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NEY DUARTE MONTANARI A

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1. 27 4 O despreparo profissional da m o de obra escrava 29 CAP TULO Il FORMA O DO DIREITO DO TRABALHO 33 1 A transi o do regime escravista para o trabalhado livre ssss 33 2 As Constitui es de 1 934 e 1 937 e as Leis Trabalhistas 38 3 A influ ncia da carta del lavoro no direito trabalhista brasileiro 49 4 O atrelamento dos sindicados ao Estado ee 51 5 A justi a do trabalho no Brasil o poder normativo e o conflito entre empresa e empregado po NR UR NR LARS UN o PR IR RR RR ON NR UI RR 55 6 A consolida o das leis do trabalho CLT essere 58 CAP TULO Ill A PARTICIPA O NOS LUCROS NAS CONSTITUI ES BRASILEIRAS escamas pitaa a ND a a nd a E Ana 65 1 A constitui o de 1 946 la se pas fo ein SA guttane DEDO nha Wado dna L Lo Rn ash dad 65 2 constitui o de 1 967 e a Emenda Constitucional de 1 969 68 3 A constitui o de 1 988 e os avan os nas rela es de trabalho 73 PARTE 2 A EVOLU O DO PROCESSO PRODUTIVO 84 CAP TULO OS MODELOS DE ORGANIZACIONAIS E DE GEST O DE PESSOAS ameno in A a E 84 1 A administra o cl ssica ou cient fica e a divis o de tarefas 84 2 escola de rela es humanas n
2. Disserta o Citada p gs 115 e 116 134 Na Scania do Brasil a exemplo do que ocorre na Volkswagem a representa o feita atrav s do Sistema nico de Representa o e encampa as atribui es da Comiss o Interna de Preven o de Acidentes CIPA A Alpha Brasil optou por uma comiss o de f brica dedicada desvinculada da Comiss o Interna de Preven o de Acidentes CIPA e centrou seus objetivos em um processo interno de reclama es de seus empregados Na Basf S A a comiss o de f brica est tamb m contida em acordo coletivo negociado com o sindicato profissional Por previs o estatut ria a comiss o consultada nas mat rias que afetem as rela es de trabalho entre a empresa e os trabalhadores Na Bayer S A a comiss o de f brica inteiramente desvincula do sindicato da categoria profissional conforme previs o de seu estatuto Art 22 A comiss o n o ter nenhuma atividade pol tica sendo totalmente independente de qualquer entidade representativa da empresa e dos empregados sempre considerando que o entendimento o di logo a negocia o e o acordo s o os mecanismos recomend veis na busca de solu es para quaisquer problemas de ambas as partes 135 Em havendo impasse para as quest es apresentadas o regulamento prev a arbitragem como mecanismo de solu o com a seguinte regulamenta o Art 4 As rela es entre a empresa e a comiss o ter o sempre
3. 3 Obra citada p g 71 81 Esta disposi o acabou por tornar se in cua e n o se tem registro de seu alastramento pelas empresas Em primeiro lugar pela aus ncia de garantias ao trabalhador eleito Em segundo pela inexist ncia de quaisquer benef cios materiais ao eleito e em terceiro pelo desinteresse e oposi o das lideran as sindicais constitu das que v em nessa figura uma forma de perda de poder e de concorr ncia pol tica com o sindicato Por fim e para encerrar a parte primeira deste trabalho percebe se que o est mulo negocia o recebeu um forte incentivo no texto da atual Constitui o Diversos dispositivos e direitos podem ser inovados mediante negocia o coletiva Vejamos alguns exemplos Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social VI irredutibilidade do sal rio salvo o disposto em conven o ou acordo coletivo XIII dura o do trabalho normal n o superior a oito horas di rias e a quarenta e quatro semanais facultada a compensa o de hor rios e a redu o da jornada mediante acordo ou conven o coletiva de trabalho XIV jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento salvo negocia o coletiva Obra citada p g 73 82 XXVI reconhecimento das conven es e acordo coletivos de trabalho A Medida Provis ria foi sucessivamente reeditada
4. Restri es utiliza o Criaatis aa sra Li RS ias aid 181 2 Transpar ncia das Regras do PLR assentes ninho ia Donas sf feia anotadas 183 3 Incentivo produtividade qualidade e a competitividade 190 CAP TILO IV A HUMANIZA O DA RELA O ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR aii ara dp O e E a E aE r EE ES 196 1 O caminho dos modelos de organiza o e gest o 196 2 A op o contida na Lei 10 101 azar pasesaio anos ssa an 201 CONCLUS O a RD RD A e SA Da 210 BIBLIOGRAFIA ie a O e EERE 219 INTRODU O Esta disserta o tem quatro objetivos principais O primeiro deles est circunscrito apresenta o e an lise das ra zes do sistema de produ o brasileiro e as raz es do gran tico monop lio do poder nas m os dos detentores dos meios de produ o O segundo cuida da evolu o dos sistemas de organiza o do trabalho a partir da escola de administra o cient fica de Frederick Taylor at a influ ncia advinda do fen meno da globaliza o econ mica procurando demonstrar a necessidade de se incorporar novos m todos de gerenciamento do trabalhador O terceiro fica por conta dos mecanismos e instrumentos existentes no ordenamento jur dico p trio e nas pr ticas em uso pelas empresas procurando demonstrar suas possibilidades alcance e potencialidades no aumento da produtividade e na moderniza o das rela es entre empregado e empregador Por ltimo o
5. determinada empresa N o h qualquer impedimento legal para a ado o do PLR de maneira parcial envolvendo por exemplo um determinado departamento um grupo de trabalhadores um contrato uma opera o uma filial uma f brica um empreendimento ou algo assemelhado implicando no princ pio legal de que o que 178 n o proibido permitido A pr tica tem demonstrado que o PLR adotado das mais diferentes formas envolvendo parte ou a integralidade dos trabalhadores N o se t m registros de decis es judiciais ou de jurisprud ncia dispondo em contr rio Negocia es envolvendo lucro das empresas opera es ou contratos no entanto t m sido raras O foco est centrado em resultado de metas objetivos e ndices de produtividade e qualidade Essa constata o a ver do autor compreens vel uma vez que para o trabalhador e para o sindicato muito mais confort vel c modo e palp vel a negocia o de ndices de rejei o de pe as de reclama es de clientes de defeitos de equipamentos de devolu es de encomendas etc Assim como mais f cil acompanhar os resultados das produ o do dia da semana ou do m s No segmento de transportes de cargas onde o autor atua h muitos anos n o se tem not cia da exist ncia de nenhum programa de participa o em lucros ou resultados que trabalhe com a vari vel lucro Todas as empresas pesquisadas gravitam em torno do conceito de resultado e a
6. Bandeira na obra Hist ria das Lutas S cias no Brasil escreve S o Paulo uma cidade morta sua popula o est alarmada os rostos denotam apreens o e p nico porque tudo est fechado sem o menor movimento Pelas ruas afora transeuntes apressados s circulam ve culos militares requisitados pela Cia Antarctica e demais ind strias com tropas armadas de fuzis e metralhadoras H ordem para atirar quem fique parado na rua Nos bairros fabris do Br s Mooca Barra Funda Lapa sucederam se tiroteios com grupos de populares em certas ruas j come aram fazer barricadas com pedras madeiras velhas carro as viradas e a pol cia n o se atreve a 36 passar por l porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros O jornais saem cheios de not cias sem coment rios quase mas o que se sabe sumamente grave pronunciando dram ticos acontecimentos Ao longo de toda a rep blica velha 1 889 1 930 os movimentos grevistas foram tratados como casos de pol cia e reprimidos com toda a viol ncia A lei que permitia a expuls o do estrangeiro que atentasse contra a ordem p blica e a greve era considerada uma grav ssima viola o desse princ pio foi gestada nesse per odo e utilizada para retirar de cena muitos dirigentes de associa es e grevistas estrangeiros Esse per odo teve fim com a revolu o de 1 930 que levou ao poder Get lio Vargas que tomou posse em 03 de novembro de 1 930 e j no mesm
7. Dos Direitos e Garantias Fundamentais mais precisamente em seu inciso XI com a seguinte reda o XIV assegurado a todos o acesso informa o e resguardado o sigilo da fonte quando necess rio ao exerc cio profissional 3 Fazendo uso da interpreta o gramatical ou literal pode se concluir que o direito foi inserido em seu conceito amplo assegurado a todos o acesso informa o Nenhuma condicionante consta da reda o a n o ser o resguardo do sigilo da fonte que n o tem rela o com o direito informa o Obra citada p gs 72 e 73 Obra citada p g 66 75 Evidencie se que a disposi o faz parte do t tulo Il que trata dos direitos e garantias fundamentais constitucionais Quis o constituinte fazer do direito informa o uma das garantias fundamentais do cidad o brasileiro a exemplo de pr ticas j consagradas na Uni o Europ ia Espanha e Portugal disp em de ampla e detalhada legisla o a respeito n o s ao direito informa o como de representa o dos trabalhadores nas empresas Jos Francisco Siqueira Neto em sua obra Liberdade Sindical e Representa o dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho editado pela LTr traz importante contribui o a respeito desse tema entre os trabalhadores portugueses Recapitulando aquilo que j foi mencionado no t pico sobre a normativa constitucional s o direitos das comiss es de trabalhadores a receber tod
8. O Tribunal Superior do Trabalho editou a S mula 51 que determina As cl usulas que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente s atingir o os trabalhadores admitidos ap s a revoga o ou altera o do regulamento Essa natureza contratualista tem respondido pelo receio das empresas em adotar regulamentos internos ou em fazendo o utiliz lo somente para estabelecer normas e regras gerais a respeito das condutas de seus empregados sem se preocupar em buscar mecanismos que evitem ou contornem a presen a da natureza jur dica contratualista desses instrumentos 73 Site do TST www tst gov br 142 Renato Rua Almeida em artigo publicado na revista LTr sob o t tulo O Moderno Direito do Trabalho e a Empresa Negocia o Coletiva Representa o dos Empregados Direito Informa o Participa o nos Lucros e Regulamento Interno defende que a negocia o coletiva representa uma sa da para essa quest o Escreve o autor A prop sito a Conven o de 154 de 1981 da OIT sobre a negocia o coletiva j ratificada pelo Brasil prescreve a necessidade de medidas para a promo o da negocia o coletiva A recomenda o 163 de 1981 da OIT tamb m sobre negocia o coletiva prev que dentre as medidas de promo o est o aquelas relativas ao acesso informa o por parte dos trabalhadores e de seus rg o de representa o Renato Rua Almeida no mesmo artigo concatena um conjunto
9. presen a da redu o de custos e de um incentivo fiscal ineg vel o objetivo de se democratizar e humanizar a rela o entre o empregador e seu empregado Al m das vantagens oferecidas pela Lei 101 101 h o seu car ter flex vel que respeitadas seus princ pios permite um leque imenso de op es O empregador conservador e temeroso da perda de controle de seus empregados mas de olho na desonera o da folha no incentivo fiscal no aumento da produtividade no acr scimo da qualidade e na redu o de desperd cio pode negociar com seus empregados ou com o sindicato dos empregados metas e objetivos globais a serem divididos igualmente por todos os trabalhadores O poder n o sofrer grandes mudan as mas a id ia e a pr tica do partilhamento estar o semeadas na cultura da empresa Por outro lado a Lei permite que um empregador adote os ensinamentos da administra o participativa e partilhe desde metas objetivos processos de produ o sistema de acompanhamento organiza o do trabalho formas de revis o divis o dos resultados e tudo o mais que diga respeito aos produtos e servi os produzidos pela empresa N o prev qualquer bice para que se negocie regras destinadas a solucionar as d vidas ou mesmo conflitos que surjam da aplica o da aplica o do que pactuado fazendo com que as partes solucionem sem a interfer ncia de agentes externos 217 suas diverg ncias de modos as quest es e as dec
10. A administra o por objetivos ou APO como inserido nesta disserta o est calcada em quatro esteios b sicos a saber 2 Os objetivos precisam ser claramente definidos espec ficos concretos N o se excluem claro certas declara es de objetivos intang veis sempre que venham a ajudar a esclarecer 204 N IO Os objetivos dos gerentes devem originar se dos objetivos da empresa 95 IO Nos objetivos deve ser dada nfase ao trabalho de equipe e ao resultado global A semelhan a com o texto da Lei 101 101 muito grande e seria ing nuo consider la coincid ncia ou fruto da capacidade criadora de seu propositor A derrubada das muralhas organizacionais no interior das quais se acastelam os gerentes faz parte de um dos esteios os objetivos dos gerentes devem originar se dos objetivos da empresa Os objetivos gerenciais n o podem contrariar ou contraporem se aos da empresa dela que partem os objetivos n o do interior de sua estrutura organizacional O trabalho em equipe constitui se no terceiro esteio da APO e n o h como se falar em equipe sem partilhamento de poder ou sem altera o no modelo organizacional O quarto esteio diz respeito ao resultado global Note se que a APO n o fala expressamente em lucro A nfase fica por conta do resultado Os quatros esteios sobre os quais se assenta a administra o por objetivos podem ser identificados no texto da lei 10 101 205
11. Na mesma poca estava em ebuli o as id ias de William Edward Deming considerado o pai da moderniza o da economia japonesa e que editou em 1 989 os 14 princ pios da Qualidade dos quais destacam se tr s todos j citados nesta disserta o 7 Instituir a lideran a Estabelecer novas formas de dirigir com base em relat rios de qualidade 8 Eliminar o medo Evitar o estilo autorit rio de gest o para que todos possam trabalhar com efici ncia Encorajar a comunica o e dar liberdade aos funcion rios para questionar propor e reportar dificuldades 9 Derrubar as barreiras entre os departamentos As pessoas devem trabalhar em equipe e a comunica o entre os servi os indispens vel A exist ncia de c rculos de qualidade multidisciplinares contribuem para o enriquecimento das tarefas e das solu es Este interprete uma vez mais sente se em condi es de concluir os princ pios de Deming foram considerados na elabora o da Lei 10 101 Sente se tamb m autorizado a concluir que a Lei 101 101 junto com o apelo a ado o de modelos de gest o modernos trouxe em seu bojo um incentivo financeiro direto na forma de desonera o dos encargos e tributos decorrentes da folha de pagamento e outro de natureza fiscal ao permitir o abatimento das import ncias pagas do lucro real Ao lado dessas vantagens econ micas trouxe uma de 206 seguran a jur dica ao excluir o princ pio da habitualidade do rol dos d
12. apresentam como essenciais para se competir num mercado cada vez mais exigente quanto a produtividade e a qualidade dos produtos e servi os Esses novos modelos mostraram se muit ssimos mais eficientes e eficazes na qualidade e na quantidade dos produtos e servi os gerados al m de causar enormes efeitos na democratiza o e na humaniza o do relacionamento entre a empresa e seus empregados restando evidente que o modelo anterior estava vencido e n o tinha mais espa o no mundo da competi o onde a produtividade e a qualidade reinavam absolutas sob pena de exclus o das empresas do mercado O ordenamento jur dico brasileiro n o dispunha at dezembro de 1 994 de nenhum instrumento legal que agasalhasse essa nova realidade Cen rio que mudou com a edi o da Medida Provis ria 794 de 29 de dezembro de 1 994 e se tornou lei em 19 de dezembro de 2 000 atrav s da Lei 10 101 Esse texto legal tem patentes evid ncias de que sua ess ncia est no mundo econ mico mas que existem diversos outros alvos S o not rias as preocupa es com a moderniza o do processo de gest o das empresas S o claros os impulsos no sentido de se quebrar o monop lio do poder concentrado nos dirigentes manifesta a inten o de se partilhar o planejamento a execu o e os resultados pactuados evidente o apelo pratica da negocia o indiscut vel a presen a de garantias jur dicas para sua ado o Est patente a 216
13. ato de indisciplina ou de insubordina o Embora existam 12 possibilidades de extin o da rela o de trabalho por justa causa os que merecem relev ncia nesta disserta o s o as contidas nas letras e e h ou seja o empregador pode desligar o empregador por pregui a indol ncia e ociosidade Pode aplicar a mesma penalidade em caso de indisciplina ou insubordina o Indisciplina entendida como ato de desobedi ncia de insurg ncia contra a autoridade constitu da Insubordina o traduzida por rebeldia por viola o de regras O que se pode depreender da leitura desses quatro artigos correndo o risco inerente as afirma es pol micas mas ao mesmo tempo seguro de que a tese perfeitamente sustent vel que o texto da Consolida o das Leis do Trabalho posta pelo Estado Novo foi fortemente inspirado nas ideais escravocratas da elite dominante da poca Vejamos os aspectos mais relevantes desta conclus o Obra citada p g 378 61 1 O empregador det m os riscos do neg cio admite assalaria e dirige a presta o de servi os vale dizer manda comanda 2 O empregado presta servi os de car ter pessoal n o eventual e sob depend ncia de seu empregador traduza se por subordina se obedece 3 O empregado tem o dever de submiss o ao seu empregador Est obrigado a obedecer Tem que seguir as determina es recebidas 4 O contrato de trabalho pode se
14. grande maioria dos programas s o parciais e destinam se as opera es melhor dizendo destinam se aos motoristas e pessoal de suporte operacional manuten o oficina programa o Em algumas delas o PLR abrange todos os trabalhadores 179 Os programas analisados pelo autor inclu am fatores ndices de produtividade e de qualidade extra dos da ess ncia desse segmento Assim a produtividade dos motoristas obtida dos resultados que geram a partir da tonelagem transportada da quantidade de viagens realizadas da quilometragem rodada da receita que produzem da quantidade de combust vel consumida dos pneus danificados etc A qualidade est assentada em fatores tais como observ ncia dos limites de velocidade respeito a regras de seguran a n o envolvimento em acidentes n o viola o das leis de tr nsito cuidados com o equipamento relacionamento com colegas n o reclama es de clientes etc Os programas est o contidos em acordos coletivos negociados com o sindicato da categoria profissional e a maioria deles conta com uma comiss o de empregados indicada ou eleita pelos trabalhadores Exemplos ser o apresentados no pr ximo cap tulo A Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 contempla um formid vel conjunto de previs es voltadas produtividade e incentivos sua ado o ao lado de um arcabou o jur dico protetor um instrumento que encerra uma grande flexibilidade e que abre amplas possib
15. mundo viver comunitariamente algo que pode se dar na empresa Transformada em solo substitutivo onde o trabalhador volte a ter ra zes A filosofia de administra o participativa muito pouco utilizada no Brasil mas este autor teve contato com duas experi ncias exitosas a seu respeito Uma delas apresentada em seus contornos Trata se da f brica da Unilever localizada no munic pio de Indaiatuba interior do estado de S o Paulo e que fabrica diversos produtos de limpeza O mais conhecido deles o sab o em p Omo Nessa unidade fabril o modelo participativo foi implantado a partir de seu gerente geral e executivo principal Consistiu nos seguintes procedimentos 1 A empresa foi dividida em equipes de trabalho 2 Cada equipe apurava suas necessidades de informa es e dados que necessitava receber das demais Fernando Freitas Parceiros da Vit ria Administra o Participativa no Mundo p g 61 107 3 De posse dessas necessidades procurava a equipe fornecedora e negociava suas necessidades o conte do a forma as datas etc 4 Realizadas as negocia es redigia se um contrato escrito contendo o que foi negociado 5 Uma c pia do contrato colocado num quadro existente no local e passava a ser de conhecimento de todos 6 Uma vez por m s cada equipe avaliava seus fornecedores e atribuia um conceito refletido em quantidade de pontos 7 Esses pontos era
16. o poder normativo decidiria os conflitos com fundamento nos princ pios gerais do direito e na equidade 212 harmonizando os interesses dos litigantes com os da coletividade Art 94 do Decreto Lei n 1 237 de 2 de maio de 1 939 O alvo mirado foi tranquilidade do sistema produtivo autorizando este autor a concluir que se Get lio Vargas foi denominado o pai dos pobres existem mais evid ncias a sustentar que foi tamb m a m e dos ricos Com o fim do segundo conflito mundial e com a derrocada do Ill Reich as leis que sustentaram o Fascismo na It lia e o sistema produtivo integrado e dependente do Estado sofreram profundas altera es O Estado Fascista e controlador desapareceu na It lia Na Alemanha acentuaram a presen a de mecanismos de representa o internar de trabalhadores O sistema de co gest o tornou se uma obriga o legal No Brasil a Constitui o de 1 946 incorporou algumas novidades mas em mat ria de relacionamento entre capital e trabalho praticamente nada mudou Introduziu se um acanhado e restrito direito de greve A justi a do trabalho foi incorporada ao poder judici rio Surgiu a previs o sujeita lei ordin ria da participa o a participa o nos lucros das empresas No restante nada mudou Perdeu se uma oportunidade hist rica mas ao mesmo tempo evidenciou se uma vez mais a gran tica presen a da heran a escravagista nas rela es de trabalho em nossa cultura
17. rios ou investidores brasileiros a utiliza o de instrumentos de representa o dos trabalhadores praticamente desconhecida No segmento de transporte de cargas onde o autor atua por mais de 30 anos n o existe um s exemplo que possa ser citado H um generalizado receio por sua ado o O argumento mais ouvido para se rejeitar a representa o interna dos trabalhadores nos locais de trabalho a perda do controle sobre os trabalhadores Esse receio mais acentuado nas camadas intermedi rias existentes nas estruturas de poder das empresas Este t pico conclu do com a cita o contida na obra j citada de Jos Francisco Siqueira Neto que a nosso ver apresenta uma s ntese desse mecanismo Sem qualquer sombra de d vida a participa o dos trabalhadores nas decis es das empresas sob o ponto de vista tico tende a favorecer ao desenvolvimento da personalidade humana ou a realiza o do indiv duo no diapas o conceito do homem e da dignidade humana plasmado na Declara o Universal dos Direitos do Homem de 1 948 da seguinte forma Todos os seres humanos nascem 71 Obra Citada p g 152 138 livres e iguais em dignidade e direitos e dotados como est o de raz o e consci ncia devem comportar se fraternalmente uns com os outros art 19 Toda pessoa como membro da sociedade tem o direito a obter satisfa o dos direitos econ micos sociais e culturais indispens veis su
18. 937 cria a Justi a do Trabalho edita a Consolida o das Leis do Trabalho pro be greves e lockouts atrela os sindicatos ao estado estabelece o poder normativo da Justi a do Trabalho e estabelece mecanismos externos para a solu o de conflitos originados no interior das empresas 64 CAP TULO Ill A PARTICIPA O NOS LUCROS NAS CONSTITUI ES BRASILEIRAS 1 A constitui o de 1 946 Com a elei o do Presidente Eurico Gaspar Dutra em elei es diretas realizadas em 1 945 elegeu se a Assembl ia Nacional Constituinte que deu vida forma e conte do para a Constitui o de 1 946 que para o mundo do trabalho trouxe poucas novidades Deu se a consolida o do poder normativo da Justi a do Trabalho atrav s do artigo 123 o atrelamento dos sindicatos ao Estado o reconhecimento embora de forma bastante limitada o exerc cio do direito de greve pela primeira vez no Pa s atrav s do Decreto Lei n 9 070 de 15 de mar o de 1 946 criou se o direito de assist ncia ao desempregado entre outras previs es Um avan o significativo ficou por conta do assunto tema desta disserta o qual seja a participa o dos trabalhadores nos lucros das empresas Em nada inovou quanto ao direito de propriedade Para facilidade do leitor os textos citados s o reproduzidos Art 157 A legisla o do trabalho e da previd ncia social obedecer o aos seguintes preceitos al m de outros que visem melhoria da condi o do
19. Administra o e Neg cios p g 23 98 O papel dos supervisores e gerentes sofre uma substancial mudan a O car ter decis rio abrandado com a transfer ncia de poder para as equipes e para os participantes fazendo surgir a figura do apoiador do orientador do indicador de caminhos O lugar do feitor ocupado pelo de professor Segundo ainda Jo o Bosco Lodi citando a mesma obra a maior de todas as vantagens da administra o por objetivos talvez a de possibilitar ao administrador o controle do pr prio desempenho Autocontrole quer dizer mais forte motiva o o desejo de conseguir o m ximo e n o simplesmente de conseguir o bastante para ir vivendo Ainda segundo o mesmo autor na obra j indicada O personalismo t o caro escola de rela es humanas decai e substitu do pela preocupa o do desempenho O desempenho objetivo eclipsa a personalidade A democratiza o das rela es entre supervisor e subordinado a ess ncia da administra o por objetivo Sem uma efetiva e verdadeira distribui o de poder de acesso s informa es sem uma concreta permiss o para o empregado participar do processo o modelo n o se instalar na pr tica De nada adiantar a empresa noticiar com todas as pompas que est adotando esse tipo de tecnologia gerencial 8 Obra citada p g 23 Obra citada p g 52 99 se na estrutura organizacional perdurar a separa o entre os que decid
20. Al m das profundas altera es j apontadas o toyotismo exigiu um forte aumento na instru o do trabalhador uma grande redu o do poder formal das ger ncias e chefias a dissemina o da informa o pelo ambiente de trabalho e o encurtamento da dist ncia entre aqueles que decidem e os que executam O trabalhador passou a operar diversas m quinas a dispor de poder de decidir sobre seu trabalho a conhecer os procedimentos e os objetivos da empresa A rela o entre supervisor e subordinado ficou muito pr xima a decis o mais compartilhada e as quest es resolvidas em equipe Logo em seguida em 1 954 Peter Drucker apresenta ao mundo organizacional sua obra de refer ncia que foi traduzida para o portugu s como Pr tica de Administra o de Empresas que foi seguido por outra obra n o menos importante a Administra o por Objetivos ou APO Drucker percebeu que as empresas perdiam um imenso potencial de energia humana que ficava represada no interior das estruturas organizacionais e que era preciso integrar num bloco nico os recursos tecnol gicos financeiros e humanos 198 fazendo refletir em objetivos da empresa a resultante desses fatores e da energia de sua gente Os objetivos da empresa sobressaem se soberanos sobre quaisquer outros e tais como se fossem uma constitui o n o podem ser desrespeitados ou ultrapassados por quaisquer departamentos ou unidades Atuam como uma refer ncia e um farol a se
21. S o Paulo 2 0001 SILVA Ant nio lvares da Co gest o no Estabelecimento e na Empresa LTr Editora S o Paulo 1 991 SILVA S lvio C sar As Comiss es de F brica da Ford e da Volkswagem na Autolatina Pr ticas e Experi ncias Disserta o de Mestrado em Ci ncias Sociais PUCUSP 1 996 SIQUEIRA NETO Jos Francisco Liberdade Sindical e Representa o dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho LTr S o Paulo 2 000 STUMER Gilberto A Liberdade Sindical na Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1 988 e sua Rela o com a Conven o 87 da Organiza o Internacional do Trabalho Livraria do Advogado Editora Porto Alegre 2 007 T CITO Caio A Constitui o Brasileira de 1 988 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 225 TOFFLER Alvin A Terceira Onda Ed Record Rio de Janeiro 1 980 TOFFLER Alvin O Choque do Futuro Editora Artenova Rio de Janeiro 1 973 TUMA F bia Participa o nos Lucros ou Resultados Incentivo Efici ncia ou Substitui o dos Sal rios LTr S o Paulo 1 999 226
22. a es e participa es os demais documentos sujeitos ao conhecimento dos s cios e nas mesmas condi es que estes 1 3 Emitir informe com car ter pr vio execu o por parte do empres rio das condi es adotadas por este sobre as seguintes quest es a restaura o da planta fechamentos totais ou parciais definitivos ou tempor rios da mesma b redu es de jornada assim como transfer ncia total ou parcial das instala es c planos de forma o profissional da empresa Obra citada p g 284 77 d implanta o ou revis o de sistemas de organiza o e controle de trabalho e estudos de tempos estabelecimento de sistemas de pr mios ou incentivos e valoriza o de postos de trabalho 1 4 Emitir informe quanto fus o absor o ou modifica o do status jur dico da empresa quanto esta supuser qualquer incid ncia que afete o volume de emprego 1 5 Conhecer os modelos de contrato de trabalho escrito utilizados na empresa assim como os documentos relativos termina o da rela o de emprego 1 6 Ser informado de todas as san es impostas por faltas muito graves 1 7 Conhecer trimestralmente ao menos as estat sticas sobre o ndice de absente smo e suas causas os acidentes de trabalho e enfermidades profissionais e suas consequ ncias os ndices de sinistros os estudos peri dicos ou especiais do ambiente de trabalho e os mecanismos de preven o que se utilizam 1 8
23. a finalidade de encontrar solu es harmoniosas e consensuais para os problemas de que tratarem N o havendo consenso fica estabelecido que a solu o ser obtida por meio de arbitragem Para tanto ser nomeado de comum acordo entre as partes 1 um rbitro coordenador que exercer sua fun o em conjunto com 2 dois outros rbitros sendo 1 um indicado pela empresa e outro pela comiss o 0 O destaque da comiss o de f brica da Bayer fica por conta de sua desvincula o de qualquer instrumento normativo ou da presen a de dirigentes sindicais da categoria profissional Seu foco a cria o de um canal e de um instrumento voltado para a solu o de quest es entre os trabalhadores e a dire o da empresa A comiss o de fabrica de representantes ou de trabalhadores nos locais de trabalho um instrumento de distribui o e de transfer ncia de poder no interior da empresas O comando concentrado nos escal es superiores passa a dispor de um novo elemento em seu processo decis rio O rg o de representa o do trabalhador funciona como um degrau adicional dos instrumentos de poder do empregador que a partir de sua cria o ter que negociar e conviver com a presen a dos trabalhadores na gest o de suas organiza es Disserta o Citada p gs 124 e 125 136 A representa o interna nos locais de trabalho uma obriga o legal na Alemanha desde 1 916 para empresas com mais de 50 trabalhadores e
24. a greve no setor p blico foi expressamente proibida 32 Obra citada p gs 99 e 101 68 Um grande avan o ocorreu atrav s do artigo 160 que tratou da valoriza o do trabalho e introduziu pela primeira vez no texto constitucional a fun o social da propriedade embora n o tenha alterado o par grafo 22 do artigo 153 que trata dos direitos e garantias individuais incorporou ao mundo jur dico uma discuss o e uma pr tica existentes em muitas empresas e que tem inspira es democratizantes das rela es de trabalho como se poder verificar na leitura do referido artigo Art 160 A ordem econ mica e social tem por fim realizar o desenvolvimento nacional e a justi a social com base nos seguintes princ pios liberdade de inciativa II valoriza o do trabalho como condi o da dignidade humana II fun o social da propriedade 33 Em 17 de outubro de 1 969 a junta militar que governava o Pa s e com o congresso fechado edita a Emenda Constitucional n 1 que para os efeitos de nosso trabalho n o acrescentou disposi es a serem destacadas O constituinte de 1 967 tratou a quest o da integra o do trabalhador na empresa de forma bem destacada e abriu amplos caminhos nesse sentido Vejamos o texto 33 Obra citada p g 168 69 Art 165 A Constitui o assegura aos trabalhadores os seguintes direitos que nos termos de lei visem melhoria de sua condi o social V integra
25. assalaria paga decide o que pagar quanto pagar e dirige comanda manda decide determina 2 Valentim Carrion Coment rios Consolida o das Leis do Trabalho Editora Saraiva p g 27 59 O art 3 cont m a defini o de empregado com o texto Art 3 Considera se empregado toda pessoa f sica que prestar servi os de natureza n o eventual a empregador sob depend ncia deste e mediante sal rio Deste artigo destacam se os trechos pessoa f sica n o poss vel fazer se substituir prestar servi os de natureza n o eventual n o existe mobilidade sob depend ncia deste subordinado Mais dois artigos completam os objetivos do pensamento que se deseja defender S o os artigos 477 e 482 Art 477 assegurado a todo empregado n o existindo prazo estipulado para a temina o do respectivo contrato e quando n o haja dado motivo para a cessa o das rela es de trabalho o direito de haver de seu empregador uma indeniza o paga na base da maior remunera o que tenha percebido na mesma empresa 28 O contrato de trabalho pode ser rompido a qualquer tempo N o existe previs o legal salvo as exce es decorrentes de estabilidades e garantias normativas Obra citada p g 34 8 Obra citada p g 358 60 Art 482 Constituem justa causa para a rescis o do contrato de trabalho pelo empregador e des dia no desempenho das respectivas fun es h
