a reforma da educação superior nos governos fhc e lula e a
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1. Cabe refletir que embora a globaliza o tenha imposto uma acelera o no modo de vida dos seres humanos com as facilidades e conforto que a vida moderna proporciona com as in meras informa es veiculadas diuturnamente pela m dia o que favorece uma forma o de opini o calcada em valores do ef mero do consumo da beleza do corpo jovem e magro da viol ncia f sica e moral n o se pode olvidar os valores que fazem dele homem um ser humano Muito pelo contr rio h que se inverter esta ordem ca tica rumo constru o de um mundo efetivamente humano Imp e se o respeito tica s diferen as s culturas m ltiplas liberdade preciso pois um constante vigiar e retomar os valores intr nsecos do ser humano para que este se reconstitua Tamb m se perfaz necess ria uma forma o continuada posto que a cultura globalizada onde a complexidade a intensidade de conhecimentos e as demandas contradit rias se fazem presentes provoca educa o e reeduca o constantes FERREIRA 2006c 78 Mais do que nunca se faz sentir a necessidade da educa o emancipa o inclusive na luta contra a barb rie que provoca a deformidade o impulso destrutivo e a ess ncia mutilada de muitas pessoas A emancipa o permite que o ser humano rompa com os liames que o prendem opress o ao autoritarismo permite lhe uma vis o cr tica do sistema Contudo necessita a emancipa o de estar acompanhada2. Segundo Gramsci A rela o entre os intelectuais e o mundo da produ o n o imediata como o caso nos grupos sociais fundamentais mas mediatizada em diversos graus por toda a textura social pelo conjunto das superestruturas do qual os intelectuais s o precisamente os funcion rios Os intelectuais s o os comiss rios do grupo dominante para o exerc cio das fun es subalternas da hegemonia social e do governo pol tico GRAMSCI 1991 p 143 Tem se que cabe massa popular romper com esta tradi o de aceitar o que for melhor para eles segundo a concep o dos intelectuais tradicionais que agem na qualidade de emiss rios do poder dominante preciso romper com este c rculo vicioso permitindo se que a popula o tenha condi es de decidir de per si e n o mais por a es de funcion rios escolhidos pela sociedade pol tica A proposta ent o em rela o educa o volta se escola viva impondo se o rompimento entre a escola e o economicismo Tendo em vista a ascens o cada vez maior do capitalismo a escola infelizmente tem se prestado a manter os interesses do capital Urge repensar a educa o posta popula o introduzindo se mudan as de organiza o e gest o educacional de modo a permitir que todos homens e mulheres sejam capacitados e tenham efetiva participa o no desenvolvimento do Superestrutura termo utilizado por Gramsci para identifica
3. ed S o Paulo Cortez 1996 Cole o Quest es da Nossa Epoca v 19 BURSTYN Marcel O Pa s das Alian as elites e continu smo no Brasil Rio de Janeiro Vozes 1990 CARDOSO Fernando Henrique A Arte da Pol tica a hist ria que vivi Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2006 CARVALHO Jos Murilo de Cidadania no Brasil o longo caminho Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2001 COGGIOLA Osvaldo Autodetermina o Nacional In PINSKY Jaime amp PINSKY Carla Bassanezi orgs Hist ria da Cidadania S o Paulo Contexto 2003 COUTINHO Carlos Nelson Democracia e Socialismo S o Paulo Cortez 1992 Cole o Pol micas do Nosso Tempo vol 51 COUTINHO S rgio Augusto de Avellar A Revolu o Gramscista no Ocidente a concep o revolucion ria de Antonio Gramsci em os Cadernos do C rcere Rio de Janeiro Estandarte 2002 DEBREY Carlos A L gica do Capital na Educa o Brasileira Goi nia Alternativa 2008 DOURADO Luiz Fernandes Plano Nacional de Educa o avalia es e retomada do protagonismo da sociedade civil organizada na luta pela educa o In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Pol ticas P blicas e Gest o da Educa o Bras lia L ber Livro 2007 EISENBERG Jos A Democracia depois do Liberalismo ensaios sobre tica direito e pol tica Rio de Janeiro Relume Dubar 2003 ESTRELA Maria Teresa A Forma o Cont nua entre a Teoria e a Pr tica In FERRE
4. o A heran a hel nica assenta se numa cidadania exclusiva e n o inclusiva O termo cidadania vai amoldando se conforme as variantes hist ricas que acontecem ligando se definitivamente ao Estado O Estado Romano em fun o de sua mentalidade jur dica quem deu preciosas colabora es para tornar o conceito de cidadania mais preciso Al m de direitos reconhecidos aos cidad os tamb m se lhes imp em deveres porquanto est o atrelados tutela de seu Estado LIB NIO 1996 Com o desaparecimento das cidades Estado aconteceu uma estagna o em termos de institui es A cidadania desapareceu estabelecendo se que os historiadores denominam de per odo negro tendo seu auge na Idade M dia O feudalismo n o propiciava outro sistema que n o aquele em que o senhor dono das terras possu a poder de vida e morte sobre os seus tutelados A terra era o centro da riqueza Com a Revolu o Industrial acontece uma supera o do sistema feudal pelo deslocamento do foco a explorar possibilitando que os despossu dos da terra tivessem acesso outra propriedade a for a de trabalho Essa Revolu o tida como um marco mundial relacionado ao direito de liberdade O antigo regime feudal que se firmava sobre uma grande propriedade de terra pertencente a uma pessoa o senhor feudal tendo in meros vassalos e trabalhadores da terra a seu dispor em troca de alimenta o e prote
5. sedimentada na sociedade pol tica n o tendo interesse em promover qualquer mudan a que lhe afete Se a transforma o adv m de altera es na sociedade civil que mant m a transmiss o e dissemina o de ideologias cabe admitir a import ncia fundamental que exerce a educa o em termos de revolu o passiva A educa o imprescind vel ao ser humano n o h como separar um do outro Onde houver homem necessita haver educa o Embora nem sempre tenha existido a no o de educa o formal t cnica especializada ou generalista fundamentada em diretrizes curriculares o fato que a educa o e o ser humano s o indissoci veis desde que o mundo mundo pois o ser humano se humaniza atrav s da educa o grupo opositor atrav s de pol ticas protecionistas e tamb m pode ser entendida como movimento de renova o em que as classes dominantes incorporam algumas reivindica es das classes dominadas 68 A educa o fen meno pr prio do ser humano pelo que compreendendo se a natureza humana logicamente h de se compreender a natureza da educa o SAVIANI 2003 eis que esta resultado da a o do homem pois trata de trabalho n o material Sob esta perspectiva verifica se que o homem n o tem a mesma rela o com a natureza como os demais animais Para sobreviver o ser humano muito mais do simplesmente adaptar se ele busca transform la Da ser a educa o um trabalho intencional O ho
6. 10 172 de 9 de janeiro de 2001 Especificamente quanto educa o superior inicialmente houve a constitui o de um Grupo de Trabalho Interministerial GTI pelo Decreto de 20 10 2003 que tinha por objetivo analisar a situa o desta modalidade e apresentar um plano de a o para as institui es federais de ensino superior No relat rio final constou a cria o de novas bolsas da CAPES o aumento da carga 111 hor ria dos professores em sala de aula al m do aumento do n mero de alunos presenciais e a educa o dist ncia OTRANTO 2006 Esta pol tica segundo cr ticos do governo em andamento embora fundamentada no discurso da justi a social e no aumento da oferta de vagas reveste se de uma continuidade da inger ncia dos organismos internacionais como o Banco Mundial tal como acontecera no governo precedente Donde dizer que apesar de uma nova linguagem os fundamentos da Reforma da Educa o Superior do Governo Lula est o calcados em marcos regulat rios defendidos pelos Organismos Internacionais OTRANTO 2006 Sob esta perspectiva foram editadas a lei 10 891 2004 que instituiu o Sistema Nacional de Avalia o da Educa o Superior SINAES a Lei 11 096 2005 que introduziu o Programa Universidade para Todos PROUNI e o Decreto 6 096 2007 que cuida do Programa de Apoio a Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais REUNI A lei n 10 891 de 14 de abril de 2004 instituiu
7. 67 refor a se a tese da educa o para o mercado inserindo o pa s cada vez mais na ordem mundial capitalista A educa o que j vinha se configurando como mercantilista virou mercado lucrativo N o somente houve a expans o das IES privadas como tamb m a institui o de cursos de menor dura o que embora inseridos como curso superior destinam se a prover o mundo do trabalho de profissionais t cnicos mais capacitados preparados para a competitividade Como j dito anteriormente a globaliza o exige pessoas dotadas de habilidades e compet ncias ent o os cursos sequenciais t m raz o de existir para prepar las ao of cio e garantir a obten o de maior produtividade Outro dado importante da LDB se refere aos profissionais da educa o A LDB inova ao criar os institutos superiores de educa o como alternativa s universidades Tais institutos s o respons veis por cursos para a forma o de profissionais da educa o b sica incluindo se o normal superior e forma o us preparar o cidad o e o pa s para enfrentar o s culo XXI 122 pedag gica para diplomados no ensino superior que queiram se dedicar esta modalidade educacional Em que pese a inova o da lei h cr ticas sobre esta novidade haja vista que experi ncias internacionais semelhantes n o deram bom resultado Saviani aponta que os institutos superiores de educa o tendem a ser considerados de segunda categoria em
8. a social pode acontecer tamb m pela educa o Sob esta tica imp s se a an lise das pol ticas p blicas para o ensino superior e a sua responsabilidade na constru o da cidadania iniciando se pela reforma implementada pelo governo Fernando Henrique Cardoso com desdobramentos efetivados no governo sucessor Oportuno mencionar que naquele per odo houve a Gramsci desenvolveu estes conceitos nos conselhos de F brica e na escola do trabalho Art 205 A educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia ser promovida e incentivada com a colabora o da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho Constitui o da Rep blica promulgada em 05 10 1988 10 Art 2 A educa o dever da fam lia e do Estado inspirada nos princ pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho Lei n 9394 de 20 10 1996 LDB 22 edi o da Lei n 9 394 1996 denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB a qual introduziu substanciais modifica es no ensino superior e que sofreu o amplo debate e embate da sociedade civil e do Congresso Nacional Sendo a educa o um meio de transmiss o assimila o do saber sistematizado advindo da pesquisa cient fica que somando se
9. as da inclus o da conviv ncia de todos diferentes mas n o indiferentes neste ocus onde podem realizar se as condi es necess rias para o surgimento de uma revolu o passiva Pode se portanto aferir a condi o da revolu o passiva a se disseminar na sociedade civil atrav s educa o ela a educa o que possibilitar o aparecimento de uma nova ordem intelectual e moral na sociedade permitindo que o senso deixe de ser comum para ser o bom senso a que alude Gramsci Quando isto se concretizar estar se frente a uma nova cultura e uma nova hegemonia Esta nova ordem advinda da educa o ter como fio condutor a quest o n o apenas intelectual mas em todas as dimens es inclusive a tica na medida em que resgatar valores de h muito deixados de lado Ferreira afirma que Assegurar a todos os seres humanos em todo o mundo condi es que lhes permitam uma vida digna e uma exist ncia rica exige um grande investimento e amplas mudan as pol ticas mas sobretudo do papel decisivo da educa o e das pol ticas p blicas em fazer acontecer uma nova tica FERREIRA 2008 p 28 29 86 Observa se portanto que a educa o tem um papel decisivo na forma o do homem e da mulher pois muito mais do que prepar los para o exerc cio da cidadania educa o conjuntamente com as pol ticas p blicas educacionais cabe o resgate de valores ticos que foram suprimidos diante do capitalismo
10. brica da ind stria enfim de sua colabora o para o progresso Afinal o progresso para todos n o necessariamente na mesma medida Os detentores do capital certamente ter o maiores benef cios A quest o n o educar os integrantes da massa para ser cidad o sen o educ los para que possam produzir mais para aumentar a produ o e assim avan ar cada vez na expans o capitalista Procura se incutir no individuo que ao trabalhar mais al m de colaborar para o bem de todos o bem coletivo ou bem comum ter ele possibilidades de alcan ar a felicidade atrav s da propriedade que puder adquirir Se o seu bem parte do bem de todos ent o h que ter o esfor o individual integrando a coletividade para o progresso geral da na o Mas n o adequado conscientiz lo de que a explora o de sua for a de trabalho atrav s do que Marx denominou mais valia trar um benef cio monet rio para a elite Deve se ir al m dessa no o de educa o de utiliza o para a perpetua o do capitalismo para o engrandecimento do progresso econ mico No dizer de M sz ros o papel da educa o de import ncia vital para romper com a internaliza o predominante nas escolhas pol ticas circunscritas legitima o constitucional democr tica do Estado capitalista que defende seus pr prios interesses MESZ ROS 2005 p 61 O sistema capitalista de produ o pugna pela legitima o
11. efetivamente introduziu modifica es no Estado brasileiro agindo nas reas da previd ncia educa o e do funcionalismo p blico entre outras de vez que a estrutura do Estado n o mais suportava tamanha envergadura de seu per odo como presidente que foi criado o Minist rio da Administra o e Reforma do Estado MARE Tais altera es que visavam trazer o Estado brasileiro modernidade n o caberiam t o somente na supera o dos problemas econ micos mas deveriam servir para tamb m superar a aliena o pol tica COUTINHO 1992 fato que persistia na sociedade brasileira em decorr ncia dos anos de ditadura militar em que os brasileiros foram alijados da participa o nos destinos do pa s 105 Efetivamente as maiores mudan as realizadas no Brasil aconteceram durante os dois mandatos de FHC para que o Brasil pudesse segundo palavras do ex presidente tornar se um pa s mais competente e apto a incorporar as massas empobrecidas Na quest o educacional o governo FHC procurou atender mais o ensino fundamental o que certamente foi ao encontro das orienta es dos organismos internacionais de financiamento De acordo com o entendimento do Banco Mundial a educa o b sica proporciona o conhecimento as habilidades e as atitudes essenciais para funcionar de maneira efetiva na sociedade sendo portanto uma prioridade em todo lugar Banco Mundial apud TORRES 2000 p 131 Portanto houve o direcionam
12. fazendo com que as pessoas sejam coisificadas em detrimento 87 de coisas e animais que passam a condi o de pessoas Atualmente o lema parece ser tenho logo existo e sou visto Todavia a necessidade de consumo do ter para estar no mundo trata se de uma falsa premissa de felicidade Nada mais do que pseudoconcreticidade KOSIK 2002 porquanto n o envolve conhecimento profundo e valoroso mas t o somente conceitos vagos que trazem falsa no o da realidade No o que imposta de cima para baixo na tentativa de ocultar a desigualdade cada vez mais acirrada e t o presente na sociedade capitalista e que a educa o continua a reproduzir Necess ria se faz a invers o na ordem natural da sociedade Se o liberalismo aponta para a manuten o em atendimento aos interesses capitalistas da educa o em seu formato de cima para baixo atualmente imp e se a supera o do modelo exclusivo e excludente O homem coletivo emerge de baixo para cima sem esquecer sua individualidade A educa o veiculada pelas escolas deve atingir o homem coletivo atrav s da forma o do indiv duo cabendo s demais institui es da sociedade amoldar o coletivo que j est definido em cada ser individualmente considerado JESUS 1989 O ser humano um ser nico indivis vel que possui caracter sticas e aptid es de temperamento que o acompanham desde seu nascimento Portanto deve ser singularmente considerado Mas o s
13. infere se da possibilidade do desenvolvimento da omnilateralidade isto a possibilidade do desenvolvimento do ser humano em todas as reas o desenvolvimento integral fazendo dele ou dela um ser desenvolvido em todas as dimens es Nos termos de Freire os seres humanos s o seres inacabados e justamente porque inacabados necessitam da educa o e da conviv ncia coletiva a incluindo se os diferentes Desta forma a educa o assume um compromisso ininterrupto e cont nuo por toda a vida humana quer atrav s da escolariza o quer em outras formas que se processam al m e depois da escolariza o como forma o cont nua Contudo em se tratando de reconhecimento de direitos e imposi o de deveres imp e se destacar a quest o da legalidade isto das leis Enquanto Locke afirmava que os homens eram iguais em decorr ncia da natureza com a Revolu o Francesa adv m a igualdade formal isto todos s o iguais perante a lei A cria o do Estado imp e necessariamente a legitima o para legislar O Estado demonstra sua vontade e seus objetivos atrav s de leis Se s o boas ou m s se s o justas ou n o somente o tempo dir Editadas devem surtir o efeito que delas se espera a sua obedi ncia por todos so Omnilateralidade nesta disserta o entendida como educa o e desenvolvimento em todas as dimens es el llegar hist rico del hombre a una totalidad de capacidades y a la vez a uma totalidad de
14. o foi substitu do por um outro modelo social 13 Direito de liberdade alcan a a liberdade relativamente ao pr prio corpo porquanto os trabalhadores egressos do sistema feudal possu am como sua propriedade apenas a for a de trabalho 33 Com o advento da m quina surgiram as f bricas inaugurando uma nova modalidade de riqueza De um lado encontravam se os propriet rios dos meios de produ o os detentores do capital e de outro achavam se os trabalhadores que tinham como sua propriedade a for a de trabalho Ent o essa compreens o de liberdade um dos princ pios do liberalismo cl ssico que surgia com a Revolu o Industrial que permitiu aos ex trabalhadores da terra alocar seu trabalho nas f bricas em troca de sal rio Essa liberdade amparada no direito de propriedade reconhecida por muitos como a express o primeira da cidadania Entretanto a liberdade n o se fazia de forma ison mica para todos Os propriet rios das terras passaram a ser propriet rios dos meios de produ o e portanto ainda determinavam as condi es aos assalariados A riqueza continuava nas m os de poucos fato atualmente extremamente agravado O que se permitiu com a Revolu o Industrial foi alguma liberdade aos trabalhadores que sa ram das terras e que deixaram de ser protegidos e alimentados pelo senhor feudal Entretanto tornaram se escravos do sal rio e das condi es impostas pelos detentores do capital se
15. o da Educa o o Munic pio e a Escola In FERREIRA Naura Syria Carapeto AGUIAR M rcia ngela da S orgs Gest o da Educa o impasses perspectivas e compromissos S o Paulo Cortez 2000 BRAND O Helena H Nagamine Introdu o An lise do Discurso 42 ed Campinas UNICAMP 1995 BRASIL Lei n 9 394 de 20 12 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Di rio Oficial da Uni o ano CXXXIV n 248 de 23 12 96 p 27 833 27 841 Lei n 10 172 de 9 01 2001 Aprova o Plano Nacional de Educa o Bras lia Congresso Nacional 2001 Lei n 10 406 10 01 2002 Institui o C digo Civil Brasileiro Bras lia Congresso Nacional 2002 Lei n 10 861 de 14 04 2004 Institui o Sistema Nacional de Avalia o da Educa o Superior SINAES Bras lia Congresso Nacional 2004 Lei n 11 096 de 13 01 2005 Institui o Programa Universidade para Todos PROUNI Bras lia Congresso Nacional 2005 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil edi o atualizada at EC 53 2006 S o Paulo Rideel 2007 153 Decreto n 6 096 de 24 04 2007 Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais REUNI Dispon vel em www presidencia gov br acesso em 27 01 2008 BUFFA Ester Educa o e Cidadania Burguesas In BUFFA Ester ARROYO Miguel G NOSELLA PAULO Educa o e Cidadania quem educa o cidad o 6
16. FHC E A REFORMA DA EDUCA O As pol ticas governamentais seguem o rumo do neoliberalismo com a investidura de Fernando Herrique Cardoso na presid ncia da Rep blica Federativa do Brasil para o per odo de 1995 1998 A reelei o para o mandato seguinte o qual encerrou se em 31 12 2002 ratificou o rumo tra ado Sua campanha englobava cinco metas priorit rias a saber educa o agricultura sa de emprego e seguran a O Brasil j havia aberto suas fronteiras para a importa o e expans o da tecnologia e amplia o da competitividade comercial durante o governo de Fernando Collor de Melo Entretanto a educa o pedia aten o e reformas E FHC como ficou popularmente conhecido o presidente prometia estimular a educa o brasileira atrav s de pol ticas p blicas condizentes com a real necessidade mormente porque a educa o nem sempre fora objeto de aten o dos governantes anteriores e mais ainda porque o Brasil estava comprometido com pactos firmados com o Banco Mundial e com o Fundo Monet rio Internacional em fun o de empr stimos internacionais contra dos Faz se necess rio lembrar que o Brasil havia rec m sa do de 20 anos de governo militar sendo Fernando Herrique o segundo presidente eleito pelo voto popular ap s a referida ditadura vida por mudan as a Rep blica brasileira j estava sob a gide da nova ordem constitucional inaugurada em 5 de outubro de 1988 Tamb m em decorr ncia do milagre b
17. aceita por muitos inclusive por doutrinadores h que resgatar o princ pio maior que embasa a sustenta o n o somente da economia mas da 99 exist ncia da aldeia global a dignidade do ser humano Este princ pio n o se perfaz sem a interven o necess ria do Estado Um dos motivos a ensejar a real necessidade da interven o estatal a tradicional diferen a de classes S uma a o contundente do Estado em efetivar pol ticas p blicas sociais poder minorar esta desigualdade O que se percebe que embora o Estado Neoliberal como apregoado pelos seus ferrenhos defensores procure ausentar se do espa o social que seu o distanciamento efetivamente n o se aperfei oa Na medida em que os menos aculturados n o tenham condi es de per si de prover seus sustento e desenvolvimento o Estado obrigado a intervir atrav s das pol ticas sociais as quais demandam cada vez mais investimentos De um lado a pol tica neoliberal permite o aumento desmedido do lucro atrav s da explora o da mais valia e de outro exige que o Estado aumente seus gastos na rea social atrav s dos in meros programas voltados para os mais pobres Trata se ent o de uma rela o dial tica O maior lucro de alguns provoca o empobrecimento de tantos outros e nessa matem tica perversa o Estado se por um lado n o quer intervir na sociedade regulada pelo mercado necessita aparecer para proteger os mais carentes 100 3 3 GOVERNO
18. avassalador que apregoa a cidadania consumista Quanto mais se consome mais cidadania estar se exercendo esta pr tica denominada cidadania vazia precisa ser abominada Esta pr tica hodierna decorr ncia do vazio da falta de sentido que toma conta dos seres humanos na economia globalizada No dizer de Ferreira 2003 p 19 restou a produ o em massa de mercadorias que coisificam as pessoas e personalizam as coisas travestindo com outros significados a produ o destinada ao consumismo que tamb m precisa nesta tica ser cultivado Esta produ o em massa t pica da sociedade de consumo onde o ter assume uma import ncia maior do que o ser Um ser humano tem sua valoriza o em cima de bens materiais do que consome do que adquire Trata se de uma sociedade perversa as coisas os bens materiais adquirem uma conota o de riqueza superior aos valores morais ao passo que os seres humanos est o relegados ao status de coisas e coisas jogam se fora s o substitu das por outras A exist ncia direcionada para ter cada vez mais mesmo quando este ter importar em desvalorizar o semelhante e at aniquil lo se preciso for A produ o em massa estimula a competitividade permanecendo em evid ncia o que mais produz o que mais consome H uma invers o de valores onde predomina muito mais o ter do que o ser inclusive com preponder ncia do virtual sobre o real
19. beneficiar estudantes carentes a ter acesso educa o superior em atendimento crescente expans o de matriculados nas IES s objetivo presente nas pol ticas p blicas e meta constante do PNE cumprindo se a inclus o social por outro n o se pode olvidar que h um financiamento s empresas de presta o de servi os educacionais em detrimento do investimento do Estado nas institui es p blicas Todavia o financiamento a estudantes carentes proporcionados pelo PROUNI revela uma pol tica social preocupada com a classe mais desfavorecida economicamente a qual n o pode ser praticada indefinidamente H que ser vista como pol tica implementada para um prazo razo vel e n o de modo a permanecer como constante na pol tica educacional brasileira Como j afirmado alhures a educa o n o prescinde de outras pol ticas mas est imbricada na quest o s cio econ mica medida em que houver uma 7 Dispon vel em www mec gov br acesso em 23 03 2008 137 melhoria econ mica e social da popula o o PROUNI pode ser reduzido paulatinamente at sua extin o Desde sua implementa o de 2005 at 2207 o PROUNI j favoreceu 310 079 estudantes O destaque est com a regi o Sudeste com 163 514 bolsistas a regi o Sul est em segundo lugar com 61 528 bolsistas seguida da regi o Nordeste com 43 535 a regi o Centro Oeste com 26 383 e a regi o Norte com 15 119 Isto espelha a densidade populacional da regi o su
20. capacidade de consumos o goces em los que ya sabemos hay que considerar sobre todo el goce de los bienes espirituales adem s de los materiales de los que el trabajador h estado excluido a consecuencia de la divisi n del trabajo MANACORDA 1969 p 89 90 o chegar hist rico do homem a uma totalidade de capacidades e ao mesmo tempo de desfrute e gozo em que se deve considerar sobretudo o usufruir os bens espirituais al m dos materiais de que o trabalhador tem estado exclu do em consequ ncia da divis o do trabalho E Pedagogia do Oprimido 29 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 p 72 73 60 Embora muitos afirmem que a lei existe para ser violada e ainda se diga que h leis que pegam e outras que n o pegam tal fato n o pode ser utilizado para desconfiar das in meras leis existentes No que se refere cidadania as leis s o importantes posto que por elas que o Estado sinaliza quais os direitos reconhecidos e que devem ser promovidos As leis muitas vezes decorrem das press es exercidas pelo povo sendo ent o necess rias MANZINI COVRE 1998 Portanto em que pesem as desconfian as muitas vezes geradas por leis de ocasi o a legalidade fato impositivo para o reconhecimento da cidadania Infelizmente na atualidade a cidadania est sendo esvaziada na medida em que se volta para o consumo exacerbado deixando de lado as lutas efetivadas para conquistar a cidadania plena Atualmente
21. da realidade para a liberta o dos homens Paulo Freire SUM RIO LISTA DE SIGLAS m s 20 gt 2ubenioias beta lts a a e Bida a bu sa ist bon a AA 9 RESUMO ponei nelas pia EC TESES OG oiiaii a 10 ABSTRACT carcon aros aaa CARRO a SR AR CU A CC P A a 11 1 INTRODU O ea SD Der eae 13 2 CIDADANIA E EDUCA O n ni iriierererrerersereeearerersereeeanea 31 2 1 EDUCA O COMPREENDENDO E EXPLICITANDO A CONCEP O 62 3 GOVERNOS FHC E LULA POL TICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO SUPERIOR E A CIDADANIA ERA eva a RR O RO CR O a e a 97 3 3 GOVERNO FHC E A REFORMA DA EDUCA O i 100 3 4 A REFORMA EDUCACIONAL NO GOVERNO LULA 110 4 O QUE OS DOCUMENTOS ANALISADOS REVELAM 114 41 LDE censo hs da dia ide A O A Sd dr a a DS 118 4 2 PNE suas guie spas ipi SS qa O Sa e ad 125 4 3 SINAES os iate a E Si i n PA a a N dA at 131 AA PROUN ee oee aiad aa e a e a aa a e End dp 134 AO REUNI ua creo rara GC a AGO De O Sa a a E a oa ai A E Dede 139 5 CONSIDERA ES FINAIS reeeeeerreeenreos 144 REFERENCIAS rene nenepi api e AE a A O dd 152 LISTA DE SIGLAS CAPES Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CRF Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil CPA Comiss o Pr pria de Avalia o ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes FHC Fernando Herrique Cardoso FMI Fundo Mon
22. de servi o e propostas da flexibiliza o e desregulamenta o da compra e venda da for a de trabalho A orienta o neoliberal voltada para o mercado segundo o jarg o dominante prev a diminui o do papel ativo do Estado em todos os setores LUCA 2003 p 489 Adotou se como pr tica neoliberal o desmantelamento do Estado Seguindo esta tend ncia FHC durante a realiza o de seus mandatos empreendeu esfor os para diminuir a participa o do Estado na economia extinguiu a aposentadoria por tempo de servi o o que acarreta tempo maior de contribui o pelo trabalhador ao regime da Previd ncia Social Incentivou a entrada do capital externo na economia nacional pelo que efetivou mudan as na Constitui o Federal Tamb m prop s mudan as na legisla o trabalhista mediante a denominada flexibiliza o Conforme a explica o neoliberal a flexibiliza o tida como necess ria para diminuir o custo das empresas no que se refere folha de sal rio e desta forma permitir se a abertura de novos postos de trabalho Sob a tica dos que 103 aprovam a medida o engessamento da economia provocada pelas regras r gidas de prote o ao trabalhador um entrave ao crescimento econ mico nacional Entretanto Fernando Henrique afirma que jamais subscrevi as id ias neoliberais a favor de um Estado m nimo 2006 p 559 Segundo o ex presidente ele realizou uma reforma de Estado para traz lo mode
23. de vagas ofertadas em raz o 35 Art 5 A avalia o do desempenho dos estudantes dos cursos de gradua o ser realizada mediante aplica o do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENADE 8 5 O ENADE componente curricular obrigat rio dos cursos de gradua o sendo inscrita no hist rico escolar do estudante somente a sua situa o regular com rela o a essa obriga o atestada pela sua efetiva participa o ou quando for o caso dispensa oficial pelo Minist rio da Educa o na forma estabelecida em regulamento 133 do fraco desempenho de algumas institui es fato que foi objeto de ampla divulga o na m dia impressa e televisiva Para o ano de 2008 o MEC j adiantou que a nfase est voltada para os cursos de Medicina A par da avalia o de responsabilidade do INEP a Lei 10 861 2004 determinou para cada IES p blica ou privada a obrigatoriedade de constitui o de Comiss o Pr pria de Avalia o CPA com atribui es de condu o dos processos de avalia o internos da institui o com participa o de todos os segmentos da comunidade universit ria e da sociedade civil organizada Atrav s do SINAES est assim o Estado assumindo papel de avaliador e regulador na medida em que ser pelos resultados deste processo de avalia o que as IES s ter o credenciamento obter o renova o de credenciamento autoriza o reconhecimento e renova o de reconhecimento de cursos de gradu
24. dignidade da pessoa atrav s de pol ticas p blicas sociais adequadas e efetivas Contrastando ao Estado provedor encontra se o Estado m nimo que enseja apenas realizar atividades essenciais deixando que a pr pria sociedade consiga desenvolver se por suas pr prias pernas ou seja cabe a cada pessoa individualmente considerada prover suas necessidades vitais ou n o Neste aspecto dois modelos de Estado surgem um em contraposi o ao outro de modo que o exerc cio da cidadania pode acontecer diferentemente em raz o do Estado onde insere se o ser humano Os primeiros estudos sistem ticos sobre cidadania foram feitos na Inglaterra e na Fran a Sabe se que a cidadania n o se revela de modo nico mas sofre altera es em fun o do momento hist rico e s cio cultural da sociedade Sendo assim no Estado Liberal a cidadania n o tinha o entendimento de que goza na contemporaneidade O Estado Liberal defende o Estado M nimo Neste tipo de Estado h um distanciamento das pol ticas p blicas em rela o aos seus integrantes haja vista que n o cabe ao Estado realizar atividades econ micas visando o bem estar de seu povo Fun es de seguran a de educa o b sica de representa o diplom tica e 93 de sa de p blica s o prestadas pelo Estado Entretanto toda e qualquer atividade que se relacione com lucro ou em que haja explora o de riqueza fica em m os de particulares O Estado delas se afasta deixando que os
