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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC

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1. prote o dos direitos relativos propriedade industrial considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnol gico e econ mico do Pa s do que se depreende que a legisla o infraconstitucional n o negligenciou neste primeiro momento as vertentes estabelecidas pelo Poder Constituinte na CF 1988 Como j foi mencionado anteriormente o inciso XXIX do artigo 5 da CF 88 assegurou em favor dos autores de inventos industriais um privil gio tempor rio para sua 22 CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit p 4 et seg 126 utiliza o assim como a prote o s cria es industriais propriedade das marcas nomes de empresas e outros signos distintivos tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnol gico e econ mico do Pa s Portanto na parte final do dispositivo da lei em comento repetiu se o disposto na CF 88 neste inciso XXIX do artigo 5 reafirmando se na lei infraconstitucional a diretriz axiol gica estabelecida como norte determinante em n ul 203 especial para o estabelecimento de pol ticas p blicas nesta seara Verifica se portanto a import ncia de o interesse social ter sido ladeado pela busca do desenvolvimento econ mico sem se olvidar tamb m do desenvolvimento tecnol gico Exige se a conjuga o destes tr s aspectos final sticos para se concluir pelo cumprimento escorreito da norma constitucional Novamente o legislador faz refer ncia ao
2. toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade de fruir as artes e de participar no progresso cient fico e nos benef cios que deste resultam V se que a participa o no progresso e nos resultados dele decorrentes direito humano pela evidente liga o entre o atributo da raz o e autodetermina o do homem e o pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico Em adi o o item 2 deste mesmo artigo 27 estabelece que todos t m direito prote o dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produ o cient fica liter ria ou art stica da sua autoria De fato percebe se 160 novamente que a quest o fundamental n o a exist ncia da prote o jur dica no ordenamento interno ou internacional o que parece ser inquestion vel mas sim a sua efetiva o Por seu turno o Decreto n 591 de 6 de julho de 1992 promulgou o Pacto Internacional sobre Direitos Econ micos Sociais e Culturais ap s o Congresso Nacional ter aprovado o texto pela via do Decreto Legislativo n 226 de 12 de dezembro de 1991 e a Carta de Ades o ao Pacto ter sido depositada em 24 de janeiro de 1992 O Pacto estabelece inicialmente uma obriga o prim ria atribu da ao Estado qual seja a de incluir a orienta o e a forma o t cnica e profissional a elabora o de programas normas e t cnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento econ mico soci
3. se o progresso t cnico se constitui no principal elemento sadio da eleva o dos ganhos de produtividade e por consequ ncia lucros sal rios e impostos maiores observa se que suas defici ncias na inova o e difus o tecnol gica na economia de um pa s podem aprisiona lo condi o de subdesenvolvido E finalizou o artigo comentando que uma alian a estrat gica entre a gera o do conhecimento universidades e centros de pesquisa e o mundo produtivo est por ser consolidada O Brasil tem condi es de superar o subdesenvolvimento que o acorrenta h s culos Mas isso pressup e a continuidade das a es mais sofisticadas de aten o dimens o s cio distributiva e de enfrentamento em novas bases de depend ncia tecnol gica 46 e Quala prote o jur dica existente em favor das pessoas diretamente envolvidas em cria o e inova o com seus individuais e nicos esp ritos inventivos e Qual o tratamento jur dico que est o recebendo os pr prios inventos destas pessoas a partir da an lise do crit rio jur dico de apropria o do conhecimento humano existente na legisla o de reg ncia da mat ria e Este crit rio jur dico de apropria o atende aos princ pios e ajuda na concretiza o dos objetivos estabelecidos na Constitui o Federal em mat ria de ci ncia e tecnologia e Seria poss vel a manuten o deste crit rio jur dico de apropria o do conhecimento humano e ainda
4. 2 ISHIKAWA Lauro O direito ao desenvolvimento como concretizador do princ pio da dignidade da pessoa humana Disserta o PUC SP Biblioteca Nadir Gouv a Kfoury S o Paulo 2008 p 25 52 de desenvolvimento Conforme se argumentar adiante ao que tudo indica a coloca o do Homem no centro difuso do sistema de prote o medida que se imp e justamente em decorr ncia dos abusos cometidos sob a justificativa de uma prote o ilimitada dos direitos do homem A import ncia destacada ao trabalho dada a inspira o na Carta Del Lavoro inquestion vel nno artigo 136 quando aduz que o trabalho um dever social O trabalho intelectual t cnico e manual tem direito prote o e solicitude especiais do Estado A todos garantido o direito de subsistir mediante o seu trabalho honesto e este como meio de subsist ncia do indiv duo constitui um bem que dever do Estado proteger assegurando lhe condi es favor veis e meios de defesa A ideia de um Estado onipotente e onipresente estava em alta Por outro lado n o se pode negligenciar que houve o lan amento das bases para o atual Direito Trabalhista brasileiro nos termos do artigo 137 que ministrava Art 137 A legisla o do trabalho observar al m de outros os seguintes preceitos a os contratos coletivos de trabalho conclu dos pelas associa es legalmente reconhecidas de empregadores trabalhadores artistas e especialistas
5. evidente que n o se est argumentando que a titularidade da inven o patente modelo de utilidade ou cultivar deve ser em qualquer hip tese exclusivamente do empregado Disso n o se trata O que se est pretendendo sustentar juridicamente que a rela o entre o empregado criador e o empregador porquanto j foi asseverado deve receber a interfer ncia do Estado na qualidade de incentivador e promotor do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nos termos do caput do artigo 218 da 3I BARBOSA Denis Borges PRADO Elaina Ribeiro do 2011 Op cit p 487 Referidos doutrinadores asseveram que a chamada inven o de servi o Numa disposi o francamente a favor do capital a lei disp e que salvo expressa disposi o contratual em contr rio a retribui o pelo trabalho de cria o t cnica limita se ao sal rio ajustado grifos no original 22 CERQUEIRA Jo o da Gama Tratado da propriedade industrial Vol II Tomo I Dos privil gios de inven o dos modelos de utilidade e dos desenhos e modelos industriais Atual Newton Silveira e Denis Borges Barbosa Rio de Janeiro Lumen Juris 2010b p 13 14 De acordo com o princ pio fundamental da mat ria a inven o deveria realmente pertencer sempre e exclusivamente ao empregado que o seu autor Mas para realiz la o empregado utiliza se geralmente dos meios materiais proporcionados ou postos sua disposi o pelo empregador aproveitando
6. industrial e mesmo a primeira fase da industrializa o n o apresentava uma procura em escala suficiente Assim a grande vantagem do mercado interno pr industrial era sua dimens o e sua const ncia Talvez n o haja contribu do muito no sentido de uma revolu o industrial mas sem d vida favoreceu o crescimento econ mico e al m disso estava sempre dispon vel para proteger as atividades de exporta o mais din micas contra as flutua es e os colapsos s bitos que era o pre o que pagavam por um maior dinamismo O mercado interno socorreu as na d cada de 1780 quando a guerra e a Revolu o Americana as abalaram e prov vel que o tenha feito novamente durante as guerras napole nicas Contudo mais que isso o mercado interno proporcionou amplos fundamentos para uma economia industrial generalizada 3 SIMAAN Arkan FONTAINE Joelle 2003 Op cit p 96 E de fato o ensino e a filosofia ir o a partir do s culo XIII progredir notavelmente no Ocidente H primeiro a funda o das universidades em Bolonha Valen a Oxford Paris mais tarde em numerosas cidades da Alemanha e da Europa Central Nascidas de um desejo de independ ncia em rela o s autoridades locais tanto laicas como eclesi sticas receberam entre outros privil gios o direito de administrar a si pr prias 3 BARBOSA Denis Borges Uma introdu o propriedade intelectual Rio de Janeiro L men J ris 2 ed 2003 p 18
7. A vis o iluminista impingindo um novo entendimento de Indiv duo Raz o e Natureza proporcionou o desenvolvimento do pensamento liberal em oposi o ao absolutismo culminando com a aprova o da Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o pela Assembl ia Nacional Constituinte da Fran a revolucion ria em 26 de agosto de 1789 J se fez refer ncia sobre a import ncia da Revolu o Francesa para estas mudan as determinantemente de cunho pol tico em paralelo s altera es estruturais econ micas advindas da Revolu o Industrial O conjunto destas revolu es alterou o mundo profundamente O n cleo doutrin rio da Declara o conforme express o de Norberto Bobbio est nos tr s primeiros dispositivos do documento O primeiro dispositivo aduz que os homens nascem e s o livres e iguais em direitos As distin es sociais s podem fundar se na utilidade comum O segundo diz que o fim de toda a associa o pol tica a conserva o dos direitos naturais e imprescrit veis do homem Esses Direitos s o a liberdade a propriedade a seguran a e a resist ncia opress o O terceiro dispositivo ministra que o princ pio de toda a soberania reside essencialmente na Na o Nenhuma corpora o nenhum indiv duo pode exercer autoridade que aquela n o emane expressamente Neste sentido menciona Bobbio sobre este n cleo doutrin rio que destes tr s dispositivos o primeiro refere se
8. Por seu turno o artigo 193 da CF 88 prev que a ordem social em como base o primado do trabalho e como objetivo o bem estar e a justi a sociais A relev ncia do trabalho como esteio da pr pria ordem social expressamente apontada pelo legislador not vel que sendo o trabalho a base da Ordem Social e estando a Ci ncia e a Tecnologia no Cap tulo IV Da Ordem Social a conclus o inolvid vel no sentido de que o trabalho aplicado no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico a base deste processo e nesta dimens o deve ser amplamente protegido assim que surge inquestion vel a import ncia dos artigos 218 e 219 da CF 88 ao estabelecerem que Art 218 O Estado promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas 1 A pesquisa cient fica b sica receber tratamento priorit rio do Estado tendo em vista o bem p blico e o progresso das ci ncias 2 A pesquisa tecnol gica voltar se preponderantemente para a solu o dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional 3 O Estado apoiar a forma o de recursos humanos nas reas de ci ncia pesquisa e tecnologia e conceder aos que delas se ocupem meios e condi es especiais de trabalho 84 A lei apoiar e estimular as empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao Pa s forma o e aperfei oamen
9. according to the considerable evolution scientific and technological development In this process the participation of the private sector was crucial with robust reversal of capital in favor of development once the technology by itself became an important asset in the globalized scenario Thus the protection of professional inventors and innovators has become an urgent pressing against the potential investors of funds applied in the innovation process balancing the relationship between capital and holder of knowledge far beyond from the classical relationship capital labor through the intervention of the State in compliance of its primary obligation to encourage and promote Brazilian scientific and technological development as the existing provision in the caput of Article 218 of the Brazilian Federal Constitution of October 5 1988 CF 88 In this perspective arises the problem of effectiveness of the social right that belongs to man and to all men The problem about the criterion used for the appropriation of human knowledge in the laws that regulate the matter related to the scientific and technological development in Brazil presents itself bruising demanding that the relationship between the employer creator and the employee receives such State interference through public policies to encourage technological innovation that aim the concretion of the social right to share the scientific and technological development provided in favor of
10. verificada em particular na pesquisa de ruptura que cria novas tecnologias aplic veis ao processo produtivo estabelecendo novos produtos ou processos bem como agregando novas funcionalidades ou novas caracter sticas aos produtos ou processos j existentes Exige se nesta esp cie de pesquisa muita criatividade humana inovadora Torna se medida impositiva por bvio forma o da alta ponta da estrutura geral da educa o no pa s capaz de desenvolver ci ncia e tecnologia atrav s da forma o e valoriza o de todo um contingente de pessoas envolvidas nesta rea Waldimir Pirr Longo afirma que numa f brica de tecnologia os principais equipamentos s o os c rebros dos seus pesquisadores os instrumentos cient ficos utilizados s o acess rios perif ricos dos c rebros Os insumos b sicos para a produ o de tecnologia s o conhecimentos e id ias que se podem originar de tr s fontes principais do mercado do exerc cio da produ o e dos avan os da ci ncia e da pr pria tecnologia Dada a indispensabilidade do esp rito inventivo enquanto genu na express o humana exige se por outro lado a cria o de um est mulo para o engajamento destes inventores pesquisadores no ambiente produtivo concretizando se a inten o salutar de agrupar as Universidades e as empresas neste objetivo comum O Programa Nacional da P s Gradua o PNPG 2011 2020 editado pela Funda o Coordena o de Aperfei
11. vida liberdade igualdade autodetermina o dos povos e uma s rie de outros de igual relev ncia foram estabelecidos com destaque nestes documentos hist ricos Entretanto quando a Assembl ia Geral das Na es Unidas proclamou a Declara o sobre o Direito ao Desenvolvimento em 1986 fez constar no pre mbulo com precis o impar que o desenvolvimento um processo econ mico social cultural e pol tico abrangente que visa o constante incremento do bem estar de toda a popula o e de todos os indiv duos com base em sua participa o ativa livre e significativa no desenvolvimento e na distribui o justa dos benef cios da resultantes 224 BOBBIO Norberto 2004 Op cit p 23 Segue o not vel doutrinador destacando a quest o dos fundamentos dos direitos humanos e a perda de sua import ncia em rela o aos aspectos f ticos de realiza o destes mesmos direitos afirmando que ineg vel que existe uma crise de fundamentos Deve se reconhec la mas n o tentar super la buscando outro fundamento absoluto para servir como substituto para o que se perdeu Nossa tarefa hoje muito mais modesta embora tamb m mais dif cil N o se trata de encontrar o fundamento absoluto empreendimento sublime por m desesperado mas de buscar em cada caso concreto os v rios fundamentos poss veis Mas tamb m essa busca dos fundamentos poss veis n o ter nenhuma import ncia hist rica se n o fo
12. 32 Hobsbawm ressalta esta relev ncia marginal da inova o e do esp rito inventivo em favor da solu o de problemas pr ticos a partir do dom nio de t cnicas simples afirmando que os prim rdios da Revolu o Industrial foram um tanto primitivos tecnicamente n o porque n o houvesse disposi o melhor ci ncia e tecnologia mais avan ada porque as pessoas n o se interessavam por elas ou porque n o pudessem ser persuadidas a us las Ela foi simples de modo geral porque a aplica o de ideias e dispositivos simples ideias muitas vezes conhecidas havia s culos muitas vezes pouco dispendiosas era capaz de produzir resultados espetaculares E vaticina o referido historiador falando diretamente da quest o da inova o e da relativa import ncia da capacidade inventiva para este desenvolvimento t cnico inicial ao aduzir que a novidade n o estava nas inova es e sim na presteza com que homens pr ticos se dispunham a utilizar a ci ncia e a tecnologia desde muito dispon veis e a seu alcance e no amplo mercado que se abria s mercadorias medida que os pre os e os custos ca am rapidamente N o estava no florescimento do g nio inventivo individual e sim na situa o pr tica que fazia voltar o pensamento humano para problemas sol veis Mesmo n o estando no g nio inventivo individual o foco da preocupa o geral da Revolu o Industrial o que muito diferente dos di
13. Art 145 A ordem econ mica deve ser organizada conforme os princ pios da justi a social conciliando a liberdade de iniciativa com a valoriza o do trabalho humano Par grafo nico A todos assegurado trabalho que possibilite exist ncia digna O trabalho obriga o social Em adi o o artigo 157 repetiu em larga escala as garantias aos trabalhadores que haviam sido estabelecidas na Constitui o de 1937 em especial o direito ao sal rio m nimo 54 equipara o salarial jornada de trabalho de 8 horas f rias anuais direito de descanso gestante repouso semanal remunerado etc Al m disso uma altera o importante foi o reconhecimento ao direito de greve o que era vedado no regime anterior Outrossim o par grafo nico deste artigo 157 proibiu a distin o entre o trabalho manual e o t cnico ou intelectual asseverando que n o se admitir distin o entre o trabalho manual ou t cnico e o trabalho intelectual nem entre os profissionais respectivos no que concerne a direitos garantias e benef cios Torna se salutar mencionar que a Constitui o de 1946 n o possu a artigo tratando de aspectos atinentes pesquisa cient fica ou tecnol gica especificamente mas trouxe alguns aspectos embrion rios neste tocante O artigo 166 um importante dispositivo acerca da educa o aduzindo que direito de todos e ser dada no lar e na escola Deve inspirar se nos princ pios de liberdade e no
14. SHIVA Vendana Biopirataria A pilhagem da natureza e do conhecimento Petr polis Vozes 2001 p 23 30 intelectualmente para a cria o da pr pria cultura A prote o inicial poca chamada de 6 a 14 bi 2 r privil gio real contemplava o possuidor da t cnica de reprodu o e dos equipamentos necess rios a prensa em flagrante benef cio do detentor dos investimentos financeiros envolvidos no processo O foco n o era o criador do conhecimento elaborador do conte do O foco era o detentor da capacidade de reprodu o da t cnica Assim estava lan ada a semente para florescer o interesse pela prote o dos direitos intelectuais em geral com suas subsequentes ramifica es Em verdade o desenvolvimento dos direitos intelectuais ganhou for a pari pasu Revolu o Industrial em raz o dos diversos e variados inventos criados poca Assim em 1623 na Inglaterra definiu se o Estatuto do Monop lio algo como uma Carta Fundamental dos direitos de patente definindo o princ pio da originalidade do autor e de sua cria o e atribuindo ao primeiro inventor todos os direitos da inven o A partir de ent o sucedeu se o estabelecimento de diversos atos normativos que desenvolveram a pr pria figura da prote o ao direito intelectual desde 1710 com a concess o do privil gio de reprodu o o conhecido copyright e em 1790 com a primeira lei federal sobre patentes dos Estados Unidos da Am
15. Se a revogada CLT antes asseverava prerrogativas ao empregado inventor por que a legisla o atual de propriedade industrial haveria por revog la Esta ser uma pergunta que n o se calar por muitos e muitos anos mas que antem o j nos causa esp cie e de qualquer sorte incompreens o pela capacidade de furtar direitos antes adquiridos em troca de prote es a produtos e objetos em detrimento da capacidade humana Quem vale mais o homem ou sua cria o Criador ou criatura bastante question vel o posicionamento acima mencionado no aspecto da Teoria Geral do Direito sobre a aplica o do dispositivo da Lei de Introdu o ao C digo Civil para se justificar a vig ncia do artigo 454 da CLT vez que a legisla o de propriedade intelectual aborda o assunto de forma especial abrangente o que permitiria concluir que teria de fato revogado a CLT nos dispositivos que tratavam anteriormente da mat ria Entretanto digno de nota e elogio o aspecto acima levantado sobre a perspectiva dos valores envolvidos neste processo de altera o legislativa quando se efetivamente inverteu o papel do criador e da criatura Inclusive a pr pria nomenclatura utilizada quando referida mat ria foi tratada no Decreto lei 7 903 45 elucidativa ao incluir o Cap tulo XIV com o t tulo de Da desapropria o da patente de incontrato de trabalho 2 A refer ncia ao instituto da e VIVEIROS Luciano Contrap
16. Vale dizer por ser extremamente interessante que o ber o da Revolu o Industrial a Gr Bretanha efetivamente n o detinha superioridade tecnol gica e cient fica que justificasse ter sido o local da explos o de tal Revolu o Industrial levando se em conta que nas ci ncias naturais os franceses estavam seguramente frente dos ingleses vantagem que a Revolu o Francesa veio a acentuar de forma marcante pelo menos na matem tica e na f sica pois incentivou as ci ncias na Fran a enquanto a rea o suspeitava delas na Inglaterra At mesmo nas ci ncias sociais os brit nicos ainda estavam muito longe daquela superioridade que fez e em grande parte ainda faz da economia um assunto eminentemente anglo sax o mas a Revolu o Industrial colocou os em um inquestion vel primeiro lugar O fato que a Gr Bretanha estava preparada pol tica e economicamente estando a obten o do lucro e a busca incans vel pelo desenvolvimento econ mico como objetivos fundamentais de governo al m de a agricultura encontrar se pronta para fornecer a sustenta o indispens vel para sob tal esteio desenvolver se a nascente ind stria t xtil carro chefe da Revolu o Industrial brit nica E para aumentar a produtividade nesta ind stria t xtil diversas inven es simples ganharam destaque conforme aduz Hobsbawm afirmando que o problema t cnico que determinou a natureza da mecaniza o na fabri
17. o e seus malef cios cujo subt tulo bastante esclarecedor ao mencionar A promessa n o cumprida de benef cios 158 globais Imp e se portanto exigir efetivamente uma coopera o entre os povos para o progresso da humanidade tal qual veiculado pelo inciso IX do art 4 da CF 88 n o permitindo que no cen rio internacional possa algum Estado sobrepor se aos demais atrav s de prote o exacerbada dos direitos atinentes ao pr prio desenvolvimento cient fico e federativas o que incumbe n o subestimar e muito menos hostilizar comunidades ind genas brasileiras mas tirar proveito delas para diversificar o potencial econ mico cultural dos seus territ rios dos entes federativos O desenvolvimento que se fizer sem ou contra os ndios ali onde eles se encontrarem instalados por modo tradicional data da Constitui o de 1988 desrespeita o objetivo fundamental do inciso II do art 3 da CF assecurat rio de um tipo de desenvolvimento nacional t o ecologicamente equilibrado quanto humanizado e culturalmente diversificado de modo a incorporar a realidade ind gena Pet 3 388 Rel Min Ayres Britto Julgamento em 19 mar 2009 Plen rio DJE de 1 jul 2010 56 Cf Decis o do Supremo Tribunal Federal no julgamento da A o Direta de Inconstitucionalidade n 3 540 quando se asseverou que a quest o do desenvolvimento nacional CF art 3 II e a necessidade de preserva o da integrid
18. v princ pio da concord ncia pr tica ou da harmoniza o vi princ pio da for a normativa da constitui o vii princ pio da interpreta o das leis conforme a Constitui o e viii princ pio da proporcionalidade e da razoabilidade Uma breve considera o a respeito destes princ pios o bastante para a reflex o aqui pretendida a saber O princ pio da unidade da constitui o eleito por sedimentada doutrina como o mais 112 E z 5 assevera que o sistema de normas jur dicas constitucionais importante de todos eles mesmo produzindo efeitos em uma grande diversidade de situa es unit rio e decorre da pr pria soberania do Estado fundamento do Estado Democr tico de Direito com previs o j no inciso I do artigo 1 da CF 88 justamente o seu papel de pressuposto de validade de todas as demais normas retomando de empr stimo a linha kelseniana que o princ pio da unidade da Constitui o confere ao ordenamento jur dico um necess ria sistematiza o l gico jur dica A CF 88 portanto h de ser tomada em sua totalidade e no processo hermen utico deve se buscar suprir eventuais e aparentes tens es entre as normas princ pios constitucionais 112 GUERRA FILHO Willis Santiago 2007 Op cit p 72 69 O entendimento de Willis Santiago Guerra Filho sobre referido princ pio de que este preceitua a necessidade de uma interdepend ncia das diversas normas da ordem
19. CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit p 4 78 CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit p 5 49 de of cio no af de preservar integral liberdade de iniciativa A Constitui o imperial exprimia dessa forma o clima t pico do liberalismo que dominava o A 79 pensamento mundial no alvorecer do s culo XIX A Constitui o da Rep blica dos Estados Unidos do Brasil de 24 de fevereiro de 1891 veio a estabelecer em seu artigo 72 a declara o de direitos dos brasileiros e residentes no Brasil assegurando j em seu caput o direito liberdade seguran a individual e propriedade Notadamente a Constitui o de 1891 ampliou as garantias individuais em mat ria de propriedade industrial e intelectual al m de assegurar a propriedade das chamadas marcas de f brica Foi assim que o 24 do artigo 72 estabeleceu a garantia ao livre exercicio de qualquer profiss o moral intelectual e industrial Nesta esteira o 25 do mesmo artigo previu que os inventos industriais pertencer o aos seus autores aos quais ficar garantido por lei um privil gio tempor rio ou ser concedido pelo Congresso um pr mio razo vel quando haja conveni ncia de vulgarizar o invento Verifica se de plano que a sistem tica dos privil gios tempor rios foi mantida assegurando tamb m a pol tica de pr mios que tanto havia sido utilizada em toda a Gr Bretanha para motivar a realiza o de inova o em especial
20. Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico FNDCT art 4 da lei em comento A Lei n 10 332 de 19 de dezembro de 2001 por seu turno instituiu ferramentas de financiamento para o Programa de Ci ncia e Tecnologia para o Agroneg cio para o Programa de Ci ncia e Tecnologia para o Setor Aeron utico para o Programa Biotecnologia e Recursos Gen ticos Genoma para o Programa de Fomento Pesquisa em Sa de e para o Programa de Inova o para Competitividade criando as categorias de programa o espec fica alocando os recursos da CIDE nestas respectivas categorias perante o FNDCT al m das categorias do petr leo Lei n 9 478 1997 art 49 inform tica transportes espacial etc 28 Art 2 Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior fica institu da contribui o de interven o no dom nio econ mico devida pela pessoa jur dica detentora de licen a de uso ou adquirente de conhecimentos tecnol gicos bem como aquela signat ria de contratos que impliquem transfer ncia de tecnologia firmados com residentes ou domiciliados no exterior 1 Consideram se para fins desta Lei contratos de transfer ncia de tecnologia os relativos explora o de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e presta o de assist ncia t cnica 1 A A contribui o de que trata este artigo n o incide sobre a remunera o pela licen a de uso ou de direitos de comercializa o ou dis
21. Logo existe realmente uma correla o l gica e direta entre renda e escolaridade nos dois sentidos mas os reflexos do baixo n vel de renda e de educa o claro s o ainda mais e DUARTE ngelo Jos Mont Alverne FERREIRA Pedro Cavalcanti SALVATO M rcio Antonio Disparidades regionais ou educacionais Um exerc cio contrafactual In TEIXEIRA Erly Cardoso ed BRAGA Marcelo Jos Investimento e crescimento econ mico no Brasil Vi osa UFV DER 2006 83 abrangentes As repercuss es da baixa empregabilidade da pessoa e do baixo n vel de escolaridade s o multidimensionais atingindo o aspecto econ mico social cultural e pol tico A pobreza extrema de renda imp e limita o das condi es m nimas para se alcan ar equ nimes oportunidades levando chamada pobreza de capacidades nas palavras de Amartya Sen ao dizer que embora seja importante distinguir conceitualmente a no o de pobreza como inadequa o de capacidade da no o de pobreza como baixo n vel de renda essas duas perspectivas n o podem deixar de estar vinculadas uma vez que a renda um meio important ssimo de obter capacidades E como maiores capacidades para viver sua vida tenderiam em geral a aumentar o potencial de uma pessoa para ser mais produtiva e auferir renda mais elevada tamb m esperar amos uma rela o na qual um aumento de capacidade conduzisse a um maior poder de auferir renda e n o o 143 inverso Al
22. Neste ponto s o totalmente aplic veis o princ pio protetivo em favor do empregado que veda o ajuste direto e individual entre empregado e empregador atinente a alguns direitos e a indisponibilidade de alguns destes direitos trabalhistas do que se conclui que a titularidade dos inventos at bem poderia ser do empregador parcialmente por for a de lei mas desde que o direito previsto no par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 fosse plenamente respeitado pelas empresas que aduz 20 CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit loc cit 179 Art 218 O Estado promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas 4 A lei apoiar e estimular as empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao Pa s forma o e aperfei oamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remunera o que assegurem ao empregado desvinculados do sal rio participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho grifo nosso A titularidade dos inventos deveria ser partilhada entre empregado e empregador por todas as raz es at aqui expostas salvo no caso de efetivo cumprimento do direito social previsto neste dispositivo quando a titularidade do invento seria da empresa desde que fossem realizados os pagamentos mediante os sistemas de remunera o especial acima mencionado participando o empregado dos ganhos econ micos resultantes da produti
23. O certo que o Reclamante foi contratado para fun o de eletricista especializado fl 15 e seu contrato de trabalho descreve de forma abstrata as atividades a serem por ele executadas indicando como tais as inerentes ao cargo e tamb m outras que vierem a ser objeto de cartas aviso ou ordens compat veis com a natureza do seu cargo ou as que est o compreendidas nas referidas fun es ou com estas relacionadas Todavia n o cr vel que se entenda ser inerente ao cargo de eletricista a cria o de inventos ou modelos de utilidade exceto se expressamente ressalvado no contrato de trabalho o que n o ocorreu no caso em tela Observo tamb m que a lei de propriedade industrial embora afirme que o autor e o empregador possuem direito propriedade em partes iguais prescreve ao obreiro apenas justa remunera o e ao empregador a explora o do invento ou modelo de utilidade Assim cabe R exclusivamente todos os nus da explora o da cria o como o pagamento das taxas necess rias ao regular processo de registro de patente sendo injustific vel a mea o dos gastos n o havendo qualquer norma jur dica ou contratual que autorize tal procedimento Por outro lado o legislador quando mencionou na lei de propriedade industrial a justa remunera o do empregado usou cl usula aberta permitindo ao aplicador do direito a mensura o do valor de forma discricion ria utilizando se como crit rio a razoabilidade e a propo
24. ado seu maior grau de realiza o naquele pa s em fins do s culo XIX para em seguida atingir seu m ximo tamb m de forma espont nea nos Estados Unidos contribuiu para manter al m da poca da vig ncia de seus fundamentos te ricos a concep o da m o invis vel que ordena e assegura o desenvolvimento da comunidade se cada indiv duo perseguir consistentemente seus pr prios interesses V se neste aspecto a for a e a origem das not rias teorias de Adam Smith e David Ricardo sobre as for as do mercado E Hobsbawm indica qual teria sido o estopim a permitir que a Revolu o Industrial acontecesse dizendo que o enigma est na rela o entre a obten o de lucro e a inova o tecnol gica Sup e se com frequ ncia que uma economia de iniciativa privada tende automaticamente para a inova o mas isto uma inverdade Ela s tende para o lucro Ela s revolucionar as atividades econ micas no caso de esperar maiores lucros com a revolu o do que sem ela Igualmente aduz Joseph Schumpeter ao apreciar o exemplo da introdu o dos teares na altera o dos custos de produ o e aumento dos lucros asseverando que assim como a introdu o de teares um caso especial da introdu o de maquinaria em geral tamb m a introdu o de maquinaria um caso especial de todas as mudan as no processo produtivo no sentido mais amplo cujo objetivo produzir uma unidade de produto com menos
25. efetuado periodicamente por turnos ser retribu do com remunera o superior do diurno k proibi o de trabalho a menores de catorze anos de trabalho noturno a menores de dezesseis e em ind strias insalubres a menores de dezoito anos e a mulheres l assist ncia m dica e higi nica ao trabalhador e gestante assegurado a esta sem preju zo do sal rio um per odo de repouso antes e depois do parto m a institui o de seguros de velhice de invalidez de vida e para os casos de acidentes do trabalho 53 n as associa es de trabalhadores t m o dever de prestar aos seus associados aux lio ou assist ncia no referente s pr ticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos seguros sociais Em que pesem todos os malef cios inquestion veis decorrentes do estabelecimento de um estado ditatorial no Brasil em 1937 n o compensado por qualquer benef cio de outra ordem o fato que no aspecto trabalhista e em particular no aspecto de se indicar a import ncia do esp rito inventivo dos indiv duos para o pr prio desenvolvimento nacional a Constitui o da poca trouxe importante novidade Entretanto a Constitui o de 1937 suprimiu enquanto garantia individual o direito dos autores sobre os inventos industriais como j havia ocorrido em 1891 A Constitui o dos Estados Unidos do Brasil de 18 de setembro de 1946 retomando a estrutura constitucional do regime demo
26. gica E estes aspectos deficientes no processo de inova o podem acarretar a manuten o do pa s na condi o indesejada de pa s em devenvolvimento ao contr rio do que se esperaria da pr pria evolu o da t cnica geradora de ganho de TR Res x Za 74 produtividade e desenvolvimento econ mico social cultural e pol tico Assim a apura o o estudo e a atua o ativa no tocante a estes aspectos importantes no contexto da Revolu o Tecnol gica permitir o uma vis o ampla deste processo de modo a evitar que o Brasil uma vez mais fique em posi o desfavor vel em rela o s economias industrializadas e desenvolvidas do mundo Neste sentido s o importantes quatro questionamentos a saber Id ibid 1989 loc cit TIAGO Ediane M o de obra qualificada ainda o maior entrave Revista Valor Especial com o t tulo Inova o de Alto a Baixo o desafio de engajar toda a cadeira produtiva Junho 2012 p 24 A autora assevera que o processo de inova o exige um capital no qual o Brasil continua carente o recurso humano Mesmo com uma academia forte e o avan o na forma o de mestres e doutores o pa s ainda deficiente no atendimento a esta demanda 7t POCHMANN Marcio Superar o subdesenvolvimento Jornal Valor Econ mico 21 out 2011 p A 13 O autor enquanto pesquisador e presidente do Instituto de Pesquisas Econ micas Aplicadas IPEA escreveu interessante artigo aduzindo que
27. imp e se ressaltar j havia sido favorecido tamb m pela separa o dos homens de seus parcos meios de produ o comum na Idade M dia qual seja a pequena propriedade rural que permitia uma produ o b sica dos bens consum veis para a subsist ncia dos camponeses e de suas fam lias estabelecendo se assim a partir desta separa o todas as bases pol ticas econ micas e sociais para o desenvolvimento absoluto do sistema capitalista com forte e determinante influ ncia das t cnicas desenvolvidas e dos inventos criados a partir existindo se n o fosse a industrializa o e que expressaram uma nova forma de sociedade o capitalismo industrial baseada numa nova forma de produ o a f brica l ASHTON T S 1977 Op cit p 32 33 Id ibid et seq p 33 36 da capacidade intelectual do homem pelas motiva es econ micas essencialmente acima j indicadas Justamente pela estrutura o do sistema jur dico na defesa dos interesses da burguesia ent o industrial na perspectiva do direito subjetivo pessoal de propriedade sobre as cria es de qualquer natureza que se tornou vi vel o investimento maci o de recursos desta classe emergente para o desenvolvimento de novas t cnicas e do conhecimento aplicado chegando em alguns casos a criar verdadeira tecnologia dando se in cio ao desenvolvimento tecnol gico propriamente dito conforme adiante restar apresentado evidente que o desenv
28. lt http w ww dieese org br ped metropolitana ped metropolitana0910 pdf gt Acesso em 10 jul 2012 82 aumento de renda sendo certo que os reflexos das vari veis sociais de relevo em conjunto que permitem esta redu o do analfabetismo que por fim repercutir na empregabilidade da pessoa e em sua renda m dia exatamente neste ponto que se insere a correla o entre a m dia de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade com a respectiva renda mensal familiar per capita o caminho inverso entre renda e educa o Consoante a mesma publica o acima referida a m dia de anos de estudo da faixa de 20 que auferem os menores rendimentos mensais de 4 1 anos Por seu turno a m dia de anos de estudo dos 20 que auferem os maiores rendimentos mensais de 10 1 anos Novamente n o se exige grande esfor o de interpreta o e correla o l gica para se concluir que o dobro de anos de estudo fator determinante e diferencial daquelas pessoas que se encontram na faixa dos 20 de maiores rendas mensais familiares H pesquisas aprofundadas com amplos fundamentos estat sticos comprovando se que a quest o da escolaridade o principal elemento na determina o das diferen as de renda conforme aduz ngelo Jos Mont Alverne Duarte Pedro Cavalcanti Ferreira e M rcio Antonio Salvato quando afirmam que neste trabalho procurou se identificar quanto do diferencial de renda entre as regi
29. n o permitiriam a cria o autom tica de novas tecnologias no Brasil o que causou profundo retardo no desenvolvimento cient fico e tecnol gico A vinda da Coroa Portuguesa ao Brasil apenas tornou poss vel juridicamente o in cio do processo de desenvolvimento desta natureza que naturalmente um processo longo e complexo Foi neste cen rio hist rico que a Constitui o do Imp rio de 1824 previa em seu artigo 179 inciso XXVI a previs o de que os inventores ter o a propriedade das suas descobertas ou das suas produc es A Lei lhes assegurar um privil gio exclusivo tempor rio ou lhes remunerar em resarcimento da perda que hajam de soffrer pela vulgarisa o Constata se que a norma em comento ainda utilizava o linguajar antigo vindo ainda da alta Idade M dia ao se referir a um privil gio ainda que se tenha feito tamb m refer ncia propriedade que os inventores teriam sobre suas descobertas e produ es O vi s era todo liberal como bem asseverou Geraldo de Camargo Vidigal ao aduzir que Na Constitui o brasileira de 1824 os incisos XXII e XXVI do art 179 asseguravam o direito de propriedade em toda a sua plenitude a liberdade do trabalho ind stria com rcio a propriedade das inven es Nenhum outro dispositivo na Constitui o revelava preocupa es com a atividade econ mica Merece refer ncia especial o inciso XXV do art 179 que prescrevia as corpora es
30. nesta medida desejam a prote o integral da propriedade intelectual decorrente destas pesquisas No lugar deste processo tensional deve existir um ideal de coopera o aproximando se os pesquisadores da iniciativa privada nos termos mencionados no PNPG acima referido Como visto no exerc cio do papel de incentivador e promotor do desenvolvimento cient fico da pesquisa e da capacita o tecnol gicas e em respeito ao quanto disposto no par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 o Estado brasileiro deve fornecer subven es econ micas e estabelecer uma s rie de incentivos fiscais para as empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao Pa s forma o e aperfei oamento de recursos humanos e que pratiquem sistemas de remunera o que assegurem ao empregado desvinculada do sal rio participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho O Estado brasileiro hoje cumpre em parte esta obriga o evidente que a previs o do artigo 218 da CF 88 pela sua j destacada inclus o no T tulo da Ordem Social na Carta Magna prestigia o entendimento de que o desenvolvimento cient fico e tecnol gico importante para a pr pria estabilidade da Ordem Social pela indispens vel atua o das pessoas neste processo na perspectiva do trabalho sendo este o primado da pr pria Ordem Social art 193 CF 88 Imp e se ent o a participa o do Estado pela concep o do
31. nico por seu turno almeja retirar a natureza salarial da remunera o derivada desta participa o na patente indicando que n o se incorpora a qualquer t tulo ao sal rio do empregado Neste ponto a reda o do par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 conforme ser abordada em detalhes adiante converge no entendimento de que a remunera o auferida pelo empregado envolvido em atividade de pesquisa e cria o de tecnologia a ser paga pelo empregador como participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho ser desvinculada do sal rio o que milita em favor da compreens o de que o valor pago n o considerado retribui o do trabalho prestado vez que todas as verbas de natureza indenizat ria e n o salarial buscam seu fundamento em aspecto diverso da tradicional contrapresta o pelos servi os Seria neste particular inclusive incongruente a norma ao vincular a titularidade da inven o ao objeto do contrato de trabalho servi os prestados e ao mesmo tempo prever que os valores eventualmente pagos pela participa o do empregado nos resultados da inven o n o possuem rela o com a presta o dos servi os E assim que o artigo 28 par grafo 9 al nea v da Lei 8 212 1991 que disp e sobre a organiza o da Seguridade Social e institui o Plano de Custeio prev que os valores recebidos em decorr ncia da cess o de direitos autorais n o integram o sal rio d
32. o Liz minha irm ca ula pela sua exist ncia que me fez rever conceitos e mudar Agrade o Nadir minha av pelo exemplo de paci ncia e de respeito em rela o a todos sem distin o marcas de profunda sabedoria Agrade o Angela minha sogra pelo seu exemplo de trabalho e dedica o que muito me ajudou a chegar at aqui Agrade o Elaine minha cunhada pelo exemplo de irmandade que me mostrou a import ncia dos nossos Irm os Agrade o Adjair meu pai por ter me dado desde a pequena inf ncia as melhores refer ncias necess rias para me tornar um Homem Agrade o Darci meu av in memoriam por ter me comprovado que na simplicidade existe profundo conhecimento AGRADECIMENTOS Agrade o ao meu orientador Prof Dr Nelson Nazar pela generosidade intelectual demonstrada durante os anos de orienta o e nas aulas semanais ministradas Agrade o aos Professores Dr Claudio Finkelstein Dr M rcio Pugliesi Dr Lauro Ishikawa Dr Thiago Matsushita Dra Terezinha de Oliveira Domingos e Dra Marcia Concei o Alves Dinamarco pela disponibilidade em favor do valoroso exerc cio da c tedra al m das contribui es intelectuais indispens veis para a concretiza o deste trabalho Agrade o ao Prof Dr Ricardo Hasson Sayeg pelo que ouvi em sala de aula fora dela e com os amigos do grupo de estudos do Capitalismo Humanista Agrade o Prof Dra Camila Castanhato pela nossa amizade desde 1996 semp
33. o conforme aduzido no dispositivo em apre o imposta uma condi o uma verdadeira contrapartida a ser apresentada pelas empresas que desejam receber apoio ou incentivo do Estado de qualquer natureza para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico A disposi o deste 84 do artigo 218 da CF 88 primeira vista pode parecer contradit ria ao quanto veio disposto no inciso XXXII do artigo 7 da CF 88 dispositivo de ndole fundamental que pro be a distin o entre o trabalho manual t cnico e intelectual conforme j mencionado alhures Ocorre que se trata de ressalva feita pela pr pria constitui o bem explicada por Andr Ramos Tavares quando aduz que Nesse sentido poder se ia considerar o art 218 83 da CB como uma singela exce o previs o geral do art 7 XXXII tamb m da CB Tratar se ia assim de uma restri o previs o normativa do art 7 XXXII da CB Tal restri o realizada 118 pela pr pria Constitui o no mbito dos Direitos Individuais alcunhada como restri o imediata grifos no original Assim a pr pria CF 88 estabeleceu o crit rio de diferencia o e indicou a import ncia desta a permitir almejada concretiza o de referido direito dos empregados envolvidos no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico para que haja motiva o para o deslocamento de pesquisadores do ambiente universit rio para o empresarial na perspectiva de que haver remun
34. princ pio axiol gico da fraternidade foi retomado da Revolu o Francesa revelando que a tr ade desta revolu o ainda teria lugar no cen rio internacional a partir de 1948 inquestion vel a import ncia hist rica da Declara o Universal al m de sua relev ncia enquanto afirmativa de valores supremos em que pese a natureza t cnica de mera recomenda o das Na es Unidas Em verdade esta natureza jur dica n o deve repercutir na efetividade dos direitos ali garantidos dado que a prote o de tais direitos decorre da simples condi o humana e n o de sua positiva o o que foi bem indicado por F bio Konder Comparato ao aduzir que reconhece se hoje em toda parte que a vig ncia dos direitos humanos independe de sua declara o em constitui es leis e tratados internacionais exatamente porque se est diante de exig ncias de respeito dignidade humana f S Na exercidas contra todos os poderes estabelecidos oficiais ou n o Neste direcionamento de ideias a partir da simples leitura do rol de artigos seria mesmo inconceb vel entender que os direitos assinalados na Declara o Universal devessem ser positivados para o respectivo exerc cio dada a ntima e indissoci vel liga o com a pr pria exist ncia da pessoa humana Por outro lado boa parte desses direitos foi realmente inscrita em Constitui es ao redor do mundo afigurando se como direitos e garantias fundamentais Destaque se p
35. refor ando o entendimento de que livre iniciativa mesmo direcionada pelo seu papel social tendo sido colocado o homem no centro difuso do sistema jur dico A pr pria Ordem Econ mica tem como princ pios dentre outros a busca do pleno emprego e a redu o das desigualdades afigurando se como vetores axiol gicos neste processo de interpreta o constitucional O valor social da livre iniciativa portanto apresentando se como fundamento da Rep blica repita se sociedade permite a interven o do Estado para a concretiza o dos objetivos fundamentais em especial para a abordagem aqui pretendida para o desenvolvimento em sua esp cie vinculada ci ncia e tecnologia Apesar de as limita es livre iniciativa n o decorrerem exclusivamente do regramento de direito econ mico imposto pelo Estado n o h d vida de que esta deve ser a maior das press es direcionais o que se confirma pelos exemplos dados por Jos Afonso da Silva quando aduz que cumpre ent o observar que a liberdade de iniciativa econ mica n o sofre compress o s do Poder P blico Este efetivamente o faz legitimamente nos termos da lei quer regulando a liberdade de ind stria e com rcio em alguns casos impondo a necessidade de autoriza o ou de permiss o para determinado tipo de atividade econ mica quer regulando a liberdade de contratar especialmente no que tange s rela es de trabalho mas tamb m quanto fixa o de p
36. ria em especial a Lei n 10 973 2004 j analisada anteriormente deveriam ser utilizados a partir da exig ncia da contrapartida a ser oferecida pelas empresas que desejem fazer uso destes benef cios em especial o cumprimento do 84 do artigo 218 da CF 88 praticando sistema de remunera o especial em favor dos inventores empregados A utiliza o sistem tica e coordenada dos instrumentos da subven o econ mica e dos incentivos fiscais nos limites das leis vigentes mediante a exig ncia inafast vel de que as empresas pratiquem o referido sistema de remunera o especial imposto pela norma constitucional em comento aumentaria as chances de que a migra o necess ria dos pesquisadores para o setor privado efetivamente acontecesse sem a necessidade de se alterar os crit rios de apropria o do conhecimento humano Todos os dados estat sticos comprovam que o Brasil carece deste deslocamento entre o ambiente acad mico e a iniciativa privada considerando que a produ o cient fica te rica n o irrelevante mas o ndice de inova o pequeno concentrado absolutamente nas Universidades e ICT s ocasionando o baixo ndice de inova o no Brasil e a respectiva perda da competitividade das empresas brasileiras no cen rio global al m de permitir que n o residentes apresentem dep sitos de patentes pela via dos Tratados internacionais que regulamentam o tema tornando se cada vez mais dif cil a concretiza o dos
37. ses desenvolvidos para criticar a atua o pouco contundente dos pa ses menos desenvolvimos em rela o ao combate s infra es aos direitos de propriedade intelectual conforme bem destaca Carol Proner ao mencionar que obviamente o princ pio da coopera o tecnol gica mais que qualquer outro princ pio colide com interesses das empresas multinacionais que se sentem prejudicadas com a insuficiente normatividade de alguns pa ses em desenvolvimento na rea de propriedade intelectual Pa ses como o Brasil s o constantemente avaliados como Membros que facilitam a pr tica de pirataria por n o possu rem legisla o protetiva a alguns setores que envolvem patentes 23 Id ibid Cf tradu o livre do Autor Art 69 Os Membros concordam em cooperar entre si com o objetivo de eliminar o com rcio internacional de bens que violem direitos de propriedade intelectual Para este fim estabelecer o pontos de contato em suas respectivas administra es nacionais delas dar o notifica es e estar o prontos a intercambiar informa es sobre o com rcio de bens infratores Promover o em particular o interc mbio de informa es e a coopera o entre as autoridades alfandeg rias no que tange ao com rcio de bens como marcas contrafeitas e bens pirateados 234 STIGLITZ Joseph E 2002 Op cit p 125 Joseph E Stiglitz comenta sobre a crise no Leste Asi tico a partir de 1997 ao asseverar que Infelizmen
38. sicas do Ser sempre foram os principais elementos de impuls o da busca por mais conhecimento inclusive para saciar a curiosidade pelo saber acerca de nossa casa o pr prio 4 LOCKE John Dois tratados sobre o governo 2 ed Trad Julio Fischer S o Paulo Martins Fontes 2005 p 392 8 Id ibid p 407 Dicion rio Enciclop dico Koogan Larousse Dir Ant nio Houaiss Rio de Janeiro Editora Larousse do Brasil 1980 p 192 10 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa 1 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 1975 p 325 1 LONGO Waldimir Pirr Tecnologia e soberania nacional S o Paulo Nobel 1984 p 9 Planeta Terra J se via destas bases a diferen a fundamental entre ci ncia te rica e ci ncia aplicada Por exemplo a busca por conhecer as dimens es do planeta fez muitos pensarem Esta descoberta que parece singela mas de extrema relev ncia para os estudos posteriores assentados em ideias b sicas da ci ncia tal como esta comprova a aud cia a criatividade e a engenhosidade do Homem antes afirmada Relatam Simaan e Fontaine que Erat stenes em 230 a C fez a primeira medi o do per metro terrestre Percebeu o not vel matem tico e astr nomo grego que o sol iluminava o fundo dos po os na cidade hoje chamada de Assu ao meio dia em 21 de junho de cada ano Desta verifica o por l gica simples depreendeu se que o sol o po o e o centro da terra estavam alinh
39. 10 973 que estabeleceu as bases estruturais de mbito legislativo na rea de pesquisa cient fica e tecnol gica estabelecendo j em seu artigo 1 que o objetivo a ser alcan ado seria a capacita o e a autonomia tecnol gica al m do desenvolvimento industrial brasileiro nos termos dos artigos 218 e 219 da CF 88 Longos 16 anos foram necess rios para a ci ncia e a tecnologia receber tratamento individual na abordagem da regulamenta o infraconstitucional em particular deste artigo 218 e par grafos da CF 88 A doutrina nacional sobre o tema destaca que os objetivos extrajur dicos da Lei seriam os que adiante se ler A lei federal de inova o tem por prop sito incentivar a inova o visando ao aumento da competitividade empresarial nos mercados nacionais e internacionais e assim a Possibilitar o uso do potencial de cria o das institui es p blicas especialmente universidades e centros de pesquisa pelo setor econ mico numa via de m o dupla b Facilitar a mobilidade dos servidores p blicos professores e pesquisadores da Administra o para a iniciativa privada e para outros rg os de pesquisa e c Para tais fins alterar a legisla o de pessoal e a de licita es e prever certos subs dios e incentivos fiscais Verifica se que os objetivos da lei em apre o acenam para o foco da capacidade intelectual nsita aos pesquisadores como elemento determinante viabilizador do objetivo maior qual s
40. 82 acad mico da Acad mie d s Sciences fundada em 1666 na Fran a retomou o assunto em 1670 conseguindo chegar a uma precis o de 0 1 o que tamb m digno de alta nota dado o 7 7 r A 13 baixo conhecimento cient fico dispon vel no s culo XVII 2 SIMAAN Arkan FONTAINE Joelle 2003 Op cit p 260 Sd ibid p 261 19 Este exemplo simples de conhecimento pr tico obtido a partir de no es te ricas b sicas comprova a articula o das ideias humanas te ricas com a sua aplica o pr tica do quanto havia sido acumulado por mil nio Dotado o homem do esp rito de liberdade e com sua raz o no amplo espa o social fornecido pela aus ncia da figura moderna de Estado seguiu se lenta e paulatinamente a sua evolu o hist rica sobre a Terra desde os prim rdios A verifica o dos principais aspectos desta caminhada at o relevante per odo da Revolu o Industrial torna se provid ncia imprescind vel neste momento 1 2 Alguns aspectos da evolu o do conhecimento Dado o escopo deste trabalho n o relevante a indica o completa da evolu o hist rica em especial pr hist rica do Homem inclusive no que diz respeito evolu o dos homin deos desde antes chamada pr humana Australopithecus passando pela humana Homohabilis a humana posterior Pithecanthropus e a humana moderna Homosapiens Apenas vale dizer que o Homo sapiens conhecido como Homo sapiens neanderthalensis que fo
41. 88 o que maximiza a import ncia do trabalho esp rito inventivo como elemento indissoci vel e determinante do pr prio desenvolvimento O foco na solu o dos problemas brasileiros novamente destacado elegendo o legislador pelo visto a pesquisa tecnol gica como um instrumento para a concretiza o destes objetivos fundantes Por seu turno o 83 deste artigo indica diretamente a import ncia da pessoa humana no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico apontando para a indispens vel forma o adequada dos recursos humanos claro que o verbo apoiar inscrito neste par grafo comprova que o respons vel por esta fun o s o ser diretamente o Estado o que fortalece o entendimento de que o agrupamento dos pesquisadores junto iniciativa privada medida imprescind vel para o pr prio desenvolvimento O 84 do artigo 218 da CF 88 vale destacar n o utiliza a express o ou que pratiquem sistemas de remunera o H expressa refer ncia a Je que pratiquem sistemas de remunera o do que se conclui que as empresas dever o ser apoiadas e estimuladas pela Lei a participar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico mas este apoio e est mulo est o condicionados a que as empresas invistam em pesquisa ou cria o de tecnologia adequada ao pa s ou que realizem forma o e aperfei oamento de seus recursos humanos mas desde que pratiquem sistemas de remunera
42. O CRIT RIO JUR DICO DE APROPRIA O DO CONHECIMENTO HUMANO NAS LEGISLA ES INTERNA E INTERNACIONAL RELACIONADAS AO DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO 3 1 A legisla o interna Ap s a an lise do breve hist rico da ci ncia e tecnologia e dos aspectos jur dico econ micos e sociais relativos ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico na CF 88 torna se fundamental para o delineamento das ideias finais apresentadas no Cap tulo 4 a an lise do crit rio jur dico de apropria o do conhecimento humano utilizado pela legisla o nacional e o tratamento internacional do tema favorecendo desta feita a estrutura o do pensamento necess rio para a conclus o do presente trabalho Assim no tocante legisla o interna apresenta se de suma import ncia a an lise do Decreto lei n 5 452 de 1 de maio de 1943 Consolida o das Leis do Trabalho al m das Leis n 9 279 1996 C digo de Propriedade Industrial 9 456 1997 Prote o de Cultivares 9 609 1998 Software 10 973 2004 Incentivos inova o tecnol gica e 11 484 2007 Topografia e circuitos integrados No mbito internacional a aprecia o limitou se aos tratados e conven es internacionais iniciando se pela Declara o Universal dos Direitos Humanos 1948 e o Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais 1966 com a seguinte Declara o das Na es Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento 1986 e a Declara o e
43. Programa de A o de Viena 1993 al m do Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights TRIPS a Conven o da Uni o de Paris e a Conven o da Uni o de Berna Desta feita oferta se o tratamento interno no tocante ao crit rio de apropria o do conhecimento dos inventores envolvidos no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico e a abordagem conferida pelas normativas internacionais sobre o tema conforme adiante ser apresentado 3 1 1 Decreto lei n 5 452 A Consolida o das Leis do Trabalho O Decreto lei 5 452 de 1 de maio de 1943 Consolida o das Leis do Trabalho estabelecia em seu artigo 454 que 121 Art 454 Na vig ncia do contrato de trabalho as inven es do empregado quando decorrentes de sua contribui o pessoal e da instala o ou equipamento fornecidos pelo empregador ser o de propriedade comum em partes iguais salvo se o contrato de trabalho tiver por objeto impl cita ou explicitamente pesquisa cient fica Assim a CLT previa em regra o que veio a ser conhecido como inven o mista de titularidade do empregado e do empregador permitindo a ressalva quando o objeto do contrato fosse especificamente a pesquisa Nesta ltima hip tese o texto da norma n o menciona que a inven o seria de titularidade do empregador mas razo vel que se depreenda nesta dire o N o faria sentido o estabelecimento da inven o mista como regra a partir da util
44. a presen a do Estado qual por m logo mais se acoplaria uma segunda ordem decorrente da coloca o agora sim consciente de objetivos da pol tica econ mica isto de posi es e resultados a serem assumidos ou produzidos pelo sistema econ mico no seu desempenho 178 CARVALHOSA Modesto 1973 Op cit p 96 100 na atual Constitui o al m de se manter no par grafo 4 do artigo 173 o princ pio de que a lei reprimir o abuso do poder econ mico que vise ao aumento arbitr rio dos lucros atribuiu se ao Estado o papel de agente normativo e regulador da atividade econ mica ao se dispor no caput do artigo 174 Como agente normativo e regulador da atividade econ mica o Estado exercer na forma da lei as fun es de fiscaliza o incentivo e planejamento sendo este determinante para o setor p blico e indicativo para o setor privado N o se limita esse dispositivo a declarar que o Estado desempenhar na forma da lei as fun es que n o s o normativas mas sim executivas de fiscalizar incentivar e planejar esta de modo determinante para o setor p blico e indicativo para o setor privado a atividade econ mica mas acentua que o exerc cio dessas fun es decorre da posi o do Estado como agente normativo e regulador da atividade econ mica certo que entre as fun es executivas que esse dispositivo confere nesse terreno ao Estado n o consta do texto constitucio
45. a serem alcan ados destacando inclusive a pretens o um tanto quanto otimista diga se de se erigir conforme disposto no artigo 3 3 da Declara o uma nova ordem econ mica internacional baseada na igualdade soberana interdepend ncia interesse m tuo e coopera o entre todos os Estados assim como a encorajar a observ ncia e a realiza o dos direitos humanos evidente que existe uma rela o ntima entre o direito ao desenvolvimento nesta perspectiva da coopera o entre todos os Estados objetivo este bem alinhado com a reda o 164 Esso 226 ae do inciso IX do artigo 4 da CF 88 com a autonomia tecnol gica de um dado pa s e as rela es mantidas entre as empresas estrangeiras e a legisla o sobre propriedade industrial a ponto de se argumentar que atualmente as exig ncias de um direito ao desenvolvimento mesmo considerando suas diferentes nuances buscam estabelecer contrapontos interdisciplinares ao avan o do subdesenvolvimento Este assumindo como uma de suas formas a depend ncia tecnol gica vincula o tema propriedade intelectual e Rude si 227 naquilo que contribui para o agravamento da pobreza e da depend ncia mundial Por seu turno a Declara o e o Programa de A o de Viena de 1993 foram diretos ao preceituar que todas as pessoas t m direito de desfrutar dos benef cios do progresso cient fico e de suas aplica es al m de ressaltar q
46. advinda do pensamento racional e da consci ncia humana do que decorre a busca pelas respostas s perguntas universais mencionadas inicialmente n o existiriam condi es para o desenvolvimento tecnol gico e tampouco um sentido objetivo para este pr prio desenvolvimento Constata se assim que o atributo da raz o e consci ncia que por um lado caracteriza a condi o humana por outro o elemento indispens vel e determinante no processo inventivo que acarreta o desenvolvimento cient fico e tecnol gico de sorte que a determina o do crit rio de apropria o do conhecimento humano dos pesquisadores envolvidos com seu esp rito inventivo deve levar em conta a import ncia deste aspecto Esta considera o deve levar ao menos exig ncia de que os investidores no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico pratiquem sistema de remunera o diferenciada em favor dos inventores para a concretiza o do quanto disposto no artigo 218 par grafo 4 da CF 88 A apropria o do esp rito inventivo do homem e claro de tudo que decorre deste esp rito singular consubstancia a pr pria apreens o daquilo que mais intimamente humano vez que o atributo que verdadeiramente qualifica a esp cie enquanto humana A contrapresta o por esta apropria o de conhecimento deve ser altura da import ncia do objeto apropriado N o por outro motivo o artigo 27 item 1 da Declara o Universal preceitua que
47. an lise da quest o sob a tica da pessoa do inventor Em que pese estrutura o acima mencionada que prestigia o investimento de capital na pesquisa cient fica e tecnol gica o fato que a posi o jur dica dos servidores p blicos militares ou empregados p blicos envolvidos em pesquisa ou presta o de servi os correlatos bastante vantajosa em compara o com os trabalhadores pesquisadores da iniciativa privada os quais ficam submetidos aos regimes da legisla o de propriedade intelectual e industrial antes referida As ICT s poder o nos termos do par grafo 2 do artigo 8 da Lei 10 973 2004 prestar servi os correlacionados com a pr pria pesquisa cient fica e tecnol gica em favor de institui es p blicas ou privadas oportunidade em que o servidor o militar ou o empregado p blico envolvido na presta o de servi o prevista no caput deste artigo poder receber retribui o pecuni ria diretamente da ICT ou de institui o de apoio com que esta tenha firmado acordo sempre sob a forma de adicional vari vel e desde que custeado exclusivamente com recursos arrecadados no mbito da atividade contratada Referida retribui o pecuni ria n o ser incorporada aos vencimentos do servidor e ser considerada ganho eventual 143 Na hip tese de acordos de parcerias para o desenvolvimento de atividades conjuntas entre ICT s e empresas p blicas ou privadas as partes celebrar o contrato que
48. and competitively supplied goods changes over time Public spending also confounds how R amp D is reflected in GDP If the inventions that result from public spending are put in the public domain to be used by many competitive users the the benefits accrue mainly to consumers for exemple through low prices rather than to firms What is reflected in GDP is the value of the R7D input like 76 H lio Jaguaribe desde 1969 aduz que constitui pr tica de universal aceita o a de se determinar o grau de desenvolvimento de dado pa s comparando seu produto real e sua renda real per capita com os de pa ses plenamente desenvolvidos como os Estados Unidos Dada a simplicidade desse m todo que permite depois de resolvidos problemas nem sempre f ceis de convers o cambial a quantifica o dos diversos est gios de desenvolvimento sua aplica o indispens vel apesar das s rias limita es que cont m e dos correspondentes equ vocos a que induz 6 a an lise do desenvolvimento pela vis o m ope do crescimento econ mico exclusivamente Assim apresenta se de uma precis o mpar a indica o feita por Jaguaribe das duas principais raz es pelas quais a verifica o exclusiva do PIB n o atende s necessidades de an lise da situa o econ mica e social de um pa s fazendo refer ncia falta de correla o direta e necessariamente interdependente entre produ o e melhoria de condi es gerais da popula o e a imp
49. apropriar do conhecimento humano utilizado neste processo Desde j vale dizer que o esp rito criativo e inovador faculdade do ser e dele depende intima indispens vel e diretamente N o h desenvolvimento cient fico e tecnol gico sem pessoas humanas diretamente envolvidas exatamente nesta controv rsia que reside a problem tica do presente trabalho 11 Assim importante que possa existir uma compatibiliza o entre os interesses dos inventores empregados com os dos investidores empregadores sendo certo que a busca por uma solu o neste sentido com esteio na ordem jur dica ser o objetivo deste trabalho Exige se que os profissionais envolvidos no desenvolvimento cient fico e tecnol gico possam ativar se junto ao setor produtivo nacional ampliando seu campo de atua o hoje limitado ao ambiente acad mico E para a iniciativa privada fundamental a garantia de retorno a partir dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento o que motiva o desejo de apreender todo o conhecimento produzido pela via da legisla o de reg ncia da mat ria Propriedade Industrial Softwares Cultivares Circuitos integrados etc Para tanto h que se estabelecer uma motiva o bilateral que possa garantir bons frutos para ambas as partes Surge nesta perspectiva o problema da efetividade dos direitos humanos em todas as suas dimens es em rela o aos brasileiros diretamente vinculados ao desenvolvimento cient fico e
50. assim o pleno respeito aos princ pios e objetivos constitucionais a partir da interven o estatal indireta atrav s de pol ticas p blicas que viessem conformadas pelo quanto disposto no artigo 218 da Constitui o Federal de 1988 Diante do que fora at aqui exposto p de se circunscrever a problem tica enfrentada neste trabalho sendo certo que as respostas a estas perguntas acima aduzidas permitir o o delineamento de uma certa conclus o ao final E para tanto torna se importante a aprecia o da evolu o hist rica do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nas Constitui es brasileiras para depois adentrar nas quest es diretamente ligadas aos aspectos jur dico econ mico e social do desenvolvimento cient fico e tecnol gico bem assim do esp rito inventivo enquanto express o genuinamente humana e como crit rio de apropria o do conhecimento humano al m da alternativa pela via da interven o estatal para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico 1 5 A evolu o hist rica do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nas Constitui es brasileiras Antes de se analisar a evolu o hist rica do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nas Constitui es brasileiras torna se fundamental mencionar que esta hist ria confunde se em verdade com a pr pria hist ria da propriedade industrial no Brasil tendo sido inaugurada pelo Alvar de 28 de abril de 1809 Isto porque durante todo o per odo colo
