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Concelho de Mértola Geo-biografia das mudanças de uso do solo

1. 60 RIBEIRO 1970 pp 89 FEIO 1983 pp 77 61 RIBEIRO 1970 pp 96 DDD 63 Um aspecto curioso destas ro as foi o facto de terem fito recuar a apicultura na Serra de Serpa visto terem sido autorizadas a partir do S culo XVII em 1726 a cultura tempor ria tornada livre 62 Os Senhorios das malhadas conseguiam por vezes que as queimadas fossem interditas At 1907 os privil gios desta aut ntica Aristocracia de Apicultores que se confundia com a dos grandes propriet rios subsistem pelos menos teoricamente o que revelador da import ncia e interesse desta produ o secular da rea Madeira e lenha J em 1739 no Capitulo 20 do regulamento do Campo de Ourique era declarado que os incultos sem donos s o postos disposi o dos habitantes Estes podiam entre outras coisas cortar rvores mortas arbustos cistus ramos e mesmo rvores verdes para fabricarem alfaias agr colas tendo para esse efeito que ter uma autoriza o da C mara que a n o poderia recusar a quem n o tinha montado nem permitir a quem o tivesse Este usufruto dos desfavorecidos tamb m lhes permitia cortar cistus para fogo nas terras privadas em torno das povoa es 63 Mas os cistus tradicionalmente utilizados para combust vel eram tamb m comercializados por carvoeiros num neg cio a s rio Este aspecto era ainda mais pronunciado nas Serras de Serpa e M rtola O decl nio da cultura por ro as era
2. 18 Quadro 3 Distribui o percentual da precipita o pelas esta es do ano Vale Formoso 1966 1993 c ccccsssscessssersessessrseeesssneeeeseees 20 Quadro 4 Numero de dias de chuva e precipita o por epis dio mensalmente Vale Formoso 1966 1993 nenene 21 Quadro 5 Produtividade da cultura do trigo em v rios pa ses 23 Quadro 6 Defini o e caracter sticas das classes de capacidade de s do SOTO iria iso Si 24 Quadro 7 Classes de capacidade de uso do solo por Distrito 24 Quadro 8 Capacidade de uso do solo nos Distritos de Beja e vora 24 Quadro 9 Capacidade de uso do solo no Concelho de M rtola 25 Quadro 10 reas florestais nalguns Concelhos do Distrito de Beja 31 Quadro 11 Povoa es do Concelho de M rtola em 1561 e 1662 69 Quadro 12 N mero de fogos por Freguesia no Concelho de M rtola 1780 1798 JRPA NS RE ROD OND SE SE SR SR RE SR 69 Quadro 13 Evolu o da popula o por Freguesia no Concelho de M rtola 1798 1864 1878 1890 ie 71 Quadro 14 Densidade da popula o no Concelho de M rtola 1798 1864 1878 1890 m cmitisematossretos ioguenis sto posta Labesa lr a Coates Pecks ee 72 Quadro 15 Uso do solo no Concelho de M rtola 1882 1893 76 Quadro 16 Produ o nacional de trigo 1915 1
3. Esta charneca renovada seria sem d vida menos densa que a original mas tudo dependia do tempo de abandono a que era votada Existe de facto uma dicotomia entre dois extremos de charneca uma com mato em torno das rvores que se incendeia todos os 20 anos para tirar terra mal preparada uma pobre colheita aut ntica agricultura itinerante do tipo tropical e no outro extremo campos mais ou menos regularmente cultivados Sem esquecer as situa es de charneca pura n o explorada selvagem todo o resto da charneca est mais pr xima da terra cultivada que da terra estritamente inculta As herdades de mato com uma folha limpa e uma folha de mato ou as Serras de Serpa e M rtola est o pr ximas duma herdade agr cola A seguinte transcri o do coment rio de O Ribeiro obra de Silbert 61 extremamente ilustrativa da dificuldade de tra ar claramente a fronteira entre espa o agr cola espa o n o agr cola e vegeta o natural vegeta o degradada pela actividade antr pica todas as transi es de charneca a chaparral querci muito densos e mantidos em pasto arbustivo pelo gado e pelas queimadas s vezes impenetr veis e montados mais ou menos limpos onde os porcos v o bolota e se fazem culturas de cereais As ro as eram a principal causa de degrada o dos arvoredos espontaneos 58 59 58 RIBEIRO Orlando Forma o de Portugal in Dicion rio de Hist ria de Portugal t Ill pp 432
4. Qual foi o impacto da Reforma Agr ria e de toda esta din mica no Concelho de M rtola Foram efectivamente expropriados 72 pr dios num total de somente 10 035 hectares 187 embora o total de rea explorada pelo sector colectivo tenha atingido os 23 9 da rea cultivada 9 cooperativas produzindo em 30 255 hectares 198 Valor inferior s reas do sector colectivo nos Concelhos vizinhos Beja 64 0 Serpa 43 9 Castro Verde 41 7 e Almodovar 1 2 para um total distrital de 34 9 M rtola tinha j em 1968 um baixo ndice de proletariza o agr cola ou seja uma elevada percentagem de patr es agr colas e isolados agr colas 67 7 da m o de obra nas explora es era familiar 139 e somente 19 2 tempor ria o que constitui o quarto valor mais baixo na ZIRA Talvez por isso e em termos de mudan as no uso do solo a Reforma Agr ria n o pare a ter tido grande impacto no Concelho Sem de forma alguma menosprezar as estruturas colectivas que ent o se implantaram as expropria es ter o acontecido quase esmagadoramente no sector Noroeste do Concelho mais pr ximo dos solos melhores e topografia mais regular onde a estrutura da propriedade deixa antever o conceito dimensional de latif ndio O mesmo se ter passado para o extremo Sudoeste mas n o na rea da Serra de M rtola onde existe uma grande pulveriza o da propriedade Alcoutim Pereiro Gi es Martim Longo Alte Ameixial Salir S Bartolom
5. Artigo 97 Elimina o dos latif ndios 1 A transfer ncia da posse til da terra e dos meios de produ o directamente utilizados na sua explora o para aqueles que a trabalham ser obtida atrav s da expropria o dos latif ndios e das grandes explora es capitalistas 2 As propriedades expropriadas ser o entregues para explora o a pequenos agricultores a cooperativas de trabalhadores rurais ou de pequenos agricultores ou a outras unidades de explora o colectiva por trabalhadores A finalidade do movimento de ocupa o n o foi a partilha das terras para constitui o de um campesinato 131 mas a explora o colectiva das terras pelos trabalhadores com obten o de uma remunera o fixa garantia de hor rio e assist ncia social Privil gios que n o conheciam como assalariados rurais explorados explora o essa que n o seria geral mas que era uma realidade em muitos casos Intensificar a produ o nas terras consideradas como sub aproveitadas era tamb m uma forma de assegurar emprego efectivo a numerosos trabalhadores 132 Mas na altura das ocupa es o desemprego cr nico do Alentejo tinha j quase desaparecido fruto do forte xodo rural para Lisboa Algarve e estrangeiro Os trabalhadores que iam ficando estavam at numa posi o melhor para negociar remunera es pois a oferta de m o de obra vinha a diminuir Cronologicamente 133 o processo inicia se com as ocupa es de Janei
6. Pode se dizer que a esmagadora maioria da rede urbana est a partir desta data j implantada fazendo se no futuro a sua evolu o a expensas de aumento de concentra o nalgumas e de aparecimento de montes isolados fruto da coloniza o preconizada na Campanha do Trigo Cap V Baldios A evolu o vai ter esse cariz sobretudo na margem esquerda do Guadiana Baldio da Serra de M rtola pois a divis o de outros baldios limitou se a atribuir terras a popula o pr fixada ou que se concentrou em n cleos j existentes que aumentaram de dimens o Excep o a todos estes casos a povoa o da Mina de S o Domingos cuja din mica resulta exclusivamente da explora o mineira e aponta para uma enorme concentra o no n cleo principal Em 1864 realizado o primeiro Censo digno desse nome Embora passado um s culo sobre os valores anteriores h uma evolu o n tida no Concelho a que n o ser alheia a extin o das Ordens Religiosas ap s a Revolu o Liberal a Ordem a que pertencia M rtola era a de Santiago e o in cio da labora o da Mina de S o Domingos Embora os dados anteriores sejam referentes a fogos unidade que n o ser tomada em conta seguidamente pode se ter uma ideia da popula o existente assumindo que a propor o de 4 pessoas fogo existente nos recenseamentos de 1864 e 1878 v lida para o final do s culo XVIII 70 N o parecem existir mudan as muito significativas num meio rura
7. clima que no fundo lhe deu origem e sustent culo S n o ser uma situa o de coberto vegetal climax porque o solo foi degradado pela ac o humana Consequentemente o fim da actividade humana agro pastoril em largas reas do Concelho saldar se ia indubitavelmente por uma clara recupera o do meio cujo grau depender sempre do estado actual de degrada o Assim a Desertifica o mais do que existir um processo que se tem vindo a verificar com grande intensidade no Concelho tendo as caracter sticas espec ficas do clima originado somente um maior dano final Basta referir que em Espanha mesmo do lado de l da fronteira adjacente ao Concelho existe uma extensa mancha de solos formados a partir da mesma rocha m e atrav s das mesmas condi es pedogen ticas que s o mais profundos e menos degradados que os do lado portugu s 205 Qual a diferen a na vizinha Espanha n o houve Campanha do Trigo os solos foram certamente muito menos degradados e encontram se muito mais pr ximos do equil brio com o clima e o coberto vegetal que sustentam Qual a forma mais r pida e mais barata logo exequivel de promover a recupera o Sem querer entrar em pol mica com t cnicos muito mais habilitados para estudos de repovoamento florestal e na posi o de ge grafo n o poderei deixar de referir que parece haver uma muito m utiliza o dos dados edafo clim ticos para a regi o A utiliza o sistem tica de
8. 11 10 FEIO Mariano Os terra os do Guadiana a jusante do Ardila Lisboa 1947 citado por GARCIA 1982 pp 6 11 RIBEIRO 1986 pp 159 16 O clima desta regi o Mediterr neo temperado pela ac o mar tima da circula o geral da atmosfera de Oeste com o Ver o quente e seco chuvas na esta o fria e um inverno moderado A posi o numa plan cie que sobe ligeiramente para sul confere lhe uma tend ncia para o aumento das precipita es que praticamente sempre excedida pela diminui o que se regista para o interior a partir da costa al m dum cariz j continental que vai dilatar as amplitudes t rmicas di rias e inter anuais Embora os per odos em an lise sejam distintos a precipita o m dia anual na rea apresenta varia o ligeira Quadro 1 desde situa es locais de relativo abrigo ligeira maior altitude de Beja ou grande exposi o a Sul de Vale Formoso a varia o de somente 70 mil metros J as esta es de Monte da Ponte e M rtola talvez por se encontrarem em vales reas mais baixas e abrigadas apresentam m dias inferiores Alcoutim mais meridional apresenta se mais sujeita s perturba es vindas do quadrante Sul mais perto da costa Algarvia numa rea em que o Vale do Guadiana tem tend ncia para come ar a alargar podendo as massas de ar inst veis progredir mais facilmente para Norte Almodovar est j na parte da plan cie que sobe em direc o Serra Alg
9. 182 Passa se a partir daqui para o objectivo principal deste exerc cio a quantifica o dos diversos usos de solo no Concelho de M rtola A primeira quest o que se p e visto que n o foi analisada a totalidade do Concelho falta uma parcela no extremo Sul saber qu o distante se ficou da rea total do Concelho Desta forma recorrendo a um processo expedito a falha a falta da correc o geom trica conclui se que a rea total da imagem de 1 403 434 p xeis multiplicados por 900 metros quadrados 30 x 30 126 309 06 Hectares Este valor est extremamente pr ximo dos 129 304 Ha rea total medida na carta de 1950 60 Resta ainda acrescentar um grau de n o classifica o de 1 01 matriz de confus o a que correspondem mais 1276 Ha A dferen a final de 1718 94 Ha a que dever corresponder a por o do Concelho em falta Tendo presente o rigor potencial das classes Quadro 38 depois de efectuada a agrega o a quantidade final de p xeis por classe passa a ser Usos Agregados P xeis Charneca 14 15 16 1 439480 31 3 Lavrado 8 12 2 158487 11 3 Cereal 10 3 112875 8 0 Pousio 11 4 476915 34 0 gua 5 10133 0 7 Rocha 7 15785 1 1 Montado Pousio oliveiras 9 184802 13 2 Campo 1 17 112 0 0 Campo 2 18 4845 0 3 Total 1403434 100 0 Quadro 39 P xeis por classe Concelho de M rtola Abril 1985 A extensifica o da agricultura not ria a rea predominante de campos em pous
10. A arroteia e degrada o da vegeta o natural prosseguiam a preocupa o com esse facto emergia e at hoje continua A seguinte transcri o tamb m bem elucidativa desse facto No Alentejo continuou subsistindo at ao tempo de D Manuel um grande n mero de coutadas e matas D Manuel satisfazendo ao requerimento das Cortes de 1498 os Philippes que continuaram o descoutamento as Cortes constituintes de 1821 que aboliram as ltimas coutadas abertas ainda existentes nenhumas provid ncias adoptaram para a conserva o das matas da Corda e entregaram sem discernimento o seu arvoredo ao machado ao fogo ao b rbaro desperd cio da imprevid ncia a agricultura padeceu o solo ia se tornando mais e mais rido e infecundo pela falta de humidade e lentura que lhe grangeavam as florestas E os desastrosos efeitos avultavam j sensivelmente nos fins do S culo XV visto como foram compelidos os lavradores planta o de rvores provid ncia depois muitas vezes renovada mas de que eles sempre se exim ram e passado o meiado do S culo XVI se reconhecia a necessidade de promover por preceitos legislativos a planta o silvestre nos montes e baldios do Reino Alvar de 3 de Outubro de 1565 40 Outra actividade que favoreceu o arroteamento neste caso de vastas reas florestais foi a constru o naval na poca dos descobrimentos os quais foram tamb m respons veis pela diminui o da m o de obra dispon vel no cam
11. Maior frequ ncia de ocorr ncia e intensidade de fen menos clim ticos extremos Todos s o v lidos e nenhum suficiente at porque ainda n o se estabeleceu a rela o causa efeito entre por exemplo aumento da temperatura e precipita es Basicamente gra as a um aumento da temperatura global poderia chover mais dada a maior evapora o e tens o m xima das massas de ar mais aquecidas o que baixaria a temperatura e contrariaria o degelo das calotes polares Enfim este assunto est o mais poss vel na ordem do dia muitos aspectos come am a ser estudados somente agora e sobretudo a um n vel global de parceria entre toda a comunidade cient fica As imagens da terra transmitidas pelos primeiros sat lites contribu ram grandemente para incutir no esp rito humano a ideia de uma terra finita global que funciona como um sistema fechado 203 Se em termos de imagin rio humano esse factor positivo bem como em termos da coopera o cient fica que promove tamb m tem um reverso da medalha que tornar demasiado f cil o estabelecimento de rela es entre realidades e fen menos que encarados sob certas pticas levam a posturas epistemol gicas e metodol gicas bastante discut veis e que t m tend ncia a generalizar de tal forma que se afastam de qualquer especificidade conhecida no fundo da divers ssima realidade do planeta 203 Nesta perspectiva global existem tr s obras que s o fundamentais embora de car
12. comunit ria de somente 0 3 193 Consequentemente interessa aumentar a produ o de cereais atrav s de maior rendimento pois eles s o 154 Produtos estrat gicos para a economia nacional A produ o interna insuficiente logo pode aumentar se t cnica e economicamente O dinheiro que sai do pa s em virtude da importa o de cereais vai aumentar muito depois da primeira etapa do per odo de transi o devido prefer ncia comunit ria na aquisi o 155 Produtos essenciais garantia alimentar b sica tanto no consumo humano directo p o massas farinhas como pela via do consumo animal cereais forrageiros proporcionando assim as prote nas essenciais leite carnes ovos Mais uma vez aparece justificada a eterna preocupa o com a auto sufici ncia em cereais o que n o chega para perdoar uma s rie de erros como a expans o duma campanha com todo o interesse Campanha do Trigo a terrenos marginais que acabaria por comprometer o sucesso e nome da pr pria Produtos sens veis para o rendimento dos agricultores visto que os pre os nacionais s o mais altos que os da CEE 71 6 para o trigo mole e o inevit vel alinhamento com os pre os comuns afectar o rendimento dos agricultores portugueses op cit pp 205 op cit pp 215 op cit pp 234 155 Como j foi referido parcialmente na Nota 19 seremos obrigados a consumir cereal europeu mais caro que o do mercado mundial
13. o brilhante de economistas pode dizer se que morreu depois da legisla o proteccionista de 99 da Campanha da Trigo e da conclus o do reconhecimento dos baldios do continente levado a cabo pela Junta de Coloniza o Interna a vasta e ousada iniciativa do aproveitamento das terras incultas desenvolvida com passageiras tr guas em poucos anos considera se de momento vitoriosa pelo menos sob o aspecto da cultura extensiva E assim o problema dos incultos grave e generalizado verdadeira n doa nos pergaminhos de um povo com tradi es agr colas foi rapidamente reduzido a novas e menores propor es medida que a arroteia restringia a rea entregue a matos e as novas searas se aprontavam vorazes para esgotar em muitos casos a magra reserva do solo em repouso Contribu ram fundamentalmente para o novo arranjo demogr fico al m da legisla o proteccionista da cultura do trigo as modifica es introduzidas quase sempre por iniciativa particular Generalizou se a pr tica do aforamento e arrendamento a longo prazo de parcelas de vastas propriedades ou de retalhos de latif ndios Simultaneamente o parcelamento embora desregrado de vastos baldios repartidos se n o se consolidou foi porque nessa altura ficara saciada a fome de terra em resultado da excessiva oferta para a popula o rural da poca certo que naqueles tempos de fartura muitas courelas de baldios parcelados chegaram a ser vendidas por um copo de
14. o espessa tipo flysch do Carb nico marinho transgressivo xistos e grauvaques A Zona Sul Portuguesa est separada da Zona Ossa Morena a Norte ao longo do cavalgamento Ferreira do Alentejo Ficalho O Dev nico contacta ao longo deste acidente com o maci o Herc nico de Beja complexo plut nico vulc nico de rochas b sicas e ultrab sicas com mais de 160 quil metros de comprimento Este zonamento Nordeste Sudoeste est ligado orogenia Herc nica e apresenta um encurvamento progressivo para Norte e Nordeste no sentido Este Oeste Esta orogenia teve duas fases principais uma primeira de dobramento ou fase maior Ast rica 340 310 Ma Carb nico Superior e uma segunda muito menos intensa Saalica 310 290 Ma P rmico M dio Esta fase orog nica foi acompanhada de metamorfismo regional e magmatismo com produ o abundante de granit ides Contudo a Zona Sul Portuguesa a unidade que foi sujeita a uma deforma o menos intensa e mais tardia diminuindo o grau de metamorfismo em direc o ao Sul Tectonicamente constitu da por dobras apertadas com xistosidade de plano axial e verg ncia progressivamente acentuada para Sudoeste Na faixa piritosa as dobras s o acompanhadas por cavalgamentos estruturas que foram deformadas por ac es posteriores 3 RIBEIRO 1986 pp 157 4 TEIXEIRA GON ALVES 1980 RIBEIRO A et al 1979 OLIVEIRA J T 1984 As tr s forma es existentes no Concelho caracterizam se da
15. significativo Nos 10 anos seguintes at 1950 a popula o do Concelho continua a crescer 1 8 estabilizando e atingindo o valor mais elevado de sempre 29353 habitantes Corte Pinto cresce 17 2 Sant Ana 5 1 eventualmente este crescimento faz se custa de alguma diminui o em Freguesias mais rurais esbo ando j a fal ncia da Campanha nos solos de pouca ou nenhuma aptid o agr cola Esp rito Santo perde 9 7 S o Jo o 4 4 M rtola Vila 7 2 Nas restantes freguesias os aumentos s o m nimos 0 8 em Alcaria Ruiva 0 6 em S o Miguel 4 1 em S o Sebasti o Freguesias 1900 1950 Var Hab Km2 Hab km2 1900 1950 Alcaria Ruiva 1721 3338 93 96 7 6 14 8 Corte do Pinto 3214 6557 104 01 49 4 100 9 Esp rito Santo 1836 2038 11 00 13 6 15 1 Sant Ana 3609 5164 43 09 22 6 32 3 S o Jo o 986 1486 50 71 9 9 14 9 S o Miguel 1841 2326 26 34 13 2 16 6 S o Pedro 1208 995 17 63 20 1 16 6 Sao Sebastiao 522 1010 93 49 8 0 15 5 Vila 3973 6439 62 07 12 2 19 8 Total 18910 29353 55 22 14 8 23 0 Quadro 19 Popula o e densidade populacional no Concelho de M rtola 1900 1950 Em 50 anos a popula o do Concelho aumentou 55 22 tendo todas as Freguesias aumentado excepto S o Pedro Os maiores aumentos foram na Corte Pinto 104 01 consequ ncia da labora o da Mina e divis o do Baldio da Serra as mesmas raz es s o v lidas para Sant Ana Alcaria Ruiva com os melhores solos e topografia menos acidentada aumenta 9
16. uma an lise mais avan ada exige uma an lise dedutiva fazendo apelo raz o e aos conhecimentos do int rprete 184 na fase de foto interpreta o procura se classificar objectos semelhantes estabelecer rela es qualitativas quantitativas e espaciais 183 Num Concelho em que a agricultura se encontra em n tido decl nio a ind stria da celulose encontra espa os ptimos para instalar vastas planta es de eucaliptos gra as sobretudo a um espa o potencial elevado embora a produtividade seja baixa quando comparada com reas mais pr ximas do litoral mas onde o pre o do solo bastante baixo De referir que a ac o atenta e intensa de organismos como a Quercus e sobretudo a Associa o de Defesa do Patrim nio de M rtola estiveram na origem de um processo judicial pioneiro porque eminentemente ambiental contra uma empresa que pretendia implantar uma extensa planta o de eucaliptos na Herdade dos Cachopos junto ao Guadiana numa rea de elevad ssimo interesse do ponto de vista ambiental ali s bi topo classificado pelo programa europeu Corine Land Cover Esse processo foi ganho visto que a empresa abandonou a Herdade agora comprada para vir a constituir couto Os problemas da resultantes s o outros mais sociais que ambientais 184 TENED RIO 1989 pp 16 164 entre estruturas e modelizar a informa o O trabalho anal tico dedutivo que exige a foto interpreta o raramente linear O caminho n
17. A Mina de S o Domingos mina de pirite c prica teve o seu per odo ureo no in cio do s culo funcionou ininterruptamente entre 1858 e 1968 tendo sido extra dos durante esse per odo mais de 20 milh es de toneladas de min rio e possuindo uma rea abrangida 23 op cit pp 82 85 24 A maioria da informa o referida retirada de um trabalho de fim de curso n o publicado intitulado Mina de S o Domingos O Alentejo sem esperan a realizado em 1991 pelos alunos COSTA Serafim M B e EREIO Mario J S R T e orientado pelo autor O seu uso foi gentilmente permitido pelos autores 100 pela concess o de 798 000 m Faziam tamb m parte da mina o porto do Pomar o na conflu ncia do Chan a com o Guadiana por onde o min rio era escoado fluvialmente para Vila Real de Santo Ant nio bem como a linha de caminho de ferro que ligava o porto mina e v rias infra estruturas de apoio Os primeiros vest gios remontam aos Fen cios e Cartagineses que possu am feitorias comerciais e trabalhavam as minas Os trabalhos superficiais podem provavelmente ser lhes atribu dos e tamb m uma parte das esc rias que em grandes quantidades se encontram nas vizinhan as de todas as minas 88 Existem tamb m in meros vest gios Romanos testemunho de uma intensa actividade mineira 89 sobretudo nos chap us de ferro afloramentos de rocha e terra altamente oxidados e lavados com espessuras entre os 18 e 30 m
18. Para Portugal ou para qualquer complexa organiza o multinacional Problemas 142 FEIO 1989 pp 82 83 142 sem d vida muito importantes e mal conhecidos mas que n o s o espec ficos do eucalipto 143 3 Comunidade Econ mica Europeia Em 1977 Portugal pede a ades o Comunidade Econ mica Europeia passando a Estado Membro em 1986 A conjuntura agr cola da Comunidade Europeia CE quando da ades o portuguesa n o podia ser pior do ponto de vista agr cola pois todos os pa ses tinham j excedentes de quase todos os grandes produtos Assim deixavam entrada livre aos pre os arrastados e artificialmente baixos do mercado mundial a todos os produtos de que Portugal deficit rio travando assim o desenvolvimento da produ o pr pria pior ainda o Mercado Comum importa mesmo produtos de que tem grandes excedentes como o a car a manteiga e a carne de vaca Tudo isto s o contrapartidas para a exporta o de produtos industriais mas quem sofre as consequ ncias a agricultura nas limita es nos pre os e na fama de receber subs dios que na realidade v o ajudar as exporta es industriais 144 Mas como que se atinge a situa o acima descrita sobretudo no tocante aos cereais produ o de import ncia capital porque quase exclusiva na economia do Concelho de M rtola e sobretudo depois dos agricultores serem aconselhados e incentivados a produzir a maior quantidade poss vel de cereais
19. actividade da produ o o Pa s mant m se 1 Suprindo a escassez de trabalho interno pelos subs dios oficiais salariando a ociosidade e pagando a com o produto dos empr stimos 2 Saldando anualmente a conta econ mica da na o com a exporta o de gado humano Outrora vinham quintos do Brasil para o tesouro hoje v m saques para particulares desenvolveram se no nosso Pa s todos os v cios caracter sticos do burguesismo capitalista sem as vantagens correspondentes de uma forte iniciativa produtora Entretanto a popula o vinha aumentando n o obstante a enorme emigra o para o Brasil a sua concentra o urbana tamb m e o p o de trigo era moda O milho e a batata diminuiam a rea cultivada de trigo recorria se mais uma vez importa o Al m disso as extensas reas cereal feras das novas na es americanas tinham como consequ ncia o baixo custo a que o trigo era colocado no mercado 71 Assim se chega ao grande regresso ao Proteccionismo no virar do S culo A Lei dos cereais de 15 de Julho de 1889 Ministro Eduardo Jos Coelho inaugurou a s rie de provid ncias que se prolongou depois com a tarifa proteccionista de 1892 Lei de 1893 Lei de 14 de Julho de 1899 a mais importante de Elvino de Brito 70 S RGIO 1977 pp 138 71 OLIVEIRA MARQUES A H de Trigo in Dicion rio de Hist ria de Portugal vol IV pp 213 66 1 USO DO SOLO Aparece antes do final do S culo a pri
20. ceas anuais ou perenes com um sistema radicular bem desenvolvido Gramineas Ecossistema fortemente humanizado homog neo e estruturalmente simples em que os nichos ecol gicos dispon veis n o abundam A press o humana fez se sentir de dois modos a cultura de cereais esgotantes por vezes num regime muito intenso tirou nutrientes essenciais aos solos j de si pobres e abriu caminho a uma intensa eros o h drica o pastoreio diminuiu a diversidade flor stica devido apet ncia selectiva que o gado especialmente o ovino tem por determinadas esp cies A inexist ncia de manta morta diminui o teor de mat ria org nica no solo diminuindo a capacidade de sustento do solo e contribuindo para aumentar os riscos de eros o x PINHAL A EUCALIPTAL z REAS VEGETA O SUBXEROFITICA 7 4 om DE TRANSI O x MONTA DO DO ester Figura 6 Mapa da Vegeta o no Concelho de M rtola Fonte PENA GOMES CABRAL 1985 pp 18 33 34 Capitulo Ill SOLO O solo sempre foi um recurso b sico para o homem as popula es tiraram dele a sua subsist ncia combust vel roupa e produtos com os quais construiam abrigo A terra indissoci vel do solo tem sido o habitat do homem o seu espa o de exist ncia constituindo raz o de vida ou de fome Embora o seu uso tenha sido sempre de primordial import ncia para o homem recentemente com o advento do mundo urbano o homem afastou se da terra enquanto fonte de sustento
21. concentrado medianamente denso e Extremo Noroeste do Concelho rea de solos melhores Algodor Vale de A or Alcaria Ruiva para Norte propriedades muito grandes poucas povoa es de pequena dimens o A posi o topogr fica dos campos de cereais globalmente muito variada existindo somente na rea da Serra de M rtola um padr o nico de ocupa o do fundo dos vales Na realidade todo o Sul do Concelho um cont nuo de pousio cereal independentemente do declive ou sector da vertente nalguns casos quase at ao topo de relevos destacados caso da Serra de Alvares Importa real ar este facto porque mais uma vez se demonstra que a degrada o era n o s antiga como intensa sobretudo em termos de arroteias e expans o da rea agr cola a sectores com bastante declive Antes da Campanha do Trigo o arroteamento era completo e geral no Sul do Concelho Analisando quantitativamente as reas que cada uso do solo representava pode se observar a pouca diversidade de usos e o peso muito grande de somente tr s Uso Hectares Hortas e pomares 108 0 09 Culturas Arvenses 25381 20 09 Pousio 54160 42 86 Pousio Arvenses 79541 62 95 Vinhas Olivais 109 0 09 Figueiras Amendoeiras etc Montado de azinho 9013 7 13 Montado de sobro Pinhais Eucaliptos e outros Charnecas e matos 36863 29 17 Improdutivo 725 0 57 Total 126359 100 00 Quadro 15 Uso do solo no Concelho de M rtola 1882 1893 Fonte Ca
22. cter geral tanto por abordarem todos estes aspectos como pela forma como o fazem MANION 1991 Global environmental change GOUDIE 1988 The human impact on the natural environment e SIMMONS 1989 Changing the face of the Earth Culture environment history 200 O referido n o tira validade constru o de cen rios ambientais futuros baseados em pressupostos pouco ou nada confirmados deve sim ser um ponto de reflex o quanto forma como os resultados devem ser lidos e confrontados com a realidade Se n o se partir do particular para o geral quando do geral se desce ao particular nada se encontra Em conclus o se muito dificilmente se pode considerar a Desertifica o como fruto de causas meramente clim ticas menos se pode tentar validar esse ponto de vista atrav s duma ainda menos clara casualidade entre a ac o antr pica e a mudan a do clima embora mais uma vez se deva referir que tudo aponta para uma potencial mudan a clim tica com repercuss es na biocen se a n vel de perturba es no ciclo hidrol gico global e consequentemente local 5 De toda a quest o se resumir ao solo directa ou indirectamente Das defini es apresentadas e do pr prio senso comum pode concluir se que desertificar tirar vida Vida essa a n vel da biocen se portanto vegetal em primeira inst ncia at porque a vegeta o a pr pria produtividade prim ria base de toda a pir mide ecol gica ao ser o nico
23. desenvolvimento da planta n o lhe permite resistir ao frio invernal nem tem praticamente 21 Sem de forma alguma querer partir para generaliza es nem retirar prestigio e efic cia a uma s rie de estruturas e pessoal t cnico n o poderia deixar de comentar este caso De facto o valor desta herdade do Estado incalcul vel pelo patrim nio de informa o recolhido ao longo do tempo Mas a divulga o dos resultados aos agricultores nula ou quase gerida por estruturas centralizadas fortemente sujeitas a um r gido regime burocr tico pouco eficaz e lento de muitas estruturas estatais consistiu em pouco mais do que alguns relat rios internos que foram feitos no sentido da difus o da informa o O desinteresse falta de dota o or amental ou outras raz es que certamente ser o f ceis de encontrar levaram a que o funcionamento de muitas estruturas se fizesse quase sem apoio e mais pela dedica o pessoal de alguns t cnicos e pessoal que em muitos casos acabaram por desistir quando se aperceberam de como o sistema espartilhava a correcta e desejada explora o de resultados refira se que sendo a herdade do Estado DGHEA Minist rio da Agricultura s teve energia el ctrica em 1992 Actualmente as estruturas de cariz regional infelizmente n o verdadeiramente descentralizadas s o as que maior esfor o fazem por prosseguir o apoio t cnico debatendo se tamb m com problemas financeiros por vezes humanos mas que po
24. e a estabilidade come a a imperar h menos influ ncia de n cleos depression rios 12 FEIO 1983 pp 25 19 Basicamente A influ ncia Atl ntica trazida pelos ventos dos quadrantes do Oeste domina o clima Portugu s apenas uma poca do ano a atenua o Ver o e uma faixa do territ rio lhe escapa por mais tempo o Sul 13 Importa ainda focar dois aspectos a distribui o da precipita o pelas esta es do ano e o n mero de epis dios chuvosos e a sua intensidade ao longo do ano Ambos s o factores essenciais para a agricultura e para a erosividade das chuvas sobretudo quando a terra est mexida e sem vegeta o Conv m tamb m clarificar um pouco os mecanismos que provocam precipita o Assim a convec o t rmica n o aparece como raz o suficiente para a ocorr ncia de chuva s cumulus de bom tempo como j foi referido excepto se coadjuvada em altitude por circula o cicl nica converg ncia ascend ncia nem o arrefecimento da superf cie da terra por irradia o origina mais que uma delgada camada de nevoeiro Somente a desloca o ascendente e persistente do ar respons vel pelo seu arrefecimento adiab tico provoca chuvas A acentuada subida de ar resulta de tr s factores essenciais s vezes associados 4 converg ncia entre duas massas de ar uma das quais pelo menos h mida e inst vel chuvas frontais o embate de uma massa de ar h mido contra o relevo chuvas orogr
25. e por duas de gua residual de 1 200 000 m3 e 887 000 m3 in op cit pp 92 37 Documento in dito da Mason amp Barry in COSTA EREIO 1991 pp 110 104 tendo daqui resultado a morte dos peixes e respectivas cria es bem como a migra o da sardinha e outros peixes 81 Ou O fundo do rio ficava coberto de espessas camadas de res duos met licos que s o respons veis pelo estragar das cordas e redes dos pescadores envenenamento dos peixes e consequentemente impossibilitam a cria o de peixe no rio 82 Algumas horas depois as margens do rio na extens o de mais de 50 Kms desde o Pomar o at ponta de Santo Ant nio cobrem se de cad veres de peixes sendo em alguns casos em quantidade tal que chegaria para encher v rias embarca es Este fen meno mais alarmante se torna se pensarmos que esta quantidade de peixe que aparece nas margens uma diminuta parte da quantidade total de peixe morto Verifica se que da massa total destru da uma parte arrastada pelo rio outra depositada no leito fluvial no fundo do qual ficam para sempre sepultados 83 O impacto n o se circunscrevia assim somente a uma vasta rea a sul da mina mas tamb m ao longo de numerosas linhas de gua e vale do Guadiana Indirectamente tamb m todos os aterros realizados com material residual proveniente da mina como o talude para a linha de comboio at o Pomar o e algumas reas adjacentes ou as quatro esta es que
26. es do continente Africano que vivendo nas margens do deserto viam os seus po os secar a vegeta o desaparecer o gado morrer do Biafra Eti pia ao longo de duas d cadas as imagens chocaram o mundo a fome passou a ser um dos dramas a combater a n vel internacional Segundo alguns a expans o dos desertos fruto de modifica o clim tica n o um facto t o claro e evidente quanto isso mas face s consequ ncias reais a para as popula es humanas torna se aceit vel como insofism vel em meios ridos O problema aparece quando se caminha para meios semi ridos como o Mediterr neo Aqui muitos autores t m vindo a construir cen rios clim ticos com base numa esperada diminui o das precipita es e aumento da temperatura que dizem ser uma realidade No entanto e dum ponto de vista geogr fico o Mediterr neo o paradigma da variabilidade clim tica embora s existam registos meteorol gicos para os ltimos 100 130 anos o que manifestamente insuficiente para se falar em varia o clara do clima O problema est na forma como essa mudan a apresentada geralmente como um decr scimo m dio de x mil metros de precipita o ano e um aumento de y graus cent grados ano Sob pena de soar retr grado ou com esp rito anti cient fico o Mediterr neo a ant tese das m dias sendo a variabilidade a nica constante e at uma fonte essencial de especificidade e diversidade 197 Desta forma conf
27. ficas ou a penetra o em altitude de uma massa de ar frio que cavalga as camadas inferiores aquecidas chuvas ligadas a vale ou gota fria No entanto faltam aqui as chuvas originadas por baixas press es massa de ar nica embora com um sector Sueste mais inst vel subida em latitude de ar quente e h mido que ajudando uma forte convec o t rmica de superf cie origina trovoadas Outono Inverno Primavera Ver o Set Out Nov Dez M dia 29 37 29 5 43 Minimo 6 5 2 0 14 Maximo 62 60 53 15 74 Desvio Padr o 14 13 11 4 14 Quadro 3 Distribui o percentual da precipita o pelas esta es do ano Vale Formoso 1966 1993 Fonte CEEVF Em termos de precipita o o Inverno claramente a esta o que mais contribui para os totais anuais seguido tanto da Primavera como do Outono Contudo o facto mais relevante destes dados a extrema variabilidade que ao fim e ao cabo vai ser a nica constante clim tica tornando os dados m dios em meros valores estat sticos no pior sentido do termo A amplitude de varia o extrema o Inverno que tem estatisticamente os dois picos de precipita o chega a representar somente 5 do total anual no caso do Outono a amplitude ainda maior passando se o mesmo com a Primavera 13 RIBEIRO 1986 pp 43 14 DAVEAU Suzanne in RIBEIRO LAUTENSACH 1987 pp 390 20 A variabilidade nas esta es de transi o pode ser justificada por atrasos ou adi
28. mas a fiscaliza o inexistente ou ineficaz o que leva n o aplica o de quaisquer san es quando definidas 9 em caso de n o cumprimento dos benef cios propostos Concelho rea AFB Reservas Ca a Concelho N mero de ha ha Processos M rtola 127 940 23 6 60 555 47 3 39 Castro Verde 56 900 10 3 8 158 14 3 6 Aljustrel 46 317 8 4 1859 4 0 3 Alvito 26 899 4 9 2194 8 1 3 Almod var 77 911 14 2 4 534 5 8 4 Vidigueira 31 577 5 8 4 134 13 1 7 Ferreira do A 65 235 11 9 10 894 16 7 13 Beja 114 659 20 8 20 461 17 8 18 Total 548 802 100 0 112 792 100 0 93 Quadro 29 rea das reservas de ca a nos Concelhos da Administra o Florestal de Beja AFB Fonte REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 10 No Concelho de M rtola praticamente 50 da rea total Reserva de Ca a e este de longe o caso mais extremo sob a jurisdi o da AFB Mas importa analisar outro aspecto 175 No artigo 68 Obriga es dos titulares de zonas de ca a fala se das sinaliza es normas reguladoras da actividade cineg tica fiscaliza o da ca a propriamente dita nas zonas de ca a tur stica compete Direc o Geral de Turismo a inspec o das infra estruturas de car cter tur stico e servi os nela prestados claro que antes de tudo isto a concess o j foi aprovada por um per odo m nimo de 6 anos 154 qual a diferen a entre as propostas e aquilo que foi efectivamente implementado Passa se a enumerar seguindo o esqu
29. o povoamento apresenta se mais disperso nas Freguesias Oeste do Concelho Alcaria Ruiva 0 86 fogos Km2 tem bastantes aglomerados 30 mas somente 6 46 fogos aglomerado a rea de melhores solos e topografia mais homog nea No extremo oposto est a Corte Pinto um s aglomerado bem como Sant Ana s com 9 aglomerados mas com 38 fogos aglomerado as tr s povoa es principais Moreanes Corte Sines e Sant Ana tornam a concentra o maior em virtude de implicarem pequena dimens o dos restantes As Freguesias do Sul s o nitidamente distintas as densidades s o mais elevadas 2 86 fogos Km2 Esp rito Santo 2 52 fogos Km2 S o Sebasti o e 2 45 fogos Km2 S o Pedro e o povoamento s n o mais concentrado porque coexistem n cleos de uma certa dimens o com pequenas explora es Ser aparentemente a justifica o para o maior potencial de actividade agr cola testemunhado pela imprecisa carta 1868 que denota j uma total ocupa o agr cola do Sul do Concelho O caso de M rtola Vila distinto a rea da Freguesia muito grande conta 26 aglomerados maioritariamente de dimens es reduzidas excep o feita s Cortes Gafo e pr pria Vila ali s na sua proximidade que existem uma s rie de n cleos pois territorialmente esta Freguesia inclui as reas mais declivosas ao longo do vale do Guadiana bem como da fase terminal da Ribeira de Oeiras reas de topografia mais dif cil e mais marginais
30. onde os solos s o muito diferentes este problema de confus o radiom trica solo reg lito rocha n o se p e 193 As sombras s o muito fortes na medida em que as imagens s o sempre registadas entre as 8 30 e as 9 30 da manh em virtude do sat lite ser sincrono solar ou seja na sua rbita vai acompanhando o limiar da rea iluminada Claro est que no caso da charneca localizada em reas de declive com sombra a essa hora a pr pria sombra existente dentro de cada pixel passa a ser mais um elemento descritor 176 Um problema muito menor mas tamb m verificado a import ncia do sinal radiom trico dos cereais n o t o intenso como o do solo mas que no caso de coexistirem com oliveiras e azinheiras pouco densas e muito abertas pode levar tamb m a m classifica o Consequentemente existiam alguns p xeis classificados como olival ou montado no interior de campos de cereais mas quando analisada a fotografia rea n o existia qualquer esp cie arb rea desse tipo Tornou se claro que teria que ser tentada uma nova classifica o As modifica es abrangiam dois grandes tipos de ac es uma conceptual e outra radiom trica Na conceptual a quest o que se p e a seguinte a exist ncia de uma ilha de tr s azinheiras num p xel integrado num campo lavrado deve ser considerada como montado ou campo lavrado A quest o prende se com a no o de escala qual a propor o abaixo da qual um montado passa a
31. rea de explora o e transforma o bem como ao longo do caminho de ferro at ao Pomar o e porto deste ltimo Carta 1950 60 rea social De acordo com esta chave da foto interpreta o foram delimitados pol gonos nas fotografias a reas em que as caracter sticas de cada classe eram o mais regulares poss vel variando a sua dimens o espacial de acordo com o tipo de uso tendo sempre presente a preocupa o com a realidade perceptiva subjacente a cada unidade Contudo subsistia uma grande d vida na identifica o das reas de pousio e trigo pois atrav s de fotografias pancrom ticas n o era f cil distinguir dois graus diversos de actividade foto sint tica cereal coberto herb ceo das reas em pousio indefini o somente dissip vel atrav s da visualiza o na rea dos infravermelhos Mas foi com esta informa o os pol gonos as cartas e as pr prias fotografias a reas que se partiu para a imagem de sat lite 170 3 Classifica o multi espectral e multitemporal de dados Landsat TM Utilizamos duas imagens do Sat lite Landsat Thematic Mapper TM uma de Abril de 1985 e outra de Setembro A escolha de duas datas torna se essencial porque atrav s das modifica es se tornam claras uma s rie de d vidas quanto ao uso das parcelas que resultam da evolu o normal do ano agr cola e v rias lavouras Abril justifica se porque a poca de abertura dos alqueives para o ano seguinte sendo tamb m outra
32. reas e arbustivas incapaz como de culturas arvenses queimou se pelo fogo pelas amanhas e pelos adubos quanto h mus tinha o solo exauriu se a mocidade da terra numa rapidez nica e desastrada N o foi s o que se deixou de produzir e o que se foi obrigado a pagar por n o se ter tomado outro sistema de fomento foi tamb m o que se empobreceu ao solo a tarefa dif cil e laboriosa que se imp s gera o que vai seguir que imprudentemente talou a plan cie e as encostas para regenerar as condi es de fertilidade anterior A lei dos trigos foi uma lei de sacrif cio quem mais pagou foi o consumidor que toda a na o e quem n o tirou partido dela os lucros que deveria foi a agricultura geral do pa s pois essa lei de sacrif cio n o foi uma lei de fomento Esta lei fiscal carecia de um sistema de via o e irriga o agr cola e de outros factores de que tivesse resultado n o uma agricultura inst vel e extensa por vezes semi n mada mas a terra cultivada intensamente n o s na produ o de trigo tornada de aleat ria em assegurada de regime de pousio em egime de afolhamento mas tamb m de todos os outros artigos que temos importado tendo h 14 anos essa lei a pesar sobre todo o pa s s em 1910 1911 quase cheg mos a ter p o suficiente continuando logo depois o d ficit alarmante desabitado est hoje como ent o o Alentejo embora a locomotiva nos transporte por uma poca do ano atrav s de ca
33. 113 40 Relat rio do Engenheiro Frederico D Albuquerque D Orey 21 de Setembro de 1888 in op cit pp 113 41 COSTA EREIO 1991 pp 111 105 e Ac o Qu mica Forte poder corrosivo das guas ataca as ncoras das embarca es corroendo tamb m o pregame de ferro dos costados das embarca es at linha de gua bem como as redes de x vega inutilizando as e Ac o F sica O sedimento transportado em suspens o por estas guas vai ser depositado durante o seu percurso de acordo com uma selec o gravim trica consequ ncia da perda gradual de compet ncia de transporte por parte do rio ocorrendo o mesmo em conflu ncias dada a perda de velocidade O sedimento que se vai depositando vai cobrir com uma camada mais ou menos espessa o fundo do leito do rio acabando com a fonte alimentar dos peixes n o exclusivamente carn voros A vida no rio s voltar normalidade quando se depositarem sedimentos pr prios din mica do rio sobre os sedimentos t xicos que atingindo espessura suficiente permitam a regenera o da flora fluvial Este aspecto introduz o segundo impacte ambiental decorrente do funcionamento da mina o assoreamento generalizado do rio embora muito menor que o provocado pela agricultura No in cio da labora o as embarca es tinham um pequeno calado 89 e contornavam assim o j significativo assoreamento do Guadiana partindo do Pomar o n o completamente carregados e efectuando o t
34. EUA Austr lia etc mas de facto neste per odo de transi o ainda podemos comprar fora da CEE sem termos que pagar as taxas niveladoras que s o na realidade a diferen a entre o valor no mercado externo e o valor no mercado comum 146 156 157 158 159 160 Dentro de poucos anos s se manter a cultura do trigo rijo melhor financiado pela CEE porque em regime de excep o desde h muitos anos pre o por quilo mais elevado e acrescido de subs dio por hectare solu o adoptada pela CEE para preservar a cultura de cereais nas regi es mediterr neas e pobres Mas em Portugal s come ou a haver subs dio ao trigo rijo em 1991 e em condi es que n o s o vantajosas pois recebe se o subs dio ao hectare mas deixa de se receber o subs dio ao quilo 198 Em 1992 a rea cultivada com trigo rijo era inferior a 1 da rea total de trigo no Sul do Pa s contra 99 na Sic lia S ser subsidiado o trigo rijo passando para o dobro a remunera o por quilo em rela o ao trigo mole em rea determinada que para o nosso Pa s ser de somente 30 000 hectares 197 Assim a maioria da cultura cereal fera est claramente condenada a desaparecer Os custos sempre foram enormemente protegidos o que defens vel sob v rios aspectos mas tem actualmente como consequ ncia que o trigo portugu s custe o dobro do trigo que se pode comprar no mercado mundial Em contrapartida o set aside subsidiado parece ir
35. Nos meados da d cada de 80 j com a plena ades o CEE no horizonte foi se tornando claro que vastas reas mais ou menos agr colas por todo o Pa s iam sofrer modifica es a n vel de uso do solo poss vel A ca a mais do que nunca aparece como forma poss vel de rentabilizar o solo sobretudo em reas mais marginais ou com solos claramente inadaptados e que face s perspectivas do Mercado Comum teriam que sofrer profundas transforma es Mais ainda certas reas reconhecidas oficialmente como desfavorecidas teriam mesmos apoios para actividades complementares agricultura A par com o turismo va esperan a exclusiva de tantos a ca a parecia ser uma solu o 166 op cit pp 3 167 ABREU 1993 168 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 3 169 ABREU 1993 170 Ibidem 151 Tornava se ent o necess ria a cria o de uma lei da ca a que ordenasse e gerisse a explora o do patrim nio cineg tico nacional Em 1985 j tinha sido esbo ada uma medida legislativa a Portaria 129 85 de 7 de Mar o importante para a implementa o de zonas de ca a condicionada 171 As receitas de explora o quando n o englobassem terrenos exclusiva e directamente explorados pelo Estado poderiam ser parcialmente atribu das s Juntas de Freguesia envolvidas para aplica o em obras de interesse social e local ou revertendo para agricultores que tivessem contribu do para o fomento e protec o da ca a Mas os baix ssim
36. S o Bar o e Alvares e as vertentes mais declivosas ao longo da margem direita do Guadiana bem 90 Vertical Pancrom tica escala 1 25 000 voos de 1947 e 1961 113 como ao longo do pr prio Rio Cobres at Monte da Ponte Atrav s da observa o da fotografia a rea pode verificar se que existiam outras reas com mato incultas portanto n o s em maior extens o ao longo do Guadiana como nas margens de muitas outras linhas de gua razoavelmente encaixadas Pode se ent o perguntar porque n o fazer uma nova carta foto interpretando as fotografias a reas de 1947 61 A tarefa seria demasiado extensa e sobretudo seria virtualmente imposs vel distinguir as reas de cereais das de pousio em virtude de n o se ter acesso regi o do infravermelho 91 Al m disso o acr scimo da rea de charneca resultante da correc o n o seria assim t o significativo sobretudo porque n o abalaria o peso esmagador das culturas arvenses das quais tamb m n o se poderia retirar as reas em pousio Em termos de an lise visual da carta quais s o os padr es que transparecem Arvenses como pano de fundo cobrindo tudo Topos isolados e os vales do Guadiana e Cobres com charneca e uma extensa mancha de azinhal que se estende no sentido Oeste Noroeste Este Sueste acompanhando a face Norte da faixa piritosa Fig 1 O restante s o algumas reas de pomar na rea de Moreanes e M rtola bem como uma coroa de pinheiros que en
37. Sem pretender de forma alguma criar pol mica conv m esclarecer toda a quest o ligada ao uso e abuso do termo desertifica o De estudos v rios a artigos de opini o levando a uma ideia que se vai enraizando no esp rito de muita gente o termo usado com v rias conota es de f sico a humano de futuro a passado de realidade existente a risco latente N o se pretende cair numa discuss o demasiado acad mica acerca do sentido global do termo mas sim tentar enquadr lo na realidade do Baixo Alentejo Interior tentando distinguir o que causa consequ ncia e risco aspectos que infelizmente v m aparecendo completamente baralhados Neste sentido e embora uma defini o seja por defini o um conceito o mais globalizante poss vel eis algumas das defini es A defini o de Desertifica o aceite pela United Nations Conference on Desertification UNCOD e utilizada no Plan of Action to Combat Desertification PACD a seguinte 198 diminui o ou destrui o do potencial biol gico da terra que pode em ltima inst ncia levar exist ncia de condi es do tipo des rtico um aspecto da generalizada deteriora o dos ecossistemas e tem diminu do ou destru do o potencial biol gico por exemplo produ o animal e vegetal num momento em que necess ria crescente produtividade para suportar uma popula o crescente em busca do desenvolvimento Esta defini o deixa entender que Desertifica
38. al m de se ter acabado por abrir os olhos s vantagens e at inevitabilidade das rela es econ micas com o exterior Planos de Fomento mais adiante Consequentemente de uma forma mais ou menos propositada vai haver um s rio desinvestimento na agricultura A situa o de atraso econ mico do pa s desencadeia um surto de emigra o sobretudo para a Fran a e Alemanha em busca de melhores condi es de vida e maioritariamente a partir de reas rurais menos desenvolvidas onde a agricultura atravessava uma crise profunda Este facto aliado retrac o do crescimento demogr fico apesar da diminui o da elevadissima mortalidade infantil 109 vai levar diminui o da popula o do pa s De 1950 a 1960 contabilizase a sa da de 353 000 emigrantes legais seguidos de 681 000 na d cada de 60 110 os clandestinos ter o engrossado ainda mais estes n meros Outro factor de perda de popula o em todos os sentidos era a Guerra Colonial que no total sacrificou 10 000 pessoas e deixou cerca de 120 000 feridos 111 constituindo tamb m junto com as raz es pol ticas um factor de sa da para o estrangeiro Assim por v rias raz es a tend ncia que se vivia era sair do pa s facto que conjugado com a director do nosso principal laborat rio oficial de patologia veterin ria julgou que tinha descoberto uma vacina e anunciou o numa reuni o internacional da O I E em Paris Note se que em pa ses adiantados