25. direitos sa de transporte educa o habita o sal rio digno seguro desemprego lazer 13 sal rio etc Segundo Manzini Covre 95 o Estado do Bem Estar proposta socializante porque estaria no meio termo entre o capitalismo liberal e o socialismo cerceador vigente ao guardar desses modelos apenas tra os positivos desfazendo se dos tra os delet rios Conservaria dessa forma a igualdade a preocupa o com a distribui o e justi a social do socialismo despojando se do cerceamento liberdade do socialismo existente vem como manteria a liberdade do capitalismo sem reter o seu car ter de explora o intensa da etapa liberal Nessa etapa do capital de aceno aos direitos sociais a concep o de cidadania est intrinsecamente vinculada tecnologia organizat ria planejamentos e pol ticas sociais do Estado MANZINI COVRE 1998 p 45 Tem se que h uma porta aberta para o exerc cio da cidadania esta considerada em rela o ao desenvolvimento tecnol gico Ou seja o Estado que se sobrep e ao esfor o p s guerra comandado pela elite burguesa n o desejando manter alguma influ ncia socialista e muito menos equiparar se ao excesso liberal direciona se para uma proposta de atendimento na rea social advindo da os planejamentos e pol ticas p blicas sociais Expande se a educa o b sica haja vista que o Estado necessita de profissionais que saibam ler escrever contar somar Esta form
26. divis o do trabalho Tem se portanto que a educa o omnilateral verte se para o desenvolvimento total e multilateral do ser humano em todos os sentidos e capacidade de produ o e tamb m para usufruir dos bens culturais e intelectuais aos quais n o tem acesso justamente porque est inserido numa sociedade em que domina a divis o laboral Pugna se por uma educa o que permita aos atores sociais efetivarem suas rela es na sociedade de forma mais ampla livre e igualit ria conscientes de suas escolhas e da responsabilidade por essas escolhas Segundo Jesus 1989 a educa o tem um papel preponderante nas rela es sociais visto que permite ao homem e mulher enquanto seres hist ricos relacionarem se com seus semelhantes e com a natureza podendo deste modo produzir e transformar bens inclusive modificar a pr pria natureza e sociedade A educa o pode por consequ ncia modificar o indiv duo em rela o a si mesmo e em rela o aos demais indiv duos e tamb m em rela o natureza na qual ele inserido E a partir da tomada de consci ncia de ser integrante de uma sociedade e de sua import ncia enquanto componente dessa sociedade o ser humano individualmente considerado passa a agir como ser coletivo e o coletivo constr i o mundo Construir o mundo pensar o mundo modificar o mundo atrav s das rela es sociais ou seja pronunciar o mundo como ensina Paulo Freire 2000 84 Entretanto o pensar
27. ela hist rica variando conforme o movimento da sociedade que se estrutura progressivamente atrav s dos movimentos conjunturais que se processam na sociedade em um determinado tempo dado A cidadania portanto n o se copia n o se imp e por decreto se conquista atrav s de seu exerc cio alicer ado no conhecimento que elucida e conscientiza Da a import ncia de uma educa o de qualidade para toda a popula o brasileira Quanto mais esclarecido o homem e a mulher maior o seu entendimento e possibilidade de usufruir de seus direitos e de exigir o respeito de outras pessoas e principalmente do Estado Neste passo a educa o se apresenta como essencial ao exerc cio da cidadania pelo que houve a explana o acerca da import ncia da educa o sua estreita liga o com a cidadania e como a sociedade pol tica tem dela se utilizado para manter a sua posi o hegem nica A educa o se firma na 146 escola sendo ela o locus respons vel pela dissemina o do saber cient fico da intera o de conhecimentos da socializa o do saber E a posi o que se espera da universidade que ela possa promover a forma o humana e solid ria fornecendo elementos capazes de propiciar reflex o cr tica a seus alunos E Se o homem em parte aquilo que pensa tamb m aquilo e sobretudo o que faz ESTRELA 2006 p 61 h que se resgatar a humanidade de homens e mulheres aviltados pela sociedade de consumo h q
28. escolas p blicas Em vista de sua institui o recente o assunto est longe de consenso Saviani 2004 faz contundente cr tica sobre o PNE no que se refere aos recursos financeiros explicitando que o percentual do PIB Produto Interno Bruto destinado educa o com eleva o gradativa at atingir o m nimo de 6 t mido em fun o das enormes car ncias reconhecidas ao setor Embora o PNE reconhe a a exist ncia do d ficit educacional no Brasil a pol tica financeira adotada pelo MEC a da racionalidade Sendo assim a proposta de aporte financeiro estipulada no PNE est abaixo do esperado contrapondo se pol tica de socorro s institui es financeiras Isto se d por conta da prioridade pol tica quest o econ mica e n o educa o 4 O PIB brasileiro de 2007 atingiu R 2 6 trilh es 130 Tamb m Freitas 2007 critica o or amento destinado educa o afirmando que os bancos t m recebido muito mais Quanto ao financiamento a redu o dos investimentos p blicos em educa o ao longo dos ltimos anos de pol ticas neoliberalizantes persiste e se expressa no or amento para a educa o para este ano estimado em 4 3 do PIB contrastando vergonhosamente com dados que indicam que no per odo de quase duas d cadas o setor p blico tem transferido de 4 a 7 do PIB por ano ao setor banc rio na forma de pagamento de juros FREITAS 2007 p 1204 Tais cr ticas demandam uma maior ate
29. exerce uma fun o important ssima qual seja a de possibilitar a conscientiza o para o trabalho organizado afastando poss veis obst culos de modo a favorecer a expans o da produ o capitalista ARROYO 1996 Ent o pode se deduzir que todos devem empreender seus melhores esfor os para o progresso econ mico da sociedade E este progresso de todos sejam ricos ou pobres A educa o possibilita que os menos favorecidos exer am sua parte trabalhar mais para o progresso Arroyo enf tico ao enunciar que Nesta concep o do social que tem sobrevivido at nossos dias menos como teoria elaborada do que como mito n o importa o povo como sujeito de direitos pol ticos Logo n o se enfatiza a educa o como precondi o da cidadania nem interessa a instru o do povo para torn lo ordeiro no conv vio social O que interessa que o povo continue no seu lugar Logo que podem trabalhar t m que arranjar qualquer trabalho com o qual possam garantir a sua subsist ncia A fun o da gente comum cooperar para o progresso trabalhando Sua educa o ser apenas em fun o de que n o 49 sejam t o est pidos que se deixem desencaminhar dessa fun o por qualquer oposi o injustificada ARROYO 1996 p 55 No pensamento liberal a educa o deve manter os trabalhadores centrados para a produ o Devem ter uma educa o que lhes possibilite adquirir consci ncia de seu papel no desenvolvimento da f
30. humano seja desenvolvida n o somente para o trabalho manual repetitivo mas que alcance tamb m a desenvoltura intelectual Para que o homem possa explorar sua vontade conscientemente e transformar a realidade que o cerca e n o se afastar dessa mesma realidade em que est inserido ele precisa ser despertado Para o racionalismo este despertar para a realidade envolve capacidade S ser capaz aquele que tiver aptid o Embora todos sejam iguais a capacidade individual e ent o a capacidade de 48 cada um vai impor os limites de atua o e participa o Alguns seriam mais capazes que outros medida que avan a o projeto burgu s necessariamente h a imposi o do modo capitalista de produ o H uma transforma o na propriedade nas for as de produ o estabelecendo se uma organiza o social e pol tica que deva promover a exclus o de qualquer obst culo ao desenvolvimento econ mico que em tese o capitalismo deveria promover Instala se a ideologia burguesa centrada no individualismo e na apropria o do capital pela explora o da mais valia O que importa o inexor vel progresso econ mico Em face da busca da expans o do modo capitalista de produ o e da busca pelo progresso econ mico o desenvolvimento da sociedade envolve o caminhar do homem rumo civiliza o propriedade esta tida como direito natural e s mbolo de riqueza e de felicidade HORTA 1998 E nesse aspecto a educa o
31. id ia a obedi ncia ativa Esta se torna uma esp cie de caixa de resson ncia daquelas transforma es pol ticas mais amplas ligadas conquista do sufr gio universal participa o pol tica das massas populares no Estado O objetivo o de educar as classes subalternas para mant las subalternas aceitando livremente serem governadas Tratase da busca do 73 consentimento volunt rio a uma dada ordem social desigual HEIJMANS 2006 A ordem adotada a legitima o do poder dominante utilizando se da educa o Educa se a classe subalterna para que seus integrantes sejam obedientes e aceitem livremente que algu m lhe comande Aprendem desde cedo a obedecer e aceitar Sendo a educa o um ato intencional Vieira Pinto afirma que n o se pode pretender formar um homem sem um pr vio conceito ideal de homem 2007 p 35 Depreende se pois que se as elites dirigentes objetivam um ideal de homem voltado para a obedi ncia para a aceita o para o n o combate ent o a educa o ser consequ ncia desse ideal Sendo fen meno cultural historicamente situado quando ocorrem mudan as na consci ncia dos dirigentes ocorrem mudan as na educa o Em contraposi o a esta pr xis evidente num Estado em que impera a economia capitalista aplica se a concep o de Paulo Freire que exp e a necessidade de praticar uma revolu o mais profunda que efetivamente se supere a dicotomia discricion ria e
32. mais fecundo meio para a forma o e possibilidade de realiza o da cidadania e conquista da justi a social O diferencial deste trabalho que compreende se a justi a social como o exerc cio dos direitos amplamente reconhecidos como pertencentes ao ser humano inserido no denominado per odo da constru o da democracia que aconteceu no Brasil com a promulga o da ltima Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil em 05 de outubro de 1988 Pode se afirmar que a cidadania inerente democracia haja vista que esta na sua concep o constitucional aponta que o poder do povo e deve ser exercido por representantes do povo e para o povo N o se perfaz de mpeto ou n o se imp e por decreto Resulta de uma lenta e gradual luta dos atores sociais na sua conquista O termo cidadania tem suas origens na Revolu o Francesa em 1789 quando o homem cidad o sucedeu ao homem s dito BONAVIDES 2001 Entretanto foi com o liberalismo ingl s e franc s que o termo alastrou se e embora 14 j houvesse e se considerasse o termo cidad os nas cidades gregas e no estado romano ele n o tinha a acep o que lhe dada atualmente Importante se torna considerar os estudos de Marshall pois foi este te rico quem sistematizou no seu contexto este conceito como status inerente aqueles que vivem na e para a comunidade onde est o inseridos A cidadania um status concedido queles que s o membros integrai
33. mas associados s universidades congregando os profissionais qualificados que esta contempla de 123 molde a articular juntamente com as escolas a adequa o dos est gios obrigat rios SAVIANI 1998 p 221 Acentua se o car ter neoliberal que embasa a LDB vez que as novidades lan adas por ela atendem aos interesses do capital e de organismos internacionais Enquanto realidade as pol ticas p blicas para a educa o superior atropelam a determina o constitucional de educa o para o exerc cio da cidadania permanecendo a forma o de pessoas capacitadas para agir em competi o no mercado que exige uma forma o continuada Capacitar habilitar competir Vence aquele que mais lucro proporcionar ao empregador Afigura se a eterna dualidade entre ess ncia e apar ncia o discurso da educa o para a modernidade para a inser o do pa s no s culo XXI para a inclus o social refere se cidadania a pr tica volta se para o mercado para o lucro para a predomin ncia do capital Percebe se das pol ticas educacionais postas em pr ticas pelo conjunto de a es governamentais que o discurso da modernidade da prepara o para o exerc cio da cidadania est imbricado aos desafios globais impostos pelo mercado O mercado reveste se da qualidade de ser superior e imp e sua vontade N o o Estado que deseja n o a sociedade que decide o mercado Nessa via de racioc nio Brand o afirma que A lin
34. me alenta a persistir a seguir em frente a sonhar com um mundo mais justo e solid rio minha m e amiga fiel escudeira das minhas escolhas apoio nos momentos de dor e de alegria mem ria de Edson companheiro da jornada terrestre aus ncia que presen a constante em minha vida AGRADECIMENTOS A Deus for a superior que me acompanha desde sempre minha orientadora Dra Naura Syria Carapeto Ferreira pela acolhida carinhosa e dedica o mpar que me possibilitaram vencer este desafio minha fam lia constituinte e constitu da pela compreens o e apoio firme em todas as horas s minhas sobrinhas por me ouvirem e pela ajuda preciosa na elabora o do abstract amizade nascida no decorrer do mestrado Izabel Sandra e Silvia juntas fizemos da Terapia do Riso o rem dio para nossos momentos de ang stia e suporte para os incont veis vou desistir Aos colegas de mestrado compartilhamos id ias divergimos sugerimos trilhamos juntos um caminho e ficamos com a certeza de que todos travamos o bom combate No momento em que uma sociedade vive uma poca assim o pr prio irracionalismo mitificador passa a constituir um de seus temas fundamentais que ter como seu oposto combatente a vis o cr tica e din mica da realidade que empenhando se em favor do seu desvelamento desmascara sua mitifica o e busca a plena realiza o da tarefa humana a permanente transforma o
35. na contemporaneidade que culmina na sociedade de consumo e no aumento das desigualdades sociais ou na perspectiva socialista que defende a liberdade igualdade e justi a social fraternidade e solidariedade No segundo cap tulo abordam se as reformas do ensino superior efetivadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lu s In cio Lula da Silva com nfase no bin mio educa o e cidadania O liberalismo econ mico defende e d sustenta o economia capitalista com dois marcos bem definidos o propriet rio ou detentor do capital e dos meios de produ o e o detentor da for a de trabalho o oper rio Entretanto para que a for a de trabalho continuasse sendo ofertada no mercado surgiram os regulamentos como menciona Polanyi E esta pol tica aliada s crises b licas mundiais fez nascer o Estado do Bem Estar Social o Welfare State onde o Estado procura efetivamente proporcionar condi es de bem estar e seguran a ao cidad o atrav s de pol ticas p blicas de cunho social Para isto o Estado polariza in meros servi os em oposi o ao estreitamento das fun es do Estado pregada pelo liberalismo Por m este Estado n o permanece por muito tempo sendo derrotado entre outros fatores pela crise do petr leo Com o desaparecimento do Welfare State recrudesce o 29 liberalismo sob uma nova roupagem o neoliberalismo que imp e o afastamento do Estado de fun es antes por ele exercidas aumentando a
36. o an nima sem rosto sem nomes Para Arroyo 1996 naqueles primeiros tempos republicanos o povo que constitu a a rep blica era t o somente a classe dos fazendeiros dos comerciantes dos homens das letras e das leis Eram os denominados homens de bem os virtuosos a elite A outra parte componente do povo qual seja a plebe estava exclu da da rep blica N o eram cidad os haja vista que o contrato celebrado com o governo envolvia t o somente os bons cidad os E vale repetir que cidad o o propriet rio identificado como honesto decente e apto a exercitar o poder de dire o O cidad o era ent o visto como educado e ordeiro ou quem detinha posses e neg cios A plebe deseducada desordeira e indisciplinada era exclu da da rep blica Donde dizer que a cidadania era marcada pela exclus o fato que n o s persiste at hoje mas encontra se exacerbado E nessa cidadania envolvida pelo bin mio inclus o exclus o deveria atuar a educa o Verifica se ent o que a rep blica moldada pelo sistema liberal que entende a igualdade de todos pela pr pria natureza dos homens de vez que cada um propriet rio de seu pr prio corpo tamb m possui uma rela o dial tica com esses mesmos homens Ao mesmo tempo em que propicia a liberdade liberdade de 46 angariar riquezas pelo trabalho pelo ac mulo de capital tamb m refor a a exist ncia de uma classe cada vez mais pobre mais explorada por aqueles
37. o mundo o pronunciar o mundo atrav s das rela es sociais revela a realidade inexor vel que n o pode ser ocultada a dicotomia entre as classes produzida pela sociedade capitalista A educa o portanto imprescind vel quando se trata de transforma o dentro da sociedade capitalista Neste sentido M sz ros entende que o papel da educa o de import ncia vital para romper com a internaliza o predominante nas escolhas pol ticas circunscritas legitima o constitucional democr tica do Estado capitalista que defende seus pr prios interesses Pois tamb m essa contra internaliza o ou contraconsci ncia exige a antecipa o de uma vis o geral concreta e abrangente de uma forma radicalmente diferente de gerir as fun es globais de decis o da sociedade que vai muito al m da expropria o h muito estabelecida do poder de tomar todas as decis es fundamentais assim como das suas imposi es sem cerim nia aos indiv duos por meio de pol ticas como uma forma de aliena o por excel ncia na ordem existente MESZ ROS 2005 p 61 imp e se superar o esquema capitalista de utilizar se da escola para a manuten o das elites dominantes e para a imposi o de pensares pr estabelecidos H que possibilitar se a oferta de pol ticas p blicas que efetivamente respeitem o cidad o enquanto ser integrante da sociedade permitindo a ele participar das decis es e n o meramente fazer a
38. o no prazo de um ano do plano nacional de educa o para os dez anos seguintes Tamb m a CRF em seu art 214 determinou o estabelecimento do plano nacional de educa o de dura o plurianual Portanto ele haveria de ser proposto pela Uni o Por m foi a sociedade brasileira que deu os primeiros passos nessa dire o O PNE foi amplamente discutido por entidades e associa es resultando no projeto de lei 4 155 1998 Este projeto resultado da vontade da sociedade brasileira revela uma participa o democr tica o que uma das faces da cidadania a participa o democr tica nas decis es pol ticas Entretanto o PNE aprovado n o foi este originado da vontade da sociedade mas outro fundamentado em projeto origin rio do Poder Executivo aprovado pela Lei n 10 172 de 9 01 2001 Ele integra o conjunto da legisla o fundamental da educa o brasileira Mais uma vez predominou a vontade do Executivo em detrimento das contribui es da sociedade Dourado 2007 enfatiza que para ser considerado como pol tica de Estado o PNE deveria ter sido resultado dos embates das duas propostas a da sociedade civil e da sociedade pol tica Donde conclui se que o PNE surge como pol tica de governo 32 Art 87 institu da a D cada da Educa o a iniciar se um ano a partir da publica o desta Lei 81 A Uni o no prazo de um ano a partir da publica o desta Lei encaminhar ao Congresso Nacional o Plano Nacional de E
39. o que envolve la os de uma pessoa com um determinado Estado seja por nascimento ou ado o recebendo deste aten o pol ticas p blicas e tutela jurisdicional no que se refere aos conflitos entre as pessoas e entre estas e os demais Estados da rbita internacional Neste sentido as palavras de Lib nio A cria o da cidadania implica a exist ncia de um v nculo social que ligue as pessoas entre si segundo regras comuns sob determinado poder e a consequente obedi ncia a elas Para isso a paix o deve submeter se raz o a raz o e os interesses individuais raz o p blica e aos interesses coletivos LIB NIO 1996 p 18 Que raz es t m pautado os interesses p blicos As raz es que o poder p blico tem apresentado defendem realmente os interesses p blicos ou defendem os interesses individuais De que cidadania se est tratando Que cidadania se deseja alcan ar Mister se faz ent o que se verifique a que cidadania se refere o mencionado dispositivo constitucional Portanto impende algumas considera es a respeito de cidadania de onde surgiu e sua evolu o at o momento atual A cidadania n o era denominada assim no per odo das denominadas cidades Estado Os historiadores afirmam que as pessoas ali inseridas em especial 32 os homens exerciam sua cidadania atrav s de participa o ativa nas decis es e administra o de sua polis Mulheres e escravos n o tinham o direito de participa
40. odo Qui motivado pela novel Constitui o que in meros documentos foram produzidos na seara educacional como os j citados e que ser o objeto de an lise 110 3 4 A REFORMA EDUCACIONAL NO GOVERNO LULA Luiz In cio Lula da Silva sucedendo FHC foi reeleito para o atual mandato compreendido entre 1 01 2007 a 31 12 2010 Sua elei o deveu se reuni o de for as dos partidos de esquerda que esperavam h tempos em chegar ao poder Portanto de uma pol tica de tend ncias neoliberais o pa s passou a um governo que teve como mote de campanha a justi a social ou seja mais alinhado com as id ias socialistas Sob o comando de Lula e seus ministros foram lan ados programas de car ter assistencialista como Fome Zero e Bolsa Fam lia este ltimo na realidade n o inova o na pol tica nacional mas revitaliza o de programas anteriores No que se refere educa o o novo governo tamb m realizou algumas altera es como o aumento de oito para nove anos na educa o fundamental No ensino superior foram introduzidas modifica es que podem ser consideradas n o continu smo do governo antecessor mas pelo menos alguns desdobramentos que t m por objetivo ampliar o n mero de vagas em institui es p blicas e permitir que maior n mero de brasileiros e brasileiras tenham acesso a cursos de gradua o Tais altera es na realidade est o previstas no Plano Nacional de Educa o aprovado pela Lei n
41. ou de valores Consoante Ferreira entende se a pol tica como fixa o de valores atrav s de declara es de opera o e de inten o pelo Estado 2006b p 97 c Forma o a categoria central nesta disserta o que expressa o compromisso da educa o formativa para o exerc cio da cidadania entendida como prepara o para o exerc cio da vida em sociedade em toda a sua plenitude seja no campo da pesquisa cient fica seja nos processos decis rios ligado pol tica escola trabalho lazer enfim permitir que homens e mulheres possam em seu dia a dia participar ativamente e intensamente usufruindo de direitos mas cientes de seus deveres para com a fam lia a comunidade o Estado 25 d Democracia significa forma de governo que possibilita a participa o de todos na dire o do Estado pela descentraliza o Executivo Legislativo e Judici rio e pela oportuniza o de que homens e mulheres sem quaisquer distin es possam escolher seus representantes para o exerc cio de cargos eletivos e de dire o e tamb m possam fiscalizar a atua o de seus eleitos Inclui ainda a possibilidade da exist ncia de v rios partidos pol ticos de modo que haja um din mico e amplo debate e embate de pensamentos a nortearem os destinos do Estado Nos dizeres de Gramsci o ser dirigente de sua na o ou controlar seus dirigentes A metodologia utilizada decorre da concep o dial tica da hist ria n o dicotomizan
42. pr pria natureza Constituindo se o conhecimento cient fico de um momento em premissa do conhecimento cient fico do momento seguinte conforme aponta Vieira Pinto 1979 A coloca se a responsabilidade do Estado que ao mesmo tempo em que proporciona a educa o aos seus integrantes promovendo a transmiss o do saber 64 cient fico atrav s da provis o de recursos f sicos humanos e financeiros muitas vezes tamb m utiliza se desses mesmos recursos para promover a sua ideologia Com o desenvolvimento hist rico da sociedade houve necessariamente uma transforma o no modo de pensar e praticar a educa o Gramsci foi um dos intelectuais que estimulou a educa o como cr tica do social e pr tica para o pensar coletivo opondo se tradi o individualista caracter stica do modelo liberal Neste sentido desenvolveu os Conselhos de F brica que tinham sob seu encargo permitir que os oper rios desenvolvessem uma consci ncia cr tica de seu papel na produ o e na conforma o da sociedade onde estavam inseridos Para que ocorresse este exerc cio era necess rio que os oper rios tivessem uma educa o que visasse esta finalidade E com tal exerc cio poderiam os oper rios participar das decis es do Estado ou seja poderiam exercitar sua cidadania Schelesener observa Os Conselhos como os entendia Gramsci organizam se no interior das f bricas com uma conforma o espec fica que unia o ato da produ o e o e
43. prios coveiros Pode se fazer isto atrav s da exclus o de sua participa o nas decis es pol ticas alijando os da escolha quanto ao destino do Estado 47 Portanto de acordo com Arroyo 1996 a quest o da cidadania dos trabalhadores n o pode ser entendida como mera quest o a ser solucionada pela educa o O que est na base a luta de classes e a educa o n o pode servir para ocultar isto Se a educa o sob o entendimento liberal serve para acomodar o trabalhador minimizando poss veis influ ncias mal ficas ao ordenamento social e tornando o disciplinado e submisso o racionalismo entende que a educa o pode levar o homem a alcan ar a sua maioridade isto adquire a capacidade de servir se de seu entendimento sem a dire o de outros ARROYO 1996 Sendo o homem um ser hist rico que se cria e se transforma ao mesmo tempo em que faz a hist ria transforma a realidade e cria a si mesmo e se humaniza VIEIRA PINTO 1979 ele visto assim em fun o de ser dotado de consci ncia Mas essa consci ncia h de ser livre e respons vel fato que pode ser elaborado pela educa o afinal todos os homens s o intelectuais poder se ia dizer ent o mas nem todos os homens desempenham na sociedade a fun o de intelectuais GRAMSCI 1991 p 141 Gramsci prop s a cria o de uma escola nica inicial voltada para a cultura geral e humanista de molde a permitir que a capacidade do ser
44. que atividades universit rias de pesquisa e extens o possam receber apoio financeiro do Poder P blico Este dispositivo que consta do art 213 2 n o est adstrito exclusivamente s universidades p blicas depreendendo se que as institui es particulares que realizem tais atividades possam usufruir desse financiamento As especifica es foram deixadas para a legisla o infraconstitucional notoriamente para a lei que viesse a cuidar das diretrizes e bases da educa o nacional a qual foi editada somente em fins do ano de 1996 oito anos ap s a promulga o da Constitui o da Rep blica 118 4 1 LDB LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCA O BRASILEIRA A lei que trata das diretrizes e bases da educa o nacional a de n 9 394 de 20 12 1996 denominada de LDB Ela contempla os objetivos e princ pios norteadores da educa o brasileira dispondo sobre o sistema nacional de ensino e suas modalidades Embora a sociedade brasileira mediante debates de setores ligados educa o tenha promovido um documento encaminhado ao Congresso Nacional o texto aprovado foi outro de origem do Poder Executivo que desde aquela poca j demonstrava mediante as a es praticadas que a democracia destinava se mais a amparar discursos pol ticos do que em promover efetivamente a participa o dos segmentos da sociedade nos debates sobre quest es relevantes ao pa s como educa o A LDB ao tratar dos fins da educa o co
45. rela o s universidades tomadas como refer ncia Cita como exemplo as universidades pedag gicas da Am rica Latina centradas nas reas a serem ministradas deixando em segundo plano a quest o pedag gica e que sequer possuem o curso de Pedagogia e os Institutos de Magist rio da It lia que foram taxados como uma duplica o piorada das Faculdades de Filosofia e Letras mesmo ap s sua incorpora o s universidades SAVIANI 1998 p 219 Tem se ent o que ad cautelam deveria ser privilegiada a experi ncia das universidades no que se refere pr tica pedag gica Saviani afirma que preciso pois considerar com cautela a alternativa da cria o dos Institutos Superiores de Educa o Parece n o ser o caso de se abrir m o da experi ncia e do perfil das universidades nesse mbito SAVIANI 1998 p 219 Donde conclui se que a forma o dos profissionais da educa o da educa o infantil at a superior h de ser promovida pelas universidades Ademais tra ando se um paralelo com os grupos de pesquisa existentes nas universidades Saviani pondera que os Institutos Superiores de Educa o poderiam vir a ser espa o apropriado para a implanta o de grupos de ensino dentro das pr prias universidades Estes grupos reuniriam professores com experi ncia e interesses numa determinada modalidade de ensino numa forma de produ o de saber Poderiam ainda ser criados de forma paralela
46. se que o homem posto que um ser hist rico est inserido no mundo e interage com este mundo Para interagir com o mundo e no mundo este homem como ser hist rico necessita se apropriar dos bens culturais cient ficos e t cnicos para se tornar capaz e agir competentemente Esta forma o que necessita se dar em todas as 70 dimens es ou seja explorando a omnilateralidade de responsabilidade da educa o E a educa o seja formal ou informal pode ser entendida como meio para dissemina o de id ias forma o de consenso Todavia a educa o formal que possibilita a aquisi o do saber sistematizado e capacita para a verdadeira cidadania para a vida em sociedade em constante aprimoramento e desenvolvimento Dentro desta tica deve se tomar cuidado posto que a classe dominante pode fazer inserir suas id ias em desfavor das classes dominadas Perigosa se avista a condi o da educa o quando se afasta de sua miss o primeira que educar para a forma o humana A educa o n o pode ser utilizada como mera propagadora dos ideais de quem exerce a hegemonia pol tica ou para formar rob s aut matos capazes t o somente de reproduzir e aumentar a produ o e gerar mais lucros para o detentor do capital N o se trata apenas de informar mas de formar para a vida em sociedade para o exerc cio cr tico da exist ncia do ser humano enquanto humano e integrante de uma coletividade Por m quando se realiza o
47. social ou econ mica de cada um tem se a possibilidade ampla de acesso cidadania Cada pessoa singularmente considerada pode desenvolver se atrav s de explora o de sua capacidade Por m 2 O Brasil contempla atualmente 52 milh es de pobres sendo que 20 milh es s o considerados miser veis vivem com menos de 1 4 de sal rio m nimo mensal K NIG Mauri Uma Na o entre dois mundos Jornal Gazeta do Povo publicado em 06 08 2007 No ano de 2000 o Brasil possu a 169 544 443 habitantes com concentra o nas regi es Sudeste e Sul e capitais do Nordeste No mesmo ano para as regi es metropolitanas de S o Paulo Belo Horizonte Recife Salvador e Porto Alegre a taxa de desemprego era de 17 6 17 8 20 7 26 6 e 16 6 respectivamente www dieese org br 18 se a ela n o for dada oportunidade de acesso e as condi es para o seu desenvolvimento a partir de suas possibilidades e limites pessoais os obst culos a serem ultrapassados ser o maiores principalmente em se tratando de algu m oriundo de classe menos abastada situa o em que o esfor o dever ser muito maior do que para aqueles que det m algum poder econ mico Nesse aspecto Bendix enuncia que O direito e dever de receber uma educa o elementar pode ser considerado outro modo de igualar a capacidade de todos os cidad os no sentido de se valerem dos direitos que possuem Muito embora a educa o elementar proporcione apenas um m nimo de fac
48. solidariedade social e produz se a exclus o social fala se de bem comum e acirra se o bem individual defende se o progresso e vive se a decad ncia humana e social FERREIRA 2000 p 212 Prega se um comportamento e a pr tica demonstra outro oposto Ocorre uma situa o dial tica entre o discurso aquilo que politicamente se apresenta mais correto e as a es do dia a dia que contrariam a humanidade o valor fundamental que transparece na contemporaneidade No Estado onde afigura se o modo de produ o capitalista a ideologia liberal se faz presente como sustent culo daquele A decorr ncia natural o Estado ausentar se de v rios segmentos deixando que a sociedade de per si imponha seus limites e explore as atividades que entenda necess rias acolhendo o individualismo como intr nseco pr pria sociedade E o individualismo capaz de esmorecer o senso de coletivo de uni o que se espera pertencer ao homem justamente porque privilegia a autonomia e os direitos absolutos de cada qual Numa sociedade em que o Estado volta se para seus integrantes sendo presente no atendimento das necessidades da popula o fazendo as interven es necess rias e promovendo o bem estar a tend ncia ao contr rio do individualismo liberal a reuni o solid ria para o desenvolvimento comum oportunizando se a todos os integrantes da sociedade a busca de seus ideais e o enriquecimento de todos e por consequ nci
49. trabalho de conscientiza o em qualquer lugar na oficina na ind stria ou em outras institui es como partidos escolas associa es de bairros de moradores por exemplo pode levar a instaura o de uma revolu o passiva A classe dominada ultrapassada a conscientiza o passa a exigir atendimento melhorias almejando tamb m impor seus ideais A esse respeito Jesus expressa que A educa o um processo implicado diretamente com a reprodu o das rela es de produ o possibilitando que essas rela es ou reforcem a domina o ou provoquem a sua mudan a estrutural Como instrumento de media o entre as classes a educa o forma a consci ncia que tanto pode aderir ideologia vigente mascaramento como pode superar e desmascarar esta ideologia Como instrumento de persuas o o processo 11 educativo dissimulador papel este aproveitado pela classe dominante nos momentos de crise quando se esfor a para manter a situa o vigente JESUS 1989 p 29 A educa o portanto pode servir para a manuten o da classe dominante no poder quanto para provocar uma modifica o na sociedade Pode se apontar que ela contempla um car ter d plice Trata se pois de uma contradi o na medida em que a educa o pode ser utilizada como ve culo da ideologia dominante com a inten o de manter esta hegemonia De outro lado a educa o pode servir como um meio para despertar a consci ncia do dominado e
