entre duas realidades temporais o palacete do rel gio de constru o datada da segunda metade da d cada do s culo XX e a constru o dos finais do s culo XX correspondente a volumes que se desenvolvem perpendicularmente ao rio A apropria o do conjunto edificado efectua se no mesmo espa o embora com formas de materializa o diferentes enaltecendo tamb m tempos diferenciados o antigo Pal cio passado e o actual restante rea constru da o conjunto presente Esta escolha demonstra as formas da exterioridade que o Ser utiliza na apropria o do espa o estabilizando o numa rela o entre o tempo passado Palacete e o tempo actual presente Poderemos classificar este conjunto edificado como uma adi o convergente e dialogante O segundo edif cio FPCE n o se confronta no mesmo espa o com temporalidades diferentes pois n o possui exist ncias a respeitar e a hierarquizar mas por outro lado segue as regras da anterioridade passado
284. ia O arquitecto tentou facilitar a solidifica o de um espa o que se encontrava inexplorado urbanidade dotando a este espa o a regenera o deste tro o da frente ribeirinha dando lhe uma nova forma de apropria o baseada numa reinterpreta o da Pra a do Com rcio Esta inten o que se entende positiva de enaltecer e evidenciar as formas intervenientes pelos registos de etapas temporais diferenciadas palacete antes do tempo presente restantes edif cios depois do tempo presente sustentada pelo pensamento de Francisco Sanches de que para conhecermos alguma coisa 239 Heidegger preciso saber a sua origem e as causas que levaram sua cria o l gico que n o existe nenhuma coisa que n o prejudique ou auxilie muitas outras pois para um conhecimento perfeito e exacto de uma determinada coisa dever se ter em conta a rela o causal de todas as outras240 Reflex o sobre as formas do passado mediante a realidade material da poca presente Desta reflex o deriva o ju zo sobre a pr pria arquitectura hist rica Deste confronto e perante o espa o urbano em presen a Ribeira das Naus destaca se a rela o das formas residentes do passado palacete permitindo recompor a unidade da experi ncia hist rica da arquitectura deste lugar mantendo um di logo com as constru es modernas proposta pelo arquitecto Manuel Tainha Patenteamos nesta obra a identifica o respectiv
285. ia do Ser atrav s da Arquitectura O in Humano Maria de F tima Lino Ferreira 160 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas em que a arquitectura demonstrar sempre a express o do seu tempo L art est aux yeux de Ruskin la r v lation d une v rit transcendante mais il exprime galment la vitalit d une soci t Choay 1965 p 159 Numa rela o de complementaridade as v rias temporalidades por que passam os edif cios n o s nos permitem clarificar o seu prop sito instrumental uso mas tamb m a sua fun o psicol gica simbologia A arquitectura ao longo da sua estabilidade temporal traduz uma pr tica real psicol gica significante social e cultural conjuntura Intentamos uma abordagem ao mundo da arquitectura como reflex o sobre as formas do passado vista luz da realidade material da poca presente Esta reflex o deriva de um ju zo sobre a arquitectura hist rica e a arquitectura actual Este enfoque permite articular as formas residentes do passado com as ideias elaboradas por uma cultura moderna permitindo assim uma unidade da experi ncia hist rica da arquitectura e a sua continuidade O nosso patrim nio arquitect nico permite nos encontrar numa estabiliza o eterna formas que acompanham o percurso geral da pr pria hist ria da civiliza o possibilitando nos por meios referenciais conhecer a nossa identidade e o n
286. iado por Deus Ilustra o 16 A cruz Mosteiro de Alcoba a Pedro Pereira 23 Out 2004 Alcoba a s n 2004 Fotogafia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt Ilustra o 17 Cristo Rei Nuno Miguel 9 Dez 2006 Lisboa consult Out 2011 Fotografia Dispon vel em www lt http olhares com gt Ilustra o 18 Religi o e os Homens Hugo 4 Mar 2006 Fotografia Consult 10 Out 2011 Dispon vel em www lt http aeiou pt a religiao e os homens fot0548345 html gt S o significados que se exaltam atrav s de s mbolos que evidenciam a busca de uma rela o com Deus alcan ar a eternidade Neles residem as tenta es e inten es do Ser mortal O Ser na procura da imortalidade A procura da transcend ncia e da eternidade Neste sentido de venera o a arquitectura e a arte t m demonstrado esse simbolismo atrav s da consagra o dos espa os sagrados atrav s de templos mesquitas igrejas catedrais Os s mbolos n o s o simplesmente meio de express o ou reflex o eles s o meios atrav s dos quais se mant m os valores c vicos e pessoais da sociedade onde situa o Ser Krier 1999 p 31 S o v nculos que hierarquizam a criatura ente criador sua causa criadora Deus subordinando a primeira segunda na vis o teol gica A arquitectura atrav s da cria o dos lugares permite nos uma aproxima o ao sagra
287. iado a estes dois est dios profano e sagrado est o tamb m ligados dois espa os e dois tempos isto ao primeiro profano agrupa se o espa o terreno vis vel e um tempo humano e ao segundo sagrado um espa o celeste n o vis vel n o palp vel e o tempo de Deus revelado pela sua presen a a priori e absoluta dentro das regras religiosas La noci n de que el tiempo de los hombres no es comensurabel com el de Dios Borges 1996 p 31 O tempo uno singular a eternidade revelador de Deus criador O tempo diverso plural n o est relacionado com Deus mas com o Ser o tempo linear Ser oportuno nesta fase introduzir aqui o conceito de eternidade Sobre este conceito existem v rias teorias80 que foram propostas por diversos fil sofos at aos nossos dias N o poderemos falar de eternidade sem abdicarmos da rela o com o tempo e com Deus N o pretendemos EU abordar a procura cognitiva da exist ncia ou n o de Deus Averiguamos atrav s destes dois conceitos a rela o entre eles e destes com um terceiro conceito a eternidade Existem muitas d vidas e algumas quimeras acerca deste assunto e da rela o causa efeito entre estas tr s entidades Tempo Ser e Deus Contudo n o teremos o perfeccionismo de encontramos a resposta certa a estas incertezas e inquieta es Intentamos por apresentar algumas dedu es na conjuga o com outros pensamentos te ri
288. ial Nesta rela o o tempo age O objecto arquitect nico mat ria afecta e afectado pela quadr cula do espa o tempo mat ria energia e gravita o porque quer o espa o quer o tempo n o s o absolutos mas s o vari veis Essa varia o que surge da interpreta o segundo a revolu o Einsteniana observadores interpretes 102 Todas as formas do universo se sustentam neste dois conceitos b sicos o espa o e o tempo energia e mat ria Le fait que l l ment spatial existe obligatoirement entra ne l existence du temps car tout v nement qui s accomplit dans un cadre spatial r clame une dur e la mesure de la distance spatiale d pend du temps tout comme le temps d pend des instants dans I espace Koutkouka 1991 p 328 Ao tentarmos conceptualizar o tempo encontramo nos num paradoxo entre exist ncia aus ncia cria o destrui o nascimento morte estabilidade mudan a movimento imobilidade eternidade devir Estes paradoxos acontecem por deslize do pr prio tempo face a uma defini o concreta e definitiva pois qualquer reflex o sobre ele um aporismo e por isso pouco 101 A Irreversibilidade do tempo traduz o factor inexor vel de impossibilidade de voltar tr s A seta do tempo est relacionada com a segunda Lei da Termodin mica sobre a qual este trabalho n o almeja investigar a qual determina uma direc o nica do tempo numa previs o por vezes ora sustent
289. ialismo e a antropologia prox mia que estudam a rela o do Ser com o mundo que o rodeia O Ser confronta se com o tempo e o espa o o primeiro tempo permite a liga o com as coisas numa ordem temporal percep o interior do tempo o segundo espa o facilita a fic o terra do Ser possibilitando o seu posicionamento antropologia sociologia arquitectura e comp em o mundo das rela es espaciais centralizadas no Ser Ainda h muito para investigar sobre o tema at porque ainda n o se sabe se o tempo pertence ao conjunto dos seres ou dos n o seres8 N o vemos o tempo Se algu m afirma que viu o tempo que conte como ele a que se parece se pode ser medido quantos quil metros tem quantas toneladas ou quantos anos se d ctil ou duro l quido ou gasoso Askin 1940 p 38 Numa abordagem tem tica escolhida surge o trin mio passado presente futuro que evidencia o conceito de tempo temporalidade permitindo nos na sua rela o c clica com as coisas que criamos converter os actos e as formas da exterioridade em hist ria Nesta s temporalidade s surgem os edif cios que se estabilizam no espa o que se perpetuam e se convertem em refer ncias e que contribuem para a nossa identidade colectiva Pretendemos esclarecer e demonstrar a raz o porque criamos as coisas e o que nos leva a atribuir valor ao nosso edificado eternizando deste modo o que nos foi legado pelas gera
290. ica Una modernidad alternativa que reconece la inexist ncia de esa referencia dada para las obras que era caracter stica del arte tradicional pero que permite en cambio la inclus n actual de los elementos de la historia en uma nueva relaci n Cort s 2008 p 19 Concordamos com um renascer que traga um acr scimo interpretativo ao j consolidado como padr o definitivo porque o renascer segundo opini o de Marta Llorente D az Renascer es tambi n una forma de aplicar un m todo constante que unifica la restauraci n de las distintas figuras del saber Diaz 2000 p 156 Retomando ao per odo do Renascimento e assinalamos alguns dos seus per odos mais significativos que decorreram nos s culos XIV a XVII dos quais 116 Este golpe de tiempo esta revelaci n l cida alcanzada a partir de la progresiva erudici n medieval supone ciertamente un cambio de punto de vista com respecto al pasado Posibilita el proyecto temporal de un renascer de un regreso al pasado de una restauraci n de lo definitivamente perdido D az 2000 p 156 Maria de F tima Lino Ferreira 138 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas destacamos a nova consci ncia do cosmos e a geometriza o do espa o euclidiana O Renascimento 17 caracterizou se por uma nova atitude perante a arte suscitando uma ruptura na hist ria da arquitectura at ent o 118 No per odo da Renascen a o
291. icando os factos estabelecidos relativos sua exist ncia A obra arquitect nica contribui tamb m para Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas esclarecer a vida do Ser na medida em que a primeira passado por regress o reflecte a segunda progressivo de encontro ao futuro Cunha 1997 p 38 No momento progressivo apura tanto as condi es iniciais sustentando se da regress o como a significa o retirada da pr tica evolutiva futuro vir a ser A arquitectura permite mediar temporalidades e espa os vivenciais entre momento posterior futuro imagin rio sustentado no momento anterior referencias estabilizadas passado mem ria O tempo e o espa o permitem fundamentar as explica es sustentadas no patrim nio edificado e suas temporalidades Tempo e espa o interligam se para dar coes o s explica es formais e funcionais das formas que o Ser constr i permitindo pela sua exterioridade denunciarem o tempo A arquitectura inclui todo o campo da exist ncia humana Ela nasce com uma fun o verdadeiramente funcional que surge de um desejo Essa fun o de servir o desejo humano torna se obsequiosa do espa o de modo a n o tornar a utilidade um aspecto negativo O car cter utilit rio da arquitectura n o a retira do contexto art stico merecido Tal como sucede em todas as outras experi ncias art sticas a utilidade proveniente da experi ncia arq
292. ico essencialmente os do tempo origin rio do passado monumentos porque eles denotam o decurso temporal o segundo vector atrav s da aus ncia de uma presen a presentificada 1 ou seja a imagina o concep o consciente incorp rea Uma a visualiza o externa directa existente no espa o tempo no espa o e uma outra interna indirecta a percep o em pens vel n o espa o tempo sem espa o a capacidade de descobrir e recuperar a presen a sob a forma de pens vel suscept vel de representa o Assim como a reminisc ncia e a imagina o possibilitam a sincronia da presen a ideal no que apreendido pelo Ser L vinas 1991 p 14 Com a teoria da relatividade 2 colocaram se algumas d vidas no in cio do s culo XX sobre as v rias teses de concep o do tempo Preferindo falar se de tempo plurais relacionados com os eventos que ocorrem em diferentes campos 51 Refor o intencional pela palavra do que presente existente e do que presente visualizado pela imagina o este ltimo n o sendo existente no entanto vis vel pelo pens vel 52 Albert Einstein formulou as revolucion rias descobertas das teorias da relatividade Maria de F tima Lino Ferreira 79 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas da ci ncia O tempo descodificado atrav s do sujeito este como Ser consciente de si atrav s de um outro porque a sua presen a tamb m
293. idade a heterogeneidade a ruptura como modo excepcional para repelir o passado e implementar outras formas Nestes axiomas envolve se a arquitectura contribuindo para estimular o espa o e o pr prio tempo atrav s da concep o das formas que se sustentam em novas ideias regras e posturas em rela o ao presente cont nuo Contudo n o se julga que o est mulo da forma arquitect nica e o seu continuum temporal sejam somente visionados avaliados pela heran a que nos foi legada manifesta o das experi ncias A forma de arte tem reviv ncias pois o passado um facto resistente sendo importante para a constru o do futuro sustentabilidade das novas formas de apropria o do espa o pelo Ser e pelas coisas que ele cria Embora a modernidade se sustente nas rupturas essenciais para a evolu o dos sistemas entende se que dever o ser hierarquizadas as formas est veis no espa o edificado Evitando assim a aplica o da defini o de modernidade no seu extremo a destrui o O presente tra ado por uma s rie de rupturas as revolu es que foram engrenagens irrevers veis para impedirmos Maria de F tima Lino Ferreira 209 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas para sempre de voltar para tr s Latour 1994 p 71 Reside neste pensamento que a modernidade est ligada ao futuro utopia E futuro est enraizado no pensamento moderno que destaca a utopia at
294. idade de S o Paulo CARVALHO Daniel Duarte de Do Big Band Pessoa Humana Uma tentativa de Compreens o Global Colec o Epistemologia e Sociedade S 1 Instituto Piaget Direc o de Ant nio Oliveira Cruz s d CARVALHO Daniel Duarte de O espa o e o tempo da Ci ncia Grega e Ontologia Existencial Porto edi es Afrontamento s d CARVALHO Jos Lobo de 1986 Conserva o de Edif cios Evolu o de Conceitos Lisboa Faculdade de Arquitectura UTL Textos policopiados CENTENO Yvette 1991 A Simb lica do Espa o Cidades Ilhas Jardins Lisboa Editorial Estampa CHAMPIGNEULLE Bernard ACHE Jean 1976 La Arquitectura del Siglo XX Barcelona Edicions Destino CHARLES Lalo et al 1951 Formes de L Arte Formes de L Espirit Paris Press Universitaires de France N mero especial do Jornal de Psychologie CH TELET Fran ois MILE No 1993 Uma Hist ria da Raz o Lisboa Editorial Presen a CHIC M rio Tavares et al 1948 Hist ria de Portugal Porto Portucalense Editora CHOAY Fran oise 1960 Le Corbusier Milano lia Saggiatore tradu o de di Augusta Monferir 12 edi o CIORAN E M 1995 Histoire et Utopie Paris Gallimard CLARET Martin 1997 A Ess ncia da Visualiza o A ess ncia da sabedoria dos grandes g nios de todos os tempos Colec es Pensamento e Sabedoria S o Paulo Editora Martin Claret CLARK Tim
295. ido e ef mero est a se destabilizar numa sensibilidade agarrada ao que passageiro ligeiro veloz e pr tico Isto levar caducidade e transitoriedade dos conceitos e por conseguinte destabiliza o das regras j definidas pelo passado las caracter sticas fundamentales de la arquitectura futurista ser n la caducidade y la transitoriedad Las casa os edif cios em geral durar n menos que nosotros Cada generaci n tendr que construirse su propia ciudad Gracia 1992 p 75 O tempo na e da arquitectura insepar vel do Eu humano e por isso o monumento n o pode ser entendido sem a rela o com o desejo humano de se transcender 36 Porventura aquilo que consente a perdurabilidade de uma obra justamente a diversidade das coer ncias poss veis de a encarar sempre actual e necess ria A raz o pode estar contida na simples demonstrar de uma diversidade de mundivid ncias em todas as fases da sua perman ncia obra 154 Habitar marcar um lugar estabelecendo la os de permanencia y el habitar es como la imagen de esse espacio que engloba los actos y las emociones vividos en tal lugar Essa esfera de apropriaci n que es el h bitat se caracteriza por la oposici n entre un aspecto denotativo y un aspecto est tico Ekambi Schmidt 1974 p 15 155 Entendemos que falar de lugar pressup e de imediato a sua exist ncia no espa o 156 cr Subcap tulo 2 4 A transcend nc
296. igando o passado ao presente e o presente ao que vir o futuro Ao longo deste subcap tulo tentamos n o incorrer no erro de alguns historiadores e at de alguns fil sofos de entendermos que a hist ria possui como objectivo simplesmente a narra o dos acontecimentos abstraindo as suas causas Porque entende se que a causa s poder resultar em evento pr prio anterior que tem como consequ ncia um evento pr prio posterior E s o as causas que est o na base dos fundamentos da presente investiga o Concordamos com J Ruskin quanto ao valor do passado residir em duas bases essenciais a primeira a de atribuir um car cter hist rico arquitectura dos nossos dias a segunda a de preservar a arquitectura do passado como um tesouro pacientemente acumulado porque as culturas n o s o entidades abstracta Apoiar e ou defender a preserva o do edif cio com as suas temporalidades intemporalidade n o dever transparecer que n o concordamos e n o aplaudamos o progresso A hist ria n o est tica din mica Porque seguindo as palavras de Sigfried Giedion n o existe nenhuma gera o que tenha o privil gio de saber apreciar a obra de arte em todas as suas facetas Esta incessante procura faz com que o Ser criador tente imitar outros per odos adoptando as regras composi o harmonia e propor o por vezes as mesmas t cnicas e formas especiais de modo a alcan ar a perfei o das coisas ete
297. igo pr prio Porque tudo se faz em vista de um fim que n o pode ser o nada pois o nada aus ncia falta priva o Seria a simples nega o do Ser Por Maria de F tima Lino Ferreira 137 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas conseguinte ele o Ser foge do nada como todas as coisas fogem naturalmente do nada e o nada confronta se debilitadamente com a arte Sanches 1991 p 96 133 Segundo Steiner necess rio partir do antecedente sem antecedente n o h futuro pois n o se pode imaginar um futuro do vazio Pag s 2006 Por muito que n o estejamos prontos a admitir que a luta do Ser pela vida possa ser s atrav s da arte podemos pelo menos concluir que a arte n o um fim em si pr pria mas apenas um meio para um fim Hauser 1988 p 65 3 3 O OBJECTO ARQUITECT NICO COMO INTERLOCUTOR DA CLARIVID NCIA TEMPORAL O ESPA O COMO ARQUIVO La historia de los tipos de cometidos forma una parte necess ria de la historia completa de la arquitectura y debe desempe ar tambi n un papel importante en la historia de la cultura Norberg Schulz 1998 p 137 Ao olharmos para alguns edif cios que salpicam o nosso espa o urbano denotamos o testemunho de v rias etapas temporais as quais correspondem por associa o v rias mensagens estil sticas Poderemos atrav s desses edif cios efectivar um plano axiom tico de evolu o temporal e ao mesmo tempo espacial
298. ilitaci n de Ciudades Barcelona Escola T cnica Superior d Arquitectura e Barcelona Universidade Polit cnica de Barcelona Monografies de la nitat d Urbanisme Urban stica III PRIGOGINE llya 1991 O Nascimento do Tempo Lisboa Edi es 70 PRIGOGINE llya 1988 Irr versibilit et Structure de L Espace Temps L Espace et Le Temps Actes du XXII Congr s de l Association des Soci t s de Philosophie de Langue Fran oise Dijon 29 31 Ao t QUADROS Ant nio Mem rias das Origens Saudades do Futuro valores mitos arqu tipos ideias Estudos e Documentos Lisboa Publica es Europa Am rica s d RAMONET Ignacio Guerras do S culo XXI Novos medos novas amea as Porto Campo das Letras Editores 2002 RAPOPORT 1978 Anos Aspectos Humanos e de la Forma Urbana Barcelona Ediciones Gustavo Gilli RASMUSSEN Steen Eiler 1986 Arquitectura Vivenciada S o Paulo Martins Fontes Editora Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas RASMUSSEN Steen Eiler 1974 Experi ncia da Arquitectura Barcelona Labora RAY Christopher 1993 Tempo Espa o e Filosofia S o Paulo Campinas Papirus Ci ncia RICOEUR Paul 1994 Tempo e Narrativa TOMO II Ill S o Paulo Papirus Editora REES Martin 2006 O princ pio e o fim do tempo Tempo e Ci ncia Colec o Ci ncia Aberta Lisboa Gradiva Publica es Lda REICHENBAC
299. ilo uma manifesta o de uma ideia estabelecida segundo um princ pio ou por outras palavras algo verdadeiramente contido numa tentativa de ordenar e fazer cumprir uma regra Os estilos constituem se por agrupamentos das obras de arte que possuem caracter sticas muito pr prias e id nticas uma das quais a exalta o formal e compositiva das formas A arte sobrevive ao seu tempo e continua viva entre n s humanos ultrapassando o tempo passado antes do tempo presente em que se formou20S Saraiva 1993 Quem estuda o desenrolar hist rico da arquitectura depara se com o tempo como seu acompanhante Como anteriormente demonstramos Esta traject ria mediante padr es definidos vai denotando a elabora o das v rias associa es da forma arquitect nica com determinados per odos temporais Podemos mencionar in meros exemplos em que os v rios elementos compositivos de um edif cio se repetem em outros edif cios que ocupam o mesmo per odo temporal apesar de se localizarem em espa os diferentes Atrav s dos tempos os estilos tamb m coincidiram e se articularam num mesmo lugar e at num mesmo edif cio Choay 1992 o car cter da obra que se evidencia atrav s de um estilo comum de uma dada poca e que se denota pelos seus valores est ticos e suas qualidades formais G tico Rom nico Barroco Manuelino entre outros Pela leitura de alguns estudos j elaborados no mbito da teoria ou hist ria da arquite
300. imeiro no sentido da import ncia do espa o como estabilizador do posicionamento do Ser perante a mat ria ser em segundo evidenciamos as suas caracter sticas para evidenciar o tempo ser para terceiro como rea fundamental na participa o no universo humano ser no mundo Por fim auxiliamo nos no campo arquitect nico como suporte das ac es diacr nicas do Ser e de recipiente dos objectos que ele cria espa o como registo do que temporal mat ria Existe uma profunda articula o entre estas duas categorias distintas espa o e tempo Ainda que pare am divergentes s o na realidade convergentes isto a primeira possibilita o posicionamento espacial das coisas materiais a arquitectura o que est a o vis vel a segunda o relaciona as coisas numa ordem temporal sucessiva antes e depois do tempo Uma estabelece a ordem no e pelo espa o a outra a rela o do tempo das coisas 17 Kant explicou a exist ncia de duas doutrinas na natureza uma extensa dos corpos e uma outra da alma pensante Maria de F tima Lino Ferreira 61 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Time and space may be homogeneous media and yet sufficiently distinguished as the limits of duration and extensity as the limits of two mathematical functions may be nothing and yet distinguishable terms of the functions which they limit Ansell Peatson p 24
301. inada sociedade A arte n o pode ser avaliada fora de um contexto social determinado pelo espa o e pelo tempo tal como demonstramos no segundo cap tulo S o estes espa o e tempo que influenciam qualquer forma material condicionando a a priori pela presen a passada de outras formas existentes e que pelos valores educacionais tornam se b sicas para novas concep es arquitect nicas Como a hist ria radica no que passou o seu processo n o tem fim e os seus Maria de F tima Lino Ferreira 192 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas limites encontram se em constante e em cont nua mudan a e supostamente continuar o enquanto o Sertiver a aptid o para fazer hist ria de acordo com o expresso no livro A Forma do Tempo de George Kubler qualquer obra importante nos obriga a uma reavalia o de todas as obras anteriores Kubler 2004 p 55 Ilustra o 97 Descobrimentos Pavilh o e esfera dos Descobrimentos Exposi o de 1940 em Lisboa Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http arquivohistorico moptc pt ID 2168 gt Ilustra o 98 Pavilh o Multiusos Atl ntico no Parque das Na es Arquivo Fotogr fico CML Dezembro 1999 Ref B089838 Ilustra o 99 Pavilh o Multiusos Atl ntico no Parque das Na es ilustra o nossa Ilustra o 100 Pavilh o Atl ntico Multiusos Lisboa Fotografia de Lu s Pav o Arquivo Fot
302. infinito isto a pr pria eternidade Numa analogia perante a presente explana o poderemos incluir que a eternidade nos transcendente Ward 2007 p 76 A rela o entre o infinito e o finito leva nos a comparar por analogia o tempo e a eternidade O infinito n o transcende o finito porque o cont m em si Segundo a interpreta o do pensamento hegeliano sobre o finito e o infinito a eternidade n o transcende o tempo porque este por sua vez existe na pr pria eternidade Este processo no qual o tempo ultrapassa cada momento transformando o em manifesta o do infinito poder se designar por transcend ncia ou seja o tempo a cada sua etapa supera o finito como momento da din mica da hist ria Porque o Ser na sua realidade emp rica espacial e o tempo hist ria do Homem no mundo Neste sentido sem Ser n o havia tempo e sem tempo n o existe a hist ria Estas aporias resultam do abstraccionismo do tempo mas se assim n o fosse ele deixaria de ser tempo Ele sendo abstracto op e se realidade objectiva O espa o objectivo exterior ao Ser enquanto o tempo para ele Ser subjectivo Koj ve 1998 p 36 Maria de F tima Lino Ferreira 110 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O sentido da palavra subjectivo 81 leva nos a um outro grande fil sofo e a uma outra grande obra a Cr tica da Raz o Pura de Kant O fil sofo referiu se ao tempo como um
303. inova o aplicado ao campo arquitect nico que intentamos explorar 1 3 M TODO DE INVESTIGA O METODOLOGIA Uma investiga o em que os enunciados devem sempre corresponder ordem dos factos conduzindo formula o de leis ou seja ao estabelecimento de rela es constantes entre os fen menos Carrilho 2001 p 42 Intentamos num m todo que respeite a heterogeneidade dos fen menos de modo a permitir o incremento da previsibilidade e da proximidade do que verdadeiro E o m todo a sua unidade que conduz homogeneidade que fundamentam as diversas ci ncias na qual se insere a arquitectura Para a realiza o deste projecto propomos tr s registos fundamentais o primeiro o da investiga o e ocupa se na determina o de regras as quais s o fundamentais sempre que haja necessidade de se aumentar o conhecimento o segundo o da organiza o e visa a liga o e correla o Maria de F tima Lino Ferreira 53 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas entre todos os saberes e o terceiro o da transmiss o ocupa se com os meios de difus o desses saberes Carrilho 2001 p 42 O programa que sustentou a investiga o estruturou se segundo quatro fases interligadas A primeira fase corresponde procura dos fundamentos atrav s de uma bibliografia sempre presente na elabora o dos textos que apresentam as ideias fundamentadas algumas refor adas atrav s d
304. io n o propondo volumes paralelos s margens Ilustra o 258 Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuela Tainha Cf ilustra o 256 Ilustra o 259 Volume lateral do conjunto da Ribeira das Naus EMSA Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuela Tainha Cf Ilustra o 256 Novos materiais possibilitam a forma ser melhor explorada no sentido da sua plasticidade e da sua materializa o as novas formas de arte uma nova contextualiza o entre obras de temporalidades distintas que pode resultar em dois paradigmas O disjuntivo rela o negativista da inser o de novas formas temporais em tecidos est veis e acomodados e o cumulativo rela o positivista na recep o das novas formas temporais em espa os estabilizados Entendemos 241 cr Subcap tulo 4 4 A nova monumentalidade O Tempo e a Arquitectura Il Maria de F tima Lino Ferreira 289 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas que esta obra Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima permita nos validar o tempo hist rico quer do edif cio existente palacete quer do lugar Contudo o espa o abriu se ao futuro facultando o acontecimento de novas formas atrav s de inova o sem ruptura com a hist ria paradigma cumulativo A modernidade inaugura uma interpreta o sempre nova quer em termos hist ricos teol gicos quer e
305. io y outros escritos Barcelona Editorial Gustavo Gili GREENBERG Robert 2001 Kant A Theory of A Priori Knowledge Pennsylvania GUELL Xavier 1991 Gaudi Guias de Arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili 1991 HAMLIN Talbot 1962 Arquitectura Uma Arte para Todos Brasil Editora Fundo de Cultura HALL Edward Twitchell 1986 A Dimens o Oculta Antropos S Rel gio D Agua Editores HASKINS Dick 1973 Espa o Vazio 4 ed Lisboa D ag HAUPT Karl Albrecht 1986 A Arquitectura do Renascimento em Portugal Lisboa Editorial Presen a HAUSER Arnold 1973 A Arte e a Sociedade Lisboa Editorial Presen a 1973 HEIDEGGER Martin Que uma Coisa Biblioteca de Filosofia Contepor nea Lisboa Edi es 70 s d tradu o de Carlos Moruj o de Die Frage nach dem Ding Max Niemeyer Verlag Tubingen 1987 HONDT Jacques D 1988 Qu est ce que l union de l Espace et du temps L Attitude Classique L Espace et le Temps Dijon 29 30 de ao t Actes du XXII Congr s de I Associaction des Soci t s de Philosophie de Langue Fran aise HUISMAN Denis 1963 L Esth tique Paris Presses Universitaires de France PUF HUTCHISON Ray 1997 Research in Urban Sociology London Ed Lit Fay Gentrification and Urban Change research annual 1992 vol 2 Urban Sociology Transition 1993 vol 3 New Directions Urban Sociology 1997 Maria de F tima Lino
306. iquezas e dos mercados onde se insere tamb m porque n o excep o a arquitectura O espa o socializa se numa produ o concreta efectiva e pr tica associando se ao tempo veloz das sociedades sendo esse um dos factores inexor veis e intervenientes em todos os processos da vida actual Encontramo nos numa era em que se fala nas dist ncias em fun o do tempo ao percorr las e n o propriamente no seu padr o de medida Medida que desde o Neol tico se sustentava na previsibilidade do movimento dos astros uma ci ncia emp rica A inten o de medi o do tempo foi um alvo sempre pretensioso desde a antiguidade que desencadeou o aparecimento dos rel gios de gua ou de areia passando pelos rel gios solares na Idade M dia e o aparecimento do rel gio mec nico na Renascen a o qual deu origem a diversas inven es fundamentais para a precis o na regulamenta o da vida humana Hoje temos rel gios at micos e sat lites terrestres que possuem grande precis o Estes meios mec nicos reflectem o tempo que se torna por esse mesmo facto objectivamente mensur vel Apesar quer da evolu o dos meios mec nicos de medi o do tempo quer dos meios electr nicos ao nosso dispor a inquieta o sobre o tempo latente porque quer o espa o quer o tempo s o conceitos que mudam conforme os est gios da hist ria a evolu o t cnico cient fica e as diferentes teorias contempor neas 106 o autor sobre a globaliza
307. is Fotografia Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 Ilustra o 225 Planta do conjunto da Ribeira das Naus Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 A ideia da implanta o deste conjunto reflecte uma aproxima o do lugar com o rio alicer ada no mesmo princ pio de implanta o da Pra a do Com rcio Os esquissos ilustra o 228 e 229 do arquitecto reflectem a procura de uma rela o formal e de apropria o do espa o id ntica ao conceito conceptual da Pra a do Maria de F tima Lino Ferreira 294 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Com rcio Foi uma interpreta o pelo arquitecto das formas existentes sustentada no princ pio evocado nos subcap tulos 3 6 e 4 2 desta tese Na concep o destas formas a imagina o do arquitecto foi influenciada pelas formas exteriores existente Imagina o que abordamos no terceiro cap tulo Ao passar da imagina o ideia do seu espa o incorp reo invis vel para a sua materializa o a arquitectura acontece e passa para a esfera do f sico do vis vel de certo modo a exterioriza o do ser pela forma o esqui o procura de uma ideia que oriente uma finaliza o concreta o real A isto chamamos desejo de algo acontecer de se dar num determinado tempo e num determinado espa o Este conjunto refor a o nosso discurso quando alegamos que as formas exteriores s o reinterpretadas dando forma a
308. ist rico n o tem como intencionalidade primordial documentar a hist ria mas representar uma re constru o do Mundo Rodrigues 1998 p 59 Na actualidade na rejconstru o importante n o esquecer os valores do passado como alicerces da cria o produ o arquitect nica actual A actual arquitectura n o conta somente com o espa o mas tamb m com o tempo para fundamentar o seu acontecimento Enquanto a sua monumentalidade transmitida n o s pelas suas caracter sticas formais funcionais e est ticas mas tamb m pela sua capacidade de transforma o total da sua leveza estrutural e da sua adapta o cada vez mais imprevis vel aos lugares A nova arquitectura baseia se na experi ncia d se a posteriori respeitando os dados fornecidos a priori mas sem dar por isso porque o objecto para acontecer tem que for osamente ser limitado pela forma mat ria para ser coisa o pr prio objecto Cada vez mais estas novas linguagens pl sticas e os novos m todos arquitect nicos possibilitam o aparecimento de novos modos de ver e sentir a arquitectura quer pela contribui o de novos valores s cio culturais que Maria de F tima Lino Ferreira a0 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas implicam directamente no meio art stico e em concreto no campo da arquitectura quer pela obsess o que o Ser tem pelo progresso a fome de eternidade Como revelamos quan
309. iste uma vontade de uma objectividade pr pria em rela o tradi o O que leva descoberta e interpreta o da cultura cl ssica gergo romana o Classicismo N o se consegue com exactid o definir um per odo temporal para o Renascimento dado que o mesmo n o possuiu um conceito nico para toda a Europa Koch 1982 Em Portugal este movimento de renova o decorre no s culo XV com o impulso do monarca D Jo o Ill que desenvolveu a cultura Foi um per odo rico em termos culturais desta poca Cam es que mostrou no s culo seguinte que Portugal era o pa s das descobertas da ci ncia n utica e da experi ncia Nesta pequena narrativa hist rica queremos demonstrar que cada uma destas pocas marcada por tend ncias e estilos muito particulares que evidenciam experi ncias espaciais e viv ncias humanas distintas A evolu o da arquitectura portuguesa estendeu se ainda por um per odo de grandes altera es s cio pol ticas n o deixando de estar presente uma forte influ ncia externa dos fen menos internacionais de ndole pol tica que influenciou toda a Europa O povo portugu s alastrou pelo mundo o seu saber na poca dos descobrimentos reflectindo esse saber nas refer ncias que levavam para os Maria de F tima Lino Ferreira Ema O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas povos que colonizavam A arquitectura portuguesa teve a sua maior express o por meio das ideias a
310. itando as refer ncias hist ricas do lugar ilustra o 24 Ilustra o 30 Mahabalipuram Templo do Rio a Xiva Arte dos Pallava s culo VIII Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1031 157 Ilustra o 31 Tadj Mahall mausol u em m rmore branco Arte Mogol s culo XVII Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1031 157 Ilustra o 32 Templo do Byodo in em Uji o Hoo do ou Pavilh o do F nix 1053 Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1169 157 Ilustra o 33 Capela de Notre Dame du Haut Le Corbusier Ronchamp 1950 1955 Documento ic nico Fotografia Koogan 1983 p 1169 e E E T 157 Ilustra o 34 Decomposi o da forma Propor o e unidade Documento ic nico Fotografia Clark 1997 p 201 157 Ilustra o 35 Templo Romano de Diana em vora ilustra o nossa 166 Ilustra o 36 Bas lica de Santa Luzia em Viana do Castelo 1925 Souto p 220 o espessas a DR En o O ab a RD e 166 Ilustra o 37 S Nova de Coimbra em Coimbra 1547 e 1598 Souto p 58 T E RO RR T ORE DRE MD DR POIS RD RN URSO 166 Ilustra o 38 El Puente Romano de Alc ntara Documento ic nico Constru da em 104 d C Documento ic nico Litografia Serra Casals S rgio Morela orr ode me rara data las dama a pesada rec na iara