39. aqueles solos chegaram 95 RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 pp 14 19 116 sal rios que hoje se gastam na cultura cereal fera e portanto criar se ia riqueza em vez de a destruir como hoje se verifica Segundo os mesmos autores as baix ssimas produ es agr colas Quadro 23 aliadas a crises permanentes de trabalho tirando as sementeiras mondas e ceifa consideradas o mais grave problema do Concelho estavam na origem da situa o que se vivia A estrutura da propriedade que s era pulverizada na rea do Baldio da Serra de M rtola fazia o resto 20 de propriedades entre 11 e 50 Ha 70 de 51 a 500 Ha e 10 superiores a 501 Ha Produ es Unit rias M dias Quilos Hectare Terras delgadas Trigo 200 400 l Aveia 500 700 E E Cevada 300 500 Terras Fortes Trigo 400 700 Aveia 600 1000 E 5 Cevada 500 700 Quadro 23 Produ es Unit rias M dias no Concelho de M rtola 1950 Fonte RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 pp 36 A forte pol tica de obras p blicas que foi posta em pr tica na rea sobretudo a n vel de constru o de estradas caminhos e sua manuten o embora tendo empregue muitos bra os n o resolveu o facto de cada trabalhador s ter potencialmente 100 dias de trabalho ano 98 A falta de coragem pol tica ou inadequa o invocada da restri o das culturas cereal feras arrastou se at hoje Resta saber se o meio acabar por demonstrar aos homens que h limites para tudo se em l
40. assim usufrutu rios do terreno atrav s do direito de ca ar mesmo contra vontade dos propriet rios reais Contra vontade pois muitas acusa es t m vindo a lume quanto a editais virtualmente escondidos 178 que os propriet rios acabam por desconhecer n o podendo protestar em prazo legal e vendo os seus terrenos transformarem se em RC associativa onde eles n o podem sequer ca ar No caso de M rtola muitas destas RC s o de ca adores algarvios H ainda a quest o que est a provocar mais celeuma entre ca adores 150 mil dos 250 mil ca adores que anualmente renovam a carta 79 pertencem ao regime geral Os terrenos onde ca am est o desertos e n o s o criadas reservas de ca a social consequentemente cada vez h menos espa o para esses ca adores que v m o Pa s transformar se em rea do regime cineg tico especial Sem querer entrar nessa pol mica estas mesmas raz es apontadas acima v o potenciar se no Concelho de M rtola os ca adores do regime geral n o t m capacidade econ mica para entrar num esquema de RC Associativa e muito menos Tur stica Com o passar do tempo s o pura e simplesmente proibidos de ca ar na sua regi o onde sempre ca aram ou at nas suas propriedades porque tudo se transforma em regime especial tur stico associativo e ou n o s o criadas reservas de ca a social al m de que os corredores entre reservas consignados na lei n o existem N o t m espa o para ca ar fora das re
41. cios estradas barragens cujas albufeiras v o usar enormes quantidades de solo como espa o ou para explora es mineiras embora neste caso se maximizem recursos subjacentes ao solo Neste panorama e voltando ao Concelho de M rtola que exemplos se poder o dar O mais vis vel todo o espa o que a mina e reas adjacentes utilizaram consumindo em maior ou menor grau segundo um crit rio de necessidade de espa o vital f bricas a udes dep sito de esc rias vias de comunica o infra estruturas portu rias O buraco deixado na rea de explora o da massa mineral o paradigma n o s do consumo de solo como espa o como do espa o propriamente dito 32 LEMONNIER Pierre O Solo in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 78 41 2 3 Uso do solo como paisagem Este uso implica valores est ticos utiliza o n o material e o conceito de recurso ambiental As preocupa es paisag sticas embora n o t o recentes quanto isso devem se na sua intensidade actual crescente consciencializa o do estado de degrada o do meio da interdepend ncia homem meio e s o resultado do consumo excessivo de solo como espa o para implanta o de actividades n o naturais A percep o deste uso pode ser facilitada recorrendo a v rias situa es actuais no Concelho de M rtola mais desenvolvidas no Cap XI O uso do solo como ecossistema tem a priori duas consequ ncias largas reas ficam sujeitas a usos agr
42. colas de valor paisag stico mais ou menos significativo mas que s o claramente artifciais na medida em que se contrap em a um sistema natural de extrema diversidade e heterogeneidade diversidade ecol gica essa que um recurso e por degrada o induzem consumo de solo como espa o visto que a degrada o das caracter sticas ed ficas dificulta ou impossibilita a recupera o da vegeta o natural podendo tamb m permitir o desenvolvimento excessivo dominador de esp cies que de outra forma se inseririam numa popula o muito mais vasta e diversificada caso da monocultura de estevas em campos abandonados ou em reas de pastagem de caprinos A perda de qualidade paisag stica consequente aliada fraca densidade demogr fica da rea e ao escasso e demasiado extensivo uso do solo como ecossistema leva apet ncia de fun es desqualificadas e desqualificantes consumidoras de solo como espa o Refiro me concretamente a duas hip teses que s o apontadas para o Concelho S o elas um campo de tiro para a for a a rea e uma lixeira de res duos t xicos que aproveitaria o enorme buraco que foi a parte da mina a c u aberto embora penso tamb m se recorresse a uso de galerias abandonadas e que n o foram encerradas ou inundadas No p lo oposto a crescente preocupa o com quest es ambientais ligadas no o do solo como patrim nio comum dum pa s enquanto sustent culo de esp cies vegetais e animais que
43. como os EUA e a frica do Sul tinham trabalhado muito para a obter sem xito por o v rus sofrer muta es com frequ ncia e n o provocar a forma o de anticorpos Afinal em vez de descobrir uma vacina tinha inventado uma variante nova da doen a igualmente fatal mas de evolu o arrastada grandes chagas no corpo a que mais tarde se cnamou peste vacinal O pior foi que esta peste foi disseminada por todo o pa s pelo mecanismo da vacina o obrigat ria para desloca es 108 Em 1930 50 7 1940 52 6 sem d vida gra as Campanha do Trigo 1950 49 1 e 1960 43 6 ROSAS 1990 pp 272 109 Em 1940 a mortalidade infantil era de 126 1 o em 1950 de 64 9 e em 1975 de 19 8 MEDEIROS 1987 pp 132 110 op cit pp 134 111 op cit pp 132 127 crise da agricultura sobretudo no Alentejo e certamente em reas de solos mais pobres como o Concelho de M rtola justificativo mais que suficiente para a diminui o da popula o Freguesias 1950 1960 Var 1970 Var Alcaria Ruiva 3338 3226 3 4 2190 32 1 Corte do Pinto 6557 5571 15 0 1865 66 5 Esp rito Santo 2038 1908 6 4 995 47 9 Sant Ana 5164 4268 17 4 1760 58 8 S o Jo o 1486 1532 3 1 1110 27 5 S o Miguel 2326 2148 7 7 1580 26 4 S o Pedro 995 821 17 5 645 21 4 S o Sebasti o 1010 870 13 9 635 27 0 Vila 6439 5682 11 8 3605 36 6 Total 29353 26026 11 3 14385 44 7 Quadro 26 Evolu o da popula o no Concelho
44. cujo custo bruto excessivo solos artificiais aproveitamento de reas des rticas o caso Israelita num extremo e o Holand s no outro Porqu solo morfog nese O solo num contexto geomorfol gico vai ser a interface entre dois tipos de factores os end genos ligados litologia estrutura interiores e os ex genos o clima a sua agressividade as modalidades de meteoriza o transporte que permitem condicionadas pelo coberto vegetal consequente O mosaico morfo clim tico do globo ao reproduzir sistemas morfogen ticos distintos tem no solo a regi o que consubstancia esse equil brio de for as litosfera atmosfera A liberta o inicial de part culas mobiliz veis pela meteoriza o o acto inicial comum da pedog nese e da morfog nese 29 Os efeitos bioqu micos e biomec nicos ditam o aparecimento de um solo propriamente dito 24 op cit pp 59 25 ibidem 26 TRICART 1978 pp 25 36 O solo produto n o o nico o modelado tamb m o da morfog nese e da vegeta o existente que por sua vez vai tamb m ser no seu tipo grau de desenvolvimento e adapta es uma fun o do solo existente Mas poder uma modifica o no solo influir no sistema morfogen tico A degrada o das suas caracter sticas pedol gicas seguindo v rias fases vai sem d vida implicar modifica es na intensidade das ac es e no material em tr nsito Esta degrada o d se em quatro etapas 2
45. da Faculdade de Letras do Porto Geografia Porto ser vol pp 5 37 DIAS Carlos 1993 Navegar preciso O P blico Outubro 31 pp 58 Dicion rio de Hist ria de Portugal cord Joel Serr o 1963 Lisboa Iniciativas Editoriais 4 vols Enciclop dia EINAUDI 1986 Regi o vol VIII Lisboa INCM 545 p FADIGAS Leonel 1986 Desertifica o e empobrecimento O caso Portugu s Revista de Ci ncias Agr rias vol IX tomo Il pp 29 36 FEIO Mariano 1983 Le Bas Alentejo et I Algarve Evora INIC Centro de Ecologia Aplicada da Universidade de Evora 200 p 216 FEIO Mariano 1989 A reconvers o da agricultura e a problem tica do eucalipto Lisboa Associa o Central de Agricultura Portuguesa 166 p FEIO Mariano 1991 Clima e agricultura Lisboa Minist rio da Agricultura Pescas e Alimenta o DGPA 266 p FEIO Mariano 1992 A nova PAC e a extin o da cultura dos cereais em Portugal O P blico Agosto 4 pp 14 FEIO Mariano 1993 O retorno charneca O P blico Junho 28 supl Economia pp 21 23 FERREIRA Maria Deolinda 1967 Corte do Gafo uma aldeia em decad ncia Finisterra vol Il n 4 Lisboa CEG pp 201 242 FRANCO Alberto Cardoso 1993 Minas de S o Domingos condenadas ru na O P blico Junho 13 pp 66 FR MONT Armand 1980 A regi o espa o vivido Coimbra Almedina 275 p GARCIA Jo o Carlos 1982 Navegabilidade e navega o no Baixo Guadia
46. de 1985 LEGENDA Charneca Terreno Lavrado Cereal Pousio Pastagem gua Rocha a Nu Montado Campos 1 2 189 190 LEGENDA Castanho Chameca Laranja Terreno Lavrado Verde Claro Cereal Verde Escuro Pousio Pastagem Azul gua Amarelo Rocha a Nu S pia Montado BEECEEDOS Rosa Campos 1 2 Nesta rea existem tr s sectores distintos Sector Nore grande propriedade bastantes parcelas com cultura de cereais mancha de montado de azinho e chameca a partir do vale do Rio Cobres e afluente mais encaixado Sector Central rea da Faixa Piritosa cristas quartz ticas onde a chameca predomina nos topos e nos sectores mais declivosos associada a montado de azinho e interrompida por reas em pousio Sector Sul muitas parcelas lavradas afloramentos rochosos embora haja confus o radiom trica como tipo de solo e solos muito delgados areas extensas de chameca e pousio poucas parcelas com culturas arvenses de sequeiro e mancha de montado de azinho perto de S o Pedro de Solis Figura 14 Classifica o do uso do solo no sector Oeste do Ss km 191 Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM 0 2 5 s o m i Reproduzido Parcialmente 191 192 193 Castanho Charneca Laranja Terreno Lavrado Verde Claro Cereal Verde Escuro Pousio Pastagem Azul gua Amarelo Rocha a Nu S pia Montado Rosa Campos 1 2 Neste sector existem tr s reas distintas e du
47. de dinheiro livre para empatar n o chegava para os comprar Ou a pr pria Caixa os arrematava a seu favor ou eram comprados por grandes propriet rios recentes ou antigos o puzzle primitivo de pequenas courelas deu origem a algumas grandes propriedades pouco comuns no Concelho 100 No entanto a situa o de fal ncia era mais ou menos generalizada e porqu O pre o do trigo estava abaixo do custo de produ o em reas de solos mais pobres de menor rendimento a situa o era ainda mais gravosa e insustent vel A consequ ncia inevit vel era a impossibilidade de saldar as d vidas bem como a dificuldade de pagar ao propriet rio das terras Aqui transparecem dois aspectos o erro da arroteia de solos muito pobres e o regime de explora o Em rela o aos solos h a considerar uma d vida o reconhecimento dos tipos de solo e sua capacidade de uso foi feita cerca de 1960 ser que a fraca ou nula capacidade de uso da maioria esmagadora dos solos do Concelho inata ou foi agravada pela pr pria Campanha 98 FERREIRA 1967 pp 225 99 op cit pp 226 100 ibidem 124 do Trigo As caracter sticas litol gicas topogr ficas e clim ticas da regi o s o claramente imput veis como produtoras potenciais do tipo de solos existente No entanto sem d vida que a Campanha agravou a pobreza dos solos seja atrav s da redu o da sua espessura quanto maior o declive maior a redu o potencial por arrastamen
48. diversa das reas extensas em que se incluem Mantiveram se contudo tr s problemas e As reas urbanas passaram a n o estar classificadas o que uma vantagem na medida em que se tornam vis veis per si e n o erradamente espalhadas por toda a imagem Nalguns casos M rtola Vila algumas por es s o classificadas como rocha a nu rea do castelo e seu interior car cter mineral das reas urbanas Mas o reverso da medalha que estas reas se confundem com alguns poucos p xeis n o classificados impossibilitando uma quantifica o correcta e individualizada de ambos os casos e As oliveiras e azinheiras aparecem muito confundidas o que no caso do Concelho de M rtola praticamente irrelevante e que leva a uma renova o da legenda no sentido de falar n o em montado de azinho mas sim em montado de azinho e olivais n o obstante uma quantidade verdadeiramente nfima serem oliveiras A quest o p e se no campo do conceito radiometricamente s poder o ser esp cies arb reas de diferentes densidades de copa e se geralmente a azinheira tem uma copa mais nsa isso nem sempre verdade No entanto ap s a verifica o na fotografia a rea englobando as duas classes identificam se quase todos os povoamentos arb reos da rea que por essa mesma raz o s o relevantes face restante realidade n o arb rea constituindo uma unidade por si Pena que a oliveira seja muito dificilmente identific vel pois tem actu
49. e Planeamento Regional bem como as indica es e conselhos decorrentes da leitura interessada deste relat rio e que constitu ram um precioso melhoramento do mesmo ao Professor Doutor Mariano Feio agrade o todo o incentivo orienta o cr tica e apoio incondicional bem como a partilha do seu profundo conhecimento do Alentejo sua realidade econ mica e social Dra Maria Jos Roxo agrade o ter me oferecido a hip tese de desempenhar o cargo de investigador nos projectos de investiga o em que trabalhei al m dos v rios anos de trabalho em comum com uma conviv ncia cientifica e humana estimulante ao Jos Ant nio Tened rio agrade o a cumplicidade a todos os n veis e a seguinte no o em terra um homem n o v florestas s rvores Devo tamb m agradecer Comunidade Econ mica Europeia na pessoa da Coordenadora Cient fica do Projecto Medalus Professora Doutora Raquel Soeiro de Brito a possibilidade de adquirir as imagens de sat lite sem as quais o estudo da evolu o do uso de solo at ao presente estaria comprometido Agrade o ao M rio Ereio e Serafim Costa a permiss o de utilizar o seu estudo sobre a Mina de S o Domingos ao Paulo Renato a oferta do seu trabalho sobre a Reforma Agr ria ao Jorge Revez a ced ncia do seu estudo sobre as reservas de ca a no Concelho de M rtola Agrade o tamb m s pessoas que no monte da Herdade de Vale Formoso e em Vale do Po o me aceitaram tornando se uma aut n
50. e bastante menos metamorfizada Em guisa de conclus o sobre a geologia da rea e como introdu o para o sub capitulo seguinte segundo Mariano Feio a rea define se da seguinte forma terrenos metam rficos rochas eruptivas e sedimentos marinhos xistos grauvaques quartzitos do Dev nico Superior Inferior segundo estudos mais recentes ao Carb nico M dio Fortemente dobrados pelos movimentos Herc nicos transformados em dobras isoclinais apertadas Afloramentos com orienta o Herc nica ONO ESE resist ncia muito desigual quartzitos xistos siliciosos no outro extremo da escala xistos argilosos e grauvaques 2 Morfologia Globalmente o Alentejo uma vasta peneplanicie v rias vezes retocada fossilizada por dep sitos detr ticos continentais superf cie polig nica O limite meridional a Serra Algarvia cuja vertente Norte tem duas superf cies de eros o uma que se confunde com a grande peneplan cie Alentejana e que aqui sobe muito a outra que passa pelos cumes da serra Dois n veis nitidamente escalonados e entalhados pelo Guadiana 8 5 FEIO 1983 pp 8 6 RIBEIRO LAUTENSACH 1987 pp 158 8 500 1000 m 1000 Geass te Fisch de Bios Werte Comgiros esicaro setevarem fe Fine Daunia wide empadas do Faaa Pores Anidar do Puig da Los 17 Fee Peto dg Lote r inetacer dietetics sgrapa ames 1 meianasdios Compireo maker wiromebeo de Beja Acetuxtes Fectes erruwest Sermr
51. e espa o vital mas n o se separou dela emocionalmente Nas cidades consome se directamente do supermercado as roupas s o de fibra sint tica em vez de lenha usam se directa e indirectamente combust veis f sseis Na cidade o homem pode passar dias semanas ou meses numa paisagem artificial onde os elementos naturais est o ausentes escamoteados ou somente reproduzidos em pequena escala O contacto com o solo fossilizado escondido pelo alcatr o e cimento inexistente tal como o contacto com os elementos do clima N o s porque a cidade gera o seu pr prio clima como cada vez mais se transita entre espa os climatizados da casa ao carro passando pelo supermercado emprego e restaurante Todavia o homem nunca conseguiu cortar completamente os la os biol gicos que ligando o terra explicam o apego emocional que ainda e sempre possuiu A n vel formal a rela o entre o homem e o solo pode ser abordada de m ltiplas formas Cada uma por si ou em conjunto contribuem para o produto civilizacional que o uso do solo constitui A compreens o utilidade e percep o sensorial que uma sociedade ou grupos espec ficos dessa sociedade t m do solo consubstanciada nos usos preocupa es e anseios dos grupos humanos em rela o terra As sociedades realizam a melhor adapta o poss vel s condi es ecol gicas em que vivem tendo em conta as potencialidades do seu sistema t cnico podendo por isso dizer se
52. ent o existiam sofrem o mesmo efeito A gua da chuva ao escoar superficialmente e ao percolar e circular no solo a pouca profundidade sobre estes materiais vai tamb m enriquecer se em compostos qu micos v rios o efeito o mesmo que o das guas de esgoto mas em menor escala pois s a vegeta o desaparece Actualmente em termos de uso do solo a mina bem percept vel n o s atrav s das reas onde existiam edif cios o pr prio po o gigantesco da mina e as tapadas mas sobretudo porque constitui uma vasta cicatriz com orienta o Norte Sul desde a mina ao Pomar o de terrenos completa ou quase completamente est reis sem nenhum coberto vegetal Cap X A ac o nefasta destas guas pode dividir se em tr s reas distintas 8 e Ac o Fisiol gica De um modo geral quase todos os componentes met licos presentes nestas guas s o mais ou menos venenosos destaque para os sais de cobre tornando as guas irrespir veis e matando assim os seres vivos existentes 38 Relat rio da Capitania do porto de Vila Real de Santo Ant nio 23 de Janeiro de 1884 in op cit pp 112 39 Parte de um abaixo assinado dirigido ao Rei e datado de 28 de Janeiro de 1884 feito por pescadores de Vila Real de Santo Ant nio em virtude da Mason amp Barry n o ter dado um donativo aos pescadores que os ajudasse a sair da crise em que foram mergulhados pelas guas sulfatadas vindas da mina in op cit pp
53. estabelecer um limiar entre espa o agr cola e espa o inculto No entanto a carta d uma primeira ideia do macro zonamento do uso do solo do Concelho de M rtola Assim opdem se nitidamente o Norte e o Sul onde a por o mais chegada Serra Algarvia a mais cultivada o tamb m a rea da Corte Pinto Mina de S o Domingos bem como uma rea que se estende entre as duas Cortes Gafo de Cima e de Baixo a rea de Alcaria Ruiva e rea de Algodor Fig 7 Estas reas n o coincidem com manchas de solos de maior aptid o agr cola denotando sim uma ocupa o de reas topogr ficamente mais prop cias Todo o Sul do Concelho bem como o sector que de Oeste se estende em direc o ao Campo de Ourique A rea agr cola pr xima da Mina seria sem d vida resultado da maior ocupa o populacional desse sector ligado explora o mineira 72 Relat rio acerca da Arborisa o Geral do Paiz apresentado a Sua Excellencia o Ministro das Obras P blicas Commercio e Industria em resposta aos quesitos do Artigo 1 do Decreto de 21 de Setembro de 1867 Lisboa Typographia da Academia das Sciencias 1868 Esta carta parcialmente reproduzida em Rui Santos 1987 pp 66 Consta na edi o original de SILBERT 1966 e em RIBEIRO LAUTENSACH 1988 vol IV pp 1055 com a legenda trocada incultos terras cultivadas 73 SANTOS 1987 pp 65 67 67 Covil AG ELA Pd Gp Ae nhi SANS Y ae Con E RESE Bo
54. estar limitado a 15 da rea o que limita as perspectivas futuras de vastas reas e muitos agricultores restando a op o das reformas antecipadas A nova PAC pretende manter os rendimentos dos agricultores mas modifica completamente o m todo de remunera o por subservi ncia para com os americanos os pre os caiem para os valores baix ssimos do chamado mercado mundial e os agricultores dever o ser compensados com ajudas n o ligadas produ o mas ao hectare semeado ao n mero de cabe as de gado etc 158 As alternativas que se apresentam s o Floresta o alternativa sobre utiliza o pela agricultura Em Portugal o solo agr cola deve passar de 54 da rea total a somente 28 e as reas florestais e agro florestais dever o passar de 31 a 66 199 Esta transi o tem que ser gradual pois n o de um momento para o outro que se encontram os meios de trabalho e subsist ncia alternativos para os agricultores que vivem mal da agricultura em solos pobres A floresta alternativa agricultura em solos pobres e compat vel com o quadro comunit rio no mbito do Programa de Ac o Florestal Comunit rio donde sair o Programa de Ac o Florestal 1986 Mas h um outro tipo de ac es sen o alternativas pelo menos complementares que s o Ac es de protec o do ambiente e ou ligadas ao turismo rural 180 O objectivo introduzir ou manter pr ticas agr colas n o intensiva
55. evolu o de grandes conjuntos de uso do solo entrando mais no campo da bio geografia e ser retomado pelo autor no contexto do Projecto MEDALUS Il Outro aspecto no qual a pr legenda fica um pouco aqu m das potencialidades do recurso teledetec o a identifica o de esp cies arb reas espec ficas n o muito representativas em termos de rea mas que no caso do eucalipto se revestem de forte import ncia econ mica e v m sendo fonte de intensa pol mica 183 Essa identifica o foi efectuada no caso do eucalipto mas apresentou s rios problemas e uma consequente falta de fiabilidade que ser referida posteriormente 2 Tele An lise e identifica o de reas homog neas Os procedimentos t cnico metodol gicos adoptados agrupam se em tele an lise e identifica o de reas homog neas As opera es realizadas sobre uma cobertura a rea vertical e estereosc pica em modo pancrom tico escala aproximada 1 26 000 de Abril de 1985 permitiram a delimita o de reas homog neas Essas reas constituiram no conjunto a amostra estat stica para a classifica o dirigida da imagem de sat lite A tele an lise incorpora o conjunto de opera es relativas foto identifica o e foto interpreta o e Foto identifica o Consiste numa leitura geral preparat ria da fotografia a rea com vista identifica o de formas texturas cor volumetria dos elementos no terreno A foto interpreta o
56. facto das densidades das freguesias rurais terem atingido valores extremamente pr ximos entre os 14 8 e os 16 6 hab Km2 Sem querer invocar o conceito de carrying capacity dum territ rio at porque lhe est o adjacentes princ pios deterministas n o deixa de ser surpreendente o facto de se ter atingido um equil brio entre as possibilidades da rea sobrestimadas e a popula o tendo tamb m em conta que sendo as formas de povoamento claramente a tender para o concentrado essa mesma concentra o apresenta varia es significativas no n mero de fogos e n cleos por quil metro quadrado Assim a evolu o at 1950 desde o in cio do s culo levou a aumentos generalizados de densidade menos no Sul do Concelho onde eram mais elevadas e aproximando Freguesias de densidade m nima em 1900 como Alcaria Ruiva 7 6 hab Km ou S o Sebasti o 8 0 hab Km2 das outras No caso de S o Pedro ha at uma correc o descendo entre 1900 e 1950 de 20 1 para 16 6 hab Km2 110 Ano Pais Concelho Hab Km2 Hab Km2 1890 52 15 1911 62 17 1920 63 17 1940 81 23 1950 88 23 Quadro 20 Evolu o da densidade populacional Concelho de M rtola Pa s 1890 1950 89 No entanto e se comparada com a densidade m dia de ocupa o do pa s as freguesias rurais do Concelho e o pr prio valor Concelhio s o extremamente baixos o que n o surpreende dadas a actividade econ mica dominante o tipo de culturas cereais de sequeiro e
57. h com certeza por raz es mais econ micas que naturais a agricultura na rea n o rent vel o solo atrav s das colheitas que permite n o viabiliza a vida dos agricultores O Concelho perde popula o desertifica se humanamente Verificam se impactos humanos negativos no solo conducentes a um processo de Desertifica o Sim na realidade a continua o da agricultura de sequeiro nos solos inadaptados do Concelho por todas as raz es sucessivamente referidas ao longo do trabalho um processo de degrada o dos solos e consequentemente da produtividade do meio Esse facto ampliado pelas caracter sticas do clima na regi o clima esse que por si s em reas n o agr colas n o respons vel por degrada o A degrada o ambiental por via do clima d se somente em reas que atingiram uma degrada o extrema das caracter sticas pedol gicas e que consequentemente n o conseguem recuperar nomeadamente porque n o autorizam praticamente a exist ncia de nenhum coberto vegetal Mais uma vez essas reas est o nessas condi es porque foram sujeitas a uso humano excessivo e inadequado por demasiado tempo e em muitos casos continuam a ser A observa o de reas de montado abandonado ou de campos de cereal abandonados h bastante tempo e onde a degrada o do solo n o foi extrema permite concluir que o sistema tem capacidade para se regenerar com o clima existente que ali s foi o 202
58. material eruptivo e Lisboa neste ltimo caso predominantemente em virtude do manto bas ltico Quanto aos solos n o agr colas por Distrito somente Bragan a rea maioritariamente xistenta tem maior valor 87 6 No entanto entre vora e Beja qual a distribui o classe por classe Distrito A ha B ha C ha D ha Elha Total Beja 62916 6 1 115026 11 2 161831 15 7 198379 19 3 477311 46 4 1028290 vora 17195 2 3 82212 11 1 202959 27 5 197013 26 6 229267 31 0 738782 Quadro 8 Classes de capacidade de uso do solo nos Distritos de Beja e vora Fonte SROA CNROA Estimativa organizada em 1976 In FEIO 1991 pp 74 24 Beja aparece assim com uma maior percentagem de solos A sem d vida em virtude da exist ncia dos barros enquanto vora tem maioritariamente solos C No entanto o valor mais marcante o da propor o de solos E em Beja 46 4 partindo do princ pio que estes solos n o deviam ser sujeitos a actividade agr cola mas sim estarem ocupados por floresta Solos A B Cc D E M rtola 0 1 0 6 2 3 16 3 80 7 Quadro 9 Classes de capacidade de uso do solo no Concelho de M rtola Fonte SROA CNROA In MALVEIRO 1990 pp 18 O caso do Concelho de M rtola ainda mais grave os solos A e B s o pura e simplesmente inexistentes aparecendo s tiras estreitas de reduzidas dimens es no fundo de alguns pequenos vales A classe dominante a dos solos E e alguns poucos D A Noroeste da
59. molhado do rio vai agravar a altura das guas de cheia o material em tr nsito tem tamb m um efeito directo sobre a vida nos rios pois ao aumentar a turbidez vai p r s rios problemas subsist ncia de muitas esp cies animais e vegetais maior volume de gua escoada significa menos gua dispon vel para recarga dos n veis fre ticos o que a maior ou menor prazo acaba por comprometer o abastecimento de gua atrav s de capta es em profundidade por fim mas n o menos importante a perda de col ides de mat ria org nica e do solo per si vai diminuir a fertilidade dos solos dificultando a fixa o de esp cies vegetais para n o referir toda a fauna associada o que tem o efeito de ampliar a degrada o entrando se num ciclo intermin vel em que a degrada o acabar por ter tend ncia a diminuir gradualmente e a recupera o a aumentar Transpondo este cen rio quase catastr fico para a realidade do Concelho de M rtola quais v o ser as vari veis respons veis pela sua indu o Um clima irregular que confere aos rios um regime torrencial litologia pouco perme vel solos naturalmente pobres delgados declives acentuados e pr tica agr cola desajustada Se a simples remo o do coberto vegetal pode desencadear o processo referido ser f cil compreender o efeito de solos lavrados a nu durante v rios per odos do ano sobretudo Primavera e Outono per odos em que os epis dios chuvosos atingem grande inten
60. ncias e exig ncias continuando a n o levar em conta uma s rie de condicionantes a n vel das caracter sticas f sicas da rea Mas esse ponto ser focado noutro cap tulo Entretanto a n vel de conjuntura internacional d se a primeira Grande Guerra a emigra o que j era forte continua e a esta diminui o da m o de obra h que responder com um n tido crescimento da produ o cereal fera dada a instabilidade do com rcio mundial Aparece ent o em 1917 o Decreto de Mobiliza o Agr cola Pode ler se no Artigo 1 Enquanto durar o estado de guerra e at 2 anos depois de assinado o tratado de paz incumbe ao Minist rio do Trabalho a propaganda do aumento das culturas facilitar instru es sobre as melhores aduba es processos de cultura e semente a empregar p r disposi o dos agricultores que disso care am para aumentarem a sua cultura gados m quinas especialmente motores e alfaias por meio de aluguer promover a utiliza o e aproveitamento de todas as mat rias que possam ser empregadas como correctivo e adubo p r disposi o dos agricultores sementes e adubos a pronto pagamento ou para serem pagos na ocasi o da colheita mediante garantia Este Decreto propunha tamb m a requisi o de terrenos pelo Estado privados e baldios medida radical que assustou muito a classe dos propriet rios bem como subs dios pr mios de colheita etc Isto d se numa altura em que o desconte
61. o determinado por duas etapas independentes identifica o interpreta o mas antes por um ciclo identifica o interpreta o identifica o que exige a todo o instante uma l gica apurada e uma observa o fina e paciente 185 e Identifica o de reas homog neas A classifica o dirigida de uma imagem de sat lite efectuada recorrendo ao reconhecimento de padr es nos dados sustentados por uma minimiza o da varia o intra classes e maximiza o da varia o inter classes Esses padr es esses s o inicialmente identificados sob a forma de um conjunto de reas tipo que servir o de refer ncia para a compara o de toda a imagem a essas reas homog neas Assim o primeiro passo detectar por foto identifica o foto interpreta o unidades b sicas t picas o mais representativas poss vel das classes constantes da pr legenda Para atingir este ponto o processo de percep o espacial da rea em estudo tem que estar bastante completo tanto sob a forma de trabalho de campo como atrav s de uma s ria consci ncia da relev ncia s cio econ mica e n o somente visual dos diversos usos de solo presentes Considerar a dimens o tempo tamb m de extrema import ncia para identificar e seleccionar correctamente reas sobretudo se se pretende validar uma an lise din mica evolucion ria em que o documento criado deve ser minimamente compat vel com a informa o a jusante Isto n o s
62. o tipo de solos muito pobres associados a umas caracter sticas clim ticas bastante adversas Por outro lado os dados do Concelho reflectem tamb m as tend ncias gerais apontadas no in cio 89 RIBEIRO LAUTENSACH 1989 pp 738 111 112 Capitulo VII A Carta Agr cola e Florestal 1950 1960 Entre 1947 e 1958 foram efectuados os levantamentos de campo com vista elabora o da Carta Agr cola e Florestal de Portugal escala 1 25 000 publicada pela Secretaria de Estado da Agricultura Minist rio da Economia Para visualizar todo o Concelho s o necess rias 14 cartas o que d uma boa ideia da sua dimens o real 129 000 Hectares sobretudo quando se passar an lise das reas A escolha da designa o 1950 1960 deve se as d vidas quanto ao rigor dos crit rios do reconhecimento e da pr pria actualiza o sendo mais correcto dizer se que tanto as cartas como os valores encontrados 1950 e 1960 funcionam como relativamente aceit veis ao longo da d cada Carta N Reconhecimento Actualiza o Carta N Reconhecimento Actualiza o 540 1951 1958 559 1951 1957 541 1951 1957 565 1951 1957 549 1951 1957 566 1950 1957 550 1951 1957 567 1950 1957 551 1951 1957 573 1950 1957 557 1951 1958 574 1950 1957 558 1951 1957 575 1950 1957 Quadro 21 Datas de reconhecimento de campo e actualiza o das cartas agr colas e florestais escala 1 25 000 Concelho de M rtola Porqu as d vidas quanto aos crit rio
63. parte A extensa mancha de afloramento rochoso solo a nu corresponde a toda a rea adjacente mina propriamente dita estendendo se pela via f rrea at ao Pomar o a Sul onde a margem do rio apresenta tamb m caracter sticas similares de aus ncia de qualquer coberto vegetal importante referir mais uma vez que a mancha cartografada como charneca em torno da Mina s o de facto eucaliptos mais ou menos desenvolvidos mas que se encontram embutidos num substracto arbustivo de estevas e mato Este eucaliptal que constitui um repovoamento florestal levado a cabo pela empresa propriet ria da Mina n o explorado economicamente charneca arb rea ex tica N o poder amos terminar este ponto relativo classifica o da imagem de sat lite sem referir e analisar um outro estudo sobre uma rea semelhante Sub regi o de M rtola 197 Este estudo foi realizado a partir da classifica o de uma imagem de sat lite 512 por 512 p xeis de 79 metros por 79 metros Landsat 2 obtida pelo radi metro de varrimento MSS canais 4 5 6 e 7 correspondentes aos canais 1 2 3 e 4 do TM em Agosto de 1978 A metodologia foi a classifica o dirigida aparentemente com pouco conhecimento da realidade local canais 6 7 e a soma dos canais 4 e 5 segundo a regra do hiperparalelipipedo As reas teste consideradas pelos autores foram eucalipto incultos pinheiro azinheira solos a descoberto e gua Aqui reside na nossa opini o a l
64. por portaria 173 Consequentemente em cada Regi o Cineg tica metade do territ rio pode estar ocupado por Reservas de Ca a mas qualquer Concelho pertencente a essa Regi o Cineg tica pode ver o total da sua rea preenchida por Regimes Cineg ticos Especiais onde as Reservas Associativas s o escassas as Sociais muitas vezes inexistentes 74 Na reformula o legislativa de 1992 DL 251 92 de 12 de Novembro o texto torna se mais expl cito Artigo 61 Expans o maxima 1 Quando a rea de um munic pio j esteja abrangida em 50 ou mais por zonas de regime cineg tico especial s se podem constituir mais a Zonas de ca a associativa desde que pelo menos metade dos membros da associa o requerente sejam naturais ou residentes na freguesia ou freguesias em causa b Zonas de ca a tur stica desde que o Ministro do Com rcio e Turismo reconhe a relevante interesse na mesma e a sua constitui o se mostre conveniente para a prossecu o dos fins tutelados por este diploma 2 Em caso algum o territ rio de uma freguesia pode ser integrado na sua totalidade em zonas de ca a associativas ou tur sticas salvo se nelas estiver inclu da a maioria dos ca adores locais Mas o artigo que define as prefer ncias no caso de um Concelho como M rtola acaba por tornar poss vel que quase todo o territ rio se transforme num enorme couto privado seja ele associativo ou tur stico onde os ca adores do
65. pp 344 91 Miguel e S o Pedro e em que 5 Ha eram florestais e toda a rea restante constituia rea social Na realidade o grande baldio da Serra de M rtola tinha j sido dividido em 1926 Importa referir algo mais acerca deste baldio visto que uma das grandes mudan as de uso do solo no Concelho incremento da rea agr cola entre 1890 e 1950 passou pela ocupa o da Serra de M rtola Este processo esteve longe de ser pac fico tendo constituido aguerrida luta pol tica entre fac es republicanas Partido Democr tico e Partido Liberal Dessa luta existe um enorme rol de declara es manifestos e artigos v rios em jornais da poca A Voz do Guadiana O Futuro de M rtola Toda a quest o foi iniciada em 1913 e a pouca vontade pol tica n o se sobrep s a uma luta ancestral em que os residentes da Freguesia de Cambas declaravam que o baldio era seu por direito e n o para toda e qualquer pessoa do Concelho Instituiram se crit rios v rios como o tempo de resid ncia na Freguesia mas nada se resolveu O assunto n o esquecido mas volta a ser tocado somente em 1922 No fundo a quest o prendia se com o estatuto do baldio era camar rio ou da par quia de Sant Ana de Cambas Sem querer aprofundar este assunto embora seja de n tida relev ncia para a evolu o do quadro econ mico do Concelho parece importante dar uma ideia do tortuoso trajecto deste baldio at porque como tantos outros n o constituiu assunt
66. press es sobretudo porque o controle de predadores levado a cabo nalgumas reservas de ca a est longe de ser correcto N o obstante a diversidade e riqueza faun stica globais ir o certamente melhorar Um aspecto inerente aos objectivos deste trabalho era demonstrar que as principais mudan as de uso do solo embora sendo o somat rio de m ltiplas decis es individuais foram tacitamente induzidas por pol ticas agr colas directa ou indirectamente a ocupa o e divis o dos baldios ap s a Revolu o Liberal no s culo XIX o mesmo fen meno e a expans o da rea de cereais na sequ ncia da lei proteccionista de 1899 a Campanha do Trigo a Reforma Agr ria e a Pol tica Agr cola Comum al m de uma imemorial pol tica de subs dios e proteccionismo cultura cereal fera Conv m no entanto esclarecer um aspecto ponto assente que a pol tica de subs dios e o proteccionismo t m provocado danos talvez irrevers veis cultura de cereais mas acusar essas pol ticas da degrada o ambiental atingida uma solu o demasiado f cil No caso do Concelho de M rtola e outras reas com solos declaradamente n o agr colas a responsabilidade da inadequa o da aplica o de pol ticas e linhas de orienta o v rias ao terreno 209 Ao longo da hist ria o abastecimento de cereais foi sempre um assunto de import ncia capital e consequentemente as v rias conjunturas hist ricas legitimam a procura da auto
67. que dada a sua impermeabilidade est na origem de elevadas densidades de drenagem implica tamb m uma intensa lavagem dos topos e d origem a uma rolling topography No Concelho a grande diferen a entre a unidade Norte e a Sul reside nas diferentes caracter sticas dos xistos A Norte a sua maior resist ncia grau maior de impermeabilidade originou uma rede de drenagem mais densa uma disseca o mais intensa a que tamb m n o ser alheia a proximidade do Guadiana pelo menos na margem esquerda Na margem direita o padr o semelhante residindo a diferen a na maior extens o do afloramento do Dev nico Inferior forma o do Pulo do Lobo J caminhando para Este a partir do Guadiana a disseca o diminui e a superf cie encontra se mais bem conservada voltando somente a degradar se com a aproxima o do Chan a Excep o s o tamb m as reas vizinhas aos rios Cobres e Terges mas tamb m a quanto mais longe do seu n vel de base o Guadiana mais ao r s da superf cie eles correm apresentando um encaixe m nimo 7 op cit pp 174 13 No sector Sul do Concelho as diferentes caracter sticas litol gicas material mais argiloso menos resistente v o comandar a exist ncia de uma menor densidade de drenagem e menor grau de incis o Apenas dois factores contrariam este facto no sector Este o n vel de base do Guadiana e o come o da subida para o Sul do Concelho em direc o Serra Algarvia image
68. que a forma do territ rio uma adapta o sob o peso dos factores sociais 23 Conceptualmente ao longo deste trabalho o solo aparece simultaneamente ou n o entendido em tr s perspectivas distintas solo morfog nese solo terra solo uso O conjunto destas perspectivas essencial para compreender a forma pela qual os sistemas humanos e naturais interagem podendo dizer se sem pretens es demasiado paradigm ticas que as tr s perspectivas constituem tr s n veis cognitivos respectivamente cient fico emocional e t cnico econ mico O conceito de uso de solo explorado ao longo do tabalho dever pois ser percepcionado como um conjunto desses tr s vectores A paisagem referenciada no tempo e espa o exigir sempre uma no o concreta dos valores desses vectores 23 LEMONNIER Pierre O Solo in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 78 35 1 SOLO MORFOG NESE A percep o cient fica a seguinte O solo entendido como a camada superficial do globo terrestre um sistema din mico sede de fen menos f sico qu micos e biol gicos estreitamente interligados Meio vivo um solo evolui sofre modifica es lentas mas cont nuas devido a dois processos complementares Por um lado a rocha m e a partir da qual ele se formou sofre transforma es f sicas e qu micas sob ac o dos agentes clim ticos e dos organismos vivos a sua desagrega o f sica e a sua decomposi o qu mica conduzem forma o
69. que esse processo se circunscreve muitas vezes n o levando minimamente em conta a realidade local Sem representar sequer uma amostra minimamente significativa curioso referir a reac o de v rias pessoas da rea classifica o da imagem de sat lite tanto existe uma quase total aus ncia de reconhecimento de qualquer padr o representado no espa o como uma s rie de reas ou espa os s o identificados Nestes s o sobretudo as reas de montado com esp cies arbustivas que s o reconhecidos bem como os principais elementos topogr ficos mas a percep o mais limitada do que em rela o a usos ou unidades homog neas de paisagem No entanto a classifica o objectiva num rica estat stica mas baseada em escolhas subjectivas com as quais algu m se pode identificar mais ou menos A forma mais sint tica e correcta de expor os crit rios utilizados na delimita o de reas teste uma matriz de descritores Na que se apresenta em seguida consta n o s a informa o bruta obtida directamente da an lise da emuls o fotogr fica mas tamb m elementos cognitivos gen ricos nomeadamente topogr ficos e relativos Carta Agr cola e Florestal de 1950 60 bem como o car cter conceptual de cada unidade Unidade CHARNECA Conceito Espa o inculto onde n o se pratica a agricultura desde mato denso muito diversificado semi natural a reas exclusivamente de estevas Sem aproveitamento econ mico apar
70. rafas no quadro dos dep sitos de pediment formados ao mesmo tempo numa fase rida do clima e correlativos de um per odo de exalta o tect nica 8 No Concelho de M rtola a dimens o das cristas embora reduzida quando comparada por exemplo com as cristas que continuam para o interior de Espanha justificaria alguns dep sitos deste tipo Na realidade existem alguns a Nordeste da Serra da Alcaria Ruiva mas o facto de ainda n o estarem publicadas cartas geol gicas para a rea escala 1 50 000 dificulta a identifica o No entanto a terem existido seriam certamente peliculares e teriam talvez como fonte de alimenta o adicional a rec m elevada Serra Algarvia embora litologicamente pouco prop cia a este tipo de dep sito pela baixa propor o de material quartzoso N o obstante o testemunho das raias permite sobretudo determinar a exist ncia pr via de uma vasta superf cie de aplanamento que os dep sitos mal cobririam O retoque que essa superf cie sofreu no final do Cenoz ico Vilafranquiano confinou se pois proximidade dos relevos jovens ou que por eros o diferencial persistiam Tamb m n o ser de negligenciar o rejogo de v rios blocos na Orogenia Alpina que criou alguns basculamentos e desnivelamentos bem como uma rede de fractura o quase perpendicular orienta o Herc nica que sem d vida as linhas de gua exploraram na sua instala o A crise clim tica que as ra as demonstram nu
71. regime muito extensivo nomeadamente atrav s de selec o de esp cies com interesse como as azinheiras ou produ o de mel e cera gra as a esp cies n o cultivadas bem como parcas colheitas de cereal num sistema de queimada rapidamente se intensificou o uso Tendo em considera o que os recursos s existem gra as s t cnicas que permitem explora los 31 o aparecimento dos adubos vai permitir colmatar a perda de inputs no ecossistema de baixa produtividade prim ria da regi o A agricultura existente at ao final do S culo XIX Cap IV era espacialmente um mosaico disperso de reas em que o solo era explorado como ecossistema A maioria do espa o era o ecossistema propriamente dito espa o vital que oferecia produ es naturais cuja explora o era t o diminuta que pouco interviria no funcionamento global do conjunto Nunca demais real ar contudo que esse sistema estaria ent o j longe dum sistema n o degradado 31 BLANC PAMERD Chantal RAISON Jean Pierre Paisagem in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 138 40 Com as medidas pol tico econ micas que se seguem na primeira metade do S culo XX praticamente todo o espa o vai ser submetido a uso como ecossistema procurando tirar o m ximo partido das suas potencialidades parcas atrav s da agricultura As limita es do ecossistema e a falta de capacidade de inputs artificiais ou em quantidade insuficiente acabariam por ditar o falhan o desse u
72. s e mais f rteis Corte Pinto Moreanes e Pereiras est o na envolv ncia da rea da mina o que pode indiciar aglomerados mais antigos preexistentes ligados a explora o mineira mais antiga bem como agricultura extensiva praticada na serra de M rtola Utilizando os dados tratados por Rui Santos 75 pode se construir o cen rio demogr fico do Concelho nos finais do s culo XVIII O autor chama a aten o relativamente aos dados de 1798 para o defeito dos recenseamentos militares a fuga ou encobrimento para evitar recrutamentos N o obstante os valores s o similares aos da contagem eclesi stica de 1786 1798 1798 Freguesias Fogos 1786 Fogos 1798 km2 Fogos Km N Aglom Fogos Aglom Alcaria Ruiva 200 194 225 0 86 30 6 46 Corte do Pinto 92 96 65 1 47 1 96 00 Esp rito Santo 377 387 135 2 86 20 19 35 Sant Ana 306 342 160 2 14 9 38 00 Sao Joao 218 191 100 1 91 13 14 69 Sao Miguel 291 285 140 2 03 23 12 39 Sao Pedro 170 147 60 2 45 14 10 50 Sao Sebastiao 189 164 65 2 52 9 18 22 Vila 583 585 325 1 80 26 22 50 Total 2426 2391 1275 1 87 145 17 74 Quadro 12 N mero de fogos por Freguesia no Concelho de M rtola 1786 1798 74 ALEGRIA 1986 An lise comparativa entre dois mapas o de Fernando Alvaro Seco de 1561 e o de Pedro Teixeira Albernaz de 1662 al m de outras fontes hist ricas 75 SANTOS 1987 pp 38 40 69 Os dois aspectos mais relevantes s o o n mero de aglomerados e a densidade da ocupa o Assim
73. se cingem a algumas v rzeas de pequena dimens o o Plano de Rega do Alentejo pouco teria 125 FEIO 1991 pp 238 126 Ibidem 127 op cit pp 235 134 trazido de ben fico sobretudo porque sem modifica es a v rios outros n veis dificilmente poderia existir algum desenvolvimento da regi o Assim no Concelho o impacto deste plano pode considerar se nulo Institucionalmente ao ser declarada a fal ncia da Campanha do Trigo todos os solos marginais v o ser votados ao abandono permanecendo somente a popula o com o m nimo de capacidade econ mica e teimosia para persistir na rdua tarefa de retirar destes solos colheitas de trigo Ao 2 Plano de Fomento segue se o Plano Intercalar de Fomento 1965 1967 onde a prioridade s o as rela es econ micas com a Europa h j sinais claros do esgotamento do modelo econ mico seguido at a Investe se muito na ind stria e embora no sector agr cola se espere aumento do produto e melhoria do n vel de vida somente 8 do total do montante a investir vai para o sector prim rio 128 O efeito conjunto da guerra colonial e da emigra o estava a come ar a desencadear a press o sobre os sal rios e a press o sobre a procura remessas dos emigrantes e aumento das contas p blicas provocando a subida geral dos pre os 29 neste panorama que aparece o 3 Plano de Fomento 1968 1973 j com Marcelo Caetano a substituir Salazar o per odo tecnocrata
74. seguinte forma Fig 2 e Forma o do Pulo do Lobo Dp Constitu da por filitos quartzitos grauvaques e vulcanitos A sua idade atribu da ao Dev nico Superior ou mais antigo As d vidas quanto data o subsistem em virtude de n o terem sido at agora encontrados f sseis Deforma o intensa e m ltipla em tr s epis dios xistosidade e exsuda o do quartzo na primeira xistosidade de fractura na segunda e dobragem coaxial na terceira O metamorfismo atinge um grau muito elevado xistos quartz ticos Esta forma o ocupa um anticlinal anticlinorium encaixado entre o grupo Ferreira Ficalho e a Faixa Piritosa e Forma o Filito Quartz tica da Faixa Piritosa Dra Litologia variada filitos siltitos mais ou menos carbonosos ou quartzozos quartzograuvaques quartzitos xistos siliciosos e quartz ticos al m de rochas vulc nicas cidas e b sicas filonianas O metamorfismo foi hidrotermal com gua do mar e concomitante com a actividade vulc nica o metamorfismo regional contempor neo da primeira fase da deforma o Herc nica sobrep e se ao epis dio hidrotermal Esta forma o do Dev nico Superior constitu da por tr s alinhamentos quartz ticos principais s rie de Alcaria Ruiva e Forma o de M rtola Grupo de Flysch do Baixo Alentejo Hp a mais antiga das tr s unidades do grupo de flysch datada do Carb nico marinho complexo xisto grauv quico forma o mais argilosa
75. solo lavrado no Sul do Concelho fossem classificadas novamente como eucaliptal embora numa dimens o infinitamente menor A observa o destas planta es no campo s real ou mais um facto j conhecido a maioria destas rvores tem um desenvolvimento m nimo raqu tico mesmo com espa os enormes entre elas onde existem estevas embora as planta es tenham cerca de 30 35 anos Cada p xel pois uma enorme am lgama de cobertos diferentes sobretudo estevas mas tamb m solo associado ao seu pequeno grau de cobertura raz o pela qual algumas reas com essas caracter sticas por possu rem diferen as m nimas entre si aparecem classificadas erradamente Dada a impossibilidade em termos de tempo para tentar obviar este problema de dif cil resolu o a op o foi criar um erro de leitura localizado e controlado que consiste em considerar estas reas como charneca O erro diz respeito a somente duas reas de eucaliptos mais vi osos perto da albufeira principal da mina e a Este do buracoa c u aberto da pr pria mina A qualidade e precis o da classifica o quando confrontada com a realidade melhora sobremaneira passando a apresentar maior consist ncia e maior verdade no terreno aproximando se do m ximo que se poderia esperar do classificador utilizado e tendo em conta que a quantidade de p xeis n o classificados nfima O passo seguinte foi uma filtragem da classifica o por forma a eliminar o sal e pimenta
76. terreno regi o ou pa s continente globo terrestre Terra a ant tese de espa o que uma entidade sem vida por analogia ao espa o c smico espa o aquilo que se sobrevoa e n o sobre o qual se caminha o que se domina e n o o que se trabalha Enquanto paisagem se refere a vis es diversas de uma mesma realidade em terra h uma enorme variedade de escalas e no fundo de realidade Esta no o solo como terra introduz outra dimens o a da percep o pessoal ou dos grupos humanos a liga o mais ou menos m stica mais ou menos emocional que o homem tem terra No G nesis o homem moldado por Deus a partir da argila em Hebreu homem Adam terra adama 33 RAISON Jean Pierre Terra in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 117 43 Mas a terra est ancestralmente ligada fertilidade a terra m e que se fertiliza estando o calend rio profundamente enraizado no ciclo anual das colheitas embora tal paganismo tenha sido progressivamente absorvido pelos ritos cat licos n o deixando de corresponder as principais datas do calend rio lit rgico a datas ligadas terra ao sol e consequentemente s colheitas A terra elemento de submiss o da participa o na vida c smica e como teatro mat ria de um esfor o espec fico de transforma o mas n o h acto fecundo na terra sem o acordo divino 34 A agricultura tal como a pesca das actividades mais aleat rias dependente