50. trabalho significando o desejo de supera o da presente realidade sufocante para uma realidade ideal centrada na humanidade projeto de mudan a poss vel na sociedade E o t pico que falta completar 151 06 um maior investimento na rea da educa o em todos os n veis sem detrimento da educa o superior promovida nas IFES que dessa forma podem continuar desenvolvendo pesquisas altamente necess rias ao parque tecnol gico nacional 07 que seja procedida uma ampla reforma tribut ria no pa s em que se assegure efetivamente recursos necess rios para pol ticas sociais de modo a reduzir em m dio prazo a desigualdade social 08 que seja inserido o tema cidadania em todos os curr culos escolares de modo a possibilitar a consci ncia dos educandos sobre o resgate de princ pios morais e valores ticos arruinados pela l gica de mercado 09 que seja vedada a constante renova o da desvincula o de 20 das receitas de contribui es sociais pr tica que permite direcionar este percentual para outras finalidades que n o as pol ticas sociais Qui um sonho uma quimera todavia como t o bem definiu Freire Se n o posso de um lado estimular os sonhos imposs veis n o devo de outro negar a quem sonha o direito de sonhar 2007 p 144 Que o sonho se torne realidade posto que n o imposs vel pois N o me refiro ao sonho do adormecido mas ao sonho que uma utopia poss vel que e
51. uni o das classes trabalhadoras do mundo contra sua espolia o Agora necess ria e urgente se fazem a uni o e a rebeli o das gentes contra a amea a que nos atinge a da nega o de n s mesmos como seres humanos submetidos fereza da tica do mercado FREIRE 2007 p 128 A pesquisa desenvolvida procurou analisar a forma o para a cidadania partindo se do entendimento de que esta forma o adv m da educa o superior onde se formam os profissionais que t m sob seu encargo transmitir o conhecimento cient fico e fomentar a instiga o cr tica Delimitou se o per odo hist rico compreendido entre os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso realizados de 1995 a 2002 bem como de seu sucessor Luiz In cio Lula da Silva em seu primeiro mandato e in cio de segundo de 2003 a 2007 A op o aconteceu em fun o de que neste per odo houve a implementa o da reforma da educa o superior brasileira mediante a ado o de pol ticas cujas consequ ncias hist ricas est o presentes na sociedade e ainda demandam tempo de matura o Algumas pol ticas s o recent ssimas citando se por exemplo o PROUNI e o REUNI Por outro lado a Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 inaugurou uma nova ordem jur dica nacional estabelecendo importantes conte dos fundamentais educa o nacional como a educa o formativa para o exerc cio da cidadania Neste sentido partindo s
52. 01 2008 Dispon vel em www estado com br acesso 31 01 2008 TEDESCO Juan Carlos O Novo Pacto Educativo educa o competitividade e cidadania na sociedade moderna S o Paulo tica 2004 TEIXEIRA Andr a de Paula Previd ncia Social revolu o passiva e contra reforma 2008 Dispon vel em www acessa com gramsci acesso 05 05 2007 TORRES Rosa Maria Melhorar a Qualidade da Educa o B sica As Estrat gias do Banco Mundial Trad M nica Corull n In TOMMASI L via WARDE Mirian Jorge HADADD S rgio orgs O Banco Mundial e as Pol ticas Educacionais 3 ed S o Paulo Cortez 2000 VIEIRA PINTO lvaro Ci ncia e Exist ncia problemas filos ficos da pesquisa cient fica 2 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1979 VIEIRA PINTO lvaro Sete Li es sobre Educa o de Adultos 15 ed S o Paulo Cortez 2007 WEBER Max A tica Protestante e o Esp rito do Capitalismo Trad M Irene de Q F Szmrecs nyi e Tam s J M K Szmrecs nyi 12 ed S o Paulo Pioneira 1997 Biblioteca Pioneira de Ci ncias Sociais
53. 2006c p 19 A exig ncia de m ltiplos saberes e conhecimentos decorrente da globaliza o que ao mesmo tempo em que produz o trabalho tamb m produz o n o trabalho H uma necessidade ampla e generalizada de novas formas de novos significados de novas utilidades como consequ ncia da incorpora o da ci ncia e da tecnologia aos processos produtivos sociais E quem n o acompanhar tais mudan as fatalmente ser expurgado exclu do da participa o laboral Entrementes esta forma o continuada imp e se al m da produ o da exist ncia humana o resgate da humanidade presente em cada ser O que se perquire portanto a educa o que possa causar uma transforma o efetiva que oportunize ao ser homem ao ser mulher o exerc cio da cidadania que eles possam participar da sociedade conquistar espa os tomar novos rumos al ar v os mais altos repudiar id ias pr concebidas ou impostas por ve culos formadores de opini o Uma educa o que permita ao homem e mulher enquanto ser inacabado obter o aformoseamento que lhes destinado justamente porque inacabados FREIRE 1999 isto uma educa o em todas as dimens es como acenou Marx uma educa o omnilateral 83 A omnilateralidade conceito marxiano posteriormente retomado por Gramsci engloba a educa o polit cnica v rias t cnicas habilidades e conhecimentos e a efetiva supera o da forma fragmentada de produ o advinda da
54. 6 e Bol via 20 6 preciso ampliar o acesso de jovens seja nas universidades p blicas ou privadas Para tanto tamb m os Estados devem investir na educa o superior com recursos adicionais aos 25 da receita de impostos previstos para a educa o b sica Tamb m o PNE argumenta em fun o do custo de manuten o das Institui es Federais de Ensino Superior IFES tais como pessoal inativo e investimentos sobre a necessidade de expans o do p s secund rio isto na forma o de qualifica o em reas t cnicas e profissionais Entre os objetivos e metas propostas est o prover at o final da d cada a oferta de educa o superior para pelo menos 30 da faixa et ria de 18 a 24 estabelecer uma pol tica de expans o que diminua as desigualdades de oferta existentes entre as diferentes regi es do pa s estabelecer amplo sistema interativo de educa o dist ncia diversificar a oferta de ensino mediante o incentivo de cursos noturnos cursos sequenciais e modulares criar pol ticas que facilitem s 127 minorias v timas de discrimina o o acesso educa o superior atrav s de programas de compensa o Verifica se que a Uni o que sempre reservou para si a responsabilidade pela educa o superior quest o que est posta tamb m na LDB procura transferir parte dela para os estados membros da federa o Os Estados que j t m para si a atua o na oferta do ensino m dio precisam tam
55. EVELAM Considerando o que j foi explicitado anteriormente e os objetivos propostos a an lise dos documentos atinentes educa o superior inicia se necessariamente pela Constitui o brasileira A Constitui o da Rep blica Federativa d o substrato jur dico ao Estado brasileiro E no que se refere educa o o embasamento constitucional delineia se no cap tulo Ill se o l iniciando se com o art 205 Art 205 A educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia ser promovida e incentivada com a colabora o da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho BRASIL 1988 Por este dispositivo a responsabilidade da educa o n o exclusiva do Estado sen o cabe tamb m fam lia e sociedade corroborado por seus v rios segmentos colaborar com a educa o Esta colabora o visa apreender o esfor o conjunto que possibilite o pleno desenvolvimento da pessoa no sentido de sua prepara o para o exerc cio da cidadania ao mesmo tempo em que h o preparo para o trabalho Ou seja segundo a concep o estampada na constitui o a cidadania est atrelada ao trabalho Refor a a tese de que o homem e a mulher devam muito mais do que estar ser preparados para a atividade laboral Nesse aspecto conclama se a todos os segmentos da sociedade p blicos e privados que empreendam esfor o coletivo para que este
56. G NOSELLA PAULO Educa o e Cidadania quem educa o cidad o 6 ed S o Paulo Cortez 1996 Cole o Quest es da Nossa Epoca v 19 OTRANTO C lia Regina Desvendando a pol tica da Educa o Superior do Governo Lula In Revista Universidade e Sociedade do ANDES SN ano XVI n 38 junho 2006 Dispon vel em www celia na web net acesso em 30 01 2008 PEREIRA DE SOUZA Paulo Nathanael LDB e Educa o Superior estrutura e funcionamentos 2 ed S o Paulo Pioneira Thomson Learning 2001 POLANIY Karl A Grande Transforma o As Origens da Nossa poca Rio de Janeiro Campus 1980 SAES D cio Azevedo Marques de Cidadania e Capitalismo uma abordagem te rica Dispon vel em www iea usp br artigos acesso em 08 07 2007 SANTOM Jurjo Torres A Educa o em Tempos de Neoliberalismo Trad Cl udia Schilling Porto Alegre Artmed 2003 SANTOS Boaventura de Sousa Pela M o de Alice o social e o pol tico na p s modernidade 10 ed S o Paulo Cortez 2005 SAVIANI Dermeval Educa o e Quest es da Atualidade S o Paulo Livros do Tatu Cortez 1992 Cole o Hoje e Amanh Educa o do Senso Comum Consci ncia Filos fica 12 ed Campinas Autores Associados 1996 Cole o Educa o Contempor nea A Nova Lei da Educa o trajet ria limites e perspectivas 4 ed Campinas Autores Associados 1998 Cole o Educa o Contempor nea A p s gradua o em edu
57. IRA Naura Syria Carapeto Forma o Continuada e Gest o da Educa o 2 ed S o Paulo Cortez 2006 FERREIRA Naura Syria Carapeto O Individualismo na Contemporaneidade In SERRA Carlos org Conflito e Mesti agem Mo ambique Livraria Universit ria 2000 poss vel Humanizar a Forma o no Mundo Globalizado Sim poss vel In FERREIRA Naura Syria Carapeto org A Gest o da Educa o na Sociedade Mundializada por uma nova cidadania Rio de Janeiro DP amp A 2008 Gest o Democr tica da Educa o ressignificando conceitos e possibilidades In FERREIRA Naura Syria Carapeto AGUIAR M rcia Angela da S 154 orgs Gest o da Educa o impasses perspectivas e compromissos 5 ed S o Paulo Cortez 2006a A Gest o da educa o e as pol ticas de forma o de profissionais da educa o desafios e compromissos In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Gest o Democr tica da Educa o atuais tend ncias novos desafios 6 ed S o Paulo Cortez 2006b Forma o continuada e gest o da educa o no contexto da cultura globalizada In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Forma o Continuada e Gest o da Educa o 2 ed S o Paulo Cortez 2006c Supervis o Educacional novas exig ncias novos conceitos novos significados In RANGEL Mary org Supervis o Pedag gica princ pios e pr ticas 6 ed Campinas Papirus 2006d Cole o magist r
58. S s privadas em que suas vagas ociosas s o preenchidas recebem do E A405 seguridade sodals ia financiada por toda a sociedade de forma direta e indireta nos termos da lei mediante recursos provenientes dos or amentos da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios e das seguintes contribui es sociais do empregador da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei incidentes sobre a a folha de sal rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer titulo pessoa f sica que lhe preste servi os mesmo sem v nculo empregat cio b a receita ou o faturamento c o lucro 136 Estado o valor das mensalidades anualidades seja na modalidade integral ou parcial e ainda s o isentas de alguns tributos especialmente aqueles destinados manuten o da seguridade social que acaba n o tendo para si parte de sua arrecada o comprometendo seu financiamento e atendimento ou realiza o de suas atividades agravando mais a situa o ca tica em que se encontra Conforme estat stica publicada pelo MEC a ren ncia fiscal em decorr ncia da isen o tribut ria importou em R 106 737 984 00 para o ano de 2005 R 114 721 465 00 para o ano de 2006 e de R 126 050 707 00 para o ano de 2007 Esta varia o se deve n o somente ao maior n mero de bolsas PROUNI mas tamb m varia o das al quotas dos referidos tributos no per odo em quest o Se por um lado o PROUNI veio
59. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARAN Janete Ilibrante A REFORMA DA EDUCA O SUPERIOR NOS GOVERNOS FHC E LULA E A FORMA O PARA A CIDADANIA CURITIBA 2008 A REFORMA DA EDUCA O SUPERIOR NOS GOVERNOS FHC E LULA E A FORMA O PARA A CIDADANIA CURITIBA 2008 Janete Ilibrante A REFORMA DA EDUCA O SUPERIOR NOS GOVERNOS FHC E LULA E A FORMA O PARA A CIDADANIA Disserta o apresentada ao Programa de P s gradua o em Educa o Mestrado em Educa o da Universidade Tuiuti do Paran Linha de Pesquisa Pol ticas P blicas e Gest o da Educa o Orientadora Profa Dra Naura Syria Carapeto Ferreira CURITIBA 2008 TERMO DE APROVA O Janete Ilibrante A REFORMA DA EDUCA O SUPERIOR NOS GOVERNOS FHC E LULA E A FORMA O PARA A CIDADANIA Esta Disserta o foi julgada e aprovada para a obten o do t tulo de Mestre em Educa o no Programa de P s Gradua o stricto sensu Mestrado em Educa o da Universidade Tuiuti do Paran Curitiba 11 de abril de 2008 Profa Dra Naura Syria Carapeto Ferreira Coordenadora do Programa de P s Gradua o Stricto Sensu Mestrado em Educa o da Universidade Tuiuti do Paran Orientadora Profa Dra Naura Syria Carapeto Ferreira Universidade Tuiuti do Paran Profa Dra Fl via Obino Corr a Werle Universidade do Vale do Rio dos Sinos Prof Dr ngelo Ricardo de Souza Universidade Federal do Paran DEDICAT RIA Ao meu filho motivo primeiro que
60. a o bem como poder o sofrer descredenciamento As avalia es s o peri dicas e dentro de uma escala de pontua o o que permite graduar as institui es segundo a referida escala Quanto maior o resultado obtido melhor a classifica o destacando se a referida IES que pode ter acr scimo no n mero de matriculas Em caso de pontua o baixa o MEC interv m exigindo altera es no sentido de elevar o padr o em pr xima avalia o sob pena inclusive de descredenciamento de cursos e at mesmo da IES Percebe se que al m de avaliar o desempenho das IES s dos cursos ofertados do desempenho dos discentes visando elevar a qualidade do ensino superior o SINAES est fortemente envolvido pela pol tica de mercado porquanto favorece a competitividade entre as institui es privadas Aquela que tiver melhor coloca o na avalia o certamente ter maior procura pelos estudantes 134 4 4 PROUNI PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS Outra pol tica implementada pelo governo Lula refere se ao Programa Universidade para Todos PROUNI institu do pela Lei n 11 096 de 13 de janeiro de 2005 Inicialmente objeto da Medida Provis ria 213 de 10 de setembro de 2004 regulamentado pelo Decreto n 5 245 de 18 de outubro de 2004 este programa disp e sobre a concess o de bolsas de estudo integrais e parciais em 50 ou 25 para estudantes de cursos de gradua o e cursos sequenciais em institui es privadas de ensino supe
61. a do Estado A par da cidadania civil centrada na liberdade e igualdade uma outra imp e se Esta modalidade de cidadania engloba certamente a possibilidade de participa o na administra o do Estado na escolha dos dirigentes Trata se da cidadania pol tica Por esta vertente o cidad o j dotado de liberdade tem para si 40 reconhecida a igualdade perante a lei igualdade de participa o na organiza o e administra o do Estado Poder votar escolher o dirigente os representantes Poder ser eleito e qui ser o representante ou o dirigente por um per odo de tempo Necess rio esclarecer que a cidadania pol tica em obedi ncia ao comando liberal estabelecia que eleitores eram os propriet rios mas n o propriet rios da for a de trabalho e sim propriet rios do capital Coutinho 1992 p 24 aponta que o sufr gio nos primeiros regimes liberais restringia se classe dos propriet rios estando fora dele os homens n o propriet rios e as mulheres Estes exclu dos somente alcan aram o direito ao sufr gio mais tarde em fins do s culo XIX e meados do s culo XX O que havia era o tratamento igual para os iguais Se algu m da classe dos n o propriet rios alcan asse a propriedade atrav s do esfor o de seu trabalho tamb m poderia ser al ado classe de cidad o eleitor Obviamente que embora o ideal da Revolu o Francesa fosse al m da liberdade e igualdade a fraternidade para todos n o se po
62. a que v o Poder e o Saber dialeticamente relacionados outra funcionalista que v o Saber colocado a servi o do Poder Enquanto Estado Intervencionista o planejamento educacional constitui uma extens o da id ia de planifica o do dom nio econ mico considerada uma tarefa para t cnicos os quais est o situados fora da influ ncia dos educadores sendo utilizado como um mecanismo de garantir a legitima o da forma Intervencionista 65 Para que houvesse uma nova conforma o de modelo de Estado fazia se necess ria a participa o da classe oper ria imprescind vel para a imposi o socialista que Gramsci defendia Entrementes tal ato somente seria vi vel se os sujeitos tivessem um preparo para isto Como a escola n o havia proporcionado este preparo caberia aos Conselhos de F brica suprir a lacuna educacional Sob este aspecto seria promovida a consci ncia cr tica aos oper rios aliando sua produ o e sua participa o na sociedade Ao se organizarem coletivamente e transferindo conhecimentos de uns para outros mediante a participa o dos intelectuais org nicos haveria o exerc cio do pensar coletivo e mais ainda o exerc cio da pr tica pol tica Esta pr tica por outro lado deveria ser estimulada nas escolas permitindo se educa o exercer o seu papel de formador de consci ncia cr tica Do mais humilde trabalhador ao mais graduado todos juntos na conscientiza o do pensar coletivo
63. a transparente de mostrar a escola que se quer para uma determinada comunidade Na concep o de Ferreira 2007 a gest o democr tica da educa o contando com a co participa o da constru o coletiva do projeto pol tico pedag gico da escola aliada autonomia da escola tornam se pressupostos fundamentais para o desenvolvimento da cidadania Tem se portanto que a gest o democr tica passa necessariamente pela participa o dos sujeitos vinculados escola professores pa s alunos educadores todos engajados para a constru o dos objetivos a serem atendidos A autonomia da escola tamb m apresenta se como fator fundamental para o melhor aproveitamento dos recursos na busca da realiza o dos fins a que a escola pretende Trata se de um fazer coletivo em permanente processo ou seja um fazer que esteja continuadamente em mudan a sempre observando as estrutura e 89 conjuntura assim como os objetivos da sociedade e por bvio as finalidades da escola onde este fazer acontece BORDIGNON e GRACINDO 2000 N o se trata de transformar o locus educacional em empresa administrativamente bem sucedida revertendo lucros para seus propriet rios N o quest o de gest o empresarial Mas sim de uma gest o escolar democr tica que ultrapasse os ran os hist ricos de uma gest o autorit ria e garanta educa o de qualidade com supera o da viol ncia externa sofrida pela escola al m de descentraliza o das dec
64. a cria o de uma nova sociedade a qual seja fundada na dignidade e no valor social do trabalho onde todos exercitem sua cidadania rumo concretiza o desse sonho que uma premente necessidade FERREIRA 2007a p 157 Neste caso exige se portanto participa o ativa dos sujeitos para que a exist ncia humana efetivamente se concretize possibilitando uma modifica o que torne todos aptos a continuar a pronunciar o mundo Sabe se que o ser humano se constitui nas rela es sociais e portanto exatamente porque n o pode ser muda que a exist ncia humana necessita da educa o O ser humano precisar agir e para isto ele necessita vez e voz Utilizar sua vez e voz para inverter a ordem tal como posta possibilitando aos oprimidos tornarem se livres e n o opressores de seus ex opressores Retoma se portanto id ia de revolu o passiva discutida por Gramsci em que se objetiva n o silenciar as massas mas possibilitar lhes o preparo para decis o e dire o 75 Gramsci ao dispor sobre o preparo dos oper rios trata dos intelectuais org nicos sendo que caberia a estes auxiliarem na revela o e descoberta da consci ncia cr tica por aqueles Salienta este te rico da necessidade da independ ncia das massas em rela o aos intelectuais tradicionais que nada mais fazem do que manter a ordem como posta Embora todos os homens possam ser considerados intelectuais nem todos exercitam esta capacidade
65. a cursos e por procedimentos amostrais alguns estudantes para participarem do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENADE de car ter obrigat rio Conforme consta no art 5 5 da Lei 10 861 2004 o ENADE componente curricular obrigat rio constando no hist rico escolar do estudante A IES deve inscrever todos os estudantes habilitados participa o no ENADE junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira INEP Em caso de descumprimento a Lei 10 861 2004 prev a aplica o de penalidades administrativas sem preju zo de responsabilidade civil e penal A avalia o dos estudantes realizada pelo SINAES o ENADE apropria dois momentos diferentes aplica a prova para alunos ingressantes e concluintes Assim pode estabelecer o conhecimento que agregado aos concluintes durante o per odo de dura o do curso avaliado Este sistema tamb m considera o desempenho observado e o esperado de modo a estabelecer uma avalia o mais ponderada O resultado medido numa escala que varia de 1 um a 5 cinco Cursos cuja avalia o final estejam entre 1 e 2 s o objeto de a o firme do MEC no sentido de exigir melhorias que possam permitir a continuidade do curso e ou da institui o Anualmente o MEC publica o resultado da avalia o em que todos podem verificar o desempenho de cursos e de institui es Para o ano de 2007 o MEC deu prioridade aos cursos de Direito reduzindo o n mero
66. a de conceber a educa o j vinha do s culo XVIII onde se constituiu o liberalismo pois ao Estado interessa manter a massa numa rela o de ordem e n o de desordem Com a produtividade em expans o os trabalhadores demandam por melhores sal rios por melhores condi es de trabalho atendimento nos momentos de desemprego doen a aposentadoria Criam se os sindicatos os quais fortalecem a classe trabalhadora na luta por melhor remunera o redu o de carga hor ria semanal melhores condi es de higiene e seguran a do trabalho Surgem ent o os institutos de assist ncia e de previd ncia e o sal rio m nimo Tais pol ticas rendiam se s exig ncias das pessoas que assim exerciam sua cidadania Os movimentos sociais n o s o estanques O mesmo pode se dizer do Estado de Bem Estar Social porquanto ao mesmo tempo em que procurava atender a classe menos abastada da popula o tamb m sobrecarregava o pr prio Estado 96 que n o conseguia retomar a acumula o capitalista de antes da guerra que a classe dominante estava a exigir Aflora se a crise do Estado de Welfare State Nesse sentido afirma Coutinho Mas a extens o da cidadania pela incorpora o de novos direitos pol ticos e sociais revelou se a longo prazo contradit ria com a perman ncia da l gica privatista do capitalismo o Welfare State converteu se num obst culo retomada da acumula o capitalista depois da primeira recess o que se seg
67. a reforma est nos 120 cursos sequenciais de vez que estes diferem dos cursos tradicionais de gradua o a come ar pelo processo seletivo dos estudantes Esta modalidade foi proposta na tentativa de possibilitar maior ingresso na educa o superior porquanto n o se exige que os candidatos tenham conclu do o ensino m dio mas devam atender aos requisitos estabelecidos pelas pr prias IES s Tais cursos t m curta dura o 2 anos enquanto a gradua o normal licenciatura e bacharelado se desenvolve em 4 anos Possuindo estrutura flex vel os cursos sequenciais podem ser extintos de acordo com as demandas exig ncias do mercado Conforme a Portaria 612 de 12 04 1999 que disp e sobre os cursos sequenciais estes podem ser oferecidos por universidades e centros universit rios caracterizando se aquelas pela indissociabilidade das atividades de ensino de pesquisa e de extens o j estes conforme o Decreto n 2 306 19 08 1997 que regulamenta o sistema federal de ensino n o tem obrigatoriedade da pesquisa Saviani 2002 p 146 explicita que na verdade os centros universit rios s o universidades de segunda classe destinados a democratizar a universidade a baixo custo enquanto as universidades de pesquisa destinam se s elites Destinam se os cursos sequenciais a atender uma fatia da popula o ou seja os que n o podem entrar numa universidade porque necessitam trabalhar fato que interrompe a continuidade dos
68. ade sem deixar se levar pelo exaspero das decis es impostas Difere o PROUNI do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior denominado FIES institu do pela Lei n 10 260 de 12 de julho de 2001 O FIES lan ado no governo de FHC destina se a financiar estudantes regularmente matriculados em cursos superiores n o gratuitos Inicialmente o financiamento alcan ava at 70 do valor da mensalidade posteriormente reduzido para 50 e sem per odo de car ncia Assim que o estudante conclu a o curso j iniciava a amortiza o do empr stimo Hoje o FIES est alterado pela Lei n 11 552 de 19 de novembro de 2007 O governo atual efetuou modifica es no FIES para possibilitar o financiamento de at 100 das mensalidades e estend lo aos programas de mestrado e doutorado Tamb m introduziu se o per odo de car ncia de seis meses iniciando se a amortiza o do empr stimo no s timo m s ap s a conclus o do Curso S o duas pol ticas diferenciadas de inclus o social Uma destinada a estudantes de baixa renda oriundos do ensino m dio em escolas p blicas mediante a concess o de bolsas de estudo integrais ou parciais com financiamento p blico e outorga de isen o paras as IES s privadas que aderirem ao programa A outra tamb m financia cursos de gradua o em IES s privadas mas n o concede benef cios fiscais s institui es porquanto os valores financiados ser o objeto de amortiza o futura pelos benefici
69. ados Cada programa procura estender a matr cula na educa o superior promovendo o acesso e aumentando via obl qua isto pelo financiamento p blico das IES privadas o crescimento na oferta de vagas ao ensino superior 139 4 5 REUNI PROGRAMA DE APOIO A PLANOS DE REESTRUTURA O E EXPANS O DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS Outra pol tica educacional que est sendo efetivada pelo Governo Lula refere se ao REUNI O programa de Apoio a Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais REUNI foi institu do pelo Decreto presidencial n 6 096 de 24 de abril de 2007 Trata se de iniciativa recente mas que tem gerado pol micas Referido programa fundamentado no PNE aprovado pela Lei n 10 172 de 9 01 2001 objetiva criar condi es para a amplia o de acesso e de perman ncia na educa o superior com melhor aproveitamento de recursos f sicos e humanos havidos nas universidades federais Entre as diretrizes que orientam o referido programa est o a redu o das taxas de evas o a ocupa o de vagas ociosas o aumento de vagas no per odo noturno e a reorganiza o dos cursos de gradua o buscando a constante e progressiva eleva o da qualidade Em termos de aporte financeiro para a complementa o dos planos de reestrutura o o Governo reserva 20 de acr scimo das despesas de custeio e pessoal da universidade Ou seja cada universidade federal pode manifestar sua ades o ao REUNI devendo ap
70. ais E naturalmente quem devedor subjuga se s exig ncias do credor Um dos maiores provedores do FMI e do Banco Mundial al m de ser membro do G 7 os Estados Unidos atrav s de sua influ ncia nos referidos organismos internacionais espalharam a pol tica neoliberal para todos os pa ses subdesenvolvidos ou em desenvolvimento como se fosse a solu o m gica para todos os problemas a incluindo se a educa o 102 O ajuste demandava alta de juros privatiza es enxugamento da m quina administrativa A equipe governamental seguindo as tend ncias iniciadas por Fernando Collor de Melo ampliou a pol tica de importa o efetivou privatiza es extinguiu monop lios promoveu a reforma da previd ncia social adequou o pa s economia capitalista globalizada Para tanto houve inclusive reforma na Constitui o da Rep blica atrav s de algumas emendas constitucionais como a que acabou com o monop lio do petr leo Sobre as reformas efetivadas no mandato de FHC Luca 2003 p 489 expressa que As reformas levadas a efeito sobretudo durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso 1994 98 inclu ram a privatiza o das empresas estatais regulamenta o da concess o de servi os p blicos para a iniciativa privada como transportes e eletricidade revis o dos cerceamentos constitucionais ao capital externo al m de mudan as na Previd ncia Social como fim da aposentadoria por tempo
71. ais iguais e que em fun o de estarem fora do alcance da lei a lei n o lhes destinada mas sim aplicam se os dispositivos legais aos cidad os de segunda classe os despossu dos os pobres os marginalizados Em sendo marginalizados ou miser veis qualquer coisa que venha em seu favor motivo de espalhafato na m dia pois rende votos Estes os subalternos da pol tica e das pr ticas sociais s o necess rios efetiva o da cidadania como apregoa Manzini Covre 1998 Obviamente que a educa o como direito social que acaba por sofrer transforma es em fun o dos objetivos que o projeto social de Estado tem por alcan ar Deste modo se afirma se que a cidadania est intimamente ligada 58 educa o tamb m esta sofre altera es diante dos mesmos objetivos buscados pelo Estado A cidadania historicamente situada ser vista sob aspecto mais liberal ou n o em fun o da sociedade presente no Estado Ademais necess rio se faz reconhecer as diferen as existentes entre as pessoas as singularidades de cada uma singularidades que devem ser respeitadas no contexto da educa o integral Embora se conceba que a educa o construida no coletivo no estimulo solidariedade na uni o no interesse coletivo n o se pode secundarizar o respeito s diferen as O discurso que se processa na sociedade brasileira atual sobre as diferen as porquanto o Estado tem como proposta constitucional a inclus
72. alia o da Educa o Superior SINAES institu do pela Lei n 10 861 de 14 de abril de 2004 resultado da convers o da Medida Provis ria 147 2003 tem por objetivo ent o assegurar processo nacional de avalia o da educa o superior Est assentado em tr s reas avalia o das institui es de ensino superior dos cursos de gradua o e do desempenho dos estudantes Tamb m estabelece a referida lei que o SINAES dever assegurar avalia o institucional interna e externa o car ter p blico dos procedimentos o respeito identidade e diversidade de institui es e de cursos e a participa o discente docente e t cnico administrativo das institui es al m de representantes da sociedade civil Portanto um processo de co participa o em que se propicia a intera o entre IES e sociedade Na avalia o s o verificados a estrutura f sica os recursos humanos corpo docente e t cnico administrativo a miss o e o plano de desenvolvimento institucional sua pol tica para o ensino a pesquisa a p s gradua o a extens o a responsabilidade social da institui o a pol tica de atendimento aos estudantes al m da sustentabilidade financeira de molde a preservar a continuidade dos compromissos assumidos com a educa o superior 132 Excetuam se do SINAES os programas de mestrado doutorado os quais possuem avalia o efetivada pela CAPES Em rela o ao corpo docente o MEC periodicamente selecion
73. amento em conhecimento espec fico e t cnico de modo a capacitar o 128 indiv duo vindo do ensino m dio para o trabalho profissional Este refor o destina se s classes mais despreparadas da popula o e com menos chance de ingresso aos cursos de gradua o Melhora se a performance do egresso do ensino de n vel m dio de modo que ele tenha mais competitividade no mercado de trabalho Pol ticas de incentivo oferta de vagas na educa o superior no sentido de diminuir as desigualdades havidas entre as regi es fatalmente adentram quest o do financiamento ou no m nimo de benef cios fiscais Ou se aumenta a oferta de vagas nas IFES ou mediante o investimento estadual ou pela atua o de institui es privadas De qualquer modo a quest o financeira est presente haja vista que not rio que as regi es sudeste e sul possuem uma maior concentra o de institui es privadas enquanto as institui es p blicas est o equilibradas ao longo do territ rio nacional Ent o para que as institui es de educa o superior privadas e que visam lucro n o h impedimento legal para que elas sejam constitu das sob a denomina o de pessoa jur dica de direito privado com finalidade de explorar atividade educacional visando lucro instalem se em unidades da federa o consideradas mais pobres economicamente a contrapartida a concess o de benef cios fiscais como j ocorre para aquelas que aderem ao PROUNI O aumento