311. l ctica do exterior Resulta da necessidade de compreendermos o que nos vai no esp rito e leva nos formaliza o da mat ria onde se incarna a ideia e se realiza em termos f sicos essa necessidade espiritual o desejo materializado em arquitectura Dessa luta entre o evidente e o intelectualizado o Ser confronta se com a realidade vivencial do quotidiano e a ele busca a sua liga o aos factores intemporais ao eterno e eternidade o que est fora do 39 Mat ria aquilo de que uma coisa feita que ocupa espa o tem massa e pode impressionar os nossos sentidos corporais tudo o que n o espiritual e real 40 Imaterial Incorp reo impalp vel espiritual m o existe em fora de mat ria Maria de F tima Lino Ferreira Fe O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tempo n o temporal concep o plat nica radicalmente transcendentalista O Ser na busca do Divino nico que exclui qualquer mudan a 41 Refere Gaston Bachelard 1884 1962 no seu livro A Po tica do Espa o Ao seu valor de protec o que pode ser positivo ligam se tamb m valores imaginados e que logo se tornam dominantes O espa o percebido pela imagina o n o pode ser o espa o indiferente entregue mensura o e reflex o do ge metra um espa o vivido E vivido n o em sua positividade mas com todas as parcialidades da imagina o 989 p 19 Ilustra o 9 A procura
312. le pr prio se regenerar incessantemente No campo da arquitectura essa regenera o poder ser vi vel mediante duas vertentes a primeira alicer a se na reinterpreta o das formas j existentes surgindo formas adaptadas com liga o aos arqu tipos que irrompem da media o e explora o dos novos materiais e das novas tecnologias de constru o a segunda suporta se nas novas formas temporais que rompem com os arqu tipos existentes Na busca de novas formas na primeira metade do s culo XX 1900 1945 aparece de novo o conceito de centraliza o do Ser homem novo e arquitectura nova tal como acontecera com a descoberta no Renascimento 1420 1620 do mundo e do homem Gympel 2001 p 80 Teremos contudo de evidenciar que o Renascimento recupera o de um estilo de uma moda ou de um pensamento recuperou da Antiguidade Cl ssica um tipo de arquitectura que n o se debateu somente com a reprodu o exacta dessa arquitectura mas tentou sobrelevar um novo pensamento e um novo feito de ver o mundo de modo a super la As formas da arquitectura do passado devem se fundir com o conhecimento da realidade em movimento A an lise destas formas consiste na aprecia o e na verifica o da sua adequa o a essa realidade A arquitectura uma das formas espec ficas do conhecimento mediante a qual se organiza mediante determinado objectivo isto n o uma representa o abstracta de uma socieda
313. lon diz a este respeito que as rela es formais que existem numa determinada obra e entre v rias obras constituem entre si uma ordem definida produzem met foras que se aproximam da interpreta o do universo Possibilitando ao tempo acontecer A arquitectura pode e consegue transformar vis vel o tempo Permite a presen a do tempo atrav s dos edif cios que se convertem em hist ria testemunhos A arquitectura ambiciona o movimento no espa o e a eternidade no tempo patrim nio 225 cf Subcap tulo 3 5 Entre a mem ria e a imagina o Desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira 23G O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 5 ENTRE A TEORIA E A PRAXIS Escolhemos duas obras edificadas a Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o FPCE e a Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima Observat rio Europeu da Droga e Toxicodepend ncia AESM para analisar e comprovar o que teorizamos nos cap tulos apresentados tendo sempre presente o prop sito de projectar do Professor Arquitecto Manuel Tainha isto o de que a est tica e a tica n o se avalia perante teorias mas sim na pr tica da obra constru da 5 1 O ARQUITECTO MANUEL TAINHA Sendo uma regularidade observ vel em cada projecto que fa o e em que se manifesta toda a ess ncia do acto de encontrar uma forma a escala da opera o n o contudo uma lei N o uma regularidade nu
314. los nossos antepassados Excedendo as velhas ordens ultrapassar sem as esquecer at porque n o podemos esquecer o que est sempre presente com novas interpreta es no mbito da fenomenologia dotando ao campo arquitectural um novo ver e um novo sentir S uma Teoria da arquitectura fundada na hist ria e constituindo uma fenomenologia ou arquitecturologia nos poder capacitar para a descoberta dos c nones das leis das regras dos princ pios e das no es que fazem parte do modo operativo da arquitectura tradicional Dado que essa descoberta nos leva ess ncia da arquitectura como acto mental e nos deixa compreender que essas estrat gias s o intemporais e profundamente actuantes Braizinha 1989 p 40 O sentir sensibilidade emo o do Ser colabora minuciosamente no acto da cria o Pois sem sentimento faculdade interiorizada do nosso Ser n o existiria a criatividade inven o que a obra de arte transmite em tempos diferenciados Em termos simples poderemos dizer que a inven o art stica um entre muitos modos de transformar o quadro mental As inven es art sticas incidem sobre a consci ncia individual n o possuem qualquer objectivo terap utico ou explanat rio limitam se a alargar o leque das percep es humanas ampliando os canais do discurso emocional Kubler 2004 p 96 Maria de F tima Lino Ferreira 156 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das
315. ltural Ilustra o 56 Pal cio Nacional da Ajuda Lisboa Documento ic nico Fotografia Direc o Geral do Patrim nio Cultural Maria de F tima Lino Ferreira tia O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 57 Edif cio Domingos J Da Silva Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 106 Lisboa Ilustra o 58 Igreja N S de F tima Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 106 Lisboa r Ilustra o 59 Cottenelli Telmo a cria o do mundo Autoria de Jos Angelo Cottinelli Telmo para a Exposi o do Mundo Portugu s Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 p 107 Lisboa Ilustra o 60 Pousada de Santa B rbara Oliveira do Hospital 1957 66 Documento ic nico Do arquitecto Manuel Tainha Fotografia Dispon vel por Arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 61 Teot nio Pereira desenho margem Edif cio Franjinhas Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 p 98 Lisboa Ilustra o 62 Edif cio Simopre Documento ic nico Fotografia Arquitectura amp Constru o n 16 Novembro 2001 p 108 Lisboa Ilustra o 63 O sil ncio de Vair o Laborat rio Nacional de Investiga o Veteri
316. m de 1515 Lisboa ilustra o nossa Ilustra o 83 Novas arquitecturas Edif cio de Coordena o e Controlo Mar timo do Porto de Lisboa Documento ic nico Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 p 102 Costa Oeiras 2005 A forma existente d nos a possibilidade de descobrirmos novos esquemas de pensamentos imagin rios e reais tempo imagin rio e tempo real a partir dos quais os arquitectos artistas organizam diferentes formas Ele arquitecto n o s realiza mas inventa Inventa novas obras a partir de programas de um determinado princ pio experimentando e visando um modo de subjugar a mat ria a se conformar com o seu des gnio o de demonstrar e de implementar novas ordens novas regras e novos m todos Ilustra o 84 Bas lica Paestum Pormenor das Colunas da Bas lica d rica do s culo VI a C Janson 1989 p 121 Ilustra o 85 Paestum Segundo Templo de Hera Janson 1989 p 121 Ilustra o 86 O Templo de Poseidon Pesto It lia 460 a C Janson 1989 p 121 Maria de F tima Lino Ferreira 1893 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas CURE Ilustra o 87 Claude Nicholas Ledoux Perspectivas e corte da casa do director da Salinas de Arc y Senans Cerca de Besan on Fran a 1775 1779 Vidler 1987 p 55 MZADO ANTA SEON amp a munann PLANTA BAJA t PLANTA INTERMEDIA
317. m nio do distante implantada a um lado do lote a casa disp e se em forma de U aberto lateralmente para o remanescente do lote povoado de altos pinheiros e onde a sombra a sua luz o dom nio do recolhimento do sil ncio Tainha ARCHIT CTI n 25 s d Maria de F tima Lino Ferreira 299 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 218 Pousada Santa Barbara In cio dos anos 70 Fotografia dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha O Professor Arquitecto Manuel Tainha foi Presidente da Direc o do Sindicato Nacional dos Arquitectos entre 1960 a 1963 Co fundador e co director da Revista Bin rio at ao n 10 1958 Co fundador Director e Professor do Curso de Forma o Art stica da Sociedade Nacional de Belas Artes de 1965 a 1974 Professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade T cnica de Lisboa de 1976 a 1992 Professor Associado Convidado no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ci ncias e Tecnologia da Universidade de Coimbra de 1989 a 1993 e na Universidade Lus ada desde 1993 at actualidade Foi membro de The Architectural Association de Londres desde 1960 Foi co promotor do Inqu rito Arquitectura Regional Portuguesa que deu origem publica o do livro A Arquitectura Popular em Portugal A sua carreira foi distinguida atrav s da atribui o de v rios Pr mios Pr mio da Associa o Internacional dos Cr
318. m rica sem tempo nem lugar Muito pelo contr rio submete sempre o acto de projectar s conting ncias realidades e incertezas de um aqui e de um agora 226 Tainha 1994 p 95 sublinhado nosso A escolha do arquitecto Manuel Mendes Tainha nascido em 1922 deve se sua longa experi ncia no campo da arquitectura iniciada ap s a conclus o do curso em 1950 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa at aos dias de hoje e sua vast ssima obra efectuada durante mais de meio s culo Na sua ampla experi ncia que desenvolveu no decurso temporal do seu percurso pessoal e profissional constam v rias obras onde se incluem a Piscina do Tamariz no Estoril anos 50 e a recente obra erguida no Cais do Sodr a Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima e do Observat rio Europeu da Droga e Toxicodepend ncia instalada na Ribeira das Naus para a Administra o do Porto de Lisboa S o ainda de destacar os edif cios da Escola Superior de Tecnologia 226 aqui espa o e agora tempo Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Maria de F tima Lino Ferreira ai O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas de Tomar Instituto Polit cnico de Santar m a Escola de Regentes Agr colas de vora na Herdade da Mitra e a Escola Agro Industrial de Gr ndola Tio Ilustra o 216 Escola de Regentes Agr colas vora Anos 60 ilustra es dispon veis pelo arquitecto
319. m facto ocorre ante ou depois de um outro a nossa interpreta o do tempo resulta dessa constata o Este autor coloca a problem tica do tempo no intervalo entre as duas ocorr ncias sucessivas Isto para ele o pr prio tempo O que o torna inapreens vel a medi o ou tentativa de qualquer medida desse tempo entre essas duas ocorr ncias Como o pr prio autor refere Toda e qualquer medida desse tempo consiste unicamente em contar o n mero de ocorr ncias de um dado tipo por exemplo a altern ncia do dia e da noite Jacquard 1999 p 44 Mediante os argumentos expressos quer por Emmanuel L vinas que declarou que o passado e o futuro s o perdas da presen a L vinas 1984 quer por Hans Reichenbach The present is the only reality While it slips away we enter into a new present thus always remainning in the eternal Now 2000 p 2 encontramos uma problem tica que demonstra o pensamento advogado por Albert Jacquard quando se refere inquieta o do conceito do instante Arist teles 384 a C 322 a C 66 discursou sobre o tempo e usou pela primeira vez a designa o de instante A alma8 apreende que existem dois instantes um antes e um outro depois nesta passagem que denotam o tempo Retira se deste fundamento que o instante pode determinar o tempo Os instantes sucessivos contribuem assim para a continuidade temporal Segundo Leibniz 1646 1716 o tem
320. m termos sociais Se associarmos o antigo ao moderno e ligarmo los pelo sentido hist rico depreendemos como estes dois tempos diferenciados delineiam uma continuidade hist rica pois um a sucess o do outro242 5 2 2 FACULDADE DE PSICOLOGIA E CI NCIAS SOCIAIS DA EDUCA O FPCE A cidade vista como lugar de rituais e de multiculturalismo do urbano como recinto onde as leis e a contrariedade est o representadas como constituintes da pr pria cidade e na sua engrenagem Mas as cidades na sua evolu o necessitam da mem ria urbana N o poss vel entender a evolu o da arquitectura e do urbanismo sem ter em conta as suas cont nuas rela es entre a Arte e o Ser Neste contexto o Ser atrav s dos edif cios como reflexos da actua o do Ser impulsionados pelo desejo243 e pela necessidade de habitar o espa o ordena e organiza o lugar impondo escalas hier rquicas e ritmos arquitectura como lugar Thornberg 1996 Yo creo que puedo decirse que todos os temas de arquitectura pueden ser retomados pero que en todos debe ser superado el gardo de particularidad hist rica en el que se han definido Monesstiroli 1993 p 27 As obras em estudo na sua apropria o do espa o e perdurabilidade no decurso temporal exprimem de certo modo o conte do desta frase Estes edif cios concebidos pelo arquitecto Manuel Tainha possuem caracter sticas que os englobam no conte do dos cap tulos j enunci
321. marcas no espa o anunciam o movimento a dura o do tempo ao percorrer esse mesmo espa o Denota se a presen a de uma aus ncia isto um ser que ali passou mas j n o est l ausente invis vel na sua massa corp rea mas vis vel na sua exist ncia Embora ausente ele existe mas n o naquele instante e naquele espa o Maria de F tima Lino Ferreira 83 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 2 2 INTELIGIBILIDADE DO TEMPO HIPOT TICA DEFINI O Inapreens vel o tempo parece n o ter ser Reis 1992 p 141 Our observations of physical things our feelings and emotions and our thinking processes extend through time and cannot escape the steady current that flows unhaltingly from the past by way of the present to the futured6 Reichenbach 2000 p 2 Ilustra o 11 Ideias luminosas Jo o Alves 6 Mar 2006 Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www http olhares com gt A palavra tempo surge numa primeira defini o associado a uma ideia de algo oculto e misterioso associado a um saber m tico e transcendente Sanches 1991 numa segunda defini o associado a um cont nuo vivencial que num processo sucessivo e incessante avalia as coisas e os acontecimentos exteriores a n s pr prios nos objectos que nos conduzem a uma esp cie de impassibilidade interior Mas na segunda defini o que o tempo se torna intelig vel isto com
322. mesmo Hanno Walte Kruft que nos estimulam quer a mem ria quer a imagina o como narrativas textuais e figurativas de obras passadas A quest o em causa tem fortes liga es de interpreta o da nossa rela o com o tempo e com o espa o como arquivo 184 Evocamos o aparecer do tempo atrav s das rela es formais e materiais mantendo a possibilidade da reversibilidade mediante um interc mbio sincr nico passado presentificado atrav s da presen a material dos objectos 169 importante para a compreens o dos registos que o Ser por necessidade e ou desejo foi deixando no espa o E pela dura o e perman ncia esses registos chegaram aos nossos dias e se os deixarmos no seu lugar j apropriado inevitavelmente chegar o certamente ao futuro o modo como o tempo se materializa atrav s da perman ncia dos objectos correspondendo ao factor temporal da arquitectura a possibilidade de se verificar que o tempo fen meno transcendental que existe na nossa consci ncia pela forma dos objectos e pela sua dura o Torna se assim real Lacey 1972 p 41 Conquanto Santo Agostinho tenha conclu do que Somente o presente existe Isto s o que est contido no presente existe ou ainda s as coisas presentes 164 cr Subcap tulo 3 3 O Objecto arquitect nico como interlocutor da clarivid ncia temporal o espa o como arquivo 165 Passado presentificado atrav s dos objectos arquit
323. mico de los elementos pesados Sostres 1983 p 13 O que consagrou o esp rito sobre a mat ria possibilitando que o interior do sujeito se desse evid ncia atrav s da materializa o da forma ao exterior Concretiza se por media o entre espa o interior e exterior do sujeito o invis vel e o vis vel da forma Certas ideologias n o consideravam e hoje ainda algumas n o o consideram as regras da anterioridade como importantes e inevit veis Resultando por rever ncia e por ruptura formas fantasistas n o regradas pela norma vis vel do existente23 mas sim pela imagina o 4 e pela utopia 5 A explica o que 22 Cf Subcap tulo 2 3 O Intemporal tranced ncia A Eternidade o Ser e Theos 23 Norma vis vel existente entendida como procedimento direc o comum no reconhecimento do que vis vel palp vel e descortin vel na forma existente da mat ria 24 Imagina o Acto ou efeito de imaginar faculdade de criar imagens fantasia pensamento coisa imaginada A imagina o referida no contexto da criatividade cria o inventiva capacidade de representa o dos objectos acontecimentos ou rela es ainda n o observados Maria de F tima Lino Ferreira 64 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas provavelmente sustentou o que Ignasi de Sol Morales afirmou no seu livro intitulado Diferencias Topografia de la arquitectura contempor nea que a explica o do
324. modo de reinterpreta o da arte do seu tempo e a cultura de um povo por sua vez processada atrav s da hist ria narrativa dos objectos arquitect nicos O desejo de se converter este espa o urbano num lugar privilegiado cuidado e equilibrado numa nica etapa temporal e num mesmo lugar permitiu contextualizar duas realidades urbanas distintas o novo e o antigo numa interdepend ncia funcional entre a exist ncia o edif cio do palacete e a nova constru o constitu da por dois corpos lineares paralelos entre si e perpendiculares ao rio que delimitam um espa o exterior tornando o numa pra a Esta dualidade entre o antigo e o novo articula entre si tamb m dois tempos distintos Ernesto Rogers defendeu que nas condi es contempor neas o moderno s o conseguia ser desde que no presente fosse poss vel tornar o Maria de F tima Lino Ferreira 267 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas sentido vivo da hist ria Montaner 2005 Mais importante que a arquitectura n o seja s moderna e colectiva mas seja utilit ria imaginativa e integrada na realidade urbana Estas rela es antigo e moderno s o fontes antropol gicas para reconstruir uma linguagem arquitect nica comunic vel e vari vel Dependente da cultura do lugar mas actualizando se modernidade num mundo complexo e diversificado corresponde uma arquitectura activa entendida como work in progress como
325. mortalizam o Ser tornam se hist ria pois em hist ria tudo realiza o dos indiv duos e estes encontram se sempre numa determinada posi o tamb m definida pelo espa o e pelo tempo O seu comportamento ser sempre produto das suas capacidades inatas e da sua posi o No entanto a obra arquitect nica n o apenas um n cleo de experi ncias pessoais complexas ela pr pria possui outros tipos de complexidade que faz com que se relacione entre a causa e o efeito entre o erguido e o destru do entre o conceptual e o realiz vel O ju zo depende dos materiais que a indaga o hist rica vai trazendo luz e sobretudo das varia es da consci ncia cultural que se afirma depurada e torna exigente medida que a pr pria cultura se aprofunda e alarga Sanches 1991 p 11 Maria de F tima Lino Ferreira 2al O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Sempre existiu uma pol mica sobre a monumentalidade Os novos temas que apareceram custa do progresso industrial forneceram novos conceitos sobre o construir e o habitar o espa o que durante s culos tinham vingado A arquitectura hist rica sustentou se sempre na inconfund vel percep o dos edif cios mais representativos das institui es quer religiosas comerciais ou governamentais Os edif cios como bazares esta es de caminhos de ferro f bricas estabelecimentos hospitalares edif cios habitacionais entre outras fun es nun
326. mporal Maria de F tima Lino Ferreira 131 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas entendimento sem a mat ria o tempo n o pode ser percept vel Sustentando se numa conex o em que o observado dado consci ncia do Ser permitindo por sua vez atrav s dele obter a consciencializa o do tempo Sem homens sem consci ncia existiria o tempo Poder n o existir como subst ncia independente mas existe realmente na qualidade da forma do Ser atrav s da percep o dos edif cios existentes que pela sua perenidade se associam ordem temporal dando um sentido ao tempo o tempo arquitect nico Estes edif cios denunciam as v rias temporalidades que atravessaram 1 Os homens passam mas as obras permanecem 11 Reis 1994 p 77 Nesse trajecto temporal os objectos que s o produtos culturais ou apenas funcionais s o sempre o reflexo da civiliza o que os concebeu S o enunciados das ac es do Ser e s o condicionantes do conhecer Na vis o de Mircea Eliade 1907 1986 a pergunta que fizemos s pode ter a seguinte resposta o tempo n o nasceu com o nosso universo o tempo precede a exist ncia e poder fazer nascer outros universos Eliade 1992 p 20 e ainda afirma que o tempo objecto da ci ncia Ao contr rio das alega es de Bergson ou mesmo de Heidegger que defendiam que o tempo por ser de uma extrema complexidade n o poderia ser objecto
327. n oise 1992 L All gorie du Patrimoine La Couleur des id es Paris Editions du Seuil CLARK Roger H e Michael Pause 1997 Arquitectura temas de composici n Barcelona EDICIONES Gustavo Gili S A CORNELIS Van de Vem 1981 El Espacio en Arquitectura Madrid C tedra CORT S Juan Ant nio 2003 Modernidad y Arquitectura Una Ideia Alternativa de Modernidad en el Arte Moderno Secretariado de Publicaciones e Intercambio Editorial Universidad de Valladolid COSTA A Ramos 1923 Espa o Mat ria Tempo ou a Trilogia Einsteiniana Lisboa Publica es Lucas CUNHA Tito Cardoso 1997 Universal Singular Filosofia e Biografia na obra de J P Sartre Lisboa Fim de S culo Edi es Lda CUVILLIER Armand 1986 Vocabul rio de Filosofia s l Livros Horizonte D CIO Bo cio de A Eternidade do Mundo s Edi es Colibri Universalia s d Maria de F tima Lino Ferreira 312 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas DAVIES Paul 2003 Como Construir Uma M quina do Tempo Lisboa Gradiva Publica es DAWKINS Richard 2007 The God Delusion Great Britain Black Swan edition published DELUMEAU Jean 1997 As Grandes Religi es do Mundo Lisboa Editorial Presen a D Z Marta Llorente 2000 El Saber de la arquitectura y de las artes La formaci n de un mbito de conocimiento desde la Antiguidad hasta el siglo XVII Barcelona Edicion
328. n ria Documento ic nico Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro 2001 p 88 Lisboa Ilustra o 64 A FIL acr nimo para Feira Internacional de Lisboa Documento ic nico Fotografia s l s n 2001 Lisboa Ilustra o 65 Uma escultura no territ rio Est dio de Braga Arquitectura amp Constru o n 25 Mar o de 2004 p 96 Lisboa Ilustra o 66 O espelho dos sentidos Casa em Ponte de Lima Arquitectura amp Constru o n 29 Mar o de 2004 p 75 Lisboa Ilustra o 67 Biblioteca Central Biblioteca Central do P lo Universit rio de Ponta Delgada Arquitectura amp Constru o n 35 Fevereiro Mar o 2006 p 121 Lisboa Ilustra o 68 Teatro Municipal Teatro Municipal da Guarda Arquitectura amp Constru o n 36 Abril Maio de 2006 p 98 Lisboa 176 Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A apresenta o destes edif cios em termos cronol gico permite nos atrav s do espa o obter uma leitura temporal Apreendemos a evolu o hist rica os novos conceitos as diferentes apropria es do espa o e as variad ssimas formas ao longo do tempo tempo hist rico associado ao tempo arquitect nico Objectivamos deste modo o tempo arquitect nico mediante as v rias temporalidades demonstrativas da adaptabilidade dos edif cios s exig ncias cada vez maiore
329. n vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2012 Ilustra o 237 Um dos dois volume que se projectam perpendicularmente ao rio Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 238 Al ados do Palacete do Rel gio Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Alexandre Marques Pereira 2012 Ilustra o 239 Planta de um dos do piso Do Palacete Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Alexandre Marques Pereira 2012 Maria de F tima Lino Ferreira Se O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O palacete do rel gio de constru o de inspira o francesa estilo Beaux Aris De influ ncia estil stica dos finais do s culo XIX foi constru do na segunda d cada do s culo XX not rio desfasamento temporal entre o estilo e a sua constru o A rela o do edif cio antigo do conjunto edificado da Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA com a nova edifica o contempor nea proposta independentemente do nosso gosto Dorfles 2001 certifica uma proximidade de racioc nios sucessivos que criam um princ pio e um fim Uma direc o denunciadora simultaneamente de um tempo passado e de um tempo presente continuidade temporal das obras edificadas Em toda a obra constru da pelo arquitecto Manuel Tainha podemos constatar o tempo e o Lugar numa rela o entre erudi o e modernidade o vern culo e o cl ssico
330. nagem temporal invis vel aflu ncia impl cita do tempo pela dura o A ac o impulsionadora pelo movimento do Ser no espa o Este movimento decorrente do tempo associa se a uma traject ria espacial vivenciada que localiza o Ser numa correla o espa o temporal que lhe permite obter a percep o da sua implanta o na terra e na sua rela o com a dura o no tempo aus ncia Segundo Fran ois Robert 1995 o tempo inapreens vel pois parece n o ter Ser uma aporia 2 Uma interpreta o poss vel de que o tempo flui pelo espa o exterior atrav s da mat ria e pelo n o espa o interior atrav s do esp rito No primeiro mat ria corporalidade baseado no racioc nio de Merleau Ponty surge por deriva o e por evoca o do invis vel se tornar vis vel Mas no segundo esp rito que se centram as quest es n o da percep o comum mas da percep o est tica 3 Nesta ltima o invis vel o canal fundamental de cria o e de realiza o Por outras palavras podemos afirmar que a passagem do invis vel para o vis vel se faz atrav s de representa es mesmo as mais abstractas que visam um encontro com a inteligibilidade 14 O espa o exterior ao Ser sendo ele espa o o suporte do movimento e da desloca o do Ser O movimento n o captado e entendido em estado puro mas sim associado aos objectos e s coordenadas do espa o E o Tempo O Tempo nunca se encont
331. nal de Arquitectura SUM RIO PRI ali o e 5 6751 o AREDRRGR as dp AMRS RUNNER DD RR RS ORE RR RR RD AN RR E RE 11 AUTAZ O C O SONI O caras pesia dar Sidi rated penta ae EIA Dead dona dead are dra EO Riad usados 12 Otema S 0 CONUS usas susana nes i passo ea SD asas s sra sara E asd gra 1 3 M todo de Investiga o Metodologia i erra 2 Percep o do TEMPO ssaseseriguss pnaceaaasEno nos Adgde ass spas ade PET dessas nsL abala Ei ganas 2 1 O paradigma entre o vis vel Arquitectura e o invis vel Tempo A presen a da AUISONCIA EE EEE E Ros ed bs ao Eras tas ais ganha dos LARS sho AIC d AET Ga SDL Bda 2 2 Inteligibilidade do Tempo Sua hipot tica defini o iiii 2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Ser e Theos 2 4 A transcend ncia do Ser atrav s da Arquitectura O in h jumano 2 5 A vis o temporal na actualidade A pluralidade e o cepticismo sobre o Tempo 3 Confrontos entre Arquitectura e Tempo ii siena 3 1 Compasso temporal na constitui o da hist ria A arte modeladora do espa o e da Mst ria sera ss ESTAS READ CD Ta E a te Ra SLEEP 3 2 Arte modeladora da Hist ria Arquitectura como reflexo da Hist ria 3 3 O objecto arquitect nico como interlocutor da clarivid ncia temporal O espa o COMO ANQUIVO iarsoin dari ieri uide a Aa aee aai eara Eta Pdd lada e
332. namento entre as pessoas e na pr pria comunidade 137 157 a colheita dos testemunhos pode ser ainda mais rica entre os documentos n o escritos porque a ideologia encontra uma express o por vezes mais directa e significativa nas articula es de vest gios vis veis Neste dom nio particular e central da hist ria das sociedades a investiga o deve prestar grande aten o a todos os objectos figurativos estrutura dos monumentos sua decora o e a esse material documental de enorme valor que constituem tamb m todas as imagens esculpidas ou pintadas Le Groff et al 1977 p 183 Maria de F tima Lino Ferreira 16a O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Neste novo confronto relacionam se novamente o tempo humano e o tempo hist rico Este ltimo um m ltiplo do tempo humano embora muito mais longo transcende os limites da vida humana o qual se comp e de sucessivas gera es como unidade de medida Conclui se deste modo que no tempo hist rico reside o tempo arquitect nico De facto na observa o dos monumentos conjunto ou isolado poderemos dizer que poss vel medir o tempo e assim teremos n o s expresso o tempo na arquitectura mas tamb m a arquitectura no tempo O primeiro reporta nos a uma sucess o cont nua do tempo e sua influ ncia sobre a arquitectura O segundo a uma retrospectiva da arquitectura no tempo por
333. nas novas formas quer nas formas existentes A cidade tradicional fundamental para o monumento moderno Import ncia mais tarde validada pelas preocupa es que as cartas internacionais vieram despertar na qualifica o e preserva o do patrim nio Numa Narrativa evolutiva destacamos alguns edif cios que marcaram o territ rio e demonstram no tempo a sua perman ncia Hoje considerados monumentos e testemunhos edificados Iniciamos este pequeno percurso nas primeiras habita es romanas que se conhecem Deste per odo destacamos a vila romana de Con mbriga Como edif cio mais emblem tico da influ ncia romana em terras lusitanas temos o Templo Romano de Diana em vora datado de 2 3 a C Saraiva 1989 Ilustra o 165 Maior templo romano Beja Arque logos encontraram uma pegada no maior templo do pa s P blico 22 Outubro 2011 Lisboa Ilustra o 166 Maior templo romano Beja P blico 22 Outubro 2011 Lisboa Ilustra o 167 Ru nas da Vila romana de Con mbriga Condeixa a Nova Ilustra o nossa Da arquitectura rom nico bizantino evidenciamos a Bas lica de Santa Luzia em Viana do Castelo com planta de cruz grega que ficou conclu da em 1925 projectada por Miguel Nogueira que sucedeu ao arquitecto Ventura Terra A cristandade definiu uma nova vis o do mundo pelo que a concep o do espa o do templo volta se para o centro segundo um eixo de encaminhamento para
334. ncia do passado n o tem como significado a defesa de estilos emprestados neo s revivalismo de estilos de uma poca j passada Tudo tem o seu tempo origin rio e o seu momento de cria o 189 C pia o acto ou efeito de copiar reprodu o de uma obra de arte imita o Pl gio abund ncia grande quantidade Maria de F tima Lino Ferreira 213 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas alertando que a ac o humana radicalmente subjectiva Esta causalidade explicada anteriormente est notoriamente associado a uma interven o no real no espa o concreto onde a arquitectura se materializa Medindo o seu empenho no mbito da pr pria interven o Como refere Boaventura Santos Afinal causa apenas aquilo sobre que se pode agir Santos 1987 p 36 ou seja a arquitectura um campo de actu o a onde se pode agir O reconhecimento da autenticidade dilui se e desvanesse se com a germina o repetitiva da produ o j n o possuimos um exemplar singular mas sim a sua repetita imita o como refere Anna Pages no seu livro Al Filo Del Pasado La possibilidad de otorgar al presente desde el pasado y viceversa un nuevo sentido una nueva dimensi n de autenticidad cuya r plica en s rie resulte imposible Pag s 2006 p 23 Debatemo nos com a quest o da necessidade de uma nova monumentalidade 190 associado possibilidade de convertendo a arquitectura a
335. ncia e existem v rias ci ncias Religi o pode ser definida como um conjunto de cren as que est o relacionadas com o que a humanidade considera sobrenatural transcendente divino e sagrado bem como as regras e os rituais que derivam dessas cren as Maria de F tima Lino Ferreira 194 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas No campo da compreens o a religi o tem recuado em favor da ci ncia Lima 2002 p 38 pois esta ltima sustenta se no conhecimento definido e objectivo Segundo Bertrand Russel 1872 1974 Todo o conhecimento definido pertence ci ncia e todo o dogma quanto ao que ultrapassa o conhecimento definido pertence teologia Russel 1971 Numerosas religi es afirmam que a natureza essencial de Deus incognosc vel Na realidade a religi o consistente em especula es sobre os assuntos divinos os quais o conhecimento exacto n o consegue atingir A ci ncia por sua vez alicer a se na raz o humana Como escreve Keith Ward no seu livro Deus e os Fil sofos a ci ncia tem explicado muito bem o mundo sem ter necessidade de recorrer a Deus Por constru o ou por m todo a ci ncia exclui Deus do seu campo de experimenta o pois conclui se que ci ncia se recusa a fazer entrar nas suas explica es sobre o mundo uma for a sobrenatural e incognosc vel A religi o uma institui o reguladora que interfere mais do que se julga em todo
336. ndo Jean Baudrillard 1929 2007 a tradi o est alicer ada no passado e a modernidade estar centrada no futuro S o estas dicotomias e duplicidades que possibilitam a pr pria historicidade humana 20 e promovem a motiva o arquitect nica O Devir hist rico n o previs vel nem a ci ncia nos colocar disposi o cartilhas que nos permitam observar a evid ncia do futuro Certo que o progresso cient fico e tecnol gico tem mostrado um grande desenvolvimento em muitas reas do conhecimento interferindo na acelera o imediatista de obten o dos dados da hist ria A acelera o movimento dos acontecimentos que h cem anos a cultura Ocidental tem vindo a impor marcou a hist ria com per odos de exuber ncia e de turbul ncia A viragem de um mil nio n o tem necessariamente que estar relacionado e coincidente com o convencionalismo temporal da hist ria isto o in cio e o fim de grandes per odos ou pocas As revolu es pol ticas t cnicas cient ficas socio econ micas e culturais est o mais associadas aos factos ou acontecimentos singulares marcantes do que vinculadas a per odos determinados pela viragem de s culos No entanto a descodifica o destas revolu es s ser poss vel se inseridas num desenrolar espa o temporal onde a hist ria se faz Nada definitivo e muito menos as ideias os sistemas os homens as ditaduras as democracias as rep blicas as monarquias as na
337. nica fazendo a depender a priori do esp rito criador No entanto a mat ria n o questiona o esp rito at porque sendo ela a posterior n o tem capacidade de questionar o que lhe deu origem Por esse motivo necessita dele o esp rito o lado inumano da ideia da raz o humana que leva cria o arquitect nica Ruskin j havia proclamado que a grande virtude da arte era a sua capacidade de incorporafr as coisas que n o t m medida e imortaliza r as coisas que n o t m dura o Francastel 1983 p 34 Deduzimos e cumpre nos dizer ainda que a mat ria poder se libertar do esp rito que a criou quando se d a sua realiza o prestando se assim ao di logo porque ela existe entre o emissor o artista singular e o receptor o p blico universal A arte pressup e e exige uma comunicabilidade e atrav s dela que o Ser comunica o seu pensamento Esta comunicabilidade com sentido universal nunca dever impor se como uma universalidade da materializa o da arte porque a optimiza o da arte ser sem d vida o seu fim A sua originalidade incomensur vel e simultaneamente intemporal pois reside nesse ponto a sua inumanidade 93 O processo de civiliza o pressup e e imp e forma es homog neas em detrimento daquilo que heterog neo o que induz progressiva anula o de espa os que transmitem a original a singularidade o estranho e a diferen a Existe