51. atividades principais I projetos de pesquisa cient fica e tecnol gica II desenvolvimento tecnol gico experimental III desenvolvimento de tecnologia industrial b sica IV implanta o de infra estrutura para atividades de pesquisa e inova o V capacita o de recursos humanos para a pesquisa e inova o VI difus o do conhecimento cient fico e tecnol gico VII educa o para a inova o VIII capacita o em gest o tecnol gica e em propriedade intelectual IX a es de est mulo a novas iniciativas X a es de est mulo ao desenvolvimento de empresas de base tecnol gica XI promo o da inova o tecnol gica nas micro e pequenas empresas XII apoio ao surgimento e consolida o de incubadoras e parques tecnol gicos XII apoio organiza o e consolida o de aglomerados produtivos locais e XIV processos de inova o agrega o de valor e aumento da competitividade do setor empresarial Verifica se claramente que os recursos financeiros existentes no FNDCT est o dispon veis justamente para promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas nos termos do artigo 218 da CF 88 2 BRASIL MCTI Dados dos recursos arrecadados em 2012 nos Fundos Setoriais Dispon vel em lt http w ww met gov br upd blob 0225 225480 pdf gt Acesso em 21 jan 2013 188 Al m disso todos os incentivos fiscais previstos na legisla o de reg ncia da mat
52. civis ou militares do respectivo ente estatal rg o ou entidade 187 O FNDCT foi criado pelo Decreto lei n 719 de 31 de julho de 1969 e restabelecido pela Lei n 8 172 de 18 de janeiro de 1991 Nos termos do Demonstrativo da Arrecada o Or amento e Execu o dos Fundos Setoriais do per odo de janeiro a dezembro de 2012 publicado pelo Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o os recursos arrecadados em 2012 em todos os fundos setoriais perfizeram R 4 215 832 078 00 quatro bilh es duzentos e quinze milh es oitocentos e trinta e dois mil e setenta e oito Reais Deste total apenas R 1 839 511 698 00 um bilh o oitocentos e trinta e nove milh es quinhentos e onze mil e oitocentos e noventa e oito Reais foram efetivamente utilizados pagos no ano de 2012 em rela o a todos os projetos de desenvolvimento cient fico e tecnol gico Verifica se que mais de R 2 bilh es permaneceram no caixa do Tesouro Nacional apenas no ano de 2012 porventura fazendo frente a outras provis es de despesas futuras para o fechamento do super vit prim rio do Governo brasileiro Deduz se que h recursos financeiros dispon veis no Tesouro Nacional que deveriam estar vinculados ao est mulo para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico O Programa de Est mulo Intera o Universidade Empresa para o Apoio Inova o nos termos do artigo 3 do Decreto n 4 195 2002 o qual regulamentou a Lei n 10 168 2000 tem como
53. com o decrescente poder regulat rio do Estado o novo retardamento em que o pa s corre o risco de incidir poder revelar se de recupera o bem mais dificil e problem tica que o do nosso precedente atraso industrial 45 gradua o em importantes centros internacionais com um correspondente programa de recupera o e desenvolvimento no pa s de centros de excel ncia cient fico tecnol gica Trata se no que se refere segunda via de p r em marcha uma nova e competente pol tica de mundializa o da economia brasileira Acrescente se a estas provid ncias a indispens vel aproxima o do ambiente acad mico com o empresarial estabelecendo se um forte la o de coopera o e divis o dos frutos derivados do pr prio desenvolvimento E tanto neste aspecto de estabelecimento de centros de excel ncia cient fico tecnol gicos e de coopera o rec proca entre as universidades e as empresas quanto nos de mundializa o da economia brasileira as quest es atinentes prote o dos direitos intelectuais e industriais s o important ssimas al m da utiliza o dos recursos naturais da capacidade de financiamento do pa s e da disponibilidade quantitativa e qualitativamente de pessoas intelectualmente de alto n vel Hoje h falta de m o de obra qualificada em todos os setores da economia brasileira em especial no tocante quela indispens vel pesquisa ao desenvolvimento cient fico e capacita o tecnol
54. concretiza o de todos os demais direitos fundamentais previstos na Constitui o Federal e n o apenas como fim em si mesmo Neste sentido imp e se a verifica o deste desenvolvimento sob a luz do Direito Econ mico assim entendido por Fernando Herren Aguillar como o direito das pol ticas p blicas na economia o conjunto de normas e institutos Jur dicos que permitem ao Estado exercer influ ncia orientar direcionar estimular proibir ou reprimir comportamentos dos agentes econ micos num dado pa s ou r 131 conjunto de pa ses Segue o referido doutrinador indicando que por meio das normas de Direito Econ mico o Estado introduz vari veis compuls rias ou facultativas ao c lculo do agente econ mico destinadas a influenciar sua tomada de decis es no exerc cio de sua liberdade de empreender Tais vari veis n o s o necessariamente introduzidas segundo interesses gerais coletivos ou sociais Elas s o introduzidas no interesse do Estado e neste sentido que s o decorrentes de interesses p blicos E finalmente vaticina que as regula es de Direito Econ mico se destinam assim a estimular reprimir ou alterar o rumo que a economia livremente adotaria na sua A 133 aus ncia Considerando que um pr vio desenvolvimento econ mico imposto frequentemente como barreira para a concretiza o dos direitos sociais principio da reserva do poss vel mas sem se descuidar do princ
55. condi o natural dos indiv duos que precede a forma o da sociedade civil o segundo finalidade da sociedade pol tica que vem depois se 57 n o cronologicamente pelo menos axiologicamente do estado de natureza o s EE nal a x x 83 terceiro ao princ pio de legitimidade do poder que cabe na o O c lebre artigo 16 da Declara o tamb m asseverava entendimento de peculiar relev ncia ao afirmar que toda sociedade na qual a garantia dos direitos n o assegurada 84 nem a separa o dos poderes determinada n o tem Constitui o De plano percebe se que a ideia de Constitui o j trazia em si e remotamente a poca da Revolu o Francesa a vis o dirigida para a garantia dos direitos naturais do Homem neles inclu do o direito de propriedade que foi tratado no ltimo artigo da Declara o como um direito inviol vel e sagrado por tradi o jur dica muito antiga e mesmo anterior doutrina jusnaturalista sem se olvidar do contributo de John Locke na concep o de propriedade derivada do trabalho 85 conforme aduz Bobbio Vale dizer que em verdade v rios direitos naturais n o foram consagrados na Declara o o que era de se esperar pelo pr prio contexto social tal como a supress o absoluta da escravid o por exemplo que ainda existia dramaticamente naquele per odo conforme bem aduz Jos Dami o de Lima Trindade ao afirmar que t o importante quanto as ideias
56. conseguinte mandamentos de otimiza o Como tais eles s o caracterizados pelo fato de eles poderem ser cumpridos em graus diferentes e de a medida ordenada de seu cumprimento depender n o s das possibilidades f ticas mas tamb m das jur dicas As possibilidades jur dicas s o al m de pelas regras essencialmente determinadas por princ pios em sentido contr rio A an lise desejada para os fins deste trabalho n o comporta a explora o aprofundada 109 ER e 3 de referida distin o mas a partir da clara li o acima mencionada valeria complementar 110 com a posi o derivada de Canotilho apud ALEXY quanto aos crit rios sugeridos para tal segrega o conceitual i grau de abstra o ii grau de determinabilidade na aplica o do caso concreto iii car ter de fundamentalidade no sistema das fontes de direito iv proximidade da ideia de direito e v natureza normogen tica O aspecto determinante que os princ pios constituem se em exig ncias de otimiza o impostas ao pr prio sistema normativo ou nas palavras de Alexy mandamentos de otimiza o permitindo se a sua pr pria concretiza o em maior ou menor grau e sempre considerando a for a dos princ pios eventualmente colocados em posi o antag nica na an lise do caso concreto Alexy ministra ainda que completamente de outra forma s o as coisas nas regras Regras s o normas que sempre s ou podem ser c
57. de sorte que o pesquisador precisa ser valorizado claro que o questionamento acerca do desinteresse da iniciativa privada em praticar tais sistemas de remunera o desvinculados do sal rio em favor dos pesquisadores pertinente Isto a fonte dos recursos necess rios para as empresas continuarem a investir em pesquisa e desenvolvimento al m do sistema de remunera o especial acima indicado ser apontada Esta quest o ser enfrentada no Cap tulo 4 A pr pria norma constitucional estruturou o sistema de apoio e est mulo s empresas indicando a fonte de recursos justamente porque a quest o da ci ncia e tecnologia assunto vinculado Ordem Social a ponto de existir obriga o prim ria do Estado em promover referido desenvolvimento Assim cabe ao Estado dar um passo adiante no desenvolvimento de pol ticas p blicas que viabilizem o desenvolvimento e o respeito pleno deste direito social pelas empresas em favor dos inventores seja atrav s da oferta de subven o econ mica ou de incentivos fiscais concedidos pelo Estado O crit rio de apropria o do conhecimento humano nas legisla es interna e internacional o que ser abordado a seguir indica que o direito previsto neste 4 do artigo 218 da CF 88 carece ser amplamente respeitado sob pena de se manter a tens o existente entre o pesquisador e a iniciativa privada de forma indefinida e em preju zo do desenvolvimento cient fico e tecnol gico 120 3
58. desenvolvimento em disserta o de mestrado apresentada em ilustre banca examinadora da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo concluiu que necess rio dar o devido enquadramento do direito ao desenvolvimento para que se reconhe a como elemento concretizador dos direitos fundamentais sem que se despreze ou exclua por conta de sua evolu o historicamente reconhecida e conquistada mas que se garanta os direitos civis pol ticos econ micos sociais e culturais presentes na lista brasileira de direitos fundamentais consent neo ao ER k NE 159 que disp em modernamente os textos internacionais de direitos humanos A import ncia do desenvolvimento nacional tanto na faceta econ mica quanto social foi t o assinalada no texto constitucional que a pr pria estrutura de concretiza o pela via da atua o do Estado foi posta em destaque levando a compet ncia para o n vel da Uni o O artigo 21 da CF 88 em seu inciso IX trouxe a compet ncia exclusiva da Uni o para elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena o do territ rio e de desenvolvimento econ mico e social permitindo em decorr ncia desta ordena o nacional a coopera o entre a Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios para o equil brio do i 7 160 desenvolvimento atrav s de Leis complementares O papel extrafiscal do sistema tribut rio imp e se com preponder ncia na busca deste desenvolvime
59. desequil brio e concretizar os objetivos constitucionais em mat ria de ci ncia e tecnologia 3 1 3 A Lei n 9 456 1997 Prote o de Cultivares A Lei Federal n 9 456 de 25 de abril de 1997 tratou da Prote o dos Cultivares apresentando um conceito no inciso IV do artigo 3 assim entendido como uma variedade de qualquer g nero ou esp cie vegetal superior que seja claramente distingu vel de outras cultivares conhecidas por margem m nima de descritores por sua denomina o pr pria que seja homog nea e est vel quanto aos descritores atrav s de gera es sucessivas e seja de esp cie pass vel de uso pelo complexo agroflorestal descrita em publica o especializada dispon vel e acess vel ao p blico bem como a linhagem componente de h bridos Verifica se que a quest o das cultivares mat ria extremamente t cnica de desenvolvimento gen tico de plantas que possam ser utilizadas no complexo agroflorestal A lei em comento instituiu a possibilidade de prote o dos cultivares a partir da prote o dos direitos propriedade intelectual atinentes a cultivar o que se realizada mediante a concess o de um Certificado de Prote o de Cultivar O artigo 3 j parcialmente mencionado estabelece incisos I II e V do referido artigo alguns importantes aspectos conceituais na seara em apre o ressaltando primeiramente que Melhorista a pessoa f sica que obtiver cultivar e estabelecer des
60. disp ndio e assim criar uma discrep ncia entre o seu pre o existente e seus novos custos Muitas inova es na organiza o dos neg cios e todas as inova es nas combina es comerciais se incluem nisso Esta ideia de ruptura que fomenta um crescimento econ mico acelerado not ria na doutrina de J Schumpeter apud BRANCHER 2010 criador da Teoria da Inova o e o T EG 31 e quem cunhou a express o destrui o criativa Da mesma forma a apreens o deste JAGUARIBE H lio Desenvolvimento econ mico e desenvolvimento pol tico Uma abordagem te rica e um estudo do caso brasileiro Rio de Janeiro Paz e Terra 1969 p 17 28 Cf SMITH Adam Riqueza das Na es 1 ed Trad Norberto de Paula Lima S o Paulo Folha de S o Paulo 2010 2 HOBSBAWN Eric 2011 Op cit p 29 30 30 SCHUMPETER Joseph A 1982 Op cit p 90 3 BRANCHER Paulo Direito da Concorr ncia e propriedade intelectual da inova o tecnol gica ao abuso de poder S o Paulo Singular 2010 p 25 Ao fazer refer ncia ao entendimento em apre o refere que por destrui o criativa Schumpeter entendia a ascens o de ramos de atividades inteiramente novos que minavam a base de velhos setores e tecnologias Numa fase inicial as inova es rendem altos lucros mas estes s o paulatinamente dissipados medida que tais inova es v o sendo adotadas por um n mero cada vez maios de seguidores Assim num primeiro momento os
61. dos pa ses o estabelecimento do titular dos respectivos direitos conforme no caso do Brasil a legisla o j anteriormente analisada De qualquer forma por toda a legisla o interna e internacional apreciada neste Cap tulo 3 percebe se a relev ncia do esp rito inventivo enquanto genu na express o do Homem ainda que os crit rios de apropria o do conhecimento humano em especial na legisla o interna competente para regrar a mat ria n o sejam vinculados a este elemento determinante Desta forma a interven o estatal ser a seguir abordada como alternativa para a um s tempo promover o desenvolvimento cient fico e tecnol gico e prestigiar as pessoas 170 4 O ESP RITO INVENTIVO ENQUANTO GENU NA EXPRESS O HUMANA E A INTERVEN O ESTATAL INDIRETA PARA O DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO 4 1 O esp rito inventivo enquanto genu na express o humana Como j destacado no Cap tulo 2 a CF 88 estabelece em seu artigo 1 inciso III a dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democr tico de Direito elevando ao mesmo patamar fundamental no inciso IV do mesmo artigo 1 os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Indicou se expressamente a necessidade de compatibiliza o dos interesses do trabalho enquanto primado da Ordem Social com os da livre iniciativa enquanto tamb m princ pio da Ordem Econ mica ambos sob o enfoque de seus valores sociais Partindo se destes funda
62. e Centro Oeste atrav s de suas institui es financeiras de car ter regional de acordo com os planos regionais de desenvolvimento ficando assegurada ao semi rido do Nordeste a metade dos recursos destinados Regi o na forma que a lei estabelecer 162 GRAU Eros Roberto Elementos de direito econ mico S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 1981 p 42 Sobre o conceito de Ordem Econ mica ressaltamos o entendimento v lido por todos apresentado por Eros Roberto Grau E tamb m vale mencionar a conceitua o vinculante da Ordem Econ mica ideia de Constitui o Econ mica conforme tamb m aduz Eros Roberto Grau Op cit 2010 p 68 quando aduz que bem definida destarte como me parece ter restado a distin o entre ordem econ mica mundo do ser e ordem econ mica mundo do dever ser e estipulado que este ensaio tem car ter jur dico e n o econ mico n tida a qualifica o desta ltima que a ordem econ mica da qual cogito como parcela da ordem jur dica Em outra ocasi o a descrevi como conjunto de princ pios jur dicos de conforma o do processo econ mico desde uma vis o macrojur dica conforma o que se opera mediante o condicionamento da atividade econ mica a determinados fins pol ticos do Estado Tais princ pios prossegui gravitam em torno de um n cleo que podemos identificar nos regimes jur dicos da propriedade e do contrato O conceito de ordem econ mica se d
63. e realizada Este direito lhe vem do fato contingente de ser o autor da obra e do princ pio que se imp e nossa raz o segundo o qual a obra criada deve pertencer exclusivamente ao seu autor e n o a outrem um direito inato e t o absoluto que o autor pode conservar em sua mente ou pelo menos in dita por toda a vida a sua cria o como pode destru la antes de divulgada Por isso pensamos que a propriedade do autor de direito natural estrito n o ERR 5 248 dependendo da lei positiva sen o na sua regulamenta o Afastada ainda que em tese a teoria da lei portanto e inaplic vel a teoria da ocupa o pela pr pria natureza imaterial do bem tutelado resta a verifica o da teoria da natureza humana sendo aquela que vincula a exist ncia da propriedade particular pr pria natureza do homem elevando a propriedade ao patamar de suporte da pr pria exist ncia e pressuposto da liberdade humana A rela o intr nseca ao direito natural evidente muito tendo colaborado os conceitos veiculados pela Igreja Cat lica em especial nas enc clicas Quadrag simo Ano do Papa Pio XI e na Mater et Magistra do Papa Jo o XXIII Ora neste sentido nada mais intimamente atrelado ideia de direito natural de propriedade do que a propriedade sobre as pr prias ideias do Homem A propriedade sobre o seu esp rito inventivo materializado na ideia e posteriormente em alguma inven o modelo de utilidade software ou qualq
64. es Nordeste e Sudeste e entre os Estados do Cear e S o Paulo explicado pelo diferencial de escolaridade da popula o Usou se um modelo semiparam trico para construir fun es de densidade contrafactuais reponderando os indiv duos da regi o estado base pela distribui o de educa o da regi o a ser comparada Estimaram se as distribui es de renda do trabalho reais e contrafactuais do Cear e do Nordeste reponderadas pelas escolaridades do Sudeste e de S o Paulo Verificou se que i a dispers o de renda maior nas distribui es com menor m dia ou seja a desigualdade de renda que enorme em todas as regi es maior nas regi es mais pobres ii mais de 55 da diferen a de renda do trabalho entre o Nordeste e o Sudeste e entre os Estados de S o Paulo e Cear quando medidas pela dist ncia de Kullbach Leibler ou pela renda m dia deve se diferen a de escolaridade iii a repondera o pela escolaridade aumento em cerca de 50 a renda m dia do Nordeste e em mais de 70 a do Cear iv a renda do Nordeste reponderada pela escolaridade do Sudeste equivale a 93 da renda m dia brasileira v quanto mais elevado for o percentil de renda considerado maior ser a contribui o da diferen a de escolaridade para a diferen a de renda e vi a dispers o de renda das regi es mais pobres aumenta quando se fornece a elas o n vel de escolaridade das regi es mais ricas mantendo se o perfil salarial da regi o
65. est o mais pr ximas pela intercomunica o simult nea e constante Por fim as pessoas ficaram mais longevas em regra Estes s o aspectos positivos claro que n o se negligencia neste ponto o fato de que tamb m existem malef cios derivados deste mesmo processo de evolu o da tecnologia e de globaliza o da economia e dos demais aspectos da vida moderna Mas o que se pretende colocar por ora que a Revolu o Tecnol gica afetou profundamente a vida moderna alterando a forma com que as pessoas se relacionam com os meios de produ o e entre si Em verdade atualmente j se questiona este paradigma criado a partir do progresso das ci ncias denominado paradigma dominante por Boaventura de Sousa Santos indicando a exist ncia de um paradigma emergente ao mencionar que eu falarei do paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente Com esta designa o quero significar que a natureza da revolu o cient fica que atravessamos estruturalmente diferente da que ocorreu no s culo XVI Sendo uma revolu o cient fica que ocorre numa sociedade ela pr pria revolucionada pela ci ncia o paradigma a emergir dela n o pode ser apenas um paradigma cient fico o paradigma de um conhecimento prudente tem de ser tamb m um paradigma social o paradigma de uma vida decente O fato que o esp rito inventivo na dimens o de toda a criatividade humana um bem recolhido na capacidade i
66. fico a pesquisa e a capacita o tecnol gica do artigo 218 da CF 88 est sendo atendido pela via direta na exata medida que a coparticipa o dos inventores por inquestion vel induz que um maior n mero de pesquisadores se envolva nas pesquisas especialmente porque o Estado n o enfrenta as barreiras econ micas e financeiras para a realiza o dos investimentos na infraestrutura indispens vel para a pesquisa no mesmo patamar que a iniciativa privada De toda a forma excetuando se esta hip tese particular dos servidores p blicos o fato que a Lei de Propriedade Industrial veicula claramente crit rios de apropria o do conhecimento humano quais sejam i a realiza o de investimento de recursos econ micos e financeiros para se disponibilizar os meios dados materiais instala es ou equipamentos necess rios para o desenvolvimento da pesquisa ou ii a simples previs o em contrato de que a titularidade da patente ou modelo de utilidade pertencer ao investidor na cl ssica vis o da autonomia da vontade o que bastante question vel ao se tratar de contrato de trabalho conforme ser abordado no Cap tulo 4 item 4 2 N o nos parece que os crit rios acima mencionados coadunam se com os princ pios constitucionais com os direitos e garantias individuais com os princ pios da ordem econ mica e os da social a exigir a tomada de provid ncias efetivas por parte do Poder 134 P blico para equacionar este
67. fico e tecnol gico A maior parte das a es dos agentes de governo ligados rea econ mica no sentido de evitar a estagna o econ mica E se tem ojeriza da recess o econ mica A busca sempre por um desenvolvimento sistem tico precedido de um crescimento econ mico constante a persegui o de um ut pico desenvolvimento eterno com crescimento exponencial como se a economia reflexo das rela es sociais pudesse ser entendida como uma linha reta ao futuro e sempre direcionada para o alto A teoria dos ciclos econ micos de Joseph A Schumpeter bem explica que este crescimento constante sem quaisquer retrocessos e mesmo recess es de Seay 124 empiricamente invi vel Assim um primeiro aspecto problem tico existe no fato de que a an lise do crescimento econ mico feita pela perspectiva exclusiva do crescimento do PIB o que sabidamente h tempos um equ voco imenso Esta an lise exclusiva da quest o pela via do PIB ainda mais equivocada e amb gua quando se trata de analisar os impactos dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento por este ndice A professora de Berkeley Suzanne Scotchmer bem analisa este problema entre an lise do PIB e investimentos em 125 pesquisa e desenvolvimento 124 SCHUMPETER Joseph A 1982 Op cit 125 SCOTCHMER Suzanne Scotchmer 2004 Op cit p 263 Segundo a autora este equ voco pode ser resumido nos seguintes termos Growth in GDP gross domestic prod
68. inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores porquanto a Constitui o as prev apenas como limites ao Poder Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constitui o elaborada pelo Poder Constituinte origin rio e n o como abarcando normas cuja observ ncia se imp s ao pr prio Poder Constituinte origin rio com rela o s outras que n o sejam consideradas como cl usulas p treas e portanto possam ser emendadas STF ADIn n 815 96 DF Min rel Moreira Alves DJ de 10 05 1996 Grifos ora inseridos 878 Verifica se inclusive que na ltima parte da ementa acima transcrita o STF afasta peremptoriamente a linha argumentativa supratecida qual seja de que a inser o do art 7 XXXII da CB como norma de intangibilidade seria um ind cio de superioridade constitucional em face de outras normasconstitucionais 79 preciso trilhar outros caminhos Nesse sentido poder se ia considerar o art 218 83 da CB como uma singela exce o previs o geral do art 7 XXXII tamb m da CB Tratar se ia assim de uma restri o previs o normativa do art 7 XXXII da CB Tal restri o realizada pela pr pria Constitui o no mbito dos Direitos Individuais alcunhada como restri o imediata Sobre o tema Gilmar Ferreira Mendes com muita propriedade pontua que Os direitos individuais enquanto direitos de hierarquia constitucional somente podem se
69. introdu o ao direito econ mico 3 ed S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2001 p 165 Neste mesmo sentido destaca F bio Nusdeo sobre o papel da interven o do Estado para neutralizar as externalidades negativas advindas da din mica do pr prio mercado aduzindo que come a se assim a falar na interven o do Estado na economia ou no dom nio econ mico e a aceit la desde que cercada das indispens veis cautelas para limit la ao estritamente necess rio a fim de suprir as disfun es maiores do sistema No entanto o debate em torno dessas imperfei es aceso no per odo entre as duas guerras mundiais e mesmo depois ao inv s de inquinar definitivamente o mercado como base para a organiza o econ mica e decretar a sua fal ncia concluiu por mant lo ao reconhecer os seus indiscut veis m ritos Levou por m ao surgimento de um outro centro decis rio paralelo o Estado Este at ent o visto como um mero interventor passa a ter sua presen a reclamada como um agente habitual Aqueles setores da economia insuscet veis de equacionamento pelo mercado dever o necessariamente ser atendidos pela a o coletiva Isto n o significa deva ela agir contra o mercado mas pelo contr rio em harmonia com ele suprindo lhe as defici ncias sem lhe tolher as condi es de funcionamento E mais dar lhe condi es de operacionalidade e viabilidade legitimando o Esta portanto a primeira ordem de motiva es para
70. justi a social a constru o de uma sociedade justa livre e solid ria que promova o bem de todos restando o papel do desenvolvimento e na sua esp cie o desenvolvimento cient fico e tecnol gico fundamental para a concretiza o destes objetivos sem se esquecer que h direitos e garantias fundamentais que se correlacionam com o desenvolvimento cient fico e tecnol gico e que devem ser amplamente prestigiados em especial por for a do 1 do artigo 5 da CF 88 que prev a aplica o imediata de tais dispositivos os quais ser o analisados a seguir 181 SILVA Thiago de Carvalho e Silva e DUARTE Juliana Ferreira Antunes O novo sistema brasileiro de defesa da concorr ncia e a prote o ao meio ambiente pela via do jus humanismo normativo Jus Navigandi Teresina ano 17 n 3368 20 set 2012 Dispon vel em lt HTTP jus com br revista texto 22650 gt Acesso em 01 out 2012 105 2 3 3 Os direitos e garantias fundamentais relacionadas ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico Quanto aos direitos e garantias fundamentais vinculadas ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico vale dizer que est o insculpidos nos incisos XII XXVII XXVIII e XXIX todos do artigo 5 da CF 88 Em que pese estarem todos estes direitos e garantidas e neste ponto entendida a diferen a entre estas esp cies estabelecidos no artigo 5 da CF 88 discute se profundamente se seriam materialmente direitos e garantias fundam
71. m desta rela o entre escolaridade e n vel de renda tamb m interessante ressaltar que os reflexos da baixa escolaridade na capacidade de um pa s de produzir ci ncia e tecnologia atrav s de inova o tecnol gica s o ainda mais irrefut veis Encontrando se entre as 7 economias mais pujantes do globo o Brasil ocupa a posi o de n 58 no ranking global 14 da inova o f publicado pela Organiza o Mundial de Propriedade Intelectual OMPI WIPO em ingl s em julho de 2012 ainda p fio o ndice de inova o no Brasil Neste ranking global da inova o o Brasil encontra se em pior posi o se comparado com pa ses como Chile 39 frica do Sul 54 R ssia 51 Rep blica Checa 27 e muito atr s do pa s l der no ranking a Su a Percebe se que a solu o deste problema de defasagem no tocante inova o considerando a economia de mercado em mbito global dever ser realizada atrav s da educa o e valoriza o da for a de trabalho dos brasileiros mediante a implementa o de pol ticas p blica adequadas a partir de regramento de Direito Econ mico fadada ao insucesso a busca por um atalho para superar os malef cios advindos de uma economia de mercado globalizada exigindo se o verdadeiro enfrentamento das quest es principais at mesmo porque n o alternativa fact vel atualmente n o se inserir em uma economia de mercado globalizada 1483 SEN Amartya Kumar
72. micos prestigiando os princ pios da unidade m xima efetividade e for a normativa da Constitui o sem se descuidar da razoabilidade e proporcionalidade na hip tese de aparente choque entre direitos fundamentais contrapostos O ju zo de pondera o neste aspecto fundamental Com entendimento diverso a redu o das desigualdades torna se tarefa quase inexequ vel exceto se a situa o atualmente imposta pela economia de mercado estivesse satisfat ria a todas as pessoas tornando se esta interpreta o concretizante totalmente despicienda N o nos parece ser este o caso atual do mundo assim como n o parece ser a Nelson Nazar que diz Com pesar a nova ordem econ mica n o atingiu seus objetivos afastando cada vez mais os pa ses e aumentando as desigualdades E necess ria outra ordem econ mica que venha a estabelecer concretamente a harmonia e a igualdade entre as na es Deflui se destes entendimentos que a eleva o dos direitos fundamentais socioecon micos atrav s da hermen utica constitucional concretizante alinha se perfeitamente com a pretens o de adensamento entre si de todas as dimens es dos direitos humanos sem negar o regime capitalista prestigiado na estrutura da ordem normativa brasileira e as caracter sticas imanentes da pessoa humana tais quais uma certa dose de individualismo e o hedonismo 11 SEN Amartya Kumar Desenvolvimento como liberdade Trad Laura Teixeira Motta S o Paulo Companhi
73. o 3 do artigo 5 da lei em apre o que aduz Art 5 8 3 Quando se tratar de obten o decorrente de contrato de trabalho presta o de servi os ou outra atividade laboral o pedido de prote o dever indicar o nome de todos os melhoristas que nas condi es de empregados ou de prestadores de servi o obtiveram a nova cultivar ou a cultivar essencialmente derivada Verifica se a peculiaridade existente na Lei de Prote o de Cultivares quando prev a participa o de duas esp cies de pessoas os Melhoristas e os Obtentores cabendo a indica o dos primeiros quando na condi o de empregado ou prestador de servi o tenham participado ativamente na obten o da nova cultivar ou da cultivar essencialmente derivada A vincula o do Melhorista direta com a produ o intelectual necess ria para a obten o da Cultivar na qualidade de desenvolvedor ainda que n o tenha o direito de prote o prevista na lei que cabe ao Obtentor assim que o artigo 38 da lei em ep grafe prev que pertencer o exclusivamente ao empregador ou ao tomador dos servi os os direitos sobre as novas cultivares bem como as cultivares essencialmente derivadas desenvolvidas ou obtidas pelo empregado ou prestador de servi os durante a vig ncia do Contrato de Trabalho ou de Presta o de Servi os ou outra atividade laboral resultantes de cumprimento de dever funcional ou de execu o de contrato cujo objeto s
74. o ao estudo do direito t cnica decis o domina o 6 ed S o Paulo Atlas 2010 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Novo Dicion rio da Lingua Portuguesa 1 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 1975 GRAU Eros Roberto 4 ordem econ mica na Constitui o de 1988 14 ed rev e atual S o Paulo Malheiros 2010 Elementos de direito econ mico S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 1981 O direito posto e o direito pressuposto S o Paulo Malheiros 2008 GUERRA FILHO Willis Santiago Dignidade humana princ pio da proporcionalidade e teoria dos direitos fundamentais In MIRANDA Jorge coord SILVA Marco Antonio 197 Marques da Tratado Luso brasileiro da Dignidade Humana 2 ed S o Paulo Quartier Latin 2009 Processo Constitucional e direitos fundamentais 5 ed S o Paulo RCS Editora 2007 HART H L A O conceito de direito Trad Ant nio de Oliveira Sette C mara S o Paulo WMF Martins Fontes 2009 HINDESS Barry HIRST Paul Modos de produ o pr capitalistas Trad Alberto Oliva Rio de Janeiro Zahar Editores 1976 HOBSBAWM Eric J 4 era das revolu es 25 ed Trad Maria Tereza Teixeira e Marcos Penchel S o Paulo Paz e Terra 2012 Da revolu o industrial inglesa ao imperialismo 6 ed Trad Donaldson Magalh es Garschagen Rio de Janeiro Forense Universit ria 2011 ISAACSON Walter Steve Jobs a biografia Trad Berilo Vargas Denise Bottmann e Pedro Maia Soares S o Paul
75. o desmedida de conhecimento em favor das empresas deve ser altura da import ncia do objeto apropriado A inova o tecnol gica hoje um elemento primordial de diferencia o do n vel de competitividade entre as empresas a partir do que surge sua relev ncia inquestion vel no cen rio econ mico E claro que a estrutura de apropria o do conhecimento humano hoje existente na legisla o de reg ncia da mat ria como foi visto impinge maior efici ncia no aspecto de inser o dos produtos finais no mercado produ o em escala industrial capta o de 192 financiamentos para a produ o etc o que n o pode entretanto retirar do pesquisador empregado o direito de partilhar dos ganhos econ micos caso a empresa privada deseje receber apoio e incentivos do Estado Negar este direito aos inventores vilipendiar frontalmente as normas constitucionais j referidas A contrapartida a ser necessariamente fornecida pelas empresas que receberem apoio ou est mulo governamental o estabelecimento de sistema especial de remunera o em favor dos empregados de sorte a permitir uma participa o nos benef cios econ micos derivados de seu trabalho claro que a participa o nos benef cios econ micos engloba a participa o derivada da transfer ncia de tecnologia licenciamento para outorga de direito de uso ou de explora o de cria o protegida A previs o constitucional de que a participa o ser desvinculad
76. o em favor daquele que com seu individual e imprescind vel esp rito inventivo teve a ideia o pensamento e a imagem da cria o na exata concretiza o do quanto veio disposto no artigo 218 da CF 88 conforme aduz a doutrina ao asseverar que a norma implementa o regime especial de pessoal relativo ao pesquisador criador previsto no Art 218 da Constitui o que aponta como elemento relevante de incentivo o pagamento de uma parcela dos ganhos obtidos com a cria o ao seu criador Vale indicar que os ganhos econ micos s o todos os valores recebidos por for a da explora o direta dos bens protegidos tais como royalties remunera o ou quaisquer outras vantagens financeiras Se o aspecto m nimo de retribui o ao servidor pesquisador garantido por for a do disposto nesta lei bem assim pela refer ncia ao artigo 93 da Lei 9 279 96 o fato que a pr pria Lei 10 973 2004 traz os instrumentos que deveriam permitir uma adequa o na 3 BARBOSA Denis Borges Coment rios lei de inova o In BARBOSA Denis Borges organizador Op cit 2011 p 133 145 rela o entre os empregados e os empregadores envolvidos na consecu o de pesquisa desenvolvimento cient fico e capacita o tecnol gica conforme adiante restar apresentado O primeiro aspecto relevante no sentido de que a Uni o as ICT e as ag ncias de fomento em pleno respeito ao quanto disposto no artigo 218 da CF 88 deve
77. o pode retirar do empregado de outra banda o direito de partilhar dos ganhos econ micos caso a empresa privada deseje receber apoio e incentivos governamentais nos termos do dispositivo constitucional acima transcrito claro que a primeira insurg ncia em rela o ao entendimento acima mencionado ser no sentido de que o aumento dos custos derivados do pagamento destas participa es aos criadores poder desestimular os investimentos em pesquisa e desenvolvimento pelas empresas privadas rea de investimento sabidamente sens vel s flutua es de mercado lucratividade das empresas em geral e crises econ micas Em outras palavras os recursos financeiros a serem investidos em pesquisa e desenvolvimento s o os primeiros a serem cortados em tempos de crise na grande maioria das empresas Deve se mesmo reconhecer que n o se poderia encontrar a tranquilidade necess ria para planejar um bom futuro para a empresa derivado do desenvolvimento de novos produtos processos ou servi os em raz o de novas tecnologias sem se viver em certa estabilidade no presente Neste preciso ponto de tens o entre a exist ncia dos recursos para a concretiza o das pesquisas de acordo com o texto constitucional isto exigindo se o cumprimento pelas empresas da contrapartida mencionada que o papel do Estado se imp e perfeitamente A 148 imposi o atribu da pelo legislador artigo 218 caput CF 88 no sentido de que o Estado prom
78. os homens cada homem tem uma propriedade em sua pr pria pessoa A esta ningu m tem direito algum al m dele mesmo O trabalho de seu corpo e a obra de suas m os pode se dizer s o propriamente dele Qualquer coisa que ele ent o retire do estado com que a natureza a proveu e deixou mistura a ele com o seu trabalho e lhe junta algo que seu transformando a em sua propriedade Sendo por ele retirada do estado comum em que a natureza a deixou a ela agregou com esse trabalho algo que a exclui do direito comum dos demais homens Por ser esse trabalho propriedade inquestion vel do trabalhador homem nenhum al m dele pode ter direito quilo que a esse trabalho foi agregado pelo menos enquanto houver bastante e de igual qualidade deixada em comum para os demais evidente que a coloca o de Locke referia se ao ato de apropria o dos bens materiais sob os efeitos do contexto hist rico de sua poca quando pelo visto havia bastante e de igual qualidade deixada em comum para os demais o que comprovado porque o fen meno das enclosures das propriedades rurais na Inglaterra sequer havia se aprofundado oportunidade em que se determinou precisamente a titularidade de toda a extens o do territ rio em nome de particulares extinguindo se os chamados baldios evidente que a concep o de propriedade e a verifica o dos crit rios de apropria o da mesma eram diversos daqueles atualmente aplicados no tocante proprie
79. p 105 Para a an lise do conceito de normas prim rias e secund rias no ordenamento jur dico torna se fundamental a li o de Hart que ministra com precis o As normas de um tipo que pode ser considerado o tipo b sico ou prim rio exigem que os seres humanos pratiquem ou se abstenham de praticar certos atos quer queiram quer n o As normas do outro tipo s o num certo sentido parasit rias ou secund rias em rela o s primeiras pois estipulam que os seres humanos podem ao fazer ou dizer certas coisas introduzir novas normas do tipo principal extinguir ou modificar normas antigas ou determinar de v rias formas sua incid ncia ou ainda controlar sua aplica o As normas do primeiro tipo imp em deveres as do segundo tipo outorgam poderes sejam estes p blicos ou privados As do primeiro tipo dizem respeito a atos que envolvem movimento fisico ou mudan as f sicas as do segundo disp em sobre opera es que conduzem n o apenas a movimentos ou mudan as f sicas mas tamb m cria o ou modifica o de deveres ou obriga es 163 toda a popula o e de todos os indiv duos com base em sua participa o ativa livre e significativa e no desenvolvimento e na distribui o equitativa dos benef cios da resultantes V se que todo o arcabou o legislativo sobre inova o tecnol gica propriedade industrial softwares circuitos integrados e cultivares deveria considerar na busca por sua constitui o v li
80. para tal desenvolvimento mental S o as ideias de cada Homem em si que o distingue dos demais impondo lhe a sua pr pria individualidade O Uno A pr pria etimologia da palavra pessoa vinculada ao verbo personare representa o mesmo que dizer ecoar ou fazer a voz ressoar tornando a mais n tida aos interlocutores o que j indica a import ncia da voz consci ncia que fala nos homens trazendo tona suas ideias A voz da consci ncia o que permite naturalmente o compartilhamento com os semelhantes deste conte do cognitivo inesgot vel Neste ponto vale ressaltar que a abordagem aqui pretendida limitar se aos aspectos da concretiza o destas ideias no plano f sico nesta dimens o terrena deixando de lado neste momento os aspectos metaf sicos interessant ssimos atinentes fonte e os debates acerca de sua exist ncia denomina o e prop sitos da qual emana as referidas ideias humanas O fato que com sua engenhosidade criatividade e aud cia o Homem p de expressar suas ideias neste plano e chegar ao patamar de desenvolvimento cient fico e tecnol gico ora alcan ado em pleno s culo XXI ainda que se possa ser atrevido e afirmar mesmo que perfazendo mera suposi o que a estrada seja longa e o destino final ainda muito distante A espiral do processo evolutivo continua galgando novos patamares A simples busca em si do conhecimento para sustentar a curiosidade humana e saciar a sede pelo sa
81. pio da proibi o de retrocesso social n o h d vida de que a realiza o dos direitos sociais pela via do pr prio desenvolvimento neste caso cient fico e tecnol gico torna se quest o de primeira ordem Conforme mencionado inicialmente o artigo 157 da Constitui o de 1967 trazia em seu inciso V o desenvolvimento econ mico como princ pio da ordem econ mica que indicava como objetivo a justi a social conclusiva a ideia de que o desenvolvimento instrumento da realiza o dos outros objetivos da Rep blica Federativa do Brasil estabelecidos nos outros incisos do artigo 3 Pela conforma o advinda das normas de Direito Econ mico deveria este objetivo desenvolvimento na perspectiva do cient fico e tecnol gico ser insculpido nas pol ticas p blicas do Estado brasileiro Seria em verdade uma das formas de se atingir os fins 131 AGUILLAR Fernando Herren Direito Econ mico do direito nacional ao direito supranacional S o Paulo Atlas 2006 p 2 2 Jd ibid loc cit 133 Jd ibid loc cit 134 DERBLI Felipe O princ pio da proibi o de retrocesso social na Constitui o de 1988 Rio de Janeiro Renovar 2007 Cf trabalho sobre o principio da proibi o de retrocesso social na Constitui o de 1988 79 concretiza o dos direitos sociais atrav s de um meio estabelecido na pr pria Constitui o Federal desenvolvimento cient fico e tecnol gico tanto pela via legislativa quanto pel
82. portanto a import ncia da liberdade do ser humano na utiliza o de toda a sua capacidade intelectual no desempenho de sua atividade profissional a permitir inclusive a manifesta o integral do esp rito criativo e inovador do pr prio ser justamente por tal motivo sob a perspectiva da cria o intelectual que aos autores pertence o direito exclusivo de utiliza o publica o ou reprodu o de suas obras transmiss veis aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar nos termos do inciso XXVII do artigo 5 da CF 88 Vale dizer tamb m que este dispositivo constitucional foi veiculado nas Constitui es brasileiras desde 1891 importante a aprecia o desta normativa constitucional que abarca o direito do autor para o presente estudo porque h legisla o intimamente relacionada ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico que se estrutura sobre todo o arcabou o legislativo e doutrin rio do direito do autor tal qual a Lei de Prote o de Cultivares Lei n 9 456 1997 e a Lei de Prote o da Propriedade Intelectual do Programa de Computador Lei n 9 609 1998 em que pesem as cr ticas severas atinentes s diferen as havidas entre os regimes jur dicos de cada objeto protegido e a incompatibilidade no tocante a alguns direitos fa Nie E E A ata Res sob a mesma roupagem jur dica conforme entendimento de Jos de Oliveira Ascens o Al m disso o artigo XXVIII em suas al neas a e b d
83. preveja a titularidade da propriedade intelectual e a participa o nos resultados econ micos advindos da explora o das cria es nos termos do par grafo 2 do artigo 9 da lei Neste ponto o par grafo 3 do mesmo artigo 9 da lei em apre o assevera que a propriedade intelectual e a participa o nos resultados referidas no par grafo 2 deste artigo ser o asseguradas desde que previsto no contrato na propor o equivalente ao montante do valor agregado do conhecimento j existente no in cio da parceria e dos recursos humanos financeiros e materiais alocados pelas partes contratantes Constata se sumariamente que os recursos humanos ingressar o lado a lado como os recursos financeiros e materiais como disponibilidades das partes a serem sopesadas para a determina o dos percentuais de cada qual na titularidade da propriedade intelectual ou industrial Conclui se em primeiro lugar pela import ncia salutar dos recursos humanos nas pesquisas e pela forma estritamente financeira com que v m sendo tratados os recursos humanos envolvidos nesta relevante rea para o desenvolvimento nacional A doutrina j referida sobre o tema aduz com precis o que a norma exige que a titularidade e a participa o nos resultados referidos acima ser o asseguradas desde que previsto no contrato numa propor o equivalente fun o de dois elementos a Ao montante do valor agregado do conhecimento j existente no
84. propriedade privada individual absoluta e perp tua A liberdade burguesa de quem ficou conhecido poca como homem de ind stria clamava pela prote o de todas as esp cies de bens e direitos inclusive os intelectuais a permitir o total resguardo dos investimentos feitos na cria o e no desenvolvimento das inven es ainda que n o existisse poca uma rotina sistem tica de investimento em desenvolvimento cient fico e inova o tudo para facilitar a livre explora o dos meios de produ o e dos trabalhadores Esta prote o excessiva dos direitos de propriedade em verdade chegou a impedir que o desenvolvimento t cnico se acelerasse tal qual mencionado por T S Ashton ao indicar que n o f cil determinar se o sistema de patentes estabelecido pelo mesmo estatuto estimulava ou n o a inven o industrial Deu garantias ao inventor mas tamb m permitiu que se mantivesse algumas posi es privilegiadas durante um excessivo espa o de tempo e foi muitas vezes aproveitado para dificultar o caminho a nova cria es durante cerca de um quarto de s culo por exemplo James Watt foi autorizado a proibir outros mec nicos de constru rem novos tipos de m quinas a vapor mesmo j com autoriza o sua E mais adiante vaticina Ashton que poss vel supor que sem o sistema de patente r k E E 52 as inven es se poderiam ter desenvolvido mais rapidamente do que sucedeu Este cen rio
85. qual se encontra vinculado o Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI apontaram para um aumento expressivo do n mero de patentes depositadas por n o residentes atrav s de Tratado de Coopera o em Mat ria de Patentes PCT na sigla em ingl s sendo certo que do total de 31 765 dep sitos entre Patente de Inven o Modelo de utilidade Certificado de Adi o de Inven o e os pedidos pela via do Tratado realizados em 2011 um total de 21 267 s o de n o residentes pela aplica o dos Tratados o que representa 66 95 Torna se evidente que o Brasil carece de est mulo nesta rea vez que os pedidos de n o residentes pela aplica o dos Tratados al m de proteger interesses de empresas estrangeiras cuja produ o do conhecimento ocorreu fora do Brasil por bvio n o estimulam a inova o para a solu o dos problemas brasileiros permitindo ainda a remessa de royalties ao exterior alterando a balan a de pagamentos do Brasil A mesma situa o de participa o irris ria do Brasil nestas estat sticas ocorre no rg o americano sobre registro de patentes USPTO United States Patent and Trademark Office onde o Brasil depositou em 2011 a nfima quantia de 586 pedidos sendo certo que os Estados Unidos depositaram 247 750 no total de 503 582 V se que a participa o brasileira quanto ao n mero de dep sitos de patentes desprez vel no maior mercado consumidor do Planeta em que pese a criativid
86. quanto n o sabemos ao certo o que estamos em vias de perder admitimos mesmo noutros momentos que essa sensa o de perda seja apenas o 172 Parece nos que as respostas s perguntas acima formuladas exigem a constata o de que o Homem est no centro difuso de todo o sistema normativo e o desenvolvimento cient fico e tecnol gico deve ser compreendido como instrumento para a melhoria de sua condi o social seja estribado na estrutura o jur dica da Ordem Social e da Econ mica como j apresentado no Cap tulo 2 seja na ordem jus econ mica natural indicada por Ricardo Sayeg e Wagner Balera ao aduzirem que previamente reg ncia positivada da economia existe a ordem jus econ mica natural decorrente da natureza humana e imanente ao planeta pautada a partir das liberdades negativas express o dos direitos humanos de primeira dimens o notadamente o direito subjetivo natural de propriedade Ent o se pautado nos direitos humanos de primeira dimens o esse Direito Econ mico natural como j esclarecido nas presentes reflex es est tamb m estruturado por for a da indissociabilidade e interdepend ncia nas demais dimens es dos direitos humanos impondo a concretiza o de todas elas com vistas satisfa o da dignidade da pessoa humana e planet ria No caso brasileiro seguindo os ditames do Direito Econ mico natural explicitada positivamente no caput do Artigo 170 da Carta Magna a fin
87. que a mais geral e abstrata das regras Por isso tamb m poder se dizer com maior facilidade diante de um acontecimento ao qual uma regra se reporta se essa regra foi observada ou se foi infringida e nesse caso como se poderia ter evitado sua viola o 110 ALEXY Robert 2008 Op cit passim 1 Td ibid p 64 68 via princ pios outras em regras jur dicas De qualquer forma h de se entender que todas as normas constitucionais instituidoras de direitos fundamentais socioecon micos possuem efic cia jur dica o que n o afasta a possibilidade de uma norma que trate desta categoria Jur dica produzir efeitos mais eficazes que outra E quest o de grau de efic cia apenas Entretanto esta afirma o n o quer dizer que a efic cia deve ser atribu da apenas queles direitos estampados nos dispositivos do artigo 5 da CF 88 por for a do par grafo 1 do mesmo artigo mas abarca todos os direitos fundamentais socioecon micos al m daqueles insculpidos como direitos e garantidas fundamentais agrupados em referido dispositivo pela vig ncia do pr prio par grafo 2 do mesmo dispositivo Partindo se diretamente ent o para a an lise do cat logo de princ pios de interpreta o constitucional pode se dizer que a maioria dos autores menciona os seguintes i princ pio da unidade da constitui o ii princ pio do efeito integrador iii princ pio da m xima efetividade iv princ pio da conformidade funcional
88. que os conceitos de cria o e inova o trazidos pelo arcabou o legislativo sobre os incentivos inova o tecnol gica fazem expressa vincula o ci ncia aplicada obtida a partir de um desenvolvimento experimental sistem tico e constante sempre na perspectiva do desenvolvimento final de novos produtos ou processos de produ o Por sua vez o desenvolvimento experimental o uso sistem tico de conhecimentos cient ficos ou n o em geral oriundos da pesquisa visando produ o de novos materiais produtos equipamentos processos sistemas ou servi os espec ficos asssm como ao melhoramento significativo daqueles j existentes O desenvolvimento cobre a lacuna existente entre a pesquisa e a produ o e geralmente envolve a constru o e opera o de plantas piloto engenharia de processo constru o e teste de prot tipos engenharia de produto realiza o de ensaios em escala natural e outros experimentos necess rios obten o de dados para o dimensionamento de uma produ o em escala industrial amp Manual de Oslo Traduzido pela Financiadora de Estudos e Projetos FINEP Dispon vel em lt http download finep gov br imprensa manual de oslo pdf gt Acesso em 24 dez 2012 LONGO Waldimir Pirr 1984 Op cit p 11 41 assim que a tecnologia inicialmente desenvolvida fora de escala industrial exige por seu turno a contribui o de outras diversas reas da engenharia pa
89. que se torna ainda mais preocupante se cotejado aos dados de analfabetismo adiante consignados Conforme a publica o Sintese de indicadores sociais uma an lise das condi es de vida da popula o brasileira 2008 realizada nos termos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PNAD do IBGE a taxa de analfabetismo por classes de rendimento mensal familiar per capita em sal rios m nimos de pessoas de 15 anos ou mais encontra se no patamar m dio de 10 chegando m dia de 20 na regi o Nordeste do pa s importante notar que a taxa de analfabetismo perfaz 17 7 na faixa de 1 2 sal rio m nimo de renda mensal familiar per capita Deste absurdo patamar de 17 7 a invers o proporcional entre taxa de analfabetismo e renda mensal familiar per capita not ria reduzindo se a taxa para 13 2 na faixa de 1 2 a 1 sal rio m nimo para 6 1 na faixa de 1 a 2 sal rios m nimos e de 1 4 para a faixa de mais de 2 sal rios m nimos V se sem grande esfor o que um aumento de apenas 1 sal rio m nimo na renda mensal familiar per capita reduz em praticamente 10 vezes a taxa de analfabetismo Obviamente n o se pode atribuir a redu o da taxa de analfabetismo t o somente a este 140 DIEESE Pesquisa de 2010 sobre taxa de desemprego Dispon vel em lt http turandot dieese org br icv TabelaPed tabela 5 gt Acesso em 10 jul 2012 DIEESE Pesquisa de 2010 sobre popula o economicamente ativa Dispon vel em
90. refer ncia a esta distin o estaria justamente no grau de concretiza o destas normas em geral conforme bem assevera Robert Alexy ao mencionar que a distin o entre regras e princ pios forma o fundamento te rico normativo por um lado da subsun o e por outro da pondera o Regras s o normas que ordenam algo definitivamente Elas s o mandamentos definitivos A maioria das regras ordena algo para o caso que determinadas condi es sejam cumpridas Elas s o ent o normas condicionadas Mas tamb m regras podem adquirir uma forma categ rica Um exemplo seria uma proibi o de tortura absoluta Decisivo que ent o quando uma regra vale e aplic vel ordenado definitivamente fazer dinamismo do presente na vida real que se tomam as for as que conferem vida ao direito e Constitui o Assim o significado v lido dos princ pios vari vel no tempo e no espa o hist rica e culturalmente 10 Td ibid loc cit 107 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes 2003 Op cit p 1160 1161 67 rigorosamente aquilo que ela pede Se isso feito a regra est cumprida se isso n o feito a regra n o est cumprida Regras s o por isso normas que sempre somente ou podem ser cumpridas ou n o cumpridas Pelo contr rio princ pios s o normas que ordenam que algo seja realizado em uma medida t o alta quanto poss vel relativamente s possibilidades f ticas e jur dicas Princ pios s o por
91. reproduzido no sistema de troca de mercadorias Uma vez que os trabalhadores tenham comprado e consumido seus meios de consumo pessoal eles est o prontos para vender sua for a de trabalho por mais um periodo Portanto o modo de produ o capitalista reproduz e mant m esse estado de separa o dos trabalhadores de seus meios de produ o 5 SCHUMPETER Joseph A 1982 Op cit p 44 O autor ministrava que o desenvolvimento econ mico fra o da pr pria hist ria universal aduzindo expressamente que o desenvolvimento econ mico at agora simplesmente o objeto da hist ria econ mica que por sua vez meramente uma parte da hist ria universal s separada do resto para fins de explana o Por causa dessa depend ncia fundamental do aspecto econ mico das coisas em rela o a tudo o mais n o poss vel explicar a mudan a econ mica somente pelas condi es 37 1 4 A Revolu o Tecnol gica Antes de se apreciar diretamente os aspectos relevantes da Revolu o Tecnol gica chamada por muitos de segunda Revolu o Industrial por outros de terceira considerando que a pr pria Revolu o Industrial iniciada no s culo XVIII teria se seguido por uma segunda fase no s culo XIX torna se fundamental ter uma compreens o m nima de defini es inclusive as legais acerca da ci ncia e de alguns aspectos e termos relacionados tecnologia Assim importa mencionar que a ci ncia pode ser b sica ou tam
92. se tamb m de trabalhos id ias e experi ncias devidas a outros empregados os quais constituem como que o capital intelectual da empresa Outras vezes o empregado recebe instru es e orienta o do empregador acerca de suas incumb ncias ou orientado por prepostos ou empregados superiores da empresa quando n o lhe incumbe como miss o especial o encargo de fazer pesquisas e experi ncias relativas a determinadas inven es Noutros casos ainda a inven o relaciona se t o estreitamente com o trabalho normal do empregado que a inven o pode ser tida como o resultado desse conjunto de fatores favor veis sua realiza o e at mesmo do pr prio ambiente do trabalho Conquanto esses fatos em nada diminuam o m rito do trabalho do inventor causa eficiente da inven o natural que o empregador procure reivindicar a propriedade da inven o ou pelo menos uma parte dos direitos do inventor invocando ainda o princ pio segundo o qual o empregador tem direito ao resultado do trabalho do empregado 182 CF 88 atrav s de pol ticas p blicas de incentivo inova o tecnol gica com concretiza o do direito social previsto em favor dos empregados no 4 deste mesmo artigo 218 da CF 88 A titularidade exclusiva dos inventos em favor dos empregados claro desestimularia todo e qualquer investimento em pesquisa e desenvolvimento a ser feito pelas empresas o que j vem sendo profundamente abalado com a crise econ m
93. seja o investimento de recursos para disponibiliza o de informa es tecnol gicas segredos industriais e de neg cios materiais instala es ou equipamentos ou a amplitude do objeto do contrato de trabalho prestigiando a liberdade de contratar Neste ponto apresenta se de import ncia mpar mencionar que a Lei do Software diversamente da Lei de Propriedade Industrial artigo 91 n o prev a possibilidade de coparticipa o na propriedade sobre o programa de computador o que em verdade na Lei de Propriedade Industrial n o se afigura como efetiva garantia ao inventor vez que h possibilidade de se estabelecer em contrato disposi o diversa afastando em absoluto a possibilidade de se incutir um car ter cogente norma em apre o 140 No caso da Lei de Software tamb m n o se pode deixar de constatar que os crit rios de apropria o do conhecimento humano que permeiam a norma est o em descompasso com os princ pios constitucionais da ordem econ mica e da social com os direitos e garantias fundamentais e com as diretrizes que norteiam as quest es de ci ncia e tecnologia previstas no artigo 218 da CF 88 e par grafos em especial a partir da correta concep o de paternidade do criador desenvolvedor do programa de computador decorrente da capacidade individual e singular do pr prio homem 3 1 5 A Lei n 10 973 2004 Incentivo inova o tecnol gica Em 2 de dezembro de 2004 foi sancionada a Lei Federal n
94. servidor seja prevista ou ainda que decorra da pr pria natureza dos encargos concernentes a esses v nculos O crit rio de apropria o do conhecimento humano novamente o estabelecimento em contrato do objeto da aven a ou seja a previs o do contrato de trabalho para o empregado ou a natureza jur dica dos servi os prestados A contrapresta o pelo trabalho de criador desenvolvedor de programas de computador ser exclusivamente o sal rio ou a remunera o pactuados nos termos do par grafo 1 do artigo 4 da lei em an lise Por fim o par grafo 2 do mesmo artigo estabelece que o empregado tenha a titularidade dos direitos sobre os programas de computador desenvolvidos desde que tenha sido gerado sem rela o com o contrato de trabalho presta o de servi os ou v nculo estatut rio e sem a utiliza o de recursos informa es tecnol gicas segredos industriais e de neg cios materiais instala es ou equipamentos do empregador da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de presta o de servi os ou assemelhados do contratante de servi os ou rg o p blico Exatamente da forma com que o assunto foi tratado na Lei de Propriedade Industrial a lei em comento estabelece a titularidade dos direitos sobre o programa de computador em favor do empregador com exclusividade indicando expressamente os crit rios determinantes para a apropria o do conhecimento humano do programador qual
95. sob o manto de sua prote o estas novas obras do engenho humano uma vez que t m como premissa a ideia de uma cis o direitos autorais e propriedade industrial e de outras subdivis es cada uma com regras espec ficas e estanques A ideia unit ria da propriedade intelectual apresenta se apta a acolher estas novidades sem necessidade de regulamenta es espec ficas Por mais complexa e sofisticada que seja a cria o ela nunca deixar de ser o fruto do engenho humano devendo ser como tal tratada pelo ordenamento jur dico sem que seja necess rio o surgimento de r re 228 regras espec ficas para cada nova esp cie de obra intelectual neste sentido que se confere a devida import ncia ao acordo sobre os aspectos de direito de propriedade intelectual conforme acima mencionado conhecido em ingl s como Agreement on Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights TRIPS e em espanhol como Acuerdo sobre los aspectos de los Derechos de Propiedad Intelectual relacionados com el Comercio ADPIC firmado na Rodada Uruguai no mbito do Acordo Geral de Tarifas e Troca GATT em 1994 oportunidade em que houve a pr pria constitui o da Organiza o Mundial do Com rcio OMC Em que pese os assuntos relativos aos subs dios agr colas terem dominado amplamente as discuss es no mbito do GATT desde 1982 at 1994 quando houve o encerramento da Rodada Uruguai o fato que os assuntos relacionados com a pro
96. tal comercializa o Destarte dou parcial provimento nos termos da fundamenta o supra Processo TRT 17 regi o RO 0148140 98 2005 5 17 0002 Companhia Vale do Rio Doce VALE S A x Helio Ferreira Costa Publicado Ac rd o em 19 03 2009 DEJT A CLT neste ponto com apenas um dispositivo era t mida por m precisa A vig ncia deste comentado dispositivo em conformidade com o disposto no par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 com alta probabilidade hoje poderia regrar a mat ria de forma satisfat ria 3 1 2 A Lei n 9 279 1996 Propriedade Industrial A Lei Federal n 9 279 de 14 de maio de 1996 regula atualmente os direitos e obriga es relativos propriedade industrial no Brasil ap s a vig ncia do Decreto lei n 7 903 45 que estabeleceu no Brasil o primeiro C digo da Propriedade Industrial sucessivamente alterado pelo Decreto lei n 254 46 Decreto lei n 1 005 69 e Lei n 5 772 71 Vale destacar conforme foi indicado no Cap tulo 1 4 que a hist ria do propriedade industrial no Brasil iniciou se muito antes destas datas acima mencionadas com o Alvar de 28 de janeiro de 1809 que determinava a concess o de privil gios aos inventores e criadores de 2 novas m quinas e equipamentos Entretanto pode se considerar o Decreto lei de 1945 como a primeira oportunidade em que a mat ria foi apresentada na estrutura o de um c digo A Lei hoje vigente por seu turno em seu artigo 2 faz men o
97. tecnol gico brasileiro Torna se indispens vel a constata o na ordem jur dica acerca da exist ncia de eventual direito em favor do inventor de partilhar do desenvolvimento Apresenta se ent o o problema sobre o crit rio utilizado para a apropria o do conhecimento humano nas legisla es que regem a mat ria atinente ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico no Brasil e se haveria alternativa para o atendimento do objetivo acima mencionado sem a necessidade de se alterar a legisla o infraconstitucional Imp e se a necessidade de prote o dos profissionais inventores e inovadores face aos eventuais empregadores equilibrando a rela o entre o capital e o detentor do conhecimento j muito al m da cl ssica rela o capital trabalho Deve se verificar ent o qual o papel do Estado neste processo nos termos das disposi es da Constitui o Federal de 5 de outubro de 1988 CF 88 Neste sentido inicia se a pesquisa apresentando no Cap tulo 1 um breve hist rico da ci ncia e da tecnologia desde a origem da ci ncia passando pela Revolu o Industrial e Tecnol gica bem como a evolu o hist rica do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nas Constitui es brasileiras No Cap tulo 2 s o apresentados e analisados os aspectos jur dico econ micos e sociais do desenvolvimento cient fico e tecnol gico na CF 88 indicando a import ncia da Teoria da Constitui o e os princ pios consti
98. texto constitucional Pelo contr rio Os aspectos a serem apresentados neste trabalho fundam se exatamente na bem lan ada letra atual da lei magna quando aborda a quest o do desenvolvimento cient fico e tecnol gico Talvez se pudesse utilizar o primeiro aspecto l BOBBIO Norberto Nem com Marx nem contra Marx Org Carlo Violi Trad Marco Aur lio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2006 p 137 Conforme ensina o autor a dial tica possui distintas acep es em especial no pensamento de Karl Marx visto ent o Hegel muito mais como a figura precursora de Marx do que este ltimo como sucessor daquele no sentido de que das r pidas anota es feitas at aqui se depreende que o problema da dial tica foi sempre vivo para Marx e se hoje est completamente abandonada a considera o de um Marx como pensador n o dial tico h pouca probabilidade de que se aceite tamb m a tese de que ele atingiu a plena compreens o da dial tica somente nos anos de maturidade O problema cr tico novo ou pelo menos n o discutido como mereceria um outro o de saber se h um significado un voco de dial tica e de saber se quando se fala de dial tica em Marx tem se a inten o de falar nos diversos per odos da sua atividade e em diversas obras sempre a mesma coisa E CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito Constitucional e Teoria da Constitui o Coimbra Almedina 2003 p 1334 1335 61 tamb m para fundamentar isto sim um
99. the employees in 4 of article 218 of CF 88 Keywords Technological Innovation Social Rights Labor Law Human Knowledge SUM RIO INTRODU O sas na a a eU ainda 10 1 BREVE HIST RICO DA CI NCIA E DA TECNOLOGIA 11 A origem da CI NCIA dias nhin lina danse aa bas ua 13 1 2 Alguns aspectos da evolu o do conhecimento cc secretas 19 13 A ARevol o Industrial suen nan aa a a e A d a 25 14 A Revol o Tecnol gica ienei e E E EARE a 37 1 5 A evolu o hist rica do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nas Constitui es Prasileitas ss io Poa ad rg AT A EUA DR DARI AQ TUR NS O CO E 46 2 ASPECTOS JURIDICO ECON MICOS E SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO NA CONSTITUI O FEDERAL DE 5 DE OUTUBRO DE 1988 2 1 Alguns aspectos sobre a teoria da Constitui o c ii ceereeeerererereanes 56 2 1 1 Os m todos de interpreta o constitucional erre 61 2 1 2 Os princ pios constitucionais de interpreta o re 66 2 2 O desenvolvimento na Constitui o Federal de 1988 o PIB e o IDH 74 2 3 A Ordem Econ mica e o desenvolvimento cient fico e tecnol gico 91 2 3 1 A interven o indireta do Estado na Ordem Econ mica ii 92 2 3 2 O abuso do poder econ mico por meio dos direitos de propriedade intelectual 101 2 3 3 Os direitos e garantias fundamentais relac
