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Trabalho forçado e trabalho escravo no Brasil: diferença conceitual

1. 258 CONCLUS ES sina A 261 REFERENCIAS cur sora ssteno aA Sosa era alonga Parada an carpa SRI ada e ana Sia Em pa 265 14 INTRODU O 1 Justificativa do tema como objeto de tese de doutorado As rela es de trabalho est o evoluindo rapidamente em todas as reas e regi es do mundo sejam elas mais desenvolvidas ou mesmo pobres A globaliza o tem nos permitido acompanhar aquilo que se verifica no cen rio internacional seja na quest o do emprego e do desemprego na busca da igualdade entre homens e mulheres em seus locais de trabalho bem como na precariedade das rela es de emprego e suas consequ ncias sobre os trabalhadores Em especial uma grande preocupa o nessa seara refere se ocorr ncia em escala mundial das mais variadas formas de trabalho escravo e trabalho for ado Em dados recentes a OIT conforme o cap tulo 3 revelar estima que somente na sia e no Pac fico cerca de 11 700 000 trabalhadores s o submetidos a trabalhos for ados enquanto esse n mero cai para 1 800 000 na Am rica Latina e Caribe Esse fen meno n o muito diferente no cen rio nacional uma vez que o Brasil j reconheceu mundialmente a pr tica dessa explora o e demonstrou para as na es sua vontade de extermin la por meio de programas consagrados internacionalmente e utilizados pelas autoridades brasileiras contando com o apoio de Organiza es Internacionais como a ONU OIT OMC e OECD Paulati
2. 99 3 8 A Comunidade Europeia e a pol tica social contra o trabalho escravo 101 3 8 1 Principais elementos legislativos essere 101 3 8 2 Defini o e criminaliza o do tr fico de pessoas na Uni o Europeia 104 3 9 Estudos de casos sobre trabalho for ado em pa ses selecionados 106 3 9 1 AS estatisticas da OlT gurias o ariana nado Duere ndo E nTn ain dE Sena a dan inn ds and niad 106 3 9 2 Exemplos observados no continente americano 109 3 9 3 A experi ncia verificada na sia eeeereeeeeeeeeeeeeeeeeeerererererereeeenea 111 3 9 4 O exemplo da Jord nia s umssiansizesavasinasaaes cenas cini a es se dsga a aU an a es cairia sda ana na 113 3 10 S ntese sobre o trabalho for ado no cen rio internacional 115 TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO CARACTER STICAS GERAIS E PRINCIPAIS CONCEITOS TENDO EM VISTA ELEMENTOS QUE OS DIFERENCIAM session dia a 117 4 1 O direito de propriedade como elemento de discuss o nos conceitos de trabalho for ado e trabalho ESCRAVO sasiasses sa ssaiaesnapessaaii esseisaoa sad an aUea na daab pa a 0 caia da pr 117 4 1 1 Direito de propriedade enfoques alternativos i 117 4 1 2 A fun o social para a propriedade rrenan 124 4 1 3 O Direito de Propriedade no Brasil ras 126 4
3. preciso uma regulamenta o que clarifique a quest o da atividade fim e atividade meio o que tem gerado tantas d vidas no cotidiano do mercado de trabalho e levado a teses pol micas em nossos Tribunais Acreditamos ainda que no momento dessa regulariza o se deve ter clareza na forma de tratamento a ser dispensada aos empregados garantindo lhes os seus direitos fundamentais b sicos Isto imprescind vel para que n o haja diferencia o no tratamento de um funcion rio registrado que tem sua 263 carteira de trabalho assinada e outro terceirizado desempenhando as mesmas fun es e exercendo as mesmas atividades trabalhando no mesmo local ainda que para tomadores de servi os diferentes por exemplo A quarta mensagem surge da confus o que frequentemente se estabelece na defini o do que venha ser explora o do trabalho humano Durante toda pesquisa ficou claro a urgente necessidade de um conceito claro amplamente aceito por todos sobre o que se rotular de trabalho escravo Uma defini o clara evitar situa es onde o indiv duo encontrado por alguma blitz em alguma confec o irregular desenvolvendo atividades nos moldes do trabalho for ado ou quase sempre nos moldes de trabalho degradante seja identificado como um trabalhador escravo strictu sensu como a imprensa frequentemente faz No caso se este trabalhador assim o fosse o caso seria encaminhado para a pol cia pois est have
4. 198 comprova o de exerc cio de profiss o ou emprego l cito ou propriedade de bens suficientes manuten o pr pria e da fam lia e inexist ncia de d bitos fiscais e de antecedentes criminais no Brasil e no exterior exigidos na transforma o da resid ncia provis ria em permanente Com esse cen rio a situa o de muitos trabalhadores imigrantes torna se ainda mais vulner vel pois com a falta da documenta o exigida e a regulariza o necess ria os magazines e seus fornecedores optam por exclu los de sua cadeia para n o terem que lidar com o problema do descumprimento de leis nas rela es de trabalho N o obstante faz se necess rio destacar o fato de que as trabalhadoras brasileiras se desinteressaram quase que completamente pela ocupa o de costureira a m dia de idade dessas trabalhadoras tem se mostrado crescentemente elevada fato que leva utiliza o das f rias coletivas como meio para contornar a sazonalidade inerente ao setor de confec es diante da dificuldade de contrata o de m o de obra 6 4 Comiss o Parlamentar de Inqu rito da C mara Municipal de S o Paulo visando busca de irregularidades nas confec es paulistas Ap s den ncias que se iniciaram na d cada de 1990 foi formada uma comiss o para apurar casos de trabalhadores que se encontravam em condi es 36A portaria citada pode ser consultada em PORTARIA 1700 DO 28 07 2011 Dispon vel e
5. SOUSA Rainer Escravid o na Antiguidade Cl ssica Dispon vel em lt http Awww mundoeducacao com br historiageral escravidao na antiguidade classica htm gt 286 SP SINDICATO protesta contra trabalho escravo em rede varejista Reporter Brasil 16 03 2012 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2012 03 sp sindicato protesta contra trabalho escravo em rede varejista gt STARCK Christian Derechos fundamentales y derecho privado Revista Espa ola de Derecho Constitucional ano 22 v 66 p 65 90 2002 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Dispon vel em lt www stf gov br gt SUSSEKIND Arnaldo Conven es da OIT 2 ed ampl e atual S o Paulo LTr 1998 Direito internacional do trabalho 2 ed ampl e atual S o Paulo LTr 1987 TAUNAY Carlos Augusto Manual do agricultor brasileiro Organizado por Rafael de Bivar Marquese S o Paulo Cia das Letras 2001 TAVARES Luis Henrique Dias As solu es brasileiras na extin o do trafico negreiro Journal of Inter American Studies v 9 n 3 p 367 382 1967 TEPEDINO Gustavo Temas de direito civil 3 ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2004 TERMO de Ajuste de Conduta Ajustada no Procedimento Preparat rio n 000633 2011 02 000 1 Dispon vel em lt http Awww prt2 mpt gov br coord1 bdlink documentos docs tac 201 1 tac02b1be0 d48924c327124732726097157 pdf gt Acesso em 28 jan 2013 TERMO de Ajuste de Conduta Inqu rito Civil n 0003
6. es praticadas pelo explorador que atentem contra a dignidade da pessoa humana Verticalmente analisa se o ordenamento jur dico pela Constitui o Federal para que todas as normas tenham seu fundamento de validade bem como para que em leis infraconstitucionais seja garantido o m nimo vital ao ser humano Neste compasso a Constitui o Federal em seu art 1 traz como fundamento da Rep blica a dignidade da pessoa humana Inexiste um conceito enraizado para aquele princ pio mas qualquer evento que culmine em degrada o f sica moral ou ps quica poder indicar o seu mau ferimento Inclui se portanto toda prote o destinada ao trabalhador al m dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa No mbito das rela es de trabalho e emprego a Constitui o Federal garante o trabalho como um direito social tendo sido arrolados em seu art 7 direitos b sicos que se n o observados a depender do caso poder o dar ind cios de uma rela o de escravid o O meio ambiente do trabalho esp cie do g nero meio ambiente tamb m com previs o constitucional no art 200 VIII um direito do trabalhador para a manuten o de uma qualidade de vida saud vel visto ser em seu trabalho que 209 suas horas di rias s o gastas por isso h de ser protegido para assegurar sua higidez Isto fortalece a percep o de que a Constitui o Federal o sustent culo contra medidas infligidas contra o tra
7. lista suja de empregadores e atua o da justi a do trabalho Revista LTr ano 69 n 11 p 1326 1332 nov 2005 273 FELIX Renan Paes Direitos Fundamentais e sua efic cia no mbito das rela es privadas Revista Juristas Jo o Pessoa ano 3 n 92 19 09 2006 Dispon vel em lt http www juristas com br mod_revistas asp ic 37 gt Acesso em 18 abr 2007 FERREIRA Paulo Adolpho Vieira Tabachine O trabalho escravo e a escravid o do trabalho Justi a do trabalho v 26 n 307 p 75 83 jul 2009 FIRME Telma Barros Penna O caso Jos Pereira a responsabiliza o do Brasil por viola o de direitos humanos em rela o ao trabalho escravo Monografia Conclus o do Curso de Direito Centro Universit rio de Bras lia Bras lia 2005 Dispon vel em lt http Awww oit org br sites allforced labour brasil documentos telma final pdf gt Acesso em 22 fev 2018 FRANCA Leonel Pe A crise do mundo moderno Porto Alegre EDIPUCRS 1999 Pensadores ga chos 3 Books Google FREEMAN R B Working to live or livin to work In AUER P DANIEL C The future of employment and social protection the search for new securities in a world of growing uncertainties Geneve Switzerland IILS ILO 2002 FREITAS JUNIOR Ant nio Rodrigues de Direito do trabalho e direitos humanos S o Paulo BH Ed e Distribuidora de Livros 2006 FURTADO Celso M Forma o econ mica do Brasil S o Paulo PubliFolha 2000 Cole
8. membro do senhor e em raz o desta caracter stica deve existir interesse m tuo e amizade entre aos dois pois n o sendo feito por lei e viol ncia Conclui Arist teles que a ci ncia do senhor consiste no uso que faz de seu escravo seu poder natural e sua autoridade dom stica uma monarquia pois governa sozinho a fam lia e servos e diversamente do Juiz autoridade de homens livres o senhor amo por se utilizar de escravos n o por t los devendo saber ordenar o que os escravos devem executar mas uma vez que esta ci ncia pequena e desinteressante todos que podem devem deix la a um criado e se entregarem pol tica ou filosofia 1 4 O surgimento do capitalismo e a concep o hist rica do trabalho Com o advento do capitalismo como forma predominante de produ o social ainda que a escravid o strictu sensu persistisse por um longo per odo houve uma radical mudan a na forma de utiliza o durante seu per odo produtivo do trabalho humano combinando se a possibilidade de liberdade do indiv duo com a explora o da sua for a de trabalho que passava agora a pertencer ao patr o Nesta perspectiva pode se definir o trabalho do homem como Um processo que realiza a media o entre o ambiente e o homem quando este p e em a o as for as de que seu corpo est dotado bra os pernas cabe a m os transformando os elementos que encontra dispon veis na natureza em pro
9. 7 ld Ibid p 80 81 7 ALENCASTRO L F de A desmem ria e o recalque do crime na pol tica brasileira In NOVAES Adauto Org O esquecimento da pol tica Rio de Janeiro Agir 2007 p 321 334 49 Tabela 1 Fluxos de escravos no Brasil 1531 1855 Desembarque estimado de africanos no Brasil S culo XVIII e quinqu nios de 1781 1785 a 1851 1855 Desembarque estimado de africanos no Brasil S culos XVI XVIII Per odos 1531 1575 a 1771 1780 1531 1575 10000 cia Porra 12000 1601 1625 100000 1791800 108700 1626 1650 100000 18011805 117900 1651 1670 185000 rsrs 12350 1676 1700 175000 smisis vao 1701 1710 153700 1816 1820 188300 1711 1720 139000 18211825 181200 1721 1730 146300 1826 1880 250200 1731 1740 166100 1831 1835 93700 o Toal 180550 Fonte Brasil 500 anos de povoamento Rio de Janeiro Fonte Brasil 500 anos de povoamento Rio de Janeiro IBGE 2000 IBGE 2000 O outro grande pa s escravista do continente os Estados Unidos praticou o tr fico negreiro por pouco mais de um s culo entre 1675 e 1808 e recebeu uma propor o muito menor perto de 560 mil africanos ou seja 5 5 do total do tr fico transatl ntico 2 6 O t rmino do tr fico negreiro A escravid o que existiu no Brasil at 13 de maio de 1888 possuiu neste per odo um grande n mero de Leis visando ao t rmino do tr fico negreiro sendo a maio
10. Aqui menciona se alguns constantes na Declara o Art 1 Os homens nascem e s o livres e iguais em direitos As distin es sociais s podem fundamentar se na utilidade comum e Art 4 A liberdade consiste em poder fazer tudo que n o prejudique o pr ximo Assim o exerc cio dos direitos naturais de cada homem n o tem por limites sen o aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos Estes limites apenas podem ser determinados pela lei Declara o Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada no dia 10 de dezembro de 1948 Resolu o 217 A III da Assembleia Geral das Na es Unidas Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da fam lia humana e de seus direitos iguais e inalien veis o fundamento da liberdade da justi a e da paz no mundo Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos b rbaros que ultrajaram a consci ncia da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra de cren a e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspira o do homem comum Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito para que o homem n o seja compelido como ltimo recurso rebeli o contra tirania e a opress o am Considerando que os povos das
11. b Eleva o do n vel de vida c Empregar trabalhadores em ocupa es nas quais possam ter a satisfa o de utilizar seus conhecimentos e habilidades d Aplica o de meios para a forma o profissional e Possibilidade de transfer ncia para os trabalhadores incluindo migra es de m o de obra e de colonos f Justa distribui o dos frutos do progresso 9 Sal rio m nimo vital para os trabalhadores h Reconhecimento efetivo do direito de negocia o coletiva e coopera o entre empregados e empregadores na busca da efici ncia na produ o YALTICOS Nicolas op cit p 92 93 SMORAES FILHO Evaristo de Tratado elementar de direito do trabalho 2 ed Rio de Janeiro Freitas Bastos 1965 v 1 p 348 74 i Expans o das medidas de seguridade social para tentar proporcionar recebimentos b sicos a quem deles necessite j Presta o de assist ncia m dica completa k Proteger adequadamente vida e sa de dos trabalhadores nas diversas ocupa es existentes I Prote o da inf ncia e da maternidade m Garantia de alimentos moradia recrea o e cultura adequadas n Garantia de iguais oportunidades educativas e profissionais Como a Organiza o das Na es Unidas ONU apenas surgiu no ano de 1945 por meio da Carta das Na es Unidas S o Francisco 1945 para que n o houvesse dois organismos internacionais com as mesmas atribui es e fun es declarou se que a OIT em 1
12. b precedido de exame m dico que especifique a inexist ncia de doen a contagiosa a aptid o para suportar os servi os e as condi es de execu o c n o recrute pessoal nas escolas alunos professores e pessoal administrativo em geral d manuten o de n mero de homens indispon vel vida familiar e social e respeito aos v nculos familiares e conjugais art 11 1510 Brasil ratificou a Conven o n 29 em 25 de abril de 1957 79 Em 05 de junho de 1957 o Conselho de Administra o do Secretariado da OIT adotou a Conven o n 105 sobre a Aboli o do Trabalho for ado Ela prev em seu art 1 que todo Pa s Membro da Organiza o que ratificar esta Conven o compromete se a abolir o Trabalho for ado ou Obrigat rio e dele n o fazer uso a Como medida de coer o ou de educa o pol tica quer como puni o por ter ou expressar opini es pol ticas ou pontos de vista ideologicamente opostos ao sistema pol tico social e economicamente vigente b Como m todo de mobiliza o e de utiliza o da m o de obra para fins de desenvolvimento econ mico c Como medida de disciplina da m o de obra d Como puni o por ter participado em greves e Como medida de discrimina o racial social nacional ou religiosa 3 3 O trabalho decente e sua import ncia para combater a explora o do trabalho O trabalho decente foi institu do pela OIT ao final dos anos 1990 Ele se seg
13. de escravo O projeto de Preven o e Combate ao Aliciamento lan ado pelo MPT em 2010 tem o objetivo de coordenar tais a es promovendo a implementa o das pol ticas p blicas eficazes e efetivas de coloca o de m o de obra bem como ao transporte irregular e inseguro de trabalhadores rurais 8 5 A Comiss o Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo CONATRAE Na busca de acelerar as pol ticas e programas de combate e preven o ao trabalho escravo o Governo Federal criou a Comiss o Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo CONATRAE por meio do Decreto Presidencial de 31 de julho de 2003 rg o vinculado Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presid ncia da Rep blica A CONATRAE se constitui em um espa o integrado por representantes do governo de trabalhadores de empregadores e da sociedade Sua miss o a de coordenar a implementa o das a es previstas no Plano Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo acompanhar a tramita o de projetos de Lei no Congresso Nacional e avaliar a proposi o de estudos e pesquisas sobre o trabalho escravo no pa s Compete ainda CONATRAE acompanhar e avaliar os 236 projetos de coopera o t cnica firmados entre o Governo brasileiro e os organismos internacionais propor a elabora o de estudos e pesquisas e incentivar a realiza o de campanhas relacionadas erradica o do trabalho escravo O Decreto que a constituiu determinou qu
14. nesses pa ses significativa parcela da popula o vive abaixo da linha internacional de pobreza Baseado em amostra de 644 migrantes retornados do Leste e Sudeste da Europa o estudo da OIT demonstra que 51 das v timas de trabalho for ado descreviam sua situa o anterior migra o como pobres vivendo abaixo da linha de pobreza internacional Isso confirmado pelas conclus es do Escrit rio das Na es Unidas sobre Drogas e Crime UNODC sobre a incid ncia global de tr fico de pessoas seu banco de dados demonstra que essas pessoas s o traficadas principalmente de regi es menos desenvolvidas do mundo como a frica sia e a Comunidade de Estados Independentes CEI e que os pa ses industrializados s o o destino final da maioria dessas v timas traficadas 3 9 Estudos de casos sobre trabalho for ado em pa ses selecionados 3 9 1 As estat sticas da OIT A OIT afirma baseada em seus dados divulgados em junho de 2012 que pelo menos 20 9 milh es de pessoas s o v timas de trabalho for ado em todo o mundo e destas cerca de 18 7 milh es s o exploradas por agentes privados Na rea da constru o e da minera o o abuso ocorre na grande maioria entre os homens mas em outras reas mulheres e crian as s o explorados com maior intensidade Abaixo na Tabela 2 poss vel verificar a distribui o deste n mero pelo mundo que demonstra que o trabalho for ado um problema mundial e existe
15. o Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro GARCIA Gustavo Filipe Barbosa Trabalho escravo for ado e degradante trabalho an logo condi o de escravo e expropria o da propriedade LTr legisla o do trabalho Suplemento trabalhista S o Paulo ano 48 n 96 p 469 474 2012 GAUDEMET Jean Esclavage et d pendance dans l Antiquit Napoli Jovene 1992 GERMANI Luis Augusto Trabalho informal ou escravo Revista de Agroneg cios da FVG S o Paulo p 50 mar 2004 GHAI D Decent work universality and diversity In GHAI Dharan Ed Decent work objectives and strategies Geneve Switzerland IILS ILO 2006 Ed Decent work objectives and strategies Geneva IILS ILO 2006 Dispon vel em lt http www oit org public english bureau inst download decentghai pdf gt Acesso em 29 maio 2008 274 GODFREY M Employment dimensions of decent work trade offs and complementarities In GHAI D Ed Decent work objectives and strategies Gen ve Switzerland IILS ILO 2006 GOMES Fl vio dos Santos Hist rias de Quilombolas Mocambos e Comunidades de Senzalas no Rio de Janeiro s c XIX Rio de Janeiro Arquivo Nacional 1995 GON ALVES JUNIOR M rio Trabalho for ado ou compuls rio a quase escravid o LTr legisla o do trabalho Suplemento trabalhista S o Paulo n 93 p 421 424 2003 GORENDER Jacob Direitos humanos o que s o ou devem ser S o Paulo Ed Senac S o Pa
16. o d MTE gerea ae do Ras dada AL Canada aaa in died 227 8 3 Atua o da Justi a do Trabalho na luta pela erradica o do trabalho escravo 229 8 4 A atua o do Minist rio P blico do Trabalho MPT ssssssnnnrerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrene 231 8 5 A Comiss o Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo CONATRAE 235 8 6 A posi o dos sindicatos de trabalhadores eee 236 8 7 A posi o atual da Igreja Cat lica com rela o ao trabalho escravo 240 9 SUBS DIOS E RECOMENDA ES PARA MELHORAR O COMBATE AO TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL 242 9 1 A PEC 438 01 acabar com o trabalho escravo no mbito urbano 243 9 2 Posi o atual da Justi a do Trabalho frente ao trabalho escravo por meio de seus ac rd os e jurisprud ncias mesmo tratamento para demandas bem dilere ciadaS au ai de di E ET 245 9 3 Da aplicabilidade das normas de direitos fundamentais do trabalhador casos PR TICOS perras iesoaasGin di E ETR A A dE a Ad pd Ed a 248 9 4 Responsabilidade Social da MIA ssa puras iand pos resa ease pao pa DG ap a Epica aa asc nn a 255 9 5 A utiliza o do conceito do trabalho decente para melhor compreens o do trabalho for ado e trabalho escravo nn sssseereararrenra nana 257 9 6 Recomenda es para clarificar a defini o de trabalho escravo
17. rea devem ser inseridos tendo em vista seu inadequado tratamento legal Assim procura se agora reunir o que de mais importante podemos extrair de cada cap tulo no que diz respeito a aumentar a efici ncia no equacionamento combate e erradica o do trabalho for ado e do trabalho an logo ao de escravo Neste particular refor amos que a nfase recair sobre aspectos relevantes no mbito do meio urbano sem abdicar o uso de ensinamentos apreendidos ao longo das nossas pesquisas referentes ao trabalho escravo na rea rural Este tem uma conota o hist rica mais antiga e um material anal tico bastante amplo mas com pol micas e controv rsias que requerem um espa o de tempo maior do que o previsto nesta tese O conte do ora apresentado n o esgotar de forma alguma a discuss o do tema trabalho for ado e trabalho escravo nem contemplar proposta que vise a erradicar estes males que reconhecidamente existem nas rela es de trabalho brasileiras inclusive porque sua amplitude e complexidade s o t o grandes conforme j afirmado representando uma tarefa de car ter interdisciplinar envolvendo reas como por exemplo Economia a Sociologia a Hist ria Geopol tica al m do pr prio Direito Nesse sentido buscar se destacar elementos a serem mais bem explorados e discutidos em dire o gera o de subs dios tendo em vista aperfei oar o combate ao trabalho for ado e an logo ao escravo Dentre estes
18. 11 12 OORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo Projeto OlT Brasil Documento do Projeto Bras lia OIT abr 2002 Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic forced labour pub tf kit w20manual 741 pdf gt Acesso em 13 fev 2018 187 trabalho o homem mant m sua vida e desenvolve suas potencialidades agindo e participando da sociedade Trabalhar a forma com que a maioria das pessoas no globo terrestre encontra para buscar uma vida com dignidade E indispens vel portanto que n o apenas seja assegurado o trabalho mas este em condi es dignas A valoriza o da dignidade da pessoa humana constitui valor fundamental da ordem jur dica para a ordem constitucional que pretenda se apresentar como Estado democr tico de direito Para Eros Roberto Grau os fundamentos do Estado Democr tico de Direito est o na Dignidade da pessoa humana como fundamento da Rep blica Federativa do Brasil art 1 III e como fim da ordem econ mica mundo do ser art 170 caput nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa como fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil art 1 IV na valoriza o do trabalho humano e livre iniciativa como fundamentos da ordem econ mica mundo do ser art 17 caput na constru o de uma sociedade livre justa e solid ria como um dos objetos fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil art 3 e na
19. As ideias de justa escraviza o por guerra no mundo colonial podem ter sido inspiradas nos pressupostos aristot licos especialmente nos escritos de Gines de Sep lveda que aprovava a escraviza o de povos com a justificativa ARIST TELES op cit p 16 Juan Gin s de Sep lveda tamb m conhecido como Gin s o cordob s ou como Gin s o amputado em 1548 publica sua primeira tradu o da obra a Pol tica Ele aproveita a repercuss o deste feito para defender suas ideias referentes ao direito crist o de conquistar militarmente os mu ulmanos na Turquia e os ndios na Am rica tidos por ele como povos inferiores desprovidos da b n o da Igreja e dos ensinamentos civilizados do Cristo Para ele era necess rio usar da for a viril dada por Deus para expulsar os mu ulmanos da Europa contra qualquer tipo de povo inferior A GUERRA justa e a escravid o ind gena Dispon vel em lt http educaterra terra Com br voltaire 500br escravidao indios htm gt 27 de guerra justa segundo pressupostos aristot licos e bvio que toda guerra das pot ncias coloniais eram presumidas justas pressupostos esses contr rios s ideias de Bartolom de Las Casas Enfim afirmava Arist teles existem escravos pela pr pria a o da natureza e necess rio que um sirva e outro mande segundo o direito natural de sua autoridade plena por m o v cio em um ou em outro nocivo a ambos pois escravo um
20. Claramente estas s o algumas das quest es que nos preocupam e que ser o investigadas nesta tese Ap s estas e muitas outras indaga es que buscaremos responder optamos por desenvolver o presente trabalho a partir da pesquisa doutrin ria sobre o tema da an lise da jurisprud ncia trabalhista brasileira bem como dos Termos de Ajustamento de Condutas assinados entre Minist rio P blico do Trabalho e o Minist rio do Trabalho e Emprego com as empresas vistoriadas por eles ou a respons vel pela cadeia produtiva Sob a tica da teoria dos direitos fundamentais analisaremos o material acima mencionado com as previs es legais contidas na Constitui o Federal e Consolida o das Leis do Trabalho al m de Leis ordin rias sobre o tema e documentos internacionais aceitos em nosso ordenamento jur dico que venham a tratar de trabalho escravo ou trabalho for ado 17 3 Procedimentos metodol gicos 3 1 Tipo de pesquisa Na elabora o desta tese utilizou se a pesquisa explorat ria O objetivo desse tipo de pesquisa familiarizar se com um assunto ainda pouco conhecido ou pouco explorado procurando ainda identific lo por padr es ideias ou hip teses Por ser muito espec fica quase sempre assume a forma de estudo de caso al m da an lise hist rica Esta pesquisa explorat ria avaliar tamb m quais conceitos quando existentes como o caso do trabalho escravo podem ser aplicados a um determinad
21. De qualquer forma o objetivo declarado do Sinait e das delegacias sindicais nos estados investir na melhoria das condi es para a fiscaliza o do trabalho assim como do desempenho profissional dos auditores condi o fundamental para a erradica o do trabalho escravo Em 2008 e 2009 o tema da campanha institucional do Sinait foi Quem procura trabalho n o pode encontrar escravid o esfor o dedicado ao Grupo Especial de Fiscaliza o M vel GEFM Finalmente ainda que de forma relativamente prec ria foi poss vel encontrar material que permite verificar que as Centrais Sindicais elemento estranho ao ordenamento jur dico trabalhista brasileira mas que s o leg timas representantes da maioria dos sindicatos e portanto dos trabalhadores brasileiros possuem uma opini o conjunta no que se refere a este tema Isto pode ser observado no cap tulo 18 que trata da a o unit ria na pauta sp SINDICATO protesta contra trabalho escravo em rede varejista Reporter Brasil 16 03 2012 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2012 03 sp sindicato protesta contra trabalho escravo em rede varejista gt SINDICATO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO SINAIT Dispon vel em lt http www senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAO trabalho escravo ongs contra o trabalho escravo sinait sindicato nacional dos auditores fiscais do trabalho aspx gt 240 estrat gica das Centrais Sindicais extra da da o
22. Ed Unicamp 2000 44 Bananal recomendou s vilas de Areias Posses e S o Jo o Marcos cuidado com uma poss vel rebeli o dos escravos refor ando a Guarda Nacional e o comando de algumas disposi es a serem seguidas pelos Senhores de Escravos tais como fazer os escravos se recolherem mais cedo e a obriga o de em horas incertas os feitores e ou administradores visitarem nos a fim de verificar se todos os escravos estavam presentes Em 1838 em Vassouras os escravos de Manuel Francisco Xavier cafeicultor conhecido da regi o em sua maioria realizaram uma rebeli o com o fim de fundar uma comunidade quilombola Francisco Peixoto de Lacerda Werneck ent o chefe da Guarda Nacional foi incumbido de reprimi los o que conseguiu em poucos dias gra as mobiliza o de aproximadamente 200 homens armados Fato significativo que Werneck aponta como maior respons vel pelo ocorrido o pr prio Manuel Francisco Xavier por ser in bil para manter a disciplina e a ordem entre seus escravos 2 5 O manual do agricultor brasileiro como elemento de tratamento do trabalhador escravo Carlos Augusto Taunay lan ou o Manual do Agricultor Brasileiro em 1837 e mais tarde Lacerda Werneck em 1847 lan ou uma obra tratando especificamente da cafeicultura fluminense em seu livro Mem ria sobre a Funda o de uma Fazenda na Prov ncia do Rio de Janeiro Ambos os documentos prop em um modelo de administra
23. Escrit rio da OIT em Lisboa Organiza o Internacional do Trabalho Genebra OlT 2007 Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region eurpro lisbon pdf combate_traficohumano pdf gt Aprovado em Portugal pela Resolu o n 32 2004 da Assembleia da Rep blica e ratificado pelo Decreto n 19 2004 de 2 de Abril do Presidente da Rep blica A Conven o das Na es Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional integra igualmente um segundo Protocolo designado Protocolo Adicional contra o Tr fico Il cito de Migrantes por via Terrestre Mar tima ou A rea Esse texto refere se ao Protocolo Adicional Relativo Preven o Repress o e Puni o do Tr fico de Pessoas em Especial Mulheres e Crian as por este Protocolo 102 jurisdicional artigo 15 extradi o artigo 16 prote o de testemunhas artigo 24 assist ncia e prote o s v timas artigo 25 ou preven o da criminalidade organizada transnacional artigo 31 Este Protocolo diz ainda conforme seu artigo 2 que tem por objetivo prevenir e combater o tr fico de pessoas em especial de mulheres e crian as proteger e apoiar as suas v timas e promover a coopera o entre os Estados Parte na concretiza o e efetividade desses objetivos incluindo este Protocolo a primeira defini o de tr fico de seres humanos aceito de forma consensual pela comunidade internacional O Protocolo define no seu artig
24. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de S o Paulo S o Paulo v 99 p 306 307 2004 0 AFER Celso A reconstru o dos direitos humanos a contribui o de Hannah Arendt Estudos Avan ados S o Paulo v 11 n 30 p 57 1997 291 BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho decente an lise jur dica da explora o do trabalho trabalho for ado e outras formas de trabalho indigno cit p 39 168 O trabalho deve ser compreendido como uma atividade valorativa com capacidade para agregar valor pois integra os direitos sociais 2 Trata se do direito ao trabalho onde A an lise do trabalho como valor nos remonta ao homem anterior a sociedade porque embora mais pr ximo do instinto do que da raz o j era premido ao labor para atender a mais prim ria e irrenunci vel das necessidades a sobreviv ncia A partir desta constata o portanto poss vel compreender trabalho como um valor b sico da vida humana Sob a tica hist rica o cen rio onde se gera o embri o dos direitos fundamentais com a Declara o de Direitos do povo da Virg nia de 1776 e a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 marcos do in cio da era contempor nea estava ainda muito ressentido pelo Estado absolutista at ent o vigente Contudo a sociedade se transformava rapidamente e ao Estado n o era mais suficiente que garantisse somente os direitos de defesa aos cidad os A Revolu
25. SXANGASPUNTA K Mapping the inhuman trade preliminary findings of the database on trafficking in human beings Forum on Crime and Society New York ONODC v 3 n 1 2 p 90 91 Dec 2008 107 tanto em pa ses industrializados como em pa ses em desenvolvimento ou seja afeta todas as regi es Tabela 2 A distribui o do trabalho for ado segundo regi es no mundo A distribui o do trabalho for ado segundo regi es no mundo sia e Pac fico 11 700 000 Am rica Latina e Caribe 1 800 000 frica 3 700 000 Europa Central Europa Sudoriental e 1 600 000 Comunidade de Estados Independentes Pa ses desenvolvidos e Uni o Europeia 1 500 000 Oriente m dio 600 000 Nota Esta fonte refere se ao trabalho for ado Reuni n tripartita de expertos sobre trabajo forzoso y trata de personas con fines de explotaci n laboral OIT Genebra 2013 p 2 e3 Complementando estas informa es prudente tamb m demonstrar o n mero estimado pela OIT de trabalhadores traficados pelo mundo A Tabela 3 abaixo apresenta a distribui o regional desses trabalhadores publicada em 2011 e revela que o tema atual e global Tabela 3 A distribui o dos trabalhadores traficados segundo regi es no mundo A distribui o dos trabalhadores traficados segundo regi es no mundo sia e Pac fico 1 360 000 Am rica Latina e Caribe 250 000 Sub Saara Africano 130 000 Pa ses industriali
26. Trabalho de primeira inst ncia da 2 Regi o 249 Nos casos que ser o demonstrados fica claro que se tratava de trabalhadores imigrantes sendo trabalhadores bolivianos e ilegais no pa s laborando no setor t xtil Nos casos mencionados dois deles s o de oficinas que prestavam servi os para grandes magazines sob o regime da terceiriza o e ou quarteiriza o A maior parte dos casos teve impacto internacional causado pelo uso da nomenclatura de trabalho escravo mesmo ainda n o existindo conceitua o definida em Lei A seguir para uma melhor compreens o passaremos a descrev los individualmente a Caso A amp A Esta microempresa de propriedade de um boliviano situada na cidade de S o Paulo ap s as den ncias assinou em 30 03 11 um TAC juntamente com a Procuradoria Regional do Trabalho com o escopo de observar o respeito ao princ pio da dignidade da pessoa humana Neste sentido formulou se um rol de obriga es a serem seguidas pelo empregador dentre os quais proceder com o registro de todos os empregados contratados garantir que o trabalhador ganhe sal rio igual ou superior ao m nimo permitido em lei proibir o empregador de utilizar m o de obra de trabalhadores estrangeiros que n o estejam autorizados a permanecer no Brasil proibir a submiss o de trabalhadores a condi es degradantes ou a an logas de escravo O referido documento permite a fiscaliza o a qualquer tempo mesmo sem comun
27. a Zara pela manuten o do acordo de fornecimento enquanto estiver em curso o procedimento de regulariza o das condi es de trabalho As san es foram previstas de duas maneiras a primeira se dar no caso da n o realiza o de auditorias previstas no TAC por parte da Zara a segunda identificada a irregularidade no fornecedor ou terceiro n o auditado caber ao Minist rio P blico notificar a Zara para que no prazo de 10 dias do recebimento da notifica o realize as auditorias sob pena de san o de R 50 000 00 por auditoria n o realizada al m de multa di ria de R 5 000 00 que ser computada a partir do t rmino do prazo concedido at o limite de R 50 000 00 Caso o flagrante seja realizado diretamente pelo Minist rio do Trabalho e Emprego MTE ou pelo MPT no tocante falta de registro nos fornecedores ou terceiros a Zara ter que arcar com uma multa de R 50 mil por estabelecimento e para cada empregado envolvido ser feito um aporte de tr s vezes o valor do piso salarial local al m de uma cesta b sica Em todas as san es em caso de obrigatoriedade de pagamento consta um benefici rio como por exemplo o Centro Pastoral do Imigrante Por fim como investimento social a Zara Brasil far um investimento social de R 3 477 831 22 em a es preventivas e corretivas no setor nos moldes e par metros previstos no anexo do pr prio documento no prazo de dois anos 254 Conclus es sobre os i
28. cana de a car algod o e tabaco da regi o norte do pa s viviam seu momento de decad ncia ocasionando a libera o de seus cativos para o centro sul do pa s onde a economia efervescia gerando um tr fico interprovincial 51 escraviza o de pessoas livres Relata se que dos 760 mil africanos desembarcados at 1856 bem como a totalidade de seus descendentes permaneceram mantidos ilegalmente na escravid o at 1888 Como se v boa parte das duas ltimas gera es de escravos no Brasil n o era escrava de maneira que moralmente ileg tima a escravid o do Imp rio era sobretudo ilegal Joaquim Nabuco no ano de 1883 escreveria em O abolicionismo que Durante cinquenta anos a grande maioria da propriedade escrava foi possu da ilegalmente Nada seria mais dif cil aos senhores tomados coletivamente do que justificar perante um tribunal escrupuloso a legalidade daquela propriedade tomada tamb m em massa O governo brasileiro sempre deu pequenos passos na busca de solu es do trabalho escravista que n o causassem preju zos em sua economia agr ria Mesmo sob a press o inglesa o governo brasileiro cedia sem ceder e n o cumpria o que havia se proposto a cumprir e por vezes tentava substituir exig ncias com outras compensa es Mesmo com esse cen rio s se estabilizando em 1850 havia elementos antitr fico como por exemplo revolta de escravos decad ncia da economia a ucareira e
29. cios concedidos por nosso Estado Com o advento da Lei n 10 608 2002 aquele que for retirado da condi o an loga de escravo tem direito a receber tr s parcelas do Seguro Desemprego Especial para Resgatado no importe de um sal rio m nimo cada parcela De tal modo quando do resgate do trabalhador nestas condi es ser o iniciados os procedimentos necess rios para a concess o deste benef cio por parte dos Auditores Fiscais do Trabalho Ademais estes trabalhadores por meio do acordo de coopera o firmado entre o MTE e o Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS em 2005 d prioridade destes ao acesso do benef cio do programa Bolsa Fam lia Em 17 de abril de 2008 foi aprovado o 2 Plano Nacional para Erradica o do Trabalho Escravo criado pela Comiss o Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo Conatrae onde h indica o de mudan as decorrentes das frentes de luta contra uma das principais viola es dos direitos humanos que a redu o do trabalhador condi o an loga de escravo O resultado obtido com este Plano Nacional foi de 25 820 trabalhadores retirados destas condi es entre os anos de 1995 e 2007 pelo Grupo Especial de Fiscaliza o M vel Tendo em vista a import ncia deste Plano Nacional verifica se que ainda est longe de chegar ao seu real objetivo que a erradica o desta modalidade de viola o aos direitos humanos fundamentais Por m
30. com base no primado dos direitos fundamentais 5 4 A import ncia do respeito dignidade da pessoa humana nos direitos fundamentais no trabalho de acordo com documentos hist ricos selecionados Nas ra zes da discuss o sobre a dignidade humana encontraremos no mundo oriental suas bases assentadas no ide rio crist o 2 de que o homem foi criado imagem e semelhan a de Deus e portanto digno bem como sobre o pensamento cl ssico que se mostra presente na no o de natureza individual racional rationalisnaturae individua substantia Para Santo Tom s de Aquino a pessoa humana representa o que h de mais perfeito em toda a natureza a saber o que subsiste em uma natureza racionaP An cio M nlio Torquato Severino Bo cio 480 525 definiu e caracterizou a pessoa como um indiv duo de natureza racionaP Para alguns autores a dignidade nasce com o homem ela n o adquirida em decorr ncia da evolu o dos direitos humanos Segundo Kant no reino dos Una hist ria da teologia frequentemente o conceito de indiv duo ligado ao de pessoa e envolvido no esclarecimento dos dogmas trinit rio e cristol gico SEMERARO M Indiv duo In Lexicon Dicion rio Teol gico Enciclop dico Trad Jo o Paix o Netto Alda da Anuncia o Machado S o Paulo Edi es Loyola 2008 p 388 Books Google TOM S DE AQUINO Suma teol gica 2 ed S o Paulo Loyola 2008 v 1 apud PIRATELI Marcelo Augusto Bre
31. de uma pessoa sob a amea a de san o e para o qual n o se tenha oferecido ESARLET Ingo Wolfgang Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 Porto Alegre Livr do Advogado 2008 p 62 BRITO FILHO Jos Claudio Monteiro de Trabalho com redu o do homem condi o an loga de escravo e dignidade da pessoa humana cit 186 espontaneamente Foi elaborada para evitar pr ticas de escravid o e situa es an logas classificando atos que desrespeitam os direitos do trabalhador atingindo sua integridade f sica seu direito liberdade e sua dignidade O artigo reconhece que o trabalho for ado est presente quando sob amea a ou san o ou sem a livre vontade da pessoa isto ser objeto de an lise mais detalhada posteriormente No Brasil a explora o de pessoas submetidas ao trabalho escravo como bem relata Evaristo de Moraes decorreu dos acentuados fluxos migrat rios e da ind stria que tamb m embutiu massa trabalhadora uma pesada carga A dura o do trabalho imposto ao oper rio o esfor o ao qual ele submetido e o sal rio que recebe s o determinados em tempo e em lugar dados pelo tantum de fadiga e de priva es que pode suportar sem cessa o da fun o vital e da reprodutora por toda parte o industrialismo moderno paga pelo menor pre o poss vel a maior quantidade de trabalho que pode obter de uma criatura humana Esfor o m
32. ditos resultantes das rela es de trabalho com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais at o limite de dois anos ap s a extin o do contrato de trabalho XXX proibi o de diferen a de sal rios de exerc cio de fun es e de crit rio de admiss o por motivo de sexo idade cor ou estado civil XXXI proibi o de qualquer discrimina o no tocante a sal rio e crit rios de admiss o do trabalhador portador de defici ncia XXXII proibi o de distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos XXXIII proibi o de trabalho noturno perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos salvo na condi o de aprendiz a partir de quatorze anos XXXIV igualdade de direitos entre o trabalhador com v nculo empregat cio permanente e o trabalhador avulso 137 B Direitos peculiares S o os direitos previstos na legisla o ordin ria no caso aqueles previstos na Lei 5 889 19783 A Constitui o subordinou as leis criadas anteriormente a sua promulga o a uma avalia o sob um crit rio mais digno e humano aos olhos do Estado Democr tico de Direito A Lei 5 889 73 n o ficou de fora passou pelo mesmo crivo e dentre as normas contidas algumas foram mantidas e outras n o foram recepcionadas pela Carta Magna de 1988 Dentre os direitos mantidos e espec ficos aos trab
33. do Imigrante Latino Americano sensibilizou o Minist rio P blico do Trabalho para essa delicada quest o Em vez da mera repress o tem se estabelecido um trabalho que visa por um lado regulariza o dessas oficinas e a melhoria das condi es de trabalho dos trabalhadores estrangeiros e por outro o combate s redes de tr fico de pessoas Pretende se assim alcan ar o ideal de trabalho decente prescrito pela Organiza o Internacional do Trabalho OIT em que se busca conjugar a prote o social com a manuten o do emprego 7 Pelo fato de que n o se pode perder o cunho civil existente nos contratos de terceiriza o e quarteiriza o os terceirizadores quarteirizadores e lojistas n o poder o ser considerados empregadores indiretos sic tendo em vista que N BREGA Ricardo Migra o e globaliza o popular trabalhadores bolivianos na pequena ind stria t xtil de S o Paulo Dispon vel em lt http www abep nepo unicamp br docs anais outros 6EncNacSobreMigracoes ST2 RicardoNobr ega pdf gt 155 este tipo de contrata o utilizado para n o paralisar o capital gerando assim uma redu o de custos e riscos Por m o tomador de servi os possui o dever de subsidiariamente responder as obriga es trabalhistas referentes aos cr ditos que a rela o de emprego produz e que n o foram respeitadas pela empresa terceirizada ou quarteirizada Segundo David Harvey as oficinas de costura qu
34. durante a XVI Reuni o Regional Americana que aconteceu em Bras lia a Agenda Nacional de Trabalho Decente ANDT que possui tr s prioridades Cria o de empregos com melhor qualidade e igualdade de oportunidades e tratamento Il Erradica o do trabalho escravo e do trabalho infantil especialmente em seus piores modos Desde 1950 a OIT possui representa o no Brasil prestando assessoria nas mais diversas reas executando projetos de coopera o t cnica para contribuir para a elimina o do trabalho escravo e infantil combate discrimina o promo o da igualdade e dos direitos das pessoas com defici ncia e HIV entre outros 95 Ill Fortalecimento dos Atores Tripartites e do Di logo Social como um instrumento de governabilidade democr tica Durante esta mesma reuni o foi lan ada pelo Diretor geral da OIT a Agenda Hemisf rica do Trabalho Decente Ao lan ar a Agenda Hemisf rica o Brasil tornou se pioneiro no enfrentamento do fen meno Ressalta se que os compromissos brasileiros com o princ pio do trabalho decente surgiram em 2008 quando houve a previs o de um programa de coopera o t cnica para a cria o de uma Agenda Hemisf rica no Brasil pelo Diretor geral da OIT e pelo Presidente do Brasil por meio de um Memorando de Entendimento No final de 2007 o processo de implementa o desta Agenda ganhou um novo f lego a partir do momento da constitui o do Grupo T cnico Tripartite
35. es A maioria dos trabalhadores era mesmo de Cod e estava h cerca de dois meses na fazenda ai Todas as irregularidades e ilegalidades constatadas constitu ram totais desrespeito a condi es m nimas de dignidade da pessoa humana distanciando se da fun o social da propriedade e ferindo assim al m dos interesses dos trabalhadores atingidos tamb m o interesse p blico 41 SAKAMOTO Leonardo Crian as bebiam gua do gado em fazenda de deputado flagrada com escravos UOL Not cias 18 abr 2012 Dispon vel em lt http blogdosakamoto blogosfera uol com br 2012 04 18 criancas bebiam agua do gado em fazenda de deputado flagrada com escravos gt 142 Enfatizamos ent o que a defini o que tem servido como principal refer ncia internacionalmente falando a da OIT ao afirmar que Trabalho for ado ou compuls rio todo trabalho ou servi o exigido de qualquer pessoa sob amea a de penalidade e que a pessoa n o assumiu de livre e espont nea vontade Ocorre z quando o trabalho for ado pelo Estado ou por empresas privadas ou indiv duos que t m o desejo e o poder de impor aos trabalhadores severas priva es tais como viol ncia f sica ou abuso sexual O trabalho for ado pode incluir pr ticas tais como restringir o movimento das pessoas reter sal rios ou documentos de identidade para for las a permanecer no emprego ou envolv las em d vidas fraudulentas das quais elas n o conseguem e
36. estar sempre alerta para a ocorr ncia de trabalho for ado ou trabalho escravo mas de modo a n o 96 EIGH Robert D Ed Free and responsible press a general report on mass communication newspapers radio motion pictures magazines and books Chicago University Of Chicago Press 1947 1d Ibid BHASHIZUME Maur cio Escravid o flagrada em oficina de costura ligada Marisa Rep rter Brasil 17 03 2010 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2010 03 escravidao e flagrada em oficina de costura ligada a marisa gt Acesso em 16 fev 2018 MROBLESKI Stefano Justi a absolve Lojas Marisa em caso de trabalho escravo Rep rter Brasil 01 02 2013 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2013 02 justica absolve marisa em caso de trabalho escravo gt Acesso em 16 fev 2018 257 prejudicar empresas com den ncias divulgadas de forma equ voca seja pela falta de conhecimento t cnico ou conceito padr o seja em busca de uma repercuss o sensacionalista 9 5 A utiliza o do conceito do trabalho decente para melhor compreens o do trabalho for ado e trabalho escravo O trabalho decente de acordo com a OIT deve ser um trabalho adequadamente remunerado exercido em condi es de liberdade equidade e seguran a capaz de garantir uma vida digna A defini o do trabalho decente abrange o direito para todos os trabalhadores desde o momento da busca de seu trabalho ao desenvolvimento d
37. finalmente segue recente decis o no mbito do TRT 8 Regi o PA de grande repercuss o por ser considerada uma a o de indeniza o com um valor expressivo para os moldes brasileiros por dano moral coletivo sob a alega o de levar os trabalhadores condi o an loga de escravo Foi prolatada em 04 06 2012 pelo rg o Especial do Tribunal Superior do Trabalho que rejeitou os embargos de declara o interpostos pelo Grupo Lima Ara jo contra decis o da Justi a do Trabalho do Par TRT 8 Regi o que o 248 condenou a pagar R 5 milh es de indeniza o por dano moral coletivo por reduzir trabalhadores condi o an loga de escravo Segue abaixo excerto do Ac rd o em comento bem como sobre as condena es impostas incluindo a indeniza o por dano moral coletivo fixada no importe de R 5 000 000 00 diante da exist ncia de infra es s normas trabalhistas e em especial a manuten o de trabalhadores em condi es an logas de escravo situa o evidenciada pelas provas das seguintes irregularidades entre outras n o fornecimento de gua pot vel aos empregados condi es prec rias dos alojamentos em barracos de lona e sem instala es sanit rias n o fornecimento de materiais de primeiros socorros empregado com idade inferior a quatorze anos trabalhadores doentes em atividade e sem assist ncia m dica limita o da liberdade dos empregados em dispor de seus pr pri
38. liberta o deles do pecado do paganismo para serem merecedores da gra a eterna e da salva o na outra vida Essa forte presen a religiosa da Igreja Cat lica foi essencial para a amplia o da cristianiza o dos nativos e os padres mesmo em serm es que apoiavam os senhores pregavam valorizando a vida humana atacando os maus tratos praticados pelos Senhores que os privavam dos sacramentos da Igreja por m assinalando que os escravos a fim de se livrarem do mal do paganismo necessitariam trabalhar arduamente para purificar seus corpos visando salva o mas em outros textos os jesu tas criticavam os escravos que eram tidos como pregui osos e desafiavam seus senhores pois estes deveriam ser bons escravos Assim vemos uma igreja complexa espelho da sociedade daquele per odo t pico de um pensamento dos s culos XIV ao XVIII aliado ao fato de que a Igreja Cat lica partia do princ pio de que detinha a verdade e por consequ ncia obrigava pela for a todos os demais em desacordo com seus ideais 2 2 2 A revis o da atua o da Igreja Cat lica os pedidos de perd o de Jo o Paulo Il Aos 12 de mar o de 2000 Jo o Paulo Il em visita ao memorial de Yad Vashem monumento nacional israelense em honra aos her is e v timas do Holocausto entra para a hist ria ao tocar o Muro das Lamenta es um dos mais sagrados objetos de devo o do Juda smo mas tamb m quando seguindo o costume de coloca
39. m se envolve na recep o de den ncias de pr tica de trabalho escravo e as encaminha s autoridades p blicas que lidam com este tipo de problema em v rias inst ncias Ainda que o trabalho escravo em suas formas contempor neas persista em escala significativa nas reas rurais continua a merecer a aten o dos sindicados e das autoridades p blicas Atualmente essa chaga social tem ganhado notoriedade tamb m nas zonas urbanas sob a forma de trabalho for ado ou an logo ao escravo conforme vimos repetidas vezes nesta tese Sendo assim a atua o sindical tem se pautado pela constante den ncia dessa ocorr ncia por meio da m dia por vezes de forma sensacionalista trazendo mais calor do que luz para que se venha adotar pol ticas adequadas A t tulo de ilustra o seguem dois exemplos do tipo de a o sindical no seu envolvimento com a quest o do trabalho for ado e an logo ao de escravo nas reas urbanas O Sindicato dos Comerci rios de S o Paulo e a Uni o Geral dos Trabalhadores UGT protestaram em frente s lojas Americanas da Rua Direita centro da capital paulista no dia 19 02 O protesto 38 Ver CONFEDERA O NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA Dispon vel em lt http www senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAO trabalho escravo ongs contra o trabalho escravo contag confederacao nacional dos trabalhadores agricultura aspx gt 238 A foi devido s den ncias de trabalho an logo
40. molesto trabalhoso laborioso doloroso rude e aduz que atividades penosas dentre outras s o aquelas que implicam no ajuste e reajuste de aparelhos de alta precis o microsc pios r dios rel gios televisores computadores pinturas artesanais tecidos vasos bordados restaura o de quadros esculturas danificadas revis o de jornais e revistas tecidos e impressos asseverando que as mesmas n o s o perigosas nem insalubres mas penosas exigindo aten o constante e vigil ncia acima do comum Para a psic loga Leny Sato as atividades penosas s o as classificadas como aquelas ligadas aos trabalhos que exigem esfor o f sico intenso posturas inc modas viciosas e fatigantes esfor os repetitivos altern ncia de hor rios de BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho com redu o condi o an loga de escravo an lise a partir do tratamento decente e de seu fundamento a dignidade da pessoa humana In VELLOSO Gabriel FAVA Marcos Neves Coords Trabalho escravo contempor neo o desafio de superar a nega o S o Paulo LTr 2006 p 132 OLIVEIRA Sebasti o Geraldo de Prote o jur dica sa de do trabalhador 2 ed S o Paulo LTr 1998 p 161 9CRETELLA JR Jos Coment rios Constitui o Brasileira de 1988 Rio de Janeiro Forense Universit ria 1991 v 2 p 975 976 150 sono e vig lia ou de alimenta o utiliza o de equipamentos de prote o individual q
41. o das oportunidades para todos encontrarem qualquer tipo de trabalho incluindo aut nomo trabalho familiar e emprego assalariado seja no mercado formal ou ent o no mercado informal de trabalho Sobre uma discuss o exaustiva da referida Declara o ver CRUZ Claudia Ferreira op cit INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION Decent work Report of the Director General International Labour Conference 87 Session cit p 1 Sd Ibid p 3 83 d Sa de e seguran a no trabalho inclusive com um sistema de pens es aos dependentes e Liberdade de escolha do emprego ou seja exclus o do trabalho for ado trabalho escravo e todas as formas n o aceit veis de trabalho infantil e f Dignidade no trabalho n o somente ao trabalhador individual mas tamb m sua liberdade de participarem de associa es que representem seus leg timos interesses bem como voz e participa o em decis es referentes s condi es de trabalho 3 3 2 A utilidade estrat gica do paradigma do trabalho decente O conceito de trabalho decente engloba praticamente todos os princ pios e diretrizes estabelecidos na organiza o desde seu surgimento em 1919 Ele representa a cria o de um ambiente de seguran a econ mica b sica onde os agentes econ micos em todas as sociedades contribuem para o surgimento rec proco das oportunidades de emprego e melhoria da seguran a econ mica e social Segundo Ghai ele pode ser cons
42. o na Sede da Organiza o das Na es Unidas Nova York em 7 de dezembro de 1953 Dispon vel em lt http www mp pe gov br gt 281 ORGANIZACI N INTERNACIONAL DE EMPLEADORES OIE Trabajo decente como llevarlo a la pratica el punto de vista de los empleadores Aprobado por la Junta Directiva el 16 de noviembre de 2002 Ginebra OIE 2002 ORGANIZACI N INTERNACIONAL DEL TRABAJO Reuni n tripartita de expertos sobre trabajo forzoso y trata de personas com fines de explotaci n laboral Informe para la discusi n en la Reuni n tripartita de expertos sobre la posible adopci n de un instrumento de la OIT que complemente el Convenio sobre el trabajo forzoso 1930 n m 29 Ginebra 11 a 15 febrero de 2018 Ginebra Oficina Inetrnacioanl del Trabajo 2013 p 1 4 ORGANIZATION OF AMERICAN STATES OAS Carta das Na es Unidas Dispon vel em lt www oas org dil port 1945 20Carta 20das 20Na C3 A7Y C3Y B5es 20Uni das pdf gt PACTO Contra a Precariza o e pelo Emprego e Trabalho Descentes em S o Paulo cadeia produtiva das confec es Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego em S o Paulo S o Paulo 24 jul 2009 Rep rter Brasil 17 03 2010 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2010 03 pacto contra a precarizacao e pelo emprego e trabalho decentes em sao paulo cadeia produtiva das confeccoes gt PACTO de San Jos da Costa Rica sobre direitos humanos completa 40 anos Not cias STF 23 nov 2009
43. os senhores n o deveriam for ar os escravos a formarem uni es leg timas na Igreja por apresentar se injusto e duro impor novo cativeiro aos escravos e especialmente s mulheres que se achariam com dois senhores deixando escolha dos escravos convert los em casamento religioso sendo que o que de fato interessava ao senhor eram as futuras crian as escravas sem importar se de pais conhecidos ou leg timos pois estas seriam criadas em comum conforme a idade sendo talhadas de acordo com o desejo do senhor Em suas raz es propor o que se fossem criando se lhes ensinar a trabalhar a rezar a amar seus senhores suportar o frio o calor a fadiga e a seguir risca a disciplina da casa O mesmo se observar com as crioulas que ser o criadas parte Desta forma uma nova gera o mais instru da jeitosa disciplinada e virtuosa do que a que veio da costa suprir as faltas desta e pouco a pouco a substituir inteiramente Finalizando nenhum pa s americano praticou a escravid o em t o larga escala como o Brasil Do total de cerca de 11 milh es de africanos deportados e chegados vivos nas Am ricas 44 perto de 5 milh es vieram para o territ rio brasileiro num per odo de tr s s culos 1550 1855 A t tulo ilustrativo a Tabela 1 elaborada pelo IBGE mostra os fluxos de entrada de escravos desde seu in cio at sua erradica o em torno de 1855 TAUNAY Carlos Augusto op cit p 78
44. primeira Lei a tratar da loca o de servi os em seu artigo 4 8 3 12 Imediatamente libertava todos os filhos de ventres escravos nascidos ap s a data de sua promulga o al m de estabelecer regras para a indeniza o do trabalho de menores e cuidado dessas crian as livres que em ltima an lise ficariam sob os cuidados dos senhores A Lei cuidava de v rios aspectos e pr ticas recorrentes na rela o escravista al m da possibilidade de o escravo acumular pec lio e com este resgatar sua liberdade possibilidade ao alcance de poucos ou ainda de se valer de um empr stimo de terceiro para resgatar sua alforria al m das indeniza es devidas aos senhores SILVA Marcello Ribeiro op cit 9d Ibid LIMA Henrique Espada Sob o dom nio da precariedade escravid o e os significados da liberdade no trabalho do s culo XIX TOPOI revista de hist ria Rio de Janeiro v 6 n 11 p 289 326 jul dez 2005 Scielo Dispon vel em a Nttp socialsciences scielo org scielo php pid S1 518 33192006000200003 amp script sci arttext gt ld Ibid 131d Ibid 65 O fato que a esmagadora maioria das alforrias concedidas mediante empr stimo de terceiro envolvia a loca o de servi os que transformou a escravid o em um contrato para pagamento de uma d vida pois as op es para esse novo trabalhador ao ser lan ado no mercado de trabalho eram pouqu ssimas caminhando assim pa
45. s de meios fraudulentos ou atrav s da cobran a de qualquer quantia do trabalhador Tamb m penaliza quem aliciar um trabalhador em local diferente daquele onde o trabalho deve ser realizado independentemente se foram empregados 213 meios fraudulentos ou feitos pagamentos de qualquer valor e falhar em garantir que o trabalhador ir retornar ao seu lugar de origem 7 2 5 Penalidade para empregadores do mbito rural Leis extravagantes e atos normativos A Constitui o Federal assegura que a propriedade seja ela rural ou urbana deve se destinar realiza o da fun o social Analogamente a mesma medida do art 243 Art 243 As glebas de qualquer regi o do Pa s onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr picas ser o imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos para o cultivo de produtos aliment cios e medicamentosos sem qualquer indeniza o ao propriet rio e sem preju zo de outras san es previstas em lei sem grifos no original Esta previs o legal aplicada ao empregador que se vale de condi es degradantes contra seus empregados no mbito rural bem como em raz o de ter se perdido a qualidade da fun o social pelo desvirtuamento ocorrido ao n o se utilizar a propriedade para a promo o do bem estar Assim sendo constatada a exist ncia de trabalho escravo ou degradante ocorrer a desapropria o do im vel por interesse soc
46. usando seu poder jur dico sobre a coisa com a possibilidade de fazer o que bem entende salvo o que a lei pro be ou limita Mais tarde Justiniano o Grande imperador extinguiu a distin o at ent o existente entre as diversas modalidades de propriedades sendo despontado com isso um novo conceito unit rio de dom nio o qual se caracteriza por sua exclusividade Em raz o das invas es b rbaras nas prov ncias romanas e o subsequente decl nio do Imp rio criou se um sistema senhorial que constitu a a natureza do feudalismo onde todo o poder estava concentrado no monarca o Estado era o rei e este unido ao Papa de modo que Estado e religi o eram unidos mas impunha se uma separa o entre Soberano e s dito onde este deveria cultivar as terras e em contrapartida teria a possibilidade de utiliz las para moradia e subsist ncia Em raz o disso deveriam receber prote o do senhor feudal por m n o a poderiam vend l ou transferi la a seus descendentes 2080 Digesto conhecido igualmente pelo nome grego Pandectas uma compila o de fragmentos de jurisconsultos cl ssicos E obra mais completa que o C digo tem e ofereceu maiores dificuldades em sua elabora o Digesto vem do latim digerere p r em ordem DIGESTO ou Pandectas Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Corpus Juris Civilis amp Digesto ou Pandectas gt 207 ALVES Jos Carlos Moreira Direito romano Rio de Janeiro F
47. xima universalidade para a qual parece o mundo inclinar se no plano de todas as rela es de conviv ncia Existe ainda uma quinta dimens o dos direitos fundamentais onde Bonavides faz men o ao direito paz justificando este pensamento com base nas raz es hist ricas e tamb m no momento atual do Direito Um fato marcante para o desenvolvimento deste pensamento foi a cat strofe de 11 de setembro de 2011 nos EUA Nesta perspectiva Bonavides liga os direitos fundamentais de quinta gera o promo o da paz por parte do Estado que deve estabelecer e conservar a sociedade por meio de normas e princ pios Ademais alguns 2 2BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 25 ed S o Paulo Malheiros Ed 2010 p 571 166 doutrinadores como por exemplo Augusto Zimmermann n o adotam esta ideia pois relacionam a quinta gera o aos direitos com a realidade virtual J a sexta dimens o refor a uma preocupa o presente dos direitos de terceira dimens o fundamentando se por m num nico bem a gua pot vel pois esta vem causando s rias preocupa es com rela o a sua disponibilidade no futuro conforme diz Boaventura de Sousa Santos A desertifica o e a falta de gua s o os problemas que mais v o afetar os pa ses do Terceiro Mundo na pr xima d cada Um quinto da humanidade j n o tem hoje acesso gua pot vel De tal modo os direitos de primeira e segunda dimens o
48. 2 O conceito de trabalhosa nieee e aE Ee e aan ERER SEC l a 130 4 3 O conceito de Empregado a pastitaca dondanetdo Lo aeno en fanada Leaf os deidades do Lina 132 4 4 Conceito de empregado rural nn a irrreerasenaacanaaaaneraraanaaanna 133 44 1 Fundamenta o siso causes area a EEEa ea AE EEEE sean ea faia essa as ana ga 133 44A 2 CONCE san cite ess spas lead ie DU pe Da ip Das ape pala 133 4 5 Os direitos do trabalhador f ral sais sesiaessastrsosaniac assis ies Lapas Es is iss limeraidaasis canis 135 4 6 O conceito de empregador s assa azedo sumeiaasoa a sBndi passadas pa Tadi pudma cantada d REU ando an 139 4 7 Conceito de empregador rural 2 227 05e00p anos esa iqaa io o ondas RA ud inca Rana dpe ga Suas 140 4 8 A defini o de trabalho for ado nn esseeeeeearareranannaaana 141 4 9 O conceito de trabalho escravo na tradi o trabalhista atual 142 4 10 Conceito de escravid o e escravo para a Organiza o das Na es Unidas 145 4 11 Conceito de trabalho degradante raarenranenaaana 148 4 12 Conceito de trabalho penoso e trabalho prec rio 149 4 13 Trabalho for ado versus trabalho escravo irreais 151 4 14 O processo de terceiriza o como elemento de discuss o sobre trabalho escravo E trabalho forcadOz cerier e old anca sina sad ans aonde Go DSO afraid Inss read nina alada 152 4 15 Em que condi es poder haver responsabiliza o
49. Brasileira 1978 CONSELHO NACIONAL DO MINIST RIO P BLICO Dispon vel em lt www cnmp gov br gt Acesso em 01 jun 2012 270 CORNELL UNIVERSITY Bill of Rights Dispon vel em lt http www law cornell edu constitution billofrights gt CORREIA Marcus Orione Gon alves Os direitos sociais enquanto direitos fundamentais Revista da Faculdade de Direito da Universidade de S o Paulo S o Paulo v 99 p 305 325 2004 CORTES de Le n de 1188 Dispon vel em lt http es wikipedia org wiki Cortes de Le C3 B3n de 1188 gt COSTA Em lia Viotti da Da monarquia rep blica momentos decisivos S o Paulo Editorial Grijalbo 1977 COSTA Fl vio Dino de Castro E O combate ao trabalho for ado no Brasil aspectos jur dicos Bras lia Record 2001 O combate ao trabalho for ado no Brasil aspectos jur dicos Revista do Tribunal Regional Federal da 1 Regi o Bras lia v 15 n 4 p 29 42 abr 2008 Revista CEJ Bras lia v 7 n 20 p 90 98 jan mar 2008 COSTA Renato Como surgiu a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o Dispon vel em lt http revistaescola abril com br historia fundamentos como surgiu declaracao direitos nomem cidadao 494338 shtml gt COULANGES Fustel de A Cidade Antiga estudo sobre o culto o direito e as institui es da Gr cia e Roma Trad Jonas Camargo Leite e Eduardo Fonseca Curitiba Hemus 2002 CRETELLA JR Jos Coment rios Constitui o Brasi
50. Dispon vel em lt www stf jus br portal cms verNoticiaDetalhe asp idConteudo 1 16380 gt PALO NETO Vito Conceito jur dico e combate ao trabalho escravo contempor neo S o Paulo LTr 2008 PASTORE J A cl usula social e o com rcio internacional Bras lia CNI 1997 Cole o Jos Erm rio de Moraes PEREIRA C cero Rufino O termo de ajuste de conduta firmado pelo Minist rio P blico no combate ao trabalho escravo e defesa endoprocessual da exce o de pr executividade Revista Nacional de Direito do Trabalho v 7 n 73 p 11 17 maio 2004 PEREIRA S nia VASCONCELOS Jo o Combate ao tr fico de seres humanos e trabalho for ado estudo de casos e respostas de Portugal Escrit rio da OIT em Lisboa Organiza o Internacional do Trabalho Genebra OIT 2007 Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region eurpro lisbon pdf combate traficohu mano pdf gt 282 PEREIRA S nia VASCONCELOS Jo o A explora o laboral e o tr fico de imigrantes em Portugal In Combate ao Tr fico de Seres Humanos e Trabalho For ado estudo de casos e respostas de Portugal Escrit rio da OIT em Lisboa Organiza o Internacional do Trabalho Genebra OIT 2007 Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region eurpro lisbon pdf combate traficohu mano pdf gt PINTO Jos Augusto Rodrigues O trabalho como valor Revista LTr S o Paulo ano 64 n 12 p 1489 1494 dez 2000 PIOVESAN Fl
51. Eduardo op cit p 15 530 Infante Dom Henrique de Avis 1 duque de Viseu e 1 senhor da Covilh Porto 4 de mar o de 1394 Sagres 13 de novembro de 1460 foi um infante portugu s e a mais importante figura do in cio da era das descobertas popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador INFANTE D Henrique Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki lnfante D Hernrique gt BUENO Eduardo op cit p 75 Id loc cit 43 final do s culo XVI o com rcio negreiro demonstrava sua lucratividade De tal modo os colonizadores tamb m sabiam das habilidades que os negros possu am principalmente na sua lucrativa utiliza o nas atividades a ucareiras das ilhas do Atl ntico em raz o de muitos escravos serem oriundos de culturas em que eram frequentes os trabalhos com ferro e a cria o de gado Sua capacidade produtiva era muito superior capacidade do ind gena O historiador americano Stuart Schwartz argumenta que na primeira metade do s culo XVII durante o apogeu da economia a ucareira o custo para compra de um escravo negro era compensado entre treze e dezesseis meses de trabalho Mesmo ap s a alta nos pre os de compra de escravos ap s o ano de 1700 era poss vel se pagar um escravo em trinta meses Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade vari vel Os ndices referentes ao n mero de pessoas levadas como escravas
52. Garantia do Tempo de Servi o IV sal rio m nimo fixado em lei nacionalmente unificado capaz de atender as suas necessidades vitais b sicas e as de sua fam lia com moradia alimenta o educa o sa de lazer vestu rio higiene transporte e previd ncia social com reajustes peri dicos que lhe preservem o poder aquisitivo sendo vedada sua vincula o para qualquer fim V piso salarial proporcional extens o e complexidade do trabalho VI irredutibilidade do sal rio salvo o disposto em conven o ou acordo coletivo VII garantia de sal rio nunca inferior ao m nimo para os que percebem remunera o vari vel VIII d cimo terceiro sal rio com base na remunera o integral ou no valor da aposentadoria IX remunera o do trabalho noturno superior do diurno X prote o do sal rio na forma da lei constituindo crime sua reten o dolosa XI participa o nos lucros ou resultados desvinculada da remunera o e excepcionalmente participa o na gest o da empresa conforme definido em lei XII sal rio fam lia pago em raz o do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei XIII dura o do trabalho normal n o superior a oito horas di rias e quarenta e quatro semanais facultada a compensa o de hor rios e a redu o da jornada mediante acordo ou conven o coletiva de trabalho XIV jornada de seis horas para o trabalh
53. Jos de Anchieta em 1553 o padre Ant nio Vieira al m de muitos outros h uma forte presen a religiosa Nessas Miss es os ndios eram evangelizados por meio da difus o das imagens e do teatro com vistas convers o e controle social atrav s da catequese que objetivava salvar suas almas modificar seus h bitos e costumes que n o eram condizentes com o Cristianismo Os padres eram ent o contra a escraviza o dos ndios justificando que estes nunca haviam tido contato anterior com o Cristianismo o que ocasionou Martinho Lutero cujo nome em alem o era Martin Luther ou Luder era filho de Hans Luther e Margarethe Lindemann Mudou se para Mansfeld onde seu pai dirigia v rias minas de cobre Tendo sido criado no campo Hans Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcion rio p blico melhorando assim as condi es da fam lia Com esse objetivo enviou o j velho Martinho para escolas em Mansfeld Magdeburgo e Eisenach Fonte MARTINHO Lutero Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Martinho Lutero gt A Reforma Protestante foi um movimento reformista crist o iniciado no in cio do s culo XVI por Martinho Lutero quando atrav s da publica o de suas 95 teses em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Cat lica propondo uma reforma no catolicismo Fonte REFORMA Protestante Dispon vel em lt http pt w
54. LTr 2006 p 89 97 CHEVALIER Francisco La Gran Propiedad en M xico desde el Siglo XVI hasta comienzos del Siglo XIX Desarrollo Econ mico Buenos Aires v 3 n 1 2 1963 CLAUDE L vi Strauss Dispon vel em lt www dec ufcg edu br biografias ClaudL St html gt COMBATE ao Trabalho Escravo Dispon vel em lt http Awww ilo org public portugue region ampro brasilia trabalho forcado brasil d ocumentos documentos htm gt COMISS O NACIONAL PARA A ERRADICA O DO TRABALHO ESCRAVO CONATRAE 2 Plano Nacional para a Erradica o do Trabalho Escravo Bras lia 2008 Dispon vel em lt http Awww sedh gov br acessoainformacao acoes e programas 20 plano nacionalY 20combate 20a 20tortura pdf gt COMISS O PASTORAL DA TERRA CPT Dispon vel em lt http www senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAOtrabalho escravo ongs contra o trabalho escravo cpt comissao pastoral da terra aspx gt COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos S o Paulo Saraiva 1999 A afirma o hist rica dos direitos humanos 4 ed S o Paulo Saraiva 2005 CONFEDERA O NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA Dispon vel em lt http www senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAOtrabalho escravo ongs contra o trabalho escravo contag confederacao nacional dos trabalhadores agricultura aspx gt CONRAD Robert Os ltimos anos da escravatura no Brasil 1850 1888 2 ed Rio de Janeiro Civiliza o
55. Na es Unidas reafirmaram na Carta sua f nos direitos humanos fundamentais na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e que decidiram promover o progresso social e melhores condi es de vida em uma liberdade mais ampla 322 um documento marco na hist ria dos direitos humanos elaborada por representantes de diferentes origens tnicas jur dicas e culturais de todas as regi es do mundo Desde sua ado o em 1948 foi traduzida em mais de 360 idiomas e dialetos sendo o documento mais traduzido do mundo e inspirou as Constitui es de muitos Estados e democracias recentes A DUDH em conjunto com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Pol ticos e seus dois Protocolos Opcionais sobre procedimento de queixa e sobre pena de morte e com o Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais e seu Protocolo Opcional formam a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos Fonte NAC ES UNIDAS NO BRASIL ONUBR A ONU e os direitos humanos Dispon vel em lt http Awww onu org br a onu em acao a onu e os direitos humanos gt 180 Considerando que os Estados Membros se comprometeram a desenvolver em coopera o com as Na es Unidas o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observ ncia desses direitos e liberdades Considerando que uma compreens o comum desses direitos e liberdades da mai
56. Ortodoxa Grega e ap s encontro privado de 30 minutos os dois falaram ao p blico Ap s a leitura por Crist dulo de uma lista de 13 ofensas que a Igreja Cat lica cometeu contra a Igreja Ortodoxa desde o Grande Cisma incluindo o Saque de Constantinopla pelos cruzados man acos do s culo XIII 1204 reclamou a falta de um pedido de desculpas da Igreja Cat lica Romana ao que o Papa disse Pelas vezes passadas e presentes quando filhos e filhas da Igreja Cat lica pecaram por a o ou omiss o contra nossos irm os e irm s ortodoxos que o Senhor nos conceda o perd o 39 Jo o Paulo II disse tamb m que o saque de Constantinopla era causa de um profundo pesar para os cat licos Em junho de 2004 novamente o Vaticano atrav s do Papa Jo o Paulo Il volta a pedir perd o pelos erros cometidos a servi o da verdade por meio do uso de m todos que n o t m rela o com a palavra do Senhor referindo se Inquisi o quando a Igreja Cat lica torturou e matou pessoas consideradas her ticas O Papa fez o apelo lidos em carta durante coletiva convocada para o lan amento de um livro sobre a Inquisi o e suas declara es referiram se tortura aos julgamentos sum rios s convers es for adas e s fogueiras nas quais eram queimados os acusados de heresia e nesse apelo foi ainda mais longe afirmando que o pedido de perd o valia tanto para os dramas relacionados com a Inquisi o quanto para as feridas
