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pontifícia universidade católica de minas gerais

1. ii ereeeree 71 JI A O COl VA noi ea Eai deiae AE E aaa PRECOS RO PRA RR Ea 85 3 4 A es coletivas tutela do homem bem comum e justi a social 92 3 5 Objeto da tutela jurisdicional coletiva de direitos direitos metaindividuais 97 3 6 Raz es para a valoriza o das a es coletivas ee 109 3 7 As a es coletivas como instrumento de tutela dos direitos fundamentais da dignidade humana do trabalhador e do Estado Democr tico de Direito l lllllill 123 4 LITISPEND NCIA EM A ES COLETIVAS 127 4 1 Litispend ncia conceito efeitos e fundamentos ci esseessersseessesesesesesesesese 127 4 2 Configura o da litispend ncia erre re aereneereaereanreanaa 131 4 2 1 Legitima o para agir nas a es coletivas ni rreeeea 144 4 2 2 Legitimidade ordin ria e extraordin ria errando 147 4 2 3 Substitui o processual e representa o A substitui o processual pelos sindicatos 149 4 2 4 A natureza jur dica da legitima o para agir nas a es coletivas para defesa dos direitos difusos coletivos e individuais homog neos c ice rereeererecaneeenrenan s 151 4 2 5 Legitima o concorrente disjuntiva exclusiva e aut noma 156 4 2 6 Representatividade adequada rr erereree ane aeraereneercan a 157 4 3 Litispend ncia em
2. Da estreita vincula o entre a es coletivas tutela do homem realiza o do bem comum e justi a social resultam grandes desafios para todos os operadores do direito que devem atuar no sentido da realiza o de uma tutela jurisdicional adequada c lere e efetiva de todos os direitos notadamente os de natureza fundamental A todos cumpre a relevante miss o de promover a pacifica o dos conflitos com justi a O comprometimento de todos os operadores do direito com a justi a humaniza o processo sendo essa humaniza o complementada pela sua constante adapta o s necessidades do presente para superar sua inatualidade e desfuncionalidade O processo vida humana que se despoja de formalismos para ganhar vitalidade 2 22 GRINOVER Ada Pellegrini Acesso justi a e o C digo de Defesa do Consumidor In O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 p 119 23 CALAMANDREL Piero Direito processual civil Campinas Bookseller 1999 v III p 183 24 CASTILHO Niceto Alcal Zamora Estudios de teoria general e historia del proceso 1945 1972 Cidade do M xico Instituto de Investigacion Jur dicas 1974 p 161 235 CASTILHO Niceto Alcal Zamora Estudios de teoria general e historia del proceso 1945 1972 Cidade do M xico Instituto de Investigacion Jur dicas 1974 p 144 26 BERIZONCE Roberto O El bloque de constitucionalidad como pivote de las pol ticas p bli
3. A Constitui o com isso reconhece o direito a um processo justo luz da Constitui o Federal de 1988 processo justo o que se desenvolve publicamente perante juiz previamente apontado como competente juiz natural imparcial e independente com respeito ao direito das partes ao exerc cio em sim trica paridade do contradit rio e da ampla defesa e que promova a solu o do conflito de interesses em tempo razo vel A Constitui o Federal brasileira estabelece expl cita ou implicitamente os valores princ pios e regras mais relevantes para a compreens o do processo quando estrutura as institui es essenciais realiza o da justi a ou ainda ao estabelecer mecanismos formais de controle constitucional Por outro lado tal rela o pode ser indireta quando tutelando diversamente determinado bem jur dico d ensejo a que o legislador infraconstitucional preveja regras processuais espec ficas e para que o juiz concretize a norma jur dica no caso concreto Ali s a pr pria efetividade da Constitui o encontra no processo um importante instrumento A Carta Magna de 1988 reconhece o direito ao processo como direito fundamental e estabelece o modo de ser do processo na inten o de assegurar tutela jurisdicional adequada efetiva e tempestiva reafirmando a necessidade de criar um processo 158 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna
4. 7 HAZAN Ellen Mara Ferraz Aplica o pr tica dos princ pios do processo do trabalho In LAGE Emerson Jos Alves LOPES M nica Sette Coords Direito e processo do trabalho atualidades Belo Horizonte Del Rey 2003 p 128 77 CHAVES Luciano Athayde Jurisdi o trabalhista bloqueios e desafios In Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 274 301 Assim o direito processual do trabalho deve dialogar com outras fontes de direitos que tenham preocupa o com os anseios sociais por uma justi a de f cil acesso como forma de se atualizar e fortalecer A alta conflituosidade da sociedade moderna exige meios eficazes de solu o Neste contexto o legislador brasileiro vem adotando v rias t cnicas destinadas a garantir a adequada e efetiva solu o de conflitos coletivos de interesses e tutela dos direitos metaindividuais Merecem destaque entre essas t cnicas as a es coletivas e a peculiar disciplina da litispend ncia entre as a es coletivas e as a es individuais a extens o da coisa julgada erga omnes e utra partes a ado o da coisa julgada secundum eventum litis e o transporte in utilibus da coisa julgada todas consagradas pelo C digo de Defesa do Consumidor Tratam se de t cnicas que como registra Ant nio Gidi s o postas disposi o do homem para que obtenha o melhor modelo de conviv ncia social em termos de obten o de P 779 satisfa o m xima dos
5. O respeito s solu es que impliquem em melhoria das condi es sociais dos trabalhadores imposto expressamente pela Constitui o Federal no caput do art 729 Vale registrar a advert ncia de Ant nio lvares da Silva no sentido de que o direito do trabalho perder seu objeto se n o for capaz de oferecer compensa es desigualdade social entre o capital e o trabalho que aumenta a cada instante no mundo globalizado em que vivemos e no qual presenciamos contraditoriamente o crescimento da riqueza e o aumento da pobreza Existe ainda outro caminho pelo qual se pode chegar ao C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho atrav s da an lise dogm tica da legisla o que institui o microssistema de tutela metaindividual na ordem jur dica brasileira Ao Minist rio P blico do Trabalho compete promover a a o civil p blica para a prote o dos direitos metaindividuais quando desrespeitados os direitos sociais 38 DELGADO Maur cio Godinho A ess ncia do direito do trabalho In LAGE Emerson Jos Alves LOPES M nica Sette Coords Direito e processo do trabalho atualidades Belo Horizonte Del Rey 2003 p 82 80 Art 7 da CR 88 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social 313 constitucionalmente garantidos aos trabalhadores arts 129 III da Constitui o Federal e 85 M
6. 621 Segundo Geovany Cardoso Jeveaux No caso do litiscons rcio unit rio as dificuldades n o s o menores especialmente na hip tese dos s cios demandantes em a es concorrentes perante ju zos diversos que almejam a anula o de uma delibera o comum A prop sito entende Liebman que eventual diversidade de resultados positivo ou de proced ncia para um e negativo ou de improced ncia para o outro n o justifica a extens o da coisa julgada secundum eventum litis Ou seja eventual senten a de improced ncia n o impede que outros s cios aju zem novas a es com base no mesmo fundamento e sejam eventualmente vitoriosos resultado que trar para as outras demandas a perda do interesse de agir ou a inexist ncia da a o proposta diante da unicidade da rela o tratada Isso porque a indivisibilidade do direito n o se comunica com a legitimidade de cada s cio circunst ncia explicada por sua vez por causa dos efeitos da senten a e n o pela qualidade da coisa julgada Por fim consoante Eduardo Henrique Raymond von Adamovich Os terceiros podem e com fregii ncia s o atingidos pelos efeitos da senten a conhecido o exemplo do sublocat rio que v extinta sua rela o com o locat rio em raz o do decreto judicial de extin o da aven a entre este e o locador No direito do trabalho igualmente cl ssico o exemplo da extin o dos contratos de emprego dos empregados em decorr ncia da quebra da empregad
7. Como observa Ricardo Lobo Torres a no o de cidadania resgatada pelos juristas e pela Constitui o pode contribuir extraordinariamente para o equil brio entre valores e princ pios para a sua concretiza o na era dos direitos Sendo um dos fundamentos do Estado Democr tico de Direito a cidadania harmoniza os valores da liberdade justi a e seguran a bem como os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa art 1 IV Demais disso favorece a pondera o dos direitos esmaecendo as r gidas separa es entre direitos fundamentais art 5 sociais arts 6 e 7 econ micos art 170 e difusos art 225 principalmente pela afirma o de todos eles na via do exerc cio dos direitos pol ticos e da pol tica jur dica art 14 Para Alexandre Coutinho Pagliarini a participa o popular na constru o de uma comunidade pol tica n o s atrav s do voto mas sobretudo pela capacidade diuturna de exerc cio da cidadania faz com que as atividades democr ticas diretas se tornem verdadeiros Direitos Fundamentais de quarta gera o A Constitui o dos tempos atuais deve contemplar o maior n mero de instrumentos pol tico jur dico para o crescente exerc cio da Democracia direta 2 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 31 0 RESSEL Sandra Maria da Costa As a es coletivas e o acesso justi a Cancela
8. Lembre se que h rela o de prejudicialidade entre duas demandas quando o julgamento de uma delas for apto a influenciar no conte do substancial do julgamento de outra A primeira demanda diz se prejudicial segunda e esta prejudicada anotando se que A prejudicialidade em um primeiro momento uma rela o l gica entre duas ou mais demandas em si mesma constitui express o da necess ria coer ncia entre dois Julgamentos Pode ocorrer tamb m uma rela o de prejudicialidade entre duas ou mais quest es ou entre dois ou mais pontos relevantes para o julgamento de uma causa s o que n o interfere no tema das rela es entre demandas A rela o de prejudicialidade implica a suspens o do processo referente a o prejudicada at que haja o julgamento da a o prejudicial art 265 inc IV letra a O art 48 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 966 967 8I TENZA Pedro Teoria geral da a o civil p blica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais p 259 482 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 363 43 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 160 187 265 8 5 do CPC determina que a suspens o n o durar
9. Para Marcelo Abelha Rodrigues o pedido e a causa de pedir delimitam objetivamente o alcance da tutela reclamada objeto litigioso e de alguma forma delimitam o objeto de cogni o do juiz que s ser ampliado se o r u oferecer defesa substancial trazendo fatos novos relativamente ao meritum causae 39 Acrescenta Marcelo Abelha de Rodrigues que a tutela jurisdicional ambiental reclama ainda a necessidade de se dar uma mobilidade ao pedido e causa de pedir Claro que aqui n o se est falando na causa de pedir pr xima hip tese de incid ncia nem no pedido imediato provimento Jurisdicional porque quanto a estes j vigora no processo tradicional tanto a regra do iura novit curia quanto a regra da atipicidade do provimento escolhido ou seja o que importa que o fato trazido tenha sido objeto de discuss o e amplo contradit rio entre as partes e que o bem da vida esteja delimitado e que esteja clara a inten o do autor porque perfeitamente poss vel ao juiz adequar a t cnica processual pretens o desejada pelo jurisdicionado 30 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 316 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 446 2 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribun
10. em regra atribu da ao pretenso titular do direito deduzido A a o portanto ser proposta em regra por pessoa determinada e versar sobre direitos individuais e divis veis No processo civil individual a litispend ncia pressup e identidade integral entre duas a es ou seja a identidade de partes causa de pedir e pedido Entretanto a doutrina critica esse modelo sendo afirmado por C ndido Rangel Dinamarco que a chamada teoria das tr s eadem mesmas partes mesma causa pedenti mesmo petitum conquanto muito prestigiosa e realmente til n o suficiente em si mesma para delimitar com precis o o mbito de incid ncia do impedimento causado pela litispend ncia Considerando o objetivo do instituto evitar o bis in idem o que importa evitar dois processos instaurados com o fim de produzir o mesmo resultado pr tico Por isso imp e se a extin o do segundo processo sempre que o mesmo resultado seja postulado pelos mesmos sujeitos ainda que em posi es invertidas p ex pedido de declara o de nulidade de um s contrato formulado por um dos dois contratantes e depois um pedido de declara o de validade do mesmo contrato deduzido pelo mesmo advers rio 47 O mesmo se d em rela o coisa julgada que ocorrer quando for reproduzida a o id ntica a o j decidida por senten a de que n o cabe recurso 8 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil
11. H menos problemas em mobilizar as empresas no sentido de tirarem vantagens de seus direitos o que com frequ ncia se d exatamente contra aquelas pessoas comuns que em sua condi o de consumidores por exemplo s o as mais relutantes em buscar o amparo do sistema judicial Essa desigualdade relativamente ao acesso pode ser atacada com maior efici ncia segundo Galanter se os indiv duos encontrarem maneiras de agregar suas causas e desenvolver estrat gias de longo prazo para fazer frente s vantagens das organiza es que eles devem ami de enfrentar CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Tradu o de Elle Gracie Northfleet Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1988 p 25 26 24 BAYLOS Antonio Direito do trabalho modelo para armar S o Paulo LTr 1999 p 49 5 CUNHA Marcelo Garcia da A es coletivas Dispon vel em lt www tex pro br gt Acesso em 07 09 2009 119 direito substantivo do trabalho existe outra disciplina para sua execu o o direito processual do trabalho Anote se ainda que a a o coletiva um dos poucos instrumentos que o homem comum tem contra quem comanda o status quo A a o coletiva reestabelece o equil brio entre o indiv duo e as institui es que o oprimem como o governo e as grandes empresas na medida em que proporciona uma igualdade de armas e do poder de barganha As a es coletivas em suma proporcionam a diminui o do desequil brio de fo
12. S rgio Shimura ressalta que o legislador percebeu que nos conflitos gerados pela economia de massa o processo deve servir tamb m como instrumento de pacifica o social Com isso viabiliza se o acesso Justi a seja pelo barateamento seja pela quebra de barreiras socioculturais conferindo maior peso s a es destinadas solu o desses conflitos coletivos Em suma oportuniza se a presta o jurisdicional a um grande n mero de pessoas com redu o das barreiras que o litigante sozinho teria de bravamente suportar al m da economia de tempo dinheiro e energia Teori Albino Zavascki afirma que as modifica es do sistema civil brasileiro no sentido de um processo de massa passaram por duas fases ou ondas A primeira iniciou se em 1985 pela introdu o em nosso sistema de meios para defesa de natureza coletiva a tutela de direitos e interesses transindividuais e a tutelar com mais amplitude a pr pria ordem jur dica abstratamente considerada E a segunda onda reformadora que se desencadeou a partir de 1994 teve por objetivo n o o de introduzir mecanismos novos mas o de aperfei oar ou de ampliar os j 8 COSTA Coqueijo Direito processual do trabalho 2 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 5 2 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 309 183 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efetividade do processo e t cnica
13. atuando em favor de sua concretiza o e n o s partes Assim como o C digo de Processo Civil a Consolida o das Leis do Trabalho foi concebida e estruturada para a tutela dos direitos individuais Para a efetiva tutela dos direitos difusos coletivos e individuais homog neos trabalhistas devem ser abandonadas as limita es resultantes dos arts 6 e 472 do C digo de Processo Civil e da disciplina por este reservada ao instituto da litispend ncia valendo registrar que a litispend ncia e a coisa julgada n o constituem um fim em si mesmas mas s o t cnicas colocadas disposi o do homem para facilitar a sua conviv ncia social Da ter sido afirmada na presente disserta o a viabilidade da ado o do C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho para solu o de quest es relacionadas litispend ncia e coisa julgada no confronto entre a es coletivas e a es individuais trabalhistas ante a omiss o da legisla o trabalhista e a compatibilidade das normas que a comp em com as normas do C digo de Defesa do Consumidor que disciplinam tais institutos Encontrar a mais adequada solu o para os problemas presentes e futuros relacionados com a concretiza o do direito a uma ordem jur dica justa e a um processo do trabalho efetivo eis o desafio dos operadores do Direito que somente ser vencido se for utilizado de forma criativa todo o instrumental processual desti
14. comprometeu se com o valor moral da dignidade humana sendo esse valor pr prio algo sempre existente inderrog vel e irrenunci vel sempre pensado como pressuposto Essa pretens o na condi o de pretens o moral apenas recepcionada pelo Direito n o reclama por dire es a seguir Ela j se faz presente na rela o eu tu como pretens o de respeito tico individual e na rela o com terceiros e com a sociedade como pretens o de respeito tico social antes mesmo de se tornar um valor jur dico aut nomo por meio do art 1 inc I da LF tamb m em rela o a atua es estatais A dignidade humana constitui norma estrutural para o Estado e para a sociedade que devem respeit la vinculando tamb m o terceiro pois ela constitui a base da sociedade livre justa e solid ria anotando se que A educa o para o respeito da dignidade humana constitui um destacado objetivo pedag gico do Estado constitucional dignidade humana para cada um bem como para o pr ximo no sentido dos outros como toler ncia solidariedade Se e como ser ent o vivenciada a dignidade humana por cada um e com refer ncia aos outros depende da responsabilidade de cada um ltima inst ncia o cidad o e o pr prio homem na medida em que n s mesmos fornecemos um sentido e estabelecemos um objetivo para a hist ria pol tica a saber um sentido humanamente digno e um objetivo humanamente digno 10
15. de n o forma o da coisa julgada e n o de relativiza o da coisa julgada formada importante mencionar que n o h qualquer impedimento constitucional ao exerc cio de op o pela n o forma o da coisa julgada em uma determinada situa o posto que na d vida a solu o deve ser pela inexist ncia da coisa julgada WEISMANN 5 15 A insufici ncia de prova nas a es coletivas No item anterior foi visto que na hip tese de ser julgado improcedente pedido objeto da a o coletiva versando sobre direitos difusos e coletivos por insufici ncia de prova n o se formar a coisa julgada material Sendo o pedido julgado improcedente por insufici ncia de prova outra a o poder ser proposta com o mesmo objeto desde que fundada em nova prova importante esclarecer que n o se trata de ajuizamento de a o para nova avalia o da prova produzida na a o j julgada O que autorizado o ajuizamento da a o baseado em novos elementos de convic o 716 COSTA Alfredo de Araujo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 p 128 219 Por outro lado n o se pode perder de vista que essa autoriza o est em perfeita sintonia com a facilita o do acesso ao pr prio direito material Em mais de uma oportunidade inclusive o C digo de Defesa do Consumidor confere especial import ncia prova valendo lembrar a autoriza
16. es coletivas versando a defesa de direitos difusos a em caso de proced ncia do pedido a decis o far coisa julgada em rela o s partes aos demais entes legitimados e a todos os membros da coletividade coisa julgada erga omnes b em caso de improced ncia do pedido por fundamento diverso da insufici ncia da prova a decis o far coisa julgada para todos os entes legitimados coisa julgada erga omnes mas n o prejudicar as a es individuais com igual fundamento ajuizadas pelos titulares dos direitos afetados c em caso de improced ncia do pedido por insufici ncia de prova a decis o n o far coisa julgada podendo qualquer legitimado intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova d os efeitos da coisa julgada erga omnes n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Estando em curso uma a o coletiva e uma a o individual pode o autor individual prosseguir com sua a o ou requerer a sua suspens o at o julgamento final da a o coletiva Se n o for requerida a suspens o da a o individual a 6 amp 5 Anote se que em rela o aos autores ideol gicos isto dos entes legitimados tutela dos interesses difusos a efic cia erga omnes da decis o alcan a todos os entes indicados no art 5 da Lei 7 347 85 e 82 da Lei 8 078 90 de m
17. es individuais apenas o consumidor violado em sua esfera jur dica individual ou seus sucessores Quanto causa de pedir a diferencia o ainda mais delicada podendo at mesmo ser consideradas as mesmas ou pelo menos correspondentes Em todo caso a causa de pedir na a o coletiva em defesa de direitos individuais homog neos t o ampla que permite o pedido de condena o gen rica j na a o individual o pedido somente poder ser especificado Como se pode perceber tamb m os objetos de ambos os processos e por via de consequ ncia tamb m as lides os pedidos os m ritos s o diversos A lide coletiva e a lide individual s o diversas atrav s do pedido nas a es coletivas se requer a responsabiliza o civil do fornecedor em indenizar pelos danos causados independentemente dos preju zos individualmente sofridos por cada consumidor O que h uma condena o in genere para ulterior individualiza o dos preju zos pelos interessados via liquida o de senten a O pedido na a o individual por sua vez gera uma condena o individualizada in concreto e sua eventual liquida o n o ser para individualiz la mas para tornar o t tulo apto a servir de lastro a um processo de execu o Para Antonio Gidi o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor aplic vel a toda e qualquer a o coletiva em defesa de direitos difusos de direitos coletivos ou de direitos individuai
18. o de todas as provas pertinentes para que a tutela jurisdicional se esgote de forma leg tima O interesse social sempre presente nas variadas formas de tutelas jurisdicionais coletivas faz com que se esgotem no processo coletivo todos os meios de provas no sentido de enfrentar o m rito com a pacifica o social com justi a ALMEIDA Greg rio Assagra de Codifica o do Direito Processual Coletivo Brasileiro Belo Horizonte Del Rey 2007 p 65 66 300 A Consolida o das Leis do Trabalho trilha o mesmo caminho do C digo de Defesa do Consumidor posto que tamb m facilita o acesso justi a reconhecendo por exemplo o jus postulandi art 791 prev a responsabilidade solid ria das empresas componentes de grupo econ mico pelos cr ditos trabalhistas art 2 2 limita a possibilidade de declara o de nulidade dos atos processuais arts 794 e seguintes possibilita a associa o para fins de defesa e coordena o dos interesses profissionais e econ micos art 511 estabelece que a compet ncia para o ajuizamento da a o determinada pela localidade onde o empregado prestou servi os ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro art 651 caput confere ao juiz poder para promover a execu o de of cio art 878 e determina que o Juiz vele pela mais r pida solu o do conflito de interesses art 765 da CLT Verifica se assim que o C digo de Defesa do Consumidor e o direit
19. o do dano ex y Yast E R 677 delito em que a decis o sobre o dever de indenizar integra o julgado penal Ada Pellegrini Grinover d o seguinte exemplo de ocorr ncia de transporte in utilibus da coisa julgada Se por exemplo a a o civil p blica que tenda obriga o de retirar do mercado um produto nocivo sa de p blica for julgada procedente reconhecendo a senten a os danos reais ou potenciais pelo fato do produto poder o as v timas sem necessidade de novo processo de conhecimento alcan ar a repara o dos preju zos pessoalmente sofridos mediante liquida o e execu o da senten a coletiva nos termos do art 97 do C digo Se por m a a o civil p blica for julgada improcedente as v timas e seus sucessores poder o normalmente intentar suas pr prias a es reparat rias a t tulo individual de acordo com o disposto no 1 do art 103 Com isso o C digo opera a amplia o do objeto do processo coletivo para nele abranger o dever de indenizar os danos ocasionados pela nocividade do produto Se por m a a o coletiva for julgada procedente a coisa julgada aproveitar s v timas e seus sucessores aqui n o se d apenas a extens o subjetiva da coisa julgada aos terceiros como tamb m a amplia o do objeto do processo ope legis de modo a considerar se o dever de indenizar como parte do pedido O C digo amplia o objeto do processo coletivo para nele abranger o
20. o pol tica Os direitos fundamentais de quarta dimens o consoante Paulo Bonavides surgiram a partir da globaliza o do neoliberalismo extra da da globaliza o econ mica que se move rumo dissolu o do Estado nacional afrouxando e debilitando os la os de soberania e ao mesmo passo doutrinando uma falsa despolitiza o da sociedade Contudo a partir da globaliza o pol tica que se poderia extrair a ideia de globaliza o dos direitos fundamentais equivalendo ao que ele chama de universaliz los no campo institucional Estes direitos levariam ltima fase do processo de institucionaliza o do Estado Social englobando o direito democracia informa o e ao pluralismo e culminando na efetiva globaliza o pol tica e por conseguinte na liberdade dos povos Aduz Paulo Bonavides que os direitos das demais dimens es que permanecem eficazes s o infra estruturais formam a pir mide cujo pice o direito democracia e conclui que estes direitos n o se interpretam concretizam se na esteira dessa concretiza o que reside o futuro da globaliza o pol tica o seu princ pio de legitimidade a for a incorporadora de seus valores de liberta o A globaliza o est causando a reconfigura o do direito internacional de matriz particularista e soberanista que se estabeleceu depois da proclama o da Declara o Universal em um infradireito submeti
21. oportuno lembrar que o art 110 do C digo acrescentou o inc IV ao art 1 da lei n 7 347 85 estendendo a abrang ncia desta a qualquer outro interesse difuso ou coletivo Da por que os dispositivos processuais do C digo se aplicam no que couber a todas as a es em defesa de interesses difusos coletivos ou individuais homog neos coletivamente tratados Isso significa que a disciplina da coisa julgada contida no art 103 rege as senten as proferidas em qualquer a o coletiva pelo passa a grande transforma o da poca industrial com a tend ncia a maior igualdade econ mica que h de come ar como j come ou em alguns pa ses pela atenua o mais ou menos extensa das desigualdades PONTES DE MIRANDA Coment rios Constitui o de 1967 com a Emenda n 1 de 1969 t 4 p 689 Apud GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 92 7187 CORDEIRO Wolney de Macedo A delimita o procedimental da liquida o das senten as de tutela de direitos individuais homog neos no processo do trabalho In RIBEIRO J NIOR Jos Hort ncio et al Orgs A o coletiva na vis o de ju zes e procuradores do trabalho S o Paulo LTr 2006 p 327 328 306 menos at a edi o de disposi es espec ficas que venham disciplinar diversamente a mat ria Assim por exemplo a coisa julgada na a o coletiva a que foi legitimado o sindicato nos termos do art 8
22. 8 SANTOS Ronaldo Lima dos Sindicatos e A es Coletivas S o Paulo LTr 2003 p 62 75 como obst culo ao acesso justi a na medida em que n o disp e de meios pr prios para sua defesa em ju zo N o se pode perder de vista que a possibilidade de agir em ju zo na defesa de direitos coletivos em sentido amplo n o se limita ao mero acesso aos rg os do Poder Judici rio compreendendo como assinalam Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo a o poder de propor ao juiz uma demanda introdutiva b ao poder derivado do primeiro de atuar na forma consentida durante o curso do ju zo para fazer oportunamente valer a pr pria raz o isto o poder de cumprir no processo todas aquelas atividades de alega o de dedu o de argumenta o e de prova s quais s o necess rias ou teis concreta obten o da tutela requerida c ao direito subordinado ao sucesso da atividade sub 2 de obter do juiz um provimento tecnicamente id neo a assegurar uma tutela adequada e efetiva para a situa o de vantagem deduzida A necessidade de adequa o da t cnica processual faz surgir o direito processual coletivo ou seja um conjunto de regras e princ pios voltados disciplina da solu o judicial dos conflitos de interesses coletivos em sentido amplo e a tutela de direitos metaindividuais Nesse compasso a legitima o para agir a litispend ncia e a coisa julgada foram redimencionadas e
23. A coisa julgada quanto ao seu modo de produ o pode ser a pro et contra a coisa julgada formada sempre independentemente do teor da decis o proced ncia ou improced ncia Ao dispor no art 467 que denominada coisa julgada material a efic cia que torna imut vel e indiscut vel a senten a n o mais sujeita a recurso ordin rio ou extraordin rio o C digo de Processo Civil prestigia essa forma de produ o da coisa julgada Para Humberto Theodoro J nior desconhecendo o C digo o tertitium genus de senten a que apenas declara insuficiente a prova do autor o que acarreta a n o desincumb ncia do onus probandi o julgamento de m rito rejei o do pedido contr rio pretens o que motivou o ajuizamento da causa posto que em processo civil actore non probante absolvitur reus art 333 D Assim em toda causa o juiz ou extingue o processo sem julgamento de m rito por quest es preliminares ou aprecia o m rito hip tese em que qualquer que seja a solu o haver de submeter se s consequ ncias da res iudicata b secundum eventum probationis a coisa julgada s se formar se forem exauridos todos os meios de prova Isso significa que a coisa julgada se formar no caso de proced ncia ou de improced ncia fundada em prova suficiente e n o se formar na hip tese de 2 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do
24. SILVA Ov dio A Batista da Senten a e coisa julgada 4 ed Rio de Janeiro Forense 2006 SILVA Sandra Lengruber da Elementos das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 SILVEIRA Jos N ri Pref cio do livro A Reforma do Poder Judici rio In A Reforma do Poder Judici rio MACHADO F bio Cardoso MACHADO Rafael Bicca Coords S o Paulo Quartier Latin do Brasil 2006 SIQUEIRA NETO Jos Francisco Direito do trabalho amp democracia apontamentos e pareceres S o Paulo LTr 1996 SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 SOARES F bio Costa Acesso do consumidor justi a Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 SOARES FILHO Jos A prote o da rela o de emprego S o Paulo LTr 2002 SOUTO MAIOR Jorge Luiz Reflexos das altera es do C digo de Processo Civil no processo do trabalho Revista LTr v 70 n 8 S o Paulo LTr 2006 STRECK L nio Luiz Hermen utica jur dica e m crise uma explora o hermen utica da constru o do Direito Apud CORDEIRO Wolney de Macedo Manual de execu o trabalhista Rio de Janeiro Forense 2008 TARUFFO Michele La tutela collettiva interessi in gioco ed esperienze a confronto In BELLI Cl udio Org Le azioni collettive in It lia Mil o Giuffr 2007 344 TARUFFO Michele COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna Il Mulino 2006 TARZIA Giuseppe Lin
25. a Lei da A o Civil P blica que os interesses transindividuais ligadas ao meio ambiente e ao consumidor receberam tutela diferenciada por interm dio de princ pios e regras que de um lado rompiam com a estrutura individualista do processo civil brasileiro e de outro acabaram influindo no C digo de Processo Civil Tratava se por m de uma tutela restrita a objetos determinados o meio ambiente e os consumidores at que a Constitui o Federal de 1988 veio universalizar a prote o coletivos dos interesses ou direitos transindividuais sem qualquer limita o em rela o ao objeto do processo Finalmente com o C digo de Defesa do Consumidor de 1990 o Brasil p de contar com um verdadeiro microssistema de processos coletivos composto pelo C digo que tamb m criou a categoria dos interesses ou direitos individuais homog neos e pela Lei 7 347 85 interagindo mediante a aplica o rec proca das disposi es dos dois diplomas Para Jos Carlos Barbosa Moreira o Brasil pode orgulhar se de ter uma das mais completas e avan adas legisla es em mat ria de prote o de interesses supraindividuais afirma o sustentada na exist ncia da a o popular prevista em sucessivas Constitui es e 1 DINAMARCO C ndido Rangel Homenagem a Ada Pellegrini Grinover RePro 176 ano 34 S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 p 279 281 2 DINAMARCO C ndido Rangel Homenagem a Ada Pellegrini Grinover RePro
26. de ser pois jur dicos Isso pode suceder ou quando a senten a diretamente norme a pr pria rela o jur dica em que o terceiro est interessado ou uma rela o a que esteja condicionada aquela outra Abrir se o E 613 assim as exce es Ou por lei expressa ou pela natureza do direito Assim a decis o faz coisa julgada s partes entre as quais dada n o beneficiando ou prejudicando terceiros coisa julgada interpartes qualquer que seja o seu conte do proced ncia ou improced ncia do pedido 612 CAMPOS Ronaldo Cunha Limites objetivos da coisa julgada S o Paulo Livraria e Editora Universit ria de Direito sem data p 33 SS LOPES Alfredo de Ara jo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 v MI p 96 97 230 Observe se com C ndido Rangel Dinamarco que os voc bulos parte e terceiro no art 472 do C digo de Processo Civil designam aquele que esteve e aquele que n o esteve integrado rela o processual em que foi dada a senten a Consideram se portanto vinculados o autor o r u litisconsortes ativos e passivos se houver o sujeito que haja feito interven o litisconsorcial volunt ria o opoente o litisdenunciado o chamado o nomeado e o substitu do Ressalva se a situa o do assistente cuja vincula o n o se d em raz o da coisa julgada mas de um fen meno de outra ordem a efic cia
27. mais de um ano findo o qual o processo seguir normalmente e sobre a rela o jur dica fundamental o juiz pronunciar se livremente Observe se que a previs o contida no art 104 do C digo de Defesa do Consumidor incompat vel com esse regime posto que nele dito que o autor da a o individual poder requerer a sua suspens o Trata se de op o concedida ao autor e n o obriga o como previsto no art 265 5 do C digo de Processo Civil Dessa maneira evita se o proferimento de julgamentos conflitantes N o custa lembrar a advert ncia de Alu sio Gon alves de Castro Mendes no sentido de que Os direitos individuais s o vistos por vezes como passageiros de segunda classe ou at indesej veis dentro desse meio instrumental que a tutela judicial coletiva O estigma n o passa de preconceito e resist ncia diante dos novos instrumentos processuais A defesa coletiva de direitos individuais atende aos ditames da economia processual representa medida necess ria para desafogar o Poder Judici rio para que possa cumprir com qualidade e em tempo h bil as suas fun es permite e amplia o acesso justi a principalmente para conflitos em que o valor diminuto do benef cio pretendido significa manifesto desest mulo para a formula o da demanda e salvaguarda o princ pio da igualdade da lei ao resolver molecularmente as causas denominadas repetitivas que estariam fadadas a julgamentos de teor variado
28. melhor falar em legitima o extraordin ria como o prop e o ltimo e o aceita o primeiro Isto porque no moderno direito processual a coincid ncia entre o sujeito do direito de a o e o sujeito do direito substancial se apresenta muitas vezes por m est ausente em outras n o menos numerosas e igualmente nada impede que pessoas distintas do titular de um direito substancial tenham um leg timo interesse tutelado pela lei em sua declara o ou realiza o ou em sua satisfa o Os efeitos da senten a enquanto a sua for a vinculativa e o valor da coisa julgada recaem sobre o devedor substitu do e n o sobre o credor substituto porque o direito substancial daquele e n o deste que constitui o objeto da decis o a n o ser que o ltimo acumule alguma pretens o sobre seu pr prio direito porque ent o resultar vinculado no que a ele se referir O art 8 II da Constitui o Federal outorga legitima o ampla e irrestrita ao sindicato para defender os interesses da categoria que representa profissional ou econ mica 386 CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil 2 ed Tradu o de Hiltomar Martins de Oliveira S o Paulo Lemos e Cruz 2004 v II p 72 7 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v 2 p 301 302 38 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v 2 p 302 389 ECHAND A
29. um dos importantes pesos respons veis pelo equil brio entre exig ncias opostas inerentes a todo sistema processual enquanto a garantia do contradit rio direito prova e regularidade dos atos do processo os recursos etc proporcionam o aprimoramento da qualidade dos Julgamentos mediante a refletida pondera o do juiz em torno da pretens o e dos pontos duvidosos que a envolvem Calamandrei a imutabilidade implica p r um ponto final nos debates e nas d vidas oferecendo a solu o final destinada a eliminar o conflito coisa julgada material ou ao menos a extinguir os v nculos inerentes rela o processual coisa julgada formal Em rela o seguran a jur dica observa Carlos Alberto Alvaro de Oliveira que A pr pria no o de Estado Democr tico de Direito erigida a princ pio fundamental da Constitui o Brasileira art 1 caput constitui substrato capital para a seguran a jur dica na medida em que salvaguarda a supremacia da Constitui o e dos direitos fundamentais garantindo o cidad o contra o arb trio estatal assegurando ao mesmo tempo elementos fundantes imprescind veis a qualquer sociedade realmente democr tica como o princ pio democr tico o da justi a o da igualdade da divis o de poderes e da legalidade De mais a mais o 56 CAPPELLETTI Mauro Ju zes irrespons veis Porto Alegre Safe 1989 p 29 30 7 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e com
30. 107 56 Tutela jurisdicional a prote o conferida pelo Estado por meio dos rg os do Poder Judici rio aos direitos assegurados pela ordem jur dica no caso de sua les o ou amea a Essa prote o constitui um direito que corol rio da proibi o de autotutela e do direito jurisdi o Aroldo Pl nio Gon alves assevera que a jurisdi o se organiza para a prote o de direitos e das liberdades assegurados pela ordem jur dica contra o il cito e il cito em qualquer campo do Direito a inobserv ncia da conduta normativamente valorada como 123 devida Piero Calamandrei assinala que a finalidade ltima para a qual tende a garantia jurisdicional a de operar na vida das rela es humanas no sentido de conseguir prescindindo da vontade do obrigado o mesmo resultado pr tico ou um resultado equivalente que teria sido obtido se a norma jur dica tivesse sido observada voluntariamente 2 Tutelar um direito em suma promover a sua realiza o concreta A tutela jurisdicional pode ter por objeto um direito individual ou um direito metaindividual sendo relevante esclarecer que consoante assinala Michele Taruffo n o s o somente os consumidores que necessitam de tutela coletiva basta pensar na infinidade de situa es que d o a mass torts para individualizar uma s rie de situa es nas quais existem grupos tamb m bastante numerosos de sujeitos cujas situa es n o pod
31. 265 A op o do legislador pela coisa julgada secundum eventum litis tem como fundamentos a natureza dos direitos tutelados pela via das a es coletivas que exige cuidados especiais em rela o coisa julgada diante inclusive da possibilidade de fraude e simula o para evitar que sejam prejudicadas pessoas estranhas ao processo assegurar a preserva o do direito a o individual o direito ao contradit rio e o direito ampla defesa Cumpre registrar que como adverte Ant nio Gidi Costuma se com certa fregiij ncia afirmar que a coisa julgada nas a es coletivas regidas pelo C digo do Consumidor secundum eventum litis ou que se forma apenas secundum eventum litis No entanto a imprecis o de tal assertiva costuma induzir muitos autores em erro e por isso requer certos reparos preciso purificar a compreens o do tema a partir de uma linguagem clara e objetiva Rigorosamente a coisa julgada nas a es coletivas do direito brasileiro n o secundum eventum litis Seria assim se ela se formasse nos casos de proced ncia do pedido e n o nos de improced ncia Mas n o exatamente isso o que acontece A coisa julgada sempre se formar independentemente de o resultado da demanda ser pela proced ncia ou pela improced ncia A coisa julgada nas a es coletivas se forma pro et contra O que diferir de acordo com o evento da lide n o a forma o ou n o da coisa julgada mas o rol de pessoa
32. 332 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1988 11 ed rev e atual S o Paulo Malheiros 2006 GRECO Leonardo Efic cia da declara o erga omnes de constitucionalidade ou inconstitucionalidade em rela o coisa julgada anterior In DIDIER JR Fredie Org Relativiza o da coisa julgada enfoque cr tico Salvador Jus Podivm 2004 GRECO Leonardo Garantias fundamentais do processo o processo justo Artigo publicado no site do Mundo Jur dico 18 03 2002 Dispon vel em lt www mundojuridico adv br gt Acesso em 16 de jan de 2010 GRINOVER Ada Pellegrini Acesso justi a e o C digo de Defesa do Consumidor In O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 GRINOVER Ada Pellegrini A es coletivas ibero americanas novas quest es sobre a legitima o e a coisa julgada In Revista Forense v 361 ano 98 maio jun 2002 GRINOVER Ada Pellegrini Aspectos gerais Direito processual coletivo In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 GRINOVER Ada Pellegrini Direito processual coletivo In DIDIER JR Fredie JORD O Eduardo Ferreira Coords Teoria do processo panorama doutrin rio mundial Salvador Jus Podivm 2008 GRINOVER Ada Pellegrini Mandado de seguran
33. 4 ed M xico Editorial Porrua 1978 p 24 25 21 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 32 28 RENAULT Luiz Ot vio Linhares Tutela Metaindividual Por que Por que n o In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 p 64 120 casos por exemplo das a es coletivas trabalhistas e em prote o de franqueados numa rela o de franchising j A es coletivas e realiza o da cidadania e da democracia As a es coletivas favorecendo o acesso justi a e contribuindo para a efetividade dos direitos fundamentais constituem valioso instrumento para a realiza o da cidadania Nesse sentido afirma Sandra Maria da Costa Ressel que as a es coletivas representam o instrumental processual ao exerc cio da cidadania O processo coletivo ferramenta de solu o de problemas de harmoniza o da sociedade de pacifica o alii a Es E E ne 300 comunit ria de exerc cio da cidadania e de democracia participativa A cidadania n o se restringe aos direitos pol ticos assegurados na norma constitucional tendo alcance bem maior sendo um valor consagrado entre os princ pios fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 art 1 IN
34. Acrescente se que a coisa julgada torna preclusa a possibilidade de discutir o deduzido e torna irrelevante suscitar o que poderia ter sido deduzido o dedut vel Eis o efeito preclusivo da coisa julgada chamado por alguns julgamento impl cito A coisa julgada cria uma s lida armadura em torno da decis o tornando irrelevantes quaisquer raz es que se deduzam no intuito de rev la Nem mesmo quest es de ordem p blica podem ser argiiidas Sobre o efeito preclusivo da coisa julgada existem diferentes correntes doutrin rias A primeira corrente que majorit ria sustenta que a efic cia preclusiva da coisa julgada somente atinge argumentos e provas que sirvam para embasar a causa petendi deduzida pelo autor n o atingindo todas as causas de pedir que poderiam ter servido para sustentar a pretens o formulada em ju zo Sob esse prisma poss vel propor nova a o deduzindo o mesmo pedido desde que embasado em uma nova causa de pedir 98 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile Bolonha Il Mulino 2006 v I p 692 gt Na contesta o o r u pode suscitar exce o de coisa julgada cujo acolhimento conduz extin o do processo sem provimento de m rito art 267 V do CPC 6 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 600 1 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil
35. Bookseller 1998 v I p 21 3 VIGORITIL Vincenzo Interessi collettivi e processo la legittimazione ad agire Mil o Giuffr 1979 p 66 148 SUBSTITUI O PROCESSUAL NATUREZA DA MAT RIA De in cio a substitui o processual n o tem contornos constitucionais Pouco importa na esp cie que se tenha feito refer ncia a normas estritamente legais como a regulamentar o inciso III do art 8 da Carta da Rep blica O preceito nele inclu do n o veda a possibilidade de o legislador ordin rio incluir no cen rio jur dico outras hip teses em que seja poss vel demandar em nome pr prio na defesa de direito alheio As a es coletivas trabalhistas podem ser promovidas pelo Minist rio P blico do Trabalho organiza es sindicais entidades de classe e associa o legalmente constitu da e em funcionamento h pelo menos um ano em defesa dos interesses de seus membros ou associados A necessidade de facilitar o acesso justi a e a satisfa o dos direitos assegurados pela ordem jur dica em especial os de natureza fundamental faz com que o Minist rio P blico e as organiza es sindicais n o tenham monop lio da legitima o para o ajuizamento de a es coletivas na seara trabalhista observando se que o fato de a Constitui o Federal autorizar os sindicados a agir na defesa dos interesses da categoria por eles representada n o significa que somente eles podem faz lo Da a raz o pela qual t m as entidades de cla
36. Coment rios ao C digo de Processo Civil 4 ed Rio de Janeiro Forense 1995 tomo L p 56 55 uma das fun es do Estado mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para imparcialmente buscar a pacifica o do conflito que os envolve com justi a Essa pacifica o feita mediante a atua o da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado e o Estado desempenha essa fun o sempre mediante o processo seja expressando imperativamente o preceito atrav s de uma senten a de m rito seja realizando no a K 119 mundo das coisas o que o preceito estabelece atrav s da execu o for ada Devis Echand a assevera que por jurisdi o se entende a fun o p blica de administrar a justi a emanada da soberania do Estado e exercida por um rg o especial Tem por fim a realiza o ou declara o do direito e a tutela da liberdade individual e da ordem jur dica mediante a aplica o da lei aos casos concretos para obter a harmonia e a paz sociais A jurisdi o a atividade estatal exercida pelo Poder Judici rio desempenhada de acordo com regras e princ pios constitucionais e legais que tem por objetivo tornar efetivos os direitos assegurados pelo ordenamento jur dico Do reconhecimento do direito jurisdi o decorre para o Estado o dever de tutelar o direito material assegurado pela ordem jur dica no caso de sua amea a ou les
37. Fredie Org Relativiza o da coisa julgada enfoque cr tico Salvador Edi es Jus Podivm 2004 ASSIS Araken de Substitui o processual Revista Dial tica de Direito Processual n 9 dez 2003 ATTARDI Aldo Diritto processuale civile Padova Casa Editrice Dott Antonio Milani 1997 v I BARCELOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2008 BARROS Juliana Augusta Medeiros de A efic cia direta e imediata dos direitos fundamentais intimidade e privacidade na rela o de emprego In Revista LTr v 71 n 01 jan de 2009 323 BARROSO Lu s Roberto Interpreta o e aplica o da Constitui o fundamentos de uma dogm tica constitucional transformadora 2 ed S o Paulo Saraiva 1998 BARROSO Lu s Roberto BARCELLOS Ana Paula de O come o da hist ria A nova interpreta o constitucional e o papel dos princ pios no Direito brasileiro In BARROSO Lu s Roberto Org A nova interpreta o constitucional pondera o direitos fundamentais e rela es privadas 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2008 BARROSO Lu s Roberto O direito constitucional e a efetividade de suas normas Limites e possibilidades da Constitui o Brasileira 7 ed S o Paulo Renovar 2003 BAYLOS Antonio Direito do trabalho modelo para armar S o Paulo LTr 1999 BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito mate
38. Fundamentos del derecho procesal civil 3 ed Buenos Aires Depalma 1993 p 401 402 16 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar S A 1961 v IV p 123 124 5U CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v 1 p 446 447 200 lit gio depois da decis o ou mais precisamente levando se em conta a estrutura diversa entre o latim e o italiano o ju zo dado sobre o lit gio ou seja sua decis o Em outras palavras o ato e por sua vez o efeito de decidir que realiza o juiz em torno do lit gio b Se se descompusesse esse conceito ato e efeito o segundo dos lados que dele resultam ou seja o efeito de decidir recebe tamb m e especialmente o nome de coisa julgada que por conseguinte serve para designar tanto a decis o em conjunto quanto em particular sua efic cia N o resta d vida por exemplo de que no primeiro desses sentidos emprega se a palavra pelo legislador nos arts 1 350 e 1 351 do C digo Civil onde ao falar de autoridade que a lei atribui coisa julgada ou de autoridade da coisa julgada por coisa julgada h de se entender a decis o e n o sua efic cia Araken de Assis afirma que a coisa julgada consiste na indiscutibilidade do pronunciamento quanto ao m rito efic cia acrescentada ap s o tr nsito em julgado Ficam as partes subordinadas efic cia do ato e regra jur
39. Il Mulino 2006 p 63 5 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 662 69 capaz de produzir resultados concretos na vida social no menor espa o de tempo e com o menor disp ndio econ mico poss veis Em suma a Constitui o Federal de 1988 garantiu aos cidad os a efetividade tempestividade e justi a do processo sem as quais n o politicamente leg timo o sistema processual de um pa s consoante adverte C ndido Rangel Dinamarco Definindo o modo de ser do processo a Constitui o assegura o direito ao contradit rio ampla defesa motiva o das decis es ao juiz natural art 5 XXXVII e LIIT igualdade nela compreendida a paridade de armas a publicidade do processo art 93 IX e pro be as provas obtidas por meios il citos art 5 LVD al m de consagrar regras de tutela jurisdicional coletiva de direitos legitimidade dos sindicatos e das associa es civis art 8 IM e 5 XXI respectivamente n o podendo ser esquecida ainda a amplia o da legitimidade para agir em rela o a o direta de inconstitucionalidade A Constitui o de 1988 foi ainda mais longe al ando em n vel constitucional os juizados de pequenas causas art 25 X e art 98 I e a a o c
40. Isso significa que a senten a de improced ncia por insufici ncia de prova n o faz coisa julgada material posto que o pedido pode ser novamente julgado Lembre se que um dos efeitos da coisa julgada o impedimento repropositura da a o o que n o ocorre neste caso As condi es para forma o da coisa julgada est o presentes mas o legislador optou por afast la em favor da realiza o concreta dos direitos de fei o coletiva O legislador impede a produ o da coisa julgada visando um benef cio maior que realizar concretamente o direito como forma de prestigiar a paz social e o pr prio ordenamento jur dico O que se persegue uma decis o justa e fundada no maior conjunto de elementos de convic o poss vel A coisa julgada uma qualidade imutabilidade e indiscutibilidade que a ordem jur dica atribui decis o Na hip tese o legislador expressamente negou decis o de improced ncia por insufici ncia de prova essa qualidade No processo em que foi proferida a decis o n o poder ser modificada ou impugnada mas qualquer legitimado pode propor outra a o com base em nova prova No Pre mbulo da Constitui o Federal de 1988 previsto que o Estado Democr tico destinado a assegurar o exerc cio dos direitos sociais e individuais a liberdade a seguran a o bem estar o desenvolvimento a igualdade e a justi a como valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista e sem preco
41. O direito internacional demonstra grande preocupa o com a dignidade humana Na Carta das Na es Unidas de 26 de junho de 1945 ressaltado que N s os povos das Na es Unidas afirmamos com firmeza nossa cren a nos direitos fundamentais do Homem na dignidade e no valor da personalidade humana e no compromisso de renovadamente fortalec los No Estatuto da Unesco de 16 de novembro de 1945 dito que os governos dos Estados declaram em nome dos seus povos que a grande e terr vel guerra fez se poss vel em virtude da nega o dos princ pios democr ticos da dignidade igualdade e respeito m tuo entre os homens A Declara o Universal dos Direitos Humanos de 10 de dezembro de 1948 em seu art 1 disp e que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos 7 STF ADPF 45 MC DF Rel Min Celso de Mello julgado em 29 04 2004 DJ 04 05 2004 STF RE 595 595 AgR SC Rel Min Eros Grau julgado em 28 04 2009 DJ 29 05 2009 42 Dotados de raz o e de consci ncia devem agir uns para com os outros em esp rito e fraternidade No Pre mbulo do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Pol ticos de 19 de dezembro de 1966 consta que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da sociedade humana comp e o fundamento da liberdade justi a e paz mundial no reconhecimento de que esses direitos derivam
42. Processo E RR 515849 1998 6 Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Relator Ministro Jo o Batista Brito Pereira DEJT 07 08 2009 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho Processo E RR 77690 2003 900 02 00 9 Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Relatora Ministra Maria de Assis Calsing DEJT 24 04 2009 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho Processo E RR 510846 1998 3 Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Relator Ministro Aloysio Corr a da Veiga DEJT 20 02 2009 CALAMANDREI Piero Direito processual civil Tradu o de Luiz Aberzia Sandra Fernandez Barbiery Campinas Bookseller 1999 v 1 CALAMANDREI Piero Direito processual civil Tradu o de Luiz Aberzia Sandra Fernandez Barbiery Campinas Bookseller 1999 v 3 CALAMANDREI Piero Proceso y democracia Lima ARA 2006 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 CAMPOS Ronaldo Cunha Limites objetivos da coisa julgada S o Paulo Livraria e Editora Universit ria de Direito sem data CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito constitucional e teoria da Constitui o
43. Saraiva 2008 MEDINA Jos Miguel Garcia WAMBIER Teresa Arruda Alvim O dogma da coisa julgada hip teses de relativiza o S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 MELO Gustavo de Medeiros O acesso adequado justi a na perspectiva do justo processo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2002 MELO Raimundo Sim o de A o coletiva de tutela do meio ambiente do trabalho In RIBEIRO JUNIOR Jos Hort ncio et al Orgs A o coletiva na vis o de ju zes e procuradores do trabalho S o Paulo LTr 2006 MENDES Alu sio Gon alves de Castro O direito processual coletivo brasileiro em perspectiva In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual Salvador Jus Podivm 2009 336 MENDES Gilmar Ferreira A doutrina constitucional e o controle de constitucionalidade como garantia da cidadania Declara o de inconstitucionalidade sem a pron ncia de nulidade no direito brasileiro Revista de direito administrativo Rio de Janeiro v 191 jan mar 1993 MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 2007 MENDE
44. Vittorio Giustizia e partecipazione nella tutela dei nuovi diritti In GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel WATANABE Kazuo Participa o e processo S o Paulo Revista dos Tribunais 1988 p 19 210 CHIARLONI Sergio Le azioni collettive in Italia profili teorici ed aspetti applicativi Milano Giuffr 2007 p 26 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 63 90 Para Raimundo Sim o de Melo a o coletiva uma a o que visa preven o e ou repara o de danos aos direitos e interesses coletivos lato sensu os quais est o classificados difusos coletivos e individuais homog neos e definidos no C digo de Defesa do Consumidor art 81 par grafo nico e incisos uma a o que busca tutela de massa Tendo por objeto a defesa de interesses metaindividuais a a o coletiva apresenta no confronto com a a o individual legitimidade especial objeto diferenciado e limites subjetivos da coisa julgada tamb m especiais Por essa raz o Antonio Gidi prop e o conceito da a o coletiva em que real a esses seus aspectos espec ficos afirmando que coletiva a a o proposta por um legitimado aut nomo legitimidade em defesa de um direito coletivamente considerado objeto cuja imutabilidade do comando da senten a atingir uma 213 comunidade ou coletividade
45. WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de c digo brasileiro de processos coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 205 268 Segundo esse autor a igualdade afrontada quanto ao tratamento conferido s partes da a o coletiva na medida em que a tutela jurisdicional deve proteger o autor possibilitando a satisfa o do seu direito quando procedente o pedido e o r u quando constatada a inexist ncia do direito material afirmado na inicial dando lhe a certeza a seguran a de que nada deve quanto ao que foi pedido e que n o mais ser molestado por demanda id ntica O r u da a o coletiva vem ao processo para perder a sua defesa por mais diligente custosa e E 691 esmerada n o vai lhe trazer grandes vantagens E Jos Afonso da Silva afirma que a ado o desse sistema pelo art 18 da Lei da A o Popular inconstitucional porque fere o princ pio de isonomia processual que um aspecto particular da igualdade perante a lei se o juiz n o pode dispor de of cio de algum meio de prova que possa integrar o material existente nos autos a demanda dever ser a 692 rejeitada porque actore non probante r us absolvitur Em contrapartida Ada Pellegrini Grinover afirma em defesa do modelo adotado pelo C digo de Defesa do Consumidor que Em primeiro lugar note se que o contradit rio n o sacrificado pela t cnica do julgado secundum eve
46. a coletivo legitima o objeto e coisa julgada In O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 GRINOVER Ada Pellegrini Mudan as estruturais para o novo processo civil In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 GRINOVER Ada Pellegrini Mandado de seguran a coletivo legitimidade objeto e coisa julgada In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord Recursos no Superior Tribunal de Justi a S o Paulo Saraiva 1991 GRINOVER Ada Pellegrini Notas ao 2 Inm LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da senten a 2 ed Tradu o Buzaid e Benvindo Aires Rio de Janeiro Forense 1981 333 GUEDES Clarissa Diniz A Legitimidade ativa na a o civil p blica e os princ pios constitucionais In MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords Processo civil coletivo S o Paulo Quartier Latin 2005 GUIMAR ES LUIZ Machado Estudos de direito processual Rio de Janeiro Editora Jur dica e Universit ria 1969 HABERLE Peter A dignidade humana como fundamento da comunidade estatal Tradu o de Ingo Wolfgand Sarlet Pedro Scherer de Mello Aleixo In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 HAZAN Ellen Mara Ferraz Aplica o pr tica dos princ pios do processo do
47. abrir as postas da empresa para o sindicato o que n o significa necessariamente criar sindicatos de empresas que sempre correm o risco de sofrer injun es patronais e ampliar expressamente a substitui o processual preciso tamb m que a Justi a do Trabalho se torne competente para julgar todos os conflitos que surgem entre empresas e trabalhadores inclusive os de natureza criminal e administrativa E ao mesmo tempo perca o poder de p r fim s greves a n o ser talvez em situa es excepcionais quando o interesse da sociedade se der drasticamente atingido Por fim mas n o finalmente preciso denunciar a cada instante as perversidades e contradi es do novo modelo I A es coletivas como meio de resist ncia globaliza o desenfreada As a es coletivas s o ve culos resist ncia dos efeitos mal ficos da globaliza o entre os quais se inclui o do enfraquecimento do princ pio de prote o ao trabalhador consoante ensina Sandra Maria da Costa Ressel 307 VIANA M rcio T lio Novos rumos para o Direito do Trabalho VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares Coords In O que h de novo em DIREITO DO TRABALHO S o Paulo LTr 1997 p 26 S RESSEL Sandra Maria da Costa As a es coletivas e o acesso justi a Cancelamento do Enunciado 310 TST In Revista do TRT 9 Regi o n 51 ano 28 jul dez 2003 p 250 123 Na contemporaneidade fala se
48. afirma Celso Neves que aquele doutrinador classifica os atos jurisdicionais em declarat rios e constitutivos do direito situa na primeira categoria as senten as meramente declarat rias e na segunda as constitutivas acrescenta que as senten as condenat rias re ne as caracter sticas daquelas duas categorias uma vez que cont m a declara o da obriga o de prestar e uma ordem de presta o sustenta que o reconhecimento em senten a passada em julgado da exist ncia impede seja negada a sua exist ncia no momento da declara o o mesmo ocorrendo em rela o negativa de exist ncia do direito e conclui que a decis o judicial produz o efeito processual de vincular qualquer juiz posterior declara o do direito contida na senten a passada em Julgado Celso Neves aduz que Hellwig foi o primeiro a colocar o fen meno da coisa julgada no campo exclusivo do direito processual e que ela deve se considerada antes de tudo um fen meno processual como uma obriga o processual dos rg os jurisdicionais de n o decidir novamente uma controv rsia entre as mesmas pessoas quando j tenha sido objeto de um procedente ju zo e conclui aderindo ao ponto de vista de Hellwig que a coisa julgada opera apenas no campo processual tendo como fun o espec fica eliminar a incerteza jur dica decorrente da controv rsia dos litigantes sendo ent o efeito da senten a definitiva que faz imut vel e vinculativo o conte do declarat
49. afirmando que entre o fisco e os contribuintes j existe uma rela o jur dica base de modo que ado o de alguma medida ilegal ou abusiva ser perfeitamente fact vel a determina o das pessoas atingidas pela medida Destaca Kazuo Watanabe que n o se pode confundir essa rela o jur dica base preexistente com a rela o jur dica origin ria da les o ou amea a de les o WATANABE Kazuo Disposi es gerais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 822 25 Indica esse autor os casos de uma sociedade e de um condom nio situa o em que se v facilmente uma rela o base sociedade condom nio de que participam todos os membros do grupo e um interesse derivado que para cada um dos membros nasce em fun o dela mas sem com ela confundir se MOREIRA Jos Carlos Barbosa A a o popular do Direito brasileiro como instrumento de tutela jurisdicional dos chamados interesses difusos In Temas de Direito Processual Primeira S rie 2 ed S o Paulo Saraiva p 111 26 WATANABE Kazuo Disposi es gerais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 824 105 a subjetivo a exist ncia de rela o jur dica base entre os membros do grupo o
50. cia realizada Para casos assim alvitra que se mitigue a regra da coisa julgada erga omnes ditada no art 16 da LACP porque n o se pode admitir verdadeiramente coisa julgada ou direito adquirido de violar o meio ambiente e de destruir as condi es do pr prio habitat do ser humano Alega em abono do que sustenta a solene proclama o constitucional do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado CF art 225 e invoca prestigiosas e bem conhecidas li es do processualista pensador Mauro Cappelletti e do constitucionalista Jorge Miranda Essa exposi o est contida em uma rubrica a que sugestivamente d o t tulo de a necessidade de mitigar a coisa julgada E nesse contexto metodol gico de primeira grandeza que est o as palavras reproduzidas por Mazzilli Para quem estiver atento aos novos ventos e s ondas renovat rias do processo civil moderno realmente caem como um castelo de cartas as velhas estruturas referentes a certos institutos b sicos entre os quais a legitimidade ad causam a substitui o processual a representa o e sobretudo os limites subjetivos e objetivos da coisa julgada A vis o tradicional dessas categorias jur dicas resta comprometida por sua impotente incongru ncia diante de fen menos jur dicos coletivos como aqueles que se verificam na realidade social e econ mica moderna Para C ndido Rangel Dinamarco justificam a relativiza o da coisa julgada 78 CAMBI Edua
51. com base em nova prova Segundo Rodolfo de Camargo Mancuso vem ganhando for a a proposta por um processo de estrutura cooperat ria como preconiza Carlos Alberto Alvaro de Oliveira a atividade probat ria haver de ser exercida pelo magistrado n o em substitui o das partes mas juntamente com elas como um dos sujeitos interessados no resultado do processo Claro est por m a total diversidade de interesses entre o rg o judicial e as partes O processo civil n o atua no interesse de nenhuma das partes mas por meio do interesse de ambas O interesse das partes n o sen o um meio um est mulo para que o Estado representado pelo juiz intervenha e conceda raz o a quem efetivamente a tem concomitantemente satisfazendo o interesse p blico na atua o da lei para a justa na ao 719 composi o dos conflitos Ao tratar da prova o C digo de Defesa do Consumidor deixa claro que no processo coletivo o que prevalece o interesse na satisfa o do direito e n o o interesse individual das partes 78 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 132 133 19 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 79 281 nova prova n o pode ser atribu do o sentido restrito que conferido ao documento novo como fundamento para a a o rescis ria na
52. comando emergente da senten a se reflete tamb m fora do processo em que foi proferida pela imutabilidade dos seus efeitos 381 COSTA Alfredo de Ara jo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 v II p 90 52 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile Bolonha Il Mulino 2006 v I p 691 583 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 595 221 Para Enrico Tullio Liebman a coisa julgada formal indica a imutabilidade da senten a como ato processual e a coisa julgada substancial indica a mesma imutabilidade em 5 l 584 rela o ao seu conte do e mormente aos seus efeitos quaisquer que sejam Lembre se que como anotam Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo todas as senten as s o id neas a adquirir como ato a caracter stica qualidade de n o Pal ed 7 585 modificabilidade qualquer que seja seu conte do ou a natureza dos seus efeitos A coisa julgada material pressup e a formal uma vez que se a decis o ainda pass vel de recurso no processo em que foi proferida n o h que se falar em coisa julgada material D se a coisa julgada quando a decis o se torna irrecorr vel o que pode ser resultado da preclus o temporal decorr ncia do decurso do prazo para impugna o da decis o
53. da Lei Complementar n 75 93 A a o civil p blica disciplinada pela Lei n 7 345 85 que remete expressamente ao C digo de Defesa do Consumidor art 21 estabelecendo a sua aplica o defesa dos direitos e interesses difusos Isso equivale a dizer que o C digo de Defesa do Consumidor aplic vel no processo do trabalho no que se refere a o civil p blica t pica a o coletiva Sendo aplic vel no processo do trabalho s a es civis p blicas trabalhistas o C digo de Defesa do Consumidor pode ser aplicado em todas as esp cies de a es coletivas luz do que foi exposto patente a viabilidade da ado o do C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho para a solu o de quest es relacionadas litispend ncia e coisa julgada no confronto entre a es coletivas e a es individuais chegada a hora de serem adotados no mbito do processo do trabalho mecanismos mais modernos e em sintonia com a realidade atual Enquanto isso n o acontece pela via legislativa os operadores do direito processual do trabalho n o podem ficar de bra os cruzados devendo ao contr rio valer se do C digo de Defesa do Consumidor para a efetiva o dos direitos metaindividuais trabalhistas Como adverte Piero Calamandrei a justi a a cria o que emana de uma consci ncia viva sens vel vigilante humana 8 O direito do trabalho e o processo do trabalho lida
54. dica constitui pressuposto de outra rela o Se a senten a transitada em julgado declara inexistente a rela o prejudicial a coisa julgada reflete se sobre a rela o dependente certificando igualmente a sua inexist ncia simplesmente porque esta n o pode subsistir quando lhe falta um elemento essencial mas se por outro lado a senten a reconhece a exist ncia da rela o dependente L accertamento del rapporto pregiudiziale influisce sul rapporto dipendente che constituita dal rapporto pregiuziale resta fissata secondo l linee tracciate nella sentenza Por exemplo a rela o jur dica entre o credor e o devedor e o fiador a segunda depende da primeira a rela o do propriet rio e do Poder P blico em caso de expropria o de um im vel prejudicial quanto rela o jur dica do propriet rio e do credor hipotec rio Ainda segundo Enrico Allorio A coisa julgada a efic cia normativa da declara o de certeza jurisdicional a coisa julgada sup e e tem in teis discuss es acerca da justi a ou da injusti a Do pronunciamento a coisa julgada vincula as partes e a todo o juiz futuro em virtude da coisa julgada o que est decidido direito Todas estas proposi es traduzem em distintas formas a mesma verdade que com intencionada insist ncia verbal expressam conhecidos brocardos latinos que a coisa julgada um v nculo Acrescente se que consoante Carlos Henrique Soares Para Allorio a coisa
55. ed S o Paulo Atlas 2006 p 25 26 33 direitos fundamentais da legalidade da administra o e da prote o jur dica atrav s de tribunais independentes Acrescente se que democracia em sentido material deixa de ser somente um governo do povo para ser um governo para o povo Para isto a Constitui o Federal de 1988 elege certos conte dos m nimos sem os quais n o h Estado Democr tico de Direito enaltecendo a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa al m do pluralismo pol tico Em s ntese n o h democracia sem sentido substancial sem a efetiva o dos direitos fundamentais relevante mencionar que o Pre mbulo da Constitui o Federal de 1988 deixa clara a op o pelo Estado Democr tico e aponta como sua destina o assegurar o exerc cio dos direitos sociais e individuais a liberdade a seguran a o bem estar o desenvolvimento a igualdade e a justi a como valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos fundada na harmonia social e comprometida na ordem interna e internacional com a solu o pac fica das controv rsias Os direitos fundamentais s o inalien veis constituindo o seu reconhecimento fundamento da liberdade da justi a e da paz no mundo Pre mbulo da Declara o Universal dos Direitos do Homem luz do tema objeto da presente pesquisa cient fica deve ser lembrado que o di
56. entre liberdade jur dica e liberdade real uma vez que os direitos fundamentais n o t m somente um car ter delimitador negativo mas tamb m devem facilitar pretens es de presta o social perante o Estado Para Norberto Bobbio a mais marcante raz o da aparente contradi o entre os direitos sociais e os direitos de liberdade a que v nesses direitos uma integra o dos direitos de liberdade no sentido de que eles s o a pr pria condi o do seu exerc cio efetivo Os direitos de liberdade s SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 56 Escritos sobre Derechos Fundamentales Baden Baden p 64 Apud SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 27 24 podem ser assegurados garantindo se a cada um o m nimo de bem estar econ mico 3 s 29 que permite uma vida digna Os direitos sociais conferem primazia igualdade substancial na tentativa de inclus o entre os beneficiados pelo progresso econ mico e social das classes menos favorecidas A inclus o dos exclu dos se d a partir da promo o de seu equil brio jur dico nas rela es desiguais Para San Tiago Dantas o princ pio da igualdade o qual n o nega as desigualdades na sociedade e na natureza antes traduzindo um esfor o para balan
57. exata e completa reconstitui o dos fatos relevantes a fim de que o convencimento do julgador corresponda tanto quanto puder realidade d em toda a extens o da possibilidade pr tica o resultado do processo h de ser tal que assegure parte vitoriosa o gozo pleno da espec fica utilidade a que faz jus segundo o ordenamento e cumpre que se possa atingir semelhante resultado com o m nimo disp ndio de tempo e energias A efetividade significa a realiza o do Direito o desempenho concreto de sua fun o social Ela representa a materializa o no mundo dos fatos dos preceitos legais e simboliza a aproxima o t o ntima quanto poss vel entre o dever ser normativo e o ser da realidade social Como anota Luiz Guilherme Marinoni o processo para ser efetivo deve ter plena e total ader ncia realidade s cio jur dica a que se destina cumprindo sua primordial voca o que servir de instrumento efetiva realiza o de direitos E a tend ncia ao 7 8 MOREIRA Barbosa Jos Carlos Efetividade do processo e t cnica processual In MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Revista Forense comemorativa 100 anos Rio de Janeiro Forense 2006 tomo V p 578 72 BARROSO Lu s Roberto Interpreta o e aplica o da Constitui o fundamentos de uma dogm tica constitucional transformadora 2 ed S o Paulo Saraiva 1998 p 221 291 instrumentalismo que se denomina substancial em contra
58. isso mas uma disposi o sua em tal sentido teria a significa o de uma ab roga o impl cita na medida correspondente da norma que sancionou o princ pio da autoridade da coisa julgada Isto uma lei nova pode excepcionalmente e com norma expressa ter n o s efic cia retroativa mas tamb m aplica o s rela es j decididas com senten as passadas em julgado isso por m n o significaria um grau maior de retroatividade e sim antes uma aboli o parcial da autoridade da coisa julgada acerca das mesmas senten as cujo comando perdendo o atributo da imutabilidade cairia em face das novas regras dispostas pela lei para as rela es 2 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 51 53 202 decididas Por isso o instituto da coisa julgada pertence ao direito p blico e mais P 522 precisamente ao direito constitucional Tamb m Humberto Theodoro J nior afirma que a coisa julgada qualidade da senten a assumida em determinado momento processual N o o efeito da senten a mas a qualidade dela representada pela imutabilidade do julgado e de seus efeitos Enquanto pende o prazo de recurso ou enquanto o recurso pende de julgamento a senten a apresenta se apenas como um ato judicial ato do magistrado tendente a traduzir a vontade da lei diante do caso concreto A vontade concreta da
59. muito pouco poss vel em prol de sua ess ncia que deve estar ao alcance de todos principalmente das partes s quais ele se destina empregados e empregadoras O verdadeiro valor do processo reside na economicidade e na efic cia jamais em rituais vazios e desnecess rios cujas exist ncias s se justificam para a garantia da isononomia real e da maior proximidade com a realiza o de justi a sem transgress o do direito de defesa Na real verdade o que desejamos ardentemente que o processo do trabalho se liberte da burocracia vazia e da processual stica dourada da qual se cercou nas ltimas d cadas e que vem emperrando cada dia mais a sua efic cia algo muito simples para um servi o p blico monopolizado pelo Estado consistente na solu o dos conflitos na sua grande maioria muito simples decorrentes da rela o de trabalho e que custa muito dinheiro aos cofres p blicos em grande parte abastecido pelos tributos pagos pelos pr prios trabalhadores e pelas empresas Ao processo interessa tamb m a sua efetividade material porque a sua ritualiza o representa o seu desprest gio diante da sociedade Burocracia rituais solenidades formalidades recursos e mais recursos n o constituem a certeza de realiza o de uma justi a melhor important ssimo equipar muito bem e valorizar exponencialmente a primeira inst ncia porta de entrada e de sa da das partes A qualidade da tutela Jurisdicional passa pela qualifica
60. ncia e n o de litispend ncia Consoante essa autora a solu o Estaria na reuni o de processos ou quando esta n o fosse poss vel pela suspens o prejudicial tudo em virtude da contin ncia Aqui a situa o diferente da que ocorre com as a es em defesa de interesses difusos e coletivos onde o objeto indeniza o ao bem indivisivelmente considerado obriga o de fazer ou n o fazer diferente do objeto da a o individual indeniza o pelos danos pessoalmente sofridos Agora o que se tem uma a o coletiva reparat ria aos indiv duos pessoalmente lesados onde o objeto mesmo do processo consistente na condena o gen rica a indenizar as v timas pelos danos ocasionados O pedido da a o coletiva cont m os pedidos individuais formulados nas distintas a es reparat rias no que respeita ao reconhecimento do dever de indenizar A hip tese regida pelo artigo 104 do CPC Com rela o s partes h coincid ncia perfeita dos sujeitos passivos e quanto aos sujeitos ativos a identidade resulta da circunst ncia de que o legitimado a o coletiva o adequado representante de todos os membros da classe sendo portador em ju zo dos interesses de cada um e de todos Talvez se possa falar na esp cie de uma nova hip tese de contin ncia a aplicar se tamb m aos sujeitos ativos porquanto a parte ideol gica portadora em ju zo dos direitos ou interesses homog neos abrange todos os seus tit
61. o i z 200 coletiva que tem o processo coletivo como instrumento de atua o Vale anotar a advert ncia de Alu sio Gon alves de Castro Mendes no sentido de que Os processos coletivos n o podem permanecer perdidos e misturados a outras centenas ou milhares de processos individuais gozando na pr tica de id ntico valor e sendo lhes atribu dos os mesmos recursos humanos e materiais Deve se entender que os recursos humanos e materiais e o tempo despendido para os processos coletivos representam investimento em benef cio da pr pria sa de do Poder Judici rio que s poder dar vaz o aos conflitos de massa que lhe chegam se enfrentados e processados coletiva molecularizada e conjuntamente e n o de modo disperso e contraproducente 3 3 A o coletiva Ao criar e disciplinar as a es coletivas o legislador brasileiro tamb m buscou inspira o nas class actions norte americanas O sistema norte americano inspirou se no Bill of Peace na Inglaterra ao final do s culo XVII Para Teori Albino Zavaski desde o s culo XVII os tribunais de equidade Courts of Chancery admitiam no direito ingl s o Bill of peace um modelo de demanda que rompia com o princ pio segundo o qual todos os sujeitos interessados devem necessariamente participar do processo com o que se passou a permitir j ent o que representantes de determinados grupos de indiv duos atuassem em nome pr prio demandando por interesses dos repr
62. o Paulo Saraiva 1984 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A es coletivas na Constitui o Federal de 1988 Revista de Processo n 61 S o Paulo Revista dos Tribunais mar jan 1991 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Ainda e sempre a coisa julgada In Revista dos Tribunais n 416 jun 1970 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Direito processual civil Ensaios e pareceres Rio de Janeiro Borsoi 1971 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efeitos do julgamento e coisa julgada Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 338 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efetividade do processo e t cnica processual Revista Forense Direito Processual Civil Comemorativa de 100 anos MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Rio de Janeiro Forense 2006 tomo V MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efic cia da senten a e autoridade da coisa julgada In Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Litiscons rcio unit rio Rio de Janeiro Forense 1972 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Notas sobre el contenido los efectos y la inmutabilidad de la setencia In Temas de direito processual Quinta s rie S o Paulo Saraiva 1994 MOREIRA Jos Carlos Barbosa O novo processo civil brasileiro 23 ed Rio de Janeiro Forense 2005 MOREIRA Jos Carlos Barbosa O processo civil hoje um Congresso da Associa o Internacional de Direito Processual Reflex es sobre Direit
63. o Universal n o poss vel o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade E aqui se fundam os deveres fundamentais No mesmo sentido observa Ingo Wolfgang Sarlet que a dignidade da pessoa humana possui dimens o solidarista ou comunit ria no sentido de que todos s o iguais em dignidade e como tais convivem em determinada comunidade ou grupo Ingo Wolfgang Sarlet sustenta a sua afirma o na li o de Antonio Enrique Perez Lu o para quem existe uma dimens o intersubjetiva da dignidade partindo da situa o b sica do ser humano em sua rela o com os demais do ser com os outros ao inv s de faz lo em fun o do homem singular limitado a sua esfera individual Mesmo assim n o se admite em princ pio o sacrif cio da dignidade pessoal em favor da comunidade j que a dignidade como ao menos tamb m qualidade inerente a cada ser humano deste n o pode ser retirada perdendo a apenas quando lhe faltar a vida sem preju zo dos j reconhecidos efeitos post mortem da dignidade N o pode ser relegada a dimens o da dignidade humana em rela o ao reconhecimento da dignidade do outro o que muito dif cil basta ver a s ndrome do 98 descumprimento das obriga es trabalhistas Essa dimens o ultrapassa os deveres do Estado chegando ao campo do respeito dignidade do outro Respeito no sentido de que a dignidade do homem exige que ele respeite n o somente a d
64. o entre a parte no sentido material e a parte no sentido processual CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El Foro 1997 p 175 v D 34 THEODORO J NIOR Humberto Direitos do consumidor a busca de um ponto de equil brio entre as garantias do C digo de Defesa do Consumidor e os princ pios gerais do direito civil e do direito processual civil 5 ed Rio de Janeiro Forense 2008 p 137 138 150 constitui exce o regra o terceiro adquire a legitimidade para pleitear em nome pr prio a tutela de direito alheio Por constituir exce o regra e necessitar de autoriza o legal a substitui o processual denominada legitima o extraordin ria ou an mala denomina o que n o deixa de ser impr pria uma vez que n o se pode falar em legitimidade an mala quando se trate de legitima o atribu da por lei Para Enrico Tullio Liebman o substituto exerce em nome pr prio uma a o que embora perten a a outrem segundo as regras ordin rias conferida ou estendida excepcionalmente a ele atrav s da legitima o extraordin ria isto se d em aten o a um seu especial interesse pessoal que pode ser qualificado como interesse leg timo reconhecido pela lei atrav s da permiss o que lhe d de agir em ju zo para a tutela de um direito alheio Tamb m o substituto processual age pois por um interesse leg timo pr prio O substituto no processo do tra
65. o os direitos humanos positivados pela Constitui o de um determinado pa s A prop sito observa Ingo Wolfgang Sarlet que O termo direitos fundamentais se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado ao passo que a express o direitos humanos guardaria rela o com os documentos de direito internacional por referir se quelas posi es jur dicas que se reconhecem ao ser humano como tal independentemente de sua vincula o com determinada ordem constitucional e que portanto aspiram validade universal para todos os povos e tempos de tal sorte que revelam um inequ voco car ter supranacional internacional No Pre mbulo da Declara o Universal dos Direitos do Homem reconhecida a essencialidade da prote o dos direitos humanos e que esta prote o visa evitar que o homem seja obrigado a recorrer em ltima inst ncia rebeli o contra a tirania e a opress o Os direitos humanos s o universais posto que t m como titular todos os seres humanos independentemente da sua origem ra a sexo cor idade e cren a SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 35 16 A segunda vertente de pensamento considera a positiva o dos direitos humanos em sentido mais amplo afirmando que os direitos fundamentais s o os direitos humanos re
66. o para a invers o do nus da prova quando for veross mil a alega o ou diante da hipossufici ncia da parte segundo as regras ordin rias de experi ncia art 6 Isso decorre da relev ncia social dos direitos metaindividuais n o podendo eventual insufici ncia de prova produzida em determinado processo constituir empecilho ao seu gozo efetivo Note se que embora o C digo de Defesa do Consumidor adote a invers o do nus da prova como t cnica de facilita o do acesso justi a o que na verdade se persegue facilitar o acesso ao pr prio direito impedindo que eventual fraude conluio entre partes e mesmo inaptid o do autor da demanda coletiva prejudiquem a satisfa o do direito metaindividual Observe se que a prova insuficiente n o s porque n o foram oferecidos ao julgador os elementos de convic o embora existentes em raz o de um comportamento falho ou relapso das partes como ainda porque esses elementos ainda n o existiam em sua plenitude de modo a serem levados aos autos sem qualquer inc ria da parte autora Marcelo Abelha Rodrigues assevera que a prova deve ser vista como algo intr nseco necess rio e indispon vel ordem jur dica justa acrescentando que H estreita e dir amos umbilical liga o entre a prova e a coisa julgada como instrumento de pacifica o social Se a coisa julgada instrumento pol tico da busca dessa paz e harmonia certo tamb m que a prova o elemento
67. p 367 19 pela ordem jur dica consoante prev o art 444 da CLT o que implica estabelecimento de verdadeira cl usula de veda o de retrocesso na condi o social do trabalhador como forma de limite ao poder do empregador O art 5 1 da Constitui o Federal estabelece a aplicabilidade imediata das normas definidoras de tais direitos o que significa que tais normas t m incid ncia direta e imediata na rela o entre o particular e o Estado e na rela o entre particulares A aplica o imediata ou direta dos direitos fundamentais dispensa a media o do legislador infraconstitucional e a este se imp e Neste sentido Cristina Queiroz aduz que a aplicabilidade direta significa ent o que estes direitos e liberdades fundamentais se encontram dotados de densidade suficiente para serem feitos valer na aus ncia de lei ou mesmo contra a lei 2 2 Evolu o hist rica dos direitos fundamentais Dimens es dos direitos fundamentais Os direitos fundamentais assim como o pr prio Direito s o hist ricos no sentido de que sofrem influ ncia direta das transforma es sociais econ micas e culturais pelas quais passa a humanidade O processo de constru o dos direitos fundamentais din mico e envolve evolu es crises e luta pelo atendimento de novas necessidades Norberto Bobbio afirma que os direitos fundamentais s o direitos hist ricos ou seja nascidos em certas circunst ncias carac
68. proposta induz litispend ncia para as demais a es coletivas relacionadas mesma controv rsia coletiva As a es coletivas posteriores ser o extintas mas os seus autores poder o intervir na primeira a o coletiva b no art 29 do Anteprojeto de C digo Modelo de Processos Coletivos para Ibero 9 Jas e o aus FONE Am rica estabelecido que a primeira a o coletiva induz litispend ncia para as demais 4836 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 338 481 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 338 88 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 449 4 O Anteprojeto de C digo Modelo de Processos Coletivos para Ibero Am rica de autoria de Ada Pellegrini Grinover Alu sio Gon alves de Castro Mendes Anibal Quiroga Le n Antonio Gidi Enrique M Falcon Jos Luiz V zquez Sotelo Kazuo Watanabe Ramiro Bejarano Guzm n Roberto Berizonce e S rgio Artavia In DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 455 171 a es coletivas que tenham por objeto controv rsia sobre o mesmo bem jur dico mesmo sendo diferentes o legitimado ativo e a causa de pedir c no Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos elaborado no mbito dos p
69. transforma es e adapta es de uma nova ordem jur dica Que frente s novas exig ncias das sociedades do fim do s culo exigem que as t cnicas de direito e garantias constitucionais sejam efetivas em concreto Para admitir o rol de mecanismos mais funcionais e eficazes para estes fins A concretiza o dos direitos trabalhistas em especial os fundamentais imp e o estabelecimento de instrumentos aptos a realiz la 215 E relevante anotar ainda que como aduz Jos Roberto Freire Pimenta Assim como ocorreu em rela o ao surgimento do Direito do Trabalho foram as pr prias condi es materiais que decorreram da implanta o e evolu o do modelo econ mico liberal e do Estado Liberal de Direito que ao mesmo tempo em que favoreceram a constru o de ordenamentos jur dicos tipicamente positivistas pr ordenados a assegurar a seguran a jur dica e a igualdade meramente formal necess rias tamb m fizeram nascer novas for as sociais novos problemas e novas necessidades as quais por sua vez pela inadequa o do individualismo do modelo processual cl ssico exigiram a formula o de novas concep es e de novos modelos processuais Em outras palavras foram a implanta o e o desenvolvimento do modo capitalista de produ o que engendraram novas desigualdades e novos tipos de conflitos que por sua vez passaram a exigir a constitucionaliza o dos direitos fundamentais sociais o surgimento e a institucional
70. vel na a o individual que por qualquer motivo n o reconhe a a insalubridade e senten a gen rica de improced ncia nela n o se reconheceu a insalubridade e julgou se desfavoravelmente a a o coletiva Os trabalhadores poder o rediscutir a exist ncia ou n o de insalubridade em processos individuais podendo haver reconhecimento pelo ju zo da insalubridade independentemente da senten a desfavor vel proferida na a o coletiva Somente o s trabalhador es que interveio vieram na a o coletiva estar o obstado s de rediscutir a mat ria por meio de a es individuais 5 10 Limites territoriais da coisa julgada nas a es coletivas A Lei n 9 494 97 que resultado da convers o da Medida Provis ria n 1 570 de 26 03 1997 alterou o art 16 da Lei n 7 347 85 limitando o alcance da coisa julgada ao espa o geogr fico da compet ncia do rg o prolator da decis o De acordo com o art 16 da Lei n 7 347 85 A senten a civil far coisa julgada erga omnes nos limites da compet ncia territorial do rg o prolator exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova Assim a a senten a de proced ncia far coisa julgada erga omnes mas apenas nos limites da compet ncia territorial do rg o prolator b se o pedido for julgado improcedente por insufici nci
71. vontade dos seus titulares Constitui obriga o do Estado criar condi es necess rias a uma tutela adequada e efetiva dos direitos fundamentais entre ela as relacionadas com o v nculo de emprego Essa obriga o constitui corol rio do direito humano e fundamental de acesso justi a que reconhecido respectivamente no art 8 da Declara o Universal dos Direitos do Homem art 8 da Conven o Americana sobre Direitos Humanos Pacto de San Jos da Costa Rica 07 a 22 11 1969 firmada pelo Brasil em 07 09 1992 art 18 da Declara o Interamericana de 4 Direitos e Deveres do Homem aprovada em Bogot em 1948 e no art 5 XXXV da Constitui o Federal Ao Estado vedada omiss o e insufici ncia de suas presta es em rela o concretude dos direitos fundamentais e defesa e promo o da dignidade humana Tudo isso no intuito de que seja constru da uma sociedade livre justa e solid ria em que imperem condi es para a exist ncia digna para todos alcan ando o objetivo constitucional de justi a social no sentido que lhe confere Eros Roberto Grau qual seja supera o das injusti as na reparti o a n vel pessoal do produto econ mico 2 ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os Direitos Fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 144 147 113 Art 8 Toda pessoa tem direito a ser ouvida com as devidas garantias e dentro de um praz
72. xima da an lise da representatividade adequada na medida em que o juiz pode negar a referida legitimidade 55412 quando entender n o presentes os requisitos da adequa o Id ntica situa o se v quando o juiz analisa a relev ncia social dos interesses para aferir a legitima o do Minist rio 09 Tem legitimidade para a a o coletiva a o Minist rio P blico art 129 II da Constitui o Federal art 83 da Lei Complementar n 75 93 e art 82 I da Lei n 8 078 90 b organiza o sindical entidade de classe e associa o legalmente constitu da e em funcionamento h pelo menos um ano em defesa dos interesses de seus membros ou associados arts 5 XXI e LXX 8 HI da Constitui o Federal e 82 IV da Lei n 8 078 90 c partido pol tico com representa o no Congresso Nacional art 5 LXX a da Constitui o Federal d o cidad o na hip tese de interesse cuja tutela pode ser concedida em sede de a o popular Lei n 4 717 de 29 de junho de 1965 e art 5 LXXIII da Constitui o Federal e a Uni o os Estados os Munic pios e o Distrito Federal art 82 II da Lei n 8 078 90 f entidades e rg os da administra o p blica direta ou indireta ainda que sem personalidade jur dica especificamente destinados defesa dos direitos dos consumidores art 82 II da Lei n 8 078 90 g Conselho Federal da OAB na defesa dos interesses coletivos ou individuais dos advogados
73. 144 SI MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efic cia da senten a e autoridade da coisa julgada In Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 p 110 patente a diverg ncia entre Ov dio Batista a coisa julgada s se refere ao efeito declarat rio da senten a e Jos Carlos Barbosa Moreira a coisa julgada n o tem refer ncia com a declara o judicial sendo considerada indiscut vel e imut vel a regra jur dica concreta formulada pelo juiz 52 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Notas sobre el contenido los efectos y la inmutabilidad de la setencia In Temas de direito processual Quinta s rie S o Paulo Saraiva 1994 p 107 53 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efic cia da senten a e autoridade da coisa julgada In Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 p 112 113 5 3 Fundamentos 205 A coisa julgada possui fundamentos pol ticos e jur dicos Eduardo Couture afirma que a coisa julgada constitui exig ncia pol tica e n o 1 jur dica n o z ural xig nci ti u ropriamente jur dica n o de raz o natural mas de exig ncia pr tica e que ela atende necessidade de uma senten a que decida de uma vez por todas e de forma definitiva o conflito pendente 534 Moacyr Amaral Santos aduz que o fundamento pol tico da coisa julgada consiste na estabilidade dos direitos que inexistiria se n o houvesse um termo al m do que a senten
74. 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 63 74 dos paradigmas racionais t picos da modernidade incluindo o da rela o Homem 176 Natureza Mas o que vem a ser massa Segundo o soci logo Thomas Ford Hoult uma massa n o se confunde com uma por o de pessoas consiste num n mero relativamente grande de pessoas espacialmente dispersas e an nimas reagindo a um ou mais est mulos id nticos mas agindo NF A 177 individualmente sem considera o umas pelas outras Para Ronaldo Lima dos Santos a massa marcada n o somente pelo seu aspecto quantitativo mas igualmente por constituir uma sociedade onde a uniformidade social prevalece sobre a universalidade isto tendencia se a tratar uniformemente os indiv duos tanto sob o aspecto formal quanto material Suas caracter sticas principais s o a aus ncia de organiza o social presen a de uma agrega o de indiv duos que embora separados desligados ou an nimos possuem homogeneidade em rela o a determinado comportamento ou situa es nas quais se encontram b os comportamentos s o n o organizados n o estruturados n o coordenados c caracteriza se pelo comportamento de massa isso neles as pessoas agem individualmente mas na mesma dire o e com est mulos e condutas id nticas d n o se manifestam por meio de um grupo mas individualmente de forma uniforme e massa n o consiste num grupo n o pode interagir mas
75. 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 CRUZ E TUCCI Jos Rog rio Limites subjetivos da efic cia da senten a e da coisa julgada Apud SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 CUEVA Mario de la El nuevo derecho mexicano del trabajo M xico Porr a 1972 CUNHA Marcelo Garcia da A es coletivas Dispon vel em lt www tex pro br gt Acesso em 07 de set de 2009 DANTAS San Tiago Igualdade perante a lei e due processo of law Revista Forense Rio de Janeiro Forense 1948 p 30 Apud SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 DE PL CIDO E SILVA Vocabul rio jur dico Rio de Janeiro Forense 1991 DELGADO Gabriela Neves A constitucionaliza o dos direitos trabalhistas e os reflexos no mercado de trabalho In PEREIRA Fl vio Henrique Unes DIAS Maria Tereza Fonseca Org Cidadania e inclus o social Estudos em homenagem Professora Miracy Barbosa de Sousa Gustin Belo Horizonte F rum 2008 329 DELGADO Gabriela Neves O direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 DELGADO Maur cio Godinho A ess ncia do direito do trabalho In LAGE Emerson Jos Alves LOPES M nica Sette Coords Direito e processo do trabalho atualidades Belo Horizonte Del Rey 2003 DELGADO Maur cio Godinho Capitalismo t
76. 2008 p 331 2 STRECK L nio Luiz Hermen utica jur dica e m crise uma explora o hermen utica da constru o do Direito Apud CORDEIRO Wolney de Macedo Manual de execu o trabalhista Rio de Janeiro Forense 2008 p 11 12 8 Reconhecimento da for a vinculante e efic cia da Constitui o 3 norma deve ser atribu do sentido o mais harm nico poss vel com a Constitui o 311 normativa dos princ pios pelo contexto normativo em que se encontra inserida interpreta o sistem tica e levando em conta a sua finalidade social interpreta o teleol gica Luciano Athayde Chaves assevera que o novo modelo de regula o jur dica apoiado fortemente na Constitui o e nos seus preceitos fundamentais do processo h de projetar um novo e complexo modelo para o int rprete e aplicador do Direito Processual de modo a que nenhum desses postulados de efic cia imediata possa sofrer indevida restri o sob o injustificado argumento metodol gico da insufici ncia ou da regula o d spar de fonte infraconstitucional sendo por ele ressaltado que o Direito Processual do Trabalho aberto 806 aos influxos dos valores constitucionais e ao desenvolvimento interpretativo do Direito Ainda sobre o tema necess rio se faz registrar a li o de F bio Konder Comparato Assim como o fato cultural s cobra sentido quando compreendido e mergulhado no momento hist rico em que aparece a
77. 45 LAURINO Salvador Franco de Lima A aplica o do procedimento do C digo de Defesa do Consumidor na tutela dos interesses individuais homog neos no processo do trabalho In Revista LTr n 03 v 59 mar 1995 p 313 307 interesse metaindividual mesmo que n o se refira exclusivamente defesa dos consumidores disciplinou a coisa julgada de acordo com a natureza do interesse objetivado Pedro Lenza por sua vez igualmente assevera que Os dispositivos processuais do C digo de Defesa do Consumidor no caso em an lise as regras sobre os limites subjetivos e objetivos da coisa julgada aplicam se no que couber desde que n o haja regramento espec fico incompat vel a todas e quaisquer a es coletivas para a prote o de interesses difuso coletivos e individuais homog neos Por fim observa se que as regras processuais estabelecidas no C digo de Processo Civil persistem e aplicam se s a es coletivas desde que n o conflitem com o esp rito do microssistema coletivo formado pelo C digo de Defesa do Consumidor pela Lei da A o Civil P blica e pelos dispositivos processuais coletivos espec ficos regulamentados de acordo com o objeto coletivamente tutelado A doutrina portanto pacificamente admite a aplica o subsidi ria do C digo de Defesa do Consumidor no processo do trabalho o que se encontra em perfeita harmonia com a necessidade de criar no processo do trabalho instrumento adequad
78. 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 64 163 Jos Rog rio Cruz e Tucci afirma que diante de tais situa es excepcionais que revelam a insufici ncia da teoria dos tria eadem duas regras devem ser observadas quanto sua incid ncia pr tica a n o constitui ela um crit rio absoluto mas sim uma boa hip tese de trabalho at porque ningu m se arriscou a apontar outra que a superasse e b quando for inaplic vel perante uma situa o concreta deve ser relegada a segundo plano empregando se em seu lugar a teoria da identidade da rela o jur dica Nesse sentido tamb m a li o de Fredie Didier Jr e Hermes Zaneti Jr h litispend ncia quando pendem processos com mesmo conte do A mesma situa o jur dica controvertida posta em mais de um processo para ser resolvida Enfim h litispend ncia quando o Poder Judici rio provocado a solucionar o mesmo problema em mais de um processo exemplificando esta defini o com o caso em que qualquer um dos cond minos pode ajuizar uma a o para defender interesses do condom nio Se o cond mino A e o cond mino B propuseram demanda para a prote o do bem condominial fundada na mesma causa de pedir dando origem a processos diversos haver litispend ncia mesmo sem identidade da parte autora A doutrina admite portanto a litispend ncia mesmo quando entre duas a es existir coincid ncia apenas entre pedido e causa
79. 7 ed Coimbra Almedina 2003 326 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Tradu o de Ellen Gracie Northfleet Porto Alegre Fabris 1988 CAPPELLETTI Mauro O acesso dos consumidores Justi a In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo As Garantias do cidad o na justi a S o Paulo Saraiva 1993 CAPPELLETTI Mauro Ju zes irrespons veis Porto Alegre Safe 1989 CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El foro 1997 v I CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil 2 ed Tradu o de Hiltomar Martins de Oliveira S o Paulo Lemos amp Cruz 2004 v I CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil 2 ed Tradu o de Hiltomar Martins de Oliveira S o Paulo Lemos amp Cruz 2004 v II CASTELO Jos Pinheiro Princ pio do devido processo legal e acesso justi a In NAHAS Thereza Christina Coord Princ pios de direito e processo do trabalho quest es atuais Rio de Janeiro Elsevier 2009 CASTILHO Niceto Alcal Zamora Estudios de teoria general e historia del proceso 1945 1972 Cidade do M xico Instituto de Investigacion Jur dicas 1974 CASTILHO Ricardo Acesso justi a Tutela coletiva de direitos pelo Minist rio P blico uma nova vis o S o Paulo Atlas S A 2006 CAVALCANTE Ricardo Ten rio Jurisdi o direitos sociais e prote o do trabalhador a efetividade do direito material e proc
80. A causa de pedir e os interesses individuais homog neos In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Coords Causa de pedir e pedido no processo civil quest es pol micas S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 204 8 PIZZOL Patr cia Miranda Liquida o nas a es coletivas S o Paulo Lejus 1998 p 108 102 ocorr ncia de les es disseminadas difusas em massa e v nculos f ticos entre os titulares dos interesses S o exemplos de direitos difusos a o direito ao meio ambiente saud vel o direito publicidade honesta o direito ao correto uso do solo urbano retirada de produto nocivo do mercado anula o de cl usula contratual no tocante aos futuros e eventuais contratantes b o patrim nio hist rico art stico est tico tur stico ou paisag stico bem como os direitos do consumidor posto que se tratam de bens usufru dos por muitos sem que se possa de antem o identificar quais seriam as pessoas lesadas tratando se de um bem indivis vel c gest o da coisa p blica defesa de etnias e defesa de minorias sociais d conten o dos custos de produ o dos pre os e o aquecimento da economia Na esfera trabalhista s o situa es que envolvem direitos difusos 1 greve em servi os ou atividade essenciais 2 contrata o de empregados sem concurso p blico pela Administra o P blica atinge o direito de todo aquele que preenchesse as condi es para candidatar se
81. CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 243 244 154 BOBBIO Norberto Teoria do ordenamento jur dico Bras lia Editora UnB 1997 146 293 Todas essas raz es podem ser alinhadas em favor das a es coletivas no processo do trabalho registrando se que a tutela coletiva de direitos uma exig ncia da evolu o da vida em sociedade inclusive no que se refere rela o de trabalho Quanto ao objeto desta investiga o foi visto que o C digo de Defesa do Consumidor trata de forma expressa das a es coletivas e da rela o destas com as a es individuais no que diz respeito litispend ncia e coisa julgada Cabe ent o verificar luz do art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho a possibilidade de aplicar no processo do trabalho as solu es que o C digo de Defesa do Consumidor adotou para a litispend ncia e a coisa julgada na rela o entre as a es coletivas e as a es individuais Segundo o art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho a ado o do direito processual comum como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho pressup e omiss o do direito processual do trabalho e compatibilidade da norma a ser importada para a solu o do caso concreto com as normas do direito processual do trabalho Como j foi adiantado a Consolida o das Leis do Trabalho n o trata da rela o entre as a es coletivas e as a es individuais
82. Derani lan a m o de uma met fora a t tulo exemplificativo sobre a potencialidade da norma perante a realiza o dos fins sociais Da mesma forma que um arado puxado traz maravilhas terra o seu descanso nas paredes de um celeiro n o anula sua potencialidade para o desempenho de suas fun es Ainda mais o plantio feito na ignor ncia deste instrumento trar possivelmente resultados outros que n o se conformariam expectativa da produ o de uma terra arada provocando uma rea o para fomentar seu uso Por m s pode requerer o uso do arado quem sabe de sua exist ncia e quer as consequ ncias trazidas pelo seu 308 Como bem adverte Jorge Luiz Souto Maior Ora se o princ pio o da melhoria cont nua da presta o jurisdicional n o se pode utilizar o argumento de que h previs o a respeito na CLT como forma de recha ar algum avan o que tenha havido neste sentido no processo comum sob pena de negar a pr pria inten o do legislador ao fixar os crit rios de aplica o subsidi ria do processo civil Notoriamente o que se pretendeu da o aspecto teleol gico da quest o foi impedir que a irrefletida e irrestrita aplica o das normas do processo civil evitasse a maior efetividade da presta o jurisdicional trabalhista que se buscava com a cria o de um procedimento pr prio da CLT mais c lere mais simples mas acess vel Trata se portanto de uma regra de prote o que se justifica historicamente N
83. GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Aluisio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Direito processual coletivo e o anteprojeto de c digo brasileiro de processos coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 29 7 Art 94 do CDC Proposta a a o ser publicado edital no rg o oficial a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes sem preju zo de ampla divulga o pelos meios de comunica o social por parte dos rg os de defesa do consumidor 193 498 tratar de mat ria de ordem p blica Segundo Antonio Gidi a obriga o de comunicar ao autor da a o individual a exist ncia da a o coletiva do r u Sem d vida poder o juiz da a o individual tendo ci ncia da a o coletiva desta fazer saber o autor daquela a o em audi ncia ou por meio de intima o postal No entanto a responsabilidade pela comunica o da exist ncia da a o coletiva do r u que somente o r u tem conhecimento das a es coletivas e individuais contra ele ajuizadas Por m quais s o as consequ ncias da aus ncia de intima o do autor da a o individual da exist ncia da a o coletiva O art 104 do C digo de Defesa do Consumidor deixa claro que o autor da a o individual somente n o ser beneficiado pela coisa julgada produzida na a o coletiva se tiver ci ncia dessa a o e n o requerer a sua suspens o Logo se o autor da a o individual n o cient