338. nico Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Tese de Doutoramento em Comunica o Visual em Arquitectura COSTA Ant nio Manuel da 1998 Pensamento absoluto Arqu tipo e Ideal Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Disserta o de Mestrado em Cultura Arquitect nica Contempor nea e Constru o da Sociedade Moderna COSTA Manuel J R Couceiro da 1992 Perspectiva e Arquitectura Uma express o da intelig ncia no trabalho de concep o Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Tese de Doutoramento em Arquitectura na especialidade de Comunica o Visual CRUZ Maria Teresa Pimentel Peito 1998 Investiga es sobre a Modernidade Est tica Sobre a Arte Est tica e T cnica Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas 1998 Tese doutorsmento CRUZ M Braga da 1989 Teorias Sociol gicas antologia de textos Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian Servi o de Educa o manuais universit rios CUST DIO Jorge 1994 De Alexandre Herculano Carta de Veneza 1837 1964 Dar Futuro ao Passado Lisboa Instituto Portugu s do Patrim nio Arquitect nico e Arqueol gico DASTUR Fran oise Heidegger e a Quest o do Tempo Pensamento e filosofia Lisboa Instituto Piaget s d DAVIES Paul 2003 Como Construir Uma M quina do Tempo Lisboa Gradiva Publica es DELEUZE Gilles A Filosofia Cr tica de KA
339. nos fala Josep Maria Montaner Montaner 2008 p 21 Esta imposi o de rela o foi mais cumulativa adi o da forma existente s novas formas temporais e n o disjuntiva diferenciada pela negatividade Foi este um dos grandes desafios da concep o Numa fase imaginativa invis vel no exterior mas existente em termos mentais das formas o arquitecto configura e sustenta uma ideia em pensamento que se alicer a em conceitos existentes na sequ ncia de imagens e de acontecimentos Como j afirmamos anteriormente nenhuma imagem indissoci vel de todas as que a procedem e das que se lhe seguem As refer ncias do lugar dotam o espa o de informa o urbana e hist rica O espa o analisado como um espa o museogr fico22 Ajudando formaliza o de novas ideias bem como permite estabelecer as hierarquias do lugar Ao passar da imagina o ideia do seu espa o incorp reo invis vel para a sua materializa o a arquitectura acontece e passa para a esfera do f sico do vis vel de certo modo a exterioriza o do Ser pela forma o esquisso procura de uma ideia que oriente uma finaliza o concreta o real Este processamento alimentado pelo desejo de algo acontecer de se dar num determinado tempo e num determinado espa o Pois todo o desejo como j o referimos o desejo materializado em arquitectura subcap tulo 3 5 desta tese e demonstramos pretende converter se em realidade
340. novas formas do Devir Encontramos neste conjunto uma liga o entre dois tempos diferenciados o tempo inaugural do palacete e o tempo dos remanescentes volumes que comp em este conjunto A simbiose entre estas temporalidades foi bem conseguida palacete e as formas adicionadas n o se perdeu a identidade do palacete sustentada na refer ncia como elemento significativo e significante para a cidade bem como prevaleceu o seu valor como testemunho de um tempo passado Esta valoriza o acompanhou as novas formas propostas que se projectam perpendicularmente ao rio numa adapta o positiva ao existente Poderemos concluir que nesta obra o arquitecto conseguiu estabilizar a forma tradicional pautada pelo palacete concedendo lhe a mesma dignidade formal de outrora testemunho Em simult neo dotou o espa o de novas formas as quais se adicionaram positivamente ao existente Estabelecendo uma hierarquia na estrutura do lugar partindo do mesmo crit rio regulador da Pra a do Com rcio Terreiro do Pa o Nenhuma imagem indissoci vel de todas as que a precedem e das que se lhe seguem Francastel 1983 p 30 Maria de F tima Lino Ferreira 264 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas D m CE aN Ilustra o 226 A viv ncia dos espa os exteriores no decurso do tempo Pra a do Com rcio O sentido da concep o de pra a mant m se ao longo do temp
341. novo conhecimento sobre a antiguidade e o modo de ver o universo fez com que os homens se saturassem dos sistemas impostos as pris es mentais como caracterizou Bertrand Russel 1872 1974 consagrados na Idade M dia Segundo H W Janson no seu livro Hist ria da Arte refere o facto ineg vel de ter sido a Renascen a o primeiro per odo da hist ria consciente da sua pr pria exist ncia e que cunhou um termo para se designar a si pr prio 119 Janson 1989 p 366 Este o pr prio conceito de modernidade o que traduz a capacidade de reconhecimento do florescimento de uma poca que se situa em rela o ao passado antiguidade numa posi o de reconhecimento e de compreens o de si pr pria com a finalidade de se notar pela diferencia o pela passagem de um estagio antigo para um outro moderno Num des gnio de autonomia mas tamb m por sua vez numa situa o de maior depend ncia do Ser A centralidade no Ser nesta disserta o tem como ve culo a humaniza o sustentando nos num ideal humano O rejnascimento isto o ideal do humanismo que se formalizou naquela poca 1300 e 1650 foi o factor que mobilizou o aperfei oamento e tornou se o empolgamento de uma nova actualidade A Renascen a foi um tempo de renova o cultural que inspirou o futuro e a modernidade em v rios dom nios do conhecimento do saber e das 17 Intentamos e indagamos os fundamentos e prop sitos de um renascer tal
342. nt fico Verifica se que n o poderia explicar o tempo e a arquitectura sem um protagonista muito importante o Ser A raz o consiste na capacidade racional mas emotiva de o Ser captar e interpretar o que lhe rodeia A consci ncia de si mesmo permite lhe interpretar as reac es que a velocidade do progresso associado ao factor temporal tem contribu do ou n o para a evolu o e para a continuidade hist rica N o nos interessa uma narrativa hist rica da arquitectura queremos uma abordagem inovadora virada para o Devir com a presen a do aceit vel passado de modo a garantir um equil brio representativo das viv ncias actuais Orienta es que t m vindo a fortalecer e a reivindicar para a rea do patrim nio Falar de patrim nio pressup e de imediato o tempo e inerente a este a import ncia da pr pria hist ria O nosso discurso a favor da valoriza o das ra zes que caracterizam cada povo E essa valoriza o passa pela perman ncia do que realmente significativo e significante para o Ser N o se coloca este aspecto como profici ncia inalter vel pelo contr rio poder se encontrar um equil brio entre o permanente e o que surge como adi o O discurso dever ser elaborado no 5 O homem toma consci ncia de si no momento em que pela primeira vez diz Eu Compreender o homem pela compreens o da sua origem pois compreender a origem do Eu Koj ve 1998 p 5 6
343. nt ria do Ser que realiza no presente uma obra para que o futuro a contemple a qual foi influenciada a partir do conhecimento adquirido no passado o tempo humano para fundamentar a consist ncia da elabora o da hist ria tempo sociol gico e tempo hist rico A mat ria comporta uma inten o uma finalidade ou seja realiza se pelas formas A mat ria a alimenta o da arte sem a qual n o s deixaria de o ser como a sua realiza o n o seria concretiz vel Esta voca o formal da mat ria um ve culo n o apenas de utilidade uso para o Ser mas tamb m porque assim evoca sensa es e se presta a um tratamento espec fico imposta pelo sujeito que a elabora influenciado pela sua interpreta o do que percepciona suscitando imensos efeitos que levam cria o de outras formas203 Toda a arte que estimule estas sensa es apela aos sentidos e ao sentimento que atribui ao seu maior cr tico o Ser a possibilidade de ficar os momentos emotivos da vida O lugar das formas fixado no espa o e por conseguinte o da mat ria Mas as formas n o est o limitadas em sua extens o material pois delimitam se e moldam o espa o Gidien 1968 p XXIV Existe uma interliga o entre o espa o e as formas que caracterizam a obra de arte rela o na qual o espa o se deixa definir Espa o esse em que decorre a nossa vida e no qual a forma se baseia para ser mat ria A forma arquitect nica n o tem outra exis
344. nterpreta o das formas modernidade em movimento O tempo ininterrupto e interromp vel t m sido para o Ser a linearidade da sucess o de minutos de horas de dias de anos e de s culos numa aplica o cultural europeia O tempo tornou se como num dado importante na elabora o dos sistemas humanos Na nossa poca e acompanhando uma crise demolidora da pr pria mat ria e esp rito estes conceitos foram abalados Associaram sua explica o cronol gica linear relativa dependente tamb m das ci ncias sociais e naturais Medi es que entram na vida do Ser que as atravessa e as percepciona Macie et al 1999 A modernidade pode ser concebida como processo de diferentes reinvoca es do est tico em campos aut nomos consequ ncia da racionaliza o de quase todas as reas do saber e da pr pria sociedade porque segundo afirma Octavio Paz La modernidade nunca es ella misma siempre es otra Paz 1990 p 87 O princ pio da modernidade neste contexto n o se identifica com identidade e repeti o mas sim mais do que deveria com a mudan a constru o destrui o constru o Desvanece a ideia de um tempo circular m tico da antiguidade e substitui se pelo tempo linear e cont nuo A modernidade encontra nos contr rios tradi o vern culo cl ssico e hist rico e a inova o Devir novos c digos formais espaciais e temporais A oposi o ao passado ter sido a sua nov
345. nterpreta o das formas FERNANDES Jos Manuel 1991 A Arquitectura S ntese da Cultura Portuguesa Lisboa Imprensa Nacional Casa da Moeda FERNANDES Jos Manuel 2005 Arquitectura Portuguesa Temas Actuais II Lisboa Livros Cotovia colec o tr s raz es FERREIRA Carlos Antero 1991 Simp sio Europeu das Empresas de Restauro do Patrim nio Monumental Hemiciclo do Conselho da Europa Strasbourg Restauro dos Monumentos Hist ricos Restaurar porqu Restaurar o qu Restaurar quando e como FERREIRA Virg lio 1965 76 77 87 Espa o do Invis vel ensaios 4 volumes FIGUEIREDO Pedro Fernandes Tomaz de Ara jo 1967 O Tempo em Husser estudo das liga es sobre fenomenologia da consci ncia interna do tempo Porto Faculdade de Letras do Porto Disserta o de Licenciatura em Filosofia FRAGOSO Maria de F tima Lino Ferreira Fragoso 2001 O Espa o e o Tempo na Arquitectura Um Contributo Fenomenol gico e Ontol gico para uma Nova Vis o da Arquitectura Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Disserta o de Mestrado FRAN A Jos 1997 Augusto Urban smo e Arquitectura 3 ed Lisboa Livros Horizonte FRAN A Jos Augusto 1991 A arte em Portugal no s culo XX 3 edi o Lisboa Bertrand Editora FRANC S Robert 1979 Psychologia de L Art et L Esthetique Paris Press Universitaires de France FREITAG Michel 2004 Arqui
346. ntido da Maria de F tima Lino Ferreira I O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas filosofia veio ajudar a uma nova perspectiva o em v rias reas do saber que comp em o campo da filosofia contempor nea O Sertentou imobilizar o tempo nos registos escritos teorias doutrinas que fundamentava hip tese objectiva ou subjectiva de maneira a garantir que os que viessem num tempo depois pudessem fazer uso desse conhecimento Hoje esses registos v o mais al m do que o mero papel e logicamente o tempo adquire novo aspecto e import ncia no relacionamento entre as pessoas e na pr pria comunidade Neste novo confronto relacionam se o tempo humano e o tempo hist rico Este ltimo um m ltiplo do tempo humano embora muito mais longo transcende os limites da vida humana o qual se comp e de sucessivas gera es como unidade de medida Conclui se deste modo que no tempo hist rico reside o tempo arquitect nico De facto na observa o dos monumentos conjunto ou isolado poderemos dizer que poss vel medir o tempo e assim teremos n o s expresso o tempo na arquitectura mas tamb m a arquitectura no tempo O primeiro reporta nos a uma sucess o cont nua do tempo e sua influ ncia sobre a arquitectura o segundo a uma retrospectiva da arquitectura no tempo por meio da narra o como sugere Ricoeur que poder ser uma reflex o e um contacto indirecto da
347. ntonio Roma 1502 1503 Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http nl wikipedia org wiki Bestand PalladioBarmanteTempieto1570 jpg gt Ilustra o 122 Exposi o do mundo portugu s de 1940 Consult Out 2011 Dispon vel em www lt luisaguilar ca favoritos diaporamas expomundoportugues pps gt Ilustra o 123 Edif cio do Servi o de Meteorologia Barcelona Espanha 1992 Arquitecto Alvaro Zisa Pedreirinho 1994 Ilustra o 124 Edif cio da Universidade de Psicologia Lisboa Arquitecto Manuel Tainha 1989 Dispon vel por Manuel Tainha atrav s da s inanimada s forma s que se obt m a prova tang vel de que o passado humano realmente existiu Kubler 2004 p 17 Mas n o esque amos que a forma arquitect nica fornecida a priori auto dada porque existe uma base disciplinar para criar a partir dela novos contextos culturais com maior amplitude no campo da metodologia de abordagem e da descodifica o da sua ess ncia enquanto arte e n o enquanto constru o Sobre este assunto Jonh RuskKin 1819 1900 afirma La arquitectura es el arte de levantar y de decorar los edif cios constru dos por el hombre cualquiera que sea su destino de modo que su aspecto contribuya la salud la fuerza y al placer del esp ritu Ruskin 1997 p 5 Nem tudo o que se constr i considerado arquitectura A emo o est tica suscita determinados estados
348. o Gravura Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2011 Ilustra o 227 Pra a do Com rcio Gravura Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2011 E 4143 k m Hof zai e 1 E or i F ji wA iE f g Tt PA Fj 5 tis RR TH 7 gm Besos E SA iJ Ilustra o 228 Esquissos A procura da forma Documento ic nico Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 Ilustra o 229 Esquissos Il A procura da forma Documento ic nico Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel tainha 2012 not ria a semelhan a entre os edif cios que fazem parte do conjunto e a rela o formal com os edif cios que envolvem o Terreiro do Pa o designadamente a marca o dos torre es que demarcam os quatro cantos da pra a bem como os ritmos que s o impostos pelos v os de janela que comp em os al ados Denta se nestas analogias que a busca de sustenta o de uma ideia parte de uma aproxima o de um modelo existente ilustra es 226 e 227 que alicer ou a nova forma ilustra es 228 e 229 Como advogamos a anterioridade a favor da posterioridade N o temos que copiar as regras do passado tradi o mas tamb m n o devemos esquec las pois as regras convertidas em formas monumentos edif cios dever o ser re inventadas e re utilizadas atrav s de uma nova linguagem arquitect nica mediante a inova o Se por um lado temos a
349. o da mem ria e da criatividade A aprendizagem do Ser efectua se tamb m atrav s da rela o com o meio em que habita e no qual se d experi ncia no espa o e pelo tempo O espa o possibilita a explora o das formas temporais permitindo aos edif cios converterem se em formas da exterioridade capazes de distinguirem etapas temporais e testemunhais buscando as formas do passado formas hist ricas determinando a continuidade da hist ria sustentada no espa o Segundo Henri Bergson o passado sobrevive sob duas formas distintas em mecanismos motores que em nosso entendimento nos proporcionam a evolu o o vVir a ser e em lembran as independentes que se encontram associadas ao ter sido A mem ria tem como sua miss o a identidade e a identifica o a Maria de F tima Lino Ferreira 296 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas soma de lembran as ligada faculdade de visualiza o mental e da possibilidade da reprodu o material do anteriormente registado Jung 1962 p 184 Os edif cios escolhidos FPCE e EMSA para a explana o pr tica da teoria fixaram se em bases de concep o estratificadas numa estrutura material existente no princ pio dos dois mecanismos motores o vir a ser dos elementos constru dos novos FPCE e em lembran as independentes que se encontram associadas ao ter sido EMSA Permitem estes dois exemplos aferir con
350. o n o impedindo a sua continuidade seirer RO RR RD SEND RR NERO E E DS NE RR 292 Ilustra o 276 Forma exterior que marca o audit rio da FPCE Constru o marcante destacado pela materialidade formal e pela cor contrastante Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 292 Ilustra o 277 Painel de Azulejos de Menez Fotografias Dispon vel pelo Manuel Tainha errar eeaa rasa eeaa mesa renaeeasenasenanenas 293 Ilustra o 278 Implanta o do edif cio da FPCE Lisboa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha ara 294 Ilustra o 279 Decomposi o da forma Ilustra o nossa 294 Ilustra o 280 Analogias formais entre a FPCE e o F rum na Alemanha Schwendi 1987 1992 Richard Meier Clark 1982 p 110 295 Ilustra o 281 Planta de composi o da forma Planta do F rum na Alemanha Schwendi Clark 1982 p 110 sia selansims ipa neirsdo Dia doreda si cenilima danca abnca anais ena aaa 295 Ilustra o 282 Decomposi o da Forma fun o espa o e geometria Clark DIB N O ode o ia A e E E E AE 295 Ilustra o 283 Planta global da implanta o do n cleo da FPCE Documento e oia loa PER RR NE HER GAR DR DADA DE e GR RR NRO RC A RR RR RR E 295 Ilustra o 284 P tio central posterior da FPCE Fotografia disp
351. o na manuten o das mem rias passadas edificadas para a humaniza o positiva e contribuinte para a socializa o do Ser na procura e na constru o da sua identidade quer individual quer colectiva o caso do edif cio do palacete do rel gio A arquitectura como se tentou demonstrar definida como uma actividade cognitiva cujos resultados s o o fruto de uma dupla rela o de di logo com a realidade social e material pr pria de cada poca248 e com a realidade hist rica da arquitectura249como disciplina e como experi ncia Conforme disse Ant nio Monestiroli em La arquitectura de la Realidad 1993 p 8 todo o avan o cognitivo no mundo da arquitectura deriva da reflex o sobre as formas do passado numa vis o da realidade material da poca presente 248 cf Segundo Cap tulo 249 Cf Terceiro e Quarto Cap tulos Maria de F tima Lino Ferreira 238 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Por m qualquer dificuldade passada pode ser suscept vel de uma re an lise face s componentes de varia o de uma determinada sociedade A arte n o pode ser avaliada fora de um contexto social determinado pelo espa o e pelo tempo tal como demonstramos no Segundo cap tulo S o estes que influenciam qualquer forma material condicionando a a priori pela presen a passada de outras formas existentes e que pelos valores educacionais tornam se b sicas para novas concep es arquite
352. o Divino Deste per odo temos a bas lica de Santa Sofia Hagia Sophia a igreja da sabedoria divina em Constantinopla 532 537 Istambul cujos arquitectos foram Ant mio de Tralles e Isidoro de Mileto O modelo patenteado nos templos romanos de planta circular como o Pante o foi largamente aplicado e aperfei oado tal como outros exemplos da poca Imp rio Bizantino S Vital de Ravena 522 547 Gympel 1982 p 15 e Santa Costanza do s culo IV o mais antigo mausol u crist o Maria de F tima Lino Ferreira 2al O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 168 Santa Sofia Constantinopla Koch 1985 p 15 Ilustra o 169 Corte longitudinal Gympel 1982 p 15 Ilustra o 170 S o Vital Ravena Igreja Fotografia Koch 1985 p 45 Ilustra o 171 Igreja S o Vital Corte e planta centrada octogonal datada de 522 547 Koch 1985 p 45 O rom nico surge em Portugal nos meados do s culo XI introduzido pelos monges de Cluny mantendo se at aos princ pios do s culo XIII Sofreu adapta es em rela o modelo original vindo do norte da Europa tal como em Notre Dame a Grande em Poitiers do s culo XIl ou a Catedral Baptist rio e Campanilha de Pisa Ilustra o 172 Baptist rio e Campanilha de Pisa It lia Consult Out 2010 Dispon vel em www http lt l cia paginas sapo pt catdral de pisa htm gt Il
353. o Ferreira Ee O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas permanente potenciador de rela es Sublimam se e estilizam se as disposi es os volumes e as formas constru das mas o prop sito o mesmo Ilustra o 244 As formas lineares Agora de Assos sia Menor s culo Il a c Rela o com o conjunto EMSA Ching 1982 p 78 Ilustra o 245 Praza Mayor Sabbioneta em It lia Configura o do tipo da pra a proposta no edif cio da Ag ncia Europeia EMSA Ching 1982 p 47 Ilustra o 246 Pal cio Thiene Veneza It lia Andrea Palladio 1545 Configura o do tipo do claustro da Faculdade de Psicologia de Lisboa Ching 1982 p 45 Os esquissos do arquitecto Manuel Tainha denunciam a procura de alcan ar na idealiza o das formas e dos espa os interiores exteriores um equil brio de composi o de modo aditivo e subtractivo Vis veis atrav s da implanta o do edif cio na parcela de terreno e da leitura da configura o dos limites espaciais em planta articulando o conjunto com a malha urbana e o rio resultando dessa articula o quatro volumes interligados Todas as formas visam uma composi o unit ria pois est o interrelacionadas segundo o modelo do autor do projecto perante uma coer ncia intimamente entrela ada Os edif cios interligados possuem uma configura o em U como indicado na ilustra o 247 Os edif cios n
354. o Gili s d ELIADE Mircea 1988 O Mito do Eterno Retorno Perspectivas do Homem Lisboa Edi es 70 ELIADE Mircea 1992 O Sagrado e o Profano A Ess ncia das Religi es colec o vida e cultura Lisboa Edi o Livros do Brasil Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas FAUSTO Rui e MARMOTO Rita 2006 Tempo e Ci ncia Colec o Ci ncia Aberta Lisboa Gradiva Publica es FERREIRA Carlos Antero 1991 Restauro dos Monumentos Hist ricos Restaurar porqu Restaurar o qu Restaurar quando e como Simp sio Europeu das Empresas de Restauro do Patrim nio Monumental Hemiciclo do Conselho da Europa Strasbourg FERNANDES Jos Manuel 1989 Arquitectura e Patrim nio Lisboa Livros Horizonte FERRO M rio e TAVARES Manuel 1997 Conhecer os Fil sofos de Kant a Comte Lisboa Editorial Presen a FOCILLON Herri 1988 A Vida das Formas Edi es 70 Lisboa trad de Fernando Caetano da Silva de Vie des Formes Paris Presses Universitaires de France 1943 FRANCK Didier Heidegger e o Problema do Espa o Pensamento e Filosofia Lisboa Instituto Piaget s d trad de Jo o Paz de Heidegger et le Probl me de L Espace Copyright Les Editions de Minuit 1986 FRANCASTEL Pierre 1973 A Realidade Figurativa Colec o Estudos S o Paulo Editora Perspectiva Editora da Universidade de S o Paulo FRANCASTEL Pier
355. o Gregotti ou em algumas obras edificadas no Parque das Na es das quais destacamos o Pavilh o Atl ntico 1998 Multiusos de Regino Cruz associado ao Gabinete internacional Skidmore Owings amp Merril SOM e o Pavilh o de Portugal 1998 de lvaro Siza Surgem novos s mbolos identit rios Porque a arquitectura n o livre de significado A disciplina da arquitectura apresenta se sempre associada ao movimento revolucion rio a emancipa o na cria o de novos referenciais espaciais Contribuindo para a formaliza o da hist ria porque a hist ria n o est tica mas din mica como afirmou Sigfried Giedion Ilustra o 153 Novas Arquitecturas Pavilh o de Portugal Exposi o Mundial de 1998 Fotografia Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 103 Ilustra o 154 Edif cio do Conselho de Ministros EXPO 98 Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 104 Ilustra o 155 Pavilh o de Portugal Arquitecto Siza Vieira Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p 104 Estes s mbolos fazem parte de um sistema de significa o pr pria do campo arquitect nico e encontram se em permanente muta o o paradigma da modernidade Porque tal como salienta Jo o Magalh es no seu livro A Ideia do Progresso em Thomas Kuhn O mundo real torna se um mundo constru do e interpretado por conceitos
356. o ao futuro Este facto foi patenteado com a ideologia fundamentada pelo Movimento Moderno que se ergueu por desalinho no caminho tra ado at ent o pela arquitectura que se implantou ininterruptamente durante uma s rie de s culos e mil nios nos quais foi constru da uma continuidade art stica Constata o quer na corrente racional funcional nos quais inserimos Le Corbusier Gropius entre outros quer em Wright na sua corrente org nica As quais se debatiam para afirmar a 25 Utopia Projecto ou sonho de uma sociedade e por extens o de um futuro desej vel mas tido por quim rico concep o imposs vel de realizar se fantasia 26 q priori antes do tempo presente 27 Empirismo doutrina filos fica segundo a qual todo o conhecimento humano deriva directa ou indirectamente da experi ncia conjunto de conhecimentos colhidos apenas da pr tica Maria de F tima Lino Ferreira 63 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas independ ncia das formas que evocassem qualquer liga o com o passado Dorfles 1988 p 126 A inova o associada velocidade com que se d o progresso cai inevitavelmente na antecipa o do futuro Segundo Alberto Jacquard o futuro uma descoberta da nossa esp cie No futuro tudo inexistente e invis vel Um acontecimento mist rio que n o pode ser deslindado nem previsto num presente Segundo o existencialismo o Ser n o o passado mas sim o
357. o arquitecto Daniel Libeskind ou a obra de amplia o de Marques de Riscal Winery por Gehry amp Partners e ainda a famosa obra de Frank O Gehry amp Associetes o Museu Guggenheim Ilustra o 191 Grand Canal Theatre Dublin Irlanda 2010 Daniel Libeskind Fabio de Paula ARCOWESB 2011 Arquitectura amp Constru p n 29 Mar o 2005 p 24 Ilustra o 192 Creative Media Center Universidade de Hong Kong Daniel Libeskind Libeskind 2006 Arquitectura amp Constru o n 29 Mar o 2005 p 24 Lisboa Ilustra o 193 Projecto da amplia o do Museu de Arte Contempor nea de Denver Estados Unidos Fonte Studio Daniel 2003 2006 Consult Nov 2010 Dispon vel em www http arquitetandoblog wordpress com 2009 05 14 daniel libeskind gt Maria de F tima Lino Ferreira E O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Libeskind afirmou que A arquitectura uma percep o e tamb m algo que possui uma dimens o intelectual uma forma de comunicar algo mais al m da realidade f sica em que est constru da acrescenta este criador de estruturas expressionistas que parecem estar desafiando as leis e ordens cujo discurso se articula em torno po tica de palavras como intensidade incerteza imprevis vel 2006 Ilustra o 194 A vila e os monumentos Paradoxo entre as formas do passado e as novas formas temporais Mar
358. o colectivo residindo neste cruzamento dois Maria de F tima Lino Ferreira ii O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tempos o tempo individual percepcionado pelo sujeito e o tempo colectivo que lhe dado atrav s da sua socializa o 11 O conceito de patrim nio vari vel dependente da avalia o individual do sujeito isto existe um patrim nio individual muito pr prio do indiv duo definido pela sua exist ncia2 2 e o patrim nio colectivo que lhe fixa num determinado contexto social2 3 Aqui residem os bens culturais que se associam hist ria e permitem medir distintas dimens es temporais Os bens culturais que evidenciamos neste trabalho incidem nos objectos edificados e no espa o que os suportam definidos neste contexto patrimonial como monumentos ou rel quias Gon alves 1988 p 266 Sem mem ria n o existiria a arquitectura porque n o existiriam refer ncias214 nem arqu tipos para fazerem a hist ria e a teoria da arquitectura2 S como fundamentos existenciais de uma determinada sociedade e da identidade de um povo O edificado um documento vivo que entra nos factores culturais que demonstram a compet ncia de uma cultura e do modo como ela consegue transpor o Devir e se perpetuar no tempo A arquitectura n o s possui o m rito de ter uma fun o para a qual se tem de dirigir habitat mas tem a capacidade de se tornar numa express o art
359. o e futuro o instante onde tudo come a mas sempre na interdepend ncia desse instante passar ao pret rito e ao futuro tornando se sucessivamente em instantes presentes consecutivos a cada novo presente Por um lado percep o no momento em que se d transit rio no momento em que acabou de se dar e denunciador do que vir permite converter se num outro instante que ser presente depois de ter sido futuro No encadeamento deste racioc nio citamos O fil sofo Bergson descreve a dur e como um processo cont nuo de amadurecimento em que cada momento instante condensado na sua individualidade toda a experi ncia acumulada no passado mais a novidade imprevis vel do presente tende para diante progredindo at ao futuro Blanc 1999 p 45 O terceiro per odo corresponde ao futuro expectativa aquilo que n o ainda e a sua raz o de ser deixar de ser Este per odo a probabilidade o nico per odo em que a altera o do presente se tornou passado e possibilita o futuro vir a ser Desde o s culo XVIII existia um fosso entre a filosofia e a ci ncia Nesse s culo os fil sofos eram considerados cientistas da poca Actualmente existe uma distin o entre filosofia e ci ncia que na altura n o existia Para al m deste facto a palavra progresso foi uma outra exig ncia dessa separa o e n o s A divis o da filosofia da hist ria do pr prio se
360. o em 80 d C o Pante o de Roma 118 125 d C arquitectura do Imp rio Romano com a bas lica de Santa Sofia de Constantinopla 532 537 Paleocrist e Bizantina ou a arquitectura espiritual e temporal que o G tico transmite no exemplo da Catedral de Amiens 1220 1258 S o gl rias de um tempo suas temporalidades que nos proporciona testemunhos indispens veis para a compreens o da hist ria da arquitectura Neste enquadramento relembramos a harmonia e a propor o da arquitectura do Renascimento a descoberta do mundo e do Homem 1420 1500 Destacamos ainda a gl ria de obras como a obra Santo Andr de Leon Battista Alberti em M ntua a partir de 1470 ou de Donato Bramante o Tiempietto San Pietro in Montorio Roma 1502 1503 O Barroco presenteia 208 cf Subcap tulo 3 4 A mem ria registos presentes e 3 5 Entre a mem ria e a imagina o 209 cf Subcap tulo 3 5 Entre a mem ria e a imagina o Desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira Sg O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas nos com o exemplo de Il Ges em Roma 1568 1575 de Giaccomo Barozzida Vignola Do Neoclassicismo o iluminismo e a arquitectura ut pica destacamos o Museu Brit nico em Londres de 1823 47 cujo autor Sir Robert Smirke Estes edif cios converteram se em monumentos extraordin rios que permitem fazer a narrativa da ac o hist rica do Homem Em 184
361. o espa o imut vel e im vel Mas esta teoria de Isaac Newton esteve sempre associada a uma concep o que continua a n o retirar a alma do centro da problem tica Com a teoria revolucion ria de Einstein Einstein 1962 no in cio do s culo XX deu se a grande viragem sobre a problem tica da origem do conceito de tempo que at ent o formalizava as teorias mecanicistas do universo A sua teoria sustenta se num sistema de rela es de eventos em que o tempo est enleado ao espa o determinando a posi o dos fen menos em movimento deixando de ter como refer ncia unificadora o c u para passar a ter a velocidade da luz O tempo deixa deste modo de ser absoluto e da alma passando a ser v lido para todo o espa o como uma coordenada Segundo esta teoria o espa o n o tridimensional nem o tempo uma unidade independente Na realidade o espa o e o tempo formam um bin mio tetradimensional pelo que n o poderemos enunciar o tempo sem logicamente enunciarmos o espa o e vice versa Temos assim o lugar onde ocorrem os movimentos e no qual se constata que se d o os acontecimentos assim como um sistema de referencia o que marca as ocorr ncias desses mesmos acontecimentos Podemos concluir que a dist ncia est na origem do conceito de espa o assim como a dura o Maria de F tima Lino Ferreira 83 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas estar na origem do concei
362. o objecto monumento s ou conjunto fazemos uso dos nossos pr prios objectivos e esfor amo nos para atribuir lhe monumento um significado que tem a sua origem na nossa maneira de viver e de pensar E a nossa identidade gerada na sua leitura e interpreta o atrav s das mem rias edificadas nos lugares tra ando o nosso mapa hist rico Maria de F tima Lino Ferreira qe O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A evoca o do patrim nio exalta no Ser a mem ria hist ria a mimesis imagina o e refer ncia a pr tica ac o e a teoria o saber N o esque amos que cada gera o v a obra de arte ou melhor determina o seu valor sobre um ngulo diferente e sob uma nova vis o O significado atribu do a uma obra assume para cada gera o posterior uma s rie completa de interpreta es anteriores porque a nossa poca n o durar eternamente e n o ter a ltima palavra Hauser 1988 p 12 Conforme vamos observar quando abordarmos o subcap tulo 3 6 sobre a Rejinterpreta es das Formas O uso criativo do passado Ilustra o 26 Torre em Bagdad Minarete Suhrawardi Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em www lt http www cemml colostate edu cultural 09476 irag05 021 html gt Khalil Jabir and Strika Vincenzo 1987 The Islamic Archite of Baghdad Ilustra o 27 Chicago Tribune Loos Adolf Loos 1922 Fotografia Consult Set 2011 Dispon vel em lt
363. o qual ele refere A actualidade o centro da tempestade um diamante com uma perfura o infinitesimal atrav s da qual os lingotes e as barras das possibilidades presentes s o canalizados para os acontecimentos passado Kubler 2004 p 33 O progresso est associado evolu o e consequentemente esta est relacionada com a dura o dos processos e com a ordem de sucess o dos fen menos O reflexo do tempo expressa varia o e movimento O tempo deste modo pertencer ao n mero das caracter sticas essenciais do desenvolvimento de todo o fen meno o fen meno arquitect nico N o negamos o progresso imediato isso seria anti temporal O culto da novidade procura o que n o tem antecedente Baseia se na ruptura com as tradi es decurso temporal tempo hist rico com conven es ultrapassando as regras estabelecidas quer nos lugares quer nos objectos O progresso retira desenfreadamente qualquer valor do tempo passado retira qualquer hip tese de formaliza o de uma ideia sobre a arquitectura como refer ncia e como testemunho A arquitectura sem denotar princ pios a priori pode ter uma abordagem de supera o do presente sentido diacr nico do tempo com vis o para o futuro papel emancipat rio podendo assumir o 125 Muitas propostas de vanguarda n o residem em nenhuma refer ncia historicista excep o do p s modernismo As vanguardas s o sempre absolutistas e to
364. o s quer dizer que criar ou participar ou come ar implica para al m de uma causa a aquisi o de um modo pr prio de exist ncia um modo temporal Gant 1996 p 33 As formas s o de certa maneira uma continuidade do Ser o modo de passar a sua mortalidade imortalidade das formas criadas A obra de arte ao temporalizar se um modo temporal torna se num ve culo no qual o Ser se imortaliza a imita o dos modelos exemplares divinos exprime ao mesmo tempo o seu desejo de santidade e a sua nostalgia ontol gica Eliade 1988 p 118 201 cf Subcap tulo 3 5 Entre mem ria e imagina o Desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira ses O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A obra transcende o seu viver e implanta se Sendo o Ser o protagonista da cria o ele transmite s formas a sua continuidade no espa o e no tempo Se assim n o fosse a sua passagem seria indiferente e vazia pois sendo ele um Ser provis rio o seu tempo limitado dura o finita A tentativa da imortalidade atrav s da obra de arte um devaneio at porque ela pr pria arte tem muito em comum com o devaneio pois nem sempre a obra de arte uma tentativa de representa o do para so mas quase sempre a de uma Utopia Hauser p 77 O Ser busca atrav s das formas impor a sua vontade de alcan ar a eternidade202 a ac o volu