57. RR RG SR RR OD O NO CR RR 205 Tabelas Tabela 1 Fluxos de escravos no Brasil 1531 1855 sss essi sssceeeeeeeeeeeenenananananananaa 49 Tabela 2 A distribui o do trabalho for ado segundo regi es no mundo 107 Tabela 3 A distribui o dos trabalhadores traficados segundo regi es no mundo 107 Tabela 4 Brasil Resultados das Opera es de Fiscaliza o para a Erradica o do Trabalho Escravo 1995 2012 tereeeasereeananerereaaerreeanaereeananeren a 221 Tabela 5 Brasil Distribui o Regional do Trabalho Escravo 2012 222 Tabela 6 Brasil Distribui o do Trabalhador Escravo Resgatado Segundo Ramo de Atividade 200342012 aaa se es esse Issa Rea onda 223 Tabela 7 Brasil N vel Educacional do Trabalhador Escravo Resgatado 2003 2012 m dia gne RR RR a AR A RR REPRESENT 224 Tabela 8 Brasil Faixa Et ria do Trabalhador Resgatado 2003 2012 m dia 225 Tabela 9 Brasil Trabalhador Escravo Resgatado Segundo G nero 2003 2012 m dia 225 Tabela 10 Brasil Hist rico do Seguro Desemprego do Trabalhador Resgatado do Trabalho Escravo 2003 a 2012 aperto palm cisnes epson ass apa iscas toe 226 SUM RIO INTRODU O a na a a a i 14 1 Justificativa do tema como objeto de tese de doutorado eee 14 2 Delimita o do tema de estudo 6 saaiatasarpasorentedunatobe Os izaar adorada bela nEs E ad onda ia Dae nE
58. a comandarem seus escravos for ando os a cumprir suas obriga es seria o medo e somente o medo ali s empregado com muito sistema e arte porque o excesso obraria contra o fim que se tem em vista Asseverava em suas raz es que preciso sujeit los a uma rigorosa disciplina e mostrar lhes o castigo inevit vel Sem este meio n o haveria ex rcito de mar ou de terra Como demonstra o trecho acima Taunay se vale da imagem de um regime militar a fim de designar a disciplina padr o a ser seguida e do ideal a ser obedecido e observado em uma propriedade rural escravista A imagem de ex rcito empregada por Taunay um ex major do ex rcito napole nico e veterano das lutas pela Independ ncia do Brasil era uma imagem corrente no per odo e que n o esteve presente apenas no seu manual mas tamb m de diversos artigos sobre administra o das plantations escravistas norte americanas publicados nos jornais agr colas do Sul dos E U A antes da Guerra Civil que com frequ ncia apelavam apar ncia que o ex rcito tinha para definir o tipo de disciplina esperada pelos propriet rios das terras Taunay reconhecia que os negros eram fonte essencial de ganhos para seu propriet rio mas uma vez que sempre TAUNAY Carlos Augusto op cit p 50 Id loc cit Id Ibid Sd Ibid cap 2 ld Ibid BERG Maxime The machinery questions and making of political economy 1815 1848 Cambridge Cambridge Univers
59. a ascens o do caf que era contra a importa o de escravos e a utiliza o das m quinas a vapor Ap s vinte anos de luta surge um movimento antiescravista liderado por Joaquim Nabuco que conseguiu vencer os donos de terra e de escravos trazendo a aprova o do Decreto n 3 270 de 1855 tamb m conhecido como Lei MALHEIRO A Perdig o A escravid o no Brasil ensaio hist rico jur dico social 1867 Petr polis Vozes 1976 v 1 p 201 222 Numa mensagem confidencial ao presidente da prov ncia de S o Paulo em 1854 Nabuco de Ara jo Ministro da Justi a invoca os interesses coletivos da sociedade para n o aplicar a lei de 1831 prevendo a liberdade dos africanos introduzidos ap s esta data NABUCO Joaquim Um estadista do Imp rio 1897 1899 Rio de Janeiro Topbooks 1997 v 1 p 229 n 6 33ALENCASTRO L F de op cit p 321 334 j MAMIGONIAN Beatriz G Comunica o no Semin rio do Centre d tudes du Br sil et de l Atlantique Sud Universit de Paris IV Sorbonne 21 nov 2006 ELTIS D Economic growth and the ending of the transatlantic slave trade Oxford U K Oxford University Press 1989 Appendix A p 234 244 NABUCO Joaquim O abolicionismo 1883 Petr polis Vozes 1977 p 115 120 189 Quinze anos depois confirmando a import ncia primordial do tr fico de africanos e da n o reprodu o desterritorializada da produ o escravista Nabuco afirma que foi mai
60. a primeira constitui o escrita da Fran a Um dos preceitos b sicos da revolu o era adotar o constitucionalismo e estabelecer a soberania popular seguindo os passos dos Estados Unidos da Am rica assim no ver o de 1789 a Assembleia Nacional francesa come ou o processo de elabora o de uma Constitui o A Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o aprovada em 26 de agosto de 1789 tornou se o pre mbulo da Constitui o aprovada em 3 de setembro de 1791 2240 C digo Napole nico originalmente chamado de Code Civil des Fran ais ou c digo civil dos franceses foi o c digo civil outorgado por Napole o e entrou em vigor em 21 de mar o de 1804 O C digo Napole nico baseou se em antigas leis francesas al m do Direito Romano e tamb m no C digo Justiniano Corpus Juris Civilis dividiu o direito civil em a pessoa a propriedade a aquisi o da propriedade A inten o por tr s do C digo Napole nico era reformar o sistema legal franc s de acordo com os princ pios da Revolu o Francesa Antes do C digo a Fran a n o tinha um nico corpo de leis dependendo de costumes locais que frequentemente concediam isen es e privil gios dados por reis ou senhores feudais Durante a Revolu o os vest gios do feudalismo foram abolidos e os v rios sistemas legais tinham de dar lugar a um nico c digo Entretanto devido s agita es revolucion rias a situa o n o caminhou at a era napole nica
61. a proibi o de trabalho for ado Ocorre que uma investiga o ampla e clara que buscou avaliar as condi es de trabalho das f bricas da Jord nia revelou um resultado surpreendente Assim em maio de 2005 o Comit Nacional do Trabalho dos 114 Estados Unidos NLC publicou um relat rio bastante cr tico sobre as empresas sediadas na Jord nia e que estavam produzindo bens para as empresas americanas ou seja sediadas nos EUA O estudo analisou as f bricas localizadas nas Zonas Industriais Qualificadas ZIQs que forneceram produtos para o mercado norte americano e foram criadas para dar emprego popula o local mas buscaram incentivar o investimento estrangeiro Em julho de 2006 havia 13 ZIQs na Jord nia que contavam com 110 empresas e empregavam mais de 54 000 trabalhadores Desse total a C mara Americana de Com rcio da Jord nia afirma que 66 eram estrangeiros conhecidos como trabalhadores visitantes e foram trazidos de v rias localidades especialmente da China Bangladesh Sri Lanka e ndia n o atendendo inclusive sua fun o de dar emprego para a popula o local j que dependia predominantemente de m o de obra migrante Esses trabalhadores migrantes conforme aponta o relat rio da NLC enfrentavam uma dura condi o de trabalho incluindo abuso f sico e sexual falta de remunera o falta de acesso adequado alimenta o e gua e condi es de vida inadequadas Dos tr
62. ado e erradicar todas as formas de escravid o humana criou dois instrumentos poderosos seja pelo seu conte do seja porque foram obtidos de forma praticamente un nime entre os Estados Membros e apoiada por todos os segmentos sociais 201 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas cit parte 7 p 13 14 116 que a comp em a Declara o de Direitos Fundamentais no trabalho e o conceito de trabalho decente c O conceito de trabalho decente e seu seguimento representam um avan o no equacionamento da explora o do trabalho humano pois sem abandonar a necessidade de utilizar instrumentos coercitivos e repressivos adentra por uma linha de negocia o e di logo social dilindo a responsabilidade da solu o desses problemas entre trabalhadores empregadores governo e at mesmo a sociedade civil d O aumento na efici ncia no combate explora o do trabalho humano ainda n o atingiu seu potencial muito embora exista uma divis o de responsabilidade que tende a promover esta efici ncia Enquanto cabe ONU a responsabilidade pelo combate escravid o os aspectos relativos ao combate ao trabalho for ado ficaram albergados na OIT e Neste sentido a OIT tem insistido num conjunto de proposi es que servem de orienta o para diminuir mundialmente a incid ncia de trabalho for ado f A experi ncia internacional revela que trabalho escravo e
63. b a elimina o de todas as formas de trabalho for ado ou obrigat rio c a aboli o efetiva do trabalho infantil e d a elimina o da discrimina o em mat ria de emprego e ocupa o No contexto desta Declara o falar sobre direitos humanos representa adotar as vantagens dos direitos e liberdades fundamentais onde prevalece o princ pio da dignidade humana O valor da pessoa humana como valor fonte da ordem da vida em sociedade encontra a sua express o jur dica nos direitos humanos Estes foram a partir do s culo XVIII positivados em declara es constitucionais Tais positiva es buscavam para usar as categorias arendtianas a durabilidade do workdo homo faber atrav s de normas da hierarquia constitucional Tinham como objetivo tornar aceit vel ex partepopulio estar entre os homens o inter homines esse em sociedades que se caracterizariam pela variabilidade do Direito Positivo a sua dimens o de labor requerida pelas necessidades da gest o do mundo moderno tal como percebidas pelos governantes Seguindo se esta forma de racioc nio devemos ter que direitos fundamentais e direitos humanos s o conceitos muito pr ximos O termo direitos fundamentais se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado ao passo que a express o direitos humanos guardaria rela o com os documentos de direito internac
64. br sites allforced labour brasil projetos documento php gt Conven o 105 Conven o Relativa a Aboli o do Trabalho For ado Dispon vel em lt http Awww oit org br sites allforced labour oit convencoes conv 105 pdf gt Conven o 29 sobre o Trabalho For ado ou Obrigat rio 10 jun 1930 Dispon vel em lt http www oit org br sites allforced labour oit convencoes conv 29 pdf gt Declara o da OIT sobre os Princ pios e Direitos Fundamentais no Trabalho Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic oit doc declaracao oit 547 pdf gt Dispon vel em lt www oitbrasil org br trabalho forcado brasil documentos lim parc def mpt pdf gt Acesso em 14 jul 2012 Relat rio da Relatora Especial sobre Formas Contempor neas de Escravid o incluindo suas causas e consequ ncias sobre sua visita ao Brasil p 3 27 Dispon vel em lt http www oit org br sites defaultfiles topic gender doc relatorioonutrabalhoescra vo 938 pdf gt Acesso em 12 fev 2013 Trabalho escravo no Brasil do s culo XXI Coordena o do estudo Leonardo Sakamoto OIT 2006 Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic forced labour pub trabalho escr avo no brasil do 20seculo 20xxi 315 pdf gt ORGANIZA O DAS NA ES UNIDAS Conven o sobre a Escravatura assinada em Genebra em 25 de setembro de 1926 e emendada pelo Protocolo Aberto Assinatura ou Aceita
65. cefp Cefp15 sahd pdf gt SAKAMOTO Leonardo Crian as bebiam gua do gado em fazenda de deputado flagrada com escravos UOL Not cias 18 abr 2012 Dispon vel em lt http blogdosakamoto blogosfera uol com br 2012 04 18 criancas bebiam agua do gado em fazenda de deputado flagrada com escravos gt SALOM O Ivan Colangelo O crep sculo da escravid o e a forma o do mercado de trabalho livre no Brasil as interpreta es de Caio Prado Jr e Celso Furtado AEDOS UFRGS v 2 n 3 2009 SANTOS Boaventura de Souza Cr tica da raz o indolente contra o desperd cio da experi ncia 3 ed S o Paulo Cortez 2001 SANTOS Jo o Paulo de Faria Reforma agr ria e pre o justo fun o social da propriedade S rgio Ant nio Fabris Editor 2009 284 SANTOS Ronaldo Lima A escravid o por dividas nas rela es de trabalho no Brasil contempor neo Revista do Minist rio P blico do Trabalho Brasilia ano 13 n 26 p 47 66 set 2008 SARAIVA F R dos Santos Dicion rio latino portugu s Rio de Janeiro Garnier 1999 SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais Porto Alegre Livr do Advogado 2001 Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 Porto Alegre Livr do Advogado 2008 A efic cia dos direitos fundamentais uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional 10 ed Porto Alegre Livr do Advogado 201
66. chegada principalmente de estudantes provenientes de interc mbio entre o Brasil e a Bol via e que pela falta de oportunidades de emprego ou mesmo de baixo padr o de vida naquele pa s acabavam permanecendo em territ rio brasileiro mesmo ap s o t rmino de seus cursos diante da boa oferta de empregos Ocorre que foi a partir do final dos anos 80 que o fluxo imigrat rio se intensificou e devido abertura dos mercados o Brasil foi exposto competi o internacional Ao mesmo tempo as for as econ micas passaram de industrydriven ditados pela ind stria para consumerdriven ditados pelo consumidor ou seja a ind stria deixou de ditar as regras e passou a atender s 191 expectativas do consumidor Neste contexto a ind stria do vestu rio passou a ser o modelo de cadeia global controlada pelo consumidor comprador essa ind stria passou a disputar mercado diretamente com produtos estrangeiros sendo a importa o um dos seus principais fatores de influ ncia A estrat gia de concorr ncia dessas empresas o pre o e desta forma tiveram que rever suas estruturas de custos e pol ticas de pre os a fim de se ajustar concorr ncia das importa es Uma vez que o processo t xtil segmentado e o produto em cada etapa pode ser negociado para racionalizar a produ o proporcionando maiores ganhos passaram a adotar as pr ticas de enxugamento e focaliza o em busca de maior produ o e flexibilidade das re
67. colonial Cada vez mais fortalecida a burguesia passa a investir tamb m no campo e cria os cercamentos grandes propriedades rurais Novos m todos agr colas permitem o aumento da produtividade e racionaliza o do trabalho Assim muitos camponeses deixam de ter trabalho no campo ou s o expulsos de suas terras V o buscar trabalho nas cidades e s o incorporados pela ind stria nascente 122 Tal ideia s podia nascer numa sociedade burguesa j desenvolvida Ela data do ltimo ter o do s culo XVII e sua realiza o s vieram a ser experimentada em larga escala por uma na o inteira um s culo mais tarde na Revolu o Francesa em 1789 Necess rio destacar que Estado Moderno em sua primeira fase entre os 215 s culos XVI e XVIII foi absolutista o Renascimento com ideais iluministas separa o homem do divino mas de maneira ir nica o Absolutismo retorna teoria do poder divino dos reis uma de suas caracter sticas marcantes a centraliza o do poder nas m os do soberano que se desvincula do Papa e recebe seu poder diretamente de Deus Nesse per odo o Direito Natural era dom nio de te logos crist os tendo portanto origem divina assim a Igreja cat lica por meio de sua doutrina social passa a tratar do direito de propriedade alicer ado em valores morais tais como a consci ncia do propriet rio de forma que n o se discutia aspectos jur dicos ou econ micos apegando se ideia
68. com gt Tradu o sm cerco muro tapume cercado para a cria o de ovelhas Fonte ONLINE Language Dictionaries cit Tradu o sm contrato de servi o ou ainda escritura Fonte ONLINE Language Dictionaries cit 12SILVA Marcello Ribeiro op cit Frade dominicano espanhol nascido em Sevilha em 1474 foi o primeiro sacerdote ordenado na Am rica e ficou conhecido por suas den ncias contra os conquistadores em rela o aos abusos contra os ind genas do novo mundo Fonte BARTOLOME de Las Casas Dispon vel em lt http www dec ufcg edu br biografias BartLCas html gt PALO NETO Vito Conceito jur dico e combate ao trabalho escravo contempor neo S o Paulo LTr 2008 SHOBSBAWM Eric J A era das revolu es Rio de Janeiro Paz e Terra 2007 60 propriet rios provocou o desvio do uso da terra que antes era considerada um bem comum passou a ser encarada como um bem de produ o gerou sua restri o e expuls o dos camponeses das glebas ocupadas por eles h s culos para destin las cria o de ovelhas visando produ o de l e exporta o para Flandres N o conseguindo emprego esses antigos camponeses viviam em condi es extremamente prec rias nas cidades onde invariavelmente habitavam antigas casas senhoriais muito subdivididas transformadas em corti os sem qualidade de vida e sem qualquer prote o j que n o existia qualquer tipo de regulamenta o das rela es trabalhist
69. controlo sobre outra pessoa para efeitos de explora o do trabalho ou dos servi os dessa pessoa incluindo pelo menos trabalhos ou servi os for ados ou obrigat rios escravatura ou pr ticas semelhantes escravatura ou para efeitos da explora o da prostitui o de outrem ou de outras formas de explora o sexual incluindo a pornografia O Tratado de Roma que criou a ent o CEE cont m v rios dispositivos relativos harmoniza o das pol ticas sociais com o objetivo de diminuir as is S nia VASCONCELOS Jo o A explora o laboral e o tr fico de imigrantes em Portugal i Combate ao Tr fico de Seres Humanos e Trabalho For ado estudo a casos e respostas de Portugal Escrit rio da OIT em Lisboa Organiza o Internacional do Trabalho Genebra OIT 2007 p 212 Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region eurpro lisbon pdf combate_traficohumano pdf gt Disposi es relativas coopera o policial e judici ria em mat ria penal Assinado aos 7 de fevereiro de 1992 entrou em vigor em 1 de novembro de 1993 18 Atualmente em vigor com o nome de Tratado Constitutivo da Comunidade Europeia junto com o Tratado da Uni o Europeia um dos dois textos fundamentais das Institui es Europeias O tratado estabelecia Uni o aduaneira a CEE foi conhecida popularmente como o Mercado Comum Foi estabelecido um per odo transit rio de 12 anos no que deveriam desaparecer totalmente as barreiras a
70. da OIT n 127 de 1967 ratificada pelo Brasil em 1970 trata do peso m ximo das cargas a serem transportadas manualmente pelo trabalhador masculino adulto fixado em 55 quilos especialmente no caso dos menores e das mulheres esse peso deve ser inferior ao peso m ximo admitido para trabalhador masculino adulto fixado acima No mbito da legisla o brasileira a primeira preocupa o com o trabalho penoso surgiu atrav s da edi o da Lei n 3 807 de 26 08 60 instituindo a aposentadoria especial para os servi os penosos insalubres e perigosos O Decreto n 58 831 de 25 03 64 fixou a rela o e a classifica o das atividades SE SATO Leny Conceito de trabalho penoso Revista CIPA v 15 n 179 p 41 1994 ld Ibid 151 consideradas penosas para o fim da concess o da aposentadoria especial destacando dentre outras servi os de minera o em subsolo servi os que demandem excessivo esfor o f sico em rela o s condi es normais de trabalho ou que exigem posi o viciosa do organismo servi os realizados em condi es excepcionais relacionadas ao local de trabalho hor rio e exposi o a intemp ries servi os realizados em contato com subst ncias alergizantes ou inc modas A Consolida o das Leis do Trabalho artigo 390 prev a hip tese de proibi o ao trabalho da mulher em atividade fisicamente penosa consistente no emprego de for a muscular superior a vinte quilos para o trabalho cont
71. daquele 218 Il a proibi o de entrarem com pedido de inscri o de nova empresa no mesmo ramo de atividade 1 As restri es previstas nos incisos prevalecer o pelo prazo de 10 dez anos contados da data de cassa o 2 Caso o contribuinte seja optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecada o de Tributos e Contribui es Simples Nacional institu do pela Lei Complementar Federal n 123 de 14 de dezembro de 2006 a cassa o da efic cia da sua inscri o no cadastro de contribuintes do ICMS prevista no artigo 1 implicar cumulativamente 1 a perda do direito ao recebimento de cr ditos do Tesouro do Estado institu do pelo Programa de Est mulo Cidadania Fiscal do Estado de S o Paulo de que trata a Lei n 12 685 de 28 de agosto de 2007 2 o cancelamento dos cr ditos j calculados ou liberados referentes ao Programa de Est mulo Cidadania Fiscal do Estado de S o Paulo citado no item 1 independentemente do prazo previsto no 2 do artigo 5 da Lei n 12 685 de 28 de agosto de 2007 Ainda que n o se possam questionar a es em dire o ao combate e erradica o do trabalho escravo e outros an logos ser preciso ver o resultado pr tico de tal legisla o para avaliar sua efici ncia Por um lado sabe se que problemas de natureza econ mica envolvendo inclusive aspectos criminais s o de dif cil solu o sem medidas complementares Por outro lado est
72. de 2006 a Federa o Americana de Trabalho e o Congresso de Organiza es Industriais AFL CIO juntamente com a Associa o Nacional de T xteis NTA dos EUA peticionaram em conjunto e protocolizaram perante o governo dos EUA solicitando que este invocasse os procedimentos de resolu o de conflitos do ALC em decorr ncia das graves viola es da Jord nia contra os direitos dos trabalhadores A peti o alegava que a Jord nia estava violando seu compromisso de respeitar padr es de trabalho orientados pela Ol e de fiscalizar efetivamente o cumprimento das leis trabalhistas jordanianas Esta foi a primeira vez que organiza es empresariais iniciaram uma causa de direitos trabalhistas no mbito de um acordo comercial no cen rio internacional 3 10 S ntese sobre o trabalho for ado no cen rio internacional Alguns aspectos podem ser destacados a t tulo de s ntese conclusiva deste cap tulo os quais servir o direta ou indiretamente para as proposi es que se seguir o na parte final deste texto Entre estes se destacam a O Brasil signat rio dos principais documentos internacionais coibindo todas as formas de explora o do trabalho humano seja como trabalho for ado trabalho escravo ou outras formas de escravid o b Tem cabido OIT toda normatiza o no plano internacional das quest es referentes chamada rea trabalho Em per odo recente tendo em vista combater o trabalho for
73. de Janeiro Express o e Cultura S o Paulo Ed Universidade de S o Paulo 1976 267 BONAVIDES Paulo Curso de direito constitucional 25 ed S o Paulo Malheiros Ed 2010 VIEIRA R A Amaral Textos pol ticos da Hist ria do Brasil Fortaleza Imprensa Universit ria da Universidade Federal do Cear s d BORGES Roxana Cardoso Brasileiro Fun o ambiental da propriedade S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 1998 v 9 BRASIL Comiss o Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana Plano Nacional para a Erradica o do Trabalho Escravo Bras lia OIT 2008 Lei n 10 706 de 30 de julho de 2003 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis 2003 110 706 htm gt Acesso em 22 fev 2013 BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho com redu o condi o an loga de escravo an lise a partir do tratamento decente e de seu fundamento a dignidade da pessoa humana In VELLOSO Gabriel FAVA Marcos Neves Coords Trabalho escravo contempor neo o desafio de superar a nega o S o Paulo LTr 2006 Trabalho com redu o do homem condi o an loga de escravo e dignidade da pessoa humana Dispon vel em lt http www oit org br sites all forced labour brasil documentos dignidadetrabalho escravo pdf gt Acesso em 22 set 2011 Trabalho com redu o do homem condi o an loga de escravo e dignidade da pessoa humana Genesis revista de d
74. de conceitua o a lacuna legislativa sobre o tema referente ao trabalho escravo bem como a confus o sobre o uso do termo trabalho for ado n o impedem que o Minist rio P blico do Trabalho e o Minist rio do Trabalho e Emprego al m da Justi a do Trabalho analisem e julguem esse fen meno 16 tomando como base o artigo 149 do C digo Penal as Conven es da OIT e outros instrumentos e documentos internacionais sobre o tema Ap s pesquisar o trabalho desenvolvido em campo pelo Minist rio P blico do Trabalho e o Minist rio do Trabalho e Emprego no mbito urbano especialmente no setor t xtil e uma an lise nos Tribunais do pa s sobre o tema constatamos a necessidade de nos aprofundarmos nessas duas frentes a fim de analisarmos sob uma tica acad mica focando nos em quest es zet ticas dentre as quais mencionamos entre outras as seguintes A falta de um conceito de trabalho escravo pode atrapalhar uma fiscaliza o in loco O que seria o trabalho escravo urbano O trabalhador urbano tem suas condi es sanit rias t o aviltadas como o trabalhador rural Quando encontrados fios desencapados no local de trabalho pode ser caracterizado trabalho escravo ou local insalubre de trabalho Estamos diante da banaliza o do uso da palavra trabalho escravo ou todo trabalhador est sendo escravizado Est sendo escravizado o trabalhador que faz muitas horas extras mas registrado E se n o for passa a ser escravo
75. de direito natural da propriedade ou seja todos t m direito de ser propriet rio conforme princ pios te ricos do iluminismo e ditames da Rerum Novarum MARX Karl O capital extratos por Paul Lafargue Tradu o Abguar Bastos 2 ed S o Paulo Conrad Editora do Brasil 2005 p 38 Renascimento Renascen a ou Renascentismo s o os termos usados para identificar o per odo da Hist ria da Europa aproximadamente entre fins do s culo XIII e meados do s culo XVII o per odo foi marcado por transforma es em muitas reas da vida humana que assinalam o final da Idade M dia e o in cio da Idade Moderna estas transforma es s o bem evidentes na cultura sociedade economia pol tica e religi o caracterizando a transi o do feudalismo para o capitalismo chamou se Renascimento em virtude da redescoberta e revaloriza o das refer ncias culturais da antiguidade cl ssica que nortearam as mudan as deste per odo em dire o a um ideal humanista e naturalista MIRANDA A Gursen de Da propriedade individual propriedade social 2005 Dispon vel em lt http www direitoamazonico blogspot com gt Rerum Novarum sobre a condi o dos oper rios em portugu s Rerum Novarum significa Das Coisas Novas uma enc clica escrita pelo Papa Le o XIII a 15 de maio de 1891 Foi uma carta aberta a todos os bispos debatendo as condi es das classes trabalhadoras Tratou de quest es levantadas durante a
76. de obra e a legisla o trabalhista pouco flex vel entre outros fatores promovia o surgimento das chamadas ocupa es at picas no mercado de trabalho ou seja rela es informais de emprego e tamb m um elevado n vel de desemprego aberto 81 Diante de um quadro t o heterog neo no mercado de trabalho mundial com graves implica es sociais e produzido por fen menos distintos a globaliza o e a decad ncia do trabalho assalariado se promoveu em 1995 a C pula Mundial sobre Desenvolvimento Mundial realizada em Copenhagen na Dinamarca com o intuito de avaliar os impactos da nova ordem mundial sobre o bem estar social e refletir sobre novos caminhos a serem seguidos Como consequ ncia adotou se uma s rie de compromissos referentes aos direitos b sicos dos trabalhadores fortalecendo a OIT como organismo m ximo da ONU no estabelecimento de novas diretrizes para a rea trabalho Sob a tica da evolu o hist rica do conceito do trabalho decente a C pula Mundial sobre o Desenvolvimento Social declarou que como prioridade b sica das pol ticas econ micas e sociais deveria haver o compromisso de fomentar a meta do pleno emprego bem como tornar poss vel a todo ser humano lograr uma subsist ncia segura e sustentada por meio de emprego escolhido livremente e de natureza produtiva Uma nova etapa no surgimento do princ pio do Trabalho Decente ocorreu na Confer ncia Interministerial da Organiza o Mundia
77. de trabalho for ado que conferem import ncia sua elimina o visto serem relativamente pequenas e localizadas a natureza social assim como a necessidade de acabar com a degrada o do trabalho humano especialmente o trabalho escravo e o trabalho for ado que conferem ao tema import ncia capital Al m disso dentre outras raz es podemos mencionar a quest o humanit ria a quest o tica a falta de respeito das rela es de trabalho a impot ncia das negocia es coletivas e a ocorr ncia de um ambiente deteriorado e improdutivo entre trabalhador e empresa todos estes aspectos que aumentam o grau de exposi o do pa s cr tica internacional Apesar de muitos esfor os governamentais e da sociedade civil dispensados a essa grave quest o aparentemente o problema est longe de acabar E por essa raz o que este tema foi escolhido tendo como objetivo central gerar novos subs dios que levem n o s compreens o do que ocorre no Brasil mas na busca de novas alternativas de solu es fact veis N o existe a pretens o de se exaurir o tema ou ent o apresentar uma f rmula m gica para erradicar da noite para o dia este problema uma vez que essa infelizmente n o existe Nesse sentido a inten o de explorar o tema por novos ngulos outros enfoques e dessa maneira tentar contribuir para o equacionamento de um fen meno que n o mais deveria existir 2 Delimita o do tema de estudo A falta
78. deixadas na mem ria coletiva depois daquilo Pediu perd o pelos pecados cometidos pela Igreja Cat lica durante os ltimos dois mil anos incluindo o tratamento dispensado a pessoas de outras religi es citou o uso da viol ncia a servi o da f e a hostilidade contra os praticantes de outras religi es Estamos pedindo perd o a Deus pelas divis es entre crist os pelo uso da viol ncia que por vezes praticamente a servi o da f e por atitude de desconfian a e hostilidade assumidas contra os praticantes de outras religi es O Papa descreveu a sua a o como uma tentativa de purificar a mem ria de uma triste hist ria de dio e rivalidades 2 3 A escravid o dos ndios As raz es da op o pelo escravo africano foram muitas Neste contexto prefer vel n o falar em causas mas em um conjunto de fatores favor veis Houve diversas dificuldades com a escraviza o do ndio tendo em vista os fins da coloniza o Sua cultura era incompat vel com o trabalho intensivo e regular como era a pretens o dos europeus N o eram vadios ou pregui osos apenas 40 trabalhava o suficiente para sua subsist ncia o que n o era dif cil em uma situa o de peixes abundantes frutas e animais Nas tr s primeiras d cadas da ocupa o europeia do Brasil lusos e franceses serviam se das trocas para conseguir os servi os dos nativos Em troca de bugigangas anz is espelhos e machados os ind genas co
79. destacam se o papel da PEC 438 01 no combate ao trabalho escravo no meio urbano as decis es da Justi a do Trabalho e a jurisprud ncia e ac rd os da emanados os TAC s assinados junto ao MPT que garantem os pressupostos dos 243 direitos fundamentais no trabalho e no combate a essas formas indesejadas de explora o a responsabilidade social da m dia cujo papel importante mas que deve se balizar por precis o da informa o e n o sua banaliza o a utiliza o do conceito de trabalho decente na busca da converg ncia no tratamento do trabalho escravo e trabalho for ado e por fim recomenda es para clarificar a defini o de trabalho escravo for ado certamente o principal fator a dificultar que se fa a a justi a social neste campo no que diz respeito s principais partes intervenientes empregados e empregadores ou trabalhadores e propriet rios 9 1 A PEC 438 01 acabar com o trabalho escravo no mbito urbano A PEC 438 01 conforme mencionado no cap tulo 7 visa dar nova reda o ao artigo 243 da Constitui o Federal e voltada para as propriedades rurais e urbanas do Pa s Onde forem localizadas explora o de trabalho escravo ser o expropriadas e destinadas reforma agr ria e a programas de habita o popular sem qualquer indeniza o ao propriet rio e sem preju zo de outras san es previstas em Lei Em seu par grafo nico prev que todo e qualquer bem de valor econ mico apreendido e
80. direitos trabalhistas destes imigrantes bem como a remunera o necessitam ser respeitados ou seja devem receber remunera o correta ter seus registros em carteira de trabalho descanso semanal remunerado jornada di ria compat vel com o previsto em lei hor rio de almo o e descanso respeitados f rias entre outros Em casos de trabalhadores imigrantes sem documenta o regular tamb m devem ter sua dignidade e direitos trabalhistas respeitados no que couber se por ventura trabalharem nesse per odo O significado dessa assertiva deve ser analisado sob o prisma de que um agente auditor do MTE SRTE PRT mediante den ncia deve ser orientado a n o autuar multas e glosar suspeitas de trabalho escravo mas sim realizar orienta es a fim de que as empresas irregulares busquem reconhecimento formal nos moldes ditados na legisla o brasileira visto ser esse o custo para competir no mercado de trabalho sob pena de se prejudicar a livre concorr ncia em preju zo do empres rio que suporta os altos custos decorrentes da necessidade de regulamenta o devendo pois aplicar os princ pios da razoabilidade e da proporcionalidade para prevenir injusti as A quest o fundamental a n o observ ncia da legisla o brasileira pois frente ao grande n mero de imigrantes e oficinas n o regulares n o poss vel simplesmente rotul los de ilegais obrigando os a deixar o pa s Ao contr rio em 203 raz o do benef ci
81. ditos do Imp rio que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte Art 1 declarada extinta desde a data desta lei a escravid o no Brasil Art 2 Revogam se as disposi es em contr rio SCISINIO Ala r Eduardo Dicion rio da escravid o Rio de Janeiro L o Christiano Editorial 1997 BONAVIDES Paulo VIEIRA R A Amaral Textos pol ticos da Hist ria do Brasil Fortaleza Imprensa Universit ria da Universidade Federal do Cear s d 103 ALBUQUERQUE Wlamyra R de op cit 104A palavra urea que vem do latim aurum uma express o de uso simb lico que significa feito de ouro resplandecente iluminada A palavra urea usada para expressar o grau de magnitude das a es humanas e explorada h s culos por muitos soberanos reis imperadores e fara s no ato de assinatura de seus tratados Fonte DICIONARIO Priberam da L ngua Portuguesa Dispon vel em lt http www priberam pt gt 57 Manada portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execu o da referida lei pertencer que a cumpram e fa am cumprir e guardar t o inteiramente como nela se cont m O secret rio de Estado dos Neg cios d Agricultura Com rcio e Obras P blicas e interino dos Neg cios Estrangeiros bacharel Rodrigo Augusto da Silva do Conselho de sua majestade o imperador o fa a imprimir publicar e correr Dado no Pal cio do Rio de Janeiro em 13 de maio de 1888 67 da Inde
82. do direito de propriedade fundamental para a implementa o da legisla o referente prote o do meio ambiente que imp e limites ao exerc cio daquele direito A Constitui o em sintonia com o pensamento mundial contempor neo retirou do direito de propriedade o outrora e arcaico perfil ego stico e exclusivista BORGES Roxana Cardoso Brasileiro Fun o ambiental da propriedade S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 1998 v 9 p 68 91d Ibid p 69 129 passando a exigir que seja dada a toda propriedade privada uma fun o social al m de dar a esta fun o social uma nova apar ncia Muito embora estivesse presente nos textos constitucionais brasileiros desde 1934 recebeu do Constituinte o status de Princ pio Constitucional e a partir de ent o exigindo que toda a legisla o infraconstitucional reconstru sse e repensasse o conte do e estrutura do direito de propriedade Como demonstrado com a Constitui o Federal a propriedade ganha nova fun o expressa no Cap tulo Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos no art 5 inciso XXII que garantido o direito de propriedade e o inciso ulterior regra que a propriedade atender a sua fun o social Capacidade do elemento funcional em alterar a estrutura do dom nio e atuando como crit rio de valora o do exerc cio do direito o qual dever ser direcionado para o massimo sociele
83. el problema de losderechos subjetivos a prestaciones tienen import ncia sobre todo lasdecisiones em las que no solo se habla como suele suceder de obligaciones objetivas Del Estado sino que adem s se analizanderechos subjetivos a acciones positivas Os direitos constitucionais trabalhistas abarcam n o somente o direito a um trabalho digno mas sobretudo com igualdade de condi es e pleno exerc cio da liberdade A efetiva o dos direitos fundamentais ao trabalho digno depende de medidas vinculadas ao Estado que cria legisla o infra legal espec fica Apesar das tentativas para exterminar o trabalho for ado que alcan a tanto o sistema jur dico brasileiro quanto sistemas jur dicos internacionais a OIT promove permanentemente a edi o de Conven es a fim de restabelecer os direitos sociais s pessoas submetidas ao trabalho for ado entre outros objetivos Em 1998 a OIT lan ou sua Declara o dos Direitos Fundamentais no Trabalho a qual ser mencionada no cap tulo seguinte integrada por quatro princ pios que reafirmam o compromisso dos Estados membros em respeitar e promover os princ pios fundamentais e direitos no trabalho a saber SALEXY Robert Teoria de los derechos fundamentales Madrid Centro de Estudos Pol ticos y Constitucionales 2002 p 422 6yer CRUZ Claudia Ferreira op cit 170 a a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negocia o coletiva
84. emprego Devem ser voltadas para a cria o de empregos produtivos e devem ser integradas s pol ticas macroecon micas que considerem a quest o do emprego a fundo Outros aspectos relevantes s o que o ambiente de neg cios deve contar com a estabilidade institucional na presen a de regras claras e justas baixos custos de transa o negocia o levando cria o de novas o acesso aocapital de ser facilitado esfor o visando ao crescimento das exporta es pol tica de juros criando ambiente prop cio aos investimentos fortalecimento para o crescimento das pequenas empresas pol ticas que promovam a produtividade e a competitividade e pol ticas laborais que n o introduzam rigidez que acabaria por se tornar obst culo para a cria o de emprego e facilitar o acesso a novos mercados promovendo as vantagens comparativas Outro elemento importante se refere ao gasto p blico produtivo a fim de sustentar o desenvolvimento econ mico e elevar os padr es de vida As seguintes reas s o importantes para o investimento p blico desta natureza infraestrutura f sica desenvolvimento humano as institui es de mercado e desenvolvimento de esp rito empreendedor Ademais devem existir Institui es de mercado que sejam compat veis com as condi es locais e que reduzam gastos excessivos de transa o assim como os desequil brios em mat ria de informa o Desenvolvimento de recursos humanos onde o per
85. erradica o da pobreza e a marginalidade e a redu o das desigualdades sociais e regionais como um dos objetivos fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil art 3 III a redu o das desigualdades regionais e sociais tamb m como princ pio da ordem econ mica art 170 VII O princ pio da dignidade da pessoa humana alcan ou esse status de ess ncia de nosso ordenamento jur dico com a Constitui o Federal de 1988 preceito geral dirigido efetiva o dos direitos fundamentais atualmente compreendido em dois grandes e vitais objetivos visto ser norma fundamental que visa garantir os direitos exist ncia digna das pessoas e ainda devendo ser compreendida como uma norma de cunho obrigat rio rumo de futuro para toda a sociedade brasileira A inser o da dignidade da pessoa humana na Constitui o Federal de 1988 foi de primordial import ncia para libert la da ideia de que seria uma manifesta o conceitual jusnaturalista Com o crescente e reconhecido papel de FREITAS JUNIOR Ant nio Rodrigues de Direito do trabalho e direitos humanos S o Paulo BH Ed e Distribuidora de Livros 2006 p 104 2SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 cit 2008 p 37 GRAU Eros Roberto A Ordem Econ mica na Constitui o de 1988 11 ed S o Paulo Malheiros Ed 2006 p 194 188 reunir e nortear a unidade material de nossa Co
86. es sobre ele Art 1 A reclama o ou requerimento escrito de algum indiv duo ou a favor de algum indiv duo detido ou acusado da pr tica de um crime exceto tratando se de trai o o indiv duo ser solto durante a execu o da provid ncia uponthereturn comprometendo se a comparecer e a responder acusa o no tribunal competente Declara o de Direitos Bill of Rights Parlamento ingl s em 1689 que assegurava a liberdade a vida e a propriedade privada A esta peti o de seus direitos fomos estimulados particularmente pela declara o de S A o Pr ncipe de Orange depois Guilherme lll que levar a termo a liberdade do pa s nem que se reproduzam os atentados contra a sua religi o direitos e liberdades Ensaio Sobre a Forma da Rep blica Jean Jacques Rousseau ui O que o homem perde com o contrato social a sua liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que lhe necess rio o que ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o que tem Declara o dos Direitos da Virg nia George Mason 12 de junho de 1776 Que todos os homens s o por natureza igualmente livres e independentes e t m certos direitos inatos dos quais quando entram em estado de sociedade Em ingl s Pettion of Rights considerada como principal fonte origin ria do Habeas Corpus trouxe a prote o aos direitos pessoais e patrimoniais Nela f
87. escravid o na cidade de Americana na semana passada Segundo as den ncias as roupas da marca Hippychick vendidas na loja eram produzidas nas oficinas de costura por trabalhadores bolivianos em condi es desumanas As Lojas Americanas j t m um hist rico de irregularidades pois est o sempre descumprindo a Conven o Coletiva de Trabalho Um exemplo o vale refei o que atualmente R 4 50 Atuante contra a precariedade do trabalho e condi es degradantes o Sindicato est envolvido e pronto para combater o trabalho escravo de forma mais efetiva e cobrar das autoridades que empresas como Lojas Americanas Gregory Zara entre outras sejam penalizadas A dire o da loja n o pensa no ser humano muito menos no trabalhador N o vamos aceitar que as Americanas ou qualquer outra empresa usem na sua cadeia produtiva trabalho escravo Vamos continuar denunciando disse o diretor de rela es Sindicais da institui o O Sindicato dos Comerci rios de S o Paulo protestou nesta quinta feira em frente a uma unidade das lojas Pernambucanas no centro da capital paulista ap s a divulga o de den ncias de trabalho an logo escravid o na cadeia produtiva da rede N s temos esse compromisso em toda e qualquer situa o que aparenta situa es graves como essa de fazer manifesta es para conscientizar a sociedade disse o presidente do sindicato Ricardo Patah Como as Pernambucanas se recusaram a assinar u
88. escravo quer submetendo o a trabalhos for ados ou a jornada exaustiva quer sujeitando o a condi es degradantes de trabalho quer restringindo por qualquer meio sua locomo o em raz o de d vida contra da com o empregador ou preposto artigo 149 a O PL 3842 12 retira os termos jornada exaustiva condi es degradantes de trabalho e preposto o chamado gato e inclui a necessidade de amea a coa o e viol ncia para a caracteriza o do trabalho escravo C MARA aprova PEC do Trabalho Escravo cit PROJETO define o conceito de trabalho an logo ao de escravo Dispon vel em lt http www2 camara gov br agencia noticias DIREITOS HUMANOS 417736 PROJETO DEFINE O CONCEITO DE TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO html gt Acesso em 20 jun 2012 217 7 3 Lei estadual paulista sobre trabalho escravo O Poder Executivo Federal a principal inst ncia nacional tanto no que diz respeito aos programas e pol ticas de combate ao trabalho escravo quando na proposi o de legisla o espec fica sobre o tema Mas sob a tica legislativa nada obsta que os poderes Estadual e Municipal possam elaborar Leis e outros instrumentos legais normatizando o tema Nesse sentido o governo estadual paulista promulgou em 28 de janeiro de 2013 a Lei de n 14 946 2013 dispondo sobre a cassa o da inscri o no cadastro de contribuinte do imposto sobre opera es relativas circula o de mercadorias e
89. fechar suas portas por causa desta condi o 264 ceifa postos de trabalhos diretos e indiretos que desaparecem tamb m injustamente A sexta mensagem diz respeito a um aspecto geralmente oculto nas discuss es de trabalho escravo e trabalho for ado diante do material pesquisado ficou claro que a explora o da m o de obra ocorre principalmente por interesse econ mico Dessa maneira acredita se que a explora o do trabalho humano ainda est longe de ser erradicada no Brasil caso n o haja mais esfor os de natureza preventiva n o s combatendo a explora o do trabalho mas tamb m fortalecendo e dando condi es econ micas financeiras e tribut rias para as empresas criarem mais e melhores empregos conforme proposto no 2 Plano Nacional para Erradica o do Trabalho Escravo criado pela Conatrae amplamente explorada no cap tulo 8 2 desta tese Nesta dire o da preven o deve se insistir na dissemina o do conceito de Trabalho Decente nos moldes propostos pela OIT e apresentados no cap tulo 3 desta tese A mensagem final que devemos inserir a explora o do trabalho como uma das formas mais degradantes de tratamento do ser humano devendo ser combatido em todas as suas formas e com todas as armas dispon veis Acreditamos contudo que as medidas tomadas devem ser cautelosas fazendo se justi a para todos os intervenientes devem ser prudentes e negociadas entre todos os atores sociais uma vez que
90. fostes estrangeiros no pa s do Egito N o afligireis a nenhuma vi va ou rf o Se o afligires e ele clamar a mim escutarei o seu clamor minha ira se ascender e vos farei perecer pela espada vossas mulheres ficar o vi vas e vossos filhos rf os Livro dos Prov rbios Antigo Testamento Cap tulo 25 vers culos 21 22 Escrito pelo Rei Salom o Se teu inimigo tem fome d lhe de comer se tem sede d lhe de beber assim amontoas brasas sobre sua cabe a e Jav te recompensar Tratado das Leis Marcus Tullius Cicero em 52 a C A semelhan a entre os homens manifesta se n o s pelas qualidades mas tamb m pelos defeitos Na verdade qual a na o que n o aprecia a cortesia a amabilidade a gratid o Qual n o despreza e odeia os orgulhosos os maus os cru is os mal agradecidos A Cidade de Deus no Livro XIX Cap 12 Paz Suprema e Aspira o dos Santo Agostinho Quem quer que repare nas coisas humanas e na natureza delas reconhecer comigo que assim como n o h ningu m que n o queira sentir alegria assim tamb m n o h ningu m que n o queira ter paz Seres Por isso os bandoleiros procuram estar em paz entre si para alterar com mais viol ncia a paz dos outros 8Eonte UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Dispon vel em lt www uff br peteconomia pages codigo de hamurabi 001 doc gt SHAY Micheline R Org Direito
91. gico a elabora o do Quadro 3 que se segue Contudo o documento legal de refer ncia o mesmo que disp e sobre aquela forma de definir o trabalho humano Quadro 3 Um comparativo da legisla o brasileira de combate ao trabalho escravo e trabalho for ado Documento Trabalho For ado Trabalho Escravo Constitui o Federal N o faz men o diretamente Art 1 Ill e IV versam sobre a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho como fundamento deste pa s Art 4 ll e III preveem a preval ncia dos direitos humanos e da autodetermina o dos povos no mbito internacional Art 5 Caput e Ill XLI todos s o iguais perante nosso ordenamento jur dico indica princ pios que n o devem ser violados como o inciso Ill que reza que ningu m ser submetido a tortura e a tratamento desumano ou degradante o inciso XLI trata da puni o a qualquer discrimina o atentat ria aos direitos e liberdades fundamentais Art 170 Ill a exist ncia digna de todos deve seguir os princ pios da fun o social da propriedade Art 186 Ill e IV cumprimento da fun o social na propriedade rural nos incisos Ill e IV trata se da observ ncia das disposi es regulamentadoras das rela es de trabalho e do favorecimento do bem estar dos propriet rios e trabalhadores Conven es Pactos Tratados Internacionais Conven o da OIT n 29 sobre Trabalho For ado ou
92. hist ricos te ricos e conceituais Sob a tica do desenvolvimento desta tese se faz necess rio que a aplicabilidade da dignidade da pessoa humana como princ pio fundamental seja analisada Assim veremos no cap tulo 9 exemplos desta aplicabilidade os quais fortalecer o a necessidade de garantir legalmente a vig ncia destes direitos Analisaremos tr s casos de a es pr ticas do Minist rio do Trabalho em oficinas de costuras na cidade de S o Paulo As chamadas blitze s o importantes pois atendem ao fundamento do artigo 1 da Rep blica Federativa SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 cit 2008 p 39 Sd A eficacia dos direitos fundamentais cit p 111 112 189 do Brasil em busca de garantir a dignidade da pessoa humana na medida em que fiscais do trabalho in loco buscam a aplicabilidade imediata do cumprimento dos preceitos da pr pria dignidade e fun o social do trabalho que preocupa e interessa a toda coletividade Os casos a serem analisados ser o os resultados das blitze realizadas nas Lojas Marisa S A na Empresa Zara Brasil e por fim na empresa Anselmo Richard Calizaya Luciana ME nome fantasia A amp A A import ncia de tal an lise encontra se nos resultados que o MTE e MPT obtiveram com essas blitze e nos documentos por eles gerados na busca do resgate e da preserva o da dignidade dos trabalhadores 190 6
93. interior como principalmente trouxeram a quest o trabalhista vinculada a princ pios de modo direto ou indireto Conforme a teoria da efic cia indireta ou mediata dos direitos fundamentais existentes nas rela es privadas demonstra a Constitui o possui valores intr nsecos em seus artigos que acabam por influenciar regras e princ pios de Direito Privado configurando o aparecimento destes somente de forma reflexiva Assim os princ pios constitucionais servem de apoio no momento da interpreta o das cl usulas gerais e dos conceitos indeterminados observando se os princ pios pr prios de Direito Privado Em s ntese podemos inferir sobre os direitos fundamentais na Constitui o Federal de 1988 onde os princ pios da dignidade da pessoa humana da prote o da valoriza o do trabalho e emprego entre outros fazem diferen a em rela o a toda hist ria pregressa do constitucionalismo brasileiro fortalecendo o Direito do Trabalho em meio evolu o ocorrida nas Constitui es passadas Assim esse pice de afirma o constitucional est caracterizado na Constitui o de 1988 onde todos esses princ pios bem como outros tamb m relevantes espalhados pelo corpo constitucional conferem um car ter distintivo desta constitui o perante as demais outrora existentes Evidentemente alguns princ pios tais como justi a social submiss o da propriedade sua fun o socioambiental dignidade da pessoa humana
94. m o de obra e o sal rio recebido pelo trabalhador muito maior no mercado de trabalho tempor rio agr cola do que no mercado de trabalho urbano uma vez que v rios de seus componentes como os que decorrem da ilegalidade do empreiteiro s o espec ficos do mercado de trabalho agr cola Esses impostos que aumentam tremendamente o custo da m o de obra para o empregador podem n o ter o m nimo significado para o trabalhador agr cola mesmo no futuro Isso leva o trabalhador agr cola a perceber menos esses direitos de uma maneira totalmente diversa da forma como entendida pelo trabalhador urbano tornando o mais disposto a abrir m o deles em troca de um sal rio maior hoje Em outros termos como o mercado de trabalhador no mercado sazonal agr cola tem atividade intermitente e muita incerteza com rela o sua volta os encargos cobrados do empregador s o menos apropriados por eles trabalhadores no futuro tornando os mais vulner veis em aceitar as promessas do gato ou do empreiteiro que disso se aproveitam Como a atividade de empreiteiro ilegal mas que dela n o pode fugir o propriet rio rural este para compensar os riscos aumenta a taxa de retorno requerida por esta atividade que REZENDE Gerv sio Castro de KRETER Ana Cec lia Existe realmente trabalho escravo na agricultura brasileira cit p 102 158 conseguida pelo aumento do pre o da empreitada ao fazendeiro mais
95. macaco em homem Usavam se antes as m os apenas para tarefas como recolher e sustentar alimentos construir ninhos nas rvores construir telhados entre os ramos empunhar garrotes com os quais se defendem de seus inimigos ou para bombarde los com frutos e pedras Nossos ancestrais ao descerem das rvores e ficarem eretos teriam aos poucos treinado suas m os para novas tarefas apesar de nesse per odo de transi o as fun es serem bastante simples mas com o decorrer do tempo passam a evoluir e adquirir mais destreza e habilidade e essa nova caracter stica de flexibilidade adquirida transmitida de gera o a gera o ENGELS Friedrich Sobre o papel do trabalho na transforma o do macaco em homem 1876 In ENGELS Friedrich MARX Karl Obras escolhidas S o Paulo Alfa Omega s d v 2 p 269 Pd Ibid p 269 270 30 Assim de acordo com Engels a m o produto do trabalho e esse longo z processo assinalado pela adapta o a novas fun es pela transmiss o heredit ria do aperfei oamento especial assim adquirido pelos ossos pela aplica o sempre renovada dessas habilidades transmitidas a fun es novas e cada vez mais complexas Engels dialoga com Darwin al m da quest o da hereditariedade 28 ratificando a Lei de Correla o de Crescimento segundo a qual certas formas das diferentes partes dos seres org nicos sempre est o ligad
96. mais de 60 mil ndios sem contar as v timas do sert o que foi outro fator que atrasou a escraviza o dos ndios A terr vel onda de fome no Nordeste e a grande perda de bra os foi resultado da morte da popula o ind gena que se dedicava a plantar g neros aliment cios Em 1758 foi determinada a liberta o definitiva desta popula o por parte da Coroa entretanto na realidade a escravid o ind gena fora abandonada muito antes em raz o das dificuldades apontadas e pela exist ncia de uma solu o alternativa o trabalho escravo do negro africano 2 4 A escravid o dos negros no Brasil os prim rdios e a consolida o da pr tica A partir da d cada de 1570 foi estimulada a importa o de africanos for ando a Coroa a tomar medidas por meio de v rias leis para tentar evitar o mortic nio e a escraviza o desenfreada dos ndios Por conta da exist ncia de FAUSTO Boris op cit p 49 Id Ibid p 50 42 ressalvas nas leis estas eram burladas com facilidade Escravizaram ndios como resultado de guerras justas ou por modo de puni o pela pr tica de antropofagia A esse respeito interessa demonstrar o destino de Francisco Pereira Coutinho donat rio da Capitania da Bahia que foi morto e devorado pelos ndios Tupinamb s Ademais de acordo com os principais autores aqui mencionados os ndios eram ainda escravizados pelo resgaste isto a compra de ind genas prisioneiros de outras
97. n o geram efeitos apenas no plano trabalhista mas tamb m geram repercuss es para as reas jur dica econ mica social e cultural atingindo de maneira irrestrita toda a rea de influ ncia trabalhista da exist ncia humana e social z A valoriza o do trabalho um dos princ pios fundamentais de nossa Constitui o pois reconhecida a necessidade do trabalho como um dos instrumentos relevantes de afirma o do ser humano no aspecto de sua individualidade e de sua inser o familiar e social A principal import ncia do trabalho na vida pessoal e social de grande maioria da popula o considerada pela Constitui o como princ pio de estrutura o da Ordem Social e Econ mica do Pa s O trabalho em especial tem sido aquele mais regulado com as devidas garantias legais ao obreiro considera se o mais importante ve culo de inser o social das pessoas em uma sociedade capitalista sendo portanto indispens vel instrumento de consolida o da Democracia 173 Dessa maneira entende se que a democracia baseia se no poder concedido queles que n o s o detentores de riqueza ou seja o trabalho acaba por assumir o papel de principal agente garantidor do poder social m nimo em face da grande massa populacional Assim entende se que a atual Constitui o repele a possibilidade da sobreviv ncia da democracia sem um sistema econ mico social que aprecie por meio do trabalho e da participa o do ser humano
98. n o lhes fora poss vel em virtude das revoltas e perturba es caracter sticas da vida pol tica brasileira at aquela data Sem a boa vontade das autoridades brasileiras claro que todos os esfor os brit nicos seriam insuficientes para a consecu o do objetivo em vista a menos que se fizesse a ocupa o de fato do territ rio brasileiro Por outro lado certo que a press o brit nica impelira o Brasil a caminhar na dire o desejada Seus l deres sabiam que nenhum governo ter longa dura o se n o for capaz de impedir a viola o dos direitos nacionais 2 7 A aboli o da escravatura Para a maior parte do mundo ocidental o s culo XIX representou a era das emancipa es uma vez que a escravid o e as demais formas de trabalho SILVA Marcello Ribeiro Trabalho an logo ao de escravo rural no Brasil do s culo XXI novos contornos de um antigo problema 2010 Disserta o Mestrado Universidade Federal de Goi nia UFG Goi nia 2010 p 105 RODRIGUES Jaime op cit p 45 GRAHAM Richard Brasil Inglaterra 1831 1889 In HOLANDA Sergio Buarque de Coord Hist ria geral da civiliza o brasileira o Brasil mon rquico decl nio e queda do Imp rio Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2004 t 2 v 6 p 169 170 53 for ado como a servid o foram condenadas e erradicadas em v rias partes da Europa R ssia e das Am ricas Desde o final do s culo XVIII na Europa
99. o porque sempre haver meios de fazer as despesas de o trabalhador ultrapassar seus magros sal rios G neros caros somente o propriet rio pode fornec los porque os centros urbanos est o longe E quando isto ainda n o basta um h bil jogo de contas que a ignor ncia do seringueiro analfabeto n o pode perceber completar a manobra Enquanto deve o trabalhador n o pode abandonar seu patr o credor existe entre os propriet rios um compromisso sagrado de n o aceitarem a seu servi o empregados com d vidas com outro e n o saldadas PRADO JUNIOR Caio Hist ria econ mica do Brasil 3 ed S o Paulo Brasiliense 1953 p 244 apud IANNI Octavio Origens agr rias do Estado brasileiro S o Paulo Brasiliense 1984 p 232 238 63 Nos dias atuais observando a rea rural a servid o por d vida ainda persiste no Brasil vitimando trabalhadores geralmente em locais com baixo desenvolvimento e ou trabalhadores com grande necessidade financeira que trabalham muito longe de onde residem Estes trabalhadores s o encontrados pelos chamados gatos ou seja empreiteiros contratados pelos donos de fazendas onde com a falta de fiscaliza o do governo local e Estatal e tamb m com o aux lio dos donos de pens es e empres rios do ramo dos transportes recorrem chamada desterrioriza o do trabalhador fen meno que efetiva o trabalho an logo ao de escravo no meio rural Por vezes estes trabalhadores s
100. o Industrial que efetivamente provocou crescimento econ mico tamb m aumentava cada vez mais a desigualdade na reparti o da riqueza Diante desse quadro o liberalismo na Economia representado n294 sobremaneira pelas ideias de Adam Smith n o conseguia mais sustentar que a concorr ncia maximiza o desenvolvimento econ mico e que os benef cios do desenvolvimento seriam partilhados por toda a sociedade 2CORREIA Marcus Orione Gon alves op cit p 305 325 SPINTO Jos Augusto Rodrigues O trabalho como valor Revista LTr S o Paulo ano 64 n 12 p 1489 dez 2000 294A primeira grande obra de Economia Pol tica foi o livro Riqueza das Na es de Adam Smith que adotava uma atitude liberal Apoiava o n o intervencionismo pois acreditava que o intervencionismo prejudicava mais do que beneficiava a atividade econ mica A desigualdade vista como um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento logicamente os pobres querem ficar ricos e atingir o n vel das classes ricas e mais beneficiadas sendo uma condi o fundamental para que as pessoas se mexam e tentem atingir n veis melhores de vida Sua grande contribui o para o Pensamento Econ mico exatamente a chamada Teoria da M o Invis velonde para ele todos aplicam o seu capital para que ele renda o mais poss vel a pessoa ao fazer isto n o tem em conta o interesse geral da comunidade mas sim o seu pr prio interesse neste sentido ego st
101. o de escravos onde em suas prescri es lan avam m o de argumentos para a necessidade de os senhores se BETHELL Leslie A aboli o do trafico de escravo no Brasil a Gr Bretanha o Brasil e a quest o do trafico de escravos 1807 1860 Tradu o de Vera Nunes Pedrosa Rio de Janeiro Express o e Cultura S o Paulo Ed Universidade de S o Paulo 1976 p 151 254 RODRIGUES Jaime op cit p 52 87 GOMES Fl vio dos Santos Hist rias de Quilombolas Mocambos e Comunidades de Senzalas no Rio de Janeiro s c XIX Rio de Janeiro Arquivo Nacional 1995 O Manual elaborado por Taunay extremamente rico em detalhes de como o agricultor deveria tratar o escravo negro sendo um documento mpar em mat ria de como organizar a administra o da escravid o Apesar disto parece n o ter tido a difus o compat vel com a dimens o de sua import ncia Achamos conveniente incluir esses ensinamentos nesta tese raz o pela qual esta se o faz uso intenso da referida obra 45 precaverem contra o aumento de pre os dos escravos que ocorreria a partir do inevit vel fim do tr fico transatl ntico Para tanto ambos propuseram uma estrat gia que repousava no est mulo reprodu o dos escravos atrav s de uni es est veis ou melhoria do tratamento concedido s pretas gr vidas e aos rec m nascidos entre outras O Manual do Agricultor Brasileiro de Taunay trouxe um pensamento mais met dico e organi
102. o declarar la paz y se garantizan numerosos derechosindividuales y colectivos En estas Cortes adem s de ampliar losFueros de Alfonso V de Le n delafio 1020 se promulgaronnuevasleyes destinadas a proteger a losciudadanos y a sus bienes contra los abusos y arbitrariedades del poder de losnobles del clero y delpropio Rey Este importante conjunto de decretos ha sido calificadoconelnombre de Carta Magna Leonesa CORTES de Le n de 1188 Dispon vel em lt http es wikipedia org wiki Cortes de Le C3 B3n de 1188 gt MAGNA CARTA Magna ChartaLibertatum 1215 A ideia de direitos humanos h muito tempo j existia na Europa por m costuma se afirmar que foi com o Rei John Landless da Inglaterra e sua Magna Carta Great Charter 1215 que surgiu o embri o do que seriam os Direitos Humanos N o que esse documento tratasse especificamente disso mas havia men es liberdade da Igreja em rela o ao Estado embora de maneira nenhuma consagrasse a toler ncia religiosa e igualdade do cidad o perante a Lei Com efeito o par grafo 39 declarava Nenhum homem livre poder ser preso detido privado de seus bens posto fora da lei ou exilado sem julgamento de seus pares ou por disposi o da lei O Rei John foi pressionado a assinar a Carta Magna para evitar as constantes viola es s leis e aos costumes da Inglaterra A partir de ent o a sucess o heredit ria de bens foi permitida a todos os cidad os livres assim como fi
103. o do trabalhador no mercado de trabalho com todos os direitos garantidos Sob a tica da praticidade o MPT busca entre outras atividades a erradica o do trabalho escravo que uma de suas a es priorit rias al m de reduzir o n mero de trabalhadores em situa o de vulnerabilidade para o trabalho em condi es an logas de escravo e de trabalhadores resgatados reincidentes em empregos que oferecem tais condi es Visando a obten o de maior efici ncia e efic cia no alcance desses objetivos O MPT criou o Programa Nacional Resgatando a Cidadania Esse projeto tem como principal objetivo o de promover e garantir pol ticas de inclus o ou reinclus o dos trabalhadores egressos do trabalho escravo e ou em situa o de vulnerabilidade no mercado de trabalho e ainda garantir a verdadeira liberta o do obreiro a partir da melhora de sua empregabilidade com a oferta de cursos de qualifica o t cnico educacional O projeto foi idealizado a partir de uma experi ncia positiva de projeto similar desenvolvido no Mato Grosso desde 2008 em parceria com a SRTE MT e Secretarias do Governo Estadual do Mato Grosso no qual os trabalhadores egressos recebem qualifica o profissional e consequente reinser o no mercado de trabalho Ele tem como uma das principais finalidades evitar que trabalhadores j resgatados em a es anteriores retomem o trabalho realizado em condi es degradantes assim como qualificar outros trabal
104. o obrigados a sair da cidade onde residem para trabalhar em outra cidade ou unidade da federa o do pa s o que acaba tornando os mais vulner veis a este tipo de explora o por n o conhecerem o local em que prestar o seus servi os de m o de obra Devemos lembrar que estes gatos cobram pelo transporte at o novo local de trabalho e este trabalhador fica respons vel por arcar com o pagamento do transporte de volta ao conv vio de sua fam lia Estes trabalhadores tamb m n o possuem v nculos com os sindicatos e comunidades locais que representa que o gato seu nico ponto de refer ncia Estes trabalhadores jovens ou de meia idade tamb m n o s o bem vistos pelos trabalhadores nativos da regi o em que v o prestar sua m o de obra por vezes s o considerados concorrentes estranhos estere tipos b bados e arruaceiros Foi em 1850 que ocorreu um dos primeiros exemplos de servid o por d vidas no Brasil no caso da empresa Vergueiro amp Cia de propriedade do Senador Nicolau de Campos Vergueiro que importou centenas de imigrantes alem es portugueses e su os para trabalharem como parceiros na fazenda Ibicaba em Limeira S o Paulo Eles foram contratados com a promessa de que teriam o seu pr prio transporte de seus familiares e a manuten o paga como forma de adiantamento at a primeira colheita da safra de caf 128VELLOSO Jo o Gustavo Vieira Sobre o tratamento jur dico dado ao trab
105. o ou de receber do Estado a indeniza o de 600 000 ou de utilizar se dos servi os do menor at a idade de 21 anos completos FURTADO Celso M op cit p 136 CONRAD Robert Os ltimos anos da escravatura no Brasil 1850 1888 2 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1978 ALBUQUERQUE Wlamyra R de op cit 55 Fato in dito por essa Lei o Estado se intrometia na rela o senhor escravo configurando a primeira oposi o do Rei em rela o aos Bar es dessa maneira os negros foram reconhecidos por uma Lei que acabara de surgir ap s tantos anos na busca de seus direitos a saber o direito ao pec lio possibilitando ao escravo comprar sua alforria Mas a grande inova o da Lei do Ventre Livre foi possibilitar ao cativo acionar a justi a no caso de seu senhor se recusar a lhe conceder a alforria de modo que representado por um Curador poderia se dirigir a um Juiz Municipal e ingressar com uma a o de Liberdade quebrando deste modo o jugo da vontade dos senhores referente s alforrias concedidas dessa maneira a partir de 1871 em todo o Brasil in meras a es ingressaram na justi a a fim de ser concedida reconhecida sua liberdade A Lei do Ventre Livre abriu perspectivas importantes para muitos escravos usando a lei para denunciarem maus tratos castigos f sicos e a escravid o ilegal independentemente da defici ncia do governo em fazer valer os direitos dos ing nuos Mudan a
106. obriga es negativas e imposi o de condutas como ocorre na venda de bebidas para menores de idade A efic cia horizontal conhecida por efic cia privada ou por efic cia em rela o a terceiros demonstra preocupa o na aplica o dos direitos fundamentais entre os particulares Pode se entender tamb m que a aplicabilidade dos direitos fundamentais entre os particulares diferente da aplicabilidade nas rela es onde a participa o do Poder P blico existente O art 1 da Declara o de Virg nia em 1776 entendeu que todos entre homens e mulheres s o de forma igualit ria livres e independentes e tamb m possuem direitos dos quais n o podem abandon los como por exemplo o direito de gozar a vida e a liberdade Diferente ideia foi exposta na Declara o Francesa de 1789 onde seu fim seria a perman ncia dos direitos fundamentais direitos imprescrit veis e naturais Embora o fen meno da constitucionaliza o do Direito do Trabalho tenha tido in cio em meados do s culo XX somente ap s a Segunda Guerra Mundial com as novas constitui es da Fran a Alemanha e It lia que a no o de direitos fundamentais do trabalho se consolidou Essas Constitui es relativamente recentes n o somente ampliaram a inser o de regras trabalhistas em seu OMARINONI Luiz Guilherme T cnica processual e tutela dos direitos S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 2004 p 168 Id Ibid 172
107. obtermos cereais e comermos e para ficarmos vivos E havia os que diziam Estamos dando nossos campos e nossos vinhedos e nossas casas em penhor para obtermos cereais durante a escassez de v veres BELIS RIO Luiz Guilherme A redu o dos trabalhadores rurais condi o an loga de escravo um problema de direito penal trabalhista S o Paulo LTr 2005 p 85 SANTOS Ronaldo Lima A escravid o por dividas nas rela es de trabalho no Brasil contempor neo Revista do Minist rio P blico do Trabalho Brasilia ano 13 n 26 p 47 66 set 2008 3SCHWARZ Rodrigo Garcia Trabalho escravo a aboli o necess ria S o Paulo LTr 2008 p 89 ANDRESON Perry Passagens da antiguidade ao feudalismo Tradu o de Beatriz Sidou 5 ed S o Paulo Brasiliense 1994 p 21 Os livros de Esdras e de Neemias formavam um s Livro de Esdras na B blia Hebraica e na vers o grega dos Setenta Como esta vers o recolhia tamb m o livro ap crifo grego de Esdras e lhe dava o primeiro lugar 1 Esdras o livro de Esdras Neemias era denominado 2 Esdras Na poca crist foi dividido em dois A Vulgata latina adotou essa divis o em 1 Esdras Esdras e 2 Esdras Neemias reservando ao ap crifo grego a designa o de 3 Esdras A designa o dos dois livros a partir das respectivas personagens principais Esdras e Neemias mais recente mas foi assimilada mesmo nas edi es impressas da B blia massor tica VEND
108. of Economic and Social Affairs Office for ECOSOC Support and Coordination 2006 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Dispon vel em lt www uff br peteconomia pages codigo de hamurabi 001 doc gt VALLE Jo o Ed nio Reis Vida religiosa e primeira evangeliza o li es do passado In NOVA EVANGELIZA O E VIDA RELIGIOSA Assembleia Geral Ordin ria da CRB 1989 Rio de Janeiro Rio de Janeiro CRB 1989 VALTICOS Nicolas Derecho internacional del trabajo Madrid Tecnos 1977 VELHO lvaro Descobrimento das ndias o di rio da viagem de Vasco da Gama Introdu o e notas explicativas do jornalista Eduardo Bueno Rio de Janeiro Objetiva 1998 VELLOSO Jo o Gustavo Vieira Sobre o tratamento jur dico dado ao trabalho escravo o movimento de descrimina o Revista Brasileira de Ci ncias Criminais S o Paulo v 14 n 59 p 90 127 mar abr 2006 VENDRAME Calisto A escravid o na B blia S o Paulo tica 1981 VIANA M rcio T lio Trabalho escravo e lista suja um modo original de se remover uma mancha Revista LTr S o Paulo ano 71 n 8 p 925 938 ago 2007 VIEIRA Jorge Ant nio Ramos Trabalho escravo quem o escravo quem escraviza e o que liberta Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regi o v 37 n 72 p 83 88 jan jun 2004 288 WROBLESKI Stefano Justi a absolve Lojas Marisa em caso de trabalho escravo Rep rter Brasil 01 02 2013 Dispon vel em lt http r
109. opera es se classifiquem como industriais ou comerciais 134 A celeuma girava em torno do crit rio de caracteriza o do trabalhador rur cola onde a CLT fundava se no m todo de trabalho e na finalidade das atividades que o empregado estivesse envolvido contra o previsto na Lei 5 889 73 e na Lei 4 214 63 onde o enquadramento ou n o do trabalhador segue o enquadramento do seu empregador Hoje est resolvida tal diverg ncia O enquadramento ou n o do trabalhador segue a regra geral do Direito do Trabalho o segmento da atividade do empregador consolidada na S mula 196 do STF 196 Ainda que exer a atividade rural o empregado de empresa industrial ou comercial classificado de acordo com a categoria do empregador A jurisprud ncia trouxe exce o regra geral quanto s empresas de florestamento e reflorestamento que enquadradas jur dica e administrativamente como empresas urbanas seus empregados ser o tidos como rur colas desde que efetivamente exer am atividades rurais A Orienta o Jurisprudencial n 38 SDI I TST fixa um segundo crit rio relevante a ser aferido combinadamente ao primeiro j exposto enquadramento do empregador o local de presta o laborativa 38 Empregado que exerce atividade rural Empresa de reflorestamento Prescri o pr pria do rur cola Lei n 5 889 de 8 6 1973 art 10 e Decreto no 73 626 de 12 2 1974 art 2 8 4 O empregado que traba
110. os resultados de um tratamento fundamentado em posi es ideol gicas podem ser catastr ficos caso por exemplo uma not cia seja distorcida em rela o verdade causando uma grande inseguran a jur dica Estabelecemos ao final nossa clara mensagem sobre o interesse maior desta Tese pelo fim do trabalho escravo e trabalho for ado em todas as suas formas mas com Justi a Social para todos os intervenientes 265 REFER NCIAS ABREU L lia Leonor Trabalho escravo contempor neo praticado no meio rural brasileiro abordagem s cio jur dica Justi a do Trabalho Porto Alegre v 20 n 239 p 40 54 nov 2008 AGOSTINHO Santo A Cidade de Deus Tradu o de Oscar Paes Leme introdu o Padre Riolando Azzi S D B S o Paulo Ed das Am ricas Edmarei 1964 T tulo do original De Civitate Dei ALBUQUERQUE Wlamyra R de Uma hist ria do negro no Brasil Bras lia Centro de Estudos Afro Orientais Funda o Cultural Palmares 2006 ALENCASTRO L F de A desmem ria e o recalque do crime na pol tica brasileira In NOVAES Adauto Org O esquecimento da pol tica Rio de Janeiro Agir 2007 ALEXY Robert Teoria de los derechos fundamentales Madrid Centro de Estudos Pol ticos y Constitucionales 2002 ALVES Jos Carlos Moreira Direito romano Rio de Janeiro Forense 2004 AMOUSSOU Bertin C tude nationale pour l identification des obstacles de la mise en oeuvre effective des pr ncipes et droits
111. participa o da Igreja no projeto de coloniza o de Portugal trouxe em seus navios juntamente com os desbravadores sacerdotes que tinham a miss o prec pua de expandir a f cat lica a esse novo mundo onde encontraram sociedades nativas com costumes totalmente diversos Nas palavras do antrop logo L vi Strauss os europeus encontraram outra humanidade e a sociedade europeia teve problemas na forma de lidar com o elemento nativo americano e em um primeiro momento muitos acreditam que eles n o teriam alma depois passam a entender que seriam pessoas puras necessitadas de receber o Evangelho outros ainda pensavam que deveriam ser tratados como os mouros o que levou a Igreja Cat lica a questionar e debater modos de como lidar com esse novo sujeito de modo que muitos livros foram escritos sobre o nativo ndio A sociedade europeia acreditava que os ndios n o tinham alma que eram inferiores e que poderiam ent o ser tratados como coisa e escraviz los e explor los outros ainda os tratavam da mesma maneira que os africanos pois algumas tribos eram canibais e realizavam sacrif cios humanos justificando assim uma Guerra Justa Quando os portugueses avan aram sobre o litoral da frica a escravid o dos africanos j era uma pr tica pelas pr prias tribos do continente muitas tribos vendiam seus escravos e trocavam por aguardente de cana fumo fac es tecidos espelhos etc real
112. plantio dos alimentos Essa transforma o conhecida como revolu o agr cola ocorreu inicialmente no Oriente M dio banhado pelos rios Tigre Eufrates Nilo e Jord o Outros autores acreditam que a escravid o surgiu por volta do ano 3 000 a C no Egito e no Sul da Mesopot mia Durante os anos 3 000 a 2 000 a C Perry Anderson relata em sua obra que o sistema escravista expandiu para outros pa ses da regi o tais como o Vale dos rios Indo Acaar e Ur J no per odo de 2 000 a 1 000 a C o escravismo atingiu a Ass ria a Fen cia a P rsia a ndia e a China enquanto na Europa afirma o autor a escravid o intensificou se por volta de 800 a 500 a C na Gr cia e de 500 a 300 a C em Roma Entre os textos b blicos judeus aparecem registros de trabalho escravo por d vida em Israel no livro de Neemias Devido fome e s altas taxas de impostos muitos trabalhadores e pequenos propriet rios israelitas estavam submetidos situa o de escravos e por conta disso colocavam seus filhos e suas filhas a servi o de credores hipotecavam suas casas campos de planta o chegando at mesmo a vender seus filhos e filhas a fonte principal para n o z dizer a nica de escravid o de israelitas constitu da por fatores de ordem econ mica o estado de mis ria e insolv ncia que justifica a venda da pessoa humana E havia os que diziam Estamos dando nossos filhos e nossas filhas em penhor para