84. Lei 10 671 2003 arts 2 e 40 biosseguran a Lei 11 105 2005 fato que a a o regulada na Lei 7 347 85 segue 5 MANCUSO Rodolfo Camargo Interesses difusos conceito e legitima o para agir 6 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 p 192 2 O C digo de Defesa do Consumidor acrescentou o inciso IV ao art 1 da Lei da A o Civil P blica estabelecendo que por meio desta a o poderia ser pleiteada a responsabiliza o por danos causados a qualquer outro interesse difuso ou coletivo 83 sendo o texto b sico na mat ria dir se a a o civil p blica padr o assim ERES 10197 operando subsidiariamente em face das demais Consoante Jos Roberto Freire Pimenta O objeto da a o civil p blica n o se define propriamente pela natureza dos direitos que se pretende imediatamente tutelar que n o precisam ser coletivos nem em sua ess ncia e nem no modo em que s o exercidos Como bem observa o i jurista e magistrado Aroldo Pl nio Gon alves o que se objetiva atrav s da a o civil p blica na Justi a do Trabalho a defesa do interesse coletivo que decorre da observ ncia dos direitos constitucionalmente assegurados aos trabalhadores ou seja a pr pria defesa da ordem jur dica Se assim quaisquer tipos de direitos ou interesses difusos coletivos em sentido estrito e individuais homog neos poder o ser tutelados por seu interm dio desde que para a prote o do ordenamento jur dic
85. MAURER B atrice Notas sobre o respeito da dignidade da pessoa humana ou pequena fuga incompleta em torno de um tema central Tradu o de Rita Dostal Zanini In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 81 I HABERLE Peter A dignidade humana como fundamento da comunidade estatal Tradu o de Ingo Wolfgand Sarlet Pedro Scherer de Mello Aleixo In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 119 102 HABERLE Peter A dignidade humana como fundamento da comunidade estatal Tradu o de Ingo Wolfgand Sarlet Pedro Scherer de Mello Aleixo In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 136 49 N o se pode esquecer que consoante Joaquim Arce y Fl rez Valdez o respeito dignidade humana conduz a quatro importantes consequ ncias a igualdade de direitos entre os homens nacionais e estrangeiros como pessoas e n o como cidad os b garantia de independ ncia e autonomia do ser humano contra coa o externa ao desenvolvimento de sua personalidade c exig ncia respeito e prote o dos direitos inalien veis do homem contra qualquer atentado proveniente de outras pessoas ou dos poderes p blicos d
86. O recurso n o prosseguir nesse ju zo distrital a menos que o juiz distrital ou tribunal de recursos assim ordene ZAV ASCKI Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 31 33 nota n 9 24 GIDI Antonio A Class Action como instrumento de tutela coletiva dos direitos As a es coletivas em uma perspectiva comparada S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 271 272 88 A jurisdi o uma fun o estatal que deve ser provocada princ pio da in rcia da jurisdi o A provoca o da jurisdi o se d atrav s da a o Enrico Redenti afirma que a fim de que o juiz entre concretamente em fun o necess ria uma atividade exercida ou desenvolvida por outro ante ele esta atividade de fato desenvolvida nas formas da lei e que fundamentalmente consiste em propor e expor ante ele o Juiz uma demanda inst ncia ou requerimento se expressa por meio do verbo acionar e portanto menos frequentemente para dizer a verdade com o substantivo a o A provoca o da jurisdi o por meio da a o constitui um direito direito de a o Segundo Enrico Tullio Liebman o direito de a o um direito subjetivo diferente daquele do direito substancial porque dirigido ao Estado sem se destinar obten o de uma presta o deste E antes disso um direito de iniciativa e de impulso direito particular
87. P blicos da Uni o do Distrito Federal e dos Estados a cria o do Termo de Ajustamento de Conduta de suma relev ncia ainda o acr scimo Lei n 7347 85 do art 21 estabelecendo que aplicam se defesa dos direitos e interesses difusos coletivos e individuais no que for cab vel os dispositivos do T tulo III da Lei que institui o C digo de Defesa do Consumidor Com isso fica refor ada a ideia da exist ncia de um microssistema das a es coletivas anotando Jos Roberto Freire Pimenta que Logo depois da promulga o da nova Norma Fundamental foi editado o C digo de Prote o e Defesa do Consumidor Lei n 8 078 90 que al m de disciplinar a tutela dos direitos e interesses dos consumidores tanto no plano individual quanto no plano metaindividual estabeleceu um verdadeiro microssistema de tutela dos direitos ou interesses coletivos ao dar atrav s de seu art 110 nova reda o ao art 1 da Lei da A o Civil P blica compatibilizando esse preceito com o princ pio da n o taxatividade da a o civil P blica que j decorria do art 129 HI da Constitui o e ampliando consideravelmente o campo de abrang ncia dos direitos e interesses metaindividuais tutel veis pela a o civil p blica e ao tamb m acrescentar por seu art 117 novo art 21 mesma Lei n 7 347 85 estabelecendo que s o aplic veis no que for cab vel defesa dos direitos e interesses difusos coletivos e individuais os dispo
88. Para Humberto Theodoro J nior a rela o entre a coisa julgada na a o coletiva e os interesses individuais dos membros da coletividade representada na causa pode ser assim sintetizada a se a a o coletiva rejeitada seja por insufici ncia de prova ou n o os particulares n o ser o alcan ados pela coisa julgada que se manifestar apenas entre os legitimados para a a o coletiva poder o os particulares exercitar suas a es individuais para buscar ressarcimento para os danos pessoalmente suportados Lei n 8 078 art 103 3 b se a a o coletiva julgada procedente os particulares poder o valer se da coisa julgada ficando dispensados de nova a o individual condenat ria apenas ter o de liquidar o montante de seus preju zos individuais em procedimento de liquida o de senten a Lei n 8 078 arts 97 e 100 A exemplo do que se passa com a senten a penal condenat ria tamb m a senten a de proced ncia da a o civil coletiva representa para as v timas uma coisa julgada acerca da causa petendi da pretens o indenizat ria D se o transporte a o individual da senten a coletiva favor vel ampliando a lei o objeto da a o coletiva para nele incluir a indeniza o de danos sofridos individualmente Ronaldo Lima dos Santos analisando a o coletiva proposta por um sindicato visando o pagamento do adicional de insalubridade aos empregados de uma determinada empresa destac
89. R Franscesco Carnelutti distingue capacidade e legitimidade afirmando que capacidade a express o da idoneidade da pessoa para atuar em ju zo inferida de suas qualidades pessoais A legitima o representa pelo contr rio tal idoneidade inferida de sua posi o com ir a374 respeito ao lit gio 37 TIEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I p 193 am THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 73 Lopes da Costa assevera que certo que a rela o que se estabelece no processo n o contratual Mas agir em ju zo importa sempre o risco da senten a desfavor vel e pois a responsabilidade pela dire o da causa Isso aproxima da demanda a disposi o de direitos Na lei a capacidade de agir em ju zo condicionada capacidade de dispor E como ningu m pode dispor de direito alheio consegii ncia que a senten a de regra somente pode obrigar as partes da demanda COSTA Alfredo de Ara jo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 v II p 96 33 MIRANDA Pontes de Coment rios ao C digo de Processo Civil 4 ed Rio de Janeiro Forense 1995 tomo I p 90 91 34 CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil 2 ed Tradu o de Hiltomar Martins de Oliveira S o Paulo Lemos amp Cruz 2004
90. S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 MARINONI Luiz Guilherme Id ias para um renovado direito processual In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 335 MARTINEZ Pedro Romano Princ pios do direito do trabalho Princ pios regras e interpreta o das normas jur dicas e convencionais In NAHAS Thereza Christina Coord Princ pios de direito e processo do trabalho quest es atuais Rio de Janeiro Elsevier 2009 MARTINS FILHO Ives Gandra Processo Coletivo do Trabalho 3 ed S o Paulo LTr 2003 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 MAURER B atrice Notas sobre o respeito da dignidade da pessoa humana ou pequena fuga incompleta em torno de um tema central Tradu o de Rita Dostal Zanini In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo
91. Salvador Jus Podivm 2009 p 132 304 fazer suspeitar de que no invoc la se esteja dissimulando mero pretexto para a reentroniza o do velho e desacreditado formalismo demos a cada pe a do sistema o lugar devido na tranquila convic o de que no mundo do processo h pouco espa o para absolutos e muito para o equil brio rec proco de valores que n o deixem de o ser apenas porque relativos Tendo o C digo de Defesa do Consumidor e o direito processual do trabalho objetivos comuns no processo do trabalho podem ser adotadas as t cnicas que no C digo de Defesa do Consumidor contribuem para a tutela dos direitos metaindividuais lembrando se da relev ncia jur dica social e pol tica desses direitos inclusive aquelas relacionadas com a litispend ncia e a coisa julgada N o fora isso as regras do C digo de Defesa do Consumidor no que diz respeito s a es coletivas e sua rela o com as a es individuais quanto litispend ncia e coisa julgada com certeza possibilitam a tramita o mais adequada e r pida do processo promovendo a eficaz solu o dos conflitos de ndole trabalhista e proporcionando um resultado final mais satisfat rio para a sociedade A evolu o da sociedade tornou necess ria uma disciplina especial da rela o de consumo com o fim de equilibr la Esse equil brio realizado por meio da prote o parte mais fraca daquela rela o que o consumidor A vulnerabilidade
92. Teoria geral da a o civil p blica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 LEONEL Ricardo de Barros A causa petendi nas a es coletivas In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Orgs Causa de pedir e pedido no processo civil S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 LIEBMAN Errico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I LU O Antonio Enrique P rez Los derechos fundamentales Madrid Tecnos 1998 MANCUSO Rodolfo de Camargo A o civil p blica em defesa do meio ambiente do patrim nio cultural e dos consumidores 10 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 MANCUSO Rodolfo Camargo Interesses difusos conceito e legitima o para agir 6 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 MANCUSO Rodolfo Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 MARINONI Luiz Guilherme A antecipa o da tutela na reforma do processo civil S o Paulo Malheiros 1995 MARINONI Luiz Guilherme Da a o abstrata e uniforme a o adequada tutela de direitos In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira
93. Terceira Regi o j negou a exist ncia de litispend ncia entre a o coletiva e a o individual conforme se v abaixo COISA JULGADA LITISPEND NCIA A O INDIVIDUAL X A O COLETIVA N o h que se cogitar de litispend ncia entre a a o individual proposta ap s o ajuizamento da a o coletiva pelo sindicato da categoria FIORILHO Celso Ant nio Pacheco Curso de direito ambiental brasileiro S o Paulo Saraiva 2007 p 238 239 46 MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2002 p 183 7 SANTOS Ronaldo Lima dos Sindicatos e a es coletivas acesso justi a jurisdi o coletiva e tutela dos interesses difusos coletivos e individuais homog neos S o Paulo LTr 2003 p 357 185 profissional na condi o de substituto processual ainda que contenha o mesmo pedido e a mesma causa de pedir A legitimidade ativa do sindicato meramente decorrente de lei n o podendo por isso excluir a possibilidade do pr prio titular do direito deduzir em ju zo sua pretens o atrav s de a o individual Se na a o coletiva n o h coisa julgada em rela o individual mesmo quando proferida senten a de m rito id ntico racioc nio se aplica em caso de acordo firmado entre as partes na demanda diretamente movida pelo interessado c ocorr ncia de contin ncia e rela o de prejudicialidade Para Ada Pellegrini Grinover a hip tese de contin
94. a em que a a o apenas uma porta de acesso ao Poder Judici rio devendo ensejar a maior participa o e a universaliza o da justi a para todos os cidad os n o nos parece que por outro lado possa o legislador invocar a economia processual para justificar o fechamento das portas de acesso justi a com o trancamento das demandas repetidas nos seus ju zos de origem Deve se sim compatibilizar a coexist ncia de demandas coletivas permitindo a sua reuni o para que apenas uma delas possa seguir em frente aproveitando as provas e os argumentos produzidos naquelas que foram reunidas e permitindo desde ent o que B z 451 os leg timos representantes adiram e intervenham na demanda que prosseguir A reuni o dever ocorrer sempre que dela resulte facilita o de acesso justi a e ao direito assegurado pela ordem jur dica em especial quando se trate de direitos fundamentais N o sendo poss vel a reuni o de demandas em raz o do est gio em que se encontrem graus diversos de jurisdi o por exemplo o segundo processo dever ser sobrestado at o julgamento final do primeiro processo na hip tese pode ser aplicada a solu o que foi conferida prejudicialidade art 265 IV a do CPC uma vez que sendo permitida a propositura de uma segunda a o no caso de improced ncia por insufici ncia de provas n o razo vel extinguir a a o proposta sendo mais razo vel sobrestar o seu anda
95. a e autoridade da coisa julgada Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 p 103 198 Adquirindo a senten a a condi o de irrecorr vel forma se a coisa julgada Coisa julgada portanto a qualidade adquirida pela senten a a partir do momento em que se tornar irrecorr vel qualidade que traduzida pela sua imutabilidade e indiscutibilidade Nesse sentido disp e o art 467 do C digo de Processo Civil que denominada coisa julgada material a efic cia que torna imut vel e indiscut vel a senten a n o mais sujeita a recurso ordin rio ou extraordin rio Com o tr nsito em julgado da senten a o seu conte do fica imune modifica o imutabilidade e impugna o indiscutibilidade impondo se observ ncia das partes e do Poder Judici rio A coisa julgada institu da por conveni ncia pr tica o que segundo Giuseppe Chiovenda remonta aos romanos que justificavam a coisa julgada com raz es inteiramente pr ticas de utilidade social Para que a vida social se desenvolva o mais poss vel segura e pac fica necess rio imprimir certeza ao gozo dos bens da vida e garantir o resultado do 513 processo Registre se que a res iudicata ao longo do processo civil romano desempenhou um papel fundamental assegurando a estabilidade das decis es judiciais A coisa julgada sempre esteve fortemente atrelada atividade estatal logo os seus efeitos apenas eram pr
96. a obriga o de respeitarem na A coisa julgada assim se fundamenta na efic cia da declara o e pois corresponde ao fen meno processual pelo qual a senten a se torna indiscut vel incontest vel n o s para as partes como tamb m para todos os ju zes Ada Pellegrini Grinover critica essa teoria sustentando que A confina o da coisa julgada ao efeito declarat rio da senten a consagrada por HELLWIG j havia recebido no Brasil a ades o de PONTES DE MIRANDA Mais recentemente outro abalizado processualista CELSO NEVES emprestou lhe apoio Mas a doutrina dominante endossa integralmente as cr ticas de LIEBMAN quela teoria reconhecendo que a autoridade da coisa julgada tamb m cobre os elementos constitutivos e condenat rios da senten a O erro l gico a que LIEBMAN alude no texto salientado por BARBOSA MOREIRA que pergunta Se o juiz anula um contrato por exemplo fica o resultado do processo ap s o tr nsito em julgado menos imune contesta o do que ficaria se ele se limitasse a declarar nulo o contrato E o mesmo Autor responde Para todos os efeitos pr ticos reconhece se que passada em julgado a senten a constitutiva a modifica o por ela produzida j n o pode ser objeto de contesta o juridicamente relevante gt Jos Carlos Barbosa Moreira tamb m critica essa teoria asseverando que A f rmula prevalecente entre os alem es padece de um radical v cio de empo
97. a propriedade individual com fins de redistribui o social B CKENF RDE Ernst Wolfgang Estudios sobre el estado de derecho y la democracia Madrid Trotta 2000 p 31 98 sin nimos e que a partir do momento em que passam a ser amparados pelo direito os interesses assumem o mesmo status de direitos desaparecendo qualquer raz o pr tica e De o xy 23 mesmo te rica para a busca de uma diferencia o ontol gica entre eles O legislador portanto utiliza direitos e interesses como sin nimos no intuito de evitar embates sobre o objeto poss vel da tutela coletiva interesses ou direitos e preju zo sua efetividade Anote se que a pr pria Constitui o Federal alude defesa judicial de interesses e direitos coletivos ou individuais trabalhistas art 8 IIT A prop sito observa Elton Venturi que O legislador certamente alertado sobre o poss vel reducionismo que poderia recair sobre a utiliza o da express o interesses ao inv s de direitos optou por uma solu o conciliat ria que acabou prestigiando a ambas tornando as equivalentes para fins de tutela jurisdicional Ali s para al m da expressa qualifica o legal das pretens es difusas coletivas ou individuais homog neas como aut nticos direitos subjetivos n o h praticamente qualquer serventia para eventuais distin es conceituais que se insistisse a impor sobretudo porque sob a tica do sistema
98. a se tornasse imut vel N o houvesse esse limite al m do qual n o se possa arg ir a injusti a da senten a jamais se chegaria certeza do direito e seguran a no gozo dos bens da vida Manuel Galdino da Paix o J nior noticia a exist ncia de Uma vasta produ o te rica com participa o de doutrinadores de diversos pa ses que se manifestaram em pocas variadas na qual se demonstra que existe uma Justificativa de natureza pol tica que explica a exist ncia da coisa julgada e que consiste na impossibilidade de os processos se eternizarem sem nunca oferecerem solu o final para as situa es decididas a outra de natureza t cnica jur dica em torno da qual se levantaram v rias teorias desde a que partindo da possibilidade de uma senten a injusta ganha a autoridade de caso julgado para concluir que se trata de uma fic o de verdade at as que sustentam que o imp rio da coisa julgada se fundamenta t o somente na vontade soberana do estado Dentre as v rias teorias sobre os fundamentos jur dicos da coisa julgada merecem destaque a a teoria da presun o de verdade Hugo Alsina registra que foi na idade m dia sob a influ ncia do antigo processo germ nico concebido como um instrumento de pacifica o social que se considerou a coisa julgada como uma 54 COUTURE Eduardo Fundamentos del derecho procesal civil 3 ed Buenos Aires Depalma 1993 p 407 408 55 SANTOS Moacyr Amaral
99. adequada tutela de direitos In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 858 89 A o coletiva a a o proposta visando tutela de direitos ou interesses metaindividuais ou dito de outra forma a o voltada solu o de lit gios cujo objeto por sua dimens o social pode interessar e efetivamente interessar a uma pluralidade de sujeitos consoante assevera Jos Roberto Freire Pimenta 798 O que qualifica a a o como coletiva ou individual a natureza coletiva ou individual do direito deduzido em ju zo sendo ressalvada a hip tese do direito individual homog neo cuja defesa pode ser realizada por meio de a o coletiva ante sua dimens o social A a o coletiva pode ser ajuizada para a tutela jurisdicional de direitos difusos ou coletivos assim como de direitos individuais homog neos o que permite falar em tutela de direitos coletivos difusos e coletivos e tutela coletiva de direitos individuais homog neos Vittorio Denti afirma que com a a o coletiva s o deduzidas em ju zo situa es que transcendem necessariamente a parte envolvendo coletividade mais ou menos PaA E20 ampla de cidad os 2 A es coletivas segundo Sergio Chiarloni s o aquelas ajuizadas por um sujeito singular no interesse de uma pluralidade
100. am lgama de textos declara es e propostas que superam amplamente o car ter individualista e essencialista da Declara o Universal N o h como negar as grandes altera es ocasionadas pela globaliza o na ordem pol tica social e cultural Norberto Bobbio inclui entre os direitos de quarta dimens o o direito integridade do pr prio patrim nio gen tico que vai bem mais al m do que o direito integridade f sica acrescentando que o mundo real nos oferece infelizmente um espet culo muito diferente A vision ria consci ncia a respeito da centralidade de uma pol tica tendente a uma formula o 4 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 175 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 176 Joaqu n Herrera Flores chama a aten o para a mudan a de tom e de fundo que surge entre outros textos na Conven o marco sobre a altera o clim tica Rio de Janeiro 1992 a Conven o da UNESCO sobre a prote o do patrim nio mundial cultural e natural de 1972 a Earth Charter Initiative na qual os direitos humanos se condicionam a uma vis o concreta da dignidade humana parte I prote o ambiental com especial aten o s rela es sociais de produ o distribui o e cons
101. ao C digo de Defesa do Consumidor arts 1 a 54 S o Paulo Saraiva 2000 OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro de O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA C A Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 OLIVEIRA Rafael BRAGA Paula Sarno DIDIER JR Fredie Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 OLIVEIRA R gis Fernandes Carta ao povo brasileiro In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord O Judici rio e a Constitui o S o Paulo Saraiva 1994 PADILHA Norma Sueli O princ pio protetor e a nova hermen utica constitucional In NAHAS Thereza Christina Coord Princ pios de direito e processo do trabalho quest es atuais Rio de Janeiro Elsevir 2009 PAGLIARINI Alexandre Coutinho Manifesto em favor da democracia e dos direitos humanos no Estado Nacional na comunidade internacional e na sociedade civil In CLEVE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Orgs Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2007 PAIX O J NIOR Manuel Galdino Teoria geral do processo Belo Horizonte Del Rey 2002 PASSOS Jos Joaquim Calmon de Coment rios ao C digo de Processo Civil 9 ed Rio de Janeiro Forense 2005 v II PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augu
102. art 54 II da Lei n 8 906 94 e h a Defensoria P blica Lei n 11 448 2007 410 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos as a es coletivas em uma perspectiva comparada S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 133 1 GRINOVER Ada Pellegrini Direito processual coletivo In DIDIER JR Fredie JORD O Eduardo Ferreira Coords Teoria do processo panorama doutrin rio mundial Salvador Jus Podivm 2008 p 33 2 GRINOVER Ada Pellegrini A es coletivas ibero americanas novas quest es sobre a legitima o e a coisa julgada In Revista Forense v 361 ano 98 maio jun 2002 p 6 161 P blico quando se trate de a es em defesa de direitos individuais homog neos est se fazendo um exame muito pr ximo do que feito no caso da representatividade adequada dependendo do objeto da demanda ou da quantidade de pessoas envolvidas na causa Segundo Antonio Gidi a adequacy of representatation um conceito juridicamente indeterminado aberto portanto a ser integrado no caso concreto pelo convencimento motivado do juiz e pelo sistema vinculante de precedentes enquanto os requisitos exigidos pelo nosso direito positivo s o de car ter bem mais objetivo Ainda consoante Antonio Gidi Apesar de n o estar expressamente previsto em lei o juiz brasileiro n o somente pode como tem o dever de avaliar a adequada representatividade do grupo em ju zo Se o juiz de
103. atividade intelectual que se pretende do juiz n o apenas a de adequar fatos a fundamentos jur dicos extraindo deles os efeitos respectivos mas com anteced ncia l gica o exerc cio de uma op o tica pol tica ou mesmo ideol gica que se dirige a determinado resultado material cuja relev ncia social deve estar muito bem delineada desde a peti o inicial A fun o do juiz no processo coletivo se n o difere substancialmente daquela outra que ele tem no processo individual ressalta o seu car ter criador e pol tico No processo do trabalho como resulta do art 840 1 da CLT do autor exigido apenas um breve relato dos fatos de que decorre o pedido n o havendo alus o como se d com o direito processual civil aos fundamentos jur dicos do pedido o que indica uma maior incid ncia da teoria da substancia o embora menos r gida por for a da alus o a breve relato dos fatos e da dispensa da obriga o de apontar os fundamentos jur dicos do pedido essa dispensa resulta na menor import ncia que atribu da s quest es de direito tudo isso 38 TRT 3 Regi o Quarta Turma Processo n 00482 2008 042 03 00 9 Rel Juiz Convocado Jos Eduardo de Resende Chaves J nior DJMG 13 09 2008 p 12 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 312 139 no sentido de favorecer o acesso ao direito material assegurado
104. civil p blica ap s 20 anos efetividade e desafios S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 p 44 98 GUEDES Clarissa Diniz A Legitimidade ativa na a o civil p blica e os princ pios constitucionais In MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords Processo civil coletivo S o Paulo Quartier Latin 2005 p 126 127 155 Contudo a aludida classifica o n o adequada para definir por exemplo a natureza da legitimidade do Minist rio P blico para a a o visando tutela de direito difuso visto que ele n o o titular do direito deduzido a hip tese n o ent o de legitima o ordin ria no sentido do art 6 do C digo de Processo Civil e tamb m n o age em favor de uma pessoa determinada o que significa que o Minist rio P blico n o atua como substituto processual Significa dizer que a classifica o permitida pelo art 6 do C digo de Processo Civil embora possa ser adotada como ponto de partida n o suficiente para a defini o da natureza jur dica da legitima o para as a es coletivas O art 6 do C digo de Processo Civil tem em conta apenas lit gios que envolvem conflitos individuais o que o distancia das particularidades dos lit gios relativos a interesses metaindividuais cuja legitima o n o apenas ordin ria ou extraordin ria no sentido que a ela atribui o C digo de Processo Civil Note se que enquanto o C digo de Processo Civil de cunho marcantemente individualist
105. coletivas ajuizadas para a defesa de direito difuso ou coletivo e a causa de pedir da a o individual ajuizada para a defesa de direito individualmente sofrido Na primeira a causa de pedir corresponde ao dano ao interesse ou direito difuso ou coletivo enquanto na segunda a causa de pedir abrange n o s o fato da les o ao direito individual como tamb m a pr pria titularidade do direito individual como causa de pedir remota Por outro lado o pedido nas a es coletivas versando sobre direitos difusos ou coletivos consiste na recomposi o do bem coletivo ou difuso enquanto na a o individual o que se pretende a repara o de dano singular de pessoa determinada Na hip tese portanto verificada a aus ncia de identidade de pedidos o que tamb m impede a configura o da litispend ncia Ricardo de Barros Leonel afirma que sequer havia necessidade de o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor dispor sobre a litispend ncia entre a es coletivas e a es individuais posto que elas possuem autores distintos a identidade pode referir se causa remota mas n o pr xima o fundamento da responsabilidade coletiva diverso daquele inerente responsabilidade pelo dano individual e os pedidos s o distintos Ora se os elementos das demandas s o diversos o nico eventualmente id ntico ser a parte passiva nas a es n o haveria raz o t cnica para o reconhecimento de litispend ncia pois as a
106. coletivas e os problemas emergentes da pr xis forense Revista de Processo n 67 ano 17 S o Paulo jul set 1992 WATANABE Kazuo Disposi es gerais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 WOLFGANG B CKENF RDE Ernst Estudios sobre el estado de derecho y la democracia Madrid Trotta 2000 WOLFGANG B CKENFORDE Ernst Escritos sobre Derechos Fundamentales Baden Baden p 64 Apud SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 346 ZANETI JR Hermes DIDIER JR Fredie Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 ZAVASCKI Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006
107. como o acesso do cidad o ao judici rio sem a presen a de advogado art 791 o pagamento das custas processuais no final do processo art 798 a oralidade como marca indel vel da pr tica dos atos processuais arts 840 2 847 entre outros e a elimina o das formalidades do recurso mediante a extirpa o do termo de recurso art 899 Al m dessas caracter sticas inovadoras a Consolida o estabelecia algo que na poca representava uma ruptura com as diretrizes ideol gicas do processo at ent o vigente ou seja a possibilidade de execu o da senten a por iniciativa do Juiz art 879 CORDEIRO Wolney de Macedo Limites da cogni o dos embargos do devedor no mbito da execu o at pica do processo do trabalho In Revista LTr v 03 ano 70 S o Paulo LTr mar 2006 p 335 7 CORDEIRO Wolney de Macedo Da releitura do m todo de aplica o subsidi ria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 p 31 74 Assevera Wolney de Macedo Cordeiro que o direito processual civil no final do s culo XX teve um per odo de prof cua reformula o de seus marcos normativos O in cio do novo mil nio n o interrompeu o ritmo fren tico de altera es na tessitura do processo civil que hoje em dia conseguiu se livrar de muitos dos entraves formais e anacr nicos que impediam a plenitude
108. condi es de vida naturais e sociais das pessoas at mesmo para a autodestrui o 4 a sociedade que tem a fal ncia do Estado tanto externa consistente na mundializa o e globaliza o colocando em risco a soberania nacional por falta de controle das atividades que ultrapassam as fronteiras de cada pa s e interna consubstanciada na dificuldade em representar cidad os e grupos e em regular os poderes sociais em uma comunidade multicultural seja como estado Provid ncia incapaz de responder aos anseios de uma sociedade contradit ria 5 de um lado quer elevado n vel de bem estar e a seguran a contra os novos perigos mas imp e uma privatiza o de atividade e de formas de interven o 5 a sociedade consumista em que h o consumo em massa fruto da produ o e da comercializa o maci as de bens e servi os em um mercado de intensa concorr ncia internacional 6 a sociedade p s moderna ca tica na dimens o cultural onde verificam se nos mais variados campos as tentativas de desconstru o cient fica das estruturas institucionais e PANDRADE Jos Carlos Vieira de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 63 14ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 63 SANDRADE Jos Carlos Vieira de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de
109. constitucional de presta o jurisdicional s o tutel veis pelo Poder Judici rio brasileiro indistintamente tanto os interesses como os direitos subjetivos Lembre se que existia uma corrente doutrin ria que negava a possibilidade de prote o jurisdicional a meros interesses coletivos no sentido amplo respeito anote se que O preconceito quanto qualifica o de tais aspira es como efetivos direitos subjetivos deriva de justificativas de ordem subjetiva objetiva e formal subjetivamente nega se aos interesses meta individuais a qualifica o de direitos em virtude de ser imposs vel imputar uma titularidade individual e exclusiva a certas aspira es pertinentes a todo o corpo social ou a parcelas deste objetiva e formalmente a referida negativa se deve em fun o da natureza marcantemente extrapatrimonial das pretens es meta individuais na medida em que n o s o economicamente apropri veis por ningu m individualmente sem expresso reconhecimento quanto sua exist ncia at algum tempo atr s por parte dos ordenamentos jur dicos Como afirma Patricia Miranda Pizzol N o se extrai no nosso ordenamento jur dico qualquer consequ ncia jur dica da distin o entre direito e interesse diferentemente do que ocorre por exemplo na 2 WATANABE Kazuo Disposi es gerais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9
110. contrata o atrav s do concurso p blico 3 discrimina o na contrata o de trabalhadores negros portadores de defici ncias f sicas mulheres em raz o da gravidez trata se de discrimina o contra a coletividade de mulheres gr vidas 4 coloca o de portas eletr nicas como instrumentos destinados prote o dos trabalhadores e do p blico em geral em ag ncias banc rias 5 terceiriza o indiscriminada de m o de obra sujeitando todo e qualquer trabalhador falta de registro e anota o na CTPS e sem o recolhimento das contribui es previdenci rias 6 exig ncia no ato de contrata o da apresenta o de certid o negativa de reclama o trabalhista 7 automatiza o industrial e os interesses cria o de novos empregos Anota Marcos Neves Fava Restri o ao tabagismo nos v os comerciais para distinguir o interesse difuso que significa prote o sa de dos usu rios o coletivo dos empregados das empresas a reas que se submetem situa o perniciosa de fumantes passivos em decorr ncia do contrato de emprego e o individual homog neo dos passageiros que ao mesmo risco exp em se o uso de instrumentos colidentes pode ocorrer tanto na tutela de 29 PRADE P ricles Conceito de interesses difusos 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 1987 p 45 103 interesses difusos como coletivos como individuais homog neos embora para esta Sae na E 250 se o importe prepond
111. da a o coletiva para se beneficiar da senten a proferida nesta em caso de proced ncia do pedido Nessa hip tese sendo julgada procedente a a o coletiva a coisa julgada formada beneficiar o titular da a o individual isto n o haver necessidade de proferimento de uma nova decis o condenat ria na a o individual passando se imediatamente liquida o e execu o da decis o coletiva relativamente ao autor da a o individual A condena o gen rica proferida na a o coletiva legalmente ampliada para incluir o dever de indeniza o individual A coisa julgada formada na a o coletiva aproveitada in utilibus nas demandas individuais b ainda n o exista a o individual em curso 64 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 683 261 Presente essa situa o a v tima ou seus sucessores poder o promover a liquida o e execu o da senten a proferida na a o coletiva ou habilitar se nos autos da liquida o e execu o coletiva conforme resulta dos arts 97 a 100 do C digo de Defesa do Consumidor Justificando a solu o adotada pelo C digo de Defesa do Consumidor no art 103 incisos I II e II e 3 afirma Antonio Gidi que N o faria qualquer sentido q
112. da dignidade inerente aos homens A preocupa o com a dignidade humana tamb m foi positivada na Constitui o Federal de 1988 verificando se que o seu art 1 a inclui entre os fundamentos da Rep blica ao passo que em seu art 170 caput previsto que a ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social n o podendo ser olvidado ainda o seu art 193 que estabelece que a ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem estar e a justi a sociais vinculando a ordem social garantia de uma exist ncia digna ressaltando se que a justi a social pressup e condi es m nimas para uma exist ncia digna O respeito dignidade da pessoa humana a cria o de condi es para uma vida digna e a busca pela justi a social constituem pressupostos para a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria que a Constitui o Federal inclui conforme se v do seu art 3 I entre os objetivos fundamentais da Rep blica Observe se em rela o ao art 3 I que o verbo utilizado pelo legislador ao tra ar o primeiro objetivo construir Objetiva se pois construir uma sociedade e que essa sociedade seja solid ria porque s assim ser tamb m justa e s assim ser tamb m livre Onde liberdade Justi a e solidariedade sejam amalgamados em um s e fundamental objetiv
113. da exclus o social que nos coloca em posi o constrangedora no rol dos piores pa ses e sociedades em termos de distribui o de renda em redor do mundo Lembre se que a ess ncia do direito consiste na sua efetiva o pr tica A norma jur dica que ficou pairando e nunca se efetivou ou que perdeu essa efetiva o perde o car ter de norma transformando se em roda emperrada do mecanismo jur dico e que por essa in rcia em nada contribui para seu funcionamento podendo pois ser suprimida sem que isso produza qualquer preju zo N o se pode olvidar que todo direito reconhecido com pretens o de efetividade Efetividade significa na li o de Luis Roberto Barroso a realiza o do Direito o desempenho concreto de sua fun o social Ela representa a materializa o no mundo dos fatos dos preceitos legais e simboliza a aproxima o t o ntima quanto poss vel i Aa 230 entre o dever ser normativo e o ser da realidade social Sem efetividade os direitos fundamentais s o esvaziados de conte do tornando se um n o direito Ainda aqui merece registro a li o de Mauro Cappelletti e Bryant Garth no sentido de que J foi afirmado pelo professor Kojima que a necessidade urgente de centrar o foco de aten o no homem comum poder se ia dizer no homem pequeno e criar um sistema que atenda suas necessidades O reconhecimento dessa necessidade urgente reflete uma mudan a fundamental
114. de a o visando a defesa de interesses individuais homog neos Al m da coisa julgada erga omnes e secundum eventum litis j prevista nas Leis de A o Popular e Civil P blica o C digo de Defesa do Consumidor alude coisa julgada ultra partes reafirmando ainda a inexist ncia de coisa julgada na hip tese de improced ncia do pedido por insufici ncia de provas quando se trate de direitos difusos ou coletivos e de mera improced ncia no caso de direito individual homog neo Nota se assim que a coisa julgada somente transportada para as a es individuais para beneficiar terceiros e n o para prejudic los transporte in utilibus da coisa julgada O C digo de Defesa do Consumidor e a Lei de A o Civil P blica estabelecem um verdadeiro microssistema das a es coletivas o que permite afirmar que o art 103 do C digo de Defesa do Consumidor alcan a todas as a es coletivas d Constitui o Federal de 1988 amp Disp e o art 21 da Lei da A o Civil P blica que Aplicam se defesa dos direitos e interesses difusos coletivos e individuais no que for cab vel os dispositivos do T tulo III da Lei que institui o C digo de Defesa do Consumidor Por outro lado prev o art 90 do C digo de Defesa do Consumidor que Aplicam se s a es previstas neste T tulo as normas do C digo de Processo Civil e da Lei n 77 347 de 24 de julho de 1985 inclusive no que respeita ao inqu rito civil naquilo
115. de prova nas a es coletivas l ee 276 6 RELA O ENTRE AS A ES COLETIVAS E AS A ES INDIVIDUAIS NO PROCESSO DO TRABALHO O C DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO FONTE SUBSIDI RIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 283 7 NOTAS CONCLUSIVAS us a Da naran nnnen 312 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 319 12 1 INTRODU O A presente disserta o tem por objeto o estudo da rela o entre as a es coletivas e as a es individuais sob o enfoque da litispend ncia e da coisa julgada no processo do trabalho O processo do trabalho que disciplinado e estruturado pelo direito processual do trabalho tem dentre seus objetivos a realiza o pr tica do direito material do trabalho O direito do trabalho reconhece aos trabalhadores direitos de natureza fundamental isto que t m em vista a defesa e promo o da sua dignidade humana Da a ntima rela o entre processo do trabalho direitos fundamentais e dignidade humana o que ganha relev ncia pelo fato de os direitos fundamentais estarem na base da nossa organiza o econ mica pol tica social e jur dica A Constitui o Federal de 1988 inclui entre os objetivos fundamentais da Rep blica a constru o de uma sociedade justa livre e solid ria art 3 I considera fim da ordem econ mica que fundamentada na valoriza o do trabalho humano assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social art 170 c
116. de sua implementa o ao inv s de privilegiar a solu o dos problemas estruturais o que gera conflitos que des guam no Poder Judici rio chamado a enfrentar as frustra es causadas na popula o pelas promessas n o cumpridas Sobre o tema o STJ j decidiu que ADMINISTRATIVO A O CIVIL P BLICA CONTROLE JUDICIAL DE POL TICAS P BLICAS SA DE FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS A HOSPITAL UNIVERSIT RIO MANIFESTA NECESSIDADE OBRIGA O DO ESTADO AUS NCIA DE VIOLA O DO PRINC PIO DA SEPARA O DOS PODERES N O OPONIBILIDADE DA RESERVA DO POSS VEL AO M NIMO EXISTENCIAL 1 3 A partir da consolida o dos direitos sociais a fun o estatal foi profundamente modificada deixando de ser eminentemente legisladora em prol das liberdades p blicas para se tornar mais ativa com a miss o de transformar a realidade social Em decorr ncia n o s a administra o p blica recebeu a incumb ncia de criar e implementar pol ticas p blicas necess rias a satisfa o dos fins constitucionalmente delineados como tamb m o Poder Judici rio teve sua margem de atua o ampliada como forma de fiscalizar e velar pelo fiel cumprimento dos objetivos constitucionais 4 Seria uma distor o pensar que o princ pio da separa o dos poderes originalmente concebido com o escopo de garantia dos direitos fundamentais pudesse ser utilizado justamente como bice realiza o dos direitos sociais igualmente fundame
117. de sujeitos a classe que se encontram em uma situa o jur dica comum carente de tutela jurisdicional Rodolfo de Camargo Mancuso citando S rgio Shimura afirma que A express o a o coletiva n o individual constitui se em g nero que alberga todas as a es que tenham por objeto a tutela jurisdicional coletiva direitos difusos coletivos e individuais homog neos diferenciando se da a o individual que tem por finalidade veicular pretens o puramente subjetiva e particularizada N o se desconhece que cada qual pode ter as suas peculiaridades e procedimentos espec ficos mas todas voltadas a servir de instrumento prote o de interesses coletivos Enquadrar se iam por exemplo nesse espa o a a o popular o mandado de seguran a coletivo art 5 LXX CF a a o civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa Lei 8 429 92 a a o direta de inconstitucionalidade e a a o direta de constitucionalidade art 102 I a e 2 art 103 e 2 CF Leis 9 868 99 e 9 882 99 o mandado de injun o art 5 LXXI CF e a pr pria a o civil p blica 28 A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 p 12 2 DENTI
118. de uma incerteza sem limites Qual dos danos seja o maior quest o de pol tica jur dica que s pode ser resolvida mediante pondera o experimental das circunst ncias e necessidades efetivas que desde tempos remotos e nas legisla es de povos v rios tem levado a reconhecer se como perigo maior a incerteza dos direitos e ado o de medidas necess rias para afast lo atrav s de um instituto designado como for a legal da senten a que outra coisa n o sen o a fic o da verdade merc da qual a senten a passada em julgado garantida contra qualquer tentativa futura de impugna o ou de invalida o e do qual o mais geral pronunciamento sobre o seu conte do e os motivos que o determinam Por for a dessa fic o pode acontecer que um direito antes inexistente seja constitu do ex novo ou que um direito existente seja eliminado reduzido ou alterado no seu conte do primeira vista poder se ia supor que a for a legal s fosse importante para as senten as assim injustas Todavia embora a efic cia da coisa julgada seja particularmente forte nos casos de senten a injusta ela importante e til tamb m nos casos de senten a justa cuja manuten o constitui o seu escopo c a teoria da for a legal substancial da senten a Registra Moacyr Amaral Santos que segundo essa teoria toda senten a cria direito constitutiva de direito O fundamento da coisa julgada est no direito novo por
119. defesa da pessoa humana e da sua dignidade No que concerne rela o das a es coletivas com a democracia sustentam Alessandro Giorgetti e Valerio Vallefuoco que as a es coletivas constituem instrumento de democracia econ mica Anote se ainda que em um Estado Democr tico de Direito entre cujos fundamentos se alinham a cidadania e a dignidade da pessoa humana e onde se busca a justi a social importa assegurar a tutela jurisdicional a todos os cidad os afastada qualquer discrimina o inclusive de fortuna P e se destarte no plano da efetividade da presta o Jurisdicional a garantia em concreto do acesso efetivo jurisdi o por todos vale ressaltar inclusive pelos pobres e necessitados na defesa de seus direitos e da liberdade quando violados ou amea ados Constitui pois tal ponto postulado central dessa ordem que aos Poderes do Estado cumpre diligenciar na plena consecu o Pode ser dito ent o que a o acesso aos direitos fundamentais constitui uma exig ncia do respeito dignidade humana do trabalhador observando se que a Declara o Universal dos Direitos do Homem ressalta no seu pre mbulo a essencialidade da prote o dos direitos da pessoa para a promo o de sua dignidade humana b o direito fundamental violado ou amea ado depende para sua concretiza o da efetividade do processo c a efetividade do processo essencial promo o e defesa da dign
120. dica concreta por ele estabelecida Acolhida ou n o a demanda explica Arruda Alvim da decis o resultou certeza jur dica pois a senten a revestida da autoridade da coisa julgada ser o espelho indel vel de uma intang vel realidade a verdade judicial Segundo Eduardo Cambi a express o coisa julgada contrap e dois aspectos de um mesmo fen meno i o exaurimento ou a m xima preclus o das impugna es relativas senten a o que se costuma referir ao seu tr nsito em julgado a prop sito o art 6 3 da LICC assevera Chama se coisa julgada ou caso julgado a decis o judicial de que j n o caiba mais recurso ii a irretratabilidade da senten a pelo rg o julgador da qual emanou tamb m denominada de autoridade da coisa julgada que um atributo dos efeitos da senten a resultante do esgotamento dos poderes das partes e dos deveres do juiz 5 2 Acep es A Tr s s o as acep es ou significados atribu dos pela doutrina coisa julgada a qualidade da senten a b efeito da senten a c imutabilidade da regra concreta estabelecida na senten a 5I8 CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil S o Paulo Lemos amp Cruz 2004 p 406 v I 59 ASSIS Araken de Efic cia da coisa julgada inconstitucional In DIDIER JR Fredie Relativiza o da coisa julgada enfoque cr tico Salvador Jus Podivm 2004 p 36 2 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogn
121. direitos difusos II ultra partes mas limitadamente ao grupo categoria ou classe salvo improced ncia por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o na hip tese de a o coletiva visando defesa de interesses ou direitos coletivos II erga omnes apenas no caso de proced ncia do pedido para beneficiar todas as v timas e seus sucessores na hip tese de a o visando defesa de interesses individuais homog neos Segundo o 1 do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II a o versando sobre interesses ou direitos difusos ou coletivos n o prejudicar o interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade do grupo categoria ou classe Consoante o 2 do art 103 do CDC na hip tese prevista no inciso III a o versando sobre interesses ou direitos individuais homog neos em caso de improced ncia do pedido os interessados que n o tiverem intervindo no processo como litisconsortes poder o propor a o de indeniza o a t tulo individual Nos termos do 3 do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor os efeitos da coisa julgada de que cuida o art 16 combinado com o art 13 da Lei n 7 347 de 24 de julho de 1985 n o prejudicar o as a es de indeniza o por danos pessoalmente sofridos propostas individualmente ou na forma prevista neste C digo mas se procede
122. direitos fundamentais de quarta dimens o que seriam os decorrentes da globaliza o da economia quais sejam direito democracia informa o e ao pluralismo De acordo com Paulo Bonavides a concretiza o destes direitos depende da concretiza o da sociedade aberta do futuro em sua dimens o de m xima universalidade para a qual parece o mundo inclinar se no plano de todas as rela es de conviv ncia Paulo Bonavides afirma que h necessidade de uma democracia direta poss vel gra as aos meios de informa o correta e s aberturas pluralistas do sistema que seja isenta da 3 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 58 59 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 571 27 manipula o da m dia ressaltando que a democracia globalizada somente ser poss vel se houver uma efetiva fiscaliza o de constitucionalidade dos direitos fundamentais das dimens es anteriores primeira segunda e terceira por parte do cidad o legitimado perante uma inst ncia constitucional suprema propositura da a o de controle sempre em moldes compat veis com a ndole e o exerc cio da democracia direta concluindo que os direitos da quarta gera o compendiam o futuro da cidadania e o porvir da liberdade de todos os povos T o somente com eles ser leg tima e poss vel a globaliza
123. do direito do acesso a uma ordem jur dica justa O direito informa o o direito adequa o entre a ordem jur dica e a realidade socioecon mica do pa s o direito ao acesso a uma justi a adequadamente organizada e formada por ju zes inseridos na realidade social e comprometidos com o objetivo de realiza o da ordem jur dica justa o direito pr ordena o dos instrumentos processuais capazes de promover a objetiva tutela dos direitos o direito remo o dos obst culos que se anteponham ao acesso efetivo justi a com tais caracter sticas Afirma Eduardo Cambi que a no o de acesso ordem jur dica justa converge o conjunto das garantias e dos princ pios constitucionais fundamentais ao direito processual o que se insere no denominado direito fundamental ao processo justo Para Luigi Paolo Comoglio constituem causas que obstacularizam o acesso justi a 272 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Porto Alegre Fabris 1988 p 8 23 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Porto Alegre Fabris 1988 p 12 2774 GRINOVER Ada Pellegrini Acesso justi a e o C digo de Defesa do Consumidor In O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 p 115 25 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em ho
124. do fornecedor estar o tutelados pela extens o in utilibus da coisa julgada Como se v julgada procedente uma a o coletiva em defesa de direito difuso torna se despicienda a propositura da correspondente a o coletiva em defesa dos direitos individuais homog neos GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 220 Assim esse autor nega a ocorr ncia de litispend ncia na situa o em quest o mas admite a extens o in utilibus da coisa julgada produzida na a o coletiva Por for a do que se extrai dos arts 97 a 100 do C digo de Defesa do Consumidor a liquida o e a execu o da senten a coletiva podem ser coletivas sendo promovidas pelos legitimados para a a o art 98 ou individual arts 97 e 98 8 2 I Se estiver em curso uma a o individual o autor poder proceder nos autos desta a o a liquida o e execu o da senten a coletiva Se n o existe a o individual em curso a v tima ou seu sucessor poder efetuar a sua habilita o nos autos da liquida o e execu o coletivas para evitar tumulto processual a habilita o deve ser apensada aos autos da a o coletiva como j ocorre nos processos falimentares ou ajuizar a o de liquida o e execu o em que se proceder previamente a liquida o art 97 e 98 do CDC 170 em afronta ao devido processo legal em especial no que importa ao direito de defesa do requerido Assever
125. e n o as premissas o ltimo e imediato resultado da decis o e n o a s rie dos fatos das rela es ou dos estados jur dicos que no esp rito do juiz constitu ram os pressupostos de tal resultado Celso Neves adota uma posi o intermedi ria afirmando que devemos por m dar express o conclus o um sentido substancial e n o formal stico como bem diz LIEBMAN de modo a abranger n o somente a fase final da senten a mas ainda qualquer outro ponto em que o juiz eventualmente haja provido sobre os pedidos das partes Contudo no art 469 do C digo de Processo Civil o legislador adotou uma posi o clara somente a parte dispositiva da decis o alcan ada pela coisa julgada Por fim relevante mencionar que como assevera Ronaldo Cunha Campos Enquanto LIEBMAN procura os limites da coisa julgada no pedido da parte ou na pretens o como diria CARNELUT I este v seus limites tra ados pelas quest es o que coisa bem diversa Consequentemente temos um dispositivo art 468 8 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v MI p 319 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v III p 320 610 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v 1 p 495 1 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista
126. ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 819 2 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 47 48 21 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 45 99 It lia cuja Constitui o se refere a direito e interesse leg timo como bens tutel veis de modo diverso a viola o a um mero interesse implica o exerc cio da chamada Jurisdi o administrativa De acordo com o nosso sistema constitucional nenhuma les o ou amea a a direito pode ser subtra da da aprecia o do Judici rio logo os interesses assumem o mesmo status de direitos a partir do momento em que o direito passa a ampar los No presente trabalho as express es interesses e direitos ser o utilizadas como sin nimas sendo conferida prefer ncia apenas para evitar repeti es express o direitos Em rela o ao objeto da tutela coletiva fala se ainda em direitos transindividuais e metaindividuais para designar direitos cuja titularidade ultrapassa a esfera do indiv duo O prefixo meta de origem grega significa al m transcend ncia ao passo que o prefixo trans que tem origem no latim significa movimento para al m de atrav s de e posi o para al m de Direitos transindividuais metaindividuais ou supraindividuais s o direitos de titularidade coletiva ou seja toda a sociedade um grupo uma categoria ou uma class
127. educa o c vica segundo salienta Mauro Cappelletti Afirma Antonio Gidi que a o coletiva um poderoso instrumento transformador da sociedade O seu impacto social pode ser enorme Atrav s da injunctive class action por exemplo podem ser promovidas mudan as estruturais em institui es extremamente complexas como escolas empresas hospitais penitenci rias etc 5 No campo do direito do trabalho fica ainda mais evidente a for a advinda das a es coletivas posto que a maioria dos empregadores ainda resiste implementa o dos direitos assegurados aos trabalhadores no ordenamento jur dico Por outro lado conforme adverte Maur cio Godinho Delgado chegado o momento de conferir se ao Direito do Trabalho no Brasil seu papel fundamental hist rico seu papel promocional da cidadania Afinal este ramo jur dico um dos principais instrumentos de exerc cio das denominadas a es afirmativas de combate exclus o social com a virtude de tamb m incentivar o pr prio crescimento da economia do Pa s 303 SILVA Jos Afonso da Poder Constituinte e Poder Popular S o Paulo Malheiros 2002 p 43 3 GRINOVER Ada Pellegrini O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 p 116 305 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 34 3 DELGADO Maur cio Godinho Capitalismo trabalho e
128. em constante din mica de intera o Logo apresentando os direitos humanos uma unidade indivis vel revela se esvaziado o direito liberdade quando n o assegurado o direito igualdade e por sua vez esvaziado revela se o direito igualdade quando n o assegurada a liberdade Ingo Wolfgang Sarlet assevera que N o h como negar que o reconhecimento progressivo de novos direitos fundamentais tem o car ter de um processo cumulativo de complementaridade e n o de altern ncia de tal sorte que o uso da express o gera es pode ensejar a falsa impress o da substitui o gradativa de uma gera o por outra raz o pela qual 17 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 25 26 8 ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os Direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 73 nota n 2 Este Autor esclarece que os direitos fundamentais podem ser considerados sob diversas perspectivas quais sejam a filos fica ou jusnaturalista os direitos fundamentais s o considerados direitos naturais de todos os homens independentemente dos tempos e dos lugares b estadual ou constitucional os direitos fundamentais s o os mais importantes das pessoas num determinado tempo e lugar ou seja num Estado concreto ou numa comunidade de Estados c universalista ou internacionalista os direitos fundamentais s o os direitos essenciais das pessoas num cert
129. es individuais a doutrina consagra diversos pontos de vista a exist ncia de litispend ncia O art 104 do C digo de Defesa do Consumidor n o afasta a litispend ncia entre a o coletiva e a o individual admitindo com isso a sua ocorr ncia Segundo Cleber L cio de Almeida n o trata o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor da rela o entre a a o coletiva aforada em defesa de direitos individuais homog neos e as a es individuais propostas pelos titulares dos direitos objeto daquela a o As a es coletivas que tenham por objeto interesses ou direitos individuais homog neos induzem litispend ncia para as a es individuais O fato de serem distintos os autores das a es n o impede a configura o da litispend ncia A identidade entre o pedido e a causa de pedir suficiente em se tratando de direitos individuais homog neos para a caracteriza o da litispend ncia que em ambas as a es coletiva e individual o que se persegue satisfa o de um direito individual e divis vel de pessoa determinada n o se justificando a concomit ncia das a es visando a sua tutela Nesse sentido decidiu a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Regi o A O COLETIVA E A O INDIVIDUAL LITISPEND NCIA O ajuizamento da a o individual contra o mesmo empregador e com id ntico objeto da a o coletiva induz litispend ncia Malgrado processualmente n o se poder f
130. excepcionais em que o pr prio ordenamento substancial n o corresponda realidade social de seu tempo Tamb m por isso parece correto afirmar que o direito processual como ramo do Direito n o tem por objetivo apenas a paz social mas o acesso efetivo a valores jur dicos paz social leg tima aquela obtida segundo os valores jur dicos da sociedade No escopo jur dico da atua o da vontade concreta da lei est o compreendidos os escopos social e pol tico que parecem muito mais ligados ao pr prio direito material a ser atuado pelo juiz Deve ele servir como canal de comunica o entre a regra e a sociedade a fim de adequ la realidade e s necessidades de seu tempo Esse escopo social todavia configura fen meno muito mais pr ximo do direito material Resulta da interpreta o a ser dada pelo juiz Em ltima an lise o escopo do processo jur dico n o obstante deva o juiz atuar a vontade concreta da norma de direito material de modo a adequ la realidade social atingindo assim o escopo social do processo 158 O monop lio da jurisdi o estatal somente possui sentido pleno na medida em que se coloque na defesa intransigente da pessoa humana com esteio nas diretrizes tra adas pelos arts 1 2 e 3 da Constitui o da Rep blica de 1988 notadamente a realiza o da Justi a social Em rela o aos direitos fundamentais cumpre observar que eles para desempenharem sua fun o na realidade social prec
131. for a da lei criada pela senten a A senten a pelo seu tr nsito em julgado atribui ao direito novo direito substancial por ela criado for a de lei Aduz Celso Neves que Quanto teoria de PAGENSTECHER assente no pressuposto de que toda senten a inclusive a declarat ria deve ser sempre constitutiva de direitos ligando se a esse elemento a sua for a legal substancial criadora da certeza jur dica observa UGO ROCCO que B LOW j havia sustentado que o of cio do juiz n o consiste em declarar no caso concreto um direito preexistente ao processo mas ao contr rio de criar o direito Mas essa afirma o de BULOW fora contestada por CHIOVENDA por contradizer o pr prio conceito do of cio do juiz que deve ser considerado nico e com uma nica destina o A atua o do direito normalmente atua o extrajudicial s excepcionalmente atua o judicial A fun o essencial da senten a pois a declara o do direito preexistente e n o a cria o ou integra o do direito Da concluir que a incontestabilidade da for a obrigat ria da senten a n o pode resultar da sua natureza constitutiva de direitos seja porque a senten a n o tem jamais natureza e fun o constitutiva de direitos seja porque mesmo admitindo se tal natureza e fun o n o se explica o fen meno da coisa julgada Em verdade o contrato declarat rio a que PAGENSTECHER procura equiparar a senten a na explica o de seu
132. grupo ela estar revestida pelo manto da imutabilidade do seu comando em face dos direitos individuais e coletivos de todos os membros ausentes do grupo Assim o sistema das a es coletivas brasileiro teve como par metro as class actions norte americanas adaptado s peculiaridades brasileiras exclus o da classe B a senten a favor vel ou contr ria ser vinculante para todos os componentes do grupo que n o requererem a sua exclus o C qualquer componente da classe que n o requereu fosse exclu do pode se desejar intervir no processo representado por seu advogado 3 A senten a proferida em uma class action fundada na al nea b 1 ou b 2 favor vel ou contr ria ser vinculante a todos aqueles que o tribunal declarar serem integrantes da classe A senten a proferida em uma class action fundada na al nea b 3 favor vel ou contr ria ser vinculante a todos aqueles que o tribunal declarar serem integrantes da classe bem como queles que foram notificados na forma da al nea c 2 e n o requereram a sua exclus o 4 Se for entendido oportuno A uma demanda pode ser ajuizada e processada como class action apenas para certas quest es ou B uma classe pode ser dividida em subclasses e cada uma destas ser tratada como aut noma aplicando se lhes as normas desta lei d Pronunciamentos sobre a condu o da demanda Durante o procedimento das demandas reguladas por esta lei o tribunal
133. humana justi a social e Estado Democr tico de Direito a partir da qual sustentada a aplica o subsidi ria do C digo de Defesa do Consumidor no processo do trabalho no que diz respeito tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais o que significa o abandono tamb m no direito processual do trabalho do modelo individualista estabelecido pelo C digo de Processo Civil de 1973 e pela Consolida o das Leis do Trabalho em favor da maior efetividade dos direitos metaindividuais de natureza trabalhista Na disserta o colocada em destaque a relev ncia social das a es coletivas e o papel que elas desempenham na facilita o do acesso justi a na realiza o concreta do direito material e na constru o do Estado Democr tico de Direito Palavras chave a es coletivas a es individuais processo do trabalho litispend ncia coisa julgada direitos metaindividuais ABSTRACT This dissertation examines lis ablibi pendens and res judicata in the relation between class actions and individual actions in labor law procedure The proposed study considers the labor procedure from the perspective of its relation with labor substantive law fundamental rights human dignity social justice and the Rule of Law from which subsidiary application of the Consumer Defense Code in the labor law procedure is defended related to the jurisdictional protection of class rights in a broad sense diffuse class and homogenous indivi
134. integrantes de um determinado grupo socia impondo se que tamb m o homem que trabalha a elas tenha acesso Como observa Marcelo Abelha Rodrigues N o estamos mais naquela poca em que por mais diferente que fosse o direito material em conflito o jurisdicionado deveria se valer do mesmo modelo processual tal como se estiv ssemos numa sociedade de iguais Enfim para cada tipo de crise jur dica levada ao Poder Judici rio existe um tipo espec fico de t cnica processual a ser utilizada e cabe ao jurisdicionado valer se daquela que seja adequada eficiente e efetiva tutela de seu direito A t cnica n o constitui um fim em si mesmo uma vez que destinada ao atendimento do anseio social pela r pida econ mica justa e efetiva solu o dos conflitos de interesse levados ao Judici rio Com a evolu o do direito processual a t cnica deixa de ser fria e passa a ser permeada de sens vel carga ideol gica voltada para o social Diminui a preocupa o com as t cnicas de seguran a para serem buscadas as solu es que prezem a efetividade Por meio das t cnicas espec ficas que caracterizam o direito processual coletivo o processo aproximado do direito material que cada vez mais se caracteriza pela sua coletiviza o Repita se que o respeito dignidade da pessoa humana e a realiza o da justi a social constituem pressupostos para a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria N o h respeito dig
135. jur dicas que favore am expl cita ou implicitamente o surgimento de tais objetivos Justi a social significa a nosso ju zo supera o das injusti as pela cria o de condi es de participa o de todos no gozo dos frutos do desenvolvimento pol tico econ mico social e cultural Essa participa o n o assegurada pelo simples reconhecimento formal de direitos Por isso atenta ao fato de que o direito fundamental n o realizado praticamente destitu do de valor a Constitui o assegura tamb m com o car ter de direito fundamental o acesso justi a inclusive para pleitear a tutela de direitos que transcendem a esfera individual como demonstra o art 8 III da Constitui o Federal A Constitui o reconhece com isso a relev ncia da tutela jurisdicional dos direitos para a realiza o da Justi a social nesse contexto que ganham relevo as a es coletivas que permitindo a concretiza o dos direitos fundamentais trabalhistas contribui para a redu o das desigualdades sociais e inclus o social Consoante j foi ressaltado GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1988 11 ed S o Paulo Malheiros 2006 p 224 27 DELGADO Gabriela Neves Direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 p 80 95 a exclus o social pela negativa de implemento do Direito do Trabalho consubstancia forma enf tica de discrimina o das grandes maiorias essa chaga gritante
136. lei n 7 347 85 merc do artigo 117 desse C digo 62 MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2004 p 193 194 63 MANCUSO Rodolfo de Camargo A o civil p blica em defesa do meio ambiente do patrim nio cultural e dos consumidores 10 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 236 260 Para Eduardo Cambi a limita o em destaque constitui tentativa de inviabilizar a tutela coletiva imposta pela Lei n 9 494 1997 ao alterar o art 16 da Lei n 7 347 1985 asseverando que a coisa julgada erga omnes se restringe compet ncia territorial do rg o prolator Isso implica na pr tica a necessidade de ajuizar uma a o coletiva em cada comarca ou se o judici ria brasileira Pior que a m inten o do legislador em acabar com a tutela coletiva a in rcia do Judici rio em n o considerar tal excresc ncia inconstitucional por manifesta viola o do direito fundamental tutela jurisdicional adequada c lere e efetiva Se 5 11 Transporte in utilibus da coisa julgada O art 103 incisos I II e III e 3 do C digo de Defesa do Consumidor estabelecem o denominado transporte in utilibus da coisa julgada que ocorrer em duas situa es a estiver em curso a o coletiva e a o individual de indeniza o proposta por uma das v timas ou sucessores baseadas no mesmo fato e o autor da a o individual requerer a sua suspens o at o julgamento
137. mesmo interposta em colus o com o respons vel pudesse prejudicar o direito ou interesse difuso 4 650 comprometido Ada Pellegrini Grinover comentando o 1 do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor afirma que Os efeitos da coisa julgada ou a autoridade da senten a na teoria de Liebman n o prejudicar o interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade que poder o promover a es pessoais de natureza individual ap s a rejei o da demanda coletiva Fica claro neste ponto que o C digo n o inova quanto aos princ pios gerais sobre a coisa julgada porque o objeto do processo na primeira causa ficou delimitado pelo pedido inibit rio sendo diverso o objeto da segunda demanda pedido indenizat rio O disposto no 1 do art 103 tem finalidade sobretudo amp LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1998 p 206 8 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 426 427 4 LEONEL Ricardo de Barros A causa petendi nas a es coletivas In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Coords Causa de pedir e pedido no processo civil quest es pol micas S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 179 180 6 VESCOVI Enrique La participaci n de La sociedad civil em El proceso La defensa del interes colect
138. n o admissibilidade da negativa dos meios fundamentais para o desenvolvimento como pessoa e a imposi o de condi es sub humanas de vida Como aduz C ndido Rangel Dinamarco Hoje importa menos dar a cada um o que seu do que promover o bem de cada um atrav s do bem comum da sociedade tratando o indiv duo como membro desta e procurando a integra o de todos no contexto social Aquela linha de legitima o individual v lida na maioria dos casos corresponde ao tratamento at mico tradicionalmente dado aos conflitos sem cogitar da dimens o supraindividual que estes podem muitas vezes apresentar sucede lhe agora o impulso doutrin rio no sentido da moleculariza o do direito e do processo ou seja do tratamento dos conflitos a partir de uma tica solidarista e mediante solu es destinadas tamb m a grupos de indiv duos e n o somente a indiv duos enquanto tais 2 6 A tutela jurisdicional dos direitos fundamentais como tutela da dignidade humana Os direitos fundamentais trabalhistas s o reconhecidos aos trabalhadores visando proporcionar lhes um m nimo existencial digno Inobstante n o basta reconhecer que o trabalhador titular de um patamar de direitos que lhe assegura um m nimo existencial digno Tanto isso verdade que a Declara o Universal dos Direitos do Homem ao lado de reconhecer a titularidade de direitos inerentes dignidade humana tamb m reconhece o direito de acesso aos tribunais para a s
139. ncia social que explicam a res iudicata b a teoria da fic o da verdade Esclarece Hugo Alsina que contra a doutrina da presun o reagiu Savigny para quem a for a legal da senten a se funda em uma fic o de verdade criada pela necessidade de dar estabilidade s rela es jur dicas por m se objeta que esta somente uma aplica o pol tica e que importa uma contradi o falar de fic o e de verdade porque a fic o parte de um suposto conscientemente falso e a verdade pelo contr rio se funda em uma rela o de conformidade entre a proposi o e o fato Celso Neves comentando e corroborando a teoria de Savigny assevera que a possibilidade de modifica o sem limites da decis o judicial implicaria dois perigos ser ssimos 57 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar 1961 v IV p 129 58 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar 1961 v IV p 129 5 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 598 O ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar 1961 v IV p 131 132 207 De um lado o perigo de se dever manter uma senten a resultante de erro ou m aten o de um juiz mesmo quando se reconhe a a sua iniquidade de outro lado o perigo
140. no conceito de justi a No contexto de nossas cortes e procedimentos formais a justi a tem significado essencialmente a aplica o das regras corretas de direito aos fatos verdadeiros do caso Essa concep o de justi a era o padr o pelo qual os processos eram avaliados A nova atitude em rela o justi a reflete o que o Professor Adolf Homburger chamou de uma mudan a radical na hierarquia de valores servida pelo processo civil A preocupa o fundamental cada vez mais com a justi a social isto com a busca de procedimentos que sejam conducentes prote o dos direitos das pessoas comuns Embora as implica es dessa mudan a sejam dram ticas por exemplo com rela o ao papel de quem julga bom enfatizar desde logo que os valores centrais do processo judici rio mais tradicional devem ser mantidos O acesso justi a precisa englobar ambas as formas de processo 8 DELGADO Maur cio Godinho Capitalismo trabalho e emprego S o Paulo LTr 2006 p 143 22 HERING Rudolf Von A luta pelo direito 4 ed Tradu o de Jos Cretella Jr Agnes Cretella S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 p 62 e 83 20 BARROSO Lu s Roberto O direito constitucional e a efetividade de suas normas Limites e possibilidades da Constitui o Brasileira 7 ed S o Paulo Renovar 2003 p 83 2 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Porto Alegre Fabris 1988 p
141. o O Estado tem o dever irrecus vel de tutelar os direitos assegurados pela ordem jur dica na qualidade de detentor do monop lio da jurisdi o Sendo reconhecido no processo o direito material deduzido pelo autor ter este o direito sua tutela isto o direito tutela jurisdicional daquele direito A palavra tutela vem do latim tutela de tueri proteger vulgarmente entende se por apei ae aea pi 2 55 10 prote o a assist ncia institu da em benef cio de algu m Para C ndido Rangel Dinamarco Tutela jurisdicional o amparo que por obra dos ju zes o Estado ministra a quem tem raz o num lit gio deduzido em processo Ela consiste na melhoria da situa o de uma pessoa pessoas ou grupo de pessoas em rela o ao bem pretendido ou situa o imaterial desejada ou indesejada Receber tutela jurisdicional significa obter sensa es felizes e favor veis propiciadas pelo Estado mediante o exerc cio da o Arnas DD Jurisdi o 9 CINTRA Antonio Carlos de Ara jo GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel Teoria geral do processo 18 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 131 12 ECHAND A Devis Teor a general del proceso 3 ed Buenos Aires Editorial Universidad 2004 p 95 2 DE PL CIDO E SILVA Vocabul rio jur dico Rio de Janeiro Forense 1991 p 427 12 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p
142. o forma o e aperfei oamento constante do magistrado dependente tamb m do processo na mesa presentes o juiz as partes e respectivos advogados Formalidades excessivas afastam todos do processo que passam a atuar mais por obriga o do que por voca o Alma deixa eu ver a sua alma A epiderme da alma Superf cie Alma Deixa eu tocar a sua alma com a superf cie da palma da minha m o Z lia Duncan Por conseguinte ver o processo na sua instrumentalidade material em busca da efetividade com celeridade economia e seguran a como fez a douta ju za de primeiro grau constitui tarefa de todos os operadores do Direito pois s assim os direitos fundamentais adquiriram concretude O Estado Democr tico de Direito n o convive com gastos e custos excessivos muito menos com a inefici ncia porque todos os cidad os contribuem com impostos para que os agentes p blicos revertam a arrecada o em servi os para a sociedade e MORELLO Augusto M El proceso justo Buenos Aires Abeledo Perrot 1994 p 17 145 TRT MG rg o Julgador Quarta Turma Processo 01097 2008 082 03 00 8 RO Relator Desembargador Luiz Otavio Linhares Renault Revisor Juiz Convocado Jose Eduardo de RC Junior In DOE de 03 08 2009 63 3 2 1 Evolu o do direito processual O direito processual fruto de uma longa e lenta evolu o que a doutrina divide em tr s fases per odo sincretista per odo autonomista ou conceitual e per odo teleo
143. o direito do trabalho permitir que ele cumpra a sua relevante fun o social e este um dever de todos os operadores do direito 3 5 Objeto da tutela jurisdicional coletiva de direitos direitos metaindividuais As a es coletivas s o ajuizadas para a tutela jurisdicional de direitos metaindividuais Direitos metaindividuais constituem g nero do qual s o esp cies os direitos difusos coletivos e individuais homog neos segundo definido no art 81 do C digo de Defesa do Consumidor que aqui ser utilizado como par metro O art 81 do C digo de Defesa do Consumidor faz alus o ao definir o objeto da tutela coletiva a interesses ou direitos E o fez segundo Kazuo Watanabe para evitar que d vidas e discuss es doutrin rias que ainda persistem a respeito dessas categorias jur dicas possam impedir ou retardar a efetiva tutela dos interesses ou direitos dos consumidores e das v timas ou seus sucessores concluindo que os termos interesses e direitos foram usados como 237 COSTA Coqueijo Direito processual do trabalho 2 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 14 28 DELGADO Maur cio Godinho Direitos fundamentais na rela o de trabalho In Revista LTr v 70 jun de 2006 p 60 Vale recordar que o direito do trabalho surge da rea o contra o liberalismo e o individualismo e o Estado de Direito formal que confirma a distribui o de bens em vez de transform la impede a interven o direta sobre
144. o dos autores conduziria conforme menciona Ada Pellegrini Grinover fazendo refer ncia a Kazuo Watanabe a contradi es t o flagrantes de julgados que povo algum ter estrutura suficiente para absorver com trangiiilidade e paci ncia por muito tempo IVENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 331 332 WAMBIER Teresa Arruda Alvim Litispend ncia em a es coletivas In LUCON Paulo Henrique dos Santos Coord Tutela coletiva 20 anos da Lei da A o Civil P blica e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos 15 anos do C digo de Defesa do Consumidor S o Paulo Atlas 2006 p 273 42 GRINOVER Ada Pellegrini Coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 942 80 PASSOS Jos Joaquim Calmon de Coment rios ao C digo de Processo Civil 9 ed Rio de Janeiro Forense 2005 v II p 202 168 Desarmonia dessa ordem p e em s rio risco o pr prio prest gio do Poder Judici rio que 431 dificilmente teria condi es bastantes para resistir por muito tempo a tamanho desgaste N o fora isso afastar a litispend ncia acabaria por aumentar o n mero de a es Judiciais a demora na solu o dos processos e tornaria sem efeito a inten o do legislador que foi tratar molecularmente os conflitos metaindividuais em contraposi o t cn
145. o em si tem mais vigor quando os interessados s o determinados ou determin veis interesses coletivos ou individuais homog neos havendo um grau mais intenso de abstra o quanto mat ria de fato quando a a o ou omiss o lesiva ofende apenas interesses difusos No mesmo sentido assinala Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich que Quando se refere a direitos difusos a causa de pedir remota satisfaz se com a enuncia o de uma situa o gen rica de fato como v g a constata o cient fica de que determinados n veis de mon xido de carbono prejudicam o aparelho respirat rio humano e a simples afirma o de que tais n veis s o mensur veis em determinado local em decorr ncia da atividade de certa empresa N o preciso sen o em car ter meramente enf tico dizer se que este ou aquele oper rio sofreu este ou aquele outro mal ou que este ou aquele grupo tem passado tais ou quais afli es em conseqii ncia da exposi o a tal agente A atividade jurisdicional a ser dirigida a que lhe foi conferida pelas partes e da individua o na peti o inicial suficiente a indica o dos fundamentos jur dicos da pretens o estando as partes livres para suscitar fatos novos no curso do processo segundo a sua conveni ncia 1 LEONEL Ricardo de Barros A causa petendi nas a es coletivas In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Orgs Causa de pedir e pedido no processo civil S o P
146. o se pode por bvio usar a regra de prote o do sistema como bice ao seu avan o Do contr rio pode se ter um processo civil mais efetivo que o processo do trabalho o que inconceb vel j que o cr dito trabalhista merece tratamento privilegiado no ordenamento jur dico como um todo Em suma quando h alguma altera o no processo civil o seu reflexo na esfera trabalhista s pode ser ben fico tanto sob o prisma do processo do trabalho quanto do direito do trabalho dado o car ter instrumental da ci ncia processual Para aplicar no processo do trabalho as normas do C digo de Defesa do Consumidor 2795 basta a atividade elaboradora e criativa do juiz e do int rprete na leitura do art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho cabendo ao Poder Judici rio buscar a corre o das inadequa es do sistema normativo e sua atualiza o diante das novas demandas sociais Nesse sentido o superado dogma da completude do sistema normativo a nosso ver uma mera desculpa para eximir o desempenho da fun o criadora do direito Ao julgador exigida a fun o de edificar o direito estabelecendo um ambiente prop cio para a concretiza o da harmonia social N o se esque a de que a supremacia da Constitui o de suas normas e princ pios deve produzir na comunidade de int rpretes do Direito Processual Trabalhista o mesmo influxo que tem produzido nas outras dimens es da Ci ncia Jur dica O Estado Co
147. ocorre a oportunidade para se alegar a verifica o da litispend ncia como defesa de natureza processual aus ncia de um dos pressupostos para o desenvolvimento da rela o processual No mesmo sentido a li o de Giuseppe Tarzia que assevera designar a express o 2 66 litispend ncia a efetiva pend ncia exist ncia jur dica de um processo cuja dura o temporal definida quanto ao dies a quo pela cita o e quanto ao dies ad quem pelo momento do tr nsito em julgado da senten a que o conclui A litispend ncia pend ncia de um processo tem como efeito a veda o da propositura de id ntica a o Segundo o C digo de Processo Civil DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 51 3 PAIX O J NIOR Manuel Galdino Teoria geral do processo Belo Horizonte Del Rey 2002 p 223 325 TARZIA Giuseppe Lineamenti del processo civile di cognizione 3 ed Mil o Giuffr 2007 p 77 26 A litispend ncia n o pode ser confundida com esse seu efeito Litispend ncia pend ncia do processo e n o a reprodu o da a o 129 a verifica se a litispend ncia ou a coisa julgada quando se reproduz a o anteriormente ajuizada art 301 1 b uma a o id ntica outra quando tem as mesmas partes a mesma causa de pedir e o mesmo pedido art 301 2 c h lit
148. ofendidos Caracterizam se tamb m pelo especial regime da coisa julgada das senten as nelas proferidas que t m efic cia erga omnes salvo quando nelas for proferido ju zo de improced ncia por falta de provas hip tese em que qualquer dos legitimados ativos poder renovar a a o base de novos elementos probat rios Nesta primeira fase a Constitui o Federal foi de suma import ncia na medida em que a atribuiu legitimidade s entidades associativas para representar seus filiados judicialmente art 5 XXD b reconheceu aos sindicados legitimidade para atuar na defesa de interesses ou direitos coletivos ou individuais da categoria art 8 II c criou o mandado de seguran a coletivo que pode ser impetrado por partido pol tico com representa o no Congresso Nacional organiza o sindical entidade de classe ou por associa o em defesa de interesses dos seus membros ou associados art 5 LXX d ampliou o campo de atua o da a o popular permitindo o seu ajuizamento para anular ato lesivo ao patrim nio p blico ou de entidade de que o Estado participe 185 ZAVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 18 19 186 ZAVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 19 20 78 moralidade administrat
149. ou instrumento id neo para que a coisa julgada d efetivamente justi a Ainda considerando a premissa de que uma decis o final justa depende de prova e portanto de uma verdade mais pr xima da realidade consegii ncia inexor vel que o instituto da prova sobretudo no processo seja guiado por um ide rio n o privatista justamente para se alcan ar um resultado coincidente ou mais pr ximo do direito visto sob uma concep o de justo Essa mudan a de concep o privatista para publicista faz com que a prova ou os meios de prova deixe de ser utilizada como mecanismo de obstaculariza o do direito na medida em que verificando se a fraqueza do advers rio acaba se adotando a postura inerte de sonega o hipossufici ncia de informa es para se aguardar a favor do recalcitrante a regra fria do art 333 do CPC para os casos de non liquet Assim pode se dizer que as regras do art 333 do CPC relativas distribui o do onus da prova ficam extremamente secas e vazias quando passamos a adotar o car ter publicista da prova dando relevo m ximo ao 77 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Pro
150. out dez 2005 FELICIANO Guilherme Guimar es Tutela processual dos direitos humanos nas rela es de trabalho Revista de Direito do Trabalho ano 32 S o Paulo Revista dos Tribunais jan mar de 2006 FERRI Corrado TARUFFO Michele COMOGLIO Luigi Paolo Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna Il Mulino 2006 FISS Owen El derecho como raz n p blica Madrid Marcial Pons 2007 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 FL REZ VALD Z Joaquim Arce y Los princ pios generales del derecho y su formulaci n constitucional Madrid Civitas 1990 FREITAS Juarez A interpreta o sistem tica do direito 2 ed S o Paulo Malheiros 2007 GARTH Bryant CAPPELLETTI Mauro Acesso justi a Tradu o de Ellen Gracie Northfleet Porto Alegre Fabris 1988 GIDI Antonio A Class Action como instrumento de tutela coletiva dos direitos As a es coletivas em uma perspectiva comparada S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 GIORGETTI Alessandro VALLEFUOCO Valerio Tl contenzioso di massa in It lia in Europa e nel Mondo Mil o Giuffr 2008 GOLDSCHMIDT James Derecho procesal civil Buenos Aires Labor 1936 GON ALVES Aroldo Pl nio T cnica processual e teoria do processo Rio de Janeiro Aide 1992
151. p 28 ALEXY Robert Teoria dos direitos fundamentais S o Paulo Malheiros 2008 p 201 202 Para esse autor trata se de um direito a uma a o positiva f tica quando se fundamenta um direito a um m nimo existencial ou quando se considera uma pretens o individual do cidad o cria o de vagas nas universidades O fato de a satisfa o desse tipo de direito ocorrer por meio de alguma forma jur dica n o muda nada no seu car ter de direito a uma a o f tica Decisivo apenas o fato de que ap s a realiza o da a o que os necessitados disponham do m nimo para sua exist ncia e que exista uma vaga na universidade para aquele que quer estudar A irrelev ncia da forma jur dica na realiza o da a o para a satisfa o do direito o crit rio para a distin o entre direitos a a es positivas f ticas e direitos a a es positivas normativas Direitos a a es positivas normativas s o direitos a atos estatais de cria o de normas Quando se falar em direitos a presta es faz se refer ncia em geral a a es positivas f ticas ALEXY Robert Teoria dos direitos fundamentais S o Paulo Malheiros 2008 p 202 29 Segundo Ingo Wolfgang Sarlet os direitos de terceira dimens o s o frutos das novas reivindica es do ser humano em decorr ncia de fatores diversos destacando se o impacto tecnol gico o estado cr nico de beliger ncia o processo de descoloniza o
152. pode 1 disciplinar o curso do processo ou adotar medidas para evitar in teis repeti es ou delongas na apresenta o da defesa e das provas 2 dispor para a tutela dos membros do grupo ou ainda para o correto desenvolvimento do processo que todos ou apenas alguns componentes sejam informados mediante notifica o do estado da demanda ou da extens o dos efeitos da senten a ou para intervirem formulando pedido ou deduzindo defesa ou ainda para participarem da demanda 3 impor condi es aos representantes e aos intervenientes 4 dispor que dos autos sejam exclu das as alega es referentes tutela de membros ausentes do processo e que a a o prossiga de conformidade com os termos da lei 5 regular todas as quest es procedimentais Tais determina es devem ser tomadas em conson ncia com a Regra 16 e podem ser modificadas ou revogadas conforme o caso sob exame e Ren ncia e transa o Os litigantes n o podem renunciar ou transigir no mbito da class action sem autoriza o do tribunal que dispor sobre a notifica o na forma em que determinar do conte do da ren ncia ou da transa o a todos os membros do grupo Recursos O tribunal de recursos pode em sua discricionariedade admitir um recurso de uma senten a emanada de um ju zo distrital concedendo ou negando a certid o da class action sob o fundamento desta lei se a solicita o for feita no prazo de 10 dez dias ap s o registro da senten a
153. podem ficar restritas ao processo em que foi proferida ou projetar se para fora dele anotando Alfredo de Ara jo Lopes da Costa que Os efeitos da coisa julgada se projetam para o futuro para outros processos que possam surgir e tentem perturbar o gozo dos bens assegurados no processo que findou No mesmo processo em que nasceu a coisa julgada pode entretanto suceder que ela possa ser violada o r u condenado ao pagamento do capital e dos juros apenas com essa ltima parte n o se conformou H coisa julgada sobre a primeira O que caracteriza por m a coisa julgada que ela obriga os ju zes que no mesmo 5 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 319 220 processo funcionarem assim como os ju zes de quaisquer outros processos futuros 581 Da se falar em coisa julgada formal e material A coisa julgada formal a impossibilidade de modificar ou rediscutir a decis o no processo em que foi proferida Trata se assim de um fen meno endoprocessual A coisa julgada material a imutabilidade e indiscutibilidade da decis o no processo em que foi proferida e em qualquer outro processo Trata se ent o de um fen meno endoprocessual e extraprocessual Para Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo a coisa julgada formal consiste na definitividade do ato jurisdicional n o mais sujeito a impugna o com a consequente preclus o
154. por meio de recurso preclus o l gica a parte vencida renuncia ao direito de recorrer ou desiste do recurso interposto ou h anu ncia das partes decis o e da preclus o consumativa fruto do julgamento definitivo do recurso interposto A rela o entre coisa julgada e preclus o real ada por Giuseppe Chiovenda para quem a coisa julgada cont m em si mesma a preclus o de qualquer quest o futura A institui o da preclus o a base pr tica da efic cia da senten a quer dizer que a coisa julgada material obrigatoriedade nos ju zos futuros tem como pressuposto a coisa julgada formal preclus o das impugna es Conclui Giuseppe Chiovenda que a rela o portanto entre coisa julgada e preclus o de quest es pode assim formular se a coisa julgada um bem da vida reconhecido ou negado pelo juiz a preclus o de quest es o expediente de que se serve o direito para garantir o vencedor no gozo do resultado do processo ou seja o gozo do bem reconhecido ao autor vitorioso a libera o da pretens o advers ria ao r u vencedor 54 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 60 585 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile Bolonha Tl Mulino 2006 v I p 691 586 CHIOVENDA Giuseppe Principios de derecho procesal civil Madri Instituto
155. proferida em a o de investiga o de paternidade fundada em provas testemunhais e em presun es que afirmara o v nculo de parentesco e constata que n o o pai daquele que se diz seu filho aduzindo que em s ntese o problema se resume possibilidade de relativiza o da coisa julgada material em face da obten o de nova e melhor prova o exame do DNA que n o foi utilizado no processo anterior sem des dia da parte passado o prazo decadencial para a propositura da a o rescis ria ao que responde Ora sendo o direito identidade pessoal um direito da personalidade pois todas as pessoas t m direito de saber quem s o os seus genitores para conhecer a sua hist ria o que traz in meras repercuss es na ordem jur dica razo vel admitir a rediscuss o da mat ria em a o com id nticos fundamentos mas acompanhada do exame de 710 WAMBIER Teresa Arruda Alvim MEDINA Jos Miguel Garcia O dogma da coisa julgada hip teses de relativiza o S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 p 12 l DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v MI p 314 72 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 87 213 DNA o que tem o cond o com as outras provas utilizadas para afirmar ou n o o v nculo de parentesco na decis o passada em julgado Afinal no q
156. que limita os efeitos da coisa julgada s partes Neste contexto o processo visto como um neg cio entre partes perfeitamente individualizadas nicas que sofrer o os efeitos da decis o proferida O 5 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 260 5 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 260 66 C digo de Processo Civil retrata as op es do Estado liberal que praticamente impossibilitam a defesa judicial de direitos coletivos Tr s fatores conduziram evolu o do direito processual individualista ao direito processual coletivo i aumentaram os bens merecedores de tutela as meras liberdades negativas de religi o opini o imprensa etc deram lugar aos direitos sociais e econ micos a exigir uma interven o positiva do Estado ii surgiram outros sujeitos de direitos al m do indiv duo singular como a fam lia as minorias tnicas e religiosas e toda a humanidade em seu conjunto iii o pr prio homem deixou de ser considerado em abstrato para ser visto na concretude das rela es sociais com base em diferentes crit rios de diferencia o sexo idade condi es f sicas etc passando a ser tratado especificamente como homem mulher homossexual crian a idoso deficiente f sico consumidor etc a 3 2 2 Ondas renovat rias de acesso jus
157. rio da decis o NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 336 337 341 442 443 528 SILVA Ov dio A Batista da Senten a e coisa julgada 4 ed Rio de Janeiro Forense 2006 p 74 80 e 81 2 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v III p 309 204 regra concreta formulada pelo juiz ou o que se coloca sob o p lio da incontrastabilidade com refer ncia situa o existente ao tempo em que a senten a foi prolatada n o s o os efeitos mas a pr pria senten a ou mais precisamente a norma jur dica concreta nela contida Jos Carlos Barbosa Moreira sustenta que A imutabilidade n o abrange os efeitos da condena o A suposi o de que os efeitos de uma senten a final s o imut veis desmentida a cada instante pela realidade da vida jur dica Os ex c njuges podem voltar mediante um novo casamento ao estado civil anterior senten a de div rcio A senten a que condena a pagar perde sua efic cia como t tulo executivo e o credor perdoa a d vida Sobre a coisa julgada afirma ainda Jos Carlos Barbosa Moreira que toda a norma Jur dica concreta que se torna imut vel e por isso indiscut vel e a isso que se refere o art 468 quando atribui for a de lei senten a que julga total ou parcialmente a lide nos limites desta e das quest es decididas para harmoni
158. s rias d vidas no que concerne pr pria qualifica o de grande parte destas reivindica es como aut nticos direitos fundamentais Compreende se portanto porque os direitos da terceira dimens o s o denominados usualmente como direitos de solidariedade ou fraternidade de modo especial em face de sua implica o universal ou no m nimo transindividual e por exigirem esfor os e responsabilidades em escala at mesmo mundial para sua efetiva o Parte destes direitos ainda n o foi objeto de reconhecimento pelo ordenamento jur dico encontrando se ainda em fase de constru o notadamente na esfera internacional podendo ser citados os tratados e outros documentos transnacionais que t m por objeto a disciplina do acolhimento das v timas das cat strofes clim ticas e dos refugiados de guerra A titularidade coletiva de direitos faz com que surjam viola es com dimens o coletiva o que exige para sua tutela a cria o de novos instrumentos distintos daqueles estruturados para a prote o de direitos individuais principalmente neste contexto que ganham relev ncia as a es coletivas como instrumento de defesa de interesses ou direitos metaindividuais e a atua o do Minist rio P blico do Trabalho das associa es civis e entidades sindicais na defesa de direitos ou interesses difusos coletivos e individuais homog neos d Direitos fundamentais de quarta dimens o Parte da doutrina afirma a exist ncia de
159. se apreciadas de modo singular Nas a es coletivas para a defesa de direitos individuais homog neos o pedido de imposi o da obriga o gen rica de indenizar n o sendo requerida portanto a repara o de um lesado determinado Na a o coletiva o juiz n o julga pretens o individual J na a o individual o autor postula indeniza o espec fica e particular que n o alcan ar qualquer outro lesado A diversidade de pedidos impede falar em litispend ncia entre a o coletiva ajuizada para a defesa de direitos individuais homog neos e a o individual Vale lembrar que na solu o das quest es relacionadas com a litispend ncia nas a es coletivas n o se pode perder de vista a necessidade de facilitar o acesso justi a e ao direito assegurado ordem jur dica com a qual n o se compatibiliza o reconhecimento de litispend ncia entre a o coletiva ajuizada para a tutela de direitos individuais homog neos e a o individual 484 MENDES Alu sio Gon alves de Castro Litispend ncia e Coisa Julgada In BEDAQUE Jos Roberto dos Santos MARINONI Luiz Guilherme Coords A es Coletivas no Direito Comparado e Nacional 3 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 220 221 188 Ademais afastar a litispend ncia prestigia a autonomia individual sendo digno de nota que essa autonomia protegida pelo C digo de Defesa do Consumidor quando afasta a litispend ncia entre a a o coletiva ve
160. se pode pensar como o fez S o Tom s a dignidade humana sob dois prismas diferentes a dignidade inerente ao homem como esp cie e ela existe in actu s no homem enquanto indiv duo passando desta forma a residir na alma de cada ser humano A inflex o diz com o fato de que o homem deve agora n o mais olhar apenas em dire o a Deus mas voltar se para si mesmo tomar consci ncia de sua dignidade e agir de modo compat vel Mais do que isso para S o Tom s a natureza humana consiste no exerc cio da raz o e atrav s desta que se espera sua submiss o s leis naturais emanadas diretamente da autoridade divina MORAES Maria Celina Bodin de O conceito de dignidade humana substrato axiol gico e conte do normativo In SARLET Ingo Wolfgang Org Constitui o direitos fundamentais e direito privado 2 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2006 p 113 8 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 171 83 DELGADO Maur cio Godinho Princ pios de direito individual e coletivo do trabalho S o Paulo LTr 2001 p 119 Para Norberto Bobbio o homem ao mesmo tempo pessoa moral em si mesmo considerado e pessoa social j que vive desde o nascimento at a morte em v rios c rculos que v o da fam lia na o da na o sociedade universal atrav s dos quais a sua personalidade se desenvolve se enriquece e assume as
161. sejam notificados da exist ncia da demanda todos os componentes do grupo A notifica o dever ser pessoal queles cuja identifica o seja poss vel com razo vel esfor o e dever ser a mais eficaz dentro das circunst ncias Pela notifica o os componentes do grupo dever o ser informados de que A podem requerer no prazo fixado pelo tribunal a 87 No sistema norteamericano como aduz Ant nio Gidi A class action uma a o representativa representative action em que o autor representa em ju zo os interesses dos demais membros ausentes do grupo O representante do grupo prop e a a o coletiva em nome pr prio e em nome de todos os demais que se enquadram em uma situa o semelhante sua to sue on behalf of himself anda ll others similarly situated Assim em uma class action existem dois pedidos independentes o pedido individual em benef cio do representante e o pedido coletivo em benef cio do grupo Nas a es coletivas considera se que o grupo esteja presente em ju zo e assim a senten a numa class action faz coisa julgada erga omnes atingindo todos os seus membros Ao contr rio do que acontece no direito processual civil coletivo brasileiro por m o efeito vinculante da senten a coletiva em face das pretens es individuais dos membros do grupo independe do resultado da demanda ou da sufici ncia do material probat rio dispon vel ao grupo Seja a senten a favor vel ou contr ria aos interesses do
162. seus interesses empresariais a obten o do lucro O segundo aspecto o restringir a atividade econ mica para com o objetivo de promover a justi a social e assegurar o equil brio real e efetivo entre as partes proteger o p lo mais fraco na rela o de consumo o consumidor destinat rio final dos produtos e servi os SOARES F bio Costa Acesso do consumidor justi a Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 32 33 19 SILVA Bruno Freire e A invers o judicial do nus da prova no C digo de Defesa do Consumidor In CARVALHO Fabiano BARIONI Rodrigo Coords WAMBIER Teresa Arruda Alvim Orien Aspectos processuais do C digo de Defesa do Consumidor 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 14 298 econ mico est na maior capacidade econ mica que via de regra o fornecedor tem gt 768 em rela o ao consumidor F bio Costa Soares assevera que o C digo de Defesa do Consumidor Enuncia normas que objetivam assegurar o equil brio entre as partes envolvidas nesta rela o jur dica e o respeito dignidade sa de e seguran a da parte mais fraca e vulner vel prescrevendo a necessidade de obter se harmonia no mercado de consumo compatibilizando os interesses em permanente conflito A busca pelo equil brio e a preserva o daqueles valores fundamentais decorr ncia dos valores consagrados no texto constitucional de 1988 s o a t nica de toda a prote o jur dica dispensada ao cons
163. sucesso de Liebman no enfrentamento da res judicata o fundamental que os dois grandes e influentes juristas pregavam a cont nua produ o de efeitos da senten a antes e independentemente de seu tr nsito em julgado Note se que Liebman e Allorio atribuem coisa julgada a natureza de qualidade mas enquanto para Allorio imut veis n o s o os efeitos da senten a mas a pr pria senten a para Liebman a coisa julgada torna imut vel a senten a e seus efeitos Vale observar que a doutrina de Liebman criticada por Allorio como foi admitido por aquele doutrinador ao afirmar que segundo Allorio uma senten a n o poderia ter efic cia declarat ria sem coisa julgada ao passo que para Liebman a verdade est 2 exatamente no contr rio a senten a eficaz mesmo que possa ser contrariada por outra senten a proferida em processo diverso 562 i a teoria da vontade do Estado Para Giuseppe Chiovenda 50 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 616 ASSIS Araken de Doutrina e pr tica do processo civil contempor neo S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 p 257 2 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 282 214 coisa julgada n o sen o o bem julgado o bem reconhecido ou desconhecido
164. tamb m um direito humanizante no sentido de ter a tutela da pessoa humana como fundamento e finalidade A aproxima o do processo ao direito material constitui ent o exig ncia do respeito dignidade da pessoa humana de realiza o da justi a social e da constru o de uma sociedade livre justa e solid ria A especial destina o do processo do trabalho tornar concretos os direitos fundamentais ao trabalhador exige sejam nele aplicadas t cnicas dispostas pelo legislador para a tutela de direitos metaindividuais Ademais a utiliza o no processo do trabalho das novas t cnicas dispostas pelo legislador em defesa dos direitos metaindividuais uma exig ncia do direito fundamental efetividade da jurisdi o que para que a jurisdi o se fa a efetiva deve ser utilizado todo o instrumental processual colocado disposi o das partes e do juiz pela ordem jur dica Como anota Luiz Guilherme Marinoni O direito fundamental tutela jurisdicional efetiva incide sobre o legislador e o juiz ou seja sobre a estrutura o legal do processo e sobre a conforma o dessa estrutura pela jurisdi o Assim obriga o legislador a instituir procedimentos e t cnicas 78I O direito processual do trabalho adota v rias t cnicas voltadas garantia da maior efetividade da tutela Jurisdicional Nesse sentido os recursos trabalhistas t m efeito apenas devolutivo no caso de condena o em pec nia a admiss o
165. tica Apud MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2004 p 34 268 VIANA M rcio T lio Interesses difusos na Justi a do Trabalho Revista LTr S o Paulo LTr v 59 n 2 p 182 184 fev 1995 110 Ao Poder Judici rio compete a tutela dos direitos reconhecidos e garantidos pela ordem jur dica na hip tese do seu n o cumprimento espont neo A jurisdi o constitui contudo atividade provocada ou seja a tutela jurisdicional depende da iniciativa do titular do direito amea ado ou lesado Nesse sentido a a o coletiva que constitui meio de provoca o da atividade jurisdicional contribui para a melhor e mais completa concretiza o dos direitos Esse papel das a es coletivas ganha relev ncia quando de sua propositura para a defesa de direitos fundamentais isto de direitos voltados promo o e defesa da dignidade humana Quando vise defesa desses direitos a a o coletiva constitui instrumento de tutela da dignidade humana Vale lembrar que a titularidade de direitos destitu da de sentido na aus ncia de mecanismos para sua efetiva reivindica o consoante advertem Mauro Cappelletti e Bryant Garth Norberto Bobbio alerta que o problema fundamental em rela o aos direitos do homem hoje n o tanto o de justific los mas o de proteg los Trata se de um problema n o filos fico mas pol tico A a o coletiva enquanto meca
166. todo consiste na integra o cumprida atrav s do mesmo ordenamento no mbito da mesma fonte dominante sem recorr ncia a outros ordenamentos e com o m nimo de recursos a fontes diversas da dominante Ao longo desta disserta o foram apontadas v rias raz es que levaram o legislador brasileiro a instituir e valorizar as a es coletivas e com isso a tutela coletiva dos o direitos metaindividuais destacando se o favorecimento ao acesso justi a e ao pr prio direito material a contribui o para a promo o da igualdade entre as partes da rela o processual o aumento da confian a no Poder Judici rio a redu o da dura o dos processos a economia processual a racionaliza o do trabalho do Poder Judici rio a preven o de les es coletivas a realiza o da cidadania o fortalecimento dos sindicatos e a resist ncia globaliza o desenfreada ramo especializado SILVA Ant nio lvares da Execu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 p 49 73 Segundo Luciano Athayde Chaves a atividade de integra o do ordenamento jur dico tem lugar portanto quando identificada de forma particular uma determinada express o fenomenol gica da incompletude do ordenamento jur dico Em outros termos emerge a necessidade pragm tica da integra o do ordenamento jur dico sempre que o int rprete se deparar com uma dada manifesta o de lacuna jur dica
167. trabalho In LAGE Emerson Jos Alves LOPES M nica Sette Coords Direito e processo do trabalho atualidades Belo Horizonte Del Rey 2003 IHERING Rudolf Von A luta pelo direito Tradu o de Jos Cretella Jr Agnes Cretella 4 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 JAYME Fernando G Direitos humanos e sua efetiva o pela Corte Interamericana de Direitos Humanos Belo Horizonte Del Rey 2005 JEVEAUX Geovany Cardoso A coisa julgada nas a es coletivas In Revista Trabalhista Direito e Processo n 29 ano 8 jan mar 2009 S o Paulo LTr e Anamatra LARENZ Karl Metodologia da ci ncia do direito Lisboa Calouste Gulbenkian 2005 LAURINO Salvador Franco de Lima A aplica o do procedimento do C digo de Defesa do Consumidor na tutela dos interesses individuais homog neos no processo do trabalho In Revista LTr n 03 v 59 mar de 1995 L ZZARI Eduardo Nestor de Qu caracter stica debe contener um sistema procesal civil para ser compatible com el dereco al debido proceso In ARAZI Roland et al Debido proceso Santa F Rubinzal Culzoni 2003 LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1998 334 LEITE Carlos Henrique Bezerra O Minist rio P blico do Trabalho doutrina jurisprud ncia e pr tica Apud MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2004 LENZA Pedro
168. tutela ao direito de natureza difusa ou coletiva A legitimidade especial ainda em raz o da indivisibilidade do objeto do direito e da indetermina o dos seus titulares A indivisibilidade do objeto do direito e a indetermina o dos seus titulares exigem legitima o especial para que se busque em ju zo a sua tutela Em rela o aos direitos difusos e coletivos n o existe um titular nico e determinado que possa comparecer em ju zo em nome pr prio o que impede cogitar em legitimidade ordin ria nos moldes do art 6 do C digo de Processo Civil ou que possa ser substitu do por outrem no ajuizamento da a o o que afasta a possibilidade de falar em substitui o processual na forma do art 6 do C digo de Processo Civil Em se tratando de a o ajuizada visando tutela de direito individual homog neo poss vel adotar a classifica o permitida pelo art 6 do C digo de Processo Civil Nesse caso a legitimidade extraordin ria sendo hip tese de t pica substitui o processual que os direitos individuais homog neos s o direitos de que s o titulares pessoas determin veis e com objeto divis vel o que significa que em rela o a eles o titular da a o age na propositura da a o em nome pr prio mas visando defesa de direito que pertence a um terceiro identific vel Nesta situa o tem se substitui o processual nos moldes do art 6 do C digo de Processo Civil Como o titular do direi