365. o tempo hist rico m tico psicol gico etc o espa o transforma se assim em testemunho simb lico na medida em que acolhe as diferentes estratifica es memoriais inscritas nas mem rias colectiva e individual que projectam nas formas espaciais diferentes reais ou imagin rias associadas a essas mem rias 1993 p 138 Ao falarmos da mem ria somos remetidos imediatamente para o que passou Mem ria a propriedade de agrupar certas informa es e as conservar de modo a que o Ser possa actualizar e relembrar impress es ou informa es passadas O tempo que passou fundamenta o conceito de tradi o 188 que nasce na condi o da compreens o do modo de percepcionar o mundo com ra zes que se sustentam na pr tica social numa perspectiva cultural A mem ria acontece por armazenamento das viv ncias e da experi ncia cultural de cada indiv duo no sentido heideggeriana de ser en el mundo Heidegger 1997 168 Falamos deste conceito ligado mem ria como o mecanismo para a formaliza o da identidade Maria de F tima Lino Ferreira 144 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Segundo Henri Bergson 1847 1922 o passado sobrevive sob duas formas distintas em mecanismos motores que em nosso entendimento nos proporcionam a evolu o o vir a ser e em lembran as independentes que se encontram associadas ao ter sido A mem ria tem como sua miss o a identidade e a i
366. objecto e o imaginado entre a presen a real e a presen a da aus ncia A instabilidade do vir a ser de um novo decurso temporal Poderemos afirmar suscept vel de levantar resist ncias que o vis vel o objecto arquitect nico porque est a mat ria inteligibilidade real do objecto em si pr prio O tempo invis vel porque n o se inclui no grupo dos seres Este imp e se na tentativa de despertar aten o vis o mediante as capacidades de moldar os factores conceptuais imagin rios que fundamentam formalmente a arquitectura Os impulsos imateriais na materializa o das formas A presen a da aus ncia o tempo e a presen a presentificada o objecto arquitect nico Todas as pocas e em todas as sociedades existiram associa es diferentes de formas e de estados de esp rito Der Geist erscheint in der Zeit Koj ve 1996 p 48 que levaram arquitectura a diferentes aplicabilidades formais no espa o v rios lugares desdobramentos e no tempo fragmenta es temporalidades Na analogia entre irracional e racional entre vis vel e invis vel e entre a mat riaS9 e o imaterial40 surge a pluralidade do campo espiritual que consegue transpor se atrav s da forma aparente ao real A fun o por meio da qual o esp rito se realiza na representa o dos objectos percepcionados pelo sujeito Na capta o de uma inteligibilidade da dial ctica do interior nasce assim a dia
367. odificou o objectivo vivencial do Ser O Homem contempor neo j n o se ergue a partir daquilo que julgava ser baseado no passado ter sido quer a n vel espiritual quer emp rico mas sim no futuro no vir a ser e a imagina o acompanha o nesta mudan a Mas a mem riaS estabiliza o sendo fundamental para o seu enraizamento terra Retomaremos a abordar a rela o da imagina o conjuntamente com a mem ria que iremos descortinar no terceiro cap tulo Esta afinidade ambivalente aqui apontada abre novas perspectivas e possibilita um novo modo de projectar com o intuito de alcan ar a realidades A imagina o e a mem ria est o intimamente ligadas ao vir a ser num alicer ar 37 cf Subcap tulo 3 4 A mem ria Registos presentes 38 Num ciclo infind vel de probabilidades mutabilidade versatilidade inconstante de acordo com o sustentado neste tema dependente do pensamento de cada Ser ontologicamente descrito nesta redac o Maria de F tima Lino Ferreira r O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas no ter sido Aqui reside a import ncia do tempo passado presente e do futuro Esta vis o virada para o vir a ser o futuro demonstra a inquieta o de se alcan ar as referidas obras irreverentes e inigual veis que foram edificadas no nosso espa o no final do s culo XX e na viragem do s culo XXI Uma luta serrada entre a realidade e a fic o entre o
368. ogr fico CML Dezembro 1999 Lisboa Ilustra o 101 Pavilh o Atl ntico Fotografia de Lu s Pav o Arquivo Fotogr fico CML Dezembro 1999 Lisboa Ilustra o 102 O Parque Forma id ntica ao Pavilh o analogia convergente Concult Janeiro 2012 Dispon vel em www lt http olhares com gt ES MN Ilustra o 103 Coliseu de Roma 72 80 a D Janson 1989 p 163 Ilustra o 104 Planta e corte do Coliseu de Roma Anfiteatro Fl vio Coliseu 70 80 d C Koch 1982 p 36 Ilustra o 105 Desenho geom trico do Coliseu arquitecto desconhecido Clark 1997 p 219 Esquema de Vitr vio Ilustra o 106 Teatro romano Aspendos s culo II d C Koch 1982 p 36 Ilustra o 107 Esquema de Vitr vio de forma semicircular Vitruviu 1998 p 180 Ilustra o 108 Planta do Pavilh o de Multiusos Lisboa 1996 Maria de F tima Lino Ferreira 193 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Estas obras marcam a passagem do tempo isto o que foi o que e o que h de vir a ser pois tudo o que se constr i hoje constitui uma variante de algo feito h muito tempo eterno retorno N o devemos contudo cair na utopia de supor que aquilo que j foi pode de novo vir a ser de igual maneira Devido a essa impossibilidade as r plicas por si s j possuem originalidade nem q
369. oie hoje Associada a esta palavra encontra se hoie o novo em oposi o ao antigo que come ou a prevalecer no s culo XVII e adquiriu no s culo XIX outra conota o verbal isto o que moment neo transit rio e passageiro Estas palavras est o interligadas com a modernidade Modernidade sin nima de cr tica e de mudan a Sustenta se na raz o cr tica e exalta a inquieta o constantemente no que examina e se ultrapassa por vezes destruindo se para renascer Reside aqui a ideia moderna do progresso 183 O princ pio em que se fundamenta o nosso tempo n o uma verdade eterna mas a verdade da mudan a Paz Oct vio 1984 p 47 Neste sentido o tempo devora sucessivamente o presente pois o presente derrotado pelo instante consecutivamente diferente Estes acontecimentos de ruptura viragem e mudan a geram se volta do Ser Entre o Humanismo Renascentista do s culo XVI e o Iluminismo do s culo XVIII houve uma ruptura importante com o passado Foi segundo alguns autores o motor que permitiu atrav s de uma nova consci ncia sobre o Ser e a sua centralidade na tem tica do universo colocar todo sistema social da 182 cr Cap tulo 3 Confrontos entre a Arquitectura e Tempo 183 cf Subcap tulo 2 5 A vis o temporal na actualidade A pluralidade e o cepticismo sobre o conceito de tempo Interliga es Maria de F tima Lino Ferreira 20g O Ser o Tempo e a Arquitectura uma i
370. ois edif cios apresentados nas ilustra es 69 e 70 marcam tempos e espa os diferentes Eles t m em comum a aptid o de criar emo o art stica estados de alma Tal como a Catedral de Mil o as novas formas criadas s o tamb m demonstrativas das novas mentalidades 180 o esp rito da poca os edif cios apresentam se como um dos muitos produtos culturais das v rias etapas temporais ci ncia compete o conhecimento intelectual da mat ria metaf sica a intui o do esp rito Abbagnano 1970 p 21 San om p E gt 5 E E Ilustra o 69 As torres g meas Os edif cos que marcam Monumentos Frank O Ghery Barcelona Documento ic nico Jornal expresso 25 anos inesquec veis n 1348 s d Lisboa Ilustra o 70 Catedral de Mil o Igreja G tica de It lia Janson 1989 p 1650 A mem ria alicer a se no passado e a imagina o construtiva e criativa vincula se ao futuro Venturi 1995 A conjuga o mem ria e imagina o disjuntiva mas ambas usando caminhos distintos pretendem alcan ar o mesmo destino o real presen a real 181 Actualmente n s deparamos com as formas arquitect nicas que designam alguns autores por um novo estilo vigente que se poder designar de Supermodernismo Ibelings 2003 A escultura dourada de Frank O Ghery entre as Torres G meas na vila Ol mpica Barcelona desafiante e dinamizadora
371. ol gica contempor nea O car cter espacial pertence indiscutivelmente ao mundo que se explica atrav s da rela o do Ser com a sua exist ncia causal Resultando dessa concatena o o fen meno da espacialidade convertido em ontologia do mundo res extensa o mundo material existe e extens o tal como a exist ncia corp rea que tem como nico atributo a extens o segundo Descartes 3 O mundo usado como conceito ntico i e onde a presen a pre sen a no espa o implica uma presen a no mundo Heidegger 1997 p 107 tal como a arquitectura Presentifica os modos de apropria o do espa o e pelo Ser vai variando as suas probabilidades consoante as culturas intervenientes no processo arquitect nico Confere perman ncia espa o como arquivo ao que est sempre presente O presente fundamentalmente aquilo que se mant m sempre a E descortinado pelos nossos sentidos percep o sens vel O campo arquitect nico n o se pode dar ao luxo de ignorar a realidade dos m ltiplos mundos culturais nos quais vivemos nem esquecer o seu campo fenomenol gico fen meno espa o tempo Essa multiplicidade reflecte e influencia as estruturas arquitect nicas que por conseguinte interferem na 53 Determina o cartesiana do mundo Segundo Descartes 1596 1650 toda a verdade prov m da raz o a verdade prov m da experi ncia Tendo sido um dos pensadores mais importan
372. ollnow 1960 p 22 A coluna vertebral da nossa percep o do mundo exterior sustenta se na rela o espa o tempo E a nossa intelig ncia arruma todas as coisas no sentido dessa rela o KoutlouKa 1991 p 327 Procuramos explicar fenomenologicamente atrav s do nosso contributo a poss vel objectividade do tempo sustentada na expectativa formal numa vis o actual mediante v rios paradigmas entre o vis vel e o invis vel que encontramos quando tentamos definir objectivamente o tempo Socorremo nos do tempo arquitect nico que se sustenta nos objectos criados pelo Ser numa vis o quer individual quer colectiva mediante a contextualiza o do Ser num determinado contexto Demonstramos que o tempo pode ser socialmente determinado tempo colectivo num contexto em que o Ser se engloba e partilha dos conceitos igualmente estabilizados no meio onde se insere tempo hist rico e colectivo e um tempo individual cuja percep o unicamente individual Para a explicar a objectiva o do tempo necessitamos do espa o para o visualizar pois a nossa experi ncia do tempo racionalizada mediante as Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas categorias da nossa experi ncia no espa o Perante isso premiamos o espa o para explicar o dinamismo do tempo mediante as formas da exterioridade O tempo entendido por analogia com o espa o Os edif
373. on vel pelo arquitecto Manuel Tainha css rar ssais o ea rEsa toada esa ad dE LOSE Ri SRTA SP fp 295 Ilustra o 285 Volume do acesso verticais da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha ie naasassasiaoasoriaemas so Ulshocrnfed iai desasj umas agdans 295 Ilustra o 286 Volume do acesso verticais da EMSA 295 Ilustra o 287 Espa o da sala polivalente do edif cio da EMSA Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha e 296 Ilustra o 288 Pormenor da edifica o FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Talha ane E acid assenta dra Ade en denied sas e atira 296 Ilustra o 289 Ritmos e horizontalidade A luz modeladora do espa o Id ntica ao que acontece no edif cio EMSA Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Falha e E E E latin ano ino dO under ta ai ca santa brana la T 297 Ilustra o 290 Al ados do edif cio da FPCE Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha spais oia sabes do pr isa ad nada bd RS Pa pias a VA ta a 297 Ilustra o 291 Plantas dos pisos do edif cio da FPCE Lisboa Documentos ic nicos Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha ss 297 LISTA DE ABREVIATURAS EMSA Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima FPCE Faculdade de Psicologia e de Ci ncias da Educa o CIAM Congresso internacio
374. onumento hist rico convertido em objecto hist rico porque o tempo hist ria e esta radica no que passou Esclarecemos que o tempo n o uma condi o nica para categorizar um edif cio como testemunho Associado ao factor temporal associam se a qualidade inventiva do Ser a autenticidade e a singularidade de determinado objecto arquitect nico A diferen a que Fran oise Choay 1996 faz entre monumento e monumento hist rico reside no factor temporal O edif cio temporal296 faz parte da leitura do tempo e est inserido na engrenagem da pr pria dura o Sem a mat ria o tempo n o pode ser percept vel Poder existir como subst ncia independente mas existe realmente na qualidade da forma do ser atrav s da percep o e da interpreta o dos edif cios existentes que pela sua perenidade se associam ordem temporal dando um sentido ao tempo o tempo arquitect nico Estes edif cios marcam as temporalidades da arquitectura permitindo a leitura de um cont nuo dura o cronol gica Assim os objectos arquitect nicos s o enunciados das ac es do Ser e tornam se mat ria do conhecimento Meneres 1993 p 54 A aproxima o ao bin mio tradi o e inova o como leitura das temporalidades da arquitectura permitiu nos exercitar a compreens o sobre as experi ncias arquitect nicas ao longo da sua hist ria quer atrav s dos estilos que as caracterizou quer das circunst ncias culturais associadas ao f
375. oral designada pela mem ria tnica nas sociedades sem escrita e depois a escrita da evolu o da Pr hist ria Antiguidade foram uma extens o decisiva de armazenamento da mem ria saindo dos meios f sicos do nosso corpo para o meio exterior em forma de documentos monografias etc e de monumentos edif cios art sticos e hist ricos Essencialmente focamo nos na mem ria social fen meno que se alia ao nosso prop sito que demonstrar que o tempo tamb m se descortina atrav s das mentalidades de uma sociedade oral e escrita e dos objectos que produzem mem ria figurativa Assumimos neste contexto o tempo hist rico o tempo das sociedades e do pr prio Ser Segundo alguns investigadores a mem ria colectiva representa a hist ria e esta tende a confundir a hist rica e o mito A elabora o da mem ria colectiva a fiel deposit ria da hist ria que validada pelos investigadores A mem ria tornou se numa ferramenta importante nas sociedades contempor neas devido implanta o cada vez mais desenvolvida do ef mero uma preocupa o das classes dos grupos dos indiv duos que dominam as sociedades hist ricas A evolu o da mem ria deu se quando do poder da oralidade se passou ao poder da escrita ao documento monumento Desde o per odo da Idade M dia ao Paleol tico que aparecem figura associadas mitologia mitogramas A escrita engloba se os registos gr ficos premiou
376. orat rio de Engenharia Civil Disserta o sobre a perspectiva interdisciplinar entre Ci ncias Sociais e Arquitectura MERLEAU PONTY 1964 O Vis vel o Invis vel filosofia Brasil Editora Perspectiva SA MERLEAU Ponty Maurice 1992 O Olho e o Esp rito Passagens Lisboa Veja MERLEAU Ponty Maurice 1945 Ph nom nologie de la Perception Paris Gallimard METZ Christian 1980 O Significante Imagin rio Lisboa Livro Horizonte MICHON Guyau John A et al 1988 Guyau s Idea of Time A Cogitive View North Holland Elsevier and KNAW MIRANDA Maria do Carmo Tavares de Experi ncia Ontol gica do Tempo Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo Lisboa Edi o da Universidade Internacional Ciclo de Confer ncias sobre A Leitura do Tempo s d MONTANER Josep Maria 2005 A Modernidade Superada arquitectura arte e pensamento do s culo XX Barcelona Editorial Gustavo Gili A S MONTANER Josep Maria 2008 Despu s del movimento moderno arquitectura de la segunda mitad del siglo XX Barcelona Editorial Gustavo Gili MONESTIROLI Antonio 1993 La arquitectura de la realidade Demarcaci n de Barcelona del Col gio de Arquietctos de Catalu a Barcelona Ediciones del Serbal MUNTANOLA Josep 1973 La Arquitectura como Lugar Aspectos preliminares de una epistemologia de la Arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili S A MUNTANOLA Jos
377. orias de um ou v rios atributos A hierarquia implica um c mbio ordenado de categorias que se evidenciam por diversos meios escala maior menor aberto fechado sagrado profano autenticidade r plica e ou p blico privado Estas categorias ordenam o dom nio da forma no espa o Clark 1997 p 7 Associada a este nivelamento por categorias a hierarquia ocupa se de comparar os edif cios sob um determinado prisma pela escala pela configura o pela geometria e pela articula o com o meio envolvente o espa o O modo como se manifestam estas diferen as funcionais formais e simb licas entre os elementos de uma edifica o um ju zo que implica o sentido hier rquico que as enaltecem ou n o permitindo uma ordena o valorativa das formas Essas diferen as s o em geral pela dimens o excepcional monumentalidade pela forma nica autenticidade associada ao g nio criador ou pela sua excepcional localiza o Conclui se que o facto de predominar uma determinada forma no espa o facilmente se converte numa excep o que se destaca e se imp e ao padr o estabilizado Ching 1982 p 351 Esta forma pode delinear uma hierarquia no espa o alterando o significado do mesmo no sentido unit rio e exclusivo e pode acontecer pela sua dimens o excepcional como forma nica ou pela sua localiza o excepcional No caso presente Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima denota se atrav s das tr s sit
378. ormas O uso criativo do passado e 4 2 A modernidade das formas tradicionais e as novas formas temporais Maria de F tima Lino Ferreira 29 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas express es visuais dominantes que facilitem uma actualiza o da estrutura social dominante A actualidade vem colocar em causa os estilos e as formas do passado agita o inerente dimens o est tica da arquitectura centralizando a ideia de que novos problemas dever o ser solucionados com nova ideias Ap s a segunda guerra mundial a arquitectura entrou uma nova fase Por um determinado prisma n o se considerou o historicismo como uma alternativa mas por outro tentou se humanizar a arquitectura suavizando elegantemente os enriquecimentos caprichosos da mesma por solu es degenerativas e simplistas Diligenciasse a resolu o dos problemas criando outros problemas A procura de novas orienta es est ticas transcendente jogo arbitr rio entre as formas que est o j estilizadas dentro de padr es definidos pelo tempo estilos deve ser devidamente equacionada com base em problemas reais funcionais sociais e culturais A Democracia vive de problemas e cria problemas e sustenta se no progresso que n o um facto garantido e definitivo tendo necessidade de se regenerar incessantemente Morin 1991 No campo da arquitectura essa regenera o poder ser vi vel mediante duas vertentes a primeira alic
379. os Santa Rita 1990 p 15 A nossa Proposta de hoje tem necessariamente ra zes no ontem 1990 p 16 sublinhado nosso Abordar este tema de t o grande amplitude vem da consci ncia de que este assunto de vital import ncia para uma melhor compreens o da nossa pr pria identidade como Ser no tempo Neste contexto iremos submergir em v rias reas do conhecimento filos fico sociol gico antropol gico hist rico para podermos explicar as inten es efectivas que nos propomos atestar Ao desenvolver a nossa teoria sobre o contexto temporal da arquitectura parametrizada no espa o tempo temos que considerar a obra arquitect nica no espa o que apropria e num contexto hist rico de modo a compreende la na totalidade Na realidade a hist ria da arquitectura cuja obra actual comparticipa e contribui n o mais nem menos que um dos ramos da Hist ria da Arte As diferentes reas de pesquisa revelam que a hist ria visava inserir a arquitectura no fluxo do tempo que conduzia e conduz sequencialmente a humanidade para o futuro Feita esta primeira abordagem de inten es a alcan ar e a revelar sobre o tema seguimos numa organiza o de explora o do tema em quatro cap tulos principais No segundo cap tulo efectuada uma reflex o te rica para compreender a inter rela o do espa o existencial com o tempo vivencial e o que adv m da sua liga o com os objectos arquitect nicos produzidos pelo
380. os movimentos naturais e dos objectos a segunda s modifica es vividas pela consci ncia Na rela o destas duas vertentes existe uma tend ncia para a complementaridade do pr prio tempo ou seja ambas contribuem para a constru o de uma ideia mais informativa sobre um poss vel conceito de tempo Maria de F tima Lino Ferreira 130 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Em s ntese quando contemplamos e percepcionamos o tempo nos seus instante sucessivos como medida dos fen menos individuais do Ser obtemos duas categorias fenomenol gicas uma que est ligada ao tempo da mat ria o f sico aspectos objectivos a outra ao tempo conectado com o espa o sensorial tempo interno ligado a aspectos subjectivos importante ter a no o da dificuldade em encontrar tal conceito dado que a problem tica est envolvida num mist rio e por conseguinte lan a nos no mundo do incompreens vel conjecturando se por m no presum vel Tal como dizia Santo Agostinho e com o qual concordamos todos falamos do tempo e do modo como ele nos influencia mas explicar o que realmente j n o sabemos 108 Falar do tempo s parece necess rio quando fundamental para estudar as coisas tomadas no processo do seu movimento porque no movimento que se tem a no o da passagem mudan a do tempo Reis 1994 p 20 Procuramos atrav s do tempo e perante o Ser
381. os permitem rememorar o passado e construir a nossa identidade Retomando as express es e atribui es aplicadas no discurso do tempo e adoptando ao contexto do patrim nio edificado edif cios ou conjuntos de edif cios hist ricos verificamos que alguns edif cios em rela o ao tempo se fixam na eternidade edif cio hist rico monumento hist rico Segundo a vis o especulativa agostiniana imutabilizam se num presente que prevalece para al m da passagem do tempo do qual eles fazem parte Para retirarmos novas dedu es e significados do nosso patrim nio edificado necess rio que a nossa cultura produza para eles um conte do e um significado actual quer isto dizer que a passagem do tempo n o s Maria de F tima Lino Ferreira 138 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas denotada pela perman ncia no espa o de determinada obra monumental por ser nica e representativa do seu tempo original mas tamb m pelo sentido utilit rio e essencial que ela nos transmite A arquitectura ao associar se ao tempo n o s promove a viv ncia do espa o exterior e interior como promove o movimento bem como a experi ncia do espa o simplifica a descri o da pr pria experi ncia arquitect nica O movimento varia o que evidencia o tempo pode ser presenciado nas concep es do espa o interior no Barroco ou no Funcionalismo o primeiro pela ondula o pelo labirinto pela expressividade p
382. osso pr prio tempo A transi o do mil nio ou de qualquer etapa temporal implica o acabar e o come ar de um novo per odo de expectativa Expectativa cujo impacto do seu pr prio processo evocativo ao novo mas tamb m pode reconstruiu uma continuidade adequando os modelos do passado s novas atitudes e situa es do presente Na aproxima o ao tema tentamos que a unidade n o exalte uma diferen a mas que as diferen as possam exaltar uma continuidade entre o passado o presente e o futuro As evolu es e com elas as marcas das edifica es dotaram o espa o de uma capacidade de absor o inigual vel do rasto hist rico a par da consciencializa o do Ser Essa consciencializa o durou s culos a ser conseguida paralelamente pr pria constitui o da hist ria quer pela sua continuidade no tempo quer pela sua formaliza o no espa o Desde os Maria de F tima Lino Ferreira 181 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tempos antigos que os edif cios forneceram uma base ideal para a descodifica o simb lica das formas que descobrem culturas diferentes que existiram e existem no mundo onde vivemos Desde a necessidade b sica de construir ao acto social a arquitectura foi um meio de liga o do indiv duo constitui o do seu meio social Relatar a continuidade temporal atrav s da hist ria dos objectos edificados n o possui assim o entendemos uma
383. p 114 Ilustra o 178 Interior do Mosteiro de Le a do Balio Souto 1988 p 114 O estilo dito Manuelino g tico tardio ou flamejante surge num per odo de transi o para o Renascimento Haupt 1986 iniciado no reinado de D Jo o 1495 1521 Moreira 1991 p 442 Este estilo resulta de uma jun o de formas arquitect nicas do g tico e do renascimento Como exemplo temos o Mosteiro de Jesus de Set bal a Torre de Bel m e o Mosteiro dos Jer nimos em Lisboa Podemos ainda referir a Igreja de N Senhora da Concei o Velha do g tico tardio de transi o para o Renascimento Maria de F tima Lino Ferreira As O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 179 Convento de Cristo Tomar Castelo da antiga Ordem do Templo Souto 1988 160 Ilustra o 180 Claustro de obra Joanina de D Jo o III Souto 1988 p 165 Ilustra o 181 Pormenor de uma janela de estilo Manuelino Souto 1988 p 163 A Idade Moderna marcada pelo culto do conhecimento e da raz o a idade do renascer O Renascimento est associado a uma nova concep o de vida que a partir do s culo XV abala a Europa num movimento que proclama uma renova o cultural O Ser come a a tomar uma nova consci ncia de si desejoso de substituir o Deus da Idade M dia pelo Homem como medida de todas as coisas o Humanismo Koch 1982 p 212 Paralelamente a esta mudan a ex
384. pany Michigan 19054 Albert Kahn Ching 1982 p 77 Ambos os edif cios EMSA e FPCE comprovam a propens o para m dulos repetitivos que ritmadamente contribuem para a linearidade Aferimos a proximidade entre os m dulos sua repeti o e suas caracter sticas visuais de composi o O m dulo um sistema de ordena o da composi o na realidade a forma linear que agrupa com clareza os elementos iguais que permite conferir ritmo ao edificado Este cariz uma constante no projectar do arquitecto Manuel Tainha sendo vis vel quer no edif cio da Agencia Europeia de Seguran a EMSA quer no edif cio da Faculdade de Psicologia de Lisboa FPCE Estes ritmos imp em a regular e harmoniosa repeti o de linhas e contornos S o exemplos disso a marca o repetitiva muito id ntica das colunas e dos v os criando ritmos visuais pr prios ADEBCHCHA ot cl tre ae m rp e E AHU UN HH UM sABencsasA o SR tre jr pep ot oque do a qu cp qa at Edy U UU MM ABABAGABABA Ilustra o 256 Estudo de Borromini Para a fachada interior de uma Bas lica ritmos dos v os Ching 1982 p 376 Maria de F tima Lino Ferreira 2al O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 5 2 1 6 A FORMA E A HIERARQUIA A hierarquia uma directriz do desenho que se transfere para os edif cios e para os espa os urbanos que os suportam a manifesta o da ordena o por categ
385. para n s transcendentes invis veis n o palp veis Em rela o ao tempo ainda podemos denotar pela percep o do sujeito a sua influ ncia enquanto em rela o a Deus nada ainda nos foi demonstrado quer directa ou indirectamente 79 Apolog tica o discurso verbal ou escrito para justificar defender ou louvar a religi o crist contra os seus opositores Maria de F tima Lino Ferreira 107 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Estes s mbolos objectos arquitect nicos para a ci ncia s o aceites mais pelas quest es de idealiza o hist rica factual do que pelo seu lado espiritual de evoca o teol gica O caminho a percorrer para alcan ar o sentido da arte como meio de express o do que existe de mais intimista do Ser um caminho que tenta fugir ci ncia encontrando o seu ref gio no esp rito mesmo na fase de interpreta o da forma realiz vel em mat ria A arte possui fundamentos interpretativos por vezes se n o quase sempre transcendentais cujas explica es n o s o pac ficas de aceita o pela ci ncia Pois ela ci ncia recusa qualquer explica o que n o resida na raz o do conhecimento Na mesma inquieta o de argumenta o demonstrativa encontra se o sentido que se procura retirar do conceito de Deus Ente supremo causa primeira na ordem da efici ncia e da finalidade Blan 1999 p 13 A inquieta o perante o que nos
386. pelo sistema de refer ncia ao qual um observador est ligado embora sempre tendo como refer ncia absoluta a velocidade luz O tempo para Plotino n o seria nem o movimento nem n mero nem medida ele n o exterior alma Para o filosofo Bergson o tempo est intimamente ligado nossa dura o interior e correlacionado com a nossa consci ncia Para Bachelard dar maior import ncia descontinuidade e pluralidade do tempo da consci ncia De facto deparamos com muitos conceitos sobre o tempo mas nenhum deles ainda preciso O car cter universal do tempo tornou se t o bvio que ningu m o p e em causa mas tamb m ningu m o consegue definir Se nos 73 Newton p e em causa a defini o do tempo Aristot lico pois o tempo transcende todos os movimentos e coisas por isso seria algo Divino transcende o tempo Contudo embora Newton considere o movimento a medida do tempo aspecto que est de acordo com o conceito de tempo excepto na perspectiva do antes e do depois de Arist teles ele n o retira a alma da sua defini o ao contr rio de Plat o e de Arist teles o tempo exterior alma pertence ao universo e ao movimento pois ela que mede esses movimentos Com Einstein verificou se que o tempo perdeu o seu car cter absoluto intuitivo e torna se a medida mais concreta do movimento Um sistema de rela es entre fen menos ligando os ao espa o Destruindo a concep o de
387. po uma ordem de sucess es e o espa o a ordem das coexist ncias A defini o que caracteriza o actual reside nesta incessante sucess o de actualiza es do agora Pois o fim de um antes torna se o princ pio do depois Sendo evocada nesta rela o a supera o da actualidade isto a 66 Plat o e Arist teles criaram o n cleo propulsionador de toda a filosofia posterior percorrendo todas as reas do saber Arist teles foi aluno de Plat o opondo se com frequ ncia sua teoria das Ideias S no s culo XIII a sua obra integra se na cultura filos fica europeia da Idade M dia Mais tarde S o Tom s de Aquino apoia se nas ideias de Plat o para fundamentar o seu pensamento crist o 67 Estamos perante uma clara reflex o que tende a uma direc o subjectivista e espiritual do tempo Iremos aprofundar este tema no subcap tulo 2 3 O Intemporal transcendente Maria de F tima Lino Ferreira ae O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas modernidade Associado a esta rela o antes depois express es temporais a mudan a encontra o bin mio antigo moderno Esta transposi o permite nos por antecipa o concluir que a origem da modernidade encontra se no agora 8 subsequente isto imediato encontrando a o seu vir a ser o futuro O sentido da modernidade tem em si um espectro temporal Pressupondo que a modernidade dada ne
388. por possibilitar o posicionamento espacial das coisas materiais a segunda tempo por relacionar as coisas numa ordem temporal Uma estabelece a ordem no e pelo espa o a outra a rela o do tempo das coisas dif cil quantificar a import ncia de qualquer um dos fen menos Contudo correndo o risco de afirmar em face da investiga o efectuada que o factor tempo tem maior preponder ncia sobre o factor espa o do que o contr rio Pela raz o de que podemos moldar o espa o e actualiz lo por consequ ncia do progresso e da nossa ac o como seres humanos porque objectivo real e apreens vel O tempo sendo inapreens vel parece n o ter ser Askin 1969 p 82 o que o torna de dif cil compreens o e manipula o Cada forma espacial monumento nos remete para um tempo ausente mas presentificado Maria de F tima Lino Ferreira 307 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas pela sua presen a no presente Estas formas tornam o espa o num recipiente de testemunhos essenciais na forma o do sentido colectivo e social do Ser ajudando a sua constitui o metal a progredir e a inseri lo numa ordem espacial e temporal pr pria o tempo individual e o tempo colectivo N s actuamos no espa o mas o tempo actua em n s e nas coisas que criamos Segundo Fran oise Choay um edif cio de valor hist rico testemunho n o foi deliberadamente criado para ser considerado m
389. possa alimentar para que dele possa sair algo de inspirador O arquitecto na conceptualiza o das formas recorre mem ria regras hierarquizadas e ordenadas arqu tipos e imagina o fantasia ruptura com as regras A mem ria pura uma actividade espiritual co extensiva consci ncia uma mem ria integral em que todo o passado se conserva presente Esp rito e a mat ria s o assim chamados a uma colabora o fecunda e entre ambos que se estabelece infinitas intensidades da mem ria Bergson 1970 p 14 170 cr Quinto cap tulo Entre a Teoria e a Praxis 171 cr Subcap tulo 3 6 Rejinterpreta o das formas arquitect nicas O uso criativo do passado permite nos demonstrar como as formas do passado s o alicerces para as novas formas arquitect nicas Maria de F tima Lino Ferreira 178 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Esta rela o est presente em todas as reas da viv ncia do Ser aquilo que ele constr i a maneira do Ser apreender a vida e a realidade em fun o do espiritual mas sempre no momento presente A presen a do monumento hist rico que est enraizado no presente pela sua apropria o no espa o e longa dura o no tempo reflecte atrav s da nossa percep o presentes anteriores que passado E evocam a imagina o na sustenta o de outras formas novas O objecto arquitect nico nos dado nossa consci ncia pela sua p
390. preendidas nas incurs es que os portugueses efectuavam As influ ncias eram variadas em termos culturais e a arquitectura n o fugiu a este forte apelo de mudan a atrav s de estilos provenientes da influ ncia internacional As transforma es da progress o dos s culos associadas evolu o das tecnologias e da divulga o do saber a n vel global veio conotar o s culo XX de uma nova vis o estrutural quer da sociedade quer do pr prio Ser Surgem desta nova vis o diversas obras as ilustram aquilo que se afirmou Destacamos assim dos anos 20 as obras de Raul Lino da Silva 1879 1974 Lino 1992 Alfredo Lima 1913 1991 ou Manuel Tainha 1922 210 entre outros Ilustra o 182 Casa do Cipreste Raul Lino Sintra 1912 Pedreirinho 1994 p 235 Ilustra o 183 Casa dos Patudos Raul Lino 1904 Pedreirinho 1994 p 235 Ilustra o 184 Edif cio no Porto Arquitecto Alfredo Evangelista Viana de Lima Porto 1939 42 Influ ncia de Le Corbusier Pedreirinho 1994 p 144 Ilustra o 185 Casa Galo Arquitecto Manuel Tainha Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Tainha Ilustra o 186 Casa Galo Vista do p tio exterior Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Tainha 210 cf Cap tulo 5 Entre a teoria e a Praxis Maria de F tima Lino Ferreira a O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ap s os anos 30 j
391. preens vel ao entendimento humano Permitindo ao Ser a apropria o pela raz o de tal elemento do conhecimento a intelig ncia que conhece e reconhece as coisas internas e externas ao Ser Recorremos para a elabora o desta tese filosofia Alicer amos algumas das nossas ideias nesse campo do conhecimento talvez porque na filosofia tal como na arquitectura existe uma forte impregna o de po tica Neves 1999 Sobre a po tica Arist teles j no seu tempo teve um contributo ordenador e definitivo Ele estabeleceu as caracter sticas e o terminar da trag dia at ent o dominadora no teatro estabelecendo tr s unidades ac o tempo e lugar Arist teles 1944 56 Inteligibilidade a capacidade de ser intelig vel compreens vel ao entendimento humano Maria de F tima Lino Ferreira a O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas N o nascemos em estado adulto por esse facto vamo nos acostumando aos acontecimentos e s coisas at as assimilarmos como naturais N o exigimos qualquer explica o cient fica para justificar os efeitos Se existe um mecanismo cerebral para compreens o de uma linguagem existir um mecanismo cerebral para a compreens o do tempo Esta capacidade faz nos aceitar apreender com alguma facilidade a vis o do Universo tal como nos dada O mesmo acontece aos fen menos que o regem de uma forma quase inalter vel e definitiva Mas existe a defensa sus
392. presenta o faz nos trazer de volta as formas ao nosso presente pela reminisc ncia atrav s do imaterial o invis vel Enquanto o material nos d a conhec las atrav s da forma em si o vis vel presentificada Esta espacialidade do ente 6 que sujeito possibilita a sua tomada de consci ncia como Ser associando se por vincula o e concomit ncia ao tempo atrav s dos objectos presentificados os monumentos A sensa o indica nos por exemplo se o espa o em que estamos vazio ou se nele h qualquer 175 qr Subcap tulos 2 1 O paradigma entre o vis vel Arquitectura e o invis vel Tempo A presen a da aus ncia e 3 4 A mem ria Registos presentes 176 Porque o Ser se confronta com a sua exist ncia perante a exist ncia no espa o das formas passadas e presentes Maria de F tima Lino Ferreira 181 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas objecto se este est em repouso ou em movimento Jung 1975 p 143 A din mica do tempo deixa diversos registos no espa o e este por sua vez explora a sua extens o pelo factor temporal A sua temporalidade concretiza se O objecto arquitect nico um registo no espa o conotado com variad ssimas dimens es temporais determinadas pela sua sucess o e dura o como registo espacial As varia es a que a forma est subjugada s o originadas pelos v rios tempos que o objecto arquitect nico atravessa e pelo espa
