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1. Arnaldo S ssekind discorre Toda energia humana f sica ou intelectual empregada com um fim produtivo constitui trabalho Mesmo na mais remota antiguidade o homem sempre trabalhou na fase inicial da pr hist ria com o objetivo de alimenta ser defender se e abrigar se do frio e das intemp ries no per odo paleol tico ele produziu lan as machados e outros instrumentos com os quais ampliou sua capacidade de defesa e sua instintiva agressividade importante ressaltar que a forma de trabalho que nos motiva no presente estudo aquela prestada a um empregador ou a um contratante que em contrapartida faz nascer uma remunera o isto falamos em trabalho como um meio garantidor da subsist ncia pr pria e familiar da pessoa humana que utiliza sua for a f sica ou intelectual para outrem que em troca efetua o pagamento pelo servi o prestado Nota se que em algumas passagens b blicas o trabalho tem a conota o de castigo divino posto decorrer da desobedi ncia cometida por Ad o e Eva Estes eram possuidores do chamado Jardim do den onde viviam em contato com os animais e a natureza da qual FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Miniaur lio s culo XXI escolar o minidicion rio da l ngua portuguesa 4 ed rev Ampl Rio de Janeiro Nova Fronteira 2001 p 679 ABBAGNANO Nicola Dicion rio de filosofia tradu o da 1 edi o brasileira coordenada e revista por Alfredo Bossi revis o e tradu
2. Enquanto o pensamento tradicional situava o problema do direito no direito Marx brilhantemente fura tal cerco reducionista e inscreve o direito na totalidade nas estruturas hist ricas do capitalismo Em sua adolesc ncia especialmente em 1830 Marx vivenciou mais uma revolu o na Fran a Revolu o esta que trouxe como legado o questionamento dos pensadores pol ticos da poca sobre a concep o de direitos naturais e direitos humanos t o aclamados pelos iluministas no s culo XVIII A partir do iluminismo a compreens o de direito natural era fundamentada na ideia da exist ncia de uma natureza humana invari vel que ultrapassava a concep o religiosa de direito divino e se manifestava em cada indiv duo atrav s de uma raz o universal conforme o jusnaturalismo de Immanuel Kant No fim do m s de agosto de 1789 foi proclamada a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o que trouxe como principais ideais os direitos de liberdade individual de ir e vir de contratar de pensar e de proferir religi o igualdade de todos perante a lei fim dos privil gios reconhecimento de delitos s quando definidos por lei anterior acusa o ou pris o s em virtude da lei presun o de inoc ncia aos acusados soberania da na o n o do povo diga se de passagem separa o dos poderes direito de 3Antes dos direitos humanos modernos durante a Antiguidade e a Idade M dia havia uma longa tradi o do d
3. Considerando que esta pesquisa teve por finalidade analisar os fatos e leis sobre direitos humanos que precederam a cria o do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da Popula o em Situa o de Rua e Catadores de Materiais Recicl veis CNDDH a conclus o a que se chegou que a hip tese inicialmente levantada foi confirmada com o CNDDH foi poss vel constatar e perceber o qu o grave a car ncia das pol ticas p blicas para a popula o em situa o de rua e que falta uma pol tica adequada estruturante que priorize este grupo de pessoas nos programas servi os e benef cios governamentais REFER NCIAS BELO HORIZONTE Lei Municipal n 7427 de 19 de dezembro de 1997 Disp e sobre a celebra o de parcerias entre o poder p blico e entidades da sociedade civil sem fins lucrativos para a promo o de a es no mbito da pol tica de assist ncia social Dispon vel em http cm belo horizonte jusbrasil com br legislacao 237569 lei 7427 97 Acesso em 02 jan 2014 Lei Municipal n 7099 de 1996 Disp e sobre a pol tica de assist ncia social no munic pio de Belo Horizonte Dispon vel em http portalpbh pbh gov br pbh contents do e vento conteudo amp idConteudo 29472 amp chPlc 29472 Acesso em 02 jan 2014 Pesquisa sobre as Condi es Socioecon micas Pol ticas e Culturais da Popula o em Situa o de Rua de Minas Gerais Il Semin rio Pol ticas P blicas para a Popula o em Situa o de Ru
4. Democracia e Direitos Humanos sob fogo cruzado Recife Ed Universit ria da UFPE 2013 PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Max Limonad 2008 et al A prote o internacional dos direitos econ micos sociais e culturais In LIMA JR J B Direitos Econ micos Sociais e Culturais Recife PIDHDD 2004 SANTOS Boaventura de Souza Uma concep o multicultural de direitos humanos Dispon vel em lt http Anww scielo br pdf In n39 a07n39 pdf gt Acesso em 03 de fev 2014 SANTOS Silvana Mara de Morais dos H necessidade dos direitos humanos para a forma o de uma cultura pol tica emancipat ria In Temporalis n 5 Ano 3 p 23 39 jan jun Bras lia ABEPSS 2002 TOSI Giuseppe Direitos humanos Reflex es iniciais In Org Direitos Humanos hist ria teoria e pr tica Jo o Pessoa Editora Universit ria UFPB 2005 p 19 44 Hist ria conceitual dos direitos humanos In TOSI G Org Direitos Humanos hist ria teoria e pr tica Jo o Pessoa Editora Universit ria UFPB 2005 p 99 126 Hist ria e atualidade dos direitos humanos DH Net Dispon vel em lt http www dhnet org br direitos militantes tosi historia atualidad htm gt Acesso em 20 de fev 2014 3786 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 TRINDADE Jos Dami o de Lima Hist ria social dos direitos humanos S o Paulo Peir polis 2002 Os direitos humanos na perspectiva de
5. E de forma contr ria como muitos dos modernos Hobbes pensou o Estado a partir do problema da liberdade Segundo Bernardes o Estado hobbesiano o artif cio humano que possibilita o desenvolvimento das artes da ci ncia do trabalho e do com rcio enfim de tudo aquilo que repousa sobre a iniciativa e o exerc cio das faculdades naturais de cada homem 9HONNETH 20083 p 34 1OLIMONGI Maria Isabel Hobbes Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 p 21 11ibidem p 35 ipidem p 31 BERNARDES J lio Hobbes amp A Liberdade Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 p 7 ibidem BERNARDES 2002 p 58 3710 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O modelo conceitual de Maquiavel e Hobbes utiliza claro que cada um com sua teoria espec fica a ideia da luta social entre os homens da luta dos sujeitos por autoconserva o sendo o fim da a o pol tica impedir este conflito Mas n o custa da supress o da liberdade e direitos individuais Da mesma forma o jusnaturalista Christian Wolff 1679 1754 vai teorizar sobre o Estado de bem estar social surgido na Pr ssia baseado no papel do Estado na promo o do bem estar geral Segundo Braga J nior Wolff idealizou tr s condi es a seguran a externa securitas a seguran a interna tranquilas e o conjunto dos meios para a satisfa o do que necess rio do que til e do que sup rfluo na exist ncia humana Nesta
6. atua o do intelecto tal conhecimento se d por um processo que ele chama de vegetativo ou seja que n o inato dedutivo nem 2 Na contribui o colet nea da UNESCO de 1947 sobre Direitos Humanos Maritain escreve Se verdade que os direitos do homem t m seu fundamento na lei natural a qual por sua vez fonte de deveres e de direitos sendo essas duas no es correlativas revela se que uma declara o de direitos deveria normalmente completar se por uma declara o de obriga es e responsabilidades do homem com respeito s comunidades da qual faz parte notadamente a sociedade familiar a sociedade civil e a comunidade internacional 3757 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 emp rico indutivo Se os direitos fundamentais fossem cognosc veis por uma raz o matem tica ao modo racionalista n o haveria diverg ncia poss vel sobre os mesmos Por outro lado se fossem cognosc veis ao modo emp rico indutivo n o teriam universalidade poss vel Maritain adepto da escola filos fica do realismo aristot lico tomista considera que o conhecimento dos direitos fundamentais do homem depende do conhecimento propriamente humano do modo de ser propriamente humano A partir da experi ncia concreta encontra uma base emp rica sobre a qual h de atuar o intelecto ou racionalidade pr tica do homem Nossa natureza s conhecida a partir do momento em que por uma experi ncia concreta de ser no mu
7. es ind genas e n o ind genas e consequentemente as representa es que as definem em n vel ideol gico que expressa a rela o assim trica entre o grupo que domina econ mica pol tica e socialmente o outro e justifica a sua posi o de dominante por uma suposta superioridade intelectual e cultural o reconhecimento do pluralismo tnico pelo Estado ou seja o Estado passa a reconhecer a especificidade hist rica desses grupos e a pensar uma pol tica diferenciada a incapacidade do sistema dominante para incorporar esse setor da popula o marginal a pr pria conjuntura pol tica do pa s e conjuntura pol tica internacional Como causas end genas podemos citar as identidades primordiais ou seja a l ngua costumes tradi es a necessidade de espa os pr prios tanto em termos de territ rio geogr fico como tamb m espa os pol ticos intelectuais culturais e sociais e o surgimento de novas lideran as em potencial ou seja jovens ind genas com forma o universit ria que passam a se organizar politicamente dentro e fora do grupo BONFIL BATALLA 1978 Varese apud Cavalcante 1996 pensa o surgimento dessas novas lideran as ind genas sob a perspectiva de classe nesse sentido para o autor as rela es inter tnicas s o tamb m rela es de classe Isto para Varese no interior dos grupos tnicos h um setor privilegiado composto por intelectuais dirigentes formados principalmente nas escolas mission rias
8. liberdade n o se basear na uni o do homem com o homem ao contr rio tal direito liberdade segrega as rela es sociais a partir do momento que a propriedade privada instaurada pois separa o homem em rela o ao seu semelhante O direito da propriedade privada seria portanto o direito do interesse pessoal O que acontece tamb m com o direito seguran a que nada mais seria do que o direito da preserva o da propriedade da preserva o do ego smo burgu s Segundo Mondaini 2013 p 28 Por um lado os direitos do homem burgu s ego sta os direitos do interesse pessoal os direitos do homem separado do homem e da comunidade enfim os direitos do membro da sociedade civil burguesa e por outro lado os direitos do membro da comunidade pol tica a apar ncia pol tica da sociedade civil burguesa que como tal se submete ess ncia 3779 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 social burguesa A revolu o pol tica levada a cabo pelos direitos humanos realiza a dissolu o da vida burguesa sem critic la radicalmente isto sem questionar o fato de que o cidad o na democracia pol tica apenas uma abstra o submissa ao burgu s um ser alienado n o um ser gen rico real que n o consegue ter consci ncia do fato de que o cidad o abstrato a forma que mant m velado o homem ego sta Desse modo em um momento hist rico em que se observava a efervesc ncia pol tica de uma
9. os cidad os entre as corpora es transnacionais e o Estado nacional estas esferas s o o 3625 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 dado concreto constitucionalizado por ordens jur dicas privadas que promovem sua autoconstitucionaliza o instituindo suas pr prias regras secund rias no sentido de Hart As pr prias ordens n o estatais j seriam portanto capazes de uma dupla reflexividade e meta codifica o para al m da diferen a l cito il cito j instituem a diferen a constitucional inconstitucional a ser aplicada no reconhecimento das regras prim rias Do lado de Unger cabe ilustrar a tese da indetermina o institucional por meio das propostas de reconfigura o do esquema de poderes estatais e do sistema de direitos Nesses termos Unger 2001 pp 449 62 prop e a multiplica o de Poderes e fun es com a multiplica o de canais para a promo o da mudan a institucional por vias institucionais organizando o conflito espont neo da sociedade e a cria o de rg os e miniconstitui es tempor rios Dois novos Poderes de Estado haveriam de ser criados Um destes um Poder destinado a evitar o monop lio de recursos econ micos cognitivos etc necess rios reprodu o da sociedade em termos da teoria dos sistemas trata se de evitar a concentra o dos diferentes meios de comunica o simbolicamente generalizados poder informa o ter a qual provoca efeitos dr sticos e
10. realidade externa LUHMANN 2007 p 55 n o havendo idealidade separada da experi ncia e comunica o f ticas LUHMANN 2012 p 18 Assim Luhmann 2013 pp 65 115 e 131 65 vislumbra como sistemas sociais reproduzidos por comunica o 1 os sistemas funcionais diferenciados por sua fun o em rela o sociedade o direito por exemplo tem a fun o de generaliza o congruente de expectativas contraf ticas cf LUHMANN 2014 p 82 2004 cap 3 2 as organiza es como sistemas voltados produ o de decis o e que se distinguem pela forma membro n o membro podendo ser internas a um s sistema funcional ou transcender seus limites 3 as intera es como sistemas fugazes de comunica o presencial dentro ou fora de sistemas funcionais 4 como um tipo de sistema entre as intera es e organiza es os movimentos de protesto J a arquitetura geral da teoria social de Unger pode ser vislumbrada em dois eixos Verticalmente podemos situar o eixo da pol tica de baixo a pol tica como conflito sobre os termos de nossas rela es pr ticas e de paix o uns com os outros e sobre todos os recursos e premissas que possam influenciar esses termos de cima a pol tica como conflito sobre o dom nio e usos do poder governamental UNGER 1987 p 10 No primeiro sentido importa uma teoria moral e psicol gica uma microssociologia UNGER 1984 no segundo uma macro teoria social
11. GUARESCHI Neusa Maria de F tima STRENZEL Jana na Cl udia BENNEMANN Thais Quem est apto A pr tica da ado o e marcadores identit rios Aletheia n 25 p 163 176 2007 HESPANHA Ant nio Manuel Cultura jur dica europ ia S ntese de um mil nio 3 ed Mem Martins Portugal Publica es Europa Am rica Ltda 2003 p 15 MARC LIO M L Hist ria social da crian a abandonada S o Paulo Hucitec 1998 NETO Francisco de Oliveira PACH Andr a O Cadastro Nacional de Ado o primeiros resultados PEREIRA Paulo Jos Ado o realidade e desafios para um Brasil do S culo XXI Tese doutorado Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas Campinas 2012 PERNAMBUCO Tribunal de Justi a do Estado de Pernambuco Requerimento de inscri o para ado o S O PAULO Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo Planilha de cadastramento para pretendentes a ado o SILVA Maria Beatriz Nizza da Hist ria da fam lia no Brasil Colonial Rio de Janeiro Nova Fronteira 1988 TEIXEIRA FILHO Fernando Silva Os segredos da ado o e o imperativo da matriz bioparental Rev Estud Fem Florian polis v 18 n 1 Apr 2010 TORRES Luiz Henrique A Casa da Roda dos Expostos na Cidade do Rio Grande Revista Biblos Rio Grande N 20 2006 3648 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A HIST RIA DO CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULA O EM
12. KELSEN Hans Teoria pura do direito 3 ed S o Paulo Martins Fontes 1991 p 75 Cf NAHRA Cinara Tugendhat e os Direitos Humanos In DALL Agnol Darlei Verdade e Respeito A Filosofia de Ernst Tugendhat Florian polis SC Editora da UFSC 2007 p 171 Ibidem p 153 TUGENDHAT Ernest Li es de tica 5 ed Petr polis RJ Vozes 20083 p 350 Cf NAHRA 2007 p 154 Cf Ibidem p 155 3716 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 n48 Humanos fundamenta o legitima o justifica o uma gram tica moral que remete diretamente s reflex es da tica Considera es Finais A discuss o sobre seguran a p blica e direitos humanos exige necessariamente repensar as fun es do Estado contempor neo e a vis o de que quest es sobre direitos humanos s o quest es unicamente jur dicas Na reflex o aqui exposta apresentamos que os primeiros te ricos do Estado Moderno colocavam seguran a p blica e direitos individuais como prioridades do mesmo Da mesma forma a ideia do Estado de Bem Estar Social n o estabelece nenhuma clivagem ou oposi o entre Direitos Humanos e Seguran a P blica O que podemos concluir que os problemas de seguran a p blica que vivenciamos hoje relacionados principalmente a viol ncia urbana n o ser o resolvidos somente com leis mais severas policiamento ostensivo e sistemas de vigil ncia mas s
13. es concretas de militares de esquerda n o finalizavam as investiga es bastando apenas pequenos ind cios para a acusa o autua es que n o eram aceitas pelo Supremo Tribunal Federal Neste momento diante as circunst ncias de repress o as desapari es for adas torturas e viola es de direitos sob a alega o de defesa da seguran a nacional o Supremo se reduzia a analisar as provas e novamente se omitiu de estudar detalhadamente o m rito da causa e as provas do m rito das viola es e atos relacionados O ltimo habeas corpus 46 470 decidido pelo Supremo e de grande repercuss o social que envolvia estudantes universit rios filiados a Uni o Estudantil UNE com suspeitas de atividades comunistas e as v speras do Executivo militar baixar o Ato Institucional n 5 o Supremo concedeu a ordem de habeas corpus em favor dos estudantes da UNE mesmo diante de muita discuss o em plen rio pelos presentes e pelos ministros N o obstante a concess es das ordens de habeas corpus pelo Supremo em 12 de dezembro de 1968 os oficiais militares instru ram seus subordinados a n o cumprir a 18 Ibidem p 163 3687 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 referida ordem em 13 de dezembro do referido ano pois tinham conhecimento de que naquela data seria baixado o Ato Institucional n 5 assim nenhum estudante foi liberado 2 3 ATO INSTITUCIONAL N 5 2 3 1 Considera es iniciais Considerando a import n
14. los como unidades indivis veis no costume dos modos de produ o na teoria marxista Estas substitui es parciais representam reformas revolucion rias em oposi o tanto ao ajuste reformista dentro de um contexto formador e g mais um passo em um ciclo de reformas bem estabelecido quanto substitui o revolucion ria de toda uma moldura da vida social um caso limite nunca mais que aproximado de qualquer situa o do mundo real UNGER 2001 p 64 O sistema de direitos que Unger 2001 pp 513 39 prop e integra o prop sito da reforma revolucion ria assim como a favorece 2 10 Do realismo fatual normatividade jur dica A pergunta que pode representar o fio condutor comum rela o entre o pensamento sobre a sociedade e sobre o direito em Luhmann e Unger como o direito reconstr i a sociedade De um lado como sistema operativamente fechado e cognitivamente aberto o sistema jur dico observa a si mesmo e ao seu ambiente construindo estruturas e sem nticas jur dicas que constituem as formas pelas quais o direito compreende cognitivamente e produz normativamente a sociedade cf LUHMANN 2004 2014 De outro lado o direito apresentado por Unger na tradi o de Hegel como forma institucional da vida social como um campo de conhecimento cr tica imagina o e constru o de institui es cf UNGER 1996 1983 1976 Luhmann 2010 reconhece os direitos fundamentais como institui es
15. o brasileira de 1988 em seu artigo 5 apresenta o direito seguran a como sendo um dos direitos fundamentais no mesmo patamar de import ncia do direito vida liberdade igualdade e propriedade Ou seja o legislador constituinte expressou tamb m a prioridade do tema da seguran a enquanto preocupa o da sociedade em geral No entanto os governantes no sentido de responder a esta preocupa o relacionada com a seguran a enquanto pol tica p blica apresentam sempre a es de car ter restritivo e apor tico aos demais direitos fundamentais tais como sistemas de vigil ncia leis penais mais duras controle de imigra o etc Estas a es polarizam duas reivindica es da sociedade a garantia dos direitos individuais e a emerg ncia da direito seguran a De certa forma colocam se como opostos aquilo que possuem a mesma ess ncia De um lado temos a cria o de uma s rie de mecanismos para garantia dos direitos individuais tais como a inviolabilidade do domic lio a proibi o de pris es ilegais o instituto do habeas corpus a garantia de ampla defesa aos acusados etc De outro lado o direito seguran a enquanto pol tica p blica teve como principais a es a militariza o do policiamento preventivo e ostensivo transformando os agentes policiais em uma fac o deslocada da sociedade civil exorbitando em sua pr tica de vigil ncia e defesa para a agress o e exterm nio Todas as promessas d
16. o do princ pio do melhor interesse a prefer ncia para ado o de determinada crian a n o ser conferida s pessoas cadastradas Trata se das hip teses em que o pretendente que postular a ado o j mantenha ao tempo da postula o um v nculo afetivo com a crian a adolescente ado o intuitu personae A desconfian a com as presun es gerais em abstrato corresponde a uma das reflex es a que este trabalho se disp e fazer nesse caso discutindo primeiro o que significa uma observ ncia obrigat ria que pode n o ser obrigat ria Isso porque a maneira como se disp s na lei a condi o de observ ncia do CNA este se tornou para alguns ju zes e representantes do Minist rio P blico a convers o de um mecanismo em um fim em si mesmo um crit rio sine qua non a partir do qual apenas s o admitidas as exce es trazidas pelo legislador Questiona se no presente artigo a observ ncia absoluta ao cadastro corresponde a alguma garantia de atendimento ao melhor interesse da crian a ou do adolescente poss vel que exigir do Estado na complexidade de prote o de direitos humanos de que depende a vida de crian as e adolescentes na ado o outra postura sen o proteger prioritariamente os seus interesses O que as planilhas dos tribunais de Justi a dos Estados apresentam como marcadores identit rios das crian as e adolescentes dispon veis para a ado o 4 MARCADORES IDENTIT RIOS HETERONORMATIZA O E BI
17. O ideal revolucion rio marxista orientou as vanguardas socialistas com a utopia de uma nova sociedade sem exploradores nem explorados sem opressores nem oprimidos uma sociedade que n o fosse dividida em classes e muito menos fundada na explora o da for a de trabalho H neste contexto uma passagem da bandeira dos direitos humanos para a classe trabalhadora uma vez que nos prim rdios a classe revolucion ria era a classe burguesa que agora j n o se encontra mais na sua condi o de subalternidade e sim na de detentora dos meios de produ o e classe dominante Assim cabia classe trabalhadora unida reivindicar a defesa de seus direitos e melhores condi es estando esta sob uma sociedade capitalista desigual excludente e contradit ria 3 DIREITOS HUMANOS E A QUEST O JUDAICA 3777 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 No ensaio A Quest o Judaica 1844 Karl Marx inicia a sua obra fazendo uma indaga o Os judeus alem es aspiram emancipar se A que emancipa o aspiram deste modo que Marx come a a sua cr tica aos estudos de Bruno Bauer acerca da emancipa o civil e pol tica dos Judeus na Pr ssia Para Bauer na Alemanha ningu m se encontrava politicamente emancipado Os judeus deveriam trabalhar juntos para a emancipa o pol tica e como homens pela emancipa o humana e n o apenas pela emancipa o da religi o judaica Ao lutar apenas pela emancipa o pol tica sendo guiados
18. a igualdade meramente formal e civil que marca o fim de toda distin o jur dica baseada no status de nascimento Evidentemente que a igualdade civil um advento 249 17 BOBBIO Norberto A Revolu o Francesa e os Direitos do Homem In A era dos Direitos p 93 18 Os sans culottes eram os membros das classes mais pobre os trabalhadores artes es profissionais de classe m dia desempregados e todos os demais membros do Terceiro Estado Literalmente os que n o vestiam cullotes cal es bufantes com meias altas que eram a vestimenta dos ricos ou seja dos burgueses e dos nobres 3666 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 important ssimo na hist ria da humanidade uma vez que marca o fim do feudalismo e do absolutismo mon rquico mas a igualdade prevista na Declara o de 1789 n o ter nenhuma vis o social ou intuito de estender os benef cios da nova era realmente todos os membros da sociedade A igualdade nem pol tica era uma vez que a cidadania era dividida na pr tica em cidadania ativa e passiva com a pr tica estabelecida do sufr gio restrito censit rio Sem participa o pol tica e v tima de uma de uma terr vel desigualdade econ mica as classes mais baixas que eram a ampla maioria da popula o ficam assim condenada ao flagelo da extrema pobreza j existente em 1789 e ao trabalho em condi es cada vez mais prec rias e desumanas que ir caracterizar o s culo XIX Um outro exemplo
19. a resposta de Maritain a esse problema resultante do paradoxo mencionado Como podemos empreender a viabilidade pr tica de um ac rd o sobre uma carta meta constitucional de direitos universais se s o evidentes as diverg ncias sobre quais s o esses direitos Ora a ocorr ncia de diverg ncias sobre o que s o os Direitos Humanos j n o sugere por si que n o h racionalidade suficiente na afirma o de uma pretensa universalidade de tais direitos N o estaria correto Edmund Burke o principal ma tre a penser do pensamento conservador quando afirma que os direitos do homem s o fic es metaf sicas sem base real N o estaria correto Jeremy Bentham refer ncia incontest vel do pensamento utilit rio liberal quando afirma que direitos universais do homem s o princ pios desnecess rios 3755 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 ao bom governo e vagos do ponto de vista filos fico N o estaria correto Karl Marx o ide logo primaz do pensamento socialista revolucion rio quando afirma que os direitos do homem s o um discurso obsoleto e f til Diante de lugar comum aceito em praticamente todos os espectros pol ticos como ainda assim seria poss vel justificar a viabilidade de um acordo internacional universal sobre tais direitos que servisse de baliza s constitui es surgidas do p s guerra N s nos encontramos diante do seguinte paradoxo as justifica es racionais para a fundamenta o dos Direito
20. deste direito pois a outorga do FGTS foi apenas assegurada em sentido facultativo cabendo aos empregadores decidir se davam ou n o esse benef cio ao empregado dom stico Assim ap s a citada Lei poucos empregadores dom sticos aderem ao FGTS e ao seguro desemprego sendo certo que estes mesmo com a Emenda Constitucional n 72 de 2013 ainda precisam de regulamenta o Outro avan o significativo nos direitos dos empregados dom sticos ocorreu em decorr ncia da Lei n 11 324 de 19 de julho de 2006 que vedou a pr tica de descontos efetuados por parte do empregador dom stico pelo fornecimento de alimenta o vestu rio higiene e moradia ao empregado dom stico Essa Lei tamb m estabeleceu mudan a no direito a f rias anuais extirpando uma restri o que os dom sticos tinham relativamente aos empregados urbanos e rurais posto que enquanto o empregado urbano ou rural usufru a 30 dias de f rias anuais o empregado dom stico contava com apenas 20 dias teis de f rias Assim por este diploma regulamentam se de forma equitativa as f rias dos empregados dom sticos Essa lei tamb m vedou a dispensa arbitr ria ou sem justa causa da empregada dom stica gestante desde a confirma o da gravidez at 5 cinco meses ap s o parto Nesse nterim n o se pode olvidar o clamor desta classe minorit ria e da sociedade de um modo geral quanto unifica o dos direitos trabalhistas o que resultou na Emenda Constitucional n 72 de 0
21. ncias apoiar a cria o de centros de defesa em mbito local produzir e divulgar conhecimentos sobre o tema da popula o em situa o de rua divulgar indicadores sociais econ micos e culturais sobre este grupo populacional para subsidiar as pol ticas p blicas pesquisar e acompanhar os processos instaurados as decis es e as puni es aplicadas aos acusados de crimes contra a esta popula o Trabalha com dados vindos de den ncias que recebe de forma direta e por outras fontes como a m dia movimentos populares e cidad os n o integrantes da popula o em situa o de rua PSR Sobre o perfil da PSR o CNDDH trabalha com os seguintes dados oficiais publicados pela pesquisa de abril de 2008 pelo Minist rio do Desenvolvimento e Combate Fome MDS quais sejam a maioria das pessoas em situa o de rua do sexo masculino 82 e jovem entre 25 e 44 anos de cor declarada parda ou preta sendo composta por trabalhadores exclu dos do mercado de trabalho trabalhadores sazonais migrantes e trecheiros fam lias que perderam a moradia v timas de vulnerabilidade social pessoas com sofrimento mental drogadi o e uso abusivo de lcool e outras drogas O desemprego aparece em 30 das cita es e os conflitos familiares com 29 comp em o quadro de raz es que os levam a viver nas ruas O relat rio desta pesquisa aponta que dos entrevistados 88 5 n o t m acesso a programas governamentais como aposentadoria Bols
22. ncipe com uma constitui o republicana pass vel de lhe garantir estabilidade Somente institui es republicanas podem garantir a paz de uma cidade acostumada liberdade e independ ncia como Floren a Maquiavel est preocupado com a coes o e manuten o do Estado identificando nas institui es republicanas o instrumento mais apropriado para tal fim Ou seja a finalidade do Estado n o manuten o do poder absoluto do Pr ncipe mas sim a garantia da estabilidade liberdade e seguran a da sociedade 3HONNETH Axel Luta por reconhecimento A gram tica moral dos conflitos sociais S o Paulo Editora 34 2003 p 31 4ibidem p 32 5ibidem p 33 PINZANI Alessandro Maquiavel amp O Pr ncipe Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 2004 p 20 Ibidem 15 Ibidem 3709 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 As suposi es antropol gicas de Maquiavel adquirem fundamenta o emp rica com a teoria pol tica de Hobbes Amparado no modelo metodol gico das ci ncias naturais THomas Hobbes ao investigar as leis da vida civil depara se com a certeza mec nica de que o homem em sua ess ncia movido pela sua capacidade de empenhar se com provid ncia para seu bem estar futuro Tal capacidade natural e est presente em todos os homens Ou seja os homens s o naturalmente iguais No entanto no momento em que o ser humano se depara com um pr ximo surge a suspeita sobre os
23. o de 1789 o documento mais emblem tico de todas as revolu es liberais burguesas Certamente que bvia a inspira o jusnaturalista da Declara o de 1789 e evidentemente que do lema da Revolu o Liberdade Igualdade e Fraternidade no sentido contempor neo de Solidariedade a liberdade seria amplamente privilegiada Norberto Bobbio em magistral li o aponta o n cleo doutrin rio da Declara o de 1789 podemos dizer n cleo ideol gico da nova classe dominante que est contido em seus tr s primeiros artigos o primeiro refere se condi o natural dos indiv duos que precede forma o da sociedade civil o segundo finalidade da sociedade pol tica terceiro ao princ pio de legitimidade do poder que cabe na o O artigo 2 enuncia quatro direitos naturais racionalistas consagrados nas obras dos hist ricos livres pensadores jusracionalistas e que est o estabelecidos como a finalidade de toda sociedade pol tica liberdade propriedade seguran a e resist ncia opress o Em nossa opini o o desigual desenvolvimento dos citados quatro Direitos naturais positivados na pr pria Declara o de 1789 que determina evidencia mais ainda o n cleo ideol gico da nova classe no poder Vejamos ent o a liberdade protagonizou sete artigos diferentes o 4 e o 5 definem seus contornos gerais o 7 o 8 e 09 referem se liberdade individual o artigo 10 trata da liberdade de opini o e o artig
24. o de pessoa e s leva em conta o indiv duo assim submetendo o totalmente vontade geral ou raz o de Estado porque n o reconhece no todo humano sen o a parte material que est em fun o do todo social como se o homem fosse um tomo de uma bola de bilhar Com efeito afirmar tudo no Estado nada contra o Estado e nada fora do Estado uma infer ncia l gica da premissa de que o homem apenas um indiv duo apenas parte da cole o inteira de outros indiv duos semelhantes que em nada difere na pr tica da afirma o que diz tudo pelo social ou de modo mais refinado que diz ser a emancipa o do homem individual um fim em si mesmo exequ vel exclusivamente por meio da participa o social O que difere uma e outra afirma o a primeira fascista a segunda marxista que o fascismo identifica a coletividade ao Estado na o enquanto o marxismo considera identifica a coletividade humanidade Mas n o nos esque amos da segunda atitude t o prec ria com respeito ao entendimento das exig ncias integrais do ser humano logo t o deficiente com respeito ao entendimento dos Direitos Humanos e da rela o entre homem e sociedade quanto a primeira atitude Essa segunda atitude coloca a liberdade individual no centro do ordenamento jur dico confundindo a personalidade com uma no o abstrata de indiv duo abstrata que o concebe como um ente absolutamente aut nomo em rela o sociedade pol
25. o dos novos textos Ivone Castilho Benedetti 5 ed Rio S o Paulo Martins Fontes 2007 p 964 3 SUSSEKIND Arnaldo Curso de direito do trabalho 4 Ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2010 p 3 3741 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 se alimentavam e eram cuidados e vigiados pelo criador Deus Ocorre que pela inobserv ncia de uma das regras estabelecidas Ad o e Eva perderam a posse do referido Jardim tendo Deus ordenado que deveriam lavrar a terra para garantia do seu sustento ou seja o homem deveria trabalhar para sustento pr prio e familiar J no novo testamento na segunda carta de Paulo aos Tessalonicenses o trabalho passa a ser considerado como vital para o ser humano pois este dependente daquele para garantia da vida Portanto no correr dos tempos a evolu o do termo levou sem d vida descaracteriza o da no o de castigo para uma no o mais dignificante qual seja a que prestigia o trabalho como necess rio subsist ncia e vida do ser humano Assim j desde eras primitivas tem se como assente que o ser humano precisa do trabalho para garantir sua sobreviv ncia e uma vida saud vel certo que outrora na chamada sociedade pr industrial n o se vislumbrava o trabalho como direito O trabalho n o constitu a algo que dignificasse o ser humano Na verdade o trabalho consistia em atividade destinada ao escravo que n o dispunha de qualquer prote o e garant
26. odo chamado de Era dos Direitos PIOVESAN 2011 e BOBBIO 2004 No contexto em estudo esta situa o existe desde a d cada de 1970 e s ganhou destaque na imprensa nacional quando organismos internacionais exerceram press o sobre o governo brasileiro Em termos comparados o desmatamento e a viola o dos direitos humanos estiveram na contracorrente dos avan os na legisla o brasileira e na efetiva o do direito ambiental e trabalhista no pa s no mesmo per odo Tamb m esta situa o contradizia a no o de direitos humanos em pleno avan o no mundo e com consequ ncias na atua o do Estado brasileiro no per odo Assim a regi o norte do Estado do Mato Grosso regi o de Amaz nia Mato grossense tornou se objeto de cr tica nacional e foco de a es pontuais e desarticuladas do governo federal para reduzir o desmatamento e a viola o dos direitos humanos sem contudo trazer altera es significativas para o contexto at a d cada de 2000 O objetivo deste artigo compreender os motivos pelos quais a regi o norte do Estado do Mato Grosso configurou se exemplo emblem tico de desrespeito no o de direitos humanos que vinha se constituindo internacionalmente no per odo Para realizar a 3694 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 an lise deste estudo e estabelecer rela es explicativas foram considerados fatores determinantes os grupos sociais as rela es de trabalho a atividade econ mica
27. rio IIl fundo de garantia do tempo de servi o IV sal rio m nimo V piso salarial proporcional extens o e complexidade do trabalho VI irredutibilidade do sal rio VII garantia de sal rio nunca inferior ao m nimo VIII d cimo terceiro sal rio IX remunera o do trabalho noturno superior do diurno X prote o do sal rio na forma da lei XI participa o nos lucros ou resultados XII sal rio fam lia XIII dura o do trabalho normal n o superior a oito horas di rias e quarenta e quatro semanais XIV jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento salvo negocia o coletiva XV repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos XVI remunera o do servi o extraordin rio XVII gozo de f rias anuais remuneradas com pelo menos um ter o a mais do que o sal rio normal XVIII licen a gestante XIX licen a paternidade XX prote o do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos nos termos da lei XXI aviso pr vio XXII redu o dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sa de higiene e seguran a XXIII adicional de remunera o para as atividades penosas insalubres ou perigosas na forma da lei XXIV aposentadoria XXV assist ncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 cinco anos de idade em crech
28. tica Admitir uma vis o desvirtuada de pessoa na qual o homem uma unidade absolutamente aut noma tem como afirma o consequente a identifica o das obriga es sociais do cidad o e dos direitos do Estado com a viol ncia autonomia individual de um semi deus N o considerar a interioridade humana sem levar em conta a sua radicalidade numa ordem e fim transnatural conduz afirma o consequente de que quaisquer obriga es com respeito sociedade pol tica significam uma viol ncia autonomia do homem Ao 3765 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 contr rio da valoriza o da espiritualidade na sua tend ncia cognitiva e amorosa esse desconhecimento consoante pr pria natureza humana resultaria na pr tica redu o do homem a uma subjetividade fetichista segundo a express o de Max Weber Se a atitude mencionada no par grafo anterior com respeito considera o exclusiva da individualidade conduz a um dissenso permanente entre Estado e pessoa esta atitude aqui se levada a cabo no ordenamento jur dico h de conduzir a um dissenso permanente no seio da pr pria sociedade pois h de como finalidade do homem o m ximo de prazer poss vel fru do no seio de sua subjetividade ego sta Maritain faz um ju zo de valor a vida contemplativa melhor que a vida pol tica MARITAIN 1990 p 182 Mas a participa o da pessoa naqueles bens propriamente espirituais concernentes a
29. tica e cultural que se contrap e comunidade pr moderna natural Paradoxalmente se pensarmos em termos da distin o entre natureza e cultura a comunidade aparece associada tamb m ao conceito de cultura como elevada esfera da realidade em que todos os testemunhos da atividade humana se registram pela segunda vez n o sob o aspecto de sua utilidade sen o sob sua compara o com outros testemunhos culturais LUHMANN 2005a p 349 Em outras palavras Desde finais do s culo XVIII o conceito de cultura ocupa o lugar no qual as autodescri es se refletem Cultura no sentido moderno sempre a cultura refletida como cultura i e uma descri o observada no sistema LUHMANN 2013 p 176 Os direitos humanos nessa perspectiva podem ser associados constitui o como uma aquisi o evolutiva LUHMANN 1996 uma forma estrutural e sem ntica que tem como pano de fundo a constitui o da cultura da modernidade problem tica a rela o deste direito moderno com as formas sociais n o modernas ou que mant m uma diferencia o cultural refor ada diante da sociedade mundial moderna sobre a sociedade moderna como sociedade mundial cf LUHMANN 2012 pp 83 99 Assim Teubner e Fischer Lescano 2008 identificam uma dupla fragmenta o da sociedade mundial entre regi es que se reproduzem em termos de sistemas funcionalmente especializados de escala global e regi es em que a diferencia o
30. um lugar erotizado na reprodu o da cultura o que implicitamente levanta a quest o de se existir uma transmiss o segura de cultura atrav s da procria o heterossexual se a heterossexualidade servir n o somente aos prop sitos de transmitir fielmente a cultura ou se a cultura ser definida em parte como prerrogativa da pr pria heterossexualidade BUTLER 2003a p 33 Pensamos com as considera es de Butler 2003 portanto que a matriz bioparental apoiada na matriz heteronormativa valida a partir de sua recitabilidade a distin o bin ria entre filhos as adotivos as e filhos as biol gicos as operando muitas vezes o estigma advindo desse discursos Desse modo poss veis efeitos do paradigma da bioparentalidade e heteronormatividade da ado o s o a pr pria presun o de direito de escolha e a presun o da parentalidade heterossexual como nica possibilidade para a ado o As reflex es aqui trazidas des guam no pensamento da entidade familiar como realidade humana contingente vol til cultural e historicizada raz o pela qual como o que ocorre com os demais institutos jur dicos qualquer defini o estandarte recai em incoer ncia por engessar limitar e estruturar o que segue em forma o e reformula o a todo o tempo 3645 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 5 CONSIDERA ES FINAIS Repensando a aptid o na ado o a partir de Teixeira Filho 2010 Butler 2003 Guar
31. vel em lt http www survivalinternational org ultimas noticias 9537 gt 3729 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 uma liminar favor vel Entretanto em menos de 48 horas os advogados da Associa o dos Criadores de Mato Grosso do Sul ACRISSUL e Federa o da Agricultura e Pecu ria de Mato Grosso do Sul FAMASUL recorreram e conseguiram s v speras do evento a autoriza o judicial para sua realiza o Por meio do arremate de lotes de animais e cerais seu saldo final foi a arrecada o de R 640 5 mil Os ind genas de Mato Grosso do Sul al m das amea as e atentados violentos cometidos a mando dos produtores rurais se deparam tamb m com certa hostilidade por parte da Pol cia Federal do estado Recentemente veio a p blico a declara o do delegado Alc dio de Souza Ara jo que quando esteve na rea retomada Yvy Katu afirmou ndios mortos n o lutam mais o sonho acabou Voc s ndios vivos podem at cobrar um milh o de reais pela morte de ndio do governo mas quem morreu j morreu CIMI 2013 Este mesmo delegado foi respons vel pela reintegra o de posse da propriedade do ex deputado estadual Ricardo Bacha na terra ind gena Buriti que resultou na morte do ind gena Oziel Terena De acordo com o irm o da v tima Otoniel Terena o disparo partiu da localiza o em que estava a Pol cia Federal Sete meses ap s o ocorrido o inqu rito policial foi conclu do po
32. Cidades Essas a es pol ticas proporcionaram anos depois a cria o do Programa Minha Casa Minha Vida PMCMV em 2009 Neste mesmo per odo em Belo Horizonte aconteciam muitos conflitos ocupa es debaixo de viadutos pr dios casas abandonadas momento em que a Pastoral de Rua interveio defendendo os direitos dessa PSR Em S o Paulo entre os anos 2005 e 2008 Gest o Serra Kassab v rias obras antimendigo foram inauguradas bancos p blicos com divis rias impedindo que algu m deite constru o de rampas embaixo de viadutos e pontes instala o de chuveiros e holofotes em esquinas frequentadas por pessoas em situa o de rua coloca o de pedras pontiagudas ou piso chapiscado em cal adas pra as e embaixo de marquises 15 O programa interinstitucional P los de Cidadania voltado para a efetiva o dos direitos humanos criado em 1995 na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG trabalhando pela constru o da cidadania por meio do teatro da 1 BRASIL Lei n 11 124 de 2005 Cria o Subsistema de Habita o de Interesse Social SHIS e o Fundo Nacional de Habita o de Interesse Social FNHIS Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2005 ei l11124 htm Acesso em 15 dez 2013 Jos Serra foi prefeito de S o Paulo entre 1 de janeiro de 2005 e 31 de mar o de 2006 Gilberto Kassab vice prefeito de Serra assumiu a prefeitu
33. Diante dessa realidade os Estados e a 3767 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 comunidade internacional bem como as institui es pol ticas e privadas devem exercer a respeito de cada homem uma fun o subsidi ria podendo tamb m exercer uma fun o disciplinar e at coativa com vistas prote o do bem comum pol tico referente ao bem de cada indiv duo membro de uma sociedade pol tica mas jamais determinar qual deve ser a finalidade da exist ncia humana como um todo j que esta se refere tamb m a uma ordem e a uma finalidade que v o al m do plano da atua o pol tica e laboral desde a abertura natural do ser humano segundo sua capacidade de conhecer e amar na dire o de uma realidade mais ampla que o mundo contingente Tais rg os poder ter portanto o direito leg timo administra o do bem comum pol tico e organiza o das rela es sociais devendo inclusive punir quando necess rio mas a legitimidade de tais direitos de tais poderes pol ticos encontra um limite logo que se reconhece a incapacidade do Direito que ci ncia determinar qual a finalidade do homem O poder estatal pode ser soberano legitimamente pode o Estado possuir o monop lio leg timo da for a porque o homem pode ser conhecido empiricamente como Zoon politikon parte integrante inexoravelmente do todo social o que o torna sujeito de obriga es e de direitos civis Mas o Estado ou qualquer outro rg o so
34. Diferentemente do que dispunha a Lei n 4 655 1965 o C digo de Menores n o mais exigia que os adotantes n o possu ssem filhos biol gicos Al m disso a ado o plena passou a atribuir direitos heredit rios ao adotado em igualdade de condi es com os demais filhos n o acontecendo o mesmo na ado o do C digo Civil ou na ado o simples Com o advento da Constitui o Federal de 1988 e do Estatuto da Crian a e do Adolescente Lei 8 069 1990 a ado o passou a ter dois regramentos a ado o restrita a crian as e adolescentes e promovida judicialmente e a ado o de maiores de 18 anos regulada pelo C digo Civil de 1916 e instrumentalizada por meio de escritura p blica O C digo Civil de 2002 por sua vez unificou o regime jur dico da ado o em judicial qualquer que fosse a idade do adotando Art 1623 do CC 2002 sendo que durante o per odo que antecedeu a Lei 12 010 2009 o Estatuto da Crian a e do Adolescente tinha aplica o simult nea e compat vel ao diploma civil sendo somente mais detalhado que este Ocorre que com o in cio da vig ncia da Lei 12 010 2009 denominada por alguns como a Lei de Ado o todo o cap tulo do C digo Civil que cuidava da ado o foi revogado restando dois artigos que apenas orientam que a ado o ser regida pelas normas constantes do Estatuto da Crian a e do Adolescente art 1 618 do CC 2002 e que a ado o de pessoas maiores de 18 anos se d por meio de processo j
35. Escritos de juventud Buenos Aires Ant doto 2006 p 41 3669 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 30 Assim sociedade civil vale dizer do homem ego sta do homem separado e da comunidade proclama Marx que Ninguno de los derechos va por tanto m s all del hombre ego sta del hombre como miembro de la sociedad burguesa es decir del individuo replegado sobre s mismo su inter s privado y su arbitrio privado y disociado de la comunidad Para Marx muito longe de de conceber o homem como ser como especie os direitos humanos apresentam sempre a misma vida da especie a sociedade como um marco externo aos indiv duos como restri o de sua independ ncia origin ria El nico v nculo que les mantiene unidos es la necessidad natural apetencias e intereses privados la conservaci n de su propiedad y de su persona ego sta Necess rio afirmar que ainda que negador dos direitos humanos sua cr tica uma reivindica o mais revolucion ria ainda tipicamente de esquerda Marx com destacada diferen a dos negadores reacion rios conservadores que negam sobretudo a igualdade perante lei cr tica tipicamente de direita um negador por motivos mais revolucion rios ainda Marx quer uma mudan a real na sociedade Na doutrina espanhola em sua cl ssica tipifica o do conceito de Revolu o o jusfil sofo Felipe Gonz lez Vicen fazendo a distin o entre o conceito de golpe de estado e de re
36. Horizonte com cerca de 250 associados beneficiando indiretamente mais de 1500 pessoas Organizar esse grupo de pessoas parece representar o reconhecimento de uma pol tica de recupera o social e moral de uma massa de trabalhadores que sem op o mergulhava cada vez mais na clandestinidade Ressalte se que essas pessoas j faziam parte da realidade da cidade h mais de 50 anos sem nenhuma forma de organiza o integravam a economia de maneira marginal eram discriminadas e desconheciam o importante papel ambiental que desempenhavam para a preserva o do meio ambiente Esse panorama come ou ent o a alterar se a partir do final da d cada de 1980 e in cio dos anos noventa com a Constitui o de 1988 que considerou os direitos sociais como direitos fundamentais de todo cidad o e com a Lei Org nica da Assist ncia Social que regulamentou os artigos 203 e 204 da CRFB 88 reconhecendo a Assist ncia Social como pol tica p blica A prote o e a n o discrimina o de qualquer natureza no acesso a bem ou a servi o p blico principalmente os referentes sa de veio regulamentada na Lei Federal n 8 080 de 19 de setembro de 1990 que disp e sobre as condi es para a promo o prote o e recupera o da sa de a organiza o e o funcionamento dos servi os correspondentes Sistema nico de Sa de SUS As diretrizes e estrat gias de orienta o para o processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades
37. Kelsen a Hart cf MICHELON JR 2004 MACEDO JR 2013 as quais vale notar n o legaram concep es minimamente s lidas sobre a especificidade dos direitos humanos ou fundamentais Ainda cabe esclarecer o papel que as elabora es sociol gicas de Luhmann e Unger podem representar para a teoria do direito De um lado em Unger sua teoria do direito assume uma independ ncia relativa com rela o sua macrossociologia Assim desenvolvida uma teoria explicitamente jur dica que n o se confunde com embora parta dos pressupostos de uma teoria da sociedade De outro lado Luhmann 2005b concebe a teoria da sociedade essencialmente como uma teoria dos sistemas sociais parciais especialmente os sistemas funcionais como o direito e sobre suas equival ncias em termos de evolu o e de mecanismos operativos como c digo programa e fun o Assim sua descri o do sistema jur dico explicitamente uma alternativa s autodescri es propostas pela tradi o da teoria do direito cf LUHMANN 2001 Portanto ambos os autores n o se filiam ao contraste tradicional entre teoria do direito como autofundamenta o cient fica do direito e sociologia jur dica como teoria realista de m dio alcance e ou de matriz emp rica 2 11 Imagina o institucional versus teoria normativa ideal As correntes hoje dominantes nas ci ncias sociais prescrevem uma r gida separa o entre teorias descritivas positivas e
38. Leite Efetividade dos Direitos Fundamentais notas a partir da vis o integral do conceito segundo Gregorio Peces Barba In VALLE Juliano Keller do MARCELINO JR Julio Cesar Reflex es da P s Modernidade Estado Direito e Constitui o Florian polis Conceito Editorial 2008 p 189 209 GONZ LEZ AMUCHASTEGUI Jesus Autonom a dignidad y ciudadan a Una teor a de los derechos humanos Valencia Tirant lo Blanch 2004 542 p GONZ LEZ VICEN Felipe Teor a de la Revoluci n sistema e historia 2 ed 2010 1 ed 1932 Madrid M xico Plaza y Vald s 2010 125 p KANT Immanuel Fundamenta o da Metaf sica dos Costumes n Os Pensadores Kant II Tradu o de Paulo Quintanela 2 ed S o Paulo Abril Cultural 1984 p 103 162 T tulo original Grundlegung zur Metaphysik der Sitten MAISTRE Joseph de Considera es sobre a Fran a Tradu o de Rita Sacadura Fonseca Coimbra Edi es Almedina 2010 309 p T tulo original Consid rations sur la France 1797 MARX Karl Escritos de juventud Buenos Aires Ant doto 2006 174 p MARX Karl Teses contra Feuerbach In Marx Cole o Os pensadores Tradu o de Jos Arthur Giannotti 4 ed S o Paulo Nova Cultural 1987 p 159 163 T tulo original Thesen ber Feuerbach 1845 MATEUCCI Nicola Organizaci n del poder y liberdad Historia del constitucionalismo moderno Madrid Trotta 1998 318 p T tulo original Organizzazione del potere e l
39. PIOVESAN Fl via Direitos humanos e justi a internacional um estudo comparativo entre os sistemas regionais europeus interamericano e africano S o Paulo Saraiva 2011 3706 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 SCHULTZ Theodore O capital humano investimentos em educa o e pesquisa Rio de Janeiro Zahar Editor 1973 VITA lvaro de Sociologia da sociedade brasileira S o Paulo tica 1989 3707 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O direito seguran a enquanto direito humano liberdade versus seguran a p blica Giovani Mendon a Lunardi P s Doutorando Filosofia UNISINOS Professor UFSC Campus Ararangu giovani lunardi Qufsc br Introdu o Teorias que originaram a concep o moderna de Estado principalmente a partir de Maquiavel e Thomas Hobbes s o interpretadas como defensoras da justifica o do poder absoluto e do autoritarismo Ou seja a estes pensadores s o atribu das no o de que para garantir a coes o e estabilidade do Estado necess rio um poder coercitivo que limitaria os direitos individuais Com estas interpreta es inicia se a vis o hodierna da incompatibilidade entre liberdade individual e seguran a p blica No Brasil da mesma forma a concord ncia com est vis o n o ser diferente Diversos autores j examinaram a polariza o e a pretensa incompatibilidade entre direitos humanos e seguran a p blica presentes na realidade social
40. Strenzel e Bennemann 2007 p 172 quando essas s ndromes s o apontadas em crian as e adolescentes dispon veis para a ado o esta popula o j est colocada em um contexto que foge a uma normatividade da sociedade Ou seja uma popula o de diferentes em uma situa o diferenciada No momento em que s o apontados como crian as e adolescentes diferentes por pertencerem a uma popula o que est para ser adotada esses sujeitos s o ainda mais diferentes porque tamb m apresentam caracter sticas que os diferenciam daqueles que n o possuem essas particularidades ou s ndromes Se a nega o das singularidades das crian as e adolescentes corresponde a um equ voco a servi o de certos apagamentos a exposi o simb lica em crit rios r tulos estabelecidos abstratamente em planilhas marque um x para personalizar a sua ado o for a a pesquisa em direitos humanos a interrogar sobre as pessoas humanas disponibilizadas para ado o o modo como falamos delas de que lugares falamos e o que tomamos como par metro para estabelecer compara es de normalidade superioridade Em rela o ado o a partir de determinadas caracter sticas d se uma classifica o de crian as e adolescentes Mas o que quer dizer estar apto O que representa 3644 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 estar apto para ser adotado GUARESCHI STRENZEL BENNEMANN 2007 p 172 Problematizados
41. XXXII e atendidas as condi es estabelecidas em lei e observada a simplifica o do cumprimento das obriga es tribut rias principais e acess rias decorrentes da rela o de trabalho e suas peculiaridades os previstos nos incisos l II HI IX XI XXV e XXVII bem como a sua integra o previd ncia social NR Dispon vel em http Awww planalto gov br ccivil 03 constituicao Emendas Emc emc72 htm Acesso em 06 04 2014 3750 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 o m rito de encarnar uma verdadeira alforria para quem presta servi os nos lares brasileiros 7 Para o senador Cristov o Buarque a aprova o da PEC das Dom sticas PEC 66 2012 apesar de ser um grande avan o n o equivale aboli o da escravatura Na opini o do senador a verdadeira aboli o se dar no dia em que os filhos dos empregados dom sticos puderem estudar nas mesmas escolas que os filhos dos patr es Posicionamento do senador Romero Juc Filho Na pr xima semana estaremos votando o segundo turno para definitivamente fazer justi a fazer com que as trabalhadoras e os trabalhadores do Brasil que se dedicam que trabalham que cuidam das nossas casas das nossas fam lias que enfim atuam junto aos nossos filhos aos nossos netos efetivamente possam ter o reconhecimento possam ter merecidamente ali s at com atraso esse reconhecimento e essa igualdade Para o senador Rodrigo Rollemberg a
42. a proje o de apagamento dos adotantes de qualquer marca de um corpo vivido do adotado suas marcas biol gicas sociais e culturais Corresponderia portanto expectativa de neutraliz lo para uma esp cie de novo nascimento agora de acordo com as expectativas do s adotante s Merece aten o no presente momento os termos da planilha do Tribunal de Justi a do Estado de Pernambuco para este marcador identit rio poss vel verificar que n o h qualquer men o ao adolescente dispon vel para ado o apenas os aspectos da crian a s o questionados de modo que a pr pria parte do requerimento destinada ao perfil desejado denominada somente perfil da crian a Uma poss vel compreens o da abordagem conduz esta pesquisa a refletir se a planilha apresenta uma bifurca o neste marco identit rio Uma escolha com ressalvas s crian as prefer ncia quanto ao sexo da crian a crian as com idade at X anos X meses e com quesitos formulados a partir de negativas e exclus es n o deseja crian as X n o deseja crian as com pais X e Il Uma n o escolha ou invisibiliza o dos adolescentes tamb m institucionalizados j que estes n o s o mencionados Entretanto a partir da preocupa o com os dados sobre a postura hegem nica pela restri o da idade se h por um lado uma intencionalidade ou necessidade de apagar as inscri es de ser ou de sentir das crian as ou
43. a todos os outros uma mercadoria como outra qualquer que pode ser vendida comprada e trocada A diferen a que para os ind genas a terra n o s daqueles que hoje vivem nela na sua forma humana tamb m dos ancestrais que viveram antes de n s e que nela continuam a viver sob outras formas daqueles que vivem nela hoje e que nela viver o mais tarde e tamb m daqueles que ainda n o existem hoje e que viver o nela algum dia a partir dessa dimens o que a terra ind gena tem significado Postagem em rede social 09 jan 2014 A aquisi o de novas reas n o solucionaria essa quest o pois n o se trata de uma demanda por qualquer rea de terra mas sim das terras tradicionalmente ocupadas de territ rios ancestrais A solu o dessa quest o reside na demarca o das reas espec ficas que s o reivindicadas Em decorr ncia da lentid o do governo federal frente ao processo de demarca o das terras ind genas os ndios em v rias regi es v m executando a es coletivas de retomadas de terras As retomadas nada mais s o que a recupera o das reas por eles tradicionalmente ocupadas e que est o em posse de n o ndios Essas a es acabam resultando em enfrentamentos violentos entre os ind genas e os propriet rios rurais e n o raro em mortes Nesse cen rio o estado do Mato Grosso do Sul ocupa um lugar de destaque A fim de conter as retomadas os produtores rurais organizaram um evento
44. acesso democr tico ao capital Os direitos de imunidade protegem o indiv duo n o apenas da opress o pela concentra o de poder p blico mas tamb m do dom nio privado esses direitos constituem a seguran a individual indispens vel para que o indiv duo sustente uma democracia forte sem medo de subjuga o pela coletividade assim a imunidade uma condi o da participa o pol tica Os direitos de desestabiliza o voltam se ao desentrincheiramento dos privil gios reforma estrutural de diferentes reas da pr tica social s o direitos que evitam a oposi o entre 3626 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 protesto espont neo e estabilidade de institui es consolidadas pois s o pontes entre esses dois p los a consagrar a mudan a de pr ticas e institui es pela via da contesta o de estruturas sociais r gidas e resistentes transforma o Finalmente direitos de solidariedade d o o arcabou o jur dico s rela es de confian a e responsabilidade cobrindo reas que v o das rela es econ micas s familiares obrigando seus titulares a compromissos e negocia es ao tempo do exerc cio concreto dos direitos trata se de uma redefini o de institutos atuais como os da boa f do abuso de direitos das rela es fiduci rias etc Considera es finais A emerg ncia dos direitos sociais representou uma reorienta o nos esquemas liberais cl ssicos de separa o de pode
45. acresce 2 ao Constitui o e mencionado artigo da Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente Justi a atualmente Constitui o Federal equilibrado bem de uso comum do povo e essencial sadia aguarda a inclus o qualidade de vida impondo se ao Poder P blico e coletividade o na Ordem do Dia dever de defend lo e preserv lo para as presentes e futuras do Senado gera es Federal 1 Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico HI definir em todas as unidades da Federa o espa os territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos sendo a altera o e a supress o permitidas somente atrav s de lei vedada qualquer utiliza o que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua prote o Reda o original HI definir em todas as unidades da Federa o observados os limites fixados no art 231 2 espa os territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos sendo a altera o e a supress o permitidas somente atrav s de lei vedada qualquer utiliza o que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua prote o Proposta de altera o Art 231 S o reconhecidos aos ndios sua organiza o social costumes l nguas cren as e tradi es e os direitos origin rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam competindo Uni o demarc las proteger e fazer respeitar todos os seus ben
46. asf ltica entre Cuiab e Sinop A estrada pavimentada inseriu Sinop e a regi o norte do Estado do Mato Grosso no mercado nacional de madeiras Na d cada seguinte somente o munic pio de Sinop teria mais de 2 000 madeireiras A extra o e com rcio de madeiras nativas no norte do Estado do Mato Grosso alteraram significativamente a realidade dos n cleos de coloniza o j emancipados como munic pios na d cada de 1980 As empresas madeireiras vindas da regi o sul traziam seus principais funcion rios e as vezes deslocavam toda a m o de obra necess ria bem como as fam lias desta No final da d cada de 1980 a realidade local j evidenciava uma diferencia o social maior e a complexifica o dos grupos sociais O neg cio da madeira permitiu o enriquecimento de algumas fam lias criou a oferta de servi os para o setor introduziu a edifica o em alvenaria aumentou a popula o e tornou a regi o centro atrativo para a m o de obra Nos munic pios novos bairros foram criados sistema de energia el trica instalado novas estradas pavimentadas Aquelas fam lias que haviam comprado terras na d cada de 1970 tinham no final da d cada de 1980 a possibilidade de venderem a mata sobre a propriedade ou optavam por criarem suas pr prias madeireiras A atividade de extra o corte e com rcio da madeira nativa em regra utilizava contrato de trabalho registrado na Carteira de Trabalho e Previd ncia Social As verbas tr
47. atinja a dignidade da pessoa humana Portanto n o basta ter garantido o direito ao trabalho preciso garantir ao cidad o um trabalho digno Veda se ent o todas as formas de trabalho an logo a condi o de escravid o e ou servid o 18 FIGUEIREDO Leonardo Vizeu Direito econ mico S o Paulo MP 2006 p 30 19 TREVISAM Elisaide MONTEIRO Juliano Ralo Direitos sociais e o desafio do trabalho an logo a condi o de escravo no Brasil contempor neo Revista de P s gradua o UNIFIEO Dispon vel em http pt scribd com doc 92019371 DIREITOS SOCIAIS E O DESAFIO DO TRABALHO ANALOGO A CONDICAO DE ESCRAVO Acesso em 06 04 2014 20 SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o 8 ed atual at a Emenda Constitucional 70 de 22 12 2011 S o Paulo Malheiros 2012 p 40 3745 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Rafael da Silva Marques assevera o trabalho a que se refere Carta de 1988 n o apenas aquele fruto da rela o de emprego sen o toda forma de trabalho que gere riqueza n o s para quem o presta mas para a sociedade em geral O trabalho n o apenas um elemento de produ o E bem mais do que isso E algo que valoriza o ser humano e lhe traz dignidade al m claro do sustento E por isso que deve ser visto antes de tudo como um elemento ligado de forma umbilical dignidade da pessoa humana H de se ressaltar que o legislador constituinte dando c