169. utilizada em desfavor da coletividade do grupo categoria ou classe de indiv duos afetados pelo mesmo ato lesivo Por m s o tempo dir se esse receio fundado O mesmo ocorre em rela o op o pela n o atribui o a cada cidad o individualmente considerado da legitimidade para as a es coletivas exce o feita a o popular O que se espera que a presente disserta o contribua para o enfrentamento dos novos desafios que certamente surgir o pela necessidade de cada vez mais garantir o acesso justi a e a adequada e efetiva tutela dos direitos metaindividuais trabalhistas O movimento que a vida continua REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 ALEXY Robert Teoria dos direitos fundamentais S o Paulo Malheiros 2008 ALMEIDA Cleber L cio Direito processual do trabalho 3 ed Belo Horizonte Del Rey 2009 ALMEIDA Cleber L cio de Princ pios de direito processual do trabalho e o exame dos reflexos das recentes altera es do C digo de Processo Civil no direito processual do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 ALMEIDA Greg rio Assagra de Codifica o do Direito Processual Coletivo Brasileiro Belo Horizonte Del Rey 2007 ALMEIDA Renato Franco de COELHO Aline Bayerl Princ pio da
170. v I p 51 146 Luiz Machado Guimar es define legitima o como sendo o reconhecimento do autor e do r u por parte da ordem jur dica como sendo as pessoas facultadas respectivamente a pedir e contestar a provid ncia que objeto da demanda Acrescenta Luiz Machado Guimar es que Quando o juiz preliminarmente isto antes de resolver sobre a exist ncia da rela o jur dica em lit gio decide da legitima o das partes versa esta decis o sobre a titularidade do direito de a o e n o da rela o jur dica em lit gio n o inquire o juiz se o autor efetivamente senhor do direito que ajuizou e sim se ele a pessoa a quem a lei reconhece a faculdade de pedir a provid ncia que objeto da demanda e se o r u a pessoa em face de quem tal pedido podia ser feito Trata se em ltima an lise de saber se o contradit rio se estabeleceu entre as pessoas legalmente habilitadas quest o esta a ser decidida em sentido processual n o em sentido material A legitimidade tem como pressuposto uma investidura pr constitu da ou seja a inser o do sujeito em uma situa o jur dica mais ou menos plena que representa a situa o s s E 377 legitimante sem a qual o ato n o poder ser eficazmente praticado No processo individual a legitimidade para a a o atribu da em regra quele que alega ser o titular do direito para o qual se pede a tutela jur dica sendo po
171. volume SUM RIO LINTRODU O sus autos asi OA a 12 2 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TRABALHISTAS 15 2 1 Direitos humanos e direitos fundamentais Direitos fundamentais materiais e formais A dupla finalidade dos direitos fundamentais Efic cia horizontal e vertical dos direitos fundamentais nee enc rrenan toada dai ATA aSR UND nn Sao na Lud nada a ES nl RD LE 15 2 2 Evolu o hist rica dos direitos fundamentais Dimens es dos direitos fundamentais 19 2 3 Os direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 31 24 Direitos fundamentais trabalhistas Direitos fundamentais trabalhistas em sentido ESTILO o nasua Doda t EER RAE aaa SN nr ENS E e Va RO io VS E al DR 34 2 5 O princ pio da dignidade da pessoa humana cc ie ereereereeererreereaaa 41 2 6 A tutela jurisdicional dos direitos fundamentais como tutela da dignidade humana 49 3 TUTELA JURISDICIONAL DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS 54 3 1 Tutela jurisdicional dos direitos erre erre cene nene aeecenenada 54 3 ZU rE EE EE E AE E TO rastos Ga co noi Shar ao ROL aC SA asilos EE 56 3 2 1 Evolu o do direito processual re erecereceerereaceranaea 62 3 2 2 Ondas renovat rias de acesso justi a ir ereeneererenennraanea 66 3 2 3 A Constitui o Federal de 1988 e o processo Direitos processuais fundamentais 67 3 2 4 Do processo individual ao processo de massa
172. 08 p 14 20 HERING Rudolf Von A luta pelo direito Tradu o de Jos Cretella Jr Agnes Cretella 4 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 p 84 2 Esclare a se que t cnica significa predisposi o ordenada de meios destinados a obter certos resultados DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 264 22 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 46 93 reivindica o dos direitos transindividuais e na corre o dos desvios na gest o da coisa p blica mas sobretudo garantir a raz o de ser do ordenamento jur dico dos ae si 2223 direitos e das suas pr prias formas de tutela ou prote o Os direitos materiais s o vazios de valor se n o podem ser defendidos e protegidos A a o coletiva tendo por consequ ncia a instaura o do processo cria as condi es necess rias para a tutela tamb m coletiva dos direitos Entre os direitos pass veis de realiza o pr tica por meio do processo est o os direitos fundamentais trabalhistas Os direitos fundamentais trabalhistas s o reconhecidos para prote o e promo o da dignidade humana do trabalhador Nesse compasso pode ser afirmado que realizar concretamente um direito fundamental trabalhista tutelar a dignidade humana do seu titular e com isso o pr prio homem como integrante da sociedade pol tica e merecedor de condi es par
173. 08 p 142 79 SOARES FILHO Jos A prote o da rela o de emprego S o Paulo LTr 2002 p 176 1 DELGADO Maur cio Godinho Introdu o ao direito do trabalho 8 ed S o Paulo LTr 1995 p 165 288 Pode ser afirmado ent o que o direito do trabalho o conjunto de regras princ pios e institutos que protegem e tutelam os que vivem de seu trabalho e os economicamente fr geis A ess ncia do direito do trabalho como observa Gustav Radbuch a sua maior proximidade vida posto que ele n o enxerga como o abstrato direito civil apenas pessoas mas empres rios trabalhadores empregados n o apenas indiv duos mas associa es e empresas n o os contratos livres mas associa es e empresas n o apenas os contratos livres mas tamb m as dif ceis lutas econ micas de poder que formam o cen rio desses contratos aparentemente livres assim que o esp rito trabalhista seu esp rito de luta e de paz se expressa com clareza inigual vel tamb m na jurisdi o trabalhista Para Guilherme Guimar es Feliciano o direito do trabalho possui tr s caracter sticas que reclamam uma dogm tica pr pria A uma por ser um Direito de recomposi o social e econ mica existe basicamente para mediar e reJeguilibrar o secular conflito entre capital e trabalho cuja exist ncia insofism vel ainda que se refutem os demais pressupostos do pensamento marxista A duas um Direito e
174. 141 demanda diversa quando diverso o bem que se pretende alcan ar por for a da decis o judicial O pedido deve ser certo e determinado ou seja preciso quanto sua exist ncia e ao seu conte do art 286 e incisos do C digo de Processo Civil No processo individual o pedido interpretado restritivamente ao passo que no processo coletivo deve ser interpretado extensivamente em conformidade com o bem jur dico a ser protegido como foi previsto no art 5 do Anteprojeto de C digo Brasileiro de 58 3 Processos Coletivos O pedido delimita a faixa do universo coletivo na qual ir se expandir a carga eficacial da coisa julgada coletiva Isso porque um mesmo fato pode ser tomado em diversa compreens o extens o gerando coisas julgadas de distintas expans es a depender de como venha provocada a resposta jurisdicional num dano ambiental por deje o de poluentes num curso d gua se foi pedida comina o para realiza o de obras e servi os necess rios recupera o desse bem o interesse difuso porque esparso pela inteira comunidade indistintamente abrangendo as comunidades localizadas a montante e a jusante se o objeto da a o para que os munic pios concernentes sejam condenados a firmar protocolo com as ind strias potencialmente poluidoras da regi o em ordem ado o das provid ncias voltadas a proteger a comunidade que sobrevive s margens desse rio o interesse coletivo em sentido e
175. 176 ano 34 S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 p 279 281 12 GRINOVER Ada Pellegrini Aspectos gerais Direito processual coletivo In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 11 81 regulamentada pela Lei n 4 717 de 29 6 1965 que j colocava disposi o dos cidad os instrumento dotado de grandes potencialidades nesse terreno Ainda segundo Jos Carlos Barbosa Moreira o sistema de defesa dos direitos supraindividuais foi enriquecido em 1985 com a Lei n 4 717 que trata da Lei de A o Civil P blica e em 11 09 1990 pelo C digo de Defesa do Consumidor Lei n 8 078 No ordenamento jur dico brasileiro pode ser dito que existe um microssistema de tutela dos direitos ou interesses coletivos constitu do pela Lei da A o Popular Lei de A o Civil P blica e o C digo de defesa do Consumidor A a o popular inicialmente prevista na Constitui o de 1934 e depois ampliada e regulamentada pela Lei n 4 717 de 1965 inserida tamb m na Constitui o de 1988 no art 5 LXXIII pode ser proposta por qualquer cidad o para pleitear a anula o de ato lesivo ao patrim nio p blico ou de entidade de que o Estado participe moralidade administrativa ao meio ambiente e ao patrim nio hist rico e cultural ficando o autor salv
176. 1995 CORDEIRO Ant nio Manuel da Rocha e Menezes Introdu o In CANARIS Claus Wilhelm Pensamento sistem tico e conceito de sistema na ci ncia do direito 2 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 1996 CORDEIRO Wolney de Macedo A delimita o procedimental da liquida o das senten as de tutela de direitos individuais homog neos no processo do trabalho In RIBEIRO J NIOR Jos Hort ncio et al Org A o coletiva na vis o de ju zes e procuradores do trabalho S o Paulo LTr 2006 CORDEIRO Wolney de Macedo Da releitura do m todo de aplica o subsidi ria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 328 CORDEIRO Wolney de Macedo Limites da cogni o dos embargos do devedor no mbito da execu o at pica do processo do trabalho In Revista LTr ano 70 v 03 S o Paulo LTr mar de 2006 CORDEIRO Wolney de Macedo Manual de execu o trabalhista Rio de Janeiro Forense 2008 COSTA Alfredo de Ara jo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 v MI COSTA Coqueijo Direito processual do trabalho 2 ed Rio de Janeiro Forense 1984 COUTURE Eduardo J Fundamentos del derecho procesal civil 3 ed Buenos Aires Depalma 1993 CRUZ E TUCCI Jos Rog rio A causa petendi no processo civil
177. 26 12 01 sobre recursos e reexame necess rio pela Lei n 10 358 de 27 12 01 e pela Lei n 10 444 de 07 05 02 sobre dispositivos do processo de conhecimento e da execu o Podem ser mencionadas ainda a Lei n 11 187 de 19 10 2005 a Lei n 11 232 de 22 12 2005 as Leis n 11 276 e n 11 272 de 07 02 2006 e a Lei n 11 280 de 28 02 2006 Teori Albino Zavaski destaca que dentre as modifica es uma das mais importantes em termos de sistema foi a que universalizou a tutela antecipada que na vers o original do C digo somente era admiss vel em alguns procedimentos especiais como o das a es possess rias Atualmente presentes determinadas circunst ncias e preenchidos certos requisitos pode o juiz por decis o interlocut ria antecipar os efeitos da tutela pretendida CPC art 273 bem como deferir medidas cautelares 7 tudo mediante simples pedido incidental do autor dispensada a propositura de a o pr pria para essa finalidade No que se refere especificamente universaliza o da tutela antecipada sua aprova o constitui mudan a dos rumos ideol gicos do processo um rompimento definitivo da tradicional segmenta o das atividades jurisdicionais separadas na estrutura original do C digo em a es e processos aut nomos de conhecimento de execu o e cautelar Grande n mero dessas atividades desenvolvidas tradicionalmente em processos apartados foram transpostas de sua sede aut noma par
178. 32 Alexandre de Moraes afirma que A Constitui o Federal de 1988 trouxe em seu T tulo II os direitos e garantias fundamentais subdividindo os em cinco cap tulos direitos individuais e coletivos direitos sociais nacionalidade direitos pol ticos e partidos pol ticos Assim a classifica o adotada pelo legislador constituinte estabeleceu cinco esp cies ao g nero direitos e garantias fundamentais direitos e garantias individuais e coletivos direitos sociais direitos de nacionalidade direitos pol ticos e direitos relacionados exist ncia organiza o e participa o em partidos pol ticos Modernamente a doutrina apresenta nos a classifica o de direitos fundamentais de primeira segunda e terceira gera es baseando se na ordem hist rica em que passaram a ser constitucionalmente reconhecidos O cat logo dos direitos fundamentais reconhecidos na Constitui o Federal de 1988 abrange todas as dimens es dos direitos fundamentais Direitos fundamentais de primeira e segunda dimens o s o encontrados no T tulo II Cap tulos I e II da Constitui o da Rep blica podendo ser citados como exemplos os direitos vida liberdade prosperidade igualdade trabalho e educa o Os direitos fundamentais de terceira e quarta dimens o encontram se no art 225 da Constitui o Federal meio ambiente ecologicamente equilibrado embora localizado no texto constitucional fora do T tulo dos direitos fundamentais
179. 33 GRINOVER Ada Pellegrini Mandado de seguran a coletivo legitimidade objeto e coisa julgada In Recursos no Superior Tribunal de Justi a TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord S o Paulo Saraiva 1991 p 286 MANCUSO Rodolfo de Camargo A o civil p blica em defesa do meio ambiente do patrim nio cultural e dos consumidores 10 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 132 95 ASSIS Araken de Substitui o processual Revista Dial tica de Direito Processual n 9 dez 2003 p 312 313 154 Conclui Araken de Assis que por esta linha de racioc nio a soma das partes adquire identidade pr pria e nova substancialmente diversa das fra es de que titular pessoa tamb m diferente gra as indivisibilidade E tal legitima o se revela ordin ria Alvaro Luiz Valery Mirra afirma que nos casos relacionados ao meio ambiente sob a tica processual o Minist rio P blico e as associa es civis agem em nome pr prio na defesa de um direito de todos os membros do grupo social com legitima o extraordin ria para o exerc cio da a o civil p blica n o h como ignorar que sob o ponto de vista substancial s o verdadeiros representantes do povo e aut nticos porta vozes dos interesses da sociedade na prote o da qualidade ambiental Clarissa Diniz Guedes d not cia de classifica o sugerida por Carlos Alberto Salles esp cie an mala de legitima o tendo por m r
180. 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 600 2 DIDIER JR Fredie BRAGA Paula Sarno OLIVEIRA Rafael Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 p 494 226 A segunda corrente doutrin ria sustenta que a efic cia preclusiva da coisa julgada engloba todas as causas de pedir que poderiam justificar o pedido formulado ou seja envolve o julgamento de todas as causas de pedir que poderiam ter sido alegadas mas n o foram Para a terceira vertente doutrin ria o efeito preclusivo da coisa julgada alcan a todos os fatos jur dicos de id ntica natureza de mesma ess ncia que poderiam servir para embasar o pedido formulado ainda que consistam em causas de pedir distintas sendo acrescentado 603 que o que importa que tais fatos narrados sejam substancialmente semelhantes 5 6 Regime jur dico da coisa julgada material limites e forma de produ o O regime jur dico da coisa julgada definido pelas regras que estabelecem os seus limites e a forma de sua produ o sendo todas elas fruto de op o pol tica ii 5 6 1 Limites objetivos A coisa julgada possui limites objetivos que dizem respeito parte da senten a por ela alcan ada e sua extens o em rela o ao caso julgado Quanto parte da decis o que faz coisa julgada existem duas vertentes doutrin rias a a senten a constitui uma unidade alcan ando a coisa julgada tanto os seus fundamentos quanto o seu di
181. 7 7 RADBRUCH Gustav Relativismo y derecho Santa F de Bogot Temis 1992 p 15 16 287 Est para al m de um mero acerto de contas Transcende o aspecto salarial ou remunerat rio porque diz com a dignidade da pessoa que trabalha Mesmo no modo de produ o capitalista n o se pode perder de vista que o direito do trabalho tem uma fei o emancipat ria do homem e n o se reduz moeda do capital Afirma se ainda o compromisso de se resgatar a positividade do trabalho afastando o do reducionismo de o enxergar como mercadoria e reabilitando o como necessidade humana de forma que seja tratado de modo amplo e fractual longe bem longe do estreitamento que se lhe tenta pespegar com essas pr concep es que o julgador trabalhista pode trilhar um caminho mais leg timo de interpreta o e aplica o do direito e do processo do trabalho num pa s de capitalismo tardio como o nosso O direito do trabalho possui portanto car ter tutelar sendo afirmado nesse sentido y que a legisla o tuitiva uma forma de compensar a desigualdade da rela o empregado e empregador sendo assim uma manifesta o do princ pio constitucional da isonomia a que se refere o artigo 5 II da Constitui o Federal A autonomia da vontade ao contr rio do que sucede nos contratos civis aqui sobrepujada pelo regramento legal numa interven o deliberada do Estado para equilibrar a rela o laboral e atribuir lhe uma dimens o equ n
182. 7 283 312 Os direitos fundamentais trabalhistas devem ser tornados concretos tamb m atrav s da atua o do Poder Judici rio cabendo ao juiz interpretar o art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho de forma que possam ser aplicadas ao processo do trabalho as normas contidas no C digo de Defesa do Consumidor que tratam da litispend ncia e da coisa julgada As normas do C digo de Defesa do Consumidor s o mais adequadas e ben ficas tutela dos direitos metaindividuais do que as do C digo de Processo Civil em se tratando da litispend ncia e da coisa julgada devendo tamb m por esse motivo serem aplicadas ao processo do trabalho Al m disso as normas do C digo de Processo Civil como j demonstrado nesta disserta o n o s o suficientes para promover a adequada tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais Lembre se de que o ramo justrabalhista incorpora no conjunto de suas regras princ pios e institutos um valor final stico essencial que marca a dire o de todo o sistema jur dico que comp e Este valor e a consequente dire o teleol gica imprimida a este ramo jur dico especializado consiste na melhoria das condi es de pactua o da for a de trabalho na ordem socioecon mica Sem tal valor e dire o final stica o Direito do Trabalho sequer se compreenderia historicamente e sequer se justificaria socialmente deixando pois de cumprir sua fun o principal na sociedade contempor nea
183. 84 fev 1995 107 Como aduz Teori Albino Zavascki quando se fala pois em defesa coletiva ou em tutela coletiva de direitos homog neos o que se est qualificando como coletivo n o o direito material tutelado mas sim o modo de tutel lo o instrumento de defesa 28 Os direitos s o individuais mas a prote o d se por meio da tutela coletiva Segundo S rgio Shimura os direitos individuais homog neos t m origem em circunst ncia f tica comum representa um feixe de interesses individuais mas a forma pela qual s o exercidos coletiva N o se trata de litiscons rcio pluralidade subjetiva de demandas mas de uma demanda nica a coletiva Arrola como diferencia o entre os interesses individuais homog neos e os interesses difusos a divisibilidade da les o e a determinabilidade do titular do direito ofendido Para Hugo Nigro Mazzili se dentre uma s rie de bens de consumo vendidos ao usu rio final um deles foi produzido com defeito o lesado ter interesse individual na indeniza o cab vel J os interesses ser o individuais homog neos a ligar in meros consumidores quando da er 262 toda a s rie de um produto saia de f brica com o mesmo defeito Para Marcos Neves Fava os direitos individuais homog neos s o divis veis no plano do direito material indivis veis na prote o processual coletiva atribu veis por quotiza o aos tit
184. 92 discurso proferido na sess o de encerramento do IX Congresso Mundial de Direito Processual Apud BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 52 76 natureza diversa o direito processual por seu car ter instrumental deve saber adaptar se a essa natureza diversa 181 C ndido Rangel Dinamarco aduz que crescente o emprego da t cnica da legitima o extraordin ria para causas referentes a direitos e interesses supra individuais Tal o sinal da transmigra o do individual para o coletivo que se revela como uma das caracter sticas mais destacadas das recentes evolu es do direito processual no Brasil A exist ncia de les es coletivas exige a passagem do processo individual para o processo coletivo anotando Jos Carlos Barbosa Moreira que O processo deve dispor de instrumentos de tutela adequados na medida do poss vel a todos os direitos e outras posi es jur dicas de vantagem contemplados no ordenamento quer resultem de expressa previs o normativa quer se possam inferir do sistema esses instrumentos devem ser praticamente utiliz veis ao menos em princ pio sejam quais forem os supostos titulares dos direitos e das outras posi es jur dicas de vantagem de cuja preserva o ou reintegra o se cogita inclusive quando indeterminado ou indetermin vel o c rculo dos eventuais sujeitos 193
185. 92 93 96 Ada Pellegrini Grinover assinala que atrav s das a es coletivas garantido o acesso Justi a de grandes segmentos da sociedade por interm dio dos portadores em ju zo dos interesses ou direitos difusos coletivos e individuais homog neos E assegurada de um lado a participa o popular pelo processo e de outro a consecu o dos fins jur dicos sociais e pol ticos da jurisdi o gt Estas li es doutrin rias confirmam o que foi acima dito as a es coletivas contribuem para a inclus o social e por meio dela para a justi a social na exata medida em que criam as condi es necess rias para a realiza o concreta dos direitos fundamentais trabalhistas Com propriedade adverte Piero Calamandrei que o processo possui finalidade alt ssima a mais alta que possa existir na vida e se chama justi a No mesmo sentido aduz Niceto Alcal Zamora Castilho que o processo constitui o mais s E Reis 234 perfeito meio de administrar justi a entre os homens Segundo esse autor paz com justi a poderia ser desse modo o lema do direito processual N o h paz sem justi a n o h justi a sem paz N o h paz sem justi a porque o processo como vimos n o tende a compor o lit gio de qualquer modo sen o segundo o direito N o h justi a sem paz porque o direito n o se aplica ou n o se realiza por quem est em conflito mas por quem est sobre o conflito
186. 992 S o Paulo Revista dos Tribunais p 23 43 Ada Pellegrini Grinover ensina que entre uma a o civil p blica intentada pelo Minist rio P blico e outra intentada por uma associa o tendo ambas o mesmo objeto e a mesma causa de pedir haver litispend ncia o mesmo ocorrendo em rela o entre a a o civil p blica intentada para a defesa da moralidade p blica e a a o popular constitucional esclarecendo que nesta segunda hip tese a pedra de toque para o exame dos nexos entre as a es dada pela an lise do pedido e da causa de pedir Para ela o que importa nesses casos conforme sempre oportuna li o de Kazuo Watanabe verificar o que o autor da demanda coletiva traz para o processo Vale dizer o seu objeto litigioso GRINOVER Ada Pellegrini Coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 942 166 proferida No processo individual as partes sofrer o os efeitos da coisa julgada ao passo que nas a es coletivas os titulares do direito material que ser o alcan ados pela coisa julgada Com acerto portanto adverte Ant nio Gidi que A litispend ncia entre duas a es coletivas ocorre sempre que se esteja em defesa do mesmo direito o que acontece quando h identidade de causa de pedir e pedido preciso ressaltar que se uma a o coletiva do CDC uma
187. ARROSO Lu s Roberto Org A nova interpreta o constitucional pondera o direitos fundamentais e rela es privadas 3 ed Rio de Janeiro Renovar 2008 p 376 310 fundado na aplica o de regras nem dos elementos tradicionais da hermen utica gramatical hist rico sistem tico e teleol gico Ao contr rio continuam eles a desempenhar um papel relevante na busca de sentido das normas e na solu o de casos concretos Relevante mas nem sempre suficiente Anota L nio Luiz Streck que O processo interpretativo hermen utico tem deveria ter um car ter produtivo e n o meramente reprodutivo Essa produ o de sentido n o pode pois ser guardada sob um herm tico segredo como se sua holding fosse uma abadia do medievo Isso porque o que rege o processo de interpreta o do texto legal s o as suas condi es de produ o as quais devidamente difusas e oculta s aparecem no mbito do discurso jur dico dogm tico permeado pelo respectivo campo jur dico como se fossem provenientes de um lugar virtual ou de um lugar fundamental O art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho ao aduzir compatibilidade de normas apresenta um conte do aberto devendo o seu sentido ser estabelecido luz das particularidades do caso concreto dos princ pios a serem preservados e dos fins a serem realizados pelo direito processual e pelo direito do trabalho n o podendo ser desconsiderado o dispost
188. Ada Pellegrini Grinover sobre esta circunst ncia insufici ncia da prova afirma que a inocorr ncia da coisa julgada exige que o juiz tenha declarado a rejei o da demanda por insufici ncia de provas expl cita ou implicitamente na motiva o ou no dispositivo da senten a Por outro lado M rcio Fl vio Mafra Leal sustenta que n o h necessidade de a senten a que julga o pedido improcedente por insufici ncia de prova mencionar este fato nos fundamentos bastando que a nova a o demonstre que est baseando se em outras provas Para Antonio Gidi N o o juiz do caso quem est mais habilitado a dizer se ele mesmo dispunha ou n o de material probat rio suficiente para formar o seu convencimento A realidade dos fatos sempre fica obscurecida quando quem quer conhec la dela faz parte N o por outro motivo que o julgador deve ser sempre um terceiro desinteressado alheio lide Enfim N o deixa de estar julgando por insufici ncia de provas o magistrado que equivocadamente pensa estar diante de todo o material probat rio dispon vel para aquele caso concreto Mesmo porque nos casos em que a demanda est muito mal e confusamente instru da e geralmente assim s o instru dos os processos fraudulentos o magistrado dificilmente poder distinguir se julga o pedido improcedente por falta de provas ou n o Em raz o desses fatos Antonio Gidi prop e um crit rio substancial para sab
189. Conferencias sobre la ordenanza procesal civil alemana Lima ARA Editores 2006 p 18 11 ESTAGNAM Joaqu n Silguero La tutela jurisdicional de los intereses colectivos a trav s de la legitimacion de los grupos Madrid Dykinson 1995 p 37 12 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna Il Mulino 2006 p 63 73 seguran a coletivo e reconhece aos sindicatos legitimidade para a defesa coletiva dos interesses da categoria Esclare a se que sociedade de massa 1 a sociedade de comunica o global em que as rela es entre as pessoas transformaram se em uma sociedade de comunica o ante o progresso enorme das formas de comunica o mundial transformando se numa sociedade ou aldeia global em que os meios de comunica o de massas al m de documentarem a realidade tendem a determinar os acontecimentos e a pr pria hist ria a 2 a sociedade de informa o com capacidade aparentemente ilimitada de conhecimento armazenamento e transfer ncia de dados informativos que foi conquistada e pE em todos os se tornou indispens vel em todos os sentidos da vida econ mica e socia pa ses em desenvolvimento ou desenvolvidos 3 a sociedade de risco ou at mesmo uma sociedade do desaparecimento posto que corre perigos ecol gicos e gen ticos ou segundo alguns caminha mesmo por for a do seu pr prio movimento para a destrui o das
190. Consolida o das Leis do Trabalho admite a possibilidade de lacunas e indica uma forma para solucion las elegendo o direito processual comum como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho A integra o do direito processual do trabalho afastamento de suas lacunas se imp e ao juiz ao qual vedado deixar de julgar e aos operadores do direito que n o devem deixar sem resposta as quest es jur dicas A aplica o subsidi ria do direito processual comum como fonte do direito processual do trabalho trata se de m todo de autointegra o ou seja de supress o de lacunas pelo recurso s normas jur dicas que comp em o ordenamento lembrando se que as lacunas tamb m podem ser afastadas atrav s da utiliza o de fontes que n o se confundem com a norma jur dica como por exemplo o costume heterointegra o Anota Norberto Bobbio que Se estaticamente considerado um ordenamento jur dico n o completo a n o ser pela norma geral exclusiva dinamicamente considerado por m complet vel Para se completar um ordenamento jur dico pode se recorrer a dois m todos diferentes que podemos chamar segundo a terminologia de Carnelutti de heterointegra o e de auto integra o O primeiro m todo consiste na integra o operada atrav s do a recurso a ordenamento diversos b recurso a fontes diversas daquela que dominante identificada nos ordenamentos que temos sob os olhos como lei O segundo m
191. Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 923 924 8 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 596 237 improced ncia por insufici ncia de provas o que permite a propositura de a o id ntica mas com novas provas S o exemplos de coisa julgada secundum eventum probationis expressamente previstos na lei o art 18 da Lei n 4 717 Lei de A o Popular o art 16 da Lei de A o Civil P blica e o art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor destacando se que n o h previs o legal para a coisa julgada secundum eventum probationis nas a es coletivas visando a defesa de direito individual homog neo Segundo Eduardo Cambi a t cnica da cogni o secundum eventum probationis foi adotada pelo legislador brasileiro em v rios procedimentos para em raz o da falta ou da insufici ncia das provas impedir que a quest o seja decidida remetendo se as partes para as vias ordin rias ou para discuss o a ser travada em a o pr pria ou para permitir que a causa seja decidida sem car ter de definitividade a fim de que n o seja alcan ada com a autoridade da coisa julgada material Eduardo Cambi arrola dois grupos desses procedimentos No primeiro grupo podem ser lembrados cinco exemplos i o existente no procedimento de invent rio e de partilha quando do ex
192. Devis Teor a general del proceso 3 ed Buenos Aires Editorial Universidad 2004 p 271 152 na medida em que disp e que ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria inclusive em quest es judiciais ou administrativas A legitimidade atribu da ao sindicato n o est limitada ao mbito da Justi a do Trabalho Segundo Jos Carlos Barbosa Moreira a meu ver ela prevalece perante qualquer rg o judicial desde por m que se trate de algum direito ou de algum interesse pertinente categoria ou ao filiado enquanto membro da categoria Tamb m aqui me parece que se trata de um caso de legitima o extraordin ria e portanto de eventual substitui o processual e n o de um caso de representa o o Sindicato age em nome pr prio a parte no processo o Sindicato n o s o os filiados os associados cada um por si 4 2 4 A natureza jur dica da legitima o para agir nas a es coletivas para defesa dos direitos difusos coletivos e individuais homog neos No processo do trabalho s o legitimados para a a o coletiva o Minist rio P blico do Trabalho as organiza es sindicais as entidades de classe e as associa es legalmente constitu da e em funcionamento h pelo menos um ano em defesa dos interesses de seus membros ou associados N o existe consenso na doutrina sobre a natureza jur dica da legitimidade ativa na a o coletiva trabalhista Aduz Nelso
193. Editorial Reus 1977 tomo II p 446 Esse autor adverte contudo que n o pode ser confundida a coisa julgada com a preclus o afirmando para diferenci las que a coisa julgada material tende a produzir seus efeitos fora do processo porque o bem reconhecido pela senten a deve valer precisamente como tal fora do processo Ao contr rio a preclus o das quest es pode limitar seus efeitos ao processo em que tem lugar CHIOVENDA Giuseppe Principios de derecho procesal civil Madri Instituto Editorial Reus 1977 tomo II p 447 57 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v 1 p 452 222 De acordo com Carlos Henrique Soares 2 A preclus o a base da efic cia do julgado que impede que o bem da vida reconhecido ou negado possa ser questionado em futuros processos A preclus o age em dois momentos a antes da senten a por meio da prefixa o de um ponto at o qual poss vel e al m do qual n o mais poss vel introduzir novos elementos de cogni o propor novos pedidos e exce es b depois da senten a por meio de prefixa o de um termo s impugna es admitidas contra aquela coisa julgada em sentido formal CHIOVENDA 2000 p 450 A coisa julgada em sentido formal pressuposto para a coisa julgada em sentido substancial obrigatoriedade imposta aos ju zes de observ ncia do julgado em processos futuros Luiz Machado Guimar es aduz que Se v
194. Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 310 4 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 311 35 ALMEIDA Renato Franco de COELHO Aline Bayerl Princ pio da demanda nas a es coletivas do Estado Social de Direito Apud MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 441 137 pleiteia Pede se a n o somente que o juiz diga o direito mas que o diga informado E areas do Amin 346 por determinada op o pol tica tica ou econ mica Aduz ainda Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich que no caso das a es coletivas poss vel uma aproxima o com a teoria da individua o uma vez que tornando se mais gen rica a causa de pedir remota ganhar relev ncia a causa de pedir pr xima ou os fundamentos tico jur dicos que autorizam o pedido Os direitos de natureza coletiva em sentido amplo s o definidos considerando se op es valorativas axiol gicas ticas e pol ticas o que confere causa de pedir pr xima uma maior amplitude Sandra Lengruber da Silva entende que o ordenamento processual adotou um Meio caminho entre a teoria da substancia o e a da individualiza o No mbito das a es coletivas alguns autores defendem que a teori
195. Fredie OLIVEIRA Rafael Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 BRANCO Paulo Gustavo Gonet MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 2007 BRASIL C digo de Defesa do Consumidor BRASIL C digo de Processo Civil BRASIL Consolida o das Leis do Trabalho BRASIL Constitui o 1988 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia Senado 1988 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 226 436 PR Quarta Turma Relator Ministro S lvio de Figueiredo Teixeira DJ 06 02 2002 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 1 041 197 MS Rel Min Humberto Martins DJ 16 09 2009 BRASIL Superior Tribunal de Justi a REsp 575 998 MG Rel Min Luiz Fux Primeira Turma julgado em 07 10 2004 DJ 16 11 2004 BRASIL Supremo Tribunal Federal ADPF 45 MC DF Rel Min Celso de Mello julgado em 29 04 2004 DJ 04 05 2004 BRASIL Supremo Tribunal Federal RE 595 595 AgR SC Rel Min Eros Grau julgado em 28 04 2009 DJ 29 05 2009 BRASIL Supremo Tribunal Federal AGRAG 157 797 S Rel Min Marco Aur lio DJU 12 05 1995 325 BRASIL Supremo Tribunal Federal RE 193 503 SP Rel Min Carlos Velloso DJU 24 08 2007 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho Processo n RR 44 2002 302 02 00 6 Primeira Turma Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho DEJT 31 07 2009 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho
196. II da CF que ainda n o encontrou assento pr prio na legisla o espec fica dever reger se pelo estatu do no Cap tulo IV do T tulo III do C digo O mesmo ocorre com as a es promovidas por entidades associativas em defesa dos interesses coletivos de seus filiados art 5 inc XXI da CF e com as a es das comunidades e organiza es ind genas em defesa dos interesses dos ndios art 223 da CF Para Raimundo Sim o de Melo No processo do trabalho CLT tem se a tradicional jurisdi o individual destinada solu o dos conflitos individuais de trabalho como os pleitos de horas extras de aviso pr vio de f rias indenizadas de equipara o salarial de cancelamento de puni es aos empregados etc Esse sistema contudo n o serve mais para dar prote o efetiva aos direitos dos trabalhadores agredidos coletivamente Assim para a tutela coletiva no processo do trabalho h que se aplicar a LACP e o CDC e subsidiariamente o CPC quando compat vel A CLT tem aplica o muito restrita porque foi concebida dentro de uma filosofia individual sendo as suas normas praticamente invi veis no sistema de jurisdi o coletiva salvo no caso de a o de diss dio coletivo cujo objeto peculiar a cria o modifica o extin o manuten o ou interpreta o de normas jur dicas Salvador Franco de Lima Laurino afirma que A simplicidade das formas do Processo do Trabalho sempre foi relativa A singe
197. Lei 7347 85 em que hoje se estabelece a regra no sentido de que a coisa julgada erga omnes da senten a civil proferida nas a es coletivas limita se compet ncia territorial do rg o prolator da decis o Um dos argumentos usados para sustentar a inoper ncia destas novas regras j que se cai a primeira o art 16 esta outra cai inevit vel e inexoravelmente pois daquela depende o de que os sistemas da LACP e do CPC s o integrados devem ser lidas estas duas leis como se fossem uma s disciplinando o processo das a es coletivas art 21 da LACP e 90 do CDC O art 103 do CDC posterior ao art 16 da LACP e portanto o revogou Logo inoperante seria altera o em artigo de lei j revogado Ademais afirma se ainda que a restri o imposta pelo art 16 seria inconstitucional pois sendo una e indivis vel a jurisdi o a decis o proferida por qualquer rg o competente do Poder Judici rio v lida e eficaz em todo territ rio nacional Para Raimundo Sim o de Melo No tocante aos efeitos territoriais da coisa julgada nas senten as proferidas nas a es de preven o e repara o de danos ainda existe certa diverg ncia a partir da inclus o no art 16 da Lei n 7 347 85 da express o nos limites da compet ncia territorial do rg o julgador levando a crer prima facie que a partir dessa altera o os efeitos da preven o e repara o dos danos provocados aos interesses difuso
198. MA Francisco G rson Marques BED Fayga Silveira Coords Constitui o e Democracia Estudos em homenagem ao professor J J Gomes Canotilho S o Paulo Malheiros 2006 SARMENTO Daniel A pondera o de interesses na Constitui o Federal Rio de Janeiro Lumen Juris 2003 SCAVOLINI Francesco Toffoli STF fam lia e aborto Jornal Folha de S o Paulo 06 10 2009 Caderno opini o SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 SHIMURA S rgio Tutela Coletiva e sua efetividade S o Paulo M todo 2006 SILVA Ant nio lvares da Execu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 SILVA Bruno Freire e A invers o judicial do nus da prova no C digo de Defesa do Consumidor In CARVALHO Fabiano BARIONI Rodrigo Coords WAMBIER Teresa Arruda Alvim Orienta o Aspectos processuais do C digo de Defesa do Consumidor 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 343 SILVA Jos Afonso da A o popular constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais 1978 SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o S o Paulo Malheiros 2005 SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 16 ed S o Paulo Malheiros 1999 SILVA Jos Afonso da Poder Constituinte e Poder Popular S o Paulo Malheiros 2002
199. MONA Carlos Alberto Coord Cole o Atlas de processo Civil S o Paulo Atlas 2006 p 104 267 d favorece o aumento de processos com preju zo ao princ pio da economia processual e nega efetividade tutela conferida ao r u na a o coletiva De acordo com Vincenzo Vigoriti a n o oponibilidade aos terceiros do julgamento de rejei o da demanda frustra antes de tudo a necessidade de uniformidade dos efeitos do julgamento judicial concernente aos interesses coletivos e longe de alcan ar o justo ponto de equil brio entre as exig ncias contrapostas de economia dos ju zos e de tutela do direito de defesa termina pela imposi o de um nus excessivo ao demandado o qual poder ver se obrigado a defender se em ju zo diversas vezes sempre pelas mesmas raz es e sem possibilidade de opor a efic cia de um julgamento a ele favor vel Luiz Norton Baptista Mattos assevera que O modelo atual de extens o da coisa julgada coletiva secundum eventum litis se choca com os princ pios constitucionais da efetividade da jurisdi o da razoabilidade da isonomia bem como vai de encontro tend ncia do processo civil p trio de atribui o de efic cia vinculante s decis es dos Tribunais Superiores O processo deve satisfazer plenamente os fins a que se destina N o pode culminar apenas em uma simples declara o formal abstrata vazia e inconsegiiente de direitos ao contr rio a tutela jurisdicional d
200. NA M rcio T lio Novos rumos para o Direito do Trabalho In VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares Coords O que h de novo em DIREITO DO TRABALHO S o Paulo LTr 1997 345 VIANA M rcio T lio O Acesso Justi a e a nova prescri o do rur cola In Revista de Direito do Trabalho n 102 ano 27 S o Paulo VIGLIAR Jos Marcelo Menezes A causa de pedir e os interesses individuais homog neos In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Coords Causa de pedir e pedido no processo civil quest es pol micas S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 VIGORTTI Vincenzo Interessi collettivi e processo la legittimazione ad agire Mil o Giuffr 1979 WACH Adolf Conferencias sobre la ordenanza procesal civil alemana Lima ARA 2006 WAMBIER Teresa Arruda Alvim MEDINA Jos Miguel Garcia O dogma da coisa julgada hip teses de relativiza o S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 WAMBIER Tereza Arruda Alvim Litispend ncia nas a es coletivas In MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords Processo civil coletivo S o Paulo Quartier Latin 2005 WATANABE Kazuo Acesso Justi a e sociedade moderna In GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel WATANABE Kazuo Coords Participa o e Processo S o Paulo Revista dos Tribunais 1988 WATANABE Kazuo Da cogni o no processo civil 3 ed S o Paulo Perfil 2005 WATANABE Kazuo Demandas
201. O bem julgado incontest vel a parte a que se denegou o bem da vida n o pode mais reclamar a parte se reconheceu n o s tem o direito de consegui lo praticamente em face da outra mas n o pode sofrer por parte desta ulteriores contesta es a esse direito e esse gozo Essa a autoridade da coisa julgada Juridicamente a coisa julgada n o tem em vista a afirma o da verdade dos fatos mas da exist ncia de uma vontade da lei no caso concreto O ordenamento jur dico limita se a afirmar que a vontade da lei no caso concreto aquilo que o juiz afirma ser a vontade da lei O juiz representa o Estado enquanto lhe afirma a vontade A senten a unicamente a afirma o ou a nega o de uma vontade do Estado que garanta a algu m um bem da vida no caso concreto e s a isto se pode estender a autoridade da coisa julgada Ap s os registros precedentes cumpre esclarecer que a coisa julgada justificada pela necessidade de a certeza e estabilidade nas rela es sociais A recorribilidade sem limites da senten a perpetuaria a incerteza sobre o direito objeto de controv rsia atendendo a coisa julgada necessidade de certeza e estabilidade nas rela es sociais Anota Eduardo Couture que as senten as devem ser justas por m uma forma de injusti a consiste em que se gaste a vida inteira para se chegar senten a definitiva Antonio Gidi assevera que essa garantia de estab
202. PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE MINAS GERAIS FACULDADE MINEIRA DE DIREITO PROGRAMA DE POS GRADUA O EM DIREITO A RELA O ENTRE A ES COLETIVAS E A ES INDIVIDUAIS NO PROCESSO DO TRABALHO litispend ncia e coisa julgada W nia Guimar es Rab llo de Almeida Belo Horizonte 2010 W NIA GUIMAR ES RAB LLO DE ALMEIDA A RELA O ENTRE A ES COLETIVAS E A ES INDIVIDUAIS NO PROCESSO DO TRABALHO litispend ncia e coisa julgada Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o da Faculdade Mineira de Direito da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Direito Orientador Professor Doutor Jos Roberto Freire Pimenta Belo Horizonte 2010 FICHA CATALOGR FICA Elaborada pela Biblioteca da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Almeida W nia Guimar es Rab llo de A447r A rela o entre a es coletivas e a es individuais no processo do trabalho litispend ncia e coisa julgada W nia Guimar es Rab llo de Almeida Belo Horizonte 2010 340f Orientador Jos Roberto Freire Pimenta Disserta o Mestrado Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Programa de P s Gradua o em Direito 1 A o coletiva 2 Reclama o trabalhista 3 Processo trabalhista 4 Litispend ncia 5 Coisa julgada 6 Interesse difuso 7 Interesse coletivo 8 Interesse individual homog neo I Pimen
203. Referidos direitos s o encontrados tamb m no art 5 XXXII prote o do consumidor no art 5 XXXIII direito a informa es prestadas pelos rg os p blicos e no art 4 I III IV VI e VII independ ncia nacional autodetermina o dos povos e a n o interven o defesa da paz e solu o pac fica dos conflitos Os direitos fundamentais de quinta dimens o direito paz e solu o pac fica dos conflitos segundo Paulo Bonavides s o consagrados no art 4 VI e VII da CR 88 Os direitos fundamentais est o na base do Estado Democr tico de Direito O Estado Democr tico de Direito modelo de Estado adotado pela Constitui o Federal art 1 caput resulta da conjuga o dos princ pios da democracia e do Estado de Direito Observa Ernst Wolfgang B ckenf rde que a democracia responde pergunta sobre quem o portador e o titular do poder que exerce o dom nio estatal n o sobre qual o seu conte do e portanto se refere forma o legitima o e ao controle dos rg os que exercem o poder organizado do Estado e realizam as tarefas que a ele cabe O Estado de Direito pelo contr rio responde indaga o sobre o conte do o mbito e o modo de proceder da atividade estatal Tende limita o e vincula o do poder do Estado com o fim de garantir a liberdade individual e social particularmente mediante o reconhecimento dos MORAES Alexandre de Direitos humanos fundamentais 7
204. S Gilmar Ferreira Mendes Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade estudos de direito constitucional 3 ed S o Paulo Saraiva 2004 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho Quarta Turma Processo n 01287 2005 104 03 00 5 Relator Desembargador Luiz Ot vio de Linhares Renault DJMG 08 12 2006 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Regi o Quarta Turma Processo n 00482 2008 042 03 00 9 Rel Juiz Convocado Jos Eduardo de Resende Chaves J nior DJMG de 13 09 2008 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Regi o Segunda Turma Processo n 01064 2008 135 03 00 9 Relator Desembargador Sebasti o Geraldo de Oliveira DEJT de 15 07 2009 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Regi o Oitava Turma Processo 00886 2007 098 03 00 6 Relator Desembargador Heriberto de Castro DJMG 30 01 2008 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Regi o Quarta Turma Processo 01097 2008 082 03 00 8 RO Relator Desembargador Luiz Otavio Linhares Renault Revisor Juiz Convocado Jose Eduardo de Resende Chaves J nior In DOE de 03 08 2009 MIRANDA Jorge Manual de direito constitucional Coimbra Coimbra 1998 tomo IV MIRANDA Pontes de Coment rios ao C digo de Processo Civil 4 ed Rio de Janeiro Forense 1995 tomo I PONTES DE MIRANDA Coment rios Constitui o de 1967 com a Emenda n 1 de 1969 t 4 p 689 Apud GIDI Antonio A c
205. S mula n 402 do Tribunal Superior do Trabalho Prova nova aquela que n o foi utilizada no primeiro processo O que se exige que na nova a o sejam produzidas provas estranhas ao primeiro processo mesmo que se trate de documento que existia poca daquela a o Nesse sentido afirma Antonio Gidi que o conceito de nova prova n o pode ser t o restrito quanto o de documento novo que autoriza a propositura de a o rescis ria CPC art 485 VID Sint tica e objetivamente poss vel defini la com Arruda Alvim como toda e qualquer prova n o produzida na a o anterior No entanto para autorizar a repropositura da a o coletiva n o parece bastar que a prova seja nova mas como vimos h que ao menos potencialmente ensejar a possibilidade de uma decis o diversa N o indispens vel todavia que a nova prova seja suficiente por si s para conduzir proced ncia do pedido Como afirma Paulo Affonso Leme Machado a prova anteriormente produzida julgada insuficiente n o deve ser desprezada e descartada mas deve ser considerada em conjunto com a nova prova Gustavo de Medeiros Melo assevera que a interpreta o que se convencionou na doutrina e que teve em Barbosa Moreira a sua autoridade maior foi no sentido de considerar novo em princ pio n o o documento em si que j existia mas o conhecimento que se teve dele depois do ltimo momento em que era l cito pa
206. Saraiva 1995 p 134 135 12 Verificando a omiss o do juiz o autor da a o coletiva dever opor embargos de declara o para que ela seja sanada 284 provas podendo essa prova nova decorrer como acentua Ricardo de Barros Leonel 2 par 2 do 730 de inova o tecnol gica nos meios probat rios Este tamb m o entendimento de Antonio Gidi A apresenta o de nova prova crit rio de admissibilidade para a repropositura da a o coletiva Por isso o autor coletivo deve manifestar logo na peti o inicial a prova nova que pretende produzir Dever ent o o magistrado in limine litis convencer se de que a prova efetivamente nova e poder ensejar ao menos potencialmente uma decis o diversa Se o legitimado ao repropor a a o coletiva n o apresentar nova prova n o h d vida de que o magistrado dever indeferir liminarmente a peti o inicial e extinguir o processo sem julgamento do m rito Como se trata de uma exce o forma o da coisa julgada ainda que plenamente justificada razo vel esta exig ncia devendo o autor n o s esclarecer que sua pretens o tem fundamento em nova prova mas tamb m especificar essa prova Por fim a nova a o coletiva deve possuir a mesma causa de pedir e o mesmo pedido objeto da a o anterior sendo que onde a lei diz impropriamente com id ntico fundamento quer significar mais precisamente com base na mesma causa de pedir Se a
207. Sem essa manifesta o tem se por escorreita a extin o do processo sem resolu o do m rito nos termos do art 267 inciso V do CPC 48 No Tribunal Superior do Trabalho a Primeira Turma chegou a afastar a litispend ncia mas a Se o de Diss dios Individuais I firmou o entendimento de que existe litispend ncia entre a a o coletiva ajuizada pelo sindicato e a a o individual ajuizada pelo trabalhador consoante se v das decis es seguintes RECURSO DE REVISTA A O COLETIVA A O INDIVIDUAL LITISPEND NCIA INEXIST NCIA ARTS 103 E 104 DO C DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR A quest o afeta configura o de litispend ncia entre a o coletiva e reclama o trabalhista individualmente ajuizada pelo empregado deve ser examinada sob a tica do atual sistema das a es coletivas institu do pelo C digo de Defesa do Consumidor tendo em vista a lacuna da CLT no particular art 769 do diploma consolidado O c digo consumerista em face da disciplina peculiar que confere aos efeitos da coisa julgada expressamente determina que as a es coletivas para a defesa de interesses difusos coletivos e individuais homog neos n o induzem litispend ncia em rela o s a es individualmente ajuizadas arts 103 e 104 do CDC Dessa forma n o merece acolhimento a pretens o esposada no presente recurso de revista extin o sem Julgamento de m rito da reclama o trabalhista ora examinada em decorr ncia de a e
208. a e que merecer a denomina o de efetivo do ponto de vista social o processo que consinta aos membros menos bem aquinhoados da comunidade a persecu o judicial de seus interesses em p de igualdade com os dotados de maiores for as n o s econ micas sen o tamb m pol ticas e culturais N o se pode olvidar que consoante adverte Eduardo J Couture a a Constitui o pressup e a exist ncia de um processo como garantia da pessoa humana b a lei deve instituir o processo c a lei n o pode instituir formas que transformem em ilus o a concep o de processo consagrada na Constitui o d se a lei instituir uma forma de processo que priva o indiv duo de uma razo vel oportunidade para fazer valer seu direito ser inconstitucional e nestas condi es devem entrar em jogo os meios de impugna o que a ordem jur dica local institua para tornar efetivo o controle de constitucionalidade das leis is Ao tutelar o processo a Constitui o Federal reconhece a exist ncia de verdadeiros direitos fundamentais processuais valendo observar com Carlos Alberto Alvaro de Oliveira tr s aspectos essenciais e implicados na concep o dos direitos fundamentais quais sejam 162 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revist
209. a es individuais erre eeeeeeeeranena 160 4 4 Litispend ncia em a es coletivas errar neeracereneenanaa 162 4421 Introdu o ssis e a e Aera deeBiae di aaa aaae ERA Vossa taa aa eela 162 4 4 2 Litispend ncia entre a es coletivas sseeseesseseeseessessssrerresressrssrssrerresesesreseessrsseee 163 4 5 Litispend ncia entre a es coletivas e a es individuais ii 174 4 5 1 Litispend ncia entre a o coletiva para a defesa de direitos difusos e coletivos e a o INdiVAQUAI e Girres ereire eree ias s aee cursa sado sapeca dada das sedan a LUAS ao EE alegados asia le taS 175 4 5 2 Litispend ncia entre a o coletiva para a defesa de direitos individuais homog neos e a o individual Sesine oa eeaeee po eaea as E IEE EEEE EEEE E EE SO Naga E Ee EERE dade 179 4 6 Conex o e contin ncia entre duas a es coletivas e entre a o coletiva e a o iVE NBAT i e EEEE E E E A OE E E TEEI E E EEEE 187 4 7 A intima o pessoal do litigante individual sobre a exist ncia de demanda coletiva Responsabilidade pela intima o e consequ ncias da sua aus ncia 190 5 COISA JULGADA pras ane ta ppa A rd 196 5 Concetti nnec orar sandro e spa R ad a apagada aaa DAS a STO SALE A a 196 2 AA CED ES EEE sola E nana ola E sa RE donas E EEE 200 5 3 Fundamentos suas sonisstvtsasassr camera a EEE REE AEEA AESA EEEE ASEE i s 204 5 4 Coisa julgada formal e
210. a o civil p blica uma a o popular um mandado de seguran a ou qualquer outra a o coletiva ocorrer identidade de causa de pedir e de pedido haver litispend ncia entre essas duas a es Ser o a mesma e nica a o coletiva apenas propostas com base em leis processuais diferentes No processo coletivo portanto quando se trate da verifica o de litispend ncia entre a es coletivas a doutrina da tr plice identidade deve ser substitu da pela teoria da identidade da rela o jur dica substancial duas a es ser o id nticas quando tiverem em comum a mesma causa de pedir e o mesmo pedido Com propriedade observa C ndido Rangel Dinamarco que a exist ncia das mesmas partes da mesma causa de pedir e do mesmo pedido n o suficiente em si mesma para delimitar com precis o o mbito de incid ncia do impedimento causado pela litispend ncia Considerado o objetivo do instituto evitar o bis in idem o que importa evitar dois processos instaurados com o fim de produzir o mesmo resultado pr tico A prop sito aduz Elton Venturi que H que se ponderar pois que a aferi o da litispend ncia na tutela coletiva deve ser regida n o pela an lise de quem formalmente se apresenta como o autor das diversas demandas mas sim pela qualifica o jur dica de tal legitima o vale dizer indagando se a que t tulo est o as diferentes entidades autoras em ju zo deduzindo id nticas pretens es de tu
211. a o da tutela jurisdicional vindo tamb m a lume o C digo de Defesa do Consumidor e outros diplomas legais visando tutela coletiva Estatuto da Crian a e do Adolescente e dos Portadores de Defici ncia F sica entre outros e por fim a terceira onda com reformas voltadas solu o de pequenos problemas causadores de grandes males e elimina o de certas formalidades 191 desnecess rias e respons veis pelo retardamento da tutela jurisdiciona tendo sido disciplinadas a tutela jurisdicional antecipada a nova execu o espec fica das obriga es de fazer a interposi o do agravo de instrumento diretamente no tribunal destinat rio as leis renovadoras do C digo de Processo Civil como o caso da Lei do Cumprimento de Senten a implantando um processo sincr tico no lugar do processo de conhecimento seguido do executivo A prop sito da transmigra o do processo individual em rela o ao processo coletivo assevera Ada Pellegrini Grinover que Entre os pa ses de civil law o Brasil foi o pioneiro na cria o e implementa o dos processos coletivos A partir da reforma de 1977 da Lei da A o Popular os direitos difusos ligados ao patrim nio ambiental em sentido lato receberam tutela jurisdicional por interm dio da legitima o do cidad o Depois a Lei 6 938 81 previu a titularidade do Minist rio P blico para as a es ambientais de responsabilidade penal e civil Mas foi com a Lei 7 347 85
212. a Pelo que se v realmente os crit rios t m que ser diferentes dos do CPC Este outro legitimado pode ser at mesmo o autor da a o precedente Jos Carlos Barbosa Moreira assevera que o legislador p trio inteligentemente conjurou o risco no art 18 da Lei n 4 717 a senten a produz coisa julgada erga omnes quer acolha quer rejeite o pedido salvo quando nesta segunda hip tese se funde na defici ncia de prova em tal caso por m n o se forma a res iudicata material sequer para o autor a quem fica 712 WATANABE Kazuo Da cogni o no processo civil 3 ed S o Paulo Perfil 2005 p 131 134 73 WAMBIER Teresa Arruda Alvim Litispend ncia em A es Coletivas In Processo civil coletivo MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords S o Paulo Quartier Latin 2005 p 282 277 gt sempre aberta como a qualquer cidad o a possibilidade de intentar outra a o gt 714 com id ntico fundamento valendo se de nova prova Ada Pellegrini Grinover tamb m admite a inexist ncia de coisa julgada na hip tese de rejei o da demanda coletiva por insufici ncia de provas O pedido julgado improcedente por insufici ncia de provas pode como prev expressamente o art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor ser novamente apresentado em ju zo inclusive pelo autor da demanda em que a senten a foi proferida exigindo se apenas que a pretens o seja sustentada por nova prova
213. a atribui legitimidade ativa somente ao titular do direito admitindo apenas excepcionalmente que um terceiro compare a em ju zo em busca de tutela de direito alheio o C digo de Defesa do Consumidor tendo em vista que existem direitos de titularidade de pessoas indeterminadas adota uma nova postura fugindo ao padr o cl ssico do C digo de Processo Civil com a atribui o de legitimidade ativa a v rios entes que n o sejam os titulares do direito deduzido Este fato demonstra a insufici ncia do C digo de Processo Civil no que diz respeito defini o da natureza jur dica da legitimidade ativa para as a es coletivas Assim como s o necess rios instrumentos aptos e adequados tutela efetiva dos direitos metaindividuais os institutos de direito processual coletivo n o podem ter a sua natureza jur dica definida apenas a partir de categorias do direito processual individual Acrescente se que parte da doutrina como o caso de Ada Pellegrini Grinover tem considerado que quando o ente legitimado age na defesa de interesses institucionais ocorre uma verdadeira legitima o ordin ria v Vincenzo Vigoriti Jos Carlos Barbosa Moreira Kazuo Watanabe e a autora deste estudo De modo que caso a caso dever se verificar se a entidade age na defesa de seus interesses institucionais prote o ao ambiente aos consumidores aos contribuintes por exemplo e neste caso a legitima o seria ordin ria ou se atua no in
214. a mas uma coletividade de titulares de direitos merecedores de tutela jurisdicional b de um nico fato podem surgir consequ ncias jur dicas variadas um dano ao meio ambiente pode ofender direito difuso coletivo e individual homog neo e c as normas jur dicas t m seu significado alterado em raz o do desenvolvimento de novas tecnologias por exemplo um produto que hoje n o coloca em perigo a sa de humana pode no futuro coloc la sob s rio risco Como assevera Rodolfo de Camargo Mancuso considerando se a conhecida trifurca o da causa de pedir em simples um fato fundamento para uma pretens o composta mais de um fato mais de um fundamento para uma pretens o e complexa mais de um fato mais de um fundamento para mais de uma pretens o pode se inferir que a expandida dimens o dos conflitos metaindividuais tem em sua origem ordinariamente uma causa de pedir composta ou complexa Da a dificuldade de aplicar o denominado princ pio da substancia o do fundamento da demanda coletiva por exigir que o autor aponte na peti o inicial todas as circunst ncias E ira E caso 340 de fato que servem de apoio pretens o manifestada em ju zo 38 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 73 74 39 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007
215. a que entre as a es exista identidade de partes causa de pedir e pedido Em geral ao tratar da litispend ncia os autores examinam a identidade das a es considerando os seus elementos na seguinte ordem partes causa de pedir e pedido Como a defini o das partes no processo coletivo tem estreita rela o com a legitimidade para a propositura das a es coletivas e este tema tamb m ser objeto de estudo optou se por uma nova ordem no tratamento dos elementos identificadores da a o ser o examinados a causa de pedir o pedido e as partes nessa ordem a Causa de pedir Ao ajuizar a a o o autor deve apresentar o seu pedido declara o de exist ncia ou inexist ncia de rela o jur dica ou a condena o do r u ao cumprimento de uma obriga o por exemplo O pedido do autor deve ser fundamentado Isso significa dizer que o autor deve ao propor a a o esclarecer a causa do seu pedido isto a causa de pedir A causa de pedir como prev o C digo de Processo Civil italiano em seu art 163 corresponde exposi o dos fatos e elementos de direito constituintes da raz o da demanda concep o que adotada pela doutrina como se v em Andrea Proto Pisani para quem a exposi o dos fatos e dos elementos de direito constituem a raz o da demanda esse o modelo adotado pelo C digo de Processo Civil brasileiro de 1973 segundo o qual da peti o inicial meio atrav s do qual a demanda aprese
216. a Constitui o tendo se a preocupa o final stica de se verificar os resultados que este instituto provoca mesmo se s custas de n o promover a justi a nem tampouco ser a tradu o da seguran a jur dica pretendida pelo Direito Segundo Eduardo Cambi Percebe se pois que para al m da gin stica com os conceitos jur dicos o fundamento pol tico semelhante qual seja tutelar diferenciadamente os direitos transindividuais e aqueles que concernem s liberdades p blicas dos cidad os Ali s em termos de efetiva o da tutela essa engenharia jur dica bastante adequada prote o de direitos n o patrimoniais n o devendo causar surpresas ao menos queles que se pretendem a evolu o e o aperfei oamento do Direito dedicando se a repensar os cl ssicos conceitos os quais foram engendrados para um direito processual civil que se destinava a ser mero ap ndice de um direito civil elaborado no s culo dezoito para tutelar quase que exclusivamente as rela es individuais e patrimoniais 6 amp 2 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 84 63 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 94 64 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 86
217. a a felicidade 225 224 z Prs P Logo o processo n o tutela direitos mas pessoas pessoa Contudo a realiza o do direito fundamental n o pode ser considerada apenas em rela o ao seu titular O resultado do processo deve ser considerado luz do efeito que produz na sociedade e com isso na realiza o do bem comum A realiza o concreta dos direitos fundamentais trabalhista atua portanto em favor do bem comum sendo esse um dos objetivos da Rep blica art 3 IV da Constitui o Federal A Constitui o Federal inclui a constru o de uma sociedade justa entre os objetivos fundamentais da Rep blica art 3 I disp e que a ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social art 170 e estabelece que a ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivos o bem estar e a justi a sociais art 193 A ordem jur dica econ mica e social portanto t m um objetivo bem definido a justi a social A Constitui o Federal indica os caminhos para alcan ar a justi a social a respeito dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho art 1 b redu o das desigualdades sociais art 3 IM 223 MARINONI Luiz Guilherme Id ias para um renovado direito processual In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para u
218. a ainda Elton Venturi que a primeira demanda difusa cont m id ntica pretens o da demanda de direitos individuais homog neos indeniza es individuais constituindo tal declara o necessariamente pressuposto logicamente imprescind vel ao acatamento de qualquer outra pretens o eventualmente deduzida seja a imposi o de obriga es de fazer ou n o fazer seja a condena o pecuni ria do r u para fins de integraliza o do fundo a que se refere o art 13 da LACP Conclui esse autor que por j estar inserida na pretens o difusa ou coletiva a tutela de direitos individuais homog neos haver rela o de litispend ncia contin ncia ou de coisa julgada devendo ser determinada a reuni o dos processos ou julgar extinto o ltimo processo N o h como deixar de concordar com Antonio Gidi uma vez que o pedido de tutela de direito difuso de direito coletivo ou de direitos individuais homog neos n o ser o id nticos ainda que id ntica seja a causa de pedir o que afasta a litispend ncia impondo se no entanto a reuni o das a es por medida de economia processual e para evitar decis es divergentes Cumpre anotar por fim que a litispend ncia entre a es coletivas objeto de disciplina em v rios projetos de lei ou de c digo a no projeto de C digo de Processo Civil Coletivo um Modelo para Pa ses de Direito Escrito de autoria de Antonio Gidi previsto no art 19 que a primeira a o coletiva
219. a de provas qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova A inova o est nos limites territoriais impostos coisa julgada erga omnes com a consequente fragmenta o da coisa julgada ou melhor dos limites subjetivos da mesma mediante a restri o territorial da compet ncia jurisdicional 7 SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 51 8 SILVA Sandra Lengruber da Elementos das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 p 176 257 Ainda que o ato il cito seja o mesmo e que o pedido de indeniza o nele fundado seja julgado procedente se aquele ato produziu efeitos em reas abrangidas pela jurisdi o de v rios ju zos em cada um deles deve ser proposta a o id ntica A restri o em exame a agride o princ pio da economia processual exigindo o ajuizamento de v rias a es com o mesmo objeto b permite o proferimento de decis es contradit rias sobre os mesmos fatos em preju zo do princ pio da igualdade c contraria o art 103 do C digo de Defesa do Consumidor que n o cont m restri o similar d confunde limites subjetivos da coisa julgada com a compet ncia do rg o prolator da decis o Luiz Norton Baptista Mattos afirma que a limita o imposta pelo art 16 da Lei n 7 347 85 1 embaralha os institutos da compet ncia enquanto medida ou
220. a declarat ria para concluir que a imutabilidade que protege a decis o jurisdicional identific vel com a coisa julgada material s se refere ao efeito declarat rio da senten a n o alcan ando os seus efeitos constitutivos ou condenat rios uma vez que estes s o sempre mut veis sem que se d ofensa coisa julgada a ren ncia ao direito reconhecido na senten a impedindo a sua execu o n o afeta a declara o de exist ncia do direito C ndido Rangel Dinamarco critica a doutrina em quest o afirmando que Caracterizada como um estado de seguran a jur dica quanto s rela es entre os que litigarem no processo a coisa julgada material incide sobre os efeitos da senten a de m rito mas n o ela tamb m um efeito desta Nos efeitos da senten a reside a f rmula de conviv ncia n o encontrada pelos sujeitos de modo amig vel e pac fico tanto que precisaram valer se do processo e do exerc cio da jurisdi o pelo Estado Juiz A senten a estabelece essa f rmula lan ando a para fora do processo e tendo uma natural tend ncia a impor se na vida comum dos sujeitos efic cia natural da senten a Segundo Jos Carlos Barbosa Moreira a imutabilidade a que corresponde a coisa julgada n o tem refer ncia alguma declara o judicial mas traduz a imutabilidade da 57 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 443 Comentando a teoria de Konrad Hellwig
221. a dentro do processo de conhecimento onde passaram a ser cumpridas mediante ordens ou mandados expedidos ali mesmo pelo Juiz Em mais uma batalha da eterna luta entre a seguran a jur dica e efetividade do processo ampliaram se os dom nios dessa ltima Novos espa os foram abertos para as medidas de tutela provis ria dos direitos produzidas em regime de cogni o sum ria e base de ju zos de simples verossimilhan a C ndido Rangel Dinamarco fala em tr s ondas renovat rias do processo civil brasileiro a primeira seria a abertura da Justi a aos menos favorecidos e s suas causas menores por volta dos anos 80 com a institui o da Lei das Pequenas Causas lei esta que foi al m de gerar oportunidades de acesso justi a pois abriu os olhos e mentes de nossa gera o a um novo modo de ver a ordem processual e sentir as responsabilidades do Estado 2189 juiz perante a popula o a segunda onda veio com a Lei de A o Civil P blica que consistiu na abertura da Justi a a valores transindividuais com ren ncia rigidez do 188 ZAVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 25 26 1 DINAMARCO C ndido Rangel Homenagem a Ada Pellegrini Grinover RePro 176 ano 34 S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 p 279 281 80 55190 individualismo reinante desde as origens caracterizando a coletiviz
222. a dos Tribunais 2007 p 201 264 coisa julgada secundum eventum litis Isso significa que dependendo do resultado do processo diferente pode ser a implica o da coisa julgada material Aponta Eduardo Cambi dois caminhos a serem seguidos dependendo do resultado da demanda Anote se que a i sendo as provas suficientes e adequadas elucida o das quest es de m rito a decis o mesmo a que rejeita a pretens o produz coisa julgada material n o se admitindo a propositura de a o posterior para rediscutir a mat ria ii n o havendo provas suficientes e adequadas para a compreens o da res in iudicium deducta a decis o malgrado possa ser considerada de m rito j que apta pelo menos sob os aspectos formais ao julgamento da pretens o n o se reveste da autoridade da coisa julgada material porque n o conv m politicamente emitir um ju zo fict cio de certeza fundado no rigoroso mecanismo do nus da prova objetivo como regra de julgamento o que teria como resultado a produ o da coisa julgada material inviabilizadora do ajuizamento de nova a o com id ntico fundamento mas com novas e melhores provas garantia da coisa julgada material ao contr rio do que poderia ser encontrado em ensinamentos mais apegados ao fetichismo das formas n o absoluta n o fazendo o preto virar branco nem o quadrado redondo Por isso deve ser examinado luz de outros direitos e garantias igualmente acolhidos pel
223. a dos Tribunais 2006 p 674 163 BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 17 14 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Por um processo socialmente efetivo Temas de direito processual Oitava S rie S o Paulo Saraiva 2004 p 15 16 165 COUTURE Eduardo Fundamentos del derecho procesal civil 3 ed Buenos Aires Depalma 1993 p 149 150 71 a A j mencionada normatividade do direito fundamental norteadora n o s da regula o legislativa do processo como tamb m do regramento da conduta das partes e do rg o judicial no processo concreto e ainda na determina o do pr prio conte do da decis o b A supremacia do direito fundamental n o s o os direitos fundamentais que se movem no mbito da lei mas a lei que deve mover se no mbito dos direitos fundamentais c O car ter princ piol gico do direito fundamental a iluminar as regras j existentes permitindo ao mesmo tempo a formula o de outras regras espec ficas para solucionar quest es processuais concretas Observe se que n o se trata de simplesmente abrir as portas dos pr dios do Poder Judici rio ao cidad o mas o de lhe propiciar uma tutela jurisdicional adequada efetiva r pida econ mica e justa justamente na perspectiva constitucional que o processo como assinala Carlos Alberto Alvaro de Oliveira afastado do plano das constru es con
224. a embasadora da causa de pedir n o seria a da substancia o mas sim a da individualiza o Verifica se que outros s o os fundamentos desta teoria sendo suficiente a exposi o da situa o jur dica decorrente dos fatos bastando desta forma a indica o de um fundamento geral para o pedido Desta maneira a inicial apenas aponta a causa e ainda assim a decis o abrange todos os aspectos de fato relevantes N o h d vidas de que o contexto das a es coletivas totalmente diverso daquele das a es individuais de forma que quase todos os institutos devem ser compreendidos com certa flexibilidade Entretanto deve se ponderar que isto n o autoriza a que se deixe de descrever na inicial das a es coletivas os fatos relativos les o ou amea a dos direitos transindividuais cuja tutela pleiteada V se pois que nas a es coletivas comp em a causa de pedir os fatos sua qualifica o jur dica e as op es valorativas axiol gicas ticas e pol ticas que se pretende respeitadas Colhe se na jurisprud ncia que EMENTA ISONOMIA SALARIAL DIFEREN AS ORIUNDAS DE ADICIONAL NOTURNO QUITADO DE FORMA MAIS BEN FICA PARA DETERMINADO GRUPO DE TRABALHADORES A O ID NTICA ANTERIORMENTE MOVIDA PELO SINDICATO TAMB M NA QUALIDADE DE SUBSTITUTO PROCESSUAL LITISPEND NCIA CONFIGURADA In casu nas duas demandas aforadas pelo Sindicato autor na qualidade de substituto processual e com espeque no princ
225. a esp cie jur dica invocada n o as meras circunst ncias de fato que o autor alega Ant nio Carlos de Ara jo Cintra Ada Pellegrini Grinover e C ndido Rangel Dinamarco In Teoria Geral do Processo Nesse diapas o pode se categoricamente afirmar na defini o do preciso conceito de litispend ncia que a causa de pedir n o se confunde com os argumentos dos quais se vale o autor para embasar a pretens o deduzida Afigura se inconceb vel admitir que a tese autoral seja desmembrada em diversos argumentos e pulverizada ao longo de tantos processos quantos forem necess rios at ulterior sucesso pois tal expediente inaceit vel e atenta contra os mais balizares princ pios processuais al m de afrontar contra a seguran a jur dica estabilidade das rela es e boa f Extin o do feito sem resolu o do m rito em face da litispend ncia reconhecida na origem que se mant m Ao se examinar a identidade de causa de pedir assim como a pr pria litispend ncia n o se pode perder de vista o papel que as a es coletivas desempenham no ordenamento jur dico em especial no que diz respeito necessidade de criar condi es que permitam realizar concretamente os direitos assegurados pela ordem jur dica em especial os direitos fundamentais Da narra o dos fatos deve se retirar o maior n mero de informa es tendo em vista sempre facilitar o acesso justi a e ao pr prio direito Como j foi assinalado a
226. a na a o coletiva Ali s o processo suspenso justamente para que o autor da a o individual possa ser beneficiado pela coisa julgada produzida na a o coletiva Assim o processo deve ficar suspenso at que seja definitivamente julgada a a o coletiva se for o caso de proced ncia o autor da a o individual ser beneficiado pela decis o se for o caso de improced ncia o autor da a o individual requerer a retomada do seu curso Registre se em resposta ao que foi afirmado por Antonio Gidi que a hip tese n o de constrangimento ao autor da a o individual uma vez que a ele assegurada a op o pela continuidade da sua a o Permitir o tr mite simult neo da a o individual e da a o coletiva tendo o autor 5 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 359 360 5 LENZA Pedro Teoria geral da a o civil p blica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 p 259 260 5 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 212 196 daquela ci ncia desta e sem a exig ncia do exerc cio da op o mencionada no art 104 do C digo de Defesa do Consumidor ofende o princ pio da economia processual que prestigiado pelas a es coletivas Ao autor da a o individual cabe verificar a conveni ncia de dar curso a o que ajuizou ou requerer a sua suspens o e aguardar o julgamento da a o coletiva Por fim se o autor
227. a necess ria intenta dar solu o ao problema Para CHIOVENDA a senten a obriga as partes mas vale em rela o a todos Os terceiros esses podem ser a totalmente indiferentes b n o obrigados a reconhecer a senten a c praticamente interessados Partindo dessa distin o quanto s a es de estado chega CHIOVENDA conclus o de haver nesses casos aplica o da regra geral res iudicata erga omnes sem que possa ser afetado outro leg timo contraditor Na doutrina brasileira remata REZENDE FILHO sempre foi pac fico o princ pio de que a coisa julgada vale apenas em rela o s partes n o atingindo terceiros S por expressa disposi o de lei ou pela natureza do direito a senten a pode estender os seus efeitos a pessoas estranhas ao lit gio verbi gratia nos casos do art 887 do C digo de Processo Civil Geovany Cardoso Jeveaux alinha tr s teorias que tentam explicar a quest o relativa extens o da coisa julgada individual a terceiros 1 de Chiovenda a coisa julgada importa em dever de reconhecimento pelos terceiros mas nunca em preju zo jur dico para eles 2 de Liebman a rela o resolvida pelo comando da senten a que determina sua eventual extens o a terceiros at o momento em que venham a insurgir se contra os seus limites 3 de Betti a princ pio negativo a senten a irrelevante para terceiros estranhos ao processo a 1 mas o terceiro n o pode desconhecer a coisa jul
228. a os seguintes aspectos a pedido certo e determinado mas gen rico responsabiliza o do r u pelo pagamento do adicional de insalubridade aos empregados sujeitos aos agentes insalut feros b senten a gen rica de proced ncia reconhece a insalubridade e condena o r u ao pagamento do adicional de insalubridade aos trabalhadores que exerceram suas atividades no estabelecimento X durante o per odo Y c efeitos erga omnes e secundum eventus litis a senten a favor vel aproveita a todos os trabalhadores individuais que poder o promover coletiva com identifica o dos substitu dos ou individualmente a execu o que se processar 6 amp 5 LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1998 p 209 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 619 256 por artigos O reconhecimento da insalubridade a todos beneficia Na liquida o o trabalhador demonstrar que laborava no estabelecimento X no per odo Y d exce o aos efeitos erga omnes e secundum eventum litis o trabalhador que mantinha uma reclama o trabalhista com pedido de adicional de insalubridade contra a empresa e n o requereu a suspens o do processo no prazo de 30 dias a contar da ci ncia dos autos do ajuizamento da a o coletiva n o se beneficiar da decis o coletiva podendo inclusive ter senten a desfavor
229. a para que possa haver um outro que o seja extraordinariamente O extraordin rio um conceito relacional e pressup e a exist ncia do ordin rio da mesma forma que o especial pressup e a exist ncia do comum A legitimidade concorrente porque todos os entes legitimados pela ordem jur dica s o independentes e simultaneamente autorizados para agir sendo que a legitimidade de um deles n o exclui a do outro pois a legitimidade n o de apenas um ente A legitima o para a a o coletiva disjuntiva posto que qualquer ente legitimado pode propor a o sozinho sem necessidade de autoriza o dos demais co legitimados podendo contudo ser formado litiscons rcio volunt rio com outro legitimado Por m proposta a a o por um ente legitimado dar se a litispend ncia se outro legitimado propuser id ntica a o Anote se que em se tratando da a o popular os cidad os isolada ou concorrentemente podem ajuiz la art 5 LXXIII da Constitui o da Rep blica de 1988 A legitimidade nas a es coletivas exclusiva na medida em que somente os entes expressamente apontados em lei como legitimados C digo de Defesa do Consumidor art 82 e Lei da A o Civil P blica art 5 podem ajuiz las exceto em rela o aos direitos individuais homog neos uma vez que a a o pode ser proposta pelo titular do direito lesado ou amea ado de les o 4 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es c
230. a presta o entregue pelo trabalhador a for a do trabalho leva consigo insepar vel a pessoa do prestador o trabalho vivo 74 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1988 11 ed S o Paulo Malheiros 2006 p 212 213 75 DELGADO Maur cio Godinho Capitalismo trabalho e emprego entre o paradigma da destrui o e os caminhos de reconstru o S o Paulo LTr 2006 p 122 74 N o pode deixar de ser lembrado que vivemos em tempos de press o sob a constru o te rica tradicional do Direito do Trabalho abalada pela ideologia econ mica moderna que coloca em xeque os pilares do modelo intervencionista do ordenamento jur dico trabalhista principalmente da fun o tuteladora do empregado O Princ pio Protetor sendo o princ pio sob o qual se alicer a e fundamenta a raz o de ser do pr prio Direito do Trabalho promover a igualdade e a dignidade do ser humano trabalhador necessita de novos mecanismos jur dicos para uma releitura da exata dimens o de sua fun o e papel na atualidade e que o insira adequadamente diante da complexidade de confrontos a que ora se v submetido PADILHA Norma Sueli O princ pio protetor e a nova hermen utica constitucional In NAHAS Thereza Christina Coord Princ pios de direito e processo do trabalho quest es atuais Rio de Janeiro Elsevir 2009 p 189 14 CAVALCANTE Ricardo Ten rio Jurisdi o direitos sociais e prote o do trabalhador a efe
231. a rela o de consumo ampliou a tutela coletiva agregando os interesses individuais homog neos ao rol daqueles que 97 MANCUSO Rodolfo Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 56 198 PIMENTA Jos Roberto Freire Lides simuladas a justi a do trabalho como rg o homologador Revista LTr v 64 n 01 jan 2000 p 39 56 84 poderiam ser objeto de tutela coletiva de direitos e criou nova esp cie de a o a a o civil coletiva para reparar les es a direitos individuais homog neos O art 81 do C digo de Defesa do Consumidor conceituou os interesses e direitos difusos coletivos e individuais homog neos ao passo que o seu art 103 trata dos limites subjetivos da coisa julgada sendo o art 104 reservado rela o entre as a es coletivas e as a es individuais A Lei n 8 078 90 alterou v rios artigos da Lei n 7 347 85 Lei da A o Civil P blica visando a sua moderniza o e adapta o tutela jurisdicional coletiva prevista nos arts 81 e seguintes do C digo de Defesa do Consumidor destacando se a inclus o entre os bens tutelados qualquer outro interesse difuso ou coletivo a regulamenta o de forma mais abrangente atua o das associa es civis arts 111 112 113 e 114 que alteraram aspectos dos arts 5 e 15 da Lei n 7 347 85 a permiss o do litiscons rcio facultativo entre os Minist rios
232. a socializadora e antiindividual stica do direito que vem abrindo caminho em toda parte O homem j n o vive isolado na sociedade A atividade do indiv duo de maneira crescente condicionada pelas atividades dos seus semelhantes aumenta a solidariedade e a responsabilidade de cada um e seus atos se projetam em esfera sempre maior LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade senten a e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 13 67 PISANI Andrea Proto Appunti preliminari per uno Studio sulla tutela giurisdizionale degli interessi collettivi o pi esattamente superindividuali innanzi AL giudice civile ordin rio Riv Diritto Giurisprudenza v XXX 1974 266 regi es daquele pa s possibilitou a exist ncia de regras diferentes sobre esse tema cada qual vigorando em uma determinada prov ncia Na Prov ncia de Tierra del Fuego a Lei Provincial n 55 prev no art 192 que a coisa julgada ter efic cia geral salvo se for absolut ria por falta de provas situa o em que outro legitimado poder ajuizar nova demanda n o podendo o mesmo legitimado repropor a a o mesmo que com base em nova prova Nesse aspecto difere um pouco do sistema brasileiro que permite que o mesmo legitimado possa ajuizar nova a o com base em nova prova A Prov ncia de La Pampa na Lei n 1 352 em seu art 21 adotou regra bem semelhante em rela o aos interesses difusos ligados ao meio amb
233. absolutismo e enalteceram o contrato social como legitimador da autoridade pol tica e dos poderes do Estado o que real a a liberdade individual como valor maior Como aduz Gabriela Neves Delgado neste Estado Liberal de Direito que ir refletir se o valor preponderante poca a liberdade cujo alicerce te rico foi a propriedade privada dos meios de produ o Em fun o desta orienta o axiol gica inclusive que foram estabelecidos par metros excludentes para o gozo dos direitos pol ticos apenas os propriet rios que comprovassem um patamar m nimo de renda teriam o direito de participar do poder do Estado votando e sendo votado O Estado tem seu papel limitado defesa da ordem e da seguran a p blica promovendo o ideal burgu s do laissez faire laissez passer quanto aos dom nios econ mico e social A atua o do Estado era m nima restrita atividade policial para manuten o da ordem e garantindo a vontade individual sendo proibida a organiza o coletiva Segundo Gabriela Neves Delgado SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 54 2 DELGADO Gabriela Neves O direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 p 47 2 DELGADO Gabriela Neves O direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 p 46 22 No processo hist rico de formula o do sistema de garantias da liberdade burguesa c
234. ada opera ultra partes f Mandado de seguran a coletivo O mandado de seguran a coletivo originalmente previsto no art 5 LXX da Constitui o da Rep blica foi regulamentado pela Lei n 12 016 09 O art 22 da Lei n 12 016 09 disp e que no mandado de seguran a coletivo a senten a far coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou da categoria substitu dos pelo impetrante A coisa julgada portanto produz efeitos ultra partes 5 9 Tratamento conferido coisa julgada no C digo de Defesa do Consumidor a Direitos difusos 246 Estabelece o art 103 I do C digo de Defesa do Consumidor que a senten a proferida em a o coletiva versando sobre direitos difusos faz coisa julgada erga omnes perante todos exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova Disp e o 1 do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor que os efeitos da coisa julgada previstos no inciso I n o prejudicar o os interesses ou direitos individuais dos integrantes da coletividade do grupo categoria ou classe Prev o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor que os efeitos da coisa julgada erga omnes n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Assim nas a
235. ado diverso para uns e para outros dos diversos benefici rios Pequena ressalva feita claro para os direitos individuais homog neos que podem ser separados THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 617 amp 8 SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 43 44 CASTILHO Ricardo Acesso justi a Tutela coletiva de direitos pelo Minist rio P blico uma nova vis o S o Paulo Atlas S A 2006 p 86 amp SILVA Sandra Lengruber da Elementos das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 p 172 241 em subgrupos ou subclasses tendo em vista as peculiaridades de situa o jur dica de seus integrantes em rela o generalidade dos direitos tutelados Por outro lado a coisa julgada n o se formar no caso de improced ncia da a o por insufici ncia de provas no caso das a es propostas para tutela de direitos difusos e coletivos Tratando da coisa julgada nas a es coletivas estabelece o art 103 do C digo de Defesa do Consumidor que a senten a far coisa julgada I erga omnes exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova na hip tese de a o coletiva visando defesa de interesses ou
236. ado meio n o s para chegar ao fim pr ximo que o julgamento como ao fim remoto que a seguran a constitucional dos direitos Realmente se o processo na sua condi o de aut ntica ferramenta de natureza p blica indispens vel para a realiza o da justi a e da pacifica o social n o pode ser compreendido como mera t cnica mas como instrumento de realiza o de valores e especialmente de valores constitucionais imp e se consider lo como direito constitucional aplicado Como anota Calmon de Passos nem o processo um liquidificador nem o juiz limitar se ia a apertar um bot o O processo pelo contr rio um violino que precisa ser tocado sentido para que dele se extraia a melodia Por isso a t cnica processual agora deve permitir essa atua o e esta tem sido a tend ncia do direito processual moderno fruto de um Estado que tenta se despir da pesada carca a do liberalismo individualista Atribuir ao processo a defesa do ser humano humaniz lo Neste sentido vale lembrar que O processo uma institui o social h interesses em jogo a transcend lo 2 Humanizar o processo personaliz lo enfim socializ lo com a mais generosa OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro de O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA C A Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 10 OLIVEIRA Carlos Alberto Al
237. ado pelo terrorismo e pelo uso da for a para solucionar conflitos entre na es por exemplo 2 3 Os direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 a valores e princ pios A paz h de ser sempre jur dica a guerra sempre criminosa A paz pertence Constitui o como um direito a guerra ao C digo Penal como um delito BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 586 3 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 22 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 64 5 Zilda Arns em palestra que proferia no Haiti no dia 12 de janeiro de 2010 destacava que a boa not cia transformada em a es concretas luz e esperan a na conquista da Paz nas fam lias e nas na es A constru o da paz come a no cora o das pessoas e tem seu fundamento no amor que tem suas ra zes na gesta o e na primeira inf ncia e se transforma em fraternidade e responsabilidade social A paz uma conquista coletiva Tem lugar quando encorajamos as pessoas quando promovemos os valores culturais e ticos as atitudes e pr tica da busca do bem comum ntegra da Palestra dispon vel em lt www1 folha uol br folha Brasil ult96u678942 shtml gt Acesso em 14 01 2010 5 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 25
238. ais 2008 p 87 88 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 91 143 Anote se ainda que poss vel a cumula o de pedidos nas a es coletivas o que pode ocorrer em quaisquer de suas formas podendo ser exemplificado o caso de pedidos de proibi o de contrata o pela administra o p blica sem concurso p blico a realiza o de concurso p blico e a repara o de danos causados coletividade pela contrata o sem a pr via realiza o do concurso Os pedidos nas a es coletivas podem ser semelhantes mas dificilmente ser o id nticos ainda que a causa de pedir seja a mesma Cite se como exemplo o caso de uma a o tratando de dano ao meio ambiente decorrente de polui o do ar por determinada empresa In casu pode ser postulada condena o obriga o de n o fazer n o poluir ou obriga o de fazer instalar filtros antipoluentes ou ainda repara o pecuni ria pelos danos causados sa de dos trabalhadores e a obriga o de assegurar tratamento m dico para os que adquiriram doen a irrevers vel em decorr ncia daquela polui o Como se v das possibilidades acima enumeradas dificilmente duas a es coletivas ser o totalmente id nticas o que dificulta a configura o da litispend ncia sendo de mais f cil caracteriza o a conex o de a es Anote se que o pedido al m de identificar a a o limita a atua o do Poder Judic
239. al d se a extin o do processo porque o Poder Judici rio n o pode se manifestar mais de uma vez sobre a mesma pretens o o que n o ocorre no processo coletivo quando o pedido julgado improcedente por insufici ncia de prova como decorre do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor O processo coletivo n o pode ser visto sob o prisma do processo individual Trata se de um novo processo fruto de novas exig ncias sociais que exige por isso novas solu es A prop sito afirmam com raz o Fredie Didier Jr e Hermes Zaneti Jr quando ocorrer litispend ncia com partes diversas por m a solu o n o poder ser a extin o de um dos processos mas sim a reuni o deles para processamento simult neo que de nada adiantaria extinguir um dos processos pois a parte autora como co legitimada poderia intervir no processo sup rstite na qualidade de assistente litisconsorcial Por uma medida de economia se isso for poss vel se houver compatibilidade do procedimento e respeito s regras de compet ncia absoluta os feitos devem ser reunidos muito mais pr tico e r pido reunir as causas do que extinguir um dos processos e permitir que o legitimado pe a para intervir no processo que sobreviveu requerimento que dar ensejo a um incidente processual com ouvida das partes e a possibilidade de interposi o ao menos te rica de algum recurso preciso identificar qual o efeito jur dico adequado para a lit
240. al do contradit rio e da ampla defesa O ordenamento jur dico brasileiro no que diz respeito ao processo individual n o permite que terceiro seja atingido pelos efeitos de uma decis o sem que lhe tenham sido assegurados a participa o no processo o contradit rio e a ampla defesa salvo as situa es antes mencionadas Coisa julgada ultra partes aquela que alcan a as partes do processo e determinadas pessoas a ele estranhas terceiros o que ocorre por exemplo nos casos de substitui o processual em que o substitu do n o participa do p lo ativo da a o e alcan ado pelos efeitos da coisa julgada o mesmo ocorrendo nas a es coletivas versando sobre direitos coletivos Coisa julgada erga omnes aquela que atinge todos os jurisdicionados inclusive os que n o participaram do processo o que ocorre com a coisa julgada produzida nas a es coletivas que versem sobre direitos difusos e direitos individuais homog neos conforme prev o art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor e nas a es de controle concentrado de constitucionalidade A coisa julgada ultra partes e erga omnes pr pria das situa es em que a a o proposta pelo ente legitimado em favor de uma s rie indefinida de sujeitos titulares de uma situa o que necessariamente vem tutelada na sua plurisubjetivid ade Em rela o distin o entre coisa julgada ultra partes e erga omnes aduz Ada Pellegrini Grinover qu
241. alar em identidade de parte autora j que o sindicato age em nome pr prio o titular do direito material sempre o substitu do e o bem jur dico perseguido em ambas as a es um s O C digo de Defesa do Consumidor embora estabele a no art 104 que a a o coletiva n o induz litispend ncia para a a o individual diz que a coisa julgada proferida na primeira n o beneficia o autor da segunda se ele tendo ci ncia 4 WAMBIER Teresa Arruda Alvim Litispend ncia em a es coletivas In LUCON Paulo Henrique dos Santos Coord Tutela coletiva 20 anos da Lei da A o Civil P blica e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos 15 anos do C digo de Defesa do Consumidor S o Paulo Atlas S A 2006 p 266 481 ALMEIDA Cleber L cio de Direito processual do trabalho 3 ed Belo Horizonte Del Rey 2009 p 1008 1009 182 do ajuizamento daquela n o requerer em trinta dias a suspens o do feito individual N o sendo assim para verifica o da litispend ncia atenua se a regra processual de natureza adjetiva instrumental que exige a tr plice identidade de partes causa de pedir e pedido sobrepondo se a ela a regra de direito material O processo est sempre a servi o da realiza o do Direito material Releva aqui o interesse maior de pol tica judici ria de que se evitem decis es conflitantes A nova a o somente pode prosseguir se a autora demonstra cabalmente sua desist ncia da outra demanda em curso
242. amatra p 124 125 6 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 424 234 V se pois que no processo civil individual a coisa julgada est em regra limitada s partes admitindo se a sua extens o apenas aos terceiros expressamente alinhados pela lei por conta da limita o da legitimidade para agir da natureza do direito deduzido e ainda garantias constitucionais da inafastabilidade da jurisdi o do devido processo legal do contradit rio e da ampla defesa sendo relevante mencionar que Nic lo Trocker critica a vincula o da coisa julgada ao contradit rio afirmando que o fim do princ pio do contradit rio tamb m na sua adquirida dignidade constitucional n o o de evitar toda forma de efic cia da senten a a respeito de terceiros mas o de assegurar aos sujeitos potencialmente expostos incid ncia da coisa julgada o poder de contribuir de modo cr tico e construtivo para a forma o da coisa julgada mesma Cumpre adiantar que no processo coletivo a certeza estabilidade seguran a e paz social s o perseguidas com a cria o das condi es necess rias para a realiza o pr tica dos direitos metaindividuais O art 472 do C digo de Processo Civil n o aplic vel no processo coletivo A indivisibilidade do objeto do direito difuso e coletivo e a identidade das situa es jur dicas no caso dos direitos individuais hom
243. ambi qualquer um dos entes legitimados est autorizado pela lei defesa dos direitos metaindividuais n o se exigindo que somente os mais qualificados tecnicamente proponham a demanda correndo se o risco da a o ser ajuizada por quem n o consiga pelas mais diversas raz es v g complexidade da mat ria falta de recursos necess rios etc reunir provas suficientes e adequadas para a discuss o da pretens o de natureza coletiva ou difusa Para evitar esses problemas que poderiam trazer consegii ncias negativas tutela dos direitos transindividuais o Direito Brasileiro criou a figura da GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 927 6 amp 0 NERY J NIOR Nelson Disposi es finais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 1059 MATTOS Luiz Norton Baptista de A Litispend ncia e a Coisa Julgada nas A es Coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de c digo brasileiro de processos coletivos S o Paulo Revist
244. ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 SANTOS Moacyr Amaral Coment rios ao C digo de Processo Civil Rio de Janeiro Forense 1994 v IV SANTOS Moacyr Amaral Primeiras linhas de direito processual civil 16 ed S o Paulo Saraiva 1997 v 3 SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 SANTOS Ronaldo Lima dos Sindicatos e A es Coletivas S o Paulo LTr 2003 342 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia do direito fundamental seguran a jur dica dignidade da pessoa humana Direitos fundamentais e proibi o de retrocesso social no direito constitucional brasileiro In ROCHA Carmem L cia Antunes Org Constitui o e seguran a jur dica direito adquirido ato jur dico perfeito e coisa julgada 2 ed Belo Horizonte F rum 2005 SARLET Ingo Wolfgang As dimens es da dignidade da pessoa humana construindo uma compreens o jur dico constitucional necess ria e poss vel In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da Dignidade ensaios de Filosofia do Direito e Direito Constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 SARLET Ingo Wolfgang Proibi o de Retrocesso dignidade da pessoa humana e direitos sociais manifesta o de um constitucionalismo dirigente poss vel In BONAVIDES Paulo LI
245. ame de quest es de mais alta indaga o arts 984 1 000 par n 1 016 2 e 1 018 caput CPC ii o que surge no procedimento de desapropria o para evitar discuss es sobre certos assuntos art 34 par n do Dec lei 3 364 41 iii no procedimento dos Juizados Especiais C veis para o julgamento de causas complexas art 3 da Lei 9 099 95 iv no procedimento sum rio para a an lise de quest es que dependam de provas t cnicas mais intrincadas art 277 5 CPC v no mandado de seguran a quando n o se puder verificar a liquidez e a certeza do direito Lei 1 533 51 arts 15 e 16 No segundo grupo deve se mencionar a situa o ocorrida em face da a o popular da a o civil p blica e das a es coletivas disciplinadas pelo C digo de Defesa do Consumidor Destaca ainda esse autor que cada uma dessas situa es seja em raz o da celeridade processual seja por se tratar de quest es de alta indaga o aquelas em que n o s o suficientes as provas documentais sendo necess rias a produ o de outras provas seja pela necessidade da produ o de prova t cnica de maior complexidade ou de interpreta o 6 O sistema processual em algumas hip teses expressamente previstas em lei mitiga a imutabilidade e a indiscutibilidade que recai sobre o comando emergente da senten a de m rito n o mais sujeita a recursos CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Re
246. amentam o pedido mais ampla em rela o s raz es supralegais que informam o direito na medida em que nestas a es os princ pios ticos e morais os valores de ordem p blica econ mica ou social t m uma maior influ ncia sobre o direito devendo ent o serem explorados na exposi o dos fundamentos jur dicos consoante assevera Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich N o se pode olvidar que a import ncia social do objeto litigioso trazido a ju zo dever suplantar o poder das partes de discutirem t o somente o que lhes interessa visto que em raz o de tal import ncia a res in iudicium deducta extrapola os limites de propriedade dos contendores espraiando se por toda sociedade impondo se destarte o privilegiamento do interesse social na demanda em detrimento aos interesses ego sticos dos sujeitos da rela o jur dica processual tendo tal racioc nio por corol rio a possibilidade dada ao Juiz de prolatar decis es cujo alcance fique al m do controvertido pelas partes ou seja o julgamento ultra petita Anote se que a substancia o da causa de pedir nas a es coletivas mais t nue no sentido de que recai apenas sobre aspectos gerais da conduta impugnada na a o satisfazendo se com seus elementos essenciais Os fundamentos jur dicos por outro lado n o estar o adstritos a categorias l gicas e Jur dicas refletindo op es valorativas axiol gicas ticas ou pol ticas de quem 8 ADAMOVICH
247. amento de a es individuais com id ntico fundamento pelos membros do grupo categoria ou classe c improced ncia do pedido por insufici ncia de prova a decis o n o far coisa julgada podendo qualquer legitimado intentar outra a o valendo se de nova prova d os efeitos da coisa julgada ultra partes n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Estando em curso uma a o coletiva e uma a o individual pode o autor individual prosseguir com sua a o ou requerer a sua suspens o at o julgamento final da a o coletiva Se n o for requerida a suspens o da a o individual a coisa julgada formada na a o coletiva n o beneficiar o autor da a o individual Nesta hip tese o titular da a o individual assume os riscos de um poss vel resultado desfavor vel em sua a o e sendo requerida a suspens o da a o individual e julgado procedente o pedido na a o coletiva o autor daquela a o ser beneficiado pelos efeitos ultra partes da senten a proferida na a o coletiva podendo liquid la e execut la Se o pedido da a o coletiva for Julgado improcedente poder o autor da a o individual requerer o prosseguimento da a o individual A efic cia ultra partes da coisa julgada no caso de proced ncia do pedido decorre da natureza do direito cuja tutela requer
248. ando da quest o disp e o art 469 do C digo de Processo Civil que n o fazem coisa julgada os motivos ainda que importantes para determinar a parte dispositiva da senten a a verdade dos fatos estabelecida como fundamento da senten a e a aprecia o de quest o prejudicial decidida incidentalmente no processo Com isso em princ pio somente faz coisa julgada a parte dispositiva da senten a ou seja apenas o comando contido na parte dispositiva das senten as de m rito fica protegido pela autoridade da coisa julgada material Essa posi o retrata a vertente doutrin ria assumida por exemplo por Humberto Theodoro J nior que se manifesta no sentido de que os motivos ainda que relevantes para fixa o do dispositivo da senten a limitam se ao plano l gico da elabora o do julgado Influenciam em sua interpreta o mas n o se recobrem do manto de intangibilidade que pr prio da res iudicata O Julgamento que se torna imut vel e indiscut vel a resposta dada ao pedido do 5 A 607 autor n o o porqu dessa resposta 95 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 117 118 6 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 119 0 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 606 228 No mesmo sentido observa C ndido Rangel Dinamarco que Ainda quando nada disp
249. ao contr rio das teorias ditas tecnicistas elaborar um sistema imune ou neutro como se o processo civil n o fosse destinado a atender aos conflitos dos homens de carne e osso Ao inverso a nica raz o para relacionar a t cnica processual e as tutelas dos direitos demonstrar que o processo n o pode ser pensado de forma isolada ou neutral pois s possui sentido quando puder atender s tutelas prometidas pelo direito material para o que imprescind vel compreender a t cnica processual ou o processo a partir dos direitos fundamentais e da realidade do caso concreto De modo que ao contr rio das doutrinas e dos sistemas desprovidos de paix o pelo homem e pela vida e que procuram encontrar sustenta o em conceitos abstratos que tanto s o melhores quanto mais limpos e transparentes isto neutros a nossa teoria n o tem outra preocupa o a n o ser evidenciar a fal cia da teoria processual cl ssica que ignorava a pr pria raz o de ser da jurisdi o da a o da defesa e do processo MARINONL Luiz Guilherme Id ias para um renovado direito processual In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 131 784 MARINONL Luiz Guilherme Id ias para um renovado direito processual In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed
250. aput e estabelece que a ordem social possui como base o primado do trabalho e objetivos o bem estar e a justi a sociais art 193 A op o constitucional pela justi a social vincula todos os poderes do Estado e implica reconhecimento do direito a uma ordem jur dica justa e a um processo justo A ordem jur dica justa exige e complementada por um processo justo sendo ambos componentes necess rios da justi a social valendo mencionar a advert ncia de Piero Calamandrei no sentido de que o direito de a o constitui direito de dirigir se aos rg os judiciais para obter justi a Surge desta forma a rela o entre processo do trabalho e justi a social N o se pode olvidar por outro lado que n o h verdadeiro Estado Democr tico de Direito onde os direitos fundamentais n o contam com instrumentos aptos sua adequada e efetiva tutela fato do qual decorre a vincula o do processo do trabalho concretiza o do Estado Democr tico de Direito A ntima rela o entre processo do trabalho direitos fundamentais dignidade humana Justi a social e Estado Democr tico de Direito imp e a ado o de t cnicas processuais que permitam o mais amplo acesso justi a e aos direitos assegurados pela ordem jur dica CALAMANDREI Piero Proceso y democracia Lima ARA 2006 p 157 13 Novas necessidades sociais fazem surgir novos conflitos que exigem uma forma pr pria de solu o Os conflitos de massa reclamam u
251. ar pol ticas p blicas pois nesse dom nio o encargo reside primeiramente nos Poderes Legislativo e Executivo Tal incumb ncia no entanto embora em bases excepcionais poder atribuir se ao Poder Judici rio se e quando os rg os estatais competentes por descumprirem os encargos pol tico jur dicos que sobre eles incidem vierem a comprometer com tal comportamento a efic cia e integridade de direitos individuais e ou coletivos impregnados de estatura constitucional ainda que derivados de cl usulas revestidas de conte do program tico AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN RIO CONSTITUCIONAL VAGA EM ESTABELECIMENTO DE EDUCA O INFANTIL DIREITO ASSEGURADO PELA CONSTITUI O DO BRASIL O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que embora resida primariamente nos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar pol ticas p blicas revela se poss vel no entanto ao Poder Judici rio determinar ainda que em bases excepcionais especialmente nas hip teses de pol ticas p blicas definidas pela pr pria Constitui o sejam essas implementadas pelos rg os estatais inadimplentes cuja omiss o por importar em descumprimento dos encargos pol tico jur dicos que sobre eles incidem em car ter mandat rio mostra se apta a comprometer a efic cia e a integridade de direitos sociais impregnados de estatura constitucional 2 5 O princ pio da dignidade da pessoa humana