393. quadrado em consequ ncia do aumento da largura ou da altura a partir de um quadrado como base O quadrado uma forma est vel apoiado nos seus lados mas quando destacado um dos seus v rtices estimulado o movimento e a din mica da forma Verificamos isso no caso dos elementos constru dos propostos nos dois edif cios que se destacam por formas diferentes e com cores contrastantes As formas regulares aplicadas na concep o dos projectos realizados pelo arquitecto Manuel Tainha s o formas de um modo geral regulares em que as suas partes est o relacionadas de um modo firme e ordenado Esta op o formal denota se na apropria o das formas no espa o Em geral as suas caracter sticas s o est veis e respeitam eixos definidos Essa regularidade prevalece mesmo que as dimens es aumentem ou reduzem os elementos que lhe fazem parte n o perdendo a sua identidade geom trica 5 2 2 3 A UNIDADE E O CONJUNTO O conjunto de edif cios da Faculdade de Psicologia e Ci ncias da Educa o FPCE possue uma forma cumulativa entre os elementos constru dos que a comp em tal como acontece com o conjunto da EMSA pois destacam se em ambos a forma aditiva tipologias muito simples cheias de movimento e ao mesmo tempo de contempla o No caso da FPCE associada descri o formal cumulativa e aditiva tamb m se verifica a subtrac o na qual se denota a rela o exterior que confirma uma intencionalidade arquit
394. quando situado no espa o e no tempo Essa territorialidade possibilita a obra original permanente no lugar e serve de andaime e suporte para outras formas do Devir e a reside a grande habilidade humana de utilizar o passado como mediador entre o presente e o Devir Os acontecimentos possuem seus antecedentes e descendentes O presente liga se geneticamente ao passado eventos passados engendram eventos presentes eventos antecedentes causam eventos consequentes Reis 1994 p 101 Ilustra o 75 Pir mides de Miquerinos c 2470 a C Quefren e Qu ops c 2530 a C Giz Documento ic nico Koogan 1983 p 1603 Ilustra o 76 Fischer von Erlach Entwurf einer historischen Architektur Planche XIII Vidler 1987 p 64 Ilustra o 77 Pir mide P s moderna de Leoh Ming Pei Louvre Express o High Tech Gracia 1992 p 287 Ilustra o 78 A Pir mide de Cristal do Louvre Materialidade Geometrismo regular Gracia 1992 p 287 Ilustra o 79 Estrutura met lica e vidro reinterpreta o das formas Gracia 1992 Maria de F tima Lino Ferreira 188 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 80 A materialidade das pir mides de Gize Materialidade Koogan 1983 p 1603 Ilustra o 81 As pir mides de Gize Koogan 1983 p 1603 Ilustra o 82 Torre de Bel
395. que a filosofia na sua poca a ci ncia era a teoria das causas e princ pios a teoria das causas do ser complementada por outra relativa aos princ pios do devir universal ao movimento em geral Recordemos que os dois problemas primordiais que levaram o homem a filosofar foram a pluralidade dos seres e o movimento isto a mudan a e a caducidade das coisas Gambra 1993 p 60 sublinhado nosso 61 Origem na experi ncia 62 Para Guyau o tempo n o uma condi o mas um simples produto do conhecimento N o a priori que seja imposto O tempo tal como se v n o se n o uma esp cie de sistema tendencial uma organiza o de representa es mentais A mem ria n o mais do que a arte de evocar uma organiza o dessas representa es 63 A causa deve preceder o efeito Maria de F tima Lino Ferreira 99 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Sendo a filosofia o campo de investiga o sobre o conhecimento das causas intentamos na vis o de um arquitecto e na convic o de n o estarmos em condi es definitivas porque nada definitivo de se conseguir apresentar respostas completas e inconcutive s sobre a influ ncia do tempo na interpreta o das formas da exterioridade A procura das origens conduz nos sempre a novas interroga es e expectativas N o esque amos que se pretende fazer uma reflex o sobre o tempo e a sua implica o como fa
396. que ela tem sentido 45 Segundo Heidegger ser ntico ser a Dasein Maria de F tima Lino Ferreira 13 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas mem rias passado intui o futuro n o se tornava em desejo para se poder materializar vir a ser seja o que for A rela o entre o esp rito invis vel e a mat ria fecunda vis vel neles existe uma colabora o e entre ambos que se estabelecem imensas inten es formais Em complemento Henri Bergson 1859 1941 considerou que o esp rito uma iniciativa criadora que se desenvolve alimentando se da natureza como sua mat ria Mais afirma que pela via do esp rito que o Ser capaz de atingir a felicidade Deste modo o esp rito Bergson 1970 presta aten o a si pr prio e a mat ria na sua passagem do idealizado invis vel ao real concreto vis vel Passamos da compreens o impl cita do Ser compreens o expl cita pela experi ncia atrav s da familiaridade das formas com o Ser A reside a exist ncia do ser no mundo A faculdade que o Ser possui em sair de sie ir ao encontro dos objectos A fenomenologia e mais tarde o existencialismo48 aparecem como uma possibilidade de descodifica o pelo sujeito ou atrav s dele da realidade e por conseguinte da viv ncia e da rela o do Ser com a mat ria e logicamente com as formas N o existe nela um nico prop sito de exaltar as refer ncias passadas e
397. que o percepciona encontrar e justificar a perman ncia de certas edifica es no espa o e tamb m como a passagem do tempo transforma os em testemunhos109 temporais O tempo permite pela sua passagem movimento a presentifica o da exist ncia da mat ria em que essa media o mat ria tempo s ser observ vel ao nos confrontarmos com o pr prio tempo e com as suas marcas nos edif cios A realidade formal pode se tornar eterna presente porque existe e permanece no tempo importante como dado fundamental para descodificar as refer ncias passados que se implantaram no espa o numa rela o emp rica porque temporal o vivido atrav s da experi ncia A experi ncia imediata vulner vel ao desenvolvimento do conhecimento por isso n o est vel O edif cio temporal110 hist rico faz parte do pr prio tempo est inserido na engrenagem da pr pria dura o o que est no decurso temporal No nosso 108 O que por conseguinte o tempo Se ningu m mo perguntar eu sei se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta j n o sei Agostinho 1990 p 304 109 testemunho pelo valor cultural e arquitect nico de uma poca determinando um certo per odo de tempo dentro do cont nuo temporal O lado formal material do vest gio permite nos conhecer quais os meios materiais e conceptuais de uma poca 1100 objecto temporal aquele a que se faz refer ncia para dar informa o te
398. que sentimos acordar com a ordem do mundo determina movimentos diversos de nosso esp rito e de nossos sentimentos sentimos ent o a beleza Baker 1998 Num desencadear do pensamento e com base na teoriza o que se formulou nos pontos anteriores desta tese a arte permite interrogar e atribuir novos significados ao se apropriar das formas existentes e ao converte las sempre em presente222 Faculta se assim que os lugares existentes albergam novas contextualiza es e ou validando as hierarquias existentes por rela o causal com o novo Fazendo parte do quotidiano vivificado do Ser e contribuindo para a sua estabiliza o e orienta o nos lugares O novo neste caso imp e se n o de modo imperativo mas sim num di logo diferencial na categoria do tempo e aproximativo mas distinto na apropria o do lugar Debatemo nos com a quest o da necessidade de uma nova monumentalidade convertendo a arquitectura num portador de possibilidade de convers o simb lica de uma sociedade Facultando comunidade 221 O assunto da est tica muito antigo na filosofia no entanto com Immanuel Kant toma a sua forma moderna foi o primeiro fil sofo a sugerir que o sentido do belo um uso distinto e aut nomo do pensamento humano compar vel compreens o moral e cient fica Fusco p 14 222 cf Subcap tulos 2 3 O Intemporal transcend ncia Eternidade o Ser e Theos o 3 6 Re interpreta o das F
399. ques de Riscal Winery Espanha Gehry amp Partners Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www http com 2006 09 23hotel marques de riscal Ilustra o 195 A intemporalidade da obra arquitect nica Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http com 2006 09 23hotel marques de riscal gt Ilustra o 196 As formas actuais Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http com 2006 09 23hotel marques de riscal gt E TO 7 5 Ilustra o 197 A nova monumentalidade Museu Guggenheim em Espanha Pa s Basco Frank O Gehry amp Associetes Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel m www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconstrutiva gt em www lt hitp arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconstrutiva gt Ilustra o 198 Modernidade superada Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconstrutiva gt Ilustra o 199 As novas formas da monumentalidade Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http arquitetonico ufsc br arquitectura arquietctura desconstrutiva gt Englobado nesta vertente em Portugal evidenciamos entre muitas outras obras a casa em Alvito projectada por lvaro Leite Siza Vieira em Carvalhinhas e ainda a Casa da M sica no Porto da autoria de Rem Koolhaas OMA and Arup Maria de F tima
400. quitect nico mas tamb m como documento pelo sentido que possui pelas mem rias que faz re viver e pelos estilos que transmite e acumula A mem ria coisa estranha n o regista a dura o concreta a dura o no sentido bergsoniano N o podemos reviver as dura es abolidas S podemos pens las na linha de um tempo abstracto privado de qualquer espessura vis vel pelo espa o no espa o que encontramos os belos f sseis de dura o concretizados por longas perman ncias Barchelard 1989 p 28 No campo da arquitectura o que se passa Esta forma de exterioridade que o Ser se liberta transbordando se para Esta exterioriza o do Ser pela forma o modo pelo qual ele encontra o interior de uma consci ncia A qual consci ncia lhe permite a orienta o que lhe autoriza usufruir do espa o e existir no tempo Renier 1989 p 187 Para percebermos o mundo onde existe a mat ria em forma utilizamos sobretudo um conjunto de impress es sensoriais a sensa o e a percep o acompanhadas da imagina o e da intui o finalizando com a consci ncia Esta ltima a faculdade que nos permite perceber o mundo exterior Estes aliados s o os mecanismos que facilitam ao Ser desenvolver nas mais diversificadas maneiras e em v rias reas de interven o para reorganizar os dados adquiridos pela consci ncia Tomamos conhecimento das formas pela sua representa o no nosso esp rito Esta re
401. quitecto Tadao Ando Constru do em1995 1996 Arquitectura amp Constru o n 27 Setembro 2004 Lisboa p 121 204 Ilustra o 136 Novas Arquitecturas Pavilh o de Portugal Parque da Na es EXPO 98 Arquitecto Alvaro Siza Constru do em1998 Arquitectura amp Constru o n 27 Novembro 2002 Lisboa p 109 205 Ilustra o 137 Itamatary Palace Bras lia Brasil do arquitecto scar Niemeyer Brasil Constru do em 1968 Arquitectura amp Constru o n 15 Novembro 2002 lisboa o JS 4 RSRSRS EDER RO RU DS UNE AA A A E a AN E G 205 Ilustra o 138 Igreja Santa Maria de Marco Canaveses Arquitecto lvaro Siza Constru da 1990 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril 2002 Lisboa p 112 205 Ilustra o 139 Congresso nacional de Bras lia Brasil scar Niemeyer Constru do em 1960 Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro 2001 Lisboa DE DA rn A aU A E a SA A 205 Ilustra o 140 Edif cio da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa Arquitectos Aires Mateus Constru do em 1998 Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 Lisboa p V02 assadas nasal cs n aia laa a ad alo OP sedia fia nad 205 Ilustra o 141 Pal cio Congressos Catalunya Barcelona Espanha Arquitecto Carles Ferrater Espanha 1944 Constru do em 2000 Consult Out 2010 Dispon vel em www http flickr com photo
402. r n la caducidade y la transitoriedad Las casa os edif cios em geral durar n menos que nosotros Cada generaci n tendr que construirse su propia ciuda Conrad s 1996 p 75 Essa destabiliza o afectar com irrever ncia a transitoriedade temporal e consequentemente o tempo arquitect nico que insepar vel do eu humano Ser Por conseguinte esta rela o inquietante entre o transit rio e o imediato pode fortalecer a import ncia do monumento198 como elemento perene Logo transcendente e intemporal Porventura aquilo que consente a perdurabilidade de uma obra justamente a diversidade das coer ncias poss veis de a encarar sempre actual e necess ria A raz o pode ser simplesmente a de demonstrar uma diversidade de mundivid ncias em todas as fases da sua perman ncia A aquitectura sempre a express o do seu tempo Hern ndez 1997 A arquitectura efectua assim o seu discurso atrav s da percep o do sujeito elaborando meios de interpreta o atrav s da signografia A procura de padr es estabilizados e duradouros na rela o amb gua entre a mudan a o novo e a perman ncia o antigo Atitude poss vel para estabelecer um conjunto de valores significativos que possam conferir ao Ser a capacidade de criar novas formas no Devir a anterioridade a favor da posterioridade199 No sentido de ampliar o nosso patrim nio Racioc nio que pode viabilizar e autenticar as novas formas 198 Monumento
403. ra o entre o sagrado e o profano o humano completa a sua seguran a em face das necessidades da sua viv ncia Reside aqui a complementaridade entre o espiritual e o f sico o imaginado e o reflectido atrav s da concretiza o em mat ria corp reo do que foi imaginado imaterial mental Deste modo o Ser contempor neo vai tomando consci ncia do seu modo de estar no mundo como Ser consciente da realidade que o cerca tornando assim poss vel a compreens o das suas necessidades espirituais na rela o que emerge entre a nossa mente e a concatena o interna e as nossas experi ncias externas Libertando se cada vez mais das explica es vindas das divindades e das cren as o Ser tende a abandonar as hierofanias43 Eliade 1992 O Homem moderno visa evidenciar o seu sentido racional e o seu sentido existencial A praticabilidade da arquitectura transformou se assim mediante a centralidade no Homem O acto de construir e habitar cosmos demarca um lugar no espa o que localiza a exist ncia humana dando lhe um sentido original o a da arquitectura com o ser a do Ser Situamo nos no campo arquitectural vivificado O habitar o fundamento para o qual o Ser se idealiza numa rela o de mortal ligado terra ao c u e aos divinos Heidegger designa a rela o do habitar com os mortais pelos quatro elementos que formam um todo harmonioso totalidade a que deu o nome de quadratura Heidegger 1951 p 175
404. ra sem contudo deixar de respeitar as lembran as mem ria de outras formas da exterioridade alcan ado o equil brio e o respeito pela hierarquia formal proposta mediante a reinterpreta o do conhecimento emp rico e racional de outras formas do passado Esta conjun o ponderada conduziu esta obra em 1991 ao Pr mio Valmor e Municipal da Arquitectura Ilustra o 277 Painel de Azulejos de Menez Fotografias Dispon vel pelo Manuel Tainha 5 2 2 2 A FORMA E A DISPOSI O A forma geral do conjunto FPCE pronuncia os v rios volumes intervenientes sempre numa articula o sustentada na geometria regrada e ortogonal em que o quadrado rect ngulo se destaca formando o espa o central onde se desenvolvem todas a rea constru da pelos volumes propostos O quadrado representa o puro e o racional uma figura est tica carecendo de pontos dominantes para ser movimentada O arquitecto neste sentido optou por constituir num espa o estrat gico a forma circular que se destaca por si e pela cor de contraste com o equil brio restante do conjunto onde se integra Maria de F tima Lino Ferreira 299 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 278 Implanta o do edif cio da FPCE Lisboa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 279 Decomposi o da forma Ilustra o nossa A forma rectangular vari vel do
405. ra ausente dos objectos que se apropriam do espa o O 12 Aporia um reconhecimento da impossibilidade de definir a no o exacta do debate Isto um impasse do pensamento levando nos a uma quase impossibilidade de conclus o 13 N o se pretende abordar os v rios pensadores sobre este tema mas sim escolher autores que de certo modo e indirectamente serviram para sustentar as nossas ideias 14 cf Subcap tulo 2 2 Inteligibilidade do Tempo sua hipot tica defini o 15 No contexto j explanado na disserta o de Mestrado com o tema O Espa o e o Tempo na Arquitectura Um contributo fenomenol gico e ontol gico para uma nova vis o da Arquitectura Cf Subcap tulo 1 1 1 Espa o do Acontecer Fragoso 2001 Maria de F tima Lino Ferreira E O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas bin mio espa o tempo est em todos os sistemas O movimento percebido atrav s n o de uma realidade externa e concreta mas como uma experi ncia interior O tempo est associado a uma linguagem verbal que o exterioriza As rela es temporais s o determinadas pelas palavras como antes e depois Deste modo emprega se a palavra tempo como indicador da temporaliza o em forma de linguagem A linguagem a passagem obrigat ria de todos os caminhos do pensamento Heidegger p 1997 p 21 apreendido como um princ pio organizador de toda a actividade humana no espa o
406. rav s das novas formas da exterioridade No s culo XIX criou se assim uma nova interpreta o da palavra modernidade relacionada com a est tica Isto uma nova corrida dos valores art sticos que come ou na Renascen a em busca da autonomia e da sua vitalidade in dita Na primeira metade desse s culo a modernidade como momento hist rico da civiliza o ocidental Calinescu 1998 era produto do progresso que foi impulsionado pela revolu o industrial e pelas mudan as que da resultaram provocadas pelo capitalismo Essa inten o de modernidade deu lugar a um outro conceito associado est tica Neste contexto existem dois sentidos de modernidade uma modernidade burguesa que continuaria com as tradi es da ideia de modernidade que vinha dos per odos anteriores ou ent o a ruptura total no seu extremo que seriam as vanguardas Segundo Octavio a vanguarda 84 una exasperaci n y una exageraci n de las tendencias que la precedieron Paz 1989 p 161 Essa exuber ncia da arte numa ruptura feroz com as regras institucionalizadas desvirtuando a trouxa a desorienta o A arte passou a ser comercializada sin nimo de dinheiro e do mercantilismo galerias de arte levando os artistas a conceber a arte como objecto Paz 1989 A modernidade foi motivo ao longo dos tempos de v rias controv rsias em concreto a autonomia dos valores est ticos na sociedade capitalista ocidental industrializada em q
407. re 1981 Sociologia del Arte Madrid Alianza Editorial S A FRANCASTEL Pierre 1983 A imagem a vis o e a imagina o Colec o arte e comunica o Lisboa Edi es 70 FRAGOSO Maria de F tima Lino Ferreira Fragoso 2001 O Espa o e o Tempo na Arquitectura Um Contributo Fenomenol gico e Ontol gico para uma Nova Vis o da Arquitectura Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Disserta o de Mestrado FREUD Sigmund 1930 El Malestar en La Cultura ALiance FRIEDMAN Yona 1971 Hacia una Arquitectura Cientifica Madrid Alianza Editorial FUSCO Renato A Ideia da Arquitectura Arte e Comunica o Lisboa Edi es 70 s d GAND Herrique de 1996 Sobre a Metaf sica do Ser no Tempo Lisboa Edi es 70 Vers o do Latim introdu o e notas de M rio Santiago de Carvalho Quodlibet Questions 7 8 9 10 GIEDION Sigfrido 1968 Space Time and Arquitecture 5 ed Cambrige Harvard University Press London GIEDION Sigfried 1981 El Presente Eterno Los Comienzos de la Arquitectura Madrid Edici n cast Alianza Editorial AS Maria de F tima Lino Ferreira 31g O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas GIL Jos 1996 A Imagem Nua e as Pequenas Percep es Est tica e Metafenomenologia s l Rel gio D Agua Editores GOMBROWICZ Witold 1995 Filosofia em Seis Horas e um Quarto ditions Payot amp Ri
408. recto Residem nestas combina es as justifica es para o Ser entender se com o seu interior e o seu exterior no sentido de materializar o seu desejo de se adaptar ao mundo em que vive atrav s da arquitectura Pretende se assim explorar o tempo e o espa o no campo da arquitectura com relev ncia na rea do patrim nio observando e constatando que o vis vel forma real espa o detect vel atrav s dos objectos arquitect nicos e o invis vel forma pensada tempo que a percep o descortin vel do tempo nesses mesmos objectos Esta rela o n o est s na natureza exterior do objecto mas sim tamb m e essencialmente no esp rito dado que toda a obra de arte segundo Pierre 31 cr Subcap tulo 3 6 Re Interpreta o das Formas O uso criativo do passado 32 O real significa o que existe de verdade que n o imagin rio Maria de F tima Lino Ferreira 63 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Francastel consiste essencialmente n o num recorte da natureza mas num recorte da consci ncia perceptiva Francastel 1983 p 57 Ilustra o 5 O Idoso s l s n s d Fotografia Consult 2 Fev 2012 Dispon vel em www lt http olhares com gt Ilustra o 6 A crian a Lisboa 2004 Ilustra o nossa Ilustra o 7 lgreja de N Senhora da Concei o Documento Ic nico Peniche s d Atouguia da Bal
409. rem a qualidade de obras intemporais Existem edif cios que se tornam em monumentos reflectindo o passado ultrapassando a precariedade do presente e outros que s o irreverentes novas formas temporais que evocam o futuro e apressem o presente num cont nuo vir a ser A perman ncia e a transitoriedade s o experi ncias no presente o nico poss vel de ver vivido confronta se com as representa es quer do passado rememora es quer do futuro imagina o S o as obras edificadas que ao apropriarem os lugares nos permitem visualizar o tempo e a sua din mica 250 cf Subcap tulo 2 4 A transcend ncia do Ser atrav s da Arquitectura O in Humano Maria de F tima Lino Ferreira 204 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A continuidade2 da presen a desses objectos mensagens num tempo para al m do seu tempo inaugural2 2 manifesta cumulativamente um tempo passado2 S evocando a mem ria e um tempo futuro sustentado na continuidade Concluir se que o edif cio hist rico possui a capacidade de resistir dura o passando por tr s est gios passado presnete e futuro ultrapassar o seu tempo inaugural presentificar se24 e subsistir a inquieta o de um tempo futuro a expectativa May 1971 p 16 Constata se mais uma vez a interdepend ncia destas duas categorias espa o e tempo na viv ncia humana espace et temps se confondent en une identit D Hondt 1
410. reocupa es quanto inser o no local e aproveitamento do espa o dispon vel jogando com os factores clim ticos e o ambiente que se desejava para a viv ncia do interior e exterior do edif cio Ilustra o 268 Esquissos Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 269 Vista a rea do edif cio da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 270 Vista a rea do edif cio da FPCE Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha a p Mie A nm gt g LUES llustra o 271 Implanta o de todo o P lo Universit rio do Campo Grande em Lisboa Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Em fun o dos dois ramos de estudo a que se destina Psicologia e Ci ncias da Educa o programou se a divis o mediante estes dois sectores de actividades Resultou deste modo uma planta articulando dois corpos que se definem em torno de p tios A fachada Sul que comporta uma das entradas recuada e reentrante alinha se com a fachada da Faculdade de Direito no Maria de F tima Lino Ferreira 290 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas extremo esquerdo A fachada cont gua a Este det m outra entrada virada para a Rua de Malpique que se salienta atrav s de um corpo cil ndrico que a marca e a evid ncia As fachadas simples num desenho que nos aproxima no tempo ao conjun
411. resen a Isto s no presente relacionarmo nos directamente com os objectos e na sua presen a que temos conhecimento da sua perman ncia Imprimindo ao objecto arquitect nico a possibilidade de atestar as suas qualidades que o tornam intemporal 2 Denotar que um monumento hist rico imprime no espa o a sua temporalidade etapas sucessivas do tempo O Ser colocou os seus vest gios na terra e como o tempo nela estratificou as etapas temporais Compreender o presente pelo passado atitude tradicional mas tamb m compreender o passado pelo presente atitude inovadora Hist ria e mem ria colectiva agruparem se num mesmo prop sito relembrar contar ou narrar no entanto a hist ria deve esclarecer a mem ria A mem ria colectiva essencialmente m tica anacr nica deformada constru da com base em interpreta es do vivido O contr rio acontece em parte com a hist ria relatada pelos historiadores A lembran a mem ria de se retroceder incessantemente sempre que se pretende faz nos associar a vis o de Mircea Eliade sobre tema do eterno retorno Eliade 1988 p 91 A repeti o c clica dos acontecimentos e o retorno ao exemplo do acto primordial da cria o origin ria o arqu tipo bem como as heran as podem construir tanto como um est mulo inspirador como uma obstru o ao desenvolvimento ideol gico e conceptual da arquitectura O passado mem ria e o futuro imagina o s poss
412. retada sob os alicerces da vis o do invis vel a qual sendo aparentemente secund ria por vezes n o descodificada de imediato devido aos contextos territoriais e ao significado e simbolismos das formas constru das no desdobramento de m ltiplos espa os abstracto absoluto contradit rio e diferencial Silvano 2010 p 51 A representa o elaborada de uma forma imagin ria com vista comunica o representativa formal presentificada no espa o Mas antes da sua efectiva o no espa o como forma da exterioridade s o pelo artista coadjuvada pela selec o de ideias que s o organizadas mentalmente Moldando o pensamento de modo a converter o pens vel em edific vel Perante o exposto a arquitectura nesta complementaridade entre vis vel materialespa o e invis vel imagin vel tempo interpretada e reflectida pelo Ser 10 M Merleau ponty perceber e imaginar nada mais s o do que duas maneiras de pensar Da vis o e do sentir guardamos apenas o que os anima e os sust m indubitavelmente o puro pensamento de ver ou de sentir e poss vel descrever esse pensamento mostrar que feito de uma correla o rigorosa entre minha explora o do mundo e as respostas sensoriais que suscita bem verdade que percebemos a pr pria coisa j que a coisa nada mais do que vemos e o que chamamos vis o faz parte da pot ncia de pensar que atesta movimento de nossos olhos A percep o o p
413. retam os fundamentos cr ticos causados pela pr pria modernidade E esta foi posta em causa pela ang stia de alcan ar o 192 O pensamento racionalista fundamenta se essencialmente na raz o prescinde de qualquer outro dado se n o da verdade contida na pr pria raz o 193 Racionalismo cartesiano O racionalismo aparece na filosofia moderna na obra original de Ren Descartes a qual foi considerada fundamental para a cria o da vis o do mundo moderno 194 Escola de Artes Decorativas funcionalismo doutrina r gida baseada na fun o como determinante da forma em Weimar Alemanha entre 1919 e 1928 sob a direc o de Walter Gropius foi a escola mais influente do s c XX no dom nio do design da arquitectura e das artes pl sticas Maria de F tima Lino Ferreira 219 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Devir e pela crise do futuro O p s modernismo195 Burger 2003 uma das provas desse sentimento em rela o ao progresso a tomada de consci ncia do que o novo n o tende necessariamente a ser superior ao que o procede O movimento moderno em arquitectura declarou o fim do passado e implantou o esp rito de uma nova arquitectura O p s modernismo exaltou o inverso isto declarou o fim da arquitectura moderna e proclamou a instaura o do passado por conseguinte a restaura o da hist ria Pretendeu se possivelmente uma reabilita o do historicismo do
414. ria da Interpreta o O discurso e o excesso de significa o Lisboa Edi es 70 RODRIGUES A Jacinto 1975 Urbanismo e Revolu o Porto Afrontamento 1975 Introd Fran oise Choay RODRIGUES Maria Jo o Madeira 2002 O que Arquitectura Lisboa Quimera Editores Lda RODRIGUES Ana Leonor Magalh es Madeira 1998 Desenho Ordem Estruturante e Universalizante do Pensamento Arquitect nico Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Tese de Doutoramento em Arquitectura Comunica o Visual ROMERO Francisco 1950 El Hombre y la Cultura coleccion Austral Buenos Aires Editora Espasa Calpe Argentina RUA Maria Helene 1998 Os Dez Livros de Vitr vio Lisboa Departamento de Engenharia Civil Instituto Superior T cnico 1998 Interpreta o de Claude Perrault 1613 1688 publicada em 1673 tradu o em 1998 para portugu s por Maria Helena Rua RUDOFSKY Bernard Architecture without Architects London Academy Editions s d Maria de F tima Lino Ferreira 36 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas RUSSEL Bertrand Human Knowledge lts Scope and Limits London George Allen amp Unwin LTA s d S Daniel de 1993 Cria o do Tempo do bem e do mal Lisboa Publica es Alg s Salamandra Sodilivros SAMI Ali 1974 L Espace Imaginaire Paris Gallimard SANCHES Francisco 1991 Que Nada se Sabe Sec
415. ria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Homem pergunta pelo seu pr prio Ser que lhe permite compreender e ter consci ncia de si pr prio E identifica em si pluralidades de dimens es que tenta harmonizar como a dimens o f sica ps quica e transcendente espiritual S o essas mat rias nas quais envolvemos o Ser que exploramos visando a inteligibilidade das rela es entre Ser Tempo e Arquitectura espa o Baseamos as ideias explanadas nos cap tulos desta tese na sustenta o que nos d a filosofia a sociologia e a antropologia Estas disciplinas sustentam a rela o do Ser com o espa o porque existe e com o tempo porque se movimenta Esse habitar o espa o privilegia a rela o entre a arquitectura e os lugares Ao considerar o espa o e o tempo como coordenadas da vida que elaboram os diversos sistemas humanos Coordenadas que resultam da ordem emp rica da experi ncia premiando o campo arquitect nico de modo a permitir a constru o de uma realidade tridimensional porque material associando o espacial ao temporal da obra objecto Estas rela es objecto Ser revelam se atrav s da import ncia da cultura representada atrav s da arquitectura e atrav s de um sistema social prox mica 1 1 A RAZ O E O SENTIDO Hoje em dia generalizou se a ideia de que o arquitecto dever solucionar e dar respostas s necessidades do Ser designadamente um
416. rito do Ser que atrav s das coisas materiais vinca as raz es dos impulsos imateriais Impulsos que identificamos como o desejo a ansiedade o desespero o devaneio a alegria a imagina o a intui o Por m para al m da imagina o 4 ou da reminisc ncia que asseguram a sincronia da presen a temos enraizado na terra num sempre presente cont nuo as formas concretas Formas concretas que fazem parte da nossa identidade n o s espiritual mas tamb m material os monumentos que apropriam o espa o e resistem ao tempo espace a t parfois consid r comme order des simultan et le temps comme order des successifs et le simultan excult le successif Hondt 1988 p 4 Perman ncias que se revelam na compatibilidade e apropria o ao longo da dura o O monumento adquiriu o direito de perman ncia o tempo real concreto vivido o tempo que dura ininterruptamente pura dura o Bergson 1970 p 12 tornando se num 173 O encadeamento factual dos acontecimentos e sua estrutura o atrav s da ac o do ser ntico ser a ser ontol gico ser globalizante 174A imagina o referida no contexto da criatividade cria o inventiva capacidade de representa o dos objectos acontecimentos ou rela es ainda n o observados Maria de F tima Lino Ferreira 180 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas registo n o s como objecto ar
417. riza a sequ ncia dos fen menos acontecimentos sua dura o e sucess o Hoje uma conven o contar o tempo a partir de um dado acontecimento como a hist ria j nos ensinou quer com o nascimento de Cristo quer com a funda o ou destrui o de um determinado Imp rio ou mesmo ap s o acontecimento terrorista de 11 de Setembro de 2001 nos E U A o primeiro Estado protomundial vers o moderna do imp rio universal Os novos acontecimentos configuram se numa reactualiza o na tentativa de recria o de um acto que se iguala ao acto de renascimento de um tempo a actualidade actualiza se incessantemente Numa tentativa de consagra o de um tempo novo Mas este rejnascimento segundo llya Prigogine 1917 Moscovo Russia no seu livro O Nascimento do Tempo n o dever conotar o tempo com um sentido que se aproxime do conceito de eternidade ou do eterno retorno porque afirma que Talvez hoje nos sirva uma nova no o do tempo capaz de transcender as categorias de Devir e de eternidade Prigogine 1991 p 59 As rela es de anterioridade e posterioridade s o esclarecedoras para distinguir as direc es do cont nuo temporal hist rico que nos dado a conhecer atrav s do mundo observ vel edificado nos transmitido atrav s da nossa percep o associada intui o interpretativa as modalidades sens veis pois atrav s dela que os objectos s o apreendidos No pensamento de Bergson
418. rminada cultura possui definida numa quadr cula de espa o e de tempo tal como refere Pierre Francastel no seu livro A imagem a vis o e a imagina o 1989 p 4 Esta analogia entre o vis vel e o invis vel paralela a outras compara es comuns como os bin mios do bem e do mal do comportamento humano ou in hu jmano da ac o criadora ou destruidora E todas estas de car cter invis vel interiores e indutivas se efectivam a posteriori como presen as reais na Arquitectura no campo que nos propomos aproximar As percep es mediante determinada presen a e ou aus ncia s o essenciais para a compreens o individual do objecto arquitect nico constru do frui o contempla o e exist ncia espa o vis vel e a conceber imagina o sensa es tempo invis vel 11 Aquilo que percebido tem de ser tamb m concebido Maria de F tima Lino Ferreira 53 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A conex o entre o vis vel arquitectura vis o e o invis vel tempo percep o faz transparecer factores divergentes por oposi o e convergentes por complementaridade Queremos com isto afirmar que o objecto arquitect nico ocupa espa o implanta se na terra e participa fenomenologicamente na presen a do ser af no espa o temporaliza se Contribuindo para que o Ser possa estar no mundo de forma vis vel A envolver todo este processo est a engre
419. rnas Giedion 1968 p 6 O mesmo autor v a hist ria n o como deposit ria de feitos not veis e imut veis mas sim como um processo uma exposi o de v rias actividades mut veis e vivas e de interpreta es Neste sentido ao olharmos para tr s J4 constatamos que cada per odo diferente e a cada novo instante se Maria de F tima Lino Ferreira 200 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas transforma o passado em presente num acordo com a pr pria natureza humana tempo e sociologia O aparecimento de novas formas como j referimos anteriormente reside na liberdade organizada na mudan a e no progresso que contribuem para a pr pria hist ria O Le Corbusier advogou que o passado hist rico e o patrim nio universal deveriam ser respeitados acrescentou ainda que uma crise prolongada de um estado inquietante da arquitectura conduzir a uma r pida supress o do passado Porque a obra de arte na sua rela o com o espa o e com o tempo encontra um processo dial ctico entre o imagin rio o real e o percebido Segundo Francastel a arte n o jamais anal gica mas sempre constelada por numerosos elementos que associam lugares e tempos n o homogeneos Ela n o remete a um absoluto mas aos devires humanos Francastel 1973 p 17 Podemos numa s ntese conclusiva do presente texto sublinhar o conte do da seguinte cita o que a obra de arte sendo um documento h