48. bifurcada em leg tima ou pecaminosa indispens vel para compreender o car ter caridoso atribu do ado o neste per odo de modo que segundo Ferreira e Carvalho 2002 p 138 Com a cria o das Santas Casas de Miseric rdia o Brasil Col nia importa um outro costume de Portugal a roda dos expostos ou roda dos enjeitados Consistia de uma porta girat ria acoplada ao muro da institui o com uma gaveta onde as crian as enjeitadas eram depositadas em sigilo ficando as m es no anonimato Geralmente o motivo de tal gesto era uma gravidez indesejada mas a pobreza tamb m podia levar as m es a se desfazerem do filho desta forma De acordo com Torres 2006 p 108 ap s ser recolhida pela porteira e ter identificado o seu estado de sa de e nutri o a crian a era encaminhada a uma ama de leite mas cria o tamb m poderia ser feita por pessoas que manifestavam tal inten o Santa Casa devendo informar regularmente sobre as condi es de sa de da crian a administra o da institui o Para isso recebiam um pagamento mensal para custear a cria o da crian a at os oito anos de idade para meninas ou sete anos para meninos Nessa idade a crian a deveria ser devolvida Casa da Roda Para a manuten o dos pagamentos das crian as mantidas nas Casas da Roda a Santa Casa utilizava recursos pr prios de doa es de particulares do governo das c maras municipais e dos rendimentos dos bens dos expostos or
49. brasileira de um lado os defensores dos bandidos direitos humanos no outro extremo os agentes da repress o seguran a p blica Autores nacionais tais como Benedito Mariano e H lio Bicudo atribuem est vis o distorcida dos direitos humanos no Brasil tendo em vista principalmente o fim da ditadura militar e a revitaliza o do pensamento conservador No sentido de contribuir este debate relativa a polariza o entre direitos humanos e seguran a p blica a presente investiga o prop e que 1 em sua origem na modernidade as teorias do Estado n o carregavam esta incompastibilidade 2 as mudan as sociais ocorridas no interior da pr pria modernidade que constituir o est oposi o entre pol ticas de estado de seguran a e pol ticas de estado de direito 3 como proposta alternativa sugerimos o regate da ideia origin ria contratualista e BRAGA J NIOR Marcos O conceito de pol cia e a no o de seguran a no contexto atual dos direitos Humanos In BITTAR Eduardo C B Org Direitos Humanos no s culo XXI Cen rios de Tens o Rio de Janeiro Forense Universit ria 2009 p 444 ADORNO S rgio Inseguran a versus Direitos Humanos entre a lei e a ordem Tempo Social Rev Sociol USP S Paulo 11 2 129 153 out 1999 editado em fev 2000 BRAGA J NIOR 2009 p 444 3708 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 jusnaturalista do direito seguran a enquanto direit
50. ccivil 03 constituicao constituicao67 htm Acesso em 05 de abril de 2014 BRASIL Emenda Constitucional n 1 de 17 de outubro de 1969 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 constituicao Emendas Emc anterior1988 emc01 69 htm Acesso em 05 de abril de 2014 BRASIL Ato Institucional n 5 de 13 de dezembro de 1968 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 AIT ait 05 68 htm Acesso em 05 de abril de 2014 Bicudo H 1986 Lei de Seguran a Nacional leitura cr tica S o Paulo Edi es Paulinas Buzaid A 1971 A renova o da ordem jur dica positiva In Arquivos do Minist rio da Justi a vol 118 junho de 1971 p 1 59 Farhat S 1996 Dicion rio parlamentar e pol tico processo pol tico e legislativo no Brasil S o Paulo Ed Funda o Peir polis Companhia Melhoramentos p 58 Kelsen Hans Teoria Pura do Direito Martins Fontes S o Paulo 1987 p 240 Pessoa M 1971 O direito da seguran a nacional S o Paulo Biblioteca do Ex rcito e Revista dos Tribunais Pilagallo O 2008 Al 5 o foi o golpe dentro do golpe Folha de S o Paulo Dispon vel em http www1 folha uol com br folha podcasts ultf 0065U478673 shtml Acesso em 05 de abril de 2014 Skidmore T E 1988 Brasil de Castello a Tancredo 1964 1985 Rio de Janeiro Paz e Terra Schmitt C 1998 El concepto de lo pol tico texto de 1932 con un pr logo y tres corolarios Madrid Alianza p 71
51. cor da pele tamb m marcado pela dupla diferen a al m de diferenciar os sujeitos exp e as rela es hist ricas de poder de modo que cultura racial n o est restrita a uma condi o biol gica que determina a cor da pele mas a cultura que possibilita ao sujeito produzir os modos de significar a vida Conforme apontado nos dados do CNA 2010 aproximadamente 70 dos pretendentes restringem a ado o pele branca do a adotado a limita es que s o atreladas a quest es de um ideal de padr o da cor da pele branca refor ada pelos termos de um cadastro entregue nas Varas de Inf ncia e Juventude dos tribunais Contudo as pr prias estat sticas do CNA est o apresentando novas informa es sobre o tema que devem ser observadas com aten o Dados do CNA 2012 apontam que em 2010 31 4 das 30 378 pessoas cadastradas n o se importavam com a ra a da crian a ou do adolescente dispon vel para ado o Dois 3646 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 anos depois a porcentagem alterou para 37 75 dos 28 780 pretendentes cadastrados Por ltimo marcador identit rio o presente trabalho atenta para a diferencia o por sinais limita es ou condi es especiais de vida de exist ncia e sa de de crian as e adolescentes dispon veis para a ado o Aqueles duplamente diferenciados pela condi o da institucionaliza o para a ado o e pela condi o de ter suas particularidades
52. da Assist ncia Social e d outras provid ncias Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 eis 8742 htm Acesso em 09 jan 2014 7 BRASIL Lei n 12 435 de 6 de julho Regulamenta o Sistema nico de Assist ncia Social Dispon vel em http Ayvww planalto gov br ccivil 03 Ato2011 2014 2011 Lei L12435 htmfart1 Acesso em 09 jan 2014 O SUAS foi criado em 15 de julho de 2005 pela Resolu o n 130 do Conselho Nacional de Assist ncia Social CNAS que aprova a Norma Operacional B sica da Assist ncia Social NOB SUAS sendo gerido pelo Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS 3654 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 pela manh e pela tarde n o oferecendo alimenta o exceto em situa es especiais Deste equipamento os moradores de rua podem ser encaminhados para outros servi os oferecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte l tamb m podem passar as tardes lavar as suas roupas e guardar seus pertences Em 1997 foi criada a Lei Municipal n 7427 de 19 de dezembro dispondo sobre a celebra o de parcerias entre o poder p blico e entidades da sociedade civil sem fins lucrativos para a promo o de a es no mbito da pol tica de assist ncia social Em 1996 foi criada a lei municipal n 7099 que disp e sobre a pol tica de assist ncia social no munic pio de Belo Horizonte objetivando proteger a fam lia a maternidade a inf ncia a adolesc ncia e a velhi
53. da classe social pertencente Estas experi ncias foram as bases iniciais das rela es sociais estabelecidas nas col nias sobretudo nas rela es de trabalho No cen rio nacional havia na d cada de 1970 a contradi o de um governo militar que visava ampliar o alcance do Minist rio do Trabalho mediante expans o da m quina estatal e que ao mesmo tempo era extremamente repressivo contra a organiza o do movimento oper rio Havia ent o nas regi es de origem dos grupos populacionais a experi ncia do contrato de trabalho do registro na Carteira de Trabalho e Previd ncia Social da rescis o contratual trabalhista assinada na Junta do Trabalho Mas n o havia a experi ncia do sindicato oper rio da organiza o pol tica por demandas sociais da a o pol tica etc Havia certo a experi ncia da car ncia do empobrecimento da falta de tecnologia e conhecimentos t cnicos para a manuten o da subsist ncia no campo Havia a experi ncia da mudan a de ser migrante ou retirante E estas experi ncias guiaram as rela es sociais na primeira d cada de coloniza o do norte do Estado do Mato Grosso As rela es de trabalho Na d cada de 1970 os n cleos de coloniza o na Amaz nia Mato grossense n o possu am projetos de emprego e gera o de renda vi veis Houve durante muitos anos o esfor o do governo federal em manter a popula o nos n cleos o que realizava mediante a distribui o controlada de ali
54. de imediato os problemas sociais ou corrija os atos da administra o p blica Mesmo porque a afirma o universal da universalidade dos Direitos Humanos n o sen o um discernimento internacional de car ter doutrinal proporcionado por doutrinadores jur dicos e sociais de diferentes pa ses sobre quais s o os princ pios e finalidades 1 As refer ncias a Burke Bentham e Marx s o feitas por William Sweet Cf SWEET p 05 Sweet vem a ser diga se de passagem um dos principais estudiosos da obra de Maritain na atualidade 3756 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 elementares dos Estados e governos com respeito ao homem em qualquer lugar e a qualquer tempo manifestos e subscritos em carta com estatuto de direito cogente Por m assim como n o se corrige as injusti as sociais por decreto a promulga o de uma carta universal dos Direitos Humanos ainda que possu sse for a vinculante sobre as constitui es das diferentes na es n o garantiria por si a efetividade desses mesmos direitos consoantes s exig ncias b sicas de cada homem Com efeito como mostrar Maritain os direitos fundamentais expressos na Declara o de 1948 t m primeiramente um car ter pr tico eles n o s o axiomas jur dicos mas princ pios pr ticos dir se ia diretivos que servem ao Estado de balizas para a a o governamental al m de lan ar luz sobre os limites de seu poder bem como sobre as responsabilidades fundam
55. de liberdade do indiv duo 4 CONSIDERA ES FINAIS Em sua cr tica Marx faz uma redu o dos direitos humanos a direitos burgueses uma adequa o conserva o dos interesses dessa nova classe dominante dificultando a passagem para a emancipa o humana integral e universal comunismo Segundo ele n o h condi es poss veis entre a perspectiva de transforma o social em dire o a uma sociedade sem classes e ao mesmo tempo contemporizar com a apropria o privada capitalista dos meios sociais de produ o Para o fil sofo uma conquista social seria a passagem da reivindica o individual para um combate de classe uma organiza o coletiva sendo a classe trabalhadora unida um agente de revolu o Na perspectiva de Marx a concep o de direitos humanos como uma unidade universal indivis vel interdependente e inter relacionada representa algo que seria inconceb vel para a burguesia oitocentista Os direitos humanos seriam uma esp cie de amortecedor entre as reivindica es trabalhistas e os detentores dos meios de produ o burgueses encobrindo a opress o sofrida pelo proletariado 3784 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 As cr ticas de Marx foram seguidas e repetidas por grande parte da tradi o marxista Essa incorpora o muitas vezes sem questionamentos acabou criando certo distanciamento com as doutrinas dos direitos humanos De acordo com Tosi 2005 esse distanci
56. de um dado sistema pol tico e mais especificamente das pessoas que compunham esse mesmo sistema pol tico Assim para compreender um pouco mais sobre referido instituto mister se faz estudar a sua origem 1986 p 8 7 Ibidem passim 3678 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 1 1 ORIGEM DA DOUTRINA DE SEGURAN A NACIONAL Como j mencionado na parte introdut ria do presente estudo o conceito de seguran a nacional se originou nos Estados Unidos da Am rica e este com a expans o de sua rea de influ ncia alterou substancialmente o significado inicial da ideia de seguran a nacional passando esta ser um conceito de dentro para fora assim no interesse da seguran a do imp rio americano foram tomadas medidas dentro dos pa ses que estavam sob sua esfera de influ ncia como era o caso do Brasil que tinham como objetivo impedir qualquer movimento que amea asse ou at mesmo contrariasse a manuten o e desenvolvimento deste imp rio A expans o deste conceito estadunidense se deu durante o per odo conhecido por guerra fria com uma consequente institucionaliza o de uma ideologia de seguran a nacional a qual n o distinguia o inimigo externo do interno assim todos os cidad os poderiam ser potenciais inimigos do Estado No mbito do governo brasileiro a doutrina da seguran a nacional come ou a ser implantada durante a guerra fria e ap s a cria o da Escola Superior de Guerra v
57. del constitucionalismo moderno Madrid Trotta 1998 p 25 15 Para o presente trabalho ser utilizada a tradu o de F bio Konder Comparato COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos Direitos Humanos 5 ed Saraiva 2007 p 158 159 16 La clave para entender al constitucionalismo pol tico es verlo como una ideologia que ha pretendido una determinada configuraci n del poder pol tico y el aseguramiento del respeto de los derechos y en este sentido si aislamos la idealidade del Estado de derecho entendido como imperio de la ley la del Estado liberal la del Estado democr tico y la del Estado social y los consideramos como componentes agregados al constitucionalismo no es dif cil observar que cada uno est orientado a erradicar alguno de los males m s caracter stiscos de las dominaciones pol ticas la arbitrariedad el autoritarismo el despotismo o exclusi n pol tica y la oligarquia o exclusi n social AGUIL REGLA Joseph Tensiones del constitucionalismo y concepciones de la Constituci n In CARBONELL Miguel GARC A JARAMILLO Leonardo El can n neoconstitucional Madrid Trotta 2010 p 3665 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A cr tica de Marx ser evidentemente referente aos interesses e oportunismo da classe burguesa que s o evidentes com uma an lise do posterior desenvolvimento hist rico e com uma simples leitura atenta por exemplo da Declara o de Direitos do Homem e do Cidad
58. demais empregados falta a alguns direitos a regulamenta o necess ria para a sua concretiza o REFER NCIAS ABBAGNANO Nicola Dicion rio de filosofia tradu o da 1 edi o brasileira coordenada e revista por Alfredo Bossi revis o e tradu o dos novos textos Ivone Castilho Benedetti 5 ed Rio S o Paulo Martins Fontes 2007 AFONSO T lio Augusto Tayano A evolu o constitucional do trabalho na ordem econ mica jur dica brasileira 2006 http www conpedi org br manaus arquivos anais salvador tulio augusto tayano afonso pdf BITTAR Eduardo C B Hermen utica e Constituicao dignidade da pessoa humana como legado p s modernidade In BITTAR Eduardo C B Bittar e FERRAZ Anna Candida da Cunha Org Direitos Humanos Fundamentais positiva o e concretiza o Osasco EDIFIEO 2006 B BLIA B blia Sagrada nova vers o internacional Traduzido pela comiss o de tradu o da Sociedade B blica Internacional S o Paulo Ed Vida 2000 BRASIL Consolida o das Leis do Trabalho Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 decreto lei del5452 htm Acesso em 03 dez 2013 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicaocompilado htm Acesso em 17 jun 2013 __ Lei n 5859 de 11 de dezembro de 1972 Disp e sobre a profiss o de empregado dom stico e d outras provid ncias Dispon vel em http Avww
59. direito como contr rio a 21 Kant e Hegel trataram do tema com um significado diferente Para Berlin resumidamente a Liberdade Positiva seria aquela liberdade de que uma pessoa o amo de sua pr pria vida e que quase n o depende de outras causas externas A liberdade negativa seria aquela que basicamente depende de muitos outros fatores externos e alheios vontade da pessoa BERLIN Isaiah Dos conceptos de libertad y otros escritos Madrid Alianza 2001 p 43 114 22 BOBBIO Norberto Igualdade e liberdade 4 ed Rio de Janeiro Ediouro 2000 p 49 52 23 MARX Karl Teses Contra Feuerbach In Marx Cole o Os pensadores 4 ed S o Paulo Nova Cultural 1987 p 163 24 BOVERO Michelangelo La liberdad y los derechos de libertad In Coord Cu l libertad M xico Oceano 2010 p 27 25 FERRAJOLI Luigi Poderes selavajes la crisis de la democracia constitucional Tradu o de Perfecto Andr s Ib ez Madrid Trotta 2011 109 p T tulo original Poteri selvaggi 3668 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 no o que a principal caracter stica do Estado jur dico ou de Direito O autor italiano distingue quatro tipos de poderes selvagens entre os quais o terceiro o dos poderes privados do tipo extralegal como um poder econ mico que em aus ncia de limites e controles legais se desenvolvem de acordo com din micas pr prias Agrega Ferrajoli que estes poderes s o incompat veis com toda a
60. do Ato das Disposi es Constitucionais versa Aos remanescentes das comunidades quilombolas que estejam ocupando suas terras reconhecida a propriedade definitiva devendo o Estado emitir lhes t tulos respectivos No per odo do governo Lula foi criado o decreto 4 887 de 20 de novembro de 2003 respaldado na Conven o da Organiza o Intemacional do Trabalho OIT sobre povos ind genas e tribais que caracteriza para fins legais o que seria uma comunidade de remanescente de quilombos Consideram se remanescentes das comunidades dos quilombos para os fins deste Decreto os grupos tnico raciais segundo crit rios de auto atribui o com trajet ria hist rica pr pria dotados de rela es territoriais espec ficas com presun o de ancestralidade negra relacionada com a resist ncia opress o hist rica sofrida Art 2 3596 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 v lido analisar a import ncia da auto identifica o no que tange ao reconhecimento desses indiv duos enquanto sujeitos da pr pria defini o uma vez que esse recurso pol tico intenta reparar a anula o da cultura e da participa o hist rica de um grupo tnico na forma o do seu pr prio pa s e sua invisibilidade nas considera es das pol ticas p blicas A pol tica legislativa que atende aos povos tradicionais tamb m conta com os aparatos promovidos pela Pol tica Nacional de Desenvolvimento Sustent vel dos Povos e Com
61. dos ndios sobre suas terras como um direito origin rio garantiu o sepultamento legal do regime tutelar o reconhecimento da diversidade cultural e o fim da perspectiva assimilacionista Posteriormente em 2002 contribuiu para a ratifica o da Conven o 169 da OIT Al m disso ao longo de 40 anos de atua o tem contribu do para a cria o e implanta o de diversos programas e pol ticas espec ficas para essa popula o Como vimos anteriormente a APIB constitui se como a terceira tentativa de consolida o de uma institui o do movimento ind gena com representa o nacional Tanto a Uni o das Na es Ind genas UNI quanto o Conselho de Articula o dos Povos Ind genas do Brasil CAPOIB por motivos diversos foram dissolvidos Essas fraturas estruturais e conjunturais do movimento ind gena brasileiro t m como uma de suas causas por um lado a dificuldade de conciliar a pluralidade tnica e as diversidades socioculturais dos povos e territ rios ind genas do Brasil em uma agenda de luta comum E por outro a acusa o de que uma agenda de luta comum suprimiria essa pluralidade tnica e assim contribuiria para a cria o de uma indianidade gen rica Frente a isso a APIB adota como estrat gia pol tica um ativismo que se d ao mesmo tempo nas esferas locais e regionais e em mbito nacional e at mesmo internacional Em outras palavras a atua o das organiza es locais e regionais tamb m a atua o d
62. e plen rio a Emenda 16 65 define que art 5 Ao art 101 s o acrescidos os seguintes par grafos 81 Incumbe ao Tribunal Pleno o julgamento a das causas de compet ncia origin ria de que trata o inciso com exce o das previstas na al nea h a menos que se trata de medida requerida contra ato do Presidente da Rep blica dos Ministros de Estados da C mara dos Deputados do Senado Federal e do pr prio Supremo Tribunal Federal b das prejudiciais de inconstitucionalidade suscitadas pelas Turmas c dos recursos interpostos de decis es das Turmas se divergirem entre si na interpreta o do direito federal d dos recursos ordin rios nos crimes pol ticos inciso II c e das revis es criminais inciso IV f dos recursos que as Turmas decidirem submeter ao Plen rio do Tribunal 82 Incumbe s Turmas o julgamento definitivo das mat rias enumeradas nos incisos h com ressalva prevista na al nea a do par grafo anterior II a e b e IIl deste artigo e distribu das na forma da lei 3686 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A A terceira modifica o foi amplia o da compet ncia da Justi a Militar para processar e julgar civis pela suposta pr tica de crimes contra a seguran a nacional e n o apenas de seguran a externa conforme men o especial do artigo 8 do referido ato Como quarta modifica o que acaba por se desenvolver como consequ ncia da terceira est relacio
63. e pol tico assegurasse aut ntica ordem democr tica baseada na liberdade no respeito dignidade da pessoa humana no combate subvers o e s ideologias contr rias s tradi es de nosso povo na luta contra a corrup o buscando deste modo os meios indispens veis obra de reconstru o econ mica financeira pol tica e moral do Brasil de maneira a poder enfrentar de modo direito e imediato os graves e urgentes problemas de que depende a restaura o da ordem interna e do prest gio internacional da nossa p tria Pre mbulo do Ato Institucional n 1 de 9 de abril de 1964 19 Oscar Pilagallo 2008 escreveu uma mat ria junto Folha de S o Paulo com a seguinte denomina o Al 5 foi o golpe dentro do golpe a ntegra da mat ria pode ser encontrada dispon vel em http www folha uol com br folha podcasts ult 0065U478673 shtml 3688 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 De igual maneira no mesmo pre mbulo Costa e Silva fez quest o de ressaltar a necessidade de preservar a ordem e a seguran a interna do Brasil demonstrando que a Seguran a Nacional continuaria sendo um dos objetivos chave do regime autocr tico 2 3 2 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal Iniciado o estudo da efic cia alcan ada poss vel constatar que Costa e Silva sem ser diplom tico e n o satisfeito com algunas decis es dos ministros do Supremo Tribunal Federal
64. ecum nica no mesmo sentido que Norberto Bobbio em 41 Nem com Marx nem contra Marx n o oculta a cr tica de Marx ao panteon da ideologia burguesa das liberdades nem sua reivindica o dos direitos da classe trabalhadora explorada e 36 ATIENZA Manuel GARCIA Marcos Leite A leitura de Karl Marx dos Direitos do Homem e do Cidad o e suas conseq ncias para a Teoria Contempor nea dos Direitos Humanos p 37 O pensamento oficial da Igreja Cat lica dos s culos XIX e XX est o relatados nos erros da modernidade apontados nas enc clicas papais como as tais 38 Joseph de Maistre 1753 1821 um dos autores conservadores mais importantes e sua nega o aos direitos humanos est baseada na tradi o do poder mon rquico e na autoridade estamental do sangue azul dos nobres e do alto clero De Maistre foi Conde e teve seus privil gios perdidos com a Revolu o Francesa Seu cl ssico livro reacion rio contra Revolu o Francesa Consid rations sur la France escrito em 17XX no calor da contrarevolu o felizmente foi publicado recentemente em nosso idioma MAISTRE Joseph de Considera es sobre a Fran a Tradu o de Rita Sacadura Fonseca Coimbra Edi es Almedina 2010 309 p 39 Louis Ambroise de Bonald 1754 1840 outro dos autores conservadores importantes que contra a Revolu o Francesa tenta justificar o poder do Rei dos nobres e do alto clero em seu tamb m cl ssico Th orie du pouvoir politique et r
65. elevada a valor fundamental do Estado afetando a forma do governo e 3 Em todas as Constitui es brasileiras no per odo republicano em seu artigo primeiro descrevia que todo poder emana do povo e em seu nome ser exercido todavia durante o regime autocr tico ainda que os governantes justificassem que o poder teria proveni ncia do povo estas n o elegiam os seus representantes n o havia representa o direta O executivo militar exercia o poder em nome do povo mas sem o povo motivo pelo qual foi denominada soberania popular n o representativa Schmitt 1998 p 71 72 5 Idem 2001 p 23 3677 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 tamb m o ordenamento jur dico nacional aqui pertinente ressaltar o forte impacto sofrido pelo Supremo Tribunal Federal pois sendo este o guardi o dos Direitos e Garantias individuais acabou por ver sua compet ncia limitada e posteriormente neutralizada sob a alega o de que se buscava um bem maior que era a Seguran a Nacional A pesquisa e o artigo ora apresentados justificam se dentre outras coisas pelos seguintes motivos em primeiro lugar pelo direito mem ria e verdade sobre tema t o importante conhecimento das viola es aos direitos fundamentais e a supress o da atua o do Supremo Tribunal Federal para salvaguardar estes direitos no per odo militar de 1964 a 1969 em segundo lugar pois justamente conhecendo a hist ria de viola o e manobras
66. enquanto interesse maior de cada cidad o e como fun o do Estado Nesta mudan a o Estado ter a fun o de regulador de interesses e n o mais como principio transcendente e sint tico da felicidade de cada um a ser transformada em felicidade de todos O Estado ter atividades positivas indicadas pela Economia de mercado realizadas por institui es para a garantia de que o sujeito exer a a liberdade necess ria para satisfa o de seus interesses sem ser impedido Restar dentro do Estado as atividades negativas exercidas pela pol cia no sentido de impedir desordens tumultos etc Segundo Foucault com isso a no o de pol cia se altera inteiramente se marginaliza e adquire o sentimento negativo que conhecemos Desta forma O Estado moderno que se iniciou como um Estado de Pol cia Pol tica no sentido de unidade na busca da estabilidade e do bem comum social modifica se com atividades distintas Ter que de um lado organizar um sistema jur dico de respeito s liberdades de outro lado dotar se de um instrumento de interven o direto mas negativo que vai ser a pol cia com fun o repressiva Ratificando o antigo projeto de pol cia se desarticula se decomp e tornando se apenas uma das atividades negativas do Estado moderno FOUCAULT 2008 p 448 475 Ibidem p 466 Slbidem p 476 FOUCAULT 2008 p 476 3712 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A constitui
67. entre as crian as e os adolescentes nos termos de favoritismo mercantilista ou seja distanciado do encontro rec proco entre pretendente e a crian a e ou o adolescente No momento em que as planilhas indicam a exist ncia dos adot veis com doen a trat vel doen a n o trat vel defici ncia f sica defici ncia mental v rus HIV entre outras quest es semelhantes podemos supor ent o que poss vel reconhecer a voz de um discurso polarizador separador comparativo entre as crian as e adolescentes Em sentido contr rio dupla diferencia o por particularidades e s ndromes destacada nas planilhas de perfil desejado entrou em vigor recentemente a Lei 12 955 2014 que acrescentou 9 do Estatuto da Crian a e do Adolescente para estabelecer prioridade de tramita o aos processos de ado o em que o adotando for crian a ou adolescente com defici ncia ou com doen a cr nica Embora em vigor apenas recentemente em fevereiro de 2014 a nova lei nos parece uma abertura para poss veis reconsidera es dos direitos humanos que n o podem ser subalternizados na ado o e as consequentes revis es nos termos em que se coloca a crian a e o adolescente dispon vel para a ado o nos formul rios de perfil desejado dos tribunais Por um lado se pertinente o debate sobre a possibilidade do adotante em promover as condi es de vida da crian a e ou do adolescente em sua singularidade biops quica por outro segundo Guareschi
68. es no mbito da pol tica de assist ncia social Dispon vel em http em belo horizonte jusbrasil com br legislacao 237569 lei 7427 97 Acesso em 02 jan 2014 BELO Horizonte Lei Municipal n 7099 de 1996 Disp e sobre a pol tica de assist ncia social no munic pio de Belo Horizonte Dispon vel em http portalpbh pbh gov br pbh contents do evento conteudo amp idC onteudo 29472 amp chPlc 29472 Acesso em 02 jan 2014 3655 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 No per odo de 1993 a 1998 o F rum desenvolveu a es e reflex es que contribu ram significativamente para a melhoria da qualidade do atendimento s pessoas que vivem em situa o de rua Dentre elas destacamos a implanta o do Programa de Popula o de Rua na Secretaria de Desenvolvimento Social denominada atualmente Secretaria Adjunta de Assist ncia Social Diagn stico e Semin rio dos Catadores de Material Recicl vel Implanta o de projeto de Abordagem Popula o de Rua e experi ncia piloto com as fam lias moradoras do Complexo Lagoinha Organiza o do Il Semin rio Nacional de Popula o de Rua em parceria com o F rum Nacional de Estudos Sobre a Popula o de Rua Realiza o do Semin rio sobre Pol ticas P blicas e Popula o de Rua Realiza o de Diagn stico Participativo nos Viadutos da Contorno Floresta e Silva Lobo Parceria com a popula o de rua para implanta o dos Projetos Rep blica Reviver Ambulat rio Carlos Chaga
69. escola e come aram a ver como que era a rotina da escola o que a escola quer para comunidade ai sim a gente rompeu com uma certa dist ncia com uma certa cr tica negativa a cr tica depois foi uma cr tica propositiva Entre outras coisas muito importantes a professora explica que quando se aproximou da comunidade em aproximadamente 1990 percebeu que tinha certa car ncia de aten o do poder p blico o que a levou a incentivar seus membros a mobilizarem se Com o trabalho dessa coisa do estudo da realidade a gente come ou a trabalhar isso com os alunos em sala de aula o poder p blico est deixando a comunidade de lado ou a comunidade que n o est correndo atr s dos seus direitos A gente come ou a trabalhar isso com os alunos e l gico em reuni o pedag gica com os pais A escola foi sede das reuni es da Associa o dos Moradores de Santa Rita do Bracu e come ou a abrig las por iniciativa da professora Elisa que teve que deixar seu cargo de diretora da Escola em 2004 mudando se para Escola Cleuza Jord o A mudan a da dire o mudou tamb m a pr tica pedag gica da escola e suas prioridades essa mudan a n o foi bem aceita entre os moradores da comunidade isso se percebe em uma entrevista feita com um ex aluno da escola hoje j adulto quando ele exp e seu descontentamento com a atual perspectiva da escola os professores anteriores davam educa o psicol gica e moral Hoje em dia s veze
70. individualidade e a um p lo espiritual que concerne personalidade verdadeira Os problemas sociol gicos de nossos dias e os problemas espirituais tamb m lhe trouxeram atualidade MARITAIN 1990 p 186 187 A mat ria enquanto princ pio de determina o quantitativa e a alma como princ pio de ordem e fim dos seres vivos o que est por tr s da individualidade e da personalidade respectivamente Trocando em mi dos individualidade por assim dizer utilizando o termo j empregado por Maritain o p lo material do homem a materia signata quantitate a designa o sobre uma quantidade m ltipla de mat ria de uma parte separada que chamada de indiv duo de tal modo que o ser possa existir no sentido pr prio de ex ens de vir a ser para fora de Sem esse princ pio material n o haveria indiv duos mas apenas a ess ncia pura de homem Isso vale n o apenas para o homem mas para todas as demais coisas do mundo f sico Por isso conclui Maritain 3762 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Enquanto indiv duo cada um de n s seres existentes ou coisas do mundo f sico um fragmento de uma esp cie uma parte desse universo um ponto singular do imenso ressorte de for as e influ ncias quer sejam c smicas tnicas hist ricas mediante as quais cada indiv duo sofre certas leis submetido ao determinismo do mundo f sico MARITAIN 1990 p 190 A pe
71. jogo nas prepara es hist ricas da afirma o comum dos direitos do homem s o menos essas escolas filos ficas em si do que as correntes de pensamento que sem d vida se ligam mais ou menos a elas mas nas quais as li es da experi ncia e da hist ria e certa tomada de consci ncia pr tica exercem a fun o principal e trazem consigo uma carga din mica mais forte e ao mesmo tempo uma grande liberdade com respeito aos princ pios e l gica dos sistemas abstratos MARITAIN 1990 p 1210 Certas exig ncias pr ticas inexor veis de cada homem aparecem sob o modo de direitos logo que o homem existe e se relaciona com a sociedade pol tica Logo o que Maritain defende que se os Direitos Humanos n o menos princ pios abstratos do que express es de exig ncias pr ticas conforme sua ordem e finalidade subsistentes numa base real experiencial que a pr pria natureza humana uma declara o de Direitos Humanos n o uma perfumaria jur dica mas uma hierarquia de valores que possa orientar mas n o determinar aprioristicamente bem entendido a raz o pr tica dos homens acerca das exig ncias mais importantes de suas vidas A condi o para a viabilidade de um ac rd o internacional sobre uma carta de direitos fundamentais primeiramente o entendimento de que uma carta tal n o uma s ntese de afirma es te ricas sobre o homem mas li es pr ticas sobre os valores m nimos que a vida nos exige para que
72. leitura de Karl Marx dos Direitos do Homem e do Cidad o e suas consequ ncias para a Teoria Contempor nea dos Direitos Humanos di logo entre o Prof Marcos Leite Garcia e o Prof Manuel Atienza In CRUZ Paulo M rcio Roesler Claudia Rosane org Direito e argumenta o no pensamento de Manuel Atienza Rio de Janeiro L men J ris 2007 p 7 41 BERLIN Isaiah Dos conceptos de libertad y otros escritos Tradu o de ngel Rivero Madrid Alianza 2001 160 p T tulo original Two Concepts of Liberty 1958 BERLIN Isaiah Karl Marx su vida y su entorno Tradu o de Roberto Bixio Madrid Alianza Editorial 2000 240 p T tulo original Karl Marx His Life and Environment BOBBIO Norberto A era dos Direitos Tradu o de Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Campus 1992 217 p T tulo original L et dei Diritti 1990 BOBBIO Norberto Nem com Marx nem contra Marx Tradua o Marco Natonio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2006 T tulo original N con Marx n contra Marx 1997 BONALD Louis Ambroise Teor a del poder pol tico y religioso Tradu o de Juli n Morales 49 PEREZ LUNO Antonio Enrique El puesto de Marx en la historia de los derechos humanos p 1020 50 PEREZ LUNO Antonio Enrique El puesto de Marx en la historia de los derechos humanos p 1020 3673 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Madrid Tecnos 1988 179 p T tulo original Th orie du pouvoir politique
73. normatividade atual por seu car ter de extrajudicial mas que eram uma caracter stica do s culo XIX Assim como continuam atuando na mundo real da atualidade e se manifestando atrav s da viol ncia do dinheiro e da coa o econ mica Al m do uso dos meios de comunica o para manipular e exercer o poder selvagem extrajudicial do poder econ mico o que dizer do uso da m dia em nosso pa s uma vez que as oligarquias que a controlam s o um exemplo claro dos mesmos Para Ferrajoli os poderes extrajudiciais por estarem fora do controle tradicional s o absolutistas e est o diretamente relacionados com a quantidade de espa os criados por ele Tamb m ainda vale recorda Ferrajoli a Montesquieu a m xima de que todo homem que possui poder levado a dele abusar Em pleno chamava a aten o Ferrajoli em 1995 desmantelamento do controle do Estado nos ltimos anos o exerc cio dos poderes selvagens econ micos aumentaram Certamente que com a crise econ mica de 2008 eles foram mais acobertados mas a fal cia a farsa lembrando o Marx do Dezoito Brum rio muito bem recordada por Slavoj Zizek em Primeiro como trag dia depois como farsa Para Marx a trag dia era o tio para Zizek na nossa Era o 11 de setembro e a farsa era o sobrinho para Zizek o desfecho da crise de 2008 5 Marx negador dos direitos fundamentais Para alguns autores Marx passar a hist ria como um negador dos direitos humanos e a partir de su
74. o desejo de n o ser notado enquanto negro quilombola descendente de escravos Falar da pr pria pele e do pr prio povo sujeitar o negro a percep o de seu pertencimento o qual sua cultura branca se esfor a para manter a discri o 1 Entrevista realizada no dia 24 de janeiro de 2012 3603 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O preconceito de cor nada mais do que a raiva irracional de uma ra a por outra o desprezo dos povos fortes e ricos por aqueles que eles consideram inferiores e depois o amargo ressentimento daqueles que foram oprimidos e frequentemente injuriados ia Sua marca a pele traduz todos os encargos hist ricos que lhe coloca na mira da discrimina o como se expressa na cita o de Sir Alan Burns O preconceito de cor nada mais do que a raiva irracional de uma ra a por outra o desprezo dos povos fortes e ricos por aqueles que eles consideram inferiores e depois o amargo ressentimento daqueles que foram oprimidos e frequentemente injuriados Como a cor o sinal exterior mais vis vel da ra a ela tornou se o crit rio atrav s do qual os homens s o julgados sem se levar em conta as suas aquisi es educativas e sociais Em campo p de ser observado que a rela o com a identidade de remanescente de quilombo n o era algo homog neo como explicado anteriormente alguns dos moradores n o estavam de acordo com a legitima o do territ rio e em seus discursos isso se explica
75. o dos efeitos autorit rios do intervencionismo estatal A chamada boa ordem crit rio geral de forma o do Estado policial dentro da teoria cl ssica n o extrapolaria o limiar da justi a em face mesmo dos fins mesmo dos fins de bem estar a que estivesse condicionada HONNETH 2003 p 35 37 BRAGA J NIOR 2009 p 449 450 18 ibidem 448 450 19 ibidem 448 FOUCAULT Michel Seguran a territ rio e popula o S o Paulo Martins Fontes 2008 p 441 apud FOUCAULT 2008 p 439 22 BRAGA J NIOR 2009 p 450 3711 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 At o presente verificamos que as teorias de Maquiavel Hobbes e Wolff consideram a necessidade da seguran a como fator fundamental para garantia da estabilidade do Estado e da liberdade e felicidade do indiv duos De certa forma o que sustentamos a compatibilidade entre seguran a e liberdade registrada nas teorias do Estado Moderno A seguir apresentaremos os elementos te ricos que ir o realizar a ruptura desta compatibilidade A mudan a neste modelo de te rico de pol cia existente at o s culo XVIII ir ocorrer segundo Focault basicamente pelos seguintes fatores o surgimento da Economia como pensamento determinante para as pol ticas de Estado o desenvolvimento das ideias do liberalismo econ mico que pregavam uma menor interven o do Estado na quest es sociais o protagonismo e garantia das liberdades individuais
76. o e come ar a colocar essas quest es em seus devidos lugares O s culo XIX o s culo da luta por melhores condi es e por direitos fundamentais dos trabalhadores e das classes mais baixas os mais d beis nas palavras de Luigi Ferrajoli ademais a etapa da luta pelo processo de generaliza o dos direitos fundamentais generalizar os direitos incluindo a todos os membros da sociedade nas palavras de Gregorio 19 Era essa a no o de igualdade que interessava a burguesia e n o a igualdade postulada pelos jacobinos Os acontecimentos da Revolu o Francesa a tomada do poder pela Comuna de Paris em 1792 que levam aos desfechos do 10 de agosto e da proclama o da rep blica no dia 21 de setembro de 1792 certamente exigem outra no o de igualdade A Constitui o francesa de 1793 a chamada Constitui o jacobina que nunca entraria em vigor por culpa da guerra contrarrevolucion ria e que foi derrubada com o Golpe do Termidor de julho de 1794 em sua Declara o inicial de Direitos do Homem e do Cidad o em seus artigos 21 22 e 23 respectivamente proclama uma pioneira no o de igualdade social ao consagrar a necessidade de uma assist ncia ajuda p blica como d vida sagrada aos mais necessitados educa o instru o como necessidade de todos garantia social como a o de todos vinculada ao ideal de soberania nacional COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos Direitos Humanos p 163 20 Aqu
77. o esp rito enquanto o esp rito tem a si mesmo na exist ncia e nela transborda metafisicamente considerada a personalidade como a escola tomista o sust m a subsist ncia A personalidade a subsist ncia da alma espiritual comunicada ao composto humano Assim personalidade significa a interioridade a si mesmo Do fato mesmo de que sou uma pessoa e que digo eu mesmo a mim eu reclamo a comunica o com o outro e com os outros na ordem do conhecimento e do amor MARITAIN 1990 191 192 Conv m esclarecer que a individualidade e a personalidade s o aspectos distintos de uma mesma realidade e n o duas realidades distintas Dito de outro modo assim como o homem totalmente um animal e ao mesmo tempo totalmente um ser dotado de uma interioridade criativa por exemplo assim se diz que o homem 3763 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 totalmente um indiv duo e ao mesmo tempo totalmente uma pessoa Vejamos as asser es de Maritain a respeito N o h em mim uma realidade que se chama meu indiv duo e outra realidade que se chama minha pessoa o mesmo ser todo inteiro que em um sentido indiv duo e em outro sentido pessoa Eu sou todo inteiro indiv duo em raz o do que me vem da mat ria e todo inteiro pessoa em raz o do que me vem do esp rito como um quadro todo inteiro um complexo f sico qu mico em raz o das mat rias coloridas do qual ele f
78. o peso desta atividade econ mica entendia ser necess rio abrir m o de alguns direitos em face do contexto social e natural em que vivia Mudan as na atividade econ mica A d cada de 1990 caracterizou se pela crise na atividade madeireira a altera o da base econ mica na regi o e os lit gios trabalhistas no mbito do poder judici rio Neste momento as cidades da regi o j haviam se consolidado e vivenciavam uma maior complexifica o social O risco da extin o das cidades vivenciado nos primeiros anos dos n cleos de coloniza o e forma o dos munic pios havia diminu do permitindo a fixa o de grupos sociais distintos e o alcance de certa estabilidade pol tica A centraliza o de recursos gerou tamb m a emerg ncia de diferen as significativas entre os munic pios sobretudo porque os maiores como o caso de Sinop realizou um processo de emancipa o pol tica de seus distritos no final da d cada de 1980 reduzindo a extens o geogr fica e de certo modo condenando os distritos emancipados situa o de cidades marginais da centraliza o econ mica das maiores LORD 2013 A crise do setor madeireiro resultou de dois principais motivos um relacionado ao contexto nacional e outro ao contexto internacional Nacionalmente o in cio da d cada de 1990 foi marcado pelo investimento no Estado de Tocantins A edifica o e constru o de infraestrutura naquele estado demandou o transporte de produto
79. ou seja o sistema de normas ou regras jur dicas que tra a aos homens determinadas formas de comportamento conferindo lhes possibilidades de agir como o tipo de ci ncia que o estuda a Ci ncia do Direito ou Jurisprud ncia Jo o Mendes de Almeida Junior discorre N s concebemos o direito como atributo da pessoa como fen meno na vida social como norma de agir ou lei Como atributo da pessoa o direito a faculdade de agir moralmente inviol vel Neste sentido cnama se Direito subjetivo porque considerado como atributo de um sujeito que pessoa Como fen meno isto tal como nos aparece no mundo sens vel o direito uma rela o da vida social Nesse sentido chama se Direito objetivo material O direito concebido tamb m sob um terceiro aspecto isto como norma de agir ou lei Todos os efeitos dos t tulos de direito s o reconhecidos e definidos pela soberania nacional por meio da lei E o chamado Direito objetivo formal porque nesse sentido o direito objeto da nossa percep o como forma gen rica e obrigat ria da ordem social Desta forma por meio de um olhar voltado para a seara normativa ou para o positivismo jur dico podemos dizer que direito o conjunto de normas jur dicas que disciplina a viv ncia em sociedade de forma a garantir o exerc cio de certas a es rela es REALE Miguel Li es preliminares de direito 27 ed S o Paulo Saraiva 2002 p 62 5
80. outro o exerc cio individual de transcender seus contextos imediatos Isso implica reconhecer que os direitos podem servir para refor ar estruturas sociais r gidas em nome do direito adquirido da seguran a jur dica do ato jur dico perfeito etc ou para abri las ao risco e reforma sobre a rela o entre democracia e risco da perspectiva da teoria dos sistemas cf DE GIORGI 1998 A prote o dos direitos fundamentais apenas contribui para o experimentalismo democr tico na medida em que protege reas da vida social enquanto abre outras s oportunidades transformadoras UNGER 1996 p 168 2 7 Sociedade e o paradoxo da unidade e diversidade O s timo obst culo epistemol gico ou agora positivamente desafio descritivo consiste em uma adequada teoriza o do paradoxo da unidade e diversidade do social isto em uma concep o abrangente de sociedade que distinga os diversos mbitos sociais entre si como contrapartida como visto a distin o entre o social e o n o social relaciona se ao concretismo e ao necessitarianismo Aqui encontramos a arquitetura geral das teorias de Luhmann e Unger Ambos enfatizam que a sociedade algo distinto do indiv duo e da natureza mas como se distingue a sociedade internamente preciso abrir m o de uma descri o muito concreta capaz de recair no indiv duo e na biologia no psicologismo ou na met fora organicista das teorias sociais do s cul
81. pelo interesse econ mico e pela conquista de privil gios os judeus estariam se igualando aos crist os pois acrescenta Bauer enquanto o Estado permanecer crist o e o judeu judeu ambos ser o incapazes na mesma propor o de outorgar e receber emancipa o Segundo Marx 2010 p 34 Bauer coloca em termos novos o problema da emancipa o dos judeus depois de nos brindar com a cr tica das formula es e solu es anteriores do problema Isto pergunta se a natureza do judeu a quem se trata de emancipar e a do Estado que h de emancip lo Contesta com uma cr tica da religi o hebraica analisa a ant tese religiosa entre o juda smo e o cristianismo e esclarece a ess ncia do Estado crist o A partir dessa afirma o sobre o pensamento de Bauer Marx questiona a sua resposta sobre a quest o judaica Para ele as religi es judaicas e cat licas s o uma ant tese que s poderia ser solucionada com a supress o da religi o religi o que significa resultado das a es do esp rito humano Com isso ultrapassando a religiosidade a humanidade recorreria ci ncia para a solu o das ant teses presentes na sociedade A emancipa o da religi o tornar se ia a condi o para que houvesse a emancipa o tanto do judeu no mbito pol tico quanto do Estado que o emancipa e simultaneamente deve ser emancipado Para Karl Marx a cr tica de Bauer composta por contradi es pois as condi es qu
82. pessoal no sentido mais amplo do termo Implica necessariamente a aboli o da divis o do trabalho uma vez que esta contradiz diretamente as condi es de auto realiza o dos indiv duos como indiv duos Marx enfatiza que enquanto os indiv duos estiverem subsumidos a uma classe eles n o possuem uma individualidade verdadeira Eles s podem se afirmar como indiv duos m dios Mas n o como indiv duos nicos que realizam por completo suas potencialidades Por isso na concep o de Marx a realiza o da verdadeira individualidade implica necessariamente n o apenas a aboli o da divis o do trabalho mas simultaneamente tamb m a aboli o do estado que s consegue lidar com indiv duos m dios e que desta maneira mesmo em sua forma mais esclarecida poss vel os confina condi o de individualidade abstrata M SZ ROS Istv n 2008 pag 2016 Na ideia de Karl Marx atrav s da vida em comunidade os indiv duos poderiam exercer de forma livre as suas potencialidades Apenas vivendo em comunidade com outros indiv duos seria poss vel a exist ncia da verdadeira liberdade Marx ressalta que enquanto os indiv duos estiverem submissos a uma classe social eles n o ter o uma individualidade verdadeira Portanto na percep o de Marx a verdadeira emancipa o humana s ocorrer com o fim da sociedade de classes e com a aboli o do Estado Deste modo ser o consideradas todas as possibilidades
83. planalto gov br ccivil 03 leis 5859 htm Acesso em 03 dez 2013 BRASIL Senado Federal Dispon vel em http www 2 senado gov br noticias materias 2013 03 13 pec das domesticas e vista como lei aurea moderna Acesso em 07 dez 2018 3753 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Dispon vel em hittp Auww12 senado gov br noticias materias 2013 03 21 cristovam verdadeira libertacao das domesticas vira com educacao Acesso em 07 dez 2018 Dispon vel em http Avww12 senado gov br noticias materias 2013 03 19 juca aprovacao de pec garante igualdade aos trabalhadores domesticos Acesso em 07 dez 2013 Dispon vel em http Awww12 senado gov br noticias materias 2013 04 03 rollemberg emenda das domesticas e uma vitoria de todo o brasil Acesso em 07 dez 2018 FERRAZ Anna Candida da Cunha Aspectos da positiva o dos direitos fundamentais na Constitui o de 1988 In BITTAR Eduardo C B Bittar e FERRAZ Anna Candida da Cunha Org Direitos Humanos Fundamentais positiva o e concretiza o Osasco EDIFIEO 2006 FERRAZ JUNIOR Tercio Sampaio Introdu o ao estudo do direito t cnica decis o domina o 3 ed S o Paulo Atlas 2011 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Miniaur lio s culo XXI escolar o minidicion rio da l ngua portuguesa 4 ed rev Ampl Rio de Janeiro Nova Fronteira 2001 Novo dicion rio Aur lio 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Nova Frontei
84. pol ticas que se constru uma nova Na o em terceiro lugar pelo animus de contribuir com uma delimita o hist rico jur dica sobre tema de grande relev ncia no Direito brasileiro Para a consecu o dos objetivos aqui propostos utiliza se de pesquisa te rica com predomin ncia do m todo dedutivo e an lise de obras e artigos da rea do direito constitucional do direito da seguran a nacional hist ria do direito Al m disso utiliza se tamb m de pesquisa documental realizando se a an lise de determinados dispositivos das Constitui es de 1967 em diante e o estudo dos cinco primeiros Atos Institucionais e seus respectivos reflexos perante o Supremo Tribunal Federal 1 DA DOUTRINA DA SEGURAN A NACIONAL Conforme preleciona H lio Bicudo o problema da seguran a nacional uma preocupa o geral das na es em todos os tempos e n o uma preocupa o de hoje Desde o momento em que as na es se constituem manter a seguran a do Estado que representa a Na o e da Na o enquanto constitu da dos seus cidad os quest o que desde logo se imp e Contudo n o obstante a cita o alhures constata se que durante o regime autocr tico a express o seguran a nacional se revestiu de um significado diverso do que deveria ter qual seja defesa da Na o defesa da P tria defesa dos cidad os que comp em uma na o vez que p s 1964 passou a ter no Brasil o significado de seguran a
85. posicionamento do Supremo Tribunal Federal frente s viola es a direitos fundamentais existentes durante o per odo autocr tico evolu o esta que come ou a causar desconforto e descontentamento por parte da linha dura do executivo militar 2 2 ATO INSTITUCIONAL N 2 2 2 1 Considera es iniciais Este ato institucional foi editado durante o governo do Presidente militar Castello Branco sob os mesmos fundamentos j apresentados no item 2 1 contudo alguns fatos relevantes mereceram destaque nesta parte introdut ria do Ato Institucional n 2 Pode se dizer que este ato foi baixado em 27 de outubro de 1965 e diante de seu conte do o Poder Judici rio sofreu uma interven o direta por parte do executivo militar vez que com este ato todas as pessoas detidas pela suposta pr tica de crimes contra a Seguran a Nacional seriam processadas e julgadas pela Justi a Militares fato que at ent o era de compet ncia da justi a comum De igual forma impende registrar que o n mero de ministros do Supremo passou de 11 onze para 16 dezesseis todos de indica o da c pula do governo revolucion rio Neste ato tamb m todos os partidos pol ticos foram extintos criando somente 02 dois partidos a Alian a Renovadora Nacional ARENA e o Movimento Democr tico Brasileiro MDB E as elei es para Presidente da Rep blica foram alteradas para a forma indireta com a transfer ncia da elei o do Chefe de governo pelo Congresso N
86. povos ind genas APIB 2012 A consubstancializa o das demandas das organiza es ind genas locais e regionais atrav s da APIB tem o prop sito de Ver FERREIRA Andrey Cordeiro Desigualdade e diversidade no Brasil dos 500 anos etnografia da confer ncia e marcha ind gena In LIMA Roberto Kant de org Antropologia e direitos humanos 5 Bras lia Rio de Janeiro ABA Booklink 2008 e Integram a APIB a Articula o dos Povos Ind genas do Nordeste Minas Gerais e Esp rito Santo APOINME Articula o dos Povos Ind genas do Pantanal e Regi o ARPIPAN Articula o dos Povos Ind genas do Sudeste ARPINSUDESTE Articula o dos Povos Ind genas do 3720 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 e Fortalecer a uni o dos povos ind genas a articula o entre as diferentes regi es e organiza es ind genas do pa s e Unificar as lutas dos povos ind genas a pauta de reivindica es e demandas e a pol tica do movimento ind gena e Mobilizar os povos e organiza es ind genas do pa s contra as amea as e agress es aos direitos ind genas APIB 2012 Sua organiza o estrutura se a partir de tr s inst ncias pol ticas o Acampamento Terra Livre ATL que se re ne todos os anos na Esplanada dos Minist rios em Bras lia o F rum Nacional de Lideran as Ind genas FNLI que acontece duas vezes por ano para viabilizar as delibera es e encaminhamentos do ATL e a Comiss o Nacional Per
87. profundas que guarda paralelos com a sem ntica v tero europeia criticada por Luhmann 2013 pp 183 226 apenas conseguem colocar a democracia direta no lugar da representa o parlamentar o cidad o com a vida pol tica ativa e totalizante no lugar do cidad o moderno individualista e participante apenas epis dico da pol tica Isso significa uma tentativa desesperada de substituir um pensamento program tico pela mera invers o das constru es institucionais atuais UNGER 2001 p 216 Assim Unger 2001 p 365 se recusa a seguir a linha principal da filosofia moral e pol tica moderna na tentativa f til de fazer argumentos normativos independentes de concep es particulares do homem e da sociedade Unger 1996 fornece tamb m uma alternativa an lise jur dica racionalizadora representada por autores como Dworkin a qual visa a dourar a p lula com rela o ao direito posto e s formas institucionais existentes pretendendo aperfei o las marginalmente por um potencial de razoabilidade intr nseco aos princ pios e pol ticas Em lugar disso Unger prop e a tarefa da imagina o institucional como forma de fugir s falsas necessidades pregadas pelas teorias sociais e jur dicas em seu apego a formas particulares de sociedade e institui es A ideia fora de moda de esclarecimento seria hoje melhor aplicada aos esfor os para afastar o fetichismo institucional que vicia as doutrinas ortodoxas em cad
88. prop sitos da a o de cada um intensificando as tens es na busca da prospec o de poder para garantia de sua sobreviv ncia E por serem naturalmente iguais razo vel supor que para garantirem sua sobreviv ncia poder o entrar em disputas e tornarem se inimigos Ao propor esta sua doutrina do estado de natureza Hobbes exp e teoricamente o estado geral entre os homens que resultaria segundo Honneth se todo rg o de controle pol tico fosse subtra do a posteriori e ficticiamente da vida social j que a natureza humana particular deve estar marcada por uma atitude de intensifica o de poder em face do pr ximo as rela es sociais que sobressairiam ap s uma tal subtra o possuiriam o car ter de uma guerra de todos contra todos Esta luta assume a base de uma teoria do contrato que fundamenta a soberania do Estado No modelo te rico hobbessiano necess rio o Leviat o Estado Contratual para n o permitir a exist ncia do estado de natureza ou seja a guerra de todos contra todos Mas Hobbes n o est afirmando que os homens est o sempre em guerra Na condi o natural de igualdade de poder sempre permanece poss vel a possibilidade de disputas e confrontos sendo razo vel se antecipar a tal situa o atrav s da cria o artificial contrato Com esta concep o te rica o pensamento hobbesiano foi acusado de fundamentar e legitimar uma forma de Estado avesso s liberdades e garantias individuais
89. recent Constitutional Amendment was imposed as a way of rescuing injustice contained in the original text Keywords Right to Work Domestic Servant Labor law Labor rights Discriminatory and restrictive treatment Principle of equality SUM RIO Introdu o 1 Direito ao Trabalho 2 Conceito de empregado e de empregado dom stico 3 Empregado dom stico uma minoria no ordenamento jur dico brasileiro e a Emenda Constitucional n 72 2013 Conclus o Refer ncias INTRODU O A hist ria do trabalho humano marcada por insofism vel viola o de direitos em decorr ncia do n o reconhecimento da pessoa do trabalhador e por ter o trabalho conota o desprez vel eis que outrora o trabalho era t o somente destinado aos escravos Nesse contexto travaram se in meras guerras e batalhas para o reconhecimento do trabalho como direito com a devida prote o estatal consubstanciada nos direitos trabalhistas que passaram a valorizar o trabalho e a pessoa do trabalhador Assim encontramos na Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil prote o mpar destinada pessoa humana bem como a eleva o do trabalho como direito social certo que de forma a valorizar o trabalho humano a Carta Magna estabeleceu como um dos seus fundamentos os valores sociais do trabalho CF art 1 inciso IV bem como ao disciplinar a ordem econ mica brasileira o legislador constituinte se preocupou em elencar 3737 Anais do VI
90. reconhecer suas limita es em rela o personalidade humana e por efeito reconhecer que todo homem possui direitos fundamentais e inalien veis insubmissos 3768 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 a quaisquer disposi es legais positivas provenientes da vontade geral ou coisa que valha ou de quaisquer decretos do Estado Segue se assim um resumo do ensinamento de Maritain sobre a finalidade da Pol tica A obra pol tica diz Maritain essencialmente uma obra de civiliza o e de cultura S o as aspira es fundamentais da pessoa humana que iluminam e revelam a natureza dessa obra e a aspira o mais fundamental da pessoa a aspira o liberdade de desenvolvimento A sociedade pol tica est destinada a desenvolver as condi es da vida comum que procurando primeiramente o bem o vigor e a paz do todo ajudam positivamente cada pessoa na conquista progressiva dessa liberdade de desenvolvimento a qual consiste antes de tudo no florescimento da vida moral e racional e dessas atividades interiores Cimanentes que s o as virtudes intelectuais e morais O movimento assim determinado que o movimento pr prio da comunidade pol tica um movimento na dire o da liberta o progressiva das servid es da natureza material n o somente para nosso bem estar material mas antes de tudo para o desenvolvimento em n s da vida do esp rito MARITAIN 1988 p 647 Como viabili
91. regi es ricas do globo por se tratarem ainda da segunda gera o destes direitos Conclus es Criada no per odo do Regime Militar ditatorial e repressivo a coloniza o do norte do Estado do Mato Grosso nasceu no contexto de nega o dos direitos civis e pol ticos Quando estes direitos foram reconquistados no decorrer da d cada de 1980 a regi o em estudo ingressou no mercado nacional com a extra o de madeira nativa da Mata Amaz nica Na d cada de 1990 quando nacionalmente se discutia a prote o do meio ambiente com a Rio 92 o Mato Grosso se destacava pelo desmatamento e o trabalho em condi o an loga escravid o Deste modo entre as d cadas de 1970 e 2000 o contexto de vida e de trabalho na Amaz nia Mato grossense violou significativamente os princ pios dos Direitos Humanos Analisada a economia como esta se relaciona com as condi es de vida geradas pelo trabalho e como se deu a efetiva o dos direitos humanos no per odo observa se uma contradi o entre o que ocorria nacionalmente e internacionalmente o que ocorria no local Em termos econ micos h a depend ncia do local em rela o ao nacional Isto porque somente se materializou um projeto econ mico local quando este serviu ao crescimento das regi es centrais do pa s Assim a madeira nativa foi o principal produto econ mico da regi o na d cada de 1980 permitindo a reserva de investimentos para a produ o de gr os a partir da d cada de 199
92. regi o sul visitavam fam lias rurais com pequenas ou m dias posses oferecendo terras supostamente produtivas e com climas prop cios s culturas que na regi o sul e sudeste enfrentavam crises como foi o caso do caf no ano de 1974 e 3698 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 seguintes Guimar es Neto 2002 afirma que o com rcio das terras nos n cleos de coloniza o baseava se na promessa de um novo El dorado Fazendas modelo eram criadas nas col nias apresentando de modo enganoso plantas adultas trazidas de avi o pelo ex rcito brasileiro e identificadas como resultado do plantio no local Para estas fazendas modelo eram levadas as visitas dos poss veis compradores de terras As reas de terras eram vendidas no papel mediante contrato e cartas do ex rcito com sua localiza o Ofertadas por valores atrativos s fam lias sulistas muitas delas venderam as posses na regi o sul e migraram para as col nias encontrando no local uma realidade diversa da prometida ou demonstrada na primeira visita Deste modo enquanto as primeiras fam lias serviram de m o de obra abertura das reas e constru o das cidades as ltimas fam lias compuseram o grupo propriet rio de terras e casas nas col nias Surgia assim a primeira diferencia o social nas col nias Ambos os grupos sociais acima tratados trouxeram para os n cleos de povoamento as experi ncias que tiveram nas regi es de origem bem como
93. ria individual podendo ser vilipendiada a qualquer momento em nome do pr prio bem comum ou de qualquer express o que substitua a no o de bem comum como a raz o de Estado da ideologia fascista ou a sociedade sem classes da ideologia marxista curioso notar partindo de atitudes diferentes com respeito ao entendimento do que o homem a atitude que coloca a coletividade no centro do ordenamento jur dico e aquela que leva em conta apenas a no o de indiv duo absolutamente aut nomo encontram se de comum acordo na ltima de suas afirma es consequentes que a pretensa interioridade din mica do homem sede de sua espiritualidade e dimens o na qual atua a consci ncia moral apenas uma subjetividade Grosso modo a diferen a que no primeiro caso essa subjetividade tratada como o reino da liberdade segundo uma acep o fetichista de liberdade enquanto no segundo caso essa subjetividade tratada se muito como uma grande porcaria se comparada raz o de Estado ou vontade geral Primeiras no es doutrinais de Direitos Humanos a partir do reconhecimento da dignidade mais que natural da pessoa humana O homem segundo Maritain possui naturalmente exig ncias materiais sociais e espirituais mutuamente imbricadas e co dependentes devidas ordem e finalidade pr prias da unidade din mica que sua natureza integral possuidora tamb m de uma personalidade que sua nota espiritual
94. rios do governo O objetivo desses projetos est ligado s mudan as de posturas internas da pr pria comunidade atendida e mudan as de posturas e de abordagens internas ao pr prio Estado e buscavam trabalhar a valoriza o da cultura 11 DU BOIS W E B As almas da gente negra Tradu o e introdu o Helo sa Toller Gomes Lacerda Ed 1999 p 110 12 Sir Alan Burns Le pr jug de race et couleur Payot p 14 13 No ato das pesquisas de campo foram feitas entrevistas com jovens da comunidade a respeito da sua rela o com a identidade quilombola 14 ARRUTI Jos Maur cio Caminhos Convergentes Estado e sociedade na supera o das desigualdades raciais no Brasil 3604 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 negra e da identidade quilombola Os projetos dentro da comunidade tamb m s o coordenados pelos pr prios moradores como a capoeira oficina de cine debate e o Jongo Essas atividades possibilitam a socializa o entre os jovens da comunidade e a ARQUISABRA s o espa os onde se dividem experi ncias d vidas e conhecimentos As oficinas s o acompanhadas de conversas e debates nos quais s o explicados os objetivos das atividades e s o debatidas as quest es da identidade quilombola As oficinas s o voltadas para o p blico jovem para que os valores dos antigos sejam compartilhados com a nova gera o Inicialmente as oficinas tinham um n mero de p blico bem reduzido os jovens em geral n o s