26. atividade que levou o pa s a tornar se o maior produtor mundial no s culo XVII Essa atividade exigia al m da instala o do engenho onde a cana era processada a presen a de numerosa m o de obra item que exercia elevado peso na composi o das componentes do pre o do produto final fator que ao lado da abund ncia de escravos de seu baixo custo e da tradi o escravagista ib rica motivaram a introdu o do trabalho escravo em nosso pa s Inicialmente optou se por escravizar os ind genas mas a baixa adapta o dessa popula o s atividades rotineiras ao lado da elevada for a resist ncia f sica docilidade dos habitantes da frica e na exist ncia de um tr fico negreiro que abastecia os sistemas escravistas americanos em pouco mais de tr s d cadas levaram ao abandono da popula o nativa e a op o maci a pelo escravo africano 23 A utiliza o do escravo africano disseminou se por toda a economia brasileira assentada na produ o agr cola do a car do tabaco do algod o e do caf sem esquecer o ciclo da minera o na prov ncia de Minas Gerais que iniciou a revers o do ciclo de produ o do nordeste para o sudeste A atividade mineradora implantou os primeiros alicerces do processo industrial e a experi ncia da Mina de Morro Velho de propriedade da empresa inglesa sediada em Londres a Saint John d El Rey Mining Company um dos exemplos da cultura escravista brasileira pois apesar de ser uma empr
27. como parte da remunera o ou do sal rio do trabalhador e tampouco base de qualquer encargo trabalhista ou previdenci rio O mesmo artigo acrescentou uma outra vantagem fiscal ao definir que as import ncias pagas como PLR poderiam ser deduzidas como despesa operacional a fim de se apurar o lucro real colocando apenas uma restri o quanto periodicidade de seu pagamento que n o poderia ser inferior a um semestre O texto o que se segue 167 Art 32 A participa o de que trata o artigo 2 n o substitui ou complementa a remunera o devida a qualquer empregado nem constitui base de incid ncia de qualquer encargo trabalhista ou previdenci rio 1 Para efeito de apura o do lucro real a pessoa jur dica poder deduzir como despesa operacional as participa es atribu das aos empregados nos lucros ou resultados nos termos da presente Medida Provis ria dentro do pr prio exerc cio de sua constitui o 2 vedado o pagamento de qualquer antecipa o ou distribui o de valores a t tulo de participa o nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre A forma definida pela Medida Provis ria para se gerar as regras dos programas de participa o em lucros ou resultados foi a negocia o coletiva o que significava a presen a do sindicato da respectiva categoria profissional A Medida Provis ria estabeleceu tamb m que em caso de impasse nas negocia es
28. da administra o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo por oferecer condi es invej veis e um magn fico corpo de docentes que estimulam incentivam e gratificam pr tica do estudo e da pesquisa Ao SETCESP Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de S o Paulo Ao SETRANS Sindicato das Empresas de Transporte do ABC Ao SINDIPESA Sindicato Nacional das Empresas de Transportes de Cargas Pesadas e Excepcionais entidades que me permitiram conhecer a realidade do segmento acumular informa es realizar experimentos diversos deles utilizados no corpo desta disserta o e sobretudo conhecer e conviver com dirigentes t cnicos e funcion rios que n o ouso nome los sob pena de esquecer algum e cometer uma imperdo vel injusti a A todos minha sincera e eterna gratid o Se n o fores pregui oso ser s considerado por seus pares Se n o fores covarde ser s respeitado por seu pares Se n o fores ao mesmo tempo pregui o e covarde ter s direito de escolher o seu destino Mas cuide das pedras e dos obst culos que ser o colocadas em sua caminhada pelos pregui osos e sobretudo pelos covardes que estar o sempre incomodados e com imensa inveja de sua coragem Ney Duarte Montanari inspirado em seu pai RESUMO Este estudo acad mico tem seus alicerces fincados na reflex o sobre os mais de 3 s culos e meio da escravid o o sistema de trabalho compuls rio o monop lio do
29. de id ias que contribuem para a compreens o dessa mat ria Ora talvez n o haja outro instrumento jur dico de efic cia erga omnes mais pr ximo da realidade da empresa do que o regulamento de empresa Portanto o empregador deveria ter o maior interesse em adotar o regulamento de empresa para racionalizar o seu poder de dire o e organizacional pois os empregados devem obrigatoriamente ter 74 Renato Rua de Almeida O Moderno Direito do Trabalho e a Empresa Negocia o Coletiva Representa o dos Empregados Direito Informa o Participa o nos Lucros e Regulamento Interno Revista LTr Janeiro de 1998 N 62 01 37 Publica o Citada 148 conhecimento de sua institucionaliza o e das suas normas em especial as disciplinares dado o car ter receptivo para a configura o da validade desse instrumento regulamentar 76 O regulamento uma fonte de informa o e nessas condi es apesar de seu car ter impositivo cont m componente de democratiza o uma vez que constitui uma norma preestabelecida na qual o empregado poder nortear a sua conduta de grande utilidade tanto para o empregador como para o empregado uma vez que ambos passam a dispor de um instrumento de comunica o de orienta o e de dire o de suas atividades mas apesar dessa ineg vel vantagem o regulamento interno de empresas muito pouco utilizado pelas empresas E por que isso ocorre A resposta extra da do mesmo artigo e
30. de negocia es sindicais A primeira delas ocorreu na Ford do Brasil em 1 981 seguida em 1 982 pela da Volkswagem do Brasil por m outras empresas como a Daimlerchrysler do Brasil a Bayer S A A Basf S A a 8 Jos Francisco Siqueira Neto Liberdade Sindical e a Representa o dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho LTr p g 364 131 Scania dos Brasil a Mapri Textron do Brasil a Alpha Brasil S A possuem representa es internas de trabalhadores Em todas as empresas citadas a exce o da Bayer S A as comiss es de f brica est o contidas em instrumentos normativos de trabalho negociados com os respectivos sindicatos profissionais Na Volkswagem a comiss o denominada de representa o interna dos empregados e incorpora as atividades da Comiss o Interna de Preven o de Acidentes CIPA Na planta da Anchieta onde existe a maior das representa es 36 trabalhadores s o eleitos diretamente por seus pares de acordo com disposi es contidas nos artigos 1 e 3 do acordo coletivo de trabalho negociado com o sindicato dos metal rgicos Art 1 A representa o interna de empregados ser composto de 36 trinta e seis representantes agrupados atrav s de chapas eleitos livremente atrav s de voto direito e secreto dentre os empregados ativos da Volkswagem do Brasil Ltda do complexo industrial da Anchieta Art 3 Os eleitos na forma deste acordo ser o considerados Represent
31. direito de propriedade que n o pode ser exercido contra o interesse social ou coletivo na forma que a lei determinar N o houve tempo para que uma lei ordin ria estabelece as disposi es a respeito desta mat ria A Constitui o de 1 934 a mais curta de nossa hist ria republicana vigeu por pouco mais de 3 anos Em 10 de novembro de 1 937 Get lio Vargas encarnando o esp rito anticomunista instala o Estado Novo e decreta um novo texto constitucional Em seu Art 186 dispunha de forma muito clara seu esp rito Art 186 declarado em todo Pa s o estado de emerg ncia Foi sob regime de emerg ncia e com suporte no Art 180 que Get lio Vargas governou o Brasil enfeixando em sua m os os poderes executivo e legislativo Art 180 Enquanto n o se reunir o Parlamento Nacional o Presidente da Rep blica ter o poder de expedir decretos leis sobre todas as mat rias de compet ncia legislativa da Uni o 44 Foi com esses poderes que o Pa s foi governado de 1 937 at 1 945 Em mat ria trabalhista o novo texto constitucional trouxe diversas novidades al m das j comentadas quanto organiza o e regulamenta o da Justi a do Trabalho Uma das mais significativa delas atingiu a organiza o sindical e os movimentos grevistas como se ver a seguir Art 137 A legisla o do trabalho observar al m de outros os seguintes preceitos a b c d e os contratos coletivos de trabalho c
32. domina o e subordina o jur dica e formalizada atrav s do contrato de trabalho O empregador concentra os poderes de admitir assalariar e dirigir a presta o de servi os Art 2 da CLT Esse conjunto de poderes que Antonio lvares da Silva em sua obra Co gest o no Estabelecimento e na Empresa denomina de poderes empresariais s o atributos de um sistema reservado exclusivamente para os detentores dos meios de produ o Nesse contexto o citado autor escreve 148 A atua o do empregado se limita apenas a conseguir condi es mais vantajosas para o valor de sua mercadoria vendida no mercado o que transpondo da linguagem econ mica para a jur dica significa melhor sal rio e condi es de trabalho Inserido nesse sistema organizado segundo princ pios militares o empregado se transforma numa engrenagem produtiva com hor rio determinado submiss o a ordens de chefes escalas de servi o modos de comportamento etc Um autor cl ssico alem o fundador da famosa teoria da democracia econ mica salientou que o principal fator do capitalismo a autocracia do empresariado que se origina na propriedade dos meios de produ o que o coloca como condutor do fato econ mico e que por sua vez gera o estado de depend ncia do empregado onde s lhe restam duas alternativas ou tornar se um trabalhador dependente ingressando no sistema ou empreender um trabalho comunit rio aut nomo ou auto administrado
33. e de suas horas extraordin rias Que o seu esfor o seu desempenho seu talento sua integra o e sua capacidade de resolver problemas valem dinheiro e prest gio O que se pode concluir deste cap tulo que a Lei 10 101 tem um car ter notadamente pl rimo Do lado da forma exige que a participa o nos lucros ou resultados seja objeto de negocia o contemple regras claras e adjetivas e que seja pago n o mais do que em duas vezes mas exclu das essas restri es impera a mais ampla liberdade onde as empresas empregados e sindicatos podem estabelecerem regras formas e condi es para a introdu o do PLR O PLR ser tanto mais superficial ou profundo quanto for o desejo de seus gestores Tudo depender do alcance e de seus objetivos econ micos e do grau de democratiza o que se deseja alcan ar 194 O que o autor sente em condi es de concluir deste cap tulo que a Lei 10 101 tem um car ter notadamente pl rimo Do lado da forma exige que a participa o nos lucros ou resultados da empresas seja objeto de negocia o contemple regras claras e adjetivas e que seja pago n o mais de que duas parcelas mas exclu das essas restri es impera a mais ampla liberdade para que empresas empregados e sindicatos estabele am as regras formas condi es e maneiras para sua ado o O PLR ser tanto quanto mais superficial ou profundo quanto for o desejo de seus gestores Tudo depender do alcance de seus
34. empregado integrada por um representante sindical ou em acordos ou conven es coletivas permitindo o entendimento de que qualquer programa de participa o em lucros ou resultados prescinde de uma negocia o que envolva um conjunto de pessoas ou uma coletividade no caso de trabalhadores da sua natureza pl rima Nas escritas de Paulo Sergio Jo o em sua obra Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas A modalidade do instrumento jur dico que vai dar sustenta o natureza jur dica das import ncias distribu das aos empregados a t tulo de participa o nos lucros ou resultados a do acordo individual pl rimo de participa o com as limita es pr prias da sua destina o quanto a pessoas benef cios e efeitos e n o se confunde com a negocia o de natureza trabalhista 88 38 Paulo Sergio Jo o Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas Dial tica p g 42 174 A natureza n o remunerat ria do PLR refor ada na legisla o previdenci ria ao especificar que suas parcelas n o integram o sal rio de contribui o e nesta condi o est isento dessa incid ncia A disposi o est contida na Lei 8 212 de 24 FELI de julho de 1 991 que prev em seu Art 28 inciso Il 9 letra j o seguinte 9 N o integram o sal rio de contribui o j a participa o nos lucros ou resultados da empresa quando paga ou creditada de acordo com lei espec fica A
35. empresarial e no imenso receio de dividir poder com os trabalhadores 213 A Constitui o de 1 967 e Emenda Constitucional n 1 de 1 967 n o introduziram mudan as nesse cen rio A Magna Carta de 1 988 apresentou progressos no direito de greve na liberdade sindical no incentivo negocia o coletiva mas manteve a unicidade sindical a categoria profissional e o poder normativo da justi a do trabalho Uma novidade digna de aten o est contida no art 5 inciso XIV que estendeu a todos o direito informa o uma das principais ferramentas utilizadas para o exerc cio do poder no interior da empresas No campo infraconstitucional o nico acr scimo legal antes de 29 de dezembro de 1 994 ficou por conta da Portaria 3 214 de 1 978 que regulamentou a NR 5 Comiss o Interna de Preven o de Acidentes nico instrumental jur dico que imp e a elei o de trabalhadores para representar seus pares em assuntos de seguran a e medicina do trabalho no interior das empresas Essa legisla o de ineg vel natureza democr tica tem cumprido seu papel de representa o contudo por seu isolamento legal e politiza o tem sido utilizada como celeiro de futuros sindicalistas poss vel argumentar que o art 11 da Constitui o de 1 988 prev a elei o de um representante dos trabalhadores em empresas com mais de 200 empresas mas diante da aus ncia de garantias e de interesse pol tico dos sindicatos profissionais
36. es Humanas Elton Mayo um soci logo australiano com forma o em medicina liderou um grupo de pesquisadores na f brica da Western Eletric Company s Hawthorne Works localizada no estado americano de Chicago entre 1 927 e 1 932 Esta empresa estava muito preocupada com o elevado n vel de conflito interno entre oper rios e supervisores empresa e sindicato e o inquietante ndice de absente smo t dio apatia e alcoolismo no interior de sua empresa A Western Eletric estava organizada segundo os princ pios da nica teoria at ent o dispon vel a administra o cient fica O trabalho iniciou se pelo isolamento de um dos fatores de produtividade segundo a teoria cient fica com um dos fatores de produtividade Os oper rios passaram a serem observados e acompanhados pelos pesquisadores e logo no in cio os resultados foram surpreendentes Apurou se que n o havia qualquer rela o entre o n vel de ilumina o fator considerado importante para a teoria cl ssica e que a 90 produtividade do grupo observado havia aumentado Descobriu se que apesar da redu o da luminosidade a produtividade continuava a aumentar e assim se manteve at o ponto em que n o conseguiram ver o trabalho que estavam executando Este resultado perturbador ensejou outros focando os esteios centrais da escola cl ssica Passou se a examinar o fator fadiga e sua influ ncia na produtividade do oper rio Um grupo de 5 oper rios foi colocado
37. essa previs o tem se revelado in cua 214 Enquanto o sistema jur dico brasileiro gravitava em torno deste cen rio o mundo econ mico se deparava com uma realidade cada vez mais mutante A competi o que decorreu da inser o do Pa s no mercado internacional a forma o dos blocos econ micos a derrubada de barreiras alfandeg rias trouxeram junto com seus produtos e servi os novos m todos de organiza o de empresas e de gest o de pessoas Assim que Peter Drucker em 1 954 criou sua Administra o por Objetivos APO modelo de organiza o de empresa e de gest o de pessoas at ent o desconhecidos A APO como se demonstrou nesta disserta o incompat vel com o modelo de gest o assentado na estrutura centralizada de poder Implica necessariamente na distribui o da informa o no partilhamento do processo decis rio e introduz a divis o de resultados Os ensinamentos da APO foram aperfei oados por W Edward Deming que em 1 989 editou seus 14 princ pios de gest o que pulverizam quaisquer id ias de gest o com autoridade concentrada e aus ncia de participa o do trabalhador O imenso progresso registrado na ind stria japonesa e em seus m todos de produ o e de gest o de pessoas trouxe ao mundo empresarial a comprova o de que o trabalhador multifuncional o trabalho em equipe a atribui o de poderes aos que executam e o compartilhamento dos resultados eram vari veis que se 215
38. humanizante das Rela es de Trabalho contida na Lei 10 101 A comiss o interna de preven o de acidentes CIPA uma previs o legal e uma forma de representa o dos trabalhadores na empresa por m seus objetivos est o circunscritos a assuntos de seguran a e medicina do trabalho Seus membros s o escolhidos atrav s de elei o secreta e a Lei prev acesso a informa es da empresa desde que digam respeito seguran a e medicina do trabalho N o se pode negar que a CIPA promova a democratiza o das rela es de trabalho por m seu alcance e efeito s o limitados e a experi ncia pr tica n o tem registrado avan os significativos atrav s dela Os cipeiros t m servido muito mais para fins 201 pol ticos e para o in cio de carreira de futuros sindicalistas do que como representantes dos trabalhadores As comiss es de fabrica ou de representantes dos trabalhadores t m se revelado mais eficazes na defesa de seus interesse e na gera o de um organismo de contrapoder no interior das empresas mas s o poucas as empresas que adotam esse mecanismo e os sindicatos profissionais n o demonstram maior interesse em postular por sua instala o face a pulveriza o do poder pol tico concentrado nas lideran as sindicais O direito informa o e a participa o nas decis es limitam se ao contido em instrumentos normativos negociados em presen a do sindicato da categoria profissional S o poucas as emp
39. igualmente proibido de realizar paralisa es ou lockouts Ao organizar o funcionamento da justi a do trabalho atrav s do Decreto 1 237 de 02 de maio de 1 939 e proceder ao seu regulamento por meio do Decreto 6 596 12 de dezembro de 1 940 estabeleceu se um mecanismo externo as empresas destinado a solucionar os conflitos oriundos das rela es de trabalho levando para o Estado a responsabilidade de solucion los Est mat ria ser melhor estudada no t pico que se segue As regras legais oriundas do governo comandado por Get lio Vargas tinham como algo a atividade econ mica A exemplo do que gerou Benito Mussolini na It lia o Estado brasileiro introduziu um instrumental legal que deu seguran a jur dica para a continuidade e desenvolvimento da econ mica no Pa s atendendo acalmando e tranquilizando a elite empresarial principalmente a paulista 54 5 A Justi a do Trabalho no Brasil o Poder Normativo e o Conflito entre a Empresa e Empregado Ao editar os Decretos 1 237 de 02 de maio de 1 939 e 6 596 em 12 de dezembro de 1 940 o governo respectivamente organizou e regulamentou o funcionamento da justi a do trabalho no Brasil que tinha como finalidade prec pua dirimir os conflitos oriundos das rela es entre empregados e empregadores Este texto nos dias de hoje n o causa nenhuma estranheza mas em 1 939 a legisla o trabalhista praticamente inexistia impondo se uma quest o inevit vel
40. intensidade das tarefas a serem cumpridas e por evidente de decis o de seus propriet rios O destino do escravo enquanto pessoa n o era levada em considera o A import ncia do escravo n o ultrapassava os limites do conceito de mercadoria tais como os animais de tra o que precisavam ser alimentados cuidados guardados vigiados e controlados 25 Ao longo dos mais de 350 anos do sistema escravista brasileiro ressalte se o mais longo de todo de toda a hist ria humana muitas rela es surgiram entre os escravos e senhores Foram muitas as gera es de escravos que nasceram viveram e morreram sob esse regime Rela es se estabeleceram entre propriet rios e escravos que buscaram atrav s da subservi ncia da submiss o da fidelidade e de bons servi os prestados formas de abrandar e de fugir do regime da servid o perp tua In meros s o os registros de escravos que se transformaram em cidad os livres atrav s da compra de si pr prios ou da liberta o concedida por seu senhor a denominada alforria A hist ria registra o caso da conhecida Chica de Silva que participou dos ciclos da realeza a partir das senzalas contando para isso al m de sua rara beleza f sica e talento pessoal com o poder econ mico de seu marido O sistema escravista iniciado com as capitanias heredit rias desde o seu marco inicial foi calcado em dois mundos Aquele composto dos propriet rios dos meios de produ o e do capital que de
41. jur dico e aqueles criados atrav s de negocia es sindicais ou trazidos pelas empresas estrangeiras Assim que as comiss es internas de preven o de acidentes as comiss es de f brica os regulamentos internos e a representa o dos trabalhadores a co gest o ser o analisados a partir das perspectivas democratizantes que contemplam mas a participa o nos lucros ou resultados o conhecido PLR objetivo maior desta disserta o receber tratamento detalhado e pormenorizado O programa de participa o nos lucros ou resultados das empresas PLR objeto da lei 10 101 de 19 12 2000 ser apresentado como um instrumento amplo estimulador flex vel moderno tecnologicamente atualizado e juridicamente seguro para a incorpora o de mecanismos de democratiza o das rela es de trabalho no Brasil Os quatro ltimos cap tulos e a maior parcela da conclus o estar focada no programa participa o nos lucros ou resultados das empresas PLR procurando demonstrar seu car ter inovador como instrumento de gest o e modelo de gerenciamento das empresas destacando o seu est mulo negocia o interna ao trabalho por metas e objetivos ao foco na produtividade e na qualidade 19 valoriza o de talentos ao reconhecimento da meritocracia mudan a no papel da ger ncia publicidade dos procedimentos aproxima o da c pula da empresa com sua base flexibilidade de suas normas o incentivo eco
42. ncia e 171 da sua natureza n o remunerat ria acrescentou se a n o aplicabilidade do princ pio da habitualidade com o seguinte texto Art 32 A participa o de que trata o art 2 n o substitui ou complementa a remunera o devida a qualquer empregado nem constitui base de incid ncia de qualquer encargo trabalhista ou previdenci rio n o se lhe aplicando o princ pio da habitualidade Na edi o da Lei 10 101 este artigo sofreu uma pequena altera o que n o lhe retirou o sentido ou modificou sua destina o jur dica e vige nos dias de hoje com o seguinte texto Art 22 A participa o nos lucros ou resultados ser objeto de negocia o entre a empresa e seus empregados mediante um dos procedimentos a seguir descrito escolhidos pelas partes de comum acordo comiss o escolhida pelas partes integrada tamb m por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria Il conven o ou acordo coletivo Verifica se que foi mantida a preocupa o de se incentivar ou facilitar a transforma o das comiss es de PLR em representantes dos trabalhadores e com o 172 car ter eleitoral da escolha de seus membros Nenhuma garantia foi estabelecida e n o se determinou a elei o como o instrumento de escolha dos membros da comiss o mas garantiu se a presen a dos sindicatos e se abriu espa o para os acordos ou conven es coletivos Em termos pr ticos o sistema abriu se para que
43. nos estabelecimentos de determinados ramos comerciais e industriais XIII estabilidade com indeniza o ao trabalhador despedido ou fundo de garantia equivalente XIV reconhecimento das conven es coletivas de trabalho XV assist ncia sanit ria hospitalar e m dica preventiva XVI previd ncia social nos caos de doen a velhice invalidez e morte seguro desemprego seguro contra acidentes do trabalho e prote o a maternidade mediante contribui o da Uni o do empregador e do empregado XVII proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico ou intelectual ou entre profissionais respectivos XVIII col nias de f rias e cl nicas de repouso recupera o e convalescen a mantidas pela Uni o conforme dispuser a lei XIX aposentadoria para a mulher aos trinta anos de trabalho com sal rio integral XX aposentadoria para o professor ap s 30 anos e ara a professora ap s vinte e cinco anos de efetivo exerc cio em fun es de magist rio com sal rio integral e 72 XXI greve saldo o disposto no artigo 162 Par grafo nico Nenhuma presta o de servi o ou assist ncia ou de benef cio compreendidos na previd ncia social ser criada majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio Nas Emendas Constitucionais a partir de 1 969 a nica altera o ocorrida no artigo 165 foi a supress o do inciso XX que trata da aposentadoria do professor Nas demais cita es a reda
44. o foi mantida sem quaisquer altera es 3 A Constitui o de 1 988 e os Avan os nas Rela es de Trabalho A Constitui o de 1 988 foi seguramente aquela que introduziu mais inova es no mundo das rela es do trabalho embora tenha deixado passar a oportunidade de desatrelar os sindicatos do Estado e de por fim ao poder normativo da justi a do trabalho itens que no entanto n o est o no centro desta disserta o O direito de greve tornou se amplo e quase que irrestrito levando em muito casos a abusos por parte de algumas categorias profissionais e ao seu exerc cio pelo funcionalismo p blico embora o seu par grafo 1 dispusesse a respeito dessa pr tica Vejamos o texto 38 Obra citada p gs 169 171 73 Art 9 assegurado o direito de greve competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exerc lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender 1 A lei definir os servi os ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades inadi veis da comunidade Os sindicatos foram libertos em parte do controle do Estado que abdicou de seu poder concedente e interventor mas foram mantidas as peias essenciais quais sejam a unicidade sindical que impede a competi o e seculariza o sindicato existente e tamb m a categoria profissional que coloca fronteira delimitativas para a atua o do sindicato A atividade arrecadadora foi mantida e amplia
45. pelos trabalhadores e pelos empregadores a exemplo dos pretores romanos decidiam as quest es mesmo que n o existissem textos legais aplic veis A previs o est no artigo 94 do Decreto Lei 1 237 com a seguinte reda o Art 94 Na falta de disposi o expressa de lei ou de contrato as decis es da Justi a do Trabalho dever o fundar se nos princ pios gerais do direito especialmente do Direito Social e na equidade harmonizando os interesses dos litigantes com os da coletividade de modo que nenhum interesse de classe ou particular prevale a sobre o interesse p blico 2 Raimundo Sim o de Melo Diss dio Coletivo de Trabalho LTr Editora p g 32 56 1 Os ju zos e tribunais do trabalho empregar o sempre os seus bons of cios e persuas o no sentido de uma solu o conciliat ria dos conflitos 2 Tratando de conflito sobre quest es de sal rio ser o estabelecidas condi es que assegurando justo sal rio aos trabalhadores permitam tamb m justa retribui o s empresas interessadas O poder normativo existente at os dias de hoje foi devidamente aclarado em seus limites e contornos no texto constitucional de 1 946 com a seguinte reda o Art 123 Compete Justi a do Trabalho conciliar e julgar os diss dios individuais e coletivos entre empregados e empregadores e as demais controv rsias oriundas de rela es do trabalho regidas pela legisla o especial 1 Os diss dios rela
46. por unidade de controle As tarefas precisam ser divididas em componentes por uma autoridade central de acordo com um plano central de a o os esfor os de cada unidade de trabalho precisam ser supervisionados os diversos trabalhos que levam ao produto final precisam ser coordenados Como cada supervisor tem um n mero limitado de subordinados que pode controlar eficientemente preciso indicar alguns 86 mestres e a seguir uma segunda linha de supervisores a fim de supervisionar os mestres e assim por diante O n mero de subordinados controlado por uma superior define o seu alcance de controle Disso resulta uma pir mide de controle que leva a um diretor Dessa forma toda a organiza o pode ser controlada a partir de um centro de autoridade sem que o supervisor controle mais do que um n mero de 5 a 10 subordinados As teorias tayloristas enfatizam a necessidade de se dividir tarefas instituir sistema de incentivo e recompensa para o trabalhador instalar um sistema de controle de tarefas igualmente dividido estabelecer uma organiza o piramidal com o comando maior no topo de uma estrutura hierarquizada e controlada a partir de seu ponto mais alto um sistema burocratizado e muit ssimo utilizado at hoje sobretudo por organiza es militares e religiosas Taylor nascido em 1 856 na Filad lfia realizou seus estudos na d cada final do s culo XIX mas seu trabalho mais conhecido foi realiz
47. quarto e ambicioso objetivo procura motivar o leitor a refletir sobre as possibilidades democratizantes e humanizantes das rela es de trabalho contidas na Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 que disciplinou pela primeira vez em nossa hist ria jur dica a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas 13 O estudo est dividido em tr s partes nove cap tulos e uma conclus o Na primeira parte a nfase est na apresenta o e an lise do sistema de produ o escravagista que foi implantado no Brasil no in cio de nossa coloniza o e perdurou por mais de 350 anos onde prevaleceu a institui o social do trabalho compuls rio em que o trabalhador era considerado como uma mercadoria que poderia ser comprada vendida alugada emprestada penhorada doada e leiloada N o havia escravo sem o seu propriet rio e este como regra era recompensado apenas com habita o alimenta o e vestimenta O propriet rio e senhor detinha poder de vida e de morte sobre o seu escravo Essa rela o manifestava se de forma ainda mais saliente no processo produtivo O propriet rio e detentor dos meios de produ o enfeixava todo o poder Ao escravo cabia o trabalho a obedi ncia a lealdade a subservi ncia e a submiss o O trabalho assalariado vigente na Inglaterra desde 1 086 somente tornou se realidade em terras brasileiras por press o da pot ncia hegem nica da poca a Inglaterra e ap s um le
48. que desde o seu nascedouro at a introdu o do trabalhado assalariado o sistema produtivo brasileiro foi marcado por uma rela o de domina o integral do senhor sobre seus escravos N o se imaginava uma rela o de troca ou de di logo N o havia sopesamento de direitos O senhor detinha todos os poderes Ao escravo cabia somente o trabalho e a obedi ncia Era de se esperar que essa heran a gestada por mais de 350 anos influenciasse as rela es que se seguiram liberta o dos escravos 32 CAP TULO II A FORMA O DO DIREITO DO TRABALHO 1 A Transi o do Regime Escravista para o Trabalhado Livre Para o Brasil agr rio do fim do s culo XIX a aboli o da escravid o brasileira n o foi surpresa A elite brasileira acompanhava havia d cadas as press es internacionais especialmente da Inglaterra que exigia o fim do tr fico negreiro decretado em 1 850 e assistia as ocorr ncias em outros pa ses com destaque para a Guerra da Secess o norte americana de 1 861 a 1 865 motivada pela aboli o dos escravos naquele pa s e que vitimou mais de 620 000 vidas As ra zes de uma rela o escravo senhor do poder absoluto dos propriet rios e da aus ncia de regula o da utiliza o do trabalho livre marcariam a lenta transi o de um sistema escravagista para outro com fundamento em rela es de mercado A introdu o do trabalho livre iniciou se com a presen a do trabalhador estrangeiro Entre 1 820 a 1 8
49. que rege a rela o entre capital e trabalho na Alemanha e com grandes possibilidades essa presen a legal deve ter influenciado ou ao menos facilitado a ado o das comiss es de f brica pelas empresas alem s ou de origem europ ia instaladas no Brasil como o caso da Volkswagen Basf Daimlerchrysler Bayer Scania Mapri Textron secundada pela Ford do Brasil Nos Estados Unidos da Am rica a experi ncia com a co gest o n o se mostrou atraente para o modelo de gest o adotado no pa s Os estudos da co gest o tiveram in cio nos anos 70 e n o passaram dos anos 80 Nessa poca a ind stria norte americana estava as voltas com a concorr ncia japonesa que havia adotado m todos de produ o que se mostraram mais eficientes eficazes e produtivos que 158 os praticados na Am rica desencadeando uma busca por op es que contrabalan assem ou fizessem frente invas o de produtos nip nicos Diversas frentes foram abertas e a co gest o foi uma delas por m os sindicatos norte americanos vislumbraram no modelo uma forma de minimizar sua presen a nas empresas reduzir sua for a pol tica como institui o e alterar sua forma de a o calcada na id ia de oposi o ao capital A poderos ssima American Federation of Labor and Congress of Industrial Organization AFL CIO a maior federa o de trabalhadores norte americanos e canadenses rejeitou sua ado o de forma expressa e recomendou a todos os seus filiado