420. rquitect nico objectivo e transparece atrav s de muitos outros tempos como explanamos no segundo cap tulo 131 Como iremos demonstrar no subcap tulo 3 3 O objecto arquitect nico como interlocutor da clarivid ncia temporal O espa o como arquivo 132 passado presentificado atrav s dos objectos arquitect nicos Rela o simult nea entre passado e presente Maria de F tima Lino Ferreira 145 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 3 2 ARTE MODELADORA DA HIST RIA ARQUITECTURA COMO REFLEXO DA HIST RIA La arquitectura es definida como una actividade cognoscitiva cuyos resultados son el fruto de una doble ralci n dial ctica instaurada por una parte com la realidad social y material pr pria de cada poca y por outra com la realidade hist rica de la arquitectura como disciplina 133 Monestiroli 1993 p 8 Ilustra o 24 Formas de art Biblioteca e Centro de Artes de Sines Arquitectura amp Constru o n 38 Maio 2001 p 77 A hist ria serve de base a quase todas as ac es contempor neas Hall 1994 p 170 1 Ilustra o 25 Hospedes do tempo Pousada do Alamal Arquitectura amp Constru o n 20 Maio 2002 p 83 135 A arquitectura arte de construir Ars em Latim um meio pelo qual o Ser tenta transcender se de forma a alcan ar o extra temporal 138 O Ser idealiza se atrav s da arte po esis como definiu
421. rquitectura uma interpreta o das formas encontra na luta constante com o tempo Este ltimo estabelece cada vez mais uma liga o duradoura com o espa o Algo que deve ser visto dentro da perspectiva em geral ou seja uma arquitectura que espera do futuro o Devir eterno O espa o modelado pelos edif cios onde o Ser se movimenta e s o tempo contribui como factor temporal e da temporalidade dos objectos no movimento Movimento que falta ao espa o para ser vivido pelo Ser e pelas formas Se assim n o fosse ter amos escultura mas n o arquitectura Fragoso 2001 Como referiu Constant nos Ap stolos Doxi dis 1965 p 139 Em arquitectura o tempo expresso principalmente como movimento Se pararmos num ponto dado ent o j n o teremos arquitectura mas mero projecto c nico uma decora o de teatro A arquitectura um processo de representa o criativa racional sens vel e intuitiva do nosso conviver com a realidade seja ela figurativa ou real afirmou Verg lio Ferreira no seu livro Espa o do Invis vel Fragoso p 14 se o espa o do invis vel se anuncia no do vis vel na obra de arte que mais presente e vis vel se nos revela o invis vel na obra de arte que particularmente o invis vel se v Ilustra o 10 O Invis vel Pedro Gomes 19 Dez 2005 s 1 s n 2005 Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt 55 35 As
422. rso tem sido durante s culos amplamente discutida e abordada por m todos diferentes resultando numa diversidade de teorias Teorias que se completam que divergem uma das 810 argumento fundamental que a ac o humana radicalmente subjectiva Maria de F tima Lino Ferreira Um O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas outras como aconteceu com a teoria de Arist teles e de Plat oS2 cujo primeiro contestou a teoria do segundo Descobrindo que a eternidade n o est fora do tempo como Plat o advogava Para este fil sofo Arist teles o pr prio tempo eterno o seu percurso sendo circular percorrido eternamente Koj ve 1998 p 8 A linearidade do tempo na vis o de Kant variante moderna fez caducar por sua vez a teoria de Arist teles e a vis o medieval de um tempo circular Mas n o esque amos que na sua filosofia essencialmente teor tica Arist teles centralizava Deus83 no meio desta problem tica assim como Santo Agostinho de Hipona 354 430 Doctor Gratiae e Santo Tom s de Aquino 1225 1274 Dawkins 2007 p 100 entre outros pensadores cl ssicos Santo Agostinho sobre a eternidade diz no seu livro de confiss es o seguinte Sabemos que Senhor que uma coisa morre e nasce consoante deixa de ser o que era e passa a ser o que n o era No Vosso verbo por m nada desaparece nada se substitui porque verdadeiramente eterno e imortal Agositnho 19
423. rte A arquitectura a arte de construir conforme nos ensinou Vitr vio 14 Dez Livros da Arquitectura num empr stimo m tuo com essas reas racionais e espirituais contribuiu e responsabilizou se pela consciencializa o de um respeito pelo passado de modo a cristalizar a viv ncia do Ser no presente com expectativa em rela o ao futuro Como referiu Renato de Fusco a arte tem a finalidade pela sua parte de contribuir para a objectiva o do mundo A arte uma tentativa para arrancar da realidade figuras e modelos bem determinados Arist teles declarou que a arte imita a vida uma maneira de registar certas li es da experi ncia emp rica N o s para alcan ar solu es para desvendar o enigma do universo mas tamb m com vista a sugerir modos diferentes de actua o do Ser Segundo Bachelard A arte 139 Coisa aplicado neste contexto no sentido geral obra de arte monumento edif cio etc 140 cf Cap tulo 2 Percep o do Tempo 141 Os Dez Livros de Arquitectura de Vitr vio Cap tulo III do Livro l Maria de F tima Lino Ferreira 149 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas ent o uma reduplica o da vida uma esp cie de emula o nas surpresas que excitam a nossa consci ncia e a impedem de cair no sono 1988 p 17 o m todo m thodos pelo qual o Ser obt m uma aprofundada e emotiva rela o com a realidade A obra ars constr i
424. ruptura com os convencionalismos impostos Aparecem novos conceitos construtivos que remeteram os estilos hist ricos da arquitectura monumental com os seus excessos ornamentais para um plano mais t cnico e funcional Ilustra o 162 Mies van der Rohe Seagram s Building Nova lorque 1954 1958 Montaner 2001 p 24 Ilustra o 163 F L Wright Museu Guggenheim Nova lorque 1943 1959 Edif cio Escultura Montaner 2001 o dog Museu Guggenheim Corte estrutural do edif cio Montaner 2001 p 58 Surge desta nova arquitectura contrastando com a arquitectura cl ssica uma nova vis o sobre os monumentos e a pr pria monumentalidade Partindo da ruptura dr stica com os elementos que componham a cidade tradicional e seus monumentos que modificou a sua imagem A vis o moderna neste contexto p e em causa a perman ncia do monumento mas por outro lado estimula a nova monumentalidade Na cidade moderna a dial ctica entre as edifica es comuns e os monumentos tornou se mais complicada pois a hierarquia formal entre os edif cios tornou se mais dif cil de distinguir Ao Maria de F tima Lino Ferreira 240 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas contr rio da cidade tradicional em que os monumentos se destacavam orientando e identificado o enraizamento do Ser ao lugar Ora mediante o exposto importa referir que a cidade pode evoluir sustentando se quer
425. rural ou urbana A sua manuten o reside no meio referencial que o Ser necessita para viver espacial e espiritualmente A mat ria objectos alimenta a arte Maria de F tima Lino Ferreira tar O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A hist ria da arquitectura inscreve se na hist ria da arte a menos que se queira dar primazia fun o social ou inova o t cnica dom nios que de qualquer modo t m de ser considerados numa hist ria da arquitectura Luigi 2004 p 12 Como dizia o fil sofo Francisco Sanches 1991 p 94 para conhecermos alguma coisa 139 preciso saber a sua origem e as causas que levaram sua cria o 140 E l gico que n o existe nenhuma coisa que n o prejudique ou auxilie muitas outras pois para um conhecimento perfeito e exacto de uma determinada coisa dever se ter em conta a rela o causal de todas as outras por esse motivo que no estudo presente se evidencia como complemento justificativo da reflex o outras reas do conhecimento concretamente a filosofia a ontologia a fenomenologia bem como a antropologia a religi o e a hist ria Vitr vio reconhecia aos arquitectos a necessidade de obterem conhecimento nas v rias reas de estudo e adiantou que em arquitectura o saber tinha origem na pr tica e na teoria Estas reas do conhecimento centralizam o Ser nas rela es que o conduzem exterioriza o pela execu o da a
426. rvi os das sedes da EMSA e um audit rio O piso de estacionamento tem acesso por Maria de F tima Lino Ferreira Se O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas uma via lateral ao rio localizada a Sul do conjunto estabelecendo a liga o com o Largo do Jardim Roque Gameiro A localiza o deste conjunto not vel numa rela o directa com o rio Tejo Ilustra o 221 Planta da rea da parcela sita no Cais do Sodr Lisboa Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 Ilustra o 222 Vista rea da rea de implanta o do conjunto EMSA Lisboa Fotografia Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha 2011 O conjunto edificado da Ribeiras das Naus A EMSA possui um crit rio formal com as varia es adaptativas ao lugar A implanta o da edifica o na parcela sustentada pela forma de uma pra a voltada para o rio sendo esta centralidade fechada para o fundo urbano do Cais do Sodr pela presen a do Palacete do Rel gio recuperado A centralidade exterior virada para a nova pra a agu ada por uma forma mais irreverente que n o est inserida em nenhum padr o estabilizador sendo esta refor ada pela cor dominante que pretende dinamizar a forma do conjunto onde se integra Ilustra o 223 Vista do interior da pra a Fotografia Dispon vel por arquitecto Manuel Tainha 2011 Ilustra o 224 Vista de um dos volumes latera
427. s inacess vel apreens o racional ou a uma sistematiza o l gica que n o v que n o sente e que supostamente n o se sustentar no argumento ontol gico O dado a priori n o basta para o profano como tamb m n o lhe suficiente a intui o e a cren a Porque Deus n o se d evid ncia da raz o transcendental n o existe como prova material 8 Encontra se nesta inexist ncia uma contesta o da aceita o dos fundamentos religiosos pela ci ncia J n o suficiente a rendi o pela apolog tica 9 de suporte teol gico a confian a na intangibilidade das ideias crist s para os crentes e nem t o pouco para a pr pria ci ncia O sagrado est correlacionado com a religi o e o profano por defini o directa com o sagrado no seu sentido inverso 77 Em teologia e em filosofia da religi o um argumento ontol gico para a exist ncia de Deus um argumento cujo essencial de que a exist ncia de Deus pode ser provada a priori bastando nos apenas a intui o e a raz o n o sendo fundamental a prova material posteriori porque a sua prova material dada pela prova do acto da Cria o Sendo ele Deus o criador de todos os seres O Ser em grego ontos teologicamente entendido como o ente criado cria o passa a ser a prova da exist ncia de Deus 78 A defini o de Deus envolve mais aporias e cepticismos que a defini o do tempo Ambos s o
428. s medem o presente porque o passado j n o mais e o futuro n o ainda 19 Segundo o Heidegger o Ser indefin vel Essa a conclus o da sua m xima universalidade A filosofia o suporte de sustenta o das ideias que se pretendem demonstrar Preza salientar que n o se pretende aprofundar essas linhas de pensamentos dos autores referenciados mas sim validar os nossos prop sitos com ideias que fazem parte do pensamento que fundamentaram a hist ria da filosofia quer da filosofia cl ssica quer da filosofia contempor nea Maria de F tima Lino Ferreira ia O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas nas v rias temporalidades e na apropria o dos espa os O Ser actualmente um ser virado para o vir a ser e n o sustentado somente no ter sido Esta mudan a de pensamento sobre o Ser possibilitou um cruzamento das antigas tradi es permitindo o aparecimento de novas linhagens mais mut veis e abertas do que as anteriores O que podemos retirar da hist ria da filosofia foram as v rias doutrinas controversas que se desenvolveram durante s culos percurso iniciado no s culo XVIII at aos nossos dias Descortinar rela es mais amplas entre a arquitectura e as outras reas do conhecimento e ou tentar encontrar novas raz es para validar novas ideias formas contempor neas inova o n o colocam em causa o valor das rela es j adquiridas e conhecidas a priori
429. s Oposto de Hegel uma nova l gica em que um determinado elemento gera o seu oposto a nega o e o mal s o condi es de rela o com a positividade e com o bem A l gica hegeliana sustenta se neste princ pio de complementaridade em que a realidade mudan a Maria de F tima Lino Ferreira 134 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas eternidade ao contr rio nada passa tudo presente ao passo que o tempo nunca todo presente Agostinho 1990 p 301 por isso o tempo dado a tanto cepticismo e sensa es Os testemunhos que ficaram do passado valem mais pelo seu lado significativo do que pelo seu lado material A grande parte do patrim nio arquitect nico reside nos edif cios de car cter religioso tempo sagrado rela o do Ser com Deus defensivo ou seja demonstrativos tanto do poder glorioso do Ser tempo profano como da sua rela o com o divino ou com o m tico Efectivamente a demonstra o da necessidade do Ser se colocar antes do tempo presente isto necessita conhecer a sua origem e a origem das coisas O testemunho arquitect nico representa a sucess o das gera es permitindo a comunica o e orienta o tanto no tempo natural como no tempo da consci ncia A comunica o permite uma determinada leitura e interpreta o dos sinais deixados no espa o por outras gera es levando a uma continuidade da tradi o 4 que pode
430. s adapt veis ao contexto S o resultantes que surgem da congru ncia entre o sistema compositivo e o sistema construtivo As formas organizadoras do espa o definem limites de ac o do Ser que est o na base da funda o de um dado territ rio Este valorizado segundo os par metros de qualidade das edifica es do sentido do lugar e do padr o temporal definido pela dura o dimens o existencial permanente ef mero passado presente Este conjunto de regras que se combinam por sua vez percept vel atrav s de um conjunto de s mbolos que entram na constru o das mensagens espaciais prontos a serem descodificados 193 As mensagens em linguagem espacial podem ser completadas pela linguagem temporal e tanto num discurso como noutro s o percept veis quando nos deparamos com os exemplos edificados no territ rio espacial Segundo Sigfrido Giedion Estos nuevos modos de percepci n implican nuevos sentimientos para los cuales el artista debe buscar una nueva definici n 1968 p 450 Ou como observa Renato de Fusco no seu livro A Ideia de Arquitectura A defini o de um tal m todo o objecto de toda a investiga o hist rica o que confirma que grande parte do seu interesse pelo passado surge em fun o como se disse da actividade pr tica moderna Fusco p 27 A perman ncia est sempre presente mais not ria em edif cios com valor simb lico as
431. s respeitando o edif cio existente o palacete que se pauta por um tempo inaugural diferenciado A arquitectura actual nasce da continuidade e da ant tese dentro de um contexto simb lico existente criado por obras procedentes libertando se segundo os padr es de refer ncia do arquitecto que a idealiza mediante determinada tem tica No presente caso para uma utiliza o terci ria Maria de F tima Lino Ferreira en O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Procurou se uma nova rela o dial ctica entre a forma nova e a forma hist rica constru da o palacete e o lugar existente a participa o convergente das formas de pocas temporais diferentes que transformam a cidade num meio visual a forma como imagem Esta preocupa o pelo contexto caracterizam uma postura urban stica pr pria e sens vel que permite definir a ambival ncia da temporalidade das formas passado presente futuro deste tempo decorrido que a cidade se constr i quer baseada na mem ria passado quer na imagina o novo 237 O colectivo necessita de lugares est veis carregados de valores simb licos requer lugares arquet picos que por sua vez socializam os espa os E a cidade viva tem como objectivo servir de ponte entre o passado e o presente Em toda a cidade os momentos relevantes da sua hist ria sobrep em se em camadas que remetem a globalidades passadas Montaner 2005 p 163
432. s actuais sem contudo perderem as refer ncias que secularmente estabilizaram alguns edif cios de um tempo passado e de um lugar presente Garantido assim um estudo variado e estruturado entre o Ser o tempo e o espa o O Ser que percepciona e descodifica o objecto o tempo que viabiliza a sua dura o e consente a formaliza o da continua o hist rica patrim nio passado pressup e a passagem do tempo e por Maria de F tima Lino Ferreira ii O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas ltimo o espa o que fixa o Ser e as coisas que ele cria Atrav s do qual poss vel objectivar o tempo colectivo e individual do Ser O Ser est associado ao conhecimento e a consci ncia O tempo a din mica e a dura o O espa o o acontecimento e a ac o Maria de F tima Lino Ferreira sa O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 2 PERCEP O DO TEMPO 2 1 O PARADIGMA ENTRE O VIS VEL E O INVIS VEL PRESEN A DA AUS NCIA A minha par bola insiste numa quest o a da presen a ou da aus ncia nas nossas vidas individuais e ao n vel pol tico da nossa exist ncia social de poiesis do acto e da experi ncia da cria o no seu sentido pleno Steiner 1993 p 32 A arte n o existe para produzir o vis vel e sim para tornar vis vel o que est al m Klee 1990 p 50 Ilustra o 1 Olhar Nuno Andr Monteiro Lisboa s n s d Consul
433. s artes emergentes de uma poca cl ssica permitiu uma restaura o do que pareceria totalmente perdido La primeira construcci n de una voluntad de retorno del pasado deliberada formal est dirigida a la restauraci n de las formas todavia consideradas m s nobles del saber a las ci ncias antiguas cuyo nicos vest gios son los textos y los artefactos del arte im genes y edif cios D az 2000 p 156 Na transi o da Antiguidade Cl ssica para a Idade M dia existiu uma grande crise que marcou nitidamente as duas idades Mas n o se constata que tal crise tenha fundamentado abismalmente a separa o entre a Idade M dia do Renascimento Entre os diversos especialistas nesta mat ria existe um ponto em comum quando se afirma que o come o do Renascimento aconteceu quando o Homem se apercebeu que n o vivia mais na Idade das Trevas A Nova Idade um retorno um renascer rinascita Sustentado nos alicerces de uma Antiguidade surge a novidade de um humanismo que n o existia na Idade M dia Mas este renascer esta nova era trazia um report rio arquitectural alicer ado nas constru es cl ssicas A antiguidade ressuscitada foi um contributo essencial para o Homem moderno Na transposi o contextual da dicotomia a evolu o hist rica referida fundamenta se por analogia de ac o na ideia de manuten o das mem rias passadas edificadas quando positivas e contribuintes para a humaniza o e so
434. s das obras arquitect nicas situando as no tempo em rela o anterioridade posterioridade sucess o simultaneidade e antes depois Evocando o tempo atrav s das rela es formais e materiais mantendo a possibilidade da reversibilidade mediante a interliga o entre o passado mem ria o presente presentifica o e o futuro imagina o S adquirimos conhecimento mediante as rela es Mas essas na presen a constante do desenvolvimento das investiga es v o sendo exploradas e por conseguinte melhor definidas Possibilita afirmarmos por aferi o que existe um tempo arquitect nico que se deixa percepcionar atrav s do objecto arquitect nico que se alicer a no espa o Este conceito de tempo sustenta se numa estrutura complexa onde se interligam v rios campos do conhecimento Concluiremos deste modo que o tempo arquitect nico o somat rio de v rios tempos os quais identificamos em diagrama Maria de F tima Lino Ferreira 101 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Diagrama relacional entre as teorias sobre o tempo e o tempo arquitect nico Ilustra o 14 Ilustra o nossa A nossa proximidade a um poss vel conceito pode para muitos ser mais uma simples especula o mas entende se que as diferentes ideias por analogias ou por dicotomias podem comportar ainda conceitos diversos Aludindo a extens o do conceito para outras rea
435. s de conhecimento e pr ticas para al m da arquitectura conclui se que a varia o e o conte do do conceito associado palavra tempo neste contexto implicam com um grande leque de significados Vitr vio escreveu no seu livro Os dez livros de Arquitectura que a arquitectura uma arte de construir mas tamb m a realiza o de medidores de tempo os edif cios Maria de F tima Lino Ferreira 192 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 2 3 O INTEMPORAL TRANSCEND NCIA ETERNIDADE O SER E THEOS Quer sejamos laicos quer religiosos a ci ncia deve ligar o homem ao universo Prigogine 1990 p 22 Ilustra o 15 Jesus Rui Marques 8 Jul Barcelona s n 2005 Fotografia Consult Out 2011 Dispon vel em www lt http olhares com gt 4 o homem religioso esfor a se por se aproximar dos Deuses e participar do Ser a imita o dos modelos exemplares divinos exprime ao mesmo tempo o seu desejo de santidade e a sua nostalgia ontol gica Eliade p 118 O s culo que agora entrou em agonia registou um progresso cient fico e t cnico prodigioso sem precisar da hip tese Deus Tudo se passou como se Ele n o existisse Fez se tudo exclusivamente em nome do homem da raz o da ci ncia da t cnica da produtividade da revolu o e do Estado Domingues 1999 p 164 Abrimos este tema com uma frase de Frei Bento Domingues porque nos transmite
436. s de la Universitat Polit cnica de Catalunya DOBERTI Roberto 1992 Lineamientos Para Una Teoria Del Habitar Buenos Aires Colegio de Arquitectos Pr vincia CAPBA Distrito III DOMINGUES Frei Bento 1999 Da morte de Deus ao regresso do religioso Not cias do Mil nio s n 8 de Julho 1999 DORFLES Gill 1988 O Devir das Artes 3 ed Lisboa Publica es Dom Quixote tra de Baptista Bastos e David de Carvalho Il Divenire Delle Arti Turim Giulio Einaudi Editore 1959 19677 DURAND Gilbert 1989 As Estruturas Antropol gicas do Imagin rio Lisboa Editorial Presen a DURAND Gilbert A Imagina o Simb lica Lisboa Edi es 70 DURAND Gilbert 1983 Mito e a Sociedade Lisboa A Regra do Jogo 1983 DOXIADIS Constantinos Ap stolos 1965 Arquitectura em Transi o Coimbra Ceira Arm nio Amado ECHAIDE Rafeal 1976 La Arquitectura Es Una Realidad Hist rica Pamplona Ediciones Universidad de Navarra S A EUNSA ECO Humberto 1981 A Defini o da Arte Arte e Comunica o Lisboa Edi es 70 1981 ECHAIDE Rafael La Arquitectura Es Una Realidade Hist rica Pamplona Ediciones Universidad de Navarra A S s d ECO Humberto 1974 As Formas do Conte do S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo EINSTEIN Albert 1962 Como vejo o mundo 22 ed Lisboa ENO EKAMBI SCHMIDT Jezabelle 1974 La Percepci n del Habitat Barcelona Editorial Gustav
437. s de se tornarem mem rias presentificadas sustentados num espa o que recipiente das temporalidades que cada obra arquitect nica passa O espa o aqui possui uma outra fun o o de permitir essa lembran a presentificada espa o como arquivo 189 3 5 ENTRE A MEM RIA E A IMAGINA O DESEJO MATERIALIZADO EM ARQUITECTURA O presente cont m mem rias do passado e expectativas do futuro Lacey 1972 p 43 Ainda que uma coisa nunca chegasse a existir com efeito realizado ou concretizado no tempo e no lugar de um ponto de vista l gico ou mental podia dizer se que ela tem a possibilidade de come ar a existir ou ser criada Gant 1996 p 32 Uma das caracter sticas singulares do Ser poder colocar se fora do presente e projectar se no futuro ou ent o no passado Perguntamos como isso poss vel Conferimos isso quando tentamos atrav s da mem ria descobrir um caminho de regresso ao passado atrav s de imagens sequenciais que os nossos sentidos alinham e fazem re troceder mem ria Por outro lado podemos transcender nos e irmos de encontro ao futuro imagina o A elabora o de um projecto premedita ou mesmo antecipa em fase imaginativa o que acontecer quando a 169 cf Subcap tulo 3 3 O objecto arquitect nico como interlocutor da clarivid ncia temporal o espa o como arquivo Maria de F tima Lino Ferreira 1er O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas arquitectura
438. s do Concelho de Lisboa Domingos Parente da Silva Pedreirinho 1994 p 220 suo casaria teia io edad a loso anakaa la asa aksit 190 Ilustra o 93 Universidade Cat lica Lu s Cunha e Domingos Gomes ll stra NOSSA siren nuerai So Tae dai nbs Epi dados Sa AR Sara ado 190 Ilustra o 94 Palazzo Vecchio Pal cio Municipal de Floren a de estilo g tico Janson 1989 PSA ras eaaa LOL RARA a AAKA MR AKE TKa nada 192 Ilustra o 95 Maison do campagne al ados e corte Vidler 1987 p 134 Ilustra o 96 Auditorium Buildin Arquitecto Louis Sullivan e Engenheiro Adler Consult Dez 2011 Dispon vel em www lt http auditoriumtheatre org gt 192 Ilustra o 97 Descobrimentos Pavilh o e esfera dos Descobrimentos Exposi o de 1940 em Lisboa Consult Out 2010 Dispon vel em www lt http arquivohistorico moptc pt ID 2168 gt 193 Ilustra o 98 Pavilh o Multiusos Atl ntico no Parque das Na es Arquivo Fotogr fico CML Dezembro 1999 Ref BO89838 193 Ilustra o 99 Pavilh o Multiusos Atl ntico no Parque das Na es ilustra o NOSSA RE EEE E E E E N 193 Ilustra o 100 Pavilh o Atl ntico Multiusos Lisboa Fotografia de Lu s Pav o Arquivo Fotogr fico CML Dezembro 1999 Lisboa 193 Ilustra o 101 Pavilh o Atl ntico
439. s e as perman ncias marcando assim uma sucess o E no campo da arte como explicamos que essa necessidade metaf sica ou temporal se manifesta com mais intensidade A transposi o do n o vis vel incomunic vel para o vis vel comunic vel entre o f sico e o metaf sico acontece ao n vel do eu pens vel numa vis o Kantiana o pensamento humano efectua se no tempo e um fen meno temporal Por vezes os pensamentos tornam se t o intensos que deixam quase de ser nossos para passarem a fazer parte de algo que nos leva ao caminho do real i e o projecto Projecto que se torna num intermedi rio entre o ser e o parecer entre a aus ncia e a presentifica o Bachelar 1989 p 228 Todo o projecto uma contextura de imagens e pensamentos elaborados mentalmente e transportados em figura o das formas que pressup e uma ascend ncia sobre a realidade O projecto uma elabora o mental explicativa convertendo se num meio emissor de ideias com vista formaliza o e temporaliza o da forma arquitect nica A arte lida com necessidades elaboradas pelo Ser pela mente e pelas m os atrav s da constru o de Maria de F tima Lino Ferreira 119 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas objectos Todos eles objectos t m de passar pela fase de projecto pens vel para se transformarem em mat ria Kubler 2004 p 23 Todo este processo parte da inquie
440. s fafner 3063890251 205 Ilustra o 142 Casa em Ovar sita em Ovar Projecto dos arquitectos Jos Ant nio da Costa e Tiago Meireles Obra conclu da em 2005 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 Lisboa p 12 205 Ilustra o 143 Casa Tugendhat Rep blica Checa Arquitecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru da em 1930 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 LISBOA siratan e aa pala ua a a AEE AAA Gas AT 205 Ilustra o 144 Zona privilegiada do jardim e da piscina Casa em Ovar Ovar Arquitectos Jos Ant nio da Costa e Tiago Meireles Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 Lisboa S d esssseesssnnnsseernneennnessnnrrsserrnnerrnnnnssrernsee 205 Ilustra o 145 Pavilh o da Alemanha Barcelona Espanha Arquitecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru do em 1929 Consult Setembro 2010 Dispon vel em www lt http viajantecronica com vale apena ver de novo pavilhao da Alemania eai ig ein na des caso Rr e dida ee dadas A dentaria E 206 Ilustra o 146 A casa no Carre o Viana do Castelo Arquitecto Jo o lvaro Rocha Constru da em 2000 Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro de BUU LISBOA P DO ni is e ra iG DRT a pa TS Aa 206 Ilustra o 147 Casa FarnsworkK Arquitecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru da em 1950 Consult Agosto 2010 Dispon
441. s formas que cria Numa dedu o directa aplicativa diremos que a arquitectura feita pelo Ser e para o Ser Conhecendo os motivos que movem o Ser neste mundo mais facilmente se compreender as raz es que o levam a criar e a se confrontar com o seu dia a dia Atrav s da arquitectura o Ser confronta se com o mundo e consigo pr prio quer durante a sua exist ncia presente quer atrav s daquilo que cria ap s a sua finitude imortalidade alcan ada pela perenidade da obra criada Arquitectura e a sua rela o com o tempo n o s foi conseguida pela hist ria mas tamb m pela capacidade do Ser atrav s dela poder exprimir o seu lado inumano Isto igualar se ao acto divino da cria o ou seja prevalecer para al m da sua mortalidade pela perman ncia Agostinho 1990 p 304 A arte tem a capacidade de demonstrar e nos informar mais sobre os modos de pensamento e de viv ncias de um grupo social do que propriamente dos 94 Na modernidade o sujeito colectivo que teve em Marx o representante da materializa o dessa inten o ut pica que marcou os s culos XIX e XX Maria de F tima Lino Ferreira 121 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas acontecimentos individuais A cultura ocidental moderna julgou que as ci ncias e as artes estariam geralmente separadas e isso n o bem verdade pois ambas desempenham um papel fundamental na conjuga o pertinente entre as raz es e as idei
442. s intuir 0 que a presen a da aus ncia percepcionada indirectamente atrav s desses objectos reais que associados ao decurso da hist ria nos apresentam a inteligibilidade L vinas s d temporal Permitindo a visualiza o do que invis vel Esta visualiza o do tempo que de outra modo n o nos era poss vel porque N o vemos o tempo Se algu m afirma que viu o tempo que conte como ele a que se aprece se pode ser medido quantos quil metros tem quantas toneladas ou quantos anos se d ctil ou duro l quido ou gasoso Askin 1969 p 82 O conceito de tempo nos dado compreens o como um dado a priori que nos dado sem pormos em causa a sua ess ncia Santo Agostinho disse que sabe o que o tempo mas se lhe perguntarem j n o sabe E ainda refere no seu livro Confiss es Quem pode medir os tempos passados que j n o existem ou os futuros que ainda n o chegaram S se algu m se atrever a dizer que pode medir o que n o existe Quando est decorrendo o tempo perceb lo e medi lo Quando por m j tiver decorrido n o pode perceber nem medir porque esse tempo j n o existe Agostinho 1990 p 306 sublinhado nosso 49 Este conceito que traduz a precariedade das coisas e das situa es n o envolve nada mais do que uma dimens o temporal que por extens o se foi aplicando a tudo o que tem um tempo de vida curto Duarte 1992 p
443. s os campos da vida quotidiana Ela define o que moral ou imoral o que est correcto ou incorrecto arriscamo nos deste modo a encarar a religi o como manipula o dos costumes vivenciais do Ser Isto a religi o define regras de rela o com o sagrado e com o profano A experi ncia da religi o atinge o lado sens vel e emocional do Ser condicionando as suas ac es Aqui entra por vezes o pensamento m tico a procura de uma uni o com a divindade mesmo que seja somente pela sua proximidade Jorge 1993 p 156 Nessa causalidade sustentada nessa necessidade aparece nos v rios edif cios emblem ticos que enaltecem o car cter m stico de algumas civiliza es ou o poder dos seus Deuses 8 Estes edif cios constituem se em s mbolos Krier 1999 p 31 que reflectem e transmitem os valores fundamentais do poder religioso mas 76 Importa salientar que abordamos este tema no sentido globalizante onde se podem inserir o Monote smo cren a em um s Deus o Polite smo cren a em v rios Deus a Monolatria cren a em um s Deus mas n o exclu a exist ncia de outros Deus ou o Pante smo cren a em Deus ou numa for a divina surge associado ao misticismo com o objectivo de alcan ar a uni o com a divindade Maria de F tima Lino Ferreira 103 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tamb m da cria o humana na interpreta o crist em que o Ser se define como o ente cr
444. sa 189 Ilustra o 83 Novas arquitecturas Edif cio de Coordena o e Controlo Mar timo do Porto de Lisboa Documento ic nico Arquitectura amp Constru o n 20 Novembro 2002 p 102 Costa Oeiras 2005 189 Ilustra o 84 Bas lica Paestum Pormenor das Colunas da Bas lica d rica do s culo VI a C Janson 1989 D27 e araaaas e dna pata nd aaa ALLEN ne dnas mena vs DEN 189 Ilustra o 85 Paestum Segundo Templo de Hera Janson 1989 p 121 189 Ilustra o 86 O Templo de Poseidon Pesto It lia 460 a C Janson 1989 p AA Raia AA EE RR CR PRP RR RD RO OND RAR O 189 Ilustra o 87 Claude Nicholas Ledoux Perspectivas e corte da casa do director da Salinas de Arc y Senans Cerca de Besan on Fran a 1775 1779 Vidler 1987 Pas o PORN RR RR BR DR NRO DE GR RR RN UE RR 190 Ilustra o 88 Geometria de composi o Clark 1997 p 94 190 Ilustra o 89 Plantas Clark 1997 p 94 190 Ilustra o 90 Pantheon Roma 118 125 a D S culo Il a D Janson 1989 p A fofas RAMPA SRS IRISR o RREO NPR RN PR DU RARE E TO RED DP A RR 190 Ilustra o 91 Lord Burlington e William Kent Chiswich House Londres Andrea Palladio Janson 1989 p 575 rar antas sabes a NR SASIE RIA Raiden a gas a sus c enfia d die 190 Ilustra o 92 Pa o
445. sado ou visualizado no presente A mem ria associada ao que passou acontece quase sempre relativamente a algo Raramente a mente humana capaz de recordar algo que n o est ligado a nada Pag s 2006 A mem ria significa uma fun o que o Ser possui de conserva o de experi ncias passadas e que se manifestam por 163 Os registos do passado s o dispostos por ordem cronol gica mediante a mem ria social cronologia que evocam e transmitem a recorda o dos factos passados que merecem ser conservados dado que o grupo v uma unifica o nos monumentos da unidade passada De certo modo ret m do seu passado as corrobora es da unidade presente Maria de F tima Lino Ferreira 169 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas h bitos ou por lembran as diz Bergson Ao contr rio o registo pela mem ria de fatos e imagens nicos em seu g nero se processa em todos os momentos da dura o 1990 p 64 Insistimos que n o existe mem ria sem existir correspond ncia material de suporte que permita a leitura temporal pela presen a edificada e estabilizada no espa o em concreto quando falamos de arquitectura O que acontece quando lemos livros da hist ria ou da teoria da arquitectura em que se recorre quase sempre a figuras que demonstram edif cios emblem ticos de pocas temporais diversas e distintas Entre muitos autores destacam se Sigfrido Giedion Manfredo Tafuri ou
446. se quando a forma eidos se converte em mat ria causa formal e material A causa formal o que possibilita a forma modelo e a causa material aquilo de que a forma feita Ambas se conjugam para realiza o da necessidade ou do desejo A contribui o da obra de arte a forma exteriorizada produto da criatividade e materializada pelo acto da cria o movimento inteligente em direc o forma leva nos a fundamentar os devaneios do nosso esp rito criativo e criador O artista cria um mundo de realiza o que mais do que o dom nio secreto do seu pr prio esp rito e nele os outros tamb m podem participar e encontrar prazer na fase em que a obra se d ao conhecimento exterior ao outro O conte do da obra de arte serve a representa o de uma ideia de uma possibilidade mais humana Concretamente o que essencial na arte a exalta o de uma emo o profunda perante o grande mist rio da nossa exist ncia Como j referimos anteriormente a arte o m ximo da express o dada natureza pelo Ser Mas na natureza que o Ser busca a sua inspira o A mimesis significado que Arist teles atribuiu imita o representa o a imita o poss vel que a arte retira das ac es do Ser mimesis tes praxeos princ pios de ordem e de regras que constituem um sistema de formas necess rias possibilidade do acto criador 142 Ao interpretarmos o valor patrimonial de um determinad
447. se tornar corporalizada atrav s da forma exterior 170 Esta aptid o se assim a entendermos em olharmos para a frente e para tr s faz parte da consci ncia que o Ser possui de si mesmo E porque o Ser tem essa capacidade de se transcender para se conhecer que ele interessa ontologia Pois nele que se d a compreens o do Ser A ess ncia do homem ao mesmo tempo a sua exist ncia Aquilo que o homem ao mesmo tempo a sua maneira de ser a sua maneira de existir de se temporalizar Paisana 1992 p 74 Denotamos que o Ser n o vive s do presente Espiritualmente ele necessita da mem ria presente do passado que j n o mais e depende do futuro como Devir sentido da n o paragem ser para em direc o a Implicitamente estamos a falar do espa o e do tempo numa rela o n o s material mas espiritual Em que as sensa es e as percep es s o apreendidas do espa o ser no mundo espacial que as suporta e no tempo que as evidencia Quando falamos da mem ria n o nos referimos somente ao que ela cont m do passado mas sim como guardi de um conjunto de significa es que se agrupam por ordem do que significativo e mais profundo na nossa viv ncia A mem ria prova que possu mos uma rela o mold vel e criativa com o tempo Basta para isso o Ser ser ele pr prio um Ser temporal Heidegger 1997 O essencial dar ao esp rito algo com que se