113. precisa em termos de prote o e reabilita o investir em servi os de apoio como abrigo e acesso assist ncia jur dica Deveria ainda fornecer algum tipo de ajuda financeira s v timas dessa experi ncia para se recuperarem mais r pido e reconstru rem suas vidas O governo deve tamb m fornecer programas de prote o testemunha para aqueles que s o v timas de trabalho escravo Outra recomenda o feita por Gulnara seria a de fortalecer as institui es envolvidas no combate ao tr fico de pessoas exemplificando que existe uma clara necessidade de treino t cnico abrangente ao judici rio oficiais de pol cia e da imigra o relativo Lei sobre tr fico e suas responsabilidades de identificar e proteger as v timas traficadas para explora o econ mica e de processar os traficantes O treinamento tamb m deve incluir oficiais locais estaduais e 101 federais a sociedade civil e a m dia para que eles possam identificar o trabalho escravo na ind stria de vestimenta Finalmente expressou sua opini o apoiando que esse treinamento seja concomitante com campanhas de conscientiza o que visem assegurar todos os seus direitos para que poss veis v timas estejam alertas 3 8 A Comunidade Europeia e a pol tica social contra o trabalho escravo 3 8 1 Principais elementos legislativos A Assembleia Geral das Na es Unidas adotou em 2000 a Conven o das Na es Unidas contra a Criminalidade
114. que faciltem aos que desejam 94 dirigir sua pr pria empresa evitando as de ca rem na informalidade em si um obst culo ao trabalho decente D e Elimina o gradual da pobreza como o trabalho decente D praticamente imposs vel de ser alcan ado onde impera a pobreza necess rio reduzi la por meio de pol ticas nacionais f Vontade pol tica preciso haver coer ncia pol tica que perceba as implica es fiscais e a necessidade de mobilizar recursos para um programa de trabalho decente que tem que apresentar sustentabilidade econ mica Sem a vontade e coer ncia pol tica o trabalho decente ser um objetivo desejado mas inalcan vel 3 4 Desdobramentos no Brasil do advento do conceito do trabalho decente Como resultado desse novo direcionamento dado pela OIT quest o do trabalho no mundo 34 chefes de Estado e de Governo do continente americano assinaram a Declara o e o Plano de A o de Mar Del Plata em 2005 comprometendo se a implementar pol ticas que estabele am o trabalho decente e as condi es de emprego de qualidade Conforme j afirmamos para que a filosofia do trabalho decente possa entrar em pr tica a OIT oferece assist ncia a seus membros e parceiros para que estes adotem as normas internacionais de trabalho al m de desenvolver pesquisas estudos e editar publica es sobre o mundo do trabalho No caso brasileiro o Governo Federal lan ou em 4 de maio de 2006
115. representar a cria o em todas as sociedades de um ambiente de seguran a econ mica b sica onde os agentes econ micos colaboram mutuamente para o surgimento de oportunidades de emprego e melhoria da seguran a econ mica e social Este conceito abrange seis dimens es que englobam as oportunidades de qualquer tipo de trabalho digno seja no mercado formal ou informal familiar ou assalariado a exist ncia de dignidade no trabalho e possibilidade de se associar em rg os que buscam os direitos dos trabalhadores a possibilidade de participa o nas decis es que sejam pertinentes a seu trabalho e ao ambiente onde este exerce suas atividades que o trabalho exercido seja gerador de renda e estimule a competitividade a promo o da equidade e aus ncia de qualquer tipo de discrimina o a elimina o do trabalho for ado e escravo al m da elimina o do trabalho infantil e por fim promo o da sa de e seguran a no ambiente de trabalho e concess o de aux lio aos dependentes Segundo j mencionado por Ghai o trabalho decente ajuda na busca de solu es uma vez que diante da vontade geral de todos se oporem ao trabalho for ado abolir o trabalho infantil a falta de liberdade inclusive sindical evitar a PGHAI Dharan Ed Decent work objectives and strategies cit 201 precariedade do trabalho assim como buscar o di logo social Dessa maneira mesmo que se trate de um conceito com ares de universal
116. revolu o industrial e as sociedades democr ticas no final do s culo XIX Le o XIII apoiava o direito dos trabalhadores formarem sindicatos mas rejeitava o socialismo e defendia os direitos propriedade privada Discutia as rela es entre o governo os neg cios o trabalho e a Igreja critica fortemente a falta de princ pios ticos e valores morais na sociedade progressivamente laicizada de seu tempo uma das grandes causas dos problemas sociais O documento papal refere alguns princ pios que deveriam ser usados na procura de justi a na vida social econ mica e industrial como por exemplo a melhor distribui o de riqueza a interven o do Estado na economia a favor dos mais pobres e desprotegidos e a caridade do patronato aos trabalhadores Em geral considerada como o pilar fundamental da Doutrina Social da Igreja 123 Diferentemente da Idade M dia e do Estado Absolutista onde o direito natural era ligado vontade de Deus e religi o a partir da escola 219 de Hugo Gr cio o Direito Natural passa a ser vinculado raz o seria ent o independente da exist ncia ou n o de Deus uma decorr ncia da exist ncia humana 220 Maquiave usou pela primeira vez na obra O Pr ncipe o termo Estado antes referido como polis comunidade e sociedade pol tica Em 221 continuidade Hobbes transforma essa teoria apoiando o poder dos reis n o mais em Deus mas em
117. ria para validar as f rias coletivas que poder o ser gozadas em at dois per odos anuais distintos desde que nenhum deles seja inferior a dez dias corridos 199 an logas s de escravo De tal modo nasceu em 16 03 2005 a Comiss o Parlamentar de Inqu rito destinada a apurar tais den ncias nas empresas sejam estas regulares ou irregulares Esta ficou conhecida como CPI Trabalho Escravo Segundo o relat rio da CPI da C mara dos Vereadores de S o Paulo publicado em 07 02 1996 onde com base em not cias divulgadas em jornais de grande renome apontou que existiam cerca de 60 mil bolivianos indocumentados na cidade de S o Paulo Al m disso o relat rio ainda indicava que estes trabalhadores estavam divididos em mais de 8 mil oficinas de costura ilegais que abastecem diversas lojas da cidade Os elementos que caracterizam a situa o an loga de escravo segundo o relat rio eram e Jornada exaustiva e Condi es degradantes de trabalho e Restri o do direito de locomo o e Reten o de documentos e ou objetos pessoais do trabalhador e Vigil ncia acirrada O relat rio concluiu que as mudan as propostas e necess rias na sociedade para a erradica o da condi o an loga de escravo depende do interesse e envolvimento de todos inclusive daqueles que se encontram nestas condi es bem como da gest o p blica por meio de atividades preventivas 6 5 Promo o do trabalho decent
118. rio proporcionar um relato verdadeiro completo e inteligente dos acontecimentos di rios dentro de um contexto que lhes d significado Considerando as informa es vinculadas sobre o tema podemos observar que uma parte da imprensa brasileira n o segue este ensinamento O exemplo mais recente foi o caso da rede de lojas Marisa onde a m dia em primeiro momento divulgou largamente que houve flagrante de escravid o em 398 oficinas de costura ligadas rede e ap s certo tempo divulgou se a absolvi o das Lojas Marisa perante a justi a brasileira Conclui se ent o que h o relevante papel da m dia para apoiar os agentes fiscalizadores para que estes possam concluir suas atividades de maneira satisfat ria e tamb m importante a divulga o das a es realizadas Contudo sem que se duvide dos interesses sociais da imprensa brasileira parece estar havendo situa es de algum sensacionalismo confundindo o leitor entre o que venha a ser cumprimento da legisla o trabalhista e enquadramento penal daqueles que de fato promovem a exist ncia de trabalho escravo cerceando a liberdade de ir e vir do cidad o A banaliza o do tema somente contribui para dificultar o entendimento do fen meno alimentando a tomada de decis es com base em argumentos pol ticos e ideol gicos Assim importante ressaltar que a m dia tem o dever de ser transparente no momento da divulga o dessas not cias devendo sim
119. s anos ou at completarem 65 anos e previa um aumento do Fundo de Emancipa o destinado a promover a imigra o Mesmo sendo uma lei de pouco efeito pr tico j que libertava 101 3 escravos que por sua idade tinham uma for a de trabalho pouco valiosa provocou grande resist ncia dos senhores de escravos e de seus representantes na Assembleia Nacional A promulga o dessa Lei buscou atender menos ao escravo e mais bancada dos conservadores e liberais escravocratas contando por isso com o apoio parcial de muitos deles para a sua aprova o Por m para os abolicionistas ela representou uma esp cie de vit ria de Pirro serviu somente para desacelerar o ritmo das mudan as na sociedade bem como retardou por mais tr s anos o fim da escravid o A aboli o contudo era irrevers vel nas duas ltimas d cadas da escravid o diante de um quadro crescente de fugas por vezes coletivas al m do aumento de quilombos de modo que em 13 de maio de 1888 foi promulgada a Lei n 3 353 pondo definitivamente fim escravid o A Lei urea como foi denominada n o continha mais que dois artigos e colocou fim a uma institui o de mais de tr s s culos no Brasil al m de determinar que os senhores n o fossem indenizados e n o previa qualquer forma de repara o aos ex escravos Veja se A Princesa Imperial regente em nome de Sua Majestade o Imperador o senhor D Pedro Il faz saber a todos os s
120. singularmente na autodetermina o consciente e respons vel da pr pria vida e que traz consigo a pretens o ao respeito por parte das demais pessoas constituindo se um m nimo invulner vel que todo estatuto jur dico deve assegurar de modo que somente excepcionalmente possam ser feitas limita es ao exerc cio dos direitos fundamentais mas sem menosprezar a necess ria estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos 2 Partindo se da premissa que a dignidade inerente vida Fl via Piovesan afirma que ROCHA C rmen L cia Antunes op cit p 83 HOBBES Thomas Leviat 2 ed S o Paulo Ed Martin Claret 2008 p 71 SOAZEVEDO Ant nio Junqueira de Caracteriza o jur dica da dignidade da pessoa humana Revista dos Tribunais S o Paulo v 91 n 797 p 12 mar 2002 s MORAES Alexandre de Direito constitucional 19 ed S o Paulo Atlas 2006 p 16 Id loc cit 184 Todo ser humano tem uma dignidade que lhe inerente sendo incondicionada n o dependendo de qualquer outro crit rio sen o ser humano O valor da dignidade humana se projeta assim por todo o sistema internacional de prote o Todos os tratados internacionais ainda que assumam a roupagem do Positivismo Jur dico incorporam o valor da dignidade humana Seu reconhecimento no sistema jur dico precede ao Estado Novamente nas palavras de Carmem L cia Antunes Rocha O sistema normativo de direito n o co
121. situa o de trabalho escravo ou degradante em territ rio nacional disponibilizar equipes m veis de fiscaliza o em n mero suficiente propor projeto de Emenda Constitucional para fortalecer as a es da integra o entre as a es da Pol cia e Pol cia Rodovi ria Federal na busca de ind cios para fortalecer futuras a es judiciais respeitando suas compet ncias estabelecidas em Lei fortalecer as estruturas f sicas e de pessoal do MPT e do MPF em busca de acabar com o aliciamento de m o de obra e consequentemente a erradica o do trabalho escravo Por fim visa tamb m a aprova o da altera o do art 149 do C digo Penal Brasileiro elevando a pena m nima de 2 para 4 anos quando algu m sujeitar outro a trabalho an logo ao de escravo A filosofia do referido plano seria o de Implementar uma pol tica de reinser o social de forma a assegurar que os trabalhadores libertados n o voltem a ser escravizados com a es espec ficas voltadas gera o de emprego e renda Garantir o acesso das pessoas resgatadas ao programa bolsa fam lia Buscar aprova o do Codefat de resolu o para destina o de fundos para financiamento de a es de gera o de emprego e renda em regi es com altos ndices de aliciamento para o trabalho escravo Bras lia Presid ncia da Rep blica Secretaria Especial dos Direitos Humanos Il Plano Nacional para a Erradica o do Trabalho Escravo Secretaria Especial dos
122. sobre estes fatos hist ricos De qualquer forma a ado o do seguro desemprego n o foi suficiente para reverter o quadro de preocupa o com o desemprego e a piora das condi es de trabalho que precederam a cria o da OIT 73 medidas de reforma social estaria em desvantagem em face aos demais pa ses ou ind strias que nada fizessem devido s consequ ncias destes resultados sobre o custo do trabalho e portanto da produ o Dessa maneira era necess rio que os pa ses do globo buscassem uniformizar a aplica o da legisla o trabalhista e prote o laboral com a finalidade que tal procedimento pudesse ser embutido no pre o final do produto de maneira a garantir que os padr es de competitividade se mantivessem equilibrados entre eles A Declara o de Filad lfia em 1945 remodelou os objetivos da Organiza o destacando que a OIT n o necessitaria limitar se somente aplica o de seus programas e objetivos estritos Esta reformula o permitiu tamb m tratar da falta das obriga es formais dos Estados parte derivados da ratifica o das conven es por exemplo aquelas referentes aos Direitos Fundamentais tais como o da a o contra a discrimina o e o da liberdade sindical 145 Para Evaristo de Moraes Filho a Declara o de Filad lfia permitiu e incumbiu a OIT de difundir e fomentar entre todos os pa ses e n o s nos Estados Parte programas que objetivassem a Plenitude do emprego
123. sub humano em virtude de contratos de natureza civil que formular com os terceirizados e ou quarteirizados tendo seu direito de defesa resguardado art 5 LV CF por onde imperioso destacar que inexiste Lei regulamentando a terceiriza o Nesse sentido somente pelas verbas trabalhistas daquele empregado que n o teve seus direitos reconhecidos concorrer subsidiariamente para o pagamento de penalidades Al m disso conforme se depreende na S mula 331 do TST n o h uma defini o clara quanto preocupa o com a dignidade do trabalhador raz o pela pp ANALTO Dispon vel em lt www planalto gov br ccivil 03 constituicao constitui C3 A7ao htm gt Acesso em 11 nov 2011 S mula n 331 do TST Fonte TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO S mulas do Tribunal Superior do Trabalho Dispon vel em lt http www3 tst jus br jurisprudencia Sumulas com indice Sumulas Ind 301 350 html gt Acesso em 12 jul 2012 204 qual h um limite para a responsabiliza o do tomador do servi o Assim por vezes os fiscais concluem erroneamente pela exist ncia de trabalho escravo ante a sua falta de defini o e seu elevado grau de subjetivismo pois n o existe para o fiscal o dever de eleger o real tomador de servi os j que s o direitos controvertidos Ademais ocorrendo para o trabalhador terceirizado e ou quarteirizado ou ainda no caso de um empregado informal um eventual reconhecimento de v nculo de empr
124. subsidies to eradicate these conditions despite of conceptual aspects wrong treatment even in the public sphere ideological positions or even lack of clarity in the definition of each of these concepts Seeking to achieve this goal this thesis is structured as follows it began with a historical review of slave labor in Brazil and worldwide then it described what has happened on the international scene in terms of slave labor and forced labor after that it included features of both considering their differences nowadays and highlighting the importance of the fundamental rights in the understanding of this differentiation In order to deep this discussion this work brought up the case of Bolivian immigrants in S o Paulo where it seems difficult to say exactly what it is forced labor or slave labor Then became involved in the revision of Brazilian legislation about the subject showed the position of the leading Brazilian institutions involved in the solution of the exploitation of human labor after revealing the extent of this problem in the Brazilian case Finally based on this material realized several of recommendations suggestions and subsidies to expand and improve the fight against forced labor and slave labor in Brazil whether in rural or urban areas Among these are stand out the discipline of terminology and standard of sentences in the sphere of the labor court the complement of the PEC in terms of clarity about what is
125. surgiram movimentos abolicionistas que exigiram o final definitivo do tr fico e o desaparecimento do trabalho escravo esses movimentos mudaram o posicionamento de v rios governos de grandes pot ncias em rela o escravid o em suas col nias de tal forma que em 1808 devido press o dos abolicionistas foi extinto o tr fico transatl ntico para as col nias inglesas do Caribe levando a extin o da escravid o nessas col nias em 1834 Como n o poderia deixar de acontecer tais movimentos chegaram ao Brasil deixando evidente que o pacto das grandes na es coloniais europeias em defesa da escravid o havia se rompido Outro acontecimento que teve grande repercuss o na elite escravista brasileira foi a Revolu o escrava no Haiti que fez com que durante todo o s culo XIX o haitianismo se tornasse um fantasma a atacar a ordem econ mico escravocrata Com a vis vel queda da popula o escrava nas cidades em algumas prov ncias ocorreu expressiva diminui o na popula o cativa em decorr ncia de uma demanda maior de trabalhadores nas lavouras de caf especialmente em S o Paulo e Rio de Janeiro levando as a ter menos compromisso com rela o manuten o da escravid o Ademais a proibi o do tr fico elevou os pre os dos escravos de maneira que possuir escravos era privil gio de poucos somente os mais ricos tinham condi es e alguns que tinham escravos procuraram vend los des
126. tica vigente 3 2 O surgimento da OIT como institui o de refer ncia na rea trabalho no cen rio internacional A OIT foi criada por recomenda o da Comiss o de Legisla o Internacional do Trabalho em 1919 na cidade de Paris e institu da pela Confer ncia da Paz por meio do Tratado de Versailles cuja Parte XIII disp s sobre a sua cria o e proferiu os princ pios gerais que deveriam guiar a pol tica da Sociedade das Na es no que tange ao tema trabalho 1 e tem como A OIT j no seu surgimento apresentou seis conven es meta promover a justi a social bem como respeitar os direitos humanos no mundo do trabalho Desde a sua cria o a OIT est convicta no princ pio registrado em sua Constitui o de que n o pode haver paz universal duradoura sem justi a social Ademais desde seu nascedouro identificou como principal fonte de justi a social o combate explora o do trabalho humano seja trabalho SUSSEKIND Arnaldo Conven es da OIT 2 ed ampl e atual S o Paulo LTr 1998 p 96 ld Ibid p 17 Estas Conven es foram referentes aos seguintes itens horas extras de trabalho na ind stria desemprego prote o da maternidade trabalho noturno das mulheres a idade m nima trabalho noturno dos menores na ind stria Fonte INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION Dispon vel em lt www ilo org gt 72 for ado seja trabalho escravo ou qualquer outra forma de degr
127. tomaram posse do solo vivem sob esse pequeno outeiro e ningu m que n o perten a fam lia pode pensar em unir se a eles Ningu m ali s tem o direito de priv los da terra que ocupam um t mulo entre os antigos jamais pode ser mudado ou destru do as leis mais severas o pro bem Eis portanto uma parte da terra que em nome da religi o torna se objeto de propriedade perp tua para cada fam lia A fam lia apropriou se da terra enterrando nela os mortos e ali se fixa para sempre O membro mais novo dessa fam lia pode dizer legitimamente Esta terra minha E ela lhe pertence de tal modo que lhe insepar vel n o tendo nem mesmo o direito de desfazer se dela O solo onde repousam seus mortos inalien vel e imprescrit vel A propriedade proprietas dominium inicialmente entendida como absoluta compreendia o direito de usar jus utendi gozar jus fruendi e abusar jus abutendi das coisas possibilitando ao propriet rio destruir a coisa caso quisesse Possu a car ter personalista opon vel a todos podendo ser assegurada por a o pr pria no jus civile que era a rei vindicatio 2020 Deus Termo era o deus que protegia os limites na Antiga Roma e era representado por um grande marco de pedra Segundo Gibbons uma lenda dizia que nem J piter p de venc lo O Deus Termo foi a princ pio representado sob a figura de uma grande pedra quadrangular ou de um tronco de rvore mais tarde deram lhe u
128. trabalham diretamente ligadas com o mercado consumidor devem assim respeitar certos crit rios sociais e de direitos humanos e C digo moral Considera ainda a OIT o trabalho for ado e o tr fico de pessoas moralmente inaceit veis 3 6 A distin o entre as a es da OIT e da ONU no combate ao trabalho for ado e trabalho escravo Muitas organiza es internacionais tanto dentro como fora do sistema das Na es Unidas t m se preocupado em auxiliar a OIT na elimina o do trabalho for ado e compuls rio O Comit Conjunto sobre trabalho for ado das Na es Unidas OIT durante os anos de 1940 e 1950 participou de maneira decisiva na identifica o dos principais problemas do trabalho for ado e compuls rio no mundo Propiciou ainda impulso para que novas normas internacionais fossem assinadas objetivando o seu t rmino e as formas contempor neas de escravid o Foi a partir de ent o que algumas distin es passaram a ser feitas entre escravid o trabalho escravo e trabalho for ado Em termos pr ticos a responsabilidade pela supervis o foi dividida entre a OIT e as Na es Unidas ou seja a OIT passou a ser a principal respons vel por monitorar e supervisionar a aboli o do trabalho for ado enquanto coube s Na es Unidas a erradica o da escravid o em todas as suas formas Essa divis o n o representou uma linha intranspon vel mas apenas uma estrat gia operacional uma vez que
129. trabalho for ado s o pragas mundialmente disseminadas indo desde as regi es mais pobres da sia frica e Am rica Latina passando por pa ses liberais como os Estados Unidos e n o escapando nem mesmo de existirem no mbito da Comunidade Europeia 117 4 TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO CARACTER STICAS GERAIS E PRINCIPAIS CONCEITOS TENDO EM VISTA ELEMENTOS QUE OS DIFERENCIAM Este cap tulo traz os principais elementos conceituais que comp em tanto a defini o de trabalho for ado quanto do trabalho escravo posto que embora sejam frequentemente utilizados de forma sin nima possuem caracter sticas distintivas que esperamos tornar claras ao longo deste texto Essa distin o tem implica es n o s para definir com maior precis o aquilo que se quer identificar como prover informa es e subs dios para elabora o de legisla o espec fica formula o de pol ticas de combate e erradica o desse tipo de trabalho entre outros aspectos relevantes Traz ainda de forma sucinta as defini es de empregador rural e urbano uma vez que no decorrer da tese ser o tratados assuntos onde pode ser necess rio o entendimento destas defini es 4 1 O direito de propriedade como elemento de discuss o nos conceitos de trabalho for ado e trabalho escravo Tem sido cada vez mais frequente associar a erradica o do trabalho escravo notadamente na rea rural ou mesmo na solu o do problema do tr
130. tribos que seriam devorados em ritual antropof gico Informado em 1441 da fabulosa riqueza do reino de Mali o Infante D Henrique se prop s a conquistar essa terra e seu objetivo foi alcan ado quando seus navegadores chegaram s costas da Guin O nome Guin provavelmente deriva de Gana como os nativos chamavam essa rea antes ocupada pelo imp rio de Mali e a verdade que existiam muitas minas de ouro no interior da misteriosa frica Equatorial Extraiu se tanto ouro dali que uma das primeiras moedas cunhadas na Inglaterra chamou se de guinea e o precioso metal chegava a Londres via Portugal Batizada pelos portugueses de Terra dos Verdadeiros Negros propiciava outra fonte de lucros pois na Guin iniciou se o tr fico escravo dizimando tribos inteiras Em 1442 D Henrique obteve a concess o de monop lio no com rcio com a frica como tamb m a autoriza o do Papa Eug nio IV por meio de bula assinada em 19 de junho de 1442 para fazer a guerra contra os infi is tirar lhes as terras e escraviz los Nascia assim o Imp rio Escravagista Portugu s que teve a autoriza o papal renovada pelo Papa Nicolau V em bula assinada em junho de 1452 Viajando pela costa africana no s culo XV os portugueses come aram o tr fico de africanos que foi facilitado por conta do contato com sociedades que majoritariamente j sabiam do valor comercial que o escravo possu a pois no BUENO
131. tributos Coroa espanhola Contudo em raz o de n o possu rem os recursos necess rios em 1503 a fim de que houvesse o pagamento dos tributos visto que os pr prios colonizadores eram obrigados a pagar tributos ao Rei o governo permitiu que os exploradores utilizassem os ndios em trabalhos for ados por m deviam prestar lhes assist ncia material e religiosa Em 1549 essa forma de escravid o conhecida como encomienda foi proibida especialmente em raz o da atua o sobretudo do padre dominicano Bartolom de Las Casas visto que obviamente era uma forma de escraviza o Entretanto essa proibi o n o impediu os espanh is de continuarem com o processo de escraviza o dos ndios visto que no Novo Mundo j estavam enraizados o costume do descumprimento e ditos que ironizavam as leis tais como se acata pero no se cumple al m de Deus est no c u o Rei est longe aqui quem manda sou eu entre outros Os cercamentos enclosures equivaliam a um fen meno ocorrido na Inglaterra desde o s culo XVII considerado como uma das maiores revolu es do mundo acompanhando a Revolu o Industrial provocou um grande xodo para as cidades Resultado da a o dos gentry nobreza rural mais progressista aburguesada e dos yeomen camada mais rica dos pequenos e m dios 9Tradu o verbo encargo encomenda Fonte ONLINE Language Dictionaries Wordreference com Dispon vel em lt http Awww wordreference
132. um contrato social Era a teoria contratualista do Direito e o Estado de Sociedade onde o surgimento do Estado do Direito e da Sociedade tinha como n cleo o contrato social ou o pacto pol tico possuindo como base a vontade dos indiv duos Rousseau autor de O Contrato Social em conjunto com outros intelectuais franceses tem enorme influ ncia no surgimento da Revolu o Francesa que tinha como lema liberdade igualdade e fraternidade principalmente em documentos como a Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o 1789 218 Hugo Gr cio Hugo Grotius Huig de Groot ou Hugo de Groot nasceu em 10 de abril de 1583 faleceu em 28 de agosto de 1645 Jurista a servi o da Rep blica dos Pa ses Baixos considerado um dos precursores do Direito internacional baseando se no Direito natural 290 direito natural e a sua raz o incluem tudo aquilo que n s sabemos da vida humana sobre a Terra e por isso quando se trata de explicar o agir do homem ou a teologia coerente com o direito natural ou tem de fazer valer as suas afirma es apenas como especifica es particulares v lidas para os crist os mas n o para todos os homens A teologia n o pode intervir no mundo humano enquanto tal e regula um mbito separado externo ulterior ao passo que o direito natural raciocina como se nem a religi o nem Deus existissem De certo modo o caminho foi aberto pela pol mica iniciada por Grotius em seu Proleg meno em especi
133. um escravo vital cio 2 8 2 A servid o por d vida no Brasil Os sistemas da incomienda enclosures indentures e da peonaje por deudas s o historicamente portanto os antecessores da servid o por d vida que no Brasil a forma mais comum de redu o do trabalhador rural condi o an loga de escravo situa o em que o trabalhador encontra se acorrentado ao fazendeiro por d vidas em sua grande e exclusiva maioria constitu do fraudulentamente A servid o por d vida foi a forma mais comum de se reduzir o trabalhador condi o an loga de escravo no Brasil contempor neo onde sua origem hist rica dos tempos da antiguidade e seu in cio se deu antes mesmo da aboli o da escravatura Nessa poca era utilizado o m todo do aviamento uma estrat gia para manter o trabalhador dependente de seu patr o por conta das d vidas Nessa pr tica o trabalhador na escala de poder era a parte mais desprotegida por conta das d vidas que come avam antes mesmo de ele iniciar os trabalhos Vejamos o que Caio Prado J nior diz a esse respeito As d vidas come am logo ao ser contratado ele adquire a cr dito os instrumentos que utilizar e que embora muito rudimentares o machado a faca as tigelas onde recolhe a goma est o acima de suas posses em regra nulas Frequentemente estar ainda devendo as despesas de passagem desde sua terra nativa at o seringal Estas d vidas iniciais nunca se saldar
134. um produto e consequentemente quanto est disposto a pagar 193 das caracter sticas ser um setor que utiliza m o de obra intensiva al m de ser um dos maiores geradores de emprego Seu mercado de trabalho formado basicamente por trabalhadores do sexo feminino com idade m dia de 30 anos sendo a costureira a ocupa o mais representativa uma vez que este costuma ser o primeiro emprego para a mulher e na maioria das vezes seu primeiro empreendimento Visando redu o de custos a contrata o se d de maneira informal realizada por meio de contratos informais criando uma rela o desigual de subordina o das empresas com trabalhadores subcontratados em rela o s contratantes Outra caracter stica do funcionamento operacional desse modelo que v rios ex empregados se tornam faccionistas das ind strias em oficinas especializadas na costura de pe as de vestu rio contando com recursos produtivos de instala es equipamentos e a m o de obra a mat ria prima insumos e instru es para a fabrica o s o fornecidos pelo cliente contratante Existe ainda outra forma de contrata o representada pelo trabalho domiciliar de costureiras geralmente nas pontas da cadeia produtiva utilizada de duas formas uma envolvendo a contrata o assalariada formal e a outra o trabalho informal na condi o de aut nomo remunerado somente pelas tarefas realizadas 6 3 A precariza o do trabalho dos im
135. veis da Pol cia Federal e do MPT Esta inst ncia judicial citada acima busca atuar no combate escravid o desde o momento do aliciamento das v timas at a reinser o destas na sociedade Segundo Sueko Uski auditora fiscal da Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego de S o Paulo SRTE SP positivo o acompanhamento das fiscaliza es pelos magistrados pois acredita se que isto ir ajudar no momento da autua o bem como nos julgamentos que venham a ocorrer e nas assinaturas dos TAC s dizendo ainda que MINIST RIO P BLICO FEDERAL Procuradoria da Rep blica do Par Carta de Marab divulgadas diretrizes para combater trabalho escravo Dispon vel em lt http Awww prpa mpf gov br news 2010 noticias carta de maraba divulgadas diretrizes para combater trabalho escravo gt Acesso em 01 mar 2013 230 uma forma bem r pida para acionar a Justi a no caso de bloqueio de bens dos empregadores quando precisamos e para pagar as verbas rescis rias aos trabalhadores A Ju za do Trabalho Patr cia Therezinha de Toledo que participou de uma fiscaliza o em conjunto com a Justi a Itinerante e fiscais afirma por meio de nota no site do TRT 2 Regi o que foi uma experi ncia gratificante e verificamos que apenas com a a o conjunta conseguiremos alcan ar objetivos concretos do combate ao trabalho escravo Mesmo com este acompanhamento bem como com a legisla o pe
136. veis com os princ pios e valores estabelecidos naquela Declara o O princ pio do trabalho decente foi finalmente introduzido de forma definitiva na Confer ncia Internacional do Trabalho em junho de 1999 Suas premissas b sicas foram estabelecidas no relat rio do Diretor Geral da OIT denominado Decent Work Neste documento prop e se em seu pref cio como objetivo prim rio da Organiza o nesta poca de transi o global securing decent work for women and men everywhere It is the most widespread need shared by people families and communities in every society at all levels of development Decent work is a global demand today confronting political and bussiness leadership worldwide Much od our common future depends on how we meet this challenges Esta proposi o foi mais espec fica no corpo do documento quando o relat rio descreve os objetivos estrat gicos ao afirmar que The primary goal of ILO today is to promote opportunities for women and men to obtain decent and productivity work in conditions of freedom equity security and human dignity Assim colocada a defini o do trabalho decente podemos dizer que este engloba seis dimens es claramente identificadas na afirma o acima a Equidade no trabalho incluindo aus ncia de discrimina o tanto no trabalho quando de acesso ao mesmo b Trabalho produtivo que gere renda adequada e que assegure a competitividade c Amplia
137. via Direitos humanos e princ pio da dignidade da pessoa humana In LEITE George Salom o Org Dos princ pios constitucionais considera es em torno das normas principiol gicas da Constitui o S o Paulo Malheiros Ed 2008 PIRATELI Marcelo Augusto Breves pondera es sobre o conceito de pessoa em Santo Tom s de Aquino Dispon vel em lt http www thefreelibrary com Breves ponderacoes sobre o conceito de pess oa em Santo Tomas de a019 494404 gt PLANALTO Dispon vel em lt www planalto gov br ccivil 03 constituicao constituY C3 A7ao htm gt Acesso em 11 nov 2011 PORTARIA 1700 DO 28 07 2011 Dispon vel em lt www cami spm org ver noticias php id 54 gt Acesso em 19 set 2011 PORTUGAL Constitui o da Rep blica Portuguesa Dispon vel em lt http dre pt comum html crp html gt Acesso em 27 setembro 2012 PRADO JR Caio Hist ria Econ mica do Brasil S o Paulo Brasiliense 2006 PRESID NCIA DA REP BLICA Decreto n 5 017 de 12 de mar o de 2004 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2004 decreto d5017 him gt Decreto n 41 721 de 25 de junho de 1957 Dispon vel em lt http Awww planalto gov br ccivil 03 decreto Antigos D41721 htm gt PROJETO define o conceito de trabalho an logo ao de escravo Dispon vel em lt http www2 camara gov br agencia noticias DIREITOS HUMANOS 417736 PROJETO DEFINE O CONCEITO DE TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO
138. 0 SATO Leny Conceito de trabalho penoso Revista CIPA v 15 n 179 p 41 1994 SCHWARTZ Bernard Os grandes direitos da humanidade Rio de Janeiro Forense Universit ria 1979 Segredos internos engenhos e escravos na sociedade colonial 1550 1835 S o Paulo Cia das Letras 1995 SCHWARZ Rodrigo Garcia Por uma aboli o necess ria algumas considera es sobre o combate escravid o contempor nea no Brasil Revista do direito trabalhista v 14 n 4 p 28 32 abr 2008 Trabalho escravo a aboli o necess ria S o Paulo LTr 2008 SCISINIO Ala r Eduardo Dicion rio da escravid o Rio de Janeiro L o Christiano Editorial 1997 SEMERARO M Indiv duo In Lexicon Dicion rio Teol gico Enciclop dico Trad Jo o Paix o Netto Alda da Anuncia o Machado S o Paulo Edi es Loyola 2008 p 388 Books Google SENADO FEDERAL Substitutivo da C mara Proposta de Emenda Constitui o n 57 A de 1999 Dispon vel em lt http www senado gov br atividade materia getPDF asp t 109048 amp tp 1 gt Acesso em 07 jul 2012 285 SENTO S Jairo Lins de Albuquerque Trabalho escravo no Brasil na atualidade S o Paulo LTr 2001 SILVA De Pl cido e Vocabul rio jur dico Edi o universit ria Rio de Janeiro Forense 1991 4 v SILVA Jos Afonso da A dignidade da pessoa humana como valor supremo da democracia In TICA democracia e justi a Livro de Teses da XV Confer n
139. 1 a 15 febrero de 2018 Ginebra Oficina Inetrnacioanl del Trabajo 2013 p 1 197d loc cit 109 e Hospedagem e alimenta o e Minera o e corte de rvores e Processamento e embalagens de alimentos e Transportes e Servi os dom sticos e outros servi os de cuidado e limpeza e e Ind stria do sexo e prostitui o 3 9 2 Exemplos observados no continente americano Um caso emblem tico foi detectado nas fazendas da Am rica do Norte mais precisamente na Fl rida Estados Unidos Os trabalhadores submetidos a trabalhos for ados eram provenientes do M xico da Guatemala e do Haiti O estudo detectou que esses trabalhadores foram traficados diretamente de seus pa ses de origem mas tamb m podem ter sido abordados logo que chegaram em solo americano Os trabalhadores de fazendas da Fl rida criaram em 1993 uma organiza o Coaliz o de Trabalhadores de Immokalee CIW Seus membros eram imigrantes latinos haitianos e ind genas maias que trabalham em empregos mal remunerados na Fl rida Foi a CIW que documentou v rios casos de trabalho for ado em fazendas da Fl rida em consequ ncia da servid o por d vida Nesses casos descritos os trabalhadores eram for ados a trabalhar longas horas tinham v rias dedu es em seus baixos sal rios ou seja al m de receberem valores inferiores ao legal ainda tinham que pagar pelo transporte ferramentas e equipamentos entre outros Em v rios casos foi
140. 10 que se segue 3750 beneficio do seguro desemprego destinado ao trabalhador resgatado regulamentado pela Lei n 10 608 de 20 de dezembro de 2002 Esta Lei alterou a Lei 7 998 de 11 de janeiro de 1990 que estruturou todo o programa de seguro desemprego Estas altera es possibilitaram pagar o benef cio ao trabalhador resgatado Basicamente modificou se o inciso do artigo 2 da referida Lei que passou a ter a seguinte reda o prover assist ncia tempor ria ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa inclusive a indireta e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho for ado ou da condi o an loga de escravo 226 Tabela 10 Brasil Hist rico do Seguro Desemprego do Trabalhador Resgatado do Trabalho Escravo 2003 a 2012 Brasil Hist rico do Seguro Desemprego do Trabalhador Resgatado do Trabalho Escravo 2003 a 2012 TAXA VALOR PAGO VALOR M DIO REQUERENTES SEGURADOS HABILITA O DO BENEFICIO D BENEFICIO 9 GELEN SM 2003 862 862 100 0 365 0 1 0 2004 2 070 2 070 100 0 1 251 9 1 0 2005 3 216 3 216 100 0 2 480 6 1 0 2006 3 194 3 194 100 0 2 934 7 1 0 2007 5 610 5 608 99 9 4 571 9 1 0 2008 4 524 4 523 99 9 5 406 5 1 0 2009 3 217 3 206 99 9 3 828 7 1 0 2010 2 589 2 464 95 2 3 411 2 1 0 2011 2 245 2 012 89 6 2 850 83 1 0 2012 2 320 2 092 90 2 2 995 6 1 0 FONTE MTE DES CGSDAS SM Sal rio M nimo Desde 20083 quan
141. 3 e o MP pela Lei Complementar n 8 625 1993 sendo que a legisla o garante a possibilidade de atua o conjunta entre os rg os na defesa de interesses difusos e de meio ambiente onte CONSELHO NACIONAL DO MINIST RIO P BLICO Dispon vel em lt www cnmp gov br gt Acesso em 01 jun 2012 233 O poder de atua o do MP pode ser amplo e ao mesmo tempo pontual conforme a mat ria analisada e abaixo seguem algumas atribui es sobre o tema S i Impetra habeas corpus e mandado de seguran a ii Promove inqu rito civil e a o civil p blica para proteger os direitos constitucionais patrim nio p blico e social meio ambiente patrim nio cultural e interesses individuais indispon veis homog neos e sociais difusos e coletivos e iii Promove a o penal p blica Um dos ramos do Minist rio P blico da Uni o MPU o Minist rio P blico do Trabalho MPT tem como miss o defender a ordem jur dica o regime democr tico e os interesses sociais e individuais indispon veis no mbito das rela es de trabalho Trata se de uma Institui o permanente com autonomia funcional e administrativa com atua o independente dos poderes legislativo executivo e judici rio Aos Procuradores do Trabalho cabe proteger os direitos difusos coletivos e individuais diante de ilegalidades praticadas no campo trabalhista como o trabalho escravo trabalho for ado trabalho infantil discrimina o e sa de e
142. 93 2011 02 002 2 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br agenciadenoticias taczara pdf gt Acesso em 22 jan 2018 THORSTENSEN Vera A OMC Organiza o Mundial do Com rcio e as negocia es sobre com rcio meio ambiente e padr es sociais Revista Brasileira de Pol tica Internacional v 41 n 2 p 29 58 1998 Dispon vel em lt http Awnww scielo br pdf rbpi v41n2 v41n2a03 pdf gt Acesso em 21 set 2012 TIM TEO Gabrielle Louise Soares Trabalho de imigrantes em condi es an logas escravid o Consulex revista jur dica v 14 n 312 p 32 34 jan 2010 TORON Alberto Zacharias A Justi a Federal e o combate ao trabalho escravo Boletim IBCCRIM S o Paulo v 14 n 169 p 10 12 dez 2006 287 TRABAJO forzoso y tr fico de seres humanos la esclavitud todav a nos acecha Trabajo revista de la OIT Genebra n 39 p 4 6 jun 2001 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Livro de S mulas Orienta es Jurisprudenciais SBDI 1 SBDI 2 e SDC e Precedentes Normativos p 98 Dispon vel em lt http www3 tst jus br jurisprudencia Livro_Jurisprud livro_pdf_atual pdf gt Acesso em 18 jan 2013 S mulas do Tribunal Superior do Trabalho Dispon vel em lt http www3 tst jus br jurisprudencia Sumulas com indice Sumulas Ind 301 35 O html gt Acesso em 12 jul 2012 UNITED NATIONS Full and productive employment and decent work dialogues at the economic and social council New York Department
143. 946 ap s firmar acordo com a ONU passou a ser um organismo especializado assumindo total responsabilidade pelo tema trabalhista e social conforme art 1 do mencionado acordo As Na es Unidas reconhecem a Organiza o Internacional do Trabalho como um organismo especializado competente para compreender a a o que considere apropriada de conformidade com seu instrumento constitutivo b sico para o cumprimento dos prop sitos nele expostos Dessa maneira foi definitivamente confirmada a personalidade institucional pr pria da OIT como pessoa jur dica de direito p blico internacional de car ter permanente constitu da de Estados a qual passou a assumir soberanamente a obriga o de observar as normas que ratifica em seu plano interno A OIT no decorrer de sua hist ria destacou se por uma busca incessante pelos direitos e pelo bem estar do trabalhador como cuidados com sa de acidentes de trabalho prote o aos desempregados entre outras consideradas fundamentais para os direitos b sicos do empregado Al m disso buscou sempre se atualizar no tempo como por exemplo quando aprovou a Conven o de n SFACULDADE PIO XII Dispon vel em lt www faculdade pioxii es com br img artigos rubia pdf gt SUSSEKIND Arnaldo Direito internacional do trabalho 2 ed ampl e atual S o Paulo LTr 1987 p 111 rodap 75 80 8 Ou quando em 1948 na Confer ncia Internacional de S o Francisco pa
144. AIRR 1056 2004 013 16 40 7 TRT 18 REGI O comiss es sobre as vendas de cimento n o merece reparo o despacho agravado pois o ac rd o regional complementado em sede de embargos declarat rios concluiu que a o Reclamante firmou com o Reclamado contrato de trabalho pelo qual executaria as fun es de vendedor remunerado mediante comiss es sobre as vendas exceto quanto ao cimento Portland por m o que se discute a validade da cl usula que imp e trabalho sem remunera o b se o Reclamado tem por objetivo social vender materiais insumos para a constru o civil tem todo o direito de exigir de seus vendedores nas mais de 50 filiais que possui que promovam as vendas pois sua subsist ncia e crescimento adv m exatamente desse mister c n o tem o direito entretanto de impor lhes que vendam e nada recebam pois isso se configura como trabalho escravo pois presta o laboral sem contrapresta o remunerat ria atitude pois que fere os princ pios b sicos de direito dentre os quais o da justa retribui o pelo trabalho prestado d o contrato de trabalho tem como elemento tipificador ao lado da subordina o da pessoalidade e da n o eventualidade a onerosidade pois sem onerosidade n o h contrato de trabalho de modo que o preceito contratual fere o preceito de ordem constitucional pois viola o valor social do trabalho sobre o qual se sustenta a Rep blica TST AIRR 1967 33 2010 5 03 0063 E
145. Ap s pesquisas realizadas pela OIT houve a divulga o de uma lista que segundo a pr pria organiza o trata se de uma lista n o exaustiva de setores econ micos nos quais o trabalho for ado e o tr fico de pessoas foram detectados como uma amea a em diversos pa ses S o eles e Agricultura e horticultura e Constru o e Vestu rio e t xteis fabricados sob condi es inadequadas AORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo um manual ara empregadores e empresas cit p 18 Estes dados foram obtidos de INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION A global aliance against forced labour Global Report under the Follow up to the ILO Declaration on Fundamental Principles and Rights at Work Genebra 2005 Para uma discuss o da metodologia utilizada para gerar estes dados ver BELSER Patrick COCK Michaelle de MEHRAN Farhad ILO Minimum Estimate of Forced Labour in the World Geneva International Labour Office Apr 2005 Dispon vel em lt http Awvww ilo orgiAwvcmsp5 groups public ed norm declaration documents publication wcms 081913 pdf gt SORGANIZACI N INTERNACIONAL DEL TRABAJO Reuni n tripartita de expertos sobre trabajo forzoso y trata de personas com fines de explotaci n laboral Informe para la discusi n en la Reuni n tripartita de expertos sobre la posible adopci n de un instrumento de la OIT que complemente el Convenio sobre el trabajo forzoso 1930 n m 29 Ginebra 1
146. BAWM Eric J A era das revolu es Rio de Janeiro Paz e Terra 2007 A Revolu o Industrial 1780 1840 In Da Revolu o Industrial Inglesa ao Imperialismo 5 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2009 HOLANDA Sergio Buarque de Pref cio do tradutor In DAVATZ Thomaz Mem rias de um colono no Brasil 1850 Tradu o pref cio e notas de Sergio Buarque de Holanda 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1942 1960 p 5 35 HOUAISS Antonio VILLAR Mauro de Salles FRACO Francisco Manoel de Mello Dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2008 IANNI Octavio Origens agr rias do Estado brasileiro S o Paulo Brasiliense 1984 ILLES Paulo Anistia para os imigrantes um direito transformado em calv rio pela Pol cia Federal Revista F rum Publisher Brasil ed 99 jul 2011 Dispon vel em lt www revistaforum com br gt Acesso em 22 set 2011 INCRA GO pede desapropria o de 13 reas que mant m o trabalho escravo de 21 01 2011 Portal Brasil Dispon vel em lt http www brasil gov br noticias arquivos 201 1 01 21 incra go pede desapropriacao de 13 areas que mantem o trabalho escravo gt Acesso em 22 jan 2012 INFANTE D Henrique Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Infante_D _Henrique gt INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION Decent work Report of the Director General International Labour Conference 87 Session June Geneve ILO 1999 Dispon ve
147. Cap tulo VI do T tulo IV da Consolida o das Leis do Trabalho CLT aprovada pelo Decreto Lei n 5 452 de 1 de maio de 1943 ser concedido na propor o de 30 trinta dias aos empregados que contem at 1 um ano de servi o na mesma empresa Par grafo nico Ao aviso pr vio previsto neste artigo ser o acrescidos 3 tr s dias por ano de servi o prestado na mesma empresa at o m ximo de 60 sessenta dias perfazendo um total de at 90 noventa dias D Direitos previdenci rios Desde 1991 os direitos previdenci rios dos trabalhadores rurais foram equiparados aos dos trabalhadores urbanos conforme estampa o artigo 11 da Lei 8 213 de 24 de julho de 1991 que os manteve como segurados obrigat rios da previd ncia social Art 11 S o segurados obrigat rios da Previd ncia Social as seguintes pessoas f sicas a aquele que presta servi o de natureza urbana ou rural empresa em car ter n o eventual sob sua subordina o e mediante remunera o inclusive como diretor empregado 4 6 O conceito de empregador A CLT estabelece a defini o de empregador em seu art 2 que ora transcrevemos Artigo 2 Considera se empregador a empresa individual ou coletiva que assumindo os riscos da atividade econ mica admite assalaria e dirige a presta o pessoal de servi o Par grafo 1 Equiparam se ao empregador para os efeitos exclusivos da rela o de emprego os profissionais li
148. Direitos Humanos Bras lia 2008 A es de Reinser o e Preven o n meros 32 37 e 45 229 8 3 Atua o da Justi a do Trabalho na luta pela erradica o do trabalho escravo A Justi a do Trabalho possui papel importante neste assunto principalmente porque sua atua o est mais presente em regi es distantes das grandes capitais As atividades realizadas pela fiscaliza o em todo o Estado de S o Paulo por exemplo j est o sendo acompanhadas pelo Poder Judici rio por meio de uma Vara Itinerante proposta que se destacou na Carta de Marab Esta carta foi elaborada em novembro de 2010 onde se buscou reunir propostas advindas daqueles que participaram do semin rio que teve como tema o combate ao trabalho escravo O semin rio que foi respons vel pela cria o da Carta de Marab contou com a presen a do Minist rio P blico do Par MPF PA Minist rio P blico do Trabalho entre outros rg os onde foi refor ada a ideia da responsabiliza o das cadeias produtivas que possuem trabalhadores em condi o an loga de escravos bem como a responsabiliza o daqueles que trabalham com produtos advindos dessas cadeias produtivas Al m disso as a es de combate e repress o previstas nesta carta rezam pela melhoria das a es de fiscaliza o por meio de integra es amplia o e fortalecimento da participa o de rg os que possam auxiliar nestas a es como por exemplo os Grupos M
149. Ele n o apenas efetua uma transforma o da forma da mat ria natural realiza ao mesmo tempo na mat ria natural seu objetivo que ele sabe que determina como lei a esp cie e o modo de sua atividade e ao qual tem de subordinar sua vontade No in cio da hist ria da humanidade ocorreu uma divis o do trabalho dada em fun o de caracter sticas fisiol gicas como g nero idade for a f sica etc por m medida que o trabalho se diferenciava e se tornava mais complexo em t cnica e tecnologia essa primitiva divis o de trabalho foi substitu da pela divis o em trabalho material e trabalho intelectual passando a haver quanto fun o imediata do indiv duo no meio social um trabalho realizado pela mente entendido como afastado da pr tica humana um produto da consci ncia humana e n o de um rg o e outro realizado pelas m os Cada trabalhador passa a ser limitado s condi es profissionais particulares e exclusivas n o podendo desvencilhar se delas sendo unicamente ca ador oper rio professor ou administrador etc Com essa divis o o trabalho e seus produtos passaram a ser qualitativa e quantitativamente distribu dos de forma desigual MARX Karl op cit p 149 21d Ibid p 149 150 BENGELS Friedrich MARX Karl A ideologia alem Feuerbach 10 ed S o Paulo Hucitec 1996 p 44 48 29 Em termos de concep o hist rica coube a Engels e Marx no s culo XIX mel
150. Esta fun o social da propriedade inicialmente tida como algo inusitado intang vel e sem qualquer aplica o pr tica mais afeita Filosofia do que ao Direito ganhou corpo passando a orientar e conduzir o legislador na constru o do C digo Civil de 2002 Muito mais em harmonia com a realidade social estabeleceu limites a esta propriedade privada de modo que hoje temos o que se pode entender por propriedade fun o uma vez que a propriedade ser respeitada somente se estiver cumprindo sua fun o social Apesar da defini o de propriedade atual ser quase a mesma do Direito Romano o novo C digo Civil trata o assunto com mais severidade garantindo a princ pio a propriedade somente daqueles que a possuem justamente Voltado para o s culo XXI o artigo 1 228 do novo C digo Civil substituindo o antigo artigo 524 do C digo Civil de 1916 de fei o ego stica e patrimonialista disp e sobre o direito de propriedade Art 1 228 O propriet rio tem a faculdade de usar gozar e dispor da coisa e o direito de reav la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha 1 O direito de propriedade deve ser exercido em conson ncia com as suas finalidades econ micas e sociais e de modo que sejam preservados de conformidade com o estabelecido em lei 0TEPEDINO Gustavo Temas de direito civil 3 ed rev e atual Rio de Janeiro Renovar 2004 p 319 130 especial a flora a fauna as belezas n
151. Este C digo propositalmente acess vel a um p blico mais amplo foi um passo importante para estabelecer o dom nio da lei 125 dinheiro p blico a fim investir em suas terras improdutivas tornando as de baixa produtividade Assim havia um confronto entre os latifundi rios e os camponeses uma vez que estes ltimos acreditavam que a for a do trabalho aliada moderniza o ocorrida na agricultura os ajudaria e suas fam lias a aumentarem suas rendas al m de garantir seguran a alimentar Na Am rica Latina ocorria um encadeamento reforma agr ria tal como ocorria nos pa ses europeus e devido a isso quase todas as constitui es do continente passaram a inserir em seu texto a fun o social da propriedade como preceito que o propriet rio deveria cumprir Exemplo disto est na Constitui o boliviana que diz Art culo 397 I las propiedades deber n cumplir con la funci n social o con la funci n econ mica social para salvaguardar su derecho de acuerdo a la naturaleza de la propiedad No artigo supra a Constitui o boliviana dita a necessidade do cumprimento da fun o social posto que direcionada para a sustentabilidade na utiliza o das terras como por exemplo pelos ndios residentes al m da utiliza o sustent vel para o desenvolvimento de atividades produtivas fazendo com que a iniciativa do propriet rio beneficie n o s a ele e suas terras mas tamb m a toda a sociedade As
152. GAUDEMET Jean Esclavage et d pendance dans l Antiquit Napoli Jovene 1992 p 257 DICION RIO Priberam da L ngua Portuguesa Dispon vel em lt http Avww priberam pt gt 143 2 O tr fico de escravos compreende todo ato de captura aquisi o ou sess o de um indiv duo com o prop sito de escraviz lo todo ato de aquisi o de um escravo com o prop sito de vend lo ou troc lo todo ato de cess o por meio de venda ou troca de um escravo adquirido para ser vendido ou trocado assim como em geral todo ato de com rcio ou de transportes de escravos Para condi es an logas s de escravo v rios autores que j se dedicaram ao assunto serviram se de diversas designa es entre elas trabalho escravo escravid o contempor nea super explora o do trabalho trabalho for ado trabalho em condi es degradantes De acordo com Brito Filho De todas as formas de superexplora o do trabalho com certeza as duas vertentes do trabalho em condi es an logas s de escravo o trabalho for ado e o trabalho em condi es degradantes s o os mais graves a primeira mais ainda z Para o autor Brito Filho trabalho escravo uma varia o do trabalho for ado configurando outra realidade mais espec fica O autor denomina a pr tica na atualidade de trabalho escravo contempor neo e o conceitua na zona rural como sendo aquele em que o empregador sujeita o empregado a condi es de trabalho deg
153. GTT de consulta e monitoramento Ap s a constitui o do GTT foi elaborado o Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente por meio de proposta constru da pelo grupo interministerial e tamb m coordenado pelo MTE e com a assist ncia da OIT No plano governamental o Comit Executivo Interministerial foi formalizado por Decreto Presidencial no dia 4 de junho de 2009 encarregado da elabora o do Plano Nacional que era um instrumento de implementa o da Agenda Nacional do Trabalho Decente Desta forma em um curto per odo de tempo a OIT criou dois instrumentos poderosos na luta contra a explora o do trabalho humano a Declara o dos Direitos Fundamentais no Trabalho de 1998 e o conceito de trabalho decente de 1999 Estes instrumentos n o trazem inova es sobre conceitos mas sim representam um esfor o da OIT de juntar e articular suas proposi es que vinham sendo realizadas ao longo do tempo tornando as uniformes e robustas como mecanismo de a o visando elimina o do trabalho for ado e a erradica o do trabalho escravo 96 3 5 Orienta es da OIT na busca do combate ao trabalho for ado Dentre as fun es da OIT est a de orientar seus Estados Membros a seguirem suas Conven es e Recomenda es A OIT pode ainda criar programas espec ficos ou aplicar os programas j existentes em pa ses selecionados ou aos que venham lhe pedir aux lio entendidos como problemas pontuais ou simplesmente ser me
154. L nos termos do 3 do art 60 da Constitui o Federal promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional Art 1 O art 243 da Constitui o Federal passa a vigorar com a seguinte reda o Art 243 As propriedades rurais e urbanas de qualquer regi o do Pa s onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr picas ou a explora o de trabalho escravo ser o expropriadas e destinadas reforma agr ria e a programas de habita o popular sem qualquer indeniza o ao propriet rio e sem preju zo de outras san es previstas em lei observado no que couber o disposto no art 5 Par grafo nico Todo e qualquer bem de valor econ mico apreendido em decorr ncia do tr fico il cito de entorpecentes e drogas afins e da explora o de trabalho escravo ser o confiscados e reverter a fundo especial com a destina o espec fica na forma da lei NR Art 2 Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publica o C MARA DOS DEPUTADOS de maio de 2012 MARCO MAIA Presidente O Presidente da C mara anunciou que seria criada uma comiss o mista de cinco senadores e cinco deputados para discutir a elabora o de um projeto de lei C MARA aprova PEC do Trabalho Escravo Dispon vel em lt http Awww2 camara gov br agencia noticias TRABALHO E PREVIDENCIA 418078 CAMARA APROVA PEC DO TRABALHO ESCRAVO html gt Acesso em 07 jul 2012 SENADO FEDERAL Substitutivo da C mara Pr
155. L DO TRABALHO 89 Reuni o 2001 N o ao Trabalho For ado Relat rio Global do Seguimento da Declara o da OIT relativa a Princ pios e Direitos Fundamentais no Trabalho Genebra Secretaria Internacional do Trabalho 2001 p 121 123 Dispon vel em lt http Avww oitbrasil org br sites defaultfiles topic forced labour pub nao trabalho forcado 311 pdf gt 97 inclusive de reabilita o Dever ainda ser realizado um trabalho de conscientiza o da sociedade em geral sobre os direitos dos grupos mais pass veis de situa o de trabalho for ado Entre outras medidas que se fazem necess rias A OIT tem definida uma campanha em prol de livrar o mundo do trabalho for ado at 2015 Na busca desse objetivo ela divulga diversos materiais n o s para seus Estados Membros realiza diversos eventos sobre o tema e alerta os empregadores inclusive por meio de cartilhas de como eles podem desempenhar um papel nessa busca As empresas e as organiza es de empresas t m v rias raz es para participar do processo contra o combate ao trabalho for ado e ao tr fico de pessoas entre elas podemos mencionar e Cumprimento da Lei Diante do grande n mero de Estados Membros que ratificaram as Conven es 29 e 105 sobre trabalho for ado ou 168 contra o tr fico de compuls rio bem como o Protocolo de Palermo pessoas que criminaliza essa pr tica significa dizer que para a maioria das empresas no mundo em que forem iden
156. O EXEMPLO DOS IMIGRANTES BOLIVIANOS NA CIDADE DE S O PAULO NO SETOR T XTIL TRABALHO FOR ADO OU AN LOGO AO ESCRAVO Este cap tulo se prop e a analisar o trabalho dos imigrantes bolivianos no setor t xtil na cidade de S o Paulo com o intuito de tecer considera es sobre as dificuldades em definir o que venha a ser trabalho for ado ou trabalho an logo ao escravo no meio urbano Analisar ainda o in cio do fluxo imigrat rio e poss veis raz es para a dificuldade do setor em trabalhar com a utiliza o plena do trabalho formal com carteira assinada Buscar tamb m expor as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores do setor e diante da sua ocorr ncia denunciada pela imprensa como trabalhadores explorados e ou escravizados nessa rea trataremos dos resultados obtidos na Comiss o Parlamentar de Inqu rito da C mara Municipal de S o Paulo criada especialmente para lidar com esta quest o Um tema de grande relev ncia com rela o ao alcance desta tese no contexto do que vem ocorrendo com os migrantes bolivianos diz respeito promo o do trabalho decente para essa categoria de trabalhadores Analisaremos ainda a responsabilidade do empregador brasileiro diante do conflito entre as culturas brasileira e boliviana face legisla o vigente nesse territ rio 6 1 O trabalho dos imigrantes bolivianos na ind stria da confec o nacional O fluxo migrat rio dos bolivianos se iniciou na d cada de 50 com a
157. OLANDA Sergio Buarque de Pref cio do tradutor In DAVATZ Thomaz Mem rias de um colono no Brasil 1850 Tradu o pref cio e notas de Sergio Buarque de Holanda 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1942 1960 p 5 35 61 presta o de trabalho por determinado tempo em geral por cerca de quatro a cinco anos por outro lado o patr o obrigava se a sustentar o colono mesmo doente e uma vez terminado o prazo deveria fornecer lhe os donativos da alforria que consistiam em um machado duas enxadas milho suficiente para o sustento durante um ano e s vezes um peda o de terra cultiv vel Outra forma de servid o por d vidas que se espalhou por toda a Am rica 120 espanhola foi o sistema de barrac n onde o senhor mantinha cativo o ndio monopolizando o fornecimento de mantimentos g neros aliment cios e demais produtos fazendo com que permanecesse constantemente endividado e deste modo impedido de deixar a fazenda Nas fazendas os barrac es eram conhecidos como tiendas de raya 2 e serviam para monopolizar as vendas aos peones em pre os estipulados 128 exclusivamente pelo hacendado e onde os trabalhadores peones compravam fiado adquirindo d vidas que n o conseguiam pagar de forma que o peone entrava em um ciclo sem fim de endividamento cuja finalidade principal era impedi lo de deixar o local de trabalho Outra forma de trabalho for ado semelhante peo
158. Obrigat rio 1930 que trata da Declara o Universal dos Direitos do Homem 10 12 1948 Esta declara o acredita que por meio da educa o do ensino e por medidas progressivas haja a promo o do respeito aos direitos e 206 do for ado ou obrigat rio e aboli o trabalho demonstra tamb m a hip tese onde este permitido Conven o da OIT n 105 sobre Aboli o do Trabalho For ado 1957 que versa sobre a problem tica do trabalho for ado bem como de sua aboli o liberdades fundamentais em mbito nacional e internacional Conven o das Na es Unidas sobre Escravatura 1926 Trata do trabalhador escravo como propriedade trazendo assim um conceito relacionado a este entendimento Pacto Internacional de Direitos Civis e Pol ticos das Na es Unidas 1966 Visa garantir que todos os indiv duos que fazem parte dos Estados que estejam presentes neste pacto tenham seus direitos reconhecidos sem distin es Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais das Na es Unidas 1966 Possui como objetivo refor ar os dispositivos presentes na Declara o Universal dos Direitos Humanos trazendo assim a responsabiliza o dos Estados que violarem os direitos estipulados Conven o Americana sobre Direitos Humanos Pacto de S o Jos da Costa Rica 1969 Traz o comprometimento por parte dos Estados Membros a respeitarem e reconhecer dire
159. Organizada Transnacional que teve por objetivo promover atrav s da coopera o entre os Estados a preven o e o combate eficaz ao crime organizado transnacional Um de seus objetivos centrais consistiu na imposi o aos Estados Parte da obriga o de criminalizar um conjunto de condutas entre estas incluindo no artigo 5 a participa o em grupo criminoso organizado no artigo 6 a lavagem de dinheiro branqueamento ou no artigo 8 a corrup o Esta Conven o que integra o Protocolo Adicional Relativo Preven o a Repress o e Puni o do Tr fico de Pessoas em Especial Mulheres e 175 Crian as igualmente prev normas relativas implementa o de medidas de combate lavagem de dinheiro e corrup o artigos 7 e 9 compet ncia 2em ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Relat rio da Relatora Especial sobre Formas Contempor neas de Escravid o incluindo suas causas e consequ ncias sobre sua visita ao Brasil cit p 26 STHORSTENSEN Vera A OMC Organiza o Mundial do Com rcio e as negocia es sobre com rcio meio ambiente e padr es sociais Revista Brasileira de Pol tica Internacional v 41 n 2 p 29 58 1998 Dispon vel em lt http Avww scielo br pdf rbpi v41n2 v41n2a03 pdf gt Acesso em 21 set 2012 PEREIRA S nia VASCONCELOS Jo o Combate ao tr fico de seres humanos e trabalho for ado estudo de casos e respostas de Portugal
160. PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE S O PAULO PUC SP Claudia Ferreira Cruz Trabalho for ado e trabalho escravo no Brasil diferen a conceitual e busca da efic cia em seu combate DOUTORADO EM DIREITO S O PAULO 2013 PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE S O PAULO PUC SP Claudia Ferreira Cruz Trabalho for ado e trabalho escravo no Brasil diferen a conceitual e busca da efic cia em seu combate DOUTORADO EM DIREITO Tese apresentada Banca Examinadora da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo como exig ncia parcial para obten o do t tulo de Doutor em Direito rea de concentra o Direito do Trabalho sob a orienta o do Professor Doutor Renato Rua de Almeida S O PAULO 2013 Banca Examinadora Orientador Prof Dr Renato Rua de Almeida Autorizo exclusivamente para fins acad micos e cient ficos a reprodu o total ou parcial deste trabalho por processos fotocopiadores ou eletr nicos S o Paulo 17 mar o de 2013 Claudia Ferreira Cruz Dedico esta Tese de Doutorado ao Prof Jos Paulo Zeetano Chahaa marido amigo conselheiro e intelectual pelo apoio e carinho que tem me concedido ao longo de minha carreira acad mica Agradecimentos Esta tese foi o resultado de uma longa jornada onde felizmente pude contar com o apoio de pessoas muito especiais Dessa maneira gostaria de registrar meus agradecimentos queles que de diversas maneiras me auxiliaram para q
161. RADOS RESGATADOS 1 000 1995 11 ND 84 ND 1996 219 ND 425 ND 1997 95 ND 394 ND 1998 47 ND 159 ND 1999 56 ND 725 ND 2000 88 1 130 516 472 8 2001 149 2 164 1 305 957 9 2002 85 2 805 2 285 2 084 4 2003 188 6 137 5 223 6 085 9 2004 276 3 643 2 887 4 905 6 2005 189 4 348 4 348 7 820 2 2006 209 3 454 3 417 6 299 7 2007 206 3 637 5 999 9 914 3 2008 301 3 035 5 016 9 011 8 2009 350 3 420 3 769 5 908 9 2010 310 2 475 2 628 8 786 4 2011 342 2 013 2 491 6 168 2 2012 1 461 2 560 8 660 9 241 TOTAL 3428 39 722 44 231 77 077 0 a Inclui todas as formas de trabalho escravo an logo ao escravo e for ado Fonte n o distingue entre rea rural e rea urbana ND n o dispon vel FONTE MTE Divis o de Fiscaliza o para Erradica o do Trabalho Escravo DETRAE Que tend ncias podemos observar nestes dados Em primeiro lugar tendo sido crescente a a o fiscalizadora do Minist rio e seus parceiros o que mostra o aumento do n mero de estabelecimentos fiscalizados Em segundo lugar verifica se que at o ano de 2007 o n mero de resgates ocorridos vinha crescendo sofrendo uma queda a partir de ent o Como a intensidade da fiscaliza o n o arrefeceu pode ter diferentes significados Por um lado pode se argumentar que as pol ticas de combate a este problema t m surtido efeito mas por outro lado pode ser que a efici ncia da fiscaliza o tem perdido for a seja por problemas intr nsecos do sistema seja porque os in
162. RAME Calisto A escravid o na B blia S o Paulo tica 1981 p 129 126 21 E havia os que diziam Tomamos dinheiro emprestado para o tributo do rei sobre os nossos campos e sobre os nossos vinhedos E agora a nossa carne igual carne de nossos irm os nossos filhos s o como os seus filhos mas eis que reduzimos nossos filhos e nossas filhas a escravos e h algumas de nossas filhas j reduzidas a isso e n o h poder em nossas m os enquanto nossos campos e nossos vinhedos pertencem a outros Ne 5 1 13 A escravid o era vista com naturalidade o que demonstra a aus ncia de discuss es do tema na literatura antiga apesar de presente em todas as sociedades e fazendo parte da vida econ mica a maioria dos autores antigos n o a via como problema tecendo apenas hip teses sobre sua origem e sobre a vida do escravo e bem poucos consideravam o fim da escravid o Visando uma compreens o satisfat ria da origem da escravid o sempre se deve ter como refer ncia a antiguidade cl ssica mais precisamente Gr cia e Roma onde o regime da escravid o era estrutura dos sistemas econ micos da poca e a principal forma de explora o do trabalho humano 1 2 A escravid o na Gr cia Antiga Na Gr cia a utiliza o de escravos surge no per odo hom rico e esses auxiliavam fam lias pouco numerosas sendo considerados parte delas Por m nesse per odo revela se a escravid o por d vida que ocorria
163. Trafficking and Involuntary Servitude New York The National Labor Committee 2006 Dispon vel em lt http Mww globallabourrights org admin documents files Jordan Report 05 03 pdf gt N BREGA Ricardo Migra o e globaliza o popular trabalhadores bolivianos na pequena ind stria t xtil de S o Paulo Dispon vel em lt http www abep nepo unicamp br docs anais outros 6EncNacSobreMigracoes S T2 RicardoNobrega pdf gt OLIVEIRA Sebasti o Geraldo de Prote o jur dica sa de do trabalhador 2 ed S o Paulo LTr 1998 ONLINE Language Dictionaries Wordreference com Dispon vel em lt http Anww wordreference com gt ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO 89 Reuni o 2001 N o ao Trabalho For ado Relat rio Global do Seguimento da Declara o da OIT relativa a Princ pios e Direitos Fundamentais no Trabalho Genebra Secretaria Internacional do Trabalho 2001 Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic forced labour pub nao trabalho forcado 311 pdf gt 280 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo Projeto OlT Brasil Documento do Projeto Bras lia OIT abr 2002 Dispon vel em lt http Awww oitbrasil org br sites default files topic forced labour pub tf kity w20man ual 741 pdf gt Acesso em 13 fev 2013 Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas Bras lia OIT 2011 Dispon vel em lt http Awww oit org
164. Universal dos Direitos Humanos que compreende o ideal do ser humano livre isento do temor e da mis ria e sob condi es que lhe permitam gozar dos seus direitos econ micos sociais e culturais bem como dos seus direitos civis e pol ticos SUPREMO PACTO de San Jos da Costa Rica sobre direitos humanos completa 40 anos Not cias STF 23 nov 2009 Dispon vel em lt www stf jus br portal cms verNoticiaDetalhe asp idConteudo 1 16380 gt 182 Constitui o Brasil 1988 Federal Republicana Brasileira PRE MBULO N s representantes do povo brasileiro reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democr tico destinado a assegurar o exerc cio dos direitos sociais e individuais a liberdade a seguran a o bem estar o desenvolvimento a igualdade e a justi a como valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos fundada na harmonia social e comprometida na ordem interna e internacional com a solu o pac fica das controv rsias promulgamos sob a prote o de Deus a seguinte CONSTITUI O DA REP BLICA FEDERATIVA DO BRASIL T TULO Dos Princ pios Fundamentais Art 1 A Rep blica Federativa do Brasil formada pela uni o indissol vel dos Estados e Munic pios e do Distrito Federal constitui se em Estado Democr tico de Direito e tem como fundamentos 6 Ill a dignidade da pessoa humana Regra geral os do
165. a a exist ncia do TAC neste caso Certamente os donos das confec es teriam sido autuados criminalmente e se os trabalhadores entendessem que a Zara pudesse ser respons vel por danos morais pela responsabilidade solid ria ou subsidi ria teriam a acionado juridicamente Conclus es do item b claro que os fiscais do trabalho s o competentes para proceder s fiscaliza es nos estabelecimentos Entretanto a falta de conceitua o e 255 legisla o acerca de temas importantes como terceiriza o e trabalho escravo permite que os agentes fiscalizadores atuem de forma desigual em suas blitze Esse procedimento acaba desprestigiando o rg o do Minist rio bem como obriga o empresariado a buscar a justi a para anular os autos erroneamente aplicados No caso em tela os agentes fiscalizadores por meio de autos de infra o impuseram o v nculo de emprego dos trabalhadores das confec es terceirizadas diretamente Marisa negando lhe possibilidade ao contradit rio Na pr tica os trabalhadores que se sentissem prejudicados deveriam buscar a Justi a do Trabalho incluindo ou n o a rede de Lojas Marisa e ap s toda an lise da rela o havida entre as partes poderia esta vir a ser responsabilizada subsidi ria ou solidariamente dependendo exclusivamente do processo probat rio haja vista a problem tica existente no caso das terceiriza es 9 4 Responsabilidade social da m dia A m dia em todas su
166. a es ocorre na informalidade Na ind stria de confec o poss vel encontrar trabalhadores imigrantes provenientes da Bol via laborando de diferentes formas ou melhor dizendo no decorrer da pesquisa encontramos casos de trabalhadores imigrantes nessa seara em condi es de trabalho degradantes ou seja esses trabalhadores em algum momento tiveram algum de seus direitos fundamentais restringidos bem como pode se ainda encontrar empres rios empenhados em formalizar seu neg cio citando se a Trabalhadores que prestam seus servi os na informalidade e nessa rela o recebem por pe a N o t m o gato como credor de nenhum valor e moram e se alimentam nas oficinas de trabalho por m n o t m seus documentos retidos e por meio do trabalho prestado e com o que obt m em raz o de n o sofrerem nenhum tipo de desconto acabam por conseguir amealhar bastante dinheiro para seu retorno al m de enviar para seus familiares na Bol via 351Gom o aumento do tamanho desse mercado isso era natural ocorrer mas os relatos indicam seque mesmo em termos relativos este aumento da viol ncia vem acontecendo ld loc cit 196 b Trabalhadores estrangeiros formalizados em situa o regular no pa s com carteira de trabalho registrados na maioria das vezes por seus compatriotas recebendo piso salarial Estes j moram em suas pr prias casas pens es ou quartos e por isso pagam por seu aluguel e comida c Trabalhado
167. a es realizadas ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas cit parte 7 p 9 11 112 Na busca da verdade dos fatos a empresa norte americana montou uma equipe de auditores composta por pessoal dos departamentos de recursos humanos opera es e jur dico e passou a investigar as alega es a realizar intensas visitas s fabricas e entrevistas com trabalhadores bem como cruzaram muitas fontes de informa es de empregados da administra o e dos registros de funcion rios O relat rio abrangeu ainda as constata es feitas observando o meio ambiente de trabalho e de vida remunera o realiza o de horas extras e tratamento dos trabalhadores O resultado obtido pela comiss o da empresa norte americana gerou um relat rio em que conclu ram n o haver evid ncias de trabalho for ado ou trabalho infantil Entretanto assumiram que o c digo de conduta da companhia no tocante ao limite semanal trabalhado n o estava sendo respeitado e que melhorias nos alojamentos se faziam necess rias Por conta dessas constata es o fornecedor se comprometeu a realizar as altera es nos alojamentos haja vista estar em vias de adquirir mais terras para construir instala es maiores pois estava mudando sua pol tica de modo a assegurar o cumprimento dos limites semanais de horas extras O fornecedor foi citado de maneira positiva como tendo possibilitad