74. ania nasce indubitavelmente da consci ncia e da luta Pode se definir que a cidadania necessita da educa o para que se realize da forma mais plena poss vel Por bvio que a plenitude da cidadania leva em considera o o modelo de sociedade em que est inserida al m do momento hist rico cultural dessa mesma sociedade Dentro dessa perspectiva importante assentar que num modelo socialista tal como pensado por Gramsci a cidadania assume importante papel como revelador da consci ncia pol tica Esta cidadania iria revelar se atrav s dos trabalhos dos intelectuais org nicos dos conselhos de f bricas e dos partidos Estes grupos teriam sob seu encargo al m da propaganda socialista a responsabilidade de preparar o oper rio para conscientizar se de sua import ncia no coletivo na participa o pol tica na sua f brica na sua cidade no seu pa s N o se pode olvidar que Gramsci escreve tendo como pano de fundo as transforma es que acontecem na It lia naquele momento que a assun o e Gramsci em seus escritos utiliza o termo sujeito jamais utiliza o termo cidadania pois n o toma como refer ncia a cidade 55 expans o do fascismo Gramsci entendia que o socialismo seria o caminho mais apto igualdade de todos e por consequ ncia instaura o da democracia Para Gramsci o cidad o que se esperava era o cidad o socialista moldado por uma educa o dentro da modernidade Para tanto o s
75. ante a lei BUFFA 1996 Pode se concluir ent o que a igualdade uma das caracter sticas da cidadania Por m cabe explicitar de qual igualdade e de que cidadania est se tratando Se todos s o iguais perante a lei ent o h de admitir se um modo igual de tratamento para todos Este pensamento se completa pela igualdade de oportunidades HORTA 1998 A caracter stica essencial do liberalismo a liberdade individual fundamentada no individualismo como sua categoria b sica Sua origem remonta sucess o da Igreja pelo Estado enquanto agente disciplinar Posteriormente o indiv duo se sobrep e ao Estado dominando o impondo suas vontades fazendo com que recaia sobre si a ordem social N o h mais o poderio do Estado sen o o do ser individual HORTA 1998 N o se trata consequentemente de valorizar e respeitar as singularidades de cada ser enquanto indiv duo Mas sim de valorizar a exist ncia individual enquanto representa o exclusiva do interesse que aflora em cada indiv duo reconhecendo os direitos naturais individuais acima do coletivo a centraliza o do ego smo de colocar os interesses individuais fundamentado apenas em seu livre arb trio na obten o de seus objetivos materiais olvidando que o humano se constr i e se amolda nas rela es sociais na coletividade no congra amento 39 H praticamente em todos os cantos do mundo um discurso em que proclama se a necessidade de
76. ao conhecimento produzido pela humanidade ao longo do processo hist rico ajuda produ o de novos saberes a pesquisa foi dirigida ao n vel de ensino superior Coube portanto refletir e questionar a respeito das altera es efetivadas no per odo de 1995 2002 no que se refere educa o superior que possui a responsabilidade da forma o profissional como direito social necess rio cidadania acontecidas durante o per odo sob a presid ncia de Fernando Henrique Cardoso em contraponto ao bin mio antag nico liberalismo socialismo Tamb m imp s se uma reflex o nos desdobramentos da reforma superior realizadas no governo de Luiz In cio Lula da Silva tendo em vista a institui o de programas de avalia o de cursos superiores a reestrutura o de universidades p blicas e ado o de programa de acesso ao ensino superior Para desenvolver as categorias de an lise propostas nesta disserta o utilizou se fundamentalmente Gramsci Saviani Freire Vieira Pinto Kosik Ferreira e Buffa Diante das v rias leituras realizadas detectou se como problema a ser dirimido ao longo da pesquisa Qual a concep o de cidadania presente nas pol ticas p blicas educacionais relativas educa o superior realizadas no per odo do governo de Fernando Henrique Cardoso 1995 2002 e de Luiz In cio Lula da Silva 2003 2007 23 Estabeleceu se como objetivo geral analisar as pol ticas educacionais relativas educa o s
77. ara tornar o povo leia se camadas populares apto para seguir as determina es dos dirigentes e ao mesmo tempo legitimar tais a es Este movimento que impulsionou a educa o como necess ria manuten o da classe trabalhadora para obedecer e ao mesmo tempo legitimar as a es e decis es da classe dirigente n o foi recebido de forma passiva Embora fosse necess rio e premente preparar os trabalhadores para o exerc cio livre de trabalho para o mercado que surgia a classe que era atingida por este movimento aproveitou o para reagir e lutar contra esse pr prio movimento Ou seja os trabalhadores tamb m fizerem da educa o que lhes era reconhecida como direito dever um momento de reivindica o de exerc cio da cidadania N o foi uma aparente calmaria mas um processo de imbrica o entre educa o cidadania participa o e liberdade ARROYO 1996 45 Com o advento da Rep blica instaura se a burguesia como classe dirigente respaldada no direito de igualdade e liberdade para o povo Entretanto nas primeiras rep blicas que aconteceram no continente europeu corroborada pela rep blica instalada no Brasil em 1889 havia uma distin o entre o povo que constitu a a elite e povo que constitu a as camadas populares ou seja a plebe A elite quem conduzia o Estado ditava as leis e exercia a soberania plebe camada despossu da do povo cabia reivindicar direitos pois n o passava de uma multid
78. as det m sua for a de trabalho Sua for a de trabalho sua mercadoria sua propriedade Em sendo uma pessoa livre pode alocar sua for a de trabalho a quem escolher N o trabalha mais para o senhor da terra mas trabalha a quem lhe paga BUFFA 1996 Ao ser transportada a base da produ o da terra para a manufatura para a produ o pelo trabalhador parcelar ocorre uma altera o na forma de propriedade Transporta se a propriedade da terra para a propriedade dos instrumentos de produ o Conforme exp e Buffa A produ o capitalista ainda na sua forma manufatureira muda a forma de propriedade A propriedade capitalista t pica ser n o mais a terra e sim a propriedade dos instrumentos de produ o que n o s o d diva da terra e do sobretrabalho Assim a propriedade burguesa n o s alguma coisa para possuir para usufruir mas sobretudo para vender para trocar Al m disso a propriedade burguesa diferentemente da feudal adquirida pelo trabalho BUFFA 1996 p 15 35 Tem se que a propriedade que durante muito tempo estava fundeada na terra dela extraindo os frutos necess rios manten a do senhor feudal e de seus vassalos agregados e subalternos agora recebeu uma nova caracter stica os instrumentos de produ o A riqueza que antes era advinda da explora o da terra agora obtida pela produ o N o h mais somente a extra o de produtos da terra mas se fabricam produto
79. as educacionais deveriam ter este compromisso n o se reduzindo a meras 79 pol ticas de governo mas de Estado que representa o conjunto da popula o Esta diretriz que deve respaldar a educa o qualquer outra merece total e veemente rep dio O rompimento entre a escola onde acontece a educa o formal e o economicismo fato que fatalmente colabora para uma forma o cr tica de homens e mulheres j havia sido pensado por Gramsci mediante sua proposta de escola unit ria Freire tamb m reporta se necessidade de separa o entre educa o e capitalismo pois somente com o afastamento da opress o imposta por este haver a liberdade da popula o que busca avidamente a boniteza da vida FREIRE 1999 Na contemporaneidade o que se v o acirramento da hegemonia do capital onde o poderio econ mico est acima dos homens e o apego ao capitalismo aponta que estes sejam voltados produ o e competi o A determina o adotada pela burguesia acaba direcionando se para a educa o eis que as orienta es emanadas da classe dirigente voltam se para uma escola inspirada no neoliberalismo qual seja formar para produzir mais para o dono do capital a educa o moldada para atender o homem ideal no dizer de Vieira Pinto 2007 entendendo se por ideal aquele almejado pela elite dominante e que necessita ser possibilitado a todos os humanos Diante desta realidade cruel necessita se repensar o modelo
80. as p blicas voltadas para este atendimento como o Bolsa Escola hoje encampada pelo Bolsa Fam lia do Governo Luiz In cio Lula da Silva em que o Estado d uma ajuda financeira a fam lias de baixa renda desde que os filhos menores est o matriculados e frequentando o ensino fundamental Tamb m infere se consignar o trabalho do Minist rio P blico no sentido de fiscalizar a a o dos genitores em manter seus filhos na escola al m da participa o do Conselho tutelar pois nenhuma crian a at 14 anos deve ficar ou estar fora da escola Os outros n veis compreendendo o m dio e o superior n o s o objeto de obrigatoriedade e nem de gratuidade embora haja previs o constitucional de progressiva universaliza o do ensino m dio gratuito Ora se o dever do Estado garantir ensino fundamental obrigat rio e gratuito sem ter a mesma 116 responsabilidade para os demais pode se depreender ent o que no m nimo a qualifica o para o trabalho estar afetada para aqueles que n o t m condi es de frequentar uma escola privada Tamb m cabe ponderar que nesta situa o o pleno desenvolvimento da pessoa e o exerc cio da cidadania estar o igualmente atingidos Portanto percebe se que os objetivos da educa o determinados pela Constitui o necessitam de a es integradas com outras pol ticas p blicas que visem o financiamento educacional a erradica o da pobreza e a redu o das desigualdades sociais Na co
81. b m aumentar sua participa o na oferta de educa o superior ou seja criar mais institui es de ensino superior p blico estaduais sem comprometer a destina o de recursos oriundos dos 25 da receita de impostos que ficam para o ensino m dio O que se percebe no discurso inserido no PNE que em fun o do alto custo de manuten o das IFES a Uni o j sinaliza que n o pode aumentar o financiamento com verbas federais ent o cabe aos Estados dar a sua cota de contribui o Havendo a expans o dessa contribui o se objetiva tamb m atingir a meta de ao final de 10 anos realizar se a oferta de no m nimo 30 de oferta de educa o superior faixa et ria compreendida entre 18 e 24 anos subindo o Brasil a sua posi o no ranking de matr culas nos pa ses sul americanos A proposta de reparti o da responsabilidade pela oferta de vagas e pelo financiamento Cabe indagar Ser isto poss vel sem uma ampla reforma tribut ria Provavelmente os Estados n o ir o investir na educa o superior sem que lhes seja assegurado um repasse maior de verbas mediante o Fundo de Participa o dos Estados ou sem que lhes seja permitido o recuo ou diminui o participativa em outras atividades Outra forma de melhorar a posi o brasileira nas estat sticas sobre educa o o incentivo aos cursos de p s secund rio ou p s m dio em que h uma qualifica o nas reas t cnicas ou profissionais Ou seja promove se um adens
82. ca o no Brasil pensando o problema da orienta o In BIANCHETTI Luc dio amp MACHADO Ana Maria Netto A B ssola do Escrever desafios e estrat gias na orienta o de teses e disserta es Florian polis Ed UFSC S o Paulo Cortez 2002 Pedagogia Hist rico Cr tica 8 ed Campinas Autores Associados 2003 Cole o Educa o Contempor nea Da Nova LDB ao Novo Plano Nacional de Educa o por uma outra pol tica educacional 5 ed Campinas Autores Associados 2004 Cole o Educa o Contempor nea 157 SCHLESENER Anita Antonio Gramsci e a Pol tica Italiana Pensamento Pol micas Interpreta o Curitiba UTP 2005 SILVA Sidney Reinaldo da Instru o Permanente e Autonomia Coletiva em Condorcet In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Forma o Continuada e Gest o da Educa o 2 ed S o Paulo Cortez 2006 Gest o da Educa o nos anos 90 equidade e conservadorismo In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Pol ticas P blicas e Gest o da Educa o pol micas fundamentos e an lises Bras lia L ber Livro Editora 2007 SILVA JR Jo o dos Reis Reforma do Estado e da Educa o S o Paulo Xam 2002 SOUZA Paulo Renato Educaci n y Desarrollo en Brasil 1995 2000 In Revista da CEPAL n 73 Buenos Aires CEPAL 2001 Dispon vel em www eclac d publicaciones acesso 15 11 2007 As universidades federais sob Lula In O Estado de S o Paulo 27
83. contido no inciso Ill verifica se que n o h a exig ncia da renda m nima basta ser professor da rede p blica de ensino e que queira estar em curso de licenciatura normal superior e pedagogia Ou seja trata se de uma pol tica de melhoria da qualifica o dos professores da rede p blica da educa o b sica Este programa estendido a todas as institui es privadas com ou sem fins lucrativos as quais s o beneficiadas com isen o de tributos federais pelo per odo de vig ncia do termo de ades o e somente para as atividades ou servi os que se refiram s bolsas do PROUNI Donde dizer que as receitas provenientes de outras atividades e de alunos n o contemplados pelo PROUNI continuam sendo tributadas A isen o tribut ria abrange o Imposto de Renda das Pessoas Jur dicas a Contribui o Social sobre o Lucro L quido CSLL institu da pela Lei n 7 689 de 15 12 1988 a Contribui o Social para o Financiamento da Seguridade Social COFINS institu da pela Lei Complementar n 70 de 30 12 1991 e a Contribui o para o Programa de Integra o Social PIS institu do pela Lei Complementar 7 de 7 09 1970 incidentes sobre a presta o de servi os educacionais nos cursos de gradua o e cursos sequenciais Com exce o do Imposto de Renda das Pessoas Jur dicas os demais tributos s o destinados ao financiamento da seguridade social conforme art 195 da CRF Donde dizer que existe um financiamento p blico para as IE
84. dade em um Estado que se apregoa democr tico o uso da for a para repelir id ias contrapostas s da classe detentora do poder revela se uma atitude hostil e conden vel Neste desid rio a classe dominante deve admitir algumas mudan as provocadas pela classe dominada embora aquela n o deseje o deslocamento da hegemonia para a classe trabalhadora Acolhem se algumas reivindica es mas sem que haja uma mudan a radical na sociedade Este acolhimento nada mais do a incorpora o das conquistas efetivadas pelos dominados conquistas que podem ser ampliadas progressivamente medida em que eles se fortalecem e expandem seu conhecimento A concep o da educa o sob a perspectiva de sua utiliza o para a manuten o da classe dominante no sentido de legitimar as a es dos dirigentes auxilia na implementa o de algumas mudan as que v o ao encontro dos anseios populares mas apenas algumas que n o firam os interesses neoliberais Entretanto na persist ncia da elite na ordena o das pol ticas p blicas permanece uma divis o acentuada a educa o para os favorecidos em contraposi o a uma educa o dirigida para os desafortunados E com tal atitude obt m se o aval necess rio legitima o da perman ncia do poder nas m os dos dirigentes dominantes Como afirma Heijmans Assim atrav s do transformismo que s o retomados no campo educacional os princ pios hegelianos do autogoverno isto a
85. dania civil pode ser considerada tendo como suporte os direitos de liberdade e a concep o primeira que foi reconhecida j no 15 s culo XVIII Se a pessoa dotada de personalidade e dessa forma pode ser titular de direitos e deveres naturalmente se afigura entre outros o direito de propriedade hoje n o mais inserido como absoluto contra tudo e contra todos diante do comando constitucional de ter a propriedade fun o social Cabe pessoa em decorr ncia de sua exist ncia o direito de habita o podendo ele escolher justamente por ser livre o local onde morar onde lhe aprouver permanecer Ainda sob a perspectiva da liberdade tem a pessoa direito sa de utilizando se dos meios tecnol gicos e adequados sua manuten o e ou recupera o bem como o direito educa o entendida esta no seu aspecto formal sistematizado caso em que h a possibilidade de elei o de um determinado local ou escola para que a educa o se desenvolva e consequentemente a escolha de uma profiss o a ser seguida Por sua vez a cidadania pol tica essencial s democracias permite que o cidad o seja eleitor e ou seja eleito E este reconhecimento s i acontecer em condi es de liberdade ou seja ap s a outorga da cidadania civil Neste sentido Saes aponta que sem o atributo da liberdade torna se imposs vel atribuir direitos pol ticos aos homens haja vista ser aquela uma condi o necess ria s d p 10 Em send
86. das e n o aleat rias Outro fator que des gua reflexos na educa o e que clama a aten o de pol ticas p blicas a viol ncia A viol ncia qui motivada por desvios de conduta ocasionadas pelas diferen as de classes sociais revela uma invers o de valores O ser humano est se desumanizando A par da viol ncia a rapidez das comunica es trazidas por novas tecnologias a ado o de pensares alien genas calcados em culturas diferentes tudo acaba provocando uma altera o na sociedade local e por conseguinte na educa o TT Vive se num mundo em que a rapidez das informa es exige respostas imediatas Embora se afigure a sociedade do conhecimento n o h tempo suficiente para a gesta o de id ias e pensares Tudo acontece depressa e esta necessidade de acompanhar o fluxo das informa es e suas respostas demanda a explora o de habilidades e de capacidades dos seres humanos Neste sentido a sociedade globalizada exige novos desafios em raz o dos avan os da tecnologia e da ci ncia A educa o n o pode ignorar esta exig ncia como tamb m n o pode esquivar se da manuten o de valores morais e ticos que permeiam a forma o do ser humano donde dizer que constitui se um novo compromisso da gest o educacional no sentido de construir e reconstruir coletivamente uma pol tica educacional viva que priorize o humano em todas as pessoas do mundo e no conjunto da humanidade FERREIRA 2006c p 20
87. de 1007 tem por objetivo criar condi es para a amplia o do acesso e perman ncia na educa o superior no n vel de gradua o pelo melhor aproveitamento da estrutura f sica e de recursos humanos existentes nas universidades federais Pautado em metas e diretrizes de redu o da taxa de evas o e de ocupa o de vagas ociosas com amplia o de pol ticas de inclus o e de assist ncia estudantil entre outras o governo editou o REUNI que conta com a ades o de mais de 50 Universidades federais as quais apresentaram seus planos de reestrutura o para que se efetive a eleva o gradual da taxa de conclus o dos cursos de gradua o presenciais al m do acr scimo na oferta de vagas para cursos destinados forma o de professores Verifica se ent o que a reforma educacional proposta e realizada no governo FHC n o se encerrou com o t rmino do segundo mandato em 31 de dezembro de 1992 As pol ticas p blicas efetivadas no governo Lula n o est o assentadas nas mesmas bases daquelas do governo FHC por m direcionam se para a expans o do ensino superior moldadas em a es diferenciadas O governo FHC preocupou se com a educa o b sica deixando que o ensino superior fosse alcan ado por outros meios de expans o A lacuna na 113 educa o superior havida no governo FHC foi preenchida pelas institui es privadas de ensino superior que expandiram se nesse per odo O censo educacional da educa o superior no p
88. de ser c nico e apontar que isto realizou se plenamente porquanto a hist ria demonstra o contr rio Se a liberdade e igualdade s o consideradas princ pios do liberalismo e se est o assentadas no individualismo que por sua vez valoriza a propriedade que produz e proporciona o progresso econ mico para o Estado cabe a este defender o direito de propriedade Neste aspecto o Estado garantidor da propriedade ou agente de seguran a do direito de propriedade fato at hoje evidenciado pelas Constitui es dos Estados como o Brasil conforme art 5 XXII da CRF Contudo em face da igualdade de todos perante a lei a oportunidade deve ser estendida a todos possibilitando o acesso propriedade 15 Art 5 XXII garantido o direito de propriedade 41 Neste mister para atender demanda social advinda da expans o da classe trabalhadora em oposi o classe econ mica detentora da riqueza de produ o o liberalismo deixa de ser radical e surge em sua outra faceta a de Estado Interventor Nesta qualidade de interventor na sociedade o Estado admite e reconhece direitos sociais HORTA 1998 Surgem outras necessidades que podem variar de acordo com o momento hist rico cultural e tamb m em consequ ncia do modelo de Estado que uma sociedade adota H ent o direitos sociais que s o reconhecidos aos cidad os donde dizer que h outra vertente para a cidadania a social Incluem se entre os direitos
89. de seus pr prios interesses que nem sempre o interesse do povo que est dentro desse Estado capitalista Para a manuten o desse sistema necess rio se faz a imposi o de 50 decis es efetivadas por uma elite dominante que entende que o melhor para si progresso econ mico e ac mulo de capital o melhor para o Estado Portanto todas as escolhas s o feitas e introduzidas pol ticas p blicas voltadas para este objetivo inclusive a educa o Por m no dizer de M sz ros a educa o por ser utilizada para muito mais ou seja para produzir um rompimento com esta pr tica nefasta do capitalismo No Brasil onde est presente o modo capitalista de produ o a educa o reconhecida como direito social e como tal deve ser respeitada e realizada de modo a favorecer o exerc cio da cidadania Sendo al ada condi o de norma constitucional a cidadania no Brasil depende de pol ticas p blicas para o seu implemento Nesse sentido se se afirmou que a cidadania civil sob o aspecto burgu s liberal adotado nos pa ses de produ o capitalista centra se na propriedade de se permitir que todos tenham acesso condi o de propriet rios Por outro lado a cidadania pol tica continua incipiente embora tal direito dever tenha sido estendido aos analfabetos not rio o revezamento de grupos nos cargos eletivos E certamente a cidadania social n o foi implementada Todavia apesar da cidadania ainda s
90. de sua pr pria transforma o N o se pode ver o povo conjunto das camadas sociais desfavorecidas como desprovido de total discernimento pol tico sen o como detentor de no es de justi a e de direitos Ao lutar pelos direitos que entende que lhe s o inerentes e que fazem parte da justi a social os integrantes das camadas mais humildes da popula o est o em realidade lutando e construindo sua cidadania Nesse processo de lutas e conquistas o povo agente transformador e portanto sujeito hist rico ARROYO 1996 Lib nio afirma que 54 A cidadania n o dom natural e muito menos concess o do Estado conquista constru o exerc cio cotidiano papel social Num pa s como o nosso que carece dos servi os sociais b sicos tais como sa de educa o saneamento habita o emprego etc o exerc cio da cidadania consiste fundamentalmente em transformar o direito formal a todos esses servi os garantidos na Constitui o em realidades concretas efetivas na vida do povo LIB NIO 1996 p 42 Da resulta a dedu o de que embora alguns entendam a cidadania como outorga o que se reconhece a cidadania como resultado de lutas como conquista como constru o no dia a dia dos sujeitos E esta constru o diuturna pode levar concretiza o dos direitos previstos na Constitui o infelizmente ainda t o longe de realiza o N o sendo objeto de concess o mas de conquista a cidad
91. de uma certa firmeza do eu isto num indiv duo que contempla a fraqueza do eu a emancipa o tende a ser prejudicada ADORNO 2006 Neste sentido h que se promover a educa o n o como rem dio milagroso que sirva para curar todo os males da sociedade mas que seja utilizada edifica o de ideais de paz e de liberdade al m de instrumento de justi a social FERREIRA 2000 e de fortalecimento do homem Na contram o das exig ncias do global percebe se que a educa o vem sofrendo um descaso por parte dos detentores da hegemonia pol tica V rios debates t m acontecido e diversos congressos e encontros s o realizados anualmente congregando um n mero cada vez maior de educadores e especialistas por m o resultado n o tem sido frut fero sobre as pol ticas p blicas A denominada amplamente constitui o cidad que contempla as diretrizes nacionais fundantes da rep blica brasileira adota a educa o como formativa para a cidadania E como n o poderia ser diferente a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Brasileira Lei n 9 394 1996 detalha esta dimens o da educa o em todos os seus n veis e modalidades H que ser uma forma o de qualidade onde se vislumbre uma cidadania reflexa e consciente que supere o individualismo imperante e acirrado uma cidadania pautada na solidariedade na justi a social e na fraternidade FERREIRA 2007a p 162 Portanto as pol ticas p blic
92. deste al m do maior n mero de IEs s ali existentes Neste per odo dentre os Estados destacam se S o Paulo com 89 573 estudantes atendidos pelo PROUNI Minas Gerais com 43 022 estudantes Paran com 29 410 Rio de Janeiro com 25 734 e Bahia com 20 883 Do total de bolsistas o maior percentual de favorecidos 45 88 142 275 s o da ra a branca 31 76 s o pardos 98 494 e 12 61 s o negros 39 128 Tamb m percebe se uma evolu o na oferta de bolsas do PROUNI eis que para o ano de 2005 foram ofertadas 112 275 bolsas das quais 71 905 integrais para 2006 foram 138 668 bolsas sendo 98 698 integrais j para 2007 a oferta atingiu 163 854 com 97 631 bolsas integrais Estes n meros revelam que o PROUNI est sendo bem recepcionado pela popula o alvo o que demonstra que o programa est indo ao encontro do anseio estudantil qual seja a possibilidade de acesso ao ensino superior Neste sentido a pol tica educacional para o ensino superior praticada pelo governo Lula pode ser vista efetivamente como direcionada camada desfavorecida da popula o Isto permite inferir que a cidadania j vislumbra se para esta parcela atendida pelo PROUNI na medida em que ter o seus conhecimentos gerais ampliados a par de 38 Dispon vel em www mec gov br acesso em 30 03 2008 138 uma educa o espec fica que agregue tamb m a possibilidade de eleva o da massa cr tica nacional permitindo lhes participar mais avidamente da socied
93. do o p lo te rico do p lo emp rico A dial tica prop e se a compreender a coisa em si atrav s do pensamento cr tico que verifica a exist ncia dos contr rios sem que um anule o outro Ou seja a percep o cr tica se depara com o mundo da apar ncia e o mundo da realidade e entre a pr xis utilit ria cotidiana e a pr xis revolucion ria da humanidade Para tanto o homem deve apreender a totalidade prosseguindo num movimento em espiral partindo do todo para as partes e das partes para o todo dos fen menos para a ess ncia e da ess ncia para os fen menos de molde a construir o conhecimento humano KOSIK 2002 Desta forma a partir do desenvolvimento das categorias de an lise fez se a investiga o te rica de aprofundamento e a pesquisa documental no que se refere an lise da Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 em seu cap tulo pr prio sobre educa o da legisla o federal em especial da LDB Lei n 9 394 1996 e de textos existentes sobre as pol ticas p blicas educacionais do ensino superior voltadas para a cidadania 11 Totalidade significa realidade como um todo estruturado dial tico no qual ou do qual um fato qualquer classes de fatos conjuntos de fatos pode vir a ser racionalmente compreendido KOSIK 2002 p 44 26 A pesquisa emp rica foi desenvolvida atrav s de an lise percuciente dos documentos produzidos nos governos FHC e Lula
94. duca o com diretrizes e metas para os dez anos seguintes em sintonia com a Declara o Mundial sobre Educa o para Todos 33 Art 214 A lei estabelecer o plano nacional de educa o de dura o plurianual visando articula o e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos n veis e integra o das a es do Poder P blico que conduzam erradica o do analfabetismo II universaliza o do atendimento escolar III melhoria da qualidade de ensino IV forma o para o trabalho V promo o human stica cient fica e tecnol gica do Pa s 126 Estruturado em cap tulos com a mesma sequ ncia de apresenta o da LDB o PNE apresenta diagn stico diretrizes objetivos e metas para os n veis de ensino Afirma o PNE que diante da limita o dos recursos financeiros entre outros argumentos a prioridade est para o ensino fundamental para que todos obtenham a forma o m nima para o exerc cio da cidadania e para o usufruto do patrim nio cultural da sociedade moderna Relativamente educa o superior o PNE prev uma explos o na demanda provocada por fatores demogr ficos aumento das exig ncias do mercado de trabalho al m das pol ticas de melhoria do ensino m dio Como o Brasil apresenta um baixo ndice de matriculados na educa o superior 12 em compara o a outros pa ses da Am rica do Sul na popula o de 18 a 24 anos como Chile 20 6 Venezuela 2
95. e a educa o Para entender cidadania procede destacar dos ensinamentos de Antonio Gramsci que concebe o sujeito hist rico com direito a todas as possibilidades a fim 21 de participar das decis es sobre o seu destino e sobre os destinos da na o Assim aspirava que todos tivessem acesso educa o vista esta como um meio de atingir se uma sociedade mais justa e humana o que se concebe possa ser a verdadeira cidadania Ele propugnava pela concep o marxiana de omnilateralidade ou seja que a educa o se realize em todas as dimens es do ser humano para se alcan ar o desenvolvimento integral do trabalhador A Constitui o da Rep blica disp e que a educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia sendo promovido e incentivado com a colabora o da sociedade H que se propiciar e desenvolver a educa o para todos independentemente de condi o econ mica de credo ou ra a de modo que a cidadania possa ser exercida cumprindo o que est exarado na Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil e na Carta Magna da Educa o Brasileira 1 Nesta linha de racioc nio pretendeu se neste trabalho analisar a quest o da cidadania nas pol ticas p blicas sobre educa o existentes no pa s no per odo de 1995 2002 adentrando se posto que imprescind vel no per odo governamental posterior estendendo se at 2007 no que concerne reforma da educa o superior Defender se que a justi
96. e da premissa de que a ess ncia antecede apar ncia e o subjetivo vem antes do objetivo houve a explora o do tema cidadania partindo se de estudos j realizados por v rios te ricos desde a concep o primeira de cidadania nos estados grego e romano passando pelo liberalismo as revolu es inglesa e francesa at chegar atualidade onde se apregoa a necessidade de uma cidadania ampliada 145 Constatou se que n o h um conceito nico de cidadania que possa ser reconhecido globalmente apesar de se falar atualmente em cidad o do mundo Depende e muito da sociedade haja vista que a cidadania historicamente situada Todavia existem elementos que ajudam em seu reconhecimento como o direito de votar e ser votado o que designa a participa o na tomada de decis es pol ticas do Estado o direito a uma vida digna que importe em alimenta o moradia educa o sa de ou seja que envolva um leque de exerc cio de direitos Isto permitiu constatar que a cidadania tem sido marcada pela exclus o na medida em que a desigualdade social acentuada principalmente nos denominados pa ses perif ricos em contraposi o aos pa ses centrais economicamente mais fortes Percebeu se que a cidadania n o uma doa o de quem det m o poder mas uma conquista que se processa paulatinamente num movimento dial tico entre a estrutura e superestrutura isto entre o estado e a sociedade civil Justamente por isso
97. e encerrado As reformas s o recentes e necessitam de tempo para verifica o de erros e acertos Todavia a par dos investimentos em educa o que se espera n o sejam esquecidos urge a ado o de outras pol ticas que venham a atender a rea social tais como maior investimento em sa de alimenta o habita o Mais do que nunca se imp e uma reforma tribut ria que permita exigir mais de quem pode mais que provoque o equil brio na distribui o de riquezas que auxilie na redu o da pobreza cumprindo se os objetivos da Rep blica Imperativa a ado o de outro paradigma diferente do que a est O paradigma dominante o da ideologia neoliberal que provoca a retirada do Estado do investimento na rea da educa o reduzindo gastos transferindo responsabilidades para a iniciativa privada Todavia a educa o n o mercadoria bem p blico N o basta continuar a criticar o paradigma ainda dominante o que ali s est feito j saciedade necess rio al m disso definir o paradigma emergente SANTOS 2005 p 393 H que se definir qual o ideal de homem de mulher que se quer para o pa s para ent o se buscar obt lo pela forja do aprendizado da cultura da 150 educa o do conhecimento Mesmo que seja ut pico por m n o ucr nico que o ser humano se constitua em uma pessoa emancipada sujeito hist rico de seu mundo que ajude a construir um mundo mais equilibrado calcado nos va