50. teorias de Taylor e Mayo permearam os sistemas de gest o das empresas at os anos 60 quanto o denominado pai da administra o moderna o cientista social austr aco radicado nos Estados Unidos e professor da Claremont University na Calif rnia publicou em 1 954 o famoso livro The Practice of Management traduzido para o nosso idioma como Pr tica de Administra o de Empresas e faz nascer um dos mais conhecidos e aplicados sistemas de gerenciamento o Management by Objectives ou conforme foi traduzido para o portugu s Administra o por Objetivos APO 96 3 A Administra o por Objetivos A integra o dos trabalhadores no processo produtivo da empresa tornou se um imperativo a partir do acirramento da concorr ncia do aumento da press o dos consumidores da globaliza o dos mercados de pleitos sindicais da constante discuss o sobre qualidade e produtividade dos produtos de servi os oferecidos pelas empresas Qualquer administrador ou gestor encontrar dificuldades em estabelecer implantar e conseguir que sua equipe ou seu grupo de subordinados estabele a concorde e execute as metas e objetivos desejados pela dire o da empresa Peter Drucker percebeu que a integra o dos recursos tecnol gicos financeiros e humanos em torno dos objetivos empresariais era uma forma evolutiva do processo produtivo que liberava uma imensa for a represada no interior das empresas Percebeu ainda que a aproxi
51. trata da participa o dos trabalhadores na explora o de minas e ind strias sider rgicas b A lei de 11 de outubro de 1 952 que regula a representa o dos trabalhadores nas empresas e estabelecimentos da economia privada com exce o da navega o mar tima e a rea c lei de 5 de agosto de 1 955 que disp e sobre a representa o do pessoal em diferentes ramos da administra o federal nas corpora es institui es e funda es de direito p blico e nos tribunais de justi a Esses textos nasceram num cen rio ideol gico e pol tico onde as melhorias das condi es econ micas do trabalhador ficaram em segundo plano O fim maior que permeou toda a discuss o estava dirigido dignidade da pessoa e humaniza o das rela es de trabalho situando o trabalhador como um agente participativo do processo produtivo nas empresas Combatia se o sentido inumano da subordina o contr rio s rela es de coopera o indispens veis para democratiza o do 155 relacionamento entre empregado e empregador A co gest o apresentada como a ant tese da decis o isolada O equil brio segundo escreve Ant nio lvares da Silva em Co gest o no Estabelecimento e na Empresa a decisiva na proposta da co gest o embora se reconhe a que a co gest o plena s ser poss vel numa sociedade em que interesses do capital e do trabalho sejam defendidos do mesmo modo o que ainda um objetivo distante mes
52. 72 mais de 300 000 imigrantes entraram no pa s e refor aram o trabalho principalmente nas fazendas de caf A partir de 1 880 com a antevis o do fim da escravid o houve forte incremento da imigra o de italianos espanh is e portugueses em processos espont neos e Samuel Harman Lowrie Imigra o e Crescimento da Popula o no Estado de S o Paulo Editora da Escola Livre de Sociologia 1 938 p g 8 Citado na Tese de Doutorado de Alexandre de Freitas Barbosa Unicamp p g 96 33 facilitados por financiamentos do Estado ou dos fazendeiros mediante um contrato de parceria ou de loca o de servi os Essa m o de obra livre destinava se a substituir o escravo ou assumir o crescimento da atividade agr cola e preencher os espa os que come avam a se abrir com o in cio da industrializa o verificada nos meios urbanos a partir do fim do s culo XIX Os contratos firmados demonstraram a forte influ ncia do per odo escravagista O parceiro ou meeiro em primeiro lugar tinha que saldar a d vida com sua viagem para o Brasil e em segundo trabalhar segundo as regras do contrato de parceria que inclu a a venda dos produtos aos pre os estabelecidos pelo fazendeiro e terminava por fazer as compras de suas necessidades de alimenta o vestimenta e ferramentas em armaz ns da propriedade onde estava vinculado A mobilidade desse trabalhador era m nima e in meros foram os casos que terminaram em revoltas desses
53. 967 e a Emenda N 1 de 1 969 n o se registraram experi ncia com o modelo da co gest o que tivesse chegado ao conhecimento do p blico ou das institui es de pesquisa De igual maneira os sindicatos n o manifestaram maior ou nenhum interesse em lutar por sua ado o Ao contr rio a exemplo das institui es sindicais norte 161 americanas as lideran as dos trabalhadores viram no modelo uma amea a a ser combatida uma vez que implicava a ado o de negocia o por empresa e na especializa o da negocia o que passaria e incluir itens de natureza tecnol gica econ mica de planejamento de avalia o e de controle de cada negocia o realizada O sistema teria que ser necessariamente descentralizado e poderia arruinar o controle pol tico dos representantes dos trabalhadores eleitos ou indicados para participar dos organismos de co gest o das empresas que adotassem o modelo Poderia ainda retirar o ingrediente conflituoso presente nas negocia es sindicais brasileiras A co gest o implica na democratiza o das rela es entre empregado e empregador e na redu o do conflito ou ao menos na cria o de mecanismos destinados a solucion los internamente sem a presen a do sindicato ou de quaisquer outros agentes externos O que se pode concluir do tema que a cultura empresarial sindical e do trabalhador brasileiro n o se apresenta prop cia para a utiliza o desse poderoso instrumento de de
54. EMPRESAS CAP TULO INSTRUMENTOS EXISTENTES 1 As Comiss es Internas de Preven o de Acidentes CIPA As Comiss es Internas de Preven o de Acidentes Cipa constituem a nica forma legal obrigat ria de representa o dos trabalhadores nas empresas Est prevista nos Artigos 163 a 165 do T tulo Il Cap tulo V Se o Ill da Consolida o das Leis do Trabalho A regulamenta o detalhada foi estabelecida pela Portaria N 3 214 de 8 de junho de 1 978 de emiss o do Minist rio do Trabalho e Emprego O Art 163 da CLT deixa claro a obrigatoriedade da constitui o da Comiss o Interna de Preven o de Acidentes Cipa remetendo ao Minist rio do Trabalho a responsabilidade em regular sua constitui o estabelecendo que Ser obrigat ria a constitui o de Comiss o Interna de Preven o de Acidentes CIPA de conformidade com instru es expedidas pelo Minist rio do Trabalho nos estabelecimentos e nos locais de obra nela especificadas 62 Obra citada p g 175 125 O Art 164 disp e sobre a presen a de representantes dos empregados e da empresa ao dispor que Art 164 Cada CIPA ser composta de representantes da empresa e dos empregados de acordo com crit rios que vierem a ser adotados na regulamenta o de que trata o par grafo nico do artigo anterior O Minist rio do Trabalho e Emprego atrav s da Portaria N 3 214 de 8 de junho de 1 978 editou a Norma Regulamentador
55. Exercer um trabalho a de vigil ncia quanto ao cumprimento das normas vigentes em mat ria trabalhista de Seguridade Social e emprego assim como em rela o aos pactos condi es e pr ticas das empresas em vigor formulando se for o caso as a es legais oportunas ante o empres rio e os organismos ou tribunais competentes b de vigil ncia e controle das condi es de seguran a e higiene no desempenho do trabalho na empresa 1 9 Participar nas condi es estipuladas pelo conv nio coletivo na gest o de obras sociais estabelecidas na empresa em benef cios dos trabalhadores ou de seus familiares 78 1 10 Colaborar com a dire o da empresa para conseguir o estabelecimento de quantas medidas procurem a manuten o e o incremento da produtividade de acordo com o pactuado nos conv nios coletivos 1 11 Informar a seus representados em todos os temas e quest es previstas no art 64 que direta ou indiretamente tenham ou possam ter repercuss o nas rela es de trabalho 2 O direito informa o nos dois pa ses citados dos mais amplos como sugere o inciso XIV do Art 5 de nossa Magna Carta Por evidente estamos muito distantes do que existe nos dois pa ses citados mas a previs o do direito um passo fundamental para que no futuro caminhe se nesse sentido A informa o pode ser traduzida ou confundida com conhecimento fator que diferencia e separa pessoas organiza es institui es e pa se
56. Gest o da Empresa escreve medida que a m quina substitui o instrumento manual o trabalho se degrada e se converte num acess rio elementar e mec nico fastidioso e mon tono n o exigindo mais nenhuma aptid o ou conhecimentos particulares As diretrizes v m do escrit rio central Toda iniciativa vem da dire o da 2 Obra Citada p g 21 150 f brica nenhuma deixada ao oper rio Este deve executar passivamente as ordens recebidas Sua intelig ncia n o interv m nos movimentos de sua m o 8 O mesmo Autor complementa o quadro de domina o na citada obra Situam os psic logos o mal n o est no pagamento de um sal rio que ao inv s liberta o oper rio mas sobretudo no modo pelo qual se lhe constringe a cumprir seu trabalho posto que na oficina na f brica ele excessivamente dirigido se lhe impede e se lhe entrava o aplicar de toda sua iniciativa criadora Limitado pela hierarquia na execu o de sua tarefa isolado o trabalhador adquire o sentimento de que sua vida material condicionada de forma que n o mais o dono dela Est consequentemente num estado de perp tua desconfian a a respeito de seu empregador 2 A exist ncia de dois mundos no interior das organiza es al m dos males citados e conflito contido em seu tecido gera um sistema pouco produtivo que se afasta de uma realidade de mercado e de exig ncias dos consumidores que se apresentaram como mandat rias para a sobrev
57. NEY DUARTE MONTANARI A DEMOCRATIZA O DO PODER NAS EMPRESAS E A PARTICIPA O NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR Disserta o apresentada Banca Examinadora da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo como exig ncia parcial para a obten o do t tulo de Mestre em Direito das Rela es Sociais Direito do Trabalho sob a orienta o do Professor Doutor Renato Rua de Almeida MESTRADO EM DIREITO PUC SP S o Paulo 2 008 Banca Examinadora DEDICAT RIA Ao meu pai Antonio homem de rara intelig ncia coragem inigual vel e que viveu uma curta vida muito al m de seu tempo minha esposa Maria Jos mulher inteligente de f rrea determina o e disciplina espartana que nunca se amedronta com obst culos Aos meus filhos Rogerio Leonardo e Samantha criaturas que s o capazes de encher de alegria e orgulho qualquer pai A estas pessoas especiais dedico este trabalho S o Caetano do Sul 2 008 AGRADECIMENTOS N o poderia deixar de constar agradecimentos a algumas pessoas e institui es que muito contribu ram incentivaram forneceram informa es e ajudaram para que essa disserta o viesse a se tornar uma realidade Agrade o ao Professor Renato Rua de Almeida que com sua vis o longa e moderna soube direcionar indicando rumo e foco A Professora Ivani Contini Bramante pela paci ncia e orienta es que permitiram equilibrar o conte do jur dico com os decorrentes da economia e
58. Na rela o jur dica de poder originada no contrato de trabalho o espa o reservado para o trabalhador praticamente nulo O comando fica sempre nas m os do empregador que a seu arb trio decide o que quanto onde como e com quem produzir Salvo em sede de normas coletivas negociadas em presen a de sindicatos profissionais a balan a de poder pende sempre para um dos lados o dos detentores dos meios de produ o Nas escrita de Ant nio lvares da Silva Ant nio lvares da Silva Co gest o no Estabelecimento e na Empresa LTr Editora p gs 22 e 23 149 A sujei o e a subordina o que sempre marcaram historicamente o contrato de trabalho mant m se ainda embora mitigada pela participa o do empregado na cria o de normas mais favor veis atrav s de conven es coletivas 30 O n o acesso do empregado s informa es da empresa a impossibilidade de exercer qualquer fiscaliza o sobre sua administra o o direito de ser ouvido e de participar do processo decis rio s o corol rio do sistema trabalhista que concentra todas as componentes de gest o nos administradores da empresa separando dois estratos bem n tidos em seu interior os que governam e os governados os que decidem e os que executam os que comandam e aqueles que obedecem gerando um sistema onde o conflito entre as duas camadas uma decorr ncia natural e intr nseca Elson Gottschalk em seu livro A Participa o do Empregado na
59. Quais as bases legais em que os operadores da justi a do trabalho tomariam como fundamento para decidirem as quest es que lhes fossem apresentadas Outra quest o se apresentou E se o processo envolvesse alguma entidade ou associa o de trabalhadores Como decidi las Como fundamentar as decis es proferidas Como sustent las em caso de questionamento Um questionamento ainda mais relevante aparecia Como conciliar os superiores interesses da produ o nacional com os conflitos individuais ou coletivos Raimundo Sim o de Melo afirma em sua obra Diss dio Coletivo de Trabalho que o Estado n o nega o conflito n o que ele n o exista mas porque considera nocivo aos interesses da produ o que 55 deveria atuar livremente sem os inc modos decorrentes das reivindica es dos trabalhadores mas se estas surgissem caberia ao Estado atrav s de sua m quina resolv las rapidamente e restabelecer a paz social 23 Nessa poca intenso debate ocorreu sobre os crit rios e limites que deveriam ser observados na aplica o da justi a do trabalho O aplicador no interesse maior da produ o e da paz social tinha a responsabilidade de resolver as quest es que se apresentassem Foi nesse cen rio que nasceu o poder normativo da justi a do trabalho e que permitia ao seu aplicador decidir as quest es de forma tripartite e de comum acordo O presidente nomeado pelo governo e os dois representantes eleitos respectivamente
60. S o Paulo 2 000 CAMARGO Ana Stella Carvalho Teixeira de A Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas Disserta o de Mestrado em Direito PUCUSP 2 002 CARDOSO Fernando Herrique O Brasil e a Escravid o no Brasil Meridional Editora Paz e Terra Rio de Janeiro 1 977 CARRION Valentim Coment rios Consolida o das Leis do Trabalho LTr Editora S o Paulo 2 006 220 CASTRO Araujo Justi a do Trabalho Livraria Editora Freitas Bastos Rio de Janeiro 1 941 CAVALCANTI Themi stocles Brand o Luiz Navarro Brito e Aliomar Baleeiro A Constitui o Brasileira de 1 967 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 DELGADO Maur cio Coutinho Direito Coletivo do Trabalho LTr Editora S o Paulo 2 008 DRUCKER Peter Pr tica de Administra o de Empresas Ed Fundo de Cultura Rio de Janeiro 1 962 ETIZIONI Amitai Organiza es Modernas Livraria Pioneira S o Paulo 1 964 FELIX Ynes da Silva Solu o de Conflitos Coletivos de Trabalho Negocia o Coletiva no mbito do Mercosul Tese de Doutorado em Direito PUCUSP 2 001 FREITAS Fernando Parceiros na Vit ria Administra o Participativa no Mundo Cultura Editores Associados S o Paulo 1 991 GOTTSCHALK Elson A Participa o do Empregado na Gest o da Empresa LTr Editora S o Paulo 1 996 221 HOEPPPNER Marcos Garcia Organizador Normas Regulamentadoras Rela
61. a o de empresas e gest o de pessoas 112 CAP TULO II O MODELO LEGAL TRABALHISTA BRASILEIRO 1 O Poder do Empregador e a Subordina o do Empregado Ao definir empregador como a empresa individual ou coletiva que assumindo os riscos da atividade econ mica admite assalaria e dirige a presta o pessoal dos servi os e empregado como sendo toda pessoa f sica que prestar servi os de natureza n o eventual a empregador sob depend ncia dele e mediante sal rio a legisla o brasileira estabelece n o s as bases e a natureza jur dica de um contrato ou rela o de trabalho mas a rela o de poder entre ambos A caracteriza o da condi o de empregado segundo os principais doutrinadores p trios est assentada em quatro elementos essenciais a subordina o b pessoalidade c onerosidade d perman ncia ou n o eventualidade Segundo Jos Augusto Rodrigues Pinto em sua obra Tratado de Direito Material do Trabalho afirma que 113 A subordina o o mais generalizante conhecido tra o de trabalho do empregado decerto porque serve caracteriza o mais imediata desse sujeito de direito e por servir de canal perfeito para os abusos do empregador motivando a rea o tutelar do Direito Individual do Trabalho Ainda segundo o mesmo Autor Efetivamente t pico da rela o de emprego que o prestador coloque sua energia pessoal disposi o do tomador Este direc
62. a o do regime democr tico no pa s com a crescente competi o oriunda da globaliza o e com o desenvolvimento econ mico as empresas insistam em deixarem de lado as ferramentas contidas na Lei 10 101 209 CONCLUS O A rela o de domina o entre os detentores dos meios de produ o e seus trabalhadores aportou no Brasil junto com seus descobridores e permeou a hist ria econ mica de nosso pa s por mais de 350 anos O trabalho foi considerado como uma atividade degradante e inferior que deveria ficar a cargo de seres dominados e pertencentes um segmento social de somenos import ncia O escravo tinha que ser vigiado controlado e castigado para que trabalhasse Produtividade e qualidade n o tinham qualquer significado Competi o era um substantivo n o aplic vel s rela es econ micas da poca Esse sistema s veio a sofrer altera es significativas a partir do s culo XIX e extinguir se em 1 888 por press o da Inglaterra economia hegem nica da poca e que havia eliminado a escravid o em seu pa s no s culo XI mais precisamente em 1 086 A liberta o dos escravos e a introdu o da m o de obra assalariada no sistema produtivo brasileiro se processaram nesse cen rio pol tico e econ mico e refletiram se no ordenamento jur dico e na cultura empresarial da na o A presen a da m o de obra estrangeira em nosso sistema produtivo de imediato demonstrou a for a da tradi o escravagista da classe
63. a N 5 conhecida como NR 5 que trata exclusivamente das Comiss es Internas de Preven o de Acidentes disciplinando sua constitui o organiza o atribui es funcionamento treinamento de seus membros seu processo eleitoral e seu dimensionamento conforme a atividade econ mica das empresas A palavra representante que j aparece nos artigos 164 e 165 da Consolida o das Leis do Trabalho CLT enfatizada no texto da Portaria N 3 214 que em seu item 5 6 estabelece 126 5 6 A CIPA ser composto de representantes do empregador e dos empregados de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro desta NR ressalvadas as altera es disciplinadas em atos normativos para setores econ micos espec ficos A NR 5 disciplina o n mero e a maneira como ser o compostas as Cipas Enquanto os representantes dos trabalhadores ser o eleitos por escrut nio secreto o da empresa ser indicado por ela J o n mero de trabalhadores que participar o da Cipa depender da atividade econ mica da empresa e a quantidade de empregados por estabelecimento podendo ultrapassar a 15 membros no caso de empresa que explore atividade mineradora e que empregue mais de 10 000 trabalhadores no estabelecimento A representa o da empresa est limitada a um membro e que ser nos termos da regulamenta o o seu presidente O processo eleitoral est regulamentado nos itens 5 38 a 5 45 da NR 5 que estabelece
64. a dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade art 22 72 Apesar da resist ncia pela ado o de mecanismos de representa o interna dos trabalhadores pelas empresas brasileiras n o existem d vidas sobre o seu car ter democratizante das rela es de trabalho e em todos os projetos de reforma sindical que vieram a conhecimento do p blico nos ltimos anos a representa o interna dos trabalhadores esteve presente 3 Os Regulamentos Internos das Empresas Segundo disposi o contida no art 2 da Consolida o das Leis do Trabalho CLT est o entre os poderes legais do empregador admitir assalariar e dirigir a presta o pessoal dos servi os e a condi o de empregado decorre da presta o de servi os n o eventual sob depend ncia do empregador e mediante sal rio art 32 da mesma fonte legal citada 7 Obra Citada p g 150 139 Da defini o legal de empregador decorre o seu poder diretivo de comando de dire o e de empregado o seu elemento mais significativo a subordina o e neste contexto que o tema deste t pico ser desenvolvido Regulamento definido como sendo o conjunto de normas regras e disposi es destinadas a regular condutas e estabelecer procedimentos Regulamento interno de empresa portanto representa o conjunto de normas e regras destinadas a definir as condutas e os procedimentos a serem observadas por seus empregados Est em princ p
65. a ele s podem ser confiados os implementos mais grosseiros ele capaz apenas dos mais brutos trabalhos O mesmo autor na citada obra mas agora trazendo escritos de Eugene Genovese em The Political Esconomy of Slavery escreve Ao trabalho escravo faltava aquele grau e tipo de versatilidade que teria permitido uma diversifica o geral na agricultura Escravos podiam trabalhar e de fato trabalhavam numa variedade de ocupa es sob circunst ncias n o facilmente criadas dentro da economia como um todo A divis o do trabalho nas plantations e na sociedade procedia lentamente e sobre grandes desvantagens O n vel de tecnologia especialmente nas plantations se manteve baixo pela qualidade e tamanho da for a de trabalho Mulas e bois por exemplo substitu ram o cavalo mais r pido principalmente porque aqueles podiam aguentar mais facilmente o tratamento duro e talvez vingativo Trabalhadores negros haviam sido disciplinados a sustentar trabalho agr cola antes de serem transportados s Am ricas Sua baixa produtividade proveio das condi es humanas e tecnol gicas sob as quais eles trabalhavam e estas surgiram do sistema escravo neste cen rio que ocorre a liberta o dos escravos em 01 de maio de 1 888 e tem in cio no sistema econ mico brasileiro o trabalho livre mediante uma remunera o Obra citada p g 19 Obra citada p g 21 31 O que este autor sente se em condi es de concluir
66. abalhador no processo produtivo das empresas abrindo lhe espa o para que possa ser ouvido obter informa es apresentar sugest es fazer queixas e participar dos resultados e nos lucros que ajudou a construir 152 neste cen rio que a co gest o ou co dire o como preferem alguns autores apresenta se com uma forma de democratiza o e humaniza o das rela es de trabalho A Alemanha destro ada pela participa o em duas grandes guerras mundiais reuniu em ambas as oportunidades condi es de aproxima o entre os diferentes agentes sociais Assim que em 1 919 mais precisamente em 11 de agosto do referido ano foi promulgada a Constitui o de Weimar constru da a partir de diferentes correntes do pensamento pol tico e econ mico daquele pa s Esse texto constitucional estatuiu duas representa es puramente oper rias A primeira escalonada na linha piramidal da estrutura organizacional e uma outra de car ter misto inserida no plano superior das empresas formando os denominados conselhos econ micos Segundo Elson Gottschalk em sua obra A Participa o do Empregado na Gest o da Empresa o Art 165 da Constitui o de Weimar era considerado como uma norma pragm tica sobre a co decis o e co gest o dos trabalhadores nas empresas no mbito de uma nova estrutura social e econ mica p g 25 O certo que a Constitui o de Weimar foi um marco hist rico que exerceu profunda influ ncia na
67. ado cada vez melhor informado competitivo exigente e mutante A parte 2 desta disserta o tratar dessa mat ria com mais detalhes Outra inova o que interessa diretamente para esta disserta o diz respeito ao inciso XI do artigo 7 da Constitui o de 1 988 Trata da participa o nos lucros das empresas e introduziu duas novidades da maior import ncia quais sejam a Estendeu a participa o para os lucros ou resultados 80 b Desvinculou os valores pagos da remunera o Ficou mantida a necessidade de uma legisla o espec fica para a sua implementa o Examinemos o seu texto Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social XI participa o nos lucros ou resultados desvinculada da remunera o e excepcionalmente participa o na gest o da empresa conforme definido em lei 3 O avan o foi mais do que significativo Pode se dizer que atingiu os limites de uma revolu o como se procurar detalhar na ltima parte desta disserta o O ltimo avan o que merece destaque ficou por conta do artigo 11 Trata do embri o da introdu o da pr tica da representa o do trabalhador na empresa que recebeu a seguinte reda o Art 11 Nas empresas com mais de duzentos empregados assegurado a elei o de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover lhes o entendimento direito com os empregadores
68. ado em Direito USP 1 999 MAGNO Oct vio Bueno Conven o Coletiva de Trabalho LTr Editora S o Paulo 1 972 MANUS Pedro Paulo Negocia o Coletiva e Contrato Individual de Trabalho Editora Atlas S o Paulo 2 001 223 MELO Raimundo Sim o de Diss dio Coletivo de Trabalho LTr Editora S o Paulo 2 002 MOREIRA Luis Gerson A Participa o dos Trabalhadores na Empresa Disserta o de Mestrado em Direito PUCUSP 2 004 MUNARETTI Sidnei Roberto Ladessa A F brica Globalizada e os Fundamentos do Direito Coletivo do Trabalho Disserta o de Mestrado em Direito PUCUSP 2 004 NOGUEIRA Octaviano A Constitui o Brasileira de 1 824 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 PINTO Jos Augusto Rodrigues Tratado de Direito Material do Trabalho LTr Editora S o Paulo 2 007 POLETTI Ronaldo A Constitui o Brasileira de 1 934 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 PORTO Walter Costa A Constitui o Brasileira de 1 937 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 224 PORTO Walter Costa Organizador Emendas Constitucionais de 1 969 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 ROMITA Arion Say o O Fascismo no Direito do Trabalho Brasileiro Influ ncia da Carta del Lavoro na legisla o trabalhista brasileira LTr
69. ado na Bethlehem Stell Companhy em 1 901 onde reduziu o quadro de trabalhadores de 540 para 140 e ao mesmo tempo dobrou a produ o considerado o pai da administra o cient fica e suas id ias foram publicadas pela primeira vez em 1 911 sob o t tulo Scientific Management pela Nova lorque Harper Obra Citada p g 40 87 O exemplo mais conhecido da aplica o das teorias tayloristas deu se na Ford Motor Company ou como ficou conhecido no Fordismo Seu fundador e propriet rio Henry Ford procedeu divis o extremada de tarefas e as arranjou numa esteira com movimenta o cont nua Estava criada a linha de montagem automatizada muit ssima utilizada at os dias de hoje Todo o procedimento era rigidamente fiscalizado e controlado a partir de uma estrutura hierarquizada comandada a partir do topo pelo pr prio Henry Ford Os avan os na produtividade foram fant sticos O tempo de montagem de seu modelo T baixou de 12 30 horas para 98 minutos Um progresso inimagin vel para a poca O pre o do carro barateou ao longo do tempo a ponto de em 1 927 mais da metade dos ve culos vendidos nos Estados Unidos sa rem da Ford Motor Company Ao realizar a divis o das tarefas Ford conseguiu al m de aumentar enormemente a produtividade dos oper rios reduzir a depend ncia dos oper rios especializados geralmente mais reivindicativos e organizados Com isso tornou o treinamento e substitui o dos oper rios u
70. afronte a unidade de comando de seus superiores devem ser eliminados pois representam uma forma de poder n o contido na estrutura organizacional Constituem um poder paralelo S o uma forma de contrapoder mecanismo raramente tolerado nas estruturas organizacionais piramidais 122 A presen a de mecanismos de di logo de ouvidoria de solu o de problemas comuns da exist ncia de f runs de debate uma amea a a essa estrutura pois significa em primeiro lugar desarranjo organizacional perda de poder e transfer ncia de autoridade para esses mecanismos Se nos mecanismos citados existirem espa os para representantes do substrato da base da pir mide o risco ao arranjo organizacional e a perda de poder ser ainda maior Nesse cen rio o exerc cio da concilia o e da solu o de problemas de relacionamento entre os departamentos as pessoas e em especial com daqueles que n o tem poder e est o na base da pir mide uma atividade de risco que deve ser evitada As possibilidades de desgaste e de cr tica s o muito elevadas A ciumeira a inveja a contrariedade e o desgosto s o ingredientes que decorrem dessa estrutura de poder Em casos de conflito o recomend vel e que ele seja resolvido fora da empresa Que aquele empregado desgostoso e que suportou calado situa es que lhe causaram aborrecimentos discuta uma solu o longe do ambiente organizacional Se o caso desembocar na Justi a do Trabalho caber a ela e n o a
71. ai seu poder do texto legal contido no artigo 2 da Consolida o das Leis do Trabalho que vem se mantendo inalterado desde sua edi o de 1 943 e nessa condi o pode decidir qual a forma de organiza o dire o e controle que ir adotar em seu neg cio Ari Possidonio Beltran citando Orlando Gomes e Elson Gottschalk faz uma s ntese que corrobora com o pensamento exposto por Jos Augusto Rodrigues Pinto ao sintetizar os crit rios utilizados para qualificar a subordina o do trabalhador como a subordina o jur dica ou depend ncia hier rquica b depend ncia econ mica condi o de algu m que para poder subsistir est dependendo exclusivamente ou predominantemente da remunera o que lhe d a pessoa par quem trabalha c depend ncia t cnica o trabalhador estaria sob estado de depend ncia t cnica que o coloca sob as ordens do empregador d depend ncia social trata se da justaposi o dos crit rios de subordina o jur dica e de depend ncia econ mica ou seja o contrato de 8 Ari Possidonio Beltran Dilemas do Trabalho e do Emprego na Atualidade p g 95 115 trabalho caracterizar se ia pela cria o de um estado de subordina o para o empregado ao mesmo tempo econ mica e jur dica normalmente apenas econ mica ou apenas jur dica excepcionalmente Ao empregado resta muito pouco ou quase que nenhum espa o jur dico a ocupar nessa rela o ou nesse contrato Nos dizeres de Ari Possi
72. alterou o artigo 2 do texto anterior que passou a vigorar com a seguinte reda o como uma forma de contemplar a participa o das entidades sindicais 170 Art 22 A participa o nos lucros ou resultados ser objeto de negocia o entre a empresa e seus empregados mediante comiss o por estes escolhida integrada ainda por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria Finalmente atrav s da Medida Provis ria 1 698 47 editada em 30 de julho de 1 998 o artigo 2 veio a incluir a pen ltima altera o no texto que deu origem Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 que incorporou de forma definitiva a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas no ordenamento jur dico trabalhista brasileiro com a seguinte reda o Art 22 A participa o nos lucros ou resultados ser objeto de negocia o entre a empresa e seus empregados mediante um dos procedimentos a seguir descrito escolhidos pelas partes de comum acordo comiss o escolhida pelas partes integrada tamb m por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria dentre os empregados da sede da empresa II conven o ou acordo coletivo A terceira e ltima novidade ficou por conta da amplia o da garantia jur dica aplic vel s verbas decorrentes dos programas de participa o em lucros ou resultados Al m da n o incid ncia de qualquer encargo trabalhista ou previd
73. antes dos Empregados com atribui o de serem respons veis pela coordena o do relacionamento entre a Empresa e seus Gerson Luis Moreira A Participa o dos Trabalhadores na Empresa Disserta o de Mestrado em Direito PUCSP 2004 p gs 110 a 137 132 Empregados bem como nos assuntos relacionados com a Comiss o Interna de Preven o de Acidentes 68 Os representantes eleitos s o liberados do trabalho que exerciam anteriormente com garantia da remunera o e dos benef cios que possu am devendo exercer a representa o nas depend ncias da empresa O acordo coletivo estabelece a garantia do emprego dos eleitos desde a candidatura durante todo o mandato e at um ano ap s seu encerramento assim como impedem sua transfer ncia saldo expresso consentimento ou pedido do represente caso em que perder o mandato eletivo Os representantes dos trabalhadores possuem diversas atribui es representativas das quais destacam se as mais significativas Receber diretamente dos empregados lotados em sua rea eleitoral eventuais reclama es e reivindica es individuais ou da rea desde que relacionadas com o trabalho e desde que o empregado tenha tentado obter o entendimento direito com o superior hier rquico Il Fomecer empresa e a seus representados por iniciativa pr pria ou mediante solicita o informa es relacionadas sua rea ou de interesse comum das partes signat rias do prese
74. as as informa es necess rias ao exerc cio de sua atividade b exercer o controle de gest o nas empresas c intervir na reorganiza o das unidades produtivas d participar na elabora o da legisla o do trabalho e dos planos econ mico sociais que contemplem o respectivo setor e gerir ou participar na gest o das obras sociais da empresa f promover a elei o de representantes dos trabalhadores nos rg os sociais das empresas pertencentes ao Estado ou a outras entidades p blicas nos termos da lei Jos Francisco Siqueira Neto LTr Editora p g 253 76 Na Espanha a lei exige a exist ncia do Comit de Empresa entendido como o rg o representativo e colegiado do conjunto dos trabalhadores na empresa ou centro de trabalho destinado defesa de seus interesses constituindo se em cada centro de trabalho cujo censo seja de 50 ou mais trabalhadores art 63 1 Os poderes e prerrogativas do Comit de Empresa de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores da Espanha conhecido como ET s o os seguintes 1 1 Receber informa es que lhe ser facilitada trimestralmente ao menos sobre a evolu o geral do setor econ mico a eu pertence a empresa sobre a situa o da produ o e das vendas da empresa sobre o seu programa de produ o e a evolu o prov vel do emprego na empresa 1 2 Conhecer o balan o a conta de resultados a mem ria e no caso de a empresa investir se da forma de sociedade por