95. situa o de rua coloca o de pedras pontiagudas ou piso chapiscado em cal adas pra as e embaixo de marquises 1 GATTI Bruna Papaizi PEREIR Potyara Orgs PROJETO RENOVANDO A CIDADANIA pesquisa sobre a popula o em situa o de rua do Distrito Federal Bras lia Gr fica Executiva 2011 p 14 3651 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A compreens o da efetividade das a es do CNDDH est vinculada ao estudo desta hist ria O CNDDH instrumento de a o de pol tica p blica e foi pensado a partir do trabalho desenvolvido pela Pastoral Nacional do Povo da Rua em Belo Horizonte e S o Paulo Isto porque antes de sua implanta o n o havia uma vis o precisa do que acontecia com a PSR Sabia se que esta popula o sofria viola es em seus direitos fundamentais b sicos mas n o se sabia de que forma isto acontecia e nem em qual propor o No in cio dos anos 80 em S o Paulo pessoas vinculadas Organiza o do Aux lio Fraterno come aram a questionar a natureza assistencialista do trabalho ofertado PSR Este per odo pr Constitui o de 1988 foi marcado por profundos debates pela luta dos direitos fundamentais Entendeu se necess rio romper com o olhar que reconhecia a PSR como objeto de caridade e n o como sujeito pol tico sujeito de sua pr pria hist ria protagonista de sua vida A proposta era reconhecer a PSR n o apenas pelo vi s individual mas tamb m coletiv
96. sociais e a rela o entre indiv duo e Estado Pelo contr rio o direito emana da sociedade como est estruturada no modo de produ o capitalista Deste modo os direitos humanos em sua forma cl ssica que foi consolidada a partir da Revolu o Francesa direitos civis e pol ticos corresponderiam as necessidades gritantes do modo de produ o que se consolidava como um meio de controle social em resposta s reivindica es constantes da classe trabalhadora Marx n o sustentou uma postura meramente abstrato est tica metaf sica contra os direitos humanos desfraldados pela burguesia Era bem mais que isso desvelou seu car ter de classe sua redu o ao homem burgu s sua adequa o conserva o dos interesses da nova classe dominante portanto sua insufici ncia e sua impropriedade para abrir a passagem emancipa o humana integral e universal 0 comunismo A ultrapassagem hist rica do direito logo dos direitos humanos e do Estado mais do que nega o simples aponta para a supera o dial tica tanto da sociedade civil porque fundada no interesse privado e na desigualdade real quanto do Estado seu correlato pol tico p blico eletronizador de uma igualdade meramente imagin ria TRINDADE 2011 p 297 Para Jos Dami o de Lima Trindade filosoficamente existe uma contradi o insol vel entre marxismo e direitos humanos contradi o que aparta em dois lados distintos a vis o de mundo e a per
97. socialdemocrata decadente e a proposi o est em explorar novos meios de reorganizar o Estado o mercado e a sociedade civil N o basta conter o expansionismo econ mico como pretende a teoria dos sistemas preciso reordenar a economia e democratiz la O mesmo para os demais mbitos da vida social Nesse sentido um esquema redefinido de direitos n o colocado mais como um limite negativo ao Estado mas como um meio de press o institucionalizado em favor da democratiza o do poder da propriedade do saber e da informa o Refer ncias bibliogr ficas BACHELARD Gaston The formation of the scientific mind Manchester Clinamen 2002 BOBBIO Norberto O modelo jusnaturalista In BOVERO Michelangelo Sociedade e Estado na filosofia pol tica moderna 3 ed S o Paulo Brasiliense 1991 pp 11 100 3627 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 DE GIORGI Raffaele Direito democracia e risco v nculos com o futuro Porto Alegre Fabris 1998 DURKHEIM Emile The division of labour in society London Macmillan 1984 GRABER Christoph Beat TEUBNER Gunther Art and money constitutional rights in the private sphere Oxford Journal of Legal Studies Oxford vol 18 n 1 pp 61 73 1998 G NTHER Gotthard Life as policontexturality In Beitr ge zur Grundlegung einer operationsf hige Dialektik Hamburg Meiner 1979 vol 2 pp 283 306 HABERMAS J rgen The philosophical discourse of modernity
98. sociedade em que come ava a haver certa liberdade para o povo atrav s da cria o de uma nova consci ncia pol tica tornava se estranho a Marx o fato desse mesmo povo afirmar e consolidar a legitimidade do homem ego sta apartado dos seus semelhantes e da comunidade E ainda mais estranho que os pr prios emancipadores pol ticos rebaixassem a cidadania e a comunidade pol tica como meio de conserva o dos chamados direitos humanos em que o citoyen era declaradamente servo do homem ego sta do bourgueois e s se constitu a como homem verdadeiro o homem burgu s Fato que s demonstrava que a pr tica revolucion ria estava em contradi o gritante com a teoria Nas palavras de Marx 2010 p 51 Assim sendo se nos empenhamos em considerar esta pr tica revolucion ria como o estabelecimento seguro da rela o resta saber por que se invertem os termos da rela o na consci ncia dos emancipadores pol ticos apresentando se o fim como meio e o meio como fim Com a queda do regime feudal o indiv duo tornou se livre na apar ncia do Estado feudal Os assuntos pol ticos passaram a ser incorporados individualmente A sociedade feudal foi dissolvida no homem ego sta e o mesmo passou a ser o pressuposto do Estado pol tico reconhecido como tal nos direitos do homem Portanto o homem n o foi libertado da religi o e sim recebeu a liberdade de culto religioso assim como tamb m n o foi libertado da propriedade mas sim r
99. tica e pr tica conforme a ordem da realidade que demanda por sua vez para efetivar se a atualiza o de nossa vitalidade din mica interior no decurso desse movimento nos motiva a atividades em diversas frentes como se fossem diferentes modos de ser homem mutuamente dependentes Isto cumpre observar para compreender o que s o os Direitos Humanos que o ser homem ou natureza humana quaisquer que sejam as condi es hist ricas ou culturais de qualquer povo ou grupo social reclama sua efetividade em vias necess rias a via da interioridade din mica a via da participa o c vica e a via da atividade laboral Feita essa distin o temos assim um primeiro dado antropol gico filos fico como ponto de partida para reconhecer a universalidade ao menos do que ser homem em concreto o homem n o apenas um homo faber nem apenas um zoon politik n nem apenas um esp rito pelo mero fato de ser o homem tende a esses tr s planos de atividade ele cada uma dessas coisas totalmente todo homo faber todo zoon politik n e todo esp rito din mico e ao mesmo tempo nenhum desses modos em separado Todo e qualquer homem possui aptid o intelectual concernente a talentos profissionais pr prios assim como a tend ncia sociabilidade pol tica e igualmente uma interioridade espiritual din mica Todo homem chamado por uma mo o intr nseca espont nea proveniente de sua pr pria exist ncia no mundo a engajar se com toda
100. tribunal Na primeira parte da planilha s o solicitados dados dos pretendentes Na segunda parte sobre o perfil da crian a adolescente desejada a planilha questiona quantas crian as deseja adotar se aceita adotar irm os se aceita adotar g meos qual faixa et ria em anos e meses se aceita adotar em outro Estado caso afirmativo selecionar os Estados cor com op es branca preta parda 3637 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 amarela ind gena indiferente sexo com op es para feminino masculino ou indiferente ao crit rio se faz restri o com doen a trat vel doen a n o trat vel defici ncia f sica defici ncia mental v rus HIV ou n o faz restri o Em seguida a referida planilha oferece um formul rio para preenchimento com as iniciais S para sim e N para n o especificando os seguintes problemas aceitos ou n o aceitos pelo s pretendente s com problemas f sicos n o trat veis com problemas f sicos trat veis graves com problemas f sicos trat veis leves com problemas mentais n o trat veis com problemas mentais trat veis graves com problemas mentais trat veis leves com problemas psicol gicos graves com problemas psicol gicos leves pais soropositivos para o HIV pais alcoolistas pais drogaditos sorologia negativada para o HIV soropositivo para o HIV proveniente de estupro proveniente de incesto v tima de estupro v tima de aten
101. vez que entre ambos est o presentes elementos caracterizadores da figura do empregado quais sejam a presta o de servi os de natureza continua extirpando se assim o trabalho eventual a pessoalidade e a rela o de depend ncia e subordina o Quanto aos elementos pr prios para a caracteriza o do empregado dom stico temos a exig ncia de presta o de servi os de finalidade n o lucrativa pessoa ou fam lia no mbito residencial destas Isto o servi o prestado n o tem car ter gerador de lucro pois se resume mbito familiar e residencial Assim as tarefas executadas pelo empregado 2 BRASIL Consolida o das Leis do Trabalho Dispon vel em http Avww planalto gov br ccivil 03 decreto lei del5452 htm Acesso em 03 dez 2018 735 BRASIL Lei n 5859 de 11 de dezembro de 1972 Disp e sobre a profiss o de empregado dom stico e d outras provid ncias Dispon vel em http Avww planalto gov br ccivil 03 leis 5859 htm Acesso em 03 dez 2013 3747 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 dom stico n o ter o o objetivo de propiciar aumento direto de riquezas da fam lia n o tendo car ter produtivo Aqui encontramos os fundamentos que s o utilizados para subsidiar a restri o de direitos quais sejam a finalidade n o lucrativa e o servi o prestado no mbito residencial Contudo ressalte se que em nosso entender tais argumentos n o t m o cond o de justificar ou neutralizar o t
102. vis o de Wolff o Estado tem como objetivo fundamental a garantia da felicidade dos indiv duos a partir da sua seguran a O termo pol cia vem da palavra pol tica e aparece no s culo XV para referir se a boa ordem da comunidade visando a felicidade dos s ditos Neste sentido o Estado de Bem estar social vai utilizar t cnicas de pol cia com atribui es mais amplas voltado exclusivamente para o desenvolvimento da felicidade comum sem extrapolar o limiar da justi a com princ pios de auto limita o Ou seja a pr tica de pol cia nasce no seio da pol tica efetiva tendo como objetivo o bem estar do cidad o Retomando o conceito de Pol cia Foucault vai ratificar que este conceito tem um sentido totalmente diferente do que hoje entendemos No sistema do Estado de Bem Estar Social do s culo XVIl e XVIII repetindo o Estado de Pol cia referia se a todo aparato estatal destinado a garantir a felicidade e o bem comum da sociedade Na defini o de pol cia de Von Justi um dos seus maiores te ricos no s culo XVIII na obra Elementos Gerais de Pol cia escreve que A pol cia o conjunto de leis e regulamentos relativos ao interior de um Estado que tendem a aumentar a consolidar e aumentar sua for a a fazer bom uso da sua for a e em fim proporcionar a n21 felicidade dos s ditos Esta teoria do Estado de Pol cia como escreve Braga J nior tem igualmente j em seus princ pios uma autolimita
103. 0 No mesmo sentido a altera o na base econ mica da madeira para a monocultura mecanizada da soja milho e algod o dependeu da demanda nacional e internacional bem como dependeu das press es externas para que o desmatamento diminu sse na regi o Contudo no que diz respeito ao atendimento da no o de direitos humanos n o houve intensa rela o entre o local o nacional e o global O ritmo e profundidade das discuss es sobre Direitos Humanos no mbito nacional e internacional n o alcan aram o local Assim o mesmo modelo econ mico que estabeleceu ntima rela o com o nacional sobretudo pela depend ncia econ mica internacional inibiu que o direito como constru do nos grandes centros do pa s e do globo se efetivasse no norte do Estado do Mato Grosso no per odo analisado 3705 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Refer ncias bibliogr ficas ALMEIDA Thalma Rosa de Entrevista em 07 de mar o de 2014 concedida para Lucio Lord Procuradora do Trabalho no munic pio de Sinop MT BECKER Gary Human capital a theoretical and empirical analysis with special reference to education Chicago The University of Chicago Press 1993 BOBBIO Norberto A era dos direitos Rio de Janeiro Elsevier 2004 BOSCHI Renato A abertura e a nova classe m dia na pol tica brasileira 1977 1982 Revista DADOS v 29 n 1 Rio de Janeiro 1986 p 5 24 CEPAD Centro de Pesquisa e Avalia es Educac
104. 0 974 em 1 de outubro de 1964 pelo voto do Ministro Vilas Boas acompanhado da unanimidade foi concedida a ordem para declarar a incompet ncia da justi a miliar pela pris o de um civil pela pr tica de crimes previstos na Lei de Seguran a Nacional e ainda no mesmo m s o in cio da concess o de ordem de habeas corpus pelo excesso de prazo na forma o da culpa passando inclusive os ministros do Supremo fundamentar suas decis es no artigo 222 do C digo de Justi a Militar e artigo 48 1 Parte do julgado dizia que n o est sujeito jurisdi o militar o civil acusado da pr tica de delito comum n o enquadr vel nas hip teses previstas pela Lei 1 802 de 5 de janeiro de 1958 artigo 42 legalidade de pris o ordenada por autoridade incompetente Recurso conhecido e provido para concess o de habeas corpus sem preju zo do prosseguimento das investiga es e de porventura cab vel a o penal 3684 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 82 da Lei de Seguran a Nacional habeas corpus 41 018 41 020 41 029 e 41 036 Por fim o caso de maior repercuss o que marcara a mudan a de posicionamento do Supremo Tribunal Federal foi o julgamento do habeas corpus 42 108 onde o paciente Miguel Arraes governador do Estado de Pernambuco teve o seu foro de prerrogativa de fun o resguardado utilizando se como fundamento a S mula 397 daquele Tribunal Desta feita perfeitamente poss vel constar uma evolu o no
105. 2 HAESBAERT Costa Rog rio H da Concep es de territ rios para entender a desterritorializa o Territ rio territ rios Ensaios sobre o ordenamento territorial Milton Santos et al 3 ed 1 Rio de Janeiro Lamparina 2011 p 56 As informa es que se seguem s o frutos de uma pesquisa etnogr fica feita na Comunidade Santa Rita do Bracu pela pesquisa O Quilombo na Escola Etnografando as rela es entre comunidade e escola na aplica o da Lei 10 639 orientada pela Professora Dr Luena Nascimento Nunes Pereira Antrop loga atuante na UFRRJ pela qual fui orientada entre 2011 e 2012 A pesquisa foi financiada pelo CNPq PIBIC 3599 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 sustentada pela tradi o oral que retrata o tempo em que ainda era uma fazenda escravocrata Antes de se formar enquanto comunidade remanescente de quilombo Santa Rita do Bracu era uma das fazendas de propriedade do comendador Jos Joaquim de Sousa Breves conhecido como Jos Breves um reconhecido senhor de escravos e irm o de Joaquim Breves denominado Rei do caf no Brasil Imperial Em reconhecimento ao trabalho dos seus escravos e em virtude de n o ter gerado herdeiros em seu casamento com sua sobrinha Rita Clara de Moraes Breves deixou em seu testamento feito em 1877 e aberto em 1879 a deixou como heran a 260 alqueires de terra al m da autoriza o para que fossem libertos todos os seus escravo
106. 2 de abril de 2013 que conseguiu extirpar o expl cito tratamento discriminat rio dispensado a categoria do empregado dom stico em sua reda o origin ria Passamos a analisar alguns posicionamentos dos senadores quanto vota o da PEC 66 de 2012 intitulada como PEC das dom sticas que resultou na citada Emenda no que tange ao reconhecimento da discrimina o existente quanto aos direitos dos empregados dom sticos Para o senador Pedro Simon se tratava do ltimo vest gio da escravatura que se tem no pa s e para o senador A cio Neves se reconheceu na proposta 2 Emenda Constitucional n 72 de 2 de abril de 2013 que altera a reda o do par grafo nico do artigo 7 da Constitui o Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores dom sticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais As Mesas da C mara dos Deputados e do Senado Federal nos termos do 3 do art 60 da Constitui o Federal promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional Artigo nico O par grafo nico do art 7 da Constitui o Federal passa a vigorar com a seguinte reda o Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social Par grafo nico S o assegurados categoria dos trabalhadores dom sticos os direitos previstos nos incisos IV VI VIL VII X XIIL XV XVI XVII XVII XIX XXI XXII XXIV XXVI XXX XXXI e
107. 2013 pp 10 27 e 289 92 outra de que as desigualdades n o s o mais produto de uma diferen a hier rquica mas prevalentemente subproduto da diferencia o funcional O problema da exclus o inclus o descrito a partir das capacidades operacionais e dos crit rios de cada sistema social desde as organiza es que distinguem membros e n o membros at os sistemas funcionais que levam a sociedade mundial principalmente em certas regi es a operar com o meta c digo inclus o exclus o acima mesmo dos c digos funcionais Assim crescem as desigualdades entre pa ses e a exclus o de pessoas mas isso n o significa t o logo uma mudan a significativa na diferencia o funcional da sociedade nem pode aparecer como resultado das diferen as de classe ou de centro e periferia A mudan a espetacular permanece na teoria luhmanniana como descri o da transi o entre formas de diferencia o social dominantes como a passagem da sociedade estratificada sociedade funcionalmente diferenciada que marca a modernidade Permanecendo a tend ncia de manuten o e expans o da diferencia o funcional surge para Luhmann 2013 p 26 como possibilidade de controle da exclus o a forma o de um sistema funcional especializado na ajuda social ou ao desenvolvimento 3620 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 De outro lado grande parte da teoria social de Unger destinada a criticar de um lado as expl
108. 48 introduz a concep o contempor nea de direitos humanos marcada pela universalidade e indivisibilidade Universalidade porque a condi o de pessoa o requisito nico e exclusivo para a titularidade de direitos sendo a dignidade humana o fundamento dos direitos humanos Indivisibildade porque independente o cat logo dos direitos civis e pol ticos conjugado ao cat logo dos direitos econ micos sociais e culturais PIOVESAN p 34 2003 1Graduanda do curso de Servi o Social da Universidade Federal de Pernambuco Bolsista do projeto de inicia o cient fica Teoria Cr tica e Direitos Humanos Hist ria e Conceito em Marx Endere o eletr nico brunnacarvalhoamorim Dhotmail com 2 Graduanda do curso de Servi o Social da Universidade Federal de Pernambuco Integrante do N cleo Comunica o e Direitos humanos da UFPE e bolsista do projeto de inicia o cient fica Teoria Cr tica e Direitos Humanos Hist ria e Conceito em Gramsci Endere o eletr nico sol may hotmail com 3774 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 importante que ao pensar em direitos humanos se tenha a no o de que estes est o organicamente relacionados de forma que suas m ltiplas dimens es tica jur dica pol tica econ mica educativa social hist rico e cultural estejam integradas Isso implica um conjunto de dimens es necessariamente interligadas que devem ser realizadas concomitantemente
109. 72 2001 Teolog a Pol tica compilado en Carl Schmitt te logo de la pol tica comp H ctor Orestes Aguilar Mexico D F Fondo de Cultura Econ mica p 23 Supremo Tribunal Federal 2014 Pesquisa jurisprud ncia habeas corpus Bras lia STF Dispon vel em http www stf jus br portal jurisprudencia pesquisarJurisprudencia asp Acesso em 05 de abril de 2014 Val rio O L S 2010 A toga e a farda o Supremo Tribunal Federal e o Regime Militar 1964 1969 disserta o de mestrado S o Paulo Faculdade de Direito da Universidade de S o Paulo 3693 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 TRABALHO ECONOMIA E DIREITOS HUMANOS NA AMAZ NIA MATO GROSSENSE ENTRE AS D CADAS DE 1970 E 2000 Lucio Jose Dutra Lord Universidade do Estado do Mato Grosso e Universidade de Cuiab Introdu o A regi o norte do Estado do Mato Grosso ocupa lugar de destaque no cen rio nacional em termos de descumprimento da legisla o ambiental e trabalhista Desde a d cada de 1990 o desmatamento e o trabalho an logo condi o escrava s o os principais aspectos que chamam aten o do pa s para a regi o Importante observar que quando o trabalho caracteriza se pela analogia condi o escrava as rela es de produ o ultrapassaram as limita es colocadas pelo instituto do Direito do Trabalho e ferem a condi o da pessoa humana violando os princ pios dos Direitos Humanos justamente do per
110. 8 430 92 foi criado o TRT da 23 Regi o com jurisdi o em Mato Grosso Tamb m em 1992 pela Lei n 8 432 o Congresso Nacional criou tr s novas Varas do Trabalho em Cuiab e as Varas do Trabalho no interior do Estado nas cidades de Tangar da Serra Alta Floresta Diamantino Barra do Gar as e Sinop A Vara do Trabalho de Sinop foi instalada em julho de 1998 Este contexto da d cada de 1990 provocou o ajuizamento de muitas a es trabalhistas que em grande parte versavam sobre indeniza es por acidente de trabalho ou indeniza es trabalhistas por horas extras e periculosidade Junto ao momento de crise o que tamb m explica a busca pelo judici rio na poca foi a altera o na concep o do que cabia como direito do trabalho e a ressignifica o da no o de justi a A situa o de moradia remunera o insuficiente para a subsist ncia condi es de trabalho e jornada laboral extensiva compuseram as principais demandas trabalhistas junto Vara do Trabalho de Sinop na poca Os temas discutidos na Justi a do Trabalho implantada no norte do Estado do Mato Grosso a partir da d cada de 1990 estiveram em conson ncia com a no o ampla de Direitos Humanos como discutida no globo Apesar de estarem aqu m do conceito quando compreendida a terceira gera o de Direitos Humanos no norte do Estado do Mato Grosso 3704 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 eram demandados direitos h muito atendidos nas
111. 965 Importante frisar a exig ncia de aus ncia de filhos biol gicos inclusive se fosse comprovada a esterilidade de um dos c njuges por per cia m dica e comprovada tamb m a estabilidade conjugal relativizado estava o prazo de cinco anos exigido pelo art 2 da referida lei segundo o qual somente poderiam solicitar a legitima o adotiva os casais cujo matrim nio tenha mais de 5 cinco anos e dos quais pelo menos um dos c nsules tenha mais de 30 trinta anos de idade sem filhos leg timos legitimados ou naturais reconhecidos A irrevogabilidade do instituto e a ruptura dos la os de filia o com a fam lia biol gica marcavam o instituto no per odo diversos especialistas esquadrinhavam a fam lia candidata ado o buscando a mais pr xima daquela tida como modelo ideal Ela deveria possuir algumas caracter sticas invari veis como patriarcalismo heterossexualidade e monogamia modelo que no decorrer da hist ria j vinha se configurando como hegem nico A escolha da fam lia dava se atrav s do levantamento de dados sobre sua vida como educa o instru o h bitos atitudes localiza o e higiene de sua moradia Com o aumento da popula o dispon vel para ser adotada que a ado o passou a ser realizada por casais que tinham filhos mas que se mostravam dispostos a fazer caridade Com rela o crian a era tra ado seu perfil psicol gico e social para informar a futura fam lia quan
112. A est o apresentando novas informa es sobre o tema que devem ser observadas com aten o Dados do CNA 2012 apontam que em 2010 31 4 das 30 378 pessoas cadastradas n o se importavam com a ra a da crian a ou do adolescente dispon vel para ado o Dois anos depois a porcentagem alterou para 37 75 dos 28 780 pretendentes cadastrados Embora apresentado como um avan o significativo pelo Conselho Nacional de Justi a o pr prio tratamento da mat ria pela p gina institucional depende de reconsidera es e aten o social mais incisiva no Brasil 4 3 Demais particularidades Por ltimo embora n o sejam apresentadas as prefer ncias dos pretendentes ado o quanto aos indicadores de s ndromes e particularidades f sicas das crian as e adolescentes nas estat sticas do CNA ao menos nas estat sticas dispon veis ao p blico no endere o eletr nico do CNJ n o h men es ao tema tais restri es est o presentes nas planilhas de cadastramento dos pretendentes ado o nas Varas de Inf ncia e Juventude conforme apontadas nos exemplos das planilhas do TJPE e TJSP Assim como os marcadores identit rios de idade e cor da pele o etiquetamento pr vio de crian as e adolescentes a partir da considera o em question rios sobre 3643 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 determinadas caracter sticas f sicas e org nicas das crian as viabiliza o surgimento de uma discrimina o pr via
113. ALMEIDA JUNIOR Jo o Mendes Direito Judici rio brasileiro Freitas Bastos 1940 p 2 ess apud MONTORO Andr Franco Introdu o ci ncia do direito 30 ed rev e atual S o Paulo Revista dos Tribunais 2013 p 78 79 3740 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 e atribui es Assim dentro do ordenamento jur dico brasileiro encontramos o trabalho como um direito amparado pelas normas jur dicas Mas o que vem a ser trabalho No sentido literal o trabalho caracterizado por toda e qualquer atividade que exige o disp ndio pelo ser humano de for a f sica ou intelectual importando uma a o e rea o A a o consiste no emprego da for a e a rea o consiste na retribui o que se ter pela a o exercida Aur lio Buarque de Holanda estudioso da L ngua Portuguesa tra a o seguinte conceito para trabalho 1 Aplica o das for as e faculdades humanas para alcan ar um determinado fim 2 Atividade coordenada de car ter f sico e ou intelectual necess rio realiza o de qualquer tarefa servi o ou empreendimento De acordo com a filosofia trabalho Atividade cujo fim utilizar as coisas naturais ou modificar o ambiente e satisfazer s necessidades humanas Por isso o conceito de Trabalho implica 1 depend ncia do homem em rela o natureza no que se refere sua vida e aos seus interesses isso constitui a necessidade num de seus sentidos v
114. Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 VIII Encontro da ANDHEP Pol ticas P blicas para a Seguran a P blica e Direitos Humanos GT14 Teoria e Hist ria dos Direitos Humanos 28 a 30 de abril de 2014 S o Paulo SP Faculdade de Direito da USP ISSN 2317 0255 3595 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Direitos tnicos territoriais o caso do quilombo Santa Rita do Bracu Mayara Cristina C Albano UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Territ rios Remanescentes de Quilombos O racismo hist rico contra o negro foi um empecilho para que comunidades e fam lias negras regularizassem suas terras durante anos isso afetou diretamente as comunidades rurais levando se em conta as burocracias exigidas para o reconhecimento legal de suas propriedades Em vista disso no ano de 1988 cen rio do auge de uma conjuntura pol tica que almejava por justi a social e por uma nova legisla o o Brasil reconheceu aos remanescentes das comunidades de quilombos direitos espec ficos na Constitui o Federal como o direito propriedade das suas terras a partir do Artigo 68 do Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias ADCT Essa iniciativa vem como repara o s injusti as cometidas no per odo escravocrata representa tamb m o resultado de uma mobiliza o social reconhecimento da participa o pol tica de um povo e afirma o de uma identidade espec fica Com isso o artigo 68
115. As discuss es acerca dos direitos humanos est o associadas diretamente constru o hist rica Da mesma forma que a sociedade vai se modificando e se renovando novas demandas v o sendo atribu das aos direitos humanos que por sua vez s o marcados por avan os e retrocessos estando assim sempre em movimento Tendo em vista seu car ter s cio hist rico de grande relev ncia a an lise de sua trajet ria para a compreens o das diversas perspectivas que os envolvem Para a forma o de sua perspectiva o pensador alem o Karl Marx inscreveu o direito na totalidade hist rico social utilizando se do materialismo hist rico e dial tico para a an lise das estruturas sociais e hist ricas do capitalismo sendo este um componente necess rio da inst ncia superestrutural da sociedade fundada na divis o do trabalho para a produ o de mercadorias 2 DIREITOS HUMANOS E HIST RIA Analisando o processo hist rico percorrido pelos direitos humanos ainda que exista discord ncia sobre o in cio de sua hist ria poder amos dizer que houve na hist ria moderna tr s momentos decisivos que marcaram a abertura dos caminhos para a era dos direitos Os direitos humanos entram em cena com as tr s grandes revolu es liberais burguesas ocorridas em meados dos s culos XVII e XVIII a Revolu o Inglesa s c XVII a Independ ncia dos Estados Unidos s c XVIII e a Revolu o Francesa s c XVIII Uma justificativa consider vel
116. Eymar em seu livro Karl Marx cr tico de los derechos humanos Eymar acertadamente em nossa opini o relaciona a atitude inicial de Marx sobre os direitos humanos com o clima ideol gico da Ilustra o e da Revolu o Francesa Em este sentido diz o jovem Marx um jacobino racionalista mediatizado do Hegel que comparte muitos dos princ pios da Grande Revolu o Mesmo assim ressalta Carlos Eymar que Marx denuncia j em seus escritos de juventude a grav ssima trai o da burguesia que chega ao poder de sua Revolu o Trai o esta que est impl cita em sua pr tica no que se refere aos direitos humanos s liberdades ao sufr gio restrito do tipo censit rio ou seja que sobretudo no mbito econ mico e pol tico operam como categorias adscritas defesa dos interesses privados da classe burguesa Na importante e acertada opini o de Eymar o legado cr tico de Marx segue sendo em nossa era atual e proveitoso uma vez que ainda hoje subsistem numerosas e terr veis realidades de opress o indig ncia e injusti as como a extrema mis ria de boa parte de popula o mundial que ainda que n o provenham de uma burguesia decadente permitem qualificar de fraseologia ou ideologia muitas das vigentes e ampulosas declara es de direitos Considera es finais no sendero de P rez Lu o Um estudo mais recente o realizado pelo professor Antonio Enrique P rez Lurio no qual 42 Par
117. II Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 como um dos seus fundamentos a valoriza o do trabalho humano com a finalidade de assegurar a todos uma exist ncia digna CF art 170 capu Portanto por garantia constitucional temos o trabalho como direito fundamental social que tem o cond o de propiciar a todos uma viv ncia digna em sociedade o que se coaduna com o princ pio da dignidade da pessoa humana insculpido no artigo 1 inciso III da Constitui o Federal de 1988 Neste diapas o podemos afirmar que todos os brasileiros ou no Brasil todo ser humano tem direito de acesso ao trabalho digno com direitos trabalhistas assegurados de forma igualit ria H de se ressaltar ainda que a Carta Magna estabelece como um dos objetivos da Rep blica Brasileira a promo o do bem de todos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o CF art 3 inciso IV Desta forma com base nos fundamentos e objetivos da Rep blica Federativa do Brasil restou garantido o direito igualdade de todos perante a lei sem distin o de qualquer natureza CF art 5 caput Ocorre que de forma incongruente ao examinarmos a dic o do texto constitucional origin rio de 1988 por meio de uma interpreta o l gico sistem tica poss vel encontrarmos normas contradit rias e restritivas de direitos trabalhistas a uma classe de trabalhadores a saber os empregados dom sticos Deno
118. Marx e Engels S o Paulo Ed Alfa Omega 2011 WOLKEMER A C Marx a quest o judaica e os direitos humanos Dispon vel em lt http egov ufsc br portal sites default files anexos 1250 1264 1 PB pdf gt Acesso em 04 de fev de 2014 3787
119. NCIAS NO MBITO DO PODER JUDICI RIO A preocupa o inicial dos militares revolucion rios de 1964 p s ocupa o do Poder Executivo foi tornar leg tima e l cita a revolu o ao passo que para se alcan ar a referida legitimidade e legalidade algumas altera es em termos de legisla o deveriam ser feitas motivo pelo qual revolucion rios iniciaram um processo de transforma o de seus ideais em normas jur dicas Alfredo Buzaid descreve que para que o executivo do regime ditatorial pudesse ter xito deveria inicialmente corrigir e eliminar as lacunas na legisla o atual e se necess rio substitu las no todo ou em parte raz o pela qual tomou lugar a introdu o de duas novas esp cies normativas o ato institucional e o ato complementar e o retorno da figura do Decreto lei o qual havia sido extinto pela Constitui o brasileira de 1946 De forma bastante did tica Oct vio Lucas Solano Val rio apresenta a hierarquia das legisla es brasileiras durante o regime autocr tico de 1964 a 1969 Assim no pice da hierarquia se encontrava i os atos institucionais ii atos complementares com previs o legal nos atos institucionais iii decretos leis criados por atos institucionais ou atos complementares iv leis complementares e v leis ordin rias decretos leis e lei delegada O executivo do regime ditatorial buscava filtrar no ordenamento jur dico brasileiro de normas que fossem favorecer o sistema pol ti
120. OPARENTALIDADE NA ADO O O QUE N O CONSTA NA LEI NEM NA CONSTITUI O A an lise interdisciplinar nos estudos em direitos humanos ado o e os efeitos da matriz bioparental demonstram que a cultura dos la os de sangue ou seja a relev ncia dada aos genes considerada o legitimador pertencimento entre as 3639 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 pessoas e uma esp cie da apropria o incontest vel do pai ou m e em rela o ao filho Nesse sentido segundo Maux e Dutra 2010 p 365 o sangue do outro me desconhecido e consequentemente as caracter sticas que esse outro possui E o que desconhecido fomenta fantasias muitas vezes amea adoras A no o de origem desconhecida essencial para compreender a carga de sentido atribu da aos marcadores identit rios e expectativa de apagamento da vida anterior do adotado Trata se de uma cultura que privilegia o aspecto biol gico e que influencia de modo geral o imagin rio social que suspeita ou ressalva a legitimidade social dos v nculos da ado o perpassa tabus reproduzidos e que de modo espec fico incide sobre os que convivem com adotantes e pretendentes ado o os pr prios adotantes e os profissionais e pesquisadores que lidam com a ado o de crian as e adolescentes As expectativas do filho biol gico desejado s o implantadas tamb m na ado o despejando toda a carga de sentido em um suposto direito de escolha pel
121. SITUA O DE RUA E DOS CATADORES DE MATERIAL RECICLAVEL CNDDH Ana Paula Santos Diniz Funda o Universidade de Ita na FUIT SUM RIO 1 INTRODU O 2 O CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULA O EM SITUA O DE RUA E DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICL VEIS CNDDH 3 CONTEXTO HIST RICO QUE PRECEDEU CRIA O DO CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULA O EM SITUA O DE RUA E DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICL VEIS CNDDH 4 CONSIDERA ES FINAIS REFER NCIAS 1 INTRODU O O Brasil um pa s que pelo texto constitucional tem por obriga o garantir a dignidade da pessoa humana e transformar a realidade social Nesse sentido surge a necessidade de se analisar os fatos hist ricos que contribu ram para a cria o de pol ticas p blicas voltadas realiza o dos direitos fundamentais da popula o em situa o de rua Assim o estudo proposto se faz necess rio pela relev ncia do tema pretendendo conhecer quais os eventos que antecederam cria o do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da Popula o em Situa o de Rua e dos Catadores de Materiais Recicl veis CNDDH Foram utilizados dados secund rios principalmente para a an lise te rica Para as an lises de situa es de rua e organizacionais deu se prefer ncia aos dados prim rios Para o entendimento mais completo do objeto de estudo foram feitos cruzamentos entre dados prim rios e secund rios d
122. Seguran a Nacional a qual se encontrava fundamentada na Doutrina de Seguran a Nacional originada nos Estados Unidos da Am rica e que se caracterizava pela constante preocupa o com a O Pacote de Abril foi um conjunto de leis outorgadas em 13 de abril de 1977 pelo Presidente da Rep blica de Brasil Ernesto Geisel ainda durante o regime de ditadura miliar Skidmore 1988 2 O palestrante Dr Juan Pegoraro professor titular da c tedra Delito y Sociedad na Faculdade de Sociologia de Buenos Aires E enriqueceu as aulas do Mestrado em Criminologia e Sociologia Jur dico Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Barcelona em 14 de maio de 2013 com a Confer ncia intitulada La construcci n de la ley y el delito en el orden social 3690 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 guerra n o apenas no mbito externo mas tamb m no interior onde qualquer um poderia ser um conspirador contra o Estado levando se em considera o que no momento hist rico vivido pelo governo autocr tico no Brasil o mundo se encontrava dividido entre o capitalismo ocidental e o comunismo do leste europeu A maioria dos pa ses vivia em um estado de alerta permanente motivo pelo qual a Seguran a Nacional passou a interferir em todos os setores da vida humana e consequentemente na forma de administra o do Estado No caso do governo brasileiro percebe se que a seguran a nacional acabou por ser elevada a valor fundame
123. a o em Situa o de Rua e dos Catadores de Materiais Recicl veis CNDDH coincide com a hist ria pela luta pela prote o dos direitos fundamentais e sua constitucionaliza o D cadas ap s a derrubada sistem tica de corti os e favelas no Rio de Janeiro dos anos 1960 ent o governado por Carlos Lacerda ficou conhecida a opera o mata mendigo Surge nesse momento uma popula o em situa o de rua brasileira que ao longo do desenvolvimento capitalista no Pa s cresce e se firma como grupo social concreto desafiando governos gestores e pesquisadores No entanto apesar da dist ncia temporal entre o surgimento deste grupo e os dias atuais as a es pol ticas permanecem em conson ncia com a ideologia do darwinismo social de Herbert Spencer na qual referenciada na teoria da evolu o das esp cies de Darwin os fracos ou seja os pobres devem perecer D cadas ap s a derrubada sistem tica de corti os e favelas no Rio de Janeiro dos anos 1960 ent o governado por Carlos Lacerda a opera o mata mendigo determinava que pessoas em situa o de rua fossem torturadas e jogadas no Rio Guandu Em S o Paulo entre os anos 2005 e 2008 Gest o Serra Kassab v rias obras antimendigo foram inauguradas bancos p blicos com divis rias impedindo que algu m deite constru o de rampas embaixo de viadutos e pontes instala o de chuveiros e holofotes em esquinas frequentadas por pessoas em
124. a o que leve em conta n o apenas o aproveitamento produtivo da terra ou para moradia mas tenha como base crit rios sociais e ecol gicos serem majoritariamente negras e por isso estarem associadas mem ria ou aos processos hist ricos de reorganiza o da popula o ex escrava doa o dos territ rios feitas pelos senhores aos escravos como o caso da Comunidade Santa Rita do Bracu sobre o qual este estudo se debru a A Constitui o Brasileira tamb m resguarda o aos remanescentes de quilombos o direito manuten o da cultura dentro dos artigos 215 que confere ao 1 Territ rios Negros Cartilha Direitos KOINONIA outubro de 2007 3597 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Estado a prote o das manifesta es culturais afro brasileiras e 216 que considera Patrim nio Cultural Brasileiro a ser promovido e protegido pelo poder p blico os bens de natureza material e imaterial dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira dentre os quais est o as comunidades negras Deste modo est o protegidos por Lei os modos de criar fazer e viver das comunidades remanescentes de quilombos e qualquer pol tica governamental que seja aplicada e criada em favor desses grupos dever tomar como princ pio suas especificidades Para a certifica o desses territ rios enquanto quilombolas foi criada em 1988 a Funda o Cultural Palmares FCP a certifica o emitida ap s ser comprovada a
125. a Pesquisa Estadual Belo Horizonte 2012 BRASIL Lei n 10 257 de 10 de julho de 2001 Regulamenta os arts 182 e 183 da Constitui o Federal estabelece diretrizes gerais da pol tica urbana e d outras provid ncias Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 leisleis 2001 10257 htm Acesso em 10 nov 2013 3659 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Lei n 11 124 de 2005 Cria o Subsistema de Habita o de Interesse Social SHIS e o Fundo Nacional de Habita o de Interesse Social FNHIS Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2005 ei l11124 htm Acesso em 15 dez 2013 Lei n 8 742 de 7 de dezembro de 1993 Disp e sobre a organiza o da Assist ncia Social e d outras provid ncias Dispon vel em http www planalto gov br ccivil_03 leis I8742 htm Acesso em 09 jan 2014 Lei n 12 435 de 6 de julho Regulamenta o Sistema nico de Assist ncia Social Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 Ato2011 2014 2011 Lei L12435 htmfart1 Acesso em 09 jan 2014 Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome Dispon vel em lt http www mds gov br backup arquivos sumario executivo pop rua pdf gt Acesso em 3 fev 2013 CONSULTOR JUR DICO STJ analisar den ncia da chacina de moradores de rua de SP Por Fernando Porf rio Dispon vel em http Awww conjur com br 2007 ago 20 stj analisara denuncia chacina morador
126. a amea a do antigo governo de bolchevizar o pa s j que as antigas formas constitucionais foram frustradas neste intento iv Como defensores da legalidade e provando ser moderada a Constitui o de 1946 foi mantida sendo modificada apenas a parte relativa aos poderes do Presidente da Rep blica como forma de garantir que este possa cumprir a miss o de restaurar a ordem econ mica e financeira do Brasil e tomar as medidas urgentes capazes de drenar da sociedade brasileira os ideais comunistas que haviam se infiltrado n o apenas na c pula do governo executivo mas tamb m nas depend ncias administrativas e v Buscando equilibrar os poderes tamb m foi mantido inalter vel o Congresso Nacional no que diz respeito as reservas relativas aos seus poderes 3683 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Diante dos motivos descritos nascem as seguintes indaga es Quais seriam as efic cias alcan adas com o presente ato institucional Considerando que o Poder Legislativo foi mantido inalterado houve algum reflexo deste ato no mbito da atua o do Poder Judici rio a exemplo do outrora ocorrido no Estado Novo de Get lio Vargas Os pr ximos t picos se ocuparam em tentar responder os referidos questionamentos 2 1 2 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal Considerando a base de julgados consultados para a confec o do presente ensaio foi poss vel verificar que o Supremo Tribunal F
127. a proposta de emenda tendente a abolir IV os direitos e garantias individuais BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 Dispon vel em http Awww planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicaocompilado htm Acesso em 17 jun 2013 3744 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 vi a econ mica da na o limitando e delineado pelas formas estabelecidas na pr pria Lei Maior para legitimar a interven o do Estado no dom nio privado econ mico Desta forma por meio de uma interpreta o estrita extrai se que a inten o do legislador constituinte enaltecer e assegurar as peculiaridades do trabalho humano para fins de resguardar a todos uma viv ncia digna Em outras palavras viver com qualidade de J4 vida isto com alegria paz tranquilidade alimenta o moradia entre outros direitos Cabe lembrar que os dois ltimos est o explicitamente classificados no artigo 6 como direitos sociais e os demais por sua vez est o implicitamente inseridos tanto nos direitos sociais quanto nos direitos fundamentais de um modo geral certo que o cidad o que tem garantido o direito ao trabalho ou seja o cidad o que tem um trabalho consegue atingir a dimens o de uma viv ncia digna o que nos remonta a mais um dos fundamentos da nossa Rep blica qual seja a dignidade da pessoa humana Assim importante destacar que O acesso ao trabalho talvez seja o direito soci
128. a APIB j que estas a comp em Ao analisar a caso mexicano Bonfil Batalla 1978 afirma que a emerg ncia das organiza es ind genas resulta ao mesmo tempo de causas ex genas e end genas Os primeiros s o aquelas que derivam das condi es da sociedade global em que se inserem os grupos tnicos os end genos no entanto encontram sua explica o dentro das pr prias EO significado literal do termo zona franca corresponde a uma rea espec fica em que h circula o de mercadorias beneficiadas por incentivos fiscais e com tarifas alfandeg rias reduzidas ou ausentes Assim a utiliza o do termo como refer ncia viola o dos direitos humanos adotada pelo secret rio geral da ONG Anistia Internacional Salil Shetty ocorre no sentido de enfatizar a neglig ncia do Estado brasileiro para com suas minorias sejam elas negros pobres ou ind genas 3731 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 sociedades ind genas BONFIL BATALLA 1978 p 210 Embora difiram na forma com que se apresentam as configura es do movimento ind gena no Brasil tanto em aspectos internos como externos podem ser pensadas sob a mesma perspectiva Dentre as causas ex genas est a persist ncia de diversos modos de produ o articulados com o modo de produ o capitalista dominante que pode ser pensado tamb m em termos do desenvolvimento desigual pr prio do capitalismo as rela es sociais concretas entre as popula
129. a Dias Tobias Sumario Introdu o 1 Da doutrina de seguran a nacional 1 1 Origem da doutrina de seguran a nacional 1 2 Conceito e caracter sticas da seguran a nacional 2 A natureza jur dica dos atos institucionais dos atos complementares e decretos lei e suas consequ ncias no mbito do poder judici rio 2 1 Ato Institucional n 1 2 1 1 Considera es iniciais 2 1 2 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal 2 2 Ato Institucional n 2 2 2 1 Considera es iniciais 2 2 3 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal 2 3 Ato Institucional n 5 2341 Considera es iniciais 2 3 2 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal Considera es finais Refer ncias INTRODU O O Estado brasileiro viveu um per odo autorit rio entre 1964 e 1985 Este per odo autorit rio esteve marcado pela produ o de normas de consolida o institucional do regime autocr tico que se caracterizou pelos seguintes marcos a Edi o de uma nova Constitui o em 1967 nominalmente editada por representa o popular e que consagra os marcos institucionais do regime autocr tico b Produ o ao longo do per odo 1964 a 1977 de normas paraconstitucionais uma normatividade paraconstitucional que invoca a ideia de uma ditadura soberana a produ o incessante de um poder constituinte investido de 1 Mestre em Criminologia
130. a Fam lia Benef cio de Presta o Continuada cesta b sica vale transporte ou outro Sobre a quest o do trabalho 3650 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 registrou se que a maior parte das pessoas em situa o de rua possui uma ocupa o ou um trabalho sendo que 72 afirmam que exercem alguma atividade remunerada a maior parcela 28 catadora de materiais recicl veis A atua o como flanelinha guardadores de carro carregador na constru o civil e no setor de limpeza s o outros tipos de trabalho mais citados Chegou se conclus o de que a popula o em situa o de rua n o composta por mendigos e pedintes O CNDDH ressalta que com rela o PSR no Brasil entende se ser dif cil apontar um n mero total Segundo a pesquisa do MDS feita em 71 munic pios com mais de 300 mil habitantes exceto as capitais de S o Paulo Recife Belo Horizonte e Porto Alegre foi identificada a presen a de 31 922 pessoas adultas em situa o de rua mas o Movimento Nacional da PSR estima um n mero em torno de 150 mil pessoas em situa o de rua no Brasil O motivo pelo qual a pesquisa excluiu as capitais mencionadas que elas mesmas t m a sua pesquisa 3 CONTEXTO HIST RICO QUE PRECEDEU A CRIA O DO CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULA O EM SITUA O DE RUA E DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICL VEIS CNDDH A hist ria do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da Popul
131. a e para auxiliar a an lise do pensamento de Marx ser considerada a doutrina espanhola sobre a rela o de Marx e os Direitos Humanos assim como a obra do italiano Luigi Ferrajoli sobre os 1 Doutor em Direito Curso realizado no Instituto de Direitos Humanos da Universidade Complutense de Madrid Espanha no qual foi aluno entre outros de Gregorio Peces Barba Antonio P rez Lufio Antonio Truyol y Serra Joaqu n Ruiz Jim nez Nicol s L pez Calera Eusebio Fern ndez Jesus Gonz lez Amuchastegui T tulo revalidado nacionalmente Professor do Programa de P s Gradua o Stricto Sensu em Ci ncia Jur dica Cursos de Mestrado e Doutorado e da gradua o em Direito da Universidade do Vale do Itaja UNIVALI Itaja SC Brasil E mail mleitegarcia aterra com br 2 GONZ LEZ AMUCHASTEGUL Jesus Autonom a dignidad y ciudadan a una teor a de los derechos humanos Valencia Tirant lo Blanch 2004 p 38 3 BERLIN Isaiah Karl Marx su vida y su entorno Madrid Alianza Editorial 2000 p 27 3661 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 poderes selvagens A relev ncia da pesquisa se encontra no sentido de que ainda que Marx tenha passado hist ria como um negador dos Direitos Humanos suas cr ticas aos direitos do homem de do cidad o franc s sobretudo ap s o contexto destes marcado pelo Golpe do Termidor ser o determinantes para constru o te rica dos direitos sociais e a chamada por Norb
132. a foi ganhando espa o dentre as predile es desses jovens que recebem convites de muitos espa os para se apresentarem at mesmo fora da cidade Houve a percep o da beleza de sua cultura Segundo Luciana Adriano hoje os jovens al m de se aceitarem sabem se defender A manifesta o cultural que antes tinha como cen rio as fazendas das antigas senzalas nas quais os negros se juntavam para dialogar atrav s de cantos suas experi ncias e afli es em forma de resist ncia at os dias de hoje cumpre seu papel de socializa o dentre os moradores da Comunidade Santa Rita do Bracu e pelos anos que atravessou cumpre tamb m o papel simb lico de resist ncia valores que agora tem sido transmitido absorvidos e reproduzidos pelas gera es mais novas com todo seu peso hist rico e responsabilidade cultural Considera es finais O Quilombo Santa Rita do Bracu se caracteriza pela luta pela titula o e posse coletiva das suas terras e sua hist ria tem em seu pr prio desfecho a import ncia que o artigo 68 da Constitui o Federal tem no reconhecimento da anula o hist rica que os grupos tnicos sofreram ao longo da hist ria pol tica social e cultural do Brasil A liga o de parentesco e a transmiss o da tradi o cultural tamb m esbo am sua singularidade Para al m das quest es legais as rela es raciais travadas ao longo da hist ria se refletem mais nitidamente nesses espa os de afirma o no qual as cat
133. a inser o em outros tipos de ordem jur dica como autorregula es privadas e a ordem supranacional europeia Sobre isso cf Neves 2009 3611 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 falsas a velar a domina o econ mica e pol tica Marx Afinal parece que mesmo as grandes descri es da modernidade de que dispomos ainda hoje levaram longe demais o sentido un voco e irrefre vel que diagnosticaram na hist ria moderna como desencantamento ou como evolu o das bases econ micas que levaria exposi o crua do interesse e do poder e ao desfazimento de tudo o que s lido cf UNGER 2012 p 113 De outro lado mesmo os diagn sticos que ultrapassaram s culos n o conseguiram se livrar de sua contextualidade hist rica n o era f cil antever em que os direitos humanos se transformariam enquanto constru o do direito positivo mecanismo de institucionaliza o pol tica e f rmula de express o de demandas sociais Afinal os soci logos cl ssicos escreveram em uma poca em que as declara es de direitos tinham seu sentido situado entre o moral e o pol tico e suas bases te ricas no jusnaturalismo e no contrato social n o obstante cabe explorar a hip tese aqui n o aprofundada da co originariedade e co evolu o entre a imagina o sociol gica e a imagina o constitucional ou entre as sem nticas da sociologia e do constitucionalismo Este artigo pretende justamente mapear algumas possibilidad
134. a o setor agr cola ALMEIDA 2010 p 103 Somado a isso a pr pria pol tica indigenista adotada pelo governo do presidente Lula e agora pela presidenta Dilma tem acirrado os conflitos entre os atores sociais que atuam no campo pol tico das rela es tnicas resultando no avan o da viol ncia contra a popula o Sul ARPINSUL Grande Assembl ia do povo Guarani ATY GUASS e Coordena o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COIAB Essas organiza es ind genas formais com car ter jur dico seguem um modelo branco com estatuto social assembleias gerais diretoria eleita etc Esse bloco de parlamentares institucionalmente denominado Frente Parlamentar da Agropecu ria por m popularmente conhecido como a bancada ruralista 3721 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 ind gena Trata se portanto como adverte Pacheco de Oliveira 2013 de um momento de crise causado pela maior ofensiva contra a pol tica indigenista da hist ria brasileira As agroestat gias seriam conforme Almeida 2010 as estrat gias pol ticas e pr ticas vinculadas ao agroneg cio com a finalidade de expandir seu dom nio sobre amplas extens es de terras do Brasil Elas se concretizam na esfera dos tr s poderes Judici rio Legislativo e Executivo visando enfraquecer os dispositivos constitucionais que asseguram os direitos territoriais e tnicos de povos ind genas e popula es trad
135. a obra outras fac es negadoras dos direitos surgir o como o marxismo leninismo O professor Gregorio Peces Barba que em sua obra sobre Teoria General de los Derechos Fundamentales classifica as teorias negadoras dos direitos humanos coloca o marxismo leninismo como uma teoria negadora total do conceito de direitos fundamentais e a base dessa nega o j seria aludida e teria como base o pr prio Marx original Desde a perspectiva de Marx a nega o dos direitos fundamentais se deve a que n o s o instrumentos para liberar ao homem de sua aliena o O texto chave da posi o negadora de base marxiana est em seus escritos de juventude uma vez se inicia com os Anais Franco Alem es e com o trabalho intitulado Sobre a quest o judia O homem n o foi liberado da religi o mas sim obteve liberdade de religi o N o foi liberado da propriedade mas sim obteve a liberdade de of cio Parecia lhe muito clara a perspectiva de classe de direitos do homem e do cidad o Os droit de l homme diferen a dos droits du citoyen n o passavam de direitos do membro da 26 ZIZEK Slavoj Primeiro como trag dia depois como farsa Tradu o de Maria Beatriz de Madina S o Paulo Boitempo 2011 133 p 27 PECES BARBA MARTINEZ Gregorio Curso de Derechos Fundamentales teoria general p 95 98 28 PECES BARBA MARTINEZ Gregorio Curso de Derechos Fundamentales teoria general p 96 29 MARX Karl La cuesti n judia In
136. a terapia metodol gica e epistemol gica Em alguns casos trata se problemas j notados e trabalhados pelos soci logos cl ssicos ou por seus seguidores ainda que n o se tenha obtido o sucesso necess rio em solucion los aos olhos de Luhmann e de Unger Elencando 12 problemas conceituais a serem tratados e solucionados por estes autores podemos sintetizar o eixo complementar de suas constru es te ricas como os 12 trabalhos 3612 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 de Luhmann e Unger Os obst culos s o concebidos de forma negativa isto propriamente como problemas descritivos e formas conceituais a serem refutadas por outro lado podem ser descritos positivamente como propostas de entendimento alinhadas por aqueles autores Luhmann 2012 p 6 lan a m o da ideia de obst culo epistemol gico de Bachelard 2002 pp 24 32 para criticar quatro suposi es interconectadas e mutuamente refor antes 1 de que a sociedade constitu da por pessoas reais e rela es entre pessoas 2 de que a sociedade constitu da ou ao menos integrada pelo consenso entre seres humanos pela opini o concordante e por prop sitos complementares 3 de que sociedades s o regionais s o entidades territorialmente definidas de forma que o Brasil como sociedade difere da Tail ndia e os Estados Unidos da R ssia assim como o Uruguai do Paraguai 4 de que sociedades como grupos de pessoas e enq
137. a uma das disciplinas sociais UNGER 1996 p 7 No lugar da teoria social e pol tica que doura as formas atuais de liberalismo encontradi as nos pa ses do Atl ntico Norte e da teoria do direito que pretende corrigir perifericamente o direito para encaix lo em ideais socialdemocratas insuficientes Unger 1996 pp 2 3 apresenta como pressuposto operativo indispens vel para a ci ncia social a inclus o de fen menos reais em um campo maior de oportunidades n o aproveitadas o exerc cio do mapeamento e cr tica das alternativas institucionais 2 12 Indetermina o institucional dos acoplamentos estruturais Para Luhmann 2013 pp 108 15 2004 cap 10 acoplamentos estruturais s o formas de potencializar filtrar e canalizar a irrita o entre os sistemas dos acoplamentos que envolvem o sistema jur dico os mais not veis s o o contrato e a propriedade como acoplamentos estruturais entre direito e economia e a constitui o como acoplamento estrutural entre pol tica e direito Trata se de formas de dois lados que valem diferentemente para cada um dos sistemas para a pol tica a constitui o um mecanismo de legitima o 3624 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 para o direito uma forma de fechamento da cadeia de valida o de um ordenamento estatal nacional Embora possibilite que uma forma valha para dois sistemas o acoplamento estrutural mant m o fechamento operacional
138. a uma introdu o no contexto do s culo XIX que viveram Marx e Engels muito interessante o trabalho do amigo de Marx ENGELS Friedrich A situa o da classe trabalhadora na Inglaterra Tradu o de B A Shumann S o Paulo Boitempo 2008 383 p 43 EYMAR Carlos Karl Marx cr tico de los derechos humanos Madrid T cnos 1987 197 p 44 EYMAR Carlos Karl Marx cr tico de los derechos humanos p 185 45 ROSANVALLON Pierre La consagraci n del ciudadano historia del sufragio universal em Francia Tradu o Ana Garcia Begua M xico Instituto Mora 1999 449 p 46 EYMAR Carlos Karl Marx cr tico de los derechos humanos p 34 47EYMAR Carlos Karl Marx cr tico de los derechos humanos p 150 48 PEREZ LUNO Antonio Enrique El puesto de Marx en la historia de los derechos humanos In PECES BARBA Gregorio FERN NDEZ GARC A Eusebio DE AS S ROIG Rafael ANSU TEGUI ROIG Fco Javier Historia de los Derechos Fundamentales Tomo III Siglo XIX Vol II Libro II La filosofia de los Derechos Humanos Madrid Dykinson 2008 p 973 1031 3672 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 recorda acertadamente a teoria das necessidades de Marx como fundamento de sua cr tica aos burgueses direitos do homem e do cidad o de 1789 Para o professor P rez Lu o n o parece l cito absolver a Marx da responsabilidade que lhe incumbe pelas contradi es e ambig idades de sua reflex o sobre os direitos humanos sobre
139. abalhistas eram pagas e as rescis es contratuais acertadas nas Juntas do Minist rio do 3700 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Trabalho Contudo alguns aspectos do per odo tornavam relativo o atendimento aos direitos trabalhistas Em primeiro lugar as rela es de emprego eram pessoais dada a proximidade da fam lia do empregador em rela o aos empregados Churrascos pescarias sistema de vila oper ria rela es de apadrinhamento e parentesco aproximavam empres rios e oper rios Em fun o da falta de servi os p blicos e da precariedade daqueles que eram ofertados pela falta de servi os de com rcio diferenciados e n o indisponibilidade de produtos diversificados as caracter sticas alimentares de sa de e educa o eram semelhantes entre as fam lias de empres rios madeireiros e operariadas Gerava se deste modo uma solidariedade pela condi es de vida Tamb m o tipo de trabalho sobretudo o de extra o da madeira nativa que ocorria a cada ano mais distante do per metro urbano dos munic pios tornava necess ria a longa jornada de trabalho com pouco ou nenhum intervalo de descanso durante o dia Em muitos casos a extra o da madeira exigia a perman ncia dos empregados na mata por diversos dias Estas caracter sticas da atividade do trabalho e suas rela es sociais fizeram com que parte dos dispositivos da legisla o trabalhista n o fosse aplicada E o oper rio principal ator sobre quem reca a
140. acional Este ato ainda concedeu ao chefe do executivo militar o poder de suprimir ou proibir a vida p blica de seus opositores decretar estado de s tio por 180 cento e oitenta dias sem a consulta do Congresso e autorizou o Chefe de governo a despedir sumariamente os funcion rios em caso de n o exerc cio de suas atividades laborais ou no caso de ser contra os ideais revolucion rios Por fim poderia ainda o Congresso Nacional sofrer interven o do Executivo e ser fechado em qualquer tempo assim como os Estados e Munic pios poderia sofrer interven o federal sem advert ncia pr via tudo em nome da seguran a nacional 3685 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Registre ainda que todas as institui es ficaram subordinadas ao Conselho de Seguran a Nacional que passaria a editar diretrizes aconselhando o Presidente sob a forma com que o Executivo militar deveria se portar perante a Na o 2 2 2 Efic cia alcan ada e reflexos no funcionamento do Supremo Tribunal Federal Como j adiantado o Ato Institucional n 2 teve o objetivo central de atacar diretamente as eventuais amea as do Supremo Tribunal Federal ao desejado xito da revolu o por parte de seus l deres As altera es no mbito do Poder Judici rio trouxeram reflexos imediatos na organiza o da Justi a seja em primeiro grau ou em segundo grau de jurisdi o com o retorno da Justi a Federal e amplia o do n mero de Desembarga
141. ade na qual a garantia dos direitos n o assegurada nem a separa o dos poderes determinada n o tem constitui o Como consabido ser a partir das chamadas revolu es liberais burguesas a ideologia liberal ser o pano de fundo das mudan as que levaram s constitui es escritas e s declara es de Direitos 12 Entre outros trabalhos do professor espanhol ver PECES BARBA Gregorio Las l neas de evoluci n de los derechos fundamentales In Curso de Derechos Fundamentales teoria general Madrid Universidad Carlos II de Madrid 1995 p 146 198 13 Segundo defini o de Maurizio Fioravanti El constitucionalismo es concebido como el conjunto de doctrinas que aproximadamente a partir del siglo XVII se han dedicado a recuperar en el horizonte de la constituci n de los modernos el aspecto del l mite y de la garant a Entre o conjunto de doutrinas estar o o liberalismo a democracia os direitos fundamentais o socialismo FIORAVANTI Maurizio Constituci n de la antig edad a nuestros d as Tradu o de Manuel Mart nez Neira Madrid Trotta 2001 p 85 14 Lo original del constitucionalismo moderno consiste en su aspiraci n a una constituci n escrita que contenga una serie de normas jur dicas org nicamente relacionadas entre ellas en oposici n a la tradici n medieval que se expresaba em leyes fundamentales consuetudin rias MATEUCCI Nicola Organizaci n del poder y liberdad Historia