77. terrenos incultos estabelecendo se campos experimentais sob a direc o do Minist rio da Agricultura com intuito de constituir um incentivo e testemunho do que pode conseguir a t cnica agr cola e concederam se facilidades na aquisi o e escolha de adubos e sementes instalando celeiros centrais nas cidades mais importantes da regi o do trigo ao mesmo tempo que se instituiram pr mios e subs dios de cultura Esta campanha que a partir de 1930 passa a denominar se Campanha da Produ o Agr cola deixando de se restringir somente ao incremento da cultura frument ria para se tornar numa pol tica de fomento geral da agricultura teve at 1936 significativas dota es or amentais 1929 1930 5 000 000 00 1930 31 7 170 000 00 1931 32 5 707 000 00 1932 33 4 614 257 00 80 Quais que foram em termos de produ o e rea cultivada os resultados desta complexa organiza o Anos Produ o Produ o Ha Semente Superf cie Ha Quintais 100 K 1915 1919 M dia 2171117 E E 1920 1924 idem 2 954 067 424 786 1925 1929 idem 2 804 466 433 155 1929 2 943 172 6 76 395 665 435 055 1930 3 744 252 8 20 452 372 446 736 1931 3 596 893 6 99 520 004 514 477 1932 6 475 024 10 94 507 103 591 395 1933 4 430 933 7 69 525 006 576 190 1934 7 106 871 13 06 523 325 543 956 1935 6 089 771 10 55 455 268 577 207 1936 2 354 334 5 00 470 933 468 210 1937 3 992 053 8 00 461 718 493 313 1938 4 300 638 9 37 497 888 45
78. toda a parte oriental da Comarca de Ourique atrav s do Guadiana que o Algarve e at a Andaluzia s o abastecidos nos bons anos tamb m por a que chega cereal nos maus anos agr colas que s o comuns dada a enorme variabilidade clim tica inter anual e intra anual O facto de os moradores de M rtola receberem em 1272 o privil gio de isen o de d zima e costumagem de todo o p o que trouxessem para o consumo do Algarve atrav s do Guadiana ilustrativo da import ncia da cidade e do volume destas trocas comerciais Tamb m o a express o de Pam de Odiana que nos forais Manuelinos designa o movimento de trigo pelo Guadiana at M rtola 29 O Algarve a principal rea abastecida pelo p o do Alentejo Este abastecimento era feito por via terrestre a partir do Campo de Ourique atrav s da Serra Algarvia e de forma penosa cara e em pequenas quantidades com bestas e muares Muitas vezes eram almocreves que em ambos os sentidos iam fazer trocas de cereais por frutos peixe vinho e outros produtos oriundos do Algarve A maior parte do transporte em intensidade e volume era contudo feito por via fluvial pelo Guadiana a partir de M rtola O reino do Algarve que he a ltima parte de Portugal tem ocupada tanto a terra com os seus figueiraes e muita vinhateria que he a principal colheita sua que muitas vezes tem necessidade de socorro da vizinhan a de pam em annos que suas terras faltam Mas a Vila de M r
79. urge proteger tem tido como consequ ncia a tentativa de classifica o de vastas reas de vegeta o natural pouco ou nada intervencionadas pelo homem Refiro me aos topos de v rios relevos residuais cristas quartz ticas onde a topografia preservou a vegeta o e o solo da arroteia mas n o da pastagem e s vertentes mais declivosas de vales das principais linhas de gua onde uma densa e rica popula o vegetal subsiste Guadiana parte terminal do Cobres Vasc o O seu interesse al m de paisag stico at porque associado s caracter sticas topogr ficas pontos altos dominantes ou reas de n tido interesse sob v rios pontos de vista como o Pulo do Lobo prende se tamb m com a necessidade de pr ticas concretas de conserva o da natureza patrim nio da humanidade e cujas especificidades locais h que proteger a todo o custo O seu interesse como legado para as gera es 42 vindouras hoje enorme e talvez no futuro face degrada o crescente do meio assuma propor es incalcul veis Se verdade que o uso do solo como ecossistema persiste h agora novas formas de uso como as coutadas e reas de ca a associativa O objectivo infelizmente a maximiza o de uma utilidade discut vel neste caso por parte dos propriet rios o lucro No entanto os benef cios ambientais s o grandes partindo do princ pio que este uso do ecossistema implica que ele seja o mais natural poss vel por for
80. 1950 60 Fonte SROA Prof Mariano Feio Os dois principais aspectos sao a maior diversidade de usos em 1950 60 e a varia o do conjunto arvenses pousio e charneca O aumento de usos embora em pequenas reas um facto claramente vis vel vinha figueiras amendoeiras sobreiros pinhais eucaliptais O montado de azinho tamb m aumenta embora pouco 0 34 Os dois grandes valores s o o aumento de 26 65 do conjunto cereal e pousio que infelizmente aparece agregado e a diminui o consequente de charneca em 27 94 119 120 Citrinos ai Culturas arvenses de sequeiro EPE eT O VORA TRE SA i Montado de azinho Olival Pinhal manso 5 ii E ORAR E DO EEE importa real ar a extens o arvenses de sequeiro no Concelho Figura 11 Carta Agricola e Florestal Fonte SROA 1960 culturas 121 122 Capitulo VIII 1950 1974 No in cio da d cada de 50 come am definitivamente a desvanecer se todas as esperan as quanto Campanha do Trigo como projecto de desenvolvimento de economia e fomento regional A realidade bem diversa dos objectivos inicialmente apontados n o se atingiu a auto sufici ncia e criou se um largo contingente de popula o rural falida cujas condi es de vida ao inv s de melhorarem se deterioraram grandemente O rescaldo revela uma extens o enorme de terrenos marginais arroteados para al m de todos os lim
81. 2 Cria o de neo canais composi o colorida NDVI e ACD santa iria eee ue ce pa O a eee 172 3 3 An lise das assinaturas radiom tricas das reas TOSTO sairia comandos apita agua dae eben eee tee 173 3 4 Classifica o de Maximum Likelyhood 174 4 An lise e cr tica dos resultados ccccccssssessssessssseesseesssseessessessssees 175 Capitulo XI A situa o actual Desertifica o ou regenera o 195 1 Da causa clim tica da desertifica o er eesrnernreeeeneene 197 2 Da causa humana da desertifica o neeese eere nserresrre ern 198 3 Do peso do clima no acentuar ou tornar irrevers vel a ac o humana de degrada o mmsszasisasimeseneries anna queda mas Fada mnt pias anta o dass cnds 199 4 De como a ac o humana tamb m respons vel pela causa clim tica 2 2 Sareea cents Sennen hs road O sd TS o 200 5 De toda a quest o se resumir ao solo directa ou alo PEC HARTI aN E is Sie casa rete cat A do ROD q APR RREO DR RR E ARE 201 Capitulo XII Perspectivas Futuras re testnetnnttesrnsrnnrnesr ret 209 Capitulo XIII Nota Final aa 213 eifo fel gt g Fs ss A RA 215 ndice de Quadros Quadro 1 Precipita o m dia mensal no Concelho de M rtola e ESTA ES Vizinha Ssnin anan an ae Ge Pa aaa ap ga 17 Quadro 2 Temperatura m dia mensal Beja e Vale Formoso 1957 86
82. 28 125 Quando as terras come avam a empobrecer ou em anos agr colas piores os seareiros pouco mais podiam fazer do que abandonar a explora o migrando ou tornando se assalariados em grandes herdades actividade ainda mais incerta Se os rendeiros suportavam melhor este bin mio baixo rendimento custos elevados tamb m verdade que a renda subia nos anos bons mantendo se estacion ria pelos anos seguintes independentemente da produ o real Tamb m os rendeiros sobretudo nos solos mais pobres v o acabar por ser for ados a abandonar a agricultura depois dos seareiros e com menos danos que os endividados agricultores por conta pr pria que perdiam o seu patrim nio e herdavam uma d vida diminu da do valor da propriedade mas acrescida de v rios anos de juros Se a pequena explora o foi sobrevivendo face grande explora o isso deu se gra as aos seus elevados rendimentos unit rios fruto do trabalho sobretrabalho gratuito 103 Na realidade numa explora o familiar e para c lculo de custos o trabalho contabilizado como uma jornada de trabalho muito superior a uma aut ntica jornada de trabalho pois nem todo o trabalho imputado o que acaba por compensar a inferioridade em termos de terra m quinas t cnica dinheiro e cr dito No fundo a explora o duma mais valia n o contabilizada que a viabiliza na pequena explora o o n mero de horas de trabalho social e at em muitos casos individ
83. 3 96 Nas freguesias do Sul somente S o Sebasti o tem um grande aumento 109 93 49 at porque era pouco densamente povoada as restantes t m aumentos inversamente proporcionais densidade que j tinham anteriormente O facto mais interessante tem a ver com a densidade da popula o Corte Pinto tem um valor muito elevado 100 9 hab Km visto que existem duas grandes povoa es que concentram a popula o Corte Pinto e a Mina de S o Domingos aglomerado geom trico desumano nas dimens es e condi es dos fogos mas foco urbano com fun es que se podem considerar data nicas a Sul do Tejo Sant Ana vem a seguir 32 3 hab Km fruto da ocupa o do baldio mas tamb m de v rios aglomerados ligados mina a pr pria Sant Ana de Cambas e o Pomar o A freguesia que inclui a Vila de M rtola segue se lhes j com somente 19 8 hab Km2 Embora a povoa o tenha muito peso a restante area da freguesia de grandes dimens es englobando uma das reas do Concelho menos povoada a margem direita do Guadiana Nesta rea a topografia movimentada e ao inv s da outra margem onde houve um baldio dividido dominam grandes propriedades que atrav s da freguesia da Alcaria Ruiva para Oeste fazem a transi o para a grande propriedade do Campo de Ourique Mas o aspecto mais curioso neste per odo ureo do Concelho em que a din mica s cio econ mica se deve Campanha do Trigo e omnipresente mina o
84. 43 a Diminui o da popula o agr cola b Cria o duma agricultura moderna c Redu o da superf cie cultivada Nos Estados Membros a superf cie agr cola til para cereais era estacion ria tal como o crescimento demogr fico o que n o implicava aumento da procura mas a produ o vinha a registar um crescimento anual na ordem dos 3 para o trigo o que implicava o tal excedente estrutural cuja liberta o era dificultada pela concorr ncia do mercado mundial A Nova Pol tica de Estruturas para conseguir alcan ar os objectivos duma PAC que teria que sofrer uma profunda reforma concluia que a situa o do mercado dos produtos agr colas n o permitia mais melhorar o rendimento agr cola atrav s do aumento da produ o Assim devia proceder se da seguinte forma 147 a Ac o restritiva produ o menos investimento b Refor o da ajuda s explora es agr colas das regi es c Comparticipa o em despesas destinadas utiliza o de meios complementares de apoio aos empres rios e s explora es Ora Portugal com uma agricultura extremamente espec fica al m de ser o maior importador de cereais da Europa estava em s rias dificuldades para aguentar o embate da aplica o desta Pol tica de Estruturas Assim o relativo atraso t cnico e estrutural da economia portuguesa face evolu o conseguida nos outros pa ses sob o impulso da PAC que muito melhorou a agricultura comunit ria no seu
85. 5 85 2 0 6 0 2 11 9 0 6 1 1 Pousio 4 0 2 0 3 0 8 91 0 0 4 5 6 0 6 0 5 0 6 Agua 5 6 4 1 9 91 6 Rocha 7 1 3 0 1 0 7 96 1 0 6 0 3 1 0 Montado Lavrado 8 1 0 13 5 80 4 0 1 0 1 0 5 4 3 0 1 0 1 Montado Pousio 9 0 1 1 6 0 4 7 7 79 1 1 9 5 8 2 3 0 1 1 1 0 1 Montado Cereal 10 0 6 5 8 0 3 0 8 91 7 0 6 0 3 Olival Pousio 11 1 0 0 2 0 1 2 6 1 0 1 8 5 5 1 5 62 3 17 8 1 2 5 0 Olival Lavrado 12 1 2 0 6 1 9 0 1 14 4 0 4 0 6 108 69 1 0 7 0 1 Eucaliptos Mina 14 0 3 5 2 0 3 0 2 0 2 0 2 0 8 0 8 88 7 3 4 Mato Denso 1 15 1 3 5 8 0 2 0 6 0 2 2 2 0 2 5 4 74 3 9 7 Mato Denso 2 16 0 4 1 5 0 1 0 2 5 0 92 7 Campo 1 17 1 4 98 6 Campo 2 18 4 2 0 1 0 1 0 6 0 1 0 4 0 2 94 2 Total 1 01 17 22 13 07 16 18 10 83 286 0 96 3 71 482 3 24 3 50 1 84 4 05 800 5 80 0 84 2 07 Classe 0 Corresponde a pixeis nao classificados Quadro 36 Matriz de confusao e Campo 1 e 2 conjunto de quatro parcelas n o classificadas na primeira tentativa Foram individualizados como classe parte sem ser poss vel a sua identifica o como uso A princ pio s o campos onde o restolho foi queimado t m um sinal radiom trico muito diferente dos restantes e aparecem alguns p xeis destas duas classes em campos lavrados o que faz sentido se a lavoura foi feita sobre restolho queimado 181 e Agua paradoxalmente o rigor da classifica o somente de 91 6 este facto deve se s margens das linhas de gua e albufeiras n o classific veis noutras classes 6 4 e que apresentam vari
86. 7 destrui o da estrutura granulosa do solo dispers o dos col ides que provoca uma diminui o da permeabilidade e o aumento do volume de escoamento superficial o transporte dos elementos pelo vento ou gua de escoamento superficial e finalmente a destrui o total dos horizontes superiores O impacto directo das gotas da chuva desmantela os agregados do solo o declive do terreno condiciona directamente a velocidade e a for a das guas do escoamento superficial Este processo a eros o h drica dos solos As condi es para o desencadear s o preocupantemente simples pois sendo o conjunto solo vegeta o um bin mio onde a rela o causa efeito aparece muito amalgamada fruto de uma evolu o temporalmente muito extensa a simples destrui o da vegeta o pode desencade lo O solo passa a estar exposto ao impacto directo da precipita o que atrav s da energia cin tica das gotas de chuva vai iniciar a degrada o O facto de estar directamente exposto implica destrui o da mat ria org nica e tamb m menor coes o dos agregados pois a evapora o muito superior e diminui o teor de humidade no solo A remo o ou destrui o das ra zes garante menos coes o e constitui o desaparecimento de muitos macro p ros por onde a gua se infiltraria A conjuga o destes factores vai implicar maiores coeficientes de escoamento dada a menor permeabilidade e a come a se a bulir com o sistema morfogen tico
87. 8 827 1939 5 160 794 10 21 494 455 505 110 1940 2 681 570 5 34 548 856 502 132 1941 4 488 201 8 08 571 269 555 284 1942 5 242 521 9 07 561 911 577 936 1943 2 952 253 5 40 528 196 546 000 Quadro 16 Produ o de trigo 1915 1943 Fonte Estat stica Agricola 81 A interpreta o que o autor d a estes valores a seguinte 82 N o foram tamb m indiferentes ao aumento da produ o o maior e mais racional emprego de fertilizantes e o relativo melhoramento dos processos de cultivo h ainda o proteccionismo e o aumento de produ o que por si tamb m contribuiu para o emprego de fertilizantes atrav s da C U F a Campanha articula se com os interesses da grande industria 17 op cit pp 514 18 op cit pp 515 19 ver nota 16 96 Mas haver possibilidade de evitar as desastrosas consequ ncias que em certos anos resultam para a lavoura das desfavor veis condi es clim ticas quer dizer poder se o dotar as searas de condi es que lhes permitam suportar a agrura do meio em Portugal a intensifica o cultural est ainda muito longe de atingir o n vel que seria de desejar Os primeiros xitos que se verificaram logo ap s o in cio da Campanha devem se menos profundidade com que se aperfei oaram os m todos da lavoura do que extens o dos terrenos cultivados os anos de 1932 34 e 35 foram secos e muito prop cios cultura dos cereais Da que ao primeiro embate da cultura com a asperez
88. 943 96 Quadro 17 Trabalhadores da Mina de S o Domingos em 1958 103 Quadro 18 Popula o por Freguesia no Concelho de M rtola 1900 1911 1920 1930 1940 1950 0 een eeeeererererananea 108 Quadro 19 Popula o e densidade populacional no Concelho de M rtola 190021950 adriana oh tances lel sca 109 Quadro 20 Evolu o da densidade populacional 1890 1950 111 Quadro 21 Datas de reconhecimento de campo e actualiza o das Cartas Agr colas e Florestais escala 1 25 000 Concelho CEM CO Gane eR ee ee Ree a Na da da 113 ndice de Quadros Quadro 22 Ocupa o agr cola e florestal Concelho de M rtola 1950 Quadro 23 Produ es unit rias m dias Concelho de M rtola 1950 Quadro 24 Uso do solo no Concelho de M rtola 1950 60 Quadro 25 Evolu o do uso do solo no Concelho de M rtola 1882 TBS 5A 1950 0025 Soros sane aa na ente ga Ga a Quadro 26 Evolu o da popula o Concelho de M rtola 1950 60 70 Quadro 27 Evolu o da produ o de trigo no Concelho de M rtola 195721070 Sar sinto aa a ven aa A Hts Quadro 28 Produ o de trigo no Concelho de M rtola 1974 1978 Quadro 29 rea das reservas de ca a nos Concelhos da Administra o Florestal de Beja 1992 Quadro 30 Reservas de ca a o proposto e o existente Concelho de M rtola T992 ade
89. ACEDO 1985 pp 255 para a percentagem do sector colectivo e cooperativo na produ o de trigo entregue EPAC Os dados ser o explic veis um pouco por todas as raz es apontadas anteriormente variando de rea para rea de caso para caso numa mir ade de especificidades que tornam dif cil uma an lise fria e isenta que por isso mesmo n o se aprofundar mais considerando somente que as modifica es no uso do solo n o ter o sido muito significativas sobretudo porque n o devem ter implicado novas arroteias mas sim e somente uma varia o na rea cultivada de cereal e de pousio O nico facto aceite por todas as partes que ap s todo o fervor revolucion rio as produ es de trigo decairam globalmente at hoje excep o feita a anos excepcionais como o de 91 92 2 Eucalipto Ap s o malogro da Reforma Agr ria que teve como consequ ncia novo xodo rural o eucalipto foi uma das alternativas que se apresentou Desde o Il Plano de Fomento que se queria apostar em produ es agro industriais existindo no sector do Estado v rias f bricas de celulose As reas marginais como o Concelho de M rtola tornadas ainda mais marginais 140 depois das devolu es quer se queira ou n o admitir isso s o espa os ptimos para investir dum ponto de vista de valor fundi rio baixo Embora n o querendo entrar na pol mica do eucalipto 140 h que ser realista quanto necess ria destrin a entre o que se
90. Alcaria Ruiva associados a material vulc nico aparecem alguns solos C embora dominados por D O sector Noroeste do Concelho o que apresenta melhores solos Fig 5 coincidindo logicamente com a rea de maiores explora es Ao inv s disso nos sectores Sul e Este do Concelho os solos s o extremamente pobres litossolos pouco profundos ou esquel ticos Reportando nos s caracter sticas dos solos da classe E e embora referi lo seja uma redund ncia Quadro 6 o Concelho de M rtola tem em 80 7 do seu territ rio limita es muito severas para a pr tica da agricultura Riscos de eros o muito elevados N o suscept vel de utiliza o agr cola Severas a muito severas limita es para pastagem matos e explora o florestal servindo apenas para vegeta o natural ou florestal de protec o ou verifica o Ou n o suscept veis de qualquer utiliza o 25 26 Classes Dominante Dominada Figura5 Classes de capacidade de uso do solo no Concelho de M rtola Fonte SROA 1960 27 28 5 Vegeta o Em fun o destes solos e das caracter sticas clim ticas a vegeta o vai ter caracter sticas tipicamente Mediterr neas Essa influ ncia faz se sentir de duas maneiras 18 pela reparti o de certas esp cies mais exigentes em calor e secura confinadas ou dominantes a Sul e Leste nos vales abrigados e nas terras de baixa altitude ou em solos mais favor veis e por uma s rie d
91. As consequ ncias s o o impacto directo da precipita o eros o h drica maior escoamento menor infiltra o ver 111 1 Solo Morfog nese basicamente interfer ncia a n vel do ciclo hidrol gico diminuindo a disponibilidade de um factor limitante ao incremento de biomassa vegetal a gua A perda de solo por sua vez diminui a sua capacidade de uso porque ao estar em desequil brio com o sistema morfogen tico n o tem hip teses de regenera o A vegeta o potencial diminui h mais eros o menos infiltra o mais escoamento mais eros o De que forma pode a ac o humana produzir estes efeitos Atrav s de praticamente todas as actividades agr colas quando desajustadas espacialmente em quantidade ou em intensidade da carrying capacity do meio O primeiro passo diminui o directa da vegeta o produz se por arroteamento queimadas sobrepastoreio A diminui o da gua no solo a consequ ncia bem como a destrui o atmosf rica da camada de solo mais rica em mat ria org nica As pr ticas agr colas que promovem pouca taxa de cobertura ao solo cultura de cereais vinha olivais perpetuam a sua exposi o aos agentes climat ricos a produtividade diminui a quantidade e qualidade de solo tamb m n o h condi es para que o sistema se auto regenere Aspecto essencial esta impossibilidade de reencontrar um equil brio fun o directa do tipo de clima quanto maior a sua variabilidade pior e certo
92. Concelho de M rtola Geo biografia das mudan as de uso do solo Pedro Jo o Cruz Cortes o Casimiro Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas Departamento de Geografia e Planeamento Regional Dezembro de 1993 Este trabalho constitui a prova cient fica das Provas de Aptid o Pedag gica e Capacidade Cient fica de Pedro Cortes o Casimiro UNL FCSH DGPR Linda a Velha Dezembro de 1993 ndice Geral Indica Geral no ti ida a i Indice de CUAGIOS isione perii iNet caste pects scan a ona Spa andas quado iii falee de mlo olee ese te cis i A ed wien vas E pende canned E v Caphulo NtOdU O sas spas isso rias an ee 1 Capitulo Il Caracteriza o f sica da rea ii 7 T 10 o o fc Beanie nine ener e SN RN a er ae 7 2 Morfologia eae eee een eer ee een Ae ar ee ee ee ee 8 O Glima ocd teaches Sebel le fada E a aceon dal da a aee 16 De eNOS in Gusta igs Go Gee SCS yl cai DO Shan cn MOG a SC ede Goa 23 5 Vegeta o DD RR RR RR RR RR RC 29 Capitulo UN SON ss Sessa cel a a LAS ta oa 35 1 Solo Morfog nese PR oe RR RE alae PAR RR RR PAR 2 eo 36 DONOR SO DRAMA DR ES E SR SD aanterl 39 2 1 Uso do solo como ecossistema 40 2 2 Uso do solo COMO ESPA O s s aastascaania ir sends iaccus tanta piada and 41 2 3 Uso do solo como paisagem en 42 SE SOlO AL d ne men eC RO E a ra RR on a 43 A WSO SOTO paisana aan a a DS AE Ga 45 Capitul
93. Concelho e na rea do baldio existem v rias reas em pousio e com culturas arvenses localizadas no fundo de vales o que se torna interessante por demonstrar maior adapta o s caracter sticas morfol gicas e pedol gicas da rea A imagem de pequenas clareiras sem reas em pousio na envolv ncia encravadas no meio da charneca e nos fundos mais planos e mais ricos em humidade e mat ria org nica Se o Concelho era j na sua maior parte uma rea claramente agr cola havia tamb m esp cies arb reas quase exclusivamente azinho A sua localiza o sui generis pois a mancha de montado constitui uma faixa com a direc o Noroeste Sueste na face Norte da Faixa Piritosa Esta localiza o em banda vai manter se at actualidade embora apare am bastante mais azinheiras pelo Concelho mas disseminadas e n o constituindo uma cobertura t o densa e regular excepto quando inclu das em reas de mato A estrutura da propriedade bastante diferenciada dentro do Concelho apresentando tr s reas com caracter sticas homog neas e Na envolv ncia da Mina Sant Ana de Cambas Moreanes Pomar o Mesquita bem como entre a Corte Gafo e Corte da Velha na margem direita pequena propriedade bastante pulverizada formas muito geom tricas 75 e Em todo o Sul do Concelho e at faixa piritosa grande propriedade bastante irregular na forma e coexistindo com m dia dimens o extremo Sudoeste povoamento
94. Domingos Chan a Serra Branca Vale Covo Montinho Algar Neves Corvo actualmente a de cobre com maiores teores em todo o mundo 7 de m dia e Salgadinho Cerca em direc o a Espanha Esta massa atinge a sua m xima express o nas minas de Rio Tinto Huelva 25 ALLAN J C A minera o em Portugal na Antiguidade Boletim de Minas sep do vol 2 n 3 DGGM Lisboa 1965 pp 22 in COSTA EREIO 1991 pp 44 26 SEQUEIRA P V C Not cia sobre o estabelecimento mineiro de S o Domingos 1868 a 1880 Revista de Obras P blicas e Minas t XIV Julho e Agosto de 1883 n 163 e 164 in op cit pp 45 27 CARVALHO D Mina de S o Domingos Principais Jazigos Minerais do Sul de Portugal DGGM Lisboa 1971 pp 59 in op cit pp 47 28 COSTA EREIO 1991 pp 72 29 CARVALHO D BARRIGA F J A S Carboniferous Volcanogenic Sulphide Mineralizations in South Portugal Iberian Pyrite Belt Mem rias dos Servi os Geol gicos de Portugal DGGM n 29 Lisboa 1983 pp 100 in op cit pp 29 101 Depois das explora es antigas a mina por assim dizer redescoberta sendo a sua concess o provis ria feita em 22 de Maio de 1858 e a definitiva em 12 de Janeiro de 1859 13 para posteriormente passar a ser propriedade da firma La Sabina que posteriormente contratou com a Mason amp Barry o arrendamento da mina A posterior fal ncia da Mason amp Barry em 1968 implicou que em 1972 a La Sabina tom
95. Fu Tuan 1980 pp 111 213 Um pouco por todo o Baixo Alentejo ao longo de v rios anos de trabalho muitas vezes mais do que uma vez por m s fomos aprendendo a apreciar uma paisagem que n o era compreendida porque desconhecida criando la os com a variedade dissimulada do espa o e com v rios dos seus habitantes Estava criado o elo afectivo entre a pessoa e o lugar ambiente f sico elo difuso como conceito vivido e concreto como experi ncia pessoal defini o de Topofilia 210 O Concelho de M rtola constitui um bom exemplo do esquecimento a que est o votadas muitas reas do pa s pelo isolamento f sico interioridade ou claro afastamento dos centros de decis o e principais eixos fundamentais de comunica o Todas essas reas possuem uma enorme riqueza a ac o secular do homem que deixou como testemunho tra os indel veis na paisagem mas que nem sempre s o percepcionados ou devidamente entendidos O Baixo Alentejo interior tem sido in meras vezes designado como o deserto de Portugal e embora n o nos pare a muito adequado n o podemos deixar de referir uma piada local o Alentejo o deserto de Portugal porque por l passam no ver o todos os camelos que v o de Lisboa ao Algarve Terminaremos esta nota final com uma cita o pois n o encontr mos palavras melhores para definir aquilo que sentimos em rela o a este estudo Ge grafo ou historiador etn logo ou simples autodidacta interessad
96. Interior Figura 4 Esquema interpretativo da evolu o morfol gica do Vale do Guadiana sia sad ie oes ee tee anda te ore tes Figura 5 Classes de capacidade de uso do solo no Concelho de MEDIA ssa ea ea et E SAIS oh tea let Figura 6 Mapa da Vegeta o no Concelho de M rtola Figura 7 Arboriza o Geral do Pa s 1868 eene Figura 8 rea da Mina de S o Domingos Baldio da Serra de M rtola 1882 1899 oor A Figura 9 Sul do Concelho 1882 1893 Cartas N 205 e 206 Figura 10 Minutas de campo relativas Carta N 199 n o publicada Centro Norte do Concelho Vila de M rtola Figura 11 Carta Agr cola e Florestal Concelho de M rtola 1960 Figura 12 Reservas de Ca a no Concelho de M rtola Abril de 1992 Figura 13 Classifica o do uso do solo no Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM Abril de 1985 Figura 14 Classifica o do uso do solo no sector Oeste do Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM Abril de 1985 Figura 15 Classifica o do uso do solo no sector Este do Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM Abril de 1985 Capitulo Introdu o O objectivo deste trabalho analisar as modifica es do uso do solo no Concelho de M rtola enquanto consubstancia o da rela o entre os grupos humanos e as
97. Novo 1930 1960 col Nova Hist ria de Portugal Lisboa Presen a 571 p RUSSO C Sim es TAVARES H de Matos FERREIRA M A Alves 1950 Inqu rito agr cola e florestal ao Concelho de M rtola Plano de Fomento Agr rio Lisboa Minist rio da Economia Secretaria de Estado da Agricultura 94 p SANTOS Rui Manuel Leit o da Silva 1986 Configura es espaciais da economia M rtola segunda metade do s culo XVIII Disserta o de mestrado em Economia e Sociologia Hist ricas s cs XV a XX Lisboa Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas 177 p SANTOS Rui Manuel Leit o da Silva 1987 O socorro aos lavradores de M rtola em 1792 M rtola Campo Arqueol gico de M rtola cad 2 97 p SARAIVA Jos Hermano 1980 Hist ria concisa de Portugal 6 ed col Saber Lisboa Europa Am rica 359 p S RGIO Ant nio 1977 Breve Interpreta o da Hist ria de Portugal 7 ed Lisboa S da Costa 164 p SERR O Joel GR CIO Rui 1962 L gica e teoria do conhecimento 2 ed Lisboa S da Costa 298 p SILBERT Albert 1978 Le Portugal la fin de l ancien r gime XVIII eme debut du XIX Si cle Contribuition l histoire agraire compar e 2 ed 2 vols Lisboa INIC 843 p SIMMONS I G 1989 Changing the face of thr earth culture environment history Oxford Blackwell 487 p SMALL John WITHERICK Michael 1992 Dicion rio de geografia Lisboa Dom Quixo
98. O maior volume de guas escoadas implica maior capacidade de transporte nas linhas de gua mobilizando mais material que a estava em repouso al m de promover maior incis o linear e eros o de sapa dependendo das caracter sticas dos leitos grau de entulhamento sedimentar etc A remo o de part culas do solo consequente ao aumento da capacidade de transporte no sistema permite que a rocha m e fique mais directamente exposta meteoriza o que aumenta n o sobre o solo directamente mas sobre um reg lito residual O sistema vai activar reac es de feed back para tentar encontrar novo equil brio face s novas condi es O problema que ent o surge o da escala temporal impl cita pois o solo perdido num ano pode constituir uma produ o de dura o exponencial implicando uma recupera o infinitamente lenta quando comparada com o tempo necess rio destrui o efectuada sobretudo se a escala a que o fen meno se passa for n o local mas regional A essa escala os impactos v o ser eventualmente pouco percept veis mas n o obstante preocupantes 27 LEMONNIER Pierre O Solo in Enciclop dia Einaudi 1986 pp 69 37 Os maiores coeficientes de escoamento v o ter v rias consequ ncias nefastas o aumento de caudal dos rios tornando os muito mais suscept veis a cheias facto para que contribui tamb m a quantidade enorme de material em tr nsito e que colmatando os leitos e diminuindo o per metro
99. Outras utiliza es 2199 2 30 3600 4 44 1401 Total ha 95557 100 00 81153 100 00 14404 Quadro 41 Utiliza o da terra no Concelho de M rtola 1979 e 1987 Fonte RAC 79 e Inqu rito s estruturas 1987 Estes valores dizem somente respeito rea das explora es 73 90 da rea total do Concelho em 1979 que decresce para 62 76 em 1987 menos 20 926 hectares o que extremamente significativo Tendo em conta este facto os valores obtidos na classifica o da 196 Recenseamento Agr cola do Continente 1979 e Inqu rito s Estruturas 1987 184 imagem de sat lite fazem sentido 53 3 de rea agr cola na classifica o contra 68 67 da rea das explora es em 1987 10 16 para 8 55 de matas e floresta em explora o que inclui azinheiras contra 13 2 de montado de azinho e oliveiras na classifica o O mato e estevas segundo as estat sticas crescem de 13 54 em 1979 para 18 34 em 1987 mas no contexto das reas agr colas como estas s representam 62 da rea do Concelho facilmente se pode admite que o valor obtido na classifica o 31 3 razo vel Os valores da estat stica s o interessantes por si pois demonstram j um claro decl nio da agricultura Da an lise dos padr es de distribui o dos usos Figura 13 decorrentes da classifica o da imagem TM de Abril de 1985 devemos sublinhar a extens o da rea de charneca que se desenvolve a partir das vertentes das principai
100. RICK 1992 pp 78 196 Quais as diferentes perspectivas que est o em confronto e quais as falhas Sem pretender fazer uma nova defini o retirar validade a qualquer uma das existentes e sempre num contexto Alentejano e Mediterr neo quais as quest es subjacentes diversidade de opini es 1 Da causa clim tica da Desertifica o As reas des rticas existem com caracter sticas muito pr prias As principais apontadas s o pouca disponibilidade de gua temperaturas altas nos desertos quentes circula o atmosf rica e ou posi o geogr fica espec fica e como consequ ncia pouco ou nenhum coberto vegetal solos ins pidos ou inexistentes A sua exist ncia causada por raz es eminentemente clim ticas estabilidade anticicl nica tendo nas suas margens n o os desertos de posi o reas de transi o designadas como semi ridas Nestas ltimas h uma varia o ora as condi es s o de aridez ora de semi aridez ora semi temperadas A caracter stica fundamental dessas reas portanto a variabilidade A morfog nese pedog nese e o coberto vegetal s o fun o dessa mesma variabilidade O facto de haver vest gios arqueol gicos ne liticos e outros mais recentes de civiliza es pr speras em reas agora des rticas levou a comunidade cient fica a concluir que se deveria estar a verificar uma expans o dos desertos Modernamente esta ideia foi refor ada pelo infort nio de vastas popula
101. VACO Carminda 1979 Geografia col Textos Pr Universit rios vol Il Lisboa pp 181 325 CHAVES Castelo Branco 1977 Os livros de viagens em Portugal no S culo XVIII e a sua projec o europeia Lisboa col Biblioteca Breve 96 p Comissao das Comunidades Europeias 1988 O futuro do mundo rural Bruxelas CCE 87 p Cooperativa Agr cola do Guadiana M rtola 1987 Manual t cnico do Projecto PAPCAM M rtola policop 19 p Cooperativa Agr cola do Guadiana M rtola 1989 Projecto Agro Pecu rio da Cooperativa Agr cola de M rtola PAPCAM Resumo de 3 anos 1987 88 89 M rtola policop 10 p COSTA LOBO A de Sousa Silva 1903 Hist ria da Sociedade em Portugal no S culo XV col Raizes Lisboa Rolim 610 p DARKOH Michel B K 1989 Combating Desertification in the Southern African Region Moscovo United Nations Environmental Programme 370 p DE LA BLACHE Vidal 1984 Principios de geografia humana 2 ed Lisboa Cosmos 390 p DEMANGEOT Jean 1984 Les millieux naturels du globe Paris Masson 250 p DEVY VARETA Nicole 1985 Para uma geografia hist rica da floresta portuguesa As matas medievais e a coutada velha do rei Revista da Faculdade de Letras do Porto Geografia Porto ser vol pp 47 67 DEVY VARETA Nicole 1986 Para uma geografia hist rica da floresta portuguesa Do decl nio das matas medievais pol tica florestal do renascimento Secs XV e XVI Revista
102. Vila Velha de R d o Abrantes Almeirim Alpiar a Benavente Chamusca Constancia Coruche Entroncamento Goleg Salvaterra de Magos e Vila Nova da Barquinha e as Freguesias de 138 inicia se a terceira etapa vulgarmente conhecida como Lei Barreto H um n tido recuo em rela o s leis anteriores fazem se altera es de vulto a favor dos antigos propriet rios sem ter grandemente em conta o facto de explorarem ou n o e com que intensidade as suas terras antes da ocupa o cerca de metade da rea ocupada deveria voltar a curto prazo para os antigos propriet rios Foi essa a fase seguinte devolu o maci a Quanto s falhas da Reforma Agr ria v rias causas s o apontadas sobretudo falta de dirigentes capazes para assegurar a gest o das grandes empresas criadas 139 do sub aproveitamento dos propriet rios passou se em muitos casos para uma sub explora o de recursos pelas Unidades Colectivas de Produ o Para muitos o sonho acabou recome ou o xodo rural para as cidades a agricultura foi mais uma vez abalada tendo ficado pior do que anteriormente Nos anos a seguir s ocupa es houve um aumento da produ o mas dadas as caracter sticas da produ o cereal fera no Alentejo muito sujeita a fortes oscila es interanuais de origem clim tica a pol mica entre apologistas e detractores da Reforma Agr ria incide no peso relativo dos factores naturais e sociais nessa evolu o da produ o 136
103. a o Cada vez se caminha mais para a monocultura intensiva do trigo Todos estes factores contribuem para gorar as expectativas de fixar popula o viabilizando economicamente a explora o agr cola e contribuindo para a diminui o das disparidades de n vel de vida entre a cidade e o campo A forma de financiamento atrav s de empr stimo da Caixa Geral de Dep sitos tinha regulamenta o e fiscaliza o insuficientes 98 o que vai ser um factor de peso no descalabro econ mico dos agricultores sobretudo conjugado com o fraqu ssimo rendimento das culturas O empr stimo por hectare e amortiz vel com a venda da semente ao longo dos anos era dado a qualquer pessoa portadora de uma declara o assinada por outrem afirmando que o requerente possu a efectivamente a por o de terra mencionada Esta facilidade extrema no recurso ao cr dito subs dio levou muita gente que nem terras tinha ou que exageravam a rea que possu am a levantar largas somas de dinheiro que muitas vezes foram desviadas da lavoura para neg cios de primeira ocasi o 99 Esta tenta o do lucro f cil em pessoas que nunca tinham tido tanto dinheiro na m o tornou os presa f cil dos especialistas em neg cios il citos Quando chegava a altura de amortizar a d vida n o havia liquidez em muitos casos a nica hip tese era vender tudo ficando se ainda em d vida A Caixa punha os bens em pra a a pre os irris rios mas mesmo assim a falta
104. a o de adubo nas quantidades requeridas a machadada final institucional nas reas de solos mais marginais O milagre da salva o o regadio mas embora seja referido que foram levados a cabo os estudos mais correctos por forma a avaliar as reas com solos verdadeiramente aptos para o regadio n o aparece um crit rio claro at porque as obras que se acabaram por realizar tanto est o em reas de solos muito pobres sendo regadas reas muito menores que as potenciais como em solos de boa qualidade caso do Ribatejo em solos aluviais e planos Para compensar e fomentar a agricultura teria que ser aumentada a produ o unit ria nos solos de melhor aptid o e sobretudo incluindo a cultura nas rota es dos novos regadios do Sul datam da d cada de 50 tanto a carta agr cola e florestal como os levantamentos e cartografia dos solos e sua capacidade de uso para o territ rio nacional Para fomentar a agricultura s o determinados como investimentos de base empreendimentos de hidr ulica agr cola povoamento florestal e reorganiza o agr ria Das obras de hidr ulica agr cola destaca se pelo car cter regional o Plano de Rega do Alentejo 1958 que previa a rega de 170 000 hectares de terras e teve as primeiras obras a serem adjudicadas em 1962 No entanto s foram feitos os aproveitamentos do Divor Caia Roxo Mira e Alto Sado cobrindo uma rea de regadio de somente 30 000 hectares O plano trouxe apenas be
105. a o entre as duas datas Abril Setembro N o se procedeu a agrega o e Rocha anu o valor final elevado 96 1 no entanto a maior confus o com terreno lavrado basicamente por semelhan a geol gica como j foi referido A contagem do n mero de p xeis antes da agrega o d j uma ideia muito concreta dos usos dominantes e da sua express o quantitativa Quadro 37 Uso P xeis Charneca 1 366155 26 1 Lavrado 2 58198 4 1 Cereal 3 74326 5 3 Pousio 4 444330 31 7 Agua 5 10133 0 7 Rocha 7 15785 1 1 Montado Lavrado 8 44078 3 1 Montado Pousio 9 184802 13 2 Montado Cereal 10 38549 2 7 Olival Pousio 11 32585 2 3 Olival Lavrado 12 56211 4 0 Eucaliptos Mina 14 54909 3 9 Mato Denso amp 1 15 18236 1 3 Mato Denso amp 2 16 180 0 0 Campo 1 17 112 0 0 Campo 2 18 4845 0 3 Total 1403434 Quadro 37 Numero de pixeis por classe antes da agrega o Concelho de M rtola Abril 1985 Ap s a agrega o de classes cujas raz es metodol gicas decorrem da an lise da matriz de confus o o rigor da classifica o passa a ser o seguinte Uso N o classificados Rigor Total Charneca 14 15 16 1 1 1 95 8 96 9 Lavrado 8 12 2 1 2 98 3 99 5 Cereal 10 3 0 5 97 0 97 5 Pousio 11 4 0 2 91 5 91 7 gua 5 6 4 91 6 98 0 Rocha 7 1 3 96 1 97 3 Montado Pousio 9 0 1 79 1 79 1 Campo 1 17 1 4 98 6 100 0 Campo 2 18 4 2 94 2 98 4 Total 1 01 Quadro 38 Rigor da classifica o ap s agrega o de classes
106. a relativa dos pa ses fechando se sobre si mesmos e concentrando se nas suas reservas nesta poca que aparece o primeiro esbo o da Campanha do Trigo sob a forma da Junta de Coloniza o Interna vector essencial na transforma o do Alentejo e cujo principal objectivo era fazer face falta de m o de obra Mas o seu grande resultado hist rico foi sobretudo o de ter posto termo ilus o profundamente enraizada de que Portugal disporia ainda e sempre de vastos incultos suscept veis de serem arroteados essa rea era uma necessidade absoluta tendo em conta o n vel t cnico vigente para n o esgotar perigosamente o solo 64 e ser explicitamente um projecto destinado a p r m o de obra t o barata quanto poss vel disposi o da grande agricultura comercial De facto grandes reas estavam j arroteadas eventualmente sujeitas a longu ssimos pousios e degradadas seriamente pela eros o de solos Parte dessas reas os baldios s o precisamente o que em muitos casos vai ser dividido e entregue a colonos pela Junta depois de estarem j sujeitos a pr ticas agr colas extremamente extensivas dadas as suas caracter sticas de fraca aptid o agr cola e situa o nitidamente marginal No Concelho de M rtola o reconhecimento elaborado pela Junta de Coloniza o Interna encontrou somente 14 1 Ha de baldios todos no sul do Concelho S o Jo o S o 11 CABRAL 1974 pp 101 12 op cit
107. a A charneca que tem vindo a reconquistar muito espa o faz cada vez mais sentido como sustent culo de uma actividade criadora de mais valias para alguns a ca a Embora o Concelho se assemelhe j a uma enorme reserva de ca a outros projectos aguardam aprova o e tudo indica que a rea de reservas de ca a continue a crescer trazendo consigo uma s rie de efeitos perversos para a economia local e bem estar social Conv m referir que a C mara Municipal est a proceder a ac es de refloresta o Tivemos conhecimento de tr s reas uma na Serra Branca na margem direita do Guadiana a Norte de Vale de vora outra na margem esquerda entre Quint e o rio e uma ltima nas imedia es de S o Sebasti o dos Carros N o tivemos acesso a informa o suplementar como as reas envolvidas mas pudemos saber que estas ac es est o a ser levadas a cabo ao abrigo do Programa Agr cola e Florestal e que a esp cie empregue o pinheiro bravo Em termos ambientais o futuro do Concelho risonho parece terminado um longo ciclo de degrada o pois as pr ticas agr colas mais agressivas para o solo est o a ser progressivamente abandonadas Por raz es meramente econ micas ou n o tudo indica que o meio possa agora repousar um pouco encetando uma lenta recupera o mais isenta de press es a partir do ponto de degrada o que se atingiu Se isto verdade para o meio vegetal j a fauna n o estar assim t o liberta de
108. a Instala o de tremocilha 7 240 ha Veda es 2 185 Kms Equipamento mec nico 20 022 ha Forma o e emprego de vulgarizadores 3 Pessoas Forma o Profissional de agricultores 221 Pessoas Equipamentos da explora o de demonstra o 163 450 ha As explora es dever o seguir o seguinte sistema cultural cereal secund rio triticale e aveia a forragem anual tremocilha tremocilha trevo subterr neo 5 anos A descri o t cnica do projecto clara e enquadra se declaradamente nas directivas comunit rias em termos de extensifica o das pr ticas agr colas O projecto prop e se modificar directa ou indirectamente melhorando cerca de 27 da rea total do Concelho de M rtola Mais uma vez na hist ria do Concelho grandes orienta es e pol ticas agr colas originadas muito longe da rea de fora para dentro v o ser respons veis por uma mudan a mais ou menos significativa no uso do solo Mas ser que a mudan a t o grande Pousios sempre houve o projecto pretende melhor los como pastagens e melhorar as condi es sanit rias dos animais Observando a execu o material do projecto at 1989 3 280 hectares foram desmatados em tr s anos havendo uma mudan a de uso clara de mato a pastagem ou na melhor das hip teses de campos em pousio j com bastante mato a pastagem A rea que passou a trevo subterr neo e tremocilha ascende a cerca de 10 500 hectares para um total de 23 362 hectares benef
109. a O despedimento e substitui es por novos guardas frequente al m de em muitos casos os guardas serem os pr prios promotores das reservas 176 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 11 18 155 e Dos 121 quartos propostos apenas 51 est o dispon veis e concentrados em somente 6 Reservas de Ca a RC 25 numa que j existiam no antigo couto e 26 distribu dos por 5 Reservas Nestes est o inclu das as resid ncias dos donos das reservas na realidade existem s alguns quartos n o mais de uma dezena para os ca adores e Cria o de postos de trabalho independentemente dos n meros referidos o que relevante o baix ssimo n mero de postos criados por uma actividade que ocupa 47 3 da rea do Concelho sendo que nessas reas dificilmente ser o criados mais empregos e Alimenta o alojamento os ca adores chegam de manh cedo ca am e no fim do dia v o se embora n o h portanto qualquer mais valia que reverta para o Concelho As refei es s o procuradas pelos ca adores e muitas vezes os restaurantes fecham as portas e v o servir as refei es s RC ultimamente 1992 data da realiza o do trabalho s o restaurantes de fora do Concelho a oferecer esse servi o e Controle de predadores feito na maior parte das vezes sem crit rio abatendo se tudo o que possa danificar as esp cies cineg ticas embora a lei s permita o controle de sacarrabos e raposas esp cies que s o protegidas pela
110. a come a a conduzir a um empobrecimento gradual dos solos A utiliza o de reas mais marginais de solos com menor capacidade bem como e sobretudo o esgotamento dos solos atrav s de sistemas de queimada e rota o bienal devem ter concorrido para este surto de degrada o e diminui o de fertilidade O solo era dividido em cada vez maior n mero de folhas a produ o diminui Mas isso teria tamb m sido consequ ncia da falta de m o de obra registada no S culo XV e segunda metade do S culo XVI 37 N o se deve de forma alguma excluir como factor explicativo o papel dos eventuais maus anos agr colas consequ ncia directa das caracter sticas clim ticas 33 NUNES DE LE O 1785 pp 151 34 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 144 35 RIBEIRO Orlando Agricultura in Dicion rio de Hist ria de Portugal pp 63 36 DIAS Jorge O arado op cit pp 171 173 37 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 93 57 A utiliza o de esp cies diferentes como a oliveira e a vinha produ es menos m o de obra intensivas vem tamb m contribuir para o alargamento das reas agr colas 38 Os arroteamentos consequentes foram em muitos casos longe demais na Serra Algarvia as queimadas destru ram at aos ltimos vest gios dos primitivos sovereiros e azinheiras e seguidamente pela Serra do Cercal at Gr ndola vegetam a esteva a urze O samouco o medronheiro que renascem periodicamente dos brazidos do inc ndio 39
111. a a rea extremamente f rtil para cereais constituida pelo manto bas ltico e onde a mir ade de moinhos no topo das colinas testemunha a pr tica generalizada dessa cultura at h poucas d cadas J em 1477 os representantes de Lisboa queixaram se s Cortes da proibi o R gia entretanto institu da de vir trigo do Alentejo 34 Este facto denota o crescimento da popula o na capital a imponderabilidade das produ es cereal feras e o assumir da depend ncia face ao Alentejo como celeiro de Portugal Em termos de pr ticas agr colas o afolhamento bienal surge como a t cnica normalmente utilizada uma parcela de cereal semeado no Outono outra em pousio Esta ltima era lavrada para evitar o desenvolvimento da vegeta o espont nea que impediria a restaura o do solo A pobreza dos solos podia levar ao aumento do n mero de folhas ficando ent o uma terceira de relva pousio absoluto 35 A novidade a maior generaliza o do uso da charrua que os Suevos trouxeram no S culo V e que estava adaptada a solos h midos profundos e pesados Ao ter uma roda como ponto de apoio permite ao lavrador maior press o sobre a relha lavrando com maior profundidade A charrua coexiste com o arado simples Romano de madeira que pouco mais fazia que abrir um sulco na terra e cuja exist ncia remonta a antes de Romanos e rabes que n o o modificaram 36 N o obstante esta prosperidade da actividade agr col
112. a constitui o da propriedade popular a parca popula o tamb m n o poderia explorar t o grandes espa os e poderia estar relacionado com o regime latifundi rio Alentejano 17 Em 1254 M rtola tem foral onde uma lista pormenorizada refere os produtos j exportados pelos rabes entre eles figuram o carv o a corti a e a madeira lavrada 18 Intensifica se o com rcio a circula o o mercado a difus o da economia monet ria activa trocas comerciais alargam se as superf cies cultivadas baseadas sobretudo nos cereais trigo e centeio 19 A partir deste per odo tudo o que se relaciona com o uso do solo vai estar definido como uma dicotomia permanente entre reas agr colas crescentes e reas extensas de 15 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 195 16 DEVY VARETA 1985 pp 53 17 SARAIVA 1980 pp 53 18 DEVY VARETA 1985 pp 52 19 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 46 54 charnecas maninhos brenhas 20 ora exploradas pela popula o ora quase completamente selvagens Essa dualidade sempre existiu e persiste at hoje poca a imagem geral a de uma vasta rea coberta de brenhas e matagais A cr nica dos cinco Reis de Portugal referindo se s algarras 21 de Afonso Henriques fala das charnecas mui grandes e despovoadas que existiam al m tejo 22 Vastas reas eram coutadas reais entre vora e Monsaraz de Poente a Leste e de Redondo a Portel de Norte a Sul se encerrava um espa o
113. a do Trigo Saliente se que os solos em que estes valores s o obtidos tiveram uma intensa degrada o at 1929 sendo data considerados como muito erosionados Este ser portanto um valor m ximo potencial nestes solos e declives Mas esta situa o n o comum pois o talh o vai sendo sucessivamente lavrado quando na realidade o alqueive vai abatendo e estando menos suscept vel eros o h drica Assim o valor para solo a nu mais v lido pelo menos para as culturas cereal feras pois constitui o per odo de tempo real que o solo esteve exposto eros o enquanto lavrado e neste caso de Setembro de 1961 a Julho de 1993 logo passando por v rios anos com todo o tipo de caracter sticas clim ticas O total de sedimento perdido elevado o valor m dio de 3 5 quilos por evento no talh o 210 quilos por hectare A situa o de trigo que supostamente protegeria mais o solo do impacto directo da precipita o e promoveria a infiltra o apresenta tamb m valores elevados 2 2739 quilos por evento com um valor m ximo de 71 quilos Com o solo a nu o valor m ximo de 89 quilos Consequentemente todas as situa es ligadas cultura de cereais s o extremamente danificantes em termos de degrada o do solo neste caso por perda desse mesmo solo e sem referir a perda de nutrientes para a planta e em suspens o na gua escoada que sob outro coberto se infiltraria muito mais 205 O grau de dano que este
114. a do clima a produ o decrescesse consideravelmente dando como resultado o abandono de muitas terras de escassa fertilidade havia pouco arroteadas e que voltaram primitiva situa o de incultos Houve cautelas comparando com 1899 mas a mais valia nos pre os revertia n o para o produtor mas para o propriet rio muitas vezes absentista ou desinteressado do cultivo Para obviar isto aumento das rendas houve cria o de Decretos Lei tal como exclusivo da compra pela Federa o Nacional dos Produtores de Trigo mas pouco resolveu A ideia formar pequena ou m dia propriedade mas permitindo que nos terrenos respectivos se possam estabelecer as diversas culturas que h o de fornecer os produtos agr colas necess rios vida das diversas fam lias fixadas o que dificultado ou at impossibilitado pela aridez do clima a ideia novamente a hidr ulica agr cola Mas a Junta de Coloniza o Interna tem a seu cargo a aquisi o de terrenos de sequeiro que s o postos venda para neles se instalarem casais agr colas que depois possam adquiri los mas esta obra pouco ultrapassou a fase experimental Na verdade s depois de fixado maior n mero de fam lias que encontrem no amanho da sua pequena propriedade rendimentos bastantes para viver se poder empregar nas explora es maiores m o de obra em condi es econ micas Pois s quando os camponeses tirarem da sua terra o indispens vel subsist ncia po