98. e que dizem respeito educa o superior haja vista que esta direciona se forma o profissional de homens e mulheres Foram vistos os dispositivos constitucionais referentes educa o al m de terem sido abordados os artigos da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Brasileira dentro da vis o dial tica em que se fundamenta o trabalho de pesquisa Partiu se inicialmente da Constitui o da Rep blica em seus artigos espec ficos sobre educa o para depois adentrar se LDB em especial o cap tulo IV que contempla os artigos 43 at 54 que tratam do ensino superior no Brasil Tamb m foi visto o item 4 do Plano Nacional de Educa o aprovado pela Lei n 10 172 de 9 de janeiro de 2001 Este item cuida do diagn stico diretrizes objetivos metas e financiamento da educa o superior O estudo envolveu a Lei 10 861 2004 que cuida do Sistema Nacional de Avalia o do Ensino Superior a Lei 11 096 2005 que trata do Programa Universidade para Todos e o Decreto 6 096 2007 que instituiu o programa de reestrutura o das universidades federais Esta an lise foi fruto do embasamento te rico que permeia o trabalho ou seja a an lise deve verificar de um lado a presen a do discurso do liberalismo em que aflora o predom nio da individualidade do tecnicismo voltado para o exerc cio do trabalho e para a explora o da mais valia e de outro lado a pr tica reflexiva para o exerc cio da cidadania e desenvolvimento
99. ecursos financeiros invertendo se as pol ticas at ent o praticadas por seus antecessores 107 No MEC as prioridades eram bvias ampliar o ensino fundamental melhorar a qualifica o dos professores tentar pagar lhes melhor sobretudo nas zonas mais pobres do pa s e ao mesmo tempo revitalizar o ensino profissional e racionalizar os gastos com o ensino superior Al m disso tinhamos que incutir a necessidade de avalia o de desempenho Tivemos grandes dificuldades para por em pr tica pol ticas que invertiam as prioridades passando as do ensino superior para o fundamental e ainda por cima com medidas de descentraliza o administrativa que inclu am sempre que poss vel crit rios de m rito com sucessivas avalia es CARDOSO 2006 p 514 515 Depreende se que o governo tinha como um de seus objetivos na educa o a par da prioridade no ensino fundamental investir na qualifica o dos professores desse n vel de ensino inclusive com aumento nos sal rios desses profissionais em especial para aqueles localizados nas zonas mais pobres do Brasil revitalizar o ensino profissional porquanto a Constitui o da Rep blica determina a educa o para o trabalho e para o exerc cio da cidadania No ensino superior a ordem era racionalizar os gastos A institui o de um sistema de ensino tal como o disposto na LDB em que se verificam os princ pios norteadores da educa o brasileira em cotejo com os comand
100. educacional que se deseja para a sociedade E se o desejo aquele posto na Lei Maior educa o formativa para a cidadania a educa o precisa contemplar aspectos que envolvam conte do de cultura geral humanista hist rica cient fica educa o que propicie o desenvolvimento de homens e mulheres para qualquer tipo de trabalho manual t cnico industrial intelectual e tamb m capacitem nos para tomada de 80 decis es seja no ambiente dom stico profissional associa es escolas al m das decis es que envolvam os destinos da na o e seus dirigentes independentemente de classe social ou econ mica A manuten o das escolas por n veis diferenciados de classes ao inv s de ser a manifesta o da democracia na realidade uma forma de manuten o da desigualdade uma perpetua o das diferen as sociais H uma educa o para os menos favorecidos permitindo se que seus integrantes tenham acesso ao mercado de trabalho e outra para os oriundos de classes mais abastadas que certamente ir o compor a elite intelectual e dirigente do pa s Este modelo escolar o que est posto na sociedade atual dominada pelo esp rito capitalista Por m a educa o formativa para o exerc cio da cidadania n o se reduz e circunscreve a estes limites Ou seja n o se pode apenas educar o ser humano para que ele desenvolva um trabalho cada vez mais t cnico mas distanciado das demais atividades Deve ser voltado
101. ento da educa o nacional em conformidade com o que aconselhavam os organismos de financiamento internacional posto que tais organismos estavam alastrando suas pol ticas econ micas e sociais para os pa ses perif ricos Neste diapas o educa se a massa de trabalhadores para que ela possa produzir mais pois n o interessa ao Estado um massa de analfabetos que sequer identifica as letras do pr prio nome Ademais o homem fazedor construtor criador de sua pr pria cultura incorporando os conhecimentos j produzidos pelos seus antecessores A educa o por princ pio necessitaria produzir a emancipa o o que se constitui num grave problema mundial estando o globo inserido no capitalismo que produz a exclus o e a aliena o Segundo Adorno a emancipa o ultrapassa em muito os limites dos sistemas pol ticos 2006 p 175 Essa emancipa o que adv m do conhecimento emancipa o proporciona o desvincular se de determina es emanadas de outrem seja de organismos de institui es pol ticas ou mesmo de outra pessoa surge como um dos novos paradigmas da modernidade sendo o outro o conhecimento 106 regula o Enquanto este assenta se no progress o do caos para a disciplina aquele comporta o desenvolvimento do colonialismo para a solidariedade FERREIRA 2007b Nesse sentido pode se depreender que a educa o emancipa o que dirigida para a explora o da solidariedade de conhecimentos vol
102. er odo 94 98 realizado pelo INEP informa que em 1994 havia 851 institui es de ensino superior no Brasil aumentando se para 973 em 1998 contando com percentual de 82 5 de institui es eram privadas Isto permitiu que para os 2 858 016 inscritos no vestibular de 1998 fossem oferecidas 776 032 vagas sendo 90 788 vagas pelas IES federais 70 670 pelas estaduais 44 267 pelas municipais e 570 306 vagas pelas IES privadas O governo Lula por sua vez atendeu expans o do ensino superior mediante a ado o de financiamento do ensino superior com a edi o do PROUNI em 2005 e de amplia o de vagas e reestrutura o das universidades federais mediante a edi o do REUNI em 2007 Tamb m preocupou se com a qualidade do ensino superior mediante a avalia o das IES s seus cursos e desempenho de seus acad micos com a implanta o do processo nacional de avalia o o SINAES cujo resultado pode levar ao fortalecimento do ensino superior e de suas institui es bem como poder o ocorrer determina o de ajustes em institui es privadas de ensino superior redu o na oferta de vagas ou at mesmo o descredenciamento de cursos e de IES s Tratam se de pol ticas que foram postas em pr ticas tendo como suporte legislativo os documentos informados os quais merecem an lise cujo resultado objeto do pr ximo cap tulo di Dispon vel em http www publicacoes inep gov br 114 4 O QUE OS DOCUMENTOS ANALISADOS R
103. er humano n o somente indiv duo Tamb m exerce a fun o de membro de grupo social haja vista ser integrante de uma sociedade E ainda possui um car ter tern rio que o de pertencer a uma esp cie FERREIRA 2006a Sob a tica da sociedade naturalmente que aflora a participa o do homem como ser social pois ele visto como mais um membro do grupo e como tal deve contribuir para esta mesma sociedade Assim dentro do coletivo o ser humano deixa 88 de ter sua condi o de individuo agir em benef cio pr prio nico para atuar em benef cio de todo o grupo respeitando se as individualidades Ou seja para existir o coletivo necess rio existir o individual Diante deste ponto de vista a educa o tem papel preponderante em rela o grande massa dos desfavorecidos preparando a para que tome decis es em consenso e n o se submetam a decis es individuais E para a condu o desse processo imp e se analisar profundamente a gest o democr tica da educa o Gest o quer dizer administrar exercer a dire o e nesse sentido importa verificar de que forma est se comportando a administra o educacional FERREIRA 2006b Exige se a participa o n o somente dos educandos mas da comunidade em geral nas quest es que envolvem a escola seja do cotidiano ou n o Inolvid vel que a participa o de alunos pais professores e dire o na elabora o e implanta o do projeto pedag gico produz uma form
104. er humano sejam dadas condi es de vida digna e de desenvolvimento pleno E isto depende da presen a do Estado posto que a sociedade organizada o erigiu como meio para o atingimento de seus objetivos N o h que se falar ent o em cidadania sem que se afigure a presen a do Estado E uma das condi es sine qua non para que haja o exerc cio da cidadania a educa o E a educa o como vista nos cap tulos anteriores est intrinsecamente ligada cidadania pois atrav s dela o homem e a mulher podem aculturar se e deste modo prover sua exist ncia e sua inser o na sociedade N o se trata de uma sociedade abstrata que permane a t o somente no n vel das id ias da pseudoconcreticidade que obscurece o conceito e se presta manipula o e sujei o KOSIK 2002 por m de uma sociedade realizada concreta historicamente situada SAVIANI 1996 92 O Estado que contempla a sociedade organizada reconhecido na rbita internacional para impor se soberanamente e determinar se conforme sua vontade pode ser entendido em alguns momentos como o porta voz e provedor das necessidades de seus integrantes em outros como mero administrador distante do turbilh o de exig ncias emanado do povo O Estado provedor o Estado paternalista ou aquele que procura efetivamente atender n o somente as necessidades b sicas do povo mas intenta proporcionar uma justeza na distribui o dos recursos e na facilita o de acesso a
105. er um conceito nebuloso para aqueles situados fora da elite o fato que j est se propondo uma cidadania global ainda que de forma inconsciente Essa cidadania global permite que o cidad o n o somente tenha acesso e atue em quest es de seu local ou pa s mas participe de redes internacionais onde se discutem temas ligados ao meio ambiente justi a aos direitos humanos e democracia que s o de interesse de quase todas as na es NAVES 2003 51 Na concep o de Bonavides ainda que de forma t mida o Estado caminha em dire o a uma Sociedade onde em substitui o do cidad o das p trias se ergue o cidad o do universo o homem da polis global 2001 p 34 Ocorre que a cidadania n o se imp e por decreto nem se realiza porque garantida pela Constitui o Isto pode perfeitamente ser visto hodiernamente no Brasil Apesar de muitos direitos reconhecidos e assegurados aos cidad os percebe se que n o h respeito maioria da popula o H t o somente alguns grupos de privilegiados os quais t m em suas m os a dire o do Estado e que infelizmente nos ltimos tempos t m estampado as manchetes da m dia com condutas n o recomendadas Isto d margem a que se afirme que a cidadania no Brasil est longe de realizar se em virtude da alega o de aus ncia de uma revolu o burguesa Por m esta revolu o aconteceu n o da maneira como produzida na Europa mas segundo as co
106. erno de Fernando Henrique Cardoso 1995 a 2002 e no governo de Luiz In cio Lula Silva 2003 a 2007 em confronto com o ordenamento constitucional 3 realizar an lise documental da produ o existente no per odo de 1995 2007 referente s pol ticas p blicas de educa o superior 4 fornecer subs dios para novas pol ticas comprometidas com a forma o para a cidadania Foram escolhidas como categorias de an lise cidadania pol tica forma o e democracia e como referencial te rico foi sedimentada principalmente na produ o cient fica de Antonio Gramsci Dermeval Saviani Paulo Freire lvaro Vieira Pinto Karel Kosik Esther Buffa e Naura Syria Carapeto Ferreira entre outros intelectuais da educa o que permitiram o desenvolvimento da reflex o necess ria produ o do trabalho A metodologia ap ia se na concep o dial tica da hist ria n o dicotomizando o p lo te rico do p lo emp rico Foram utilizados os recursos t cnicos de an lise do discurso e an lise documental Realizou se an lise da Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil e exame percuciente dos principais documentos produzidos nos dois governos relacionados educa o superior o que permitiu identificar que a ideologia neoliberal esteve presente nas reformas da educa o superior brasileira Constatou se ao final que a cidadania promovida nos discursos governamentais est assentada na id ia de mercado tratando se de uma cidadania l
107. estudos Donde dizer que os cursos sequenciais s o uma resposta educa o para todos ou no m nimo a possibilidade de acesso ao terceiro grau Com a edi o destes cursos refor a se o comando da CRF de educa o como qualifica o para o trabalho A forma o recebida nos cursos sequenciais n o permite uma reflex o cr tica acad mica que possibilite o desenvolvimento intelectual ou pesquisa por novos saberes Apenas qualifica para o mercado abrindo um leque de op es de atua o para institui es privadas 121 Silva assevera que O ensino n o deveria ser um processo disciplinador e sim de espont neo desenvolvimento do pensamento cr tico e preparo do indiv duo para estar atento necessidade de se instruir para ousar saber e para dominar a arte de aprender por si mesmo SILVA 2006 p 151 Na sustenta o dessa modalidade de ensino encontram se as pol ticas sugeridas pelos organismos internacionais Os cursos sequenciais foram inspirados nos junior colleges e community colleges norte americanos concebidos como solu o adequada ao processo de massifica o do ensino superior que teve lugar naquele pa s logo ap s o fim da segunda grande guerra mundial PEREIRA DE SOUZA 2001 p 169 Se a inten o conforme discurso do ent o Ministro da Educa o Paulo Renato Souza proferido em Santiago de Chile era preparar al ciudadano y al pa s para enfrentar el siglo XXI SOUZA 2001 p
108. et rio Internacional GTI Grupo de Trabalho Interministerial IES Institui o de Ensino Superior IFES Institui es Federais de Ensino Superior INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira LDB Lei n 9394 1996 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educa o Brasileira MEC Minist rio da Educa o e Cultura MP Medida Provis ria PIB Produto Interno Bruto PNE Plano Nacional de Educa o aprovado pela Lei n 10 172 2001 PROUNI Programa Universidade para Todos institu do pela Lei n 11 096 2005 REUNI Programa de Apoio a Planos de Reestrutura o e Expans o das Universidades Federais institu do pelo Decreto n 6 096 2007 SINAES Sistema Nacional de Avalia o da Educa o Superior objeto da Lei n 10 861 2004 RESUMO Esta disserta o trata da forma o para a cidadania examinando a em cotejo com a reforma da educa o superior promovida no pa s nos anos de 1995 a 2007 Seu objetivo geral analisar as pol ticas p blicas educacionais relativas educa o superior existentes no Brasil no per odo de 1995 2007 no que concerne ao desenvolvimento da cidadania e da justi a social e possui como objetivos espec ficos 1 analisar o desenvolvimento do conceito de cidadania e sua rela o com a educa o 2 examinar a concep o de cidadania presente nas pol ticas p blicas educacionais de educa o superior efetivadas durante o gov
109. fator a corroborar a estreita liga o entre educa o e cidadania refere se participa o pol tica Ainda mais quando se entende como um dos desdobramentos da cidadania a possibilidade do cidad o em participar do Estado o que caracteriza uma democracia A democracia necessita que haja uma participa o do povo nas decis es que conduzem o Estado Se o que se busca a manuten o de uma rep blica democr tica o povo sujeito fundamental na organiza o de um Estado deve estar apto a participar do jogo pol tico desse mesmo Estado e n o submeter se pura e simplesmente ao jugo de quem est exercendo a lideran a mesmo que legitimado pelas urnas Desnecess rio dizer que a elite pol tica e cultural n o se encontra no mesmo patamar do povo H certamente um desn vel seja de educa o seja de consci ncia Em rela o educa o para o exerc cio da cidadania pol tica no Brasil costuma se dizer que o povo n o est preparado ou seja imaturo para tal mister Quer dizer que se o povo n o est preparado porque educa o n o foi permitida e possibilitada sua real responsabilidade na forma o para a cidadania ou para o exerc cio da cidadania 1 Esta tese da imaturidade do povo brasileiro presen a constante nos discursos pol ticos com mais ou menos intensidade dependendo do momento 18 Neste sentido verificam se algumas raz es como a remunera o n o condizente dos profissionais da educa o e
110. faz lo conquistar sua liberta o E para n o se submeter ao risco de que ocorra a liberta o do dominado e ent o aquietar os anseios da camada subalterna os dominantes que via de regra tamb m integram a classe dirigente incorporam alguns desses anseios e os devolvem atrav s de pol ticas p blicas Trata se de conquista da classe dominada e n o de doa o bondosa da classe dominante Ademais a classe dominante procura obter o consenso espont neo daqueles que se encontram dentro da classe dominada Afirma Gramsci que Os intelectuais s o os comiss rios do grupo dominante para o exerc cio das fun es subalternas da hegemonia social e do governo pol tico isto 1 do consenso espont neo dado pelas grandes massas da popula o orienta o impressa pelo grupo fundamental dominante vida social consenso que nasce historicamente do prest gio e portanto da confian a que o grupo dominante obt m por causa de sua posi o e de sua fun o no mundo da produ o GRAMSCI 1991 p 143 Tem se que a classe dominante procura atrav s de seus agentes intermedi rios os denominados intelectuais disseminar suas id ias e obter o consenso espont neo isto induzido provocado e desta forma obter a aprova o popular que legitime as decis es efetivadas pelos dominantes Para 72 aqueles que n o consentem existe a imposi o da for a Entrementes na atuali
111. ferida sociedade Portanto ao se expandir a participa o da sociedade civil nos atos de dire o de se esperar que haja um alijamento da sociedade pol tica Trata se de uma consequ ncia normal no seio de uma sociedade que encerra em si uma contradi o para que um lado possa se fortalecer o outro necessariamente h de enfraquecer Para que a classe dominada que pertence sociedade civil possa ascender ao poder preciso que aconte a uma minora o da sociedade pol tica ou seja espera se uma diminui o do aparato repressor do Estado Quanto mais forte a sociedade civil e quanto mais consciente o trabalhador de seu papel a tend ncia a minora o da coer o feita pela sociedade pol tica Tem se portanto que a sociedade civil para participar ativamente do Estado necessita ser mais esclarecida e consciente de seus direitos sejam eles civis pol ticos ou sociais Neste sentido a educa o deve ser entendida como imprescind vel pois a partir dela pode se estabelecer que tipo de participantes se espera de uma sociedade Uma altera o na estrutura societ ria que efetivamente promova profundas altera es n o pode ser imposta de cima para baixo mas sim de baixo para cima e para isso torna se relevante que todos os seus integrantes estejam alinhados no mesmo pensamento Como esta unanimidade ut pica haja vista que a classe dominante via de regra n o deseja perder sua hegemonia cabe aos integrantes da clas
112. gradua o avalia o de institui es de educa o superior credenciamento de institui es autoriza o e reconhecimento de cursos Caso os Estados e Distrito Federal mantenham institui es de educa o superior estes podem tamb m cuidar de autoriza o reconhecimento e credenciamento Referida lei foi complementada por outras normas legais como decretos e portarias Por m dela que decorreram as principais pol ticas p blicas que foram implementadas desde sua edi o como a institui o de processo de avalia o dos cursos de n vel superior que recebeu a alcunha de prov o hoje denominado ENADE a avalia o de institui es de ensino superior em tr s dimens es estrutura f sica recursos humanos desempenho discente implementada pela Lei n 10861 de 14 de abril de 2004 SINAES a permiss o de cursos de gradua o dist ncia outorga CAPES dos processos de avalia o da p s gradua o stricto sensu classifica o das institui es de ensino superior em universidades centros universit rios faculdades integradas faculdades e institutos superiores ou escolas superiores e o Plano Nacional de Educa o PNE Outro aspecto importante promovido pela LDB para as pol ticas da educa o superior refere se s abrang ncias desta que al m dos cursos de gradua o e p s gradua o stricto sensu envolve os cursos sequenciais por campos de saber e cursos de extens o A novidade trazida pel
113. grassa a id ia de que ser cidad o possuir ter dinheiro para comprar bens de consumo um celular novo a cada dois meses o eletroeletr nico de ltima gera o pois temos que consumir devorar por assim dizer nossas casas nossos m veis nossos carros como se estes fossem as boas coisas da natureza ARENDT 2003 p 138 Isto consumir cada vez mais Esta imposi o decorre do capitalismo exacerbado Em raz o dessa cidadania consumista Manzini Covre pondera que h uma dubiedade da cidadania de um lado a cidadania esvaziada consumista de outro a cidadania plena dos que atuam nos v rios n veis sociais para atingir o n vel mais abrangente do mundo avan ando nessa a o como sujeitos em dire o utopia e ao destino da Terra em seu navegar pelo Universo MANZINI COVRE 1998 p 74 Esta modalidade de cidadania a denominada cidadania esvaziada pauta se no poder econ mico simplesmente deixando de lado valores abrangidos pela omnilateralidade Aos inv s de fundar se em valores real ados pela metaf sica 61 busca se a felicidade ef mera que o consumo provoca Necess rio se faz resgatar o ser humano dessa loucura e ing nua id ia de felicidade do individualismo corrompido imputando lhe valores de solidariedade e justi a social Se h busca pela cidadania plena esta se faz de forma consciente e considerando se as conquistas at ent o acontecidas Buscar retomar o
114. guagem enquanto discurso n o constitui um universo de signos que serve apenas como instrumento de comunica o ou suporte de pensamento a linguagem enquanto discurso intera o e um modo de produ o social ela n o neutra inocente na medida em que est engajada numa intencionalidade e nem natural por isso o lugar privilegiado de manifesta o da ideologia BRANDAO 1995 p 12 Depreende se que muito mais do que transmitir informa es a linguagem do discurso do governo n o neutra nem poderia s lo mas traz em si a ideologia de quem a emite Neste sentido importa perceber que o discurso que aponta como 124 objetivo a moderniza o o preparo para o s culo XXI a capacita o do homem para o trabalho n o est alheio s quest es da sociedade mas traz em si a ideologia dominante a de prover o mercado Donde dizer que na LDB assim como nas demais leis referentes educa o editadas nos governos FHC e Lula flagrante a presen a das exig ncias ou das demandas que o mercado imp e Al m das diretrizes para a educa o brasileira outra quest o que contou com a participa o da sociedade foi o plano nacional da educa o institu do para viger pelo prazo de 10 dez anos per odo considerado necess rio para que o referido plano pudesse ser posto em pr tica e fosse poss vel colher seus frutos 125 4 2 PNE PLANO NACIONAL DE EDUCA O A LDB previa em seu art 87 8 1 2 a edi
115. humano tem outras finalidades mais importantes que a mera e naturalmente imprescind vel produ o econ mica As mulheres e os homens precisam de educa o para poder ser mais humanos ou seja desenvolver e exercer sua liberdade construir um mundo mais habit vel mais solid rio influir e participar da mudan a social construir um mundo de maior justi a e equidade SANTOM 2003 p 150 148 Efetivamente n o se deseja esquecer o desenvolvimento econ mico do Estado mas n o se pode pensar somente em rela o a ele envidando sacrif cios de todos em prol da inser o do pa s no conjunto dos pa ses desenvolvidos Neste sentido o Estado necessita investir mais em pol ticas p blicas que possibilitem a forma o de pessoas mais humanas emancipadas Este preparo adv m da forma o acad mica do exerc cio de novos saberes da amplia o do conhecimento cient fico que a universidade proporciona Tal acontece Porque a escola um espa o por excel ncia de socializa o escola que compete a forma o de um cidad o ESTRELA 2006 p 57 N o se pode aceitar a tese de que os governantes sabem o que melhor para o pa s a sociedade civil precisa intervir continuamente numa rela o dial tica com a sociedade pol tica Para tanto mister se faz despertar a consci ncia cr tica da popula o de uma sociedade o que pode ser feito pela educa o superior Mesmo no governo atual re
116. iberal que se ap ia na coisifica o humana Palavras chave gest o da educa o cidadania pol ticas p blicas ensino superior forma o ABSTRACT This dissertation treats about formation of citizenship making an examination in comparison with the reform of higher education promoted in 1995 until 2007 in this country The general objective is to analyse the educational public policies related of higher education existed in Brazil from period of 1995 to 2007 that concerns of citizenship development and social justice and has as specific objectives 1 to analyse the development of citizenship concept and his relationship with education 2 to examine the citizenship concept that was presented at the educational public policies of higher education existed during Fernando Henrique Cardoso s government 1995 until 2002 and Luiz In cio Lula da Silva s government 2003 until 2007 in comparison with constitutional structure 3 to make an analyse of the documents existed from period of 1995 to 2007 referred from public policies of higher education 4 to provide subsidy to new public policies compromised with the formation of citizenship Were chosen as analysis of category citizenship politics formation and democracy and as theoretical reference it was sediment mainly at the scientific production from Antonio Gramsci Dermeval Saviani Paulo Freire lvaro Vieira Pinto Karel Kosik Esther Buffa and Naura Syria Carapeto Ferreira a
117. idad o aquele que det m a propriedade uma rea de terras o 43 capital os instrumentos de produ o N o se refere ao propriet rio da for a de trabalho este o trabalhador o n o propriet rio e por conseguinte cidad o de segunda classe Nesta via de racioc nio Buffa afirma H pois no pensamento burgu s uma n tida separa o entre propriet rios e n o propriet rios S os propriet rios que t m direito plena liberdade e plena cidadania Aos n o propriet rios cabe uma cidadania de segunda ordem enquanto cidad os passivos t m direito prote o de sua pessoa de sua liberdade e de sua cren a por m n o s o qualificados para serem membros ativos do soberano BUFFA 1996 p 27 O entendimento dominante o burgu s permite visualizar que somente os propriet rios t m direito liberdade e cidadania plenas Isto somente eles podem ter a cidadania civil e a pol tica e porque n o dizer a social embora esta dirija se mais aos necessitados economicamente do que aos possuidores de riquezas Os n o propriet rios vistos como cidad os de segunda classe s o naturalmente mais fracos e merecem portanto a prote o do Estado BUFFA 1996 N o para alcan arem a cidadania plena sen o para legitimar as decis es feitas pelos cidad os propriet rios Os acontecimentos mundiais pautados em desentendimentos e gan ncias por conquistas desaguaram em guerras que alcan aram mui
118. iedade Campinas Unicamp n 100 outubro 2007 Dispon vel em www cedes unicamp br acesso 15 02 2008 FRIGOTTO Gaud ncio Educa o e a Crise do Capitalismo Real 5 ed S o Paulo Cortez 2003 155 GRAMSCI Antonio Caderno 12 1932 In Hist ria e Perspectivas Uberl ndia jul dez 1991 Apresenta o coment rios e revis o da Tradu o Paulo Nosella Escritos Pol ticos Lisboa Seara Nova 1976 vol 1 HEIJMANS Rosemary Dore Democratiza o da escola e o princ pio da escola ativa Unirevista vol 1 n 2 abril 2006 Dispon vel em www unirevista unisinos br acesso 06 05 2007 HORTA Jos Silv rio Ba a Planejamento Educacional In MENDES Durmeval Trigueiro Filosofia da Educa o Brasileira 6 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1998 IANNI Oct vio Teorias da Globaliza o 9 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2001 INEP MEC Evolu o do Ensino Superior 1980 1998 Bras lia INEP 2000 Dispon vel em www publicacoes inep gov br acesso em 15 11 2007 JESUS Antonio Tavares de Educa o e Hegemonia no pensamento de Antonio Gramsci S o Paulo Cortez 1989 KOSIK Karel Dial tica do Concreto 7 ed Trad C lia Neves e Alderico Tor bio Rio de Janeiro Paz e Terra 2002 LIB NIO Jo o Batista Ideologia e Cidadania 32 ed S o Paulo Moderna 1996 LUCA T nia Regina de Direitos Sociais no Brasil In PINSKY Jaime amp PINSKY Carla Bassane
119. ilidade para tanto talvez uma das mais importantes implementa es da cidadania nacional uma vez que todos os outros direitos t m um car ter mais ou menos permissivo ou seletivo BENDIX 1996 p 401 Percebe se do texto retro transcrito que a educa o pode servir como balizador da igualdade de oportunidades a todos respeitando e salvaguardando as singularidades individuais e possibilitando o atendimento s necessidades especiais Ao se propiciar o acesso educa o mesmo que seja somente a elementar o Estado Na o possibilita que seu integrante insira se na sociedade em que vive podendo este ampliar suas escolhas Nesse sentido torna se fundamental obedecer o exarado na Constitui o da Rep blica em seu art 3 inciso IV e tamb m o contido em seu art 5 inciso XVII e na Lei n 9 394 1996 em seu art 3 inciso sobre o respeito s diferen as 5 Art 3 Constituem objetivos fundamentais da Rep blica Federativa do Brasil IV promover o bem de todos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o Art 5 Todos s o iguais perante a lei sem distin o de qualquer natureza garantindo se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa s a inviolabilidade do direito vida liberdade igualdade seguran a e propriedade nos termos seguintes XLII a pr tica do racismo constitui crime inafian vel e imprescrit vel suje
120. imposi o de escolhas elitistas ou que sirvam apenas para a manuten o da expropria o capitalista Esta transforma o que urge possa ocorrer na sociedade conta com a educa o Neste sentido o pensamento de Jesus A educa o como respons vel pelo aparecimento de uma nova ordem intelectual e moral pela supera o do senso comum um instrumento de luta contra uma filosofia ultrapassada e colocada a servi o da domina o Um novo saber voltado para as massas e em fun o delas dever surgir deste confronto pedag gico saber que educa o trabalho cujo resultado uma nova cultura uma nova hegemonia JESUS 1989 p 45 46 H que se entender que a escola o locus de forma o para a vida para o exerc cio profissional enfim para a forma o consciente do cidad o e da cidad 85 sendo verdadeiramente um passaporte para a cidadania e para o mundo do trabalho FERREIRA 2006a Cabe ent o estabelecer se escolas que proporcionem um conhecimento amplo e diversificado favorecendo a todos independentemente de origem credo ou religi o Sendo assim tem se que na escola entendida como locus da educa o que acontece a forma o humana do homem e da mulher em sua ampla dimens o pessoal e profissional Ferreira 2006a Este locus possibilitar a partir de uma gest o democr tica o surgimento de uma nova ordem a ordem da participa o da supera o das diferen
121. io Forma o e Trabalho Pedag gico Gest o Democr tica na Forma o do Profissional da Educa o a Imprescindibilidade de uma Concep o In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Pol ticas P blicas e Gest o da Educa o pol micas fundamentos e an lises Bras lia L ber Livro 2007a Supervis o Educacional no Brasil trajet ria de compromissos no dom nio pol tico das pol ticas p blicas e da administra o da educa o In FERREIRA Naura Syria Carapeto org Supervis o Educacional para uma Escola de Qualidade da forma o a o 6 ed S o Paulo Cortez 2007b FERREIRA Naura Syria Carapeto e SCHLESENER Anita Helena A Gest o Democr tica da Educa o e a Forma o do Senso Comum In SCHLESENER Anita Helena e PANSARDI Marcos Vinicius orgs Pol ticas P blicas e Gest o da Educa o Curitiba UTP 2007 FREIRE Paulo Pol tica e Educa o 2 ed S o Paulo Cortez 1995 Cole o Quest es da Nossa Epoca vol 23 Educa o como Pr tica de Liberdade 23 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1999 Pedagogia do Oprimido 29 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 Cole o O Mundo Hoje vol 21 Pedagogia da Autonomia saberes necess rios pr tica educativa Edi o especial S o Paulo Paz e Terra 2007 Cole o Leitura FREITAS Helena Costa Lopes de A Nova Pol tica de Forma o de Professores a prioridade postergada In Educa o amp Soc
122. is es MELO 2000 Mas tudo que se relaciona educa o necessita de pol ticas p blicas que sejam condizentes com o modelo de Estado da qual elas emanam No Brasil onde se afigura presente o modelo econ mico do capitalismo sob a nova roupagem liberal denominada de neoliberalismo foram promovidas reformas na educa o pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante seu per odo governamental de 1995 1998 e de 1999 2002 Diante do novo ordenamento jur dico que se instalara no pa s quando da promulga o da CRF a equipe governamental fez reformas substanciais na educa o nacional as quais n o findaram com o encerramento do segundo mandato mas tiveram desdobramentos em outras altera es realizadas no governo do sucessor O atual presidente Luiz In cio Lula da Silva representante de partido de orienta o mais social foi eleito para mandato no per odo de 1 01 2003 a 31 12 2006 sendo reeleito para o mandato que est sendo cumprido Sua pol tica governamental envolve o discurso da modernidade aliado a um conjunto de a es voltadas rea social para as massas para a classe dos desvalidos As reformas implementadas deveriam estar em conson ncia com os princ pios preconizados na 90 campanha eleitoral Todavia percebe se que se aproximam dos ideais de modernidade da reforma anterior fundada em princ pios neoliberais e menos com objetivos de atender os anseios das camadas mais populares que comp em o con