448. segunda metade do s culo XX foi um mecanismo pobre que limita o objecto sua simples utilidade sustentada por factores econ micos Mas verdade que na primeira metade desse s culo as diversas manifesta es do racionalismo foram dinamizadoras e impulsionadoras da renova o e do progresso Bauhaus Casa da constru o194 Todo o pensamento dever ser um processo racional e intuitivo expressividade na medida instrumental que est na pr pria base da modernidade Naturalmente que a arquitectura n o poder excluir a racionalidade como mestria da concep o at porque entre todas as reas da arte a mais condicionada quer pela utilidade quer pela necessidade real N o se contesta ao contr rio do que se possa apreender da leitura deste texto que dever se realizar uma arquitectura atra da pelos conte dos enaltecidos pela anterioridade Gilbert Luigi defende Os excessos do ecletismo e a rigidez da ideologia acad mica suscitam no final do s culo um efeito de satura o e uma recusa do formalismo historicista que parece anacr nico dado que impr prio para exprimir a sociedade moderna Luigi 2004 p 142 Mas tamb m se entende que n o se deve erradicar os factores hist ricos na conceptualiza o do novo caindo no descontexto com o lugar da aquitectura da nova modernidade Vivemos alguns per odos cr ticos do passado a crise do futuro e o cepticismo do Devir Estes momentos ainda acar
449. sem cren a parece n o existir Associado ao Ser est a sua racionalidade e a sua fragilidade perante a caducidade temporal como imortal 159 A religi o uma institui o reguladora que interfere mais do que se julga em todos os campos da vida quotidiana Ela define o que moral ou imoral o que est correcto ou incorrecto arriscamo nos neste modo a encarar a religi o como manipula o dos costumes vivenciais do Ser Isto a religi o define regras de rela o com o sagrado morada sagrada edificada como s mbolo o templo e com o profano morada do imortal a casa A experi ncia da religi o atinge o lado sens vel e emocional do Ser condicionando as suas ac es Aqui entra por vezes o pensamento m tico a 158 cr Subcap tulo 2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Sere Theos 159 Mas como e porqu o homem de hoje se confronta entre estes dois estados de viv ncia A resposta a esta pergunta encontrar se na instabilidade dos conceitos e nos dados fornecidos a priori imperativos impostos pelas leis da religi o e na condi o finita do Ser como mortal Apoiados nestes dois extremos temos uma vertente seguidora da ideia de Deus uma realidade suprema inating vel e inigual vel qualidades de qualquer entidade cujos atributos est o acima das capacidades dos Seres transcendente e uma outra vertente a do pr prio Ser acreditar que o acto criador passa por algo mais terr
450. ser o indicador do n vel da sociedade e do interesse desta ltima elevar o n vel art stico para que haja o tal equil brio harmonioso com a vida Neste sentido as sociedades devem ser investigadas porque sendo reais os seus factos n o s o excep es ao mundo cient fico e concretamente 148 O conceito de tradi o est associado compreens o um modo de ver o mundo numa perspectiva cultural com incid ncia na pr tica social Maria de F tima Lino Ferreira 133 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas arquitectura A sociedade abarca muito mais que um simples conceito uma realidade de exist ncia objectiva que interfere com a exist ncia subjectiva 149 A arte carrega em si e consigo significados formados atrav s do que foi e ser significativo para o Ser e para o mundo um testemunho de um modo particular de estar no mundo e o meio de se compreender a vida e de se obter uma vis o dela As obras de arte s o ra zes vincadas na Terra que nos d o a possibilidades de visualizar um itiner rio colectivo e assim historicamente tornam se marcos e refer ncias culturais A rela o dessas obras com a hist ria diz respeito n o s ao estudo da pr pria arte como nos conduz inevitavelmente a considera es que s o importantes para deslindar a ess ncia do Ser e da pr pria arquitectura Elaboram se atrav s dessa rela o e intelec o pressupostos pelos quais ele
451. ser ampliada e novamente interpretada Mant m se assim sempre de maneira est vel a concilia o do passado tradi o com o futuro inova o at porque o tempo n o representa um s par metro invari vel para determinado sistema de coordenadas mas demonstra se atrav s de par metros vari veis Cada poca possui rela es diferentes com o passado e com o futuro Cada uma elabora ritmos hist ricos diferenciados dependentes tanto da experi ncia que o passado actualizado como da pr pria espera do Devir actualiza o do presente De cada novo acto de cria o resulta uma nova forma que faz aparecer em rela o a si um tempo inaugural Reformula se o tempo a pl stica temporal que supera o passado pela sua regenera o no presente atrav s de novas mentalidades que surgem mediante novas formas no espa o Nesta rela o surge um tempo n o s psicol gico subjectivo 114 necess rio uma ponte entre o tempo da consci ncia interno ao Ser e o tempo natural externo ao Ser Os vest gios documentos estimulam o tempo da consci ncia e este imp e se ao tempo natural Maria de F tima Lino Ferreira 135 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas consciente que varia de indiv duo para indiv duo interpreta o e significados de acordo com a sensibilidade e percep o individual mas nele associa se um tempo inconsciente tempo interno numa rela o combinat
452. skin 1997 p 207 Ilustra o 35 Templo Romano de Diana em vora ilustra o nossa Ilustra o 36 Bas lica de Santa Luzia em Viana do Castelo 1925 Souto p 220 Ilustra o 37 S Nova de Coimbra em Coimbra 1547 e 1598 Souto p 58 A mem ria essencial e tem como propriedade a conserva o e preservar imagens ou impress es gra as capacidade do Ser de as reter como passadas N o se pretende efectuar uma exausta narrativa hist rica sobre a mem ria mas intentamos elevar a import ncia desta fun o ps quica actividades perceptivo cognitivas a favor da exist ncia do Ser na e pela hist ria colectiva isto evidenciar a mem ria social que determinado objecto representa para o Ser e para a comunidade em que se insere Em diferentes sociedades e em diferentes pocas a no o da import ncia da mem ria despertou o interesse nos sistemas educativos em todas as reas do conhecimento com especial relev ncia na psicologia biologia antropologia e sociologia entre outras Maria de F tima Lino Ferreira 169 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas No campo da arquitectura a mem ria facultada e ou estimulada pelo visual e pela hist ria cultural Estes fen menos correlacionados aproximam a mem ria a esfera das ci ncias sociais e humanas Em todas as sociedades os indiv duos possuem grande informa o do seu patrim nio gen tico A linguagem
453. smisi n sin pasado que se transmita Ni futuro hacia el cual se camine un futuro en el pasado Pag s 2006 p 63 Os movimentos actualizantes do presente pretendem alcan ar as novas formas temporais Res dem nos contr rios tradi o inova o uma co rela o por vezes conflituosa e amb gua O passado percept vel pelo encadeamento temporal quando se d o presente e este na sua evolu o atinge o futuro Num continuo incessante de repeti o O futuro parece nos conjunturado com o vir a ser na expectativa do que n o ainda O futuro para acontecer tem que partir do que antecedeu pois como diz Steiner 1978 sem antecedente n o h continuidade Refere ainda que n o se pode imaginar um futuro do vaz o Um conhecimento baseado na formula o de leis tem como pressuposto metate rico a ideia de ordem e estabilidade do mundo a ideia de que o passado se repete no futuro Santos 1987 p 17 A objectiva o da ruptura atrav s de novas formas rompimento com as formas estabelecidas adv m como uma inst ncia de cr tica atrav s da arte sobre a estrutura social em que a arte se d Este facto associa se utiliza o imediata e pr tica da sociedade mercantil estimulada pelo consumo que visa somente uma produ o lucrativa Segundo Peter Burguer s o estes factores que desvalorizam a arte remetendo a para o uso meramente comercial Este na realidade o problema da estandartiza o
454. sociado hist ria atrav s dos quais podemos percepcionar as nossas refer ncias e apreender a nossa identidade nacional O enraizamento no espa o que apropria possibilita a estabilidade emocional Atrevemo nos a ss afirmar que estando a porque existe facilita a nossa rela o existencial porque nos permite fixar num lugar no espa o estabilizando nos Pertencermos 153 A interpreta o do lugar Maria de F tima Lino Ferreira 139 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas a esse lugar espa o estar enraizado obtendo um significado id ntico ao do habitar 154 o lugar antropol gico Marc Auge exp e sobre o assunto O Lugar por fim necessariamente hist rico na medida em que conjugando identidade e rela o se define por uma estabilidade m nima e desde que nele vivem possam reconhecer pontos de refer ncia 1994 p 58 Os lugares 133 antropol gicos s o lugares edificados pelos antepassados pois segundo este autor as rela es que se inscrevem no espa o inscrevem se tamb m na dura o Com esta capacidade de se agarrar ao significado do lugar o Ser pode adquirir a firmeza que lhe permitir prevalecer contra o assalto da aus ncia Hern ndez 1997 p 19 Evitando perder o sentido do que lhe monumental pelo seu poder de perman ncia de estabilidade e de enraizamento Dado que o nosso pecado devido ao progresso r p
455. sos Lisboa Universidade T cnica de Lisboa Faculdade de Arquitectura Tese de Doutoramento em Teoria de Arquitectura SANTA RITA Isabel M Abranches Menezes Sequeira e Silva de 1995 Criatividade e Arquitectura Lisboa s e Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas SANTA RITA Isabel M Abranches Menezes Sequeira e Silva de 1995 O Espa o Arquitect nico Numa Perspectiva Actancial Comunica o apresentada no Semin rio sobre Habita o organizado pela Faculdade de Arquitectura U T L em Junho de 1994 Lisboa SANTOS Boaventura de Sousa 1987 Um Discurso Sobre as Ci ncias Vers o ampliada da Ora o de Sapi ncia proferida na abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra 11 ed Porto no ano lectivo de 1985 86 Porto Edi es Afrontamento SARTRE Jean Paul 1940 L Imaginaire Paris Gallimord 1940 SARTRE Jean Paul 1998 O Ser e o Nada ensaio de ontologia fenomel gica Petr polis Vozes SEARA Ilda 1986 Sine qua Non A Ideologia de Habitar Lisboa A Regra do Jogo SILVA Augusto Santos 1988 Entre a Raz o e o Sentido Durkheim Weber e a Teoria das Ci ncias Sociais Porto Edi es Afrontamento SILVANO Filomena 2010 Antropologia do Espa o s 1 Ass rio amp Alvim SOLA MORALES Ignasi 1995 Diferencias Topograf a de la Arquitectura Contempor nea Barcelona Editorial Gustavo Gili S
456. spectivamente com a tradi o hist ria e adapta o natureza Estas duas analogias proporcionam um estudo sobre as conex es que as culturas 14 instauram quer com a hist ria quer com a natureza Para os antrop logos cultura significa desde h s culos um modo de vida de um povo os seus ritos e mitos bens imateriais e os seus bens materiais Para os arquitectos estes aspectos s o tamb m importantes para interpretar o conte do das formas arquitect nicas os bens materiais permitindo compreender os modos de vida de um povo e os seus esquemas comportamentais Podemos advogar que as formas arquitect nicas s o formas de transmiss o cultural Alguns dos objectos arquitect nicos chegam at n s como fragmentos do passado mas ao contr rio de outros testemunhos s o imagens reais desse passado 147 Os esquemas culturais s o diversificados pelo que nunca ser o universais mesmo numa poca de globaliza o como a actual verificam se diferen as que existe entre a cultura Ocidental e a cultura Oriental Maria de F tima Lino Ferreira 132 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A tarefa de combinar rela es arquitect nicas e hist ricas exalta o conhecimento de muitas formas de express o apresenta o e representa o da exist ncia do Ser Esse conhecimento apoia se fundamentalmente nas tradi es e naquilo que primeiro a consciencializa o da tradi o em que operamos
457. sta forma temporal disponibiliza se para a inteligibilidade do tempo atrav s da constitui o do sentido da hist ria por compara o com o que lhe emancipat rio o momento imediatamente a transpor o futuro89 Por nos aproximarmos da ideia de que o instante pode nos conduzir a defini o do tempo n o julgamos por sequ ncia que o tempo um eterno presente o que representaria a evoca o da eternidade A captura de algo que se d num dado momento nico e singular a valoriza o quer do espa o quer da percep o O valor simb lico representativo efectivo This is the space that we divide indefinitely and within which we conceive movement as a multiplicity of instantaneous positions Pearson 2002 p 24 N o se pretende apresentar as controv rsias que existiram sobre o tempo no dom nio das ci ncias exactas como a difus o a propaga o de ondas nem apoiar nos nas defini es da termodin mica nem t o pouco da entropia A nossa pretens o serve se dos fen menos que se manifestam no campo arquitect nico atrav s dos quais descodificamos e interpretamos as reac es temporais Sustentar nos emos na mat ria antes e depois da sua efectiva o Para a sua demonstra o iremos abordar segundo nosso crit rio as v rias teorias sobre o conceito de tempo social hist rico colectivo individual porque o tempo n o homog neo Como afirmou Jean Marie Guyau o tempo uma
458. stionar e p r em causa a sua import ncia na viv ncia di ria da mat ria Conclu mos que necessariamente as coisas nascem por imposi o de um desejo Neste sentido facilmente se verifica ent o que a arquitectura como arte de explana o de ideias internas do Ser Hauser 1988 p 56 nasce tamb m de uma causa dado que pois imposs vel que seja o que for nas a sem causa Focillon 1988 p 11 Mais concluiremos em concord ncia com o Wilhelm Gottfrie Leibniz 1649 1716 quando exp e um dos princ pios que considerou importante atrav s do Princ pio de Raz o Suficiente Nada jamais acontece sem que haja uma causa ou pelo menos uma raz o determinante Ray 1993 p 144 A causa surge de uma imensa necessidade de exterioriza o e da grande oportunidade que o Ser tem de atrav s da arte o fazer Segundo Francisco Sanches nenhum Ser actua por causa do nada e acrescenta que tudo se faz sempre em vista de um determinado fim Este fim a alcan ar ser a perfei o e o nada priva o destrui o e falta Em complemento a este pensamento ousamos associar um fragmento de texto retirado do livro de Manuel Tainha intitulado Arquitectura em Quest o Reflexos de um Pr tico Em todas as inst ncias e n veis da aprendizagem pr tica hist ria te rica a apreens o da unidade do intelecto deve ser regra Dir se que ao arquitecto epistemologicamente falando um ser omn voro
459. t ncia se n o na mat ria e esta ltima o meio pelo qual a forma se constitui 202 cf Subcap tulo 2 3 0 Intemporal transcend ncia A Eternidades o Sere Theos 203 Novas formas quer por irrever ncia quer pela re interpreta o sustentadas em formas j existentes Maria de F tima Lino Ferreira eso O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O construtor das formas ao construir envolve n o o vazio mas determina o posicionamento na forma de maneira a moldar o espa o Aqui equiparamos modela o de um escultor O construtor o arquitecto o fazedor do espa o quando estrutura uma forma quando planeia o espa o quando talha as formas De certo modo a activa o de um sistema criador n o s de materializa o da obra de arte como das sensa es provenientes da sua contempla o Embora como actividade independente este meio de exterioriza o do Ser um devaneio superior e livre mas tamb m um ponto onde convergem as linhas de for a das civiliza es Focillon 1988 p 11 A an lise da arquitectura equilibra se na descri o dos seus elementos totais desde o seu prop sito em proporcionar uma protec o f sica ao Ser mas tamb m oferecer um marco evidente para o desenvolvimento das ac es sociais e representa o cultural de um povo Este prop sito do Ser atrav s da arquitectura resolve determinados problemas em determinadas pocas e efec
460. t ria exterior Derivando dessas combina es percepcionadas e relacionadas pelo sujeito a cria o A imagina o sustentada nestas novas unidades resultantes do pensamento associativo considerada a imagina o criativa A imagina o construtiva que n o mais do que evidenciada atrav s quer dos factos descortinados no espa o quer nas formas existente na possibilidade imediata de concretiza o real o caso deste conjunto edificado que respeita padr es est veis e j adquiridos unidades existentes palacete os quais partida n o s o contestados porque est o inseridos no a priori ou seja sustentados na norma vis vel existente Estas formas s o marcos estabilizadores e apaziguam o Ser no espa o Atrav s deste conjunto o arquitecto conseguiu aliar a imagina o criativa imagina o construtiva a primeira referente aos volumes novos a segunda ao palacete existente Por m para al m da imagina o ou da reminisc ncia que asseguram a sincronia da presen a temos enraizado na terra num sempre presente cont nuo as formas concretas Formas concretas que fazem parte da nossa identidade palacete n o s espiritual mas tamb m material palacete que apropriam o espa o e resistem ao tempo A perman ncia do palacete revela a compatibilidade e apropria o ao longo da dura o tornando o num registo n o Maria de F tima Lino Ferreira Eee O Ser o Tempo e a Arquitec
461. ta o interrogante a imagina o a qual acarreta um sentido inumano porque ainda n o tem espa o intemporaliza o sendo o impulso necess rio para o acto da cria o j que qualquer tentativa de apresenta o o facto que algo existe aqui e agora pressup e imediatamente o espa o e o tempo consiste no acto de dar forma mat ria A forma que emerge no espa o e no tempo A realidade surge na combina o constitu da pela imagina o e pela raz o o percebido A imagina o a que mais colabora no sentido de poder abrir novas perspectivas novos conceitos onde se alicer a o projectar com uma nova abordagem em que a raz o devidamente explorada se efectiva um facto comprovado por Freud que as satisfa es vindas da arte frente realidade por vezes tamb m elas ilus rias mas eficazes t m uma import ncia vital na nossa vida como indiv duos Em parte gra as ao papel que a imagina o mant m na nossa vida an mica A forma idealiz vel singular no sentido que s eu 2 conhece enquanto n o exteriorizada pois a cria o art stica denota os esfor os solit rios de pessoas individuais A forma materializada real e por conseguinte torna se constituinte de um processo material que o campo externo vis vel comunic vel por isso converte se numa refer ncia universal a inser o do acto individual singular no colectivo dotando a forma de um significado
462. tado em 10 Out 2010 Dispon vel em www http hyperlink Olhares com gt Pretendemos atrav s deste paradigma vis vel invis vel encontrar uma rela o causal entre a presen a real e a aus ncia real dessa presen a Steiner 1990 p 44 uma vez que os dois fen menos s o indissoci veis Vamos procurar essa rela o a n vel indirecto de acordo com o meu sujeito com consci ncia de mim introspec o A ideia de sujeito interior mental tanto como a de objecto exterior material transformam em adequa o de conhecimento a rela o que estabelecemos com o mundo e confnjosco mesmos na f perceptiva entendida como fun o de vari veis exteriores Merleau Ponty p 1964 p 32 Na possibilidade de atribuirmos um sentido intelig vel a estas possibilidades vis vel e invis vel Assim propomos a constru o de uma correspond ncia com a Arquitectura porque permite nos contextualizar o discurso das ideias pensamento A singularidade do eu existo s faz sentido na qualidade de consci ncia presencial se for formulada em compara o com a exist ncia do outro Plat o 428 427 347 Steiner 1989 p 128 O mesmo acontece perante a 9 O livro A Rep blica de Plat o coloca nos perante a interpreta o de dois mundos o sens vel e o intelig vel o primeiro atrav s das sombras dos prisioneiros projectadas na caverna o segundo atrav s da multiplicidade ilimitada da elabor
463. talit rias ignorando o a priori 126 A abstrac o um processo de uniformiza o e universaliza o caracter stico da modernidade Este um meio de emancipa o de modo a alcan ar a universaliza o A abstrac o entendida como uma purifica o de uma realidade concreta com base num princ pio miesiano less is more 127 A arquitectura democr tica pluralista 128 Moderno significa tempos mais recentes que existia h pouco tempo dos nossos dias hodierno poca actual Maria de F tima Lino Ferreira 142 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas papel indicador de uma nova etapa temporal outra temporalidade a dimens o temporal progressiva concretizada em espa o edificado materializa o Tal como advogamos na tese de mestrado Fragoso 2001 a actualidade uma circula o de dados gerais da percep o da hist ria culminando nos fen menos novos os acontecimentos Esses fen menos n o s o sin nimos de ruptura com o passado mas sim a sua continuidade Nesse sentido s o bem acolhidas novas fases da forma atrav s de novas formas construtivas e novos significados na tentativa de procurarem sustent culos construtivos e simb licos na est tica e na estrutura da forma contempor nea Segundo George Kubler esta ideia validada quando advoga que Agora e no passado na maior parte do tempo a maioria das pessoas vive de ideias emprestadas e de acumula
464. tas gere ao contr rio do que se julga uma continuidade temporal domada pelo progresso mas que dever sustentar se nos alicerces do passado Alicerces esses que fazem parte de um sentimento colectivo e identit rio Resultando desta rela o antag nica mas complementar dois tipos de objectos arquitect nicos os que se imbricam no Maria de F tima Lino Ferreira 239 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tecido urbano e na pr pria g nese cultural quer pela irrever ncia s o contestat rios e criam euforia formal quer pela adapta o estabilizando se pela aplica o das regras vigentes Criam se por necessidade puramente existencialista novas expectativas formais que surgem com grande probabilidade medi tica Converte se deste modo um novo sentido de monumentalidade quer pela escala pelo motivo de edifica o quer pela aus ncia de pe as emblem ticas do nacionalismo Estes ideais perfeitos cooperam com o ideal de patrim nio pois ambos cont m aspectos sociais pol ticos e antropol gicos este ltimo como heran a cultural Cada vez mais nos dias de hoje vivemos num confronto permanente entre modernidade e tradi o A modernidade vive da transitoriedade do que novo numa ruptura propositada com o passado Na realidade a inova o n o consegue aniquilar a tradi o na sua totalidade pois sem dar por isso o novo demonstra se pela sua oposi o a tudo aquilo que antigo A
465. tecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru da em 1930 Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 Lisboa Maria de F tima Lino Ferreira 209 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 144 Zona privilegiada do jardim e da piscina Casa em Ovar Ovar Arquitectos Jos Ant nio da Costa e Tiago Meireles Arquitectura amp Constru o n 17 Abril Maio 2006 Lisboa s d Ilustra o 145 Pavilh o da Alemanha Barcelona Espanha Arquitecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru do em 1929 Consult Setembro 2010 Dispon vel em www lt http viajantecronica com vale apena ver de novo pavilhao da aleman gt Ilustra o 146 A casa no Carre o Viana do Castelo Arquitecto Jo o lvaro Rocha Constru da em 2000 Arquitectura amp Constru o n 15 Setembro de 2001 Lisboa p 90 Ilustra o 147 Casa Farnswork Arquitecto Ludwing Mies Van der Rohe Constru da em 1950 Consult Agosto 2010 Dispon vel em www http farnsworthhouse org gt Maria de F tima Lino Ferreira 206 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 4 O TEMPO COMO FACTOR INTERVENIENTE NA ARQUITECTURA 4 1 A EXPLORA O TEMPORAL NO CAMPO ARQUITECT NICO TRADI O E INOVA O O espa o n o humano porque o homem o habita mas porque o constr i e reproduz tornando o objecto sobre o qual recai o trabalho em algo q
466. tectura e Sociedade Arte e Sociedade Lisboa Publica es Dom Quixote FR MONT Armand Regi o Espa o Vivido Coimbra Livraria Almedina s d FURNISS Tim 1989 Espa o Porto Porto Editora GADAMER Hans Georg 2006 Verdade y M todo Il Salamanca Ediciones S gueme GAMBRA Rafael 1993 Pequena Hist ria da Filosofia Lisboa Planeta Editora tradu o de Fernanda Soares de Historia Sencilla de la Filosofia Madrid Ediciones Rialp 1991 GARGANI Aldo 1992 O Texto do Tempo Lisboa Edi es 70 s d tradu o De Ab lio Queir s de Il Testo Del Tempo Roma Laterza amp Figli GASSET Ortega Jos 2003 A desumaniza o da arte Lisboa Nova Veja Limitada Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas GEOFFREY H Baker 1991 An lise de la Forma Barcelona Ediciones Gustavo Gili GIEDION Sigfried 1995 Arquitectura e Comunidade Lisboa Livros Brasil GOITIA Fernando Chueca 1979 Hist ria de la Arquitectura Occidental V El Siglo XX de la Revolucion Industral al Racionalismo Madrid Editorial Dossat GON ALVES Jos Reginaldo 1988 Autenticidade Mem ria e Ideologias Nacionais O problema dos patrim nios culturais Estudos Hist ricos Rio de Janeiro s n GRAFMEYER Yves 1995 Sociologia Urbana Paris Colec o Saber Publica es Europa Am rica GRASSI Giorgio 1980 Arquitectura como Of c
467. tempo Nem sempre foi poss vel conciliar a objectividade com a subjectividade Mas sem a experi ncia pessoal subjectiva e colectiva objectiva pelo menos no entendimento geral n o poder amos prever o Devir nesta previs o que o passado serve de mediador para uma rela o temporal com o que h de vir re interpreta o das formas anterioridade a favor da posterioridade Associadas a esse vir a ser surgem especula es formais que a arquitectura pretende alcan ar neste novo mil nio numa tentativa desenfreada de encontrar novos ideais perfeitos Sabemos no entanto que temos de aprender que para al m do Universo exista o Diverso Casquilho p 30 E nesta diversidade e nas suas analogias converg ncias e diverg ncias que se mant m a continuidade isto o pr prio tempo Robert Venturi no seu livro Complexidade e Contradi o em Arquitectura 1995 evoca essa rela o Os contr rios a sua rela o de causalidade e efeito geram uma riqueza que o campo arquitect nico pode explorar O enredo da diversidade existente neste campo com a ajuda da filosofia e n o s possibilita novas reas de an lise e estudo da arquitectura como uma ci ncia feita pelo Ser e para o Ser Maria de F tima Lino Ferreira 93 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A hist ria da filosofia mostrou durante a sua forma o at s controv rsias contempor neas v rias correntes do
468. tentada por antropologistas de que a nossa cogita o do tempo est sujeita a varia es que dependem de determinado tipo de conhecimento que nos foi legado por transmiss o atrav s da hist ria e pela pr pria sociedade Segundo Durkheim 1858 1917 a concep o do tempo residia no facto da diferencia o da compreens o do tempo pelo Ser perante determinados tipos de sociedade hip tese subjectiva na interpreta o colectiva do tempo Ao contr rio de Kant que sustentou que os seres humanos apreendiam o tempo do mesmo modo partindo do princ pio em que as categorias tinham uma nica fonte transcendental Se por um lado o tempo dado a priori para Kant possuindo uma s dimens o sendo nico como forma pura da intui o sens vel afirmando que o tempo fora do sujeito n o nada Para Durkheim o racioc nio sobre o tempo sustenta se numa teoria sociol gica do tempo e da sua relatividade cultural Desenvolvendo o seu racioc nio na demonstra o de que o ritmo da vida social organiza o social o pilar basilar da no o do tempo tempo sociol gico Este fluir temporal poder se ia dar de maneira heterog nea descont nua e at revers vel afastando se da concep o de Kant na qual o tempo embora objectivo s ele possibilita a realidade dos fen menos dado ao sujeito atrav s da intui o a prior sendo ele uma condi o subjectiva sob o qual as intui es se d o
469. teorias formais mais antigas descendem das concep es pitag ricas de que Tudo N mero Como demonstra o deste racioc nio temos as teorias do Renascimento que aglutinaram as ideias de Vitr vio e dos pitag ricos Alberti ilustra o 156 tamb m se sustentou na propor o que derivou das ideias num ricas para dar uma ordem ao templo crist Palladio ilustra o 157 empregou rela es de harmonia e propor o num ricas na organiza o de v rios espa os Kong 2006 Na realidade a autenticidade numa rela o estreita com a qualidade construtiva de determinada edifica o alicia a um acumular qualitativo de solidez utilidade e beleza Solidez deve se aos alicerces da estrutura da edifica o ao solo e qualidade dos seus materiais a utilidade a uma consciencializa o funcional adequada ao tipo de edif cio numa estreita rela o entre a necessidade e optimiza o da forma A beleza imp e forma uma leveza eleg ncia e propor o de todos os seus componentes Estes tr s requisitos cumulativos referenciados por Vitr vio no Cap tulo Ill do seu Livro consagram numa obra arquitect nica a possibilidade de torn la monumental e at intemporal Maria de F tima Lino Ferreira ces O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A monumentalidade de uma obra de arte arquitect nica est quase sempre conexa com a autenticidade que n o perde o seu significado com a sua
470. ter erudito e emblem tico da arquitectura devendo Maria de F tima Lino Ferreira ag O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas reproduzir os estilos com uma forte conota o nacionalista Duarte 1992 p 17 O nacionalismo m dico pr prio de um regime ditador suplantado por um nacionalismo aberto ao que novidade vir a ser organizando se o espa o e a obra a uma pretens o de abertura s novas formas do Devir e enaltecendo a grandeza do poder e da na o Na realidade eram nas obras do estado que surgiram na hist ria os mais aut nticos monumentos quer em escala quer na sua import ncia para a formaliza o da identidade de um Povo 188 Porque nas sociedades modernas as rela es sociais s o deslocadas dos contextos devido as rela es indefinidas de espa o tempo Cada vez mais o Ser se desterritorializa A hist ria da arquitectura tem demonstrado na sua narrativa temporal que as crises decorrentes quer de revolu es quer de golpes ou cat strofes fazem com que o valor da arte esteja v nculada ideologia do poder dominante pol tico social e econ mico Estas crises possibilitaram a tomada de novos entendimentos sobre o mundo os quais geraram novas preocupa es e exaltaram a mem ria colectiva 187 Foi atrav s dessas crises que as culturas Ocidentais tomaram consci ncia do ideal do patrim nio embora com grandes d vidas quanto rela o entre passado presente e fut
471. terial portanto n o uma ideia que se formule Reis 1994 p 28 86 Negatividade sobre Deus Choque entre uma tese e a sua ant tese Antinomia isto um conflito entre duas proposi es contr rias sobre a exist ncia de Deus Maria de F tima Lino Ferreira 113 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas 2 4 A TRANSCEND NCIA DO SER ATRAV S DA ARQUIETCTURA O IN H JUMANO Os artistas s o antes de mais homens que pretendem tornar se inumanos Pereira 1998 p 45 A tend ncia subjectivista situa o tempo na alma na consci ncia no esp rito Reis 1994 p 29 Ilustra o 19 O in h umano F nix Lu s Lobo Henriques 27 Nov Documento ic nico s l s n 2005 Fotografia Henriques 2005 87 O Ser atrav s da arte coloca se em dois caminhos o da compreens o e o do entendimento com o mundo no acto da materializa o da obra imaginada atrav s das t cnicas que o progresso dotou o Ser contempor neo e na transforma o da ac o em acto criador impulso do esp rito para a formaliza o em mat ria da forma pensada o qual se aproxima de um acto m gico neste ltimo est gio que o artista atrav s da arte arquitectura poder ser elevado a divino a heroiciza o Kurz p 61 A mat ria8 Bergson 1990 por vezes n o questiona o esp rito i e ao libertar se da sua fase prim ria e imaterial passa a existir independente da alt
472. tes na cria o de uma vis o do mundo moderno Segundo este fil sofo a mente o pensamento cogitans a coisa pensante e a mat ria a coisa extensa Notemos que por parte de Descartes a exist ncia do mundo material algo a que temos acesso por via da intui o Maria de F tima Lino Ferreira Bi O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas utiliza o do espa o alterando o modo como o Ser habita e percepciona determinado lugar Edward T Hall demonstrou com exemplos espec ficos que um mesmo espa o sendo observado por indiv duos de diferentes culturas percepcionado e utilizado de diferentes maneiras O mesmo se passa na arquitectura A rela o do Ser com o espa o em fun o de determinada cultura adquire conceitos bem diversificados assim como o tempo Na arquitectura essa diversidade de actua o e das formas resultantes ainda mais pertinente Ora vejamos Se atribuirmos um mesmo espa o para determinada op o formal a uns quantos arquitectos inseridos num mesmo pa s o resultado dessa forma exteriorizada e com fins realiza o de se tornar presente 94 ser sempre diferente em cada um deles Embora o espa o seja o mesmo para todos O que varia neste exemplo o lado irracional que mais emotivo intuitivo e sensitivo que o racional real composi o subjectiva que reflecte muitas vezes situa es de arqu tipos transformando se em prot tipo operativo
473. to da EMSA pautam se pela inser o ritmada e regular de duas filas de janelas quadradas ao longo do edif cio definido pela horizontalidade Nas fachadas recolhidas abrem se as janelas no piso superior um nico apontamento feito atrav s de uma varanda vidrada com caixilhos de ferro A cobertura constituiu uma preocupa o do arquitecto permitindo a entrada abundante de luz natural atrav s dos vidros dl hd Ilustra o 272 Espa os iluminados A luz modeladora do espa o V rios planos modelados pela luz Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha No interior destaca se um trio que termina num anfiteatro cujo curvo muro exterior foi revestido a tijolo Elemento marcante e destabilizador A Sul liga se a um grande p tio cuja galeria inferior est abobadada com colunas ritmadas imagem de um claustro Estas composi es reportam nos para a lembran a das regras mediante um modelo ou modelos que representam normas a seguir Maria de F tima Lino Ferreira e O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 273 Panta de p tio interior Implanta o em U Reminisc ncias da forma de um claustro Documento ic nico Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainha Ilustra o 274 P tio interior da FPCE Em presen a a estiliza o das formas dada pela anterioridade Fotografias Dispon vel pelo arquitecto Manuel Tainh
474. to de tempo Ambas as coordenadas s o essenciais para a formaliza o da arquitectura There is no end to perplexity in matters of time But with the turn of a century approaching time s enigmatic character seems to become almost an intellectual obsession with little more than a decade to go the usually modest trickle of books and other time inspired products of the human mind is gradually widening into a genuine flood Michon Guyau s 1988 p 161 sublinhado nosso Passados que est o mais de cem anos continuamos numa situa o similar Psic logos astr nomos historiadores bi logos fil sofos e cientistas f sico qu micos t m uma substancial preocupa o no que concerne estrutura temporal da realidade Novas imagens do tempo emergem nas ci ncias naturais como tamb m nas ci ncias humanas A arquitectura associada s ci ncias naturais sociais e humanas ficar inevitavelmente sujeita s novas interpreta es temporais da realidade Diagrama relacional entre as teorias sobre o tempo nas diversas reas do conhecimento Tempo Cosmol gico objectivo Tempo Sociol gico colectivo Tempo Hist rico interpreta es colectivas culturalistas naturalistas Ilustra o 12 Ilustra o nossa Maria de F tima Lino Ferreira 53 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O problema do tempo sempre foi um assunto dram tico para o Ser Mas parece nos certo desde a