75. as partes poderiam encaminhar a solu o a mediadores ou rbitros artigo 4 Procedendo a leitura do seis artigos que compuseram a medida provis ria origin ria verifica se que n o existe al m da men o do tema nenhuma disposi o voltada especificamente a regular a integra o entre o empregado e seu empregador 168 2 Evolu o da Legisla o A Medida Provis ria 794 foi reeditada por mais de 60 meses at transformar se na Lei 101 101 de 19 de dezembro de 2 000 mas a partir de sua primeira reedi o em 27 de janeiro de 1 995 incorporou tr s mudan as significativas Duas delas com objetivos voltados aos sindicatos Na edi o original o PLR deveria ser objeto de negocia o coletiva e por consequ ncia envolvia o sindicato no processo Na Medida Provis ria 860 o texto foi alterado e remeteu a uma comiss o de empregados a responsabilidade de gerar as regras dos programas de participa o nos lucros ou resultados de suas empresas definindo que toda empresa dever convencionar com seus empregados por meio de uma comiss o por eles escolhida a forma de participa o daqueles em seus lucros ou resultados Art 2 Foi al m ao acrescentar o par grafo 2 no mesmo artigo com a seguinte reda o 2 O instrumento de acordo celebrado ser arquivado na entidade sindical dos trabalhadores O afastamento do sindicato das negocia es envolvendo a participa o dos trabalhadores nos lucro
76. at transformar se na Lei 10 101 em 19 de dezembro de 2 000 regulamentando a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas como um instrumento de integra o entre capital e trabalho e como um incentivo produtividade Pela leitura deste cap tulo poss vel afirmar se que a participa o dos trabalhadores nos lucros das empresas aparece pela primeira vez na Constitui o de 1 946 mas que somente foi regulamentada em 1 994 incorporando uma novidade da maior import ncia o resultado Quis o legislador incorporar ao editar a Lei 10 101 contemplar vari veis de natureza jur dica econ mica de organiza o de empresa e de gest o de pessoas sob uma inspira o maior qual seja o incentivo produtividade Trata se de um texto multidisciplinar que carrega em sua g nese elementos de elevado potencial democr tico e incentivo moderniza o das rela es de trabalho em nosso pa s 45 Obra citada p gs 71 e 72 83 PARTE 2 A EVOLU O DO PROCESSO PRODUTIVO CAP TULO OS MODELOS ORGANIZACIONAIS E DE GEST O DE PESSOAS 1 A Administra o Cl ssica ou Cient fica e a Divis o de Tarefas Os primeiros estudos sobre arranjos envolvendo m quinas equipamentos instala es e pessoas surgiram a partir da revolu o industrial nascida na Gr Bretanha em meados do s culo XVIII Muitas inven es contribu ram para esse fen meno mas o surgimento do motor a vapor aperfei
77. b m mandat rio a presen a de mecanismos ou instrumentos de representa o dos trabalhadores O terceiro elemento fica por conta das regras que disciplinam a atua o dos representantes dos trabalhadores O acesso s informa es e a possibilidade de conhecer participar e opinar sobre os objetivos metas e resultados bem como ser um dos part cipes do processo decis rio das empresas sem que isso represente um entrave ao processo de sua gest o ou um desafio disciplina e hierarquia interna contribuir decisivamente para o surgimento de uma outra forma de relacionamento entre empregado e empregador onde a rela o de domina o ceder lugar para uma de partilhamento O amplo espa o da subordina o se encolher para os limites contidos em equipes grupos de trabalho ou formas de decis o negociadas 157 z A mudan a mais marcante registrada na forma do exerc cio do poder dos gerentes chefes e supervisores O poder hier rquico extra do da estrutura formal da empresa ser transformado no poder de convencimento de persuas o de envolvimento e de venda de id ias A autoridade formal perde import ncia e entra a do conhecimento e da habilidade em gerir pessoas O poder hier rquico cede lugar para a autoridade moral Afasta se o chefe e entra o professor fazendo com que a rela o de subordina o torne se muito mais pessoal e humanizada A co gest o desde a d cada de 50 faz parte do instrumental legal
78. brasileiras exerceram sobre os governantes brasileiros da poca Obra citada p g 35 2 Obra citada p gs 27 e 35 50 Para encerrar o tema reproduz se o texto original em italiano que inspirou a reda o do Art 138 da Constitui o Federal de 1 937 e que regulou as atividades associativas e sindicais no Brasil como j destacado no t pico anterior L organizzicone sindicale o profressional libera Ma solo il sindicato legalmente reconosciuto e sottoposto al controllo dello Stato h il diritto di reppresentare tutta la categoria di datori di lavoro o di lavorati per cui contituito di tuelarne di fronto allo Stato e elle altro associazione professionali gli interessi di estipulare contratti collettivi di lavoro obbigatori per tutti gli appartenenti alla categoria di impore loro contributi e di esercitare rispetto ad esse funcioni delegate di interesse pubblico A tradu o quase que literal Tal qual na It lia fascista os rg os de representa o dos trabalhadores brasileiros tinham sua exist ncia pol tica e econ mica dependente do Estado mat ria que ser mais detidamente estudada no pr ximo t pico 4 O Atrelamento dos Sindicatos ao Estado Este foi seguramente um dos aspectos mais significativos contidos no texto constitucional de 1 937 quanto ao da Magna Carta de 1 934 O texto revogado significava a op o antecipada pela liberdade sindical que deu origem a Conven o 87 da O
79. c grafo Perde 100 0 do Resultado do subfator Uma ou mais ocorr ncias de excesso de velocidade Toler ncia zero Manuten o de ocorr ncia de excesso de Avalia o do Motorista velocidade SUBFATOR DEFINI O Reclama es de Clientes ou de Colegas RELACIONAMENTO PESSOAL Coopera o e Postura Pessoal APRESENTA O PESSOAL Uso de Uniformes de Crach Cabelo e Barba aparados DOCUMENTA O DE VIAGEM Preenchimento e entrega dos documentos exigidos dentro dos prazos fixados Em n o concordando com o resultado de alguma avalia o o Motorista poder apresentar recurso junto Comiss o de Resultados que dever decidir a quest o em car ter irrecorr vel conforme disposi es contidas em Regras B sicas do Programa No instrumento normativo negociado com o sindicato profissional foi inserida uma previs o contemplando uma Comiss o de Resultado formada por 5 membros e atuando segundo regras definidas 187 CL USULA TERCEIRA DA COMISS O DE AVALIA O A Comiss o de Avalia o composta por 5 cinco membros de diferentes reas conforme indicado no item 1 das Regras B sicas do Programa ser disciplinada pelas seguintes regras 1 Todos os membros da Comiss o de Avalia o receber o treinamento destinado a dotados de conhecimento e habilidade para o cumprimento da tarefa decorrente desta cl usula 2 Haver um Respons vel T cnico do programa que somente exercer o direito a vo
80. c pio de Cruzeiro tamb m no interior do estado de S o Paulo Contudo o processo estava em andamento o que prejudica sua cita o Alongar se neste cap tulo n o est nos objetivos desta disserta o O que se pretendeu foi apresentar o caminhar dos diversos modelos de organiza o de empresas e em especial de gest o de seus trabalhadores a fim de estabelecer refer ncias que permitam um cotejamento com as organiza es empresarias brasileiras em face de nosso sistema jur dico trabalhistas tendo como produto final as possibilidades inovadoras e democratizantes do Programa de Participa o em Lucros ou Resultados contidas na Lei 10 101 A administra o participativa causa uma verdadeira revolu o em termos de organiza o divis o de trabalho perfil dos trabalhadores e distribui o de poder por toda a empresa e como toda revolu o faz suas v timas entre seus componentes Com a atribui o de poderes para as equipes de trabalho e as pessoas que as comp em os ocupantes dos cargos de supervis o chefia ou ger ncia sofrem uma enorme perda de import ncia em seu papel controlador A presen a do chefe ou gerente distribuidor de tarefas e controlador de resultados tornada dispens vel e muitas vezes indesej vel As atribui es e responsabilidades dos ocupantes destes 110 cargos s o esvaziadas e distribu das pelas equipes e seus componentes N veis hier rquicos inteiros s o eliminados Os superv
81. cidiam o que como quando quanto e onde fazer e o outro reservado aos que teriam compulsoriamente que executar as decis es Este foi at o pretenso ato de bondade assinado pela Princesa Isabel em 01 de maio de 1 888 o mundo dos escravos brasileiros 26 3 O Monop lio do Poder dos Propriet rios dos Meios de Produ o O senhor de engenho o fazendeiro o propriet rio do estabelecimento ou da ind stria concentrava em torno de si tudo que dizia respeito a controle e comando dos meios de produ o Cabia exclusivamente a ele decidir o que fazer como quando onde e em que quantidade Ao escravo em sua condi o de mercadoria e de pessoa coisa estava reservada a tarefa de executar o comando e as ordens de seus senhores propriet rios N o havia qualquer rela o de troca ou de barganha entre as partes O propriet rio em sua prerrogativa de possuidor das terras das instala es dos equipamentos e da m o de obra gozava da prote o legal de dispor como melhor lhe aprouvesse de seus bens entre eles seus escravos Vigia nessa poca o direito pleno de propriedade Art 179 inciso XXII da Constitui o de 1 824 e o escravo pertencia em toda sua ess ncia ao seu senhor atrav s de uma rela o de domina o servid o Na Constitui o de 1 824 a primeira de nossa hist ria pol tica n o existe uma s linha que trate da quest o escravo e senhor ou de rela es de trabalho que inclua a figura do escrav
82. corre de disposi o constitucional que autoriza at mesmo a redu o salarial desde que feita por acordo ou conven o coletiva Tal previs o est contida no art 7 inciso VI da Magna Carta com o seguinte texto Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social VI irredutibilidade do sal rio salvo o disposto em conven o ou acordo coletivo No mesmo artigo o inciso XXVI determina o reconhecimento das conven es e acordos coletivos de trabalho dispositivo constitucional presente nas ltimas Constitui es do Estado brasileiro 145 N o se pode olvidar da natureza jur dica temporal e contratual dos acordos e conven es coletivas conforme previs o do art 614 3 da Consolida o das Leis do Trabalho CLT que estabelece que n o ser permitido estipular dura o de Conven o ou Acordo superior a 2 dois anos Renato Rua de Almeida fornece um resumo do que acontece com esse instrumento de moderniza o e democratiza o das rela es de trabalho no Brasil Assim diante da inexist ncia na pr tica de um instrumento de negocia o coletiva mais flex vel que seria o acordo coletivo de trabalho as empresas deixam de utilizar o regulamento de empresa por ser um instrumento r gido para fixar novas condi es e vantagens aos seus trabalhadores na medida em que as incorporam definitivamente nos contra
83. cravos e dos futuros imigrantes n o haviam passado pela escola do trabalho A plena proletariza o do elemento nacional dependeria no Brasil da elimina o do acesso aos meios de subsist ncia e do surgimento de setores sem tradi o escrava 4 Esse entendimento sobre a qualidade do trabalho prestado pelo escravo negro n o foi cria o brasileira Os fazendeiros e industriais norte americanos embora n o de forma un ssona tinham o mesmo entendimento Douglas C Libby em sua obra Trabalho Escravo e Capital Estrangeiro no Brasil citando Cairnes J E extra do do livro The Slave Power escreve OS defeitos econ micos do trabalho escravo s o muito s rios Eles podem ser resumidos nos tr s t picos o trabalho escravo dado relutantemente n o especializado falta lhe versatilidade dado relutantemente e consequentemente o trabalho do escravo garantido somente enquanto vigiado No momento em que a vigil ncia do senhor relaxada o escravo afrouxa seu esfor o Segundo o trabalho escravo n o especializado e isto n o somente porque o escravo sem interesse no seu trabalho n o se sente induzido a exercer suas mais altas faculdades mas porque pela ignor ncia qual necessariamente condenado ele incapaz para tanto Ele n o pode ser for ado a Alexandre de Freitas Barbosa Tese de Doutorado Instituto de Economia Unicamp 2 008 p g 100 30 cooperar com a maquinaria
84. creto Lei n 5 452 trazendo para o mundo jur dico brasileiro a Consolida o das Leis do Trabalho a CLT Os sindicatos profissionais estavam devidamente peados dependentes e financiados atrav s do Estado brasileiro As greves eram proibidas Os conflitos trabalhistas eram resolvidos pelo Estado A Justi a do Trabalho detinha o poder de gerar normas O Parlamento Nacional estava fechado Os partidos pol ticos extintos O mandato do governante n o tinha previs o para encerramento e Get lio Vargas 58 enfeixava em sua m o uma enorme massa de poder Foi nesse cen rio que Get lio Vargas assinou o Decreto Lei que instituiu a Consolida o das Leis do Trabalho no Brasil natural que seu texto refletisse o cen rio pol tico e econ mico desse momento hist rico Para o foco desta disserta o ser o destacados uns poucos artigos do Decreto Lei que criou a CLT especialmente aqueles que determinam o seu car ter de domina o do empregado pelo empregador O primeiro deles cuida do conceito ou defini o de empregador Trata se do art 2 que recebeu a seguinte reda o Art 2 Considera se empregador a empresa individual ou coletiva que assumindo os riscos da atividade econ mica admite assalaria e dirige a presta o pessoal de servi os 26 Do texto destacam se os voc bulos admite assalaria e dirige vale dizer o empregador tem a prerrogativa de admitir escolher decidir quem vai trabalhar com ele
85. curso a nica forma de interromper tal condi o 28 Os propriet rios dispunham do poder de vida e de morte de seus escravos Todo o poder estava concentrado em suas m os Nenhum espa o restava aos escravos O senhor detinha poder soberano sobre seus bens e com essa garantia constitucional podia comprar vender doar leiloar emprestar alugar castigar descartar usar e matar quaisquer de seus escravos sem nenhum impedimento ou sans o legal Essas regras vigeram durante os mais de 350 anos que perdurou o regime de trabalho compuls rio e o monop lio do poder nas m os dos propriet rios de escravos e legalmente terminaram com a edi o da Lei urea de 13 de maio de 1 888 4 O Despreparo Profissional da M o de Obra Escrava A preocupa o com a instru o e o preparo da m o de obra escrava para o aprendizado de tarefas praticamente inexistia pois havia a cren a disseminada entre os propriet rios de que os negros eram incapazes indolentes e pregui osos Alexandre de Freitas Barbosa em sua tese de doutorado defendida no Instituto de Economia a Unicamp destaca Ora a m o de obra livre nacional apesar de abundante n o havia sido expropriada material e culturalmente Al m disso havia a cren a por parte dos fazendeiros certamente infundada embora componente essencial de sua ideologia de que o elemento nacional era essencialmente vadio e 29 pregui oso Fato que diferentemente dos es
86. da Vejamos as principais disposi es Art 8 livre a associa o profissional ou sindical observado o seguinte a lei n o poder exigir autoriza o do Estado para a funda o de sindicato ressalvado o registro no rg o competente vedadas ao poder p blico a interfer ncia e interven o na organiza o sindical Il vedada a cria o de mais de uma organiza o sindical em qualquer grau representativa de categoria profissional ou econ mica na mesma base territorial que ser definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados n o podendo ser inferior rea de um Munic pio Ill ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria inclusive em quest es judiciais ou administrativas 37 Constitui o de 1 988 Edi o Senado Federal p g 73 74 IV a assembl ia geral fixar a contribui o que em se tratando de categoria profissional ser descontada em folha para custeio do sistema confederativo da representa o sindical respectiva independentemente da contribui o prevista em lei 38 Tr s altera es chamam a aten o e est o na ess ncia do tema desta disserta o e dizem respeito ao direito de informa o a mudan a estrutural no artigo que trata da participa o nos lucros ou resultados e a abertura para a introdu o da representa o dos trabalhadores nas empresas O direito de informa o est inserido no Art 5
87. da garantia de emprego e contra despedida arbitr ria de amplo acesso informa o t m poderes para divulgar informa es relativas seguran a e medicina do trabalho participam de reuni es com t cnicos da empresa podem requisitar informa es e inclusive a paralisa o de m quinas consideradas inseguras para a seguran a e a sa de do trabalhador Esses rg os constituem uma limita o do poder de dire o da empresa que obrigada a manter ao lado de seu servi o de seguran a e medicina do trabalho um 129 grupo de representantes eleitos pelos trabalhadores com direito a informa o participa o e interfer ncia em assuntos de compet ncia da CIPA Nesse sentido a CIPA representa um mecanismo de contrapoder no seio das empresas brasileiras A atua o dos cipeiros est adstrita a mat rias que digam respeito seguran a e medicina do trabalho mas essa limita o ultrapassada com frequ ncia especialmente nas bases territoriais onde existem sindicatos de empregados atuantes que faz da CIPA a porta de entrada para o interior da empresa e a central de informa es e reclama es de seus trabalhadores Muitos dos atuais dirigentes sindicais s o oriundos da CIPA que costuma tamb m ser a fonte maior de recrutamento de membros das comiss es de f brica N o incomum o cipeiro acumular a fun o de participante na comiss o de f brica das empresas onde essa forma de representa o do trabal
88. de expedir decretos leis sobre todas as mat rias de compet ncia legislativa da 211 Uni o art 180 com o Pa s em estado de emerg ncia art 186 com a censura pr via da imprensa do teatro da radiodifus o e do cinemat grafia art 15 a No campo do trabalho criou se a unicidade sindical a categoria profissional o imposto sindical e estabeleceu se a autoriza o federal para a cria o de sindicatos Surgiu a justi a do trabalho desatrelada do poder judici rio e proibiu se as greves e o lockouts liquidando com a id ia de sindicato plural e livre Nesse cen rio pol tico e econ mico em 1 943 Get lio Vargas atrav s do instrumento legal dispon vel ao poder executivo edita o Decreto Lei 5 452 e em 1 de Maio apresenta ao mundo jur dico brasileiro a Consolida o das Leis do Trabalho a CLT Instrumento legal atrav s do qual o ditador brasileiro buscou harmonizar seus interesses de perman ncia no poder com os da nascente e poderosa elite industrial herdeira dos ideais de domina o de seus antepassados agr colas S o indel veis os tra os autorit rios das disposi es contidas na Consolida o da Leis do Trabalho CLT A rela o de domina o entre empregador empregado ficaram expressas Os sindicatos foram atrelados ao Estado As greves foram proibidas Os conflitos trabalhistas seriam resolvidos por autoridade federal longe do ambiente de trabalho Na aus ncia de previs o legal
89. desonera o da folha de pagamento das mais significativas Assim que deixam de ter exigibilidades para o empregado e empregador os tributos encargos e reflexos decorrentes do v nculo empregat cio tais como a contribui o ao INSS terceiros seguro de acidente do trabalho 28 8 FGTS 8 0 f rias anuais e seu adicional de 1 3 12 1 13 sal rio 9 1 e os reflexos que os valores pagos poderiam incidir sobre as verbas remunerat rias horas extras adicionais noturno de insalubridade ou periculosidade f rias 13 sal rio entre outros O incentivo ou a desonera o na pior das hip teses ultrapassa 50 0 Sem d vida um percentual dos mais consider veis A desonera o estabelecida no Art 3 em comento vem acompanhada de uma armadura jur dica que estabelece sua natureza temporal e negocial ao afastar a 175 aplica o do princ pio da habitualidade o que vale dizer que os programas de participa o em lucros ou resultados podem ser finitos no tempo uma vez que n o s o agasalhos pelo citado princ pio Apresentam se ainda como flex veis Suas regras metas objetivos e ndices s o negoci veis e com vig ncia a tempo certo podendo ao final sofrerem altera es inclus es mudan as ou at mesmo a extin o desde que n o seja poss vel negociar sua renova o ou as condi es econ micas e financeiras da empresa n o suportem pagamentos a esse t tulo O mesmo artigo 3 a
90. dirigente da poca As reivindica es dos novos trabalhadores foram recebidas com espanto as organiza es profissionais com 210 temor e as greves como um c ncer que precisaria ser extirpado em toda sua plenitude As paraliza es foram consideradas como nocivas paz social incompat veis com o sistema produtivo nacional e criminalizadas Muitos trabalhadores estrangeiros principalmente dirigentes sindicais foram deportados em nome da tranquilidade do sistema produtivo nacional A Constitui o Imperial de 1 824 e a Republicana de 1 891 n o contemplaram nenhuma disposi o sobre rela es de trabalho A propriedade era um direito inatac vel Somente em 1 934 que surgem as primeiras previs es constitucionais sobre o trabalho e organiza o sindical no Brasil inseridos num texto que foi o motivo principal de uma revolu o a de 1 932 Este texto constitucional previu a pluralidade sindical e a completa autonomia dos sindicatos art 120 par grafo nico disposi o que atemorizou a elite dominante da poca como ficou evidenciado no texto da Constitui o Polaca de 1 937 Em 1 937 quarenta meses ap s a promulga o da Constitui o de 1 934 uma nova Carta Constitucional outorgada na o pelo ent o governante Get lio Vargas e assim permaneceu at 1 946 ano em que o Brasil conheceu um novo texto constitucional Get lio Vargas governou a na o com o congresso nacional fechado com o poder
91. ditatorial O modelo organizacional poss vel de ser desenhado a partir da CLT aponta diretamente para a Escola Cl ssica de Frederick Taylor e seu modelo piramidal de gest o a partir de uma autoridade central N o h espa o para a representa o ao trabalhador e todo o poder est enfeixado nas m os do empregador que tudo pode e decide mantendo uma rela o de domina o herdada dos tempos escravagistas Enquanto os pesquisadores e os estudiosos dos modelos organizacionais e de gest o de pessoas caminharam no tempo a legisla o ordin ria brasileira permaneceu inerte e surda diante dessa realidade cada vez mais presente na vida das empresas As iniciativas legislativas terminam na Portaria 3 214 mas esta limita se a assuntos de seguran a e medicina do trabalho Os demais mecanismos dependem de negocia o coletiva e esbarram em aspectos de elevado vi s pol tico A Lei 10 101 um farol nesse deserto legislativo ao incorporar os fundamentos da Administra o por Objetivos de Drucker e da Administra o Participativa de Deming 208 ao mesmo tempo em que abre um amplo e quase que irrestrito espa o para que sob os ausp cios e prote o do ordenamento jur dico brasileiro as empresas tragam para seu interior rela es de integra o democratiza o e humaniza o com seus trabalhadores Chega a ser surpreendente que em termos de s culo XXI com o not vel avan o dos meios de comunica o com a consolid
92. do das m quinas instala es e mat rias primas A Escola Cl ssica foi precedida pela cria o de Elton Mayo que em 1 927 introduziu inova es que derrubaram postulados do modelo de Taylor Estava criada a Escola de Rela es Humanas onde as principais mudan as decorreram de aspectos comportamentais e psicol gicos dos trabalhadores Apurou Mayo que o n vel de produ o tem estr ia rela o com normas sociais que as recompensas econ micas esbarravam nas barreiras dos benef cios n o econ micos que as lideran as informais desempenhavam um papel relevante perante o trabalhador e que a dimens o humana do trabalhador n o poderia ser desconsiderada Conclui Mayo que o trabalhador precisava ser considerado em apartado dos demais fatores de produ o e como tal tinha que seus anseios desejos caracter sticas pessoais objetivos cren as opini es etc desempenham papel importante em sua conduta como indiv duo e como participante de um grupo Taichi Ohono no Jap o em 1 945 procedeu a avan os significativos ao derrubar diversos postulados dos modelos organizacionais vigentes ao criar o trabalhador multifuncional e com poderes de decis o sobre suas tarefas transferir o controle de qualidade para o executante introduzir o trabalho em equipe e com conhecimento 197 dos procedimentos e a retirar das salas e gabinetes os diretores gerentes e chefes Estava criado o modelo que ficou conhecido como Toyotismo
93. donio Beltran A atividade do empregado consistiria em se deixar guiar e dirigir de modo que suas energias convoladas no contrato quase sempre indeterminantemente sejam conduzidas caso a caso segundo os fins desejados pelo empregador Tanto o poder de comando como ao de dire o do empregador corresponde o dever espec fico do empregado de obedecer O modelo de participa o do empregado no desempenho de suas tarefas estar sempre dependente do poder de dire o e da vontade de seu empregador ou de seus prepostos N o cabe ao trabalhador mas sim ao seu empregador decidir o que como quanto de que forma com que ferramentas em que local com que condi es onde etc ele empregado executar as ordens emanadas da estrutura de comando da empresa ou nos escrito de Ari Possidonio Beltran A estrutura hier rquica da empresa depende em sua integridade da autoridade do chefe exercida por meio de seus poderes de mando entre eles o de dire o A partir da sob a dire o do chefe est o suas respectivas esferas de compet ncia os distintos postos de trabalho dentro de uma estrutura hier rquica Obra citada p gs 98 e 99 8 Obra citada p g 99 81 Obra citada p gs 99 e 100 116 O objetivo deste cap tulo expor os fundamentos jur dicos e demonstrar a separa o que existe entre empregador e empregado especialmente o car ter de domina o do primeiro e de sujei o do segundo em face da
94. dram tica uma vez que o gerente fiscalizador e controlador uma figura indesej vel e incompat vel com o modelo participativo O gerente participativo transforma se num orientador num professor e comumente denominado de facilitador Sua autoridade decorre de seu conhecimento e capacidade de influenciar e incentivar sua equipe Seu crescimento profissional e promo o depender o de sua capacidade de gerar seguidores e de fazer sucessores A administra o participativa libera a energia humana armazenada nas pessoas e cria condi es para que ela seja utilizada para a gera o de produtos e servi os cada vez melhores com mais qualidade e acima de tudo gera um ambiente muito mais democr tico Os frutos os produtos e os resultados do vierem a ser produzidos ser o previamente negociados e conhecido de todos N o se tenha a ilus o de que trabalhar em ambiente participativo algo tranquilo calmo e sereno Ao contr rio um modelo que exige muito de seus participantes em termos de intera o troca permanente mudan a constante adapta es a todo o tempo desafios a toda hora verifica es permanentes disciplina 106 comprometimento entre outros O ambiente no entanto ser o que for criado decidido e mantido pelo conjunto dos trabalhadores A empresa torna se mais humana mais comunit ria como nas palavras de Fernando Freitas em sua obra Parceiros na Vit ria Administra o Participativa no
95. e 1 891 atribui ao Congresso Nacional a compet ncia para legislar sobre mat ria trabalhista mas somente a partir de 1 930 que essa quest o passou a ser efetivamente enfrentada 15 O Brasil vivia um estado de exce o nascido de duas revolu es a de 1 930 e 1 932 sob o comando de Get lio Vargas que precisava equilibrar duas importantes for as produtivas A nascente elite industrial e a antiga e descontente for a agr ria que clamavam por leis protetoras de suas atividades A na o precisava de paz e harmonia para cuidar de sua produ o A partir dessa necessidade a simpatia pelo modelo fascista europeu foi uma decorr ncia natural O fascismo apresentava se como um modelo fundado num partido nico de massa calcado no culto ao chefe no desprezo aos valores liberais na exalta o da coletividade e na colabora o das classes opondo se frontalmente ao comunismo e ao socialismo Os princ pios da Carta del Lavoro italiana aprovada pelo Gran Consiglio del Fascismo em 21 de abril de 1 927 que preconizava a solidariedade entre os v rios fatores de produ o no interesse supremo da na o apresentou se como receita ideal para a realidade brasileira Serviu de fonte orientadora e inspiradora dos pilares centrais da legisla o trabalhista brasileira que redundaram na cria o da justi a do trabalho no poder normativo no modelo sindical atrelado ao estado assentado no principio da unicidade e nas categorias profi
96. e de um lado est o empregador agasalhado sob a armadura de um poder potestativo e absoluto e de outro o empregado exposto s intemp ries da submiss o e da subordina o apresenta se como uma depress o profunda que os caminhos da produtividade e da qualidade ter o que transpor sob pena de perman ncia dos dois mundos herdados dos tempos do trabalho compuls rio N o haver espa o para que os impulsos criativos a intelig ncia e a iniciativa dos trabalhadores possa ser aproveitada Citando Elson Gottschalk em seu livro A Participa o dos Empregados na Gest o das Empresas p g 71 em que um gerente incomodado com um sugest o inteligente de um oper rio disse vous n tes p s pay pour penser Ao optar pela ado o da Lei 101 101 seja voluntariamente ou por press o de seus trabalhadores ou do sindicato profissional a empresa estar incorporando ao seu universo organizacional mecanismos de gest o partilhada onde o relacionamento 3 Obra Citada p g 74 192 com seus trabalhadores ter que agasalhar regras mais democr ticas uma vez que a realiza o da produtividade da qualidade e o cumprimento de quaisquer metas e objetivos negociados haver de envolver os trabalhadores transformando os de meros executores de ordens em agentes integrantes do processo ou seja em parceiros Nas palavras de Paulo Sergio Jo o na obra Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas Trata se de forma de ge
97. e o mundo daqueles que executam e obedecem A lei relativizou o relacionamento mas a ess ncia perdurou A rela o continuou sem a presen a de qualquer elemento democratizante e esta a preocupa o central desta disserta o Get lio Vargas det m o m rito de ser aquele que organizou um sistema jur dico trabalhista editou a Consolida o das Leis do Trabalho instituiu o sal rio m nimo 63 embora tal previs o j existisse na Constitui o de 1 934 e por essa iniciativas denominado de pai dos pobres Contudo n o se pode esquecer a natureza maternal como tratou as elites dominantes de sua poca O objetivo deste cap tulo levar ao leitor o caminha da legisla o trabalhista brasileira e o cen rio em que foi gestada destacando se a influ ncia da cultura escravagista vigente e os aspectos pol ticos que nortearam sua cria o A elite empresarial e pol tica brasileira atemorizaram se com as id ias representativas vindas com a bagagem dos novos trabalhadores europeus que clamavam por uma parcela do espa o de poder no interior das empresas Era preciso que o estado brasileiro interviesse e estabelecesse a paz e a tranquilidade para que a economia tivesse curso Era preciso afastar o perigo vermelho representado pelos comunistas nesse cen rio que o estado ditatorial brasileiro com o congresso fechado com o poder legislativo exercido por decretos do poder executivo edita a Constitui o de 1
98. egmento de cargas l quidas e opera com caminh es pesados apresentado A FATOR DE PRODUTIVIDADE Entendido com a produ o do motorista em termos da quantidade de quil metros que rodar um fator tipicamente quantitativo que variar segundo o resultado num rico que o Motorista produzir durante o m s Por sua natureza e caracter stica tipicamente quantitativa o fator de Produtividade n o guarda rela o com o que rege as regras de Qualidade SUBFATOR QUILOMETRAGEM RODADA Quantidade de quil metros rodados pelo Motorista quando a servi o durante determinado per odo que normalmente ser o m s de trabalho Sua apura o absolutamente direta e obtida atrav s da quantidade de quil metros rodados pelo empregado na execu o de servi os da empresa segundo os registros que forem feitos e atribu dos ao mesmo O resultado do empregado ser aquele que vier a ser obtido pela multiplica o da quantidade de quil metros rodados atribu dos ao mesmo por R 0 055 cinquenta e cinco cent simo de real A performance neste subfator ser sempre independente de qualquer outra condicionante ou seja bastar multiplicar a quantidade de quil metros rodados segundo as regras deste item por R 0 055 cinquenta e cinco cent simos de real para se obter o resultado alcan ado pelo empregado O valor do quil metro rodado contido neste item poder a qualquer tempo ser alterado desde que as partes deliberem neste