100. todos os princ pios da ordem econ mica Em complementa o diga se que o mercado interno integrante do patrim nio nacional nos termos do artigo 219 da CF 88 e que ser incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioecon mico o bem estar da popula o e a autonomia tecnol gica do Pa s o que ser apreciado em pormenores no subcap tulo seguinte Conclui se que a Ordem Econ mica na CF 88 juridicamente estruturada para permitir o alcance dos objetivos da Rep blica sem se descuidar da prote o dos direitos individuais e sociais sempre na perspectiva de fornecer a todos uma exist ncia digna com justi a social A vis o hist rica dos institutos da propriedade privada e da livre iniciativa bem assim o princ pio da legalidade permite a conclus o de que nos dias da hoje n o cabe uma an lise do ser humano como ente individual na exata propor o de que a fun o social da propriedade consagrada constitucionalmente e a livre concorr ncia n o pode ser estribo para a busca de domina o de mercado e a apura o de lucros arbitr rios o que com frequ ncia se pode alcan ar pela explora o indevida do conhecimento cient fico e tecnol gico consubstanciado em direitos de propriedade industrial intelectual ou de tecnologia Com tais fundamentos entende se que a interpreta o constitucional dos dispositivos que regem a Ordem Econ mica h de ser feita para permitir como instrumento de
101. uma compreens o de sentido possibilitando ao int rprete a concretiza o da norma em determinada situa o posta aprecia o Realiza se a interpreta o com vistas ao atendimento daquilo que seria o objetivo intr nseco da pr pria exist ncia da norma interpretada Permite se ao int rprete realizar uma pr compreens o particular advinda do texto normativo tudo para se criar um sentido pr prio da norma verdadeira diretriz hermen utica ap s a passagem pelo filtro de racionaliza o de pr compreens es do int rprete que macularia o processo interpretativo com aspectos puramente individuais de ordem cultural econ mica etc Ademais p e se o int rprete a considerar o contexto em que est inserida a norma abrindo a possibilidade de comparar o texto com o contexto criando o chamado c rculo hermen utico O segundo m todo normativo estruturante tem especial relevo na aplica o da teoria hermen utica da norma jur dica donde se deflui a exist ncia n o id ntica entre a norma e o texto normativo o que segundo Canotilho permite o entendimento de que a norma n o compreende apenas o texto antes abrange um lt lt dom nio normativo gt gt isto um lt lt peda o de realidade social gt gt que o programa normativo s parcialmente contempla consequentemente a concretiza o normativa deve considerar e trabalhar com dois tipos de elementos de concretiza o um formado pelos elemen
102. verdadeira mudan a constitucional sem altera o de seu texto pelo poder constituinte derivado 100 REALE Miguel 2010 Op cit p 99 1 REALE Miguel Paradigmas da cultura contempor nea 2 ed S o Paulo Saraiva 2005 p 108 Neste sentido aduz o autor que o essencial todavia que possamos estar convictos de que a hist ria do homem n o uma hamletiana aventura sem nexo e sem sentido mas desenvolve atrav s de cont nuos e inevit veis conflitos as possibilidades existenciais da esp cie humana circunscritos todos pelos horizontes sempre m veis de constantes ou invariantes axiol gicos em cujo mbito se desenrola n o apenas a fa anha da liberdade como proclamou Croce mas sim a fa anha de todos os valores fundamentais que se enraizam na capacidade reveladora e nomot tica do esp rito Essa revela o ocorreu ao longo dos s culos ou dos mil nios em m ltiplas perspectivas pois cada poca hist rica ou civiliza o possui sua pr pria constela o cultural valorativa Desse modo a diversidade dos valores hierarquicamente distribu dos assume configura es conjunturais distintas devendo se falar em diferentes tipos de invariantes demarcadoras dos horizontes espirituais correspondentes ao esp rito epocal que na Antiguidade cl ssica foi predominantemente ontol gico na Idade M dia foi fundamentalmente teol gico na Epoca Moderna decididamente gnoseol gico assim como na Era contempor nea e de crescente s
103. 11 SAYEG Ricardo BALERA Wagner O capitalismo humanista Filosofia humanista de direito econ mico Petr polis KBR 2011 SCHUMPETER Joseph A Teoria do desenvolvimento econ mico uma investiga o sobre lucros capital cr dito juro e o ciclo econ mico Trad Maria S lvia Possas S o Paulo Abril Cultural 1982 SCOTCHMER Suzanne Innovation and incentives Cambridge MIT Press 2004 SEN Amartya Kumar Desenvolvimento como liberdade Trad Laura Teixeira Motta S o Paulo Companhia das Letras 2000 SEN Amartya KLIKSBERG Bemardo As pessoas em primeiro lugar A tica do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado Trad Bernardo Ajzemberg e Carlos Eduardo Lins da Silva S o Paulo Companhia das Letras 2010 p 27 28 SHIVA Vendana Biopirataria A pilhagem da natureza e do conhecimento Petr polis Vozes 2001 SILVA Guilherme Amorim Campos Direito fundamental ao desenvolvimento econ mico nacional S o Paulo M todo 2004 SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 15 ed rev atual Nos termos da Reforma Constitucional S o Paulo Malheiros 1998 SILVA Jos Afonso Curso de direito constitucional positivo 15 ed rev S o Paulo Malheiros 1998 SIMAAN Arkan FONTAINE Joelle 4 imagem do mundo dos babil nios a Newton Trad Doroth e de Bruchard S o Paulo Companhia das Letras 2003 200 STAL Eva Biodiversidade e inova o tecnol gica na estrat gia de internacionaliz
104. 1993 e pelo Agreement on Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights TRIPS Enfim fechando a an lise objetivada no Cap tulo 4 ser analisado o direito fundamental a partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico por for a de ser o esp rito inventivo express o genuinamente humana e a interven o estatal indireta como elemento harmonizador da tens o entre os interesses dos inventores e das empresas pela via dos incentivos fiscais e subven o econ mica ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico estimulando as empresas a aumentar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento P amp D e principalmente estimulando os pesquisadores a se aproximar das empresas inovadoras 13 1 BREVE HIST RICO DA CI NCIA E DA TECNOLOGIA 1 1 A origem da ci ncia O Homem sempre admirou o c u O olhar lan ado ao desconhecido sempre fez parte da pr pria experi ncia humana apresentando de forma direta e transparente a faceta da curiosidade do Homem que o leva apreens o do pr prio conhecimento O c u noturno em particular sempre hipnotizou uma legi o de pensadores fossem eles fil sofos intelectuais matem ticos f sicos c negos religiosos em geral e toda a sorte de homens interessados em desvendar os mist rios da exist ncia humana Esta curiosidade inata remonta aos prim rdios da esp cie humana neste planeta na busca das respostas s perguntas fundamentais Quem somos De onde viemos Para onde vam
105. 2012 nos Fundos Setoriais Dispon vel em lt http Awww mct gov br upd blob 0225 225480 pdf gt Acesso em 21 jan 2013 Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o Dep sito de Patentes Dispon vel em lt http www mct gov br index php content view 5688 Brasil Pedidos de patentes depos itados sup 1 sup no Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI segundo tipos e origem do depositante html gt Acesso em 13 set 2012 201 Relat rio do Ministro Moreira Alves ADIn 319 DF Dispon vel em lt http redir stf jus br paginadorpub paginador jsp docTP A C amp docID 918 gt Acesso em 10 out 2012 CENTRO DE PESQUISAS NUCLEARES B son de Higgs Dispon vel em lt http public web cemn ch public en LHC LHC en html gt Acesso em 02 jan 2013 DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos Pesquisa de 2010 sobre taxa de desemprego Dispon vel em lt http turandot dieese org br icv TabelaPed tabela 5 gt Acesso em 10 jul 2012 Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos Pesquisa de 2010 sobre popula o economicamente ativa Dispon vel em lt http www dieese org br ped metropolitana ped metropolitana0910 pdf gt Acesso em 10 jul 2012 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Censo demogr fico de 2010 Dispon vel em lt http www censo2010 ibge gov br sinopse index php dados 4 amp uf 00 gt Acesso em 5 out 2012 MAN
106. 6 proteger os meios de produ o e empregar a m o de obra dispon vel Foi justamente pelo fato de que a Revolu o Industrial n o possui um fim determinado pelos historiadores que tais efeitos s o encontrados inseridos no mago da sociedade moderna ocidental at os nossos dias Os efeitos desta Revolu o foram profundos constantes e duradouros O ponto de partida ainda que os fundamentos sociais e econ micos estivessem sendo criados desde h muito por volta do ano 1000 a 1100 a C por seu turno tamb m relevante porque coincide com o per odo da Revolu o Francesa o que permitiu um cen rio pol tico prop cio n o existindo d vidas de que estas duas revolu es foram provavelmente os acontecimentos mais importantes da hist ria do mundo desde a HOBSBAWM Eric J 2011 Op cit 2011 p 69 A esse respeito basta ver o coment rio aduzindo que o prazer de cada homem podia ser expresso pelo menos em teoria como uma quantidade da mesma forma que seu sofrimento Deduzindo se do prazer o sofrimento o resultado liquido seria a sua felicidade Somando se a felicidade de todos os homens e deduzindo se a infelicidade o melhor governo seria o que garantisse a felicidade m xima do maior n mero de pessoas A contabilidade da humanidade produziria saldos de d bito e cr dito como nos neg cios 45 Id ibid p 70 4 ASHTON T S 1977 Op cit p 32 34 inven o da agricultura e das cidades
107. 60 9 RIFKIN Jeremy O fim dos empregos O cont nuo crescimento do desemprego em todo o mundo S o Paulo M Books 2004 p 60 No entendimento de Jeremy Rifkin o fen meno que se deseja tratar neste momento deve ser denominado de Terceira Revolu o Industrial assim entendida como aquela que surgiu imediatamente ap s a Segunda Guerra Mundial e somente agora est come ando a ter um impacto significativo no modo como a sociedade organiza sua atividade econ mica Rob s com controle num rico computadores e softwares avan ados est o invadindo a ltima esfera humana os dom nios da mente Adequadamente programadas essas novas m quinas inteligentes s o capazes de realizar fun es conceituais gerenciais e administrativas e de coordenar o fluxo da produ o desde a extra o da mat ria prima ao marketing e distribui o do produto final e de servi os T LONGO Waldimir Pirr 1984 Op cit p 9 58 Id ibid et seq p 9 10 38 assim que da ci ncia aplicada deriva o conceito de tecnologia podendo ser entendido como o conjunto organizado de todos os conhecimentos cient ficos emp ricos ou intuitivos empregados na produ o e comercializa o de bens e de servi os 2 A tecnologia exige a concatena o de atos subsequentes e coordenados iniciando se com a pesquisa b sica passando pelo desenvolvimento experimental e terminando na engenharia de sorte a possibilitar a produ o e
108. 7 O autor estabelece que finalmente no que concerne ao art 170 caput nele a express o atividade econ mica conota o g nero e n o a esp cie O que afirma o preceito que toda a atividade econ mica inclusive a desenvolvida pelo Estado no campo dos servi os p blicos deve ser fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tendo por fim fim dela atividade econ mica repita se assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social etc 174 NUSDEO F bio A principiologia da Ordem Econ mica Constitucional In AMARAL Antonio Carlos Rodrigues ROSAS Roberto VELLOSO Carlos M rio da Silva organizadores Princ pios constitucionais fundamentais estudos em homenagem ao professor Ives Gandra da Silva Martins S o Paulo Lex Editora 2005 p 402 98 o direito ao desenvolvimento nacional imp e se como norma jur dica constitucional de car ter fundamental provida de efic cia imediata e impositiva sobre todos os poderes da Uni o que nesta dire o n o podem se furtar a agirem dentro de suas respectivas esferas de compet ncia na dire o da implementa o de a es e medidas de ordem pol tica jur dica ou irradiadora que almejem a consecu o daquele objetivo fundamental A redu o das desigualdades do mesmo modo imp e se como elemento determinante na aprecia o da prote o s inven es industriais pelos motivos j aduzidos al m daqueles de n
109. 8 p 13 Por fim tamb m fundamental fazer refer ncia ao trabalho de M rio G Losano LOSANO Mario G Sistema e estrutura no direito S o Paulo Editora WMF Martins Fontes 2010 v 2 p 320 ao indicar que sistema n o portanto apenas um guia ao conhecimento do direito nisso consiste exatamente seu descrever que sua tarefa cl ssica mas tamb m um guia para o agir na aplica o do direito nisso consiste seu realizar o valor pr prio do sistema aplicando o ao caso concreto 70 o princ pio da m xima efetividade que determina a pretens o de se evitar que o argumento da falta de auto aplicabilidade da norma constitucional prevale a tanto quanto poss vel O princ pio da conformidade funcional derivado diretamente do princ pio fundamental da separa o dos poderes previsto no artigo 2 da CF 88 tem em vista que o sistema de distribui o organizada de compet ncias entre os rg os do Estado n o seja vilipendiado quando do exerc cio da interpreta o constitucional direta ou indiretamente O princ pio da concord ncia pr tica ou da harmoniza o requer ao int rprete uma an lise sistem tica e global de todos os bens envolvidos na interpreta o constitucional n o se lhe permitindo que o prest gio em rela o a um bem protegido importe negar prote o ao bem jur dico contraposto o que exige uma perfeita aplica o em conjunto do princ pio da unidade E fr
110. 967 foi muito importante para se sedimentar a ideia de que o desenvolvimento cient fico e tecnol gico deve ser objeto de pol ticas p blicas de Estado vinculado s ci ncias e n o mais como mera express o cultural desenvolvida pelos entes particulares O interesse alterou se da esfera do ente individual como dimens o apenas cultural passando para o coletivo na perspectiva do interesse p blico existente no pr prio desenvolvimento desta esp cie Foi de fato uma mudan a dr stica de concep o que veio a ser confirmada pelos artigos 218 e 219 da CF 88 os quais ser o dentre outros adiante apreciados 56 2 ASPECTOS JUR DICO ECON MICOS E SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO NA CONSTITUI O FEDERAL DE 5 DE OUTUBRO DE 1988 2 1 Alguns aspectos sobre a teoria da Constitui o A ideia de Constitui o fortaleceu se sobremaneira no bojo do processo pol tico econ mico alterado profundamente pelas concep es do Iluminismo movimento que revolucionou o mundo a partir do s culo XVIII e influenciou o pr prio desenvolvimento da ci ncia e da tecnologia disposi o do Homem A Revolu o Industrial trouxe profundas altera es na rela o entre os homens e os meios de produ o bem assim nos direitos sobre os bens imateriais produzidos pelo Homem em raz o da crescente necessidade de novas t cnicas aplicadas e preocupa o com a prote o do patrim nio dos investidores neste processo a burguesia
111. Desenvolvimento como liberdade Trad Laura Teixeira Motta S o Paulo Companhia das Letras 2000 p 112 144 OMPI Pesquisa de 2012 sobre ranking global de inova o Dispon vel em lt http w ww wipo int export sites www freepublications en economics gii gii 2012 pdf gt Acesso em 6 ago 2012 84 As palavras de Amartya Sen e Bernardo Kliksberg s o precisas e ministram que a quest o central n o se a economia de mercado deve ou n o ser usada Essa quest o superficial e f cil de responder pois dif cil conquistar prosperidade econ mica sem fazer uso extensivo das oportunidades de interc mbio e de especializa o que as rela es de mercado oferecem Mesmo que a opera o de uma economia de mercado espec fica seja significativamente defeituosa n o h como abrir m o da institui o dos mercados de modo geral como poderoso motor de progresso econ mico Mas este reconhecimento n o p e fim discuss o sobre as rela es de mercado globalizadas A economia de mercado n o funciona por si mesma nas rela es globais de fato ela n o pode operar sozinha nem mesmo dentro de um nico pa s Isso n o apenas porque um sistema de mercado inclusivo pode gerar resultados muito distintos dependendo de v rias condi es habilitadoras por exemplo como os recursos f sicos s o distribu dos como os recursos humanos s o desenvolvidos que regras de rela es negociais prevalecem que sistemas de previd nc
112. Direito ao Desenvolvimento 1986 e a Declara o e Programa de A o de Viena 1993 errei 161 3 2 4 Agreement on Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights TRIPS 164 4 O ESP RITO INVENTIVO ENQUANTO GENU NA EXPRESS O HUMANA E A INTERVEN O ESTATAL INDIRETA PARA O DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO 4 1 O esp rito inventivo enquanto genu na express o humana 170 4 2 O direito social de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico 174 4 3 A interven o estatal indireta como elemento harmonizador da tens o entre os interesses dos inventores e das empresas aaa aiiaa aauc Artic aa ns Sa aa CAP Da doa 183 CONCLUS O EE pestana AROS Sa 189 REFER NCIAS assa ds O A PS 194 10 INTRODU O A globaliza o econ mica acarreta repercuss es ao ambiente econ mico social pol tico e cultural em todos os pa ses do mundo Tais repercuss es afiguram se de expressiva profundidade e amplitude nos pa ses em desenvolvimento em especial quando referidos pa ses j alcan aram um lugar relativamente confort vel na escala do Produto Interno Bruto PIB em mbito mundial mas ainda est o com ampla defasagem no ndice de Desenvolvimento Humano IDH como o caso do Brasil Logo o caminho a ser percorrido exige a manuten o do crescimento econ mico com distribui o de riqueza e a redu o das desigualdades sociais e regionais sendo cer
113. Gr Bretanha estribou seu desenvolvimento na explora o dos mercados ultramarinos atrav s da exporta o de seus produtos com destaque aos derivados do processamento do algod o Entretanto necess rio ressaltar o importante papel do mercado interno e Hobsbawn esclarece que o mercado interno proporcionou a base geral para uma economia industrializada em grande escala e atrav s do processo de urbaniza o incentivou grandes melhorias no transporte terrestre uma importante base para o carv o e para algumas importantes inova es tecnol gicas O governo dava apoio sistem tico a comerciantes e manufatureiros al m de incentivos de modo algum desprez veis para do cedeu ds ia 1 3 inova o t cnica e para o desenvolvimento de ind strias de bens de capital 3 COMPARATO F bio Konder Trecho da Palestra Dignidade do ser humano liberdade e justi a Palestra realizada na abertura da III Confer ncia Internacional de Direitos Humanos que a OAB realizou em Teresina PI entre 16 e 18 de agosto de 2006 Dispon vel em lt http www direitos org br index php option com content amp task view amp id 1729 amp Itemid 2 gt Acesso em 26 dez 2012 Se assim sucedeu com o poder pol tico no campo do poder econ mico como Marx foi o primeiro a perceber a grande transforma o consistiu na apropria o do saber tecnol gico pela burguesia que dele fez o principal fator de produ o Foi com base nesse monop l
114. Janeiro Editora L men J ris 2010 p 2 6 Id ibid p 2 et seq 48 fossem adquiridos s f bricas nacionais do reino e s que se estabelecessem no Brasil moderou o recrutamento militar das pessoas empregadas na agricultura e nas artes destinou parte da loteria nacional criada pelo mesmo alvar ao aux lio das manufaturas e artes que mais necessitassem desse amparo particularmente as de l algod o seda e f bricas de ferro e a o e finalmente permitiu a concess o de privil gios aos inventores e introdutores de novas m quinas Verifica se que a pr tica de incentivo financeiro destinado pela Coroa atrav s da entrega de parte da loteria nacional para amparo das manufaturas e artes nasceu concomitantemente ao pr prio regramento jur dico que concedida privil gios aos inventores dada a ntima liga o entre o desenvolvimento cient fico e tecnol gico e os interesses nacionais o que remonta a poca da vinda da Coroa ao Brasil e ainda assim o como se pretende comprovar nesta pesquisa O est mulo aos inventores tamb m ocorreu por meio da concess o de pr mios como se constata pela leitura do Alvar de 15 de julho de 1809 que forneceu Real Junta de Com rcio Agricultura F bricas e Navega o recursos suficientes para premiar aqueles que mais se avantajarem em algum g nero da ind stria introduzindo ou apresentando alguma nova m quina Ocorre que estas vantagens e incentivos por si
115. NERY Rosa Maria de Andrade Constitui o Federal comentada e legisla o constitucional 2 ed rev ampl atual at 15 jan 2009 S o Paulo Editora RT 2009 p 163 55 Cf Decis o do pr prio Supremo Tribunal Federal que compatibilizou a preserva o antropol gico cultural brasileira com o desenvolvimento nacional nos seguintes termos 4o Poder P blico de todas as dimens es 89 meio ambiente S o postos efetivamente alguns primeiros e b sicos limites para a busca do desenvolvimento Entretanto respeitados estes limites o papel do desenvolvimento na realiza o dos demais objetivos fundamental assim como o na concretiza o dos fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil com particular destaque para a efetiva o do princ pio da dignidade da pessoa humana E nesta esteira Amartya Sen aponta que uma quest o crucial diz respeito divis o dos ganhos potenciais da globaliza o entre pa ses ricos e pobres e entre os diferentes grupos dentro de um pa s N o suficiente compreender que os pobres do mundo precisam da globaliza o tanto quanto os ricos tamb m importante garantir que eles de fato consigam aquilo de que necessitam Isso pode exigir reforma institucional extensiva mesmo quando se defende a globaliza o Sobre os efeitos danosos do processo de globaliza o basta a verifica o acurada dos famosos ensinamentos de Joseph E Stiglitz na obra A globaliza
116. PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE S O PAULO PUC SP Thiago de Carvalho e Silva e Silva ASPECTOS ECON MICOS E SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO BRASILEIRO E O CRIT RIO JUR DICO DE APROPRIA O DO CONHECIMENTO HUMANO MESTRADO EM DIREITO S O PAULO 2013 PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE S O PAULO PUC SP Thiago de Carvalho e Silva e Silva ASPECTOS ECON MICOS E SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO CIENT FICO E TECNOL GICO BRASILEIRO E O CRIT RIO JUR DICO DE APROPRIA O DO CONHECIMENTO HUMANO Disserta o apresentada Banca Examinadora em Defesa P blica da Faculdade de Direito da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo como exig ncia parcial para a obten o do t tulo de Mestre em Direito sob orienta o do Professor Doutor Nelson Nazar S O PAULO 2013 Banca Examinadora DEDICATORIA Dedico este singelo trabalho com profunda gratid o a nove mulheres incr veis e a dois homens fortes da minha fam lia Aline minha esposa que com seu carinho companheirismo e altru smo incondicionais confere me seguran a em todos os dias Estarei sempre grato ao seu lado por tudo Agrade o Julia e Maria minhas filhas queridas pelo amor inesgot vel que me d sa de Agrade o Maria Antonieta minha m e pela sua confian a inabal vel que me permite ir adiante hoje e sempre Agrade o Thais e Tamara minhas irm s pela nossa uni o que me d for a Agrade
117. Salvador 16 9 v Porto Alegre 8 9 vi 137 IBGE Censo demogr fico de 2010 Dispon vel em lt http Awww censo2010 ibge gov br sinopse index php dados 4 amp uf 00 gt Acesso em 5 out 2012 138 L AFER Celso 4 reconstru o dos direitos humanos Um di logo com o pensamento de Hannah Arendt S o Paulo Companhia das Letras 1988 p 150 Sobre o pensamento de Hannah Arendt Celso Lafer aduziu que de fato a asser o de que a igualdade algo inerente condi o humana mais do que uma abstra o destitu da de realidade uma ilus o facilmente verific vel numa situa o limite como a dos refugiados ou dos internados em campos de concentra o Estes se deram conta de que a nica dimens o que lhes sobrava era o fato de serem humanos Pessoas for adas a viver fora de um mundo comum vale dizer exclu das de um repert rio compartilha de significados que uma comunidade pol tica oferece e que a cidadania garante v em se jogadas na sua natural sivenness As displacedpersons precisamente por sua falta de rela o com um mundo foram e continuam sendo tenta o constante para os assassinos e para as nossas pr prias consci ncias como se n o existissem S o sup rfluas Esta a nota b sica de ruptura representada pelo totalitarismo pois a tradi o ocidental baseada no valor da pessoa humana como valor fonte de todos os valores viu se frontalmente contestada por uma situa o criada no seu
118. UAL DE OSLO Traduzido pela Financiadora de Estudos e Projetos FINEP Dispon vel em lt http download finep gov br imprensa manual de oslo pdf gt Acesso em 24 dez 2012 MCTI Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o Pesquisa sobre pessoal de Pesquisa e Desenvolvimento P amp D Dispon vel em lt http www mct gov br index php content view 5858 Brasil Pesquisadores e pessoal de ap oio envolvidos em pesquisa e desenvolvimento P D em numero de pessoas por setor 1 nstitucional e categoria html gt Acesso em 10 set 2012 OMPI Organiza o Mundial de Propriedade Intelectual Pesquisa de 2012 sobre ranking global de inova o Dispon vel em lt http www wipo int export sites www freepublications en economics gii gii 2012 pdf gt Acesso em 6 ago 2012 PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento Relat rio do IDH de 2010 Dispon vel em lt http hdr undp org en media HDR 2010 PT Complete reprint pdf gt Acesso em 5 Out 2012 Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento Relat rio do IDH de 2011 Dispon vel em lt http hdr undp org en media HDR 2011 PT Complete pdf gt Acesso em 5 out 2012 202 SILVA Thiago de Carvalho e Silva e DUARTE Juliana Ferreira Antunes O novo sistema brasileiro de defesa da concorr ncia e a prote o ao meio ambiente pela via do jus humanismo normativo Jus Navigandi Teresina ano 17 n 3368 20 set 2012 Dispon vel em lt HTTP jus co
119. a das Letras 2000 p 49 122 NAZAR Nelson 2007 Op cit p 192 114 Ricardo Sayeg e Wagner Balera no desenvolvimento do marco te rico do Capitalismo Humanista fizeram justamente esta compatibiliza o primeira vista invi vel ao dizer conclusivamente que Em face desse humanismo antropofiliacoculturalista um capitalismo humanista tridimensionalista quanto aos direitos humanos de primeira de segunda e de terceira dimens o em correspond nciaobjetiva com a satisfatividade da dignidade de toda pessoahumana e portanto proponho que seja reconhecida epromovida uma economia humanista de mercado regidajuridicamente pelo Direito Econ mico humanotridimensional para de um lado consagrar o direito subjetivo natural de propriedade dando vaz o scaracter sticas humanas primitivas do estado de natureza por m de outro lado as evoluir mediante a consagra osimult nea do direito subjetivo natural de fraternidade queimp e o dever jur dico de concretiza o dos direitoshumanos em todas as suas dimens es via deconsegu ncia da satisfatividade do correspondente direitoobjetivo de dignidade de toda pessoa humana Por derradeiro deve se concordar com o entendimento sustentado de ser juridicamente vi vel e desej vel utilizar se da dignidade da pessoa humana nas palavras de Balera e Sayeg considerada como o correspondente objetivo dos Direitos Humanos como crit rio conformador e de adensamento das dimens es destes
120. a o da Natura In OLIVEIRA JUNIOR Moacir de Miranda Org Multinacionais brasileiras internacionaliza o inova o e estrat gia global Porto Alegre Bookman 2010 STIGLITZ Joseph E 4 globaliza o e seus malef cios A promessa n o cumprida de benef cios globais S o Paulo Futura 2002 SWEEZY Paul Teoria do Desenvolvimento Capitalista 2 ed Rio de Janeiro Zahar Editores 1967 Uma cr tica In ___ A transi o do feudalismo para o Capitalismo 5 ed Trad Isabel Didonnet Rio de Janeiro Paz e Terra 2004 TAVARES Andr Ramos Direito constitucional econ mico 3 ed S o Paulo M todo 2011 TIAGO Ediane M o de obra qualificada ainda o maior entrave Revista Valor Especial com o t tulo Inova o de Alto a Baixo o desafio de engajar toda a cadeira produtiva Junho 2012 TRINDADE Jos Dami o de Lima Hist ria social dos direitos humanos 3 ed S o Paulo Petr polis 2011 VIDIGAL Geraldo de Camargo Teoria geral do direito econ mico S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 1977 VIGOTSKY Lev Semenovich 4 forma o social da mente o desenvolvimento dos processos psicol gicos superiores Michael Cole org Trad Jos Cipolla Neto Lu s Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche 7 ed S o Paulo Martins Fontes 2007 VIVEIROS Luciano Contrapresta o salarial do empregado na inven o S o Paulo LTr 2010 REFERENCIAS INTERNET BRASIL MCTI Dados dos recursos arrecadados em
121. a 1977 p 35 36 33 A m quina a vapor o desenvolvimento de toda a ind stria t xtil cerne do desenvolvimento tecnol gico alcan ado na Revolu o Industrial principalmente no ber o do fen meno a Gr Bretanha a cria o da m quina a vapor e da subsequente estrada de ferro tiveram papel determinante em todo o desenvolvimento cient fico posterior nos s culos XIX e XX Mas n o se pode olvidar que as condi es de trabalho eram p ssimas e os sal rios eram baix ssimos estabelecendo o pauperismo em rela o maior parte da popula o da poca principalmente se comparado s modernas no es de justi a e bem estar social vez que a vis o predominante poca era notadamente utilitarista Esta vis o predominante lan ou as bases para a sociedade de consumo hoje conhecida que foi e ainda importante para a motiva o e o constante investimento na rea de pesquisa em ci ncia e tecnologia Isto porque desde ent o a felicidade de todas as pessoas depende da maior ou menor acumula o de utens lios e bens de consumo nesta vis o individualista consumista e hedonista ressalve se com a qual n o se pode concordar sendo certo que o sucesso de qualquer sociedade seria a m xima acumula o destes bens pelo maior n mero poss vel de pessoas Esta concep o utilit ria harmoniza se perfeitamente com a habilidade dos burgueses da poca em imaginar e criar novas formas de se estabelecer e r 4
122. a na verdade um exemplo do que o matem tico Mark Kac chamou de g nio mago algu m cujos insights v m do nada e exigem mais intui o do que mero poder de processamento mental Como um desbravador podia absorver informa es farejar os ventos e sentir o que vinha pela frente Assim Steve Jobs tornou se o executivo empresarial de nossa era que quase certamente ser lembrado daqui a um s culo A hist ria o colocar no pante o ao lado de Edison e Ford Mais do que qualquer outro contempor neo criou produtos completamente inovadores combinando o poder da 70 poesia e o dos processadores Conclui se portanto que proteger o esp rito inventivo humano medida indispens vel no contexto da Revolu o Tecnol gica inclusive para o Brasil n o perder a oportunidade de ocupar um lugar de destaque no cen rio internacional do desenvolvimento cient fico e tecnol gico O Brasil n o esteve entre os pa ses de vanguarda na Revolu o Industrial por m ltiplos motivos Principalmente porque a sociedade brasileira at meados dos anos 40 era fundamentalmente agr ria o que retardou o processo de cria o de um parque industrial relativamente completado na d cada de 1970 E a transposi o das barreiras impostas por esta condi o de retardat rio agora na Revolu o Tecnol gica muito mais dif cil do que o foi na Revolu o Industrial conforme assevera H lio Jaguaribe O aspecto ressaltado da velocidade com qu
123. a s n o cabendo iniciativa privada o controle dos aspectos relevantes da pr pria pesquisa Al m disso as pr ticas de a ambarcar ou impedir a livre explora o da propriedade industrial intelectual ou de tecnologia ou o abuso no exerc cio deste direito demonstram que a deten o da titularidade de tais direitos configura se como elemento determinante na pr tica comercial e no posicionamento da empresa no mercado dada a import ncia da tecnologia nos 103 dias atuais podendo o exerc cio destes direitos ser abusivo Inclusive justamente por esta ampla possibilidade de exerc cio abusivo de direito que a pr pria Lei 9 279 1996 que regula a propriedade industrial no pa s estabeleceu a possibilidade de licen a compuls ria de patentes nos termos do artigo 68 e seguintes que diz Art 68 O titular ficar sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva ou por meio dela praticar abuso de poder econ mico comprovado nos termos da lei por decis o administrativa ou judicial 1 Ensejam igualmente licen a compuls ria I a n o explora o do objeto da patente no territ rio brasileiro por falta de fabrica o ou fabrica o incompleta do produto ou ainda a falta de uso integral do processo patenteado ressalvados os casos de inviabilidade econ mica quando ser admitida a importa o ou II a comercializa o que n o satisfizer s n
124. a an lise cr tica do arcabou o legislativo de cunho infraconstitucional que estrutura o desenvolvimento cient fico e tecnol gico a justificar uma revis o legislativa neste particular vez que a legisla o vigente estabelece um injusto crit rio de apropria o do conhecimento humano o qual leva em alta conta apenas o investimento de capital e recursos materiais aspecto exclusivamente econ mico do desenvolvimento cient fico e tecnol gico conforme restar apresentado no cap tulo 3 deste trabalho De toda a forma o exerc cio de descoberta de princ pios e de racionaliza o das pr compreens es atrela se de forma umbilical ao pr prio exerc cio de interpreta o constitucional Sendo assim neste aspecto reside dentre outros a import ncia da teoria da Constitui o para a pr pria interpreta o constitucional Como fonte de descoberta das decis es princ pios regras e alternativas constitucionais faz se imperioso o apontamento dos limites no exerc cio do processo interpretativo advindos do chamado c none hermen utico da autonomia do objeto bem mencionado por Gilmar Ferreira Mendes Inoc ncio M rtires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco segundo o qual a aplica o do direito n o permite que sejam atribu das s normas jur dicas sentido alheio diverso ou estranho ao que foi introduzido pelo pr prio legislador no texto normativo do que se conclui que o exerc cio hermen utico limita se a atribuir signi
125. a comercializa o efetiva dos bens ou servi os decorrentes da pesquisa inicial Segundo Denis Borges Barbosa A pesquisa tecnol gica e desenvolvimento com vistas inova o ser definida como as seguintes atividades I a pesquisa b sica dirigida que s o os trabalhos executados com o objetivo de adquirir conhecimentos quanto compreens o de novos fen menos com vistas ao desenvolvimento de produtos processos ou sistemas inovadores II a pesquisa aplicada que s o os trabalhos executados com o objetivo de adquirir novos conhecimentos com vistas ao desenvolvimento ou aprimoramento de produtos processos e sistemas II o desenvolvimento experimental que s o os trabalhos sistem ticos delineados a partir de conhecimentos pr existentes visando comprova o ou demonstra o da viabilidade t cnica ou funcional de novos produtos processos sistemas e servi os ou ainda um evidente aperfei oamento dos j produzidos ou estabelecidos IV as atividades de tecnologia industrial b sica tais como a aferi o e calibra o de m quinas e equipamentos o projeto e a confec o de instrumentos de medida espec ficos a certifica o de conformidade inclusive os ensaios correspondentes a normaliza o ou a documenta o t cnica gerada e o patenteamento do produto ou processo desenvolvido e V os servi os de apoio t cnico que s o aqueles que sejam indispens veis implanta o e manuten o das instala es
126. a corre o monet ria sem lei expressa nos casos de divida de valor STF RE 104 930 DJ de 10 5 1985 Atingidos os patamares do descontrole inflacion rio a corre o monet ria vem a ser aplicada em qualquer d vida independentemente de previs o legal STJ REsp 2 122 RSTJ 11 384 em que se l a constru o pretoriana e doutrinaria antecipando se ao legislador adotando a corre o como imperativo econ mico jur dico e tico indispens vel justa composi o dos danos e ao fiel adimplemento das obriga es dispensou a pr via autoriza o legal para a sua aplica o Re GRAU Eros Roberto 4 ordem econ mica na Constitui o de 1988 14 ed rev e atual S o Paulo Malheiros 2010 p 166 Tratando o tema o autor ministra que a aplica o do direito e este ato sup e interpreta o n o mera dedu o dele mas sim processo de continua adapta o de suas normas realidade e seus conflitos Da mesma forma a ordem jur dica no seu evolver em coer ncia com as necessidades reais embora haja de respeitar a Constitui o n o se resume a uma mera dedu o dela A Constitui o um 66 Deduz se ent o que as necessidades do contexto social da atualidade diversas daquele momento em que se iniciava o desenvolvimento da teoria da Constitui o e dos direitos naturais devem ser consideradas quando da forma o das pr compreens es da Lei Fundamental pelo int rprete para passar ato c
127. a de Andrade Nery acentuam ao comentar o artigo 3 em apre o que a solidariedade e a justi a social s o as alavancas que somadas ao exerc cio da liberdade individual e da igualdade de oportunidades fomentam o crescimento econ mico cultural e social das pessoas pelo trabalho pela empresa pela atividade econ mica pela ajuda m tua e pelo suporte necess rio aos que ainda n o ascenderam capacidade plena de exerc cio de seus direitos A rela o ntima e interdependente entre os objetivos fundamentais da Rep blica tanto do desenvolvimento nacional como meio viabilizador da concretiza o dos demais objetivos quanto da solidariedade e justi a social como instrumentos para se alcan ar tal pretens o resta ent o inquestion vel a partir da aprecia o do texto constitucional Vale indicar por ser de fato relevante que a conjuga o destes objetivos sempre deve ser feita sob a tica da preserva o dos direitos e garantias fundamentais respeitando se tanto a diversidade humana que se comp e a popula o brasileira por exemplo o ndio quanto o SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 15 ed rev atual Nos termos da Reforma Constitucional S o Paulo Malheiros 1998 p 109 110 E MORAES Alexandre de Constitui o do Brasil interpretada e legisla o constitucional 8 ed atualizada at a EC n 67 10 S o Paulo Atlas 2011 p 78 NERY JUNIOR Nelson
128. a do sal rio por si s j indica claramente que se est por falar em participa o nos frutos decorrentes da titularidade da pr pria cria o seja patente modelo de utilidade programa de computador ou cultivar vez que a titularidade conforme mencionado alhures da empresa em regra Afigura se como pr tica fundamental para tanto uma adequada atua o do Estado como agente intermedi rio desta rela o tensional entre inventores pesquisadores e as empresas inovadoras atuando o Estado pela via legalmente autorizada da interven o indireta atrav s de incentivos seja na esp cie de subven o econ mica seja na de isen es fiscais como agente normativo e regulador da atividade econ mica nos termos do artigo 174 da CF 88 Nesta linha o Estado poder atender aos objetivos da Rep blica Federativa do Brasil previstos no inciso II e IV do artigo 3 da CF 88 garantindo o desenvolvimento nacional e com grandes chances de erradicar a pobreza e a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais e regionais O desenvolvimento devido ao Homem mas para todos os homens O Direito ao Desenvolvimento um direito humano inalien vel O desenvolvimento continuado faz parte da pr pria raz o de ser do Homem Faz parte do aspecto evolutivo Apresenta se de not ria obviedade pois que o objetivo deve ser a disposi o do ser humano no meio difuso deste desenvolvimento cient fico e tecnol gico tanto como principal par
129. a foi tamb m ressaltada quando o 2 do art 218 da CF 88 estabeleceu que esta modalidade de pesquisa voltar se preponderantemente para a solu o dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional O direcionamento desta modalidade de pesquisa claro e realizado a partir de uma an lise axiol gica e estrutural De toda a forma quando se est fazendo refer ncia tecnologia n o se pode afastar os conceitos de cria o e de inova o j referidos na legisla o nacional A Lei Federal n 10 973 de 2 de dezembro de 2004 que disp e sobre incentivos inova o e pesquisa CENTRO de Pesquisas Nucleares B son de Higgs Dispon vel em lt http public web cern ch public en LHC LHC en html gt Acesso em 02 jan 2013 CENTRO de Pesquisas Nucleares Op cit Dispon vel em lt http Awwwl folha uol com br ciencia 1114836 entenda o que deus tem a ver com o boson de higgs shtml gt Acesso em 05 jul 2012 amp Id ibid Dispon vel em lt http press web cern ch press releases 2012 07 cern experiments observe particle consistent long sought higgs boson gt Acesso em 02 jan 2013 40 cient fica e tecnol gica no ambiente produtivo a qual ser abordada com profundidade no Cap tulo III deste trabalho estabelece em seu artigo 2 inciso II o que considera cria o inven o modelo de utilidade desenho industrial programa de computador
130. a o Capitalismo 5 ed Trad Isabel Didonnet Rio de Janeiro Paz e Terra 2004 p 40 24 evidente que a produ o para o uso e a aus ncia de um mercado consumidor estruturado retiravam do sistema feudal a press o no sentido do desenvolvimento dos m todos de produ o vez que o n vel de produtividade alcan ado pelas t cnicas simples e rudimentares era suficiente para atender uma demanda local e exclusivamente da pr pria comunidade Nesta esteira ainda n o estavam presentes os dois principais aspectos indispens veis para a estrutura o do sistema que viria a se sobrepor em rela o a todos os demais o sistema capitalista quais sejam a acumula o sistem tica de capital e o crescimento do excedente da produ o permitindo a venda deste excedente para um nascente mercado consumidor O desenvolvimento dos conceitos de valor de troca e valor de uso de Karl Marx ressaltados na obra de Paul Sweezy til para se compreender este aspecto no sentido de que claro que em qualquer forma o econ mica da sociedade onde predomina n o o valor de troca mais o valor de uso de produto o trabalho excedente ser limitado por certo conjunto de necessidades que poder o ser maiores ou menores e ent o a natureza da produ o em si n o gerar um apetite insaci vel de trabalho 22 excedente Enquanto a produ o era destinada exclusivamente para o atendimento das necessidades b sicas dos cidad os n o h
131. ada e desarm nica destes direitos ou de que os dispositivos espec ficos existentes nos Cap tulos do T tulo VIII n o devem ser abordados a partir da an lise dos direitos sociais A dist ncia topogr fica n o colocam estes direitos em posi es antag nicas e dissociadas Pelo contr rio Isto porque os direitos sociais est o plasmados em diversas disposi es constitucionais al m dos conhecidos artigos nos quais a men o foi expressa A aplica o dos princ pios constitucionais de interpreta o j mencionados com especial relev ncia neste tocante ao princ pio da unidade da constitui o exige a aprecia o de toda a estrutura dos direitos sociais de forma harm nica quando se inserem os aspectos constitucionais atinentes ci ncia e tecnologia 110 A veicula o de aspectos jur dicos relacionados ci ncia e tecnologia como j se disse no T tulo VII da Ordem Social j em si um indicativo da import ncia constitutiva desta mat ria no processo de desenvolvimento social Sendo assim comporta neste momento o estudo dos direitos sociais relacionados ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico e ap s os dispositivos espec ficos relativos ci ncia e tecnologia existentes na estrutura o da Ordem Social artigos 218 e 219 da CF 88 2 4 1 Os direitos sociais relacionados ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico Quanto aos direitos sociais Celso Ribeiro Bastos j ministrava que Ao la
132. ade reconhecida mundialmente e a qualidade do esp rito inventivo do nosso povo Apesar desta alta criatividade e qualidade quanto ao esp rito inventivo o fato que os resultados n o s o satisfat rios Exige se uma atua o concreta e eficaz do Estado brasileiro para alterar esta realidade A previs o do artigo 174 da CF 88 no sentido de que o Estado exercer as fun es de fiscaliza o incentivo e planejamento enquanto agente normativo e regulador da atividade econ mica conjugada ao disposto no artigo 218 caput e par grafos da CF 88 permite a conclus o de que o Estado brasileiro deve intervir para harmonizar a tens o entre os interesses 254 BRASIL Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o Dep sito de Patentes Dispon vel em lt http w ww mct gov br index php content view 5688 Brasil Pedidos de patentes depositados sup 1 sup no Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI segundo tipos e origem do depositante html gt Acesso em 13 set 2012 255 USPTO United States Patent and Trademark Office Dep sito de Patentes Dispon vel em lt http w ww uspto gov web offices ac ido oeip taf appl yr htm gt Acesso em 05 out 2012 184 dos inventores enquanto efetivos criadores da propriedade intelectual com seus nsitos esp ritos inventivos e a iniciativa privada na medida em que realizam grandes investimentos em projetos de pesquisa e desenvolvimento cient fico e tecnol gico e
133. ade do meio ambiente CF art 225 O princ pio do desenvolvimento sustent vel como fator de obten o do justo equil brio entre as exig ncias da economia e as da ecologia O princ pio do desenvolvimento sustent vel al m de impregnado de car ter eminentemente constitucional encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obten o do justo equilibrio entre as exig ncias da economia e as da ecologia subordinada no entanto a invoca o desse postulado quando ocorrente situa o de conflito entre valores constitucionais relevantes a uma condi o inafast vel cuja observ ncia n o comprometa nem esvazie o conte do essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais o direito preserva o do meio ambiente que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas a ser resguardado em favor das presentes e futuras gera es ADI 3 540 MC Rel Min Celso de Mello julgamento em 1 set 2005 Plen rio DJ de 3 mar 2006 157 SEN Amartya Kumar 2000 Op cit p 23 24 158 STIGLITZ Joseph E 4 globaliza o e seus malef cios A promessa n o cumprida de benef cios globais S o Paulo Futura 2002 90 tecnol gico por vezes atrav s da utiliza o do arcabou o legislativo estabelecido para a prote o fundamental dos investidores pela via do direito do autor como ocorreu na prote o dos softwares Lauro Ishikawa abordando o tema do
134. adiante restar o apresentadas 3 1 6 A Lei n 11 484 2007 Topografia e circuitos integrados A Lein 11 484 de 31 de maio de 2007 tratou inicialmente do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnol gico da Ind stria de Semicondutores PADIS estimulando as pessoas jur dicas que fizerem investimentos em pesquisa e desenvolvimento P amp D mediante projetos vinculados rea de semicondutores Referida lei estabeleceu uma s rie de 151 incentivos fiscais nesta seara como a redu o da contribui o ao Programa de Integra o Social e de Forma o do Patrim nio do Servidor P blico PIS PASEP e da Contribui o para o Financiamento da Seguridade Social COFINS al m de redu o da Contribui o de Interven o no Dom nio Econ mico CIDE destinada a financiar o Programa de Est mulo Intera o Universidade Empresa e do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Igualmente a referida Lei estabeleceu o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnol gico da Ind stria de Equipamentos para a TV Digital com semelhantes incentivos alterando se apenas o foco do desenvolvimento tecnol gico que se pretendia estimular dado que a implementa o do sistema de TV Digital no Brasil naquela poca exigia o desenvolvimento da ind stria do respectivo setor enquanto sustenta o do programa governamental Ocorre que no corpo desta lei e como praxe no processo legislativo brasileiro acerca da uni o de temas nem s
135. ado pelo IDH Ajustado Desigualdade IDHAD o ndice de Desigualdade de G nero e o ndice de Pobreza Multidimensional O objetivo destes detalhamentos mapear de forma mais abrangente os dados acerca do desenvolvimento al m de indicar os aspectos principais para a sua concretiza o em todas as dimens es da pessoa humana melhorando a qualidade dos relat rios e ampliando os campos de sua aplica o Neste Relat rio de 2010 o PNUD ressaltou que o conhecimento aumenta as possibilidades das pessoas Promove a criatividade e a imagina o Al m do seu valor intr nseco tem ainda o importante valor instrumental na expans o de outras liberdades Ter uma educa o capacita as pessoas para avan arem nos seus objetivos e resistirem explora o 135 NAZAR Nelson 2009 Op cit p 29 6 PNUD Relat rio do IDH de 2010 Dispon vel em lt http hdr undp org en media HDR 2010 PT Complete reprint pdf gt Acesso em 5 Out 2012 80 o destaque import ncia da educa o em todos os n veis para o aumento das liberdades p blicas O Brasil ocupava a posi o 73 no IDH publicado no Relat rio de 2010 do PNUD com o ndice de 0 699 com uma m dia de anos de escolaridade em 7 2 anos A Noruega pa s que ocupava o topo da lista do IDH em 2010 possui uma m dia de 12 6 anos de escolaridade Por outro lado o IDHAD do Brasil de 0 509 de forma que o pa s perdeu 15 posi es na lista geral pela not ria desig
136. ados naquele dia todos os anos aproximadamente pela mudan a constante da declina o do eixo da Terra declina o que s veio a ser conhecida s culos depois Desta mesma an lise do sol no mesmo dia ent o percebido em rela o a um obelisco na cidade de Alexandria constatou se a exist ncia de uma sombra com certa medida O comprimento da sombra do obelisco em Alexandria forneceu o ngulo que se calculou em 1 50 da circunfer ncia da terra 360 Assim a solu o do problema estava pr xima Bastava calcular a dist ncia entre as cidades para se apresentar a propor o e alcan ar a medida do per metro da Terra Foram exigidos v rios anos de medi es superando as dificuldades para se conseguir recursos suficientes que pudessem financiar tal empreitada primeira vista totalmente in til exceto para satisfazer a curiosidade humana tal qual acima referida V se que o problema do custeio das pesquisas j se apresentava de forma contundente desde a antiguidade Superadas tais dificuldades o que teria levado 4 anos de medi es concluiu se que a dist ncia era de 5 mil est dios a medida da poca podendo afirmar que a circunfer ncia da terra era de 250 mil est dios ou ent o 39 mil quil metros Pelas condi es dispon veis h 2 250 anos not vel a obten o deste c lculo ao ser comparado ao per metro da Terra apurado nos dias atuais com alta tecnologia em 40 mil quil metros O abade Jean Picard 1620
137. al 2 ed rev ampl atual at 15 jan 2009 S o Paulo Editora RT 2009 NUSDEO F bio A principiologia da Ordem Econ mica Constitucional In AMARAL Antonio Carlos Rodrigues ROSAS Roberto VELLOSO Carlos M rio da Silva organizadores Princ pios constitucionais fundamentais estudos em homenagem ao professor Ives Gandra da Silva Martins S o Paulo Lex Editora 2005 Curso de economia uma introdu o ao direito econ mico 3 ed S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2001 PEREIRA DINIZ Hindemburgo Chateaubriand Ci ncia e tecnologia Origem evolu o e perspectiva Belo Horizonte BDMG 2011 POCHMANN Marcio Superar o subdesenvolvimento Jornal Valor Econ mico 21 out 2011 p A 13 199 PRONER Carol Propriedade intelectual e direitos humanos Sistema internacional de patentes e direito ao desenvolvimento Porto Alegre S rgio Antonio Fabris Ed 2007 REALE Miguel Filosofia do Direito 4 ed S o Paulo Saraiva 1965 Paradigmas da cultura contempor nea 2 ed S o Paulo Saraiva 2005 Teoria tridimensional do direito 5 ed S o Paulo Saraiva 2010 RIFKIN Jeremy O fim dos empregos O cont nuo crescimento do desemprego em todo o mundo S o Paulo M Books 2004 RIZZARDO Arnaldo Direito das Coisas Lei n 10 406 de 10 01 2002 Rio de Janeiro Forense 2007 SANTOS Boaventura de Sousa 4 cr tica da raz o indolente contra o desperd cio da experi ncia 8 ed S o Paulo Cortez 20
138. al e cultural constante e o pleno emprego produtivo em condi es que salvaguardem aos indiv duos o gozo das liberdades pol ticas e econ micas fundamentais Logo verifica se que as pol ticas p blicas dos Estados membros devem ser orientadas para o desenvolvimento integral do homem com pleno emprego e prote o das liberdades pol ticas e econ micas fundamentais Por evidente considerando o direito de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico bem assim os diversos direitos e garantias fundamentais e sociais j mencionados neste trabalho torna se salutar a prote o dos direitos sobre a inova o tecnol gica tamb m em favor dos criadores e pesquisadores pela via da implementa o de pol ticas de remunera o diferenciadas em favor dos inventores como contrapartida pelos indispens veis incentivos fiscais e subven o econ mica fornecida pelo Estado nos termos da CF 88 O artigo 15 do Pacto de outra banda novamente destaca a import ncia de se reconhecer aos indiv duos o direito de desfrutar o processo cient fico e suas aplica es e de beneficiar se da prote o dos interesses morais e materiais decorrentes de toda a produ o cient fica liter ria ou art stica de que seja autor E inquestion vel que estes importantes diplomas internacionais dos Direitos Humanos verdadeiras refer ncias e paradigmas na concep o atual de Homem prestigiam o desenvolvimento cient fico e te
139. alho estaria restrita ao valor do sal rio Art 67 Ficar o sujeitas aos dispositivos do artigo precedente salvo estipula o em contr rio as inven es cujas patentes tenham sido requeridas dentro de um ano a contar da data em que o inventor houver deixado o servi o da empresa sociedade firma ou institui o coletiva quando realizadas as mesmas inven es durante a vig ncia do contrato de trabalho Art 68 Sempre que a patente requerida pela empresa sociedade firma ou institui o resultar de um contrato de trabalho ser obrigatoriamente mencionada essa circunst ncia bem como o nome do inventor no requerimento e na patente Art 69 Os preceitos deste cap tulo s o aplic veis no que couberem Uni o Estados aos munic pios e s autarquias em rela o aos seus funcion rios e demais servidores cuja atividade se exer a em virtude de lei ou de contrato 21 CRETELLA J NIOR Jos Tratado Geral da Desapropria o Rio de Janeiro Forense 1980 v I p 11 O autor aduz Desapropria o o procedimento complexo de direito p blico pelo qual a Administra o fundamentada na necessidade p blica na utilidade p blica ou no interesse social obriga o titular de bem m vel ou im vel a desfazer se desse bem mediante justa indeniza o paga ao propriet rio 124 pactuado o que veio na legisla o posterior Isto franqueava o entendimento de que o empregado poderia partilhar dos ganhos econ mico
140. alidade de garantir a todos exist ncia digna o que expressa a natureza jur dica humanista e portanto multidimensional da ordem econ mica constitucional E evidente que este posicionamento imp e uma precedente an lise valorativa em rela o ao Homem e sua capacidade intelectual o que entretanto n o pensamento novo e j havia sido destacado com propriedade por Miguel Reale que afirmou quando se estuda por conseguinte o problema do valor devemos partir daquilo que significa o pr prio homem J dissemos que o homem o nico ser capaz de valores Poder amos dizer tamb m que o ser do homem o seu dever ser O homem n o uma simples entidade psicof sica ou biol gica redut vel a um conjunto de fatos explic veis pela Psicologia pela F sica pela Anatomia pela Biologia No homem existe algo que representa uma possibilidade de inova o e de superamento A natureza sempre se repete segundo a f rmula de todos conhecida segundo a qual tudo se transforma e nada se cria Mas o homem representa algo que um acr scimo natureza a sua capacidade de s ntese tanto no ato instaurador de novos objetos do conhecimento como no ato constitutivo de novas formas de vida No centro de nossa concep o axiol gica situa se a id ia do homem como ente que e deve ser tendo consci ncia dessa dignidade dessa autoconsci ncia que nasce a id ia de pessoa segundo a qual n o se homem pelo mero fato de existir
141. alidade diversa da prevista acarretar o para o benefici rio as comina es administrativas civis e penais previstas na legisla o 147 est mulo A primeira contrapartida a ser necessariamente fornecida pelas empresas que receberem apoio ou est mulo governamental o estabelecimento preciso de sistema especial de remunera o em favor dos empregados de sorte a permitir uma participa o nos benef cios econ micos derivados de seu trabalho claro que a participa o nos benef cios econ micos engloba a participa o derivada da transfer ncia de tecnologia licenciamento para outorga de direito de uso ou de explora o de cria o protegida A previs o constitucional de que a participa o ser desvinculada do sal rio por si s j indica claramente que se est por falar em participa o nos frutos decorrentes da titularidade da pr pria cria o seja patente modelo de utilidade programa de computador ou cultivar As normas espec ficas que regulamentam cada uma das mat rias j abordadas Software Propriedade Industrial Cultivar etc indicaram claramente os crit rios de apropria o do conhecimento humano atribuindo ao empregador a titularidade exclusiva em regra da cria o protegida evidente que esta previs o legislativa impinge maior efici ncia na inser o no mercado da cria o protegida na produ o em escala industrial capta o de financiamentos para a produ o etc o que n
142. ar e promover o desenvolvimento cient fico e tecnol gico brasileiro tal qual a previs o existente no caput do artigo 218 da Constitui o Federal de 5 de outubro de 1988 CF 88 Nesta perspectiva surge o problema da efetividade do direito social de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico que pertence ao Homem e a todos os homens O problema sobre o crit rio utilizado para a apropria o do conhecimento humano nas legisla es que regem a mat ria atinente ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico no Brasil apresenta se de forma contundente a exigir que a rela o entre o empregado criador e o empregador receba a referida interfer ncia do Estado atrav s de pol ticas p blicas de incentivo inova o tecnol gica que visem concretiza o do direito social de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico previsto em favor dos empregados no 84 do artigo 218 da CF 88 Palavras chave Inova o Tecnol gica Direitos Sociais Direito do Trabalho Conhecimento Humano ABSTRACT Man has always searched answers to the fundamental questions of his existence in attempt to satiate his innate curiosity which in the course of human history has led to apprehension and accumulation of his knowledge The man s inventive spirit stems from such curiosity and attempt to dominate the aspects of nature which provided the evolution of techniques and professions until the moment that was allowed to speak about
143. ar ou p blica Neste novo cen rio um elemento indispens vel e constante em todo este processo de inova o ganhou destaque tornando se verdadeiro elemento de vantagem competitiva o esp rito inventivo genuinamente humano Em algumas reas do conhecimento este esp rito inventivo superou todas as expectativas conforme j mencionava H lio Jaguaribe em 1989 ao afirmar que a partir da f sica da relatividade e da teoria dos quanta bem como da nova biologia ostentando elevado grau de axiomatiza o e formando um cont nuo com a qu mica molecular a ci ncia contempor nea proporcionou as bases para um extraordin rio processo de inova es tecnol gicas que se encontra em pleno curso A energia nuclear o laser a mec nica de precis o a qu mica fina a produ o de materiais novos a microeletr nica e a inform tica a missil stica espacial a 42 engenharia gen tica entre outros campos ou objetos de recentes inova es abrem um espa o praticamente ilimitado para novas aplica es tecnol gicas Todas estas reas do conhecimento desenvolveram se exponencialmente de fato abrindo espa o para outras inova es possibilitando um desenvolvimento experimental antes invi vel conforme exemplificado acima com o caso do Grande Colisor de H drons afetando muito os setores de transportes de comunica o e de sa de Este processo tornou o mundo menor na nova percep o humana pois as pessoas de certa forma
144. as de hoje conforme ser abordado adiante o fato que o desenvolvimento alcan ado por verdadeiros g nios inventivos neste per odo foi fant stico e sem precedentes na hist ria do Homem n o apenas sob o prisma do pr prio desenvolvimento alcan ado mas tamb m no que diz respeito aos reflexos na estrutura social com especial relevo na especializa o e divis o do trabalho Assim ministra T S Ashton que Id ibid p 78 a inven o aparece em qualquer est dio da hist ria do homem mas numa popula o de simples camponeses ou de trabalhadores manuais n o especializados s surge quando se desenvolve a divis o de trabalho quando os homens se dedicam a um nico produto ou atividade Uma tal divis o de trabalho j existia no in cio do s culo XVIII e a revolu o industrial foi em parte causa e em parte efeito de um afinamento e alargamento do princ pio da especializa o Al m disso a inven o mais suscept vel de surgir numa sociedade que se interessa por problemas do esp rito do que numa que s se preocupa com problemas materiais A corrente do pensamento cient fico ingl s que remonta a Francis Bacon e que se alargou com g nios como Boyle e Newton foi um dos mais importantes contributos para a revolu o industrial 2 HOBSBAWM Eric J 2011 Op cit Loc cit ASHTON T S 4 revolu o industrial 4 ed Trad Prof Jorge de Macedo S o Paulo Publica es Europa Am ric
145. avia qualquer possibilidade de se alienar o excedente da produ o at mesmo porque n o existia este excedente e tampouco pessoas dispostas a realizar a compra deste excedente O aumento da produ o a ponto de estabelecer sistematicamente uma por o excedente dependia do dom nio cada vez maior da t cnica e dos recursos naturais E foi justamente a tentativa de dominar a natureza que permitiu ao homem x RE nu 23 desenvolver a tecnologia tal qual ensina Waldimir Pirr e Longo ao afirmar que ao longo da sua hist ria o homem sempre procurou dominar a natureza e coloc la a seu servi o tendo para tanto que produzir tecnologia Durante muitos s culos a produ o foi baixa e feita amadoristicamente de maneira n o sistem tica e espont nea O desenvolvimento tecnol gico o que vale dizer o desenvolvimento da pr pria humanidade ficava ent o dependente da ocorr ncia de ideias brilhantes em alguns c rebros de inventores privilegiados e da evolu o gradual dos produtos e dos instrumentos de produ o resultante de modifica es ditadas pelo uso Assim foi praticamente at o advento da Revolu o Industrial A partir do final do s culo XVIII come ou a se delinear o valor da tecnologia Evidentemente a produ o SWEEZY Paul Op cit 2004 p 42 Refer ncia a trecho de Karl Marx O capital p 260 2 LONGO Waldimir Pirr 1984 Op cit p 12 25 dessa mercadoria valiosa estrat gica e
146. b m chamada de ci ncia pura ou aplicada A primeira esp cie seria aquela teoricamente desvinculada de objetivos de ordem pr tica e a ltima desenvolvida na perspectiva de se alcan ar algumas consequ ncias pr determinadas comumente voltadas para atender aos anseios do mercado 57 consumidor de produtos ou servi os Em verdade atualmente grande parte da pr pria ci ncia pura tamb m desenvolvida com vistas a atingir algum objetivo espec fico ainda que distante existindo certa dose de seletividade com tal desiderato no seu desenrolar conforme bem anota Waldimir Pirr Longo ao aduzir que no passado os cientistas estavam unicamente interessados em descobrir e compreender os fen menos do universo com total despreocupa o pelas poss veis consequ ncias das suas descobertas No momento provavelmente h um n mero muito maior de cientistas interessados nas consequ ncias de suas novas descobertas do que na simples compreens o dos fen menos envolvidos O retorno financeiro das pesquisas quase obrigat rio pela imposi o dos financiadores em especial quando os recursos s o de ordem privada o que acaba por direcionar a pesquisa para fins pr ticos econ micas pr vias Pois o estado econ mico de um povo n o emerge simplesmente das condi es econ micas precedentes mas unicamente da situa o total precedente 33 LIMA Alceu Amoroso 4 segunda revolu o industrial Rio de Janeiro AGIR 19
147. ber atinente ao desconhecido de forma l gica e articulada sempre promoveu o desenvolvimento das ci ncias por consequ ncia direta compreendido nesta vis o original como a cria o de t cnicas rudimentares e o exerc cio de certo dom nio sobre a natureza tudo a permitir o atendimento s necessidades vitais do homem fossem elas materiais ou n o Saber saciar a fome e a fome pelo saber desde sempre motivou esta caminhada humana Como exemplo prefacial pode se destacar a constitui o de um calend rio para o desempenho das tarefas da agricultura com especial aten o aos per odos de plantio e 1 VIGOTSKY Lev Semenovich 4 Jorma o social da mente o desenvolvimento dos processos psicol gicos superiores Michael Cole org Trad Jos Cipolla Neto Lu s Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche 7 ed S o Paulo Martins Fontes 2007 p 97 Verifica se que quando se demonstrou que a capacidade de crian as com iguais n veis de desenvolvimento mental para aprender sob a orienta o de um professor variava enormemente tornou se evidente que aquelas crian as n o tinham a mesma idade mental e que o curso subsequente de seu aprendizado seria obviamente diferente Essa diferen a entre doze e oito ou entre nove e oito o que n s chamamos a zona de desenvolvimento proximal Ela a dist ncia entre o n vel de desenvolvimento real que se costuma determinar atrav s da solu o independente de problemas e o n vel d
148. ca o do algod o foi o desequil brio entre a efici ncia da fia o e da tecelagem A roca de fiar mecanismo muito menos produtivo que o tear manual principalmente aquele acelerado pela lan adeira volante flyingshuttle inventada na d cada de 1730 e disseminada na de 1760 n o supria os tecel es com fio em quantidade suficiente Tr s inven es conhecidas fizeram pender o prato da balan a o filat rio spinningJenny na d cada de 1760 que permitia a um artes o trabalhar com v rios fios de uma s vez o tear movido for a hidr ulica waterframe de 1768 que p s em pr tica a ideia original de fiar com uma combina o de rolos e fusos e a fus o dos dois a mula da d cada de 1780 a que logo foi aplicada a energia do vapor As duas ltimas inova es implicavam produ o fabril a2 K HOBSBAWM Eric J A era das revolu es 25 ed Trad Maria Tereza Teixeira e Marcos Penchel S o Paulo Paz e Terra 2012 p 60 48 HOBSBAWM Eric J 2012 Op cit p 61 Id ibid 2012 p 63 Sobre o papel da agricultura neste processo hist rico o autor destaca que as atividades agricolas j estavam predominantemente dirigidas para o mercado as manufaturas de h muito se tinham disseminado por um interior n o feudal A agricultura j estava preparada para levar a termo suas tr s fun es fundamentais em uma era de industrializa o aumentar a produ o e a produtividade de modo a alimentar uma p
149. ceitua que a subven o de sal rios dever ocorrer para a contrata o pela empresa de novos pesquisadores do que se depreende que efetivamente a preocupa o maior com o aumento do n mero de pesquisadores envolvidos nesta rea no interior de empresas e ICT n o se averiguando a necessidade real de criar estimulo para o aumento da remunera o dos pesquisadores j contratados a teor da participa o constitucionalmente garantida em favor dos empregados nos resultados econ micos advindos desta atividade Respeita se profundamente a tentativa de aumentar o n mero de pesquisadores envolvidos nesta rea o que pode ser tamb m alcan ado com a subven o de sal rios para a contrata o de novos pesquisadores na linha de concretiza o do princ pio do pleno emprego na estrutura o da Ordem Econ mica conforme mencionado anteriormente Ocorre que n o se pode olvidar que a participa o dos empregados no resultado econ mico das pesquisas deriva de norma constitucional que imp e a realiza o desta contrapartida para que as empresas possam receber aux lios governamentais na rea tanto subven es aos projetos em si ou para pagar sal rios das novas contrata es quanto atrav s dos incentivos fiscais acima mencionados Em verdade o recebimento de incentivos sem a realiza o da contrapartida afronta diretamente o disposto no par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 al m de infringir normas internacionais que