252. as identifica o da natureza processual da coisa julgada Ugo Rocco Disse se tamb m que ela se resolve em uma presun o de verdade Pothier ou em uma fic o de verdade Savigny Foi tamb m afirmado que a coisa julgada material seria o direito do vencedor a obter dos rg os jurisdicionais a observ ncia do que tiver sido julgado Hellwig sempre muito importante p r em destaque que a coisa julgada uma garantia institu da em prol do vencedor O efeito substancial da coisa julgada material est na defini o do direito e dos deveres de cada uma das partes 5 5 Efeitos A coisa julgada produz efeitos negativos e positivos A decis o transitada em julgado n o pode ser modificada ou impugnada arts 467 do CPC e 836 da CLT e define com for a de lei a situa o jur dica das partes art 468 do CPC Isso significa dizer que a coisa julgada produz efeitos negativos impede as partes de impugnar a decis o e os ju zes de modific la e positivos estabelece de forma definitiva a exist ncia ou inexist ncia do direito objeto de controv rsia A prop sito observam Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo que a coisa julgada produz efeitos impedindo o juiz de tornar a decidir sobre o mesmo direito e 95 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar S A 1961 v IV p 124 125 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direit
253. as amea as que s o enfrentadas atrav s de demanda de limita es do poder rem dios que s o providenciados atrav s da exig ncia de que o mesmo poder intervenha de modo protetor Jos Carlos Vieira de Andrade esclarece que o estudo dos direitos fundamentais come ou por se desenvolver em v rias reas do Direito entre elas o direito do trabalho Segundo Ingo Wolfgang Sarlet os direitos fundamentais tiveram como ponto de partida a concep o jusnaturalista dos s culos XVII e XVIP tendo nascido como direitos y m E a 1 naturais e inalien veis do homem sob o aspecto de express o de sua condi o humana Ao estudar a evolu o dos direitos fundamentais a doutrina fala em gera es ou dimens es de direitos que s o definidas a partir do seu conte do e titularidade mas a discord ncia s se d no plano da terminologia posto que n o existem diverg ncias quanto ao conte do das gera es ou dimens es dos direitos fundamentais No presente trabalho ser utilizada a express o dimens es dos direitos fundamentais o que est em sintonia com a ideia segundo a qual as dimens es ou gera es de direitos fundamentais n o se excluem mas se somam interagindo uma com a outra N o se trata de sucess o de gera es de direitos na medida em que se acolhe a id ia da expans o cumula o e fortalecimento dos direitos humanos consagrados todos essencialmente complementares e
254. as como instrumento de tutela dos direitos fundamentais da dignidade humana do trabalhador e do Estado Democr tico de Direito N o se pode tamb m perder de vista no exame das a es coletivas o papel por elas desempenhado na defesa da dignidade humana por meio da efetiva o dos direitos fundamentais A dignidade da pessoa humana um valor supremo que atrai o conte do de todos os direitos fundamentais do homem desde o direito vida conforme ensina Jos Afonso da Silva Os direitos fundamentais s o reconhecidos ao homem para a prote o de sua dignidade humana 9 ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 63 310 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumem Juris 2009 p 174 3L SILVA Jos Afonso Curso de direito constitucional positivo 16 ed S o Paulo Malheiros 1999 p 106 124 Assim concretizar os direitos fundamentais promover a defesa da dignidade humana A Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 em seu art 1 inciso HI consagra a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado Democr tico de Direito que tem como objetivos a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria a garantia do desenvolvimento nacional a erradica o da pobreza e da marginaliza o a redu
255. as graves repercuss es na comunidade numa palavra do impacto de massa Motivos de ordem pr tica ademais tornam invi vel inconveniente ou quando menos escassamente compensadora pouco significativa nos resultados a utiliza o em separado dos instrumentos comuns de prote o jur dica no tocante a cada uma das parcelas consideradas como tais 8 A inten o do legislador ao incluir os direitos individuais homog neos no rol dos direitos tutel veis pela via coletiva foi conferir maior prote o a direitos individuais que pela abrang ncia do fato danoso origem comum adquirem relev ncia social merecendo uma tutela mais efetiva sem contudo classific los como transindividuais como o fez com os coletivos e difusos Como ensina M rcio T lio Viana individuais homog neos s o interesses apenas coincidentes Cada pessoa o tem por inteiro Cada qual pode reclam lo de per si Apenas para aumentar as possibilidades de repara o que a lei os arma com o mesmo tipo especial x25 de a o A 237 MARTINS FILHO Ives Gandra Processo Coletivo do Trabalho 3 ed S o Paulo LTr 2003 p 59 238 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A legitima o para a defesa dos interesses difusos no direito brasileiro Temas de direito processual Terceira s rie S o Paulo Saraiva 1984 p 196 2 VIANA M rcio T lio Interesses difusos na Justi a do Trabalho Revista LTr S o Paulo LTr v 59 n 2 p 182 1
256. asse ou de categoria de pessoas para defesa de direitos difusos ou coletivos em sentido estrito respectivamente ou de pessoas determinadas atingidas pelo mesmo fato il cito direitos individuais homog neos As a es coletivas diante da natureza dos direitos que por meio dela podem ser defendidos em ju zo direitos difusos coletivos e individuais homog neos exigem uma legitima o diferenciada isto que supere as limita es impostas pelo direito processual individual que s o consagradas em nosso ordenamento jur dico pelo art 6 do C digo de Processo Civil As nossas reflex es conduziram conclus o de que em rela o s a es coletivas a legitimidade ordin ria especial quando se trate de defesa de direitos difusos e coletivos e extraordin ria quando a a o ajuizada em defesa de direitos individuais homog neos A legitima o diferenciada nas a es coletivas a a o n o ajuizada pelo titular do direito deduzido a maior amplitude da causa de pedir diante da exig ncia de que sejam considerados os princ pios ticos e os valores de ordem p blica econ mica ou social que influenciam com mais intensidade o direito bem como a necessidade de interpreta o mais ampla poss vel do pedido imp em uma solu o em rela o litispend ncia que se distancie daquela adotada pelo direito processual individual Isso tanto em rela o configura o da litispend ncia incompa
257. assegurar ao titular da situa o de vantagem os mesmos resultados ou sendo isto imposs vel resultado equivalente que deixou de obter por meio da coopera o espont nea da parte contr ria Para Pontes de Miranda O Estado prometeu a presta o jurisdicional Assim com o assumir essa fun o que substitui a justi a de m o pr pria nasceu aos titulares de direitos pretens es a es e exce es a pretens o tutela jur dica Pretens o essa pr processual A lei que diz os casos para a pretens o tutela jur dica e qual a forma O que consta do direito material essencial quanto ao conte do do pedido ou da defesa mas o direito processual que tra a os caminhos para que se chegue s solu es Toda solu o presta o da tutela jur dica quer a favor quer contra o que a pediu quer para dizer que n o foi respeitada a forma Satisfeitos os pressupostos para a constitui o e continua o da rela o jur dica processual que se desce ao fundo ao plano do direito material Ant nio Carlos Ara jo Cintra Ada Pellegrini Grinover e C ndido Rangel Dinamarco conceituam jurisdi o como 116 ROCHA Carmem L cia Antunes O Direito constitucional jurisdi o In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord As Garantias do Cidad o na Justi a S o Paulo Saraiva 1993 p 32 17 PISANI Andrea Proto Le tutele giurisdizionali dei diritti Napoli Jovene 2003 p 7 18 MIRANDA Pontes de
258. assim o sistema de representatividade ope legis e n o ope judicis como se d nos Estados Unidos 149 jurisdicional a regra a coincid ncia entre o titular do alegado direito cuja tutela requerida e o titular da a o O pretenso titular do direito deduzido em ju zo ordinariamente a parte leg tima para promover a sua defesa em ju zo ou dito de outra forma legitimado para a a o quem alega ser parte na rela o jur dica litigiosa Trata se da chamada legitima o ordin ria Contudo ainda conforme o texto legal em exame quando for autorizado por lei um terceiro pode agir em ju zo em nome pr prio visando tutela de direito alheio Trata se da denominada legitima o extraordin ria Nessa hip tese ocorre a substitui o na propositura da a o do alegadamente titular do direito deduzido por um terceiro substitui o processual Na substitui o processual quem se diz parte na rela o jur dica litigiosa parte no sentido material n o aquele que comparece em ju zo parte no sentido processual ou parte ideol gica da a o 5 O art 6 do C digo de Processo Civil permite portanto classificar a legitimidade em ordin ria e extraordin ria A legitima o ser ordin ria quando o legitimado para a a o for aquele que alega ser titular do direito deduzido A legitima o ser extraordin ria quando o legitimado para a a o for um terceiro que n o seja quem se diz titular do direito ded
259. assinala Enrico Tullio Liebman para a verifica o da identidade de duas ou mais causas n o s a identidade f sica da pessoa que interessa para esse fim mas tamb m a qualidade na qual a pessoa concretamente 39 considerada No mesmo sentido aduz Humberto Theodoro J nior que para que as partes em duas causas sejam consideradas as mesmas deve ser id ntica a qualidade jur dica de agir nos dois processos Se num o litigante obrou em nome de outro como representante legal ou Ze USA m 371 mandat rio e noutro em nome pr prio claro que inocorre a identidade de partes Nas demandas coletivas o conceito de parte deve ser fixado da forma mais ampla poss vel Em raz o da natureza do direito e de sua titularidade a parte parte ideol gica n o atua em nome pr prio mas na defesa dos direitos de uma coletividade de um grupo categoria ou classe de pessoas ou de um grupo homog neos de indiv duos Com isso o juiz n o pode levar em conta apenas a parte ideol gica mas tamb m os benefici rios da a o 4 2 1 Legitima o para agir nas a es coletivas Para propor ou contestar a o necess rio ter legitimidade observando se que n o se confundem parte e legitimado para a a o Nesse sentido observa Pontes de Miranda que legitimidade tem quem quer que tenha a pretens o tutela jur dica ao passo que parte quem participa da rela o jur dica processual
260. at em fal ncia do Estado sobretudo na dimens o externa como entidade nacional soberana perante os fen menos de mundializa o ou globaliza o com a emerg ncia de factos e de for as transnacionais e multinacionais e a consegiiente incapacidade de disciplinar e de controlar actividades planet rias e efeitos que ultrapassam as fronteiras e se manifestam da forma mais dram tica no terrorismo mundial N o se olvide que a nova fase da globaliza o denominada por n s como a terceira transi o do capital chamada neoliberal pode caracterizar se em termos gerais sob quatro aspectos articulados a a prolifera o de centros de poder o poder pol tico nacional v se obrigado a dividir soberania com corpora es privadas e organismos globais multilaterais b a inextric vel rede de interconex es financeiras que fazem depender as pol ticas p blicas e a constitui o econ mica nacional de flutua es econ micas imprevis veis para o tempo com o que joga a pr xis democr tica nos Estados Na o c a depend ncia de uma informa o que voa em tempo real e ca ada pelas grandes corpora es privadas com muito maior facilidade que pelas estruturas institucionais dos Estados de Direito e d o ataque frontal aos direitos sociais e laborais que est provocando que a pobreza e a tirania convertam se em vantagens comparativas para atrair investimentos e capitais 3 7 As a es coletiv
261. aulo Revista dos Tribunais 2002 p 145 82 LEONEL Ricardo de Barros A causa petendi nas a es coletivas In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Orgs Causa de pedir e pedido no processo civil S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 145 136 verificar a exist ncia ou n o do agente insalubre provendo em car ter genericamente inibit rio da continua o das les es a quem a ele se ache exposto Em se tratando de direitos coletivos a causa de pedir remota falar dos fatos em seus aspectos comuns e indivis veis ao grupo organizado em face da rela o jur dica de base que este mantenha tudo para formar o mencionado provimento gen rico ajust vel quele grupo em sua rela o jur dica de base com o r u como no caso da a o civil p blica para tutela de direitos coletivos trabalhistas Os direitos individuais homog neos merecer o narrativa apenas naquilo em que tenham de comum permitindo o seu tratamento coletivo sabendo se que a individualiza o das consegii ncias jur dicas em geral condenat rias haver de fazer se em fase de liquida o H que se demonstrar apenas o que h de unidade e identidade entre aquelas que poderiam ser as causas de pedir dos diversos pleitos individuais dos titulares de tais direitos Nas a es coletivas a causa de pedir remota fatos que fundamentam o pedido mais gen rica e a causa de pedir pr xima repercuss o jur dica dos fatos que fund
262. ausentes da a o Existe um n cleo comum entre as class actions do direito norte americano e a a o popular brasileira na medida em que atrav s delas se persegue a tutela de interesses superindividuais Todavia em tema de legitima o para agir o modelo norte americano mais ousado permitindo que uma pessoa se apresente como representante ideol gico de toda uma categoria social desde que demonstre que tal representa o adequada Ao passo que na a o popular brasileira o autor n o representante mas exerce o seu direito subjetivo p blico proba e eficaz administra o da coisa p blica ou se se quiser a sua quota parte nesse interesse geral No Brasil n o foi adotado o modelo da representa o para agir do sistema norte americano sendo a legitima o para agir nas a es coletivas outorgada por lei a 6 GRINOVER Ada Pellegrini Direito processual coletivo In DIDIER JR Fredie JORD O Eduardo Ferreira Coords Teoria do processo panorama doutrin rio mundial Salvador Jus Podivm 2008 p 33 34 47 MANCUSO Rodolfo de Camargo Interesses difusos conceito e legitima o para agir 6 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 p 197 8 MANCUSO Rodolfo de Camargo Interesses difusos conceito e legitima o para agir 6 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 p 199 160 determinados entes O rol de legitimados para agir previsto na lei taxativo Contud
263. balho age para atender ao seu interesse no cumprimento de suas fun es institucionais 4 2 3 Substitui o processual e representa o A substitui o processual pelos sindicatos D se a substitui o processual quando algu m autorizado pela lei reclama em ju zo em nome pr prio a tutela de direito alheio O substituto processual reclama em nome pr prio a tutela de direito alheio sendo ent o parte na rela o jur dica processual o substituto age em nome pr prio na defesa de alegado direito alheio Na representa o parte o titular do direito cuja tutela pleiteada e n o o representante o representante defende direito do representado n o em nome pr prio mas em nome do representado n o sendo por isso parte na a o A prop sito assinala Francesco Carnelutti que a diferen a da substitui o e da representa o que o representante atua no interesse do representado j que este interesse e n o o seu pessoal o que lhe impulsiona a atuar por isso se diz que atua nomine alieno enquanto o substituto atua em interesse pr prio j que um interesse seu o que lhe 385 TIEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I p 160 151 impulsiona a provocar a tutela do interesse do substitu do Desta diferen a fundamental depende o tratamento diferenciado da representa o e da substitui o em mat ria de responsabilidade das partes enquant
264. bier que proposta a a o coletiva perante o ju zo prevento este dever verificar se est diante de causas conexas hip tese em que dever o ser reunidas para julgamento conjunto ou se h litispend ncia e neste caso a segunda a o dever ser extinta WAMBIER Teresa Arruda Alvim Litispend ncia em a es coletivas In MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords Processo civil coletivo S o Paulo Quartier Latin 2005 p 287 S Afirma C ndido Rangel Dinamarco que imp e se a extin o do segundo processo sempre que o mesmo resultado seja postulado pelos mesmos sujeitos ainda que em posi es invertidas por exemplo pedido de declara o de nulidade de um s contrato formulado por um dos dois contratantes e depois um pedido de declara o de validade do mesmo contrato aduzido pelo mesmo advers rio DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 64 65 7 Sustenta Elton Venturi que a extin o do segundo processo ajuizado indispens vel pr pria efetividade do modelo de tutela jurisdicional coletiva brasileiro na medida em que pode significar a manuten o da unidade e da indivisibilidade da presta o jurisdicional caracter sticas nsitas s pretens es meta individuais substanciais que lhe constituem o objeto VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 334 8 Para Alu sio Gon al
265. bris 1998 p 206 726 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 133 727 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 134 283 improcedente por insufici ncia de provas e a mesma a o coletiva poder ser reproposta por qualquer legitimado A doutrina ambiental mais abalizada antes da entrada em vigor do C digo do Consumidor resolvia esse problema afirmando corretamente n o poder haver direito adquirido de poluir mas como se pode ver com essa interpreta o que damos ao dispositivo a regra n o se aplica somente aos casos de dano ambiental mas a todos os direitos transindividuais em geral Como somente faz coisa julgada a conclus o da decis o art 469 do C digo de Processo Civil dela deve constar a afirma o de que o pedido est sendo julgado improcedente por insufici ncia de prova dos fatos que fazem surgir o direito deduzido Trata se de uma condi o especial estabelecida pelo legislador para impedir a forma o da coisa julgada A regra a forma o da coisa julgada independentemente do conte do da decis o Para se admitir a exce o n o forma o da coisa julgada a circunst ncia que a autoriza deve restar expressamente consignada Assim em rela o ao autor da a o coletiva julgada improcedente nova a o por ele proposta somente ser poss vel se de sua conclus o
266. ca na obra fundamental de James Goldschmidt Der Prozess als Rechtslage na qual se configura o processo n o como uma rela o jur dica unit ria fonte de direitos e de obriga es sen o como uma situa o jur dica fluida e mut vel fonte de expectativas possibilidades e cargas destinada a se plasmar segundo a v rias sucess es dos atos processuais cada um dos quais d ao curso do procedimento novas dire es e abre s portas novas perspectivas 2 O processo n o serve apenas s partes mas atende ao interesse p blico na manuten o do respeito ao ordenamento jur dico efetiva o do direito material e estabelecimento da paz social A import ncia do processo est em que de nada adianta o direito material sem um instrumento apto sua realiza o concreta O processo serve ao direito material Como aduz Jos Roberto dos Santos Bedaque o escopo do processo a tutela seja da situa o material do autor seja do r u Somente com ela obt m se a pacifica o definitiva Est consubstanciada no provimento jurisdicional que acolhe a pretens o de uma das 133 partes E nesta perspectiva que deve ser considerado o processo registrando se que como salienta Proto Pisani Afirmar a diversidade entre direito substancial e direito processual e a instrumentalidade do segundo em rela o ao primeiro n o significa independ ncia no sentido de indiferen a entre os dois complexos de normas Assim
267. calidades onde os reflexos do mesmo se fizerem sentir numa esp cie de amplia o da jurisdi o o que determinam o art 103 e incisos I II e III do CDC Com isso evita se que outras a es coletivas sejam ajuizadas com o mesmo objeto com a mesma causa de pedir e contra o mesmo r u eliminando se ainda o risco de decis es contradit rias sobre a mesma quest o A decis o proferida dessa forma poder ser executada em qualquer comarca onde ocorrente o dano independentemente da propositura de novas a es Raimundo Sim o de Melo sustenta ainda que N o h como confundir a compet ncia do juiz que julga a causa com os efeitos que uma senten a pode produzir fora da comarca em que foi proferida e que poder o tornar se imut veis com seu tr nsito em julgado imutabilidade do decisum entre as partes Assim p ex uma senten a que pro ba a fabrica o de um produto nocivo que vinha sendo produzido e vendido em todo o pa s ou uma senten a que pro ba o lan amento de dejetos t xicos num rio que banhe v rios Estados essas senten as produzem efeitos em todo o pa s ou em mais de uma regi o do pa s mas isso n o se confunde com a compet ncia para proferi las que dever ser de um nico juiz e n o de cada um dos milhares de ju zes brasileiros cada qual dentro dos limites de sua compet ncia territorial Admitir solu o diversa levaria a milhares de senten as contradit rias exatamente contra os funda
268. cas In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Coords Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 188 97 O direito processual do trabalho promove essa humaniza o na medida em que cria um processo em que constante a preocupa o com o acesso justi a e o di logo concreto e til entre os seus sujeitos partes e juiz Pertinente a li o de Coqueijo Costa no sentido de que Enquanto o Direito do Trabalho reivindica a humaniza o do Direito nos ltimos tempos o Direito Processual do Trabalho realiza a fun o excelsa do Estado a mais transcendental de nossa poca distribuir justi a social Em futuro pr ximo vaticinou TRUEBA URBINA ele se colocar na vanguarda das disciplinas processuais ou para outros se fundir com o D P Civil num ramo nico que supere as defici ncias de hoje numa nova din mica para todo o lit gio Disciplina tutelar do trabalhador de conte do econ mico o Direito Processual do Trabalho converte em realidade a Justi a social do nosso tempo A efetiva o dos direitos fundamentais trabalhistas no contexto da realiza o da Justi a social de suma import ncia uma vez que como assinala Maur cio Godinho Delgado O Direito do Trabalho mostrou se por d cadas um dos mais eficientes e disseminados mecanismos de distribui o de renda e de poder no plano da sociedade capitalista Tornar concreto
269. cas p blicas n o s o ainda direitos sen o promessas de lege ferenda encartando se na esfera insindic vel pelo Poder Judici rio qual a da oportunidade de sua implementa o 8 Diversa a hip tese segundo a qual a Constitui o Federal consagra um direito e a norma infraconstitucional o explicita impondo se ao judici rio torn lo realidade ainda que para isso resulte obriga o de fazer com repercuss o na esfera or ament ria 9 Ressoa evidente que toda imposi o jurisdicional Fazenda P blica implica em disp ndio e atuar sem que isso infrinja a harmonia dos poderes porquanto no regime democr tico e no estado de direito o Estado soberano submete se pr pria Justi a que instituiu Afastada assim a inger ncia entre os poderes o judici rio alegado o malferimento da lei nada mais fez do que cumpri la ao determinar a realiza o pr tica da promessa constitucional O STF decidiu que o princ pio da reserva do poss vel n o se aplica quando se trate de assegurar ao indiv duo o m nimo existencial digno consoante se v das decis es seguintes 15 STJ REsp 1 041 197 MS Rel Min Humberto Martins DJ 16 09 2009 7 STJ REsp 575 998 MG Rel Min Luiz Fux Primeira Turma julgado em 07 10 2004 DJ 16 11 2004 41 certo que n o se inclui ordinariamente no mbito das fun es institucionais do Poder Judici rio e nas desta Suprema Corte em especial a atribui o de formular e implement
270. causa de pedir for outra a a o coletiva j n o ser a mesma e nem de coisa julgada nem de litispend ncia se pode tratar CPC art 301 88 1 2 e 39 7 70 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 201 B1 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 135 732 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 137 138 Para Antonio Gidi quando se tratar de causa de pedir diversa a hip tese ser de uma outra a o mesmo que id nticas as partes e os pedidos GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 138 285 6 RELA O ENTRE AS A ES COLETIVAS E AS A ES INDIVIDUAIS NO PROCESSO DO TRABALHO O C DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO FONTE SUBSIDI RIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Nos Cap tulos precedentes foi demonstrado que a evolu o das rela es sociais conduziu ao surgimento da denominada sociedade de massa e com ela dos conflitos de massa Neles tamb m foi demonstrado que o
271. ce las compensando o jogo das inferioridades e superioridades de modo que elas n o favore am tamb m uma desigual prote o jur dica por isso a igualdade n o tratamento jur dico uniforme mas o tratamento proporcional e compensat rio de seres v rios e desiguais Em suma os direitos fundamentais de segunda dimens o s o os direitos econ micos sociais e culturais e exigem do Estado uma fun o promocional visando concretizar os primados da igualdade substancial e por consequ ncia a justi a social As a es estatais exigidas pelos direitos fundamentais de segunda dimens o s o de T E a acordo com Robert Alexy de duas naturezas a o f tica e a o normativa c Direitos fundamentais de terceira dimens o Os direitos fundamentais de terceira dimens o expressam o valor solidariedade e s o traduzidos no direito autodetermina o dos povos ao desenvolvimento ao meio ambiente saud vel e ecologicamente equilibrado conserva o e utiliza o do patrim nio hist rico e cultural de comunica o e paz 2 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 227 32 DANTAS San Tiago Igualdade perante a lei e due processo of law Revista Forense Rio de Janeiro Forense 1948 p 30 Apud SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005
272. ceituais e meramente t cnicas e inserido na realidade pol tica e social acrescentando esse autor que Tal se mostra particularmente adequado no que diz respeito ao formalismo excessivo pois sua solu o exige o exame do conflito dial tico entre duas exig ncias contrapostas mas igualmente dignas de prote o asseguradas constitucionalmente de um lado a aspira o de um rito munido de um sistema possivelmente amplo e articulado de garantias formais e de outro o desejo de dispor de um mecanismo processual eficiente e funcional Acrescente se a advert ncia de Marcelo Abelha Rodrigues que o juiz deve se envolver com o processo n o deve apenas folhear as p ginas dos autos como se fosse uma revista velha e desatualizada deve ter um comportamento ativo t rrido participativo inquietante do magistrado que deve saber distinguir os termos parcial e ativo parcial e participativo parcial e inquieto parcial e perseguidor da verdade Cumpre observar por outro lado que conflitos de massa exigem um processo de PR a 16 massa isto um processo apto adequada solu o de conflitos de massa e 16 OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 6 167 OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA Car
273. cessos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 201 280 art 130 do CPC Nesse sentido que se pretende emprestar ao que aqui se afirma que a prova n o regida por onus e por isso qualquer regra processual que assim a considere e no m nimo ileg tima devendo ser absolutamente banida do sistema a vergonhosa regra de julgamento diante do non liquet Portanto o uso da prova como regra de procedimento n o deve ser banida e como tal serve ao est mulo do contradit rio Todavia a sua previs o como regra de julgamento nos casos de non liquet pode acarretar como de fato acarreta num processo de fortes e fracos de desiguais um comportamento estrat gico por parte do mais forte normalmente demandado que simplesmente aguarda a improced ncia da demanda em raz o das dificuldades de se provar o fato constitutivo Sabedor das regras do nus manipula as para melhor lhe servir No processo civil individual a responsabilidade pela aus ncia da prova da parte que sofrer os efeitos da n o produ o de prova suficiente para o acolhimento de seu pedido A senten a ainda que de improced ncia por insufici ncia de prova produzir coisa julgada No processo coletivo embora n o se desconsidere a responsabilidade da parte que deve produzir a prova que permita ao juiz afirmar a exist ncia do direito deduzido a insufici ncia da prova n o impede que o mesmo pedido seja novamente apresentado em ju zo
274. chamada parte em sentido substancial quando n o coincide com a parte em sentido processual apenas um terceiro A atividade que as partes desenvolvem no processo tem sempre relevantes consequ ncias pr ticas por isso a lei exige que elas tenham aquela mesma capacidade que necess ria para realizar qualquer atividade jur dica disciplinando a capacidade processual mediante remiss o s regras gerais sobre a capacidade das pessoas Parte quem comparece em ju zo para requerer a tutela jurisdicional de direito que afirma ser assegurado pela ordem jur dica demandante autor ou reclamante e aquele contra quem a tutela requerida demandado r u ou reclamado concep es que tamb m se aplicam no processo coletivo com a ressalva de que neste a parte no processo n o a parte na rela o jur dica litigiosa n o havendo com isso coincid ncia entre a parte em sentido material e a parte em sentido processual segundo a classifica o de Francesco Carnelutti CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v II p 278 37 GOLDSCHMIDT James Derecho procesal civil Buenos Aires Labor 1936 p 191 38 CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El foro 1997 v I p 174 175 9 LIEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 p 90 91 145 E importante ressaltar que como
275. cial e pol tica A permanente crise social enfrentada pelo Brasil e o maior acesso da popula o ao Poder Judici rio cobram deste uma atua o cada dia mais frequente em prol da concretiza o dos direitos fundamentais o que exige uma atitude mais ativa e agressiva por parte do Poder Judici rio O Poder do juiz fortalecido por exemplo quando a ele permitido na a o que tenha por objeto o cumprimento de obriga o de fazer e de n o fazer conceder tutela espec fica da obriga o ou determinar provid ncias que assegurem o resultado pr tico equivalente do adimplemento art 84 do C digo de Defesa do Consumidor bem como para sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de inefic cia do provimento final conceder tutela liminarmente ou ap s justifica o pr via art 84 3 do C digo de defesa do Consumidor 24 GIDI Antonio A Class Action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 25 285 GIDI Antonio A Class Action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 26 286 PIZZOL Patr cia Miranda A tutela antecipada nas a es coletivas como instrumento de acesso justi a In Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 89 116 Acrescente se ainda o poder que atribu do ao juiz para cu
276. cidir o necessariamente os titulares dos direitos A apura o da litispend ncia entre a es coletivas deste modo deve levar em considera o apenas objeto e causa de pedir dentre os elementos de que trata a doutrina cl ssica que uma vez constatada a identidade de pedido causa de pedir e titulares do direito coletivo haver identidade de a es ainda que as partes processuais sejam distintas Esse segundo pensamos o nico meio de se interpretarem as regras do CPC a respeito de litispend ncia e dar lhes o devido rendimento No mesmo sentido ensina Ada Pellegrini Grinover que o que importa para constata o da litispend ncia ou n o determinar o objeto do processo trazido pelo demandante conforme a causa de pedir e o pedido contido na inicial A partir desses elementos que ser poss vel aferir o fen meno da identidade total ou parcial impondo provid ncias que impe am duplicidade ou desarmonia de julgamentos previstos nos arts 102 a 106 e 267 V do CPC Lembre se que o que importa o titular do direito que se pretende fazer valer e n o a pessoa que no processo est exercendo a atividade necess ria para o fazer valer por outras palavras o que importa que as partes sejam as mesmas sob o ponto de vista substancial e n o que sejam id nticas sob o ponto de vista formal ou processual Por outro lado negar simplesmente a exist ncia da litispend ncia com esteio na distin
277. cio Coelho e Paulo Gustavo Branco a vincula o das cortes aos direitos fundamentais leva a doutrina a entender que est o elas no dever de conferir a tais direitos m xima efic cia poss vel Sob um ngulo negativo a vincula o do Judici rio gera o poder dever de recusar aplica o a preceitos que n o respeitem os direitos fundamentais Onde n o existir efetiva o dos direitos fundamentais n o haver respeito dignidade humana e ao Estado Democr tico de Direito Na medida em que contribui para efetividade dos direitos fundamentais trabalhistas as a es coletivas atuam em favor da dignidade da pessoa humana e do Estado Democr tico de Direito Elton Venturi afirma que da poss vel e necess ria intera o do sistema de tutela jurisdicional individual regida pelo C digo de Processo Civil com o microssistema de tutela dos direitos meta individuais surge um processo civil revigorado e fortalecido apto a solucionar qualquer controv rsia surgida no seio social atendendo com a oportuna flexibilidade pretens o ltima de afirma o da dignidade da pessoa humana atrav s qa prote o adequada dos direitos subjetivos individuais coletivos e difusos Como anota Jos Roberto Freire Pimenta O uso intenso corajoso e criativo na esfera laboral da via de tutela metaindividual dos direitos de dimens o e relev ncia coletiva e de seus espec ficos mecanismos processuais para o enfrentamento molecular das le
278. cionais E como todo princ pio na Constitui o tem ele a mesma for a a mesma virtude a mesma express o normativa dos direitos fundamentais S falta universaliz lo al lo a c none de todas as Constitui es Vamos requerer pois o direito paz como se requerem a igualdade a moralidade administrativa a tica na rela o pol tica a democracia no exerc cio do poder Anote se que o Terrorismo internacional se expande indiferenciadamente Paralelamente em virtude da pot ncia e desembara o das for as implicadas est em gesta o uma nova conforma o planet ria em que os poderosos se atribuem fun o de pol cia do universo degradando e corroendo o rol das organiza es mundiais e com ele o pr prio direito internacional Uma sorte de governo mundial que tamb m traslada suas pautas culturais e as erige em incontest veis resultando aceit vel somente o que pode vender se e comprar se no mercado seja este de bens especificamente ou do mundo das ideias Justifica se ent o a busca pela paz entre as na es por meio inclusive do combate a todas as formas de terrorismo notadamente porque atinge pessoas inocentes que n o t m como se defender contra tais atos BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 584 592 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 591 592 l L ZZARI Eduardo Nest
279. coisa julgada Kazuo Watanabe afirma que a natureza verdadeiramente coletiva da demanda depende n o somente da legitima o ativa para a a o e da natureza dos interesses e direitos nela veiculados como tamb m da causa de pedir invocado e do tipo de abrang ncia do provimento jurisdicional postulado e ainda da rela o de adequa o entre esses elementos objetivos da a o e a legitima o ad causam passiva As a es coletivas constituem fruto e exig ncia das transforma es sociais Os modos de agir e de pensar que vigoram em uma determinada poca e sociedade influenciam diretamente a estrutura o do ordenamento jur dico indicando o rumo a ser tomado para a cria o dos instrumentos processuais h beis para propiciar a concretiza o e efetiva o dos direitos substanciais As transforma es sociais no sentido de uma sociedade de massa exigem a cria o de instrumentos jur dicos diferenciados o que implica em exig ncias relacionadas com o acesso justi a e com adequa o do processo natureza do direito deduzido em ju zo tudo isso permeado pela necessidade de realiza o pr tica dos direitos trabalhistas em especial dos direitos trabalhistas fundamentais 22 MELO Raimundo Sim o de A o coletiva de tutela do meio ambiente do trabalho In RIBEIRO J NIOR Jos Hort ncio et al Orgs A o coletiva na vis o de ju zes e procuradores do trabalho S o Paulo LTr 2006 183 bia GIDI A
280. coisa julgada material Coisa julgada e preclus o 219 5 5 Efeitos innne EE Ne EE An MS mess ER Gado Cl sia RE R a E 223 5 6 Regime jur dico da coisa julgada material limites e forma de produ o 225 5 6 1 Limites ObjetivOS esiaine aeieea a En AEA OBERE REEE eE EA RAE 225 50 2 Limitessubjeti vOs nanu a e i a a eea ea e duda a 228 5 6 3 Coisa julgada inter partes erga omnes e ultra patteS ssssessessseesserseeeseers esre esee e 233 5 6 4 Modos de produ o da coisa julgada eeeeeeeeeeeseeresressessssresresresssessessessresresressesses 234 5 7 A coisa julgada nas a es coletivas considera es preliminares 237 5 8 A evolu o do sistema brasileiro em rela o aos limites subjetivos da coisa julgada nas a es coletivas no es introdut rias ec erre cera rereneaaceraceneneanaa 240 5 9 Tratamento conferido coisa julgada pelo C digo de Defesa do Consumidor 244 5 10 Limites territoriais da coisa julgada nas a es coletivas iii 254 5 11 Transporte in utilibus da coisa julgada rrenan 258 5 12 Coisa julgada secundum eventum litis ice eree erre eene nene aee aearaeerneennnaa 261 5 13 Cr ticas coisa julgada secundum eventum litis i ii rrrererereeereeerreeenena 264 5 14 A relativiza o da coisa julgada e a coisa julgada secundum eventum probationis 269 5 15 A insufici ncia
281. como de fato o direito processual n o pode existir sem o direito substancial indispensabilidade do direito substancial assim hora de adicionar o direito substancial n o pode existir sem o direito processual Apesar da sua diversidade existe uma estreita interdepend ncia isto depend ncia rec proca entre o direito substancial e direito processual 13a O processo um instrumento voltado realiza o concreta do direito material e por meio desta defesa do ser humano quando se trate de direitos fundamentais O processo enquanto instrumento de luta pelo direito serve como meio de luta pela dignidade humana 132 CALAMANDREIL Piero Direito processual civil Tradu o de Luiz Aberzia Sandra Fernandez Barbiery Campinas Bookseller 1999 v 3 p 226 227 p BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 28 134 PISANI Andrea Proto Lezioni di diritto processuale civile 4 ed Napoli Jovene 2002 p 4 59 O ordenamento jur dico em especial no Estado Social assegura a frui o de direitos materiais m nimos na tentativa de realiza o da justi a social Contribuindo para a satisfa o destes direitos materiais m nimos o processo serve justi a social Da a instrumentalidade do processo em rela o ao direito material e justi a social valendo observar a advert ncia de C ndido Rangel Dina
282. como se verifica por exemplo no art 872 par grafo nico da Consolida o das Leis do Trabalho A hip tese portanto de omiss o normativa isto da aus ncia de uma norma de direito processual do trabalho que permita solucionar as quest es envolvendo a rela o entre as a es coletivas e as a es individuais trabalhistas Lembre se que as rupturas e as lacunas representam uma realidade natural de qualquer sistema normativo n o sendo poss vel conceber qualquer conjunto regrador isento de falhas ou omiss es Sendo inerente ao sistema normativo portanto cai por terra a no o de completude n o sendo justific vel a postura de repulsa do hermeneuta em conferir um sentido mais amplo do que aquele semanticamente aposto na norma escrita 75 As lacunas se apresentam em regra sob tr s modalidades normativa ontol gica e axiol gica A lacuna normativa ocorre quando a lei silente sobre determinado tema a lacuna ontol gica ocorre quando determinado instituto jur dico n o mais corresponde aos fatos sociais a lacuna axiol gica verifica se quando a aplica o de um preceito legal a uma situa o concreta conduzir a uma solu o insatisfat ria ou injusta A prop sito aduz Maria Helena Diniz que tr s s o as principais esp cies de lacunas 1 normativa quando se tiver aus ncia de norma sobre determinado caso 2 ontol gica se houver norma mas ela n o corresponder aos fatos sociais quando p ex o g
283. conhecidos pela ordem jur dica de um pa s isto pela Constitui o e pelas leis infraconstitucionais neste sentido a li o de Antonio Enrique P rez Lu o que define direitos humanos como conjunto de faculdades e institui es que em cada momento hist rico materializam as exig ncias da dignidade da liberdade e da igualdade humanas as quais devem ser reconhecidas positivamente pelo ordenamento jur dico a n vel nacional e internacional e os direitos fundamentais como os direitos humanos garantidos pelo ordenamento jur dico positivo na maior parte dos casos em sua Constitui o e que geralmente gozam de uma maior prote o Jos Joaquim Gomes Canotilho afirma que direitos do homem s o direitos v lidos para todos os povos e em todos os tempos dimens o jusnaturalista universalista direitos fundamentais s o os direitos do homem jur dico institucionalmente garantidos e limitados espacio temporalmente No presente trabalho a express o direitos humanos ser reservada aos direitos reconhecidos em tratados e conven es internacionais como inerentes ao ser humano ao passo que por direitos fundamentais ter se os direitos reconhecidos expressa ou implicitamente na ordem jur dica de um pa s em especial na sua Constitui o como inerentes ao ser humano o que implica em que se trata de direitos contextualizados hist rica pol tica cultural econ mica e socialmente conforme as
284. consiste na imuniza o geral dos efeitos da senten a sustenta que a coisa julgada material Se produz quando a irrecorribilidade da senten a se agrega imutabilidade da decis o Pode assim haver coisa julgada formal sem coisa julgada material por m n o o inverso porque a coisa julgada material tem como pressuposto a coisa julgada formal A coisa julgada material se refere pois ao conte do da senten a e suas caracter sticas s o a imutabilidade e a coercibilidade dizer que projeta seus efeitos rumo ao passado e rumo ao futuro As partes est o obrigadas a respeitar o Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 53 ASSIS Araken de Efic cia da coisa julgada inconstitucional In DIDIER JR Fredie Org Relativiza o da coisa julgada enfoque cr tico Salvador Jus Podivm 2004 p 33 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 307 308 224 pronunciamento judicial sobre o caso julgado situa o que se encontra protegida ES E Ip da 595 por uma exce o no caso de novo processo exceptio rei iudicata O efeito processual mais importante da coisa julgada material a extin o do direito de a o posto que impede novo julgamento da mesma pretens o submetida ao Poder Judici rio C ndido Rangel Dinamarco sustenta que essa foi no passado uma das mais importantes afirma es ligad
285. constar que o pedido julgado improcedente por insufici ncia de prova Essa exig ncia no entanto somente se aplica ao autor da a o coletiva Os demais entes legitimados n o podem ser prejudicados pela falta de dilig ncia do autor da a o coletiva julgada improcedente que no momento oportuno deixou de opor embargos de declara o para suprir a omiss o do juiz Em rela o aos demais entes legitimados basta que os fundamentos ou a conclus o da senten a permitam concluir que o pedido n o foi acolhido por insufici ncia de prova da ocorr ncia do fato constitutivo do direito deduzido Por outro lado na nova a o o seu autor deve na peti o inicial registrar que se trata de repropositura de a o com base em nova prova para evitar o indeferimento da peti o inicial com suporte na alega o de coisa julgada ou mesmo que seja ordenada a sua emenda em preju zo da maior celeridade na solu o do conflito Para alguns doutrinadores a renova o da a o coletiva depender da indica o na peti o inicial de prova nova que deve ser entendida como aquela que n o foi produzida no processo anterior que abrange tanto a prova ent o existente mas que por algum motivo n o pode ser levada aos autos como aquela que somente passou a existir ap s o momento derradeiro no processo antecedente at o qual era vi vel a produ o de 78 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo
286. constitucional do acesso ordem jur dica justa que repele a pereniza o de julgados aberrantemente discrepantes dos ditames da justi a e da equidade VII o car ter excepcional da disposi o a flexibilizar a autoridade da coisa julgada sem o qual o sistema processual perderia utilidade e confiabilidade merc da inseguran a que isso geraria Eduardo Cambi apesar de ser favor vel relativiza o da coisa julgada em casos excepcionais chama a aten o para o fato de que n o se pode perder a exata dimens o do problema porque a relativiza o da autoridade da coisa julgada material deve ser excepcional ssima na medida em que se a exce o virasse regra milhares de a es seriam repropostas instaurando o caos na j t o sobrecarregada justi a brasileira a qual al m de n o dar conta de mais esse pesado fardo cairia no descr dito da popula o e o que pior a seguran a jur dica conquistada a duras penas no primeiro processo seria apenas o pren ncio de um novo sofrimento A banaliza o da coisa julgada traz a terr vel consegii ncia do enfraquecimento do Judici rio e da inviabiliza o do processo que apesar de todos os seus problemas ainda um dos instrumentos mais eficazes promo o da democracia e realiza o da justi a Ademais a cria o de um sistema que se pretendesse perfeito ut pico pois n o sendo a ci ncia jur dica exata como a f sica ou a matem tica por melhor q
287. cu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 p 49 CORDEIRO Wolney de Macedo Da releitura do m todo de aplica o subsidi ria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 p 33 309 demanda do int rprete uma nova postura sorvendo se inicialmente do arcabou o constitucional para somente em seguida buscar as demais instrumentaliza es r 797 normativas infraconstitucionais O Direito n o pode perecer por aus ncia de meios processuais que o tornem realidade ou em raz o da interpreta o equivocada das normas legais por parte do seu aplicador chamando se a aten o para a advert ncia de Juarez Freitas de que o pr prio sistema jur dico do Estado Democr tico de Direito corre o risco de periclitar fragilizado por um formalismo excessivo se se contentar com uma interpreta o e com uma exegese n o raro s muito parcialmente em conformidade com o pr prio sistema na sua abertura o qual precisa alcan ar minimamente os seus mais elevados objetivos para se manter como sistema Acrescenta esse mesmo doutrinador que no plano democr tico apresenta se inaceit vel uma esfera de juridicidade t o fr gil e auto referente que n o d conta de algum modo da justi a material e processual vista como fundamento jur dico do sistema sem c
288. cyr Amaral Coment rios ao C digo de Processo Civil Rio de Janeiro Forense 1994 v IV p 431 432 51 CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El foro 1997 v I p 137 52 CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El foro 1997 v I p 139 53 CARNELUTTI Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires Librer a El foro 1997 v I p 142 211 determina uma nova regulamenta o da rela o substancial modificando o estado do direito preexistente ALLORIO 1992 p 53 54 Existem situa es em que a coisa julgada projeta efeitos reflexos sobre sujeitos estranhos ao processo terceiros Tais reflexos constituem fen meno regular e natural inspirando por exig ncia puramente l gica n o havendo qualquer norma legal espec fica que discipline a sua respectiva extens o Segundo essa teoria os efeitos reflexos da coisa julgada sobre terceiros resolvida atrav s de uma rela o jur dica de prejudicialidade depend ncia Tal rela o de prejudicialidade depend ncia justificada pela compreens o de que a coisa julgada constitui uma nova fonte de direito material interferindo diretamente em rela es jur dicas de terceiros Sobre a teoria de Enrico Allorio Jos Rog rio Cruz e Tucci assevera que Esse nexo de prejudicialidade depend ncia ocorre assim quando uma rela o jur
289. d genas a prote o das pessoas portadoras de defici ncia a prote o dos investidores no mercado mobili rio a prote o do patrim nio p blico em caso de enriquecimento il cito de agente ou servidor p blico a prote o da crian a e do adolescente a defesa dos direitos dos idosos prote o contra uso das t cnicas de engenharia gen tica direitos sociais dos trabalhadores a ordem urban stica a qualquer outro interesse difuso ou coletivo Para Rodolfo Camargo Mancuso pode se dizer que a a o civil p blica regrada na Lei 7 347 85 o par metro processual b sico para a tutela dos interesses metaindividuais n o somente daqueles nominados expressamente no seu art 1 e incisos mas tamb m de outros mesmo ainda n o juspositivados desde que socialmente relevantes dada a cl usula que acena para outros interesses difusos e coletivos constante do inciso IV daquele dispositivo inserido pela Lei 8 078 90 De outra parte embora tenham vindo a lume outros textos prevendo a es genericamente nomeadas civis p blicas para a defesa de certos espec ficos segmentos ou valores sociais relevantes v g inf ncia e juventude Lei 8 069 90 art 208 e ss deficientes f sicos Lei 7 853 89 arts 3 e ss investidores no mercado mobili rio Lei 77 913 89 ordem econ mica e livre concorr ncia Lei 8 884 94 arts 29 e 88 probidade administrativa Lei 8 429 92 idosos Lei 10 741 2003 art 79 e ss torcedores
290. da Lei da A o Popular que a senten a ter efic cia de coisa julgada opon vel erga omnes exceto no caso de haver sido a a o julgada improcedente por defici ncia de prova neste caso qualquer cidad o poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova Verifica se com isso 2 Anota Ada Pellegrini Grinover que j se integrou tradi o jur dica brasileira desde a Lei de A o Popular Lei n 4 717 de 26 de junho de 1965 passando se pela Lei n 7 347 de 24 de julho de 1985 Lei de a o Civil P blica um regime da coisa julgada que at certo ponto pode ser qualificado como atuando secundum eventum litis pelo menos nos casos de insufici ncia de provas GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 927 243 a a extens o dos efeitos da coisa julgada a terceiros coisa julgada erga omnes no caso de proced ncia do pedido ou de improced ncia por motivo que n o seja a defici ncia de provas b a negativa de tr nsito em julgado decis o que julgar improcedente o pedido por insufici ncia de provas coisa julgada secundum eventum probationis Jos Carlos Barbosa Moreira distingue no art 18 da Lei n 4 717 65 tr s hip teses a julga se procedente a a o popular neste caso a senten a a
291. da a o individual n o se manifestar no prazo de trinta dias contados da intima o da exist ncia da a o coletiva presume se que fez op o pelo curso normal da sua a o individual 5 COISA JULGADA 5 1 Conceito O presente Cap tulo reservado ao estudo da coisa julgada na rela o entre as a es coletivas e as a es individuais sendo esclarecido que como adverte Giuseppe Chiovenda assim como o mesmo lit gio n o pode ser decidido mais de uma vez tampouco pode estar simultaneamente pendente mais de uma rela o processual entre as 507 mesmas partes acerca do mesmo objeto A atividade jurisdicional destinada solu o dos conflitos de interesses o que se d por meio de uma senten a ac rd o quando se tratar de decis o prolatada por Tribunal 5 Assevera Eduardo Arruda Alvim que caso o autor do processo individual prefira n o suspend lo ou seja prefira dar prosseguimento sua a o assim poder faz lo deixando transcorrer in albis o prazo estabelecido para a suspens o do processo ALVIM Eduardo Arruda Coisa julgada e litispend ncia no Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 188 7 CHIOVENDA Giuseppe Principios de der
292. da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva 43 BARBI Celso Agr cola Coment rios ao C digo de Processo Civil 13 ed Rio de Janeiro Forense 2008 v IL p 357 BMAZZIIT Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 257 95 ALVIM Arruda Manual de direito processual civil 8 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 v I p 403 404 192 Para Alu sio Gon alves de Castro Mendes A experi ncia do Direito Comparado relata a utiliza o em geral de dois sistemas de vincula o dos indiv duos ao processo coletivo o de inclus o opt in no qual os interessados dever o requerer o seu ingresso at determinado momento e o de exclus o opt out mediante o qual devem os membros ausentes solicitar o desacoplamento do lit gio coletivo dentro de prazo fixado pelo juiz Como se v o art 104 n o adotou nenhum dos dois m todos Pelo contr rio deixou de colocar a a o coletiva como referencial mais importante diante da qual os indiv duos precisariam optar seja pelo ingresso ou pela exclus o para passar a dispor sobre a conduta dos autores individuais em rela o s suas a es singulares Assim o autor da a o individual tem trinta dias a contar da ci ncia nos autos da a o coletiva para requerer a suspens o para que possa ser beneficiado pela coisa julgada coletiva O autor portanto dever ser intimado da exist ncia da a o coletiva de
293. da interven o A solu o adotada pelo art 472 do C digo de Processo Civil tem estreita rela o com a legitimidade para a a o que reservada em regra ao titular do direito deduzido e principalmente com a natureza indivis vel do direito deduzido Lembre se a prop sito a li o de Enrico Tullio Liebman para quem a efic cia da senten a vale para todos e a autoridade da coisa julgada diz respeito apenas s partes Assevera esse autor que A senten a produz normalmente efeitos para terceiros mas com intensidade menor que para as partes porque para estas os efeitos se tornam imut veis pela autoridade da coisa julgada ao passo que para os terceiros podem ser combatidos com a demonstra o da injusti a da senten a Usando de passagem da terminologia do C digo poder dizer se que tem a senten a para as partes efic cia de presun o iuris et de iure para os terceiros pelo contr rio de presun o iuris tantum Sem voltar demonstra o do fundamento em direito da tese exposta oportuno todavia ressaltar o lado pr tico e a equidade da solu o que ela conduz Tem em primeiro lugar a vantagem de utilizar na maior medida poss vel a atividade processual exercida em cada processo pelo rg o jurisdicional e pelas partes em benef cio da economia do processo Tendo al m disto a favorecer a harmonia dos resultados dos processos sobre rela es conexas ou dependentes diminu do a possibil
294. da reforma 4 ed S o Paulo Malheiros 2003 DINAMARCO C ndido Rangel Fundamentos do processo civil moderno 5 ed S o Paulo Malheiros 2002 v II DINAMARCO C ndido Rangel Homenagem a Ada Pellegrini Grinover RePro 176 ano 34 S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v MI DINAMARCO C ndido Rangel Relativizar a coisa julgada material In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 Doutrina Nacional DINIZ Maria Helena Lei de Introdu o ao C digo Civil brasileiro interpretada S o Paulo Saraiva 1994 DUGUIT L on Fundamentos do direito Porto Alegre S rgio Fabris 2005 ECHAND A Devis Teor a general del proceso 3 ed Buenos Aires Editorial Universidad 2004 ESTAGNAM Joaqu n Silguero La tutela jurisdicional de los intereses colectivos a trav s de la legitimacion de los grupos Madrid Dykinson 1995 FAVA Marcos Neves A o civil p blica trabalhista S o Paulo LTr 2005 FELICIANO Guilherme Guimar es Dos princ pios do direito do trabalho no mundo contempor neo In Revista Trabalhista Direito e Processo v XVI Anamatra e Forense ano 4
295. das partes tamb m servem as a es coletivas e toda a sua disciplina legal como j foi demonstrado O C digo de Defesa do Consumidor lei principiol gica N o anal tica mas sint tica Nem seria de boa t cnica legislativa aprovar se lei de rela es de consumo que regulamentasse cada divis o do setor produtivo autom veis cosm ticos eletroeletr nicos vestu rio etc Optou se por aprovar lei que contivesse preceitos gerais que fixasse os princ pios fundamentais das rela es de consumo isso que significa ser uma lei principiol gica Todas as demais leis que se destinarem de forma espec fica a 788 NUNES Luiz Ant nio Rizzatto Coment rios ao C digo de Defesa do Consumidor arts 1 a 54 S o Paulo Saraiva 2000 p 27 19 SOARES F bio Costa Acesso do consumidor justi a Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 34 70 SILVA Ant nio lvares da Execu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 p 84 85 299 regular determinado setor das rela es de consumo dever o submeter se aos E PRA 3 p gar 77 preceitos gerais da lei principiol gica que o C digo de Defesa do Consumidor O direito processual coletivo em raz o da disciplina que lhe foi conferida pelo C digo de Defesa do Consumidor tem como princ pios a facilita o do acesso justi a a m xima efetividade dos direitos assegurados pela ordem jur dica a razo vel dura o do process
296. de A despeito do car ter compromiss rio da Constitui o pode ser dito que o princ pio em quest o o que confere unidade e valor ao sistema constitucional que repousa na id ia de respeito irrestrito ao ser humano raz o ltima do Estado de Direito B atrice Maurer Notas sobre o respeito da dignidade da pessoa humana ou pequena fuga incompleta em torno de um tema central Tradu o de Rita Dostal Zanini In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 75 82 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 119 SARLET Ingo Wolfgang As dimens es da dignidade da pessoa humana construindo uma compreens o jur dico constitucional necess ria e poss vel In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da Dignidade ensaios de Filosofia do Direito e Direito Constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 37 amp SARMENTO Daniel A pondera o de interesses na Constitui o Federal Rio de Janeiro Lumen Juris 2003 p 59 60 44 A dignidade da pessoa humana constitui limite e tarefa do Estado Limite da atividade do Estado porque a dignidade n o pode ser negada ou desconsiderada A dignidade como tarefa do Estado diz respeito exig ncia de dire o de suas a es no sentido de conserv la e criar condi es que possibili
297. de exclusivamente ao lit gio deduzido no processo o que tem como consequ ncia l gica segundo ele o fato de a autoridade da coisa julgada se referir apenas a pessoas determinadas isto aos sujeitos do lit gio Um lit gio individualizado produz uma decis o tamb m individual Nas a es coletivas perseguida a tutela de direito de titularidade coletiva e de objeto indivis vel direitos difusos e coletivos ou divis vel mas que merece tutela coletiva direitos individuais homog neos o que faz com que a coisa julgada tenha alcance subjetivo diferenciado A a o individual promovida em regra pelo titular do direito deduzido e em favor dele pr prio A a o coletiva promovida pelos entes legitimados em favor de outrem em raz o da indetermina o dos titulares do direito deduzido e da sua natureza Por essa raz o o art 472 do C digo de Processo Civil n o aplic vel s a es coletivas A senten a proferida nas a es coletivas atingir a coletividade dos titulares do 635 direito objeto da demanda o que faz com que seja da ess ncia dos processos coletivos que seus efeitos afetem os que est o fora do processo ou seja os benefici rios da decis o e n o 636 os que atuam Assim como assevera Humberto Theodoro J nior a coisa julgada formada no processo coletivo n o respeita os limites subjetivos tra ados pelo art 472 do CPC tanto entre os legitimados para
298. de humana e a tutela jurisdicional dos direitos fundamentais como tutela da dignidade humana O terceiro cap tulo trata da tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais contendo estudo sobre a tutela jurisdicional dos direitos o processo a evolu o do direito processual com alus o s ondas renovat rias de acesso justi a a Constitui o Federal de 1988 e o processo os direitos processuais fundamentais e a evolu o do processo individual para o processo de massa seguindo se o estudo da a o coletiva como instrumento de tutela do homem do bem comum da justi a social e dos direitos metaindividuais A ltima parte do cap tulo reservada ao apontamento das raz es para a valoriza o das a es coletivas O quarto cap tulo destinado ao estudo da litispend ncia iniciando se por sua conceitua o seguindo se o exame dos elementos que identificam a a o da litispend ncia nas a es individuais da litispend ncia entre a es coletivas e da litispend ncia entre a es coletivas e a o individual 14 O quinto cap tulo reservado ao estudo da coisa julgada nas a es coletivas tendo como ponto de partida o conceito as acep es e os fundamentos da coisa julgada ao que se segue o estudo da coisa julgada formal e material coisa julgada e preclus o bem como dos efeitos do regime jur dico da coisa julgada material seus limites e forma de produ o prosseguindo se com a reflex o sobre os modos de
299. de p r em movimento o exerc cio de uma fun o p blica atrav s da qual se espera obter a tutela de suas pretens es A a o constitui instrumento voltado provoca o da jurisdi o e obten o de tutela jurisdicional de direitos lesados ou amea ados de les o O exerc cio do direto de a o cria a condi o necess ria para a atua o do Poder Judici rio e a concess o de tutela jurisdicional ao direito material postulado Contudo como aduz Luiz Guilherme Marinoni a a o um direito de que deriva uma s rie de corol rios como o direito de influir sobre o convencimento do Juiz de alegar de produzir prova etc para que o direito material seja reconhecido e realizado A a o muito mais do que um simples direito de pedir a presta o Jurisdicional um direito de agir diante da jurisdi o para obter a tutela do direito Como decorre do art 81 do C digo de Defesa do Consumidor a tutela dos direitos metaindividuais poder ser exercida em ju zo individualmente ou a t tulo coletivo Equivale a dizer que para a defesa dos direitos metaindividuais trabalhistas pode ser ajuizada a o individual ou a o coletiva 25 REDENTI Enrico Derecho procesal civil Buenos Aires Ediciones Jur dicas Europa Am rica 1957 p 44 26 T IEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I p 152 7 MARINONI Luiz Guilherme Da a o abstrata e uniforme a o
300. de pedir desde que em ambas deva ser resolvida a mesma situa o jur dica controvertida visando o mesmo resultado pr tico 4 4 Litispend ncia em a es coletivas 4 4 1 Introdu o A princ pio tamb m no processo coletivo a litispend ncia ser reconhecida quando for proposta a o que tiver em comum com a o em curso as partes a causa de pedir e o pedido Contudo no processo coletivo nem sempre poss vel uma precisa identifica o do objeto litigioso e dos titulares dos direitos lesados ou amea ados o que dificulta a 49 TUCCI Jos Rog rio Cruz e A causa petendi no processo civil 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 p 213 42 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 170 171 164 configura o da litispend ncia sendo patente em rela o a ele a inadequa o da teoria dos tr s eadem Some se a isso o fato de que o microssistema do processo coletivo n o foi feliz ao tratar do tema devendo ser acrescentado que o processo coletivo atribui especial relevo ao acesso justi a e concretiza o do direito material assegurado pela ordem jur dica o que exige maior flexibilidade na verifica o das condi es em que se dar a litispend ncia uma vez que esta conduz extin o de um dos processos Como assevera Francisco Verbic O instituto da litispend ncia adquire no sistema coletivo alguma
301. demanda nas a es coletivas do Estado Social de Direito Apud MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 ALLORIO Enrico La cosa giudicata rispetto ai terzi Apud SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 322 ALLORIO Enrico Problemas de derecho procesal Buenos Aires Edicciones Jur dicas Europa Am rica 1963 tomo I ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar S A 1961 v IV ALVIM Eduardo Arruda Coisa julgada e litispend ncia no anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os Direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 AQUINO Tom s de Suma Teol gica S o Paulo Loyola 2005 v VI ARNS Zilda ntegra da Palestra dispon vel em lt www1 folha uol br folha Brasil ult96u678942 shtml gt Acesso em 14 01 2010 ASSIS Araken de Doutrina e pr tica do processo civil contempor neo S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 ASSIS Araken de Efic cia da coisa julgada inconstitucional In DIDIER JR
302. demandar a tutela dos interesses transindividuais como em face das pessoas individualmente lesadas H 3 CARNELUTTI Francesco Sistema de direito processual civil 2 ed S o Paulo Lemos amp Cruz 2004 v I p 427 6 amp 4 A senten a faz coisa julgada s partes entre as quais dada n o beneficiando nem prejudicando terceiros Nas causas relativas ao estado da pessoa se houverem sido citados no processo em litiscons rcio necess rio todos os interessados a senten a produz coisa julgada em rela o a terceiros 6 amp 5 Assevera Luiz Norton Baptista de Mattos que em raz o da legitimidade extraordin ria ativa da impossibilidade de os titulares da rela o jur dica material litigiosa estarem presentes por si pr prios no processo coletivo da indivisibilidade do objeto nas a es coletivas referentes a direitos ou interesses difusos ou coletivos e do resguardo da isonomia nas a es coletivas que abarcam direitos individuais homog neos a coisa julgada coletiva vai atingir necessariamente quem n o foi parte formal do processo n o se acomodando ao comando do art 472 do CPC sob pena de ter a sua utilidade estilha ada MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direi
303. dever de indenizar os danos ocasionados s v timas ou seus sucessores Essa solu o prevista no art 91 I do C digo de Processo Penal a condena o penal torna certa a obriga o de indenizar o dano causado pelo crime passando se desde logo liquida o e execu o da senten a no ju zo civil 5 12 Coisa julgada secundum eventum litis Por for a do disposto no art 103 do C digo de Defesa do Consumidor nas a es coletivas a coisa julgada atua de modo variado secundum eventum litis isto de acordo com o resultado do processo acolhimento ou rejei o do pedido A coisa julgada atingir terceiros apenas para benefici los Para Ada Pellegrini Grinover 7 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 955 6 amp 8 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 956 957 263 prefer vel o regime da coisa julgada secundum eventum litis s para favorecer mas n o para prejudicar as pretens es individuais do contr rio ter amos de cair no regime do opt out do sistema das class actions que tem oferecido em sua aplica o in meros problemas pr ticos Tamb
304. dia fazer alus o coisa julgada a que mencionam os incisos I Il e III do art 103 visto que a coer ncia interna do dispositivo exige a rela o entre a primeira e a segunda remiss o pelo que n o se pode excluir da segunda a men o ao inc I do art 103 que ademais se sujeita ao mesmo regime previsto no inc II Quando muito poder se ia entender a segunda remiss o como feita aos incs Ie II do art 103 levando em conta a pr pria ordem de indica o dos efeitos da coisa julgada erga omnes e ultra partes seguida pelo dispositivo Como veremos entenda se a segunda remiss o como sendo aos incs I II e III do art 103 ou I e II do mesmo dispositivo a interpreta o do dispositivo n o muda Mas o que n o se pode excluir a refer ncia ao inc I do art 103 44 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 963 177 A prop sito observa Antonio Gidi que a melhor interpreta o considera que o art 104 se aplica a toda e qualquer a o coletiva em defesa de direitos difusos coletivos ou individuais homog neos Desta forma as remiss es aos arts 103 e 81 par grafo nico seriam em rela o aos seus tr s incisos Pedro Lenza tamb m afirma a exist ncia de erro de remiss o j que na primeira parte do art 104 fala se em a
305. dicat ria da legisla o do trabalho Mas n o basta a exist ncia do direito material protetor e reivindicador dos direitos trabalhistas para que impere a igualdade nas rela es trabalhador empregador se requer sua vez normas Jur dicas processuais que realizem aqueles direitos Portanto conjuntamente com o 28 Asseveram Mauro Cappelletti e Bryant Garth que o professor Galanter desenvolveu uma distin o entre o que ele chama de litigantes eventuais e habituais baseado na fregii ncia de encontros com o sistema judicial ele sugeriu que esta distin o corresponde em larga escala que se verifica entre indiv duos que costumam ter contatos isolados e pouco freq entes com o sistema judicial e entidades desenvolvidas com experi ncia judicial mais extensa As vantagens dos habituais de acordo com Galanter s o numerosas 1 maior experi ncia com o Direito possibilita lhes melhor planejamento do lit gio 2 o litigante habitual tem economia de escala porque tem mais casos 3 o litigante habitual tem oportunidades de desenvolver rela es informais com os membros da inst ncia decisora 4 ele pode diluir os riscos da demanda por maior n mero de casos e 5 pode testar estrat gias com determinados casos de modo a garantir expectativa mais favor vel em rela o a casos futuros Parece que em fun o dessas vantagens os litigantes organizacionais s o sem d vida mais eficientes que os indiv duos
306. difuso coletivo ou individual homog neo A a o coletiva tem como elementos identificadores as partes a causa de pedir e o rs 422 pedido com suas peculiaridades 21 VERBIC Francisco Procesos colectivos Buenos Aires Astrea 2007 p 358 359 2 Kazuo Watanabe assevera que a natureza verdadeiramente coletiva da demanda depende n o somente da legitima o ativa para a a o e da natureza dos interesses ou direitos nela veiculados como tamb m da causa de pedir invocada e do tipo e abrang ncia do provimento jurisdicional postulado e ainda da rela o de adequa o 165 O C digo de Defesa do Consumidor n o trata da concomit ncia de duas a es coletivas ajuizadas em defesa dos mesmos direitos uma vez que consoante se v em seu art 104 somente disciplina a rela o entre a o coletiva e a o individual estabelecendo in verbis As a es coletivas previstas nos incisos I e II do par grafo nico do art 81 n o induzem litispend ncia para as a es individuais mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Diante da impossibilidade da pend ncia de duas a es envolvendo as mesmas partes causa de pedir e pedidos pode ser afirmado que ocorrer litispend nc
307. direitos de primeira gera o ou direitos da liberdade t m por titular o indiv duo s o opon veis ao Estado traduzem se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que seu tra o mais caracter stico enfim s o direitos de resist ncia ou de oposi o perante o Estado S o por igual direitos que valorizam primeiro o homem singular o homem das liberdades abstratas da sociedade mecanicista que comp e a chamada sociedade civil da linguagem jur dica mais usual Em suma os direitos fundamentais de primeira dimens o s o de cunho puramente individualista Trata se de direitos de defesa que t m como caracter stica a efic cia negativa ou seja a prote o maior do indiv duo se d pela limita o dos poderes do Estado b Direitos fundamentais de segunda dimens o Segundo Ingo Wolfgang Sarlet DELGADO Gabriela Neves O direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 p 47 3 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 56 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 563 564 23 O impacto da industrializa o e os graves problemas sociais e econ micos que a acompanharam as doutrinas socialistas e a constata o de que a consagra o formal de liberdade e igualdade n o gerava a garantia do seu efetivo gozo acabaram j no decorrer do s culo XIX ge
308. ditames da justi a social observados os seguintes princ pios V defesa do consumidor Acrescente se que no art 5 XXXII da Constitui o Federal previsto que o Estado promover na forma da lei a 766 defesa do consumidor 79 ALMEIDA Cleber L cio de Direito processual do trabalho 3 ed Belo Horizonte Del Rey 2009 p 69 76 F bio Costa Soares afirma que na metade do s culo XIX iniciou se o chamado movimento consumerista que culminou com a ado o em v rios pa ses de diplomas legislativos gen ricos ou espec ficos tendentes a 297 A op o do legislador constituinte origin rio pela defesa do consumidor por parte do Estado se harmoniza com os valores constitucionais da dignidade da pessoa humana da cidadania da solidariedade social e da igualdade material ou substancial sinalizando no sentido da concretiza o dos objetivos da Rep blica Federativa do Brasil notadamente a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria com a redu o das desigualdades sociais O C digo de Defesa do Consumidor tem portanto o objetivo de proteger a parte mais fraca na rela o jur dica de que trata rela o de consumo estabelecendo em seu favor por exemplo a invers o do nus da prova Exatamente o mesmo ocorre no direito processual do trabalho que cria distin es jur dicas em favor do trabalhador parte mais fraca na rela o de emprego para facilitar a tutela jurisdicional de seus dir
309. do s regras e princ pios de institui es globais como a Organiza o Mundial de Com rcio trazendo como consequ ncias injusti as e desequil brios afetando n o s o que restou do Estado de Bem Estar onde existiu mas o que mais grave a capacidade social e coletiva de propor alternativas baseadas na justi a social N o s BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 572 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 571 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 572 4 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 175 28 A globaliza o ocasiona o surgimento de movimentos de repulsa os movimentos antiglobaliza o bem como o in cio de buscas de novas rearticula es de redes sociais ampliadas os F runs Sociais Mundiais que est o formando um movimento de movimentos em n vel planet rio que n o se conforma com as tradicionais formas de participa o e articula o sociais mas que est criando uma nova vis o do que significa a democracia V se pois a forma o de novas redes movimentos sociais f runs sociais nacionais e mundiais tem ticos ou de protesto que segundo Joaqu n Herrera Flores est o impulsionando todo um
310. do o qual proposta a a o coletiva para defesa de interesses individuais homog neos ser publicado edital no rg o oficial a fim de que os interessados possam intervir no processo coletivo como litisconsortes Essa regra vale para lesados que compartilhem tanto interesses individuais homog neos como analogicamente interesses coletivos 0 SILVA Sandra Lengruber Elementos das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 p 102 103 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 251 2 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 251 191 De acordo com o art 105 do C digo de Processo Civil constatada a contin ncia o Juiz poder ordenar a reuni o das a es Para Celso Agr cola Barbi o juiz tem o dever legal a mu 493 de mandar reunir as v rias a es R No entanto a reuni o das a es havendo conex o ou contin ncia apenas uma possibilidade uma vez que ela somente ser poss vel e se justificar se ainda for poss vel a instru o e o julgamento nicos nesse sentido inclusive a doutrina majorit ria A prop sito observa Hugo Nigro Mazzilli que Deve mesmo existir uma certa margem de discricionariedade para o juiz avaliar at que ponto conv m ou n o a reuni o das a es para o que dever levar em conta a a fase processual de cada uma delas no momento em q
311. do recurso pressup e a pr via garantia da execu o e ao juiz conferido o poder para promover a execu o de of cio yy ALMEIDA Cleber L cio de Princ pios de direito processual do trabalho e o exame dos reflexos das recentes altera es do C digo de Processo Civil no direito processual do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 p 19 303 processuais capazes de permitir a realiza o das tutelas prometidas pelo direito material e inclusive pelos direitos fundamentais materiais mas que n o foram alcan adas dist ncia da jurisdi o Nesse sentido se pode pensar por exemplo i nos procedimentos que restringem a produ o de determinadas provas ou ii na discuss o de determinadas quest es iii nos procedimentos dirigidos a proteger os direitos transindividuais iv na t cnica antecipat ria v nas senten as e vi nos meios de execu o diferenciados Na mesma dimens o devem ser visualizados os procedimentos destinados a facilita o do acesso ao Poder Judici rio das pessoas menos favorecidas economicamente com o barateamento dos custos processuais etc Em rela o ao juiz afirma Luiz Guilherme Marinoni que o direito fundamental tutela jurisdicional imp e que este proceda interpreta o das normas processuais em conson ncia com as diversas necessidades de direito material tendo ele o poder dever de encontrar a t cn
312. do reexame de todas quest es apenas no mbito do mesmo processo mais precisamente a coisa julgada formal individualiza aquela situa o de imutabilidade relativa do ato senten a n o mais sujeito a impugna o ordin ria ao passo que a coisa julgada material individualiza ao contr rio um fen meno diverso ao lan ar a declara o contida na senten a para fora do processo em que formado De acordo com Humberto Theodoro J nior A diferen a entre a coisa julgada material e a formal apenas de grau de um mesmo fen meno Ambas decorrem da impossibilidade de recurso contra a senten a A coisa julgada formal decorre simplesmente da imutabilidade da senten a dentro do processo em que foi proferida pela impossibilidade de interposi o de recursos quer porque a lei n o mais os admite quer porque se esgotou o prazo estipulado pela lei sem interposi o pelo vencido quer porque o recorrente tenha desistido do recurso interposto ou ainda tenha renunciado sua interposi o Imut vel a decis o dentro do processo esgota se a fun o jurisdicional O Estado pelo seu rg o judici rio faz a entrega da presta o jurisdicional a que estava obrigado Mas a imutabilidade que impede o juiz de proferir novo julgamento no processo para as partes tem reflexos tamb m fora do processo impedindo as de virem a renovar a discuss o da lide em outros processos Para os litigantes sujeitos res iudicata o
313. dos Coment rios ao C digo de Processo Civil Rio de Janeiro Forense 1994 v IV p 426 536 PAIX O J NIOR Manuel Galdino Teoria geral do processo Belo Horizonte Del Rey 2002 p 341 206 presun o de verdade o qual se explica facilmente porque fundando se a senten a na inspira o divina o juiz n o podia equivocar se Este o verdadeiro antecedente hist rico do artigo 1350 do C digo Civil franc s e o dos que se seguiram como o italiano art 1350 o espanhol art 1251 etc segundo o qual a coisa julgada constitui se uma presun o iuris et de iure Contudo segundo esse autor a doutrina moderna reconhece que o conceito equivocado porque n o pode haver presun o sem fundamento real e porque a autoridade da coisa julgada deve buscar se no respeito devido ao tribunal que administra justi a em nome do Estado e cujas decis es n o podem por conseguinte ser discutidas Tamb m Humberto Theodoro J nior critica essa teoria ao fundamento de que na realidade por m ao instituir a coisa julgada o legislador n o tem nenhuma preocupa o de valorar a senten a diante dos fatos verdade ou dos direitos justi a Impele o t o somente uma exig ncia de ordem pr tica quase banal mas imperiosa de n o mais permitir que se volte a discutir acerca das quest es j soberanamente decididas pelo Poder Judici rio Apenas a preocupa o de seguran a nas rela es jur dicas e de paz na conviv
314. dos Tribunais 1971 p 264 229 prevendo os limites objetivos da coisa julgada fixados pela lide e pelas quest es e uma disposi o subsegiiente art 469 inspirada em doutrina que delimita o julgado pela pretens o Ainda em rela o aos limites objetivos da coisa julgada cumpre mencionar que de acordo com o art 468 do C digo de Processo Civil A senten a que julgar total ou parcialmente a lide tem for a de lei nos limites da lide e das quest es decididas 5 6 2 Limites subjetivos Os limites subjetivos da coisa julgada dizem respeito a quem ser alcan ado pelos seus efeitos No processo civil individual consoante o art 472 do C digo de Processo Civil a senten a faz coisa julgada s partes entre as quais dada n o beneficiando nem prejudicando terceiros destacando Lopes da Costa que princ pio fundamental a ideia diretriz na teoria dos limites subjetivos da coisa julgada O que preciso ver em que consista aquele aproveitar e aquele prejudicar N o se trata de proveito ou preju zo de fato mas de proveito ou preju zo jur dico Se o proveiro ou preju zo fossem daquela primeira esp cie os limites da coisa julgada seriam quase os de um mar sem praias lei n o importa o simples interesse de fato A velha regra romana apenas quer dizer que a coisa julgada n o pode influir melhorando a ou piorando a sobre uma rela o jur dica de terceiro O lucro ou o preju zo h
315. dos como tais desde os j distantes idos do in cio do s culo XX continuar o n o passando na pr tica de meras promessas feitas por legisladores alguns bem intencionados e outros nem tanto s grandes massas de despossu dos O desrespeito aos direitos fundamentais ocorre ainda segundo Jos Roberto Freire Pimenta da seguinte forma Em primeiro lugar no campo do direito material uma grave e direta viola o dos direitos fundamentais dos trabalhadores pelo flagrante desrespeito a seus direitos trabalho que o princ pio da prote o ou na moderna terminologia de Palma Ramalho o princ pio da compensa o da posi o debit ria complexa das partes no contrato de trabalho na verdade um princ pio constitucional impl cito FELICIANO Guilherme Guimar es Tutela processual dos direitos humanos nas rela es de trabalho Revista de Direito do Trabalho ano 32 jan mar de 2006 S o Paulo Revista dos Tribunais p 70 amp FELICIANO Guilherme Guimar es Tutela processual dos direitos humanos nas rela es de trabalho Revista de Direito do Trabalho ano 32 jan mar de 2006 S o Paulo Revista dos Tribunais p 70 amp A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES Nadia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S
316. dos entre si por um v nculo jur dico base que podem muito bem ter seus interesses resguardados por um processo de tutela coletiva sem nenhum preju zo econ mico para a empresa que vai ajustar a sua conduta a determinado ideal de conduta de seus empregados Na perspectiva puramente jur dica tamb m n o se vislumbra neste tipo de processo nenhum arranh o ao devido processo legal ao contradit rio ampla defesa avultando sim em contrapartida benef cios para toda a sociedade h A es coletivas e equil brio de for as As a es individuais trabalhistas envolvem pessoas dotadas de distinta capacidade para demandar em preju zo da efetividade dos direitos decorrentes da rela o de emprego As a es coletivas permitem um maior equil brio de for as entre o autor da demanda e o r u na medida em que por meio delas diminui a desigualdade substancial entre as partes notadamente no processo 291 PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional Revista Trabalhista Direito e Processo n 28 ano 7 S o Paulo LTr 2009 p 64 63 2 TRT da 3 Regi o Quarta Turma Processo n 01287 2005 104 03 00 5 Relator Desembargador Luiz Ot vio de Linhares Renault DJMG 08 12 2006 118 Al m disso o empregado um litigante eventual ao passo que o empregador 9 principalmente as grandes empresas s o litigantes habituais o que lhes confer
317. dos recursos contra a senten a nele pronunciada Nisso consiste pois a autoridade da coisa julgada que se pode definir com precis o como a imutabilidade do comando emergente de uma senten a N o se identifica ela simplesmente com a definitividade e intangibilidade do ato que pronuncia o comando pelo contr rio uma qualidade mais intensa e mais profunda que reveste o ato tamb m em seu conte do e torna assim imut veis al m do ato em sua exist ncia formal os efeitos quaisquer que sejam do pr prio ato A efic cia natural da senten a com a aquisi o dessa ulterior qualidade acha se ent o intensificada e potencializada porque se afirma como nica e imut vel formula o da vontade do Estado de regular concretamente o caso decidido E essa imutabilidade caracter stica do comando nos limites em que disciplinada pela lei opera n o j em face de determinadas pessoas mas em face de todos os que no mbito do ordenamento Jur dico t m institucionalmente o mister de estabelecer de interpretar ou de aplicar a vontade do Estado n o se excluindo o pr prio legislador que n o poder por isso mesmo mudar a norma o concreta da rela o a qual vem a ser estabelecida para sempre pela autoridade da coisa julgada N o se quer dizer com isso naturalmente que a lei n o possa de modo expresso modificar o direito tamb m para as rela es j decididas com senten a passada em julgado pode a lei certamente fazer tamb m
318. dquire erga omnes a autoridade da coisa julgada b julga se improcedente a a o popular com base na verifica o feita pelo juiz de ser leg timo o ato impugnado n o tendo raz o o autor pois em afirmar a exist ncia de les o tamb m aqui o resultado do processo torna se vinculativo erga omnes de modo que nenhum dos outros eventuais legitimados poder eficazmente pleitear novo julgamento c julga se improcedente a a o popular unicamente por defici ncia de prova isto porque n o ficou demonstrada a les o conquanto tampouco o ficasse a respectiva inexist ncia nesta hip tese qualquer cidad o poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova b A o civil p blica A a o civil p blica disciplinada pela Lei n 7 347 de 24 de julho de 1985 e constitui o instrumento processual por excel ncia para defesa dos direitos difusos coletivos e individuais homog neos Disp e o art 16 da Lei n 7 347 85 com a reda o que lhe deu a Lei n 9 494 97 que a senten a civil far coisa julgada erga omnes nos limites da compet ncia territorial do rg o prolator exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova Assim a d se a extens o dos efeitos da coisa julgada a terceiros coisa julgada erga omnes no caso de proc
319. dual rights This requires that we abandon also in labor procedure law the individualistic model established by the Civil Procedure Code of 1973 and by the Consolidation of Brazilian Labor Laws CLT in favor of the greater effectiveness of meta individual rights of a labor nature The dissertation emphasizes the social relevance of class actions and the role that they perform in facilitating the access to the justice system in the concrete realization of the substantive law and in the construction of the Rule of Law Key words class actions individual actions labor law procedure lis ablibi pendens res judicata class rights in general LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADPF Argui o Descumprimento de Preceito Fundamental AgR Agravo Regimental Art artigo CLT Consolida o das Leis do Trabalho Coord Coordenador CPC C digo de Processo Civil CR 88 Constitui o da Rep blica de 1988 DEJT Di rio Eletr nico da Justi a do Trabalho DJ Di rio da Justi a DJMG Di rio da Justi a de Minas Gerais ed edi o MC Medida Cautelar n n mero OAB Ordem dos Advogados do Brasil Org Organizador p p gina RE Recurso extraordin rio Rel Relator REsp Recurso especial rev Revista STF Supremo Tribunal Federal STJ Superior Tribunal de Justi a TRT Tribunal Regional do Trabalho TST Tribunal Superior do Trabalho V
320. duardo Arruda Alvim justifica a previs o do art 104 do C digo de Defesa do Consumidor pelo fato de que entre as a es versando interesses difusos coletivos e mesmo individuais homog neos de um lado e as a es individuais de outro sob este ngulo litispend ncia n o poderia haver pois os pedidos s o distintos assim como as 9 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 344 349 S MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 197 2 ARA JO FILHO Luiz Paulo da Silva A es coletivas a tutela dos direitos individuais homog neos Rio de Janeiro Forense 2000 p 155 180 partes se bem que nas a es por primeiro referidas est o contidos pedidos individuais recebendo por m tratamento gen rico Mas por outro lado como a efic cia da a o coletiva pode tamb m beneficiar o titular da a o individual cuja 2 situa o esteja contida na a o coletiva que o legislador disciplinou 463 expressamente o assunto A aus ncia de litispend ncia decorre da falta de identidade de causa de pedir das a es
321. e mas fundamentalmente pelos resultados que produz tem levado COMOGLIO Luigi Paolo Etica e t cnica del giusto processo Torino G Giappichelli Editore 2004 p 24 26 ROCHA C sar Asfor A luta pela efetividade da jurisdi o S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 71 278 DINAMARCO C ndido Rangel A Instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 359 113 estudiosos a reexaminar institutos processuais a fim de sintoniz los com a nova perspectiva 2 A 27 metodol gica da ci ncia E Lembre se que a maior preocupa o do processualista da atualidade com a obten o de resultados justos e ticos atrav s do processo Assim a mentalidade contempor nea no sentido da efetividade do instrumento utilizado pelo Estado para a composi o dos conflitos de interesses ocorrentes na sociedade e satisfa o de pretens es dos titulares dos direitos materiais envolvidos As a es coletivas favorecem o acesso justi a das classes menos favorecidas o que tem efeitos na pr pria percep o do Poder Judici rio pela comunidade valendo lembrar a advert ncia de Enrico Allorio no sentido de que a atual inefici ncia da justi a civil sua lentid o e seu custo t m por efeito que n o se promovem muito ami de as causas de pequena monta Assim a justi a acaba por servir prevalentemente aos ricos pois as causas de maior valor import ncia s o com maior freg
322. e 65 Tem se ainda coisa julgada ultra partes nos casos de legitima o concorrente O sujeito co legitimado para ingressar com uma a o detentor de legitima o concorrente que poderia ter sido parte no processo na qualidade de litisconsorte unit rio facultativo ativo mas n o foi ficar vinculado aos efeitos da coisa julgada produzida pela decis o proferida na causa hip tese esta pol mica na doutrina brasileira DIDIER JR Fredie BRAGA Paula Sarno OLIVEIRA Rafael Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 p 490 2 DENTI Vittorio Denti Le giustizia civile Bolonha TI Mulino 1989 p 124 236 a autoridade da senten a pode ficar restrita aos componentes do grupo perfeitamente identific veis e o portador dos interesses legitimado a o age naturalmente dentro dos limites mais circunscritos Quando por m se trata de interesses difusos a dimens o do problema se torna mais vasta na medida em que a impossibilidade pr tica de se determinarem os titulares dos interesses torna mais ampla extens o da coisa julgada operando efetivamente erga omnes Maiores cautelas ainda devem ser tomadas quanto s a es que d em tratamento coletivo a direitos individuais homog neos Aqui o julgado negativo que se opusesse a quem n o foi parte na causa poderia ferir mais fundo as situa es jur dicas substanciais tuteladas pelo Direito 5 6 4 Modos de produ o da coisa julgada
323. e os fatos especificados na inicial seguramente n o ter o cunho individual e ainda os fundamentos jur dicos do mesmo modo n o ser o adstritos a rela es ou categorias jur dicas individuais nada obstante possam at mesmo estes ltimos ser deduzidos na peti o inicial guisa de maior colora o ou ainda poder de persuas o como fatos secund rios do conflito Ainda segundo esse autor Quanto maior a indetermina o da coletividade interessada ocorre em maior grau nos interesses difusos e diminui progressivamente at o grau m nimo nos interesses individuais homog neos menor a necessidade de especifica o de fatos caracterizadores de situa es individuais concretas a t tulo de causa de pedir remota ou seja fatos a serem narrados na inicial Em contrapartida quanto menor a indetermina o da coletividade interessada mister se torna a maior especifica o dos fatos ensejadores da les o que d suped neo formula o do pedido de tutela Judicial Nessa hip tese h necessidade de substancia o ainda maior da demanda Dito ainda de outro modo no sentido de que a especifica o ou detalhamento dos fatos maior substancia o da causa embora sempre presente ser maior quando a coletividade for mais determinada e menor na hip tese de extrema indeterminabilidade pode se afirmar que a demonstra o em maior ou menor grau de intensidade da concre o dos fatos lesivos ou mesmo da pr pria les
324. e a discrep ncia de partes em ambas as a es assim a litispend ncia j i 434 estar perfeitamente caracterizada Consoante Antonio Gidi n o h que se falar em litispend ncia entre duas a es coletivas propostas com a mesma causa de pedir se n o visarem ambas prote o do mesmo direito difuso do mesmo direito coletivo ou dos mesmos direitos individuais homog neos Assim uma a o coletiva em defesa de um direito difuso n o obsta uma a o coletiva em defesa do direito coletivo correspondente nem uma a o coletiva em defesa de direitos individuais homog neos correspondentes Isso porque em que pese haver identidade de partes e correspond ncia de causas de pedir os pedidos formulados em cada a o coletiva 5 o 435 s o diferentes e isso as torna a es coletivas diferentes Para esse autor portanto a aus ncia de identidade de pedido afasta a litispend ncia ainda que exista identidade de partes e de causa de pedir Elton Venturi afirma que Tecnicamente parece certo afirmar que o ajuizamento da a o civil p blica veicula necessariamente pretens o de tutela de direitos individuais homog neos produzindo portanto ou a litispend ncia ou a contin ncia respectivamente em rela o a eventuais outras a es subsegiientes que intentem a mesma pretens o fundadas nas mesmas causas de pedir ou que deduzam outras causas de pedir ou pedidos N o faria sentido ali s que para al m da a o co
325. e a rapidez na presta o jurisdicional Hodiernamente entretanto os pap is se invertem O processo do trabalho do ponto de vista normativo at vico r gido e elemento de atraso na presta o jurisdicional J o processo civil pelo menos do ponto de vista normativo apresenta se din mico flex vel e apto a oferecer uma presta o jurisdicional r pida e efetiva CORDEIRO Wolney de Macedo Da releitura do m todo de aplica o subsidi ria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 p 27 296 Aponta no mesmo sentido o Enunciado n 66 aprovado na I Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho Bras lia 2007 APLICA O SUBSIDI RIA DE NORMAS DO PROCESSO COMUM AO PROCESSO TRABALHISTA OMISS ES ONTOL GICA E AXIOL GICA ADMISSIBILIDADE Diante do atual est gio de desenvolvimento do processo comum e da necessidade de se conferir aplicabilidade garantia constitucional da dura o razo vel do processo os arts 769 e 889 da CLT comportam interpreta o conforme a Constitui o Federal permitindo a aplica o de normas processuais mais adequadas efetividade do direito Aplica o dos princ pios da instrumentalidade efetividade e n o retrocesso social Admitido que o C digo de Defesa do Consumidor pode ser adotado como fonte subsidi ria do direito processual do trabalh
326. e as consequ ncias do segundo p s guerra Os direitos da terceira dimens o se interligam aos direitos das gera es anteriores incluindo alguns direitos prestacionais e um conjunto de novos direitos que podem exigir do Estado uma a o ou uma omiss o Segundo Jairo Sch fer Se nas gera es antecedentes os direitos se demonstram claramente situados no que se refere rela o com o Estado para com o cidad o os direitos fundamentais de terceira gera o personificam a massifica o da sociedade contempor nea exigindo uma dial tica efetiva entre condutas a o omiss o e destinat rios das obriga es constitucionais Estado cidad o a efetiva o dos chamados novos direitos pressup e vis es marcadamente solid rias no sentido de que n o h possibilidade de frui o ego stica desses direitos S o direitos difusos transindividuais que n o apresentam titularidade individual Os direitos fundamentais de terceira dimens o destinam se a grupos classes ou categorias fam lia povo na o trabalhadores caracterizando se por consequ ncia como direitos de titularidade coletiva ou difusa al m da indivisibilidade do objeto tutelado A evolu o da sociedade com rela es cada vez mais complexas decorrentes do pluralismo e das contradi es da sociedade contempor nea revelou a inadequa o de uma teoria tradicional dos direitos fundamentais que tem por paradigma exclusivo a tica indi
327. e de pessoas A caracteriza o do direito como transindividual n o se d somente pela aferi o da quantidade de pessoas envolvidas mas tamb m pela dimens o da conflituosidade que pode envolver comunidades inteiras grupos ou categorias de indiv duos Al m disto os direitos transindividuais se referem a um bem lat ssimo sensu indivis vel no sentido de insuscet vel de divis o mesmo ideal em quotas atribu veis individualmente a cada qual dos interessados Estes se p em numa esp cie de comunh o tipificada pelo fato de que a satisfa o de um s implica por for a a satisfa o de todos assim como a les o de um s constitui ipso as A ar ds 243 facto les o da inteira coletividade Consoante disp e o art 81 par grafo nico do C digo de Defesa do Consumidor CDC a defesa coletiva ser exercida quando se tratar de a interesses ou direitos difusos assim entendidos para efeitos deste C digo os transindividuais de natureza indivis vel de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunst ncias de fato 22 PIZZOL Patr cia Miranda A tutela antecipada nas a es coletivas como instrumento de acesso justi a In Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 93 8 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A legitima o para a defesa dos interesses difusos no direito brasilei
328. e encarar o processo por um prisma puramente jur dico foi superado a partir de quando alguns estudiosos notadamente italianos destaque a Mauro Cappelletti e Vittorio Denti lan aram as bases de um m todo que privilegia a import ncia dos resultados da experi ncia processual na vida dos consumidores do servi o jurisdicional o que abriu caminho para o realce hoje dado aos escopos sociais e pol ticos da ordem processual ao valor do acesso justi a e numa palavra instrumentalidade do processo Com a intensifica o da conflituosidade social a morosidade da justi a as altas custas judiciais e outras quest es sociais relativas ao acesso justi a passaram a ser objeto de preocupa o dos juristas o que tem in cio especialmente a partir das d cadas de 1960 e 1970 Tornava se necess ria a releitura do direito processual Surge ent o uma nova fase metodol gica chamada de instrumentalista essa a fase que ainda prevalece atualmente no direito processual tamb m conhecida como fase do direito de acesso justi a do processo de resultados e da efetividade do processo No estudo da evolu o do processo civil deve ser lembrado que o C digo de Processo Civil de 1973 foi pensado para a tutela dos interesses individuais sobretudo os de natureza patrimonial o que demonstra o seu car ter individualista que traduzido pelos seus arts 6 que atribuiu a titularidade da a o ao titular do direito deduzido e 472
329. e melhores condi es para a demanda Sobre a forma de equiparar desigualdades verificadas na rela o empregado empregador registrem se as considera es feitas por Ant nio Baylos no sentido de que atrav s da tutela da diferen a protege se a igualdade em termos globais consegue se um direito desigual sem desigualdades Marcelo Garcia da Cunha assevera que A a o coletiva permite uma efetiva paridade no embate judicial Isso porque no comum dos casos as les es que atingem direitos metaindividuais s o cometidas por quem possui condi es de levar um pleito judicial durante anos sem maiores preocupa es Trata se em geral de litigante poderoso habituado s mazelas processuais As rela es de consumo bem ilustram a hip tese h casos em que o consumidor se v na conting ncia de demandar uma grande empresa para buscar o ressarcimento de um direito violado Ainda que se considere a presun o de hipossufici ncia estabelecida no C digo de Defesa do Consumidor evidente que a experi ncia com casos similares a exist ncia de n cleos jur dicos especializados e o maior poder de resist ncia colocam o fornecedor do produto ou do servi o em situa o privilegiada na luta contra o demandante individual Para Alberto Trueba Urbina que o obreiro representa a parte mais fraca e o empregador a mais forte na vida laboral uma verdade indiscut vel por isso se justifica a natureza protecionista e reivin
330. e o r u no intuito mesmo de formar uma coisa julgada negativa opon vel a todos Acrescenta Ada Pellegrini Grinover que para se fazer a escolha certa era necess rio pesar os preju zos mais ou menos graves decorrentes das duas alternativas aqui n o dif cil verificar que pela primeira os danos advindos aos particulares seriam reais e efetivos enquanto na segunda o eventual desequil brio decorrente de uma mera diferen a de probabilidades n o teria efeitos concretos por serem os indiv duos beneficiados apenas pelo reconhecimento do dever de indenizar tendo ainda que provar em contradit rio com o r u a exist ncia do dano pessoal al m de seu montante Em rela o possibilidade de coisas julgadas contradit rias Ada Pellegrini Grinover afirma que o C digo de Defesa do Consumidor em caso de derrota do autor coletivo reserva a via s demandas posteriores somente a pessoas f sicas em car ter individual A demanda n o poder ser repetida a t tulo coletivo e a coisa julgada que se formar nas a es individuais ter seus efeitos normalmente restritos s partes Ademais no eventual conflito de coisas julgadas que se formar entre a decis o favor vel da demanda coletiva e a desfavor vel no processo individual o art 104 resolve expressamente o problema pela exclus o do demandante individual que n o requereu a suspens o de seu processo da coisa julgada coletiva Ainda segundo Ada Pellegr
331. e pode falar de democracia sem o respeito pela garantia dos direitos dos cidad os que por sua vez n o existem se o sistema jur dico e judicial n o for livre e de igual acesso a todos independentemente da sua classe social sexo ra a etnia e religi o Da porque resultam de grande valia como instrumento de atua o da Justi a o processo e a garantia de seus predicamentos esta al ada dignidade de direito fundamental o direito ao devido processo legal que haurido do Estado de Direito al m de atuar como instrumento de defesa do cidad o perante as interven es estatais contribui por meio de sua efetividade para o estabelecimento do Estado Democr tico de Direito consagrado pelo Texto Constitucional em vigor Nesse contexto o acesso Justi a pode portanto ser encarado como o requisito fundamental o mais b sico dos direitos humanos de um sistema jur dico moderno e igualit rio que pretenda garantir e n o apenas proclamar os direitos de todos O acesso justi a no nosso ordenamento jur dico um direito fundamental como autoriza afirmar o art 5 XXXV da Constitui o da Rep blica cujo implemento facilitado pela a o coletiva N o se trata simplesmente de facilitar acesso aos tribunais ou justi a no sentido de institui o estatal O que se persegue possibilitar o acesso ordem jur dica justa E segundo Ada Pellegrini Grinover com base em Kazuo Watanabe s o dados elementares
332. e ultra partes bem como o seu transporte in utilibus para beneficiar os indiv duos que n o fizeram parte do processo coletivo Limitar no processo coletivo o alcance dos efeitos da coisa julgada apenas s partes retirar todo o valor das a es coletivas negando lhes resultados concretos Sublinhe se que no processo coletivo a certeza estabilidade seguran a e paz social fundamentos pol ticos da coisa julgada s o obtidas pela cria o das condi es necess rias realiza o pr tica dos direitos metaindividuais embora n o se possa descurar em defesa daquele que n o participou do processo do respeito ao direito de acesso justi a ao devido processo legal ampla defesa e ao contradit rio o que exige inclusive no 319 processo do trabalho a atua o da coisa julgada secundum eventum litis e a sua forma o secundum eventum probandi isto a exig ncia da sufici ncia da prova para forma o da coisa julgada A ampla defesa e o contradit rio que tamb m s o assegurados constitucionalmente ao demandado n o s o sacrificados pela t cnica da coisa julgada secundum eventum litis e secundum eventum probandi uma vez que ele integra a rela o processual e pode promover a sua defesa de forma mais ampla poss vel podendo inclusive aperfei oar a sua defesa e complementar a sua prova a cada a o enfrentada Tal t cnica est em sintonia com a finalidade maior do processo que servir ordem jur dica
333. eamenti del processo civile di cognizione 3 ed Mil o Giuffr 2007 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I THEODORO J NIOR Humberto Direitos do consumidor a busca de um ponto de equil brio entre as garantias do C digo de Defesa do Consumidor e os princ pios gerais do direito civil e do direito processual civil 5 ed Rio de Janeiro Forense 2008 TORRES Ricardo Lobo A cidadania multidimensional na era dos direitos In Teoria dos direitos fundamentais Rio de Janeiro Renovar 1999 TROCKER Nic lo I limiti soggettivi del giudicato tra tecniche di tutela sostanziale e garanzie di difesa processuale profili dell esperienza giuridica tedesca In Rivista di Diritto Processuale Padova 1988 x XLIII II Serie TRUERBA URBINA Alberto Nuevo derecho procesal del trabajo 4 ed M xico Porrua 1978 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 VERBIC Francisco Procesos colectivos Buenos Aires Editorial Astrea 2007 VESCOVI Enrique La participaci n de La sociedad civil em El proceso La defensa del interes colectivo y difuso Las nuevas formas de legitimaci n In MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Estudos de direito processual em mem ria de Luiz Machado Guimar es Rio de Janeiro Forense 1999 VIANA M rcio T lio Interesses difusos na Justi a do Trabalho In Revista LTr n 2 v 59 fev 1995 VIA
334. echo procesal civil Madri Instituto Editorial Reus 1977 t II p 51 197 Na senten a o juiz responde aos pedidos das partes confirma o da exist ncia do direito afirmado em rela o ao autor negativa da exist ncia do direito afirmado quanto ao r u Contudo como assinala Aldo Attardi poss vel que ao pronunciar a senten a o juiz incorra em erro ou que esta seja injusta em sentido lato De outro lado o processo qualquer processo destinado n o a uma composi o qualquer da lide que constitui o seu objeto mas a uma justa composi o dela Diante da possibilidade de erro do juiz e de injusti a na solu o do conflito de interesses s partes reconhecido o direito de impugnar a senten a por meio de recurso Por m ainda conforme Aldo Attardi n o pode ser desconsiderada a exig ncia de que o processo n o se desenvolva indefinidamente atrav s de sucessivas e indeterminadas fases de impugna o mas que tenha um termo um fim para que a lide n o possa prosseguir no processo e a composi o a ela dada na senten a possa dizer se definitiva A possibilidade de modifica o da decis o n o pode ser afastada mas a sua recorribilidade sem limites perpetuaria a incerteza sobre o direito objeto de controv rsia gerando inseguran a e instabilidade nas rela es sociais Por essa raz o a partir de um determinado momento que fixado pela ordem jur dica a senten a cons
335. ed ncia do pedido ou de improced ncia por motivo que n o seja a insufici ncia de provas nos limites da compet ncia territorial do rg o prolator b n o forma coisa julgada a decis o que julgue improcedente o pedido por insufici ncia de provas coisa julgada secundum eventum probationis c C digo de Defesa do Consumidor 8 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efeitos do julgamento e coisa julgada Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 p 218 244 A Lei n 8 078 de 11 de setembro de 1990 instituiu o C digo de Defesa do Consumidor que estabelece normas de prote o e defesa do consumidor da ordem p blica e interesse social art 1 Disp e o art 103 do CDC que nas a es coletivas a senten a far coisa julgada a erga omnes exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova na hip tese de a o coletiva visando a defesa de interesses ou direitos difusos b ultra partes mas limitadamente ao grupo categoria ou classe salvo improced ncia por insufici ncia de provas hip tese em que qualquer legitimado poder intentar outra a o na hip tese de a o coletiva visando a defesa de interesses ou direitos coletivos c erga omnes apenas no caso de proced ncia do pedido para beneficiar todas as v timas e seus sucessores na hip tese