123. ismo internacional criado em 1944 para financiar projetos de infra estrutura e recupera o dos pa ses destru dos pela Il Guerra Mundial inclusive financiamentos de projetos voltados educa o Atualmente o Banco Mundial atua mais direcionado para as quest es econ micas dos Estados em desenvolvimento impondo programas de ajuste que visam a inser o capitalista global 30 A an lise de textos legais editados pela Rep blica brasileira como a Lei n 9 394 1996 que trata das diretrizes e bases da educa o nacional medida de car ter necess rio ao desenvolvimento do trabalho Foram analisados tamb m outros documentos que se referem reforma da educa o superior tais como o Plano Nacional da Educa o a avalia o e institui o de cursos sequenciais tecnol gicos a avalia o de institui es e de cursos de ensino superior o programa de financiamento de cursos superiores mediante o PROUNI e a reestrutura o das universidades p blicas porquanto cabem estes a efetiva o pr tica das pol ticas educacionais tomadas pelo governo 31 2 CIDADANIA E EDUCA O A Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 em seu art 205 disp e que a educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia e deve objetivar o preparo do educando para o exerc cio da cidadania e qualific lo para o trabalho Primeiro tem se a considerar um conceito amplo de cidadania como
124. ito pena de reclus o nos termos da lei Art 3 O ensino ser ministrado com base nos seguintes princ pios igualdade de condi es para o acesso e perman ncia na escola 19 Enquanto balizador da desigualdade social o Estado necessita desenvolver garantir e agir estrategicamente atrav s da equidade justamente para evitar que a desigualdade torne se irrevers vel e que seja poss vel a manuten o da ordem democr tica a qual exige a participa o do cidad o obriga se o Estado Na o a agir atrav s do que se denomina equidade social Segundo Silva a equidade social como forma de garantir condi es de integra o e inclus o sociais compat veis com a acumula o do capital Mas a equidade refere se ao reequil brio do sistema e n o elimina o das condi es econ micas e institucionais geradoras da desigualdade e da concentra o de rendas SILVA 2007 p 91 92 Portanto nesta perspectiva a educa o pode servir ao Estado como forma de respeito aos seres humanos por quem respons vel e seu representante garante a rela o entre educa o e trabalho gerando o poss vel e necess rio equil brio das for as sociais e produtoras minorando se a desigualdade nefasta Desta forma o Estado possibilita o exerc cio da cidadania como necess ria manuten o do sistema econ mico capitalista Polanyi contrapondo se s id ias liberais de Marshall
125. ito de voto que pode ser entendido tamb m como dever Esta realidade discricion ria e impeditiva da realiza o humana que todo o cidad o tem direito Este contingente de n o cidad os s o e est o marginalizados com subempregos ou em grande n mero desempregados muitos n o t m onde morar n o t m alimenta o n o t m assist ncia sa de ou n o t m acesso educa o embora esta seja dever do Estado e da fam lia Trata se da desigualdade de possibilidades de aquisi o e exerc cio da cidadania que produz a marginalidade Percebe se pois que a cidadania tal como estudada por esse autor est imbricada n o somente na liberdade sen o tamb m na quest o da igualdade de oportunidades A no o de igualdade defendida por John Locke considerado o pai do liberalismo Esta id ia germinada na Inglaterra disseminou se para muitos Estados Na o Para Locke todos os homens s o iguais em virtude de sua pr pria natureza Contudo a no o de igualdade espraiada a igualdade formal O Estado ao estabelecer a igualdade de todos perante a lei e ao dispor sobre a educa o como direito de todos procura minorar os efeitos da desigualdade social imp e se no entanto fornecer igualdade de oportunidades para o desenvolvimento da pessoa n o a mera igualdade abstrata defendida pelo liberalismo Quando o Estado promove a igualdade de oportunidades para todos os seus integrantes independentemente da origem
126. lebe inculta e dominada 94 3 1 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL A educa o foi pensada em termos de classe social sendo dirigida para ricos e n o ricos de forma diferenciada de maneira a permitir a continuidade das diferen as sociais Alguns Estados tornaram se pot ncias mundiais Um evento de propor es mundiais alterou a conviv ncia na sociedade internacional a Il Guerra Mundial que acarretou retroa o do Estado Liberal O nazi fascismo tentou dominar o mundo mas foi obstaculizado pelas for as da coaliz o capitaneadas por Inglaterra e Estados Unidos As grandes pot ncias depararam se com uma situa o nova o arraso p s guerra E esta situa o fez surgir um novo Estado O Estado provid ncia alcunhado de Estado de Bem Estar Social No Estado de Bem Estar Social tamb m conhecido como Estado Benfeitor ou Welfare State o Estado adota uma posi o de proceder ao atendimento de direitos sociais aos seus integrantes H uma participa o mais presente do Estado na vida das pessoas permitindo a elas o exerc cio da cidadania Trata se de um Estado que intervencionista por natureza pois atende o indiv duo pela impossibilidade em que este se acha perante fatores alheios sua vontade de prover certas necessidades existenciais m nimas BONAVIDES 2001 p 200 O Estado de Bem Estar que nasce nos pa ses capitalistas desenvolvidos acena com uma pol tica de atendimento na rea social onde situam se os
127. lificadas postulando se a sua transfer ncia para a esfera da iniciativa privada ou das institui es filantr picas e de benemer ncia SAVIANI 1991 p 101 Embora se conceba a exist ncia de um estado neoliberal pelo menos do que diz respeito aos pa ses mais desenvolvidos nos pa ses perif ricos em termos de Brasil trata se de uma adequa o do Estado de Bem Estar s novas exig ncias da sociedade H uma demanda pela regula o do Estado em rela o s atividades privadas O Estado n o pode simplesmente sair de cena como um ator ap s o baixar das cortinas Pelo contr rio dele se espera que tome a frente e exer a o seu papel de conduzir as pol ticas p blicas para o atingimento do bem comum do bem da coletividade de seus cidad os Tal como posto e apregoado atualmente o modelo neoliberal nada mais do que uma vers o perversa do liberalismo pugnando por uma redu o dr stica do Estado deixando praticamente que a esfera privada conduza a economia e de prefer ncia sem qualquer regula o ou controle Sob esta tica o Estado centra se numa posi o de espectador e n o de ator social que efetivamente ele deve ser haja vista que det m o poder para tal poder legitimado pelo sufr gio universal N o lhe cabe simplesmente transferir responsabilidades para institui es da iniciativa privada ou benem ritas O Estado neoliberal longe de ser esta deformidade que a m dia apregoa aos quatro cantos e
128. lores da solidariedade da justi a da tica que discorde manifeste sua opini o na rela o dial tica que peculiar natureza que seja um cidad o uma cidad Em face da utopia que carrega um feixe de esperan as no porvir na constru o de uma sociedade em que as pessoas sejam humanas e n o meros objetos em que a cidadania efetivamente venha a se consolidar algumas proposi es s o lan adas as quais exigem reflex o de todos afigurando se a necessidade de 01 aumento real do percentual do PIB Produto Interno Bruto destinado educa o atingindo se o patamar de 10 02 que a educa o seja entendida e praticada como bem p blico repudiando se sua concep o como mercadoria ou produto 03 que as pol ticas p blicas em educa o tenham car ter de pol ticas de Estado para todos os n veis da federa o 04 que se coloque em pr tica a democracia conclamando se toda a sociedade civil a discutir e auxiliar na promo o de pol ticas que valorizem a educa o e os profissionais da educa o 05 que desde j seja feito um amplo debate com a colabora o de todos os segmentos da sociedade civil em especial da educa o brasileira para a elabora o de um novo plano nacional da educa o considerando se a forma o para a cidadania e os princ pios de solidariedade fraternidade tica e justi a social O termo utopia usado neste
129. luenciar a cidadania que se objetiva alcan ar Em aten o ao proposto desenvolveu se a pesquisa em 3 cap tulos sendo O cap tulo inicial trata do conceito de cidadania na rela o com a sua forma o e a educa o atrav s de estudos te ricos que a apontam inicialmente sob tr s aspectos civil onde encontram se os direitos de liberdade a pol tica onde localiza se o direito em participar da administra o do Estado seja elegendo os governantes ou sendo um destes governantes E a mais discutida atualmente a cidadania social que se concretizada levar apregoada justi a social N o se olvida ademais de que atualmente a concep o de cidadania n o se perfaz de forma fragmentada mas direciona se para um conceito mais amplo em decorr ncia das mudan as sociais em especial da globaliza o Necess rio se faz perquirir sobre a 28 estreita liga o entre cidadania e educa o haja vista que esta direito de todos e dever da fam lia e do Estado tal como consta na Constitui o da Rep blica de 1988 Trata ainda da educa o a partir das reflex es efetivadas por Gramsci Saviani Freire Ferreira e Buffa vista e entendida como necess ria forma o do homem integral uma abordagem da educa o enquanto condi o essencial totalidade que o seu humano busca alcan ar Merece destaque a emancipa o humana pela qual a educa o respons vel seja em rela o ao liberalismo exacerbado que impera
130. m alguma intencionalidade elencou primeiramente como dever da fam lia estando o Estado colocado posteriormente A apresenta o dos termos nessa ordem pode levar ao entendimento de que a LDB contraria a CRF Oposta ou n o CRF no que tange a esse aspecto a LDB afirma que a educa o inspira se nos ideais de solidariedade humana tendo por finalidade o desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho A LDB refor a a educa o voltada para o exerc cio da cidadania e o preparo qualificado para o trabalho acrescentando a necessidade de observ ncia da solidariedade Donde dizer que a LDB pelo menos normativamente objetiva uma educa o que resgate os valores praticamente esquecidos pelo consumo exacerbado do mundo capitalista como a solidariedade Entretanto permanece o fundamento principal da educa o a forma o para o exerc cio da cidadania aliada qualifica o para o labor 119 Em seu artigo terceiro a LDB exara os princ pios norteadores da educa o nacional como a igualdade de condi es para o acesso e perman ncia na escola a coexist ncia de institui es p blicas e privadas de ensino e a garantia de padr o de qualidade os quais autorizam a edi o de leis posteriores principalmente no que se refere educa o superior Reservou se Uni o legislar sobre a educa o superior inserindo se a normas gerais sobre cursos de gradua o e p s
131. m especial aqueles que dedicam se ao ensino fundamental a falta de um plano de carreira e aus ncia de espa os f sicos adequados e material did tico insuficiente 53 hist rico pol tico Pode se deduzir que a educa o para a cidadania debatida em todas as ideologias partid rias A diferen a que se aponta entre a elite partid ria de uma ideologia autorit ria daquela que congrega pensamento liberal est em que esta ltima entende em educar o povo para participa o pol tica mais efetiva quando ela a elite liberal entender que o povo est capacitado ARROYO 1996 O ponto nevr lgico estabelecer quando acontecer este momento adequado a que alude a elite liberal Necess rio se faz ent o estabelecer se qual participa o se espera do povo na pol tica enquanto sujeito pol tico e que cidadania se espera que ele exer a Neste desid rio imperioso verificar se a cidadania outorgada atrav s de programas ou pol ticas de governo ou seja se ela facilitada pela a o de atores externos Ou se adv m da conquista da pr pria camada social se a cidadania se constr i atrav s da pr tica social e pol ticas das classes Embora possa se querer ver a cidadania como historicamente situada mais pr xima da outorga pelos Estados ARROYO 1996 tende se a compreender a cidadania como uma conquista dos indiv duos enquanto sujeitos da hist ria Sendo sujeitos da hist ria os indiv duos homens e mulheres s o agentes
132. m ter o devido preparo para esse trabalho nesse contexto que surge o liberalismo O liberalismo espraiava sua ideologia assentando se nos princ pios da liberdade e da igualdade tendo por base o individualismo e a propriedade que se assenta no indiv duo HORTA 1998 A liberdade inspirada no modelo liberal era para produzir para contratar e ser contratado Os trabalhadores agora sendo donos de sua for a de trabalho poderiam aloc la a quem quisessem E nesta forma de governo o Estado afasta se da interven o na sociedade O Estado Liberal impunha um m nimo de 34 interven o atuando apenas nas reas em que efetivamente houvesse necessidade como a sa de p blica e educa o b sica Tais setores obviamente demandavam investimentos sem que se almejasse a percep o de lucro As demais atividades em que havia demanda por expans o com a consequente gera o de lucros seriam organizadas e desenvolvidas pela pr pria sociedade Na es como Inglaterra e Estados Unidos adotaram o modo capitalista de produ o caracter stica imprescind vel para o Estado Liberal Se no per odo anterior Revolu o Industrial havia t o somente senhores e servos com o liberalismo houve uma transforma o na rela o entre trabalhador e empregador Instaura se com o liberalismo o trabalhador parcelar aquele que vai produzir em troca de sal rio Ele n o det m riqueza n o tem capital n o propriet rio de bens de produ o m
133. mem dotado de racionalidade tem a inten o de transformar a natureza de mold la para as suas necessidades N o se admite entretanto uma vis o reducionista de utiliza o da natureza impondo se o respeito aos seus fen menos e sua continuidade vital visto que h situa es ou acontecimentos que n o s o superados pela a o ou vontade humanas O ser humano h que estar integrado em harmonia com a natureza onde ele se insere Trata se portanto de uma transforma o interativa do homem para com a natureza Neste modo de agir utilizando se dos recursos da natureza que lhe s o poss veis e mais do que nunca observando se a exig ncia vital desta preserva o e de suas riquezas animais vegetais e minerais para sua necessidade e comodidade o ser humano vai criando a cultura E dentro da cultura encontra se trabalho material e n o material porquanto o ser humano pensa raciocina representa mentalmente o que pretende construir ou realizar Na seara do trabalho n o material n o aquele em que a produ o se desprende de seu ato criador mas na modalidade de trabalho n o material em que n o h separa o entre o produto e o ato de produ o que se coloca a educa o SAVIANI 2003 Destarte o ser humano ao realizar este trabalho n o material sistematizado necessita dos saberes das gera es anteriores recolhe id ias 69 conceitos valores que foram desenvolvidos cientificamente por outros seres humano
134. n o por parte dos governantes e dos integrantes do MEC para que efetivamente se considere no or amento da educa o percentual satisfat rio para atender as metas e objetivos estabelecidos no PNE Conv m lembrar que a CRF determina percentuais obrigat rios da receita de impostos para a educa o de 18 por parte da Uni o e de 25 para Estados Distrito Federal e Munic pios Estes recursos s o prioritariamente destinados ao ensino obrigat rio nos termos do PNE Ou seja este m nimo contemplado na CRF n o exclusivamente destinado manuten o do sistema de ensino obrigat rio mas pode ser estendido aos demais n veis de ensino E l gico que a CRF somente disp e sobre o m nimo n o h m ximo pr estabelecido de modo que o investimento em manuten o e aporte da educa o brasileira acontece de acordo com as pol ticas adotadas pelo governo 131 4 3 SINAES SISTEMA NACIONAL DE AVALIA O DA EDUCA O SUPERIOR Em conson ncia com as diretrizes e bases da educa o nacional no prosseguimento das reformas educacionais iniciadas no governo FHC o governo Lula instituiu a avalia o da educa o superior Encontra fundamento no PNE que determina como uma das metas institucionalizar um amplo e diversificado sistema de avalia o interna e externa que englobe as universidades e IES s p blicas e privadas para promover a qualidade do ensino da pesquisa da extens o e da gest o acad mica O Sistema de Av
135. na oferta de cursos noturnos est em conson ncia com o contido no art 214 da CRF determinando se que eles sejam adequados s condi es do educando Este crescimento acontece justamente para atingir a camada da popula o que trabalha e n o pode frequentar cursos diurnos E mesmo que se queira exigir a mesma qualidade para cursos diurnos e noturnos o rendimento a resposta dos educandos parece n o ser a mesma Via de regra os estudantes que frequentam os cursos noturnos exercem atividade laboral durante o 129 dia e muitas vezes prov m de lugares distantes da institui o de ensino o que levar a crer que uma parcela razo vel j chega cansada para assistir s aulas Mas num pa s continental com tantos problemas sociais com riqueza concentrada em poucos com tamanha diversidade social e econ mica n o se vislumbra pelo menos em m dio prazo outra forma que n o a oferta regular destes cursos Ademais h que se lembrar que o acesso educa o superior deve ser para todos possibilitando dessa forma o exerc cio de cidadania por meio da frequ ncia a cursos de gradua o e obten o de conhecimentos de molde a formar nos educandos a massa cr tica que se deseja A cria o de pol ticas de compensa o com objetivo de possibilitar s minorias discriminadas o acesso educa o superior ponto controvertido Exemplo disso s o as cotas para alunos afro descendentes ou as vagas reservadas para alunos egressos de
136. nd others intellectuals of education who allow the development of necessary reflection of work production The methodology was based at the dialectic conception from history not separated the theoretical pole of empirical pole Were used technical resources of speech analysis and documents analysis Were made analysis of the Republic Federative Constitution of Brazil and an astute exam of principals documents produced in this two governments related to superior education that allowed identify the neoliberal ideology that was present at the reform of brazilian higher education It was evident at the end the citizenship promoted in those governments speeches was based on a market idea treated as liberal citizenship supported by the idea of human being seen as a thing Key words education management citizenship public policies higher education formation 13 1 INTRODU O Esta disserta o trata da forma o para a cidadania em cotejo com a reforma da educa o superior promovida nos anos de 1995 2007 entendendo que prioritariamente da forma o do profissional da Educa o Superior depende a forma o para a cidadania de seus alunos Muito se tem dito e escrito a respeito da cidadania de um modo geral O tema n o se esgota em si mesmo n o auto satisfativo e portanto comporta estudo cont nuo pela necessidade hist rica de sua conceitua o e compreens o Neste diapas o entende se que a educa o o
137. ndi es culturais hist ricas e econ micas peculiares do pa s Embora o Brasil seja considerado um pa s competitivo dotado de grandes ind strias com reconhecimento internacional em mat ria de qualidade o fato que o capitalismo aqui se desenvolveu de forma divergente do modelo europeu Para a expans o do capital houve uma explora o da maioria dos brasileiros que foram marginalizados relegados extrema pobreza BUFFA 1996 H o fen meno da tributa o excessiva do trabalho deixando fora da incid ncia de impostos e contribui es legais o capital Explora se o trabalhador e deixa se que capital seja cada vez mais liberado O enriquecimento da elite economicamente abastada acontece pela miserabilidade da popula o Donde 17 Incidem sobre a folha de sal rios Previd ncia social 20 FGTS 8 Sal rio Educa o 2 5 Acidente do Trabalho 2 em m dia SESI 1 5 SENAI 1 0 SEBRAE 0 6 INCRA 0 2 al m de outros encargos por rescis o contratual www josepastore com br acesso em 12 02 2008 52 surge a indaga o de como fazer com que os miser veis sejam reconhecidos enquanto cidad os se lhes faltam as m nimas condi es de sobreviv ncia A educa o pode servir como elo de preparo para este reconhecimento do miser vel enquanto cidad o mas parece ser imprescind vel a ado o de pol ticas p blicas eficazes n o s no campo educacional mas principalmente no setor social Outro
138. nos submetidos an lise e aprova o pelo MEC Em segundo lugar n o se pode olvidar que as IFES est o assentadas na indissociabilidade entre atividades de ensino de pesquisa e de extens o e estas atividades precisam de financiamento e de tempo dos docentes Ao se retirar os docentes das atividades de pesquisa para que permane am mais tempo em sala de aula com mais alunos esta indissociabilidade poder restar comprometida E mais o REUNI tem fundamenta o nas propostas educacionais para os pa ses perif ricos emanadas do Banco Mundial Otranto 2006 afirma que a nfase dada quantidade em detrimento da qualidade remete a outra concep o de universidade centrada no ensino ou seja o centro universit rio Tal pol tica est fundamentada em documentos do Banco Mundial que orientam para a diversifica o da educa o superior Isto nos remete a uma outra concep o de universidade agora centrada somente no ensino Se analisarmos o documento do Banco Mundial de 1994 veremos o incentivo diversifica o da educa o superior amparada na cr tica ao modelo de ensino superior baseado nas universidades de pesquisa que segundo o Banco s o muito caras e inadequadas s necessidades e recursos dos pa ses mais pobres OTRANTO 2006 Diante disso pode se deduzir que as altera es objeto do REUNI est o em conson ncia com as recomenda es de organismos internacionais de financiamento as quais sugerem que
139. ntemporaneidade em que impera a globaliza o as empresas transnacionais as tecnologias de informa o a interdepend ncia da economia exigem que as pessoas tenham habilidades e compet ncias como escrever ler contar compreender operar m quinas eletr nicas refletir sobre processos de produ o propor solu es as quais nem sempre s o efetivamente desenvolvidas durante o per odo de nove anos em que acontece o ensino fundamental A par de tais compet ncias e habilidades a educa o n o pode distanciar se dos valores ticos morais e subjetivos necess rios humaniza o do homem e que devem integrar as a es da escola Estes valores se aprofundam medida que o ser humano possui maior n vel cultural entendendo se como tal o tempo de perman ncia nas escolas O ensino superior n o est amparado pela gratuidade obrigatoriedade ou progressiva universaliza o A Constitui o faz men o s universidades as quais devem obedecer ao princ pio da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extens o e gozam de autonomia did tico cient fica administrativa e de gest o financeira e patrimonial Tamb m h que se considerar que a CRF anuiu com a oferta de ensino pelas institui es particulares em todos os n veis impondo a estas 117 o cumprimento de normas gerais sobre educa o atendendo autoriza o e avalia o de qualidade pelo Poder P blico nos termos de seu art 209 Ainda possibilita a CRF
140. ntre as classes favorecida e desfavorecida A classe favorecida tem utilizado a educa o para explorar ainda mais os despossu dos os oprimidos na medida em que se educa para a manuten o das desigualdades imp e se a transposi o desta barreira e utilizar a educa o como meio de liberta o de liberta o da condi o de coisas a que foram submetidos os oprimidos os desvalidos preciso dar oportunidade aos oprimidos que conduzam nos liberta o Freire afirma que A exist ncia porque humana n o pode ser muda silenciosa nem tampouco pode nutrir se de falsas palavras mas de palavras verdadeiras com que os 7 Dispon vel em http www unirevista unisinos br 74 homens transformam o mundo Existir humanamente pronunciar o mundo modific lo O mundo pronunciado por sua vez se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes a exigir deles novo pronunciar FREIRE 2000 p 78 Este te rico enf tico quando afirma que o ser humano somente existe enquanto humano quando efetivamente consegue pronunciar o mundo Todo ser humano integrante de uma sociedade e por isso n o pode ser apenas um observador da natureza um espectador da situa o e do que se passa na sociedade Todos os integrantes de uma sociedade necessitam estar inseridos e participar das mudan as das decis es elevar a sua voz e fazer se ouvir num constante ir e vir que evidencia sua condi o cidad Faz se imperiosa
141. o encha de conte dos n o pode basear se numa consci ncia espacializada mecanicistamente compartimentada mas nos homens como corpos conscientes e na consci ncia como consci ncia intencionada ao mundo N o pode ser a do dep sito de conte dos mas a da problematiza o dos homens em suas rela es com o mundo FREIRE 2000 p 67 Reitera se educa o n o somente o poder sen o tamb m o dever de importar se com a forma o do homem e da mulher enquanto ser humano e ser hist rico Reputa se necess rio o afastamento de mero conte do de informa o para preenchimento de compartimentos vazios visto que o ser humano n o apenas mais um espa o que possa ou deva ser ocupado Imp e se observar o 82 homem e a mulher como corpos conscientes isto que t m a vontade e o conhecimento dessa vontade em aprender para transformar o mundo no qual est o inseridos numa corrente de agir e interagir com este mundo Esta corrente de agir e interagir com o mundo num constante vai e vem se aprimora pela forma o continuada Sua exig ncia no cen rio atual premente n o somente em decorr ncia dos avan os da ci ncia e da tecnologia que se processaram nas ltimas d cadas mas como uma nova categoria que passou a existir no mercado da forma o cont nua e que por isso necessita ser repensada cotidianamente no sentido de melhor atender legitima e digna forma o humana FERREIRA
142. o n o passa de um artif cio do pr prio Estado capitalista exclusivo e excludente que produziu a exclus o H que se entender ent o o exerc cio da cidadania em cotejo com o aceite dos diferentes ou seja igualdade de todos mas com o respeito s singularidades de cada um onde cada qual possa apropriar se de seu espa o de seu lugar ao sol dentro do espa o maior que sociedade MANZINI COVRE 1998 N o se pode entender todavia a cidadania somente sob o aspecto de direitos a serem reivindicados Cabe aos cidad os tamb m o outro lado da moeda os deveres Por isso n o podem olhar para si mesmos como meros receptores de direitos sen o como conquistadores desses direitos afinal s o sujeitos que se constroem Nesta via de racioc nio Manzini Covre assim assevera a cidadania o pr prio direito vida no sentido pleno Trata se de um direito que precisa ser constru do coletivamente n o s em termos do atendimento s necessidades b sicas mas de acesso a todos os n veis de exist ncia incluindo o mais abrangente o papel do s homem s no Universo MANZINI COVRE 1998 p 11 59 Imp e se o reconhecimento de que a cidadania mais do que simplesmente ter direito vida acarreta outros direitos como dignidade do ser humano moradia alimenta o educa o trabalho lazer enfim tudo que possa ser objetivamente considerado e possibilitado de ser usufru do pelo homem e pela mulher E nesse aspecto
143. o Sistema Nacional de Avalia o da Educa o Superior SINAES tendo por objetivo assegurar o processo de avalia o das institui es nacionais de educa o superior al m dos cursos de gradua o ofertados por essas institui es e o desempenho acad mico de seus estudantes O SINAES foi institu do com a inten o de melhorar a qualidade da educa o superior fato que j constava das metas educacionais inseridas no governo FHC Tamb m busca se com o SINAES orientar a expans o da oferta do ensino superior e o aumento permanente da efic cia das institui es O Programa Universidade para Todos PROUNI institu do pela Lei n 11 906 de 13 de janeiro de 2005 cuida da distribui o de bolsas de estudo integrais e parciais de 50 ou de 25 para estudantes de cursos de gradua o e 112 sequenciais de forma o espec ficas em institui es privadas de ensino superior com ou sem fins lucrativos Este programa dirige se aos brasileiros e brasileiras que n o sejam portadores de diploma de curso superior e que possuam baixa renda familiar Trata se de uma modalidade de financiamento do ensino superior aos oriundos das classes econ micas menos abastadas de forma a ampliar o acesso destes ao ensino superior Em contrapartida as institui es de ensino superior que aderem ao PROUNI s o beneficiadas pela isen o de tributos federais pelo tempo de vig ncia do respectivo termo de ades o O Decreto n 9 096 de 24 de abril
144. o desn vel social tem crescido significativamente no pa s Grande parte da popula o vive na pobreza e n o tem acesso aos servi os p blicos essenciais A distribui o da riqueza cada vez mais concentra se nas m os de poucos em detrimento da grande totalidade da popula o A pir mide social mundial e em especial a brasileira sofreu alargamento em sua base Em consequ ncia da b rbara desigualdade social fato ineg vel na sociedade brasileira a cidadania social n o existe de fato na atualidade Eis que muitos brasileiros e brasileiras natos ou naturalizados n o t m o acesso aos direitos b sicos resguardados como fundamentais na Constitui o da Rep blica O Brasil um estado soberano constituindo se em rep blica federativa que se define como Estado Democr tico de Direito Por m n o se pode falar em Estado Democr tico de Direito quando no resplandecer do s culo rec m iniciado muitos dos aproximadamente 200 milh es de brasileiros n o t m acesso cidadania social Muitos sequer t m consci ncia da cidadania pol tica por eles exercida em fun o do Estado em que h a primazia da lei esta emanada do Poder Legislativo composto por representantes do povo sendo tudo e todos a ela submetidos com a divis o dos poderes deste Estado em Executivo Legislativo e Judici rio que agem de forma harm nica mas independentes entre si e o enunciado e garantia dos direitos fundamentais da pessoa 17 dire
145. o eleitor cabe lhe exercer o direito de voto entregando um mandato para que seus escolhidos de forma direta secreta e universal homens ou mulheres possam dirigir o pa s ou as unidades da federa o em seu nome Sendo eleg vel cabe lhe o direito de participar de pleitos eleitorais objetivando assumir um cargo de dire o pol tica se obtiver a confian a dos eleitores Para tanto necess rio que o cidad o ou a cidad preencha os requisitos contidos na Lei Maior a Constitui o da Fun o social da propriedade entendida como a utiliza o do bem particular para o benef cio da pr pria sociedade seja atrav s do uso para moradia para fins de lazer para fins de produ o com obedi ncia s normais legais em especial as ambientais e trabalhistas sob pena de san o inclusive tribut ria em caso de sua inobserv ncia 16 Rep blica Federativa do Brasil Esta modalidade de cidadania foi reconhecida mais tarde quando a classe que n o compunha a elite demandava por participar da dire o do Estado Segundo Marshall o reconhecimento da cidadania pol tica aconteceu no s culo XIX Ou seja na ordem cronol gica liberal primeiro adv m a cidadania civil para ent o acontecer a cidadania pol tica A cidadania social debatida no s culo XX e que diz respeito a um m nimo de bem estar englobando se a o aspecto econ mico encontra se nas ltimas d cadas do s culo rec m findo comprometida na medida em que
146. objetivo seja atingido inerente toda pessoa o direito educa o N o qualquer educa o sen o aquela que lhe possibilite um amplo desenvolvimento a par de lhe preparar para o exerc cio da cidadania e para o trabalho Trata se de um dispositivo geral que poderia ser aplicado a uma primeira e isolada an lise a todos os segmentos da educa o 115 afinal dever do Estado cuidar da educa o estando esta al ada posi o de direito subjetivo A Constitui o enf tica em afirmar que a responsabilidade do Estado acontece exclusivamente para o ensino fundamental Isto est perfeitamente posto no art 208 em seu inciso l Art 208 O dever do Estado com a educa o ser efetivado mediante a garantia de ensino fundamental obrigat rio e gratuito assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ele n o tiveram acesso na idade pr pria II progressiva universaliza o do ensino m dio gratuito BRASIL 1988 Analisando se a legisla o acima exposta no contexto percebe se que o nico dispositivo que cuida de garantir constitucionalmente o dever do Estado para com o direito p blico subjetivo do cidad o Inexiste outra garantia Assim tem se que a responsabilidade do Estado para com a pessoa no que se refere educa o oferecer ensino fundamental obrigat rio ningu m pode ousar descurar se dessa obrigatoriedade e gratuito No sentido da obrigatoriedade existem pol tic