475. todos os meios lhe servem para dar corpo formal a uma ideia ou para formar a pr pria ideia Ele deve ser capaz de recorrer com igual destreza intelectual aos dois p los tradicionais a experimenta o e a lei a pr tica e a teoria a sensibilidade e a raz o o fen meno e o n mero Tainha 1994 p 59 Maria de F tima Lino Ferreira 239 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas As solu es arquitect nicas n o surgem exclusivamente da an lise intelectual Muito dos problemas surgem da instabilidade do Ser a n vel do seu intelecto e do seu modo de viver buscando atrav s dessas solu es as respostas para os seus anseios quer terrenos profano a sua morada quer espirituais o sagrado a morada do Deuses e a usa morada eterna Aparecem assim v rias fontes de materializa o do desejo22 no campo da exterioriza o ou seja no espa o O espa o tratado por uma t cnica especializada que se concretiza atrav s da mat ria e do movimento A arte neste campo torna se medida do espa o dado que ela permite a elabora o de formas variadas que se interligam tanto por jun o como por separa o mas que constituem o espa o e denotam a dura o quer pela rela o do Ser forma quer pela rela o forma formas Quer isto dizer que a forma arquitect nica est implantada no espa o numa sucess o entre outras formas Elas resultam de um culminar de experi ncias do seu criador Focil
476. tua uma an lise global entre passado e a actualidade por disjun o e ou por complementaridade que nos conduz a uma hist ria da cultura Concluiremos que as formas de exterioriza o do Ser existem por necessidades as quais para serem superadas adquirem formas diversas que derivam dos instintos da alma humana atrav s das formas que a simples necessidade se transforma numa manifesta o arquitect nica que para o Ser um processo de comunica o entre o seu interior e o seu exterior Manifesta o que acontecer numa continuidade incessante a continua o do acto criador Esta manifesta o do Ser atrav s da forma arquitect nica justifica se pela seguinte argumenta o A arte um instinto uma necessidade do esp rito que utiliza para se fazer compreender diversas formas mas continua a ser sempre Arte assim como existe apenas a raz o a Sabedoria ou a Paix o A arte uma fonte nica que se divide em m ltiplas direc es Tainha 1994 p 36 As formas arquitect nicas exteriorizadas s o fonte de ideias associadas para alcan ar um fim permanente que perdure atrav s dos s culos constituindo se numa linguagem universal e inequ voca para demonstra o da capacidade Maria de F tima Lino Ferreira seo O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas cultural de uma sociedade de se perpetuar no tempo De um certo modo uma permiss vel transcend ncia pr tica do Ser
477. tura uma interpreta o das formas s como objecto arquitect nico mas tamb m como documento pelo sentido que possui pelas mem rias que faz re viver e pelos estilos que transmite e acumula 5 2 1 2 O CONCEITO ACTIVIDADE COGNITIVA La definici n de arquitectura como actividad reveladora de la raz n de los edificios implica una actividad cognoscitiva cuyo fine si la definici n de dicha raz n y que es propia creo de todos los momentos de la historia de la arquitectura aunque a un nivel distinto de conciencia Monesstiroli 1993 p 35 A arquitectura definida como uma actividade cognitiva cujos resultados s o duplamente relacionados numa linguagem arquitect nica atrav s da realidade social e material de cada poca e com a realidade hist rica da arquitectura como disciplina Essa linguagem patente quando analisamos o conjunto que envolve a pra a do Terreiro do Pa o e o novo conceito de pra a virada tamb m para o rio criada pelo arquitecto Manuel Tainha quando projectou o edif cio da Ag ncia Europeia de Seguran a Mar tima EMSA Num estrato n o menos importante temos a representa o da raz o construtiva perante a objectividade funcional do edif cio assim como a manuten o de referenciais espaciais que ajudam a estabilizar o Ser num determinado contexto existencial e social A arquitectura encontra o seu sentido na rela o com a sociedade As varia es formais resultam da cultura e do
478. ua es indicadas TAMANHO POSI O Ilustra o 2257 Hierarquias das Formas Tamanho Forma e Posi o Ching 1982 p 376 Maria de F tima Lino Ferreira 2ga O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Dos esquemas acima apresentados vis vel o predom nio da forma no espa o pela sua dimens o em rela o a todos os outros elementos construtivos que a integram escalas O destaque pela sua forma nica Singularidade da forma que cria uma clara diferencia o atrav s da sua organiza o espacial conjunto envolvente e compositiva elementos de composi o Acusa se deste modo um contraste formal como condi o A fun o e a sua compatibilidade com o lugar s o muito importantes de modo a atrair aten o sobre si como elemento que sobressai do conjunto As formas podem situar se em espa os estrat gicos dotando lhes uma identidade pr pria atrav s da identidade dos lugares241 A hierarquia formal do conjunto edificado e projectado pelo arquitecto Manuel Tainha verific vel quer pelo tamanho forma quer pela sua posi o ilustra o n 257 Em rela o primeira tamanho constata se uma enorme escala de apropria o do espa o na horizontal constru o que se desenvolve numa rea bruta de constru o de 10 000m2 e alonga se por 100m2 de cumprimento perpendicular ao rio esta disposi o surge por necessidade de libertar a vista do r
479. udolf 1978 Forma Visual de la Arquitectura Barcelona Editorial Gustavo Gili ASKIN F 1969 O Problema do Tempo Sua Interpreta o Filos fica Rumos da Cultura Moderna Rio de Janeiro Editora Paz e Terra S A ATKINS Peter 2006 A Qu mica f sica do tempo Tempo e Ci ncia Lisboa Gradiva BACHELARD Gaston 1986 O Novo Esp rito Cient fico Lisboa Edi es 70 trad de Ant nio Jos Pinto Ribeiro de Le nouvel esprit scientifique 1 ed Paris Presses Universitaires de France 1934 BACHELARD Gaston 1989 A Po tica do Espa o S o Paulo Martins Fontes BAIRD G C Jencks 1954 Significado em Arquitectura Madrid Aldus Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas BAPTISTA Lu s Manuel Morgado Santiago 1998 Arquitectura em Transi o Constru o Versus Desconstru o A condi o problem tica e antin mica do objecto criado Lisboa Faculdade de Arquitectura Universidade T cnica de Lisboa Disserta o de mestre em Cultura Arquitect nica Contempor nea e Constru o da Sociedade Moderna BAPTISTA BASTOS Armando 1999 O Instante da m quina do destino Not cias do Mil nio 8 de Julho BARBOSA Pedro e tal 1985 Pistas para uma tipologia semi tica das artes Da Semi tica Do Col quio Luso Espanhol e Il Col quio Luso Brasileiro da Simi tica Lisboa Veja BEHRENDT Walter Curt 1954 Arquite
480. ue lhe pr prio Por outro lado o espa o passa a ser produzido em fun o do processo produtivo geral da sociedade assim um produto hist rico que sofreu e sofre um processo de acumula o t cnica cultural apresentando a cada momento as caracter sticas e determina es da sociedade que o produz Carlos 1988 p 15 A arquitectura precisa de mudan as e de diversidade conjuntamente com a sua capacidade de relacionar sem antagonismo e alarmismos a inova o e a tradi o o que implica de imediato o racioc nio de que ela precisa do tempo para acontecer tal como precisa de espa o para se realizar Esta realidade n o reside numa explica o baseada no Zeitgeist no sentido preciso ser do seu tempo arrastando consigo o aclamado esp rito da poca um princ pio da teoria modernista Existem obras arquitect nicas que transcendem o seu tempo inaugural e por conseguinte o seu pr prio tempo Implicitamente o Zeitgeist evoca o factor temporal e reside no seu prop sito um fim em si pr prio Sin embargo no s lo el pensamiento de los arquitectos modernos es un h brido de historicismo y cientifismo sino que el concepto historicista del Zeitgeist o voluntad de la poca es utilizado para justificar una afirmaci n anti hist rica hecha en falso construir una propia genealog a moderna a costa de negar los procedentes hist ricos apropiarse del sentido de la historia neg ndolo al mismo
481. ue o consume dita as regras A modernidade n o nenhum estilo ou movimento embora associada a ela estejam ligadas v rias arquitecturas que se conectaram moderniza o dos tempos antigo o problema da classifica o das artes que se sustenta na natureza socio econ mica de determinada sociedade que a faz renascer de tempos em tempos Segundo Pedro Barbosa Barbosa 1985 e com o qual concordamos refere que quando acontecem as mudan as na realidade em que vivemos somos levados implicitamente a rever os modelos atrav s dos quais nos identificamos como indiv duos pertencentes a uma determinado meio cultural 184 N o nosso prop sito abordar as vanguardas n o poder amos deixar de referenciar a import ncia das vanguardas quando abordamos as varia es do sentido da modernidade Maria de F tima Lino Ferreira 210 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas como o demonstramos 185 Se necess rio elaboramos modelos novos que a tornam a realidade mais intelig vel Permitindo uma adapta o a essa nova realidade Na vis o de Pedro Barbosa qualquer modelo dever satisfazer dois requisitos fundamentais ser compreensivo e operativo A evolu o das sociedades muitas vezes diria quase sempre modificam e podem at tornar desajustados os sistemas te ricos vigentes que se alicer aram durante dois mil nios numa estrutura herdada desde os Gregos no caso das
482. ue seja pelo facto de estarem noutro tempo que nos presente O valor atribu do a um monumento diferente de um valor atribu do a um monumento hist rico Valores que dependem da cultura e dos seus ideais s o representa es ideol gicas que est o associadas a todos os sistemas de valores Ilustra o 109 Arco de Tito em Roma 70 d c Em mem ria da vit ria sobre os Judeus Koch 1982 Ilustra o 110 Arco de Constantino Roma 312 315 a D Norberg Schulz 1983 Ilustra o 111 Arco do Triunfo de l Etoile Fran a 1806 36 Ilustra o nossa Ilustra o 112 Os edif cios que marcaram Monumentos Arco de La Defense Documento ic nico Fran a Jornal Expresso os 25 anos N 1348 s d Lisboa Ilustra o 113 Fachada Ocidental da Catedral de Notre Dame Paris ad 1163 C 1250 Janson 1989 p 303 Ilustra o 114 Composi o Central da Frontaria da Catedral Janson 1989 308 Ilustra o 115 Architecture and Urbanism Documento ic nico A U Publishing CO Ltd n 327 July 1994 Japan Reinterpreta o da composi o central da fachada da Catedral Notre Dame Catedral Notre Dame de le Treille A exist ncia de testemunhos poder ser mais rica entre os documentos n o escritos conforme justifica George Kubler porque mais directa e significativa Maria de F tima Lino Ferreira 194 O Ser o
483. uem significado porque fazem parte do presente ou melhor s o sempre presentes que 172 cf Subcap tulos 2 3 O Intemporal transcend ncia A Eternidade o Ser e Theos e 4 2 A modernidade das formas tradicionais e as novas formas temporais o tempo como transformador interferente do e no objecto real Maria de F tima Lino Ferreira 17 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas recuperamos pela imagina o pela expectativa e pela reminisc ncia L vinas p 28 O passado e o futuro no presente s o em muitas situa es meros impulsos imateriais imagens a influ ncia do Devir que retracta a evolu o dos acontecimentos na dura o transformando os incessantemente de passado em presente e de presente em futuro A sucess o deve estar sempre atribu da simultaneamente exist ncia do ser presen a de maneira a que se d o acontecimento A sucess o a consci ncia da dura o do acontecimento enquanto pensado e vivido esta no o que faz o Ser tomar consci ncia do pr prio existir Alves 1959 p 9 A ess ncia do Ser realizada no decurso dessa exist ncia Existenz A estrutura o dos acontecimentos faz se pela sucess o e pela presen a no ser no mundo passagem da pre sen a exist ncia e atrav s das v rias refer ncias e modos do existir se faz a hist ria 3 Geschichtlichkeit O conte do do Ser ntimo o interior conduz nos ao esp
484. uiram concep es bem diferentes das do homem contempor neo residindo nesse facto uma diferen a significativa e radical nas categorias da sua percep o O tempo um instrumento regulador da vida humana no seu todo social e ser interpretado consoante as diferentes organiza es sociais Factores hist ricos dados a priori Arqu tipos referenciais estabilizadores Factores sociais natureza Sistemas referenciais imperativos regras impostas pela sociedade civiliza o pris es mentais Factores l gica Alcan ados atrav s dos meios operativos do conhecimento emp ricos objectivos Factores religiosos alma As cren as os mitos e Theos Factores subjectivos esp rito Consciente e inconsciente interliga es entre os dados racionais e os emocionais os sentidos a forma de nansar lustra o 23 Ajuda te e o teu c rebro ajudar te PINN Ingram 2006 Financial Times n 64 23 a 29 Junho 2006 London p 28 Na tenta o de encontrar um poss vel conceito de tempo deparamos com duas perspectivas de estudo por parte dos investigadores j abordadas nos pontos anteriores nos mais diversos campos uma a quest o objectiva do tempo f sico Lacey 1972 p 36 a outra subjectiva espiritual do tempo da consci ncia Em fun o dessas perspectivas a primeira refere se a um tempo d
485. uitect nica dota a de uma capacidade nata para um destino pr tico funcional Segundo Viollet Le Duc 1814 1879 Fusco p 13 n o existe nada que seja representado que n o tenha tamb m uma determinada fun o ou como Rafael Echaide refere as necessidades abstractas n o existem as necessidades reais v o se criando e desenrolando medida que se desenrola a arquitectura e esta por sua vez ir criar necessidades muito distintas N o buscamos a utilidade em abstracto mas a pr pria utilidade de uma arquitectura concreta que responda s necessidades materiais e espirituais do Ser A utilidade associada a fun o n o tem exist ncia fora da arquitectura 1976 p 14 Sem o Ser a utilidade fun o dada arquitectura n o a faria existir Estar amos ent o a equiparar a arquitectura escultura ou pintura numa arte meramente expositiva A evolu o da vida humana foi sempre acompanhada pelo desejo de construir algo ou melhor criar algo Esse algo tem necessidade de ultrapassar a pintura e a escultura encontrando o seu campo m ximo de Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas existir na arquitectura Porque a arquitectura uma conex o dif cil entre utilidade solidez e est tica pois ela um compromisso uma arte repleta O Ser ao longo da hist ria criou formas que apareceram dessas necessidades espirituais f sicas e de utilidade A arq
486. uitectura torna se assim numa vontade e consequentemente numa realidade A arte onde se insere a arquitectura tem a capacidade de contribuir de v rias maneiras para a objectiva o do mundo Atrav s dela arte busca explica es que fundamentam a exist ncia do pr prio Ser Explica es que n o ser o nicas e n o garantem a solidez do conhecimento Ser sim uma explica o mais como objecto de uma suspeita interpretativa de um sujeito Porque a verdade neste campo da experi ncia sempre dif cil de se obter vulner vel Intentar nessa procura importante para podermos perceber a rela o do Ser com o espa o e com o tempo para permitir a apreens o e a compreens o do mundo dos fen menos e dos acontecimentos Kant levantou antes de ningu m a import ncia da verdade e que ela se encontra estrita na correspond ncia com os aspectos de concretiza o da realidade factual Por vezes encontrar a verdade exige um mergulhar nas v rias reas do saber A rela o entre a teoria e a experi ncia garante nos a obten o desta verdade A verdade n o poder ser uma c pia depender inevitavelmente do mundo do que existe efectivamente e tamb m do Ser existente o sujeito S o sujeito possui sensa es e toma consci ncia da sua experi ncia no espa o arquitect nico na tentativa de encontrar as refer ncias que lhe determinam o caminho poss vel da verdade saber Poder se ent o alcan ar a plenitude
487. um mesmo princ pio na forma existente que est directamente dependente da sua materializa o e funcionalidade Para percebermos esta influ ncia na concep o na materializa o das formas na apropria o do espa o e no seu tempo inaugural evidenciamos as ilustra es abaixo apresentadas el crevo el cilindro DAPTIST RIO PISA Peti sahi 158 4265 llustra o 260 A geometria das formas Ching 1982 p 21 Ilustra o 261 Rotonde de Chartres du mur des fermiers g n raux Paris 1785 Vidler 1987 Ilustra o 262 Capela Instituto de Tecnologia de Massachudetts Cambridge 1955 Ching 1982 p 60 Ilustra o 263 Audit rio da Faculdade de Psicologia Lisboa Forma em arco de circulo que quebra com a linearidade da constru o em forma de U Maria de F tima Lino Ferreira 208 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 264 Casa de agua y vidro Shizuoka Kengo Kuma Jap o 1995 Cerver 2005 p 883 Ilustra o 265 Recinto Ferial Kunibiki Matsue Shin Takamatsu Jap o 1993 Cerver 2005 p 701 Ilustra o 266 Biblioteca Central de Monterry San Nicol s de los Ganza M xico 2005 Legorreta Arquitectos Cerver 2005 p 363 Neste contexto denotamos semelhan as formais e de apropria o do espa o entre as obras seleccionadas EMSA e FPCE mesmo existindo uma d cada de
488. ura Denotamos que a ideia de arquitectura se constitui a partir do conhecimento da realidade como j demonstramos e com o conhecimento da arquitectura atrav s da hist ria 231 Perceber a cidade moderna passar pelo resultado de uma nova solu o arquitect nica que consagrar os elementos existentes e os novos232 O edif cio do palacete uma presen a real tamb m uma mem ria 233 que fortifica a compreens o da exist ncia na medida que a exist ncia determina a presen a Marca se assim a territorialidade da arquitectura Fecunda se o lugar 230 cf Subcap tulo 2 1 O paradigma entre o vis vel arquitectura e o invis vel tempo A presen a da aus ncia 231 Cf 3 2 A arte modeladora da hist ria a arquitectura como reflexo da hist ria 232 Cabe decidir m s en general que el significado de la arquitectura en la historia se construye com ella nosotros debemos conocerlo y extenderlo a la realidade presente Monesstiroli 1993 p 18 la consci ncia de que a todo elemento de la construcci n de la ciudad le corresponde un tema de arquitectura que tiene una realidad propia antes de ser definida de nuevo com el proyecto Monestiroli 1993 p 17 233 Fio condutor de solu es sucessivas no tempo A mem ria sustenta se na hist ria Maria de F tima Lino Ferreira um O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas forte a presen a do edif cio do palacet
489. uro num mundo contempor neo em que se vive numa profunda contradi o entre a estabiliza o das refer ncias patrimoniais tradi o passado presente e em simult neo a tens o criada pela modernidade inova o presente futuro A modernidade gera a procura da novidade associada por vezes germina o produtiva estandardizada ca ndo na inevit vel ruptura com o passado A tentativa da ruptura por vezes falha pois acabam sempre por refor ar o que procuravam transformar A import ncia do passado foi mais percept vel ap s o aparecimento dos movimentos de ruptura Avant Garde as vanguardas que evidenciaram a sua autonomia atrav s da crit ca aos arquet pos Rodrigues et al 1996 p 43 Como 186 cf Subcap tulos 4 3 A Monumentalidade Tempo e a Arquitectura e 4 4 A Nova Monumentalidade O Tempo e a Arquitectura Il 187 cf Subcap tulo 3 4 A Mem ria registos presente Maria de F tima Lino Ferreira 213 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas prova temos os movimentos art sticos e pol ticos do fim do s culo XIX e XX movimentos europeus de vanguarda Argan 1992 Os quais pretendiam como o nome indica estar frente dos guias culturais do seu tempo Avant Guarde surgira como um movimento actualizante colocando se frente das tend ncias da poca em que se dava Fazia o mediante formas diferentes numa nova vis o da arte Naturalmente no hay tran
490. usa os seus dogmas e as novas ideias que provocaram d vidas inquieta es e inseguran a Destas inquieta es e factores inexor veis surge uma raz o c ptica que nos finais do Renascimento foi suscitada quer por Francisco Sanches 1550 1622 em que nada se sabe quer por Pierre Charron 1541 1603 Te logo e fil sofo celebre do seu tempo que demonstraram desconfian a sobre o acesso verdade ou at mesmo s quest es levantadas pelo fil sofo Descartes 105Encontramo nos em novas estradas as estradas das telecomunica es Maria de F tima Lino Ferreira 12 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Esta din mica da globaliza o uma nova revolu o capitalista em que os actores intervenientes s o outros bem diferentes dos actores protagonistas da expans o conquistadora dos territ rios Estados Hoje a conquista se faz entre os grupos manipuladores financeiros e industriais A terra conhece uma nova era de conquista a modernidade Ramonet 2002 p 10 Esta globaliza o no decurso das duas ltimas d cadas sustentou e acelerou se inexplicavelmente na revolu o das tecnologias da informa o Esta revolu o fez as sociedades contempor neas implodirem106 o que conduziu a uma convers o segundo Ignacio Ramonet numa sociedade quase nica Mas ao contr rio da conquista de pa ses como anteriormente acontecia hoje o poder moderno reside na conquista de r
491. usier e na arquitectura do vidro transparente de Mies van der Rohe A possibilidade concedida pela reprodu o em massa devido mecaniza o e t cnica desta poca desenvolveu uma estandardiza o industrial que ultrapassou o mero objecto escala da m o Esta mudan a teve a sua influ ncia e grande impacto na pr pria ordena o espacial do tecido urbano que passava a obedecer sem nenhuma l gica aparente a sequ ncia da linha de montagem como um m dulo de solu es construtivas Exemplos dessas Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas modifica es t cnicas e construtivas s o os edif cios colectivos como os arranha c us ou os conjuntos habitacionais Exemplos desse desenvolvimento em massas s o os edif cios como o Seagram s 1954 58 que nos indica um dos monumentos modernos consagrado ao mundo dos neg cios em altura ou a col nia Weissenhof en Stuttgart 1927 que respondia s novas necessidades de habita o tal como sucedera com o edif cio Casa de Cristal em Genebra 1930 32 de Le Corbusier Entre as obras do passado e as fomentadas por este per odo moderno existia uma enorme dist ncia conceptual Primeiro as obras do passado estavam associadas por estilos cuja ruptura fomentada por novos movimentos art sticos onde se insere o movimento moderno que associou se a um movimento ideol gico em que as causas se fundamentaram na
492. ustavo Gili 1972 LOPES Angela Maria 1995 Pris es Internas Pris es Externas Espa o Tempo e Enclausuramento Coimbra Universidade de Coimbra Disserta o de Mestrado em Psicologia Cl nica do Desenvolvimento LUACES Joaquin Yarza 1987 Formas Art sticas de lo Imagin rio Barcelona Anthropos Maria de F tima Lino Ferreira O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas LYOTARD Jean Fran ois 1986 A Fenomenologia Lisboa Edi es 70 MAGALH ES Jo o Baptista 1966 A Ideia do Progresso em Thomas Kuhn no contexto da Nova Filosofia da Ci ncia Porto Edi es Contraponto MALRAUX Andr 1988 As Vozes do Sil ncio Colec o Vida e Cultura Lisboa Livros do Brasil MARQUES Viriato Soromenho 1982 A medi o do tempo na dial ctica da subst ncia e do sujeito no pref cio da Fenomenologia do espa o Lisboa Universidade Nova de Lisboa MARTINS Ivan Pedro de 1990 Tempo Hist rico e Tempo Humano Hist ria Filosofia Biologia Literatura Pol tica e Economia do Tempo Lisboa edi o da Universidade Internacional MEER Ron Van Der Deyan Sudjic The Architectura Pack New York Alfred Knopf Publisher s d MENEZES Marluci 1993 Espa o Cultura e Arquitectura Lisboa Laborat rio de Engenharia Civil Disserta o sobre a perspectiva interdisciplinar entre Ci ncias Sociais e Arquitectura MEN RES Maria Alberta 1993 O que Imagina o
493. ustra o 173 Catedral planta em forma de Cruz Pisa It lia Consult Dez 2011 Dispon vel em www http lt l cia paginas sapo pt catdral de pisa htm gt O per odo de transi o do rom nico para o g tico vis vel em alguns edif cios dos finais do s culo XII como a catedral de Leon iniciada depois de 1170 Maria de F tima Lino Ferreira E O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas Ilustra o 174 S Catedral de vora vora Souto 1988 p 191 Ilustra o 175 Catedral de Leon Fran a Koch 1985 p 144 Ilustra o 176 Planta da Catedral de Leon Koch 1985 p 144 O G tico em Portugal como corrente art stica com in cio em Fran a em meados do s culo XII evidenciou se mais na arquitectura religiosa Aparecer no ltimo quartel do s culo XII e desenvolveu se at ao s culo XV o chamado G tico tardio convertendo se num estilo muito pr prio o Manuelino Dias 1988 A import ncia deste tipo de arquitectura deve em grande parte s ordens religiosas que constru ram v rios mosteiros nos s culos XIII e XIV tais como o Mosteiro de Mosteiro de S o Francisco no Porto a S Velha em Coimbra a Igreja do Convento do Carmo em Lisboa a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar a Catedral como a S de vora ou o Mosteiro de Le a do Bailio Dias 1994 Ilustra o 177 Igreja de La a do Balio Matosinhos Souto 1988
494. utentica num portador de possibilidade de convers o simb lica de uma sociedade Facultando comunidade express es visuais dominantes que facilitem uma actualiza o da estrutura social A actualidade modernidade vem colocar em causa os estilos e as formas do passado Confus o inerente dimens o est tica da arquitectura centralizando a ideia de que novos problemas dever o ser solucionados com nova ideias Ap s a 2 Guerra Mundial a arquitectura entrou numa nova fase Por um determinado prisma n o considerou o historicismo como uma alternativa mas por outro tentou humanizar a arquitectura suavizando elegantemente os enriquecimentos caprichosos da mesma por solu es degenerativas e simplistas diligenciando a resolu o dos problemas criando outros problemas A procura de novas orienta es est ticas transcendente jogo arbitr rio entre as formas que est o j estilizadas dentro de padr es definidos pelo tempo estilos deve ser devidamente equacionada com base em problemas reais funcionais sociais e culturais o que aconteceu com os prop sitos do movimento moderno 190 cr Subcap tulo 4 4 A Nova monumentalidade O Tempo e a Arquitectura Il Maria de F tima Lino Ferreira 216 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas A democracia vive de problemas e cria problemas e fortifica se no progresso Progresso que n o um facto garantido e definitivo onde urge a necessidade de e
495. utura a interpreta o de etapas temporais diferentes manifestando as v rias etapas j ultrapassadas Esta articula o imp e a regra do posicionamento das coisas no e pelo espa o e confronta as coisas numa ordem temporal Um estabelece a ordem no espa o o outro a rela o do tempo das coisas A presen a do palacete reflecte a presen a de um monumento hist rico que est enraizado no presente pela apropria o do espa o e longa dura o no tempo demonstra ao observador a presen a de um tempo anterior que j n o presente Neste conjunto edificado ressalta o palacete pela sua capacidade regenerativa mediante as v rias temporalidades que presenciou um vest gio que se obrigou a perpetuar por esse facto interligou se com os outros volumes modernos que comp em este conjunto uma forma de transmiss o cultura associando tempos diferenciados em espa o complementares Esta rela o foi equilibrada e estruturada pelo arquitecto que articulou as v rias temporalidades num mesmo espa o O palacete faz parte de um conjunto projectado no nosso tempo faz evidenciar a actualidade das formas tradicionais numa linguagem positiva com a inova o que imposta pela nossa poca Se por um lado o arquitecto preservou a edifica o representativa de um tempo anterior por outro n o deixou que a mesma contaminasse as ideias na concep o das novas formas A tradi o e a inova o nesta obra s o aliadas
496. uture of Architecture Nueva York Horizon Press 1953 ZEVI Bruno 1986 Arquitectura in Nuce uma defini o de Arquitectura Lisboa edi es 70 Maria de F tima Lino Ferreira 339
497. vage GOODY Jack 1977 M moire et apprentissage dans les soci t s avec et sans criture la transmission du Bagre in L Homme XVII GRACIA Francisco de 1992 Cosntruir en lo Constru do La arquitectura como Modificacion Madrid Editorial Nerea GRASSI Ernesto Arte e Mito Lisboa Livros do Brasil s d GREENBERG Robert 2001 Kant A Theory of A Priori Knowledge Pennsylvania Univetsity Press GUITTON Jean 1998 Justifica o do Tempo Lisboa Uni o Gr fica Guggenheim Bilbao Museoa GA Document s 1 GYMPEL Jan 2001 Hist ria da Arquitectura da Antiguidade aos nossos dias Germany Konemann Verlagsgesellschaft mbH HALL Ed Ward T 1996 A Dan a da Vida A outra dimens o do tempo s l Rel gios D Agua HALL Ed Ward T Hall A Linguagem Silenciosa Antropos s d Rel gios D gua 1994 p 170 HAUSER Arnold 1988 Teorias da Arte Lisboa Editorial Presen a HAWKING Stephen W 1988 Breve Hist ria do Tempo Do Big Bang aos Buracos Negros Lisboa Gradiva HEIDEGGER Martin 1997 Ser e Tempo Pensamento Humano Parte 6 ed Petr polis Vozes HEIDEGGER Martin 1951 Batir habiter Penser Essais et conf rences Conf rence prononc e au m is d ao t 1951 Darmstadt Gallimard HEIDEGGER Martin A Origem da Obra de Arte Lisboa Biblioteca de Filosofia Contempor nea Edi es 70 s d HELM Paul et al 2001 God amp
498. vel englobar t o profunda mat ria do saber que se encontra ligada a este tema de abordagem Qualquer trabalho nesse sentido seria sempre frustrado Porque imposs vel albergar as v rias tem ticas que surgem dos confrontos imediatos da viv ncia do Ser com o mundo O mundo que o suporte da sua exist ncia Tentar elaborar um discurso no meio termo sempre dif cil por de forma a agradar a todos at porque o ser breve perigoso e nos leva obscuridade o ser extenso por outro lado comprometedor e pode nos conduzir ao engano e a contradi o Maria de F tima Lino Ferreira 91 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas ju zo para ser v lido tem que ser isento de qualquer inclina o buscando na experi ncia a sua verdadeira explora o Por isso ser f cil verificar que por muito imparciais que possamos ser o ju zo que formamos acerca das coisas ser pouco limpo dessa isen o Abnega o que os humanos t m dificuldade de obter quer pela nossa g nese quer pela nossa sensibilidade mold vel e pelas civiliza es influenciadoras Porque o ju zo depende da hist ria que vai trazendo luz a consci ncia da varia o cultural que se afirma e se torna exigente na medida em que se aprofunda o conhecimento Abordamos na tese de mestrado a rela o da quadr cula espa o tempo quando consideramos o tempo como uma coordenada O tempo precisa do espa o para se dar evid ncia
499. vez com o mesmo sentido de procura o de se superar a si pr prio atrav s da supera o das obras do passado O objectivo do Renascimento foi superar ou igualar as obras da Antiguidade 118 Importa referir que a ruptura aconteceu na atitude dos arquitectos em rela o arte possuidores de um estilo pessoal demonstrando mais autonomia profissional Ruptura com o v nculo dos valores e h bitos medievais denotando se uma efectiva e consciente aboli o dos conceitos que sustentavam a produ o art stica da Idade M dia estilo g tico em especial 119 um paradoxo fundamental de regressar aos Cl ssicos baseado numa rejei o da Idade M dia o tempo da hist ria estava ligado mais ao C u do que Terra o Homem medieval encarava todo o passado numa sustenta o divina em vez de trazer nova era uma Antiguidade renascida contribu sse tanto para a forma o do homem moderno Janson 1989 p 366 Maria de F tima Lino Ferreira 139 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas artes Baseando nos nesta atitude e voltamos a colocar o Ser no centro das expectativas na interpreta o do universo Aparece um novo esp rito de aventura e de conhecimento uma vontade de conquista e de descoberta Libertando nos de velhos conceitos retr gradas limitativos submissos e ao mesmo tempo n o permitindo o aniquilamento da individualidade que nos dias de hoje a democracia veio validar Parafrasea
500. vis vel Os esquissos Ilustra o 230 a 234 s o registo da procura de uma ideia que pode residir na mem ria ou na imagina o228 Reflecte a necessidade do Ser 227 cf Sucap tulo 3 3 O objecto arquitect nico como interlocutor da clarivid ncia temporal O espa o como arquivo 228 cf Subcap tulos 3 4 A mem ria Registos presentes e 3 5 Entre a mem ria e a imagina o Desejo materializado em arquitectura Maria de F tima Lino Ferreira 298 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas enfrentar em cada presente as reminisc ncias do passado pal cio existente na parcela e a intui o do futuro as novas formas propostas S o registos que acontecem em fun o do que n o ainda mas que se dirige no sentido de vir a ser efectivamente a presen a de um futuro no presente a necessidade de vir a acontecer Neste m todo operativo no projectar existe o factor temporal Este agir prima para o futuro uma concretiza o A rela o dos esquissos e do executado no local demonstra a passagem do invis vel para o vis vel O pensamento pressup e a ac o A ideia de pra a teve como protagonista o rio em termos de contempla o mas a sua centralidade focou o Ser como gerador de movimento no espa o Esta centralidade d import ncia ao espa o como estabilizador do posicionamento do Ser perante a mat ria constru da Ao mesmo tempo a rela o com o edif cio do palacete estr
501. zar pelo concreto na realiza o das formas objectivando se e temporalizando se o tempo diferencial o espa o unificante O tempo o acontecimento a ocasi o o espa o o presente O tempo a mem ria e a utopia o espa o a distribui o e o real O tempo a causalidade e a problem tica o espa o o efeito Sem estas rela es e contradi es a arquitectura n o seria uma presen a real manter se ia no imagin vel sem hip teses de se concretizar S no devir se pode realizar a ideia Sem o tempo n o h evolu o nem Devir s rie de mudan as Para a arquitectura o devir est ligado ao progresso s transforma es sofridas pelo pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico Neste sentido de liberdade 2 9 a arquitectura pode evoluir tentando indagar novas atitudes de entendimento com o que h de vir futuro inova o e com o que j foi passado tradi o Garantir num Devir de esperan a a perman ncia de valores simb licos ou emblem ticos que apoiam a nossa consci ncia hist rica num imagin rio de refer ncias que suporta o universo da 255 Para evoluir preciso desfrutar livremente do espa o e possuir temporalidade o desejo de liberdade est intimamente ligado capacidade de pensar o futuro apan gio exclusivo da esp cie Humana Maria de F tima Lino Ferreira 306 O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas tradi o num enquadramento cronol gico
502. zem nos a flutua es diversas de interpreta o e de descodifica o em que evidente a altern ncia a dicotomia e a ambival ncia do a priori Greenberg 2001 e do a posteriori do empirismo natureza indutiva que parte do geral para o particular reside na experi ncia e do racionalismo natureza dedutiva que parte do geral para o particular reside na raz o em rela o arquitectura inconcusso que tudo o que se possa fazer bem mesmo sustentado nestas rela es se fa a em prol da amplia o do nosso patrim nio arquitect nico e cultural e da continuidade da hist ria do Ser A democratiza o do Ser pressup e a democratiza o da arquitectura Esta democratiza o do Ser no sentido pluralista resultar do reconhecimento da cultura tradicional e do conhecimento da cultura moderna actualidade devendo se tirar partidos dos seus conte dos informativos Concluindo se que as duas culturas n o s o antag nicas isto porque a primeira cultura tradicional completa a segunda cultura dos nossos dias e esta por sua vez completar a que vir Devir 196 196 cada gera o e cada momento hist rico lan a novamente o velho apelo da vanguarda Um esfor o necess rio para a evolu o da arquitectura Montaner 2001 p 145 Maria de F tima Lino Ferreira 2e O Ser o Tempo e a Arquitectura uma interpreta o das formas O actual para o Ser o momento da presentifica

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