142. adora Concomitantemente na Inglaterra com a Revolu o Industrial do final do s culo XVIII a burguesia passa de revolucion ria a conservadora embutindo segundo Trindade 2002 a contradi o entre liberdade e igualdade conferindo aos direitos humanos a fun o de manter se no poder Com a Revolu o Industrial criou se uma resist ncia trabalhista proporcionando a organiza o dos primeiros sindicatos O sindicalismo brit nico por exemplo que teve um dos seus momentos mais elevados na organiza o do Cartismo o movimento organizado que lutava pela Carta do Povo o qual denunciava a situa o da classe trabalhadora lutou entre outras coisas pela liberdade sindical e pelo direito de representa o parlamentar dos sindicatos Nesse contexto h o aparecimento de uma nova palavra o socialismo Este socialismo ut pico cumpria uma fun o inestim vel ao inaugurar a cr tica moral ao capitalismo proporcionando os primeiros argumentos te ricos s lutas concretas que os 3776 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 trabalhadores at ent o isolados encetavam por seus direitos humanos TRINDADE 2002 p 125 O Cartismo considerado o primeiro movimento independente da classe trabalhadora inglesa sendo a Inglaterra a pioneira na revolu o industrial e tamb m de movimentos de contesta o ao car ter explorador do novo sistema capitalista Em suma de acordo com Mondaini 2006 o Ca
143. ados pelo poder p blico distantes do per metro urbano gerou a organiza o pol tica destas periferias 3697 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Ent o foi neste contexto que o projeto de coloniza o mato grossense surgiu como alternativa pol tica ao governo militar Uma vez que frear o xodo rural se mostrava dif cil e necessitava de grande investimento p blico para altera o da situa o da vida no campo a melhor alternativa era o deslocamento populacional para uma regi o long nqua do pa s um lugar fora da cena pol tica nacional Definido o grupo populacional a ser envolvido no projeto de coloniza o o governo federal contou com o marketing das empresas para atrair as fam lias campesinas O projeto das col nias resultou do acordo entre governo federal e grupos empres rios no ramo imobili rio Exemplo disto foi a parceria que permitiu ao Grupo Sociedade Imobili ria do Noroeste Paranaense com sede em Maring PR adquirir a rea chamada Gleba Celeste e inicial a implanta o do n cleo de coloniza o no ano de 1974 500 km ao norte de Cuiab MT Naquele ano o ex rcito brasileiro realizou a abertura da mata amaz nica abrindo o trecho da Rodovia BR 163 no sentido Cuiab MT Santar m PA Ao longo desta rodovia v rios projetos de col nia foram implantados no per odo Inicialmente os projetos de n cleo de coloniza o previam a abertura da mata para a cria o de poucos bairros habitaci
144. ais de controle e fiscaliza o exerceu 3695 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 crescente press o para a altera o das rela es de produ o diminuindo a capacidade de concentra o das riquezas mediante a efetiva o da prote o e seguridade trabalhista Neste contexto economia e direito concorreram para que a sociedade local no per odo estudado transitasse de caracter sticas pr prias locais para uma similaridade com a sociedade nacional E a efetiva o dos direitos humanos atrav s do avan o de outros ramos do direito como o direito do trabalho contribui para a similaridade Esta percep o se ampara na an lise de Niklas Luhmann 1983 e 1985 Segundo Luhmann o direito representa uma parte constitutiva do sistema social com implica es que dependem da estrutura social Em uma sociedade a estrutura social estabelece forte influ ncia sobre o direito pois ela que atribui sentido ao sistema social e rela o deste sistema com o ambiente Apesar de estabelecidos os sentidos podem ser alterados no decurso de acontecimentos conscientemente vivenciados como inexor vel Deste modo h uma estreita rela o entre a estrutura e os sentidos sobretudo quando os sentidos n o s o rapidamente alterados e servem na sociedade para a determina o das estruturas Apesar da sua centralidade o direito possui uma capacidade limitada de impor premissas de sentido ao sistema social Nesta perspectiva afir
145. ais e sociais entre os indiv duos que a comp em As associa es tnicas por sua vez tem um car ter pol tico Correspondem ao desenvolvimento de um aparato institucional por parte dos membros de uma categoria tnica PINTO 2012 p 69 Enquanto que as comunidades tnicas representam a organiza o mais formalizada da etnicidade Al m de caracter sticas compartilhadas com os demais tipos formam grupos sociais com vida coletiva ligada constru o de uma territorialidade pr pria PINTO 2012 p 70 Esse territ rio seja permanente ou transit rio recebe a atribui o de um valor pr tico e simb lico A tipologia de Handelman de acordo com Pinto 2012 demonstra as diferentes formas de organiza o da etnicidade formas estas que podem coexistir competir ou combinar se no interior de um mesmo grupo Nesse sentido a APIB e as demais organiza es que a comp em podem ser pensadas ao mesmo tempo como associa es e redes de comunidades tnicas Al m disso embora haja lacunas na articula o do movimento ind gena nacional ao o compreendermos enquanto movimento social visualizamos a constru o de uma identidade coletiva que com base em Castells 1999 pode ser pensada em seu in cio como uma identidade de resist ncia e atualmente como uma identidade de projeto Por identidade de resist ncia Castells 1999 refere se aquela criada por atores que est o em condi es marginalizadas e estigmatizadas
146. al que mais contribua para a eleva o da dignidade da pessoa humana art 1 III CF j que fomenta a socializa o do homem com seus pares refina suas aptid es e voca es e propicia grande evolu o pessoal e espiritual ao ser humano Quanto dignidade da pessoa humana Jos Afonso da Silva discorre a dignidade atributo intr nseco da ess ncia da pessoa humana nico ser que compreende um valor interno superior a qualquer pre o que n o admite substitui o equivalente Assim a dignidade entranha e se confunde com a pr pria natureza do ser humano A Constitui o reconhecendo sua exist ncia e sua emin ncia transformou a num valor supremo da ordem jur dica quando a declara como um dos fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil constitu da em Estado Democr tico de Direito Se fundamento porque se constitui num valor supremo num valor fundante da Rep blica da Federa o do Pa s da Democracia e do Direito Portanto n o apenas um princ pio da ordem pol tica social econ mica e cultural Da sua natureza de valor supremo porque est na base de toda a vida nacional a dignidade da pessoa humana um valor supremo que atrai o conte do de todos os direitos fundamentais do homem desde o direito vida Nesse contexto depreende se que a preocupa o da Constitui o Federal de 1988 extirpar do ordenamento jur dico brasileiro qualquer forma de trabalho que
147. al ao explicar sua interpreta o acerca da leitura de Michel Foucault Vigiar e 2 O registro Punir apresentou a seguinte frase La soberan a no puede contar su historia da referida frase necess rio pois em sua grande maioria a hist ria da soberania fora marcada com o sangue viola es e abuso de poder e este lado da hist ria os vitoriosos ou soberanos se que assim podem ser chamados n o permitiram registrar suas atua es para que assim n o viesse existir a memoria e que seus atos n o fossem julgados no futuro Os vencedores escrevem sua hist ria e tentam apresenta la como a verdade Destarte o objetivo deste trabalho foi justamente detectar as normas de amplia o da compet ncia da Justi a Militar e do pr prio Poder Executivo autocr tico com a consequente limita o de garantias constitucionais e legais sob a justificativa de se manter a Seguran a Nacional Para lograr xito na investiga o efetuada foi realizado um exame dos efeitos do regime militar no mbito do Poder Judici rio com a apresenta o dos principais atos institucionais promulgados pelo Executivo militar de 1964 a 1969 e a an lise da efic cia prima facie e a efic cia alcan ada em cada ato assim como o estudo de algumas decis es do Supremo Tribunal Federal Neste ponto do trabalho necess rio reconhecer que a maior parte das viola es aos direitos constitucionais foram feitas utilizando se do pretexto de prote o da
148. al del derecho Barcelona Editorial Ariel S A 1994 p 62 Citado por SILVA Alexandre Garrido da Teoria do Discurso Construtivismo Filos fico e Raz o Pr tica VIRTU Revista Virtual de Filosofia Jur dica e Teoria Constitucional www direitop blico com br Salvador BA n mero 2 2008 pp 2 3 MAIA Ant nio Cavalcanti Direitos humanos e a teoria do discurso do direito e da democracia In MELLO Celso D de A TORRES Ricardo L Orgs Arquivos de Direitos Humanos Rio de Janeiro Editora Renovar 2000 v 2 p 05 Citado por SILVA 2008 p 3 Ibidem p 144 HABERMAS J rgen Direito e Democracia entre facticidade e validade vol Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1997 p 141 Ibidem p 128 3714 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 legitimamente rela es interpessoais e coordenar entre si a es servindo se de normas justificadas Como poss vel solucionar consensualmente conflitos de a o na base de regras e princ pios normativos reconhecidos intersubjetivamente Os direitos constitucionais positivados que se revestem de legalidade e ao mesmo tempo permitem o cumprimento de exig ncias de legitimidade e justifica o s o aqueles que garantem os denominados direitos fundamentais ou Direitos Humanos Para Habermas a id ia dos direitos humanos e a da soberania do povo determinam at hoje a autocomprens o normativa de Estados de direito n35 dem
149. alhistas A Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 promulgada no contexto do final do S culo XX na esteira dos movimentos em prol do direito ao trabalho deu especial aten o mat ria13 Assim no artigo 1 inciso IV reconhecendo a import ncia do trabalho para garantia da subsist ncia do ser humano elencou como um dos fundamentos do Estado Democr tico brasileiro os valores sociais do trabalho superando assim o cen rio no qual o trabalho era considerado como san o e n o como um direito Ainda na mesma esteira resguardando o direito ao trabalho categoriza o o legislador constituinte em seu artigo 6 consagrando o com um direito social ao estabelecer S o direitos sociais a educa o a sa de a alimenta o o trabalho a moradia o lazer a seguran a a previd ncia social a prote o maternidade e inf ncia a assist ncia aos desamparados na forma desta Constitui o Jos Afonso da Silva conceitua direitos sociais como dimens o dos direitos fundamentais do homem s o presta es positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente enunciadas em normas constitucionais que possibilitam melhores condi es de vida aos mais fracos direitos que tendem a realizar a igualiza o de situa es sociais desiguais S o portanto direitos que se ligam com direito de 1 SIQUEIRA Thiago Barros de A prote o da idade avan ada no Regime Geral de Previd ncia So
150. am presentes mais de 200 lideran as de 31 diferentes etnias que durante 07 dias acamparam na Esplanada dos Minist rios Esse evento corresponde ao primeiro Acampamento Terra Livre ATL assim denominado em refer ncia Assembleia do Conselho Ind gena de Roraima que mesmo antes do decreto de homologa o proclamou Raposa Serra do Sol como Terra Livre Ali reunidas as lideran as reivindicavam a desintrus o prote o do territ rio processos de demarca o e homologa o nesse momento em que seus direitos constitucionais s o amea ados por uma frente anti fndigena formada por parlamentares de todos os partidos HECK NAVARRO 2004 Desde ent o o Acampamento Terra Livre realizado anualmente em Bras lia com exce o da edi o do ano de 2012 que ocorreu durante a C pula dos Povos evento paralelo confer ncia Rio 20 na cidade do Rio de Janeiro Durante a segunda edi o do Acampamento Terra Livre em 2005 estiveram presentes mais de 800 lideran as de 89 etnias das mais diversas regi es Nessa ocasi o decidiu se pela extin o do CAPOIB que j se encontrava desarticulado h alguns anos e pela cria o de uma nova articula o do movimento ind gena em mbito nacional a Articula o dos Povos Ind genas do Brasil APIB A APIB foi fundada sob o intuito de tornar vis vel a situa o dos direitos ind genas e reivindicar do Estado brasileiro o atendimento das demandas e reivindica es dos
151. ambridge Cambridge University Press 2011 T NNIES Ferdinand Community and civil society Cambridge Cambridge University Press 2001 UNGER Roberto Mangabeira A ambi o da pol tica entrevista a Andr Singer originalmente publicada na Folha de S o Paulo 16 set 2001 In TEIXEIRA Carlos S vio G Org Encontros Roberto Mangabeira Unger Rio de Janeiro Azougue 2012 pp 108 117 The self awakened pragmatism unbound Cambridge MA London Harvard University Press 2007 False necessity anti necessitarian social theory in the service of radical democracy 2 ed Cambridge Cambridge University Press 2001 Democracy realized the progressive alternative London New York Verso 1998 What should legal analysis become London New York Verso 1996 Social theory its situation and task Cambridge Cambridge University Press 1987 Passion an essay on personality New York Free Press 1984 The Critical Legal Studies Movement Cambridge MA London Harvard University Press 1983 Law in modern society New York Free Press 1976 Knowledge and politics New York Free Press 1975 VERSCHRAEGEN Gert Differentiation and inclusion a neglected sociological approach to fundamental rights In MADSEN Mikael Rask VERSCHRAEGEN Gert Eds Making human rights intelligible towards a sociology of human rights Oxford Hart 2013 pp 61 80 3629 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Direit
152. amento dos marxistas e dos movimentos sociais que nele se inspiravam durou mais de um s culo at a queda do comunismo na Uni o Sovi tica e nos pa ses socialistas a ela aliados Mesmo com todas as cr ticas e posicionamentos radicais de Marx nos s culos XIX e XX a classe trabalhadora protagonizou um movimento hist rico que exigia a amplia o e universaliza o dos direitos at ent o burgueses atrav s da luta pela amplia o da cidadania isto pela amplia o dos direitos civis e pol ticos ao conjunto dos cidad os Ainda em Tosi percebe se que essas lutas foram travadas pelos exclu dos do sistema capitalista durante todo o s culo XIX e parte do s culo XX e foi inspirada pelas doutrinas socialistas reformistas que aceitaram os princ pios do Estado de Direito Dessa forma utilizando as palavras de Mondaini 2011 n o h como desvincular a conquista dos direitos civis nos s culos XVII e XVIII da luta de classes entre nobreza e burguesia e dos conflitos religiosos entre cat licos e protestantes assim como indissoci vel a rela o entre o reconhecimento dos direitos pol ticos e sociais nos s culos XIX e XX das lutas empreendidas pela classe trabalhadora contra a burguesia Segundo Tosi 2005 os direitos humanos est o inseridos num debate tico em torno dos valores e num debate pol tico sobre a sua efetiva o Sendo assim uma educa o em cidadania fundamental para a efetiva o dos dir
153. assou a ser o agroneg cio Este nasceu j diferenciando os grupos sociais envolvidos na produ o econ mica A implanta o desta economia utilizou desde o in cio a tecnologia de sementes insumos e implementos agr colas de empresas multinacionais Deste modo o processo produtivo foi demasiadamente caro inviabilizando qualquer possibilidade da pequena produ o Esta caracter stica intensificou a concentra o de terras No agroneg cio a m o de obra distingu vel pela fixa o ou n o na rea rural da produ o Isto porque a produ o sazonal demandando maior n mero de empregados em determinados per odos do ano N o existem dados precisos sobre o n mero de fam lias que se deslocam durante os per odos das safras e entressafras mas os dados do transporte escolar em meio rural oferecem ideia de que este n mero expressivo chegando a mais d 50 da m o de obra empregada O transporte escolar de alunos de meio rural sofre altera es no decorrer do ano juntamente para atender s fam lias que transitam entre o per metro urbano e rural ou entre regi es do meio rural no decorrer do ano Por este motivo servem os dados da educa o para embasar o argumento do significativo tr nsito de fam lias empregadas pela produ o agr cola nas lavouras LORD 2008 No agroneg cio tamb m significativo o emprego tempor rio de profissionais formados em n vel superior principalmente agr nomos pelas empresas que pre
154. ausa do IBAMA Nos outros quilombos as pessoas vivem de pesca e planta o quase ningu m trabalha fora A segrega o entre os membros da comunidade em virtude da proibi o da comercializa o acaba refletindo nas rela es interpessoais e gerando problemas na comunica o entre eles O presidente da associa o alega que eu quando fa o as coisas ponho cartaz at l na pista pra todo mundo ficar sabendo O quilombo tem direito a ter algu m da comunidade na Universidade do Rio mas s quem est estudando o pessoal da diretoria deles referindo se equipe da ARQUISABRA Quando perguntado sobre o que ele achava ter sua comunidade com uma identidade quilombola Isso aqui nunca foi quilombo existem muitas terras que moravam escravos e nem por isso quilombo segundo ele a raz o da comunidade se identificar assim porque entra muito dinheiro e mais f cil de ganhar as coisas Quest o racial e identidade quilombola O outro problema enfrentado pela ARQUISABRA foi a quest o racial somada a identidade de remanescente de quilombo um racismo que interfere mais diretamente na vis o dos jovens sobre si mesmos e que se reflete nas rela es sociais externas ao quilombo A identifica o com um grupo tnico que tem sua viv ncia distinta da hegemonia social coloca o indiv duo numa sensa o de constrangimento em exposi o Para tanto desconsidera se o pertencimento a uma categoria e alimenta se
155. autoatribui o coletiva de remanescente de quilombo declarada nas Atas de reuni es realizadas pelos moradores e a partir de relatos cient ficos sobre a hist ria da forma o da comunidade o Laudo Antropol gico Essa a primeira etapa para o processo de titula o e para que essas documenta es sejam emitidas necess ria a representatividade da comunidade atrav s de uma Associa o de Moradores Vale ressaltar que os remanescentes de quilombos n o s o grupos homog neos ou isolados do meio social mais amplo no campo antropol gico a defini o de grupos tnicos no qual se enquadram embasada na defini o dada por Barth que compreende os grupos tnicos como categorias atributivas e identificadoras empregadas pelos pr prios atores consequentemente tem como caracter stica organizar as intera es entre as pessoas Deste modo podem se destacar as nfases feitas por Barth quanto express o grupo tnico enquanto uma popula o que em grande medida de autoperpetua do ponto de vista biol gico compartilha valores culturais fundamentais realizados de modo patentemente unit rio em determinadas formas culturais constitui um campo de comunica o e intera o tem um conjunto de membros que se identificam e s o identificados por outros como constituindo uma categoria que pode ser distinguida de outras categorias da mesma ordem 2 Considerado historicamente um espa o de afirma o da identidade as comunidade
156. berl ndia Uberl ndia 2011 BUTLER Judith O parentesco sempre tido como heterossexual Cadernos Pagu n 21 p 219 260 2003a A fil sofa que rejeita classifica es entrevista Revista Cult S o Paulo n 185 dez 2013 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia Senado Federal 1988 Lei 8 069 1990 Estatuto da Crian a e do Adolescente 3647 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Lei 12 955 2014 Acrescenta 9 ao art 47 da Lei n 8 069 1990 Estatuto da Crian a e do Adolescente Conselho Nacional de Justi a Cadastro Nacional de Ado o Palestra Dispon vel a partir de lt http tisp nucleomedia com br gt Acesso em 20 01 2014 Conselho Nacional de Justi a Aumenta n mero de adotantes indiferentes a ra a de crian as Not cias 03 01 2013 Dispon vel a partir de lt http www cnj jus br gt Acesso em 20 01 2014 Conselho Nacional de Justi a Cadastro Nacional de Ado o Lan ado em Pernambuco Dispon vel a partir de lt http www cnj jus br gt Acesso em 20 01 2014 BORDALLO Gaudino Augusto Coelho Ado o In MACIEL K tia Regina Ferreira Lobo Andrade coord Curso de Direito da Crian a e do Adolescente aspectos te ricos e pr ticos 6 ed S o Paulo Saraiva 2013 CORREA Sonia Cruzando a linha vermelha quest es n o resolvidas no debate sobre direitos sexuais Horizontes antropol gicos Porto Alegre v 12 n 26 dez 2006
157. bjetivo do artigo considerou que a sociedade local formada com a cria o dos n cleos de coloniza o na Amaz nia Mato grossense possui caracter sticas pr prias e nicas diferenciando se do cen rio nacional do pa s Deste modo no mesmo per odo em que nacionalmente o Brasil vivia amplia o do direito trabalhista e ambiental e deste modo normatiza o pelo Estado das rela es de produ o e econ mica na regi o da Amaz nia Mato grossense o contexto era diferente marcado pela car ncia da aplica o do direito Contudo esta situa o n o significa que a regi o estudada estivesse desvinculada do cen rio nacional do pa s mas pelo contr rio Isto porque a compreens o do contexto local somente foi poss vel quando relacionado ao per odo mais amplo da sociedade brasileira Assim as an lises fundamentais advindas da economia do direito e da sociologia permitem compreender esta regi o como estreitamente dependentes do cen rio nacional Observa se isto porque a economia baseada na extra o da madeira nativa amaz nica ocorreu at a d cada de 1990 para atender s demandas dos centros econ micos do pa s Est base foi alterada na d cada de 1990 pela press o internacional sobre o controle do desmatamento assim como pela substitui o pela madeira de reflorestamento de outras regi es do pa s Ao mesmo tempo o direito do trabalho que progressivamente foi sendo implantado na regi o pela expans o dos rg os estat
158. c rd o comum internacional sobre as demandas m nimas e universais do homem a fim de evitar novas tentativas de absor o do destino humano em nome da soberania do Estado seja de um s homem de um povo ou ainda de toda a humanidade e de garantir por efeito que as vias de desenvolvimento nas quais a exist ncia humana frui a caminho da realiza o de seu destino tivessem sua efetividade minimamente garantida de comum acordo pelos Estados Dito de outro modo j antes da guerra alguns intelectuais discerniam a necessidade no p s guerra de um consenso mundial sobre os limites da atua o dos Estados e demais organiza es na dire o do progresso em rela o ao homem nas suas variadas atividades como trabalhador como cidad o como membro de uma fam lia como homem religioso Contudo como pudemos observar h in meras no es que precisam ser levantadas quando se reclama um ac rd o tal Em primeiro lugar cumpre levar em conta qual o destino do homem depois qual o estatuto da rela o do homem com a sociedade pol tica isto o grau de depend ncia entre a realiza o do destino humano e a obra em torno do bem comum pol tico Mas empreender tais esclarecimentos de car ter eminentemente teor tico esbarra em diverg ncias inexor veis devidas s diferen as culturais de mentalidade e s rivalidades entre as escolas de pensamento filos fico e pol tico Como ent o pode ser vi vel aquele ac rd o comum acima
159. ce o amparo s crian as e adolescentes carentes a integra o ao mercado de trabalho a habilita o e a reabilita o das pessoas portadoras de defici ncia e a sua integra o sociedade Para tanto cria o Fundo Municipal de Assist ncia Social FMAS instrumento de capta o gest o e aplica o de recursos Nessa luta pelos direitos paralelamente em SP e BH foi promovido o F rum Nacional de Estudo da PSR momento em que se discutiu a participa o e condi es dessas pessoas O F rum da Popula o de Rua iniciou suas atividades no ano de 1993 a partir de uma articula o entre entidades governamentais e n o governamentais com o objetivo central de elaborar pol ticas p blicas de atendimento popula o de rua de BH assim como gestar uma metodologia socioeducativa de interven o formular diretrizes b sicas para atendimento a esta popula o refletir sistematizar e divulgar a es Neste per odo foi criada tamb m a Associa o Moradia para Todos constitu da por moradores e ex moradores em situa o de rua que tem sido espa o de discuss o e luta por moradia Nasceu na Pastoral Perguntada sobre os avan os das pol ticas p blicas para a PSR a representante do F rum respondeu BELO HORIZONTE Lei Municipal n 7427 de 19 de dezembro de 1997 Disp e sobre a celebra o de parcerias entre o poder p blico e entidades da sociedade civil sem fins lucrativos para a promo o de a
160. cia que este ato institucional tem para o presente trabalho alinhado ao seu reflexo ante ao judici rio e em especial ao Supremo Tribunal Federal ser o apresentados aos dados hist ricos de grande relev ncia Ainda que o presente artigo n o inclua o estudo dos dezessete atos institucionais editados durante os 20 anos de regime ditatorial no Brasil pode se dizer que o Ato Institucional n 5 foi o instrumento jur dico de maior repress o utilizado pelos militares no combate de opositores e a grupos de esquerda sob o fundamento de prote o da seguran a nacional Por este ato institucional poss vel dizer que os militares de linha dura se consolidaram no poder e naquele momento sob o comando do Presidente Costa e Silva caindo por terra assim a abertura gradual idealizada pelo Grupo Sorbonne do qual Castello Branco fazia parte sendo denominado por alguns estudiosos de golpe dentro do golpe 19 Novamente os ideais revolucion rios foram reafirmados deixando claro que os militares da linha dura permaneciam com o objetivo de assegurar a ordem democr tica A prop sito cita se trecho do pre mbulo do Ato Institucional n 5 em que cita o pre mbulo do Ato Institucional n 1 CONSIDERANDO que a Revolu o Brasileira de 31 de mar o de 1964 teve conforme decorre dos Atos com os quais se institucionalizou fundamentos e prop sitos que visavam a dar ao Pa s um regime que atendendo s exig ncias de um sistema jur dico
161. cial S o Paulo Conceito Editorial 2011 p 29 13 Segundo T lio Augusto Tayano Afonso a Constitui o de 1934 que depois da Constitui o de 1988 foi a Constitui o que mais marcou o assunto uma vez que foi o primeiro texto constitucional a incorporar os ditos Direitos Econ micos Sociais e Culturais Tamb m estudaremos a Constitui o de 1937 que foi quem realmente instituiu o corporativismo em nosso Pa s passando posteriormente a verificar a Constitui o de 1946 Em seguida vieram a Constitui o de 1967 e sua emenda de 1969 que trouxeram algumas modifica es no que diz respeito a ordem econ mica E por fim desaguaremos na Constitui o de 1988 onde veremos o trabalho inserido no art 170 que o artigo que rege a ordem jur dica econ mica constitucional A evolu o constitucional do trabalho na ordem econ mica jur dica brasileira http Avww conpedi org br manaus arquivos anais salvador tulio augusto tayano afonso pdf 14 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 Dispon vel em http Awww planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicaocompilado htm Acesso em 17 jun 2018 3743 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 igualdade Valem como pressupostos do gozo dos direitos individuais na media em que criam condi es materiais mais prop cias ao auferimento da igualdade real o que por sua vez proporciona condi o mais compat vel com o exerc cio efet
162. cial deve tamb m reconhecer desde o pr prio Direito como ci ncia do ordenamento social e pol tico a partir da Filosofia moral que h no homem um aspecto espiritual uma exig ncia de atuar desde sua interioridade din mica mbito de sua consci ncia moral cujos conte dos o Direito n o capaz de positivar n o tendo pois nenhum poder leg timo sobre a consci ncia moral pessoal O Estado tem o direito de regular a exist ncia mas n o ela toda porque n o poss vel precisar positivamente o que a pessoa na realidade ntima de seu mist rio espiritual logo o que a pessoa deve ser O direito positivo pode e se desdobra desde o direito natural diria Maritain mas incapaz de absorv lo Essa li o resultar na Declara o Universal de 1948 no princ pio fundamental da liberdade de pensamento consci ncia e religi o Diante da dignidade pessoal de cada homem o Estado nem rg o algum tem o direito de regular a f e os valores de qualquer pessoa quaisquer que eles sejam conformes pois a essa dignidade pessoal Pode legitimamente em determinadas circunst ncias excessivas at punir algu m por eventuais efeitos concretos resultantes de sua f e de seus valores Mas ainda que justamente culpado e preso n o poder jamais o Estado nem rg o algum obrigar essa pessoa nesse caso hipot tico a pensar desta ou daquela maneira a deixar sua religi o a prescindir de seus valores Assim sendo devem os Estados
163. cide com a extin o do Banco Nacional da Habita o BNH em 1986 A Pol tica Nacional para Habita o PNH de 1996 se prop s a oferecer s popula es Atua h cerca de dez anos em todo pa s organizando a popula o de rua O MNCR tem como pr tica a democracia direta na qual os espa os deliberativos do movimento s o as bases org nicas e os comit s regionais Cada Comit Regional indica dois representantes para a Coordena o Estadual que por sua vez indica dois delegados para a Comiss o Nacional Para a execu o de tarefas em n vel Nacional criou se a Equipe de Articula o Nacional sua tarefa agilizar a execu o de a es e articula es criando um la o Nacional entre o movimento A equipe composta por 5 catadores das regi es Sul Sudeste Centro Oeste e Nordeste Para fazer parte de qualquer inst ncia do movimento o catador ou catadora t m de estar ligado a a uma base org nica do movimento e a um comit regional 3656 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 condi es de aquisi o de habita es por m essa pol tica n o atendeu queles que recebem at tr s sal rios m nimos A partir de 2002 a amplia o da PNH contribuiu para a aprova o da Lei n 11 124 05 que criou o Subsistema de Habita o de Interesse Social SHIS e o Fundo Nacional de Habita o de Interesse Social FNHIS em 2005 o que ampliou o escopo de atua o dos Programas Habitacionais do Minist rio das
164. cionalidade dos instrumentos jur dicos utilizados para tanto De igual forma foi poss vel evidenciar tr s fatores decisivos para o surgimento do atrito entre o Executivo militar e o Poder Judici rio a saber i o distanciamento entre os ideais da revolu o e a legisla o vigente pois ainda que o executivo tenha promulgado os atos anteriormente descritos grande parte da Constitui o de 1946 foi mantida at 1967 e as altera es legislativas n o afetaram a Lei de Seguran a Nacional e o aspecto processual penal das investiga es criminais ii implica es de ordem legal para processar e julgar eventuais crimes provenientes das cassa es de direitos e garantias uma vez que o Ato Institucional n 1 tinha o prazo de 06 seis meses para que as cassa es de cargo fun o 2 1984 p 240 3691 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 p blica e direitos pol ticos criando se assim um lapso temporal entre a vig ncia do direito aplic vel e a pris o dos presos pol ticos iii a falta de experi ncia dos respons veis pela condu o dos inqu ritos policiais militares pois na grande maioria das investiga es as provas eram inexistentes se consubstanciava mais em argumenta es ideol gicas do que ind cios da pr tica de um delito fato este que foi um dos grandes precursores para a concess o dos habeas corpus por parte do Supremo Tribunal Federal que ainda que estavam de acordo com os interesses da rev
165. co autocr tico buscando assim a preval ncia de seus interesses atrav s do devido processo legislativo diante do Congresso Nacional no entanto caso a negocia o da vota o n o fosse aceita pela Casa Legislativa ou esta se encontrasse em recesso por meio de decreto do pr prio executivo o governo militar utilizaria os atos institucionais atos complementares e decretos leis para regular seus ideias e suas pretens es legislativas Assim como descrito no final do primeiro cap tulo percebe se que por for a da mobilidade da seguran a nacional o instituto do ato institucional foi o instrumento legislativo de maior poder utilizado pelos militares sendo utilizado inclusive para modifica o da Constitui o em vigor h poca dos fatos Ao analisar a natureza jur dica do ato institucional grande parte dos juristas foram un nimes em descrever que esta figura 13 1971 p 1 22 14 2010 p 78 3681 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 normativa ostentava um grau hier rquico superior pr pria Constitui o brasileira Utilizando dos ensinamentos de Hans Kelsen e observando a pir mide do ordenamento jur dico brasileiro o ato institucional se encontrava no pice do ordenamento superior a Magna Carta No que diz respeito aos atos complementares estes s o uma figura normativa criado com o advento do Ato Institucional de n 2 em acaba por conservar a natureza legislativa tendo como objetivo complemen
166. constru o mundial reclamam primeiramente um retorno simplicidade do olhar A perspectiva daquilo que justo descoberta desde um movimento simples do cora o desde uma intui o simples da intelig ncia o resto quest o de bom senso e de coragem de experi ncia e de bondade Para dizer a verdade n o s o os princ pios e as ideias que nos faltam MARITAIN 1988 p 749 750 Bibliografia MARITAIN Jacques Oeuvres Compl tes t VII Fribourg ditions Universitaires 1988 Oeuvres Compl tes t IX Fribourg ditions Universitaires 1990 3772 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 POZZOLI Lafayette LIMA Jorge da org Presen a de Maritain Testemunhos S o Paulo LTr 2012 SANTOS Ivanaldo POZZOLI Lafayette org Direitos Humanos e Fundamentais e Doutrina Social Birigui Boreal 2012 SWEET William org Philosophical Theory and the Universal Declaration of Human Rights Ottawa Ottawa University Press 2003 Agradecimentos Funda o Universidade Federal do ABC em virtude da bolsa de estudos concedida 3773 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Direitos Humanos e Marxismo uma hist ria em conflito Brunna Carvalho Mayara Soledade Viana 1 INTRODU O Levando a cabo os ideais pregados na Declara o Universal dos Direitos Humanos proclamada pela ONU em 1948 entende se que os direitos humanos s o um conjunto de valores constru dos que devem s
167. cuesti n judia p 44 32 MARX Karl La cuesti n judia p 44 33 GONZ LEZ VICEN Felipe Teor a de la Revoluci n sistema e historia 2 ed Madrid M xico Plaza y Vald s 2010 p 48 34 ATIENZA Manuel Marx y los derechos humanos Madrid Mezquita 1983 280 p 35 ATIENZA Manuel GARCIA Marcos Leite A leitura de Karl Marx dos Direitos do Homem e do Cidad o e suas consegii ncias para a Teoria Contempor nea dos Direitos Humanos di logo entre o Prof Marcos Leite Garcia e o Prof Manuel Atienza In CRUZ Paulo M rcio Roesler Claudia Rosane Direito e argumenta o no pensamento de Manuel Atienza Rio de Janeiro L men J ris 2007 p 7 41 3670 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 cat lica ir aceitar os direitos humanos e recorda ainda que quase ningu m se lembra do Silabos e de outras enc clicas frontalmente contr rias aos direitos humanos Sem querer fazer uma defesa de Marx Atienza faz um esfor o para situar a obra de Marx em seu devido lugar uma vez que devemos ter em conta que a ideologia dos direitos humanos uma ideologia muito recente e que praticamente at a metade do s culo XX foi uma ideologia muito minorit ria N Destaca ainda o professor Atienza que as raz es de Marx para negar valor aos direitos humanos provindos das revolu es liberais burguesas eram diferentes das raz es da Igreja Cat lica As raz es de Marx eram progressistas que apontavam para o futuro en
168. da resist ncia afro brasileira na regi o Sudeste assim como o 3606 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 seu car ter de refer ncia cultural coo remanescentes do legado dos povos africanos de l ngua bantu escravizados no Brasil A atividade mais bem sucedida da ARQUISABRA foi a oficina de Jongo que era praticado pelos anci os da comunidade e agora tem sido resgatada pela gera o atual o que a torna uma das heran as culturais mais emblem ticas dos remanescentes de quilombos Coordenado por Luciana Adriano neta do senhor Jos Adriano o Jongo a oficina mais frequentada pelos jovens da comunidade e tamb m nesses espa os a dan a acompanhada de discuss o e reflex o sobre as quest es concernentes ao quilombo A ideia do resgate do Jongo foi trazida para comunidade por volta de 1994 e 1995 e nesta mesma poca come ou a ser pensada e planejada pelos futuros membros da ARQUISABRA Al m de fomentar a discuss o dentro da comunidade sobre a historicidade e sobre a import ncia que a dan a tem para a cultura quilombola o Jongo ampliou a vis o dos jovens da comunidade com rela o a sua identidade O resultado desse projeto al m da aproxima o estabelecida entre jovens e idosos e entre os jovens e a ARQUISABRA foi a disposi o para se aprofundar na cultura dos seus antepassados e perceber se como fruto de uma luta Ao longo dos anos e com a insist ncia da coordenadora em manter o projeto a dan
169. da Igreja Cat lica representado principalmente pelo pensamento pontif cio uma vez que a mesma perde seu poder ilimitado sobre a vida privada dos s ditos do Estado absoluto Tamb m considera o professor espanhol a cr tica do romanticismo e da escola hist rica a cr tica ontol gica do anti humanismo Levy Strauss e a cr tica do marxismo leninismo Al m de alguns modelos reducionistas negadores como o neoliberalismo o qual mais estragos causa na atualidade aos direitos humanos A nega o ou simples cr tica de Karl Marx sua postura frente aos direitos humanos certamente que de fundamental import ncia para o entendimento dos mesmos Al m de ser atual e de serventia para combater os exageros da atual alian a das nega es neoliberal e conservadoras que caracterizam o panorama social de s culo XXI A cr tica de Marx aos direitos do homem e do cidad o de 1789 tamb m contribuir para a forma o e concep o dos direitos humanos contempor neos N o resta d vida que os direitos humanos s o um conceito antes de tudo ideol gico a partir da modernidade e dos ideais do leviat do liberalismo do socialismo e da concep o democr tica que culmina no atual Estado Constitucional e Democr tico de Direito 2 Direitos fundamentais e suas linhas hist ricas de constru o e desenvolvimento Nas palavras do jusfil sofo italiano Luigi Ferrajoli os direitos fundamentais s o reivindica es dos mais d beis Assim comprovam o
170. da titula o teve como consequ ncia um crescimento no n mero de im veis a venda dentro da comunidade isso foi percebido em uma das idas a campo nas quais foi observado um grande n mero de casas com placas anunciando a venda Dois moradores foram entrevistados e perguntados quanto a isso Um deles foi um dos netos do senhor Jos Adriano e respondeu o seguinte os imigrantes ao saberem da titula o querem passar a casa para outras pessoas Geralmente nem conseguem vender porque quando chega algum comprador e se informa sobre a quest o da titula o logo desiste A Comunidade Santa Rita do Bracu conta com uma segunda Associa o de Moradores n o se sabe ao certo a ordem cronol gica em virtude da falta de acesso aos documentos que possibilitassem saber qual das duas associa es se formou primeiro mas o que interessa para este trabalho grifar o intuito dessa segunda associa o presidida at ent o por um senhor da comunidade que tamb m se identifica como quilombola mas se coloca contra a titula o das terras por ter interesse em vender seu terreno e se mudar Uma das atas de reuni o que ele mostrou datava do dia 22 de mar o de 2003 Segundo ele essa Associa o representada por quatorze moradores sendo apenas quatro deles imigrantes e reclama que n o pode fazer nada na rea por causa do quilombo O asfalto traria melhoria para a comunidade mas aqui a gente n o tem liberdade nem de cortar um p de pau por c
171. de cada um vedando a interfer ncia direta de crit rios pol ticos sobre o direito por exemplo Podemos reconhecer que a operacionaliza o de um acoplamento estrutural fica a cargo de institui es sejam organiza es que cruzam fronteiras sist mico funcionais sejam formas h bridas pol tico jur dicas sobre a rela o entre positiva o do direito e poder pol tico cf THORNHILL 2011 esp pp 1 19 Em qualquer caso n o h um contato direto entre os sistemas funcionais mas uma media o ou tradu o de c digos Podemos associar o conceito luhmanniano de acoplamento estrutural tese ungeriana da indetermina o institucional isto da multiplicidade de formas poss veis de organiza o da sociedade do governo democr tico e do mercado livre N o se trata de mera justaposi o acr tica de teorias mas de um passo adicional na compreens o da conting ncia e da evolu o varia o sele o e estabiliza o das estruturas sociais termo comum das teorias trabalhadas Assim a conting ncia das formas constitucionais as formas de separa o dos poderes e garantia de direitos vislumbrada n o apenas em uma perspectiva hist rica mas tamb m no diagn stico e proposi o de modelos aptos a lidar com a complexidade contempor nea do direito e da pol tica Do lado da teoria dos sistemas destacam se os diagn sticos de tend ncias e a proposi o de constru es institucionais que s o apresentados pelas
172. des fazem das rela es de alian a e de consanguinidade sendo nesse sentido uma realidade positiva vis vel mas uma realidade simb lica e portanto constru da que expressa produzindo reproduzindo e legitimando valores que transcendem as fronteiras do grupo uma mentalidade uma maneira de situar a vida A discuss o sobre tal estatuto te rico exige o estabelecimento de um pressuposto de an lise para a penetra o na hist ria da fam lia brasileira Nesse sentido o privil gio ao conte do ideol gico uma linha interpretativa que no tema fam lia ampara o desenvolvimento de par metros aptos a abarcar a diversidade de organiza o familiar no fio condutor das mudan as ao longo do tempo O desafio que surge por conseguinte a articula o entre o real emp rico a pr tica e o real 3630 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 simb lico a ideologia de modo que a teoria deve dar conta e integrar os dados emp ricos Portanto sob o manto da linha interpretativa ideol gica no bojo da historicidade dos direitos a fam lia se traduz numa ag ncia privilegiada de constru o da subjetividade ALMEIDA 1987 p 20 que merece especial aten o como objeto de investiga o nas ci ncias humanas e sociais Tendo em vista que o Direito em raz o de seu car ter normativo tende a monopolizar os dizeres os sentidos e os significados das fam lias no interior das doutrinas jur dicas
173. descritivo que pretende Luhmann Assim que o v nculo entre ideias explicativas e program ticas na teoria social de Unger 2001 p 12 justificado por uma s rie de varia es mutuamente refor antes sobre um tema antigo e central de nossa civiliza o de que somos um infinito preso no finito O finito neste caso a s rie aberta de mundos sociais os contextos institucionais e formativos que constru mos e habitamos O infinito a personalidade tamb m um fundo incompleto e aberto de formas de colabora o pr tica e v nculo de paix o que podem unir as pessoas Central para todo o argumento de Pol tica a no o de que nenhum contexto pode ser nossa morada permanente o lugar onde podemos instituir todas as variedades de conex o pr tica ou de paix o que temos raz o em desejar Dessa perspectiva os direitos surgem como um componente da vida institucional capaz de abri la ou fech la ao experimentalismo da pol tica da economia e das formas de vida 2 9 A mudan a social nem reforma nem revolu o A possibilidade e mesmo destino hist rico da revolu o como forma de mudan a social foi defendida por Marx com base na suposi o de que a crescente depaupera o de uma classe a levaria a se constituir como uma for a pol tica capaz de substituir integralmente toda uma forma de organiza o social ou melhor um modelo de produ o A hip tese de Luhmann 2012 pp 83 99 esp pp 97 8
174. do a diverg ncia de interesses em rela o a propriedade por parte de alguns dos novos moradores fomentou alguns entraves com a Prefeitura e entre os pr prios remanescentes Enquanto alguns remanescentes queriam manter a rea com aspecto rural os imigrantes e at mesmo alguns familiares dos membros da comunidade somavam for a junto a Prefeitura na investida em revitaliza o do territ rio para torn lo mais atrativo turisticamente devido sua peculiaridade hist rica e beleza natural Isso implicava em asfaltamento das estradas de terra para facilitar a circula o de carros e ilumina o das ruas A exposi o desse processo enfrentado em geral pelas comunidades rurais retratam a grande e determinante import ncia do Artigo 68 da Constitui o Federal ao garantir a essas popula es suportes para a posse coletiva de suas terras Ap s o reconhecimento legal proposto pela Constitui o Federal e sob o reconhecimento dessa conjuntura hist rica da Comunidade de Santa Rita do Bracu a Funda o Cultural Palmares reconheceu a comunidade enquanto Remanescente de Quilombo em 1999 o processo est no INCRA A partir da os problemas enfrentados pela comunidade foram mais diretamente ligados s diverg ncias de interesses entre os moradores com rela o a titula o das terras Para al m das quest es legais o quilombo enfrenta tamb m a problem tica do preconceito racial atrelado a auto aceita o enquanto quilombola em amb
175. do Brasil o atual governo foi o que menos demarcou terras ind genas Segundo dados divulgados no s tio da Organiza o Povos Ind genas no Brasil em quase 04 anos do mandato da Presidenta Dilma apenas 09 terras ind genas foram declaradas e 11 homologadas A fim de sanar uma s rie de conflitos violentos envolvendo ind genas e produtores rurais em v rios estados brasileiros o governo federal tem discutido a possibilidade de criar um programa com recursos do Or amento da Uni o para adquirir novas terras para reservas ind genas ou ent o indenizar propriet rios rurais pela expropria o de reas demarcadas Uni o ter programa de compra de reas para reserva ind gena Jornal Valor Econ mico 22 nov 2013 Entretanto quando se cogita a possibilidade de aquisi o de novas reas para cria o de terras ind genas desconsidera se por completo o sentido que os ind genas atribuem terra Para essa popula o a terra n o apenas um meio de subsist ncia mas sim nela que se sustenta todo o seu sistema de cren as e conhecimentos Conforme as palavras de um jovem ind gena da etnia Dessana do Amazonas 3728 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Sobre as TERRAS IND GENAS a maior parte da popula o ainda desconhece o verdadeiro sentido destas duas palavras A terra n o a mesma coisa para os ind genas e para n o ind genas Para os n o ind genas a terra onde vivem um lugar igual
176. do a conceitu los como minorias no ordenamento jur dico brasileiro As justificativas de que o trabalhador dom stico presta servi os de finalidade n o lucrativa e pessoa ou fam lia no mbito residencial destas n o servem ao nosso XXV assist ncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 cinco anos de idade em creches e pr escolas XXVIII seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador sem excluir a indeniza o a que este est obrigado quando incorrer em dolo ou culpa 3752 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 entender para subsidiar o tratamento discriminat rio essa classe trabalhadora por ter car ter violador de direitos Assim necess rio se faz o reconhecimento de igualdade de direitos trabalhistas a todos os trabalhadores seja urbano ou rural seja trabalhador dom stico tamb m no mbito legal pois diante da consagra o do direito ao trabalho digno como direito social fundamental o pr prio legislador constituinte vedou qualquer forma de supress o de direitos trabalhistas Por fim conclu mos que o tratamento discriminat rio e restritivo de direitos dispensado aos empregados dom sticos no mbito constitucional foi reparado com o advento da Emenda Constitucional no 72 de 02 de abril de 2013 No entanto apesar do reconhecimento desses direitos e ter sido estabelecida a igualdade formal constitucional entre os empregados dom sticos e os
177. do ponto de vista gen tico no ser homem de cada homem submetido experi ncia do mundo contingente e hist ria Na opini o de Maritain assumir os pressupostos da tica aristot lica tomista a condi o para o conhecimento dos direitos fundamentais do homem enquanto tais ainda que n o seja a condi o nem suficiente nem desej vel para um consenso em torno a uma carta ou declara o universal em torno n o s de princ pios te ricos como veremos mas sobretudo de conclus es pr ticas 3759 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Contribui es de Maritain supera o do paradoxo mencionado Feita essa introdu o diga se desde j que n o nos importa aqui tanto fil sofo mas sim o doutrinador pr tico que foi Jacques Maritain no contexto da reda o e consolida o da Declara o Universal dos Direitos Humanos e que por isso mesmo n o vamos nos ocupar dos problemas gnoseol gicos j mencionados superficialmente Ocupar nos emos com efeito segundo nosso objetivo daqueles textos nos quais Maritain oferece uma fundamenta o filos fica dos Direitos Humanos mas somente a contento para entender como Maritain supera o paradoxo mencionado viabilizando a oportunidade de um ac rd o universal em torno a uma carta de direitos cogentes express o das exig ncias fundamentais da natureza humana Servem nos de subs dio cinco textos de Maritain a saber o op sculo Os Direitos do Homem e a Lei Na
178. dores Federais para os Tribunais Regionais Federais e o n mero de Ministros para o Superior Tribunal Militar Contudo no mbito do Supremo Tribunal Federal as modifica es n o ficaram restritas ao aumento de Ministro e o deslocamento de compet ncia dos crimes contra a seguran a nacional ao Superior Tribunal Militar na verdade ocorreu um satisfat rio n mero de mudan as contudo por quest o de did tica ser o apresentados os 06 seis de maior relev ncia A primeira altera o como j descrito na parte introdut ria foi o aumento de mais 05 cinco ministros tendo tal modifica o o escopo de diminuir a possibilidade de votos contr rios aos ideais revolucion rios j que os ministros indicados eram de confian a do Executivo militar A divis o do Supremo em composi o plen ria e em turmas de cinco ministros foi a segunda altera o promovida pelo ato institucional pois deu ensejo emenda constitucional 15 65 que alterava a Organiza o do Judici rio de forma que restou devidamente delineadas as mat rias que seriam tratadas em cada uma das turmas criados bem como as mat rias que seriam tratadas no plen rio 17 Segundo Ot vio Lucas Solano Val rio 2010 p 136 O Ato Institucional n 2 estabeleceu nova reda o para o art 94 par grafo nico da Constitui o fixando que o Tribunal funcionar em Plen rio e divido em tr s Turmas de cinco ministros cada uma Quanto compet ncia das turmas
179. durante o recesso judicial de 1969 em 16 de janeiro daquele ano se n o bastasse as interven es j efetuadas atrav s dos atos institucionais proferiu um decreto incluindo na lista dos cassados o nome de tr s ministros do Supremo em exerc cio Evandro Lins e Silva Hermes Lima e Vitor Nunes Leal sendo aposentados compulsoriamente pelo Executivo militar Em 18 de janeiro do mesmo ano atrav s de um ato de solidariedade o Presidente do Supremo a poca dos fatos Gon alves de Oliveira pediu exonera o e aposentadoria de igual forma Lafayett de Andrada por motivos n o relacionadas com o regime militar tamb m pediu a sua aposentadoria deixando apenas 11 Ministros em exerc cio em 1969 Feita esta exposi o inicial pela an lise das decis es do Supremo posteriormente ao Ato Institucional n 5 percebe se que seu entendimento se manteve inalterado no sentido de reconhecer sua incompet ncia para julgar diretamente casos j decididos por ju zes de primeira inst ncia RE 63 151 y RE 63 090 V rios foram os julgados em que as ordens foram denegadas tendo como fundamento o artigo 10 do Ato Institucional n 5 HC 46 861 y HC 46 803 motivo pelo qual as maiores viola es de direitos fundamentais ocorreram durante a vig ncia deste ato Assim mesmo quando o Supremo se deparava com algum dos casos em que havia constru do a sua jurisprud ncia durante o Ato Institucional n 2 at o n 5 ainda assim n o se encontrava pre
180. e Jovens e Adultos EJA segundo informa es consultadas no site da escola A Professora Elisa diretora da escola urea Pires da Gama nos anos 1990 foi entrevistada a fim de expor como se dava a rela o entre a comunidade e a escola na poca em que a dirigia A professora Elisa foi uma figura emblem tica para comunidade no que diz respeito rela o com a escola por sua rela o de amizade com seus moradores e devido aos seus trabalhos que valorizavam a hist ria da comunidade enquanto territ rio quilombola fazendo deste tema a base de seu projeto pol tico pedag gico A ex diretora aproveitou o fato de ter em sua equipe de funcion rios moradores do quilombo e usou isso como ponte para se chegar comunidade ela promovia espa os festivos para que a comunidade pudesse sempre estar em contato com a escola diz ela em entrevista N s estamos frente da escola porque a gente tinha te Artigo 26 Nos estabelecimentos de ensino fundamental e m dio oficiais e particulares torna se obrigat rio o ensino sobre Hist ria e Cultura Afro Brasileira 3605 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 um conhecimento mas n o desprezava o conhecimento da comunidade ent o isso fez com que eles sentissem que o local era aquele de conversar de entrar de dar opini o A gente j teve v rios embates com pessoas da comunidade mas quando elas n o conheciam a escola A partir do momento que elas entraram para o conselho da
181. e Sociologia Jur dico Penal pela Universidade de Barcelona UB Advogado e Professor da gradua o e p s gradua o em Direito da Faculdade Polit cnica de Uberl ndia MG E mail prof moacir fougmail com Acad mica do 6 Per odo do Curso de Direito da ESAMC Uberl ndia MG E mail carolzinha caroldias gmail com 3676 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 fun es pela soberania popular n o representativa e c as normas paraconstitucionales eram editadas sob a forma de ato institucional que foi o instrumento legislativo de maior poder empregado pelos militares poca dos fatos sendo utilizado inclusive para fins de modifica o da Constitui o em vigor segundo o pensamento Kelseniano gozariam estes de uma maior hierarquia inclusive sob a pr pria Constitui o O objeto de estudo se centrar responder seguinte pergunta Como influiu a promulga o de normas autorit rias constitucionais e paraconstitucionales durante o Regime Ditatorial brasileiro na viola o de direitos e garantias fundamentais individuais sob a fundamenta o ideol gica da prote o da seguran a nacional e da cria o de um estado de exce o Por certo que a amplia o de compet ncias se fez com a limita o do campo das liberdades fundamentais e das normas de garantias institucionais e do considerado manejo do devido processo legal Como fundamento da produ o de tais normas sempre houve a invoca o de um poder c
182. e a presen a do Estado no local O tema da prote o ao meio ambiente apesar de estreitamente relacionada no o de direitos humanos atual n o foi objeto deste estudo Em termos metodol gicos para sua realiza o este estudo foi dividido em tr s etapas A primeira foi a elabora o do quadro te rico referencial que permitiu a an lise da realidade em termos macro e tamb m estabeleceu os procedimentos pelos quais os conceitos te ricos foram observados criticamente na realidade trata se da instrumentaliza o dos conceitos A segunda etapa do estudo foi a coleta de dados sobre a realidade estudada Nesta etapa foram realizadas entrevistas com ju zes promotores advogados trabalhistas empres rios que atuaram no segmento da extra o de madeira nativa entre as d cadas de 1970 e 1990 na regi o foram entrevistados ex funcion rios das empresas madeireiras e foram entrevistados gestores p blicos do per odo Tamb m nesta etapa foi analisado o hist rico de cria o dos munic pios na regi o norte do Estado do Mato Grosso Com o referencial te rico e os dados coletados o estudo teve a terceira etapa A terceira etapa do estudo foi identificar correla es entre as condi es do trabalho a economia baseada na extra o da madeira nativa bem como os limites da efetiva o dos princ pios dos direitos humanos em elabora o nacional e global no per odo A an lise das rela es entre fatores que pudessem responder ao o
183. e de conhecer regras morais fundamentais por um exerc cio racional ou por um refluxo sentimental como se a realidade do ser homem que o subs dio fundamental do conhecimento da ordem e finalidade propriamente humanas das quais resultam exig ncias ao modo de direitos fosse uma abstra o O caminho para um ac rd o universal sobre os Direitos Humanos na dire o da supera o do paradoxo justifica es indispens veis versus diverg ncias te ricas inexor veis h de ser percorrido segundo uma raz o prudencial e n o segundo uma raz o matem tica ou segundo uma imagina o sentimental cujos pressupostos por si mesmo inviabilzam a no o de universalidade pois segundo a primeira escola hip tese todos esses direitos haveriam de ser autoevidentes e eles n o s o haja vistas que n o s o apenas princ pios te ricos mas conclus es pr ticas J segundo a segunda escola de pensamento tais direitos seriam relativos o que seria uma afirma o muito controversa Por desprezar o peso das circunst ncias e por efeito a virtude da prud ncia como h bito intelectual tais doutrinas poss veis dos Direitos Humanos seriam o exatamente o oposto de humanista pois julgariam ser o Direito um conjunto de axiomas matem ticos ou uma fantasia da imagina o sentimental de pequenos deuses ou anjos mas n o a institucionaliza o hist rica de uma racionalidade pr tica no seio de uma sociedade racionalidade radicada ultimamente
184. e fontes da mesma natureza Conforme os dados encontrados nos arquivos pesquisados em especial nas informa es dos arquivos do CNDDH pretendeu se obter uma generaliza o para demonstra o das condi es da popula o em situa o de rua ao longo dos ltimos vinte anos aproximadamente em especial uma amostra de capitais brasileiras dentre elas Belo Horizonte de forma mais direta 3649 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Pelas an lises pretende se contribuir com a rediscuss o de legisla es e pol ticas governamentais que tenham como foco grupos populacionais de extrema exclus o no caso a popula o em situa o de rua e as organiza es governamentais e sociais que se incumbem dessa tutela 2 O CENTRO NACIONAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA POPULA O EM SITUA O DE RUA E DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICL VEIS CNDDH O Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da Popula o em Situa o de Rua e dos Catadores de Material Recicl vel um centro nacional com sete unidades n cleos de atendimento local Curitiba PR Rio de Janeiro RJ S o Paulo SP Bras lia DF Salvador BA Fortaleza CE e Belo Horizonte O CNDDH em Belo Horizonte atua tamb m como N cleo de atendimento apesar de n o estar previsto em suas atribui es legais As atribui es do Centro contemplam medidas que primam por divulgar e incentivar a cria o de servi os programas e canais de comunica o para den
185. e fundamentam seu pensamento n o conseguem adentrar na ess ncia da emancipa o pol tica Marx acrescenta ainda que o equ voco central da cr tica de Bauer se d pelo fato do mesmo n o investigar a rela o entre emancipa o pol tica e emancipa o humana Mesmo havendo a emancipa o pol tica a religi o continuar a existir Para isso Marx usa o exemplo dos Estados Unidos da Am rica onde o Estado existe separado da religi o mas o povo permanece com as suas fervorosas cren as religiosas Com esse fato conclui se que a exist ncia da religi o n o se op e efetividade do Estado Prossegue Marx 1844 p 38 A emancipa o pol tica da religi o n o a emancipa o da religi o de modo radical e isento de contradi es porque a emancipa o pol tica n o o modo radical e isento de contradi es da emancipa o humana O mesmo ocorre com a propriedade privada 3778 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Acrescenta Marco Mondaini 2013 p 28 O problema da democracia conquistada por meio de emancipa o pol tica estaria no fato de manter o homem como um ser alienado j que a emancipa o do Estado pol tico em rela o religi o ou propriedade n o acarreta a emancipa o do homem real em rela o a estas duas que s o mantidas em p no interior da sociedade civil burguesa Marx d prosseguimento ao seu pensamento colocando que a contradi o entre o homem religioso e o homem p
186. e interessavam e em muitos casos devido segrega o entre os moradores algumas fam lias n o permitiam que seus jovens frequentassem as oficinas Isso se d tamb m pelo fato da comunidade ser em sua maioria pertencente s religi es crist s como a cat lica e a evang lica o que gera preconceitos por se tratar de atividades que se remetem cultura de matriz africana como o Jongo e a Capoeira Rela o escola e comunidade Um dos mecanismos adotado pela ARQUISABRA para reverter o cen rio que coloca a identidade quilombola como uma caracter stica negativa tem sido a tentativa de aproxima o da escola que atende seus jovens e adultos A ideia levar as atividades da associa o para dentro das escolas e quebrar com os tabus criados ao longo dos anos acerca dessa identidade ao mesmo tempo que promove a valoriza o da cultura negra Um dos primeiros passos a exig ncia da aplica o da Lei 10 639 03 que torna obrigat rio o ensino sobre e hist ria e cultura afro brasileira nas escolas a ideia que se aproveitem os espa os do quilombo e sua hist ria para tornar a aprendizagem mais rica e os la es entre a escola e a comunidade mais estreitos A institui o escolar que atende aos remanescentes a Escola urea Pires da Gama que fica na fronteira da estrada Rio Santos Ela foi criada pelo decreto estadual n 1596 de 11 de setembro de 1972 Atualmente atende cerca de 1153 alunos do Ensino Fundamental e Educa o d
187. e pol tica UNGER 2001 1987 O problema central a liga o desses extremos pela institucionaliza o da participa o UNGER 2001 p 28 e pela conjuga o da capacidade negativa ao desentrincheiramento das estruturas sociais abrindo as a reformas revolucion rias que n o dependam de epis dios de crise e para revolu o UNGER 2001 caps 4 e 5 Cortando ortogonalmente o eixo vertical podemos encontrar um eixo horizontal em que se posicionam as disciplinas irm s de imagina o institucional UNGER 1996 pp 22 3 de um lado o direito de outro a economia pol tica Por meio delas poss vel repensar e redesenhar as estruturas sociais contextos formadores identificando o papel das cren as e institui es na constru o dessas estruturas mais ou menos resistentes mudan a aqui poss vel pensar sobre interesses ou ideais e pensar sobre institui es ou pr ticas transformando a rela o interna entre esses termos em oportunidade intelectual e pol tica UNGER 1996 p 23 3618 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 2 8 Descontinuidade entre a o e sistema e transcend ncia da sociedade pela pessoa Luhmann 2012 pp 40 9 e 370 1 refuta o individualismo metodol gico de Weber e Parsons propondo no lugar de uma teoria sociol gica da a o uma teoria baseada na comunica o Podemos justificar essa mudan a paradigm tica por uma descontin
188. e repress o viol ncia end mica na sociedade brasileira n o conseguem ir al m do imediatismo eleitoreiro de f cil assimila o como por exemplo penas mais severas aumento do policial ostensivo eleva o dos sistemas de vigil ncia etc Ou seja s o a es que v o de encontro aos direitos individuais Assim a situa o social brasileira referente a seguran a p blica mant m o mesmo vi s indicado por Foucault conforme visto anteriormente de clivagem nas atividades do Estado em positivas e negativas restando ao aparato policial somente as de car ter negativo Indica se a partir do exposto os seguintes encaminhamentos para uma pr xima reflex o no sentido de romper est clivagem e incompatibilidade entre direitos individuais e seguran a social O resgate e atualiza o da atividades unit rias de um Estado do Bem Estar social em seu sentido origin rio BRAGA J NIOR 2009 p 453 28 ibidem p 454 3713 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 a discuss o do conceito hodierno de Cidadania a discuss o sobre o papel da sociedade civil na elabora o de pol ticas p blicas para garantia de direitos fundamentais sem vincula o com o ordenamento jur dico ou seja fora do aparato estatal Vamos nos ater no presente trabalho uma reflex o sobre este ltimo ponto poss vel garantir direitos fundamentais fora de um ordenamento jur dico O fen meno da constitucionali