168. a o mencionada que O trabalho escravo caracterizado pelo cerceamento da liberdade e pela coa o moral econ mica ou f sica e considerado crime pela nossa legisla o penal S o verificadas nesse procedimento normalmente jornadas exaustivas de trabalho em condi es insalubres como por exemplo alojamento inadequado falta de fornecimento de boa alimenta o e gua pot vel falta de fornecimento de equipamentos de seguran a J o trabalho degradante destitu do do cerceamento da liberdade ou seja o empregado n o proibido ou impedido de exercer o seu direito de ir e vir mas presta servi os geralmente em local insalubre em jornadas excessivas sem o fornecimento 145 de uma boa alimenta o ou mesmo de equipamentos de seguran a z N o menos importante providencial esclarecer que alguns juristas buscam ampliar o objeto de defini o do trabalho escravo de tal modo a garantir que o cerceamento de liberdade f sica e ps quica constasse como elementos caracterizadores da pr tica escravagista Superando o conceito de que o trabalho escravo somente ocorreria com o cerceamento da liberdade de ir e vir alguns autores tal como Nelson Hungria defendem que a liberdade pessoal deve encampar os elementos f sico e ps quico para permitir maior abrang ncia e prote o queles trabalhadores em situa o de escravid o justificando seu conceito nas situa es de amea a constrang
169. a o Defende se a exist ncia de tr s ou mais dimens es de direitos Nesse sentido h quem defenda a exist ncia de uma quarta uma quinta e at uma sexta gera o de direitos A discuss o sobre as dimens es n o termina na quantidade seguindo inclusive para sua nomenclatura uma vez que n o s os direitos fundamentais sofreram altera es ou cr ticas Muito utilizada a nomenclatura gera es tamb m foi questionada uma vez que alguns autores defendem que este termo pode dar falsa impress o que uma gera o pode ser substitu da por outra quando na pr tica est surgindo o reconhecimento progressivo de novos direitos fundamentais e essa realidade tem o car ter de um processo cumulativo fazendo com que o termo dimens es tenha uma coloca o mais apropriada Estas dimens es s o as seguintes a Direitos fundamentais de primeira dimens o diz respeito s liberdades e direitos pol ticos traduzindo o valor da liberdade Pode se entender que esta dimens o abrange uma obriga o de n o agir por parte do Estado garantindo a liberdade aos particulares ou seja o Estado n o pode interferir na liberdade dos indiv duos 2COMPARATO Fabio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos 4 ed S o Paulo Saraiva 2005 p 57 SSARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional 10 ed Porto Ale
170. a o dos conceitos envolvendo os de outras O elenco dos direitos humanos contemplados pelo Direito Positivo foi se alterando do s culo XVIII at os nossos dias Assim caminhou se historicamente dos direitos humanos de primeira gera o os direitos civis e pol ticos de garantia de cunho individualista voltados para tutelar a diferen a entre Estado e Sociedade e impedir a dissolu o do indiv duo num todo coletivo para os direitos de segunda gera o os direitos econ micos sociais e culturais concebidos como cr ditos dos indiv duos com rela o sociedade a serem saldados pelo Estado em nome da comunidade nacional O processo de asser o hist rica das duas gera es de direitos humanos que s o direitos de titularidade individual foi inspirado pelos legados cosmopolita e universalista do liberalismo e do socialismo Como marco hist rico da positiva o dos direitos humanos pode se mencionar a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 A universalidade dos direitos humanos entretanto n o uma unanimidade Ao lado do que se convencionou chamar universalismo tem se o que se denomina relativismo cultural concep o segundo a qual a diversidade de culturas determinaria a impossibilidade de ter uma ordem mundial a respeito desse conjunto m nimo que se denomina Direitos Humanos CORREIA Marcus Orione Gon alves Os direitos sociais enquanto direitos fundamentais
171. a o de suas almas Desta forma D Manoel que reinou em Portugal de 1495 a 1521 teria motiva es profundamente religiosas ao organizar as primeiras esquadras com destino s ndias Parece certo que a destrui o do bloco isl mico foi a grande raz o da estrat gia do soberano nas Indias e na Africa tendo como objetivo final e grandioso a reconquista de Jerusal m Assim se explicariam o apoio militar dado em 1501 por Portugal aos venezianos de Moreia Peloponeso amea ados pelos turcos o otimismo excessivo do rei quanto s for as crist s que poderiam ser arregimentadas na India na realidade os nestorianos constitu am ali apenas uma pequena minoria a asfixia do Egito e o bloqueio comercial dos Estados mu ulmanos que resultariam da A maldi o imposta aos filhos de Cam base teol gica do racismo ensinava que a palavra hebraica cam significava queimado preto fazendo do filho de No o pai da ra a negra Numa maldi o imprecada por No Cam deveria ser o mais baixo dos servos Gn 9 18 27 Da o fato de os negros segundo os pregadores do racismo teol gico serem excelentes servi ais Conforme essa interpreta o os filhos de Sem e Jaf t m um direito teol gico de se aproveitarem do trabalho dos filhos de Cam contribuindo assim para a reden o daqueles que s o marcados por dois pecados originais o de serem filhos de Ad o pecado comum a todos os homens e o de s
172. a O que Adam Smith defende que ao promover o interesse pessoal a indiv duo acaba por ajudar na prossecu o do interesse geral e coletivo Afirmava que n o pela benevol ncia do padeiro ou do a ougueiro que n s temos o nosso jantar mas pelo ego smo deles pois os homens agindo segundo seu pr prio interesse que se ajudam mutuamente Neste caminho ele conduzido e guiado por uma esp cie de M o Invis vel MERCANTILISMO Correntes de Pensamento Econ mico amp Retrospectiva Econ mica Brasileira Dispon vel em lt http economiafenix wordpress com tag mercantilismo gt 169 No final do s culo XIX surgem movimentos sociais e com eles novas concep es filos ficas e econ micas Karl Marx foi um dos maiores cr ticos do sistema ent o vigente diagnosticando a concentra o de renda que estava sendo gerada pelo processo de industrializa o fazendo com que cada vez mais o excedente do tempo de trabalho dos oper rios fosse apropriado pelos donos dos fatores de produ o a terra o trabalho e o capital Dessa maneira o Estado passa a ter uma participa o ativa na sociedade Na hist ria do s culo XX passamos a conviver com o Welfare State Estado de Bem Estar Social Progressivamente mais recursos p blicos s o destinados a gastos sociais como sa de seguran a bem estar educa o e previd ncia social O Estado passa a ser devedor de presta es positivas da sociedade como nos ensina Alexy Para
173. a n o haviam sido abordados Registro meu agradecimento ao Professor Doutor Jos Pastore um grande expert no campo das rela es de trabalho que de forma t o carinhosa me transmitiu seu vasto conhecimento redirecionando meu foco para detalhes que eu n o havia observado Agrade o ao Professor Doutor Massato Ninomiya pela troca de experi ncias do tema e pelo rico material fornecido Seu apoio vem desde meu curso de mestrado onde ele me auxiliou na compreens o de como elaborar textos cient ficos Sou imensamente grata a minha s cia a Advogada Elo dos Santos Prado que com o apoio permanente e sua inestim vel colabora o inclusive discuss es sobre o tema permitiram que eu me dedicasse ao Programa de Doutorado assegurando a perfeita continuidade do trabalho em nosso escrit rio garantindo a qualidade dos nossos servi os assim zelando pelo nosso terror o cumprimento de todos os prazos De modo especial agrade o Gabriela Moraes Borges Malta Marcia Val ria Lorenzoni Dominguez e Marli de Moraes profissionais dedicadas e competentes pelo apoio em horas dif ceis assim como pelo apoio nas pesquisas bibliogr ficas busca documental e sobretudo prof cuas discuss es durante o desenvolvimento da tese Gostaria de agradecer a toda minha fam lia especialmente minha m e Rita e minha irm Luciana pela afetividade e est mulo concedidos Em particular expresso minha gratid o ao Professor Chahad meu marido carinho
174. a seus direitos trabalhistas Ademais aqueles que deixam estes trabalhadores nestas condi es est o sendo chamados na esfera trabalhista por meio da assinatura de Termos de Ajustes de Conduta TAC e em alguns casos quando n o h a assinatura da TAC respondem a A es Civis P blicas O MPT busca ainda em v rias frentes erradicar o trabalho escravo resgatando e incluindo o trabalhador na sociedade prevenindo assim a reincid ncia deste na condi o an loga de escravo aplicando puni es e realizando trabalhos de conscientiza o de empregadores para que estes respeitem a dignidade humana dos trabalhadores conscientizando a sociedade sobre o problema da escravid o para que ao flagrar casos como estes possam ajudar os rg os competentes por meio de den ncias e rep dio pr tica desta viola o dos direitos humanos fundamentais dos trabalhadores lt http www oit org br sites allforced labour brasil documentos telma final pdf gt Acesso em 22 fev 2018 BRASIL Lei n 10 706 de 30 de julho de 2003 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis 2003 110 706 htm gt Acesso em 22 fev 2013 384MANNRICH Nelson op cit p 215 232 O Minist rio P blico MP um rg o de Estado que atua na defesa da ordem jur dica e fiscaliza no cumprimento das Leis no Brasil Na Constitui o de 1988 o MP est inclu do nas fun es essenciais Justi a e n o possui vincula o funci
175. a Lei 5 889 73 sendo assim aplicada a todo trabalhador rural e n o s aos empregados rurais conforme menciona o artigo 17 da referida Lei H tamb m outras disposi es sobre o tema como a Lei n 605 de 05 01 49 que trata do Descanso Semanal Remunerado a Lei n 4 090 de 13 07 62 que trata do 13 Sal rio a Lei n 4 725 de 13 07 65 com as altera es da Lei n 4 903 de 16 12 65 que trata do Diss dio Coletivo o Decreto lei n 15 de 29 07 66 sobre o Reajuste Salarial e o Decreto lei n 368 de 19 12 68 sobre D bitos Salariais 4 4 2 Conceito O conceito de empregado rural encontra se inscrito no artigo 2 da Lei 5 889 73 onde Empregado Rural toda a pessoa f sica que em propriedade rural ou pr dio r stico presta servi os de natureza n o eventual a empregador rural sob a depend ncia deste mediante sal rio Entretanto houve por algum tempo controv rsia no assunto O artigo 7 b da CLT trouxe entendimento diverso n o restando harmoniosa sua liga o Lei 5 889 73 como se v Art 7 Os preceitos constantes da presente Consolida o salvo quando for em cada caso expressamente determinado em contr rio n o se aplicam b aos trabalhadores rurais assim considerados aqueles que exercendo fun es diretamente ligadas agricultura e pecu ria n o sejam empregados em atividades que pelos m todos de execu o dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas
176. a Lei padece do mesmo mal de toda legisla o resenhada pois n o define claramente o que ser entendido como trabalho escravo an logo ao de escravo ou mesmo trabalho for ado 219 8 PRINCIPAIS INSTITUI ES BRASILEIRAS ENVOLVIDAS COM A SOLU O DO PROBLEMA DO TRABALHO ESCRAVO E DO TRABALHO FOR ADO Este cap tulo versar sobre as principais institui es brasileiras que buscam a erradica o do trabalho escravo e do trabalho for ado seja no mbito urbano seja na rea rural ou que tenham ainda por objetivo eliminar qualquer forma de abuso ao trabalhador brasileiro Visam ainda buscar formas de garantir a dignidade do trabalhador al m de sua seguran a jur dica por meio dos rg os que atuam em diversas frentes como por exemplo o Minist rio P blico do Trabalho o Minist rio do Trabalho e Emprego organiza es da sociedade civil entre outros Antes por m apresentaremos ao leitor as principais estat sticas referentes ao trabalho escravo no Brasil tanto para mostrar a sua extens o no territ rio nacional como para revelar os resultados das a es das principais institui es empenhadas na sua erradica o 8 1 As estat sticas brasileiras sobre trabalho escravo an logo ao de escravo e for ado Conforme mencionado na introdu o desta tese a luta incessante pela elimina o do trabalho escravo e de outras formas de trabalho semelhantes pauta se muito mais pelos aspectos morais t
177. a isso mais convenientes por Ele limitados determinados n o antes nem depois E estando desde o come o do mundo at agora as gentes dessas terras t o arredadas destas e sempre fora de toda a esperan a nem pensamento disto que o senhor Deus ora quis que acontecesse espritanto inspirando h 60 anos um nosso tio vassalo nosso chamado Infante dom Henrique pr ncipe de mui virtuosa vida e santos costumes o qual por servi o de Deus tomou prop sito inspirado por Deus de fazer essa navega o e foi prosseguida at agora pelos reis nossos antecessores E prazendo a Nosso Senhor quis dar lhe o fim por n s desejado quis que aqueles que agora l foram fizessem de uma s viagem outro tanto caminho at chegar a v s quanto em todas as viagens passadas estava feito em 60 anos Estes s o os primeiros que logo mandamos tanto que por gra a de Deus tomamos o Regimento de nossos reinos e senhorios Assim que ainda que DELUMEAU Jean Mil anos de felicidade uma hist ria do paraiso S o Paulo Companhia das Letras 1997 p 207 ld Ibid 37O trecho sobre os interesses religiosos envolvidos na expans o ultramarina foi publicado como parte do cap tulo A Coroa o donat rio e o jesu ta a converg ncia dos distintos brasis nos prim rdios da coloniza o portuguesa na Am rica 34 esta coisa se veja feita por homens n o se deve julgar por obra de homens mas s poss vel a Ele Sendo assim p
178. a na verdade de emprego o que geral total afronta legisla o vigente 251 Acrescentou ainda em senten a que O fiscal do trabalho extrapolou a sua compet ncia de fiscaliza o ao considerar a rela o de terceiriza o como se emprego fosse em total afronta legisla o laboral Importante relembrar aqui que os agentes fiscalizadores agentes p blicos que s o est o adstritos ao princ pio da legalidade A eles n o se concede vontade pr pria mas apenas a vontade da lei a atitude tomada de forma unilateral pelo Sr Fiscal que ocasionou na condena o da empresa n o pode ser tida por constitucional por implicar suporte parcial de antecipa o de penalidade o que se admite somente ap s o tr nsito em julgado da senten a condenat ria Por fim tendo em vista o exposto todos os autos de infra o expedidos bem como as multas e d bitos mencionados no processo foram declarados nulos c O terceiro caso a ser narrado foi considerado um caso de grande repercuss o mundial e ficou conhecido como o caso Zara por se tratar da cadeia produtiva da grife de moda de propriedade da empresa espanhola Inditex Houve a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta TAC entre a empresa Zara Brasil Ltda e o Minist rio P blico do Trabalho 2 Regi o S o Paulo juntamente com o Minist rio do Trabalho e Emprego em dezembro do ano de 2011 em prol da busca da erradica o do trabalho f
179. a redu o do sal rio pago m o de obra uma pr tica mais usual Acontece que este ajuste no sal rio ocorre pelo controle da provis o de alimentos e alojamento tanto menos custoso quanto mais prec rio o que transparece aos olhos da imprensa e determinados rg os de governo como a presen a de trabalho escravo na agricultura brasileira Esta informalidade beirando a exist ncia de fato do trabalho escravo ocorre pela exist ncia de uma realidade perversa onde existe uma legisla o trabalhista muito onerosa associada ao fato de que a complexidade deste mercado encarecida mais ainda pela presen a do empreiteiro que n o tem motiva o para cumprir as Leis pois afinal sabe que cabe ao produtor responder pelo n o cumprimento das obriga es trabalhistas importante contudo diferenciar o que informalidade do trabalho na atividade sazonal agr cola daquilo que efetivamente trabalho escravo ou for ado nos moldes da OIT A informalidade o n o cumprimento puro e simples de direitos previstos em Lei n o importando se ela adequada ou n o para promover mais emprego e ou melhorar as condi es de trabalho dos empregados No caso do trabalho escravo que realmente ocorre em determinas regi es rurais brasileiras este se encontra previsto no C digo Penal Brasileiro configurando um crime uma quest o penal e assim deve ser tratado Se o direito de ir e vir do trabalhado for completamente cerceado seja pe
180. a refor ar a dimens o social da nova uni o mas por obje o do Reino Unido o texto foi removido do tratado e incorporado a um protocolo O Acordo sobre Pol tica Social declara que a Comunidade e seus Estados membros devem ter como objetivo a promo o do emprego a melhoria das condi es de vida e de trabalho a prote o social o di logo entre administra o e o trabalho o desenvolvimento dos recursos humanos e o combate exclus o social Indiretamente trata assim do combate ao trabalho escravo e trabalho for ado Apesar de o Tratado de Roma estabelecer a igualdade de pagamento este n o obriga a harmoniza o das pol ticas sociais de forma distinta ou anterior ao processo de liberaliza o dentro do mercado comum mas mudan as ocorreram pressionadas pelo alargamento da CE pelos diferentes custos de m o de obra pelos altos n veis de desemprego e ainda pela estagna o dos n veis salariais Apesar dos consider veis recursos j gastos em programas antitr fico no Sudeste da Europa recente avalia o de seu impacto mostrou que muito pouco tem sido feito para evitar que migrantes caiam nas m os de traficantes Apesar de algumas campanhas de conscientiza o muitas vezes limitadas ao tr fico de mulheres existe ainda a necessidade de cria o e implementa o de estrat gias mais amplas e urgentes que considerem o tr fico como consequ ncia de um processo de globaliza o e migra o mal gerenci
181. a vez o servo uma propriedade viva Os instrumentos podem ser de uso e produ o o escravo serve para facilitar o uso e sendo o escravo propriedade constitui se parte de seu amo de modo que n o se pertence mas pertence a outro n o deixando de ser homem mas homem possu do instrumento de uso separado do corpo a que pertence Arist teles questiona se seria justo ou lucrativo ser escravo e se essa situa o n o seria contr ria natureza e respondendo parte da an lise de que a obedi ncia al m de necess ria til visto ser ordem predestinada e natural pois alguns nascem para obedecer e outros para mandar a esp cie evolui medida que um predonima sobre os demais s se fazendo uma obra se h comando de uma parte e obedi ncia de outra O mundo aristot lico era organizado por uma ordem natural perfeita e hierarquizada na gradual disposi o das virtudes onde o ser vivo constitui se de corpo e alma nos homens virtuosos o esp rito comanda o corpo e sendo assim o amo comanda o servo o entendimento dirige o instinto o juiz os cidad os e o 26 soberano os s ditos a raz o guia a afetividade isto tudo da natureza de modo que a igualdade de governo prejudicial a ambos Para Arist teles esta rela o se repete na natureza posto que cabe ao ser mais perfeito o macho dirigir e f mea obedecer e na esp cie humana existem seres t o diferentes e inferiores a outros quanto cor
182. abalhadores migrantes ainda era exigido que pagassem altos valores em dinheiro pelo emprego mas na Jord nia recebiam apenas uma fra o do valor do sal rio prometido e alguns ainda ficavam sem receber por diversos meses Em muitos casos os trabalhadores tiveram seus passaportes confiscados logo na chegada s fabricas e havendo queixas sobre o atraso nos pagamentos os empregados eram castigados desde a suspen o de comida e gua ou removidos for a e enviados de volta a seus pa ses de origem onde enfrentariam uma d vida que n o conseguiriam pagar Dessa maneira esses trabalhadores estavam encurralados na f brica onde trabalhavam sem a devida remunera o e condi es de sobreviv ncia T o logo os fatos foram a p blico houve uma investiga o por parte do governo jordaniano e equipes de fiscaliza o do Minist rio do Trabalho acompanhada por representantes das embaixadas da ndia da China e de Sri Lanka visitaram quatro das ZIQs para 0NATIONAL LABOUR COMMITTEE U S U S Jordan Free Trade Agreement Descends into Human Trafficking and Involuntary Servitude New York The National Labor Committee 2006 Dispon vel em lt http Awww globallabourrights org admin documents files Jordan Report 05 03 pdf gt 115 investigar as den ncias Alguns estabelecimentos foram fechados e v rias multas foram aplicadas Aqui tamb m as empresas partiram em busca de solu o na forma de a es coletivas Em 21 de setembro
183. abalho diariamente transformando esses profissionais em verdadeiros escravos Pelos moldes da PEC caso n o haja defini o de trabalho escravo deveria ent o a empresa contratante perder suas propriedades e seus bens quando na verdade a legisla o trabalhista prev que o trabalhador insatisfeito com seu contrato de trabalho pode ingressar com duas a es judiciais na vig ncia dessa rela o na primeira a o ele poder pleitear as horas extras trabalhadas e na segunda a o simultaneamente ou n o poder requerer a 245 rescis o indireta de seu contrato de trabalho caso o empregador a este der Causa Dessa maneira verifica se que a PEC 438 01 poder n o ter a efic cia esperada no mbito urbano seja pela insufici ncia de bens a expropriar ou simplesmente porque em muitos casos n o se trata de trabalho escravo mas simplesmente de quest es que devem ser submetidas aprecia o da Justi a do Trabalho Acreditamos contudo que caso a defini o de trabalho escravo seja eficaz e venha proteger o trabalhador que realmente sofra abusos poder melhorar substancialmente o entendimento e combate ao trabalho for ado ainda que a PEC por si s n o consiga acabar com o trabalho an logo ao de escravo 9 2 Posi o atual da Justi a do Trabalho frente ao trabalho escravo por meio de seus ac rd os e jurisprud ncias mesmo tratamento para demandas bem diferenciadas De in cio necess rio dest
184. abalho for ado expropria o ou outra forma de controle da propriedade do empregador Nesse sentido entendemos ser relevante apresentarmos um sum rio sobre a quest o do direito de propriedade como t pico de grande import ncia na compreens o da defini o daquelas formas de trabalho 4 1 1 Direito de propriedade enfoques alternativos Nos prim rdios da civiliza o a propriedade n o era individual sendo primeiramente baseada em uma estreita e profunda liga o de uma determinada fam lia com seus ancestrais que eram reverenciados como entes supremos em seus t mulos e assim considerados como deuses ademais somente a fam lia poderia prestar lhes os rituais e ningu m mais 118 Posteriormente os deuses ancestrais acima mencionados protegiam o territ rio da interfer ncia de forasteiros e o Deus Termo limitava o local e em raz o de os t mulos serem inamov veis a fam lia deveria ent o permanecer e tomar posse do solo deste modo a terra tornava se insepar vel da fam lia e somente esta fam lia poderia ter esse direito um deus um t mulo uma fam lia Nas palavras de Coulanges n o se podia adquirir a propriedade sem o culto nem o culto sem a propriedade a sepultura havia estabelecido a uni o indissol vel da fam lia com a terra isto a propriedade Os mortos s o deuses que pertencem apenas a uma fam lia e que apenas ela tem o direito de invocar Esses mortos
185. acar que conforme levantamento junto a diversos Tribunais Regionais do Trabalho se percebeu o uso equivocado do termo trabalho escravo onde a aus ncia de conceito legal tem gerado demandas jur dicas equivocadas daquele trabalhador que por exemplo n o recebe horas extras em seu contrato de trabalho devidamente registrado procurando torn lo similar em g nero e gravidade ao que perdeu sua dignidade e direitos sociais em prol de seu empregador por abusos e viol ncia Dessa maneira destacam se alguns casos abaixo coletados junto aos TRTs de determinadas regi es tendo em vista exemplificar estas distor es no entendimento do que venha ser trabalho escravo TRT 152 REGI O as cooperativas de trabalho como formas de reduzir custos trabalhistas e criar empregos s o falsos cru is e em muitos casos criminosos pois o que se est apurando na pr tica s o explora es vergonhosas que caracterizam formas de trabalho escravo intermediado por criminosas cooperativas de trabalho Como comprova o do alegado relembremos o fato que deixou o Brasil todo estarrecido quando a imprensa escrita e falada noticiou e mostrou a exist ncia de trabalho degradante em condi es subumanas intermediado por cooperativas de trabalho Agravo de instrumento em recurso de revista n TST AIRR 2321 1998 017 15 00 1 246 TRT 9 REGI O trabalho realizado pelo reclamante s vezes extrapolava a jornada semanal o que at
186. acredita se que com o aperfei oamento da integra o entre Pol cia Federal com os Agentes Fiscalizadores possa ser obtido melhor resultado frente s fiscaliza es que possam vir a ser realizadas O Minist rio do Trabalho ainda no 2 Plano de Erradica o do Trabalho Escravo prev 66 a es contando com a parceria de outros rg os do pa s bem como institui es internacionais tais como a OIT al m da Anamatra Congresso 228 Nacional entre outros Estas a es preventivas podem ser tanto de curto como de longo prazo Dentre todas as a es previstas pelo 2 Plano Nacional para a Erradica o do Trabalho Escravo destacam se a continuidade na busca da erradica o do trabalho escravo como prioridade do Estado brasileiro buscar a aprova o da PEC 438 2001 com a reda o da PEC 232 1995 referente expropria o de terras onde forem encontrados trabalhadores em condi es an logas de escravos criar e manter base de dados com informa es dos principais agentes envolvidos no tema e em sua preven o cria o e implanta o de estruturas de atendimento jur dico e social aos trabalhadores imigrantes que se encontrem no pa s legal ou ilegalmente inclusive com servi o de emiss o de documenta o brasileira Este plano pretende ainda buscar a altera o do estatuto do estrangeiro Lei n 6 8015 1980 em busca de garantir a regulariza o gratuita dos trabalhadores imigrantes encontrados em
187. ada o do trabalho humano A origem da Institui o se fundamentou em tr s raz es b sicas descritas na seguinte ordem i a preocupa o humanit ria ii os motivos pol ticos e iii as raz es econ micas A preocupa o humanit ria baseou se nas deplor veis e injustas condi es de vida e trabalho dos trabalhadores durante a Revolu o Industrial oriundas das dr sticas modifica es no sistema de produ o durante o s culo XVIII na Inglaterra A burguesia industrial buscava maiores lucros e menos gastos de produ o acelerando assim o ritmo de produ o e aumentando o n vel de explora o dos trabalhadores que se viam obrigados a aceitar estas condi es devido plena liberdade contratual aos empregadores consolidando o capitalismo como modo de produ o hegem nico Os motivos pol ticos vieram em virtude da necessidade de se melhorar a situa o dos trabalhadores cujo n mero de desempregados e inativos aumentou por conta da industrializa o O crescimento do desemprego poderia causar uma revolu o no entender de muitos estudiosos o que foi uma das grandes preocupa es para a OIT quando desde sua constitui o esta hip tese j foi prevista em seu pre mbulo ao tratar da insatisfa o causada pela injusti a social que constituiu uma amea a para a paz e a harmonia universal A terceira motiva o para o surgimento da OIT pode ser entendida como uma quest o econ mica haja vis
188. ada nos im veis abandonados A consolida o dessa mudan a no ordenamento jur dico brasileiro surge com a promulga o da Constitui o Federal de 1988 ocasi o em que a propriedade deixa de ser o n cleo desse contexto no mbito jur dico nacional A propriedade passa por v rias mudan as at se restringir ao cumprimento da sua 127 fun o social quando tratar se de propriedade urbana conforme inciso XXIII do art 5 da Carta Magna brasileira e 82 do art 182 A fun o social ultrapassa o limite de sua produtividade econ mica al m de ser uma garantia de sua prote o era justificada pelo direito a um trabalho 226 digno posi o defendida por John Locke em substitui o ao princ pio do individualismo propriet rio pelo da dignidade humana A Constitui o Federal de 1988 em rela o propriedade rural dita no art 186 que esta n o deve prejudicar direitos trabalhistas e o meioambiente por tratar se de fun es interligadas pr pria dignidade humana Neste caso a finalidade de um desenvolvimento sustent vel que tem por objetivo a prote o permanente de reas essenciais ao equil brio ambiental de nossos in meros biomas no intuito de favorecer o bem estar dos propriet rios e trabalhadores z Mesmo cumprindo a fun o social a propriedade n o isenta de desapropria o uma vez que a utilidade p blica prevalece conforme reza o inciso XXIV do art 5 da Constitui o F
189. ada por uma conven o suplementar destinada a intensificar as medidas que levem aboli o da escravatura do tr fico de escravos e das institui es e pr ticas an logas escravatura Na se o denominada Institui es e pr ticas an logas escravatura a ONU elenca que cada um dos Estados Partes adotar medidas legislativas para que sejam poss veis e necess rias para obter progressivamente e o mais r pido poss vel a aboli o completa ou o abandono das institui es e pr ticas mencionadas no texto da Conven o No artigo 1 entende a Conven o como servid o por d vidas O estado ou condi o que resulta do facto de um devedor se ter comprometido a prestar servi os pessoais ou os de algu m sobre quem exer a autoridade como garantia de uma d vida se os servi os prestados e justamente avaliados n o se destinarem ao pagamento da d vida ou se n o se delimitar a sua dura o ou n o se definir a natureza dos referidos servi os Entende a servid o da gleba como a condi o da pessoa que obrigada por lei ainda pelo costume ou por contrato a viver e 147 trabalhar numa terra pertencente a outrem e a prestar lhes mediante remunera o ou gratuitamente determinados servi os sem liberdade para mudar de condi o A sec o Ill Disposi es comuns escravatura e s institui es e pr ticas an logas escravatura em seu artigo prev que Nos pa ses em que a escravatura ou as
190. adania auxiliam o imigrante com orienta es para regularizarem sua situa o pois a burocracia aliada demora dos documentos 3I LES Paulo Anistia para os imigrantes um direito transformado em calv rio pela Pol cia Federal Revista F rum Publisher Brasil ed 99 jul 2011 Dispon vel em lt www revistaforum com br gt Acesso em 22 set 2011 34 As principais dificuldades enfrentadas pelos imigrantes na obten o da resid ncia permanente podem ser vistas em Carta Aberta Anistia estampada no site do CAMI Fonte CARTA Aberta Anistia Dispon vel em lt www cami spm org ver_noticias php id 52 gt Acesso em 22 set 2011 197 e o visto de perman ncia constante da 2 fase da Lei n 11 961 2009 conhecida como Lei da Anistia agregada aos termos do Acordo do Mercosul complexa tornando muito dif cil a situa o destes trabalhadores na busca de regulariza o e formaliza o para o mercado tendo em vista a falta de informa es sobre as altera es novos acordos ou legisla es sobre o tema A busca ao regularizar os estrangeiros est em conceder uma vida mais tranquila e digna a todos que aqui se encontram de forma irregular margem de seus direitos fundamentais Mesmo tratando se de resid ncia provis ria ao beneficiado com a regulariza o lhe s o conferidos os direitos equivalentes aos dos brasileiros na esfera civil exce o daqueles expressamente reservados aos nacionais nos term
191. ado 190 Tratado de Maastricht tamb m conhecido como Tratado da Uni o Europeia TUE foi assinado a 7 de fevereiro de 1992 na cidade holandesa de Maastricht O Tratado de Maastricht foi um marco significativo no processo de unifica o europeia fixando que integra o econ mica at ent o existente entre diversos pa ses europeus se somaria uma unifica o pol tica O seu resultado mais evidente foi a substitui o da denomina o Comunidade Europeia pelo termo atual Uni o Europeia EUR LEX Tratado de Amesterd que altera o Tratado da Uni o Europeia os Tratados que instituem as Comunidades Europeias e alguns Actos relativos a esses Tratados 97 C 340 01 Dispon vel em lt http eur lex europa eu pt treaties dat 11997D htm 11997D html 0001010001 gt 1920 Tratado de Amsterd foi aprovado pelo Conselho Europeu de Amsterd 16 e 17 de junho de 1997 e assinado em 2 de outubro de 1997 pelos ministros dos Neg cios Estrangeiros dos quinze pa ses membros da Uni o Europeia Entrou em vigor a 1 de maio de 1999 depois de ratificado por todos os estados membros de acordo com as suas normas constitucionais 106 Muitos dos pa ses de origem no Sudeste Europeu t m avan ado nessa dire o e outras regi es poderiam beneficiar se de sua experi ncia Na Europa a Alb nia a Rep blica da Mold via a Rom nia e Ucr nia t m sido identificadas como importantes pa ses fonte de v timas do tr fico e trabalho escravo pois
192. ais ou urbanos ocorra de fato trabalho escravo ou for ado mas sim que n o se pode generalizar propostas de solu es que tratem o problema como semelhante e se tudo fosse considerado roupagem de tamanho nico 160 Por fim voltando ao caso rural Rezende e Kreter criticam a banaliza o do combate ao escravo sua excessiva exposi o m dia sua interfer ncia crescente de organismos internacionais e a falta de lucidez de sua separa o com rela o informalidade O principal objetivo deste trabalho foi contudo apresentar uma cr tica cren a generalizada de exist ncia de trabalho escravo ou trabalho for ado na agricultura Essa cren a e o aumento do risco de contrata o de m o de obra agr cola que ela implica t m induzido a um aumento da mecaniza o na agricultura com o que se reduz o emprego da m o de obra pela agricultura especialmente a menos qualificada resultando em consequ ncia no aumento do xodo rural e no recrudescimento da pobreza no meio urbano 2 REZENDE Gerv sio Castro de KRETER Ana Cec lia Existe realmente trabalho escravo na agricultura brasileira cit p 106 161 5 TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO LUZ DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Este cap tulo enfatiza a import ncia da busca dos direitos fundamentais e sua evolu o no desenvolvimento do trabalho humano Relata de maneira objetiva seus fatos hist ricos nessa trajet ria Trata ainda do
193. al o trabalho ou servi os for ados a escravatura ou pr ticas similares escravatura a servid o ou a extra o de rg os De acordo com o Grupo de Especialistas sobre Tr fico de Pessoas da Uni o Europeia o trabalho for ado constitui o elemento central do conceito sendo que o que o Protocolo visa coibir a viola o dos direitos humanos das v timas Apesar de n o se encontrar definido no Protocolo s o v rios os instrumentos que concorrem para a sua interpreta o Destacaremos aqui os instrumentos aprovados no mbito da OIT 1810 Protocolo parece proceder atrav s desta enumera o a uma distin o entre explora o sexual e trabalho for ado De acordo com a Conven o n 29 da OIT Cfr Supra Cap tulo II sec o A ponto 1 1 Contudo o conceito de trabalho for ado dever ser entendido no sentido de incluir igualmente o trabalho sexual for ado OIT 2005 1820 conceito de escravatura definido pela Conven o sobre Escravatura de 1926 da Sociedade das Na es alterada pelo Protocolo de 1953 das Na es Unidas como o estatuto ou condi o de uma pessoa sobre a qual s o exercidos algum ou todos os poderes decorrentes do direito de ropriedade 1830 artigo 1 da Sec o da Conven o Suplementar das Na es Unidas de 1956 sobre a Aboli o da Escravatura do Com rcio Escravo Institui es e Pr ticas Similares Escravatura n o cont m uma defini o destas lt
194. al ao escrever Et haec quidem quae iam diximus locum aliquem haberent etiamsi daremus quod sine summo scelere dari nequit non esse Deum aut non curari ab eo negotia humana GROTIUS De lure Belli ac Pacis Libri Tres Prolegomena 11 p 7 SAHD L F Hugo Grotius direito natural e dignidade Cadernos de Etica e Filosofia Pol tica v 15 n 2 p 181 191 2009 Dispon vel em lt http www ffIlch usp br df cefp Cefp15 sahd pdf gt Nicolau Maquiavel foi reconhecido como fundador do pensamento e da ci ncia pol tica moderna pelo fato de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente s o e n o como deveriam ser Thomas Hobbes Matem tico te rico pol tico e fil sofo ingl s autor de Leviat 1651 e Do cidad o 1651 222A Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o em franc s D claration des Droits de l Homme et du Citoyen um documento culminante da Revolu o Francesa que define os direitos individuais e coletivos dos homens tomada a palavra na acep o de seres humanos como universais Influenciada pela doutrina dos direitos naturais os direitos dos homens s o tidos como universais v lidos e exig veis a qualquer tempo e em qualquer lugar pois pertinem pr pria natureza humana 2 124 1 223 a Constitui o francesa de 1791 e o C digo Civil Napole nico de 1804 Mesmo apesar de n o avan ar no significado filos fico do direito pr
195. alhadores rurais est o a adicional noturno de 25 Maior que o do trabalhador urbano que de 20 e com dura o da hora noturna de 60 minutos sendo que na pecu ria o hor rio noturno compreendido no per odo de 20 horas da noite at s 04 horas da manh e na agricultura de 21 horas da noite at as 05 horas da manh artigo 7 b os descontos pela ocupa o da moradia na propriedade rural firmados a t tulo de habita o at o limite de 20 sobre o sal rio m nimo artigo 9 a c a dedu o pelo fornecimento de alimenta o sadia e farta a pre o da regi o de at 25 do sal rio artigo 9 b d o descanso na jornada de trabalho acima de 6 horas de trabalho cont nuo conforme os usos e costumes da regi o n o se computando o intervalo na dura o do trabalho art 5 Para que o empregador possa descontar de seu empregado os valores referentes aos percentuais a t tulo de habita o e alimenta o necess rio que esteja previsto contrato de trabalho escrito com testemunhas e comunica o ao Sindicato dos Trabalhadores 138 A Lei 9 300 96 retirou a natureza salarial dessas unidades sendo assim n o somam nem integram a remunera o para nenhum fim encargos sociais recolhimento de FGTS c lculo de 13 Sal rio etc C Contrato de trabalho O contrato de trabalho rural pode ser a determinado b indeterminado c contrato de safra onde durante
196. alho No relat rio do Diretor geral da OIT que lan ou definitivamente o princ pio do trabalho decente houve uma preocupa o de transformar esta vis o estrat gica em a es contidas em programas da Institui o Definiram se quatro objetivos b sicos que est o no cerne do conceito a preval ncia dos direitos no trabalho b garantia de emprego e renda c fortalecimento da seguridade e prote o social e d fortalecimento do di logo social Nas palavras da OIT These four objectives together define the ways in which the ILO can promote the primary goal of decent work Decent work means productive work in which rights are protected which generates an adequate income with adequate social protection It also means sufficient work in the sense that all should have full access to income earning opportunities It marks the high road to economic and social development a road in which employment income and social protection can be achieved without compromising workers rights and social standards Tripartism and social dialogue are both objectives in their own right guaranteeing participation and democratic process and a means of achieving all the other strategic objectives of the ILO The evolving global economy offers opportunities from which all can gain but these have to be grounded in participatory social institutions if they are to confer legitimacy and sustainability on economic and social policies a Direit
197. alho escravo o movimento de descrimina o Revista Brasileira de Ci ncias Criminais S o Paulo v 14 n 59 p 90 127 mar abr 2006 64 O sistema de contrata o do Senador Vergueiro foi seguido por muitos fazendeiros do oeste paulista podendo ser indicado como o precursor dos registros de escravid o por d vidas no Brasil mal que como visto insiste em assolar os trabalhadores at os dias de hoje mesmo e a despeito de toda a evolu o de nosso ordenamento jur dico dos princ pios legais protetores do trabalho da Liberdade e da Dignidade da Pessoa esculpidos em nossa Constitui o Frise se que o Sistema Vergueiro de escravid o ocorreu em um per odo que trabalho livre no Brasil era regulado por duas leis ineficientes a primeira de 1830 e a segunda de 1837 que tiveram pouca aplica o vez que preponderava na poca o trabalho escravo bem como em raz o de seus conte dos nebulosos e por conseguinte de dif cil aplica o Em 17 de setembro de 1871 foi promulgada a Lei n 2040 a primeira lei que tratou da transi o do trabalho escravo para o livre de modo claro que passou a ser conhecida como Lei do Rio Branco ou Lei do Ventre Livre Considerada como item essencial de estrat gia legal para unir a reordena o do trabalho liberta o e reorganiza o dos trabalhos dos escravos libertos e a transi o para um mercado de trabalho livre por m de maneira gradual foi a
198. alinea had 15 3 Procedimentos MEIOACI GICOS ascsaicrastagisiestssinie Data soa Les bafoniad aaa alas Atas asab nd andas 17 3 1 TIPO de pesquisa ienser E E E SRA aaa ESA da Soda 17 3 2 M t d Cientif C AND QoS GUS CN RR MPR E a RD RR 18 Sid ESTUTITA O dA OSO sutis E oia ETEA O AO Aa O Eua EL aa ua 18 1 O TRABALHO ESCRAVO DA ANTIGUIDADE AO SURGIMENTO DO CAPITALISMO essas sei nen sp ae des da 19 1 1 A explora o do trabalho humano antes de Cristo n 19 1 2 A escravid o na Gr cia Antiga ssstassassesasisaia caso rnesas rala EERdA Na Sgo si aCOgad lana da sbaGanidos 21 1 3 O pensamento escravagista de Arist teles a rnaerraana 23 1 4 O surgimento do capitalismo e a concep o hist rica do trabalho 27 2 ESCRAVID O E TRABALHO ESCRAVO RURAL OS PRIM RDIOS DO TRABALHO FOR ADO NO BRASIL eee 31 2 1 Trabalho escravo no Brasil a partir de sua descoberta 31 2 2 A Igreja Cat lica e o trabalho escravo e ernsaseneaaaeaaana 31 2 2 2 A revis o da atua o da Igreja Cat lica os pedidos de perd o de Jo o PAO AM sas Anna a a SAD nd a 37 2 3 A escravid o dos NdIOS RPPN DRRPNANE ANPR DEBIAN PRPR PERENE PRPE O DR SPNDNES SPREN DESA PRP RR 39 2 4 A escravid o dos negros no Brasil os prim rdios e a consolida o da pr tica 41 2 5 O manual do agricultor brasileiro como e
199. anos e direitos do homem Trata se afinal DECLARA O UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolu o 217 A Ill da Assembleia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 Dispon vel em lt http portal mj gov br sedh ct legis intern ddh bib inter universal htm gt 0GORENDER Jacob Direitos humanos o que s o ou devem ser S o Paulo Ed Senac S o Paulo 2004 p 24 25 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito constitucional e teoria da Constitui o 7 ed Coimbra Almedina 2008 p 292 164 de algo que inerente pr pria condi o humana sem liga o com particularidades determinadas de indiv duos ou grupos Mas como reconhecer a vig ncia efetiva desses direitos no meio social ou seja o seu car ter de obrigatoriedade E a que se p e a distin o elaborada pela doutrina jur dica germ nica entre direitos humanos e direitos fundamentais Grundrechte Estes ltimos s o os direitos humanos reconhecidos como tais pela autoridade s quais se atribui o poder de editar normas tanto no interior dos Estados quanto no plano internacional s o os direitos humanos positivados nas Constitui es nas leis nos tratados internacionais 5 2 As dimens es no direito fundamental do trabalho Os direitos fundamentais passaram por v rias transforma es desde a sua introdu o nas Constitui es no que diz respeito a seu conte do efic cia titularidade bem como efetiv
200. ara D Manoel Deus teria conduzido os portugueses ndia com prop sitos claramente definidos bem de crer que Deus Nosso Senhor n o ordenou t o maravilhoso feito com essa nossa navega o para somente ser servido nos tratos e proveitos temporais entre v s e n s mas tamb m nos espirituais das almas e salva o delas o que mais devemos Portanto a presen a portuguesa cumpriria um duplo prop sito os tratos e proveitos temporais isto o com rcio e a salva o das almas com o apoio e benepl cito da Igreja Cat lica Assim o rei de Portugal apresenta ao Samorim uma alian a objetivando concomitantemente o combate ao infiel mu ulmano e o estabelecimento de la os que permitiriam aos mercadores portugueses o acesso ao com rcio das especiarias do Oriente A expans o do com rcio e o combate ao infiel faziam parte da mesma filosofia ou seja o avan o portugu s no com rcio de especiarias essencialmente visava o enfraquecimento dos infi is de maneira que os sucessos econ micos eram os meios que Deus colocava disposi o dos portugueses para que a obra de expans o dos orbes christianus fosse levada adiante Afinal nas palavras de D Manuel Deus n o gostaria que os proveitos dos contatos entre os crist os do Ocidente e os crist os do Oriente fossem apenas temporaes 383D MANOEL Carta ao Samorim de Calicute In AMADO Janaina FIGUEIREDO Luiz Carlos sOTIS Brasil 1500 quarenta do
201. as Diante desse quadro e na esperan a de uma vida melhor muitos desses antigos camponeses migraram para as col nias inglesas da Am rica do Norte onde fazendeiros aproveitando se do desespero desses camponeses passaram a custear as despesas de viagem daqueles que n o possu am recursos para se deslocarem at o Novo Mundo mas em contrapartida eram obrigados a laborar durante 07 sete anos para o fazendeiro para somente ap s esse per odo serem livres para ganhar a vida como bem entendessem Esse sistema de contrata o que ficou conhecido como enclosures outro precedente hist rico do trabalho an logo ao do chamado escravo rural brasileiro sendo as caracter sticas de ambos bastante semelhantes eliminadas as quest es de diferen as de poca Outro precedente que merece destaque o sistema de contrata o de m o de obra que ficou conhecido como indenture onde quase a metade dos imigrantes livres que aportaram nas treze col nias inglesas da Am rica do Norte durante a era colonial era submetida servid o por d vidas por meio desse sistema Pelo referido sistema os senhores atra fam os colonos adiantando lhes os valores necess rios viagem e ao sustento somas que eram amortizadas pela SHOBSAWM Eric J A Revolu o Industrial 1780 1840 In Da Revolu o Industrial Inglesa ao Imperialismo 5 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2009 PALO NETO Vito op cit cf H
202. as a determinadas formas de outras partes que aparentemente n o t m nenhuma rela o com a primeira desse modo a m o aperfei oada uma vez que n o parte isolada do corpo aperfei oa o corpo todo em seu entender e o aperfei oamento gradual da m o do homem e a adapta o concomitante dos p s ao andar em posi o ereta exercem indubitavelmente em virtude da referida correla o certas influ ncias sobre outras partes ENGELS Friedrich op cit v 2 p 270 Charles Robert Darwin Naturalista brit nico que alcan ou fama ao convencer a comunidade cient fica da ocorr ncia da evolu o e propor uma teoria para explicar como ela se d por meio da sele o natural e sexual Esta teoria se desenvolveu no que agora considerado o paradigma central para explica o de diversos fen menos na rea da Biologia Durante o processo de sele o artificial o homem atua selecionando as variabilidades que mais lhe interessam por m a a o do homem nada tem a ver com a produ o dessa variabilidade Segundo Darwin as leis que regem a variabilidade s o ligadas correla o de crescimento ao uso e desuso e a o direta das condi es f sicas e essa varia o pode ser transmitida hereditariamente ENGELS Friedrich op cit v 2 Id Ibid p 271 31 2 ESCRAVID O E TRABALHO ESCRAVO RURAL OS PRIM RDIOS DO TRABALHO FOR ADO NO BRASIL 2 1 Trabalho escravo no Brasil a partir d
203. as formas falada escrita televisiva e informatizada representa o principal canal de difus o de not cias no mundo Seu poder grande servindo at mesmo de ente fiscalizador Possui tamb m como responsabilidade criar a es para que promovam os aspectos sociais que possam apresentar algo em prol da tica bem como das empresas trabalhadores e institui es Desse modo necess ria uma transpar ncia da m dia para que n o haja abusos e transgress es profissionais conscientes ou erros acidentais e involunt rios Sua fun o social alertar para o problema evitando banaliz lo sob pena de impedir solu es corretas para os desvios apontados Atualmente a m dia cresce por meio do desejo de liberdade da sociedade em todas as regi es do mundo onde sua miss o principal a de acompanhar o Estado para que este n o perca seus objetivos e ao mesmo tempo ser agente revelador da verdade mas esta premissa deve ser questionada cientificamente Ademais por vezes em prol do xito o decoro profissional ferido vitimando maiorias minorias pessoas jur dicas autoridades etc 256 Assim segundo Hutchins prudente que haja atividades que orientem a atua o da m dia O autor criou uma comiss o para propor estas atividades e em 1947 publicou seu primeiro relat rio chamado A Free and Responsible Press O relat rio respeitando a liberdade editorial da imprensa afirmava que era necess
204. at mesmo falta de clareza na defini o de cada um desses conceitos Buscando atingir este objetivo maior esta tese estruturou se da seguinte forma iniciou se com uma revis o hist rica sobre o trabalho escravo no Brasil e no Mundo em seguida descreveu o que tem ocorrido no cen rio internacional em termos de trabalho escravo e trabalho for ado contemplou as caracter sticas de ambos tendo em vista sua diferencia o nos dias atuais destacando a import ncia dos direitos fundamentais na compreens o desta diferencia o Buscando aprofundar esta discuss o trouxe baila o caso dos migrantes bolivianos em S o Paulo onde parece ser dif cil dizer exatamente o que se trata trabalho for ado ou an logo ao escravo Em seguida enveredou se pela revis o da legisla o brasileira sobre o tema mostrou a posi o das principais institui es brasileiras envolvidas com a solu o da explora o do trabalho humano ap s revelar a dimens o desse problema no caso brasileiro Finalmente como base nesse material realizou uma serie de recomenda es sugest es e subs dios para ampliar e melhorar o combate ao trabalho for ado e trabalho escravo no Brasil seja na rea rural ou no meio urbano Dentre estas destacam se disciplinar a terminologia e padronizar as senten as na esfera de Justi a do Trabalho complementar a PEC em termos da clareza necess ria sobre o que venha ser trabalho escravo utilizar o conceito do Trabalho Decente pa
205. aturais o equil brio ecol gico e o patrim nio hist rico e art stico bem como evitada a polui o do ar e das guas 2 S o defesos os atos que n o trazem ao propriet rio qualquer comodidade ou utilidade e sejam animados pela inten o de prejudicar outrem 3 O propriet rio pode ser privado da coisa nos casos de desapropria o por necessidade ou utilidade p blica ou interesse social bem como no de requisi o em caso de perigo p blico iminente 4 O propriet rio tamb m pode ser privado da coisa se o im vel reivindicado consistir em extensa rea na posse ininterrupta e de boa f por mais de cinco anos de consider vel n mero de pessoas e estas nela houverem realizado em conjunto ou separadamente obras e servi os considerados pelo juiz de interesse social e econ mico relevante 5 No caso do par grafo antecedente o juiz fixar a justa indeniza o devida ao propriet rio pago o pre o valer a senten a como t tulo para o registro do im vel em nome dos possuidores O novo c digo alterou profundamente a estrutura do direito de propriedade indo al m de simples modifica o abandonou um direito de propriedade absoluto onde o seu titular reinava soberano sobre a sociedade e a Lei lhe assegurava o direito de usar gozar dispor sem qualquer tipo de limita es para em harmonia com o pensamento mundial contempor neo chegar a uma propriedade privada cujo uso facultado ao seu tit
206. b81a Cartilha Altera da 3 1 pdf MOD AJPERES amp CACHEID 9a0cf38047af3bb 1 bd98bfd0854ab81a gt MINIST RIO P BLICO DO TRABALHO Orienta o n 04 da CONAETE Dispon vel em lt www mpt gov br gt 149 for ado e o trabalho degradante ambos considerados atentat rios dignidade da pessoa humana a pr pria ess ncia dos direitos humanos fundamentais Desta maneira pode se afirmar que Trabalho em condi es degradantes aquele em que h a falta de garantias m nimas de sa de e seguran a al m da aus ncia de condi es m nimas de trabalho de moradia higiene respeito e alimenta o tudo devendo ser garantido em conjunto ou seja em contr rio a falta de um desses elementos imp e o reconhecimento do trabalho em condi es degradantes 4 12 Conceito de trabalho penoso e trabalho prec rio Entende se por trabalho penoso aquelas formas de trabalho insalubre e perigoso e que s o associados a determinados agentes agressivos os quais normalmente causam doen as ou acidentes Mas existem outros trabalhos que podem provocar desgastes e at envelhecimento precoce em raz o da natureza do servi o da forma de execu o do esfor o requerido da intensidade contudo sem acarretar diretamente doen as estes os denominados trabalhos penosos onde o agente agressivo o pr prio trabalho que se executa Jos Cretella Jr define o trabalho penoso como sendo o trabalho acerbo rduo amargo dif cil
207. balhador que o reduz a condi o an loga de escravo Este tema de interesse social inclusive para aqueles que desempenham a chamada fun o social como empregadores pois em detrimento daqueles que a exploram h uma desvantagem no exerc cio da livre concorr ncia art 170 da Constitui o Federal Afinal exploram o trabalho em desacordo com os princ pios da justi a social pagando menos e produzindo tanto quanto o que suportou os nus e encargos decorrentes da m o de obra trabalhadora No campo a Constitui o Federal de 1988 condiciona a posse da propriedade rural ao estrito cumprimento de sua fun o social sendo de responsabilidade de seu propriet rio tudo o que ocorrer nos dom nios da fazenda al m disso a legisla o brasileira estabelece tamb m que o empres rio o respons vel legal por todas as rela es trabalhistas de seu neg cio Deste modo e com a finalidade de observar os Princ pios Constitucionais de prote o ao trabalho e principalmente Dignidade da Pessoa Humana desenvolveu uma legisla o que vai al m da defini o internacional de trabalho for ado de modo a incluir o tr fico interno de pessoas e servid o por d vida 7 2 2 Car ter supralegal de tratados de direitos humanos as Conven es da OIT O tratado ao ser ratificado obriga que seus signat rios cumpram as obriga es de seus mandamentos para n o sofrerem san es da ONU que possui for a pol tica e
208. berais as institui es de benefic ncia as associa es recreativas ou outras institui es sem fins lucrativos que admitirem trabalhadores como empregados Par grafo 2 Sempre que uma ou mais empresas tendo embora cada uma delas personalidade jur dica pr pria estiver sob a dire o controle ou administra o de outra constituindo grupo industrial comercial ou de qualquer outra atividade econ mica ser o para os efeitos de rela o de emprego solidariamente respons veis a empresa principal e cada uma das subordinadas 140 Para Alice Monteiro de Barros empregador a pessoa f sica jur dica ou o ente que contrata assalaria e dirige a presta o pessoal de servi os do empregado assumindo os riscos do empreendimento econ mico Para Godinho o enunciado do caput da CLT bem como o par grafo primeiro do mesmo artigo s o falhos por serem tautol gicos Para o mesmo autor N o h portanto uma qualidade especial deferida por Lei pessoa f sica ou jur dica para emergirem como empregadores Basta que de fato se utilizem da for a de trabalho empregaticiamente contratada A presen a do empregador identifica se portanto pela simples verifica o da presen a de empregado aos seus servi os e n o pela qualidade do sujeito contratante de tais servi os importante destacar a exist ncia dos chamados grupos econ micos constitu dos por v rias pessoas jur dicas mas a ordem e admini
209. bra elaborada pelo DIEESE 2011 Ali aparece a seguinte passagem indicando esta posi o conjunta A luta contra as pr ticas empresariais de contrata o de trabalhadores em condi es similares ao trabalho escravo manteve se na ordem do dia em especial naquelas regi es ou nos segmentos onde o problema mais se evidencia A fiscaliza o do MTE exerceu mais uma vez papel relevante nesse processo com o apoio de outros rg os p blicos e organiza es da sociedade civil As den ncias feitas pelos movimentos sociais e sindicais foram base para muitas a es de fiscaliza o e erradica o bem como a participa o do movimento sindical em muitos f runs e movimentos que visaram a erradica o do trabalho escravo Em 2003 o governo federal lan ou o Plano Nacional para a Erradica o do Trabalho Escravo no Brasil Esta posi o conjunta acaba por atribuir ao Estado a total responsabilidade do equacionamento do problema destas formas indesejadas de explora o do trabalho humano conforme se verifica na mesma obra acima citada em seu cap tulo 6 o qual aborda o trabalho no meio rural Ademais a erradica o de formas degradantes de trabalho como o infantil e o an logo ao escravo vinculada a a es voltadas para a gera o de renda acesso terra escolariza o de boa qualidade e qualifica o da m o de obra para enfrentar as novas fases do processo de produ o rural s o pr ticas pol ticas que devem direci
210. ca de irregularidades nas confec es paulistas 198 6 5 Promo o do trabalho decente na cadeia produtiva t xtil esseere 199 6 6 A responsabilidade do empregador brasileiro diante do conflito entre a cultura boliviana e os padr es determinados pela legisla o trabalhista brasileira 201 7 A LEGISLA O BRASILEIRA SOBRE O TRABALHO ESCRAVO E O TRABALHO FOR ADO seara Deda tada aa fi serao ae a OS 205 7 1 Metodologia de compara o da legisla o aa 205 7 2 Descri o segundo documentos legais nn eseseeeaararan 208 7 21 Constitui o Federal sussa sasesasads seios a EE ainda n s 208 7 2 2 Car ter supralegal de tratados de direitos humanos as Conven es da OlT Ro RR RPE RD RR DR RR RD REU SD RC 209 7 2 3 Legisla o trabalhista e Consolida o das Leis do Trabalho CLT 210 7 2 4 O C digo Penal iserrah 211 7 2 5 Penalidade para empregadores do mbito rural Leis extravagantes e atos NOPMANVOS AE E A RD 213 7 3 Lei estadual paulista sobre trabalho escravo errar 217 8 PRINCIPAIS INSTITUI ES BRASILEIRAS ENVOLVIDAS COM A SOLU O DO PROBLEMA DO TRABALHO ESCRAVO E DO TRABALHO FORCADO sa aan a ns dane ea gaga RA Sad a 219 8 1 As estat sticas brasileiras sobre trabalho escravo an logo ao de escravo e TONCADO sas o e AA AS CARA ca E CERA SC TSC GAR OS GR CA an 219 8 2 A posi
211. casos em atividades extra agr colas Para o ano de 2012 estes casos representam 27 0 dos trabalhadores resgatados absorvidos quase que totalmente por atividades em reas urbanas Constru o Civil Confec es Transportes e Hotelaria entre outros Outra informa o importante se refere ao perfil dos trabalhadores resgatados Qual a sua escolaridade Qual a sua faixa et ria Qual o seu g nero 224 Tabela 7 Brasil N vel Educacional do Trabalhador Escravo Resgatado 2003 2012 m dia Brasil N vel Educacional do Trabalhador Escravo Resgatado 2003 2012 m dia NIVEL EDUCACIONAL FREQUENCIA FREQUENCIA ACUMULADA Analfabeto 35 3 35 3 At 5 ano incompleto 38 4 73 7 At 5 ano completo 1 4 75 1 6 ao 9 anos completo 14 6 89 7 Fundamental completo 3 5 93 2 Ensino m dio incompleto 1 9 95 1 Ensino m dio completo 1 8 96 9 Superior incompleto 0 1 97 0 Superior completo 0 0 97 0 Ignorado 3 0 100 00 FONTE MTE DETRAE DES SD A Tabela 7 contempla as estat sticas segundo a escolaridade dos trabalhadores resgatados A esmagadora maioria dos trabalhadores em condi es an logas de escravo possui baixa escolaridade o que facilita a atua o dos aliciadores assim como se trata de um grupo social que tem dificuldade em lutar pelos seus direitos mormente em reas remotas do pa s onde nem mesmo por vezes os sindicatos se fazem presentes Verifica se pelos dad
212. cia Nacional da OAB Foz do Igua u 1994 SILVA Ligia Os rio Terras devolutas e latif ndio efeitos da lei de 1850 Campinas Ed da Unicamp 1996 SILVA Marcello Ribeiro Trabalho an logo ao de escravo rural no Brasil do s culo XXI novos contornos de um antigo problema 2010 Disserta o Mestrado Universidade Federal de Goi nia UFG Goi nia 2010 SILVA Marco Antonio Marques da Aspectos do trabalho escravo e garantia da dignidade humana Consulex revista jur dica v 14 n 319 p 37 39 abr 2010 SILVA Walk re Lopes Ribeiro da Trabalho an logo a escravo no Brasil In SEMIN RIO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA MOBILIDADE DO TRABALHO MIGRA ES E DIREITOS HUMANOS S o Paulo 22 30 set e 04 out 2010 S o Paulo Faculdade de Direito da USP 2010 p 103 116 SINDICATO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO SINAIT Dispon vel em lt http vww senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAO trabalho escravo ongs contra o trabalho escravo sinait sindicato nacional dos auditores fiscais do trabalho aspx gt SIQUEIRA Holgonsi Soares Gon alves A nova concep o de trabalho Jornal A Raz o 1 maio 2008 Dispon vel em lt http Awww angelfire com sk holgonsi novotrabalho html gt SIQUEIRA Marli Aparecida da Silva Trabalho escravo e trabalho for ado Genesis revista de direito do trabalho Curitiba v 17 n 100 p 590 594 abr 2001 Jornal Trabalhista Consulex v 18 n 845 p 8 9 jan 2001
213. cia assim o Imp rio escravagista portugu s que teve a autoriza o papal renovada pelo Papa Nicolau V em bula assinada em junho de 1452 ou seja a BUENO Eduardo Capit es do Brasil a saga dos primeiros colonizadores Rio de Janeiro Objetiva 1999 p 14 Cole o Terra Brasilis v 3 1d Ibid p 13 Id Ibid 32 Igreja Cat lica aparece historicamente como uma das promotoras da escravid o ou ainda que a t tulo de resgate da alma dos infi is A expans o ultramarina de Portugal faz o cristianismo se espalhar pela costa da frica por m a religi o nativa era contr ria aos princ pios crist os de modo que a grande maioria n o aceitou o Evangelho al m do fato de a religi o isl mica estar amplamente difundida e n o aceitava os princ pios crist os A Igreja passa a ver ent o os que se recusavam a aceitar a f crist como descendentes de Cam personagem b blico um dos filhos de No amaldi oado pelo pai relatado no livro do G nesis 9 25 Maldito seja Cana disse ele que seja o ltimo dos escravos de seus irm os Com base nesse mesmo entendimento os Mouros chamados de infi is durante toda a Idade M dia foram combatidos pelos crist os e os negros africanos tamb m passam ser vistos como sendo tamb m vistos como filhos de Cam e para serem merecedores da vida eterna e salvos do pecado do paganismo deveriam ser submetidos a trabalhos for ados garantindo a libert
214. cias e problemas atuais In FUNDA O SEADE Gen ro no mundo do trabalho S o Paulo Ellus 2000 p 188 218 152 que dever caber ao int rprete da Lei conferir no caso concreto a exist ncia daquelas circunst ncias de trabalho e enquadr las no seu entendimento Existem ainda dificuldades por parte do operador do direito em discernir trabalho escravo de trabalho for ado No entanto como visto anteriormente a t nue diferen a entre estes dois temas est o basicamente relacionados ao cerceamento de alguma forma de liberdade f sica ps quica al m do uso da viol ncia por parte do tomador dos servi os al m do problema relacionado falta de remunera o No plano internacional deve se destacar que para a OIT trabalho for ado se identifica como trabalho degradante As condi es de trabalho s o p ssimas mas n o h priva es de liberdade e restri es aos pagamentos devidos ao empregado exceto pela ocorr ncia de baixas remunera es Se tais condi es n o forem atendidas a atividade exercida pelo empregado ser considerada trabalho escravo no entender da OIT 4 14 O processo de terceiriza o como elemento de discuss o sobre trabalho escravo e trabalho for ado Originado da rea de administra o de empresas o que se entende que est fora do Direito do Trabalho a palavra terceiriza o que adv m do voc bulo terceiro possui a ess ncia de intermedi rio Sendo assi
215. cipa o do governo Torna se necess rio aos intervenientes defender seus interesses estabelecerem suas prioridades e se engajarem em discuss es e negocia es entre si Na busca desse fortalecimento as organiza es de trabalhadores e empregadores s o parte crucial da uma plena participa o democr tica em dire o ao alcance do trabalho decente Elas proporcionam um canal competente para seus membros n o s atuarem juntos no estabelecimento de diretrizes comuns mas tamb m interagirem com outros segmentos da sociedade num sentido bem amplo Com isto um forte di logo social acaba por demandar outros grupos sociais na concretiza o do trabalho decente que n o fica limitado somente s a es de trabalhadores e empregadores com a supervis o do governo 3 3 3 A interdepend ncia dos objetivos estrat gicos do trabalho decente Estes objetivos descritos na se o anterior n o agem isoladamente possuindo por m uma forte influ ncia rec proca interdepend ncia complementaridade e at mesmo conflitos potenciais A ess ncia do princ pio do trabalho decente a de tornar m xima a sinergia entre os diferentes elementos desses componentes assim como encontrar op es pol ticas e institucionais para superar estes conflitos e restri es A Figura 1 apresenta a interdepend ncia entre os direitos no trabalho o emprego a prote o social e o di logo social Traz tamb m a influ ncia rec proca de cada um dos co
216. cit PRADO JR Caio Hist ria Econ mica do Brasil S o Paulo Brasiliense 2006 7GORENDER Jacob O escravismo colonial 5 ed S o Paulo Ed Funda o Perseu Abramo 2011 58 2 8 As diferentes formas de escravid o como precursoras da utiliza o do trabalho escravo rural nos dias atuais A resenha sobre as formas de trabalho escravo que ocorreram no Brasil desde sua descoberta contemplou os principais aspectos e caracter sticas envolvidas tendo como objetivo principal elenc los sob a tica hist rica No que diz respeito ao desenvolvimento desta tese importa destacar elementos que venham a ser teis para a compreens o do que hoje se entende por trabalho escravo especialmente no meio rural Dentre as formas de escravid o passadas que possuem tra os de semelhan a com o que atualmente se chama de Trabalho an logo a escravo destacam se como antecessores da servid o por d vida os sistemas encomenda enclosures indentures al m da peonaje por deudas entre outros 2 8 1 A servid o por d vida na Am rica Colonial A servid o por d vida tamb m conhecida como peonagem marcada pelo impedimento da v tima de deixar o local de trabalho seja este terras ou qualquer outro at que sua d vida seja paga s o privados de sua liberdade por conta de d vidas contra das como adiantamentos relativos aos seguintes aspectos transporte ao local de trabalho alimenta o material de trabalh
217. colhem os direitos tradicionais de liberdade vida propriedade igualdade de direitos e garantias pol ticas Os direitos fundamentais de terceira e quarta dimens o precisam de maiores cuidados ao transcorrer de seu estudo pois claro exemplo disso o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado que enquadrado nos direitos de terceira dimens o mesmo estando fora do rol previsto no t tulo que trata dos direitos fundamentais na Constitui o As caracter sticas do homem que s o apresentadas na Constitui o e os valores que os direitos fundamentais al m de se preocuparem com as rela es entre o Estado e seus cidad os preocupam se tamb m com as rela es jur dicas existentes entre os particulares servindo de base para o Direito Civil 8 288 SANTOS Boaventura de Souza Cr tica da raz o indolente contra o desperd cio da experi ncia 3 ed S o Paulo Cortez 2001 p 24 Exemplo da aplica o pelo STF dos Direitos Fundamentais nas rela es privadas dentre eles o RE 161 243 6 DF Caso Air France e RE 158 215 4 RS Exclus o de s cio SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Dispon vel em lt www stf gov br gt Isso porque n o poss vel conceber o direto privado margem do direito constitucional ambos aparecem como partes necess rias de um ordenamento jur dico unit rio que reciprocamente se completam se apoiam e se condicionam Cf HESSE Konrad Derecho constitucional y derecho rivado Madri
218. com ares de universalidade n o se pode evitar que dependa tamb m das peculiaridades de cada pa s 258 Dessa maneira conforme mencionado no t pico 3 3 mesmo que a finalidade do trabalho decente seja de aspira o universal deve se respeitar a hist ria a cultura e as tradi es de cada na o influenciado tamb m pela disponibilidade de recursos n vel de desenvolvimento da estrutura econ mica e social assim como por outras especificidades de cada um Consequentemente nos parece l cito o princ pio de que cada pa s possa formular suas pr prias pol ticas p blicas de trabalho decente respeitando suas peculiaridades ainda que venham a ter tra os comuns em decorr ncia da universalidade deste conceito Neste contexto o trabalho decente representa possuir um emprego produtivo com prote o de direitos gerando renda com prote o social e um sistema de di logo social para fazer valer sua exist ncia Sendo assim mesmo que a legisla o brasileira n o disponibilize um conceito para trabalho escravo ou mesmo de elementos seguros para dizer o que significa trabalho for ado podemos nos balizar pela experi ncia da OIT e utilizar seu conceito de trabalho decente e o adapt lo para o caso brasileiro 9 6 Recomenda es para clarificar a defini o de trabalho escravo No decorrer do trabalho ficou demonstrada a necessidade de uma legisla o que crie uma conceitua o t o clara quanto poss vel para o que v
219. conhecimentos e promovendo o desenvolvimento econ mico Desde a Gr cia Antiga passando pela Idade M dia na vis o dos protestantes dos economistas cl ssicos ou no entendimento cr tico de Hegel e Marx o conceito entendimento de trabalho tem sofrido profundas altera es as quais expressam as mudan as econ micas e as formas de produ o pr prias de cada contexto Tomando se como base a concep o fordista taylorista respons vel pela organiza o cient fica do trabalho temos a caracter stica que mais contrasta com a forma atual de conceber o trabalho ou seja a desvaloriza o do conhecimento e do saber desenvolvido com a forma o e a experi ncia De acordo com Gramsci a qualifica o aqui medida a partir do desinteresse do trabalhador da sua mecaniza o esta concep o reduzia as opera es produtivas apenas ao aspecto f sico maquinal negando a participa o ativa da intelig ncia da fantasia e da iniciativa do trabalhador Com as transforma es sociais ocorridas ao longo da hist ria a compreens o sobre a import ncia e o valor social do trabalho mudou Hoje a defini o de trabalho pode ser compreendida da seguinte forma conjunto de atividades produtivas ou criativas ou que o homem exerce para atingir determinado fim no hegelianismo processo por meio do qual o esp rito humano ao colocar nos objetos externos todas as suas potencialidades subjetivas descobre e desenvolve ple
220. conomia global Los Angeles University of Calif rnia Press 2004 146 A Conven o sobre a Escravatura de 1926 prev em seu artigo 1 e 2 que a escravid o o estado ou condi o de um indiv duo sobre o qual se exercem total ou parcialmente os atributos do direito de propriedade Na sequ ncia o artigo 2 prev que o tr fico de escravos compreende todo ato de captura aquisi o ou sess o de um indiv duo com o prop sito de escraviz lo todo ato de aquisi o de um escravo com o prop sito de vend lo ou troc lo todo ato de cess o por meio de venda ou troca de um escravo adquirido para ser vendido ou trocado assim como em geral todo ato de com rcio ou de transportes de escravos A conven o suplementar sobre a aboli o da escravatura do tr fico de escravos e das institui es e pr ticas an logas escravatura de 1956 considera em seu pre mbulo a liberdade como um direito que todo ser humano adquire com o nascimento e reafirma sua f na dignidade e no valor da pessoa humana Considera ainda que a Declara o Universal dos Direitos do Homem proclamada pela Assembleia Geral da ONU como o ideal comum a alcan ar por todos os povos e na es afirma que ningu m ser submetido escravatura ou servid o e que a escravatura e o tr fico de escravos s o proibidos sob todas as suas formas reconhece ainda que em consequ ncia a Conven o de 1926 ainda em vigor deve ser complement
221. constatado o atraso no pagamento dos sal rios por longo per odo de tempo Os trabalhadores ainda viviam em condi es inadequadas quase sempre em acampamentos e por vezes sob a vigil ncia de guardas armados para que n o pudessem fugir 110 A CIW aos olhos da OIT desenvolve um papel crucial ao promover processos em casos de trabalho for ado trabalhando com os trabalhadores das fazendas sem se identificarem Em 19 de dezembro de 2007 tr s trabalhadores imigrantes que trabalhavam na colheita de frutas fugiram de seu empregador e descreveram as condi es s quais haviam estado sujeitos e dessa maneira a forma de como eles eram tratados veio a p blico Esse relato incluiu desde o cotidiano de trabalho que eram obrigados a assumirem d vidas em valores superiores ao valor correto eram frequentemente expostos viol ncia f sica e eram ainda for ados a pagar por gua para tomar banho Face s press es recebidas as empresas envolvidas resolveram tomar atitudes ativas visando erradicar o problema As marcas internacionais de alimentos em resposta s campanhas lideradas pela CIW foram engajadas em prol do combate ao trabalho for ado em suas cadeias de fornecimento Uma dessas marcas concordou em mar o de 2005 a pagar dois centavos a mais por quilo de tomate comprado das fazendas da Fl rida desde que a empresa passasse a trabalhar somente com fornecedores que pudessem garantir que o dinheiro estivesse chegando
222. cou proibida a cobran a de taxas excessivamente altas MAGNA CARTA Magna Charta Libertatum 1215 Dispon vel em lt http Awww rolim com br 2002 pdfs 068 pdf gt CORNELL UNIVERSITY Bill of Rights Dispon vel em lt http www law cornell edu constitution billofrights gt DECLARA O DOS DIREITOS DA VIRG NIA DHnet Direitos Humanos Dispon vel em lt http www dhnet org br direitos anthist dec1776 htm gt 7a DECLARA O DE INDEPEND NCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AM RICA Dispon vel em lt http www argnet pt portal teoria declaracao vport html gt DECLARA O DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDAD O DE 1789 Biblioteca Virtual de Direito Humanos Universidade de S o Paulo Dispon vel em lt http www direitoshumanos usp br index php Documentos anteriores C3 AO cria C3 A7 CI3 A30 da Sociedade das Na C3 A7Y C3 Bbes atwCI AS 1919 declaracao de direitos do nomem e do cidadao 1789 html gt 163 279 Declara o Universal dos Direitos Humanos proclamada pela Assembleia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 Jacob Gorender considera a Declara o Universal dos Direitos Humanos como c digo pol tico e moral que embora sem o car ter compuls rio dos tratados serve de guia conduta pr tica de Estados e indiv duos Sua aprova o un nime por mais de cinquenta Estados lhe confere a autenticidade de um imperativo categ rico kantiano Com base nela afirma
223. cultura brasileira Revista de Pol tica Agr cola ano 18 n 2 p 98 106 abr jun 2009 BARRETTO N R Trabalho escravo nova arma contra a propriedade privada S o Paulo Artpress 2004 e BALSADI O E Qualidade do emprego na agricultura brasileira e suas diferencia es regionais Agricultura em S o Paulo S o Paulo v 53 n 2 p 49 67 jul dez 2006 157 Na percep o destes autores h uma confus o entre o que trabalho escravo ou for ado no conceito da OIT onde se tolhe o direito de ir e vir do trabalhador sua liberdade enfim e o trabalho exercido pela maioria dos empregados agr colas caracterizado pela informalidade decorrente do n o cumprimento de uma legisla o trabalhista inflex vel que penaliza mais o trabalhador do campo do que aqueles atuando nas reas urbanas A exist ncia de um vasto volume de encargos faz com que o sal rio finalmente recebido pelo trabalhador seu sal rio l quido seja muito menor do que aquele contratado tanto no meio urbano como nas reas rurais A agravante no caso agr cola que essa cunha fiscal maior ainda em decorr ncia da atividade do empreiteiro ou do chamado gato que imp em penalidades aos contratados cuja responsabilidade ltima passa a ser do empregador implicando em menores ganhos do trabalhador rural al m da ocorr ncia de il citos e infra es conforme se sabe No entendimento de Kreter e Rezende Certamente a cunha que separa o custo da