150. cnol gico na perspectiva de instrumentos de favorecimento do Homem e seu desenvolvimento integral na busca pelo bem estar e justi a sociais A quest o portanto n o relacionada exist ncia da prote o jur dica ou a sua justifica o e ou positiva o enquanto direitos humanos mas sim de sua concretiza o nos diversos campos de enfrentamento Norberto Bobbio j destacou esta altera o de foco 161 quando se analisa os direitos humanos afirmando que o problema fundamental em rela o aos direitos do homem hoje n o tanto o de justific los mas o de proteg los Trata se de um problema n o filos fico mas pol tico 7 Exige se pois uma mudan a de comportamento dos agentes pol ticos para a concretiza o destes direitos garantidos com reflexos no Brasil na pr pria Ordem Econ mica e Social conforme antes destacado 3 2 3 A Declara o das Na es Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento 1986 e a Declara o e Programa de A o de Viena 1993 D vidas n o restam nos dias de hoje acerca da import ncia salutar da Declara o Universal dos Direitos Humanos 1948 conforme acima mencionado da Carta das Na es Unidas do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Pol ticos e do Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais sendo certo que alguns dos principais apontamentos para o desiderato deste trabalho foram apresentados anteriormente Os direitos
151. cnologia e Inova o para o Desenvolvimento Sustent vel Livro Azul Bras lia Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos 2010 p 30 88 3 da CF 88 permitindo o direcionamento em busca de se atingir outros objetivos igualmente importantes Neste plano normativo constitucional portanto o direcionamento da atua o estatal foi posto para o atendimento das necessidades basilares atrav s das presta es positivas do Estado na perspectiva dos direitos humanos de segunda dimens o com a indica o firme e segura do caminho que as autoridades p blicas deviam seguir passando pela garantia do desenvolvimento A inova o do texto constitucional vigente e o estabelecimento de algumas das presta es positivas foram bem notados por Jos Afonso da Silva ao dizer que a primeira vez que uma Constitui o assinala especificamente objetivos do Estado brasileiro n o todos que seria despropositado mas os fundamentais e entre eles uns que valem como base das presta es positivas que venham a concretizar a democracia econ mica social e cultural a fim de efetivar na pr tica a dignidade da pessoa humana Alexandre de Moraes ressalta que a Constitui o Federal estabelece v rios objetivos fundamentais a serem seguidos pelas autoridades constitu das no sentido de desenvolvimento 153 e progresso da na o brasileira Por seu turno Nelson Nery J nior e Rosa Mari
152. com rcio e ao nome comercial aduzindo que assegurada a propriedade das marcas de ind stria e com rcio e a exclusividade do uso do nome comercial Por fim quanto ao direito de autor houve importante acr scimo na reda o da norma constitucional considerando que o item 20 fez refer ncia aos autores de obras liter rias art sticas e cient ficas assegurando o direito de produ o e estabelecendo a possibilidade de transmiss o aos herdeiros digno de nota tamb m que a Constitui o de 1934 incorporou as no es de Ordem Econ mica inovando profundamente nesta seara estabelecendo no artigo 115 que a ordem econ mica deve ser organizada conforme os princ pios da Justi a e as necessidades da vida nacional de modo que possibilite a todos exist ncia digna Dentro desses limites garantida a liberdade econ mica A ideia de limita o ampla liberdade econ mica foi veiculada pela primeira vez no Brasil em mbito constitucional Neste tocante Lauro Ishikawa assevera com pertin ncia que nessa primeira ordem econ mica que realmente tivemos a Constitui o era expressa em afirmar que deveria ser pautada conforme os princ pios da Justi a e as necessidades da vida nacional demonstrando assim a possibilidade de interven o para que possibilitasse a todos exist ncia digna Sendo assim podemos concluir que SL Id Ibid p 75 Nazar apresenta com propriedade e detalhamento as transforma es
153. como fundamento do Estado Democr tico de Direito o valor social do trabalho e da livre iniciativa imprescind vel para a compreens o plena e ordenada dos aspectos relevantes da Ordem Econ mica Depreende se inicialmente que a livre iniciativa tamb m deve ser focada sob a sua vertente social ao ter sido feita a indica o expressa do valor social do trabalho e da livre iniciativa Eros Roberto Grau leciona com peculiar precis o que a livre iniciativa n o tomada enquanto fundamento da Rep blica Federativa do Brasil como express o individualista mas sim no quanto expressa de socialmente valiosa Torna se indubit vel que como tal opera a consagra o de um determinado sistema econ mico E isso mesmo em uma situa o limite quando et pour cause expressamente n o defina esses preceitos ou tais princ pios e regras Dir se mesmo radicalizando que uma Constitui o Econ mica que n o opere essa consagra o n o uma Constitui o Econ mica 163 NAZAR Nelson Op cit 2009 p 49 50 Na fundamentada posi o de Nelson Nazar a ordem econ mica como parcela da ordem jur dica aparece como uma inova o produto da substitui o da economia liberal pela intervencionista A transforma o se d no momento em que a ordem jur dica mundo do dever ser passa a visar o aprimoramento da econ mica mundo do ser A ordem econ mica liberal substitu da pela ordem econ mica intervenc
154. conhecimento dispon vel em cada local desde a China e a ndia no Oriente passando pelas civiliza es que se desenvolveram no Oriente M dio at as que se fixaram na Europa ao longo das rotas comerciais foi determinante para o estabelecimento deste com rcio e nesta perspectiva para o pr prio desenvolvimento do sistema capitalista em momento posterior Afinal as rotas de com rcio existiram porque as civiliza es orientais detinham certo conhecimento capaz de produzir seda porcelana e outros produtos inexistentes no Ocidente bem assim dominavam t cnicas al m do clima adequado e outras raz es de ordem estritamente natural por bvio do plantio da pimenta do reino cravo e outras 1 ANTONETTI Guy 4 economia medieval Trad Hil rio Franco J nior S o Paulo Atlas 1977 p 77 Professor da Universidade de Paris Vale do Marne apresenta explica es sobre a organiza o das associa es de mercadores e tamb m dos of cios artesanais na Idade M dia com especial relev ncia a partir de 1120 ao aduzir que as associa es mais remotamente mencionadas nos textos s o associa es de mercadores mas prov vel que artes es tamb m tivessem as suas numa poca recuada Entretanto n o parece que os of cios artesanais organizados tenham aparecido muito cedo desde o s culo XI no decorrer do s culo XII e mais particularmente ap s 1120 que atrav s de toda a Europa os profissionais se associaram E ainda se
155. constitucional de modo a que formem um sistema integrado onde cada norma encontra sua z 113 justificativa nos valores mais gerais N o se pode olvidar portanto que o princ pio da unidade da constitui o est intimamente ligado a ideia de sistema e a rela o deste com o direito natural bem indicada por T rcio Sampaio Ferraz J nior o que j denota a import ncia da veicula o de valores no seio da constitui o pela via dos princ pios constitucionais O princ pio do efeito integrador imp e ao int rprete um exerc cio hermen utico que prestigie a integra o social e a unidade pol tica o que s o objetivos decorrentes da pr pria exist ncia de um sistema constitucional organizado sem permitir interpreta o que favore a a subvers o da ordem constitucional ou que extrapole diretrizes constitucionais de igual import ncia apenas para se alcan ar estes fins integrativos O princ pio da m xima efetividade exige a atribui o de um sentido interpreta o constitucional que permita a maior efic cia de todas as normas constitucionais apreciadas em conjunto conforme o princ pio da unidade de suma import ncia este princ pio quando se estiver tratando de direitos fundamentais na exata considera o de que os preceitos de direito fundamental exigem para a almejada concretude uma interpreta o expansiva justamente VS Td ibid loc cit 114 FERRAZ JUNIOR Tercio Sampaio I
156. conte do da Propriedade Industrial a lei assegurar quanto a finalidade do mecanismo jur dico a ser criado tendo em vista A cl usula final novidade do texto atual torna claro que os direitos relativos Propriedade Industrial n o derivam diretamente da Constitui o brasileira de 1988 mas da lei ordin ria e tal s ser constitucional na propor o em que atender aos seguintes objetivos a Visar o interesse social b Favorecer o desenvolvimento tecnol gico do Pa s c Favorecer o desenvolvimento econ mico do Pa s Assim no contexto constitucional brasileiro os direitos intelectuais de conte do essencialmente industrial patentes marcas nomes empresariais etc s o objeto de tutela pr pria que n o se confunde mesmo com a regula o econ mica dos direitos autorais Em dispositivo espec fico a Constitui o brasileira de 1988 sujeita a constitui o de tais direitos a condi es especial ssimas de funcionalidade a cl usula final stica compat veis com sua import ncia econ mica estrat gica e social 127 Verifica se assim que desde o estabelecimento da titularidade da patente se veiculou a possibilidade das deriva es estabelecidas em contrato de trabalho ou de presta o de servi os dada a import ncia e frequ ncia de o exerc cio do esp rito inventivo ser realizado no ambiente laboral com toda a abrang ncia da criatividade humana Neste sentido o 83 do mesmo artigo faz
157. contribui o coletiva na idealiza o destas obras N o pode parecer estranho a titularidade compartilhada de direitos do autor nas esp cies de cultivares ou programas de computador entre a empresa investidora dos recursos necess rios na pesquisa e o pr prio pesquisador criador intelectual da obra A quest o a ser dirimida a proporcionalidade entre os direitos das partes sobre tais obras coletivas bem assim o papel do Estado como promotor e incentivador do desenvolvimento cient fico da pesquisa e da capacita o tecnol gica nos termos do artigo 218 da CF 88 que adiante ser analisado O inciso XXIX do artigo 5 da CF 88 por seu turno trouxe a j conhecida reda o que assegura aos autores de inventos um certo e tempor rio privil gio o que fez aduzindo que Art 5 Todos s o iguais perante a lei sem distin o de qualquer natureza garantindo se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa s a inviolabilidade do direito vida liberdade igualdade seguran a e propriedade nos termos seguintes XXIX a lei assegurar aos autores de inventos industriais privil gio tempor rio para sua utiliza o bem como prote o s cria es industriais propriedade das marcas aos nomes de empresas e a outros signos distintivos tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnol gico e econ mico do Pa s 108 Primeiramente acerca de referido dispositivo vale dizer que a CF 88
158. cr tico e influenciada pelo final da Segunda Guerra Mundial alterou profundamente as diretrizes constitucionais do regime ditatorial anterior Houve a reinser o de uma s rie de dispositivos que j existiam na Constitui o de 1934 sem se olvidar entretanto das garantias trabalhistas impostas pela Constitui o de 1937 Assim foi que o artigo 141 da Constitui o de 1946 assegurou a inviolabilidade dos direitos concernentes vida liberdade seguran a individual e propriedade O 14 deste artigo 141 trouxe novamente a liberdade ao exerc cio de profiss o retirando a limita o que havia sido imposta em 1937 O 817 do artigo 141 retomou a reda o de 1934 aduzindo que os inventos industriais pertencem aos seus autores aos quais a lei garantir privil gio tempor rio ou se a vulgariza o convier coletividade conceder justo pr mio Da mesma forma o 18 asseverou estar assegurada a propriedade das marcas de ind stria e com rcio bem como a exclusividade do uso do nome comercial Por fim nesta linha de retomada das reda es anteriores de 1934 o 819 garantiu aos autores de obras liter rias art sticas e cient ficas o direito de reproduzir suas obras assim como aos herdeiros Vale dizer entretanto que a Constitui o de 1946 trouxe relevante altera o nos artigos que estruturavam a Ordem Econ mica impondo no artigo 145 o seguinte alinhamento normativo
159. critores que a diferenciem das demais Por seu turno o Descritor a caracter stica morfol gica fisiol gica bioqu mica ou molecular que seja herdada geneticamente utilizada na identifica o de cultivar E Nova Cultivar a cultivar que n o tenha sido oferecida venda no Brasil h mais de doze meses em rela o data do pedido de prote o e que observado o prazo de comercializa o no Brasil n o tenha sido oferecida venda em outros pa ses com o consentimento do obtentor h mais de seis anos para esp cies de rvores e videiras e h mais de quatro anos para as demais esp cies Neste sentido torna se importante a an lise da figura do Obtentor assim considerado a pessoa f sica ou jur dica que obtiver nova cultivar ou cultivar essencialmente derivada no Pa s Ao obtentor assegurada a prote o que lhe garanta o direito de propriedade nas condi es estabelecidas nesta Lei artigo 5 da Lei 9 456 1997 Vale dizer que o processo de obten o poder ser desenvolvido pela pr pria natureza do trabalho de pesquisa por mais de uma pessoa oportunidade em que a prote o 135 poder ser requerida em conjunto ou isoladamente mediante nomea o e qualifica o de cada uma para garantia dos respectivos direitos artigo 5 82 da Lei 9 456 1997 Exatamente neste ponto ap s a previs o de desenvolvimento conjunto surge
160. ctual y sobre la prevenci n del abuso de los mismos e incluir apoyo para el establecimiento o ampliaci n de las oficinas y entidades nacionales competentes en estas materias incluida la formaci n de personal Art 69 Los Miembros convienen en cooperar entre s con objeto de eliminar el comercio internacional de mercanc as que infrinjan los derechos de propiedad intelectual A este fin establecer n servicios de informaci n en su administraci n dar n notificaci n de esos servicios y estar n dispuestos a intercambiar informaci n sobre el comercio de las mercanc as infractoras En particular promover n el intercambio de informaci n y la cooperaci n entre las autoridades de aduanas en lo 3I Id ibid Cf tradu o livre do autor Art 66 2 Os pa ses desenvolvidos Membros conceder o incentivos a empresas e institui es de seus territ rios com o objetivo de promover e estimular a transfer ncia de tecnologia aos pa ses de menor desenvolvimento relativo Membros a fim de habilit los a estabelecer uma base tecnol gica s lida e vi vel 22 PRONER Carol 2007 Op cit p 120 Cf tradu o livre do Autor Art 67 A fim de facilitar a aplica o do presente Acordo os pa ses desenvolvidos Membros a pedido e em termos e condi es mutuamente acordadas prestar o coopera o t cnica e financeira aos pa ses em desenvolvimento Membros Essa coopera o incluir assist ncia na elabora o de leis e regulame
161. cursos dados meios materiais instala es ou equipamentos do empregador ou do tomador dos servi os bem verdade que o dispositivo estabelece a possibilidade de por acordo de vontades retirar o direito do empregador na participa o sobre a cultivar obtida bem como preceitua que as atividades n o podem ser aquelas previstas no artigo 38 isto derivadas do objeto do contrato de trabalho ou de presta o de servi os Assim seria mesmo de remota possibilidade que o empregado possa utilizar os meios recursos dados materiais instala es que dever o ser identificados como criadores da nova cultivar Isto n o significa entretanto que por esta raz o seja lhes assegurado qualquer direito de natureza patrimonial que reservado aos obtentores que s o os titulares do Certificado de Prote o de Cultivar que lhes confere o direito de propriedade e a exclusividade na explora o da obten o vegetal 137 ou equipamentos do empregador para o desenvolvimento de pesquisa que seja estranha ao objeto do contrato de trabalho de forma que o dispositivo em comento pela abertura em favor da autonomia da vontade e pela dificuldade pr tica referida afigura se como normativa de dif cil concretiza o dos direitos dos empregados envolvidos na pesquisa de cultivares Por fim o 81 do artigo 39 prev que Para os fins deste artigo fica assegurado ao empregador ou tomador dos servi os ou outra atividade laboral o d
162. da um direcionamento axiol gico que garantisse a participa o dos inventores em geral nos benef cios econ micos derivados do pr prio desenvolvimento que contou com o nsito e indissoci vel esp rito inventivo dos colaboradores atrelado exist ncia de pol ticas p blicas de Estado garantindo o desenvolvimento com vistas ao bem estar da popula o Ora por distribui o equitativa do desenvolvimento sob a tica da esp cie desenvolvimento cient fico e tecnol gico n o se pode ter outra concep o que n o prestigie os pr prios part cipes das atividades inventivas atrav s de pol ticas p blicas de est mulo inova o tecnol gica que exija a distribui o dos benef cios em favor dos empregados atrelados ao processo de inova o seja atrav s da subven o econ mica em favor dos pesquisadores seja atrav s de isen o fiscal para as empresas que efetivamente partilhem os ganhos econ micos com seus pesquisadores A obriga o dos Estados membros de atuar concretamente via pol ticas p blicas e outras medidas veio tamb m assentada no artigo 10 da Declara o que estabelece a necessidade de fortalecimento progressivo do direito ao desenvolvimento incluindo a formula o ado o e implementa o de pol ticas medidas legislativas e outras em n veis nacional e internacional A Declara o apresenta uma abordagem extremamente inovadora e direta quanto s perspectivas desejadas e objetivos
163. da pessoa humana e evidenciam a dimens o da capacidade intelectual daquela pessoa Tais bens incorp reos portanto s o a consubstancia o do pr prio pensar do Homem na propor o de seu esp rito inventivo facultando exclusivamente ao Homem na propor o de sua capacidade mental e vontade contribuir direta e efetivamente na vida comunit ria e no progresso cient fico Nesta perspectiva e aplicando se as teorias cl ssicas do direito de propriedade percebe se que a propriedade sobre bens incorp reos alinha se adequadamente teoria da especifica o ou da natureza humana afastando se sensivelmente da teoria da ocupa o ou da lei Conforme aduz Washington de Barros Monteiro a teoria da especifica o tamb m chamada do trabalho eis a teoria formulada pelos economistas Embora coloque o problema sob ngulo mais justo revela se insuficiente Segundo essa concep o n o a simples apropria o da coisa ou do objeto da natureza que os submete ao dom nio do homem mas sua transforma o por meio da forma dada mat ria bruta pelo trabalho humano portanto s o trabalho criador nico de bens constitui t tulo leg timo para a propriedade Pela realiza o direta do invento em decorr ncia da capacidade intelectual do inventor percebe se que a teoria da especifica o bem justificaria ser a propriedade sobre o bem imaterial exclusivamente do inventor por for a do seu trabalho intelectual e indissoc
164. dade imaterial De qualquer forma esta diretriz filos fica de que h em favor do pr prio homem uma propriedade sobre o seu corpo e suas capacidades o que inclui claro a sua capacidade 244 RIZZARDO Arnaldo Direito das Coisas Lei n 10 406 de 10 01 2002 Rio de Janeiro Forense 2007 p 181 245 LOCKE John Dois tratados sobre o governo Trad Julio Fischer 2 ed S o Paulo Martins Fontes 2005 p 407 246 he Id ibid p 407 409 177 intelectual e desta decorrente o seu esp rito inventivo est em harmonia com a ideia de dignidade humana prote o dos direitos humanos e prote o aos direitos de personalidade os quais inclusive s o intransmiss veis e irrenunci veis nos termos do artigo 11 do C digo Civil de 2002 Por tais motivos que Jo o da Gama Cerqueira j asseverava que os bens materiais criados pela intelig ncia humana como s o as produ es intelectuais do dom nio das artes e das ind strias cria o e feitura do homem ao contr rio das coisas exteriores s o adequadas naturalmente ao seu autor ordenadas primordialmente a ele e n o a outrem O direito que compete ao autor sobre sua cria o funda se diretamente a sua natureza individual dado imediatamente a ele pela sua natureza de ser racional O autor de uma obra liter ria ou de uma inven o pode dizer que s ele tem direito sobre sua cria o que ela lhe pertence desde o momento em que foi concebida
165. dado no Cap tulo 3 2 2 garantido ao criador da topografia de circuito 215 O artigo 24 da lei menciona que Art 24 Os direitos estabelecidos neste Cap tulo s o assegurados I aos nacionais e aos estrangeiros domiciliados no Pais e 152 integrado o registro para a devida prote o podendo ser requerida al m claro do pr prio criador e seus herdeiros pelo cession rio ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho de presta o de servi os ou de v nculo estatut rio determinar que perten a a titularidade nos moldes do 3 do artigo 27 da Lei em apre o Percebe se que a estrutura normativa sobre a titularidade e o respectivo pedido de registro para fins de prote o legal est assentada na ideia da autonomia da vontade n o estabelecendo a lei uma norma cogente que prote o ao inventor empregado Pelo contr rio E assim que o artigo 28 da lei traz a previs o de que Art 28 Salvo estipula o em contr rio pertencer o exclusivamente ao empregador contratante de servi os ou entidade geradora de v nculo estatut rio os direitos relativos topografia de circuito integrado desenvolvida durante a vig ncia de contrato de trabalho de presta o de servi os ou de v nculo estatut rio em que a atividade criativa decorra da pr pria natureza dos encargos concernentes a esses v nculos ou quando houver utiliza o de recursos informa es tecnol gicas segredos industriais ou de
166. damente considerados n o capaz de produzir ci ncia Falta o elemento mpar genuinamente humano indispens vel ao processo de inova o Como j foi mencionado por Suzanne Scotchmer e transcrito inicialmente neste trabalho a inova o se realiza com ideias e investimentos Ambos s o importantes como o s o os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa enquanto fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil lado a lado Recorrendo se novamente ao not vel Jo o da Gama Cerqueira imp e se aprender que o elemento que pode retirar do inventor a titularidade do pr prio invento a disposi o da lei ou da conven o das partes aduzindo que o trabalho todavia n o constitui t tulo da propriedade sobre os bens imateriais somente quando a pessoa trabalha por conta pr pria com a inten o de tornar seu o fruto ou resultado do trabalho Mesmo quando o inventor por exemplo trabalha por conta de outrem cedendo lhe antecipadamente as inven es que realizar ele n o menos dono do resultado de seu trabalho E se a pessoa para quem trabalha lhe adquire a propriedade isso se verifica ou por for a de uma conven o ou por for a da lei A conven o ou a lei cria para o inventor a obriga o de entregar a quem lhe contrata os servi os o produto de seu trabalho mediante retribui o Isto sup e necessariamente que o bem produzido ordenado de modo primordial ao inventor 250 como coisa sua
167. das doutrinas jusnaturalistas Era uma consequ ncia da autonomia que no direito romano cl ssico era desfrutada pelo direito privado em rela o ao direito p blico da doutrina dos modos origin rios de aquisi o da propriedade atrav s da ocupa o e do trabalho e dos modos derivados atrav s do contrato e da sucess o modos tanto uns como outros que pertenciam esfera das rela es privadas que se desenvolviam fora da esfera p blica Para n o remontar a um passado muito distante era bem conhecida a teoria de Locke um dos principais inspiradores da liberdade dos modernos segundo a qual a propriedade deriva do trabalho individual ou seja de uma atividade que se desenvolve antes e fora do Estado Ao contr rio do que hoje se poderia pensar depois das hist ricas reivindica es dos n o propriet rios contra os propriet rios guiadas pelos movimentos socialistas do s culo XIX o direito de propriedade foi durante s culos considerado como um dique o mais forte dos diques contra o poder arbitr rio do soberano 58 a pavimentar uma estrada jur dica que apontasse para alguma esp cie mais real de A 86 igualdade social De qualquer forma esta liga o intima entre direitos naturais e regime constitucional evoluiu de tal forma que acabou por desaguar na vincula o entre os direitos fundamentais constitucionalmente garantidos e a pr pria dignidade da pessoa humana como bem assevera Jorge Miranda ao minis
168. de Berna em 9 de setembro de 1886 3 Quando a licen a compuls ria requerida com fundamento no art 48 desta Lei envolver alega o de aus ncia de explora o ou explora o ineficaz caber ao titular do registro comprovar a improced ncia dessa alega o 4 Em caso de contesta o o Inpi realizar as dilig ncias indispens veis solu o da controv rsia podendo se necess rio designar comiss o de especialistas inclusive de n o integrantes do quadro da autarquia Art 51 O titular dever ser adequadamente remunerado segundo as circunst ncias de cada uso levando se em conta obrigatoriamente no arbitramento dessa remunera o o valor econ mico da licen a concedida Par grafo nico Quando a concess o da licen a se der com fundamento em pr tica anticompetitiva ou desleal esse fato dever ser tomado em considera o para estabelecimento da remunera o Art 52 Sem prejuizo da prote o adequada dos leg timos interesses dos licenciados a licen a poder ser cancelada mediante requerimento fundamentado do titular dos direitos sobre a topografia quando as circunst ncias que ensejaram a sua concess o deixarem de existir e for improv vel que se repitam Par grafo nico O cancelamento previsto no caput deste artigo poder ser recusado se as condi es que propiciaram a concess o da licen a tenderem a ocorrer novamente Art 53 O licenciado dever iniciar a explora o do objeto da prote o n
169. de exordial da produ o intelectual era concebida como naturalmente do inventor O artigo 66 de referido Decreto faz men o ao instituto da adjudica o em favor do empregador no caso de desacordo entre empregador e empregado com a respectiva indeniza o ao empregado Uma vez mais a legisla o da poca fez alus o transfer ncia da titularidade do invento em favor do empregador partindo se da premissa de que naturalmente existe um liame verdadeiramente de cunho axiol gico que liga o empregado sua inova o De toda a forma percebe se que o crit rio de apropria o do conhecimento humano durante o per odo de vig ncia do artigo 454 da CLT em regra era a reuni o de esfor os atrav s da contribui o conjunta entre o esp rito inventivo do empregado e os recursos materiais fornecidos pelo empregador constituindo se inven o mista Inclusive a letra deste dispositivo teria sido interpretada de maneiras diferentes pelos efeitos da vig ncia sucessiva das Constitui es de 1937 1946 e 1967 conforme j abordado neste trabalho com profundas diferen as de perspectiva O dispositivo previa tamb m a ressalva caso o contrato de trabalho tivesse por objeto a pesquisa Novamente a liberdade de contratar em mat ria trabalhista foi ressaltada o que sabidamente muito question vel mas relevante destacar que a legisla o n o impunha qualquer limita o de que a contrapresta o pelo trab
170. de para o plano l gico transcendental por natureza um plano subjetivo N o se negligencia a exist ncia de severas cr ticas ao tal modelo positivista mas a import ncia desta brev ssima exposi o acerca do entendimento kelseniano reside no fato de que todo este instrumental te rico parte da ideia de uma pr compreens o um ponto de partida e apoio estrutural anteriormente concebido situado em um plano transcendental metaf sico A contribui o desta teoria para toda a evolu o dos entendimentos jur dicos posteriores inquestion vel Nesta linha argumentativa verifica se que a utiliza o de aspectos pr compreendidos como ponto de partida presente na doutrina te rico positivista kelseniana exige uma an lise racional e cr tica destes mesmos aspectos levados de per si nos termos bem asseverados por Gilmar Ferreira Mendes Inoc ncio M rtires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco ao dizerem que como por outro lado toda pr compreens o possui algo de irracional porque entre outros fatores que a determinam ela se funda em pr ju zos pr suposi es ou pr conceitos id ias cren as ou evid ncias n o refletidas no sentido em que Ortega y Gasset as distinguia das id ias propriamente ditas porque s estas resultam da nossa atividade intelectual em raz o disso torna se necess rioracionalizar de alguma forma a pr compreens o o que se obter pela reflex o cr tica levada a cabo pela teor
171. defer ncia 7 27 SANTOS Boaventura de Sousa 4 cr tica da raz o indolente contra o desperd cio da experi ncia 8 ed S o Paulo Cortez 2011 p 59 60 A constata o de Santos acerca da exist ncia de certa ambiguidade no paradigma vigente esclarecedora ao ministrar que Tal como noutros per odos de transi o dificeis de entender e de percorrer necess rio voltar s coisas simples capacidade de formular perguntas simples perguntas que como Einstein costumava dizer s uma crian a pode fazer mais que depois de feitas s o capazes de trazer uma luz nova nossa perplexidade A minha crian a preferida viveu h mais de duzentos anos e fez algumas perguntas simples sobre as ci ncias e os cientistas F las no in cio de um ciclo de produ o cientifica que muitos de n s julgam estar agora a chegar ao fim Essa crian a Jean Jacques Rousseau No seu c lebre Discurso sobre as Ci ncias e as Artes 1750 Rousseau formula v rias quest es enquanto responde quest o tamb m razoavelmente infantil que lhe fora posta pela Academia de Dijon Rousseau 1971 52 Esta ltima quest o rezava assim o progresso das ci ncias e das artes contribuir para purificar ou para corromper os nossos costumes Trata se de uma pergunta elementar ao mesmo tempo profunda e f cil de entender Para lhe dar resposta de modo eloquente que lhe mereceu o primeiro pr mio e algumas inimizados Rousseau fez as seguintes pergunta
172. dem Econ mica e da Ordem Social em harmonia com os direitos e garantias fundamentais e em especial com as previs es dos artigos 218 e 219 da CF 88 que ser o ao final deste cap tulo apreciados de parcerias celebrados entre empresas e Institui es Cient ficas e Tecnol gicas ICT In BORGES Denis Barbosa Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 p 531 120 GUERRA FILHO Willis Santiago 2009 Op cit p 79 80 121 Td ibid 2009 p 84 12 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 26 ed atual S o Paulo Malheiros 2011 p 511 512 O autor assevera que estabelecido o conceito da nova forma de interpreta o constitucional levanta se a seguir o problema at agora em grande parte descurado pelos modelos te ricos da velha hermen utica de saber quem s o efetivamente os int rpretes da Constitui o Costumava se tratar a interpreta o constitucional como uma opera o impregnada de oficialidade estatalidade e formalismo tanto na pr tica como na teoria obra exclusiva de juristas especializados A retifica o que o jurista intenta fazer a esse respeito no sentido primordial de alargar lhe o mbito De sorte que dela participem potencialmente todas as for as da comunidade politica 74 2 2 O desenvolvimento na Constitui o Federal de 1988 o PIB e o IDH No pre mbulo da CF 88 os representantes do povo brasileiro fizeram constar expressamente que
173. disputada n o poderia mais ser deixada ao acaso O trabalho intelectual aplicado produ o ainda poca fundamentalmente agr cola e manufatureira come a a ganhar import ncia sendo certo que passa a existir apenas a diverg ncia no decorrer da Hist ria da forma com que foram organizadas e realizadas as atividades de produ o e distribui o dos bens produzidos Neste sentido seria mesmo evidente concluir que a import ncia reside na an lise da organiza o da produ o ou m todo empregada em cada momento da Hist ria para poder se compreender as mudan as dr sticas verdadeiras rupturas no equil brio do sistema destes modos desde a Idade M dia at os dias de hoje passando pela determinante poca da Revolu o Industrial conforme adiante ser abordado 1 3 A Revolu o Industrial A organiza o paulatina da vida em torno das cidades com o decl nio do pr prio sistema feudal estruturado na rela o estreita e r gida entre os senhores e os vassalos permitiu a constitui o inicial de um mercado consumidor Isto exigiu que a produ o fosse feita pelos detentores do conhecimento aplicado nos of cios e t cnicas b sicas existentes poca organizados inicialmente em pequenas oficinas Nestes locais as t cnicas eram transmitidas de pai para filho O dom nio da t cnica era guardado como um valioso segredo de fam lia N o relevante para este trabalho indicar as raz es determina
174. do da livre iniciativa tamb m como fundamento da Ordem Econ mica no caput do artigo 170 da CF 88 a indica o precisa e direta da obriga o geral no sentido de se compatibilizar e harmonizar o capital e o trabalho humano sobre os quais em ambos assenta se toda a estrutura da Ordem Econ mica nacional impondo se esta obriga o tamb m ao Poder P blico 1 Por tais motivos F bio Nusdeo ressalta o entrela amento de todos os princ pios da Ordem Econ mica ao mencionar que a principiologia da Ordem Econ mica serve como pano de fundo a conformar a aplica o e interpreta o das demais normas ou regras constitucionais como por exemplo as do arts 174 e 173 os quais configuram precisamente um sistema econ mico dual tal como acima delineado Tal pano de fundo como diz o nome constitui um tecido e n o um fio Nele se entrela am e se ordenam todos os princ pios supra anotados a formar um conjunto org nico e coerente Da a fal cia representada pela invoca o isolada de qualquer um deles ou com a omiss o das demais regras componentes n o apenas do t tulo VII da atual constitui o mas dos demais dispositivos os quais ainda quando dispersos componham o que pode ser chamado de Constitui o Econ mica Reafirme se que o Direito ao Desenvolvimento norma jur dica de car ter fundamental conforme aduz Guilherme Amorim Campos da Silva afirmando que 173 GRAU Eros Roberto Op cit 2010 p 10
175. do dos direitos individuais que t m por caracter stica fundamental a imposi o de um n o fazer ou abster se do Estado as modernas Constitui es imp em aos Poderes P blicos a presta o de diversas atividades visando o bem estar e o pleno desenvolvimento da personalidade humana sobretudo em momentos em que ela se mostra mais carente de recursos e tem menos possibilidade de conquist los pelo seu trabalho 186 Desta feita na esteira da institui o dos direitos de resist ncia opon veis ao Estado chamados de liberdades negativas imp e se a exig ncia de atua o positiva do Estado estabelecendo se presta es concretas que carecem ser viabilizadas normalmente por pol ticas p blicas eficientes Na CF 88 j no artigo 6 encontram se arrolados expressamente os direitos sociais gerais consubstanciados na educa o sa de trabalho moradia lazer seguran a previd ncia social prote o maternidade e inf ncia assist ncia aos desamparados e mais recentemente inserido pela Emenda Constitucional n 64 2010 a alimenta o Verifica se portanto que al m da prote o das liberdades negativas direitos humanos de primeira dimens o torna se fundamental ao Estado a concretiza o das liberdades positivas o que exige notadamente a conjuga o de tais liberdades com a interpreta o correta dos princ pios da Ordem Econ mica A efetiva o das referidas liberdades em especial as positivas depende inti
176. do esp rito inventivo do pr prio Homem pela conjuga o da raz o inata com a sua capacidade de imagina o As refer ncias civiliza o grega e romana s o imprescind veis quando o conhecimento em especial no tocante s ci ncias humanas aprofundou se sobremaneira Esta poca franqueou nos conhecer aspectos importantes da vida em sociedade em decorr ncia de obras de escritores do quilate de S focles S crates Arist teles Plat o Homero Plutarco e alguns outros que deixaram para a humanidade um legado de conhecimento extenso e profundo abrindo se a possibilidade inclusive de uma reflex o metaf sica N o comporta neste trabalho a indica o precisa e detalhada do desenvolvimento intelectual legado por tais escritores antigos restringindo se apenas a dizer que sobre a base de conhecimento deixado nas obras do per odo cl ssico ergueu se o edif cio do conhecimento moderno ocidental Encaixa se perfeitamente nesta vis o a c lebre frase atribu da a Isaac Newton que aduziu se eu pude enxergar adiante foi 17 por estar apoiado nos ombros de gigantes O desenvolvimento das formas rudimentares de ferramentas e armas para ca a e prote o o dom nio completo sobre o fogo a inven o da roda e s culos depois da roca e do tear manual da locomotiva a vapor e da estrada de ferro s o exemplos de aplica o pr tica deste esp rito inventivo na defesa da pr pria sobreviv ncia e da melhoria das condi es d
177. dos limites impostos pela an lise materialista do pr prio conceito permitiu o estabelecimento do conceito de bens intang veis incorp reos assim considerados os que n o possuem materialidade corpo capaz de apropria o f sica A tutela jur dica sobre os bens imateriais transformou se no decorrer das altera es do conceito de propriedade 2 BRASIL Minist rio da Educa o Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES Plano Nacional de P s Gradua o PNPG 2011 2020 Bras lia CAPES 2010 p 181 175 estabelecendo se o direito pretendido e posteriormente tentando se delinear a natureza jur dica do objeto tutelado tal qual afirmado por Jo o da Gama Cerqueira no sentido de que O conceito de propriedade exclusivamente corp rea como j observamos pode considerar se superado Outras modalidades surgiram como no passado acompanhando a evolu o econ mica da sociedade medida que as atividades humanas se desenvolviam e que mais se acentuava o sentimento de um direito sobre os produtos dessas atividades principalmente sobre os bens que resultam do trabalho e por excel ncia sobre as produ es intelectuais que constituem a mais pessoal das propriedades interessante notar desde agora que o not vel doutrinador acima referido ressalta a constitui o eminentemente pessoal das propriedades sobre as produ es intelectuais vez que por evidente resultam do trabalho direto
178. dutores e editores de filmes diretores de arte editores escritores e jornalistas A import ncia da classe do conhecimento para o processo produtivo continua a crescer enquanto o papel dos dois grupos tradicionais da era industrial oper rios e investidores continua a diminuir em import ncia Em 1920 por exemplo 85 do custo de fabrica o de um autom vel iam para os trabalhadores na produ o e para os investidores Em 1990 esses dois grupos estavam recebendo menos de 60 e o restante estava sendo alocado aos projetistas engenheiro estilistas planejadores estrategistas especialistas financeiros executivos advogados publicit rios e assemelhados Os semicondutores ofereciam um exemplo ainda mais revelador Nos anos 90 menos de 3 do pre o de um chip semicondutor iam para os propriet rios da mat ria prima e da energia 5 para aqueles que possu am o equipamento e as instala es e 6 para a m o de obra de rotina Mais de 85 do custo iam para o desenho especializado para os servi os de engenharia e para patentes e copyrights 147 MCTI Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o Pesquisa em 2000 2010 sobre pessoal de Pesquisa e Desenvolvimento P amp D Dispon vel em lt http w ww mct gov br index php content view 5858 Brasil Pesquisadores e pessoal de apoio envolvidos e m pesquisa e desenvolvimento P D em numero de pessoas por setor institucional e categoria html gt Acesso em 10 set 2012 86 n
179. e vida na Terra al m claro da busca incessante pelo lucro que ser abordado a seguir 17 SIMAAN Arkan FONTAINE Joelle 2003 Op cit p 260 21 processo que foi fortalecido pelo desenvolvimento intelectual te rico decorrente das obras cl ssicas dos autores acima mencionados importante dizer desde j para registro indel vel que o nascimento de Jesus Cristo dividiu a hist ria e trouxe o aspecto da fraternidade entre os homens como elemento de conforma o da pr pria vida humana em sociedade Estava lan ado o ensinamento basilar para a pac fica e harmoniosa vida em sociedade cabendo ao homem ent o apreender e exercer este conhecimento religioso e em certo sentido filos fico evidente que os ensinamentos crist os s o comumente abordados sob a perspectiva da f crist com o cunho exclusivamente religioso No entanto a extens o e a profundidade no mundo moderno dos efeitos dos ensinamentos crist os permitem uma abordagem filos fica destes mesmos conhecimentos respeitando se todas as demais religi es o que Wagner Balera e Ricardo Sayeg chamaram aten o ao afirmar que Jesus Cristo vai al m e com sua mensagem de fraternidade universal instaura o humanismo antropofiliaco em face de todo o g nero humano que decifrado para o direito em sua concep o de direito natural com os z4 r 18 ensinamentos aristot licos de S o Tom s de Aquino Foi assim que dominando cada vez ma
180. e desenvolvimento potencial determinado atrav s da solu o de problemas sob a orienta o de um adulto ou em colabora o com companheiros mais capazes 15 colheita e s festas de cunho religioso neste sentido pelo temor dos castigos que poderiam advir dos c us O desenvolvimento agr cola em quest o iniciou se h mil nios a partir da observa o do c u como afirmam Arkan Simaan e Joelle Fontaine no sentido de que nas grandes civiliza es do Crescente F rtil as observa es do c u iriam se multiplicar e atingir um grau de precis o incr vel se considerarmos os instrumentos utilizados Tamb m l que surgem 3 mil anos antes de Cristo as grandes civiliza es eg pcia e mesopot mica e os grandes mitos que por muito tempo marcaram nosso pensamento Ainda que a imagem que apresentavam do c u e da terra hoje nos pare a fantasiosa a personifica o dos fen menos naturais em deuses constitui um primeiro esbo o do estudo do mundo Portanto a origem das ci ncias vincula se tanto curiosidade humana e conseguinte busca pelas respostas s perguntas universais do ser quanto s preocupa es humanas mais b sicas e primitivas com especial relev ncia inclina o inata pela sobreviv ncia e perpetua o da esp cie exigindo se o fornecimento de alimentos em quantidade suficiente e de modo constante durante todo o ano o que aproximava por raz es bvias os cientistas da poca class
181. e as inova es acontecem nos dias atuais n o permite a perman ncia em um estado de imobilidade empresarial e principalmente vagar na implementa o de pol ticas p blicas adequadas na rea de ci ncia e tecnologia o que inclusive e adiante tratado de forma pormenorizada diretriz constitucional imposta ao Estado As provid ncias indispens veis para se evitar este retardo hist rico e de dif cil supera o estariam vinculadas a um processo constante de moderniza o do pa s que se processa por duas vias b sicas a acad mica e a empresarial No que se refere primeira trata se de combinar um grande programa de bolsas de p s 70 ISAACSON Walter Steve Jobs a biografia Trad Berilo Vargas Denise Bottmann e Pedro Maia Soares S o Paulo Companhia das Letras 2011 p 582 7l JAGUARIBE H lio 1989 Op cit p 113 O autor aduz com precis o e seguran a ao afirmar categoricamente que face s aceleradas modifica es que est o sendo introduzidas na economia e na organiza o das sociedades pelas inova es cientifico tecnol gicas precedentemente referidas o Brasil corre o risco de repetir nas condi es do s culo XXI o que lhe ocorreu no s culo XIX tornando se um retardat rio na era p s industrial Se se levar em conta a celeridade incomparavelmente maior relativamente do passado que caracteriza as presentes inova es combinadamente com as consequ ncias da mundializa o da economia
182. e contribui o o que Justamente a somat ria para o empregado de todos os valores auferidos em uma ou mais empresas assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos devidos ou creditados a qualquer t tulo durante o m s destinados a retribuir o trabalho qualquer que seja a forma inclusive gorjetas os ganhos eventuais sob a 130 forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial quer pelos servi os efetivamente prestados quer pelo tempo disposi o do empregados ou tomador de servi os nos termos da lei ou do contrato ou ainda de conven o ou acordo coletivo de trabalho ou senten a normativa art 28 inciso I Lei 8 212 1991 grifos nossos Por outro lado o artigo 90 da Lei 9 279 96 prev a chamada inven o livre que pertencer exclusivamente ao empregado desde que desvinculado do contrato de trabalho e n o decorrente da utiliza o de recursos meios dados materiais instala es ou equipamentos do empregador A independ ncia portanto entre as atividades do empregado e os meios e recursos disponibilizados pelo empregador deve ser absoluta total integral para que a titularidade da patente possa ser atribu da em favor do empregado que expressou seu esp rito inventivo naquela cria o intelectual Conforme menciona Francisco Luciano Minharro n o importa que a inven o do empregado seja fruto de conhecimento adquirido no desenrolar de seu co
183. e diretamente respons vel pelo pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico Verificou se que desde os prim rdios a curiosidade humana atrelada a sua raz o e consci ncia bem assim a busca pelo atendimento de suas b sicas necessidades humanas foram determinantes para o desenvolvimento hist rico das ci ncias N o h e jamais teriam sido poss veis as descobertas hist ricas a partir de t cnicas rudimentares como o tear mec nico e o tr m a vapor desenvolvimento cient fico e tecnol gico sem o envolvimento direto constante e profundo de pessoas capacitadas a atua o direta e efetiva destes pesquisadores com suas not veis criatividades que permitir guindar o Brasil a um lugar de maior destaque no cen rio econ mico globalizado a partir do aumento da competitividade das empresas brasileiras derivada da inova o tecnol gica A pr pria hist ria da sociedade ocidental passando pela era da Revolu o Industrial confunde se com a din mica do desenvolvimento das t cnicas da ci ncia e por fim da tecnologia por isso que nos dias atuais na interpreta o dos artigos 218 da CF 88 exige se uma aten o toda especial para o trabalho humano o que foi destacado expressa e especialmente nos 843 e 4 do artigo 218 Os dispositivos em destaque estabelecem condi es objetivas impostas tanto ao Estado no sentido de apoiar a forma o de recursos humanos quanto iniciativa privada de praticar sistema d
184. e dominante de ent o A conjuga o destas perspectivas tanto da busca por conhecer as respostas aos questionamentos primitivos do homem quanto pela satisfa o das necessidades decorrentes do instinto de sobreviv ncia com o uso da raz o humana permitiu ao Homem desenvolver conhecimento te rico t cnicas e of cios b sicos distinguindo se o Homem dos outros seres animais O papel da raz o humana neste processo de distin o entre o instinto natural e a tomada de decis es pelo uso do intelecto humano e de sua capacidade de imagina o foi ressaltado com maestria por Immanuel Kant ao asseverar que enquanto o homem inexperiente obedecia voz da natureza encontrava se bem Mas logo a raz o come a a instig lo e estabelece um paralelo entre o que ele havia consumido e os dados de outro sentido independente do instinto a vis o talvez desencadeando uma analogia entre esses dados e as impress es anteriores ela buscar estender seus conhecimentos relativos aos alimentos al m dos limites do instinto G nesis 3 6 Eventualmente essa tentativa poderia ter sido bastante bem sucedida mesmo sem o instinto condi o de n o t lo contrariado No entanto resulta ser uma qualidade da raz o poder com ajuda da imagina o provocar de modo artificial novos desejos que al m de n o se fundarem numa necessidade 2 SIMAAN Arkan FONTAINE Joelle 4 imagem do mundo dos babil nios a Newton Trad Doroth e de B
185. e hoje para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico em especial no Brasil onde a inova o tecnol gica nas empresas enfrenta resist ncia conforme adiante ser demonstrado estatisticamente Neste per odo as concess es eclesi sticas ao autor ou criador de obra ou de invento eram comuns o que remonta inclusive ao per odo greco romano A fixa o da data do nascimento do direito do autor em rela o cria o da imprensa assente de d vida o que foi importante aspecto que fixou as bases da rela o entre a pessoa e a sua cria o a se desdobrar conceitualmente nas futuras rela es entre a pessoa e suas cria es tecnol gicas ainda que sob diferentes regimes jur dicos de prote o direito autoral propriedade intelectual etc A habilidade de Johannes Gutenberg quando desenvolveu em 1440 a primeira prensa capaz de reproduzir escritos foi determinante para a prolifera o da pr pria cultura ocidental Os escritos de todos os autores fosse de qualquer natureza o tema sofreram o processo de livre reprodu o o que passou a exigir alguma prote o em favor daqueles que contribu iam 4 Id ibid p 37 Cf destaque apresentado por Eric Hobsbawn Na realidade como veremos a verdadeira Revolu o Industrial para o ferro e o carv o teve de esperar at que a era das estradas de ferro abrisse um mercado de massa n o s para bens de consumo como tamb m para bens de capital O mercado interno pr
186. e ordem econ mica constitucional que cogitamos e de fato pr ximo bastante pr ximo do conceito de Constitui o Econ mica do qual adiante tratarei E mais adiante segue o referido doutrinador Op cit p 79 Compreendendo a Constitui o Econ mica conjunto de preceitos que institui determinada ordem econ mica mundo do ser ou conjunto de princ pios e regras essenciais ordenadoras da economia de se esperar que 92 no bojo do processo econ mico A inova o tecnol gica fen meno intimamente relacionado com a liberdade de empresa e que afeta toda a din mica de mercado influindo diretamente no crescimento econ mico Torna se fundamental neste sentido o estudo de aspectos relevantes da Ordem Econ mica que influenciam no desenvolvimento cient fico e tecnol gico seja por meio de est mulos para que este fen meno aconte a ou estabelecendo limites para que o mesmo ocorra dados os objetivos fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil Assim ser importante a an lise dos aspectos relativos interven o do Estado na Ordem Econ mica o abuso do poder econ mico atrav s dos direitos de propriedade intelectual industrial ou de tecnologia e a aprecia o acurada dos direitos e garantias fundamentais relacionados com o desenvolvimento cient fico e tecnol gico 2 3 1 A interven o indireta do Estado na Ordem Econ mica A constata o de que o inciso IV do artigo 3 da CF 88 trouxe
187. e remunera o especial que garanta aos pesquisadores auferir ganhos econ micos a partir da produtividade de seu trabalho quando as empresas envolvidas neste processo receberem apoio e est mulo para investirem em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao pa s e forma o de recursos humanos Ocorre que as normas espec ficas e infraconstitucionais que regulamentam as mat rias correlatas ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico tais como a Propriedade Industrial os Softwares as Cultivares as Topografias de Circuitos Integrados etc indicam claramente o crit rio de apropria o do conhecimento humano como sendo a aplica o de recursos materiais na pesquisa sejam investimentos em dinheiro equipamentos instala es ou qualquer outra forma de contribui o material atribuindo ao investidor empregador a titularidade exclusiva em regra da cria o protegida Os dispositivos limitam de todas as 191 formas poss veis a apropria o do invento pelo criador empregado inclusive permitindo que o regramento da mat ria seja feito livremente pelas partes no Contrato de Trabalho o que seria aspecto de discut vel legalidade Esta constata o atinente ao crit rio de apropria o deve levar ao menos exig ncia de que os investidores no processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico pratiquem efetivamente um sistema de remunera o especial em favor dos inventores para a concretiza o do quanto disposto n
188. eas t cnicas ou cient ficas inclusive pesquisadores e de militar poder ser autorizada pelo prazo de dura o do projeto de desenvolvimento de produtos ou processos inovadores de interesse p blico em ato fundamentado expedido pela autoridade m xima do rg o ou entidade a que estiver subordinado 11 Durante o per odo de participa o assegurado ao servidor p blico o vencimento do cargo efetivo o soldo do cargo militar ou o sal rio do emprego p blico da institui o de origem acrescido das vantagens pecuni rias permanentes estabelecidas em lei bem como progress o funcional e os benef cios do plano de seguridade social ao qual estiver vinculado 12 No caso de servidor p blico em institui o militar seu afastamento estar condicionado autoriza o do Comandante da For a qual se subordine a institui o militar a que estiver vinculado 13 A utiliza o de materiais ou de infra estrutura integrantes do patrim nio do rg o ou entidade incentivador ou promotor da coopera o dar se mediante a celebra o de termo pr prio que estabele a as obriga es das partes observada a dura o prevista no cronograma f sico de execu o do projeto de coopera o 14 A cess o de material de consumo dar se de forma gratuita desde que a benefici ria demonstre a inviabilidade da aquisi o indispens vel ao desenvolvimento do projeto 15 A redestina o do material cedido ou a sua utiliza o em fin
189. ecessidades do mercado 2 A licen a s poder ser requerida por pessoa com leg timo interesse e que tenha capacidade t cnica e econ mica para realizar a explora o eficiente do objeto da patente que dever destinar se predominantemente ao mercado interno extinguindo se nesse caso a excepcionalidade prevista no inciso I do par grafo anterior 3 No caso de a licen a compuls ria ser concedida em raz o de abuso de poder econ mico ao licenciado que prop e fabrica o local ser garantido um prazo limitado ao estabelecido no art 74 para proceder importa o do objeto da licen a desde que tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento Art 70 A licen a compuls ria ser ainda concedida quando cumulativamente se verificarem as seguintes hip teses I ficar caracterizada situa o de depend ncia de uma patente em rela o outra II o objeto de a patente dependente constituir substancial progresso t cnico em rela o patente anterior e HI o titular n o realizar acordo com o titular da patente dependente para explora o da patente anterior Logo o exerc cio dos direitos protegidos pelas leis aplic veis de acordo com a natureza jur dica do bem tutelado deve ser pautado pelos demais dispositivos legais e em especial pelos princ pios constitucionais j referidos sempre com vistas ao alcance dos objetivos fundamentais e de sorte a reprimir quaisq
190. ecializados e cooperativos de inova o facultando Uni o Estados Distrito Federal ou Munic pios nos termos do artigo 3 da Lei em an lise estimular e apoiar a constitui o de alian as estrat gicas e o desenvolvimento de projetos de coopera o envolvendo empresas nacionais ICT e organiza es de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento que objetivem a gera o de produtos e processos inovadores A Lei n 12 349 2010 conferiu nova reda o ao artigo 1 da Lei 8 958 1994 al m de nova reda o ao artigo 3 A da Lei n 10 973 2004 possibilitando semelhante ao quanto previsto no artigo 3 acima mencionado o estabelecimento de conv nios e contratos com dispensa de licita o nos termos do inciso XIII do artigo 24 da Lei n 8 666 1993 entre as Institui es Federais de Ensino Superior IFES as Institui es Cient fica e Tecnol gica ICT a Financiadora de Estudos e Projetos FINEP enquanto secretaria executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico FNDCT e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico CNPq com as funda es institu das com a finalidade de dar apoio a projetos de ensino pesquisa e extens o e de desenvolvimento institucional cient fico e tecnol gico fundamental constatar que as ICT s poder o compartilhar com microempresas e empresas de pequeno porte seus laborat rios equipament
191. eja o aumento da competitividade empresarial pela via da inova o A lei claramente indica que o uso do potencial de cria o das universidades pelo setor privado aproximando as partes deste processo a chave para que o ndice de inova o e claro de pedidos de patentes cres a com vigor no Brasil 21 BARBOSA Denis Borges Coment rios lei de inova o In BARBOSA Denis Borges organizador Op cit 2011 p 31 141 Delimitando a mat ria a lei trouxe alguns conceitos em seu artigo 2 comportando destaque o conceito de cria o inciso II assim considerada inven o modelo de utilidade desenho industrial programa de computador topografia de circuito integrado nova cultivar ou cultivar essencialmente derivada e qualquer outro desenvolvimento tecnol gico que acarrete ou possa acarretar o surgimento de novo produto processo ou aperfei oamento incremental obtida por um ou mais criadores Destaque se ademais o conceito de criador como sendo o pesquisador que seja inventor obtentor ou autor de cria o inciso III artigo 2 O conceito de inova o foi insculpido no inciso IV que aduz ser a introdu o de novidade ou aperfei oamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos processos ou servi os Partindo se destes conceitos a legisla o em comento estruturou pela via do Cap tulo II o est mulo constru o de ambientes esp
192. eja a atividade de pesquisa no Brasil devendo constar obrigatoriamente do pedido e do Certificado de Prote o o nome do melhorista E evidente que a previs o legislativa protege tal qual a Lei de Propriedade Industrial j referida o detentor dos recursos financeiros aplicados na pesquisa contratante dos servi os ou empregador daquele melhorista que est envolvido na atividade de desenvolvimento de cultivar Entretanto o dispositivo garante ao menos a inscri o do nome do melhorista no Certificado de Prote o garantindo lhe um aspecto relevante de ter seu nome direito de personalidade vinculado ao desenvolvimento cient fico em apre o semelhante ao que seria a prote o de um direito moral na Lei de Direitos Autorais Lei 9 610 1998 artigo 24 inciso 112 208 MINHARRO Francisco Luciano 2010 Op cit p 114 O autor aduz A Lei de Prote o de Cultivares confere explicitamente um direito de natureza moral aos empregados e prestadores de servi os melhoristas 136 Da mesma forma com que tratada a mat ria na Lei de Propriedade Industrial o 1 deste artigo 38 da lei em an lise prev que salvo expressa disposi o contratual em contr rio a contrapresta o do empregado ou do prestador de servi o ou outra atividade laboral na hip tese prevista neste artigo ser limitada ao sal rio ou remunera o ajustada A Lei limitou a contrapresta o portanto ao recebimento do sal rio e retirou do
193. elo estudo com o respeito pelos verdadeiros s bios Percebi essas contradi es e elas n o me demoveram N o a ci ncia que maltrato disse comigo mesmo a virtude que defendo perante homens virtuosos A probidade ainda mais cara s pessoas de bem do que a erudi o aos doutos JEAN JACQUES ROUSSEAU RESUMO O homem sempre buscou as respostas para as perguntas fundamentais de sua exist ncia na tentativa de saciar sua curiosidade inata a qual no transcorrer da hist ria humana levou o apreens o e acumula o do pr prio conhecimento O esp rito inventivo do homem decorre desta curiosidade e da tentativa de dominar os aspectos da natureza o que proporcionou a evolu o das t cnicas e dos of cios at o momento em que se permitiu falar dada a evolu o consider vel em desenvolvimento cient fico e tecnol gico Neste processo a participa o da iniciativa privada foi determinante com invers o robusta de capital em favor do desenvolvimento vez que a pr pria tecnologia tornou se um bem importante no cen rio globalizado Assim tornou se premente a necessidade de prote o dos profissionais inventores e inovadores face aos eventuais investidores de recursos aplicados no processo de inova o equilibrando a rela o entre o capital e o detentor do conhecimento j muito al m da cl ssica rela o capital trabalho pela via da interven o do Estado no cumprimento de sua obriga o prim ria de incentiv
194. em 1879 foram chamadas por D chelette de Capela Sistina da Arte Quatern ria que se acredita datarem do per odo Magdaleniano Neste ponto Pereira Diniz ressalta em nota de rodap que o per odo Magdaleniano refere se ao per odo entre 14 e 10 mil anos atr s chamado de paleol tico superior cujo nome prov m da gruta La Madeleine situada na Dordonha e not vel pela qualidade das pinturas 20 Por volta de 9 mil anos atr s poca reconhecida notadamente como o fim da pr hist ria o homem procedeu altera o profunda no modus vivendi que refletiu em todos os desdobramentos hist ricos posteriores Terminara o per odo em que o homem apenas retirava da natureza seus alimentos na perspectiva pura do extrativismo passando ao momento primitivo da produ o Neste mesmo per odo iniciou se a utiliza o b sica dos n meros superando a contagem poss vel pelo uso dos dedos das m os e dos p s bem assim o desenvolvimento prec rio das primeiras cidades H refer ncia cidade de Jeric na Mesopot mia como a mais antiga ficando o registro de que tenha levantado as primeiras muralhas por volta de 8 350 e 7 350 a C A evolu o passou pela Idade do Bronze obtido pela liga do estanho com o cobre por volta de 4 000 anos a C superando a Idade da Pedra o que demonstra que a evolu o lenta e paulatina permitiu dia a dia a apreens o de conhecimento til exist ncia e sobreviv ncia humana sempre em decorr ncia
195. empre correlatos no mesmo diploma legal vieram previstas no Cap tulo III as condi es de prote o das topografias de circuitos integrados Desde j se torna fundamental mencionar que a mat ria em apre o extremamente t cnica com previs o na lei de conceitos e aspectos de ordem t cnica n o usualmente estabelecidos em lei assim como acontece com a quest o das cultivares nos termos acima apresentados Neste sentido prev o artigo 26 da mencionada lei Art 26 Para os fins deste Cap tulo adotam se as seguintes defini es I circuito integrado significa um produto em forma final ou intermedi ria com elementos dos quais pelo menos um seja ativo e com algumas ou todas as interconex es integralmente formadas sobre uma pe a de material ou em seu interior e cuja finalidade seja desempenhar uma fun o eletr nica II topografia de circuitos integrados significa uma s rie de imagens relacionadas constru das ou codificadas sob qualquer meio ou forma que represente a configura o tridimensional das camadas que comp em um circuito integrado e na qual cada imagem represente no todo ou em parte a disposi o geom trica ou arranjos da superf cie do circuito integrado em qualquer est gio de sua concep o ou manufatura J no aspecto da titularidade do direito em comento partindo da ideia de reciprocidade de tratamento aos estrangeiros nos moldes das Conven es e Tratados internacionais conforme ser abor
196. en de forma objetiva resumindo por muitas passagens ao afirmar que dado que o fundamento de validade de uma norma somente pode ser uma outra norma este pressuposto tem de ser uma norma n o uma norma posta por uma autoridade jur dica mas uma norma pressuposta quer dizer uma norma que pressuposta sempre que o sentido subjetivo dos fatos geradores de normas postas de f E NE sais 88 conformidade com a Constitui o interpretado como o seu sentido objetivo 3R TRINDADE Jos Dami o de Lima Hist ria social dos direitos humanos 3 ed S o Paulo Petr polis 2011 p 55 56 57 MIRANDA Jorge A dignidade da pessoa humana e a unidade valorativa do sistema de direitos fundamentais In MIRANDA Jorge Coord SILVA Marco Antonio Marques da Tratado Luso brasileiro da Dignidade Humana 2 ed S o Paulo Quartier Latin 2009 p 168 8 8 KELSEN Hans Teoria pura do direito Trad Jo o Baptista Machado S o Paulo WMF Martins Fontes 2009 p 224 59 evidente na teoria positivista de Kelsen que a afirmada identidade entre o sentido objetivo e o subjetivo dos fatos gerados de normas postas de conformidade com a Constitui o n o impede que o mesmo doutrinador assevere que a dita norma fundamental apresente se como pressuposto l gico transcendental De um lado desejou se afastar a subjetividade quando da fundamenta o de determinada norma como v lida e de outro levou se o fundamento ltimo de valida
197. entais ou se seriam apenas formalmente fundamentais por esta situa o topogr fica em que foram inseridos na carta pol tica Ap s percorrer os requisitos indispens veis para a caracteriza o dos direitos e garantias enquanto materialmente fundamentais a partir do entendimento de Luiz Alberto pra Aans 183 h David Ara jo e Vidal Serrano Nunes J nior Francisco Luciano Minharro aduz que os direitos relativos aos bens imateriais frutos da cria o do esp rito humano s o denominados de propriedade intelectual Com efeito em decorr ncia do objeto dos direitos intelectuais o bem imaterial muitas peculiaridades diferenciam a propriedade imaterial da propriedade comum Entretanto n o podemos afirmar que os objetos da propriedade comum e o da propriedade imaterial apresentem uma diferen a essencial Pelo contr rio apresentam semelhan as importantes N o se pode negar tamb m a relev ncia da propriedade intelectual para a sociedade em nada inferior ao papel da propriedade tradicional Identificadas as qualidades dos direitos fundamentais na propriedade intelectual poss vel reconhec la como um direito material e formalmente fundamental Com esta natureza de garantia fundamental torna se imprescind vel anotar de in cio que o inciso XIII da CF 88 estabelece que livre o exerc cio de qualquer trabalho of cio ou profiss o atendidas as qualifica es profissionais que a lei estabe
198. entares existentes em cada canto do globo motivou este com rcio primitivo o que j indica a import ncia do pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico na economia ainda que nesta fase embrion ria do capitalismo Em que pese import ncia que se veio a verificar das t cnicas desenvolvidas e do conhecimento em geral adquirido em todas as reas da ci ncia o fato que por volta do ano 1 100 d C o n vel t cnico ainda era muit ssimo baixo sendo utilizados apenas instrumentos muito rudimentares no processo produtivo se que j se poderia falar em processo produtivo poca Havia apenas a explora o individual pelos artes os de ferramentas e t cnicas dispon veis h s culos usadas durante toda a Idade M dia Por outro lado eram inexistentes a divis o e a mobilidade do trabalho o que restringia a possibilidade de se alocar o homem enquanto trabalhador em pouqu ssimas atividades al m daquelas nas quais a sua pr pria fam lia j se via envolvida notadamente as atividades campesinas Verifica se na Idade M dia a necessidade de produ o apenas para atender as exig ncias da comunidade local e da pr pria fam lia aspecto que marca fundamentalmente o z A 21 E ese A sistema vigente a saber a produ o para o uso A import ncia da produ o em escala para o atendimento de mercado consumidor era totalmente desconhecida 21 SWEEZY Paul Uma cr tica In A transi o do feudalismo par