189. ecebeu a liberdade de conservar e obter propriedade O homem do modo que aparece na sociedade civil o homem ego sta definido como o homem natural e os direitos humanos expressam o direito dos interesses privados do interesse pol tico burgu s Dentro desta conjuntura os direitos humanos seriam o instrumento da emancipa o pol tica e a emancipa o humana s seria poss vel quando o homem retomasse em si o cidad o gen rico real transformando as for as individuais em for as sociais coletivas e insepar veis da for a pol tica 3780 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 3 1 A CR TICA DE MARX AOS DIREITOS HUMANOS Como foi observado o contexto social em que Karl Marx teceu sua cr tica aos direitos humanos demonstrava um per odo em que predominava a mentalidade iluminista marcado de acordo com a trajet ria tra ada pela Revolu o Industrial pela supera o do feudalismo dando lugar ao modo de produ o capitalista e pelas lutas sociais que refletiam a consolida o da burguesia e a extrema marginaliza o e car ncia das camadas populares na Europa Na perspectiva de Jos Dami o de Lima Trindade em Os direitos humanos na perspectiva de Marx e Engels emancipa o pol tica e emancipa o humana 2011 Marx ainda jovem tendo como pressuposto a sua forma o jur dica prop s se fazer um balan o cr tico dos direitos humanos da sua universalidade e do seu reputado progressismo
190. ecessidades para atingir a igualdade entre estes trabalhadores e os demais trabalhadores brasileiros vez que v rios direitos reconhecidos est o pendentes de regulamenta o Enfim buscamos analisar se sob o aspecto te rico e filos fico deve se manter tratamento diferenciado a esta classe trabalhadora em raz o dos seus pr prios elementos 3739 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 caracterizadores a finalidade n o lucrativa e o servi o prestado no mbito residencial ou se deve ser dispensada a esta minoria a igualdade de direitos trabalhistas de forma a eliminar todo e qualquer resqu cio que remonte ao per odo da escravatura 1 DIREITO AO TRABALHO Primeiramente importante esclarecer a denomina o por n s adotada para o presente t tulo Ao intitularmos direito ao trabalho nos referimos ao direito que cada pessoa tem de ter um trabalho Assim n o estamos fazendo refer ncia ao Direito do Trabalho como um dos ramos das ci ncias jur dicas n o obstante este por necessidade material vir a ser apontado em algum momento no presente estudo Todavia ressalte se que neste primeiro momento enfatizaremos o trabalho como um direito A palavra direito poliss mica pois n o se resume a um conceito nico existindo diversos entendimentos e posi es doutrin rias a respeito Miguel Reale tra a o seguinte conceito para Direito Direito significa por conseguinte tanto o ordenamento jur dico
191. economia pol tica direito organizacionais que se definem pela distin o membro n o membro ou interacionais comunica o presencial Pode se entender que o problema da autodescri o tornou se central para toda a filosofia do s culo XX ap s a virada lingu stica e suscitou diferentes elabora es por correntes como a s fenomenologia s a s hermen utica s o s construtivismo s e o s pragmatismo s Neste ponto Luhmann cf LUHMANN 2007 assume a postura de um construtivismo radical elaborado em bases cibern ticas e interdisciplinares este paradigma congregou entre outros bi logos como Humberto Maturana e Francisco Varela o antrop logo e linguista Gregory Bateson o l gico Gotthard G nther e como l der o f sico Heinz von Foester Do lado de Unger seu fundo epistemol gico constru do a partir de sua filia o ao pragmatismo de William James e John Dewey cf UNGER 2007 As bases epistemol gicas de Luhmann e 3614 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Unger s o relevantes enquanto m todo de descri o com ferramentas conceituais como forma re entrada e paradoxo e de cr tica de constru es te ricas como as das teorias do direito e da justi a cf UNGER 1996 especificamente no que diz com as dificuldades destas teorias para reconhecer e descrever o problema dos direitos Assim do lado de Luhmann podemos reconhecer os conceitos enquanto formas que conformam o meio do
192. edade de mercado e de imunidade apto a provocar o experimentalismo democr tico Palavras chave sociologia dos direitos humanos Niklas Luhmann Roberto Mangabeira Unger 1 Introdu o O campo da sociologia dos direitos humanos e ou fundamentais de recente desenvolvimento Tem se considerado MADSEN VERSCHRAEGEN 2013 p 2 VERSCHRAEGEN 2013 pp 61 2 que tal atraso na elabora o de uma perspectiva sociol gica sobre esse objeto devido posi o que os pensadores cl ssicos deram aos direitos do homem em suas constru es te ricas ora como resqu cios de um encantamento anterior ao formalismo burocr tico Weber ora como ideologia capaz de difundir imagens 1 Este trabalho apresenta sinteticamente alguns dos pressupostos e diretrizes de minha tese de doutorado em filosofia e teoria geral do direito em desenvolvimento na Faculdade de Direito da Universidade de S o Paulo USP O tema da tese Imagina o constitucional direitos humanos cultura e desenvolvimento a partir de Luhmann e Unger 2 Tratarei aqui os termos direitos humanos e direitos fundamentais indiferentemente por n o caberem delimita es te ricas e hist ricas precisas Uma das raz es para a refer ncia comum desses termos contemporaneamente se d n o apenas pela internacionaliza o dos direitos com a classifica o dos direitos fundamentais como constitucionais nacionais e dos direitos humanos como internacionais mas tamb m por su
193. ederal veio a julgar as primeiras ordens de habeas corpus p s revolu o apenas em 1 de junho de 1964 sendo julgados cinco processos quais sejam a 40 606 b 40 649 c 40 651 d 40 652 e e 40 655 em que figuravam como pacientes presos pol ticos que se encontravam segregados cautelarmente ap s o movimento militar N o obstante a situa o dos pacientes a maioria dos ministros do Supremo decidiu n o conhecer os habeas corpus sob o fundamento de que seria aquele rg o originalmente incompetente para conhecer da mat ria declinando a compet ncia para o Supremo Tribunal Militar Importe registrar aqui as exce es que se traduziam nos votos dos ministros Pedro Chaves e Villas Boas os quais entendiam pelo conhecimento dos habeas corpus argumentando que em caso de urg ncia o Supremo poderia conhecer da demanda nos termos do artigo 101 inciso letra h da Constitui o de 1946 e no m rito votaram pela concess o das ordens Este entendimento majorit rio contudo foi se alterando com o passar dos meses ao ponto de come ar o Supremo firmar posicionamento de que compet ncia para conhecer de habeas corpus em caso de pris o supostamente ilegal deveria ser fixada pelo tipo de delito cometido pelo qual o paciente se encontrasse processado como exemplo pode se citar o julgado 40 865 do Supremo Tribunal Federal Mas ao final de 1964 a postura complacente do Supremo come ou a mudar pois no julgamento do habeas corpus 4
194. egorias tnicas dependem de um esfor o maior para tomarem posse dos seus direitos O processo de titula o dos territ rios quilombolas permeia diretamente a tem tica da identidade negra e consequentemente envolve as rela es raciais estabelecidas na sociedade brasileira Desde o primeiro procedimento que o reconhecimento da no o de lugar dentro de um per odo hist rico at o momento em que a afirma o p blica dada s comunidades os remanescentes transcendem a no o de lugar diante da sociedade que tinham at o presente momento o que fica mais claro com a exposi o de Hebe Mattos A identifica o coletiva sempre processo e constru o e s pode ser entendida levando em conta contextos hist ricos e Bantu era o idioma dos grupos africanos vindo dos pa ses que hoje s o nomeados por Angola e Mo ambique foram trazidos ao Brasil pela consta do Sudeste na metade do s culo XIX 3607 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 pol ticos Tanto o sil ncio sobre a cor como tica social quanto sua reivindica o hoje como bandeira de luta s o frutos diferentes da presen a difusa do racismo na sociedade brasileira em suas complexas rela es com a mem ria do cativeiro Temos portanto o percurso por uma historicidade que mesmo fragilizada em condi es de conflitos desfavor veis se constitui em condi es hist ricas que reclama por uma unidade atrelando isso a um compromisso c
195. eia Ind gena do Alto Tapaj s AM realizada entre os dias 13 e 16 de maio de 1975 que reuni o 33 lideran as de diversas etnias BORGES 2012 Como movimento ind gena conforme a compreens o das pr prias lideran as ind genas que o constituem compreende se o conjunto de estrat gias e a es que as comunidades e as organiza es ind genas desenvolvem em defesa de seus direitos e interesses coletivos LUCIANO 2006 p 58 3719 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 N o suprimida a necessidade de uma articula o nacional dos povos ind genas em 1992 em uma assembleia da Comiss o das Organiza es Ind genas da Amaz nia Brasileira COIAB sob o acompanhamento do CIMI foi fundado o Conselho de Articula o dos Povos Ind genas do Brasil CAPOIB com sede em Bras lia cuja primeira assembleia geral aconteceu apenas em 1995 RICARDO 1991 No ano de 2000 durante as comemora es oficiais dos 500 anos de Brasil o movimento ind gena realizou a Marcha Ind gena talvez o maior protesto j protagonizado pelos ind genas na hist ria brasileira que acabou por marcar uma cis o e retrocesso no processo de constru o do movimento ind gena nacional Em abril de 2004 sob influ ncia da grande pol mica nacional que envolveu a homologa o da Terra Ind gena Raposa Serra do Sol ocorreu em Bras lia o primeiro protesto ind gena articulado nacionalmente durante o governo do Presidente Lula Estiver
196. eito e todo inteiro uma obra de beleza em raz o da arte do pintor MARITAIN 1990 p 193 A realiza o daqueles tr s planos de atua o da vida humana que mencionamos acima diz respeito a atua es tanto do homem como pessoa quanto do homem como indiv duo atua es imbricadas uma outra pelo fato do homem como j observamos ser todo inteiro indiv duo e ao mesmo tempo todo inteiro pessoa a exemplo do quadro T o imbricadas est o todas essas rela es desde a unidade din mica que o homem que cada um de n s por um lado depende da atividade laboral e por conseguinte da sociedade pol tica tanto quanto ao mesmo tempo devido sua contrapartida espiritual tende a ser melhor do que toda a sociedade pol tica e todo o bem comum muito embora para s lo necessite inexoravelmente dessa mesma sociedade bem como de igual maneira da atua o laboral Essa realidade e as distin es que foram feitas s o car ssimas ao Direito Pol tica e s demais Ci ncias Humanas Porque se levarmos em conta apenas o homem enquanto indiv duo como pr prio por exemplo do mecanicismo pol tico de Hobbes mas tamb m da ideologia marxista n o haveremos de considerar o homem sen o uma parte imanente ao todo social ou seja o homem na sua individualidade tout court ao que se seguir por consequ ncia a afirma o de que o bem do homem sempre inferior ao bem da sociedade e portanto que o homem est tota
197. eitos no intuito de promover uma forma o tico pol tica Com isso conclui se que transpor a concep o de direitos humanos e marxismo para a contemporaneidade n o uma tarefa f cil por m direitos humanos e marxismo n o s o de toda forma excludentes pois os tempos s o outros e aos direitos humanos foram integrados os direitos sociais e os direitos dos povos e da humanidade agregando novas demandas sociais sendo imprescind vel a defesa de tais direitos Mesmo que seja compromisso do Estado a implementa o de pol ticas que garantam a efetiva realiza o dos direitos para todos a sociedade civil organizada tamb m tem um papel importante na luta pela efetiva o dos mesmos atrav s dos movimentos sociais sindicatos associa es centros de defesa e de educa o e conselhos de direitos 3785 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS DUARTE M D Notas para uma cr tica marxista aos direitos humanos Dispon vel em lt http marxemmaiofiles wordpress com 2012 06 manueldiasduarte marxemmaio pdf gt Acesso em 04 de fev de 2014 MARX K Para a Quest o Judaica S o Paulo Boitempo Editorial 2010 MESZ ROS Istv n Filosofia ideologia e ci ncia social S o Paulo Boitempo Editorial 2008 MONDAINI M Direitos humanos S o Paulo Contexto 2006 Direitos humanos S o Paulo Contexto UNESCO 2008 Direitos humanos no Brasil S o Paulo Contexto UNESCO 2009
198. eja abaixo sobre o sexto obst culo epistemol gico Os direitos humanos expressam justamente a tematiza o mais ampla e simb lica dessa interdepend ncia de indiv duo e sociedade estruturando a com a refer ncia funcional espec fica ao direito como subsistema social 2 2 O consensualismo sociedade como conven o Quanto ao obst culo do consensualismo na explica o da constru o da sociedade a refer ncia de sem ntica mais evidente que se nos apresenta quando tratamos dos direitos humanos s o as teorias contratualistas cl ssicas ou recentes as quais com diferentes graus de abstra o e pretens o de enraizamento hist rico sejam assumidamente fic es ou hip teses pretendem explicar a constitui o da sociedade e a distribui o dos bens sociais 3613 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 como poderes e coisas Aqui para nosso objeto vale mais uma exorta o contra o reducionismo na explica o da institucionaliza o do poder por meio da constitucionaliza o ie o v nculo entre os direitos fundamentais e a teoria do poder constituinte e no entendimento da concretiza o dos direitos pelos Poderes constitu dos nacional ou internacionalmente Especialmente o modelo de Neves 2008 a partir de Luhmann enfatiza o dissenso estrutural em termos substantivos como contraparte do consenso procedimental constitucional j o modelo de Unger 2001 prop e uma aproxima o entre o mome
199. ela mesma fa a algum sentido Vejamo nos pois advertidos de n o esperar demais de uma Declara o internacional dos Direitos Humanos Porque o que os povos esperam hoje n o antes de tudo o testemunho da a o A fun o da linguagem foi pervertida de tal maneira mente se de tal modo sobre as palavras mais verdadeiras que as declara es mais belas e solenes n o seriam suficientes O que se reclama daqueles que subscrevem essas declara es a sua aplica o pr tica o que se quer ver s o os Estados e governos assumirem os meios de fazer respeitar efetivamente os direitos do homem Acima disso eu n o ousaria testemunhar sen o de um otimismo muito moderado Pois para acordar n o somente sobre a formula o dos direitos do homem mas sobre a organiza o do exerc cio desses direitos na exist ncia concreta seria preciso ademais um acordo sobre uma hierarquia de valores Para que os povos se entendam sobre a maneira de fazer respeitar efetivamente os direitos do homem seria preciso que eles tivessem em comum ainda que implicitamente eu n o diria uma mesma concep o especulativa mas ao menos uma mesma concep o pr tica do homem e da vida MARITAIN 1990 p 1215 3770 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Conclus o A paz que se requer para viabilizar um empreendimento comum entre os povos que contemple o homem como finalidade das trocas comerciais da ind stria e da pol tica exige um a
200. eligieux escrito em 1796 Nossa refer ncia BONALD Louis Ambroise Teor a del poder pol tico y religioso Tradu o de Juli n Morales Madrid Tecnos 1988 179 p De Bonald tamb m era um nobre como De Maistre uma vez que foi Visconde e teve seus privil gios perdidos com a Revolu o Francesa 40 HABERMAS J rgen Derecho Natural y Revoluci n 41 BOBBIO Norberto Nem com Marx nem contra Marx Tradu o Marco Antonio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2006 3671 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 muitas vezes justificada em nome de tais liberdades Chama a aten o o professor de Alicante para o fato do contexto hist rico que viveu Marx em pleno s culo XIX 2 Marx n o h sido compreendido fora do contexto de seu tempo uma vez que somente a primeira gera o dos direitos humanos estavam positivadas e que ainda n o estava positivada a segunda gera o dos direitos Marx passou a hist ria como um negador do conceito de direitos humanos mas na opini o de Atienza Marx deve tamb m ser tido como um construtor do ideal dos direitos humanos O livro do professor Atienza importante porque sua an lise feita sem preconceitos nem idolatria de Marx e com estrita voca o neutralidade reflete sobre aspectos do pensamento menos conhecidos e mais distantes do jovem Marx sobre os fundamentos de sua oposi o da concep o burguesa das liberdades Outra leitura importante da doutrina espanhola a de Carlos
201. elo Presidente da Rep blica 1 Decretado o recesso parlamentar o Poder Executivo correspondente fica autorizado a legislar em todas as mat rias e exercer as atribui es previstas nas Constitui es ou na Lei Org nica dos Munic pios grifo nosso Se questionado qual o posicionamento do Supremo Tribunal Federal acerca da validade jur dica das normas analisadas alhures em especial os Atos Institucionais perceber que desde o princ pio esse rg o judicial reconheceu a vig ncia e a validade das e Segundo Said Farhat 1996 p 58 situavam se acima da Constitui o na hierarquia das leis e foram repetidamente utilizados para emend la Seu conte do e seus efeitos eram imunes revis o judicial Hely Lopes Meirelles 1968 p 419 por seu turno aduz que o ato institucional equivale Emenda Constitucional transit ria editada em car ter e formas excepcionais modifica a Constitui o e demais normas legais que colidirem com seus dispositivos 3682 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 mesmas n o chegando a haver dentro do Plen rio nenhuma discuss o sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade destas normas Feitas estas considera es acerca da natureza jur dica validade e vig ncia dos atos institucionais atos complementares e decretos leis ser apresentada de forma bastante resumida dentre os cinco primeiros atos institucionais baixados pelo governo castrense s
202. em potencial para a expans o do agroneg cio as terras ind genas e demais terras tradicionalmente ocupadas s o vistas como obst culos para a circula o mercantil Diante disso as agroestrat gias visam remover tais obst culos e incentivar as possibilidades de compra e venda ampliando as terras dispon veis aos empreendimentos vinculados aos agroneg cios ALMEIDA 2010 p 111 Essas investidas ocorrem simultaneamente na esfera dos poderes Legislativo e Judici rio por meio de projetos de leis portarias decretos e propostas de ementas constitucionais De acordo com um levantamento detalhado realizado por Capiberibe e Bonilla 2013 existem 31 instrumentos legais em tramita o no Congresso Nacional e no setor judici rio que visam a redu o dos direitos ind genas e apenas 07 que s o a favor dessa popula o Essa discrep ncia ilustrativa da condi o de vulnerabilidade em que se encontram os povos ind genas do Brasil Contudo em decorr ncia das limita es estruturais 3722 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 desse trabalho abordarei aqui apenas as medidas legislativas que nos ltimos anos s o alvo de maior pol mica Tratam se do PL 1610 1996 que tem a finalidade de abrir as terras ind genas TI explora o mineral de interesse privado da PEC 38 1999 que prop e a transfer ncia para o Senado Federal das delibera es sobre o processo de demarca o das Tis PEC 215 2000 cujo objet
203. em sa de com foco na Popula o em Situa o de Rua no mbito do Sistema nico de Sa de s veio a ser definida em 2013 pela Resolu o n 2 27 de fevereiro Mas foi a partir de 1993 no mandato de Patrus Ananias que foi poss vel incluir esta popula o nas pol ticas p blicas reconhecendo a como sujeito de direitos pois a gest o municipal optou ao implantar a coleta seletiva na cidade estabelecer uma parceria com os catadores reconhecendo os como agentes ambientais priorit rios na execu o desta 3 Foi fundada oficialmente em 1 de maio de 1990 por catadores da regi o central da cidade com aux lio da Pastoral de Rua e de alguns movimentos sociais A Associa o re ne atualmente cerca de 200 profissionais e cooperada da Cataunidos Cooperativa de Reciclagem dos Catadores da Rede de Economia Solid ria Tendo como presidente Maria da Gra a Mar al mais conhecida como Dona Geralda a Asmare elabora a cada per odo uma nova abordagem e infraestrutura para profissionalizar os catadores de materiais recicl veis que j s o reconhecidos como uma nova categoria de trabalhadores pela Classifica o Brasileira de Ocupa o CBO Localizada na Av do Contorno 10564 Centro Belo Horizonte MG BRASIL Lei Federal n 8 080 de 19 de setembro de 1990 Disp e sobre as condi es para a promo o prote o e recupera o da sa de a organiza o e o funcionamento dos servi os correspondentes Dispon vel em h
204. entais de cada homem da sociedade civil e da comunidade internacional Diga se de passagem inclusive que Maritain reconheceu a necessidade enquanto duraram os trabalhos de reda o da Declara o de 1948 cujo anteprojeto saiu de suas m os de redigir tamb m uma carta de deveres fundamentais querendo esclarecer a import ncia da aplica o dos Direitos Humanos n o s como instrumento de regular o poder do Estado mas tamb m como meio de despertar e dirigir os homens sobre o car ter inalien vel tamb m de seus deveres ou obriga es desde que o engajamento no trabalho comum da sociedade e da civiliza o tamb m uma exig ncia necess ria para a realiza o de sua plenitude natural Mas de volta ao paradoxo dos Direitos Humanos se tais direitos s o universais por que as pessoas dentro de uma mesma na o e os povos no contexto mais amplo da civiliza o divergem sobre os mesmos Segundo Maritain justamente porque o conhecimento dos princ pios ou regras m nimas do agir moral n o se d por uma raz o racionalista por uma raz o com R mai sculo a partir ou de uma natureza com N mai sculo na qual pudessem ser encontrados axiomas inatos regras prontas e universais cuja aplica o por si mesma fosse a solu o dos problemas pol ticos a despeito das circunst ncias de cada caso O conhecimento desses direitos fundamentais que s o para Maritain como ecos da exist ncia humana cuja efetividade est imbricada
205. entre as quais se destaca o pr mio concedido pela Unesco em 1999 na categoria Ci ncia e Meio Ambiente Este o ano da Lei Federal n 8 742 de 7 de dezembro que disp e sobre a organiza o da Assist ncia Social LOAS que mais tarde em 2011 foi alterada pela Lei n 12 435 de 6 de julho que veio tamb m para regulamentar o Sistema nico de Assist ncia Social SUAS Com a aprova o desta lei o SUAS antes colocado como uma orienta o para os munic pios passa a ser de observ ncia obrigat ria para os rg os gestores bem como para aqueles que trabalham com o Direito podendo contribuir para o seu fortalecimento e para a garantia de direitos dos usu rios O sistema tem como premissa consolidar a rede de atendimento socioassistencial do pa s proporcionando prote o social fam lia maternidade inf ncia adolesc ncia velhice e as popula es em situa o de risco como a PSR bem como a habilita o e reabilita o das pessoas com defici ncia e a promo o de sua integra o vida comunit ria al m de integra o ao mercado de trabalho O Centro de Refer ncia da Popula o de Rua CRPR um exemplo O CRPR um equipamento da Prefeitura de Belo Horizonte criado em parceria com a Pastoral de Rua por meio do Or amento Participativo de 1996 para atender a PSR durante o dia com atividades BRASIL Lei n 8 742 de 7 de dezembro de 1993 Disp e sobre a organiza o
206. er assegurados a todos os seres humanos a fim de proporcionar a liberdade e garantia dos direitos dos indiv duos independente de seu car ter biol gico natural cultural ideal e econ mico material Sua luta tem um car ter universal contra a opress o e a discrimina o defendendo a igualdade e a dignidade das pessoas A Declara o foi resultado de uma s rie de lutas travadas desde as revolu es liberais burguesas dos s culos XVII e XVIII Segundo Mondaini 2006 uma conquista que pode ser bem compreendida como a universaliza o do projeto hist rico da Revolu o Francesa pela tr ade liberdade igualdade e fraternidade Entretanto o terreno sobre o qual s o erguidos os direitos humanos se apresenta como um verdadeiro campo de conflito dando forma a uma luta em torno daquilo que deve ser observado como legal pelo Estado mas tamb m como leg timo pela sociedade Direitos humanos hoje reconhecidos como direitos civis direitos pol ticos direitos sociais e direitos dos povos e da humanidade Dentro desse contexto de luta por hegemonia existente na sociedade civil no qual se estabelece um campo de conflito entende se aqui que os direitos humanos devem ser compreendidos na atualidade nos marcos do bin mio formado pelos princ pios da universalidade e indivisibilidade uma compreens o que abre espa o para a luta pela constru o de uma cidadania global A Declara o de 19
207. erto Bobbio segunda gera o dos Direitos Humanos Esses Direitos incluem a universaliza o do sufr gio liberdades como as de reuni o e de associa o direitos educa o e sa de direitos sociais como os dos trabalhadores nas rela es laborais A postura de Marx tamb m relevante para o contexto atual de crise econ mica e pol tica de retrocessos de conquistas sociais no mundo capitalista 1 Introdu o Um dos muitos temas do entorno dos direitos humanos que merecem um estudo mais aprofundado a quest o ideol gica formadora dos mesmos que principalmente contribuir para o aprimoramento e correto entendimento de sua concep o hist rica a sua atual constitucionaliza o Para dito estudo fundamental o entendimento do recha o dos direitos a partir de diversas posturas negadoras frente aos direitos humanos O professor espanhol Gregorio Peces Barba far um interessante e importante estudo sobre as teorias negadoras e reducionistas dos direitos humanos Partindo de sua concep o de que os direitos humanos s o um conceito do mundo moderno a partir das mudan as fundamentais que se dar o no per odo hist rico chamado pelo mesmo professor madrilenho de tr nsito a la Modernidad Resumidamente as nega es dos 4 Ser o professor Jesus Gonz lez Amuchastegui quem desde sua interessante obra sobre autonomia pessoal dignidade humana e cidadania que chamar a aten o para a relev ncia da constituciona
208. erve 1987 pp 14 37 MACEDO JR Ronaldo Porto Do xadrez cortesia Dworkin e a teoria do direito contempor nea S o Paulo Saraiva 2013 MADSEN Mikael Rask VERSCHRAEGEN Gert Making human rights intelligible an introduction to a sociology of human rights In ____ ___ Eds Making human rights intelligible towards a sociology of human rights Oxford Hart 2013 pp 01 24 3628 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 MICHELON JR Cl udio Fortunato Aceita o e objetividade uma compara o entre as teses de Hart e do positivismo precedente sobre a linguagem e o conhecimento do direito S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 NEVES Marcelo Transconstitucionalismo S o Paulo WMF Martins Fontes 2009 Entre T mis e Leviat uma rela o dif cil o Estado Democr tico de Direito a partir e al m de Luhmann e Habermas 2 ed S o Paulo WMF Martins Fontes 2008 TEUBNER Gunther Constitutional fragments societal constitutionalism and globalization Oxford Oxford University Press 2012 TEUBNER Gunther FISCHER LESCANO Andreas Cannibalizing epistemes will modern law protect traditional cultural expressions In GRABER Christoph BURRI NENOVA Mira Eds Intellectual property and traditional cultural expressions in a digital environment Cheltenham Edward Elgar 2008 pp 17 45 THORNHILL Chris A sociology of constitutions constitutions and State legitimacy in historical sociological perspective C
209. es de descri o e constru o dos direitos humanos a partir de dois autores o alem o Niklas Luhmann 1927 1998 e o brasileiro Roberto Mangabeira Unger n 1947 que t m como projeto te rico expl cito LUHMANN 2012 pp xi 18 UNGER 1975 pp 1 28 1976 pp 1 46 1987a pp 1 17 a elabora o de uma grande descri o da sociedade aos moldes dos cl ssicos e como alternativa s narrativas que estes nos legaram especialmente ambos tomam Marx como o grande paradigma e pretendem elaborar alternativas radicais ao marxismo UNGER 1987 pp 1 17 LUHMANN 1995 p 1987 Ambos ademais compartilham a explica o social em termos evolutivos e funcionais cf LUHMANN 2012 2013 UNGER 1987 A linha de constru o deste artigo parte de um paralelo entre de um lado dificuldades explicativas da sociologia cl ssica e propostas de compreens o avan adas por Luhmann e Unger e de outro possibilidades te ricas e program ticas de uma teoria social dos direitos humanos 2 Sociologia da sociedade e sociologia dos direitos humanos obst culos e possibilidades Ao propor projetos de reconstru o conceitual e explicativa da sociedade como objeto mais abrangente e definidor da sociologia Luhmann e Unger destacam a redefini o ou supera o de algumas explica es e m todos que correntes nos discursos sociol gicos ou n o sobre a sociedade constituem simultaneamente pressuposi es a serem exorcizadas por uma devid
210. es de direitos humanos das crian as e dos adolescentes dispon veis para a ado o atingindo os princ pios da Dignidade da Pessoa Humana CRFB 1988 e aos princ pios que prezam pela prote o integral afirmada no Estatuto da Crian a e do Adolescente ECA 1990 A planilha do Tribunal de Justi a de S o Paulo est dispon vel no s tio institucional no respectivo tribunal e est anexada a este trabalho 3636 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Surge assim a expectativa de aprofundar a tem tica da ado o e acolher a hip tese de que os embargos aos adotantes e adotados comp em uma cultura de ado o pautada nos paradigmas da heteroparentalidade e bioparentalidade Segundo Teixeira Filho 2010 pela hegemonia e naturaliza o de tais paradigmas poss vel identificar um projeto heterorreferente dos papeis sociais de g nero que irradia seus significados para a ado o seja quando se projeta em um discurso de embargo homoparentalidade seja quando se preenche uma planilha de pretens o ado o segundo o par metro da crian a socialmente idealizada A partir dessas considera es buscamos investigar os termos do debate em que se instala o perfil desejado pelos pretendentes ado o nos tribunais de Justi a dos estados Os dados de tais planilhas s o periodicamente reunidos nas estat sticas do Cadastro Nacional de Ado o e oferecem um quadro nacional sobre os marcos identit rios na cul
211. es e pr escolas XXVI reconhecimento das conven es e acordos coletivos de trabalho XXVII prote o em face da automa o na forma da lei XXVIII seguro contra acidentes de trabalho XXIX a o quanto aos cr ditos resultantes das rela es de trabalho XXX proibi o de diferen a de sal rios de exerc cio de fun es e de crit rio de admiss o por motivo de sexo idade cor ou estado civil XXXI proibi o de qualquer discrimina o no tocante a sal rio e crit rios de admiss o do trabalhador portador de defici ncia XXXII proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos XXXIII proibi o de trabalho noturno perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos salvo na condi o de aprendiz a partir de quatorze anos XXXIV igualdade de direitos entre o trabalhador com v nculo empregat cio permanente e o trabalhador avulso BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Dispon vel em http Awww planalto gov br ccivil 03 constituicao constituicao htm Acesso em 03 dez 2018 3749 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Servi o FGTS e ao seguro desemprego Ocorre que o tratamento discriminat rio estabelecido pelo legislador foi mais uma vez mantido com a edi o desta lei eis que tal lei serviu t o somente para mascarar a tutela
212. es rua Acesso em abril 2014 FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Programa P los Reprodutores de Cidadania Dispon vel em http www polosdecidadania com br o polos Acesso em 12 jan 2014 GATTI Bruna Papaizi PEREIR Potyara Orgs Projeto Renovando a Cidadania pesquisa sobre a popula o em situa o de rua do Distrito Federal Bras lia Gr fica Executiva 2011 p 14 GUSTIN Miracy Barbosa de Sousa Das necessidades humanas aos direitos ensaio de sociologia e filosofia do direito Belo Horizonte Del Rey 2009 GUSTIN Miracy Barbosa de Sousa SILVEIRA Jaqueline Passos da AMARAL Carolline Scofield Org Hist ria do Direito novos caminhos e novas vers es Belo Horizonte Mandamentos 2007 GUSTIN Miracy Barbosa de Sousa e DIAS Maria Tereza Fonseca Re pensando a pesquisa jur dica Belo Horizonte Del Rey 2013 ORGANIZA O DO AUX LIO FRATERNO Dispon vel em http www oafsp org br historia htm Acesso em fev 2014 SIM ES JUNIOR Jos Geraldo Moradores de rua S o Paulo Polis 1992 3660 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A postura de Karl Marx sobre os Direitos Humanos Marcos Leite Garcia Trabalho dedicado memoria do professor Jesus Gonz lez Amuchastegui 1959 2008 Mi gran objetivo es enriquecer las discusiones que los iusfil sofos tenemos sobre los derechos humanos y sobre el Estado social con los an lisis que polit logos co
213. es trabalhadores do exerc cio pleno dos direitos trabalhistas Na verdade destacamos ser os empregados dom sticos uma classe minorit ria porque como se disse ela n o atingiu a totalidade dos direitos trabalhistas destinados aos demais trabalhadores Tamb m se pode vislumbrar tratar se de classe minorit ria pela origem j que essa categoria tem em nosso entender uma forte conota o de servid o herdada da poca em que muitas mulheres como mucamas serviam aos senhores cuidando da limpeza de suas casas da alimenta o entre outras atribui es o que leva a admitir tratar se de uma classe sob v rios aspectos exclu da do natural conv vio social Em 26 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Miniaur lio s culo XXI escolar o minidicion rio da l ngua portuguesa 4 ed rev Ampl Rio de Janeiro Nova Fronteira 2001 p 464 3748 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 outras palavras os empregados dom sticos carregam sobre si resqu cios da escravid o Portanto s o trabalhadores que precisam do reconhecimento da sociedade para que possam exercer o direito ao trabalho digno sem qualquer forma de discrimina o e ou restri o ou at mesmo para que possam exercer o direito cidadania sem sentimento de inferioridade Nesse contexto discriminat rio de direitos seguindo as Constitui es anteriores a Constitui o Federal de 1988 estabelecia de forma expl cita no par grafo nico do artigo 727 res
214. es vendessem suas terras a baixo custo ou simplesmente as abandonaram a troco de pequenas indeniza es A dificuldade de comercializa o do plantio a fragmenta o do terreno devido distribui o entre os filhos dos herdeiros o quilombo conta com cerca de 70 fam lias e os desgastes ocorridos nos embates com as empresas imobili rias acabaram fazendo com que as terras fossem utilizadas atualmente somente para moradia A falta de aparato Legal que protegesse e orientasse os moradores de comunidades rurais contribuiu para que estes na poca fossem facilmente ludibriados pelas grandes empresas e at mesmo pela Prefeitura local Essa problem tica 3600 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 sentida pelos moradores mais antigos que em sua maioria n o puderam completar ou iniciar o processo de alfabetiza o escolar o que os tornou mais vulner veis para as investidas das imobili rias Em entrevista feita em 2012 com o senhor Jos Adriano de 86 anos o morador mais antigo da comunidade ele comenta quando perguntado sobre as terras doadas aos seus antecessores Se eu tivesse escrita n o teria perdido minhas terras a pre o de banana para as m os da gente branca Uma das consequ ncias dessas ocorr ncias foi a ida de imigrantes pessoas n o quilombolas para a comunidade que aproveitaram as ofertas de terras oferecidas na ocasi o para comprar e morar alugar ou revender Al m do choque cultural causa
215. eschi Strenzel e Bennemann 2007 p 172 poss vel refletir que se trata de uma busca cuja coer ncia depende da presun o de que n o encontramos ainda respostas afinadas aos direitos humanos ou que estas foram sonegadas e em seu lugar depositaram nos procedimentos da ado o aquelas demarcadas pelos limites das categoriza es humanas inscritas nos paradigmas da bioparentalidade e heteronormatividade Considerando o marco identit rio da idade a diverg ncia alarmante entre a idade das crian as e adolescentes aptos ado o 93 possuir idade superior a 03 anos e a prefer ncia dos habilitados a adotar 80 7 restringir a ado o s crian as com at 03 anos o Cadastro Nacional de Ado o 2010 d visibilidade denominada dupla diferen a A produ o cultural sobre a idade uma forma de marcar a identidade das pessoas na sociedade e que as diferencia Por m quando esta marca utilizada em outros contextos culturais como no caso da popula o apta para ado o como uma caracter stica que utilizada para diferenciar esta popula o este marcador identit rio produz a diferen a da diferen a A idade al m de ser uma marca que diferencia a pessoa passa a ser uma marca que diferencia aquela pessoa pelo fato de estar dentro de uma determinada popula o neste caso das crian as e adolescentes aptos ado o GUARESCHI STRENZEL BENNEMANN 2007 p 175 De outra m o o marcador identit rio
216. essoa jur dica como empregado Em um segundo momento a exig ncia legal que seja a pessoa f sica que presta o servi o presente portanto o car ter personal ssimo para a qualifica o do empregado Prossegue o legislador estabelecendo mais uma exig ncia a saber que o servi o prestado ao empregador n o seja eventual Assim extra fmos dessa norma que o servi o prestado deve ser duradouro isto constante Encontramos ainda outro elemento que caracteriza legalmente o empregado a rela o de depend ncia necess ria entre empregador e empregado assim o empregado est sob depend ncia do empregador por existir uma rela o hier rquica ou seja o empregado recebe ordens quanto execu o dos servi os prestados perfazendo assim uma rela o de sujei o ou subordina o Por fim o ltimo elemento que extra fmos o sal rio pelo servi o prestado o empregado recebe uma retribui o ou remunera o Encontramos o conceito de empregado dom stico na Lei n 5859 de 11 de dezembro de 1972 que disp e sobre a profiss o de empregado dom stico e d outras provid ncias cujo artigo 1 disp e Ao empregado dom stico assim considerado aquele que presta servi os de natureza cont nua e de finalidade n o lucrativa pessoa ou fam lia no mbito residencial destas aplica se o disposto nesta lei Pela leitura do texto legal poss vel extrairmos os liames existentes entre o empregado e empregado dom stico
217. et religieux 1796 BOVERO Michelangelo La liberdad y los derechos de libertad In BOVERO Michelangelo Coord Cu l libertad Tradu o de Ariella Aureli Sciarreta M xico Oceano 2010 p 21 46 T tulo original Quale libert 2004 COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos Direitos Humanos 5 ed Saraiva 2007 577 p ENGELS Friedrich A situa o da classe trabalhadora na Inglaterra Tradu o de B A Shumann S o Paulo Boitempo 2008 383 p T tulo original Die Lage der Arbeitenden Klasse 1845 EYMAR Carlos Karl Marx cr tico de los derechos humanos Madrid T cnos 1987 197 p FERRAJOLI Luigi Democracia y Garantismo Ed de Miguel Carbonell Madrid Trotta 2008 p 373 p FERRAJOLI Luigi Derechos y garant as la ley del m s d bil Madrid Trotta 1999 180 p FERRAJOLI Luigi Poderes selavajes la crisis de la democracia constitucional Tradu o de Perfecto Andr s Ib ez Madrid Trotta 2011 109 p T tulo original Poteri selvaggi FIORAVANTI Maurizio Constituci n de la antig edad a nuestros d as Tradu o de Manuel Mart nez Neira Madrid Trotta 2001 T tulo original Costituzione 1999 GARCIA Marcos Leite A contribui o de Christian Thomasius ao processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais In MARTEL Let cia de Campos Velho Org Estudos Contempor neos de Direitos Fundamentais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 3 26 GARCIA Marcos
218. etnicidade In Antropologia e direito temas antropol gicos para estudos jur dicos Rio de Janeiro Bras lia Contracapa Laced ABA 2012 RICARDO Carlos Quem fala em nome dos ndios In Povos Ind genas do Brasil 1987 88 89 90 S o Paulo CEDI 1991 pp 69 72 SOUZA LIMA Antonio Carlos Os povos ind genas na inven o do Brasil na luta pela constru o do respeito pluralidade In Carlos Lessa Org Enciclop dia da brasilidade auto estima em verde amarelo 1a ed Rio de Janeiro Casa da Palavra Produ o Editorial 2005 p 218 231 3735 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O TRATAMENTO DISCRIMINAT RIO E RESTRITIVO DESTINADO AOS EMPREGADOS DOM STICOS E A EMENDA CONSTITUCIONAL N 72 2013 Discriminatory and restrictive treatment for domestic employees and constitutional amendment number 72 2013 Mirian Andrade Santos Waleska Cariola Viana RESUMO Nos idos dos tempos o trabalho recebe conceitua es diversas Partindo das Escrituras Sagradas muitos interpretam o trabalho como um castigo divino posto que tenha origem em uma desobedi ncia cometida por Ad o e Eva Em outra interpreta o tamb m no Texto Sagrado o trabalho reconhecido como vital para o ser humano pois este dependente daquele para garantia da vida j que n o conta mais com um ser soberano que lhe garanta a subsist ncia Isto o ser humano precisa ter garantido o direito ao trabalho para garantir sua sobreviv ncia Por
219. eus principais aspectos e consequ ncias frente atua o do Supremo Tribunal Federal brasileiro 2 1 ATO INSTITUCIONAL N 1 2 1 1 Considera es iniciais A situa o hist rica vivenciada pelo Brasil no momento em que o Ato Institucional n 1 foi baixado era clara havia acabado de ocorrer uma revolu o e os militares e civis simpatizantes com o movimento revolucion rio haviam tomado o poder Desta forma a preocupa o inicial do executivo militar era afirmar o seu poder e regulamentar atrav s de normas os ideais revolucion rios motivo pelo qual foi editado o primeiro ato com o objetivo espec fico de legitimar a revolu o Assim percebe se que o Ato Institucional n 1 trazia a seguinte preocupa o em sua exposi o de motivos i O movimento civil e militar ocorrido em abril de 1964 foi concebido por seus membros como uma verdadeira revolu o acrescentando que esta conflagra o difere de outros movimentos armados por n o descrever os interesses e desejos de um grupo mas sim o interesse e vontade da Na o ii A revolu o se reveste no exerc cio do Poder Constituinte e se legitima por si mesma destituindo o governo anterior e constituindo um novo governo passando a editar normas jur dicas iii A revolu o apresentava a justificativa atrav s da qual deveria ser institucionalizada visando a realiza o dos objetivos revolucion rios de forma que o comando revolucion rio decidiu principalmente impedir
220. ez que os seus estudos se desenvolveu com o aux lio de t cnicos norte americanos durante v rios anos Importante ressaltar que a referida doutrina se desenvolveu de igual forma e outros pa ses da Am rica Latina tais como Chile Argentina Bol via Peru Col mbia ou seja quase toda Am rica do Sul tal manobra tinha como escopo preservar a posi o dos Estados Unidos e em especial tranquilizar o seu flanco sul Apresentada a s ntese da origem hist rica da seguran a nacional acredita se que deve ser analisada a conceitua o do instituto o que ser feito logo a seguir 1 2 CONCEITO E CARACTER STICAS DA SEGURAN A NACIONAL No in cio do presente cap tulo mencionou se que inicialmente a seguran a nacional era compreendida como seguran a da Na o mas como se sabe o termo Na o se reveste de consider vel amplitude assim buscando traduzir este instituto nos termos utilizados durante o regime autocr tico primeiramente apresenta se o artigo 86 da Constitui o de 1967 com reda o que lhe foi dada pela Emenda n 1 in verbis T da pessoa natural ou jur dica respons vel pela seguran a nacional nos limites definidos em lei Desta feita extrai se que seguran a nacional era considerada Ibidem p 9 Ibidem p 10 3679 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 a completa funcionalidade das coisas essenciais que se prendem direta ou indiretamente Coletividade Hu
221. firmou que era para evitar o uso de drogas na regi o O padre J lio Lancelotti da Pastoral do Povo da Rua afirmou que a inten o era dar a falsa impress o de que o problema n o existe Em 2007 o sucessor de Serra Gilberto Kassab PSD prosseguiu com a pol tica antimendigo instalando na pra a da Rep blica e em outros pontos da cidade bancos com um apoio de bra o no centro impedindo que qualquer pessoa se deite neles Dispon vel em http Ayww ihu unisinos br noticias 528296 prefeitura coloca estruturas qantimendigosq em viaduto Acesso em 20 fev 2014 FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Programa P los Reprodutores de Cidadania Dispon vel em http Awww polosdecidadania com br o polos Acesso em 12 jan 2014 3657 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 den ncia da media o de conflitos em favelas do combate explora o sexual de crian as e adolescentes e da luta por moradia e trabalho teve papel fundamental junto Pastoral de Rua de BH na implementa o do Estatuto da Cidade pela prefeitura de BH Belo Horizonte passou a ser refer ncia na luta pelos direitos da PSR A partir dessas discuss es de pol ticas p blicas a Pastoral do Povo da Rua discutiu com a Secretaria de Direitos Humanos da Presid ncia da Rep blica e com a Confer ncia Nacional dos Bispos do Brasil CNBB a possibilidade de implantar um Centro de Defesa dos Direitos da PSR em Belo Hori
222. gualdade e domina o Ele insiste que os valores de qualquer sistema determinado de direitos devam ser avaliados em termos das determina es concretas a que est o sujeitos os indiv duos da sociedade em causa de outra forma esses direitos se transformam em estelos da parcialidade e da explora o s quais se sup e em princ pio que se oponham em nome do interesse de todos M SZ ROS Istv n 2008 p 207 ineg vel que a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o trouxe avan os principalmente no mbito jur dico por m a sua efetiva o para toda popula o permaneceu apenas no mbito formal Nas palavras de Tosi os direitos da tradi o liberal t m seu n cleo central nos direitos de liberdade que s o essencialmente os direitos do indiv duo burgu s liberdade propriedade seguran a O papel do Estado limita se como garantidor dos direitos individuais atrav s da lei sem intervir ativamente na sua efetiva o Por isto estes direitos s o chamados de liberdade negativa porque tem como objetivo a n o interven o do Estado na esfera dos direitos individuais Os direitos humanos constitu dos na sociedade burguesa na concep o de Marx s o deslegitimados n o pela sua exist ncia em si e sim pelo contexto hist rico social em que s o originados sendo vistos como uma utopia o que demonstra a impossibilidade da efetiva o desses direitos em uma sociedade movida pela competi o e pelo
223. hist rico que deixa claro as inten es burguesas a promulga o da chamada lei Le Chapelier aprovada em 14 de junho de 1791 e que proibia classe trabalhadora de exercer seus direitos de greve de associa o sindical e de reuni o e que ficou em vigor por quase exatamente at 1887 e que teve leis similares em todos os demais pa ses europeus Outro exemplo posterior cronologicamente a situa o de quase todo s culo XIX que mant m a classe burguesa no poder a partir de sua pragm tica alian a com os nobres posteriormente queda de Napole o Bonapare em 1815 basta relembrar a restaura o da monarquia na Fran a com apoio dos burgueses e do Pacto da Santa Alian a que determinou uma posi o conservadora das pot ncias europ ias e que marcaria todo o s culo XIX alijando conquistas civilizat rias liberais e postergando o advento dos direitos sociais da democracia do sufr gio universal e da no o de solidariedade social Em nenhum momento queremos dizer que somos contr rios s liberdades consagradas na Declara o de 1789 e em todos os documentos e constitui es posteriores al m de que nem muito menos somos contr rios igualdade civil e formal em direitos e perante lei mas certamente que os sans culottes revolucion rios os trabalhadores e as classes mais baixas do chamado Terceiro Estado esperavam mais do futuro A obra de Marx Engels e dos socialistas do s culo XIX certamente serviram para chamar a aten
224. histas constitucionalmente admitidos em rela o a apenas determinada classe de trabalhadores Ou ser que pela consagra o do direito ao trabalho como direito social fundamental que tem o cond o de propiciar uma vida digna a qualquer do povo ao legislador constituinte ficaria vedada qualquer forma de supress o de direitos trabalhistas Assim a proposta do presente artigo trazer uma reflex o sobre o tratamento discriminat rio e restritivo destinado aos empregados dom sticos na Constitui o origin ria e as tend ncias ou solu es para corrigir esse status quo Para tanto o estudo ser dividido em tr s partes Na primeira parte trataremos do direito ao trabalho como direito que cada pessoa humana tem de ter um trabalho de livre escolha e igualmente protegido Nesse passo ser necess rio examinar a evolu o do conceito de trabalho na hist ria e o porqu da consagra o adotada pela Constitui o Brasileira ao elevar o trabalho como direito social fundamental Na segunda parte conceituaremos empregado e empregado dom stico sendo este uma esp cie daquele e na sequ ncia ser examinada a categoriza o do empregado dom stico como uma minoria no nosso ordenamento jur dico E na ltima parte trataremos da Emenda Constitucional no 72 de 02 de abril de 2013 que alterou significativamente os direitos constitucionais do empregado dom stico a qual se trata de uma grande conquista mas que ainda n o supre todas as n
225. i faz se necess rio recordar da fal cia dos cr ticos que dizem que as gera es de direitos humanos s o herm ticas uma vez que as liberdades de associa o e de reuni o s o direitos sociais de segunda gera o ainda que a fal cia neoliberal vigente em nosso tempo tente pass las para a primeira gera o de direitos 3667 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Peces Barba 4 Liberdade formal liberdade real e os poderes selvagens Na filosofia contempor nea quem nos d a no o de liberdade positiva e liberdade negativa na acep o que hoje entendemos certamente Isaiah Berlin Equivocadamente estas express es s o atribu das ao fil sofo alem o nascido em 1815 em Treves capital da prov ncia alem do Reno Karl Marx n o empregou explicitamente as express es liberdade positiva e liberdade negativa mas ambos conceitos na acep o contempor nea similar a de Isaiah Berlin tamb m trabalhado por Norberto Bobbio encontram se esparsas em sua obra com os r tulos de liberdade formal e de liberdade real Em seu trabalho Teses contra Feuerbach Marx sintetiza sua luta transformadora Os fil sofos se limitaram a interpretar o mundo diferentemente cabe transform lo Exatamente a cr tica de Marx aos direitos humanos parte da transforma o da liberdade formal em liberdade real em seus escritos de juventude Marx acusa a falta de condi es para que verdadeiramente todos os membros da sociedade p
226. ia conforme discorre Amauri Mascaro Nascimento Na sociedade pr industrial n o h um sistema de normas jur dicas do direito do trabalho Predominou a escravid o que fez do trabalhador simplesmente uma coisa sem possibilidade sequer de se equiparar a sujeito de direito O escravo n o tinha por sua condi o direitos trabalhistas Andr Horta Moreno Veneziano explana quanto hist ria do trabalho humano A hist ria do trabalho humano uma hist ria de terror Na escravid o e na servid o o trabalho e trabalhadores tinham pouco valor e consequentemente n o havia normas jur dicas reguladoras dessas rela es O escravo est preso corrente e o servo terra Assim a hist ria do trabalho humano marcada por anacronismos pelo n o reconhecimento do trabalho como direito e pela n o valoriza o da pessoa do trabalhador Quando ainda est vamos com voc s n s lhes ordenamos isto Se algu m n o quiser trabalhar tamb m n o coma Pois ouvimos que alguns de voc s est o ociosos n o trabalham mas andam se intrometendo na vida alheia A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu pr prio p o Quanto a voc s irm os nunca cansem de fazer o bem in B blia Sagrada nova vers o internacional Traduzido pela comiss o de tradu o da Sociedade B blica Internacional S o Paulo Ed Vida 2000 p 950 NASCIMENTO Amauri Mascaro In
227. ibert 1988 3674 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 PECES BARBA MARTINEZ Gregorio Curso de Derechos Fundamentales teoria general Madrid Universidad Carlos Ill de Madrid 1995 720 p PECES BARBA Greg rio Tr nsito a la Modernidad y Derechos Fundamentales Madrid Mezquita 1982 224 p PEREZ LUNO Antonio Enrique El puesto de Marx en la historia de los derechos humanos In PECES BARBA Gregorio FERN NDEZ GARC A Eusebio DE AS S ROIG Rafael ANSU TEGUI ROIG Fco Javier Historia de los Derechos Fundamentales Tomo IIl Siglo XIX Vol II Libro Il La filosof a de los Derechos Humanos Madrid Dykinson 2008 p 973 1031 ROSANVALLON Pierre La consagraci n del ciudadano historia del sufragio universal em Francia Tradu o Ana Garc a Begua M xico Instituto Mora 1999 449 p T tulo original Le sacre du citoyen 1992 WOLKMER Antonio Carlos O direito como humanismo social e possibilidade de emancipa o Karl Marx In Fundamentos do Humanismo no Ocidente Barueri Manole 2005 p 129 144 ZIZEK Slavoj Primeiro como trag dia depois como farsa Tradu o de Maria Beatriz de Madina S o Paulo Boitempo 2011 133 p 3675 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 ASPECTOS HIST RICOS DA DOUTRINA DE SEGURAN A NACIONAL E SUA INFLU NCIA NO MBITO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL BRASILEIRO DURANTE O REGIME AUTOCR TICO DE 1964 A 1969 Moacir Henrique J nior Ana Carolin
228. ica es sobre as estruturas da sociedade e sua mudan a e de outro o apego a formas institucionais espec ficas como se fossem as nicas vias poss veis de organiza o da sociedade da pol tica e da economia Assim quase toda a teoria social moderna repelida como permanecendo na l gica das estruturas profundas no necessitarianismo da evolu o social incontrol vel guiada por restri es tecnol gicas e organizacionais que impelem a transi o de tipos de sociedade indivis veis Na cr tica da l gica das estruturas profundas a teoria dos modos de produ o de Marx como unidades totais da vida social substitu veis de uma s vez repelida como fetichismo estrutural ao lado do fetichismo institucional do liberalismo que identifica algumas formas de democracia mercado e sociedade civil dominantes nos pa ses do Atl ntico Norte como as nicas formas institucionais poss veis para a garantia da liberdade UNGER 2001 1998 1996 p 129 Assim Unger 2001 pp 401 11 compreende a pr tica da transforma o das institui es e das rela es pessoais como um movimento de cima para baixo e de baixo para cima entendendo como forma padr o da mudan a social nem a reforma nem a revolu o mas a reforma revolucion ria Assim assume que os contextos formadores i e as estruturas sociais podem ser transformados pe a por pe a N o preciso lidar com eles na base do tome o ou deixe o nem troc
229. icia o ao direito do trabalho S o Paulo LTR 2001 p 38 11 VENEZIANO Andr Horta M Direito e processo do trabalho 6 Coordena o geral F bio Vieira Figueiredo Fernando Ferreira Castellani Marcelo Tadeu Cometti 2 ed rev e atual S o Paulo Saraiva 2009 Cole o OAB nacional Primeira fase p 2 3742 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 certo que este cen rio foi se modificando sendo que por volta do s culo XVI surgem os pequenos comerciantes artes os e corpora es de of cio que tomavam a m o de obra dos trabalhadores e aqueles que exerciam o of cio de aprendiz e em contrapresta o efetuava lhes o pagamento O s culo XVIII representa com a eclos o da Revolu o Industrial o marco que modifica o cen rio trabalhista Com o surgimento das m quinas os trabalhadores passam a lutar por prote o laboral sendo que no final do s culo XIX por meio de projeto de lei proposto pelo Chanceler Otto Von Bismarck foi aprovada na Alemanha a primeira norma a se preocupar com a integridade f sica do trabalhador Krankenversicherung a qual conforme entendimento firmado por Thiago Barros de Siqueira teve por m rito a introdu o de seguro doen a direcionado a prover a seguran a econ mica s classes trabalhadoras 12 neste contexto vai nascendo a ideia da dignidade do trabalho que passa a exigir o amparo e a prote o da pessoa do trabalhador por interm dio da garantia de direitos trab
230. icionais Essas agroestrat gias de acordo com o autor atualmente comp em as agendas de ag ncias multilaterais como o Banco Mundial Bird Fundo Monet rio Internacional FMI Organiza o Mundial do Com rcio OMC e de conglomerados financeiros apresentando se como a solu o para a propalada crise do setor de alimentos Para os estrategistas do agroneg cio o Brasil pode ser um dos principais fornecedores de alimentos j que det m a maior disponibilidade de terras agricult veis do mundo Dissemina se ent o uma vis o triunfalista do agroneg cio e do potencial agr cola do Brasil Ao mesmo tempo al m da chamada crise alimentar a perspectiva de escassez de combust veis f sseis traz a tona a demanda por biocombust veis o que por sua vez respons vel pela cont nua expans o das reas produtoras de gr os principalmente a soja e de cana de a car como ocorre por exemplo nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ambos localizados na regi o Centro oeste Essa expans o acelerada tem causado n o somente problemas ambientais como tamb m tem consequ ncias diretas sobre os processos de organiza o social e pol tica das popula es ind genas locais afetando suas pr ticas rela es e concep es econ micas cosmol gicas e territoriais Deste modo sob a perspectiva de que no Brasil a terra um bem ilimitado e permanentemente dispon vel e dessa forma qualquer rea seria uma rea
231. ideais dos livres pensadores do in cio da Modernidade contra as mazelas e os poderosos de seu tempo acima de tudo contra as arbitrariedades e os estamentos privilegiados no Estado absoluto Este seria o primeiro processo de desenvolvimento dos direitos fundamentais o processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais Todavia importante sinalizar que este um processo ainda e sempre em vig ncia uma vez que a constru o do ideal dos direitos fundamentais n o est tica e sim din mica j que os direitos fundamentais est o em constante transforma o exatamente porque as demandas e as reivindica es de novos direitos s o constantes na transforma o e complexidade da sociedade humana A positiva o dos direitos fundamentais ser o segundo processo de evolu o constru o ou desenvolvimento de tais direitos A passagem do plano das id ias para o Direito positivo Na teoria geral dos direitos fundamentais do professor Gregorio Peces Barba uma das mais importantes de suas teses consiste nas j mencionadas linhas de evolu o dos direitos linhas de constru o hist rica peces barbianas dos direitos fundamentais que s o relatadas nos seguintes processos entre os quais inclu mos didaticamente em um outro escrito um anterior por n s chamado processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais Resumidamente as linhas ou processos evolutivos dos direitos fundamentais em Peces Barba se d o em quatro
232. ientes externos comunidade Associa o de Moradores ARQUISABRA Com o reconhecimento do territ rio os moradores se mobilizaram para a forma o de uma Associa o de Moradores que representasse a comunidade nos processo jur dicos e burocr ticos na luta pela posse coletiva da terra assim em 26 de T Entrevista feita no dia 22 de novembro de 2012 3601 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 fevereiro de 2005 foi formada a Associa o de Remanescentes do Quilombo Santa Rita do Bracu ARQUISABRA cuja sede ainda est em obras A ARQUISABRA composta e organizada pelos pr prios moradores da comunidade atualmente coordenada por Emerson Ramos um dos jovens da comunidade A auto organiza o tamb m um fator importante na rela o entre a comunidade e sua identidade pois lhe confere a possibilidade de estarem sempre se socializando assim como o poder de decidirem por conta pr pria a forma mais adequada s suas singularidades de se organizarem O cargo de presidente at a terceira gera o foi feito por elei o por m no caso do ent o presidente ele foi o nico que se candidatou A comunidade n o participou nem votando t o pouco se candidatando houve recolhimento de assinaturas para garantir que toda comunidade estivesse certificada da ocupa o do cargo por parte do Emerson Ramos Dificuldades enfrentadas pela ARQUISABRA A ARUISABRA teve de lidar com dois grandes problemas ao
233. im com uma discuss o sobre quais s o as fun es do Estado o papel da sociedade civil a participa o do cidad o e quais s o os direitos essenciais para garantia da estabilidade da sociedade e do bem comum Express o utilizada por Axel Honneth HONNETH Axel Lutas por reconhecimento a gram tica moral dos conflitos sociais S o Paulo Editora 34 2003 Para uma distin o entre os termos fundamenta o legitima o justifica o ver SILVA Alexandre Garrido da Teoria do Discurso Construtivismo Filos fico e Raz o Pr tica VIRT Revista Virtual de Filosofia Jur dica e Teoria Constitucional www direitop blico com br Salvador BA n mero 2 2008 3717 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O ativismo pol tico ind gena no Brasil p s 1988 e os desafios garantia de seus direitos Marlise Rosa Introdu o A emerg ncia da quest o ind gena nos pa ses da Am rica Latina est estreitamente ligada aos processos de constru o dos Estados na o enquanto estruturas pol tico organizativas das sociedades nacionais LOP Z GARC S 2004 Nesse contexto a perspectiva de assimilacionismo constituiu se como a principal estrat gia adotada pelos Estados para manter a unidade nacional As diversidades tnicas foram desconsideradas em prol da constru o de uma popula o homog nea a nacional Sob o intuito de incorporar o ndio civiliza o Ocidental desen
234. inha Paresi e a Simone Terena pela valiosa interlocu o na elabora o deste trabalho Mestranda em Antropologia Social pelo PPGAS Museu Nacional UFRJ Integra o N cleo de Estudos do Poder CPDA UFRRJ Email marlise mrosa Dgmail com 3718 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 1928 o Estatuto do ndio 1973 e as sucessivas Constitui es Federais 1934 1937 1946 e 1967 que colocavam como objetivo principal do Estado Nacional a incorpora o ou assimila o dos ndios Na o FERREIRA 2008 p 4 Em 1967 logo ap s o in cio da ditadura militar o SPI foi extinto e substitu do pela Funda o Nacional do ndio FUNAI deixando s claras a perspectiva integracionista vigente no Estado brasileiro Nesse contexto sob iniciativa da Igreja Cat lica ocorreu a cria o do Conselho Indigenista Mission rio CIMI o qual procurou favorecer a articula o entre aldeias e povos promovendo as grandes assembleias ind genas onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito diversidade cultural CIMI 2012 Iniciam se ent o na d cada de 1970 atrav s dessas assembleias intermediadas pelo CIMI a constru o de um tipo de associativismo pan ind gena que seria enfatizado no plano ret rico como via privilegiada para a autodetermina o ind gena Esbo a se assim aquele que o elemento a questionar mais fortemente as tradi es de c
235. iniciar a luta pela titula o das terras e ao definir legalmente a comunidade como remanescente de quilombo O primeiro deles foi a rejei o por parte da comunidade ideia da titula o posto que sendo considerada uma extens o da historicidade desse grupo tnico os territ rios que s o titulados como quilombolas s o considerados uma heran a coletiva n o podendo ser comercializado prescrito pelo INCRA Os territ rios quilombolas s o titulados de forma coletiva e indivisa ou seja o territ rio titulado que j n o era desmembrado continua n o podendo s lo posteriormente Tal medida se d em proveito da manuten o desse territ rio para as futuras gera es uma terra que uma vez reconhecida n o ser vendida quer na sua totalidade quer aos peda os A impossibilidade de comercializa o frustrou alguns moradores que planejavam vender seus terrenos e deixou em pior situa o os imigrantes que numa eventual 3 Foto da Sede da ARQUISABRA tirada em Janeiro de 2012 INCRA Instituto de Coloniza o e Reforma Agr ria Territ rios Quilombolas Relat rio 2012 Bras lia DF 2012 25p Dispon vel em http www incra gov br index php estrutura fundiaria quilombolas gt 3602 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 requisi o do territ rio por parte de quem o vendeu seriam obrigados a devolver o terreno devido a ilegalidade da negocia o A emin ncia das consequ ncias