224. cumentos Bras lia Imprensa Oficial UnB 2001 p 64 66 ld Ibid 45S m T tulo do antigo rei de Calecute Fonte DICION RIO Priberam da L ngua Portuguesa Dispon vel em lt http www priberam pt gt Tal proposta como sabemos somente poderia ser efetuada porque D Manoel havia recebido informa es de Vasco da Gama de que o Samorim de Calicute era crist o Segundo o autor dos di rios da descoberta da India Calicute cidade de crist os que s o homens morenos Usam barbas grandes e cabelos compridos alguns trazem as cabe as raspadas outros tosquiadas Usam topetes na moleira para mostrar que s o crist os e nas barbas bigodes E ainda Aqui nos levaram a uma grande igreja No meio do corpo da igreja est um coruch u onde fica o coral com uma porta da largura de um homem e uma escada de pedra que levava a esta porta que era de arame cobre Dentro estava uma imagem pequena que diziam ser Nossa Senhora VELHO Alvaro Descobrimento das ndias o di rio da viagem de Vasco da Gama Introdu o e notas explicativas do jornalista Eduardo Bueno Rio de Janeiro Objetiva 1998 p 76 e 79 35 Toda essa a o deve se ao fato de que a Igreja desde a Idade M dia 476 1453 sempre esteve ligada Coroa portuguesa onde os reis com a autoriza o papal nomeavam autoridades religiosas esse sistema chamado de Padroado fazia com que religiosos passassem a funcion rios do Estado A
225. cumentos aqui contidos s o amplos realizados numa linguagem da poca em que foram produzidos e contendo in meros temas al m da quest o da dignidade humana Neste sentido a elabora o deste quadro s ntese procurou contemplar apenas este aspecto visando facilitar a compreens o do leitor Ademais para que o tema ficasse em destaque em muitos dos documentos foi necess rio deixar as cita es relativamente longas Visando n o aumentar demasiadamente o tamanho deste quadro as fontes foram inclu das nas notas de rodap JA Constitui o Federal brasileira de 1988 foi inserida neste quadro a t tulo ilustrativo visando indicar que a legisla o p tria est em linha com a evolu o do pensamento internacional com rela o import ncia da dignidade humana no rol de direitos do cidad o sobre qualquer tica 5 5 O papel da dignidade humana segundo autores selecionados O postulado da dignidade da pessoa humana nas palavras do Ministro Celso de Mello da Suprema Corte do Brasil Representa considerada a centralidade desse princ pio essencial significativo vetor interpretativo verdadeiro valor fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso Pa s e que traduz de modo expressivo um dos fundamentos em que se assenta entre n s a ordem republicana e democr tica consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da pessoa humana e direito
226. d Cuadernos Civitas 1995 p 81 Cf STARCK Christian Derechos fundamentales y derecho privado Revista Espa ola de Derecho Constitucional ano 22 v 66 p 74 2002 O autor relata que o artigo 1 1 da Lei Fundamental da Alemanha imp e ao Estado o dever de garantir a dignidade humana tamb m nas rela es privadas o que seria semelhante ao artigo 1 inciso Ill da Constitui o Federal brasileira Interessante observar por m que alguns pa ses adotaram em suas constitui es cl usulas expressas sobre a vincula o dos Direitos Fundamentais nas rela es entre particulares como na Su a e em Portugal n o defendendo a irradia o de efeitos com base apenas na dignidade humana 2 2 28 167 Sintetizando a dimens o objetiva dos direitos fundamentais serve como exemplo pelo qual o Estado deve tomar como base e desta forma atuar para prote o dos direitos fundamentais seja em suas rela es com os cidad os ou entre eles de modo que o Estado possa atuar como um interventor a fim de conseguir maior aplicabilidade desses direitos Para Marcus Orione a teoria sobre as gera es de direitos Tem sido bastante combatida sob a alega o que entendemos pertinente de que n o h que se ter como estanques os diversos direitos antes elencados Por outro lado a pr pria express o gera o de direitos bastante impr pria dando a sugerir a exclus o de postulados de uma das gera es na consolid
227. de quem terceirizou ou quarteirizou sua produ o uses agora seqarssezegoss Poda aaRaseLaQUs a adm Nes SAE ques span Ra caia dar as praca 154 4 16 Uma digress o trabalho escravo ou informalidade na agricultura 156 5 TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO LUZ DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ms DS LOS 161 5 1 O trabalho humano e os direitos fundamentais 161 5 2 As dimens es no direito fundamental do trabalho 164 5 3 Efic cia vertical e horizontal dos direitos fundamentais do trabalho 171 5 4 A import ncia do respeito dignidade da pessoa humana nos direitos fundamentais no trabalho de acordo com documentos hist ricos selecionados 173 5 5 O papel da dignidade humana segundo autores selecionados 182 5 6 Direitos fundamentais sob a tica da aplicabilidade das normas 188 6 O EXEMPLO DOS IMIGRANTES BOLIVIANOS NA CIDADE DE S O PAULO NO SETOR T XTIL TRABALHO FOR ADO OU AN LOGO AO ESCRAVO DO a do Ca aa doa a Ae A cc Era 190 6 1 O trabalho dos imigrantes bolivianos na ind stria da confec o nacional 190 6 2 Fragilidade do setor de confec o t xtil brasileiro 191 6 3 A precariza o do trabalho dos imigrantes bolivianos no setor t xtil 193 6 4 Comiss o Parlamentar de Inqu rito da C mara Municipal de S o Paulo visando bus
228. de trabalho Em segundo lugar pelas vigorosas transforma es impostas aos modos de produ o capitalista E finalmente pela ampla reorganiza o dos mercados trazidos pela globaliza o mundial Uma nova realidade mundial aparece surge o desemprego aberto o trabalho prec rio as formas at picas de emprego e informalidade as quais passaram a ser preocupa o crescente de governos de pa ses ricos ou pobres desenvolvidos ou emergentes ou qualquer outra tipifica o que se queira fazer Na busca de solu es pontificou de forma bastante s lida o papel da OIT Como resultado dessas transforma es e dos desafios que foram colocados Institui o emergiu um conceito amplo visando enquadrar as in meras possibilidades de problemas nesta rea o trabalho decente Mas t o rapidamente quanto foi consagrado passou a ser fruto de dilemas e problemas originando muita pol mica sobre seu real significado sua aplicabilidade universal seu alcance e suas limita es gerando muito calor e pouca luz sobre o conceito e sua aplicabilidade As mudan as globais ocasionaram profundas mudan as no paradigma do emprego Por um lado nos pa ses centrais Estados Unidos Canad Jap o e Europa na rigidez da legisla o trabalhista e na generosidade do Estado do Bem Estar Social se observava uma forte eleva o do n vel de desemprego aberto Por outro lado nos pa ses emergentes pobres e em desenvolvimento a baixa qualidade da m o
229. desenvolver a forma dinheiro porque todos os seus bens e haveres se encontram sob forma de bens m veis e por conseguinte imediatamente alien veis Al m disso seu g nero de vida os p e com frequ ncia em contato com sociedades estrangeiras e os leva por isso mesmo a trocar seus produtos Constantemente os homens fazem do pr prio homem na pessoa do escravo a mat ria primitiva do seu dinheiro Mas isso jamais aconteceu com o solo 21 Publicado originalmente em 1755 Rosseau cita as bases sobre as quais se firma o processo gerador das desigualdades sociais e morais entre os seres humanos tomando como base os primeiros homens Enceta um pensamento que o leva a concluir que toda desigualdade se baseia na no o de propriedade particular criada pelo homem e o sentimento de inseguran a com rela o aos demais seres humanos derivado da necessidade de um superar o outro numa busca constante de poder e riquezas para subjugar os seus semelhantes ROUSSEAU Jean Jacques Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Tradu o Alex Marins S o Paulo Martin Claret 2007 p 79 Come a na Inglaterra em meados do s culo XVIII Caracteriza se pela passagem da manufatura ind stria mec nica A introdu o de m quinas fabris multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produ o global A Inglaterra adianta sua industrializa o em 50 anos em rela o ao continente europeu e sai na frente na expans o
230. diretamente aos trabalhadores individuais Em abril de 2007 outra marca firmou um acordo com a CIW que incluiu um compromisso de elaborar um c digo de conduta para os plantadores de tomate assim como aumentar o envolvimento dos trabalhadores das fazendas no monitoramento do cumprimento do c digo A CIW adotou a posi o de visar os gigantes do fast food ao inv s de plantadores e foi em maio de 2008 que uma dessas grandes redes resolveu publicamente trabalhar junto com a CIW em prol de melhoria de condi es de trabalho para os trabalhadores das fazendas Como consequ ncia outras empresas de fast food concordaram em participar do programa de aumento de sal rios juntamente com a CIW que convidou todo o setor a participar Uma das marcas envolvidas para incentivar a participa o dos plantadores comprometeu se a financiar os impostos e custos administrativos ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas cit parte 7 p 17 111 correspondentes ao aumento de folha de pagamento que ocorreria por conta do aumento de sal rios Comprometeu se ainda a garantir a participa o dos trabalhadores das fazendas no monitoramento do cumprimento dos c digos de conduta do fornecedor por parte dos plantadores Essa companhia e a CIW passaram a adotar tamb m o modelo de toler ncia zero Isso significa que se praticadas algumas ilegalidades por parte dos plantadores
231. do esta Lei entrou em vigor at o ano de 2012 um total de 29 847 trabalhadores resgatados recebeu o benef cio do seguro desemprego Nota se que a taxa de habilita o era no in cio 100 0 posto que o nico crit rio de elegibilidade fosse ter sido resgatado do trabalho escravo Atualmente devido ao refinamento dos crit rios de habilita o ou a maior precis o no que de fato um trabalhador escravo a taxa de habilita o vem declinando no tempo Em termos financeiros o programa de seguro desemprego despendeu R 30 2 milh es de reais com o pagamento de benef cios a estes trabalhadores resgatados Nesta cifra n o est o inclu das as indeniza es pagas mencionadas na Tabela 4 devendo ser adicionadas para se saber o total dos gastos que a sociedade faz para resgatar os indiv duos da condi o de trabalho for ado trabalho escravo ou an logo a este Em s ntese verifica se que apesar da intensifica o da fiscaliza o tem ca do o n mero absoluto de trabalhadores resgatados mas o custo m dio do resgate tem aumentado muito fortemente os resgatados s o trabalhadores habitando regi es menos desenvolvidas em atividades econ micas 221 predominantes em reas rurais n o possuem muita escolaridade e s o predominantemente jovens adultos do sexo masculino 8 2 A posi o do MTE Ap s o resgate do trabalhador que se encontra na condi o an loga de escravo este passa a possuir direito a certos benef
232. dutos suprindo assim suas necessidades n o importando se elas se originam do est mago ou da fantasia ARIST TELES op cit Livro Primeiro 822 p 21 As coloca es desta se o assumem import ncia no contexto desta tese uma vez que tanto o conceito de trabalho escravo atual ou an logo ao escravo e o de trabalho for ado se fundamentam na concep o hist rica do trabalho aqui apresentada MARX Karl O capital cr tica da economia pol tica S o Paulo Nova Cultural 1985 v 1 t 1 28 O trabalho entendido desta maneira a o deliberada sobre o meio diferenciada e dirigida pela intelig ncia e pela capacidade de abstra o e formula o de conceitos em nada remete s atividades realizadas pelos outros animais visto que o homem ao agir sobre a natureza externa a ele e ao modific la modifica ao mesmo tempo sua pr pria natureza Mas o trabalho humano n o a o sobre o meio realizado de forma instintiva ou mec nica com processo complexo de aprendizagem n o se limitando a repetir a es e processos como os outros animais mas desenvolvendo t cnicas e tecnologia teis ou seja o homem se diferencia pois cria suas pr prias ferramentas e sua a o n o se limitam a modificar os materiais que encontra dispon veis na natureza No fim do processo de trabalho obt m se um resultado que j no in cio deste existiu na imagina o do trabalhador e portanto idealmente
233. e ilumina o adequadas ao ambiente de trabalho Art 189 Trata sobre as atividades ou opera es insalubres e Art 193 Por fim este artigo trata das atividades ou opera es perigosas C digo Penal N o faz diretamente men o Art 149 O art 149 deste c digo trata da redu o de algu m condi o an loga de escravo explicando como caracterizado neste c digo e atribuindo pena Ademais ainda prop e aumento de pena caso a v tima seja crian a ou adolescente ou ainda se a redu o a esta condi o est ligada ra a religi o origem etc Art 207 J o art 207 trata do aliciamento de trabalhadores em solo brasileiro ou seja a 208 transfer ncia dos trabalhadores para outras localidades do pa s para fins de aliciamento destes Este artigo imputa ainda penas inclusive em caso de fraude no recrutamento de trabalhadores e agravante caso a v tima seja menor de dezoito anos gestante deficiente f sica ou mental ou idosa Arts 231 e 231A Os arts 231 e 231A tratam do tr fico nacional e internacional de pessoas e nos mesmos moldes dos artigos anteriores do C digo Penal os quais imputam penas e agravantes em casos espec ficos 7 2 Descri o segundo documentos legais 7 2 1 A Constitui o Federal N o h defini o legal do que possa vir a ser o trabalho escravo Este conceito ser adicionado a uma somat ria de a
234. e Previd ncia Social CTPS devidamente assinada pela empresa que diretamente os contratou Na sequ ncia acordou se que a Zara acompanhar em sua cadeia produtiva diversas quest es trabalhistas e sociais tais como respeito aos pagamentos dos empregados recolhimento de FGTS o respeito jornada de trabalho comprova o de registro e perman ncia no pa s de estrangeiros inseridos seja em seus fornecedores ou em terceiros na rea ou fun o onde estiverem constando ainda rela o da quantidade de trabalhadores estrangeiros a nacionalidade e sua situa o migrat ria A Zara ainda analisar aleatoriamente seus fornecedores bem como terceiros no formato surpresa com frequ ncia m nima de seis meses Para isso dever contar com a participa o de pessoas capacitadas para esse processo e que apurem a quantidade de produ o horas de trabalho complexidade da pe a desenvolvida al m de analisar a produtividade m dia de cada do trabalhador Dessa maneira ser poss vel mensurar se a produ o n o foi redirecionada e assim evitar subcontrata es n o declaradas De acordo com o TAC a Zara Brasil n o ser responsabilizada pela produ o de outras empresas que por ventura seus fornecedores ou terceiros participem em n o observ ncia legisla o laboral Mas mesmo assim dever alertar fornecedor ou terceiro bem como alertar as autoridades competentes ou seja Minist rio P blico do Trabalho e Mini
235. e a CONATRAE fosse integrada por diversos representantes do governo dentre eles Ministros de Estado representantes do Minist rio da Justi a e por representantes de entidades privadas n o governamentais reconhecidas nacionalmente e que possuam atividades relevantes relacionadas ao combate ao trabalho escravo Foi facultada ainda a possibilidade da participa o a integra o da CONATRAE na qualidade de observadores representantes de institui es p blicas ou privadas que possuam not rias atividades no combate ao trabalho escravo Os membros da CONATRAE t m sua participa o n o remunerada conforme consta no Decreto j mencionado e seu exerc cio ser considerado de relevante interesse p blico Em sua constitui o foi determinada ainda a cria o de um Grupo Executivo de Trabalho para adotar as provid ncias necess rias para a atua o integrada da fiscaliza o e repress o ao trabalho escravo envolvendo nessa a o diversos Minist rios entre eles o da Defesa do Desenvolvimento Agr rio da Justi a do Meio Ambiente da Previd ncia Social e do Trabalho e Emprego 8 6 A posi o dos sindicatos de trabalhadores Embora seja uma institui o bastante atuante no combate ao trabalho escravo e ao trabalho for ado a busca bibliogr fica se revela bastante infrut fera na produ o de textos documentos e material que expresse claramente as posi es sindicais sobre os diversos aspectos referentes ao trabalho
236. e dezembro de 1948 Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e em direitos S o dotadas de raz o e consci ncia e devem agir umas em rela o s outras com esp rito de fraternidade art 1 Ningu m ser mantido em escravid o ou servid o a escravid o e o tr fico de escravos ser o proibidos em todas as suas formas art IV e A Conven o das Na es Unidas sobre Escravatura 1926 emendada pelo Protocolo de 1953 e a Conven o Suplementar sobre Aboli o da Escravatura 1956 ratificada pelo Brasil em 1966 que prev em seu art 1 Cada um dos Estados Membros presentes a esta Conven o tomar todas as medidas legislativas e de outra natureza que sejam vi veis e necess rias para obter progressivamente e logo 69 que poss vel a aboli o completa ou o abandono das institui es e as pr ticas seguintes onde quer ainda subsistam enquadrem se ou n o na defini o de escravid o assinada em Genebra em 25 de setembro de 1926 Par grafo 1 A servid o por d vidas isto o estado ou a condi o resultante do fato de que um devedor se haja comprometido a fornecer em garantia de uma d vida seus servi os pessoais ou os de algu m sobre o qual tenha autoridade se o valor desses servi os n o for equitativamente avaliado no ato da liquida o da d vida ou se a dura o desses servi os n o for limitada nem sua natureza definida Par grafo 2 A servid o is
237. e interesse na formula o de pol ticas buscando combater o trabalho escravo em todas as suas formas Nesse sentido este cap tulo fornece tanto a dimens o onde atuam as institui es brasileiras nesta rea quanto representam a parte num rica da permanente atua o das mesmas A Tabela 4 traz uma retrospectiva dos resultados das opera es de fiscaliza o visando erradica o do trabalho escravo empreendidas pelo MTE Entre 1995 e 2012 foram fiscalizados 3 428 estabelecimentos havendo sido resgatados aproximadamente 44 mil trabalhadores considerados como escravos 3 no sentido contempor neo do termo O custo deste resgate os valores indenizat rios sem computarmos os gastos com o pagamento de seguro desemprego aos mesmos chegou ao montante de R 77 milh es de reais PE preciso cuidado ao fazermos compara es com esta tabela Como at 1999 n o havia o registro dos poss veis casos de trabalho escravo a soma dos trabalhadores libertos computada desde 1995 maior do que a de trabalhadores registrados computada somente a partir de 1999 221 Tabela 4 Brasil Resultados das Opera es de Fiscaliza o para a Erradica o do Trabalho Escravo 1995 2012 Brasil Resultados das Opera es de Fiscaliza o para a Erradica o do Trabalho Escravo 1995 2012 ESTABELECIMENTOS TRABALHADORES TRABALHADORES DENDA ES INSPECIONADOS REGIST
238. e na cadeia produtiva t xtil Uma importante estrat gia a ser levada em considera o para a solu o dos problemas referentes cadeia produtiva do setor do varejo t xtil tem sido a promo o do trabalho decente nesta cadeia pois t o importante quanto o combate ao trabalho for ado an logo ao escravo a an lise de como promover o trabalho decente 200 Em pa ses como o Brasil emergentes pobres e em desenvolvimento a globaliza o dos mercados aliada baixa qualidade da m o de obra e ainda uma legisla o trabalhista pouco flex vel levou no fim do s c XX entre outros fatores ao surgimento das chamadas ocupa es at picas no mercado de trabalho ou seja rela es informais de emprego e tamb m a um elevado n vel de desemprego aberto e nessa mesma poca no que diz respeito ao tema em quest o surgia a terceiriza o do servi o de costura trazendo consigo a informalidade para o setor de confec o t xtil Conforme vimos no cap tulo 3 a OIT tem sido respons vel pelas proposi es normativas e a es visando ado o de pol ticas p blicas na rea trabalho no cen rio internacional teve papel primordial e como resultado dos problemas encontrados introduziu o conceito de trabalho decente com o objetivo de englobar num mesmo r tulo os mais variados e poss veis problemas nesta rea Relembramos daquele cap tulo que de dimens o irrestrita o conceito de trabalho decente pretende
239. e possuem como empregados pessoas de nacionalidade boliviana utilizam a estrat gia da produ o capitalista de acumula o flex vel sendo que a condi o p s moderna marcada pela terceiriza o subcontrata o e adaptabilidade da produ o s flutua es do mercado A letra da S mula n 331 do Tribunal Superior do Trabalho corrobora este entendimento IV O inadimplemento das obriga es trabalhistas por parte do empregador implica a responsabilidade subsidi ria do tomador dos servi os quanto aquelas obriga es desde que haja participado da rela o processual e conste tamb m do t tulo executivo judicial Jos Pastore ao escrever o texto intitulado terceiriza o uma realidade desamparada pela Lei Concluiu que Os contratos de terceiriza o t m sido os mais variados H bons e ruins H empresas contratantes que zelam pela prote o dos empregados das empresas contratadas por meio de uma checagem criteriosa da sua reputa o e monitoria constante durante a execu o do contrato Mas h tamb m as que ignoram tudo isso a que ocorre a precariza o Em muitos contratos a contratada descumpre a legisla o e a contratante fecha os olhos Em outros casos esta s vem saber disso quando a contratada quebra ou desaparece na hora de pagar as verbas rescis rias deixando seus empregados na m o Eles s receber o tais verbas se a contratante f
240. e sua descoberta O territ rio descoberto pelos portugueses em 1500 denominado primeiramente como Terra de Vera Cruz e posteriormente Brasil foi o lugar onde os portugueses trouxeram aqueles que j n o eram bem vindos ao continente europeu ou seja os degredados que seriam os que posteriormente capturariam escravos para vender aos senhores de engenho que visavam apenas o lucro Ap s esta etapa houve em larga escala o tr fico de escravos negros na Terra de Vera Cruz o que trouxe posteriormente o massacre dos ind genas A Terra de Vera Cruz j ent o conhecida como Brasil foi uma das ltimas na es a abolir o m todo da escravatura De qualquer forma as sucessivas formas de escravid o praticadas no Brasil assumiram as formas de trabalho escravo rural visto ser esta a nica atividade econ mica relevante desde o descobrimento at os dias atuais a albergar formas de trabalho escravo 2 2 A Igreja Cat lica e o trabalho escravo Como visto no capitulo 1 a Guin batizada pelos portugueses de Terra dos Verdadeiros Negros propiciava outra fonte de lucros pois naquele pa s se iniciava o tr fico escravo dizimando tribos inteiras Em 1442 D Henrique conseguiu a concess o de monop lio no com rcio com a frica como tamb m a autoriza o do Papa Eug nio IV por meio de bula assinada em 19 de junho de 1442 para fazer a guerra contra os infi is tirar lhes as terras e escraviz los Nas
241. e suas atividades Nessa prote o devem ser inclu dos todos os trabalhadores do trabalhador aut nomo ao trabalhador assalariado estejam estes no mercado formal ou informal de trabalho O trabalho decente garante a liberdade de escolha do emprego ou seja exclus o do trabalho for ado trabalho escravo e todas as formas n o aceit veis de trabalho infantil Garante ainda a igualdade no trabalho incluindo aus ncia de discrimina o em todos os momentos desde o momento da busca at a realiza o do trabalho A seguran a e sa de no trabalho devem ser garantidas durante toda a rela o laboral bem como o sistema de pens es aos dependentes e por fim deve ser respeitada a dignidade no trabalho n o somente ao trabalhador individual mas tamb m sua liberdade em participar de associa es que representem seus leg timos interesses assim como voz e participa o em decis es referentes s condi es de trabalho O trabalho decente pode ser um conceito aplic vel a todas as sociedades tendo em vista que diversos rg os incluindo organiza es internacionais como por exemplo a OIT as associa es bem como a sociedade buscam o t rmino do trabalho for ado e o trabalho degradante entre outras formas de ferir a dignidade da pessoa humana em seu local de trabalho Buscam ainda evitar a precariedade do trabalho assim como acreditam que deve haver o di logo social Nesse sentido mesmo que se trate de um conceito
242. ecial sobre Formas Contempor neas de Escravid o incluindo suas causas e consequ ncias Gulnara Shanhinian a convite do Governo brasileiro realizou uma miss o oficial de 17 a 28 de maio de 2010 O principal objetivo dessa miss o foi o de estabelecer um di logo entre a ONU e o Governo Federal brasileiro para discutir as boas pr ticas desenvolvidas para combater todas as formas de escravid o bem como os desafios enfrentados ao responder quest o da escravid o buscar solu es e fortalecer as parcerias entre as partes interessadas Na procura de elementos para esta miss o que tamb m objetivava a elabora o de um relat rio que versaria sobre duas frentes trabalho escravo no a setor rural e trabalho escravo na ind stria de vestimentas a relatora especial realizou consultas extensivas com representantes de alto n vel do Governo organiza es da sociedade civil institui es acad micas sindicatos bem como a equipe das Na es Unidas no pa s Ela teve ainda contato com v timas de Essa se o n o abranger trabalho escravo no setor rural por n o ser o foco central do trabalho Para o leitor interessado nesse tema pesquisar em ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Relat rio da Relatora Especial sobre Formas Contempor neas de Escravid o incluindo suas causas e consequ ncias sobre sua visita ao Brasil Dispon vel em lt http www oit org br sites default files topic gender doc relatorioonutrabalhoe
243. ederal de 19887 Al m disso a Constitui o Federal de 1988 reconhece e acolhe o movimento de socializa o dos institutos jur dicos que teve in cio na Constitui o de 1946 especificamente no que diz respeito propriedade privada em seu artigo 147 que dispunha O uso da propriedade ser condicionado ao bem estar social A Constitui o Federal de 1988 elevou a fun o social da propriedade a Princ pio Constitucional com sua inser o no cap tulo do T tulo VII Dos Princ pios Gerais da Atividade Econ mica firmando Art 170 A ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social observados os seguintes princ pios Fil sofo ingl s e ide logo do liberalismo sendo considerado o principal representante do empirismo brit nico e um dos principais te ricos do contrato social rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos SANTOS Jo o Paulo de Faria Reforma agr ria e pre o justo fun o social da propriedade S rgio Ant nio Fabris Editor 2009 128 Il propriedade privada Ill fun o social da propriedade Nas palavras de Roxana Cardoso Borges O direito de propriedade em sua concep o cl ssica tem se mostrado muitas vezes inadequado para os anseios da sociedade atual Com a e
244. ego poder ter suas anota es de admiss o demiss o anotadas pelo respons vel pela confec o Isto porque parte se do pressuposto que o lojista de grande magazine n o ser conivente com trabalhos e empregos sub humanos uma vez que poder ser responsabilizado pelas condutas descritas no mbito penal referente ao artigo 149 do C digo Penal pois ningu m pode se valer da pr pria torpeza de ter custo reduzido ilegalmente por onde criminalmente ser penalizado z Fomentar trabalho ilegal atrair responsabilidade seja pelas verbas trabalhistas seja por eventual crime praticado visto que a proposi o de regularidade de uma oficina que sua constitui o ou rela o de trabalho e ou emprego venha a manter se nos moldes dos preceitos constitucionais e legais Nesse sentido se aprovado o plano nacional de imigra o passar a haver a proibi o de contrata o de imigrantes em situa o irregular mas n o h at o momento estudos sobre o alcance dessa responsabilidade por parte do empregador e as demais consequ ncias na esfera administrativa 205 7 A LEGISLA O BRASILEIRA SOBRE O TRABALHO ESCRAVO E O TRABALHO FOR ADO 7 1 Metodologia de compara o da legisla o Visando facilitar a compreens o do leitor bem como classificar as diversas normativas que cuidam do tema trabalho for ado e trabalho an logo a escravo no ordenamento jur dico brasileiro utilizaremos como procedimento metodol
245. el de Bivar Marquese S o Paulo Cia das Letras 2001 p 18 19 DIAS Maria Odila da Silva Aspectos da Ilustra o no Brasil Separata da Revista do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro Rio de Janeiro Departamento de Imprensa Nacional 1969 v 278 CARVALHO Jos Murilo de A constru o da ordem a elite pol tica imperial Rio de Janeiro Campus 1980 CARONE Edgard O Centro Industrial do Rio de Janeiro e sua importante participa o na economia nacional 1827 1977 Rio de Janeiro CIRJ C tedra 1978 DIAS Maria Odila da Silva op cit CARVALHO Jos Murilo de op cit CARONE Edgard op cit TAUNAY Carlos Augusto op cit p 7 46 muitas vezes irresist vel al m de estando institui o entranhada na sociedade seu fim brusco levaria ao fim a exist ncia nacional Em segundo lugar argumentava que a escravid o se justificava pela pr pria inferioridade inata da ra a africana e mesmo que removendo o negro de seu continente origin rio qualquer que fosse a raz o justificava se pelo livramento dos mesmos de seus primitivos donos trazendo significativa melhora na vida do africano Para Taunay em decorr ncia da inferioridade f sica e intelectual da ra a negra escravo adulto se iguala a um adolescente branco sendo assim a escravid o torna se um fardo para seus senhores e n o para os negros Na vis o de Taunay um dos nicos mecanismos aptos a possibilitar os senhores
246. eles requerer o a imediata remo o de seu nome da cadeia de fornecedores 3 9 3 A experi ncia verificada na sia O estudo de caso tomado como exemplo relata as alega es de trabalho for ado em f bricas na China que montavam produtos diferentes para uma empresa multinacional norte americana As f bricas eram de propriedade de duas companhias diferentes e ambas montavam produtos diferentes mas para a mesma empresa norte americana Nas alega es constava que os trabalhadores eram for ados a trabalhar por muitas horas ao dia vivendo em acomoda es inadequadas e superlotadas al m de terem de pagar pelo alojamento pela comida e eram impedidos de deixar as instala es No rol de den ncias havia a de uso de a es disciplinadoras tendo os trabalhadores o que permanecer em p por longos per odos al m da exist ncia de trabalho infantil na manufatura de alguns produtos As den ncias inicialmente apareceram numa reportagem que n o foi vinculada internet mas contou com algumas fotos das condi es de trabalho na f brica posteriormente essa den ncia teve repercuss o internacional inicialmente por um jornal brit nico e logo depois por um jornal de neg cios da China Como resposta ao problema houve uma rea o positiva das empresas para sanar os problemas detectados A empresa americana respondeu que estava tomando as medidas para investigar a situa o e que havia considerado muito s rias as aleg
247. em a ser trabalho escravo ou condi o an loga de escravo Este conceito deve trazer uma caracteriza o do tema uma positiva o das normas al m da aplica o das san es e atividades para preven o e erradica o da condi o an loga de escravo Na busca dessa defini o trazemos baila alguns itens que durante esta tese foram colocados como elementos para uma caracteriza o e defini o mais precisa da condi o de trabalho an logo ao de escravo e Falta de remunera o ou contrapresta o de pagamento quando h um trabalho realizado ou seja uma presta o de servi o desde que n o seja trabalho volunt rio deve haver uma justa retribui o pelo trabalho prestado Pagar valores em desrespeito ao que determina a CLT ou a Constitui o Federal n o caracteriza trabalho escravo mas sim uma burla queles documentos legais 259 e Falta de Liberdade a liberdade essencial para o bem estar de qualquer ser humano Sendo assim a priva o da liberdade intoler vel sob qualquer aspecto seja ela feita de maneira violenta ou quando o trabalhador n o possa livremente sair de seu ambiente de trabalho e escolher outra ocupa o que lhe convenha At mesmo a falta de liberdade psicol gica tamb m um elemento para caracterizar a condi o em que o trabalho humano est sendo exercido Havendo restri o liberdade de ir e vir ficar caracterizada de fato e de direito a ocorr nc
248. en vel e uma vez violada merece a san o penal do Estado bem como a sua repara o civil Dar trabalho e em condi es decentes ent o forma de proporcionar ao homem os direitos que decorrem desse atributo que lhe pr prio a dignidade Quando se fala em trabalho em que h a redu o do homem condi o an loga de escravo dessa feita imperioso considerar que violado o princ pio da dignidade da pessoa humana pois n o h trabalho decente se o homem reduzido a essa condi o Como entende com perfei o a OIT O controle abusivo de um ser humano sobre outro a ant tese do trabalho decente A rela o entre direito do trabalho e dignidade da pessoa humana se mostra clara quando as normas trabalhistas devem ser lidas luz da dignidade humana especialmente no tema das condi es de trabalho sa de do trabalhador etc Prover e assegurar uma exist ncia digna baseada na valoriza o do trabalho humano constitui um dever do Estado com a efetiva participa o da iniciativa privada A submiss o de pessoas condi o an loga de escravo alcan a tanto o panorama internacional quanto o ordenamento jur dico brasileiro e contradiz o postulado constitucional da dignidade da pessoa humana presente em in meras declara es internacionais A Conven o n 29 da OIT conceitua no artigo 2 por meio da express o trabalho for ado ou obrigat rio compreendendo todo trabalho ou servi o exigido
249. endo que se mascara se torna obscura a compreens o do fen meno da explora o do trabalho e consequentemente distorce a ado o de medidas efetivas quanto sua elimina o e que possam contar com o apoio de todos os segmentos envolvidos na sua exist ncia preciso insistir que devemos lutar incessantemente para eliminar este terr vel mal social mas certo que sua erradica o tem mais a ver com a correta identifica o do problema do que com a preval ncia de qualquer ideologia A segunda mensagem diz respeito pr pria identifica o do fen meno se reconhecidamente existe trabalho escravo strictu sensu ou seja condi es prec rias do exerc cio do trabalho associado total falta de liberdade de ir e vir existe uma quest o criminal e deve se penalizar o empres rio o propriet rio ou a empresa nos termos do C digo Penal brasileiro esteja isto ocorrendo no meio rural ou em reas urbanas Por outro lado se est havendo o trabalho for oso nos termos da OIT onde o que prevalece a burla e a fraude s Leis Trabalhistas as penaliza es devem estar de acordo com o que esta legisla o determina Uma terceira mensagem se refere a criar condi es legais para se entender e equacionar esta quest o da explora o do trabalho humano escravo ou for ado Em nossas pesquisas realizadas sobre o tema conclu mos que se faz necess ria uma regulamenta o imediata da terceiriza o Nesta perspectiva
250. entais contidos nas Conven es nucleares bem como se comprometeram ainda a envidar esfor os para promover sua aplica o independentemente de ter ratificado ou n o os Conv nios correspondentes Ficou estabelecida ainda na pr pria Declara o para os Estados Parte que n o ratificaram as Conven es Fundamentais a necessidade do envio de relat rios anuais informando aquelas mudan as que ocorreram em suas legisla es internas e em sua pr tica para a ado o das referidas Conven es bem como se seria necess rio o aux lio para implant las Ou seja a OIT n o s cobraria a aplica o das Conven es mas tamb m proveria apoio t cnico aos Estados Parte que tivessem dificuldade com a fiscaliza o e o seguimento das mesmas A Declara o foi composta pelas principais Conven es sobre os direitos fundamentais dos trabalhadores a saber Conven o n 87 Liberdade Sindical Conven o n 98 Negocia o Coletiva Conven es n 29 e 105 Trabalho For oso Conven es n 100 e 111 Medidas e proposi es de n o discrimina o no trabalho Conven o n 138 Idade M nima Tendo em vista esta tese versar sobre Trabalho escravo e Trabalho for ado iremos nos ater exclusivamente s Conven es relacionadas ao tema conforme abaixo descrito 77 3 2 2 As Conven es 29 e 105 O tema trabalho for oso est inserido em duas Conven es da OIT ou seja na Conven o
251. entes as condi es m nimas de higiene sa de e seguran a no campo considerando se a exist ncia de legisla o do Minist rio do Trabalho estabelecendo a obrigatoriedade das instala es Sanit rias e regras para o local de refei es mormente para o desenvolvimento do trabalho no campo o que atrai o dever de a ex empregadora reparar moralmente os trabalhadores submetidos as condi es de trabalho degradantes RO 00068 2011 160 03 00 5 TRT 2 REGI O No entanto embora n o aprovado em concurso p blico tornou se fato incontroverso nos autos que o reclamante prestou servi os reclamada de forma subordinada e como tal merece mesmo sob a forma de indeniza o todas as repara es que um trabalhador comum receberia O Poder P blico n o pode separar se da sociedade civil Os atos do Administrador submetidos que s o tica e moral n o podem 247 tratar o trabalhador por ele pr prio contratado sob a dial tica do senhor e do escravo onde a m o de obra colocada a sua disposi o n o produz qualquer efeito exceto o de alimentar o trabalhador Recurso de Revista n TST RR 691 2002 302 02 00 8 TRT 163 REGI O Cabe ainda ressaltar que n o ficou caracterizada nos autos a figura penal prevista no art 149 do CP o trabalho an logo ao de escravo porque n o houve cerceamento direto ou indireto do direito de ir e vir dos empregados Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n TST
252. eporterbrasil org br 2013 02 justica absolve marisa em caso de trabalho escravo gt Acesso em 16 fev 2013 ZOCCHIO Guilherme Justi a acompanha fiscaliza es de combate ao trabalho escravo Dispon vel em lt http www reporterbrasil org br pacto noticias view 421 gt Acesso em 21 fev 20183
253. erem filhos de Cam pecado espec fico dos africanos e negros em geral Ao negro restava suportar sua miser vel condi o nesta terra enquanto aguardava sua reden o nos c us 33 abertura do caminho mar timo pelo Cabo e os esfor os para estabelecer rela es na Africa com o Preste Jo o personagem lend rio da Idade M dia Para alguns historiadores o fato de D Manuel ter conseguido na primeira tentativa abrir um caminho mar timo at as ndias enquanto foram precisos tr s quartos de s culo para descobrir a costa africana entre os cabos Boa Esperan a e Bojador pode ser visto como um sinal da acelera o da chegada do fim dos tempos e de uma predestina o especial de D Manuel Reveladora dos motivadores cruzad sticos e escatol gicos do Rei a carta bastante conhecida que D Manoel enviou ao Samorim de Calicute por interm dio de Pedro lvares Cabral escrita em 11 de mar o de 1500 mostrava acreditar que os portugueses eram agentes de Deus a chegada dos navegantes ndia assim como tudo o que ocorreria no mundo material seria resultado de des gnios divinos Veja se Deus todo poderoso come o meio e fim de todas as coisas por cuja ordenan a cursa os dias feitos humanos e tempos assim como por sua infinda bondade criou o mundo ordenou para os tempos adiante muitas coisas que haviam de ser obradas fossem manifestadas e postas em obra nos tempos par
254. esa da grande lavoura que a aboli o precipitaria o Brasil em um abismo profundo e infinito Al m de argumentarem que os escravos n o estariam preparados para a liberdade e que se tornariam vadios e ociosos faziam afirma es relativas de aumento da criminalidade nas cidades em raz o da sa da destes das reas rurais por n o admitirem perder o controle sobre seus escravos acreditavam que a aboli o deveria ser feita de maneira gradual em longo prazo mediante indeniza o pretendendo inclusive que mesmo ap s libertos os ex escravos n o deixariam as fazendas Deste modo e tentando manter sua imagem de soberano ilustrado D Pedro Il pronuncia se publicamente favor vel elimina o da escravid o para tanto em 1867 encarregou seus conselheiros de elaborarem mo es para a extin o do trabalho escravo A Lei do Ventre Livre Lei n 2040 foi promulgada em 28 de setembro de 1871 e a partir dessa data declarava que estariam livres os filhos de mulher escrava que nascerem desde a promulga o desta lei libertos os escravos da Na o e outros e providencia sobre a cria o e tratamento daqueles filhos menores e sobre a liberta o anual de escravos E ainda que os filhos menores fiquem em poder e sob a autoridade dos senhores de suas m es os quais ter o a obriga o de cri los e trat los at a idade de oito anos completos Chegando o filho da escrava a esta idade o senhor da m e ter a op
255. escravagistas tradicionalmente consagrados desde a g nese da humanidade Com isso o conceito hist rico da utiliza o do trabalho humano como elemento produtivo ganhou novos contornos n o perdendo seu car ter de explora o que continuou a existir de outra forma onde paralelamente conquista da sua liberdade se viu expropriado de seus meios de produ o e n o teve alternativa a n o ser vender sua for a de trabalho ao patr o capitalista 1 1 A explora o do trabalho humano antes de Cristo H muito tempo a escravid o est presente na hist ria da humanidade o c digo de Hamurabi de 1 700 a C conjunto de leis escritas da civiliza o babil nica apresentava itens discutindo a rela o entre os escravos e seus senhores N o se restringindo aos babil nios a escravid o tamb m foi utilizada entre os eg pcios ass rios hebreus gregos e romanos Dessa forma podemos perceber que se trata de um fen meno hist rico antigo e diverso Alguns autores acreditam que a escravid o surgiu por volta do ano 6 000 a C no in cio da Idade dos Metais e no final do Per odo Neol tico com o surgimento da agricultura Nessa poca a condi o de n made passou a ser SOUSA Rainer Escravid o na Antiguidade Cl ssica Dispon vel em lt http www mundoeducacao com br historiageral escravidao na antiguidade classica htm gt 20 abandonada pelo homem que aos poucos preferiu se fixar em terra e dedicar se ao
256. escravo an logo ao de escravo e trabalho for ado Mas sabida a sua posi o bastante combativa atuando na base de den ncias a todo tipo de imprensa falada e escrita bem como de movimentos e marchas que procuraram alertar as autoridades p blicas e a sociedade em geral sobre a gravidade deste problema e suas implica es sociais degradantes 237 Historicamente as a es sindicais est o mais arraigadas no campo nas reas rurais e agr colas onde a ocorr ncia de formas degradantes de trabalho aparece com maior incid ncia Al m disso foi no mbito rural que o final da escravid o deixou uma heran a mais prop cia ocorr ncia deste tipo de degrada o do trabalho humano Nesse sentido al m da atua o de in meros sindicatos isolados destaca se o papel da Confedera o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Contag em conjunto com o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Al m da vigil ncia e den ncia que exerce de forma permanente sua atua o sobretudo preventiva Do ponto de vista pr tico e operacional estas entidades promovem cursos palestras encontros e semin rios para conscientizar e capacitar os trabalhadores absorvidos em reas rurais quanto aos seus direitos O trabalho envolve as federa es dos trabalhadores na agricultura dos estados bem como dos munic pios brasileiros al m de darem apoio aos sindicatos de trabalhadores rurais e entidades parceiras A Contag tamb
257. especialmente na fiscaliza o do cumprimento das obriga es contratuais e legais da prestadora de servi o como empregadora A aludida responsabilidade n o decorre de mero inadimplemento das obriga es trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada VI A responsabilidade subsidi ria do tomador de servi os abrange todas as verbas decorrentes da condena o referentes ao per odo da presta o laboraP Para a ocorr ncia de uma terceiriza o l cita a s mula 331 do TST toma a precau o de esclarecer que a terceiriza o nunca pode ser fraudulenta significando que h admiss o da mesma somente quando for uma contrata o entre duas pessoas jur dicas ou seja entre duas institui es empresariais ficando assim a empresa terceirizante respons vel pela distribui o de atividades e dire o do trabalho na empresa tomadora de servi os A terceiriza o se torna il cita quando n o h o envolvimento de duas pessoas jur dicas ou seja quando h o emprego de uma pessoa f sica para a presta o de servi os n o eventuais pessoais subordinados e onerosos a outrem sem que o tomador de servi os responda pela rela o estabelecida Com isso pode se ignorar se a empresa possui uma boa ndole e idoneidade da mesma j que o tema se refere ao v nculo empregat cio A fim de elucidar o tema segue a jurisprud ncia mais recente TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Livro de S mulas Orienta es J
258. esses custos aumentaram por m os pre os n o os acompanharam na mesma propor o atingindo toda a cadeia produtiva ou seja dos magazines para os fornecedores desses para as oficinas e das oficinas para as costureiras O ciclo de produ o do desenvolvimento da cole o at o pagamento de 210 dias e para suportarem este ciclo se exige muito capital de giro para pagar mat ria prima m o de obra e outros custos de opera o 95 das empresas do setor descontam duplicatas no 1 ou no 2 dia ap s a entrega Uma Fast Fashion moda r pida o termo utilizado por grandes magazines para produ o r pida e cont nua de novidades podendo gerar para essas grandes redes um aumento de faturamento Um movimento importador de marcas da Europa como a Zara e a H amp M s o exemplos de lojas que aderiram ao Fast Fashion Grandes redes de varejo como C amp A Renner Riachuelo Marisa e Hering aderiram tend ncia Para dar certo o sistema requer cole es compactas modelos novos o tempo todo e retirar das araras o que n o vende e repor o que vende Ao mesmo tempo em que os estoques se ampliam nesse modelo eles ficam mais restritos nem todos os n meros e tamanhos est o dispon veis na cole o nem todas as cores e estampas existem para cada um dos produtos Precificar pensar e agir de uma maneira estrat gica como uma t tica para se calcular os pre os de venda e s assim pode se descobrir o que o cliente espera de
259. etr polis Vozes 1976 2 v MAMIGONIAN Beatriz G Comunica o no Semin rio do Centre d tudes du Br sil et de l Atlantique Sud Universit de Paris IV Sorbonne 21 nov 2006 MANNRICH Nelson Tend ncias atuais relativas ao mbito pessoal do Direito do Trabalho em Portugal Espanha e Brasil Revista de Direito do Trabalho S o Paulo ano 34 n 130 p 214 216 abr jun 2008 M O DE OBRA a principal preocupa o do setor t xtil Dispon vel em lt www guiatextil com site noticias industria maodeobra e a principal preocupaca o do setor textil gt Acesso em 01 ago 2011 MARANH O Ney Stany Morais A afirma o hist rica dos direitos fundamentais a quest o das dimens es ou gera es de direitos p 4 15 Dispon vel em lt http ww1 anamatra org br sites 1200 1223 00001554 pdf gt MARINONI Luiz Guilherme T cnica processual e tutela dos direitos S o Paulo Ed Revista dos Tribunais 2004 MARTINHO Lutero Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Martinho Lutero gt MARX Karl O capital cr tica da economia pol tica S o Paulo Nova Cultural 1985 v 1 t 1 O capital extratos por Paul Lafargue Tradu o Abguar Bastos 2 ed S o Paulo Conrad Editora do Brasil 2005 MEDEIROS Francisco Fausto Paula de O papel da justi a laborista no combate do trabalho escravo e degradante no Brasil Jornal Trabalhista Consulex Bras lia v 20 n 952 p 5 6 fev 2008 MELTZER Milton H
260. explorados foram os ndios em outros foram os negros Em determinados momentos da hist ria tamb m houve altera o de sua forma de explora o por vezes mais violenta e mais intensa e em outras pocas mais branda mas sempre aparecendo claramente a situa o de explorador oprimindo ou explorado O que n o podemos negar que esta explora o ocorreu regra geral pela imposi o de fatores econ micos apesar de justificarem seus exploradores para a sociedade com o apoio da coroa e por vezes da igreja de que estavam auxiliando a ascens o e a melhoria de bem estar de uma classe inferior pois os ndios etnias mais vulner veis e os negros eram assim considerados no passado Na poca do Brasil Col nia e do Imp rio a escravid o era um problema econ mico porque a posse de um escravo representava um alto custo de investimento para o fazendeiro ou seu tomador no momento da compra CHAVES Valena Jacob A utiliza o de m o de obra escrava na coloniza o e ocupa o da Amaz nia os reflexos da ocupa o das distintas regi es da Amaz nia nas rela es de trabalho que se formaram nestas localidades In VELLOSO Gabriel FAVA Marcos Neves Coords Associa o Nacional dos Magistrados da Justi a do Trabalho Trabalho escravo contempor neo EA de superar a nega o S o Paulo LTr 2006 p 89 97 Ibid 67 Ademais a comercializa o dependia do tr fico negreiro que era muito custoso e assim qua
261. fil do trabalhador esteja em sintonia com as necessidades do mercado 3 O fortalecimento do Tripartismo e do Di logo Social O fortalecimento do tripartismo e o di logosocials o atividades transversais Um pr requisito para o tripartismo e o di logo social eficaz a exist ncia de componentes tripartites que s o aut nomos e representativos Di logo social um instrumento importante para alcan ar as rela es de trabalho harmoniosas definir os termos e condi es de trabalho melhorar o desempenho empresarial discutir quest es relacionadas com a produtividade configurar o ambiente de trabalho melhorar a satisfa o no trabalho proporcionar um ambiente seguro de trabalho e assim avan ar em dire o realiza o do trabalho decente 93 4 Melhora da cobertura e da efic cia da Prote o Social para todos Ainda que se deva aumentar a participa o da sociedade civil cabe ao Estado a responsabilidade de desenhar sistemas de prote o social Aintrodu o ou expans o da seguridade social n o deve se tornar um obst culo para o trabalhador reduzindo a competitividade das empresas levar a d ficits fiscais ou causar ou criar um estado de depend ncia que enfraquece o emprego permanente Redes de seguran a social devem destinar se para fornecer suporte a fim de capacitar as pessoas para a obten o de emprego Uma pol tica e um sistema de seguran a social sus
262. fratores aprenderam a burlar a fiscaliza o Em terceiro lugar o custo por trabalhador resgatado tem 222 crescido bastante ao longo do tempo No ano 2000 este custo m dio era de R 916 27 em 2012 este valor se elevou para R 3 383 16 um aumento substancial da ordem de 269 3 1 3 4 A Tabela 5 traz a distribui o dos trabalhadores libertos segundo as grandes regi es macroecon micas brasileiras Percebe se claramente que a ocorr ncia deste fen meno guarda uma estreita rela o com o grau de desenvolvimento econ mico da regi o De fato as regi es Norte e Nordeste s o aquelas onde o trabalho escravo aparece com maior frequ ncia enquanto a incid ncia melhor no Sul e no Sudeste No caso da regi o Centro oeste a de menor incid ncia de trabalho escravo uma poss vel explica o que ela tem se expandido na agricultura mas com grande penetra o do agroneg cio voltado para as exporta es e certamente mais interessado em manter rela es formais de emprego com seus trabalhadores Tabela 5 Brasil Distribui o Regional do Trabalho Escravo 2012 Brasil Distribui o Regional do Trabalho Escravo 2012 TRABALHADORES A REGIAO RESGATADOS FREQUENCIA Norte 1 044 39 3 Nordeste 433 16 3 Centro Oeste 267 10 1 Sudeste 350 13 2 Sul 559 21 1 TOTAL E n 100 00 a Inclui Amaz nia Legal FONTE CPT GM SRTE MPT MTE DETRAE Quais setores s o os mais frequentes na util
263. fundamental de n 29 que versa sobre o trabalho for ado ou Obrigat rio adotada na 14 reuni o do Conselho de Administra o em 28 de junho 1930 e a Conven o de n 105 que versa sobre a Aboli o do Trabalho for ado adotada na 40 reuni o do Conselho de Administra o em 5 de junho de 1957 ambas ratificadas pelo Brasil A Conven o n 29 prev que todo Estado Membro que ratificasse esta Conven o comprometia se a abolir o Trabalho for ado no menor tempo poss vel Trouxe ainda em seu escopo que a defini o de Trabalho for ado ou obrigat rio se dar quando o trabalho ou servi o exigido a um indiv duo se der por meio de amea a de qualquer castigo e para o qual o dito indiv duo n o tenha se oferecido de livre vontade art 2 par 1 A Conven o foi bem clara em seu art 2 2 que determinou quando n o seria caracterizado Trabalho for ado ou seja a todo trabalho ou servi o exigido em virtude de leis sobre o servi o militar obrigat rio e afeito a trabalhos de car ter puramente militar b todo trabalho que fa a parte das obriga es c vicas normais dos cidad os de um pa s que se governe por si mesmo c todo trabalho ou servi o exigido a um indiv duo como consequ ncia de condena o proveniente de decis o judicial com a condi o de que esse trabalho ou servi o seja executado sob a vigil ncia e sob o controle das autoridades p blicas e de que o mesmo indiv duo n o
264. fundamentaux au travail au B nin Cotonou 2000 Gen ve BIT 2001 Working paper ILO InFocus Programme on Promoting the Declaration 3 ANDRESON Perry Passagens da antiguidade ao feudalismo Tradu o de Beatriz Sidou 5 ed S o Paulo Brasiliense 1994 ANTUNES Ricardo O trabalho escravo e a escravid o no Brasil In OS NOVOS horizontes do direito do trabalho homenagem ao Ministro Jos Luciano de Castilho Pereira S o Paulo LTr 2005 p 134 142 ARIST TELES A Pol tica Tradu o Nestor Silveira Chaves S o Paulo cone 2007 ARRUDA K tia Magalh es Trabalho an logo a condi o de escravo um ultraje a Constitui o Genesis revista de direito do trabalho Curitiba v 6 n 36 p 683 689 dez 1995 AZEVEDO Ant nio Junqueira de Caracteriza o jur dica da dignidade da pessoa humana Revista dos Tribunais S o Paulo v 91 n 797 p 11 26 mar 2002 266 BALES Kevin Gente descart vel a nova escravatura na economia global Los Angeles University of Calif rnia Press 2004 BALSADI O E Qualidade do emprego na agricultura brasileira e suas diferencia es regionais Agricultura em S o Paulo S o Paulo v 53 n 2 p 49 67 jul dez 2006 BARRETTO N R Trabalho escravo nova arma contra a propriedade privada S o Paulo Artpress 2004 BARROS Alice Monteiro de Curso de direito do trabalho S o Paulo LTr 2005 BARROS C J Senzalas bolivianas Imigrantes bolivianos ilega
265. go prazo Entretanto nos cabe agora analisar a quest o da efic cia dessa Emenda Constitucional frente ao t rmino do trabalho escravo urbano Iniciaremos essa an lise no setor t xtil rea de maior nfase desta tese Como dito no decorrer deste texto em muitos casos mencionados de explora o de m o de obra estrangeira esta se d por seus pares Partindo desse prisma n o localizamos em nenhum momento refer ncia alguma se as depend ncias onde estas oficinas foram vistoriadas eram propriedades desses exploradores Pelo contr rio podemos concluir que os im veis s o alugados para que possam ter uma mobilidade caso suspeitem de alguma fiscaliza o iminente Dessa maneira qual o prop sito na PEC nesse caso Investigando outros exemplos de trabalhadores urbanos surgir o outras situa es estranhas como no caso de uma empregada dom stica que venha a laborar horas extras se considerada trabalhadora escrava sua empregadora perder a casa em seu favor Ou simplesmente pagaria as horas extras laboradas Ainda neste caso se um empregado dom stico pretender retornar a sua cidade de origem e o patr o n o pagar a passagem isto ser considerado trabalho escravo nos moldes propostos pela PEC O Sindicato dos Trabalhadores Rodovi rios de Jundia por meio de sua diretoria alega que a Empresa de Transporte Coletivo de Itatiba uma das empresas do setor que obrigam seus colaboradores a trabalhar uma grande jornada de tr
266. gre Livr do Advogado 2010 p 45 165 b Direitos fundamentais de segunda dimens o privilegia os direitos sociais culturais e econ micos ou seja corresponde aos direitos de igualdade Assim imputa ao Estado uma obriga o de fazer pois este considerado agente de bem estar da coletividade Opostos aos primeiros tais direitos de segunda dimens o necessitam de a o por parte do Estado para a sua efetiva o c Direitos fundamentais de terceira dimens o nesta o fato de o ser humano estar em grupo foi entendido como uma coletividade passando assim a ter direitos de solidariedade Acredita se que estes direitos s o reflexos dos fundamentos de nosso pa s necessitando de tal modo da a o por parte do Estado e tamb m da sociedade Sendo assim entende se que a terceira dimens o abrange os direitos da fraternidade ou da solidariedade sendo de titularidade difusa como por exemplo o direito paz Destarte n o podemos deixar de mencionar que atualmente existem outras dimens es Paulo Bonavides traz a ideia da quarta dimens o que s o aqueles direitos correspondentes fase final da constitucionalidade do Estado social trazendo assim os direitos democracia informa o entre outros Este autor reza que s o direitos de quarta gera o o direito democracia o direito informa o e o direito ao pluralismo Deles depende a concretiza o da sociedade aberta para o futuro em sua dimens o de m
267. hadores em condi es de vulnerabilidade Outro aspecto relevante que o projeto possui abrang ncia nacional e tem o Estado do Maranh o como piloto pois de acordo com a atua o do MPT nos ltimos anos o Maranh o foi o Estado com maior incid ncia de trabalho escravo contempor neo e representa a principal rota de tr fico de pessoas no pa s 235 Outra a o de destaque do MPT se refere atua o e preven o e no combate ao aliciamento e intermedia o de m o de obra rural Como demonstram as in meras den ncias recebidas anualmente e os expedientes de investiga o em tramita o perante o MPT na maioria dos casos de resgate o trabalhador origin rio de outra localidade tendo migrado para conseguir um emprego Isto ocorre ap s os il citos praticados tanto por pequenos produtores rurais como os grandes produtores que s o viabilizados na maioria dos casos com a participa o da figura do aliciador e intermediador profissional popularmente conhecido como gato ou empreiteiro Com a abordagem do gato que ilude os interessados com falsas promessas de bons sal rios e condi es dignas come a a via crucis do trabalhador Ele transportado de forma extremamente prec ria com alto risco de acidentes sem qualquer tipo de documenta o da contrata o realizada nem emiss o de certid o liberat ria pelas autoridades competentes findando por se endividar e encontrar condi es an logas
268. hecido como a chacina da Una tamb m motivou o Congresso a aprovar um projeto que transformou a data de 28 de janeiro em Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo A proposta foi sancionada e virou a Lei 12 064 09 A PEC 438 01 foi aprovada em 22 05 2012 em segundo turno pelo Plen rio da C mara O texto estabelece a expropria o de im veis rurais e urbanos onde for constatado trabalho escravo e os destina reforma agr ria e a O Minist rio do Desenvolvimento Agr rio adotou medidas de recadastramento agr rio e fiscaliza o cadastral dos im veis constantes na Lista Suja O objetivo da atua o fiscalizadora cadastral do INCRA o de identificar v cios na cadeia dominial dos im veis constantes na Lista Suja eventualmente sustentados por t tulos inv lidos sobre terras de dom nio p blico e reivindic los para posterior destina o preferencialmente ao Programa Nacional de Reforma Agr ria 215 programas de habita o popular Esses im veis ser o destinados reforma agr ria ou a programas de habita o popular A vota o da PEC s foi poss vel depois de um acordo dos l deres partid rios no dia anterior a sua vota o A proposta passou com 360 votos a favor 29 contra e 25 absten es O texto precisava de 308 votos para ser aprovado A PEC d nova reda o ao artigo 243 da Constitui o Federal conforme segue abaixo AS MESAS DA C MARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FE DERA
269. hor definir esta nova forma de utiliza o do trabalho desempenhado pelo homem cujo produto final era alienado do seu esfor o produtivo Engels conhecido como um dos pioneiros do materialismo hist rico dedicou parte de sua vida intelectual ao estudo das chamadas ci ncias naturais Em um ensaio publicado postumamente intitulado Sobre o papel do trabalho na transforma o do macaco em homem afirma que o trabalho condi o b sica e fundamental de toda a vida humana sendo poss vel afirmar que em certo sentido o trabalho criou o pr prio homem Para a poca tais afirma es pol micas n o consideravam a import ncia do trabalho no processo evolutivo do homem mas esse ensaio de Engels procura expor as transforma es hist ricas ocorridas na rela o entre humanidade e ambiente sua interfer ncia sobre o meio ambiente e o processo de constru o da sociedade onde procura demonstrar de que maneira trabalho e fabrica o de instrumentos foram fundamentais na transi o do macaco ao homem processo lento que englobou a evolu o de certas caracter sticas f sicas como a m o a fala e mais especificamente o pr prio c rebro De tal maneira que um grupo de macacos h milh es de anos ao deixar de usar as m os para caminhar exclusivamente passando a adotar uma posi o ereta e assim deixando as m os livres para dedicar s mais variadas fun es foi para Engels um passo decisivo para a transi o do
270. html gt Acesso em 20 jun 2012 283 REFORMA Protestante Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Reforma Protestante gt RELAT RIO final da Comiss o Parlamentar de Inqu rito para apurar explora o de trabalho an logo ao de escravo nas empresas regular ou irregularmente instaladas em S o Paulo processo n 0024 2005 DOC 07 fev 2006 REVISTA TST Bras lia v 74 n 4 p 117 135 out dez 2008 REZENDE Gerv sio Castro de Pol ticas trabalhista fundi ria e de cr dito agricola no Brasil uma avalia o cr tica Revista de Economia e Sociologia Rural Bras lia DF v 4 n 1 p 47 78 jna mar 2006 KRETER Ana Cec lia Existe realmente trabalho escravo na agricultura brasileira Revista de Pol tica Agr cola ano 18 n 2 p 98 106 abr jun 2009 ROCHA C rmen L cia Antunes O princ pio da dignidade da pessoa humana e a exclus o social Jurisprud ncia Catarinense Florian polis v 35 n 117 jan jun 2009 RODRIGUES Jaime O infame com rcio propostas e experi ncias no final do trafico de africanos para o Brasil 1800 1950 Campinas Ed Unicamp 2000 ROUSSEAU Jean Jacques Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Tradu o Alex Marins S o Paulo Martin Claret 2007 SAHD L F Hugo Grotius direito natural e dignidade Cadernos de tica e Filosofia Pol tica v 15 n 2 p 181 191 2009 Dispon vel em lt http Awww fflch usp br df
271. ia assim como op o do indiv duo aceitar o tempo de trabalho que se associa aquele emprego Remunera o laboral decente todo trabalho realizado deve ser remunerado de forma justa e suficiente para permitir ao indiv duo subsistir e trabalho igual deve receber igual pagamento Trato justo e equitativo no emprego proibida a discrimina o no emprego por g nero nacionalidade ra a idade estado civil etc O relacionamento entre a ger ncia e os trabalhadores deve respeitar os princ pios b sicos da dignidade humana Prote o em caso de desemprego involunt rio deve haver formas de prote o ao trabalhador em caso de perda do emprego bem como apoio adequado para a busca de outro emprego minimizando o tempo de busca Programas de treinamento oferecidos aos desempregados tamb m s o importantes no contexto do trabalho decente Ambiente de trabalho com seguran a no entorno f sico do local de trabalho deve se evitar condi es extremas que levem deteriora o e ou degrada o do trabalho humano Ademais devem existir claras normas de seguran a no trabalho para preven o de acidentes les es ferimentos e enfermidades ocupacionais 90 Prote o social ao trabalhador isto significa que devem existir medidas de prote o para todos os trabalhadores com rela o sa de seguran a doen as e incapacidade relacionadas ao trabalho Deve haver tamb m um sistema de pens o para os dependentes Pa
272. ia de trabalho escravo an logo ao de escravo e for oso e Direito de propriedade a utiliza o do conceito de expropria o para penalizar o empregador fazendeiro ou propriet rio n o parece ser um bom crit rio para conceituar o que venham a ser estas formas prec rias de trabalho Sua aplicabilidade n o imediata podendo gerar situa es cinzentas nebulosas ou complexas Levada ao limite o correto seria tamb m alterar a legisla o processual brasileira sob suas ticas A primeira para impedir ou tornar invi vel e onerosa a interposi o de recursos judiciais A segunda modifica o seria para readequar aspectos legais em todas as inst ncias relativos aos direitos de heran a Por fim utilizar a ocorr ncia de trabalho escravo para a reforma agr ria n o parece ser uma forma eficiente de resolver os conflitos no campo N o h garantias de que as terras ser o distribu das para uma reforma realmente produtiva Destin las aos libertos da condi o de escravo n o garante que a mesma pr tica n o venha a ocorrer sobre a sua tutela ou de outros que venham a receber a propriedade expropriada e Observ ncia correta dos conceitos previstos na legisla o trabalhista insalubridade periculosidade sa de e seguran a no trabalho o vasto material consultado e os relatos de ocorr ncia de trabalho escravo estavam mais associados n o observ ncia do que determina a legisla o trabalhista do que propriamen
273. ial Agr ria INCRA nos termos da Lei n 8 629 93 e Lei Complementar n 76 93 pelo Instituto Nacional de Coloniza o e Reforma Do ponto de vista pr tico a a o do INCRA se inicia ap s ci ncia das propriedades registradas na lista suja do Minist rio do Trabalho e Emprego Not cia anexa INCRA GO pede desapropria o de 13 reas que mant m o trabalho escravo de 21 01 2011 Portal Brasil Dispon vel em lt http www brasil gov br noticias arquivos 2011 01 21 incra go pede desapropriacao de 1 3 areas que mantem o trabalho escravo gt Acesso em 22 jan 2012 ul ista suja O governo vedou financiamento p blico a pessoas f sicas e jur dicas que foram condenados administrativamente por explora o de trabalho escravo Em novembro de 2008 foi divulgada uma lista com 52 nomes de empregadores e propriedades rurais autuados por explora o de trabalho escravo no per odo 1995 2002 cujas autua es com decis o administrativa s o definitivas O Cadastro de Empregadores constitui se em uma das mais importantes medidas implementadas O Plano Nacional previa a implementa o dessa medida por meio de Lei no entanto o Poder Executivo terminou se antecipando e a iniciativa foi institu da por Portaria Ministerial ainda que n o se tenha a seguran a jur dica temos o fato concretamente colocado com suas consequ ncias O Minist rio do Trabalho j divulgou diversas listas que integram o Cadas
274. ica o de acordo com as normas legais Em caso de descumprimento por parte da empresa do conte do de referido documento foi estipulada a multa no valor de R 1 000 00 um mil reais por trabalhador encontrado que tenha seu direito amea ado ou violado Caso seja necess ria a aplica o da multa esta ser em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador O referido documento assinado como um t tulo executivo extrajudicial n o pode se compensar ou servir de argumento para o n o pagamento de outras multas administrativas ou outras indeniza es previstas em Leis Normas Regulamentares Senten as Judiciais ou qualquer outro t tulo e seu prazo de vig ncia indeterminado b A Marisa considerada uma das maiores redes varejistas do Brasil teve sua cadeia produtiva fiscalizada pela Superintend ncia Regional do Trabalho e 250 Emprego de S o Paulo SRTE SP Diante dos resultados obtidos em mar o de 2010 foi responsabilizada administrativamente pela manuten o de pessoas em situa o an loga de trabalho escravo bem como pelo n o cumprimento das normas de sa de e seguran a do trabalho etc Assim houve a expedi o de autos de infra o tendo em vista que ap s a fiscaliza o ocorrida na oficina verificou se que esta sequer respeitava as normas trabalhistas referentes ao n mero de horas trabalhadas pagamento de sal rios m nimos dentre outras viola es Ainda que as oficinas n o produzissem com exclusi
275. icos humanit rios e sociais do que propriamente pela eloqu ncia dos dados De fato conforme afirmado Muito embora seja um tema com grande inser o na m dia de grande preocupa o para in meros agentes da sociedade rg os de governo entidades acad micas n o tarefa f cil obter com fartura de dados e mesmo clareza de posi o a opini o de in meros destes agentes envolvidos na tentativa de solucionar o problema do trabalho for ado e do trabalho an logo ao de escravo Nesse sentido ainda que tenha havido uma busca intensiva nas fontes de informa o pouco foi obtido e desta maneira preferiu se apresentar a posi o de institui es selecionadas mais diretamente envolvidas com a quest o Esta se o utilizar somente dados obtidos na esfera do MTE e de suas parcerias com o MPT referindo se portanto aos resultados de blitz realizada em v rios setores de atividade econ mica tendo como objetivo averiguar a exist ncia desse tipo de explora o do trabalho humano 220 anteriormente mesmo somando se os trabalhadores retirados da condi o de trabalho for ado desde o in cio destas opera es pelo MTE em 1995 at o final de 2012 isto n o representa mais do que 0 04 do tamanho da for a de trabalho brasileira em 2010 estimada em cerca de 105 milh es de trabalhadores De qualquer forma torna se interessante verificarmos com mais detalhes estas estat sticas pois elas podem nos indicar aspectos d
276. idade n o se pode evitar que dependa tamb m das peculiaridades de cada pa s Ainda de acordo com a OIT cada pa s signat rio respeitadas suas peculiaridades deve formular suas pr prias pol ticas p blicas de trabalho decente mesmo que tenham tra os comuns em virtude do alcance do referido conceito Diferente de outros atores a OIT internacional centraliza sua atua o na promo o do trabalho decente englobando o trabalho aut nomo e familiar como fontes dignas de renda e n o apenas aquele trabalho formal assalariado com registro em carteira Assim a promo o do trabalho decente e n o apenas o combate ao trabalho for ado an logo ao escravo possui uma vis o mais ampla e possivelmente mais certeira medida que possibilita a inclus o de trabalhadores aut nomos e familiares em fontes dignas de renda e trabalho evitando a fragilidade desses elos da cadeia Como mencionado acima o trabalho decente deve promover o di logo social necess rio para as partes interessadas atuarem em conjunto para o desenvolvimento adequado do setor mas atualmente isso n o ocorre Os magazines s o os l deres na cadeia e ditam as regras e n o se mostram abertos ao di logo com seus concorrentes nem tampouco com os outros elos da cadeia produtiva contudo o entendimento dos interesses e necessidades de todos os elos da cadeia produtiva incluindo seus fornecedores os subcontratados aut nomos e terceirizados s o de extrema impo
277. idade que era muito bem vista pelos conquistadores na Am rica Portuguesa esses escravos passaram a ser a base da m o de obra para atender s necessidades de m o de obra e s atividades mercantis tr fico negreiro L vi Strauss Antrop logo e humanista belgo franc s nascido em Bruxelas na B lgica considerado o pai da Antropologia Estruturalista na filosofia e sociologia que influiu de maneira decisiva na filosofia na sociologia na hist ria e na teoria liter ria Fonte CLAUDE L vi Strauss Dispon vel em lt www dec ufceg edu br biografias ClaudLSt html gt 36 Iniciada por Martinho Lutero em 1517 a Reforma Protestante eclode e a Igreja tenta evitar que se alastre por toda a Europa Assim visando aux lio para a evangeliza o no Novo Mundo ocorre uma colabora o da Igreja com os Estados escravistas objetivando controlar a atividade eclesi stica da col nia por meio de concess o papal padroado onde esses Estados passam a se responsabilizar pelo sustento da Igreja colonial ganhando o reconhecimento da Igreja de Roma al m disso o Estado passa a nomear bispos e p rocos al m de conceder licen as para a constru o de novas igrejas ajudando financeiramente todo este processo Em 1549 o Governador Geral Tom de Souza acompanhado de seis jesu tas da Companhia de Jesus e pelo Padre Manoel de N brega chega ao Brasil e em 1581 d in cio s miss es dos beneditinos posteriormente com
278. iderado um conceito que captura sucintamente a ess ncia da miss o da OIT no mundo do trabalho Este conceito facilita a busca de solu es uma vez que aplic vel a todas as sociedades Isto porque n o h d vida que vontade de todos se oporem ao trabalho for ado abolir o trabalho infantil acabar com a falta de liberdade inclusive sindical evitar a precariedade do trabalho assim como buscar o di logo social A amplitude do conceito de trabalho decente supera uma antiga cr tica que era feita frequentemente OIT a defini o de trabalho tradicional as pol ticas de emprego os padr es de trabalho as rela es de emprego e o sistema de prote o social contemplados nas suas normativas Conven es e Recomenda es eram baseados somente no modelo de economias de mercado industrializadas aplicando se apenas ao setor formal da economia e 159GHAI Dharan Ed Decent work objectives and strategies Geneva IILS ILO 2006 Dispon vel em lt http Avww oit org public english bureau inst download decentghai pdf gt Acesso em 29 maio 2008 84 consequentemente ao mercado de trabalho Desta forma um amplo conjunto de pa ses e de segmentos da for a de trabalho n o se beneficiava das pol ticas estimuladas com base nessas normativas A terminologia criada permite compreender mais facilmente a natureza das dificuldades do mercado de trabalho levando a um conceito anal tico mais universalista do mundo do trab
279. igat rio e Conven o sobre os Direitos da Crian a CDC e Conven o para Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra as Mulheres CEDAW e Conven o Internacional sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o Racial CERD e Pacto Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais das Na es Unidas 1966 ratificado pelo Brasil em 1992 e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Pol ticos PIDCP e Conven o das Na es Unidas Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cru is Desumanos ou Degradantes CAT 71 e Conven o Suplementar sobre a Aboli o da Escravid o do Tr fico de Escravos e Pr ticas An logos Escravid o 1957 e Conven o sobre a Escravatura assinada em Genebra em 25 de setembro de 1926 e emendada de dezembro de 1953 Portanto tanto a exist ncia do crime como a obriga o de garantir os direitos trabalhistas n o s o coisas novas e desconhecidas pelo Brasil sendo in meras as proposi es contidas nesses documentos internacionais legais j introduzidas na legisla o brasileira N o se trata pois de desvendar o caminho para o combate ao Trabalho for ado e Escravo mas sim adaptar as condi es da sociedade e do mercado de trabalho brasileiro aos principais conceitos e s principais defini es j existentes no plano internacional Al m disso deve se posteriormente cuidar se da aplica o e do seguimento da pr