199. ente exerc cio hermen utico Luis Roberto Barroso destaca esta responsabilidade d plice de referido princ pio tanto como t cnica de interpreta o quanto forma de controle de constitucionalidade mencionando que como t cnica de intepreta o o princ pio imp e a ju zes e tribunais que interpretem a legisla o ordin ria de modo a realizar da maneira mais adequada os valores e fins constitucionais Vale dizer entre interpreta es poss veis deve se escolher a que tem mais afinidade com a Constitui o Este princ pio vale dizer tem sofrido profundas altera es em sua concep o Justamente para permitir a concretiza o de direitos fundamentais em especial no casos de inconstitucionalidade por omiss o de mandado de injun o e no exerc cio leg timo do poder normativo pela Justi a do Trabalho Por fim o princ pio da proporcionalidade e da razoabilidade encontra se nsito pr pria ideia de Estado de Direito mantendo liga o profunda com os direitos fundamentais Na contraposi o de bens igualmente tutelados ou de direitos fundamentais exsurge o referido princ pio em sentido estrito na pondera o de bens o que se soma no o de adequa o e necessidade fechando o conceito de proporcionalidade em sentido amplo sem d vida a imposi o de uma an lise axiol gica decorrente dos princ pios gerais do direito da equidade da no o de justi a modera o etc A import ncia da ap
200. entido axiol gico o que se compreende luz da condi o do homem em nossa era cada vez mais disperso na sociedade de massa cada vez mais impotente no c rculo da absorvente comunica o cibern tica cada vez mais temeroso no meio de revolucion rias conquistas cient ficas e t cnicas sentindo os riscos de perder o valor supremo de seu ser pessoal no mundo grifos no original 65 Segundo Lu s Roberto Barroso que faz refer ncia expressa a Miguel Reale de sorte que se pode aproveitar totalmente os entendimentos acima externados o aspecto n o t o relevante a occasiolegis a conjuntura em que editada a norma mas a ratiolegis o fundamento racional que a acompanha ao longo de toda a sua vig ncia Esta o fundamento da chamada interpreta o evolutiva As normas ensina Miguel Reale valem em raz o da realidade de que participam adquirindo novos sentidos ou significados mesmo quando mantidas inalteradas as suas estruturas formais grifos A 102 no original Neste mesmo sentido usando a express o muta o constitucional para dizer o mesmo aduzem Gilmar Ferreira Mendes Inoc ncio M rtires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco ao afirmarem que por vezes em virtude de uma evolu o na situa o de fato sobre a qual incide a norma ou ainda por for a de uma nova vis o jur dica que passa a predominar na sociedade a Constitui o muda sem que as suas palavras hajam sofrido modifica o a
201. entre suas normas Nesta hip tese n o seria um despaut rio considerar que o art 7 XXXII da CB teria preval ncia hier rquica sobre o art 218 83 da CB em raz o de o primeiro se afigurar no T tulo II Dos Direitos e Garantias Fundamentais o qual estaria protegido pelo art 60 4 IV da CB o qual configura como cl usula p trea previs es n o sujeitas altera o os direitos e garantias individuais e que s o direitos e garantias previstos no mesmo t tulo 877 Tal tese contudo n o encontra guarida constitucional em virtude de o pr prio Supremo Tribunal Federal n o admitir a exist ncia de normas constitucionais inconstitucionais A tese de que h hierarquia entre normas constitucionais origin rias dando azo declara o de inconstitucionalidade de umas em face de outras incomposs vel com o sistema de Constitui o r gida Na atual Carta Magna compete ao Supremo Tribunal Federal precipuamente a guarda da Constitui o art 102 caput o que implica dizer que essa jurisdi o lhe atribu da para impedir que se desrespeite a Constitui o como um todo e n o para com rela o a ela exercer o papel de fiscal do Poder Constituinte origin rio a fim de verificar se este teria ou n o violado os princ pios de direito suprapositivo que ele pr prio havia inclu do no texto da mesma Constitui o Por outro lado as cl usulas p treas n o podem ser invocadas para sustenta o da tese da
202. envolvimento enquanto um dos valores supremos alinham se os fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil estabelecidos no artigo 1 da CF 88 com especial import ncia para esta abordagem o do inciso III dignidade da pessoa humana e o do inciso IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa A regra matriz constitucional da Ordem Econ mica insculpida no artigo 170 da CF 88 por seu turno destaca a valoriza o do trabalho humano e da livre iniciativa como formas harm nicas de se assegurar exist ncia digna de todos e em respeito s exig ncias da justi a social O trabalho humano estando nesta perspectiva da Ordem Econ mica n o deixa de ser a base da Ordem Social na dimens o de sua imprescindibilidade para o Homem e com o objetivo de estabelecer uma condi o de bem estar e justi a sociais conforme o disposto no artigo 193 da CF 88 Nestes termos a inser o da ci ncia e da tecnologia como Cap tulo IV do T tulo VII Da Ordem Social determina uma diretriz axiol gica importante na aprecia o constitucional deste tema qual seja o desenvolvimento cient fico e tecnol gico parte integrante da 190 ordena o social do pa s e o trabalho humano empregado neste processo de desenvolvimento deve ser prestigiado na propor o de sua import ncia basilar para a pr pria Ordem Social Neste processo o ser humano o elemento primordial pelo seu esp rito inventivo e inovador o que indispens vel
203. eocupa o do legislador com a busca do desenvolvimento equilibrado estimulando as diversas regi es do pa s Afora os aspectos sumariamente apresentados at aqui neste cap tulo vale dizer que o desenvolvimento foi tratado profundamente no Cap tulo 1 Dos Princ pios Gerais da Atividade Econ mica do T tulo VII Da Ordem Econ mica e Financeira da CF 88 o que ser abordado no subcap tulo 2 3 seguinte em cotejo anal tico aos direitos e garantias fundamentais bem como no Cap tulo IV Da Ci ncia e Tecnologia do T tulo VIII Da Ordem Social da CF 88 o que ser tratado no subcap tulo 2 4 ao final deste Cap tulo 2 em aprecia o sistem tica junto aos direitos sociais 2 3 A Ordem Econ mica e o desenvolvimento cient fico e tecnol gico Em que pese o constituinte ter inserido como Cap tulo IV da Ci ncia e Tecnologia no Titulo VIII da Ordem Social o que ser adiante apreciado com vagar o fato que existem aspectos relevantes do desenvolvimento cient fico e tecnol gico intimamente relacionados 102163104 com a Ordem Econ mica vez que esta referida esp cie de desenvolvimento situa se 16l Art 159 A Uni o entregar I do produto da arrecada o dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma c tr s por cento para aplica o em programas de financiamento ao setor produtivo das Regi es Norte Nordeste
204. equente tamb m a an lise e aplicabilidade deste princ pio na avalia o e pondera o entre direitos fundamentais oportunidade em que a decis o deve respeitar em especial o princ pio ora tratado A ideia fundamental de que normalmente ser importante a realiza o de concess es m tuas entre os eventuais bens e direitos tutelados na an lise de aspectos contrapostos A otimiza o acerca da preserva o dos direitos quando se estabelecer o prest gio do direito contraposto foi bem destacada por Willis Santiago Guerra Filho ao mencionar que o o princ pio da concord ncia pr tica ou da harmoniza o segundo o qual se deve buscar no problema a ser solucionado em face da Constitui o confrontar os bens e valores jur dicos que ali estariam conflitando de modo a no caso concreto sob exame se estabele a qual ou quais dos valores em conflito dever prevalecer preocupando se contudo em otimizar a preserva o igualmente dos demais evitando o sacrif cio total de uns em benef cios dos outros Nesse ponto tocamos o problema crucial de toda hermen utica constitucional que nos leva a introduzir o topos argumentativo da proporcionalidade O princ pio da for a normativa da constitui o imp e uma interpreta o orientada pela prefer ncia das vis es que confiram a maior efic cia poss vel segundo tamb m uma perspectiva hist rica de passado e de futuro vez que as decis es advindas de complexas inter
205. er considerada desenvolvida na vig ncia do pr prio contrato sendo portanto de titularidade do empregador H pois o fortalecimento da autonomia da vontade em mat ria de retribui o pelo servi o prestado em contrato de trabalho bem assim o estabelecimento de presun o relativa em favor do empregador do desenvolvimento da patente por empregado procrastinando os efeitos do liame contratual em desfavor do empregado para ap s o t rmino do contrato de trabalho Verifica se portanto efeitos jur dicos p s contratuais em preju zo do empregado 129 D se nesta hip tese o que a doutrina denomina patente ou inven o de servi o Nestes termos resta atribu da ao empregador a faculdade de conceder ao empregado conforme disposto no artigo 89 da lei participa o nos ganhos econ micos derivados da explora o da patente ficando novamente a autonomia da vontade fortalecida ao se estabelecer a negocia o direta entre o empregador e o empregado ou conforme previs o de norma da empresa o que notoriamente regra desenvolvida unilateralmente pelo pr prio empregador Em verdade sob o prisma do empregador evidente que a titularidade da patente direito dispon vel com reflexos econ micos de sorte que este dispositivo absolutamente desnecess rio Ainda que a lei n o estabelecesse desta forma indubit vel que o empregador poderia conceder vantagens ao empregado em decorr ncia da inven o O par grafo
206. era o vantajosa em favor do pesquisador que conseguir 2S TAVARES Andr Ramos Estatuto Constitucional da Ci ncia e Tecnologia Semin rio Inova o Tecnol gica e Seguran a Jur dica organizado pelo Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos em 13 de dezembro de 2006 Dispon vel em lt http www cgee org br arquivos sis pdf gt Acesso em 10 ago 2012 As coloca es neste sentido realizadas pelo eminente doutrinador s o relevant ssimas ao aduzir que 874 Cabe agora analisar a segunda parte do art 218 83 da CB no qualse prev a concess o de meios e condi es especiais de trabalho para os queatuam na rea de ci ncia pesquisa e tecnologia A import ncia desta an lisese justifica pela exist ncia do art 7 XXXII da CB o qual assegura comodireito dos trabalhadores proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual ou entreos profissionais respectivos 875 Pode se concluir validamente que h uma conflituosidade aparente aomenos entre os dispositivos ora analisados tendo em vista que o art 218 83 da CB privilegia os profissionais que atuam na rea de ci ncia pesquisa e tecnologia Ou seja cria uma distin o Cumpre agora verificar qual a consequ ncia desta oposi o 876 A primeira seria a declara o de inconstitucionalidade de uma das duas previs es constitucionais Para tanto certo seria preciso reconhecer que a Constitui o de 1988 estabelece uma t bua hier rquica
207. eralismo A autonomia da vontade e o direito absoluto e perp tuo de propriedade eram institutos jur dicos dominantes N o por outra raz o a livre iniciativa que desdobramento da liberdade com seu car ter ilimitado conferia amplo campo de atua o para a iniciativa particular Ocorre que esta perspectiva individualista h tempos frontalmente questionada A vis o deve ser mais ampla N o se permite a redu o para o entendimento de que a livre iniciativa apenas faculta a liberdade econ mica da sociedade empres ria ou liberdade de iniciativa econ mica o direito de se estabelecer como agente econ mico deixando de impor obriga es de ordem social N o deve ser a liberdade absoluta de contratar e tampouco o exerc cio pleno do direito absoluto de propriedade A livre iniciativa deve ser concebida como liberdade maior coletiva e social como meio para se atingir os objetivos fundamentais da Rep blica dentre eles o do desenvolvimento nacional e a partir deste se construir uma sociedade livre justa e solid ria erradicar a pobreza e a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais e regionais al m de promover o bem estar de todos Imp e se ent o a efetividade de normas de Direito Econ mico na perspectiva apresentada por Geraldo de Camargo Vidigal no sentido de que o Direito Econ mico a disciplina jur dica de atividades desenvolvidas nos mercados visando a organiz los sob a inspira o d
208. erosas que muitos governos nos exatos termos mencionados por Nelson Nazar quando assevera que 217 BASSO Maristela O direito internacional da propriedade intelectual Porto Alegre Livraria do Advogado 2000 p 77 85 apud PRONER Carol 2007 Op cit p 51 8 Td ibid loc cit 156 as empresas multinacionais s o pontas de lan a da globaliza o capazes de submeter a seu comando todo e qualquer membro do sistema interestadual inclusive os Estados Unidos Os fluxos de mercadorias e capitais os mercados financeiros globais as estrat gias mundiais das grandes corpora es tudo isso potencializado pela revolu o da inform tica vem dissolvendo as fronteiras econ micas do Estado evidente a import ncia da prote o da propriedade intelectual para o avan o destas multinacionais for ando as demais empresas interessadas no ingresso neste mercado global a investir em pesquisa e desenvolvimento tecnol gico e garantir seus investimentos atrav s de fortes sistemas internacionais e legisla o nacional de prote o da propriedade intelectual 220 decorrente destas pesquisas A Conven o da Uni o de Paris sofreu revis o em Haia em 1925 tendo sido veiculada no ordenamento interno pelo Decreto n 19 056 de 31 de dezembro de 1929 e posteriormente sofreu nova revis o em Estocolmo em 1967 o que foi objeto do Decreto n 75 572 de 8 de abril de 1975 De in cio vale dizer que o artigo 4 ter desta Conve
209. esapropria o da patente de incontrato de trabalho Lei 9 279 1996 Art 6 C digo de Propriedade Industrial Minist rio da Educa o Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES Plano Nacional de P s Gradua o PNPG 2011 2020 Bras lia CAPES 2010 Supremo Tribunal Federal Decis o do pr prio Supremo Tribunal Federal que compatibilizou a preserva o antropol gico cultural brasileira com o desenvolvimento nacional Pet 3 388 Rel Min Ayres Britto julgamento em 19 mar 2009 Plen rio DJE de 1 jul 2010 Supremo Tribunal Federal Decis o do Supremo Tribunal Federal no Julgamento da A o Direta de Inconstitucionalidade n 3 540 ADI 3 540 MC Rel Min Celso de Mello julgamento em 1 set 2005 Plen rio DJ de 3 mar 2006 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito Constitucional e Teoria da Constitui o Coimbra Almedina 2003 CARVALHO Paulo de Barros Direito tribut rio linguagem e m todo 3 ed S o Paulo Noeses 2009 CARVALHOSA Modesto Direito econ mico S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 1973 CERQUEIRA Jo o da Gama Tratado da Propriedade Industrial Vol I Da propriedade industrial e do objeto dos direitos Atualiz Newton Silveira e Denis Borges Barbosa Rio de Janeiro Editora L men J ris 2010 196 Tratado da propriedade industrial Vol II Tomo I Dos privil gios de inven o dos modelos de utilidade e dos desenh
210. evista dos Tribunais 1977 p 21 22 30 NAZAR Nelson Direito econ mico 2 ed rev ampl e atual Bauru SP EDIPRO 2009 p 74 50 Influenciada fortemente pelo corporativismo italiano pela revolta dos quart is de 1922 e 1924 al m da Revolu o Constitucionalista de 1932 em S o Paulo Sl a reuni o em 1933 da Assembl ia Constituinte deu origem Constitui o da Rep blica dos Estados Unidos do Brasil de 16 de julho de 1934 Em alguns pontos esta nova Constitui o praticamente repetiu os mesmos dispositivos da Constitui o de 1891 Entretanto neste novo cen rio pol tico social e econ mico as novidades n o poderiam deixar de aparecer Assim estabeleceu se primeiramente a liberdade quanto ao exerc cio de qualquer profiss o item 13 do artigo 113 inovando entretanto no requisito de que deveriam ser observadas as condi es de capacidade t cnica e outras que a lei estabelecer ditadas pelo interesse p blico exig ncia que at os dias de hoje na CF 1988 continua a existir J o item 18 do mesmo artigo 113 praticamente repetiu o 825 do artigo 72 da Constitui o anterior ao estabelecer que os inventos industriais pertencer o aos seus autores aos quais a lei garantir privil gio tempor rio ou conceder justo pr mio quando a sua vulgariza o convenha coletividade No tocante s marcas de ind stria o item 19 do artigo 113 ampliou a prote o fazendo refer ncia s marcas de
211. ficados e sentidos s regras de direito positivadas o que n o afasta uma dose de criatividade interpretativa direcionada 2 1 1 Os m todos de interpreta o constitucional A import ncia dos m todos de interpreta o constitucional deriva da relevante limita o ao exerc cio hermen utico existente a partir dos significados e sentidos das regras positivadas os quais seguindo neste ponto a divis o de Canotilho seriam i m todo hermen utico cl ssico ii m todo t pico problem tico iii m todo hermen utico concretizador iv m todo cient fico espiritual v m todo jur dico normativo estruturante e vi m todo de interpreta o comparativa N o resta d vida de que a utiliza o conjunta sistem tica e harm nica de todos os mencionados m todos de interpreta o sempre tendo em mente os ensinamentos de Miguel MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet 2007 Op cit p 84 62 Reale conforme adiante se apresentar permite a melhor solu o poss vel ao caso concreto No entanto para a an lise reflexiva da quest o hermen utica aqui proposta torna se imprescind vel a verifica o mais aprofundada dos m todos hermen utico concretizador e normativo estruturante O primeiro hermen utico concretizador funda se justamente na realiza o de uma pr compreens o conforme acima mencionado do sentido do texto normativo constitucional Trata se de
212. go a mera aplica o de recursos privados em pesquisa e desenvolvimento cient fico e tecnol gico n o express o da diretriz social que se imp e livre iniciativa nesta seara considerando justamente a prote o jur dica em favor dos investidores pela via do direito de propriedade intelectual e industrial Deve se exigir mais conforme ser indicado a seguir Por seu turno a livre concorr ncia alicer a toda a estrutura liberal da economia de mercado A necessidade de crescimento econ mico constante e a busca incessante pela maximiza o do lucro faz com que a doutrina de livre mercado pregue a realiza o de todos os atos necess rios para a obten o do sucesso empresarial atrav s da aloca o racional de todos os recursos dispon veis inclusive da for a de trabalho que a livre concorr ncia exige uma realidade do ambiente econ mico de relativa desigualdade de per si entre os seus atores econ micos A igualdade absoluta dos agentes hip tese ut pica diga se acabaria com a pr pria livre concorr ncia vez que a supera o constante dos concorrentes uns sobre os outros sistematicamente o que torna o mercado favor vel ao destinat rio final da pr pria prote o jur dica advinda do regramento da livre concorr ncia o consumidor A disputa entre os agentes econ micos diariamente que acarreta benef cios aos consumidores O papel da inova o enquanto procedimento de ruptura do equil brio de mercado co
213. grande ideia da igualdade dos sexos Podemos se quisermos se tivermos a coragem da nossa liberdade enviar a guerra para a pr hist ria da humanidade Em vez de criar a lista dos obst culos que nos impedem de alcan ar esse objetivo considerar como ilus es os conceitos e as raz es que nos fazem imaginar como imposs vel um futuro de paz A guerra se faz sempre por fantasmas convencionais por signos por ideias enquanto as ideias deveriam ser consideradas como uma inesgot vel fonte de jogo S um soberano universal exprimindo a totalidade da esp cie representado por um governo mundial garantindo uma lei democraticamente elaborada pela intelig ncia coletiva da humanidade pode abolir a guerra que o principal mal da humanidade Nesse dom nio pol tico estamos ainda em face dos dolos isto das soberanias parcial e fetichizadas Resta descobrir o monote smo em pol tica um governo universal garantindo que nenhum governo tornar se um dolo exigindo sacrif cios humanos A guerra de hoje em diante um atraso cultural Cf GARCIA Gustavo Filipe Barbosa Curso de Direito do Trabalho 3 ed rev atual e ampl S o Paulo M todo 2009 p 93 116 Comporta inicialmente fazer se refer ncia aos incisos XXVII e XXXII do artigo 7 da CF 88 que aduzem sobre os direitos de prote o em face da automa o e a proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos
214. ho em si n o fosse o primado da Ordem Social sem contar a busca do pleno emprego enquanto princ pio da Ordem Econ mica No entanto como dito acima a posi o do cientista enquanto servidor p blico muito melhor do que a do empregado vinculado iniciativa particular Considerando o princ pio da indisponibilidade dos bens e recursos p blicos tornou se imprescind vel a men o em lei artigo 11 da Lei 10 973 2004 da possibilidade de a ICT ceder seus direitos sobre a cria o ao pr prio criador desde que haja manifesta o expressa e motivada proferida pelo rg o ou autoridade m xima da ICT ap s oitiva do n cleo de inova o tecnol gica rg o interno e indispens vel das ICT s individual ou coletivamente respons vel por gerir a pol tica de inova o da ICT Conforme disposto no artigo 13 da Lei em apre o o aspecto interessante aparece no caso de n o se realizar a cess o mencionada hip tese em que assegurada ao criador participa o m nima de 5 cinco por cento e m xima de 1 3 um ter o nos ganhos econ micos auferidos pela ICT resultantes de contratos de transfer ncia de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de uso ou de explora o de cria o protegida da qual tenha sido o inventor obtentor ou autor aplicando se no que couber o disposto no par grafo nico do art 93 da Lei n 9 279 de 1996 Reside nesta participa o nos ganhos econ micos a justa retribui
215. i oamento de recursos humanos e que pratiquem sistemas de remunera o em favor dos empregados permitindo o recebimento de valores relativos participa o nos ganhos econ micos Verifica se que a condi o cumulativa indispens vel para que a lei possa prestar apoio e Exterior e da Fazenda definir anualmente o percentual dos recursos do FNDCT que ser o destinados subven o econ mica bem como o percentual a ser destinado exclusivamente subven o para as microempresas e empresas de pequeno porte 7 A Financiadora de Estudos e Projetos FINEP estabelecer conv nios e credenciar ag ncias de fomento regionais estaduais e locais e institui es de cr dito oficiais visando descentralizar e aumentar a capilaridade dos programas de concess o de subven o s microempresas e empresas de pequeno porte 8 A FINEP adotar procedimentos simplificados inclusive quanto aos formul rios de apresenta o de projetos para a concess o de subven o s microempresas e empresas de pequeno porte 9 O financiamento para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores previsto no 2 correr conta dos or amentos das ag ncias de fomento em conson ncia com a pol tica nacional de promo o e incentivo ao desenvolvimento cient fico pesquisa e capacita o tecnol gicas 10 A concess o de recursos humanos mediante participa o de servidor p blico federal ocupante de cargo ou emprego das r
216. i vel empregado neste processo inventivo Arnaldo Rizzardo complementa e demonstra a dificuldade da utiliza o isolada da teoria da especifica o afirmando que se de um lado evidente que o trabalho explica e justifica a origem da propriedade ou nada sendo mais coerente que se atribua a propriedade a quem 22 CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit p 85 28 MONTEIRO Washington de Barros Curso de Direito Civil 34 ed rev e atual 3 vol Direito das Coisas S o Paulo Editora Saraiva 1998 p 77 176 expendeu energia ou esfor o na produ o dos bens menos certo n o que a maior parte dos bens preexiste ao trabalho como no caso dos instrumentos da mat ria ns 244 prima e da pr pria terra Esta ideia de apropria o especifica o basilar na concep o de propriedade e decorrente em boa parte das ideias de John Locke que j afirmava que contudo necess rio por terem sido essas coisas dadas para uso dos homens haver um meio de apropriar parte delas de um modo ou de outro para que possam ser de alguma utilidade ou benef cio para qualquer homem em particular E segue Locke com indica o interessantissima para o alinhamento das ideias ora pretendido apresentando exatamente esta no o de trabalho agregado aos bens da natureza como crit rio de apropria o da propriedade sobre a coisa ao informar que embora a Terra e todas as criaturas inferiores sejam comuns a todos
217. i encontrado em 1856 no vale de Neander pr ximo a cidade alem de Dusseldorf viveu desde h 300 mil anos at aproximadamente 30 mil anos atr s principalmente na Europa ps O genoma do Homem de neandertal 91 84 equivalente ao do Homo sapiens que o homem moderno a nossa esp cie Portanto a acumula o do conhecimento humano remonta a esta poca pr hist rica o que demonstra o esfor o milenar presente neste processo evolutivo Tamb m interessante indicar que viveu entre 40 e 30 mil anos atr s outro tipo de humanidade conhecida como Cro Magnon que se destacava pelo uso de ferramentas mais desenvolvidas e com not vel apre o pelo aspecto art stico considerando que s o desta poca as mais belas pinturas rupestres encontradas como aquelas localizadas em Altamira no norte E 16 da Espanha esp cie que chegou a conviver com o Homo sapiens 14 P EREIRA DINIZ Hindemburgo Chateaubriand Ci ncia e tecnologia Origem evolu o e perspectiva Belo Horizonte BDMG 2011 p 55 15 Id ibid p 58 16 Id ibid p 59 Foi no paleolitico superior que se deu uma verdadeira explos o artistica com obras de arte mural ou rupestre designa o das pinturas realizadas em rochas por indiv duos pr hist ricos de que o principal exemplo o de Altamira gruta perto de Santander no norte da Espanha cujas not veis pinturas representando bis es javalis cavalos etc Descobertas por Marcelino de Santuola
218. ia execute e fa a executar nessa capitania Nada poderia ser mais direto e claro no tocante aos objetivos da Coroa neste assunto impedir qualquer desenvolvimento de t cnicas na Col nia A pretens o da Coroa Portuguesa era ent o bastante evidente antes da invas o de Portugal por Napole o Bonaparte No entanto a vinda da Coroa para o Brasil em 1808 alterou totalmente este cen rio Era medida urgente transformar a Col nia em local apropriado para receber e hospedar a Coroa atendendo todas as suas necessidades Para tanto o Principe Regente atrav s da Carta R gia de 28 de janeiro de 1808 determinou a reabertura de todos os portos brasileiros ao com rcio e navega o das na es com as quais se mantinham rela es amistosas Com a mesma finalidade de adequar a Col nia s necessidades da corte real editou se o subsequente Alvar de 1 de abril de 1808 que revogou o de 5 de janeiro de 1785 acima referido e posteriormente editou se o Alvar de 28 de abril de 1809 Este ltimo Alvar de 1809 foi o marco inaugural do direito de propriedade intelectual no Brasil vez que isentou de direitos a importa o de mat rias primas bem como os produtos das manufaturas nacionais que se exportassem ordenou que os fardamentos das tropas CERQUEIRA Jo o da Gama Tratado da Propriedade Industrial Vol I Da propriedade industrial e do objeto dos direitos Atualiz Newton Silveira e Denis Borges Barbosa Rio de
219. ia anual do per odo de 1952 54 que um pais como Jap o com o produto nacional l quido per capita de US 190 surge como 220 menos desenvolvido que Puerto Rico com US 430 enquanto aparecem como iguais o grau de desenvolvimento econ mico da It lia e o de Cuba ambas com US 310 A segunda insufici ncia se manifesta com rela o a toda compreens o puramente econ mica do desenvolvimento econ mico l cito e proveitoso o conceito de desenvolvimento econ mico como os de desenvolvimento cultural ou pol tico Na medida em que a atividade econ mica como a cultura ou a pol tica objetivamente destac vel do conjunto das atividades sociais e se torna suscet vel de estudo segundo categorias pr prias nessa mesma medida procedente conceber um processo de desenvolvimento como econ mico ou cultural ou pol tico Importa no entanto ter sempre presente o que h de expediente metodol gico na conceitua o de um processo de desenvolvimento como econ mico ou cultural ou pol tico Na verdade todos os processos sociais se correlacionam estruturalmente e se certo que se desdobram em planos dotados de relativa autonomia o econ mico o social em senso estrito o cultural e o pol tico n o menos certo que apenas por abstra o se pode conceber qualquer desses planos independente do processo social global Assim que muito embora o desenvolvimento econ mico possa preceder o pol tico e funcionar como suscitador deste ltim
220. ia da Constitui o A import ncia da teoria da Constitui o surge de maneira notavel neste ponto E continua afirmando Gilmar Ferreira Mendes Inoc ncio M rtires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco que uma das tarefas relevantes da teoria constitucional seria justamente submeter a pr compreens o da Constitui o ao tribunal da raz o em ordem a distinguirmos ou pelo menos tentarmos distinguir os pr ju zos leg timos dos ileg timos os falsos dos verdadeiros e assim alcan armos uma compreens o da Lei m K 90 Fundamental se n o verdadeira pelo menos constitucionalmente adequada 83 MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet Curso de Direito Constitucional S o Paulo Saraiva 2007 p 4 Id ibid loc cit 60 Destarte a hermen utica constitucional n o pode prescindir da realiza o de ju zos axiol gicos e estribados neste processo racional quando do estabelecimento da pr compreens o da Lei Fundamental e nesta oportunidade n o se pode esquecer as g neses intimamente relacionadas dos direitos fundamentais direitos naturais propriamente ditos e da teoria da Constitui o Neste ponto afigura se relevante indicar dois caminhos paralelos e s vezes contrapostos os quais em perspectiva dial tica fornecem pela sua s ntese um entendimento seguramente adequado para a interpreta o constitucional em verdade para a quest o da hermen utica e
221. ia social est o em vigor etc Essas mesmas condi es habilitadoras dependem de forma crucial das institui es econ micas sociais e pol ticas que operam nacional e globalmente Logo o reflexo que o aumento nos anos de estudos acarreta na renda real da popula o e vice versa aspecto important ssimo para se estimular tanto quanto for poss vel o ac mulo de conhecimento pela popula o em geral o que perpassa pela classe mais alta sob o aspecto de deten o do conhecimento exatamente aqueles que est o intimamente ligados ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico O avan o nesta seara do desenvolvimento cient fico e tecnol gico uma forma eficaz de enfrentamento das quest es opostas pela economia de mercado globalizada evidente que os investimentos devem ser feitos em todos os n veis do processo de conhecimento desde a educa o b sica Mas tamb m n o restam d vidas de que a capacita o e o investimento no topo da pir mide a fim de se permitir o desenvolvimento cient fico e tecnol gico pela pesquisa de base e aplicada fundamental para a melhoria das condi es de vida da popula o em geral e aumento da competitividade do pa s no cen rio global Todos os aspectos atinentes ao futuro da ci ncia e da tecnologia devem considerar a import ncia do pr prio conhecimento acumulado em todos os n veis de instru o para a melhoria das condi es de vida das pessoas com aumento de renda escola
222. ica mundial desde 2008 No entanto a pessoa humana envolvida na pesquisa e desenvolvimento cient fico e tecnol gico tem direito a receber participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho caso a empresa deseje receber apoio ou est mulo do Estado normalmente o que acontece pela via da subven o econ mica ou incentivos fiscais esta ltima modalidade j analisada anteriormente O aspecto relevante que a legisla o brasileira de incentivo inova o tecnol gica n o prev a contrapartida em favor do empregado conforme verificado no Cap tulo III deste trabalho ainda que se conceda uma s rie de incentivos fiscais e que exista hoje uma gama de subven es econ micas fornecidas pelo Estado em grande parte atrav s do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico FNDCT administrado pela Financiadora de Estudos e Projetos FINEP do Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o conforme ser apreciado a seguir As nicas rela es a empregados quando se estruturou os incentivos fiscais foram no sentido de se contratar um n mero superior de pesquisadores superior ou inferior a 5 para se gozar de benef cio fiscal mais amplo nos termos da Lei n 10 973 2004 j comentada anteriormente Ocorre que o aumento do n mero de empregados contratados n o a contrapartida prevista na CF 88 para a empresa se beneficiar de incentivos fiscais ou subven o econ
223. icas mas tamb m fazer evoluir a mentalidade social Assim exemplificativamente nos pa ses atrasados os quadros jur dicos da pol tica de expans o agr cola a pol tica de educa o ou a pol tica sanit ria s o mais importantes que o direito societ rio A o Direito do Desenvolvimento ser o direito da organiza o do Estado enquanto promotor do desenvolvimento grifos no original 170 GRAU Eros Roberto Op cit 2010 p 211 171 BASTOS Celso Ribeiro 1996 Op cit p 453 172 CARVALHOSA Modesto Direito econ mico S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 1973 p 245 97 Nesta perspectiva de se promover efetivamente o desenvolvimento alterando mentalidades atrav s das regras de Direito Econ mico percebe se que a livre iniciativa e a conseguinte livre concorr ncia s o princ pios que devem sofrer o devido ju zo de pondera o com os demais princ pios da Ordem Econ mica brasileira sem se olvidar dos objetivos da Rep blica e da possibilidade de o objetivo do desenvolvimento nacional ser meio viabilizador da concretiza o dos demais anseios sociais Verifica se pois que o fundamento da livre iniciativa assim como o princ pio da livre concorr ncia da Ordem Econ mica guardam estreita correla o e devem alinhar se diretriz superior derivada do fundamento do Estado Democr tico de Direito a saber a dignidade da pessoa humana N o por outra raz o que a valoriza o do trabalho humano veio ao la
224. ide tamb m um motivo hist rico fort ssimo para o mencionado afastamento do conceito de outorga real privil gio em dire o ao direito subjetivo de propriedade vinculado pessoa do criador A Revolu o Industrial estava em curso o que expressava n o apenas uma acelera o econ mica por longo per odo mas tamb m uma efetiva e profunda transforma o econ mica e social que espraiou seus reflexos em todos os aspectos da vida em sociedade fosse econ mico social pol tico ou cultural E esta transforma o alterou sensivelmente a rela o que os trabalhadores mantinham com os meios de produ o e a sua condi o social considerando que na rela o senhor servo existia um liame mais extenso e profundo inclusive em raz o da exist ncia da terra com a qual os servos ainda mantinham rela o muitas vezes de titularidade do que a mera rela o econ mica existente posteriormente entre empregador empregado ou em linguagem marxista capitalista prolet rio Assim foi que Eric Hobsbawm enfatizou esta diferen a ao dizer que numa sociedade industrial a m o de obra em muitos aspectos diferente da que existe na sociedade pr industrial Em primeiro lugar formada em maioria absoluta por prolet rios que n o possuem qualquer fonte de renda digna de men o al m do sal rio em dinheiro que recebem por seu trabalho J a m o de obra pr industrial formada em grande parte por fam lias com propriedades ag
225. iduais relacionados com o desenvolvimento cient fico e tecnol gico 2 3 2 O abuso do poder econ mico por meio dos direitos de propriedade intelectual O desenvolvimento cient fico e tecnol gico transformado em direitos de propriedade industrial intelectual ou de tecnologia pode ser utilizado diretamente como meio de infra o Ordem Econ mica dada a ntima liga o entre a explora o exacerbada de propriedade industrial intelectual e tecnologia e a posi o dominante de mercado Seria neste caso o abuso da caracter stica nsita da inova o qual seja a de criar certa ruptura no equil brio de mercado A import ncia da propriedade industrial e intelectual na din mica de mercado atrav s das mencionadas rupturas criativas e na manuten o da livre concorr ncia inquestion vel tornando o disposto no 84 do artigo 173 da CF uma regra fundamental para a estabilidade da Ordem Econ mica O abuso do poder econ mico afigura se como pr tica excepcional quela conduta desejada dos agentes muitas das vezes alcan ado o abuso atrav s da explora o indevida de quest es vinculada ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico Disso decorre a import ncia do mencionado 4 ao afirmar que a lei reprimir o abuso do poder econ mico que vise domina o dos mercados elimina o da concorr ncia e ao aumento arbitr rio dos lucros A repress o ao abuso do poder econ mico medida imperativa pa
226. in cio da parceria e b Dos recursos humanos financeiros e materiais alocados pelas partes contratantes atua o comum Ou seja o capital intelectual trazido pelos part cipes ao empreendimento comum deve ser avaliado em primeiro lugar Os procedimentos formais dessa avalia o s o relativamente comuns em direito societ rio prev se avalia o de intang veis na capitaliza o das sociedades an nimas e em v rias outras circunst ncias Tal previs o n o torna por m o procedimento nem um pouco mais f cil Por conhecimento n o se pode somente designar o conhecimento cient fico ou tecnol gico conhecimentos estritamente industriais ou de know how ou seja as informa es conducentes supera o do risco t cnico s o igualmente parte do capital intelectual trazido contribui o A pr pria elei o do campo em que o esfor o com deva ser empregado conhecimento e representar muitas vezes um fator determinante do escopo e montante de recursos empregados sic grifos no original A maneira com que deve ser avaliado o capital intelectual demonstra claramente a mercantiliza o do trabalho do cientista A abordagem dos recursos humanos feita a partir da quantifica o em moeda dos recursos humanos empregados no desenvolvimento como se 2 BARBOSA Denis Borges Coment rios lei de inova o In BARBOSA Denis Borges organizador Op cit 2011 p 91 92 144 o pr prio trabal
227. indica o atinente possibilidade de se tratar de patente ou de modelo de utilidade concebido conjuntamente por diversas pessoas exigindo se a ressalva dos respectivos direitos Uma vez mais se abarcou a possibilidade de desenvolvimento conjunto de conhecimento que se configure inven o ou modelo de utilidade Ali s a inven o conceituada a partir dos requisitos exigidos nos seguintes termos Art 8 E patente vel a inven o que atenda aos requisitos de novidade atividade inventiva e aplica o industrial E o modelo de utilidade tem a conceitua o prevista no artigo 9 da Lei em comento Art 9 patente vel como modelo de utilidade o objeto de uso pr tico ou parte deste suscet vel de aplica o industrial que apresente nova forma ou disposi o envolvendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabrica o Torna se salutar mencionar que a inven o apenas possui o requisito da novidade na hip tese de os aspectos inovadores j n o estarem compreendidos no estado da t cnica assim entendida como sendo tudo aquilo tornado acess vel ao p blico antes da data de dep sito do pedido de patente por descri o escrita ou oral por uso ou qualquer outro meio interessante notar que estando vinculado o conceito de estado da t cnica com a publicidade decorrente do dep sito do pedido de patente ou divulga o de qualquer ordem ent o se torna
228. interessa aqui portanto n o como se acumulou o material para a explos o econ mica mas sim como essa explos o foi detonada e podemos acrescentar o que impediu que a primeira explos o malograsse ap s um grandioso estouro inicial Mas havia mesmo necessidade de algum mecanismo especial N o seria inevit vel que um per odo suficientemente longo de acumula o de material explosivo produzisse mais cedo ou mais tarde de alguma forma em algum lugar uma combust o espont nea Talvez Contudo o que temos de explicar justamente essa alguma forma esse algum lugar Tanto mais porque a maneira como uma economia de iniciativa privada provoca uma revolu o industrial suscita in meros enigmas Sabemos que na verdade esse tipo de economia conseguiu o em algumas partes do mundo mas sabemos tamb m que tal n o sucedeu em outras partes e que foi preciso muito tempo para acontecer na Europa Ocidental Esse car ter espont neo do desenvolvimento econ mico havido no seio da Revolu o Industrial foi destacado por H lio Jaguaribe como a origem da ideia de que o mercado poderia autonomamente se regular em favor de todos o que se tem demonstrado uma fal cia conforme adiante ser indicado ao asseverar que 2 HOBSBAWN Eric 2011 Op cit p 29 30 27 a circunst ncia no entanto de o desenvolvimento econ mico contempor neo se ter iniciado na Gr Bretanha do s culo XVIII de forma espont nea e ter alcan
229. investiment in it The notion of the efficient investment in R amp D must obviously be tied to Torna se evidente a import ncia na some notion of what the investment displaces aloca o dos investimentos do car ter de imprescindibilidade das ideias advindas exclusivamente do esp rito inventivo A capacidade mental do Homem colocada em local de destaque Um exemplo categ rico desta capacidade mental o do homem que criou e reinventou anos depois a Apple Steve Jobs falecido em 5 de outubro de 2011 A Apple atualmente a empresa mais valiosa da Bolsa de Valores de Nova Iorque nos Estados Unidos Na biografia de Jobs escrita por Walter Isaacson faz se refer ncia a este esp rito criativo LEMOS Andr L VY Pierre O futuro da internet em dire o a uma ciberdemocracia planet ria S o Paulo Paulus 2010 p 29 SCOTCHMER Suzanne Innovation and incentives Cambridge MIT Press 2004 p 39 Conforme tradu o livre pode se entender que A inova o requer tanto uma ideia quanto um investimento A no o de investimento eficiente em P amp D obviamente precisa estar vinculada a uma no o de mudan a de investimento 44 praticamente derivado da intui o Quando questionado se Jobs era um homem inteligente o autor respondeu que n o pelo menos n o excepcionalmente Em compensa o era um g nio Seus saltos de imagina o eram instintivos inesperados e s vezes m gicos Er
230. investimentos em inova o promovem uma expans o que distancia a economia de seu ponto de equilibrio Mas tarde quando sua rentabilidade est sendo dissipada a economia se contrai tendendo a voltar a seu ponto de equilibrio Schumpeter caracteriza quatro fases por meio de considera es de ordem psicol gica que levam a recess o a ultrapassar o ponto de equil brio transformando se numa depress o seguida de uma recupera o que recoloca a economia em seu ponto de equilibrio 28 conhecimento como elemento determinante do posicionamento favorecido do empresariado no sistema capitalista foi tamb m ressaltado por F bio Konder Comparato Desvelado este primeiro enigma fundamental para o desenvolvimento das quest es enfrentadas neste trabalho pelo qual se pode afastar a ideia de que a inova o tecnol gica se afigura como um processo natural e cont nuo o fato que houve efetivamente uma migra o do campo para as cidades Este movimento criou a necessidade de se ter emprego remunerado para estes migrantes al m de aumentar substancialmente a produ o para o atendimento deste novo mercado consumidor A demanda estava sendo criada paulatinamente assim como a massa de pessoas necess rias para o desenvolvimento desta produ o em que pese miserabilidade em que viviam estes empregados no decorrer da Revolu o Industrial a partir de 1750 bem verdade que a Revolu o Industrial em especial no que se refere
231. io da tecnologia que a classe empresarial p de em pouco tempo criar mercados nacionais unificados dentro de cada pa s e lan ar em seguida a segunda vaga de expans o imperialista mundial na sia e na frica No Manifesto Comunista Marx e Engels sustentaram que a expans o mundial do capitalismo ocorreria sem o recurso for a militar O pre o reduzido de suas mercadorias declarou o Manifesto a grossa artilharia com a qual ela a burguesia demole todas as muralhas da China e obt m a capitula o dos b rbaros mais teimosamente xen fobos Essa vis o pac fica da conquista do mundo pelos m todos comerciais j havia contudo sido cruamente desmentida desde as primeiras aventuras coloniais do s culo XVI pela santa alian a da burguesia empresarial com a nobreza militar e os mission rios crist os 33 HOBSBAWN Eric 2011 Op cit p 40 41 29 A import ncia do mercado consumidor interno foi e ainda indiscut vel em especial pelas constantes guerras que impediam a comercializa o aos mercados ultramarinos atrav s da exporta o dos produtos Neste cen rio um aspecto importante que as primeiras Universidades do mundo j 135 existiam desde o s culo XIII o que estimulou o debate de ideias e o estabelecimento de locais apropriados para o ac mulo ordenado de conhecimento humano em todas as suas vertentes N o por outro motivo o papel da Universidade fundamental at os dias d
232. ionadas ao desenvolvimento CIENTHCOSACEnO DICO dana a RAD dna T h 105 2 4 A Ordem Social e o desenvolvimento cient fico e tecnol gico s sssssssssssessessessresseese 109 2 4 1 Os direitos sociais relacionados ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico 110 2 4 2 A abordagem espec fica da ci ncia e tecnologia na Ordem Social 115 3 O CRIT RIO JUR DICO DE APROPRIA AO DO CONHECIMENTO HUMANO NAS LEGISLA ES INTERNA E INTERNACIONAL RELACIONADAS AO DESENVOLVIMENTO CIENTIFICO E TECNOLOGICO SAS ICE ISIA O nterna por nana O Ro E OR E EA N A O a a 120 3 1 1 O Decreto lei n 5 452 A Consolida o das Leis do Trabalho 120 3 1 2 A Lei n 9 279 1996 Propriedade Industrial serra 125 3 1 3 A Lei n 9 456 1997 Prote o de Cultivares c e eeeeeereereeresa 134 3 1 4 A Lei n 9 609 1998 Software sas susana aaa aa ra a aa dae ia 137 3 1 5 A Lei n 10 973 2004 Incentivo inova o tecnol gica s i 140 3 1 6 A Lei n 11 484 2007 Topografia e circuitos integrados 150 3 2 A legisla ointernacional quase nasal a od asno a 154 3 2 1 As Conven es da Uni o de Paris 1883 e da Uni o de Berna 1886 154 3 2 2 A Declara o Universal dos Direitos Humanos 1948 e o Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais 1966 iieereererereerees 157 3 2 3 A Declara o das Na es Unidas sobre o
233. ionista e TAVARES Andr Ramos Direito constitucional econ mico 3 ed S o Paulo M todo 2011 p 82 Vale mencionar tamb m o pensamento de Andr Ramos Tavares ao afirmar que A express o ordem econ mica tem sido empregada juridicamente para fazer denotar a parcela do sistema normativo voltada para a regula o das rela es econ micas que ocorrem em um Estado Seria pois ordem jur dica da economia e ordem nesse sentido denota j a ordena o ou seja a dimens o jur dica do econ mico E segue o doutrinador em apre o dizendo que A ordem econ mica constitucional seria o conjunto de normas que realizam uma determinada econ mica no sentido concreto dispondo acerca da forma econ mica adotada grifos no original E GRAU Eros Roberto O direito posto e o direito pressuposto S o Paulo Malheiros 2008 p 202 93 a ordem econ mica est baseada na livre iniciativa n o apenas na concep o de liberdade econ mica dos agentes envolvidos nas trocas comerciais mas prec pua e diretamente na vis o da livre iniciativa como elemento viabilizador de altera es na realidade social A livre iniciativa portanto deve ser compreendida como meio e n o fim em si mesma A livre iniciativa historicamente sempre foi veiculada como express o fundamental da concep o de um homem livre na coloca o do vi s individualista como o centro do sistema normativo fulcrado na teoria absoluta do lib
234. ipa es individuais em obras coletivas e reprodu o da imagem e voz humanas inclusive nas atividades desportivas e a al nea b aduz que assegurado o direito de fiscaliza o do aproveitamento econ mico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores aos int rpretes e s respectivas representa es sindicais e associativas A al nea b acima transcrita de suma import ncia quando se estiver fazendo refer ncia a programas de computador pelo regime do direito do autor aplic vel vez que franqueia a ampla fiscaliza o do aproveitamento econ mico das obras e especificamente traz tanto a hip tese de cria o da pr pria obra quanto da participa o a justificar claro a exist ncia de obras de m ltipla titularidade Os crit rios de apropria o do conhecimento previstos na legisla o que trata da mat ria atinente ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico conforme restar apresentado no Cap tulo III adiante normalmente estabelecem como premissa a titularidade exclusiva do pr prio conhecimento desenvolvido restando para as regras de exce o a titularidade compartilhada Ora as al neas a e b acima em sentido contr rio fazem destaque s participa es individuais em obras coletivas e o direito de fiscaliza o do aproveitamento econ mico das obras em que participarem os autores e n o apenas naquelas criadas por eles pr prios justamente a destacar a
235. ir aos autores de inventos industriais privil gio tempor rio para sua utiliza o e assegurar a propriedade das marcas de ind stria e com rcio bem como a exclusividade do nome comercial J o 825 reafirmou o direito do autor aduzindo que aos autores de obras liter rias art sticas e cient ficas pertence 55 o direito exclusivo de utiliz las Esse direito transmiss vel por heran a pelo tempo que a lei fixar Entretanto a verdadeira inova o trazida pela Constitui o de 1967 estabelecendo o princ pio do que viria a ser todo o Cap tulo IV Da Ci ncia e Tecnologia no T tulo VII Da Ordem Social da CF 88 veio no artigo 171 que aduziu Art 171 As ci ncias as letras e as artes s o livres Par grafo nico O Poder P blico incentivar a pesquisa cient fica e tecnol gica interessante notar que o par grafo nico acima mencionado veio vinculado ao artigo que tratou das ci ncias letras e artes diversamente do par grafo nico do artigo 174 da Constitui o de 1946 cujo caput tratava do amparo estatal cultura Por evidente imp s se ao Poder P blico a obriga o de incentivar a pesquisa cient fica e tecnol gica como meio de desenvolvimento das ci ncias colocando a pesquisa em quest o como elemento importante para o pr prio Estado n o mais sob a vertente da iniciativa particular ou como elemento cultural Esta altera o de perspectiva trazida na Constitui o de 1
236. ireito exclusivo de explora o da nova cultivar ou da cultivar essencialmente derivada e garantida ao empregado ou prestador de servi os ou outra atividade laboral a remunera o que for acordada entre as partes sem preju zo do pagamento do sal rio ou da remunera o ajustada O 82 deste artigo prev que sendo mais de um empregado ou prestador de servi os ou outra atividade laboral a parte que lhes couber ser dividida igualmente entre todos salvo ajuste em contr rio novamente abrindo se possibilidade de ajuste contratual Tamb m no tocante a legisla o que regulamenta o desenvolvimento de cultivares percebe se que os crit rios de apropria o do conhecimento humano est o em absoluta diverg ncia com os princ pios constitucionais da ordem econ mica e social al m de desrespeitar direitos e garantias fundamentais sem preju zo da constata o de que o artigo 218 da CF 88 e par grafos n o foram considerados para o alinhamento da diretriz normativa existente nesta lei 3 1 4 A Lei n 9 609 1998 Software A Lei Federal n 9 609 de 19 de fevereiro de 1998 disp e sobre a prote o da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercializa o no Pa s inquestion vel que os programas de computador possuem influ ncia determinante no desenvolvimento cient fico na pesquisa e na capacita o tecnol gica sendo instrumento utilizado para a realiza o de pesquisas em m ltiplas reas do co
237. is r a 7 19 favor vel e a condi o mais ben fica autoridade pesar menos sobre os foros da cidadania O novo Estado de Direito das cinco gera es de direitos fundamentais vem coroar por conseguinte aquele esp rito de humanismo que no per metro da juridicidade habita as regi es sociais e perpassa o Direito em todas as suas dimens es A dignidade jur dica da paz deriva do reconhecimento universal que se lhe deve enquanto pressuposto qualitativo da conviv ncia humana elemento de conserva o da esp cie reino de seguran a dos direitos Tal dignidade unicamente se logra em termos constitucionais mediante a eleva o aut noma e pradigm tica da paz a direito da quinta gera o interessante ainda que se possa rotular de ut pica a coloca o de Andr Lemos e Pierre L vy O futuro da internet em dire o a uma ciberdemocracia planet ria S o Paulo Paulus 2010 p 178 sobre a correla o entre a intelig ncia coletiva da humanidade e a cria o de uma ciberdemocratica planet ria para se concretizar a paz mundial aduzindo que conciliando a unidade da esp cie humana e seus direitos com a diversidade criativa de sua express o cultural o objetivo mais fundamenta de uma lei e de uma justi a na escala da humanidade a paz A evolu o cultural levada a colocar a escravid o fora da lei a proclamar os direitos do homem a tornar irrevers vel a extens o do sufr gio universal Ela come a a realizar a
238. is os aspectos da natureza indispens veis para o atendimento de suas necessidades b sicas de sobreviv ncia ap s o desenvolvimento de robustas bases filos ficas no per odo cl ssico inclusive com a prof cua mensagem da fraternidade universal de Jesus Cristo chegou o homem Baixa Idade M dia com a dinamiza o do progresso no campo no artesanato e no com rcio ap s s culos de estagna o e obscuridade no per odo que ficou conhecido como Idade das Trevas assente de d vida a import ncia da evolu o dos of cios do artesanato do com rcio e da altera o profunda que a forma de se relacionar dos homens com os meios de produ o sofreu na Europa continental e mediterr nea em especial a partir da Baixa Idade M dia Em boa medida este avan o acelerado dos of cios do artesanato do com rcio e em ltima an lise de todos os demais aspectos da vida existente na Europa continental e mediterr nea dependeu da exist ncia cont nua da rota de com rcio entre o Ocidente e o Oriente verdadeira estrada em que foram testadas e apresentadas as primeiras experi ncias inovadoras da poca e BALERA Wagner SAYEG Ricardo Hasson O Capitalismo Humanista Filosofia Humanista de Direito Econ mico Petr polis KBR 2011 p 84 22 e neste particular a apresenta o ao mundo Ocidental de produtos que detinham grau 19 relativamente superior de conhecimento aplicado Eric John Ernest Hobsbawm not vel historiado
239. itos de terceira gera o onde se encontra a fraternidade Aduz Bonavides que Hoje o Ocidente ao rev s assiste ao advento irresist vel de outro constitucionalismo o da normatividade din mico e evolutivo e ao mesmo passo principiol gico e fecundo na gesta o de novos direitos fundamentais A concretiza o e a observ ncia desses direitos humanizam a comunh o social temperam e amenizam as rela es de poder e fazem o fardo da 115 da chamada intelig ncia coletiva da humanidade nas palavras de Andr Lemos e Pierre 7 196 L vy N o poderia ser de outra forma a partir do mbito constitucional brasileiro pelas imposi es dos artigos 7 e incisos 193 218 e par grafos e 219 da CF 88 2 4 2 A abordagem espec fica da ci ncia e tecnologia na Constitui o O artigo 7 da CF 88 estabeleceu em seu caput uma flagrante abertura sist mica ao estabelecer que s o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social A partir da indica o de que h outros direitos sociais al m dos expressamente previstos neste artigo permite se concluir que h tamb m outros direitos sociais espraiados pela pr pria Constitui o Federal al m das normas infraconstitucionais de reg ncia da mat ria Trata se da veicula o constitucional do principio protetor que vigora no Direito do Trabalho nas vertentes do indubio pro operario aplica o da norma ma
240. ivo houve a institui o de Contribui o de Interven o de Dominio Econ mico pela Lei n 10 168 de 29 de dezembro de 2000 para financiar o Programa de Est mulo Intera o Universidade Empresa para o Apoio Inova o O artigo 1 da Lei n 10 168 2000 prev Art 1 Fica institu do o Programa de Est mulo Intera o Universidade Empresa para o Apoio Inova o cujo objetivo principal estimular o desenvolvimento tecnol gico brasileiro mediante programas de pesquisa cient fica e tecnol gica cooperativa entre universidades centros de pesquisa e o setor produtivo 27 CARVALHO Paulo de Barros Direito tribut rio linguagem e m todo 3 ed S o Paulo Noeses 2009 p 787 186 258 A CIDE nos termos do artigo 2 desta lei devida pela empresa detentora de licen a de uso ou adquirente de conhecimentos tecnol gicos al m daquelas que tenham institu do contratos que impliquem em transfer ncia de tecnologia firmados com residentes ou domiciliados no exterior assim considerados aqueles contratos atinentes explora o de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e presta o de assist ncia t cnica A partir de 2002 a CIDE passou a incidir sobre os valores pagos como royalties a qualquer t tulo a residentes e domiciliados no exterior A al quota de 10 dez por certo e os valores auferidos ser o recolhidos ao Tesouro Nacional e destinados ao Fundo Nacional de
241. iza o dos recursos materiais do empregador e n o ser a inven o do empregador quando o objeto do contrato de trabalho for a pr pria pesquisa cient fica Assim neste ltimo caso estaria prevista a inven o de servi o O aspecto que merece ser ressaltado a impossibilidade de se estabelecer a inven o por disposi o contratual exclusivamente em favor do empregador quando o objeto contratual n o for a pesquisa cient fica nos termos que passou a ser aceito na legisla o subsequente ao que tudo indica pelas coloca es realizadas at aqui de forma absolutamente arbitr ria e ilegal O par grafo nico do artigo 454 previa o prazo de 1 um ano para o empregador explorar a inven o sob pena de reverter em favor do empregado a plena propriedade desse invento Verifica se que a CLT n o previa expressamente qualquer hip tese de o invento ser apenas do empregado mas pela reda o do artigo 454 percebe se que a hip tese em quest o estaria configurada contrario sensu no caso de trabalho realizado fora do mbito de abrang ncia do contrato de trabalho e sem uso de instala o ou equipamento do empregador Foi assim at a edi o do Decreto lei n 7 903 de 27 de agosto de 1945 que estabeleceu no Brasil o primeiro C digo da Propriedade Industrial sucessivamente alterado pelo Decreto lei n 254 46 Decreto lei n 1 005 69 Lei n 5 772 71 e a vigente Lei n 9 279 96 Ao ter sido veiculada a mat ria
242. l ticas p blicas Recorrendo novamente a Canotilho tem se que As normas constitucionais consagradoras dos direitos sociais econ micos e culturais implicam al m disso uma interpreta o das normas legais de modo conforme com a constitui o social econ mica e cultural por ex no caso de d vida sobre o mbito de seguran a social deve seguir se a interpreta o mais conforme com a efectiva realiza o deste direito Por outro lado a in rcia do Estado quanto cria o de condi es de efectiva o pode dar lugar a inconstitucionalidade por omiss o artigo 283 considerando se que as normas constitucionais consagradoras de direitos econ micos sociais e culturais implicam a inconstitucionalidade das normas legais que n o desenvolvem a realiza o do direito fundamental ou a realizam diminuindo a efectiva o legal anteriormente atingida Logo a interpreta o dos direitos socioecon micos deve ser direcionada para a concretiza o destes direitos no exato entendimento de serem presta es positivas bem assim conformando o entendimento derivado da legisla o infraconstitucional luz da constitui o social econ mica e cultural A interpreta o deve ser feita em favor daquelas pessoas que n o disponham dos instrumentos necess rios para se posicionar minimamente em condi es de exercitar os direitos igualdade e liberdade esta ltima ao menos no aspecto da oportunidade Destarte pela imp
243. lecer Esta dimens o da liberdade foi transposta no sentido de livre exerc cio de qualquer atividade econ mica ent o 182 BONAVIDES Paulo Op cit 2011 p 525 Conforme assinala Paulo Bonavides profundo o dissenso acerca dos aspectos importantes para a diferencia o entre direitos e garantias fundamentais mas indubit vel que estes institutos s o diferentes e abordam posicionamentos jur dicos d spares Paulo Bonavides faz refer ncia ao entendimento de Carlos Sanchez Viamonte quem aduz que Garantia a institui o criada em favor do indiv duo para que armado com ela possa ter ao seu alcance imediato o meio de fazer efetivo qualquer dos direitos individuais que constituem em conjunto a liberdade civil e pol tica El Habeas Corpus la libertad y su garant a p 1 183 ARAUJO Luiz Alberto David NUNES JUNIOR Vidal Serrano Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 1998 p 59 63 184 MINHARRO Francisco Luciano 4 propriedade intelectual no direito do trabalho S o Paulo LTr 2010 p 71 106 permitindo se o gozo deste direito pelas pessoas jur dicas nos termos do par grafo nico do artigo 170 da CF 88 Historicamente como j se viu no in cio deste trabalho a Constitui o de 1891 j trazia dispositivo semelhante no 24 do artigo 72 do que se depreende a import ncia secular da liberdade de of cio e profiss o derivada do princ pio da liberdade em geral inquestion vel
244. lguma O texto o mesmo mas o sentido que lhe atribu do outro Como a norma n o se confunde com o texto repara se a uma mudan a da norma mantido o texto Quando isso ocorre no mbito constitucional fala se em muta o a 103 constitucional A possibilidade de muta o constitucional ampla atingindo inclusive princ pios fundamentais tal qual o princ pio da legalidade O car ter de dinamismo da Constitui o foi tamb m abordado por Eros Roberto Grau para quem os aspectos de significado variam E E 106 no tempo e no espa o inclusive sofrendo com os efeitos dos aspectos culturais 192 BARROSO Lu s Roberto Interpreta o e aplica o da Constitui o fundamentos de uma dogm tica constitucional transformadora 7 ed rev S o Paulo Saraiva 2009a p 151 103 MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet 2007 Op cit p 220 104 Td ibid loc cit nota 1 O fen meno da infra o pode levar a uma vis o diferente do princ pio constitucional da legalidade fornecendo exemplo de muta o constitucional Veja se que num primeiro momento quando a corros o da moeda n o era extrema a jurisprud ncia afirmava que a corre o monet ria somente pode ocorrer em face de autoriza o legal STF RE 74 655 DJ de 1 6 1973 Mais adiante quando o problema monet rio se agravou passou se a entender que o principio da legalidade conviveria com
245. librado o qual incorporar e compatibilizar os planos nacionais e regionais de desenvolvimento Este papel intervencionista do Estado na dimens o e no limite estritamente constitucional acima mencionados foi ressaltado por Eros Roberto Grau ao indicar a realiza o da justi a social e do desenvolvimento enquanto objetivos deste processo afirmando que 175 SILVA Guilherme Amorim Campos Direito fundamental ao desenvolvimento econ mico nacional S o Paulo M todo 2004 p 87 99 abandonando a postura de passividade diante do desenrolar do processo econ mico que a ideologia do liberalismo econ mico prescrevia passa o Estado modernamente a atuar de modo marcante no campo econ mico Aos ideais sociais de ordem seguran a e paz agregam se o de justi a social e desenvolvimento A m o invis vel smithiana ent o substitu da pela m o vis vel do Estado conformadora do evolver do processo econ mico Justificada jur dica e ideologicamente no mundo capitalista a a o do Estado no e sobre o processo econ mico o Direito desempenha um papel de extrema import ncia enquanto mecanismo de integra o em todos os setores do econ mico deixa de ser um mero instrumento de harmoniza o de interesses e passa a cumprir a fun o de ferramenta para a obten o de determinados fins no campo espec fico da ordem econ mica para a realiza o de justi a social e desenvolvimento Neste mesmo sentido destaca F bi
246. lica o de referido princ pio foi ressalvada com maestria por Willis Santiago Guerra Filho ao aduzir que 117 BARROSO Lu s Roberto 2009b Op cit p 301 72 o reconhecimento de uma multidimensionalidade n o s do princ pio da proporcionalidade mas tamb m de todos os demais direitos e garantias fundamentais resulta da percep o da tarefa b sica a ser cumprida por uma comunidade pol tica que seria a harmoniza o dos interesses de seus membros individualmente considerados com aqueles interesses de toda a comunidade ou de parte dela Em sendo assim tem se o compromisso b sico do Estado Democr tico de Direito na harmoniza o de interesses que se situam em tr s esferas fundamentais a esfera p blica ocupada pelo Estado a esfera privada em que se situa o indiv duo e um segmento intermedi rio a esfera coletiva em que setem os interesses de indiv duos enquanto membros de determinados grupos formados para a consecu o de objetivos econ micos pol ticos culturais ou outros Note se que apenas a harmoniza o das tr s ordens de interesses possibilita o melhor atendimento dos interesses situados em cada uma j que o excessivo privilegiamento dos interesses situados em alguma dela em detrimento daqueles situados nas demais termina no fundo sendo um desservi o para a consagra o desses mesmos interesses que se pretendia satisfazer mais que aos outros Para que se tenha a exata no o disso basta te
247. logia a ser estimulada e apoiada pela lei deve praticar sistema de remunera o que possibilite ao empregado partilhar dos ganhos econ micos da pr pria atividade inventiva a verdadeira consubstancia o nas normas internas desta previs o de direito internacional raz o pela qual por diferentes motivos sejam eles normativos ou n o deveria ser plenamente respeitada N o se pode falar em desenvolvimento sem a inclus o do homem como promotor part cipe e benefici rio do pr prio desenvolvimento o que ressaltado no artigo 2 que coloca a pessoa humana como sujeito central do desenvolvimento E a inser o do ser humano neste local de destaque alcan ada atrav s da participa o ativa e benefici ria do homem no desenvolvimento a inser o do homem no centro das preocupa es e como destinat rio dos ganhos econ micos decorrentes deste desenvolvimento cient fico e tecnol gico Seria o desenvolvimento concretizado pelo homem e para todos os Homens Torna se fundamental mencionar que ao Estado imposta relevante obriga o de R ES y ro natureza prim ria prevista no 3 do artigo 1 da Declara o ao mencionar que os Estados t m o direito e o dever de formular pol ticas nacionais adequadas para o desenvolvimento que visem ao constante aprimoramento do bem estar de 25 HART H L A O conceito de direito Trad Ant nio de Oliveira Sette C mara S o Paulo WMF Martins Fontes 2009
248. m br revista texto 22650 gt Acesso em 01 out 2012 TRIPS Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights Reuni o do Conselho em 6 e 7 de novembro de 2012 Dispon vel em lt http www wto int english news e newsl2 e trip 06novl2 e htm gt Acesso em 7 jan 2013 USPTO United States Patent and Trademark Office Dep sito de Patentes Dispon vel em lt http www uspto gov web offices ac ido oeip taf appl yr htm gt Acesso em 05 out 2012 Ae ole ae k k k k
249. m geral ao estribar a reflex o no pensamento de Jos Joaquim Gomes Canotilho na quest o da teoria da Constitui o a partir das li es de Robert Alexy e no pensamento de Miguel Reale ao imputar o elemento axiol gico na an lise do fato e da norma conforme adiante restar apresentado Assim entende Jos Joaquim Gomes Canotilho que a teoria da Constitui o como teoria cient fica e tamb m normativa da constitui o apresenta se num triplo sentido a saber 1 como inst ncia critica das solu es constituintes consagradas nas leis fundamentais e das propostas avan adas para a cria o e revis o de uma constitui o nos momentos constitucionais 2 como fonte de descoberta das decis es princ pios regras e alternativas acolhidas pelos v rios modelos constitucionais e 3 como filtro de racionaliza o das pr compreens es do int rprete das normas constitucionais procurando evitar que os seus preju zos e pr conceitos jur dicos filos ficos ideol gicos religiosos e ticos afectem a racionalidade e razoabilidade indispens veis observa o da rede de complexidade do estado de direito democr tico constitucional 2 grifos no original Parece bvio que para a presente reflex o importam o segundo e o terceiro sentidos ofertados por Canotilho chamados de fonte de descoberta e de filtro de racionaliza o das pr compreens es vez que n o se est a criticar e exigir uma nova reda o do