99. em e o que executam Na administra o por objetivos o que diferencia um alto executivo de um oper rio o grau em que as atividades de planejamento decis o e execu o atribu do a cada um O alto executivo ocupar a maior parte de seu tempo planejando e decidindo mas necessariamente haver de participar da execu o daquilo de planejou e decidiu J para o oper rio a execu o ocupar a maior parte de seu tempo produtivo por m ter uma pequena parcela dele voltada para o processo de planejamento e decis o A Administra o por Objetivos um m todo de organiza o empresarial e de gest o de pessoas em plena utiliza o nos dias de hoje e passados mais de 50 anos de sua cria o muitas empresas brasileiras hesitam em incorporar essa tecnologia por consider la muito avan ada e liberalizante Preferem os m todos oriundos da escola cl ssica ou cient fica organizando suas empresas atrav s de departamentos estanques tarefas bem divididas e inseridas numa estrutura hierarquizada na forma piramidal comandada a partir de seu topo que tudo decide e controla 100 4 Administra o Participativa O que os estudiosos de administra o modelos gerencias e administra o de pessoas denominam de Administra o Participativa formado por um conjunto de tr s t cnicas que se aproximam e se complementam a saber 1 Filosofia de qualidade total criada por William Edwards Deming 2 Controle de q
100. esa brit nica que sempre combateu a escravid o fez largo uso da m o de obra escrava em suas minas De seus 2 500 trabalhadores segundo registros hist ricos 1 690 eram escravos Este cen rio perdurou mesmo ap s a promulga o da Lei Eus bio de Queir s de 04 de Setembro de 1 850 que decretou o fim do tr fico de escravos O com rcio de escravos voltou seus olhos para o estoque interno para a movimenta o de escravos entre as regi es e para o trafico ilegal que se desenvolveu sem maiores oposi es das autoridades brasileiras 1 Douglas Cole Libby Trabalho Escravo e Capital Estrangeiro no Brasil Ed Itatiaia p g 16 24 2 O Trabalho Compuls rio O modelo escravista trouxe em seu seio a institui o do trabalho compuls rio e do escravo mercadoria Eram tidos como itens de estoque pe as de reposi o e como elementos do processo produtivo n o dotados de personalidade humana O escravo era em resumo uma mercadoria que poderia ser vendida alugada emprestada penhorada doada leiloada e por mais cruel que o termo se apresente descartada de acordo com a vontade do detentor de sua propriedade O destino do escravo era o trabalho durante toda sua exist ncia Como fator de produ o procurava se extrair dele a maior quantidade de trabalho ao menor custo Sua alimenta o habita o e vestimenta dependiam das necessidades do processo produtivo das atividades que estivessem sendo executadas da
101. est prevista na legisla o constitucional e ordin ria em muitos pa ses da Uni o Europ ia como a Espanha Portugal Fran a e Espanha Nos Estados Unidos da Am rica uma pr tica incorporada gest o das empresas como um mecanismo ordin rio do aumento da produtividade e melhoria da qualidade Segundo Jos Franscico Siqueira Neto em sua obra Liberdade Sindical e Representa o dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho a ado o de mecanismos de representa o dos trabalhadores apresenta in meras vantagens entre elas a os trabalhadores possuem id ias que podem ser teis b as comunica es eficazes em sentido ascendente s o fundamentais para a tomada de decis es racionais por parte da alta dire o das empresas c os trabalhadores aceitam de bom grado as decis es das quais tenham participado d os trabalhadores somente t m maior interesse em seu trabalho se participam da tomada de decis es que os afetem e os trabalhadores podem trabalhar de forma mais inteligente se atrav s de sua participa o na ado o de decis es estiverem mais bem informados das raz es e do objeto de tais decis es 137 f a participa o dos trabalhadores pode fomentar atitudes mais cooperativas entre trabalhadores e empregadores g a participa o dos trabalhadores pode atuar como um incentivo efic cia da dire o da empresa Nas empresas de origem no Brasil e em que o controle do capital est em poder de empres
102. goria de produ o para que foi constitu do e de defender lhes os direitos perante o Estado e as outras associa es profissionais estipular contratos coletivos de trabalho obrigat rios para todos os seus associados impor lhes contribui es e exercer em rela o a eles fun es delegadas pelo poder p blico 16 Com uma s penada o Estado brasileiro criou a categoria profissional o financiamento dos sindicatos e reservou para si o poder de reconhecer e de autorizar leia se criar o funcionamento de sindicatos Estavam manietados ao Estado as associa es e os sindicatos do Brasil O Art 139 reafirmou a exist ncia da justi a do trabalho e foi mais longe ao introduzir um dispositivo que disciplinou pela primeira vez o exerc cio da greve ou do lockout em nosso Pa s com o seguinte texto 16 _ Obra citada p gs 105 e 106 47 Art 139 Para dirimir os conflitos oriundos das rela es entre empregadores e empregados regulados na legisla o social institu da a justi a do trabalho que ser regulada em lei e qual n o se aplicam as disposi es desta Constitui o relativas compet ncia ao recrutamento e s prerrogativas da justi a comum Verifica se que a justi a do trabalho foi mantida fora do sistema jur dico brasileiro formal A continuidade do artigo que merece destaque especial A greve e o lockout s o declarados recursos anti sociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompat
103. hador existe O que se pode concluir neste t pico que a CIPA representa o nico mecanismo legal obrigat rio que o trabalhador brasileiro disp e para participar em assuntos digam respeito dire o da empresa limitado s quest es de seguran a e medicina do trabalho O mecanismo cont m componentes democr ticas pois al m de estabelecer a recondu o ao cargo uma nica vez os representantes s o eleitos em processo eleitoral aberto e atrav s do voto secreto 130 tamb m poss vel se concluir que representa um instrumento de poder do trabalhador no interior da empresa que por meio dele pode contrapor ao poder absoluto e potestativo de seu empregador um instrumento a servi o da democratiza o do poder no interior das empresas 2 As Comiss es de F brica e de Representa o Interna A primeira comiss o de f brica que se tem not cia na hist ria das rela es trabalhistas brasileiras ocorreu na d cada de 60 na empresa metal rgica Cobrasma que fica sediada em Osasco munic pio da regi o metropolitana de S o Paulo e objetivou estabelecer canais de comunica o entre a empresa e seus empregados mas ganharam alguma relev ncia somente na d cada de 80 em sede dos movimentos sindicais surgidos nessa poca Nos dias de hoje essa pr tica ainda pequena nas empresas sediadas no Brasil a sua ado o est concentrada em empresas de capital estrangeiro e nasceram em sua grande maioria na esteira
104. iante pr via e justa indeniza o em dinheiro Em caso de perigo iminente como guerra ou como o intestina as autoridades competentes poder o usar da 31 Constitui o de 1 946 Edi o Senado Federal p gs 105 e 106 67 propriedade particular e assim que o exigir o bem p blico ficando todavia assegurado o direito a indeniza o ulterior 32 A previs o de participa o dos trabalhadores nos lucros das empresas n o foi regulada e assim permaneceu at 29 de dezembro de 1 994 quando a Medida Provis ria n 794 editada pelo Presidente Itamar Franco que encerrava o seu mandato regulamentou o art 7 inciso XI da Magna Carta de 1 988 e introduziu a participa o nos lucros ou nos resultados das empresas na legisla o p tria 2 Constitui o de 1 967 e Emenda Constitucional de 1 969 O texto constitucional de 1 967 promulgado em 24 de janeiro de 1 967 no que diz respeito ao direito do trabalho e as rela es entre capital e trabalho n o trouxe grandes inova es O destaque ficou por conta no inciso V do Art 165 que tratou da participa o nos lucros das empresas e pela primeira vez incluiu os termos integra o e gest o das empresas Outra inova o deu se no artigo 166 que trata da atividade sindical no que diz respeito fun o arrecadadora dessas entidades representativas O direito de greve regulado ent o pela lei 4 330 de 1 de junho de 1 964 ficou limitado ao setor privado uma vez que
105. ilidades de aplica o seja na forma de participa o em lucros resultados ou ambos Exige t o somente que as empresas fa am uso de ferramentas modernizantes de suas organiza es e democratizem a sua gest o 180 CAP TULO Ill A FLEXIBILIDADE DOS PROGRAMAS DE PARTICIPA O EM LUICROS OU RESULTADOS PLR 1 Restri es Utiliza o O que se pretende demonstrar neste t pico que a Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 um texto que contempla uma grande flexibilidade jur dica e operacional Praticamente o texto legal n o agasalha proibi es quanto sua amplitude de uso O PLR precisar ser objeto de negocia o com uma comiss o de empregados integrada por um represente sindical ou com o pr prio sindicato Os instrumentos resultantes dessa negocia o dever o conter regras claras e objetivas voltadas para a implementa o do programa e finalmente a periodicidade dos pagamentos que n o pode ser inferior a um semestre ou ocorrer em mais de duas oportunidades dentro do mesmo ano civil 2 do artigo 3 Verifica se que as restri es a exce o da periodicidade do pagamento dizem respeito forma dos instrumentos reguladores do PLR Quanto ao conte do a Lei permanece silente e coloca nas m os de empregados empregadores e sindicatos a tarefa de gerar as regras reguladoras desse programa Os operadores do PLR enfeixam em suas m os um enorme poder legislativo 181 Mesmo a
106. indo da nfase nas tarefas e na estrutura organizacional passando pelo enfoque nos resultados na Administra o por Objetivos criado pelo pai da moderna Administra o Peter Drucker e na Administra o Participativa gestada por W Edward Deming que estabeleceram as bases para uma gest o mais democr tica e humana As empresas brasileiras em face das influ ncias impostas pela internacionaliza o econ mica e pelo acirramento da competi o viram se for adas a incorporar novas tecnologias e com elas introduzirem mudan as em seu processo de organiza o e gest o al m de iniciar uma conviv ncia at ent o desconhecida com organiza es sindicais O comportamento das empresas e de seus instrumentos de controle do poder internos ser o analisados a luz das defini es de empregado empregador e justa causa contidos nos artigos 2 3 e 482 da CLT procurando demonstrar as ra zes hist ricas e culturas do autoritarismo dos detentores dos meios de produ o no Brasil O desest mulo a solu es dos conflitos trabalhistas atrav s de mecanismos negociados o formalismo das nossas leis laborais o papel da justi a do trabalho o distanciamento entre o comando e a base da empresa e a enorme resist ncia em 18 incorporar mecanismos de participa o s o apresentados como barreiras para a cria o de um contrapoder nas empresas brasileiras A terceira parte apresentar os dispositivos extra dos do ordenamento
107. instrumentos normativos ou negociados com uma comiss o de empregados nos quais constem regras claras e objetivas a respeito dos direitos substantivos da participa o e regras aditivas inclusive mecanismos de aferi o das informa es pertinentes ao cumprimento do acordado periodicidade da distribui o per odo de vig ncia e prazos para a revis o do acordo Art 2 1 Estabelece que podem ser estabelecidos entre outros os seguintes crit rios e condi es abrindo espa o para que se negociem outros ndices ou fatores que n o incluam produtividade qualidade e programas de metas resultados e prazos pactuados previamente Os operadores do PLR disp em de ampla margem de negocia o desde que as previs es do Art 2 1 estejam presentes vale dizer desde que o negociado seja convertido em regras claras e objetivas O que o interprete sente se autorizado a concluir que n o h como fazer uso da legisla o do PLR de forma reservada a determinados escal es hier rquicos Tamb m fica afastada a possibilidade de se criarem suas regras unilateralmente que suas disposi es n o cheguem at seus destinat rios finais que as regras 188 sejam alteradas a cada instante por vontade das chefias e ger ncias e finalmente que suas disposi es n o sejam cumpridas O PLR implica em negocia o pr via e em regras que fiquem ao alcance de quem se interessar por conhec la a informa o antes pri
108. io previsto no poder diretivo ou de dire o do empregador uma vez que nos termos do art 2 da CLT cabe a ele dirigir a presta o pessoal dos servi os N o se tem not cia de nenhuma disposi o contida no ordenamento jur dico brasileiro que determine sua ado o ou que limite o poder diretivo no empregador em dispor a seu respeito desde que n o ofenda previs es legais Os regulamentos internos de empresas salvo rar ssimas exce es s o introduzidas de cima para baixo O empregador decide a respeito das normas regras e procedimentos que deseja introduzir no dia a dia de sua empresa e determina sua observa o por seus empregados S o previstas inclusive as puni es nos casos de descumprimento das disposi es contidas no mencionado documento interno 140 As empresas que adotam regulamentos internos costumam inserir nesse documento disposi es a respeito de hor rios de trabalho uso de uniformes orienta o de seguran a no trabalho utiliza o de equipamentos de prote o individual procedimentos na opera o de equipamentos responsabilidade por preju zos causados locais de tr nsito utiliza o de vesti rio refeit rio ambulat rio benef cios existentes e forma de utiliza o etc Podem tamb m al m de deveres prever determinados direitos dos trabalhadores tais como recebimento de adicional de periculosidade em determinadas reas uso gratuito do transporte fornecido pela empresa u
109. ionar a utiliza o do modo que lhe parecer mais conveniente ao resultado almejado A unanimidade da doutrina conclui que a subordina o se antecipa pr pria presta o justamente porque o empregador com seu poder de dirigi la j tem o empregado merc de suas ordens independentemente de d las Cria se para o empregado um estado de sujei o status subjectionis que o torna dependente do empregador na rela o de emprego esteja ou n o efetivamente prestando o trabalho pois essa presta o lhe ser ordenada pelo outro contratante no momento em que lhe aprouver Sob o tema o mesmo autor afirma que a natureza jur dica da subordina o e m ltipla e decorre tanto da raiz econ mica quanto t cnica social moral e jur dica 8 Jos Augusto Rodrigues Filho Tratado de Direito Material do Trabalho p gs 119 e 120 Obra citada p g 120 114 Ari Possidonio Beltran em seus escrito em Dilemas do Trabalho e do Emprego na Atualidade afirma citando Rivero Savalier que a autoridade do dirigente da empresa apresenta se sob tr plice aspecto ele possui sobre seus subordinados um poder geral de comando no exerc cio de seu trabalho ele pode em virtude desse poder estabelecer no que se refere ao funcionamento da empresa disposi es gerais que constituem o regulamento interno por fim ele aplica san es diante de faltas praticadas por meio de medidas disciplinares O empregador extr
110. ireitos a serem discutidos em face do PLR O quadro que pode ser pintado a partir do que foi apresentado que as empresas que desejarem incorporar t cnica de gest o inspiradas nos mais modernos modelos de organiza o e gerenciamento recebem do governo brasileiro um incentivo financeiro e fiscal dos mais significativos E qual o pre o desta op o Modernizar a estrutura organizacional e democratizar o relacionamento com seus trabalhadores incorporando instrumentos de produtividade qualidade de institui o de metas de fixa o de prazos e quaisquer outros que permitam a avalia o e o partilhamento dos resultados objetivos O outro custo depende da abdica o da heran a cultural escravista agasalhada no texto de nossa Consolida o das Leis do Trabalho CLT e a op o por fazer da empresa um organismo mais humano onde a domina o se estenda a todos e decorram dos compromissos assumidos e que os resultados produzidos se revertam em benef cios daqueles que participaram de sua gera o a partir de regras previamente acordadas 207 A conclus o deste cap tulo remete a uma compara o entre os modelos de organiza o de empresas e gest o de pessoas e o arcabou o jur dico trabalhista brasileiro Restam poucas d vidas de que existe um grande descompasso entre esses modelos e os textos ordin rios especialmente os contidos na Consolida o das Leis do Trabalho nossa velha CLT gestada em tempos de governo
111. is es adotadas realimentem um c rculo de informa es que ficar sempre nos limites da empresa e de seus agentes O trabalhador al m de partilhar do comprometimento das metas e objetivos da empresa far parte das solu es das quest es que surgirem O ambiente tornar se naturalmente mais democr tico o poder de decis o mais dilu do a autoridade formal das chefias e ger ncias ceder espa o para a troca permanente de informa es e as rela es entre o trabalhador sua equipe e seus superiores hier rquicos ser impregnada pela for a da humaniza o N o se pode dizer que o ordenamento jur dico brasileiro n o contenha um dispositivo legal moderno e flex vel que incentive premie e estimule o empregador a incorporar o que existe de mais moderno e atualizado nos modelos organizacionais e de gest o de pessoas N o se sustenta a afirma o de que o ordenamento jur dico trabalhista brasileiro inteiramente inflex vel e ultrapassado Ser preciso no entanto dar um passo adiante e deixar para o passado os ensinamentos e os princ pios herdados de nossos antepassados escravagistas incluindo na cultura das organiza es a pratica do partilhamento de poderes at ent o exclusivos dos detentores dos meios de produ o reservando as disposi es celetistas s empresas que insistem em manter uma estrutura organizacional gestada em valores vigentes no in cio do s culo XX 218 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALMEIDA Renat
112. isores chefes e m dios gerentes ou seja os intermedi rios do processo decis rio oriundo do modelo tayloristas s o seguramente as principais v timas do modelo participativo e tamb m seus maiores opositores Procurou se neste cap tulo demonstrar as origens e a evolu o dos modelos de organiza o de empresas e de gest o de pessoas A Escola Cl ssica inspirada na separa o de tarefas e no controle central e f rreo dos oper rios teve o m rito de organizar o processo produtivo e causar uma revolu o nos n veis de produtividade por m ao considerar o ser humano como uma ferramenta de trabalho o modelo mostrou seu ponto fr gil A Escola de Rela es Humanas avan ou nesse aspecto mas mostrou se t mida na divis o do poder pelo processo produtivo quest o que foi atendida e cuidada por Toyoda em seu modelo toyotista Os avan os mais significativos e duradouros e que efetivamente marcaram o avan o da democratiza o e humaniza o das rela es de trabalho surgiram com Peter Drucker e sua Administra o por Objetivos APO base dos fundamentos incorporados pela Lei 10 101 que criou a participa o nos lucros ou resultados no Brasil 111 Nos dias atuais os ensinamentos de Peter Drucker convivem lado a lado com os gerados por William Deming que em 1 989 editou os 14 princ pios fundamentais de sua Administra o Participativa que juntos constituem os modelos mais avan ados e atualizados de organiz
113. it ria ao trabalhador e gestante assegurado a esta descanso antes de depois do parto sem preju zo do sal rio e do emprego e institui o de previd ncia 40 mediante contribui o igual da Uni o do empregador e do empregado a favor da velhice da invalidez da maternidade e nos casos de acidente do trabalho ou de morte i regulamenta o do exerc cio de todas as profiss es j reconhecimento das conven es coletivas de trabalho Estavam criados os alicerces do atuais direito trabalhistas e previdenci rio al m de introduzir as base do direito coletivo do trabalho O Art 122 apresentou a mundo jur dico brasileiro outra enorme novidade Art 122 Para dirimir quest es entre empregadores e empregados regidas pela legisla o social fica institu da a J usti a do Trabalho qual n o se aplica o disposto no Cap tulo IV do T tulo Par grafo nico A constitui o dos Tribunais do Trabalho e das Comiss es de Concilia o obedecer sempre o princ pio da elei o de seus membros metade pelas associa es representativas dos empregados a metade dos empregadores sendo o presidente de livre nomea o do Governo escolhido dentre pessoas de experi ncia e not ria capacidade moral e intelectual O que chama a aten o o final do caput do artigo ou seja o texto define que Justi a do Trabalho n o se aplicam as disposi es do Cap tulo IV T tulo ou seja a Justi a do Trabalh
114. iv ncia das empresas Assim que novos modelos surgiram tais como a Escola de Rela es Humanas o Toyotismo a Administra o por Objetivo e a mais recente a Administra o Participativa assuntos j tratados nesta disserta o e que cuidam da aproxima o e at mesmo da total derrubada dos muros que separam os dois estratos de poder existentes nas empresas 81 Elson Gottschalk A Participa o do Empregado na Gest o da Empresa LTr Editora p g 62 8 Obra Citada p g 62 151 O oper rio precisava ser considerado como um ente dotado de necessidades sociais pessoais e psicol gicas Sua intelig ncia sua capacidade criadora suas habilidades seu talento suas aspira es e sua forma de ser haveriam de conter ingredientes que poderiam contribuir para a melhoria de seu trabalho sua produtividade e seu relacionamento com os colegas e chefias A rela o entre empregador e empregado precisa incorporar mecanismos que dignifiquem e humanizem a conviv ncia entre as duas partes Elton Mayo na d cada de 30 j havia demonstrado que os trabalhadores aceitavam com boa vontade as mudan as e novidades das quais haviam participado Ficou demonstrado nos trabalhos da f brica da Western Eletric que a produtividade foi sensivelmente melhorada nos grupos de controle onde o trabalhador pode participar dos estudos e conhecer seus resultados Os demais modelos citados neste trabalho enfatizaram a necessidade de se inserir o tr
115. legisla o existente e da consolida o doutrin ria a respeito do tema 2 O Distanciamento entre Decis o e Execu o Como apresentado at este ponto verifica se que nas empresas organizadas sob o conceito legal de empregador e empregado existem dois substratos bastante n tidos No primeiro est situado o poder de comando de mando de dire o e decis o de sua responsabilidade decidir o que como quando e onde realizar qualquer trabalho o substrato do comando que enfeixa o poder de mando No segundo substrato est o situados os destinat rios das ordens oriundas do comando S o aqueles que estar o encarregados da execu o das ordens emanadas do comando S o os que executam e a quem cabe a tarefa de obedecer A estrutura organizacional que decorre das defini es de empregador e empregado est hierarquizada em uma forma piramidal localizando o poder em seu topo e a execu o em seu sop criando um espa o vazio entre o cume e sua base 117 z O espa o entre esses dois extremos ocupado pela estrutura intermedi ria de poder formada por gerentes chefes supervisores encarregados coordenadores lideres e outras denomina es menos usuais Aos ocupantes dessas fun es s o delegas parte do poder concentrado na c pula da pir mide e nessa condi o agem como seus prepostos 118 S o conhecidos nas escolas de administra o como intermedi rios organizacionais Representam o
116. lento do trabalhador limitado em seu papel de subordinado possa ser exercitado em seu favor e em benef cio da empresa sem falar na quest o psicol gica que poder amenizar os inc modos dos grilh es da subordina o jur dica oriundas de seu contrato de trabalho 3 Incentivo Produtividade Qualidade e Competitividade Nunca demais enfatizar que a Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 que introduziu a participa o nos lucros ou resultados em nosso ordenamento jur dico est inspirada em dois pilares centrais contidos em seu artigo 1 Art 1 Esta Lei regula a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integra o entre o capital e o trabalho e como incentivo produtividade nos termos do art 7 inciso XI da Constitui o Percebe se que de um lado tem se a integra o entre o capital e o trabalho e de outro o incentivo produtividade O artigo 2 amplia as fronteiras da Lei para atingir al m da produtividade a qualidade e a lucratividade Vai mais longe ao acrescentar programas de metas 190 resultados e prazos e n o fecha as portas para que outros crit rios e condi es sejam negociadas e pactuadas entres os interessados Art 2 8 1 final do texto O primeiro pilar da Lei tem inspira o jur dica e sociol gica mas o segundo est assentado em fundamentos claramente econ micos dando lhe uma natureza mista Seu te
117. lhamento pelos empregados e de seus representantes na negocia o ou na fixa o das metas objetivos miss es e nos resultados alcan ados ser apresentado como uma ferramenta de motiva o com o trabalho de integra o com a empresa de eleva o do moral dos trabalhadores e da pr tica de justi a social A nfase ficar por conta do programa de participa o nos lucros ou resultados da empresas primeiro texto legal que regulamentou a mat ria e permite que trabalhadores sindicatos e empresas negociem as metas objetivos miss es e resultados que desejam internalizando os mecanismos de planejamento organiza o controle e gest o da empresa estimulando competi o interna valorizando os talentos praticando a meritocracia publicizando procedimentos integrando o trabalhador na empresa e abrindo espa o para democratizar as rela es de trabalho em nosso pa s 21 A mensagem final estar focada no incentivo reflex o sobre nosso passado escravagista onde o trabalho representava um castigo e os desafios de uma sociedade moderna calcada na competi o e na valoriza o do trabalho das pessoas 22 PARTE RA ZES HIST RICAS DO RELACIONAMENTO ENTRE CAPITAL E TRABALHO NO BRASIL CAP TULO EVOLU O HIST RICA 1 O Sistema Escravista no Brasil O sistema produtivo no Brasil col nia teve in cio com a produ o do ouro branco denomina o que era atribu da ao a car de cana
118. m a obrigatoriedade de comunica o ao sindicato da categoria profissional publica o de edital em locais de f cil acesso liberdade de inscri o prazo de 30 dias para realiza o da elei o voto secreto apura o da elei o acompanhado pelos representantes dos empregado e garantia de emprego para todos os inscritos at a data a elei o Marcos Garcia Hoeppner Organizador Normas Regulamentadoras Relativas a Seguran a e Medicina do Trabalho Icone Editora 2 003 p gs 61 e 62 Obra citada p gs 67 e 68 127 Aos representantes dos empregados eleitos garantida a estabilidade no emprego de forma dupla O item 5 8 da NR 5 disp e sobre essa garantia da seguinte forma 5 8 vedada a dispensa arbitr ria ou sem justa causa de empregado eleito para o cargo de dire o da Comiss o Interna de Preven o de Acidentes desde o registro de sua candidatura at um ano ap s o final de seu mandato A Constitui o Federal atrav s dos Atos e Disposi es Constitucionais Transit rias Art 10 inciso Il letra a reafirma com a mesma reda o a prote o ao trabalhador eleito para o cargo de dire o da Cipa As atribui es da Cipa est o direcionadas para quest es que decorram de mat rias relacionadas com seguran a e medicina do trabalho atrav s de seu item 5 16 com poderes para identificar os riscos do processo de trabalho elaborar planos de trabalho voltados para a atividade preventiva realiza
119. m acumulados e formava se a galeria das melhores performances do m s do trimestre do semestre e do ano 8 As equipes com resultados destacados recebia um pequeno broche com a figura de um quati que usavam a altura do peito 9 O broche era feito de diversas cores cada uma representando uma performance 108 10 As melhores performances formavam uma galeria que era exposta por toda a empresa 11 A quantidade de pontos acumulados as cores e os quatis conseguidos refletiam se na participa o nos resultados e lucros gerados 12 Os conflitos deviam ser resolvidos pelas equipes envolvidas e somente em caso de impasse as ger ncias podiam participar Essa unidade fabril nas palavras do gerente geral que acompanhou a visita realizada no ano de 2 001 era a mais produtiva tranquila e harm nica da empresa no mundo O n vel de participa o das chefias e ger ncias era muito baixo No turno da noite das 22 00 s 6 00 horas para um conjunto de 200 oper rios n o existia nenhum ocupante do cargo de ger ncia Estas somente eram chamadas se os trabalhadores n o conseguissem resolver as quest es que surgissem e decidissem pedir ajuda O n vel de conflito que chegava s ger ncias era baix ssimo e em constante decl nio O turn over era quase nulo Ningu m queria deixar de trabalhar nessa unidade 109 O outro exemplo da FNV F brica Nacional de Vag es localizada no muni
120. m desembargadores ou em juristas especializados em legisla o social Ao presidente quando estranho aos quadros da magistratura aplica se o disposto no par grafo nico do art 72 23 Merece destaque e cita o o artigo 30 do mesmo decreto e que trata do processo com o seguinte texto Art 30 Os conflitos individuais ou coletivos levados aprecia o da Justi a do Trabalho ser o submetidos preliminarmente a concilia o 1 N o havendo acordo o ju zo conciliat rio converter se obrigatoriamente em arbitral proferindo a junta ou tribunal decis o que valer como senten a O texto autoriza o interprete a concluir que a Justi a do Trabalho nasceu como um mecanismo eminentemente pol tico Os juizes trabalhistas n o dispunham das garantias daqueles que integrassem o poder judici rio O Governo retinha para si o poder de nomear o presidente das Juntas e dos Tribunais Trabalhistas N o h sequer a designa o para a fun o exercida pelos presidentes das Juntas de Concilia o ou Tribunal do Trabalho Seriam ju zes Pela leitura do artigo 30 do Decreto Lei 1 237 poss vel concluir que atuavam como rbitros uma vez que proferiam senten as arbitrais Obra citada p g 395 14 Obra citada p g 399 43 Este mesmo texto constitucional trouxe para o mundo jur dico brasileiro o conceito de propriedade vinculado do interesse social Examine se o seu artigo 17 Art 17 garantido o
121. ma o da c pula diretiva da base executante era um imperativo dessa nova forma de gerir pessoas A administra o por objetivos como a pr pria denomina o sugere um modelo onde os objetivos da empresa s o pulverizados pelos seus membros com um todo 97 Superior e subordinado participam interagem e se comprometem com os objetivos a serem perseguidos pela empresa como um todo Segundo Jo o Bosco Lodi em sua obra Administra o por Objetivos publicado pela Pioneira a APO est assentada em quatro princ pios 2 Os objetivos precisam ser claramente definidos espec ficos concretos N o se excluem claro certas declara es de objetivos intang veis sempre que venham a ajudar a esclarecer 2 Os objetivos dos gerentes devem originar se dos objetivos da empresa 2 Nos objetivos deve ser dada nfase ao trabalho de equipe e ao resultado global 2 Os objetivos devem ser ajustados s considera es de curto e de longo prazo O planejamento as metas os planos t ticos as estrat gias os controles e a a es s o discutidas pelos empregados e as equipes que s o formadas As avalia es as revis es as reciclagens as mudan as e a intera o entre os participantes intensa constante e permanente As metas e objetivos precisam ser conseguidos ou as justificativas precisam ser substanciosas fundamentadas e suportadas por todos os participantes 2 _ Jo o Bosco Lodi Biblioteca Pioneira de
122. ma tarefa r pida e simples al m de afastar os sindicatos de sua empresa 88 Ford cumpriu com fidelidade extrema o princ pio da ambi o da riqueza do homem pregado por Taylor ao instituir o five dollar day duplicando o sal rio dos oper rios e incentivando os a trabalharem no limite de suas for as Para Henry Ford a m o de obra era um dos fatores de produ o tal qual os equipamentos as m quinas e as instala es e desta forma deveriam ser tratados considerados e administrados A divis o extremada do trabalho o ritmo de trabalho ditado pela esteira a repeti o intermin vel da mesma opera o a monotonia a press o constante por mais produ o fizeram suas v timas entre os oper rios que apesar do elevado ganho preferiam trabalhar em sistemas menos robotizados O absente smo era muito elevado e o turn over idem Em 1 913 para um efetivo de 15 000 trabalhadores a Ford precisou recrutar 53 000 oper rios No interesse desta disserta o percebe se que a administra o cient fica coloca o conhecimento da informa o no topo da pir mide e separa o mundo dos que comandam daqueles que executam as decis es oriundas dos centros de autoridade 89 A teoria da administra o cient fica reinou absoluta at os anos 30 do s culo XX quanto Elton Mayo apresentou ao mundo da gest o empresarial uma nova teoria que tem nas rela es humanas seus fundamentos principais 2 Escola de Rela
123. mento 188 O que se pode concluir que o PLR mesmo em empresas estruturadas de forma hier rquica piramidal com o poder concentrado nos escal es superiores abre canais de comunica o com a base que executa A informa o principal fonte de poder e de manipula o daqueles que habitam esse universo organizacional sofre uma forte inje o de democracia As metas os objetivos os ndices de produtividade os fatores de qualidade os prazos os resultados as performances do grupo ou da pessoa deixam de ser privil gio de um pequeno grupo O poder discricion rio do supervisor precisar ser exercido nos limites das regras contidas no PLR A autoridade formal dos supervisores chefias e ger ncias precisar se adaptar as disposi es contidas nos programas de participa o em lucros ou resultados sob pena de inviabiliz lo A presen a fiscalizat ria do chefe t pica do modelo autorit rio herdado das senzalas e consolidado no fordismo reduzida e dependendo do detalhamento das metas e procedimentos contidos no PLR poder tornar se dispens vel O programa poder conter e no caso da empresa de transporte do ABC isso ocorre suas previs es de controle Ser um autocontrole As chefias e ger ncias acompanham o desempenho de cada ve culo ou motorista atrav s das performances que cada um obt m 189 A participa o nos lucros ou resultados das empresas cria uma trilha para que as id ias as iniciativas e o ta