336. efesa do Consumidor n o sendo poss vel como esclarece Antonio Gidi a repeti o da a o em favor de um grupo categoria ou classe por for a da coisa julgada 251 n o poder ser reproposta o comando da senten a imut vel Significa tamb m que se procedente o pedido haver a extens o in utilibus da imutabilidade do comando da senten a coletiva a todos aqueles consumidores cujas lides individuais homog neas sejam correspondentes s lides superindividuais Consoante Ada Pellegrini Grinover O regime dos limites subjetivos da coisa julgada nas a es em defesa de interesses coletivos exatamente o mesmo tra ado para as a es em defesa de interesses difusos A nica diferen a reside na diversa extens o dos efeitos da senten a com rela o a terceiros consoante se trate de interesses difusos ou de interesses coletivos No primeiro caso pr pria da senten a a extens o da coisa julgada a toda a coletividade sem exce o no segundo a natureza mesma dos interesses coletivos restringe os efeitos da senten a aos membros da categoria ou classe ligados entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base Eis a raz o da reda o do inc II do art 103 seja no que concerne substitui o da express o erga omnes do inc I pela mais limitada ultra partes seja no que refere expressa limita o ao grupo categoria ou classe M rcio Fl vio Mafra Leal assevera que O direit
337. eidade decorre de uma vis o do conjunto desses direitos materiais identificando pontos de afinidade e de semelhan a entre eles e conferindo lhes um agregado formal pr prio que permite e recomenda a defesa conjunta de todos eles Por raz es de facilita o de acesso justi a economia processual e efici ncia na presta o jurisdicional que foi assegurada a tutela coletiva destes direitos destacando se que homogeneidade n o equivale igualdade sendo esses direitos apenas similares decorrentes de origem comum S o exemplos de direitos individuais homog neos na esfera trabalhista 1 os empregados aid ticos dispensados por esse motivo empregados que n o receberam horas extras e que efetivamente as prestaram quando a empresa n o admite a realiza o de sobrejornada 2 pedidos de pagamento de adicionais de insalubridade periculosidade e penosidade por meio de uma a o civil coletiva ou por sindicato como substituto processual 3 pagamento de adicional e ou horas noturnas em raz o de ato nico supressivo do empregador com rela o por exemplo a uma turma de trabalhadores que h v rios anos trabalhavam noite e em raz o daquela supress o sofreram redu o salarial linear 4 qualquer ato do empregador capaz de provocar les o de forma coletivizada aos trabalhadores 5 exig ncia do empregador de atestado de esteriliza o para empregadas da empresa 6 repres lia ou outra medida repressiva d
338. eis normais visando frustrar a greve 5 o pagamento de sal rios por meio de mercadorias fornecidas pela empresa truck system 6 o descumprimento generalizado de uma determinada cl usula convencional a ensejar o ajuizamento de uma medida judicial tendente a uma obriga o de fazer ou n o fazer com rela o aos trabalhadores da empresa 7 a n o realiza o dos dep sitos do Fundo de Garantia por Tempo de Servi o de todos os empregados de uma empresa Os direitos coletivos distinguem se dos direitos difusos pela possibilidade de determina o do grupo ou do conjunto dos potencialmente prejudicados na medida em que 106 n o se ligam por mera circunst ncia de fato mas por uma rela o jur dica tanto entre si associados de um sindicato como com a parte contr ria empregados de uma empresa c Direitos ou interesses individuais homog neos luz do art 81 do C digo de Defesa do Consumidor direitos individuais homog neos s o direitos decorrentes de origem comum Trata se de direitos cuja titularidade pertence a pessoas indeterminadas mas determin veis divis veis de frui o individual e decorrentes de origem comum Direitos individuais homog neos s o direitos individuais que merecem tratamento coletivo em raz o de sua origem comum e a sua transcend ncia social ou nas palavras de Jos Carlos Barbosa Moreira direitos de dimens o social em raz o do grande n mero de interessados e d
339. eito at a toda humanidade o segundo porque consideram o homem exclusivamente na 247 sua dimens o de ser humano Patr cia Miranda Pizzol aduz sobre os direitos difusos o seguinte Os direitos difusos est o consubstanciados na Constitui o Federal donde decorre inclusive sua infinita import ncia Podemos citar os seguintes direitos materialmente difusos a o direito a um tratamento igualit rio sem preconceitos de origem cor e ra a art 5 caput b direito propriedade observada sua fun o social art 5 caput e art 170 HT c o direito redu o de riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sa de higiene e seguran a nos termos do art 7 XXIII da CF 88 4 P ricles Prade define direitos difusos como aqueles que pertencem de maneira id ntica a uma pluralidade de sujeitos mais ou menos vasta e mais ou menos determinada a qual pode ser ou n o unificada e unificada mais ou menos estreitamente em uma coletividade alinhando as seguintes caracter sticas a aus ncia de v nculo associativo b alcance de uma cadeia abstrata de pessoas c potencial e abrangente conflituosidade a conflituosidade conv m destacar parece ser uma nota constante nos interesses difusos d 26 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A es coletivas na Constitui o Federal de 1988 Revista de Processo n 61 S o Paulo Revista dos Tribunais mar jan 1991 p 188 21 VIGLIAR Jos Marcelo Menezes
340. eito processual que chamaram a aten o para a exist ncia do bin mio direito processo ou seja para a distin o entre o plano material e o processual iniciando se com isso a segunda fase do desenvolvimento do direito processual autonomista ou conceitual A partir do livro de Oskar Von B low a fase autonomista se desenvolveu rapidamente por interm dio de grandes estudos doutrin rios na Alemanha Wach Goldschmidt etc na It lia Chiovenda Carnelutti Calamandrei etc e em outros pa ses Nesta fase autonomista ou conceitual a concep o que prevalecia e influenciava os estudos era a mesma filosofia individualista do Estado Liberal de Direito que foi a respons vel pelas grandes codifica es oitocentistas N o havia preocupa o com quest es relativas ao acesso justi a efetividade do processo e defesa de direitos coletivos As reflex es sobre a rela o jur dica desencadearam as primeiras refer ncias ao direito processual como ci ncia constitu do de m todo e objeto material as categorias jur dico processuais jurisdi o a o defesa e processo pr prios Vieram luz v rias teorias todas sustentando a autonomia do direito processual em face do direito subjetivo substancial Nesta fase chegou se consci ncia da exist ncia dos elementos da a o partes causa de pedir e pedido e foram elaboradas as teorias das condi es da a o e dos pressupostos processuais e formulados os princ p
341. eitos permitindo por exemplo a reclama o pessoal perante os rg os do Judici rio Trabalhista simplificando o procedimento probat rio e autorizando o juiz a promover a execu o de of cio O C digo de Defesa do Consumidor regula o fen meno contempor neo das rela es de consumo entre fornecedores e consumidores Tal codifica o surgiu com a manifesta finalidade de equilibrar essas rela es por meio de clara prote o parte mais fraca no caso o consumidor Confere assim tratamento desigual para partes desiguais com a finalidade de atingir a igualdade O direito do trabalho a ser realizado concretamente por meio do processo do trabalho tamb m regula a rela o de emprego com manifesta finalidade de equilibr la por meio da prote o parte mais fraca o que aproxima o direito processual do trabalho pela sua vincula o ao direito do trabalho do C digo de Defesa do Consumidor Para Luiz Antonio Rizzato Nunes O consumidor a parte fraca da rela o jur dica de consumo e essa fraqueza decorre de dois aspectos um de ordem t cnica e outro de cunho econ mico O de ordem t cnica est relacionado aos meios de produ o monopolizados pelo fornecedor o fornecedor quem escolhe o que quando e de que maneira produzir E o consumidor fica com a escolha reduzida s podendo optar por aquilo que existe e foi oferecido no mercado Essa oferta decidida unilateralmente pelo fornecedor visando
342. emanda Ao tema retornar se mais adiante ap s o exame da coisa julgada nas a es coletivas 5 7 A coisa julgada nas a es coletivas considera es preliminares 2 A coisa julgada estabelecida por conveni ncia pr tica em favor da certeza estabilidade e seguran a nas rela es sociais e da paz social Em rela o s a es coletivas o legislador por for a da natureza do direito e do grande n mero de pessoas envolvidas adotou postura diferenciada da que informa o direito processual civil individual Em rela o a elas a certeza estabilidade e seguran a nas rela es sociais e a paz social s o perseguidas de outra forma qual seja criando as condi es necess rias para a realiza o pr tica dos direitos metaindividuais CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 77 amp 2 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 949 950 239 Nas a es individuais em que a legitimidade para a a o atribu da em regra ao titular do direito deduzido e perseguida a tutela de direito divis vel justific vel a op o pela limita o da coisa julgada s partes Como esclarece Francesco Carnelutti a coisa julgada se esten
343. emprego S o Paulo LTr 2006 p 143 122 k As a es coletivas e o fortalecimento dos sindicatos As a es coletivas constituem instrumento por meio do qual os sindicatos podem desempenhar o papel que lhes atribui a Constitui o da Rep blica no art 8 IM Os sindicatos ser o fortalecidos na medida em que utilizarem com efici ncia todo o instrumental dispon vel para a defesa dos interesses e direitos da categoria que representa Lutar pela efetiva o do direito do trabalho constitui tamb m um importante papel dos sindicatos A a o coletiva pode ser utilizada ainda como instrumento de constru o do direito uma vez que por meio dela pode o empregador que maliciosamente se recusa negocia o coletiva ser obrigado a respeitar o direito dos trabalhadores sua realiza o A a o coletiva voltada aos interesses ou direitos metaindividuais constitui inclusive um direito fundamental consoante prev o art 28 da Carta dos Direitos Fundamentais da Uni o Europeia e resulta no nosso ordenamento jur dico no art 8 II da Constitui o Federal o qual refor a o papel dos sindicatos aos quais atribu da a nobre fun o de proceder defesa em ju zo pelo exerc cio do direito de a o dos interesses e direitos coletivos da categoria Segundo M rcio T lio Viana Os grupos necessitam de uma legisla o de sustento E isso significa pelo menos garantir o emprego criar mecanismos eficazes de cogest o
344. emprego da express o ultra partes em vez de erga omnes pois aquele pressup e uma maior delimita o do mbito de abrang ncia que esta Antonio Gidi afirma que certo que erga omnes contra todos abstrata e isoladamente considerado tem fei o aparentemente mais ampla e perempt ria que ultra partes al m das partes H a n tida impress o de que a primeira atinge a todos e a segunda atinge apenas a alguns No entanto na forma em que est o postas as coisas no direito positivo brasileiro como procuramos haver demonstrado n o h como fazer tal afirma o E isso porque a prescri o que segue express o latina termina por limitar a esfera de abrang ncia da coisa julgada aos titulares do direito lesado o que seria at mesmo desnecess rio porque de outra forma n o poderia ser c Direitos individuais homog neos Disp e o art 103 III do C digo de Defesa do Consumidor que a senten a proferida na a o coletiva versando a tutela de direitos individuais homog neos faz coisa julgada erga omnes apenas no caso de proced ncia do pedido para beneficiar todas as v timas e seus sucessores O art 103 2 do C digo de Defesa do Consumidor estabelece que em caso de improced ncia do pedido objeto da a o coletiva os interessados que n o tiverem intervindo no processo como litisconsortes poder o ajuizar a o de indeniza o a t tulo individual Destarte na a o coletiva versando sob
345. end ncia explicada pela doutrina a partir da afirma o de que as normas de direito fundamental t m natureza principiol gica o que implica dizer com Robert Alexy que os direitos fundamentais ordenam que algo seja realizado na maior medida poss vel dentro das possibilidades jur dicas e f ticas existentes A realiza o pr tica dos direitos fundamentais sociais est assim na depend ncia de possibilidades f ticas e jur dicas Nesse sentido inclusive o art 6 da Carta Magna prev que os direitos que contempla ser o efetivados na forma desta Constitui o 65 A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES Nadia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 p 28 29 Os direitos fundamentais sociais como acentuam Gilmar Ferreira Mendes Inoc ncio M rtires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco t m a sua efetiva o sujeita s condi es em cada momento da riqueza nacional Por isso mesmo n o seria fact vel que o constituinte dispusesse em min cias de uma s vez sobre todos os seus aspectos Pela imposi o da natureza do objeto dos direitos a presta o social o assunto entregue conforma o do legislador ordin rio confiando se na sua sensibilidade s possibilidades de realiza o des
346. entum probationis Em rela o s a es coletivas ajuizadas para a defesa de direitos difusos e coletivos em sentido estrito a senten a far coisa julgada erga omnes ou ultra partes respectivamente exceto no caso de improced ncia por insufici ncia de prova situa o em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico fundamento valendo se de nova prova art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor Cumpre indagar se a previs o mencionada implica ado o da denominada relativiza o da coisa julgada Antes de enfrentar a quest o colocada em destaque deve ser esclarecido que a relativiza o da coisa julgada tem sido admitida por parte da doutrina nacional sendo registrado a prop sito que o valor seguran a vem dando lugar de modo suave e paulatinamente aos valores justi a e efetividade Nesse contexto de tend ncias que revelam certa dose significativa de inconformismo social que acaba por se refletir no direito e evidentemente no processo perfeitamente compreens vel que n o se aceite CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 76 77 272 tranquilamente ser a coisa julgada capaz de fazer do branco preto do quadrado redondo C ndido Rangel Dinamarco sustenta em favor da relativiza o da coisa julgada que Mesmo as senten as de m rito s ficam imunizadas pela autor
347. er 2000 p 67 219 Com efeito a coisa julgada impede novo julgamento sobre a demanda j decidida o que tem por consegu ncia evitar o proferimento de decis es contradit rias sobre a mesma demanda Assim como vedada a coexist ncia de duas a es id nticas tamb m vedado que a mesma demanda seja submetida a dois julgamentos art 301 1 2 e 3 do CPC A possibilidade de mais de uma decis o sobre a mesma lide afetaria a seguran a e a estabilidade nas rela es sociais uma vez que faria com que nunca se chegasse certeza sobre o direito objeto de conflito Como aduz C ndido Rangel Dinamarco Evitar conflitos pr ticos do julgado o resultado que se coaduna com o escopo pacificador da pr pria jurisdi o a qual n o se exerce para fixar teses jur dicas nem para a descoberta da verdade dos fatos como um objetivo em si pr prio O que importa pacificar pessoas e eliminar seus conflitos mediante a defini o de direitos obriga es e comportamentos a adotar sem deixar res duos da inseguran a jur dica que instabiliza rela es a descoberta da verdade mediante a instru o e cogni o realizadas no processo n o passa de mero instrumento para a busca da justi a nas decis es A garantia da unicidade de julgamento tamb m fator de seguran a jur dica e paz social 5 4 Coisa formal e coisa julgada material Coisa julgada e preclus o A indiscutibilidade e a imutabilidade da decis o
348. er o obter adequada prote o se n o na forma coletiva Ainda consoante Michele Taruffo a tutela coletiva concebida como forma geral de prote o dos direitos e interesses transindividuais n o deve ser limitada a uma particular categoria de sujeitos ou a tipos particulares de situa es jur dicas 126 3 2 Processo o GON ALVES Aroldo Pl nio T cnica processual e teoria do processo Rio de Janeiro Aide 1992 p 55 24 CALAMANDREL Piero Direito processual civil Campinas Bookseller 1999 v I p 115 125 TARUFFO Michele La tutela collettiva interessi in gioco ed esperienze a confronto In BELLI Cl udio Le azioni collettive in It lia Mil o Giuffr 2007 p 14 12 TARUFFO Michele Le tutela collettiva interessi in gioco ed esperienze a confronto In BELLI Cl udio Le azioni collettive in It lia Mil o Giuffr 2007 p 15 57 A jurisdi o tem o processo como instrumento de atua o O processo segundo Devis Echand a o conjunto de atos coordenados que se executam por ou ante os funcion rios competentes do rg o judicial do Estado para obter mediante a atua o da lei em um caso concreto a declara o a defesa ou a realiza o coativa dos direitos que pretendam ter as pessoas privadas ou p blicas em vista de uma incerteza ou de seu desconhecimento ou insatisfa o no civil laboral ou contencioso administrativo ou para a investiga o preven o ou repress o dos deli
349. er se a improced ncia foi ocasionada por insufici ncia de provas ou n o Assim sempre que qualquer legitimado propuser a mesma a o coletiva com novo material probat rio demonstrar ipso facto que a a o coletiva anterior havia sido julgada por instru o insuficiente Por isso temos que sempre que houver discord ncia sobre quest o de fato em tese poss vel repropor a demanda com prova mais convincente Nos processos em que os fatos s o incontroversos e a quest o de m rito somente de direito a repropositura da a o coletiva est vedada Ant nio Gidi exemplifica o crit rio que prop e com o seguinte caso A posi o que vem de ser defendida particularmente adequada s a es coletivas em defesa do meio ambiente em que poss vel por exemplo que o juiz se conven a efetivamente da n o nocividade de determinado produto qu mico expelido por uma ind stria em um rio Ap s o tr nsito em julgado da senten a o desenvolvimento tecnol gico permite comprovar o alto grau de nocividade do tal produto Nesse caso est demonstrado que a a o coletiva anterior fora julgada 71 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 948 15 LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fa
350. era o que s o para Guilherme Guimar es Feliciano O direito das atuais e futuras gera es a que os quadros p blicos cargos empregos e fun es componham se mediante concursos p blicos de provas ou de provas e t tulos de modo isento e plural preservando a moralidade e a imparcialidade administrativas Perfilhando se a concep o de Bonavides supra podem se ainda identificar os direitos relacionados democracia e ao pluralismo no mbito empresarial e sindical e g o direito s comiss es e ou representa es de f brica ut art 11 da CF 88 e tamb m o direito informa o laboral m nima Por exemplo direito exibi o de laudos e das medi es da concentra o de algum agente insalubre Os direitos fundamentais protegem os trabalhadores contra as a es do empregador e do Estado assegurando lhes as condi es m nimas para uma exist ncia digna Contudo infelizmente os direitos fundamentais trabalhistas n o t m sido efetivados valendo registrar a advert ncia de Jos Roberto Freire Pimenta Em uma perspectiva mais ampla e n o excludente enquanto o direito processual e o Poder Judici rio trabalhista n o forem capazes de assegurar o cumprimento dos des gnios da Constitui o democr tica de 1988 seja em seus princ pios seja em seus cap tulos dos direitos sociais fundamentais e da ordem econ mica e social e do direito material do trabalho os direitos fundamentais de natureza social reconheci
351. erantemente a ltima hip tese b Direitos ou interesses coletivos O C digo de Defesa do Consumidor considera coletivos os direitos transindividuais de natureza indivis vel de que seja titular grupo categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base art 81 par grafo nico ID Coletivos s o direitos transindividuais de natureza indivis vel de que seja titular grupo categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base Trata se de direitos ou interesses transindividuais direitos que t m por titular um determinado grupo uma determinada categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base indivis veis em raz o da indivisibilidade do seu objeto e de frui o conjunta por todos os seus titulares do que resulta que a sua satisfa o ou les o atinge todos os seus titulares Ronaldo Lima dos Santos assevera que os interesses coletivos s o express o do esp rito associativo do homem Dizem respeito ao homem associado socialmente agrupado membro de grupos ou comunidades com algum grau de organiza o que medeiam entre o indiv duo e o Estado Desvinculam se dos interesses concretos de cada indiv duo para assumir contornos de um interesse abstrato da coletividade do grupo Direito coletivo o direito de grupo de pessoas n o nominadas mas inte
352. ercial 2 ed Buenos Aires Ediar 1961 v IV p 134 58 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v III p 301 302 216 desenvolvimento que se pode julgar excessivo de penaliza o da vida social e pol tica exige sejam as regras jur dicas formuladas de maneira simples clara acess vel e previs vel da a no o de Estado de Direito e o princ pio da seguran a jur dica produtos de desenvolvimentos sociais cada vez mais complexos e de evolu es cada vez mais incertas Ingo Wolfgang Sarlet anota que Considerando que tamb m a seguran a jur dica coincide com uma das mais profundas aspira es do ser humano viabilizando mediante a garantia de uma certa estabilidade das rela es jur dicas e da pr pria ordem jur dica como tal tanto a elabora o de projetos de vida bem como a sua realiza o desde logo percept vel o quanto a id ia de seguran a jur dica encontra se umbilicalmente vinculada pr pria no o de dignidade da pessoa humana Se partirmos do pressuposto de que a dignidade da pessoa pode ser definida como sendo a qualidade intr nseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e considera es por parte do Estado e da Comunidade implicando neste sentido um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano com
353. erifica a preclus o definitiva das quest es propostas ou propon veis quando no processo se obteve uma senten a n o mais sujeita a impugna es Senten a passada em julgado coisa julgada em sentido formal como essa senten a se denomina A solu o adotada pelo juiz para as quest es l gicas suscitadas no processo abrangendo quest es processuais ou substanciais de fato ou de direito exatamente por ser preparat ria da decis o de proced ncia ou de improced ncia n o tem a efic cia peculiar a esta ltima tem somente efic cia mais restrita imposta por exig ncia de ordem e de seguran a no desenvolvimento do processo e pela necessidade de fixar o resultado do processo que consiste na preclus o da faculdade de renovar a mesma quest o no mesmo processo Segundo Luiz Machado Guimar es preclusas todas as quest es propostas ou propon veis tem se a coisa julgada material isto a afirma o indiscut vel e obrigat ria para os ju zes de todos os futuros processos de uma vontade concreta de lei que reconhece 5 ou desconhece um bem da vida a uma das partes 90 Hugo Alsina tamb m afirma a exist ncia de diferen a entre coisa julgada e preclus o que reside no fato de que a primeira pr pria da senten a definitiva e a segunda um estado que pode referir se tanto a esta quanto s decis es interlocut rias Para esse autor a coisa julgada produz preclus o enquanto n o se pode discutir novamen
354. es nos termos dos incisos I a III do art 103 c c seus 1 e 29 o autor da a o individual n o ser por ela beneficiado Assim a a o individual pode ter curso normal por inexistir litispend ncia mas o autor assume os riscos do resultado desfavor vel ainda que na a o coletiva seja proferida decis o de proced ncia o autor da a o individual n o beneficiado pelo princ pio geral da extens o subjetiva do julgado in utilibus b requerer a suspens o do processo instaurado em raz o da a o individual no prazo de 30 dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Nesse caso ser ele beneficiado pela coisa julgada favor vel que se formar na a o coletiva Sendo improcedente a a o coletiva o processo individual retomar seu curso Note se que havendo op o pela continuidade da a o individual poder o coexistir coisas julgadas contradit rias proced ncia da a o coletiva e improced ncia da a o individual Por for a do que disp e o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor como assevera Ant nio Gidi que Est livre o consumidor para propor a sua a o individual ainda que a correlata a o coletiva esteja ou venha a estar em curso O princ pio o da absoluta liberdade do consumidor para propor sua a o individual e conduzi la at o final ou aguardar o desfecho da a o coletiva e que ainda quando o consumidor tenha proposto a sua a o individual e
355. es e metas para a atividade estatal executiva legislativa e jurisdicional servindo de crit rio de legitima o do seu exerc cio O poder estatal justificado pelos direitos fundamentais e tem por finalidade torn los realidade relevante anotar com Friedrich Miiller que Direitos fundamentais n o s o valores privil gios exce es do poder de Estado ou lacunas nesse mesmo poder como o pensamento que se submete alegremente autoridade governamental ainda teima em afirmar Eles s o normas direitos iguais habilita o dos homens i dos cidad os a uma participa o ativa No que lhes diz respeito fundamentam juridicamente uma sociedade libert ria um estado democr tico Sem a pr tica dos direitos do homem e do cidad o o povo permanece em met fora ideologicamente abstrata de m qualidade Por meio da 8 MIRANDA Jorge Manual de direito constitucional Coimbra Coimbra 1998 tomo IV p 7 9 MENDES Gilmar Ferreira A doutrina constitucional e o controle de constitucionalidade como garantia da cidadania Declara o de inconstitucionalidade sem a pron ncia de nulidade no direito brasileiro Revista de direito administrativo Rio de Janeiro v 191 p 40 66 jan mar 1993 p 44 E QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra Editora 2009 p 365 18 pr tica dos human rights ele se torna em fun o normativa povo de um
356. es propostas para defesa de bens ou interesses difusos ou coletivos art 81 par grafo nico incisos I e ID ao passo que na segunda refere se aos efeitos da coisa julgada a que aludem os incisos II e II do art 103 qual seja quando o objeto for bens ou interesses coletivos ou individuais homog neos demonstrando uma total ilogicidade de id ias Outra impropriedade redacional decorre tamb m da segunda parte do art 104 do CDC na medida em que ao tratar da extens o da coisa julgada erga omnes ou ultra partes dos efeitos da coisa julgada refere se quelas tratadas nos incisos II e IM do art 103 Acontece que o inciso II trata de efeitos ultra partes e o inciso III de efeitos erga omnes oo S rgio Cruz Arenhart e Luiz Guilherme Marinoni reconhecem o equ voco nas remiss es do art 104 do CDC e que devem neles serem inclu dos os tr s incisos do par grafo nico do art 81 e do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor afirmando tamb m que o objetivo do art 104 o de tornar poss vel o ajuizamento da a o individual mesmo que pendente a o coletiva para a tutela de direito difuso coletivo e individual homog neo e ainda o de deixar claro que a tutela coletiva n o trar benef cios para aquele que n o requerer a suspens o do processo individual no prazo de 30 dias ap s obter a ci ncia do ajuizamento da a o coletiva Sob esse prisma o art 104 do CPC deve ser entendido da seguinte forma As a es col
357. es s o distintas 4 5 2 Litispend ncia entre a o coletiva para a defesa de direitos individuais homog neos e a o individual 4 ALVIM Eduardo Arruda Coisa julgada e litispend ncia no Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Aluisio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 186 187 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 196 465 TEONEL Ricardo de Barros Manual do processo coletivo S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 254 181 Os direitos individuais homog neos podem ser defendidos por meio de a o coletiva em raz o da sua relev ncia social Como aduz Teresa Arruda Alvim Wambier os direitos individuais homog neos s o direitos tipicamente individuais que recebem tratamento coletivizado no plano do processo Sobre a litispend ncia entre a es coletivas voltadas defesa de direitos individuais homog neos e a
358. esentados ou tamb m sendo demandados por conta dos mesmos interesses 20 ALMEIDA Cleber L cio Direito processual do trabalho 3 ed Belo Horizonte Del Rey 2009 p 1000 2 MENDES Alu sio Gon alves de Castro O direito processual coletivo brasileiro em perspectiva In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual Salvador Jus Podivm 2009 p 622 86 Prosseguindo afirma esse Autor que assim teria nascido a a o de classe class astion e que dessa experi ncia das cortes inglesas originou se a moderna a o de classe class action aperfei oada e difundida no sistema norte americano especialmente a partir de 1938 com a Rule 23 das Federal Rules of Civil Procedure e da sua reforma em 1966 que transformaram esse importante m todo de tutela coletiva em algo nico e absolutamente novo em rela o ins 202 aos seus antecedentes hist ricos A Federal Equity Rule 38 norte americana de 1912 estabelecia como requisitos para instaura o de uma class action a impossibilidade da participa o efetiva no processo de todos os membros da classe a exist ncia de adequada representatividade dos membros atrav s da pessoa formalmente incumbida de atuar como parte no processo e a exist ncia de uma quest o de fato ou de direito comum a todos os membros da classe A adequacy of representation era aferida pelo Poder Judici rio em cada caso Da mesma
359. esmo determinada pela natureza do direito ou interesse protegido ser mais pr xima da sistem tica do processo individual com a delimita o do pedido mediato e imediato nos casos de direitos individuais homog neos mais gen rica tal como a causa de pedir nos direitos coletivos podendo at contentar se apenas com aquela mesma causa de pedir quando diante de direitos difusos cuja natureza o regime legal a eles aplic vel ou a situa o de fato comprovada autorizem inferir se logicamente a tutela minimamente indispens vel ao caso concreto sabendo se que a o grau de disponibilidade quando conceb vel restrit ssimo Rodolfo de Camargo Mancuso assevera que os elementos das a es partes pedido e causa de pedir s o tratados nas a es individuais sem que entre eles se reconhe a alguma ordem hier rquica mas nas a es coletivas o elemento objetivo o pedido a pretens o se sobrep e sobre os outros dois pelo fato de que as partes em sentido substancial est o ausentes os substitu dos apenas substitu das por um portador credenciado enquanto a causa de pedir se reporta ao bin mio fato fundamento jur dico configurador da motiva o cap tulo refrat rio coisa julgada CPC art 469 I Da a natural proemin ncia do elemento pedido que fixa a faixa do universo coletivo onde est posto o objeto litigioso com relevante repercuss o no tipo de coisa julgada que oportunamente se formar
360. essamente no cat logo dos direitos fundamentais consagrados pela ordem jur dica e materiais posi es jur dicas da pessoa humana que apesar de se encontrarem fora do cat logo de direitos humanos consagrados pela ordem jur dica podem ser considerados direitos fundamentais em virtude da import ncia de seu conte do e de sua finalidade qual seja a defesa e promo o da dignidade humana Na defini o dos direitos fundamentais assegurados pela ordem jur dica o seu sentido material que deve prevalecer Os direitos fundamentais t m dupla finalidade sendo a Um s tempo direitos subjetivos e elementos fundamentais da ordem constitucional objetiva Enquanto direitos subjetivos os direitos fundamentais outorgam aos titulares a possibilidade de impor os seus interesses em face dos rg os obrigados Na sua dimens o como elemento fundamental da ordem constitucional objetiva os direitos fundamentais tanto aqueles que n o asseguram primariamente um direito subjetivo quanto aqueloutros concebidos como garantias individuais formam a base do ordenamento jur dico de um Estado de Direito Democr tico Tem raz o Cristina Queiroz quando afirma que os direitos fundamentais n o garantem apenas direitos subjetivos mas tamb m princ pios objetivos b sicos para a ordem constitucional democr tica do Estado de Direito Constituindo a base e o fundamento da ordem constitucional os direitos fundamentais definem limit
361. esso justi a propiciado agora tanto pela via individual tradicional como tamb m pela via coletiva A segunda regra de conviv ncia destac vel a contida no art 104 do CDC segundo a qual as a es coletivas previstas nos incisos I e II do par grafo nico do art 81 n o induzem litispend ncia para as a es individuais mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e HI do artigo anterior n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida sua suspens o no prazo de 30 trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Luiz Norton Baptista de Mattos sustenta que a a o coletiva n o substitui a a o individual n o esgota o seu objeto nem possibilita por si s a resolu o da mesma lide ou a obten o total dos mesmos resultados ou efeitos que podem ser obtidos mediante a a o individual inclusive na hip tese de a o coletiva sobre direitos individuais homog neos em virtude da necessidade da posterior liquida o que uma a o de conhecimento Como anota Luiz Paulo da Silva Ara jo Filho a a o coletiva n o representa a mera soma das lides ou das pretens es individuais dos lesados ao contr rio a condena o geral mero conte do da lide individual e n o o continente de maneira que o pedido gen rico n o engloba os pedidos individuais dos quais t o somente prejudicial 2 E
362. essual do trabalho desde a teoria dos princ pios Porto Alegre Livraria do Advogado 2008 CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 CHAVES Luciano Athayde Jurisdi o trabalhista bloqueios e desafios In Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 CHIARLONI Sergio Le azioni collettive in Halia profili teorici ed aspetti applicativi Milano Giuffr 2007 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Tradu o Paolo Capitanio Campinas Bookseller 1998 v I CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Tradu o de Paolo Capitanio Campinas Bookseller 1998 v II CHIOVENDA Giuseppe Principios de derecho procesal civil Madri Instituto Editorial Reus 1977 tomo II CINTRA Antonio Carlos de Ara jo GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel Teoria geral do processo 18 ed S o Paulo Malheiros 2001 COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet MENDES Gilmar Ferreira Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 2007 COMOGLIO Luigi Paolo Etica e t cnica del giusto processo Torino G Giappichelli 2004 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna Il Mulino 2006 COMPARATO F bio Konder Papel do jurista num mundo em crise de valores In Revista dos Tribunais S o Paulo v 84 n 713 mar de
363. etivas 2 O amplo acesso ao Poder Judici rio atrav s das a es coletivas um est mulo ao cumprimento volunt rio da lei por seus destinat rios e um desest mulo pr tica de condutas que prejudiquem grupos Ali s o mero receio de possibilidade da tutela coletiva e da consequente responsabilidade civil em massa faz com que potenciais infratores se sintam desencorajados de praticar condutas il citas coletivas e resistam tenta o de obter lucros f ceis em detrimento de direitos e interesses de uma coletividade que de outra forma estaria completamente indefesa e vulner vel deterrence 287 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coord Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 665 28 DELGADO Maur cio Godinho Democracia e justi a S o Paulo LTr 1993 p 44 2 OLIVEIRA R gis Fernandes Carta ao povo brasileiro In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord O Judici rio e a Constitui o S o Paulo Saraiva 1994 p 279 290 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 36 117 Para Jos Roberto Freire Pimenta x A tutela metaindividual se aplicada sistematicamente esfera trabalhista possibilitar a elimina o de v rios vazios de tute
364. etivas previstas nos incisos I II e II do par grafo nico do art 81 n o induzem litispend ncia para as a es individuais mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos I II e II do artigo anterior n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida sua suspens o no prazo de 30 trinta dias a correr da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Do art 104 do C digo de Defesa do Consumidor podem ser extra das duas regras 455 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 193 46 TENZA Pedro Teoria geral da a o civil p blica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 p 254 457 ARENHART S rgio Cruz MARINONI Luiz Guilherme Manual do processo de conhecimento a tutela jurisdicional atrav s do processo de conhecimento S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 p 712 458 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 193 178 1 n o h litispend ncia entre a es coletivas versando sobre direito difuso ou coletivo e a o individual 2 ao autor da a o individual restam duas alternativas a insistir no julgamento da a o individual ficando no entanto fora do alcance dos efeitos da senten a de proced ncia proferida na a o coletiva Isso significa que mesmo que a senten a projete seus efeitos erga omnes ou ultra part
365. eve ter a aptid o de realizar se no plano f tico no plano das rela es sociais e jur dicas que se formam no mundo real Ao mesmo tempo imp em se a aboli o o descarte de formas e procedimentos in cuos inoperantes que n o engendram qualquer proveito para a efetiva o do direito material e o apaziguamento dos conflitos de interesses Acrescenta Luiz Norton Baptista Mattos que o princ pio da isonomia violado posto que a quest o comum submetida ao Judici rio n o ser resolvida em definitivo qualquer interessado poder ajuizar a sua demanda individual e haver tratamento diferenciado a indiv duos que se encontram na mesma situa o surgindo o que Eduardo Cambi denominou de jurisprud ncia lot rica em raz o da qual a obten o da tutela jurisdicional passa a ser um jogo de sorte ou azar conforme o ju zo ou o rg o fracion rio de tribunal ao qual a a o ou o recurso foi distribu do o que encoraja as partes em casos extremos a fazerem uso de expedientes ardilosos para a burla da livre distribui o e do juiz natural 6 VIGORITI Vincenzo Interessi collettivi e processo la legittimazione ad agire Milano DOTT A Giuffr 1979 p 112 9 MATTOS Luiz Norton Baptista A Litispend ncia e a Coisa Julgada nas A es Coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro
366. ferido ao tema colocado em destaque conclui se pela viabilidade da ado o do C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho para a solu o das quest es relativas litispend ncia e coisa julgada no confronto entre as a es coletivas e as a es individuais trabalhistas por constituir essa aplica o uma exig ncia da efetividade do direito de acesso justi a e dos direitos decorrentes da rela o de emprego em especial dos de natureza fundamental observando se que o processo individual n o atende s necessidades geradas pelo surgimento dos direitos de natureza metaindividual trabalhistas O trabalhador titular de direitos fundamentais cuja satisfa o constitui exig ncia do respeito sua dignidade humana e se imp e como cumprimento do dever que cabe a todos os operadores do Direito de atuar no sentido da constru o de uma sociedade livre justa e solid ria da erradica o da pobreza e da marginaliza o e da concretiza o do 317 verdadeiro Estado Democr tico de Direito Isso faz com que o direito do trabalho e o processo do trabalho tenham fun o que ultrapassa o plano jur dico ganhando relevo no cumprimento dos objetivos tra ados pela Constitui o da Rep blica de 1988 notadamente o de assegurar a todos os trabalhadores uma exist ncia digna e servir de instrumento de justi a e transforma o social O processo do trabalho embora disponha de t cnicas q
367. forma a comunica o efetiva aos integrantes da classe para que eventualmente exer am o direito de serem exclu dos dos efeitos da senten a atrav s do chamado opt out 2 ZAVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 29 30 23 Teori Albino Zavascki examina o texto da Regra 23 das Federal Rules of Civil Procedure destacando os seguintes pontos a Pressupostos da class action Um ou mais membros da classe podem demandar ou serem demandados como representantes no interesse de todos se 1 a categoria for t o numerosa que a reuni o de todos os membros se torne impratic vel 2 houver quest es de direito e de fato comuns ao grupo 3 os pedidos ou defesas dos litigantes forem id nticos aos pedidos ou defesa da pr pria classe e 4 os litigantes atuarem e protegerem adequadamente os interesses da classe b Pressupostos de desenvolvimento da class action Uma a o pode desenvolver se como classe action desde que os pressupostos da al nea a sejam satisfeitos e ainda se 1 o ajuizamento de a es separadas por ou em face de membro de grupo fa a surgir risco de que A as respectivas senten as nelas proferidas imponham ao litigante contr rio classe comportamento antag nico ou que B tais senten as prejudiquem ou tornem extremamente dif cil a tutela dos direitos de parte dos membros da classe estranhos ao julga
368. fundamental HABERLE Peter A dignidade humana como fundamento da comunidade estatal Tradu o de Ingo Wolfgang Sarlet e Pedro Scherer de Mello Aleixo In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 129 1 O caput do art 7 da Constitui o da Rep blica ao dispor que s o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social deixa claro que os direitos apontados nos v rios incisos daquele art 7 estabelecem apenas direitos fundamentais sociais m nimos 107 SARLET Ingo Wolfgang Proibi o de Retrocesso dignidade da pessoa humana e direitos sociais manifesta o de um constitucionalismo dirigente poss vel In BONAVIDES Paulo LIMA Francisco G rson Marques BED Fayga Silveira Coords Constitui o e Democracia Estudos em homenagem ao professor J J Gomes Canotilho S o Paulo Malheiros 2006 p 326 108 DELGADO Gabriela Neves A constitucionaliza o dos direitos trabalhistas e os reflexos no mercado de trabalho In PEREIRA Fl vio Henrique Unes DIAS Maria Tereza Fonseca Org Cidadania e inclus o social Estudos em homenagem Professora Miracy Barbosa de Sousa Gustin Belo Horizonte F rum 2008 p 151 51 fator essencial para que n o seja visto como mercadoria O reconhecimento do trabalhador como pessoa exige o respeito s
369. gada entre as partes a 2 embora possa desconhec la se lhe trouxer preju zo b princ pio positivo a coisa julgada tem valor tamb m para terceiros b l que tenham rela o jur dica subordinada quela decidida b 2 que tenham rela o jur dica diversa por m compat vel com aquela decidida caso em que n o podem desconhecer a coisa julgada 68 JEVEAUX Geovany Cardoso A coisa julgada nas a es coletivas In Revista Trabalhista Direito e Processo n 29 ano 8 jan mar 2009 S o Paulo LTr e Anamatra p 122 99 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 264 265 2 JEVEAUX Geovany Cardoso A coisa julgada nas a es coletivas In Revista Trabalhista Direito e Processo n 29 ano 8 jan mar 2009 S o Paulo LTr e Anamatra p 124 125 Nesta ltima situa o se encontram as empresas do mesmo grupo econ mico que respondem solidariamente pelos cr ditos dos empregados de uma delas art 2 2 da CLT Tamb m os s cios podem ser chamados a responder pelos cr ditos do trabalhador na execu o originalmente endere ada ao empregador 233 Noticia Geovany Cardoso Jeveaux que para Ada Pellegrini Grinover a teoria aplicada sz aa 621 no Brasil a terceira Em rela o s a es de estado o ordenamento jur dico brasileiro art 472 do C digo de Processo Civil condiciona a extens o da coisa julgada a terceiros sua cita o em litiscons rcio necess rio
370. gnifica ju zo dado sobre a lide e que se traduz em duas consequ ncias pr ticas 1 a parte condenada ou cuja demanda tenha sido recha ada n o pode em uma nova inst ncia discutir a quest o j decidida efeito negativo 2 a parte cujo direito tenha sido reconhecido por uma senten a pode falar em justi a sem que nenhum juiz lhe seja permitido recusar se a levar em conta esta decis o efeito positivo Giuseppe Chiovenda aduz que O bem da vida que o autor deduziu em ju zo res in iudicium deducta com a afirma o de que uma vontade concreta de lei o garante a seu favor ou nega ao r u depois de que o juiz o reconheceu ou desconheceu com a senten a de recebimento ou rejei o da demanda converte se em coisa julgada res iudicata A coisa julgada n o sen o o bem julgado o bem reconhecido ou desconhecido pelo juiz O bem julgado torna se incontest vel finem controversiarum accipit a parte a que se denegou o bem da vida n o pode mais reclamar a parte a quem se reconheceu n o s tem o direito de consegui lo praticamente em face da outra mas n o pode sofrer por parte desta ulteriores contesta es a esse direito e esse gozo Essa a autoridade da coisa julgada Francesco Carnelutti assevera que a a express o coisa julgada da qual pela for a do costume n o cabe prescindir tem mais de um significado Res iudicata na realidade o lit gio julgado ou seja o 55 COUTURE Eduardo
371. gradas numa pats 252 nica for a de pretens o que comum a todos Para S rgio Shimura um dos tra os distintivos do interesse coletivo a organiza o visto que sem ela os interesses n o podem aglutinar se de forma coesa e eficaz no seio de grupo determinado Essa organiza o no entanto nem sempre est delineada com nitidez sob pena de sufocar interesses potencialmente coletivos ainda emergentes incipientes e espont neos Tamb m se caracteriza como interesse coletivo a exist ncia de um v nculo jur dico b sico congregando em forma homog nea os que integram o grupo a classe ou a categoria 250 FAVA Marcos Neves A o civil p blica trabalhista S o Paulo LTr 2005 p 46 21 SANTOS Ronaldo Lima dos Sindicatos e a es coletivas S o Paulo LTr 2003 p 78 232 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A a o popular do direito brasileiro como instrumento de tutela Jurisdicional dos chamados interesses difusos In Temas de direito processual Primeira S rie S o Paulo Saraiva 1977 p 111 104 Esse autor indica como canais de aglutina o os sindicatos associa es e os partidos E 253 pol ticos Segundo Kazuo Watanabe a rela o jur dica base a preexistente les o ou amea a de les o do interesse ou direito do grupo categoria ou classe pessoas N o a rela o jur dica nascida da pr pria les o ou da amea a de les o Assevera Jos Carlos Barbosa Moreira que
372. ho Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Processo E RR 515849 1998 6 Relator Ministro Jo o Batista Brito Pereira DEJT 07 08 2009 Tribunal Superior do Trabalho Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Processo E RR 77690 2003 900 02 00 9 Relatora Ministra Maria de Assis Calsing DEJT 24 04 2009 183 RECURSO DE EMBARGOS LITISPEND NCIA CONFIGURA O SUBSTITUI O PROCESSUAL E A O INDIVIDUAL A teoria da tr plice identidade tria eadem n o capaz de justificar todas as hip teses configuradoras de litispend ncia restringindo se t o somente a uma regra geral H casos como o dos autos em que se deve aplicar a teoria da identidade da rela o jur dica pela qual ocorrer a litispend ncia quando houver entre as a es em curso identidade da rela o jur dica de direito material deduzida em ambos os processos res in iudicium deducta ainda que haja diferen a em rela o a algum dos elementos identificadores da demanda Configura se a litispend ncia o simples fato de haver identidade jur dica e n o f sica Embargos n o conhecidos b aus ncia de litispend ncia Ant nio Gidi sustenta a aus ncia de litispend ncia entre as a es coletivas voltados defesa de direitos individuais homog neos e as a es individuais argumentando que Quanto s partes a descoincid ncia total nas a es coletivas apenas um dos entes legitimados pelo art 82 nas a
373. hoje o inspira for a o legislador que cria o direito positivo o juiz que o aplica o jurista que o analisa e critica a que submetem o assunto cercado ao princ pio central de prote o do economicamente fraco Mas esse sentimento de prote o foi com os tempos superado Lionelo R Levi Istituzioni di Legislazione Sociale p 4 Hoje o Direito do Trabalho antes de tudo visa concilia o das classes atrav s de eficiente prote o ao que trabalha A que seu m todo ou crit rio sociol gico atua ao m ximo O car ter fundamental do Direito do Trabalho portanto est em colocar o interesse da coletividade acima do interesse particular de qualquer pessoa O social atrav s do trabalhador Eis uma f rmula que revela o fim e o meio empregado para seu alcance pelo Direito do Trabalho A prote o que ele d ao empregado preliminarmente uma medida justa A subsist ncia e a felicidade do grupo social dependem do maior estreitamento dos la os que unem seus componentes A defesa dos direitos fundamentais uma das principais fun es do Poder Judici rio especialmente do Judici rio Trabalhista no qual des gua grande parte dos conflitos sociais envolvendo a rela o capital trabalho Assegurar a concretude dos direitos fundamentais trabalhistas tamb m promover a dignidade humana A promo o e a defesa da dignidade humana legitimam a autoridade do Poder Judici rio e s o indispens veis constru o d
374. i o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 72 201 majorit rio na doutrina nacional e estrangeira o entendimento segundo o qual a coisa julgada constitui qualidade da senten a Adotando o primeiro ponto de vista mencionado afirma Enrico Tullio Liebman que exerce influ ncia marcante na doutrina brasileira que a coisa julgada N o o efeito da senten a mas uma qualidade um modo de ser e de manifestar se dos seus efeitos Ser uma coisa imut vel justamente uma qualidade dessa coisa como ser branca ou boa ou dur vel Por isso se o fim do processo segundo as pr prias palavras de Estellita fixar uma rela o jur dica a coisa julgada uma qualidade sua porque consiste no car ter imut vel ou indiscut vel dessa fixa o Em outros termos a coisa julgada n o exprime um efeito aut nomo e sim somente a qualidade de permanecerem os efeitos da senten a imut veis no tempo De igual modo se a finalidade da constru o de um arranha c u ou de uma casa de cimento armado levantar respectivamente um edif cio muito alto ou muito s lido n o s o em rigor a altura ou a solidez o efeito mas somente uma qualidade do resultado dessa atividade Segundo esse autor Somente uma raz o de utilidade pol tica e social interv m para evitar esta possibilidade tornando o comando imut vel quando o processo tenha chegado sua conclus o com a preclus o
375. i a e ao direito assegurado pela ordem jur dica 453 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 37 223 224 176 pela identidade de pedido ou conex o probat ria desde que n o haja preju zo dura o razo vel do processo solu o que compat vel com a hip tese colocada em destaque diante da identidade do objeto das demandas e tamb m da conex o probat ria 4 5 Litispend ncia entre a es coletivas e a es individuais O exame da litispend ncia entre a es coletivas e a es individuais ser subdividido da seguinte forma a a o coletiva tratando de direitos difusos e coletivos e a o individual b a o coletiva tratando de direitos individuais homog neos e a o individual 4 5 1 Litispend ncia entre a o coletiva para a defesa de direitos difusos e coletivos e a o individual Disp e o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor que As a es coletivas previstas nos incisos I e II do par grafo nico do art 81 n o induzem litispend ncia para as a es individuais mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva De in cio registre se que a doutrina sustenta que o legislador preten
376. i rio arts 2 128 e 460 do CPC e 832 da CLT Sandra Lengruber da Silva fazendo refer ncia a Kazuo Watanabe destaca que v rios equ vocos t m sido cometidos na formula o do pedido com a transposi o do conflito do plano extraprocessual para o processual Destes equ vocos os mais comuns consistem em tratarem se os direitos coletivos como individuais homog neos ou fragmentarem se os direitos difusos e os coletivos que s o de natureza indivis vel atribuindo se apenas a um segmento geogr fico da sociedade atomizando os conflitos e desconsiderando o que determina o C digo do Consumidor acerca da coisa julgada c Partes A a o envolve o autor aquele que apresenta uma demanda ao Poder Judici rio e o r u aquele em face de quem essa demanda apresentada O autor da a o pede ao rg o do O conflito de interesses surgido entre as partes a causa indireta da controv rsia que se vai desenvolver perante o juiz a mat ria prima que servir para dar vida ao processo Desse conflito de interesses decorre o pedido que o autor dirige ao juiz a este pedido corresponde efetiva ou virtualmente uma contesta o do r u constituindo ambos a lide a qual por sua vez objeto do processo ensina Luiz Machado Guimar es GUIMAR ES Luiz Machado Estudos de direito processual S o Paulo Rio de Janeiro Editora Jur dica e Universit ria 1969 p 100 365 SILVA Sandra Lengruber da Element
377. i Complementar n 75 93 e art 82 I da Lei n 8 078 90 b organiza o sindical entidade de classe e associa o legalmente constitu da e em funcionamento h pelo menos um ano em defesa dos interesses de seus membros ou associados arts 5 XXI e LXX 8 II da Constitui o Federal e 82 IV da Lei n 8 078 90 c partido pol tico com representa o no Congresso Nacional art 5 LXX a da Constitui o Federal d o cidad o na hip tese de interesse cuja tutela pode ser concedida em sede de a o popular Lei n 4 717 de 29 de junho de 1965 e art 5 LXXIII da Constitui o Federal e a Uni o os Estados os Munic pios e o Distrito Federal art 82 II da Lei n 8 078 90 f entidades e rg os da administra o p blica direta ou indireta ainda que sem personalidade jur dica especificamente destinados defesa dos direitos dos consumidores art 82 III da Lei n 8 078 90 g Conselho Federal da OAB na defesa dos interesses coletivos ou individuais dos advogados art 54 II da Lei 8 906 94 e h a Defensoria P blica Lei n 11 448 2007 Em rela o s a es coletivas trabalhistas cumpre anotar que o art 8 III da Constitui o Federal n o exclui a possibilidade de a lei infraconstitucional ampliar a legitima o para agir estendendo a a outros atores sociais consoante decidiu o Supremo Tribunal Federal in verbis 38 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas
378. ia quando for ajuizada a o coletiva id ntica a o coletiva pendente de julgamento N o se pode perder de vista contudo que no processo civil individual a legitimidade para a a o atribu da em regra a apenas uma pessoa titular do direito ou substituto processual ao passo que no processo coletivo a legitimidade para a o atribu da a v rios entes art 82 do CDC Com isso para ocorr ncia da litispend ncia entre duas a es coletivas basta a identidade da causa de pedir e do pedido isto do objeto do lit gio Nesse sentido se o Minist rio P blico e o Sindicato paralelamente prop em a es coletivas com a mesma causa de pedir e o mesmo pedido configurada estar a litispend ncia porque em ambas as a es o que se pretende exatamente alcan ar o mesmo resultado pr tico acerca da mesma rela o jur dica controvertida gt Nas a es coletivas mais relevante do que a identidade de partes a defini o daqueles que ser o beneficiados pela coisa julgada produzida no caso de proced ncia do pedido Nas a es individuais o aspecto subjetivo definido pelo exame das partes e nas a es coletivas em raz o das pessoas que ser o atingidas pelos efeitos da senten a que ser entre esses elementos objetivos da a o e a legitima o ad causam passiva WATANABE Kazuo Demandas coletivas e os problemas emergentes da pr xis forense In Revista de Processo n 67 ano 17 jul set 1
379. iadas em normas constitucionais que possibilitem melhores condi es de vida aos mais fracos direitos que tendem a realizar a igualiza o de situa es sociais desiguais S o portanto direitos que se ligam com o direito de igualdade Valem como pressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condi es materiais mais prop cias ao auferimento da igualdade real o que por sua vez proporciona condi o mais compat vel com o exerc cio efetivo da liberdade 71 ANDRADE Jos Carlos Viera de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 345 346 BARCELOS Ana Paula de A efic cia jur dica dos princ pios constitucionais 2 ed Rio de Janeiro Renovar 2008 p 246 T SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o S o Paulo Malheiros 2005 p 183 184 39 V se ent o que perfeitamente poss vel a conviv ncia da reserva do poss vel com os direitos fundamentais sociais visando serem atendidos os meios para concretiza o do m nimo existencial ao ser humano Lembre se que como anota Kazuo Watanabe sobre as peculiaridades da realidade brasileira os ocupantes do poder costumam adotar como estrat gia para administrar os conflitos decorrentes da m distribui o de renda da estrutura fundi ria e da desorganiza o social a concess o em lei de novos direitos sociais sem preocupa o quanto possibilidade efetiva
380. iar atitude do sujeito se coloca como uma ponte entre duas situa es jur dicas uma precedente que constitui a fonte de legitima o e que n s chamamos de situa o legitimante outra sucessiva que o sujeito v produzida depois em cumprimento do ato e que chamamos situa o legitimada MONACCINI Luigi Azione e legittimazione Mil o Giuffr 1951 p 127 151 152 147 A respeito da titularidade da a o coletiva observa Giuseppe Chiovenda que existem direitos de tal maneira difusos sobre um n mero indeterminado de pessoas que n o se individualizam em nenhuma delas em particular o indiv duo n o os pode fazer valer a menos que a lei lhe conceda converter se em rg o da coletividade No processo coletivo como aduz Vincenzo Vigoriti a defini o daquele que pode ajuizar a o ou contest la antes de tudo uma quest o de escolha de pol tica legislativa e pois um problema t cnico Nos Estados Unidos da Am rica cujo modelo serviu parcialmente de inspira o para o legislador brasileiro foi adotado como crit rio na defini o daquele que pode propor a demanda coletiva a denominada representatividade adequada aferida pelo juiz em cada caso concreto No Brasil a legitima o para a a o coletiva definida de forma expressa em lei possuindo legitimidade para a propositura de a o coletiva em geral a o Minist rio P blico art 129 III da Constitui o Federal art 83 da Le
381. ica tradicional de solu o atomizada para com isso conferir peso pol tico maior s demandas coletivas e solucionar mais adequadamente os conflitos coletivos Luiz Norton Baptista de Mattos comentando o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor afirma que a proibi o de ajuizamento de dois processos referentes mesma a o no mesmo ju zo ou em ju zos distintos motivada por raz es de economia processual visando evitar a duplica o de gastos e da atividade processual das partes dos rg os auxiliares da justi a e do magistrado para a obten o de um mesmo resultado para a solu o do mesmo conflito de interesses al m do risco de prola o de senten a contradit rias sobre a mesma lide que comprometeriam a credibilidade o prest gio e a autoridade do Poder Judici rio e provocariam incertezas no meio social al m de inviabilizar o acesso ao direito material tendo em vista a d vida acerca de qual a senten a que dever ser executada A litispend ncia em rela o s a es coletivas exige portanto apenas identidade de causa de pedir e pedido Com isso pode ser dito que se houver identidade de causa de pedir mas as duas a es coletivas tiverem pedidos distintos a hip tese n o ser de litispend ncia podendo por m dar se a contin ncia o pedido de uma por ser mais amplo abrange o da outra Hugo Nigro Mazzilli d o seguinte exemplo de litispend ncia entre a es coletivas Uma as
382. ica processual id nea prote o ou tutela do direito material Assim o legislador e o juiz devem estar atentos s necessidades da sociedade de massa e aos meios processuais voltados ao seu atendimento No entanto esse n o papel apenas do legislador e do juiz A todos os operadores do direito cumpre o dever de atuar ativamente no sentido de garantir na maior medida poss vel a realiza o concreta dos direitos notadamente fundamentais valendo se e exigindo se que se fa a uso de todas as t cnicas que a tanto conduzam N o pode ser esquecido que a utiliza o da melhor t cnica processual para a concretiza o do direito se reflete na efetividade da jurisdi o anotando se que Efetividade e t cnica n o s o valores contrastantes ou incompat veis que d em origem a preocupa es reciprocamente excludentes sen o ao contr rio valores complementares ambos os quais reclamam a nossa mais cuidadosa aten o a t cnica bem aplicada pode constituir instrumento precioso a servi o da pr pria efetividade Tais os termos em que se deve formular a equa o Ponhamos em relevo o papel instrumental da t cnica evitemos escrupulosamente quanto possa 783 Acrescenta o mesmo Luiz Guilherme Marinoni que o significado de t cnica aqui empregado est muito longe daquele que se costuma atribuir t cnica despreocupada com a realidade da vida Ao se falar em t cnica processual n o se pretende
383. ida trata se de direito indivis vel de que s o titulares pessoas indeterminadas componentes de grupo categoria ou classe Para Ant nio Gidi Dizer que a coisa julgada nas a es coletivas em defesa de direito superindividual se opera erga omnes ou ultra partes significa que a lide superindividual lide difusa lide coletiva est definitivamente julgada e acobertada pelo manto da coisa julgada coletiva Assim seja a senten a de proced ncia seja de improced ncia em havendo sufici ncia probat ria a mesma a o coletiva em defesa do mesmo direito 6 Para Antonio Gidi como se pode ver na defini o legal de direitos difusos e de direitos coletivos CDC art 81 par grafo nico os titulares desses direitos superindividuais e indivis veis s o uma comunidade inc 1 ou uma coletividade inc II de pessoas intuitivo que quem atingido pela imutabilidade do comando de uma senten a o titular do direito material em jogo o titular da lide e n o o titular da legitimidade ad causam A impossibilidade de que esse ou qualquer outro legitimado volte a repropor a demanda coletiva mera consegii ncia de o verdadeiro titular do direito j n o poder ter a sua lide rediscutida em ju zo GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 124 125 Observe se que a possibilidade de a o individual expressamente prevista no art 103 1 do C digo de D
384. idade de contradi es dos julgados mas atinge esses fins sem sacrificar os direitos dos terceiros aos quais outorga ampla faculdade de defesa nos casos em que a senten a pronunciada inter alios seja viciada por erro Por outro lado n o se pode perder de vista que como aduz Francesco Carnelutti A autoridade da coisa julgada tem car ter material no sentido de que se manifesta ou se expande fora do processo logicamente o resultado do processo n o pode ser resumido a ele juridicamente o resultado do processo se faz a fim de integrar o direito e seu conte do n o pode deixar de transcender o seu ciclo produtivo Precisamente porque a efic cia material da coisa julgada se resolve em declara o de certeza ou na constitui o de uma rela o jur dica e por ele se desprende fora do processo dita efic cia se manifesta em rela o a todos n o s em rela o s partes no sentido de que em rela o a todos se fixa a rela o se uma DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 322 323 6 5 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 60 231 senten a pronuncia a interdi o de uma pessoa ou condena algu m ao pagamento de uma soma o estado de interdi o ou a rela o de obriga o existe em rela o a qualquer pessoa ne
385. idade do julgado quando forem dotadas de uma imperatividade poss vel n o merecem tal imunidade a aquelas que em seu decis rio enunciem resultados materialmente imposs veis ou b as que por colidirem com valores de elevada relev ncia tica humana social ou pol tica tamb m amparados constitucionalmente sejam portadoras de uma impossibilidade jur dico constitucional Por isso n o ficam imunizadas as senten as que transgridem frontalmente um desses valores porque n o se legitima que para evitar a pereniza o de conflitos perenizem inconstitucionalidades de extrema gravidade ou injusti as insuport veis e manifestas Sobre o tema assevera Eduardo Cambi que mesmo depois de exauridos todos os direitos e garantias que comp em o devido processo legal poss vel a ocorr ncia de uma decis o injusta e indaga deve a decis o quando injusta ser mantida a qualquer pre o Em outros termos descoberto um documento novo ap s o prazo decadencial de dois anos art 495 CPC seria conveniente relativizar a autoridade da coisa julgada material Subjacente ao problema da possibilidade jur dica desse questionamento h uma motiva o pol tica a qual gera outra indaga o a senten a injusta capaz de gerar a seguran a pretendida pela coisa julgada Eduardo Cambi apresenta o cl ssico exemplo da pessoa que se submete ao exame de DNA depois de transcorridos os dois anos do tr nsito em julgado de uma senten a
386. idade humana e ao acesso a uma ordem jur dica justa o que real a a import ncia de um processo em perfeita sintonia com as demandas sociais 8 PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional Revista Trabalhista Direito e Processo n 28 ano 7 p 46 319 CANOTILHO J J Gomes Direito constitucional e teoria da Constitui o 7 ed Coimbra Almedina 2003 p 407 320 GIORGETTI Alessandro VALLEFUOCO Valerio I contenzioso di massa in It lia in Europa e nel Mondo Mil o Giuffre 2008 p 15 321 SILVEIRA Jos N ri Pref cio do livro A Reforma do Poder Judici rio In A Reforma do Poder Judici rio MACHADO F bio Cardoso MACHADO Rafael Bicca Coords S o Paulo Quartier Latin do Brasil 2006 127 d o acesso justi a aos direitos fundamentais e a uma ordem jur dica justa ao lado do respeito dignidade humana do trabalhador contribuem para a plena realiza o do Estado Democr tico de Direito Anote se por fim a advert ncia de Jos Carlos Barbosa Moreira no sentido de que passageiros do mesmo barco os habitantes deste irriquieto planeta v o progressivamente tomando consci ncia clara da alternativa essencial com que se defrontam salvar se juntos ou juntos naufragar A hist ria individual ter sempre naturalmente o seu lugar nos registros c smicos acima dela por m e em grande parte a condicion la vai se inscrevendo em cores
387. iderada irrecorr vel o que se faz por uma op o de pol tica legislativa baseada em bvias raz es de conveni ncia pr tica gt Adquirindo a condi o de irrecorr vel a senten a transita ou passa em julgado Passar ou transitar em julgado como assinala C ndido Rangel Dinamarco significa adquirir a qualidade de decis o imut vel Transita em julgado a senten a quando da condi o de recorr vel ela passa de irrecorr vel 2 58 ATTARDI Aldo Diritto processuale civile Padova Casa Editrice Dott Antonio Milani 1997 v I p 415 416 59 Moacyr Amaral Santos sustenta que a verdadeira finalidade do processo com instrumento destinado composi o da lide fazer justi a pela atua o da vontade da lei ao caso concreto Para obviar a possibilidade de injusti as as senten as s o impugn veis por via de recursos que permitem o reexame do lit gio e a reforma da decis o A procura da justi a entretanto n o pode ser indefinida mas deve ter um limite por exig ncia de ordem p blica qual seja a estabilidade dos direitos que inexistiria se n o houvesse um termo al m do qual a senten a se tornou imut vel SANTOS Moacyr Amaral Primeiras linhas de direito processual civil 16 ed S o Paulo Saraiva 1997 v 3 p 45 46 510 ATTARDI Aldo Diritto processuale civile Padova Casa Editrice Dott Antonio Milani 1997 v I p 416 5I MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efic cia da senten
388. idor Lei n 8 078 de 11 de setembro de 1990 que contempla institutos protecionistas sofisticados e verdadeiramente impens veis na poca da promulga o da Consolida o Portanto o direito processual do trabalho deve buscar solu es que se encontrem mais pr ximas dos anseios sociais Ali s nessa linha que apesar de a Consolida o das Leis do Trabalho dispor que a execu o provis ria processada at a penhora art 899 tem sido admitida a aplica o subsidi ria do C digo de Processo Civil para permitir inclusive a x o ss TRA satisfa o ainda que parcial do credor na execu o provis ria 71 CORDEIRO Ant nio Manuel da Rocha e Menezes Introdu o In CANARIS Claus Wilhelm Pensamento sistem tico e conceito de sistema na ci ncia do direito 2 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 1996 p XXIV 72 Anota Wolney de Macedo Cordeiro que sabido que nos dias atuais temos um processo do trabalho ineficaz do ponto de vista de regulamenta o legal e incapaz de atender s necessidades de uma presta o jurisdicional c lere e efetiva Nem sempre foi assim Na d cada de 1940 o processo do trabalho se apresentava vanguardista rompendo com as barreiras de um processo civil extremamente formal pautado pela dificuldade do acesso do cidad o e do efetivo formalismo na pr tica dos atos jurisdicionais O processo formatado pela CLT na primeira metade do s culo XX trouxe inova es
389. iela Beccaccia Versiani Rio de Janeiro Elsevier 19 reimpress o 2000 p 503 46 Esta conclus o autorizada pelo art 1 da Declara o Universal dos Direitos do Homem quando afirma que todas as pessoas s o iguais em dignidade o que significa que a dignidade tamb m deve ser considerada na rela o do indiv duo com o outro o que tamb m pode ser afirmado luz da Constitui o Federal que institui como objetivo fundamental da Rep blica construir uma sociedade livre justa e solid ria erradicar a pobreza e marginaliza o reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos art 3 I IM e IV As perspectivas sob as quais pode ser considerada a dignidade n o s o excludentes mas complementares A dignidade diz respeito ao indiv duo dimens o individual ao indiv duo enquanto ser social dimens o social e ao indiv duo na sua rela o com outros indiv duos e a coletividade dimens o solidarista ou comunit ria Crit rio b sico de toda reta ordem jur dica deveria sempre ser a rela o com a pessoa humana como deposit ria de uma dignidade inalien vel tanto em sua dimens o individual quanto em sua dimens o comunit ria Em suma quando se fala em dignidade humana n o se pode ter em vista apenas a pessoa individualmente considerada cumprindo ter em mente tamb m esta mesma pessoa enquanto part cipe de uma comunidade ou de uma coletividade e enquanto ser que se relaciona com outros seres tamb
390. iente Segundo essa lei se na poca da senten a n o foi poss vel determinar com exatid o as consequ ncias futuras do dano causado ao meio ambiente ou mesmo quando houver um agravamento posterior desses danos poder haver uma revis o da condena o durante o tempo improrrog vel de dois anos Observe se que os sistemas brasileiro e argentino seguem a diretriz tra ada no Anteprojeto de C digo Processual Civil Modelo para Ibero Am rica que em seu art 194 disp e que a senten a proferida em processos promovidos para a tutela de interesses difusos ter efic cia erga omnes salvo nos casos de absolvi o do r u por falta de provas 5 13 Cr ticas coisa julgada secundum eventum litis A ado o da coisa julgada secundum eventus litis n o isenta de cr ticas sendo contra ela afirmado que a cria nus excessivo para o r u que fica impossibilitado de alegar em seu favor a exist ncia de uma decis o judicial negando o direito deduzido em ju zo b permite a coexist ncia de decis es e coisas julgadas conflitantes o que gera incerteza e inseguran a nas rela es sociais c fere os princ pios da razoabilidade e da igualdade permitindo que pessoas que se encontram na mesma situa o recebam tratamento diferenciado 68 BONICIO Marcelo Jos Magalh es Proporcionalidade e processo a garantia constitucional da proporcionalidade a legitima o do Processo Civil e o controle das decis es judiciais In CAR
391. ificado da a o coletiva ficando impedido com isso de exercer a op o prevista no art 104 do C digo de Defesa do Consumidor pelos efeitos da coisa julgada produzida na a o coletiva essa solu o impede que o r u se beneficie com a atomiza o das a es individuais Como observa Elton Venturi Como ponto de partida tem se o princ pio segundo o qual a extens o erga omnes ou ultra partes da coisa julgada em benef cio dos personagens da primeira rela o jur dica objeto da tutela coletiva constitui regra sendo exce o a n o extens o Vale dizer toda vez que houver julgamento de proced ncia de uma a o coletiva a efic cia natural da tutela necessariamente abranger toda a coletividade hip tese de defesa de direitos difusos classe categoria ou grupo hip tese de defesa de direitos coletivos e todos aqueles indiv duos que tenham sofrido les es derivadas do evento que fundamentou a demanda coletiva direitos individuais homog neos segundo o regime do C digo de Defesa do Consumidor Neste passo parece certo afirmar que mesmo aqueles indiv duos que j ajuizaram a es individuais com base nas mesmas causas de pedir e ou pedidos da demanda coletiva s o potenciais benefici rios do resultado de proced ncia dessa ltima eis que enquanto n o operada a intima o referida pelo art 104 do CDC a presun o a de que desconhecem sua exist ncia Acrescenta Elton Venturi que n o havendo intima o do au
392. ignidade do outro mas tamb m a sua sendo ambas ali s insepar veis E que a dignidade n o relativa uma pessoa n o tem mais nem menos dignidade em rela o outra pessoa anotando B atrice Maurer que MIRANDA Jorge Manual de Direito Constitucional 2 ed Coimbra Coimbra 1998 tomo IV p 171 172 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 120 Simultaneamente o deliberado descumprimento generalizado das obriga es trabalhistas constitucionais e infraconstitucionais asseguradas a cada empregado a denominada s ndrome do descumprimento das obriga es que caracteriza t pico exemplo de les es em massa a direitos individuais homog neos de ineg vel relev ncia social que hoje gera um n mero cada vez maior de reclama es individuais de conte do praticamente id ntico e repetitivo por si s s incapazes de ressarcir plenamente os direitos fundamentais sociais descumpridos por uma nica conduta il cita do mesmo empregador e geradoras de inseguran a jur dica por poderem produzir resultados d spares e anti ison micos em virtude da pluralidade dos processos e respectivos rg os judiciais perante os quais tramitar o PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Co
393. ii ncia as dos ricos Donde a difundida sensa o no pobre de que a Justi a est contra ele j que f cil esta transposi o no pensamento do pobre da comprova o de uma justi a que n o o serve e n o est a seu alcance mais dolorosa id ia de uma justi a que a ele voluntariamente hostil c A es coletivas e promo o da igualdade e da confian a no Poder Judici rio A a o coletiva opera em favor do princ pio da igualdade frente lei na medida em que evita decis es conflitantes sobre controv rsias semelhantes A uniformidade das decis es sobre situa es id nticas contribui ainda para maior confian a na atua o do Poder Judici rio d A es coletivas e a razo vel dura o do processo A tutela jurisdicional intempestiva constitui verdadeira denega o da justi a Por essa raz o a Emenda Constitucional n 45 que entrou em vigor em dezembro de 2004 inseriu um novo inciso na Constitui o da Rep blica assegurando a todos a razo vel dura o do processo art 5 LXXXVIII ata BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 15 280 SOARES F bio Costa Acesso do consumidor justi a Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 23 231 ALLORIO Enrico Problemas de derecho procesal Buenos Aires Edicciones Jur dicas Europa Am rica 1963 tomo I p 11 12 114 Al m disso a Const
394. ilidade anseio n o somente da parte vencedora como tamb m da parte vencida e da popula o como um todo que precisa movimentar o com rcio e as rela es jur dicas em geral com estabilidade e seguran a Com efeito justi a sem estabilidade seria equivalente a nenhuma justi a Mauro Cappelletti afirma que A for a do princ pio da coisa julgada em particular n o est nos ditames de uma l gica abstrata mas apenas nos fins ou valores que os sistemas jur dicos intentem perseguir mediante aquele princ pio geralmente reconhecido que tal fim ou valor se encontra na paz social e na certeza do direito a decis o judici ria prescindindo do fato de que seja ou n o correta de fato e de direito deve em determinado ponto dar fim ao lit gio ne lites aeternae fiant como diziam nossos antepassados Mas existem outros valores que podem entrar em conflito com aquele princ pio e especialmente com sua f rrea e absoluta aplica o valores que por vezes s o chamados de justi a Obviamente seria irracional e at ut pico um sistema jur dico 5 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v I p 447 449 5 amp 4 COUTURE Eduardo Fundamentos del derecho procesal civil Buenos Aires Depalma 1987 p 348 5 GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 8 215 que desejasse sempre colocar tal justi a acima da cer
395. ime O car ter protetivo do direito material do trabalho decorre da evolu o do Estado Liberal para o Estado Social posto que aquele n o podia por princ pio imiscuir se nas rela es socioecon micas admitindo segundo a filosofia do sistema pol tico que o contrato privado era suficiente para regul las segundo um crit rio de justi a Embasava se tal cren a no pressuposto da igualdade jur dica todos s o iguais perante a lei solenemente proclamada pela Revolu o Francesa e consagrada nas constitui es dos Estados na era contempor nea Segundo Maur cio Godinho Delgado medida que a matriz teleol gica do Direito do Trabalho aponta na dire o de conferir solu o s rela es empregat cias segundo um sentido social de restaurar hipoteticamente no plano jur dico um equil brio n o verific vel no plano da rela o econ mico social de emprego objetivando assim a melhoria das condi es socioprofissionais do trabalhador 737 CAVALCANTE Ricardo Ten rio Jurisdi o direitos sociais e prote o do trabalhador a efetividade do direito material e processual do trabalho desde a teoria dos princ pios Porto Alegre Livraria do Advogado 2008 p 139 140 B8 CAVALCANTE Ricardo Ten rio Jurisdi o direitos sociais e prote o do trabalhador a efetividade do direito material e processual do trabalho desde a teoria dos princ pios Porto Alegre Livraria do Advogado 20
396. impugna o que permitam modific la A coisa julgada uma forma de autoridade Como tal uma qualidade uma iner ncia Autoridade de coisa julgada pois qualidade atributo pr prio do julgamento que emana de um rg o Jurisdicional quando tenha adquirido car ter definitivo Al m da autoridade o conceito de coisa julgada se complementa com uma medida de efic cia Essa medida se resume em tr s possibilidades a inimpugnabilidade a imutabilidade e a coercibilidade A coisa julgada inimpugn vel enquanto a lei impede todo ataque ulterior tendendo a obter a revis o da mesma mat ria Tamb m imut vel ou imodific vel A imutabilidade da senten a consiste em que em nenhum caso de of cio ou a requerimento da parte outra autoridade poder alterar os termos de uma senten a passada em julgado A coercibilidade consiste na eventualidade de execu o for ada Para Hugo Alsina Se observarmos qual o fim que as partes perseguem no processo vemos que n o outro que o de obter do juiz uma declara o pela qual se decida definitivamente a quest o litigiosa de maneira que n o s n o possa ser discutida de novo no mesmo processo sen o em nenhum outro futuro non bis in idem e que no caso de conter uma condena o possa ser executada sem novas revis es Este efeito da senten a sem d vida alguma o mais importante o que se designa com o nome de coisa julgada que si
397. in ncia uma vez que aquela imp e no processo civil individual a extin o do processo instaurado em raz o da segunda a o proposta ao passo que a conex o e a contin ncia apenas recomendam a reuni o das a es para efeito de instru o e julgamento nicos art 105 do C digo de Processo Civil 3I No processo do trabalho a altera o dos elementos da a o permitida independentemente da concord ncia do reclamado at o recebimento da defesa O processo do trabalho tem como caracter sticas a simplifica o dos atos e procedimentos e a facilita o do julgamento do m rito o que exige seja conferido o m ximo aproveitamento aos atos processuais praticados Com isso tendo sido notificado o reclamado e frustrada a tentativa de concilia o em audi ncia qualquer altera o nos elementos da a o deve ser permitida at o efetivo recebimento da defesa garantindo se sempre o direito de o reclamado adaptar sua defesa nova realidade da demanda 32 GRINOVER Ada Pellegrini Mudan as estruturais para o novo processo civil In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Orgs Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 24 333 As a es dever o ser reunidas se estiverem na mesma fase processual permitindo instru o e julgamento simult neos 132 4 2 Configura o da litispend ncia O reconhecimento da litispend ncia exige a identidade de a es ou sej
398. ini Grinover No ju zo de valor que antecedeu escolha do legislador verificava se que a extens o da coisa julgada a terceiros que n o foram pessoalmente parte do contradit rio ofereceria riscos demasiados calando fundo nas rela es intersubjetivas quando se tratasse de prejudicar direitos individuais al m disso o 4 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 929 5 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 929 930 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 930 270 esquema brasileiro da legitima o poderia suscitar problemas de constitucionalidade na indiscriminada extens o subjetiva do julgado por infring ncia ao contradit rio Foi por isso que o C digo de Defesa do Consumidor agasalhou o regime da extens o da coisa julgada a terceiros que n o foram parte do processo apenas para benefici los A solu o da lei leva em conta todas as circunst ncias apontadas visando a harmoni
399. ios do direito processual C ndido Rangel Dinamarco assevera que foi nesta fase que os processualistas perceberam que o processo n o era um modo de exerc cio dos direitos 18 BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 25 65 mas caminho para obter uma especial prote o por obra do juiz a tutela jurisdicional O objeto das normas de direito processual n o s o os bens da vida cuja pertin ncia uso disponibilidade etc o direito privado rege mas os pr prios fen menos que na vida do processo t m ocorr ncia a saber a jurisdi o a a o a defesa e o processo institutos fundamentais ou categorias ampl ssimas em que se cont m todos os demais institutos do direito processual Segundo C ndido Rangel Dinamarco estas novas ideias colocaram fim fase sincr tica do direito processual iniciando se o entendimento da autonomia conceitual da a o do processo e do pr prio sistema processual Esse autor acentua que foi necess rio quase um s culo para que os cientistas do direito percebessem que o processo como t cnica de pacifica o n o destitu do de normas princ pios e regras nem de tica valores e objetivos sociais econ micos e pol ticos posto que vigorou por muito tempo a cren a de que ele fosse mero instrumento do direito material sem consci ncia de seus escopos metajur dicos Esse modo d
400. irmar que pe QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra Editores 2009 p 373 374 a QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra Editores 2009 p 375 LUNO Antonio Enrique P rez Los derechos fundamentales Madrid Tecnos 1998 p 20 21 38 A qualidade de direitos fundamentais atribu da aos direitos sociais integra se no esp rito do instituto que visa a defesa da dignidade das pessoas concretas e tem nessa medida uma express o na garantia a cada indiv duo de um conte do m nimo de solidariedade social E nesta perspectiva e com esse alcance podem funcionar tamb m as garantias t picas do Estado de Direito O recurso directo aos tribunais admiss vel quando estejam em causa presta es de sobreviv ncia ou haja les o directa de bens constitucionalmente protegidos cf por exemplo o n 3 do art 66 relativo ao ambiente A poder o obter indeniza es ou pelo menos declara o da exist ncia do seu direito sen o a anula o do indeferimento t cito do seu requerimento Por ltimo os direitos sociais constitucionalmente protegidos operam como garantia de estabilidade dos direitos subjetivos resultantes da interven o legislativa concretizadora que desse modo adquirem maior solidez jur dica ao n vel infraconstitucional onde voltam a funcionar em pleno as garantias da justicibilidade Nestes
401. is In OLIVEIRA C A Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 14 50 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia do direito fundamental seguran a jur dica dignidade da pessoa humana Direitos fundamentais e proibi o de retrocesso social no direito constitucional brasileiro In ROCHA Carmem L cia Antunes Org Constitui o e seguran a jur dica direito adquirido ato jur dico perfeito e coisa julgada 2 ed Belo Horizonte F rum 2005 p 94 95 71 GRECO Leonardo Efic cia da declara o erga omnes de constitucionalidade ou inconstitucionalidade em rela o coisa julgada anterior In DIDIER JR Fredie Org Relativiza o da coisa julgada enfoque cr tico Salvador Jus Podivm 2004 p 149 52 DINAMARCO C ndido Rangel Relativizar a coisa julgada material In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 Doutrina Nacional p 12 217 Acrescente se que Ensina Calmon de Passos entretanto que a coisa julgada uma quest o de pol tica legislativa nada tendo que ver com a subst ncia mesma do processo ou da atividade Jurisdicional Para o autor o processo persegue dois objetivos que no final das contas s o os objetivos tamb m buscados pela pr pria ordem jur dica s o eles a Justi a e a seguran a Esses dois valores s o complementares integrando se no que ele chama de justi a Por m na pr tica muitas vezes tais valores se excluem e a depender do es
402. is O direito que em parte as fez pode amparar e extinguir as desigualdades econ micas que produziu Exatamente a que se 305 A doutrina tem admitido a aplica o do C digo de Defesa do Consumidor no processo do trabalho Para Wolney de Macedo Cordeiro Muito embora n o exista uma regulamenta o pr pria da tutela de direitos metaindividuais em mat ria trabalhista n o h mais qualquer d vida quanto possibilidade de identifica o de direito coletivos difusos e individuais homog neos laborais e a aplica o subsidi ria dos institutos processuais preconizados pela Lei de A o Civil P blica e o C digo de Defesa do Consumidor Sabe se no entanto que a aplica o subsidi ria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho apresenta naturais dificuldades tanto no que concerne ao direito a ser manejado como tamb m em rela o particularidade das pretens es veiculadas perante a Justi a do Trabalho Poder se ia at afirmar que esse problema n o existiria em rela o s normas reguladoras da tutela de direitos metaindividuais tendo em vista que os referidos instrumentos normativos foram forjados do ponto de vista ideol gico dentro do enfoque de efetividade e prote o que norteiam o direito processual do trabalho Essa assertiva no entanto revela se v lida quando nos deparamos com a tutela dos direitos coletivos e difusos Neste caso a estrutura de regula o n o foge dos par metros fixad
403. is e por meio desta da justi a social lembrando se que nas a es coletivas o As lt 222 interesse n o vencer a causa mas obter a melhor tutela para o direito violado 3 4 A es coletivas tutela do homem bem comum e justi a social A amea a ou viola o de um direito faz surgir para o seu titular a pretens o que pode ser manifestada em ju zo por meio da a o O exerc cio do direito de a o faz surgir o processo que constitui instrumento de atua o da jurisdi o isto da atividade estatal que tem por fim realizar concretamente os direitos assegurados pela ordem jur dica A fun o jurisdicional provocada pela a o conforme assevera Luiz Guilherme Marinoni uma consegii ncia natural do dever estatal de proteger os direitos o qual constitui a ess ncia do Estado contempor neo Sem a jurisdi o seria imposs vel ao Estado n o apenas dar tutela aos direitos fundamentais e permitir a participa o do povo na 28 PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 p 13 219 GIORGETTI Alessandro VALLEFUOCO Valerio I contenzioso di massa in It lia in Europa e nel Mondo Mil o Giuffre 20
404. isam de instrumentos aptos sua concretiza o da a necessidade de estarem assegurados constitucionalmente por normas principais ou n o garantindo se ao mesmo tempo seu exerc cio e restaura o em caso de 8 DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 198 BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 59 60 61 viola o por meio de rg os imparciais com efetividade e efic cia Embora essa dimens o procedimental nem sempre se refira ao processo judicial tamb m o abrange a evidenciar uma Rio e l 140 interdepend ncia relacional entre direitos fundamentais e processo relevante acrescentar que o direito ao processo como instrumento de realiza o concreta dos direitos materiais tem como corol rio o direito das partes ao contradit rio no sentido de direito de participa o em todos os atos do processo Como aduz Carlos Alberto Alvaro de Oliveira a participa o das partes na forma o da decis o constitui uma posi o subjetiva inerente aos direitos fundamentais portanto ela mesma o exerc cio de um direito fundamental Tal participa o al m de constituir exerc cio de um direito fundamental n o se reveste apenas de car ter formal mas deve ser qualificada substancialmente 4 Cada ato do processo deve ser consider
405. ispend ncia quando se repete a o que est em curso h coisa julgada quando se repete a o que j foi decidida por senten a de que n o caiba recurso art 301 839 Como lIitispend ncia a pend ncia do processo assim deve ser entendido o art 301 88 1 2 e 3 do C digo de Processo Civil estando pendente processo relativamente a uma determinada demanda dever ser afirmada a ocorr ncia de litispend ncia quando demanda id ntica for objeto de um novo processo sendo uma demanda id ntica outra quando tem as mesmas partes a mesma causa de pedir e o mesmo pedido Assim ser afirmada a ocorr ncia de litispend ncia quando for reproduzida a o anteriormente ajuizada com a consequente extin o do segundo processo sem resolu o de m rito nos termos do art 267 V do C digo de Processo Civil Observe se que o C digo de Processo Civil trata no art 301 1 2 e 3 da litispend ncia e da coisa julgada o que se explica pelo fato de que como assinala Jos Joaquim Calmon de Passos Se a finalidade prec pua do processo tornar efetivo o direito material e torn lo efetivo com vistas pacifica o social imp e se n o permitir o ordenamento a duplicidade de processos tendo por objeto a mesma lide esteja ela pendente como m rito de algum processo em curso esteja ela definitivamente composta como coisa julgada derivada de algum processo j extinto A proibi o do bis in idem impor
406. ispend ncia com partes distintas Segundo pensamos esse efeito o da reuni o dos processos e n o a extin o de um deles adequado para os casos de litispend ncia com tr plice identidade Ademais uma vez havendo representantes adequados que sejam diferentes embora em id ntica qualidade jur dica a extin o de uma das demandas seria contr ria aos princ pios da efetividade e do acesso justi a que norteiam a tutela jurisdicional supra individual Marcelo Abelha Rodrigues sustenta que Havendo duas ou mais demandas iguais em respeito ao princ pio da universaliza o da jurisdi o este se sobrep e economia processual e determina 4 Embora seja poss vel aguardar o julgamento para propositura de novas a es ap s o julgamento da a o cujo curso tenha sido preservado a reuni o de for as favorece o resultado positivo da a o al m do que criada a possibilidade de se resolver a quest o de uma vez por todas 0 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 172 175 que as a es repetidas n o sejam simplesmente extintas no seu ju zo de origem mas reunidas no ju zo prevento A litispend ncia deve ser vista sob o ponto de vista material ou seja pela verifica o da lide deduzida em ju zo e suas repercuss es coletivas Se o sistema processual coletivo informado pelo princ pio do acesso justi
407. iss dio Para Marcelo Abelha Rodrigues a causa de pedir o fato jur dico ou o fundamento do pedido ou sendo um pouco mais cartesiano o encaixe do fato com o seu suporte f tico fato gerador com sua hip tese de incid ncia N o um ou outro isoladamente mas juntos porque da incid ncia de um fato sobre o outro hip tese de incid ncia que nasce a norma jur dica concreta que ser reclamada pelo jurisdicionado pedido a sua revela o ou satisfa o A causa de pedir causa petendi portanto corresponde ao fato que fundamenta a pretens o levada a ju zo ou seja fato de que decorre o direito que se quer reconhecido Se v rios s o os fatos apontados como fundamento da pretens o v rias s o as causas de pedir Nesse sentido aduz Jos Carlos Barbosa Moreira que Cada fato ou conjunto de fatos suscet vel de produzir por si o efeito jur dico pretendido pelo autor constitui uma causa petendi Haver portanto pluralidade de causae petendi sempre que se invoquem dois ou mais fatos ou conjuntos de fatos distintos pouco importando que se trate a de fatos ou conjuntos de fatos distintos e homog neos isto de igual estrutura com repercuss o na esfera jur dica da mesma pessoa b de fatos ou conjuntos de fatos distintos e homog neos com repercuss o nas esferas jur dicas de v rias pessoas c de fatos ou conjuntos de fatos distintos e heterog neos Observe se que um mesmo fat
408. ito a sinalizar a insufici ncia da classifica o tradicional para o processo coletivo citando tamb m a posi o de Vincenzo Vigoriti para quem seria uma forma de legitima o ordin ria sui generis com tra os de legitima o extraordin ria concluindo que prefer vel seria utilizar simplesmente a locu o legitimidade coletiva para designar a legitima o ativa para a a o civil p blica Contudo a despeito da terminologia que se adote preciso ter em mente que a defesa dos direitos coletivos em sentido amplo demanda uma forma de legitimidade singular liberta da concep o meramente individualista do processo A doutrina para estabelecer a natureza da legitima o para as a es coletivas adota em regra a classifica o extra da do art 6 do C digo de Processo Civil a a legitima o ordin ria quando o legitimado para a a o for o titular do direito deduzido em ju zo b a legitima o extraordin ria quando um terceiro que n o seja titular do direito lesado ou amea ado autorizado pela lei a comparecer em ju zo em nome pr prio para pleitear a sua tutela 9 ASSIS Araken de Substitui o processual Revista Dial tica de Direito Processual n 9 dez 2003 p 312 313 MIRRA lvaro Luiz Valery A o civil p blica em defesa do meio ambiente a representatividade adequada dos entes intermedi rios legitimados para a causa In MILAR dis Coord A A o
409. ito de a o podendo cada um deles intentar a 1 RE 193 503 SP Rel Min Carlos Velloso DJU 24 08 2007 42 VIANA M rcio T lio O Acesso Justi a e a nova prescri o do rur cola In Revista de Direito do Trabalho n 102 ano 27 S o Paulo p 64 77 3 WATANABE Kazuo Disposi es gerais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 840 158 a o sem anu ncia ou presen a dos demais colegitimados sendo facultativo no entanto o litiscons rcio ativo Anota Antonio Gidi que Atento para os riscos de transformar os chamados corpos intermedi rios em verdadeiros centros de poder e de opress o o legislador p trio cercou se de cautelas ao legitimar concorrentemente v rias entidades p blicas e privadas Isso sem preju zo de outras formas de preven o fraude como a interven o obrigat ria do Minist rio P blico como custos legis a possibilidade de outro legitimado assumir a condu o do processo ou do recurso em caso de desist ncia ou abandono a n o forma o da coisa julgada coletiva em caso de improced ncia por insufici ncia de provas a n o extens o da coisa julgada coletiva na esfera individual dos interessados nos casos de improced ncia etc Antonio Gidi conclui que afinal algu m h que ser ordinariamente legitimado para a propositura de uma a o coletiv
410. itui o da Rep blica em seu art 5 2 deixa claro que os tratados internacionais dos quais o Brasil seja signat rio integram a ordem jur dica brasileira o que imp e a observ ncia do Pacto de San Jos de Costa Rica que disp e em seu art 8 inciso 1 que toda pessoa tem direito a ser ouvida em ju zo dentro de um prazo razo vel Por permitir a acumula o de v rios conflitos em nico processo a a o coletiva contribui para a diminui o do tempo de dura o dos processos Para Jos Rog rio Cruz e Tucci a doutrina elenca ainda entre os instrumentos de natureza t cnica vocacionados a combater os males ocasionados pela demora da tutela jurisdicional as a es de espectro coletivo N o h d vida de que o ajuizamento de uma class action implica evidente redu o de custo e tempo se comparados com aqueles despendidos em centenas de demandas individualmente aforadas para atingir id ntico escopo Como adverte Leonardo Grecco O direito presta o jurisdicional em prazo razo vel uma exig ncia da tutela jurisdicional efetiva A demora no julgamento cria uma instabilidade na situa o jur dica das partes incompat vel com a no o de seguran a jur dica exig vel em toda sociedade democr tica A jurisdi o deve assegurar a quem tem raz o o pleno gozo do seu direito durante o m ximo tempo poss vel O ideal seria que esse gozo fosse assegurado durante todo o tempo de dura o do pr prio direit
411. iva ao meio ambiente e ao patrim nio hist rico e cultural art 5 LXXII e elevou a a o civil p blica ao n vel de a o constitucional para a prote o do patrim nio p blico e social do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos art 129 IT f ampliou o acesso aos instrumentos de controle concentrado de constitucionalidade dos preceitos normativos ou seja ao sistema de tutela da ordem jur dica abstratamente considerada A Constitui o de 1988 al m de manter a via de controle difuso da validade das normas que permite a qualquer juiz em qualquer processo mesmo de of cio deixar de aplicar uma lei que considere inconstitucional ampliou o rol dos legitimados a promover perante o Supremo Tribunal Federal a a o direta de inconstitucionalidade destinada a declarar a nulidade de preceitos normativos que sejam formal ou materialmente contr rios s normas constitucionais Em 17 03 93 veio a lume a Emenda Constitucional n 3 criando a a o declarat ria de constitucionalidade para a qual a partir da Emenda Constitucional n 45 de 2004 com a nova reda o do art 103 passaram a ter legitimidade para agir os mesmos entes da a o direta de inconstitucionalidade al m dos Governadores e das Mesas das Assembleias dos Estados e do Distrito Federal Em 03 12 99 atrav s da Lei n 9 882 foi regulamentado o processo e julgamento da Argui o de Descumprimento de Preceito Fundamental previsto
412. ividual e divis vel Vale aqui a advert ncia de Ada Pellegrini Grinover no sentido de que o conceito r gido de pedido e causa de pedir pr prio do CPC aplicado ao processo coletivo tem dificultado a reuni o de processos coletivos provocando a condu o fragment ria de processos com decis es contradit rias A rigidez nos conceitos de pedido e de causa de pedir n o se harmoniza portanto com a teologia das a es coletivas em especial a facilita o de acesso justi a e ao direito assegurado pela ordem jur dica o que exige sejam criadas as condi es necess rias a que toda pretens o coletiva receba uma pronta resposta do Poder 351 LEONEL Ricardo de Barros A causa petendi nas a es coletivas In TUCCI Jos Rog rio Cruz BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Coords Causa de pedir e pedido no processo civil quest es pol micas S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 162 Consoante j foi assinalado ao se perquirir sobre os elementos que individualizam a a o cumpre ter em mente n o s a facilita o do acesso justi a e realiza o concreta do direito material como tamb m as op es valorativas axiol gicas ticas e pol ticas que informam o ordenamento jur dico Acrescente se que como se ver mais adiante no estudo das partes existe distin o de crit rios utilizados no processo individual e no processo coletivo para a defini o da legitimidade para agir tamb m com reflexos
413. ivil p blica art 129 II como instrumentos voltados facilita o do acesso justi a A Carta Magna persegue segundo afirma C ndido Rangel Dinamarco a oferta de uma tutela jurisdicional que efetivamente tutele as pessoas cuidando de remover ou mitigar os bices que se oponham celeridade da produ o desse resultado desejado Eduardo Cambi ressalta que o processo a partir da Constitui o Federal de 1988 deixou de ser um mecanismo de defesa de interesses privados para ser um mecanismo disposi o do Estado para a realiza o da justi a que um valor eminentemente social O processo volta se para a tutela de uma ordem superior de princ pios e valores que est o acima dos interesses controvertidos das partes e que no todo est o voltados para a realiza o do bem comum Afirma esse autor que a preval ncia da ordem p blica sobre os interesses privados est em v rios pontos da dogm tica processual como o caso da garantia constitucional da inafastabilidade da jurisdi o da garantia do juiz natural do impulso oficial no conhecimento de of cio obje es na autoridade do juiz na liberdade de valora o das provas no dever de fundamenta o das decis es judiciais nas nulidades absolutas nas indisponibilidades no contradit rio efetivo e equilibrado na ampla defesa no dever de veracidade e de lealdade na repulsa litig ncia de m f entre outros concluindo que os fins p blicos buscad
414. ivo y difuso Las nuevas formas de legitimaci n In MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Estudos de direito processual em mem ria de Luiz Machado Guimar es Rio de Janeiro Forense 1999 p 180 249 did tica visando a tornar expl cita regra que de qualquer modo se extrairia dos BESE 651 princ pios e das regras do Direito Processual Sob a tica do art 103 I do C digo de Defesa do Consumidor se a a o proposta por um sindicato julgada improcedente por insufici ncia de provas pode o Minist rio P blico ou o pr prio sindicato repetir a a o valendo se de novas provas o art 103 I autoriza o ajuizamento de uma nova a o por qualquer legitimado o que significa dizer que mesmo o autor da a o em que foi proferida a senten a de improced ncia pode voltar a ju zo com a mesma pretens o valendo se de nova prova O C digo Modelo de Processos Coletivos para Ibero Am rica art 194 e o C digo do Uruguai art 218 cont m disposi o id ntica constante do art 103 I do C digo de Defesa 652 do Consumidor b Direitos coletivos em sentido estrito Prev o art 103 II do C digo de Defesa do Consumidor que a senten a proferida na a o coletiva visando tutela de direitos coletivos produz coisa julgada ultra partes mas limitada ao grupo categoria ou classe salvo improced ncia por insufici ncia de provas situa o em que qualquer legitimado poder intentar outra a o com id ntico f
415. iza o do Direito do Trabalho e mais recentemente a constru o de um modelo processual capaz de propiciar a COSTA Alfredo de Ara jo Lopes da Direito processual civil brasileiro C digo de 1939 Rio de Janeiro Jos Konfino Editor 1948 v II p 65 6 ESTAGNAM Joaqu n Silguero La tutela jurisdiccional de los intereses colectivos a trav s de la legitimacion de los grupos Madrid Dykinson 1995 p 37 217 MORELLO Augusto M El proceso justo Buenos Aires Abeledo Perrot 1994 p 91 92 tutela metaindividual dos direitos cujo descumprimento tenha relev ncia coletiva ou 4 218 social Alessandro Giorgetti e Val rio Vallefuoco afirmam que as novas formas de produ o e distribui o de bens e servi os assim como produzem novas oportunidades de escolha tamb m d o ensejo a preju zos que tendem a multiplicar se por um n mero elevad ssimo e eo o que conduz necessidade do estabelecimento de indiferenciado de sujeitos instrumentos aptos efetiva tutela desses sujeitos Com propriedade adverte Rudolf Von Ihering que a ess ncia do direito est na a o O que o ar puro representa para a chama a liberdade de a o representa para o senso de Justi a que sufocar se a a o for impedida ou perturbada A a o coletiva coloca em movimento o direito metaindividual da resultando a sua essencialidade As a es coletivas constituem valiosa t cnica de realiza o concreta dos direitos fundamenta
416. izando as a es coletivas trabalhistas A Constitui o Federal portanto na linha do que j vinha ocorrendo por meio da legisla o infraconstitucional como j foi demonstrado prestigia a tutela coletiva de direitos e o faz porque esta constitui uma exig ncia das novas rela es sociais Com isso o direito processual do trabalho deve ter suas lacunas preenchidas pelas normas que no ordenamento jur dico disciplinam as a es coletivas permitindo que a atribui o constitucional de legitimidade aos sindicatos para pleitear a tutela coletiva n o caia no vazio Vale lembrar que da ess ncia do direito a sua aptid o para aderir realidade Nesse sentido aduz Antonio Manuel da Rocha e Menezes Cordeiro que o Direito um modo de resolver casos concretos Assim sendo ele sempre teve uma particular aptid o para aderir 157 CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 226 18 LARENZ Karl Metodologia da ci ncia do direito Lisboa Calouste Gulbenkian 2005 p 528 79 Nesta disserta o a omiss o analisada em primeiro lugar porque n o h d vidas acerca de lacuna na Consolida o das Leis do Trabalho quanto s a es coletivas e sua rela o com as a es individuais no que diz respeito litispend ncia e coisa julgada n o se querendo com isso afirmar que no art 769 da Consolida o das Leis do Trabalho h uma ordem r gida a ser seguida pri
417. julgada n o seria um efeito da senten a mas uma qualidade dos efeitos da senten a ou seja a imutabilidade destes efeitos ALLORIO 1992 p 38 A imutabilidade seria referida n o somente efic cia da senten a como acertamento mas tamb m a sua efic cia constitutiva Desse modo para o agente Julgador a estabilidade dos efeitos da senten a consiste em sua posi o que n o lhe permite mudar a situa o das rela es de direito material submetidas ao seu ju zo Noutro norte s partes os efeitos jur dicos produzidos pela senten a n o escapam s mudan as que est o no mbito de sua livre disponibilidade A 54 ALLORIO Enrico La cosa giudicata rispetto ai terzi Apud SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 54 55 CRUZ E TUCCI Jos Rog rio Limites subjetivos da efic cia da senten a e da coisa julgada Apud SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 55 5 ALLORIO Enrico La cosa giudicata rispetto ai terzi Apud SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 56 212 senten a pelos seus efeitos n o imut vel mas imut vel a pr pria senten a coisa julgada em sentido formal A verdade que imut veis n o s o os efeitos da senten a imut vel a pr pria senten a Mas a imutabilidade da senten a n o a ans y A 557 coisa julgada ou melhor
418. l gico ou instrumentalista Na fase sincretista a a o era considerada mera faceta do direito material A a o era considerada um aspecto do direito material ou um direito nascido da sua viola o Faz parte desse contexto o conceito de a o como sendo o direito de algu m perseguir em ju zo o que lhe devido N o existindo o direito de a o como direito aut nomo em rela o ao direito material n o existia um direito processual Nesta fase o processo era visto apenas como um mero procedimento que era definido como sucess o de atos sem nada ser dito sobre a rela o jur dica que existe entre seus sujeitos rela o jur dica processual nem sobre a conveni ncia pol tica de deixar caminho aberto para a participa o dos litigantes contradit rio Na fase sincretista portanto n o existia uma ci ncia do processo civil posto que os conhecimentos eram puramente emp ricos sem qualquer consci ncia de princ pios sem conceitos pr prios e sem a defini o de um m todo Somente com o reconhecimento da autonomia da a o frente ao direito material que surge a ci ncia do processo civil Em 1856 deu se famosa pol mica entre dois juristas alem es Bernardo Windscheid e Teodoro Muther sobre a a o romana Para Windscheid a o significava direito tutela jurisdicional em raz o da viola o de outro direito No direito romano a o representava mais do que a viola o de um direit