236. interesse pr prio onde cada vez mais a riqueza se concentra nas m os de poucos e a burguesia permanece indiferente mis ria do proletariado Para Marx a abstra o presente na concep o burguesa de direitos humanos se apresenta como uma contradi o insol vel e inerente pr pria estrutura social capitalista pois os direitos do homem estariam diretamente ligados aos direitos de posse exclusiva e da aliena o do proletariado o que viria a invalidar a pr tica dos mesmos direitos dentro da sociedade de classes De acordo com Marx a solu o para essa contradi o s se daria de fato a partir de transforma es no terreno da pr tica social e consequentemente com a extin o da propriedade privada M sz ros 2008 ressalta que de acordo com Marx o proletariado estaria preparado para a emancipa o universal A liberdade seria a condi o para a emancipa o de todos os indiv duos das for as e determina es esmagadoras a que est o sujeitos sendo 5 Dispon vel em lt http www dhnet org br direitos militantes tosi historia atualidad htm gt Acesso em 20 de fev 2014 3783 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 necess rio que a classe trabalhadora una suas for as para se emancipar da classe exploradora a burguesia Mas al m disso lutar pela emancipa o do jugo da sua pr pria classe dando fim divis o social do trabalho A verdadeira quest o em pauta a liberdade
237. io FIEO UNIFIEO de Osasco Bolsista CAPES PROSUP Especialista em Direito Civil Empresarial e Processo Civil pela Faculdade Dam sio de Jesus Graduada pela UNIFMU Professora Universit ria Advogada 3736 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 ABSTRACT Work has received different concepts since ancient times Let us take the Holy Scriptures where work was considered by many as a kind of punishment that was originated in Adam s and Eve s disobedience in another interpretation also in the Sacred Text work is recognized as vital to human being since they no longer count on a sovereign that guarantees their subsistence That is the human being must have guaranteed the right to work to ensure their survival On the other hand throughout the evolution of the world work was gaining importance since it was recognized as a guarantee of a decent living in a society or need for a healthy life In this text we made sure to bring into question the discriminatory and restrictive treatment of rights given to domestic servants in the original Constitution Text of 1988 In order to do that we talk about the contradictions in the Constitution which establishes work as a social right that is inviolable and the contradiction that reveals the text as it strives for equality thus prohibiting all forms of discrimination and yet restricts labor rights for that working class minority So we believe that the constitutional review brought by the
238. ionais Educa o da crian a das classes trabalhadoras brasileiras Revista Educa o e Sociedade Campinas Ano l n 4 setembro de 1979 p 15 22 CUNHA Jos Marcos Pinto da Din mica migrat ria e o processo de ocupa o do centro oeste brasileiro o caso de Mato Grosso Revista Brasileira de Estudos Populacionais S o Paulo vol 23 n 1 jan jun de 2006 p 87 107 FEDOZZI Luciano O poder da aldeia g nese e hist ria do or amento participativo em Porto Alegre Porto Alegre Tomo Editorial 2000 GUIMAR ES NETO Regina Beatriz A lenda do ouro verde pol ticas de coloniza o no Brasil contempor neo Cuiab Unicen Unesco 2002 LORD Lucio Economia e direito na forma o da sociedade no norte do Estado do Mato Grosso VII Jornada de Economia Cr tica Mendoza Argentina 2013 LORD Lucio Financiamento do transporte escolar e a quest o das zonas rurais no Brasil Revista da Faculdade de Educa o C ceres Ano Vl n 9 janeiro junho de 2008 p 129 140 LUHMANN Niklas Sociologia do Direito Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1983 LUHMANN Niklas Sociologia do direito Il Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1985 NUNES LEAL Victor Coronelismo enxada e voto o munic pio e o regime representativo no Brasil S o Paulo Alfa mega 1986 PASUCH Jaqueline Entrela amento de vozes num mundo analfabetizado o contexto da Amaz nia Porto Alegre FACED UFRGS 2000 Disserta o de Mestrado em Educa o
239. ireito natural jusnaturalismo que dominou a hist ria do conceito desde Arist teles at o final do s culo XIX XV Entre as caracter sticas do jusnaturalismo antigo est a objetividade do direito entendida como conformidade a uma ordem natural que o homem n o constr i mas socialmente descobre e qual o homem tem que se adequar Nesta perspectiva o mundo humano pensado em estrita analogia com o mundo c smico o que comporta uma vis o naturalista da pol tica ou seja uma concep o da sociedade fundada sobre uma ordem hier rquica e imut vel an loga ordem que rege a natureza f sica TOSI p 100 2005 4 A Declara o dos direitos do homem e do cidad o da Revolu o Francesa de 1789 foi considerada o atestado de bito do Ancien R gime e abriu caminho para a proclama o da Rep blica TRINDADE J D 1998 23 163 COMPARATO 1999 3781 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 fiscaliza o sobre arrecada o e os gastos p blicos e previs o de uma for a p blica para garantir os direitos do homem e do cidad o Os direitos naturais e imprescind veis do homem s o mencionados no artigo 2 da Declara o quais eram liberdade propriedade seguran a e resist ncia opress o Sendo o direito propriedade considerado como sagrado e inviol vel TRINDADE 2011 p 43 Para Marx o direito n o vem da natureza humana n o o direito natural o qual regula as rela es
240. ite pt br system news amp action read amp id 7310 gt Ver mais em Em rep dio s amea as da Pol cia Federal contra a comunidade Yvy Katu MSY Dispon vel em lt http www cimi org br site pt br index php system news amp action read amp id 7231 gt Delegado da PF amea a com For a Nacional despejo em Yvy Katu MS Dispon vel em lt http www cimi org br site pt br index php system news amp action read amp id 7230 gt Ver mais em Meu irm o levou o tiro do lado em que grupo da PF estava denuncia Otoniel Terena ind genas s o presos para dar explica es Dispon vel em lt http Avww cimi org br site pt br index php system news amp action read amp id 6927 gt 3730 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 muitos desses direitos consagrados como fundamentais s o livre e cotidianamente violados sem que nenhuma medida seja tomada em sua defesa Falar em direitos humanos nesse contexto significa portanto falar da sua aus ncia da sua viola o do seu esquecimento Eis aqui a materializa o daquilo que secret rio geral da ONG Anistia Internacional Salil Shetty se referia ao falar de zona franca de direitos humanos Considera es finais O movimento ind gena brasileiro desde sua constitui o na d cada de 1970 vem desempenhando um papel fundamental na conquista dos direitos ind genas Com a promulga o da Constitui o Federal de 1988 assegurou o reconhecimento do direito
241. itos territoriais e tnicos na mira dos estrategistas dos agroneg cios In Capitalismo globalizado e recursos territoriais fronteiras da acumula o no Brasil contempor neo Rio de Janeiro Lamparina 2010 pp 101 143 BARTOLOM Miguel Alberto As etnog neses velhos atores e novos pap is In Mana 172 1 39 68 2006 BITTENCOURT Libertad Borges A forma o de um campo pol tico na Am rica Latina as organiza es ind genas no Brasil Goi nia Editora da UFG 2007 BONFIL BATALLA Guillermo Las nuevas organizaciones ind genas hipotesis para la formulaci n de un modelo anal tico In Journal de la Soci t des Am ricanistes Tome 65 1978 pp 209 219 BORGES Paulo H Porto O movimento ind gena no Brasil hist rico e desafios Dispon vel em lt http www nepi fag edu br arquivos movimentoindigena pdf gt Acesso em 27 set 2012 CAPIBERIBE Artionka BONILLA Oiara O rolo compressor ruralista Dispon vel em lt http www brasildefato com br node 26920 gt Acesso em 10 jan 2014 CASTELLS M Pode da Identidade a Era da Informa o Economia Sociedade e Cultura V 2 S o Paulo Editora Paz e Terra 1999 CAVALCANTE Olendina de Carvalho Movimento ind gena notas para uma discuss o In Textos e Debates v 1 n 2 1996 p 20 26 FERREIRA Andrey Cordeiro Desigualdade e diversidade no Brasil dos 500 anos etnografia da confer ncia e marcha ind gena In LIMA Roberto Kant de org An
242. iundos de doa es Segundo Marc lio 1998 no s culo XVIII iniciam se algumas transforma es que atingem seu apogeu no s culo XIX e XX a emerg ncia da inf ncia abandonada como uma quest o social alvo de pol ticas do Estado muta o que em grande parte explica o progressivo decl nio e fechamento das Rodas Tal processo todavia perpassou por duas caracter sticas desta assist ncia a aus ncia de recursos financeiros regulares e a longevidade de institui o quando considerada defasada no mundo europeu Curioso notar segundo Torres 2006 p 112 que a maioria dos expostos era branca o que faz sentido naquele contexto j que de acordo com Silva 1998 em 3632 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 todo o per odo colonial brasileiro o abandono de rec m nascidos dizia respeito honra das m es solteiras de modo bem mais expressivo que corresponder a uma poss vel consequ ncia das dificuldades enfrentadas por um casal pobre para criar os filhos Nas palavras de Silva 1998 p 208 pelos estudos at agora feitos poss vel afirmar que a maioria dos expostos era de ra a branca pois as m es de cor n o sofriam as mesmas press es sociais em rela o honra a que estavam sujeitas as brancas No entanto a Roda possu a outra face significativa a possibilidade de liberta o de crian as filhas de mulheres escravizadas isso porque a crian a exposta era tamb m considerada livre Desse modo o
243. ivo assim como a PEC 38 transferir para o Congresso as delibera es sobre os processos demarcat rios e al m disso ratificar demarca es j homologadas PLP 227 2012 que considera de interesse p blico e assim pretende legalizar a exist ncias de latif ndios assentamentos rurais estradas minera o empreendimentos econ micos dentre outros em reas ind genas e por fim a PEC 237 2013 que permite que produtores rurais por meio de concess es tomem posse das terras ind genas dessa forma possibilitando a abertura dessas reas ao agroneg cio Al m dessas medidas Legislativas h tamb m a Portaria Interministerial 419 2011 e a Portaria 303 2012 da Advocacia Geral da Uni o AGU A primeira regulamenta a atua o dos rg os e entidades da administra o p blica federal envolvidos no licenciamento ambiental Estipulam se assim prazos irris rios para a execu o das avalia es e elabora o de pareceres da Funda o Nacional do ndio FUNAI e demais rg os respons veis pelos processos de licenciamento ambiental A finalidade desta portaria portanto agilizar a libera o de obras de infraestruturas como hidrel tricas e estradas em terras ind genas N o obstante a portaria considera terra ind gena apenas aquelas que tenham sua demarca o publicada no Di rio Oficial da Uni o A Portaria 303 2012 da AGU por sua vez estende a aplica o das condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federa
244. ivo da liberdade certo que os direitos sociais s o indiscutivelmente indispens veis para a viv ncia em sociedade e alicer am os fundamentos de um Estado democr tico e no contexto que analisamos retratam um processo hist rico moroso de lutas e batalhas para ser plenamente regulamentados pelo Estado Nesse sentido Anna Candida da Cunha Ferraz discorre Somente no in cio do S culo XX particularmente ap s as grandes guerras mundiais a revolu o industrial e outros fatores v o as constitui es abrigarem n o apenas as liberdades p blicas ou os direitos negativos j ent o despidos de sua conota o ideol gica origin ria tamb m os direitos presta es positivas do Estado os chamados direitos econ micos sociais e culturais reunidos usualmente pela doutrina como direitos sociais que instrumentalizam o exerc cio dos direitos individuais e que demanda do Estado n o apenas o reconhecimento mas tamb m a atua o positiva do Estado na elabora o de pol ticas p blicas cria o de mecanismos e tomada de medidas efetivas para disponibilizar o exerc cio de direitos a todos os seres humanos J no ltimo quartel do S culo XX tende a desaparecer na norma o positiva de direitos refer ncias ao r tulo direitos individuais ou liberdades p blicas que d lugar utiliza o da express o direitos fundamentais inseridas nas declara es contempor neas com o significado de direito
245. l STF no julgamento da Terra Ind gena Raposa Serra do Sol para todas as demais terras ind genas do pa s determinando que mesmo em situa es em que os processos demarcat rios j tenham sido finalizados haja sua revis o e aplica o aos termos Na pr tica seus efeitos seriam a limita o do usufruto dessas terras ind genas j demarcadas seguida pela restri o de novas demarca es Note se que tais medidas atacam majoritariamente o direito ind gena terra Direito este que assegurado pela Constitui o Federal de 1988 e reconhecido como um direito origin rio isto pautado no reconhecimento do fato hist rico de que os ndios foram os primeiros habitantes do Brasil 3723 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Identifica o Autoria Ementa Artigos da Constitui o Federal e respectivas propostas de Situa o altera o PL Senador Disp e sobre a explora o Art 176 As jazidas em lavra ou n o e demais recursos minerais e Aguardando 1610 1996 Romero Juc e o aproveitamento de os potenciais de energia hidr ulica constituem propriedade distinta Parecer na PFL RR recursos minerais em terras da do solo para efeito de explora o ou aproveitamento e Comiss o ind genas de que tratam os pertencem Uni o garantida ao concession rio a propriedade do Especial arts 176 par grafo 1 e 231 par grafo 3 da Constitui o Federal produto da la
246. la o brasileira enfrentava na d cada de 1970 situa o de mis ria e abandono pelo Estado A situa o de precariza o da vida campesina fez parte da estrat gia do Governo Federal de garantir m o de obra a baixo custo para a industrializa o nacional Era preciso em fun o do ingresso tardio do Brasil na industrializa o que o custo de produ o fosse m nimo o que permitiria a capitaliza o do empresariado mediante acumula o elevada em oposi o remunera o salarial do operariado Ocorre que o processo de xodo rural impulsionado pelo Estado na d cada de 1950 e 1960 para garantir a oferta de m o de obra ind stria no centros urbanos mostrou se demasiadamente incontrol vel na d cada de 1970 Era justamente esta popula o que trazia tona a problem tica da moradia dos servi os de gua energia educa o sa de etc quando compunham as periferias dos grandes centros urbanos do pa s Este problema ganhou dimens o maior quando da expans o da nova classe m dia nacional para quem eram criados condom nios edif cios sobre as reas ocupadas pelos retirantes Boschi 1986 mostra que a demanda por novos bairros regularizados e edificados nas proximidades do centro das capitais repercutiu na expuls o da popula o favelada Tamb m neste sentido Fedozzi 2000 afirma que a remo o de modo violento das fam lias das periferias pr ximas aos bairros tradicionais e envio para novos bairros populares cri
247. lema terminol gico al debate conceptual Madrid Instituto Bartolom de las Casas Dykinson 1992 p 20 e SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais Porto Alegre Livraria do advogado 2001 p 33 10 Sobre o tema do processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais veja se GARCIA Marcos Leite A contribui o de Christian Thomasius ao processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais In MARTEL Let cia de Campos Velho Org Estudos Contempor neos de Direitos Fundamentais Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 p 3 26 11 Este seria um processo diacr nico ao mesmo tempo inicial e ainda atual que explica al m do surgimento do ideal dos direitos fundamentais na Modernidade tamb m a constante transforma o dos mesmos e sua adapta o s quest es aqui estudas Ver GARCIA Marcos Leite O processo de forma o do ideal dos direitos fundamentais alguns aspectos destacados da g nese do conceito In XIV Congresso Nacional do Conpedi 2005 Fortaleza CE Anais Dispon vel em http www org manaus arquivos Anais Marcos 20Leite 20Garcia pdf gt Acesso em 27 abr 2009 3664 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 cidadania com a universaliza o do sufr gio 3 processo de internacionaliza o louv vel tentativa de internacionalizar os direitos humanos e criar sistemas de prote o internacional dos mesmo que estejam por cima das fronteiras e abarquem toda a Comunidade Internacional
248. lismo democr tico Lucas Fucci Amato USP Resumo O trabalho procura comparar as potencialidades de compreens o dos direitos humanos a partir da teoria dos sistemas sociais autopoi ticos de Niklas Luhmann e da teoria social construtiva de Roberto Mangabeira Unger Em Luhmann os direitos fundamentais foram observados como institui es emergentes da pr pria diferencia o funcional ou melhor como garantias dessa pr pria diferencia o especialmente como limita es do poder pol tico contra uma desdiferencia o politizante dos demais mbitos comunicacionais da sociedade o caso t pico dos direitos civis e liberdades p blicas Todavia a obra de Luhmann sobre o tema datada de 1965 pouco revela os desdobramentos posteriores do pensamento luhmanniano nas tr s d cadas seguintes Da a potencialidade de releituras dessa an lise o caso dos trabalhos de Gunther Teubner e Marcelo Neves que buscam estender teoricamente a institui o direitos humanos para al m do mbito pol tico das constitui es nacionais e das ordens jur dicas estatais De outro lado a teoria social de Mangabeira Unger prop e como m todo a compreens o de alternativas sociais como tarefa do pensamento jur dico a imagina o institucional como ferramenta da mudan a as reformas revolucion rias Nesse contexto Unger teoriza uma reformula o dos direitos humanos e um novo sistema de direitos direitos de desestabiliza o de solidari
249. liza o dos direitos humanos lo que m s me preocupa en relaci n con los derechos humanos es que est n protegidos en las Constituciones sean desarrollados por las leyes y reglamentos y sean aplicados por los diferentes operadores jur dicos Igualmente mi objetivo es que el contexto socio econ mico favorezca la creaci n de condiciones para el disfrute real de los derechos humanos GONZ LEZ AMUCHASTEGUI Jesus Autonom a dignidad y ciudadan a p 42 Infelizmente o professor Amuchastegui faleceu aos 49 anos em 2008 E o presente trabalho uma singela homenagem de um de seus eternos alunos era uma exemplar figura humana e um extraordin rio professor de teoria do Direito e de direitos humanos Foi nosso professor ainda muito jovem na Universidad Complutense de Madrid e com ele muito aprendemos naquele ano letivo de 1989 1990 Amuchastegui era o exemplo que Sartre mencionava de intelectual engajado social e politicamente falando pela luta por melhores condi es de vida dos menos favorecidos e um atento observador dos acontecimentos mundiais com especial aten o para a Am rica Latina 5 Justifica o professor Peces Barba sua utiliza o da express o tr nsito modernidade devido ambigi idade do termo Renascimento preferimos falar do termo muito menos comprometedor tr nsito modernidade N o podemos nos subtrair como l gico a tomar posi es respeito a teorias extremas a de ruptura e a da con
250. lmente submetido finalidade da sociedade pol tica Por outro lado se levarmos em conta que o homem totalmente aut nomo em rela o sociedade pol tica haveremos de desconsiderar as suas responsabilidades em rela o ao bem da sociedade isto as suas obriga es imprescind veis consoantes ao engajamento necess rio na obra social pela viabilidade comum dos subs dios necess rios ao desenvolvimento integral do homem segundo sua dignidade pessoal obra qual est referida de maneira primaz a Pol tica 3764 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Equ vocos na tica pol tica resultantes do desconhecimento das distin es apresentadas sobre a rela o entre homem e sociedade A atitude que n o leva em conta sen o o indiv duo coloca a no o de coletividade no centro do ordenamento jur dico j que considera o bem do corpo social superior ao bem do indiv duo ou submete a finalidade do homem finalidade da sociedade Mas ao prescindir da personalidade humana o processo legislativo constitucional ou mesmo a interpreta o pr tica dos direitos fundamentais do homem h de conduzir fatalmente forma o de um Estado policial ainda que as inten es do legislador sejam realmente boas A semelhan a entre os regimes totalit rios quer sejam eles fascistas ou socialistas se deve a uma mesma atitude fundamental com respeito avalia o da rela o entre homem e sociedade pol tica que ignora a no
251. m termos de perda da autonomia funcional dos sistemas e de exclus o das pessoas Outro Poder teria por escopo o compromisso de dar oportunidades de concretiza o a pr ticas transformadoras da vida social executando interven es estruturais em empresas escolas hospitais asilos etc A essa reorganiza o dos Poderes constitucionais combinada uma reorganiza o do sistema de direitos fundamentais ou n o que passaria a ser composto por direitos de mercado de imunidade de solidariedade e de desestabiliza o UNGER 2001 pp 508 39 Esse sistema de direitos reformado guiado por dois princ pios 1 o de que preciso dar seguran a ao indiv duo de forma a se minimizar a imunidade das institui es ao conflito e revis o e a se reduzir a facilidade com que uns indiv duos colocam os outros em depend ncia 2 o princ pio de que preciso resolver o dilema da descentraliza o e desigualdade privilegiando uma reordena o democr tica da economia de mercado capaz de encarnar uma forma de comunidade como zona de aumento da vulnerabilidade pessoal que n o seja contrastante com a atividade pr tica de trabalho e produ o mas sim que aceite o experimentalismo em todas as reas da vida social Assim os direitos de mercado incluem a desintegra o do conjunto de faculdades que comp e a propriedade tradicional e a atribui o condicional e tempor ria daquelas a diferentes titulares p blicos e privados concretizando o
252. ma Luhmann 1985 p 121 A sociedade n o pode ser reconstru da apenas a partir de sua constitui o jur dica O direito apenas um momento estrutural entre outros Deste modo a teoria elaborada por Luhmann considera que juntamente ao direito agem outros fatores que podem inibi lo ou limit lo Por isto afirma o autor que uma compreens o adequada do car ter social do direito n o pode ser alcan ada apenas pela exegese e pela interpreta o e tamb m n o se esgota na busca da sua interpreta o idem A pesquisa em direito segundo o autor deve iniciar questionando sobre a compatibilidade do direito estrutura real vivenciada pelos indic duos Esta considera o de Luhmann relevante na an lise proposta por este artigo pois considera a capacidade da sociedade local que mediante suas principais caracter sticas influencia no poder do direito em configurar as rela es sociais e dirigi las Grupos sociais e coloniza o da Amaz nia Mato grossense A cria o de cidades e consequentemente o aumento populacional da regi o norte do Estado do Mato Grosso derivou do projeto de coloniza o estabelecido no in cio da d cada de 1970 realizado a partir do governo federal e com investimento do capital privado de grupos imobili rios O governo militar na poca o general Ernesto Geisel executou em 1974 a proposta que Get lio Vargas colocou em 1930 o povoamento da Amaz nia Assim n o havia grande novidade no
253. mana por esta preservada atrav s do seu respectivo Estado Baseia se na valoriza o da efici ncia E a conceitua o do Autor Para melhor compreender o conceito esposado alhures necess rio entender o que o M rio Pessoa quis dizer com funcionalidade assim pelo que se percebe da obra deste autor a ideia de funcionalidade implica em afastar os perigos antagonismos e press es que viessem afrontar a Na o bem como poderia se traduzir em uma elimina o absoluta das vulnerabilidades que pudessem debilitar a Coletividade Humana em sua intr nseca conex o nacional Em termos de carater sticas este mesmo autor diz que a seguran a nacional indivis vel pois n o h como separar os seus mbitos de atua o interno e externo bem como n o h como ser afetada apenas parte do Poder Nacional ou seja aquilo que for afetado acaba por contaminar o resto A seguran a nacional tamb m caracterizada pela relatividade e pela adaptabilidade onde a primeira diz respeito a um julgamento conjuntural de valores e segunda por um processo de corre o e reajustamento permanente em face de fatos novos Por fim tem se a mobilidade a qual no entendimento deste pesquisador se traduz na maior e mais perigosa caracter stica da seguran a nacional Pede se v nia a M rio Pessoa para citar os seus ensinamentos verbo ad verbum A teoria da balan a dos poderes express o real stica dessa mobilidade A todo ins
254. manente CNP comiss o estabelecida em Bras lia para executar o plano de a o da APIB O movimento ind gena desde sua constitui o teve um papel fundamental na conquista dos direitos para essa popula o Em 1988 assegurou um cap tulo espec fico sobre direitos ind genas na Constitui o Federal em 2003 ratificou a Conven o 169 0IT al m da cria o e implanta o de programas governamentais inovadores como por exemplo a cria o dos Distritos Sanit rios Especiais Ind genas LUCIANO 2006 Atualmente o movimento ind gena articulado pela APIB embora comporte outras demandas como legisla o indigenista sa de ind gena educa o escolar ind gena participa o parit ria nas inst ncias governamentais e justi a no sentindo de fim da viol ncia cometida contra os povos ind genas tem como elemento estrutural de suas a es a quest o territorial seja como luta pela terra demarca o desintrus o e prote o das terras ind genas ou como gest o territorial e sustentabilidade Ofensivas Legislativas e Judici rias contra os direitos ind genas A ltima d cada marca a forma o no Congresso Nacional de um bloco de parlamentares que fazem oposi o direta aos direitos ind genas assegurados pela Constitui o Federal de 1988 Como pano de fundo desse processo est o as agroestrat gias que influenciam a formula o de pol ticas governamentais com seus respectivos planos programas e projetos par
255. mencionado Para Jacques Maritain que em 1942 esbo ara uma carta de direitos fundamentais que serviria depois de base reda o da Declara o de 1948 as justifica es racionais muito embora sejam relevantes e imprescind veis para fechar essas janelas abertas devem ser deixadas de lado na dire o desse comum acordo que h de ter car ter pr tico e n o te rico Defender uma carta fundamental com esse estatuto significava no entanto ser contr rio a uma concep o abstrata de direitos fundamentais como se fossem axiomas matem ticos bem como a uma concep o de natureza humana individualista quer seja tomando o homem como um tomo social quer seja tomando o como um semi deus dotado de uma liberdade expansionista sem limites absolutamente aut nomo com respeito sociedade pol tica Por isso Maritain muito embora defenda que a viabilidade de um ac rd o universal a uma carta de direitos n o da sociedade nem do Estado mas do homem com estatuto de direito cogente exija que suspendamos o debate sobre as justifica es te ricas desses direitos nem 3771 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 por isso ele deixa de mencionar os erros fatais que podem amea ar a efetividade de uma eventual carta N o obstante apostando no fato de que a experi ncia pr tica de cada homem o que fornece racionalidade pr tica concomitantemente a ocasi o para o conhecimento dir se ia org nico dos valores esse
256. mentos b sicos n o perec veis arroz feij o farinha de trigo A 3699 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 log stica de distribui o contava com os avi es do ex rcito e a armazenagem em centrais de distribui o Contudo a distribui o n o era de todo controlada permitindo que algumas fam lias armazenassem reservas suficientes para comercializarem no per odo de escassez PASUCH 2000 A falta de emprego est vel e gera o de renda fez com que alguns dos n cleos de coloniza o fracassassem nos primeiros anos ainda na d cada de 1970 No caso de Sinop foi implantada uma usina de produ o de lcool a partir da raiz de mandioca dentro do Programa Pro lcool do governo federal que visava substituir parte do consumo da gasolina inflacionada pelo aumento do pre o do petr leo no contexto internacional Mas o projeto fracassou Os motivos foram o alto custo da produ o da usina a baixa remunera o s fam lias que atuavam no plantio e a falta de tecnologia No in cio da d cada de 1980 a regi o recebeu empresas madeireiras vindas da regi o sul Naquele per odo a fiscaliza o intensa nos estados de Santa Catarina Paran e Rio Grande do Sul bem como a escassez da madeira levavam os madeireiros a procurarem outras regi es Sinop passou a ser p lo madeireiro a partir de ent o Contudo a precariedade da estrada de terra limitou a produ o e o lucro madeireiro at 1984 quando da pavimenta o
257. mesmo dos adolescentes a serem adotados por outro as marcas culturais sociais ou biol gicas do corpo vivido 3642 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 das pessoas habilitadas ado o n o s o colocadas em quest o GUARESCHI STRENZEL BENNEMANN 2007 p 170 4 2 Cor da pele A escolha da cor da pele por sua vez retoma tamb m as reflex es sobre o corpo historicizado mas neste marcador identit rio a percep o sobre a crian a ou adolescente dispon vel para a ado o atravessada para bem antes de sua pr pria exist ncia retroagindo pr pria forma o hist rica brasileira circunscrita pelas demarca es culturais da coloniza o escravid o e racismo O referido crit rio a partir de tais demarca es tem a superficialidade do dado biol gico e a profundidade das cargas de sentidos e significados de certas normatividades entrela adas como por exemplo a cor procriada gra as heteroparentalidade fundadora e transmiss o legitimada da cultura branca ou secundariamente preenchida na ado o com a restri o autorizada para esta cor de pele Nos dados do CNA 2010 aproximadamente 70 dos pretendentes restringiram a ado o pele branca do a adotado a limita es que s o atreladas a quest es de um ideal de padr o da cor da pele branca refor ada pelos termos de um cadastro entregue nas Varas de Inf ncia e Juventude dos tribunais Mais recentemente as estat sticas do CN
258. miliar pelo desemprego o n o pagamento de verbas rescis rias pelo fechamento de madeireiras e o encarecimento do custo de vida geral nestes munic pios desencadeou in meras a es trabalhistas junto ao poder judici rio Isto porque h o crescimento da busca por direitos trabalhistas pelos oper rios em momentos de crise econ mica ALMEIDA 2014 Expans o do Estado e direitos humanos Na d cada de 1940 Nunes Leal 1986 identificou a expans o do Estado como principal fator determinante do fim da pol tica do coronelismo Na medida em que o aparelho estatal e as pol ticas sociais eram estendidas s popula es interioranas do pa s diminu a o poder dos coron is e assim alterava se o modelo pol tico cnamado de coronelismo nos munic pios No caso em tela na regi o norte do Estado do Mato Grosso a expans o da m quina estatal tamb m trouxe mudan as significativas para a realidade social O per odo de crise no setor madeireiro coincidiu com a implanta o de rg os da administra o direta estatal e de autarquias e funda es estatais que desempenharam papel relevante na redu o das desigualdades sociais Exemplo disto foi a expans o do servi o educacional nos diferentes n veis inclusive no ensino superior p blico com a implanta o da Universidade do Estado do Mato Grosso em Sinop Os investimentos em educa o mediante as pol ticas educacionais estatais s o reconhecidos desde os estudos 3703 Anai
259. modo na base das concep es libert rias e do utilitarismo liberal resultaria inevitavelmente num hedonismo individualista Esse o principal motivo pelo qual Maritain insiste na import ncia de promulgar ao lado de uma declara o universal de direito uma declara o universal de obriga es cujos argumentos transcrevemos na nota 2 3766 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Por outro lado em contrapartida as restri es constitucionais a o do Estado a liberdade de associa o comercial e de imprensa a inviolabilidade dos lares e das consci ncias bem como o respeito p blico garantido por lei aos valores religiosos tamb m s o exemplos de condi es m nimas para que as exig ncias da contraparte espiritual humana tamb m sejam contempladas a contento e assim possa o homem desenvolver se plenamente atuando com liberdade naqueles tr s planos que ora mencionamos Com efeito se n o reconhec ssemos que o homem desde sua natureza integral possui invariavelmente uma personalidade tendenciosa participa o em bens espirituais ou mesmo que o homem possui uma superexist ncia potencial tendenciosa a uma ordem e finalidade que superam a ordem e a finalidade da sociedade pol tica ou de quaisquer institui es privadas a sociedade pol tica ou o Estado n o encontrariam limites sua atua o Por efeito l gico a interioridade humana seria assim rebaixada ao estatuto de uma subjetividade irris
260. n a ou do adolescente da fam lia natural ou extensa Assim gra as ao implante do paradigma da bioparentalidade na ado o n o h uma avalia o cr tica do dispositivo legal que presume em abstrato o v nculo biol gico como mais favor vel crian a ao adolescente 3640 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Segundo em fun o tamb m do paradigma da bioparentalidade sustenta se um direito de escolha dos adotantes largamente aceito sem reflex es mais comprometidas com poss veis viola es a direitos humanos daqueles postos em ado o bem como pretendentes escolhem como regra as crian as para as quais ir o projetar o seu narcisismo Nesse sentido os pretendentes a ado o que escolhem de acordo com seu narcisismo demonstram um processo de exclus o social nico legitimado pelo Estado e pelas pr ticas psi Assim segundo Teixeira Filho 2010 p 247 Trata se de um acontecimento h brido de um impasse pois se de um lado o a psic logo a da Vara da Inf ncia admite que talvez n o fosse o caso de se considerarem aptos para a ado o pretendentes que discriminem crian as por conta de sua cor etnia condi o f sica e g nero por outro o a profissional sabe ser este um direito dos as pretendentes a ado o j indicado na ficha de cadastro que preenchem logo no in cio do processo junto aos F runs Desse modo o narcisismo parental que hierarquiza os v nculos de filia o ao s
261. na e a Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o da Revolu o Francesa de 1789 Est o presentes ao longo dos artigos das referidas declara es os direitos respons veis pela constru o da espinha dorsal da cidadania liberal MONDAINI 2009 que veio ser inovado pela declara o de 1948 ao combinar o discurso liberal da cidadania com o discurso social Todas as revolu es at agora aqui mencionadas tiveram grande relev ncia para a hist ria dos direitos humanos Entretanto foi a partir da Revolu o Francesa que os direitos humanos se consolidam nos limites dos direitos civis e pol ticos Diferentemente das revolu es que lhe antecederam a Revolu o de 1789 possui um car ter universal expandindo seus ideais revolucion rios para al m das fronteiras da Fran a Al m disso a Revolu o colocou em cena os sujeitos sociais e projetos sociais diversos mas que se interligavam para a constru o de uma nova sociedade Com as revolu es burguesas a burguesia colocava se frente desse projeto pol tico na perspectiva de consolidar se como classe revolucion ria na luta contra o absolutismo feudal A burguesia conseguiu o apoio das camadas populares que aderiram aos ideais de liberdade igualdade e fraternidade em oposi o aos privil gios da aristocracia A ascens o da burguesia como classe social dominante implica um novo formato societ rio intensificando o sistema capitalista e a explora o da classe trabalh
262. nada ao instituto do habeas corpus assim para poderem ser apreciados pelo Supremo Tribunal Federal antes devem necessariamente haver tramitado pela Justi a Militar Quanto a quinta e sexta modifica o se encontra na aboli o de aplica o de lei mais espec fica caso o delito tamb m se encontre descrito na Lei de Seguran a Nacional e ainda a extin o do instituto do foro privilegiado por prerrogativa de fun o caso o investigado se encontre em fase de instru o processual por crime descrito na referida lei Com estas modifica es apresentadas houve a altera o de alguns entendimentos outrora firmados pelo Supremo contudo o posicionamento desta casa se manteve firme no que dizia respeito ao excesso de prazo para a forma o da culpa e para a instru o de feitos criminais j que as aludidas mudan as n o alcan aram este entendimento Doutro giro Val rio ressalta em seus estudos que desde 1967 ocorreu um sens vel aumento do n mero de ordens de habeas corpus concedidas sob o fundamento da inexist ncia de justa causa para a persecu o penal H de se ressaltar que neste momento Costa e Silva militar de linha dura e nacionalista se encontrava a frente do executivo no Brasil assim considerando a sua preocupa o em aumentar a repress o contra os subversivos aumentou ainda mais a repress o militar de forma que o Sistema Nacional de Informa es e os respons veis pelos Inqu ritos Policiais Militares temendo a
263. nciais que dirigem a a o humana ou digamos assim apostando na disposi o natural do homem para a consci ncia experiencial dos valores Maritain consegue sem apelar portanto hip tese de uma homogeneiza o cultural nem a sistemas ticos abstratos universalistas viabilizar em concreto ele mesmo a partir da UNESCO logo ap s a guerra a associa o entre doutrinadores e pol ticos de todos os continentes para redigir uma carta de direitos fundamentais que viesse a ser adotada pelos pa ses membros das Na es Unidas dirigindo o crescente processo de constitucionaliza o dos Estados que ocorreria ao longo dos anos que se seguiram Como Maritain o consegue Como vimos deslocando o foco das justifica es te ricas para a converg ncia pr tica apelando s experi ncias morais b sicas de cada homem viv ncia hist rica dos povos suspens o por um momento das elucubra es te ricas por um reconhecimento experimental dos valores m nimos inegoci veis segundo os quais a vida em comunidade possa existir pacificamente quer dizer das li es morais que est o na base do patrim nio cultural comum da humanidade ressortes irredut veis consci ncia moral de cada homem O problema essencial da reconstru o n o um problema de planos um problema de homens A tarefa a ser feita em meio s ru nas a recupera o das estruturas elementares da vida humana e inclusive as grandes empreitas pela re
264. ndo nosso intelecto que parte dessa natureza ativado que j por sua vez o efeito da disposi o natural do homem vir exist ncia e realizar seu destino Por isso mesmo ao homem t o natural refletir quanto existir A partir da experi ncia concreta todavia circunstancial que move o intelecto pr tico a atuar acontece uma consci ncia experiencial dos primeiros princ pios de nossa pr pria natureza com respeito a o moral N o um processo do conhecimento conceitual ou racional como diz Maritain MARITAIN 1990 p 575 N o um conhecimento ao modo inatista nem empirista mas um conhecimento din mico que depende da experi ncia de ser homem para si mesmo e ao mesmo tempo uma experi ncia desse ser homem como conhecimento pr tico progressivo na medida em que sou e concomitantemente me conhe o como sendo algo aberto para a realidade que atua necessariamente sobre a realidade tanto para conhec la quanto para agir sobre a mesma Assim por conseguinte como o conhecimento sobre os primeiros princ pios da a o moral depende da experi ncia concreta de ser no mundo cada povo bem como cada grupo social se situa dado o seu conjunto particular de experi ncias num momento espec fico do que ele chama de crescimento vegetativo da consci ncia moral isto cada povo assim como cada pessoa se encontra num est gio de conhecimento sobre sua ordem e finalidade pr prias na medida das expe
265. nistas politiza o economiciza o etc dos outros setores risco de desdiferencia o Uma das formas de conter tal expansionismo seria a cria o da infraestrutura jur dica na forma de direitos institucionais Os direitos constitucionais n o protegem apenas interesses individuais mas tamb m bens coletivos como a liberdade de imprensa o discurso pol tico livre e outros Uma perspectiva institucional poderia entretanto n o somente ver direitos b sicos individuais como instrumentos para a prote o de bens coletivos mas definir as institui es sociais mesmas como o sujeito dos direitos constitucionais e traduzir isso em requisitos procedimentais Essa n o uma vis o coletivista que identifica institui es sociais e coletivas como titulares origin rias dos direitos constitucionais e v indiv duos como um mero instrumento em fun o dessas coletividades Pelo contr rio os dois direitos fundamentais constitucionais o direito liberdade individual e o direito dignidade pessoal s o as principais garantias para a esfera individual de a o fora das grandes coletividades garantias dirigidas particularmente contra organiza es de larga escala GRABER TEUBNER 1998 p 65 6 Teubner 2012 p 143 5 avan a para distinguir tr s tipos de direitos humanos que funcionariam para contrabalancear os perigos integridade de institui es pessoas e indiv duos que s o criados os perigos por matrize
266. nstitucionalistas y economistas han hecho sobre el tema Si bien estoy convencido de que la filosof a del Derecho ofrece un enfoque sumamente fecundo para el an lisis de estos y otros temas estoy igualmente convencido de que como cualquier otra comunidad acad mica los iusfil sofos corremos el riesgo de elaborar un discurso cerrado en s mismo inteligible tan s lo para los pertenecientes a dicha comunidad y que puede perder su inicial potencialidad y fecundidad Jesus Gonz lez Amuchastegu Ning n pensador del siglo XIX ejerci sobre la humanidad influencia tan directa deliberada y profunda como Karl Marx Isaiah Berlin Sum rio 1 Introdu o 2 Direitos fundamentais e suas linhas hist ricas de constru o e desenvolvimento 3 Constitucionalismo moderno e liberalismo 4 Liberdade formal liberdade real e os poderes selvagens 5 Marx negador dos direitos fundamentais 6 A interpreta o da doutrina espanhola sobre a rela o entre Marx e os Direitos Humanos Considera es finais no sendero de P rez Lu o Refer ncias Resumo O presente artigo tem como objetivo trazer ao debate a discuss o da postura de Karl Marx perante os Direitos Humanos Tal discuss o deve ser contextualizada dentro da poca em que viveu Marx ou seja em um s culo XIX marcado por abismais diferen as sociais e pela trai o da classe burguesa aos ideais da Revolu o Francesa no que tange igualdade Da mesma form
267. ntal do Estado afetando a forma de governo e tamb m o ordenamento jur dico nacional Neste ponto pertinente registar o forte impacto sofrido pelo Supremo Tribunal Federal pois sendo este o guardi o dos direitos e garantias individuais acabou por ver sua compet ncia limitada e posteriormente neutralizada sob a alega o de que se buscava um bem maior para o Estado brasileiro que era a seguran a nacional Constatou se ainda pelos estudos realizados que a inger ncia jur dica utilizada pelos militares posicionava na pir mide escalonada de Kelsen que no pice da pir mide se encontraria os atos institucionais e logo abaixo os atos complementares de natureza infraconstitucional e os decretos leis consistentes no poder autoridade do Presidente do regime autocr tico em legislar sobre qualquer mat ria que implicasse na defesa da seguran a nacional sendo estes criados depois da promulga o do Ato Institucional de n 2 com sua previs o legal no artigo 30 do referido ato A principal pregunta a se formular nesta etapa da investiga o Qual a validade jur dica dos mencionados atos institucionais e como o atuou o Supremo Tribunal Federal frente a eles A resposta obtida atrav s deste ensaio simples o Supremo apesar de n o haver tomado partido na Revolu o de 1964 desde o in cio do regime autocr tico reconheceu a validade e vig ncia dos atos promulgados pelo Executivo militar sem analisar a constitucionalidade ou inconstitu
268. ntes de tecermos as diferen as existentes entre as figuras do empregado e do empregado dom stico importante destacar que aquele se trata do g nero do qual este 21 MARQUES Rafael Silva Valor Social do Trabalho na Ordem Econ mica na Constitui o Brasileira de 1988 S o Paulo LTR 2007 p 111 22 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 constituicao constituiYwC3 A7ao htm Acesso em 04 set 2012 2 SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o 8 ed atual at a Emenda Constitucional 70 de 22 12 2011 S o Paulo Malheiros 2012 p 772 3746 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 uma esp cie Portanto j encontramos um par metro de restri o de direitos trabalhistas tendo em vista a exist ncia de um desdobramento de um g nero ou seja uma esp cie de empregado com peculiaridades pr prias e limita es de direitos trabalhistas Encontramos o conceito de empregado na Consolida o das Leis do Trabalho Decreto Lei n 5 452 de 1 de maio de 1943 artigo 3 caput que disp e Considera se empregado toda pessoa f sica que prestar servi os de natureza n o eventual a empregador sob a depend ncia deste e mediante sal rio 4 Do citado texto legal extra mos alguns elementos caracterizadores da figura do empregado Em primeiro lugar temos que o empregado pessoa f sica pois n o se admite p
269. ntir os direitos humanos e fundamentais e n o somente garantir formalmente porque conforme relatado em entrevista pelo representante do Minist rio P blico de Minas Gerais Coordenadoria de Inclus o e Mobiliza o Sociais apenas a prescri o legal por si j n o atende necessidade Nesta perspectiva o MPMG tem atuado BRASIL Lei n 10 257 de 10 de julho de 2001 Regulamenta os arts 182 e 183 da Constitui o Federal estabelece diretrizes gerais da pol tica urbana e d outras provid ncias Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 leisleis 2001 10257 htm Acesso em 10 nov 2013 3658 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 e constru do estrat gias de atua o extrajudiciais para buscar esta efetividade al m da atua o tradicional A Secretaria de Direitos Humanos da Presid ncia da Rep blica firmou um conv nio com a CNBB para repasse de recursos e contrata o de pessoas Perceba se que o CNDDH n o tem raz o social um projeto que est garantido apenas por um Decreto Presidencial que n o lhe concede autonomia 4 CONSIDERA ES FINAIS A metodologia utilizada foi adequada porque permitiu uma reflex o ampliando a compreens o dos fatos hist ricos pesquisados al m de uma an lise cr tica afastando o mero descritivismo partindo da premissa de que nada apenas eventual mas o resultado da interse o de realidades hist rico sociais de longa m dia e curta dura o
270. nto da estabiliza o das estruturas e de sua revis o o que tamb m se aplica ao desenho institucional 2 3 O nacionalismo sociedade como regi o Em terceiro lugar o nacionalismo torna se um v cio metodol gico quando Luhmann 2012 pp 83 99 postula a transi o das formas de diferencia o social segment ria centro periferia hier rquica e funcional para admitir que a forma atualmente prevalente a da diferencia o entre sistemas que desempenham uma atividade espec fica com rela o sociedade e aos outros sistemas esses sistemas processam comunica es mundialmente tendendo a tornar secund rias as delimita es regionais Aqui se pode explorar a sem ntica e as estruturas de direitos humanos como express es desse movimento de diferencia o funcional e mundializa o da sociedade Unger 2001 p 468 tamb m reconhece a atual situa o de pol tica massificada hist ria mundial e racionalidade econ mica ampliada 2 4 O externalismo sociedade como objeto soci logo como sujeito J a pretens o de se descrever uma sociedade posicionando se em seu exterior o externalismo relaciona se muito nitidamente com o pressuposto nacionalista O que mais importa aqui a fundamenta o epistemol gica que Luhmann constr i para controlar a descri o da sociedade na sociedade a teoria da sociedade como uma forma de autodescri o da sociedade e de seus subsistemas funcionais
271. o o poss vel problematizar o modo em que produzidos modos de ser adotante e adotado a partir dos dados fornecidos pelo Cadastro Nacional de Ado o 4 1 Idade 3641 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A idade segundo as autoras compreendida como um marcador identit rio que torna vis vel o corpo vivido marcado e historicizado dentro de uma representa o biol gica Considerando a faixa et ria de todas as crian as cadastradas no CNA CNJ 2010 mais de 75 0 se concentra na faixa et ria de seis at quinze anos de idade ao passo que o grupo et rio zero a cinco anos o menos expressivo com menos de 9 0 do quantitativo de crian as Dados do pr prio s tio institucional do Conselho Nacional de Justi a apontam tamb m que 80 7 dos pretendentes ado o estabeleceram a restri o para crian as com at 03 anos idade esta que representava apenas 7 do total de crian as adolescentes cadastrados Assim segundo Pereira 2012 p 62 Ficava claro que apesar de o CNA possuir poca 26 112 pretendentes e 4 350 crian as e adolescentes aptas ado o a prefer ncia por um determinado perfil fazia com que as ado es n o se realizassem de forma satisfat ria no pa s Nesse per odo de quase dois anos de funcionamento apenas 76 ado es foram realizadas com o aux lio do CNA grifo nosso A relev ncia da idade para o perfil tra ado nas planilhas dos tribunais pode ser compreendida como
272. o Porque as pol ticas p blicas ent o existentes reconheciam essas pessoas apenas como casos individuais que tinham que ter respostas individuais Passou se a fazer organiza es cooperativas associa es A fim de fortalecer esse grupo social associa es e cooperativas come aram a ser criadas A primeira cooperativa de trabalho de catadores do Brasil foi a Cooperativa de Catadores Aut nomos de Papel Aparas e Materiais Reaproveit veis COOPAMARE criada em 1989 reunindo catadores que moravam nas ruas da cidade de S o Paulo Com o apoio da Organiza o do Aux lio Fraterno esses catadores come aram a trabalhar coletivamente no ano de 1985 organizados numa associa o de catadores Em 1987 em Belo Horizonte a Pastoral de Rua come ou a trabalhar com esta mesma l gica reconhecendo que havia um fator comum que identificava esse grupo a maioria era constitu da de catadores de material recicl vel sofria viola es era vista como pregui osa ou portadora de alguma doen a mental era presa por vadiagem A partir deste contexto foram feitas assembleias e em 1990 criou se o que hoje uma das principais cooperativas do pa s a Associa o dos Catadores de Papel Papel o e Material Reaproveit veis ORGANIZA O DO AUX LIO FRATERNO DE S O PAULO Dispon vel em http Awnww oafsp org br historia htm Acesso em 15 nov 2013 3652 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 ASMARE sediada em Belo
273. o 11 da liberdade de express o Quanto ao direito seguran a somente tratado no artigo 12 e de modo vis vel e infelizmente menos relevante Em rela o ao direito de resist ncia opress o a Declara o de 1789 n o lhe dedicou nenhuma linha mais ficou na men o inicial Em cambio com rela o propriedade o artigo 17 da Declara o de 1789 enunciou Sendo a propriedade um direito inviol vel e sagrado ningu m dela pode ser privado a n o ser quando a necessidade p blica legalmente verificada sob condi o de uma justa e pr via indeniza o Ainda que somente abordada no citado artigo 17 notadamente privilegiada por um tratamento absolutamente protecionista uma vez que o nico direito qualificado como inviol vel e sagrado E quanto aos dois outros grande enunciados do lema da Revolu o Francesa Note se que ficaram somente na promessa uma fal cia para obter o apoio dos chamados sans culotte A t o almejada igualdade por exemplo n o figurou entre os direitos naturais e imprescrit veis do homem segundo a tradu o de Fabio Konder Comparato proclamados no artigo 2 nem muito menos inviol vel e sagrada como fizeram com a propriedade A igualdade quando mencionada na Declara o de 1789 foi no sentido de igualdade formal em direitos artigo 1 igualdade perante lei artigo 6 e perante o fisco artigo 13 Desta maneira a igualdade que estabelece a Declara o de 1789
274. o XIX Para Luhmann 1995 2012 2013 a teoria da sociedade constru da na tens o entre a diversidade dos sistemas funcionais cada qual operacionalizando a reprodu o da sociedade segundo seus pr prios c digos como l cito e il cito e crit rios como leis e senten as e o paralelismo na constru o te rica desses sistemas as equival ncias discern veis quando se analisa a autopoiese de cada sistema por construtos comuns como c digo programa fun o presta o reflex o evolu o Esse paralelismo uma constru o 3617 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 do observador notadamente o observador de segundo grau que observa o observador de primeiro grau pr tico que age O observador dentro de cada sistema observa o como uma forma de dois lados sistema e ambiente Por isso n o h uma correla o ponto por ponto entre os sistemas nem uma unidade final na sociedade que permanece ac ntrica e policontextural A realidade social abrangente permanece irredut vel a uma defini o homog nea pois reproduzida como realidade interna de cada sistema que apenas pressup e os demais sistemas como seu ambiente Como resposta ao externalismo apenas pressuposta uma realidade externa como cont nuo de materialidade LUHMANN 2012 p 54 e o mundo como horizonte de possibilidades LUHMANN 2012 p 26 mas s poss vel conhecer porque n o h acesso
275. o estado constitucional democr tico para a rela o entre direitos do homem Revista de Direito Administrativo Rio de Janeiro 217 55 66 jul set 1999 p 60 NINO 1989 p 19 cf NINO 1989 pp 3 4 14 cf NINO Carlos Santiago La constituci n de la democracia deliberativa Barcelona Editorial Gedisa 1997 p 73 Citado por SILVA Alexandre Garrido da Teoria do Discurso Construtivismo Filos fico e Raz o Pr tica VIRTU Revista Virtual de Filosofia Jur dica e Teoria Constitucional www direitop blico com br Salvador BA n mero 2 2008 p 2 ALEXY 1999 p 60 3715 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 discurso justificat rio mais amplo aberto s raz es de ordem pragm tica e tica conectado com princ pios morais Esse espraimento da argumenta o dos Direitos Humanos como direitos fundamentais constitucionais e ao mesmo tempo como direitos morais liquefaz de vez a tese da dicotomia Direito e Moral t o cara a tradi o positivista para identifica o do fen meno jur dico Da mesma forma Ernst Tugendhat explicita nossa hip tese a fundamenta o 3 filos fica dos Direitos Humanos uma fundamenta o moral Para ele os Direitos Humanos um conceito central da moral pol tica assegurando o que ele denomina de justifica o moral do estado em contraposi o justifica o contratualista cl ssica Ele escreve que a parti
276. o humano fundamental e os direitos humanos como direitos morais 1 Uma das caracter sticas da modernidade em seus prim rdios no mbito social ser a rela o at vica entre sujeitos marcada como luta por autopreserva o Desde os escritos pol ticos de Maquiavel apresenta se a concep o de sociedade como sendo aquela segundo a qual os sujeitos individuais se contrap em numa 3 A filosofia social moderna visualizada nos concorr ncia permanente de interesses escritos maquiav licos abandona a antropologia da doutrina pol tica cl ssica e introduz o conceito de homem como ser egoc ntrico atento somente ao proveito pr prio Assim o fundamento da ontologia social da modernidade a suposi o de um estado permanente de concorr ncia hostil entre sujeitos Com Maquiavel manifesta se pela primeira vez a convic o filos fica de que o campo da a o social consiste numa luta permanente dos sujeitos pela conserva o de sua identidade f sica No entanto nesta sua antropologia realista da natureza humana n o significa que para ele somente um Estado absolutista coercitivo poderia estabilizar a sociedade Ao contr rio Maquiavel realiza uma reflex o sobre o poder mas n o o poder em si mas o poder como instrumento irrenunci vel para unificar uma Seu ideal comunidade pol tica para dar lhe ordem e seguran a e deix la prosperar consiste na cria o de um Estado independente por m o de um pr
277. o plano de atua o da interioridade din mica do homem requer necessariamente a participa o integral do mesmo homem que um ser total e inteiramente indiv duo e total e inteiramente pessoa na obra comum social dir se no mbito pol tico e laboral cujas obras se destinam especialmente assist ncia s exig ncias materiais do homem mas que exercem concomitantemente uma fun o subsidi ria indispens vel em aten o efetiva o das exig ncias espirituais do homem Os benef cios previdenci rios garantidos pela sociedade pol tica as restri es legais liberdade contratual o subs dio estatal educa o s o exemplos de condi es m nimas para que as exig ncias integrais do homem sejam contempladas efetivamente As exig ncias materiais n o s o em nada inferiores s exig ncias espirituais porque a efetividade da personalidade est imbricada efetividade da individualidade da mesma forma como j vimos que a efetividade do plano de atua o pol tica e laboral est imbricada efetividade do plano de atua o da interioridade espiritual Se identific ssemos o ser humano personalidade as realidades sociais ser lhe iam indiferentes Reduzindo o homem sua intimidade reduzi lo famos a um n cleo absolutamente aut nomo logo dotado de uma liberdade tendenciosa a uma expans o infinita Ao contr rio da harmonia uma concep o tal da rela o entre homem e sociedade e que se encontra quodam
278. ocr ticos Ou seja os Direitos Humanos nas sociedades contempor neas tornam se cada vez mais o medium do Direito Acolhemos tamb m a sugest o de R Alexy Direitos humanos s o direitos morais Ou melhor como sustenta da mesma forma Carlos Nino os direitos humanos s o direitos estabelecidos por princ pios morais O jusfil sofo argentino ainda mais radical Para ele a natureza moral dos Direitos Humanos s o de tal natureza cuja fundamenta o independeria de qualquer ordem jur dica nacional ou tratado internacional protetivo Os direitos fundamentais constitucionais s o em ltima inst ncia direitos morais certos que compartilham caracter sticas comuns aos princ pios morais tais como autonomia liberdade igualdade universalidade respeito dignidade reconhecimento dentre outros Escreve Alexy direitos morais podem simultaneamente ser direitos jur dico positivos sua validez por m n o pressup e uma positiva o Para a validez ou exist ncia de um direito moral basta que a norma que est na sua base valha moralmente Uma norma vale moralmente quando ela perante cada um que aceita uma fundamenta o racional pode ser justificada O discurso jur dico dos Direitos Humanos mostra sua verdadeira face enquanto direitos morais principalmente nas controv rsias constitucionais quando reivindica um Ibidem p 141 Ibidem p 128 ALEXY Robert Direitos fundamentais n
279. ol gicas de explica o da sociedade de um lado na tradi o aristot lica a sociedade como ordem natural e comunidade de valores apresentada como resultado de uma progress o de comunidades naturais segment rias a partir da fam lia de outro na explica o contratualista a sociedade civil aparece como uma comunidade de ideias intencional pelo consenso fict cio ou hipot tico que a institui j portanto produto da cultura em oposi o natureza cf BOBBIO 1991 A distin o entre sociedade e comunidade come ou a preocupar os fundadores da sociologia Durkheim 1984 p xliv descreveu a fam lia como uma comunidade de ideias sentimentos e interesses de sua obra sobre a Divis o do trabalho social 1893 decorre a identifica o entre a comunidade e a solidariedade mec nica baseada no compartilhamento de cren as comuns e entre a sociedade moderna e a solidariedade org nica a sociedade n o mais como reproduzida pelo consenso mas como integrada pela interdepend ncia funcional econ mica Semelhante a distin o de T nnies 2001 na obra Comunidade e sociedade 1887 anterior tese de Durkheim O conceito de comunidade visto por Luhmann 2013 p 382 nota 293 como uma rea o emerg ncia da sociedade mundial funcionalmente diferenciada A distin o entre sociedade e comunidade aparece como forma cultural de autodescri o da sociedade moderna sociedade civil como institui o pol
280. ol tico a mesma existente entre o membro da burguesia e a sua apar ncia pol tica entre o bourgueois e o citoyen Adentrando em sua cr tica aos direitos humanos Marx se pergunta se poss vel que o homem mesmo judeu emancipado politicamente tenha acesso aos direitos humanos Bauer negar essa possibilidade pois por viver eternamente isolado dos outros cidad os o judeu seria provavelmente incapaz de ter e conceder aos outros cidad os direitos gerais do homem Os direitos humanos seriam resultado da cultura s podendo possu los aqueles que soubessem adquiri los e merec los Do mesmo modo o crist o n o poderia conceber nenhuma esp cie de direitos humanos Esses direitos seriam constitu dos como direitos pol ticos inseridos na categoria de liberdade pol tica na categoria dos direitos civis os quais s poderiam ser exercidos em comunh o com outros homens n o indicando necessariamente o fim da religi o e consequentemente do juda smo Portanto Marx conclui que os direitos do homem limitam se aos direitos civis o que ocorre pelo fato dos homens e os direitos humanos s serem considerados como tais por se constitu rem e estarem inseridos na sociedade burguesa Marx ao discorrer sobre a liberdade observa a contradi o inerente liberdade e propriedade privada na qual a liberdade existe at o ponto em que n o interfere na liberdade de outros cidad os O grande paradoxo se encontra no fato do direito do homem
281. olu o tinham a obriga o de aplicar o direito de acordo com a legisla o em vigor poss vel afirmar que este trabalho completa a an lise hist rica do Poder Judici rio brasileiro detectando as normas de amplia o da compet ncia da Justi a Militar demonstrando a exist ncia de um Estado de Direito autorit rio com a concentra o de compet ncias junto a Justi a castrense As amplia es das compet ncias foram feitas em detrimento a limita o de direitos e liberdades fundamentais de normas de seguran a institucional e do correto manejo do devido processo legal Como fundamento de tais normas sempre houve a invoca o de um poder constituinte soberano e autorit rio capaz de promulgar normas de funcionamento institucional pautadas na ideologia da Seguran a Nacional 3692 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 REFER NCIAS BRASIL Ato Institucional n 1 de 09 de abril de 1964 Dispon vel em http legis senado gov br legislacao ListaNormas action numero 1 amp tipo norma AlT amp data 19640409 amp link s Acesso em 05 de abril de 2014 BRASIL Ato Institucional n 2 de 27 de outubro de 1965 Dispon vel em http legis senado gov br legislacao ListaNormas action numero 2 amp tipo norma AlT amp data 19651027 amp link s Acesso em 05 de abril de 2014 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1967 de 24 de janeiro de 1967 Dispon vel em http Anww planalto gov br