124. mo nas sociedades mais desenvolvidas no mundo atual p g 49 A empresa n o pode se transformar numa ilha ou num feudo isolado do ambiente pol tico e social e manter um organismo perme vel s for as oriunda dos ambientes externos e internos cotejando e atendendo interesses do capital do trabalho do consumidor do produtor da economia e do mercado ou na frase que ficou c lebre na luta pela co gest o na Alemanha citada por Ant nio lvares da Silva O progresso n o pode parar na frente da porta das empresas 85 A co gest o objetiva trazer para o interior das empresas a representa o de seus trabalhadores para que a exemplo do que realizam externamente os sindicatos a atividade de representar e conduzir seus interesses junto dire o da empresa e seus rg os decis rios dentro de uma nova vis o valorativa do trabalho em face do 33 Obra Citada P g 50 156 capital O trabalho abandona a id ia de ser t o somente um fator de custo mas sim uma componente t o importante como o capital considerado n o como uma energia que participa da cria o dos bens e servi os mas tamb m como for a origin ria do ser humano da qual n o se pode separar e nesta dimens o a humaniza o desse relacionamento deve estar sempre presente A co gest o implica na presen a de diversos fatores essenciais para que ela se opere O direito informa o se apresenta como um dos mais importantes O segundo e tam
125. mocratiza o e de humaniza o das rela es de trabalho e sua experi ncia e sucesso na Alemanha deveu se a fatos hist ricos daquele pa s no p s segunda guerra mundial Nas palavras de Ant nio lvares da Silva 162 O sindicato por empresa crit rio b sico preponderante que norteou a cria o dos sindicatos alem es foi escolha livre das pr prias organiza es sindicais no p s guerra para profissionaliz las livrando as das tend ncias religiosas e pol ticas que as dividiam e enfraqueciam em preju zo da for a reivindicat ria que de fato passaram a ter Os sindicatos alem es n o abandonaram a pol tica apenas a colocaram em segundo plano em rela o aos interesses profissionais A co gest o uma institui o originada no ambiente capitalista mas n o se pode dizer que seu objetivo maior a defesa desse modelo econ mico Sua natureza claramente democr tica ou direcionada para a democratiza o das rela es entre os detentores dos meios de produ o e os fornecedores de m o de obra O processo decis rio passa a incorporar a parcela que at ent o executava decis es provenientes dos detentores do poder As informa es que constitu am importante fonte de poder dos gerentes chefes e supervisores s o disponibilizadas no ambiente de trabalho Humaniza se a subordina o ao lado da presen a do contra poder do empregado Os t picos constantes deste cap tulo cont m s nteses pr prias de s
126. n mico eu contempla a sua natureza n o remunerat ria n o incid ncia de encargos trabalhistas para terminar evidenciando as possibilidades democratizantes que contempla O foco no processo produtivo e o est mulo s empresas em fazer uso de instrumentos de planejamento e de organiza o de seu processo produtivo incorporando ensinamentos oriundos do Toyotismo da Administra o por Objetivos e da Administra o Participativa ser o apresentados como ferramentas que inserem as empresas brasileiras na competitiva e mutante economia globalizada A mudan a na miss o das chefias e ger ncias que se afastam de seu papel de vigilantes e controladores para se transformarem em orientadores treinadores e facilitadores enfatizado como a transforma o mais saliente profunda e dif cil de se conseguir A aproxima o entre aqueles que decidem com os que executam as metas objetivos e miss es trazendo a negocia o para o interior das empresas e incorporando tal procedimento rotina das pessoas enfatizado como um poderoso mecanismo de preven o e solu o de conflitos interpessoais com o consequente afastamento das solu es judiciais 20 A organiza o sindical tamb m ser afetada na medida em que o trabalhador passar a dispor de mecanismos internos de participa o e de canais de di logo com a estrutura de poder na empresa reduzindo o espa o para apelos de natureza pol tica e demag gica O parti
127. n iseeerearaaaranaanana 90 3 administra o por objetivos APO sra 97 4 A administra o participativa acessada 101 CAP TULO Il O MODELO LEGAL TRABALHISTA BRASILEIRO nsss 113 1 O poder do empregador e a subordina o do empregado 113 2 O distanciamento entre decis o e execu o nen 117 3 O desest mulo ao di logo e concilia o 120 PARTE 3 OS MECANISMOS DE PARTICIPA O DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS npirastiss eras pi a a a a a e 125 CAP TULO OS INSTRUMENTOS EXISTENTES oiiire 125 1 As comiss es internas de preven o de acidentes CIPA 125 2 As comiss es de f brica e de representa o Interna i 131 3 Os regulamentos internos das empresas rreren 139 Ra E 070 e ELIE O SRA QUE E ROTOR RD RSA EE UNR RR MID RR 147 CAP TULO Il O PROGRAMA DE PARTICIPA O NOS LUCROS OU RESULTADOS ORIGENS E OBJETIVOS 165 1 Oprimelro texto legalen a D iaaah 165 2 Evolu o da legisla o arts a aa ada ad O a GR Sa 169 3 Desonera o e Incentivo Fiscal ne 173 4 Lucros OU RESUIAdOS Pe rae a EE E EEEN 178 CAP TULO Ill A FLEXIBILIZA O DOS PROGRAMAS DE PARTICIPA O EM RESULTADOS S PLR aoeaaa proa o cena e a Tan nanda Ea ESMP Aa Ea 181 1
128. ndireitar o arame e cort lo Smith afirmou que vira dez oper rios produzirem 48 000 alfinetes por dia Isso representa 4 800 alfinetes por oper rio ou 240 vezes o que poderia produzir sozinho Essa simples altera o de procedimentos aumentou muit ssimo a produtividade do oper rio e consequentemente o seu ganho e a divis o de tarefas ao lado de uma 4 Amitai Etzioni Organiza es Modernas Pioneira Editora p g 39 85 correspondente recompensa tornou se o alicerce a Administra o Cient fica gestada por Frederick W Taylor Taylor baseou seus estudos num sistema mecanicista de divis o de tarefas e na capacidade f sica do trabalhador com a abordagem econ mica que considera o homem com um ser impelido pelo medo da fome e em constante busca do lucro Taylor e seus colaboradores tinham poucas d vidas de que depois de ensinado ao trabalhador o melhor processo de como produzir e agregar seu pagamento ao rendimento ele pudesse ser levado a produzir o m ximo que fosse fisicamente capaz segundo os c lculos dos engenheiros de tempo e movimentos tayloristas A lado da divis o de tarefas e de um sistema de recompensa Taylor idealizou um processo de controle e acompanhamento a partir de uma organiza o piramidal com a responsabilidade de controlar todo conjunto Amitai Etizioni em sua obra Organiza es Modernas narra A divis o de trabalho como o demonstrou a abordagem cl ssica precisa ser equilibrada
129. nenhuma lei infraconstitucional foi editada durante a vig ncia dos dois textos constitucionais e n o se tem not cia da ado o do modelo da co gest o por empresa de porte significativo A introdu o da co gest o no texto constitucional no Brasil foi uma obra do legislador e uma d diva jur dica introduzida a partir de seus idealizadores e muito menos fruto de grupos sociais ou reivindica es provenientes de entidades de trabalhadores 160 Em 1 988 o texto Constitucional retomou e inovou o tema ao introduzir a previs o de participa o nos resultados e estabelecer um incentivo ado o da participa o nos lucros ou resultados mas em nada alterou com rela o co gest o mantendo a previs o como direito social do trabalhador como se l Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social XI participa o nos lucros ou resultados desvinculada da remunera o e excepcionalmente participa o na gest o da empresa conforme definido em lei Novamente o legislador silenciou a respeito da co gest o mas uma medida provis ria no fenecimento do governo do presidente Itamar Franco acrescentou ao mundo jur dico trabalhista brasileiro pela primeira vez uma regula o da participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas objeto maior desta disserta o A exemplo da experi ncia da Constitui o de 1
130. niza o ao trabalhador despedido nos casos e nas condi es que a lei estatuir XIII reconhecimento das conven es coletivas de trabalho 66 XIV assist ncia sanit ria inclusive hospitalar e m dica preventiva ao trabalhador e gestante XV assist ncia aos desempregados XVI previd ncia mediante contribui o da Uni o do empregador e do empregado em favor da maternidade e contra as consequ ncias da doen a da velhice da invalidez e da morte XVII obrigatoriedade da institui o do seguro pelo empregador contra acidentes do trabalho Par grafo nico N o se admitir distin o entre o trabalho manual ou t cnico e o trabalho intelectual nem entre profissionais respectivos no que concerne a direitos garantias e benef cios Art 158 reconhecido o direito de greve cujo exerc cio a lei regular 31 Art 159 livre a associa o profissional ou sindical sendo reguladas por lei a forma de sua constitui o a sua representa o legal nas conven es coletivas de trabalho e o exerc cio de fun es delegadas pelo Poder P blico Art 141 A Constitui o assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa s a inviolabilidade dos direitos concernentes vida liberdade seguran a individual e propriedade nos termos seguintes 16 garantido o direito de propriedade salvo os casos de desapropria o por necessidade ou utilidade p blica ou por interesse social med
131. nstrar o alcance e as dimens es da participa o dos trabalhadores dos lucros ou resultados das empresas instrumento que esmiu ado e discutido detalhadamente destacando se sua natureza finalidade vantagens econ micas flexibilidade seguran a jur dica e suas inspira es modernizantes democratizantes e humanizantes das rela es entre empregado e empregador Palavras Chave Democratiza o no Trabalho Humaniza o Rela es no Trabalho Participa o nos Lucros ou Resultados PLR Administra o por Objetivos APO SUMMARY This academic study has its foundations fixed in the reflection of more than three and a half centuries of slavery the compulsory work system the monopoly of managerial power in the hands of de holders of the production means the reflexes in the business and in the relationships among employee and employer in the current days seen by the eyes of the law s analyses with focus in the company s economical life its organization and the instruments of people s produced by the schools of administration and economy until the current days It studies the Brazilian Constitutions starting form de Imperial of 1 824 until the text of the current Great Letter beside the legal system the syndical structure the mechanisms of conflicts solution the information rights and de instruments of representation and worker s participation in the administration in the profits and in the companies results It p
132. nte acordo Disserta o Citada p g 111 133 Il Organizar divulgar distribuir e computar os resultados de vota es em pesquisas internas patrocinadas pelo sindicato precedentes de acordos coletivos notadamente sobre pagamento de abono em f rias coletivas altera es em hor rios de trabalho e suas compensa es podendo encaminhar as negocia es dos respectivos acordos com a empresa IV Participar mediante indica o do coordenador da representa o interna de empregados do processo de integra o de novos empregados V Participar desde que convidado pelo respons vel de reuni es entre a linha de comando e ou Rela es Trabalhistas com os empregados VI Buscar solu es para os problemas internos dentro dos limites do di logo e entendimento comum sem viola o ou constrangimento dos direitos e garantias fundamentais de seus representados 9 O acordo coletivo que regula a representa o dos trabalhadores cont m uma disposi o espec fica sobre a compet ncia do sindicato profissional deixando claro que a representa o interna deve ficar afastada dessas mat rias que continuar o a serem tratadas pelos dirigentes sindicais Na Daimlerchrysler do Brasil a representa o feita atrav s de uma Comiss o de F brica e cuida somente dessa mat ria a exemplo do que ocorre na Mapri Textron do Brasil mas nessa ltima os eleitos s o denominados representantes internos dos empregados
133. nte brasileira erigida de um sistema de domina o das massas da for a de trabalho e dos meios de produ o Era preciso criar um sistema pol tico legal que agasalhasse os anseios dessa elite e permitisse que o sistema produtivo existente no Brasil gozasse de seguran a para se movimentar e desenvolver se Era preciso acima de tudo gerar um sistema que afastasse as id ias dos comunistas da igualdade entre as classes sociais da delega o de poder aos trabalhadores Era imperioso que se disciplinasse a a o 38 dos sindicatos e impedisse que continuassem a organizar os trabalhadores e acumular poder de negocia o e de press o sobre o patronato Era necess ria a institui o de instrumentos de solu o dos conflitos do nascente operariado que a cada dia apresentava se com novas reivindica es nesse cen rio que a Assembl ia Constituinte promulgou em 16 de julho de 1 934 a nova Carta Magna brasileira Este texto constitucional contava de 178 artigos e mais outros 26 compunham suas Disposi es Transit rias Foi a primeira vez que mat rias trabalhistas foram inseridas no documento magno brasileiro E as novidades foram mais do que substanciosas O Art 120 continha em seu par grafo nico um dispositivo absolutamente revolucion rio Art 120 Os sindicatos e as associa es profissionais ser o reconhecidos de conformidade com a lei nico A lei assegurar a pluralidade sindical e a completa autonomia do
134. nto e longo processo pol tico que come ou em 1 850 com a proibi o do tr fego escravista e foi encerrar se em 13 de maio de 1 888 com a Lei urea deixando como heran a cultural o monop lio do poder nas m os dos propriet rios 14 A substitui o da m o de obra escrava pela estrangeira mais preparada e produtiva trouxe para a rela o propriet rio e assalariado uma amea a ao seu poder ilimitado e inconteste Pela primeira vez o patronato defrontou se com um poder at ent o estranho ao processo produtivo Os assalariados se organizaram criaram associa es agruparam se em sindicatos e clamaram por melhorias de condi es de trabalho redu o de jornada e aumento de ganho Surgiram as primeiras greves organizadas como a da constru o civil de 1 907 e a primeira greve geral que parou a cidade de S o Paulo em 1 917 O estado que at ent o permanecia a margem desse conflito foi chamado a intervir e estabelecer regras para o relacionamento entre os propriet rios dos meios de produ o e os assalariados O sistema produtivo precisava de garantia e seguran a para continuar seu desenvolvimento As organiza es de trabalhadores se constitu am numa amea a permanente e precisavam ser contidas Surgem as primeiras leis de natureza trabalhista Em 1 917 criado o Departamento Nacional do Trabalho Em 1 919 o Decreto Lei 3 724 aprova leis concernentes a acidentes do trabalho Em 1 926 a emenda 29 Constitui o d
135. numa sala de controle e submetido a intervalos de descanso de 5 10 e 15 minutos a fim de julgar a influ ncia da taxa de fadiga na produtividade Verificou se que a produtividade se manteve alta com o tr s intervalos Por fim suprimiu se completamente o intervalo e para a surpresa dos pesquisadores a produtividade dos 5 oper rios permaneceu alta e muito superior ao restante dos oper rios O golpe decisivo na teoria cl ssica deu se com o c lebre experimento da Sala de Instala es El tricas de S ries que consistia na montagem de pain is el tricos de distribui o Descobriu se que Os trabalhadores estavam produzindo muito menos do que eram fisicamente capazes segundo uma norma social imposta pelos colegas que definia a quantidade adequada de produ o em vez de procurar preencher a quota que os engenheiros da administra o julgavam que podiam atingir embora essa quota lhes permitisse ganhar tanto quanto lhes era fisicamente poss vel 8 8 Obra citada p g 56 91 Na pr tica os oper rios estabeleceram uma norma do dia adequado de trabalho que consistia em cada homem ligar dois conjuntos completos de equipamentos por dia Os trabalhadores que produziam mais eram ridicularizados como reis da velocidade e criticados como colossos da velocidade Todos os trabalhadores na sala de liga es preferiam claramente manter rela es amistosas com os amigos a ganhar mais dinheiro 50 Os estudos leva
136. o O Art 179 inciso XIX abole os a oites a tortura a marca a 2 Constitui o de 1 824 Ed Senado Federal p g 105 Obra citada p g 104 27 ferro quente e todas as penas cru is por m o citado artigo est inserido no T tulo 8 que trata das Disposi es Gerais e Garantias dos Direitos Civis e Pol ticos dos Cidad os Brasileiros significando que n o tem aplicabilidade aos escravos que n o gozavam do direito cidadania N o existiam quaisquer barreiras ou disciplinamento para o exerc cio do poder de domina o dos propriet rios Podiam exerc lo pelos meios que melhor atendessem aos seus interesses sem limites muito f cil concluir se que se estabeleceu uma rela o de for a entre o senhor e seus escravos As condi es de habita o vestimenta e alimenta o eram ditadas pelo senhor As jornadas de trabalho as ferramentas a serem usadas os locais de trabalho e tudo o mais que se relacionasse com ao trabalho eram decididas pelo propriet rio Ao escravo cabia t o somente a obedi ncia A viol ncia o desrespeito a desconsidera o foram as marcas registradas desse relacionamento Aos desobedientes e n o subservientes eram reservados as piores condi es e castigos que em muitos casos levaram morte do escravo As negras escravas foram objeto de toda sorte de abuso e desconsidera o de sua condi o de mulher Muitos s o os registros de suic dios de escravas que viam nesse re
137. o Rua de O Moderno Direito do Trabalho e a Empresa Negocia o Coletiva Representa o dos Empregados Direito Informa o Participa o nos Lucros e Regulamento Interno Revista LTr S o Paulo Vol 62 N 3 Janeiro de 1 998 ALMEIDA Renato Rua de A Teoria da Empresa e a Regula o de Emprego no Contexto da Empresa Revista LTr S o Paulo Vol 69 N 5 Maio de 2 005 AROUCA Jos Carlos Curso B sico de Direito Sindical LTr Editora S o Paulo 2 006 BALEEIRO Aliomar A Constitui o Brasileira de 1 891 Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 BALEEIRO Aliomar e Barbosa Lima Sobrinho A Constitui o Brasileira de 1 946 Edi o Senado Federal e Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Bras lia 2 001 BARBOSA Alexandre de Freitas Forma o do Mercado de Trabalho no Brasil Da Escravid o ao Assalariado Tese de Doutorado em Economia Aplicada UNICAMP 2 008 219 BELTRAN Ari Possidonio Dilemas do Trabalho e do Emprego da Atualidade LTr editora S o Paulo 2 001 BIAVASCHI Magda Barros O Direito de Trabalho no Brasil A Constru o do Sujeito de Direitos Trabalhistas Tese de Doutorado em Economia Aplicada UNICAMP 2 005 BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Direito Sindical An lise do Modelo Brasileiro de Rela es Coletivas de Trabalho Luz do Direito Comparado e da Doutrina da OIT Proposta de Inser o da Comiss o de Empresa LTr
138. o ano em 26 de novembro criava o Minist rio do Trabalho e da Ind stria e Com rcio A revolu o de 1 930 foi seguida pela constitucionalista ou guerra paulista de 1 932 que lutou pela forma o de uma Assembl ia Constituinte com a finalidade prec pua de dar vida a uma nova Carta Magna Este s o os marcos de uma nova era do trabalhismo brasileiro e o nascedouro do sistema legal que em grande parte tem vig ncia at os dias de hoje como se demonstrar ao longo desta disserta o Everardo Dias Hist ria das Lutas S cias no Brasil Apud Bandeira M p g 56 e 57 Extra do via Internet 37 2 As Constitui es de 1 934 e 1 937 e as Leis Trabalhistas Em 1 930 a sociedade produtiva brasileira contava com apenas 42 anos da aboli o da escravatura e muitos de seus dirigentes haviam nascidos ou eram filhos da elite escravagista e era natural que as id ias da organiza o do trabalho estivessem presentes na ideologia dessa classe dominante A 2 guerra mundial estava para acontecer 9 anos depois Ideologias pol ticas e modelos de governo fervilhavam O fascismo imperava na It lia O nazismo dominava a Alemanha O comunismo vigia na ent o poderosa Uni o Sovi tica As representa es de trabalhadores clamavam por representa o e participa o no processo produtivo natural que as id ias comunistas e a pr ticas do anarco sindicalismo importado pelos imigrantes europeus atemorizasse a classe domina
139. o do artigo 165 que trata da mat ria reproduzido em sua integralidade Art 165 A Constitui o assegura aos trabalhadores os seguintes direitos al m de outros que nos termos da lei visem melhoria de sua condi o social sal rio m nimo capaz de satisfazer conforme as condi es de cada regi o as suas necessidades normais e de sua fam lia ll sal rio fam lia aos seus dependentes III proibi o de diferen a de sal rio e de crit rio de admiss o por motivo de sexo cor e estado civil IV sal rio de trabalho noturno superior ao diurno V integra o na vida e no desenvolvimento da empresa com participa o nos lucros e excepcionalmente na gest o segundo for estabelecido em lei VI dura o di ria do trabalho n o excedente a oito horas com intervalo para descanso salvo casos excepcionalmente previstos Obra citada p g 171 71 VII repouso semanal remunerado e nos feriados civis e religiosos de acordo com a tradi o local VIII f rias anuais remuneradas IX higiene e seguran a do trabalho X proibi o de trabalho em ind stria insalubres a mulheres e menores de 18 anos de trabalho noturno a menores de dezoito anos e qualquer trabalho a menores de 12 anos XI descanso remunerado da gestante antes e depois do parto sem preju zo do emprego e do sal rio XII fixa o de porcentagens de empregados brasileiros nos servi os p blicos dados em concess o e
140. o n o faz parte do poder judici rio brasileiro Obra citada p gs 162 e 163 41 A Organiza o da Justi a do Trabalho Decreto Lei 1 237 de 02 de maio de 1 939 e seu Regulamento Decreto Lei 6 596 de 12 de dezembro de 1 940 foram editados durante o governo ditatorial de Get lio Vargas Destaque merece a composi o do Tribunal ou das Comiss es de Concilia o O presidente de livre nomea o do Governo e sua composi o tripartite Os outros dois membros s o eleitos pela representa o dos empregados e dos empregadores conforme define o artigo 7 do Decreto Lei n 1 237 de 02 de maio de 1 939 Art 72 O presidente da Junta e seu suplente ser o nomeados pelo Presidente da Rep blica com exerc cio por dois anos podendo ser reconduzidos A nomea o recair em magistrado de primeira inst ncia ou em bacharel de direito de reconhecida idoneidade domiciliado na jurisdi o da J unta 2 Quaisquer recursos das decis es da Juntas de Concilia es eram submetidas ao Conselho Regional do Trabalho embri o dos atuais Tribunais Regionais cujos representantes de igual forma eram nomeados pelo poder executivo Art 14 O presidente os vogais e os respectivos suplentes ser o nomeados pelo Presidente da Rep blica com exerc cio de dois anos 2 Araujo Casto Justi a do Trabalho Editora Freitas Bastos p g 394 42 1 A escolha do presidente e de seu suplente recair e
141. o na vida e no desenvolvimento da empresa com participa o nos lucros e excepcionalmente na gest o segundo for estabelecido em lei 34 A integra o na vida e no desenvolvimento da empresa a participa o de seus lucros e excepcionalmente na sua gest o foi inscrita no texto constitucional como um direito do trabalhador O avan o democratizante da disposi o ineg vel O exerc cio dos amplos direitos previstos foram remetidos regulamenta o de uma lei ordin ria que nunca foi promulgada a exce o daquela que tratou da participa o nos lucros que mais tarde foi nserida no ordenamento jur dico brasileiro atrav s da Medida Provis ria 794 de 29 de Dezembro de 1 994 que mais tarde transformou se na Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 A fun o arrecadadora dos sindicatos mereceu um longo par grafo com a seguinte reda o 34 Constitui o de 1 967 Edi o Senado Federal p g 170 70 Art 166 livre a associa o profissional ou sindical a sua constitui o a representa o legal nas conven es coletivas de trabalho e o exerc cio de fun es delegadas de poder p blico ser o reguladas em lei 1 Entre as fun es delegadas a que se refere este artigo compreende se a de arrecadar na forma da lei contribui es para o custeio da atividade dos rg os sindicais e profissionais e para a execu o de programas de interesse das categorias por ele representadas 3 O text
142. o por seu criador Benito Mussolini em 1 922 O regime fascista decorria de princ pios que foram contidos na Carta Del Lavoro e aprovada no Gran Consiglio del Fascismo em 21 de abril de 1 927 e publicada na Gazzetta Ufficiale do dia 30 do mesmo m s 8 Arion Say o Romita O Fascismo no Direito do Trabalho Brasileiro A influ ncia da Carta Del Lavoro sobre a legisla o trabalhista brasileira LTr Editora p g 28 49 A ideologia fascista pode ser entendida pela interven o do Estado em todas as esferas da sociedade como poss vel se verificar na defini o do Estado Fascista extra do da Carta Del Lavaro A na o italiana um organismo que tem fins vida e meios de a o superiores por seu poder e dura o aos indiv duos isolados ou associados que a comp em uma unidade moral pol tica e econ mica que se realiza integralmente no Estado fascista Segundo palavras de Mussolini a unidade de todas as classes a unidade pol tica social e moral do povo italiano se realiza no Estado e somente no Estado fascista Ainda segundo o mesmo Mussolini Tudo no Estado nada contra o Estado nada fora do Estado 20 A an lise mais profunda da influ ncia do fascismo na forma o da legisla o trabalhista brasileira escapa aos objetivos desta disserta o e seu interesse est voltado a destacar o car ter intervencionista estatal da Constitui o Federal e a influ ncia que as elites
143. oado em 1 765 pelo escoc s James Watt que considerado o criador da moderna m quina a vapor foi o marco inicial do processo Foi poss vel colocar a for a motriz onde antes existia for a humana ou animal organizar o trabalho em sistemas fabris em substitui o produ o dom stica e familiar e inserir equipamentos mec nicos onde antes existiam ferramentas manuais O modo de produ o industrial carecia de m todos pr prios O sistema de fabrica o fabril exigia a cria o de sistemas que organizassem e atendessem as suas in ditas necessidades 84 A primeira novidade incorporada foi divis o de tarefas O artes o que at ent o realizava a produ o em conjunto com seus familiares foi colocado no interior de uma instala o industrial ao lado de outros companheiros mas esse artes o transformado em oper rio conhecia t o somente o m todo de produ o integral ou seja ele recebia uma encomenda e a entregava completa N o havia a divis o de tarefas A divis o de tarefas demonstrou ser um formid vel instrumento de aumento da produtividade Adam Smith cita em seu livro A Riqueza das Na es um exemplo ocorrido em 1 776 a respeito das mudan as promovidas com a ado o desse m todo Smith observa que um trabalhador sozinho poderia produzir 20 alfinetes por dia Todavia dividindo se a tarefa de fabrica o em muitas opera es simples avaliou em cerca de 18 diferentes tarefas tais como e
144. oal etc Os 14 princ pios s o os seguintes e foram obtidos diretamente na Internet no endere o www geocities com O t tulo do artigo utilizado Os gurus da qualidade 1 Criar const ncia de prop sitos ou seja recursos permanentes para a melhoria dos produtos e servi os de forma a que a organiza o seja competitiva permane a no mercado e proporcione empregos A dire o da organiza o deve dar prioridade as suas preocupa es de longo prazo e investir numa caminhada inovadora para satisfazer o melhor poss vel as necessidades de seus clientes 102 2 Adotar uma nova filosofia Os atrasos os erros e a falta de uma pol tica de forma o j n o podem ser tolerados sendo necess ria uma transforma o na abordagem da gest o ocidental 3 Cessar com a depend ncia da inspe o como uma forma de atingir a qualidade pois o corol rio dessa pr tica a aceita o do defeito Deve se antes prevenir e investir na elimina o dos defeitos colocar a qualidade do produto em primeiro lugar e controlar por amostragem 4 Acabar com a pr tica da escolha dos fornecedores atrav s de um nico crit rio o pre o O pre o apenas um custo que deve ser avaliado conjuntamente com a qualidade ou n o qualidade do fornecimento O importante minimizar os custos totais Assim devem ser estabelecidas regras sobre as compras e as rela es a longo prazo com os fornecedores devem ser desenvolvidas 5 Melho
145. objetivos econ micos e do grau de moderniza o da estrutura organizacional e de democratiza o das rela es de trabalhado que se deseje incorporar cultura empresarial 195 CAP TULO IV A HUMANIZA O DAS RELA ES ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR 1 O Caminho dos Modelos de Gest o O conte do e o caminhar dos modelos organizacionais e de gest o de pessoas foram tratados no cap tulo da parte 3 desta disserta o e deixam claro que a preocupa o com a produ o est no centro de todos eles e nasceram da necessidade de se modernizarem os processos produtivos aumentar a produtividade reduzir custos melhorar a qualidade dos produtos e do relacionamento com os trabalhadores Percebe se tamb m que datam de passado recente Nenhum deles foi gestado no s culo XIX e os mais recentes e modernos t m pouco mais de 60 anos O primeiro deles surgiu em 1 911 quanto Frederick Taylor criou a Escola Cl ssica ou Cient fica e causou em verdadeira revolu o nos processos produtivos ao introduzir a reuni o dos trabalhadores num s local a divis o do trabalho o pagamento por incentivo ou recompensa a supervis o direta e constante do trabalhador e o controle central localizado no topo da empresa Acreditavam os engenheiros taylorista que o trabalhador devidamente incentivado e controlado produziria no 196 limite de suas for as f sicas O trabalho humano era considerado como um fator de produ o ao la
146. ompuls rio ou escravo e registra nos dias de hoje diversos modelos e formas assentados nas diferentes culturas e hist rias das na es O ser humano nasce cresce evolui constr i e morre numa cultura onde a domina o da classe social dos detentores dos meios de produ o prevalece sobre as camadas subalternas da sociedade O escravo desde o seu nascimento sabia 147 de sua posi o e nada esperava do que viver e morrer nessa condi o O servo da gleba aceitava como natural sua vincula o e sujei o ao senhor feudal O oper rio preocupa se com a preserva o de seu emprego com a sobreviv ncia de sua fam lia com aumento de sua renda e com a possibilidade de adquirir bens de consumo e com a sua velhice mas n o educado para contestar a legitimidade do sistema sobre o qual repousa o poder de domina o dos detentores dos meios de produ o a n o ser para manter seu emprego e sua renda O trabalho participa do sistema de produ o como uma de suas componentes de despesas uma mercadoria como as demais que fazem parte dos produtos ou servi os gerados por seu empregador de sorte que do ponto de vista econ mico a participa o do trabalhador se resume ao pre o do seu trabalho regulado pelas for as do mercado e tendo sempre presente a possibilidade do desemprego No sistema legal brasileiro como j apresentado nesta disserta o a rela o existente entre empregado e empregador nitidamente de
147. onclu dos pelas associa es legalmente reconhecidas de empregadores trabalhadores artistas e especialistas ser o aplicados a todos os empregados trabalhadores artistas e especialistas que elas representam os contratos coletivos de trabalho dever o estipular obrigatoriamente a sua dura o a import ncia e as modalidades do sal rio a disciplina e o hor rio de trabalho a modalidade de sal rio ser a mais apropriada s exig ncias do oper rio e da empresa o oper rio ter direito ao repouso aos domingos e nos limites das exig ncias t cnicas da empresa aos feriados civis e religiosos de acordo com a tradi o local depois de um ano de servi o ininterrupto em uma empresa de trabalho cont nuo o oper rio ter direito a uma licen a anual remunerada nas empresas de trabalho cont nuo a cessa o das rela es de trabalho a que o trabalhador n o haja dado motivo e quanto a lei n o lhe garanta a estabilidade no emprego cria lhe o direito a uma indeniza o proporcional aos anos de servi o 45 g nas empresas de trabalho cont nuo a mudan a de propriet rio n o rescinde o contrato de trabalho conservando os empregados para com o novo empregador os direitos que tinham em rela o aos antigos h sal rio m nimo capaz de satisfazer de acordo com as condi es de cada regi o as necessidades normais de trabalho i dia de trabalho de oito horas que poder ser reduzido e somente suscet vel de aumen