115. a maior variabilidade radiom trica que um campo lavrado ou uma seara mas a pr pria varia o vai ajudar a constituir um conjunto mais ou menos homog neo de limiares num ricos dentro de cada um dos canais O uso de duas datas multiplica os identificadores de cada uso Outra contribui o para a maior homogeneidade poss vel dentro de cada classe foi o facto das reas teste iniciais terem sido reajustadas antes de passarem a pol gonos definitivos reajustamento esse que consistiu na leitura visual pr via n o num rica das reas inicialmente escolhidas tendo se exclu do os p xeis que eram mais nitidamente d spares do grosso do conjunto do pol gono Terminada esta fase estavam digitalizados 253 pol gonos de dimens es variadas Uso Pol gonos Uso Pol gonos Charneca 45 Montado cereal 4 Terreno lavrado 53 Montado pousio 12 Cereais 40 Montado lavrado 10 Pousio 22 Olival pousio 15 Rocha a nu 2 Olival cereal 5 Agua 20 Olival lavrado 7 Areas urbanas 8 Eucaliptos 10 Quadro 35 Poligonos teste 3 4 Classificagao de Maximum Likelyhood Depois de se terem reconhecido padr es espaciais por observa o directa em trabalho de campo conceptualiza o por um processo cognitivo variado est se em condi es de fornecer ao computador os padr es que lhe permitir o classificar os p xeis dentro de um n mero finito de classes Esses padr es resultam duma avalia o estat stica das caracter sticas radiom tricas d
116. a resolve que a serra pertencia ao Concelho e Os moradores opuseram embargos a esta senten a em 25 de Maio de 1752 que n o foram recebidos tendo os moradores recorrido da senten a para o Juiz da Comarca de Ourique Em 7 de Janeiro de 1753 a senten a do Juiz de Fora reformada voltando a posse aos moradores A C mara ainda apelou para o Supremo Tribunal do Desembargador do Pa o que confirmou a senten a em 17 de Novembro de 1758 Desde esta data a posse do Baldio era de facto dos moradores de Cambas mas no per odo republicano muitos achavam que a lei absolutista estava j demasiado longe do tempo embora as leis boas ou m s s o a express o de necessidades sociais que os homens traduzem em factos A Voz do Guadiana Dezembro de 1922 A divis o acabou por ser feita mais tarde muitos acusavam os donos de n o a rentabilizarem e de ser pastagem para o gado dos ricos Infelizmente n o foi poss vel encontrar documentos oficiais ou n o relativos partilha efectiva da serra de M rtola e aos moldes em que se processou 2 Estado Novo Campanha do Trigo Depois do derrube dos Republicanos em 28 de Maio de 1926 institu da a Ditadura Militar onde a partir de 1930 Salazar vai ter uma hegemonia real nos governos s o lan adas as bases pol ticas e ideol gicas do Estado Novo cujo processo de institucionaliza o ent o se iniciaria 98 A partir de 1929 come a a Campanha do Trigo inspirada na Battaglia del Gra
117. actualiza es da Carta Agr cola e Florestal de 1950 60 SROA a escalas menores a nica forma de quantificar e avaliar os usos era a fotografia a rea e o recurso imagem de sat lite Somente com documentos deste tipo seria poss vel detectar uma s rie de usos e sobretudo resolver as indefini es derivadas dos v rios crit rios poss veis de defini o de reas em pousio que na carta de 1950 60 s o afectas rea de culturas arvenses n o permitindo saber qual a dimens o real do espa o agr cola O reverso d medalha adv m do car cter demasiado moment neo e localizado no tempo da carta obtida dadas as d vidas relativas ao real significado da rea agr cola total para aquele ano facto que muito fortemente se correlaciona com as caracter sticas clim ticas do ano agr cola Por outro lado a pr pria foto interpreta o e classifica o da imagem de sat lite dependem de abstrac es que pressup em um grande conhecimento do terreno por parte do classificador Elaborar uma carta de uso do solo no Concelho para a d c ada de 80 torna se pois um elemento de fundamental import ncia para a avalia o da situa o actual e consequente compreens o da evolu o recente No entanto o presente trabalho n o pode ser considerado como um ensaio em torno da metodologia da elabora o dessa carta nesse contexto que a classifica o de imagem de sat lite se toma um meio e n o o fim facto que resulta inevitavelmente
118. ades econ micas como a produ o de mel e cera cuja import ncia se depreende da regulamenta o no S culo XII do aranzel das malhadas na Serra de Serpa com uma vasta rede de colmeias onde pastava o gado do ar pasto das flores designa es que denotam a rela o feita entre a apicultura e uma outra qualquer actividade pecu ria 44 A Serra estava dividida em 26 sec es malhadas cada uma com 1500 hectares superficie calculada da distancia maxima que uma abelha podia percorrer em busca de alimento O n mero de malhadas nao mudou at 1890 mas o n mero de corti os por malhada passou de 400 em 1368 para entre 764 e 2822 em 23 malhadas passava das 2000 45 Tamb m a pecu ria entre os S culos XII e XV desempenha importante papel econ mico A cria o de porcos era frequente nas pequenas unidades familiares e em grandes varas que se deslocavam no Alentejo 46 O pastoreio vem tamb m colmatar a falta de m o de obra para cultivar extens es t o grandes de terra A Vila de M rtola vai ainda conhecer um certo florescimento econ mico no S culo XVI visto vr a desempenhar um papel importante no abastecimento de cereais s Pra as Portuguesas do Norte de frica No entanto posteriormente face ao incremento de trocas com a Europa e com o Imp rio vai entrar em profunda decad ncia como cidade porto As rotas comerciais a partir daqui v o cada vez mais convergir para os estu rios do Tejo e Sado 47 O
119. agr ria em Portugal 1974 76 Lisboa Europa Am rica 350 p BARRIOU Robert LECAMUS Daniel HENAFF Fran oise 1985 Indices de v g tation Dossiers de teledetection Rennes Universit de Rennes Centre R gional de Teledetection 159 p BERENDS Helena 1983 As consequ ncias econ micas para Portugal da ades o Comunidade Econ mica Europeia Agricultura vol Il Lisboa INA Presid ncia do Conselho de Ministros 55 p BIROT Pierre Gem data Portugal col Horizonte n 31 Lisboa Horizonte 229 p BOWLER R 1985 Agriculture under the Common Agricultural Policy Manchester University Press 255 p BRUM FERREIRA Denise de 1981 Carte geomorphologique du Portugal Mem rias do Centro de Estudos Geogr ficos n 6 Lisboa 53 p CABRAL Manuel Villaverde 1974 Materiais para a hist ria da quest o agr ria em Portugal s cs XIX e XX Porto INOVA 572 p CABRITA Pedro LEIT O Manuela et al 1988 Recupera o de reas degradadas na bacia do Guadiana Comunica o apresentada s Jornadas sobre desertifica o sep Evora CARVALHO Manuel 1993 A agonia das searas alentejanas modelo agron mico insustent vel condenado pela PAC O P blico 2 de Fevereiro pp 25 215 CASIMIRO Augusto 1940 Conquista da terra Hidr ulica agr cola nacional 1140 1940 Lisboa Inqu rito 191 p CASTRO Armando 1978 Hist ria Econ mica de Portugal vol Il Lisboa Caminho 460 p CA
120. almente um papel econ mico claro e vivo ao inv s do azinho mas enquanto estes est o muitas vezes agrupados as oliveiras encontram se mais disseminadas diluindo se muito mais o seu sinal radiom trico pr prio contra o fundo 194 Conv m referir o faseamento desta parte do trabalho Na realidade o autor vinha desenvolvendo trabalho de campo no Concelho de M rtola sobretudo a Norte h j cerca de cinco anos como investigador do Projecto EV4C e posteriormente MEDALUS I Esse trabalho est eminentemente ligado a quest es de solos eros o disponibilidade h drica o que permitiu ganhar um bom conhecimento do terreno e consequentemente garantir uma relativa qualidade das reas teste escolhidas A classifica o digital da imagem de sat lite propriamente dita foi realizada em duas fases a primeira em Fevereiro de 1992 e a segunda em Outubro de 1993 Entre elas a classifica o foi confrontada com o terreno tendo as principais modifica es ocorridas nos pol gonos resultado de novo trabalho de campo por forma a reajustar e melhorar um pouco mais a qualidade das assinaturas radiom tricas das reas teste bem como aumentar o patrim nio de reas efectivamente reconhecidas no terreno por forma a poder avaliar em maior qualidade e quantidade a precis o da classifica o 178 e As reas de eucaliptos adultos da mina claramente definidas nos pol gonos provaram ter muita quantidade de solo o que levou a que algumas reas de
121. alternativa n o obstante as reformas antecipadas uma das alternativas serem razo veis e existirem verbas para subsidiar o abandono dos campos set aside Torna se relevante deixar estes pontos para reflex o pois a estrutura da produ o no Concelho de M rtola est quase totalmente orientada para a agricultura sobretudo cultura de cereais como a estrutura do PAB do Concelho para o tri nio 1979 1980 1981 demonstra Produ o vegetal 54 6 Produ o animal 35 8 Produ o Florestal 9 6 Cereais 66 4 Carne bovino e leite 21 6 Eucalipto 31 7 Hort colas 7 9 Ovinos 49 0 Outro material lenhoso 52 4 Frutas 15 6 Caprinos 10 9 Corti a 3 0 Vinho 1 5 Carne su no 6 2 Azeite azeitona 6 1 Ovos 1 5 Mel e cera 8 9 Quadro 44 Produto Agr cola Bruto no Concelho de M rtola 1979 80 81 Fonte O Produto Agr cola Bruto no Continente Regi es e Concelhos DCP 210 Tudo indica que actualmente a estrutura produtiva se tenha especializado mais sobretudo na produ o animal ovinos e na produ o florestal gra as ao eucalipto e a outro material lenhoso vendido sobretudo para lenha N o obstante a aplica o da PAC vai certamente ter efeitos indesejados T m vindo a ser desenvolvidas alternativas econ micas no Concelho sobretudo a n vel de atractivos tur sticos A popula o local tem claras vantagens nesta pol tica que n o obstante dificilmente resolver de uma forma generalizada os probl
122. an a do or amento mensal rendas transportes alimenta o etc uma tremenda sangria da popula o sobretudo tendo em conta que a popula o mais nova em idade activa a primeira a partir deixando para tr s os mais idosos menos activos e que ficam em p ssimas condi es quanto sua subsist ncia como reformados agr colas ou da mina Independentemente das remessas enviadas ou da esperan a de um dia os virem dali tirar um largo contingente populacional que pura e simplesmente abandonado sua sorte a desertifica o humana do Concelho Mas que medidas do Estado tentaram obviar ajudaram ou tiraram partido desta decad ncia irrevers vel da actividade agr cola 128 Depois do per odo de economia de guerra entra se na pol tica de estabiliza o da oferta 112 A implementa o dum projecto de desenvolvimento econ mico Plano Marshall e a ordem econ mica do p s guerra trouxeram a necessidade de enquadrar a ac o econ mica do Estado atrav s de um planeamento indicativo 113 O 1 Plano de Fomento 1952 vem no seguimento da Lei de Reconstitui o Econ mica e basicamente o somat rio de v rios planos parciais a que s o afectos investimentos p blicos expressa a apreens o face dificuldade em conciliar o indispens vel aumento do n vel t cnico e do equipamento dispon vel com a recessidade de evitar o desemprego 114 apostando n o obstante nas infra estruturas tr
123. ansportes e comunica es e ind stria A agricultura recebe somente 17 dos investimentos pois o esfor o n tido para a industrializa o que se vai tornar poss vel atrav s de uma pol tica de baixos sal rios s poss vel gra as ao baixo pre o dos produtos alimentares num pa s mal alimentado e onde o p o tem um papel important ssimo na alimenta o quotidiana N o se procede moderniza o das estruturas agr colas por forma a garantir o aumento da produtividade do sector e um mercado interno alargado atrav s da melhoria do n vel de vida nos meios rurais O 2 Plano de Fomento 1959 64 n o ainda um plano global e integrado continuando os objectivos que v m na linha das preocupa es anteriores acelerar o ritmo de incremento do produto nacional aumentar a produtividade do capital fixo melhorar o n vel de vida garantir e proporcionar emprego e melhorar a balan a comercial Mas o financiamento seguindo o mesmo modelo de apoio ind stria transportes comunica es e infra estruturas tem uma dota o de somente 17 3 do total dos investimentos para a agricultura que aparece subordinada ind stria eucalipto pasta de papel O redimensionamento da propriedade emparcelamento no Norte e parcelamento no Sul apontado como meio fundamental de resolver os problemas econ micos da agricultura inefici ncia das explora es agr colas baixa produtividade baixo grau de mecaniza o inse
124. antamentos no movimento em latitude dos anticiclones subtropicais ou pela persist ncia de situa es de bloqueio vales depression rios ou dorsais anticicl nicas em latitude J a variabilidade do Inverno s pode ser entendida como resultado de situa es mais ou menos prolongadas do anticiclone t rmico no interior da Pen nsula e tamb m certamente pelas mesmas raz es que as citadas para o Outono e Primavera O facto do conjunto Setembro Outubro Novembro e Dezembro possuir um peso t o elevado no total de precipita o anual aliado aos baixos valores consequentes da Primavera constitui um dos maiores problemas em termos de cultura de cereais Sub Capitulo 11 5 Mas essencial analisar o n mero de dias de precipita o anual bem como a concentra o que representam embora o facto de constituir um mero exerc cio estat stico neste quadro de irregularidade e variabilidade extrema lhe retire grande parte da validade n o deixa no entanto de constituir um ponto interessante de an lise Meses N m dio de dias de chuva Precipita o m dia por epis dio Setembro 2 7 18 3 Outubro 7 5 66 0 Novembro 8 7 70 2 Dezembro 9 6 67 7 Janeiro 10 0 60 6 Fevereiro 10 6 57 1 Mar o 8 1 44 0 Abril 9 0 49 7 Maio 6 2 28 9 Junho 3 5 20 7 Julho 0 6 4 3 Agosto 0 8 2 7 Quadro 4 N mero de dias de chuva e precipita o por epis dio mensalmente Vale Formoso 1966 1993 Fonte Dados do CEEVF As chuvas de Novembro s o as mais conc
125. apreendido intuitivamente ou reconstitu do historicamente que se explica ou pode explicar pela ac o cont nua positiva ou negativa que seja de um determinado grupo ou de uma certa forma de organiza o social quem agir desta forma e com prud ncia n o se arrisca a cometer erros a fazer confus es a chegar a generaliza es abusivas 1 Neste sentido a rea do Baldio da Serra de M rtola constituiria uma abordagem mais correcta embora espacialmente muito restrita faltando lhe aquilo que uma unidade administratia como o Concelho pode dar a garantia de disponibilidade de informa o estat stica para um per odo mais ou menos significativo Por seu turno o Concelho de M rtola tem especificidades marcadas como ser referido posteriormente pois est fisicamente individualizado de uma forma bastante clara para Sul come a a Serra Algarvia a Norte existe a rea dos barros de Beja a Este os rios Chan a e Guadiana constituem fronteira f sica com a 1 Marcel Roncayolo in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 162 vizinha Espanha A Oeste o limite n o t o n tido porque se caminha gradualmente para os Campos de Ourique A Comarca de M rtola mesmo considerada por Lautensach 2 como uma unidade geogr fica integrada no Baixo Alentejo Portugal Meridional No entanto a maior individualidade f sica do Concelho de M rtola constituir na sua maioria um enclave de solos muito pobres entre a montanha serra Algar
126. arvia Esta o mm Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Anual Alcoutim 1957 86 13 9 42 7 58 9167 0 63 7 69 7 46 8 444 33 5 21 2 120 84 590 2 Almodovar 1957 86 17 0 61 4 71 9 89 2 79 7 86 0 60 2 46 2 35 3 14 0 27 29 557 5 Beja 1897 1990 241 58 3 75 6 77 8 68 9 69 7 75 7 51 3 39 6 204 24 24 568 1 M rtola 1957 86 14 2 55 9 66 4 65 4 53 9 54 5 49 7 32 1 23 8 154 24 1 2 457 1 Vale Formoso 1947 90 21 6 62 7 70 5 81 9 67 6 62 3 62 2 48 5 34 0 18 8 31 32 521 9 Monte da Ponte 1959 86 18 3 50 9 59 9 59 7 60 5 62 7 50 3 42 8 27 7 173 23 2 0 447 0 M dia 19 9 56 5 69 5 86 8 66 7 67 8 62 4 46 3 343 186 3 7 3 1 535 4 Quadro 1 Precipita o m dia mensal no Concelho de M rtola e esta es vizinhas Fonte INMG Aprofundar mais as diferen as entre as esta es m s a m s sai fora do contexto desta caracteriza o sum ria cujo objectivo dar a conhecer as caracter sticas b sicas do clima nesta rea que n o sendo completamente homog nea do ponto de vista clim tico como a topografia poderia fazer sup r n o de forma alguma muito diferenciada Por outro lado e sem subestimar os valores registados conv m ter presente que a localiza o dos postos de medi o por vezes modificada e que o rigor com que as leituras s o feitas n o ser ub quo al m das exposi es dos ud metros serem diversas justificando diferen as significativas no caso de chuvadas muito batidas pelo vento Embora apresentando uma
127. as unidades especificas a Mina e a extensa mancha de chameca Area Norte Baldio da Serra de M rtola pequena propriedade muitos campos lavrados em pousto pastagem e com cereal A passagem para o dominio da m dia propriedade a Sul nas imedia es da Corte Sines faz se pela mancha de montado de azinho que continua na margem oposta do Guadiana formando uma faixa de onenta o ONO ESE que decalca a passagem para a Faixa Piritosa rea Central propriedade de maior dimens o poucos campos lavrados extensa rea em pousio rea Sul a Oeste semelhante ao restante Sul do Concelho muitos campos lavrados grande propriedade pousio e algumas reas de chameca Mina de S o Domingos a rea envolvente constituida por eucaliptos mancha mais regular claramente visivel a extens o de rea afecta s v rias fases de labora o circula o e dep sito das guas da Mina bem como o eixo de transporte at ao Pomar o a Sul e respectivo porto fluvial Chameca ocupa os sectores mais declivosos dos vales do Guadiana e Chan a bem como toda a rea em tomo da povoa o de Mesquita extremo Sueste at Espirito Santo onde quase exclusiva ou coexiste com reas em pousio Figura 15 Classifica o do uso do solo no sector Este do Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM Abril de 1985 Imente Reproduzido Parcia 193 194 Capitulo XI A situa o actual Desertifica o ou regenera o
128. asse posse das instala es criando graves problemas de gest o camar ria recupera o e ordenamento do territ rio dado o terreno continuar actualmente cativo dessa empresa que mant m assim todos os direitos adquiridos sobre os terrenos e constru es abrangidas pela rea concessionada Cap XI A crise da mina inicia se na d cada de 40 consequ ncia de m ltiplos factores aproxima o do final do tempo de vida til da explora o rentabilidade consequente em decr scimo insufici ncias tecnol gicas fruto do empreendimento ter sido projectado no in cio do s culo A empresa n o optou por uma renova o tecnol gica apostando num vasto programa de novas pesquisas procurando aumentar o n vel de reservas o que se n o provocou n veis altos de desemprego diminuiu mais ainda a rentabilidade 74 Com o deflagrar da Il Guerra Mundial esta situa o agravou se drasticamente era dada maior prioridade ao volfr mio para o material de guerra tendo se mesmo chegado a aventar a hip tese de paralisar completamente os trabalhos A administra o alegava em Dezembro de 1940 que os sal rios eram demasiado altos e a competitividade nula visto que o pre o do enxofre era administrativamente estipulado para o mercado nacional At finais da d cada de 50 a labora o mant m se mas nesse ponto a conjuntura era claramente desfavor vel 75 Quebra das cota es nos mercados internacionais e dos volumes de exporta o
129. ca import ncia na economia do Portugal Medievo Entre Tejo e Odiana situavam se alguns dos grandes aglomerados do reino vora Estremoz Elvas As melhores terras da regi o estariam ocupadas bem como os termos respectivos o rendimento era elevado bem como a abund ncia produtora 28 20 Segundo o Dicion rio de Portugu s da Porto Editora Brenha floresta ou matagal espesso Maninho n o cultivado est ril que de logradouro p blico sem dono conhecido inculto Charneca terreno inculto e rido onde h apenas vegeta o rasteira Embora as tr s designa es sejam parecidas s o extremamente gen ricas de diferentes usos do solo como se ver durante o S culo XIX No entanto relativamente pac fico aceitar qualquer uma delas como uma forma n tida de degrada o antr pica a partir dum coberto climax original cujas caracter sticas s o de dif cil determina o tanto a n vel de esp cies como porte e sobretudo diversidade 21 Incurs o militar feita em terreno inimigo do rabe al garra 22 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 78 23 Ordena es Afonsinas liv t LXVII 15 in COSTA LOBO 1903 pp 78 24 DEVY VARETA 1985 pp 55 25 DEVY VARETA 1986 pp 5 26 AZURARA Chronica de D Jo o Cap XXIII in op cit pp 78 27 SILBERT 1978 pp 100 28 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 78 55 O termo de M rtola assume import ncia como ponto de converg ncia e exporta o de produtos agr colas de
130. cada vez mais densas e vastas Mas este coberto est longe de ser natural nas imensas charnecas de estevas cobertas na primavera de flores brancas e grandes como borboletas s a lembran a das ro as das queimadas e outras destrui es milen rias pode corrigir a impress o de espontaneidade que d este manto de arbustos denso e uniforme como uma vestimenta primitiva das serras e das planuras 19 brenha segue se uma fase maior de degrada o a charneca associa o aberta de ervas e arbustos ro ados periodicamente e atacados pelo gado mi do Neste ponto os vest gios da mata original est o j completamente apagados e aparecem vastas reas de solo a nu Os montados de azinho teriam come ado assim de forma espont nea nesta rea do Pa s a azinheira teria sido sucessivamente poupada e limpa por forma a crescerem libertas do mato envolvente afastadas umas das outras 18 RIBEIRO 1986 pp 47 19 op cit pp 49 29 Partindo do geral para o particular quais as caracter sticas espec ficas deste ecossistema Mediterr neo 20 um coberto escler filo dominado por rvores e numerosos arbustos de folhas sempre verdes e cori ceas que abrigam um conjunto de plantas herb ceas anuais e bolbosas Apresentam capacidade de resist ncia intensa radia o solar e prolongada esta o seca o que torna a gua o principal factor limitante ao desenvolvimento A boa capta o e aproveitamento da gua s
131. campo foi tamb m causa da n o aplica o deste plano megal mano A quest o que se p e que data j havia no o de uma s rie de limita es e impedimentos implementa o de um plano a t o grande escala Na rea de M rtola estava prevista uma barragem no Guadiana perto da Corte Sines nunca realizada A obra que teria mais impacto em toda a regi o era a barragem do Alqueva fonte de pol mica desde o in cio pol mica essa que hoje se mant m em virtude de estar prevista novamente a sua constru o Desta vez com fundos comunit rios e numa dimens o mais reduzida do que inicialmente previsto A sua constru o tornou se emblem tica da luta entre o interior esquecido carente de apoios a todos os n veis e o poder central muito centralizado em Lisboa e nada interessado numa verdadeira regionaliza o A opini o de Orlando Ribeiro 122 acerca do Plano de Rega a seguinte Nos ltimos dec nios desenvolveu se um vasto plano de rega no Ribatejo e Alentejo empreendido pelo Estado e multiplicaram se pequenas barragens constru das em comparticipa o pelos lavradores donos de herdades N o se sabia ao certo o que se devia regar se o arroz cujo mercado interno estava saturado se o tomate de que Portugal se tornou primeiro produtor mundial hoje batido por Marrocos onde os sal rios baixos permitem vantajosa concorr ncia se os mel es como aconselhava um computador que n o indicava onde e como podiam ser v
132. caracter sticas f sicas do meio equacionando a forma como essas modifica es foram condicionadas por v rias ac es institucionais de orienta o econ mica pol ticas agr colas O uso do solo materializa a utiliza o do espa o pelo homem constituindo assim um produto civilizacional Consequentemente a forma de um territ rio resulta da adapta o do homem s condi es naturais em que vive sob o peso de factores sociais e econ micos Para percepcionar a forma do territ rio necess rio recorrer a uma abordagem multi tematica dando a conhecer n o s as caracter sticas edafo clim ticas e geomorfol gicas desse espa o mas tamb m o quadro social e econ mico dos grupos humanos que o utilizaram atrav s do tempo Ao longo do trabalho n o est subjacente qualquer no o de determinismo ambiental o homem considerado como parte integrante do meio agente que se adapta modificando embora a sua ac o seja claramente condicionada pelas caracter sticas ambientais A inadequa o das pr ticas agr colas s potencialidades do meio a causa da degrada o ambiental que o Concelho de M rtola atingiu tendo conduzido recentemente a um reequacionamento da utiliza o humana do territ rio Na defini o da rea de estudo procurou se encontrar um compromisso entre o artificial e o geogr fico ou seja entre limites administrativos e uma rea que constitu sse em si uma regi o pr pria conjunto geogr fico
133. cativa seria uma pena A op o seria reduzir todas as cartas e minutas mont las a uma escala de 1 200 000 o que implicaria uma redu o de 100 do original e restituir a informa o relativa aos usos para essa nova base pois n o usar qualquer base seria muito discut vel sobretudo porque a planimetria e altimetria das cartas em pouco coincidem com a base da carta corogr fica actual Esta op o de resultado gr fico duvidoso e pouco ou nenhum rigor cartogr fico foi posta de parte pois seria excepcionalmente morosa e teria um resultado final d bio al m de ser irrealiz vel em tempo til para este trabalho Optou se assim por reproduzir algumas cartas O crit rio de escolha prende se com a representatividade das situa es nessas reas em termos concelhios Esta op o tamb m legitimada pelo facto da an lise quantitativa dos usos de import ncia capital bem como a an lise da sua forma e distribui o no Concelho estarem asseguradas Ap s o necess rio pre mbulo passemos an lise das cartas Qualitativamente e ap s uma primeira observa o directa o facto mais marcante a extens o de rea agr cola Ao inv s da carta de 1951 60 onde os terrenos em pousio e com culturas arvenses s o representados conjuntamente a carta de 1882 1893 apresenta discriminadas estas duas situa es O que s se tornar novamente poss vel com a imagem de sat lite para 1985 74 O Sul do Concelho uma vas
134. charrua 53 M rtola tal como Serpa tinha uma Serra em 1926 o baldio de 9000 hectares dividido o mais importante baldio de Serpa repartido em 1907 e tinha 40 000 hectares na qual a partir do fim do S culo passado se vai desenvolver a Mina de S o Domingos mas que em 1758 era pouco ou nada cultivada os privil gios dos moradores desta aldeia mas t o bem todos os demais moradores deste distrito de Cambas he de disfructarem toda a Serra assim do que nella semeiam como dos fructos das rvores que s o sovreiras sem pagarem mais que 50 SILBERT 1978 pp 405 A estrutura e maioria da informa o em termos do Concelho de M rtola extra da desta obra vol Il Segunda Parte O Alentejo 51 Guia de Portugal vol II pp 19 52 CHAVES 1977 pp 45 53 op cit pp 47 61 a d cima dos fructos que semearam abuz o que a v o destruindo de tal sorte que n o s cort o todas as rvores que querem mas ainda as queim o com tanto preju zo do bem comum 54 Esta Serra era um baldio de uso comunal tirando os incultos privados e segundo o regulamento de 1739 Capitulo 19 os baldios tezellas charnecas terras maninhas e infrutiferas que nao tiverem dono serao commuas aos moradores da comarca 55 Mas quais eram as actividades agricolas nestes maninhos e charnecas O pastoreio Grande actividade da regi o porcos e ovinos embora o gado ovino dominasse n o obstante a disponibilidade
135. ciranda daiane a esa aaa Quadro 31 Reservas de ca a e reas respectivas no Concelho de M rtola at Julho de 1993 Quadro 32 Evolu o da popula o por Freguesia no Concelho de M rtola 1970 1981 1991 assis essed canted apos eins aces eaasa ane Quadro 33 Densidade da popula o por Freguesia 1991 Quadro 34 Sensores do Landsat TM aplica es Quadro 35 Pol gonos ESTES messes eect SD e aa RU Quadro 36 Matriz de confus o eee Quadro 37 N mero de p xeis por classe Quadro 38 Rigor da classifica o ap s agrega o de classes Quadro 39 P xeis por classe Concelho de M rtola Abril de 1985 Quadro 40 Uso do solo no Concelho de M rtola Abril de 1985 e evolu o em rela o a 1882 1893 e 1950 1960 Quadro 41 Utiliza o da terra no Concelho de M rtola 1979 e 1987 Quadro 42 Classifica o do uso do solo Sub Regi o de M rtola 1978 Quadro 43 Eros o para v rios usos do solo Vale Formoso Quadro 44 Produto Agr cola Bruto no Concelho de M rtola 1979 BORG E Supaee cad Ona MEL aa dean TS ndice de Figuras Figura 1 Enquadramento do Concelho de M rtola Figura 2 Esquema Paleogr fico e Estrutural Baixo Alentejo Interior Figura 3 Carta Geomorfol gica de Portugal Baixo Alentejo
136. conven o de Berna matam se esp cies protegidas e em vias de extin o grifo guia cobreira tartaranh o O objectivo exclusivo de maximizar o lucro leva a in meros excessos e tamb m por isso o n mero de repovoamentos muito superior ao inicialmente previsto ao fim e ao cabo h um investimento a rentabilizar e Em v rias RC Tur stica os diferentes propriet rios de terras que se juntaram para constitu rem determinada reserva gerem cada um por si o seu pr prio terreno deixa assim de ser poss vel a implementa o conjunta de equipamentos e servi os v rios Nas RC Associativa as expectativas de cria o de postos de trabalho s o nulas al m da esmagadora maioria das reservas serem constitu das por ca adores n o residentes no Concelho e Os autores referem ainda in meras irregularidades processuais e por vezes um completo incumprimento do proposto no projecto al m de outros pormenores nada abonat rios para este regime vigente falta de seriedade e idoneidade por parte dos servi os oficiais n o raras vezes acusados de fomentar RC Tur stica e por outro lado inviabilizarem a cria o de reservas de ca a sociais Quando da primeira lei da ca a 30 86 de 27 de Agosto podia ler se claramente no Artigo 3 Pol tica da Ca a 156 1 A ca a um recurso natural renov vel cujo patrim nio e conserva o s o de interesse nacional 2 A pol tica relativa ao patrim nio cineg tico sub
137. crescimento populacional da Cidade de Lisboa e o consumo organizado n o d o ao campo capacidade de resposta ao aumento da procura as reas produtivas tinham se contra do A falta de m o de obra a emancipa o do trabalhador rural e tamb m as formas da propriedade e modo de explora o ter o sido os factores respons veis Lisboa Porto o Algarve e outras reas de crescente significado na vida nacional passam a depender da importa o de trigo do estrangeiro muito mais concorrencial em fun o do seu pre o baixo 42 CASTRO 1978 vol II pp 105 3 DEVY VARETA 1986 pp 6 4 CASTRO 1978 vol Il pp 102 5 SILBERT 1978 pp 458 46 47 CASTRO 1978 vol II pp 102 47 TORRES ALVES da SILVA 1989 pp 14 59 A pr pria ida a Ceuta explica se em parte por esta car ncia o mesmo se passa com as arroteias na ilha da Madeira e A ores ciclo do p o na Madeira de 1450 a 1470 que depois segue outra orienta o econ mica Os A ores mantiveram se abastecedores regulares at ao S culo XIX Mas o cereal vindo do estrangeiro o trigo do mar tem vantagem sobre o trigo das ilhas n o s por raz es de maior organiza o do sistema de transportes mas tamb m por satisfazer os mercadores estrangeiros 48 Do S culo XV ao S culo XVII o que faltou para obviar a crescente depend ncia externa em termos de cereal foi um movimento de arroteias capaz de neutralizar a subida da popula o e s
138. cuja peripheria n o havia de baixar de 120 quil metros entremeiado de mattas e montes coutados no tempo de D Jo o IErro A origem da refer ncia n o foi encontrada 23 Existiam extensas reas coutadas mas a preocupa o com a ca a seria somente um aspecto entre muitos outros ligado explora o florestal e que denotava o crescente poder do Rei nesse dom nio Do abastecimento em produtos florestais passa se a um ordenamento da explora o fomentado pela diminui o ou estado de degrada o das matas 24 As necessidades de produtos lenhosos aumentam drasticamente com o crescimento do consumo nos mercados urbanos e nas regi es onde progridem a metalurgia e a constru o naval al m da sua utiliza o na vida quotidiana de toda a popula o 25 Existem tamb m in meras refer ncias a uma fauna diversa t pica de reas selvagens hoje diminuta ou completamente extinta junto de Portel em 1414 os Infantes D Duarte e D Henrique mataram um urso de t o desconforme grandeza que o enviaram para a admira o de seu pai D Jo o 26 Segundo Alexandre Herculano os forais dos S culos XII e XIII mostram o deserto que Portugal era ao Sul do Tejo tamb m pelo facto das taxas previstas serem pagas em g neros o que era n tido sinal de uma relativa pobreza das actividades econ micas 27 Paralelamente e de uma forma crescente a actividade agr cola florescia O Alentejo estava longe de ser uma Comarca de pou
139. da Lavoura ao projecto existem quatro t cnicos dois do MAPA e dois da Cooperativa a assistirem tecnicamente as explora es aderentes Os agricultores s o apoiados constantemente em reuni es visitas a explora es divulga o de manual t cnico e boletins t cnicos mensais Como metodologia de trabalho adoptou se o sistema em que a Cooperativa fornece todos os materiais subsidiados necess rios s explora es excepto a aquisi o de tractores e alfaias Procurou se assim alcan ar a m xima uniformidade poss vel dos materiais postos disposi o dos agricultores e refor ar o n vel de associativismo Quais s o os objectivos principais do projecto 1 Instalar infra estruturas nas explora es de modo a prepar las para o futuro 2 Implanta o de uma rota o que visa Reduzir a eros o do solo Aumentar a fertilidade do solo Reduzir a mobiliza o do solo Atingir o encabe amento de 3 ovelhas hectare e aumentar a produtividade da pecu ria 3 Elevar o n vel econ mico dos empres rios agr colas 4 Melhorar as condi es de trabalho na explora o 5 Fixar os jovens agricultores terra 161 op cit pp 223 162 Cooperativa Agr cola do Guadiana 1987 88 89 148 Estes objectivos ser o alcan ados atrav s de uma s rie de ac es programadas cujos custos s o omitidos a implementar ao longo de cinco anos 1987 91 Desmata o 7 252 ha Instala o de prados 18 117 h
140. das de reas agr colas onde praticavam mais ou menos regularmente essa actividade No fundo o desejo pessoal de experimentar precisamente a participa o na vida c smica o milagre da vida do crescimento da multiplica o Se a distin o entre o homem e os outros animais feita pelo facto de o homem ser um animal racional ele n o deixa contudo de ser um ente biol gico tamb m sujeito ao meio embora cada vez mais afastado dele Talvez da a tend ncia actual para a revaloriza o da sua vida em harmonia com a terra Um homem s um homem depois de escrever um livro plantar uma rvore e ter um filho Mas esta perspectiva de terra est tamb m ligada ao vivido embora definida a terra em princ pio no espa o e no tempo insepar vel do trabalho apenas faz sentido gra as quilo 34 op cit pp 119 44 que na ordem do sagrado d um sentido a este e que ainda mais intimamente liga no esp rito humano terra e fertilidade terra insepar vel de vida 89 o sentido da terra que se trabalha que portadora de vida mas que se deve fertilizar amanhar cuidar A forma como o terra foi usada nesta regi o tem que ser entendida luz deste aspecto Claro est que a estrutura da propriedade e predom nio do latif ndio ter o sido ao inibir as hip teses de posse real da terra factores que exacerbaram a fome de terra mas tamb m n o seria correcto interpretar essa tend ncia somen
141. de Bancos de cr dito agr cola mas ao mesmo tempo celeiros de armazenagem que distribuiam o p o a pre os m dicos quando rareava ou faltava de todo Asseguravam tamb m o abastecimento regular do trigo do mar e estabeleciam pre os duas vezes por ano consoante os pre os correntes no terreiro do p o A m rede de comunica es en mau estado ou pura e simplesmente inexistente impedia uma melhor distribui o dos excedentes cereal feros frequentemente registados no 48 OLIVEIRA MARQUES A H de Trigo in Dic Hist Portugal vol IV pp 209 213 O per odo at ao S culo XVII extra do do mesmo artigo 49 Lugar onde se vendiam cereais por estiva segundo o Dicion rio de Portugu s da Porto Editora mas tamb m antiga medida de cereais equivalente a quatro alqueires origem rabe faniga 60 Alentejo e a n vel local O transporte onerava de tal forma o trigo Alentejano que este n o podia concorrer com o wndo de fora tamb m e desde sempre dadas as caracter sticas do clima Por seu turno a proibi o de exportar trigo tornava os excedentes in teis incitando mesmo retrac o das reas de cultura Todos estes factos testemunham a perp tua e sempre crescente depend ncia cereal fera do Pa s e atestam dois aspectos aparentemente contradit rios se por um lado o Alentejo era cada vez mais o celeiro de Portugal por outro a exist ncia de novas reas de cereais n o era por motivos econ micos muit
142. de M rtola 1950 60 70 Entre 1950 e 1960 o Concelho perde 11 3 da popula o tanto nas freguesias rurais como nas ligadas Mina de S o Domingos Corte Pinto Sant Ana mas que incluem reas do baldio da Serra de M rtola At 1970 a perda enorme saem 44 7 dos habitantes do Concelho Claro est que o encerramento da Mina em 1968 Capitulo VI Mina contribui grandemente para este valor os valores de 66 5 da Freguesia da Corte Pinto e 58 8 de Sant Ana s o disso testemunho mas n o tiram peso aos valores das restantes Freguesias rurais que rondam os 25 30 Os emigrantes buscam as reas urbanas procurando v rios of cios empregos na ind stria florescente ou tentam a sorte fora do pa s Perto de Lisboa quedam se sobretudo na margem Sul do Tejo mas tamb m a Norte ao longo do eixo industrial Lisboa Vila Franca de Xira bem como nos crescentes n cleos sat lites de Lisboa Amadora Benfica Odivelas o xodo rural generalizado que ai ser um factor primordial no congestionamento e expans o exponencial e desequilibrada da rea metropolitana de Lisboa Os primeiros a chegar v o agregar sua volta as vagas seguintes que procuram pessoas conhecidas e algu m com quem tenham afinidades culturais e com quem partilhem a ang stia das mesmas raz es de partida Os sal rios s o mais altos que na agricultura e sobretudo mais certos s que in meras novas despesas inerentes plena vida urbana pesam na bal
143. de bolota proveniente das muitas azinheiras A por o a Oeste do Guadiana algo distinta do resto do Concelho perten a da Comarca de Ourique era c lebre pelas suas pastagens desde a idade medieval eram perten a do Rei e at 1737 era paga uma taxa pelo seu usufruto Esta actividade acaba por decair posteriormente a principal raz o apontada ter sido a falta de cuidados com os montados 56 fruto sobretudo da actividade dos carvoeiros Mas este ponto est relacionado com outro tipo de rea Os montados Aqui urge fazer uma distin o entre dois tipos bem distintos o montado cultivado intensivo em que h interven o humana atrav s da selec o das principais rvores arroteando o restante e deixando algumas sair do mato denso rasteiro que n o lhes d possibilidades de desenvolvimento e o montado semi natural Basicamente um processo de transforma o de charneca em montado por selec o humana eventualmente ajudada pelo gado Um dos processos seria a queimada que tradicionalmente um processo de prepara o de pastagens os pastores que no presente ocupam a Serra dizem que tudo brota com mais for a depois da queimada As guerras da Restaura o que provocaram grande destrui o na prov ncia atrav s de muitos inc ndios e do abandono das terras cultivadas teriam tamb m promovido o desenvolvimento de arbustos cujo crescimento j libertos levou sua gradual protec o dando origem a al
144. de nas duas bandas discriminat rias 3 e 4 fruto da heterogeneidade da estrutura da paisagem observada sobretudo declive 9 As reas com valor O permitiram tamb m delinear melhor os pol gonos de rocha a nu na proximidade da Mina Estes dois tratamentos pr vios ACP e NDVI permitiram isolar dentro das classes montado e olival as reas em que as rvores estavam associadas a pousio terra lavrada e cereal o que no final acabou por trazer resultados aqu m dos esperados sobretudo dada a grande intensidade do sinal do solo e dos cereais 3 3 An lise das assinaturas radiom tricas das reas teste Passadas estas etapas o trabalho j realizado consistia num conjunto de pol gonos representando reas o mais homog neas poss vel dentro das unidades de paisagem uso do solo constantes da pr legenda A fase seguinte foi a digitaliza o desses pol gonos num sistema de referencia o comum ao da imagem original a digitaliza o feita no ecr sobre o display da imagem e deve ser exactamente igual espacialmente rea escolhida nas fotografias a reas O objectivo determinar qual a assinatura radiom trica de cada uma das classes Mas a obten o dessa assinatura espectral levanta problemas se uma imagem constitu da por um conjunto de pontos neste caso TM de 30 metros por 30 metros cada ponto tem um sinal radiom trico unidade b sica de referencia o espacial Para um ponto ter o sinal caracter s
145. de part culas de pequena dimens o e simplifica o da composi o qu mica dos elementos minerais O outro processo de evolu o do complexo ed fico o fornecimento regular de elementos org nicos que voltam ao solo quando se efectua a decomposi o da mat ria viva animal ou vegetal 24 Assim o solo por excel ncia o suporte de actividades produtivas as suas qualidades e defeitos as vantagens ou dificuldades que oferece aos utilizadores constituem uma limita o cuja resolu o parte integrante das condi es de reprodu o das sociedades Estas devem ocupar se n o s da distribui o dos homens sobre o solo como da sua explora o 85 Esta preocupa o foi ali s dominante no discurso pol tico e ac es dos que sucessivamente empreenderam a quimera do povoamento do Alentejo n o respeitando a sua carrying capacity limite utiliza o do ecossistema pelo grupo que disp e de certo grau de for as produtivas O solo produto da litologia subjacente ser portanto factor essencial na compreens o da inadequa o de dadas pr ticas agr colas a um meio Contudo implica um determinismo que se pode revelar perigoso em ambos os sentidos limitativo visto que n o h nada a fazer o solo n o aproveit vel implicando in rcia dos grupos humanos ou ao inv s e dadas certas condi es de falta de recursos ou espa o vital o uso a custos exorbitantes viabilizado por alguma rentabilidade mas
146. der o trabalhar nas herdades alheias a sal rios baixos visto estes j n o constitu rem a nica fonte dos seus rendimentos N o s o apenas os sal rios que agora lhes asseguram a manuten o mas tamb m as suas pr prias colheitas era esse o principal objectivo da irriga o dar condi es de fixa o para poderem ser m o de obra barata o atraso da irriga o mata a fome da terra 83 Este texto tem uma s rie de aspectos que importa explorar Em rela o ao apoio t cnico e de forma o que tanto preocupava Salazar en 1918 fez se de facto um vasto trabalho implantando estruturas essenciais e que ainda actualmente funcionam independentemente da divulga o efectiva de resultados e sua aplica o concreta Um caso que n o poderei deixar de citar o Posto Experimental de Vale Formoso criado em 1929 no Baldio da Serra de M rtola perto de Vale do Po o que posteriormente sob o Il Plano de 20 CABRAL 1974 pp 529 nota do autor 97 Fomento vai possuir um Centro Experimental de Eros o que actualmente o que funciona h mais tempo sem interrup es na Europa 84 Outro aspecto essencial a quest o das produ es pac fico aceitar que terrenos rec m arroteados dada a forte incorpora o de mat ria org nica que possuem possam apresentar produtividades elevadas mas s durante os primeiros anos visto que o solo existente suas caracter sticas f sicas e qu micas fun o do c
147. der do xodo rural ap s o fracasso da Reforma Agr ria mesmo que pouco significativo neste caso Na realidade Sant Ana ligada actividade da mina perde 32 6 da popula o entre 1970 e 1981 Nas Freguesias eminentemente rurais como Esp rito Santo S o Sebasti o ou Alcaria Ruiva a diminui o de respectivamente 26 5 26 6 e 31 8 Freguesias 1970 1981 Var 1991 Var Alcaria Ruiva 2190 1493 31 8 1435 3 9 Corte do Pinto 1865 1533 17 8 1519 0 9 Esp rito Santo 995 731 26 5 699 4 4 Sant Ana 1760 1186 32 6 1182 0 3 S o Jo o 1110 1018 8 3 934 8 3 S o Miguel 1580 1331 15 8 1256 5 6 S o Pedro 645 497 22 9 472 5 0 S o Sebasti o 635 466 26 6 411 11 8 Vila 3605 3438 4 6 3347 2 6 Total 14385 11693 18 7 11255 3 7 Quadro 32 Evolu o da popula o por Freguesia no Concelho de M rtola 1970 81 91 Fonte INE De 1981 a 1991 a diminui o da popula o baixa de intensidade somente 3 7 para o total do Concelho Mas a n vel das Freguesias h n tidas diferen as o Sul continua a perder mais popula o embora aqui j se esteja tamb m perante um fen meno de envelhecimento e saldo fisiol gico claramente negativo talvez mais at do que emigra o O facto mais marcante e que d uma boa ideia do grau de desertifica o humana a que o Concelho chegou que o total da popula o em 1991 era inferior ao de 1864 16004 habitantes sendo superior em cerca 1000 habitantes ao de 1798 10288 habitant
148. devido aos excessos cometidos pelos carvoeiros os de M rtola lan avam fogo charneca para fabricar carv o que vendiam aos ingleses de Gibraltar e a C diz a partir de M rtola e via Rio Guadiana Isto deveria ser proibido tr fico escandaloso porque estava na origem da ru na completa da Serra de M rtola e da ru na crescente da de Serpa 64 Em 1876 78 o pre o do carv o atinge n veis nunca vistos o mercado de Lisboa a revolu o industrial em Inglaterra e Espanha e a constru o do caminho de ferro esta s em torno das reas de assentamento de carris contribu ram para a destrui o de vastas reas florestais no Alentejo incultos com rvores por vezes particulares e mais que os baldios A agricultura da Vila de M rtola repousava essencialmente nos incultos Na Serra em Corte Pinto Santa Ana de Cambas este modo de vida extensivo p e o problema da divis o entre terras incultas e cultivadas N o h separa es n tidas h sim transi es entre as reas cultivadas onde o mato nunca cresce muito e a charneca impenetr vel h uma zona indecisa que ora pende para um lado ora para outro 65 A outra actividade era a pastor cia rendimento mais regular verdadeiro compensador indispens vel como tal a cultura nas terras galegas 66 62 SILBERT vol II pp 459 63 op cit vol Il pp 463 64 ALMEIDA PAIS Gerv sio Inqu rito de 1788 in SILBERT vol II pp 464 65 op cit vol I
149. do ecossistema removendo os componentes considerados como pontos de fuga de energia in teis e promovendo ou apoiando os componentes positivos Ao fazer isto quase invariavelmente procede a uma simplifica o do ecossistema No ecossistema natural h um ciclo quase fechado de nutrientes e produtos bioqu micos No manipulado n o h o retorno total a produ o retirada do sistema a produtividade prim ria bruta diminui muito Nesse sentido a nica forma poss vel de reequilibrar o sistema recorrer a inputs artificiais como os fertilizantes Com as mudan as tecnol gicas na agricultura vai se reavaliando quais as reas que podem ser rentavelmente usadas como ecossistema Paradoxalmente e um caso de toda a validade para o Concelho de M rtola a passagem da enxada charrua e desta ao tractor e ceifeira debulhadora implicou o abandono de reas de maior declive visto que as m quinas n o trabalham com declives acentuados Neste caso a reavalia o levou ao abandono de reas mais marginais demonstrando que a influ ncia do meio f sico no uso do solo permanece forte embora sancionado por quest es de rentabilidade intensidade desejada do uso visto que tecnicamente quase tudo ultrapass vel Partindo do princ pio que toda a pr tica agr cola um uso do solo como ecossistema interessante tra ar o percurso ao longo dos tempos Se inicialmente por raz es t cnicas s se exploravam pequenas reas num
150. do o que se devia procurar um restauro do equil brio perdido mas com base em esp cies locais O problema decorrente desta perspectiva cair se num certo lirismo espera se que algu m abandone a produ o agr cola n o recorrendo a alternativas como o eucalipto e que esse custo social seja suportado por actividades por vezes muito mais nocivas ambientalmente que o eucalipto ind stria Em termos de ambiente qualquer pastagem ou campo abandonado muito melhor que uma planta o de eucaliptos n o s h um qu de natural nessa escolha como se est a promover a capacidade de recupera o do pr prio sistema mas ser que uma planta o de pinheiros n o levanta problemas semelhantes ao eucalipto O problema reside em assumir inteiramente ou n o a ptica conservacionista o que em termos sociais certamente dif cil e implica uma s rie de concess es que ser o tamb m inevit veis se se optar por uma ptica exclusivamente de reconvers o da agricultura O problema parece ser a explora o econ mica inerente s planta es de eucaliptos pois se a esp cie em si for encarada como agente de recupera o pode ter vantagens basta ver a diversidade vegetal sob os magros eucaliptais da mina muito melhor que num campo t o degradado que nem arbustos podem a crescer Al m disso existem in meras esp cies de eucaliptos algumas seriam certamente menos nocivas do que as usadas para a produ o de pasta de papel que
151. durante dezenas de anos A ades o e consequente aceita o das regras do jogo num contexto de mercado nico implicavam at 1990 o desaparecimento do monop lio da EPAC na comercializa o de cereais 149 A partir desse ponto o com rcio dos cereais passa a estar na m o de operadores particulares os parceiros comunit rios concorrem ro mercado interno portugu s com toda a sua organiza o e capacidade al m de pre os mais baixos pois t m condi es climaticamente muito mais favor veis Cap Il Potencialidades da produ o cereal fera O mercado nacional embora pequeno tornava se um alvo apetec vel para uma s rie de pa ses a bra os com excedentes v rios Claro est que deixaria de fazer sentido produzir pois os custos seriam muito mais elevados a nica forma de o fazer era recorrer ao proteccionismo que no Mercado nico n o pode existir excepto em regime de excep o Dado o excessivo sucesso da Pol tica Agr cola Comum PAC cujo resultado foram lagos e montanhas de excedentes aparece em 1985 uma Nova Pol tica de Estruturas Agr colas Portugal como Estado Membro teria que se sujeitar a esta nova pol tica quando passasse a fase de transi o O processo iniciou se com o Plano Mansholt 148 que apontava tr s vectores para resolver o problema dos excedentes estruturais 143 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1085 144 FEIO 1989 pp 27 145 VARELA 1987 pp 270 146 VARELA 1988 pp 31 ee en 1