282. om um contexto social que familiariza toda uma popula o tnica A forma o de uma identidade vem portanto dessa identifica o com as ra zes hist ricas em comum que com o passado se apagou mas que existe e por isso se retoma nele sua cultura sua intelectualidade sua beleza e humanidade no intuito de revelar o seu valor A partir de tal percep o abre se espa o para que o lugar hist rico de uma identidade seja assimilado pelo grupo tnico em quest o A mem ria do cativeiro o resgate de uma cultura e o aux lio na Constitui o Federal atrav s dos mecanismos legais que este aparato hoje oferece para as comunidades rurais s o os mecanismos acionados pela ARQUISABRA para promover o reconhecimento e uma unidade identit ria para os membros de sua comunidade Ao mesmo tempo as Leis institu das voltadas para esses grupos espec fico s o reflexo do esfor o das lutas territoriais organizadas e mais do que isso a continuidade do processo da luta por igualdade racial Atualmente a associa o ainda enfrenta problemas dentro da comunidade mas atrav s dos projetos calcados pela ARQUISABRA conta com maior apoio dos jovens que hoje tanto dentro da comunidade como nos espa os externos a ela se identificam como os quilombolas do Quilombo do Bracu como fazem quest o de ser referidos Refer ncias Bibliogr ficas MATTOS Hebe Remanescentes das comunidades dos quilombos mem ria do cativeiro e pol tica
283. onais Os terrenos nestas reas eram vendidos ap s o desmatamento Mas as empresas colonizadoras haviam adquirido grandes extens es motivo pelo qual podiam comercializar milhares de hectares de terras de Mata Amaz nica Nos anos iniciais dos n cleos de coloniza o dois principais grupos sociais puderam ser identificados ingressando na regi o um que adquiria terras com mata e terrenos urbanos e outro que serviu de m o de obra para a abertura das reas de mata Este ltimo grupo em n mero demasiadamente maior era composto pelos retirantes ou seja fam lias e homens sozinhos que vinham compondo o fluxo populacional do xodo rural Haviam sido requisitados como m o de obra para o trabalho inicial de constru o dos n cleos populacionais Contudo n o havia no projeto inicial a preocupa o com manter esta popula o nos n cleos de coloniza o destinados a tornarem se munic pios E os projetos iniciais com os tra os do per metro urbano das col nias n o destinavam qualquer rea ou bairro doa o ou venda subsidiada para este grupo populacional Diferente era o caso daqueles que adquiriram terras e terrenos nas col nias Apesar de n o haver entre eles significativo n mero de fam lias de classe m dia ou alta era clara a diferen a em rela o aos primeiros A diferen a iniciava pelo modo que eram contatados pelas empresas colonizadoras Os representantes comerciais das empresas atrav s de seus escrit rios na
284. onhecimento de nosso arquivo colonial o movimento ind gena onde o porta voz branco tutor seja oficial ou n o deve ser ultrapassado e dar curso polifonia ind gena em nosso pa s SOUZA LIMA 2005 p 244 Em 1980 durante a realiza o do Semin rio de Estudos Indigenistas do Mato Grosso do Sul sob iniciativa de antrop logos e indigenistas ali presentes foi fundada a Uni o das Na es Ind genas UNI primeira tentativa de consolida o do movimento em mbito nacional No entanto diante das dificuldades pol ticas e geogr ficas de articular um movimento de representa o nacional em meados de 1980 volta se novamente para a cria o e consolida o de organiza es locais e regionais BORGES 2012 Apesar do insucesso na consolida o de um movimento ind gena nacional a UNI teve grande import ncia enquanto refer ncia simb lica dos ind genas no processo de redemocratiza o pelo qual passava a sociedade brasileira no final da d cada de 1980 tanto que com a promulga o da Constitui o Federal de 1988 ocorreu o sepultamento do regime tutelar e o reconhecimento da diversidade cultural Durante a d cada de 1970 ocorreram duas assembleias ind genas a Assembleia de L deres Ind genas em Diamantino MT realizada entre os dias 17 e 19 de abril de 1974 com participa o de 16 lideran as ind genas das etnias Apiak Kayabi Tapirap Rikbaktsa Pareci Nambikwara Xavante e Bororo e a Il Assembl
285. onstituinte soberano e autorit rio capaz de criar normas de funcionamento institucional invocando o fundamento de legitimidade de um poder constituinte soberano e autorit rio extra do da teoria do decisionismo do Carl Schmitt e justificado pelo estado de exce o tamb m do Schmitt Desta forma este artigo n o se limitar a indicar as mudan as das normas constitucionais e paraconstitucionales que limitaram as liberdades fundamentais no Brasil Tamb m quer explicar as raz es destas mudan as e seus reflexos nas demais institui es afins Buscar se reconhecer se a maioria das viola es aos direitos constitucionais se fez utilizando como pretexto a Seguran a Nacional a qual estava apoiada na doutrina da seguran a nacional originada nos Estados Unidos da Am rica e que se caracterizava pela constante preocupa o pela guerra n o s no mbito exterior mas tamb m no interior onde qualquer poderia ser um conspirador contra o Estado dado que no momento hist rico da ditadura militar brasileira o mundo se encontrava dividido entre o capitalismo ocidental e o comunismo do leste europeu assim a maioria dos pa ses vivia em estado de alerta de guerra permanente motivo pelo qual a Seguran a Nacional passou a obstaculizar em todos os setores da vida humana e consequentemente na forma de administra o do Estado Apresentar se que no mbito brasileiro percebe se que a Seguran a Nacional acabou por ser
286. ontinuidade ao reconhecimento do trabalho como um direito social fundamental estabelece no art 193 que A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem estar e a justi a sociais Assim temos a prote o dispensada pela Carta ao trabalho elencando o como eixo estrutural da ordem social Nesse sentido Jos Afonso da Silva discorre Ter como base o primado do trabalho significa p r o trabalho acima de qualquer outro fator econ mico por se entender que nele o homem se realiza com dignidade Ter como objetivo o bem estar e a justi a sociais quer dizer que as rela es econ micas e sociais do pa s para gerarem o bem estar h o de propiciar trabalho e condi o de vida material espiritual e intelectual adequada ao trabalhador e sua fam lia e que a riqueza produzida no pa s para gerar justi a social h de ser equanimemente distribu da Neste particular a ordem social harmoniza se com a ordem econ mica Desta forma poss vel afirmar que o papel do Estado devidamente delimitado na Carta Magna garantir meios para efetiva o do direito ao trabalho digno por ser este fundamento e base da ordem econ mica e social respectivamente Isto porque como afirmamos al m de se tratar de um direito fundamental essencial para a sobreviv ncia do ser humano constitui um dos fundamentos do nosso Estado Democr tico de Direito 2 CONCEITO DE EMPREGADO E DE EMPREGADO DOM STICO A
287. ora minorit ria eis que os referidos elementos peculiares da caracteriza o do empregado dom stico quais sejam a presta o de servi os de finalidade n o lucrativa pessoa ou fam lia no mbito residencial destas n o justificam o tratamento discriminat rio quanto atribui o de direitos demonstrando atentado aos ideais de uma sociedade justa livre e solid ria CONCLUS O Como explanado o direito ao trabalho se trata de um direito social Assim chegamos conclus o que se traduz na import ncia do direito ao trabalho como meio garantidor da subsist ncia da pessoa humana diante da prote o e reconhecimento do trabalho na Constitui o Federal de 1988 como fundamento e objetivo de um Estado Democr tico atrav s de sua Ordem Econ mica e Social certo que a prote o constitucional destinada ao trabalho se traduz em extirpar toda e qualquer forma de trabalho que resplande a a conota o de escravid o e servid o do termo como ocorria nos prim rdios E assim resguardar e proteger o trabalho e a pessoa do trabalhador por meio da consagra o dos direitos trabalhistas com fim de garantir a todos uma viv ncia digna em sociedade Nesse contexto por meio de uma interpreta o l gico sistem tica chegamos outra conclus o que se manifestava na incongru ncia do texto constitucional origin rio tendo em vista ser dispensado tratamento discriminat rio e restritivo de direitos aos empregados dom sticos nos levan
288. os adotantes O direito de escolha exercido dentre outras formas no preenchimento de planilhas de perfil desejado dos tribunais de Justi a dos estados que a depender dos termos em que questionam os pretendentes podem ampliar a diversidade de imagina o para a avers o restri es ou temor pr pria ado o demarcando identidades sociais de maneira violadora e tornando crian as e adolescentes institucionalizados alvos de diversos tipos de preconceito como ser o vistos adiante A partir da leitura das planilhas para cadastramento bem como dos dados trazidos pelo CNJ sobre o Cadastro Nacional de Ado o preciso questionar a quais interditos os discursos sobre a ado o fazem refer ncia no campo social e tamb m no subjetivo TEIXEIRA FILHO 2010 p 242 De acordo com Guareschi Strenzel e Bennemann 2007 universalizamos marcadores identit rios e a eles reduzimos os sujeitos tendendo a engessar determinadas caracter sticas sobre a facilidade ou a dificuldade da ado o A hip tese deste trabalho portanto a de que h uma cultura violadora silenciada na suposta presun o constitucional de igualdade entre filhos art 227 8 6 da CRFB 1988 e da diversidade parental Diversos s o os aspectos a serem compreendidos a partir dessa hip tese Primeiro o pr prio art 39 1 ECA 1990 prev que ado o medida excepcional a qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten o da cria
289. os e dos lagos nelas existentes ressalvado relevante interesse p blico da Uni o segundo o que dispuser lei complementar n o gerando a nulidade e a extin o direito a indeniza o ou a a es contra a Uni o salvo na forma da lei quanto s benfeitorias derivadas da ocupa o de boa f PLP 227 2012 Art 1 S o considerados bens de relevante interesse p blico da Uni o para fins dessa lei as terras de fronteira as vias federais de comunica o as reas antropizadas produtivas que atendam a fun o social da terra nos termos do art 5 inciso XXIII da Constitui o Federal de 1988 os per metros rurais e urbanos dos munic pios as lavras e portos em atividade e as terras ocupadas pelos ndios desde 05 de outubro de 1988 PSL 257 1989 sendo aprovado no mesmo ano Atualmente aguarda a constitui o de Comiss o Especial na Mesa Diretora da C mara PEC 237 2013 Deputado Nelson Padovani PSC PR Acrescente se o artigo 176 A no texto Constitucional para tornar poss vel a posse indireta de terras ind genas produtores rurais na forma de concess o Art 176 A A pesquisa o cultivo e a produ o agropecu ria nas terras habitadas permanentemente e tradicionalmente ocupadas pelos ndios somente poder o ser realizadas mediante concess o da Uni o em prol do interesse nacional e de forma compat vel com a pol tica agropecu ria a brasileiros que explorem estas atividades e
290. os humanos e a hist ria da ado o no Brasil Reflex es sobre os efeitos da matriz bioparental e de marcadores identit rios Gabriela Guimar es Cavalcanti Universidade Federal de Pernambuco Prof Dr Gustavo Gomes da Costa Santos Universidade Federal de Pernambuco Camila de Almeida Santos Universidade Federal de Pernambuco 1 INTRODU O Inicialmente a fim de situar a nossa reflex o sobre a constru o social da ado o a partir da bioparentalidade e heteroparentalidade no Brasil e as recentes problematiza es sobre os efeitos dessas matrizes tr s s o as preocupa es que devem inaugurar o estudo i compreender a carga de sentidos e significados do uso da terminologia fam lia enquanto representa o social redefinida no fluxo da historicidade dos fatos e direitos humanos ii identificar o sentido social atribu do homoparentalidade e iii reconhecer o papel que foi atribu do ado o neste contexto Assim segundo Almeida 1987 p 13 A discuss o sobre fam lia enquanto porta de entrada para a compreens o de uma sociedade come a com o questionamento sobre o significado do termo fam lia e o estatuto te rico que damos a ele Trata se de um grupo concreto composto por um certo n mero de pessoas ligadas por consanguinidade ou alian a e que ocupam lugares diferentes numa hierarquia interna de poder e de pap is Ou trata se de uma representa o social que os diversos grupos e socieda
291. os marcadores identit rios enquanto sinais ideol gicos naturalizados nos termos procedimentais das planilhas de ado o poss vel ent o retomarmos o tema da heteronormatividade no parentesco e as respectivas justificativas que ela sustenta nas pr ticas da ado o Nesse sentido Butler 2003 compelida politicamente a responder sobre o casamento e a parentalidade homossexual i A fil sofa afirma que as formas de fam lia em quest o s o formas sociais vi veis e que a episteme atual de inteligibilidade pode ser utilmente contestada e rearticulada luz dessas formas sociais e ii sem que por meio dessa afirma o assuma uma posi o que defende a legitima o do Estado o Estado como normalizador Assim nas palavras de Butler 2003 a for a simb lica da heterossexualidade normativa opera como uma estrutura que encontra o campo do pr prio parentesco tem sido a base da alega o de que o parentesco tem sido sempre heterossexual De acordo com esse preceito aqueles que entram nos termos do parentesco como n o heterossexuais s far o sentido se assumirem o papel de M e ou Pai O postulado de uma heterossexualidade fundadora deve tamb m ser lido como parte de uma opera o de poder e tamb m de uma fantasia de forma que podemos come ar a indagar como a invoca o de tais alicerces funciona na constru o de uma certa fantasia de estado e na o Quero apenas sugerir que a figura da crian a
292. ossam desfrutar das liberdades Marx chama a aten o para a fal cia das liberdades que poucos poderiam positivamente ou realmente desfrutar a liberdade dos burgueses liberdade esta negativa ou apenas formal para a maioria dos membros da sociedade Estas seriam as dimens es subjetivas do poder com o nome de liberdade positiva ou liberdade para freedom to s o diferenciadas da no o de liberdade negativa ou liberdade de freedom from em esta ltima um sujeito definido como livre de forma negativa se est isento de obriga o positiva ou negativa mandatos ou proibi o e na medida em que livre diante de certa escolha ou a o Da mesma maneira ou de forma positiva se este sujeito livre conta a capacidade ou meios para levar a cabo uma escolha ou a o esta seria a medida para ver se ele livre ou n o de fato se sua liberdade positiva real ou somente negativa formal Para o entendimento da cr tica de Marx tamb m faz se importante destacar a quest o dos poderes selvagens como leciona Luigi Ferrajoli em alguns trabalhos mais antigos como em sua obra fundamental Direito e Poder mas sobretudo no livro intitulado Poteri selvaggi Segundo Ferrajoli a express o poderes salvagens faz uma clara refer ncia liberdade salvagem e desmedida da qual fala Immanuel Kant na Metaf sica dos costumes como uma condi o carente de regras que caracterizam o estado de natureza isto a aus ncia de
293. ou regional dependendo do sistema Infelizmente trata se de um processo estagnado por v rios problemas que caracterizam o Direito Internacional dos Direitos Humanos e de dif cil realiza o pr tica Principal caracter stica tentativa de efetivar a universaliza o dos direitos ao positivar os direitos humanos no plano internacional 4 processo de especifica o atual ssimo processo pelo qual se considera a pessoa em situa o concreta para atribuir lhe direitos seja como titular de direitos como crian a idoso mulher consumidor etc ou como alvo de direitos como o de um meio ambiente saud vel ou paz principal caracter sticas positivar e mudar a mentalidade da sociedade na dire o dos chamados direitos de solidariedade difusos ou de terceira gera o 3 Constitucionalismo moderno e liberalismo A obra de Marx desenvolveu se no contexto do Estado liberal de Direito do Estado gendarme que reprimia com viol ncia ao trabalhador e que ainda n o tinha positivado seus direitos constitucionalmente garantidos como direitos fundamentais os chamados diretos sociais conhecidos como a segunda gera o dos mesmos O movimento conhecido como constitucionalismo caracteriza se pelo advento da modernidade do Estado de Direito e da ado o da constitui o escrita Os ideais do constitucionalismo moderno foram estabelecidos pelo artigo 16 da Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o de 26 de agosto de 1789 Toda socied
294. ou seja como expectativas de comportamento temporal material e socialmente generalizadas LUHMANN 3621 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 2010 p 86 as expectativas formam as estruturas dos sistemas sociais cuja unidade a comunica o no caso do sistema jur dico trata se de expectativas normativas contraf ticas resistentes desilus o cf LUHMANN 2014 Unger 2001 pp 195 207 e 508 39 reconhece os direitos em geral n o apenas os fundamentais como elementos da vida institucional da sociedade Concebe os direitos humanos ou fundamentais para al m de seu papel cl ssico de retirada de temas da agenda pol tica rotineira e prote o contra as reformas n o revolucion rias quando n o se manifesta o poder constituinte esses direitos devem servir para proteger os indiv duos contra a vulnerabilidade social inclusive das mudan as sociais mas tal prote o deve ser uma condi o mesma da maior revisabilidade dos contextos formadores em que a pessoa se insere UNGER 1996 pp 166 9 Importa aqui notar que ao elevar os direitos a um plano institucional ainda que ressalte se com diferentes concep es desse plano tanto Luhmann quanto Unger fogem aos problemas cl ssicos de reconhecimento da realidade dos direitos enquanto direitos subjetivos quest o enfrentada com muita dificuldade pelas principais teorias do direito dos s culos XIX e XX de Austin a Ross e os realistas americanos de
295. outrina contempor nea dos Direitos Humanos Guilherme Jos Santini UFABC Todas as gera es humanas almejam o bem estar a felicidade o aperfei oamento de seu valor ntimo e de sua liberdade Assim as for as ntimas do homem transformam as condi es exteriores quer sejam elas f sicas sociais ou pol ticas Mas felicidade e valor n o decorrem dessas condi es exteriores sen o quando n s as referenciamos ao mundo interior de nossa alma a n s mesmos A transforma o desse mundo interior portanto o segundo fator n o menos importante que o primeiro a intervir na elabora o de uma exist ncia satisfat ria Wilhelm Dilthey Aula inaugural do ano letivo da Universidade de B le 1867 Introdu o O paradoxo interno doutrina dos Direitos Humanos H um paradoxo interno filosofia dos Direitos Humanos por um lado afirma se que h direitos universais invari veis por outro cada povo possui legitimamente suas pr prias normas e preceitos morais fundamentais como parte de sua tradi o e manifesta o de sua mentalidade ou vis o de mundo Um problema se imp e diante desse paradoxo ao qual Maritain se debru a desde o auge da Segunda Guerra como poss vel que apesar das circunst ncias culturais de cada povo e das divergentes escolas de pensamento filos fico possa haver um acordo sobre princ pios de atua o moral e pol tica com validade universal e perene Nosso objetivo expor qual
296. outro lado ao longo da evolu o do mundo foi o trabalho adquirindo import ncia posto que reconhecido como uma garantia de uma viv ncia digna em sociedade ou uma necessidade para uma vida sadia Neste texto nos preocupamos em questionar o tratamento discriminat rio e restritivo de direitos destinados aos empregados dom sticos na reda o origin ria da Constitui o Federal de 1988 Para tanto discorremos sobre as contradi es que havia na Carta Magna a qual consagra o trabalho como direito social portanto inviol vel e a contradi o que o texto revelava j que pugna pela igualdade vedando todas as formas de discrimina o e n o obstante restringia direitos trabalhistas dessa classe trabalhadora minorit ria Destarte entendemos que a revis o constitucional trazida por recente Emenda Constitucional se imp s como forma de resgatar injusti as gritantes contidas no texto origin rio Palavras Chave Direito ao Trabalho Empregado dom stico Direito do Trabalho Direitos trabalhistas Tratamento discriminat rio e restritivo Princ pio da igualdade Mestranda em Direitos Humanos Fundamentais pelo Centro Universit rio FIEO UNIFIEO de Osasco Bolsista CAPES PROSUP Especialista em Direito da Seguridade Social pela LEGALE Especialista em Doc ncia de Ensino Superior pela FOCCUS Educacional em conv nio com a FALC Professora Universit ria Advogada 2 Mestranda em Direitos Humanos Fundamentais pelo Centro Universit r
297. para a afirma o do surgimento dos direitos humanos em suma no s culo XVIII est contida segundo Trindade 2002 p 18 no fato de que N o basta a simples exist ncia de ideias transformadoras para que o mundo se transforme necess rio como se sabe que as ideias conquistem um grande n mero de seguidores dispostos a coloc las em pr tica mesmo correndo riscos o que s acontecer se eles convencerem mesmo de modo algo intuitivo de que essas ideias v o na mesma dire o tornam mais clara ou organizam a luta que j travam por seus interesses necessidades ou aspira es coletivas Depois ser preciso ainda que estejamos diante de condi es sociais e hist ricas que favore am ou n o impossibilitem a mudan a pretendida e que al m disso os interessados consigam desenvolver os meios apropriados para vencer a resist ncia sempre feroz dos que se op e transforma o E no entanto essas condi es estavam reunidas de modo mais ou menos acentuado em alguns pa ses europeus no final do s culo XVIII particularmente na Fran a 3775 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Esses processos hist ricos introduziram na hist ria as primeiras declara es de direitos a Declara o dos Direitos inglesa de 1689 da chamada Revolu o Gloriosa estabelecendo o parlamento como poder supremo a Declara o de Direitos do Estado da Virg nia de 1776 que foi a base da declara o de Independ ncia america
298. pela l gica da domina o Esses autores por meio da utiliza o de qualquer material cultural constroem uma nova identidade capaz de redefinir a sua posi o na sociedade e ao mesmo tempo de buscar a transforma o da estrutura social constituindo assim a identidade de projeto Busca se ent o a reconstru o da sociedade a fim de torn la mais justa e igualit ria Neste cen rio de constantes investidas contra os direitos ind genas o ativismo pol tico ind gena representa portanto a principal estrat gia de a o e de resist ncia viola o de seus direitos A interven o do Conselho Terena e da Aty Guasu Guarani Kaiow nas diversas situa es no estado de Mato Grosso do Sul s o exemplos da atua o e da import ncia que o ativismo pol tico ind gena vem exercendo nesse momento de crise causado pela maior ofensiva contra a pol tica indigenista de todos os tempos De igual import ncia foi tamb m a realiza o da Mobiliza o Nacional Ind gena organizada pela APIB durante os dias 30 de setembro a 05 de outubro de 2013 As manifesta es ocorreram em diferentes locais do pa s representando a maior mobiliza o ind gena da 3733 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 hist ria recente Em resumo se outrora a batalha era pela consolida o de direitos agora para garanti los Refer ncias bibliogr ficas ALMEIDA Alfredo Wagner Berno de Agroestrat gias e desterritorializa o dire
299. pressuposto de que por meio dela atendia se preventivamente s crian as exclu das socialmente As condi es para a ado o legitimante eram diferenciadas apenas aplic veis para a crian a de at sete anos de idade exceto se j estivesse sob a guarda dos legitimantes antes de completar esta idade pois segundo Bordallo 2013 p 262 o instituto se baseava na ideia de que n o houvesse nenhum resqu cio de lembran a da fam lia biol gica supondo que somente sem tais resqu cios seria poss vel a inclus o mais efetiva da crian a na fam lia adotiva art 1 da Lei n 4 655 1965 3633 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O perfil dos adotantes tamb m possu a especificidades alguns mantidos desde a reda o do C digo Civil 1916 os requerentes deveriam estar necessariamente casados por no m nimo cinco anos e deveriam possuir idade superior a trinta anos com a reda o da Lei n 4 655 a exig ncia da idade expressa para um dos c njuges no m nimo Pela lei a senten a de deferimento da legitima o tinha efeitos constitutivos e deveria ser inscrita mediante mandado no Registro Civil como se se tratasse de registro fora do prazo registro tardio no qual se consignava os nomes dos pais adotivos como pais leg timos e os nomes dos ascendentes dos mesmos sendo de se destacar que nas certid es do registro nenhuma observa o poderia constar sobre a origem do ato art 6 da Lei n 4 655 1
300. processos hist ricos 1 processo de positiva o a passagem da discuss o filos fica do Direito Natural Racionalista ao Direito positivo realizada a partir das revolu es liberais burguesas caracter stica principal positiva o da primeira gera o dos direitos fundamentais direitos de liberdade 2 processo de generaliza o significa a extens o do reconhecimento e prote o dos direitos de uma classe a todos os membros de uma comunidade como consequ ncia da luta pela igualdade real caracter stica principal a luta e a consequente positiva o dos direitos sociais ou de segunda gera o e de algumas outras liberdades como a de associa o e a de reuni o e a amplia o da fazemos refer ncia queles direitos positivados nas declara es e conven es internacionais e o termo direitos fundamentais para aqueles direitos que aparecem positivados ou garantidos no ordenamento jur dico de um Estado Da mesma forma que os distintos autores quando se referem hist ria ou filosofia dos direitos humanos usam de acordo com suas prefer ncias indistintamente os aludidos termos Ent o para efeitos do presente trabalho as express es direitos fundamentais e direitos humanos s o sin nimas Neste sentido entre outros PEREZ LUNO Antonio Enrique Derechos Humanos Estado de Derecho y Constituci n 9 ed Madrid Tecnos 2005 p 31 BARRANCO Maria del Carmen El discurso de los derechos El discurso de los derechos Del prob
301. projeto mas o seu modo de execu o e os interesses 3696 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 envolvidos marcaram profundamente a sociedade em forma o Havia no in cio da d cada de 1970 ao menos tr s problemas a serem resolvidos pelo projeto de coloniza o da Amaz nia Mato grossense a ocupa o daquelas terras o lucro para empresas imobili rias e o deslocamento populacional campesino para outro lugar que n o fossem os espa os urbanos dos grandes centros do pa s GUIMAR ES NETO 2002 e CUNHA 2006 Este ltimo problema foi certamente o mais decisivo pois se tratava do problema pol tico gerado pela migra o populacional da zona rural para o per metro urbano dos grandes centros nas regi es sul e sudeste Neste sentido aponta Vita 1989 para o fato de que as periferias urbanas dos grandes centros urbanos naquele per odo mostravam se problem ticas para o controle repressivo do Estado dentro da pol tica do governo militar A crise econ mica de recess o global sentia se na vida do campesinato impulsionado para os grandes centros a servir de m o de obra na industrializa o tardia dependente brasileira e na constru o civil dos empreendimentos habitacionais e estatais A situa o do campesinato explica as caracter sticas da popula o que na d cada de 1970 e 1980 migrou para os n cleos de coloniza o e cidades do norte do Estado do Mato Grosso O estudo da CEPAD 1979 mostra que no campo a popu
302. promulga o da Emenda Constitucional 72 2013 resultante da PEC das Dom sticas PEC 66 2012 uma conquista de toda a popula o brasileira N o foram s os empregados dom sticos que comemoraram a mudan a disse o senador mas todas as pessoas que lutam h anos por um Brasil mais justo e generoso z No entanto falta a alguns direitos a regulamenta o necess ria isto passado quase um ano da publica o da referida Emenda ainda v rios direitos reconhecidos est o pendentes de regulamenta o concluindo se que ainda n o se alcan ou plena igualdade 29 BRASIL Senado Federal Dispon vel em http www12 senado gov br noticias materias 2013 03 13 pec das domesticas e vista como lei aurea moderna Acesso em 07 dez 2013 BRASIL Senado Federal Dispon vel em http www12 senado gov br noticias materias 2013 03 21 cristovam verdadeira libertacao das domesticas vira com educacao Acesso em 07 dez 2013 BRASIL Senado Federal Dispon vel em http www 2 senado gov br noticias materias 2013 03 19 juca aprovacao de pec garante igualdade aos trabalhadores domesticos Acesso em 07 dez 2018 BRASIL Senado Federal Dispon vel em http www 2 senado gov br noticias materias 2013 04 03 rollemberg emenda das domesticas e uma vitoria de todo o brasil Acesso em 07 dez 2013 33 S o os seguintes direitos reconhecidos mas ainda pendentes de regulamenta o Artigo 7 rela o de emp
303. quanto que as raz es dos conservadores cat licos apontavam ao passado e conserva o de um poder baseado numa preconceituosa e hist rica tradi o que pretende justificar a diferen a entre os diversos estamentos da sociedade feudal N o dif cil comprovar a vis o conservadora e o contexto hist rico do pensamento cat lico basta ler as enc clicas papais da poca que pelo menos exprimem a vis o oficial da Igreja e autores como Joseph de Maistre e Louis de Bonald O nosso contempor neo fil sofo alem o J rgen Habermas em Teoria e Praxis acertadamente e com a vis o privilegiada de nosso tempo leciona que o Direito Natural Racionalista jusracionalismo o movimento mais revolucion rio de todos os tempos exatamente por trazer a igualdade de todos os seres humanos por primeira vez planteado desde o Direito Significa dizer igualdade perante lei Igualdade posteriormente positivada em todos os ordenamentos jur dicos e que um dos pilares da constru o democr tica de nossa Era mas a grande quest o que essa igualdade deve ser formal ou real na vis o de Luigi Ferrajoli essa igualdade deve ser formal e substancial ao mesmo tempo uma vez que a quest o que d subst ncia ao Estado Constitucional de Direito exatamente ser como na pr tica tratada a igualdade formal e material Em sua obra Marx y los Derechos Humanos no mesmo sentido que em nossa entrevista o professor Atienza mant m uma postura
304. que atendam e se comprometam com as seguintes exig ncias simultaneamente Pronta para a Pauta na Comiss o de Constitui o e Justi a Dados atualizados em 31 03 2014 3727 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A partir da an lise desses instrumentos legais aqui apresentados torna se evidente a centralidade da quest o territorial seja ela na demarca o de novas reas ou na gest o desse territ rio O que est em jogo portanto s o os in meros interesses que cercam as terras ind genas seus recursos naturais e ou minerais sua biodiversidade e at os pr prios conhecimentos tradicionais Com a promulga o da Constitui o Federal de 1988 estabeleceu se um prazo de cinco anos para que todas as terras ind genas fossem devidamente demarcadas Esse prazo encerrou se em 1993 e hoje 11 anos ap s ainda restam 229 TI em situa o irregular Situa o N Tis Extens o hectares Em Identifica o 122 8 004 Com restri o de uso a n o ndios 6 1 079 412 Total 128 18 55 1 087 416 0 96 Identificada 35 5 07 2 243 453 1 98 Declarada 66 9 57 4 271 304 3 77 Reservada 22 107 955 Homologada 18 2 083 670 Reservada ou Homologada com Registro 421 103 384 889 no CRI e ou SPU Total 461 66 81 105 576 514 93 28 Total Geral 690 100 113 178 687 100 Fonte Povos Ind genas no Brasil 2014 Desde a redemocratiza o
305. que ficou conhecido como Leil o da Resist ncia Como justificativa legal seus organizadores alegaram que seria um meio de arrecadar fundos para o pagamento de honor rios de advogados entretanto declara es paralelas e a pr pria configura o da quest o ind gena no estado deixam claro que o verdadeiro prop sito deste evento era a arrecada o de recursos para a contrata o de seguran a privada para a suposta defesa das propriedades Essa pr tica n o novidade na regi o prova disso a den ncia feita pelo Minist rio P blico Federal de Mato Grosso do Sul MPF MS de que a empresa de seguran a privada Gaspem esteja envolvida na morte do ind gena da etnia Guarani Kawoi N sio Gomes em novembro de 2011 poca essa empresa prestava servi os aos propriet rios de uma rea retomada O Conselho Terena e Aty Guasu Guarani Kaiow organiza es ind genas locais entraram com uma a o na Justi a Federal exigindo a suspens o do evento e conseguiram Ver mais em Seguran a privada invade acampamento e escreve amea a de morte na terra Dispon vel em lt http cimi org br site pt br system news amp conteudo id 7268 amp action read gt Ver mais em TRF 3 pede a pris o de quatro envolvidos no assassinato do cacique N sio Gomes Dispon vel em http www brasildefato com br node 13054 Procuradores pedem fechamento de firma de mil cia privada ap s assassinatos Guarani Dispon
306. que formam uma esp cie de burguesia ind gena justamente dessa camada intermedi ria os intelectuais que surge um inconformismo a n vel de consci ncia social e tnica fazendo emergir a dial tica da mobiliza o pol tica VARESE apud CAVALCANTE 1996 p 21 Cavalcante 1996 tamb m cita Batalla que por sua vez compreende a mobiliza o pol tica dos povos ind genas como uma nova fase de suas exist ncias que se expressa ideologicamente atrav s de um pensamento pol tico pr prio ainda em forma o Esse projeto comporta as fases de recupera o da identidade tnica dissolvida pela ordem colonial pela nova dimens o que essa categoria assume na mobiliza o inter tnica e na sua utiliza o como instrumento de luta As categorias tnicas permitem tanto a atribui o como tamb m a reivindica o de diferen as culturais nas intera es sociais Dessa forma a etnicidade enquanto um sistema de classifica o e organiza o social das intera es sociais pode comportar diferentes 3732 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 graus como por exemplo as redes tnicas as associa es tnicas e as comunidades tnicas conforme a tipologia proposta por Handelman PINTO 2012 Por redes tnicas o autor refere se ao estabelecimento de la os interpessoais entre os membros de uma mesma categoria tnica criando assim la os de solidariedade e padr es de intera es sociais com obriga es mor
307. que o prop sito da vis o integral e interdisciplinar do humano e dos direitos humanos deve iniciar o exerc cio emergencial de humildade cient fica e reconhecimento de numerosas limita es por parte dos juristas e legisladores representando uma abertura para a interdisciplinaridade nas respostas oferecidas para os problemas humanos inclusive a partir dos estudos em hist ria do Direito Desse modo segundo Hespanha 2003 a miss o da hist ria do direito antes a de problematizar o pressuposto impl cito e acr tico das disciplinas dogm ticas sublinhando sua n o definitividade e sua situacionalidade sempre localizado em um contexto hist rico e social e que seja qual for o modelo usado para descrever as suas rela es com os contextos sociais simb licos pol ticos econ micos etc as solu es jur dicas s o sempre contingentes e locais Nesse sentido aduz Fachin 2008 p 225 que a fam lia como fato cultural est antes do Direito e nas entrelinhas do sistema jur dico na medida em que segundo o autor v la t o s na percep o jur dica do Direito de Fam lia olhar menos que a ponta de um iceberg Antecede sucede e transcende o jur dico a fam lia como fato e fen meno Assim a ado o estudada em sua hist ria deve abordar a hist ria das institui es e a hist ria do pensamento social e jur dico do instituto No presente artigo encontramos no tema da ado o um conjunto complexo de di
308. r m sem apontar o autor do disparo Com base no Relat rio de Viol ncia Contra os Povos Ind genas realizado pelo Conselho Indigenista Mission rio CIMI em 2012 o estado de Mato Grosso do Sul ocupa o topo da lista de assassinatos de ind genas com 37 casos N mero este que tragicamente em todo o pa s teve um crescimento de 15 em compara o a 2011 O relat rio aborda tr s categorias de viol ncia viol ncia contra o patrim nio viol ncia por omiss o do Poder P blico e viol ncia contra a pessoa Na primeira categoria houve um aumento de 26 em rela o ao ano anterior na segunda de 72 e na terceira onde est o inclu dos os casos de amea as de morte homic dios e tentativas racismo les es corporais e viol ncia sexual houve o aumento vertiginoso de 237 CIMI 2012 Esses dados demonstram que embora hajam tratados internacionais como a Conven o 169 da Organiza o Internacional do Trabalho OIT da qual o Brasil signat rio e tamb m a pr pria Constitui o Federal que asseguram os direitos ind genas 10 ver mais em O leil o da barb rie ruralista governo Dilma se omite diante de uma trag dia anunciada Dispon vel em lt http www ivanvalente com br blog 2013 12 0 leilao da barbarie ruralista governo dilma se omite diante de uma tragedia anunciada gt O sil ncio das autoridades p blicas diante de afrontas aos direitos constitucionais Dispon vel em lt http www cimi org br s
309. r do meu direito por ex a integridade f sica ou corporal resulta al m da exig ncia que eu tenho em rela o a todos individualmente uma exig ncia para todos comunitariamente a saber de me proteger e conjuntamente criar uma inst ncia onde eu posso cobrar meu direito e onde este recebe a sua for a Haveria portanto uma obriga o moral para a cria o de uma instancia legal como representa o unit ria de todos e isto significa resultaria uma exig ncia moral para a cria o de um Estado O direito moral pode portanto ser perfeitamente compreendido no sentido forte mas somente de tal modo que da resulte uma obriga o moral coletiva uma correspondente inst ncia jur dica a ser institucionalizada A fundamenta o moral do Estado segundo Tugendhat precisa prever tantos os direitos individuais quanto coletivos O poder do Estado moderno leg timo s se ele se baseia de certa maneira nos interesses de todos e a exist ncia dos direitos humanos teria de significar que eles s o inclu dos nesta de certa maneira Percebemos que a pr pria terminologia utilizada na discuss o filos fica dos Direitos Cf SILVA 2008 p 2 Hans Kelsen afirma que a ci ncia jur dica n o tem que legitimar o Direito n o tem de forma alguma de justificar quer atrav s de uma Moral absoluta quer atrav s de uma Moral relativa a ordem normativa que lhe compete t o somente conhecer e descrever
310. ra 1993 p 1393 FIGUEIREDO Leonardo Vizeu Direito econ mico S o Paulo MP 2006 MARQUES Rafael Silva Valor Social do Trabalho na Ordem Econ mica na Constitui o Brasileira de 1988 S o Paulo LTR 2007 MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO Trabalhador dom stico Bras lia DF 2013 Dispon vel em www rt com br marketing hotsite Revistas2013 Cartilha Trabalho Domestico pdf Acesso em 07 dez 2018 MONTORO Andr Franco Introdu o ci ncia do direito 30 ed rev e atual S o Paulo Revista dos Tribunais 2013 NASCIMENTO Amauri Mascaro Inicia o ao direito do trabalho S o Paulo LTR 2001 REALE Miguel Li es preliminares de direito 27 ed S o Paulo Saraiva 2002 SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o 8 ed atual at a Emenda Constitucional 70 de 22 12 2011 S o Paulo Malheiros 2012 SIQUEIRA Thiago Barros de A prote o da idade avan ada no Regime Geral de Previd ncia Social S o Paulo Conceito Editorial 2011 SUSSEKIND Arnaldo Curso de direito do trabalho 4 Ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2010 VENEZIANO Andr Horta M Direito e processo do trabalho 6 Coordena o geral F bio Vieira Figueiredo Fernando Ferreira Castellani Marcelo Tadeu Cometti 2 ed rev e atual S o Paulo Saraiva 2009 Cole o OAB nacional Primeira fase 3754 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 A contribui o de Jacques Maritain d
311. ra de 31 de mar o de 2006 a 31 de dezembro de 2008 Prefeitura coloca estruturas antimendigos em viaduto A reportagem de Mariana Melo e publicada por Carta Capital 13 02 2014 A estrutura montada pela gest o de Fernando Haddad PT em volta dos pilares composta por pedras semelhantes a paralelep pedos entre 10 e 20 cent metros de altura dispostas de maneira irregular em volta de cada pilar de suspens o da via elevada por onde passa o metr Por meio de nota a Subprefeitura de Santana informou que est realizando obras de revitaliza o na regi o que envolve a Avenida Cruzeiro do Sul entre a Rua Coronel Antonio de Carvalho e a Avenida General Ataliba Leonel A obra prev melhorias no canteiro central e nas cal adas e refor o na ilumina o totalizando mais de 12 mil m de reforma A estrutura em quest o obra prevista em projeto e tem a finalidade de proteger as pilastras de sustenta o do metr a fim de evitar que sejam acesas fogueiras nesses locais o que abala a estrutura da edifica o Em 2012 durante a gest o Kassab haviam sido colocadas grades de ferro de cerca de dois metros de altura cercando todo canteiro central estruturas que est o sendo retiradas agora pela gest o Haddad Em 2005 a gest o Jos Serra PSDB foi duramente criticada pelo PT ao erguer rampas ngremes na parte de baixo de viadutos de acesso da avenida Paulista O ent o subprefeito da S Andrea Matarazzo defendeu a medida e a
312. ra para esses grupos tnicos tem como valor espec fico a heran a de uma mem ria em estado cont nuo de resgate respons vel por situar sua exist ncia sua genealogia e sua subjetividade em um tempo hist rico espec fico que os incorpora num conjunto de rela es sociais Segundo Haesbaert a percep o de que ele o espa o o territ rio n o significa simplesmente enraizamento estabilidade limite e ou fronteira justamente por ser relacional o territ rio inclui tamb m o movimento a fluidez as conex es Comunidade Santa Rita do Bracu A Comunidade Quilombola Santa Rita do Bracu situa se em Angra dos Reis costa verde do estado do Rio de Janeiro cortada pela Rodovia Rio Santos e se suto intitula remanescente de quilombo devido sua heran a hist rica e cultural 3 Sobre o tema cf Alfredo Wagner Berno de Almeida Terras de Preto Terras de Santo Terras de ndio in J Habette amp E M Castro orgs Cadernos Naea UFPA 1989 e Alfredo Wagner Berno de Almeida org Terras de Preto no Maranh o Quebrando o Mito do Isolamento S o Lu s Centro de Cultura Negra do Maranh o CCN MA e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos SMDH 2002 MOURA Clovis Formas de resist ncia do negro escravizado e do afro descendente In Kabengele Munanga Org O negro na sociedade brasileira Resist ncia participa o contribui o Hist ria do negro no Brasil V Bras lia DF 2011 p 3
313. ratamento discriminat rio destinado a esta classe trabalhadora minorit ria por ofensa aos ideais de um Estado democr tico seja por ferir brutalmente a dignidade da pessoa do trabalhador dom stico seja por refletir ainda nos dias que correm o pensamento escravagista isto um tratamento mesquinho e usurpador de direitos 3 EMPREGADO DOM STICO UMA MINORIA NO ORDENAMENTO JUR DICO BRASILEIRO E A EMENDA CONSTITUCIONAL N 72 2013 certo que at o dia 02 de abril de 2013 quando publicada a Emenda Constitucional no 72 havia no pr prio texto constitucional tratamento diferenciado destinado aos empregados dom sticos o que nos leva a considerar esta classe de trabalhadores como uma minoria no ordenamento jur dico brasileiro Mas por que consideramos os empregados dom sticos como minoria Responderemos a este questionamento partindo do pr prio conceito adotado do termo minorias Aur lio Buarque de Holanda conceituou o termo minoria al m da inferioridade num rica da seguinte forma 3 Antrop Sociol Subgrupo que dentro de uma sociedade se considera e ou considerado diferente do grupo dominante e que n o participa em igualdade de condi es da vida social 2 Ora quando tratamos do empregado dom stico como minoria estamos tratando n o do aspecto num rico que cont m o conceito de minorias mas do aspecto qualitativo que envolve o conceito de minorias em sua maior dimens o qual seja a exclus o dess
314. rego protegida contra despedida arbitr ria ou sem justa causa nos termos de lei complementar que prever indeniza o compensat ria dentre outros direitos Il seguro desemprego em caso de desemprego involunt rio IIl fundo de garantia do tempo de servi o IX remunera o do trabalho noturno superior do diurno XI participa o nos lucros ou resultados desvinculada da remunera o e excepcionalmente participa o na gest o da empresa conforme definido em lei XVIII licen a gestante sem preju zo do emprego e do sal rio com a dura o de cento e vinte dias 3751 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 de direitos trabalhistas E assim pendente a regulamenta o n o se pode deixar de constatar que o legislador n o segue os ditames do mundo contempor neo mantendo discrimina es indevidas ferindo ou menosprezando o real significado dos princ pios que devem reger um Estado Democr tico de Direito Portanto o empregado dom stico ainda encontra limita o de acesso ao trabalho digno eis que ainda ausente legisla o que regulamente os direitos conquistados Padecem ainda com restri es em seus direitos trabalhistas A acep o tomada para trabalho digno aquela que dispensa igualdade de tratamento a todos Aqui n o se fala de trabalho indigno t o somente no sentido de servid o ou labor degradante por exemplo mas tamb m no sentido de exclus o de direitos a uma classe trabalhad
315. res imagina o e concretiza o de meios para a realiza o de demandas por inclus o Assim os direitos sociais podem ser compreendidos como pretens es voltadas ao acesso aos sistemas funcionais n o apenas para viabilizar materialmente as pr condi es para participar da pol tica mas tamb m para participar da educa o da sa de da arte etc NEVES 2008 pp 248 58 LUHMANN 1990 pp 34 9 As propostas de Luhmann e Unger para os direitos humanos podem ser entendidas no contexto da crise do Estado Social Especialmente do ponto da teoria dos sistemas surge o problema de redefinir funcionalidades dos direitos em termos da prote o n o s de pessoas mas de esferas inteiras de comunica o social que se v em afetadas pela pr pria din mica da diferencia o funcional De um lado diferen as regionais na sociedade mundial e de outro press es desdiferenciantes inerentes modernidade colocam em xeque a viabilidade de se garantir a inclus o de amplas parcelas da popula o nos sistemas funcionais o que exige a desintegra o social enquanto manuten o dos limites de cada sistema e repress o concentra o de meios de influ ncia poder dinheiro saber cf LUHMANN 2013 pp 16 27 Do ponto de vista da teoria de Unger que explicitamente vincula a explica o das estruturas e institui es ao vislumbre de alternativas poss veis de organiza o social o diagn stico da insufici ncia de um esquema
316. ri ncias que viveu ou que testemunhou direta ou indiretamente Logo o conhecimento sobre os primeiros princ pios da a o moral est submetido a um crescimento submetido por sua vez a progressos e retrocessos condicionados pela experi ncia moral na hist ria Admitir isso significa aquiescer com um relativismo moral Para Maritain de modo algum Ele defende ter sido a mensagem do Evangelho crist o a express o a mais verdadeira da verdade sobre o homem com respeito sua ess ncia ou ordem natural Mas nem por isso ele defende a imposi o da filosofia crist dos direitos fundamentais como condi o para a viabilidade da paz e de uma declara o universal de direitos 3758 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 meta constitucionais Pressupor que necess rio impor humanidade uma mentalidade qualquer que ela seja ou um c digo pronto de conduta na vida moral e na governan a como condi o para que os Direitos Humanos sejam reconhecidos e respeitados por todos ignorar o modo de ser e conhecer do homem com respeito a si mesmo Contrariar esse modo de conhecer a n s mesmos seria contrariar nossa natureza pois esse o modo que ela nos concede para que a conhe amos tal como ela pode ser conhecida Maritain em alguns de seus livros se dedica a esse trabalho de desqualifica o do ponto de vista gnosiol gico das teorias dos Direitos Humanos de car ter racionalista ou id lico que pressup em a possibilidad
317. rsonalidade por sua vez a consequ ncia de um dom ou de uma da o ao homem de um centro vital independente capaz de dar e dar se em conhecimento e em amor a unidade din mica aberta realidade que capacita o homem ao conhecimento teor tico e pr tico ou ainda que o capacita a amar Dito de outro modo a personalidade a capacidade que o homem tem de exercer uma superexist ncia espiritual capacidade que se deve sua radicalidade participada numa ordem transnatural donde pois sua anterioridade l gica em rela o sociedade pol tica e sua finalidade transcendente ao o bem e ao fim desta Reconhec la como dimens o intr nseca da natureza humana a condi o para evitar os erros do que poder amos chamar de um naturalismo pol tico como veremos adiante Quando dizemos que o homem uma pessoa queremos dizer que ele n o somente uma por o de mat ria um elemento individual na natureza como um tomo um p de trigo uma mosca ou um elefante um elemento individual na natureza Onde est a liberdade onde est a dignidade onde est o os direitos de um peda o individual de mat ria O homem um animal e um indiv duo mas n o como os outros MARITAIN 1988 p 620 A no o de personalidade segue Maritain n o se refere mat ria como individualidade das coisas corp reas ela se refere s dimens es mais profundas e mais sublimes do ser a personalidade tem por raiz
318. rtismo tem suas origens na reda o da Carta do Povo que era um documento que expressava a decep o dos artes os radicais com os liberais que n o haviam permitido a inclus o do direito de voto aos trabalhadores limitando seus direitos pol ticos A Carta acabou se constituindo em um instrumento pol tico decisivo para a futura democratiza o do poder pol tico na Inglaterra O capitalismo estava criando novas grandes desigualdades econ micas e sociais Com isso o socialismo reivindicava uma s rie de direitos novos e diversos daqueles da tradi o liberal Segundo Tosi 2005 em rela o aos direitos do homem o movimento socialista dividiu se em duas principais correntes uma corrente doutrin ria que a partir da cr tica de Marx aos direitos humanos enquanto direitos burgueses vai levar a privilegiar os direitos econ micos e sociais em detrimento dos direitos civis e pol ticos A outra corrente doutrin ria o socialismo reformista ou social democr tico que procurar conciliar direitos de liberdade com os direitos de igualdade mantendo se no marco do sistema capitalista e do estado liberal de direito enfatizando a sua dimens o democr tica Foi o pensador alem o Karl Marx o grande respons vel pelo desenvolvimento da cr tica natureza injusta do sistema capitalista tendo sido ele tamb m por meio de suas teorias o pensador que mais influenciou os movimentos de orienta o socialista no decorrer dos s culos XIX e XX
319. s Reda o original Art 231 S o reconhecidos aos ndios sua organiza o social costumes l nguas cren as e tradi es e os direitos origin rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam competindo Uni o demarc la proteger e fazer respeitar todos os seus bens e ao Senado Federal aprovar o processo de demarca o Proposta de 3725 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 altera o S 2 As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios destinam se a sua posse permanente cabendo lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo dos rios e dos lagos nelas existentes Reda o original 2 As reas destinadas s terras ind genas e s unidades de conserva o ambiental n o poder o ultrapassar conjuntamente 30 trinta por cento da superf cie de cada unidade da Federa o Proposta de altera o PEC Deputado Acrescenta o inciso XVIII ao Art 49 da compet ncia exclusiva do Congresso Nacional Aguardando 215 2000 Almir S art 49 modifica o 4 e Parecer na PPB RR acrescenta o 8 8 ambos no XVIII aprovar a demarca o das terras tradicionalmente Comiss o art 231 da Constitui o ocupadas pelos ndios e ratificar as demarca es j Especial Federal homologadas Art 231 S o reconhecidos aos ndios sua organiza o social costumes l nguas cren as e tradi es e os direitos origin rios sobre as terras que tradicionalmen
320. s muito raramente os professores trazem os alunos para passearem pela comunidade mas s levam at o rio n o contam a hist ria da comunidade A escola enquanto um espa o de forma o de pensamentos acaba tendo papel fundamental na forma o dos jovens da comunidade e reconhecendo esse papel a Associa o tem tentado aproximar se da dire o atual da escola para que a cultura quilombola tenha espa o nos seus planejamentos e para que as atividades oferecidas pela ARQUISABRA possam ser oferecidas dentro da escola isso possibilitaria a rela o entre os demais alunos da escola e a cultura que cerca o seu local de aprendizagem O Jongo como heran a e resgate cultural O Jongo teve registro como Patrim nio Cultural e Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPHAN em 2005 A pesquisa sobre o jongo no Brasil foi iniciada por antrop logos do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular CNFCP tendo como resultado o registro e reconhecimento Foi a primeira manifesta o de canto dan a em roda e percuss o de tambores de comunidades de origem afro brasileiras encontradas no Sudeste Hebe Mattos explica a raz o de seu reconhecimento em seu texto Destacou se a sua representatividade na t o propalada tese da multifacetada identidade cultural brasileira conforme termo dos pr prios documentos produzidos pela pesquisa do IPHAN Tamb m foram valorizados o seu papel representante
321. s Humanos s o indispens veis mas ao mesmo tempo s o impotentes para criar um acordo entre os homens Dito de outro modo explica o Prof Jos Aleixo por um lado reconhece se que h necessidade de justifica es para a afirma o dos direitos humanos Por outro registra se que n o se consegue um acordo sobre a maneira de apresent las e de prov las ALEIXO Jos Brandi In Presen a de Maritain Testemunhos 2012 p 70 Como perguntava me eu escreve Maritain pode ser conceb vel um acordo entre homens reunidos para uma tarefa de ordem intelectual a ser cumprida de comum acordo homens que v m dos quatro cantos do mundo e que n o pertencem somente a culturas e civiliza es diferentes mas a fam lias espirituais e a escolas de pensamento antag nicas MARITAIN 1990 p 568 569 O problema gnoseol gico dos Direitos Humanos Aqu m desse paradoxo surge ainda a necessidade de guardar se contra uma atitude que poderia e pode ainda por em risco a aplica o dos princ pios fundamentais de uma carta de Direitos Humanos preciso cuidar contra quaisquer tentativas que pressup em a padroniza o cultural ou um constitucionalismo mundial como condi o para a paz e o progresso da civiliza o A pr pria doutrina jusnaturalista de tradi o tomista na qual Maritain se insere n o para ele um vi tico milagroso cuja recep o universal pelas doutrinas constitucionais das na es solucione
322. s as suas for as na realiza o de cada uma dessas tr s tend ncias mencionadas consoantes Essas tr s tend ncias b sicas solid rias entre si e que s o uma consequ ncia espont nea do mero fato de ser homem permitem a efetiva o 3761 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 das condi es m nimas para a forma o de um ethos das condi es elementares para a forma o e consequente participa o em uma cultura desde a qual tenhamos subs dios para levar a cabo nossa exist ncia na dire o de uma superexist ncia plenamente humana De que se trata contudo essa superexist ncia plenamente humana A finalidade do ser homem o t los humano do qual fala Arist teles deve se a qu Dito de outro modo os Direitos Humanos se referem a exig ncias naturais do homem que resultam de que e conduzem a qu A distin o entre pessoa e indiv duo Passemos assim a uma segunda distin o feita por Maritain no cap tulo III do livro A Pessoa e o Bem Comum que complementa a distin o anterior sendo igualmente fundamental a sua import ncia Trata se da distin o entre indiv duo e pessoa Analisar esses dois conceitos significa como veremos revelar a fisionomia humana na sua realidade integral O ser humano se encontra entre dois p los um p lo material que n o concerne em realidade pessoa verdadeira mas antes sombra da personalidade ou ao que n s chamamos no sentido estrito do termo a
323. s chamados processos hist ricos de evolu o ou de constru o e desenvolvimento dos direitos fundamentais Na concep o de Norberto Bobbio e seu disc pulo espanhol Gregorio Peces Barba os processos de evolu o se dividem em etapas que s o as linhas de evolu o dos direitos fundamentais ou direitos humanos j sinalizados ainda que sejam os novos os especificamente modernos os que lhe d o seu pleno sentido PECES BARBA Greg rio Tr nsito a la Modernidad y Derechos Fundamentales Madrid Mezquita 1982 p 2 4 Tradu o livre do autor 6 Sobre o modelo de Estado Constitucional de Direito Estado Democr tico de Direito ou Democracia Constitucional veja se FERRAJOLI Luigi Democracia y Garantismo Madrid Trotta 2008 Especificamente Primeira Parte Democracia Constitucional y Derechos Fundamentales p 25 174 7 FERRAJOLI Luigi Derechos y garant as la ley del m s d bil Madrid Trotta 1999 180 p 8 Linhas ou processos de evolu o nas palavras de Gregorio Peces Barba e Norberto Bobbio respectivamente PECES BARBA MARTINEZ Gregorio Curso de Derechos Fundamentales teor a general Madrid Universidad Carlos III de Madrid 1995 p 154 198 e BOBBIO Norberto Direitos do Homem e sociedade In A era dos Direitos Tradu o de Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Campus 1992 p 67 83 Preferimos as express es linhas ou processos de constru o e desenvolvimento dos direitos fundamentais uma ve
324. s comunicativas an nimas institui es discursos sistemas seriam estes e Direitos institucionais que protegem a autonomia dos processos sociais contra sua subjuga o pelas tend ncias totalizantes da matriz comunicativa Protegendo por exemplo a integridade da arte da fam lia ou da religi o contra tend ncias totalit rias da ci ncia dos meios de comunica o de massa ou da economia os direitos fundamentais funcionam como regras de conflito de leis entre racionalidades parciais na sociedade e Direitos pessoais que protegem os espa os aut nomos de comunica o na sociedade atribu dos os direitos n o a institui es mas a artefatos sociais chamados pessoas Direitos humanos como limites negativos na comunica o societal em que a integridade do corpo e da mente de indiv duos colocada em perigo por uma matriz comunicativa que cruza fronteiras 3623 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Do lado de Unger 1996 p 177 a imagina o institucional colocada como alternativa s descri es descompromissadas com propostas de mudan a social e s teorias normativas como as de Rawls e Habermas que se desenvolvem em um plano ideal e n o atendem aos anseios concretos de cr tica e constru o das formas de governo economia e sociedade Quando instadas a oferecer diagn sticos e solu es para os problemas reais da vida social as teorias que se fundam na velha l gica das estruturas
325. s da pessoa humana positivados numa Constitui o i Desta forma vale destacar que o direito ao trabalho um verdadeiro direito social fundamental que tem o cond o de proporcionar uma viv ncia digna na sociedade devendo ser garantido e assegurado pelo Estado n o podendo em hip tese alguma ser suprimido por se tratar de direito inalien vel e insuscet vel de supress o ou modifica es supressoras Tem sua garantia consagrada na cl usula p trea contida na Constitui o de 1988 artigo 60 par grafo 4 inciso IV Cabe ainda referir que nesse contexto a Ordem Econ mica brasileira prevista no artigo 170 da Carta Magna tem como um dos seus fundamentos a valoriza o do trabalho humano com a finalidade de assegurar a todos uma exist ncia digna A Ordem Econ mica compreende o tratamento jur dico disciplinado pela Constitui o para a condu o da 15 SILVA Jos Afonso da Coment rio contextual Constitui o 8 ed atual at a Emenda Constitucional 70 de 22 12 2011 S o Paulo Malheiros 2012 p 186 e 187 16FERRAZ Anna Candida da Cunha Aspectos da positiva o dos direitos fundamentais na Constitui o de 1988 In BITTAR Eduardo C B Bittar e FERRAZ Anna Candida da Cunha Org Direitos Humanos Fundamentais positiva o e concretiza o Osasco EDIFIEO 2006 p 119 17 Art 60 A Constitui o poder ser emendada mediante proposta 4 N o ser objeto de delibera o
326. s de repara o no Brasil 3608 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Alfredo Wagner Berno de Almeida Terras de Preto Terras de Santo Terras de ndio in J Habette amp E M Castro orgs Cadernos Naea UFPA 1989 e Alfredo Wagner Berno de Almeida org Terras de Preto no Maranh o Quebrando o Mito do Isolamento S o Lu s Centro de Cultura Negra do Maranh o CCN MA e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos SMDH 2002 ARRUTI Jos Maur cio 2009 Caminhos Convergentes Estado e Sociedade na Supera o das Desigualdades Raciais no Brasil 110 p BARTH Fredrik Os grupos tnicos e suas fronteiras In LASK Tomke Org O guru o iniciador e outras varia es antropol gicas Rio de Janeiro Contra Capa 2000 CALDEIRA Tereza Pires do Rio Novos Estudos CEBRAP n 21 1988 A presen a do autor e a p s modernidade em Antropologia P 133 157 DU BOIS W E B As almas da gente negra Tradu o e introdu o Helo sa Toller Gomes Lacerda Ed 1999 P 5 91 Escola Municipal urea Pires da Gama Angra dos Reis RJ Ver http www escolaemacao org br Publico Default aspx Acesso em 26 de Mar o de 2014 FANON Frantz Pele negra m scaras brancas Tradu o de Renato Silveira Salvador EDUFBA 2008 P 103 HAESBAERT Costa Rog rio H da Concep es de territ rios para entender a desterritorializa o Territ rio territ rios Ensaios sobre o ordenamento terri
327. s do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 de Becker e Schultz na d cada de 1960 como um dos principais fatores para a redistribui o de renda Deste modo na medida em que aumentava a car ncia das fam lias desempregadas a educa o aparecia como um direito de todos No mesmo sentido pode ser observada a pol tica de sa de que em fun o da cria o do Sistema nico de Sa de expandiu o atendimento nos munic pios no per odo Nas diversas reas o Estado brasileiro expandiu sua atua o na d cada de 1990 sobretudo como resultado das garantias constitucionais de 1988 Em Sinop al m da educa o e sa de rg os do poder judici rio expandiram sua atua o mediante a implanta o de varas fixa o de ju zes e t cnicos judici rios Paralelo a isto emergiram outros atores sociais em parte provocados pelo Estado em parte resultado das altera es na sociedade Este o caso dos sindicatos trabalhistas e da constitui o de escrit rios advocat cios trabalhistas operariados A expans o da Justi a do Trabalho em Sinop ocorreu dentro de um processo mais amplo vivenciado no Estado do Mato Grosso Isto porque at 1992 o estado era jurisdicionado pelo TRT da 10 Regi o com sede em Bras lia Um recurso trabalhista na poca levava cerca de 5 anos para ser julgado na segunda inst ncia Com a Constitui o Federal de 1988 o acesso justi a foi afirmado como um direito para a cidadania Assim em 1992 pela Lei n
328. s e Centro de Refer ncia Projeto Cidadania conquistados por essa popula o no Or amento Participativo de 1993 1994 e 1995 respectivamente Em Belo Horizonte por meio do Projeto de Lei n 1 419 99 de autoria do Vereador Andr Quint o do PT foi aprovada a Lei n 8029 de 6 de junho de 2000 criando o F rum de popula o de rua e dispondo sobre a pol tica p blica para a popula o de rua no munic pio Em 2001 surgiu o Movimento Nacional dos Catadores de Material Recicl vel MNCMR fruto de uma articula o entre estudiosos do tema e entidades Foi feito um congresso em 2001 marcando o in cio do MNCMR Inicia se o governo Lula em 2003 e um ano depois aconteceu a chacina de sete pessoas em situa o de rua na Pra a da S em S o Paulo em 19 08 2004 Em setembro 2004 quando Patrus Ananias era Ministro de Desenvolvimento Social e Combate Fome lhe foi demandado formular no governo federal uma pol tica p blica para a prote o da PSR Foi ent o que se realizou o primeiro Encontro Nacional em Bras lia Como efeito deste Encontro foi publicado em 2006 um Decreto instituindo um Grupo Interministerial para a elabora o da pol tica p blica para a PSR O Decreto previa tr s meses de discuss o mas durou tr s anos em virtude do desconhecimento sobre PSR por parte dos sete Minist rios que participaram As pol ticas p blicas para a habita o sofreram altera es a partir da CRFB 88 Este per odo coin