147. oborado pela possibilidade de acesso a bens culturais materiais e imateriais Segundo Bendix Em um Estado na o cada cidad o se coloca em uma rela o direta com a autoridade soberana do pa s em contraste com a organiza o medieval em que essa rela o direta s desfrutada pelos grandes homens do reino Por 24 isso um dos elementos centrais da constru o de uma na o a codifica o dos direitos e deveres de todos os adultos classificados como cidad os A quest o o quanto inclui ou quanto exclui a defini o de cidadania BENDIX 1996 p 389 Tem se em vista que a cidadania h que ser reconhecida pelo Estado situando se portanto num momento hist rico sendo que a luta pela sua expans o constante Portanto pode se perceb la como uma gama de possibilidades de direitos dos quais se espera a realiza o gozo e frui o pelo seu titular alicer ados nos ideais de igualdade e de liberdade sob o amparo e prote o do Estado b Pol tica derivada do grego politheia compreende os meios pelos quais o Estado se comporta para atingir seus objetivos seja na seara do planejamento execu o e avalia o Neste sentido a pol tica est estreitamente relacionada com o poder exercido pela for a f sica atrav s da coer o ou pela for a das palavras que traduzem as id ias pol tica exige se a conviv ncia com os diferentes a arte de ser uma unidade na diversidade seja de pessoas de id ias
148. omem enquanto art fice produtivo saiba conduzir e operar as maravilhas da eletr nica FERREIRA 2006c A educa o um direito social e como tal est albergado na Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988 Por m antes de se ater a relevante tema mister se faz tra ar algumas percuss es sobre premissas fundantes da educa o A educa o n o solu o para os problemas sociais tais como os j citados mas sendo direito social leva se sua compreens o como fator de desenvolvimento social No dizer de Saviani ainda que determinada pela sociedade a educa o pode exercer determinados influxos sobre a sociedade no sentido de criar certas condi es que auxiliam o processo de transforma o da pr pria sociedade 1991 p 51 Muito mais do que fator de desenvolvimento social a educa o desenvolvimento do pr prio homem como ser integral a partir da educa o que o homem galga o escalonamento de sua pr pria condi o de ser humano Atrav s da educa o o homem e a mulher assumem sua humanidade Inicialmente a educa o acontece com a transmiss o dos ensinamentos elementares no seio da pr pria fam lia Entretanto a fam lia sozinha n o possui os instrumentos necess rios transmiss o do saber sistematizado cient fico Este conhecimento cient fico adv m de um saber met dico e sistematizado Trata se de um processo e como tal hist rico e progressivo pela sua
149. omnilateral t o necess rios aos seres humanos Isto tratou se do p lo te rico e do p lo emp rico no movimento dial tico que possibilita captar a sua compreens o na sua totalidade O homem enquanto ser social vive e se desenvolve numa sociedade parte integrante dela e nesse aspecto o trabalho e a educa o fazem parte do seu 27 cotidiano assim como a economia A se percebe a dial tica onde os contr rios coexistem e se completam a necessidade obrigatoriedade dever e a satisfa o op o liberdade Entretanto a busca pelo conforto pelas facilidades de agregar mais riquezas a descoberta de novas tecnologias o desenvolvimento cient fico n o devem afetar ou minorar o que o homem tem de mais sagrado sua humanidade A an lise documental partiu da premissa de que a ess ncia vem antes da exist ncia o subjetivo antecede ao objetivo pois o ser humano ao qual se direciona a educa o n o pode ser reduzido ao homem econ mico t o bem explicitado por Kosik 2002 p 189 H na realidade o ser social que sofre as interfer ncias das categorias econ micas e estas s o formas hist ricas de objetiva o do homem ou seja est o arraigadas no poder que a tudo domina O homem muito mais pr xis hist rica da humanidade e das formas da sua objetiva o Kosik 2002 p 194 N o h portanto cidadania econ mica embora haja quest es econ micas que acabam por inf
150. os constitucionais poderiam servir para o fortalecimento do modo capitalista de produ o em que a educa o pode ser explorada por institui es particulares visando o lucro al m da mercantiliza o da educa o em todas as suas diversificadas formas presentes na sociedade capitalista Nesse sentido a avalia o de institui es e seus cursos de gradua o e respectivos acad micos serve como freio na expans o exagerada de institui es privadas de ensino superior que se lan am no mercado movidas pelo objetivo de lucro N o houve contudo a amplia o da educa o p blica para o ensino m dio ou superior que s o deixadas para a iniciativa privada Durante seu governo in meras institui es particulares de ensino superior foram criadas expandindo se a oferta de vagas Tamb m surgiram os cursos sequenciais e por m dulos que s o 108 cursos de gradua o de curto prazo 2 anos para atender a classe trabalhadora diferentemente dos cursos tradicionais de gradua o de dura o entre 4 e 5 anos Em termos de gratuidade e universaliza o da oferta de ensino p blico Santos 2005 encampa a id ia de que isto uma utopia enquanto n o se resolverem outros problemas que influenciam nessa quest o como a desigualdade social Nesse contexto FHC auxiliado por seus colaboradores aproveitando os dispositivos constitucionais relativos educa o editou a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 a qual es
151. os homens nascem iguais e livres sendo dotados de raz o e usufruindo da propriedade pois esta um direito natural Contudo para evitar amea as de uns indiv duos sobre outros mediante um pacto social oriundo da liberdade de consentimento os homens criaram a sociedade em que n o renunciam aos seus 36 raz o apud SILVA JR 2002 Sendo assim em sendo livres e iguais todos t m a propriedade de si mesmo Esta no o de igualdade foi objeto de aprimoramento pelo iluminismo servindo de respaldo Revolu o Francesa princ pio este que ap s este acontecimento ficou deturpado Diante do pensamento de Locke de que todos os homens nascem iguais posto que livres alguns tendo instrumentos de produ o e outros tendo a propriedade de sua for a de trabalho pode se deduzir que havia respeito pela igualdade no liberalismo calcado na liberdade Havia uma troca entre iguais de vez que todos tinham mercadorias para trocar os possuidores dos meios de produ o e os trabalhadores Portanto a liberdade amparada pelo direito de propriedade foi a primeira formata o da cidadania na contemporaneidade como um conceito burgu s Esta liberdade realizava se no mbito da sociedade das rela es civis Assim cidad o era reconhecido pela propriedade orientando se pelo esp rito do liberalismo Da dizer se que a cidadania que se firma sobre a propriedade a cidadania civil Com o desenvolvimento avassalador do liberalismo expandiram
152. os pa ses perif ricos devem ter poucas universidades de pesquisa e contar com mais universidades de forma o Dispon vel em http www celia na web net 142 profissional de quatro anos e cursos de forma o t cnica com dura o de dois anos Otranto 2006 O discurso que permeia a readequa o das IFES est direcionado ao aumento na oferta de vagas e melhor aproveitamento do desempenho docente Entretanto todo discurso carrega em si um posicionamento que n o neutro que est carregado de simbologia cabendo ao destinat rio desvelar o seu significado que est contido nos signos Brand o 1995 pondera que a linguagem utilizada no discurso ao mesmo tempo em que explica o te rica e pr tica n o explicita deixando de prop sito lacunas e brancos de modo a preservar o seu sistema Isto se d porque ao se explicar em demasia pode haver o risco de exposi o das diferen as das contradi es sociais Sob este aspecto o Decreto n 6 096 2007 est em total conson ncia com a pol tica desenvolvida pelo Banco Mundial para os pa ses pobres O financiamento das universidades de pesquisa muito caro e n o adequado aos pa ses perif ricos que devem centrar se em universidades de ensino Ora ao se retirar a nfase na pesquisa e estimular as atividades de ensino a conclus o l gica que n o haver mais produ o de novas tecnologias ou descoberta de processos produtivos restando aos pa ses pe
153. para desenvolvimento n o somente da produ o mas tamb m de um engajamento pol tico que perpassa obviamente pela educa o Este pensar coletivo leva ao fortalecimento da sociedade civil pois escolas partidos pol ticos e outras institui es podem unir se para tomar decis es Inclusive com a assun o de fun es executivas e legislativas medida que se avan a na fortifica o da sociedade civil natural que haja um enfraquecimento da sociedade pol tica Os integrantes da sociedade civil estando capacitados para a dire o para participa o efetiva nas decis es da sociedade em que vivem isto para exercerem o poder na sociedade pol tica obviamente que poder o com tais 2 Sociedade civil COUTINHO 2002 p 21 Ambiente n o estatal onde se desenvolvem as livres iniciativas dos cidad os e onde um ou mais grupos sociais se organizam voluntariamente em aparelhos privados de hegemonia pol tica e cultural desenvolvendo elementos pr prios de identidade coletiva 24 Sociedade pol tica para Gramsci denomina se sociedade pol tica o conjunto da sociedade que contempla o grupo dominante e dirigente congregando o governo pol tico e que corresponde fun o de hegemonia onde se encontram os aparelhos de coer o e domina o Termo utilizado com o significado de apto preparado com consci ncia modulada pela educa o 66 atitudes diminuir a for a pol tica daqueles que det m o comando da re
154. para preparar o homem e a mulher para as fun es de governo de tomada de decis es perante a sociedade e para a sociedade vista como um todo e n o segmentada Ele e ela devem saber o que fazem por que fazem e a import ncia do seu trabalho no conjunto Neste sentido Heijmans 2006 esclarece que n o basta ser reconhecido s massas populares o direito de organiza o e de escolha dos dirigentes atrav s da E Segundo Max Weber o esp rito capitalista n o se refere ao impulso do lucro monet rio a nsia para o ganho que sempre existiu e existe em todas as pessoas e em todas as pocas e em todos os pa ses da Terra Repousa na concep o asc tica oriunda da reforma protestante segundo a qual Deus escolheu alguns para acumula o de riquezas Trata se de acumula o capitalista atrav s da compuls o asc tica poupan a originada pelo trabalho porquanto n o agindo assim estaria o eleito em estado de pecado A perda de tempo considerada pecado o que acarreta a voca o para o trabalho sem desperd cio de tempo para vida social conversas ociosas ou aquisi o de sup rfluos e luxo A falta de vontade de trabalhar um sintoma da aus ncia do estado de gra a Ao contr rio a riqueza obtida pelo trabalho uma gra a divina Do mesmo modo o protestantismo aceitou a explora o dos empres rios pois estes tamb m s o eleitos por Deus e a pr tica dos baixos sal rios como algo sumamente agrad vel a Deus O se
155. participa o da iniciativa particular E tendo em vista que entre os objetivos est o de examinar o a concep o de cidadania nas pol ticas p blicas educacionais do ensino superior no per odo de 1995 a 2002 quando era presidente Fernando Henrique Cardoso e seu desdobramento posterior culminando com as reformas lan adas pelo Governo Lula que iniciou se em 2003 permanecendo at o momento este cap tulo promove um estudo sobre o neoliberalismo em contraposi o s aspira es de uma sociedade humana justa e solid ria pr prias de um estado Democr tico de Direito Embora filiado a partido representativo da social democracia o governo FHC imp s reformas ou pol ticas p blicas educacionais exigidas pelo neoliberalismo internacional prioritariamente ditadas pelo Banco Mundial O governo Lula por sua vez inicialmente centrado numa orienta o de partido de esquerda o Partido dos Trabalhadores tem desenvolvido pol ticas que embora firmadas no pacto social pela justi a e redu o das desigualdades aproximam se daquelas apregoadas pelo neoliberalismo O cap tulo terceiro diante dos objetivos enunciados e da metodologia de pesquisa empregada no presente trabalho partiu para an lise documental iniciando se pela Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil que exp e como uma das premissas fundantes da educa o a forma o e preparo do ser humano para o exerc cio da cidadania 12 Banco Mundial organ
156. particulares possam a seu modo delas se apropriar e realizar conforme a necessidade do mercado O liberalismo surgiu em contraposi o ao Estado absolutista em que o poder emanava do rei representante divino na terra Como s i acontecer nas transforma es advindas de revolu es o liberalismo se op e diretamente ao absolutismo Portanto a liberdade e a igualdade foram a express o desse modelo de Estado Segundo a ideologia liberal todos os homens s o iguais perante a lei e portanto todos podem desenvolver trabalho obter lucros obter ganhos A todos dada oportunidade igual cabendo a cada um em fun o de suas caracter sticas individuais obter tudo o que desejam ou n o O Estado mant m se alheio indiferente E para que o Estado assim se mantenha a explora o de atividades econ micas n o pode estar centralizada nas m os do Estado mas centrada nos particulares E os meios de produ o as riquezas n o est o distribu das a todos sen o queles que det m o capital Espera se daqueles que possuem a for a de trabalho que se amoldem nova sociedade ditada pelo capital E foi com a expans o do liberalismo que as riquezas concentraram se em m os de poucos particulares enquanto a grande massa da popula o permaneceu alijada da riqueza e da possibilidade de acesso a ela Houve a n tida concretiza o das diferen as de classes sociais de um lado a elite econ mica dirigente intelectual e de outro o povo a p
157. pera que tenha condi es de expressar se e de participar aqui ou acol Com rela o ao fen meno da globaliza o mais do nunca se faz presente a educa o Organismos internacionais pressionam os pa ses por maiores investimentos em educa o Portanto o entrela amento educa o cidadania fato mundial E no espa o dedicado educa o que se forma o cidad o Arroyo 57 1996 entendendo se a a possibilidade de sua participa o na sociedade enquanto sujeito hist rico e integrante das rela es sociais que conforma essa sociedade Pode se depreender ent o que a educa o parte constituinte da cidadania ou seja pela educa o que se revelam os direitos pelos quais todos os homens lutam Enquanto acontece a educa o a cidadania revela se presente Nesta perspectiva n o cabe aqui a compreens o de que a educa o seja pr condi o para o reconhecimento da cidadania Isto se d posto que a educa o entendida como media o com a cidadania Investindo se na educa o a par de pol ticas sociais em rela o estrutura da sociedade certamente a cidadania ser contemplada Por m necess rio que se entenda que a educa o pode ser vista e a reside seu aspecto dual como mantenedora de uma nova ordem social onde somente os civilizados os educados seriam admitidos ao conv vio social ARROYO 1996 Nesse sentido se apregoa que h os cidad os de primeira classe os m
158. presentante da classe trabalhadora em que pesem os v rios programas compensat rios realizados a pol tica educacional n o destoou muito das reformas havidas anteriormente Apesar do discurso da justi a social do avan o na redu o da desigualdade da amplia o na redistribui o de riquezas as pol ticas p blicas implementadas seguem a orienta o de cunho neoliberal A apregoada igualdade para todos est centrada na igualdade neoliberal ditada pelo poder do capital Ent o a forma o para o exerc cio da cidadania considera esta para o mercado cidad o ou cidad aquele ou aquela que consome que adquire as novidades postas no mercado que costuma frequentar shopping center pois a cidadania estimulada a se ver como um conjunto de 149 consumidores em um mundo em que a economia tem apenas uma regra tudo em prol da obten o de lucros para o empresariado SANTOM 2003 p 151 O sistema de avalia o das IES s p blicas e privadas editado em conson ncia com as determina es emanadas da CRF e da LDB objetiva verificar a qualidade da educa o Esfor o louv vel e necess rio A cr tica est em que o resultado coloca as IES s numa esp cie de ranking o que favorece e estimula a competitividade entre as institui es privadas no jogo do perde e ganha que o mercado capitalista produz H in meras discuss es sobre o tema que n o novo mas tamb m n o est definitivament
159. que acumulam riquezas A natureza assim diametralmente oposta para que alguns possam cada vez mais enriquecer h necessidade do oposto ou seja de que um grupo esteja cada vez mais despojado de riquezas A elite desenvolve se enriquece mais e mais a plebe empobrece fica cada vez mais despossu da apenas sobrevive A prop sito do tema afirma Marx que A condi o essencial para a exist ncia e o dom nio da classe burguesa a acumula o da riqueza nas m os de particulares a forma o e a multiplica o do capital a condi o do capital o trabalho assalariado A burguesia produz sobretudo os seus pr prios coveiros MARX 1998 p 19 20 Ao mesmo tempo em que se reconhece a classe burguesa como detentora da domina o possuidora dos bens de produ o que lhe possibilitem cada vez o ac mulo de riquezas deve se reconhecer que h uma classe cuja exist ncia indispens vel manuten o da pr pria burguesia a classe trabalhadora ou seja o proletariado Para que o capital aumente preciso explorar o trabalho assalariado preciso espoliar o proletariado A acumula o de capital produz ao mesmo tempo o ac mulo da mis ria S o os contr rios que coexistem simultaneamente um n o sobrevive sem o outro Entretanto Marx reconhece que a burguesia prepara seus pr prios coveiros Como fazer para afastar este medo de revolu o da classe trabalhadora Como tentar afastar o perigo de explos o dos pr
160. r dicos estabelecidos pelo Estado 2003 p 66 O desenvolvimento do trabalho levou constata o de que os brasileiros e as brasileiras querem debater id ias participar da vida pol tica do pa s decidir os destinos da na o atrav s do bom combate que permite o di logo a discord ncia de opini es o senso do coletivo J houve esta tomada de posi o quando da apresenta o do projeto de LDB e do PNE pela sociedade civil Ap s in meros encontros e reuni es com ampla participa o de todos os segmentos da sociedade civil especialmente da educa o foi elaborado um documento o qual contemplava objetivos e metas que a sociedade julgava mais adequados ao pa s Isto foi resultado do exerc cio de cidadania O projeto da sociedade continha as diretrizes e bases para a educa o nacional fundamentada na justi a social na solidariedade na cidadania na valoriza o da educa o e da dignidade da pessoa o qual foi recha ado pelo Congresso Nacional que acolheu a proposta origin ria do Poder Executivo fortemente marcada pelas tend ncias neoliberais Perdeu se uma oportunidade de promover a rela o dial tica entre os dois projetos perdeu a sociedade Seguindo as sugest es ditadas pelo Banco Mundial e pelo FMI o governo FHC propunha a reforma educacional e de Estado necess rias para adequar o Brasil aos desafios do s culo XXI qual seja o mercado E assim foi feito Mas necess rio ponderar que O ser
161. r os dois grandes planos do Estado a sociedade pol tica e a sociedade civil 76 pr prio processo de conhecimento e tamb m na tomada de decis es compromissadas FERREIRA 2006a Outra quest o premente na situa o brasileira a extrema contradi o entre as classes sociais Para se avan ar na educa o seja na quantidade e na qualidade necessariamente deve ser encontrada uma solu o para este gravame da estrutura social nacional preciso ter esta exata compreens o e adotar mecanismos que possam reverter este quadro perverso Neste sentido Saviani assevera que No entanto se n s queremos avan ar social e politicamente n o h outro caminho preciso compreender a realidade enquanto um processo em movimento enquanto um processo contradit rio e dial tico em que o todo n o se explica fora de suas partes e suas partes n o se compreendem fora do todo portanto preciso agir sobre o todo agindo simultaneamente sobre as diferentes partes SAVIANI 1991 p 55 Tem se que o Estado ao longo de sua exist ncia e diante dos princ pios que o norteiam necessita voltar sua aten o para o todo n o o todo como simples somat ria das partes mas a totalidade concreta E no que se refere educa o que acaba por refletir os problemas sociais as pol ticas p blicas educacionais necessitam estar conjugadas com as pol ticas sociais Urge que a sociedade se reestruture progressivamente com pol ticas p blicas conjuga
162. rasileiro durante os anos do governo militar em que houve grande desenvolvimento tecnol gico aliado s altas do 101 petr leo produto do qual o Brasil era dependente de importa o o pa s estava assoberbado por empr stimos contra dos junto ao Fundo Monet rio Internacional e Banco Mundial Nos pa ses em desenvolvimento como o Brasil not rio que o Banco Mundial a exemplo do FMI exerceu um financiamento perverso posto que ampliou a pobreza nestes pa ses denominados perif ricos propiciando a concentra o de renda pequena parcela da popula o al m de favorecer o aprofundamento da exclus o social A trajet ria do Banco Mundial institui o criada pela Confer ncia de Bretton Woods em 1944 passou de organismo voltado reconstru o de economias destru das pela Il Guerra Mundial a fomentador de desenvolvimento de pa ses perif ricos os denominados pa ses em desenvolvimento A partir da d cada de 1980 o Banco Mundial passou a ter mais presen a no cen rio mundial ditando regras de reestrutura o econ mica agindo como protetor dos interesses dos credores Os pa ses endividados deveriam seguir a cartilha do Banco Mundial o que al m de garantir o pagamento da d vida tamb m promovia o ajuste interno para a inser o do pa s na nova ordem global Fernando Henrique e sua equipe necessitavam para poder dar conta de sua proposta eleitoral renegociar os empr stimos junto aos credores internacion
163. rcado n o favorece a popula o pobre Se o Estado n o prover educa o p blica esta massa ficar totalmente marginalizada e ao final ser exatamente o oposto do que deseja o neoliberalismo haja vista que o nus social ser cada vez maior Saviani aponta que este movimento de neoliberalismo n o se trata posto que o pensamento liberal entendia que a educa o p blica era vital para o desenvolvimento da economia capitalista Isto o pensamento que grassa de que a educa o deva ser provida pelos particulares encontra bice na pr pria concep o liberal Sob seu entendimento o neoliberalismo identifica se como Estado de Bem Estar gerando por isso mesmo uma nova vis o antag nica ao praticado pelo liberalismo Com Saviani reitera se que as posi es hoje veiculadas embora rotuladas de neoliberais n o correspondem ao conte do pr prio do neoliberalismo Com efeito enquanto 98 o neoliberalismo real ava o papel do Estado este agora atrofiado enquanto o neoliberalismo postulava a amplia o das dimens es e prerrogativas do Estado hoje defende se a redu o do tamanho do Estado enquanto antes se advogava o planejamento econ mico com a consequente regula o do mercado agora se faz apologia da desregulamenta o da economia e da total libera o do mercado enquanto no primeiro caso se acentuava a import ncia e se alargava o espectro das pol ticas p blicas estas agora s o secundarizadas e desqua
164. re inserida numa dada sociedade que sofre as interfer ncias do regime pol tico e cultural de seus integrantes e ainda mais da classe dominante dessa mesma sociedade N o basta saber que a cidadania fruto de conquistas hist ricas dos antepassados preciso que ela se consolide e que o ser humano tenha consci ncia disso Portanto necessita ele receber a forma o e informa o que os meios acad micos lhe podem proporcionar E se o liberalismo possu a uma ideologia de liberdade e igualdade impunha se admitir um m nimo de educa o para todos A educa o poderia servir como instrumento de expans o da pr pria ideologia liberal preparando a elite para a dire o e as massas populares para o trabalho A classe burguesa que detinha a propriedade consolidou o modo capitalista de produ o n o mais produ o manufatureira mas produ o em grande escala aproveitando se da divis o do trabalho E para levar avante seu objetivo necess rio reconhecer a educa o como direito do homem E quem cidad o o propriet rio Mas este cidad o al m do poder econ mico tamb m precisa ser esclarecido de modo a n o sofrer interfer ncias de press es externas sen o ele mesmo pressionar para manter seus bens E sob tal tica tamb m se oportuniza que todos os demais os n o propriet rios sejam alvo da educa o Sob a tica burguesa h uma n tida distin o entre propriet rios e n o propriet rios C
165. resentar uma proposta de reestrutura o com as respectivas estrat gias caso em que se aprovada pelo MEC a universidade ter o acr scimo financeiro com vincula o deste repasse concretiza o das etapas O que se percebe que o REUNI j havia sido discutido pelo GTI no in cio do Governo Lula posto que aquele grupo propusera a amplia o do quadro docente articulado amplia o de vagas para a gradua o nas universidades federais E uma das metas do REUNI ampliar a rela o de alunos de gradua o em cursos 140 presenciais por professor para dezoito ao final de cinco anos Isto pode significar ampliar a carga hor ria dos professores em sala de aula O ex Ministro da Educa o no Governo FHC Paulo Renato Souza em mat ria veiculada no jornal O Estado de S o Paulo de 27 01 2008 expressou cr ticas ao governo Lula entre as quais destaca que o programa REUNI n o novidade alguma posto que fundamentado em incentivos ao desempenho das universidades federais situa o que existira durante o governo antecessor Afirmou Paulo Renato Batizado de Reuni o governo lan a como grande novidade um programa de incentivos ao desempenho das universidades federais pelo qual ser o aquinhoadas com mais verbas as institui es que melhorarem seu desempenho em fun o de indicadores como a rela o aluno por professor e os cursos noturnos Em princ pio qual a diferen a em rela o nossa velha matriz de distrib
166. rif ricos import los dos pa ses centrais com pagamento de royalties a educa o a servi o do mercado regido pelo modo capitalista de produ o Tamb m o Decreto n 6 096 2007 contempla em seu art 3 inciso Il a possibilidade de compra de bens e servi os necess rios ao funcionamento dos novos regimes acad micos mediante o aporte de recursos financeiros que ser o reservados para cada universidade federal N o h explica o de quais modalidades de compras ou quais servi os sejam considerados necess rios o que deixa entrever 143 uma lacuna que pode ser preenchida conforme o entendimento do MEC afinal ele o avaliador dos planos de reestrutura o Frise se que mais de 50 IFES j aderiram ao REUNI praticamente 100 de ades o das quais 33 j obtiveram aprova o de seus planos pelo MEC Donde dizer que do ponto de vista normativo o REUNI j um sucesso Resta saber na pr tica se os planos ao serem implantados pelas IFES importar o acr scimo efetivo no n mero de ingressantes de matriculados e de egressos e aumento da qualidade do ensino sem descurar se da qualidade da pesquisa ou se ser o meros reprodutores das pol ticas neoliberais dos organismos internacionais Como o REUNI recent ssimo h que se aguardar mais um tempo para verificar as poss veis respostas que referido programa dar 144 5 CONSIDERA ES FINAIS H um s culo e meio Marx e Engels gritavam em favor da
167. rior Tais institui es podem ser com fins lucrativos ou n o O objetivo do PROUNI dar acesso queles educandos egressos do n vel m dio e que tenham renda familiar per capita de at um sal rio m nimo e meio no caso de bolsa integral e de at tr s sal rios m nimos para as bolsas parciais Segundo art 2 da Lei n 11 096 2005 as bolsas de estudo ser o destinadas a estudante que tenha cursado o ensino m dio completo em escola da rede p blica ou em institui es privadas na condi o de bolsista integral II a estudante portador de defici ncia nos termos da lei Ill a professor da rede p blica de ensino para os cursos de licenciatura normal superior e pedagogia destinados forma o do magist rio da educa o b sica independentemente da renda Para aqueles estudantes inseridos nos incisos e Il h necessidade do preenchimento do requisito da renda familiar mensal per capita n o excedente de at um sal rio m nimo e meio e de at tr s sal rios m nimos conforme seja bolsa integral ou parcial Trata se de uma pol tica de inclus o social posto que tais educandos n o tendo possibilidade de acesso s IFES ou s institui es p blicas estaduais poder o ingressar nas institui es privadas mediante financiamento do Estado Ademais h que se 135 considerar que as institui es p blicas n o podem atender demanda por vagas o que deve ser atendido pelas IES s privadas Em rela o ao
168. rnidade e deix lo mais eficiente e apto para incorporar as massas empobrecidas Sem um Estado mais competente se grande ou pequeno depende das circunst ncias torna se imposs vel enfrentar o desafio de por em andamento uma pol tica social para incorporar as massas empobrecidas Ao mesmo tempo sem possuir os instrumentos necess rios para lidar com as for as do mercado globalizado cada vez mais poderosas por maior que seja o Estado em n mero de funcion rios ou em propor o dos gastos ele ser ineficiente e n o servir ao desenvolvimento do pa s CARDOSO 2006 p 559 Houve pois o desmantelamento do Estado adequando o nova exig ncia mundial N o se deve olvidar que o Brasil contemplava uma tradi o de oligarquias Esta presen a arcaica desde os tempos em que o Brasil foi col nia de Portugal demandava ser alterada para que se oportunizasse uma melhoria na organiza o brasileira n o somente em termos de pol ticas como nos servi os p blicos Urgia repensar uma nova modelagem para o pa s das alian as pa s em que as elites olig rquicas assumiam uma posi o mais liberal sem que houvesse altera o nos objetivos dos detentores do poder os coron is a perman ncia de uma classe de dominados BURSZTYN 1990 O mote utilizado pelo ent o governante foi a modernidade O Estado brasileiro necessitava incorporar se modernidade atraindo investidores tornando se competitivo p
169. roduzindo mais Produzir mais para encampar as massas empobrecidas Em rela o modernidade o que percebe a mundializa o da economia o capitalismo global advindo das empresas transnacionais que abalaram as 104 estruturas do Estado Na o Ademais est o presentes na moderniza o as elites sejam elas quais forem das mais diversas organiza es como religiosas empresariais militares ou intelectuais que procuram amoldar os demais ao seu pensamento cabendo aos dominados apenas comportar se conforme as determina es superiores e realizar o que deles se espera A respeito da moderniza o afirma lanni que O povo as massas os grupos e as classes sociais s o induzidos a realizar as diretrizes estabelecidas pelas elites modernizantes e deliberantes Da a necessidade de alfabetizar profissionalizar urbanizar secularizar modificar institui es e criar novas reverter expectativas e outras diretrizes de modo a viabilizar a execu o e dinamiza o dos objetivos e meios de moderniza o modernos modernizantes IANNI 2001 p 101 Dentro desta perspectiva depreende se que a modernidade que foi o ponto de partida daquela equipe de governo para a efetiva o das reformas encontrou apoio nos objetivos das elites dominantes Pode se perceber que independentemente de se incluir ou n o como neoliberal o fato ineg vel que FHC auxiliado pela colabora o dos integrantes de seu minist rio
170. rvo de Deus se Ele assim o quis deve trabalhar para ser rico para Deus e n o para a carne ou para o pecado Portanto o esp rito do capitalismo moderno est baseado na id ia da voca o 81 cidadania pol tica se n o lhe for dada a oportunidade de aprender a organizarem se e a expressarem se Donde arremata se que o exerc cio da cidadania est intimamente ligado educa o embora n o exclusivamente A educa o h de levar o homem e a mulher a terem consci ncia de seu lugar na sociedade um ser pol tico capaz de se dirigir e de dirigir a sociedade saindo do casulo de subalternidade em que se encontra e por consequ ncia capaz de transformar a sociedade O ser humano tem intrinsecamente o desejo de progredir de buscar realiza es tem o desejo de ser de buscar a essencialidade da vida E para alcan ar o objetivo de ser ser algu m no e para e com o mundo a educa o se faz primordial E esta a o educativa h de ser cont nua posto que o ser humano est sempre em movimento de sua natureza n o acomodar se A forma o continuada indubitavelmente uma possibilidade de realiza o humana nos tempos atuais FERREIRA 2006c Paulo Freire refletindo sobre a educa o defendia que para os menos favorecidos A educa o que se imp e aos que verdadeiramente se comprometem com a liberta o n o pode fundar se numa compreens o dos homens como seres vazios a quem o mund