280. igrantes bolivianos no setor t xtil As oficinas que possuem bolivianos legalizados e registrados em seus quadros de funcion rios retratam a dificuldade de receber este tipo de trabalhador em seu ambiente de trabalho devido dificuldade de legaliza o destes por causa da burocracia do Brasil bem como o desejo de grande parte destes imigrantes em receber alimenta o moradia e remunera o por pe a sem sofrer descontos Em se tratando de produtividade pontualidade e qualidade os imigrantes em especial os bolivianos destacam se no setor da cadeia t xtil Estes imigrantes bolivianos em sua maioria est o em condi o ilegal no pa s chegaram ao Brasil em busca de emprego focando esta procura nas pequenas empresas localizadas nas zonas leste central e norte de S o Paulo O Empresa legalmente constitu da que n o tem linha de produtos pr pria s trabalha sob encomenda de terceiros 194 perfil destes tra ado na d cada de 1990 mostra que eram em sua maioria homens e mulheres jovens solteiros e com m dia escolaridade buscando o que em sua terra natal n o tarefa f cil tendo em vista o baixo crescimento econ mico e social da Bol via Sua busca por uma ocupa o profissional para sustento pr prio e de sua fam lia de forma razo vel V rios pa ses s o alvo da migra o dos bolivianos onde destaca se o Brasil por seu crescimento cont nuo e por n o sofrer com a crise econ mica com
281. ikipedia org wiki Reforma Protestante gt SA Companhia de Jesus foi criada por In cio de Loyola cavaleiro da Espanha no s culo XVI no ano de 1534 tendo como principal raz o de sua cria o o combate contra o movimento protestante utilizando como m todo o ensinamento religioso especialmente preparado para tal finalidade Os aristocratas europeus e o catolicismo romano estavam cada vez mais preocupados com o crescimento forte e influente do protestantismo reformista ou da Reforma Protestante mais comumente conhecida As miss es jesu ticas na Am rica tamb m chamadas deredu es foram os aldeamentos ind genas organizados e administrados pelos padres jesu tas no Novo Mundo como parte de sua obra de cunho civilizador e evangelizador O objetivo principal das miss es jesu ticas foi o de criar uma sociedade com os benef cios e qualidades da sociedade crist europeia mas isenta dos seus v cios e maldades Fonte MISS ES jesu ticas na Am rica Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Miss C3 B5bes jesu C3 ADticas na Am CI AIrica gt 37 muitos conflitos entre mission rios e colonos fazendo com que durante os s culos XVI e XVII o governo portugu s representado pelos Governadores Gerais buscasse consenso entre governo central e Igreja Cat lica a fim de diminuir e administrar frequentes conflitos entre mission rios colonos e ndios Mas no entender de alguns mission rios o trabalho escravo garantiria a
282. imas Enumera contudo realidades como a servid o o casamento for ado o trabalho como garantia de uma d vida que dever o ser consideradas pr ticas similares escravatura Criado em 25 de mar o de 2003 JO L79 26 03 2008 SEUROPEAN COMMISSION Report of the Experts Group on Trafficking in Human Beings Brussels 22 December 2004 Dispon vel em lt http ec europa eu justice home daphnetoolkitffiles projects 2002 188 int report expert group trafficking 2004 pdf gt 104 3 8 2 Defini o e criminaliza o do tr fico de pessoas na Uni o Europeia A Uni o Europeia aprovou ao abrigo do artigo 34 do T tulo VI do Tratado da Uni o Europeia a Decis o Quadro do Conselho 2002 629 JAI de 19 de julho de 2002 relativa luta contra o tr fico de seres humanos Nesta o conceito de tr fico de pessoas definido no seu artigo 1 como O recrutamento o transporte a transfer ncia a guarida e o subsequente acolhimento de uma pessoa incluindo a troca ou a transfer ncia do controle sobre ela exercido sempre que seja utilizada a coa o for a ou amea as incluindo rapto ou seja utilizada manipula o ou fraude ou haja abuso de autoridade ou de uma posi o de vulnerabilidade de tal ordem que essa pessoa n o tenha alternativa real e aceit vel sen o submeter se a esse abuso ou sejam efetuados pagamentos ou recebidos benef cios para alcan ar o consentimento de uma pessoa que tenha
283. imento ilegal sequestro e c rcere privado Neste mesmo sentido Bales acredita que s o tra os marcantes da escravid o o controle total dos escravos bem como o intuito da explora o econ mica em face destes N o se pode esquecer se da principal caracter stica segundo este mesmo autor que a exist ncia da viol ncia Assim pode se perceber que h a restri o de liberdade dos escravos por meio de viol ncia em prol de maiores lucros ao empregador 4 10 Conceito de escravid o e escravo para a Organiza o das Na es Unidas Para combater a escravid o as Na es Unidas utilizam dois importantes documentos a Conven o sobre a Escravatura assinada em Genebra em 25 de setembro de 1926 e emendada pelo Protocolo aberto assinatura ou aceita o na sede da Organiza o das Na es Unidas Nova York em 7 de dezembro de 1953 e a Conven o suplementar relativa aboli o da escravatura do tr fico de escravos e das institui es e pr ticas an logas escravatura de 1956 MINIST RIO P BLICO DA UNI O Procuradoria Geral do Trabalho da 2 Regi o Trabalho Escravo e Trabalho Degradante Dispon vel em lt http www prt2 mpt gov br coord1 trabEscravo php gt 1CASTILHO Ela Wiecko V de Considera es sobre a interpreta o jur dico penal em mat ria de escravid o Estudos Avan ados S o Paulo v 14 n 38 p 51 56 2000 BALES Kevin Gente descart vel a nova escravatura na e
284. institui es e pr ticas mencionadas no artigo 1 desta Conven o n o tenham sido ainda completamente abolidas ou abandornadas o acto de mutilar marcar a ferro em brasa ou por qualquer outro meio um escravo ou uma pessoa de condi o servil quer seja para assinalar a sua condi o para lhe aplicar um castigo ou por outra raz o qualquer ou a cumplicidade em tais actos constituir delito face da lei dos Estados Partes na Conven o e as pessoas consideradas culpadas incorrer o em penas J o artigo 6 O facto de reduzir uma pessoa escravatura ou de induzi la a abdicar da sua liberdade ou da liberdade de uma pessoa dela dependente para ser reduzida escravatura a tentativa de cometer esses actos a cumplicidade neles ou a participa o num acordo para execut los constituir o delito face da lei dos Estados Partes na Conven o e as pessoas consideradas culpadas ser o punidas No artigo 7 est o previstas as defini es de escravatura tal como definida na Conven o sobre a escravatura de 1926 o estado ou condi o de um indiv duo sobre o qual se exercem todos ou quaisquer atributos do direito de propriedade e escravo toda e qualquer pessoa que tenha tal estado ou condi o Consta na letra b o significado da express o pessoa de condi o servil como toda e qualquer pessoa colocada na condi o ou estado que resulta de qualquer das institui es ou pr ticas mencionadas no ar
285. intangibilidade da vida da honra da casa e da propriedade Em 21 de junho de 1215 o Rei Jo o Sem 2KANT Immanuel Fundamenta o da metaf sica dos costumes e outros escritos 1 reimp S o Paulo Martin Claret 2008 p 43 8 EMBO Cl udio A pessoa seus direitos Barueri Manole 2007 p 22 162 Terra em Runnymede Inglaterra outorgou a Magna Charta Libertatum onde est expl cito o princ pio do devido processo legal do contradit rio e da ampla defesa 1 Nenhum homem livre ser detido ou sujeito pris o ou privado dos seus bens ou colocado fora da lei ou exilado ou de qualquer modo molestado e n s n o procederemos nem mandaremos proceder contra ele sen o mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do pa s A busca por meio da positiva o do reconhecimento dos direitos humanos pelo Estado encontrou uma hist ria de conquistas como a o Bill of Rights da Inglaterra de 1689 b a Declara o de Direitos do Bom Povo de Virg nia 2 de 12 de junho de 1776 c a Declara o da Independ ncia dos Estados Unidos da Am rica d a Declara o de Direitos do Homem e do Cidad o e a Los temas tratados enlas Cortes de Le n fueronpioneros para su poca aunquehoydia nos parecer an cosas normales e incluso indispensables Enellas se reconocelainviolabilidaddel domicilio delcorreo lanecesidaddelrey de convocar Cortes para hacerla guerra
286. intervenientes do fen meno 18 3 2 M todo cient fico A metodologia cient fica adotada conhecida como m todo hipot tico dedutivo de Karl Popper utilizada conjuntamente com a t cnica da problematiza o onde por meio de questionamentos nascidos da observa o procura se a resposta tendo como base tamb m o neoconstitucionalismo que ganhou for a no s culo XXI como um novo modelo de constitucionalismo Popper se destacou como um dos principais mentores do positivismo l gico desenvolvido no mbito do C rculo de Viena Ele auxiliou na cria o juntamente com outros membros do desenvolvimento da l gica moderna o neopositivismo ou empirismo l gico que se tornou posicionamento filos fico geral 3 3 Estrutura o da tese Com a finalidade de alcan ar os objetivos acima descritos a estrutura desta tese a seguinte o cap tulo 1 abordar o trabalho escravo desde a antiguidade at o surgimento do capitalismo o cap tulo 2 analisar a escravid o e o trabalho rural no Brasil o cap tulo 3 contemplar o tema do trabalho escravo e o trabalho for ado no cen rio internacional o cap tulo 4 se prop e a tratar das caracter sticas gerais e os principais conceitos de trabalho escravo e trabalho for ado j o cap tulo 5 abordar tanto o trabalho for ado quanto o trabalho escravo luz dos Direitos Fundamentais o cap tulo 6 analisar o caso do trabalhador imigrante boliviano na cidade de S o Paulo
287. ional independentemente de sua vincula o com determinada ordem constitucional de tal sorte que revelam um inequ voco car ter supranacional Os direitos humanos originariamente tiveram como fun o fazer com que o Estado n o interferisse ou o fizesse no menor grau poss vel na autonomia 7 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Declara o da OIT sobre os Princ pios e Direitos Fundamentais no Trabalho Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic oit doc declaracao oit 547 pdf gt 28 AFER Celso op cit p 57 PPSARLET Ingo Wolfgang op cit p 29 171 privada dos cidad os ou seja os direitos dos indiv duos perante o Estado se caracterizavam como de defesa 5 3 Efic cia vertical e horizontal dos direitos fundamentais do trabalho Na obra de Luiz Guilherme Marinoni as normas de direitos fundamentais sempre possuem valora o e este valor revelado de forma objetiva possuindo de tal modo efic cia reluzente Entende se ainda que as normas que estabelecem direitos fundamentais se podem ser subjetivadas n o permitem somente ao sujeito mas sim a todos aqueles que fazem parte da sociedade Pode se afirmar que o Estado possui a obriga o de fazer com que todos respeitem os direitos fundamentais e tamb m n o pode agredi los Podemos ainda exemplificar esse entendimento trazendo baila o caso das normas de prote o que consistem em
288. iosos por m o escravo religioso possu a um status superior aos demais e era chamado de escravo divino participando de cultos aos deuses podendo usufruir de um nome composto distinguindo se dos demais escravos privados Na Gr cia Hom rica com escravos e outros criados os aristocratas formavam um sofisticado corpo de assistentes dom sticos Vale dizer tamb m que no sistema familiar patriarcal da Gr cia de Homero o escravo era de certo modo adotado pela fam lia Numa economia t o pequena a escravid o tornava se mais branda que nas grandes propriedades de outras sociedades O quadro que Homero descreve sobre a vida escrava n o l gubre embora os escravos vivessem em condi es bem inferiores s do senhor Como parte da fam lia coesa n o era considerado uma besta de carga Considerado um ser humano o escravo estava inclu do no sistema de trabalho familiar compartilhando a afei o da fam lia e na medida em que os escravos se ocupavam cada vez mais do trabalho os cidad os passaram a desconsiderar o apre o pelo trabalho considerando esta atividade exclusiva de pessoas naturalmente inferiores servos e escravos A escravid o para a sociedade patriarcal grega tornou se cada vez mais necess ria e a polis grega com sua democracia e a liberdade emergentes jamais a questionou os cidad os passam a dedicar se aos neg cios p blicos s artes guerra e filosofia enquant
289. ireito do trabalho Curitiba v 23 n 137 p 673 682 maio 2004 Trabalho decente an lise jur dica da explora o do trabalho trabalho for ado e outras formas de trabalho indigno S o Paulo LTr 2004 BRUGNERA Nedilso Lauro A escravid o em Arist teles Porto Alegre Ed Grifos EDIPUCRS 1998 Cole o Filosofia 79 BUENO Eduardo Capit es do Brasil a saga dos primeiros colonizadores Rio de Janeiro Objetiva 1999 Cole o Terra Brasilis v 3 CACCIAMALI Maria Cristina Dilemas da erradica o do trabalho for ado no Brasil Revista de Direito do Trabalho S o Paulo v 30 n 115 p 143 167 jul set 2004 268 C MARA aprova PEC do Trabalho Escravo Dispon vel em lt http www2 camara gov br agencia noticias TRABALHO E PREVIDENCIA 418078 CAMARA APROVA PEC DO TRABALHO ESCRAVO html gt Acesso em 07 jul 2012 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito constitucional Coimbra Almedina 1980 Direito constitucional e teoria da Constitui o 7 ed Coimbra Almedina 2008 CARONE Edgard O Centro Industrial do Rio de Janeiro e sua importante participa o na economia nacional 1827 1977 Rio de Janeiro CIRJ C tedra 1978 CARTA Aberta Anistia Dispon vel em lt Wwww cami spm org ver noticias php id 52 gt Acesso em 22 set 2011 CARVALHO Jos Murilo de A constru o da ordem a elite pol tica imperial Rio de Janeiro Campus 1980 A constru o da ordem a elite
290. irmava se a soberania do parlamento em mat ria de impostos as garantias das liberdades individuais estavam definidas bem como a proibi o de o Rei fazer empr stimos for ados sem o consentimento do parlamento Em ingl s Habeas Corpus Amendment Act Apesar de consagrado pela Magna Carta 1215 e pela Peti o dos Direitos 1628 o habeas corpus vinha sendo desrespeitado com os mais variados pretextos de ju zes e autoridades A situa o foi regularizada em 1679 considerado uma segunda Magna Carta Esse ato s se aplicava a pris es ilegais em mat ria criminal Proibiu a deten o das pessoas na falta de uma ordem judicial Foi um importante fil sofo te rico pol tico escritor e compositor autodidata su o considerado um dos principais fil sofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo Considerada a primeira declara o dos direitos humanos da poca moderna escrita por George Mason e proclamada pela Conven o da Virg nia foi uma grande medida que influenciou Thomas Jefferson na declara o dos direitos humanos que existe na Declara o da 178 n o podem por qualquer acordo privar ou despojar seus p steros e que s o o gozo da vida e da liberdade com os meios de adquirir e de possuir a propriedade e de buscar e obter felicidade e seguran a Constitui o dos Estados Unidos da Am rica Aprovada entre 25 de maio e 17 de setembro de 1787 pela Conven o Constitucional de Fi
291. is Fonte MERCANTILISMO Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Mercantilismo gt Os iluministas defendiam uma vis o antropoc ntrica dos acontecimentos em contraposi o teoc ntrica medieval encarando o homem como um ser livre e dotado de direitos 121 pelas injusti as e opress es impostas pela sociedade assim os homens deveriam alcan ar sua liberdade pessoal e autonomia perante o Estado assegurando a propriedade privada e a garantia de que o propriet rio pudesse usar e dispor livremente de seus bens Rousseau na obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens exp e N o passando o direito de propriedade de conven o e institui o humana todo homem pode vontade dispor do que possui mas n o acontece o mesmo com os dons essenciais da natureza tais como a vida e a liberdade O capitalismo aparece aceleradamente na Europa trazendo consigo novas 213 t cnicas de produ o na chamada Revolu o Industrial com a ascens o da burguesia ao poder e o aperfei oamento das ci ncias naturais caracterizado especialmente por ser um sistema de organiza o produ o econ mica baseado exatamente na propriedade privada dos meios de produ o Para Marx o capital abarca al m da terra m quinas instrumentos f bricas mat rias primas e moeda sendo essencialmente propriedade privada de algu m Os povos n mades foram os primeiros a
292. is fogem da falta de emprego na terra natal para cair no trabalho semi escravo em confec es localizadas na regi o central da cidade de S o Paulo como Br s Pari Bom Retiro e Liberdade Rep rter Brasil Dispon vel em lt http www reporterbrasil org br exibe php Id 7 gt BARTOLOM de Las Casas Dispon vel em lt http Anww dec ufcg edu br biografias BartlCas html gt BASTOS Guilherme Augusto Caputo Trabalho escravo uma chaga humana Revista LTr legisla o do trabalho v 70 n 3 p 367 371 mar 2006 BELIS RIO Luiz Guilherme A redu o de trabalhadores rurais a condi o an loga a de escravos LTr legisla o do trabalho Suplemento trabalhista S o Paulo ano 40 n 83 p 357 364 2004 A redu o dos trabalhadores rurais condi o an loga de escravo um problema de direito penal trabalhista S o Paulo LTr 2005 BELSER Patrick COCK Michaelle de MEHRAN Farhad ILO Minimum Estimate of Forced Labour in the World Geneva International Labour Office Apr 2005 Dispon vel em lt http Awww ilo org wcmsp5 groups public ed norm declaration documents publicationAwems 081913 pdf gt BERG Maxime The machinery questions and making of political economy 1815 1848 Cambridge Cambridge University Press 1982 BETHELL Leslie A aboli o do trafico de escravo no Brasil a Gr Bretanha o Brasil e a quest o do trafico de escravos 1807 1860 Tradu o de Vera Nunes Pedrosa Rio
293. is onde adquiriam alimentos e produtos em geral A explora o da borracha na Amaz nia foi desta forma o primeiro grande empreendimento conduzido sem o emprego de m o de obra escrava e parecia uma solu o para os problemas sociais decorrentes da seca no nordeste 134 AMOUNIER Maria L cia O trabalho sob contrato a Lei de 1879 Revista Brasileira de Hist ria S o Paulo v 6 n 12 p 101 124 mar ago 1986 Sd Ibid SILVA Marcello Ribeiro op cit p 116 66 brasileiro Na realidade as seringueiras espalhadas pela mata morriam em raz o dos m todos rudimentares de extra o do l tex assim os seringueiros viam se obrigados a penetrar cada vez mais fundo na mata expondo se ao risco de doen as e outros perigos que causaram a morte de grande parte desses trabalhadores Deste modo isolados na mata e longe de casa presas f ceis da explora o pelos donos dos seringais esses trabalhadores em sua maioria proveniente do Nordeste tornaram se em decorr ncia das condi es subumanas de trabalho v timas f ceis da servid o por d vidas 2 9 S ntese conclusiva sobre os prim rdios do trabalho escravo rural brasileiro tendo em vista a compreens o do trabalho escravo nos dias atuais Diante dos fatos hist ricos anteriormente narrados podemos inferir que o trabalho escravo sempre existiu e que em cada momento da hist ria foram se alterando seus personagens ou seja em alguns per odos os
294. isas jan 2012 Dispon vel em lt http portal mte gov br data files 8A7C816A350AC882013543FDF74540AB retro spec trab escravo pdf gt Acesso em 19 set 2012 MIRANDA A Gursen de Da propriedade individual propriedade social 2005 Dispon vel em lt http Awww direitoamazonico blogspot com gt MISS ES jesu ticas na Am rica Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Miss C3 B5es jesu C3 ADticas na AmWCI AI9 rica gt MORAES Alexandre de Direito constitucional 19 ed S o Paulo Atlas 2006 MORAES Evaristo de Apontamentos de direito oper rio 4 ed S o Paulo LTr 1998 279 MORAES FILHO Evaristo de Tratado elementar de direito do trabalho 2 ed Rio de Janeiro Freitas Bastos 1965 v 1 MOREIRA Elen Gongora Clima organizacional Curitiba IESDE Brasil 2008 p 10 Dispon vel em lt http www2 videolivraria Com br pdfs 23979 pdf gt NABUCO Joaquim O abolicionismo 1883 Petr polis Vozes 1977 Um estadista do Imp rio 1897 1899 Rio de Janeiro Topbooks 1997 2 v NAC ES UNIDAS NO BRASIL ONUBR A ONU e os direitos humanos Dispon vel em lt http Iwww onu org br a onu em acao a onu e os direitos humanos gt NASCIMENTO Amauri Mascaro Curso de direito do trabalho 25 ed S o Paulo Saraiva 2010 Inicia o ao direito do trabalho 36 ed rev e atual S o Paulo LTr 2011 NATIONAL LABOUR COMMITTEE U S U S Jordan Free Trade Agreement Descends into Human
295. ist ria ilustrada da escravid o Rio de Janeiro Ediouro 2004 278 MERCANTILISMO Correntes de Pensamento Econ mico amp Retrospectiva Econ mica Brasileira Dispon vel em lt http economiafenix wordpress com tag mercantilismo gt MERCANTILISMO Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Mercantilismo gt MINIST RIO P BLICO FEDERAL Procuradoria da Rep blica do Par Carta de Marab divulgadas diretrizes para combater trabalho escravo Dispon vel em lt http Iwww prpa mpf gov br news 2010 noticias carta de maraba divulgadas diretrizes para combater trabalho escravo gt Acesso em 01 mar 2013 MINIST RIO P BLICO DO TRABALHO Dispon vel em lt www mpt gov br gt Orienta o n 04 da CONAETE Dispon vel em lt www mpt gov br gt O trabalho escravo est mais pr ximo do que voc imagina Dispon vel em lt http portal mpt gov br wps wcm connect 9a0cf38047af3bb 1 bd98bfd0854ab8 1 a Cartilha Alterada 3 1 pdf MOD AJPERES amp CACHEID 9a0cf38047af3bb 1bd98bfd0854ab81 a gt MINIST RIO P BLICO DA UNI O Procuradoria Geral do Trabalho da 2 Regi o Trabalho Escravo e Trabalho Degradante Dispon vel em lt http www prt2 mpt gov br coord1 trabEscravo php gt MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO Ouvidoria MTE Dispon vel em lt http www mte gov br ouvidoria duvidas trabalhistas asp gt Acesso em 01 ago 2011 Trabalho Escravo no Brasil em retrospectiva refer ncia para estudos e pesqu
296. itos e garantias dos indiv duos que neles se encontrarem sem distin es Declara o da Confer ncia das Na es Unidas sobre o Ambiente Humano Declara o de 1972 Declara o de Estocolmo chama a aten o Estocolmo Tamb m conhecida como necessidade de meios que possibilitem inspira o e orienta o para continuidade e aperfei oamento do meio ambiente humano Protocolo para Prevenir Suprimir e Punir o Tr fico de Pessoas Protocolo de Palermo 2000 Aconselha que seja realizada defini o sobre as formas de explora o que possuam fins laborais Consolida o das Leis Trabalho CLT do Art 13 obrigatoriedade da CTPS e de seu registro para o exerc cio de qualquer emprego Art 129 ao 153 Os arts 129 ao 152 tratam em detalhes das f rias 207 individuais e coletivas desde a aquisi o e concess o remunera o e abono at a prescri o e efeitos gerados em caso de cessa o do contrato de trabalho O art 153 trata das penalidades impostas em caso de descumprimento aos artigos vistos anteriormente Art 166 Este artigo reza sobre o fornecimento de EPIs Equipamentos de Prote o Individuais aos empregados Art 167 Trata da obrigatoriedade de aprova o dos EPIs Equipamentos de Prote o Individuais por parte do Minist rio do Trabalho para que estes possam ser comercializados Art 175 Este artigo reza sobre as condi es d
297. ity Press 1982 47 haveria a necessidade de imposi o de uma disciplina inflex vel afirmava que s a coa o e o medo poder o obrigar a dar conta de sua tarefa Desta forma a coa o e o medo eram a ess ncia da administra o dos escravos nas considera es de Taunay e o empenho dos escravos em suas tarefas s seria verdadeiro com constante vigil ncia debaixo de disciplina an loga militar em grupos ou esquadras de tal maneira que condutores ou feitores n o os perdessem de vista um s minuto Deste modo a coa o era obtida por meio de vigil ncia cont nua enquanto o medo seria incorporado por meio do emprego de castigos principalmente praticados diante de toda a escravatura tendo como objetivo central ensinar e intimidar os demais Nas palavras de Taunay disciplina mais rigorosa com poucas corre es pois que o excesso de castigo e repeti o cont nua longe de corrigir embrutece Ademais reconhecia que o n vel de tens o se elevaria a patamares assustadores caso a disciplina dos escravos fosse baseada somente na coa o e medo Sendo assim a fim de prevenir problemas um dos meios era incutir nos negros a doutrina do catolicismo romano apto a serenar a press o dos senhores e dos escravos fazendo com que os primeiros fossem vistos n o mais como propriet rios ou como tiranos mas sim como pais como retratos do mesmo Deus aos quais devem amar e servir com o sacrif cio de todos os seus t
298. iza o do trabalho escravo A Tabela 6 responde a esta pergunta Ele ocorre com maior frequ ncia na Pecu ria 28 0 na cultura da Cana de A car 27 0 e em Outras Lavouras 18 0 Ou seja estes tr s ramos de atividade absorvem cerca de 73 0 da explora o do trabalho humano na forma de escravid o contempor nea 3740 custo m dio por trabalhador resgatado obtido dividindo se num determinado ano o valor das indeniza es pelo n mero de trabalhadores resgatados 223 Tabela 6 Brasil Distribui o do Trabalhador Escravo Resgatado Segundo Ramo de Atividade 2003 a 2012 Brasil Distribui o do Trabalhador Escravo Resgatado Segundo Ramo de Atividade 2003 a 2012 TRABALHADORES A o RAMO DE ATIVIDADE RESGATADOS FREQUENCIA Desmatamento 2 058 5 0 Pecu ria 11 376 27 4 Reflorestamento 1 034 3 0 Extrativismo 414 1 0 Cana de A car 10 661 26 9 Outras Lavouras 7 169 18 0 Carv o 3 136 8 0 Minera o 253 0 7 Outros Ramos 4 106 10 0 TOTAL 40 207 100 0 FONTE CPT GM SRTE MPT MTE DETRAE Nota se que 10 0 dos trabalhadores resgatados s o agrupados como Outros Ramos de Atividade Como a tabela n o discrimina de que reas prov m os resgatados de se supor que sejam das zonas urbanas caracterizando assim a ocorr ncia de trabalho for ado De fato a fonte de dados desta tabela indica que as informa es sobre os outros ramos se referem ao que se denomina
299. l do Com rcio OMC celebrada em 1996 em Cingapura Sob a press o dos pa ses desenvolvidos ent o experimentando altos n veis de desemprego e tentando impor a cnamada Cl usula Social aos pa ses em desenvolvimento ap s os intensos debates Ofereceu se a ocasi o para o surgimento de uma nova rodada de negocia es entre os Estados Parte Nela os Estados renovaram seus compromissos de respeitar as normas fundamentais do trabalho internacionalmente reconhecidas enfatizando a OIT como o organismo leg timo e competente para estabelecer essas normas e assegurar sua aplica o A partir de ent o colocou se em marcha uma campanha com o envolvimento de in meros pa ses destinada a conseguir a ratifica o universal das principais Conven es da OIT em mat ria de direitos dos trabalhadores Isto fortaleceu ainda mais o que havia sido acordado na Declara o de Direitos Fundamentais dos Trabalhadores prevendo se inclusive um mecanismo de Sobre Cl usula Social ver entre outros CHAHAD J P Z PORTELA A op cit PASTORE J A cl usula social e o com rcio internacional Bras lia CNI 1997 Cole o Jos Erm rio de Moraes SCRUZ Claudia Ferreira op cit p 48 82 acompanhamento supervis o e controle A aceita o deste novo conceito ocorreu num contexto de a o afirmativa onde todos os Estados Membros da OIT assumiriam o compromisso da boa f visando elimina o de pr ticas incompat
300. l em lt www ilo org gt global aliance against forced labour Global Report under the Follow up to the ILO Declaration on Fundamental Principles and Rights at Work Genebra 2005 ISHAY Micheline R Org Direitos humanos uma antologia S o Paulo EDUSP 2006 276 KANGASPUNTA K Mapping the inhuman trade preliminary findings of the database on trafficking in human beings Forum on Crime and Society New York ONODC v 3 n 1 2 p 90 91 Dec 2003 KANT Immanuel Fundamenta o da metaf sica dos costumes e outros escritos 1 reimp S o Paulo Martin Claret 2008 KERSTING Thais Pereira Trabalho escravo frente os direitos fundamentais do trabalhador perspectiva de erradica o Revista jur dica Unigran v 11 n 22 p 123 132 jul dez 2009 LAFER Celso A reconstru o dos direitos humanos a contribui o de Hannah Arendt Estudos Avan ados S o Paulo v 11 n 30 p 55 65 1997 LAMOUNIER Maria L cia O trabalho sob contrato a Lei de 1879 Revista Brasileira de Hist ria S o Paulo v 6 n 12 p 101 124 mar ago 1986 LAUAND Luiz Jean Trad e estudo introdut rio Bo cio e o De Trinitate Dispon vel em lt http www hottopos com convenit5 lauan htm gt LEIGH Robert D Ed Free and responsible press a general report on mass communication newspapers radio motion pictures magazines and books Chicago University Of Chicago Press 1947 LEMBO Cl udio A pessoa seus di
301. la es de emprego Uma consequ ncia praticamente inevit vel deste novo modelo competitivo que para reduzir os custos de produ o intensificou se o processo de subcontrata o terceiriza o especialmente a redu o dos encargos sociais que passaram a ser o elemento central desse modelo produtivo Ademais visto que as formas de reestrutura o na ind stria de confec o utilizam pouco novas tecnologias pautaram se mais pela descentraliza o e flexibiliza o da produ o mas sem maiores preocupa es com a qualidade do produto e o que mais grave com a qualidade e prote o social da m o de obra H que se destacar que outro aspecto relevante e que favorece os processos de terceiriza es a sazonalidade da produ o com picos nos per odos que antecedem o inverno e o Natal pocas em que os empres rios s o levados a subcontratarem Neste ramo de atividade geralmente s o terceirizadas as atividades de costura acabamento e embalagem fases da produ o intensiva da m o de obra por m as empresas mant m internamente as fases de design modelagem encaixe e corte que definem as principais caracter sticas do produto 6 2 Fragilidade do setor de confec o t xtil brasileiro O setor de varejo t xtil brasileiro pode ser dividido em pequeno m dio e grande varejo os magazines e estes ltimos em raz o de seu poder de compra lideram a cadeia produtiva Em decorr ncia disso existem no setor diverso
302. lad lfia na Pensilv nia A Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas a sua jurisdi o s o cidad os dos Estados Unidos e do Estado onde tiver resid ncia Nenhum Estado poder fazer ou executar leis restringindo os privil gios ou as imunidades dos cidad os dos Estados Unidos di Nenhum mandado ser expedido a n o ser mediante ind cios de culpabilidade confirmados por juramento ou declara o e particularmente com a descri o do local da busca e a indica o das pessoas ou coisas a serem apreendidas EMENDA IV E Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o Assembleia Nacional Constituinte da Revolu o Francesa em 26 de agosto de 1789 Os representantes do povo franc s reunidos em Assembleia Nacional tendo em vista que a ignor ncia o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem s o as nicas causas dos males p blicos e da corrup o dos Governos resolveram declarar solenemente os direitos naturais inalien veis e sagrados do homem a fim de que esta declara o sempre presente em todos os membros do corpo social lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres Independ ncia dos Estados Unidos da Am rica de 4 de julho de 1776 Influenciou ainda a Assembleia Nacional francesa em sua declara o a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 1789 esta ltima definia o direito individual e coletivo das pessoas Fo
303. laramente n o importando se est sendo praticado em reas rurais ou no meio urbano se se trata de trabalhadores imigrantes ou n o se estamos diante de uma quest o penal ou criminal ou ent o representando transgress o da legisla o trabalhista n o poss vel compactuar com qualquer forma de explora o do trabalho devendo o mesmo ser combatido vigorosamente at a sua erradica o Esta em nosso entender a principal mensagem que resulta da vasta bibliografia que consultamos e do aprendizado que tivemos sobre o tema escolhido Quais seriam as demais principais mensagens que julgamos oportuno destacar nestas conclus es Discorreremos resumidamente a seguir sobre elas enfatizando que a ordem em que s o mencionadas n o estabelece qualquer hierarquia ordem de grandeza ou maior import ncia para qualquer delas A primeira que destacamos que nos parece de suma import ncia tirar o car cter ideol gico que povoa a maioria dos debates sobre o trabalho for oso e o trabalho escravo N o s os debates s o muitas vezes tendenciosos servindo 262 mais a prop sitos jornal sticos a um denuncismo sensacionalista mas tamb m a ideologia parece estar presente em determinadas pol ticas e a es do legislativo o qual acredita que com a edi o de Leis e at mesmo PECs esteja acabando com um problema trabalho escravo e resolvendo outro promovendo a reforma agr ria Em ambos os casos o que acaba acontec
304. legal para tal Assim possuem car ter supralegal as conven es ratificadas pelo Brasil emanadas das orienta es da OIT N o s o constitucionais nem tampouco simples Leis confrontadas dentro do ordenamento brasileiro por isso possuem essa peculiaridade de ser supralegal S o elas as Conven es 29 e 145 Ambas foram ratificadas pelo Brasil e tratam da aboli o do trabalho for ado 382 As Conven es 29 e 145 da OIT foram ratificadas pelo Brasil em junho de 2009 210 7 2 3 Legisla o trabalhista e Consolida o das Leis do Trabalho CLT A legisla o trabalhista no meio rural tem mais de 30 anos Lei n 5 889 de 08 06 1973 As rela es de trabalho rural ser o reguladas por esta Lei e no que com ela n o colidirem pelas normas da CLT promulgada em 1943 A CLT reproduz os mesmos direitos constitucionais destinados ao empregado mas nesta seara de escravid o providencial destacar no art 462 e seguintes que tratam da veda o ao truck system sistema pelo qual o empregador mant m em regime de servid o por d vida o seu empregado por lhe retirar o direito de usufruir livremente seu sal rio visto que por meio de armaz ns geralmente imp e que gastos para compras de objetos para sua manten a ocorram naquele estabelecimento do pr prio empregador onde os produtos est o acima do pre o de mercado comum encontrar esta pr tica na zona rural Destaca se o julgado da lavra do Trib
305. leira de 1988 Rio de Janeiro Forense Universit ria 1991 v 2 CRUZ Claudia Ferreira Os direitos fundamentais dos trabalhadores e a Carta Sociolaboral do Mercosul S o Paulo LTr 2006 DECLARA O DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDAD O DE 1789 Biblioteca Virtual de Direito Humanos Universidade de S o Paulo Dispon vel em lt http Anww direitoshumanos usp br index php Documentos anteriores C3 AO cria C3 A7 C3 A30 da Sociedade das Na C3 A7 C3 B5es at C3 A9 1919 declaracao de direitos do homem e do cidadao 1789 html gt DECLARA O DOS DIREITOS DA VIRG NIA DHnet Direitos Humanos Dispon vel em lt http Awww dhnet org br direitos anthist dec1776 htm gt 271 A DECLARA O DE INDEPEND NCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AM RICA Dispon vel em lt http www arqnet pt portal teoria declaracao_vport html gt DECLARA O UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolu o 217 A Ill da Assembleia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 Dispon vel em lt http portal mj gov br sedh ct legis intern ddh bib inter universal htm gt DELGADO Maur cio Godinho Curso de direito do trabalho 9 ed S o Paulo LTr 2010 Curso de direito do trabalho 10 ed S o Paulo LTr 2011 Introdu o ao direito do trabalho 2 ed S o Paulo LTr 1999 DELUMEAU Jean Mil anos de felicidade uma hist ria do paraiso S o Paulo Companhia das Letras 1997 D MANOEL Carta ao Samorim de Calic
306. lemento de tratamento do trabalhador esera VO na Susanna eta Sa id ladies ia Sis AR essi aten san clio 44 2 6 O t rmino do tr fico negreiro ssa suasnsstass asas pstadasiasaRoDisRsaa Dea iaagaas NS n Dec ra ao dass nice rasas 49 2 fi aboli o MAOS CrAVALUPA enre raras n annan LoL DE OLA LUSA a la Ed 52 2 8 As diferentes formas de escravid o como precursoras da utiliza o do trabalho escravo rural nos dias atuais ssseseeeeeeessseeetrrrttttstrtttrtntttsertttttrnnttsstetnnnnnnEeeseen nen 58 2 8 1 A servid o por d vida na Am rica Colonial 58 2 8 2 A servid o por divida no BraSil sas asas nes pernas ss Al rice tits aspas anitos 62 2 9 S ntese conclusiva sobre os prim rdios do trabalho escravo rural brasileiro tendo em vista a compreens o do trabalho escravo nos dias atuais ss 66 3 O TRABALHO FOR ADO E O TRABALHO ESCRAVO NO CEN RIO INTERNACIONAL 20 sas anais Sc ES ron ia a naaa AS auge Le NOS ad fo 68 3 1 A posi o brasileira diante dos principais documentos e organismos internacionais disciplinando a explora o do trabalho aereas 68 3 2 O surgimento da OIT como institui o de refer ncia na rea trabalho no cen rio INTSMaCIONAI E a corredor ir aurea FADE AE aa Rd AT AA EA A 71 3 2 1 A Declara o dos Direitos Fundamentais de 1998 como resposta s press es dos pa ses desenvolvidos para mudan as na atua o da OIT 75 3 2 2 As Conve
307. lfandeg rias entre os Estados membros Pol tica Agr cola Comum PAC esta medida estabeleceu a livre circula o dos produtos agr colas dentro da CEE assim como a adop o de pol ticas protecionistas que permitiram aos agricultores europeus evitar a concorr ncia de produtos procedentes de outros pa ses n o pertencentes a CEE Isto se conseguiu mediante a subven o aos pre os agr colas Desde ent o a PAC tem concentrado boa parte do Pressuposto comunit rio Este tratado estabeleceu a proibi o de monop lios a concess o de alguns privil gios comerciais s regi es ultraperif ricas da Uni o Europeia assim como algumas pol ticas comuns em transportes Ante o xito impulsionado pela maior fluidez dos interc mbios comerciais em 1 de julho de 1968 suprimiram todos os entraves internos entre os Estados membros ao tempo que se adotou uma pol tica aduaneira comum para todos os produtos procedentes de pa ses n o pertencentes a CEE Este mercado comum afetava somente a livre circula o de bens O livre movimento de pessoas capitais e servi os teve que esperar ao Ato Unico Europeu AUE de 1986 a fim de dar impulso para em 1992 estabelecer o mercado unificado 105 disparidades do mercado de trabalho dos diversos Estados Membros e estabelecer condi es de concorr ncia dentro da Comunidade 19 a Comiss o tentou Durante as negocia es do Tratado de Maastricht incorporar uma parte social ao novo tratado como modo
308. lha em empresa de reflorestamento cuja atividade est diretamente ligada ao manuseio da terra e de mat ria prima rur cola e n o industri rio nos termos do Decreto no 73 626 de 12 2 1974 art 2 4 pouco importando que o fruto de seu trabalho seja destinado ind stria Assim aplica se a prescri o pr pria dos rur colas aos direitos desses empregados Tendo em vista os elementos f tico jur dicos enquadramento do empregador e local da presta o laborativa o empregado rural a pessoa f sica vinculada ao empregador rural que em pr dio r stico ou propriedade rural presta servi os de forma habitual sob sua subordina o e mediante sal rio DELGADO Maur cio Godinho Curso de direito do trabalho 9 ed S o Paulo LTr 2010 p 373 4 5 Os direitos do trabalhador rural 135 A Constitui o de 1988 equiparou o direito dos trabalhadores rurais aos dos trabalhadores urbanos consolidando os em seu artigo 7 e incisos entretanto h direitos peculiares entre urbanistas e ruralistas A Direitos constitucionais Art 7 S o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais al m de outros que visem melhoria de sua condi o social I rela o de emprego protegida contra despedida arbitr ria ou sem justa causa nos termos de lei complementar que prever indeniza o compensat ria dentre outros direitos Il seguro desemprego em caso de desemprego involunt rio Ill Fundo de
309. lo empreiteiro ou pelo fazendeiro a sim temos a ocorr ncia de trabalho escravo devendo seus promotores se sujeitarem a todas as penas das Leis Ou seja o cerceamento da liberdade implica neste caso a assemelhar o empregado rural ao conceito de escravo como um bem de capital cabendo a algu m sua posse material Isto por m n o deve ser confundido com informalidade no trabalho e portanto penalizada como crime Significa em resumo que seja no caso da informalidade seja no caso do trabalho escravo temos irregularidades legais em conflito com o arcabou o jur dico brasileiro mas devem ser tratadas e julgadas separadamente pois s o fen menos de natureza distinta 159 A falta de lucidez nesta distin o de conceitos acaba acarretando consequ ncias indesejadas Um exemplo utilizar expropria o de terras como forma de resolu o desse problema quando o agente fiscalizador conclui pela exist ncia de trabalho escravo ou an logo ao escravo ou for ado conforme previs o da OIT Nesse caso como dar um tiro de canh o para se matar um passarinho Se for trabalho escravo strictu sensu a quest o penal e assim que deve ser tratada Se for trabalho informal ent o fica caracterizado uma injusti a na forma de tratamento da quest o Ademais este tipo de solu o expropria o de terras abrange gera es em decorr ncia de se envolver quest es referentes ao direito de propriedade Outro aspecto
310. m lt www cami spm org ver noticias php id 54 gt Acesso em 19 set 2011 No Polo T xtil de Americana por exemplo j se considera a possibilidade de o setor vir a sofrer um apag o de costureiras Tal percep o tem levado a entidade a realizar in meras parcerias muitas com as prefeituras da Regi o do Polo T xtil e o Senai para a realiza o de cursos de corte e costura e incentivar a organiza o de cooperativas de confec o Cf M O DE OBRA a principal preocupa o do setor t xtil Dispon vel em lt www guiatextil com site noticias industria maodeobra e a principal preocupacao do setor tex til gt Acesso em 01 ago 2011 para os menores de 18 anos e maiores de 50 anos obrigat rio o gozo de f rias em um s per odo cf MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO Ouvidoria MTE Dispon vel em lt http Awww mte gov br ouvidoria duvidas trabalhistas asp gt Acesso em 01 ago 2011 A legisla o disp e que as f rias coletivas poder o ser concedidas a todos os empregados de uma empresa a um ou alguns estabelecimentos de determinada regi o ou ainda a determinados setores espec ficos da organiza o E importante destacar neste caso que todos os empregados de um setor saiam em f rias coletivas Se uma parte do setor ou apenas alguns empregados sa rem e outros permanecerem trabalhando as f rias ser o consideradas inv lidas pela Justi a do Trabalho Outra exig ncia que a legisla o estabelece como necess
311. m a terceiriza o meio de transferir aquelas atividades que n o s o indispens veis pela empresa para outrem Este um novo modelo que ganhou propor es recentemente entre 1970 e 1999 provocando assim a primazia da rela o empregat cia cl ssica que bilateral transformando de tal modo o mercado e a ordem jur dica trabalhista A terceiriza o nos traz duas vertentes a primeira o aparecimento de uma rela o trilateral de trabalho onde s o partes o tomador o prestador de servi os e o empregado e a segunda um modo de desagrega o da rela o justrabalhista entre empregado e tomador de servi os DELGADO Maur cio Godinho Introdu o ao direito do trabalho 2 ed S o Paulo LTr 1999 vide arts 2 e 3 caput da CLT 153 Para evitar conflitos o TST fez a amplia o da S mula 331 em 31 05 2011 onde h nova reda o do item IV e foram inseridos os itens V e VI dispondo IV O inadimplemento das obriga es trabalhistas por parte do empregador implica a responsabilidade subsidi ria do tomador dos servi os quanto aquelas obriga es desde que haja participado da rela o processual e conste tamb m do t tulo executivo judicial V Os entes integrantes da Administra o P blica direta e indireta respondem subsidiariamente nas mesmas condi es do item IV caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obriga es da Lei n 8 666 de 21 06 1993
312. m decorr ncia da explora o de trabalho escravo ser o confiscados sendo revertido a um fundo especial com a destina o espec fica na forma da Lei Em diversos lugares pesquisados a PEC 438 01 foi apontada como o nico meio de erradicar o trabalho escravo brasileiro Acredita se que por uma Emenda Constitucional passaremos a n o mais explorar uns aos outros pois a propriedade do explorador ser retirada para garantir que o explorado possa dela se servir O texto da PEC demonstra ao leitor que por uma altera o na Constitui o tudo ser rapidamente resolvido Mas acreditamos que o primeiro problema que a PEC enfrentar ser a falta de defini o de trabalho escravo Uma vez que a falta dela ou at mesmo uma defini o n o bem elaborada pode gerar um ac mulo de recursos na justi a Na sequ ncia pode surgir por parte do agente explorador da m o de obra o questionamento da propriedade Nesta perspectiva sem clareza na defini o do que venha a ser trabalho escravo pode ainda existir o caso de ocorrer um enquadramento errado por parte do agente 244 fiscalizador o que poder gerar uma incerteza jur dica com repercuss o internacional De qualquer forma em todos os casos ter direito a parte infratora ao contradit rio pois assim o permite a nossa legisla o brasileira Inclusive ter direito a todos os recursos e a es etc podendo essa discuss o judicial vir a se expender por um lon
313. m termo de ajuste de conduta TAC o Minist rio P blico do Trabalho MPT entrou na semana passada com uma a o civil p blica contra a empresa De acordo com a autora da a o a procuradora Valdirene Silva de Assis investiga es feitas entre agosto de 2010 e mar o de 2011 constataram o uso sistem tico do trabalho an logo escravid o pelos 200 fornecedores t xteis das lojas Os fornecedores de acordo com o MPT contratam pequenas oficinas para confeccionar as roupas encomendadas pela rede Esse modo de produ o uma forma de tentar eximir o dono da cadeia produtiva da sua responsabilidade ressaltou a procuradora Nesses locais segundo o MPT os trabalhadores na maioria bolivianos cumprem jornadas de at 16 horas em condi es insalubres com pagamentos irris rios Na ltima fiscaliza o feita em uma dessas oficinas 16 pessoas foram lbertadas incluindo dois adolescentes O MPT aguarda a resposta do pedido de tutela antecipada feito na a o judicial Caso a solicita o seja aceita as Pernambucanas ter o que agir imediatamente para impedir as irregularidades na cadeia produtiva O essencial que co ba desde o in cio a pr tica do trabalho escravo impe a a contrata o de trabalhadores em situa o irregular no Pa s e zele pelo ambiente tanto de trabalho como o alojamento desses trabalhadores e suas fam lias ressaltou Valdirene A rede Pernambucanas informou por meio de nota que j adota
314. ma cabe a humana sobre uma pedra piramidal SCOULANGES Fustel de A Cidade Antiga estudo sobre o culto o direito e as institui es da Gr cia e Roma Trad Jonas Camargo Leite e Eduardo Fonseca Curitiba Hemus 2002 Cap tulo VI O direito de propriedade Fonte Id Ibid Livro II Cap VI Licurgo Contra Leocrato 25 Em Roma para que uma sepultura fosse mudada de lugar era necess ria autoriza o dos pont fices Pl nio Cartas X 73 051d Ibid Cap tulo VI O direito de propriedade 119 H entretanto uma grande dificuldade de se chegar a uma defini o de propriedade para o Direito Romano Jos Carlos Moreira Alves a encontra em um excerto do Digesto Com base em um escrito de Constantino C IV 35 21 relativo gest o de neg cios definiram o propriet rio como suae rei moderator et arbiter regente e rbitro de sua coisa de fragmento do Digesto V 3 25 11 sobre o possuidor de boa f deduziram que a propriedade seria o ius utendi et abutendi re sua direito de usar e de abusar da sua coisa e de outra lei do Digesto l 5pr propriedade que ent o seria a naturalis in re facultas eius quod cuique facere libet nisi si quid aut oure prohibetur faculdade natural de fazer o que se quiser sobre a coisa exceto aquilo que vedado pela for a ou pelo direito Resumidamente propriedade a domina o do homem sobre a coisa podendo usar gozar abusar dispor e reivindicar
315. mem e a mulher reprodu o e natureza Al m de gui los manuten o da esp cie por meio da reprodu o impeliu os o instinto de mando e o de obedi ncia de modo que uns mandam naturalmente ou seja aqueles que det m poder e chefia Por outro lado devem obedecer aqueles que possuem somente for a f sica para executar Para Arist teles o poder do senhor n o ensinado ele natural e ainda que naturalmente subordinada a mulher diversa do escravo muito embora sirvam a uma nica finalidade que o interesse do amo pois partes que comp em a virtude do senhor servindo cada qual a uma finalidade distinta e consequentemente em interesse deles tamb m A forma o da fam lia advinda da uni o do homem e da mulher e entre senhor e escravo formava uma sociedade voltada ao atendimento das necessidades di rias Essa fam lia vai compor a aldeia uma sociedade de fam lias reunidas visando o bem comum da uni o de fam lias e aldeias constituem se as cidades subsistindo a si mesmos Assim a cidade participa das coisas da natureza e o homem um homem pol tico por natureza porque deve viver nessa sociedade portanto na ordem natural a polis se sobrep e fam lia e a cada indiv duo A partir dessa ideia de polis Arist teles retorna unidade menor do Estado que a fam lia e os elementos da economia dom stica s o formados pelos servos e pelos indiv duos livres e inter relacionados senhor e escra
316. mentais fazendo valer seus princ pios e objetivos e mesmo sua PEsta Conven o buscou rever parcialmente todas as conven es adotadas nas vinte e oito se es anteriores e ficou conhecida como Conven o de revis o dos artigos finais Para uma melhor compreens o dos aspectos hist ricos e principais detalhes referentes ado o desta Declara o ver entre outros CRUZ Claudia Ferreira Os direitos fundamentais dos trabalhadores e a Carta Sociolaboral do Mercosul S o Paulo LTr 2006 Este debate ficou tamb m conhecido como a imposi o de uma Cl usula Social no com rcio internacional com o objetivo de punir pa ses que supostamente n o coibissem em seu territ rio a ocorr ncia de Trabalho For ado e Trabalho Escravo e que viessem a ter impacto no pre o final dos produtos transacionados Sobre esse tema consultar CHAHAD J P Z PORTELA A Os direitos fundamentais dos trabalhadores a cl usula social e o com rcio intenacional In CHAHAD J P Z2 CACCIAMALI M C Orgs Mercado de trabalho no Brasil novas pr ticas trabalhistas negocia es coletivas e direitos fundamentais no trabalho S o Paulo LTr 2008 76 soberania como organismo protetor dos trabalhadores e orientador dos empregadores A Declara o de Direitos Fundamentais e seu Seguimento foram adotados na 86 Confer ncia Internacional do Trabalho em 1998 sendo que todos os Estados Parte se comprometeram a respeitar os princ pios fundam
317. mponentes sobre os demais o que torna a figura autoexplicativa ao leitor GHAI Dharan Ed op cit p 22 Afeta o alcance e o teor da seguridade 87 I Influencia espectro completo dos i 1 N veis Padr es e Pol ticas de Direitos no Trabalho Fornece uma base para 1 expans o dos direitos no Di logo Social Figura 1 Trabalho decente Interdepend ncia entre os objetivos estrat gicos da OIT Fonte Elabora o pr pria com base em Ghai 2006 Chahad 2011 e Godfrey 2006 3 3 4 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente o papel do Estado Parece n o haver grandes diverg ncias de que o Estado tem um papel fundamental na promo o do Trabalho Decente Nesta dire o uma constata o bvia se refere sua posi o estrat gica em gerar desenvolvimento econ mico em si uma condi o necess ria para a cria o de trabalho Ademais seu papel principal n o somente o de criar emprego de boa qualidade mas tamb m Ippos 9B9 DIP Op PPEP P PIPU gt opibpoBuU 9p sspppjpn5isap sp znpoy 88 proporcionar condi es institucionais adequadas para a obten o de pleno emprego e promo o do Trabalho Decente para todos O Estado conta com instrumentos poderosos para estas tarefas Um deles representado pela condu o do arcabou o legislativo que pode prover N o se trata aqui da possibilidade de fiscaliza o do cumprimento de normas Leis e Conven es ma
318. mpregadores adotar medidas que promovam o desenvolvimento da empresa pois isto essencial para remover as condi es de trabalho abaixo dos padr es aceit veis tornando as mais pr speras e mais fortes provendo emprego em condi es decentes 91 A provis o do trabalho decente n o se esgota somente na atua o das empresas mas tamb m no ambiente sociopol tico em que elas operam Isto requer uma a o governamental em dire o a se obter este ambiente As empresas n o podem prosperar fora de um ambiente onde os neg cios empresariais se processem com mais facilidade onde haja disponibilidade de cr dito acesso tecnologia menos custosa onde o governo cuide permanentemente para a exist ncia de um ambiente institucional saud vel e onde haja investimentos buscando elevar a produtividade do trabalhador No que diz respeito Seguridade Social alertam que a OIT n o deve propor um modelo nico mas sim utilizar seu car ter tripartite para criar regimes de seguridade que correspondam a realidades econ micas e sociais de cada na o Um modelo nico de Seguridade Social poder gerar custos desnecess rios em determinados pa ses Um resumo contendo a posi o dos empregadores aparece no Quadro 1 que se segue O conte do deste quadro autoexplicativo raz o pela qual dispensa maiores coment rios uma vez que expressa claramente a posi o dos empregadores com rela o aos objetivos estrat gicos estabelecido
319. n es 29 e 105 ssnnsensnssneserrrnrtrtetrrrtrrnnrrrerrrrrrrrnnnteereerrennnreeeererenen en 77 3 3 O trabalho decente e sua import ncia para combater a explora o do trabalho 79 3 3 1 As transforma es no mercado de trabalho e o surgimento do princ pio do trabalho decente ENADE RALIS UA ORE PR RAR RS RR DP EEEE EEEE EEEE E EEEE E EEEE E EEEE E EEEE n EEEE 80 3 3 2 A utilidade estrat gica do paradigma do trabalho decente 83 3 3 3 A interdepend ncia dos objetivos estrat gicos do trabalho decente 86 3 3 4 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente o papel do Estado PAR RR ER E DD RD RD RUE EEE 87 3 3 5 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente a vis o dos trabalhadores e dos sindicatos ear aaa 88 3 3 6 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente a perspectiva dos empres rios seeseeeaeeraaareranaaaananananaa 90 3 4 Desdobramentos no Brasil do advento do conceito do trabalho decente 94 3 5 Orienta es da OIT na busca do combate ao trabalho for ado 96 3 6 A distin o entre as a es da OIT e da ONU no combate ao trabalho for ado e TraDAIRO GSCravO nisinsin Einnad pao begoas is ninr Do Sae PA EEN E NEEN EPUA E Ea na gpa Deda E 98 3 7 O papel das Na es Unidas em busca da erradica o do trabalho escravo
320. nagem por deudas ocorria atrav s de um adiantamento feito ao trabalhador pe n que se obrigava a trabalhar para seu senhor at pagar o valor total do d bito mas o pe o era obrigado a contrair outras d vidas durante sua perman ncia na hacienda por exemplo com alimenta o e resid ncia e deste modo acabava impossibilitado de deixar o local pelo resto de sua vida isto porque nesse sistema as d vidas dos pe es com seus senhores eram consideradas sagradas sendo direito dos empregadores perseguirem e castigar eventuais fugitivos Nessa tarefa contavam inclusive com a ajuda do poder p blico caso um senhor adiantasse HOLANDA Sergio Buarque de op cit Tradu o barrac o m Fonte ONLINE Language Dictionaries cit iCf LINHARES Maria Yedda SILVA Francisco Carlos Teixeira da Terra prometida uma hist ria da quest o agr ria no Brasil Rio de Janeiro Campus 1999 cf SILVA Marcello Ribeiro op cit nome dado em raz o das raias ou colunas do caderno onde se anotavam as d vidas de cada pe o Tradu o adj m f fazendeiro a Fonte ONLINE Language Dictionaries cit ACHEVALIER Francisco La Gran Propiedad en M xico desde el Siglo XVI hasta comienzos del Siglo XIX Desarrollo Econ mico Buenos Aires v 3 n 1 2 1968 Tradu o livre peonagem por d vida CHEVALIER Francisco op cit 1 62 mesmo que uma pequena import ncia em dinheiro ao pe o acabaria conseguindo
321. nal existente a Justi a do Trabalho vem encontrando certa dificuldade em aplicar san o aos respons veis pelos trabalhadores na condi o an loga de escravos que como j visto enseja em graves viola es aos direitos fundamentais destes indiv duos De tal modo resta apenas Justi a do Trabalho condenar aqueles que s o respons veis a pagar indeniza o por dano moral em favor das v timas Exemplo disso que em 2003 ap s o Minist rio do Trabalho e Emprego encontrar 54 trabalhadores rurais em condi es an logas de escravo a Justi a do Trabalho da cidade de Colorado do Oeste no Estado de Rond nia condenou a Uni o a indenizar por danos morais todos estes trabalhadores no valor de R 52 000 00 cada um resultando em um valor de R 2 808 000 00 Os valores destas indeniza es tiveram como refer ncia o caso do trabalhador Jos Pereira que foi um marco na hist ria do trabalho escravo no Brasil por ser o primeiro caso reconhecido no pa s tamb m no ano de 2003 por um acordo firmado por meio de uma solu o amistosa Jos Pereira tamb m foi encontrado em condi o an loga de escravo no ano de 1989 na Fazenda Esp rito Santo no Estado do Par 2 8ZOCCHIO Guilherme Justi a acompanha fiscaliza es de combate ao trabalho escravo Dispon vel em lt http www reporterbrasil org br pacto noticias view 421 gt Acesso em 21 fev 2018 Id Ibid OMANNRICH Nelson Tend ncias atuais
322. namente as autoridades e organiza es envolvidas no combate explora o do trabalho humano v m obtendo xito nessa luta Para melhor compreens o do leitor este texto contemplar uma se o para melhor apresentar a evolu o desses programas no mbito internacional Deve se ressaltar que a relev ncia do tema n o se marca apenas pela eloqu ncia dos n meros mas tamb m e principalmente porque se trata de problema que afeta profundamente a dignidade humana coloca em cheque a credibilidade das autoridades p blicas e avilta a moral da pr pria sociedade Uma r pida olhada nas estat sticas nos ajuda a consolidar esta afirma o para o caso brasileiro A for a de trabalho brasileira ou seja a popula o considerada economicamente ativa representa o principal indicador do tamanho do mercado z de trabalho brasileiro e composta de aproximadamente de 105 milh es de 15 trabalhadores de acordo com o ltimo Censo Demogr fico do IBGE de 2010 As estat sticas oficiais do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE indicam que entre 1995 e 2012 foram resgatados aproximadamente 44 mil trabalhadores em situa o de trabalho escravo an logo ao de escravo e for ado conforme mostrar o cap tulo 8 Ou seja o total de trabalhadores resgatados em 18 anos n o passa de 0 04 da for a de trabalho brasileira de 2010 Desta forma fica evidente que n o s o somente as cifras de explora o do trabalho humano na forma
323. namente a sua pr pria realidade no marxismo atividade consciente e planejada na qual o ser humano ao mesmo tempo em que extrai da natureza os bens capazes de satisfazer suas necessidades materiais tira as bases de sua realidade s ciocultural SIQUEIRA Holgonsi Soares Gon alves A nova concep o de trabalho Jornal A Raz o 1 maio 2008 Dispon vel em lt http Awww angelfire com sk holgonsi novotrabalho html gt MOREIRA Elen Gongora Clima organizacional Curitiba IESDE Brasil 2008 p 10 Dispon vel em lt http www2 videolivraria Com br pdfs 23979 pdf gt 132 4 3 O conceito de empregado Faz se necess rio esclarecer que todo empregado trabalhador mas nem todo trabalhador empregado isto porque os empregados est o protegidos pelo manto da Consolida o das Leis do Trabalho CLT e os trabalhadores por legisla es especiais No que diz respeito ao tema contudo vamos nos concentrar na defini o de empregado A defini o de empregado prevista no artigo 3 da CLT que ora transcrevemos Art 3 considera se empregado toda pessoa f sica que prestar servi os de natureza n o eventual a empregador sob a depend ncia deste e mediante sal rio Nesta defini o encontraremos quatro requisitos essenciais para a caracteriza o da figura jur dica em cotejo i pessoa f sica ii n o eventualidade na presta o dos servi os iii depend ncia pagamento de sal rio e i
324. ndo um crime devendo o infrator ser punido conforme prev a Lei O que se nota contudo que regra geral a solu o para estas condi es prec rias aparece na forma de TACs deixando transparecer que o que estava ocorrendo era uma viola o das Leis Trabalhistas em alguns casos aceitas pelo trabalhador pelo temor de sua deporta o Uma quinta mensagem adv m da forma pouco rigorosa e mesmo distorcida que parte do sistema legal brasileiro utilizando o termo trabalho escravo Durante o desenvolvimento desta tese ficou demonstrado que o uso do termo trabalho escravo vem ocorrendo das mais variadas formas e nos mais variados tipos de contratos verificando se isto at mesmo em casos de empregados registrados o que pode vir a ser um grande problema caso n o seja logo conceituado Se isso ocorrer ou seja a continuidade da aus ncia de um conceito claro pode se iniciar um processo de amplia o indesejada do uso do termo trabalho escravo acrescentando elementos que possam de forma particular entender que h desrespeito ao que reza a CLT A consequ ncia disto ser provavelmente que as empresas ser o tipificadas como praticantes de trabalho escravo e pior elas passar o a ser responsabilizadas de alguma forma por essa n o conceitua o onde teremos decretada uma extraordin ria inseguran a jur dica preciso ressaltar que uma empresa classificada erroneamente por pr tica de trabalho escravo caso venha a
325. ne irrelevantes a vontade do trabalhador O trabalho degradante caracterizado por p ssimas condi es de trabalho sem normas de seguran a e medicina do trabalho recentemente tem sido visto como uma das modalidades do trabalho an logo condi o de escravo Assim este passou a ser um g nero tendo como modalidades ou esp cies o trabalho SILVA De Pl cido e Vocabul rio jur dico Edi o universit ria Rio de Janeiro Forense 1991 v 2 D l p 23 BRITO FILHO Jos Claudio Monteiro de Trabalho com redu o do homem condi o an loga de escravo e dignidade da pessoa humana Dispon vel em lt http www oit org br sites allforced labour brasil documentos dignidadetrabalhoescravo pdf gt Acesso em 22 set 2011 SCONAETE Coordenadoria Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo criada pelo Minist rio P blico do Trabalho em 12 de setembro de 2002 por meio da Portaria 231 2002 atualmente denominada Coordenadoria Nacional de Erradica o do Trabalho Escravo Antes da Coordenadoria existiu no mbito do MPT Comiss o que desenvolveu estudos sobre estrat gias de combate ao trabalho escravo e regulariza o do trabalho ind gena Esta comiss o foi criada em 5 de junho de 2001 e foi substitu da pela Coordenadoria MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO O trabalho escravo est mais pr ximo do que voc imagina Dispon vel em lt http portal mpt gov br wps wcm connect 9a0cf38047af3bb 1 bd98bfd0854a
326. no em bons crist os reunindo os em pequenos povoados ou aldeias Ter h bitos semelhantes aos que tinham os europeus era ser bom crist o o que FAUSTO Boris Hist ria do Brasil Colonial de 1500 1822 10 ed S o Paulo EDUSP 2002 p 49 BUENO Eduardo op cit p 15 Id Ibid 41 criaria um grupo de cultivadores ind genas que atenderiam s necessidades da Col nia Essas duas pol ticas n o se igualavam uma vez que as ordens religiosas protegiam os ndios das tentativas de escraviza o tentada pelos donos das terras o que consequentemente ocasionava in meros conflitos entre colonos e padres uma vez que havia respeito pela cultura ind gena al m da d vida se os ndios eram pessoas Exemplo dessa d vida est na frase dita pelo Padre Manuel da N brega ndios s o c es em se comerem e matarem e s o porcos nos v cios e na maneira de se tratarem De qualquer forma os ndios resistiram s v rias formas de subordina o pois os ind genas tinham melhores condi es de resist ncia por estarem em sua casa se comparados aos escravos africanos que eram inseridos for a As epidemias produzidas pelo contato dos ndios com os brancos liquidaram milhares deles v timas de doen as como sarampo var ola gripe pois ainda n o tinham um sistema de defesa biol gica De todas as epidemias ocorridas duas delas se destacaram por conta de sua viol ncia entre 1562 e 1563 que matou
327. no setor t xtil como um exemplo das dificuldades em se separar trabalho escravo de falta de cumprimento das leis trabalhistas Na sequ ncia o cap tulo 7 contemplar o levantamento da legisla o pertinente normatizando o trabalho escravo assim como o trabalho for ado no cap tulo 8 ser analisada a posi o dos principais atores sociais brasileiros perante este tema e por fim no cap tulo 9 ser o elencados os principais itens anteriormente apresentados que contribuem para balizar poss veis solu es do problema e que possibilitar o uma s ntese conclusiva Seguem as refer ncias bibliogr ficas que deram suporte ao desenvolvimento da presente tese 19 1 O TRABALHO ESCRAVO DA ANTIGUIDADE AO SURGIMENTO DO CAPITALISMO A escravid o em todas as suas formas sempre teve como peculiaridade a domina o do indiv duo mais forte economicamente sobre o indiv duo mais fraco Nesse sentido a escravid o possui uma natureza intrinsicamente econ mica O abuso por meio da explora o do trabalho tem condenado a conviv ncia entre seres humanos desde os mais remotos tempos O desenvolvimento das civiliza es trouxe o reconhecimento da import ncia do trabalho produtivo e com ele uma m o de obra escravizada que necessitava ser aproveitada Com o advento do capitalismo impulsionado pelo sistema industrial de produ o de bens e servi os o trabalho humano teve que ser redefinido modificado mesmo em rela o aos padr es
328. nos foi enviado para a Am rica em 1510 pelo cardeal Gonzalo Jim nez de Cisneros com outros companheiros a fim de missionar as novas terras e deparou se com uma situa o com que n o contava Em 1511 por ocasi o da missa do quarto domingo do advento a 21 de dezembro de 1511 e ap s estudo da situa o concreta daquelas popula es luz da f crist a Comunidade a qual pertencia encarregou o de pronunciar um serm o que haveria de ficar na Hist ria como a primeira defesa dos direitos naturais e humanos dos ndios americanos 177 Concebe se que conveniente natureza do homem observar dentro dos limites da intelig ncia humana na busca dessas coisas a conforma o de um ju zo sadio o fato de n o se deixar vencer pelo temor nem pelas sedu es dos prazeres presentes de n o se deixar levar por um mpeto temer rio Peti o de Direitos Aprovada pelo Parlamento ingl s em 07 07 1628 de acordo com as Leis vigentes no reino do Rei Carlos l Por todas estas raz es os lordes espirituais e temporais e os comuns humildemente imploram a Vossa Majestade que a partir de agora ningu m seja obrigado a contribuir com qualquer d diva empr stimo ou benevol ncia e a pagar qualquer taxa ou imposto sem o consentimento de todos manifestado por ato do Parlamento A Lei do Habeas Corpus de 1679 Buscou garantir a liberdade do s dito e para preven o das press
329. nstitui o Federal esse princ pio acabou por traduzir a ideia de realidade e de reposit rio das expectativas sociais as quais atrav s da observa o controlada dos fatos podem ser auferidas Urge destacar que A qualifica o da dignidade da pessoa humana como princ pio fundamental traduz a certeza de que o artigo 1 inc IIl de nossa Lei Fundamental n o cont m apenas uma declara o de conte do tico e moral que ela em ltima an lise n o deixa de ter mas que constitui norma jur dico positiva com status constitucional e como tal dotada de efic cia transformando se de tal sorte para al m da dimens o tica j apontada em valor jur dico fundamental da comunidade Em s ntese pelo exposto acima parece inquestion vel que as quest es relativas tanto ao trabalho for ado quanto ao trabalho escravo devem ser examinados e solucionados dentro da tica dos direitos fundamentais do trabalho uma vez que dentro destes se insere o valor maior no exerc cio da cidadania do indiv duo que a sua dignidade Nenhuma forma de utiliza o do trabalho humano seja no passado no presente ou no futuro que n o contemple a dignidade do indiv duo em primeiro lugar deve ser definitivamente abolida do mundo do trabalho entre os seres humanos 5 6 Direitos fundamentais sob a tica da aplicabilidade das normas Este cap tulo enfocou a quest o dos direitos fundamentais contemplando basicamente seus aspectos
330. nstitui pois por bvio a Dignidade da Pessoa Humana O que ele pode t o somente reconhec la como dado essencial da constru o jur dico normativa princ pio do ordenamento e matriz de toda organiza o social protegendo o homem e criando garantias institucionais postas disposi o das pessoas a fim de que elas possam garantir a sua efic cia e o respeito a sua estatui o A Dignidade mais um dado jur dico que uma constru o acabada no direito porque firma e se afirma no sentimento de justi a que domina o pensamento e a busca de cada povo em sua busca de realizar as suas voca es e necessidades Pode se mesmo afirmar que mesmo se um dado sistema normativo n o concebesse em sua express o a dignidade humana como fundamento da ordem jur dica ela continuaria a prevalecer e a informar o Direito positivo na atual quadratura hist rica Mais ainda pode se mesmo acentuar que a dignidade da pessoa humana cont m expl cita em todo sistema constitucional no qual os direitos fundamentais sejam reconhecidos e garantidos mesmo que n o ganhem nele express o afirmativa e direta Tal como agora concebidos aceitos e interpretados aqueles partem do homem e para ele convergem e a pessoa humana e a sua dignidade n o s o concebidos como categorias jur dicas distintas Logo onde aquela considerada direito fundamental tida como centro de direitos igualmente essa aceita como base de todo o ordenamento e inclu do como
331. nte DIREITOS Humanos Dispon vel em lt http www prelaziasaofelixdoaraguaia org br direitos humanos htm gt Escrita na Filad lfia durante o ver o de 1787 a Constitui o dos Estados Unidos da Am rica a lei fundamental do sistema federal do governo dos Estados Unidos e o documento de refer ncia do mundo Ocidental Esta a mais antiga constitui o nacional escrita que est em uso e que define os rg os principais de governo suas jurisdi es e os direitos b sicos dos cidad os A Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o foi anunciada ao p blico em 26 de agosto de 1789 na Fran a Ela est intimamente relacionada com a Revolu o Francesa Os deputados passaram cerca de 10 dias reunidos na Assembleia Nacional francesa debatendo os artigos que comp em o texto da Declara o Havia urg ncia em divulgar a declara o para legitimar o governo que se iniciava com o afastamento do rei Lu s XVI que seria decapitado quatro anos depois em 21 de janeiro de 1793 A import ncia desse documento nos dias de hoje ter sido a primeira declara o de direitos e fonte de inspira o para outras que vieram posteriormente como a Declara o Universal dos Direitos Humanos aprovada pela em 1948 COSTA Renato Como surgiu a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o Dispon vel em lt http revistaescola abril com br historia fundamentos como surgiu declaracao direitos homem cidadao 494338 shtml gt 179
332. nto de sua dignidade Declara o dos Direitos Fundamentais no Trabalho da OIT Elaborada e aprovada na Conven o da OIT em junho de 1998 A Declara o prev que os Estados Membros da OIT ainda que n o tenham ratificado as conven es selecionadas na Declara o t m um compromisso de respeit las Foram eleitas as Conven es que versam sobre os seguintes assuntos para fazer parte da Declara o a a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negocia o coletiva b a elimina o de todas as formas de trabalho for ado ou obrigat rio c a aboli o efetiva do trabalho infantil e d a elimina o da discrimina o em mat ria de emprego e ocupa o ORGANIZATION OF AMERICAN STATES OAS Carta das Na es Unidas Dispon vel em lt www oas org dil port 1945 20Carta 20das 20Na C3 A7 C3 B5es 20Unidas pdf gt DECLARA O UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Adotada e proclamada pela resolu o 217 A III da Assembleia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 cit Foi assinado em 22 de novembro de 1969 na cidade de San Jos na Costa Rica e ratificado pelo Brasil em setembro de 1992 A conven o internacional procura consolidar entre os pa ses americanos um regime de liberdade pessoal e de justi a social fundado no respeito aos direitos humanos essenciais independentemente do pa s onde a pessoa resida ou tenha nascido O Pacto baseia se na Declara o
333. nto maior o n mero de escravos que um fazendeiro tivesse maior era a sua demonstra o de poder econ mico Em cap tulo pr prio analisaremos essa realidade nos dias de hoje entretanto podemos adiantar que aquela realidade hoje foi invertida e que a m o de obra escrava ou an loga de escrava n o mais motivo de demonstra o de riqueza Al m disso nem mais sin nimo de investimento para seu tomador haja vista que o gato figura que intermedia essa coloca o de m o de obra representa uma realidade bastante diferenciada dos prim rdios da escravid o bem como pratica valores muito diferentes aos da poca da escravid o licito e l cido concluir ainda que a justificativa para essa explora o escrava que se perpetuou no tempo n o carece de maior sentido nos dias de hoje Isto porque felizmente seria dif cil algu m alegar atualmente que escraviza um afrodescendente por acreditar que ele tem idade mental de 13 anos coisa que em meados do s culo XVII era usual para a poca De qualquer forma independentemente da poca considerada em qualquer forma de trabalho escravo estava e ainda est presente a falta da liberdade do escravizado havendo uma total submiss o a seu dono seja na quest o da alimenta o vestu rio no direito de viver e mesmo na hora de morrer Dessa maneira podemos observar que a priva o da liberdade a opress o dignidade da pessoa sempre estiveram presentes na escra
334. nuo ou vinte e cinco quilos para o trabalho ocasional e a Constitui o Federal de 1988 no seu art 7 inc XXXIII proibiu sem exce o qualquer trabalho em locais ou servi os perigosos e insalubres somente aos menores de dezoito anos apesar de nada disciplinar a respeito do trabalho em condi es penosas Entretanto no artigo 7 inciso XXIII garantiu aos empregados que exercem atividades penosas o direito percep o de um adicional salarial na forma da Lei O conceito classifica o e hip teses de incid ncia al m do percentual de remunera o correspondente s atividades penosas n o foram definidos pela Lei a que se refere o texto constitucional necessitando de regulamenta o J por trabalho prec rio podem ser definidos como mal remunerados com possibilidade quase nula de promo o e de carreira e com direitos sociais diminu dos ou inexistentes Estes termos foram utilizados para a caracteriza o do trabalho informal evidenciando assim a grande interse o existente entre precariedade e informalidade 2 O trabalho prec rio tende a se situar no setor informal da economia 4 13 Trabalho for ado versus trabalho escravo Os conceitos supracitados servem para demonstrar as dificuldades conceituais sobre o tema denotando uma inseguran a jur dica em raz o de inexistir um conceito legal para trabalho escravo degradante e exaustivo posto 262 HIRATA H S Divis o sexual do trabalho novas tend n
335. o bebidas alojamento equipamentos de prote o caso necessitem rem dios e ou artigos de primeira necessidade que lhes s o oferecidos pelo propriet rio da terra e ou o neg cio ou ainda pelo recrutador de sua m o de obra mais conhecido como sistema de pagamento em mercadorias Por vezes utilizada reten o f sica de maneira for osa contra os trabalhadores rurais v timas dessas situa es de servid o por d vida com as d vidas se acumulando por vezes com empr stimos para pagamentos de dotes casamentos funerais entre outros rituais que acabam negociando inclusive futuras colheitas 8AMOUSSOU Bertin C tude nationale pour l identification des obstacles de la mise en oeuvre effective des pr ncipes et droits fundamentaux au travail au B nin Cotonou 2000 Gen ve BIT 2001 p 34 Working paper ILO InFocus Programme on Promoting the Declaration 3 59 Na Am rica Espanhola sob a roupagem da servid o por d vidas o sistema de escravid o ind gena conhecido como encomienda por sua analogia ao trabalho an logo ao de escravo rural deve ser destacado al m das diversas formas de servid o por d vidas ocorridas nas col nias inglesas da Am rica do Norte denominadas de enclosures e indentures e igualmente a peonagem por d vidas que se espalhou indiscriminadamente pela Am rica espanhola Nas col nias espanholas os ndios considerados vassalos livres da Coroa deviam pagar