152. e min rio no Concelho de M rtola 5 SARAIVA 1980 pp 22 a descri o da evolu o at reconquista como j foi referido extra da desta obra 6 SILBERT 1978 vol pp 95 51 Era o dom nio do Latifundium Atesta se isso da abund ncia e dispers o dos vest gios desta poca por v rios s culos a plan cie Alentejana foi polvilhada de centros agr colas que lhe asseguravam uma prosperidade certa 7 A Lusitania estava dividida administrativa e judicialmente em tr s conventos Braga Santar m e Beja coincidindo o conjunto destes tr s conventos sensivelmente com as fronteiras actuais de Portugal A produ o cereal fera foi ent o respons vel pelo desenvolvimento de cidades como Santar m Beja vora e Alc cer do Sal ajudada por uma muito aperfei oada rede de estradas para transporte de g neros e circula o de viajantes que muito favoreceu a exporta o At h bem pouco tempo muitas estradas e pontes Romanas continuavam em uso sendo muitas das estradas actuais tra adas sobre a rede Romana preexistente Com a decad ncia e derrocada do Imp rio Romano M rtola tomada por Requila filho do Rei Suevo Hermeric em 430 8 Em 411 os V ndalos Alanos e Suevos fugindo dos Hunos e procurando novos territ rios para se fixarem ocupam o Norte do Pa s contudo s os Suevos fundaram uma organiza o pol tica a Norte a capital era em Braga Em 416 chegam os Visigodos povo Germ nico ma
153. e Formoso num tipo de solos espec fico n o se podendo generalizar os valores a todo o Concelho por isso importa sim reter as propor es e os totais visto que para solos e declives semelhantes 10 15 eles s o perfeitamente aplic veis O Centro foi criado no mbito do Il Plano de Fomento pertencendo Direc o Regional de Agricultura do Alentejo e Direc o Geral de Hidr ulica e Engenharia Agr cola O principal objectivo era estudar a eros o do solo na rea do Baldio da Serra de M rtola tentando encontrar rota es menos penalizantes em termos de degrada o ed fica e simultaneamente economicamente mais rent veis Os valores dizem respeito eros o registada em talh es com uma superf cie de 20 metros por 8 33 o talh o das estevas tem somente 20 metros por 4 15 recolhida nos tanques que ret m a gua escoada do talh o Os sedimentos totais s o calculados por adi o do valor em suspens o terra depositada no tanque Os dados para trigo restolho e solo a nu dizem respeito a um registo continuo desde 1961 numa rota o testemunho existente em 4 talh es de eros o do Centro A introdu o dos restantes usos foi levada a cabo durante dois projectos de investiga o Comunit rios sobre Desertifica o Variabilidade Clim tica Modifica es de uso do solo com o Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ci ncias Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa em que o autor par
154. e a descri o era e a base de qualquer estudo desta natureza o uso do solo ser invariavelmente referido at como produto civilizacional pode se considerar como um interessante antecedente que se enquadra no esp rito do presente trabalho Nesse sentido parece importante sen o essencial tra ar a evolu o da ocupa o de um territ rio Da se poder construir um quadro mais correcto da estrutura presentemente existente onde os aspectos humanos e f sicos v o ser o produto de um constante processo de ajustamento e adapta o A adapta o do modo de vida n o pode contudo ser entendida fora das sucessivas conjunturas exteriores a esse mesmo espa o sobretudo econ micas Com elas se v o renovando t cnicas h bitos enfim um sem n mero de padr es que mais ou menos enraizados v o no futuro constituir o patrim nio ancestral desse mesmo modo de vida Visto que se pretende analisar o uso do solo como fruto da interac o de todos estes factores e na aus ncia de dados cartogr ficos relativos ocupa o do solo na rea at ao S culo XIX justifica se pois a procura desses mesmos factores de evolu o por forma a elaborar o cen rio que permita estabelecer os seus par metros de evolu o podendo n o s dar a imagem dessa ocupa o como explicar a sua forma quando cartografados Um dos principais factores o arroteamento a sua intensidade e extens o bem como o tipo de culturas e outras actividad
155. e as assimetrias entre o meio urbano e o meio rural ao inv s de se manterem j que a sua diminui o era dif cil agravavam se A promulga o da lei acima citada conhecida popularmente como lei da fome instituiu um proteccionismo absoluto em favor da produ o cereal fera nacional o Estado p s o pre o do p o duas vezes mais alto do que no mercado livre internacional 44 Esta lei instaurou um pre o fixo remunerador suportado n o pelo Estado mas pelos consumidores finais al m de s permitir a importa o de trigo quando todo o trigo nacional tivesse sido escoado pressupondo se uma satisfa o da procura interna que sempre foi uma meta inatingida Este abastecimento visava sobretudo o aprovisionamento urbano onde reinava grande instabilidade social agravada pelo peso que o custo do p o tinha nos or amentos familiares dos oper rios j que para uma fam lia abastada esse acr scimo constitu a frac o perfeitamente negligenci vel Este ter sido mais um dos aspectos que a n vel do crescente desagrado popular com a situa o geral do pa s levou queda da monarquia 1 CABRAL 1974 pp 74 85 Segundo Ant nio S rgio 4 O Fontismo adiou as grandes dificuldades do pa s O ultimato de Inglaterra 48 por causa de quest es coloniais a revolta de 31 de Janeiro no Porto a crise econ mica e financeira com a consequente falta de trabalho e agita o do povo menos dinheiro do Brasil enviado pelos em
156. e as pr prias caracter sticas do eucalipto excluem potencialmente a hip tese de exist ncia de sub bosque e disponibilidade de gua Existem tamb m os eucaliptais da mina de S o Domingos j bastante velhos e cujo desenvolvimento varia muito Imagem Mono espec fico folhas artificial industrial seco cido pouca diversidade e vida Fotografia A rea Cor Escura sombra Textura Volume Textura muito irregular volume elevado mas irregular copas n o claramente diferenci veis das restantes esp cies arb reas presentes na rea Forma Localiza o rvores alinhadas seguindo as curvas de n vel no caso das planta es ou massa arb rea densa rea envolvente da mina planta o a Norte da Corte Pinto Carta 1950 60 Eucaliptal Mina ou usos v rios Unidade ROCHA A NU Conceito reas da Mina em que o solo foi todo removido ver Cap VI pelo esgoto da Mina afloramentos rochosos variados nos topos vertentes mais declivosas ou integrados em reas agr colas onde o facto de se lavrar em redor os individualizou ainda mais Espa os improdutivos irrecuper veis adjacentes a uma aut ntica bomba rel gio qu mica constitu da pelos res duos met licos e sulforosos da Mina Imagem Desola o est ril morte seco met lico estado bruto Fotografia A rea Cor Muito clara Textura Volume Forma Localiza o Textura regular sem qualquer volumetria s algumas pilhas de esc rias Em redor da Mina na
157. e de 9 op cit pp 468 10 SALAZAR Ant nio de Oliveira A Quest o do Trigo 1916 in op cit pp 449 458 89 organizar uma forma de cr dito que possa prestar lavoura os servi os que espera do capital para se aperfei oar e progredir Embora com forma o pol tica quase diametralmente oposta a Ezequiel de Campos Salazar foca os mesmos problemas e refere tamb m a inadequa o das culturas cereal feras a certas reas Mas ao inv s deste n o mencionando os graves danos j existentes em termos de qualidade de solo incorre na miragem do milagre da gua De facto paradoxal confundir aptid o agr cola com o incremento de produ o que atrav s da irriga o se pode obter em solos com bom potencial agr cola Caso n o o tenham a irriga o n o faz sentido e pode at contribuir para maior degrada o do solo Este texto cujo interesse integral se deve ao facto de constituir uma aut ntica declara o de inten es para aquilo que j no Estado Novo seria a Campanha do Trigo bem elucidativo dos erros irrevers veis em termos humanos e ambientais que a Campanha vir a ter Ao contr rio do que transparece cavou se mais ainda o fosso entre as pr ticas agr colas e a real aptid o dos solos Por outro lado os projectos de irriga o seriam sempre dif ceis numa rea onde o potencial h drico esta t o dependente dada a litologia predominante pelo menos nas reas de xisto do Baixo Alent
158. e de abertura plena ao mercado externo mais uma vez nada favor vel agricultura alentejana em agonia O panorama no Concelho de M rtola era desolador a crise na agricultura o fecho da mina e todos os factores s cio econ micos mais ou menos conjunturais a n vel nacional determinaram um xodo rural maci o O Concelho estava quase deserto de gente a pr tica da agricultura era tudo menos favorecida embora sempre fosse havendo subs dios cultura do trigo ANO Produ o Toneladas Superf cie ANO Produ o Toneladas Superf cie Toneladas Hectare Semeada Hectare Semeada ha ha 1957 13880 0 6957 19950 1967 7912 0 6345 12471 1958 14518 0 7134 20350 1968 9397 0 8372 11224 1960 14398 0 8270 17410 1969 7145 0 5700 12535 1961 10084 0 5866 17190 1970 9299 0 9252 10051 1962 13320 0 8012 16625 1971 14543 1 0281 14145 1963 8609 0 5321 16180 1972 11875 0 9158 12967 1964 10815 0 6330 17085 1973 11388 1 1557 9853 1965 12158 0 8387 14496 1974 6988 0 7754 9013 1966 6163 0 4143 14878 1975 10446 1 2649 8258 Quadro 27 Evolu o da produ o de trigo no Concelho de M rtola 1957 78 128 ROSAS 1990 pp 329 129 op cit pp 332 135 Na realidade observando as estat sticas agr colas n o nada evidente um decr scimo na rea semeada Esse facto deve se certamente a v rios factores Por um lado pode se partir do princ pio que os valores s o sempre inferiores realidade do desconhecimento ao medo do fisco v rias
159. e formas de ajustamento que determina plantas carnudas raras na flora ind gena mas perfeitamente adaptadas piteiras figueiras da India folhas cobertas de pelos carvalho negral alguns cistos cori ceas carqueja reduzidas algumas urzes rosmaninho transformadas em espinhos tojos duras medronheiro loureiro querci sempre verdes as plantas perfumadas alecrim rosmaninho alfazema tomilhos cobertas de resina viscosa esteva Existem ainda outras esp cies Mediterr neas t picas algumas rvores e arbustos de folhas sempre verdes os querci de folha perene sobreiro azinheira carrasco o pinheiro manso aroeira lentisco que embora diferentes apresentam semelhan as o aloendro sobretudo no fundo dos vales onde a humidade se mant m cistos v rios onde a esteva sobressai pela import ncia e extens o dos povoamentos Este coberto resulta duma degrada o que dat vel em muitos casos at ao Neol tico O maquis basicamente uma charneca alta de arbustos de folha perene brenha t o densa que n o permite um desenvolvimento importante das pequenas herb ceas anuais e de pequeno porte Foi constituida a partir das florestas primitivas como resultado do derrube queimada e pastoreio Em muitas destas brenhas predomina uma esp cie provavelmente pela selec o feita pelo gado e melhor resposta depois do fogo como a esteva cujos povoamentos se estendem desde a cordilheira central at ao Algarve em reas
160. e sequeiro 168 Unidade MONTADO Conceito rvores associadas a cultura de cereal ou pousio azinheira na esmagadora maioria usadas para lenha e para carv o varas de porcos em pastagem livre antes da peste su na africana A densidade varia de umas poucas rvores salpicadas nos campos a povoamentos mais densos por selec o das rvores e n o por planta o Nas margens das reas de charneca confundem se com esta sobretudo se associado a reas em pousio e onde as rvores n o s o podadas e o terreno n o regularmente lavrado o que permite o aparecimento de outros elementos da mesma esp cie Introduzem diversidade na paisagem e s o ref gio de esp cies animais o seu aproveitamento econ mico nulo ou quase constituem a esperan a para combater o deserto dos cereais pastagens e como motor da recupera o fito faun stica Imagem Sombra ilha h mido fresco imut vel consistente sempre verde vertical Fotografia A rea Cor Escura Textura Volume Forma Localiza o rvores copa de forma redonda fechada e com textura irregular individualizadas sobre um fundo mais claro volumetria bem vis vel quando de porte j arb reo no caso de estado de desenvolvimento arbustivo est inclu do nos matos at porque n o inclu do em reas economicamente exploradas directamente Carta 1950 60 Azinheiras e ou culturas arvenses de sequeiro Unidade OLIVAL Conceito Esp cie arbustiva de pequeno po
161. e um fluxo de dentro do Concelho para a sua sede Apenas S o Sebasti o 7 9 e Alcaria Ruiva 11 0 t m crescimento Apontar a relativa melhor qualidade dos solos nesta ltima parece ser um argumento demasiado f cil contudo pode ter justificado a continua o de popula o agr cola sobretudo como operariado rural na parcela mais latifundi ria do Concelho 1798 1864 1878 1890 1900 Freguesias Hab Km2 Hab Km2 Hab Km2 Hab Km Hab Km Alcaria Ruiva 3 4 6 5 6 5 6 9 7 6 Corte do Pinto 5 9 9 0 39 6 56 0 49 4 Espirito Santo 11 5 13 5 14 2 14 7 13 6 Sant Ana 8 6 27 8 17 5 22 9 22 6 S o Jo o 7 6 10 8 10 7 9 9 9 9 S o Miguel 8 1 12 1 13 6 13 4 13 2 S o Pedro 9 8 20 9 23 6 24 7 20 1 S o Sebasti o 10 1 6 4 6 2 7 4 8 0 Vila 7 2 10 0 11 1 12 3 12 2 Total 8 1 12 6 13 5 15 4 14 8 Quadro 14 Densidade da popula o no Concelho de M rtola 1798 1864 78 90 Do final do s culo XVIII ao final do s culo XIX a densidade da popula o do Concelho quase duplicou A maior densidade da Corte Pinto deriva da pr pria povoa o e do aglomerado da Mina de S o Domingos Sant Ana um caso misto n cleos meio rurais meio urbanos ligados mina Em termos de densidade S o Pedro faz a transi o para as restantes Freguesias mais rurais os seus valores mantiveram se ou aumentaram ligeiramente excepto S o Pedro e Alcaria Ruiva que n o obstante mant m a densidade menor 7 6 hab Km2 72 Capitulo V A carta de Pery 1888 1897 Como
162. ecat praeneees 8 garor e frases 7 pevtece de Eser o Marce ce Beye basstos e idas davcas gabron e errs Siny de Terena 4 fe de Teeni Jo condados debtices msacertes Cos iero welcare sedenentos de Mowe janet de Moura e ERRESA ites E DIKO MIOCIE Arivioonat de Feasa Soma e Bnetes sents wetawerbeas e coberuss Carberaicris e wicana domina ducmgserej ista Faia Noto eeterpentago Consigameto eim camtamesis Unordss Caspiana Mare Cesereca Ar Cotare s0twe o Saro mercmes Cements Mide Destaco Spree a Canguro nime Devdas inter a Serve Devoves ioe Medo Comenta Mido Devita M de Sopot Chines Sipora a Sines Precdrebeno Sgene 3 Odeveer Figura 2 Esquema Paleogr fico e Estrutural Baixo Alentejo Interior Fonte OLIVEIRA 1984 10 Formas fluviais Formas e forma es de vertentes e Intertl vios Tie min PA ae sepaiticle do splemamente exmarade dupuntado aS cubas concathetran do slenalte Figura3 Carta Geomorfol gica de Portugal Baixo Alentejo Interior Fonte BRUN FERREIRA 1981 11 12 O Concelho de M rtola tem tr s unidades distintas comandadas na sua forma pela diferente resist ncia eros o embora talhadas numa mesma superf cie Assim a forma o do Pulo do Lobo a Norte constitui um sector o complexo xisto grauv quico a sul outro sector A passagem de uma unidade para outra faz se pela faixa piritosa onde uma s rie de relevo
163. ecendo nos at que o mais racional aproveitamento da rea agricultada do Concelho seria o da sua adapta o a zona florestal principalmente tendo em vista a possibilidade de regenera o do meio pedol gico culturas novas s para complemento da explora o familiar Se fosse socialmente poss vel aconselhar se ia a elimina o imediata da cultura cereal fera na quase totalidade do Concelho pois no nosso entender mais de 70 da rea hoje entregue referida cultura n o produz sequer para pagar o custo de produ o E isto resulta n o s do excesso de intensifica o cultural e do pequeno per odo de pousio a que s o sujeitos os referidos terrenos mas ainda da forte eros o causada pelo arrastamento sucessivo das v rias camadas ar veis em virtude do desaparecimento de protec o rasteira Como por m tal elimina o acarretaria imediatamente graves problemas econ mico sociais julgamos que a melhor solu o talvez seja a de condicionar a referida cultura cereal fera principalmente nas zonas j hoje bastante degradadas ao mesmo tempo que se tomariam medidas no sentido de intensificar a riqueza silvo pastoril concelhia pela rearboriza o sucessiva de reas a delimitar Isto equivaleria a empregar na arboriza o os 94 Esta rota o id ntica praticada nos talh es testemunho do Centro de Vale Formoso tamb m instalado na Serra e que foi criado precisamente para estudar a degrada o extrema a que
164. edo da quest o 1968 in CABRAL 1974 pp 561 570 104 op cit pp 565 103 105 FERREIRA 1967 pp 227 DDD 106 RIBEIRO 1986 pp 158 107 FEIO 1991 pp 199 A peste su na teria sida trazida nos restos de comida dos avi es de Africa o autor refere em nota 1 um aspecto curioso que se transcreve Um equ voco lament vel promoveu a difus o da doen a O 126 pois n o era f cil colocar as gorduras no mercado cada vez menos apreciadas e sob forte concorr ncia das margarinas A viabilidade econ mica de muitas explora es que teriam na cria o de porcos um rendimento seguro fica assim posta em risco A elevada rentabilidade do montado cessa abruptamente passando a ser um uso n o remunerador e ajudando tal como todos os factores ligados produ o de trigo ao xodo rural Visto que o Concelho de M rtola se encontra na rea da azinheira existindo certamente largas extens es de montado por vezes explorado num regime de pluricultura em que os porcos pastavam as folhas em pousio junto com gado ovino as condi es s cio econ micas do Concelho sofrem mais um golpe Entretanto a n vel do pa s as condi es eram tudo menos favor veis agricultura e popula es rurais A partir de 1950 a realidade portuguesa vai ser marcada por uma nova realidade tardia o crescimento da ind stria A popula o activa no sector prim rio era excessiva e incompat vel com um pa s moderno 108
165. egado do trabalho o ent o capit o Gerardo A Pery cedido pelo Minist rio das Obras P blicas Com rcio e Ind stria Esta escolha e a ced ncia de funcion rio t o capacitado foram decisivas para o xito do empreendimento Em Maio do ano seguinte j eram apresentadas ao Conselho a Carta Agr cola a Carta Agr colo Mineral e a Mem ria Estat stica do Concelho de Beja tudo publicado no mesmo ano As Cartas Agr colas e as mem rias tiveram m rito notabil ssimo pois reuniram e quantificaram elementos numerosos e de grande valor atentese apenas que mesmo nos pa ses desenvolvidos da Europa n o existem cartas publicadas deste tipo t o antigas que cubram parte importante do pa s mas apenas reas especializadas relativamente pequenas Dado o sucesso desta iniciativa decidido alargar o levantamento a todo o Pa s sendo para isso criada uma direc o de servi os no mbito da Direc o Geral de Agricultura Decreto de 18 11 1886 tendo Gerardo Pery sido nomeado director e inspector destes servi os atendendo reconhecida compet ncia e distintos merecimentos At 1886 est o j levantados os Concelhos de Beja Cuba Alvito Vidigueira Ferreira e Aljustrel e come ado o Concelho de Moura Nos quatro anos seguintes levantou se uma m dia de cerca de 300 000 hectares por ano na escala 1 50 000 e um total de 40 000 Ha nas escalas de 1 25 000 e 1 20 000 no Minho no Douro e na Ilha da Madeira 73 Os limites conc
166. ejo de t o reduzidos quantitativos pluviom tricos anuais Consequentemente e desde esta poca aparecem as mesmas d vidas que se abatem hoje ainda sobre o Alqueva e outras propostas do futuro Plano de Rega do Alentejo que gua para regar que culturas em que solos 71 Mas Salazar foca outros aspectos essenciais A falta de instru o agr cola n o grave grav ssima e h de ser dif cil de remediar e imposs vel de suprimir pessimismo assumido A cultura no geral emp rica e tradicional As luzes de toda uma ci ncia que informam esta arte de agricultar a terra ficam ao nosso cultivador como inexistentes e impenetr veis Se cultiva mal n o porque queira mas porque n o sabe cultivar melhor queremos dizer que a grande eirrepar vel falta que n o h neste pa s agr cola uma classe agr cola forte bem constituida ilustrada e consciente da sua miss o O grande propriet rio em geral absentista se o n o em geral desinteressado Mas aquela falta que prende com a defeituosa organiza o social cujo melhoramento se pode esperar apenas dum demorad ssimo e paciente trabalho de educa o suficiente para manter em grande atraso a agricultura portuguesa O concurso do Estado em verdadeira protec o agr cola reclamado ainda na correc o dos v cios da propriedade imobili ria levada a uma extrema parcela o do solo no Norte e a uma acumula o exagerada no Sul com uma enorme percentage
167. elhios s o abandonados a partir desse ponto passando se para a quadr cula que diferente das usadas nas cartas posteriores o que levanta uma s rie de problemas do ponto de vista de compatibilidade e rigor cartogr fico No total foram publicadas 46 cartas do Sul do Pa s algumas n o distribu das mas faltam v rias entre elas a 199 de M rtola que inclui a pr pria Vila e toda a rea do centro do Concelho e a 198 publicada somente a preto e branco No arquivo da Divis o de Topografia e C lculo Minist rio da Agricultura encontraram se entre outras as quatro minutas que faltavam para ter todo o Concelho de M rtola coberto A an lise de todo o Concelho requere o uso das Cartas escala 1 50 000 N 190 191 198 preto e branco 199 n o publicada minutas somente 200 205 206 e 207 Aparece aqui o primeiro problema a n o compatibilidade gr fica das cartas publicadas com as minutas al m do elevado n mero de cartas Este aspecto torna se relevante porque seria do maior interesse apresentar uma carta geral do Concelho a uma escala compat vel com as restantes apresentadas no trabalho ou seja entre 1 200 000 e 1 250 000 mas para se atingir esse objectivo perder se ia inevitavelmente informa o Se este facto qualitativo inerente diminui o de escala n o deixa de constituir uma triste hip tese isto porque as cartas por si s s o de uma beleza e riqueza tal que qualquer redu o mais do que simplifi
168. elmente o dobro do per odo anterior Corte Pinto volta a registar o maior aumento 41 4 seguido de Sant Ana 30 4 o que um pouco paradoxal e somente explic vel pelo aparecimento de pequenos n cleos sat lite perto da mina mas nesta Freguesia e ao longo da linha de comboio que se estendia at ao Pomar o S o Sebasti o e M rtola tamb m aumentam Mas o maior peso populacional passou declaradamente para a rea da Mina de S o Domingos Corte Pinto e Sant Ana t m 37 da popula o do Concelho M rtola tem 20 Com o aproximar do fim do s culo XIX com a revolu o industrial e crescente predom nio de modos de vida urbanos e ex do rural acentuam se em Portugal as diferen as qualitativas entre a vida na cidade e no campo A popula o do pa s aumenta a produ o industrial tamb m mas a situa o econ mica deixa muito a desejar A forte emigra o para o Brasil uma realidade indo buscar popula o a todo o pa s directa ou indirectamente a partir de reas urbanas onde a rec m chegada popula o n o encontra condi es de vida O Concelho de M rtola n o escapa a este esvaziamento populacional entre 1890 e 1900 no total ele atinge 3 9 da popula o concelhia S o Pedro perde 18 5 da popula o rural na sua esmagadora maioria Corte Pinto perde 11 7 a mina estava j no in cio do decl nio da produ o de cobre M rtola Vila v a popula o reduzida somente em 0 5 encobrindo eventualment
169. em sido usadas azenhas m veis que instaladas em barcas iam ao longo dos rios detendo se perto de povoados e suprindo desta maneira as defici ncias de uma ind stria moageira ainda pouco generalizada 15 Pode se concluir que antes da Reconquista n o s M rtola como a rea envolvente teriam seguramente reas arroteadas e eram percorridas por v rias redes de com rcio e transporte de cereais e outros produtos Segundo N Devy Vareta 16 os efeitos da ocupa o rabe na din mica florestal que encaminhou a evolu o posterior guiada pelas Ordens Militares o poder Real e os homens dos Concelhos foram Forma o e aumento dos montados particularmente no Baixo Alentejo e nas imedia es das reas de culturas mais intensivas Acelera o dos processos de degrada o nas reas mais secas onde a regenera o da floresta seria bloqueada pela procura de carv o de lenha e de madeira como por exemplo em volta de M rtola A Reconquista crist de M rtola feita pela Ordem de Sant lago em 1238 Outras reas do Alentejo foram conquistadas n o directamente pelo Rei mas por Ordens Mon stico Militares tendo esses servi os sido recompensados por grandes doa es de tipo semi feudal nas quais a administra o das terras era entregue s Ordens Ficavam assim propriet rias e organizavam a explora o econ mica dos solos mediante a atribui o de grandes reas a lavradores foreiros Isso difcultou
170. em estar muito longe da realidade perceptiva local Nesse sentido e como j referido procurou se privilegiar a percep o local fruto de uma realidade socio econ mica muito diferente da do autor e onde parece haver uma muito maior homogeneidade pois o uso do espa o que norteia a percep o na rea est intrinsecamente ligada agricultura e nada tem a ver com o produto de uma sociedade urbana cujo padr o cognitivo muito mais variado e difuso Basicamente um modelo mental da percep o parcial ter que ter em conta um conjunto de vari veis e factores 187 Vari veis da personalidade Personalidade propriamente dita Motiva o Emo o Processos cognitivos Sensa es Percep es Aprendizagem Factores culturais e de grupo 186 WALMSLEY LEWIS 1992 pp 22 187 op cit pp 10 166 O resultado final deste exerc cio questionar moderadamente a validade de um processo como a identifica o de unidades b sicas de paisagem na medida em que essas unidades s o produzidas mais internamente que externamente Claro est que espacialmente e numericamente essas unidades existem mas qual o seu significado para diferentes indiv duos Deve se ser cauteloso com a imposi o de percep es pr prias sobretudo quando um documento como a classifica o de uso do solo que se pretende elaborar vai ser utilizada como elemento de decis o num processo de planeamento afectando a massa humana da rea a
171. ema do quadro as conclus es e justifica es encontradas pelos autores do levantamento 176 visto que de uma import ncia extrema a desmistifica o deste tipo de actividades como promotoras de progresso quando n o respeitadas as regras do jogo Por v rias raz es que ser o depois discutidas estas medidas s t m trazido tens o social grave e crescente al m de total descr dito nas institui es Nem todos os casos ser o apan gio de irregularidades o objectivo discutir os princ pios que s o subvertidos pois haver sempre excep es pela positiva e pela negativa Proposto Existente Yo Postos de Trabalho Guardas 51 51 100 0 Permanentes 48 pertencem a apenas 11 projectos 48 11 23 0 Eventuais 70 pertencem a apenas 12 projectos 70 13 18 5 Equipamentos Quartos 51 incluindo as habita es dos donos 121 51 42 1 Cozinha 13 pertencem a apenas 13 projectos 13 4 30 7 Pavilh o de ca a 4 0 0 0 Recupera o de montes 4 1 25 0 Servi os Campos de treino 15 2 13 3 Turismo verde 0 0 0 Transporte ZC 9 0 0 0 Percursos natureza 13 0 0 0 Actividades equestres 5 1 0 0 Medidas Controle de predadores 14 24 171 0 Actividades agr colas para ca a 12 5 41 6 Repovoamentos 15 21 140 0 Censos 13 4 30 7 Forma o Profissional 7 1 14 2 Quadro 30 Reservas de ca a o proposto e o existente Fonte REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 11 e N mero de guardas alguns n o s o do Concelho a maioria j estava empregad
172. emas dos habitantes do Concelho O Campo Arqueol gico de M rtola e a C mara Municipal apostam na cria o de circuitos tur sticos culturais e ambientais que abrem boas perspectivas e Revitaliza o da Mina de S o Domingos como patrim nio important ssimo de arqueologia industrial que Toda a rea conjunto habitacional urbano ru nas linha f rrovi ria at ao Pomar o e zona lim trofe aguarda classifica o como Im vel de Interesse P blico Subs ste o problema da empresa concession ria La Sabina ainda deter o direito propriedade da quase totalidade da rea e das habita es das aldeias da Mina Pomar o e Mesquita embora tenha perdido a concess o em 1984 206 e Rotas ambientais ao longo do Guadiana Recentemente foi aprovada a classifica o do Vale do Guadiana como Zona Protegida pelo Servi o Nacional de Parques e Reservas Em Outubro de 1993 fez se a viagem inaugural de promo o de um projecto de carreiras fluviais entre M rtola e Vila Real de Santo Ant nio num modelo de turismo de qualidade 207 e A recupera o do patrim nio arqueol gico da Vila de M rtola insere se tamb m no investimento cultural por parte da C mara que vem apoiando a investiga o arqueol gica e hist rica da regi o e Embora o n mero de explora es e sua express o territorial seja reduzida n o podemos deixar de referir algumas alternativas que t m surgido para combater a fal ncia das actividades tradic
173. endida n o como uma oposi o busca de determinismo e causalidade mas como um passo no processo de conhecimento A tarefa da ci ncia come ada h mil nios levar por diante uma adapta o cada vez mais precisa do nosso esp rito realidade elaborar uma representa o cada vez mais adequada do mundo que nos rodeia e a que pertencemos primeiro para o compreender e depois para passar da compreens o previs o e em seguida ac o 38 op cit pp 118 WOOLDRIDGE EAST 1967 pp 66 45 O uso do solo entendido enquanto produto de uma s rie de factores humanos hist ricos sociais pol ticos econ micos que podem influenciar o solo f sico sendo condicionados por este e pelas caracter sticas do meio trilogia homem solo meio por isso conceptualmente um conjunto de parcelas do territ rio geograficamente referenciadas que comportam actividades ou s o utilizadas por indiv duos ou grupos s cio econ micos organizados com o objectivo de auferir rendimento ou satisfazer necessidades na ptica geogr fica do espa o territorial socialmente referenciado 89 e visto que qualquer que seja uma regi o a menos que haja inteiramente escapado da marca do homem h de ser um composto de dois elementos contrastantes embora vinculados entre si ou seja uma base f sica relativamente est vel e certas configura es e distribui es culturais em permanente mudan a 40 O aspecto mais
174. endidos Nenhuma modifica o fundi ria e humana acompanhou as obras de rega porque a propriedade e a estrutura social eram consideradas valores inating veis Realizaram se 121 Ditado Alentejano op cit pp 58 122 RIBEIRO 1986 pp 158 132 pesados investimentos e obras vistosas sem se terem esgotado as possibilidades de melhoramento das culturas de sequeiro A irriga o em nenhum lugar fixou gente no campo Em todos os Concelhos onde se fizeram obras de rega a popula o diminuiu entre 1960 e 1970 atra da pela emigra o e pelos mesteres urbanos N o existe mais clara prova de uma obra t cnica desintegrada do seu condicionamento humano Mas quais s o as principais limita es a um aproveitamento hidr ulico generalizado Basicamente duas o regime e caracter sticas do rio principal da regi o o Guadiana as caracter sticas da topografia e da maioria dos solos da regi o pouco aptos para a agricultura ou mal drenados como os barros de Beja que no entanto s o dos que apresentam maior capacidade de uso Na realidade a rea envolvente ao Guadiana n o tem um relevo muito acentuado mas em geral suficiente para limitar muito os espa os de fraco declive suscept veis de beneficiar sem excessivo disp ndio do sistema tradicional de rega por gravidade O regadio s poss vel em nesgas de planalto cortado por vales encaixados de fundo estreito tornando se assim muito dispendioso pelas complexas inf
175. endo em conta que ocorreram durante um per odo climaticamente dif cil e diferenciado 1989 90 foi um ano de precipita o extrema e 91 92 e 92 93 secos o que ao debilitar o coberto herb ceo diminui teoricamente a taxa de cobertura Na realidade toda a estrutura radicular e o pr prio restolho continuam a constituir uma protec o altamente eficaz Al m disso ao longo dos anos a diversidade e o n mero de esp cies tem aumentado de uma forma surpreendente tendo come ado a aparecer v rias esp cies arbustivas Este facto not vel dada a dist ncia a que o talh o est de qualquer outra rea abandonada e porque somente os p ssaros os insectos pequenos mam feros e r pteis t m acesso ao talh o Sem d vida mais um bom exemplo de capacidade de regenera o do sistema embora este tipo de coberto resulte de uma degrada o prolongada sobretudo devido a pastagem e ap s remo o de todas as esp cies arbustivas e por vezes tamb m das arb reas No entanto continuam a ser 0 1409 quilos por evento Ser que poss vel n o haver qualquer eros o N o s n o poss vel em declives entre 10 e 25 como isso acabaria por constituir um contra senso geomorfol gico A eros o que medida nesta situa o acaba por ser a eros o geomorfol gica no seguinte sentido se realmente n o houvesse transporte de material isso quereria dizer que o sistema morfogen tico n o funcionava Com estes declives e para os quantitativ
176. entar tr s limita es a grana o precisa de temperaturas moderadas se forem altas a fase encurtada a necessidade em termos de fotoper odo dada a import ncia da fotossintese para encher o gr o limitada no fim de Abril m s anterior ao fim da matura o a mais ou menos 12 5 horas comparadas com as mais de 17 horas dos pa ses do Norte por fim os ventos do levante que s o golpes de calor durante a matura o produzindo um escald o que engelha os bagos 15 FEIO 1991 pp 28 16 op cit pp 115 117 22 Este conjunto de factores explica liminarmente as diferen as na produ o de trigo entre Portugal e outros pa ses embora os solos sejam tamb m um factor primordial Produ o de Trigo Kg ha Kg ha Holanda 7260 Fran a 5790 Inglaterra 6570 Espanha 2015 Dinamarca 6370 Portugal m x 3000 1500 B lgica 6170 Marrocos 1010 Alemanha Oeste 6140 Arg lia 670 Quadro 5 Produtividade da cultura de trigo em v rios pa ses Fonte FEIO 1991 pp 115 117 Deste modo e ainda antes de analisar as caracter sticas dos solos da rea em termos de aptid o para a agricultura a produ o de cereais parece grandemente desajustada das condi es clim ticas o que face futura Pol tica Agr cola Comum e concorr ncia com os produtores dos pa ses do Norte ser certamente um impulso ao abandono pelo menos nos solos menos aptos classes C D porque os E nunca deveriam sequer ter sido utilizados 4 S
177. ente rica em fauna ca a e ancestralmente usada para a apicultura e como rea privilegiada de abrigo e cria o de ca a Paisag stica e ambientalmente relevante Imagem Diversidade desordenado bravio fresco natural vida sons perfumado imprev sivel Fotografia A rea C r Escura a muito escura Textura Volume No caso de mato diversificado textura muito irregular mais regular no caso de estevais alguma volumetria Forma Localiza o Forma irregular sem limites n tidos diluindo se nas margens das reas mais densas coloniza o ou regular no caso de campos n o cultivados h bastante tempo e encaixados em reas agr colas Localiza o predominante nas vertentes mais declivosas ao longo das principais linhas de gua 167 Carta 1950 60 Para a charneca pura escolheram se reas que j em 1950 60 eram incultas pois constituem potencialmente as reas n o intervencionadas limitam se neste caso aos sectores mais declivosos e topos de elementos principais de relevo Unidade TERRENO LAVRADO Conceito rea sujeita a interven o humana sementeira abertura de alqueives ou simples limpeza do mato para efeitos de revitaliza o de pastagens Imagem Seco rido repetitivo regular quente ocre humano aus ncia de vida Fotografia A rea C r C r clara a muito clara Textura Volume Regular aus ncia total de volumetria sulcos n o percept veis Forma Localiza o Parcelas extremamente reg
178. entido do termo ao pressuporem a destrui o de toda a vegeta o preexistente para a sua instala o A azinheira constituiria a esp cie vegetal dominante na alian a Quercion Faginea fitossociol gicamente a vegeta o climax 1 Esta esp cie domina o montado por vezes acompanhada do zambujeiro Dependendo da explora o exercida os montados aparecem associados a culturas de sequeiro em rota o com pousio pastagem outros s com pastagem onde s vezes j h estrato arbustivo e outros abandonados O denominador comum a todas as fases a azinheira cada rvore por si pode ser encarada como um ecossistema em miniatura pois suporte de uma variada fauna 20 A descri o da vegeta o e forma es vegetais presentes no Concelho feita com base no livro Fauna e Flora de M rtola PENA GOMES CABRAL 1985 Adaptada nalguns pontos transcrita noutros 21 CABRITA LEIT O et al 1988 pp 6 30 A presen a de sobreiros denuncia reas de transi o da zona de influ ncia Atl ntica para a continental por sua vez a presen a de alguns exemplares de alfarrobeira figueira e amendoeira revela a proximidade da sua rea de influ ncia no Sul do Pa s Algarve O invent rio florestal de 1981 feito para o Distrito de Beja com base em fotografias a reas de 1969 70 tem os seguintes valores em hectares Concelhos Pinheiro Pinheiro Resinosas Eucalipto Sobreiro Azinheira Incultos Taxa de Bravo Manso Diver
179. entradas embora com um n mero de dias de precipita o menor o que n o implica uma maior intensidade s analis vel atrav s de registos cont nuos de precipita o mas sem d vida indicativo de maior probabilidade de ocorr ncia de chuvas de maior intensidade Setembro embora com chuvas violentas possuiu poucos dias de chuva e uma concentra o baixa A partir da o n mero de dias cresce at Fevereiro e se a concentra o decresce a partir de Novembro volta a subir em Abril Este regime tem chuvas violentas no per odo em que o solo est lavrado antes ou depois da sementeira implicando esse facto elevada erodibilidade do solo face ao impacto directo da precipita o e escoamento superficial que se possa gerar O mesmo se passa em Mar o Abril embora com menor amplitude mas na poca em que s o abertos os alqueives para a sementeira do ano seguinte Esta concentra o de chuvas insuficiente em quantidade 21 para o desenvolvimento das espigas tamb m n o tem caracter sticas muito abonat rias em termos do volume de gua que fica efectivamente no solo Em termos de agricultura nomeadamente cereais as principais desvantagens apresentadas pelo clima Mediterr neo s o 19 A falta de chuvas no Ver o e parte da Primavera No Sul do Pa s as chuvas s o j muito insuficientes e irregulares em Maio e faltam at Setembro Como a conjuga o calor humidade o principal factor de crescimento das planta
180. er meios e tempo infelizmente fora do alcance e objectivos do presente estudo e O ltimo aspecto embora primordial o facto de uma carta ser uma imagem parada na escala temporal Assim a rea que cultivada pura e simplesmente fruto das caracter sticas clim ticas do ano Cap V Exig ncias do trigo Este facto dificulta a real avalia o da dimens o f sica da rea agr cola A nica hip tese de calibrar esses valores s o as estat sticas agr colas 42 inexistentes para a carta do S culo XIX ou recorrer a uma pesquisa hist rica em jornais atrav s dos pre os dos cereais crises de fome entre outros indicadores mas cuja viabiliza o delicada no contexto deste trabalho A op o de tentar tra ar a evolu o do uso do solo no Concelho de M rtola nos ltimos 100 anos n o obstante as limita es a nivel de compatibilza o das cartas deve ser entendida enquanto enquadrada pelos diferentes conceitos de solo bem como pela informa o s cio econ mica correspondendo ao interregno entre documentos cartogr ficos O processo que leva em conta a din mica e a estrutura da paisagem e cuja principal preocupa o averiguar como no passado o solo ter sido ocupado n o est em contradi o com os actuais cuidados com a sua ordena o A paisagem j n o apenas a express o das rela es entre a sociedade e o ambiente natural mas tamb m dos la os que ligam o presente heran a do passado Es
181. erior da terra tem um efeito moderador que pouco atinge a raia Portuguesa havendo contudo mais condensa o Duas situa es distintas podem ocorrer o frio do interior da Pen nsula gera uma alta press o t rmica superf cie desse centro que se pode juntar ao dos A ores ou at ao da Europa Central v m ventos muito frios sem precipita o Durante as noites claras l mpidas e secas a temperatura baixa criando geadas a situa o oposta tem origem nas baixas press es que com um sector alimentado pelo ar h mido e t pido do Atl ntico Tropical percorrem o Pa s de Oeste para Este trazendo dias nebulosos precipita es abundantes e uma subida da temperatura O pouco gradiente dos anticiclones n o impede a passagem de frentes sucessivas sobre o Pa s mais a Norte e no Litoral mas que mesmo assim atingem o Sul interior Os m ximos de pecipita o na regi o ocorrem em Dezembro e Fevereiro embora as diferen as sejam pequenas e PRIMAVERA Mar o a Maio O aquecimento que come a pelo fim de Fevereiro enfraquece a circula o anticicl nica as depress es atravessam com maior frequ ncia a Pen nsula h mais nebulosidade mais chuva mas Mar o um m s extremamente irregular pode ser h mido como Fevereiro ou seco a circula o atmosf rica pode passar de um extremo ao outro Abril j primaveril as temperaturas sobem os anticiclones subtropicais come am a subir em latitude Em Maio esta tend ncia aumenta
182. ermeabilidade e rapidez com que se forma surface sealing fecho dos macro poros superf cie implicam elevados coeficientes de escoamento A sua energia cin tica arrasta solo pode arrastar as sementes se for ap s a poca das sementeiras e pouco contribui para a recarga da reserva til de gua no solo As ptimas caracter sticas em termos de produ o de trigo que os anos de 1934 e 1935 tiveram com elevadas produtividades devem ser consideradas como factores primeiros nos valores registados Este facto ter certamente levado a um aumento das expectativas e consequente continua o de arroteias Nd entanto os valores de superf cie cultivada devem ser considerados cautelosamente pois qual seria verdadeiramente a rea agr cola se se incluissem todos os terrenos em pousio Certamente seria muit ssimo superior teoricamente fruto da decrescente produtividade do solo per si e dos longos pousios consequentes Quanto quest o dos adubos tamb m a os aumentos de produtividade se dever o mais juventude das terras arroteadas do que ao pr prio uso do fertilizante que seria muito provavelmente insuficiente e desequilibrado e a quantidade de estrume seria tamb m largamente insuficiente para as reas cultivadas N o quer isto dizer que o emprego de adubos n o tivesse os seus frutos como refere Mariano Feio 89 As terras galegas ricas em azoto e h mus gra as a um repouso de v rias dezenas de anos produziam abundan
183. es Freguesias Hab Km2 Alcaria Ruiva 6 4 Corte do Pinto 23 4 Esp rito Santo 5 2 Sant Ana 7 4 S o Jo o 9 3 S o Miguel 9 0 S o Pedro 7 9 S o Sebasti o 6 3 Vila 10 3 Total 8 8 Quadro 33 Densidade da popula o por Freguesia 1991 Fonte INE 161 Os valores da densidade da popula o em 1991 falam por si sobretudo porque se est num meio de povoamento concentrado predominante Os valores s o reduzid ssimos e aproximam se de um equil brio com a capacidade do meio natural econ mica e demogr fica A freguesia de Corte do Pinto tem o valor mais elevado por integrar a povoa o da mina e a de Corte do Pinto onde predominam reformados aparentemente demasiado idosos para abandonar o Concelho 162 Capitulo X Classifica o do uso do solo por tratamento digital de imagem de sat lite 1 Aspectos metodol gicos gerais A inexist ncia de documenta o cartogr fica actualizada relativa ao uso do solo para o Concelho bem como a relativa limita o dos documentos anteriores levou defini o de um conjunto de elementos que seria de extrema import ncia cartografar Entre eles dada a sua import ncia como indicador da potencial degrada o do solo as reas de terreno lavrado e as reas de vegeta o natural minimamente intervencionadas ou resultantes do abandono de pr ticas agr colas Embora existam cartas tem ticas como a do invent rio fito sociol gico do Concelho de M rtola 182 ou
184. es e promotores da ca a esta lei se reveste de m ltiplas vantagens ela vai contudo estar na origem de v rios tipos de problemas para as autarquias sobretudo a n vel de 171 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 4 172 Em 1992 12 de Novembro publicado o Decreto Lei N 251 92 no pre mbulo pode se ler que vem proceder reformula o geral de toda a legisla o relativa a ca a Este diploma n o altera os princ pios fundamentais do regime jur dico at data mas vem introduzir melhorias na regula o da ca a encontrando se sistematizado de forma a permitir a sua melhor compreens o e leitura redu o dos tipos de licen as de ca a exame pr tico para a concess o de carta de ca ador clara enumera o das situa es de prefer ncia na concess o de zonas do regime cineg tico especial etc 152 limita es e problemas inerentes a cada tipo de regime entre ca adores entre propriet rios e ca adores do regime associativo entre as popula es e os promotores da ca a Come ando pela expans o m xima permitida ao regime cineg tico especial No D L N 30 86 artigo 22 pode ler se a rea total submetida a regime cineg tico especial n o poder em qualquer caso exceder 50 da rea total com aptid o cineg tica no Pa s e em cada Regi o Cineg tica salvo quando o Governo ap s audi o dos org os atr s referidos e da Associa o Regional de Ca adores respectiva entenda decidir em contr rio
185. es existentes Isto torna se mais relevante ainda num espa o que presentemente mant m o seu cariz rural significando isso que o uso do espa o se faz quase exclusivamente em fun o do recurso principal existente o pr prio solo A forma encontrada para tra ar a evolu o da rea em quest o o Concelho de M rtola discut vel pois corre o risco de ser uma extensa sucess o de refer ncias nalguns 49 casos quase transcri es na estrutura e sequ ncia das fontes encontradas 1 Essa forma pode contudo criar a atmosfera prop cia quilo que se deseja ser a biografia de um espa o constituindo assim uma sequ ncia de epis dios refer ncias v rias ou acontecimentos que o marcaram ou que permitem avaliar a sua muta o constante O crit rio seguido nesta pesquisa bibliogr fica foi sobretudo espacial procurando refer ncias espec ficas rea bem como de tentar compreender os contextos econ micos que lhes s o contempor neos A sua apresenta o cronol gica na medida do poss vel A rea aparece individualizada fisicamente O Concelho de M rtola em termos gerais est limitado a Sul pela Serra Algarvia a Norte pela Serra de M rtola rea de transi o para os solos mais ricos da faixa dos barros de Beja Serpa e a Oeste pelas reas actualmente incultas que o separam do Campo de Ourique A Este uma fronteira f sica o Rio Chan a que tamb m limite administrativo fronteira com Es
186. es ou n o que v m o seu espa o encher se de veda es proibi es e guardas As tens es est o a crescer facilmente se cai no bairrismo todos os ca adores t m armas e no fundo todo o pa s perde com a limita o de circula o e usufruto do espa o em nome de uma actividade l dica desenvolvida por uma minoria e que n o traz vantagens a n o ser para uma minoria ainda menor A ca a existe n o est em quest o acabar com ela ou com os ca adores mas muitos ca adores endinheirados consideram o n mero excessivo de ca adores do regime geral como nico facto respons vel pela falta de ca a Num estilo actualmente em voga salvam se os mais aptos muitos argumentam que os que n o t m dinheiro n o ca am pois para isso h muitos a repovoar a investir e t m que ter as suas contrapartidas n o podendo ser prejudicados o que justo Regime Area Total ha N rea M dia ha rea M nima ha rea M xima ha Associativo 14452 9900 12 1204 4160 331 9750 2609 0780 Social 715 9378 1 715 9378 715 9378 715 9378 Tur stico 57811 4880 38 1521 3550 313 4875 6950 1690 Total 72980 4170 51 1430 9890 313 4875 6950 1690 Quadro 31 Reservas de ca a e reas respectivas no Concelho de M rtola at Julho de 1993 At Julho de 1993 a rea ocupada por Reservas de Ca a no Concelho de M rtola ascendia j a 72 980 4170 hectares ou seja 57 da rea do Concelho o facto de 38 delas serem tur sticas 79 2 do total dei
187. etros que cobriam o corpo piritoso e de onde os Romanos extrairiam ouro 7 O jazigo existente na Mina de S o Domingos massa compacta de sulfuretos com o seu m ximo desenvolvimento de 450 metros de comprimento por 80 metros de largura entre os pisos 150 e 180 metros 71 continha m ltiplos materiais nomeadamente 45 a 48 de enxofre e teores n o uniformes de cobre que atingiam os 7 1 25 de teor m dio de cobre e 2 3 de teor m dio de zinco Esta massa faz parte da Faixa Piritosa Ib rica com 230 Qms por 30 Qms que constitui a maior prov ncia metalogen tica o maior distrito mineiro e o maior stock de metais b sicos da Europa A deposi o dos sulfuretos met licos a que correspondem os jazigos de pirites decorreu durante o Carb nico Inferior e na sua g nese teve importante papel a altera o hidrotermal promovida pelo vulcanismo do eugeossinclinal do Carb nico Inferior solu es aquosas metal feras ascenderam atrav s das rochas a muro dos jazigos produzindo nestes marcada altera o hidrotermal e transportando os metais at perto da interface rocha gua do mar 2 Este material foi coberto por dep sitos de flysch que juntamente com o material subjacente foram dobrados com ocorr ncia de metamorfismo na orogenia Herc nica O que explica a disposi o geogr fica da massa e est na origem da localiza o das dez reas de mineraliza o de sulfuretos em Portugal Aljustrel Lousal Caveira S o
188. eu de Messines S Marcos da Serra Alferce Monchique Marmelete e Odeceixe 135 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1098 136 op cit pp 1099 137 MACEDO 1985 pp 248 138 op cit pp 202 139 op cit pp 108 109 ee ee 139 A quest o do eventual aumento da produ o tamb m n o muito clara n o s por estar muito dependente das caracter sticas clim ticas como j foi sobejamente referido ao longo do trabalho mas tamb m porque os anos de 1974 e 1975 n o contam E porqu Em 1974 quando se d a revolu o j tudo estava semeado e a espigar em 1975 quando come am as ocupa es grande parte das sementeiras j tinha sido feita ora o que se regista no Concelho a partir dessa data um aumento da rea cultivada de trigo mas com uma produtividade decrescente Aqui entra se novamente na pol mica h quem considere os anos a seguir revolu o como clim ticamente pouco favor veis h tamb m quem minimize esse facto enaltecendo o peso do factor social que indubitavelmente ter sido muito importante em bastantes casos ou quem pense que o aumento se deve exclusivamente s boas condi es clim ticas Ano Produ o Ton Rendimento Ton Ha Superf cie _ Colectivo 1974 6988 8 0 7754 9013 1975 10445 5 1 2649 8258 1976 9787 7 0 9005 10869 23 0 1977 6395 0 0 5928 10788 28 5 1978 6896 2 0 5415 12735 30 2 Quadro 28 Produ o de trigo no Concelho de M rtola 1974 1978 Fonte INE e M
189. evolu o previs vel ao longo do ano importa notar o regime t rmico anual Quadro 2 As diferen as entre Beja e Vale Formoso devem se maior 17 continentalidade do segundo posto No Ver o as temperaturas s o superiores no Inverno inferiores as invers es de posi o d o se nos equin cios embora as diferen as sejam m nimas Entre Setembro e Novembro as duas esta es t m valores semelhantes em Dezembro e Janeiro Beja tem temperaturas superiores menor continentalidade que voltam a ser iguais em Fevreiro para a partir de Mar o Vale Formoso apresentar maiores temperaturas maior continentalidade Esta o ce Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Beja 22 07 17 90 13 26 10 04 9 55 10 35 12 01 14 01 16 92 20 91 23 70 23 83 Vale Formoso 22 14 17 89 13 24 9 91 9 33 10 33 12 18 14 27 17 42 21 51 24 32 24 37 M dia 22 11 17 89 13 25 9 97 9 44 10 34 12 10 14 14 17 17 21 21 24 01 24 10 Quadro 2 Temperatura m dia mensal Beja Vale Formoso 1957 86 Fonte INMG Partindo destes pressupostos e escala de an lise concelhia a diferencia o n o grande sendo significativa somente a uma escala micro clim tica Por outro lado as trovoadas s o nesta regi o extremamente importantes e dado o seu cariz localizado podem num s epis dio registado apenas numa ou duas esta es constituir um acr scimo de monta para os totais anuais No fundo o que importa aqui definir um regime geral esta o a es