419. l que esclarece quando se h de ter a senten a por passada in giudicato Codice di Procedura Civile art 324 e a teoria da extin o da obriga o jurisdicional Segundo Ugo Rocco para o direito de a o o adimplemento causa de extin o do pr prio direito e precisamente o adimplemento da presta o jurisdicional deve necessariamente considerar se como causa de libera o da obriga o da jurisdi o civil A senten a final de m rito tornada inimpugn vel indica necessariamente o ponto em que o Estado exaure o seu of cio e portanto liberado da obriga o da Jurisdi o civil Nesta fun o extintiva da a o e do processo civil por obra da senten a final de m rito inimpugn vel encontra seu jur dico fundamento e a sua Justifica o o instituto da coisa julgada que representa exatamente o momento extintivo da a o civil Ainda conforme Ugo Rocco a autoridade da coisa julgada se apresenta assim como uma dupla proibi o da qual se originam duas obriga es jur dicas e dois direitos subjetivos distintos Proibi o s partes de pretender a presta o da atividade jurisdicional de cogni o uma vez j obtida tal presta o proibi o aos rg os jurisdicionais de prestar a sua atividade jurisdicional de cogni o quando j se tenha uma vez ultimada e exaurida tal atividade Celso Neves comenta essa teoria afirmando que segundo ela a imutabilidade do julgame
420. l pelo trabalhador intentando o pagamento dos aludidos adicionais ou de uma indeniza o civil de cunho material ou moral pelo dano individualmente sofrido Observe se que Um nico fato pode dar origem a interesses distintos o que acontece por exemplo se a chamin defeituosa de uma usina esfuma asse um bairro pr ximo polu sse o seu pr prio ambiente e provocasse doen a de alguns empregados Nessa hip tese interesse seria difuso no tocante aos moradores do bairro coletivo no que se refere ao grupo inteiro de empregados e individual homog neo em rela o aos doentes A les o ou amea a a determinado direito pode gerar pretens o de natureza difusa coletiva ou individual homog nea E a partir dos elementos do caso concreto que ser identificada cada uma das hip teses legais isto a pretens o deduzida em ju zo que permite definir a categoria do direito para o qual se pede tutela jurisdicional 3 6 Raz es para a valoriza o das a es coletivas A destina o das a es coletivas tutela do homem ao bem comum e justi a social j demonstrada constitui raz o suficiente para a sua valoriza o por todos os operadores do Direito Existem contudo outras raz es para a valoriza o das a es coletivas quais sejam a a es coletivas e a realiza o pr tica do direito material 27 LEITE Carlos Henrique Bezerra O Minist rio P blico do Trabalho doutrina jurisprud ncia e pr
421. la antes existentes relativos a direitos trabalhistas de natureza difusa ou coletiva e com a natureza de direito fundamental social mas sem express o patrimonial imediata e que exatamente por isso n o podem ser adequadamente enfrentados pela reclama o trabalhista individual ajuizada pessoalmente pelo trabalhador interessado s depois de sua sa da do emprego e visando apenas ao ressarcimento pecuni rio de seus direitos individuais j definitivamente lesados Ou seja v rios direitos trabalhistas hoje sistematicamente lesados ou amea ados de les o de forma impune no curso da rela o empregat cia contar o com instrumentos processuais aptos a prevenir ou a inibir de imediato a ocorr ncia ou a continua o desses il citos na vig ncia dos contratos individuais de trabalho por meio de provimentos judiciais capazes de propiciar a tutela espec fica final desses direitos e se necess rio com a antecipa o total ou parcial dos efeitos da tutela final de m rito pretendida nos termos do art 84 do CDC com aplica o subsidi ria dos arts 273 e 461 do CPC Em outras palavras o Direito Material do Trabalho constitucional e infraconstitucional ganhar muito em efetividade sob esse ngulo Como decidiu o TRT da 3 Regi o por tr s do estresse individual pr prio da sociedade informacional existe o estresse social no qual est o inseridos diretamente os membros de determinado grupo categoria ou mesmo classe interliga
422. lei no entanto somente pode ser nica Por isso somente pelo esgotamento dos prazos de recursos exclu da a possibilidade de nova formula o que a senten a de simples ato do magistrado passar a ser DOA A 523 reconhecida pela ordem jur dica como a emana o da vontade da lei Manuel Galdino da Paix o J nior aduz que coisa julgada a qualidade com que a lei orna o efeito declarat rio condenat rio constitutivo executivo ou mandamental de um julgamento tornando o imut vel e consequentemente indiscut vel Por outro lado considerando a coisa julgada efeito da senten a notadamente da declara o nela contida assevera James Goldschmidt que o efeito t pico da senten a sua for a material de coisa julgada ou seja que produz sobre a quest o litigiosa que tenha resolvido no momento em que se levanta sobre ela um segundo processo 525 Hugo Alsina sustenta que a coisa julgada o efeito mais importante da senten a e para descart lo conv m esclarecer o alcance do conceito de imutabilidade Com efeito a senten a pode ser injusta enquanto suas conclus es se afastam da regra estabelecida na norma substancial por m uma vez passada em autoridade de coisa julgada vale como se fosse justa posto que nem o juiz nem as partes podem modific la Para Celso Neves coisa julgada o efeito da senten a definitiva sobre o m rito da causa que pondo ter
423. letiva que j traduz pretens o de tutela difusa ou coletiva e tamb m individual homog nea fosse autorizado o processamento de outra demanda coletiva ainda que contivesse unicamente o pedido de fixa o de condena o gen rica ao pagamento de indeniza es individuais eis que ent o se estaria diante de verdadeiro bis in idem 4 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo S o Paulo Saraiva 2008 p 250 5 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 220 Para esse autor uma propaganda enganosa viola o de direito difuso induz uma grande quantidade de consumidores a adquirir um terreno num loteamento clandestino viola o de direitos individuais homog neos Uma a o coletiva proposta para que a publicidade seja tirada do ar e a comunidade indivisivelmente considerada indenizada Fundo do art 13 da LACP n o induz litispend ncia ou coisa julgada para a a o coletiva proposta para a indeniza o de cada um dos consumidores individualmente lesados sendo por ele acrescentado que a senten a proferida na a o coletiva para tutela do direito difuso ter duplo efeito como se houvesse uma dupla condena o A comunidade titular do direito difuso violado ser indenizada e o produto vertido ao fundo do art 13 da LACP Mas al m disso tamb m os correspondentes direitos individuais homog neos dos consumidores prejudicados com a mesma conduta
424. leza do procedimento e a escassez de regras sobre o processo sempre foram supridas com a aplica o subsidi ria do processo comum A Consolida o n o disciplina temas como a litispend ncia e a coisa julgada dentre v rios outros e nem por esses fen menos processuais deixam de surgir em processos submetidos aprecia o da Justi a do Trabalho concluindo pela aplica o do C digo de Defesa do Consumidor ao processo do trabalho ao argumento de que a aplica o do procedimento enfocado ao processo do trabalho vai significar expressivo avan o para que sejam adotadas solu es seguras em temas hoje cercados de muita pol mica Basicamente as quest es da a legitima o b indica o dos substitu dos com a inicial c litispend ncia e d limites subjetivos da coisa julgada encontram nesse procedimento solu es simples eficientes e seguras com o que ser poss vel a emiss o de provimentos jurisdicionais mais leg timos Hugo Nigro Mazzilli tamb m sustenta que o C digo de Defesa do Consumidor deve ser aplicado subsidiariamente em qualquer a o civil p blica ou coletiva para qualquer 788 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 934 935 MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2002 p 44
425. lfgang Sarlet a dignidade da pessoa humana a qualidade intr nseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e considera o por parte do Estado e da comunidade implicando neste sentido um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano como venham a lhe garantir as condi es existenciais m nimas para uma vida saud vel al m de propiciar e promover sua participa o ativa e co respons vel nos destinos da pr pria exist ncia e da vida em comunh o com os demais seres humanos Consoante Daniel Sarmento o princ pio da dignidade de pessoa humana exprime em termos jur dicos a m xima Kantiana segundo a qual o Homem deve sempre ser tratado como um fim em si mesmo e nunca como meio O ser humano precede o Direito e o Estado que apenas se justificam em raz o dele Nesse sentido a pessoa humana deve ser concebida como valor fonte do ordenamento jur dico como assevera Miguel Reale sendo a defesa e promo o da sua dignidade em todas as suas dimens es a tarefa primordial do Estado Democr tico de Direito Nessa linha o princ pio da dignidade da pessoa humana representa o epicentro axiol gico da ordem constitucional irradiando efeitos sobre todo o ordenamento jur dico e balizando n o apenas os atos estatais mas tamb m toda a mir ade de rela es privadas que se desenvolvem no seio da socieda
426. lgada extinta embora esses doutrinadores apontem fundamentos nem sempre coincidentes para tal conclus o No processo coletivo constatada a litispend ncia entre a es coletivas n o h que se falar em extin o do processo instaurado por for a da segunda a o proposta devendo ser procedida a reuni o dos processos para efeito de instru o e julgamento nicos medida que se justifica pelas seguintes raz es a o processo coletivo tem como diretriz a facilita o do acesso justi a com a qual n o se harmoniza a extin o de processos sem a solu o do m rito b o processo coletivo informado pela busca de efetiva o do direito material a qual ser favorecida quando reunidos os processos os autores das a es atuar o em conjunto em favor do reconhecimento e satisfa o do direito deduzido A negativa de autoridade de coisa julgada decis o que julga improcedente o pedido por insufici ncia de prova deixa claro o enorme prest gio conferido cria o das condi es necess rias para a realiza o pr tica do direito material a insufici ncia de provas ao contr rio do que ocorre no processo individual n o motivo suficiente para que o direito n o possa ser reconhecido o que refor a a conclus o de que ainda que seja constatada a litispend ncia n o dever haver extin o do segundo processo sem provimento de m rito A reuni o dos processos possibilitaria um maior 45 Aduz Teresa Arruda Alvim Wam
427. lgada no plano da a o civil coletiva n o interfere no 654 GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 117 118 65 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 954 6 LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1998 p 208 252 agir individual se o particular interessado n o chegou a figurar no processo nos termos do art 94 c c o art 103 2 do CDC A diferen a b sica do tratamento dos efeitos da coisa julgada nas a es coletivas tratando de direitos difusos e direitos coletivos reside na pr pria diversidade de natureza de ambos os interesses pois ao passo que os interesses difusos t m como titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunst ncias de fato os interesses coletivos s o titularizados por grupo categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o Jur dica b sica Exatamente a presen a de uma rela o jur dica b sica permite tornar determin vel a extens o da coletividade sendo que a efic cia subjetiva da demanda limitar se aos membros da coletividade isto queles que possuem um v nculo jur dico b sico entre si ou com a parte contr ria por isso o
428. lho com a distribui o da a o Por outro lado no processo civil conforme decorre do art 264 caput do C digo de Processo Civil realizada a cita o defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir sem o consentimento do r u mantendo se as mesmas partes salvo as substitui es permitidas 328 LIEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I p 77 A ocorr ncia de litispend ncia e de coisa julgada pressup e a identidade das a es D se a litispend ncia quando a primeira a o ainda se encontra em curso a lide j est pendente Ocorre a coisa julgada quando a primeira a o j tiver sido julgada com decis o transitada em julgado a lide j foi submetida ao Poder Judici rio e julgada Nos dois casos h impedimento a novo pronunciamento do juiz sobre o m rito da demanda LIEBMAN Enrico Tullio Manual de direito processual civil Rio de Janeiro Forense 1984 v I p 77 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v II p 336 337 30 TARZIA Giuseppe Lineamenti del processo civile di cognizione 3 ed Mil o Giuffr 2007 p 78 131 por lei ao passo que a altera o do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hip tese ser permitida ap s o saneamento do processo art 264 par grafo nico do C digo de Processo Civil Contudo Ada Pellegrini Grinover critica essa solu o afirmando
429. limite da jurisdi o e da coisa julgada cujos efeitos transcendem o mbito da compet ncia territorial do rg o prolator As regras de compet ncia n o fixam par metros territoriais ou subjetivos para a coisa julgada mas apenas informam qual rg o jurisdicional det m poder funcional para processar e julgar determinada demanda de maneira a permitir que o respectivo processo se desenvolva validamente perante ele 2 desconsidera os princ pios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade na medida em que desfigura debilita mutila e amesquinha a a o coletiva projetada para o tratamento concentrado em um nico processo de diversas lides ao gerar a sua fragmenta o em milhares de demandas repetitivas e desnecess rias proporcionalmente ao n mero de circunscri es judici rias existentes no Pa s com resultados delet rios para a economia processual e para a racionalidade do funcionamento do Poder Judici rio transgredindo por extens o a efici ncia que deve nortear todos os Poderes estatais nos termos do art 37 caput da Carta Magna 3 os legitimados extraordin rios s o onerados com a renova o da mesma a o em foros diferentes n o obstante o xito obtido na primeira delas 4 a atua o do r u em sua defesa tamb m exacerbada e complicada pela necessidade de repeti la em v rios processos com o mesmo 6 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es cole
430. litisconsorte Anote se que tamb m em rela o aos direitos individuais homog neos consoante prev o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor os efeitos da coisa julgada erga omnes n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Trata se aqui do suposto titular do direito que n o participa da a o coletiva e que prop e a o individual Assim se estiverem em curso uma a o coletiva e uma a o individual pode o autor individual prosseguir com sua a o ou requerer a sua suspens o at o julgamento final da a o coletiva Se n o for requerida a suspens o da a o individual a coisa julgada produzida na a o coletiva n o beneficiar o autor da a o individual Nesta hip tese o titular da a o individual assume os riscos de um poss vel resultado desfavor vel em sua a o Sendo requerida a suspens o da a o individual e julgado procedente o pedido na a o coletiva o S assevera Ronaldo Lima dos Santos que em rela o aos entes legitimados para a tutela dos interesses individuais homog neos nas hip teses de proced ncia ou improced ncia do pedido haver sempre coisa julgada material inclusive nos casos de improced ncia por insufici ncia de provas o que obstar a propositura de nova demanda com o mesmo objeto e causa de pedir por qualquer autor ideol gico te
431. lo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra 2009 RADBRUCH Gustav Introdu o ci ncia do direito S o Paulo Martins Fontes 1999 RADBRUCH Gustav Introduci n a la filosofia del derecho Santa F de Bogot Fondo de Cultura Econ mica 1997 RADBRUCH Gustav Relativismo y derecho Santa F de Bogot Temis 1992 341 RAMALHO Maria do Ros rio Palma Direito do Trabalho Parte I Dogm tica geral Coimbra Almedina 2005 REDENTI Enrico Derecho procesal civil Buenos Aires Jur dicas Furopa Am rica 1957 RENAULT Luiz Ot vio Linhares Tutela Metaindividual Por que Por que n o In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 RESSEL Sandra Maria da Costa As a es coletivas e o acesso justi a Cancelamento do Enunciado 310 TST In Revista do TRT 9 Regi o n 51 ano 28 jul dez 2003 ROCCO Ugo Trattato di diritto processuale civile Torino Unione Tipografico Editrice Torinese 1957 v II ROCHA Carmem L cia Antunes O Direito constitucional jurisdi o In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo Coord As Garantias do Cidad o na Justi a S o Paulo Saraiva 1993 ROCHA C sar Asfor A luta pela efetividade da jurisdi o S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil
432. los Alberto Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 12 168 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 123 9 Para Jos Roberto dos Santos Bedaque o processo de massa pressup e o direito coletivo A efetiva o deste vai depender de provimento jurisdicional apto a solucionar conflitos envolvendo interesses de grupo a tutela Jurisdicional coletiva que traz consigo in meros problemas a serem resolvidos dentre eles um de natureza pol tica efic cia e autoridade da senten a atingindo pessoas que n o participaram do contradit rio Por tudo isso as transforma es do direito processual devem harmonizar se com aquelas ocorridas no plano do direito material sociedade de massa deve corresponder um processo de massa BEDAQUE Jos Roberto dos 72 3 2 4 Do processo individual ao processo de massa Tanto a doutrina quanto a jurisprud ncia v m proclamando a necessidade de prote o diferenciada dos direitos metaindividuais difusos coletivos e individuais homog neos diante da insufici ncia do processo civil cl ssico para a sua adequada e efetiva tutela A defesa dos direitos difusos coletivos ou individuais homog neos n o pode ser realizada individualmente devendo contar com instrumental pr prio Nesse compasso a legitima o para agir a litispend ncia e a coisa julgada devem ser redimencionadas em se tratando da defesa dos direi
433. los autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 930 931 8 GIDI Antonio A coisa julgada e a litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 92 271 constru o da decis o no caso concreto n o pode ser prejudicado pela declara o de improced ncia do pedido por insufici ncia de prova em respeito aos princ pios da inafastabilidade da jurisdi o do contradit rio e da ampla defesa Como a coisa julgada material inviabiliza a realiza o de outro processo para a rediscuss o da mesma pretens o o julgamento da primeira a o na hip tese de falta ou insufici ncia de provas pode n o somente eternizar uma situa o injusta como tamb m ser incapaz de gerar a seguran a jur dica necess ria justa pacifica o das controv rsias Com isso surge a problem tica da conveni ncia pol tica de se manter uma decis o injusta porque decorrente de um processo regular anterior em que o autor n o se desincumbiu satisfatoriamente do seu nus probat rio ou engendar mecanismos de relativiza o da coisa julgada material para permitir que em face de novas e melhores provas a decis o judicial possa ser mais adequada realidade dos fatos acarretando maior grau de ader ncia aos E PEY Eat his Pu E A g 6 direitos materiais e consequentemente atingir n veis mais elevados de legitima o social E 5 14 A relativiza o da coisa julgada e a coisa julgada secundum ev
434. m com a defesa do homem trabalhador para a qual indispens vel uma consci ncia viva sens vel vigilante e humana n o podendo os operadores do direito ainda consoante Piero Calamandrei se deixar vencer pelo perigo maior que os amea a qual seja o perigo do Ex er gi A E 811 h bito da indiferen a burocr tica da irresponsabilidade an nima 810 CALAMANDREI Piero Proceso y democracia Lima ARA 2006 p 69 81 CALAMANDREI Piero Proceso y democracia Lima ARA 2006 p 69 314 7 NOTAS CONCLUSIVAS A presente disserta o tem como objeto o estudo da litispend ncia e da coisa julgada no contexto da rela o entre as a es coletivas e as a es individuais no processo do trabalho A litispend ncia e a coisa julgada foram consideradas sob v rias perspectivas destacando se a rela o entre o processo e direito material processo e dignidade humana processo e objetivos fundamentais da Rep blica e ainda entre processo e Estado Democr tico de Direito Ao longo das nossas reflex es foi constatada a ocorr ncia de fen menos que se encontram estritamente relacionados as muta es sociais o reconhecimento de direitos de titularidade coletiva e o desenvolvimento do direito processual e por consequ ncia do pr prio processo A sociedade de massa e os problemas sociais e econ micos por ela gerados impulsionaram a evolu o do reconhecimento de direitos de fei o estritamente individual como s o por exe
435. m o que seu do que promover o bem de cada um atrav s do bem comum da sociedade tratando o indiv duo como membro desta e procurando a integra o de todos no contexto social Aquela linha de legitima o individual v lida na maioria dos casos corresponde ao tratamento at mico tradicionalmente dado aos conflitos sem cogitar da dimens o supraindividual que estes podem muitas vezes apresentar sucede lhe agora o impulso doutrin rio no sentido da moleculariza o do direito e do processo ou seja do tratamento dos conflitos a partir de uma tica solidarista e mediante solu es destinadas tamb m a grupos de indiv duos e n o somente a indiv duos enquanto tais C ndido Rangel Dinamarco N o basta repetir que o processo na medida do que for praticamente poss vel deve proporcionar a quem tem um direito precisamente aquilo a que fa a jus se a determina o desse direito a atuar base de todo racioc nio revelar se imperfeita e inadequada A efetividade do processo portanto depende do bom entendimento de como opera a tutela Jurisdicional e tamb m do direito material a atuar Fl vio Yarshell RESUMO A presente disserta o destinada ao estudo da litispend ncia e da coisa julgada na rela o entre a es coletivas e a es individuais no processo do trabalho O estudo proposto considera o processo do trabalho na perspectiva da sua rela o com o direito material do trabalho direitos fundamentais dignidade
436. m Nelson Nery J nior afirma que o C digo de Defesa do Consumidor adotou os limites subjetivos da coisa julgada secundum eventum litis apenas atingindo aquele que n o participou como parte no processo mas componente da classe se a senten a lhe tiver sido favor vel in utilibus n o aceitando o sistema das class action do Direito americano onde os limites da coisa julgada seriam afer veis pelo Juiz em processo futuro observada a adequada representatividade do representante da classe e desde que tenha utilizado todos os meios de que dispunha para defender naquele processo os direitos e interesses da classe Segundo Luiz Norton Baptista de Mattos a coisa julgada secundum eventum litis inspirada no prop sito de proteger os interesses da coletividade contra eventual comportamento desidioso negligente eivado de m f do legitimado que em conluio com o r u poderia deixar de trazer aos autos as provas necess rias de maneira a vedar a rediscuss o da senten a de improced ncia por todos os demais legitimados e membros da coletividade Sendo muito dif cil em termos pr ticos a distin o dos casos em que a insufici ncia probat ria fruto da culpa ou dolo do autor da a o coletiva daqueles em que ela resultado da aus ncia efetiva da prova ou da impossibilidade material da sua produ o o legislador optou por privilegiar a prote o do direito da coletividade afastando a coisa julgada material Para Eduardo C
437. m a identidade da causa segundo os princ pios da identifica o das a es Assim a propositura da a o faz pendente o processo litispend ncia A reprodu o da a o proposta permite que seja alegada e autoriza que seja declarada a ocorr ncia da litispend ncia Sendo constatada a litispend ncia o processo relativo segunda a o proposta ser extinto sem resolu o de m rito Em rela o aos fundamentos da litispend ncia afirma Giuseppe Chiovenda que a proibi o de repeti o de a o tem por finalidade evitar in til duplica o de atividade p blica sendo acrescentado por Giuseppe Tarzia que a aludida proibi o atende ao princ pio da economia processual e necessidade de evitar a forma o de duas coisas julgadas conflitantes sobre a mesma lide A proibi o da repeti o de a o tem em vista portanto evitar a duplicidade de processos sobre uma nica demanda beneficia a economia processual e afasta a possibilidade de decis es divergentes sobre a mesma demanda evitando o desprest gio e descr dito da atividade jurisdicional e d vidas sobre qual das decis es deveria ser cumprida No processo civil a cita o v lida que induz litispend ncia art 219 do C digo de Processo Civil enquanto no processo do trabalho a litispend ncia surge com o simples ajuizamento da a o No processo civil o processo considerado pendente com a cita o v lida e no processo do traba
438. m dotados de id ntica dignidade A prop sito da dignidade humana na perspectiva solidarista observa Jorge Miranda que a a dignidade da pessoa humana reporta se a todas e cada uma das pessoas e a dignidade da pessoa individual e concreta b cada pessoa vive em rela o comunit ria mas a dignidade que possui dela mesma e n o da situa o em si c o primado da pessoa o do ser n o o do ter a liberdade prevalece sobre a propriedade d s a dignidade justifica a procura da qualidade de vida e a prote o da dignidade das pessoas est para al m da cidadania portuguesa e postula uma vis o universalista da atribui o dos direitos f a dignidade da pessoa pressup e a autonomia vital da pessoa a sua autodetermina o relativamente ao Estado s demais entidades p blicas e s outras pessoas Conclui Jorge Miranda que Cada pessoa tem contudo de ser compreendida em rela o com as demais Por isso a Constitui o completa a refer ncia dignidade da pessoa humana com a refer ncia mesma dignidade social que possuem todos os cidad os e todos os trabalhadores SCAVOLINI Francesco Toffoli STF fam lia e aborto Jornal Folha de S Paulo 06 10 2009 Caderno opini o p A3 MIRANDA Jorge Manual de Direito Constitucional 2 ed Coimbra Coimbra 1998 tomo IV p 168 169 47 decorrente da inser o numa comunidade determinada fora da qual como diz o art 29 n 1 da Declara
439. m processo de massa apto adequada e efetiva tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais Da a relev ncia das a es coletivas como t cnica voltada garantia de acesso justi a e aos direitos assegurados pela ordem jur dica defesa e promo o da dignidade humana realiza o pr tica da justi a social e constru o do Estado Democr tico de Direito Ao lado das a es coletivas e como seu complemento necess rio colocado como valiosa t cnica o tratamento diferenciado reservado litispend ncia e coisa julgada no contexto da rela o entre aquelas a es e as a es individuais constituindo essa rela o o objeto de nossa disserta o Este tratamento diferenciado exige que se evite considerar os institutos do direito processual coletivo sob a tica dos institutos do direito processual individual O processo coletivo tem caracter stica que se lhe imp e uma postura diferenciada em rela o ao direito processual individual A pesquisa ser dividida em cinco cap tulos O segundo cap tulo destinado ao estudo dos direitos fundamentais trabalhistas contendo defini o de direitos fundamentais bem como refer ncia sua finalidade efic cia horizontal e vertical evolu o hist rica e suas dimens es assim como o exame dos direitos fundamentais na Constitui o da Rep blica de 1988 fechando o cap tulo o estudo dos direitos fundamentais trabalhistas com realce para o princ pio da dignida
440. m renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 127 2 DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 199 25 DINAMARCO C ndido Rangel Fundamentos do processo civil moderno 5 ed S o Paulo Malheiros 2002 v IL p 811 94 c promo o do bem de todos art 3 IV Ao definir tais caminhos a Constitui o Federal imp e a todos os poderes estatais atua o ativa contra qualquer ofensa dignidade da pessoa e ou desconsidera o dos valores sociais e na redu o das desigualdades sociais com o objetivo de alcan ar o bem de todos e a justi a social Eros Roberto Grau aduz que Justi a social inicialmente quer significar supera o das injusti as na reparti o a n vel pessoal do produto econ mico Com o passar do tempo contudo passa a conotar cuidados referidos reparti o do produto econ mico n o apenas inspirados em raz es micro por m macroecon micas as corre es na injusti a da reparti o deixam de ser apenas uma imposi o tica passando a consubstanciar exig ncia de qualquer pol tica econ mica capitalista Gabriela Neves Delgado fazendo refer ncia a Fl rez Vald z assevera que o conceito de justi a social traduz toda a id ia contempor nea que compreenda que a dignidade e o bem estar das pessoas n o dependem exclusivamente de suas condutas individuais mas tamb m de pol ticas p blicas e normas
441. m se tratando dos direitos metaindividuais para torn los efetivos e concretos valorizando os novos direitos adquiridos no plano substancial preciso conciliar a t cnica processual com os direitos metaindividuais abrindo m o do formalismo exagerado e buscando o maior equil brio poss vel entre as partes o que ganha relevo no processo do trabalho diante da desigualdade de for as que nele se verifica Consoante ensina Jos Carlos Barbosa Moreira O bom m sico ex mio na interpreta o dos mais avan ados compositores de nossos dias n o hesita em retornar de vez em quando ao repert rio tradicional e tocar uma pe a de Mozart ou Beethoven Apenas provavelmente sua execu o j n o ser a mesma ele h de ler a partitura com outros olhos Assim tamb m possamos n s outros processualistas revisitando lugares vener veis divisar na paisagem cores at ent o despercebidas e escolher as tintas adequadas para revelar novas tonalidades Acrescente se que o processo n o um fim em si mesmo mas um instrumento de composi o de lides que garante a efetividade do direito material E como este pode ter 19 COMOGLIO Luigi Paolo FERRI Corrado TARUFFO Michele Lezioni sul processo civile 4 ed Bologna Il Mulino 2006 p 65 180 MOREIRA Jos Carlos Barbosa O processo civil hoje um Congresso da Associa o Internacional de Direito Processual Reflex es sobre Direito e sobre Processo Rio de Janeiro 19
442. m tido a oportunidade de ser ouvidos Dessa maneira outra no o tradicional a da coisa julgada precisa ser modificada de modo a admitir a prote o judicial efetiva de interesses difusos 4 A segunda onda renovat ria do acesso justi a tem in cio no final da d cada de 1960 e in cio da d cada de 1970 nos Estados Unidos e na Europa Fran a Su cia etc Esta segunda onda renovat ria do acesso justi a conhecida como movimento mundial pela coletiviza o do processo Segundo Mauro Cappelletti tornou se necess ria destarte uma profunda metamorfose do direito processual para evitar que permanecessem praticamente desprovidos de prote o os direitos difusos os quais v m assumindo import ncia fundamental nas sociedades adiantadas c do acesso representa o em ju zo a uma concep o mais ampla do acesso Justi a As duas ondas anteriores consoante Mauro Cappelletti e Bryant Garth tiveram como preocupa o b sica encontrar representa o efetiva para interesses antes n o representados ou mal representados 9 A terceira onda indo mais al m caracterizou se por ter sua aten o centrada na totalidade das institui es e mecanismos pessoas e procedimentos utilizados para processar e mesmo prevenir disputas na sociedade N s o denominamos o enfoque do acesso Justi a por sua abrang ncia Seu m todo n o consiste em abandonar as t cnicas das duas primeiras ondas de refor
443. ma mas em trat las como apenas a PEN 157 algumas de uma s rie de possibilidades para melhorar o acesso 15 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Tradu o de Ellen Gracie Northfleet Porto Alegre Fabris 1988 p 49 50 55 CAPPELLETTI Mauro O acesso dos consumidores Justi a In TEIXEIRA S lvio de Figueiredo As Garantias do cidad o na justi a S o Paulo Saraiva 1993 p 312 56 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Tradu o de Ellen Gracie Northfleet Porto Alegre Fabris 1988 p 67 157 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Porto Alegre Fabris 1988 p 68 68 Nessa nova fase da reforma a preocupa o focalizada na efetividade dos direitos cuja prote o pleiteada em ju zo na utiliza o de meios alternativos de solu o de conflitos substitutivos jurisdicionais ou equivalentes jurisdicionais e na necessidade de constru o e na adapta o do processo ao direito que por meio dele deve ser tornado efetivo o que resulta na implanta o de tutelas jurisdicionais diferenciadas 3 2 3 A Constitui o Federal de 1988 e o processo Direitos processuais fundamentais A Constitui o Federal diante da relev ncia social da concretiza o dos direitos notadamente dos de natureza fundamental estabelece o que Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo denominam modelo base de processo fixando as diretrizes para um processo justo
444. mais berrantes a hist ria coletiva Os olhos da humanidade come am a voltar se antes para o que diz respeito a todos ou a muitos do que para o que concerne a poucos ou a um s 2 2 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A prote o jur dica dos interesses coletivos In Temas de direito processual Terceira S rie S o Paulo Saraiva 1984 p 173 128 4 LITISPEND NCIA EM A ES COLETIVAS 4 1 Litispend ncia conceito efeitos e fundamentos O presente Cap tulo reservado ao estudo da litispend ncia primeiro em seus aspectos gerais posteriormente a litispend ncia nas a es individuais e por fim a litispend ncia nas a es coletivas Proposta a a o instaura se o processo A partir do momento em que o processo instaurado d se a litispend ncia Litispend ncia a pend ncia do processo Nesse sentido afirma C ndido Rangel Dinamarco que o estado de pend ncia do processo chama se litispend ncia do latim litispendentia 2 E este tamb m o ensinamento de Manuel Galdino da Paix o J nior para quem na etiologia est o melhor conceito jur dico com o qual poss vel superar o engano em que o legislador incorreu no artigo 301 1 do C digo de Processo Civil ao dizer que a litispend ncia se verifica quando se reproduz a o anteriormente ajuizada N o Litispend ncia a pend ncia do processo a constitui o do v nculo processual Com a reprodu o o que
445. marco no sentido de que a instrumentalidade do sistema processual alimentada pela vis o dos resultados que dele espera a na o A tomada de consci ncia teleol gica tem portanto o valor de possibilitar o correto direcionamento do sistema e adequa o do instrumental que o comp e para melhor aptid o a produzir tais resultados Hoje reconhecida a autonomia da a o e proclamado o m todo do processo civil de resultados sabe se que a tutela jurisdicional dada s pessoas n o aos direitos e somente quele sujeito que tiver raz o a tutela dos direitos n o o escopo da jurisdi o nem do sistema processual constitui grave erro de perspectiva a cren a de que o sistema gravite em torno da a o ou dos direitos subjetivos materiais gt Alerta Wolfgang Bernhardt que Como em tudo mais tamb m na ci ncia do direito processual abandonar as considera es individual sticas porquanto o processo n o um assunto individual mas pelo contr rio pertence coletividade Os princ pios processuais n o podem assim ser estabelecidos sem se considerar a liga o social das partes segundo os seus misteres individuais N o importa que no processo civil se trate em geral de situa es sujeitas livre disposi o das partes A finalidade do processo n o consiste em obter para as partes separadamente a manuten o dos seus direitos e sim em conservar a ordem jur dica da comunidade A prote o do direito indi
446. mb m prestigia a autonomia individual e impede que terceiro estranho ao processo seja por ele prejudicado Registre se que em sede doutrin ria ainda se discute sobre a ocorr ncia ou n o de litispend ncia entre a o coletiva ajuizada para defesa de direitos individuais homog neos e a es individuais que versem sobre o mesmo direito Para uma vertente de pensamento existe diversidade entre os pedidos dessas a es posto que na a o coletiva o pedido de imposi o de obriga o gen rica n o sendo requerida a repara o de um lesado determinado ao passo que na a o individual o que se pede a repara o de dano determinado de certa pessoa o que afasta a litispend ncia Para a outra vertente o que se persegue nas duas a es a tutela de direito individual e divis vel de pessoa determinada o que significa dizer que nas duas a es promovida a defesa judicial do mesmo direito o que imp e o reconhecimento da litispend ncia Por outro lado no processo civil individual a senten a faz coisa julgada s partes em rela o s quais dada e a princ pio n o beneficia nem prejudica terceiros ao passo que da ess ncia do processo coletivo que a coisa julgada alcance terceiros posto ser ela proposta pelo seu autor ideol gico em favor da coletividade grupo categoria ou classe de pessoas ou de indiv duos afetados pelo mesmo ato il cito justificando se assim o regime da coisa julgada erga omnes
447. meiro deve ser examinada a omiss o e depois a compatibilidade das normas 79 Jorge Pinheiro Castelo ressalta que o enorme descompasso do modelo processual tradicional e as aspira es e exig ncias da sociedade moderna decorre do fen meno da denominada sociedade de massa configurada pelo brutal aumento e concentra o populacional nas grandes cidades e o exacerbado sentido de igualdade e justi a social que domina o homem contempor neo levando a uma avassaladora busca de prote o judici ria para novos e revisitados direitos que implodem as obsoletas estruturas e figuras tradicionais do direito processual CASTELO Jos Pinheiro Princ pio do devido processo legal e acesso justi a In NAHAS Thereza Christina Coord Princ pios de direito e processo do trabalho quest es atuais Rio de Janeiro Elsevier 2009 p 52 295 realidade mesmo quando desamparado pelas reflex es dos juristas o Direito foi ao longo da hist ria procurando as decis es poss veis A necessidade de adapta o do direito processual do trabalho realidade social permite que se recorra legisla o que j tenha caminhado nesse sentido Adverte Wolney de Macedo Cordeiro que A evolu o do chamado direito comum fez com que alguns avan os trabalhistas perdessem todo o seu encanto Exemplo elogiiente dessa assertiva podemos encontrar no pr prio direito do consumidor capitaneado pelo C digo de Defesa do Consum
448. menagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 674 112 a a heran a ideol gica de uma concep o meramente formal do acesso Justi a na esteira do individualismo liberalista do s culo XIX b uma igualdade de armas n o menos formal privada de eficiente garantia que faz depender o xito do ju zo de m rito n o da habilidade e da capacidade diferenciada das contrapostas defesas das partes no exerc cio dos instrumentos processuais dispon veis mas do acertado e objetivo fundamento das demandas Judiciais propostos c os intoler veis custos econ micos e sociais dos procedimentos contenciosos d a sua dura o irracional que conduz por isso mesmo a verdadeira e pr pria denega o de justi a e a tradicional inefici ncia daqueles sistemas de legal aid para os n o abastados f a inadequa o dos meios e das formas de tutela dos interesses coletivos fragmentados ou difusos insuscet veis de a o meramente individual mas tecnicamente melhor tutel veis por a es de classe ou de categoria g a cr nica e grave inefici ncia dos meios de execu o for ada dos provimentos jurisdicionais condenat rios C sar Asfor Rocha assevera que o estudo do n cleo m nimo do princ pio do acesso Justi a deve ser feito a partir de no m nimo tr s facetas igualmente importantes e ao mesmo tempo intercomplementa
449. mento A dimens o social do processo coletivo deve nortear o julgador e evitar a extin o prematura de processo posto que a t cnica processual deve estar a servi o da efetividade da jurisdi o e do direito A reuni o dos processos proporcionar ademais maior participa o no processo instru o mais ampla e economia processual Antonio Gidi admite a ocorr ncia de litispend ncia entre a es coletivas id nticas mas chama a aten o para o risco da concentra o do poder de agir em m os de um nico legitimado fato que poder se voltar contra os pr prios titulares dos direitos consumidores trabalhadores etc no caso de haver conluio entre o ente legitimado e o causador dos danos fornecedor de servi os empregador etc Esse mesmo risco refor a a conclus o de que as a es devem ser reunidas Vale mencionar que o Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos Instituto Brasileiro de Direito Processual embora trate da fixa o do juiz prevento nas hip teses de conex o contin ncia e litispend ncia autoriza no art 6 a reuni o de demandas coletivas de qualquer esp cie de of cio ou a requerimento das partes quando houver conex o s1 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 97 42 A situa o n o de prejudicialidade mas isto n o impede a ado o de solu o pr pria da prejudicialidade em favor da garantia de acesso just
450. mento ou se 2 o litigante contr rio classe atuou ou recusou se a atuar de modo uniforme perante todos os membros da classe impondo se um final injunctive relief ou declaratory relief em rela o classe globalmente considerada ou se 3 o tribunal entende que as quest es de direito e de fato comuns aos componentes da classe sobrepujam as quest es de car ter estritamente individual e que a classe action constitui o instrumento de tutela que no caso concreto mostra se mais adequado para o correto e eficaz deslinde da controv rsia Na an lise de todos esses aspectos o tribunal dever considerar A o interesse individual dos membros do grupo no ajuizamento ou na defesa da demanda separadamente B a extens o e o conte do da demanda j ajuizadas por ou em face dos membros do grupo C a conveni ncia ou n o da reuni o das causas perante o mesmo tribunal D as dificuldades inerentes ao processamento da demanda na forma de class action c Pronunciamentos sobre a possibilidade de processamento na forma de class action notifica o senten a demandas parcialmente conduzidas como class action 1 Na primeira oportunidade logo ap s o ajuizamento de uma class action o tribunal dever determinar se a demanda pode desenvolver se como class action Tal decis o pode ser condicional e pode ser alterada ou revogada antes da senten a de m rito 2 Em qualquer class action fundada na al nea b 3 o tribunal dever ordenar
451. mento do Enunciado 310 TST In Revista do TRT 9 Regi o n 51 ano 28 jul dez 2003 p 248 1 TORRES Ricardo Lobo A cidadania multidimensional na era dos direitos In Teoria dos direitos fundamentais Rio de Janeiro Renovar 1999 p 324 2 PAGLIARINI Alexandre Coutinho Manifesto em favor da democracia e dos direitos humanos no Estado Nacional na comunidade internacional e na sociedade civil In CLEVE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Orgs Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2007 p 134 121 Jos Afonso da Silva afirma que a democracia n o constitui um valor fim em si mesmo mas instrumento ou meio de realiza o dos valores essenciais de conviv ncia humana que se traduzem basicamente nos direitos fundamentais do Homem ou seja um processo de afirma o do povo e de garantia dos direitos fundamentais que o povo vai conquistando no correr da Hist ria 303 As a es coletivas tornam poss vel a democracia participativa mediante a participa o popular na administra o da justi a Como assevera Ada Pellegrini Grinover a participa o na administra o da justi a ou seja no pr prio exerc cio da jurisdi o representa como bem disse Vittorio Denti instrumento de garantia de controle e de transforma o e responde exig ncia de legitima o democr tica do exerc cio da Jurisdi o e s inst ncias prementes de
452. mentos e finalidades da defesa coletiva de interesses Vale acrescentar que o pedido que determina o alcance da coisa julgada e n o a extens o territorial da jurisdi o do rg o judicante Rodolfo de Camargo Mancuso criticando o art 16 da Lei n 7 347 85 alterado pela Lei n 9 494 1997 afirma que No campo ambiental suponha se uma a o civil p blica onde se pede a interdi o do uso de merc rio no garimpo de ouro atividade realizada ao longo de um rio que atravessa dois Estados figure se ainda que essa a o vem proposta no Estado banhado pelo trecho do rio que est a jusante de que modo poderia a decis o Judicial que acolhe a a o ser realmente eficaz se os seus efeitos pr ticos ficassem circunscritos aos limites territoriais do Ju zo prolator da decis o No exemplo nenhuma efic cia muito menos erga omnes teria a coisa julgada porque o inquinamento do rio com merc rio continuaria ocorrendo no Estado banhado pelo trecho do rio postado a montante e da desceria at alcan ar e poluir o trecho do rio situado a jusante supostamente protegido pela coisa julgada Nem por outro motivo ali s o artigo 93 do C digo de Defesa do Consumidor distingue entre dano nacional regional e local e o artigo 103 desse C digo estabelece uma correla o entre o mbito da coisa julgada e o tipo de interesse metaindividual cogitado na a o sendo ambos os dispositivos traslad veis para a disciplina da
453. mo contrapoder diante do poder do empregador A vincula o do empregador aos direitos fundamentais demonstrada pela possibilidade de o trabalhador considerar rescindido o contrato de trabalho no caso de o empregador colocar em risco a sua integridade f sica e mental com esteio no art 483 a 2 b c e P e e da CLT Acrescente se que ao empregador vedado impor ao trabalhador condi es de trabalho com agress o ao patamar m nimo de direitos estabelecido 1 M LLER Friedrich Quem o Povo A quest o fundamental da democracia 3 ed S o Paulo Max Limonad 2003 p 63 64 12 Gilmar Ferreira Mendes assevera que a concep o que identifica os direitos fundamentais como princ pios objetivos legitima a id ia de que o Estado se obriga n o apenas a observar os direitos de qualquer individuo em face das investidas do Poder P blico direito fundamental enquanto direito de prote o ou de defesa Abwehrrecht mas tamb m garantir os direitos fundamentais contra agress es propiciadas por terceiros Schutzpflicht des Staats A forma como este dever ser satisfeito constitui tarefa dos rg os estatais que disp em de ampla liberdade de conforma o Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade estudos de direito constitucional 3 ed S o Paulo Saraiva 2004 p 119 QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra Editora 2009
454. mo final controv rsia faz imut vel e vinculativo para as partes e para os rg os jurisdicionais o conte do declarat rio da decis o judicial Tal conceito restrito declara o jurisdicional decorre a de motivos que tornam inaceit vel a f rmula de 2 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 53 55 53 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 592 5 PAIX O J NIOR Manuel Galdino Teoria geral do processo Belo Horizonte Del Rey 2002 p 340 55 GOLDSCHMIDT James Derecho procesal civil Madrid Labor S A 1936 p 386 26 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar S A 1961 v IV p 129 203 LIEBMAN b de conceitos doutrin rios que corroboram a posi o restrita de HELLWIG Ov dio A Batista da Silva depois de esclarecer que adota a doutrina que identifica a coisa julgada com a efic cia declarat ria da senten a nega a total equipara o entre a declara o contida na senten a e a coisa julgada acrescentando que a afirma o b sica de Liebman de que a coisa julgada n o uma efic cia da senten a mas uma qualidade que aos efeitos se ajunta para torn los imut veis pode ser aceita como verdadeira desde que se restrinja a afirma o s efic ci
455. mplo os direitos fundamentais de primeira dimens o para o reconhecimento de direitos de natureza coletiva lato sensu como os direitos fundamentais de segunda e terceira dimens o j se encontrando na doutrina vozes sustentando a exist ncia de direitos fundamentais de quarta e quinta dimens es estando sempre presente mesmo nessas dimens es o homem que fundamento e fim da ordem jur dica n o apenas individualmente considerado mas visto sob a perspectiva comunit ria ou solidarista N o se trata relevante registrar de direitos que se excluem mas de direitos que se somam complementando se Sob o influxo dessas muta es o processo tamb m evoluiu com a paulatina supera o do modelo individualista na busca da garantia de efetivo acesso justi a o que ocorreu em tr s ondas assist ncia judici ria aos pobres representa o dos interesses difusos coletivos ou grupais e a ado o de uma concep o mais ampla de acesso justi a n o como medidas isoladas mas que se completam A supera o do processo individual n o portanto um fen meno isolado mas uma resposta necessidade de o processo estar em perfeita sintonia com as necessidades sociais e com a natureza e particularidades do direito material como condi o de sua utilidade social e efetividade 315 O processo coletivo trouxe luz as a es coletivas que s o a es ajuizadas por um autor ideol gico em favor da coletividade de grupo de cl
456. mpridos os requisitos legais promover a invers o do nus da prova art 6 VIII do C digo de Defesa do Consumidor Segundo Eduardo Cambi N o obstante as resist ncias governamentais legislativas judiciais e doutrin rias provenientes dos pensamentos jur dicos mais retr gados que insistentemente procuram minimizar esta importante onda revolucion ria trazida pelo movimento de acesso justi a essas demandas coletivas t m proporcionado a possibilidade de o Judici rio nos ltimos anos dar efetividade aos direitos fundamentais sobretudo os de car ter social previstos no art 6 da CF o que coloca o Poder Judici rio hoje no centro das aten es e das perspectivas da sociedade Lembre se que consoante ensina Maur cio Godinho Delgado o Magistrado consubstancia no panorama institucional de uma sociedade democr tica o int rprete conclusivo do Direito o ltimo leitor e concretizador da norma jur dica situa o f tica efetivada Em decorr ncia emerge como ltimo instante institucional de retifica o e resguardo de direitos lesados na rbita de sociedade e Estado respectivos Ademais falar em Poder Judici rio falar em igualdade Falar em Poder Judici rio falar sobretudo em fraternidade na luta permanente pelo asseguramento dos direitos dos i oo E 28 menos favorecidos das minorias desvalidas e das crian as E g A es coletivas e preven o de les es col
457. n Nery J nior que Parcela da doutrina ainda insiste em explicar o fen meno da tutela jurisdicional dos interesses e direitos difusos pelos esquemas ortodoxos do processo civil Tenta se justificar a legitima o do Minist rio P blico por exemplo como extraordin ria identificando a com o fen meno da substitui o processual Os casos de substitui o processual determinados pela lei se distinguem dos de legitima o para as a es coletivas pois naqueles o substituto busca defender direito alheio de titular determinado enquanto que nestas o objetivo dessa legitima o outro raz o por que essas a es t m de ter estrutura diversa do regime da substitui o processual Na verdade o problema n o deve ser entendido segundo as regras de legitima o para a causa com as inconvenientes vincula es com a titularidade do direito material invocado em ju zo mas sim luz do que na Alemanha se denomina de legitima o aut noma para a condu o do processo selbst ndige Prozefsfiihrungsbefugnis instituto destinado a fazer valer em ju zo os direitos difusos sem que se tenha de recorrer aos mecanismos de direito material para explicar referida legitima o 3 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A es Coletivas na Constitui o Federal de 1988 Revista de Processo n 61 ano 16 jan mar 1991 p 187 200 NERY J NIOR Nelson Princ pios do processo na Constitui o Federal processo civil penal e admi
458. na identifica o das a es 32 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 188 Note se que em se tratando de direitos individuais homog neos a identifica o da causa de pedir menos complexa uma vez que se trata de direitos de pessoas determinadas e com objeto divis vel 3 GRINOVER Ada Pellegrini Direito processual coletivo In DIDIER JR Fredie JORD O Eduardo Ferreira Coords Teoria do processo panorama doutrin rio mundial Salvador Jus Podivm 2008 p 33 34 140 Judici rio o que impede a aplica o irrestrita do C digo de Processo Civil no processo coletivo no que diz respeito identidade das a es e com isso configura o da litispend ncia Observe se que no Projeto de Lei n 5 139 2009 Altera o da Lei de A o Civil P blica cont m se previs o no sentido de que nas a es coletivas a requerimento do autor at o momento da prola o da senten a o juiz poder permitir a altera o do pedido ou da causa de pedir desde que realizada de boa f e que n o importe em preju zo para a parte contr ria devendo ser preservado o contradit rio mediante possibilidade de manifesta o do r u no prazo m nimo de quinze dias facultada prova complementar artigo 16 b Pedido O autor da demanda deve indicar na peti o inicial de forma clara e precisa o que pretende lhe seja assegurado pela decis o judicial nela apontando p
459. nado tutela jurisdicional dos direitos A evolu o do Direito tamb m pode ser realizada por meio da interpreta o das normas jur dicas com o olhar voltado para a realidade concreta sobre a qual ir o incidir Sabe se que o tema n o foi esgotado e que n o foram apresentadas solu es definitivas para todas as quest es suscitadas pelo confronto entre a es coletivas e a es individuais trabalhistas no que diz respeito litispend ncia e coisa julgada em especial porque a vida social est em constante movimento Esse movimento faz com que n o existam 320 respostas definitivas em rela o ao instrumental mais adequado para responder s demandas sociais As constantes muta es sociais colocam em permanente tens o a realidade social e as respostas fornecidas pela ordem jur dica aos problemas concretos por ela suscitados fazendo com que sejam buscadas incessantemente solu es cada vez mais apropriadas para esses problemas Contudo as reflex es efetuadas ao longo da disserta o permitem afirmar que o C digo de Defesa do Consumidor fornece ao processo do trabalho instrumental que contribui para sua maior efetividade N o est afastada por m a necessidade de novas reflex es sobre o tema proposto Observe se por exemplo que o C digo de Defesa do Consumidor conferiu litispend ncia e coisa julgada tratamento diferenciado o qual tamb m informado pela necessidade de evitar que a a o coletiva seja
460. nceitos fundada na harmonia social e comprometida na ordem interna e internacional com a solu o pac fica das controv rsias 714 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Litiscons rcio unit rio Rio de Janeiro Forense 1972 p 138 141 75 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 930 278 Nada impede que o legislador visando alcan ar esses resultados negue a determinada decis o judicial a qualidade de coisa julgada constituindo um novo pressuposto para sua ocorr ncia atrav s da produ o de prova suficiente Portanto o art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor institui a coisa julgada secundum eventum probationis em raz o da repercuss o social dos direitos metaindividuais e para evitar fraudes e conluio em desfavor da realiza o desses direitos evitando se ainda preju zos quele que n o fez parte do processo Ademais a certeza a estabilidade e a seguran a nas rela es sociais tamb m s o obtidas com a garantia do gozo efetivo dos direitos assegurados pela ordem jur dica O respeito ao direito tamb m fator de paz social A coisa julgada secundum eventum probationis diz respeito sua forma o Se o pedido julgado improcedente por insufici ncia de prova a senten a n o far coisa julgada material A hip tese portanto
461. ncias jur dicas y teor a del derecho 3 ed Barcelona Ariel 1999 p 16 60 O processo possui de acordo com C ndido Rangel Dinamarco tamb m um escopo pol tico que considerado sob tr s aspectos Primeiro afirmar a capacidade estatal de decidir imperativamente poder sem o qual nem ele mesmo se sustentaria nem teria raz o de ser para o seu ordenamento jur dico proje o positivada do seu poder e dele pr prio Segundo o culto liberdade com isso imitando e fazendo observar os contornos do poder e do seu exerc cio para a dignidade dos indiv duos sobre as quais ele se exerce finalmente assegurar a participa o dos cidad os por si mesmos ou atrav s de suas E ain 138 associa es nos destinos da sociedade pol tica Jos Roberto dos Santos Bedaque afirma que a verdadeira dimens o do processo a de instrumento voltado para fora do sistema pois tem o escopo de conferir efic cia a outro direito o material jur dico para a final atingir seus escopos ltimos social e pol tico Parece que o objetivo imediato da atividade jurisdicional o jur dico enquanto o social e o pol tico constituem escopos do pr prio Estado que busca alcan los atrav s de suas atividades Pode se afirmar que o escopo jur dico absorve o social e o pol tico Da as decis es proferidas em conformidade com as regras de direito material serem aptas a pacificar e afirmar a autoridade do Estado salvo nos casos
462. neo correlato o que ocorre na polui o do meio ambiente que pode atingir simultaneamente direitos difusos coletivos e individuais homog neos Hugo Nigro Mazzilli apresenta os seguintes exemplos de conex o a estando em andamento a es individuais ou at mesmo a es coletivas para a defesa de interesses individuais homog neos ou coletivos quando simultaneamente se aju ze 485 PA Eat O PR sink E A propositura da a o prevenir a jurisdi o do ju zo para todas as a es posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto 189 a o civil p blica ou coletiva para a defesa de interesses difusos conexos com os interesses objetivados nas a es j em curso b estando em andamento a a o civil p blica ou coletiva nada impede o subsegiente ajuizamento de a es individuais conexas Ora para que as v timas individuais ou seus sucessores se beneficiem dos efeitos ultra partes ou erga omnes da coisa julgada na a o civil p blica ou coletiva preciso que n o tenham em andamento lit gio individual tendo o dever o requerer a oportuna suspens o do processo individual para aproveitarem in utilibus o julgamento do processo coletivo Mas o ajuizamento de a o civil p blica ou coletiva que objetive proteger interesses difusos em regra n o interfere com as a es estritamente individuais diversamente do que pode ocorrer com as a es civis p blicas ou coletivas
463. nha ou n o participado da demanda coletiva SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 51 Anota Ada Pellegrini Grinover que a decis o desfavor vel proferida na a o coletiva constituir um simples precedente mais ou menos robusto conforme o caso mas n o ser o fen meno da coisa julgada que impedir o ajuizamento de a es individuais GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 954 254 autor da a o individual ser beneficiado pelos efeitos erga omnes da coisa julgada coletiva podendo liquid la e execut la Se o pedido da a o coletiva for julgado improcedente poder o autor da a o individual requerer o prosseguimento da sua a o singular Consoante assinala Tereza Arruda Alvim Wambier na hip tese de a o coletiva contendo pedido de prote o de direitos individuais homog neos confere se tutela coletiva a interesses individuais decorrentes de origem comum Com isso no caso de proced ncia as v timas e seus sucessores poder o liquidar e executar a senten a o mesmo ocorrendo com os legitimados apontados no art 82 do C digo de Defesa do Consumidor consoante prev o seu art 97 Cada legitimado liquida o e execu o dever comp
464. nidade da pessoa humana justi a social e sociedade livre justa e solid ria onde 18 No sentido de meios preordenados obten o de determinados resultados T GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 1 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 123 302 os direitos assegurados pela ordem jur dica notadamente os de natureza fundamental n o s o efetivamente gozados o que exige a ado o de t cnicas processuais que permitam a adequada e efetiva tutela dos direitos assegurados pela ordem jur dica Realizar concretamente o direito fundamental tutelar a pessoa humana sendo este um objetivo tamb m comum ao C digo de Defesa do Consumidor e ao direito processual do 781 trabalho Relembre se que o Direito do Trabalho persegue o equil brio e a justi a nas rela es de trabalho em favor da dignidade humana do trabalhador Em sua g nese e ess ncia portanto o Direito do Trabalho um direito humanizante por ser resultado da rea o submiss o do trabalhador a condi es indignas de trabalho ditadas pelo fato de as novas estruturas de produ o e o capital terem se tornado com a forma o da sociedade industrial o novo poder como acentua o Papa Bento XVI na Carta Enc clica Deus Caritas Est Por servir essencialmente concretiza o do Direito do Trabalho o Direito Processual do Trabalho deve ser
465. nismo para a tutela dos direitos fundamentais a estes confere sentido concreto b A es coletivas e acesso justi a A a o coletiva facilita o acesso justi a posto que permite o exame de pretens es que dificilmente seriam apresentadas ao Poder Judici rio em raz o do pequeno valor financeiro individual de uma determinada les o N o se pode esquecer que consoante Mauro Cappelletti e Bryant Garth acesso Justi a o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e ou resolver seus lit gios sob os ausp cios do Estado 29 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Porto Alegre Fabris 1988 p 11 27 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 43 71 Owen Fiss aduz em rela o aos Estados Unidos que a utiliza o mais destacada da a o de classe tem lugar quando se persegue uma indeniza o por preju zos dispersos isto quando o demandado causou leves danos a uma grande quantidade de pessoas Neste tipo de situa es o montante total do preju zo pode ser enorme mas n o teria nenhum sentido econ mico que uma pessoa iniciasse uma a o por si mesma posto que a indeniza o a que teria direito seria min scula FISS Owen El derecho como raz n p blica Madrid Marcial Pons 2007 p 169 111 Mauro Cappelletti e Bryant Garth aduzem que O acesso justi a a pedra de toque do regime democr tico N o s
466. nistrativo 9 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 p 193 153 De acordo com Hugo Nigro Mazzilli a legitima o ser extraordin ria sempre que algu m em nome pr prio defenda direito alheio pouco importa se o substitu do pessoa determinada ou um grupo indeterminado de pessoas A legitimidade das organiza es sindicais entidades de classe ou associa es para a a o coletiva extraordin ria ocorrendo em tal caso substitui o processual Assim em se tratando de a o coletiva n o se exige autoriza o expressa para que elas compare am em ju zo o que s seria exig vel em caso de representa o 2 Para Ada Pellegrini Grinover caso a caso dever se verificar se a entidade age na defesa de seus interesses institucionais prote o ao ambiente aos consumidores aos contribuintes por exemplo e neste caso a legitima o seria ordin ria ou se atua no interesse de alguns se seus filiados membros ou associados que n o seja comum a todos nem esteja compreendido em seus objetivos institucionais nesse caso sim haveria uma verdadeira substitui o processual Rodolfo Camargo Mancuso assevera que hoje se admite que as a es coletivas quando exercitadas por uma associa o que assim se coloca como uma longa manus da coletividade interessada pressup em uma legitima o que deve ser tida como ordin ria 394 Araken de Assis anota que quest o em abert
467. no 1 do art 102 da Constitui o Federal cujo objetivo evitar ou reparar les o a preceito fundamental resultante de ato do poder p blico ou quando for relevante o fundamento constitucional sobre lei ou ato normativo federal estadual ou municipal inclu dos os antes Constitui o art 1 e par grafo nico da Lei 9 882 99 A segunda onda reformadora do processo civil a que alude Teori Albino Zavascki teve in cio em 1994 visando a atender um reclamo da sociedade pela efetividade do processo foram introduzidas modifica es significativas no C digo de Processo Civil destacando se a Lei n 8 950 de 13 12 94 que alterou dispositivos referentes a recursos a Lei n 8 951 tamb m de 13 12 94 que tratou dos procedimentos especiais para as a es de consigna o em pagamento e de usucapi o a Lei n 8 952 de 13 12 94 que modificou in meros dispositivos do processo de conhecimento do processo cautelar a Lei n 8 953 de 187 ZAVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 21 19 13 12 94 que alterou dispositivos do processo de execu o a Lei n 9 139 de 30 11 95 que alterou o agravo de instrumento cab vel contra as decis es interlocut rias e a Lei n 9 079 de 14 07 95 que tratou da a o monit ria Em 2001 foram introduzidas mais altera es no C digo de Processo Civil notadamente pela Lei n 10 352 de
468. ns o consensualmente mais citados cumpre referir os direitos paz autodetermina o dos povos ao desenvolvimento ao meio ambiente e qualidade de vida bem como o direito conserva o e utiliza o do patrim nio hist rico e cultural e o direito de comunica o SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 58 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 583 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 592 30 em nosso tempo a alforria espiritual moral e social dos povos das civiliza es e das culturas se abra a com a id ia de conc rdia Essa id ia cativa a alma contempor nea porque traz consoante mister do ponto de vista juspol tico uma tica que tem a probabilidade de governar o futuro nortear o comportamento da classe dirigente legitimar lhe os atos e rela es de poder Tal elemento de conc rdia ali s vai deveras al m da presente dire o propelido da necessidade de criar e promulgar aquele novo direito fundamental o direito paz enquanto direito de quinta gera o Paulo Bonavides aduz ainda que A defesa da paz se tornou princ pio constitucional insculpido no art 4 VI da CF Desde 1988 avulta entre os princ pios que o legislador constituinte estatuiu para regerem o pa s no mbito de suas rela es interna
469. nstitucional uso Um instrumento atinge sua plenitude quando utilizado eficientemente E o objetivo atinge sua excel ncia quando os meios usados forem adequados A nega o do instrumento revela se no n o resultado ou no resultado indesejado e confort vel constatar a sua exist ncia para remediar o mal feito ou a simples in rcia DERANI Cristiane Direito ambiental e econ mico Apud PETTER Lafayete Josu Princ pios constitucionais da ordem econ mica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 159 160 14 SOUTO MAIOR Jorge Luiz Reflexos das altera es do C digo de Processo Civil no processo do trabalho Revista LTr n 8 v 70 S o Paulo LTr 2006 p 920 921 75 SILVA Ant nio lvares da Execu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 p 49 Assevera ainda esse autor que o ordenamento jur dico um conjunto harm nico e sistem tico As palavras s t m sentido no texto onde se comunicam e compartilham significados Portanto cada lei nova uma pe a que influencia todo o conjunto dele recebendo igual influ ncia em retorno pois nenhuma lei se interpreta fora do ambiente contextual e hist rico em que foi editada Se h um processo especial ele se comunica com o geral e este com o ordenamento jur dico como um todo A intercomunica o a auto alimenta o do sistema a exemplo de vasos comunicantes em permanente funcionamento SILVA Ant nio lvares da Exe
470. ntada ao juiz devem constar os fatos e os fundamentos jur dicos do pedido art 282 Consoante ensina Jos Carlos Barbosa Moreira constitui se a causa petendi do fato ou do conjunto de fatos a que o autor atribui a produ o do efeito jur dico por ele visado N o integram a causa petendi a a qualifica o jur dica dada pelo autor ao fato em que ap ia sua pretens o v g a refer ncia a erro ou a dolo na peti o inicial para designar o v cio do consentimento invocado como causa da pretendida anula o do ato jur dico b a norma jur dica aplic vel esp cie 334 PISANI Andrea Proto Lezioni di diritto processuale civile 4 ed Napoli Jovene 2002 p 55 35 MOREIRA Jos Carlos Barbosa O novo processo civil brasileiro 23 ed Rio de Janeiro Forense 2005 p 15 16 133 Ao disciplinar as rela es sociais a norma jur dica vincula determinadas consequ ncias a certos fatos Ocorridos esses fatos ser produzida aquela consequ ncia jur dica por exemplo prestados servi os pelo empregado ao empregador por mais de doze meses surge o direito s f rias Da ser afirmado que o direito surge de fatos Com isso s o os fatos que comp em a causa de pedir Essa conclus o pertinente com o processo do trabalho uma vez que conforme disp e o art 840 1 da Consolida o das Leis do Trabalho o autor deve ao propor a a o fazer uma breve exposi o dos fatos de que resulte o d
471. ntais Com efeito a correta interpreta o do referido princ pio em mat ria de pol ticas p blicas deve ser a de utiliz lo apenas para limitar a atua o do judici rio quando a administra o p blica atua dentro dos limites concedidos pela lei Em casos excepcionais quando a administra o extrapola os limites da compet ncia que lhe fora atribu da e age sem raz o ou fugindo da finalidade a qual estava vinculada autorizado se encontra o Poder Judici rio a corrigir tal distor o restaurando a ordem jur dica violada 5 O indiv duo n o pode exigir do Estado presta es sup rfluas pois isto escaparia do limite do razo vel n o sendo exig vel que a sociedade arque com esse nus Eis a correta compreens o do princ pio da reserva do poss vel tal como foi formulado pela jurisprud ncia germ nica Por outro lado qualquer pleito que vise fomentar uma exist ncia minimamente decente n o pode ser encarado como sem motivos pois garantir a dignidade humana um dos objetivos principais do Estado Democr tico de Direito Por este motivo o princ pio da reserva do poss vel n o pode ser oposto ao princ pio do m nimo existencial 6 Assegurar um m nimo de dignidade humana por meio de servi os p blicos essenciais dentre os quais a educa o e a sa de escopo da Rep blica Federativa do Brasil que n o pode ser condicionado conveni ncia pol tica do administrador p blico A omiss o WATANABE Kazuo Acesso Jus
472. nte enquanto o da segunda conte do Dessa forma torna se desnecess ria a norma prevista no art 104 do C digo de Defesa do Consumidor ao prescrever que n o induzem litispend ncia as a es individuais propostas concomitantemente com as coletivas Anota Raimundo Sim o de Melo que H diferen a de pedidos entre o coletivo e o individual uma vez que no primeiro o provimento pretendido seria gen rico remetendo para liquida o futura a quantifica o das indeniza es individualmente cab veis e no outro espec fico para uma determinada situa o individual al m de sustentar n o se poder impor ao trabalhador autor da a o individual a reuni o de seu processo com o coletivo ou a sua suspens o em virtude deste Ronaldo Lima dos Santos assevera que Ap s o advento do C digo de Defesa do Consumidor o instituto da litispend ncia entre a o individual e a o coletiva ganhou nova configura o Aplica se In casu o art 104 daquele estatuto de modo que a propositura de a es individual e coletiva com o mesmo objeto n o induz litispend ncia Se os autores das a es individuais n o requererem a suspens o destas no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva n o ser o beneficiados por eventual decis o favor vel na a o coletiva com exce o extens o subjetiva do julgado in utilibus A Oitava Turma do Tribunal Regional do Trabalho da
473. nte a a o coletiva e incidindo secundum eventum probationis em caso de improced ncia derivada da defici ncia ou insufici ncia das provas produzidas 18 WAMBIER Teresa Arruda Alvim MEDINA Jos Miguel Garcia O dogma da coisa julgada hip teses de relativiza o S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 p 10 79 NERY J NIOR Nelson NERY Rosa Maria Andrade C digo de Processo Civil comentado 7 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 p 787 7 DINAMARCO C ndido Rangel Apud WAMBIER Teresa Arruda Alvim MEDINA Jos Miguel Garcia O dogma da coisa julgada hip teses de relativiza o S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 p 10 7 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 447 448 216 Por m somente pode ser relativizado o que j existe Logo para se admitir que no art 103 I e II do C digo de defesa do Consumidor criou se hip tese de relativiza o ter se ia de admitir que a coisa julgada se formou No entanto o que se verifica a op o pela n o forma o da coisa julgada e como esta n o se formou n o h como proceder sua relativiza o Como aduz Kazuo Watanabe o legislador brasileiro fez op o pela n o forma o da coisa julgada quando o pedido for julgado improcedente por insufici ncia de prova por motivo de pol tica legislativa evitar quando em jogo interesse coletivo a forma o de coisa julgada material a recobrir ju zo de ce
474. nte o l ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 423 242 pedido beneficiar o as v timas e seus sucessores que poder o proceder liquida o e execu o nos termos dos art 96 a 99 do CDC 5 8 A evolu o do sistema brasileiro em rela o aos limites subjetivos da coisa julgada nas a es coletivas no es introdut rias No direito processual civil individual a decis o alcan a a autoridade de coisa julgada qualquer que seja o seu conte do acolhimento ou rejei o do pedido e como regra n o beneficia ou prejudica terceiros As normas que tratam de a es coletivas alteram sensivelmente esse sistema como se v por exemplo na Lei da A o Popular Lei da A o Civil P blica e C digo de Defesa do Consumidor Tamb m merecem refer ncia no exame do tema colocado em destaque a Constitui o Federal a Consolida o das Leis do Trabalho e a nova Lei do Mandado de Seguran a a A o popular A a o popular disciplinada pela Lei n 4 717 65 Lei da A o Popular considerada a primeira a o coletiva do ordenamento jur dico brasileiro no in cio destinada defesa do er rio p blico passando posteriormente a abranger outros valores como o caso do meio ambiente patrim nio hist rico entre outros A a o popular constitui instrumento para a defesa dos direitos difusos Prev o art 18
475. nto decorre da consuma o do direito de a o e da exonera o do Estado do dever de prestar jurisdi o Se pelo direito de a o o particular pode exigir do Estado a presta o jurisdicional esse direito se extingue pelo seu exerc cio com a entrega da presta o demandada f a teoria que situa na imperatividade do comando da senten a coisa julgada 6 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Ainda e sempre a coisa julgada In Revista dos Tribunais n 416 jun 1970 p 11 ROCCO Ugo Trattato di diritto processuale civile Torino Unione Tipografico Editrice Torinese 1957 v II p 306 307 58 ROCCO Ugo Trattato di diritto processuale civile Torino Unione Tipografico Editrice Torinese 1957 v I p 315 9 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 266 267 210 Para Francesco Carnelutti segundo Moacyr Amaral Santos na imperatividade do comando da senten a que est a coisa julgada o comando da senten a pressupondo o da lei n o paralelo a esta mas um comando suplementar Este comando que se traduz numa declara o de certeza cont m imperatividade por emanar do juiz por consistir um ato estatal A coisa julgada est na imperatividade da declara o de certeza na imperatividade do comando Francesco Carnelutti sustenta que quando se diz que o processo de cogni o culmina em um julgamento se conhece a subst ncia de seu ato conclusivo mas resta p
476. nto pressuposto qualitativo da conviv ncia humana elemento de conserva o da esp cie reino de seguran a dos direitos Tal dignidade unicamente se logra em termos constitucionais mediante a eleva o aut noma e paradigm tica da paz a direito da quinta gera o Argumenta Paulo Bonavides que no mundo globalizado da unipolaridade das economias desnacionalizadas e das soberanias relativizadas e dos poderes constitucionais desrespeitados ou ficamos com a for a do Direito ou com o direito da for a N o h mais alternativa A primeira nos liberta o segundo nos escraviza uma a liberdade o outro o c rcere aquela Rui Barbosa em Haia este Bush em Washington e Guant namo ali se advogam a Constitui o e a soberania aqui se canonizam a for a a maldade e a capitula o Para Paulo Bonavides a relev ncia da paz justifica atribuir lhe a condi o de um direito fundamental de quinta dimens o sendo por ele registrado que h espa o para erguer a quinta gera o que se nos afigura ser aquela onde cabe o direito paz e acrescenta que BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 230 4 SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 32 4 Assevera Ingo Wolfgang Sarlet que dentre os direitos fundamentais da terceira dime
477. ntonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 16 24 WATANABE Kazuo Demandas coletivas e os problemas emergentes da pr xis forense Revista de Processo n 67 ano 17 S o Paulo p 23 jul set 1992 n o se fossilizam O direito a vida e a vida movimento 91 Anota Alfredo de Ara jo Lopes da Costa que as rela es jur dicas n o s o imut veis 55215 Joaqu n Silguero Estagnam afirma que o direito est a servi o da sociedade e desta rela o instrumental deriva a obriga o de adaptar se ao contexto social em que deve ser aplicado O mesmo pode ser dito em rela o ao processo que estando a servi o da sociedade deve adaptar se ao contexto social em que deve atuar Novos conflitos e novos direitos exigem novas formas de solu o e de tutela respectivamente A efetividade do processo exige a sua adequa o s transforma es ocorridas na realidade social e econ mica inclusive as que decorrem da evolu o cient fica e tecnol gica Augusto M Morello assevera que A necessidade de implementar a es coletivas isto reconhecer a titularidade para agir ante a justi a ou a administra o nos particulares e principalmente naquelas organiza es que t m por fim assegurar os bens ou valores de que se trata de poder exercer faculdades de car ter p blico ou de ndole coletiva promovidas por particulares faz parte das mudan as
478. ntum uma vez que o demandado na a o coletiva integrou a rela o processual sendo at de se supor que pela magnitude da lide tenha concentrado todos os seus esfor os no exerc cio da defesa pelo contr rio na t cnica da pura e simples extens o subjetiva dos efeitos da coisa julgada o mesmo n o se pode dizer em rela o aos que em ju zo tenham porventura sido inadequadamente representados Por outro lado parece claro que demandas sucessivas a t tulo individual s teriam alguma chance de xito em casos excepcionais que s o justamente aqueles que levam a propugnar a ado o da coisa julgada secundum eventum litis Quanto ao desequil brio entre as partes que se caracterizaria em termos de chances diversas note se que o preju zo mais te rico do que pr tico uma vez que o r u da a o coletiva entra no processo sabendo que se ganhar s ganhar com rela o ao autor coletivo mas se perder perder com rela o a todos Mas o que importa real ar que na t cnica do C digo do Consumidor s reconhece o dever gen rico de indenizar dependendo ainda cada litigante de um processo de liquida o e portanto de conhecimento em que haver ampla cogni o e completa defesa do r u n o s sobre o quantum debeatur mas tamb m quanto pr pria exist ncia do dano individual e do nexo etiol gico com o preju zo globalmente causado Ada Pellegrini Grinover afirma que era necess rio fazer uma op o entre a coi
479. o apesar disso cabe a indaga o se ao juiz brasileiro compete exercer o controle sobre a adequada representatividade do ente legitimado Afirma Ant nio Gidi que predomina no Brasil o entendimento de que n o h possibilidade de controle judicial da adequa o do representante nas a es coletivas asseverando que 2 o representante inadequado um n o representante Essa uma quest o extremamente delicada no caso das a es coletivas em que o representante n o foi eleito selecionado ou sequer aprovado pelos representados O representante obt m essa posi o por manifesta o da sua pr pria vontade ao propor a a o em benef cio de uma coletividade O m nimo que esse estranho tipo de representante deve ser adequado Essa adequa o deve ser submetida a um rigoroso controle judicial Ada Pellegrini Grinover afirma que embora a legisla o brasileira n o mencione expressamente a representatividade adequada ela inquestionavelmente pode ser vislumbrada em normas que dizem respeito legitima o das associa es No C digo projetado a representatividade adequada est acoplada aos requisitos objetivos que acompanham as normas sobre legitima o e dever ser aferida pelo juiz quando o legitimado for pessoa f sica e nas a es coletivas passivas Para essa mesma autora a an lise procedida pelo juiz no caso concreto para reconhecimento da legitima o nas a es coletivas est muito pr
480. o Estado Democr tico de Direito Quando se fala em defesa da dignidade humana do trabalhador deve ficar bem claro que n o se trata da dignidade apenas na sua dimens o individual A solidariedade que pr pria do direito do trabalho exige que se considere a dignidade tamb m na sua dimens o comunit ria Conforme assinala Jos Carlos Vieira de Andrade Pretende se sim fazer ver que os direitos fundamentais n o podem ser pensados apenas do ponto de vista dos indiv duos enquanto faculdades ou poderes de que estes s o titulares antes valem juridicamente tamb m do ponto de vista da comunidade como valores ou fins que esta se prop e prosseguir Em cada um dos direitos fundamentais entre eles ou volta deles a Constitui o delimita espa os normativos preenchidos por valores ou interesses afirmados que constituem bases H RUSSOMANO Mozart Victor Coment rios CLT 14 ed Rio de Janeiro Forense 1992 v I p 2 3 HI Peter H berle afirma que cabe ao Estado o dever de proteger o indiv duo em sua dignidade humana em face da sociedade ou de seus grupos criando as condi es para levar isso a cabo de tal sorte que a dignidade humana n o seja violada por terceiros integrantes da sociedade Esse dever constitucional pode ser cumprido classicamente portanto jur dico defensivamente mas tamb m por ser desempenhado jur dico prestacionalmente ele pode ser realizado por caminhos jur dico materiais e por vias
481. o a 173 l As E a 772 a n o taxatividade das a es coletivas o impulso oficial a economia processual a instrumentalidade das formas e a facilita o da prova Com efeito o C digo de Defesa do Consumidor facilita o acesso justi a e ao pr prio direito art 6 VIII prev a responsabilidade solid ria de todos os autores do dano pela sua repara o art 7 par grafo nico estabelece a nulidade das cl usulas contratuais abusivas art 51 fixa a compet ncia para ajuizamento da a o no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano quando de mbito local art 93 I ou no domic lio do autor art 101 D permite a liquida o e execu o da senten a coletiva pela v tima ou seus sucessores assim como por qualquer legitimado art 98 disp e que a defesa dos direitos consumidores poder ser exercida em ju zo individualmente ou a t tulo coletivo art 81 e estabelece a responsabilidade solid ria dos fornecedores de produtos de consumo dur veis ou n o dur veis pelos v cios de qualidade ou quantidade que os tornem impr prios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor art 18 por exemplo 7 NERY J NIOR Nelson Da prote o contratual In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 509 72 Para a defesa dos direitos coletivo
482. o a interpreta o executa um trabalho criativo o int rprete produz um resultado que embora latente no texto s chegou a vir luz com a mai utica interpretativa Aquele que se contenta com a exegese in abstracto de um texto de lei semelhante ao leitor mudo de uma partitura instrumental limita se a imaginar os sons sugeridos pelas nota es gr ficas sem poder reproduzi los 305 CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 227 Esclarece Luciano Athayde Chaves que o Direito Processual italiano admite a mesma possibilidade de supera o de aspectos determinados do ordenamento processual infraconstitucional por for a do influxo e supremacia de princ pios de cariz constitucional mormente diante do que consta da Constitui o da Rep blica da It lia a respeito da presta o de tutela jurisdicional que assegurada atrav s de um justo processo incluindo se nesse conceito sua dura o adequada e razo vel tal qual o portugu s e o espanhol CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 227 8 CHAVES Luciano Athayde As lacunas no direito processo do trabalho In CHAVES Luciano Athayde Org Direito processual do trabalho reforma e efetividade S o Paulo LTr 2007 p 93 807 COMPARATO F bio Konder Papel do jurista num mundo em crise de valores In Revista dos Tribunais n 713 v 84 S o Paulo mar 1995 p 27
483. o como um todo A a o civil p blica o instrumento processual por excel ncia para a prote o de direitos difusos coletivos e individuais homog neos A a o civil p blica permite responsabilizar os causadores de danos ao meio ambiente ao consumidor a bens e direitos de valor art stico hist rico tur stico e paisag stico bem como a outros direitos difusos e coletivos entre eles os de natureza trabalhista o art 83 III da Lei Complementar n 75 93 atribui legitimidade ao Minist rio P blico do Trabalho para promover a o civil p blica para a defesa de interesses coletivos quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores Por fim veio a lume em 11 09 1990 a Lei n 8 078 que instituiu o C digo de Defesa do Consumidor estabelecendo normas de prote o e defesa do consumidor da ordem p blica e interesse social art 1 permitindo a defesa a t tulo coletivo dos direitos dos consumidores art 81 ao mesmo tempo em que esclarece as situa es em que ser poss vel a sua defesa coletiva art 81 par grafo nico O C digo de Defesa do Consumidor sistematizou o processo coletivo dando lhe contornos pr prios Essa sistematiza o possibilitou a prote o dos interesses dos grupos em todas as esferas do Direito O C digo de Defesa do Consumidor cont m princ pios e regras que servem prote o de todos os direitos metaindividuais e n o apenas aos que decorrem d
484. o cumpre verificar se no processo do trabalho podem ser aplicadas as solu es nele estabelecidas para as quest es relacionadas litispend ncia e coisa julgada no confronto entre a es coletivas e a es individuais Como j visto a litispend ncia e coisa julgada na rela o entre as a es coletivas e as a es individuais receberam no C digo de Defesa do Consumidor tratamento voltado facilita o do acesso justi a e concretiza o dos direitos assegurados pela ordem jur dica Tamb m no processo do trabalho em raz o da natureza dos direitos decorrentes da rela o de emprego adotada esta mesma diretriz que como aduz Cleber L cio de Almeida o processo do trabalho tem como diretriz fundamental a facilita o do acesso justi a e defesa em ju zo dos direitos decorrentes da rela o de emprego Isso significa que o direito processual do trabalho e o C digo de Defesa do Consumidor caminham na mesma dire o facilita o do acesso justi a e ao direito O C digo de Defesa do Consumidor como prev seu art 1 Estabelece normas de prote o e defesa do consumidor de ordem p blica e interesse social o que foi feito em raz o de expressa determina o constitucional constante do art 170 da Constitui o Federal que assim disp e A ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os
485. o desde o seu nascimento at o seu desaparecimento Mas se j ocorreu a les o essa garantia absoluta ser materialmente imposs vel Ademais a jurisdi o necessita de um tempo por menor que seja para ser exercida A curta demora que a tutela efetiva pode tolerar apenas aquela que resulta da necessidade de assegurar ao advers rio o pleno exerc cio de sua defesa ainda assim na medida em que n o se ultrapasse o limite em que seja l cito exigir o sacrif cio do interesse cuja tutela se afigura urgente e da necessidade de assegurar ao pr prio juiz uma cogni o adequada O tempo perdido nas longas esperas de distribui o julgamento publica es reda o de ac rd os etc absolutamente in quo e A es coletivas e economia processual O processo deve produzir o melhor resultado pr tico com o m nimo emprego de atividade processual e de disp ndio de tempo e de recursos econ micos As a es coletivas atendem necessidade de economia processual uma vez que permitem que em um processo nico sejam solucionadas demandas que poderiam vir a ju zo por meio de diversas a es individuais aBa BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 136 GRECO Leonardo Garantias fundamentais do processo o processo justo Artigo publicado no site do Mundo Jur dico 18 03 2002 Dispon vel em lt www mundojuridico adv br g
486. o do art 872 par grafo nico da Consolida o das Leis do Trabalho que autoriza o sindicato a ajuizar a o de cumprimento em favor da categoria que representa a o coletiva portanto e ao mesmo tempo a o individual de cada um dos membros da categoria n o dispondo sobre a rela o entre essas a es Contudo a pr pria Consolida o das Leis do Trabalho indica um caminho a ser seguido ao dispor no art 769 que Nos casos omissos o direito processual comum ser fonte subsidi ria do direito processual do trabalho exceto naquilo em que for incompat vel com as normas deste T tulo 750 MARINONI Luiz Guilherme A antecipa o da tutela na reforma do processo civil S o Paulo Malheiros 1995 p 20 9 SILVA Ant nio lvares da Execu o provis ria trabalhista depois da reforma do CPC S o Paulo LTr 2007 p 47 72 Ant nio lvares da Silva ensina que para a integra o do Direito do Trabalho com a Ci ncia do Direito a CLT estabeleceu tr s crit rios expl citos de resto desnecess rios pois a analogia e a compara o s o elementos insepar veis de toda e qualquer ci ncia Esses tr s pontos de integra o est o localizados no art 8 769 e 889 A segunda fonte tem natureza mais restrita e refere se exclusivamente parte processual da CLT Est no art 769 Aqui se busca a integra o com o processo comum do qual o processo do trabalho se afastou como 292 Assim a
487. o embora a todo direito corresponda uma a o mas o contr rio n o verdadeiro Contudo para Muther o conceito de a o romana formulado por Windscheid era incorreto Para ele o direito subjetivo pressuposto da a o A partir dessa pol mica os juristas passaram a perceber a exist ncia de um direito aut nomo de F BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 24 141 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 260 148 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 260 64 provocar a atividade jurisdicional do Estado nascendo dessa forma o conceito moderno de a o No ano de 1868 na Alemanha veio luz obra de Oskar Von B low sobre as exce es e pressupostos processuais em que demonstrada a autonomia entre a rela o processual e a material ou seja a exist ncia de uma rela o jur dica especial estabelecida entre os sujeitos principais do processo juiz autor e r u diferente da rela o jur dico material litigiosa por seus sujeitos a inclus o do juiz por seu objeto os provimentos jurisdicionais e por seus pressupostos os pressupostos processuais S o esses de acordo com a doutrina os dois grandes marcos do desenvolvimento da ci ncia do dir
488. o no direito p trio a natureza da legitimidade do Minist rio P blico e a fortiori das associa es civis e dos partidos pol ticos tratando se de interesses difusos e coletivos Conforme assinala Nelson Nery Jr o substituto processual sempre atua em lugar de pessoa determinada que o substitu do por m nas a es coletivas para defesa daqueles interesses desvanece se a precis o os substitu dos ou se revelam indetermin veis interesse difuso ou indeterminados interesse coletivo obstando a completa assimila o do instituto queles interesses Parece mais consent neo realidade qualificar a legitimidade de ordin ria nessas situa es Esta sugest o considera decisivo o signo da indivisibilidade que o art 81 par grafo nico I e II da Lei 8 078 90 exige na configura o dos interesses difusos e coletivos Esta nota marcante opera a transforma o do conjunto em algo novo diferente das fra es repercutindo na natureza da legitimidade Logo a transmigra o do individual para o coletivo a qual alude Dinamarco explicando a posi o do Minist rio P blico nessas demandas implica uma transforma o mais profunda e intensa do que a simples substitui o outorgando a titularidade do coletivo e do difuso a uma pessoa diferente dos titulares da situa o individual inclu da no conjunto 32 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em Ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 64
489. o Paulo LTr 2009 p 28 36 sociais constitucionalmente assegurados ao mesmo tempo na esfera do direito processual uma n o menos grave afronta ao princ pio constitucional da efetividade da tutela jurisdicional assegurada a todos os jurisdicionados em contrapartida gen rica proibi o estatal de autotutela Abre se um par ntese para esclarecer que os direitos fundamentais sociais constantes do art 6 da Constitui o Federal educa o sa de trabalho moradia lazer seguran a previd ncia social prote o maternidade e inf ncia e assist ncia aos desamparados visam criar as condi es materiais m nimas necess rias ao exerc cio dos demais direitos fundamentais e gozam do regime geral previsto para os direitos fundamentais o que n o ocorre em rela o ao regime jur dico espec fico dos direitos e deveres individuais e coletivos previstos no art 5 da Constitui o da Rep blica 1988 cuja realiza o concreta n o exige a es do legislador e o implemento de pol ticas p blicas A concretiza o dos direitos fundamentais sociais est atrelada ao desenvolvimento e ao progresso econ mico e social o que a torna dependente do legislador detentor da compet ncia para a determina o dos meios financeiros para a sua realiza o pr tica e do administrador pela defini o das prioridades pol ticas e sociais do Estado restando assim limitados ao que se denomina reserva do poss vel Esta dep
490. o a promo o dos direitos sociais para que a pessoa possa de fato afirmar se em sua dignidade Nenhuma ressalva merecem as afirma es precedentes Contudo a dignidade humana n o pode ser vista apenas sob a tica do indiv duo em si considerado ou como merecedor de condi es que lhe permitam conviver com o grupo social A dignidade tamb m deve ser considerada na rela o entre indiv duos ou seja sob a perspectiva do respeito m tuo da dignidade perspectiva solidarista ou comunit ria O homem somente se realiza e desenvolve plenamente nas suas rela es em sociedade assim considerada como um conjunto no qual os v rios componentes s o interdependentes como acontece em um organismo no qual a parte coloca em perigo o todo A dignidade plena portanto quando se refere rela o para com o outro e n o apenas individualmente 2 DELGADO Maur cio Godinho Princ pios de direito individual e coletivo do trabalho S o Paulo LTr 2001 p 118 DELGADO Maur cio Godinho Princ pios de direito individual e coletivo do trabalho S o Paulo LTr 2001 p 121 CANOTILHO J J Gomes Direito constitucional e teoria da Constitui o 7 ed Coimbra Almedina 2003 385 b DELGADO Gabriela Neves O direito fundamental ao trabalho digno S o Paulo LTr 2006 p 79 BOBBIO Norberto Teoria geral da pol tica a filosofia pol tica e as li es dos cl ssicos Michelangelo Bovero Org Tradu o de Dan
491. o ajuizar suas pr prias a es reparat rias Nenhuma novidade traz a primeira parte do 3 do art 103 pois realmente as a es s o diversas n o s com rela o s partes como tamb m pelo objeto b A a o civil p blica julgada procedente Pelas regras cl ssicas sobre a coisa julgada n o haveria como transportar sem norma expressa o julgado da a o civil p blica s demandas individuais n o s por se tratar de a es diversas pelo seu objeto como tamb m porque a amplia o do objeto do processo s pode ser feita por lei Todavia por economia processual o C digo prev o aproveitamento da coisa julgada favor vel oriunda da a o civil p blica possibilitando s v timas e seus sucessores serem por ela beneficiados sem necessidade de nova senten a condenat ria mas passando se incontinenti liquida o e execu o da senten a nos termos do disposto nos arts 97 a 100 do C digo Ocorre aqui al m da extens o subjetiva do julgado a amplia o do objeto do processo ope legis passando o dever 6 GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 118 66 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 955 262 de indenizar a integrar o pedido exatamente como ocorre na repara
492. o ao mais amplo acesso Justi a e efetividade da tutela jurisdicional aos direitos metaindividuais trabalhistas l cito afirmar que assim como o C digo de Processo Civil a Consolida o das Leis do Trabalho foi concebida e estruturada para a tutela dos interesses individuais Para a efetiva tutela dos direitos difusos coletivos e individuais devem ser abandonadas no processo civil e no processo do trabalho as limita es resultantes dos arts 6 e 472 do C digo de Processo Civil e da disciplina por este reservada ao instituto da litispend ncia art 301 1 a 3 S assim se pode alcan ar tamb m no processo do trabalho um processo justo e a justa solu o dos conflitos de interesses Deve ser mencionado que os direitos metaindividuais trabalhistas n o podem deixar de ser tutelados de forma adequada e efetiva ao simples argumento de que o direito processual do trabalho n o fornece o instrumental necess rio para essa tutela Adotar essa postura negar positividade ao pr prio direito do trabalho o que seria um retrocesso na luta em prol da dignidade humana do trabalhador Direito que n o possa ser efetivado direito vazio de valor Equivale a um n o existir a um n o ser PI MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em Ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 282 12 LENZA Pedro Teoria geral da a o civil p blica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 p 238 73 Cristiane
493. o comprovada m f isento de custas judiciais e do nus da sucumb ncia A a o popular constitui meio de invocar a atividade jurisdicional visando a corre o de nulidade de ato lesivo a ao patrim nio p blico ou de entidade de que o Estado participe b moralidade administrativa c ao meio ambiente e d ao patrim nio hist rico e cultural Sua finalidade pois corretiva n o propriamente preventiva mas a lei pode dar como deu a possibilidade de suspens o liminar do ato impugnado para prevenir a les o A a o popular tamb m uma garantia coletiva na medida em que atrav s dela o autor provoca a atividade jurisdicional visando a defesa de interesses ou direitos metaindividuais Alerta Rodolfo de Camargo Mancuso que A ado o do modelo da a o popular como instrumento para a tutela dos interesses difusos se por um lado serve nobre causa da participa o popular atrav s da Justi a apresenta por m alguns inconvenientes reconhecidos pela doutrina Em primeiro lugar ela se apresenta como faca de dois gumes porque se n o for contida em certos limites poder ser utilizada para fins de retalia o ou por esp rito de emula o onde a alegada prote o do interesse p blico aparecer como fachada mal disfar ando interesses ego sticos ou de grupos Em segundo lugar h o risco de a a o vir a ser intencionalmente mal proposta justamente para se obter uma senten a de im
494. o das desigualdades sociais e regionais e a promo o do bem de todos sem preconceitos e discrimina es de qualquer natureza art 3 incisos I II Il e IV A liberdade a justi a e a solidariedade social se edificar o sobre a base da dignidade da pessoa humana lembrando que o termo pessoa exprime a dignidade Ora ter em 312 considera o a dignidade das pessoas pertence justi a distributiva Fl via Piovesan afirma que o valor da dignidade humana imp e se como n cleo b sico e informador do ordenamento jur dico brasileiro como crit rio e par metro de valora o a orientar a interpreta o e compreens o do sistema constitucional instaurado em 1988 A dignidade humana e os direitos e garantias fundamentais v m a constituir os princ pios constitucionais que incorporam as exig ncias de justi a e dos valores ticos conferindo suporte axiol gico ao sistema jur dico brasileiro Os direitos e garantias fundamentais passam a ser dotados de uma especial for a expansiva projetando se por todo o universo constitucional e servindo como crit rio interpretativo de todas as normas do ordenamento jur dico nacional V se pois que o valor da dignidade da pessoa humana um dos fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil representa o seu n cleo b sico e a s ntese valorativa de todo o sistema constitucional brasileiro Na busca dos objetivos eleitos pelo constituinte origin rio na Carta de 1988 n
495. o de um povo O que foi colocado como objetivo da Rep blica a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria a partir da dignidade da pessoa humana 3p Da a relev ncia do estudo da dignidade da pessoa humana Apesar de o princ pio da dignidade humana ser um dos fundamentos da Rep blica a z sua defini o n o para B atrice Maurer vi vel pois definir dignidade impor lhe limites BEZERRA Paulo Solidariedade um direito ou uma obriga o In CLEVE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Coords Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2007 p 528 529 8 O homem vive em sociedade e s pode viver em sociedade a sociedade subsiste apenas pela solidariedade que une os indiv duos que a comp em assevera L on Duguit DUGUTT L on Fundamentos do direito Porto Alegre S rgio Fabris 2005 p 23 43 e subtrair do conceito dessa forma um aspecto essencial de sua riqueza na medida em que a dignidade e a liberdade s o insepar veis Ingo Wolfgang Sarlet cita Giinter Diirig para quem a dignidade da pessoa humana consiste no fato de que cada ser humano humano por for a de seu esp rito que o distingue da natureza impessoal e que o capacita para com base em sua pr pria decis o tornar se consciente de si mesmo de autodeterminar a sua conduta bem como de formatar a sua exist ncia e o meio que o circunda Para Ingo Wo
496. o do cap tulo dos Direitos Sociais no t tulo dedicado aos Direitos e Garantias Fundamentais ao lado dos Direitos Individuais e Coletivos A tradi o constitucional brasileira inclu a os direitos dos trabalhadores no cap tulo da Ordem Econ mica e Social como a propalar uma subservi ncia do social ao econ mico Al m da op o te rica apontada no tocante aos direitos dos trabalhadores podemos afirmar que a Constitui o de 1988 apresentou um avan o quantitativo e qualitativo SIQUEIRA NETO Jos Francisco Direito do trabalho amp democracia apontamentos e pareceres S o Paulo LTr 1996 p 221 222 Segundo Guilherme Guimar es Feliciano o direito n o discrimina o no trabalho deita ra zes no pr prio direito igualdade civil tal como consagrado no art 5 I da CF 88 Todos esses direitos convergem para um objetivo constitucional t cito a saber o de reequilibrar a disparidade socioecon mica entre os propriet rios dos meios de produ o empregadores e os detentores da for a de trabalho empregados Da sustentarmos noutro 35 c de terceira dimens o direito ao meio ambiente do trabalho saud vel e equilibrado art 225 caput e art 200 VIII da Constitui o da Rep blica de 1988 direitos dos idosos das crian as e dos adolescentes no trabalho consoante os arts 26 a 28 do Estatuto do Idoso arts 402 a 441 da CLT e os arts 60 a 69 do Estatuto da Crian a e do Adolescente d de quarta g
497. o e sobre Processo Rio de Janeiro 1992 discurso proferido na sess o de encerramento do IX Congresso Mundial de Direito Processual Apud BEDAQUE Jos Roberto dos Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Por um processo socialmente efetivo Temas de direito processual Oitava S rie S o Paulo Saraiva 2004 MORELLO Augusto M El proceso justo Buenos Aires Abeledo Perrot 1994 M LLER Friedrich Quem o Povo A quest o fundamental da democracia 3 ed S o Paulo Max Limonad 2003 NERY J NIOR Nelson NERY Rosa Maria Andrade C digo de Processo Civil comentado 7 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 NERY J NIOR Nelson Da prote o contratual In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 NERY J NIOR Nelson Disposi es finais In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 339 NERY J NIOR Nelson Princ pios do processo na Constitui o Federal processo civil penal e administrativo 9 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2009 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 NUNES Luiz Ant nio Rizzatto Coment rios
498. o empregador contra empregados que contra si tenham ajuizado reclama o trabalhista 7 permiss o de trabalho perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade 8 discrimina o do empregador em rela o ao trabalho manual t cnico ou intelectual realizados por seus empregados 24 7AVASCKL Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 156 29 MARTINS FILHO Ives Gandra Processo coletivo do trabalho 3 ed S o Paulo LTr 2003 p 59 26 LEITE Carlos Henrique Bezerra O Minist rio P blico do Trabalho doutrina jurisprud ncia e pr tica Apud MELO Raimundo Sim o de A o civil p blica na Justi a do Trabalho S o Paulo LTr 2004 p 33 109 Segundo Raimundo Sim o de Melo Para comprovar a assertiva de que o que determina se um interesse ou direito difuso coletivo ou individual homog neo a pretens o lembremos a hip tese da empresa que n o cumpre as normas ambientais de seguran a e medicina do trabalho Pode ser ajuizada uma a o civil p blica para obrig la a adequar o meio ambiente e para pagar uma indeniza o gen rica de cunho moral e ou material tamb m cab vel a propositura de uma a o civil coletiva pelo Minist rio P blico ou pelo sindicato para pleitear o pagamento de adicionais de insalubridade penosidade ou periculosidade ou um pleito individua
499. o emudecida da alta burguesia logo se faz ouvir a clamar aos brados por Justi a aquela mesma justi a que ao semelhante recusada em nome do sagrado princ pio igualdade entre os homens aquele mesmo princ pio inaplic vel em rela o ao semelhante Aqui h manifesto interesse em juridicizar e aplicar efetivamente o princ pio Agiu com acerto o legislador quando fez op o pela coisa julgada secundum eventum litis na medida em que as a es coletivas foram institu das para prestigiar a m xima efetividade dos direitos assegurados pela ordem jur dica em especial dos de natureza fundamental a adequada tutela dos direitos metaindividuais e a realiza o do direito de acesso justi a Esses objetivos somente ser o alcan ados se a coisa julgada receber um tratamento diferenciado daquele que recebeu no processo civil individual Acrescente se que em caso de improced ncia da a o por insufici ncia de prova quem n o participou da demanda n o pode ser prejudicado por eventual incapacidade do seu autor de carrear para os autos elementos de convic o suficientes para sustentar uma senten a de proced ncia ou pela m f do autor que negligenciou na produ o da prova em conluio com o r u e em benef cio deste Quem n o fez parte do processo e portanto n o participou da 7 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pe
500. o interesse para o qual se reclama tutela pode ser comum a um grupo mais ou menos vasto de pessoas em raz o de v nculo jur dico que as une a todas entre si sem no entanto situar se no pr prio conte do da rela o esto co 255 plurissubjetiva Para Kazuo Watanabe a diferen a entre os direitos difusos e os direitos coletivos reside na determinabilidade das pessoas titulares seja por meio da rela o jur dica base que as une membros de uma associa o de classe ou ainda acionistas de uma mesma sociedade seja por meio do v nculo jur dico que as liga parte contr ria contribuintes de um mesmo tributo prestamistas de um mesmo sistema habitacional ou contratantes de um segurador com um mesmo tipo de seguro estudantes de uma mesma escola etc Anote se que a indivisibilidade dos direitos coletivos alcan ar em uma senten a de proced ncia do pedido todas as pessoas pertencentes categoria grupo ou classe e n o apenas os filiados dos sindicatos ou os associados de uma associa o por exemplo posto que o inciso II do art 103 estabeleceu que a senten a proferida nessas a es coletivas far coisa julgada ultra partes limitadamente ao grupo categoria ou classe Os direitos coletivos caracterizam se pelos seguintes aspectos 23 SHIMURA S rgio Tutela Coletiva e sua efetividade S o Paulo M todo 2006 p 29 254 Esse autor d como exemplo o caso dos direitos dos contribuintes do imposto de renda
501. o material na hip tese do artigo 103 II individual a regra imprescind vel e fundamental para a confirma o de que se trata efetivamente de uma a o coletiva Por esse regime de coisa julgada o direito individual ganha a nota de transindividualidade a toda classe representada e indivisibilidade A men o limita o da coisa julgada ao grupo categoria ou classe encerra uma obviedade pois o provimento jurisdicional e a coisa julgada definem quem ter seu direito pessoal afetado que por defini o da titularidade do direito material necessariamente ter de fazer parte da classe representada Afirma Humberto Theodoro J nior que Como observa Ada Pellegrini Grinover n o h o risco temido por Barbosa Moreira de contradi o propriamente entre duas coisas julgadas ou seja entre a coletiva e a individual visto que na sistem tica implantada a partir do C digo de Defesa do Consumidor para todas as a es relativas a interesses difusos ou coletivos a coisa julgada desfavor vel est limitada aos entes e pessoas legitimadas s a es coletivas deixando a salvo apenas os particulares em suas rela es intersubjetivas pessoais os quais em suas a es individuais alcan ar o uma coisa julgada normalmente restrita s partes Em se tratando pois de a o sobre interesses difusos ou coletivos h coisa julgada no plano da a o civil coletiva exclusivamente em outros termos essa coisa ju