250. m promover e incentivar o desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas nacionais e nas entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos dedicadas a estas atividades de inova o mediante a concess o de recursos financeiros humanos materiais ou de infraestrutura indicando que tais recursos devem ser destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento para atender s prioridades da pol tica industrial e tecnol gica nacional conforme o artigo 19 desta lei Quanto concess o de recursos financeiros a promo o e o incentivo poder o ser feitos pela via da subven o econ mica o financiamento ou a participa o societ ria sendo certo que esta ltima hip tese j foi comentada quando se fez refer ncia s sociedades de prop sito espec fico De toda a forma o instrumento mais relevante para os fins que se pretende sustentar neste trabalho a subven o econ mica cuja concess o implica obrigatoriamente a assun o de contrapartida pela empresa benefici ria na forma estabelecida nos instrumentos de ajuste espec ficos par grafo 3 do artigo 19 da Lei 10 973 2004 O Decreto n 5 563 de 11 de outubro de 2005 estabelece em pormenores as nas dis sed 3 PORES 214 regras b sicas para a realiza o das subven es econ micas 214 Cf Cap tulo IV Do est mulo inova o nas empresas Decreto n 5 563 2005 que aduz Art 20 A Uni
251. mamente da forma com que os agentes econ micos v o se posicionar no meio social al m da posi o determinante do Estado 7 187 Jos Afonso da Silva bem assevera ao dizer que 186 BASTOS Celso Ribeiro Curso de Direito Constitucional 17 ed S o Paulo Saraiva 1996 p 260 187 SILVA Jos Afonso 1998 Op cit p 289 111 N o f cil estremar com nitidez os direitos sociais dos direitos econ micos Basta ver que alguns colocam os direitos dos trabalhadores entre os direitos econ micos e n o h nisso motivo de censura porque em verdade o trabalho um componente das rela es de produ o e nesse sentido tem dimens o econ mica indiscut vel A Constitui o tomou partido a esse prop sito ao incluir o direito dos trabalhadores como esp cie dos direitos sociais e o trabalho como primado b sico da ordem social arts 7 e 193 posi o correta tamb m not vel a s ntese elaborada por Nelson Nazar ao se manifestar sobre a Ordem Econ mica e Social justamente pela conjuga o de ambas ao afirmar A constitui o Federal de 1988 fala de ordem econ mica e de ordem social reafirmando o conjunto sist mico de que a econ mia coexiste com a social H uma cadeia nica de fatos sendo econ mica a produ o e social a reparti o Portanto todas as regras de prote o aos inventos industriais devem ser conformadas pela refer ncia direta ao interesse social destes decorrentes
252. manteve a garantia ao direito individual sobre os inventos industriais enquanto privil gio tempor rio cuja nomenclatura remonta Constitui o de 1891 artigo 72 25 Todas as Constitui es brasileiras com exce o da de 1937 que suprimiu referida garantia faziam refer ncia ao privil gio tempor rio sobre os inventos o que faz remiss otamb mao pr prio per odo medieval e o que foi mantido no per odo da Revolu o Industrial quando a outorga deste direito na concep o de um privil gio vinha das m os bondosas do Rei Na Constitui o de 1934 o artigo 113 item 18 fazia esta refer ncia assim como o 817 do artigo 141 da Constitui o de 1946 e o 24 do artigo 150 da Constitui o de 1967 Assim mantida a nomenclatura de privil gio tempor rio e abarcada a prote o s cria es industriais marcas nomes de empresas e outros signos distintivos o aspecto importante que o dispositivo constitucional em apre o literalmente trouxe o objetivo da pr pria prote o dos inventos industriais a saber o interesse social e o desenvolvimento tecnol gico e econ mico do Pa s Assim como a propriedade privada em geral foi veiculada constitucionalmente com sua nsita fun o social a prote o dos inventos industriais foi insculpida na Carta pol tica com vistas ao atendimento do interesse social e o desenvolvimento fazendo correla o com o artigo 170 na perspectiva que estrutura os princ
253. mas pelo significado ou sentido da exist ncia medo que sempre precede os ltimos ganhos do progresso cient fico No entanto existe sempre a perplexidade de n o sabermos o que haver de facto sic a ganhar Da a ambiguidade e complexidade do tempo presente Dai tamb m a ideia hoje partilhada por muitos de estarmos numa fase de transi o Da finalmente a urg ncia de dar resposta a perguntas simples elementares intelig veis Uma pergunta elementar uma pergunta que atinge o magma mais profundo da nossa perplexidade individual e colectiva sic com a transpar ncia t cnica de uma fisga Foram assim as perguntas de Rousseau ter o de ser assim as nossas Mais do que isso duzentos e tal anos depois as nossas perguntas continuam a ser as de Rousseau 28 SAYEG Ricardo BALERA Wagner O capitalismo humanista Filosofia humanista de direito econ mico Petr polis KBR 2011 p 193 2 REALE Miguel Filosofia do Direito 4 ed S o Paulo Saraiva 1965 p 55 173 Ressaltada a dignidade humana na perspectiva da autoconsci ncia do Homem o fato que o esp rito inventivo humano com toda a sua engenhosidade criatividade e aud cia atributo exclusivamente humano inato e indispens vel para a pesquisa O pr prio direito ao desenvolvimento direito humano inalien vel conforme j destacado na Declara o sobre o Direito ao Desenvolvimento 1986 A imprescindibilidade deste esp rito inventivo
254. melhorista o direito de participar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico do qual diretamente participou restando reconhecido o direito de ter a inscri o de seu nome no Certificado de Prote o Novamente aquele que diretamente participa da inova o com sua individual e imprescind vel capacidade intelectual n o remunerado pela apropria o de seu conhecimento humano nos termos estabelecidos na CF 88 Em adi o a Lei de Prote o de Cultivar ainda mais severa no tocante presun o de que o desenvolvimento tenha sido realizado na vig ncia do contrato de trabalho considerando que o 82 deste artigo 38 prev a presun o de que a cultivar foi desenvolvida durante o contrato de trabalho no prazo de at 3 anos ap s a extin o deste referido contrato O prazo que na Lei de Propriedade Industrial de 1 ano na Lei de Prote o de Cultivar de 3 cuja presun o milita em favor do empregador ou contratante Por outro lado o artigo 39 traz uma previs o realmente diferente de todas as demais leis que abordam outros aspectos afeitos inova o tecnol gica vez que pertencer o a ambas as partes salvo expressa estipula o em contr rio as novas cultivares bem como as cultivares essencialmente derivadas obtidas pelo empregado ou prestador de servi os ou outra atividade laboral n o compreendida no disposto no art 38 quando decorrentes de contribui o pessoal e mediante a utiliza o de re
255. mentos a Carta Magna indicou expressamente dentre outros o desenvolvimento nacional como objetivo fundamental da Rep blica o qual se desdobra na esp cie desenvolvimento cient fico e tecnol gico Ficaram a cargo do Estado a promo o e o incentivo desta esp cie de desenvolvimento nos termos do j apreciado artigo 218 e par grafos da CF 88 Ali s conforme j apresentado anteriormente ainda que a quest o do desenvolvimento cient fico e tecnol gico esteja lan ada no T tulo VIII Da Ordem Social indubit vel sua rela o direta e influ ncia na Ordem Econ mica considerando a atua o dos agentes econ micos envolvidos nesta esp cie de desenvolvimento tanto na perspectiva da liberdade de empresa quanto dos contratos de trabalho este ltimo tamb m um contrato 236 direito econ mico conforme aduz Nelson Nazar Nesta esteira restou Uni o aos Estados e ao Distrito Federal concorrentemente legislar sobre o Direito Econ mico conforme o disposto no artigo 24 inciso I da CF 88 E n o foi por mero acaso que o legislador constitucional colocou o tema da ci ncia e tecnologia na estrutura o da Ordem Social ladeado pelas quest es atinentes ao meio ambiente educa o cultura e desporto e seguridade social Claramente indicou se a EM NAZAR Nelson Direito econ mico e o contrato de trabalho com an lise do contrato internacional do trabalho S o Paulo Atlas 2007 p 265 A quest o do cont
256. mero absoluto de pesquisadores quase dobrou sendo certo que por seu turno houve um decr scimo no n mero de pesquisadores no setor empresarial A posi o de Waldimir Pirr Longo emblem tica e ainda atual ssima a partir da constata o de que foi externada em 1984 ao aduzir que em primeiro lugar os trabalhos de pesquisa n o t m fronteiras r gidas em segundo lugar as f bricas de tecnologia e os laborat rios se complementam sendo ambos importantes para o desenvolvimento do Pa s Em consequ ncia a situa o ideal haver uma forte intera o entre eles para que conhecimentos cient ficos e tecnologias tenham pleno desenvolvimento e utiliza o nos lugares apropriados 1s E mais adiante vaticina Longo com propriedade que a causa principal do fracasso das f bricas de tecnologia principalmente daquelas pertencentes direta ou indiretamente ao Estado tem como origem o fato de que a maioria de seu pessoal desconhece que trabalha numa f brica e pensa que est a servi o de um laborat rio Em geral elas s o criadas para preencherem os objetivos de uma f brica mas se organizam como laborat rios universit rios por exemplo Como primeira consequ ncia a comercializa o relegada a segundo plano ou mesmo completamente ignorada Outra consequ ncia que os pesquisadores passam a se comportar como se estivessem num laborat rio cient fico produzindo bons trabalhos cient ficos mas deixando de pr
257. mica A contrapartida em favor dos empregados inventores deve ser a pr tica de sistema de remunera o que assegure ao empregado participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho nos termos do 4 do artigo 218 da CF 88 253 A Lei n 4 320 1964 que estatui as Normas Gerais de Direito Financeiro para elabora o e controle dos or amentos e balan os da Uni o dos Estados dos Munic pios e do Distrito Federal estabelece em seu artigo 12 8 3 que Consideram se subven es para os efeitos desta lei as transfer ncias destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas distinguindo se como I subven es sociais as que se destinem a institui es p blicas ou privadas de car ter assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa II subven es econ micas as que se destinem a empr sas sic p blicas ou privadas de car ter industrial comercial agricola ou pastoril O artigo 19 desta lei por seu turno prev que a Lei de Or amento n o consignar ajuda financeira a qualquer t tulo a empr sa sic de fins lucrativos salvo quando se tratar de subven es cuja concess o tenha sido expressamente autorizada em lei especial 183 4 3 A interven o estatal como elemento harmonizador da tens o entre os interesses dos inventores e da iniciativa privada Os dados recentes publicados pelo Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o sob o
258. mo j asseverava Joseph Schumpeter determinante neste aspecto Como j foi dito a inova o um bem atualmente importante na competitividade das empresas Acontece que a tend ncia pelo exerc cio abusivo do poder econ mico sendo certo que o pensamento ideal e sonhador de que o livre mercado intenta o estabelecimento das melhores condi es para o consumidor e para os demais agentes envolvidos dentre eles o pesquisador por si s infantil e equivocado Segue se ent o Eros Grau ao asseverar que 96 a ordem privada que o conforma determinada por manifesta es que se imaginava fossem patol gicas convertidas por m na din mica de sua realidade em um elemento pr prio a sua constitui o natural 17 por este motivo que o papel do Estado t o relevante nesta perspectiva de interven o no livre mercado Se certo que somente pode existir livre concorr ncia a partir da exist ncia da livre iniciativa mas o inverso n o necessariamente verdadeiro podendo existir livre iniciativa sem livre concorr ncia quando a atua o efetiva do Estado for imprescind vel para reprimir os abusos cometidos justamente neste ponto interven o estatal indireta para a regulamenta o e controle do ambiente econ mico a fim de garantir a preval ncia dos demais princ pios estruturantes da ordem econ mica constitucional que se v presente concretamente e de forma exemplar o car ter de al
259. n o estabeleceu que o Inventor tem o direito de ser mencionado como tal na patente interessante este dispositivo em compara o aos j comentados 2 e 4 do artigo 6 da Lei 9 279 1996 C digo de Propriedade Industrial 219 NAZAR Nelson 2009 Op cit p 182 20 STAL Eva Biodiversidade e inova o tecnol gica na estrat gia de internacionaliza o da Natura In OLIVEIRA JUNIOR Moacir de Miranda Org Multinacionais brasileiras internacionaliza o inova o e estrat gia global Porto Alegre Bookman 2010 p 287 Eva Stal doutora em administra o pela Faculdade de Economia e Administra o da Universidade de S o Paulo analisando o caso da empresa brasileira de cosm ticos Natura aduz que A cria o de valor em uma empresa ocorre com algo original ou diferenciado que tenha utilidade e funcionalidade na vis o do consumidor Na Natura a cria o de valor passa pela constru o permanente da marca e pela qualidade das rela es com seus diversos p blicos consumidores consultoras colaboradores fornecedores acionistas e parceiros Mas tamb m passa pela inova o Na ind stria de cosm ticos o ciclo de renova o de produtos leva de dois a tr s anos e para se enquadrar neste ritmo a Natura investe cerca de 3 de sua receita l quida em P amp D melhorias de processos e conv nios com universidades e centros de pesquisa no Brasil principalmente USP e Unicamp na Fran a na It lia e n
260. nal vigente a de controle a que aludia na esteira dos anteriores o projeto final da Comiss o de Sistematiza o artigo 203 caput mas a retirada desse controle in concreto que daria a possibilidade de inger ncia direta do Estado na vida das empresas n o diminui o papel do Estado como agente normativo e regulador da atividade econ mica papel esse que se situa no terreno da normatividade e n o da execu o E portanto para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do princ pio da livre concorr ncia com os da defesa do consumidor e da redu o das desigualdades sociais em conformidade com os ditames da justi a social pode o Estado por via legislativa regular a pol tica de pre os de bens e de servi os abusivo que o poder econ mico que visa ao aumento arbitr rio dos lucros grifos no original Verifica se portanto que o papel do Estado na ordem constitucional brasileira abarca sua interven o indireta nos limites da carta pol tica com alto grau de direcionamento jur dico para se estabelecer referida interven o Os objetivos foram mencionados na pr pria carta constitucional dentre eles o desenvolvimento nacional e os princ pios que regem a Ordem Econ mica tamb m vieram expressos na ordena o constitucional Os argumentos do absoluto liberalismo econ mico j n o se sustentam como antes conforme bem apresentou Paulo Bonavides ao afirmar que o liberalismo de nossos dias enquanto liberalism
261. ncia para definir se como tal deve necessariamente recortar no real seu objeto pr prio assim como definir as bases de uma metodologia espec fica ci ncias f sicas e naturais Conjunto de conhecimentos humanos a respeito da natureza da sociedade do pensamento das leis objetivas que regem os fen menos e sua explica o progresso da ci ncia Ee TO saci e Conforme Aur lio Buarque de Holanda Ferreira ci ncia 1 Conhecimento 2 Saber que se adquire pela leitura e medita o instru o erudi o sabedoria 3 Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto especialmente os obtidos mediante a observa o a experi ncia dos fatos e um m todo pr prio ci ncias hist ricas ci ncias f sicas 4 Soma de conhecimentos pr ticos que servem a um determinado fim a ci ncia da vida 5 A soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto Os progressos da ci ncia em nossos dias 6 Filos Processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza visando domina o dela em seu pr prio benef cio Waldimir Pirr e Longo afirma que entende se por ci ncia o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo objetivo envolvendo seus fen menos naturais ambientais e comportamentais V se que o conceito de ci ncia parte da ideia de acumula o de conhecimento ao longo da hist ria o que permitiu o progresso de t cnicas not veis Entretanto as quest es b
262. nd ncia da atividade inventiva em rela o ao contrato de trabalho e sem qualquer esp cie de utiliza o dos recursos da empresa Em todas as demais hip teses a titularidade sobre a cria o do empregador seja exclusivamente seja de forma mista ainda que nesta ltima hip tese haja a possibilidade de ressalva em sentido contr rio 180 por contrato prestigiando a autonomia da vontade entre empregado e empregador o que vai de encontro ao pr prio sistema de direito laboral conforme j mencionado Ora o crit rio de apropria o do conhecimento o financeiro indiscutivelmente Assim evidente que o aspecto a ser prestigiado a contrapresta o pela verdadeira aliena o do conhecimento pelo empregado em favor do empregador n o se confundindo com a remunera o decorrente do contrato de presta o de servi os Ali s todo o arcabou o legislativo sobre a participa o do empregado na atividade inventiva estabelece que a contrapresta o por qualquer esp cie de partilha em favor do empregado sobre os ganhos econ micos advindos do invento n o tem natureza salarial nos termos j mencionados At mesmo a Lei Federal n 8 212 de 24 de julho de 1991 que disp e sobre a organiza o da Seguridade Social e institui Plano de Custeio assevera que n o integra o sal rio de contribui o do empregado os valores recebidos por for a de cess o de direitos autorais cujo regime aplicado subsidiariamente ao es
263. nd veis para o efetivo desenvolvimento nacional O Capital o Trabalho e o Estado O Todo 194 REFERENCIAS AGUILLAR Fernando Herren Direito Econ mico do direito nacional ao direito supranacional S o Paulo Atlas 2006 ALEXY Robert Constitucionalismo discursivo 2 ed Trad Lu s Afonso Heck Porto Alegre Livraria do Advogado Editora 2008 ANTONETTI Guy 4 economia medieval Trad Hil rio Franco J nior S o Paulo Atlas 1977 ARAUJO Luiz Alberto David NUNES JUNIOR Vidal Serrano Curso de direito constitucional S o Paulo Saraiva 1998 ASCEN AO Jose de Oliveira Direito do autor 2 ed Rio de Janeiro Renovar 1997 ASHTON T S A revolu o industrial 4 ed Trad Prof Jorge de Macedo S o Paulo Publica es Europa Am rica 1977 BALERA Wagner SAYEG Ricardo Hasson O Capitalismo Humanista Filosofia Humanista de Direito Econ mico Petr polis KBR 2011 BARBOSA Denis Borges O Direito Constitucional ao desenvolvimento inova o e a apropria o das tecnologias In BARBOSA Denis Borges organizador Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 PRADO Elaina Ribeiro do Quem o dono das cria es sob a Lei de Inova o In BARBOSA Denis Borges Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 Coment rios lei de inova o In BARBOSA Denis Borges organizador Direito da inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 Uma hi
264. neg cios materiais instala es ou equipamentos do empregador contratante de servi os ou entidade geradora do v nculo A reda o deste artigo acompanha a diretriz j comentada no tocante Lei de Propriedade Industrial e a Lei de Prote o das Cultivares quando os crit rios de apropria o do conhecimento humano s o justamente o objeto do contrato de trabalho e a utiliza o dos recursos materiais disponibilizados pelos empregadores ou entidades estatais evidente tamb m que a abertura concedida logo no in cio da reda o do dispositivo em favor da liberdade de contratar pela pr pria rela o desigual entre empregado e empregador mesmo neste n vel de colaborador letra morta no sentido de n o alcan ar o objetivo pretendido Neste caso de titularidade exclusiva do empregador o par grafo 1 do mesmo artigo menciona que a compensa o do trabalho ou servi o prestado limitar se remunera o convencionada novamente possibilitando o ajuste contratual em sentido contr rio A possibilidade de a titularidade sobre os circuitos integrados pertencer exclusivamente ao empregado est prevista no 2 deste artigo 28 que aduz 2 Pertencer o exclusivamente ao empregado prestador de servi os ou servidor p blico os direitos relativos topografia de circuito integrado desenvolvida sem rela o com o contrato de trabalho ou de presta o de servi os e sem a utiliza o de recursos i
265. nforma es tecnol gicas segredos industriais ou de neg cios materiais II s pessoas domiciliadas em pa s que em reciprocidade conceda aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil direitos iguais ou equivalentes Art 25 O disposto neste Cap tulo aplica se tamb m aos pedidos de registro provenientes do exterior e depositados no Pais por quem tenha prote o assegurada por tratado em vigor no Brasil 153 instala es ou equipamentos do empregador contratante de servi os ou entidade geradora de v nculo estatut rio Verifica se novamente o regramento comum nestas mat rias relatadas quando o empregado ou prestador de servi os ou mesmo o servidor p blico apenas adquire plenos direitos sobre os circuitos integrados na hip tese de n o realizar as tarefas atinentes ao desenvolvimento no ambiente de trabalho ou em qualquer momento em que esteja prestando seu labor em benef cio do empregador tomador do servi o ou entidade p blica al m de n o poder fazer uso de qualquer aspecto de ordem material disponibilizado por estes Apesar deste regramento padr o o artigo 29 da lei faz expressa refer ncia import ncia do esfor o intelectual do seu criador como elemento indispens vel para que a topografia seja considerada original e assim pass vel de prote o al m do car ter incomum e n o vulgar no aspecto da t cnica O lapso temporal de prote o dos direitos sobre os circuitos integrados de a
266. nhecimento al m das pesquisas tecnol gicas para o desenvolvimento cient fico em si na rea de computa o e atualmente na rea de nanotecnologia Os programas de computador s o indispens veis para o pr prio desenvolvimento cient fico enquanto ferramentas que permitem a realiza o efetiva do processo experimental facilitando a evolu o da ci ncia e por fim da pr pria tecnologia O exemplo inicialmente dado sobre o Grande Colisor de H drons LHC conhecido como acelerador de part culas instalado no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares CERN comprova a import ncia da 138 evolu o na rea dos programas de computador para o pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico Sem os atuais programas n o seria poss vel a constru o do LHC tampouco portanto a realiza o das pesquisas sobre o B son de Higgs E 209 O artigo 1 da referida Lei estabelece o conceito de programa de computador como sendo a express o de um conjunto organizado de instru es em linguagem natural ou codificada contida em suporte f sico de qualquer natureza de emprego necess rio em m quinas autom ticas de tratamento de informa o dispositivos instrumentos ou equipamentos perif ricos baseados em t cnica digital ou anal gica para faz los funcionar de modo e para fins determinados J o artigo 2 estabelece que o regime jur dico de prote o propriedade intelectual de programa de com
267. nial a Coroa Portuguesa buscou evitar que algum desenvolvimento cient fico ou tecnol gico viesse a se 47 perpetrar na Col nia o que colocaria em risco a supremacia da Coroa sobre o territ rio brasileiro Havia inclusive proibi o expressa acerca da instala o de qualquer f brica ou manufatura na Col nia o que se realizou atrav s do Alvar de 5 de janeiro de 1785 Os verdadeiros motivos que levaram a Coroa a proibir a instala o de qualquer f brica ou manufatura foram destacados por Jo o da Gama Cerqueira ao fazer refer ncia ao aviso que acompanhou o Alvar dirigido pelo Ministro Martinho de Melo e Castro ao Vice Rei quando aduz que indubitavelmente certo que sendo o Estado do Brasil o mais f rtil e abundante em frutos e produ o da terra e tendo os seus habitantes vassalos desta coroa por meio da lavoura e da cultura n o s tudo quanto lhes necess rio para sustento da vida mas muitos artigos important ssimos para fazerem como fazem um extenso e lucrativo com rcio e navega o e se a estas incontest veis vantagens ajuntarem as da ind stria e das artes para o vestu rio luxo e outras comodidades precisas ou que o uso e costume tem introduzido ficar o os ditos habitantes totalmente independentes da sua capital dominante por consequ ncia indispensavelmente necess rio abolir do Estado do Brasil as ditas f bricas e manufaturas e isto o que Sua Majestade ordena que Vossa Exc
268. no bojo da legisla o sobre propriedade intelectual de forma parcial e complementarmente diversa da previs o da CLT o artigo 454 foi tacitamente revogado n o retornando mais a mat ria a ser tratada na seara do direito laboral em que pese seu nsito car ter trabalhista por todas as raz es j declinadas H quem frontalmente questione a revoga o t cita comentada sob o argumento de que a lei de propriedade intelectual seria de natureza geral n o revogando a CLT que seria 122 nesta perspectiva lei especial aplicando se assim o disposto n 2 do artigo 2 do Decreto lei n 4 657 1942 Lei de Introdu o ao C digo Civil Luciano Viveiros afirma que Em outro campo de discuss o cristalino que a legisla o do trabalho j tratou do tema em seu art 454 da CLT revogado com o advento da lei de propriedade industrial Mas sabe se que o decreto lei que trouxe a legisla o trabalhista ao mundo jur dico em 1943 por Get lio Vargas uma lei especial que tamb m criou uma Justi a Especial e que na li o de Miguel Reale propulsores dos institutos jur dicos ligados introdu o ao estudo do Direito enfim das obras primas que recheiam nossas bibliotecas uma lei geral n o capaz de revogar uma lei especial Se tivermos a lei de propriedade industrial como uma lei de car ter geral e sem sombra de d vida por outro lado temos a Consolida o das Leis do Trabalho como lei especial que
269. nol gicos 11 redu o de 50 do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI em rela o aos equipamentos aparelhos m quinas e instrumentos al m dos acess rias destinados pesquisa e desenvolvimento tecnol gico iii deprecia o integral de novas m quinas equipamentos aparelhos e instrumentos utilizados para a pesquisa e desenvolvimento tecnol gico quando da apura o do Imposto de Renda da Pessoa Jur dica IRPJ e da Contribui o Social sobre o Lucro L quido CSLL e iv redu o a 0 zero da al quota do imposto de renda retido na fonte quando das remessas realizadas para o exterior que tenham como objetivo a manuten o de marcas patentes e cultivares E evidente que as particularidades acerca das esp cies de benef cios fiscais s o in meras com uma s rie de requisitos e obriga es acess rias que s o irrelevantes para os fins deste trabalho apresentando se de suma import ncia neste aspecto a abordagem 149 daqueles benef cios fiscais que mantiveram na legisla o alguma esp cie de liga o com os empregados inventores envolvidos na atividade inventiva para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnol gico conforme adiante restar apresentado Assim o artigo 19 da Lei 11 196 2005 estabelece que a pessoa jur dica poder excluir do lucro l quido na determina o do lucro real e da base de c lculo da CSLL o valor correspondente a at 60 sessenta por cento da soma do
270. ntelectual do inventor al m claro da dimens o exposta que s o os produtos inovadores derivados desta atividade inventiva e legalmente protegidos em JAGUARIBE H lio Alternativas do Brasil Rio de Janeiro Jos Olympio 1989 p 111 SANTOS Boaventura de Sousa A cr tica da raz o indolente contra o desperd cio da experi ncia 8 ed S o Paulo Cortez 2011 p 74 Em rela o ao paradigma dominante Santos menciona Op cit p 60 61 que o modelo de racionalidade que preside ci ncia moderna constituiu se a partir da revolu o cientifica do s culo XVI e foi desenvolvido nos s culos seguintes basicamente no dom nio das ci ncias naturais Ainda que com alguns pren ncios no s culo XVIII s no s culo XIX que este modelo de racionalidade se estende s ci ncias sociais emergentes A partir de ent o pode falar se de uma modelo global isto ocidental de racionalidade cient fica que admite variedade interna mas que se defende ostensivamente de duas formas de conhecimento n o cient fico e portanto potencialmente perturbadoras o senso comum e as chamadas humanidades ou estudos human sticos em que se incluiriam entre outros os estudos hist ricos filol gicos jur dicos liter rios filos ficos e teol gicos 43 favor dos investidores Em verdade a dimens o da t cnica ainda maior em rela o ao Homem conforme aduz Andr Lemos e Pierre L vy ao mencionarem que a tecn
271. ntes pelas quais as pessoas come aram a migrar para as cidades abrindo a possibilidade da derrocada do sistema feudal at mesmo porque os pr prios historiadores especialistas divergem sobremaneira sobre tal assunto De toda a forma a car ncia cada vez maior de recursos na vida feudal tanto pelo aumento da qualidade de vida dos senhores e fam lias e do n mero de pessoas nas cortes feudais quanto pelos custos das guerras derivadas das Cruzadas acabou por tornar a vida das 24 SWEEZY Paul Teoria do Desenvolvimento Capitalista 2 ed Rio de Janeiro Zahar Editores 1967 p 69 25 SCHUMPETER Joseph A Teoria do desenvolvimento econ mico uma investiga o sobre lucros capital cr dito juro e o ciclo econ mico Trad Maria S lvia Possas S o Paulo Abril Cultural 1982 p 47 Foi um dos primeiros te ricos a trazer a concep o e import ncia de inova o e empreendedorismo o pr prio conceito de desenvolvimento depende desta no o de ruptura do equil brio do sistema vigente aduzindo que o desenvolvimento no sentido em que o tomamos um fen meno distinto inteiramente estranho ao que pode ser observado no fluxo circular ou na tend ncia para o equil brio uma mudan a espont nea e descont nua nos canais do fluxo perturba o do equil brio que altera e desloca para sempre o estado de equil brio previamente existente Nossa teoria do desenvolvimento n o e nada mais que um modo de tratar esse fen meno e os
272. ntivo do criador pesquisador brasileiro porque se trata de genu na express o da pessoa humana e importante para o seu desenvolvimento pessoal e para a concretiza o dos objetivos da Rep blica tamb m atrav s do desenvolvimento cient fico e tecnol gico sem se olvidar da prote o da dignidade humana deste pesquisador e do direito humano ao desenvolvimento 4 2 O direito social de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico A quest o a ser enfrentada portanto que o resultado final deste processo de cria o torna se um bem apropri vel e de alto valor para as empresas ainda que seja fundamentalmente intelectual genuinamente humano e decorrente da capacidade mpar de pensar e articular informa es e conhecimentos pr existentes do Homem isto do esp rito inventivo do Homem dotado de raz o e consci ncia S o estes elementos inclusive que o distinguem enquanto esp cie humana N o se est falando do bem em si produto final do processo no qual foi utilizado o conhecimento desenvolvido Fala se do bem imaterial incorp reo decorrente do esp rito inventivo da pessoa envolvida na cria o de inova o tecnol gica seja patente modelo de utilidade software cultivares ou mesmo de um novo processo que gere inova o mas n o seja juridicamente protegido pela legisla o espec fica sobre a mat ria Neste ponto a evolu o hist rica do conceito de bem e de propriedade pela via da supera o
273. nto uniforme e equilibrado trazendo o legislador constitucional no artigo 151 inciso I da CF 88 a veda o quanto a se instituir tributo que n o seja uniforme em todo o territ rio nacional ou que implique distin o ou prefer ncia em rela o a Estado ao Distrito Federal ou a Munic pio bem assim permitindo os incentivos fiscais destinados a promover o equil brio do desenvolvimento s cio econ mico entre as diferentes regi es do Pa s De forma direta a reparti o das receitas tribut rias tamb m considera na perspectiva do crescimento econ mico equilibrado entre as diversas regi es brasileiras a necessidade de 159 ISHIKAWA Lauro Disserta o de Mestrado 2008 Op cit p 140 160 Art 23 compet ncia comum da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios Par grafo nico Leis complementares fixar o normas para a coopera o entre a Uni o e os Estados o Distrito Federal e os Munic pios tendo em vista o equil brio do desenvolvimento e do bem estar em mbito nacional 91 se destinar sistematicamente um percentual espec fico da arrecada o do Imposto sobre a Renda IR e do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI para financiamento do setor produtivo das regi es Norte Nordeste e Centro oeste nos termos da al nea c do inciso I do artigo 159 da CF 88 regi es brasileiras notadamente atrasadas neste aspecto Evidencia se sistematicamente a pr
274. ntos sobre prote o e aplica o de normas de prote o dos direitos de propriedade intelectual bem como sobre a preven o de seu abuso e incluir apoio ao estabelecimento e fornecimento dos escrit rios e ag ncias nacionais competentes nesses assuntos inclusive na forma o de pessoal 168 que respecta al comercio de mercanc as de marca de f brica o de comercio r 233 falsificadas y mercanc as piratas que lesionan el derecho de autor O primeiro dos dispositivos em comento que subscreve o objetivo de se realizar a transfer ncia de tecnologia entre empresas dos pa ses desenvolvidos com aquelas dos pa ses de menor desenvolvimento em verdade n o reflete o que ocorre atualmente nesta seara considerando que a transfer ncia de tecnologia quando efetivamente ocorre em raras exce es realizado de forma remunerada O segundo dispositivo confere relev ncia coopera o t cnica internacional frequentemente desenvolvida por organismos internacionais como o Banco Mundial o Fundo Monet rio Internacional ou a pr pria Organiza o Mundial do Com rcio OMC Ali s esta ajuda internacional nos aspectos t cnicos frequentemente questionada tanto pelos pa ses que recebem a referida ajuda quanto pela doutrina internacional sobre o tema haja vista a posi o abalisada de Joseph E Stiglitz Por fim o terceiro dispositivo que trata da coopera o tecnol gica usualmente utilizado pelos pa
275. ntrato de trabalho Isto n o lhe retira o privil gio exclusivo na explora o Isto s ocorreria na hip tese de colabora o material do empregador 7 E fazendo refer ncia ao texto de Vantuil Abdala menciona o referido doutrinador que o conhecimento que o empregado adquire em servi o atributo pessoal e sobre a obra N 205 resultante deste estranha s obriga es contratuais nenhum direito tem o empregador bastante clara a diretriz axiol gica inserida na norma em comento qual seja a prote o dos propriet rios dos recursos financeiros e dos equipamentos e materiais aplicados no desenvolvimento cient fico pesquisa e capacita o tecnol gica desprestigiando o detentor da capacidade mental mpar que tem disposi o para estabelecer uma concatena o de ideias pass veis de ser considerada atividade inventiva ou ato inventivo Qualquer utiliza o de recursos materiais atrai a titularidade do invento ao detentor de tais recursos quase a permitir discuss o sobre ser ou n o atributo pessoal o conhecimento do empregado como se fosse objeto capaz de apreens o a pr pria capacidade intelectual do empregado Esse aspecto de apropria o absoluta e total do conhecimento do empregado destacado na parca doutrina 206 existente sobre o tema 204 MINHARRO Francisco Luciano 2010 Op cit p 103 25 ABDALA Vantuil Inven o durante o contrato de trabalho Direito do empregado e do empregad
276. ntrodu o ao estudo do direito t cnica decis o domina o 6 ed S o Paulo Atlas 2010 p 43 Referido autor aduz com maestria que numa teoria que devia legitimar se perante a raz o por meio da exatid o l gica da concatena o de suas proposi es o direito conquista uma dignidade metodol gica especial 4 redu o das proposi es a rela es l gicas pressuposto bvio da Jormula o de leis naturais universalmente v lidas a que se agrega o postulado antropol gico que v no homem n o um cidad o da cidade de Deus ou como no s culo XIX do mundo hist rico mas um ser natural um elemento de um mundo concebido segundo leis naturais Torna se fundamental mencionar o papel importante de Claus Wilhelm Canaris que ao aduzir sobre a teoria dos sistemas mencionou que pretende se com ela quando se recorra a uma formula o muito geral para evitar qualquer restri o precipitada exprimir um estado de coisas intr nseco racionalmente apreens vel isto fundado na realidade J no que se refere unidade do sistema Canaris menciona que este factor modifica o que resulta j da ordena o por n o permitir uma dispers o numa multitude de singularidades desconexas antes devendo deix las reconduzir se a uns quantos princ pios fundamentais CANARIS Claus Wilhelm Pensamento sistem tico e conceito de sistema na ci ncia do direito 4 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 200
277. o as ICT e as ag ncias de fomento promover o e incentivar o o desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas nacionais e nas entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa mediante a concess o de recursos financeiros humanos materiais ou de infra estrutura a serem ajustados em conv nios ou contratos especificos destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento para atender s prioridades da pol tica industrial e tecnol gica nacional 1 As prioridades da pol tica industrial e tecnol gica nacional para os efeitos do caput ser o definidas em ato conjunto dos Ministros de Estado da Ci ncia e Tecnologia e do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior 2 A concess o de recursos financeiros sob a forma de subven o econ mica financiamento ou participa o societ ria visando ao desenvolvimento de produtos ou processos inovadores ser precedida de aprova o do projeto pelo rg o ou entidade concedente 3 Os recursos destinados subven o econ mica ser o aplicados no custeio de atividades de pesquisa desenvolvimento tecnol gico e inova o em empresas nacionais 4 A concess o da subven o econ mica prevista no 2o implica obrigatoriamente a assun o de contrapartida pela empresa benefici ria na forma estabelecida no contrato 5 Os recursos de que trata o 30 ser o objeto de programa o or ament ria em catego
278. o Companhia das Letras 2011 ISHIKAWA Lauro O direito ao desenvolvimento como concretizador do princ pio da dignidade da pessoa humana Disserta o PUC SP Biblioteca Nadir Gouv a Kfoury S o Paulo 2008 JAGUARIBE H lio Alternativas do Brasil Rio de Janeiro Jos Olympio 1989 Desenvolvimento econ mico e desenvolvimento pol tico Uma abordagem te rica e um estudo do caso brasileiro Rio de Janeiro Paz e Terra 1969 KANT Immanuel Come o conjectural da hist ria humana Trad Edmilson Menezes S o Paulo Editora UNESP 2010 KELSEN Hans Teoria pura do direito Trad Jo o Baptista Machado S o Paulo WMF Martins Fontes 2009 LAFER Celso 4 reconstru o dos direitos humanos Um di logo com o pensamento de Hannah Arendt S o Paulo Companhia das Letras 1988 LARENZ Karl El Derecho justo Civitas 1985 p 144 145 apud TEIXEIRA Raphael Lobato Collet Janny Os impactos da Lei 10 973 de 2 de dezembro de 2004 sobre as cl usulas de propriedade intelectual nos contratos de parcerias celebrados entre empresas e Institui es Cient ficas e Tecnol gicas ICT In BORGES Denis Barbosa Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 LEMOS Andr L VY Pierre O futuro da internet em dire o a uma ciberdemocracia planet ria S o Paulo Paulus 2010 LIMA Alceu Amoroso 4 segunda revolu o industrial Rio de Janeiro AGIR 1960 198 LOCKE John Dois tratados sobre o governo 2 ed T
279. o como ocorreu na Gr Bretanha do s culo XVIII ou ao contr rio possa o desenvolvimento pol tico preceder e provocar o econ mico como sucedeu na Uni o Sovi tica da Revolu o at o per odo dos planos quinguenais d se sempre uma interdepend ncia estrutural entre os diversos planos do processo hist rico social 11 falar em desenvolvimento econ mico pol tico cultural e social 128 A vis o exclusiva do desenvolvimento econ mico por este prisma limita a aprecia o ao crescimento efetivo da renda real normalmente por decorr ncia do melhor emprego dos fatores de produ o Surge assim a diferen a entre o desenvolvimento e o crescimento econ mico sendo este ltimo o mero aumento da renda real per capita enquanto a id ia de desenvolvimento abrange o sentido de um aperfei oamento qualitativo da economia atrav s de melhor divis o social do trabalho do emprego de melhor tecnologia e da melhor utiliza o dos recursos naturais e do capital A abordagem da tecnologia enquanto parte integrante do desenvolvimento aparece desde sempre Neste cen rio de busca incessante pelo crescimento econ mico muitas vezes dissociada da vis o global de desenvolvimento econ mico social cultural e pol tico olvida se com infeliz frequ ncia uma das partes integrantes do pr prio desenvolvimento qual seja o cient fico e tecnol gico Como se viu a tecnologia elemento integrante do pr prio a
280. o sob o dom nio do instinto Em verdade este estado inicial de liberdade quando a utiliza o do livre arb trio pelos homens n o encontrava limite nas leis afigurava se como o efetivo estado de natureza fecundo para o desenvolvimento inicial de t cnicas b sicas e oficios teis ao homem justamente por esta ilimitada liberdade John Locke festejou este estado ao compar lo ao dom nio absolutista comum em sua poca antes de apresentar sua magistral teoria do governo civil aduzindo que muito melhor o estado de natureza no qual os homens n o s o obrigados a se submeter vontade injusta de outrem e no qual aquele que julgar erroneamente 4 KANT Immanuel Come o conjectural da hist ria humana Trad Edmilson Menezes S o Paulo Editora UNESP 2010 p 17 18 gt Id ibid p 18 Id ibid p 18 19 17 em causa pr pria ou na de qualquer outro ter de responder por isso ao resto da humanidade Esta dimens o absoluta da liberdade conjugada ao uso da raz o humana permitiu que o planeta Terra fosse utilizado para o benef cio e a conveni ncia da vida humana considerando que a Terra e os bens que a guarnecem foram dados aos Homens a permitir o conforto e o sustento da exist ncia humana A pr pria etimologia da palavra ci ncia conforme o dicion rio Koogan Larousse exprime o conjunto organizado de conhecimentos relativos a certas categorias de fatos ou fen menos Toda ci
281. o Estado Democr tico ent o institu do destina se a assegurar o desenvolvimento dentre outros objetivos e direitos Ao lado da liberdade da seguran a do bem estar da igualdade e da justi a al ou se o desenvolvimento ao distinto patamar de valor supremo de uma sociedade fraterna fundada na harmonia social As vozes que destacavam estes valores supremos ecoavam no seio da sociedade brasileira na d cada de 1980 o que motivou inclusive a elabora o por Ulysses Guimar es de um pref cio que foi retirado posteriormente do conjunto constitucional mais possui indiscut vel valor hist rico conforme faz tima e oportuna refer ncia Lauro Ishikawa 2 O pref cio aduzia que O homem o problema da sociedade brasileira sem sal rio analfabeto sem sa de sem casa portanto sem cidadania A Constitui o luta contra os bols es de mis ria que envergonham o Pa s Diferentemente das sete Constitui es anteriores come a com o homem Geograficamente testemunha a primazia do homem que foi escrita para o homem que o homem seu fim e sua esperan a a Constitui o cidad Cidad o o que ganha come mora sabe pode se curar A Constitui o nasce do parto de profunda crise que abala as institui es e convulsiona a sociedade Por isso mobiliza entre outras novas for as para o ex rcito do governo e a administra o dos impasses O governo ser praticado pelo Executivo e o Legislativo Eis a inova o da C
282. o Nusdeo Este aspecto fundamental de justi a social decorre historicamente da ideia de solidariedade legitimando a indispens vel interven o do Estado para a relativiza o de alguns dos direitos individuais antes absolutos conforme bem alinhavou Modesto Carvalhosa afirmando que o Estado interv m no campo econ mico social fundado nas propostas do solidarismo como sejam a nega o do princ pio liberal da coincid ncia entre o interesse individual e o coletivo a necessidade de reavalia o dos princ pios da liberdade e de igualdade no tocante aos menos afortunados visando revest los de conte do e subst ncia o reconhecimento de que no bem estar coletivo reside a primeira e indispens vel etapa para a eleva o do ser humano e finalmente a necessidade de substitui o do ego smo individualista pela solidariedade social como preceito diretivo do progresso social Esses princ pios fornecem a legitima o em nome da solidariedade inger ncia do poder p blico na vida social No julgamento da A o Direta de Inconstitucionalidade ADI n 319 DF que tratou da inconstitucionalidade suscitada da Lei n 8 039 90 que estabelecia crit rios limitadores para o reajuste de mensalidades escolares o Ministro relator Moreira Alves em julgamento pelo Tribunal do Pleno do Supremo Tribunal Federal destacou que 17 GRAU Eros Roberto Op cit 1981 p 58 7 NUSDEO F bio Curso de economia uma
283. o a pr cticas que limiten de manera injustificable el comercio o redunden en detrimento de la transferencia internacional de tecnologia O dispositivo acima prev o uso de instrumentos que sejam compat veis com o acordo na busca por coibir o abuso de direito em mat ria de propriedade intelectual em linha de ideias com a previs o atinente licen a compuls ria antes referida na legisla o interna sobre o tema o que seria um eficaz instrumento neste sentido Al m disso outros tr s dispositivos s o de relev ncia indiscut vel ao tratar da transfer ncia de tecnologia art 66 ponto 2 coopera o t cnica art 67 e coopera o internacional art 69 e assim respectivamente disp em Art 66 2 Los pa ses desarrollados Miembros ofrecer n a las empresas e instituciones de su territorio incentivos destinados a fomentar y propiciar la transferencia de tecnolog a a los pa ses menos adelantados Miembros con el fin de que stos puedan establecer una base tecnol gica s lida y viable Art 67 Con el fin de facilitar la aplicaci n del presente Acuerdo los pa ses desarrollados Miembros prestar n previa petici n y en t rminos y condiciones mutuamente acordados cooperaci n t cnica y financiera a los pa ses en desarrollo o pa ses menos adelantados Miembros Esa cooperaci n comprender la asistencia en la preparaci n de leyes y reglamentos sobre protecci n y observancia de los derechos de propiedad intele
284. o artigo 218 84 da CF 88 A apropria o do esp rito inventivo do homem consubstancia a pr pria apreens o daquilo que mais intimamente humano as suas ideias vez que estas decorrem de sua raz o e consci ncia que s o os atributos que verdadeiramente qualificam a esp cie enquanto humana A Declara o Universal dos Direitos Humanos trazem estes elementos como qualificadores do Homem O mero investimento de recursos financeiros em determinada pesquisa como express o da livre iniciativa no que concerne ao desenvolvimento das atividades econ micas da empresa n o pode ser considerado como elemento determinante para se extrair um eventual car ter social deste pr prio investimento O investimento em pesquisa e desenvolvimento n o feito pela iniciativa privada com vistas ao desenvolvimento nacional tampouco para formar recursos humanos nesta rea N o se pode olvidar que o objetivo principal deste investimento a obten o de lucro decorrente desta inova o que provoca certa ruptura no equil brio de mercado e coloca a empresa em condi es favor veis na din mica da livre concorr ncia Inclusive a ruptura do equil brio de mercado advindo das inven es quando conjugada com outras pr ticas predat rias afiguram se abuso do poder econ mico por meio dos direitos de propriedade intelectual o que combatido pela legisla o nacional sobre a mat ria Dada esta relev ncia a contrapresta o pela apropria
285. o artigo 5 da CF 88 tamb m relevante na estrutura o dos direitos e garantias individuais relacionados com o desenvolvimento cient fico e tecnol gico A al nea a do referido dispositivo estabelece que 185ASCEN AO Jose de Oliveira Direito do autor 2 ed Rio de Janeiro Renovar 1997 p 665 Ao falar do programa de computador o autor comenta que I Em si o programa escapa no o de obra O programa um processo ou um esquema para a a o Mas os processos n o s o tutelados pelo Direito de Autor J vimos que este tutela uma forma sendo lhe indiferente que esta forma se refira ou n o a uma t cnica para a obten o de certo resultado Portanto o programa como tal n o pode estar compreendido nas categorias de obras liter rias ou art sticas que a lei contempla art 6 muito embora tenhamos presente que a enumera o legal exemplificativa HI A press o internacional foi por m muito grande no sentido de tutelar o programa pelo direito de autor Atende se ent o f rmula do programa que representa indiscutivelmente uma linguagem e pretende se a tutela como obra de express o lingu stica Esse movimento levou aprova o de uma altera o da lei americana em 1979 que introduz semelhante prote o e j em 1991 aprova o duma diretiva comunit ria europeia que imp e a tutela do programa de computador por um direito de autor 107 assegurada a prote o s partic
286. o confundindo tais instru es para o computador com as instru es para o usu rio Quando se compra uma m quina esta vem normalmente acompanhada de um Manual de Instru es sobre o uso da m quina Mas n o isso o que se entende por programa de computador O programa de computador tem de ser apresentado m quina por forma leg vel por esta Implica normalmente portanto certa materializa o uma vez que se utiliza um meio f sico Mas tamb m aqui o programa n o pode ser confundido com o suporte material em que for incorporado O programa n o est preso a uma apresenta o fisica determinada guarda a sua identidade para al m das corporifica es v rias que pode revestir 20 Td ibid 1997 p 401 139 par grafo 3 do artigo 2 da Lei 9 609 98 pelo pr prio regime jur dico do direito do autor Lei 9 610 98 facilitando sobremaneira a prote o em favor dos titulares dos direitos sobre os programas O artigo 4 por seu turno veicula a previs o sobre a titularidade dos programas no caso de desenvolvimento no ambiente laboral preceituando que salvo estipula o em contr rio pertencer o exclusivamente ao empregador contratante de servi os ou rg o p blico os direitos relativos ao programa de computador desenvolvido e elaborado durante a vig ncia de contrato ou de v nculo estatut rio expressamente destinado pesquisa e desenvolvimento ou em que a atividade do empregado contratado de servi o ou
287. o contratual em contr rio Assevera o 3 deste mesmo artigo que o empregador dever explorar o objeto da patente no prazo de 1 um ano contado da data da concess o sob pena de passar a titularidade da patente exclusiva propriedade do empregado ressalvadas as hip teses de falta de explora o por raz es leg timas Esta obriga o de explorar o objeto da patente no prazo referido existe participa es e incentivos podem resultar de um regime contratual mas o regime legal o da apropria o integral 132 porque o 2 do mesmo artigo estabelece que garantido ao empregador o direito exclusivo de licen a de explora o e assegurada ao empregado a justa remunera o Assim mesmo na hip tese de patente comum criada a partir da contribui o concomitante entre empregado e empregador o direito exclusivo de licen a de explora o ser do empregador a quem competir orientar a forma de coloca o do objeto da patente no processo industrial e posteriormente no mercado consumidor A participa o do criador neste processo seguinte ao da pr pria cria o inexistente pelo dispositivo legal em comento Ali s considerando esta peculiaridade atinente ao direito exclusivo de explora o e a dificuldade de se estabelecer a natureza jur dica deste compartilhamento entre criador e empregador a nica conclus o poss vel no sentido de que esta situa o acarretar profundos di
288. o da patente ou do registro 207 DIAS Jos Carlos Vaz e Aspectos legais relativos cotitularidade de inven es o c digo civil e a lei de inova o em perspectiva In BARBOSA Denis Borges Direito da inova o 2 ed S o Paulo L men J ris 2011 p 352 133 Percebe se que o incentivo concedido justamente a participa o do inventor sobre os frutos derivados da explora o da patente ou do registro o que incluiria portanto participa o sobre a cess o dos direitos do registro da patente etc enquanto co titular dos direitos em apre o por ser o inventor A regulamenta o no entanto estabelece um limite qual seja um ter o do valor das vantagens auferidas poder ser atribu do ao inventor Al m disso a regulamenta o reafirma que o valor da premia o em comento n o se incorpora aos sal rios dos empregados ou aos vencimentos dos servidores fixando a sua natureza jur dica diversa da salarial O regime dos servidores p blicos envolvidos em desenvolvimento cient fico pesquisa e capacita o tecnol gica efetivamente respeita as diretrizes constitucionais j mencionadas seja no tocante aos direitos e garantias fundamentais seja no aspecto da ordem social particularmente no tocante ao artigo 218 e par grafos da CF 88 Em verdade ao conferir coparticipa o aos servidores inventores sobre a explora o das patentes desenvolvidas o preceito de que o Estado promover o desenvolvimento cient
289. o ou de modelo de utilidade realizado conjuntamente 157 Por seu turno a Conven o da Uni o de Berna estabeleceu tr s princ pios b sicos o do tratamento nacional an logo ao institu do para a propriedade industrial o da prote o autom tica segundo o qual se nega interposi o de condi es para a concess o da prote o e por fim o da independ ncia de prote o significando que a prote o dos direitos de autor independe da exist ncia de prote o no pa s de origem 2 A Conven o da Uni o de Berna foi revisada diversas vezes desde ent o tendo sido a ltima oportunidade em Paris em 24 de julho de 1971 e foi incorporada ao direito p trio atrav s do Decreto n 75 699 de 6 de maio de 1975 Desta forma percebe se que a import ncia do movimento unionista inquestion vel a partir dos desdobramentos das Conven es de Paris e Berna porque foi a primeira oportunidade em mbito global de Estados independentes inclusive o Brasil negociarem o estabelecimento de normas supranacionais sobre esta mat ria bem de se ver ali s que pelo princ pio do tratamento unionista normas internas que tratassem da m teria n o seriam aplicadas acaso as prote es unionistas fossem mais vantajosas Imp s se pela primeira vez uma certa relativiza o do princ pio antes absoluto da soberania nacional sem d vida o nascedouro do sistema internacional de prote o de direitos que desaguou no pr prio na
290. o prazo de 1 um ano admitida I uma prorroga o por igual prazo desde que tenha o licenciado realizado substanciais e efetivos preparativos para iniciar a explora o ou existam outras raz es que a legitimem II 1 uma interrup o da explora o por igual prazo desde que sobrevenham raz es leg timas que a justifiquem 1 As exce es previstas nos incisos I e II do caput deste artigo somente poder o ser exercitadas mediante requerimento ao Inpi devidamente fundamentado e no qual se comprovem as alega es que as justifiquem 2 Vencidos os prazos referidos no caput deste artigo e seus incisos sem que o licenciado inicie ou retome a explora o extinguir se a licen a 155 Afigura se imprescind vel indicar que a Conven o da Uni o de Paris estabeleceu dois princ pios de relev ncia mpar no mbito internacional quais sejam 1 o princ pio do tratamento nacional e 11 o princ pio do tratamento unionista Conforme entendimento de Carol Proner fazendo refer ncia aos ensinamentos de Maristela Basso o primeiro princ pio assevera que os nacionais dos pa ses membros da Uni o gozariam em todos os outros pa ses da Uni o de vantagens id nticas s de suas leis nacionais recebendo direito prote o e acesso a recursos legais igualmente id nticos contra qualquer atentado a E o DA seus direitos O princ pio do tratamento unionista destaca que haveria prioridade
291. o realmente democr tico j n o poder ser como vimos o tradicional liberalismo da Revolu o Francesa mas este acrescido de todos os elementos de reforma e humanismo com que se enriquecem as conquistas doutrin rias da liberdade Recomp lo em nossos dias temper lo com os ingredientes da socializa o moderada faz lo n o apenas jur dico na forma mas econ mico e social para que seja efetivamente um liberalismo que contenha a identidade do Direito com a Justi a assim que tamb m pela imposi o do 1 do artigo 174 da CF 88 exige se do Estado a devida interven o indireta para normatizar e regular a atividade econ mica vinculada ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico em especial pelas diretrizes constitucionais dos artigos 218 e 219 da CF 88 os quais ser o analisados ao final deste 17 BRASIL Relat rio do Ministro Moreira Alves ADIn 319 DF Dispon vel em lt http redir stf jus br paginadorpub paginador jsp docTP A C amp docID 918 gt Acesso em 10 out 2012 180 BONAVIDES Paulo Do estado liberal ao estado social 9 ed S o Paulo Malheiros 2009 p 62 101 Cap tulo Entretanto o assunto comporta a aprecia o preliminar das infra es Ordem Econ mica por meio do abuso dos direitos de propriedade industrial intelectual ou tecnologia o que comprova a import ncia desta mat ria na an lise e busca do equil brio entre os agentes econ micos e os direitos e garantias indiv
292. oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES assevera que um ambiente que favore a a inova o nas empresas no pa s induzido pela exist ncia de ci ncia avan ada e pela capacidade regional de formar recursos humanos de ponta mesmo que estas ltimas atividades tenham seus centros de atividades na academia Favorecer inova o n o significa que seja suficiente ter boa ci ncia e forma o de recursos humanos O est mulo s atividades de risco faz parte do jogo que permite a oferta de produtos e processos inovadores ao mercado Viabilizar bons ambientes de neg cios demanda adicionalmente um conjunto complexo de condi es favor veis em v rios setores O que parece claro que h poucos atalhos para sem produ o de conhecimento conseguir se estimular inova o nas empresas N o imposs vel ocorrer inova o nas empresas sem 2 LONGO WaldimirPirr 1984 Op cit p 15 174 produ o de conhecimento no pa s e recursos humanos de ponta na regi o mas A 24 evento t o raro que quase fortuito A import ncia da produ o do conhecimento atrav s da valoriza o do esp rito inventivo humano foi assim destacada pelo Minist rio da Educa o A import ncia da qualifica o dos recursos humanos e da produ o do conhecimento para a inova o com a aproxima o da iniciativa privada com os ambientes de pesquisa inquestion vel Neste sentido h que se prestigiar o esp rito inve
293. objetivos da Rep blica Federativa do Brasil previstos no artigo 3 da Carta Pol tica 189 CONCLUSAO As repercuss es ao ambiente econ mico social pol tico e cultural advindas do processo de globaliza o s o profundas nos pa ses em desenvolvimento justamente em raz o deste estado de forma o inacabada com falta de consolida o da economia e das institui es o que se reflete concretamente na discrep ncia entre a posi o ocupada pelo pa s na escala do Produto Interno Bruto PIB e na do ndice de Desenvolvimento Humano IDH como o caso do Brasil Algumas medidas efetivas precisam ser tomadas atrav s de pol ticas p blicas de Estado para se alterar esta situa o O Pre mbulo da CF 88 estabelece que o Estado Democr tico assegura o direito ao desenvolvimento como valor supremo de uma sociedade fraterna do que se pode concluir que o desenvolvimento cient fico e tecnol gico est a contemplado por bvio como esp cie do g nero A manuten o do crescimento econ mico com distribui o de riqueza e a redu o das desigualdades sociais e regionais exige ent o um olhar atento para a quest o do desenvolvimento cient fico e tecnol gico o que imp e uma altera o estrutural em todo o processo de educa o e forma o adequada dos recursos humanos chegando ao topo da pir mide onde est o os profissionais envolvidos no desenvolvimento cient fico na pesquisa e capacita o tecnol gicas Ao des
294. ocorridas em especial a partir de 1930 que culminou na Constitui o de 1934 51 a ordem econ mica tinha por fim possibilitar a todas as pessoas viverem pautadas pelos princ pios da dignidade da pessoa humana Dentro desses limites era garantida a liberdade econ mica A Constitui o dos Estados Unidos do Brasil de 10 de novembro de 1937 na perspectiva do golpe engendrado por Get lio Vargas por evidente alterou profundamente a estrutura normativa do pa s o que n o poderia deixar de abarcar a estrutura das quest es atinentes produ o industrial e intelectual Os dispositivos que haviam sido editados at ent o sobre a mat ria boa parte reproduzidos anteriormente foram suprimidos Acerca da liberdade de of cio e profiss o o item 8 do artigo 122 assegurava a liberdade de escolha de profiss o ou do g nero de trabalho ind stria ou com rcio observadas as condi es de capacidade e as restri es impostas pelo bem p blico nos termos da lei Ficava evidente que a pr pria liberdade de profiss o estava submetida aos ditames restritivos claro do Poder P blico tudo no sentido da imposi o de uma estrutura ditatorial A Constitui o de 1937 inovou ao criar um t pico espec fico para a Ordem Econ mica espraiando dispositivos a partir do artigo 135 asseverando que na iniciativa individual no poder de cria o de organiza o e de inven o do indiv duo exercido nos limite
295. oduzir tecnologia que afinal era o produto visado quando da organiza o da f brica tamb m desta dificuldade de integra o universidade empresa e da preponder ncia absoluta das universidades enquanto empregadoras dos pesquisadores brasileiros que decorre o baixo ndice de inova o do Brasil no ranking da OCDE conforme acima mencionado Em artigo de Genilson Cezar para a Revista Valor Especial Inova o de alto a baixo O desafio de engajar toda a cadeia produtiva de junho de 2012 indicou se que j consenso entre pesquisadores brasileiros que desenvolver solu es inovadoras por meio de parcerias entre universidades empresas setor p blico institutos e funda es o caminho mais efetivo para integrar o mundo corporativo e acad mico Neste mesmo sentido restou pactuado na 4 Confer ncia Nacional de Ci ncia Tecnologia e Inova o para o Desenvolvimento Sustent vel realizada em 2010 em Bras lia pelo MCTI oportunidade em que foi lan ado o Livro Azul da 4 Confer ncia no qual ficou consignado que 148 LONGO Waldimir Pirr Op cit p 15 14 Id ibid p 16 17 150 CEZAR Genilson Inova o de alto a baixo O desafio de engajar toda a cadeia produtiva Revista Valor Especial junho 2012 p 56 87 a inova o tendo a educa o como fundamento o principal motor do processo de desenvolvimento do Pa s Ela favorecida por avan os cient ficos e
296. ois o artigo 1 que ap s ressaltar a liberdade e a igualdade na perspectiva da dignidade e dos direitos ressaltou que todos os seres humanos s o dotados de raz o e de consci ncia e que devem agir uns para com os outros em esp rito de fraternidade interessante notar que a Declara o Universal parece considerar que a raz o humana e a consci ncia s o os elementos determinantes de diferencia o da pr pria esp cie para a classifica o como humana A raz o e a consci ncia seriam os atributos indispens veis para a caracteriza o da pr pria esp cie humana enquanto tal O exerc cio da raz o e a consci ncia do homem sendo pessoa com exist ncia em si na vis o do que foi dito inicialmente neste trabalho acerca da etimologia personare de ecoar a voz de ressoar etc faz o homem adquirir direitos inatos independentemente de positiva o na estrutura do ordenamento jur dico 223 COMPARATO F bio Konder 2010 Op cit p 239 159 Esta origem na raz o e consci ncia intimamente ligada ao pr prio processo criativo imprescind vel para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico Em outras palavras a raz o e consci ncia humanas s o os corol rios do pr prio esp rito inventivo Os mesmos elementos que distinguem o homem consubstanciam se na pr pria raz o de existir do esp rito inventivo indispens vel para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico Sem a estrutura
297. ol gica ICT ou entre servidor e a Administra o P blica seja direta indireta ou fundacional a regra quando se trata de desenvolvimento cient fico pesquisas e capacita o tecnol gica considerando a necessidade de altos investimentos financeiros em laborat rios de pesquisas aquisi o de equipamentos com frequ ncia importados e reuni o coordenada de diversos pesquisadores no desenvolvimento de determinada linha de pesquisa Logo evidente que o criador normalmente n o possui os recursos necess rios para a concretiza o da pr pria pesquisa o que n o retira a import ncia peculiar dele pr prio enquanto elemento indispens vel para a pr pria exist ncia da pesquisa Por outro lado tamb m n o se poderia retirar a import ncia dos investimentos para que as pesquisas possam ser iniciadas e desenvolvidas justamente do equil brio desejado entre estas partes representativas em ltima inst ncia do capital e do trabalho que pode decorrer determinado sucesso em mat ria de desenvolvimento cient fico e tecnol gico isso que se pretende defender neste trabalho pela via da interven o do Estado no dom nio econ mico atrav s de subven o econ mica ou incentivos fiscais Tamb m importante ressaltar que a legisla o em apre o em seu 81 do artigo 90 da Lei 9 279 96 estabelece que os empregados envolvidos na pesquisa dividam a parte que lhes couber novamente facultando a possibilidade de previs
298. ologia vincula se constitui o da p lis da vida em comum da pol tica O car ter pol tico do desenvolvimento tecnol gico se explicita j que a t cnica uma dimens o essencial da esp cie humana que a coloca diante da natureza e de si mesma no desafio de transforma o cient fica e tecnol gica do mundo A t cnica constitutiva do homem ela como vimos uma maneira de estar no mundo uma forma de requisi o da natureza e do outro Dito de outro modo a t cnica desde sempre pol tica e o seu desenvolvimento correlato quele do espa o urbano da p lis A capacidade de criar neste novo espa o urbano elaborando novas ideias e m ltiplas aplica es passou a ser em si um elemento importante na cadeia de produ o Em muitas empresas criou se um novo departamento espec fico de cria o e inova o E o principal elemento deste espa o criativo o esp rito inventivo humano sempre presente nas grandes mentes part cipes da Revolu o Tecnol gica O pr prio esp rito inventivo passou a ser um bem cujos frutos s o juridicamente tutelados diga se desde j trazendo vantagens competitivas para as empresas que det m estas mentes inovadoras As palavras de Suzanne Scotchmer professora na Universidade da Calif rnia Berkeley especialista em legisla o relacionada inova o e propriedade intelectual s o esclarecedoras e diretas quando ministra que an innovation requires both an idea and an
299. olvimento paulatino at aqui apresentado n o decorreu exclusivamente a partir dos avan os realizados sob a perspectiva econ mica ainda que este aspecto tenha sido ressaltado nesta explana o vez que o desenvolvimento global e na vis o unit ria do Homem cabendo apenas a segrega o e destaque para fins did ticos tal qual j ministrava o eminente Joseph A Schumpeter 3 HINDESS Barry HIRST Paul Modos de produ o pr capitalistas Trad Alberto Oliva Rio de Janeiro Zahar Editores 1976 p 338 339 Confira se o not vel entendimento dos autores sobre a separa o dos homens dos seus meios de produ o a favorecer a venda pelos trabalhadores de sua for a de trabalho como mercadoria o que a base do sistema capitalista ao aduzirem que o modo capitalista de extra o do trabalho excedente envolve a produ o e a apropria o da mais valia por meio de mecanismos que funcionam atrav s de um sistema de troca de mercadoria Esses mecanismos exigem em particular que tanto a forca de trabalho quanto os meios de produ o entrem no processo de produ o sob a forma de mercadorias Os proventos dos trabalhadores s o recebidos em pagamento por sua for a de trabalho e s o usados para comprar mercadorias sob a forma de meios de consumo pessoal Portanto a produ o capitalista deve ser dividida entre o Departamento I que produz meios de produ o para venda aos capitalistas e o Departamento II que produz meios de con