190. fica es M rtola ocupada no S culo VII em 715 Beja definitivamente ocupada expedi o de Tarik 12 Muitas das velhas cidades Romanas voltam a ser importantes centros comerciais Silves M rtola Badajoz Alc cer do Sal Santar m Lisboa Coimbra Martula vai ser rabe at ao S culo XII tendo mesmo sido Capital de um territ rio que inclu a a cidade de Beja A implanta o vocabular 13 sugere uma certa renova o da economia e da t cnica que havia deca do muito desde a poca Romana Deixava de haver Senhores os problemas colectivos relacionados com a explora o econ mica a todos dizia respeito mas nenhum tinha mais autoridade que os outros para os resolver Nascem assim as reuni es de moradores e estabelece se a autoridade colectiva dos vizinhos 14 11 op cit pp 32 12 FEIO 1983 pp 51 13 Vegetais e produtos hort colas alface alfazema laranja lim o cenoura alfobre estrag o a afr o ma aroca azeitona azeite etc Hidr ulica para regas alvanel albufeira alverca almargem algeroz alcatruz nora chafariz azenha Com rcio almoeda armaz m almude arroba fanga quilate calibre quintal resma fardo etc Ci ncias lcool algarismo almanaque alfarr bio algebra zero z nite azimute elixir xarope in SARAIVA Jos Hermano 1980 pp 34 14 opopop cit pp 37 53 Parece ser uma poca de franco florescimento agr cola como o atesta o facto de ter
191. fim biogr fico n o constituindo um objectivo em si e Antecedentes at finais do s culo XIX onde se procurou tra ar um panorama global da evolu o da ocupa o humana do territ rio e esbo o da especializa o na cultura cereal fera at primeira carta de uso do solo Pery 1882 1893 Utilizaram se tamb m refer ncias s caracter sticas do coberto vegetal natural ritmo das arroteias e modifica es na conjuntura econ mica do Pa s e Per odo de 1900 a 1950 englobando as modifica es pol ticas e econ micas inerentes implanta o da Republica in cio do Estado Novo e Campanha do Trigo at Carta 2 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1239 2 Agr cola e Florestal de 1950 60 Documentou se este per odo recorrendo a artigos de opini o de v rias entidades que contribu ram para a indu o de modifica es no uso do solo A exist ncia de uma explora o mineira na rea analisada individualmente dado o importante papel que desempenhou em termos de emprego e dinamiza o econ mica do Concelho de M rtola e Per odo entre 1950 e 1974 decad ncia da cultura do trigo encerramento da Mina de S o Domingos esvaziamento populacional do Concelho e primeiras tentativas de mudan a nas pr ticas agr colas por raz es de conserva o de solo e Per odo que se inicia com a Revolu o de 25 de Abril de 1974 e termina no presente 1993 Reforma Agr ria reconvers o da agricultura a alternativa eucali
192. gadas cultura de cereais podendo corresponder a futuras pastagens ou simples limpeza de montados consequentemente a rea agr cola directamente ligada cultura de cereais potencialmente menor o que s vem acentuar a evid ncia do seu franco decl nio Outro aspecto de extrema import ncia que infelizmente n o pode ser directamente comparado com a situa o de 1951 60 a rea efectivamente com cereais se ela diminui somente 12 09 j em rela o aos dados cadastrais de 1950 ela dever constituir um decr scimo de 63 pois a rea afecta a cereal era de 71 42 embora esses dados n o sejam muito fi veis O que se pode afirmar com mais confian a que al m duma diminui o da rea til de cereal a agricultura se extensificou espacialmente muito em rela o d cada de 50 e mesmo em rela o ao s culo passado 12 09 A produtividade superior o que n o impede que a propor o de rea em pousio tenha tamb m aumentado Segundo os dados estat sticos 198 utilizados para enquadramento e valida o ser que os valores de uso do solo para o Concelho calculados a partir da classifica o da imagem de sat lite s o coerentes Utiliza o da terra 1979 1987 Varia o N total de explora es 1345 1028 317 Hectares 95553 74627 20926 Area agricola ha 70719 74 01 55727 68 67 14992 Matas e floresta ha 9705 10 16 6939 8 55 2766 Mato e estevas ha 12934 13 54 14887 18 34 1953
193. go Em termos nacionais vinha se registando uma forte emigra o desde o ltimo quartel do s culo XIX atenuado durante a Primeira Grande Guerra que em contrapartida afectou sobretudo a popula o mais produtiva em idade activa e reprodutiva Em 1918 outro facto contribui para diminuir o contingente populacional a epidemia da gripe pneum nica que matou cerca de 120 000 pessoas aumentando a mortalidade de 22 para 41 por mil 88 Situa o certamente com maior incid ncia nos meios rurais A partir de 1920 acabada a guerra a popula o vai registar excedentes significativos anualmente 11 8 20 30 14 0 30 40 ajudados pela descida das taxas de mortalidade At 1950 a crise econ mica e o segundo conflito mundial diminuem as tend ncias emigrat rias e a natalidade N o obstante o crescimento preponderantemente nas duas principais reas metropolitanas havendo um certo esvaziamento do campo N o ser o de forma alguma subestim veis as migra es intra campo implicando desloca es de largos contingentes de popula o agr cola para o Alentejo tanto das Beiras como do Algarve 44 Sobretudo na parte terminal dum rio com o Guadiana onde condi es estuarinas implicam uma perda ainda mais significativa da capacidade de transporte do rio nomeadamente por causa da din mica de mar s promovendo a sedimenta o de grandes volumes de sedimentos As reas de sapal junto de Vila Real de Santo Ant nio Castro Marim s
194. grande factor contributivo ou possivelmente at a principal causa sobrepastagem culturas intensivas e destrui o em larga escala pelo fogo O ciclo hidrol gico entra seriamente em ruptura quando a queda de chuva diminui e a gua se perde por escoamento superficial as velocidades de infiltra o se reduzem a toalha fre tica baixa de n vel e os solos secam sofrendo eros o por ac o dos ventos e escoamento superficial Esta defini o pouco acrescenta a n o ser a n tida divis o existente no meio acad mico entre causas clim ticas naturais e humanas embora indique a diminui o da precipita o como principal factor de interfer ncia no ciclo hidrol gico A n vel de Geografia F sica a escola Inglesa est claramente mais inclinada para as causas clim ticas e a Francesa para as humanas a n vel dos v rios pa ses da bacia Mediterr nea onde estudos como o do Projecto Medalus se realizam e talvez por se conviver quotidianamente com o fen meno h uma certa unanimidade quanto ao peso preponderante dos factores humanos como causa primeira do processo Por outro lado a defini o refor a a no o de ruptura do ciclo hidrol gico e o papel da eros o Mas nem tudo ficou claro embora as defini es se completem e a primeira adoptada pelas Na es Unidas continue a ser uma refer ncia talvez porque se afasta dos pontos em torno dos quais h menos consenso 200 RAPP 1987 in op cit pp 225 201 SMALL WITHE
195. grupo que directamente atrav s da energia solar sintetiza mat ria org nica biomassa Qual ent o a regi o que sustenta essa produ o prim ria vegetal O solo Ent o Desertificar degradar as caracter sticas do solo diminuindo a sua fertilidade quer qualitativa quer quantitativamente pois diminui se a produtividade prim ria potencial A pr pria maior ou menor disponibilidade de gua s faz sentido como input da produtividade prim ria no seio do solo Consequentemente o solo que num dado momento existe numa situa o de pouca ou nenhuma interven o humana directa se se assumir que o homem modificou o clima n o h meio nenhum no planeta que n o tenha sido intervencionado pelo homem pode facilmente ser degradado de v rias formas Essa degrada o do suporte da vegeta o compromete todos os restantes sistemas dependentes fauna o pr prio solo clima morfog nese etc Esse impacto humano no solo faz se sob 5 aspectos distintos mas concorrentes entre si 294 e todos t m origem em modifica es no uso do solo de natural para agr cola 1 Rocha m e Reg lito Ao retirar mais do que coloca em termos minerais org nicos e at volum tricos 2 Topografia A diminui o da quantidade de solo num local implica a acumula o noutro local e consequente mudan a topogr fica a eros o de solos no fundo a intensifica o do transporte e o aumento do material transportado ver IIl 1 Solo Mo
196. guns dos melhores montados sobretudo no Alto Alentejo 57 Estas reas iam contudo perdendo sucessivamente as rvores e quando se estabelecia definitivamente uma cultura era de cereais 54 Mem rias paroquiais de 1758 Livro 11 f 2620 in SANTOS 1987 pp 44 55 SILBERT 1978 vol Il pp 427 56 Al m da peste suina de 1957 que sera referida posteriormente 57 op cit vol Il pp 444 62 Fruto destes v rios aspectos O Ribeiro define a evolu o de coberto natural para montado como o paradoxo da mata residual esparsa no campo e sem jamais formar floresta 58 A agricultura tempor ria Era uma agricultura praticada por queimada ro as de 4 em 4 anos em terras boas e 7 em 7 anos em terras piores isto claro est uma generaliza o haveria um leque muito mais vasto de periodicidade consoante a pobreza dos solos O Ribeiro refere 5 a 12 para os solos mais pobres 59 Mariano Feio 60 define esta agricultura da seguinte maneira Nas terras mais pobres como nos baldios das Serras de Serpa e M rtola e por vezes em terras relativamente boas quando o tempo ou recursos faltavam empregavam se processos ainda mais primitivos queimava se ou cortava se o mato e contentava se com uma sementeira a presen a de ra zes no solo tornava a colheita med ocre Uma vez abandonada a terra era imediatamente ocupada pela vegeta o espont nea O ciclo completo charneca arroteia sementeira charneca
197. i Imente la Reproduzido parc 81 82 Pirnes ly LD em 7 rls wae fe stan AR aod nde A Embora a qualidade da reprodu o seja ma os originais s o desenhados a l pis preferiu se apresentar as pr prias minutas n o fazendo a restitui o das manchas para uma base topogr fica mais recente As minutas s o de uma exirema beleza possuindo ainda as anota es dos t cnicos efectuaram o levantamento Em termos de uso do solo existe um nitido zonamento No no extremo Norte predomina a chameca constituida na margem esquerda do Guadiana Este pelos extensos Baldios das Serras de M rtola e Serpa arvenses exclusivamente no fundo dos vales a Sul nos dois lados do rio existe uma faixa onde a agricultura claramente mais intensa e a divis o da propriedade maior coexislindo com algumas reas de chameca o extremo Sul da rea j semelhante ao Sul do Concelho propriedade de maiores dimens es muitas reas em pousio e quase nenhuma chameca Figura 10 Minutas de campo relativas 4 Carta N 199 n o publicada Centro Norte do Concelho Vila de M rtola A 4 mar mato lt a Reproduzido parcialmente 83 84 Capitulo VI 1900 1950 Os textos escolhidos para o estudo deste per odo pecam por se situarem alternadamente em dois extremos pol ticos opostos Procurar como fonte somente um desses quadrantes seria injusto parcial e n o permitiria compreender a quest o principal a cu
198. iciados entre 1987 e 1989 O impacto deste projecto a n vel de uso do solo de uma clara tend ncia na direc o dos pousios pastagens o encabe amento passou a 3 ovelhas hectare a produ o unit ria de leite aumentou cerca de 30 e o aspecto alimentar e sanit rio dos animais melhorou fortemente O efectivo de ovinos que em 1987 era de 50 000 passou para cerca de 100 000 o que pode constituir problema face limita o dos contingentes por parte da CEE N o obstante e visto que o Mercado Comum n o auto suficiente em carne de ovinos conseguiu se recentemente dilatar o contingente m ximo de ovinos Como este projecto foi 163 O programa apoia com verbas a 100 a moderniza o de uma unidade de experimenta o e demonstra o localizada no pr dio r stico denominado Corte Carrilho al m de v rias experi ncias a n vel de cruzamentos encabe amento fertiliza o de pastagens etc a herdade funcionar como escola viva para a forma o e divulga o de resultados 149 implementado atempadamente tudo indica que as perspectivas sejam boas para os agricultores que aderiram 184 Em termos de conserva o ambiental sobretudo eros o de solos a expans o generalizada de reas de pastagem extremamente ben fica O facto de haver um encabe amento correcto afasta riscos de sobrepastagem Se paisagisticamente a vegeta o natural seria o mais desejado poucos duvidam que os prados podem ser um primeiro pa
199. idade cineg tica n o era reconhecida sequer como entidade aut noma mas apenas como forma de promover a actividade florestal O Estado procurava desta forma fomentar o ordenamento florestal quando o propriet rio fazia um plano de ordenamento florestal da sua rea podia requerer a concess o de coutada de ca a privada Desta forma at 1974 as reservas de ca a v o aumentando os terrenos livres para ca a s o cada vez menos e os ca adores cada vez mais Em 1971 s no Alentejo e Algarve havia 899 coutadas e aramadas que ocupavam mais de 560 000 hectares cerca de 16 da rea total de ambas as regi es 188 Com o 25 de Abril de 1974 chega ao fim a liga o entre a posse da terra e a posse da ca a as reas privadas sofrem s rias restri es enquanto proliferam os terrenos onde se podia ca ar livremente Em 1975 s o extintas as coutadas e os aramados e o Estado que assume agora o controlo dessa riqueza nacional As 1300 coutadas que ocupavam oito por cento do territ rio nacional e onde existiam condi es de repovoamento alimenta o bebedouros e fiscaliza o pr pria chegavam assim ao fim 89 O fim dos velhos coutos privados e o acesso livre de todos os ca adores s zonas de ca a conduziu desertifica o cineg tica de grande parte do Pa s Em 1977 chegou a ser elaborada uma primeira lei que recuperava a ideia das coutadas privadas mas acabou por n o avan ar por clara falta de vontade pol tica 179
200. ignifica que se devem subverter os objectivos iniciais espartilhando as potencialidades presentes informa o anterior mas antes revalorizar ambas pela continuidade temporal que materializem A designa o dada a cada uso pode ser considerado por si s como relativamente irrelevante face multiplica o de percep es individuais poss veis Se um campo de trigo sempre um campo de trigo j uma rea de mato pode ser percepcionada de m ltiplas formas visualmente agrad vel porque bravia e desordenada desagrad vel pelas mesmas raz es fonte de riquezas v rias directa ou indirectamente ca a lenha apicultura da mesma forma que um campo em pousio simultaneamente uma rea em recupera o e de elevado potencial para pastagens Desta forma facilmente se compreende que existem conflitos entre diversos usos grande parte deles derivados de diferentes percep es de cada uso n o esquecendo que a simples utilidade que um espa o pode ter do ponto de vista econ mico afecta a percep o individual Mas porque que parece relevante entrar no campo da percep o num contexto t o claramente pouco prop cio a isso Porque na realidade classificar um espa o dividindo o em subsistemas visual e cognitivamente homog neos uma arbitrariedade muito subjectiva que 185 op cit pp 17 165 sem uma an lise cr tica pr via pode comprometer a validade dessas mesmas unidades Basicamente porque as unidades e
201. igrantes com o qual se cobria o d ficit comercial era o p nico nas pra as falta de cr dito no estrangeiro Rep blica em 5 de Outubro de 1910 raz es que levaram instaura o da Mas quais foram as mudan as e as reformas sob a Rep blica Segundo v rios autores pouco ou nada mudou na estrutura produtiva e na vida econ mica do pa s Esperava se a Rep blica e a mudan a de pessoal e estilo pol tico que resultaria era uma aspira o n o um projecto programado as ideias b sicas n o divergiam das ideias b sicas da monarquia capital propriedade liberdade P tria O problema era n o a mudan a do regime pol tico mas sim do regime econ mico 47 Ou mais criticamente Em 1910 5 de Outubro n o se fez a verdadeira Rep blica fora prematuro antes de se revolucionar de uma forma profunda o regime social da produ o necess rio possuir se algum que produza com um m nimo de efic cia era o que nos faltava N o se aperfei oou a economia existente nem se democratizou nada nenhum dos factores de import ncia b sica na vida econ mica e moral como a propriedade o cr dito a educa o ou a assist ncia sofreu reformas nem se abriram campos de actividade til ao trabalho agr cola e industrial reforma agr ria e da t cnica agr cola aproveitamento da gua dos rios na rega dos campos e na energia el ctrica democratiza o do sistema credit rio fomento e protec o das instit
202. imita o dos resultados obtidos pois n o considerada rea com cereal a imagem de Agosto as reas em pousio e charneca s o aparentemente consideradas em conjunto e por ltimo o solo a descoberto tanto o terreno lavrado como os afloramentos rochosos e reas adjacentes mina Embora a rea seja muito distinta em localiza o mais para Norte e rea inferior ao Concelho de 197 RAMALHO J JAN Lina PERDIG O M V OLIVEIRA E HENRIQUES R G 1988 Caracteriza o fisiogr fica da Zona Cr tica Alentejana Classifica o do Uso do Solo na Sub Regi o de M rtola 186 M rtola apresentam se os resultados embora pare am ser duvidosos e talvez de compara o delicada Uso rea Eucalipto 10 44 Incultos 27 03 Pinheiros 6 02 Solo adescoberto 19 73 Azinheira 29 56 Agua 1 20 Observa es Valor excessivo confus o com charneca Cereal n o foi distinguido confus o com pousio Existe somente um pequeno per metro a Oeste de M rtola Pr ximo ao valor obtido 11 3 mas imagem de Agosto Claramente excessivo confus o certa com charneca densa Elevado sobretudo em Agosto Quadro 42 Classifica o do uso do solo na Sub regi o de M rtola 1978 187 188 Castanho 0 5 10 Kms Laranja ooo Verde Claro Verde Escuro Azul Amarelo S pia Rosa Figura 13 Classifica o do uso do solo no Concelho de M rtola tratamento digital da imagem TM Abril
203. importante a ter em conta na an lise das v rias cartas a sua cr tica De facto a leitura e interpreta o de cartas de uso do solo agr cola e florestal ou classifica o do uso do solo recorrendo tele detec o levanta uma s rie de quest es que de forma alguma podem ser subestimadas e Problema da defini o da rea agr cola De facto quando que um pousio deixa de o ser e passa a ser considerado como pasto 41 ou quando que passa a ser considerado charneca Se for charneca ser que n o agr cola apesar da explora o extensiva para lenha apicultura pastoreio e Consequentemente as reas consideradas como culturas arvenses de sequeiro s o na realidade um conjunto de reas com trigo outras reas lavradas se os alqueives j foram abertos Abril para diante e vastas reas em pousio Este problema p e se com a carta do S culo XIX e um pouco menos com a de 1960 visto que existiam crit rios claros e que est o descritos Na imagem de sat lite a distin o de trigo e rea lavrada n tida nas bandas dos infravermelhos 4 5 6 no Landsat Thematic Mapper pois a terra a nu n o tem nenhuma actividade foto sint tica e os cereais destacam se da vegeta o natural por terem uma actividade muito elevada No entanto na imagem de sat lite persiste uma certa indefini o dentro do pousio e at charneca e Outro problema na carta do S culo XIX que os levantamentos foram feitos folha a f
204. inho Aroeira etc A medida que a sucess o vegetal se vai processando d se um enriquecimento da quantidade e qualidade O montado d lugar a um novo ecossistema equilibrado din mico e extremamente rico que com o tempo pode evoluir at ao primitivo bosque do tipo Mediterr neo Matagal de reas Declivosas Coberto extremamente diversificado e complexo no qual rvores esparsas e arbustos de porte arb reo se destacam da densa mancha vegetal Os sinais de intensa actividade animal s o indicadores da presen a de uma comunidade de vertebrados terrestres que embora com as caracter sticas gerais da fauna associada aos matos apresenta uma riqueza ecol gica nica no Concelho Esta forma o vegetal persiste nas margens declivosas dos principais cursos de gua onde o encaixe originou declives suficientes para poupar as vertentes lavoura desenfreada e pelas mesmas raz es em reas de afloramentos rochosos ou topos de maci os rochosos Serra da Alcaria Ruiva S o as nicas reas que se aproximam de uma situa o mais t pica de Matagal Mediterr neo aut nticas rel quias embora nalguns casos com influ ncia humana a n vel de pastagem por cabras REAS DE ESTEPE MEDITERR NEA Estas reas s o por assim dizer o resultado final da degrada o charneca aberta depois de arroteamento e pr tica agr cola extensiva e continuada H uma aus ncia total de rvores ou arbustos que foram substitu dos por esp cies herb
205. introdu o s cartas documenta o preciosa de exist ncia pouco conhecida passa se a transcrever um texto de Mariano Feio e Maria Jos Roxo As Cartas Agr colas dos finais do S c XIX O autor deve a ambos a permiss o para o uso do texto que aguarda publica o na Revista Finisterra mas mais importante deve a ced ncia dos valores das reas de uso do solo laboriosamente medidas nas cartas e minutas bem como algumas das cartas Professor Mariano Feio al m da descoberta ordenamento cataloga o e disponibiliza o das quatro minutas da carta n o publicada de M rtola que permitiram a avalia o da rea Concelhia e a an lise de todo o Concelho Dra Maria Jos Roxo Estes factores contribuem para que esta parte do trabalho se torne com toda a mod stia in dita no tocante s fontes documentais utilizadas pois o paradeiro das minutas da carta de M rtola era desconhecido As datas 1888 1897 no t tulo do Capitulo dizem respeito ao per odo durante o qual se fez o levantamento de campo para as v rias cartas que constituem a cobertura do Concelho de M rtola A iniciativa do levantamento das Cartas Agr colas concretizou se numa proposta de 11 de Janeiro de 1882 ao Conselho de Agricultura de Beja feita por Pedro Victor da Costa Sequeira que era seu presidente ao mesmo tempo Governador Civil Pretendia se fazer o levantamento do distrito trabalhando por Concelhos come ou se naturalmente pela cidade Foi encarr
206. io logo seguida de charneca constituindo no conjunto 65 3 do uso do solo no Concelho N o obstante os campos em pousio est o longe constituir um abandono da actividade agr cola pois grande parte dever estar em explora o como pastagem A evolu o das reas afectas aos v rios usos em rela o s duas datas anteriores apresenta se no quadro seguinte 1985 Varia o Varia o Uso 1882 93 1951 60 Culturas Arvenses 8 0 12 09 Pousio 34 0 8 86 Lavrado 11 3 Pousio Arvenses Lavrado 53 3 9 65 36 30 Montado de azinho oliveiras 13 2 6 07 5 73 Charnecas e matos 31 3 2 13 30 07 Improdutivo 1 1 0 53 0 03 Quadro 40 Uso do solo no Concelho de M rtola Abril de 1985 1882 93 e 1951 60 183 A rea de culturas arvenses diminuiu claramente 36 30 em rela o a 1951 60 estando mesmo 9 65 abaixo do valor de 1882 93 O aumento da rea de charneca campos abandonados desde a d cada de 50 proporcional 30 07 acompanhado de um aumento de 5 73 das reas de montado No entanto para uma correcta interpreta o destes valores conv m relembrar que o montado esmagadoramente de azinho encontrando se parcialmente confundido com as reas em pousio 7 7 e com alguns campos de oliveiras A rea de charneca engloba forma es arb reas semi naturais densas havendo um limiar de confian a de 5 9 no conjunto lavrado cereal pousio bastantes reas lavradas n o estar o certamente li
207. ionais nomedamente atrav s da introdu o de animais ex ticos 208 avestruz procurada pela sua carne e penas e camelos para aproveitamento da l do leite mas sobretudo como p lo de atrac o tur stica e cultural 206 FRANCO 1993 207 DIAS 1993 208 GARCIA 1993 211 212 Capitulo XIII Nota final Antes de terminar gostar amos de deixar algumas indica es suplementares sobre as motiva es que levaram escolha da rea de estudo e da abordagem adoptada neste trabalho O contacto pessoal com a realidade f sica da margem esquerda do Guadiana deu se durante cerca de cinco anos enquanto investigador de dois projectos comunit rios e em colabora o com a Dra Maria Jos Roxo entre 1988 e 1990 Projecto Climatic Variability in Semi Arid Environments on the Southeast of Spain and Portugal EV4C em colabora o com o Departamento de Geografia da Universidade de Bristol com o Departamento de Geografia da Universidade de Murcia com o Centro de Ecologia Aplicada da Universidade de vora em 1991 e 1992 Projecto Medalus Mediterranean Desertification and Land Use em que participam Universidades de todos os pa ses comunit rios da bacia Mediterr nea Inglaterra Holanda e B lgica e em 1993 Projecto Medalus II O trabalho realizado como investigador tem se centrado numa problem tica multi tem tica que inclui eros o de solos variabilidade clim tica fen menos clim ticos extremos biomassa vege
208. isso a afastar o resultado final da realidade Desta forma passou se an lise das caracter sticas de cada pol gono e vari ncia dentro de cada um retirando por es que em tudo se tornavam mais semelhantes a outras classes Alguns pol gonos foram retirados do ficheiro de reas teste caso das planta es de eucaliptos e urbano No caso das reas urbanas porque um dos objectivos iniciais tinha sido identificar os montes e pequenas povoa es disseminados pelo Concelho o que n o tem express o radiom trica salvo para quatro ou cinco aglomerados Nos restantes um conjunto de tr s casas 177 numa rea de solo a nu passa a solo a nu n o s porque espacialmente e em termos ambientais isso mais relevante como porque doutra forma seria quase imposs vel classific los Utilizando uma imagem do sat lite SPOT em que a resolu o espacial 10 metros essa identifica o seria mais f cil mas precisamente por essa raz o as imagens do SPOT est o muit ssimo mais vocacionadas para estudos em reas urbanas at porque o menor n mero de canais somente tr s levantaria eventualmente problemas na diferencia o dos diversos tipos vegetais numa rea rural Modificados os pol gonos e retirados alguns voltou se a correr a classifica o 194 O resultado foi claramente superior em todos os aspectos Contornos mais n tidos praticamente nenhum sal e pimenta constitu do por p xeis isolados classificados de forma
209. ites do razo vel onde quase todo o mato foi destru do tendo se procedido a uma simplifica o extrema do meio por forma a utiliz lo intensivamente como ecossistema Ponto III 2 1 Tr s factores principais podem ser apontados como causa da fal ncia da Campanha a arroteia o financiamento da cultura do trigo e a forma de explora o agr cola 97 Mas existem outros aspectos que contribu ram e agravaram a decad ncia da actividade agr cola no Sul do pa s a peste su na africana a generaliza o da mecaniza o da agricultura a pol tica agr cola oficial e a conjuntura econ mica do pa s e sua evolu o no sentido dum elevado esfor o de industrializa o a expensas da diminui o do peso do sector prim rio na economia nacional Em 1955 chegam as m quinas agr colas duma forma mais generalizada juntando a Metal rgica Duarte Ferreira maquinaria agr cola C U F como principais benifici rias da Campanha do Trigo Diga se no entanto que a Metal rgica Duarte Ferreira demonstrou grande in rcia vindo a falir os benefici rios foram os importadores de material estrangeiro A chegada da m quina criou desde logo problemas a n vel de emprego agr cola ao competir com a massa de assalariados rurais cuja actividade ao longo do ano era incerta e dependente do sucesso do ano agr cola Se facto que s alguns podiam adquirir estas m quinas sobretudo os grandes propriet rios havia um mercado de aluguer em que o se
210. itos foram mal classificados Na realidade a qualidade da classifica o era muito grande em grande escala pois as principais manchas estavam bem definidas sobretudo a n vel de reas com cereais e pousio bem como in meras pequenas reas em toda a imagem que estavam correctamente identificadas Esta verifica o foi efectuada confrontando a classifica o com a fotografia a rea O maior problema residia no facto de existirem in meros p xeis sobretudo no interior das reas de charneca e terreno lavrado classificados como urbano eucaliptal e olival Qual poderia ent o ser a explica o para este facto Como poderia um conjunto de p xeis numa rea claramente de charneca estar classificado como rea urbana ou eucaliptal O problema residia no sinal radiom trico do solo Efectivamente a ideia de uma assinatura radiom trica bastante pura um pouco ut pica a realidade que sobretudo numa rea em que o coberto vegetal n o denso existe uma grande quantidade de solo presente em cada p xel Qual a raiz da confus o Numa rea urbana existem in meras parcelas de solo a nu terrenos expectantes recintos de feira grandes reas de estacionamento ruas at 192 para n o referir jardins rvores etc Estas reas v o ter um valor radiom trico extremamente 192 Em todos os pol gonos criados sobre reas urbanas esta situa o prov vel se n o certa As reas urbanas escolhidas foram M rtola Beja Se
211. iva a charneca avan a a partir das margens mais dissecadas porque mais pr ximas do n vel de base do Guadiana e Chan a e Margem direita do Guadiana Oeste Sector Norte at Faixa Piritosa rea com solos de maior aptid o agr cola mancha extensa de montado de azinho grande propriedade e muitos campos de cereal rea em pousio proporcionalmente baixa em rela o ao resto do Concelho Invas o de reas de charneca a partir do Vale do Guadiana e Cobres 185 e Margem direita do Guadiana Oeste Sector para Sul da Faixa Piritosa charneca nos principais elementos de relevo tr s alinhamentos Norte Sul de cristas quartz ticas ao longo do Vasc o e Guadiana com especial destaque para o extremo Este Mesquita Esp rito Santo onde quase exclusiva Campos lavrados de grandes a muito grandes com pequenas manchas de charneca e afloramentos rochosos embora confundidos com o lavrado dada a semelhan a geol gica rea de montado de Azinho no extremo Sudoeste S o Pedro de Solis A rea de cereal pequena mas sendo os terrenos lavrados rea agr cola este sector torna se o mais agr cola embora tudo indique as pr ticas sejam mais extensivas que nos outros sectores A antiguidade da ocupa o a pobreza dos solos e elevado grau de degrada o potencial podem ser evocados como factores favor veis a estes factos e Embora n o sendo um sector a Mina de S o Domingos constitui indubitavelmente uma rea
212. ivados dos dados brutos iniciais permitiu individualizar melhor as 188 O tratamento digital da imagem de sat lite foi efectuado pelo autor no Departamento de Geografia da Universidade de Bristol Inglaterra A esta o de trabalho utilizada foi uma Sun Park 2 GigaBytes de disco 54 Mb de RAM 5 MIPS milh es de instru o por segundo terminal gr fico multi sync de 19 e utilizando o pacote de softw are ERDAS 7 5 Foram tamb m utilizados in meros programas bastante mais aperfei oados para a classifica o e resolu o de uma enorme s rie de detalhes programas esses da autoria do Dr Malcolm Taberner e Steve Hurcom tamb m investigadores no Projecto MEDALUS Il cujo apoio incondicional e ajuda se fez sentir a todos os n veis e sem os quais este trabalho n o teria sido poss vel 172 reas de pousio onde existia pouca varia o entre as duas datas e as reas de charneca onde a varia o era m nima permitindo tamb m ter a certeza quanto s reas que de trigo passavam a palha ou que de lavradas passavam a coberto herb ceo m nimo Foi ainda criado um outro neo canal Normalized Diference Vegetation Index 189 que permitiu comparar os diferentes graus de actividade foto sint tica contribuindo sobretudo para uma melhor delimita o das reas de vegeta o natural Este ndice de vegeta o verde que dos mais vulgarmente utilizados tem por vantagem eliminar parcialmente as varia es simult neas de clarida
213. l pp 471 472 66 FEIO 1983 pp 69 64 Institucionalmente e politicamente o S culo XIX vai ser marcante em termos de mundo agr rio sobretudo devido Legisla o Agr ria do Liberalismo que se deve a Mouzinho da Silveira entre 1821 e 1828 Na altura da Revolu o Liberal as rela es econ micas estavam ainda parcialmente regulamentadas por normas que eram reminesc ncias medievais pagamentos ao Estado Igreja ao Munic pio ao propriet rio e que variavam de terra para terra Foi limitado o imposto de Sisa abolida a d zima e todas as numerosas presta es de tipo senhorial reduzido a 1 o imposto de exporta o posto termo cobran a de portagens e de nus sobre a circula o de mercadorias dentro do territ rio etc 67 A restaura o do Absolutismo fez com que estas leis ficassem letra morta mas depois do triunfo militar liberal 24 de Julho de 1834 este conjunto legislativo representou a liquida o do antigo regime Outra das mudan as foi a extin o das ordens religiosas e a venda dos bens do clero que persistiam como propriet rios de largas extens es de solo liquida o do regime senhorial muitas tinham come ado a formar se desde a poca Visig tica No entanto os camponeses pobres n o tinham acesso propriedade financeiramente e embora a produ o agr cola tenha aumentado grande parte destes novos propriet rios eram absentistas Em todo o caso muitas explora es orientadas pa
214. l com as caracter sticas do Concelho quer de n vel de vida bem estar ou de mentalidades que pudessem modificar t o profundamente as dimens es dos agregados familiares Pelo menos quando a abordagem feita duma forma t o expedita quanto d bia atrav s de uma taxa habitantes por fogo O exerc cio legitimado pelo interesse inequ voco que tem acrescentar um s culo s rie j existente Freguesias 1798 1864 Var 1878 Var 1890 Var 1900 Var Alcaria Ruiva 776 1470 89 4 1465 0 3 1550 5 8 1721 11 0 Corte do Pinto 384 588 53 1 2572 337 4 3638 41 4 3214 11 7 Esp rito Santo 1548 1825 17 9 1916 5 0 1991 3 9 1836 7 8 Sant Ana 1368 4443 2248 2807 36 8 3661 30 4 3609 1 4 Sao Joao 764 1079 41 2 1067 1 1 993 6 9 986 0 7 S o Miguel 1140 1692 48 4 1898 12 2 1881 0 9 1841 2 1 S o Pedro 588 1256 113 6 1414 12 6 1483 4 9 1208 18 5 S o Sebasti o 656 415 36 7 401 3 4 484 20 7 522 7 9 Vila 2340 3236 38 3 3612 11 6 3993 10 5 3973 0 5 Total 10288 16004 55 6 17152 7 2 19674 14 7 18910 3 9 Quadro 13 Evolu o da popula o por Freguesia no Concelho de M rtola 1798 1864 78 90 Fonte 1798 SANTOS 1987 pp 38 Restantes INE Censo de 1950 dados retrospectivos Nota Dados de 1798 Fogos multiplicados pela taxa residentes fogo de 1864 1878 Desde o final do s culo XVIII at 1864 o Concelho de M rtola tem um aumento de 55 6 na popula o Os menores aumentos d o se nas Freguesias mais povoadas Esp rito Sa
215. lacional no Concelho de M rtola uma perspectiva ecol gica Disserta o de mestrado em Ecologia Humana vora Universidade de vora 151 p MANION A M 1991 Global Environmental Change Londres Longman 403 p MARTINS J Silva 1975 Estruturas agr rias em Portugal Continental Lisboa Praxis 2 vols 1189 p MATHER A S 1986 Land Use Londres Longman 286 p MEDEIROS Carlos Alberto 1987 Introdu o Geografia de Portugal Lisboa Estampa 268 p MOP Minist rio das Obras P blicas 1959 Plano de valoriza o do Alentejo rega de 170 000 hectares Lisboa col Notas MOP Lisboa 61 p NUNES DE LE O Duarte 1785 Descri o do Reino de Portugal 2 ed Lisboa 376 p OLIVEIRA MARQUES A H de 1968 Introdu o hist ria da agricultura em Portugal col A marcha da humanidade Lisboa Cosmos 350 p OLIVEIRA J T 1984 Carta Geol gica de Portugal Escala 1 200 000 Not cia explicativa da folha n 7 Lisboa Servi os Geol gicos de Portugal 77 p ONOFRE Nuno X R Soares ROSARIO L Pires do CABRAL M T E 1985 Algumas considera es sobre o modo de recupera o da capacidade biof sica de zonas degradadas em situa es pr des rticas Evora Actas do Congresso sobre o Alentejo vol Il pp 509 525 PENA Ant nio GOMES Luis CABRAL Jos 1985 Fauna e flora de M rtola uma perspectiva ecol gica do Concelho de M rtola M rtola Campo Arqueol gico de M rtola C ma
216. lcaria Ruiva menos densamente povoada continua o seu crescimento 28 9 dando se somente diminui es nas Freguesias de S o Miguel e S o Pedro 35 4 Os grandes decr scimos dentro do Concelho aparecem por vezes ligados a grandes aumentos em freguesias vizinhas ou ent o e sobretudo na rea da mina deixando antever um papel de reserva de oferta de trabalho que muitas vezes ter funcionado por exemplo em virtude do desemprego agr cola associado a maus anos de colheita em que a popula o estava disposta a trabalhar na mina pelo p o e vinho At 1920 a popula o diminui globalmente 5 0 tudo levando a crer que os fen menos citados a n vel nacional emigra o guerra e epidemia de gripe tenham a sua quota parte de responsabilidade A maior diminui o d se na freguesia que na d cada anterior tinha registado maior aumento S o Sebasti o bem como na Corte Pinto e Sant Ana reas onde potencialmente se encontrava a maior quantidade de m o de obra jovem mais apta que acaba por ser a que primeiro emigra ou que como neste caso recrutada para o ex rcito Ao inv s as freguesias mais rurais t m acr scimos sendo o de S o Pedro 65 4 muito significativo Mais uma vez aparecem valores de explica o pouco clara sobretudo nas freguesias mais rurais pode ter havido divis es de baldios que tenham atraido popula o ou aparecido pequenas explora es mineiras que pouco depois s o abandonada
217. lculos efectuados por Mariano Feio sobre as cartas e minutas originais As culturas arvenses ocupavam 20 09 da rea e os terrenos em pousio pastagem 42 86 em conjunto 62 95 do Concelho era agr cola o que muito mais do que se poderia esperar e do que geralmente se pensa As charnecas e matos representavam somente 29 17 da rea total do Concelho As hortas e pomares bem como as oliveiras tinham uma express o m nima restando 7 13 de montado de azinho 76 Os c lculos n o foram feitos por Freguesia mas caso tivessem sido o facto mais marcante seria sem d vida a dicotomia entre um Sul claramente agr cola e humanizado uma rea central mista em torno de M rtola e um sector Norte predominantemente de charneca sobretudo na margem esquerda do Guadiana A charneca existia tamb m nos sectores mais declivosos das principais linhas de gua bem como no topo dos relevos mais destacados A quantifica o das cartas do s culo passado passo essencial importante e in dito para o Concelho de M rtola n o deixa de provocar uma sensa o de perda face riqueza das cartas S o muitos os estudos que se podem elaborar a partir delas da topon mia ao cadastro agr cola estrutura e dimens o da propriedade etc todo um mundo que se abre investiga o Infelizmente a grande dimens o do Concelho de M rtola unidade escolhida para o presente estudo limita a realiza o de uma s rie de estudos poss veis des
218. lhos a c u aberto e em pequeno n mero at 1947 data a partir da qual se intensificou a planta o O objectivo era tamb m uma 33 op cit pp 118 34 op cit pp 57 103 tentativa de reconvers o da empresa que permitisse a instala o de novas ind strias de base florestal Em 1959 a rea repovoada tinha a seguinte distribui o de esp cies Eucalyptus Globulus 129 9 Ha Eucalyptus Rostrata 105 1 Ha Oliveiras 43 9 Ha Pinheiros 4 5 Ha O impacte ambiental da explora o dividia se basicamente em dois vectores o assoreamento do rio Guadiana e a polui o qu mica pelas guas da mina A mina produzia anualmente para tratamento do min rio e n o s milh es de m de guas sulfatadas e ricas em sedimentos met licos dissolvidos ou ainda em suspens o cujas concentra es a empresa tentou diminuir antes da sua rejei o para o rio Essa diminui o operava se obrigando estas guas a percorrerem um longo percurso depois de sa rem dos tanques de cementa o eram reunidas num dep sito para dali serem distribu das por diversos canais e tanques de pequena capacidade onde se evaporariam sendo a por o n o evaporada em parte absorvida filtrando se no solo atrav s de fendas dispostas nos canais de evapora o 78 O resultado mais vis vel actualmente uma paisagem de desola o lunar mesmo Estas guas 9 o esgoto da mina pura e simplesmente destru ram toda a vegeta o permitindo e cont
219. lo no Concelho de M rtola 1950 60 Fonte SROA e RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 pp 36 Voltando an lise das reas ocupadas pelos v rios usos do solo neste caso a compara o entre os dados de 1950 cadastro e os que resultam da quantifica o da carta propriamente dita Primeiro aspecto relevante a diferen a entre as reas totais do Concelho 115500 32 Ha em 1950 e 129304 Ha medidos a partir da carta Independentemente de haver sempre erros de medi o visto que entre estas duas datas o Concelho n o sofreu mudan as nos seu limites a diferen a parece se muito com o valor de charnecas e matos medidos da carta 15952 Ha Ora nos dados do relat rio de 1950 n o havia qualquer refer ncia charneca o que n o deixa de ser estranho excepto se cumprisse objectivos pol ticos Quanto ao resto dos valores as culturas arvenses e as reas em pousio t m valores semelhantes nas duas datas 91 57 e 89 60 Assim sendo legitimo considerar se os valores de cereal para 1950 v lidos o que revela uma cultura muit ssimo intensa 1 3 de terras em pousio somente quando este valor em 1882 1893 era de 1 2 das terras com cereal o que muito mais razo vel em fun o da pobreza dos solos A quest o que transparece pode ser de extrema import ncia pois v rias fontes referem que um dos problemas da Campanha foi precisamente uma grande intensifica o o que constituiu o golpe final nos solos Este facto vai um pouco contra a ideia
220. lora o da mais valia do seu trabalho j com as condi es b sicas satisfeitas por grandes explora es agr colas O que pode parecer um contracenso mas n o o afastando se contudo das boas inten es de Salazar em 1918 Os anos agr colas de 1940 1944 1945 e 1948 excepcionalmente maus foram um duro golpe que precipitou a fal ncia da Campanha do Trigo Em 1949 segundo Mariano Feio 86 existia uma estrutura de propriet rios absentistas cujo nico objectivo era a maximiza o do lucro feitores com o mesmo objectivo respons veis por um regime que ro a a depreda o e por fim oper rios agr colas que constitu am 73 da popula o activa na agricultura O golpe de miseric rdia na charneca foi a Campanha do Trigo e a subven o de 200 00 por hectare arroteado 3 A Mina de S o Domingos A exist ncia da Mina foi uma forte condicionante em termos de uso de solo e demografia no Concelho de M rtola absorvendo m o de obra nas crises de fome e desemprego agr cola necessitando de campos circundantes que fornecessem produtos agr colas para consumo da povoa o madeira e lenha para v rios usos al m de constituir um foco importante de qualidade de vida na regi o constituindo provavelmente a povoa o mais desenvolvida em certos aspectos no Baixo Alentejo Nesse sentido tra ar se um panorama hist rico t o sum rio quanto poss vel da mina propriamente dita e povoa o adjacente 87
221. ltura de cereais e sua institucionaliza o por parte do Estado Feita esta advert ncia conv m ainda referir que se privilegiaram textos que d o conta de d vidas e apreens es quanto s pol ticas seguidas sejam esses textos da poca ou mais actuais Neste ltimo caso em virtude da proximidade da revolu o do 25 de Abril e da mem ria muito fresca dos 48 anos do regime anterior alguns autores t m opini es talvez um pouco destorcidas N o obstante essas posturas t m que ser enquadradas na conjuntura em que foram produzidas A diversidade de opini es uma riqueza procurou se explor la Outro aspecto pr vio que conv m focar a dificuldade de encontrar documentos espec ficos para o Concelho ou regi o de M rtola que nunca deveria ter sido agr cola luz dos conhecimentos e opini es vigentes actualmente Para obviar esta limita o recorreu se a testemunhos que s o mais globalizantes porque dizem respeito a todo o Alentejo Se a sua aplica o rea em estudo n o pode ser directa ela n o deixa jamais de constituir o quadro institucional e pol tico que condicionou a evolu o da vida s cio econ mica no Concelho de M rtola e sua consubstancia o em usos do solo espec ficos com express o espacial determinada e quantific vel 1 Rep blica Com o in cio do s culo XX v o come ar a sentir se os efeitos da lei proteccionista de 1899 de Elvino de Brito O pa s continuava claramente deficit rio em p o
222. m de fora do Concelho e mais n o fazem que explorar a regi o Antigamente muitos latifundi rios respeitavam direitos ancestrais mas os novas promotores da ca a n o o fazem Para muitos a RC uma forma de rentabilizar a herdade que sempre quiseram para sua e para onde convidam os amigos de vez em quando o que n o teria nenhum problema se n o fosse a expensas de subs dios e em detrimento do usufruto geral Existe no Concelho de M rtola uma RC Tur stica com cerca de 7000 hectares gerida por uma empresa n o propriet ria do terreno na sua totalidade Foram cortados muitos caminhos constru das muitas cercas onde bastante ca a fica presa a morrer lentamente e onde o acesso proibido e Outra perspectiva a RC ser resultado da ac o de um grupo de amigos que gosta efectivamente de ca ar o que leg timo e legal mas que est o descontentes por n o 177 O autor tem conhecimento de um caso entre muitos outros onde a quest o foi ter sido cortado o caminho de acesso ao rio o que ilegal a todos os n veis dom nio p blico h drico caminhos mas onde a GNR chegou a intervir contra a popula o que protestava logo nitidamente do lado do propriet rio Pro be se a pesca a apanha de cana e bunho cogumelos tubaras com tamb m referem REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 17 157 conseguirem ca ar nada Formam uma associa o de ca adores e concorrem num Concelho longe do seu onde haja muita ca a tornando se
223. m de incultos E evidente que uma tal divis o da propriedade est em ntima conex o com a defeituosa 90 distribui o da popula o densa no Norte e escassa no Sul para onde de resto n o se tem canalizado o excedente demog nico das outras regi es Estes dois elementos terra e popula o foram sempre conjuntamente encarados nos v rios projectos que se propunham solu o deste problema da nossa economia nacional numa tentativa de arroteamento dos incultos O nosso regime cereal fero pode n o perdurar Tem no seu pr prio exotismo interessante na sua artificialidade no excesso de interven o legal nas regulamenta es exageradas e qui inoportunas na tend ncia constante a encarecer ou a piorar a qualidade do nosso p o de cada dia sem vantagens condignas e compensadoras aos olhos do grande p blico nisso tudo tem aquele regime diziamos a sua pr pria condena o O trigo designadamente tem mais que protec o est num regime de excepcional favor Mais uma vez as observa es s o n o s correctas como espantosamente actuais mas Salazar mais n o fez durante a vig ncia do Estado Novo do que agrava las Depois da forte emigra o antes e durante a guerra o final da mesma origina um refluxo que atra a pessoas e capital terra e tal como Salazar tinha previsto em 1916 h n o s uma proposta de reforma agr ria parcial 1924 1925 como tamb m uma forte tend ncia para a autarci
224. m do sector Norte o grau de disseca o e degrada o da superf cie diminui junto aos sectores de cabeceira dos afluentes do Guadiana neste caso Vasc o e Oeiras e em direc o a Oeste oposto ao Guadiana A separa o entre estes dois sectores feita pela Faixa Piritosa Morfologicamente ela constitu da por um conjunto de tr s alinhamentos principais paralelos com a orienta o ESE ONO constitu dos por material mais resistente silicioso que afloram com as dobras e a eros o diferencial deixou como relevos residuais de dureza A primeira faixa corresponde ao alinhamento desde a Mina de S o Domingos Guizo Grande Corte Pequena Vale de vora Murteiras Alcaria Ruiva a segunda Moreanes Senhora do Amparo S o Bar o e a terceira Neves Alvares Estes relevos v o acrescentar um retoque superf cie no Terci rio pois s o fonte de alimenta o de um dep sito continental as raias cobertura Plioc nica posterior as grandes desloca es Alpinas Fragmentos de rochas duras e resistentes altera o quartzito quartzo xistos sil ciosos etc pouco rolados ou mesmo apenas esmurrados com grande flutua o de calibre quase sempre mal estratificados e envolvidos numa pasta de altera o argilosa avermelhada que por vezes forma lentilhas ou lgados leitos Os blocos enormes n o s o raros numerosos ao p dos relevos encontram se tamb m esporadicamente de mistura com elementos de menores dimen
225. m per odo em que a drenagem seria desorganizada deserto pedregoso que nenhum rio sulcava o Guadiana correu ao r s da plan cie ou apenas embutido nela seguem se as oscila es clim ticas do Quatern rio com as c clicas varia es do n vel de base e clima mais h mido Passa se da resistasia nos interglaci rios para uma situa o mais pr xima da biostasia durante as glacia es A instala o dos rios vai ser guiada pelos dispositivos tect nicos alguns tro os do Guadiana no Concelho parecem bons exemplos disso come ando a hist ria dos rios com os terra os mais elevados que marcam o in cio do Quatern rio Durante o seu percurso no Concelho o Guadiana corre sempre num vale encaixado caracter stica morfol gica que os sectores terminais dos vales dos seus afluentes principais tamb m apresentam Esta situa o ligada resist ncia do material pouco prop cia em termos de forma do leito cria o de terra os de acumula o embora existam pequenas sec es a quatro n veis diferentes Ao longo do Guadiana sensivelmente de Corte Sines para Norte h sim um terra o de abras o do qual o Pulo do Lobo a cabeceira da eros o regressiva contempor nea do n vel de base do W rm O leito deste terra o seria do Riss e com a regress o profunda do Wirm sensivelmente 120 130 metros a eros o regressiva teria 8 op cit pp 184 9 op cit pp 187 15 atingido o Pulo do Lobo A forma actual
226. ma a sustentar uma fauna que se deseja em quantidade e qualidade o mais pr xima poss vel da que existiria num ecossistema n o degradado Os custos sociais bem como os problemas ligados ao direito ancestral de uso do solo como ecossistema para efeitos de ca a pela comunidade e outros tem criado alguns efeitos perversos e levantado muitos problemas Cap XI N o deixa de ser verdade que a passagem de largas reas a um uso do solo como ecossistema natural s contribuiram para um maior valor paisag stico contrariando a apet ncia de fun es consumidoras de solo como espa o O que facto que estas tr s poss veis utiliza es do solo coexistem actualmente multiplicadas por uma mir ade de poss veis maximiza es da utilidade desse uso a n vel individual Tamb m aqui para se poder ler o uso do solo numa rea preciso tomar conhecimento de quais as motiva es que levam a diferentes usos sobretudo se essas motiva es s o induzidas por ac es pol ticas como subs dios e fundos de apoio que fazem despontar em qualquer momento novas formas de maximiza o da utilidade de um uso 3 SOLO TERRA A palavra terra tem muitos sentidos 83 solo que se pisa espa o das actividades rurais o pa s em que se vive o elemento s lido em rela o aos oceanos ou mais globalmente o nosso planeta O lado racionalizado dos sentidos que a palavra apresenta sob o aspecto do vivido do passional ou do carnal seriam solo
227. mais ou menos generalizada de que os pousios eram e foram sempre muito longos mas para provar completamente isto seria necess rio recorrer a outro tipo de documentos Os restantes valores fazem sentido pois revelam incrementos na globalidade plaus veis mais 0 01 de hortas e pomares mais 0 30 de olivais mais 0 05 de montado de azinho etc Somente o aumento de improdutivo est ril parece um pouco elevado mas no 118 contexto da Mina e reas adjacentes em explora o directa ou indirecta bem como reas sociais poder ser poss vel um aumento de 1 0 O quadro seguinte p e isso em quest o Quais s o ent o os valores absolutos retirados da carta Fig 11 e que evolu o representam em rela o ao final do s culo passado 1882 1893 Uso Hectares Hortas e pomares 108 Culturas Arvenses 25381 Pousio 54160 Pousio Arvenses 79541 Vinhas Olivais 109 Figueiras Amendoeiras etc Montado de azinho 9013 Montado de sobro Pinhais Eucaliptos e outros Charnecas e matos 36863 Improdutivo 725 Total 126359 Yo 0 09 20 09 42 86 62 95 0 09 7 13 29 17 0 57 1950 60 Hectares 100 115852 6 409 171 9663 6 11 93 1592 1386 129304 1950 60 Yo 0 08 89 60 0 00 0 32 0 13 7 47 0 00 0 01 0 07 1 23 1 07 Varia o 0 01 26 65 0 00 0 23 0 13 0 34 0 00 0 01 0 07 27 94 0 50 Quadro 25 Evolu o do uso do solo no Concelho de M rtola 1882 1893 a