502. o no art 765 da Consolida o das Leis do Trabalho que atribui ao juiz ampla liberdade na dire o do processo e a ele atribui o dever de velar pela mais r pida solu o dos lit gios previs o que deve ser complementada pelo disposto no art 852 I 1 da Consolida o das Leis do Trabalho que atribui ao juiz o papel de adotar em cada caso a decis o mais justa e equ nime o que conduz conclus o de que como int rprete das normas deve prestigiar todos os instrumentos que permitam facilitar o acesso justi a e ao pr prio direito Assim como as rela es sociais s o din micas din mica deve ser a interpreta o das normas jur dicas para que estas atendam s novas necessidades ditadas pelas muta es sociais Ademais a interpreta o de qualquer norma n o pode ser apenas literal ou gramatical defini o do sentido da norma a partir do significado das palavras devendo ser informada pelos valores consagrados pela Constitui o supremacia da Constitui o e interpreta o 804 21 conforme a Constitui o pelos princ pios que informam o ordenamento jur dico for a 32 BARROSO Lu s Roberto BARCELLOS Ana Paula de O come o da hist ria A nova interpreta o constitucional e o papel dos princ pios no Direito brasileiro In BARROSO Lu s Roberto Org A nova interpreta o constitucional pondera o direitos fundamentais e rela es privadas 3 ed Rio de Janeiro Renovar
503. o o representante que sucumbir na demanda n o suportar as custas a n o ser em casos excepcionais o substituto que atua por sua pr pria conta sofre todos os riscos da a o Giuseppe Chiovenda assevera que o representante processual age em nome de outro de sorte que parte na causa na verdade o representado ao passo que o substituto processual age em nome pr prio e parte na causa Como tal responde pelas despesas judiciais n o servir como testemunha etc O fato por m de ser o substituto processual autorizado por lei a comparecer em ju zo pelo direito alheio decorre de uma rela o em que aquele se encontra com o sujeito dele Esta rela o em que ele se encontra com o titular constitui o interesse como condi o da substitui o processual apresentado pois como coisa bem diferente do interesse como condi o da a o que se faz valer A atividade que o substituto desempenha tem influ ncia e efic cia direta sobre o substitu do sujeito do direito pelo qual o substituto demanda pois como adverte Giuseppe Chiovenda seria absurdo que a lei autorizasse a qualquer um alegar em ju zo direitos alheios w e ao mesmo tempo n o reconhecesse sua atividade plena efic cia com refer ncia aos direitos alegados Devis Echand a chama a aten o para o fato de que Estamos de acordo com Rocco e Redenti em que certamente n o existe a chamada substitui o ou sub roga o processual e que
504. o pode gerar v rias consequ ncias jur dicas um dano ambiental pode violar direitos difusos coletivos e individuais homog neos ao passo que fatos distintos podem produzir uma mesma consequ ncia jur dica o direito diferen a salarial pode resultar da identidade de fun o ou do desvio de fun o A causa de pedir classificada pela doutrina em remota e pr xima sendo esclarecido por Humberto Theodoro J nior que 36 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 87 37 MOREIRA Jos Carlos Barbosa O novo processo civil brasileiro 23 ed Rio de Janeiro Forense 2005 p 16 134 A causa petendi por sua vez n o a norma legal invocada pela parte mas o fato jur dico que ampara a pretens o deduzida em ju zo Todo direito nasce do fato ou seja o fato a que a ordem jur dica atribui um determinado efeito A causa de pedir que identifica uma causa situa se no elemento f tico e em sua qualifica o jur dica Ao fato em si mesmo d se a denomina o de causa remota do pedido e sua repercuss o jur dica a de causa pr xima do pedido No processo individual que tem como objeto direito individual de pessoa determinada a causa de pedir geralmente consiste na narra o de um fato determinado e no estabelecimento de sua vincula o com uma norma tamb m determinada No processo coletivo a n o existe um direito atribu do a uma pessoa determinad
505. o preju zo que pode ser ocasionado a eventual consumidor zeloso que embora tenha proposto a sua a o individual v se compulsoriamente obrigado a suspend la nos termos do art 265 5 do CPC para ao final deparar se com eventual e futuro resultado negativo da a o coletiva devendo retomar o curso de seu processo individual sem qualquer benef cio pr tico Reconhece se que o ideal seria aguardar o desfecho da a o coletiva a fim de se evitar julgados contradit rios Para Antonio Gidi poss vel chegar se conclus o de que n o se pode constranger o consumidor a ter o seu processo compuls ria e inelutavelmente suspenso contra a sua vontade aplica o do art 265 IV a do CPC para ao depois v lo compuls rio e inelutavelmente retomar o seu curso aplica o do 5 do art 265 do CPC Tanto mais quando se percebe que o art 265 IV a somente teria incid ncia se se tratasse das mesmas partes uma vez que n o se conceberia prejudicialidade entre a es propostas por pessoas diferentes A suspens o e a retomada compuls ria do processo ter o o efeito nico de retardar injustificadamente o andamento do processo individual por esse per odo O consumidor seria seriamente prejudicado sem que nada pudesse fazer para impedir e sem qualquer possibilidade real de vir a ser beneficiado mais salutar que a a o individual permane a suspensa at o tr nsito em julgado da decis o proferid
506. o processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 308 309 57 vedado aos rg os da Justi a do Trabalho conhecer de quest es j decididas excetuados os casos expressamente previstos neste T tulo e a a o rescis ria que ser admitida na forma do disposto no Cap tulo IV do T tulo IX da Lei n 5 869 de 11 de janeiro de 1973 C digo de Processo Civil 225 igualmente produz um efeito afirmativo positivo de natureza substancial por constituir a nova disciplina espec fica da rela o objeto da decis o Constitui efeito negativo da coisa julgada a veda o repropositura da a o julgada art 301 89 1 2 e 3 do CPC A coisa julgada nas palavras de Humberto Theodoro J nior exaure a a o exercida excluindo a possibilidade de sua reproposi o Para Humberto Theodoro J nior pela fun o positiva imp e s partes obedi ncia ao Julgado como norma indiscut vel de disciplina das rela es extrajudiciais entre elas e obriga a autoridade judici ria a ajustar se a ela nos pronunciamentos que a pressuponham e que a ela se devem coordenar A coisa julgada produz por fim efeito preclusivo como se v do art 474 do C digo de Processo Civil segundo o qual passada em julgado a senten a de m rito reputar se o deduzidas e repelidas todas as alega es e defesas que a parte poderia opor assim ao acolhimento como rejei o do pedido
507. o processual do trabalho t m em vista os mesmos objetivos e se valem de instrumentos que procuram facilitar o acesso aos direitos assegurados pela ordem jur dica Anote se que a exemplo do ramo que tamb m se desprendeu do Direito Civil como o do Trabalho que o Direito do Consumidor tamb m ali o legislador seja por raz es pol ticas ou n o entendeu que o consumidor hipossuficiente nas rela es de consumo raz o pela qual at mesmo de forma expressa na tentativa da supera o das desigualdades reconhecidas e propondo uma conviv ncia mais harm nica entre os homens adotou a invers o do nus da prova em favor do hipossuficiente na rela o o consumidor como meio atrav s do qual o direito procura atingir o seu objetivo maior de obten o de justi a compensando a real desigualdade em que se encontram sim os litigantes O direito processual do trabalho como foi visto tamb m prestigia a facilita o do acesso justi a e com isso a obten o da justi a Ademais indispens vel que haja uma premissa metodol gica de maior di logo entre o processo do trabalho e outros subsistemas processuais at mais pr ximos de sua teleologia como a parte processual do C digo de Defesa do Consumidor e a Lei dos Juizados Especiais O perfil moderno no processo em sua m xima express o instrumental n o mais condiciona a sua manifesta o ao confinamento de modelos estanques e distanciados uns dos outros
508. o que os direitos individuais que t m origem comum tamb m merecem a tutela por meio da a o coletiva em raz o de sua alta conflituosidade e repercuss o social al m de necessidade de assegurar tratamento igual a pessoas que se encontram na mesma situa o As a es coletivas devem ser valorizadas tamb m no processo do trabalho pois facilitam o acesso justi a promovem a igualdade viabilizam a razo vel dura o do processo contribuem para a economia processual favorecem a realiza o pr tica do direito material fortalecem o Poder Judici rio racionalizando o seu trabalho possibilitam a preven o de les es coletivas realizam o equil brio de for as entre as partes litigantes evitam que o trabalhador sofra retalia es ou persegui es do seu empregador pelo ajuizamento de a o individual no curso do contrato de trabalho contribuem para a realiza o da cidadania e 318 da democracia fortalecem os sindicatos e atuam como meio de resist ncia globaliza o desenfreada Como as a es coletivas visam principalmente facilitar o acesso justi a e ao pr prio direito material e contam com legitima o diferenciada para agir ante a indivisibilidade do objeto e indetermina o dos titulares justifica se a op o tamb m no processo do trabalho pela n o ocorr ncia da litispend ncia entre a es coletivas ajuizadas para a defesa de direitos difusos ou coletivos e as a es individuais solu o que ta
509. o razo vel por um juiz ou tribunal competente independente e imparcial estabelecido com anterioridade pela lei em sua sustenta o de qualquer acusa o penal formulada contra ela ou para a determina o de seus direitos e obriga es de ordem civil laboral fiscal ou de qualquer outra natureza 14 Art 18 Toda pessoa pode recorrer aos tribunais para fazer valer seus direitos Assim deve dispor de um procedimento simples e breve pelo qual a justi a o ampare contra atos de autoridade que violar em preju zo seu algum dos direitos fundamentais consagrados constitucionalmente H5 GRAU Eros Roberto A ordem econ mica na Constitui o de 1988 11 ed rev e atual S o Paulo Malheiros 2006 p 224 54 3 TUTELA JURISDICIONAL DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS 3 1 Tutela jurisdicional dos direitos A todos assegurado pelo art 5 XXXV da Constitui o da Rep blica o direito fundamental jurisdi o isto o direito de recorrer ao Poder Judici rio para a defesa de seus direitos Para Carmem L cia Antunes Rocha o direito jurisdi o o direito de buscar a presta o estatal para fazer valer direitos e portanto solucionar conflitos havidos na AA Jogi E 116 i SU usti 1 sociedade superando se a fase da Justi a pelas pr prias m os Como assinala Andrea Proto Pisani o processo atrav s da atividade das partes exerc cio da a o e do juiz exerc cio da jurisdi o visa
510. o resultado da defini o da rela o processual obrigat ria para os sujeitos desta entretanto a exce o compete todas as vezes que eadem quaestio inter easdem personas revocatur Mas como todo ato jur dico relativamente s partes entre as quais interv m a senten a existe e vale com respeito a todos assim como o contrato entre A e B vale com respeito a todos como contrato entre A e B assim tamb m a senten a entre A e B vale com rela o a todos enquanto senten a entre A e B Todos pois s o obrigados a reconhecer o Julgado entre as partes n o podem por m ser prejudicados Mas por preju zo n o se compreende um preju zo de mero fato e sim um preju zo jur dico Por exemplo o herdeiro pode ser prejudicado de fato por julgados obtidos por terceiros contra seu autor mas n o obstante est sujeito a esses julgados o credor prejudicado de fato por julgados que reconhecem novos d bitos de seu devedor mas nem por isso pode impedir lhes os efeitos que lhe s o danosos O C digo de Processo Civil estende os efeitos da coisa julgada a uma categoria de terceiros como se v do art 472 Segundo o mencionado dispositivo legal nas causas relativas ao estado das pessoas se tiverem sido citados no processo em litiscons rcio necess rio todos os interessados a senten a produz coisa julgada tamb m em rela o a terceiros A doutrina sustenta a exist ncia de situa es em que mesmo dizendo respei
511. o tempo em todos os lugares ou pelo menos em grandes regi es do mundo Op cit p 15 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 66 2 PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Saraiva 2009 p 8 21 h quem prefira o termo dimens es dos direitos fundamentais posi o esta que 5 s K 21 aqui optamos por perfilhar na esteira da mais moderna doutrina Registre se que a Assembleia Geral das Na es Unidas em 1977 editou a Resolu o n 32 130 afirmando expressamente que Todos os direitos humanos qualquer que seja o tipo a que perten am se inter relacionam necessariamente entre si e s o indivis veis e inter dependentes o que refor a a ideia de que uma dimens o ou gera o n o exclui a outra mas se inter relacionam na busca da prote o integral do ser humano a Direitos fundamentais de primeira dimens o Os direitos fundamentais de primeira dimens o correspondem aos direitos civis e pol ticos que expressam o valor da liberdade Trata se de direitos consagrados sob a gide do Estado Liberal de Direito que surge no s culo XIX e in cio do s culo XX como resultado do fracasso do Estado Absolutista mon rquico e das Revolu es Francesa e Industrial O Estado Liberal de Direito foi influenciado do ponto de vista pol tico filos fico por Hobbes Locke e Rousseau que desenvolveram teorias contr rias ao
512. o venham a lhe garantir as condi es existenciais m nimas para uma vida saud vel al m de propiciar e promover sua participa o ativa e co respons vel nos destinos da pr pria exist ncia e da vida em comunh o com os demais seres humanos ver se que a dignidade n o restar suficientemente respeitada e protegida em todo o lugar onde as pessoas estejam sendo atingidas por um tal n vel de instabilidade jur dica que n o estejam mais em condi es de com um m nimo de seguran a e trangiiilidade confiar nas institui es sociais e estatais incluindo o Direito e numa certa estabilidade das suas pr prias posi es jur dicas C sar Garc a Novoa citado por Leonardo Greco afirma que A seguran a uma das principais aspira es humanas somente pode entender se levando em considera o a dimens o social do homem Enquanto caracter stica da condi o humana pode ser definida como a pretens o de toda pessoa de saber a que ater se em suas rela es com os outros Quando adjetivamos a seguran a de Jur dica estamos pensando na idoneidade do Direito para alcan ar esse saber a que ater se A coisa julgada n o instituto confinado ao direito processual Ela tem acima de tudo o significado pol tico institucional de assegurar a firmeza das situa es jur dicas tanto que erigida em garantia constitucional gt 5 OLIVEIRA Carlos Alberto Alvaro de O processo civil na perspectiva dos direitos fundamenta
513. objeto evitar se tanto quanto poss vel a contradi o entre julgados coletivos e individuais e sobretudo viabilizar o aproveitamento da condena o gen rica obtida na demanda coletiva para fins de liquida o e execu es individuais subseq entes Entretanto a consecu o de tais objetivos s estar assegurada ap s o tr nsito em julgado da decis o de proced ncia da a o coletiva o que n o se coaduna com a pr via fixa o 5 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 357 52 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 966 967 195 de prazo para a dura o da suspens o Assim deve se entender que uma vez pleiteada a suspens o do feito individual sob o argumento da pend ncia de a o coletiva correlata nem seu deferimento depender da concord ncia do r u nem haver prazo m ximo para sua dura o Pedro Lenza tamb m partid rio de que a a o individual deve permanecer suspensa at o tr nsito em julgado da decis o a ser proferida na a o coletiva ao argumento de que malgrado interessante solu o de suspens o do processo individual por um ano nos termos do art 265 5 do CPC j que de fato h rela o de prejudicialidade com a devida v nia n o se pode deixar de alertar
514. ocessual civil com a trabalhista A primeira s se limita a algumas hip teses espec ficas porque s nelas o credor v dificultado de algum modo o seu acesso Justi a Na generalidade dos casos e refletindo o esp rito do pr prio direito que instrumentaliza o processo civil sup e homens livres e iguais senhores de seu destino J a substitui o processual trabalhista parte de uma outra tica de outra realidade Opera numa esfera em que as partes s o tragicamente desiguais t o desiguais que uma delas n o pode sequer acionar a outra na pend ncia do v nculo que as une a substitui o processual vem n o apenas facilitar mas viabilizar o acesso real Justi a 4 2 5 Legitima o concorrente disjuntiva exclusiva e aut noma Para Kazuo Watanabe a legitima o ser concorrente e disjuntiva sempre que todos os entes p blicos tenham pelas caracter sticas da lide seja pela natureza do bem jur dico amea ado ou lesado seja pela amplitude da amea a ou da les o seja ainda pela quantidade e localiza o dos titulares dos interesses amea ados ou lesados a atribui o de promover a defesa dos consumidores no caso concreto em raz o do v nculo dos consumidores luz da referida li o doutrin ria poss vel afirmar que a legitima o na a o coletiva concorrente art 5 da Lei da A o Civil P blica e art 82 do C digo de Defesa do Consumidor existindo v rios titulares do dire
515. odo que uma vez proposta determinada demanda por uma das pessoas constantes do rol de legitimados a imutabilidade da coisa julgada material estende se a todos os demais que n o poder o propor nova demanda com o mesmo objeto e causa de pedir mesmo que n o tenham participado da demanda origin ria SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 45 247 decis o de proced ncia proferida na a o coletiva n o beneficiar o autor da a o individual Nessa hip tese o titular da a o individual assume os riscos de um poss vel resultado desfavor vel em sua pr pria a o e sendo requerida a suspens o da a o individual e julgado procedente o pedido na a o coletiva o autor daquela a o ser beneficiado pelos efeitos erga omnes da senten a proferida na a o coletiva podendo liquid la e execut la Se o pedido da a o coletiva for julgado improcedente o autor da a o individual dever requerer o prosseguimento da sua a o A efic cia erga omnes da coisa julgada no caso de proced ncia do pedido decorre da natureza do direito cuja tutela requerida trata se de direito indivis vel de que s o titulares pessoas indeterminadas No campo do direito do trabalho pode ser citada como situa o que envolve direitos difusos a que diz respeito ao meio ambiente de trabalho A decis o que julgar procedente pedido voltado ao es
516. og neos incompat vel com o regime do art 472 do C digo de Processo Civil uma vez que a decis o deve ser nica para todos Assim da ess ncia do processo coletivo que a coisa julgada alcance terceiros posto que em seu favor que a a o promovida e que nelas perseguida a tutela de direitos indivis veis difusos e coletivos ou que merecem tutela coletiva em raz o de sua origem e relev ncia social individuais homog neos Vale o registro de que a extens o da coisa julgada a terceiros quando se trate de interesses coletivos n o estranha ao processo do trabalho como se verifica no diss dio coletivo e na a o de cumprimento que pode ser proposta pelo sindicato em favor de toda a categoria 4 TROCKER Nic lo I limiti soggettivi del giudicato tra tecniche di tutela sostanziale e garanzie di difesa processuale profili dell esperienza giuridica tedesca In Rivista di Diritto Processuale Padova 1988 x XLIII II Serie 235 5 6 3 Coisa julgada inter partes erga omnes e ultra partes Em rela o defini o daqueles que ser o alcan ados pelos efeitos da coisa julgada tr s s o as possibilidades efeitos inter partes erga omnes e ultra partes Coisa julgada inter partes aquela que vincula somente as partes da rela o jur dico processual A limita o da coisa julgada s partes tem como fundamento as garantias constitucionais da inafastabilidade da jurisdi o do devido processo leg
517. oisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 MIRRA lvaro Luiz Valery A o civil p blica em defesa do meio ambiente a representatividade adequada dos entes intermedi rios legitimados para a causa In MILAR dis Coord A A o civil p blica ap s 20 anos efetividade e desafios S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 MONACCINL Luigi Azione e legittimazione Mil o Giuffr 1951 MORAES Alexandre de Direitos humanos fundamentais 7 ed S o Paulo Atlas 2006 MORAES Maria Celina Bodin de O conceito de dignidade humana substrato axiol gico e conte do normativo In SARLET Ingo Wolfgang Org Constitui o direitos fundamentais e direito privado 2 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2006 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A a o civil p blica e a l ngua portuguesa In Temas de direito processual Oitava S rie S o Paulo Saraiva 2004 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A a o popular do direito brasileiro como instrumento de tutela jurisdicional dos chamados interesses difusos In Temas de direito processual Primeira S rie S o Paulo Saraiva 1977 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A legitima o para a defesa dos interesses difusos no direito brasileiro Temas de direito processual Terceira s rie S o Paulo Saraiva 1984 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A prote o jur dica dos interesses coletivos In Temas de direito processual Terceira S rie S
518. oletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 36 45 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 36 159 4 2 6 Representatividade adequada Sobre a representatividade adequada aduz Ada Pellegrini Grinover que Esse instituto desconhecido do processo individual alicer a no processo coletivo a legitima o exigindo que o portador em ju zo dos interesses ou direitos difusos coletivos e individuais homog neos apresente as necess rias condi es de seriedade e idoneidade at porque o legitimado o sujeito do contradit rio do qual n o participam diretamente os membros do grupo categoria ou classe de pessoas Nos Estados Unidos a representa o adequada do legitimado ativo aferida e reconhecida caso a caso pelo juiz da causa Anota Rodolfo de Camargo Mancuso que A legitima o buscada alhures por crit rio objetivo qual seja o de saber se existe a adequacy of representation isto se a parte ideol gica presente em ju zo re ne as condi es que a qualificam para representar a class A verifica o da idoneidade dessa representa o compete ao juiz no exerc cio da defining function isto a fun o de definir se se trata ou n o de uma class action e se a representa o no caso concreto adequada Essa defini o importante porque em caso positivo a senten a projetar efeitos erga omnes para todos os integrantes da categoria ainda que
519. onsagrou se o reconhecimento de seus direitos fundamentais tendo em seu centro convergente os direitos de liberdade as liberdades civis com a emerg ncia dos direitos individuais vida seguran a individual propriedade privada e a liberdade pol tica com a consolida o dos direitos pol ticos ressalvando se que poca a cidadania envolvia apenas o direito de voto Os direitos vida liberdade propriedade e igualdade do indiv duo diante da lei s o protegidos na perspectiva da doutrina iluminista e jusnaturalista dos s culos XVII e XVIII Conforme afirma Ingo Wolfgang Sarlet este rol de direitos foi posteriormente complementado por um leque de liberdades inserindo se as chamadas liberdades de express o coletiva ou seja liberdades de express o imprensa manifesta o reuni o associa o entre outras e pelos direitos de participa o pol tica tais como o direito de voto e a capacidade eleitoral passiva revelando de tal sorte a ntima correla o entre os direitos fundamentais e a democracia Na li o de Paulo Bonavides o titular dos direitos fundamentais de primeira dimens o o homem posto que Os direitos da primeira gera o s o os direitos da liberdade os primeiros a constarem do instrumento normativo constitucional a saber os direitos civis e pol ticos que em grande parte correspondem por um prisma hist rico quela fase inaugural do constitucionalismo do Ocidente Os
520. ontradit rias a senten a individual depender da solu o de julgamento da a o coletiva que se procedente a todos beneficiar Mas neste caso tamb m julgada improcedente a a o coletiva n o se poder prejudicar as demandas individuais vislumbrando se por conseguinte uma certa rela o de prejudicialidade secundum eventum litis j que o resultado negativo da a o coletiva em nada afetar o direito de os interessados proporem as suas a es de indeniza o a t tulo individual Elton Venturi critica essa solu o afirmando que Caso n o providenciada a reuni o das demandas coletivas perante o ju zo da primeira a o coletiva distribu da entretanto n o se pode concordar com a suspens o obrigat ria das demandas individuais por suposta rela o de prejudicialidade como afirma existir a professora Grinover inserindo expressa previs o a respeito art 7 3 e 4 no Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos Se o sistema de tutela coletiva prev direito de op o para os litigantes individuais no art 104 do CDC n o parece razo vel inviabilizar tal prerrogativa mediante perempt ria suspens o das suas a es distribu das e processadas em ju zos distintos Como j afirmamos a solu o ideal sempre ser a da reuni o de todos os feitos Mas caso isso n o ocorra nem por isso deixar o de E E 482 ser livremente apreciadas independentemente do resultado da demanda coletiva
521. or conhecer a efic cia dele Quem se apresenta a esta outra indaga o verificar facilmente que o ju zo do juiz n o pode ser um ju zo qualquer isto que tenha efic cia igual ao ju zo de um consultor pois do contr rio os efeitos repressivos ou preventivos da lide n o poderiam ser obtidos se depois do processo os contentores fossem livres para aceitar ou n o a senten a a lide poderia permanecer viva ou aberta o mesmo que antes Isto explica porque o ju zo do juiz ao contr rio do ju zo do consultor tem car ter vinculativo ou imperativo imperativa pois a efic cia da coisa julgada e a f rmula de coisa julgada se emprega para significar n o tanto o julgamento quanto o julgamento dotado de tal efic cia Para esse autor a senten a do juiz tem a efic cia de mandato jur dico mas de um mandato jur dico particular posto que relativa a um caso particular fazendo a coisa julgada lei a respeito da rela o jur dica deduzida em ju zo gt Acrescenta Francesco Carnelutti que se a parte a quem n o agrada o ju zo pronunciado pudesse obter ou somente pedir ilimitadamente a sua altera o a lide em lugar de se composta permaneceria ou poderia permanecer sempre aberta A composi o da lide exige pois n o s a imperatividade mas at certo ponto tamb m a imutabilidade do ju zo g a teoria substancial da coisa julgada Para Enrico Allorio a senten a transitada em julgado 50 SANTOS Moa
522. or de Qu caracter stica debe contener um sistema procesal civil para ser compatible com el dereco al debido proceso In ARAZI Roland et al Debido proceso Santa F Rubinzal Culzoni 2003 p 57 58 Lembra Paulo Bonavides que o testemunho da Hist ria n o tem sido outro sen o este com a guerra os liberticidas abatem povos e sacrificam na es com a paz os libertadores edificam Rep blicas restauram democracias previnem genoc dios A paz assim obra da divindade a guerra arte do dem nio Toda democracia em geral paz Toda ditadura ao rev s guerra aquela guerra civil latente entre opressores e oprimidos Se prosseguirmos o cotejo f cil verificar que a guerra aparelha a ditadura enquanto a paz aparelha a democracia a qual por sua vez faz as na es prosperarem A paz cria valores a guerra os destr i Aben oada a paz que organiza e protege a liberdade do cidad o Maldita a guerra que gera s ditos e escravos e esparge servid o e vassalagem entre os povos propaga a morte e arru na civiliza es Com a paz o civismo constitucional forma a consci ncia da cidadania e esta j n o admite a Constitui o como um c digo de ret rica pol tica inchado de promessas em que h mais fic o e demagogia que concretude e normatividade mais aus ncia que presen a dos fatores determinantes da governabilidade mais desafei o e desfa atez que fidelidade 31 Norberto Bobbio chama a aten o para o fato de q
523. ora A senten a atinge todos que mantenham qualquer rela o jur dica vinculada quela que foi por ela decidida mas n o a coisa julgada Os terceiros podem sofrer efeitos da senten a e vem respeit la como ato do Estado mas n o est o impedidos de discutir a justi a de tal decis o Liebman A coisa julgada com efeito forma se apenas entre as partes n o atingindo terceiros mas n o os efeitos da senten a Justamente por isso aqueles que confundem a coisa julgada com os efeitos ou efic cia da senten a como faz o art 467 do CPC costumam afirmar que estes efeitos n o podem atingir terceiros Se as decis es judiciais n o pudessem at outra decis es em contr rio vincular terceiros a solu o de qualquer lit gio implicaria invariavelmente na incondicional e obrigat ria chamada de todas as pessoas que tivessem qualquer rela o jur dica com v nculo de prejudicialidade com a rela o em ju zo para integrarem o processo com os esper veis inconvenientes que isto traria quando se tratasse v g de direitos opon veis erga omnes como os de propriedade ou as quest es de estado JEVEAUX Geovany Cardoso A coisa julgada nas a es coletivas In Revista Trabalhista Direito e Processo n 29 ano 8 jan mar 2009 S o Paulo LTr e Anamatra p 123 622 JEVEAUX Geovany Cardoso A coisa julgada nas a es coletivas In Revista Trabalhista Direito e Processo n 29 ano 8 jan mar 2009 S o Paulo LTr e An
524. ords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 p 42 MAURER B atrice Notas sobre o respeito da dignidade da pessoa humana ou pequena fuga incompleta em torno de um tema central Tradu o de Rita Dostal Zanini In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 83 48 A igual dignidade de todos os homens funda a igualdade de todos porque cada homem dotado da dignidade de pessoa que todos s o iguais Assim negar a algu m a dignidade significa consider lo como inferir e portanto n o mais como um ser humano N o se trata destarte de uma quest o de valor de hierarquia de uma dignidade maior ou menor por isso que a dignidade fundamental do homem um absoluto Ela total e indestrut vel Ela aquilo que chamamos de inamiss vel n o pode ser perdida O respeito dignidade do outro exige que este seja considerado como igual merecedor do mesmo respeito e titular da mesma liberdade n o se podendo olvidar que tamb m deve ser considerado na sua condi o de membro do corpo social Peter H berle fazendo refer ncia a G nter Diirig aduz que No reconhecimento de que a vinculatividade e a for a obrigat ria tamb m de uma Constitui o s podem estar fundados em valores objetivos o legislador constitucional
525. orias de BETTI e CARNELUTTI remata o Prof REZENDE FILHO A coisa julgada vale porque coisa julgada porque a lei n o permite que se lhe contradiga a autoridade N o porque se presuma representar a verdade dos fatos e a exata aplica o da lei A senten a obriga n o por for a da verdade que cont m mas em virtude de sua pr pria qualidade autorit ria Sendo a coisa julgada um comando jur dico imposto pelo Estado aos litigantes para a solu o da quest o que os trouxe a ju zo s a senten a definitiva de m rito a produz Vale ressaltar a advert ncia de Giuseppe Chiovenda no sentido de que se deve radicalmente repudiar uma doutrina que volveria o processo moderno inteiramente inspirado em alto ideal de justi a ao processo embrion rio dos tempos primitivos s e 579 concebido para impor a paz a todo custo aos litigantes O que se persegue no processo moderno a paz com justi a d evitar decis es conflitantes sobre a mesma lide A atribui o senten a da qualidade de indiscut vel e imut vel tamb m tem como justificativa evitar decis es conflitantes sobre a mesma demanda 57 ASSIS Araken de Doutrina e pr tica do processo civil contempor neo S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 p 258 8 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 262 263 59 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Booksell
526. ortanto o seu pedido O pedido revela o tipo de provimento jurisdicional perseguido declara o ou condena o por exemplo e o bem da vida pretendido pelo autor da demanda ficando esclarecido que bens da vida s o as coisas ou valores necess rios ou teis sobreviv ncia do homem bem como a seu aprimoramento O bem da vida como ensina C ndido Rangel Dinamarco o preciso bem que o demandante pretende haver como resultado final do processo Tudo que ele faz no processo tudo que pede atos que realiza ou requer tudo tem para o demandante o objetivo nico de conseguir esse bem que sem vir ao Estado juiz ele n o poderia obter O pedido ent o imediato o tipo de provimento jurisdicional pretendido pedido de natureza processual e mediato o bem da vida perseguido pedido de natureza material Segundo Giuseppe Chiovenda tendo se em vista o objeto mediato da a o pode dizer se que a identidade objetiva significa identidade do bem garantido pela lei cuja atua o se requer Ainda segundo Giuseppe Chiovenda l gico que se deva falar de 354 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 39 5 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v I p 123 3 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v I p 431
527. os das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 p 88 144 Poder Judici rio que tome determinada provid ncia em rela o ao demandado Dito de outra forma a demanda envolve aquele que pede a tutela jurisdicional autor e aquele em face de quem a tutela pedida r u O autor e o r u s o as partes da a o A prop sito colhe se na doutrina de Giuseppe Chiovenda a afirma o de que parte aquele que demanda em seu pr prio nome ou em cujo nome demandada a atua o duma vontade da lei e aquele em face de quem essa atua o demandada A id ia de parte ministrada portanto pela pr pria lide pela rela o processual pela demanda n o necess rio rebusc la fora da lide e especialmente na rela o substancial que objeto da controv rsia Para James Goldschmidt parte aquele que requer a tutela jur dica e aquele contra quem requerida a tutela jur dica esclarecendo esse autor que n o preciso que as partes sejam necessariamente os sujeitos do direito ou da obriga o controvertidos Francesco Carnelutti faz distin o entre parte em sentido material parte como sujeito na rela o jur dica litigiosa e em sentido processual parte como sujeito na rela o jur dica processual ii Para Enrico Tullio Liebman As partes s o os sujeitos contrapostos na dial tica do processo perante o juiz o qual por defini o titular de um poder imparcial A
528. os e refor los em sentido bem determinado A senten a vale como comando pelo menos no sentido de que cont m a formula o autoritativa duma vontade de conte do imperativo A efic cia de uma senten a n o pode por si s impedir o juiz posterior investido ele da plenitude dos poderes exercidos pelo juiz que prolatou de reexaminar o caso decidido e julg lo de modo diferente Somente uma raz o de utilidade pol tica e social interv m para evitar esta possibilidade tornando o comando imut vel quando o processo tenha chegado sua conclus o com a preclus o dos recursos contra a senten a nele pronunciada Nisso consiste pois a autoridade da coisa julgada que se pode definir com precis o como a imutabilidade do comando emergente de uma senten a N o se identifica ela simplesmente com a definitividade e intangibilidade do ato que pronuncia o comando pelo contr rio uma qualidade mais intensa e mais profunda que reveste o ato tamb m em seu conte do e torna assim imut veis al m do ato em sua exist ncia formal os efeitos qualquer que sejam do pr prio ato Comentando a teoria de Enrico Tullio Liebman afirma Humberto Theodoro J nior que 57 SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 57 58 58 SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 58 59 59 LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e ou
529. os para a tutela em rela o aos demais setores da sociedade regrados de forma expressa pela Lei da A o Civil P blica A regula o procedimental da tutela dos direitos individuais homog neos no entanto exaure se na aplica o subsidi ria do C digo de Defesa do Consumidor que obviamente tem por objetivo tra ar as diretrizes dos lit gios metaindividuais que envolvam os consumidores Em tais condi es as chamadas senten as gen ricas prolatadas no mbito da jurisdi o consumerista apresentam as particularidades desse ramo especialmente no que concerne s condena es que via de regra resumem se s repara es pecuni rias atribu veis a um determinado universo de pessoas No caso da tutela dos direitos individuais homog neos trabalhistas a atua o jurisdicional implica em m ltiplas condena es at porque s o diversas as obriga es decorrentes de contratos de trabalho Ada Pellegrini Grinover aduz que Muito embora o dispositivo se refira s a es coletivas de que trata este C digo na realidade sua abrang ncia maior Mas igualmente certo que permaneceu ntegro o art 117 do C digo o qual acrescenta o novo art 21 Lei n 7 347 de 24 de julho de 1985 a denominada Lei de A o Civil P blica determinando a aplica o defesa dos direitos e interesses difusos coletivos e individuais no que for cab vel dos dispositivos do t tulo II do C digo do Consumidor Ademais
530. os pelo processo como instrumento democr tico de poder jurisdicional ultrapassam os interesses individuais das partes na solu o do lit gio A vis o publicista para 1 DINAMARCO C ndido Rangel A reforma da reforma 4 ed S o Paulo Malheiros 2003 p 29 16 DINAMARCO C ndido Rangel A reforma da reforma 4 ed S o Paulo Malheiros 2003 p 30 70 esse autor foi imposta pela constitucionaliza o dos direitos e garantias processuais n o se esgotando na sujei o das partes ao processo Para Jos Roberto dos Santos Bedague 2 A tarefa principal do ordenamento jur dico estabelecer uma tutela de direitos eficaz no sentido de n o apenas assegur los mas tamb m garantir sua satisfa o O ordenamento ser efetivo quando vigente a lei seja ela espontaneamente acatada pelo destinat rio por encontrar correspond ncia na realidade social ou quando a atua o se d coercitivamente atrav s de medidas que substituem a atua o espont nea Todos os fatos sociais juridicamente relevantes devem ocorrer em conformidade com a vontade geral e abstrata do legislador de forma natural ou coercitiva A Constitui o da Rep blica de 1988 exige do processo a plena efetividade sendo de anotar que como assinala Jos Carlos Barbosa Moreira ser socialmente efetivo o processo que se mostre capaz de veicular aspira es da sociedade como um todo e de permitir lhes a satisfa o por meio da Justi
531. otadamente a constru o de uma sociedade justa livre e solid ria a dignidade da pessoa humana a mola mestra do Estado e dos particulares notadamente do empregador na rela o de emprego Anote se que conforme salienta Juliana Augusta Medeiros de Barros sendo os direitos fundamentais exterioriza es do princ pio da dignidade da pessoa humana centro de gravidade da ordem jur dica preciso expandir para todas as aa AQUINO Tom s de Suma Teol gica S o Paulo Loyola 2005 v VI p 121 3B PIOVESAN Fl via Direitos humanos e o direito constitucional internacional 3 ed S o Paulo Max Limonad 1997 p 57 65 314 SOARES F bio Costa Acesso do consumidor Justi a os fundamentos constitucionais do direito prova e da invers o do nus da prova Rio de Janeiro Lumen Juris 2006 p 47 48 125 esferas da vida humana a incid ncia do mesmo pois do contr rio a prote o Ea e 4 315 dignidade estar inexoravelmente comprometida Outrossim incumbe ao Poder Judici rio a tarefa de tutelar os direitos violados ou amea ados de viola o art 5 XXXV CR 88 A tutela dos direitos fundamentais da ess ncia da fun o do Poder Judici rio Ao Poder Judici rio cabe quando provocado impor o respeito aos direitos fundamentais pelos demais Poderes do Estado e particulares inclusive quando participem de uma rela o de trabalho na condi o de empregadores Como anotam Gilmar Mendes Inoc n
532. ovenientes de ato emanado do Estado Verifica se que a coisa julgada surgiu da necessidade social de preservar a harmonia e a paz social dirimindo os lit gios e evitando a perpetua o destes na esfera judicial bem como garantindo o resultado do processo Observe se que a coisa julgada pressup e ato jurisdicional constitutivo de senten a ou ac rd o e que ele seja irrecorr vel Vale mencionar alguns ensinamentos doutrin rios sobre a coisa julgada Eduardo Couture afirma que a coisa julgada 52 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros Editores 2009 v III p 303 53 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil v I Campinas Bookseller 1998 v I p 447 514 SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 35 Acrescenta esse autor que a senten a que adquiria a autoridade de coisa julgada e consequentemente encerrava a presun o de verdade obrigava o vencido a cumprir o determinado pelo juiz pois fazia lei entre as partes Ap s o tr nsito em Julgado ensejava o fim da rela o processual tornando a decis o imut vel Dessa forma o vencido devia cumpri la n o podendo se eximir ou fazer alega es com esse fim SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 35 199 a autoridade e efic cia de uma senten a judicial quando n o existem contra ela meios de
533. p 41 289 Justi a social e confere prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os 744 demais valores da economia de mercado pela norma jur dica trabalhista interventora no contrato de emprego que a sociedade capitalista estruturadamente desigual consegue realizar certo padr o gen rico de justi a social distribuindo a um n mero significativo de indiv duos os empregados em alguma medida ganhos do sistema econ mico sem inviabilizar o pr prio avan o deste sistema socioecon mico O direito do trabalho portanto procura equilibrar a rela o capital e trabalho e com isso realizar certo padr o gen rico de justi a social por meio da prote o do trabalhador que a parte mais fraca nessa rela o Essa prote o uma imposi o da pr pria Constitui o ao reconhecer o valor social do trabalho humano e faz lo prevalecer sobre os demais valores A prote o do trabalhador ainda uma exig ncia da atribui o dignidade da pessoa humana da condi o de fundamento da ordem jur dica econ mica e social art 1 inciso II da Constitui o Federal de 1988 n o sendo fact vel entender se o trabalho desassociado do trabalhador N o h como desprender o labor da pessoa humana que desenvolve o servi o sob pena de se considerar o sujeito que trabalha uma mercadoria qualquer A essa circunst ncia denomina Wandelli de ambival ncia do direito do trabalho em que
534. p 454 4 Adolf Wach comentando o 192 do Ordenamento Processual Civil alem o que prev que da peti o inicial deve constar a indica o exata do objeto e do fundamento da pretens o o direito que se pretende alcan ar por meio do Estado indaga se haver que exigir no sentido do direito comum fundamenta o da demanda mediante a designa o de todos os fatos produtores da pretens o ou haver que se contentar com a individualiza o desta vale dizer a designa o da rela o jur dica individual produtora da pretens o WACH Adolf Conferencias sobre la ordenanza procesal civil alemana Lima ARA Editores 2006 p 37 A essa indaga o que procuram apresentar resposta as teorias da substancia o na peti o inicial devem ser apontados os fatos que deram origem rela o jur dica litigiosa e os fundamentos jur dicos da pretens o ao passo que na contesta o deve ser concentrada toda a mat ria de defesa estando o debate das partes circunscrito aos fatos narrados na peti o inicial e na contesta o enquanto o juiz ter liberdade para lhes atribuir a consequ ncia jur dica a eles relacionada pelo ordenamento jur dico sem ficar vinculado qualifica o jur dica 135 Como observa Ricardo de Barros Leonel no processo coletivo a causa de pedir pode ser formulada com delineamento absolutamente pr prio na medida em que em decorr ncia das pr prias peculiaridades dos interesses em debat
535. pa s de uma democracia capaz de justifica o e torna se ao mesmo tempo povo SCE es ti enquanto inst ncia de atribui o global Os direitos fundamentais incidem na rela o entre os particulares e o Estado efic cia vertical dos direitos fundamentais Ao Estado vedado intervir de forma indevida na esfera de liberdade dos indiv duos e lhe imposto o dever de criar as condi es necess rias para a concretiza o dos direitos fundamentais e de proteg los em caso de agress o de terceiros direitos fundamentais como direito de prote o ou de defesa contra o Estado e como direito de prote o por meio do Estado Os direitos fundamentais tamb m incidem nas rela es entre particulares tendo estes o dever de respeit los e proteg los efic cia horizontal dos direitos fundamentais Assim os direitos fundamentais vinculam tanto o Estado quanto os particulares a Diante da efic cia horizontal dos direitos fundamentais pode ser dito que no exerc cio do poder diretivo o empregador deve respeitar os direitos fundamentais dos trabalhadores Os direitos fundamentais limitam portanto o poder diretivo do empregador Cristina Queiroz aduz que os direitos fundamentais ostentam uma parte de contra poder necess ria numa democracia pluralista S o limita es ao poder e divis o de 5513 poder Sob este prisma na rela o de trabalho subordinado os direitos fundamentais funcionam co
536. para as a es coletivas n o podem tutelar direitos individuais puros Consequentemente constata se que entre tais a es pode haver identidade de causa de pedir pr xima fatos mas n o de partes e de pedido donde conclui se poder ocorrer no m ximo conexidade que leve reuni o das a es ficando destarte exclu da a possibilidade de litispend ncia ou contin ncia Por outro lado a contin ncia ocorrer quando duas ou mais a es tiverem em comum as partes e a causa de pedir mas o objeto de uma por ser mais amplo abranger o da outra Hugo Nigro Mazzilli afirma ser poss vel a ocorr ncia de contin ncia entre a es coletivas apontando o seguinte exemplo Imaginemos que uma associa o civil aju ze a o civil p blica visando ao fechamento de uma empresa que polui enquanto o Minist rio P blico simultaneamente aju za uma a o civil p blica visando ao fechamento da mesma empresa pelo mesmo motivo mas pedindo ainda indeniza o pelos danos j causados A causa de pedir a mesma mas o pedido da segunda a o mais abrangente que o da primeira Sustenta Hugo Nigro Mazzilli que poder haver contin ncia no caso em que os consumidores lesados estejam acionando individualmente o respons vel pelo dano quando sobrev m o ajuizamento de a o coletiva em defesa de interesses coletivos ou interesses individuais homog neos Esta ltima hip tese ali s prevista expressamente no CDC segun
537. patamares qualitativos que EA a A pi 107 transcendam a mera garantia da sobreviv ncia f sica m nimo vital Gabriela Neves Delgado assevera que A orienta o constitucional de que o ser humano valor absoluto cria a necessidade de que a sua condi o humana seja preservada da a import ncia do valor da dignidade enquanto par metro axiol gico fundamental incorporado pelo ordenamento jur dico brasileiro especialmente por meio dos direitos fundamentais Por essa raz o a dignidade do ser humano enquanto orienta o matriz do Direito deve condicionar todas as formas de conviv ncia juridicamente ordenadas inclusive aquelas desenvolvidas no mundo do trabalho No mbito das rela es trabalhistas a simbiose entre direitos fundamentais e dignidade humana ganha relevo especial O reconhecimento do trabalhador como ser humano 105 Peter H berle afirma que os direitos fundamentais individualmente considerados subsegiientes assim como os objetivos estatais e as variantes das formas estatais t m a dignidade como premissas e encontram se a seu servi o No processo hist rico do novo desenvolvimento estatal constitucional dos direitos fundamentais a constru o jurisprudencial ou as novas formula es textuais de direitos fundamentais individualmente considerados atuam como novas atualiza es do postulado base de prote o da dignidade humana em face de novas zonas de perigo por meio de um aperfei oamento jus
538. pectos diversos de acordo com os diferentes c rculos nos quais vive BOBBIO Norberto Teoria geral da pol tica a filosofia pol tica e as li es dos cl ssicos Michelangelo Bovero Org Tradu o de Daniela Beccaccia Versiani Rio de Janeiro Elsevier 19 reimpress o 2000 p 504 45 dimens o estritamente privada de valores a afirma o social do ser humano A dignidade da pessoa fica pois lesada caso ela se encontre em uma situa o de E as BA os E 89 completa priva o de instrumentos de m nima afirma o social Conclui Maur cio Godinho Delgado que enquanto ser social a pessoa humana tem asseguradas por este princ pio iluminador e normativo n o apenas a intangibilidade de valores individuais b sicos como tamb m um m nimo de possibilidade de afirma o no plano comunit rio circundante J J Gomes Canotilho adverte inclusive que a radica o da id ia da necessidade de garantir o homem no plano econ mico social e cultural de forma a alcan ar um fundamento existencial material humanamente digno passou a fazer parte do patrim nio da humanidade Gabriela Neves Delgado afirma que a Constitui o Federal de 1988 assegura sentido ampliado da dignidade na aplica o multidimensional do princ pio a fim de que a pessoa humana possa se afirmar como sujeito de direitos na sociedade circundante Para tanto necess rio assegurar a intangibilidade dos direitos individuais assim com
539. pela ordem jur dica evidente que embora breve o relato dos fatos deve permitir a perfeita individualiza o do direito deduzido para permitir inclusive o exerc cio do direito ao contradit rio e ampla defesa Vale anotar a conclus o de Ricardo de Barros Leonel Pode se afirmar que se de um turno a teoria dos tria eadem e consequentemente a defini o da causa de pedir fornecem crit rios objetivos e definidos para a identifica o das demandas coletivas e para aplica es pr ticas no equacionamento de problemas verificados nos momentos ou fen menos processuais relacionados ao tema de outra sorte a insufici ncia do crit rio que funciona como boa hip tese inicial de trabalho se manifesta pela necessidade em determinados casos de nos socorrermos de outros crit rios para a compreens o correta da natureza e extens o de cada um destes institutos Antonio Gidi chama a aten o para o fato de que ao compararmos as a es individuais com as a es coletivas percebemos que n o h coincid ncia em nenhum dos seus elementos Quanto causa de pedir a compara o muito mais delicada e dif cil a diferencia o e podem inclusive ser consideradas iguais ou pelo menos correspondentes Mas a causa de pedir na a o coletiva permite o pedido de tutela de um direito superindividual indivisivelmente considerado a causa de pedir na a o individual por sua vez diz respeito tutela de um direito ind
540. pelo v nculo de procedimento isto pelo fato de que s o dispostos por lei em sequ ncia coordenada de forma que cada ato pressup e o antecedente e por sua vez pressuposto do subseqiiente Ao longo do iter processual em sua marcha para a senten a definitiva criam se sucessivas situa es todas elas de efeito preclusivo que lhes assegura a estabilidade Processo ent o um conjunto de atos voltados solu o de conflitos de interesses e realiza o concreta dos direitos assegurados pela ordem jur dica 17 ECHAND A Devis Teor a general del proceso 3 ed Buenos Aires Editorial Universidad 2004 p 156 128 COUTURE Eduardo J Fundamentos del derecho procesal civil 3 ed Buenos Aires Depalma 1993 p 9 10 12 GOLDSCHMIDT James Derecho procesal civil Buenos Aires Labor 1936 p 1 13 ALMEIDA Cleber L cio Direito processual do trabalho 3 ed Belo Horizonte Del Rey 2009 p 295 BI GUIMAR ES LUIZ Machado Estudos de direito processual Rio de Janeiro Editora Jur dica e Universit ria 1969 p 11 58 Para Piero Calamandrei o processo uma s rie de atos que se cruzam e se correspondem como os movimentos de um jogo de perguntas e respostas de r plicas e contra r plicas de a es que provocam rea es suscitadoras por sua parte de contra rea es Desta dinamicidade dial tica do processo civil de tipo dispositivo se tem dado uma inesquec vel demonstra o sistem ti
541. pio constitucional da isonomia vindicou se o pagamento de diferen as oriundas da quita o de adicional noturno de forma mais ben fica para determinado grupo de trabalhadores em detrimento de outros embora todos exercentes de mister em id nticas condi es tratando o r u de maneira desigual os iguais Nesse norte embora tente o Sindicato atribuir a diferencia o entre as duas a es amparado no argumento de modifica o dos paradigmas 6 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 311 7 ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 311 312 348 SILVA Sandra Lengruber da Elementos das a es coletivas S o Paulo M todo 2004 p 86 87 138 indicando na atual demanda os empregados que judicialmente alcan aram o adicional noturno majorado a circunst ncia n o capaz de afastar a identidade verificada no pedido e na causa de pedir remota e pr xima Com efeito vindo a ju zo o autor narra os fatos dos quais deduz ter o direito que alega Esses fatos constitutivos a que se refere o art 282 inc III do C digo de Processo Civil tamb m concorrem para a identifica o da a o proposta O Direito brasileiro adota quanto causa de pedir a chamada doutrina da substancia o para a qual o que conta para identificar a a o proposta
542. pode ser levemente identificada pela uniformidade h uma fluidez da pessoalidade mais presente nas sociedades primitivas para a impessoalidade particularidade esta das sociedades modernas O trabalho realizado da maneira mais pr tica poss vel em detrimento do sentimento H um grande avan o no conforto material e da expectativa de vida Em decorr ncia da sociedade de massa marcada por um processo de produ o de troca e de consumo de massa surgem conflitos de massa que envolvem interesses de coletividades formadas pelos mais diversos tipos de liames f ticos ou jur dicos Trata se de interesses que n o s o individuais nem p blicos posto que de natureza coletiva e a sua viola o acarreta danos igualmente coletivos uma vez que atinge vastos agrupamentos de pessoas podendo alcan ar n mero elevado e indeterminado de sujeitos de tal forma que o individual se dilui na esfera do coletivo que passa a ser a principal sen o a nica dimens o pela qual se pode observar a exist ncia desses direitos O processo cl ssico marcantemente individualista n o s n o atende s necessidades da sociedade de massa como em rela o aos interesses e direitos difusos e coletivos atua 76 ANDRADE Jos Carlos Vieira de Os direitos fundamentais na Constitui o Portuguesa de 1976 3 ed Coimbra Almedina 2006 p 63 117 SANTOS Ronaldo Lima dos Sindicatos e A es Coletivas S o Paulo LTr 2003 p 61
543. posi o ao instrumento meramente nominal ou formal Neste contexto o processo do trabalho deve dispor de instrumentos que o tornem apto realiza o do direito do trabalho O processo do trabalho deve ser capaz de propiciar parte vitoriosa o pleno gozo do que lhe foi reconhecido no menor espa o de tempo e com o menor disp ndio de energias poss vel O processo do trabalho deve acompanhar como sombra o direito material porque ambos corrigem desigualdades na ess ncia e na forma Estabelecidas essas premissas resta indagar sobre a aptid o do direito processual do trabalho para a solu o dos conflitos que envolvam os direitos metaindividuais trabalhistas O que se indaga se o processo do trabalho est acompanhando como sombra as necessidades criadas pela sociedade e conflitos de massa O direito processual do trabalho n o possui instrumentos apropriados para a adequada e efetiva tutela dos direitos metaindividuais trabalhistas certo que a Consolida o das Leis do Trabalho fonte por excel ncia do direito processual do trabalho cria alguns instrumentos voltados defesa de direitos coletivos diss dio coletivo e a o de cumprimento proposta por sindicato mas que representam muito pouco diante das necessidades geradas pelos conflitos de massa sendo de se acrescentar que a disciplina reservada a essas a es n o abarca a sua rela o com as a es individuais como se v por exempl
544. proced ncia e assim jogar se uma p de cal sobre o assunto 193 MOREIRA Jos Carlos Barbosa A a o civil p blica e a l ngua portuguesa In Temas de direito processual Oitava S rie S o Paulo Saraiva 2004 p 177 19 SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 16 ed S o Paulo Malheiros 1999 p 463 82 Finalmente poss vel que esse tipo de a o ao inv s de configurar uma colabora o acabe por ser fator de perturba o da boa ordem dos servi os quando a Cp pa 195 n o ajuizada por motivos s rios e relevantes A Lei n 7 347 de 24 07 85 disciplina a a o civil p blica de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente ao consumidor a bens e direitos de valor art stico est tico hist rico tur stico e paisag stico Com a Constitui o Federal de 1988 a a o civil p blica foi al ada ao n vel constitucional na medida em que o art 129 inciso III elencou entre as fun es do Minist rio P blico promover o inqu rito civil e a a o civil p blica para a prote o do patrim nio p blico e social do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos A Constitui o Federal de 1988 e leis posteriores estabeleceram a possibilidade de utilizar a a o civil p blica para combate s infra es da ordem econ mica e da economia popular prote o do patrim nio p blico e social a prote o dos direitos e interesses das popula es in
545. processo para ser efetivo deve se adaptar s particularidades do direito material tendo sido descrita a evolu o do direito processual civil nesse sentido com o estudo do tratamento reservado s a es coletivas e sua rela o com as a es individuais pelo C digo de Defesa do Consumidor 286 Neste est gio da presente disserta o adentra se ao exame da possibilidade de aplica o no processo do trabalho das regras estabelecidas pelo C digo de Defesa do Consumidor em rela o litispend ncia e coisa julgada O exame proposto ser dividido em tr s partes a a defini o da ess ncia do direito do trabalho para que se estabele a um par metro que permita determinar as caracter sticas necess rias ao processo que quele direito cumpre conferir realidade b a an lise da aptid o do processo do trabalho para a solu o dos conflitos que envolvam direitos metaindividuais trabalhistas c a verifica o da possibilidade de ado o do C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho para efeito de solu o de quest es relacionadas litispend ncia e coisa julgada no confronto entre a es coletivas e individuais O direito do trabalho fruto de um rduo processo de constru o o que n o pode ser desprezado quando se trate da tutela dos direitos conquistados pelos trabalhadores notadamente os de natureza fundamental Deve ser lembrado que como ad
546. processuais no sentido de um status activus processualis bem como por meios ideais e materiais Uma multiplicidade de combina es imagin vel HABERLE Peter A dignidade humana como fundamento da comunidade estatal Tradu o de Ingo Wolfgang Sarlet Pedro Scherer de Mello Aleixo In SARLET Ingo Wolfgang Org Dimens es da dignidade Ensaios de filosofia do direito e direito constitucional Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 137 53 de ordena o da vida social Contudo esta dimens o comunit ria manifesta se em planos diferentes que importa n o confundir Por um lado enquanto dimens o valorativa ou funcional ela vai influenciar e integrar o pr prio conte do de sentido dos direitos fundamentais Por outro lado enquanto dimens o jur dica estrutural implica ou produz autonomamente para al m do reconhecimento de posi es jur dicas subjetivas outros efeitos jur dicos Assim a atribui o dos direitos fundamentais pressup e agora tamb m o valor da solidariedade isto da responsabilidade comunit ria dos indiv duos Neste sentido leg timo falar de uma dimens o objetiva dos direitos fundamentais como dimens o valorativa visto que a medida ou o alcance da sua validade jur dica isto as situa es ou os modos e formas leg timas do seu exerc cio s o em parte determinadas pelo seu reconhecimento comunit rio e n o simplesmente remetidas para a opini o
547. processual Revista Forense Direito Processual Civil Comemorativa de 100 anos MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Rio de Janeiro Forense 2006 tomo V p 578 184 SHIMURA S rgio Tutela Coletiva e sua efetividade S o Paulo M todo 2006 p 48 17 existentes no C digo de Processo de modo a adapt lo s exig ncias dos novos 185 tempos Dentre os instrumentos componentes da primeira onda Teori Albino Zavascki destaca a Lei das A es Civis P blicas Lei n 7 347 de 24 07 85 a Lei n 7 853 de 24 10 89 que trata da tutela de interesses transindividuais de pessoas portadoras de defici ncias a Lei n 8 069 de 13 07 90 referente tutela de crian as e adolescentes a Lei n 8 078 de 11 09 90 voltada tutela dos consumidores a Lei n 8 428 de 02 06 92 relativa probidade na administra o p blica a Lei n 8 884 de 11 06 94 que trata da ordem econ mica e a Lei n 10 741 de 01 10 03 relativa aos interesses das pessoas idosas afirmando que Destinadas a tutelar direitos e interesses transindividuais isto direitos cuja titularidade subjetivamente indeterminada j que pertencentes a grupos ou classes de pessoas as a es civis p blicas caracterizam se por ter como legitimado ativo um substituto processual o Minist rio P blico as pessoas jur dicas de direito p blico ou ainda entidades ou associa es que tenham por finalidade institucional a defesa e a prote o dos bens e valores
548. produ o da coisa julgada da coisa julgada nas a es individuais e nas a es coletivas para finalmente analisar a insufici ncia da prova nas a es coletivas O sexto cap tulo tem por objeto o estudo do tratamento diferenciado conferido litispend ncia e coisa julgada nas a es coletivas pelo C digo de Defesa do Consumidor como t cnica processual para tornar efetivos os direitos metaindividuais assegurados no ordenamento jur dico e a possibilidade de sua aplica o subsidi ria ao processo do trabalho 15 2 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TRABALHISTAS 2 1 Direitos humanos e fundamentais Direitos fundamentais materiais e formais A dupla finalidade dos direitos fundamentais Ffic cia horizontal e vertical dos direitos fundamentais Direitos humanos s o direitos inerentes ao ser humano como tais reconhecidos em normas de direito internacional Trata se de direitos reconhecidos ao longo da hist ria da humanidade e que serviram na sua g nese de instrumento contra a tirania e a opress o mas que ao longo da hist ria sofreram altera o em seu objeto conte do e alcance sob o influxo das transforma es sociais econ micas e culturais experimentadas pela humanidade Em rela o aos direitos fundamentais podem ser encontradas na doutrina duas vertentes de pensamento A primeira vincula os direitos fundamentais constitucionaliza o dos direitos humanos sendo afirmado que direitos fundamentais s
549. prote o do consumidor como parte mais fraca na rela o de consumo que as a es coletivas receberam tratamento mais sistematizado o mesmo ocorrendo com os institutos da litispend ncia e da coisa julgada o que no entanto n o impediu o surgimento de s rias pol micas sobre as op es pol tico legislativas consagradas naquele C digo algumas fruto da tentativa de adotar no processo coletivo os conceitos pr prios do processo civil individual outras da simples resist ncia ao que novo e outras geradas pela aplica o concreta de tais op es A proposta da presente disserta o foi proceder an lise da litispend ncia e da coisa julgada na rela o entre as a es coletivas e as a es individuais a partir do peculiar tratamento que a estas conferido no C digo de Defesa do Consumidor para verificar a possibilidade de aplica o no processo do trabalho das t cnicas adotadas nesse C digo N o se trata de um estudo em que se pretenda apresentar respostas definitivas para todas as quest es que o tema abordado suscita O seu intuito foi contribuir para o debate sobre o melhor tratamento a ser reservado litispend ncia e coisa julgada no confronto entre as a es coletivas e as a es individuais trabalhistas e com isso para a defini o dos instrumentos que a ordem jur dica disp e em favor da adequada e efetiva tutela dos direitos metaindividuais Depois do exame do tratamento doutrin rio e legislativo con
550. que Frequentemente com a instru o probat ria que o pedido e a causa de pedir se delineiam com perfei o Sem chegar se ao extremo de se permitir a altera o do pedido e da causa de pedir em grau de apela o como previsto em alguns ordenamentos o que demandaria a observ ncia do contradit rio em segundo grau de jurisdi o certamente pedido e causa de pedir devem poder ser alterados at a senten a desde que a modifica o seja feita de boa f n o represente preju zo injustificado para a parte contr ria e o contradit rio seja preservado Melhor reabrir o contradit rio alegando e provando no mesmo processo do que relegar a mat ria ao ajuizamento de uma nova demanda uma quest o de economia processual voltada a evitar a multiplicidade de processos A ocorr ncia de litispend ncia exige identidade integral entre as a es mas esta identidade pode ser apenas parcial isto estar relacionada a apenas um ou dois dos elementos identificadores da a o D se a conex o quando duas ou mais a es tiverem em comum o objeto ou a causa de pedir art 103 do C digo de Processo Civil e a contin ncia tamb m denominada litispend ncia parcial quando haja identidade entre duas ou mais causas em rela o s partes e causa de pedir mas o objeto de uma abranger ante a sua amplitude o da outra art 104 do C digo de Processo Civil O efeito da litispend ncia distinto dos efeitos da conex o e da cont
551. que n o contrariar suas disposi es 245 A Constitui o Federal real a a natureza de direito fundamental da coisa julgada dispondo que ela n o pode ser prejudicada pela lei art 5 XXXVD Em rela o aos limites da coisa julgada tamb m relevante a men o Constitui o Federal que a Carta Magna foge do modelo estabelecido pelo art 6 do C digo de Processo Civil processo individualista liberal no que concerne legitimidade para a a o e por mera consequ ncia adota uma nova postura em rela o ao alcance da coisa julgada uma vez que sendo conferida legitimidade ativa a entes diversos para atuar em ju zo em favor de terceiros necessariamente ter se de admitir que a coisa julgada n o se restringe s partes Nesse sentido vale mencionar que a Constitui o Federal reconheceu a possibilidade da atua o judicial de entidades associativas art 5 inciso XXD criou o mandado de seguran a coletivo art 5 inciso LXX e permitiu a defesa judicial dos direitos individuais e coletivos das respectivas categorias pelos sindicatos art 8 inciso IIT e Consolida o das Leis do Trabalho A Consolida o das Leis do Trabalho tamb m adota postura diferenciada na compara o com o direito processual individual quando trata de direitos coletivos que no diss dio coletivo instaurado pelo sindicato ser o beneficiados pela coisa julgada todos os membros da categoria isto a coisa julg
552. que versem a defesa de interesses coletivos ou individuais homog neos Por exce o por m pode ocorrer que o julgamento da a o civil p blica que verse interesses difusos venha a ser aproveitado in utilibus pelos indiv duos lesados c poss vel que uma associa o civil proponha uma a o civil p blica visando ao encerramento de atividades de uma empresa que polui e paralelamente o Minist rio P blico proponha uma a o civil p blica contra a mesma empresa visando a obter sua condena o na obriga o de fazer consistente em colocar um filtro adequado na chamin de sua f brica A causa de pedir a mesma combate polui o mas o pedido difere Para Hugo Nigro Mazzilli o ajuizamento de a es civis p blicas n o impedir a propositura de a es individuais que tenham por objeto pretens es diferenciadas por danos vari veis ainda que baseadas nos mesmos fundamentos f ticos E a hip tese inversa tamb m verdadeira 8 Registre se que o Anteprojeto de C digo Modelo de Processos Coletivos para Ibero Am rica em seu art 30 prev que se houver conex o entre as causas coletivas ficar prevento o ju zo que conheceu da primeira a o podendo o juiz de of cio ou a requerimento da parte determinar a reuni o de todos os processos mesmo que nestes n o atuem integralmente os mesmos sujeitos processuais Admite o Anteprojeto portanto a exist ncia da conex o entre causas coletiva
553. r as entre capital e trabalho no mbito processual i A es coletivas e a dessubjetiva o dos favorecidos N o s o poucas as les es aos direitos inclusive fundamentais que n o chegam ao Poder Judici rio pelo fato de o trabalhador temer pelo seu emprego e optar por se calar diante do il cito A a o coletiva evita que o trabalhador sofra retalia o ou persegui o pelo ajuizamento de uma a o individual Da se falar em a o sem rosto Consoante adverte Luiz Ot vio Linhares Renault a tutela metaindividual trabalhista possui portanto algumas caracter sticas muito marcantes transcende a individualidade do empregado traz para dentro do sistema judicial os empregados cujos contratos ainda est o em vigor e tem por meta a realiza o da justi a em massa com alta dose de efic cia e a baixo custo Seria como uma esp cie de tutela plurissubjetiva sem fronteiras sem rostos sem represamento com irriga o multifacial e com alta dose de efic cia porque a sua for a n o estaria no indiv duo isolado por m no grupo de trabalhadores unidos por id nticos interesses Segundo Antonio Gidi a a o coletiva tamb m pode tutelar os interesses de pessoas temerosas de enfrentar diretamente o respons vel pela conduta il cita com receio de repres lias ou porque mant m com ele uma rela o que n o querem ou n o podem interromper S o os 26 TRUERBA URBINA Alberto Nuevo derecho procesal del trabajo
554. rabalho e emprego entre o paradigma da destrui o e os caminhos de reconstru o S o Paulo LTr 2006 DELGADO Maur cio Godinho Democracia e justi a S o Paulo LTr 1993 DELGADO Maur cio Godinho Direitos fundamentais na rela o de trabalho In Revista LTr v 70 jun de 2006 DELGADO Maur cio Godinho Introdu o ao direito do trabalho 8 ed S o Paulo LTr 1995 DELGADO Maur cio Godinho Princ pios de direito individual e coletivo do trabalho S o Paulo LTr 2001 DENTI Vittorio Giustizia e partecipazione nella tutela dei nuovi diritti In GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel WATANABE Kazuo Participa o e processo S o Paulo Revista dos Tribunais 1988 DENTI Vittorio Le giustizia civile Bolonha Il Mulino 1989 DERANI Cristiane Direito ambiental e econ mico Apud PETTER Lafayete Josu Princ pios constitucionais da ordem econ mica 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 DIDIER JR Fredie BRAGA Paula Sarno OLIVEIRA Rafael Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 D EZ PICAZO Luis Experiencias jur dicas y teor a del derecho 3 ed Barcelona Ariel 1999 330 DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 DINAMARCO C ndido Rangel A reforma
555. rande desenvolvimento das rela es sociais o progresso t cnico acarretarem o ancilosamento da norma positiva 3 axiol gica aus ncia de norma justa isto existe um preceito normativo mas se for aplicado sua solu o ser insatisfat ria ou injusta DINIZ Maria Helena Lei de Introdu o ao C digo Civil brasileiro interpretada S o Paulo Saraiva 1994 p 97 756 CORDEIRO Wolney de Macedo Manual de execu o trabalhista Rio de Janeiro Forense 2008 p 11 294 Como observa Luciano Athayde Chaves n o h dificuldade para a aplica o da subsidiariedade quando de fato n o existe norma correspondente na legisla o especializada Nesse caso para chegar a uma resolu o juridicamente satisfat ria o juiz precisa preencher a lacuna de regula o legal e por certo em concord ncia com a inten o reguladora a ela subjacente e com a teleologia da lei consoante assevera Karl Larenz Mesmo que assim n o fosse ainda que n o houvesse omiss o normativa isso por si s n o impediria a invoca o no processo do trabalho do C digo de Defesa do Consumidor como fonte subsidi ria do direito processual do trabalho A Consolida o das Leis do Trabalho assim como o C digo de Processo Civil estruturada para a tutela de direitos individuais Contudo a Constitui o Federal art 8 II confere aos sindicatos legitimidade para agir em ju zo na defesa de direitos coletivos valor
556. rando amplos movimentos reivindicat rios e o reconhecimento progressivo de direitos atribuindo ao Estado comportamento ativo na realiza o da justi a social As reivindica es sociais notadamente da classe trabalhadora conduziram a passagem do Estado Liberal para o Estado Social com o reconhecimento de novos direitos fundamentais direitos sociais Surgem assim os direitos fundamentais de segunda dimens o que possuem como caracter stica principal o reconhecimento ao indiv duo dos direitos a presta es positivas do Estado relacionadas com a assist ncia social sa de educa o trabalho e a prote o dos trabalhadores limita o da jornada de trabalho e garantia de um sal rio m nimo e com as liberdades sociais sindicaliza o e da greve numa clara transi o da liberdade formal para a liberdade material O reconhecimento dos direitos sociais resultou do processo hist rico de forma o e consolida o do Estado Social o que somente foi poss vel em raz o de tr s fen menos a industrializa o a democratiza o do poder pol tico e a tentativa capitalista de frear a expans o do socialismo Estes novos direitos somente foram consagrados nas constitui es no s culo XX destacando se a Constitui o mexicana de 1917 e a Constitui o de Weimar de 1929 Segundo Ernest Wolfgang B ckenf rde a teoria dos direitos fundamentais do Estado Social pretende superar o desdobramento presente no Estado Liberal
557. rdo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 89 90 7 Superior Tribunal de Justi a 4 Turma REsp 226 436 PR Relator Ministro S lvio de Figueiredo Teixeira DJ 06 02 2002 75 DINAMARCO C ndido Rangel Relativizar a coisa julgada material In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 18 274 I o princ pio da razoabilidade e da proporcionalidade como condicionantes da imuniza o dos julgados pela autoridade da coisa julgada material II a moralidade administrativa como valor constitucionalmente proclamado e cuja efetiva o bice a essa autoridade em rela o a julgados absurdamente lesivos ao Estado II o imperativo constitucional do justo valor das indeniza es em desapropria o imobili ria o qual tanto transgredido quando o ente p blico chamado a pagar mais como quando ele autorizado a pagar menos que o correto TV o zelo pela cidadania e direitos do homem tamb m residente na Constitui o Federal como impedimento pereniza o de decis es inaceit veis em detrimento dos particulares V a fraude e o erro grosseiro como fatores que contaminando o resultado do processo autorizam a revis o da coisa julgada VI a garantia constitucional do meio ambiente ecologicamente equilibrado que n o deve ficar desconsiderada mesmo na presen a de senten a passada em julgado VII a garantia
558. re direitos individuais homog neos 67 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 618 68 SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 48 9 GIDI Antonio A coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 110 253 a proced ncia do pedido a decis o far coisa julgada erga omnes beneficiando todas as v timas e seus sucessores b improced ncia do pedido qualquer que seja o seu motivo a decis o far coisa julgada em rela o s partes e demais entes legitimados mas os interessados que n o tiverem intervindo no processo como litisconsortes poder o ajuizar a o de indeniza o a t tulo individual visando repara o dos danos que houverem experimentado em raz o do ato praticado pelo r u Os interessados que atuaram no processo como litisconsortes ser o alcan ados pela coisa julgada A senten a que julgar procedente o pedido ser gen rica devendo ser liquidada e executada objetivando o ressarcimento dos danos sofridos pelas v timas ou seus sucessores art 95 do C digo de Defesa do Consumidor A coisa julgada formada na a o coletiva ajuizada em defesa de direitos individuais homog neos n o prejudicar os titulares do direito lesado Salvo quanto ao titular do direito que tenha ingressado no processo como
559. reito a presta es isto a uma a o positiva do Estado compreende o que a doutrina alem denomina direito a organiza o e procedimento que inclui o direito ao estabelecimento de instrumentos jur dicos adequados tutela efetiva dos direitos fundamentais individuais e coletivos Neste sentido ao lado de reconhecer a titularidade de direitos fundamentais a Constitui o Federal tamb m reconhece como fundamental o direito sua tutela jurisdicional art 5 XXXV em uma clara demonstra o de preocupa o com a sua realiza o concreta o que se justifica uma vez que o gozo efetivo de direitos uma exig ncia do Estado Democr tico de Direito 58 WOLFGANG B CKENF RDE Ernst Estudios sobre el estado de derecho y la democracia Madrid Trotta 2000 p 119 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 667 60 WOLFGANG B CKENF RDE Ernst Estudios sobre el estado de derecho y la democracia Madrid Trotta 2000 p 119 34 2 4 Direitos fundamentais trabalhistas Direitos fundamentais trabalhistas em sentido estrito Ao trabalhador n o pode ser negada a titularidade de direitos fundamentais Diante de tal fato e considerando a rela o entre o processo do trabalho e os direito
560. res S o elas a a seguran a dos litigantes e do processo b o tempo e os custos exigidos na sua dinamiza o c a justi a entendida como potencial de adequa o ao equitativo e n o ao meramente normativo e a sua efic cia isto a potencialidade de realizar no mundo dos fatos a for a do seu preceito Acrescente se ainda a li o de C ndido Rangel Dinamarco para quem falar em instrumentalidade do processo ou em sua efetividade significa no contexto falar dele como algo posto disposi o das pessoas com vista a faz las mais felizes ou menos infelizes mediante a elimina o dos conflitos que as envolvem com decis es justas Mais do que um princ pio o acesso justi a a s ntese de todos os princ pios e garantias do processo seja no plano constitucional ou infraconstitucional seja em sede legislativa ou doutrin ria e jurisprudencial Chega se id ia do acesso justi a que o p lo metodol gico mais importante do sistema processual na atualidade mediante o exame de todos e de qualquer um dos grandes princ pios N o se pode negar a necessidade de maior aproxima o do processo com a realidade social para que a todo direito propicie efetiva e n o meramente formal tutela e para que todo cidad o receba prote o do Estado enquanto detentor do monop lio da jurisdi o Como anota Jos Roberto dos Santos Bedaque a conscientiza o de que o processo vale n o tanto pelo que el
561. rial Descumprir se a coisa julgada negar o pr prio estado democr tico de direito fundamento da rep blica brasileira A lei n o pode modificar a coisa julgada material CF 5 XXXVI a CF n o pode ser modificada para alterar se a coisa julgada material CF 1 caput 60 4 o juiz n o pode alterar a coisa julgada CPC 467 e 471 C ndido Rangel Dinamarco prop e um trato extraordin rio destinado a situa es extraordin rias com o objetivo de afastar absurdos injusti as flagrantes fraudes e infra es Constitui o com a consci ncia de que provid ncias destinadas a esse objetivo devem ser t o excepcionais quanto a ocorr ncia desses graves inconvenientes N o me move o intuito de propor uma insensata invers o para que a garantia da coisa julgada passasse a operar em casos raros e a sua infring ncia se tornasse regra geral Parte da doutrina portanto vem admitindo a possibilidade de relativizar a coisa julgada ainda que de forma limitada Realizados esses esclarecimentos cabe responder indaga o proposta qual seja se a previs o contida no art 103 I e II do C digo de Defesa do Consumidor consagra uma hip tese de relativiza o da coisa julgada Para Elton Venturi em sede de tutela jurisdicional coletiva a autoridade da coisa julgada j est por assim dizer relativizada por for a da t cnica diferenciada de sua oponibilidade sempre incidindo quando julgada procede
562. rial sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 BERIZONCE Roberto O El bloque de constitucionalidad como pivote de las pol ticas p blicas In CARNEIRO Athos Gusm o CALMON Petr nio Coords Bases cient ficas para um renovado direito processual 2 ed Salvador Jus Podivm 2009 BERNHARDT Wolfgang O dom nio das partes no processo civil In MORATO Francisco Org Processo oral Rio de Janeiro Forense 1940 BEZERRA Paulo Solidariedade um direito ou uma obriga o In CLEVE Cl merson Merlin SARLET Ingo Wolfgang PAGLIARINI Alexandre Coutinho Coords Direitos humanos e democracia Rio de Janeiro Forense 2007 BOBBIO Norberto A era dos direitos 3 reimpress o Rio de Janeiro Elsevier 2004 BOBBIO Norberto Teoria do ordenamento jur dico Bras lia Editora UnB 1997 BOBBIO Norberto Teoria geral da pol tica a filosofia pol tica e as li es dos cl ssicos Michelangelo Bovero Org Tradu o de Daniela Beccaccia Versiani Rio de Janeiro Elsevier 19 reimpress o 2000 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 324 BONICIO Marcelo Jos Magalh es Proporcionalidade e processo a garantia constitucional da proporcionalidade a legitima o do Processo Civil e o controle das decis es judiciais In CARMONA Carlos Alberto Coord Cole o Atlas de processo Civil S o Paulo Atlas 2006 BRAGA Paula Sarno DIDIER JR
563. rizar na concep o e na disciplina dos fen menos laborais incluindo o contrato de trabalho uma componente colectiva ou de grupo o que permite reconduzir o Direito do Trabalho a um direito de grupos entendendo aqui o termo grupo n o em moldes restritos reportados a entidades colectivas mas em termos amplos ou seja abrangendo realidades conceitos e entidades colectivas e reconhecer a dimens o colectiva como tra o mais original desta rea jur dica O direito do trabalho tem como caracter stica marcante a solidariedade necess ria para a promo o do bem estar de todos mas isso somente ser poss vel a partir do firme compromisso de tornar concretos os direitos fundamentais trabalhistas Com efeito 10 RAMALHO Maria do Ros rio Palma Direito do Trabalho Parte I Dogm tica geral Coimbra Almedina 2005 p 501 52 O Direito do Trabalho podemos dizer metaforicamente uma ponta de lan a da ci ncia jur dica tocando o cerne do problema das classes e procurando em nome do Estado a solu o da luta milen ria que se trava entre elas solu o que s pode estar colocada em uma geral concilia o dos esp ritos pelo desarmamento dos interesses A primeira id ia foi um sonho de solidariedade espont nea e desinteressada O homem explorado pelo homem foi o slogan das lutas pol ticas de mais de um s culo Essa filosofia solidarista do Direito do Trabalho que o fundamentou a princ pio que at
564. ro Temas de direito processual Terceira s rie S o Paulo Saraiva 1984 p 184 100 b interesses ou direitos coletivos assim entendidos para efeitos deste C digo os transindividuais de natureza indivis vel de que seja titular grupo categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base c interesses ou direitos individuais homog neos assim entendidos os decorrentes de origem comum a Direitos ou interesses difusos Segundo o art 81 par grafo nico do CDC a defesa coletiva ser exercida quando se tratar de interesses ou direitos difusos assim entendidos para efeitos deste C digo os transindividuais de natureza indivis vel de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunst ncias de fato Direitos difusos s o direitos transindividuais de natureza indivis vel de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunst ncias de fato Os direitos difusos s o transindividuais direitos cuja titularidade pertence a pessoas indeterminadas ligadas por circunst ncias de fato indivis veis em raz o da indivisibilidade do seu objeto e de frui o conjunta por todos os seus titulares do que resulta que a sua satisfa o ou les o atinge a todos os seus titulares Para M rcio T lio Viana difuso o interesse que n o pertence a um s de um mas tamb m de outro e embora de um e de outro n o se dis
565. rogramas de P s gradua o da UERJ e UNESA trata do tema da seguinte forma Art 7 Litispend ncia e contin ncia A primeira a o coletiva induz litispend ncia para as demais a es coletivas que tenham o mesmo pedido causa de pedir e interessados 1 Estando o objeto da a o posteriormente proposta contido no da primeira ser extinto o processo ulterior sem o julgamento do m rito 2 Sendo o objeto da a o posteriormente proposta mais abrangente o processo ulterior prosseguir t o somente para a aprecia o do pedido n o contido na primeira demanda devendo haver reuni o dos processos perante o juiz prevento em caso de conex o 3 Ocorrendo qualquer das hip teses previstas neste artigo as partes poder o requerer a extra o ou remessa de pe as processuais com o objetivo de instruir o primeiro processo instaurado d no Projeto de Lei n 5 139 2009 altera o da Lei de A o civil P blica assim est previsto Art 5 A distribui o de uma a o coletiva induzir litispend ncia para as demais a es coletivas que tenham o mesmo pedido causa de pedir e interessados e prevenir a compet ncia do ju zo para todas as demais a es coletivas posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto ainda que diferentes os legitimados coletivos quando houver I conex o pela identidade de pedido ou causa de pedir ainda que diferentes os legitimados II conex o proba
566. rovar e quantificar o dano por ele experimentado e o seu nexo com o ato praticado pelo r u Afirma ainda Teresa Arruda Alvim Wambier em rela o aos direitos individuais homog neos que A lei volta a servir se da express o erga omnes e aqui a express o diz respeito queles que estejam na mesma situa o Claro que n o se trata de toda coletividade Nas a es em que se veiculam pedidos ligados a interesses individuais homog neos s o atingidos pelos efeitos da senten a todos aqueles que aderem ao processo ocupando na verdade posi o de genu nos assistentes litisconsorciais titulares do direito que s o M rcio Fl vio Mafra Leal afirma que o art 103 II do C digo de Defesa do Consumidor criou um regime de coisa julgada secundum eventum litis ao contr rio da regra de outros sistemas v g sistema anglo americano em que a coisa julgada se forma em caso de proced ncia e improced ncia tanto para o representante quanto para os representados Destaca esse autor que no sistema brasileiro se o pedido for julgado improcedente a coisa julgada material se forma para os autores coletivos mas na esfera individual a coisa julgada coletiva somente se forma para prejudicar os indiv duos que suspenderam a a o individual e se uniram a o coletiva Nos demais casos os indiv duos podem propor suas a es a t tulo individual sem estarem impedidos pela coisa julgada coletiva concluindo que no
567. rsando sobre direitos difusos e coletivos e a a o individual 4 6 Conex o e contin ncia entre duas a es coletivas e entre a o coletiva e a o individual D se a conex o quando duas ou mais a es tiverem em comum o objeto ou a causa de pedir e a contin ncia quando duas ou mais a es tiverem em comum as partes e a causa de pedir mas o objeto de uma por ser mais amplo abranger o da outra art 103 e 104 do CPC poss vel a conex o no processo coletivo observando se inclusive que essa possibilidade expressamente admitida no art 2 par grafo nico da Lei n 7 347 85 8 A conex o n o conduz extin o de qualquer dos processos mas recomenda a sua reuni o para efeito de instru o e julgamento nicos nos termos do art 105 do C digo de Processo Civil A reuni o dever ser realizada quando as duas a es n o estiverem em fases processuais distintas e forem poss veis a instru o e o julgamento nicos importante mencionar inclusive que o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor afasta a litispend ncia entre a es coletivas e individuais mas n o estabelece a impossibilidade da exist ncia de conex o poss vel por exemplo a ocorr ncia de conex o entre uma a o coletiva visando defesa de um direito difuso uma a o coletiva voltada defesa de um direito coletivo abrangido pelo difuso e at uma a o individual ajuizada para a tutela de direito individual homog
568. rta da Terra dos Povos Ind genas Confer ncia Mundial dos Povos Ind genas sobre Territ rio Ambiente e Desenvolvimento 1992 a Declara o de Mataatua dos Direitos Intelectuais e Culturais dos Povos Ind genas 1993 a Declara o dos Povos Ind genas do hemisf rio ocidental em rela o ao Projeto de Diversidade do Genoma Humano 1995 FLORES Joaqu n Herrera Teoria cr tica dos direitos humanos os direitos humanos como produtos culturais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 176 29 assim como a uma prote o cada vez melhor dos direitos do homem corresponde a sua sistem tica viola o em quase todos os pa ses do mundo nas rela es entre um pa s e outro entre uma ra a e outra entre poderosos e fracos entre ricos e pobres entre maiorias e minorias entre violentos e conformados e Direitos fundamentais de quinta dimens o A doutrina inclui a paz entre os direitos fundamentais de terceira dimens o Cite se como exemplo Jairo Sch fer para quem os direitos fundamentais de terceira gera o s o os direitos de solidariedade humana t m por destinat rio toda a coletividade em sua acep o difusa como o direito paz Tamb m Ingo Wolfgang Sarlet inclui a paz entre os direitos de terceira dimens o Paulo Bonavides atribui paz a condi o de direito de quinta dimens o ao fundamento de que a dignidade jur dica da paz deriva do reconhecimento universal que se lhe deve enqua
569. rte utiliz lo no processo de origem O fato de o pedido ser julgado improcedente por insufici ncia de prova deve constar da conclus o da senten a Para Rodolfo de Camargo Mancuso trata se de um crit rio legal especial ssimo derrogat rio do sistema comum e portanto para sua incid ncia no caso concreto preciso que o pr prio julgador esclare a que est julgando no estado dos autos Sob essa tica se n o constou da conclus o a afirma o de que o pedido estava sendo Julgado improcedente por insufici ncia da prova nova a o n o pode ser proposta 72 Documento novo cronologicamente velho j existente ao tempo da decis o rescindenda mas n o exibida no processo principal em virtude de neglig ncia da parte quando podia e deveria louvar se de documento j existente e n o ignorado quando emitida a decis o rescindenda 721 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 137 722 MELO Gustavo de Medeiros O acesso adequado justi a na perspectiva do justo processo In Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 701 13 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletiva S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 318 282
570. rteza fundado em prova insuficiente e formado mais base de regras de distribui o do nus da prova Ao estabelecer as limita es o legislador leva em conta a natureza do direito ou da pretens o material a sua disciplina no plano substancial s vezes contida em dispositivos legais localizados em estatuto processual ou opta pela proibi o de controv rsia sobre alguma quest o no processo com o objetivo de simplific lo e torn lo mais c lere mas com ressalva do direito de question la em a o aut noma A coisa julgada uma op o pol tica sustentada na exig ncia da certeza estabilidade e seguran a nas rela es sociais e da paz social Constitui op o pol tica portanto definir as situa es em que a coisa julgada se formar ou n o E exatamente isto que aconteceu no art 103 I e II do C digo de defesa do Consumidor a forma o da coisa julgada pressup e a sufici ncia da prova Consoante Teresa Arruda Alvim Wambier A coisa julgada n o se forma e na verdade a senten a n o produz nenhum efeito em rela o aos hipot ticos benefici rios se a a o coletiva julgada improcedente por falta de provas A senten a n o produz qualquer tipo de efeito no que tange ao grupo de pessoas que em tese seria atingido por decis o de m rito e tamb m n o impede a repropositura por qualquer legitimado e por a se percebe que mesmo que se trate de OUTRO LEGITIMADO a a o ser a mesm
571. s 486 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 251 252 7 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 250 48 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 252 49 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 462 190 Sandra Lengruber da Silva admite a possibilidade de exist ncia de conex o entre a es coletivas e individuais conforme se v abaixo Iniciando se pelo exame do processamento concomitante de a o individual e a o coletiva para tutela de direitos difusos e de a o individual e a o coletiva para tutela de direitos coletivos stricto sensu verifica se a possibilidade de configurar se a conex o mas n o a litispend ncia Neste aspecto constata se que o art 104 1 parte do C digo do Consumidor prev expressamente que as a es coletivas para tutela de direitos difusos e coletivos n o induzem litispend ncia para as a es individuais Analisando umas e outras percebe se que a parte passiva e os fatos podem ser os mesmos mas as partes ativas s o obrigatoriamente diferentes e assim tamb m o pedido e seus fundamentos jur dicos Deve se considerar que em regra o indiv duo n o pode tutelar direitos coletivos ou difusos e os legitimados
572. s es reiteradas e massivas dos direitos trabalhistas que infelizmente ainda s o a dura e crescente realidade do mundo do trabalho brasileiro afigura se como o caminho mais l gico natural e at mesmo indispens vel para a t o desejada concretiza o dos direitos fundamentais 5 BARROS Juliana Augusta Medeiros de A efic cia direta e imediata dos direitos fundamentais intimidade e privacidade na rela o de emprego In Revista LTr n 01 v 71 janeiro de 2009 p 100 316 MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet Curso de Direito Constitucional S o Paulo Saraiva 2007 p 240 317 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 33 126 sociais e do princ pio da efetividade da tutela jurisdicional trabalhista Somente assim ser o poss veis em nosso pa s a preserva o e a gradual eleva o do denominado patamar m nimo civilizat rio no mundo do trabalho que neste in cio de um novo s culo embora infelizmente ainda n o seja realidade para uma grande parcela dos trabalhadores brasileiros constitui ao mesmo tempo a raz o de ser e a meta permanente do Constitucionalismo Social e do Direito do Trabalho brasileiros no contexto de nosso duramente conquistado e ainda em constru o Estado Democr tico de Direito Em rela o aos direitos fundamentais vale lembrar a li o de Gomes Canotilho no sentido de que a sua primeira fun o a
573. s coletivas ajuizadas pelo sindicato da categoria profissional e pelo Minist rio P blico do Trabalho sob pena de afronta ao sistema criado pelo legislador infraconstitucional para a prote o de direitos metaindividuais SUBSTITUI O PROCESSUAL LITISPEND NCIA H identidade de partes a configurar litispend ncia entre a a o individual e a proposta por Sindicato na qualidade de substituto processual quando ambas possuem o mesmo objeto Recurso de Embargos de que se conhece e a que se nega provimento RECURSO DE REVISTA N O CONHECIDO LITISPEND NCIA A O COLETIVA SINDICATO SUBSTITUTO PROCESSUAL A O INDIVIDUAL CONFIGURA O Configura se a litispend ncia quando a a o coletiva na qual figura o sindicato como substituto processual e a a o individual tamb m em tr mite t m em comum o pedido e a causa de pedir Tal posicionamento adotado no mbito desta Subse o I Especializada em Diss dios Individuais tem como suporte a identidade material das partes que em processos distintos almejam o mesmo efeito jur dico Embargos n o conhecidos 468 Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o Segunda Turma Processo n 01064 2008 135 03 00 9 Relator Desembargador Sebasti o Geraldo de Oliveira DEJT 15 07 2009 p 72 49 Tribunal Superior do Trabalho Primeira Turma Processo n RR 44 2002 302 02 00 6 Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho DEJT 31 07 2009 40 Tribunal Superior do Trabal
574. s demais casos os indiv duos podem ajuizar suas a es individuais sem serem alcan ados pela coisa julgada coletiva 2 WAMBIER Tereza Arruda Alvim Litispend ncia em a es coletivas In Processo civil coletivo MAZZEI Rodrigo e NOLASCO Rita Dias S o Paulo Quartier Latin 2005 p 282 283 3 WAMBIER Teresa Arruda Alvim Litispend ncia em a es coletivas In Processo civil coletivo MAZZEI Rodrigo e NOLASCO Rita Dias S o Paulo Quartier Latin 2005 p 282 283 6 LEAL M rcio Fl vio Mafra A es coletivas hist ria teoria e pr tica Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 1998 p 208 209 255 Aduz M rcio Fl vio Mafra Leal que a solu o secundum eventum litis tem raz es sociol gicas e pol ticas diante da situa o de desvantagem dos titulares do direito tutelado mas que no plano te rico essa solu o contradit ria posto que o adequado representante 2 2 s considerado adequado quando a a o ben fica e se os entes legitimados s o escolhas legislativas que teoricamente viriam equilibrar as for as no lit gio n o h sentido em se limitar a extens o da coisa julgada somente em prol dos representados Argumenta esse autor ainda que essa previs o somente serve para desprestigiar a a o coletiva e o adequado representante que n o atribuiria import ncia devida sua atividade nem seria X E 665 cobrado altura em rela o a seus resultados
575. s e coletivos ficariam limitados ao mbito de atua o do ju zo prolator da respectiva senten a Esse entendimento no entanto n o pode prevalecer porquanto como cristalinamente estabelece o CDC art 81 e incisos I e II os interesses difusos e coletivos s o caracterizados pela indivisibilidade quanto sua exist ncia e consegiientemente no tocante repara o das ofensas que lhes venham a ser 60 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 207 208 l WAMBIER Tereza Arruda Alvim Litispend ncia nas a es coletivas In MAZZEI Rodrigo NOLASCO Rita Dias Coords Processo civil coletivo S o Paulo Quartier Latin 2005 p 284 259 provocadas Ora n o se pode imaginar na transposi o de regras ortodoxas do processo individual para a resolu o de lides de natureza coletiva diante da impossibilidade de se dividir tais interesses E se os direitos e interesses difusos e coletivos s o indivis veis evid ncia a senten a coletiva proferida pelo Juiz da base territorial em que se originou o dano lan ar seus efeitos por todas as lo
576. s efeitos tem com ela analogia Mas isso n o se presta para explicar os efeitos obrigat rios da senten a passada em julgado Ademais supor se na senten a elementos contratuais erro que pode levar a erros mais graves Concluindo remata UGO ROCCO os efeitos de uma senten a passada 1 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 108 52 SANTOS Moacyr Amaral Coment rios ao C digo de Processo Civil Rio de Janeiro Forense 1994 v IV p 426 428 208 em julgado n o podem ser comparados aos efeitos resultantes de um contrato nem mesmo do denominado contrato declarat rio Festellungsvertrag seja porque a analogia entre senten a e contrato n o existe seja pela impropriedade t cnica do pretenso contrato declarat rio seja pelo valor relativo e contest vel da declara o convencional d a teoria da efic cia da declara o Sobre essa teoria anota Moacyr Amaral Santos ser por ela sustentado que Na parte declarat ria da senten a reside a autoridade da coisa julgada Esta se fundamenta na efic cia da declara o de certeza A declara o de certeza produz a efic cia de impor s partes bem como ao juiz que proferiu a senten a e aos demais ju zes a observ ncia da declara o A declara o produz assim fen meno processual de duplo aspecto por um lado atribui s partes o direito de exigir de uma ou de outra a sua observ ncia e por outro atribui a todos os ju zes
577. s enquanto em normas menores como Circulares Portarias Medidas Provis rias Leis Ordin rias tenham efic cia imediata e os direitos consagrados constitucionalmente inspirados nos mais altos valores ticos e morais da na o sejam relegados a segundo plano Trata se de direito com normatividade mais do que suficiente porquanto se define pelo dever indicando o sujeito passivo in casu o Estado 3 Em fun o do princ pio da inafastabilidade consagrado constitucionalmente a todo direito corresponde uma a o que o assegura sendo certo que todos os cidad os residentes em Cambuquira encartam se na esfera desse direito por isso a homogeneidade e transindividualidade do mesmo a ensejar a bem manejada a o civil p blica 4 A determina o judicial desse dever pelo Estado n o encerra suposta inger ncia do judici rio na esfera da administra o Deveras n o h discricionariedade do administrador frente aos direitos consagrados qui constitucionalmente Nesse campo a atividade vinculada sem admiss o de qualquer exegese que vise afastar a garantia p trea 5 Um pa s cujo pre mbulo constitucional promete a dissemina o das desigualdades e a prote o dignidade humana al adas ao mesmo patamar da defesa da Federa o e da Rep blica n o pode relegar a sa de p blica a um plano diverso daquele que o coloca como uma das mais belas e justas garantias constitucionais 6 7 As meras diretrizes tra adas pelas pol ti
578. s fundamentais cumpre apontar os direitos de que sejam titulares os trabalhadores subordinados luz da Constitui o Federal Os trabalhadores subordinados s o titulares dos direitos fundamentais positivados na Constitui o entre eles os apontados nos arts 5 6 e 225 por exemplo A condi o de empregado obviamente n o incompat vel com a titularidade de direitos que s o reconhecidos como inerentes ao ser humano Por outro lado na condi o de parte em uma rela o de trabalho subordinado o trabalhador titular dos direitos fundamentais apontados nos art 7 a 11 da Constitui o Federal direitos fundamentais trabalhistas stricto sensu Os direitos fundamentais dos trabalhadores subordinados podem ser enquadrados em todas as dimens es dos direitos fundamentais a de primeira dimens o direito liberdade vida igualdade ainda que formal de oportunidades e redu o dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sa de higiene e seguran a b de segunda dimens o direito previd ncia social presta es e servi os irredutibilidade salarial sal rio m nimo Fundo de Garantia por Tempo de Servi o horas extras limita o de jornada aviso pr vio n o discrimina o no trabalho sindicaliza o greve f rias e repouso semanal remunerado 6l Jos Francisco Siqueira Neto afirma que novidade te rica introduzida pela Constitui o como bem observado consiste na inser
579. s homog neos Celso Ant nio Pacheco Fiorilho aduz que 42 Tribunal Superior do Trabalho Subse o I Especializada em Diss dios Individuais Processo E RR 510846 1998 3 Relator Ministro Aloysio Corr a da Veiga DEJT 20 02 2009 43 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 207 208 4 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 218 184 N o h falar em litispend ncia entre uma a o coletiva e uma a o individual porquanto n o haver obrigatoriamente coincid ncia entre os legitimados ativos Na a o coletiva a sociedade como um todo ou ent o um determinado ou determin vel grupo de pessoas estar postulando no processo sob a condu o de um dos entes legitimados Na a o individual o titular do direito estar como regra defendendo direito pr prio Tamb m inexistir o fen meno da litispend ncia entre uma a o coletiva destinada tutela de um direito difuso e outra voltada para a tutela de um direito coletivo stricto sensu visto que n o haver identidade entre as pretens es uma vez que o objeto da segunda ter dimens o mais limitada que o pedido da primeira Analogicamente aplicamos o racioc nio concomit ncia de uma a o coletiva para a defesa de direitos individuais homog neos e uma a o individual Al m de as partes serem diferentes o pedido da primeira seria contine
580. s mesmos direitos configurada a litispend ncia al m de terem sido conferidos limites subjetivos mais amplos coisa julgada nas demandas coletivas Acrescenta Kazuo Watanabe que comprometeria sem qualquer raz o plaus vel o objetivo colimado pelo legislador que foi o de tratar molecularmente os conflitos de interesses coletivos em contraposi o t cnica tradicional de solu o atomizada para com isso conferir peso pol tico maior s demandas coletivas solucionar mais adequadamente os conflitos coletivos evitar decis es conflitantes e aliviar a sobrecarga do Poder Judici rio atulhado de demandas fragment rias ADAMOVICH Eduardo Henrique Raymundo von Sistema da a o civil p blica no processo do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 333 42 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 223 224 43 WATANABE Kazuo Demandas coletivas e os problemas emergentes da pr xis forense In Revista de Processo n 67 ano 17 jul set 1992 S o Paulo Revista dos Tribunais p 19 4 WATANABE Kazuo Demandas coletivas e os problemas emergentes da pr xis forense In Revista de Processo n 67 ano 17 jul set 1992 S o Paulo Revista dos Tribunais p 19 173 Tamb m para Teresa Arruda Alvim Wambier C ndido Rangel 7 448 Dinamarco Elton Venturi e Alu sio Gon alves de Castro Mendes verificada a litispend ncia a segunda a o deve ser ju
581. s no CPC de acordo com o art 93 inc II in fine do primeiro C digo mencionado Neste caso o segundo processo a ser ajuizado em tudo o que coincidir com o primeiro deveria ser extinto facultando se entidade autora respectiva intervir como assistente litisconsorcial no processo remanescente Este tamb m o ponto de vista de Antonio Gidi para quem a interpreta o mais correta do sistema para a solu o do impasse criado pela exist ncia de duas a es coletivas id nticas com as mesmas partes no sentido acima mesma causa de pedir e mesmo pedido contemporaneamente em curso rectius a mesma a o e n o duas id nticas a aplica o dos dispositivos do CPC no que toca mat ria mesmo porque assim disp e expressamente o pr prio CDC art 93 II in fine Conclui esse autor que dever ser extinto o segundo processo naquilo que coincidir com o primeiro prosseguindo o feito no ju zo prevento A entidade autora do processo extinto resta apenas a possibilidade de intervir no processo remanescente como assistente litisconsorcial Kazuo Watanabe entende que n o faz sentido admitir uma segunda demanda para a tutela dos mesmos direitos difusos ou coletivos e mesmo direitos individuais homog neos principalmente se for ajuizada por um ente legitimado para todo o pa s como o caso do Minist rio P blico estando no caso de ajuizamento de duas ou mais demandas visando a defesa do
582. s particularidades que lhe atribuem um campo de aplica o maior do que aquele que abarca na rbita do processo individual Ele assim na medida em que o ajuizamento de uma a o coletiva pode gerar litispend ncia com outras a es coletivas ou com as m ltiplas a es individuais que encontrem causa nos mesmos fatos A possibilidade de violar os direitos individuais dos sujeitos afetados torna necess rio reconsiderar o instituto sobretudo na segunda hip tese assinalada Assim mesmo colocado em evid ncia que existem algumas particularidades inerentes ao processo coletivo que imp em redimensionar os extremos exig veis para t la configurada Encontramos nas leis brasileiras um bom exemplo do tratamento dado ao assunto onde embora resulte da aplica o da regra tradicional que a primeira a o coletiva proposta tem prefer ncia sobre as restantes a es do mesmo tipo n o ocorre o mesmo quando se trata da rela o existente entre um processo coletivo e um ou mais processos individuais originados no mesmo fato ou ato lesivo No processo coletivo a litispend ncia pode ser examinada considerando a rela o entre duas a es coletivas e entre uma a o coletiva e outra a o individual Esses temas ser o tratados nos itens seguintes 4 4 2 Litispend ncia entre a es coletivas a Concomit ncia entre duas a es coletivas id nticas A o coletiva aquela ajuizada por uma parte ideol gica em defesa de direito
583. s por ela atingidas Enfim o que secundum eventum litis n o a forma o da coisa julgada mas a sua extens o erga omnes ou ultra partes esfera jur dica individual de terceiros prejudicados pela conduta considerada il cita na a o coletiva o que se chama extens o in utilibus da coisa julgada Quando se fala em coisa julgada secundum eventum litis o que se diz de sua extens o ou n o a terceiros e n o de sua forma o Secundum eventum litis a extens o da coisa julgada esfera jur dica de terceiros Trata se portanto da extens o da coisa julgada a terceiros secundum eventum litis Andrea Proto Pisani afirma que a efic cia secundum eventum litis corresponde a uma tend ncia evolutiva comum tamb m no ordenamento estrangeiro Na Am rica Latina cita se a Argentina onde verificada a preocupa o com a forma o da coisa julgada em se tratando dos direitos difusos com a particularidade de que a autonomia das prov ncias ou 685 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 72 74 6 Enrico Tullio Liebman aduz que nestes ltimos tempos importantes correntes da doutrina esfor am se por alargar o mbito de extens o da coisa julgada e em alguns casos at por quebrar o cl ssico princ pio invalidando praticamente os seus efeitos N o estaria talvez errado quem visse nessas correntes um reflexo provavelmente inconsciente da tend nci