336. o 3 o tr fico de pessoas como o Recrutamento o transporte a transfer ncia o alojamento ou o acolhimento de pessoas recorrendo amea a ou ao uso da for a ou a outras formas de coa o ao rapto fraude ao engano ao abuso de autoridade ou de situa o de vulnerabilidade ou entrega ou aceita o de pagamentos ou benef cios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre outra para fins de explora o A explora o incluir pelo menos a explora o da prostitui o de outrem ou outras formas de explora o sexual o trabalho ou servi os for ados a escravatura ou pr ticas similares escravatura a servid o ou a extra o de rg os Conforme o Guia Legislativo para a Implementa o do Protocolo Adicional Relativo Preven o Repress o e Puni o do Tr fico de Pessoas em Especial Mulheres e Crian as do Gabinete das Na es Unidas para o Crime e a Droga o crime de tr fico de pessoas acima definido constitu do por tr s elementos cumulativos a a o de recrutar transportar transferir acolher ou alojar pessoas e relativamente ao elemento de movimento do tr fico quando da interpreta o conjunta do Protocolo e da Conven o De acordo com as notas interpretativas do Protocolo o conceito de abuso de situa o de vulnerabilidade incluiu todos os casos em que a v tima n o disp e de uma alternativa real e aceit vel submiss o ao ab
337. o n s vamos trabalhar na Campanha essas duas propostas a den ncia do tr fico de pessoas e trabalho escravo e todas as consequ ncias que essas den ncias trazem para a Igreja de acordo com a coordena o da campanha para aquele ano De acordo com a secret ria do Grupo de Trabalho GT de Enfrentamento ao Tr fico Humano da CNBB Irm Claudina Scapini o trabalho escravo uma entre as modalidades do tr fico humano O trabalho escravo a explora o sexual o tr fico de rg os e a ado o irregular s o para n s as grandes modalidades do tr fico de seres humanos COMISS O PASTORAL DA TERRA CPT Dispon vel em lt http www senado gov br NOTICIAS JORNAL EMDISCUSSAO trabalho escravo ongs contra o trabalho escravo cpt comissao pastoral da terra aspx gt 340 EMPENHO da Igreja contra o trabalho escravo Dispon vel em lt http arquidiocesedegoiania org br portal o empenho da igreja contra o trabalho escravo html gt Acesso em 30 jan 2012 eld Ibid 242 9 SUBS DIOS E RECOMENDA ES PARA MELHORAR O COMBATE AO TRABALHO FOR ADO E TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL Este cap tulo assume particular import ncia no contexto desta tese Conforme se depreende da leitura dos cap tulos anteriores o tema trabalho for ado e trabalho escravo bastante complexo obrigando nos a fazer uso de termos imprecisos com falta de clareza ou at mesmo ficando no limbo jur dico n o transparecendo nitidamente em que
338. o o acesso do cliente s suas instala es por meio de sua auditoria Ressalta se que ficou satisfeito porque o relat rio da companhia norte americana esclareceu as alega es sobre as condi es de trabalho em sua f brica uma vez que esta uma empresa significativa no setor e cresceu rapidamente nos ltimos anos Citou se ainda que o incidente fizesse com que a companhia refletisse sobre como tornar as rela es mais abertas acerca de seus neg cios do que no passado Esse caso colocou em evid ncia o C digo de Conduta da Ind stria Eletr nica EICC uma iniciativa e uma ferramenta pr pria para o setor em busca de melhorar as condi es de trabalho da cadeia de fornecimento do setor Re ne mais de 40 empresas estimativa de setembro de 2008 que atuam no setor de eletr nicos Na poca em que esse caso foi publicado o fornecedor chin s era membro do EICC mas a companhia norte americana n o era contudo ap s o ocorrido a empresa norte americana informou que estaria se associando 113 Ap s a publica o do relat rio da companhia um problema ligado a direitos humanos foi levantado pela m dia internacional envolvendo os jornalistas que haviam publicado a hist ria inicialmente na imprensa chinesa e brit nica Uma subsidi ria da subcontratante sediada na China processou os jornalistas pessoalmente por difama o A a o demandava um grande valor em dinheiro como forma de indeniza o e t o logo o tribunal acei
339. o o trabalho manual compulsoriamente transferido MAESTRI FILHO M rio Jos op cit p 11 MELTZER Milton op cit p 52 ld Ibid p 58 23 aos escravos visto que estes jamais se tornariam cidad os pois estavam fora da esfera dos direitos democr ticos Na Gr cia o com rcio de escravos era uma atividade extremamente lucrativa e quanto origem podiam se tornar escravos em raz o de mis ria os camponeses expropriados de suas terras outros em raz o de rapto e ou ainda vendidos por n o terem condi es de serem providos pelos pais Estrangeiros apenados tamb m poderiam ser reduzidos escravid o bem como os cidad os devedores insolventes 1 3 O pensamento escravagista de Arist teles Arist teles legitima a escravid o com base no modelo de organiza o da natureza Para ele h em a o da natureza e para a manuten o das esp cies um ser que manda e outro que obedece ou seja aquele que tem intelig ncia para exercer a fun o de mando e outros que em raz o de possu rem for a f sica devem executar obedecer e servir Assim o escravo pr prio da constitui o da fam lia porque parte do interesse do amo e com ele se identifica enquanto posse deste Para Arist teles o escravo era propriedade viva do amo instrumento indispens vel da vida dom stica depois da autoridade do senhor da autoridade marital e da gera o de filhos era o quarto elemento constituti
340. o objetivo institucional foi o de terminar com as duas formas de explora o ao homem Neste contexto n o foi dif cil encontrar ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas Bras lia OIT 2011 p 9 10 Dispon vel em lt http www oit org br sites all forced lIabour brasil projetos documento php gt ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO 89 Reuni o 2001 N o ao Trabalho For ado cit p 88 99 projetos conjuntos entre as duas organiza es como por exemplo o apoio do Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia e Juventude UNICEF um organismo da ONU para erradica o do rapto de mulheres e crian as no Sud o 3 7 O papel das Na es Unidas em busca da erradica o do trabalho escravo A posi o das institui es internacionais assume particular relev ncia no contexto desta tese A raz o para isto que as orienta es por elas emanadas s o realizadas tendo em vista o quadro observado nos mais diversos pa ses do mundo refletindo assim a m dia das posi es internacionalmente consagradas No caso do trabalho escravo a ONU tem tido papel preponderante como fonte de orienta o e interlocu o neste tema Em particular importante verificarmos a posi o da institui o com rela o ao Brasil tendo em vista subs dios para o melhor equacionamento da quest o do trabalho escravo As Na es Unidas por meio de sua relatora esp
341. o para economia do pa s devem ser regularizados sendo isto fundamento da ordem econ mica destacada no art 170 CF que segue Art 170 A ordem econ mica fundada na valoriza o do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos exist ncia digna conforme os ditames da justi a social observados os seguintes princ pios l soberania nacional Il propriedade privada IIl fun o social da propriedade IV livre concorr ncia V defesa do consumidor VI defesa do meio ambiente inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servi os e de seus processos de elabora o e presta o Reda o dada pela Emenda Constitucional n 42 de 19 12 2003 VII redu o das desigualdades regionais e sociais VIII busca do pleno emprego IX tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administra o no Pa s Reda o dada pela Emenda Constitucional n 6 de 1995 nico assegurado a todos o livre exerc cio de qualquer atividade econ mica independentemente de autoriza o de rg os p blicos salvo nos casos previstos em lei N o obstante a inobserv ncia da Lei no caso de fiscaliza o pode provocar o chamamento de um lojista pequeno m dio ou grande magazine para demonstrar sua aus ncia de responsabilidade por eventual trabalho tido como
342. o plantio ou a colheita fica o empregado subordinado ao empregador terminando a rela o de emprego com o fim da safra d contrato de trabalho rural por pequeno prazo institu do pela Lei 11 718 2008 onde o prazo m ximo de 2 meses no decorrer de 1 ano mediante expressa autoriza o em conven o coletiva seguida da identifica o do trabalhador rural com a indica o de seu n mero de inscri o na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servi o e Informa es Previd ncia Social bem como do produtor rural e do im vel onde o trabalho ser realizado com a respectiva anota o em Carteira de Trabalho e Previd ncia Social e contrato escrito O trabalhador rural quando receber o comunicado de dispensa ap s os dias trabalhados diferentemente do trabalhador urbano n o ter direito a folga de 7 dias ou redu o em 2 horas da jornada de trabalho mas ter direito a folga de um dia por semana sem preju zo do sal rio A nova Lei do Aviso Pr vio Lei 12 516 de 11 de outubro de 2011 prev para os trabalhadores urbanos ou rurais trinta 30 dias de aviso aos empregados com at um ano de servi o acrescido de mais tr s 3 dias por ano trabalhado com limite de sessenta 60 dias perfazendo um total de noventa 90 dias 2 NASCIMENTO Amauri Mascaro Curso de direito do trabalho 25 ed S o Paulo Saraiva 2010 p 911 28d loc cit 139 Art 1 O aviso pr vio de que trata o
343. o problema ou se novas teorias e conceitos devem ser desenvolvidos Ademais envolver procedimentos explorat rios tais como o levantamento bibliogr fico existente em revistas t cnicas ve culos de divulga o cient fica a recorr ncia pesquisa documental com consultas a artigos publicados na m dia impressa e na Internet em diversos outros campos jur dicos Utilizamos ainda como procedimento t cnico o exame minucioso de estudos de casos e o levantamento de estat sticas secund rias e outras fontes de informa es confi veis trazendo dados e an lises sobre o tema em estudo Com rela o aos estudos de casos estes foram realizados por meio de pesquisa dos termos trabalho escravo e trabalho for ado na fonte de informa es do Tribunal Superior do Trabalho assim como dos Tribunais Regionais do Trabalho do pa s at janeiro de 2013 Priorizamos aqui a busca de Ac rd os e outras jurisprud ncias Para buscar os Termos de Ajustamento de Conduta nos dirigimos ao endere o eletr nico utilizando os mesmos termos respeitando o mesmo per odo do Minist rio P blico do Trabalho do Estado de S o Paulo A expectativa desses procedimentos a de que ao final deste trabalho possamos conhecer mais sobre o tema escolhido bem como estarmos aptos a elaborar e discutir recomenda es e gerar subs dios que possam vir a fazer parte de um conceito de trabalho escravo pr ximo de uma aceita o pelos v rios
344. o realizado em turnos ininterruptos de revezamento salvo negocia o coletiva 136 XV repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos XVI remunera o do servi o extraordin rio superior no m nimo em cinquenta por cento do normal XVII gozo de f rias anuais remuneradas com pelo menos um ter o a mais do que o sal rio normal XVIII licen a gestante sem preju zo do emprego e do sal rio com a dura o de cento e vinte dias XIX licen a paternidade nos termos fixados em lei XX prote o do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos nos termos da lei XXI aviso pr vio proporcional ao tempo de servi o sendo no m nimo de trinta dias nos termos da lei XXII redu o dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sa de higiene e seguran a XXIII adicional de remunera o para as atividades penosas insalubres ou perigosas na forma da lei XXIV aposentadoria XXV assist ncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 cinco anos de idade em creches e pr escolas XXVI reconhecimento das conven es e acordos coletivos de trabalho XXVII prote o em face da automa o na forma da lei XXVIII seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador sem excluir a indeniza o a que este est obrigado quando incorrer em dolo ou culpa XXIX a o quanto aos cr
345. o sofreram os Estados Unidos As condi es do meio ambiente de trabalho a jornada enfrentada e a regulariza o de sua estada no pa s n o s o a maior preocupa o dos trabalhadores bolivianos ignorando assim os danos que venham a ser causados em sua sa de pois sua maior preocupa o o ac mulo de dinheiro adquirido por meio de suas atividades para que possam retornar a seu pa s com a maior quantia de dinheiro poss vel que em tese muito maior comparando se com a renda auferida em seu pa s de origem tendo em vista que estes trabalhadores desejam e acreditam que digna a remunera o por pe a produzida pois podem ter controle de sua produtividade Muitos destes acreditam ainda n o ser vantajoso o registro em CTPS bem como sal rio fixo tomando como justificativa a queda de sua remunera o por conta de descontos e encargos al m de terem a obriga o de custear as despesas que s o necess rias para sua sobreviv ncia e moradia enquanto outros acreditam que o registro traz benef cios como menor jornada de trabalho liberdade de locomo o sem receios entre outros Devido ao fato de que raramente os trabalhadores bolivianos t m seus documentos retidos por seus empregadores geralmente usufruem do direito de ir e vir mesmo tendo jornadas de trabalho excessivas O MTE informa que o n mero de den ncias por casos de viol ncia no ambiente de trabalho sofrido por trabalhadores imigrantes irregula
346. onal a qualquer dos poderes do Estado Assim afirma a Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil em seu artigo 127 caput Art 127 O Minist rio P blico institui o permanente essencial fun o jurisdicional do Estado incumbindo lhe a defesa da ordem jur dica do regime democr tico e dos interesses sociais e individuais indispon veis Independente e aut nomo o MP tem or amento carreira e administra o pr prios Considerado o fiscal das Leis o rg o atua como defensor do povo papel do MP defender o patrim nio nacional o patrim nio p blico e social o que inclui o patrim nio cultural o meio ambiente os direitos e interesses da coletividade especialmente das comunidades ind genas a fam lia a crian a o adolescente e o idoso O MP atua tamb m na defesa dos interesses sociais e individuais indispon veis e no controle externo da atividade policial Desta forma o rg o trata da investiga o de crimes da requisi o de instaura o de inqu ritos policiais da promo o pela responsabiliza o dos culpados do combate tortura e aos meios il citos de provas entre outras possibilidades de atua o Os membros do MP t m liberdade de a o tanto para pedir a absolvi o do r u quanto para acus lo A organiza o do MP no Brasil est dividida entre o Minist rio P blico da Uni o MPU e o Minist rio P blico dos Estados MPE O MPU regido pela Lei Complementar n 75 199
347. onar o poder p blico em sua atua o 8 7 A posi o atual da Igreja Cat lica com rela o ao trabalho escravo A Igreja tem um vasto hist rico de den ncias e a es visando o combate e a erradica o do trabalho for ado e trabalho escravo Estas a es tornaram se mais frequentes em meados da d cada de 1970 com a cria o da Comiss o Pastoral da Terra CPT fundada em junho de 1975 sob o patroc nio da Confer ncia Nacional dos Bispos do Brasil CNBB para tratar da situa o dos trabalhadores rurais e dos conflitos no campo sobretudo na Amaz nia Foi por meio da CNBB e de sua hist rica figura dom Pedro Casald liga que as primeiras DIEESE A situa o do trabalho no Brasil na primeira d cada dos anos 2000 S o Paulo DIEESE 2012 Ver cap tulo 18 da referida obra 321d Ibid ver cap tulo 6 da referida obra 241 den ncias de escravid o rural contempor nea no Brasil ganharam notoriedade na d cada de 1970 Nos dias atuais a Igreja Cat lica do Brasil atrav s da CNBB est atenta realidade do tr fico humano Prova disso que a Campanha da Fraternidade de 2014 ter como tema Fraternidade e Tr fico Humano e como lema para a liberdade que Cristo nos libertou Gl 5 1 A partir do trabalho e da reflex o dentro da CNBB e do Conselho de Pastoral foi aprovado para a Campanha da Fraternidade de 2014 tratar do trabalho escravo por sua vez ligado ao tr fico humano Ent
348. oposta de Emenda Constitui o n 57 A de 1999 Dispon vel em lt http www senado gov br atividade materia getPDF asp t 109048 amp tp 1 gt Acesso em 07 jul 2012 C MARA aprova PEC do Trabalho Escravo cit 216 para regulament la Para isso houve a necessidade de se fazer uma diferencia o entre o que trabalho escravo e o que desrespeito legisla o trabalhista A discuss o de uma futura Lei que conceitue o que trabalho escravo ou condi o an loga de escravo e os tr mites legais da expropria o foi a base do acordo que viabilizou a vota o da proposta da PEC Nessa altera o est prevista a mudan a da PEC durante a tramita o no Senado para que nela conste explicitamente a necessidade de regulamenta o futura Caso seja alterada no Senado a proposta precisar ser votada novamente pela C mara Existe um projeto em tr mite na C mara que define o conceito de trabalho escravo PL 3842 12 apresentado no dia 09 05 2012 pelo presidente da Frente Parlamentar Agropecu ria deputado Moreira Mendes PSD RO cuja inten o era aprovar esse projeto junto com a PEC do trabalho escravo Entretanto um grupo de deputados sugeriu que a altera o seja feita na Lei 8 257 91 que trata da expropria o das terras onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotr picas O C digo Penal define o crime de trabalho escravo como Reduzir algu m condi o an loga de
349. opriedade a doutrina considera a Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o e a Revolu o Francesa como marcos ao consagr lo como um direito natural inalien vel e sagrado do ser humano A Declara o assim exp e Art 17 Como a propriedade um direito inviol vel e sagrado ningu m dela pode ser privado a n o ser quando a necessidade p blica legalmente comprovada o exigir e sob condi o de justa e pr via indeniza o 4 1 2 A fun o social para a propriedade Como visto nos prim rdios da sociedade moderna a propriedade foi um tema vastamente discutido por ser o local onde a pessoa tem sua habita o e pode produzir frutos para o seu sustento e de sua fam lia contudo no come o da ascens o burguesa n o foi assim uma vez que se iniciou na Europa a discuss o sobre reforma agr ria onde havia tamb m a no o de bem estar social relacionado regulamenta o da ordem econ mica gera o de sistemas previdenci rios e direta interven o nos contratos elementos que diziam respeito diretamente produ o e reprodu o do capital Havia ent o a concep o de que o capital ajudaria a formular uma nova reforma agr ria focada na mudan a dos propriet rios e transforma o das terras financiadas com verba do Estado Contudo a vis o capitalista da propriedade favorecia basicamente os donos de latif ndios improdutivos que utilizavam desse SA breve Constitui o francesa de 1791 foi
350. or ado ressaltando a dignidade dos trabalhadores e o enfrentamento ao tr fico de pessoas bem como a busca da erradica o da precariza o das rela es de trabalho al m de considerar que a n o reabilita o das v timas do trabalho for ado e prec rio poder coloc las em uma situa o mais vulner vel O documento ora analisado foi confeccionado de maneira mais abrangente as demais TAC s anteriormente assinadas visto que estas preveem quem s o os fornecedores s o f bricas empresas externas oficinas ou pessoas f sicas todas localizadas no Brasil que fornecem produtos finalizados e que se destinam venda nas lojas ZARA BRASIL ou a marcas do grupo Inditex tratando se da primeira linha da cadeia de suprimentos da ZARA BRASIL Prev ainda quem s o Terceiros s o f bricas empresas externas oficinas ou pessoas f sicas todas localizadas no Brasil subcontratadas pelos FORNECEDORES da ZARA BRASIL para que estes atendam aos pedidos de pe as realizados pela ZARA BRASIL tratando se da segunda linha da cadeia de suprimentos da ZARA 252 BRASIL e por fim consta ainda que a lista de fornecedores e terceiros dever estar sempre atualizada A TAC ora analisada ainda prev que tanto os fornecedores quanto os terceiros n o precisam ser exclusivos do grupo Inditex ou seja podem realizar atividades para outras marcas Entretanto todos os envolvidos no processo devem ter suas Carteiras de Trabalho
351. or compreens vel ou se tiverem xito nas demoradas a es trabalhistas H ainda os contratos que mant m os empregados da contratada em condi es desumanas Eu j vi trabalhadores terceirizados fazendo refei es sob o sol a pino e sentados numa sarjeta de HARVEY David A condi o p s moderna S o Paulo Loyola 1992 REVISTA TST Bras lia v 74 n 4 p 117 135 out dez 2008 156 rua enquanto os empregados da contratante saboreavam um almo o gostoso em restaurante com ar condicionado O que rege a terceiriza o o Enunciado n 331 do Tribunal Superior do Trabalho que pro be a contrata o de servi os ligados a atividade fim da empresa contratante Ao Enunciado pouco importa se a refei o tomada na sarjeta ou se as necessidades fisiol gicas s o feitas em latrinas imundas ou se os terceirizados s o expostos a riscos de vida e a doen as profissionais O Enunciado deixa de focar o que o essencial a prote o dos trabalhadores para se dedicar ao secund rio a distin o entre fim e meio que ali s n o est o definidos em nenhum lugar o que gera grande inseguran a jur dica para as empresas Muitas s o autuadas e processadas porque o auditor fiscal e o juiz acharam que determinada atividade dizia respeito ao fim e n o ao meio A S mula n 331 do TST observa em parte a quest o da terceiriza o por m n o se refere dignidade do empregado De tal modo
352. orense 2004 p 261 Fl vio Pedro Sab cio Justiniano conhecido simplesmente como Justiniano ou Justiniano o Grande foi imperador bizantino desde 1 de agosto de 527 at a sua morte em Constantinopla aos 13 ou 14 de novembro de 565 120 Assim temos que a rela o feudal era um v nculo pessoal e vital cio fundado na domina o de quem detinha a terra sobre a subordina o de quem dela necessitava mas apesar da inflexibilidade pr pria da poca h algumas t midas tentativas de limita o do poder estatal sobre o indiv duo e o principal documento da poca foi a Magna Carta ou Magna Carta Libertatur datada de 1215 na Inglaterra outorgada pelo rei Jo o Sem Terra Ao comparar o Direito Romano e o sistema feudal atenta se para o fato que enquanto no Direito Romano o homem era o propriet rio absoluto da terra no sistema feudal a terra apoderou se do homem j que os servos eram meros acess rios quando a terra era vendida Essa rela o com a propriedade permanece at o aparecimento dos novos meios de produ o de bens e divis o do trabalho com o surgimento da produ o massificada al m do aumento de rotas comerciais gerando o robustecimento do com rcio com a gera o da estrutura econ mica do capitalismo al m de levar forma o das cidades onde a terra deixa de ser o principal e quase que o nico meio de domina o e status social Com o advento do Mercantilismo no s culo XVI o Rena
353. os da Constitui o Federal permitindo o trabalho o estudo o acesso justi a a sa de entre outros No momento da solicita o da Anistia sua concess o imediata pelo Departamento de Pol cia Federal mediante protocolo que assegura a regularidade da estada do solicitante com posterior entrega de Carteira de Identidade de Estrangeiros CIE com prazo de validade correspondente a dois anos de resid ncia provis ria Foi solicitado no Estado de S o Paulo aproximadamente 34 mil pedidos para renovar seus vistos provis rios como previsto na Lei da Anistia Entretanto desde a promulga o da Lei a Pol cia Federal passou a apresentar diversas e diferentes interpreta es bem como passou ainda a exigir requisitos e um dos que mais chamaram a aten o foi para os casos de fam lias com crian as A Pol cia Federal passou a requerer a apresenta o de comprova o de matr cula escolar dos ltimos 06 seis meses quando a matr cula feita apenas 01 uma vez por ano entre outras chegando a divulgar at O5 cinco folhas com diferentes exig ncias Ap s tantas discrep ncias o Minist rio da Justi a rg o respons vel pela Pol cia Federal ao qual ela est subordinada viu a necessidade de expedir para o cumprimento da 2 fase da Lei a Portaria n 1700 de 28 7 2011 Esclarecendo e especificando quais os documentos necess rios considerados v lidos para SILLES Paulo op cit
354. os desta tabela que 75 1 possuem escolaridade igual ou abaixo do ensino prim rio 35 3 s o analfabetos e praticamente 90 0 possuem n vel de escolaridade abaixo do ensino fundamental At mesmo indiv duos com n vel superior incompleto s o encontrados entre os trabalhadores nestas condi es 225 Tabela 8 Brasil Faixa Et ria do Trabalhador Resgatado 2003 2012 m dia Brasil Faixa Et ria do Trabalhador Resgatado 2003 2012 m dia FAIXA ETARIA FREQUENCIA FREQUENCIA ACUMULADA lt 17 anos 1 2 1 2 18 24 anos 30 4 31 6 25 34 anos 33 2 64 8 35 44 anos 20 2 85 0 45 54 anos 11 2 96 2 gt 54 anos 4 1 100 00 M DIA ANOS 32 anos 100 00 FONTE MTE DETRAE DES SD Al m de possu rem baixa escolaridade a maioria destes trabalhadores relativamente jovem De acordo com as informa es da Tabela 8 31 6 possuem menos do que 24 anos e 64 8 tinham menos de 34 anos A idade m dia dos resgatados n o passa de 32 anos sendo que praticamente todos os resgatados s o do sexo masculino Tabela 9 Tabela 9 Brasil Trabalhador Escravo Resgatado Segundo G nero 2003 2012 m dia Brasil Trabalhador Escravo Resgatado Segundo G nero 2003 2012 m dia G NERO Masculino Feminino FONTE MTE DETRAE DES SD Finalmente encerra se esta se o contemplando as informa es sobre o recebimento do seguro desemprego pago aos trabalhadores resgatados Elas se encontram na Tabela
355. os no trabalho Os direitos no trabalho se constituem na imposi o tica e legal para os elementos referentes ao trabalho decente Sua fun o assegurar que todo trabalho esteja associado com a dignidade a igualdade a liberdade remunera o adequada prote o social e voz que representa o trabalhador O conte do dos direitos no trabalho tende a variar segundo as tend ncias INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION Decent work Report of the Director General International Labour Conference 87 Session cit p 1 Sd Ibid p 5 85 x ideol gicas envolvendo contudo desde o cl ssico direito vida liberdade e propriedade at no es mais amplas englobando direitos econ micos pol ticos sociais e culturais N o existe uma hierarquia e nem uma universalidade do que venha a ser direitos no trabalho mas h um consenso de que devem contemplar aqueles contidos na Declara o de Direitos e Princ pios Fundamentais no Trabalho de 1998 b Fortalecimento da prote o social e da seguridade social Deve haver uma amplia o do conceito de prote o social tradicional sob duas ticas A primeira que a no o de prote o social deve transcender o apoio somente ao trabalhador assalariado e membros de sua fam lia destinando se tamb m aqueles indiv duos desempenhando uma atividade fora do emprego assalariado A segunda tica refere se a uma amplia o do espectro de conting ncias para al m daquelas j contem
356. os sal rios n o cumprimento de normas b sicas de seguran a e higiene do trabalho n o pagamento dos sal rios at o quinto dia til do m s subsequente n o concess o do DRS de 24 horas consecutivas e venda e n o fornecimento de equipamentos de prote o individual TST ED Ag ED RR 178000 13 2003 5 08 0117 Embargante CONSTRUTORA LIMA ARAUJO E OUTROS e Embargado MINIST RIO P BLICO DO TRABALHO DA 8 REGI O Como podemos observar nos ac rd os acima destacados da Justi a do Trabalho n o existe uma uniformidade no tratamento a ser dado quilo que se julga ser trabalho escravo Por vezes trata se de abuso do empregador sobre os trabalhadores negando lhes os princ pios b sicos de sa de seguran a cidadania e direitos trabalhistas Em outras situa es existe uma aparente exorbit ncia do Magistrado que atribui a uma justa reinvindica o de um ou mais direitos trabalhistas que lhe s o negados o car ter de uma situa o de trabalho an logo ao de escravo Estas decis es acabam por misturar situa es diferentes buscando levar a um resultado igual para demandas muito desiguais 9 3 Da aplicabilidade das normas de direitos fundamentais do trabalhador casos pr ticos Para a descri o dos casos que aqui ser o demonstrados ser o utilizados dois Termos de Ajustamentos de Condutas TAC assinados entre o Minist rio P blico do Trabalho e as partes envolvidas al m de uma senten a da Justi a do
357. outrem Recomenda se para a classifica o do empregador rural que a an lise seja feita utilizando o crit rio da preponder ncia da atividade agroecon mica ponderar atividade agroecon mica com a industrial ou comercial 4 8 A defini o de trabalho for ado Do ponto de vista de tradi o internacional cabe OIT a defini o deste conceito conforme vimos no cap tulo 3 Para aquela Institui o as express es trabalho for ado e trabalho obrigat rio s o sin nimos tendo sido adotadas pelas Conven es n 29 Sobre o Trabalho For ado ou Obrigat rio de 1930 e n 105 Conven o Relativa Aboli o do Trabalho For ado de 1957 No Brasil a repress o ao trabalho for ado vem acompanhada de a es preventivas e den ncias apuradas pelo Minist rio do Trabalho e Emprego a exemplo de not cia recente onde os trabalhadores de uma propriedade de cria o de gado de corte foram flagrados em condi es degradantes Os trabalhadores resgatados cuidavam da derrubada do mato para abertura de pasto e ficavam alojados em barracos feitos com palha Os abrigos n o tinham sequer prote o lateral apesar de serem habitados por fam lias inteiras incluindo crian as Os resgatados declararam aos auditores fiscais que em noites de chuva as redes onde dormiam ficavam molhadas e que todos sofriam com o frio Todos comiam diariamente caf com farinha pela manh e arroz com feij o nas demais refei
358. pend ncia e do Imp rio Carta de lei pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o decreto da Assembl ia Geral que houve por bem sancionar declarando extinta a escravid o no Brasil como nela se declara Para Vossa Alteza Imperial ver O certo que nesse dia 13 de maio de 1888 mais de 90 por cento dos escravos no territ rio brasileiro j havia conseguido sua liberdade por meio das alforrias e fugas contudo a elimina o da escravid o foi um fato hist rico considerado um marco fundamental na hist ria dos negros e de toda a popula o brasileira Tendo em vista que os estabelecimentos imperiais representavam uma realidade incompat vel com o progresso do pa s e que por isso tinha que ser mais dia menos dia por eles varridas foi uma not vel conquista social e pol tica No entender de Jacob Gorender Com toda a evid ncia a Aboli o n o foi neg cio de brancos Constituiu conquista revolucion ria da luta aut noma dos escravos conjugada milit ncia do abolicionismo urbano popular p 182 Segundo Gorender errado pensar na Aboli o como ruptura e que isto colocou em xeque o sistema de trabalho escravista substituindo o pelo trabalho assalariado A aboli o da escravatura possibilitou a cria o de um mercado de trabalho assalariado mas ao mesmo tempo n o cuidou da recoloca o destes ex escravos como cidad os na sociedade SALBUQUERQUE Wlamyra R de op
359. pladas nas Conven es da OIT sobre o tema visando alcan ar a vulnerabilidade de todos os membros da sociedade e n o somente aqueles tradicionalmente privilegiados Esta prote o inclui respaldo sa de necessidade de apoio na maternidade acidentes no trabalho desemprego flutua es econ micas extremas conflitos civis e desastres naturais c Emprego e renda O emprego de vital import ncia para a promo o do trabalho decente Sem um emprego produtivo os objetivos de um padr o de vida decente e um adequado desenvolvimento pessoal econ mico e social s o ilus rios N o existe entretanto consenso sobre como gerar emprego atrav s de pol ticas alternativas Para a maioria atrav s do crescimento para outros seria a flexibilidade do mercado de trabalho existem aqueles que acreditam que isto se d pelo desenvolvimento das compet ncias e habilidades dos indiv duos e at mesmo quem prop e aos trabalhadores compartilhar um posto de trabalho Outra peculiaridade para que se consolide como trabalho decente que o emprego deve ser livremente escolhido n o podendo haver discrimina o contra qualquer categoria de trabalhadores ou ent o grupos vulner veis ou mesmo minorias 86 d Fortalecimento do di logo social O di logo social deve ser um caminho seguro para prover voz e representatividade aos participantes do processo produtivo tanto os trabalhadores quanto os empregadores n o excluindo a parti
360. po e alma assim os mais inferiores s o aqueles cuja melhor faculdade a for a f sica destinados por natureza escravid o porque para estes n o h nada mais simples do que a obedi ncia O escravo por instinto propriedade de outro tem raz o plena sendo t o til quanto os animais dom sticos portanto para os escravos justo e proveitoso viver assim justifica Arist teles e esse argumento foi utilizado para justificar na Idade M dia a escravid o de hereges e nas col nias do novo mundo a escraviza o de ndios e negros pag os por motivos de convers o e catequiza o crist para civilizar e tir los da barb rie Reconhecendo que tamb m existe a servid o convencional estabelecida pelo direito onde o vencido na guerra torna se cativo do vencedor Arist teles reconhece as divergentes opini es de ser ou n o justa aduzindo que a superioridade da coragem n o uma raz o para sujeitar os outros mesmo porque a guerra pode ser injusta neste sentido mesmo que se aceite a lei de guerra que estabelece a escravid o deve se ter cautela em rela o a ela para n o se escravizar algu m que n o mereceu a escravid o Mesmo porque se poder incorrer no perigo de escravizar pessoas nobres e contrariar o princ pio de que s s o escravos os que foram destinados servid o por natureza pois algumas pessoas s o escravas em qualquer lugar e outras n o s o escravas em lugar nenhum
361. pol ticas ou pontos de vista ideologicamente opostos ao sistema pol tico social e econ mico vigente b como m todo de mobiliza o e de utiliza o da m o de obra para fins de desenvolvimento econ mico c como meio de disciplinar a m o 70 de obra d como puni o por participa o em greves e como medida de discrimina o racial social nacional ou religiosa Ainda no mbito da OIT o Brasil ratifica os seguintes instrumentos legais que direta ou indiretamente t m implica es para o entendimento do trabalho for ado e do trabalho escravo a Conven o n 138 sobre Idade M nima para Admiss o a Emprego b Conven o n 182 sobre Proibi o das Piores Formas de Trabalho Infantil e A o Imediata para sua Elimina o e c Protocolo para Prevenir Suprimir e Punir o Tr fico de Pessoas especialmente Mulheres e Crian as suplementar Conven o das Na es Unidas contra o Crime Organizado Transnacional O Brasil tamb m parte dos seguintes instrumentos internacionais de direitos humanos relevantes e Conven o Americana sobre Direitos Humanos Pacto de S o Jos da Costa Rica 1969 ratificado pelo Brasil em 1992 cujos itens 1 e 2 do art 6 afirmam que ningu m poder ser submetido escravid o ou servid o e tanto estas como o tr fico de escravos e o tr fico de mulheres s o proibidos em todas as suas formas e ningu m deve ser constrangido a executar trabalho for ado ou obr
362. politica imperial Teatro de sombras a pol tica imperial 3 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2007 CASTILHO Ela Wiecko V de Considera es sobre a interpreta o jur dico penal em mat ria de escravid o Estudos Avan ados S o Paulo v 14 n 38 p 51 56 2000 CERQUEIRA Gelba Cavalcante de et al Org Trabalho escravo contempor neo no Brasil contribui es cr ticas para sua an lise e den ncia Rio de Janeiro Ed UFRJ 2008 350 p CHAHAD J P Z Seguro desemprego li es da hist ria aspectos te ricos e perspectivas para o Brasil S o Paulo IPE USP 1987 S rie Ens ios Econ micos n 64 Trabalho decente conceitos vis o dos atores e experi ncias S o Paulo mar 2011 Mimeo PORTELA A Os direitos fundamentais dos trabalhadores a cl usula social e o com rcio intenacional In CHAHAD J P Z CACCIAMALI M C Orgs Mercado de trabalho no Brasil novas pr ticas trabalhistas negocia es coletivas e direitos fundamentais no trabalho S o Paulo LTr 2008 269 CHAVES Valena Jacob A utiliza o de m o de obra escrava na coloniza o e ocupa o da Amaz nia os reflexos da ocupa o das distintas regi es da Amaz nia nas rela es de trabalho que se formaram nestas localidades In VELLOSO Gabriel FAVA Marcos Neves Coords Associa o Nacional dos Magistrados da Justi a do Trabalho Trabalho escravo contempor neo o desafio de superar a nega o S o Paulo
363. polo central emanador de consequ ncias jur dicas Jos Afonso da Silva afian a que a dignidade da pessoa humana um valor supremo que atrai o conte do de todos os direitos fundamentais do homem desde o direito vida acompanhando o homem at a sua morte pIOVESAN Fl via Direitos humanos e princ pio da dignidade da pessoa humana In LEITE George Salom o Org Dos princ pios constitucionais considera es em torno das normas principiol gicas da Constitui o S o Paulo Malheiros Ed 2008 p 188 ROCHA C rmen L cia Antunes op cit p 75 76 335SILVA Jos Afonso da A dignidade da pessoa humana como valor supremo da democracia In TICA democracia e justi a Livro de Teses da XV Confer ncia Nacional da OAB Foz do Igua u 1994 p 108 185 Para Ingo Wolfgang Sarlet a dignidade humana se apresenta como a qualidade intr nseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e considera o por parte do Estado e da comunidade implicando neste sentido um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra qualquer ato de cunho degradante e desumano como venham a lhe garantir condi es existenciais m nimas para uma vida saud vel al m de propiciar e promover sua participa o ativa e correspons vel nos destinos da pr xima exist ncia e da vida em comunh o com os demais seres humanos A dignidade da pessoa humana se revela inali
364. possuem varia o Estima se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros 4 milh es de escravos na sua grande maioria jovens do sexo masculino Foi promulgado em 7 de novembro de 1831 o documento legal conhecido como Lei Feij ou ainda Lei para Ingl s Ver criada com o objetivo de abolir o tr fico de escravos africanos Esta entretanto n o veio a alcan ar seu fim revelando se in cua uma vez que levava a uma interpreta o amb gua por um lado emancipava os africanos livres que foram trazidos para o Brasil pelo tr fico ilegal mas em seu texto previa que estes seriam for ados a trabalhar por 14 anos at para pagar as despesas de reexporta o repatria o Como resultado tornou se letra morta pois apesar de o tr fico atl ntico de escravos para o Brasil ter sido decretado ilegal nos anos posteriores Lei entretanto recuperou seu volume anterior mas tornou se evidente para os senhores de escravos que o fim da escravid o se aproximava Em 1833 na regi o do Vale do Para ba paulista verificou se uma s rie de vest gios sobre um plano de levante dos escravos deste modo a C mara de FAUSTO Boris op cit p 50 SCHWARTZ Stuart Segredos internos engenhos e escravos na sociedade colonial 1550 1835 S o Paulo Cia das Letras 1995 RODRIGUES Jaime O infame com rcio propostas e experi ncias no final do trafico de africanos para o Brasil 1800 1950 Campinas
365. quando em raz o de endividamento a pessoa dava em garantia o pr prio corpo caso a d vida n o fosse adimplida estando dessa maneira vinculado ao credor e prestando servi o como pagamento Esse tipo de trabalho escravo persiste at os dias de hoje A escravid o assume na Gr cia antiga simultaneamente distintas express es conforme as leis cultura e modos de produ o de cada cidade estado Na Gr cia mic nica temos os primeiros registros de submiss o servil de seres humanos constantes das obras hom ricas envolvendo Tebas Atenas Micenas Pilos e outras cidades O escravo era designado pelos termos doero doera passando mais tarde a doulo doule ambos com o sentido de MELTZER Milton Hist ria ilustrada da escravid o Rio de Janeiro Ediouro 2004 p 19 MAESTRI FILHO M rio Jos O escravismo antigo 2 ed S o Paulo Atual Campinas Ed Unicamp 1985 p 8 9 22 submiss o jur dica e psicol gica existem ainda autores que identificam a deriva o destes termos na raiz indo europeia da part cula dos dos e lo que 4 9 significa inimigo b rbaro estrangeiro servidor De maneira que na Gr cia antiga desde a origem o escravo tinha por caracter stica ser um ente de fora estranho ao lugar e cultura sem la os e v nculos com o escravizador podendo ser tanto capturado ou aprisionado na guerra quanto alugado comprado ou escravizado por motivos relig
366. que ao destinar terras expropriadas para a reforma agr ria n o h garantia nenhuma do melhor uso dela seja porque os programas de reforma agr ria brasileiros s o baseados em argumentos ideol gicos levando os inefici ncia seja porque n o h garantias que propriedades rurais oriundas da reforma n o venham a padecer do mesmo mal Quem n o ouviu falar que os maiores exploradores dos trabalhadores bolivianos s o os pr prios bolivianos Quem garante que os benefici rios da reforma agr ria n o ir o promover novas formas de trabalho escravo ou utilizar as j existentes Outra consequ ncia indesejada decorrente da confus o entre informalidade e trabalho escravo est na pr pria extens o do uso do direito de propriedade como pol tica para coibir o trabalho for ado no meio urbano Por analogia e levado ao extremo apareceriam situa es esdr xulas Por exemplo uma empregada dom stica urbana ganhando o sal rio m nimo morando com os patr es trabalhando jornada de 7 dias se desejar voltar para sua terra natal e n o puder pagar a passagem de volta seja de nibus ou avi o deveria ser caracterizada como escrava Os patr es deveriam perder a posse da casa O servente de pedreiro morando na obra em condi es prec rias e insalubres ganhando pouco mas podendo ir e vir deve ser rotulado de escravo e seu patr o deve perder a propriedade Tais quest es n o pretendem ignorar que em muitos casos e em muitos locais rur
367. r uma carta entre as frestas de seus tijolos pediu perd o pelas persegui es da Igreja Cat lica contra os judeus Em parte de seu discurso afirma Eu asseguro o povo judeu que a Igreja Cat lica est profundamente entristecida pelo dio atos de persegui o e 38 mostras de antissemitismo dirigidas contra os judeus pelos crist os a qualquer tempo em qualquer lugar E acrescentou N o h palavras fortes o suficiente para deplorar a terr vel trag dia do Holocausto Lan ou tamb m documento contendo 90 p ginas reunindo em blocos as falhas e impropriedades perpetradas pela Igreja Cat lica durante praticamente toda a hist ria cita por exemplo os pecados contra os direitos dos povos e o respeito diversidade cultural e religiosa ou seja a evangeliza o for ada colocada a servi o da coloniza o de povos dominados al m da Inquisi o as Cruzadas ataques aos judeus ind genas rabes dentre outros Esta nota deixada entre as frestas dos tijolos que comp em o muro falava que N s estamos profundamente entristecidos pelo comportamento dos que no curso da hist ria provocaram sofrimento s suas crian as e ao pedir perd o desejamos nos comprometer com uma irmandade genu na com o povo da Alian a Durante as suas viagens de 2001 Jo o Paulo Il se tornou o primeiro Papa a visitar a Gr cia em 1291 anos Encontrou se em Atenas com Crist dulo de Atenas Arcebispo l der da Igreja
368. ra facilitar a diferencia o dos termos um conjunto de recomenda es visando tornar claro e consensual aquilo que se rotula de trabalho escravo e trabalho for ado As conclus es finais trazem as principais mensagens extra das do desenvolvimento da tese persistir no combate explora o do trabalho humano em todas as suas formas tirar o car ter ideol gico da discuss o regulamentar a terceiriza o necessidade de se identificar claramente o fen meno problema criminal ou burla legisla o trabalhista entend los como um fen meno econ mico indicando assim a necessidade de preven o e n o somente combate e necessidade absoluta de um conceito claro do que seja o trabalho escravo Palavras chaves Trabalho Escravo Trabalho For ado Trabalho Degradante Trabalho Decente Terceiriza o Mercado de Trabalho Direito do Trabalho Empregados Empregadores Trabalho Rural e Trabalho Urbano CRUZ Claudia Ferreira Forced labor and slave labor in Brazil conceptual difference and seek of efficience on this combat S o Paulo 2013 288f Thesis Doutorado em Direito Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo ABSTRACT This thesis approached a relatively complex phenomenon that is still observed in the Brazilian society the existence of slave labor and forced labor both in rural and urban areas The main objective was to bring elements trying to show the conceptual differences between both as well as to propose
369. ra observadora no caso de algum Estado Membro querer tratar o tema de trabalho for ado de maneira separada ou seja tratar somente da servid o por d vida ou somente trabalho for ado na agricultura entre outros Independentemente se o Estado Membro trata do tema sozinho ou com o aux lio da OIT a estrat gia global deve incluir e Identifica o do problema de maneira total por meio de levantamentos mapeamentos e Promo o de conscientiza o com todas as partes envolvidas e Preven o advert ncia espec fica mecanismos de investiga o e pol ticas que evitem a pr tica do trabalho for ado e Solu es para as v timas resgatadas seja por meio de reabilita o seja por outra forma que se mostre mais eficaz no Estado Membro e Puni o dos respons veis A OIT na busca constante do t rmino do trabalho for ado alerta ainda que um programa de erradica o depende de uma estrat gia global devendo contar com a participa o de diferentes rg os internacionais ou internos do pa s onde tal medida ser aplicada haja vista n o ser um problema exclusivo da rea do trabalho Deve se levar em conta que o trabalhador submetido ao trabalho for ado inclusive por servid o quando resgatado necessitar de outro emprego sem ser novamente explorado prevendo se moradia de baixo custo oportunidades de educa o para seus filhos prote o de seus direitos civis 17 ORGANIZA O INTERNACIONA
370. ra uma nova e perturbadora continuidade entre a escravid o e a liberdade Em dezembro de 1878 foi aprovada pela C mara dos Deputados uma nova lei de loca o de servi os Decreto n 2820 promulgada em 22 de mar o de 1879 que em seus oitenta artigos regulamentaram os contratos com trabalhadores libertos nacionais e estrangeiros na agricultura pecu ria e loca o de servi os Cuidava principalmente das garantias necess rias para o cumprimento dos contratos previa com agudeza faltas e neglig ncias das partes contratantes dispunha sobre penalidades previa ainda disposi es antigreve e contra qualquer tipo de resist ncia ao trabalho al m de instituir novos moldes nas rela es entre os contratantes e contratados O Decreto conhecido como Lei Sinimbu permitia aos fazendeiros por meio de r gidas disposi es contratuais garantir a manuten o do controle da m o de obra dos trabalhadores livres Segundo den ncias p blicas de D Pedro Casald liga bispo cat lico em 1971 a servid o por d vida foi a forma mais comum de trabalho for ado no Brasil utilizada para promover a ocupa o da regi o amaz nica na d cada de 1970 Essa modalidade de trabalho an logo a escravo conhecida na regi o amaz nica como aviamento iniciou com o primeiro ciclo de explora o da borracha no final do s culo XIX quando vitimou milhares de seringueiros endividados permanentemente nas cantinas dos donos dos seringa
371. rabalhos e suores para merecerem a b n o do C u e uma eternidade de bem aventuran a Para tanto seria celebrada uma missa aos domingos considerado o dia ideal para a difus o da doutrina crist com toda pompa poss vel com o prop sito de impressionar o esp rito dos negros cr dulos e supersticiosos por natureza Outro artif cio sugerido por Taunay na busca de anular tens es seria premiar os escravos de boa conduta e zelosos em seus afazeres transferindo os para a fun o de feitores inferiores servindo como exemplo continuando a laborar lado a lado com os demais A finalidade de tais medidas a respeito de educa o religiosa aliada ao bem estar e disposi o dos negros era a de criar uma sociedade uma comunh o entre os escravos no modelo das propriedades inacianas do s culo XVIII TAUNAY Carlos Augusto op cit p 65 Pid Ibid p 67 68 Id Ibid p 73 74 48 Afian ava que em breve uma civiliza o tradicional de usos e costumes se estabelecer entre a escravatura que depois andar quase de per si com o nico cuidado de dar de quando em quando corda mormente se observar a regra de livr los dos sujeitos incorrig veis e de a n o recrutar sen o com pretos novos que os antigos formar o ao seu molde Objeto de detidas e longas considera es por Taunay a fam lia escrava recebeu especial aten o e seu plano procurava estimular a forma o de fam lias Conforme prescrevia
372. radantes inclusive quanto ao meio ambiente em que ir realizar sua atividade que vai desde a deforma o do seu consentimento ao celebrar o v nculo empregat cio passando pela proibi o imposta ao obreiro de resilir o v nculo quando bem entender tudo motivado pelo interesse mesquinho de ampliar os lucros custa da explora o do trabalhador A OIT conceitua o trabalho escravo como toda a forma de trabalho escravo trabalho degradante mas o rec proco nem sempre verdadeiro O que diferencia um conceito do outro a liberdade ORGANIZA O DAS NA ES UNIDAS Conven o sobre a Escravatura assinada em Genebra em 25 de setembro de 1926 e emendada pelo Protocolo Aberto Assinatura ou Aceita o na Sede da Organiza o das Na es Unidas Nova York em 7 de dezembro de 1953 Dispon vel em lt http www mp pe gov br gt BRITO FILHO Jos Cl udio Monteiro de Trabalho decente an lise jur dica da explora o do trabalho trabalho for ado e outras formas de trabalho indigno S o Paulo LTr 2004 p 69 248d Ibid p 70 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Trabalho escravo no Brasil do s culo XXI Coordena o do estudo Leonardo Sakamoto OIT 2006 p 11 Dispon vel em lt http www oitbrasil org br sites default files topic forced labour pub trabalho escravo no brasil do 20seculo 20xxi 315 pdf gt 144 Nessa conceitua o de trabalho escravo a OIT quis tra
373. rai o pagamento do servi o como hora extraordin ria Isso porque apenas as horas destinadas compensa o devem ser remuneradas somente com o adicional N o fosse assim estar se ia implementando e reconhecendo a validade do trabalho escravo ou seja sem remunera o Recurso de Revista n TST RR 2063 2005 020 09 00 9 TRT 172 REGI O Mesmo sendo nulo o contrato na forma da S mula 363 desta C Corte h o de ser pagas as horas trabalhadas mesmo que sem os adicionais respectivos sob pena de se consagrar trabalho escravo ou sem a contrapresta o m nima e essencial Embargos Declarat rios em Recurso de Revista n TST ED RR 532 405 99 4 TRT 2 REGI O O instituto do passe tido por muitos como a corrente que prendia os atletas ao tronco tal qual o escravo ficava submetido as vontades e caprichos do seu propriet rio A figura do escravo importante pois para muitos a extin o do passe com a Lei Pel representaria a liberta o dos atletas profissionais ou pelo menos a diminui o de sua explora o Embargos em Recurso de Revista n TST E RR 1077 2004 054 02 00 0 TRT 3 REGI O tem se por caracterizadas as condi es degradantes a que estavam expostos os trabalhadores na lavoura de cana de a car Especificamente no caso dos autos ficou comprovada de forma cabal e robusta a conduta antijur dica culposa e omissiva da reclamada que deixou de observar as normas refer
374. reitos Barueri Manole 2007 LIMA Henrique Espada Sob o dom nio da precariedade escravid o e os significados da liberdade no trabalho do s culo XIX TOPOI revista de hist ria Rio de Janeiro v 6 n 11 p 289 326 jul dez 2005 Scielo Dispon vel em lt http socialsciences scielo org scielo php pid S1518 33192006000200003 amp script sci arttext gt LINHARES Maria Yedda SILVA Francisco Carlos Teixeira da Terra prometida uma hist ria da quest o agr ria no Brasil Rio de Janeiro Campus 1999 LLOYD J N The role of enterprise development in promoting decent work In UNITED NATIONS Full and productive employment and decent work dialogues at the economic and social council New York Department of Economic and Social Affairs Office for ECOSOC Support and Coordination 2006 LOPES Luciane Cristine Distin es entre o trabalho an logo condi o de escravo e o trabalho il cito e proibido Repert rio de Jurisprud ncia IOB v 2 n 14 p 449 450 2 quinz jul 2009 277 LOTTO Luciana Aparecida A o civil p blica trabalhista contra o trabalho escravo no Brasil S o Paulo LTr 2008 MAESTRI FILHO M rio Jos O escravismo antigo 2 ed S o Paulo Atual Campinas Ed Unicamp 1985 MAGNA CARTA Magna Charta Libertatum 1215 Dispon vel em lt http www rolim com br 2002 _pdfs 068 pdf gt MALHEIRO A Perdig o A escravid o no Brasil ensaio hist rico jur dico social 1867 P
375. relativas ao mbito pessoal do Direito do Trabalho em Portugal Espanha e Brasil Revista de Direito do Trabalho S o Paulo ano 34 n 130 p 215 abr jun 2008 Id loc cit FIRME Telma Barros Penna O caso Jos Pereira a responsabiliza o do Brasil por viola o de direitos humanos em rela o ao trabalho escravo Monografia Conclus o do Curso de Direito Centro Universit rio de Bras lia Bras lia 2005 Dispon vel em 231 Nos dois casos em tela o fundamento usado foi a Lei n 10 706 2003 8 sancionada pelo Presidente da Rep blica especialmente para o Caso Jos Pereira pois esta Lei foi fruto da den ncia Comiss o Interamericana de Direitos Humanos CIDH Desta forma compreende se que as a es de fiscaliza o s o de extrema import ncia juntamente com a Justi a Itinerante para que os respons veis por explorar a m o de obra dos trabalhadores na maneira que ocorrer sejam localizados e responsabilizados No entanto v se tamb m muito importante ressaltar que a es isoladas n o trazem resultados animadores tendo em vista o n mero de trabalhadores nestas condi es comparados ao n mero de a es j ocorridas 8 4 A atua o do Minist rio P blico do Trabalho MPT No ano de 1995 foi reconhecida formalmente no Brasil a exist ncia de trabalhadores na condi o an loga de escravo de onde desde ent o cerca de 35mil pessoas foram retiradas percebendo aind
376. res trazidos por gatos s o raros mas a pr tica rural demonstrou que esses trabalhadores s o os mais explorados que recebem pouco trabalham muito e ainda sofrem os descontos de sua viagem d Os donos de oficina s o informais em sua grande maioria mas existem outros com oficinas formalizadas que possuem CNPJ e empregando registrados em CTPS quase todos compatriotas Outro problema existente com os imigrantes consiste na dificuldade de comunica o destes com a Pol cia Federal e o Minist rio do Trabalho e Emprego Essa dificuldade deve se a v rios fatores dentre eles podemos mencionar a diferen a entre os idiomas o despreparo dos profissionais que recepcionam esses trabalhadores o preconceito de muitos por acharem que esses imigrantes est o retirando postos de trabalho dos brasileiros a falta de paci ncia dos agentes da Pol cia Federal e do pr prio Minist rio Tendo em vista que muitos funcion rios da Pol cia Federal que trabalham no controle de imigra o dos aeroportos s o terceirizados e por isso n o possuem qualquer treinamento espec fico no atendimento e orienta o aos imigrantes por vezes faltando com a informa o necess ria a respeito dos procedimentos burocr ticos aliado ao medo de deporta o desses imigrantes acarreta a quase extin o da procura por regulariza o retendo os na clandestinidade A Pastoral do Imigrante o Centro de Apoio ao Migrante o Centro de Direitos Humanos e Cid
377. res vem crescendo desde os anos 1990 Por vezes essas den ncias dizem respeito aos MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO Trabalho Escravo no Brasil em retrospectiva refer ncia para estudos e pesquisas jan 2012 Dispon vel em lt http portal mte gov br data files 8A7C816A350AC882013543FDF74540AB retrospec trab esc ravo pdf gt Acesso em 19 set 2012 old loc cit 195 maus tratos servid o por d vida ao trabalho for ado ao ass dio moral e sexual s condi es prec rias de seguran a e sa de espancamentos jornada exaustiva de trabalho entre outras viola es de direitos humanos As assinaturas de alguns tratados como tratados de resid ncia e de imigra o bem como do tr fico de pessoas ocorreram somente ap s as den ncias acima mencionadas 2 Entretanto mesmo ap s a assinatura de alguns tratados entre Brasil e Bol via em algumas oficinas de costuras brasileiras as fiscaliza es encontram diversos trabalhadores sendo explorados dentre eles bolivianos paraguaios peruanos que trabalham cerca de quatorze horas por dia para ganhar cerca de um sal rio m nimo e em alguns casos chega a ser abaixo deste sem contar a falta de condi es de sa de e seguran a Muitos dos casos de abusos contra trabalhadores estrangeiros se d o por conta de n o possu rem os documentos brasileiros e logicamente temerem sua deporta o al m de desconhecerem as leis nacionais j que a maioria dessas migr
378. ria destas desrespeitadas No in cio do s culo XIX os ingleses desenvolveram uma grande a o contra o tr fico negreiro no Brasil fazendo com que o movimento antiescravista ganhasse for a Por isso os ingleses interceptavam navios que levavam negros 50 ao Brasil e os libertavam Em contrapartida os donos de escravos defendiam a manuten o da escravid o mesmo que em moldes moderados a fim de preservar a economia brasileira pois esta ainda dependia do trabalho escravo Assim foi ratificado o Tratado entre Brasil e Inglaterra que determinava a extin o do tr fico negreiro em tr s anos em 1827 e em 1831 foi promulgada a Lei que libertava os escravos vindos de fora do Imp rio Deste modo no s culo XIX o Imp rio do Brasil aparecia ainda como a nica na o independente que praticava em larga escala o tr fico negreiro Finalmente em 4 de setembro de 1850 o Brasil assinou a chamada Lei Eus bio de Queiroz que proibia o tr fico de escravos Essa lei foi aprovada principalmente devido press o da Inglaterra materializada diretamente pela aplica o do Bill Aberdeen e por essa raz o o Partido Conservador passou a defender no Parlamento o t rmino do tr fico negreiro tendo sua frente o ministro Eus bio de Queir s que insistiu na necessidade de o Imp rio do Brasil decidir acabar com o tr fico negreiro preservando dessa maneira a imagem de na o soberana O com rcio de af
379. ricanos passou a ser perseguido pela diplomacia e pela guarda naval brit nica que por meio de tratados internacionais obstrui a passagem no Atl ntico essa Lei acabou definitivamente com o tr fico negreiro A proclama o desta Lei n o foi suficiente pois a partir deste momento se formou um com rcio interno de venda de escravos entre Norte e Nordeste Sul e Sudeste Na d cada de 1850 o governo imperial anistiou os culpados dos crimes de sequestro e consequentemente deixou livre ao crime correspondente a COSTA Em lia Viotti da Da monarquia rep blica momentos decisivos S o Paulo Editorial Grijalbo 1977 p 222 BETHELL Leslie op cit A passividade do governo brasileiro ante o tr fico e portanto o n o cumprimento dos compromissos assumidos por meio de v rios tratados fez a Inglaterra tomar uma atitude extrema Em 8 de agosto de 1845 o Parlamento brit nico aprovou uma lei cnamada de Bill Aberdeen que conferia sua Marinha o direito de aprisionar qualquer navio negreiro e fazer os traficantes responderem diante do almirantado ou de qualquer tribunal do Vice Almirantado dos dom nios brit nicos Deste modo a repress o ao tr fico intensificou se com os navios brit nicos chegando a aprender navios em guas territoriais brasileiras at mesmo dentro dos portos SILVA Ligia Os rio Terras devolutas e latif ndio efeitos da lei de 1850 Campinas Ed da Unicamp 1996 as culturas tradicionais
380. ropeus oriundos da pen nsula ib rica teve como fundamento o predom nio da coisa p blica sobre a particular O Estado portugu s com a finalidade de dom nio proibia o uso da terra se n o estivesse de acordo com o seu projeto econ mico baseado na divis o em sesmarias mediante concess es administrativas dando origem ao capitalismo olig rquico brasileiro Com o fortalecimento deste tipo de capitalismo no Brasil aparece o Estado liberal inspirado nos ideais de liberdade divulgados nas revolu es americana e francesa Outra fonte de inspira o foi a Constitui o Napole nica de 1804 que objetivava proteger a propriedade privada quase que integralmente dos abusos do Estado Isso foi uma conquista de grande magnitude para a sociedade burguesa que sofria com a inseguran a do confisco de seus bens pelos soberanos dos Estados absolutistas e a partir de ent o o absolutismo cede lugar ao Estado Constitucionalista onde somente poss vel a desapropria o de um bem com a devida indeniza o ao propriet rio Ap s a crise do Estado liberal novas ideias aparecem e tem in cio com a aboli o da escravatura o escravo at ent o considerado propriedade libertado sem qualquer indeniza o ao seu antigo senhor A partir desse per odo o conceito de propriedade come a a sofrer algumas altera es com a import ncia produtiva vinculada produ o econ mica e ainda o aparecimento da usucapi o bastante aplic
381. rra e da Paz jurista holand s uma natureza superior e que se distancia muito mais 1625 de todas as demais esp cies de seres animados que possam entre elas se distanciarem 31 Redigida em latim b rbaro a Magna Carta Libertatum seu Conc rdia minter regem Johannen at barones pro concessione libertatum ecclesiae et regniangliae Carta magna das liberdades ou Conc rdia entre o Rei Jo o e os Bar es para a outorga das liberdades da Igreja e do rei ingl s foi a declara o solene que o Rei Jo o da Inglaterra dito Jo o Sem Terra assinou perante o alto clero e os bar es do reino Fonte COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos cit 1999 SCHWARTZ Bernard Os grandes direitos da humanidade Rio de Janeiro Forense Universit ria 1979 313Outorgada por Jo o Sem Terra em 15 de junho de 1215 foi posteriormente confirmada seis vezes por Henrique Ill tr s vezes por Eduardo l catorze vezes por Eduardo Ill seis vezes por Ricardo Il seis vezes por Henrique IV uma vez por Henrique V e uma vez por Henrique VI Inglaterra Fonte COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos cit 1999 LAS CASAS Frei Bartolomeu apud VALLE Jo o Ed nio Reis Vida religiosa e primeira evangeliza o li es do passado In NOVA EVANGELIZA O E VIDA RELIGIOSA Assembleia Geral Ordin ria da CRB 1989 Rio de Janeiro Rio de Janeiro CRB 1989 p 36 3t5Montesi
382. rt ncia para o estabelecimento de objetivos conjuntos e o compartilhamento de informa es e recursos na busca de solu es conjuntas para o setor t xtil 6 6 A responsabilidade do empregador brasileiro diante do conflito entre a cultura boliviana e os padr es determinados pela legisla o trabalhista brasileira A vida do povo boliviano est impregnada por sua cultura causando conflitos na forma como conduzida a rela o laboral no Brasil o principal fator do descumprimento da legisla o brasileira em virtude de existir a presen a 202 marcante de um cabe a e seus compadrinhos trabalhando e morando todos sob o mesmo teto dificultando o contato com os brasileiros z Outra quest o conflitante a legisla o brasileira versus uma cultura estrangeira onde a cultura brasileira baseia se no fato de que fazer refei es e dormir no posto de trabalho s o condutas incompat veis com prote o prevista na legisla o fatores que apontam o trabalho for ado ou seja no ponto de vista dos imigrantes que est o nestas condi es muitos est o satisfeitos com o que est dispon vel naquele momento nesse caso espec fico podemos considerar que n o h escravid o stritu sensu posto que os bolivianos possuam liberdade de movimentos n o h precariedade posto que se assim foram educados n o h trabalho for ado porque consentem em ganhar pela produ o De tal modo importante frisar que os
383. rtavam desbastavam e transportavam toras de pau brasil a primeira e durante 30 anos nica fonte de renda que os europeus encontraram no Brasil O trabalho organizado e regular quando os portugueses come aram a plantar seus canaviais e construir seus engenhos tornou se necess rio para eles Mas ao recorrerem escravid o em massa dos ind genas que n o poupou nem mesmo antigos aliados colonos e degredados provocaram a insurrei o generalizada dos tupis A revolta dos tupis que tamb m foi insuflada pelos franceses que eram advers rios dos portugueses no combate pela posse do Brasil e os in meros acordos diplom ticos firmados entre as duas Coroas Europeias n o foram capazes de impedir o ass dio progressivo e audacioso dos traficantes franceses de pau brasil Deste modo cerca de dez anos depois de as capitanias heredit rias terem sido criadas e em decorr ncia das lutas contra nativos e a amea adora presen a dos franceses acabou provocando a crise do sistema que o Rei e seus conselheiros tinham optado para o Brasil Podem se perceber duas tentativas de sujei o dos ndios pelos portugueses uma delas realizada pelos colonos segundo um fr volo c lculo econ mico consistiu na escraviza o pura e simples A segunda tentada por ordens religiosas destacando se os jesu tas por causas ligadas com suas cren as mission rias Consistiu na tentativa de transformar os ndios por meio do ensi
384. rticipa o e motiva o os trabalhadores necessitam ter oportunidades de participar ativamente das decis es que os afetam diretamente seja na empresa ou mesmo na organiza o que os representa Voz coletiva os trabalhadores devem ter a possibilidade de expressar suas queixas suas den ncias sem o temor de retalia es assim como receber as demandas dos empregadores tendo em vista aumentarem os ganhos das negocia es coletivas A vig ncia simult nea de todos estes requisitos dif cil raz o pela qual o trabalho decente sobre a tica dos trabalhadores deve contemplar pelo menos a maioria deles podendo se falar em grada o deste conceito nesta perspectiva 3 3 6 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente a perspectiva dos empres rios Ainda que os empres rios aceitem o trabalho decente como um princ pio v lido entendem que n o possui um teto tratando se de um objetivo que se deve contemplar respeitando o contexto nacional de cada na o sua realidade econ mica seu mbito social e seus aspectos culturais Para eles n o existe um modelo nico de trabalho decente havendo tantas alternativas quantas forem as realidades consideradas A vis o dos empres rios que a consolida o do trabalho decente depende de fatores que representem antes o fortalecimento da pr pria empresa especialmente as pequenas e m dias dos pa ses pobres e ou em desenvolvimento preciso para os e
385. rueldade contra crian a e adolescente Destaca se em adi o ao descrito no quadro 7 1 o que reza no artigo n 149 do C digo Penal Brasileiro Art 149 Reduzir algu m condi o an loga de escravo quer submetendo o a trabalhos for ados ou a jornada exaustiva quer sujeitando o a condi es degradantes de trabalho quer restringindo por qualquer meio sua locomo o em raz o de d vida contra da com o empregador ou preposto Pena reclus o de dois a oito anos e multa al m da pena correspondente viol ncia 1 Nas mesmas penas incorre quem I cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador com o fim de ret lo no local de trabalho Ill mant m vigil ncia ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador com o fim de ret lo no local de trabalho 2 A pena aumentada de metade se o crime cometido l contra crian a ou adolescente Il por motivo de preconceito de ra a cor etnia religi o ou origem Reda o dada pela Lei n 10 803 de 11 12 2008 O Artigo 207 do C digo Penal penaliza o recrutamento fraudulento ou o aliciamento de trabalhadores com o prop sito da migra o interna ou internacional a pena prevista de um a tr s anos de pris o Este artigo foi alterado pelo Ato n 9 777 98 impondo san es a quem recrutar trabalhadores fora do local de trabalho no territ rio nacional atrav
386. s pontos de vulnerabilidade que s o entendidos como uma limita o da ind stria relativamente capacidade de atendimento do mercado pois n o conseguem 192 produzir em escala com qualidade efici ncia e nos prazos necess rios para atender demanda Desse modo para suprir todas as necessidades do mercado consumidor recorre importa o de alguns produtos mas dependem da produ o local especialmente na rea de produtos considerados fast fashion Outro grande problema enfrentado o da sazonalidade e a capacidade de produ o que n o pode ser dimensionada pelos picos de demanda nem tampouco pode ser subestimada pois h o risco de perda de vendas nos momentos que o mercado est aquecido A terceiriza o dos servi os pelas oficinas de costura foi a solu o encontrada para compensar as oscila es de mercado a informalidade da m o de obra e a remunera o do trabalhador por pe a produzida ainda que indesejadas foram os fatores de consolida o deste modelo no ramo t xtil Essa informalidade aliada busca incessante por custos mais baixos levou explora o do trabalho denunciada muitas vezes como trabalho escravo al m da utiliza o do emprego de imigrantes ilegais den ncias essas que pressionaram as empresas a formalizar a m o de obra o que levou a significativo aumento de custos de produ o que n o s o cobertos pelo sistema de precifica o dos magazines Com o passar dos anos
387. s alta import ncia para o pleno cumprimento desse compromisso A Assembleia Geral proclama A presente Declara o Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as na es com o objetivo de que cada indiv duo e cada rg o da sociedade tendo sempre em mente esta Declara o se esforce atrav s do ensino e da educa o por promover o respeito a esses direitos e liberdades e pela ado o de medidas progressivas de car ter nacional e internacional por assegurar o seu reconhecimento e a sua observ ncia universais e efetivos tanto entre os povos dos pr prios Estados Membros quanto entre os povos dos territ rios sob sua jurisdi o Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos S o dotadas de raz o e consci ncia e devem agir em rela o umas s outras com esp rito de fraternidade Artigo V Ningu m ser submetido tortura nem a tratamento ou castigo cruel desumano ou degradante a Artigo VII Todos s o iguais perante a lei e t m direito sem qualquer distin o a igual prote o da lei Todos t m direito a igual prote o contra qualquer discrimina o que viole a presente Declara o e contra qualquer incitamento a tal discrimina o 6 Carta da Organiza o das Na es Unidas Elaborada e aprovada em 1945 Apresenta em seu pre mbulo a refer ncia dignidade da pessoa humana as
388. s f cil abolir a escravid o em 1888 do que fazer cumprir a lei de 1831 Um estadista do Imp rio 1897 1899 cit p 228 TAVARES Luis Henrique Dias As solu es brasileiras na extin o do trafico negreiro Journal of Inter American Studies v 9 n 3 p 367 382 1967 52 dos Sexagen rios onde libertava escravos com mais de sessenta anos de idade com tr s anos de servi os aos senhores A sociedade acreditava ainda que a escravid o e a intensa entrada de africanos no Brasil causavam uma corrup o de costumes ou melhor dizendo que hipoteticamente o africano trazia certos males sociedade e seguran a p blica bem como que a escravid o degenerava os costumes e a necessidade era criar um povo til ativo morigerado e sob controle Diante da grande massa territorial brasileira receava se que o Brasil pudesse se tornar uma frica ou um Haiti devido ao grande n mero de negros vindos dessas regi es Enfim como o fim do tr fico negreiro foi fruto da press o exercida pelos ingleses n o podemos ver este fato como um consenso historiogr fico H diverg ncias entre os autores em rela o historiografia deste tema Para ajudar no entendimento vejamos Os historiadores devem dar cr dito tanto ao Governo do Brasil quanto ao da Inglaterra Os l deres no Rio de Janeiro especialmente Pedro Il estavam agora em condi es de impor a vontade do Governo Central de um modo que at ent o
389. s fundamentais Porto Alegre Livr do Advogado 2001 p 39 Fonte SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Dispon vel em lt www stf gov br gt RTJ 195 212 213 Relator Ministro CELSO DE MELLO Pleno 183 Carmen L cia Antunes Rocha assevera que O princ pio da dignidade da pessoa humana tornou se ent o valor fundante do sistema no qual se alberga como espinha dorsal da elabora o normativa exatamente os direitos fundamentais do homem Aquele princ pio converteu se pois no cora o do patrim nio jur dico moral da pessoa humana estampado nos direitos fundamentais acolhidos e assegurados na forma posta no sistema constitucional O fil sofo Thomas Hobbes conceitua dignidade relacionando o conceito de honra e de valor atribuir a um homem um alto valor honr lo e um baixo valor desonr lo Para Ant nio Junqueira de Azevedo A dignidade valor a dignidade a express o do valor da pessoa humana Todo valor a proje o de um bem para algu m no caso a pessoa humana o bem e a dignidade o seu valor isto a sua proje o No entender de Alexandre de Moraes a dignidade um valor inerente pessoa humana A consagra o da dignidade da pessoa como fundamento da Rep blica Federativa do Brasil traz como consequ ncia o direito vida privada intimidade honra imagem dentre outros Trata se de Um valor espiritual e moral inerente pessoa que se manifesta
390. s humanos uma antologia S o Paulo EDUSP 2006 p 88 90 AGOSTINHO Santo A Cidade de Deus Tradu o de Oscar Paes Leme introdu o Padre Riolando Azzi S D B S o Paulo Ed das Am ricas Edmarei 1964 T tulo do original De Civitate Dei livro XIX 176 Magna Carta Libertatum Jo o Sem Terra Rei Jo o da Inglaterra 15 06 1215 artigo 39 Nenhum homem livre ser detido ou sujeito pris o ou privado dos seus bens ou colocado fora da lei ou exilado ou de qualquer modo molestado e n s n o procederemos nem mandaremos proceder contra ele sen o mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do pa s artigo 40 N o venderemos nem recusaremos nem protelaremos o direito de qualquer pessoa a obter justi a Serm o da missa do quarto Domingo Ant nio de Frei Montesinos em Todos v s estais em pecado mortal Es do Advento em 21 12 1511 Hispanhola pronunciado a respeito Dizei me com que direito e baseados em que justi a da crueldade contra os mantendes em t o cruel e horr vel servid o os ndios nativos do Novo Mundo Os excessivos trabalhos que lhes impondes os faz morrer ou melhor dizendo v s os matais para poder arrancar e adquirir ouro cada dia N o s o eles acaso homens N o t m almas racionais O Direito da Obra de Hugo Grotius De fato o homem um animal mas um animal de Gue
391. s igualmente dos est mulos que pode criar ao desenvolvimento do setor privado em dire o gera o de bons empregos O dinamismo do setor privado depende crucialmente de procedimentos administrativos menos burocr ticos que sejam mais transparentes e justos para os parceiros intervenientes nas negocia es coletivas Outra tarefa do Estado na promo o do trabalho decente proporcionar amplo acesso a uma educa o de qualidade em articula o com o setor produtivo Deve se investir na melhoria do n vel educacional e o treinamento profissional ambos integrados num sistema educacional de mbito nacional Isto por certo contribui decisivamente para garantir aos jovens maior acesso ao mercado de trabalho A OIT tem orientado os governos a tratarem o trabalho decente de forma mais equilibrada e integrada sugerindo que sejam contempladas as seguintes metas i reduzir o d ficit de trabalho decente ii promover m todos para transformar os programas de trabalho decente em pol ticas p blicas eficazes iii mostrar a utilidade do conceito tendo em vista um tratamento integrado nos diversos contextos socioecon micos iv compartilhar com outros pa ses a pr pria experi ncia nacional sobre boas pr ticas em termos do trabalho decente e v integrar o trabalho decente s pol ticas nacionais 3 3 5 Principais aspira es dos atores sociais diante do trabalho decente a vis o dos trabalhadores e dos sindicatos Quando