228. mant m se evoluindo com uma lentid o extrema dada a imensa resist ncia do xisto enormemente metamorfizado e silicioso Fig 4 O regime do Guadiana fruto da enorme irregularidade clim tica interanual as caracter sticas litol gicas da bacia nesta parte terminal bem como a forma do vale encaixado favorecem a ocorr ncia de cheias com guas muito altas nos anos excepcionalmente h midos cheias essas que tamb m ocorrem nos principais afluentes pelas mesmas raz es Guerreiros do Rio Leito Riss Pulo do Lobo Ciclo Wurm Fig 4 Esquema interpretativo da evolu o morfol gica do Vale do Guadiana 19 3 Clima Um momento na Primavera quando os trigais brilham ao sol e h matizes preciosas de vermelho roxo e amarelo entre a seara que amadura o Alentejo veste se de uma beleza pr pria Depois da ceifa uma luz ba a e crua abate sobre o restolho amarelado Ao meio dia o calor sufocante No monte dorme se a sesta as paredes caiadas reverberam a luz e ferem a vista Os gados im veis sofrem do calm zio O zangarreio da cigarra o nico ru do de ser vivo tudo o mais se queda amodorrado Os olhos procuram em v o o repouso de um quadrado de verdura As folhas das rvores est o cori ceas e os ramos muito aparados quase n o abrigam da ard ncia do solo Por isso Alentejo n o tem sombra Sen o a que vem do c u Mas esta s chega quando as nuvens do equin cio anunciam o come o do Outono
229. mapas clim ticos problem tica pois s o constru dos com base em extrapola es que raramente t m em conta aspectos microclim ticos ligados topografia ou ao inv s t m nos demasiado em conta Ser que espacialmente o meio tem indicadores nomeadamente a n vel de vegeta o natural que se coadunem com a varia o quantitativa dos aut nticos zonamentos que estes mapas induzem f cil ser se cr tico sem se ser construtivo sobretudo quando o interior Alentejano das reas do Pa s com uma pior cobertura da rede meteorol gica nacional O ponto de vista apresentado diz somente respeito limita o que est subjacente ao conceito de que o clima limita directamente a regenera o Esse limite o tipo de vegeta o que em dado local o meio pode suportar e n o somente as reas determinadas a partir dos mapas A introdu o de esp cies ex ticas estranhas ao meio n o s permite efectuar uma s lida refloresta o como impedir a continua o da degrada o do solo Mas ser assim t o claro Ser que lavrar de cima a baixo in meras vertentes antes ocupadas por estevais densos e j com outras esp cies naturais presentes para plantar pinheiros regenerar e diminuir a degrada o E os crit rios para escolha das esp cies ser o s as manchas com precipita o m dia x y e z Tudo depende da ptica de recupera o Se para uns ela deveria ser feita com esp cies locais deixando o pr prio sistema a
230. meira carta que podemos considerar de uso do solo 72 e onde o Concelho de M rtola est representado A Carta segundo Filipe Folque que publicou o relat rio respectivo 73 fora realizada por t cnicos que tinham feito o levantamento da carta geol gica portanto n o eram especialistas em agricultura Vem aqui a ponto recordar que as manchas que esbo mos na nossa carta e que representam o terreno inculto de cumeadas e de charnecas est o mui longe de corresponder ao rigor desejado n o somente com respeito sua extens o e figura como tamb m relativamente sua posi o dever considerar se terreno cultivado aquelle que s recebe amanho e semeado de muitos em muitos annos e por isso se conserva a maior parte do tempo coberto de mato consider mos como terreno inculto n o somente o que nunca recebe cultura como tamb m o que s a recebe com grandes intervallos e desprez mos as pequenas manchas de culturas incluidas no terreno inculto e bem assim as d este ltimo abrangidas no solo agricultado muitos dos nossos engenheiros poder o ter encarado esta e outras quest es por modo diverso por que n s as consider mos e dahi provir o necessariamente erros grand ssimos na avalia o das superf cies de que vamos tomar conhecimento Estas advert ncias v m somente tornar mais relevantes as quest es levantadas anteriormente em rela o explora o extensiva das charnecas e maninhos e da dificuldade de
231. mita es para pastagem De uso limitado e em explora o de mato e explora o florestal geral n o suscept vel de Limita es muito severas utiliza o agr cola Riscos de eros o muito elevados N o suscept vel de utiliza o agr cola E Severas a muito severas limita es para pastagem matos e explora o florestal servindo apenas para vegeta o natural ou florestal de protec o ou verifica o Ou n o suscept veis de qualquer utiliza o Quadro 6 Defini o e caracter sticas das classes de capacidade de uso do solo Fonte MAP SROA In MACEDO 1987 pp 28 Utiliza o Agr cola Utiliza o n o Agr cola Distrito A B C ha Pa s Distrito D E ha Pa s Distrito rea Social Total Beja 339773 14 16 33 1 675690 10 97 65 7 12827 1028290 Bragan a 75471 3 15 11 4 578316 9 40 87 6 6192 659679 vora 302366 12 60 40 9 426280 6 92 57 8 10137 738783 Lisboa 133663 5 57 48 5 127960 2 08 46 5 13899 275522 Quadro 7 Classes de capacidade de uso do solo por Distrito Fonte SROA CNROA Estimativa organizada em 1976 In FEIO 1991 pp 74 Os distritos escolhidos para al m do de Beja apresentam valores m ximos ou m nimos para efeitos de compara o Assim o Distrito de Beja dada a sua superf cie a maior reserva nacional de solos agr colas e simultaneamente de solos n o agr colas Mas o peso relativo dos solos A B C no Distrito relativamente baixo 33 1 sendo superado por vora mais
232. mpos reverdecidos que antes da lei de 99 estavam 7 CAMPOS Ezequiel de A lei da fome Porto 1913 in op cit pp 339 341 87 maninhos e em charneca Todo este arroteamento foi feito a favor da lei proteccionista mas hoje temos somente uma terra esterilizada e um regime inst vel e inst vel h de ele ser enquanto a agricultura Alentejana estiver confiada s multid es semi n madas e incertas de vida que laboram na cultura extensa A situa o de degrada o vivida no Alentejo decorrente dum arroteamento intempestivo est bem patente neste texto importante frisar a preocupa o que aflora quanto degrada o dos solos e n o fixa o das popula es que sem possibilidades de subsist ncia perpetuam pr ticas agr colas ancestrais como a queimada As solu es propostas v o at hoje ser o estigma dos anseios do Alentejo quanto a um real fomento da agricultura Desta problem tica resultar o os tr s principais vectores da modifica o do espa o agr cola Alentejano por via institucional a Junta de Coloniza o Interna e a Campanha do Trigo duas d cadas e uma guerra mundial depois o Il Plano de Fomento e o Plano de Rega do Alentejo mais duas d cadas e outra guerra mundial estes dois ltimos predominantemente virados para a difus o das culturas comerciais irrigadas tamb m not vel como em 1993 a not cia do arranque da barragem do Alqueva vem responder mesma linha de car
233. n 290 p WOOLDRIDGE S W EAST W Gordon 1967 Esp rito e prop sitos da Geografia 2 ed Rio de Janeiro Zahar 189 p 220
234. na Linha de ac o de geografia do Mediterr neo e das ilhas Atl nticas cad 2 Lisboa CEG INIC 56 p GARCIA Ricardo 1993 Os novos bichos do Alentejo O P blico Outubro 17 pp 58 59 GIRAUD C M GIRARD M C 1975 Applications de la teledetection l tude de la biosphere Paris Masson 186 p GOUDIE Andrew 1988 The Human Impact on the Natural Environment 2 ed Oxford Blackwell 337 p Guia de Portugal 1983 Estremadura Alentejo e Algarve vol ll 2 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 697 p HARE F K WARREN A MAIZELS J K KATES R W et al 1992 Desertifica o causas e consequ ncias Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 677 p JOHNSTON R J 1987 Environmental Problems Londres Belhaven Press 211 p LEMPS A Huetz de 1970 La v g tation de la terre Paris Masson 133 p LILLESAND Thomas M KIEFER Ralph W 1987 Remote Sensing and Image Interpretation 2 ed EUA John Wiley and Sons 721 p LOUNSBURY J F SOMMER M L FERNALD E A 1981 Land Use a Spatial Approach IOWA EUA Kendall Hunt 230 p MACEDO Maria Joao Costa 1985 Geografia da Reforma Agr ria vol VI col A reforma agr ria Lisboa Europa Am rica 265 p 217 MAGALH ES Joaquim Antero Romero 1970 Para o estudo do Algarve econ mico durante o S culo XVI col A marcha da humanidade Lisboa Cosmos 350 p MALVEIRO M I Louren o 1990 Desertifica o e din mica popu
235. nantes do solo e do ar sen o mesmo da sua variabilidade N o s a protec o cultura do trigo mediante os chamados direitos protectores deu o que tinha a dar mas da parte de til que teve apenas uma m nima parcela pode ser levado conta do poder central Se os direitos foram protec o pagaram na os agricultores O que h de mais til e eficaz decerto aproveitar as condi es existentes e procurar a modifica o das adversas Se se recomenda a cultura do trigo apesar do que acima ficou dito da impropriedade do solo e do clima porque ela ainda que pode valorizar para j e talvez durante muito tempo as centenas de milhares de hectares que lhe s o consagrados terra falta efectivamente em primeiro lugar a gua Tem se dito que no nosso pa s como na Espanha e It lia o problema agr rio um problema de hidr ulica agr cola Regar a terra utilizar ao m ximo a possibilidade produtora do nosso clima e do nosso solo a uma intensa radia o solar falta apenas a gua bem distribu da e doseada para fazer trabalhar ao m ximo a vegeta o A gua que falta especialmente no Sul modificaria imediatamente pela sua presen a e utiliza o o aspecto e aptid es culturais das terras A possibilidade de explora o de prados permanentes que nos faltam era de m xima import ncia para o desenvolvimento pecuario a terra falta ainda o capital que se desejaria f cil e barato e da a urgente necessidad
236. neficios locais regionalmente mal integrados e s cio economicamente mal repartidos 119 Este Plano fazia parte de um outro mais vasto denominado Plano de Valoriza o do Alentejo perfeitamente enquadrado no 2 Plano de Fomento e que compreendia 120 119 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1094 120 M O P 1959 pp 29 131 O ordenamento agr rio ou seja o uso mais racional dos solos agr cola quer de sequeiro quer de regadio e florestal este destinado em muitos casos conserva o dos solos e O ordenamento hidr ulico que consiste em criar disponibilidades para dar de beber a quem tem sede homens animais e plantas e em reduzir os malef cios da gua quando em excesso A n doa de gua n o h nada que a tire 121 e A melhoria dos processos de cultura e de pecu ria incluindo a correc o dos solos a constru o de silos nitreiras abrigos para gado etc etc e A constru o de estradas e porventura tamb m de caminhos de ferro e Obras de navega o fluvial e de portos e Abastecimentos de guas saneamentos habita es escolas igrejas arruamentos assist ncia m dica etc etc e Correios tel grafos e telefones e Electrifica o e Novas ind strias nomeadamente as ligadas produ o agr cola florestal e pecu ria Por uma s rie de raz es j referidas o xodo rural e esvaziamento da regi o embora sendo consequ ncia da falta de condi es no
237. no Italiana o seu conte do eminentemente aut rcico bem patenteado pelo lema o trigo da nossa terra a fronteira que melhor nos defende A Campanha vinha n o s refor ar o proteccionismo da lei de 1899 como criar v rios incentivos materiais cultura do trigo Os agricultores eram assim quase que for ados a proceder a novos arroteamentos As terras ocupadas cada vez mais marginais dada a sua baix ssima produtividade natural careciam de doses maci as de adubos Este consumo constituiu sem d vida um dos elementos em torno dos quais se estruturou o crescimento da C U F 97 Embora correndo o risco de tornar fastidiosa a leitura e porque est fora do mbito deste trabalho reinventar a hist ria recorro a dois extractos de texto inequivocamente representativos que fazem poca os primeiros balan os da Campanha do Trigo Assim 13 ROSAS 1993 pp 7 14 CABRAL 1974 pp 98 93 num artigo de economia agr ria intitulado Tra os principais da evolu o da agricultura entre as duas guerras mundiais 1920 1940 8 l se Nas ltimas dezenas de anos a agricultura portuguesa sofreu profunda transforma o Dos cl ssicos problemas agr colas do s culo passado muito pouco resta O dos incultos consequ ncia da deficiente explora o agr cola em larga extens o do solo cultiv vel resultado tamb m de muito claras determinantes de ordem pol tica econ mica e t cnica tema apaixonante de uma gera
238. nsibilidade ao mercado e seus mecanismos m qualidade dos produtos e sociais do sector baixo n vel de vida e de poder de compra da popula o rural dificuldade de acesso terra por parte de grupos potencialmente din micos 119 Estas medidas n o foram implementadas e o baixo n vel de vida da popula o ligada ao sector agr cola atrav s do consequente xodo rural que libertou muita m o de obra tamb m vai contribuir para os baixos sal rios na ind stria atrav s da fria lei da oferta e da 112 113 112 ROSAS 1990 pp 322 114 Ibidem op cit pp 325 115 Ibidem NEEE Sia Si wa 129 procura constituindo uma base pouco s lida da pretendida industrializa o do pa s 118 A forma o da EFTA European Free Trade Association em 1960 de que Portugal co fundador e decorrente zona de com rcio livre vai centrar mais ainda o esfor o nacional nos produtos industriais visto que n o interferia no sector agr cola como a CEE faz Mas quais as grandes linhas gerais de fomento da agricultura contidas no 2 Plano de Fomento Aumentar e melhorar a produ o at aos limites do abastecimento do mercado interno e das possibilidades de exporta o corrigir a reparti o do rendimento agricola 117 Havia portanto uma s rie de problemas fundamentais a resolver O problema do trigo continuava a existir embora com menor import ncia do que h umas dezenas de anos atr
239. ntamento em Lisboa 8 BASTO E A Lima 1917 in CABRAL 1974 pp 463 88 generalizado e h j em Maio de 1917 tr s dias de assaltos s mercearias e dep sitos de v veres 92 Neste Decreto os dois factos que parece importante salientar derivados de preocupa es anteriores quanto inefic cia da pol tica econ mica para a produ o cereal fera nomeadamente no Alentejo s o a tentativa de criar as t o desejadas condi es de cr dito e apoio estatal ao arranque de explora es agr colas bem como fortalecimento das existentes e a import ncia da difus o de informa o t cnica O projecto falhou porque basicamente mexeu com o regime de propriedade al m de n o propor qualquer tipo de obras a n vel de hidr ulica agr cola O aspecto da forma o focado em 1916 com particular import ncia por Ant nio de Oliveira Salazar que seria posteriormente o mentor de reformas muito mais profundas 3 N o pois a cultura cereal fera que temos adoptado e protegido a que mais em harmonia se encontra com as condi es do nosso meio em toda a parte a produ o agr cola seja qual for est sujeita a irregularidades climat ricas que fazem variar o rendimento da terra s vezes em amplas propor es H sempre nesta produ o alguma coisa de aleat rio e contingente Mas tudo isso se reduz ao m nimo quando as culturas preferidas s o exactamente as que tiram a sua raz o das qualidades domi
240. nte Lillesand Kiefer 1987 pp 567 Para o presente trabalho 188 seleccionou se uma imagem com 2048 por 2048 pixeis aproximadamente 61 5 quil metros de lado que abrangia todo o Concelho de M rtola excepto uma pequena sec o no extremo Sul limitada a Este pelo meridiano que passa sensivelmente por Vila Verde de Ficalho pelo limite Norte da cidade de Beja e a Oeste pelo meridiano que passa por Albernoa Esta imagem constituida pelo conjunto de dados num ricos nas sete bandas do TM para duas datas e reportados a uma unidade m nima espacial de 30 metros e 120 metros para o canal 6 3 2 Cria o de neo canais composi o colorida NDVI e ACP Numa fase introdut ria atrav s da visualiza o desta informa o por composi o colorida nomeadamente no dom nio dos infravermelhos pr ximos actividade foto sint tica foi poss vel identificar claramente os campos de cereal bem como o terreno lavrado este pela reflex o intensa e total aus ncia de actividade foto sint tica no dom nio espectral dos infravermelhos m dios estuda se sobretudo a energia emitida pelos objectos e n o a reflectida vis vel nos 4 primeiros canais do TM Em seguida procedeu se a uma an lise de componentes principais ACP considerando os 14 canais 7 da imagem de Abril e 7 da de Setembro dando os tr s primeiros componentes a seguinte informa o 1 brilho 2 varia o 3 solo geologia A visualiza o destes neo canais porque der
241. nto M rtola Vila S o Jo o havendo um valor negativo para S o Sebasti o que n o parece de f cil interpreta o eventualmente por n o ter sido considerado S o Bartolomeu que era Freguesia e passou a fazer parte de S o Sebasti o H sempre a hip tese de uma migra o intra concelhia mas o valor demasiado d spar dos restantes Os maiores aumentos d o se em Sant Ana e S o Pedro No primeiro caso fruto do in cio de labora o da mina e da ocupa o de baldios que na rea Este do Concelho seriam mais extensos fruto da maior concentra o do povoamento e menor densidade populacional Passados 14 anos em 1878 o Concelho cresce 7 2 saldo positivo m nimo se comparado com as transfer ncias de contingentes populacionais dentro do Concelho Este facto fica a dever se plena labora o da Mina de S o Domingos Corte Pinto cresce 337 4 A Freguesia de M rtola Vila bem como S o Miguel e S o Pedro aumentam embora ligeiramente As restantes t m uma diminui o o que pode ser explic vel pela s bita oferta de postos de trabalho na mina se n o mais remunerados que o trabalho agr cola pelo menos mais certos e isentos das vicissitudes clim ticas que sempre assolaram a lide da terra Somente o valor de 36 8 na Freguesia de Sant Ana estranho talvez somente explicado pela proximidade da Corte Pinto e da florescente povoa o da Mina de S o Domingos 71 At 1890 o Concelho cresce 14 7 sensiv
242. num sub aproveitamento de t o valiosa e rica informa o Aprofundar demasiado a vertente te rica da foto interpreta o e teledetec o est fora do quadro geral do trabalho Dessa forma e embora correndo o risco de nalguns pontos se ser um pouco superficial a metodologia ser apresentada nos seus tra os gerais referindo somente o m nimo indispens vel por forma a permitir a correcta compreens o do processo problemas inerentes dificuldades e caminhos encontrados 182 Cit por PENA GOMES CABRAL 1985 163 Numa primeira fase definiu se uma pr legenda que pretendia consubstanciar uma s rie de unidades de paisagem existentes no Concelho reas de cereal montado olival pouco expressivo em termos de grandes reas campos lavrados charneca e reas de pousio A identifica o destas unidades de cariz mais s cio econ mico ligado estrutura produtiva ao avaliar a rea potencialmente intervencionada pelo homem e por crit rios que designamos ambientalistas ligados avalia o das reas de maior produtividade biol gica reas de vegeta o natural e campos abandonados Estes s o indicadores de recupera o em consequ ncia do progressivo abandono da agricultura Criticamos o facto de n o termos procedido a uma divis o da unidade charneca em v rios sub tipos sobretudo baseada em crit rios de densidade de coberto vegetal de porte arbustivo No entanto esse aspecto demasiado espec fico em termos de
243. o um processo de mudan a envolvendo a degrada o da terra que leva diminui o da produtividade biol gica com consequente redu o da biomassa vegetal da carrying capacity do meio para o gado e colheitas e do bem estar humano A defini o abrange situa es variadas sobretudo de pa ses subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento N o aponta causas para a degrada o embora esteja relativamente subjacente o peso da actividade humana Por outro lado a diminui o do potencial biol gico pode ser resultado de fen menos t o diversos como a eros o de solos e lica e ou h drica a defloresta o os inc ndios ou a saliniza o de solos N o obstante face s diversas opini es quanto s causas dominantes esta defini o acaba por ser a mais humana e mais globalizante referindo indirectamente os impactos negativos sobre o solo como causa para a degrada o A defini o de Desertifica o de Kouda que tamb m n o distingue factores naturais ou humanos a seguinte 199 Aridifica o da terra que envolve todos os processos que culminam na redu o do teor de gua no solo e consequentemente causa a diminui o da produtividade biol gica Aqui aparece uma rela o causa efeito redu o do teor de gua no solo menos produtividade biol gica contudo n o referido se a gua diminui strictu senso se 198 DARKOH 1989 pp 10 199 KOUDA 1980 in MANNION 1991 pp 224 195 s o as carac
244. o Claro est que a diversidade de solos dentro do Concelho vem complicar sobremaneira este factor pois o solo acaba sempre por estar presente mesmo que parcialmente em todos os p xeis Desta forma reas de olival sobre terreno lavrado acabam por ter uma assinatura radiom trica que pouco difere do pr prio solo sobretudo se as oliveiras s o pequenas e muito abertas o que acontece com a maioria delas O mesmo se passa com o montado mas em menor escala pois a rea de sombra maior e a pr pria copa tamb m Por todas estas raz es havia uma mir ade de p xeis de olival montado eucaliptal por toda a imagem Outro g nero de problemas advinha dos pol gonos de rocha a nu na rea da mina A Sul da faixa piritosa Cap ll Ponto 4 solos algumas reas de solo lavrado eram radiometricamente mais semelhantes a rocha anu do que solo propriamente dito No entanto isto acaba por constituir uma evid ncia radiom trica pois h solos delgad ssimos muito erosionados que se assemelham muito mais a um reg lito do que a um solo propriamente dito Numa s rie de reas no Sul do Concelho foi poss vel verificar que existem de facto afloramentos rochosos mais ou menos extensos mas a grande quantidade de solo classificado como rocha a nu tem somente afinidade geol gica e n o tanto conceptual A rea mais fidedignamente classificada a de toda a mina bem como os taludes do caminho de ferro e reas portu rias do Pomar o No Norte do Concelho
245. o todos mais tarde ou mais cedo d o estampa um testemunho sentimental da sua liga o a um peda o de terra As mais das vezes salva se a boa inten o e a recolha de fontes j que o estudioso ou ficou na certeza de que o mito s ent o lhe pertencera ou que ele ali est desmistificado no punhado de n meros e na c pia duns pap is comidos pela tra a 211 210 op cit pp 5 211 GARCIA 1982 pp 2 214 Bibliografia ABREU Carlos 1993 Ca adores divididos e armados Epoca de ca a abre hoje sob a amea a de graves confrontos O P blico Outubro 10 pp 28 29 ALEGRIA Maria Fernanda 1986 O povoamento a Sul do Tejo nos S culos XVI e XVII An lise comparativa entre dois mapas e outras fontes hist ricas Porto sep da Revista da Faculdade de Letras do Porto Geografia ser vol pp 179 206 ARROTEIA Jorge Carvalho 1984 A evolu o demogr fica portuguesa col Biblioteca Breve ser Hist ria Lisboa ICLP ME 119 p BALABANIAN Olivier 1980 Les exploitations et les problemes de I agriculture en estremadure espagnole et dans le haut Alentejo Contribution a I etude de campagnes Mediterraneennes Braga 2 vols 1006 p BANDARRA JAZRA Nelly BANDARRA Alvaro 1981 Les politiques agraires au Portugal el les transformations du systeme socio economique posterieur au 25 Avril 1974 Grenoble SRT Grenoble 697 p BARRETO Ant nio 1987 Anatomia de uma revolu o a reforma
246. o Mariano Feio 127 as dificuldades de rega nestes solos ondulados e de m qualidade s o as seguintes As produ es s o necessariamente menores e os custos mais elevados pois na rega por gravidade nos solos que n o sejam planos tem que se regar por sulcos em curvas de n vel que nunca s o perfeitas ou fazer constantemente pequenas presas dentro do rego para que a gua se infiltre Estas t cnicas s o hoje excessivamente dispendiosas dif cil para muitas opera es imposs vel meter m quinas em regos em curva por isso domina o regadio m o A pequena espessura dos solos inviabiliza a sistematiza o do terreno em largas faixas quase planas Segundo o mesmo autor a rega por aspers o s resolve o problema em solos pouco inclinados e os custos s o muito semelhantes ao da rega por gravidade Somente os pivots ao serem autom ticos e poderem operar com declives elevados compensam n o obstante serem muito dispendiosos Mas tudo depende dos solos que se forem de m qualidade exigem um n mero muito maior de regas e apresentam uma rentabilidade muito menor Face a estas limita es a rega em grande escala do Alentejo pouco mais parece que uma utopia Sem d vida que n o se podem negligenciar os aspectos ligados ao abastecimento de gua s popula es e os efeitos ben ficos a pequena escala mas de distribui o social duvidosa No caso dum Concelho como M rtola onde os solos potencialmente irrig veis
247. o 7 ZA da ADE 8 LR a DDS WY ZA GUN a E ds by UY Gio eer ey 0 Sd LEGENDA Terras Cultivadas rvores e Mato Cumeadas Incultas Figura7 Arborizagdo Geral do Pais 1868 Fonte SILBERT 1978 68 2 POPULA O Sem pretender elaborar um estudo demogr fico e de povoamento apurado cuja continuidade atrav s do per odo em estudo implicaria um cariz demasiado pesado importa contudo analisar as refer ncias anteriores ao Censo de 1864 primeiro Recenseamento Geral da Popula o A evolu o da popula o permite avaliar o crescimento potencial da ocupa o agr cola mas tamb m a tend ncia para uma forma de povoamento concentrada que hoje persiste refor ada pelo abandono de muitos montes e pequenos aglomerados isolados Nos s culos XVI e XVII as povoa es do Concelho de M rtola eram as seguintes 74 Povoa es Popula o em 1561 Popula o em 1662 Alcaria Ruiva 128 Corte do Pinto 148 M rtola 852 2000 Monte Moreanes Pereiras Santana de Cambas Quadro 11 Povoa es do Concelho de M rtola em 1561 e 1662 A localiza o destas povoa es coincide de facto com as principais reas agr colas M rtola com a import ncia inerente a todo o seu passado de entreposto embora o valor no s culo XVII pare a excessivo e abrangendo uma rea envolvente significativa Alcaria Ruiva no caminho para Beja e j em direc o a terras mais ch
248. o IV Antecedentes at finais do S culo XIX 49 Te USO dO SOMO ainsi aid a 67 2 PODUIAC AO sine a OO DS Rai es TED 69 Capitulo V A carta de Pery 1882 1893 n 73 Capitulo VL 1900 1950 ssa sissros are adeus 85 WE PRC OUDICAS a A A a 85 2 O Estado Novo Campanha do Trigo 93 3 A Mina de S o DOMINgOS assassino Meee eee hee eet 100 4 PODUIA O ss ca Stas abs inata ua auth heen needa ee dd 107 Capitulo VII A Carta Agr cola e Florestal 1950 1960 113 Capitulo VIII 1900 1974 passe dis eee eat 123 ndice Geral Capitulo X 197401993 52 amassado ze pcaeies hicks enter ei aeah Fags Rea adonnd ea shtasen eed 137 1 A Ref orma AG ranlessceieciciensGtaiecteete reared E aE 137 AM e ereUl 10 0 a E A EEEE IE AE EE EAE 140 J CEE N onae aa a a i a AT Oa pag 143 4 PAPCAM res vie co a iate Seana aie a a A ee N 148 Sn Gs oe ETE EAE AE EEE E E PY A E A 150 O POBUIA O eee earn rr cee E E Ca rer er ro eee 161 Capitulo X Classifica o do uso do solo por tratamento digital de imagem de Satelite ssa Accs subia ia ps ia raid 163 1 Aspectos metodol gicos gerais 163 2 Tele an lise e identifica o de reas homog neas 164 3 Classifica o multi espectral e multi temporal de dados Landsat TMr voc nes sabrina nando ndo Quase da o a 171 OMe O 250 6 5 5 ARRENDAR RN ND RS es aE 171 3
249. o conjunto de todos os p xeis contidos nos v rios pol gonos teste introduzidos descri o num rica de todos os elementos espectrais A classifica o ir analisar p xel a p xel atribuindo cada um classe com que mais se identifica 174 O processo utilizado neste caso foi o maximum likelyhood classifier classificador de semelhan a maxima que n o s tem em conta valores de tend ncia central mas tamb m a vari ncia e covari ncia vector m dio e matriz de covari ncia O resultado que no caso de classes com grande amplitude nos valores das v rias Curvas de bandas em caso de sobreposi o de assinaturas Equiprobabilidade OEE E aoe bea a radiom tricas h um crit rio probabil stico muito Banda 4 mais preciso do que num processo do tipo vizinho mais pr ximo Este classificador cria uma superf cie de equiprobabilidade delineada por linhas de igual valor dessa mesma probabilidade Representando esquematicamente somente para as bandas 4 e 3 pode observar se pela figura que cada p xel da imagem ir ser inclu do num dos usos obedecendo a um limiar de probabilidade No caso da classifica o efectuada esse intervalo de confian a foi de 95 0 4 An lise e cr tica dos resultados O resultado global da primeira classifica o efectuada ficou simultaneamente al m e aqu m das expectativas Al m na medida em que a percentagem de p xeis classificados rondou os 94 aqu m porque mu
250. o de obra os indispens veis grupos de trabalhadores O aspecto mais real ado neste excerto o bin mio estrutura da propriedade popula o Efectivamente num per odo em que o crescimento da popula o urbana era superior ao crescimento demogr fico do pa s fruto dum claro ex do rural a quimera de incentivar um esp rito de colonatos agr colas mais n o serviu que para promover desloca es de popula o rural porventura de reas em que a agricultura era comparativamente menos pr spera Serra Algarvia e Beira Baixa nomeadamente A divis o dos baldios em courelas ou sortes pois a sua distribui o era sorteada de dimens es m nimas acabaria por levar a situa es de novo abandono a dimens o da propriedade era t o pequena casos dos baldios da Serra de Serpa e Serra de M rtola que dificimente poderiam constituir sustento de uma unidade familiar Outro problema era o investimento inicial em semente e alfaias que tamb m se tentou resolver O produto final em termos de propriedade foi a cria o de uma nova classe de latifundi rios populares ou aumento latif ndios preexistentes por agrega o de reas de baldio Rapidamente a produtividade do solo diminuiu obrigando ao abandono e venda ao desbarato de vastas reas N o contudo de minimizar a extens o de rea arroteada e explorada intensivamente por estes colonos cultivava se tudo onde o declive era impratic vel para os animais semeava
251. o disso um ptimo testemunho criando tamb m condi es n o s sua subsist ncia como apresentando at tend ncia de crescimento visto que constituem reas de fixa o de sedimentos em reas crescentes de gua calma 88 ARROTEIA 1984 pp 26 e RIBEIRO LAUTENSACH 1989 pp 739 107 Mas ap s o decr scimo de 1890 a 1900 qual a evolu o da popula o no Concelho Freguesias 1900 Var 1911 Var 1920 Var 1930 Var 1940 Var 1950 Var Yo Yo Yo Yo Yo Yo Alcaria Ruiva 1721 11 0 2218 28 9 2527 13 9 2980 17 9 3310 11 1 3338 0 8 Corte do Pinto 3214 11 7 4902 52 5 3648 25 6 5417 48 5 5597 3 3 6557 17 2 Esp rito Santo 1836 7 8 1907 3 9 1845 3 3 2410 30 6 2258 6 3 2038 9 7 Sant Ana 3609 1 4 4134 14 5 3378 18 3 4122 22 0 4912 19 2 5164 5 1 Sao Joao 986 0 7 1032 4 7 1318 27 7 1321 0 2 1554 17 6 1486 4 4 Sao Miguel 1841 2 1 1658 9 9 1996 20 4 2161 8 3 2313 7 0 2326 0 6 Sao Pedro 1208 18 5 780 35 4 1290 65 4 1372 64 998 27 3 995 0 3 Sao Sebastiao 522 7 9 949 81 8 495 47 8 579 17 0 970 67 5 1010 4 1 Vila 3973 0 5 4729 19 0 4688 0 9 5948 26 9 6936 16 6 6439 7 2 Total 18910 3 9 22309 18 0 21185 5 0 26310 24 2 28848 9 6 29353 1 8 Quadro 18 Popula o por Freguesias no Concelho de M rtola 1900 11 20 30 40 e 50 Em M rtola entre 1900 e 1911 a popula o total tinha aumentado 18 0 fruto de crescimentos elevados em S o Sebasti o mais agr cola 81 8 e Corte Pinto 52 5 gra as Mina de S o Domingos A
252. o essenciais ditando adapta es no sentido de um enraizamento profundo e bem desenvolvido na parte a rea in meras e pequenas folhas por vezes com espinhos p los e secre es viscosas cujo objectivo diminuir a transpira o e aumentar a reflex o da luz solar Para al m destas adapta es espec ficas de cada esp cie existe uma resposta global da comumidade que vai formando um complexo denso e estratificado que reduz a evapotranspira o a amplitude t rmica e a radia o solar favorecendo o desenvolimento de jovens pl ntulas embora limitando a quantidade de energia luminosa que atinge o solo Dum coberto escler filo primitivo em continuum atrav s da ac o humana passou se para v rios subsistemas mais ou menos homog neos e reas de transi o que formam uma paisagem em mosaico No Concelho existem tr s forma es vegetais bem individualizadas floresta escler fila em explora o forma es subxerof ticas e estepe mediterr nea e FLORESTA ESCLER FILA EM EXPLORA O Predominantemente constituida por montados e algumas pequenas matas de resinosas em torno de M rtola e eucaliptais no per metro da Mina de S o Domingos e perto da Corte Pinto este ltimo uma planta o com 34 anos Os montados resultam como atr s referido do aproveitamento selec o por protec o de rvores ind genas para obter lenha e alimento para o gado Os pinhais e eucaliptais s o uma interven o no verdadeiro s
253. o outras coisas que Deus d de todos foi retomado e afinado pelo sistema feudal prevalecendo desde o advento da nacionalidade O estabelecimento da propriedade territorial derivado do desenvolvimento e organiza o agr cola deu lugar ideia de coutada pela qual se estendia aos animais bravios o direito de posse como nunca tinha sido reconhecido antes O direito de ca a passou ent o a ser um privil gio real que podia ser dado a outrem mas cuja regulamenta o sempre esteve enquadrada por um conflito de interesses entre os propriet rios das terras e o direito ca a por parte do povo Das coutadas reais mais famosas real a se pela dimens o a referida nas ordena es Afonsinas como a Coutada Velha de Dom Jo o Desde o mar entre a cidade do Porto e a foz da Ribeira da Marateca a Sul de 164 127 Agricultores em 1990 para um total de 1329 explora es Concelhias 165 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 2 150 Set bal esta coutada ia at a estrada de Coimbra inclu a a Mata do Bot o e margens do Z zere passava por Tomar at Abrantes da ia a Montargil e pelo termo de Montemor at Cabrela 168 No p s liberalismo os privil gios venat rios reais confinavam se somente s Tapadas de Mafra e Vila Vi osa A primeira lei da ca a surge com a Rep blica e data de 13 de Julho de 1913 167 O diploma n o resolvia no entanto o problema do direito ca a seu exerc cio e protec o At 1967 a activ
254. o pac fico no tocante a direitos de usufruto propriedade etc Segundo uma nota de esclarecimento do Jornal O Futuro de M rtola de 1913 acerca da posse do referido baldio eram apresentadas as seguintes provas e O baldio esteve na posse dos moradores de Cambas desde tempos imemoriais usando o at 1687 passando nos 26 anos seguintes at 1713 para a posse da C mara que deu os terrenos para searas cobrando ra es e Os habitantes insurgiram se ent o contra essa posse que julgavam ser intrusa e reclamaram a el rei tendo obtido provis o com data de 13 de Maio de 1716 voltando a posse aos moradores sem pagamento de ra es ou quaisquer outras pens es e mandando inclusiv que fossem restituidas as que tinham sido pagas Na sequ ncia disto foi dada posse judicial aos moradores em 2 de Mar o de 1717 O termo de posse julgado por sente a do ouvidor da Comarca de Ourique em 3 de Mar o de 1717 ordenando na mesma que os moradores n o s o obrigados a pagar quaisquer pens es ao Concelho Em 3 de Setembro de 1751 estabelecida uma conven o entre a C mara e os moradores Al m de v rios regulamentos estabelece se o pagamento de uma d cima parte da produ o C mara 92 e Em 20 de Setembro de 1751 a C mara tenta uma ac o de reivindica o de posse da terra contra os moradores Os moradores apresentam a excep o de esp lio que recebida pelo Juiz de Fora em 1 de Outubro de 1751 a sua senten
255. o propiciada Qual era no S culo XVIII a situa o da Comarca de M rtola Havia grandes e enfadonhos espa os ermos e maninhos de mato rasteiro e brenhas silvestres espect culo de terreno vazio abandonado ainda no estado primitivo da cria o 50 De Serpa a M rtola Link s encontrou um deserto N o se pode fazer ideia desta regi o se n o se conhece o Cistus Ladaniferus esteva A esteva uma cist cea de folhas luzidias verdes escuras que produzem uma resina odor fera adano e de grandes flores brancas com manchas de p rpura acima da unha H as que atingem 3 metros de altura chegando um homem a cavalo a desaparecer no meio delas Derramam um cheiro inconfund vel e t o activo que com a continua o se chega a tornar desagrad vel 51 A riqueza de Serpa contrastava com a pobreza de M rtola e Link refere Esp rito Santo entre M rtola e Alcoutim como sendo uma rea mais rica visto ser cultivada h mais tempo J em rela o a todo o Baixo Alentejo para o Sul que extens o de charneca O que n o produziria esta terra se nela plantassem vinha e se a cobrissem de trigo e aldeias porque n o h nela um peda o que n o seja suscept vel de cultura se tiv ssemos m os para remexer a terra esta Prov ncia s por si poderia fornecer trigo para todo o Reino pelo menos 52 Ou Alentejo regi o plana inculta sem habitantes desperdi ada e com o aspecto de nunca ter sido sulcada por uma
256. oberto vegetal existente Desaparecida a mat ria org nica decapitado o solo do seu horizonte superficial sobretudo pela eros o promovida pelo escoamento superficial pouco mais fica que um reg lito mais ou menos profundo com pouca ou quase nenhuma aptid o para a cultura de cereais de sequeiro mais tarde no trabalho ser o referidos os valores de eros o para diversos cobertos vegetais Cap XI Eros o Depois mas n o menos importante h a quest o das caracter sticas clim ticas da rea ver Cap Il Na realidade a produ o de trigo est dependente da precipita o ocorrida mas n o de uma forma linear e muito menos como exclusiva fun o dos quantitativos anuais Sem querer soar demasiado emp rico diria que e Em Outubro in cio do ano agricola importa existir alguma precipita o por forma a permitir a lavoura em solos que durante o estio foram extremamente compactados e sujeitos a um stress h drico m ximo e Feitas as sementeiras conv m haver alguma humidade no solo Mas existem duas situa es antag nicas que podem comprometer a produ o se chove demais n o se d um enraizamento correcto germinando a semente quase superf cie o que implica que em Abril quando em termos vegetativos se d o desenvolvimento das espigas e face a uma car ncia de gua a planta n o possa buscar em profundidade a gua de que necessita se ao inv s a disponibilidade de gua ap s a sementeira fraca o
257. obretudo um crescimento gradual equivalente das reas cultivadas de trigo Houve sim um aumento das reas de vinha e oliveira j referido A generaliza o do milho no Norte e Centro tamb m s ajudou diminui o das reas afectas cultura do trigo A necessidade crescente de trigo leva a despenaliza es da importa o D Manuel 1502 aboliu a dizima sobre o cereal importado para a capital D Jo o Ill 1525 torna essa isen o permanente e alarga a sisa sendo estas medidas renovadas e ampliadas por D Jo o IV 1647 Mesmo assim os per odos de fome e car ncia repetiam se a um ritmo assustador meados do S culo XIV XV acentuando se at aos finais do S culo XVII Em 1581 pedida nas Cortes de Tomar a livre exporta o do trigo Castelhano efectivada 23 anos depois s o impostas penas ao monop lio do trigo pelas Ordena es Filipinas 1603 e estabelecem se mapas anuais de produ o nacional com vista ao planeamento do com rcio do trigo 1632 Desde o S culo XVI que a circula o interna dos cereais vinha sendo incentivada e aperfei oada s fangas 49 medievais sucedem se os terreiros do p o ou terreiros do trigo existentes nas principais cidades pra as p blicas onde se transaccionavam e armazenavam os cereais e a farinha sob a fiscaliza o das autoridades Concelhias J no S culo XV haviam sido institu dos no Alentejo dep sitos p blicos de p o ou celeiros comuns Esp cie
258. ocedem ao uso do solo t m efeitos na paisagem e nos vizinhos Se o solo n o pode ser materialmente usado como paisagem tem certamente um valor por raz es est ticas o turismo e recrea o usam a terra muito como a agricultura a usa sendo portanto compreens vel que as pessoas se preocupem com aspectos est ticos ligados ao seu uso A terra land possui um certo n mero de aspectos e atributos a sua natureza f sica e biol gica e a sua produtividade em termos ecol gicos como espa o vital para instala o de coisas e como paisagem 30 Estes aspectos n o s o mutuamente exclusivos o uso do solo como ecossistema est localizado no espa o e tem dimens es f sicas concretas o uso do solo como espa o e como ecossistema tem consequ ncias definidas no uso do solo como paisagem Consequentemente o uso pode proceder segundo tr s crit rios que interagem e n o s o assim compartimentados 28 BURNS HART 1970 The collected works of Jeremy Bentham An introduction to the principles of morals and legislation Londres citado por MATHER 1986 pp 33 29 MATHER 1986 pp 2 30 op cit pp 6 39 2 1 Uso do solo como ecossistema O homem vai procurar manipular os processos ecol gicos por forma a maximizar o potencial ecol gico e os fluxos de energia orientando os para plantas ou animais percepcionados como valiosos ou teis para si comida roupa lenha etc A interven o d se a n vel de uma gest o
259. olha por pessoas distintas o que vem multiplicar os crit rios levando a que por vezes a mesma parcela claramente definida no terreno tenha diferentes usos em duas cartas adjacentes como cereal pousio 39 PARDAL 1988 citado por TENED RIO 1989 pp 10 40 WOOLDRIDGE EAST 1967 pp 86 41 Pasto como espont neo por oposi o a Pastagem que melhorada Distin o estabelecida em rela o aos A ores SOEIRO DE BRITO Raquel A ilha de S o Miguel 1955 pp 79 citada por RIBEIRO 1987 pp 117 Nota 1 46 e A referencia o geogr fica das parcelas dificultada por v rios factores Para cada um dos documentos existe uma base a base topogr fica da carta do S culo XIX escala 1 50 000 cujo rigor duvidoso pelo menos luz do rigor actualmente alcan vel a base topogr fica da carta de 1960 escala 1 25 000 a carta militar de Portugal que embora extremamente precisa apresenta discrep ncias com outras publicadas mais recentemente sobretudo a n vel topogr fico e n o topon mico por fim a classifica o da imagem de sat lite embora de f cil referencia o absoluta ap s correc o de distor es completamente ausente de base topogr fica A restitui o dif cil seria realiz vel num contexto de Sistema de Informa o Geogr fico computorizado embora muito laboriosamente visto que o Concelho de M rtola ocupa 24 cartas militares 1 25 000 n o totalmente tarefa essa que requ
260. olos As terras de xisto d o sempre nos nossos climas uma imagem de pobreza e abandono Imperme veis cobertas de uma rede hidrogr fica densa que disseca as superf cies num mar infinito de cabe os as delgadas faixas de melhor solo apenas se encontram no fundo dos barrancos Tudo o mais um terreno cascalhento nas reas chas cobre s vezes a rocha uma capa de solo de alguns cent metros de espessura 17 Na realidade os solos do Concelho de M rtola apresentam uma capacidade de uso m nima que muitas vezes aliada a declives elevados implica grandes danos em termos de eros o do solo justificando assim o ponto que a sua degrada o atingiu na rea Mas antes de passar an lise qual o significado das classes de capacidade de uso do solo Utiliza o Classe Defini o Caracter sticas Poucas ou nenhumas limita es A Sem riscos de eros o ou com riscos ligeiros Utiliza o agr cola intensiva Suscept vel de utiliza o Limita es moderadas agr cola e outras B Riscos de eros o no m ximo moderados utiliza es Utiliza o agr cola moderadamente intensiva Limita es acentuadas Cc Riscos de erosao no maximo moderados Utilizagao agricola pouco intensiva 17 RIBEIRO 1987 pp 86 23 Utiliza o Classe Defini o Caracter sticas Limita es severas Riscos de eros o muito elevados D N o suscept vel de utiliza o agr cola salvo casos muito especiais Poucas ou moderadas li
261. olutos num mapa latitude longitude a que se segue a correc o por forma n o s a integrar a rea no espa o terrestre como a torn la rigorosamente plana Foram referenciados cerca de 10 pontos e medidas as dist ncias na classifica o tendo se verificado que a distor o era m nima A op o foi n o apresentar uma rede de coordenadas pois para a correc o ser absoluta seriam necess rios muito mais pontos nunca menos de 50 Desta forma por uma quest o de honestidade e rigor o resultado apresentado dever ser considerado como um esbo o embora o que o afaste de um mapa seja uma diferen a nfima O teste qualidade da classifica o baseou se na an lise da numa matriz de confus o Quadro 36 A leitura desta matriz deve ser horizontal cada linha representa a propor o de p xeis que deveriam ter sido classificados em cada classe mas foram classificados noutras ou seja qual a confus o em termos radiom tricos existente na classifica o Esta matriz constru da a partir dos valores dos p xeis constituintes dos pol gonos teste e quanto maior a percentagem em cada classe maior a pureza do seu sinal radiom trico Apresentamos em s ntese algumas das imprecis es que estiveram na base da agrega o posterior de v rias classes Quadro 37 e Charneca como previamente referido esta classe confundida com a classe eucaliptos O problema reside na heterogeneidade das reas de eucaliptos visto
262. omicamente todas as culturas 125 Mas pode se p r a seguinte quest o ent o como que essa rega poss vel na vizinha Espanha As guas do Guadiana regam para l da fronteira e do lado de c que surgem tantas dificuldades Infelizmente para n s existem grandes diferen as entre as duas regi es do lado espanhol rega se em bacias de sedimenta o bem conservadas e de solos quase planos pelo contr rio a nossa peneplan cie alentejana est rejuvenescida por uma rede hidrogr fica difusa que descarnou a antiga superf cie as reas que n o foram afectadas s o pequenas As diferen as em rela o a Espanha s o consequ ncia da nossa proximidade do mar que define o n vel de base de eros o Este n vel baixo em rela o s plan cies como consequ ncia de movimentos tect nicos quatern rios A onda de eros o regressiva consequ ncia do abaixamento relativo ao mar desenvolveu se e recuou aproximadamente at fronteira do Caia de modo que o Guadiana em Portugal corre num vale muito encaixado e a gua em Alqueva viria a armazenar se num fund o do qual seria necess rio bombe la de cerca de 130 metros Pelo contr rio em Espanha o Guadiana um rio de plan cie e as guas correm por gravidade pois s o armazenadas a n veis mais altos na maior parte em barragens nas cristas quartz ticas dos Montes de Toledo 126 Mais a irriga o dificultada pela caracter sticas topogr ficas e ed ficas Segund
263. ordinada aos seguintes princ pios b sicos a A gest o dos recursos cineg ticos deve estar sujeita a normas de ordenamento com o fim de garantir a sua continuidade e a manuten o dos equil brios biol gicos b A ca a constitui factor de apoio e valoriza o da agricultura do desenvolvimento regional e da economia nacional 3 Designa se por ordenamento cineg tico o conjunto de medidas a tomar e as ac es a empreender nos dom nios da conserva o fomento e explora o racional da ca a com vista a obter a m xima produtividade compat vel com a potencialidade do ambiente de harmonia com os limites impostos pelos condicionalismos econ micos sociais e culturais Mas na pr tica a aplica o e sobretudo acompanhamento via fiscaliza o desta lei deixam muito a desejar Quais os agentes e quais os conflitos e Muitas das RC s o encaradas como mais uma forma de fazer dinheiro por parte de popula o exterior ao Concelho para quem todo o lucro reverte al m de em muitos casos dificultarem a cria o de vantagens locais de pequena monta como fornecimento de comida Assim fecham caminhos p blicos revelando o mais profundo desd m e ignor ncia para com todo o g nero de h bitos direitos e tradi es de qualquer g nero que existam no local 177 Visto que as popula es sabem que as reservas de facto n o funcionam isso s d azo a uma muito maior sensa o de revolta contra as reservas e contra os que v
264. os pluviom tricos na rea como que se poderia ter processado a evolu o das vertentes e o encaixe da rede hidrogr fica A quest o que estes valores levantam torna 206 se muito interessante com valores t o baixos como poderia a peneplan cie ter sido t o dissecada no relativamente curto Quatern rio Decerto com um clima nitidamente diferente maior abund ncia de gua e com processos de transporte eros o mais activos Em conclus o pode dizer se que o melhor m todo para combater a degrada o do solo o abandono dos campos Claro est que referir somente isto demasiado incompleto e ing nuo Na realidade existem reas extremamente degradadas onde a recupera o n o ser muito f cil E embora a rea do talh o abandonado fosse agr cola sobretudo pastagem h dezenas de anos a esteva que aparece espontaneamente sempre melhor que a ac o humana No entanto h a quest o dos custos se abandonar n o custa nada monetariamente objectivamente h um custo social impl cito muito elevado Qual a alternativa para os agricultores cada vez em menor n mero que persistem activos O ex do rural para as cidades nas m s condi es das periferias e numa conjuntura de crise social grave a todos os n veis em meio urbano Condenar as popula es a ficarem no local sem grandes alternativas econ micas e com condi es de vida muito discut veis Existem muitas tentativas e muitas teorias mais ou meno
265. os rendimentos obtidos eram a consubstancia o do deserto cineg tico a que se tinha chegado O n mero de ca adores continuava entretanto a aumentar Em 1986 aprovada a lei da ca a regulamentada dois anos depois assim levada pr tica a cria o de zonas de ca a com diferentes caracter sticas no mbito do regime cineg tico especial Artigo 58 172 e Zonas de ca a nacionais as que forem constitu das em terrenos cujas caracter sticas f sicas ou biol gicas permitam a constitui o de n cleos de elevadas potencialidades cineg ticas que justifiguem ser o Estado o nico respons vel pela sua gest o um exemplo a Herdade da Contenda perto de Santo Aleixo da Restaura o Barrancos onde se ca a sobretudo veados e Zonas de ca a sociais as que visam proporcionar a todos os ca adores nacionais o exerc cio organizado da ca a em condi es especialmente acess veis e Zonas de ca a associativas aquelas cujo aproveitamento cineg tico exercido por associa es de ca adores que efectuam as ac es de fomento e conserva o da fauna cineg tica que em cada ano sejam convenientes sua boa gest o e Zonas de ca a tur stica as que se constituem com vista ao aproveitamento tur stico dos recursos cineg ticos garantindo para al m da ca a a presta o de servi os tur sticos adequados Se para o restauro do patrim nio cineg tico e consequentemente para alguns ca ador
266. otografia como erradamente se diz n o poucas vezes O sat lite tem um conjunto de sensores que fazem uma leitura para uma resolu o ao solo fixa unidade m nima identific vel P xel passando esse p xel a ser um vector de v rios valores referentes leitura de cada um dos sensores Uma imagem pois uma matriz em que cada p xel assume um valor num rico para cada banda espectral Cada sensor do Landsat Thematic Mapper TM regista a energia electromegn tica reflectida por cada p xel nos dom nios visivel e infravermelho A resolu o ao solo dos v rios sensores e portanto a dimens o de cada p xel de 30 metros excep o do t rmico Canal 6 cuja resolu o de 120 metros neste canal registada a emissividade n o a reflect ncia 171 Banda Comprimento Localiza o espectral Aplica es principais canal de onda um nominal 1 0 45 0 52 Azul Penetra o em corpos de gua 2 0 52 0 60 Verde Reflect ncia verde da vegeta o tipos de culturas 3 0 63 0 69 Vermelho Absor o na regi o da clorofila esp cies de plantas 4 0 76 0 90 Pr ximo Infravermelho Determina o de tipos de vegeta o biomassa vigor humidade do solo 5 1 55 1 75 M dio Infravermelho Humidade da vegeta o 6 10 4 12 5 Infravermelho t rmico Tens o vegetal solo defici ncia em gua 7 2 08 2 35 M dio Infravermelho Tipos de rocha caracter sticas minerais Quadro 34 Sensores do TM aplica es Fo