329. s industrializados oriundos 3701 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 da regi o sudeste No retorno os caminh es transportavam madeira das reas que eram abertas para a cria o e expans o das cidades no Tocantins Assim o frete da madeira n o impactava sobre seu pre o visto que o custo maior era pago pelas empresas de Tocantins que adquiriam produtos industrializados a o e cimento do sudeste Ao mesmo tempo a retirada da madeira mediante o desmatamento no Estado do Tocantins erra necess ria abertura de reas para cidades e plantios Deste modo a madeira oriunda de Tocantins nos anos de 1995 e 1996 era comercializada na regi o sudeste e sul em valores abaixo do custo da extra o e corte no norte do Estado do Mato Grosso no mesmo per odo No contexto internacional as press es para a diminui o do desmatamento no Brasil repercutiam em a es pontuais do governo federal Visando atender aos compromissos internacionais de prote o ao meio ambiente o governo federal atuou no controle das madeireiras na fiscaliza o de projetos de manejo na emiss o de nota fiscal e no licenciamento ambiental Estas a es tiveram como foco a regi o norte do Estado do Mato Grosso porque este era o local com maior ndice de desmatamento divulgado no cen rio nacional O resultado foi uma crise no setor madeireiro e consequentemente uma crise no mercado de trabalho A partir de 1996 a base econ mica principal da regi o p
330. s nascidos em todas as suas fazendas e sob seu dom nio at o dia 28 de setembro de 1981 sob a condi o de continuarem prestando servi os nas respectivas fazendas at que os legados de seu testamento fossem cumpridos Anos depois e j sobre a posse da terra a constru o da Rodovia Rio Santos foi determinante para um dos problemas que os futuros herdeiros do territ rio eventualmente enfrentariam Por ser envolvida pelo Rio Bracu a Comunidade Santa Rita do Bracu foi alvo de press es para empreendimentos tur sticos a partir de 1975 por empresas imobili rias que por vezes submetiam os moradores a intimida es proibi o de plantio nas terras e implanta o de barragens ao longo do Rio Bracu Uma das empresas diante de um processo de reivindica o das terras iniciado pelos moradores da comunidade atrav s da FETAG RJ apresentou uma escritura de 320 alqueires vendido por um dos herdeiros do territ rio no in cio do s culo XX Em meio s dificuldades de lidar com a burocracia dificuldade de comprovar que os moradores eram os herdeiros do senhor Breves e com a aus ncia de Lei que resguardasse o direito desses moradores a empresa em quest o saiu vitoriosa no processo e apenas cinco fam lias conseguiram comprovar que eram herdeiros do territ rio o que impediu a posse coletiva das terras A press o sofrida pelas imobili rias e a falta de clareza das documenta es acabaram servindo como impulso para que muitos dos morador
331. s pr ticas sociais contempor neas que a envolvem cabendo questionar quem s o os atores desses processos e em que cen rio se sustentam quais os sentidos e significados dos pretendentes ado o e das crian as e adolescentes dispon veis para esta como se elabora socialmente e institucionalmente as prefer ncias de aptid o para esta constitui o de v nculos quem s o as crian as consideradas como inadot veis que engrossam as estat sticas do Cadastro Nacional da Ado o de indesejados e a partir de quais marcadores identit rios se estabelece a exclus o e o etiquetamento de crian as e adolescentes e o que se pode reconhecer neste cen rio como efeitos hierarquizantes da matriz bioparental e heteroparental na cultura da ado o Tais preocupa es foram despertadas pela leitura reiterada de question rios que s o preenchidos pelos pretendentes ado o e que possuem vers o dispon vel em s tios eletr nicos para acesso p blico a exemplo do Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo Tais question rios s o tamb m denominados planilhas de cadastramento e pela relev ncia dos termos em que as mesmas colocam a ado o para os pretendentes e os envolvidos no processo de ado o tornaram se tamb m um foco de preocupa o para este trabalho A partir das primeiras an lises de tais documentos surgiu para a investiga o uma reformulada hip tese a de que tais formul rios correspondem de per si a viola
332. s remanescentes de quilombos se formam a partir de uma heran a cultural deixada pela ancestralidade dos ex escravos nas quais os seus habitantes se socializam a partir da reprodu o de costumes culturais que resistiram ao tempo e s transforma es sociais e valores simb licos e singulares como o desfrute coletivo do territ rio que os mant m numa mesma l gica de sobreviv ncia A forma de vida desses grupos ainda que atualizadas traduzem a liga o com a mem ria dos seus BARTH Fredrik Os grupos tnicos e suas fronteiras In LASK Tomke Org O guru o iniciador e outras varia es antropol gicas Rio de Janeiro Contra Capa 2000 p 27 3598 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 antecessores e explica a insistente defesa pelo reconhecimento de posse coletiva de suas terras Antes os territ rios de comunidades negras rurais eram identificados como terra de preto atualmente esses territ rios recebem em sua sem ntica a historicidade de uma gera o sucumbida pelos anos da escravid o e parte de seus preju zos revistos legalmente pela Constitui o Federal o que refor a nas comunidades remanescentes de quilombo a sua caracter stica principal de espa o de luta e resist ncia ao poder do povo negro Segundo Moura os quilombos se caracterizam basicamente pela sua conota o radical como express o da radicalidade diante do escravismo Para al m da ideia de um bem material a ter
333. s senhores de escravos redobravam a vigil ncia em rela o s gr vidas para n o perderem o valor das crias Nesse sentido Silva 1998 p 212 aponta que as escravas pretas e pardas na certeza de que seus filhos v o a ser libertos fogem no tempo da gravidez e os fazem recolher na casa dos expostos em preju zo dos seus senhores Ainda na primeira metade do s culo XX a legisla o herdada do per odo colonial determinava que os hospitais cuidassem de crian as abandonadas e em sua falta as Santas Casas de Miseric rdia At este per odo tamb m funcionavam ainda as Rodas dos Expostos Embora o C digo Civil de 1916 tenha sido considerado por muitos estudiosos o primeiro estatuto da ado o e se afirme dominantemente a inexist ncia de legisla o e pr tica da ado o no s culo XIX esta se dava segundo Soares 2012 pela aplica o de alguns dispositivos o decreto de 11 de agosto de 1831 que tratou da sucess o de filhos ileg timos o decreto de 31 de outubro de 1831 que alterou a maioridade e a lei n 463 de 2 de setembro de 1847 que disp s sobre a sucess o de filhos naturais SOARES 2012 p 23 O C digo Civil de 1916 previu a ado o nos arts 368 a 378 localizados no T tulo V Rela es de Parentesco Livro Do Direito de Fam lia da Parte Especial A denominada legitima o adotiva aparece na Lei n 4 655 1965 em um contexto de incentivo pr tica da ado o pelo Estado e a partir do
334. scuss es correlacionadas pelos direitos humanos a igualdade parental a igualdade entre os filhos a livre orienta o sexual com suas irradia es no tema da homoparentalidade e os direitos da crian a e do adolescente dispon veis para a ado o imersos em uma cultura social e jur dica ainda potencialmente estigmatizadora conforme ser visto adiante 2 BREVES CONSIDERA ES SOBRE O HIST RICO DA ADO O NO BRASIL DESDE A RODA DOS EXPOSTOS AO ADVENTO DA CONSTITUI O DE 1988 O tema investigado na presente pesquisa demanda uma retrospectiva sobre da ado o no Brasil dialogando sobre os temas correlatos abandono de crian as 3631 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 fam lia religi o legisla o papeis culturais desigualdade econ mica e as reflex es de g nero e cor da pele situando a na hist ria do pensamento social e jur dico do Brasil todavia com especial nfase a alguns marcadores normativos que surgem a partir da segunda metade do s culo XX Inicialmente cabe apontar que a ado o foi praticamente banida das legisla es ocidentais desde a Idade M dia por influ ncia da Igreja Entre os s culos XIII e XV intensificou se a assist ncia inf ncia abandonada com a cria o de algumas institui es de caridade e o uso da denominada Roda dos Expostos Nesse contexto discorrer sobre a Roda dos Expostos e a influ ncia da religi o crist e cat lica na filia o atravessada e
335. se op sculo a partir da no o de ser humano defendida por Maritain h uma enumera o dos direitos fundamentais que praticamente a mesma enumera o feita depois pela comiss o respons vel pela Declara o Universal de 1948 da qual participou inclusive o escritor brasileiro Austreg silo de Athayde 3760 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 As tr s vias de desenvolvimento da natureza humana Na segunda parte do op sculo Os Direitos do Homem e a Lei Natural h uma distin o preciosa para entender o que s o os Direitos Humanos Maritain distingue tr s disposi es ou vias de desenvolvimento da natureza humana e das quais o homem necessita absolutamente como condi o concreta para realizar plenamente seu ser ou natureza Ou seja Maritain distingue tr s planos de atua o dos quais todo e qualquer homem carece para que sua liberdade e sua vontade possam se efetivar de tal modo que tenhamos condi es exequ veis de realizar nossa finalidade pr pria enquanto homem S o eles a interioridade espiritual a participa o na vida social ou civil e a atividade laboral Em suma esses tr s planos de atua o no mundo a vida interior a vida pol tica ou c vica e a vida social ou laboral correspondem a tend ncias ou exig ncias condicionantes da natureza humana segundo sua ordem e fim pr prios Dito de outro modo nossa natureza teleol gica tendenciosa atualiza o de nossa racionalidade teor
336. se toma a express o minoria no sentido qualitativo sen o que no de qualifica o jur dica dos grupos contemplados ou aceitos com um cabedal menor de direitos efetivamente assegurados que outros que det m o poder em termos de direitos efetivamente havidos e respeitados numa sociedade a minoria na pr tica dos direitos nem sempre significa menor n mero de pessoas 3738 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 origin ria e legisla o regulamentadora mantinha ainda uma conota o de servid o relembrando o per odo escravocrata em que principalmente as mulheres mucamas serviam aos senhores cuidando da limpeza de suas casas da alimenta o entre outras atribui es Em outras palavras os empregados dom sticos carregaram sobre si resqu cios da escravid o Que raz es levaram os constituintes a manter na Constitui o de 1988 tal situa o considerando se que a nova Carta Magna surgiu em oposi o ao per odo anterior de restri o de direitos tendo os constituintes se comprometido a construir um Estado de Direito Democr tico fundado no valor universal da dignidade da pessoa humana e em princ pios tamb m fundamentais quais sejam a igualdade e a liberdade dos seres humanos em geral Por que mantiveram os constituintes de 1988 tais discrep ncias no texto legal constitucional j existentes nos textos constitucionais anteriores Ser que o legislador constituinte poderia restringir os direitos trabal
337. sente no ordenamento vigente algum rem dio constitucional cab vel poss vel de apreciar a referida viola o vez que o principal meio de pedir ao Supremo a sua aprecia o qual seja o habeas corpus se encontrava suspenso para a maioria dos casos de viola o Definitivamente atrav s do Ato Institucional de n 5 o Executivo militar havia alcan ado pela primeira vez a totalidade da efic cia prima facie descrita no texto legal uma vez que no mbito do Supremo fora suspendido a concess o de habeas corpus aos opositores do regime militar O ordenamento jur dico brasileiro se encontrava totalmente modificado e armado para beneficiar os interesses do regime militar e a ideia de seguran a 2 Skidmore 1988 p 167 169 3689 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 nacional Ministros no gabinete no Supremo Tribunal de Federal se encontravam com suas fun es perfeitamente alinhadas com o executivo e ainda que viessem a se desvirtuar deste entendimento por n o gozarem das garantias constitucionais da vitaliciedade da estabilidade e inamovibilidade do cargo p blico poderiam ser facilmente substitu dos de acordo com os interesses da Revolu o Esta situa o perdurou at o ano de 1977 quando foi implementada uma not cia de reforma no Poder Judici rio com a denomina o de Pacote de Abril Considera es finais Para concluir acredito ser pertinente citar a catedra do Professor Dr Juan Pegoraro o qu
338. sentido construindo dois lados de uma diferen a Aqui aparece ilustrativamente o problema dos direitos humanos conjugado forma da constitui o poder constituinte poderes constitu dos Cada lado desta diferen a observa o outro lado como uma diferencia o interna h uma re entrada da diferen a em um dos lados da diferen a Assim para o poder constituinte os direitos humanos podem representar o dado pol tico da legitima o no momento revolucion rio constituinte uma vez institucionalizado o poder o consenso passa a ser suposto e os poderes constitu dos e procedimentos constitucionais que devem regular a concretiza o dos direitos Para os poderes constitu dos os direitos j n o s o um dado pol tico pr jur dico positivo mas uma institui o jur dica Da os paradoxos da forma constitui o quanto distin o entre poder constituinte e poderes constitu dos o paradoxo de que os direitos humanos s o jur dicos porque pol ticos quanto diferen a entre direitos fundamentais de n vel constitucional e direitos garantidos infraconstitucionalmente o paradoxo cf UNGER 1996 pp 19 21 e 166 9 de que direitos sejam protegidos da reforma pol tica rotineira porque s o cria es pol ticas revolucion rias 2 5 Sociedade como comunidade natural Como referido podemos identificar ainda outros obst culos epistemol gicos para al m do elenco de Luhmann 2012 p 6 Um deles o de uma contin
339. social predominantemente n o funcional Defendem como solu o poss vel embora n o ideal a reconstru o da cultura tradicional pelo direito moderno com uma abertura 3616 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 cognitiva deste quela uma redescri o e proposi o de solu o pr tica do tradicional dilema do universalismo e relativismo dos direitos humanos J Unger inicialmente associado ao comunitarismo passa a propor um superliberalismo sobre essa transi o cf KYMLICKA 1994 em que a ideia tradicional de comunidade reverberada pela sociologia cl ssica desacreditada e em seu lugar proposta uma nova vis o do estilo das rela es pessoais embasada n o mais na exclus o do conflito e no compartilhamento de valores e opini es ideia tradicional de comunidade mas sim no aumento da vulnerabilidade m tua a comunidade seguindo o exemplo da fam lia vislumbrada como uma zona de autoafirma o individual contra a subjuga o coletiva e de participa o para al m de pap is e posi es sociais rigidamente definidos UNGER 2001 pp 560 3 A medida em que os direitos humanos podem encarnar esse ideal redefinido de comunidade a medida em que contribuem para o desentrincheiramento das estruturas sociais e para o exerc cio da capacidade negativa UNGER 2001 pp 277 312 de um lado a maior revisabilidade dos contextos formadores em que nos inserimos de
340. spectiva hist rica dos direitos humanos e a perspectiva hist rica do marxismo Portanto n o existe a possibilidade de conceber um indiv duo oprimido alienado isento de liberdade completamente dominado pelas amarras do sistema capitalista um ser em autoconstru o cont nua e por outro lado conceber o homem como um ser abstrato possuidor de direitos inerentes sua exist ncia e independentes da hist ria J na concep o do fil sofo h ngaro Istv n M sz ros 2008 a primeira obje o de Marx aos direitos humanos diz respeito contradi o entre os direitos do homem e a realidade da sociedade burguesa N o h portanto uma oposi o aprior stica entre marxismo e os direitos humanos pelo contr rio Marx na verdade nunca deixou de defender o desenvolvimento livre das individualidades em uma sociedade de indiv duos associados e n o antagonicamente opostos condi o necess ria para a exist ncia tanto da liberdade quanto da fraternidade 3782 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 antecipando simultaneamente o desenvolvimento art stico cient fico e etc de indiv duos emancipados e com meios criados para todos eles condi o necess ria de igualdade verdadeira O objeto da cr tica de Marx n o consiste nos direitos humanos enquanto tais mas no uso dos supostos direitos do homem como racionaliza es pr fabricadas das estruturas predominantes de desi
341. stam servi os e vendem produtos agr colas na regi o A caracter stica de sazonalidade da 3702 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 produ o agr cola bem como o deslocamento das fam lias explicam porque dos baixos ndices de emprego por contrato de trabalho em Carteira de Trabalho e Previd ncia Social nesta atividade econ mica O agroneg cio em compara o ao emprego das madeireiras oferece menor acesso aos direitos trabalhistas na medida em que n o h duradoura rela o de trabalho Al m disto atualmente o agroneg cio tem sido caracterizado pela administra o empresarial de grupos localizados no centro econ mico do pa s seja pela compra de terras na regi o seja pelo arrendamento destas para o cultivo das monoculturas de soja milho e algod o Este novo modelo de administra o do agroneg cio passa a pressionar o modelo familiar de administra o impondo novo cen rio na concorr ncia de produtividade e lucratividade na regi o LORD 2013 A utiliza o de m o de obra na produ o agr cola mecanizada expressivamente menor do que na madeireira Apesar de algumas madeireiras continuarem suas atividades e os munic pios do norte do Estado do Mato Grosso apresentarem na d cada de 1990 um percentual significativo de empregos no setor de servi os a altera o da base econ mica para o agroneg cio repercutiu no desemprego de parte significativa do operariado A situa o econ mica fa
342. ta se sem d vidas a contradi o existente na Carta Magna que pugna por uma sociedade justa e igualit ria mas que ao mesmo tempo mostrava se censur vel tendo em vista a limita o de direitos destinados aquela classe de trabalhadores Na verdade os empregados dom sticos podem ser considerados como integrantes de uma minoria de trabalhadores vez que foram exclu dos na reda o origin ria da Constitui o de 1988 de perceberem a totalidade dos benef cios e direitos que o texto constitucional propicia aos trabalhadores em geral Quando falamos em minorias estamos nos referindo a um grupo de pessoas constitu do de hipossuficientes porquanto exclu do ou desprotegido em v rios aspectos e ngulos da prote o do princ pio constitucional da igualdade e consequentemente impossibilitado de exercer direitos que a todos de igual categoria s o assegurados pelo texto constitucional Com efeito no ordenamento jur dico constitucional e infraconstitucional brasileiro essa categoria de trabalhadores n o atingiu a totalidade dos direitos trabalhistas destinados aos demais trabalhadores de um lado De outro n o se pode colocar em d vida que a categoria de empregados dom sticos ante a legisla o vigente com base na Constitui o 3 Conforme li o de Carmen L cia Antunes ROCHA in A o Afirmativa o conte do Democr tico do Princ pio da Igualdade Jur dica Revista Trimestral de Direito P blico n 15 1996 n o
343. tado violento ao pudor vitimizada maus tratos A planilha do Tribunal de Justi a do Estado de Pernambuco por sua vez ap s solicitar os dados dos requerentes apresenta na parte que denomina perfil da crian a as seguintes restri es faixa et ria de at espa o em branco a ser preenchido idade em anos e meses espa o em branco a ser preenchido selecione os estados marca es objetivas aceita grupo de irm os sim ou n o marca es objetivas prefer ncias quanto ao sexo crian as do sexo feminino ou crian as do sexo masculino n o h a alternativa para indiferente ao crit rio ra a cor desejado op es para branca preta parda amarela ind gena indiferente n o deseja crian as doen a trat vel doen a n o trat vel defici ncia f sica defici ncia mental v rus HIV n o faz restri o n o deseja crian as com pais portadores do v rus HIV portadores de doen a mental alco latras dependentes de drogas A alimenta o dos cadastros incumb ncia do Poder Judici rio estadual art 50 89 do ECA acrescido pela Lei n 12 010 2009 que transmite as informa es para o CNA cuja responsabilidade por sua vez est a cargo do Conselho Nacional de Justi a CNJ A alimenta o do cadastro e nos termos da lei a convoca o criteriosa dos postulantes ado o ser o fiscalizadas pelo Minist rio P blico Portanto o Estatuto estabelece a coexist ncia dos cadastros es
344. taduais e nacional CNA de crian as e adolescentes em condi es de serem adotados de pessoas ou casais habilitados ado o art 50 5 do ECA acrescido pela Lei n 12 010 2009 Haver cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do Pa s que somente ser o consultados na inexist ncia de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no 5 deste artigo Habilitada a pessoa ser inscrita no cadastro que ter uma ordem sequencial e aguardar o surgimento de uma crian a e ou adolescente que se enquadre no perfil 3638 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 desejado na planilha preenchida anteriormente Ser entregue certificado pessoa constando que se encontra habilitada a adotar Com a exist ncia do CNA segundo posicionamento de Bordallo 2013 p 293 obrigat rio o respeito a este de modo que surgindo uma crian a para ser adotada devem ser chamadas as pessoas cadastradas e n o qualquer outra que surja interessada pois tem o cadastro a finalidade de dar publicidade sobre quem s o as pessoas cadastradas e entre elas demonstrar a exist ncia de imparcialidade por parte do Estado por estarem sendo convocadas as pessoas pela estrita ordem de habilita o BORDALLO 2013 p 293 Em seguida contudo o pr prio autor pondera que apesar da obrigatoriedade de observ ncia sequ ncia do cadastro h situa es em que considerando a aplica
345. tante pode baixar um dos pratos da balan a para depois voltar numa variedade de prazos que se n o podem fixar a priori posi o anterior em consequ ncia de novos pesos que o advers rio amea ado colocara sobre o seu pr prio prato Restabelece se assim por esse complicado jogo de conchas o equil brio das for as que se antagonizam De certo n o h crit rio seguro para a manuten o do status quo nessa competi o O que se admite como prov vel e que deprecia at certo ponto o valor do sistema como fiador da Seguran a Nacional o ataque de surpresa valoroso conceito t tico ou o aparecimento surpreendente de arma nova contra a qual n o exista defesa adequada Neste ponto o presente estudo dar seguimento com o exame dos atos institucionais atos complement rios e decretos lei criados pelo governo autocr tico brasileiro durante o regime ditatorial onde fazendo uso desta mobilidade acabaram por 10 Pessoa 1971 p 99 1 Para M rio Pessoa a seguran a nacional se traduzia como o centro gravitacional de todas as pol ticas existentes fossem elas interna externa e internacional 1971 p 100 12 1971 p 101 102 3680 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 suprimir a atua o do Supremo Tribunal Federal brasileiro na defesa e manuten o das garantias fundamentais dos cidad os 2 A NATUREZA JUR DICA DOS ATOS INSTITUCIONAIS DOS ATOS COMPLEMENTARES E DECRETOS LEI E SUAS CONSEQU
346. tar uma norma j em vigor sendo utilizado por outro lado sendo utilizado como instrumentos de regula o das normas constitucionais e por estarem hierarquicamente submetidos Constitui o poderiam ser revisados quanto a sua constitucionalidade por ato do Poder Judici rio A figura normativa do decreto lei foi reintroduzida no ordenamento jur dico brasileiro tamb m pelo Ato Institucional n 2 e inicialmente foi utilizado para tratar dos aspectos que envolviam a seguran a nacional e mais tarde no Ato Institucional n 4 este volta a ser analisado nos mesmos termos sem embargo fora estabelecido um prazo para sua institui o Em linhas gerais atrav s da Constitui o brasileira de 1967 poderia o Presidente em caso de urg ncia ou de relevante interesse p blico em mat rias que afetariam a seguran a nacional e as financias p blicas editar decretos leis sem consultar o Congresso Nacional Contudo foi justamente com o advento do Ato Institucional n 5 que a figura dos decretos leis se popularizou pois em seu artigo 2 par grafo 1 uma vez decretado o recesso parlament rio poderia o Presidente da Rep blica legislar em todas as mat rias A prop sito cita se Art 2 O Presidente da Rep blica poder decretar o recesso do Congresso Nacional das Assembleias Legislativas e das C maras de Vereadores por Ato Complementar em estado de sitio ou fora dele s voltando os mesmos a funcionar quando convocados p
347. tarifadas como condi es contra a possibilidade do protagonismo no encontro para a ado o Quer se dizer que os question rios na forma em que s o apresentados para os pretendentes ado o reduzem as possibilidades humanas a condi es preconceituosas das crian as e dos adolescentes desrespeitando a condi o humana dos dispon veis para a ado o s marcas identit rias de seus corpos de modo que atendam a uma seletividade de uma complexa hist ria sobre ado o e uma cultura contempor nea consumista de adotantes consumidores e discriminando tamb m como esfor o simb lico desta cultura aqueles que adotam sem restri es etiquetando os com o r tulo hist rico da caridade Portanto poss vel considerar as pr ticas da ado o como poss vel espa o complexo e atravessado por recortes de tempo embargado por precau es dogm ticas Assim os descompassos e os desencontros na ado o possivelmente n o encontram suas respostas sen o na aten o profunda aos efeitos de uma matriz bioparental heteroparental que legitima a segrega o o etiquetamento social de crian as e adolescentes e o direito de escolha dos pretendentes 6 REFER NCIAS ALMEIDA Angela Mendes de Org Pensando a fam lia no Brasil da col nia modernidade Rio de Janeiro Espa o e Tempo 1987 ALVES Graziella Ferreira Ado o no Brasil luz do neoconstitucionalismo Disserta o Mestrado Universidade Federal de U
348. te ocupam competindo Uni o demarc las proteger e fazer respeitar todos os seus bens 4 As terras de que trata este artigo s o inalien veis e indispon veis e os direitos sobre elas imprescrit veis Reda o original 4 As terras de que trata este artigo ap s a respectiva demarca o aprovada ou ratificada pelo Congresso Nacional s o inalien veis e indispon veis e os direitos sobre elas imprescrit veis 8 Os crit rios e procedimentos de demarca o das reas Ind genas dever o ser regulamentados por lei PLP Deputado Regulamenta o 6 do art Art 231 S o reconhecidos aos ndios sua organiza o social Apensado ao PLP 227 2012 Homero 231 da Constitui o costumes l nguas cren as e tradi es e os direitos origin rios 206 1990 de Pereira Federal de 1988 definindo sobre as terras que tradicionalmente ocupam competindo Uni o autoria do Senador PSD MT os bens de relevante demarc las proteger e fazer respeitar todos os seus bens Carlos Patroc nio interesse p blico da Uni o para fins de demarca o de 6 S o nulos e extintos n o produzindo efeitos jur dicos os atos que tenham por objeto a ocupa o o dom nio e a PFL TO Tramitou no Senado como 3726 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Terras Ind genas posse das terras a que se refere este artigo ou a explora o das riquezas naturais do solo dos ri
349. teorias do transconstitucionalismo NEVES 2009 e do constitucionalismo societal de fragmentos globais TEUBNER 2012 Neves 2009 nota que os tradicionais problemas da separa o e controle de poderes e de garantia de direitos humanos hoje perpassam ordens jur dicas estruturadas de diferentes maneiras os Estados constitucionais o direito internacional um direito transnacional formado por declara es de ONGs e por autorregula es de organiza es econ micas e corpora es globais bem como o direito supranacional europeu A inevit vel colis o entre essas diversas ordens jur dicas no tratamento de problemas constitucionais apenas poderia ser gerida pela constru o de uma ordem diferenciada de comunica es um eixo de di logos transversais o qual se constitui no transconstitucionalismo Sob a tica de Teubner 2012 encontramos preocupa o semelhante de forma que a autoconten o de sistemas funcionais globais como a economia possa promover uma justi a sustent vel ou ecol gica capaz de evitar uma turbo autopoiese em que sistemas fortes acabem por corromper a pr pria l gica da diferencia o funcional com efeitos danosos em termos de exclus o social e danos ambientais por exemplo Da que Teubner 2012 visualize fragmentos setoriais de constitui es globais a partir da forma o de esferas p blicas e esferas organizadas em dados sistemas funcionais v g um paralelo entre os consumidores e
350. teorias normativas ou ideais Luhmann 2012 esp pp 1 18 2013 esp pp 167 83 e 335 44 expressamente adere a uma teoria descritiva contra teorias de pretens es normativas Critica toda a teoria cr tica de Marx a Habermas por seus pr compromissos ideol gicos por dar o veredito antes do julgamento LUHMANN 2012 p 13 Habermas 1987 pp 368 85 imputa a Luhmann a mais severa e excessiva aboli o da normatividade na teoria social e no discurso filos fico da modernidade N o 3622 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 obstante a teoria luhmanniana permanece aberta a alguma normatividade como aquela inerente pr pria diferencia o funcional que descreve Assim se a evolu o social o desenvolvimento econ mico e produ o de novas teorias n o podem ser qualificados moralmente como progresso cf LUHMANN 2012 pp 1 13 48 235 6 e cap 3 a desdiferencia o de um sistema funcional por outro pode ser repelida como corrup o cf LUHMANN 2013 pp 108 15 Assim h seguidores de Luhmann no campo do direito que pretendem elaborar descri es vinculadas a propostas de regula o jur dica para a manuten o ou garantia da diferencia o funcional Graber e Teubner 1998 p 65 identificam que cada sistema funcional parece obedecer em linhas gerais a um ciclo diferencia o do sistema funcional autonomia perda de limites inerentes tend ncias expansio
351. tinuidade que dependem em parte da localiza o dos respectivos per odos isso descrever onde se situa o fim da Idade M dia e onde se localiza o in cio do Renascimento Segue o professor espanhol Como entendemos que h um entrecruzamento no tempo entre esses dois momentos o que j sup e tomar uma posi o intermediaria entre as duas posi es extremas consideramos mais adequado mais compreensivo utilizar o termo tr nsito modernidade Conclui Na an lise concreta destas grandes linhas caracterizadoras do tr nsito modernidade se perfilar nossas posi es que adiantamos o tr nsito modernidade um momento revolucion rio de profunda ruptura mas ao mesmo tempo importantes elementos de sua realidade j anunciavam na Idade M dia e outros elementos tipicamente Medievais sobreviveram ao fim da Idade M dia neste tr nsito modernidade e at o s culo XVII aparecer a filosofia dos direitos fundamentais que como tal uma novidade hist rica do mundo moderno que tem sua g nese no tr nsito modernidade e que por conseguinte participa de todos os componentes desse tr nsito 3662 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 direitos humanos se dar no contexto dos conservadores e anti modernos iniciada pelo recha o aos logros das revolu es liberais Burke De Maistre principalmente por culpa da ruptura com a tradi o e do poder do antigo regime da mesma forma que no contexto
352. to aos procedimentos necess rios para sua adapta o GUARESCHI STRENZEL BENNEMANN 2007 p 166 O apagamento da hist ria da crian a como signo de uma ado o considerada mais consistente confirmada pela restri o por um marco identit rio a idade de at sete anos permaneceu tamb m como crit rio posto em lei no denominado C digo de Menores Lei 6 697 1979 que introduziu no ordenamento jur dico brasileiro o instituto da ado o plena em substitui o legitima o adotiva Segundo a legisla o a ado o plena de car ter assistencial era aplicada aos menores de 07 anos de idade mediante procedimento judicial conferindo crian a a situa o de filho e desligando o 3634 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 totalmente da fam lia biol gica Por sua vez a ado o simples era aplicada aos menores de 18 anos em situa o irregular utilizando se os dispositivos do C digo Civil no que fossem pertinentes sendo realizada por meio de escritura p blica BORDALLO 2013 p 262 De acordo com a Lei 6 697 1979 para requerer a ado o plena tamb m deveriam os requerentes estar casados por mais de cinco anos e ao menos um dos c njuges deveria possuir mais de trinta anos de idade exceto se comprovada a esterilidade de um dos c njuges e a estabilidade do casal situa o em que o prazo estava dispensado As pessoas solteiras ou divorciadas n o poderiam adotar plenamente em regra
353. torial Milton Santos et al 3 ed 1 Rio de Janeiro Lamparina 2011 INCRA Instituto de Coloniza o e Reforma Agr ria Territ rios Quilombolas Relat rio 2012 Bras lia DF 2012 25p Dispon vel em http www incra gov br index php estrutura fundiaria quilombolas gt MATTOS H ABREU M SOUZA M A COUTO P B Relat rio Antropol gico de Caracteriza o Hist rica Econ mica e S cio Cultural do Quilombo de Santa Rita do Bracu 2009 118 p Universidade Federal Fluminense Niter i 2009 MATTOS Hebe Remanescentes das comunidades dos quilombos mem ria do cativeiro e pol ticas de repara o no Brasil MOURA Clovis Formas de resist ncia do negro escravizado e do afro descendente In Kabengele Munanga Org O negro na sociedade brasileira Resist ncia participa o contribui o Hist ria do negro no Brasil V Bras lia DF 2011 NEGROS Territ rios Cartilha de Direitos Os Quilombos da Hist ria e Os Quilombos do Presente 2007 3609 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 O DWYER Eliane Cantarino QUILOMBOS Identidade tnica e Territorialidade p 83 221 cap Il III e V Editora FGV Editora Sir Alan Burns Le pr jug de race et couleur Payot p 14 Territ rios Negros Cartilha Direitos KOINONIA outubro de 2007 3610 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Sociologia dos direitos humanos diferencia o funcional e experimenta
354. tri o de direitos aos empregados dom sticos eis que direcionava para esta classe trabalhadora apenas dez direitos trabalhistas dos trinta e quatro assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais com garantia apenas dos direitos constantes dos incisos IV sal rio m nimo VI irredutibilidade do sal rio VIII d cimo terceiro sal rio XV repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos XVII gozo de f rias anuais remuneradas com pelo menos um ter o a mais do que o sal rio normal XVIII licen a gestante XIX licen a paternidade XXI aviso pr vio XXIV aposentadoria bem como integra o a previd ncia social Desta forma para melhor identificarmos o t mido progresso dos direitos trabalhista destinados aos empregados dom sticos faremos um pequeno retrospecto citando a edi o de duas leis p s Constitui o Federal de 1988 que marcaram um avan o nos direitos dos empregados dom sticos por m de forma tendenciosa para mascarar o reconhecido tratamento restritivo A Lei n 10 208 de 23 de mar o de 2001 que acresce dispositivos Lei n 5859 de 11 de dezembro de 1972 disp e sobre a profiss o de empregado dom stico para facultar o 2 Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social rela o de emprego protegida contra despedida arbitr ria ou sem justa causa Il seguro desemprego em caso de desemprego involunt
355. tropologia e direitos humanos 5 Bras lia Rio de Janeiro ABA Booklink 2008 GONH Maria da Gl ria Teorias dos movimentos sociais Paradigmas cl ssicos e contempor neos S o Paulo Loyola 2000 HECK Egon NAVARRO Cristiano Acampamento Terra Livre 20 06 2004 Dispon vel em lt http www cimi org br site pt br index php system news amp action read amp id 314 gt Acesso em 28 nov 2012 L PEZ GARC S Claudia Leonor A quest o ind gena na Col mbia movimentos ind genas pol ticas indigenistas e conflito armado In Reuni o de Estudos Ascens o 3734 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 de Movimentos Indigenistas na Am rica do Sul e Poss veis Reflexos para o Brasil Bras lia Gabinete de Seguran a Institucional Secretaria de Acompanhamento e Estudos Institucionais 2004 LUCIANO Gersem dos Santos O ndio brasileiro o que voc precisa saber sobre povos ind genas no Brasil de hoje Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade LACED Museu Nacional 2006 ORTOLAN MATOS Maria Helena Rumos do movimento ind gena no Brasil contempor neo experi ncias exemplares no Vale do Javari 2006 259 f Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Departamento de Antropologia UNICAMP Campinas PACHECO DE OLIVEIRA Jo o Cerco Articulado In Jornal O Estad o S o Paulo 08 de junho de 2013 PINTO Paulo Grabriel Hilu da Rocha Grupos tnicos e
356. ttp Awww planalto gov br ccivil 03 leis 8080 htm Acesso em 12 dez 2013 BRASIL Resolu o n 2 de 27 de fevereiro de 2013 Disp e sobre as diretrizes e estrat gias de orienta o para o processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em sa de com foco na Popula o em Situa o de Rua no mbito do Sistema Unico de Sa de Dispon vel em http brasilsus com br legislacoes gm 118050 2 html Acesso em 12 dez 2013 3653 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 pol tica A ASMARE segundo dados fornecidos pela Pastoral de Rua recolhe por m s cerca de 450 toneladas de lixo contendo papel papel o revistas jornais latas de alum nio garrafas pet e pl sticos Com exce o do vidro e da borracha recebe quase todos os outros tipos de material Tudo separado prensado e estocado antes de seguir para a reciclagem Nos galp es parte desse material utilizada nas oficinas de reciclagem que geram postos de trabalho para dezenas de pessoas O trabalho da ASMARE em 15 anos poupou 388 675 m do espa o do aterro sanit rio de Belo Horizonte segundo dados fornecidos pela Pastoral de Rua de Belo Horizonte Coletou 26 041 318 kg de papel Com isso cerca de 85 404 eucaliptos deixaram de ser extra dos da natureza sendo que a cada 50 kg de papel reciclado uma rvore deixa de ser derrubada Em reconhecimento a esse trabalho a Associa o j recebeu diversas homenagens nacionais e internacionais d
357. tudo pelos acontecimentos posteriores realizados em seu nome mas em nome de uma acertada neutralidade ao professor de Sevilha correto n o somente apontar as sombras do pensamento de Marx mas tamb m suas luzes sobre os direitos humanos O mais relevante para P rez Lu o seria a den ncia de Marx do car ter abstrato frio e ilus rio do pensamento e da teoria burguesa dos direitos assim a cr tica de Marx marca o rumo por uma concep o mais realista dos direitos humanos A impugna o do reducionismo individualista e ego sta das liberdades burguesas abriu a alameda para as reivindica es dos direitos de segunda gera o do processo de generaliza o sejam direitos sociais como a educa o para todos sa de p blica liberdades como de associa o e de reuni o e a respectiva sindicaliza o dos trabalhadores dos direitos trabalhistas e de toda a gama dos futuros direitos de solidariedade Em tempos atuais nos quais seguem a demoniza o dos partidos pol ticos de signo trabalhista pelos poderes selvagens da m dia olig rquica o obra de Marx sobre direitos humanos continua tendo valia Refer ncias AGUIL REGLA Joseph Tensiones del constitucionalismo y concepciones de la Constituci n In CARBONELL Miguel GARCIA JARAMILLO Leonardo El can n neoconstitucional Madrid Trotta 2010 p 247 263 ATIENZA Manuel Marx y los derechos humanos Madrid Mezquita 1983 280 p ATIENZA Manuel GARCIA Marcos Leite A
358. tura da ado o no Brasil Sem descuidar das cr ticas sobre categoriza o humana e essencialismos determinismos nas interconex es dos temas da conjugalidade e parentesco homossexual adotamos a condi o humana como ponto de partida e chegada para as reflex es buscando compreender os direitos da crian a e do adolescente sujeitos s viola es nas planilhas de perfil desejado e a cr tica ao parentesco tido de acordo com a perspectiva da bioparentalidade e heteroparentalidade A fim de melhor apresentar o tema cabe apontar que a Lei n 12 010 2009 mencionada anteriormente acrescentou ao Estatuto da Crian a e do Adolescente o Cap tulo Ill do T tulo IV da Se o VIII que trata do procedimento para habilita o ado o Nos termos do ECA os interessados em adotar devem comparecer na Vara de Inf ncia e Juventude do respectivo estado e preencher um formul rio para o in cio do procedimento e cadastramento no Cadastro Nacional de Ado o CNA denominado planilha para cadastramento de pretendentes a ado o Geralmente os formul rios planilhas tanto solicitam dados dos pretendentes quanto questionam sobre o perfil desejado da crian a ou adolescente em ado o Dois exemplos de planilhas ou formul rios podem ser apontados comparativamente dos Tribunais de Justi a dos Estados de S o Paulo TJSP e Pernambuco TJPE A planilha do TJSP est dispon vel virtualmente no s tio institucional no respectivo
359. tural o cap tulo IV de O Homem e o Estado os cap tulos iniciais de seu livro Cristianismo e Democracia a introdu o colet nea sobre a Declara o Universal dos Direitos Humanos publicada em 1947 pela UNESCO e a sua contribui o a essa mesma colet nea Comecemos pelas li es apresentadas no primeiro texto mencionado Os Direitos do Homem e a Lei Natural que um manual doutrinal de Direitos Humanos Ao escrev lo em 1942 Maritain pressupunha que o fim da guerra n o ofereceria por si mesmo garantia alguma de que as na es doravante se empenhariam na constru o de um ethos fraterno condi o para o processo civilizat rio tanto na esfera internacional quanto na esfera subnacional A reda o desse op sculo nesse contexto parte da necessidade percebida por ele de que houvesse um entendimento comum sobre o que deve ser feito pelas na es e sem que isso dependesse de uma padroniza o cultural como dito Ele nos habilita a entender portanto de que modo o paradoxo justifica es necess rias versus diverg ncias te ricas e culturais pode ser superado e sem necessidade de uma ditadura ideol gica mundial ou mesmo sem a necessidade de uma constitui o supranacional que juridifique universalmente esses direitos Para isso cumpre discernir primeiro o que s o os Direitos Humanos 3 exce o dos ltimos dois os outros textos est o traduzidos para a l ngua portuguesa interessante notar que nes
360. twelve lectures Cambridge Polity Press 1987 KYMLICKA Will Communitarism liberalism and superliberalism Critical Review A Journal of Politics and Society Helotes vol 8 n 2 pp 263 284 1994 LUHMANN Niklas A sociological theory of law 2 ed New York Routledge 2014 Theory of society Stanford Stanford University Press 2013 vol 2 Theory of society Stanford Stanford University Press 2012 vol 1 Conoscenza come costruzione Roma Armando 2007 El arte de la sociedad M xico Herder 2005a Sociologia como teoria dos sistemas sociais In SANTOS Jos Manuel Org O pensamento de Niklas Luhmann Beira Interior Universidade da Beira Interior 2005b pp 71 119 Law as a social system Oxford Oxford University Press 2004 La restitution du douzi me chameau du sens d une analyse sociologique du droit Droit et Soci t Paris n 47 pp 15 73 2001 ___ La costituzione come acquisizione evolutiva In ZAGREBELSKY Gustavo PORTINARO Pier Paolo LUTHER J rg Orgs II futuro della costituzione Torino Einaudi 1996 pp 83 128 _____ Social systems Stanford Stanford University Press 1995 CC Political theory in the Welfare State Berlin New York de Gruyter 1990 Ecological communication Chicago University of Chicago Press Cambridge Polity Press 1989 Ich mehme mal Karl Marx entrevista a Walter van Rossum In Archimedes und Wir interviews Berlim M
361. uanto territ rios podem ser observadas de fora A seguir alinho a descri o e supera o desses obst culos identificados por Luhmann ao elenco de outros cuja tematiza o e solu o vislumbro nas teorias de Luhmann e Unger 2 1 O concretismo sociedade como conjunto de indiv duos O primeiro obst culo a que podemos referir como concretismo resolvido teoricamente por Luhmann 2012 pp 49 68 quando concebe a sociedade como sistema mais abrangente de comunica es e coloca no ambiente deste sistema os indiv duos como sistemas n o sociais mas org nicos e psicol gicos assim a consci ncia dos indiv duos que acoplada estruturalmente sociedade mas cada lado mant m seu fechamento operacional apenas podendo a sociedade irritar o indiv duo e este quela A refer ncia ao indiv duo na sociedade constru da pela f rmula da pessoa um endere o das comunica es sociais constru do internamente sociedade Assim exclui se o indiv duo concreto e inclui se a pessoa enquanto signo H aqui uma base relevante para se explorar o sentido enquanto meio comum aos sistemas ps quicos e sociais ou seja enquanto textura constru da pela interdepend ncia de indiv duo e sociedade Pode se encontrar um paralelo entre o medium do sentido em Luhmann 2012 pp 18 28 e a rela o entre a pequena e a grande pol tica em Unger 1987 p 10 nota como p los constituintes do social v
362. udicial e que sejam aplicadas no que poss vel as regras do referido Estatuto art 1 619 do CC 2002 3 UM RETRATO SOCIAL DAS PLANILHAS DE PERFIL TRA ADO DESEJADO E OS DADOS APRESENTADOS PELO CADASTRO NACIONAL DE ADO O Os cap tulos que se seguiram na hist ria da ado o reconfiguraram os seus sentidos de modo que as ci ncias humanas e sociais t m dirigido an lises 3635 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 provocadoras sua conota o mercadol gica identific vel na expectativa de destituir a crian a e posteriormente tamb m o adolescente de qualquer tra o de sua hist ria anterior para ser entregue limpa a uma nova fam lia Em vez disso espera se que as pr ticas de coloca o na nova fam lia previnam contra uma ruptura de rela es sociais assegurando a continuidade na identidade pessoal da crian a FONSECA apud GUARESCHI STRENZEL BENNEMANN 2007 p 167 Com o desenvolvimento de diferentes procedimentos sobre a pr tica da ado o esta se torna com o passar do tempo um tema presente em diferentes espa os de sentinela para afirma es dos direitos da crian a e do adolescente no Brasil A Constitui o de 1988 possibilita a partir de sua reda o a diversidade de fam lias e a ado o como meio para os fins da prote o integral da crian a e do adolescente O olhar proposto para a ado o a partir da Constitui o de 1988 incita por conseguinte a pesquisa sobre a
363. uhmanniana implica um distanciamento da teoria de compromissos normativos como os propostos pela ideologia dos direitos humanos e mais amplamente pelo iluminismo N o ser buscar com um olhar para tr s e querer carregar se de esperan a pois de outro modo n o a haveria com conceitos que a hist ria j desmentiu No seguinte n o se trata de chegar por outro caminho a um quadro mais favor vel da sociedade moderna sobretudo renunciamos a trocar conceitos como planifica o dire o ou tica ou direitos humanos n o poder amos acrescentar com projetos que por sua proximidade com a pr xis se lhes parecem Sabemos demasiado pouco para decidir sobre a forma de conduzir as a es Isto s pode suceder nos sistemas funcionais e para seu mbito respectivo Naturalmente isso n o significa abster se dos assuntos pr ticos embora seja bom permanecer ante esses intentos na posi o de observador dos observadores e assim perceber que que sucede quando algu m reclama planifica o ou tica para si com o prop sito de introduzir novas diferen as na sociedade LUHMANN 2013 p 109 3619 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Do lado de Unger tamb m se reconhece uma descontinuidade entre indiv duo e sociedade ou melhor a n o coextensividade da pessoa em rela o aos contextos em que se insere Mas isto serve introdu o de um caminho te rico diametralmente oposto ao purismo
364. uidade entre a a o ou o sujeito e o sistema ou a comunica o O sentido socialmente compartilhado n o tem origem no sentido que um agente atribui sua conduta em sua cren a ou motiva o racional de qualquer esp cie como pretendia WEBER 1978 pp 4 31 Trata se antes de uma sele o dos sentidos que ser o estabilizados dentre aqueles que s o comunicados em uma opera o complexa de dar a conhecer mensagem e compreens o LUHMANN 2012 esp pp 68 73 A varia o sele o e estabiliza o de sentidos ou de formas que conformam o medium sentido reproduzida e regulada em termos dos c digos e programas de cada sistema social sistemas funcionais organizacionais ou interativos Assim se admitirmos o conceito de policontexturalidade que Luhmann toma a G nther 1979 podemos admitir que cada a o concreta e situada que corresponde a uma observa o de primeiro grau LUHMANN 2012 pp 49 50 e 410 nota 254 apresenta uma indistin o entre consci ncia e sociedade e entre as diversas contexturalidades sociais N o h limites sist micos para quem age em dada situa o Ao contr rio uma observa o de segunda ordem como a observa o sociol gica das observa es de primeira e segunda ordem capaz de discernir os limites sist micos A constru o dos sistemas sociais ent o apresenta uma descontinuidade l gica com a a o individual interessante notar como tal constru o l
365. uidade entre a natureza e a sociedade Nesse sentido expressiva a distin o de Luhmann 1995 esp pp 1 12 entre sistemas sociais a sociedade como o mais amplo dos sistemas sociais abarcante dos demais e sistemas biol gicos por sua vez distintos dos sistemas ps quicos e das m quinas Assim a natureza apenas pode re entrar a sociedade enquanto tema de comunica o LUHMANN 2012 pp 73 7 1989 Do lado de Unger 1987 pp 1 17 e cap 6 determinante sua concep o de sociedade como artefato como coisa feita e imaginada a partir da qual critica as parciais emancipa es que as diferentes vers es de teoria social como o marxismo proporcionaram em rela o a uma falsa necessidade UNGER 2001 por vezes as descri es da sociedade reconheceram press es irresist veis na ordem de restri es organizacionais e tecnol gicas a determinar um rumo evolutivo incontrol vel para a sociedade Chamemos este obst culo ligado ao naturalismo de necessitarianismo preciso ent o re elaborar os fundamentos dos direitos humanos reconhecendo que ainda n o h descri o que os tenha emancipado completamente da sem ntica de direitos naturais inerentes ao homem pr sociais 3615 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 2 6 Sociedade como comunidade cultural A identifica o entre sociedade e comunidade guarda rela es amb guas com duas tradi es pr soci
366. unidades Tradicionais PNPCT que incluiu o crit rio de auto identifica o para o processo de identifica o dessas comunidades S o grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais que possuem formas pr prias de organiza o social que ocupam e usam territ rios e recursos naturais como condi o para sua reprodu o cultural social religiosa ancestral e econ mica utilizando conhecimentos inova es e pr ticas geradas e transmitidas pela tradi o Art 3 Com o intuito de esclarecer as problem ticas advindas com a inclus o do art 68 no Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias na Constitui o Federal de 1988 as comunidades remanescentes de quilombos s o definidas por Silva 1995 98 como n cleos de resist ncia contempor neos onde o uso e a posse de suas terras se realizam numa simultaneidade de apropria o comum e privada dos seus territ rios secularmente ocupados onde desenvolvem pr ticas culturais religiosas de moradia e trabalho se afirmam enquanto grupo a partir de fidelidade s suas pr prias cren as e no es de regras jur dicas consuetudinariamente arraigadas A fixa o dessas comunidades pode ter se dado de diversas formas dentre elas conforme descreve a Cartilha de Direitos do grupo KOINONIA est a exist ncia como grupo relativamente unido em torno de um sentimento comum terem uma rela o de posse tradicional sobre um territ rio ou seja terem uma rel
367. ustentar uma ess ncia humana em procriar e continuar existindo atrav s dos filhos p e em evid ncia o projeto eug nico e os valores heteroreferentes dos papeis sociais de g nero que essa verdade implica e tal refer ncia em muitos casos apenas deslocada para a ado o seja quando se projeta um discurso de embargo homoparentalidade seja quando se preenche uma planilha de pretens o ado o segundo a perspectiva de aquiesc ncia de uma crian a idealizada Os medos os desencontros entre a crian a ideal com a crian a real os questionamentos sobre a heran a gen tica sobre a amea a de perda do amor e do reconhecimento do filho ao tomar ci ncia da sua origem sobre a garantia de que os genitores n o reivindicar o o p trio poder e tantos outros revelam linhas de subjetiva o que juntas ou separadas comp em o tecido paranoico que veste o corpo e a alma desse acontecimento O poder da premissa dos la os de sangue incide sobre os corpos daqueles que ousam question lo segregando os e excluindo os nos registros simb licos imagin rios e reais da sociedade j que a filia o consangu nea pressuposta em todos os contextos sociais TEIXEIRA FILHO 2010 p 246 Aplicando o aporte te rico oferecido por Guareschi Strenzel e Bennemann 2007 sobre os marcadores identit rios idade cor da pele particularidades e s ndromes para as estat sticas sobre o perfil tra ado pelos pretendentes ad
368. va pelo estigma que essa defini o carrega em sua sem ntica Identificar se enquanto quilombola reconhecer se como parte de um grupo tnico que fora socialmente subjugado a objeto na constru o da pr pria hist ria Nessas conjunturas at mesmo o ato de ter de se mobilizar em busca de um reconhecimento p blico at ent o desconsiderado pode representar a lembran a de um processo hist rico que encurralou o negro s sucessivas provas de sua suposta inferioridade diante do branco Na fala de um dos jovens da comunidade essa impress o fica bem clara ent o al m de eu ser negro ainda vou ter que ser quilombola 1 Em entrevista com primeiro presidente da ARQUISABRA esse questionamento foi levantado e o que se percebe que fora da lim trofe da comunidade e em espa os como a escola por exemplo alguns dos moradores sentem grande constrangimento a serem identificados como quilombolas o termo quilombola caiu como uma pedrada na cabe a diz ele atrav s de algumas conquistas promovidas pela ARQUISABRA mais pessoas tem se interessado em saber o que quilombo Iniciativas da ARQUISABRA A partir da forma o da ARQUISABRA a comunidade teve acesso a diversos projetos destinados aos remanescentes propostos por programas governamentais como o Programa Brasil Quilombola criado em 2004 Este programa em espec fico busca inteirar a cultura quilombola na agenda social e cultural das diversas Secretarias e Minist
369. volu o leciona que Revoluci n es todo movimiento surgido en el seno de una comunidad sometida a r gimen de Derecho para derrocar ste en su estructura fundamental de un modo violento Ainda que uma revolu o possa ser de modo pac fico sempre esta ser caracterizada por uma ruptura seja gradual ou abrupta por isso violenta e com o apoio da comunidade de cidad os caracter stica essa ltima fundamental na distin o com o golpe de estado 6 A interpreta o da doutrina espanhola sobre a rela o entre Marx e os Direitos Humanos Uma das obras importante sobre o tema da rela o entre Marx e os Direitos Humanos a de Manuel Atienza que tem como t tulo Marx y los Derechos Humanos Em 2004 em uma oportunidade nica quando de uma visita do professor Atienza nosso Programa de P s Gradua o stricto sensu em Ci ncia Jur dica da UNIVALI SC tivemos a possibilidade de debater o tema com o autor em uma s rie de entrevistas De sua fala em nossa conversa publicada em livro pelo editora Lumen luris respondendo a nossas indaga es o professor Atienza fez um paralelo com a nega o da Igreja Cat lica dos direitos humanos dizendo que todos se lembram da nega o de Marx dos direitos humanos mas poucos lembram da nega o cat lica Destaca que somente no ano de 1963 com a Enc clica Pacen in terris do Papa Jo o XXIII que a Igreja 30 MARX Karl La cuesti n judia p 42 31 MARX Karl La
370. volveram se as correntes indigenistas as quais de acordo com Bittencourt 2007 converteram se em instrumentos do poder burocratizado e portanto estavam distante de constitu rem perspectivas que buscavam mudar o curso da quest o ind gena O indigenismo condicionou o que se podia dizer sobre os ndios na Am rica Latina tornando se uma rede de interesses contradit rios com diferentes programas e projetos que encaminhava o debate sobre a quest o ind gena assim v rios segmentos sociais se tornaram aptos a propor solu es em nome dos ndios sem que esses participassem efetivamente dessas reflex es BITTENCOURT 2007 p 30 No Brasil foi em 1910 com Marechal C ndido Rondon que se consolidou a escola dos primeiros indigenistas o Servi o de Prote o ao ndio e Localiza o dos Trabalhadores Nacionais SPILTN que depois passou a ser chamar SPI Revelou se ent o a nova imagem do ndio sob a perspectiva de quem aguardava a interven o salvadora do governo Nesse momento a catequese mission ria principal instrumento para a salva o dos ndios no per odo imperial foi substitu da pela ideia de prote o aos ndios dando in cio ao regime tutelar do Estado A tutela enquanto regime jur dico legal diferenciado para as sociedades ind genas correspondeu a uma s rie de normas legais e pol ticas estatais espec ficas para os povos ind genas o C digo Civil 1916 Decreto n 5484 Agrade o a Chik
371. vra 1 A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poder o ser efetuados mediante autoriza o ou concess o da Uni o no interesse nacional por brasileiros ou empresa brasileira de capital nacional na forma da lei que estabelecer as condi es espec ficas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras ind genas Art 231 S o reconhecidos aos ndios sua organiza o social costumes l nguas cren as e tradi es e os direitos origin rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam competindo Uni o demarc las proteger e fazer respeitar todos os seus bens 3 O aproveitamento dos recursos h dricos inclu dos os potenciais energ ticos a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras ind genas s podem ser efetivados com autoriza o do Congresso Nacional ouvidas as comunidades afetadas ficando lhes assegurada participa o nos resultados da lavra na forma da lei 3724 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 PEC 38 1999 Senador Acresce inciso XV ao art Art 52 Compete privativamente ao Senado Federal Passou por tr s Marizaldo 52 Altera a reda o do relatorias com Cavalcanti inciso III do art 225 Altera XV Aprovar o processo de demarca o das terras pareceres positivos PTB RR a reda o do caput do art ind genas pela Comiss o de 231 e
372. z n o estamos de acordo com a palavra evolu o entre outros motivos e principalmente pela constata o de que infelizmente em alguns momentos hist ricos assistimos uma involu o dos direitos fundamentais na sociedade humana veja se por exemplo a quest o das liberdades e as garantias processuais dos estrangeiros nos EUA ap s o ocorrido em 11 de setembro de 2001 assim como a situa o dos direitos sociais em Portugal Espanha Gr cia e It lia depois da crise econ mica de 2008 9 Uma das primeiras dificuldades que apresenta o tema quanto a sua terminologia Dessa maneira faz se necess rio um esclarecimento sobre a terminologia mais correta usada com refer ncia ao fen meno em quest o Diversas express es foram utilizadas atrav s dos tempos para designar o fen meno dos direitos humanos e diversas tamb m foram suas justifica es Em nossa opini o tr s s o express es as corretas para serem usadas atualmente direitos humanos direitos fundamentais e direitos do homem Respaldamos nossa opini o no consenso geral existente na doutrina especializada no sentido de que os termos direitos humanos e direitos do homem se utilizam quando 3663 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 Cada etapa ou linha de desenvolvimento dos direitos fundamentais caracterizada por um certo tipo de reivindica o O advento dos diretos fundamentais se d primeiramente no plano das id ias como Direito Natural Racionalista a partir dos
373. za o do Direito localizado em todos os Estados democr ticos da atualidade e em suas rela es supranacionais reivindica exig ncias de legitimidade e justifica o para al m da legalidade de sua normatividade jur dica Afirma Carlos Nino que a validez de certo ordenamento jur dico n o pode fundar se em regras desse mesmo sistema jur dico mas deve derivar de princ pios externos ao n29 pr prio sistema Percebe se diante desse fen meno o constante re situar de fundamentos normativos devido aos ac mulos cr ticos de nossa civiliza o com novos par metros e paradigmas permitindo ou mesmo produzindo rupturas mas tudo isso sob uma mesma gide a elabora o de princ pios fundamentais garantidores de um m nimo tico a ser respeitado pelo direito positivo De acordo com Habermas o Direito reclama n o apenas aceita o ele demanda dos seus endere ados n o apenas um reconhecimento f tico mas antes n31 reivindica merecer o reconhecimento Habermas escreve que atrav s dos componentes de legitimidade da validade jur dica o direito adquire uma rela o n32 com a moral A tens o entre a positividade do Direito e sua pretens o de legitimidade est latente no pr prio Direito Habermas reconhece que as quest es morais e jur dicas referem se aos mesmos problemas como poss vel ordenar NINO Carlos Santiago Derecho moral y pol tica una revisi n de la teor a gener
374. zar e o que esperar de uma Declara o de Direitos Humanos Maritain insiste no seguinte ponto o conhecimento da lei natural dir se da ordem e finalidade pr prias do homem est sujeito a um crescimento vegetativo Por isso n o condiciona a viabilidade de uma declara o universal de Direitos Humanos ades o a seus pr prios pressupostos Nosso conhecimento da lei natural e dos direitos fundamentais est de qualquer modo submetido a um crescimento lento e acidentado de tal modo que esses direitos n o aparecem como regras de conduta reconhecidas como tal sen o medida do progresso da consci ncia moral e do desenvolvimento hist rico das sociedades MARITAIN 1990 p 1209 1210 Esse o ponto nevr lgico para entender como poss vel segundo ele superar o paradoxo entre justifica o necess ria dos Direitos Humanos versus diverg ncias te ricas inexor veis sem apelar hip tese de uma tica universalista ou a uma homogeneiza o cultural qualquer A doutrina dos Direitos Humanos de linhagem tomista n o se considera a si mesma pronta e perfeita j que admite que o conhecimento da lei natural logo dos direitos fundamentais que se lhe resultam depende da experi ncia moral concreta dos homens e povos experi ncia condicionada necessariamente sob o tempo hist rico como tudo ali s que humano 3769 Anais do VIII Encontro da ANDHEP ISSN 2317 0255 preciso dizer que o que est em
375. zonte devido ao destaque que estava tendo nesta luta no cen rio nacional Foi ent o que constitu ram um Comit e elaboraram o Decreto Presidencial n 7 053 de 2009 instituindo a cria o do Centro Foi tamb m elaborado o Decreto n 14 098 de 26 de agosto de 2010 que institu a em seu artigo 1 o Grupo Executivo Intersetorial sobre Popula o em Situa o de Rua com o objetivo de fomentar e promover a articula o e o fortalecimento da pol tica municipal para a popula o em situa o de rua Em seguida veio o Decreto n 14 146 de 7 de outubro de 2010 instituindo em seu artigo 1 o Comit de Acompanhamento e Monitoramento da Pol tica Municipal para a Popula o em Situa o de Rua respons vel pelo acompanhamento assessoramento e monitoramento da pol tica voltada para a popula o em situa o de rua Com o intuito de promover propiciar condi es dignas de exist ncia e de trabalho que lhes permitam desenvolver suas potencialidades e aptid es pessoais e profissionais superar as duras experi ncias de abandono e exclus o e resgatar a autoestima e a condi o de cidad os as foi feita uma articula o entre o Minist rio P blico do Estado de Minas Gerais por meio da Coordenadoria de Inclus o e Mobiliza o Social CIMOS que assumiu as despesas com o aluguel e a manuten o do Centro Justifica se a parceira do MPMG tendo em vista que o artigo 129 inciso Il da CRFB 88 prev que seu dever gara

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