300. ominante do interesse social Seu objeto n o exaure as rela es de mercado que enquanto prevalentemente inspiradas nas solu es da autonomia da vontade desenvolvem se no plano do Direito Comercial Orientado o Direito Econ mico teleologicamente pelos ideais do Desenvolvimento e do Bem estar marcado pelos m todos nascidos na macroan lise da evolu o dos mercados preocupado com a disciplina de vari veis comportamentais e instrumentais seu objeto reclamada considera o minuciosa 166 BASTOS Celso Ribeiro Curso de Direito Constitucional 17 ed S o Paulo Saraiva 1996 p 450 167 VIDIGAL Geraldo de Camargo 1977 Op cit p 44 94 E mais adiante ao criticar o desempenho do Estado nico socialista fazendo o devido destaque import ncia da inova o decorrente do esp rito inventivo essencialmente advindo da liberdade humana acrescenta Vidigal que acontece que das inova es nas reas do consumo depende essencialmente as inova es da produ o de bens de capital E sendo a inova o o fen meno fundamental do desenvolvimento as defici ncias do Estado nico empres rio significam amea a continuide de todo o processo de desenvolvimento humano Neste cen rio de livre iniciativa conformada pelo seu valor social o estudo da ordem econ mica na carta pol tica brasileira n o pode negligenciar que o Estado brasileiro funda se tamb m na dignidade da pessoa humana inciso I art 1 CF 88
301. omo por motivos de natureza axiol gica H pocas em que predominam exig ncias ideais outras em que prevalecem impulsos ou reclamos de car ter emp rico De uma forma ou de outra por m a mutabilidade inerente vida jur dica a qual no entanto n o pode prescindir de estabilidade de certo horizonte marcado pela ordem e pela certeza Visto sob esse prisma o ordenamento jur dico em vigor corresponde ao horizonte de estabilidade alcan ado em determinado momento hist rico por esse motivo que ligo o conceito de norma ao de composi o ou de pausa no ritmo tensional que n o s relaciona mas contrap e fatos a valores e vice versa A li o de Reale valiosa especialmente a partir da concep o de que a hist ria do homem n o aleat ria e tem claramente o pr prio Homem e sua experi ncia neste plano 101 como valor supremo N o se poderia descuidar ent o da concep o objetiva da interpreta o sendo certo que a busca incessante do int rprete n o deve residir apenas na vontade hist rica do legislador mens legislatoris mas sim na vontade aut noma que emana da pr pria lei mesmo na concep o de que a pr pria norma seria uma pausa no ritmo tensional conforme ministra Reale Imp e se ent o a chamada interpreta o constitucional evolutiva que permite a muta o sistem tica e racional do conte do do texto normativo em atendimento s necessidades do contexto social como forma de
302. onstitui o de 1988 dividir compet ncias para vencer dificuldades contra a ingovernabilidade concentrada em um possibilita a governabilidade de muitos a Constitui o coragem Andou imaginou inovou ousou viu destro ou tabus tomou o partido dos que s se salvam pela lei A Constitui o durar com a democracia e s com a democracia sobrevivem para o povo a dignidade a liberdade e a justi a Esta diretriz axiol gica realizada a partir da tomada de uma decis o pol tica neste sentido de inclus o do Homem no centro das preocupa es encontra resist ncia no pr prio regime capitalista de livre mercado vigente na economia brasileira O constante desenvolvimento posto como sustenta o do pr prio regime com frequ ncia em desfavor da pessoa humana sendo um dos pilares do sistema capitalista de livre mercado O constante aumento das trocas entre os agentes econ micos e o crescimento quantitativo da produ o ee BONAVIDES Paulo Hist ria Constitucional do Brasil Bras lia OAB Editora 2004 p 501 apud ISHIKAWA Lauro 2008 Op cit p 32 75 geral de riqueza medida pela taxa de crescimento do Produto Interno Bruto PIB s o objetivos cotidianamente almejados Esta busca por um crescimento econ mico linear e constante n o pode retirar o Homem deste lugar central em verdade do meio difuso do sistema conforme ser adiante demonstrado em especial quanto ao aspecto do desenvolvimento cient
303. ont nuo pelo filtro de racionaliza o das pr compreens es oportunidade em que os princ pios de interpreta o constitucional desempenham um papel de import ncia singular inclusive porque na verifica o dos pr prios princ pios de forma mais adequada se pode extrair em verdade o conte do axiol gico inserido no texto normativo a indicar uma tomada de decis o pelo legislador no que diz respeito tens o entre os valores envolvidos tal qual ministra Miguel Reale sem preju zo da interpreta o evolutiva derivada da altera o do contexto social atrav s da muta o constitucional Posto isto verifica se ent o a necessidade de se analisar os princ pios constitucionais de interpreta o para que a aprecia o dos aspectos econ micos e sociais do desenvolvimento cient fico e tecnol gico a ser feita ato cont nuo se estribe na interpreta o adequada dos pr prios dispositivos constitucionais que ser o abordados 2 1 2 Os princ pios constitucionais de interpreta o Como cedi o o antigo e profundo dissenso doutrin rio no tocante distin o que poderia haver entre normas e princ pios foi relativizado nas ltimas d cadas sendo certo que a dogm tica moderna tem entendido que as normas constitucionais podem ser enquadradas como normas princ pio ou simplemente princ pios e normas disposi o estas ltimas RS as 107 tamb m chamadas de regras jur dicas A quest o importante que faz
304. opula o n o agricola em r pido crescimento fornecer um grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e as ind strias e fornecer um mecanismo para o ac mulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia 5 1d ibid 2012 p 48 p 45 et seg E faz Hobsbawn um coment rio interessant ssimo em nota de rodap informando que a mula n o foi ideia original de seu patenteador Richard Arkwright 1732 92 um inescrupuloso que ao contr rio da maioria dos verdadeiros inventores do per odo tornou se riqu ssimo E ato cont nuo apresenta Hobsbawm a import ncia do algod o para a Revolu o Industrial esclarecendo que quem fala da Revolu o Industrial fala do algod o A Revolu o industrial brit nica n o foi apenas algod o ou Lancashire ou mesmo tecidos e o algod o perdeu sua supremacia passadas umas duas gera es No entanto o algod o deu o tom da mudan a industrial e foi o esteio das primeiras regi es que n o teriam 35 O desenvolvimento de m quinas desta esp cie a fim de aumentar a produtividade e atender o mercado consumidor com produtos geralmente de uso de massa induziu explora o cada vez maior da capacidade inventiva do homem criando ci ncia aplicada Foi assim que j no in cio do s culo XIX tanto os Estados Unidos quanto a Fran a e a Inglaterra j detinham sistemas de prote o de inventos totalmente estribados no princ pio da
305. or Compet ncia judicial Revista do Tribunal Superior do Trabalho Bras lia v 60 91 p 133 1991 apud MINHARRO Francisco Luciano Op cit 2010 loc cit 26 BARBOSA Denis Borges PRADO Elaina Ribeiro do Quem o dono das cria es sob a Lei de Inova o In BARBOSA Denis Borges Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 p 484 Denis e Elaina aduzem que as legisla es distinguem a cria o contratada ou mais precisamente a presta o laboral subordinada ou n o individual ou coletiva voltada cria o tecnol gica Para essa a racionalidade econ mica do capitalismo indica como regime geral o da apropria o total remunerada por sal rios B nus 131 Por fim o artigo 91 de referida lei estabeleceu a patente comum quando resultar da contribui o pessoal do empregado e de recursos dados meios materiais instala es ou equipamentos do empregador ressalvada expressa disposi o contratual em contr rio Verifica se novamente a amplitude conferida pelo legislador autonomia da vontade em mat ria que envolve direito trabalhista ao possibilitar que a patente mista seja atribu da apenas em favor do empregador caso exista previs o contratual neste sentido A liberdade de contratar neste assunto total entre empregador e empregado O fato que a contribui o concomitante entre empregado e empregador ou entre pesquisador e Institui o Cient fica e Tecn
306. ora do c rculo cient fico o B son de Higgs conhecido como a Part cula de Deus e explicaria o in cio do Universo Em 4 de julho de 2012 foram publicados novos resultados destas pesquisas indicando que de recentes experimentos teriam surgido novos ind cios da exist ncia da part cula em quest o Mesmo antes do desenvolvimento da tecnologia necess ria para a constru o do LHC em meados de 2008 as pesquisas que indicavam a hipot tica exist ncia desta part cula elementar j eram desenvolvidas desde 1964 pelo f sico brit nico Peter Higgs a partir das id ias do f sico americano Philip Warren Anderson ganhador do Pr mio Nobel de F sica de 1977 Portanto apenas com o estabelecimento de tecnologia h bil pr pria constru o do LHC que a pesquisa desta mat ria saiu do campo te rico para a fase experimental Percebe se assim que a explora o dos aspectos experimentais das pesquisas te ricas nem sempre s o poss veis justamente pela falta de tecnologia para tanto Logo a pesquisa cient fica b sica esteia todo o sistema de pesquisa e permite o desenvolvimento de novas tecnologias as quais na medida que permitem o desenvolvimento experimental das referidas pesquisas abrem novas possibilidades para o desenvolvimento de novas pesquisas b sicas Estabelece se um c rculo virtuoso de desenvolvimento cient fico e tecnol gico assim que no mbito constitucional a import ncia da pesquisa tecnol gic
307. ormas internacionais que ser o abordados nos Cap tulos seguintes quando se verifica a inter rela o entre a inova o tecnol gica o desenvolvimento em geral e o bem estar da popula o como elementos indissoci veis do processo de desenvolvimento integral do homem Outrossim pela pr pria import ncia e correla o do princ pio com a mat ria veiculada nesta pesquisa a busca do pleno emprego traz impacto direto na aprecia o da prote o s inven es industriais considerando a empregabilidade decorrente do pr prio desenvolvimento dos pesquisadores bem como a contrata o de pesquisadores e cientistas pelas empresas que se envolvem em Pesquisa e Desenvolvimento P amp D A contrata o de pesquisadores e cientistas deveria ser contrapartida indispens vel em todo e qualquer programa governamental que na concretiza o de pol ticas p blicas de Estado deseje impor acelera o no processo de desenvolvimento cient fico pesquisa e autonomia tecnol gica no Pa s Por tal motivo apresenta se deveras relevante a disposi o do artigo 174 caput e 81 da CF 88 ao estabelecerem Art 174 Como agente normativo e regulador da atividade econ mica o Estado exercer na forma da lei as fun es de fiscaliza o incentivo e planejamento sendo este determinante para o setor p blico e indicativo para o setor privado 1 a lei estabelecer as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equi
308. ormas sociais como normas de organiza o iii normas sociais como garantias institucionais e iv normas sociais como direitos subjetivos p blicos 188 NAZAR Nelson 2009 Op cit p 49 189 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes 2003 Op cit p 1160 112 Neste ponto n o se pode desconhecer a diverg ncia doutrin ria e jurisprudencial acerca da correta classifica o dos direitos fundamentais socioecon micos nestes modelos de positiva o Particularmente imp e se entender pela normatiza o na qualidade de direitos subjetivos p blicos independentemente da not ria problem tica advinda de sua dif cil operatividade pr tica o que consubstancia problema de ordem diversa da abordada nesta an lise estritamente t cnico jur dica Tamb m n o se trata de negligenciar a aplicabilidade do chamado princ pio da reserva do poss vel na consecu o das presta es objetivas e concretas derivadas dos direitos socioecon micos dada a alegada insufici ncia de recursos para a concretiza o de todos os direitos garantidos na Carta Pol tica Mas de outro banda n o se consubstanciam tais disposi es normativas em meros apelos vazios de conte do ao legislador ou ao executor das pol ticas p blicas necess rias para a efetiva o destes direitos origin rios Trata se de direitos subjetivos p blicos e como tal merecem tratamento priorit rio em sua concretiza o tanto no aspecto jurisdicional quanto na elabora o de po
309. ort ncia estrutural da concretiza o dos direitos sociais da mesma forma a interpreta o deve favorecer aqueles que at possuam as condi es m nimas 190 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Op cit 2003 p 478 113 existenciais mas que na rela o de troca e coopera o que se estabelece com a iniciativa privada as disparidades sejam evidentes Exige se inexoravelmente esta interpreta o concretizante a fim de proporcionar a todos aquilo que o festejado Amartya Sen chamou de liberdades substantivas dizendo que Ver o desenvolvimento a partir das liberdades substantivas das pessoas tem implica es muito abrangentes para nossa compreens o do processo de desenvolvimento e tamb m para os modos e meios de promov lo Na perspectiva avaliat ria isso envolve a necessidade de aquilatar os requisitos de desenvolvimento com base na remo o das priva es de liberdade que podem afligir os membros da sociedade O processo de desenvolvimento nessa vis o n o difere em ess ncia da hist ria do triunfo sobre essas priva es de liberdade Embora essa hist ria n o seja de modo algum desvinculada do processo de crescimento econ mico e de acumula o de capital f sico e humano seu alcance e abrang ncia v o muito al m incita 19 dessas vari veis V se que a remo o das priva es de liberdade conforme Sen pode sim encontrar guarida na interpreta o herm neutico concretizante dos direitos socioecon
310. os A esfera das estrelas fixas no c u noturno ainda faz todos refletirem sobre a origem e o destino da pr pria humanidade pouco a pouco dia a dia desvelados Na dimens o terrena adotando se desde j este limite espacial como crit rio cient fico para o desenvolvimento do trabalho ora proposto o conhecimento humano acumulado por mil nios e com milh es de contribuintes que fornece um retrato ainda bastante nebuloso desta caminhada da esp cie humana na Terra Independentemente do grau de evolu o alcan ado pelo Homem o fato evidente que todo o conhecimento adquirido decorre do pensar dele pr prio do Homem atrav s do complexo exerc cio cerebral mental inalcan vel neste mesmo n vel por outras esp cies que neste planeta habitam a voz interior de cada Homem que fala atrav s de sua consci ncia a partir da articula o de suas ideias que o distingue prima facie dos outros animais e at em rela o aos seus semelhantes da mesma esp cie Inclusive muito se discute nas reas da Pedagogia e da Psicologia acerca do desenvolvimento e aprendizado humanos bem assim qual a liga o entre estes processos humanos e se algum destes precederia ao outro sendo certo que j se verificou em diversas pesquisas com crian as que h sempre um campo potencial de desenvolvimento do Homem no aspecto mental e absolutamente diferente entre cada indiv duo ainda que todos tenham a 14 r ES NE capacidade em si
311. os Estados Unidos Os executivos da empresa reconheceram que seu sucesso dependeria em grande parte da capacidade de inovar continuamente principalmente depois da abertura comercial do pa s Mas n o poderiam enfrentar concorrentes globais criando tecnologia a partir do zero De l para c a Natura vem aumentando os recursos para o desenvolvimento de novos produtos devido maior concorr ncia de grandes empresas internacionais que investem fortemente em pesquisa S a L Or al l der mundial em pesquisas no setor com US 14 bilh es de faturamento anual e investimentos de 3 do faturamento registrou 493 patentes em 2001 Considerando as adapta es regionais dessas patentes a empresa totalizou mais de 19 mil produtos finais naquele ano e foi escolhida pela revista inglesa The Economist como a de melhor desempenho na Europa em 2002 221 vide o referido artigo 6 da Lei 9 279 1996 C digo de Propriedade Industrial Art 6 Ao autor de inven o ou modelo de utilidade ser assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta a propriedade nas condi es estabelecidas nesta Lei 1 Salvo prova em contr rio presume se o requerente legitimado a obter a patente 2 A patente poder ser requerida em nome pr prio pelos herdeiros ou sucessores do autor pelo cession rio ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de presta o de servi os determinar que perten a a titularidade 3 Quando se tratar de inven
312. os demais rg os da Administra o P blica dada a velocidade com que as pr ticas econ micas se alteram conforme bem elucida Nelson Nazar ao aduzir que no mbito do Direito Econ mico o surgimento de novas pr ticas econ micas caminham em uma velocidade espantosa o que impossibilita a normatiza o de todos os regramentos desta ci ncia Por essa raz o pode se dizer que um direito sem c digo e se expressa por meio de outras modalidades de instrumentos como as ag ncias Por todas as raz es aduzidas at aqui torna se evidente que a avalia o do est gio de desenvolvimento deve ser feito por outro crit rio adicional ao de simples verifica o do crescimento econ mico fornecido pelo PIB Apresenta se de utilidade inquestion vel o Indice de Desenvolvimento Humano IDH que comporta a avalia o sob os aspectos de renda sa de e educa o Desta forma a quest o da ci ncia e da tecnologia tanto na vertente da renda quanto na da educa o estar refletida na avalia o do pa s permitindo a verifica o das interliga es entre educa o desenvolvimento cient fico e tecnol gico e melhoria das condi es gerais de vida da popula o A utiliza o do IDH para medir as condi es sociais e econ micas de um pa s remonta a d cada de 1990 sendo certo que em 2010 o Relat rio de Desenvolvimento Humano produzido pelo Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD veio complement
313. os instrumentos materiais e demais instala es Partindo se da constata o de que o crit rio de apropria o do conhecimento humano atrav s da prote o da propriedade industrial software etc o investimento de recursos financeiros pela via da concess o de instala es equipamentos laborat rios etc 142 seria bastante interessante questionar de quem haveria de ser a titularidade sobre as patentes por exemplo desenvolvidas por empregado de empresa nacional no interior de laborat rio de ICT Neste aspecto a lei em comento artigo 5 facultou Uni o e suas entidades participar minoritariamente do capital de empresa privada de prop sito espec fico que vise ao desenvolvimento de projetos cient ficos ou tecnol gicos para obten o de produto ou processo inovadores Trata se das chamadas SPE Sociedade de Prop sito Espec fico E como seria a divis o no aspecto da propriedade intelectual sobre os resultados alcan ados com referidas SPE que envolve recursos p blicos Diz o par grafo nico do artigo 5 que a propriedade intelectual sobre os resultados obtidos pertencer s institui es detentoras do capital social na propor o da respectiva participa o Uma vez mais o investimento do capital necess rio para a concretiza o das pesquisas foi o aspecto em relevo tornando se o crit rio de apropria o do bem imaterial derivado do processo de cria o humana sem qualquer
314. os e modelos industriais Atual Newton Silveira e Denis Borges Barbosa Rio de Janeiro L men J ris 2010b CEZAR Genilson Inova o de alto a baixo O desafio de engajar toda a cadeia produtiva Revista Valor Especial junho 2012 COMPARATO F bio Konder 4 afirma o hist rica dos direitos humanos 7 ed S o Paulo Saraiva 2010 Trecho da Palestra Dignidade do ser humano liberdade e justi a Palestra realizada na abertura da III Confer ncia Internacional de Direitos Humanos que a OAB realizou em Teresina PI de 16 a 18 de agosto de 2006 CRETELLA J NIOR Jos Tratado Geral da Desapropria o Rio de Janeiro Forense 1980 v I DERBLI Felipe O principio da proibi o de retrocesso social na Constitui o de 1988 Rio de Janeiro Renovar 2007 DIAS Jos Carlos Vaz e Aspectos legais relativos cotitularidade de inven es o c digo civil e a lei de inova o em perspectiva In BARBOSA Denis Borges Direito da inova o 2 ed S o Paulo L men J ris 2011 DICION RIO Enciclop dico Koogan Larousse Dir Ant nio Houaiss Rio de Janeiro Editora Larousse do Brasil 1980 DUARTE ngelo Jos Mont Alverne FERREIRA Pedro Cavalcanti SALVATO M rcio Antonio Disparidades regionais ou educacionais Um exercicio contrafactual In TEIXEIRA Erly Cardoso ed BRAGA Marcelo Jos Investimento e crescimento econ mico no Brasil Vi osa UFV DER 2006 FERRAZ JUNIOR Tercio Sampaio Introdu
315. ossam ser feitas no ambiente acad mico ou nos ICT s Os recursos necess rios para as subven es econ micas s o auferidos em grande parte pela Contribui o de Interven o de Dom nio Econ mico CIDE prevista no artigo 149 da CF 88 que aduz Art 149 Compete exclusivamente Uni o instituir contribui es sociais de interven o no dom nio econ mico e de interesse das categorias profissionais ou econ micas como instrumento de sua atua o nas respectivas reas observado o disposto nos arts 146 III e 150 I e III e sem preju zo do previsto no art 195 8 6 relativamente s contribui es a que alude o dispositivo grifo nosso Depreende se da simples leitura do dispositivo e do nome empregado para designar esta esp cie de contribui o que o principal objetivo desta exa o permitir a atua o do Estado no respectivo setor da economia procedendo com a respectiva interven o nos termos da lei magna De forma precisa e clara Paulo de Barros Carvalho ao fazer refer ncia regra matriz das contribui es aduz que a expans o do Estado no dom nio das m ltiplas atividades socioecon micas assinala um per odo bem caracter stico para a experi ncia jur dico tribut ria brasileira o recurso s contribui es como instrumento eficaz no exerc cio do poder impositivo Desta feita nas palavras de Paulo de Barros Carvalho como instrumento eficaz no exerc cio do poder imposit
316. ossibilidade de se analisar exclusivamente o processo de desenvolvimento econ mico sem a sua implica o nos demais aspectos do r n 127 desenvolvimento a saber o social o pol tico e o cultural Oferta Jaguaribe uma primeira conclus o no sentido de que o desenvolvimento um processo social global s por facilidade metodol gica ou em sentido parcial se podendo scientists salaries and not the value of the R amp D output Indeed if a public reserch agenda lowers the costs of producing goods and services it can actually reduce GDP The expected effect of R amp D spending on GDP should depend both on the proportion of R amp D that is publicly sponsored which has been declining and the arrangements under which publicly sponsored research is distributed 26 JAGUARIBE H lio Op cit 1989 p 11 127 Id ibid 1989 p 12 Fazendo a indica o precisa destas insufici ncias da an lise exclusiva do PIB Jaguaribe aduz que a primeira insufici ncia se manifesta no plano mesmo da economia A determina o do grau de desenvolvimento econ mico de um pais em fun o de dados per capita de sua contabilidade social n o leva em conta a complexidade de sua estrutura econ mica a taxa de endogenia e de autonomia de seu processo de forma o da renda e tende a sobreestimar a influ ncia da rela o entre produ o e popula o no conjunto da economia do pais Medidos por tais crit rios teremos para a m d
317. ou dos equipamentos destinados exclusivamente execu o dos projetos bem como E 60 capacita o dos recursos humanos a eles dedicados A pesquisa cient fica b sica que pode ser entendida como a atividade de produzir conhecimentos inovadores muitas vezes envolvendo experimentos emp ricos mas nem sempre tem sua import ncia reconhecida na pr pria Constitui o Federal de 5 de outubro de 1988 CF 88 no par grafo 1 do artigo 218 que determina que a pesquisa cient fica b sica receber tratamento priorit rio do Estado tendo em vista o bem p blico e o progresso das ci ncias Por outro lado h pesquisas te ricas relevant ssimas sem qualquer desdobramento emp rico at mesmo porque com certa frequ ncia n o h tecnologia necess ria para se fazer os pr prios experimentos decorrentes destas avan adas pesquisas te ricas Um exemplo disto o Grande Colisor de H drons LHC que um acelerador de part culas instalado no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares CERN entre a Su a e a Fran a onde milhares de Id Ibid et seq p 10 9 BARBOSA Denis Borges Uma hist ria dos incentivos fiscais inova o Direito da Inova o 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Editora L men J ris 2011 p 581 39 cientistas do mundo todo desenvolvem diferentes pesquisas inclusive a busca pelo B son de Higgs hipot tica part cula elementar que explicaria a origem da mat ria F
318. over o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gica conforme j abordado em cap tulos anteriores exige uma atua o positiva concreta pr ativa de pol tica p blica de Estado O verbo promover exige a o E a parte do Estado imp e se na perspectiva da concess o de benef cios subven es econ micas infraestrutura ou materiais desde que a empresa cumpra a sua parte impingida pela norma constitucional qual seja participar ao empregado desvinculada do sal rio vantagens econ micas derivadas da explora o da cria o Ent o apresenta se o segundo instrumento previsto na Lei 10 973 2004 que viabilizaria a concretiza o do direito previsto no par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 a saber os Incentivos fiscais O artigo 28 da Lei 10 973 2004 prev que a Uni o fomentar a inova o na empresa mediante a concess o de incentivos fiscais com vistas na consecu o dos objetivos estabelecidos nesta Lei A Lei Federal n 11 196 de 21 de novembro de 2005 veio a cumprir este desiderato estabelecendo em seus artigos 17 a 26 os incentivos fiscais inova o tecnol gica Esta esp cie de incentivo foi veiculada na legisla o em apre o com altera es conferidas pelas Leis Federais n 11 487 2007 11 774 2008 e 12 350 2010 atrav s de 1 dedu o como despesa operacional para fins de apura o do lucro l quido dos valores aplicados em pesquisa e desenvolvimento tec
319. p blica Federativa do Brasil rege se nas suas rela es internacionais pelos seguintes princ pios IX coopera o entre os povos para o progresso da humanidade 227 PRONER Carol 2007 Op cit p 298 165 Os primeiros dispositivos internacionais sobre o direito autoral e o direito industrial foram veiculados respectivamente na Conven o da Uni o de Berna e de Paris de forma separada portanto O fato que ambos os regimes se unem na compreens o global de propriedade intelectual Esta vis o unit ria decorre dos desdobramentos ocorridos desde 1883 at os dias de hoje quando a quest o dos direitos intelectuais em conjunto encontram se regidos atrav s do Agreement of Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights TRIPS no mbito da Organiza o Mundial de Com rcio OMC H respeitada doutrina que compreende a vis o unit ria da propriedade intelectual como a garantidora da pr pria seguran a jur dica vez que o desenvolvimento de novas tecnologias poder ser abarcado pela ordena o global da propriedade intelectual Assim aduz Francisco Luciano Minharro ao asseverar que a concep o unit ria da propriedade intelectual apresenta se como mais adequada para proteger os direitos relativos cria o imaterial do intelecto humano A tecnologia vem propiciando cria es cada vez mais complexas e surpreendentes A regulamenta o por setores da propriedade intelectual n o pode acolher
320. pela previs o do artigo 193 da CF 88 ao estabelecer que a ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem estar e a justi a sociais Ora o primado do trabalho ao estruturar a base da Ordem Social n o pode deixar de ser considerado na oportunidade da an lise da titularidade ou ao menos da partilha dos ganhos econ micos das pr prias inven es justamente na perspectiva da proporcionalidade entre o criador em si que aplicou todo o seu esp rito inventivo na concep o da inova o e a empresa que investiu o capital necess rio para financiar a pesquisa da qual decorreu a inven o mencionada A correla o entre a prote o s inven es industriais e o trabalho direto pela via do interesse social constitucionalmente ressaltado Seria a reparti o social acima indicada por Nelson Nazar Percebendo se ent o que a quest o de separa o ou classifica o destas esp cies de direitos ou de ordens no seio da Constitui o n o se faz imprescind vel para a an lise da hermen utica constitucional dos mesmos j que ambos merecem tratamento preferencial e complementar torna se salutar a an lise ent o do modelo utilizado para a positiva o na CF 88 destes direitos fundamentais s cio econ micos Para tanto novamente os modelos apresentados por Canotilho s o muito teis a quem a positiva o constitucional pode ser feita atrav s de i normas sociais como normas program ticas ii n
321. pelas associa es de est mulo s ci ncias Igualmente a Constitui o de 1891 assegurou pelo 26 do artigo 72 aos autores de obras liter rias e art sticas o direito exclusivo de reproduzi las pela imprensa ou por qualquer outro processo mec nico Os herdeiros dos autores gozar o desse direito pelo tempo que a lei determinar Por fim o 27 do mesmo artigo resguardou as marcas de f brica como direito de propriedade de seus titulares E evidente a influ ncia das ideias da Revolu o Francesa nesta Constitui o de 1891 tal qual assevera Nelson Nazar ao aduzir que a primeira Constitui o Republicana veio impregnada das ideias da Revolu o Francesa de 1789 na Europa Tem a conota o de uma lei com o escopo de preserva o das liberdades a qual se voltava estruturalmente para as liberdades individuais liberalismo econ mico Estruturou a triparti o dos poderes n o havendo at ent o a ideia do intervencionismo por o Estado era meramente contemplativo influenciado pelos ares do liberalismo procedentes da Europa especialmente da Fran a Vale ressaltar ainda que o Brasil at esse per odo desenvolvia se de forma incipiente baseado em uma economia rural calcada na pol tica do caf com leite com preponder ncia da atividade rural o que n o 5 A 80 justificava o intervencionismo do Estado VIDIGAL Geraldo de Camargo Teoria geral do direito econ mico S o Paulo Ed R
322. penas 10 anos conforme previs o do artigo 35 da lei j demonstra a velocidade com que as altera es s o perpetradas nesta mat ria de alta tecnologia onde o desenvolvimento constante e extremamente acelerado Logo torna se nesta perspectiva ainda mais importante o elemento criador existente neste processo qual seja o homem com seu esp rito inventivo Vale destacar que a lei em comento trouxe no artigo 48 a possibilidade de se realizar a concess o de licen as compuls rias para assegurar a livre concorr ncia ou prevenir abusos de direito ou de poder econ mico pelo titular do direito inclusive o n o atendimento do mercado quanto a pre o quantidade ou qualidade O interesse do mercado interno na diretriz do artigo 219 da CF 88 foi destacado no inciso VI deste referido artigo real ando que as licen as compuls rias ser o concedidas para suprir predominantemente este mercado Por fim a lei foi detalhista nos aspectos procedimentais deste pedido de licen a compuls ria que tramitar perante o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual INPN nos artigos 50 e seguintes do que se pode depreender que o legislador prestigiou o direito de 216 Vide as disposi es da lei sobre a mat ria na tica processual Art 50 O pedido de licen a compuls ria dever ser formulado mediante indica o das condi es oferecidas ao titular do registro 1 Apresentado o pedido de licen a o ti
323. perfei oamento qualitativo da economia como menciona Jaguaribe a gerar o pr prio desenvolvimento como um todo evidente que a evolu o da ci ncia e o desenvolvimento da tecnologia influenciaram e continuam influenciando na estrutura o do pr prio regime capitalista tal qual referido no Cap tulo I na exata medida que permitiu o aumento da produ o da efici ncia econ mica e a cria o de novos produtos e servi os que passaram a ser desejados por milh es de pessoas ao redor do mundo fomentando toda a cadeia produtiva Ali s o desenvolvimento cient fico e tecnol gico chegou ao ponto alto de criar demanda pelos produtos inovadores na perspectiva de ter criado produtos e servi os antes inexistentes e que o Homem sequer sabia que tinha alguma necessidade ou interesse neste sentido Todo o desenvolvimento na rea de tecnologia aplicada s comunica es em geral tais como aparelhos de celulares smartphones ipad etc comprova que o pr prio avan o da tecnologia criou uma demanda por produtos que o homem sequer conhecia Novos mercados foram criados assim como novas reas de explora o econ mica Os reflexos do desenvolvimento em especial o cient fico e tecnol gico s o vistos em todas as searas da conviv ncia humana o que se pode depreender inclusive pela import ncia 128 Id ibid p 13 129 JAGUARIBE H lio 1989 Op cit p 13 130 Td ibid loc cit 78 do desenvolvimento como meio de
324. pios da Ordem Econ mica com o artigo 193 que imp em a disposi o geral da Ordem Social e com o artigo 218 que regulam as mat rias da ci ncia e da tecnologia todos da CF 88 os quais ser o apreciados a seguir De qualquer forma o desenvolvimento econ mico do Pa s colocado tamb m como objetivo da pr pria prote o das inven es industriais neste inciso XXIX do artigo 5 da CF 88 por certo est pautado por todos os princ pios gerais da atividade econ mica previstos no artigo 170 da CF 88 com especial destaque considerando se os fins pretendidos nesta pesquisa para os incisos I soberania nacional III fun o social da propriedade VII redu o das desigualdades regionais e sociais e VIII busca do pleno emprego evidente que a prote o s inven es industriais portanto deve respeitar os aspectos importantes para a soberania nacional na vis o de que o desenvolvimento de conhecimento e tecnologia nacional parte da afirma o do Pa s enquanto na o sem se descuidar claro dos princ pios que regem as rela es do Brasil em mbito internacional em especial o da coopera o entre os povos para o progresso da humanidade previsto no inciso IX do artigo 4 da CF 88 109 Por outro lado tamb m a fun o social da propriedade prevista como princ pio da Ordem Econ mica foi confirmada pelo pr prio dispositivo do inciso XXIX do artigo 5 da CF 88 ao indicar o interesse social e o de
325. pr prio bojo e n o por amea a externa como no passado os mong is em rela o Europa que produziu de um lado b rbaros e de outro for ou milh es de pessoas tidas como sup rfiuas a voltarem ao estado de natureza grifo nosso 139 PNUD Relat rio do IDH de 2011 Dispon vel em lt http hdr undp org en media HDR 2011 PT Complete pdf gt Acesso em 5 out 2012 81 Distrito Federal 13 7 de acordo com o Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos DIEESE Conclui se portanto que a taxa de desemprego de Julho de 2010 variou de 8 3 a 17 2 entre as regi es metropolitanas o que imp e uma condi o de desemprego para milh es de pessoas A pesquisa sobre desemprego publicada pelo DIEESE em rela o ao m s de Setembro de 2010 divulgou uma popula o economicamente ativa de 22 milh es de pessoas apenas nas regi es metropolitanas acima mencionadas al m da recente inclus o da Regi o metropolitana de Fortaleza sendo certo que o n mero absoluto de desempregados monta 2 5 milh es de pessoas N o se deve negligenciar que o n mero de pessoas ocupadas tem crescido sistematicamente e teve um acr scimo de 4 7 no per odo de setembro de 2009 em compara o ao mesmo m s de 2010 De toda a forma o n mero absoluto de desempregados estarrecedor o que imp e aos elementos determinantes de pol ticas p blicas a verifica o direta e eficiente deste dado objetivo
326. pr prios direitos aplic vel ARO MAS ga E ES E a 194 como crit rio priorit rio no exerc cio de interpreta o e integra o constitucional Obviamente n o se trata de elevar a dignidade da pessoa humana como a tal norma fundamental de pressuposto l gico transcendental segundo Kelsen para fins de valida o l gico estrutural do ordenamento jur dico N o esta a sua fun o Mas se na pr pria doutrina positivista permite se a busca do ponto ltimo de valida o no campo da metaf sica ent o se pode mesmo sustentar pela utiliza o da dignidade da pessoa humana na perspectiva de ser ela pr pria decorrente de uma certa pr compreens o de car ter l gico transcendental como aduz Canotilho como crit rio objetivo de interpreta o e integra o constitucional com vistas ao atingimento dos objetivos fundamentais previstos no artigo 3 da CF 88 Este caminho de interpreta o e integra o legislativa desagua na pr pria cria o dos E ai E a E ae ts 1 195 do chamados direito de quinta dimens o o pr prio direito Paz na perspectiva da evolu o 13 BALERA Wagner SAYEG Ricardo Hasson 2011 Op cit p 345 19 BALERA Wagner SAYEG Ricardo Hasson 2011 Op cit p 346 195 Paulo Bonavides Curso de Direito Constitucional 26 ed S o Paulo Malheiros 2011 p 582 e ss aduz que o direito Paz deve ser qualificado como direito de quinta gera o deslocando o do seio dos dire
327. preta es constitucionais por certo conformar o a interpreta o das normas infraconstitucionais e at mesmo a conduta futura dos jurisdicionados pela via do poder deontol gico dever ser da pr pria norma Logo a considera o da perspectiva temporal no processo hermen utico fundamental Tratando da quest o do desenvolvimento nacional e 115 BARROSO Lu s Roberto Curso de direito constitucional contempor neo Os conceitos fundamentais e a constru o do novo modelo S o Paulo Saraiva 2009b p 305 4 GUERRA FILHO Willis Santiago 2007 Op cit p 75 71 em especial do desenvolvimento cient fico e tecnol gico a pr pria evolu o deste conhecimento dia a dia imp e a an lise cuidadosa da for a normativa da constitui o pela vis o de futuro O princ pio da interpreta o das leis conforme a Constitui o exige que o processo interpretativo permita que a diretriz constitucional unit ria venha a prevalecer em rela o ao entendimento oriundo da an lise isolada da norma o que retiraria o pr prio texto normativo de seu ambiente sist mico mas sempre na tentativa de preservar a lei na perspectiva de se prestigiar a atividade legiferante claramente um princ pio vinculado ao controle de constitucionalidade de modo que se aplicam os preceitos relativos presun o de constitucionalidade das leis e veda o ao int rprete de produzir regras jur dicas indiretamente mesmo que atrav s do compet
328. priedade intelectual foram inclu dos ao final desta rodada por forte press o dos Estados Unidos da Am rica quando ent o se estabeleceu os termos do referido Acordo TRIPS 2 MINHARRO Francisco Luciano 2010 Op cit p 62 166 Fomentado pelas inova es tecnol gicas e pelo estabelecimento de reas novas de extrema relev ncia tal qual a quest o atinente biodiversidade e assuntos correlatos o Acordo TRIPS continua a provocar fortes discuss es no mbito da OMC conforme faz prova a ltima reuni o formal do Conselho TRIPS realizada em 6 e 7 de novembro de 2012 Naquela oportunidade novas propostas foram apresentadas inclusive pelo Brasil com amplos debates notadamente colocando em posi es antag nicas os pa ses desenvolvidos em rela o aos demais O fato que o Acordo TRIPS traz interessantes dispositivos tais como o artigo 7 que menciona os objetivos do tratado asseverando que la protecci n y la observancia de los derechos de propiedad intelectual deber n contribuir a la promoci n de la innovaci n tecnol gica y a la transferencia y difusi n de la tecnolog a en beneficio rec proco de los productores y de los usuarios de conocimientos tecnol gicos y de modo que favorezcan el bienestar social y econ mico y el equilibrio de derechos y obligaciones A previs o acima garantidora da transfer ncia e da difus o de tecnologia entre produtores e usu rios dos conhecimentos tecnol gicos
329. processos a ele inerentes 26 pessoas no campo cada vez mais invi vel na exata medida que manter os senhores e suas fam lias longevas pelo aumento tamb m da expectativa de vida se tornou tarefa herc lea para o trabalho incessante dos servos Havia portanto uma press o insustent vel pelo aumento da produ o no campo para fazer frente a estas crescentes necessidades dos senhores Essa situa o perdurou por s culos at que a acumula o constante de capital a acelera o do crescimento econ mico e sobretudo a profunda transforma o econ mica e social permitiram a ruptura com o antigo regime sob os aspectos pol tico econ mico e social A Revolu o Francesa nos aspectos pol tico e social principalmente na Fran a e a Revolu o Industrial no aspecto econ mico inicialmente na Inglaterra s o marcas hist ricas destas transforma es O desenvolvimento de novas t cnicas e a transforma o daquelas ent o existentes n o ocorreram pelo interesse no desenvolvimento da ci ncia pura ou na inova o tecnol gica conceito sequer existente claro poca A verifica o emp rica de que a domina o das t cnicas existentes permitiria o aumento exponencial do lucro reside no mago da pr pria an lise dos fatos hist ricos que deram lugar Revolu o Industrial subsequente no s culo XVIII Eric Hobsbawm afirmou que a quest o concernente origem da Revolu o Industrial que nos
330. putador ser aquele conferido s obras liter rias pela legisla o de direitos autorais observados os dispositivos pr prios da pr pria Lei 9 609 98 A cr tica a esta vincula o dos programas de computador ao regime jur dico das obras liter rias comum na Aar a d 210 doutrina sobre o tema como faz refer ncia Jos de Oliveira Ascens o interessante notar que o autor do programa de computador pode reivindicar a sua paternidade e exercer o direito de opor se s altera es deforma es ou mutila es que possam prejudicar a honra e a reputa o do pr prio programador par grafo 1 do artigo 2 da Lei 9 609 98 o que evidencia a liga o ntima da obra com o seu criador A linguagem utilizada pelo legislador interessante ao empregar o termo paternidade reafirmando esta rela o estreita entre o criador e sua obra intelectual pelo pr prio exerc cio da atividade inventiva Em complementa o torna se fundamental mencionar que a prote o propriedade intelectual de programa de computador autom tica n o dependendo de qualquer registro 209 ASCEN O Jos de Oliveira 1997 Op cit p 665 O autor aduz que importante destacar eventuais equ vocos quando do conceito de programa de computador destacando que os programas de computador s o normalmente designados como sendo as instru es para a m quina necess rio desde logo evitar uma ambiguidade lingu stica n
331. que a Declara o cont m s o as ideias que ela n o cont m e que a julgar pela acumula o filos fica j existente no final do s culo XVIII a Raz o esperaria que fossem acolhidas nesse texto Os deputados constituintes reproduziram no in cio da Declara o de modo abstrato princ pios do jusnaturalismo que gozavam de grande prest gio liberdade igualdade mas em seguida ao traduzirem nos nos demais artigos promoveram uma sele o cuidadosa de temas sentidos e nfases sele o guiada evidentemente pelo filtro de seus interesses e conveni ncias de classe Por mais que tivessem bebido nas fontes filos ficas iluministas dos direitos naturais e universais seria excessivo esperar que esses burgueses legisladores se mostrassem dispostos de motu proprio 33 BOBBIO Norberto A era dos direitos Trad Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Elsevier 2004 p 87 COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos 7 ed S o Paulo Saraiva 2010 p 171 3 BOBBIO Norberto 2004 Op cit p 88 O autor assevera que quanto propriedade que o ltimo artigo da Declara o considera um direito inviol vel e sagrado ela se tornar o alvo das cr ticas dos socialistas e ir caracterizar historicamente a Revolu o de 1789 como revolu o burguesa Sua inclus o entre os direitos naturais remontava a uma antiga tradi o jur dica bem anterior afirma o
332. r colas oficinas artesanais etc ou cujas rendas salariais suplementam ou suplementada zn 40 por algum acesso direto aos meios de produ o A rela o dos trabalhadores com os meios de produ o e as altera es havidas nesta rela o durante os s culos XVIII e XIX exigia o dom nio de t cnicas pr prias justamente o nascedouro da pr pria ideia de tecnologia ci ncia aplicada E as t cnicas dominadas inclusive no per odo da Revolu o Industrial eram muito simples mas em contrapartida extremamente teis residindo a import ncia fundamental para a dinamiza o da economia naquele per odo n o no desenvolvimento de novas t cnicas e sim no homem que dominava efetivamente alguma destas t cnicas Como dito o dom nio das t cnicas era tratado como segredo de fam lia passado normalmente de pai para filho na rela o entre mestre e aprendiz desde a Baixa Idade M dia S HOBSBAWM Fric J 2011 Op cit p 75 et seq indicando a diferen a da rela o entre as partes mencionadas afirmando que cumpre distinguir o prolet rio cujo nico v nculo com seu empregador est no recebimento de sal rio em dinheiro do servo ou dependente pr industrial que tem uma rela o humana e social muito mais complexa com seu amo rela o essa que implica deveres rec procos ainda que muito desiguais A Revolu o Industrial substituiu o servo e o homem pelo operador ou bra o
333. r acompanhada pelo estudo das condi es dos meios e das situa es nas quais este ou aquele direito pode ser realizado Esse estudo tarefa das ci ncias hist ricas e sociais O problema filos fico dos direitos do homem n o pode ser dissociado do estudo dos problemas hist ricos sociais econ micos psicol gicos inerentes sua realiza o o problema dos fins n o pode ser dissociado do problema dos meios Isso significa que o fil sofo j n o est sozinho O fil sofo que se obstinar em permanecer s termina por condenar a filosofia esterilidade Essa crise de fundamentos tamb m um aspecto da crise da filosofia Id ibid p 23 24 162 Conclui se que a inser o do homem diretamente neste processo cognominado de abrangente medida indispens vel inclusive porque o artigo 1 da Declara o fez refer ncia ao desenvolvimento como direito humano inalien vel sem se descuidar do entendimento principiol gico de que os direitos humanos s o universais indivis veis interdependentes e inter relacionados interessante notar que o aspecto da justa distribui o dos benef cios derivados do desenvolvimento tamb m foi ressaltado naquela parte do pre mbulo acima transcrito o que fortalece o entendimento de que o artigo 218 em especial o quanto foi disposto no 84 da CF 88 est em absoluto alinhamento axiol gico com referida Declara o A previs o de que a empresa que investe em pesquisa e cria o de tecno
334. r e infelizmente falecido em 1 de outubro de 2012 aduziu com maestria que no exato come o da hist ria europ ia como demonstrou Gordon Childe as inter rela es econ micas com o Oriente Pr ximo eram importantes O mesmo tamb m v lido para o in cio da hist ria feudal europ ia quando a nova economia b rbara ainda que potencialmente muito mais progressista se estabeleceu sobre as ru nas dos antigos imp rios greco romanos e seus centros mais adiantados situavam se ao longo das etapas finais da rota comercial Oriente Ocidente atrav s do Mediterr neo It lia o vale do Reno Isso ainda mais bvio no come o do capitalismo europeu quando a conquista ou a explora o colonial da Am rica sia e frica bem como parte da Europa oriental possibilitaram a acumula o primitiva de capital na rea onde afinal ele irrompeu vencedor Verifica se portanto a import ncia fundamental destas rotas comerciais tanto para o in cio da hist ria feudal europ ia quanto posteriormente para o in cio da forma o da classe burguesa que promoveu profundas altera es na estrutura social e nos modos de se relacionar com os meios de produ o sem se negligenciar a import ncia da acumula o de riqueza derivada deste processo a permitir as grandes descobertas em especial da Am rica no s culo XV Logo a diferen a que havia entre a evolu o das t cnicas desenvolvidas ainda que rudimentares e do
335. r em mente a circunst ncia de que interesses coletivos na verdade s o o somat rio de interesses individuais assim como interesses p blicos s o o somat rio de interesses individuais e coletivos n o se podendo realmente satisfazer interesses p blicos sem que ipso facto interesses a gti SA 118 individuais e coletivos sejam contemplados V se pois que a aplica o do princ pio da proporcionalidade e razoabilidade permite a conjuga o destes interesses individuais e coletivos o que se aplica claro quando do sopesamento dos direitos e garantias individuais tamb m em rela o ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico em especial a confronta o encontrada entre os direitos de propriedade intelectual industrial ou tecnologia e os direitos dos inventores efetivamente part cipes do processo de inova o com o esp rito inventivo peculiar e mpar do pesquisador luz dos direitos e garantias individuais e princ pios da Ordem Econ mica e da Ordem Social conforme adiante restar apreciado Karl Larenz Apud BORGES 2011 ensina que el princ pio de proporcionalidad suministra un criterio jur dico constitucional para llevar a cabo una ponderaci n ajustada de los intereses a proteger es decir del campo de protecci n de los derechos fundamentales por una parte y de los intereses dignos de defensa por otra Ello significa ante todo que los medios de intervenci n tienen que ser adecuados a lo
336. r limitados por expressa disposi o constitucional restri o imediata ou mediante lei ordin ria promulgada com fundamento imediato na pr pria Constitui o restri o mediata MENDES COELHO BRANCO Hermen utica Constitucional e Direitos Fundamentais 1 ed 2 tir Bras lia Bras lia Jur dica 2002 880 Encerrando o assunto o regime constitucional do Direito da Ci ncia e Tecnologia no que se refere possibilidade ou n o de diferencia o de trabalho manual t cnico e intelectual diverso do regime constitucional dos direitos sociais cap tulo II do T tulo II dos direitos e garantias fundamentais na medida em que sim admite a concess o de meios e condi es especiais N o h hipocrisia constitucional neste ponto 119 desenvolver alguma esp cie de inova o a partir da produtividade de seu trabalho no ambiente empresarial A convers o de pesquisa pura te rica em pesquisa pr tica e tecnologia no ambiente produtivo favorecer a remunera o dos inventores motivando esta migra o em torno das empresas inovadoras Pelo mesmo ato haver altera o da composi o da renda do pesquisador o aumento da atratividade do setor privado enquanto ambiente para a inova o e ganho de competitividade das empresas pela import ncia da inova o no sentido de ser hoje importante elemento de ganho de produtividade e competitividade no mercado globalizado O conhecimento um bem para as empresas
337. ra a sa de de todo o sistema social A domina o de mercados a elimina o da concorr ncia e o aumento arbitr rio dos lucros s o apenas os g neros b sicos de atividades reprov veis dos agentes econ micos cujas diversas esp cies encontram se arroladas na legisla o infraconstitucional especialmente na Lei n 12 529 de 30 de novembro de 2011 que reestruturou recentemente o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorr ncia O artigo 36 de referida Lei menciona Art 36 Constituem infra o da ordem econ mica independentemente de culpa os atos sob qualquer forma manifestados que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos ainda que n o sejam alcan ados 102 I limitar falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorr ncia ou a livre iniciativa II dominar mercado relevante de bens ou servi os NI aumentar arbitrariamente os lucros e IV exercer de forma abusiva posi o dominante 83 As seguintes condutas al m de outras na medida em que configurem hip tese prevista no caput deste artigo e seus incisos caracterizam infra o da ordem econ mica V impedir o acesso de concorrente s fontes de insumo mat rias primas equipamentos ou tecnologia bem como aos canais de distribui o VIII regular mercados de bens ou servi os estabelecendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnol gico a produ o de bens ou presta o de servi os ou pa
338. ra dificultar investimentos destinados produ o de bens ou servi os ou sua distribui o XIV a ambarcar ou impedir a explora o de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia XIX exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial intelectual tecnologia ou marca Verifica se que o ato de a ambarcar ou impedir a explora o de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia e o de exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial intelectual de tecnologia ou marca nos termos dos incisos XIV e XIX do 3 do art 36 da Lei 12 529 2011 constituem se infra es da Ordem Econ mica al m dos atos que visem controlar de qualquer forma a pesquisa e o desenvolvimento tecnol gico Pode se imaginar uma s rie de pr ticas nefastas ao bom funcionamento do mercado obtidas atrav s do uso de tecnologia afigurando se os direitos intelectuais industriais ou de tecnologia como instrumentos de possivel pr tica ilegal de abuso do poder econ mico A pr tica de impedir o acesso de concorrentes tecnologia um exemplo cabal desta configura o da tecnologia enquanto bem particular apreendido do conhecimento humano do inventor Assim tamb m em rela o ao controle inadvertido da pesquisa e do desenvolvimento tecnol gico na vertente de que o livre exercicio das atividades inventivas salutar para o desenvolvimento em geral do p
339. ra que possa ser transposta para o setor produtivo Ali s a transposi o da pesquisa cient fica b sica para o setor produtivo uma das principais barreiras para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico conforme adiante restar justificado e demonstrado A engenheiriza o por sua vez imp e a pr via realiza o de projeto o planejamento com estudo de viabilidade detalhamento e a engenharia de constru o e montagem que engloba at mesmo os projetos de engenharia para a constru o das f bricas nas quais os produtos inovadores ser o produzidos Verifica se desta feita que todo o processo atinente ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico complexo com v rias fases e diferentes tempos de matura o sendo inquestion vel que durante todo referido processo as atividades intelectuais do Homem s o fundamentais O fato que todo este desenvolvimento de ci ncia pura aplicada e de engenharia para transformar o conhecimento acumulado em novos produtos processos e servi os teis aos seres humanos ocorreu com invulgar velocidade nos ltimos 30 anos do s culo XX surpreendendo os mais animados incentivadores do progresso cient fico As inova es tecnol gicas e o estabelecimento de uma economia globalizada trouxeram profundas altera es nas formas de o Homem se relacionar com os meios de produ o com o consumidor e com os incentivadores do pr prio desenvolvimento fossem da iniciativa particul
340. rad Julio Fischer S o Paulo Martins Fontes 2005 LONGO Waldimir Pirr Tecnologia e soberania nacional S o Paulo Nobel 1984 MCTI 4 CONFER NCIA Nacional de Ci ncia e Tecnologia e Inova o para o Desenvolvimento Sustent vel Livro Azul Bras lia Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos 2010 p 30 MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet Curso de Direito Constitucional S o Paulo Saraiva 2007 MINHARRO Francisco Luciano 4 propriedade intelectual no direito do trabalho S o Paulo LTr 2010 MIRANDA Jorge A dignidade da pessoa humana e a unidade valorativa do sistema de direitos fundamentais In MIRANDA Jorge Coord SILVA Marco Antonio Marques da Tratado Luso brasileiro da Dignidade Humana 2 ed S o Paulo Quartier Latin 2009 MONTEIRO Washington de Barros Curso de Direito Civil 34 ed rev e atual 3 vol Direito das Coisas S o Paulo Editora Saraiva 1998 MORAES Alexandre de Constitui o do Brasil interpretada e legisla o constitucional 8 ed atualizada at a EC n 67 10 S o Paulo Atlas 2011 NAZAR Nelson Direito econ mico e o contrato de trabalho com an lise do contrato internacional do trabalho S o Paulo Atlas 2007 Direito econ mico 2 ed rev ampl e atual Bauru SP EDIPRO 2009 NERY JUNIOR Nelson NERY Rosa Maria de Andrade Constitui o Federal comentada e legisla o constitucion
341. rato de trabalho enquanto contrato de direito econ mico foi abordada com toda a brilhante fundamenta o por Nelson Nazar ao final destacando ser o contrato internacional de trabalho tamb m um contrato de direito econ mico tendo em vista as conting ncias internacionais que envolvem o seu cumprimento e sua fun o social universal de permitir o interc mbio global de m o de obra 171 relev ncia social da ci ncia e tecnologia em si al m de ser instrumento para a solu o dos problemas brasileiros conforme disposto no par grafo 2 do j referido artigo 218 da CF 88 Por oportuno vale questionar caso n o seja o desenvolvimento cient fico e tecnol gico direcionado para a solu o dos problemas brasileiros com foco na concretiza o dos objetivos previstos no artigo 3 da CF 88 ent o por qual raz o se almejaria substituir o conhecimento vulgar pelo conhecimento cientifico Se o conhecimento cient fico e tecnol gico n o se apresentar como instrumento para melhorar a vida das pessoas notadamente mas n o exclusivamente claro do Homem envolvido na pr pria pesquisa empenhando toda a sua capacidade intelectual ent o qual seria o motivo que determina ao Estado enquanto obriga o prim ria fomentar e incentivar esta atividade Estas quest es s o interessantes e j foram sob um aspecto filos fico bem alinhavadas por Boaventura de Sousa Santos cujo trabalho cumpre fazer refer ncia e Anania 237
342. rcionalidade N o vislumbro bice em que tal remunera o seja fixada em percentual sobre o lucro adquirido com a explora o do invento j que o texto normativo utiliza a palavra remunera o no sentido gen rico referindo se a ganho em decorr ncia de um ato praticado remunera a o n o pressupondo necessariamente contrapresta o em parcela nica ou presta o mensal e peri dica Dessa forma o recebimento atrav s de parcela do lucro n o gera automaticamente a conclus o de que o autor estaria explorando o invento juntamente com a R mas sim que estaria recebendo como contrapresta o do ato de inventar o objeto lucrativo um 125 percentual decorrente do lucro obtido o que parece ser razo vel Nesse diapas o considero justa a concess o ao obreiro de 1 50 cingienta por cento do resultado econ mico obtido com a explora o do modelo de utilidade limitando a condena o entretanto at o ano de 2 013 data do t rmino da prote o comercial ao modelo de utilidade 2 50 cinquenta por cento do lucro auferido com a efetiva comercializa o do modelo de utilidade a partir de 13 de setembro de 2000 at o ano de 2 013 Tais valores devem ser mensurados em liquida o por artigos artigo 475 E do CPC e n o liquida o por arbitramento como deferido pelo Ju zo a quo ante a necessidade de comprova o de fatos como a efetiva comercializa o do modelo de utilidade e os lucros adquiridos pela empresa com
343. re estimulando o desenvolvimento acad mico sem perder a alegria de ser uma integrante da MG manh classe G PUC SP turma de 2000 Aos amigos diletos da p s gradua o Prof Ms Jo o Carlos Azuma Profa Ms Juliana Ferreira Antunes Duarte Prof Ms Rodrigo de Camargo Cavalcanti Profa Ms Gisella Martignago Profa Ms rica Giardulli Ishikawa e Profa Ms Giselle Ashitani Inouye a todos agrade o pela nossa uni o de prop sitos Agrade o ao Dr Roberto Pasqualin Filho quem me apresentou o Direito e ainda um caminho a trilhar em dire o ao desenvolvimento pessoal na busca por um Mundo Bem Melhor Neste sentido agrade o toda a Fam lia Pasqualin Al m disso agrade o a todos os companheiros de escrit rio que em momentos e de maneiras diversas mas todas com a sua import ncia mpar ajudaram me nesta caminhada Vinicius Augusto Duarte Sacilotto Israel Carneiro Cruz Jane Aparecida dos Santos Rafaella Vidal Silva Soares Marcia Antonia dos Santos Tathiana de Abreu e Lima Conte Erika de Oliveira Gianotti Antonio Jacinto Caleiro Palma Gilberto Alonso Junior Fabio Lemos Cury Jo o Vestim Grande Bruna Valentini Barbiero Rivaroli Renato Armoni Carolina Santos Pacini Icaro Donassan Vanessa Lima Rodrigues e a todos os demais colaboradores do escrit rio Como ousar censurar as ci ncias perante uma das mais s bias sociedades da Europa louvar a ignor ncia numa c lebre Academia e conciliar o desprezo p
344. re os al m da interven o direta na produ o e comercializa o de certos bens O aspecto que emerge primeiramente de que o investimento de recursos financeiros em determinada pesquisa como express o da livre iniciativa no que concerne ao desenvolvimento das atividades econ micas da empresa n o deve ser considerado como elemento determinante para se extrair um eventual car ter social deste pr prio investimento 168 VIDIGAL Geraldo de Camargo Op cit 1977 p 92 16 SILVA Jos Afonso Curso de direito constitucional positivo 15 ed rev S o Paulo Malheiros 1998 p 760 95 O investimento em pesquisa e desenvolvimento n o feito pela iniciativa privada com vistas ao desenvolvimento nacional N o se pode olvidar que o objetivo principal deste investimento a obten o de lucro decorrente desta inova o que provoca certa ruptura no equil brio de mercado conforme j mencionado anteriormente a partir dos ensinamentos de Joseph Schumpeter J se demonstrou que desde a Revolu o Industrial a pretens o de se obter inova es decorre dos resultados econ micos e financeiros que estas possam fornecer Por esta raz o o atual sistema de prote o dos direitos intelectuais permite a mais absoluta seguran a dos investidores em pesquisa e desenvolvimento a partir do vigente crit rio jur dico de apropria o do conhecimento humano conforme ser abordado e questionado no Cap tulo 3 deste trabalho Lo
345. rela o ao fato e norma n o bastam em si para representar uma teoria Afirma o not vel doutrinador em quest o que a gama de possibilidades de teorias que envolvem estes tr s aspectos fato valor e norma imensa desde a compreens o culturalista e relativista inicial e gen rica de Gustav Radbruch at aquela que venho elaborando com a qualifica o de E do s kepa 96 3 tridimensionalismo espec fico concreto e dial tico E para indicar o que efetivamente deve se entender pela teoria que se tornou c lebre mundialmente aduz Reale que de teoria tridimensional do Direito s se pode falar repito quando se indaga da natureza de cada um dos fatores que se correlacionam na vida do Direito dos caracter sticos dessa correla o a meu ver de ordem dial tica da irredutibilidade do valor ao ju zo normativo ou s situa es factuais do novo tipo de normativismo que emerge da co implica o concreta dos tr s elementos determinantes do Direito da vincula o de todos eles ao mundo da vida e da compreens o final da realidade E a are F 97 jur dica em termos de modelos quer prescritivos quer hermen uticos Feita a apresenta o dos requisitos indispens veis para a considera o da teoria enquanto teoria tridimensional do direito espraia Reale a import ncia do referente hist rico para a pr pria percep o do elemento valor compreendendo que a objetividade dos
346. relevante o aspecto da cria o intelectual que permanece no campo dos pensamentos do inventor criador como sua propriedade exclusiva V se pois que a decis o de se estabelecer efetivamente alguma inova o que altere o estado da t cnica e assim constitua objeto patente vel por exemplo depende exclusivamente da vontade do criador inventor dada a dimens o e dom nio da titularidade que este possui sobre sua obra intelectual Ademais a verifica o da atividade inventiva e do ato inventivo respectivamente na inven o e no modelo de utilidade depende da aprecia o por t cnico no assunto e n o decorrer de maneira evidente ou bvia na inven o ou de maneira comum ou vulgar no modelo de utilidade do estado da t cnica art 13 e 14 da Lei 9 279 96 Logo o uso eficiente 128 da criatividade espec fica do inventor indispens vel seja atividade inventiva ou ato inventivo em maior ou menor escala respectivamente A partir destas concep es b sicas para a problem tica enfrentada neste trabalho torna se ent o fundamental a aprecia o dos artigos 88 a 93 da Lei 9 279 96 que tratam da inven o e do modelo de utilidade realizado por empregado ou prestador de servi o O artigo 88 da lei em comento expressamente menciona Art 88 A inven o e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execu o ocorra no Brasil e que tenha por obje
347. resta o salarial do empregado na inven o S o Paulo LTr 2010 p 57 200 C o disposto no Decreto lei n 7 903 45 CAP TULO XIV Da desapropria o da patente de incontrato de trabalho Art 65 Na vig ncia do contrato de trabalho as inven es do empregado quando decorrentes de sua contribui o pessoal e da instala o ou equipamento fornecidos pelo empregador ser o dc propriedade comum em partes iguais salvo se aquele contrato tiver por objeto impl cita ou explicitamente a pesquisa cientifica Par grafo nico Caber a explora o do invento ao empregador que fica obrigado a promov la no prazo de um ano contado da data da concess o da patente sob pena de reverter em favor do empregado a plena propriedade Art 66 Em falta de acordo entre o empregador e empregado ou surgindo entre ambos os desentendimentos no curso da explora o poder o empregador requerer judicialmente lhe seja adjudicada a plena propriedade da patente mediante indeniza o ao empregado do valor que for arbitrado 123 desapropria o deixa transpor a ideia de titularidade inicial e por decorr ncia natural do empregado dada a sua capacidade inventiva aplicada no processo de inova o evidente que a concep o atual de desapropria o 2 n o se perfilha com a ideia de transfer ncia da propriedade imaterial em favor do empregador mas n o restam d vidas de que a nomenclatura utilizada um indicativo de que a titularida
348. ria especifica do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico FNDCT n o sendo obrigat ria sua aplica o na destina o setorial origin ria sem prejuizo da aloca o de outros recursos do FNDCT destinados subven o econ mica 6 Ato conjunto dos Ministros de Estado da Ci ncia e Tecnologia do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio 146 Ora a contrapartida a ser estabelecida nos instrumentos de ajustes espec ficos por bvio n o poder deixar de considerar a legisla o infraconstitucional sobre o tema bem assim dever respeitar os dispositivos constitucionais j indicados neste trabalho em especial o par grafo 4 do artigo 218 da CF 88 o qual se repita saciedade ministra Art 218 O estado promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas 84 A lei apoiar e estimular as empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao Pa s forma o e aperfei oamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remunera o que assegurem aos empregado desvinculada do sal rio participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho Conforme j mencionado alhures o dispositivo em apre o estabelece uma condi o objetiva verdadeiro requisito normativo para o apoio e est mulo que a lei poder conceder s empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia forma o e aperfe
349. ria preciso n o generalizar Antes de 1200 encontram se associa es s lidas sobretudo ao longo dos grandes eixos de circula o ou nas regi es que produzem em grande quantidade para exporta o Paris Londres Floren a Flandres 2 HOBSBAWM Eric J Da revolu o industrial inglesa ao imperialismo 6 ed Trad Donaldson Magalh es Garschagen Rio de Janeiro Forense Universit ria 2011 p 204 23 especiarias Este com rcio existiu porque havia interesse na compra destes produtos vindos do Oriente que efetivamente n o existiam no Ocidente A Europa Ib rica e a Continental detinham disponibilidade financeira suficiente e desejo pela experi ncia e pelo conforto advindos destes produtos na vis o do consumidor al m claro do desejo pelo pr prio com rcio na obten o do lucro proveniente destas transa es comerciais na vis o da nascente sociedade burguesa a ponto de empreender a amplia o e descoberta de novas rotas comerciais Todos os investimentos havidos na poca dos descobrimentos da rota para a ndia pelo sul da frica e das Am ricas derivaram da conjuga o destes dois fatores A diferen a no desenvolvimento das t cnicas e processos produtivos ajudou a concretiza o do com rcio entre o Oriente e o Ocidente sendo conhecidas as consequ ncias hist ricas destas trocas comerciais constantes com especial import ncia para a descoberta das Am ricas Assim esta diferen a entre as t cnicas rudim