392. s pela OIT para lograr a obten o do trabalho decente Quadro 1 O trabalho decente do ponto de vista dos empregadores principais elementos a partir dos objetivos estrat gicos da OIT Objetivos A posi o dos empregadores visando promo o do trabalho estrat gicos segundo decente a OIT 1 Aplica o das Os empregadores entendem que aratifica o de todas as diretizes normas e realiza o contidas nas normativas da OlT criaria uma rigidez que por sua dos princ pios e direitos vez dificultaria a cria o de empregoe levaria expans o da fundamentais no informalidade no trabalho Isto seria desaconselh vel numa realidade trabalho muito competitiva e desanimadora para os investimentos Entendem ainda que a ado o do trabalho decente poder promover a melhoria da produtividade SORGANIZACI N INTERNACIONAL DE EMPLEADORES OIE Trabajo decente como llevarlo a la pratica el punto de vista de los empleadores Aprobado por la Junta Directiva el 16 de noviembre de 2002 Ginebra OIE 2002 92 2 A cria o de maiores oportunidades de emprego para homens e mulheres e grupos mais vulner veis a fim de garantir emprego e renda decentes A premissa para que a empresa gere novos postos de trabalho que o Estado crie condi es e aparato legal adequados para tal Pol ticas de emprego Devem ser desenhadas a partir de um diagn stico identificando os obst culos cria o de
393. s sociais tais como a introdu o do trabalho assalariado as atividades industriais e o crescimento da popula o livre por volta de 1890 chegava a 522 000 s no Rio de Janeiro e a urbaniza o intensificaram o movimento abolicionista que estava mais concentrado nas cidades Nelas os abolicionistas promoviam confer ncias quermesses festas beneficentes e com cios em pra as p blicas Fundaram jornais clubes associa es encarregadas de difundir suas ideias como a Sociedade Brasileira contra a Escravid o o Clube Abolicionista dos Empregados do Com rcio e a Sociedade Libertadora da Escola de Medicina N o obstante em 1884 a escravid o foi abolida no Cear no Amazonas j que estas eram prov ncias menos vinculadas ao sistema escravista As tens es entre senhores e abolicionistas aumentavam nas prov ncias de grande concentra o de escravos como Rio de Janeiro e S o Paulo Raz o pela qual em 28 de setembro de 1885 foi sancionada pelo Imperador a Lei n 3270 conhecida como Saraiva Cotegipe ou Lei dos Sexagen rios que concedia CARVALHO Jos Murilo de A constru o da ordem a elite politica imperial Teatro de sombras a pol tica imperial 3 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2007 ALBUQUERQUE Wlamyra R de op cit Filho de escrava nascido depois da Lei de emancipa o 56 liberdade aos escravos com 60 anos ou mais mas estes eram obrigados a trabalhar para os senhores durante tr
394. s um procedimento que gera situa es confusas pois muitas vezes s o apenas direitos trabalhistas que est o sendo negados Tal n o significa que a ocorr ncia de qualquer que seja o direito usurpado n o deva o mesmo ser restitu do ao trabalhador na rea penal ou trabalhista 261 CONCLUS ES Na elabora o desta tese optou se por estabelecer as conclus es de cada cap tulo ao seu final buscando conferir maior fluidez leitura do texto permitindo se assim que nas conclus es finais pud ssemos direcion las para aquilo que consideramos as principais mensagens do texto De in cio preciso destacar que esta tese abordou um tema relativamente complexo onde as reas de indefini o e outras pouco claras predominam sobre aquelas para os quais se tem certeza daquilo que estamos falando ou concluindo Isto diminui a relev ncia do tema selecionado Certamente n o mas procuramos deixar patente desde o come o assim como em v rias passagens ao longo do texto que sua import ncia transcende em muito a dimens o que as estat sticas indicam pois se trata de um fen meno onde o que mais pesa na sua avalia o s o as raz es humanit rias a preval ncia da cidadania a elimina o de formas inaceit veis de explora o do trabalho humano entre outras raz es sociais Em outros termos independentemente da dimens o do trabalho escravo e trabalho for ado n o obstante a pr pria dificuldade de distingui los c
395. scapar O trabalho for ado crime e uma viola o dos direitos humanos fundamentais 4 9 O conceito de trabalho escravo na tradi o trabalhista atual No dicion rio o significado de escravo descrito como a pessoa mantida sob la os de servid o propriedade de outro e como tal parte do conjunto denominado bens terras e dinheiro Tendo o seu propriet rio o direito de posse de uso exclusivo de usufruir e dispor de sua propriedade como queira de modo que como um animal o escravo pode ser vendido comprado alugado trocado dado como presente ou mesmo herdado Por outro lado as transforma es ocorridas no mundo e nas rela es de trabalho contribu ram para intensificar a desigualdade a exclus o social e explora o do trabalho em condi es an logas de escravo Em termos literais conforme contido nos dicion rios escravo o que ou quem est sob o poder absoluto de um senhor que o aprisionou ou o comprou Que ou quem est na depend ncia de outro A escravid o sempre foi assinalada pela domina o de uns pelos outros O art 1 da Conven o sobre a Escravatura define a escravid o como o estado ou condi o de um indiv duo sobre o qual se exercem total ou parcialmente os atributos do direito de propriedade O mesmo dispositivo ainda determina que Relat rio OIT 2011 p 11 parte II 2SSARAIVA F R dos Santos Dicion rio latino portugu s Rio de Janeiro Garnier 1999
396. scimento e a Reforma Protestante contribuem para a supera o dos princ pios da Idade M dia e consequentemente para o fim do feudalismo e a cria o do Estado Nacional Esses movimentos passam a valorizar a raz o humana e a ci ncia dando origem ao Iluminismo surgido a partir do s culo XVII e com apogeu no s culo XVIII o S culo das Luzes Para os pensadores iluministas tais como Rousseau Voltarie Montesquieu e Kant os homens nascem bons e iguais mas acabam corrompidos 9Redigida em latim b rbaro a Magna Carta Libertatum seu Concordiam inter regem Johannen at barones pro concessione libertatum ecclesiae et regni angliae Carta magna das liberdades ou Conc rdia entre o Rei Jo o e os Bar es para a outorga das liberdades da Igreja e do rei ingl s foi a declara o solene que o rei Jo o da Inglaterra dito Jo o Sem Terra assinou perante o alto clero e os bar es do reino Fonte COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos S o Paulo Saraiva 1999 Mercantilismo o nome dado a um conjunto de pr ticas econ micas desenvolvido na Europa na Idade Moderna entre o s culo XV e o final do s culo XVIII O mercantilismo originou um conjunto de medidas econ micas diversas de acordo com os Estados Caracterizou se por uma forte interven o do Estado na economia Consistiu numa s rie de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a forma o de fortes Estados naciona
397. scravo 938 pdf gt Acesso em 12 fev 2018 100 trabalho for ado provenientes de S o Paulo Cuiab Imperatriz e A ail ndia por meio de consultas entrevistas pessoais e f runs de discuss es Em seu relat rio a representante das Na es Unidas afirma que a hist ria do trabalho for ado est ligada ao tr fico de escravos destacando assim as ra zes hist ricas das diversas formas de trabalho escravo e an logo ao escravo aqui observado Por conta dessa afirma o ela relata a evolu o hist rica do trabalho escravo no Brasil iniciando essa passagem com o descobrimento de nosso pa s at o per odo p s aboli o da escravid o Traz ainda em seu trabalho a rela o dos instrumentos internacionais do qual o Brasil signat rio bem como a legisla o interna acerca do tema em quest o seja a legisla o em vigor seja em tr mite como por exemplo a PEC 438 01 A relatora justifica que uma das causas da explora o de m o de obra na ind stria de vestimenta ocorre pelo fator financeiro tendo em vista o acompanhamento do crescimento do setor junto com o desenvolvimento da economia brasileira Outra causa mencionada foi o fato de que os bolivianos mostram se mais vulner veis explora o pois est o irregulares no pa s n o s o sindicalizados e temem uma deporta o a qualquer tempo e sem maiores considera es sobre a realidade de sua vida em seu pa s Entendeu a relatora que o governo brasileiro
398. se define o que venha ser o trabalho decente sob a tica dos trabalhadores devem ainda ser contemplados os conceitos que se seguem UNITED NATIONS Full and productive employment and decent work dialogues at the economic and social council New York Department of Economic and Social Affairs Office for ECOSOC Support and Coordination 2006 EGGER P SENGENBERGER W Problemas y politicas del trabajo decente Bolet n de CINTERFOR Montevideo Uruguay n 151 p 30 2002 89 Condi es trabalhistas justas significa que os acordos referentes s horas de trabalho di rias semanais mensais ou anuais s horas extras ao descanso semanal e s f rias devem ser balizados pelas pr ticas justas e aceit veis compat veis com padr es aceit veis com as necessidades sociais e familiares Devem se evitar jornadas de trabalho longas ou excessivas visando evitar stress excessos e subutiliza o do trabalho humano Oportunidades de emprego e de forma o profissional significa que devem existir oportunidades de forma o profissional treinamento reciclagem e capacita o durante todo o ciclo de vida laboral Al m disso deve haver oportunidades de promo o e mobilidade vertical entre cargos Acesso ao emprego al m de existir um emprego preciso que o trabalhador tenha acesso a ele seja um trabalho assalariado ou de qualquer outra natureza e para as pessoas que o buscam a decis o de obt lo volunt r
399. se o Estado de Direito que fornece aos indiv duos os instrumentos jur dicos de prote o e apela o contra os rbitros sempre poss veis de autoridades estatais e do pr prio Estado como entidade superior do sistema social A respeito do significado entre direitos humanos e direitos fundamentais apesar de existam alguns pontos em comum s o diferentes conforme aponta Jos Joaquim Gomes Canotilho As express es direitos do homem e direitos fundamentais s o frequentemente utilizadas como sin nimas Segundo a sua origem e significado poder amos distinguilas da seguinte maneira direitos do homem s o direitos v lidos para todos os povos e em todos os tempos dimens o jusnaturalista universalista direitos fundamentais s o direitos do homem jur dico institucionalmente garantidos e limitados espa o temporalmente Os direitos do homem arrancariam da pr pria natureza humana e da o seu car ter inviol vel intemporal e universal os direitos fundamentais seriam os direitos objectivamente vigentes numa ordem jur dica concreta Os direitos fundamentais s o aqueles reconhecidos pelas autoridades e a eles atribui se a edi o de normas que s o positivadas pelo ordenamento jur dico j os direitos humanos s o intr nsecos pr pria condi o humana como o caso do direito vida Para Fabio Konder Comparato n o dif cil entender a raz o do aparente pleonasmo da express o direitos hum
400. seguran a no trabalho Sob a tica organizacional o MPT divide se em v rias reas de atua o que s o elas promo o da igualdade trabalho infantil trabalho escravo meio ambiente do trabalho fraudes trabalhistas administra o p blica trabalho portu rio e aquavi rio e liberdade sindical e cada uma dessas reas de atua o subdividem se em v rias outras sendo os procuradores alocados em reas espec ficas de atua o Nesse sentido os Procuradores do Trabalho buscam dar prote o aos direitos fundamentais e sociais do cidad o diante de ilegalidades praticadas na seara trabalhista Com o objetivo de erradicar o trabalho em condi es an logas s de escravo a Coordenadoria de Erradica o do Trabalho Escravo investiga Fonte CONSELHO NACIONAL DO MINIST RIO P BLICO cit A lista de atribui es completa do MP pode ser analisada no site acima mencionado haja vista que foram citadas somente as mais direcionadas com o tema do trabalho 234 situa es em que os obreiros s o submetidos ao trabalho for ado servid o por d vidas s jornadas exaustivas ou condi es degradantes de trabalho como alojamento prec rio gua n o pot vel alimenta o inadequada desrespeito s normas de seguran a e sa de do trabalho falta de registro maus tratos e viol ncia A partir da o MPT realiza a es judiciais e extrajudiciais a fim de promover a puni o do empregador preven o ao il cito e a inser
401. segurando que N S OS POVOS DAS NA ES UNIDAS RESOLVIDOS a preservar as gera es vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes no espa o da nossa vida trouxe sofrimentos indiz veis humanidade e a reafirmar a f nos direitos fundamentais do homem na dignidade e no valor do 181 ser humano na igualdade de direito dos homens e das mulheres assim como das na es grandes e pequenas e a estabelecer condi es sob as quais a justi a e o respeito s obriga es decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos e a promover o progresso social e melhores condi es de vida dentro de uma liberdade ampla Declara o dos Direitos do Homem Elaborada e aprovada em 1948 Afirma em seu Pre mbulo que Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da fam lia humana e de seus direitos iguais e inalien veis o fundamento da liberdade da justi a e da paz no mundo Conven o Americana de Direitos Humanos tamb m chamada de Pacto de San Jos da Costa Rica Organiza o dos Estados Americanos de 22 de novembro de 1969 A Conven o prev entre outras garantias em seus artigos obriga o de respeitar os direitos por exemplo bem como prev ainda a prote o integridade pessoal Artigo 11 Prote o da honra e da dignidade Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecime
402. seja posto disposi o de particulares companhias ou associa es privadas d todo trabalho ou servi o exigido em caso de for a maior ou seja em caso de guerras desastres ou amea as de desastres que possam p r em perigo a vida da popula o ou as condi es normais de exist ncia da totalidade ou de parte da popula o e e os trabalhos executados no interesse direto da coletividade pelos membros desta trabalhos que pela sua categoria podem ser considerados como obriga es c vicas normais de compet ncia dos 78 membros da coletividade com a condi o de que a pr pria popula o ou seus representantes diretos tenham o direito de se pronunciar sobre sua necessidade Analisando os demais artigos da Conven o deduz se que a autoridade p blica s pode impor Trabalho for ado nos seguintes casos l Ser de interesse direto e importante para a autoridade chamada a execut la Il Ser de necessidade atual e presente IIl Ser imposs vel encontrar m o de obra volunt ria paga em condi es usuais IV N o resultar muito onerosa para a popula o atual art 9 O Trabalho for ado exigido a t tulo de obriga o ou de interesse p blico ainda existente deve ser progressivamente abolido e se n o atender aos requisitos supramencionados suprimido imediatamente art 10 Quando e enquanto permitido o Trabalho for ado a s pode ser imposto a pessoas com idade entre 18 e 45 anos
403. sim n o somente com a finalidade de tornar o texto constitucional mais elegante e belo a necessidade do cumprimento da fun o social da propriedade tem por finalidade a exist ncia de um real interesse n o s do Estado como de todos os cidad os de modo que sendo cumprida sua fun o proporcionar para todo o pa s uma estrutura agr ria satisfat ria seguran a alimentar um conjunto de normas de produ o transporte e armazenamento de alimentos visando a determinadas caracter sticas f sico qu micas microbiol gicas e sensoriais padronizadas segundo as quais os alimentos seriam adequados ao consumo Estas regras s o at certo ponto internacionalizadas de modo que as rela es entre os povos possam atender s necessidades comerciais e sanit rias Alegando esta raz o alguns pa ses adotam barreiras sanit rias a mat rias primas agropecu rias e produtos aliment cios importados Um conceito importante na garantia de um alimento saud vel o dos perigos que podem ser de origem biol gica qu mica ou f sica 126 Com uma reforma agr ria que existe somente no papel e n o existe o interesse leg timo do Estado de v la acontecer as grandes propriedades latifundi rias n o cumprem com sua fun o social pois somente existe puni o quanto ao dever ser e n o quanto ao que realmente acontece 4 1 3 O Direito de Propriedade no Brasil A ocupa o inicial do espa o f sico brasileiro pelos eu
404. slave labor using the concept of Decent Work for easier differentiation of terms setting up recommendations to make clear and consensual what is slave labor and forced labor The final conclusions bring the key messages that emerged from the development of the thesis persisting on the fight against the exploitation of human labor in all its forms taking out the ideological character of the discussion regulating the outsourcing the need of clearly identify the phenomenon criminal problem or circumventing the labor laws understand them as an economic phenomenon indicating the need of prevention and not just combat and the absolute necessity of a clear concept of what the slave labor is Keywords Slave Labor Forced Labor Degrading Labor Decent Work Outsourcing Labor Market Labor Rights Employees Employers Rural Labor and Urban Labor LISTA DE ILUSTRA O E TABELAS Figura Figura 1 Trabalho decente Interdepend ncia entre os objetivos estrat gicos da OIT 87 Quadros Quadro 1 O trabalho decente do ponto de vista dos empregadores principais elementos a partir dos objetivos estrat gicos da OIT 91 Quadro 2 Sum rio hist rico dos principais documentos internacionais abordando a dignidade da pessoa humanas saspsamsa iss austapestasisadsanecanda na Eao SsRL canas tas ad Saes data o 175 Quadro 3 Um comparativo da legisla o brasileira de combate ao trabalho escravo e trabalho for ad JAR RR PER UI PR UNR
405. so que soube administrar gentilmente uma aluna agitada em casa al m daquelas existentes em suas turmas na FEA pelos seus pacientes conselhos de um Professor Titular sempre mantendo a equidist ncia das orienta es oficiais e tamb m por compartilhar comigo as agruras de um lar submetido s press es decorrentes da elabora o da minha tese de doutorado Estou feliz e aliviada por ele ter sobrevivido ao mestrado e ao doutorado Gostaria ainda de agradecer a todos que por ventura n o foram mencionados nominalmente mas que tamb m fizeram parte desse meu processo de crescimento pessoal profissional e acad mico entre estes meus colegas de sala e os funcion rios da PUC SP A todos o meu muito obrigada CRUZ Claudia Ferreira Trabalho for ado e trabalho escravo no Brasil diferen a conceitual e busca da efic cia em seu combate S o Paulo 2013 288f Tese Doutorado em Direito Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo RESUMO Esta tese abordou um fen meno relativamente complexo que ainda se observa na sociedade brasileira a ocorr ncia de trabalho escravo e de trabalho for ado tanto nas reas rurais como nas reas urbanas O objetivo central foi trazer elementos procurando mostrar a diferen a conceitual entre ambos assim como propor subs dios para que o mesmo venha a ser erradicado independentemente de aspectos conceituais tratamento equivocado inclusive na esfera p blica posi es ideol gicas ou
406. sobre presta o de servi os de transporte interestadual e intermunicipal e de comunica es ICMS A Lei tem como objetivo penalizar qualquer empresa que fa a uso direto ou indireto de trabalho escravo ou em condi es an logas Essa Lei busca em seu art 1 a cassa o da inscri o no cadastro de contribuintes do ICMS daqueles estabelecimentos que comercializem produtos em cuja fabrica o tenha havido condutas que configurem redu o de pessoas a condi o an loga de escravo Ficou determinado que a apura o desse descumprimento ser estabelecida pela Secretaria da Fazenda Entretanto a Lei garante ao interessado o regular procedimento administrativo tendo em vista sua defesa A Lei prev que ap s o t rmino da quest o na esfera administrativa o Poder Executivo divulgar por meio do Di rio do Estado a rela o nominal dos estabelecimentos comerciais penalizados com base no disposto nesta Lei bem como constar ainda o endere o de funcionamento da empresa o n mero de inscri o do Cadastro Nacional da Pessoa Jur dica CNPJ e nome completo dos s cios No art 4 foi inserida a cassa o da efic cia da inscri o do cadastro de contribuintes do ICMS prevista em seu art 1 e restar aos s cios pessoas f sicas ou jur dicas em conjunto ou separadamente do estabelecimento penalizado I o impedimento de exercerem o mesmo ramo de atividade ainda que em estabelecimento distinto
407. ssou a adotar instrumentos concernentes aos direitos humanos dos trabalhadores Essa postura da Organiza o se deu em resposta sua nova filosofia que passou a formular programas globais de pol ticas sociais para serem aplicadas gradativamente buscando a aprova o de diversas Conven es de princ pios gerais al m das espec ficas completadas por Recomenda es sobre temas de seu dom nio sempre muito detalhadas 3 2 1 A Declara o dos Direitos Fundamentais de 1998 como resposta s press es dos pa ses desenvolvidos para mudan as na atua o da OIT Esta Declara o assume papel de destaque na atua o recente da OIT em mat ria de direitos fundamentais e portanto no equacionamento dos problemas do trabalho for ado e trabalho escravo Em meados de 1990 os pa ses desenvolvidos buscaram a Organiza o Mundial do Com rcio OMC para denunciar os pa ses em desenvolvimento com a tese de que seus produtos n o tinham as mesmas condi es de concorr ncia no mercado internacional haja vista as quest es laborais conhecido internacionalmente como dumping social Dessa maneira todos os assuntos ligados ao tema trabalho deveriam ser tratados na OMC e n o mais na OIT Diante das press es internacionais e com o interesse em permanecer com a representatividade que lhe foi garantida a OIT reafirmou novamente sua import ncia estrat gica no mundo do trabalho com a Declara o de Garantias de Direitos Funda
408. st rio do Trabalho e Emprego Os relat rios de visitas dever o ser enviados para diversos rg os previamente determinados no TAC Ficou determinado que se no decorrer das visitas for encontrado estrangeiro em situa o migrat ria irregular dever ser encaminhada c pia do plano de regulariza o de perman ncia no pa s ao Minist rio da Justi a visando a sua regulariza o 253 Constatadas desconformidades nos fornecedores ou terceiros com base nas auditorias realizadas a Zara dever implantar um Plano de A es Corretivas Este plano contar com prazos e medidas para enquadrar as solu es ao tempo previsto objetivando sempre a manuten o dos postos de trabalho e somente quando localizada a utiliza o de trabalho infantil condi o degradante de trabalho servid o por d vida ou cerceamento de liberdade estar o previstas as rescis es imediatas dos contratos de fornecimentos Constam tamb m algumas garantias Zara Brasil tais como por exemplo em caso de demora nos processos de regulariza o de documenta o e situa o migrat ria de trabalhadores caber a ela relatar a situa o ao MPT para que cada um possa intervir na medida de sua responsabilidade em prol da resolu o do problema Nessa hip tese o fornecedor somente ser descredenciado do cadastro da Zara ap s tentativas de supera o dos obst culos apontados pelos respectivos respons veis n o recaindo responsabilidade sobre
409. stra o emanam de apenas um O efeito jur dico a exist ncia de um nico contrato de trabalho mas a garantia ao empregado do recebimento de suas verbas trabalhistas no caso de eventual a o trabalhista de todos os pertencentes do grupo Tamb m comum a chamada terceiriza o onde o empregador ser aquele que mediante contrato civil se obriga a destinar m o de obra para o contratante Conv m destacar que este tema ser debatido em lugar apropriado De qualquer forma n o se pode perder de vista que a alteridade encampada no conceito de empregador o que significa que a assun o dos riscos ser por ele suportada 4 7 Conceito de empregador rural Empregador rural foi conceituado no artigo 3 da Lei 5 889 73 como Art 3 Considera se empregador rural para os efeitos desta Lei a pessoa f sica ou jur dica propriet ria ou n o que explore atividade agro econ mica em car ter permanente ou tempor rio diretamente ou atrav s de prepostos e com aux lio de empregados 29BARROS Alice Monteiro de Curso de direito do trabalho S o Paulo LTr 2005 p 345 DELGADO Maur cio Godinho Curso de direito do trabalho 10 ed S o Paulo LTr 2011 p 391 141 O artigo 4 da referida Lei ainda equipara a empregador rural a pessoa f sica ou jur dica que habitualmente em car ter profissional e por conta de terceiros execute servi os de natureza agr ria mediante utiliza o do trabalho de
410. ta que qualquer ind stria ou pa s que adotasse 2YALTICOS Nicolas Derecho internacional del trabajo Madrid Tecnos 1977 p 90 Pesou muito nos rumos das discuss es que vieram a culminar com o Tratado de Versalhes e da pr pria cria o da OIT a percep o que a natureza do desemprego trazido pelo capitalismo industrial era diferente daquela at ent o observado Antes da industrializa o o desemprego era entendido como um problema de voluntariedade do indiv duo pois o sistema econ mico tinha vigor suficiente para oferecer vagas a todos que desejassem Com o advento do capitalismo o desemprego passa a ser um problema tipicamente industrial seja porque mais trabalhadores s o atra dos por este setor e n o conseguem ocupa o seja porque toda vez que os lucros n o se realizam os trabalhadores s o imediatamente dispensados ou seja vagas s o destru das Em ambos os casos o desemprego agora involunt rio A Inglaterra onde o capitalismo industrial primeiro se instalou percebeu esta mudan a e em 1911 foi a primeira na o a adotar um programa de seguro desemprego para assistir financeiramente os desempregados O mentor te rico deste programa foi Lord Beveridge enquanto o sustent culo pol tico para sua instala o foi dado por Sir Winston Churchill Ver CHAHAD J P Z Seguro desemprego li es da hist ria aspectos te ricos e perspectivas para o Brasil S o Paulo IPE USP 1987 S rie Ens ios Econ micos n 64
411. tamento ao princ pio da dignidade da pessoa humana Feitas estas observa es e tendo em vista a riqueza de material encontrado sobre a dignidade da pessoa humana e seus desdobramentos para esta tese ainda que de forma secund ria elaborou se um quadro s ntese Quadro 2 com as informa es mais relevantes sobre a evolu o hist rica do tema dignidade da pessoa humana Sua leitura releva de forma aut noma a evolu o deste conceito e como ele foi ao longo da hist ria paulatinamente crescendo de import ncia na defini o e consolida o dos direitos fundamentais no trabalho ANT Immanuel op cit p 65 ROCHA C rmen L cia Antunes O princ pio da dignidade da pessoa humana e a exclus o social Jurisprud ncia Catarinense Florian polis v 35 n 117 jan jun 2009 175 Quadro 2 Sum rio hist rico dos principais documentos internacionais abordando a dignidade da pessoa humana Documento Autor e Data Mensagem de Refer ncia C digo do Rei Sum rio Hamurabi Khammu rabi Rei da Babil nia no 18 s culo a C Hamurabi o excelso pr ncipe o adorador dos deuses para implantar a justi a na terra para destruir os maus e o mal para prevenir a opress o do fraco pelo forte para iluminar o mundo e propiciar o bem estar do povo Livro do xodo Profeta Mois s segunda metade do segundo mil nio a C N o afligir s o estrangeiro nem o oprimir s pois v s mesmos
412. tar de homens mulheres e crian as que n o t m garantia da sua liberdade Pessoas que ficam presas a fazendas durante per odos indeterminados que podem chegar a meses ou anos por tr s principais raz es acreditam que t m que pagar uma d vida ilegalmente atribu da a eles e por vezes instrumentos de trabalho alimenta o transporte est o distantes da via de acesso mais pr xima o que faz com que seja imposs vel qualquer fuga ou s o constantemente amea ados por guardas que no limite lhes tiram a vida na tentativa de uma fuga O trabalho escravo que ocorre atualmente possui como meio de exist ncia dois fatos marcantes o primeiro a impunidade em casos de crimes em desfavor aos direitos humanos fundamentais o segundo se d por vezes da gan ncia dos empregadores que por interm dio de seus capangas exploram a m o de obra daqueles que s o hipossuficientes Para a OIT em seu estudo ficou demonstrado que o comum que sejam escravizados pela servid o por d vida facilitado pelo isolamento geogr fico e pela amea a s suas vidas Todo esse conjunto de fatores foi denominado trabalho escravo para a OIT De in cio aborda se a conceitua o de trabalho escravo e degradante pelo Minist rio P blico do Trabalho Procuradoria Regional do Trabalho da 2 Regi o o qual exemplificou que jornadas exaustivas e condi es insalubres de trabalho s o vari veis apresentadas em ambos os conceitos Estabelece a conceitu
413. te ao cerceamento da liberdade ou ent o de outras formas de constrangimentos f sicos mentais ou de natureza criminal Assim muito mais do que algo 260 pr ximo da escravid o as mazelas vividas pelo trabalhador indicam precariedade e degrada o do trabalho pela falta de cumprimento do que determina a legisla o trabalhista brasileira e Perda de direitos individuais o que considerar a experi ncia adquirida ao longo das pesquisas realizadas para esta tese assim como o relato de casos acima apresentados indica uma razo vel confus o sobre que tipos de direitos devem ser utilizados para definir o que venha a ser o trabalho escravo ou an logo ao mesmo Dessa maneira devemos observar o trabalhador sob duas ticas A primeira com respeito ao art 5 da Constitui o Federal de 1988 que prev os direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos de todos os cidad os A segunda tica contempla os direitos sociais dos trabalhadores previstos nos art 6 e 7 desse mesmo documento legal Acreditamos que um conceito adequado de trabalho escravo deveria garantir ao trabalhador explorado os direitos individuais consagrados no artigo 5 da Carta Magna J a n o observ ncia dos direitos inseridos nos artigos 6 e 7 significam escamotear direitos sociais que podem e devem ser pleiteados na Justi a do Trabalho Identificar imediatamente qualquer perda de um direito como sendo cria o de trabalho escravo parece no
414. te modo j n o fazia sentido a escravid o Por m nas regi es cafeeiras especialmente nas prov ncias de S o Paulo Minas Gerais e Rio de Janeiro com o crescimento das exporta es de caf a escravid o ganhou for a sendo de grande interesse aos cafeicultores a ALBUQUERQUE Wlamyra R de Uma hist ria do negro no Brasil Bras lia Centro de Estudos Afro Orientais Funda o Cultural Palmares 2006 Id Ibid GRADEN Dale T An Act Even of Public Security slave resistance social tensions and the end of the international slave trade to Brazil 1835 1856 Hispanic American Historical Review v 76 n 2 p 248 282 May 1996 FURTADO Celso M Forma o econ mica do Brasil S o Paulo PubliFolha 2000 Cole o Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro SALOM O Ivan Colangelo O crep sculo da escravid o e a forma o do mercado de trabalho livre no Brasil as interpreta es de Caio Prado Jr e Celso Furtado AEDOS UFRGS v 2 n 3 2009 54 continua o pelo maior tempo poss vel da escravid o Deste modo v rios pol ticos dessas regi es trabalharam arduamente a fim de impedir que quaisquer medidas legais impedissem a aboli o imediata pois se temia que os milh es de contos que os bra os escravos geravam desaparecessem Sob a alega o de crise econ mica em raz o da perda dos escravos Nabuco de Ara jo pai do futuro abolicionista Joaquim Nabuco em 1867 declara em def
415. tema direitos humanos sobre a dignidade da pessoa humana e como ela pode ser detectada inclusive em documentos hist ricos tais como o Livro do xodo do Profeta Mois s a Carta das Na es Unidas de 1945 entre outros abaixo mencionados Aborda ainda o tema da dignidade humana por um conjunto de autores selecionados Ao longo da explana o ficar clara a necessidade de que a preserva o dos direitos fundamentais dos trabalhadores uma clausula p trea no combate e erradica o do trabalho escravo an logo ao de escravo trabalho for ado trabalho degradante e outras formas de precariza o do trabalho humano 5 1 O trabalho humano e os direitos fundamentais Por meio de lutas e reivindica es os direitos humanos fizeram se presentes em numerosos conflitos pol ticos at se consagrarem finalmente no Direito Positivo Segundo Immanuel Kant somente um ser racional possui a capacidade de agir segundo a representa o das leis isto por princ pios ou s ele possui uma vontade Desde a Idade M dia o homem vem conquistando o reconhecimento de direitos essenciais Segundo Cl udio Lembo em 1188 a Corte de Leon instituiu a o direito de todos os habitantes defesa dos costumes reconhecidos face legisla o real b o direito do acusado a processo regular inclusive perante o rei c o direito de os s ditos convocarem o conselho sobre todos os assuntos importantes como a guerra a paz e os acordos d a
416. tendo em vista o princ pio constitucional da legalidade presente no art 5 II da nossa Lei Maior onde n o poss vel ampliar a responsabilidade da contrata o que venha a reduzir a condi o do trabalhador an loga de escravo trabalho degradante ou exaustivo ao tomador de servi o 4 16 Uma digress o trabalho escravo ou informalidade na agricultura Embora esta tese esteja voltada para a discuss o do trabalho an logo ao escravo ou for ado no meio urbano a quest o do termo trabalho escravo tem sido de uso mais frequente no meio rural e na agricultura em geral Nesse sentido esta se o traz uma contribui o adicional ao texto com um resumo de opini es mostrando que h um conflito conceitual entre o que seja trabalho escravo stricto sensu e trabalho informal decorrente a exist ncia de altos custos impostos pela legisla o trabalhista e pela pr pria dificuldade de transportar e alojar os trabalhadores agr colas especialmente em reas remotas Esta se o se fundamenta nos artigos de GERMANI Luis Augusto Trabalho informal ou escravo Revista de Agroneg cios da FVG S o Paulo p 50 mar 2004 REZENDE Gerv sio Castro de Pol ticas trabalhista fundi ria e de cr dito agricola no Brasil uma avalia o cr tica Revista de Economia e Sociologia Rural Bras lia DF v 4 n 1 p 47 78 jna mar 2006 REZENDE Gerv sio Castro de KRETER Ana Cec lia Existe realmente trabalho escravo na agri
417. tens aec Analisando os TAC s acima descritos podemos mencionar que ambos buscam algumas garantias em prol dos trabalhadores como a da dignidade humana Nos casos estudados visa se principalmente a inibir o empresariado a n o registrar funcion rios seus ou da cadeia produtiva como ocorrido no caso Zara respeitar o direito dos trabalhadores ao pagamento correto das verbas trabalhistas buscar a proibi o de o trabalhador desenvolver atividades em lugares indignos ou insalubres prever a garantia folga semanal bem como as f rias remuneradas e descansadas do trabalhador etc prudente observar que em ambos os documentos n o foi mencionado o termo trabalho escravo apesar de noticiado amplamente na m dia a exist ncia deste como no caso Zara Assim consta no TAC assinado a seguinte express o CONSIDERANDO a necessidade de um programa brasileiro decorrente da a o Global de erradica o do trabalho for ado enfatizando a dignidade dos trabalhadores e o Enfrentamento ao Tr fico de Pessoas Em cap tulos anteriores enfrentamos temas referentes ao trabalho degradante trabalho escravo e sua falta de conceitua o bem como a conceitua o de trabalho for ado e analisamos tamb m o entendimento da legisla o brasileira sobre o trabalho escravo Sendo assim podemos considerar que n o houve trabalho escravo nas empresas prestadoras de servi o para a Zara pois se assim o fosse n o haveri
418. tent vel exigem uma avalia o de seus impactos sobre o mercado de trabalho e sobre a cria o de emprego bem como suas implica es fiscais Fonte Elabora o pr pria com base em OIE 2002 e Chahad 2011 Os empregadores foram al m das quest es conceituais filos ficas e doutrin rias detalhando as condi es operacionais para facilitar a obten o do trabalho decente a Medi o do trabalho decente preciso medir o trabalho decente e criar um indicador de d ficit o qual deve ser integrado ao pr prio conceito Como n o existem normas universalmente aceitas para medi lo apontam um indicador de d ficit para avaliar um n vel timo de dec ncia b Viabilidade econ mica o trabalho decente representa um programa social desej vel devendo contribuir para elevar o n vel de vida e diminuir os ndices de pobreza Logo ele somente pode ser implementado se resultar sustent vel do ponto de vista econ mico e combater de fato os determinantes da pobreza Devem se focar os resultados econ micos para avali lo c Mercados e empresas competitivas o conceito de trabalho decente deve se vincular expressamente competitividade indispens vel para o crescimento e o desenvolvimento socioecon mico d Boa governan a trata se de outro requisito indispens vel para o sucesso em termos de trabalho decente A boa governan a deve buscar a cria o de instrumentos institucionais
419. tera paris autos do processo 00371 2003 141 14 00 0 Fonte ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Dispon vel em lt www oitbrasil org br trabalho forcado brasil documentos lim parc def mpt pdf gt Acesso em 14 jul 2012 211 Verifica se com o julgado supracitado que perante a Justi a do Trabalho o empregador ou preposto que se vale de pr ticas de explora o contra trabalhadores s o acionados para ressarcir os empregados ou trabalhadores pagando lhes indeniza es Nesta hip tese constata se forte atua o do Minist rio P blico do Trabalho por meio de a es civis p blicas A CLT n o dedica nenhum dispositivo especial para a proibi o ou prote o contra o trabalho for ado mas o seu Cap tulo V sobre a Seguran a e Medicina do Trabalho estabelece regras sobre o trabalho formal com dignidade Mas podemos trazer baila artigos que s o previstos na CLT e por vezes desrespeitados pelo tomador dos servi os conforme mencionado anteriormente A t tulo de exemplo mencionamos os arts 13 129 a 153 166 167 175 189 e 193 Como j dito fica claro o desrespeito Lei quando o tomador dos servi os de forma direta ou por meio de preposto cobra os equipamentos fornecidos ao trabalhador para que este realize seus servi os no local de trabalho bem como n o fornece f rias ao trabalhador entre outros abusos legisla o 7 2 4 O C digo Penal Na esfera penal este assunto n o passou despercebido sendo q
420. tificadas essas pr ticas elas podem ser processadas eGest o do risco e reputa o As empresas devem gerenciar toda a cadeia produtiva haja vista que o problema pode emergir por meio de um fornecedor ou de outro ator diretamente envolvido sua cadeia produtiva Consequentemente as alega es de trabalho for ado e ou tr fico de pessoas para serem posteriormente utilizadas nesta pr tica representam riscos legais bem como graves preju zos para a grife marca e consequentemente ao futuro da empresa e Trabalho for ado nas cadeias globais de fornecimento A globaliza o e os v nculos crescentes entre empresas e pa ses propiciaram o aumento do trabalho for ado e do tr fico de pessoas dentro das cadeias de fornecimento fato este que deveria ser veementemente impedido protocolo Complementar Conven o das Na es Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo Preven o Repress o e Puni o do Tr fico de Pessoas em Especial Mulheres e Crian as promulgado pelo Decreto n 5 017 de 12 de mar o de 2004 PRESID NCIA DA REP BLICA Decreto n 5 017 de 12 de mar o de 2004 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2004 decreto d5017 htm gt 98 e C digo de conduta e responsabilidade social corporativa RSC A elimina o do trabalho for ado faz parte dos c digos de condutas e outras iniciativas da RSC principalmente para marcas de grande valor agregado e que
421. tigo 1 da Conven o A presente Conven o prev no art 8 O comprometimento de todos os Estados Parte em enviar ao Secret rio Geral das Na es Unidas a legisla o pertinente ao tema para dar execu o s disposi es da presente Conven o E ainda no art 9 prev que Nenhuma reserva poder ser feita presente Conven o Entre outras previs es espec ficas 148 4 11 Conceito de trabalho degradante 253 O conceito de Degrada o estabelece que Juridicamente diz se degrada o do latim degradare privar do grau ou da dignidade para a destitui o ou priva o de grau cargo ou dignidade feita pessoa que os possu a como penalidade ignominiosa ou infante Entende se por trabalho degradante Aquele em que h a falta de garantias m nimas de sa de e seguran a al m da falta de condi es m nimas de trabalho moradia de higiene respeito e alimenta o Todo devendo ser garantido em conjunto ou seja a falta de um desses elementos imp e o reconhecimento do trabalho em condi es degradantes O CONAETE orienta que condi es degradantes de trabalho est o entre as que configuram desprezo dignidade da pessoa humana pelo cumprimento dos direitos fundamentais do trabalhador em especial os referentes higiene sa de seguran a alimenta o ou outros relacionados a direitos da personalidade decorrentes de situa o de sujei o que por qualquer raz o tor
422. to a condi o de qualquer um que seja obrigado pela Lei pelo costume ou por um acordo a viver e trabalhar numa terra pertencente a outra pessoa e a fornecer a essa outra pessoa contra remunera o ou gratuitamente determinados servi os sem poder mudar sua condi o e Pacto Internacional de Direitos Civis e Pol ticos das Na es Unidas 1996 ratificado pelo Brasil em 1992 cujos itens 1 2 e 3 do seu artigo 8 estabelecem que ningu m poder ser submetido escravid o e o tr fico de escravos em todas as suas formas ningu m poder ser submetido servid o e ningu m poder ser obrigado a executar trabalhos for ados ou obrigat rios e Conven o n 29 da OIT sobre Trabalho For ado ou Obrigat rio 1930 ratificada pelo Brasil em 1957 contem em seu art 2 item 2 que Para fins desta Conven o a express o trabalho for ado ou obrigat rio compreender todo trabalho ou servi o exigido de uma pessoa sob amea a de san o e para o qual n o se tenha oferecido espontaneamente e Conven o n 105 da OIT sobre Aboli o do Trabalho For ado 1957 ratificada pelo Brasil em 1965 e prev em seu art 1 que Todo pa s membro da OIT que ratificar esta Conven o compromete se a abolir toda forma de trabalho for ado ou obrigat rio e dele n o fazer uso a como medida de coer o ou de educa o pol tica ou como puni o por ter ou expressar opini es
423. tou o caso os bens dos jornalistas foram congelados O jornal em quest o apoiou seus jornalistas e criticou o processo Com isso diversas ONGs defensoras da liberdade de imprensa solicitaram tanto ao fornecedor quanto empresa norte americana que a a o fosse suspensa A companhia norte americana disse que estava trabalhando na retaguarda para ajudar a resolver a quest o A a o foi retirada em seguida Esse caso demonstrou que agir rapidamente e ser criterioso em sua resposta faz toda a diferen a A empresa desmantelou as preocupa es acerca das condi es de trabalho espec ficas que fazem parte da manufatura de produtos chave bem como agiu com agilidade ao se posicionar quando o assunto tomou outro rumo o do campo sens vel da liberdade de imprensa Entretanto esse caso demonstra as dificuldades de se assegurar o cumprimento de c digos de conduta em situa es com amplo uso de terceiriza o A iniciativa da empresa norte americana de associar se ao EICC demonstra novamente que trabalhar em grupo com outras empresas do mesmo segmento e que enfrentam os mesmos problemas pode ser um diferencial para o setor 3 9 4 O exemplo da Jord nia A Jord nia desde 2000 vem se beneficiando de um acordo preferencial na rea de t xteis e vestu rio com os Estados Unidos por meio do Acordo de Livre Com rcio Jord nia EUA ALC Esse acordo buscou garantir que os padr es da OIT fossem garantidos em ambos os pa ses incluindo
424. tro e que incluem 163 nomes 6 liminares entre fazendeiros e empresas autuados pelos fiscais por explora o de trabalho escravo Recadastramento agr rio 214 MTE criada pela portaria n 540 de 15 de outubro de 2004 portarias anteriores n 1 234 03 101 96 Em 1999 a Proposta de Emenda Constitucional PEC n 438 01 foi apresentada para possibilitar a expropria o de terras sem compensa o nos casos em que o trabalho escravo usado De acordo com a proposta a terra expropriada seria redistribu da como parte do plano de reforma agr ria do pa s dando prioridade aos trabalhadores que previamente eram mantidos em condi es an logas escravid o em tais terras al m de fornecer aos trabalhadores resgatados meios de subsist ncia alternativos e prevenir que esses trabalhadores n o mais voltassem a trabalhar em condi es an logas escravid o A PEC n 438 01 tamb m chamada a PEC do trabalho escravo foi aprovada em primeiro turno pela C mara em agosto de 2004 como uma resposta ao assassinato de tr s auditores do trabalho e de um motorista do Minist rio do Trabalho e Emprego em Una MG em 28 de janeiro daquele ano Os quatro foram mortos depois de fazerem uma fiscaliza o de rotina em fazendas da regi o onde haviam aplicado multas trabalhistas O processo criminal ainda corre na Justi a e nove pessoas foram indiciadas pelos homic dios incluindo fazendeiros O crime que ficou con
425. ue essa tese se concretizasse Inicialmente expresso meus sinceros agradecimentos ao meu orientador o Professor Doutor Renato Rua de Almeida pela competente e serena orienta o realizada com tanta aten o e carinho assim como pelas aulas ministradas com muito empenho e dedica o Esta experi ncia e a conviv ncia com o Professor Renato levarei comigo para sempre Agrade o ao Professor Doutor Nelson Mannrich meu orientador do Mestrado que sempre me incentivou e sempre me apoiou desde a continuidade e persist ncia nos estudos acad micos e a repensar temas escolhidos A ele o meu muito obrigada pelo incondicional apoio Destaco meus agradecimentos Dra Fernanda Gabriela Borger por ter me proporcionado o primeiro contato com o tema quando juntas estivemos na pesquisa realizada para a ABVTEX sobre o diagn stico da cadeia produtiva do setor t xtil na cidade de S o Paulo por ela coordenado Nosso relacionamento naquela ocasi o permitiu que eu percebesse a import ncia do tema trabalho escravo urbano com pessoas t o conhecedoras do assunto o que gerou horas de discuss es interdisciplinares Essa conviv ncia agu ou cada vez mais minha curiosidade acad mica no tema vindo a resultar nesta tese Agrade o tamb m Desembargadora Ivani Contini Bramante por ter dividido sua experi ncia pr tica no tema transmitindo seu conhecimento pr tico de forma t o gentil e amiga permitindo a clareza de pontos que na literatura aind
426. ue impe am o pleno exerc cio das fun es fisiol gicas audi o respira o vis o excessiva aten o ou concentra o contato com o p blico que acarrete desgaste ps quico confinamento ou isolamento dentre outras De maneira que em comum tais condi es de trabalho t m o fato de exigir esfor o f sico e ou mental provocar inc modo sofrimento ou desgaste da sa de podendo provocar problemas de sa de que n o s o necessariamente doen as pelo desgaste acentuado que provoca no trabalhador o trabalho penoso normalmente provoca problemas de coluna e articula es doen as do cora o problemas do est mago e intestinos transtornos e sofrimento mental fadiga e outras doen as O trabalho em condi es penosas tem como causa legislativa primeira o texto da Conven o n 45 de 1935 da OIT tratando do trabalho das mulheres no subterr neo das minas Essa Conven o ratificada pelo Brasil em 1938 pro be o trabalho de mulheres em qualquer idade no interior das minas dedicadas a extra o de subst ncias situadas debaixo da superf cie da terra A Recomenda o n 116 de 1962 da OIT no artigo 10 estabeleceu a necessidade dos Pa ses Membros reduzirem progressivamente a dura o da jornada de trabalho nas ind strias e ocupa es que demandem esfor o f sico ou mental ou risco para a sa de dos trabalhadores em especial quando utilizada m o de obra de menores e mulheres A Conven o
427. ue no C digo Penal importante ressaltar o posicionamento dos tipos legais em t tulos cap tulos e se es Foi utilizado como crit rio de agrupamento para a Lei o bem jur dico tutelado pois no artigo 197 e seguintes em especial nos artigos 203 e 207 criminalizou se condutas contra a organiza o do trabalho Em 1998 a Lei n 9 777 98 alterou os arts 132 202 e 207 do C digo Penal estabelecendo para aquele que alicia trabalhadores com o fim de mant los trabalhando em outras regi es a pena de deten o de um a tr s anos e multa que pode ser majorada se a v tima for menor de 18 anos idosa gestante ind gena ou portadora de defici ncia Posteriormente com o advento da Lei n 10 803 2008 foi alterado o art 149 para estabelecer pena e multa al m de pena que corresponda viol ncia sofrida pelo trabalhador ao crime nele tipificado e indicar numerusapertus as 212 hip teses que configuram condi o an loga de escravo Esse artigo pro be tamb m servid o por d vida A pena imposta reclus o de dois a oito anos x O art 149 pertence parte especial do c digo supramencionado no Cap tulo VI dos crimes contra a liberdade individual mais precisamente na Se o dos crimes contra a liberdade pessoal no sentido de proteger os direitos fundamentais da pessoa humana Atento realidade sobre escravid o infantil o legislador agravou a pena daquele que por ventura intente esta c
428. uiu ao surgimento da Declara o sobre os Direitos Fundamentais de 1998 Trata se portanto de um conceito recente em busca de sua consolida o De acordo com a Institui o deve ser um trabalho adequadamente remunerado exercido em condi es de liberdade equidade e seguran a capaz de garantir uma vida digna mesmo no contexto de uma grande internacionaliza o da economia e da globaliza o e seus problemas ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Conven o 105 Conven o Relativa a Aboli o do Trabalho For ado Dispon vel em lt http Awww oit org br sites allforced labour oit convencoes conv 105 pdf gt A Conven o n 105 da OIT foi ratificada pelo Brasil em 30 de abril de 1965 por meio do Decreto Legislativo n 20 SINTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION Decent work Report of the Director General International Labour Conference 87 Session June Geneve ILO 1999 p 1 Tradu o da autora 80 Pela sua import ncia no tratamento atual das quest es relativas ao trabalho escravo e ao trabalho for ado nos estenderemos na apresenta o deste conceito tendo em vista os elementos que possam trazer para esta tese 3 3 1 As transforma es no mercado de trabalho e o surgimento do princ pio do trabalho decente O ltimo quarto do s culo XX representou uma era de grandes mudan as no mundo do trabalho Em primeiro lugar em decorr ncia do esgotamento das pr ticas consagradas no mercado
429. ular deve ser exercido em conformidade com as finalidades econ micas e sociais Nesse contexto n o pode prejudicar a coletividade devendo observar tamb m a preserva o do meio ambiente do patrim nio hist rico e art stico de maneira que temos uma propriedade fun o onde o direito de propriedade protegido desde que seu titular a utilize em proveito e interesse de desenvolvimento de toda a sociedade 4 2 O conceito de trabalho A palavra trabalho refere se a uma atividade pr pria do ser humano No Dicion rio Houaiss de L ngua Portuguesa o trabalho possui o significado de 2 discuss o do conceito de trabalho desta se o difere daquela apresentada na se o 1 5 do cap tulo 1 uma vez aqui se contempla um enfoque mais pragm tico tendo em vista as discuss es de trabalho for ado e trabalho escravo que se seguir HOUAISS Antonio VILLAR Mauro de Salles FRACO Francisco Manoel de Mello Dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2008 131 1 esfor o incomum 2 luta lida faina 3 conjunto de atividades produtivas ou criativas que o homem exerce para atingir determinado fim 4 atividade profissional regular remunerada ou assalariada no campo da Economia Pol tica representa a atividade humana que com o aux lio ou n o de m quinas se caracteriza como fator essencial da produ o de bens e servi os O trabalho sempre fez parte da vida humana gerando
430. ulo 2004 O escravismo colonial 5 ed S o Paulo Ed Funda o Perseu Abramo 2011 GRADEN Dale T An Act Even of Public Security slave resistance social tensions and the end of the international slave trade to Brazil 1835 1856 Hispanic American Historical Review v 76 n 2 p 248 282 May 1996 GRAHAM Richard Brasil Inglaterra 1831 1889 In HOLANDA Sergio Buarque de Coord Hist ria geral da civiliza o brasileira o Brasil Mon rquico decl nio e queda do Imp rio Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2004 t 2 v 6 GRAU Eros Roberto A Ordem Econ mica na Constitui o de 1988 11 ed S o Paulo Malheiros Ed 2006 A GUERRA justa e a escravid o ind gena Dispon vel em lt http educaterra terra Com br voltaire 500br escravidao indios htm gt HARVEY David A condi o p s moderna S o Paulo Loyola 1992 HASHIZUME Maur cio Escravid o flagrada em oficina de costura ligada Marisa Rep rter Brasil 17 03 2010 Dispon vel em lt http reporterbrasil org br 2010 03 escravidao e flagrada em oficina de costura ligada a marisa gt Acesso em 16 fev 2013 HESSE Konrad Derecho constitucional y derecho privado Madrid Cuadernos Civitas 1995 HIRATA H S Divis o sexual do trabalho novas tend ncias e problemas atuais In FUNDA O SEADE Gen ro no mundo do trabalho S o Paulo Ellus 2000 275 HOBBES Thomas Leviat 2 ed S o Paulo Ed Martin Claret 2008 HOBS
431. uma s rie de procedimentos para coibir pr ticas irregulares de seus fornecedores A empresa sustenta que tem uma equipe interna de auditores que trabalham com dedica o exclusiva na avalia o das pr ticas adotadas por seus EDUCA O discute o programa Brasil Profissionalizado Mundo Sindical Dispon vel em lt http Awww mundosindical com br sindicalismo noticias noticia asp id 116 gt 239 fornecedores nessa frente tamb m conta com servi os de certifica o de entidades reconhecidas nacional e internacionalmente Segundo o comunicado a rede deixou que a situa o fosse levada esfera judicial para manter ntegro o seu entendimento dos fatos 39 Na esfera do papel das institui es sindicais na detec o e combate ao trabalho escravo temos a situa o peculiar do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho Sinait Trata se de uma institui o de uma dupla milit ncia ainda que isto n o signifique necessariamente um aspecto negativo ou que somente traga v cios sua atua o Por um lado s o os agentes fiscais a quem compete detectar situa es de trabalho escravo an logo ao escravo e for ado tanto nas reas rurais quanto urbanas Mas por outro lado ao se congregarem sob a forma de um sindicato passam a ter uma atua o que n o se baseia somente na legisla o trabalhista civil e penal pois acaba por envolver elementos ideol gicos que entram em conflito com o status quo
432. unal Regional do Trabalho da 14 Regi o Vilhena RO que revela a desprez vel ocorr ncia do truck system Em s ntese aduz o requerente que em recente dilig ncia realizada em diversos im veis rurais localizados no cone sul do Estado de Rond nia protagonizada conjuntamente pelo Minist rio P blico do Trabalho MPT Grupo Executivo de Repress o ao Trabalho For ado GERTRAF Minist rio do Trabalho e Emprego MTE e Pol cia Federal PF teria sido constatada a utiliza o na propriedade rural da primeira requerida do labor de diversos trabalhadores em sistema de servid o por d vidas truck system cuja m o de obra estava sendo empregada na aplica o de herbicida em pasto sem qualquer tipo de prote o por EPI s com a exposi o de todos a condi es degradantes alojados que estavam em barracos de lona situados na selva sem condi es de higiene e seguran a condignas n o possuindo nem mesmo gua pot vel para consumo JEm sendo assim e tendo por substrato a not cia da exist ncia de aproximadamente 20 vinte trabalhadores submetidos a labor aviltante tenho por bem em acolher parcialmente a postula o ministerial para determinar o bloqueio por via do sistema BACEN JUD da quantia de R 100 000 00 cem mil reais a ser solidariamente suportado pelas duas primeiras requeridas sem grifos no original Decis o prolatada em a o civil p blica com pedido de liminar inaudita al
433. urisprudenciais SBDI 1 SBDI 2 e SDC e Precedentes Normativos p 98 Dispon vel em lt http wwwB tst jus br jurisprudencia Livro Jurisprud livro pdf atual pdf gt Acesso em 18 jan 2018 154 Ac rd o Processo 0000171 54 2010 5 04 0006 RO Redator JO O PEDRO SILVESTRIN Data 28 04 2011 Origem 6 Vara do Trabalho de Porto Alegre EMENTA V NCULO DE EMPREGO A confec o de pe as de uniformes na resid ncia da trabalhadora mediante pagamento de pre o ajustado livremente entre as partes eminentemente sazonal e executado com autonomia n o autoriza o reconhecimento de v nculo de emprego 4 15 Em que condi es poder haver responsabiliza o de quem terceirizou ou quarteirizou sua produ o A escassez de legisla o referente terceiriza o a principal dificuldade encontrada pois presente a discuss o sobre as atividades fim e atividades meio das empresas Ainda neste mbito se faz presente a s mula 331 do Tribunal Superior do Trabalho TST que reza sobre atividades meio das empresas legalizando apenas algumas fun es como limpeza vigil ncia e conserva o deixando obscura a legisla o o que empobrece a orienta o dos rg os e fiscais que possuem como objetivo observar e fazer cumprir as Leis Para Ricardo Andr Avelar da N brega Ap s uma busca que resultou no fechamento de algumas oficinas e na deporta o de imigrantes a interven o da Pastoral
434. uso Destaca se nos PRESID NCIA DA REP BLICA Decreto n 5 017 de 12 de mar o de 2004 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2004 decreto d5017 htm gt 7A defini o de tr fico de pessoas prevista pelo Protocolo constitui a base para a Decis o Quadro do Conselho a ser comentado na pr xima se o 178Gabinete das Na es Unidas para o Crime e a Droga 2004 PEm conson ncia com o previsto no artigo 1 do Protocolo Gabinete das Na es Unidas para o Crime e a Droga 2004 103 termos do Protocolo artigo 3 al nea b que o consentimento da v tima irrelevante para a qualifica o de uma conduta como tr fico de pessoas sempre que presente na conduta do agente um dos meios de coa o acima descritos e sempre que a v tima for menor de idade o emprego de qualquer um dos meios de coa o descritos ser irrelevante na qualifica o de uma conduta como tr fico de pessoas conforme artigo 3 al neas c e d E mais para que este terceiro elemento constitutivo do tr fico de pessoas se cumpra irrelevante e n o necess ria a consuma o da explora o da v tima bastando demonstrar a inten o do agente de explorar o migrante ou seja basta a inten o de explora o Enquanto defini o da atividade do traficante abrange o conceito de explora o entre outros a explora o da prostitui o de outrem ou outras formas de explora o sexu
435. ute In AMADO Janaina FIGUEIREDO Luiz Carlos Orgs Brasil 1500 quarenta documentos Bras lia Imprensa Oficial UnB 2001 DIAS Maria Odila da Silva Aspectos da Ilustra o no Brasil Separata da Revista do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro Rio de Janeiro Departamento de Imprensa Nacional v 278 1969 DICION RIO Priberam da L ngua Portuguesa Dispon vel em lt http www priberam pt gt DIEESE A situa o do trabalho no Brasil na primeira d cada dos anos 2000 S o Paulo DIEESE 2012 DIGESTO ou Pandectas Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Corpus_Juris_Civilis Digesto ou Pandectas gt DIREITOS Humanos Dispon vel em lt http Awww prelaziasaofelixdoaraguaia org br direitos humanos htm gt DODGE Raquel Elias Ferreira A defesa do interesse da Uni o em erradicar formas contempor neas de escravid o no Brasil In JORNADA DE DEBATES SOBRE TRABALHO ESCRAVO Bras lia 24 25 set 2002 Escravid o contempor nea no Brasil quem escraviza Boletim dos Procuradores da Rep blica ano 5 n 56 p 19 24 dez 2002 272 EDUCA O discute o programa Brasil Profissionalizado Mundo Sindical Dispon vel em lt http www mundosindical com br sindicalismo noticias noticia asp id 116 gt EGGER P SENGENBERGER W Problemas y politicas del trabajo decente Bolet n de CINTERFOR Montevideo Uruguay n 151 2002 ELTIS D Economic growth and the ending of the transatlantic sla
436. v presta o pessoal de servi os Refor a se que a exclusividade n o requisito para o reconhecimento do v nculo de emprego Contudo esses requisitos apesar de indispens veis n o esgotam a defini o de empregado que formada por cinco requisitos indispens veis e que se definem por meio da an lise conjunta dos artigos 2 e 3 da CLT O requisito encontrado no artigo 2 o da presta o pessoal de servi os ou seja o da pessoalidade que tamb m transcrevemos para que o conceito de empregado seja apresentado na sua plenitude Art 2 Considera se empregador a empresa individual ou coletiva que assumindo os riscos da atividade econ mica admite assalaria e dirige a presta o pessoal de servi o Amauri Mascaro do Nascimento nos ensina em sua obra que dos cinco requisitos legais para a defini o de empregado pessoa f sica continuidade subordina o sal rio e pessoalidade quatro est o expressos na defini o de empregado e um na defini o de empregador sendo que os cinco requisitos s o indispens veis para a caracteriza o de um empregado protegido pelos direitos estatu dos na CLT 2NASCIMENTO Amauri Mascaro Inicia o ao direito do trabalho 36 ed rev e atual S o Paulo LTr 2011 p 162 133 4 4 Conceito de empregado rural 4 4 1 Fundamenta o Os direitos dos trabalhadores rurais encontram se previstos no artigo 7 da Constitui o Federal e regulamentados pel
437. ve trade Oxford U K Oxford University Press 1989 O EMPENHO da Igreja contra o trabalho escravo Dispon vel em lt http arquidiocesedegoiania org br portal o empenho da igreja contra o trabalho escravo html gt Acesso em 30 jan 2012 ENGELS Friedrich Sobre o papel do trabalho na transforma o do macaco em homem 1876 In ENGELS Friedrich MARX Karl Obras escolhidas S o Paulo Alfa Omega s d v 2 MARX Karl A ideologia alem l Feuerbach 10 ed S o Paulo Hucitec 1996 EUR LEX Tratado de Amesterd que altera o Tratado da Uni o Europeia os Tratados que instituem as Comunidades Europeias e alguns Actos relativos a esses Tratados 97 C 340 01 Dispon vel em lt http eur lex europa eu pt treaties dat 11997D htm 11997D html 0001010001 gt EUROPEAN COMMISSION Report of the Experts Group on Trafficking in Human Beings Brussels 22 December 2004 Dispon vel em lt http ec europa eu justice home daphnetoolkit files projects 2002 188 int report expert group trafficking 2004 pdf gt FACULDADE PIO XII Dispon vel em lt www faculdade pioxii es com br img artigos rubia pdf gt FARENA Maritza N Ferretti C O combate ao trabalho escravo do imigrante irregular Boletim dos Procuradores da Rep blica Bras lia v 6 n 66 p 25 27 mar 2005 FAUSTO Boris Hist ria do Brasil Colonial de 1500 1822 10 ed S o Paulo EDUSP 2002 FAVA Marcos Neves Combate ao trabalho escravo
438. ves pondera es sobre o conceito de pessoa em Santo Tom s de Aquino Dispon vel em lt http www thefreelibrary com Breves ponderacoes sobre o conceito de pessoa em Santo Tomas de a0197494404 gt De Bo cio por exemplo s o atribu das dezenas de contribui es para a l ngua latina sobretudo devidas a seu trabalho de tradutor e diversas formula es filos ficas que ser o repetidas mil vezes pelos p steros como de dom nio p blico E o caso das defini es de pessoa como subst ncia individual de natureza racional de felicidade como o estado de perfei o que consiste em possuir todos os bens de eternidade como a posse total perfeita e simult nea de uma vida sem fim LAUAND Luiz Jean Trad e estudo introdut rio Bo cio e o De Trinitate Dispon vel em lt http www hottopos com convenit5 lauan htm gt FRANCA Leonel Pe A crise do mundo moderno Porto Alegre EDIPUCRS 1999 Pensadores ga chos 3 Books Google 174 fins tudo tem ou um pre o ou uma dignidade Quando uma coisa tem pre o pode ser substitu da por algo equivalente por outro lado a coisa que se acha acima de todo pre o e por isso n o admite qualquer equival ncia compreende uma dignidade Definir o que dignidade da pessoa humana complexo mas pode se contar com in meras pondera es que os doutrinadores apresentam sobre o tema Para se ter uma sociedade democr tica h de se ter necessariamente O pleno aca
439. vid o desde a poca do Brasil Col nia e do Imp rio e perdura at hoje O mais relevante contudo examinarmos se as novas formas de explora o do trabalho humano ou a nova escravid o al m de possuir as mesmas caracter sticas da escravid o historicamente conhecida passou a ferir outros princ pios ou adotar outras pr ticas que as fazem distinguir 68 3 O TRABALHO FOR ADO E O TRABALHO ESCRAVO NO CEN RIO INTERNACIONAL A compreens o do que venha a ser Trabalho for ado e Trabalho escravo no Brasil passa pelo que se observa desses fen menos no panorama internacional Primeiramente pois o que ocorre no resto do mundo tende a ser capturado para efeitos de normatiza o pelos organismos internacionais que regulam o tema em termos globais e em segundo lugar porque muitas das experi ncias vividas por determinados pa ses no passado e no presente se assemelham ao que ocorre em nosso pa s Consequentemente a experi ncia internacional tende a enriquecer o entendimento e as a es sobre esses temas o que representa muitas vezes ultrapassar etapas com maior velocidade 3 1 A posi o brasileira diante dos principais documentos e organismos internacionais disciplinando a explora o do trabalho O Brasil faz parte dos seguintes instrumentos internacionais que pro bem expressamente as formas contempor neas de escravid o bem como de Trabalho for ado e A Declara o Universal dos Direitos do Homem 10 d
440. vidade para a rede de Lojas Marisa houve a constata o de que quase a totalidade dos produtos confeccionados era vendida para essa rede o que levou os auditores a exigirem que a empresa registrasse os trabalhadores bem como pagasse as verbas trabalhistas devidas com a rescis o do contrato de trabalho De tal maneira foi estabelecido prazo para que a empresa cumprisse a determina o dos auditores do Minist rio do Trabalho e Emprego Diante desta responsabiliza o a rede de lojas Marisa ingressou com a o anulat ria na Justi a do Trabalho em julho de 2012 pautada no entendimento de que esses trabalhadores estavam em empresas terceirizadas e de tal modo a responsabilidade do registro e demais acess rios n o caberia a ela A senten a em primeira inst ncia prolatada em 31 01 2013 reconheceu que a DRT possui compet ncia para fiscalizar dar cumprimento legisla o trabalhista conforme art 626 CLT bem como para aplicar multas correspondentes s viola es encontradas em respeito ao que reza a CLT Por m isto s pode advir dos descumprimentos de direitos expressamente relatados em Lei algo que vem a ofender os princ pios da ampla defesa do devido processo legal e do direito de peti o j consagrados pela Constitui o Federal art 5 LV LIV e XXXIV a A senten a acrescentou ainda que houve extrapola o da compet ncia de fiscaliza o ao considerar que a rela o de terceiriza o er
441. vo marido e mulher pais e filhos Do senhor brota por natureza a autoridade em rela o mulher aos filhos e ao escravo BRUGNERA Nedilso Lauro A escravid o em Arist teles Porto Alegre Ed Grifos EDIPUCRS 1998 p 81 Cole o Filosofia 79 25 Mesmo no tempo de Arist teles os pensadores n o aceitavam a escravid o passivamente nunca tendo sido uma unanimidade mesmo entre as propostas que a legitimavam Arist teles parte da an lise da necessidade que une o escravo ao senhor e vice versa debatendo e contestando ideias contr rias ao assunto na polis de seu tempo Alguns pensadores contempor neos de Arist teles entendiam n o existir poder natural do amo sobre o escravo pois homem livre e servo n o diferenaturalmente entre si mas o que os distingue e os diferencia a lei e essa diferen a era na realidade imposta em raz o da injusti a for a e viol ncia Refutando os argumentos desta concep o Arist teles aduz que os bens produzidos servem para manter a fam lia a arte de consegui los faz parte da economia e uma vez que as coisas n o se fabricam sozinhas os homens n o saberiam viver em felicidade A fim de conseguir estas coisas a ci ncia da economia dom stica tem necessidade de instrumentos e a riqueza formada de diversos instrumentos alguns inanimados e outros animados Assim por exemplo o oper rio nas artes tido como instrumento sendo a propriedade um instrumento e por su
442. vo da fam lia Contrapondo a tese dos que afirmavam que a escravid o era contr ria natureza Arist teles partia do princ pio de que h seres que nascem para mandar e outros para obedecer porque uma obra existe quando h comando de uma parte e obedi ncia de outra muito embora n o recusasse a ideia de que o escravo era um homem e portanto dotado de alma e corpo Por n o possuir uma raz o plena e por instinto natural pertence a outro t o pouco possui o escravo a virtude exceto na estrita medida para se desincumbir de suas tarefas a contento no entanto essa virtude dependente e parte das virtudes de seu amo e a respeito da participa o do escravo na virtude atrav s de sua liga o MELTZER Milton op cit p 58 i ARIST TELES A Pol tica Tradu o Nestor Silveira Chaves S o Paulo cone 2007 Livro Primeiro 1 a 20 p 15 21 Id Ibid Livro Primeiro 1 a 5 p 8 16 24 com seu amo h de se ressaltar que quando falamos da virtude do escravo aqui neste contexto precisamos ter claro que a virtude significa cumprimento de sua miss o Arist teles trata da escravid o meticulosamente no Livro Primeiro de sua Pol tica onde parte da an lise dos seres que comp em a sociedade pol tica e para ele a cidade ou sociedade pol tica uma associa o visando um bem que fim de qualquer homem e de todas as cidades Aponta primeiramente que a natureza induz o ho
443. volu o dos direitos e a emerg ncia de categorias como os direitos coletivos e difusos os interesses da sociedade como um todo mesmo que seus titulares n o possam ser individualmente identificados devem prevalecer sobre os interesses particulares que desta forma precisam ser adaptados s caracter sticas deste momento hist rico A propriedade atual seja ou n o no Brasil um direito assegurado pelas Constitui es e por leis hierarquicamente menores e n o foi f cil a conquista do direito de propriedade Necess rio mencionar que para se chegar ao conceito e tutela que a propriedade propriet rio apresenta nos dias atuais foi percorrido um rduo caminho de lutas por dignidade plena e preserva o dos direitos indispens veis ao ser humano t o somente por ser humano e incompleto por m devemos lembrar que a propriedade n o se fundamenta somente no direito natural mais do que isso Nos dias atuais e ap s o advento da Carta Magna de 1988 n o se pode entender a propriedade como um regime jur dico apenas subordinado ao Direito Civil ao contr rio Com o advento da Constitui o da Rep blica de 1988 o direito de propriedade deixa de ter sua regulamenta o exclusivamente privatista baseada no C digo Civil e passa a ser um direito privado de interesse p blico sendo as regras para o seu exerc cio determinadas pelo Direito P blico e pelo Direito Privado Este processo de publiciza o
444. ximo m nima remunera o A submiss o de pessoas condi o an loga de escravo ofende o postulado constitucional da dignidade da pessoa humana que reconhecida como um de seus fundamentos no inc III do art 1 a dignidade da pessoa humana Todas as formas de escravid o no Brasil s o clandestinas mas muito dif ceis de combater tendo em vista a dimens o do pa s as dificuldades de acesso a precariedade de comunica o as limita es de inspe o e as quest es legais e institucionais Ant nio Rodrigues de Freitas J nior destaca que Hoje portanto mant m se a vida com o labor mas ele n o apenas atividade do animal laborans transformou se na forma de realiza o do homem que realiza o seu trabalho n o somente para atender s necessidades de sua exist ncia A partir do ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Conven o 29 sobre o Trabalho For ado ou Obrigat rio 10 jun 1930 Dispon vel em lt http Awww oit org br sites all forced labour oit convencoes conv 29 pdf gt A Conven o n 29 da OIT foi aprovada pelo Brasil pelo Decreto Legislativo n 24 de 29 de maio de 1956 e promulgada pelo Decreto n 41 721 de 25 de junho de 1957 PRESIDENCIA DA REPUBLICA Decreto n 41 721 de 25 de junho de 1957 Dispon vel em lt http Awww planalto gov br ccivil 03 decreto Antigos D41721 htm gt MORAES Evaristo de Apontamentos de direito oper rio 4 ed S o Paulo LTr 1998 p
445. zado a respeito da administra o e organiza o do trabalho escravo em 18372 Sob a favor vel receptividade da Sociedade Auxiliadora da Ind stria Nacional fundada em 1827 tendo em seu seio a elite pol tica que participou da Independ ncia tinha como objetivo central o fortalecimento e melhoramento da ind stria brasileira assim entendida naquele per odo como toda e qualquer atividade produtiva agr cola ou fabril Para a consecu o de seu fim seria feita a publica o de trabalhos sobre os diversos ramos industriais principalmente por meio de seu peri dico mensal O Auxiliador da Ind stria Nacional editado a partir de 1833 ineg vel que o tema a que Taunay mais de ateve em seu Manual foi o da administra o e organiza o do trabalho escravo tendo como grande objetivo fixar princ pios racionais de administra o de escravos escrevendo sobre suas condutas e disciplina princ pios esses que poderiam ser seguidos por qualquer propriet rio de escravos Apesar de julgar a escravid o uma viola o do direito natural Taunay formulou toda uma rede de justificativas para emprego de m o de obra escrava nas propriedades rurais brasileiras primeiramente baseando suas argumenta es no fato de que a gera o que acha o mal estabelecido n o fica solid ria da culpabilidade daquilo que pela raz o que existe possui uma for a TAUNAY Carlos Augusto Manual do agricultor brasileiro Organizado por Rafa
446. zados 270 000 Oriente M dio e Norte da frica 230 000 Economias em transi o 200 000 Mundo 2 450 000 Nota Esta fonte refere se aos trabalhadores traficados Os n meros somados diferem do total indicado devido a arredondamentos Combate ao trabalho escravo um manual para empregadores e empresas OIT Bras lia 2011 p 17 108 Em seu relat rio a OIT ressalta que boa parte dos 2 4 milh es de pessoas entre homens mulheres e crian as pelo menos um ter o traficado para fins econ micos Estimou se que os lucros il citos obtidos por meios dos trabalhadores for ados traficados s o cerca de US 32 bilh es anuais As evid ncias s o de que metade desse lucro ilegal praticado em pa ses industrializados e para a sia foi atribu do um ter o desse total Analisando globalmente os n meros representam um lucro m dio pr ximo da cifra de US 13 mil por ano para cada trabalhador explorado ou US 1 100 por m s A OIT estima que somente 10 de todo trabalho for ado seja imposto pelo Estado ou pelas For as Armadas Isto significa dizer que o maior n mero de trabalhadores explorados atualmente encontra se nas m os de agentes privados Da maioria que s o as v timas exploradas por particulares 22 s o usados para fins de explora o sexual comercial for ada enquanto 68 para fins de explora o econ mica Os ltimos 10 restantes n o puderam ser claramente identificados pela OIT

Trabalho forçado e trabalho escravo no Brasil: diferença conceitual

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