148. onsiderado no conjunto dos fatores de produ o tais como as m quinas e equipamentos Na teoria de rela es humanas o trabalhador considerado em sua dimens o humana As rela es entre o grupo e a supervis o assumem uma destacada relev ncia A comunica o vale dizer o di logo e a troca de informa es um dos esteios b sicos dessa teoria A primeira e mais conhecida aplica o dos ensinamentos de Mayo deu se ironicamente no Jap o na d cada de 50 Esse pa s oriental havia sa do derrotado e humilhado militarmente da Il guerra mundial Internamente seu parque industrial estava inteiramente destro ado Sua jovem ind stria automobil stica produzia umas poucas e obsoletas unidades contra as poderosas Ford e GM americanas Havia a 51 Obra citada p gs 57 59 e 60 93 car ncia de praticamente tudo Mat ria prima tecnologia recursos financeiros e humanos Foi nessa poca mais precisamente em 1 945 que um engenheiro chin s formado na Universidade de Nagoya e empregado da empresa Toyoda Spinning Taichi Ohono concluiu que para sobreviv ncia do neg cio era preciso adquirir conhecimentos tecnol gicos de modos a equiparar a decadente e obsoleta ind stria japonesa ind stria automobil stica norte americana A primeira provid ncia foi mudar a estrat gia de produ o e produzir somente o que seria vendido ou ao consumo efetivo do mercado Esta estrat gia implicou em profundas mudan as no p
149. orte que resta ao resumo a afirma o de que a exce o da legisla o que disciplina a CIPA n o existe no ordenamento jur dico brasileiro nenhuma disposi o legal e compuls ria que trate da representa o do trabalhador nas empresas As comiss es de f brica e 87 Obra Citada P g 258 168 de representa o interna s o realidades em poucas empresas geralmente de capital e matrizes no estrangeiro O regulamento interno de grande serventia informativa convive com sua natureza jur dica contratualista e a necessidade de negocia o para viabilizar se como ferramenta de gest o A co gest o poderos ssimo instrumento de integra o entre o capital e o trabalho e not vel ferramenta de democratiza o e humaniza o da rela o entre empregador e empregado n o passa de uma previs o legal que n o caminhou na realidade mesmo nas empresas estrangeiras oriundas de pa ses onde esse modelo uma imposi o de lei 164 CAP TULO Il O PROGRAMA DE PARTICIPA O EM LUCROS OU RESULTADOS PLR ORIGENS E OBJETIVOS 1 O Primeiro Texto Legal O ordenamento jur dico trabalhista brasileiro recebeu em 29 de dezembro de 1 994 atrav s da Medida Provis ria n 794 a primeira legisla o destinada a regular a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas inspirado num projeto de lei proposto no senado federal pelo ent o senador Fernando Henrique Cardoso Ap s tr s Constit
150. os seus causadores a responsabilidade pela sua solu o O arranjo de poder interno estar preservado Os mecanismos tratados neste cap tulo s o uma decorr ncia do sistema organizado na forma de uma pir mide dividida nos tr s substratos aqui tratados 123 evidente que este n o um cen rio nico nas organiza es brasileiras mas com boa dose de certeza pode se afirmar que o mais encontrado Na terceira parte que termina est disserta o ser o apresentados e discutidos os mecanismos legais existentes em nossa legisla o que permitem ao trabalhador exercer t mida ou amplamente sua representa o no local de trabalho O destaque ficar por conta da Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas PLR inserido no ordenamento jur dico brasileiro pela Lei 101 101 de 19 de dezembro de 2 000 que cont m mecanismos poderosos apontados para a democratiza o do poder no seio das empresas O resumo deste cap tulo pode ser feito em poucas linhas Nossa legisla o privilegia e legaliza uma rela o de domina o do empregador sobre o empregado Ao empregador cabe o poder de comando Ao empregado o dever de obedecer Ao trabalhador insubordinado ou que n o laborar segundo o de seu empregado existe o rem dio jur dico da demiss o por justa causa a presen a da heran a escravagista nas rela es de trabalho brasileira 124 PARTE 3 MECANISMOS DE PARTICIPA O DOS TRABALHADORES NAS
151. os sindicatos e as comiss es de empregado negociassem diretamente com os empregadores as regras metas objetivos ndices de produtividade fatores de qualidade e tamb m as formas de apura o acompanhamento e controle do pactuado incluindo garantias aos membros das comiss es A desonera o das verbas decorrentes dos programas de participa o em lucros ou resultados foi mantida no texto da Lei 10 101 assim como o incentivo fiscal inserido no texto da primeira Medida Provis ria a 794 assunto que ser tratado no pr ximo item 3 Desonera o e Incentivo Fiscal Cuidou o texto legal de explicitar a natureza jur dica das verbas pagas sob o agasalho da Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 ao estabelecer em seu arquivo 3 o que se segue 173 Art 32 A participa o de que trata o art 2 n o substitui ou complementa a remunera o devida a qualquer empregado nem constitui base de incid ncia de qualquer encargo trabalhista n o se lhe aplicando o princ pio da habitualidade Interpretando gramaticalmente o texto do artigo 3 conclui se que n o s o sal rio mas as demais verbas que comp em a remunera o do trabalhador n o est o acobertadas pelo manto dessa legisla o A natureza jur dica do PLR n o salarial e tampouco remunerat ria N o se trata de sal rio ou de parcela remunerat ria Os valores pagos a t tulo de PLR assentam seus fundamentos em textos negociados com uma comiss o de
152. parceiros e meeiros que acabaram com reclama es junto aos governantes de seus pa ses de origem A Constitui o de 1 891 silenciou se a exemplo do texto Imperial de 1 824 a respeito de rela es de trabalho Nenhuma regula o foi introduzida O direito de propriedade foi mantido em sua plenitude em seu Art 72 8 17 salvo a desapropria o por necessidade ou utilidade p blica mediante indeniza o pr via 8 Constitui o de1 891 Edi o Senado Federal p g 98 34 no per odo 1 880 a 1 930 que se encontram os registros mais marcantes da transi o do trabalho escravo para o trabalhador livre nesse espa o de tempo que surgiram as primeiras leis e regulamentos do trabalho como a primeira Lei de Acidentes do Trabalho em 1 919 A cria o do primeiro instituto de Aposentadorias a Lei Eloy Chaves de 1 924 terminando pelo nascimento do Minist rio do Trabalho Ind stria e Com rcio em 26 de novembro de 1 930 Esse per odo registra tamb m a interfer ncia mais direta do Estado nas rela es de trabalho especialmente motivada pelos acontecimentos internacionais O imigrante europeu especialmente o espanhol e italiano trouxe em sua bagagem al m de uma forma o cultural e profissional at ent o desconhecida em nosso pa s suas pr ticas e ideologias pol ticas e logo o conflito com o patronato mostrou se inevit vel Esse trabalhador vinha de um pa s onde o escravismo inexistia a gera e
153. poder diretivo nas m os dos detentores dos meios de produ o seus reflexos na cultura empresarial e nas rela es entre empregado e empregador nos dias atuais vistos pelos olhos do analista do direito com foco na vida econ mica das empresas sua organiza o e os instrumentos de gest o de pessoas produzidos pelas escolas de administra o e economia at os dias atuais Estuda as Constitui es brasileiras a partir da Imperial de 1 824 at o texto da atual Magna Carta ao lado do sistema legal laborativo da estrutura sindical dos mecanismos de solu o de conflitos do direito de informa o e dos instrumentos de representa o e de participa o dos trabalhadores na gest o nos lucros e resultados das empresas Apresenta os fundamentos e a evolu o das escolas de administra o a partir da teoria cient fica e de rela es humanas atrav s dos modelos identificados como toylorista fordista e toyotista chegando aos ensinamentos de Peter Drucker e W Edwuard Deming e seus revolucion rios e democr ticos modelos de organiza o e de gest o de pessoas conhecidos como Administra o por Objetivos e Administra o Participativa Exp e e analisa os instrumentos de representa o dos trabalhadores existentes passando pelas comiss es internas de acidentes pelas comiss es de f brica e representa o de trabalhadores pelos regulamentos internos pela co gest o para focar no objetivo maior da disserta o e demo
154. poder e do cargo que ocupam Quaisquer desvios de conduta verificados nos substratos subalternos devem merecer cuidados especiais e imediatas provid ncias no sentido de que sejam interrompidas e corrigidas O encarregado o supervisor o chefe ou o gerente estar o sempre dedicados a se manterem nos limites dos poderes que det m e nos contornos das ordens emanadas de seu superior hier rquico A preocupa o com o espa o pr prio de n o sofrer invas es de n o invadir territ rio alheio e de manter uma pol tica de boa vizinhan a ocupa boa parte do tempo e da energia do mundo dos intermedi rios Formam se verdadeiros castelos de poder onde s s o admitidos aqueles que n o causam amea as ao feudo ou partilham das id ias de seus componentes 120 A informa o uma arma poderosa que precisar ser tratada com todo cuidado e transitar somente nos substratos organizacionais autorizados e por interlocutores escolhidos O acesso informa o da c pula um privil gio que merece o maior dos cuidados De posse da informa o cada diretoria ger ncia chefia supervis o coordena o ou participantes de cargos decis rios providencia uma vers o apropriada a ser transmitida e controlada A informa o que chega base da pir mide invariavelmente diversa da origin ria do rg o onde foi gerada Estar contaminada com a interpreta o e com a vers o que interessa a quem a estiver repassando A rec
155. presenta em seu par grafo 1 na forma de incentivo fiscal voltado especificamente para a empresa que adotar pagamentos a t tulo de PLR com a seguinte disposi o 1 Para efeito de apura o do lucro real a pessoa jur dica poder deduzir como despesa operacional as participa es atribu das aos empregados nos lucros ou resultados nos termos da presente Lei dentro do pr prio exerc cio de sua constitui o A previs o permite que as empresas que adotam a op o fiscal de apura o do lucro real o abatimento dos valores pagos a seus empregados sob a rubrica de participa o nos lucros ou resultados o que significa em termos econ micos reduzir a base e c lculo do imposto de renda ou em palavras outras recolher menos tributo sob essa rubrica ou ainda carrear aos trabalhadores parte do imposto que seria recolhido aos cofres p blicos 176 Sobre as parcelas pagas ou recebidas a t tulo de PLR foram mantidas t o somente a incid ncia do Imposto de Renda da pessoa f sica sob a forma de rendimento em separado a saber 5 As participa es de que trata este artigo ser o tributadas na fonte em separado dos demais rendimentos do m s como antecipa o do imposto de renda devido na declara o de rendimentos da pessoa f sica competindo pessoa jur dica a responsabilidade pela reten o e pelo recolhimento do imposto N o se pode negar a presen a de significativos apelos econ micos e fi
156. proca verdadeira A informa o proveniente da base da pir mide do ch o de f brica do cn o de armaz m do umbigo no balc o somente chegar aos altos escal es se os substratos organizacionais existentes em sua caminhada o permitirem A vers o que atingir o topo da pir mide a exemplo do que ocorre da gerada por ela ser sempre aquela impregnada com a interpreta o que interessa aos substratos pelos quais transitou 121 Muitas vezes foram necess rios movimentos paredistas para que um pequeno grupo de trabalhadores da base da pir mide tivesse a oportunidade de levar a mensagem desse substrato organizacional c pula dirigente das empresas O contato a conviv ncia o di logo e o envolvimento com o substrato da base da pir mide que n o fazem parte do mundo dos intermedi rios precisar ser cauteloso cuidadoso e distante O exerc cio do poder num sistema de delega o por camadas sobrepostas algo movedi o inseguro e inst vel O superior imediato no exerc cio de seu poder discricion rio poder alegar desvios de suas determina es e impor reprimendas ou puni es a seus subordinados sob a alega o de que a ordem interna foi desrespeitada A presen a de lideran as informais surgidas a partir da base da pir mide vista como uma amea a Esses representantes informais que extraem sua autoridade da vontade de seus companheiros de trabalho devem ser isolados vigiados e em casos de participa o que
157. quisadores e as escolas de administra o economia e gest o de pessoas tem apresentado modelos e op es que podem ser adotados por qualquer empresa brasileira ou mundial Pode se concluir tamb m que medida que os modelos evolu ram no tempo a estrutura piramidal com controle a partir de seu topo vem cedendo terreno para desenhos que reduzem a dist ncia entre a c pula da base e principalmente dispersa o poder e a informa o por todo o tecido organizacional A id ia de autoridade formal decorrente do cargo apresenta se cada vez mais obsoleta e incompat vel com organiza es administradas por objetivos por metas por conceitos de qualidade e busca permanente da melhoria O trabalho em equipe o controle de qualidade pelo executor a troca constante de informa o e o 200 conhecimento pr vio das metas exigem a presen a de uma nova lideran a com conhecimento postura e conduta compat veis com essa realidade A dimens o humana do trabalhador assume papel da maior relev ncia O exerc cio de sua potencialidade capacidade criativa e intelig ncia poder ser feito sem receio de amea as de ciumeira ou de conduta inadequada O ambiente organizacional torna se naturalmente mais democr tico e humano Finalmente este autor sente se autorizado a afirmar que os pesquisadores as escolas de administra o e de gest o de pessoas fizeram sua parte As empresas podem escolher os modelos que desejarem 2 Op o
158. r rompido a qualquer tempo sem restri es desde que se pague indeniza o N o h prote o ao emprego Em resumo o empregador enfeixa em suas m os os poderes de dire o e disciplinar Aqueles que Jos Augusto Rodrigues Pinto em sua obra Tratado de Direito Material do Trabalho sintetiza Em suma exercendo o poder de dire o o empregador determina como realizar a atividade exercendo o poder disciplinar garante se que se realize como determinado 30 3 _ Jos Augusto Rodrigues Pinto Tratado de Direito Material do Trabalho LTr Editora p g 307 62 Qual a diferen a fundamental entre o trabalhador livre e um escravo sen o a aus ncia da propriedade do trabalhador e por evidente a sua condi o de cidad o livre e assalariado Em que medida o trabalhador tem o direito de manifesta o Qual a disposi o legal que protege o trabalhador da domina o de seu empregador Qual a mecanismo que permite ao trabalhador durante a vig ncia de seu contrato participar de qualquer decis o de seu empregador Qual a disposi o de abre a possibilidade do trabalhador informar se a respeito dos neg cios de sua empresa Ao empregado segundo o texto legal cabe seguir as determina es de seu empregador obedecer as ordens oriundas dele ou de seus prepostos executar as ordens com presteza aten o e cuidado Os dois mundos existentes no per odo escravagista permaneceram presentes O dos que mandam e dominam
159. r verifica es nos ambientes e condi es de trabalho realizar verifica es do cumprimento dos planos elaborados participar com os t cnicos do servi o de seguran a e medica do trabalho de discuss es promovidas pela empresa divulgar e promover o cumprimento das normas de seguran a requisitar junto ao empregador informa es sobre quest es de interesse da seguran a e sa de do trabalhador requisitar empresa c pias das Comunica es de Acidentes do Trabalho CAT requerer junto ao servi o de seguran a e medicina da empresa a paralisa o de m quinas que apresentem Obra Citada p g 62 128 condi es inseguras participar da an lise das causas das doen as e acidentes promover anualmente em conjunto com o servi o de seguran a e medicina do trabalho a Semana Interna de Preven o e Acidentes do Trabalho SIPAT entre outras atribui es A constitui o da CIPA obrigat ria para algumas atividades econ micas a partir de 20 trabalhadores mas para estabelecimentos que empreguem 50 ou mais pessoas sua exist ncia compuls ria para todos os segmentos econ micos Os procedimentos para organiza o funcionamento elei o treinamento atribui o de seus membros fiscaliza o etc s o tamb m padronizados e estabelecidos em norma legal no caso a NR 5 Os cipeiros designa o pela qual s o chamados os representantes dos empregados eleitos para a CIPA gozam al m
160. ra de controle a qualidade ao lado dos instrumentos de materializa o da pr tica desses dois instrumentos de produ o com o seguinte texto Art 2 Toda empresa dever convencionar com seus empregados mediante negocia o coletiva a forma de participa o destes em seus lucros ou resultados Par grafo nico Dos instrumentos decorrentes da negocia o dever o constar regras claras e objetivas quanto fixa o dos direitos substantivos da participa o e das regras adjetivas inclusive mecanismos de aferi o das informa es pertinentes ao cumprimento do acordado periodicidade da 166 distribui o per odo de vig ncia e prazos para a revis o do acordo podendo ser considerados entre outros os seguintes crit rios e condi es a ndices de produtividade qualidade e lucratividade da empresa e b programas de metas resultados e prazos pactuados previamente A leitura do artigo autoriza o interprete a concluir que o objetivo maior do texto legal a produtividade a qualidade e seus instrumentos de aplica o tendo como pano de fundo o incentivo competi o ou a criar mecanismos apropriados para que as empresas brasileiras pudessem competir nesse mercados cada vez mais concorrencial Esse car ter recebeu um refor o econ mico dos mais significativos ao definir que os valores vantagens ou benef cios oriundos de programas de participa o em lucros ou resultados n o seriam considerados
161. ram Elton Mayo a concluir que era preciso democratizar e humanizar as rela es internas com os oper rios libertando os dos conceitos r gidos e mecanicistas advinda da teoria cl ssica O trabalhador precisava ser considerado pela sua capacidade social e n o pelo seu vi s f sico A partir da conclus o de suas pesquisas Elton Mayo formulou os esteios de sua Escola de Rela es Humanas assentada em 4 princ pios a O n vel de produ o estabelecido por normas sociais e n o pela capacidade fisiol gica b As recompensas e san es n o econ micas influem significativamente no comportamento dos trabalhadores e limitam em grande parte o resultado dos planos de incentivo econ mico c Frequentemente os trabalhadores n o agem ou reagem como indiv duos mas como membros de um grupo Obra citada p g 57 5 Obra citada p g 58 92 d A import ncia da lideran a para o estabelecimento e imposi o das normas de grupo e a diferen a entre a lideran a informal e formal constituem outra importante modifica o da administra o cient fica 5 Cotejando os fundamentos da escola de administra o cient fica de Taylor com a de rela es humanos de Mayo poss vel concluir que a grande diferen a entre as duas teoria esta na forma de gerenciamento e tratamento das pessoas ou para usar um termo mais atual os recursos humanos envolvidos no processo produtivo Na teoria cient fica o elemento humano c
162. rar constantemente e permanentemente o sistema de produ o 6 Instituir a forma o usando m todos modernos Exigem se sempre novas capacidades que se harmonizam com as altera es relacionadas com os materiais m todos desenhos equipamentos e servi os 7 Instituir a lideran a Estabelecer novas formas de dirigir com novas formas de dirigir com base em relat rios de qualidade 108 8 Eliminar o medo Evitar o estilo autorit rio de gest o para que todos possam trabalhar com efici ncia Encorajar a comunica o e dar liberdade aos funcion rios para questionar propor e reportar dificuldades 9 Derrubar as barreiras entre os departamentos As pessoas devem trabalhar em equipe e a comunica o entre os servi os indispens vel A exist ncia de c rculos de qualidade multidisciplinares contribuem para o enriquecimento das tarefas e das solu es 10 Eliminar slogans e metas num ricas A maioria dos problemas de qualidade tem a ver com os processos e sistemas que s o criados pelos gestores 11 Abandonar a gest o por objetivos com base em indicadores quantitativos Esses indicadores real am a quantidade em detrimento da qualidade Usar m todos estat sticos para a melhoria cont nua da qualidade e da produtividade 12 N o classificar nem ordenar o desempenho dos trabalhadores 13 Instituir um programa de educa o e auto conhecimento 14 Estruturar a gest o de forma a levar a cabo o
163. rem seguidos por todos e como tal passam a impregnar todo o tecido organizacional Todos devem conhecer seguir e buscar atingir os objetivos da empresa O trabalho em equipe o acesso informa o o acompanhamento das metas o di logo constante a negocia o permanente e forte redu o na autoridade formal das ger ncias e chefias s o exig ncias do modelo Finalmente tr s pesquisadores William Deming J M Duran e Kaoru Ishiswava criaram o modelo que Deming denominou de Administra o Participativa Seus 14 princ pios b sicos foram apresentados em 1 989 e apresenta se nos dias atuais como o modelo mais atualizado de organiza o de empresas e gest o de pessoas O modelo tem na qualidade sua ess ncia b sica o objetivo maior a ser buscado pela organiza o e sua gente Deming prega a derrubada das barreiras organizacionais o incentivo ao questionamento e participa o do trabalhador na 199 vida da empresa o encorajamento busca e troca de informa es a elimina o do medo e da participa o do trabalhador ao lado da melhoria constante e permanente dos produtos e servi os gerados pela empresa O poder formal das ger ncias e chefias sofre uma formid vel mudan a No lugar do superior hier rquico isolado distante controlador e amea ador aparece a figura do gerente pr ximo orientador facilitador e sempre pronto a ouvir Como conclus o este autor sente se autorizado a afirmar que os pes
164. resas que adotam esse mecanismo e mesmo estas o fazem por influ ncia de seus pa ses de origem como apresentado nesta disserta o mas ineg vel que produzem efeitos na humaniza o entre a empresa e seus empregados Os regulamentos internos ou de empresas apresentam se como um canal de comunica o entre a empresa e seus empregados uma refer ncia para o trabalhador que atrav s dele poder conhecer a empresa seus dirigentes seus produtos ou servi os sua estrutura suas regras disciplinares os benef cios oferecidos os direitos dos empregados etc um instrumento de informa o e 202 orienta o para o trabalhador e que gravita entre os mecanismos destinados democratiza o das rela es de trabalho Na cultura empresarial de nosso pa s os regulamentos internos ou de empresas t m sido gerados unilateralmente por seus dirigentes embora n o existe nenhum impedimento para que surjam de negocia o coletiva fato que tem servido de fundamento para disputas judiciais propostas por empregados que se sentem prejudicados por mudan as promovidas por seu empregador Na pr tica esses instrumentos s o pouco utilizados A co gest o por seu lado contempla fort ssimas componentes de democratiza o das rela es de trabalho O empregado co gestor tem direito informa o de ser ouvido de fiscalizar de participar do processo decis rio e dos resultados ou lucros da empresa O modelo no entan
165. resents the foundations and de evolution of the Administration Schools starting from the scientific theory and personal relationship through models identified as taylorism fordism and toytism reaching the organization and people s management know as Administration by Objectives and Participant Administration It exposes and analyses the instruments of de existing worker representation passing through the internal committee of accidents factory committee and worker representation internal regulations by the co administration to focus in the larger objective of the dissertation and to demonstrate the reach and dimensions of the workers in the profits participation or results of de companies instrument that in crumbled and discussed in full detail highlighting its nature purpose economical advantages flexibility juridical safety and its model inspirations of democracy and humanization in the relationship between employee and employer Key words Work democracy Administration by Objectives Profits or Results Participation SUM RIO INTRODU O PARTE RA ZES HIST RICAS DO RELACIONAMENTO CAPITAL TRABALHO NO BRASIL sanar oem A DC a AR a 23 CAP TULO EVOLU O HIST RICA is eeeerereeeereererrererenenenenes 23 1 O Sistema escravagista no Brasil essarasi ecaa Lo dd nnna 23 2 O trabalho COM pUISONIO Saad sis te A a 25 3 O monop lio do poder dos propriet rios dos meios de produ o
166. restri o contida no artigo 3 2 citado pode ser amenizada medida que as empresas podem aferir os resultados de seus trabalhadores e disponibilizar a informa o aos interessados de modos que o trabalhador saber antecipadamente que existe um cr dito a seu valor e que bastar aguardar o encerramento do semestre para receb lo Os efeitos motivacionais no trabalhador poder o ser at mesmo superior se o pagamento fosse mensal A acumula o de cr dito servir como combust vel a alimentar e a direcionar a atividade do trabalhador Depender dele de seu grupo equipe setor filial etc a busca e a implementa o de decis es que corrijam a distor es e melhorem o resultado final Por outro lado as disposi es do programa negociado podem incluir a previs o da avalia o e do pagamento mensal Nestas condi es os valores pagos transformam se em parcelas remunerat rias e passam a fazer base de incid ncia de tributos e encargos previdenci rios por m preservam sua natureza essencial qual seja estimular a pr tica de trabalho incorporando procedimentos de produtividade e qualidade ao lado da labuta calcada em metas objetivos e prazos vale dizer trazer a id ia de desempenho e competi o para o dia a dia do trabalhador 182 2 Transpar ncia das Regras do PLR A Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 exige que a participa o nos lucros ou resultados das empresas seja implementada atrav s de
167. rganiza o Internacional do Trabalho em 04 de julho de 1 950 Obra citada p g 30 51 Pelas disposi es da Constitui o de 1 937 qualquer associa o profissional ou sindical somente poderia exercer o direito de representa o ap s o seu reconhecimento pelo Estado brasileiro Al m dessa pr via autoriza o determinou que a entidade profissional poderia exercer fun es delegadas pelo poder p blico encerrando por permitir a imposi o de contribui o dos representados e assim criar a fonte de financiamento das mesmas Em 1 939 atrav s do decreto lei 1 402 39 o Governo veio a criar o ent o denominado imposto sindical destinado s entidades profissionais Logo a seguir editou o decreto lei 2 377 40 estabelecendo o mesmo direito aos sindicatos patronais Em 1 966 outro decreto lei alterou a denomina o do tributo para contribui o sindical sem tocar em sua natureza tribut ria Nos citados textos legais o Governo estabeleceu as bases para a aplica o do imposto O trabalhador deveria sofrer um desconto compuls rio em todo m s de mar o de um dia da sua remunera o nesse m s As empresas ficaram obrigadas a recolher em todo m s de janeiro um valor calculado com base em seu capital social A legisla o determinou a forma de distribui o do imposto recolhido atrav s do artigo 589 da CLT que atualmente est assim redigido 52 Art 589 Da import ncia da arrecada o do impos
168. rocesso cont nuo e de massa da linha de montagem A produ o foi rearranjada e flexibilizada de modos a atender a este novo mandamento Desaparece a figura do oper rio que executa uma s tarefa fazendo surgir o trabalhador polivalente Introduz se o conceito de estoque m nimo no sistema que se popularizou como just in time exatamente na hora ou seja a pe a precisava chegar ao local de montagem no momento em que fosse necess ria O estoque deveria ser m nimo ou muito pr ximo de zero O controle de qualidade antes reservado a um departamento especializado pulverizado pelo processo de produ o e delegado ao trabalhador 94 A maior ruptura com o modelo fordista ficou reservado pelo surgimento e valoriza o das equipes de trabalho As equipes ficaram respons veis por um conjunto de tarefas previamente conhecidas e estabelecidas de comum acordo com a supervis o ou com os demais membros da equipe Cada membro da equipe tinha conhecimento antecipado das tarefas que deveria executar dos procedimentos envolvidos das m quinas que iriam operar dos limites de atua o e das responsabilidades suas e de sua equipe de trabalho No processo de produ o da Toyota em 1 955 um oper rio operava em m dia 5 m quinas O oper rio opera sua m quina e ajuda o colega no funcionamento de outras m quinas diferentes da sua sem qualquer interfer ncia do supervisor A qualidade do que cada um produz fica a cargo do oper rio q
169. s O dom nio de determinado conhecimento ou de um conjunto deles significa a possibilidade de participar de determinados mercados c rculos de conhecimento e principalmente acumular poder em fun o desse conhecimento Vive se hoje o mundo da tecnologia O conhecimento e o dom nio tecnol gico significa poder e riqueza Os economistas afirmam que o mundo atual est dividido em tr s p los O p lo industrial localizado na China ndia e pa ses asi ticos o p lo 2 Obra citada p gs 285 e 286 79 agr cola onde o Brasil marca presen a destacada e o p lo do conhecimento ou tecnol gico localizado nos Estados nicos da Am rica Jap o e parte da Uni o Europ ia H consenso quanto identifica o do p lo mais importante dos quais decorrem e dependem os outros dois ou seja a partir do conhecimento e o dom nio da tecnologia que foi poss vel criar o formid vel crescimento e desenvolvimento econ mico da China da ndia e de muitos outros pa ses Na mesma esteira est a agricultura O Brasil agr cola a prova mais acabada dessa verdadeira revolu o A produtividade em muitos produtos quintuplicou em menos de 20 anos e tudo decorreu a introdu o de novos m todos equipamentos processos variedades etc ou seja abandonou se o conhecimento antigo em prol de um novo As empresas e todas as organiza es foram for adas a acompanhar o processo transformador sob pena de desaparecerem nesse merc
170. s 13 pontos anteriores Obter o comprometimento de todos os trabalhadores no sentido da mudan a 104 N o muito dif cil de se concluir que as id ias de Deming causam uma revolu o em qualquer estrutura organizacional anteriormente existente No que diz respeito a gest o de pessoas princ pios 7 8 9 e 12 a mudan a a imensa Fala especificamente em eliminar o medo dar liberdade para questionar propor e reportar dificuldades derrubar barreiras entre departamentos as pessoas devem trabalhar em equipe a comunica o entre os servi os indispens vel n o classificar nem ordenar o desempenho dos trabalhadores e para fechar evitar o estilo autorit rio de gest o A administra o participativa uma decorr ncia do modelo de Deming Juran e Ishikawa uma vez que n o poss vel implantar tal modelo de gest o de pessoas sem uma fort ssima mudan a na cultura empresarial na estrutura de poder das empresas e no envolvimento real e efetivo de sua alta dire o Uma ilustra o utilizada para demonstrar a mudan a na distribui o de poder decorrente da administra o participativa diz respeito do desenho do organograma da empresa Desaparece o modelo piramidal e surge o modelo circular O poder central fica no centro do c rculo e todos ao redor dele podem enxerg lo e ter acesso a ele 105 O poder das ger ncias se altera e transforma de forma
171. s combater a ado o da co gest o e seus derivativos Os norte americanos preferem os modelos onde esteja presente a contraposi o de interesses e onde as partes defendem os seus objetivos e fa am surgir as contradi es existentes Em termos mais direitos os norte americanos entendem que o conflito de id ias e de interesses praticado dentro de regras democr ticas salutar e ben fico para a cultura empresarial norte americana Nas palavras do secret rio da AFL CIO citado na obra de Ant nio lvares da Silva I bilieve deeply in a conflit theory of labor relations as the soundest basis for worker representation worker participation and worker gains e optaram por modelos de gest o p p 8 Obra Citada P g 124 159 calcados na integra o do trabalhador na empresa atrav s princ pios que privilegiem a qualidade dos produtos a produtividade e a maximiza o dos recursos utilizados No Brasil a co gest o apareceu em nossa legisla o pela primeira vez na Constitui o de 1 967 Seu art 165 inciso V disp s Art 165 A Constitui o assegura aos trabalhadores os seguintes direitos al m de outros que nos termos da lei visem melhoria de sua condi o social V integra o na vida e no desenvolvimento da empresa com participa o nos lucros e excepcionalmente na gest o segundo for estabelecido em lei O mesmo texto for repetido na Emenda Constitucional N 1 de 1 969 por m
172. s demais constitui es europ ias do primeiro p s guerra e 153 desencadeou uma nova realidade no relacionamento entre o oper rio e o empregador alem o Nas palavras de Elson Gottschalk Fizeram sedimentar a id ia de que n o era fora da empresa ou seja entre os sindicatos que estava a solu o dos conflitos sociais mas no seio da pr pria unidade econ mica Ainda segundo o mesmo autor citando Jean Vincent Segundo J ean Vincent o conselho econ mico tinha a atribui o de deliberar sobre todas as medidas tendentes a melhorar o rendimento a estabelecer e aplicar condi es gerais de trabalho notadamente o regulamento interior a realizar e desenvolver a prote o do trabalho na empresa a refor ar os v nculos de solidariedade Devia ademais esfor ar se por conciliar os conflitos no seio da empresa 84 Com a ascens o do nazismo e a introdu o do princ pio da elimina o da id ia de luta de classes todas as organiza es e institui es jur dicas que pudessem contrair os dogmas da nova ordem pol tica foram banidas Assim desapareceram os sindicatos e os conselhos de empresas para ressurgirem somente ap s o fim dos conflitos b licos 8 Obra Citda P g 27 84 Obra Citada P g 29 154 A participa o dos trabalhadores na gest o das empresas alem s como se apresenta hoje nasceu de um grande empate pol tico que resultou em tr s textos legais a A lei de 21 de maio de 1 951 que