350. riar deste conhecimento pela aplica o de recursos pr prios exigidos para as pesquisas sejam financeiros ou materiais de qualquer esp cie h que se considerar a imposi o constitucional 181 desta obriga o para as empresas qual seja a de aplicar efetivamente este sistema diferenciado de remunera o para permitir que os empregados partilhem dos ganhos econ micos de seu trabalho Por seu turno caso a empresa conte com qualquer forma de apoio ou estimulo do Estado pela pr pria disposi o constitucional em comento 4 do artigo 218 da CF 88 ent o a pr tica deste sistema de remunera o se torna requisito para o pr prio recebimento destes benef cios estatais interessante notar que o empregador possui de fato o direito de se apropriar do resultado do trabalho do empregado vez que confere remunera o por este trabalho desenvolvido na hip tese de inven o de servi o com contrato de trabalho vinculado pesquisa Entretanto n o se questiona que esta disposi o absolutamente favor vel ao 251 l capital Mas n o se pode olvidar que fundamentalmente a titularidade do invento de qualquer esp cie deveria ser do empregado nos termos asseverados por Jo o da Gama Cerqueira ou porventura pela retomada do artigo 454 da CLT que previa inven o mista A titularidade por verdadeira aquisi o origin ria s n o do empregador por disposi o em lei ou previs o expressa no contrato
351. rica o chamado Patente Act americano no governo do presidente George Washington Nesta esteira em 1791 v se que passados apenas 2 anos da Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o e pela influ ncia do Estatuto dos Monop lios surge uma lei francesa que instituiu no seu artigo primeiro o direito de propriedade do inventor sobre toda a descoberta ou nova inven o em todos os ramos da ind stria Trata se portanto da institui o do direito intr nseco a um inventor um princ pio de direito natural de propriedade de usufruir direitos sobre inven o sem depender da autoriza o de um monarca ou de um ato especial de legislatura grifo nosso Verifica se que h um flagrante afastamento do conceito de outorga permiss o estatal para se incutir decisivamente no direito o vi s pessoal de direito subjetivo da pessoa que utiliza sua capacidade inventiva na cria o intelectual de algo E fundamental perceber portanto que a evolu o da tutela dos direitos intelectuais acompanhou sistem tica e cronologicamente o desenrolar das revolu es burguesas do s culo XVII vez que a defesa dos interesses pol ticos e econ micos da classe burguesa impingia a tutela dos direitos 38 PRONER Carol Propriedade intelectual e direitos humanos Sistema internacional de patentes e direito ao desenvolvimento Porto Alegre S rgio Antonio Fabris Ed 2007 p 38 2 Id Ibid p 38 et seq 31 intelectuais A res
352. ridade e por fim da empregabilidade N o restam d vidas acerca da import ncia da ci ncia e tecnologia na cria o espec fica de uma classe de trabalhadores altamente qualificados que se dedicam justamente pesquisa desenvolvimento e capacita o cient fica conforme bem ministra 145 SEN Amartya KLIKSBERG Bernardo As pessoas em primeiro lugar A tica do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado Trad Bernardo Ajzemberg e Carlos Eduardo Lins da Silva S o Paulo Companhia das Letras 2010 p 27 28 85 Jeremy Rifkin comentando a estrutura social trabalhista dos Estados Unidos ao mencionar que al m dos 4 do topo de americanos mais bem remunerados e que constituem a elite do setor do conhecimento outros 16 da for a de trabalho americana comp em se principalmente de trabalhadores do conhecimento Ao todo a classe do conhecimento que representa 20 da for a de trabalho recebe uma renda anual de US 1 755 bilh o mais do que os outros quatro quintos da popula o combinados A renda dessa classe continua a aumentar entre 2 e 3 ao ano al m da infla o mesmo quando a renda de outros assalariados americanos continua a cair Neste ponto imp e se o problema da coloca o dos profissionais capacitados no ambiente produtivo considerando que a esmagadora maioria dos cientistas e pesquisadores brasileiros atua em ambiente acad mico O Minist rio da Ci ncia Tecnologia e Inova o MCTT p
353. rkin e Larenz Gerra Filho menciona com propriedade que o princ pio da proporcionalidade seria em verdade mais importante do que o princ pio da isonomia vez que embora sejam ambos pressupostos da exist ncia mesma jur dico positiva de direitos fundamentais pois enquanto esse ltimo determina abstratamente a extens o a todos desses direitos aquele que permite concretamente a distribui o r 121 compat vel dos mesmos Conclui se indubitavelmente que a aplica o de todos estes princ pios conjunta e harmoniosamente fornece ao int rprete a ferramenta til para a realiza o do j mencionado filtro de racionaliza o das pr compreens es do que se extrai o mago da norma constitucional no exerc cio da hermen utica dos dispositivos a seguir abordados Assim torna se poss vel compreender o objetivo a ser alcan ado atrav s de pol ticas p blicas sem se olvidar do novel entendimento de que os int rpretes da constitui o s o todas as for as da 122 comunidade pol tica impondo relevante obriga o a toda a sociedade neste exerc cio interpretativo em favor de se alcan ar os objetivos fundamentais da Rep blica tamb m atrav s do desenvolvimento cient fico e tecnol gico A import ncia do desenvolvimento cient fico e tecnol gico tal qual ser abordado a seguir para a concretiza o dos objetivos da Rep blica exige a interpreta o constitucional dos princ pios da Or
354. ruchard S o Paulo Companhia das Letras 2003 p 17 Id ibid p 18 Indicando a import ncia dos not veis cientistas da poca com vincula o direta aos reis afirmam que os astr nomos da Mesopot mia s o sacerdotes a servi o do rei encarregados de estabelecer o calend rio das tarefas agr colas e festas religiosas que marcam o ritmo das atividades e simboliza a regularidade e a ordem do mundo Eles colhem suas informa es nos zigurates os templos observat rios torres quadradas de sete andares de que foram encontradas ru nas em v rias grandes cidades A da Babil nia mais bela metr pole de ent o maior centro cultural da Mesopot mia mencionada na B blia como a torre de Babel s mbolo da presun o dos homens que pensavam assim alcan ar o c u e desvendar seus segredos 16 natural est o com ela em contraste direto desejos que se no principio merecem o nome de concupisc ncia pouco a pouco se convertem num enxame de inclina es sup rfluas e mesmo antinaturais que recebe o nome de voluptuosidade A ocasi o de abandonar o impulso natural pode ser apenas insignificante por m o xito das primeiras tentativas o fato de ter se dado conta de que sua raz o VIII 112 tinha a faculdade de transpor os limites em que s o mantidos todos os animais foi muito importante e para o modo de vida decisivo O simples ato de decidir qual fruto fornecido pela natureza deveria ser consumido pelo homem afas
355. s caso a produtividade de seu trabalho fornecesse ao empregador inven o ou modelo de utilidade que alterasse a comutatividade da pr pria rela o contratual entre empregado e empregado retomando o equil brio entre as partes envolvidas nesta atividade inventiva Havia assim possibilidade de se remunerar o empregado pelos ganhos econ micos advindos de inven o ou modelo de utilidade ainda que criados por empregado no ambiente de trabalho e com os recursos do empregador H julgados da Justi a do Trabalho neste sentido entendendo se que a divis o dos ganhos da inova o medida que se deve imp r no seguinte sentido INVENTO PARTICIPA O DE EMPREGADO INDENIZA O POR DANOS MATERIAIS incontroverso o fato de que o contrato de trabalho entre as partes n o tinha como objeto pesquisa cient fica que o invento foi de autoria do reclamante com registro da patente que a fabrica o ocorreu nas depend ncias da empregadora com recursos desta materiais instala es equipamentos e outros e que a reclamada continua explorando o invento Assim a propriedade do invento ser comum em partes iguais Devida pois a indeniza o ao reclamante pelo invento a teor do art 454 da CLT Senten a mantida Processo TRT 18 regi o RO 0198600 24 2008 5 18 0013 Companhia de Urbaniza o de Goi nia COMURG x Luiz Antonio da Silva Publicado Ac rd o em 06 10 2010 DEJT MODELO DE UTILIDADE JUSTA REMUNERA
356. s disp ndios realizados no per odo de apura o com pesquisa tecnol gica e desenvolvimento de inova o tecnol gica O par grafo 1 deste artigo preceitua que a exclus o de que trata o caput deste artigo poder chegar a at 80 oitenta por cento dos disp ndios em fun o do n mero de empregados pesquisadores contratados pela pessoa jur dica na forma a ser definida em regulamento A regulamenta o ocorreu pela via do Decreto n 5 798 2006 sendo certo que o par grafo 1 do artigo 8 estabelece que a exclus o do lucro l quido na determina o do lucro real e da base de c lculo da CSLL poder ser de at 70 da soma dos disp ndios realizados com pesquisa tecnol gica e desenvolvimento de inova o tecnol gica na hip tese de a empresa realizar incremento no n mero de pesquisadores em at 5 e de 80 dos disp ndios no caso de incremento superior a 5 Em adi o importante verificar que a exclus o dos investimentos realizados em projeto de pesquisa cient fica e tecnol gica do lucro l quido para fins de apura o do lucro real e da base de c lculo da CSLL tamb m contempla a hip tese de acordo de parcerias com o investimento de recursos em favor da ICT oportunidade em que o par grafo 6 do artigo 19 A da Lei 11 196 2005 estabelece que a participa o da pessoa jur dica na titularidade dos direitos sobre a cria o e a propriedade industrial e intelectual gerada por um proje
357. s do bem p blico funda se a riqueza e a prosperidade nacional A interven o do Estado no dom nio econ mico s se legitima para suprir as defici ncias da iniciativa individual e coordenar os fatores da produ o de maneira a evitar ou resolver os seus conflitos e introduzir no jogo das competi es individuais o pensamento dos interesses da Na o representados pelo Estado A interven o no dom nio econ mico poder ser mediata e imediata revestindo a forma do controle do est mulo ou da gest o direta interessante notar que o dispositivo em comento trouxe a no o de riqueza e dos impactos na prosperidade nacional advindos do poder de cria o e de inven o do indiv duo al m da iniciativa individual denomina o hist rica da atualmente conhecida livre iniciativa De qualquer forma a refer ncia expressa ao poder de cria o e inven o do indiv duo foi novidade relevante a qual inclusive sequer na CF 88 foi repetida evidente que todo o cunho trabalhista que permeava a Constitui o de 1937 n o foi suficientemente equilibrado dado o vi s centralizador e fascista desta carta constitucional sendo que ao colocar o indiv duo criador e sua pr pria capacidade inventiva no centro do sistema jur dico trabalhista o que era decorr ncia da pr pria capacidade de trabalho de certa forma extrapolou se o limite do razo vel em rela o livre iniciativa e aos interesses das empresas part cipes do processo
358. s dois lados da mesma moeda indicando que o aspecto social e o econ mico devem ser sopesados e conjuntamente concretizados colocando de forma expressa o objetivo que deve direcionar o tratamento desta mat ria qual seja o desenvolvimento tecnol gico do Pa s A influ ncia das diretrizes constitucionais na legisla o ordin ria incontest vel de sorte que se torna salutar mencionar que os artigos 6 e seguintes tratam da titularidade da patente j fazendo refer ncia no caput do artigo 6 ao autor enquanto propriet rio da patente O 81 do artigo 6 estabelece a presun o relativa em favor do pr prio requerente quanto legitimidade para requerer a patente Al m disso o 2 deste artigo 6 estabelece que Art 6 82 A patente poder ser requerida em nome pr prio pelos herdeiros ou sucessores do autor pelo cession rio ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de presta o de servi os determinar que perten a a titularidade ai BARBOSA Denis Borges O Direito Constitucional ao desenvolvimento inova o e a apropria o das tecnologias In BARBOSA Denis Borges organizador Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2011 p 13 Esta indica o expressa no dispositivo constitucional acerca de uma dada e precisa finalidade foi bem destacada por Denis Borges Barbosa quando afirma que Como se v o preceito constitucional se dirige ao legislador determinando a este tanto o
359. s ideais de solidariedade humana Al m disso o artigo 173 previu que as ci ncias as letras e as artes s o livres e o par grafo nico do artigo 174 cujo caput estabelecia ser dever do Estado o amparo cultura previu o embri o das atuais Institui es Cient ficas e Tecnol gicas ICT s ao afirmar que a lei promover a cria o de institutos de pesquisa de prefer ncia junto aos estabelecimentos de ensino superior Estava lan ada juridicamente no Brasil h quase 70 anos a ideia de a pesquisa ser desenvolvida a partir dos estudos realizados nas Universidades e demais Institui es de Ensino superior Em verdade esta ideia historicamente importante como se viu ainda permeia fortemente os envolvidos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil porventura se tornando um impedimento natural hist rico para o desenvolvimento de pesquisa tamb m junto iniciativa privada nas empresas A Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1967 manteve a tradi o constitucional de inscrever os direitos e garantias individuais nos ltimos cap tulos da Carta Pol tica sendo certo que o artigo 150 assegurava o direito vida liberdade seguran a e propriedade O 823 do artigo 150 trouxe a liberdade de exerc cio de qualquer trabalho of cio ou profiss o observadas as condi es de capacidade que a lei estabelecer O 24 do mesmo dispositivo constitucional previu que a lei garant
360. s n o menos elementares h alguma rela o entre a ci ncia e a virtude H alguma raz o de peso para substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que partilhamos com os homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento cient fico produzido por poucos e inacess vel maioria Contribuir a ci ncia para diminuir o fosso crescente na nossa sociedade entre o que se e o que se aparenta ser o saber dizer e o saber fazer entre a teoria e a pr tica Perguntas simples a que Rousseau responde de modo igualmente simples com um redondo n o Est vamos ent o em meados do s culo XVIII numa altura em que a ci ncia moderna sa da da revolu o cient fica do s culo XVI pelas m os de Cop rnico Galileu e Newton come ava a deixar os c lculos esot ricos dos seus cultores para se transformar no fermento de uma transforma o t cnica e social sem precedentes na hist ria da humanidade Uma fase de transi o pois que deixava perplexos os espiritos mais atentos e os fazia reflectir sic sobre os fundamentos da sociedade em que viviam e sobre o impacto das vibra es a que eles iam ser sujeitos por via da ordem cient fica emergente Hoje duzentos anos volvidos somos todos protagonistas e produtos dessa nova ordem testemunhos vivos das transforma es que ela produziu Mas estamos de novo perplexos perdemos a confian a epistemol gica instalou se em n s uma sensa o de perda irrepar vel tanto mais estranha
361. s objetivos del legislador y que no pueden resultar excesivos para el particular Con el rasero de la proporcionalidad el Tribunal Constitucional federal mide entre outras cosas la necessidad y la duraci n de la prinsi n preventiva El principio de proporcionalidad en su sentido de prohibici n de la excesividad es un princ pio del Derecho justo que deriva inmediatamente de la idea de justicia indudablemente conecta com la idea de moderaci n y de medida justa en el sentido de equilibrio 118 GUERRA FILHO Willis Santiago Dignidade humana princ pio da proporcionalidade e teoria dos direitos fundamentais In MIRANDA Jorge coord SILVA Marco Antonio Marques da Tratado Luso brasileiro da Dignidade Humana 2 ed S o Paulo Quartier Latin 2009 p 311 13 LARENZ Karl El Derecho justo Civitas 1985 p 144 145 apud TEIXEIRA Raphael Lobato Collet Janny Os impactos da Lei 10 973 de 2 de dezembro de 2004 sobre as cl usulas de propriedade intelectual nos contratos 73 Na vis o de Willis Santiago Guerra Filho o princ pio da proporcionalidade seria mesmo o princ pio dos princ pios ordenador de todo o direito e presente em nosso ordenamento a partir da leitura acurada do par grafo 2 do artigo 5 da CF 88 podendo se tamb m falar que o princ pio da proporcionalidade estaria mesmo incrustado na ideia de isonomia 2 a partir da concep o de igualdade proporcional justi a distributiva etc Fazendo refer ncia a Dwo
362. scimento das Na es Unidas e no desenvolvimento do sistema de Tratados Internacionais conforme adiante ser abordado 3 2 2 A Declara o Universal dos Direitos Humanos 1948 e o Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais 1966 A Declara o Universal dos Direitos Humanos proclamada pela Assembl ia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 criou um novo patamar no que diz respeito aos direitos dos homens enquanto pessoas humanas e sem qualquer distin o que pudesse ser indicada como crit rio para um indesejado tratamento favorecido A experi ncia da Segunda Grande Guerra ensinou que qualquer tentativa de se sobrepor em rela o esp cie humana um determinado povo uma ra a uma cultura uma religi o ou qualquer outra fra o da comunidade internacional ligados por qualquer esp cie de elo que os assemelhe medida nefasta e causadora de atrocidades Assim a igualdade por duas ou mais pessoas a patente poder ser requerida por todas ou qualquer delas mediante nomea o e qualifica o das demais para ressalva dos respectivos direitos 4 O inventor ser nomeado e qualificado podendo requerer a n o divulga o de sua nomea o 222 PRONER Carol 2007 Op cit p 52 158 ressaltou se por si s enquanto valor A liberdade por seu turno tanto no aspecto individual quanto coletivo pol tico at se tornou imprescind vel para a vida humana sendo certo que o
363. sendo certo que o dispositivo em quest o ainda que seja constitutivo de um dever impl cito para a prote o em verdade O Eras 230 notadamente um fraco argumento para a realiza o destes mesmos objetivos O artigo 8 estabelece os princ pios afirmando que l Los Miembros al formular o modificar sus leyes y reglamentos podr n adoptar las medidas necesarias para proteger la salud p blica y la nutrici n de la poblaci n 229 REUNI O do Conselho TRIPS em 6 e 7 de novembro de 2012 Dispon vel em lt http w ww wto int english news e newsl2 e trip O06novl2 e htm gt Acesso em 7 jan 2013 Vale dizer que a pr pria chamada para a reuni o em quest o fazia refer ncia import ncia da inova o para o desenvolvimento equilibrado com preocupa o em rela o aos pequenos atores o que se fez no seguinte sentido Innovation is essential for raising living standards and intellectual property has an important role to play provided an appropriate balance is struck and governments act to help smaller players the WTO council on intellectual property heard on 7 November 2012 E seguiu a discuss o com posicionamentos diametralmente dos pa ses desenvolvidos em rela o aos demais como apontou o Conselho do TRIPS aduzindo que But speakers differed in their emphasis Some developing countries argued that the system gives advantages to richer countries and larger corporations and stressed the need to use the flexibilities Ho
364. senvolvimento tecnol gico do pa s como objetivos da prote o das inven es industriais evidente que o interesse social no aspecto da propriedade intelectual equipara se fun o social da propriedade material sendo ambos exigidos por dispositivos constitucionais Infelizmente como adiante ser abordado nos cap tulos seguintes esta preocupa o atinente aos direitos de propriedade industrial intelectual e da tecnologia e a sua titularidade com an lise do crit rio de apropria o do conhecimento humano e explora o nos limites e para o atendimento dos objetivos tra ados na CF 88 n o vem permeando a legisla o infraconstitucional relativa mat ria Entretanto antes desta abordagem resta ainda fundamental a an lise dos aspectos do desenvolvimento cient fico e tecnol gico na Ordem Social o que ser realizado a seguir 2 4 A Ordem Social e o desenvolvimento cient fico e tecnol gico Em abordagem de simples localiza o topogr fica dentro da estrutura da Constitui o Federal a inscri o inicial dos direitos sociais no Cap tulo II Dos Direitos Sociais do T tulo II Dos Direitos e Garantias Fundamentais e os princ pios da Ordem Social no T tulo VIII a partir do artigo 193 foram postos em locais sensivelmente distantes ao menos se se considerar apenas os direitos sociais expressos pela via do cat logo dos artigos 6 e seguintes Talvez esta dist ncia possa induzir a uma interpreta o de forma isol
365. ser o aplicados a todos os empregados trabalhadores artistas e especialistas que elas representam b os contratos coletivos de trabalho dever o estipular obrigatoriamente a sua dura o a import ncia e as modalidades do sal rio a disciplina interior e o hor rio do trabalho c a modalidade do sal rio ser a mais apropriada s exig ncias do oper rio e da empresa d o oper rio ter direito ao repouso semanal aos domingos e nos limites das exig ncias t cnicas da empresa aos feriados civis e religiosos de acordo com a tradi o local e depois de um ano de servi o ininterrupto em uma empresa de trabalho cont nuo o oper rio ter direito a uma licen a anual remunerada f nas empresas de trabalho cont nuo a cessa o das rela es de trabalho a que o trabalhador n o haja dado motivo e quando a lei n o lhe garanta a estabilidade no emprego cria lhe o direito a uma indeniza o proporcional aos anos de servi o g nas empresas de trabalho cont nuo a mudan a de propriet rio n o rescinde o contrato de trabalho conservando os empregados para com o novo empregador os direitos que tinham em rela o ao antigo h sal rio m nimo capaz de satisfazer de acordo com as condi es de cada regi o as necessidades normais do trabalho 1 dia de trabalho de oito horas que poder ser reduzido e somente suscet vel de aumento nos casos previstos em lei j o trabalho noite a n o ser nos casos em que
366. solidarismo conforme j destacou Modesto Carvalhosa ao ministrar que firma se a convic o de que a sociedade pluralista que fora trazida pela evolu o do processo industrial teria como elemento din mico n o mais aquele homem isolado dos prim rdios do liberalismo mas o indiv duo participante de sua comunidade mesmo porque a pessoa isolada n o seria capaz de a o v lida e til Prop e se que a liberdade individual seja inserida nas aspira es de grupo em cujo plano os interesses seriam preferencialmente regulados pela ordem jur dica Concebe se portanto o indiv duo uti socius em substitui o ao indiv duo uti singulus Em consequ ncia o Estado passa a regular a atividade dos sujeitos n o apenas singularmente mas tendo em vista os seus interesses associativos Come a a contar na vida social o elemento coletivo a par do individual preponderando a tend ncia de resguardar se preferencialmente aquele quando em conflito com este Portanto a interven o exigida na concretiza o das obriga es prim rias de promover e incentivar o desenvolvimento seria realizada atrav s dos pr prios incentivos 26 CARVALHOSA Modesto 1973 Op cit p 98 185 fiscais ou diretamente atrav s de subven o econ mica favorecendo a contrata o de pesquisadores pelas empresas privadas deslocando se a atua o desta m o de obra altamente qualificada para a iniciativa privada ainda que as atividades de pesquisa p
367. ssensos O artigo 92 estabelece que os regimes de patentes e modelos de utilidade criados no ambiente de trabalho ser o aplicados tamb m aos estagi rios aos trabalhadores aut nomos e entre empresas contratantes e contratadas ampliando o campo de abrang ncia da legisla o em comento atingindo rela es outras que n o apenas aquelas que possuem v nculo de emprego entre si O artigo 93 por seu turno preceitua que os regimes de patentes e modelos de utilidades mencionados nos artigos anteriores aplicam se tamb m s entidades da Administra o P blica direta indireta e fundacional seja federal estadual ou municipal O par grafo nico do artigo 93 que veio a ser regulamentado pelo Decreto n 2 553 de 16 de agosto de 1998 previu o estabelecimento em favor do inventor de premia o de parcela no valor das vantagens auferidas com o pedido ou com a patente a t tulo de incentivo A regulamenta o mencionada emblem tica na forma com que trata o inventor envolvido em pesquisa junto Administra o P blica aduzindo no artigo 4 do Decreto n 2 553 98 que ao servidor da Administra o P blica direta indireta e fundacional que desenvolver inven o aperfei oamento ou modelo de utilidade e desenho industrial ser assegurada a t tulo de incentivo durante toda a vig ncia da patente ou do registro premia o de parcela do valor das vantagens auferidas pelo rg o ou entidade com a explora
368. st ria dos incentivos fiscais inova o Direito da Inova o 2 ed Rio de Janeiro Editora L men J ris 2011 Uma introdu o propriedade intelectual 2 ed Rio de Janeiro L men J ris 2003 BARROSO Lu s Roberto Curso de direito constitucional contempor neo Os conceitos fundamentais e a constru o do novo modelo S o Paulo Saraiva 2009b Interpreta o e aplica o da Constitui o fundamentos de uma dogm tica constitucional transformadora 7 ed rev S o Paulo Saraiva 2009 BASSO Maristela O direito internacional da propriedade intelectual Porto Alegre Livraria do Advogado 2000 p 77 85 apud PRONER Carol 2007 Op cit p 51 BASTOS Celso Ribeiro Curso de Direito Constitucional 17 ed S o Paulo Saraiva 1996 195 BOBBIO Norberto Nem com Marx nem contra Marx Org Carlo Violi Trad Marco Aur lio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2006 A era dos direitos Trad Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Elsevier 2004 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 26 ed atual S o Paulo Malheiros 2011 Do estado liberal ao estado social 9 ed S o Paulo Malheiros 2009 BRANCHER Paulo Direito da Concorr ncia e propriedade intelectual da inova o tecnol gica ao abuso de poder S o Paulo Singular 2010 BRASIL Decreto n 5 563 2005 Cap tulo IV Do est mulo inova o nas empresas Art 20 Decreto lei n 7 903 45 CAP TULO XIV Da d
369. star da igualdade e da justi a nos termos do pre mbulo da Carta Pol tica brasileira de 1988 A inser o do desenvolvimento nacional entre os demais objetivos fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil estabeleceu primeiramente que seria ele mesmo um caminho vi vel para a concretiza o dos demais objetivos basta ver a natureza dos outros objetivos e a singularidade do desenvolvimento entre os demais A constru o de uma sociedade livre justa e solid ria a erradica o da pobreza e a marginaliza o e a redu o das desigualdades sociais e regionais possuem em comum a necessidade de se estabelecer pol ticas p blicas que possam efetivamente concretizar tais objetivos assim como em rela o ao objetivo de promover o bem de todos sem preconceitos de qualquer natureza Tais objetivos s o na vertente da concretiza o do princ pio geral da isonomia verdadeiras exig ncias gerais da sociedade brasileira a partir de um conceito adequado de desenvolvimento N o se pode olvidar o n mero de brasileiros que se encontram na condi o de alta vulnerabilidade em todos os sentidos conforme j mencionado acima O legislador constitucional colocando a garantia do desenvolvimento nacional entre os demais objetivos citados deixou transparecer que deva ser o pr prio desenvolvimento a mola propulsora da realiza o dos outros objetivos ainda que n o seja taxativo o rol do artigo 5 4a Confer ncia Nacional de Ci ncia Te
370. sumo pessoal para venda aos trabalhadores capitalistas e seus funcion rios A extra o da mais valia realizada atrav s da circula o das mercadorias entre os trabalhadores e os capitalistas desses dois Departamentos Observe se em particular que a realiza o da mais valia n o requer a interven o de quaisquer mercados fora desse sistema de circula o de mercadorias Esses dois Departamentos devem existir de uma maneira ou de outra em todas as forma es sociais O que peculiar ao capitalismo n o simplesmente a troca de produtos sob a forma de mercadorias mas a fun o crucial do sistema de circula o de mercadoria no mecanismo de extra o da mais valia N o constitui nossa preocupa o no presente texto analisar esse sistema de circula o de mercadoria As observa es feitas acima s o necess rias como introdu o discuss o da separa o capitalista do trabalhador de seus meios de produ o Se a for a de trabalho deve entrar no processo de produ o como uma mercadoria ela deve primeiramente ser vendida ao propriet rio dos meios de produ o adequado Desse modo o modo de produ o capitalista exige que a massa de trabalhadores n o tenha meios de produ o pr prios eles n o podem produzir mercadorias por conta pr pria e nem meios de subsist ncia se n o vender sua for a de trabalho nesse sentido que os trabalhadores devem estar separados de seus meios de produ o Esse estado de separa o
371. t cipe produtor quanto destinat rio final consumidor dos benef cios dele decorrentes o que exige a participa o dos inventores nos ganhos econ micos da produtividade de seu trabalho 193 Os profissionais envolvidos no desenvolvimento cient fico e tecnol gico precisam estar pr ximos ao setor produtivo nacional levando se em conta que hoje a atua o est muito restrita ao ambiente acad mico o que prejudica a transforma o de conhecimento em inova o na perspectiva que este ltimo exige a aplica o no processo produtivo A pr pria CF 88 estabeleceu o instrumento de motiva o para o deslocamento de pesquisadores do ambiente universit rio para o empresarial na linha de que haver remunera o vantajosa em favor do pesquisador que conseguir desenvolver alguma esp cie de inova o caso a previs o constitucional seja respeitada A convers o de pesquisa pura te rica em pesquisa pr tica e tecnologia no ambiente produtivo favorecer a remunera o dos inventores motivando esta migra o em torno das empresas inovadoras Pelo mesmo ato haver altera o da composi o da renda do pesquisador o aumento da atratividade do setor privado enquanto ambiente para a inova o e ganho de competitividade das empresas pela import ncia da inova o no sentido de ser hoje importante elemento de ganho de produtividade e competitividade no mercado globalizado O regime dos servidores p blicos por exemplo envol
372. tabelecido pela Lei de Software Em verdade na hip tese presente cuja titularidade diretamente atribu da ao empregador nem se deveria falar em cess o de direitos autorais sobre o Software porque este j de titularidade da empresa De qualquer forma a remunera o desvinculada do sal rio que o 4 do artigo 218 da CF 88 estabelece seria a forma de assegurar a participa o do empregado nos ganhos econ micos decorrentes de sua capacidade inventiva Logo partindo se da premissa de que a contrapresta o pela verdadeira aquisi o da id ia criativa n o est vinculada ao contrato de trabalho at mesmo porque caso estivesse seria exclusivamente de titularidade do empregador ent o se faz indispens vel a efetiva concretiza o do disposto no 4 do artigo 218 da CF 88 impondo ao empregador o oferecimento de contrapartida ao apoio e est mulo obtido do Estado mediante a pr tica deste especial sistemas de remunera o O direito a perceber esta remunera o direito social do pesquisador inventor a partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico em especial porque o tema da ci ncia e tecnologia est vinculado Ordem Social cujo primado o trabalho e o objetivo o bem estar e justi a sociais nos termos do artigo 193 da CF 88 No ju zo de pondera o entre o direito natural do empregado inventor sobre os frutos indissoci veis de seu esp rito inventivo e o direito da iniciativa privada de se aprop
373. tando se os crit rios at ent o utilizados isto o da simples verifica o do que geralmente faziam os outros animais vez que o fruto adequado ao consumo dos animais poderia ser nocivo aos homens gerando um sentimento de repuls o no homem em rela o aquele fruto forneceu raz o humana a oportunidade para dissociar se do instinto natural chamado por Kant de a voz da natureza E seguiu o not vel fil sofo indicando que o uso da raz o e o dom nio do que veio a se conhecer como livre arb trio trouxeram ao homem em contrapartida o medo e a ansiedade mas permitiram a vincula o deste estado de coisas ideia inicial de liberdade na medida em que ele descobriu em si uma faculdade de escolher por si mesmo sua conduta e de n o estar comprometido como os outros animais com um modo de vida nico A satisfa o moment nea que a descoberta dessa vantagem lhe causou imediatamente seguiram se ansiedade e medo como ele que ainda n o conhecia de nenhuma coisa s qualidades ocultas e os efeitos distantes poderia servir se daquela faculdade rec m descoberta Ele se encontra por assim dizer beira de um abismo porque mais al m dos objetos do seu desejo que at ent o dependiam do instinto abria se lhe agora uma infinidade de op es dentre as quais n o sabia ainda escolher e uma vez tendo provado esse estado de liberdade tornava se para ele imposs vel x Jo E 6 doravante volver servid
374. te a pol tica imposta pelo Fundo Monet rio Internacional durante esse per odo tumultuado piorou a situa o Desde que o FMI foi criado exatamente para evitar e lidar com crises dessa natureza o fato de ter fracassado de tantas formas provocou um grande exame de consci ncia sobre seu papel com muitas pessoas nos Estados Unidos e em outras na es do mundo exigindo uma revis o de v rias das politicas do Fundo e da institui o em si Na verdade ficou claro que as pol ticas do Fundo Monet rio Internacional n o apenas agravaram as quedas como tamb m foram respons veis em parte pelo ocorrido uma liberaliza o do mercado de capitais muito r pida provavelmente foi a coisa individual mais importante da crise apesar de pol ticas equivocadas por parte dos pa ses envolvidos tamb m terem tido sua parcela de culpa Hoje o FMI reconhece muitos de seus erros mas n o todos O Fundo percebeu por exemplo como a liberaliza o muito r pida do mercado de capitais pode ser perigosa mas o fez tarde demais pois v rios pa ses acabaram sendo atingidos 25 PRONER Carol 2007 Op cit p 125 169 Neste mbito das negocia es dos pa ses membros perante a OMC verifica se que a quest o do crit rio de apropria o do conhecimento humano sequer abordada justamente porque o foco da preocupa o a garantia em favor dos titulares dos direitos intelectuais no contexto do com rcio internacional restando legisla o interna
375. tecnol gicos e pela qualifica o dos profissionais envolvidos no processo bem como pelas atividades de risco seja na fun o de pesquisa cient fica e tecnol gica seja na atividade empresarial decorrente de novos conhecimentos gerados A evolu o acelerada da inova o se reflete nos novos modelos de neg cios onde o Brasil tem grande potencial de atua o o Pa s desenvolveu nas ltimas d cadas um competente sistema universit rio de produ o de conhecimento e forma o de recursos humanos O desafio agora criar condi es para que atividades inovadoras atendam as demandas dos diferentes setores da sociedade e fortale am a competitividade internacional das empresas Entre universidades empresas e sociedade cabe criar camadas intermedi rias parques tecnol gicos centros de inova o redes de extens o tecnol gica institutos tecnol gicos estimuladas por pol ticas p blicas Apresenta se portanto de import ncia mpar a verifica o do entendimento de desenvolvimento nacional da ci ncia e da tecnologia espraiado no texto constitucional em especial no tocante s diretrizes insculpidas como normas prim rias dirigidas ao Estado na perspectiva de idealizador e realizador de pol ticas p blicas para o desenvolvimento Neste sentido como j mencionado o desenvolvimento foi al ado a valor supremo de uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos ao lado da liberdade da seguran a do bem e
376. tera o do mundo do ser para o dever ser insito ao entendimento deontol gico do Direito A import ncia da interven o do Estado no livre mercado tem especial destaque para o caso dos pa ses ainda n o completamente desenvolvidos onde h car ncias de todas as esp cies no campo social posto que esta diferen a entre as condi es do desenvolvimento imprime reflexos inclusive no pr prio Direito Econ mico de cada Estado alterando a sua abordagem e ressaltando a import ncia do Direito ao Desenvolvimento nos pa ses ainda carentes o que destaca Modesto Carvalhosa ao fazer refer ncia teoria de Roger Granger aduzindo assim que nos pa ses economicamente desenvolvidos o conte do do Direito Econ mico deriva das respectivas caracter sticas do sistema econ mico onde malgrado a interven o do Estado sob diversas modalidades o essencial da atividade econ mica deixado iniciativa dos privados Estes nas suas opera es inspiram se principalmente nos motivos de ganho Consequentemente nos pa ses industriais o Direito Econ mico deve se contentar em reger as atividades especificamente econ micas sem procurar transformar as mentalidades assim um Direito destinado aos privados e apenas secundariamente uma disciplina de organiza o econ mica do Estado Nos pa ses subdesenvolvidos no entanto o Direito do Desenvolvimento deve permitir n o apenas a a o do Estado sobre as atividades econ m
377. to a pesquisa ou a atividade inventiva ou resulte esta da natureza dos servi os para os quais foi o empregado contratado Neste aspecto percebe se que o crit rio de apropria o do bem patente vel seja de inven o ou modelo de utilidade o objeto do contrato de trabalho ou a natureza dos servi os prestados pelo empregado A constitui o do liame jur dico contratual cujo objeto seja o desenvolvimento de pesquisa ou que venha a acarretar atividade inventiva ou ato inventivo por si s e automaticamente estabelece a titularidade da patente em favor do empregador O mesmo acontece na hip tese de a natureza dos servi os impingirem a realiza o de atividade inventiva Depreende se portanto que a titularidade da patente n o est relacionada diretamente com o detentor do esp rito inventivo ainda que a pessoa seja o elemento indispens vel para a pr pria exist ncia da atividade inventiva dada a sua capacidade intelectual mpar O princ pio da apropria o dos frutos do trabalho em favor do empregador mediante contrapresta o salarial rege esta quest o de forma absoluta Os par grafos 1 e 2 do referido artigo 88 estabelecem que a retribui o pelo trabalho desenvolvido pelo empregado nesta hip tese ser limitado ao sal rio pactuado salvo expressa disposi o contratual em contr rio e que salvo prova em contr rio a patente requerida em at 1 um ano ap s o t rmino do contrato de trabalho s
378. to corresponder raz o entre a diferen a do valor despendido pela pessoa jur dica e do valor do efeito benef cio fiscal utilizado de um lado e o valor total do projeto de outro cabendo ICT a parte remanescente Isto os valores investidos pela empresa no projeto descontados os valores dos benef cios fiscais utilizados ser o proporcionalizados em rela o ao valor total do projeto ficando claro uma vez mais que a import ncia na an lise da titularidade dos direitos sobre a cria o e a propriedade industrial e intelectual exclusivamente os aportes financeiros realizados ou a quantifica o contabilmente dos investimentos em recursos humanos na vertente absolutamente financeira da pr pria atividade inventiva derivada da pr pria pesquisa 150 O segundo instrumento previsto na lei a participa o ativa do Estado constando do artigo 21 da Lei 11 196 2005 atrav s da seguinte reda o A Uni o por interm dio das ag ncias de fomento de ci ncias e tecnologia poder subvencionar o valor da remunera o de pesquisadores titulados como mestres ou doutores empregados em atividades de inova o tecnol gica em empresas localizadas no territ rio brasileiro na forma do regulamento O valor da subven o poder ser de at 60 no caso de empresas atuantes na regi o das extintas Sudene e Sudam e de at 40 nas demais regi es do pa s O Decreto n 5 798 2005 no par grafo 2 do artigo 11 pre
379. to de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remunera o que assegurem ao empregado desvinculada do sal rio participa o nos ganhos econ micos resultantes da produtividade de seu trabalho 5 facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita or ament ria a entidades p blicas de fomento ao ensino e pesquisa cient fica e tecnol gica Art 219 O mercado interno integra o patrim nio nacional e ser incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e s cio econ mico o bem estar da popula o e a autonomia tecnol gica do Pa s nos termos de lei federal O artigo 218 caput da CF 88 imp e uma obriga o de ordem prim ria no sentido de promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas facultando a interven o do Estado na din mica natural de mercado para um certo objetivo determinado previamente como agente normativo e regulador nos termos da permiss o do artigo 174 da CF 88 O ato de promover por evidente exige uma atua o concreta positiva e ativa do Estado Ademais a pesquisa b sica priorit ria dada a sua relev ncia estrutural estabelecendo uma liga o ntima com o bem p blico 1 do artigo 218 da CF 88 A pesquisa tecnol gica de outra banda deve se voltar para a solu o dos 117 problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional 42 do artigo 218 da CF
380. to que o desenvolvimento cient fico e tecnol gico pode ocupar lugar de destaque neste processo Um exemplo o crescimento de setores de sens vel expans o no tocante exporta o de servi os em especial os servi os financeiros de tecnologia da informa o e de telecomunica es que geram empregos e pela necessidade de alta qualifica o dos profissionais envolvidos imp e uma altera o estrutural em todo o processo de educa o a desaguar no topo da pir mide onde est o os profissionais envolvidos no desenvolvimento cient fico na pesquisa e capacita o tecnol gicas Deve se tomar certa cautela na perspectiva de que a globaliza o econ mica enquanto processo de internacionaliza o da economia impinge not ria massifica o s rela es interpessoais tornando o ser humano cada vez mais individualista e induzindo o a uma singular condi o de vulnerabilidade econ mica em especial frente aos grandes grupos empresariais que j verificaram o valor intr nseco do conhecimento cient fico e tecnol gico Neste ponto a participa o das pessoas neste processo de desenvolvimento cient fico e tecnol gico relevante desde os tempos imemoriais Durante todo o per odo de evolu o das t cnicas rudimentares passando pela Revolu o Industrial e pela Revolu o Tecnol gica at os dias de hoje a participa o dos homens neste processo conflituosa em rela o aos interesses financeiros daqueles que almejam se
381. topografia de circuito integrado nova cultivar ou cultivar essencialmente derivada e qualquer outro desenvolvimento tecnol gico que acarrete ou possa acarretar o surgimento de novo produto processo ou aperfei oamento incremental obtido por um ou mais criadores O inciso IV do mesmo artigo 2 considera que inova o a introdu o de novidade ou aperfei oamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos processos ou servi os O Manual de Oslo editado pela Organiza o para a Coopera o e Desenvolvimento Econ mico OCDE e traduzido pela Financiadora de Estudos e Projetos FINEP traz propostas de diretrizes para a coleta e interpreta o de dados sobre a inova o tecnol gica indicando o conceito de Inova es Tecnol gicas em Produtos e Processos TPP como as que compreendem as implanta es de produtos e processos tecnologicamentenovos e substanciais melhorias tecnol gicas em produtos e processos Uma inova o TPP considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado inova o de produto ou usada no processo de produ o inova o de processo Uma inova o TPP envolve uma s rie de atividades cient ficas tecnol gicas organizacionais financeiras e comerciais Uma empresa inovadora em TPP uma empresa que tenha implantado produtos ou processos tecnologicamente novos ou com substancial melhoria tecnol gica durante o per odo em an lise Verifica se portanto
382. tos resultantes da interpreta o do texto da norma elemento literal da doutrina cl ssica e outro o elemento de concretiza o resultante da investiga o E PRS e i 94 do referente normativo dom nio ou regi o normativa Conforme adiante melhor se demonstrar bvio que ao se tratar de direitos sociais e econ micos pelo pr prio modelo de positiva o utilizado pelo constituinte de 1988 deve se perpetrar uma interpreta o constitucional com foco no contexto social como verdadeiro lt lt peda o de realidade social gt gt aplicando se pela pr pria utilidade inerente o m todo normativo estruturante bem assim realizando o lt lt c rculo hermen utico gt gt advindo da MENDES Gilmar Ferreira COELHO Inoc ncio M rtires BRANCO Paulo Gustavo Gonet 2007 Op cit p 1213 63 verifica o circular entre a pr compreens o do int rprete do texto normativo e da situa o concreta posta aprecia o Disso poder derivar com grandes chances a melhor decis o poss vel ao caso concreto em especial se os aspectos axiol gicos nsitos s normas forem de fato considerados nos termos da li o de Miguel Reale e com a seguran a de que tais aspectos de valor possuem liga o intr nseca com a pr pria prote o da pessoa humana A primeira refer ncia fundamental que deve ser feita no sentido da indica o expressa de Miguel Reale de que a valoriza o do aspecto axiol gico com sua cor
383. trar que a liga o jur dico positiva entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana s come a com o Estado social de Direito e mais rigorosamente com as Constitui es e os grandes textos internacionais subsequentes segunda guerra mundial e n o por acaso Surge em resposta aos regimes que tentaram sujeitar e degradar a pessoa humana pre mbulo da Constitui o francesa de 1946 e quando se proclama que a dignidade da pessoa humana sagrada art 1 da Constitui o alem de 1949 Apresentava se ent o o embri o jur dico filos fico para o desenvolvimento da teoria da Constitui o a partir do in cio do s culo XX do que derivou o movimento chamado Constitucionalismo que prestigiou os direitos fundamentais de origem intimamente ligada aos direitos naturais Independentemente da import ncia e da complexidade inerentes hist ria do Constitucionalismo e da contribui o de doutrinadores como Hermann Heller Richard Smend e Carl Schmitt este ltimo em que pese sua comentada contribui o ideol gica ao estado nazista o fato que a contribui o de Hans Kelsen no desenvolvimento da teoria da Constitui o digna de especial destaque A quest o do fundamento de validade superior ltimo de uma norma jur dica que pertence a uma determinada ordem jur dica foi desenvolvida de modo prof cuo pelo doutrinador em comento A an lise desta quest o foi tratada por Hans Kels
384. tribui o de programa de computador salvo quando envolverem a transfer ncia da correspondente tecnologia 2 A partir de 1 de janeiro de 2002 a contribui o de que trata o caput deste artigo passa a ser devida tamb m pelas pessoas jur dicas signat rias de contratos que tenham por objeto servi os t cnicos e de assist ncia administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior bem assim pelas pessoas jur dicas que pagarem creditarem entregarem empregarem ou remeterem royalties a qualquer t tulo a benefici rios residentes ou domiciliados no exterior 3 A contribui o incidir sobre os valores pagos creditados entregues empregados ou remetidos a cada m s a residentes ou domiciliados no exterior a t tulo de remunera o decorrente das obriga es indicadas no caput e no 2 deste artigo 4 A al quota da contribui o ser de 10 dez por cento 5 O pagamento da contribui o ser efetuado at o ltimo dia til da quinzena subsequente ao m s de ocorr ncia do fato gerador 6 N o se aplica a Contribui o de que trata o caput quando o contratante for rg o ou entidade da administra o direta aut rquica e fundacional da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios e o contratado for institui o de ensino ou pesquisa situada no exterior para o oferecimento de curso ou atividade de treinamento ou qualifica o profissional a servidores
385. tucionais de interpreta o para posteriormente se apresentar a relev ncia da Ordem Econ mica e dos direitos e garantias fundamentais para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico al m da Ordem Social e dos direitos sociais neste mesmo sentido quando os centrais artigos 218 e 219 da CF 88 ser o minuciosamente analisados Neste cap tulo tamb m o desenvolvimento apreciado na vertente constitucional e sua rela o com o PIB e o IDH Verifica se pela relev ncia para o desfecho desta pesquisa da possibilidade da interven o indireta do Estado nesta mat ria e o abuso do poder econ mico por meio dos direitos de propriedade intelectual No Cap tulo 3 ser feita a aprecia o e an lise do crit rio de apropria o do conhecimento humano e os incentivos ao desenvolvimento cient fico e tecnol gico com a an lise da Consolida o das Leis do Trabalho da Lei de Propriedade Industrial de Prote o de Cultivares de Software da legisla o de est mulo inova o tecnol gica e da lei que rege a quest o da topografia e circuitos integrados As normas internacionais sobre o desenvolvimento cient fico e tecnol gico ser o apreciadas tamb m neste cap tulo passando pelas Conven es da Uni o de Paris 1883 e da Uni o de Berna 1886 pela Declara o Universal dos Direitos do Homem 1948 pela Declara o das Na es Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento 1986 pela Declara o e Programa de A o de Viena
386. tular ser intimado para manifestar se no prazo de 60 sessenta dias findo o qual sem manifesta o do titular considerar se aceita a proposta nas condi es oferecidas 2 O requerente de licen a que invocar pr tica comercial anticompetitiva ou desleal dever juntar documenta o que a comprove 154 propriedade do titular do registro de circuito integrado na perspectiva da ampla prote o do direito de propriedade em face desta expropria o nos termos do inciso XXII do artigo 5 da CF 88 mas o mesmo cuidado n o foi dedicado ao pr prio criador inventor do circuito 3 2 A legisla o internacional 3 2 1 As Conven es da Uni o de Paris 1883 e da Uni o de Berna 1886 Antes de se analisar os principais aspectos dos tratados internacionais que produzem efeitos na quest o versada apresenta se de relev ncia mpar uma breve verifica o acerca de dois significantes marcos da propriedade intelectual um ocorrido na Fran a e outro na Alemanha ambos na d cada de 1880 A import ncia destes diplomas portanto tamb m hist rica na estrutura o de conceitos e princ pios hoje vigentes nesta mat ria O primeiro refere se padroniza o dos dispositivos referentes propriedade industrial nos pa ses participantes que ficou conhecido como Conven o da Uni o de Paris em 20 de mar o de 1883 O segundo permitiu a prote o harm nica de obras liter rias e art sticas chamada de Conven o da Uni o
387. ualdade social existente Ainda mais grave o fato de que o Brasil possui 13 1 de sua popula o em risco de pobreza multidimensional Por fim 5 2 da popula o brasileira vive com rendimento inferior a 1 25 USD por dia o que monta em torno de 9 920 000 nove milh es novecentos e vinte mil pessoas considerando uma popula o de 190 755 799 conforme o Censo Demogr fico 2010 da Funda o Instituto 137 Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE Essas pessoas n o s se encontram em situa o de priva o financeira mas tamb m de total aus ncia de sa de baixo n vel de educa o condi es inadequadas de habita o exclus o social etc A estes se aplica diretamente a frase c lebre de Hannah Arendt do direito a ter direito analisado com profundidade por Celso Lafer em obra not vel sobre a reconstru o dos direitos humanos No Relat rio de Desenvolvimento Humano de 2011 do PNUD o Brasil caiu para a 84 posi o geral perdendo 11 posi es em rela o ao ano de 2010 no IDH e 13 posi es se comparado o IDH com o IDHAD ambos de 2011 certo que cresceu o n mero de pessoas expostas condi o de pen ria mencionada acima Por outro lado o Censo Demogr fico 2010 divulgou a taxa de desemprego total de Julho de 2010 nas 5 principais regi es metropolitanas brasileira al m do Distrito Federal que foi de 1 S o Paulo 12 6 ii Belo Horizonte 8 3 iii Recife 17 2 iv
388. ublicou pesquisa sobre os pesquisadores e pessoal de apoio todos envolvidos em pesquisa e desenvolvimento P amp D Em n mero de pessoas por setor institucional e categoria verifica se que em 2000 havia 44 183 35 07 pesquisadores excluindo se o pessoal de apoio alocados no setor empresarial enquanto 77 465 61 49 no ensino superior de um total de 125 968 contando aqueles alocados no governo e no setor privado sem fins lucrativos Esta posi o foi alterada para 41 317 17 59 pesquisadores no setor privado em 2010 contra um total de 188 003 80 07 no ensino superior no mesmo ano do total de 234 797 pesquisadores f cil se verificar que houve um aumento substancial no 6 RIFKIN Jeremy Op cit p 174 E segue o referido doutrinador mencionando que os trabalhadores do conhecimento s o um grupo distinto unido pelo uso da tecnologia da informa o de ltima gera o para identificar intermediar e solucionar problemas S o criadores manipuladores e abastecedores do fluxo de informa o que constr i a economia global p s industrial e p s servi o Suas fileiras incluem pesquisadores cient ficos engenheiros projetistas engenheiros civis analistas de sofiware pesquisadores de biotecnologia especialistas em rela es p blicas advogados profissionais do mercado financeiro consultores gerenciais consultores financeiros e tributaristas arquitetos planejadores estrat gicos especialistas em marketing pro
389. uct is the most common measure of the success of R amp D spending However as a measure of consumer welfare GDP is a seriously flawed proxy The main reason to use it is that economists like other empiricists are stuck looking under the lamp post We study GDP because someone the Department of Commerce measures it If all markets are competitive and firms earn zero profit the GDP measures the value of inputs Since every dollar earned is also spent GDP also measures revenue earned in final goods markets In this sense GDP is a useful indicator of economic activity and to the extent that costs are related to consumers surplus GDP gives some indication of total consumers surplus If industries are not perfectly competitive firms may earn economic and accounting profits Then GDP includes profits as well as input costs This has the odd implication that if a competitive market becomes cartelized GDP goes up even though consumers surplus goes down Of course in the innovation context cartelization is not typically how firms gain market power Firms gain market power by introducing new goods that are protected by intellectual property But then another problem arises the ratio of consumers surplus to what is measured in GDP namely the value of inputs plus profit is diferent for proprietary goods than for those that are competitively suplied For this reason the interpretation of GDP growth is ambiguous if the mix of proprietary goods
390. ue o progresso duradouro necess rio realiza o do direito ao desenvolvimento exige pol ticas eficazes de desenvolvimento em n vel nacional bem como rela es econ micas equitativas e um ambiente econ mico favor vel em n vel internacional Reiterou se portanto a import ncia do favorecimento das pessoas atrav s da partilha dos benef cios e ganhos econ micos advindos do progresso cient fico al m do direito a participar em si do pr prio desenvolvimento cient fico e tecnol gico Logo conclui se que de extrema import ncia para a concretiza o da autonomia tecnol gica do pa s a realiza o de toda e qualquer forma de est mulo para o desenvolvimento dos recursos humanos imprescind veis para a pr pria exist ncia de pesquisa desenvolvimento cient fico e capacita o tecnol gica A partir da verifica o j realizada no Cap tulo anterior acerca do crit rio de apropria o do conhecimento humano objeto contratual e investimento de recursos materiais na pesquisa seria de fato um grande est mulo para o desenvolvimento a efetiva partilha dos ganhos econ micos entre as empresas inovadores e os pesquisadores o que tamb m respeitaria conforme aduzido alhures tanto a Declara o das Na es Unidas para o Desenvolvimento de 1986 quanto a Declara o e Programa de A o de Viena de 1993 3 2 4 Agreement on Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights TRIPS 226 Art 4 A Re
391. uer abusos perpetrados em raz o de direito de propriedade industrial Neste sentido j me manifestei em outra oportunidade em conjunto com Juliana Ferreira Antunes Duarte quando asseveramos que a interpreta o dos atos dos agentes econ micos sob a tica das infra es ordem econ mica previstas no artigo 36 da Lei 12 529 2011 dever ser realizada a partir da concretiza o de todos os princ pios da ordem econ mica ainda que n o listados no artigo 1 desta lei em comento O par grafo 4 do artigo 173 da Constitui o Federal de 1988 direciona expressamente que a lei reprimir o abuso do poder econ mico que vise domina o dos mercados elimina o da concorr ncia e ao aumento arbitr rio dos lucros A reda o conferida a este par grafo do artigo 173 inserido na topografia do T tulo VII Da Ordem Econ mica 104 e Financeira no Cap tulo I Dos Princ pios Gerais da Atividade Econ mica demonstra claramente a inten o do legislador de se vincular a repress o ao abuso do poder econ mico como papel do Estado na perspectiva da reda o do caput do mesmo dispositivo que limita a interven o do Estado na explora o direta da atividade econ mica mas imediatamente antes da reda o do caput do artigo 174 que prev o Estado como agente normativo e regulador da pr pria atividade econ mica Este ltimo citado papel regulador exige a atua o direta do Estado na efetiva o de
392. uer outra inova o tecnol gica Uma vez mais confirma se a argumenta o no sentido de que o inventor deveria possuir direito amplo sobre sua pr pria cria o vez que o crit rio de apropria o do conhecimento humano seria a pr pria entrega do esp rito inventivo 27 Cf art 11 Com exce o dos casos previstos em lei os direitos da personalidade s o intransmiss veis e irrenunci veis n o podendo o seu exerc cio sofrer limita o volunt ria E o art 12 segue Pode se exigir que cesse a amea a ou les o a direito da personalidade e reclamar perdas e danos sem prejuizo de outras san es previstas em lei 248 CERQUEIRA Jo o da Gama 2010 Op cit p 85 29 RIZZARDO Arnaldo 2007 Op cit p 181 178 pelo homem o que n o ocorre na legisla o interna brasileira sobre a mat ria conforme anteriormente demonstrado assim que justamente pela origem indissociavelmente humana das ideias verdadeira mat ria prima indispens vel para a realiza o de inova o tecnol gica que o 3 do artigo 218 da CF 88 imp s ao Estado a obriga o de apoiar a forma o de recursos humanos nas reas de ci ncia pesquisa e tecnologia e conceder aos que delas se ocupem meios e condi es especiais de trabalho levando se em conta que a aus ncia de c rebros capacitados impede absolutamente o desenvolvimento cient fico e tecnol gico O mero emprego de capital recursos financeiros isola
393. umpridas ou n o cumpridas Se uma regra vale ordenado fazer rigorosamente aquilo que ela pede n o mais e n o menos Regras cont m com isso fixa es no espa o do f tica e juridicamente poss vel Elas s o por conseguinte mandamentos definitivos A forma de aplica o de regras n o a pondera o mas a subsun o 111 digno de nota que o legislador brasileiro na carta pol tica de 1988 e na legisla o que rege a mat ria abordada normatizou os direitos fundamentais socioecon micos por vezes 108 ALEXY Robert Constitucionalismo discursivo 2 ed Trad Lu s Afonso Heck Porto Alegre Livraria do Advogado Editora 2008 p 131 132 109 GUERRA FILHO Willis Santiago Processo Constitucional e direitos fundamentais 5 ed S o Paulo RCS Editora 2007 p 51 52 Um contributo muito importante para a an lise desta distin o pode se encontrar quando o autor menciona que as regras trazem a descri o de estados de coisa formado por um fato ou certo n mero deles enquanto nos princ pios h uma refer ncia direta a valores Da se dizer que as regras se fundamentam nos princ pios os quais n o fundamentariam diretamente nenhuma a o dependendo para isso da intermedia o de uma regra concretizadora Princ pios portanto t m um grau incomparavelmente mais alto de generalidade referente classe de indiv duos que a norma se aplica e abstra o referente esp cie de fato a que a norma se aplica do
394. unionista s S i g 218 k NE as A sobre as disposi es nacionais menos vantajosas Isto seria aplic vel a prote o mais vantajosa prevista no tratado internacional em preju zo da disposi o interna do Estado membro que for menos protetiva Referidos princ pios foram estabelecidos a partir da ideia de livre concorr ncia e mercado global supostamente equilibrado o que at hoje n o se verificou bem verdade que o fen meno da globaliza o como o conhecemos hoje n o estava em curso poca quando imperava uma vis o liberal quase absoluta o que veio traduzido na concep o destes princ pios at hoje vigentes Os efeitos e o contexto da Revolu o Industrial j abordados inicialmente neste trabalho bem demonstram que o esp rito a imperar nestas Conven es era indubitavelmente o de prote o m xima da propriedade intelectual na concep o do livre com rcio Porventura a situa o atual de domina o de mercado por variadas multinacionais frequentemente estribada no desenvolvimento tecnol gico protegido por fortes sistemas de patentes possa ter decorrido da estrutura desigual da negocia o entabulada na Conven o da Uni o de Paris j que o princ pio do tratamento nacional sempre foi conjugado especialmente pelas empresas americanas com insuper vel protecionismo do mercado interno americano Como cedi o as empresas transnacionais de hoje dominam mercados e s o mais pod
395. valores de natureza hist rica visto serem proje es de um valor fonte que a pessoa humana e por ser o homem um ser origin rio e radicalmente hist rico Assim ancorada a no o de valor na ideia de prote o do valor fonte referido entende Reale que a pr pria norma jur dica apresenta a tomada de posi o frente aos fatos considerados e a partir de uma rela o de tens o entre os valores Neste contexto te rico pode se verificar com clareza que houve uma tomada efetiva de decis o na normatividade da Constitui o Federal de 1988 tanto a partir dos fundamentos e objetivos da Rep blica quanto da prote o dos direitos fundamentais e sociais insculpidos na carta pol tica Desta premissa n o se pode negligenciar em verdade 2 REALE Miguel Teoria tridimensional do direito 5 ed S o Paulo Saraiva 2010 p 89 6 Id ibid p 90 7 Id ibid p 92 8 Id ibid p 93 Id ibid p 96 64 que haver sempre uma aparente tens o destes elementos ressaltados com outros interesses direitos e aspectos f ticos tamb m importantes Na mat ria em apre o h uma tens o entre os interesses dos inventores criadores e dos investidores em pesquisa e tecnologia oportunidade para a aplica o do quanto foi acima exposto Nas palavras do pr prio Miguel Reale a experi ncia jur dica sempre uma composi o de estabilidade e movimento Este determinado tanto por fatores de ordem factual c
396. vidade de seu trabalho ainda que se fa a necess ria a interven o estatal via subven o econ mica ou incentivos fiscais condicionados nos termos j mencionados para equilibrar esta tensa rela o entre o inventor e o investidor dos recursos financeiros necess rios para a pesquisa na concretiza o do poder dever do Estado de promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gica tamb m previsto no caput do referido dispositivo Este direito de participar ativamente no progresso cient fico e seus benef cios previsto inclusive no artigo 27 da Declara o Universal dos Direitos Humanos de 1948 conforme j comentado anteriormente denotando efetivamente o car ter natural deste direito A quest o prec pua se coloca neste ponto H a necessidade de se estabelecer um novo crit rio para a apropria o do conhecimento humano Ou o crit rio da aplica o do capital necess rio para o desenvolvimento cient fico e tecnol gico atende as disposi es constitucionais vigentes Como se verificou o crit rio de apropria o do conhecimento humano empregado no desenvolvimento cient fico e tecnol gico a aplica o de capital pela empresa na qualidade de empregadora consubstanciado em m quinas laborat rios dados materiais instala es ou equipamentos Isto porque a nica hip tese em que o direito sobre a inova o do empregado aquela em que h absoluta indepe
397. vidos em desenvolvimento cient fico pesquisa e capacita o tecnol gica respeita as diretrizes constitucionais j mencionadas seja no tocante aos direitos e garantias fundamentais seja no aspecto da Ordem Social particularmente no tocante ao artigo 218 e par grafos da CF 88 Em verdade ao conferir coparticipa o ainda que limitada aos servidores inventores sobre a explora o das patentes desenvolvidas o preceito de que o Estado promover o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gica do artigo 218 da CF 88 est sendo atendido pela via direta O desenvolvimento cient fico e tecnol gico assunto de tamanha relev ncia como um dos instrumentos para a solu o dos problemas brasileiros que se exige o direcionamento da iniciativa privada para a concretiza o deste objetivo fundamental da Rep blica pela via da interven o indireta do Estado nos moldes tamb m previstos na CF 88 Torna se fundamental portanto o estabelecimento de pol ticas p blicas de Estado que concretizem as diretrizes estabelecidas na Carta Magna sobre a mat ria a um s tempo atribuindo aos inventores o direito de partilhar do desenvolvimento cient fico e tecnol gico e para as empresas a garantia de reais incentivos subven es econ micas e isen es fiscais como interven o indireta do Estado na Ordem Econ mica e na Social reunindo em torno do mesmo objetivo fundamental os tr s elementos principais todos impresci
398. wever several of them also described their national innovation strategies including policies to increase public awareness encourage their companies to work with universities and research institutes to develop inventions and brands and to strengthen enforcement Some developed countries said that too much emphasis on flexibilities and mandatory technology transfer would undermine the incentive to innovate that intellectual property protection provides They also argued that local working requirements would be counterproductive This is where a country requires for example that if a product is patented in its system the product must be made in that country Some described a good intellectual property system as a means of encouraging foreign investment Some described their innovation policies as a mix of government funding for basic research and development with market oriented intellectual property regimes In some cases legislation can reward patents used for humanitarian purposes 20 PRONER Carol 2007 Op cit p 120 167 o para promover el inter s p blico en sectores de importancia vital para su desarrollo socioecon mico y tecnol gico siempre que esas medidas sean compatibles con lo dispuesto en el presente Acuerdo 2 Podr ser necesario aplicar medidas apropiadas siempre que sean compatibles con lo dispuesto en el presente Acuerdo para prevenir el abuso de los derechos de propiedad intelectual por sus titulares o el recurs

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