171. s A produ o embora manufatureira tem esse poder de alterar a propriedade Infere se que a riqueza adv m da produ o ent o manufatureira e n o mais da terra A produ o ampliada e utilizada para trocar para vender o que permite afirmar que a propriedade pode ser adquirida pelo trabalho A liberdade princ pio adotado e defendido pelo liberalismo assenta se na categoria principal que o individualismo O individualismo que reconhece a exist ncia individual como livre de quaisquer restri es somente preocupado com o pr prio interesse um princ pio particularmente pr prio da ideologia burguesa e a sua base o reconhecimento da autonomia dos direitos absolutos da personalidade na sociedade FERREIRA 2000 p 217 As ra zes do individualismo remontam a Hobbes em seu O Leviat e a Locke que defendia a tese de que os governos s o institu dos para proteger os direitos individuais que preexistem organiza o pol tica das rela es sociais FERREIRA 2000 p 220 Nesta linha da racioc nio a igualdade defendida por Locke encontra seu fundamento no individualismo Locke considerado um dos precursores do liberalismo estabeleceu em sua teoria jusnaturalista que todos os homens nascem iguais e livres e dotados de 14 Locke um dos principais representantes do jusnaturalismo teoria assentada nos direitos naturais No estado de natureza que precedente sociedade civil ou pol tica todos
172. s e acrescenta novos conhecimentos novas descobertas Vale se de id ias j pensadas de conhecimentos j obtidos anteriormente E tudo de novo que vai agregando com seu pensar com seu racioc nio l gico sistematizado ele transmite para as futuras gera es Conforme exp e Saviani a compreens o da natureza da educa o enquanto um trabalho n o material cujo produto n o se separa do ato de produ o permite nos situar a especificidade da educa o como referida aos conhecimentos id ias conceitos valores atitudes h bitos s mbolos sob o aspecto de elementos necess rios forma o da humanidade em cada indiv duo singular na forma de uma segunda natureza que se produz deliberada e intencionalmente atrav s de rela es pedag gicas historicamente determinadas que se travam entre os homens SAVIANI 2003 p 22 Portanto o homem um ser hist rico produto do seu agir transformador da natureza e do conhecimento acumulado pelas gera es antecedentes Ele n o simplesmente produto do meio mas das rela es sociais das quais faz parte e de todo o conhecimento que lhe foi transmitido O homem como ser hist rico centra se numa situa o de construir a hist ria ao mesmo tempo em que se constr i e neste mister tamb m se humaniza na medida em que humaniza a pr pria sociedade em que vive segundo a concep o de Vieira Pinto 1979 Na esteira dos ensinamentos de Vieira Pinto tamb m compreende
173. s e se percebe como ser individual coletivo e integrante da esp cie humana ele est atrelado inexoravelmente educa o Sendo a educa o inerente sociedade em algumas situa es pode ser entendida como solu o a problemas postos pela pr pria sociedade tais como a ignor ncia e o analfabetismo em outras ela serve para adaptar e integrar os desajustados ou desadaptados no mbito social Tamb m identifica se a educa o como promotora na habilita o e capacita o dos seres humanos tornando os produtivos Nestas quest es incidem a pedagogia tradicional a pedagogia nova e a pedagogia da capacita o ou tecnicista SAVIANI 1991 Tais teorias possuem uma vis o ing nua da educa o na medida em que n o percebem que os problemas sociais s o refletidos naquela e n o o contr rio Saviani entende que se deve analisar a estrutura social Nesse caso o que se evidencia uma sociedade de classes e dessa estrutura que deriva o funcionamento da sociedade com reflexos na educa o Donde conclui se que a educa o n o se revela como solu o m gica para os problemas sociais porquanto s se pode mudar a cultura mudando as bases da pr pria sociedade SAVIANI 2008 p 134 Al m dos problemas mencionados na sociedade globalizada em que se avulta a ci ncia e a tecnologia mais do que nunca se espera que a educa o 63 forne a os elementos necess rios as habilidades espec ficas superiores para que o h
174. s de uma comunidade Todos aqueles que possuem o status s o iguais com respeito aos direitos e obriga es pertinentes ao status N o h nenhum princ pio universal que determine o que estes direitos e obriga es ser o mas as sociedades nas quais a cidadania uma institui o em desenvolvimento criam uma imagem de uma cidadania ideal em rela o qual o sucesso pode ser medido e em rela o qual a aspira o pode ser dirigida MARSHALL 1967 p 76 A cidadania n o pode ser entendida portanto numa perspectiva unilateral mas pelo contr rio ela pode ser vista sob tr s ngulos cidadania civil cidadania pol tica e cidadania social A cidadania civil adquire se com o nascimento com vida sendo que o seu exerc cio no mbito jur dico dar se em obedi ncia ao comando legal inserido no C digo Civil a come ar pelo direito ao nome e ao registro de nascimento Quanto ao registro de nascimento embora seja ato gratuito por determina o legal sabe se que ainda h pessoas que n o disp em desse direito b sico imprescind vel para que sua exist ncia seja reconhecida pelos rg os p blicos e possam ter acesso a outros direitos b sicos ou n o A cidadania civil pode ser exercida por representa o ou assist ncia em caso de n o ser a pessoa plenamente capaz para os atos da vida civil Este entendimento o legal o que est inserido na Lei n 10 406 2002 denominada de C digo Civil Sob outra tica a cida
175. s envolvendo com rcio artesanais e agropecu rias e que expandiam se medida em que expandiam os burgos surgiu uma classe que aos poucos foi enriquecendo Esses novos ricos puderam ent o investir em novos empreendimentos como bancos e empreendimentos comerciais entre outros Assim passaram a ter uma presen a forte nas cidades n o podendo ter suas atividades ignoradas pois eram de vital import ncia para a sobreviv ncia da sociedade da poca Esta classe que formou a burguesia n o detinha os privil gios da nobreza e do clero Almejavam a igualdade de tratamento n o mais aquela igualdade reconhecida pelo liberalismo Da insatisfa o com o regime de tratamento desigual primando se pela prefer ncia de poucos em detrimento de tantos outros calcado ainda nas id ias dos iluministas que aconteceu a Revolu o Francesa Esta Revolu o foi firmada pela classe burguesa que objetivava a igualdade haja vista que liberdade j possu a Igualdade perante a lei igualdade jur dica igualdade de escolha de participa o no Estado 38 A igualdade buscada pela burguesia n o a igualdade de todos em fun o de que cada um dono de seu pr prio corpo e pode explorar a sua for a de trabalho ou os meios de produ o que det m mas sim fundamentada na lei N o se trata mais da igualdade baseada na troca sen o na igualdade jur dica A lei deve ser igual para todos posto que todos s o iguais per
176. se dominada exercer esta fun o A altera o pode ser alcan ada por meio do que se chama revolu o passiva em que a classe dominada exerce press o constante sobre a classe a Revolu o passiva termo utilizado por Gramsci retirado das obras do historiador italiano Vicenzo Cuoco para designar um movimento social em que h coopta o de lideran as pertencentes ao 67 dominante de modo que esta necessariamente adota algumas das reivindica es daquela para continuar exercendo seu poder sob pena de perder a hegemonia Donde dizer que a classe dominada paulatinamente pode fortalecer se e conquistar seus objetivos Nesta via de racioc nio Jesus afirma que A sociedade civil lugar de atua o da hegemonia caracteriza se por uma atividade que pertence superestrutura cabendo lhe a fun o diretiva da rela o hegem nica Ao se afirmar que cabe sociedade civil a fun o de hegemonia e sociedade pol tica a fun o de domina o estabelece se uma distin o importante pois a n vel de sociedade civil que se processam condi es para a reprodu o ou o rompimento de uma estrutura social Sendo esta sociedade civil essencialmente a uni o de homens por meio de ideologia o valor da educa o ao inv s da for a fica evidenciado JESUS 1989 p 29 Deste modo o local adequado para a promo o de altera es estruturais a sociedade civil de vez que a classe dominante que exerce a hegemonia est
177. se os habitantes dos burgos surgindo uma classe social que n o era de origem nobre que n o descendia de reis e suseranos mas detinha o capital Surgiu a burguesia e esta passou a exigir uma participa o maior na administra o do Estado e a reclamar por um tratamento mais igualit rio Ao mesmo tempo em que o liberalismo acontecia em alguns Estados havia outros em que o absolutismo se fazia presente Na Fran a a realeza e a nobreza tinham regalias que n o eram consideradas s demais classes Os burgueses n o possu am privil gios direitos mas concedem sociedade seja civil ou pol tica Locke n o faz distin o entre ambas o exerc cio do governo pelo princ pio da maioria 37 A classe burguesa n o tinha linhagem pois nascera da uni o de servos livres do antigo regime feudal e do campesinato que enriquecera com a Revolu o Industrial Conforme aponta Lib nio As maiores mudan as ocorreram entre os laboratores servos trabalhadores que come aram a tornar se independentes dos senhores feudais devido s atividades comerciais artesanais agropecu rias que exerciam A classe burguesa formou se de um campesinato livre que enriqueceu de servos que conseguiram comprar sua liberdade e se interessaram por rendas monet rias de empreendedores comerciais de banqueiros de manufatureiros LIB NIO 1996 p 26 Em fun o de v rias atividades exercidas por antigos servos do regime feudal atividades diversa
178. sentido de cidadania enquanto direito vida plena que necessita ser constru do coletivamente e onde o ser humano seja o fomentador da exist ncia do direito de seus pares com responsabilidade pelo conjunto da coletividade FERREIRA 2006c Cabe destacar que historicamente a cidadania possui v rias formas de manifesta o conforme foi sendo constru da de acordo com os ditames contextuais desde a era das Cidades Estado gregas e romana at o advento do Estado Na o passando pelo feudalismo absolutismo e Estado de Bem Estar Social Hodiernamente h muitos estudos a respeito da cidadania e uma verdade revela se fundamental a quest o da educa o n o pode ser colocada ao largo da cidadania Embora n o seja pr condi o como era no liberalismo a educa o sem d vidas pode levar o homem ao exerc cio da cidadania esta vista n o mais como aquele direito inerente ao propriet rio sen o a todos os homens e mulheres das v rias sociedades existentes na aldeia global 62 2 1 EDUCA O COMPREENDENDO E EXPLICITANDO A CONCEP O Saviani 1996 concebe a educa o como media o no seio da pr tica social o que conduz compreens o de que n o existe uma sociedade sem que exista a educa o dos seres humanos que a comp em A educa o essencial vital para a exist ncia e sobreviv ncia e porque n o dizer para o desenvolvimento da sociedade Portanto o homem que se constr i na e para as rela es sociai
179. sociais cujo exerc cio confunde se com cidadania social o direito vida digna moradia assist ncia sa de ao trabalho remunerado condignamente ao lazer etc A cidadania social vari vel conforme o Estado e a sociedade e o momento hist rico em que acontece H direitos sociais reconhecidos em um Estado que n o o s o em outro Pode se afirmar que a cidadania passou por diversas fases sempre dependendo da historicidade do momento em que analisada Para Coggiola 2003 p 311 no s culo XX a luta pela cidadania se confundiu com a luta pelos direitos sociais ou seja por condi es materiais que permitissem seu pleno exerc cio E a cidadania tem precipuamente uma liga o estreita e respons vel com a educa o Tanto assim que a Constitui o da Rep blica Federativa de 1988 enf tica em determinar a educa o nacional para o exerc cio da cidadania consoante seu art 205 18 18 Art 205 A educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia ser promovida e incentivada com a colabora o da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho 42 Donde conclui se que a educa o um meio para o alcance da cidadania N o qualquer cidadania sen o a cidadania historicamente situada vista num determinado Estado e conforme a ideologia adotada por esse Estado N o h cidadania a hist rica mas semp
180. st al m do t pico existente e limitado que ainda muito pequeno FERREIRA 2006d p 99 mas ser robustecido pela persist ncia H de vir o tempo em que a educa o emancipa o formadora para a cidadania se concretizar O caminho a percorrer longo por m com perseveran a e esfor o coletivo a linha de chegada ser alcan ada 152 REFER NCIAS ADORNO Theodor W Educa o e Emancipa o Trad Wolfgang Leo Maar 4 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2006 AFONSO Almerindo Janela Reforma do Estado e Pol ticas Educacionais entre a crise do Estado Na o e a emerg ncia da regula o supranacional In Revista Educa o e Sociedade Campinas Unicamp n 75 agosto de 2001 ARENDT Hannah A Condi o Humana Trad Roberto Raposo 10 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2008 ARROYO Miguel G Educa o e Exclus o da Cidadania In BUFFA Ester ARROYO Miguel G NOSELLA PAULO Educa o e Cidadania quem educa o cidad o 6 ed S o Paulo Cortez 1996 Cole o Quest es da Nossa Epoca v 19 BENDIX Reinhard Constru o Nacional e Cidadania S o Paulo Edusp 1996 BIANCHETTI Roberto Gerardo Modelo Neoliberal e Pol ticas Educacionais 4 ed S o Paulo Cortez 2005 Cole o Quest es da Nossa Epoca vol 56 BONAVIDES Paulo Do Estado Liberal ao Estado Social 7 ed S o Paulo Malheiros 2001 BORDIGNON Genu no amp GRACINDO Regina Vinhaes Gest
181. tabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Esta lei traz um novo ciclo para a educa o brasileira porquanto voltada para o mundo do trabalho e pr tica social A LDB disp e sobre os princ pios e fins da educa o nacional sua composi o e modalidades de educa o e de ensino estabelecidas em educa o b sica e educa o superior A educa o b sica contempla a educa o infantil o ensino fundamental e m dio No ensino superior encontram se os cursos sequenciais os de gradua o de p s gradua o e de extens o Durante a gide do Governo FHC foi editada a Lei n 10 172 de 9 de janeiro de 2001 que aprova e veicula o plano nacional de educa o al m de in meros outros documentos que tratam da educa o superior tas como o Decreto n 2 306 de 19 de agosto de 1997 que regulamenta as institui es de ensino superior e introduz a distin o entre universidades e centros universit rios a Portaria n 301 de 7 de abril de 1998 que normatiza os procedimentos de credenciamento de institui es para a oferta de cursos de gradua o e educa o profissional tecnol gica dist ncia a Portaria n 612 de 12 de abril de 1999 que 109 trata sobre a autoriza o e reconhecimento de cursos sequenciais de ensino superior revogada pela Portaria n 4 363 de 29 de dezembro de 2004 em vig ncia Percebe se que extremamente prof cua a produ o legislativa para a educa o superior nesse per
182. tados para a expans o do homem enquanto ser social coletivo que age em colabora o com seus pares quebrando a hegemonia do poder centrado na regula o avistase como um caminho a ser percorrido pela humanidade na persecu o de um mundo mais igualit rio e justo Nas palavras de Ferreira a palavra emancipa o traduz a id ia de liberar se de uma depend ncia tutela ou opress o 2007b p 252 Imp e se pois a liberta o da domina o do conhecimento regula o em favor do conhecimento emancipa o da liberta o do dom nio das elites proporcionando a todos homens e mulheres independentemente de classe social ou condi o econ mica o despertar para um novo mil nio o da solidariedade evocando o seu agir enquanto cidad o consciente e respons vel Neste aspecto a educa o revela se uma quest o importante nas pol ticas p blicas principalmente nos estados democr ticos O governo FHC implantou pol ticas espec ficas como a duplica o da merenda escolar a distribui o de livros escolares m dulo biblioteca amplia o do transporte na rea rural capacita o e qualifica o de professores cria o do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza o do Magist rio Fundef Lei n 9 424 de 24 de dezembro de 1996 Sua pol tica educacional tinha aten o voltada para o ensino fundamental aliada melhoria do magist rio com racionaliza o na aplica o dos r
183. texto de onde retira os elementos que ir o formar e destinar o sujeito em forma o Vale lembrar as palavras de Afonso quando afirma No que diz respeito reconfigura o ou ressignifica o das cidadanias h quer ter em conta que a Escola e as pol ticas educacionais nacionais foram muitas vezes instrumentos para ajudar a nivelar ou a unificar os indiv duos enquanto sujeitos jur dicos criando uma igualdade meramente formal que serviu e ainda continua a servir para ocultar e legitimar a perman ncia de outras desigualdades de classe de ra a de g nero revelando assim que a cidadania historicamente um atributo pol tico e cultural que pouco ou nada tem a ver com uma democracia substantiva ou com a democracia comprometida com a transforma o social AFONSO 2001 p 20 A cidadania considerada aqui como atributo pol tico e cultural eis que adv m do projeto social da sociedade socialista ou liberal por exemplo A cidadania adquire contornos que n o s o exatamente os mesmos em todos os lugares pois a cidadania situada num determinado contexto hist rico E se se afirma que o homem um ser hist rico fatalmente a cidadania h de apresentar formatos diferenciados em fun o do momento hist rico social e pol tico de uma dada sociedade Entretanto n o se concebe como verdade absoluta na medida em que h valores reconhecidos cidadania que s o intr nsecos pr pria humanidade como a vida a liberdade
184. tingente de eleitores do presidente Embora o presidente tenha sido eleito pelas for as reunidas de associa es de classe de sindicatos e por tantos que discordavam da pol tica do governo anterior o governo Lula adotou ao contr rio do que demonstra o seu discurso pol ticas mais alinhadas ao consenso de Washington em que os pa ses centrais acabam por direcionar o rumo do desenvolvimento dos pa ses perif ricos Neste sentido imp e se considerar este contexto e as altera es havidas na educa o brasileira no que se refere educa o superior e cidadania objeto do pr ximo cap tulo 91 3 GOVERNOS FHC E LULA POL TICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO SUPERIOR E A CIDADANIA A cidadania est afeta necessariamente uma determinada sociedade E nas sociedades que s o organizadas em Estado o que acontece praticamente em todo o globo revela se ent o como condi o sine qua non a exist ncia deste de molde a concretizar se a cidadania Com tal perspectiva necessita de um Estado que a reconhe a e onde os reconhecidos como cidad os e cidad s possam exercer seus direitos e cumprir com seus deveres pois se entende se que a cidadania engloba conjunto de direitos que podem ser usufru dos reclamados protegidos h que se reconhecer em contrapartida um conjunto de deveres impostos aos cidad os A cidadania que mostra se inerente ao ser humano que pr pria dele jamais subsistir sem que ao s
185. tos pa ses Em consequ ncia Il Guerra Mundial 1945 surgiu o Estado de Bem Estar Social reconhecendo muitos direitos sociais aos trabalhadores e aumentando consideravelmente os gastos p blicos Com seu enfraquecimento acontece um momento prop cio para o surgimento do neoliberalismo O neoliberalismo retoma alguns dos princ pios do antigo liberalismo mas necessita adequ los nova ordem social em decorr ncia de ser outro o momento hist rico mundial 44 A educa o vista como meio de retirar os trabalhadores do caminho da imbecilidade proporcionada pela repeti o de tarefas em fun o do trabalho parcelar Neste diapas o necess rio que o Estado invista em educa o o que servir como meio de transforma o deste trabalhador isto do povo das massas trabalhadoras em servis cordeiros retirando os da influ ncia de todo e qualquer mal Justifica se o investimento na educa o popular para livrar o Estado de mal maior a desordem A educa o tida como redentora de qualquer mal que possa afligir a classe trabalhadora que deve ser fiel ao Estado que a tutela e que a protege E para que possa haver este entendimento por parte do cidad o de segunda classe preciso um m nimo de educa o que lhe possibilite ler escrever e contar dividir trabalho e somar esfor os para o progresso do Estado Pondera se pois que a educa o est estreitamente ligada aos interesses do Estado educar p
186. tualmente j se pronuncia n o mais cidad o deste ou daquele Estado mas cidad o do mundo Em fun o da quebra do Estado Na o e da globaliza o que avan a cada vez mais os interesses econ micos agora s o ditados pelas empresas transnacionais que superam os interesses internos do Estado A este respeito exp e Lib nio A nova ideologia que j anuncia os primeiros sinais de vida caminha na linha da coopera o m tua da solidariedade entre os povos da prote o da humanidade e dos cosmos da lealdade mais ampla Para tanto a na o deve ser o pilar do Estado supranacional em bases econ micas do Estado supranacional sustentado por um mundo com valores universais de justi a de cidadania mundial de solidariedade e de afei o m tua entre os povos LIB NIO 1996 p 34 O Estado supranacional decorre da ado o de pol ticas que informem ou que suportem os interesses universais n o meramente seus interesses internos Ao Estado supranacional cabe deixar seus interesses internos de lado de modo a n o atrapalhar os interesses globais E na manuten o dessa pol tica global h uma exig ncia universal de alcance de metas em v rias reas entre as quais a educa o Dados comparativos s o espalhados aos quatro cantos e um Estado para ser visto como desenvolvido ou em desenvolvimento precisa preencher certos requisitos Se admite se a algu m ser considerado um cidad o ou cidad do mundo certamente se es
187. ue ser proporcionada a educa o emancipa o apregoada por Freire 1999 Santos 2005 Adorno 2006 Ferreira 2007b Contudo diante do capitalismo exacerbado que est posto no mundo diante do neoliberalismo que alastrou se em todas as dire es do globo a educa o tem sido utilizada para a perman ncia da ideologia dominante sedimentada na competitividade e na obten o de maior lucro advindo da explora o da mais valia Da an lise dos documentos produzidos nos governos de Fernando Henrique Cardoso a Lei n 9 394 de 20 12 1996 que estabelece as bases e diretrizes da educa o nacional e o Plano Nacional de Educa o aprovado pela lei n 10 172 de 9 01 2001 constatou se que a ideologia neoliberal embasou as reformas havidas n o contrariando os ditames inseridos na CRF A CRF cont m normas fundantes do ordenamento jur dico e pol tico do Estado brasileiro e apesar de ser denominada de constitui o cidad n o se pode afirmar que seja a concep o de cidadania ampliada que ela contempla Pelo contr rio carrega em si a no o de cidadania voltada para prover o mercado Tanto a LDB quanto o PNE trazem em seus textos a ideologia neoliberal calcada no modo capitalista de produ o Debrey aponta que a educa o preparat ria que est consignada na legisla o referida aliada s pr ticas sociais na 147 sociedade capitalista pode se concluir que ela se refere cidadania liberal nos limites ju
188. ui o de recursos de custeio Mais um programa copiado e rebatizado SOUZA 2008 A afirmativa contundente e contr ria ao REUNI Por m tal cr tica h de ser vista com cautela eis que provinda do ex ministro da educa o do governo FHC Embora possa parecer que o governo atual est lan ando m o de id ias j concebidas em governos anteriores e que foram alvo de cr ticas pelos seus opositores hoje integrantes do governo tem se que o REUNI inova ao propor uma pol tica de financiamento das IFE s pautada no n mero de alunos por professor fato que n o era visto no governo antecessor A matriz de distribui o do custeio do REUNI n o se assemelha ao existente no per odo de FHC A proposta atual que n o foi discutida com as universidades mas determinada de cima para baixo procura uma expans o efetiva no n mero de alunos por professor de molde a propiciar um maior n mero de egressos e no tempo normal de dura o dos cursos Procura uma utiliza o mais racional das IFES Seja uma readequa o da pol tica Dispon vel em http www estado com br 141 anterior de pagamento de gratifica o de est mulo doc ncia ou ado o de estrat gias encampadas do neoliberalismo a quest o que o REUNI controverso Primeiro porque as IFES embora com aparente liberdade de propor seu plano de reestrutura o de acordo com o entendimento e conhecimento da realidade local de acordo com seus integrantes t m tais pla
189. uiu ao extraordin rio boom do segundo p s guerra o que foi muito bem compreendido pelos mais l cidos representantes pol ticos da grande burguesia como Ronald Reagan e Margaret Tatcher COUTINHO 1992 p 67 68 O Welfare State consumia muito investimento e esta pol tica n o mais estava se prestando aos interesses da alta burguesia que ansiava pelo retorno do lucro A consequ ncia natural foi que os pa ses capitalistas de maior desenvolvimento como Inglaterra e Estados Unidos retomaram pol ticas liberais para afastar o Estado da responsabilidade pelo atendimento de muitos aspectos da rea social com uma pol tica de privatiza es e desmantelamento de servi os prestados pelo Estado 97 3 2 O NEOLIBERALISMO COMO FONTE DAS POL TICAS GOVERNAMENTAIS O neoliberalismo tomou forma com a crise advinda da inconforma o da elite burguesa em rela o ao Estado de Bem Estar Observa se que o neoliberalismo na realidade uma vers o mais ferrenha do liberalismo cl ssico de Locke exige um distanciamento do Estado diante de pol ticas p blicas sociais deixando que a sociedade seja regulada pelo mercado Seu postulado no dizer de Bianchetti 2005 est assentado no mercado como a lei soberana da sociedade Sob esta tica imp s se o pensamento de que o Estado n o deveria preocupar se com educa o p blica Esta deveria ser propiciada pela iniciativa privada a qual deveria estar livre da inger ncia estatal A economia de me
190. ujeito iria ser moldado na f brica atrav s de novas formas de industrializa o iria aprender a fazer pol tica nos conselhos de f bricas e dentro dos partidos Ao conscientizar se de sua import ncia no mundo teria uma vis o nova desse mesmo mundo NOSELLA 1996 Ent o o cidad o a que se refere Gramsci embora n o seja o mesmo pensado pela sociedade capitalista tem como ponto de converg ncia a educa o Em tempos modernos a educa o no dizer de Arroyo 1996 se amolda conforme a pol tica adotada pelo grupo que det m a hegemonia diretiva do Estado Em algum momento a educa o pode ser utilizada como instrumento de liberdade de participa o e de cidadania Em outro pode servir como controle n o s da liberdade mas tamb m da civiliza o estabelecendo se n veis de submiss o aos comandos que s o impostos pelos detentores do poder A cr tica de Arroyo se entende como enf tica na medida em que a educa o acaba se prestando a transmitir a ideologia dominante ao mesmo tempo em que procura moldar o cidad o aos interesses do momento Atualmente a sociedade est globalizada o capitalismo est praticamente em todo o mundo e exige que a produ o seja cada vez mais adequada aos interesses mundiais Quem n o se adaptar s exig ncias globais est fora do mercado 56 Nesta perspectiva mais do nunca pode se manter o entendimento da estreita liga o entre educa o e cidadania Ainda mais quando a
191. uperior existentes no Brasil no per odo de 1995 2007 no que concerne ao desenvolvimento da cidadania e da consequente justi a social Nesta via de racioc nio esta disserta o tem como objetivos espec ficos 1 Analisar o desenvolvimento do conceito de cidadania e sua rela o com a educa o 2 Examinar a concep o de cidadania presente nas pol ticas p blicas educacionais da educa o superior efetivadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso 1995 a 2002 e no governo de Luiz In cio Lula da Silva 2003 a 2007 em cotejo com o ordenamento constitucional 3 Realizar an lise documental da produ o existente no per odo de 1995 2007 referente s pol ticas p blicas de educa o superior 4 Fornecer subs dios para novas propostas pol ticas comprometidas com a forma o para a cidadania Para que tais objetivos pudessem ser atingidos e na elabora o te rica que fundamenta todo trabalho cient fico algumas categorias de an lise foram eleitas a Cidadania entendida como uma conquista que ainda n o se aperfei oou em fun o das desigualdades Permite que o ser humano tenha um leque de exerc cio de direitos os quais n o se submetem vontade permissiva de outros mas exige respeito e prote o pelo Estado por institui es p blicas e privadas e por outros seres humanos Envolve o direito uma vida digna pautada na tica e na justi a consubstanciado no atendimento de suas necessidades b sicas corr
192. vislumbra a cidadania n o mais sob a tica daquela ideologia mas na perspectiva da prote o social Considera a liberdade como n o decorrente de status social obtida pelas classes sociais consideradas superiores Para este intelectual A liberdade jur dica e real pode se tornar mais ampla e mais geral do que em qualquer tempo a regula o e o controle podem atingir a liberdade mas para todos e n o apenas para alguns Liberdade n o como complemento do privil gio contaminada em sua fonte mas como um direito consagrado que se estende muito al m dos estreitos limites da esfera pol tica e atinge a organiza o ntima da pr pria sociedade Assim as antigas liberdades e direitos civis ser o acrescentados ao fundo da nova liberdade gerada pelo lazer e pela seguran a que a sociedade oferece a todos Uma tal sociedade pode se permitir ser ao mesmo tempo justa e livre POLANYI 1980 p 249 20 A cr tica de Polanyi contundente eis que a liberdade n o pode ser consequ ncia de privil gios ou mascaramentos sen o como um direito inerente ao ser humano Uma vez que o ser humano um ser social e singular isto nico portanto ele quem organiza a sociedade onde se insere a liberdade deve ser condi o indispens vel dessa mesma organiza o Cidadania portanto um conceito que diz respeito educa o entendida como mediadora no seio da pr tica social global SAVIANI 1996 p 131 que ap ia se no con
193. xerc cio da soberania com a finalidade de desenvolver uma nova concep o de Estado Embora Gramsci se referisse constantemente aos Soviets como modelo dos Conselhos estes tinham uma caracter stica inovadora que se produzia no fato de se apresentarem como uma forma organizativa que aliava e inter relacionava o trabalho produtivo a pol tica e a educa o SCHELESENER 2005 p 39 2 Para Jos Silv rio Ba a Horta a educa o tradicionalmente contempla duas fun es socializa o e diferencia o A socializa o refere se ao processo pelo qual um grupo transmite seu patrim nio cultural a seus membros com vistas a assegurar sua sobreviv ncia econ mica e espiritual Por sua vez a diferencia o refere se a uma educa o para cada indiv duo segundo sua posi o social preparando o para desempenhar o papel que esta posi o lhe atribui Com o desenvolvimento da sociedade duas outras fun es foram agregadas educa o a forma o profissional e a elabora o e difus o da ci ncia e da t cnica Da a necessidade da educa o e do planejamento educacional observando se quem planeja e para que se planeja Tradicionalmente o planejamento entendido como uma forma de interven o do Estado na educa o seja diante de um Estado Intervencionista ou Liberal Nesta seara a discuss o sobre planejamento educacional envolve uma an lise acerca das rela es entre Poder e Saber Apresentam se duas concep es uma dial tic
194. zi orgs Hist ria da Cidadania S o Paulo Contexto 2003 MANACORDA Mario Alighiero Marx y la Pedagogia Moderna Barcelona Oikos tau ediciones 1969 Colecci n Libros Tau O Princ pio Educativo em Gramsci Trad William Lagos Porto Alegre Artes M dicas 1990 MANZINI COVRE Maria de Lourdes O que cidadania 3 ed S o Paulo Brasiliense 1998 Cole o Primeiros Passos vol 250 MARSHALL Thomas Humphrey Cidadania Classe Social e Status Trad Meton Porto Gadelha Rio de Janeiro Zahar 1967 MARX Karl ENGELS Friedrich Manifesto do Partido Comunista Pr logo de Jos Paulo Netto 2 ed S o Paulo Cortez 1998 MELO Maria Teresa Leit o de Gest o Educacional os desafios do cotidiano escolar In FERREIRA Naura Syria Carapeto AGUIAR M rcia ngela da S orgs Gest o da Educa o impasses perspectivas e compromissos S o Paulo Cortez 2000 MESZ ROS Istv n A educa o para Al m do Capital Trad Isa Tavares S o Paulo Boitempo 2005 Cole o Mundo do Trabalho 156 MOURA Alexandrina Sobreira de org O Estado e as Pol ticas P blicas na Transi o Democr tica S o Paulo V rtice Massangana 1989 NAVES Rubens Novas Possibilidades para o Exerc cio da Cidadania In PINSKY Jaime amp PINSKY Carla Bassanezi orgs Hist ria da Cidadania S o Paulo Contexto 2003 NOSELLA Paulo Educa o e Cidadania em Antonio Gramsci In BUFFA Ester ARROYO Miguel
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