173. s e confrontou se com uma classe dirigente formada na pr tica do monop lio do poder de decis o Reivindica es por melhores condi es de trabalho jornada de 8 horas descanso semanal e sal rio maior insufladas por inspira es do anarco sindicalismo come aram a surgir e a causar enorme afli o no nascente patronato industrial instalado nos centros urbanos com destaque para a cidade de S o Paulo 35 Os arbores do s culo XX registraram os primeiros movimentos grevistas instrumento desconhecido dos antigos senhores de escravos educados no regime de domina o e de submiss o de sua for a de trabalho Esses movimentos foram recebidos como uma doen a grave que precisaria ser extirpada e criminalizada J em 1 904 deu se a greve da Companhia Docas de Santos convocada pela rec m criada Sociedade Internacional Uni o dos Oper rios que terminou com centenas de pris es de participantes Em 1 905 a mesma sociedade convoca uma nova greve na cidade de Santos combatida pela pol cia marinheiros e fuzileiros navais Os anos de 1 906 1 907 e 1 909 registraram novos movimentos paredistas que culminou com a primeira grande greve brasileira a greve geral de 1 917 que paralisou a cidade de S o Paulo O movimento foi duramente reprimido pelas for as policiais mas ao final for ou o patronato a negociar e a ceder em diversas reivindica es entre elas a jornada de trabalho de 8 horas e o descanso semanal Everardo Dias citando M
174. s olhos ouvidos e bra os da alta dire o Quanto mais pr ximos do topo da pir mide maior o poder de dire o como a figura demonstra O que se pretende neste cap tulo demonstrar que numa estrutura piramidal de poder existem tr s mundos O universo daqueles que decidem dominam e subjulgam o mundo do que executam obedecem e se submetem e um terceiro que decorre do isolamento dos outros dois anteriores Salvo as previs es constitucionais do direito informa o e do exerc cio social do direito de propriedade inexistem disposi es legais ou espa os para que o empregado acumule algum poder Ou est exercendo o poder em nome de seus detentores ou est subjugado O modelo contido na pir mide apresentada sugere e corporifica um sistema de divis o de tarefas e uma estrutura de poder comandando a partir de seu cume a exemplo do que imaginou Frederick Taylor em seu modelo cient fico de organiza o e a gest o de pessoas 119 3 O Desest mulo ao Di logo e Concilia o Num sistema onde est o presentes mecanismos formais de domina o e subjuga o o di logo entre as partes um ingrediente que n o tem muito espa o para prosperar Os intermedi rios do poder situados no meio da pir mide organizacional precisam dedicar o melhor de sua energia na execu o das miss es recebidas de seus superiores imediatos e obter de seus subordinados o fiel cumprimento das ordens recebidas sob pena de perda do
175. s ou resultados era mais do que evidente A preocupa o com a cria o de um sistema de representa o dos trabalhadores foi tamb m demonstrada com a n o inser o de qualquer garantia aos membros da comiss o e com o afastamento de processos eleitorais para a escolha de seus membros O termo utilizado foi comiss o por eles escolhida Afastou se do termo eleita pelos 169 empregados o que poderia implicar num processo de discuss o a respeito de garantias aos membros eleitos e a interven o do sindicato representativo da categoria Esta exclus o expressa dos representantes sindicais no processo de negocia o dos programas de participa o nos lucros ou resultados enfureceu as entidades sindicais que foram ao judici rio tendo como fundamento o Art 8 da Constitui o Federal inciso VI que estabelece a obrigatoriedade da participa o dos sindicatos nas negocia es coletivas Atrav s da ADIN n 1 361 de 23 10 1995 a Confedera o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CONTAG a Confedera o Nacional dos Metal rgicos CNM CUT a Confedera o dos Qu micos CUT a Federa o dos Trabalhadores nas Ind strias da Constru o e de Madeira CUT e o Sindicato Nacional dos Aerovi rios requereram ao Supremo Tribunal Federal a decreta o da inconstitucionalidade da disposi o que exclufa os sindicatos das negocia es do PLR A Medida Provis ria 1 534 34 de 7 de agosto de 1 997
176. s sindicatos 10 O ordenamento jur dico brasileiro incorporou por muito pouco tempo verdade a pluralidade e a plena autonomia sindical Os registros hist ricos cont m muito pouca informa o sobre a forma o sindical sob essa legisla o Constitui o de 1 934 Edi o Senado Federal p g 162 39 O mesmo texto constitucional trouxe em seu Art 121 diversos avan os sobre mat ria trabalhista Destacam se as principais Art 121 A lei promover o ampara da produ o e estabelecer as condi es do trabalho na cidade e nos campos tendo em vista a prote o social do trabalhador e os interesses econ micos do Pa s 1 A legisla o do trabalho observar os seguintes preceitos al m de outros que colimem as condi es do trabalhador a proibi o de diferen a de sal rio para um mesmo trabalho por motivo de idade sexo nacionalidade ou estado civil sal rio m nimo capaz de satisfazer conforme condi es de cada regi o as necessidades normais do trabalhador trabalho di rio n o excedente de oito horas reduz veis mas s prorrog veis nos casos previstos em lei proibi o de trabalho de menores de 14 anos do trabalho noturno de menores de 16 e em ind strias insalubres de menores de 18 anos e mulheres repouso hebdomad rio de prefer ncia aos domingos f rias anuais remuneradas indeniza o do trabalhador dispensado sem justa causa assist ncia m dica e san
177. s trabalhadores 65 sal rio m nimo capaz de satisfazer conforme as condi es de cada regi o as necessidades normais do trabalhador e de sua fam lia Il proibi o de diferen a de sal rio para um mesmo trabalho por motivo de idade sexo nacionalidade ou estado civil III sal rio do trabalho noturno superior ao do diurno IV participa o obrigat ria e direta do trabalhador nos lucros da empresa nos termos e pela forma que a lei determinar V dura o di ria do trabalho n o excedente a oito horas exceto nos casos e condi es previstos em lei VI Repouso semanal remunerado preferencialmente ao domingos e no limite das exig ncias t cnicas das empresas nos feriados civis e religiosos de acordo com a tradi o local VII f rias anuais remuneradas VIII higiene e seguran a do trabalho IX proibi o de trabalho a menores de quatorze anos em ind strias insalubres a mulheres e menores de dezoito anos e de trabalho notumo a menores de dezoito anos respeitadas em qualquer caso as condi es estabelecidas em lei e as exce es admitidas pelo juiz competente X direito a gestante a descanso antes e depois do parto sem preju zo do emprego e nem do sal rio XI fixa o de percentagem de empregados brasileiros nos servi os p blicos dados em concess o e nos estabelecimentos de determinados ramos do com rcio e da ind stria XII estabilidade na empresa ou na explora o rural e inde
178. scais contidos na Lei 10 101 de 19 de dezembro de 2 000 A desonera o das parcelas pagas a esse t tulo afetam diretamente as despesas da empresa em cotejamento com rendimentos origin rios da folha de pagamentos O empregado desonera se da contribui o previdenci ria mas a vantagem da pessoa jur dica significativamente maior sem levar em considera o a possibilidade de utiliza o do incentivo fiscal contido no 1 do artigo 3 j comentado neste item 177 4 Lucros ou Resultados Quis o legislador distinguir lucro de resultado embora n o tenha conceituado nenhum dos termos desejando talvez que as empresas os trabalhadores e os agentes que viessem a operar com essa legisla o fizessem uso dos dois institutos de maneiras a agasalhar as mais dispares das situa es e condi es Ainda no campo das possibilidades o trabalho com o lucro poderia ensejar dificuldades com sua apura o e levar a situa o de impasse motivada pela natural resist ncia das empresas em abrir sua contabilidade mesmo que de forma parcial ou setorizada O resultado n o incorpora esses empecilhos e pode significar inclusive o resultado financeiro lucro de uma opera o A legisla o n o contempla limita es para utiliza o do lucro ou resultado e tamb m n o estabelece restri es para o uso conjunto ou simult neos dos dois institutos A negocia o sobre o PLR poder versar sobre o resultado e o lucro de
179. scrito por Renato Rua A resposta a essa quest o dada pela aus ncia do Direito do Trabalho brasileiro dos dois pressupostos acima analisados da negocia o coletiva Se essas condi es de trabalho fossem mat ria das cl usulas normativas dos acordos coletivos de trabalho certamente n o haveria necessidade da dispensa dos antigos empregados em caso de adversidade econ mico financeira da empresa uma vez que em princ pio tais condi o n o se incorporariam definitivamente nos contrato individuais de trabalho dada a natureza jur dica especial dos acordos coletivos de empresa caracterizada pela temporalidade e relatividade Publica o Citada Publica o Citada 144 O que se pretende demonstrar neste t pico que o regulamento interno de empresa pode ser criado implementado e administrado por duas formas distintas Por decis o unilateral do empregador ou por meio de negocia o coletiva O primeiro de natureza jur dica contratual e o segundo temporal e relativo O primeiro dirige se ao indiv duo e o outro coletividade O unilateral decorre do poder do empregador o negociado do exerc cio da democracia no interior da empresa O regulamento posto pelo empregador cont m a rigidez do contrato de trabalho e o nascido nas mesas de negocia o a flexibilidade da vontade temporal da coletividade A negocia o permite altera es em princ pio que prejudiquem o trabalhador Tal permiss o de
180. sentido 185 B FATOR DE QUALIDADE o fator que representa a qualidade ou seja complementa o c rculo da produtividade Este fator diz respeito N o Ocorr ncia de Acidente Observ ncia dos Limites de Velocidade e a Conduta Pessoal do Motorista em termos de seu Relacionamento e Apresenta o Pessoal bem como de sua integra o s normas da empresa Os quatro subfatores poder o produzir individualmente os seguintes resultados para o empregado SUBFATOR VALOR N o Ocorr ncia de Acidentes Individual R 80 00 N o Ocorr ncia de Acidentes Grupo R 40 00 O Motorista ser avaliado em cada subfator de acordo com os seguintes padr es e defini es N O OCORR NCIA DE ACIDENTES DESCRI O RESULTADO Sem registros de acidentes causados ou sofridos com registros de danos materiais ou R 80 00 pessoais Nenhum acidente causado ou sofrido em R 40 00 toda a frota em opera o Culpa do Motorista Ser definida pela Comiss o de Resultado ap s apura o dos fatos devendo o Motorista ser avisado da decis o ficando este com o direito ao pedido de revis o que dever ocorrer no m s seguinte ao da solicita o A decis o proferida no pedido de revis o ser feita em car ter de irrecorribilidade 186 PADR ES DE VELOCIDADE DEFINI O RESULTADO Observ ncia rigorosa e absoluta dos padr es de velocidade da empresa de acordo com o R 100 00 Manual do Motorista e aferi o atrav s do ta
181. so do clube da empresas para reuni es festivas etc O conhecimento do regulamento interno via de regra feito nos primeiros dias de vig ncia do contrato de trabalho na fase de integra o ou de boas vindas do novo empregado ou ainda a partir do momento em que o empregador decidiu ger lo e torn lo p blico O objetivo do regulamento interno basicamente informativo atrav s dele que o empregador comunica ao empregado as disposi es que deve observar em seu trabalho sem precisar consultar colegas ou superiores hier rquicos Os regulamentos internos s o poucos utilizados e h a desconfian a de que poder ser fonte geradora de direitos aos empregados como se ver a seguir 141 As quest es mais importantes a respeito desse mecanismo ficam por conta de sua natureza jur dica e de seus reflexos no contrato de trabalho do empregado Por decorrer o exerc cio do poder diretivo do empregador em determinar sua utiliza o suas disposi es assumem a natureza jur dica de um contrato e passam a integrar o patrim nio jur dico trabalhista do trabalhador de maneiras que as altera es consideradas in pejus ofendem o art 468 da Consolida o das Leis do Trabalho que diz que s l cita a altera o das respectivas condi es por m tuo consentimento e ainda assim desde que n o resultem direta ou indiretamente preju zo ao empregado sob pena de nulidade da cl usula infringente dessa garantia
182. ssionais e econ micas A solu o dos conflitos e diss dios trabalhista ficou nas m os do estado 16 O corol rio do processo deu se com a edi o da Consolida o das Leis do Trabalho em 1 943 que reuniu um conjunto de leis protetivas do trabalho e ao mesmo tempo manietou as organiza es sindicais manteve quase imaculado o monop lio do poder patronal e garantiu prerrogativas estatais de interven o nas organiza es sindicais A primeira parte ser encerrada com um exame do caminho percorrido pela legisla o trabalhista ao longo das oito constitui es brasileiras a partir de Imperial de 1 891 at a Cidad de 1 988 enfatizando as v rias oportunidades perdidas que se apresentaram para que o estado brasileiro procedesse mudan as no sistema herdado da Carta del Lavoro A segunda parte trata da evolu o do processo produtivo no s culo XX apresentando e comparando as principais escolas de administra o e de gest o de pessoas Assim ser o apresentados de forma sint tica os fundamentos da Escola de Administra o Cient fica ou Cl ssica de Fayol e Taylor da Escola de Rela es Humanas de Mayo da Administra o por Objetivo APO de Peter Drucker da Administra o Participativa de W Edward Deming bem como suas aplica es nos modelos Fordista e Toyotista 17 A evolu o dos modelos de Administra o das empresas e suas implica es na forma de gerir pessoas ser tratado em destaque part
183. st o empresarial e de transforma o da rela o de trabalho atrav s do envolvimento atuante do trabalhador considerado como um parceiro no plano de metas do empregador com tratamento diferenciado daquele comum e legal decorrente do contrato de trabalho Ao incorporar os princ pios e os procedimentos dos programas de participa o em lucros ou resultados a empresa e o trabalhador estar o trazendo para dentro das f bricas armaz ns lojas estabelecimentos ou a bol ia de dos caminh es a principal ferramenta do capitalismo qual seja a competi o Seja o PLR partilhado igualmente por todos os trabalhadores ou resultante da performance individual como o caso dos Motoristas no exemplo citado no cap tulo 2 o ambiente estar contaminado pelas refer ncias das metas dos prazos e dos ndices de produtividade e qualidade O oper rio o supervisor o chefe ou o gerente estar o seguros de que o resultado e o lucro de sua empresa estar o diretamente Obra Citada p g 74 193 vinculados ao desempenho individual e grupal Saber o tamb m que sua renda depende de seu desempenho pessoal Que seu colega de trabalho poder melhorar ou piorar a performance da equipe ou do departamento Que o programa permite que apare am os craques ou os perna de pau ou na linguagem do segmento do transporte de carga os azes do volante ou os bra os curtos Que o seu rendimento n o depender somente de seu sal rio
184. tivas Seguran a e Medicina do Trabalho cone Editora S o Paulo 2 008 ITIRO Andr a Flexibiliza o do Mercado de Trabalho Uma An lise do Debate Brasileiro da D cada de 1 990 Disserta o de Mestrado em Economia PUCUSP 2 008 JAY Antony Maquiavel e Ger ncia de Empresas Zahar Editores Rio de Janeiro 1 968 HOLLAND Neilda Anchieta O Moderno POQ Administra o Participativa a Caminho da Qualidade Qualymark Editores Rio de Janeiro 1 998 HENTZ Luiz Ant nio Soares Direito de Empresa no C digo Civil de 2 002 Editora Juarez de Oliveira S o Paulo 2 005 JO O Paulo Sergio Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas Dial tica S o Paulo 1 998 KATZ Daniel e Kahan Robert L Psicologia Social das Organiza es Editora Atlas S o Paulo 1 970 222 LIBBY Douglas Cole e Eduardo Fran a Paiva A Escravid o no Brasil Rela es Sociais Acordos e Conflitos Moderna 2 Edi o S o Paulo 2 005 LIBBY Douglas Cole e J nia Ferreira Furtado Organizadores Annablume Editores S o Paulo 2 006 LIBBY Douglas Cole Trabalho Escravo e Capital Estrangeiro no Brasil O Caso de Morro Velho Editora Itatiaia Belo Horizonte 1 984 LODI Jo o Bosco Administra o por Objetivos Biblioteca Pioneira de Administra o de Neg cios S o Paulo 1 970 MACHADO Jos Roberto Lino A Participa o do Trabalhador na Gest o da Empresa Disserta o de Mestr
185. tivos a acidentes do trabalho s o de compet ncia da justi a ordin ria 2 A lei especificar os casos em que as decis es nos diss dios coletivos poder o estabelecer normas e condi es de trabalho 2 gt Destaque se que a justi a do trabalho que somente em 1 946 passou a integrar o Poder Judici rio brasileiro manteve e ampliou sua prerrogativa de criar normas o que equivale a assun o do poder de legislar papel que preserva at os dias atuais sob o argumento origin rio de que cabe ao poder judici rio leia se ao Estado 2 Obra citada p gs 409 e 410 5 Constitui o de 1 946 Edi o Senado Federal p gs 93 e 94 57 brasileiro resolver os conflitos trabalhista individuais e coletivos gerados no seio das empresas O contato direto entre as partes O est mulo ao di logo interno As solu es privadas A cria o de espa os nas empresas para receber tratar encaminhar e solucionar conflitos decorrentes de rela es de trabalho foi desconsiderada desde o seu in cio Um dos ambiciosos objetivos desta disserta o levar o seu leitor a refletir sobre a presen a dessa heran a nas empresas brasileiros do s culo XXI 6 A Consolida o das Leis do Trabalho CLT Em 1 943 sob a gide da Constitui o de 1 937 o Presidente da Rep blica fazendo uso dos poderes contidos no Art 180 da Carta Constitucional com o Parlamento Nacional fechado expede em 1 de Maio do referido ano o De
186. to uma realidade reservada a estudos acad micos a vida liter ria Mesmo nas empresas origin rias de paises onde esse modelo uma imposi o legal a id ia de co gest o n o chegou a ser cogitada N o se t m not cias de que a Volkswagen a Daimlerchryler a Bayer a Basf e as grandes corpora es alem s que atuam h muitos anos no Brasil tenham tentado ou mesmo planejado instituir a co gest o em suas unidades brasileiras 203 O que se objetiva demonstrar neste item e por toda a disserta o que a exce o da participa o nos lucros ou resultados existem poucas e t midas previs es legais para se democratizar as rela es do trabalho no Brasil e proceder a integra o entre o trabalhador e sua empresa por meio de um instrumento de gest o assentado na produtividade na qualidade e na competitividade do empregado e da empresa O PLR um instrumento de origem legislativa que nasceu de um projeto de lei proposto no Senado Federal em 1 986 por iniciativa do ent o senador Fernando Henrique Cardoso e apresenta inspira o marcante nos modelos de gest o em utiliza o na poca Sua primeira edi o em dezembro de 1 994 apareceu 40 anos ap s Peter Drucker ter criado a Administra o por Objetivos que causou uma imensa revolu o no mundo gerencial e serviu de base para que os administradores japoneses modernizassem seu modelo de gest o e passassem a amea ar a poderos ssima industria norte americana
187. to em caso de empate na decis o proferida pelos membros da comiss o 3 N o haver hierarquia entre os membros da comiss o que tomar o as decis es dos casos em an lise por maioria de votos 4 Os membros da Comiss o de Avalia o ser o escolhidos pela empresa ouvida a lideran a sindical que poder se assim o desejar participar do processo de indica o 52 Os membros da Comiss o de Avalia o ter o mandato de 1 ano podendo ser reconduzidos uma nica vez 6 Os membros da Comiss o de Avalia o poder o ser substitu dos a qualquer tempo atrav s de decis o majorit ria de seus membros ouvida a lideran a sindical salvo na ocorr ncia de falta grave nos termos do Art 482 da CLT 72 A Comiss o de Avalia o ser composta por representantes das seguintes reas Areas Participante Objeto do Programa Motorista Manuten o T cnico ou profissional Operacional T cnico ou profissional Recursos Humanos Respons vel pelo treinamento Seguran a T cnico de Seguran a do Trabalho Verifica se no exemplo citado que as regras foram previamente estabelecidas que foram disponibilizadas aos motoristas que existe uma comiss o de resultados que participa das avalia es que as decis es s o tomadas por maioria de voto que o motorista tem direito de n o concordar com a avalia es feitas que a participa o das chefias e ger ncias n o est prevista em nenhum mo
188. to nos casos previstos em lei j O trabalho noite a n o ser nos casos em que efetuado periodicamente por turnos ser retribu do com remunera o superior do diurno k proibi o de trabalho a menores de quatorze anos de trabalho noturno a menores de dezesseis e em ind strias insalubres a menores de dezoito anos e a mulheres D assist ncia m dica e higi nica ao trabalhador e gestante assegurado a esta sem preju zo do sal rio um per odo de repouso antes de depois do parto m institui o de seguro de velhice de invalidez de vida e ara os casos de acidentes do trabalho n as associa es de trabalhadores t m o dever de prestar aos seus associados aux lio ou assist ncia no referente s pr ticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos seguros sociais 5 A novidade ficou por conta do contrato coletivo de trabalho dispositivo que restou muito pouco utilizado e depois abandonado nos textos constitucionais que se seguiram Constitui o de 1 937 Edi o Senado Federa p gs 104 e 105 46 A ef mera liberdade sindical nascida na Constitui o de 1 934 recebeu uma altera o substancial e deixou de existir com a edi o do Art 138 com o seguinte texto Art 138 associa o profissional ou sindical livre Somente por m o sindicato regularmente reconhecido pelo Estado tem o direito de representa o legal dos que participarem da cate
189. to sindical ser o feitos os seguintes cr ditos pela Caixa Econ mica Federal na forma das instru es que forem expedidas pelo Minist rio do Trabalho 5 cinco por cento para a Confedera o correspondente Il 15 quinze por cento para a Federa o III 60 sessenta por cento para o Sindicato respectivo IV 20 vinte por cento para a Conta Especial Emprego e Sal rio 22 A sobreviv ncia financeira e a garantia de uma fonte permanente estatal de recurso estava assegurada por lei As entidades sindicais n o precisariam voltar suas preocupa es com atividades que gerassem recursos financeiros para custear o seu funcionamento Pode se inferir que as entidades sindicais incorporaram em sua g nese um car ter arrecadador Houve um outro fato marcante no texto constitucional de 1 937 no que diz respeito ao exerc cio do direito de greve Reproduzindo o que j foi apresentado A greve e o lockout s o declarados recursos anti sociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompat veis com os superiores interesses da produ o nacional 2 Valentim Carrion Coment rios Consolida o das Leis do Trabalho Editora Saraiva p g 464 53 A paralisa o das atividades arma mais poderosa que os sindicatos profissionais disp em em seu arsenal de luta foi considerada como recurso anti social incompat vel com os superiores interesses da produ o do Pa s O empresariado por seu turno estava
190. tos individuais de trabalho 8 O que se busca demonstrar a utilidade do regulamento para a gest o das empresas e no relacionamento seus trabalhadores um demarcador de conduta um instrumento de informa o e refer ncia para toda sua comunidade A presen a de um regulamento de empresa que contenha a identifica o da empresas e de seus dirigentes seus produtos seu mercado de atua o as regras principais de conduta esperadas os limites permitidos as san es previstas as permiss es estabelecidas e formas de encaminhamento de consultas e pedidos muito contribui para a desnecessidade permanente da presen a controladora e fiscalizadora dos 78 Publica o Citada 146 supervisores chefes e gerentes reduzindo tens es prevenindo o autoritarismo aperfei oando o sistema de comunica o e melhorando o relacionamento interpessoal e o ambiente interno das pessoas A presen a da natureza jur dica temporal dos acordos coletivos como ensina Renato Rua Almeida faz desse instrumento normativo uma ferramenta que cont m um v rus preventivo que pode tornar se vacina diante de uma negocia o que envolva seus trabalhadores que ao se envolverem diretamente com as regras estabelecidas tender o a se tornarem parceiros de sua execu o e aperfei oamento 4 A Co gest o A rela o entre os detentores dos meios de produ o e os trabalhadores vem percorrendo um caminho que teve in cio no sistema de trabalhado c
191. ualidade total idealizada por J M Juran 3 C rculos de qualidade total gestada por Kaoru Ishkawa A qualidade a ess ncia do modelo e foi desenvolvida pioneiramente pelo engenheiro matem tico e estat stico norte americano William Edwards Deming Ironicamente foi Deming o principal respons vel pelo grande salto registrado pela moderna ind stria japonesa chegando a ser condecorado pelo Imperador do pa s pelo impacto que causou na ind stria e na economia nip nica no s culo XX O norte americano J M Juran e o japon s Kaoru Ishikawa ambos engenheiros completam o modelo idealizado por Deming Segundo esse estat stico a qualidade um termo relativo que vai mudando de significado medida que as necessidades desejos e aspira es dos clientes vai se alterando Juran mais direto Define 101 qualidade como a adequa o do produto ou servi o ao uso J Ishikawa trabalha a id ia de equipe de trabalho O tema vast ssimo e ao interesse desta disserta o o que importa destacar a influ ncia do modelo de gerenciamento que decorre das id ias dos tr s autores citados A filosofia da qualidade est assentada em 14 princ pios que Deming anunciou em 1 989 ou seja em tempo bastante recente Esses princ pios norteiam a organiza o da produ o a estrutura de poder o sistema de comunica o o modelo de lideran a a forma de relacionamento com clientes o treinamento e desenvolvimento de pess
192. ue passa a ser o seu pr prio fiscal O n vel de defeitos e rejeitos baixou de forma dram tica e n o se admitia indicador que pudesse ser medido na escala centesimal Os defeitos necessariamente deveriam estar abaixo de 1 0 O processo decis rio foi delegado aos oper rios que agora tomavam decis es sobre as opera es das m quinas e da qualidade dos produtos que produziam Este modelo obrigou contrata o de oper rios de maior n vel de instru o e em investimento no preparo desses trabalhadores A supervis o de igual forma foi fortemente alterada O lugar do supervisor controlador e fiscalizador foi ocupado pelo 95 superior orientador A valoriza o do trabalhador enquanto ser social foi muito forte e transformou o antigo trabalhador robotizado do modelo fordista em um ser consciente e colaborador com sua equipe e sua empresa O toyotismo que trouxe fortes efeitos no modo de gest o das empresas e exerceu papel proeminente no chamado milagre japon s tem o seu alicerce b sico na democratiza o das rela es de trabalho e na disponibiliza o de informa es que at ent o ficavam confinadas aos escal es superiores das empresas Os supervisores chefes gerentes diretores e presidentes sa ram de seus gabinetes e passaram a frequentar o ch o de f brica Abriram seus ouvidos para escutar a voz da produ o e acima de tudo para partilhar decis es com aqueles que as executavam As
193. ui es de 1 946 1 967 e 1 988 e uma Emenda Constitucional de 1 969 editou se um texto legal regulando a participa o dos trabalhadores nos lucros das empresas incluindo como novidade a participa o nos resultados delas O artigo primeiro da Medida Provis ria enfatiza o car ter de integra o entre o capital e o trabalho ao lado do incentivo produtividade talvez o objetivo maior visado pelo texto legal como se procurar demonstrar nos diversos itens que comp em este cap tulo reservando para o tema integra o entre o empregado e a empresa um papel secund rio Reproduz se o texto 165 Art 1 Esta Medida Provis ria regula a participa o dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas como instrumento de integra o entre o capital e o trabalho e como incentivo produtividade nos termos do art 72 inciso XI da Constitui o Federal O Art 7 inciso XI silente quanto produtividade e igualmente permaneceu calada no que diz respeito ao tema integra o entre o capital e o trabalho tratando da possibilidade em car ter excepcional da participa o do trabalhador na gest o da empresas conforme previs o legal Esses temas apresentaram se como novidades contidas na Medida Provis ria 794 e aos olhos do autor t m destinos bem claros e definidos O artigo 2 da referida disposi o legal aponta seus objetivos maiores e a preval ncia da produtividade e sua companhei
194. veis com os superiores interesses da produ o nacional Em termos sint ticos A greve e o lockout foram proibidos por lei constitucional A tem vel arma apresentada elite empresarial brasileira da poca pelos anarco sindicalistas estava banida do cen rio trabalhista Finalmente destaque se que o Art 17 da Constitui o de 1 934 que vinculava o exerc cio do direito de propriedade ao interesse social ou coletivo foi suprimido substitu do por outro que silencia a respeito Est no art 122 item 12 com a seguinte reda o Obra citada p g 106 48 Art 122 A Constitui o assegura aos brasileiros residentes no Pa s o direito liberdade seguran a individual e propriedade nos termos seguintes 14 O direito de propriedade salvo a desapropria o por necessidade ou utilidade p blica mediante indeniza o pr via O seu conte do e os seus limites ser o definidos nas leis que lhe regularem o exerc cio Os significativos avan os de car ter democratizantes das rela es entre capital e trabalho introduzidos pela Constitui o de 1 934 estavam revogados V rios passos para tr s foram dados O conceito de responsabilidade social somente foi recuperado muito adiante A liberdade sindical resta adormecida at os dias atuais 3 A Influ ncia da Carta Del Lavoro no Direito Trabalhista Brasileiro poca da edi o da Constitui o de 1 937 vigia na It lia o Estado fascista governad
195. vil gio de poucos sendo espalhada pelo tecido organizacional O trabalhador seja ele um oper rio um supervisor ou um gerente saber antecipadamente como seu trabalho ser aferido quais as metas que dever buscar quais a regras que dever observar quais os ndices de produtividade e qualidade dever perseguir quais os prazos que dever cumprir e quais as recompensas que poder auferir Dependendo das regras contidas nos instrumentos reguladores do PLR o trabalhador do ch o de f brica poder ter o direito de ser ouvido e de apresentar reclama es sem que isso venha a ofender a estrutura de poder da empresa Se nas regras negociadas existir uma comiss o que participe das avalia es e recepcione reclama es esses direitos poder o ser exercidos N o h nenhum impedimento legal para que no instrumento normativo que instituir o PLR contenha garantias ou estabilidades para a comiss o de avalia o e de representantes dos trabalhadores que participarem de sua elabora o Tamb m n o h qualquer impedimento que esses representantes ou membros sejam escolhidos atrav s de processo eleitoral A Lei 10 101 menciona o adjetivo escolhido mas 184 n o h qualquer impedimento que esse processo de escolha se processe atrav s de uma elei o Um exemplo contendo as regras dos fatores de produtividade e qualidade envolvendo uma empresa de transportes situado em S o Bernardo do Campo e que atua no s
196. xto est mirado na integra o entre o capital e o trabalho atrav s da utiliza o pelas empresas de princ pios regras e procedimentos de produtividade qualidade programas de metas resultados e de prazos instrumentos de planejamento organiza o gerenciamento e controle das organiza es empresariais Estas s o as vari veis que geraram os diferentes modelos de gest o tais como o taylorismo o fordismo o toyotismo a escola de rela es humanas a administra o por objetivo e mais recentemente a administra o participativa assuntos estudados nesta disserta o e que introduziram fort ssimas mudan as no relacionamento entre empregado e empregador A ado o do PLR nos termos da Lei 101 101 n o obrigat ria o que refor a sua natureza econ mica e sua voca o direcionada gest o empresarial Sua ado o depender de iniciativa da empresa dos empregados ou de suas lideran as sindicais Nos ensinamentos de Paulo Sergio Jo o contidos em seu livro Participa o nos Lucros ou Resultados das Empresas 191 A participa o dos trabalhadores nos lucros e resultados das empresas tal como inserida na legisla o brasileira dado o seu car ter facultativo se apresenta mais como um instrumento de gest o de empresarial caracterizado pela parceria com o trabalhador que usufrui dos lucros ou resultados propostos A rela o extra da dos artigos 2 e 3 da Consolida o das Leis do Trabalho CLT ond

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