584. s s o admiss veis todas as esp cies de a es capazes de propiciar a sua adequada e efetiva tutela consoante prev o art 83 do C digo de Defesa do Consumidor T3 O art 84 do C digo de Defesa do Consumidor concede ao juiz maiores poderes de impulso processual registrando se que o seu 4 atribui poderes ex officio ao rg o jurisdicional que poder independente de pedido do autor impor multa ao r u em caso de descumprimento do comando judicial liminar ou senten a Visando conferir efic cia decis o o juiz pode determinar as medidas que se fizerem necess rias tais como busca e apreens o remo o de coisa e pessoas desfazimento de obra impedimento de atividade nociva assim como requisi o de for a policial art 84 59 74 Segundo Elton Venturi a absoluta instrumentalidade da tutela coletiva compreende o amplo manuseio das a es coletivas ao lado das eventuais demandas individuais para a prote o mais adequada poss vel dos direitos metaindividuais mediante o emprego das t cnicas e procedimentos mais id neos para propiciar a t o almejada efetividade da presta o jurisdicional VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 134 7 Segundo Greg rio Assagra por for a desse princ pio deve ser alcan ada a verdade processual em seu grau m ximo de probabilidade sobre os fatos alegados na demanda coletiva Assim o juiz para alcan la dever determinar de of cio a produ
585. sa gr q p julgada erga omnes estendendo sua efic cia independentemente do resultado do processo a 9 MATTOS Luiz Norton Baptista A Litispend ncia e a Coisa Julgada nas A es Coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito processual coletivo e o anteprojeto de c digo brasileiro de processos coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 205 92 SILVA Jos Afonso da A o popular constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais 1978 p 274 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 929 269 quem n o integrou a rela o processual e s foi artificialmente representado pelo portador em ju zo dos interesses coletivos e um certo desequil brio das partes apenas em termos de chances temperado ao m ximo pelo fato de que em cada liquida o para a apura o dos danos pessoais o contradit rio se restabelece por inteiro discutindo se amplamente a pretens o indenizat ria de cada um N o se podia olvidar na escolha das advert ncias feitas quanto aos riscos da legitima o concorrente e disjuntiva dentre os quais o da colus o entre um dos co legitimados
586. ses direitos em cada momento hist rico Os direitos a presta o notabilizam se por uma decisiva dimens o econ mica S o satisfeitos segundo as conjunturas econ micas de acordo com as disponibilidades do momento na forma prevista pelo legislador infraconstitucional Diz se que esses direitos est o submetidos reserva do poss vel S o traduzidos em medidas pr ticas tanto quanto permitam as disponibilidades materiais do Estado MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 2007 p 250 amp ALEXY Robert Teoria dos direitos fundamentais S o Paulo Malheiros 2008 p 90 37 Os direitos fundamentais sociais dependem de uma rela o que pode incluir na respectiva satisfa o um conjunto de ac es a levar a cabo pelos poderes p blicos mas tamb m pelos particulares efic cia vertical e horizontal dos direitos fundamentais Em alguns instrumentos internacionais tais como no Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Social e Culturais e na Carta Social Europeia ressaltada a depend ncia da concretiza o dos direitos fundamentais ao desenvolvimento e progresso do sistema econ mico e social Em raz o desta exig ncia desenvolvimento e progresso do sistema econ mico e social como condi o para a concretiza o dos direitos fundamentais sociais a doutrina distingue os direitos de defesa e os direi
587. sinala Fernando G J ayme Direitos humanos e direitos fundamentais t m em comum o fato de serem reconhecidos como inerentes pr pria pessoa para prote o e promo o da sua dignidade Jorge Miranda define direitos fundamentais como Posi es jur dicas subjectivas das pessoas enquanto tais individual ou institucionalmente consideradas assentes na Constitui o seja na Constitui o formal seja na Constitui o material donde direitos fundamentais em sentido formal e direitos fundamentais em sentido material Na verdade precisamente por direitos fundamentais poderem ser entendidos prima facie como direitos inerentes pr pria no o de pessoa como direitos b sicos da pessoa como os direitos que constituem a base jur dica da vida humana no seu n vel actual de dignidade como as bases principais da situa o jur dica de cada pessoa eles 5 LUNO Antonio Enrique P rez Los derechos fundamentales Madrid Editorial Tecnos 1998 p 46 CANOTILHO J J Gomes Direito constitucional e teoria da Constitui o 7 ed Coimbra Almedina 2003 p 393 1 JAYME Fernando G Direitos humanos e sua efetiva o pela Corte Interamericana de Direitos Humanos Belo Horizonte Del Rey 2005 p 11 17 dependem das filosofias pol ticas sociais e econ micas e das circunst ncias de cada F 8 poca e lugar A doutrina alude a direitos fundamentais formais posi es jur dicas da pessoa humana inclu das expr
588. sitivos do T tulo II do CDC que disciplinam exatamente a defesa individual e metaindividual do consumidor em Ju zo Ao mesmo tempo o art 90 do CDC reciprocamente estatui serem aplic veis s a es nele disciplinadas n o s da LACP como tamb m do CPC naquilo que n o contrariar suas disposi es integrando harmonicamente todos esses diplomas legais 12 Tem se ent o que o processo de massa ou coletivo instaurado por for a do ajuizamento de uma a o coletiva 19 PIMENTA Jos Roberto Freire A tutela metaindividual dos direitos trabalhistas uma exig ncia constitucional In PIMENTA Jos Roberto Freire BARROS Juliana Augusta Medeiros de FERNANDES N dia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em Ju zo S o Paulo LTr 2009 p 20 85 Segundo Cleber L cio de Almeida processo coletivo m todo institu do e estruturado pelo ordenamento jur dico destinado solu o de conflitos que envolvem interesses ou direitos difusos coletivos ou individuais homog neos O Poder Judici rio exerce jurisdi o individual quando chamado a tutelar interesses ou direitos individuais e coletiva quando provocado para tutelar interesses ou direitos difusos coletivos ou individuais homog neos jurisdi o coletiva portanto atividade estatal voltada solu o de conflitos coletivos de interesses A a o coletiva p e em movimento a jurisdi
589. smos motivos para ter seus direitos tutelados Com isso a l gica do processo individual se reproduziria nas demandas coletivas e estas perderiam sua raz o de existir Foi esse o motivo pelo qual houve mitiga o do conceito cl ssico de coisa julgada no mbito do processo coletivo ocorreu ent o a extens o subjetiva dos efeitos da coisa julgada de acordo com o resultado do processo secundum eventus litis Tal solu o legal visa a harmonizar a ndole da coisa julgada nas a es coletivas e sua necess ria extens o a terceiros com as garantias do devido processo legal do contradit rio e da ampla defesa art 5 incs LIV e LV da CF os quais obstam a que o julgado possa desfavorecer aquele que n o participou da rela o jur dico processual No processo coletivo os legitimados ativos s o alcan ados t o somente pela coisa julgada formal enquanto a coletividade verdadeira titular da lide que ser atingida pela coisa julgada material Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich assevera que No processo coletivo os limites subjetivos do direito se objetivam tratando a Jurisdi o n o diretamente com as pessoas benefici rias da tutela mas apenas seus representantes Os efeitos que se produzem nas esferas jur dicas individuais n o s o do mesmo modo mais do que proje o da pr pria natureza dos direitos que indivis veis por natureza ou assim tratados para efeitos processuais n o admitem result
590. so encerrado Assim n o haver impropriedade na categoriza o da coisa julgada material como preclus o m xima porque sua efic cia nada mais do que uma amplia o quantitativa da coisa julgada formal levando seus efeitos inibit rios a prevalecer tamb m perante futuros processos Araken de Assis d not cia de estudo cl ssico de Celso Agr cola Barbi que definiu coisa julgada formal como simples preclus o rejeitando a tradicional locu o coisa julgada formal porque apta somente para gerar confus es gt 593 A coisa julgada material a indiscutibilidade e a imutabilidade dos efeitos substanciais da senten a de m rito J Hugo Alsina 52 THEODORO J NIOR v I p 612 quer se trate de senten a meramente declarat ria constitutiva ou condenat ria e mesmo quando a demanda seja julgada improcedente no momento em que j n o couber recurso algum institui se entre as partes e em rela o ao lit gio que foi julgado uma situa o de absoluta firmeza quanto aos direitos e obriga es que as envolvem ou que n o as envolvem Esse status que transcende a vida do processo e atinge a das pessoas consiste na intangibilidade das situa es jur dicas criadas ou declaradas de modo que em princ pio nada poder ser feito por elas pr prias nem por outro juiz ou pelo pr prio legislador que venha a contrariar o que foi decidido Liebman a garantia constitucional da coisa julgada
591. socia o civil aju za a o civil p blica cujo objeto seja o encerramento das atividades de uma empresa que polui paralelamente o Minist rio P blico aju za outra a o civil p blica com a mesma causa de pedir e o mesmo pedido contra a mesma empresa Nesse caso o pedido e a causa de pedir s o id nticos mas poderia parecer primeira vista que as partes s o distintas pois ainda que nos dois processos a r seja a mesma os autores n o coincidem a primeira a o movida por uma associa o civil e a segunda pelo Minist rio P blico Entretanto 8l GRINOVER Ada Pellegrini Coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 961 2 GRINOVER Ada Pellegrini Coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 963 3 MATTOS Luiz Norton Baptista de A litispend ncia e a coisa julgada nas a es coletivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os Anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In Direito processual coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Aluisio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 187 169 apenas aparent
592. solado de cada pessoa e sim algo que necessariamente assume dimens o coletiva e incind vel do que resulta uma consegi ncia muito importante que tem inclusive reflexos not veis sobre a disciplina processual a ser adotada Em que consiste esta consegii ncia Consiste em que imposs vel satisfazer o direito ou o interesse de um dos membros da coletividade e vice versa n o poss vel rejeitar a prote o sem que essa rejei o afete necessariamente a coletividade como tal Se quiserem um exemplo podemos mencionar o caso de um lit gio que se forme a prop sito de uma mutila o da paisagem impens vel que a solu o seja ela qual for aproveite a alguns e n o aproveite a outros dos membros dessa coletividade A solu o ser por natureza unit ria incind vel Ou a paisagem protegida preservada e todos os interessados s o juridicamente satisfeitos ou a paisagem n o preservada e nenhum dos interessados na sua preserva o ter satisfa o jur dica 2 Os direitos difusos podem ser caracterizados a partir de dois aspectos a aspecto subjetivo os titulares dos direitos s o indeterminados b aspecto objetivo o bem jur dico indivis vel o que significa que sua les o a todos prejudica e sua tutela a todos beneficia Jos Marcelo Menezes Vigliar afirma que os direitos difusos podem ser identificados pelos fatores quantitativo e qualitativo o primeiro porque mencionados direitos podem dizer resp
593. somente a coisa julgada em sentido formal Ainda conforme Carlos Henrique Soares Ao definir a jurisdi o pelo efeito de produzir a coisa julgada exclui dela os que n o se encaixam dentro do processo declarat rio ou seja o elemento distintivo da jurisdi o para o autor o efeito declarat rio de decis o judicial bem como a coisa julgada A declara o da certeza o momento t pico da jurisdi o Seguindo essa mesma linha conforme entendimento de Arag o 1992 o C digo de Processo Civil brasileiro acabou por acolher em parte a teoria de Allorio quando estabelece a impossibilidade de o juiz conhecer da causa que j se encontra transitada em julgado conjugadas essas disposi es verifica se que o C digo acolhe a tese que Allorio denomina teoria processual radical de nenhum juiz poder julgar de novo nem que seja no mesmo sentido causa j composta por senten a passada em julgado pois se tornar a julg la ir ofender a coisa julgada A ofensa portanto consiste em simplesmente pronunciar se Desde que o fa a com isso ofende a coisa julgada sendo irrelevante que o novo julgamento coincida ou n o com o anterior h a teoria da coisa julgada como qualidade da senten a Para Enrico Tullio Liebman a autoridade da coisa julgada n o efeito da senten a mas sim modo de manifestar se e produzir se dos efeitos da pr pria senten a algo que a esses efeitos se ajunta para qualific l
594. spend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 6 54 THEODORO J NIOR Humberto Curso de direito processual civil 47 ed Rio de Janeiro Forense 2007 v I p 598 55 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 74 56 DINAMARCO C ndido Rangel Relativizar a coisa julgada material In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 Doutrina Nacional p 11 218 Para Araken de Assis a ess ncia da coisa julgada reside exatamente na imutabilidade da senten a seu conte do e efeitos no sentir de Liebman E o interesse resguardado o da E patente 577 paz social e seguran a das rela es jur dicas Registre se que Tendo fundamento pol tico no interesse p blico de por fim aos lit gios a coisa julgada tem fundamento jur dico n o na presun o de verdade que segundo CHIOVENDA n o iria al m da justifica o pol tica do instituto n o na fic o de verdade porque o processo civil n o se destina a alcan ar a verdade real n o na natureza constitutiva da senten a pretendida por PAGENSTECHER porque n o cria ela o direito apenas o declara n o na efic cia de declara o de ordem processual sustentada por HELLWIG porque a coisa julgada tem efic cia quanto rela o jur dica decidida no processo E depois de aludir s posi es de UGO ROCCO e LIEBMAN e abstendo se de referir as te
595. spositivo b somente o dispositivo faz coisa julgada Celso Neves d not cia da doutrina de Savigny afirmando que Chega SAVIGNY conclus o de que a for a legal compreende tamb m os motivos da senten a ou seja que se deve considerar a sua for a legal em conex o insepar vel com as rela es jur dicas afirmadas ou negadas pelo juiz das quais depende a efic cia pr tica da decis o o ato imposto ao r u ou a rejei o do pedido do autor A esse teor de argumentar conclui Nesse sentido do voc bulo motivos que afirmo a for a legal deles Mas para afastar o perigo dos mal entendidos 3 DIDIER JR Fredie BRAGA Paula Sarno OLIVEIRA Rafael Curso de direito processual civil Salvador Jus Podivm 2007 p 497 4 Enrico Tullio Liebman afirma que raz es de oportunidade assim como determinam a ado o do instituto tamb m tra am sua aplica o limites precisos LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da coisa julgada e outros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 57 227 decorrentes da ambigiiidade daquela express o chamarei os motivos assim concebidos elementos das rela es jur dicas controvertidas e da senten a que decide a lide e exprimirei desta maneira a m xima estabelecida os elementos da senten a adquirem for a legal de coisa julgada acrescenta SAVIGNY poss vel distinguir se entre as considera es que levam o j
596. ss vel o ajuizamento da a o por quem n o seja o titular do direito a ser tutelado somente em situa es excepcionais expressamente previstas em lei consoante decorre do art 6 do C digo de Processo Civil No processo individual a titularidade da a o legitimidade pertence como regra quele que alega ser o detentor do direito para o qual se pede tutela No processo coletivo a defini o dos legitimados para a a o n o guarda rela o com a alegada titularidade do direito deduzido sendo atribu da a entes p blicos e privados que o legislador reputa aptos defesa em ju zo de direitos que transcendem a esfera individual com exce o feita a o popular que pode ser ajuizada pelo cidad o O que se persegue na defini o da legitimidade para agir nas a es coletivas a adequada defesa judicial dos direitos metaindividuais 5 GUIMAR ES Luiz Machado Estudos de direito processual S o Paulo Rio de Janeiro Editora Jur dica e Universit ria 1969 p 101 6 GUIMAR ES Luiz Machado Estudos de direito processual S o Paulo Rio de Janeiro Editora Jur dica e Universit ria 1969 p 98 Luigi Monacciani afirma que a legitimidade se configura como uma potencialidade ou atitude subjetiva por for a da qual o sujeito estando inserido em uma situa o jur dica precedente est em condi es de obter um certo ato ou neg cio uma situa o jur dica ulterior Na legitimidade portanto essa pecul
597. sse e as associa es legalmente constitu das e em funcionamento h pelo menos um ano legitimidade para agir em ju zo na defesa dos interesses de seus membros ou associados Note se que embora o ordenamento jur dico brasileiro n o fa a alus o representatividade adequada os legitimados em especial no processo do trabalho s o definidos no pressuposto de que os entes aos quais atribu da a legitimidade est o aptos a 4 E Evo 382 defender em ju zo interesses metaindividuais 4 2 2 Legitimidade ordin ria e extraordin ria Segundo o art 6 do C digo de Processo Civil em regra somente aquele que alega ser titular de direito lesado ou amea ado de les o tem legitimidade para pleitear a sua tutela 9 Supremo Tribunal Federal AGRAG 157 797 S Rel Min Marco Aur lio DJU 12 05 1995 38I As associa es inclusive de trabalhadores t m legitimidade para a defesa judicial de seus filiados arts 5 XXI e LXX da Constitui o Federal e 82 IV do C digo de Defesa do Consumidor sendo relevante observar que a combina o dos arts 81 82 IV e 83 do C digo de Defesa do Consumidor permite concluir que as associa es n o tiveram a sua legitimidade limitada defesa de direitos individuais homog neos Os sindicatos t m o monop lio da negocia o coletiva mas n o das a es coletivas art 8 VI da Constitui o Federal 382 Trata se de presun o estabelecida diretamente pela lei caracterizando se
598. sse fato n o ilide a possibilidade de que ele venha a ser beneficiado pela extens o in utilibus da imutabilidade do comando do julgado Todavia para que possa ser beneficiado pela eventual proced ncia da correspondente a o coletiva precisa requerer a suspens o do seu processo individual no prazo estipulado O afastamento da litispend ncia na hip tese em estudo prestigia a autonomia individual As a es coletivas devem ser prestigiadas mas sem negar ao titular do direito a oportunidade de pedir em ju zo a sua tutela 4 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 187 188 179 Elton Venturi afirma que a legisla o coletiva n o foi editada no intuito de sobrepor se legisla o processual tradicional mas de som las e idealizou uma fus o entre os dois sistemas apontando algumas regras de conviv ncia destacando duas dessas regras A primeira dessas chamadas regras de conviv ncia contida nos incisos e par grafos do art 103 do CDC reporta se extens o in utilibus da coisa julgada obtida em uma a o coletiva jamais prejudicando pretens es de acesso justi a pela via individual por parte dos integrantes da coletividade grupo categoria ou classe hip tese de direitos difusos e coletivos ou por aqueles que n o tenham intervindo na a o coletiva na qualidade de litisconsortes Assim fixou se a no o supra exposta acerca do aprimoramento do ac
599. ssencialmente tuitivo A tr s um Direito de blindagem resguarda a dignidade humana ao regular a mais vis vel das proje es da personalidade do homo faber o seu trabalho antepondo a ltima barreira mercantiliza o vil e cabal da m o de obra Registre se que a Constitui o Federal de 1988 incluiu entre os fundamentos da Rep blica a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho al m de eleger como objetivo fundamental da Rep blica a justi a social real ando com isso a import ncia do trabalho humano e por conseguinte das normas que visam proteg lo observando se por ser de suma import ncia que os direitos nela assegurados aos trabalhadores foram inclu dos no rol dos direitos com status fundamental Como anota Eros Roberto Grau a ordem econ mica da Constitui o de 1988 embora contemple a economia de mercado se distancia Do modelo liberal puro e ajustada ideologia neo liberal a Constitui o capitalista mas a liberdade apenas admitida enquanto exercida no interesse da 1 TRUEBA URBINA Alberto Nuevo derecho procesal del trabajo 4 ed M xico Porrua 1978 p 83 72 RADBRUCH Gustav Introdu o ci ncia do direito S o Paulo Martins Fontes 1999 p 98 78 FELICIANO Guilherme Guimar es Dos princ pios do direito do trabalho no mundo contempor neo In Revista Trabalhista Direito e Processo v XVI ano 4 out dez 2005 Anamatra e Forense
600. ssim tamb m a verdadeira interpreta o Jur dica n o tem por objeto s normas isoladas da vida mas sim comportamentos humanos efetivos relacionados a normas O trabalho hermen utico do jurista principia com a an lise e a qualifica o dos fatos n o com uma reflex o sobre a norma A leitura abstrata da lei n o conduz a uma interpreta o jur dica mas simplesmente liter ria O sentido da norma s se ilumina quando o seu texto posto em contato com um problema social concreto O jurista experimentado de resto sabe que esta a raz o explicativa da polissemia dos textos legais que tanto escandaliza o leigo e que essa pluralidade de sentidos tende a crescer e n o a diminuir com o passar do tempo e a sucessiva admiss o da norma experi ncia de novos fatos sociais A esse respeito ali s a compara o da hermen utica jur dica com a interpreta o musical esclarecedora A obra musical depende por completo da interpreta o A m sica a rigor s existe se e quando interpretada Entre uma e outra execu o ela mera pot ncia e n o ato como diriam os aristot licos Nesse sentido n o h interpreta o musical que n o seja criadora N o se pode sem d vida dizer o mesmo da interpreta o jur dica pois a vig ncia e aplica o de um sistema jur dico n o exige a sua permanente exegese Mas toda vez que um problema da vida social provoca a necessidade de se compreender o sentido de uma norma de direit
601. sta o o de deslocar para o campo dos efeitos da senten a a declara o que lhe integra e em alguns casos lhe exaure o conte do A senten a n o produz uma declara o cont m na e at se pode dizer que nela consiste exclusivamente ou n o Ainda pois que se anu sse em limitar ao elemento declarat rio da senten a e n o parecem decisivas as raz es de tal limita o o mbito de manifesta o da coisa julgada 58 NEVES Celso Coisa julgada civil S o Paulo Revista dos Tribunais 1971 p 334 54 SANTOS Moacyr Amaral Coment rios ao C digo de Processo Civil Rio de Janeiro Forense 1994 v IV p 426 428 5 GRINOVER Ada Pellegrini Notas ao 2 In LIEBMAN Enrico Tullio Efic cia e autoridade da senten a 2 ed Tradu o Buzaid e Benvindo Aires Rio de Janeiro Forense 1981 p 31 32 209 restaria a impropriedade consistente em usar se o adjetivo para qualificar algo a que ele mal se ajusta Nesse sentido mais exata a dic o da lei italiana quando se refere declara o contida na senten a o art 2 909 do Codice Civile por m n o ministra propriamente uma conceitua o da coisa julgada cingindo se a disciplinar de um lado e semelhan a do direito p trio embora com f rmula diversa o momento de sua forma o de outro a rea subjetiva por ela coberta Ali s quanto ao primeiro aspecto a disposi o da lei substantiva precisa ser conjugada com a da lei processua
602. sta Medeiros de FERNANDES Nadia Soraggi Coords Tutela Metaindividual Trabalhista A defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores em ju zo S o Paulo LTr 2009 340 PIMENTA Jos Roberto Freire Lides simuladas a justi a do trabalho como rg o homologador Revista LTr n 01 v 64 jan 2000 PIOVESAN Fl via Direitos humanos e o direito constitucional internacional 3 ed S o Paulo Max Limonad 1997 PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Saraiva 2009 PISANI Andrea Proto Appunti preliminari per uno Studio sulla tutela giurisdizionale degli interessi collettivi o piu esattamente superindividuali innanzi AL giudice civile ordin rio Riv Diritto Giurisprudenza 1974 v XXX PISANI Andrea Proto Le tutele giurisdizionali dei diritti Napoli Jovene 2003 PISANI Andrea Proto Lezioni di diritto processuale civile 4 ed Napoli Jovene 2002 PIZZOL Patr cia Miranda A tutela antecipada nas a es coletivas como instrumento de acesso justi a In FUX Luiz NERY JUNIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Alvim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 PIZZOL Patr cia Miranda Liquida o nas a es coletivas S o Paulo Lejus 1998 PRADE P ricles Conceito de interesses difusos 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 1987 QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Pau
603. ste sentido n o exato dizer que a efic cia da coisa julgada se limita s partes o antigo aforismo res iudicata tertio neque nocet neque prodest a coisa julgada ao terceiro n o prejudica nem aproveita significa certamente que o Ju zo n o afeta rela o jur dica distinta da que as partes deduziram em ju zo mas n o que est rela o entre as partes possa ser desconhecida por terceiros Quando terceiros sejam sujeitos de rela es conexas com a rela o definida no processo a coisa julgada desdobra sua efic cia de reflexo tamb m em rela o a eles por isto a limita o s partes da coisa julgada que um modo de expressar com refer ncia aos sujeitos da lide sua limita o lide decidida somente pode hoje se referir efic cia direta e se distingue a efic cia direta que somente atine s partes da efic cia reflexa que atine tamb m aos terceiros Naturalmente a tal efic cia reflexa se traduz em um benef cio ou preju zo pr tico unicamente se os terceiros s o sujeitos de rela es jur dicas conexas com a definida no ju zo em raz o da efic cia reflexa do julgado podem os terceiros ser divididos em terceiros juridicamente indiferentes e terceiros juridicamente interessados E prot tipo do terceiro juridicamente interessado em rela o ao qual a senten a exerce sua efic cia o sucessor a t tulo particular na rela o litigiosa Tamb m Giuseppe Chiovenda observa que A coisa julgada com
604. strito enfim se o pedido para que sejam indenizados os preju zos concretamente causados aos pescadores da regi o o interesse ser individual homog neo O pedido nas a es coletivas pode abranger as diversas categorias de direitos metaindividuais visto que um mesmo ato il cito pode acarretar danos nas tr s esferas dos direitos metaindividuais O pedido imediato o tipo de provimento pretendido nas a es coletivas apresenta grande amplitude de possibilidades posto que o art 83 do C digo de Defesa do Consumidor autoriza o ajuizamento da a o com pedido de provid ncia capaz de propiciar a adequada e efetiva tutela dos direitos metaindividuais Assim a a o pode conter pedido declarat rio e condenat rio por exemplo Acerca do pedido na a o civil p blica no processo do trabalho anota Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich que 37 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Campinas Bookseller 1998 v I p 435 38 Art 5 Pedido e causa de pedir Nas a es coletivas a causa de pedir e o pedido ser o interpretados extensivamente em conformidade com o bem jur dico a ser protegido 3 MANCUSO Rodolfo de Camargo Jurisdi o coletiva e coisa julgada teoria geral das a es coletivas 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 445 142 A especifica o do pedido assim como a adequa o da provid ncia jurisdicional perseguida estar intimamente ligada e ser m
605. t Acesso em 16 01 2010 115 A prop sito assinala Antonio Gidi que o objetivo mais imediato das a es coletivas o de proporcionar efici ncia e economia processual ao permitir que uma multiplicidade de a es individuais repetitivas em uma tutela de uma mesma controv rsia seja substitu da por uma nica a o coletiva Esse autor chama a aten o para o fato de que as a es coletivas promovem economia de tempo e de dinheiro n o somente para o grupo autor como tamb m para o Judici rio e para o r u A possibilidade de julgar em um nico processo uma controv rsia complexa envolvendo in meras pessoas por outro lado representa uma not vel economia para o Judici rio que se desembara a de uma grande quantidade de processos repetitivos Em muitos casos por m o r u est ainda mais interessado em uma solu o nica e uniforme da controv rsia do que o grupo autor Ainda que a a o coletiva seja julgada procedente ela pode ser uma solu o muito mais econ mica e menos desgastante para o r u do que ter de enfrentar as despesas com as in meras a es individuais semelhantes relacionadas com a mesma controv rsia f A es coletivas e fortalecimento do Poder Judici rio A a o coletiva fortalece o Judici rio racionalizando o seu trabalho permitindo que o Judici rio participe das grandes controv rsias nacionais vale dizer que o processo coletivo tem sempre grande relev ncia so
606. t cnica e econ mica do consumidor compensada pela ado o de t cnicas que visam por exemplo facilitar o seu acesso justi a e satisfa o de seus direitos Procura se com as normas protetivas realizar a igualdade substancial Por outro lado a evolu o dos modos de produ o exigiu uma regula o especial da rela o de emprego tamb m visando o seu equil brio A vulnerabilidade jur dica e econ mica do trabalhador compensada com o estabelecimento de um patamar m nimo de direitos e a cria o de um especial modo de solu o dos conflitos trabalhistas qual seja o processo do trabalho Percebe se assim que o C digo de Defesa do Consumidor e o direito processual do trabalho atuam sobre uma mesma realidade rela o jur dica marcada pelo desequil brio de for as Isso faz com que as t cnicas de facilita o de acesso justi a e tutela de direitos adotados para a rela o de consumo tamb m sejam aplicadas na solu o de conflitos decorrentes da rela o de emprego MOREIRA Jos Carlos Barbosa Efetividade do processo e t cnica processual Revista Forense Direito Processual Civil Comemorativa de 100 anos MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Rio de Janeiro Forense 2006 tomo V p 588 786 A desigualdade econ mica n o de modo nenhum desigualdade de fato e sim a resultante em parte de desigualdades artificiais ou desigualdades de fato mais desigualdades econ micas mantidas por le
607. t ria ou III contin ncia pela identidade de interessados e causa de pedir quando o pedido de uma das a es for mais abrangente do que o das demais 1 Na an lise da identidade da causa de pedir e do objeto ser preponderantemente considerado o bem jur dico a ser protegido 2 Na hip tese de litispend ncia conex o ou contin ncia entre a es coletivas que digam respeito ao mesmo bem jur dico a reuni o dos processos poder ocorrer at o julgamento em primeiro grau 3 Iniciada a instru o a reuni o dos processos somente poder ser determinada se n o houver preju zo para a dura o razo vel do processo b Consequ ncias da ocorr ncia da litispend ncia entre a es coletivas No processo civil individual a ocorr ncia da litispend ncia conduz extin o do processo sem provimento de m rito art 267 V do CPC De acordo com uma vertente doutrin ria essa mesma solu o deve ser aplicada na hip tese de litispend ncia entre duas a es coletivas Nesse sentido sustenta Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich que 0 DIDIER JR Fredie ZANETI JR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 461 172 a solu o para o problema da litispend ncia entre duas a es coletivas n o havendo disposi o expressa sobre a mat ria no CDC nem na legisla o processual coletiva seria a aplica o dos preceitos pr prios das a es individuai
608. t vel com o processo coletivo a aplica o estrita da litispend ncia baseada na simples identidade de partes causa de pedir e pedido quanto defini o dos seus efeitos o processo coletivo prestigia a satisfa o do direito deduzido com a qual n o se harmoniza a extin o do processo sem julgamento de m rito De seu turno a coisa julgada nas a es coletivas n o comporta a restri o do seu alcance subjetivo nos moldes do direito processual individual uma vez que a a o coletiva n o ajuizada em benef cio do seu autor ideol gico mas isso sim de terceiros acrescentando se que a indivisibilidade do objeto do direito em se tratando de direitos difusos e coletivos e a necessidade de respeito ao princ pio da igualdade quando a hip tese seja de direitos individuais homog neos conduz necessariamente a uma nova fixa o do alcance subjetivo da coisa julgada Assim a par da evolu o do processo no sentido da valoriza o das a es coletivas imp e se a evolu o no tratamento da litispend ncia e da coisa julgada na rela o dessas a es entre si ou dessas a es com as a es individuais 316 Ambas as evolu es do processo individual ao coletivo e no tratamento da litispend ncia e da coisa julgada s o demonstradas no Brasil pela Lei de A o Popular Lei de A o Civil P blica e C digo de Defesa do Consumidor Contudo foi no C digo de Defesa do Consumidor que disp e sobre a
609. ta Jos Roberto Freire II Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Programa de P s Gradua o em Direito II T tulo CDU 331 16 W nia Guimar es Rab llo de Almeida A Rela o entre a es coletivas e a es individuais no processo do trabalho litispend ncia e coisa julgada Disserta o defendida e com m dia final igual a _ como requisito para a obten o do t tulo de mestre em Direito rea de concentra o em Direito do Trabalho junto Faculdade Mineira da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Belo Horizonte 2010 Prof Doutor Jos Roberto Freire Pimenta Orientador PUC MG Prof Doutor M rcio T lio Viana Prof Doutora Adriana Goulart Sena Com amor para os meus pais Waldemar e Helena meu marido Cleber L cio e minhas filhas Ana Clara e Maria Lu sa Para toda a comunidade jur dica AGRADECIMENTOS Agrade o a Deus pela vida por todos e por tudo Agrade o a todos os professores pelo conhecimento a mim transmitido Agrade o ao professor doutor Jos Roberto Freire Pimenta a sincera orienta o e o est mulo constante A todos que de uma forma ou de outra contribu ram para que a conclus o do Mestrado se tornasse realidade O processo deve dar o quanto poss vel praticamente a quem tenha um direito tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tenha direito de conseguir Giuseppe Chiovenda Hoje importa menos dar a cada u
610. ta em tornar inv lido o processo cujo objeto uma lide j objeto de outro processo pendente ou definitivamente encerrado com julgamento do m rito Se h processo em curso cujo objeto m rito id ntico ao que se pretende formalizar diz se que h litispend ncia no sentido de que a lide objeto do novo processo j lide de outro processo ainda em curso pendente Se h processo definitivamente conclu do no qual j foi composta a lide que se quer reproduzir como objeto do novo processo diz se que h coisa julgada no sentido de que a lide objeto do novo processo j foi lide em outro processo conclu do com exame do m rito findo A litispend ncia e a coisa julgada portanto s o consideradas como pressupostos processuais de desenvolvimento ou seja requisitos indispens veis para que a rela o processual se desenvolva validamente 37 PASSOS Jos Joaquim Calmon de Coment rios ao C digo de Processo Civil 9 ed Rio de Janeiro Forense 2005 v III p 294 295 130 A Iitispend ncia e a coisa julgada exigem a identidade de a o e conduzem ao mesmo resultado qual seja a extin o do processo sem resolu o de m rito arts 267 V e 301 88 1 2 e 3 do C digo de Processo Civil Em rela o identidade das a es o C digo de Processo Civil adotou a doutrina de Enrico Tullio Liebman no sentido de que a exce o de litispend ncia e a exce o de coisa julgada s o paralelas e pressup e
611. tabelecimento de um meio ambiente de trabalho sadio e seguro beneficiar todos os empregados da empresa e n o apenas a um grupo deles No caso de improced ncia quem n o participou do processo n o pode ser prejudicado pela decis o nele proferida em raz o do direito inafastabilidade do controle judicial ampla defesa e ao contradit rio A prop sito do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor observa Ronaldo Lima dos Santos que A efic cia erga omnes dos interesses difusos decorre do fato de estes interesses estarem dispersos pela sociedade civil como um todo tutela do meio ambiente prote o do patrim nio hist rico cultural e art stico etc ou seja referem se a bens concernentes a uma coletividade difusa espraiada disseminada de forma que a coisa julgada que se forma nas demandas que versam sobre esses interesses alcan a a todos aqueles situados na sua esfera jur dica de prote o por isso a utiliza o da express o erga omnes perante todos para designar a coisa julgada nas a es coletivas que se fundamentam em interesses difusos M rcio Fl vio Mafra Leal aduz que a coisa julgada erga omnes prevista no art 103 I do C digo de Defesa do Consumidor constitui natural consequ ncia das a es coletivas para 6 SANTOS Ronaldo Lima dos Amplitude da coisa julgada nas a es coletivas In Revista de processo n 142 ano 31 dez 2006 p 45 248 defesa de direitos difusos pois o direi
612. tado de organiza o de determinada sociedade civil em determinado momento hist rico um valor deve prevalecer sobre o outro c paz social A coisa julgada restabelece a paz nas rela es sociais perturbada pelo conflito de interesses cumprindo com isso o objetivo maior da jurisdi o Nesse sentido assevera Humberto Theodoro J nior que a coisa julgada em ltima an lise a pr pria lei que quer que haja um fim controv rsia da parte A paz social o 574 exige Eduardo Cambi assevera que a coisa julgada est voltada estabiliza o das rela es jur dicas evitando que uma mesma quest o seja permanentemente discutida o que impediria a pacifica o social dos conflitos de interesses A seguran a jur dica em rela o ao direito constitui poderoso fator de paz na sociedade e felicidade pessoal de cada um A tomada de uma decis o com vit ria de um dos litigantes e derrota do outro para ambos o fim e a nega o das expectativas e incertezas que os envolviam e os mantinham em desconfort vel estado de ang stia As decis es judici rias uma vez tomadas isolam se dos motivos e do grau de participa o dos interessados e imunizam se contra novas raz es ou resist ncias que se pensasse em opor lhes Niklas Luhmann T rcio Sampaio Ferraz Jr chegando a um ponto de firmeza que se qualifica como estabilidade e que varia de grau conforme o caso 53 GIDI Antonio Coisa julgada e liti
613. taindividuais sendo adotado portanto o sistema de representatividade ope legis Vale mencionar que o sistema brasileiro permite 43 GRINOVER Ada Pellegrini A es coletivas ibero americanas novas quest es sobre a legitima o e a coisa julgada In Revista Forense v 361 ano 98 maio jun 2002 p 6 414 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 47 5 GIDI Antonio A class action como instrumento de tutela coletiva dos direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 134 135 416 GRECO Leonardo A tutela jurisdicional internacional dos interesses coletivos Dispon vel em lt www fdc br Arquivos Mestrado Revista Revista07 Docente 05 gt Acesso em 17 01 2010 162 examinar a legitimidade para a a o e n o a aptid o da parte leg tima para a defesa do direito tido como existente Nesse contexto n o h como prevalecer o entendimento defendido por Antonio Gidi 4 3 Litispend ncia em a es individuais O reconhecimento da litispend ncia pressup e a identidade entre duas ou mais a es isto que elas tenham em comum as partes a causa de pedir e o pedido No processo civil individual mais f cil a configura o da litispend ncia diante da limita o do alcance de cada um dos elementos identificadores da a o partes causa de pedir e pedido Nesse sentido cumpre mencionar que no processo civil individual a legitimidade para propor a o
614. te a quest o substancial decidida na senten a a decis o interlocut ria produz preclus o no sentido de que n o se pode discutir de novo a quest o processual que ela decidiu por m n o produz coisa julgada porque seus efeitos n o s o extraprocessuais mas que valem unicamente no processo 588 SOARES Carlos Henrique Coisa julgada constitucional Coimbra Almedina 2009 p 47 GUIMAR ES Luiz Machado Estudos de direito processual Rio de Janeiro Jur dica Universit ria 1969 p 12 50 GUIMAR ES Luiz Machado Estudos de direito processual Rio de Janeiro Jur dica Universit ria 1969 p 12 9 ALSINA Hugo Tratado te rico practico de derecho procesal civil e comercial 2 ed Buenos Aires Ediar 1961 v IV p 126 223 Para Humberto Theodoro J nior 2 A teoria da preclus o foi concebida certo para operar dentro do processo correspondendo perda ou exaust o das faculdades processuais medida que se ultrapassam as oportunidades adequadas ao seu exerc cio Assim a coisa julgada formal seria a ltima preclus o porque com ela se encerraria a rela o processual A coisa julgada material atuando fora do processo n o se enquadraria na id ia de preclus o Uma vez por m que esta nada mais do que um grau a mais imposto coisa julgada formal n o incorreto reconhecer coisa julgada material a natureza de uma proje o da coisa julgada formal para al m das fronteiras do proces
615. tectar a eventual inadequa o do representante em qualquer momento do processo dever proporcionar prazo e oportunidade para que o autor inadequado seja substitu do por outro adequado Caso contr rio o processo deve ser extinto sem julgamento de m rito Se o juiz inadvertidamente atingir o m rito da causa a senten a coletiva n o far coisa julgada material e a mesma a o coletiva poder ser reproposta por qualquer legitimado Esta proposta n o lege ferenda mas de lege lata Ou seja independente de reforma legislativa Basta um juiz competente e interessado O representante inadequado portanto um n o representante Leonardo Greco ao contr rio afirma que O Direito brasileiro apesar da cr tica de muitos n o exige para os legitimados ativos propositura de a es coletivas a comprova o in concreto da representa o adequada contentando se quanto s associa es que estejam constitu das h pelo menos um ano e que incluam entre as suas finalidades a prote o ao interesses coletivo ou difuso que constitui o objeto da demanda Lei n 7 347 85 art 5 Lei n 8078 90 art 82 O legislador brasileiro n o adotou o sistema da Common Law no qual a representatividade adequada adequacy of representation analisada caso a caso pelo juiz da causa No Brasil a legitima o para agir atribu da pela lei a determinados entes que se pressup em aptos a defender em ju zo os direitos me
616. tela de direitos meta individuais mesmos pedidos e causa de pedir quando ent o ser poss vel afirmar serem id nticas as demandas coletivas Deste modo em virtude da especialidade do modelo processual coletivo e notadamente da qualifica o da legitima o ativa empregada revela se equivocada a afirma o de inexist ncia de litispend ncia entre a es coletivas atrav s das quais 44 GIDI Antonio Coisa julgada e litispend ncia em a es coletivas S o Paulo Saraiva 1995 p 219 435 Afirmam Fredie Didier Jr e Hermes Zaneti Jr que assim poss vel que uma mesma a o coletiva possa ser proposta por diferentes legitimados ativos poss vel portanto que haja litispend ncia sem identidade entre as partes autoras A identidade de parte autora irrelevante para a configura o da litispend ncia coletiva no caso da a o coletiva passiva essa irrelev ncia dir respeito ao p lo passivo do processo DIDIER JR Fredie ZANETIJR Hermes Curso de direito processual civil processo coletivo 4 ed Salvador Jus Podivm 2009 p 171 4 DINAMARCO C ndido Rangel Institui es de direito processual civil 6 ed S o Paulo Malheiros 2009 v II p 62 63 167 sejam deduzidas pretens es pelo t o s fato de terem sido propostas por entidades distintas Este tamb m o ensinamento de Teresa Arruda Alvim Wambier Quando duas a es coletivas t m o mesmo objeto e a mesma causa de pedir coin
617. tem o seu pleno exerc cio O homem o limite do Estado bem como o destinat rio das suas a es e tarefas A dignidade humana n o pode considerada apenas como algo inerente natureza humana no contexto biol gico A dignidade humana possui sentido cultural resultante do desenvolvimento da democracia e das conquistas de diversas gera es e da humanidade em seu todo raz o pela qual a dimens o natural e a dimens o cultural da dignidade da pessoa humana se complementam e interagem mutuamente Registre se que a no o de que o valor central das sociedades a pessoa humana em sua singeleza e independentemente de sua riqueza ou status social um dos avan os jur dicos mais not veis na hist ria juspol tica da humanidade consoante ressalta Maur cio Godinho Delgado A dignidade humana n o est adstrita apenas aos valores ligados personalidade e privacidade entre outros direitos de cunho n o patrimonial A dignidade abarca tamb m o reconhecimento de condi es materiais para a participa o do indiv duo na vida social trata se do m nimo existencial Maur cio Godinho Delgado assevera que a id ia de dignidade n o se reduz hoje a uma dimens o estritamente particular atada a valores imanentes personalidade e que n o se projetam socialmente N o o que se concebe inerente dignidade da pessoa humana tamb m ao lado dessa 85 Maria Celina Bodin de Moraes aduz que
618. teresse de alguns de seus filiados membros ou associados que n o seja comum a todos nem esteja compreendido em seus objetivos institucionais neste caso sim haveria uma verdadeira substitui o processual 9 A substitui o somente poss vel em rela o a pessoas determinadas ou ao menos determin veis 40 GRINOVER Ada Pellegrini Mandado de seguran a coletivo legitima o objeto e coisa julgada In O processo em evolu o 2 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 1998 p 99 100 156 Quando se trate de a o ajuizada para a defesa de direitos difusos e coletivos n o cabe falar em legitima o ordin ria no sentido de a o ajuizada pelo titular do direito deduzido Tamb m n o h que se falar em legitima o extraordin ria no sentido de a o ajuizada por um terceiro em nome pr prio para a tutela de direito de uma pessoa determinada ou de pessoas determinadas A hip tese de legitima o ordin ria especial a o titular da a o n o vai a ju zo de forma extraordin ria Ele age em ju zo na defesa de seus interesses institucionais ou no cumprimento de dever institucional Extraordin rio aquilo que foge ao ordin rio o que excepcional o que n o ocorre em rela o legitima o para as a es coletivas visando tutela de direitos difusos e coletivos b a legitima o especial porque reconhecida em face da necessidade de facilitar o acesso justi a e de conferir adequada
619. terizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes e nascidos de modo gradual n o todos de uma vez e nem de uma vez por todas e acrescenta que os direitos nascem quando devem ou podem nascer Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem que acompanha inevitavelmente o progresso t cnico isto o progresso da capacidade do homem de dominar a natureza e os outros homens 2 Art 444 da CLT As rela es contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipula o das partes interessadas em tudo quanto n o contravenha s disposi es de prote o ao trabalho aos contratos coletivos que lhes sejam aplic veis e s decis es das autoridades competentes E QUEIROZ Cristina Direito constitucional S o Paulo Revista dos Tribunais Coimbra Coimbra Editora 2009 p 366 16 Paulo Bonavides afirma que a hist ria dos direitos humanos direitos fundamentais de tr s gera es sucessivas e cumulativas a saber direitos individuais direitos sociais e direitos difusos a hist ria mesma da liberdade moderna da separa o e limita o de poderes da cria o de mecanismos que auxiliam o homem a concretizar valores cuja identidade jaz primeiro na Sociedade e n o nas esferas do poder estatal Curso de direito constitucional 24 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 574 20 ou cria novas amea as liberdade do indiv duo ou permite novos rem dios para as suas indig nci
620. termos podemos concluir que os preceitos relativos aos direitos econ micos sociais e culturais cont m programas de socializa o que dependem para a sua efecttiva o da vontade pol tica da comunidade rg os de direc o pol tica dos partidos e grupos sociais dos cidad os mas disp em igualmente de garantias jur dicas ainda que limitadas que correspondem sua qualidade essencial de direitos fundamentais constitucionais dos indiv duos Como ressalta Ana Paula de Barcelos A meta central das Constitui es modernas e da Carta de 1988 em particular pode ser resumida na promo o do bem estar do homem cujo ponto de partida est em assegurar as condi es da pr pria dignidade que inclui al m da prote o dos direitos individuais condi es materiais m nimas de exist ncia Ao apurar os elementos fundamentais dessa dignidade o m nimo existencial estar se o estabelecendo exatamente os alvos priorit rios dos gastos p blicos Apenas depois de atingi los que se poder discutir relativamente aos recursos remanescentes em que outros projetos se dever investir O m nimo existencial como se v associado ao estabelecimento de prioridades or ament rias capaz de conviver produtivamente com a reserva do poss vel Anote se que os direitos sociais s o uma dimens o dos direitos fundamentais do homem presta es positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente enunc
621. teza Mas a razoabilidade como frequentemente acontece est no justo equil brio de valores in medio stat virtus como advertia Arist teles E tal equil brio pode ser encontrado n o com o rigor de uma l gica artificial mas com o pragm tico e flex vel reconhecimento de que ambos os valores t m a sua validade e que por vezes uma solu o de compromisso deve ser adotada b seguran a jur dica nas rela es sociais A coisa julgada confere seguran a jur dica em rela o ao direito objeto de debate A seguran a jur dica constitui o m nimo de previsibilidade que o Estado de Direito deve assegurar a todo indiv duo deixando claras as normas de conduta que dever observar e basear se em suas rela es sociais A seguran a jur dica um direito fundamental que tem no respeito coisa julgada uma das suas formas de concretiza o Hugo Alsina aduz que a autoridade da coisa julgada tem entre seus princ pios a necessidade de seguran a jur dica que garante estabilidade s rela es de direito Segundo C ndido Rangel Dinamarco A seguran a nas rela es jur dicas proporcionada tanto pela coisa julgada material quanto pela formal important ssimo fator de pacifica o e tranquilidade sabendo se que a inseguran a um estado perverso que prejudica os neg cios o cr dito as rela es familiares e por isso a felicidade pessoal das pessoas ou grupos A imutabilidade da senten a e seus efeitos
622. ti a Tendo sido noticiada ainda que de forma breve a evolu o do direito processual civil cumpre fazer refer ncia s denominadas ondas renovat rias de acesso Justi a que se localizam na fase instrumentalista do direito processual De acordo com Mauro Cappelletti e Bryant Garth s o tr s as denominadas ondas renovat rias do acesso justi a a assist ncia judici ria aos pobres os primeiros esfor os importantes para incrementar o acesso justi a nos pa ses ocidentais concentraram se muito adequadamente em proporcionar servi os jur dicos para os pobres b representa o dos interesses difusos coletivos ou grupais a segunda onda for ou a reflex o sobre no es tradicionais muito b sicas do processo civil e sobre o papel dos tribunais A concep o tradicional do processo civil n o deixava espa o para a prote o dos direitos difusos O processo era visto como um assunto entre as duas partes que se destinava solu o de uma controv rsia entre essas mesmas partes a respeito de seus pr prios interesses individuais Direitos que pertencessem a um grupo ao p blico em geral ou a um segmento do p blico n o se enquadravam bem nesse esquema As regras determinantes da legitimidade as normas de procedimento e atua o dos ju zes n o eram destinadas a facilitar as 52 CAMBI Eduardo Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo In FUX Luiz NERY J NIOR Nelson WAMBIER Teresa Arruda Al
623. ti a e sociedade moderna In GRINOVER Ada Pellegrini DINAMARCO C ndido Rangel WATANABE Kazuo Coords Participa o e Processo S o Paulo Revista dos Tribunais 1988 p 130 131 40 injustificada da administra o em efetivar as pol ticas p blicas constitucionalmente definidas e essenciais para a promo o da dignidade humana n o deve ser assistida E eae PS passivamente pelo Poder Judici rio PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO COLETA DE LIXO SERVI O ESSENCIAL PRESTA O DESCONTINUADA PREJUIZO SA DE P BLICA DIREITO FUNDAMENTAL NORMA DE NATUREZA PROGRAM TICA AUTOEXECUTORIEDADE PROTE O POR VIA DA A O CIVIL P BLICA POSSIBILIDADE ESFERA DE DISCRICIONARIEDADE DO ADMINISTRADOR INGER NCIA DO PODER JUDICI RIO 1 Resta extreme de d vidas que a coleta de lixo constitui servi o essencial imprescind vel manuten o da sa de p blica o que o torna submisso regra da continuidade Sua interrup o ou ainda a sua presta o de forma descontinuada extrapola os limites da legalidade e afronta a cl usula p trea de respeito dignidade humana porquanto o cidad o necessita utilizar se desse servi o p blico indispens vel sua vida em comunidade 2 Releva notar que uma Constitui o Federal fruto da vontade pol tica nacional erigida mediante consulta das expectativas e das possibilidades do que se vai consagrar por isso cogentes e eficazes suas promessas sob pena de restarem v s e fria
624. tima o da a o individual n o constitui um nus do juiz Primeiro porque n o pode ser exigido do juiz da a o coletiva o conhecimento de todas as a es individuais ajuizadas com base no mesmo fato contra o mesmo r u Segundo porque n o h que se falar na hip tese em interesse do juiz valendo observar que o nus est relacionado com a necessidade de praticar um ato para evitar um preju zo processual Isso por m n o impede que o juiz ciente da a o coletiva e da a o individual d ci ncia daquela ao autor desta O prazo para a op o pela suspens o da a o de trinta dias Contudo qual o prazo de suspens o da a o individual Para Ada Pellegrini Grinover como a lei n o fixou limite temporal para a suspens o da a o individual esta poder perdurar pelo tempo que for necess rio para forma o da coisa julgada na a o coletiva Regra que segundo ela n o se aplica no caso de concomit ncia entre a o coletiva de tutela de direitos individuais homog neos e a o individual com objeto id ntico em rela o ao qual a solu o seria a aplica o da previs o contida no art 265 IV a do CPC podendo a suspens o ocorrer por apenas um ano Transcorrido esse prazo a a o ERF 502 individual retornaria a seu curso normal Para Elton Venturi Os escopos da suspens o prevista s o variados economia processual intenta se evitar a multiplica o de demandas individuais com o mesmo
625. tivas segundo o C digo de Defesa do Consumidor e os anteprojetos do C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GRINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 207 258 objeto multiplicando uma atividade que poder ocorrer apenas uma vez 5 coloca se em contradi o com a natureza indivis vel dos bens jur dicos difusos e coletivos tutelados infensa a julgamento de m rito que n o seja marcado pela uniformidade n o sendo razo vel que uma mesma conduta acarrete les o a um bem jur dico em uma comarca ou Estado mas n o seja nociva ao mesmo bem jur dico na comarca vizinha ou em outro Estado 6 a isonomia e a previsibilidade das rela es jur dicas s o menoscabadas pelo agigantamento do risco de decis es contradit rias para indiv duos e casos que se encontram exatamente na mesma moldura f tica ou jur dica so Teresa Arruda Alvim Wambier sustenta que De um modo geral os autores observam que ao Poder Executivo sempre desagradou o excessivo controle popular sobre os fen menos pol tico administrativos proporcionado pelas a es coletivas Em raz o disso por meio de medidas provis rias sucessivas desde sempre se tentou minimizar o alcance destas a es e de suas respectivas decis es Assim que acabou sendo alterada a reda o do art 16 da
626. tividade do direito material e processual do trabalho desde a teoria dos princ pios Porto Alegre Livraria do Advogado 2008 p 53 290 O direito do trabalho n o se resume s normas constitucionais Tamb m a legisla o infraconstitucional assegura aos trabalhadores uma s rie de direitos sempre no sentido de valorizar o trabalho humano e equilibrar a rela o capital e trabalho Contudo valorizar o trabalho humano n o se resume ao reconhecimento formal da titularidade de direitos sendo indispens vel a cria o de instrumentos que assegurem a efetividade desses direitos Neste momento entra em cena o processo do trabalho cuja finalidade primordial tornar real o direito do trabalho O processo deve ser efetivo para que seja capaz de concretizar o direito material anotando Jos Carlos Barbosa Moreira que a o processo deve dispor de instrumentos de tutela adequada na medida do poss vel a todos os direitos e outras posi es jur dicas de vantagem contemplados no ordenamento quer resultem de expressa previs o normativa quer se possam inferir do sistema b esses instrumentos devem ser praticamente utiliz veis ao menos em princ pio sejam quais forem os supostos titulares dos direitos e das outras posi es jur dicas de vantagem de cuja preserva o ou reintegra o se cogite inclusive quando indeterminado ou indetermin vel o c rculo dos eventuais sujeitos c impende assegurar condi es prop cias
627. to identific vel e se trata de direito divis vel a substitui o processual constitui meio apto e adequado para perseguir em ju zo a sua tutela A quest o foi enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordin rio n 193 503 SP em que foi Relator o Ministro Carlos Velloso Em seu voto o Ministro Gilmar Mendes asseverou que 157 Quando o art 8 inciso III da Constitui o faz men o aos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria quer significar os direitos e interesses coletivos transindividuais de natureza indivis vel de que seja titular grupo categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contr ria por uma rela o jur dica base e os direitos e interesses individuais homog neos No primeiro caso o sindicato possui legitima o ordin ria A hip tese da substitui o processual restringe se aos casos em que estejam em discuss o os direitos individuais homog neos Para a defesa dos direitos e interesses de cunho coletivo o sindicato deve exercer papel preponderante na defesa da categoria profissional hip tese na qual atuar como legitimado processual ordin rio Na defesa dos direitos e interesses individuais que s o comuns toda a categoria a atua o do sindicato como substituto processual certamente o meio mais eficaz de se assegurar esses direitos M rcio T lio Viana adverte que N o devemos confundir a substitui o pr
628. to Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 200 6 amp 6 ALVIM Eduardo Arruda Coisa julgada e litispend ncia no anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos In GINOVER Ada Pellegrini MENDES Alu sio Gon alves de Castro WATANABE Kazuo Coords Direito Processual Coletivo e o anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos S o Paulo Revista dos Tribunais 2007 p 174 240 nesse tipo de processo possibilidade de efic cia erga omnes isto perante quem ns 637 n o foi parte no processo embora nem sempre de forma plena Consoante Ronaldo Lima dos Santos trata se de uma mudan a da pol tica processual em que o garantismo do processo ultrapassa a perspectiva exclusivamente individual para adquirir um espectro coletivo em demandas em que um autor ideol gico assume a iniciativa em favor de uma coletividade determinada ou indeterminada de pessoas que via de regra n o integrar o o processo como parte mas poder o sujeitar se aos efeitos das senten as nelas proferidas Acrescente se que a tutela coletiva dos direitos transindividuais s ser poss vel se a pr pria coisa julgada tiver abrang ncia coletiva em rela o aos que tiveram seus direitos lesados Se assim n o fosse restaria comprometida a efetividade do processo coletivo e cada um dos titulares teria que recorrer ao Judici rio alegando os me
629. to a conflitos individuais os efeitos da coisa julgada alcan am terceiros sendo lembradas as a es 6 CARNELUTTL Francesco Instituciones del proceso civil Buenos Aires El foro 1997 v I p 140 141 7 CHIOVENDA Giuseppe Institui es de direito processual civil Tradu o Paolo Capitanio Campinas Bookseller 1998 p 499 500 v I 232 de estado o litiscons rcio unit rio e a exist ncia de codevedores ou cocredores solid rios n o 618 demandantes ou demandados Celso Neves destaca o ponto de vista de Gabriel Rezende Filho Subjetivamente o problema est em saber se se al m das partes a coisa julgada pode afetar terceiros Para os romanos limitava se s partes princ pio que passou para o direito da Idade M dia e afinal para as Ordena es Portuguesas L 3 tit 81 pr A senten a n o aproveita nem impede mais que s pessoas entre que dada Todavia na extraordin ria cognitio os sucessores das partes sujeitavam se aos efeitos da coisa julgada Em torno disso SAVIGNY concebeu a doutrina da representa o que explicaria a extens o da coisa julgada a terceiros Modernamente a doutrina procura explicar essa extens o pelos efeitos diretos e reflexos dos atos jur dicos A doutrina de BETTI a prop sito da rela o de subordina o ou depend ncia compreendendo as figuras da sucess o substitui o processual conex o por concorr ncia alternativa e conex o por depend nci
630. to material e o provimento jurisdicional por natureza al o z 647 ter o esse efeito independentemente de a norma processual transcrita assim determinar Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich assevera que os direitos da esp cie permitem que sua tutela se espraie beneficamente para terceiros inicialmente alheios rela o processual o que h de inovador ou revolucion rio na sua disciplina legal Segundo Ricardo de Barros Leonel Nas demandas coletivas com pedido de natureza difusa ou coletiva a coisa julgada ser erga omnes ou ultra partes esta limitada ao grupo ou categoria sendo certo que no caso de improced ncia por insufici ncia de provas n o haver extens o dos efeitos da autoridade da coisa julgada aos interessados individualmente na quest o debatida na demanda coletiva De acordo com Enrique Vescovi nas a es coletivas propostas para a defesa de direitos difusos o efeito da coisa julgada se estende a todos os que est o representados no exerc cio dos interesses difusos toda uma popula o todos os consumidores do mesmo produto os afetados por uma agress o a valores culturais ou hist ricos por exemplo e por consegii ncia todos s o alcan ados pelo efeito da senten a sendo por ele ressalvado que a possibilidade de exercitar novamente a a o outro legitimado no caso de improced ncia por falta de provas evita que uma demanda torpemente conduzida ou at
631. tor da a o individual e transitando em julgado a senten a de improced ncia de sua a o cria se a possibilidade de se rescindir a coisa julgada por via da a o rescis ria com base em viola o de literal disposi o VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 355 356 4 Afirma Antonio Gidi que o r u identificar ao juiz da a o coletiva e ao representante do grupo as a es individuais relacionadas mesma controv rsia medida em que sejam propostas GIDI Antonio C digo de processo civil coletivo Um modelo para pa ses de direito escrito Revista de processo S o Paulo Revista dos Tribunais 2003 p 111 50 VENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 355 356 194 de lei art 485 V do CPC por viola o do art 104 do CDC sendo a a o ajuizada pelo autor da a o individual na condi o de terceiro interessado art 487 II do CPO Registre se que o Anteprojeto de C digo Brasileiro de Processos Coletivos prev solu o aparentemente mais simples e ben fica ao autor individual caso o demandado n o se desincumba do seu nus relativo adequada informa o ao demandante individual acerca da pend ncia de demanda coletiva conexa que verse sobre id ntico bem jur dico o autor individual beneficiar se da coisa julgada coletiva mesmo no caso de a demanda individual ser rejeitada art 7 19 Cumpre esclarecer que a in
632. tos e contraven es em mat ria penal e para a tutela da ordem jur dica e da liberdade individual e da dignidade das pessoas em todos os casos civis penais etc 2 Eduardo J Couture sustenta que o processo constitui meio id neo para dirimir Eis Eis 128 mediante um ju zo um conflito de interesses jur dicos por ato de autoridade Assevera James Goldschmidt que o processo o m todo que seguem os tribunais para definir a exist ncia do direito da pessoa que demanda frente ao Estado a ser tutelada juridicamente e para outorgar esta tutela no caso de exist ncia de tal direito ed Para Cleber L cio de Almeida o processo pode ser visto do ponto de vista est tico e din mico Processo m todo estabelecido e estruturado pela ordem jur dica destinado solu o pelo Poder Judici rio de conflitos de interesses e realiza o concreta do direito reconhecido e garantido por esta mesma ordem jur dica processo em sentido est tico ao passo que do ponto de vista din mico processo uma s rie de atos praticados pelos seus sujeitos partes e juiz e auxiliares da justi a interligados e coordenados ao objetivo de solucionar o conflito de interesses submetido ao Poder Judici rio 3 Luiz Machado Guimar es define processo como sendo uma s rie de atividades atos processuais do rg o de jurisdi o e de seus auxiliares das partes e de terceiros que se interligam
633. tos fundamentais sociais afirmando que os primeiros n o t m custos uma vez que n o se encontram dependentes da situa o econ mica e social nem v m garantidos por esta Os segundos pelo contr rio t m os seus custos s podendo ser garantidos na medida do poss vel isto de modo proporcional ao desenvolvimento e ao progresso econ mico e social 2 Um exemplo do respeito reserva do poss vel encontrado no art 169 e seus par grafos da Constitui o Federal que exige pr via dota o or ament ria para a concess o de qualquer vantagem ou aumento de remunera o ou para a cria o de cargos empregos e fun es ou altera es de estrutura de carreiras admiss o e contrata o de pessoal pela Administra o P blica N o se pode olvidar contudo que como assevera Antonio Enrique Perez Lu o os direitos fundamentais se apresentam na norma constitucional como um conjunto de valores objetivos b sicos ao mesmo tempo como o quadro de prote o das situa es jur dicas subjetivas tendo assim um importante papel legitimador das formas constitucionais do Estado de Direito j que constituem os pressupostos do consenso sobre o qual deve ser edificada qualquer sociedade democr tica Os direitos fundamentais sociais portanto condicionam e limitam a a o estatal para a qual servem de par metro e como condi o de legitimidade Jos Carlos Vieira de Andrade preciso ao af
634. tos metaindividuais impondo se que os seus institutos n o sejam estabelecidos sob a tica dos institutos do direito processual civil individualista A adequa o do processo natureza do direito deduzido constitui condi o para a sua efetividade valendo observar que j Adolf Wach chamava a aten o para o fato de que o fim do processo a outorga de prote o jur dica pelo Estado concedida com justi a e conforme a natureza do lit gio A sociedade marcada por conflitos de natureza individual se contenta com um modelo individualista de processo A sociedade caracterizada por conflitos de massa exige um modelo diferenciado de processo isto um processo de massa Como assevera Joaqu n Silguero Estagnam a evolu o social e a pr pria exist ncia da sociedade de massas s o fatores que originam e explicam a necessidade de que os grupos acessem ao processo Direitos de massa exigem uma tutela diferenciada valendo observar que como aduzem Luigi Paolo Comoglio Corrado Ferri e Michele Taruffo o direito ao processo n o um direito est tico mas uma garantia m nima de meios e resultados He Da a necess ria e em curso evolu o do processo no sentido de um processo de 2 massa que valorizada pela pr pria Constitui o Federal quando cria o mandado de Santos Direito e processo influ ncia do direito material sobre o processo 2 ed S o Paulo Malheiros 2001 p 41 10 WACH Adolf
635. tribui em peda os Diz respeito por exemplo ao ar que respiramos Como as pessoas podem desfrut lo sozinhas n o se ligam por la os jur dicos cc Consoante assinala Elton Venturi a origem dos direitos difusos meramente circunstancial e f tica n o derivando de rela es formais entre os seus titulares que em 24 pia gt Eg 245 ltima an lise devem ser concebidos como todos os indiv duos Jos Carlos Barbosa Moreira aduz que os conflitos de interesses de natureza difusa do ponto de vista objetivo distinguem se porque o seu objeto indivis vel N o se trata de uma justaposi o de lit gios menores que se re nem para formar um lit gio maior N o O seu objeto por natureza indivis vel como acontece por exemplo em mat ria de prote o do meio ambiente em mat ria de defesa da flora e da fauna em mat ria de tutela dos interesses na preserva o do patrim nio hist rico art stico cultural espiritual da sociedade e como acontece tamb m numerosas vezes no terreno da prote o do consumidor por exemplo quando se trata de proibir a venda a explora o de um produto considerado perigoso ou nocivo sa de N o se est 24 VIANA M rcio T lio Interesses difusos na Justi a do Trabalho In Revista LTr v 59 n 2 fev 1995 p 182 184 SVENTURI Elton Processo civil coletivo S o Paulo Malheiros 2007 p 31 101 focalizando nessa perspectiva o problema i
636. tros escritos sobre a coisa julgada 3 ed Rio de Janeiro Forense 1984 p 40 51 53 54 213 Para o grande processualista na verdade a coisa julgada n o efeito da senten a mas sim uma qualidade especial da senten a que em determinada circunst ncia a torna imut vel Dentro dessa ordem de id ias esclarece Liebman a a efic cia natural vale para todos como ocorre com qualquer ato jur dico mas b a autoridade da coisa julgada atua apenas para as partes Araken de Assis aduz que A teoria de Liebman encontrou poca de sua formula o um cr tico feroz em Carnelutti Faz se o registro porque as id ias do ltimo no fundo n o eram diversas evid ncia aclamada e reconhecida por ele como um sintoma que hayamos encontrado el bom caminho Tamb m Carnelutti acolhia a efic cia da senten a denominando a de imperatividade A diverg ncia entre ambos se prendia s conseq ncias que tiravam desse reconhecimento para a elabora o do conceito de coisa julgada formal e material E ainda assim segundo Carnelutti para quem a distin o era sua tudo se reduziria a uma mera discuss o terminol gica bem sintom tico que antes disto Carnelutti entendera corretamente n o significar a possibilidade de mudan a do decisum algo que fulminou o seu valor imperativo perfeitamente id ntico na senten a sujeita ou n o impugna o Passando ao largo da postulada primazia de Carnelutti revelada em face do
637. u com a parte contr ria assim como a possibilidade de determina o dos membros do grupo b objetivo indivisibilidade do bem da vida sendo que a sua les o a todos prejudica ao passo que a sua tutela a todos beneficia Constituem exemplos de situa es que envolvem direitos coletivos a a cobran a por associa o de anuidades ou contribui es indevidas pelos seus filiados podendo estes ser defendidos em ju zo b os contratos de ades o elaborados por determinado fornecedor como os contratos banc rios e os de cons rcio entre outros Exemplos de situa es que envolvem direitos coletivos na esfera trabalhista 1 realiza o de exames m dicos admissionais demissionais e peri dicos conforme determina a Consolida o das Leis do Trabalho e a Portaria n 3 214 77 do MTb 2 elimina o ou diminui o dos riscos no meio ambiente de trabalho no interesse exclusivo dos trabalhadores da empresa 3 dispensa coletiva de trabalhadores durante uma greve como retalia o pela participa o no movimento Aqui n o se trata de uma mera dispensa individual mas de um ato coletivo antissindical que praticado contra um grupo de trabalhadores caracteriza o interesse coletivo de todos os trabalhadores da empresa que ter o o movimento enfraquecido 4 o ato praticado pela empresa durante a greve mantendo grupos de trabalhadores dentro do estabelecimento por v rias horas ou dias com o objetivo de assegurar a produ o em n v
638. ua integridade f sica ps quica e moral al m de exigir que a ele seja assegurada uma justa remunera o conforme est registrado na Declara o Universal dos Direitos do Homem quando estabelece que toda pessoa que trabalha tem direito a uma remunera o justa e satisfat ria que lhe assegure assim como sua fam lia uma exist ncia compat vel com a dignidade humana e a que se acrescentar o se necess rio outros meios de prote o social A exalta o da dignidade humana e dos direitos fundamentais n o pode se circunscrever esfera te rica devendo transpor esse mbito para alcan ar a realidade da rela o de trabalho Um dos principais desafios dos direitos fundamentais promover a inclus o social sendo por ela respons veis todos os operadores do direito Os direitos fundamentais ocupam posi o de destaque no mbito laboral servindo de instrumento para estabelecer limites crescente escalada de precariza o das rela es de emprego onde se insere por exemplo a terceiriza o gerada pelos novos modos de produ o A dimens o social e a perspectiva solidarista da dignidade humana exigem que se torne concreta a possibilidade de associa o dos trabalhadores com o fim de defesa de seus interesses e direitos e de atua o das suas entidades associativas Com rela o ao direito do trabalho deve ser destacado o princ pio do coletivo que reflecte a orienta o geral do Direito Laboral para valo
639. ua prote o art 8 Isso significa que da ess ncia dos direitos fundamentais a sua realiza o concreta Realizar concretamente os direitos fundamentais trabalhistas proteger e promover a dignidade humana do trabalhador na sua dimens o individual social e solidarista 103 FL REZ VALD Z Joaquim Arce y Los princ pios generales del derecho y su formulaci n constitucional Madrid Civitas 1990 p 149 DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 329 50 Ao incluir a dignidade humana entre os fundamentos da Rep blica e estabelecer como seus objetivos a constru o de uma sociedade livre justa e solid ria e a promo o do bem de todos a Constitui o Federal atribui a todos os Poderes do Estado o poder dever de atuar de forma firme na realiza o concreta e defesa dos direitos fundamentais e por meio delas da dignidade humana A dignidade humana estar assegurada ou conservada quando for poss vel uma exist ncia que permita a plena frui o dos direitos fundamentais ou seja quando for poss vel ao homem trabalhador a satisfa o do m nimo existencial traduzido principalmente pelo art 106 l 7 da Constitui o Federa Por m nimo existencial entende se o conjunto de presta es materiais que asseguram a cada indiv duo uma vida com dignidade que necessariamente s poder ser uma vida saud vel que corresponda a determinados
640. ue a paz o pressuposto necess rio para o reconhecimento e a efetiva prote o dos direitos do homem em cada Estado do sistema 53 internacional A paz um direito da coletividade mas tamb m de cada indiv duo observando Ingo Wolfgang Sarlet que a doutrina tem se insurgido contra a possibilidade de reconhecimento de um direito individual paz cuja titularidade pertenceria aos Estados aos povos e humanidade em seu todo Inobstante isso n o h como desconsiderar que tamb m a preserva o da paz assume transcendental relev ncia para a prote o e efetiva o dos direitos fundamentais do homem considerado na sua individualidade j que na guerra e em per odos de exce o que costumam ocorrer as maiores viola es desses direitos fundamentais Os direitos fundamentais constituem resultado do aprimoramento da conviv ncia coletiva sustentando se o reconhecimento de novas categorias de direitos quando necess rios para atender quele aprimoramento Justifica se assim o reconhecimento do direito paz na sua dimens o coletiva e individual como um direito de quinta dimens o Norberto Bobbio aduz que os direitos fundamentais s o direitos hist ricos que n o nascem de uma vez por todas acrescentando que eles respondem a determinadas exig ncias fruto da pr pria evolu o da vida em sociedade Neste contexto pode ser dito que o direito fundamental paz uma exig ncia de um ambiente marc
641. ue concerne certeza deste v nculo a verdadeira seguran a jur dica a que pode resultar de um Ju zo calcado na prova cient fica do DNA cuja realiza o n o pode ser vedada em face de uma decis o que embora tenha transitado em julgado n o reflete a realidade vindo a negar os direitos que decorrem do la o biol gico Tamb m em favor da relativiza o foi a decis o proferida pelo Superior Tribunal de Justi a na qual afirmado que Nas palavras de respeit vel e avan ada doutrina quando estudiosos hoje se aprofundam no reestudo do instituto na busca sobretudo da realiza o do processo justo a coisa julgada existe como cria o necess ria seguran a pr tica das rela es jur dicas e as dificuldades que se op em sua ruptura se explicam pela mesm ssima raz o N o se pode olvidar todavia que numa sociedade de homens livres a Justi a tem de estar acima da seguran a porque sem Justi a n o h liberdade IV Este Tribunal tem buscado em sua jurisprud ncia firmar posi es que atendam aos fins sociais do processo e s exig ncias do bem comum Merece registro ainda o exemplo dado por Hugo Nigro Mazzilli citado por C ndido Rangel Dinamarco de uma a o civil p blica ter sido julgada improcedente por serem in cuas ou mesmo benfazejas as emana es liberadas na atmosfera por uma f brica e depois do tr nsito em julgado verificar se o contr rio havendo sido fraudulenta a per
642. ue favore am o acesso Justi a e satisfa o dos direitos decorrentes da rela o de emprego se ressente de t cnicas que o tornem apto a atender s demandas decorrentes da tutela coletiva dos direitos em especial no que diz respeito litispend ncia e coisa julgada A disciplina reservada pelo direito processual individual litispend ncia e coisa julgada n o atende s necessidades impostas pelas transforma es verificadas no seio da sociedade sendo editadas v rias leis voltadas a possibilitar a tutela jurisdicional dos direitos metaindividuais cujo conjunto forma o direito processual coletivo Acrescente se que no direito processual coletivo a legitima o para agir a litispend ncia e a coisa julgada est o umbilicalmente ligadas e recebem tratamento informado pela facilita o do acesso justi a e favorecimento da concretiza o dos direitos assegurados pela ordem jur dica sem se descuidar do respeito em rela o ao cidad o individualmente considerado ao seu direito de acesso justi a ao devido processo legal ampla defesa e ao contradit rio que a ordem jur dica a todos assegura Os direitos de que s o titulares pessoas indeterminadas e que t m objeto indivis vel somente podem ser tutelados por meio das a es coletivas o que exige tamb m no processo do trabalho uma legitima o para agir que n o se prenda ao modelo restritivo estabelecido pelo art 6 do C digo de Processo Civil ao pass
643. ue fossem as t cnicas processuais estar amos sempre esbarrando com as limita es pr prias dos ju zes que sendo meros seres humanos investidos da fun o de dizer a palavra final n o s o infal veis Merece registro tamb m a advert ncia de Teresa Arruda Alvim Wambier e Jos Miguel Garcia Medina no sentido de que tendo se em vista o relevante papel desempenhado pela coisa julgada quer sob o ngulo pol tico quer sob o ngulo jur dico a sua important ssima fun o de gerar seguran a valor inerente id ia de direito necess rio que esta revis o de suas dimens es seja feita com extrema cautela Ensina C ndido Dinamarco em BINAMARCO C ndido Rangel Relativizar a coisa julgada material In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 22 23 77 CAMBI Eduardo Coisa julgada e cogni o secundum eventum probationis In Revista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 93 215 observa o equilibrada e serena que se deve tomar cuidado para n o minar nu 708 imprudentemente a auctoritas rejudicata Anote se ainda o entendimento de Nelson Nery J nior e Rosa Maria Andrade Nery Entre o justo absoluto ut pico e o justo poss vel realiz vel o sistema constitucional brasileiro a exemplo do que ocorre na maioria dos sistemas democr ticos ocidentais optou pelo segundo justo poss vel que consubstanciado na seguran a jur dica da coisa julgada mate
644. ue houvesse tal extens o in utilibus da coisa julgada esfera individual do consumidor no caso de a o coletiva proposta com base na LACP CDC art 103 3 e n o fosse prevista a mesma disciplina para o caso de a o coletiva proposta com base no pr prio CDC uma vez que se trata da mesma e nica a o coletiva O pr prio art 104 conduz irrefragavelmente a este entendimento Afinal prescreve esse artigo contrario sensu que tos efeitos ultra partes ou erga omnes das a es coletivas em defesa de direitos superindividuais beneficiar o os autores das a es individuais se for requerida a sua suspens o no prazo de 30 trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Trata se segundo Ada Pellegrini Grinover de solu o inspirada no princ pio de economia processual e nos crit rios da coisa julgada secundum eventum litis bem como na amplia o ope legis do objeto do processo que expressamente autoriza o transporte in utilibus da coisa julgada resultante de senten a proferida na a o civil p blica para as a es individuais de indeniza o por danos pessoalmente sofridos Isso significa que duas hip teses podem ocorrer no entendimento de Ada Pellegrini Grinover quais sejam a A a o civil p blica julgada improcedente Os terceiros titulares de pretens es indenizat rias a t tulo de ressarcimento de danos pessoalmente sofridos s o imunes coisa julgada podend
645. ue se identifica o nexo b qual o grau ou intensidade da conex o entre elas e em que n vel seu julgamento em separado poder provocar decis es inconcili veis Caso seja muito t nue o grau de conexidade e nula a possibilidade de conflito entre eventuais julgados isolados a reuni o poder ser recusada Arruda Alvim sustenta que Mais operativo e funcional reconhecer se certa margem de liberdade ao juiz para que decida de uma ou de outra forma diante das circunst ncias caracterizadoras de cada caso concreto Esta liberdade todavia e por certo n o dever conduzir n o jun o dos processos quando for intensa a conex o por exemplo identidade de pedido e causa petendi e quando houver real utilidade na jun o de ambas as causas e quando estejam aproximadamente no mesmo momento ou est gio processual Inversamente existir em maior latitude esta liberdade quando for mais t nue a conex o e quanto menor a utilidade percept vel de se reunirem as a es 4 7 A intima o pessoal do litigante individual sobre a exist ncia de demanda coletiva Responsabilidade pela intima o e consequ ncias da sua aus ncia Consoante resulta do art 104 do C digo de Defesa do Consumidor as a es coletivas n o induzem litispend ncia para as a es individuais mas os efeitos da coisa julgada n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias contados
646. uiz senten a duas esp cies de motivos determinantes os objetivos que verdadeiramente integram a rela o jur dica tamb m denominados elementos e os subjetivos pelos quais o juiz pessoalmente levado a uma firme convic o sobre aqueles elementos para afirm los ou neg los Com base nessa distin o afirma SAVIGNY que os motivos objetivos admitidos pelo juiz os elementos adquirem for a de coisa julgada enquanto que os motivos subjetivos n o Quem afirma a for a legal dos motivos tem raz o remata SAVIGNY se pensa nos motivos objetivos Quem a nega tem as Eds 605 raz o se se refere aos motivos subjetivos Ainda segundo Celso Neves Quanto aos doutrinadores divide os SAVIGNY em tr s classes uma constitu da pela maior parte deles dos que negam de maneira absoluta for a de coisa julgada aos motivos s teis no plano da interpreta o das senten as outros que a admitem se inseridos os motivos na decis o um terceiro grupo dos que reconhecem o nexo intr nseco entre motivos e conte do da decis o e assim a participa o daqueles na for a de coisa julgada sem distinguirem quanto forma e ao lugar em que estejam expressos O primeiro escritor moderno que SAVIGNY encontra esta opini o liberal I H B HMER que qualifica os motivos de parte essencial alma da senten a complemento do pensamento do juiz e por isso a eles atribui a mesma for a que tem o conte do da decis o Trat
647. uja preserva o o ordenamento n o re ne os elementos m nimos de consist ncia para se articular como tal Quando se fala em defesa de direitos fundamentais trabalhistas n o se pode perder de vista a nova postura que se exige do int rprete em especial em rela o aos instrumentais processuais a serem utilizados para essa defesa sendo relevante a li o de Lu s Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos no sentido de que A nova interpreta o constitucional assenta se em um modelo de princ pios aplic veis mediante a pondera o cabendo ao int rprete proceder intera o entre fato e norma e realizar escolhas fundamentadas dentro das possibilidades e limites oferecidos pelo sistema jur dico visando solu o justa para o caso concreto Destacam contudo os mesmos Lu s Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos que a ideia de uma nova interpreta o conforme a Constitui o n o significa abandono do m todo cl ssico o subsuntivo 77 CHAVES Luciano Athayde Estudos de direito processual do trabalho S o Paulo LTr 2009 p 227 78 FREITAS Juarez A interpreta o sistem tica do direito 2 ed S o Paulo Malheiros 2007 p 22 23 7 FREITAS Juarez A interpreta o sistem tica do direito 2 ed S o Paulo Malheiros 2007 p 133 8 BARROSO Lu s Roberto BARCELLOS Ana Paula de O come o da hist ria A nova interpreta o constitucional e o papel dos princ pios no Direito brasileiro In B
648. ulares A identidade da causa de pedir evidente E o objeto da a o coletiva mais amplo abrange o das a es individuais Contudo observa Ada Pellegrini Grinover que A reuni o ao processo coletivo das demandas individuais poderia acarretar retardamentos na a o coletiva que como foi apontado exige a desconsidera o da situa o pessoal dos interessados para ser proferida uma senten a gen rica ficando relegadas para o processo de liquida o as quest es individuais sendo a melhor solu o a aplica o das regras da prejudicialidade ou seja os processos individuais permanecer o suspensos nos termos do art 265 IV a do CPC Mas essa suspens o sujeita se ao prazo m ximo de um ano previsto no art 265 5 do CPC Decorrido 478 Tribunal Regional do Trabalho Oitava Turma Processo 00886 2007 098 03 00 6 Relator Desembargador Heriberto de Castro DJMG 30 01 2008 p 31 4 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto 9 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 967 186 o prazo as a es individuais de responsabilidade civil dever o retomar seu curso z E Ru 4 480 numa fiel aplica o dos dispositivos do estatuto processual civil A aplica o das regras da rela o de prejudicialidade aceita por Pedro Lenza ao argumento de que para evitar decis es c
649. ulares que por sua vez s o plenamente identific veis ainda que seu n mero conjunturalmente possa ultrapassar a casa dos milh es os interesses individuais homog neos assim se definem e figuram como a novidade no universo da prote o coletiva de direitos Direitos individuais homog neos s o direitos a de pessoas determinadas b em geral dispon veis c de natureza individual d decorrentes de origem comum que lhes concede homogeneidade e possibilita o seu tratamento conjunto e uniforme sem que por tal fato percam a sua individualidade 20 ZAVASCKI Teori Albino Processo coletivo tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 43 SHIMURA S rgio Tutela Coletiva e sua efetividade S o Paulo M todo 2006 p 30 22 MAZZILLI Hugo Nigro A defesa dos interesses difusos em ju zo 21 ed S o Paulo Saraiva 2008 p 56 23 FAVA Marcos Neves A o civil p blica trabalhista S o Paulo LTr 2005 p 46 108 A homogeneidade n o uma caracter stica individual e intr nseca desses direitos mas uma qualidade que decorre da rela o de cada um deles com os demais direitos oriundos da mesma causa f tica ou jur dica Ou nas palavras de Teori Albino Zavascki a homogeneidade n o altera nem compromete a ess ncia do direito sob o seu aspecto material que independentemente dela continua sendo um direito subjetivo individual A homogen
650. umidor A referida legisla o ao conferir tratamento jur dico desigual a pessoas que s o naturalmente desiguais caminha no sentido da realiza o dos objetivos indicados no artigo 3 da Lex Mater a serem perseguidos diuturnamente pela sociedade brasileira harmonizando se com o conte do do princ pio da igualdade substancial Essa mesma desigualdade de for as existe na rela o de emprego cumprindo registrar a li o de Ant nio lvares da Silva nesse sentido Esta rela o desigual no mundo dos fatos procura receber uma igualdade jur dica medida por um crit rio de justi a sopesando a pujan a do capital com os interesses dos que o criam pelo trabalho atrav s da atividade empresarial O legislador sup e com acerto que a for a do capital maior do que a do trabalho pois quem det m os instrumentos de produ o e os administra e gere tem hegemonia sobre os que com eles operam Este dado hist rico de constata o emp rica sempre existiu no ocidente a partir da organiza o do sistema produtivo Por isso a lei interveio como ocorre em tais situa es para restituir a igualdade perdida Portanto em raz o da pr pria ontologia da rela o de trabalho o trabalhador est em situa o de necessidade pois foi para proteg lo que o Estado interveio na rela o jur dica estatuindo desigualdades jur dicas a seu favor para compensar desigualdade econ mica a ele contr ria Para afastar a desigualdade
651. umo Parte II justi a social e econ mica Parte II e constru o de rela es pol ticas democr ticas e n o violentas como pr condi es para a constru o de um Espa o P blico Compartilhado Parte IV o Manifesto 2000 para uma cultura de paz e n o viol ncia no qual a situa o violenta vista como consegii ncia da falta de aplica o dos direitos sociais econ micos e culturais a Declara o do Mil nio que come a com o objetivo de elimina o da pobreza e a cria o de desenvolvimento a importante Declara o de Responsabilidades e Deveres Humanos adotada pela UNESCO e organizada pela ADC Mill naire e pela Fundaci n Valencia Terceiro Mil nio onde desde o princ pio aposta se pela imputa o de responsabilidade tanto aos organismos p blicos como privados pelas consegi ncias que provoca a ordem pol tica social e cultural que surge da extens o global da globaliza o veja se o cap tulo 3 sobre seguran a humana e ordem internacional equitativa arts 10 15 e o cap tulo 10 sobre Trabalho qualidade de vida e n vel de vida sobretudo art 36 cujo item 11 consolida o direito seguridade social e s medidas de promo o dos direitos humanos Este mesmo tom e estas mesmas quest es de fundo indicadoras Como dissemos do surgimento de um novo processo de direitos humanos encontram se nas declara es de direitos ind genas redigidas na d cada de noventa do s culo XX a Declara o de Kari Oca e Ca
652. undamento valendo se de nova prova Disp e o 1 do art 103 do C digo de Defesa do Consumidor que os efeitos da coisa julgada previstos no inciso II n o prejudicar o direitos individuais dos integrantes do grupo categoria ou classe Estabelece por sua vez o art 104 do C digo de Defesa do Consumidor que os efeitos da coisa julgada ultra partes n o beneficiar o os autores das a es individuais se n o for requerida a sua suspens o no prazo de trinta dias a contar da ci ncia nos autos do ajuizamento da a o coletiva Desta feita nas a es coletivas versando sobre direitos coletivos a proced ncia do pedido a decis o far coisa julgada ultra partes mas limitada ao grupo categoria ou classe 9 GRINOVER Ada Pellegrini Da coisa julgada In GRINOVER Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos Autores do Anteprojeto Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 p 942 62 VESCOVI Enrique La participaci n de La sociedad civil em El proceso La defensa del interes colectivo y difuso Las nuevas formas de legitimaci n In MOREIRA Jos Carlos Barbosa Coord Estudos de direito processual em mem ria de Luiz Machado Guimar es Rio de Janeiro Forense 1999 p 180 250 b improced ncia do pedido por motivo que n o seja a insufici ncia da prova produzida a decis o far coisa julgada para todos os entes legitimados coisa julgada ultra partes mas n o impede o ajuiz
653. usesse a lei de modo expl cito o confinamento da autoridade da coisa julgada parte dispositiva da senten a inerente pr pria natureza do instituto e sua finalidade de evitar conflitos pr ticos de julgados n o meros conflitos te ricos Chiovenda Liebman At mesmo o fundamento mais importante e indispens vel conclus o a ser tomada na parte dispositiva da senten a permanece livre para nova aprecia o judicial sempre que o objeto do processo seja outro Expressamente o C digo exclui a imutabilidade dos fundamentos ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da senten a art 469 inc D Quis e conseguiu com isso clara e conscientemente p r uma p de cal sobre a tese de nobil ssima linhagem doutrin ria de que os motivos fundamentais tornar se iam imut veis quando chega a coisa julgada material Savigny Conclui C ndido Rangel Dinamarco afirmando que existe um eixo imagin rio que liga o pedido posto na demanda inicial e a parte dispositiva da senten a de modo que o autor pede determinada provid ncia em rela o a determinado bem da vida e o juiz lhe responde concedendo ou denegando essa provid ncia nessa resposta e n o nas raz es adotadas pelo juiz para responder que reside a f rmula de conviv ncia a ser observada pelos sujeitos envolvidos no conflito Segundo Giuseppe Chiovenda o objeto do julgado a conclus o ltima do racioc nio do juiz
654. uz Gustav Radbruch o direito do trabalho n o simplesmente a ideia de um Direito especial destinado s classes baixas da sociedade mas envolve um alcance muito maior Se trata na realidade de uma nova forma estil stica do Direito em geral O Direito social o resultado de uma nova concep o do homem pelo Direito Esse autor denomina direito social no qual inseri o direito do trabalho as modifica es de direito p blico da igualdade jur dica formal da liberdade jur dica de contrata o e propriedade em poucas palavras do direito privado individualista modifica es que servem para equilibrar as diferen as de poder entre os economicamente fr geis e os fortes entre os trabalhadores e os empres rios O direito do trabalho 733 Trata se de definir qual o modelo de processo apto a realizar concretamente o direito do trabalho 74 Assinala Mario de la Cueva que a hist ria do direito do trabalho um dos epis dios mais dram ticos da luta de classes por seu profundo sentido de reivindica o dos valores humanos talvez o mais profundo de todos porque a luta pela liberta o e dignifica o do trabalho o que o mesmo que dizer a liberta o e dignifica o do homem em sua integridade CUEVA Mario de la El nuevo derecho mexicano del trabajo M xico Porr a 1972 p 12 o RADBRUCH Gustav Introduci n a la filosofia del derecho Santa F de Bogot Fondo de Cultura Econ mica 1997 p 15
655. uzido De acordo com Humberto Theodoro J nior pode a legitimidade ser tanto ordin ria como extraordin ria Legitimados origin rios s o os sujeitos da lide os titulares dos interesses conflitantes S o estes o autor quando se apresenta como o poss vel titular do direito material que quer fazer atuar em ju zo e o r u quando se coloca na posi o de ser a pessoa indicada em sendo procedente a a o a suportar os efeitos oriundos da senten a A legitimidade extraordin ria ocorre quando a lei autoriza em conjunturas excepcionais a demanda pela parte em nome pr prio na defesa de direito alheio D se a esse tipo extraordin rio de legitimidade a denomina o de substitui o processual Na legitima o ordin ria que constitui regra o pr prio alegadamente titular do direito que pode reclamar em ju zo a sua tutela Na legitima o extraordin ria que 383 Segundo Francesco Carnelutti o sujeito da lide denominado parte no sentido material o sujeito do processo chamado parte no sentido processual s vezes participa do processo a pr pria parte no sentido material entretanto outras vezes o faz uma pessoa diferente dela mas que tem com ela uma determinada rela o Entende se que essa rela o deve ser tal que a fa a id nea para dita participa o Em tais casos conveniente falar em parte indireta em contraposi o com a parte direta a no o da parte indireta apresenta portanto uma cis
656. varo de O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA C A Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 10 12 Carlos Alberto Alvaro de Oliveira O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais In OLIVEIRA C A Alvaro Org Processo e Constitui o Rio de Janeiro Forense 2004 p 2 18 RODRIGUES Marcelo Abelha Processo civil ambiental S o Paulo Revista dos Tribunais 2008 p 126 127 62 144 solidariedade como assevera Augusto M Morello A humaniza o do processo cresce na mesma propor o em que favorecida a efetiva participa o das partes na constru o da decis o para o caso concreto A democracia deve ser observada na cria o do direito material e tamb m na sua efetiva o por meio do processo Registre se ainda decis o proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais no sentido de que A B C D 0 PROCESSO DO TRABALHO REGRESSO A UM PASSADO QUE PRECISA SER PASSADO A LIMPO F CIL LEITURA E COMPREENS O SIMPLES ALMA DEIXA EU TOCAR A SUA ALMA O a b c d do Processo do Trabalho deveria ser lido e compreendido da seguinte maneira a autonomia b bem proporcionado c celeridade d dinamismo Se o int rprete quiser tocar a sua alma sentir o que ele deseja mesmo ser para atingir um m nimo de utilidade imprescind vel a observ ncia deste c digo de dna marcado por pura simplicidade sem a qual quase nada
657. vendo constar da intima o informa es sobre o autor da a o o pedido apresentado os fundamentos do pedido causa de pedir a fase do processo as provas produzidas e outros dados que sejam no caso concreto relevantes para a sua op o A intima o n o se dar na forma do art 94 do CDE ou seja por meio de edital uma vez que o art 94 alude intima o para efeito de habilita o como litisconsortes ou seja n o trata da intima o para o exerc cio da op o a que se refere o art 104 A intima o deve ser realizada por carta com aviso de recebimento poss vel ainda que em eventual audi ncia realizada na a o individual o autor seja cientificado pelo juiz da causa acerca da exist ncia da a o coletiva tendo se com essa cientifica o por intimado o autor da a o individual Ainda que n o ocorra a intima o se houver por qualquer outra forma inequ voca ci ncia da a o coletiva a partir dessa ci ncia tem in cio o prazo para o autor da a o individual exercer o direito de op o Para Elton Venturi a intima o do autor da a o individual acerca da exist ncia da a o coletiva nus do demandado ou do magistrado da causa podendo ocorrer em qualquer tempo e grau de jurisdi o art 301 4 combinado com o art 267 3 do CPC por se 6 MENDES Aluisio Gon alves de Castro O anteprojeto de c digo brasileiro de processos coletivos vis o geral e pontos sens veis In
658. ves de Castro Mendes estando em jogo o mesmo pedido e causa de pedir bem como havendo coincid ncia entre os titulares dos interesses difusos ou coletivos n o se deve admitir o ajuizamento de nova a o coletiva em raz o da presen a de litispend ncia Outras solu es como a reuni o de processos sob o argumento da conex o ou da contin ncia al m de tecnicamente incab veis diante da identidade objetiva muito provavelmente acabariam ocasionando tumulto processual e retardamento no julgamento da demanda coletiva MENDES Alu sio Gon alves de Castro Litispend ncia e Coisa Julgada In BEDAQUE Jos Roberto dos Santos MARINONI Luiz Guilherme Coords A es Coletivas no Direito Comparado e Nacional S o Paulo Revista dos Tribunais 2002 p 259 265 174 aporte de elementos de convic o e com isso favoreceria a tutela do direito deduzido nas 44 duas a es c sendo admitida a repropositura da mesma a o coletiva fundada em novas provas no caso de ser julgado improcedente o pedido por insufici ncia de prova art 103 do C digo de Defesa do Consumidor apresenta se como mais razo vel a reuni o dos processos como medida de economia processual e para favorecer o acesso ao direito uma vez que o autor da segunda a o poder carrear aos autos elementos que conduzam a uma decis o distinta da que seria proferida com esteio na prova produzida pelo autor da primeira a o d no processo civil individu
659. vidual lesado n o o fim mas um dos efeitos do processo Um dos problemas principais do Estado conservar a institui o da paz Admitindo se que o indiv duo possa facilmente subtrair se s suas obriga es e romper a ordem da comunidade esta correria o risco de mergulhar em um caos jur dico moral e econ mico O Estado se prop e a atingir por meio da jurisdi o e do processo os seguintes objetivos a a justa solu o do conflito como condi o para a realiza o da paz social b promo o da justi a social c tutela do indiv duo n o podendo ser olvidada ainda a seguran a jur dica que uma condi o para a vida social 135 DINAMARCO C ndido Rangel A instrumentalidade do processo 13 ed S o Paulo Malheiros 2008 p 179 180 13 BERNHARDT Wolfgang O dom nio das partes no processo civil In Processo oral MORATO Francisco Org Rio de Janeiro Forense 1940 p 182 137 Como adverte Luis D ez Picazo a conviv ncia social exige que os conflitos sejam resolvidos ou pelo ao menos que se ofere am aos titulares dos interesses em debate vias de solu o Se a solu o ademais satisfat ria ou aceit vel tanto para os titulares dos interesses ou protagonistas do lit gio como para o grupo social de que fazem parte muito melhor Isto quer dizer que existe uma necessidade social prim ria que a fun o de pacifica o que a paz seja restabelecida D EZ PICAZO Luis Experie
660. vidualista o qual est em colis o com uma sociedade que exige uma macro tica na qual as responsabilidades e as rela es se mostram essencialmente coletivas Em uma sociedade de massa n o s o raras as situa es em que a defesa dos direitos do cidad o somente poss vel de forma coletiva o que exige que se considere a exist ncia de uma cidadania coletiva posto que nestas situa es as consequ ncias atingem a esfera do coletivo ultrapassando a rea do individual como o caso por exemplo das agress es ao meio ambiente inclusive do trabalho paz e ao patrim nio hist rico da humanidade SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais 4 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 58 33 SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 33 SCH FER Jairo Classifica o dos direitos fundamentais do sistema geracional ao sistema unit rio uma proposta de compreens o Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 p 31 26 Assim foi necess rio o aperfei oamento do modelo de Estado at ent o vigente para atender s novas reivindica es humanas massificadas Segundo Ingo Wolfgang Sarlet A atribui o da titularidade de direitos fundamentais ao pr prio Estado e Na o direitos autodetermina o paz e desenvolvimento tem suscitado
661. vim Coords Processo e Constitui o estudos em homenagem ao Professor Jos Carlos Barbosa Moreira S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 676 53 CAPPELLETTI Mauro GARTH Bryant Acesso justi a Tradu o de Ellen Gracie Northfleet Porto Alegre Fabris 1988 p 312 32 67 demandas por interesses difusos intentadas por particulares Verifica se um grande movimento mundial em dire o ao que o Professor Chayes denominou lit gios de direito p blico em virtude de sua vincula o com assuntos importantes de pol tica p blica que envolvem grandes grupos de pessoas Em primeiro lugar com rela o legitima o ativa as reformas legislativas e importantes decis es dos tribunais est o cada vez mais permitindo que indiv duos ou grupos atuem em representa o dos interesses difusos Em segundo lugar a prote o de tais interesses tornou necess ria uma transforma o do papel do juiz e de conceitos b sicos como a cita o e o direito de seu ouvido Uma vez que nem todos os titulares de um direito difuso podem comparecer a ju zo por exemplo todos os interessados na manuten o da qualidade do ar numa determinada regi o preciso que haja um representante adequado para agir em benef cio da coletividade mesmo que os membros dela n o sejam citados individualmente Da mesma forma para ser efetiva a decis o deve obrigar a todos os membros do grupo ainda que nem todos tenha
662. vista de Processo n 109 ano 28 jan mar 2003 p 77 238 pol mica entre outra influenciar o no m rito da causa e por consequ ncia na dimens o da coisa julgada material Lembre se a respeito do tema da S mula 304 do Supremo Tribunal Federal que prev decis o denegat ria de mandado de seguran a n o fazendo coisa julgada contra o impetrante n o impede o uso da a o pr pria Acrescente se que Em algumas hip teses a extens o e profundidade da cogni o s o proporcionais ao material probat rio existente assim se existe prova induvidosa do direito a cogni o ser plena e exauriente em caso negativo ser limitada prova existente secundum eventum probationis Aspecto marcante dessa esp cie de cogni o que poder ser exauriente consiste no fato de estar condicionada a decis o da quest o ou mesmo do thema decidendum profundidade da cogni o que o magistrado conseguir eventualmente estabelecer com base nas provas existentes conclus o de insufici ncia de provas a quest o n o decidida as partes s o remetidas s vias ordin rias ou para a a o pr pria ou o objeto litigioso decidido sem car ter de definitividade n o alcan ando bem por isso a autoridade de coisa julgada material Vale fazer refer ncia ainda coisa julgada secundum eventum litis que aquela que se estende ou n o a terceiros dependendo do resultado da d
663. z lo com o sistema cumpre interpretar o dispositivo como atinente senten a passada em julgado Na vida da senten a h pois uma linha divis ria que ela atravessa no momento em que transita em julgado A relev ncia dessa travessia acidental e contingente no que respeita efic cia da senten a ser maior ou menor por tal ngulo conforme a op o do direito positivo quanto ao instante em que h o de come ar a produzir se os efeitos sentenciais N o se expressa de modo feliz a natureza da coisa julgada ao nosso ver afirmando que ela um efeito da senten a ou um efeito da declara o nesta contida Mas tampouco se amolda bem realidade tal como a enxergamos a concep o da coisa julgada como uma qualidade dos efeitos sentenciais ou mesmo da pr pria senten a Mais exato parece dizer que a coisa julgada uma situa o jur dica precisamente a situa o que se forma no momento em que a senten a se converte de inst vel em est vel a essa estabilidade caracter stica da nova situa o jur dica que a linguagem jur dica se refere segundo pensamos quando fala da autoridade da coisa julgada Como foi adiantado a doutrina majorit ria atribui coisa julgada a natureza de uma qualidade da senten a traduzida pela imutabilidade e indiscutibilidade do comando nela contido 50 MOREIRA Jos Carlos Barbosa Direito processual civil Ensaios e pareceres Rio de Janeiro Borsoi 1971 p 143
664. zar a ndole da coisa julgada nas a es coletivas e sua necess ria extens o a terceiros com as garantias do devido processo legal do contradit rio e da ampla defesa art 5 incs LIV e LV da CF as quais obstam a que o julgado possa desfavorecer aquele que n o participou da rela o jur dico processual sem o correlato efetivo controle sobre a representatividade adequada e sem a seguran a da efetiva possibilidade de utiliza o de t cnicas de interven o no processo e de exclus o da coisa julgada Acerca da desconsidera o do princ pio da igualdade pela ado o da coisa julgada secundum eventum litis Antonio Gidi assevera que Se verdade que a igualdade que existe entre os homens t o desiguais em suas individualidades reside na ess ncia e decorre da pr pria humanidade existente em cada um e em todos se isso verdade nada poderia ser mais violador ao princ pio jur dico da igualdade que haver um ser humano em condi o de vida repugnante incompat vel com a natureza humana H pessoas n o t o distantes de n s que vivem em condi es subumanas como animais selvagens ferozes Mas todos se calam Afinal consola nos pensar o princ pio da igualdade n o foi concebido para essas situa es muito pelo contr rio ajudou a cri las ou pelo menos forte instrumento de sua manuten o No entanto em rela o aos benef cios processuais conquistados pelos consumidores a voz at ent

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