267. panha embora a sua permeabilidade desde tempos imemoriais seja um dado quase adquirido O Concelho est integrado numa rea que Lautensach 2 considera como uma unidade Geogr fica Comarca de M rtola integrada no Baixo Alentejo Portugal Meridional A descri o dos campos arborizados do sul e sua evolu o feita por Orlando Ribeiro 3 Ao sul da Cordilheira Central na parte interior no Ribatejo ao Sul do rio no Alentejo dominam campos cont nuos abertos umas vezes completamente nus erra campa outras com azinheiras e sobreiros esparsos montado outras ainda com olival espont neo ou plantado Os tractos de campos nus andam ligados ou exist ncia de um centro de coloniza o agr cola antigo em torno das povoa es importantes ou a terras mais produtivas barros de Beja por exemplo A presen a da rvore no campo um res duo do matagal utilizado pelo pastoreio e pela cultura epis dica em geral tanto mais denso quanto mais pobre o solo declives A evolu o agr ria parece poder esquematizar se assim 1 Arroteias pr Romanas s em torno de alguns centros importantes 2 Intensa explora o mineira em proveito de Tart sios Cartagineses Romanos produzindo como na rea espanhola fronteiri a actualmente um deserto agr rio 3 Coloniza o agr cola romana Vilas R sticas com trigo vinho azeite a udes para rega hoje colmatados e abandonados provavelmente em reas res
268. po No entanto os portugueses cedo exportaram madeira S culo XIV e XV A partir de 1377 D Fernando privilegia a constru o naval sobretudo para o com rcio externo Na cr nica de Fern o Lopes 41 h a seguinte refer ncia que aqueles que fezessem naaos de cem tonees a cima podessem talhar a trager pera a cidade de quaaes quer matas que delRei fossem quamta madeira e mastos pela ellas ouvessem mester sem pagando nenhuma cousa por ella No entanto houve tamb m muita madeira que foi importada visto que a madeira dispon vel nas nossas matas pelas suas caracter sticas e sobretudo no sul do pais n o seria suficiente nem totalmente adaptada para a constru o naval 38 MEDEIROS 1987 pp 154 39 LOPES Baptista Chorographia do Algarve cap vol 15 in COSTA LOBO 1903 pp 86 40 COSTA LOBO 1908 pp 93 41 in DEVY VARETA 1985 pp 56 58 O abastecimento de lenha e madeira que era levado a cabo pelas popula es nas terras comuns dos Concelhos obedecendo a regulamenta o teve significado suficiente para levar o Rei D Dinis j no S culo XIV 13 de Junho de 1310 a proibir cortes no seu reguengo de Campo de Ourique 42 Assim a maior fragilidade ecol gica desta vegeta o arb rea mediterr nea vai estar sujeita ao progressivo alargamento do espa o pastoril e cultivado que acabou por fragmentar sen o destruir as matas primitivas 43 Paralelamente existiam no Alentejo outras activid
269. priedade em qualquer objecto atrav s da qual h tend ncia a produzir benef cio vantagem prazer bem ou felicidade para a parte cujo interesse considerado Aparece assim um conceito mais vasto de solo como recurso pass vel de um uso cujo objectivo maximizar a sua utilidade Neste contexto o solo tem dois sentidos 29 por um lado uma forma de propriedade que pode ser transaccionada embora simultaneamente seja muito mais que uma propriedade privada sendo a sua possess o mais que uma quest o determinada pelo mercado noutro sentido o solo uma forma de propriedade comum tanto no sentido de passagem atrav s das gera es como por extens o no sentido mais vasto de que a comunidade tem interesse nele deste contraste de perspectivas que adv m muitos dos conflitos entre o interesse privado e o interesse p blico Depois de um in cio comunal artificial em muitos casos Cap IV Reconquista passa se ao privado ou ao p blico atrav s de tentativas mais ou menos conseguidas de aliena o do solo ao patrim nio p blico A passagem a bem p blico comunal faz sentido se considerarmos que a terra demasiado importante para ser vista meramente em termos de propriedade privada Os la os que ligam o homem terra podem encontrar explica o na sua diversidade e diversidade de usos poss veis n o s a n vel pessoal como a n vel de grupos individualizados socialmente Os meios com que os utentes pr
270. pto a integra o Europeia e suas consequ ncias a ca a e A inexist ncia de um documento cartogr fico relativo ao uso do solo para a fase final do per odo 1974 93 levou classifica o do uso do solo por tratamento digital de imagem de sat lite de Abril de 1985 a metodologia utilizada e o processo de obten o da classifica o s o descritos fazendo se a an lise e a cr tica dos resultados e Em fun o da an lise e conhecimento da evolu o do uso do solo raz es s cio econ micas para a sua modifica o e consequ ncias ambientais tra ou se um panorama do estado de degrada o ambiental do Concelho de M rtola questionando a no o de desertifica o suas causas e consequ ncias e Considerando par metros ambientais e s cio econ micos efectu mos uma an lise sum ria das perspectivas futuras para o Concelho de M rtola em termos de uso do solo Na p gina 5 encontra se um mapa corogr fico para guiar a leitura podendo localizar se espacialmente todas as refer ncias feitas no trabalho A carta n o foi simplificada pois perder _ se ia muita informa o que importante por permitir percepcionar melhor o espa o f sico do Concelho de M rtola Agradecimentos N o posso deixar de agradecer a v rias pessoas que tornaram este trabalho poss vel individualmente agrade o Professora Doutora Raquel Soeiro de Brito a confian a depositada em mim enquanto membro do Departamento de Geografia
271. quarto de s culo de aplica o implicaria uma contribui o l quida de Portugal para o FEOGA Garantia que seria muito substancial 148 Desta forma dada a situa o da agricultura portuguesa deveria existir alguma contrapartida comunit ria nomeadamente autorizando o aumento das produ es o que ia contra a indica o da Nova Pol tica de Estruturas A fim de que Portugal pudesse ultrapassar as citadas e outras insufici ncias da sua agricultura a Comunidade concordou em implementar logo a partir do in cio da ades o e ao longo de todo o per odo de transi o 10 anos uma Ac o Comum comportando um programa especial de desenvolvimento adaptado s condi es espec ficas estruturais da agricultura 147 op cit pp 47 148 op cit pp 159 Contribui o l quida de Portugal significa visto que ter amos que importar da CEE o dinheiro pago seria mais que o recebido em ajudas Se compr ssemos mais barato no mercado mundial ter amos que pagar taxas niveladoras que revertem para o Fundo Europeu de Organiza o e Garantia Agr cola FEOGA comprando na CEE devido regra da prefer ncia comunit ria ia dar ao mesmo monetariamente falando seria um saldo negativo contra Portugal de 132 milh es de ECUs 144 portuguesa 149 Este programa vai ser o PEDAP Programa Espec fico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa e os seus objectivos globais s o os seguintes 1 Melhoria sens vel das condi e
272. que conhecida a rea principal de eucaliptos decidiu se agreg los a charneca tendo se procedido da mesma forma para duas outras classes mato denso 1 e 2 atingindo se assim 95 8 de precis o e somente 1 1 de p xeis n o classificados classe 0 por estarem fora de qualquer uma das outras classes e Lavrado neste caso h um rigor potencial de 84 7 a confus o prov m dos campos lavrados de montado e olival pois o terreno lavrado tem um sinal radiom trico muito forte Em termos de uso do solo o facto de uma parcela se encontrar lavrada foi considerado como mais relevante Neste sentido agregaram se as classes montado lavrado e olival lavrado classe lavrado o rigor final 98 3 mais 1 2 de p xeis n o classificados e Cereal o rigor inicial de classifica o era de 85 2 agregou se o montado cereal pois a presen a de cereal foi considerada como o mais relevante Com somente 0 5 de p xeis n o classificados atinge se 97 0 de rigor final e Pousio aos 91 0 iniciais de rigor agregou se o olival pousio porque o sinal radiom trico de olival muito pouco diferenci vel O valor final de rigor continua baixo 91 5 porque existe muita confus o com montado pousio 180 Matriz de Confus o para a classifica o da imagem TM Abril 1985 0 1 2 3 4 5 7 8 9 10 11 12 14 15 16 17 18 Charneca 1 1 1 84 5 0 4 0 7 0 3 0 1 0 8 0 8 0 1 5 9 4 9 0 5 Lavrado 2 1 2 84 7 0 2 0 3 12 2 0 1 1 4 Cereal 3 0
273. que os que trabalhavam para ele era da mesma ra a falava a mesma l ngua tinha os mesmos gostos e os mesmos h bitos Essa situa o mudou com as invas es as terras eram divididas habitantes inclu dos sendo o melhor quinh o para os vencedores O propriet rio Germ nico n o era lavrador era um guerreiro homem com fun o social superior aos outros No cemit rio crist o de M rtola 11 aparece uma pedra outrora base de um cruzeiro onde se l ajoelha eis o sinal com o qual foi vencida a for a do antigo tirano Se com ele marcares piedosamente a fronte e o peito n o ter s mais medo das almas do outro mundo nem de fantasmas A for a dos tiranos vencidos era o jugo Romano as almas do outro mundo e os fantasmas eram as sobreviv ncias do paganismo em especial a supersti o dos g nios malfazejos que se vingavam dos mortais se estes n o lhes rendessem culto Fundamentalmente a sociedade instalada na Peninsula no in cio do S culo VII estava assim organizada um Clero rico e politicamente poderoso uma Nobreza propriet ria e militar um povo governado pela Igreja Esses elementos cont m j o essencial da sociedade Medieval Portuguesa e que ainda hoje est o como outros elementos enraizados na nossa cultura A presen a rabe que no Sul durou muito mais tempo 4 a 5 S culos ir temporariamente desorganizar o quadro mas ele voltar a reconstituir se passado o dom nio Mouro embora com algumas modi
274. que se faz beira rio valor mais elevado de hortas no Concelho 0 1153 da rea da Freguesia Conv m observar melhor os n meros Em todo o Sul do Concelho onde j no fim do s culo passado quase toda a rea dispon vel era agr cola coexistindo as culturas arvenses com pousios que qui j se tornavam indispens veis data existe agora um predom nio esmagador dos cereais quase sem coberto arb reo nenhum S o Miguel 90 2 de Arvenses S o Sebasti o 77 75 N o existem azinheiras nem incultos em Esp rito Santo onde os prados atingem 37 6 da rea nem em S o Sebasti o onde aqueles representam 22 1 bem como em S o Pedro com 25 18 Considerando os prados naturais e as culturas arvenses como rea directa e indirectamente afecta cultura de cereais crit rio nico aplicado na carta pode ter se uma ideia melhor de como o Concelho sobretudo o Sul era um vasto campo sem rvores Esp rito Santo 99 92 arvenses prados Sant Ana de Cambas 96 77 S o Jo o dos Caldeireiros 97 9 S o Miguel do Pinheiro 98 8 S o Pedro de Solis 95 8 e S o Sebasti o dos Carros 99 88 para um total Concelhio de 91 5 Pode claramente falar se de monocultura intensiva se tivermos em conta a reduzida rea de pousio A rota o t pica 93 80 90 dos casos era alqueive trigo aveia pousio pousio o que a carta e as reas n o parecem querer 93 RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 pp 19 115 demonstra
275. querda do Guadiana estava ainda em piores condi es havia barcas de passagem h in meras refer ncias em Jornais antigos perda de correio e carga que as mulas levavam ao tentar atravessar o Rio Guadiana com caudais altos A ponte de M rtola e Serpa s o recentes d cada de 40 50 e a de Serpa de 70 O comboio chegou a Serpa no fim do S culo passado e pela sua ponte passavam os autom veis at constru o da nova ponte 69 SARAIVA 1980 pp 303 304 65 A teoria liberal das fun es do Estado n o admitia a interven o estatal no livre jogo das actividades econ micas Ao Estado competia a constru o das vias de comunica o sendo o crescimento econ mico responsabilidade da livre iniciativa privada A facilidade de comercializa o e coloca o do produto no mercado estimulou o aumento da produ o agr cola aumentaram se as reas cultivadas No entanto subsistiam os trabalhadores rurais n o propriet rios Ocupam se ent o os baldios cuja apropria o se desenhava desde o S culo XVIII sendo em 1867 extinta pelo C digo Civil a propriedade comunal O respons vel por este programa de obras p blicas foi Fontes Pereira de Melo Mas segundo Ant nio S rgio 70 a tentativa de organizar o Pa s para a auto sufici ncia foi pervertida O Fontismo trouxe um suced neo do Brasil o empr stimo externo Entra se nas grandes obras p blicas regressa se pol tica do transporte quando era preciso sim reformar a
276. r indo se para pousios mais prolongados em terras mais pobres Mas na Serra de M rtola a maioria dos seareiros n o deixava sequer a terra em pousio praticando a rota o mais esgotante poss vel alqueive trigo 94 Mas onde estavam ent o os 7 4 do Concelho que eram ocupados por azinhais Sobretudo na Freguesia da Alcaria Ruiva 35 3 da rea azinhal Corte Pinto 23 3 e M rtola 8 5 Existiam tamb m algumas manchas com significado na Freguesia de S o Pedro Quanto aos terrenos incultos a maior comparticipa o dada por Sant Ana atrav s de v rias reas da Mina o mesmo se passando com a Corte Pinto at porque se parte do princ pio que as reas sociais n o est o inclu das nestes valores da uma diferen a por defeito na ordem dos 10 15 mil hectares para a rea total do Concelho A freguesia da Alcaria Ruiva por englobar as cristas quartz ticas no seu per metro vai ser o terceiro mais importante contribuinte para o total de est ril que n o obstante se queda por 0 79 do total da rea do Concelho Olhando para a carta j com estes valores brutais interiorizados n o de espantar a seguinte transcri o do Inqu rito Agr cola e Florestal ao Concelho de M rtola em 1950 9 Por virtude da pobreza dos terrenos resultado da monocultura cereal fera que a pouco e pouco tem depauperado a maior parte das terras do Concelho n o vimos justifica o para generalizar qualquer cultura par
277. r aqui um aspecto A carga de 42 Altura abaixo da linha de gua 43 op cit pp 89 90 106 sedimentos em suspens o que um rio transporta est longe de ser negligenci vel sobretudo quando parte significativa da bacia hidrogr fica est coberta com o uso que potencialmente maiores valores de eros o de solo provoca a agricultura Cap XI Eros o A conjuga o de vastas reas desprovidas de vegeta o todo o ano caso das reas envolventes da mina bem como vastas reas onde o esgotamento do solo somente permite cobertos vegetais com diminuidas taxas de cobertura do solo det m certamente uma por o da responsabilidade pelo incremento da colmata o dos leitos fluviais 87 O outro factor a cultura de cereais visto que implicando v rias mobiliza es do solo durante o ano agr cola v o deixar o solo a nu pr mobilizado e excepcionalmente suscept vel ao transporte pelo escoamento superficial Negligenciando o material que ficou retido nas reas baixas dos vales a quantidade de sedimento transportado e problemas inerentes foram sem d vida devidos na sua quantidade e incremento Campanha do Trigo e exist ncia da Mina de S o Domingos usos do solo claramente nefastos em termos ambientais 4 POPULA O A evolu o da popula o no Concelho entre 1900 e 1950 vai ser comandada por v rios factores as tend ncias gerais nacionais o emprego na Mina e a coloniza o subjacente Campanha do Tri
278. r estarem a intervir num espa o que o seu t m produzido e sobretudo divulgado mais resultados As constantes restrutura es ministeriais dos ltimos anos tamb m n o t m contribu do positivamente sobretudo na conjuntura actual em que se procura a racionaliza o do Estado menos Estado melhor Estado o que por exemplo quase levou venda da Herdade de Vale Formoso patrim nio nico 98 desenvolvimento do caule e folhas havendo sim um maior incremento de biomassa nas ra zes No entanto isto s acontece se a falta for grande e Chegado Abril altura do desenvolvimento das espigas e da grana o a quantidade de gua tem que ser significativa disso depende o desenvolvimento das espigas mas se for em excesso tem efeitos nefastos e epis dios chuvosos intensos acompanhados de ventos fortes podem contribuir para o derrube do trigo o que tamb m penaliza a produ o final Neste contexto a sensibilidade do trigo s condi es clim ticas navega entre limiares n o obrigatoriamente demasiado estreitos mas de dif cil avalia o Este facto n o retira nenhuma import ncia ao papel essencial das chuvas de Outono e Primavera antes pelo contr rio mas at esta precipita o atrav s das suas caracter sticas quantitativo e sobretudo intensidade vai ser essencial Demasiada intensidade provoca grande escoamento superficial pois os solos s o argilosos e de xisto no Concelho de M rtola a relativa imp
279. ra Municipal de M rtola 82 p RAMADE Fran ois 1987 Les catastrophes cologiques Paris McGrawhill 317 p RAMALHO J JAN Lina PERDIG O M V OLIVEIRA E HENRIQUES R G 1988 Caracteriza o fisiogr fica da Zona Cr tica Alentejana Classifica o do Uso do Solo na Sub Regi o de M rtola Lisboa LNEC ICT Informa o T cnica Detec o Remota 13 p REVEZ Jorge OLIVEIRA Ros rio 1992 As reservas de ca a no Concelho de M rtola o proposto e o existente Trabalho realizado no mbito do curso de t cnicos de planeamento e desenvolvimento regional 25 p RIBEIRO Ant nio et al 1979 Introduction la geologie g n rale du Portugal Lisboa Servi os Geol gicos de Portugal 114 p 218 RIBEIRO Orlando 1970 A evolu o agr ria no Portugal Mediterr neo segundo Albert Silbert Lisboa CEG 226 p RIBEIRO Orlando 1986 Portugal o Mediterr neo e o Atl ntico 4 ed col Nova Universidade Lisboa S da Costa 188 p RIBEIRO Orlando 1987 Introdu o ao estudo da Geografia Regional Lisboa S da Costa 148 p RIBEIRO Orlando LAUTENSACH Herman 1987 1988 1989 1991 Geografia de Portugal Coment rios e actualiza o Suzanne Daveau A posi o geogr fica e o territ rio vol O ritmo clim tico e a paisagem vol II O povo portugu s vol III A vida econ mica e social vol IV Lisboa S da Costa 1340 p ROSAS Fernando cor 1992 Portugal e o Estado
280. ra a subsist ncia passaram a ser exploradas por empres rios cujo objectivo era o lucro J com a Regenera o come a intensa actividade do sector privado estatal grande aposta nas vias de comunica o 68 com rcio privado favorecido por essas vias preponder ncia dos produtos agr colas no com rcio aumento da produ o dos campos com vista comercializa o aumento da classe m dia com base na comercializa o do produto agr cola aumento do consumo e do n vel de vida das classes m dias e correlativo aumento da importa o de produtos industriais estagna o ou crescimento lento da ind stria desnecessitada e afogada pelo recurso importa o diminui o da parte do rendimento da terra que fica nas m os do campon s n o propriet rio e agravamento das condi es de vida do trabalhador rural crescente movimento de emigra o dos camponeses e forma o de uma nova fonte de rendimento as remessas de emigrantes instala o de um novo tipo de equil brio na balan a de pagamentos o d fice provocado pelo aumento de consumo das classes m dias coberto pelas remessas dos emigrados o que permite o adiamento da instala o de meios de produ o internos 69 67 SARAIVA 1980 pp 287 315 bem como a seguinte descri o do S culo XIX 68 Conv m referir que M rtola estava quase isolada havia uma estrada feita no Reino de D Jos que a ligava a Beja mas n o havia ponte sobre o Rio Cobres A margem es
281. ra estruturas e quantidade de energia necess ria para a eleva o da gua 12 Por outro lado a alimenta o insegura pois nesta rea do maci o antigo n o h len is fre ticos abundantes e generalizados que permitam capta es e bombagem local Assim a gua teria que vir de rios perenes ou de represas que mantenham durante o Ver o parte da gua precipitada ao longo do ano o que com caudais escassos e extremamente irregulares um problema As pequenas represas s permitem a rega de alguns poucos hectares portanto o regadio em grande escala s seria poss vel retendo gua no Guadiana ou Tejo que correm a baixa altitude e cujos vales n o se prestam sobremaneira instala o de grandes represas 124 Al m destes factores ambos os rios v m de Espanha que os utiliza abundantemente evaporando desviando e inquinando boa parte da gua no seu pr prio territ rio No caso do Guadiana em anos secos a gua que chega a Portugal em quantidade m nima e duma p ssima qualidade pois a polui o que recebe ajudada a concentrar se pela forte evapora o No caso do Alqueva al m do problema dos caudais e da qualidade dos solos que se iriam regar pOem se v rios problemas A gua n o correria por gravidade pois estaria acumulada numa baixa tendo que ser bombeada de 132 metros com custos elevados que 123 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1092 124 op cit pp 1093 133 inviabilizariam econ
282. rado atrav s da modifica o da vegeta o Se essa modifica o for grande intensa ou prolongada a sim as caracter sticas do clima n o v o ser nada abonat rias para a recupera o da biocen se Se as propriedades do solo ou o pr prio solo se perdeu sem a contribui o da vegeta o e do seu input de mat ria org nica muito dificilmente o solo poder recuperar Assim facilmente se compreende como a clima e as suas caracter sticas podem agravar ou tornar irrevers vel a degrada o provocada pelo homem A ac o humana faz se sentir no Mediterr neo por longos mil nios sendo desde sempre uma regi o densamente povoada ber o da civiliza o ocidental obrigada a contornar condicionalismos f sicos de toda a ordem clima solos topografia cedo desenvolveu actividades castigantes do meio mas que s o hoje historicamente aceit veis luz das necessidades civilizacionais das sucessivas pocas No entanto diga se que j no per odo ureo da Gr cia v rias foram as vozes que se levantaram contra a excessiva defloresta o que ent o se verificava A forma como muitos vest gios arqueol gicos Romanos por exemplo se encontram cobertos por terra expressiva da eros o de solo desde ent o 202 bem como a altura a que muitos p s de oliveiras centen rias se encontram da actual superf cie do solo O desajustamento das pr ticas agr colas ao clima o uso de reas marginais n o aptas para agricultura em
283. ransbordo para os navios maiores fora da barra do porto de Vila Real de Santo Ant nio Para obviar a esta situa o a companhia pediu e obteve em 1912 89 o exclusivo da dragagem da barra do Guadiana permitindo assim a entrada de navios de maior calado Este facto contribuiu para o desenvolvimento do porto de Vila Real de Santo Ant nio bem como de v rios outros portos fluviais no Guadiana Ayamonte Alcoutim Las Lajas sem contrapartidas para a empresa Assim a Mason amp Barry solicitou em 1947 um subs dio com o fim de suportar os custos de tal empreendimento draga e 36 homens A partir de 1948 esses subs dios s o concedidos tanto pelas autoridades Espanholas como Portuguesas Estabeleceu se que 50 de cada m3 seria suportado pela parte Espanhola sendo os restantes suportados em simult neo pelas autoridades Portuguesas e pela Mina Esta estrutura de comparticipa es s era v lida se fossem dragados 120 000 m3 ano o que nem sempre sucedia A partir de 1961 ano em que n o efectuada dragagem decide se que ela passa a ser da responsabilidade dos governos Espanhol e Portugu s alternando anualmente No dia 11 de Novembro de 1965 a Mason amp Barry suspende o transporte fluvial Sem de forma alguma subestimar o assoreamento da parte terminal dos cursos de gua durante a trangress o Flandriana e toda a colmata o em curso durante o Quatern rio antecedente Campanha do Trigo parece importante sublinha
284. raz es s o v lidas Assim quanto maior a desagrega o espacial dos dados menos fi veis se tornam Por outro lado e no seguimento de tudo o que foi dito acerca da irregularidade clim tica tanto no tocante s reas que s o efectivamente cultivadas cada ano como s produ es em si nunca se pode considerar a evolu o temporal duma forma linear ou seja sem ser devidamente ponderada pelas caracter sticas clim ticas dos anos agr colas O rendimento da cultura por hectare bem ilustrativo da forte variabilidade da dicotomia clima produ o Os valores oscilam entre 0 5 e 1 1 toneladas por hectare o que diga se uma produtividade baix ssima sobretudo quando comparada com os valores dos pa ses do Norte Capitulo Il Ponto Il 3 Clima Esta produ o cereal fera pura e simplesmente n o faz sentido no contexto actual e futuro do pleno mercado nico Outro aspecto n o muito evidente uma certa tend ncia gradual para a diminui o da rea cultivada N o obstante nos anos seguintes talvez fruto do fervor revolucion rio e esperan as lan adas pela Reforma Agr ria estes valores voltam a subir 1976 10 869 ha 1977 10 788 e 1978 12 735 ha Este facto levanta uma s rie de quest es quanto sensibilidade da cultura do trigo a factores de toda a ordem psicol gicos neste caso Tudo o indica pois foi o breve sonho ancestral da posse da terra efemeramente tornado semi realidade A quest o de f
285. regime geral n o podem entrar e muito mais importante que isso ningu m pode circular por se fecharem uma s rie de caminhos Artigo 62 Prefer ncias Na concess o de zonas de regime cineg tico especial t m prefer ncia os pr dios cujas zonas de ca a re nam uma ou mais das seguintes caracter sticas 173 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 5 174 Ibidem 153 a Estar situada em zona agr cola desfavorecida b Localizar se em munic pio com pequena percentagem da sua rea submetida ao regime cineg tico especial c No caso de zonas de ca a associativas abranger um n mero significativo de ca adores residentes na rea d No caso de zonas de ca a tur sticas as infra estruturas tur sticas que o requerente se obrigue a instalar tenham especial interesse e import ncia dado o n mero de postos de trabalho criados ou a inexist ncia na zona de outras infra estruturas tur sticas Embora o direito propriedade privada seja um dado indiscut vel h tamb m o direito de usufruto comum de reas que por isso s o p blicas como os rios al m do direito de passagem em caminhos que muitas vezes s o fechados e passam a vigiados por guardas Outro aspecto n o menos importante o facto de muitos dos projectos ligados ao regime tur stico pressuporem investimentos e benef cios para a regi o que no entanto n o s o cumpridos A inten o de criar esses benef cios valida at o recurso a verbas comunit rias acrescidas
286. rfog nese 204 GOUDIE 1988 pp 119 201 3 Clima Maior exposi o do solo insola o destrui o da mat ria org nica perda de humidade ac o intensa do vento da chuva e do escoamento superficial originado por menor infiltra o maior incid ncia de geadas 4 Organismos Retirar plantas e animais do sistema reduzir a mat ria org nica do solo atrav s de queimadas sobrepastagem colheitas 5 Tempo Dura o da ac o conjugada dos v rios factores anteriores cujo resultado a perda de nutrientes do pr prio solo e da carrying capacity do mesmo para sustentar a vegeta o Desertifica o ser ent o a perda progressiva de capacidade de auto regenara o por parte de um sistema natural debilitado onde o desequil brio entre inputs e outputs se vai traduzir numa perda crescente de capacidade produtiva Este processo d se a n vel do solo preponderantemente fruto de degrada o sofrida por actividades humanas ampliadas pelo desequil brio com as condi es clim ticas e tem tend ncia a auto perpetuar se se a ac o negativa for constante Os decr scimos de produtividade s o sucessivamente menores at se atingir um limite em que todo o solo desaparece e somente aflora a rocha m e facto s poss vel em reas de equil brio inst vel como as regi es semi ridas Quais s o ent o os mal entendidos quanto situa o que se vive no Concelho de M rtola H Desertifica o Humana
287. ria desej vel dum ponto de vista natural ecol gico conservacionista e aquilo que humana social e economicamente vi vel Ou seja caso n o houvesse nenhuma outra alternativa rent vel no Concelho todos os agricultores estariam de certo dispostos a abra ar a implanta o do eucalipto como salva o Isto n o fazer a apologia da sujei o s opini es dominantes e por vezes mal informadas mas sim aceitar uma realidade que por vezes poucos querem ver at porque se consideram os bem informados Conservar sim preservar o mais poss vel mas h que encontrar alternativas Se a celeridade a encontr las inferior desejada n o se deve contudo ir para a solu o mais f cil que em muitos casos seria o eucalipto e porqu extremamente remunerador muito pouco m o de obra intensivo e a forma normal de contrato aluguer anual vantajosa do ponto de vista econ mico Porqu ent o tantas retic ncias quanto ao eucalipto Muitos estudos demonstram que o eucalipto pode ser ben fico em termos de recupera o de solo 141 n o sendo mais degradante que outras esp cies florestais e constituindo em muitos casos a nica alternativa real em termos econ micos Esses estudos s o predominantemente de reas com melhores condi es pedol gicas e sobretudo menores declives do que a maioria das reas do Concelho Consequentemente em situa es semelhantes s do Concelho o eucalipto n o ser nada ben fico ante
288. rias rendas custos de produ o etc al m de fazer um ponto geral da situa o s cio econ mica da rea e apontar uma s rie de ac es para obviar os problemas recuperar empregar Infelizmente esta obra muito desconhecida bem como os inqu ritos agr colas e florestais que foram feitos para Concelhos de todo o Pa s 114 Culturas S o S o S o S o Total Jo o Miguel Pedro Sebasti o Arvenses 57 7449 90 2574 70 6409 77 7518 71 4208 Prado Natural 40 1895 8 6311 25 1889 22 1301 20 1488 Horta 0 0482 0 0139 0 0000 0 0971 0 0737 Azinhal 1 9079 1 0468 4 1264 7 4246 Amendoal 0 0786 Pinhal 0 0001 Eucaliptal 0 0308 Vinha 0 0028 Laranjal 0 0006 Oliveiras 0 0162 0 0503 0 0432 0 0167 0 0248 Sobreiros 0 0002 0 0006 0 0043 0 0009 Oliveiras 0 0002 Est ril 0 0930 0 0005 0 7933 Total 100 0000 100 0000 100 0000 100 0000 100 0000 Quadro 22 Ocupa o agr cola e florestal do Concelho de M rtola em 1950 Fonte RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 pp 13 Os dois aspectos que logo saltam vista s o as percentagens totais do Concelho 71 4 de arvenses 20 1 de prado natural 7 4 de azinhal e somente 0 79 de est ril que no entanto parece n o ser charneca como se ver a seguir O segundo aspecto a diversidade de usos na freguesia de M rtola nica que tem todas as culturas facto que est claramente ligado pr pria vila e cultura regada nas imedia es
289. ribuindo para que o escoamento superficial arrastasse todo o solo existente O que existe s o vastas reas abaixo dos canais que correm ao longo da vertente onde a rocha m e aflora uma mancha de destrui o que se estende at um a ude pouco antes do rio Chan a onde as guas aguardavam momento oportuno para serem despejadas no rio Aguardava se at dois anos dependendo das caracter sticas clim ticas do ano e esperavam se as guas altas para a descarga Em jornais do s culo passado O Bejense podem encontrar se in meros artigos sobre desastres no rio o impacto era sobretudo notado pelos pescadores que viam um rio repleto de peixes mortos ou ent o sem peixe Embora houvesse um custo para a empresa satisfaz largamente aos pescadores do rio avultadas indemniza es pelos preju zos causados ind stria da pesca em toda a extens o que vai do Pomar o a Vila Real de Santo Ant nio 80 os efeitos eram arrasadores O despejo em quantidades abundantes das guas retidas nas tapadas da referida mina teve como consequ ncia a perda tempor ria mas abundante da ind stria piscat ria que h pelo menos tr s meses se encontra inactiva A gua composta por densas por es de cloreto de ferro inundou o rio as ribeiras chegando inclusivamente ao mar 35 op cit Nota 4 pp 109 36 A disponibilidade permanente de gua era assegurada por tr s barragens de gua doce capacidades de 5 000 000 m3 e 1 300 000 m3
290. ro de 1975 a princ pios de 1976 seguindo se em 7 de Fevereiro de 75 um Programa de Pol tica Econ mica e Social aprovado pelo Conselho de Ministros que tinha um texto de car cter mais moderado n o pondo em causa a propriedade privada e n o querendo afectar as explora es rend veis e com boa administra o embora muitos atropelos tivessem j sido cometidos Na sequ ncia do 11 de Mar o este documento acaba por n o ser aplicado dando lugar a um outro mais revolucion rio e de ndole bastante mais pol tica o Decreto Lei da Reforma Agr ria de 29 de Julho de 1975 quadro geral de ataque grande propriedade e grande explora o capitalista da terra Em 1976 Decreto Lei N 236 B 76 de 5 de Abril definida a ZIRA Zona de Interven o da Reforma Agr ria embora a maioria esmagadora da rea j tivesse sido ocupada 34 Em Novembro do mesmo ano e ap s a demiss o do ministro da agricultura 131 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1098 132 op cit pp 1099 133 A sequ ncia de acontecimentos feita com base na an lise da legisla o do trabalho A reforma agr ria em Portugal Impacto espacial e s cio econ mico realizado em 1990 por Paulo Renato Fernandes no mbito da cadeira de 3 Ano Geografia de Portugal e que foi gentilmente cedido pelo autor 134 Esta rea compreendia os Distritos de Portalegre Beja vora e Set bal Concelhos de Azambuja V F Xira Castelo Branco Idanha a Nova
291. rpa Cabe a Gorda Salvada Aldeia Nova Ficalho Santa Iria tendo sido digitalizados sectores mais pequenos dentro de cada uma supostamente representativos de rea urbana 175 semelhante ao do solo em si car cter mineral das reas urbanas bastando que numa enorme parcela alguns p xeis apresentem por exemplo maior ou menor humidade de solo para serem inclu dos noutra classe sobretudo porque ao inv s do que a figura anterior esquematiza existem sempre sobreposi es entre nuvens de p xeis descritivas de cada uso Este facto n o impede que as principais reas urbanas estivessem de facto classificadas como urbanas O caso dos eucaliptos ainda mais gritante Quatro dos pol gonos digitalizados eram planta es desta esp cie onde as plantas tinham um desenvolvimento m nimo consequentemente o sinal radiom trico era basicamente igual ao do solo sendo a percentagem de rocha ou as sombras 93 o que fazia a diferen a Assim desde que o solo fosse semelhante o p xel era classificado como eucaliptal o que n o s acontecia nas reas lavradas como em todas as situa es em que havia um coberto vegetal menos denso sobretudo charneca muito aberta A natureza do pr prio solo na regi o xistos muito brilhantes e com pouca ou nenhuma capacidade de reten o de gua confere lhe uma capacidade de reflex o extrema Nalgumas reas em dias de muita intensidade luminosa quase dif cil olhar directamente para o sol
292. rte plantada limpeza e manuten o essencial para manter produtividade No Concelho existem pequenos povoamentos os maiores s o perto de Vila Verde de Ficalho ainda nos xistos e sobretudo na rea dos barros de Beja Brinches Moura em termos de proximidade imediata Importantes economicamente densidade arb rea inferior azinheira Imagem Regular geom trico cuidado produtivo delicado f rtil Fotografia A rea C r Cinzento m dio sobre fundo mais claro Textura Volume Forma Localiza o Copa redonda vazio no meio coroa textura regular volume inferior maioria das azinheiras Aparecem alinhadas em campos de estrutura bastante geom trica at uma certa escala abaixo dela constituem pequenos povoamentos perto dos montes dentro das povoa es ou imedia es e ainda ao longo das estradas Carta 1950 60 Olival e ou culturas arvenses de sequeiro Unidade EUCALIPTOS Conceito Planta es de eucaliptos recentes por aluguer das terras aos propriet rios ou compra produ o florestal industrial muito rent vel sobretudo face s baixas produtividades do cereal na rea Alternativa muito tentadora para muitos mas de impacto ambiental elevado embora discut vel nalguns casos e sobretudo se ponderadas as alternativas em termos 169 econ micos As vertentes s o rasgadas segundo as curvas de n vel por buldozers o solo fica a nu e extremamente exposto aos agentes clim ticos a diversidade m nima
293. rvi o era pago em semente na propor o da colheita Al m do problema do cr nico desemprego que ter aumentado com a mecaniza o a rea semeada diminui visto as m quinas trabalharem somente at certos declives acima dos quais a trac o diminui e o risco de capotar aumenta vias estreitas centro de gravidade muito elevado e irregularidade do terreno Os sectores mais declivosos onde a lavoura chegava a ser feita m o reas mais marginais em termos de risco de eros o dentro de um contexto geral de riscos e grandes limita es s o abandonadas Se em termos ambientais nomeadamente eros o de solos esse aspecto pode ser considerado positivo j o reverso da medalha a intensifica o nas reas restantes visto as lavouras serem largamente facilitadas pela utiliza o do tractor Este facto vai tamb m implicar lavouras mais profundas trazendo mais material do reg lito para a superf cie sobretudo em reas de solos muito delgados ou at material rochoso da rocha m e subjacente e por vezes dificilmente alter vel como o quartzo 97 FERREIRA 1967 pp 231 123 A mecaniza o vai tamb m extinguir o outrora profuso gado muar A import ncia de uma explora o era vis vel tamb m atrav s da quantidade de parelhas que possu a e que muitas vezes eram decoradas quando dos trabalhos agr colas Consequente a esta extin o diminui muito a cultura de aveia visto que deixava de ser necess ria para r
294. s Quando se observam as cartas n o se pode deixar de ficar espantado algumas delas representam quase somente culturas arvenses de sequeiro Este facto confirmado pelos testemunhos escritos de v rios autores torna se evidente que h uma aut ntica febre do p o neste per odo que ter levado a extens ssimas arroteias em todo o Concelho ou parte restante pelo menos N o obstante julgou se correcto fazer uma an lise cr tica deste documento confrontando o com a fotografia a rea da poca 90 A imagem que se tem a de um enorme deserto onde as rvores s o inexistentes e as reas em pousio pouco se distinguem dos restantes campos agr colas Segundo alguns habitantes locais nesta poca tinha que se ir a Espanha a salto para arranjar lenha tal a escassez de vegeta o arbustiva ou arb rea Numa s rie de reas a carta n o poderia estar mais correcta mas tem por grande defeito n o continuar o crit rio da carta de 1897 ou seja a refer ncia as reas em pousio Como se ver adiante estas reas constitu am em 1950 cerca de 20 do total da rea do Concelho Existe ainda outro aspecto em que a carta falha Efectivamente as reas de culturas arvenses espalham se por todo o Concelho mas sem pararem em qualquer tipo de barreira topogr fica declive excessivo ou afloramentos rochosos As nicas reas cartografadas como incultas charneca s o os tr s topos sucessivos das cristas quartz ticas Alcaria Ruiva
295. s reas limpas de mato o que permite ao solo ganhar humidade tamb m nesta altura que o trigo est no seu desenvolvimento vegetativo final intenso em que as espigas est o a encher apresentando a planta uma elevada actividade foto sint tica A vegeta o dos campos em pousio est a florir sendo mais f cil distingui la pois passa a estar intercalada entre uma actividade foto sint tica m xima trigo e uma menor a do mato que predominantemente lenhoso Setembro ainda n o apanha as sementeiras mas permite identificar melhor a situa o de partida analisando o que mudou sobretudo o trigo que foi ceifado e passou a restolho mato que se manteve relativamente est vel em termos de clorofila apesar do brutal stress h drico do Ver o Tornava se imprescind vel possuir a imagem para a mesma data da fotografia a rea por forma a haver a maior correspond ncia poss vel entre as reas teste escolhidas e a delimita o das mesmas na imagem original no presente caso a diferen a de cerca de uma semana Esta diferen a de significado suficiente pois j foi poss vel identificar alguns campos cujo uso tinha mudado de pousio para lavrado 3 1 Os dados Importa referir alguns aspectos ligados teledetec o caso contr rio a adequa o da metodologia escolhida pode ser de dif cil percep o Na realidade e simplificando de uma forma introdut ria uma imagem de sat lite isso mesmo uma imagem e nunca uma f
296. s Estes dois factores de quimera poder o talvez justificar estas s bitas demandas e abandonos de reas economicamente t o pouco din micas O que facto que a crer nos Recenseamentos aumentos ou perdas de 50 70 da popula o de uma freguesia s o factos importantes 108 O periodo de 1920 a 1930 vai testemunhar o maior crescimento registado que o Concelho tem 24 2 Nesta d cada d se a divis o do Baldio da Serra de M rtola e de outros menos importantes sobretudo no Sul do Concelho e em torno de povoa es preexistentes Embora a mina seja sempre um p lo de emprego na rea da Serra de M rtola que se d o os maiores acr scimos Corte Pinto 48 5 Sant Ana 22 0 bem como no Sul Esp rito Santo 30 6 e na pr pria Vila 26 9 a Campanha do Trigo e todos os sonhos de posse da terra ou de emprego em explora es agr colas que florescem um pouco por toda a parte incitando arroteia e humaniza o duma paisagem at ent o bravia e virgem no seu potencial agr cola De 1930 para 1940 a popula o continuava a aumentar embora somente 9 6 Sant Ana a rea do Baldio da Serra tem um aumento de 19 2 S o Jo o 17 6 e Alcaria Ruiva que embora com aumentos pequenos sempre crescentes tem j quase o dobro da popula o de 1900 S o Pedro perde 27 3 mas parte ser imput vel passagem de S o Bartolomeu de Via Gl ria para S o Sebasti o que n o obstante regista um aumento muito
297. s como as pastagens em zonas sens veis do ponto de vista do ambiente ou medidas destinadas a preservar certas reservas naturais e como tal libert las de toda e qualquer utiliza o agr cola Outro FEIO 1992 FEIO 1993 op cit e CARVALHO 1992 VARELA 1988 pp 221 op cit pp 222 147 g nero de medidas tem em vista o apoio a actividades complementares como o turismo rural habita o associada a ca a pesca ou exclusivamente lazer sobre a aplica o de dois tipos de medidas neste mbito melhoramento de pastagens e ca a que se ir falar nos dois pr ximos pontos Mas estas medidas apenas ajudam a utilizar os solos mais racionalmente para a referida finalidade uma vez que tendem a p r ao servi o da agricultura intensiva e de plena actividade os solos com maiores potencialidades o que uma primeira condi o de viabilidade econ mica das explora es e da consequente melhoria dos rendimentos dos agricultores 161 4 PAPCAM Projecto Agro Pecuario da Cooperativa Agricola de M rtola No resumo de tr s anos de funcionamento do projecto pode se ler 162 que a sua implementa o se iniciou em Junho de 1987 no mbito do PEDAP e partiu da iniciativa dos agricultores da regi o o nico projecto do Minist rio da Agricultura Pescas e Alimenta o MAPA a ser implementado por uma associa o de agricultores Para al m do apoio log stico dado pela Cooperativa antigo Gr mio
298. s es e at isolados na massa de material fino O f cies do dep sito indica aus ncia de escoante regular transporte intermitente limitado periferia dos centros de alimenta o e o derrame do material grosseiro por mantos de inunda o sheet floods consecutivos a chuvas torrenciais concentradas e de rara viol ncia mas epis dicas e sem continuidade para assegurar a organiza o da drenagem Trata se portanto de um dep sito de clima rido As raias formam uma pel cula cuja espessura n o ultrapassa geralmente uma dezena de metros e o cimo do enchimento conservado em pequenos retalhos isolados de perfil trapezoidal caracter stico ou formando extensas planuras cascalhentas As raras da plan cie alentejana formaram se quase sem relevo a expensas dos escombros tombados de raras e distantes cristas de rocha dura e da desagrega o de in meros fil es de quartzo que atravessam o xisto A fraca espessura da pel cula explica a sua enorme extens o Mas onde se produziram fortes desn veis tect nicos o contraste clim tico criado pelas chuvas mais abundantes no relevo a exist ncia de fortes pendores capazes de fornecerem escombros abundantes e de grandes dimens es particularmente junto das cristas de quartzito a quebra de declive que faz abandonar e derramar este material na plan cie criaram condi es 14 especialmente favor veis acumula o de material grosseiro O conjunto destes caracteres permite colocar as
299. s gra as a alguns progressos verificados nomeadamente a tentativa de satura o do mercado com trigo que nem sequer era suficiente a n vel interno e muito menos poderia competir no estrangeiro dados os custos de produ o Mas aparece uma s ria preocupa o de estabelecer um novo ordenamento rural que respeite as exig ncias da conserva o do solo Esta importante tomada de consci ncia dos problemas de conserva o do solo leva entre outras medidas cria o de centros experimentais com vista ao estudo do fen meno da eros o dos solos Vale Formoso Capitulo VI p g 11 Pinh o e Mirandela O reconhecimento dos graves danos provocados pela Campanha do Trigo em solos pobres e a preocupa o com a conserva o do solo s o consubstanciados no 2 Plano de Fomento por uma clara necessidade de reduzir a rea presente de cultura cereal fera considerada a passagem de mais de 500 000 hectares de solos erosionados para uso florestal No Plano de Valoriza o do Alentejo 118 o falhan o da Campanha do Trigo claramente assumido e v rias solu es s o apontadas Em face de necessidades prementes surgiu a Campanha do Trigo que levou ao arroteamento de grandes tractos de terreno Terras que estavam de matos e at mesmo cobertas de pinhal foram levadas cultura do trigo O que alguns j sabiam e outros pressentiam n o tardou a tornar se evidente para todos A maioria dos terrenos utilizados de novo naquela cul
300. s o desencontro destes elementos esteriliza a esta o de maiores temperaturas por falta de humidade nos horizontes superiores do solo As temperaturas do pino do Ver o n o s o evidentemente pr prias para todas as culturas mas h algumas bem adaptadas a elas Uma Primavera mais chuvosa teria grandes vantagens excepto para algumas culturas de regadio Em Maio e princ pio de Junho as temperaturas s o em regra altas demais for ando a matura o al m dos terr veis golpes de calor que n o raro sobrev m e secam os cereais ventos do levante muito quentes e secos Concentra o da precipita o na esta o fria Novembro Mar o que se torna excessiva nesta poca de dias curtos e temperaturas baixas em especial nos solos de m drenagem que assim ficam encharcados No caso espec fico do trigo t o insistentemente cultivado nesta regi o as limita es das caracter sticas clim ticas s o as seguintes 18 O j referido excesso de chuva no Inverno Cap VI Campanha do Trigo Produ es O comprimento do per odo vegetativo que ronda os 56 meses Novembro Dezembro a Maio e nos pa ses do Norte em virtude da precipita o que ocorre no Ver o 10 meses de Setembro Outubro a Julho Agosto A vernaliza o exige frio o que s vezes n o se verifica Invernos mornos e h midos A flora o grana o come a num per odo de geadas e estende se s at Maio espa o de tempo excessivamente curto al m de apres
301. s o predominantemente duas Globulus e Rostrata A quest o prende se sobretudo com o objectivo vontade mais ou menos expressa de reflorestar de deixar o sistema auto regenerar se ou de encontrar alternativas para a agricultura do ponto de vista econ mico Contudo estas tr s hip teses est o longe de coexistirem pacificamente implicando uma s rie de conflitos a v rios n veis Talvez o eucalipto fosse um caso a considerar para algumas reas a reflorestar mas n o como alternativa econ mica at porque os rendimentos das planta es de eucalipto no Concelho sao muito baixos diminu dos pelos custos impl citos a maiores declives lavoura transporte etc A produ o nas zonas mais favor veis litoral a Norte do Mondego anda pelos 25 30 m3 ha ano no litoral entre o Mondego e o Tejo 15 25 m3 ha ano nas bacias sedimentares terci rias do Tejo e Sado Serras de Ossa S o Mamede Portel 10 20 m3 ha ano baixando para os 2 4 m3 ha ano na Mina de S o Domingos 2 9 m3 nos vales 1 7 m3 nas encostas e 1 3 m3 nas cumeadas 142 A outra rea existente planta o recente a Norte da Corte Pinto e n o t o significativa como isso em termos de rea Mas talvez a quest o final seja outra era desej vel determinar para quem reverte sobretudo o benef cio das novas planta es Para o propriet rio do terreno para a escassa m o de obra utilizada ou para a empresa de celulose compradora Para a regi o ou para o Estado
302. s residuais de dureza s o as nicas formas que se elevam acima da vasta superf cie de aplanamento constituindo a terceira unidade Fig 3 Esta superf cie que se encontra a sensivelmente 200 metros est bastante degradada pela eros o regressiva a partir dos principais cursos de gua Cobres Chan a Vasc o Oeiras que constituem um n vel de base local secund rio face ao Guadiana que atravessa todo o Concelho no sentido Norte Sul A superf cie dos 200 metros termina na escarpa de falha da Vidigueira j na Zona Ossa Morena que faz a passagem para a superf cie dos 240 metros de vora Esta vasta superf cie de aplanamento est mais bem conservada no material eruptivo do maci o de Beja estando bastante mais dissecada no xisto Os xistos imperme veis cobrem se de uma cabeleira de sulcos por onde correm as guas das chuvas a rocha parte se e esfolheia se reduz se a fragmentos nfimos evacuados pela escorr ncia difusa e pelo escoamento torrencial Todas as escarpas se esbatem todas as superf cies se degradam Onde a surrei o ou o encaixe da rede hidrogr fica colocou as plataformas muito acima do n vel de base elas resolvem se num mar de cabe os separados por sulcos escavados a todas as alturas topografia a um tempo confusa e mon tona que tem sido comparada expressivamente a mont culos de toupeiras ou s tendas de um imenso acampamento de n madas O mecanismo da eros o linear no modelado de xisto
303. s correctas mais ou menos implement veis mas que quase invariavelmente pecam por n o terem sido devidamente enquadradas por um ponto de vista s cio cultural e humano Parar a Desertifica o f sica a expensas da desertifica o humana insustent vel e moralmente inaceit vel Criar alternativas numa regi o em que a agricultura praticamente a nica actividade econ mica at porque quase todas as outras s o subsidi rias com rcio e servi os de todo o g nero ligados agricultura dif cil Mas essas quest es s o mais do foro econ mico sociol gico e pol tico estando fora do mbito deste estudo que a esperan a do autor possa de alguma forma contribuir para um melhor conhecimento da realidade do Concelho e ser de utilidade a quem tem o dever de instituir a tentativa de resolu o da decad ncia da estrutura produtiva da rea Pena que v rias alternativas aparentemente vi veis tenham tido efeitos perversos e contr rios aos objectivos a que inicialmente se propunham ou que serviram de base sua implementa o socialmente os benef cios s o pouco ou nada vis veis e economicamente a redistribui o das mais valias produzidas n o reverte para a regi o nem para a sua popula o 207 208 Capitulo XII Perspectivas futuras Em termos de uso do solo caminha se claramente para o abandono progressivo da cultura de cereais predominando cada vez mais as pastagens paisagem agr cola extensiv
304. s de produ o e de comercializa o 2 Melhoria de conjunto da situa o estrutural do sector agr cola portugu s O quadro regulamentar do PEDAP prev financiamentos nos seguintes campos 150 1 Forma o 2 Maior efic cia das estruturas de produ o 3 Melhoramentos das estruturas fundi rias incluindo medidas de encorajamento cessa o agr cola 4 Melhoramento f sico irriga o drenagem caminhos veda es 5 Ordenamento fundi rio reorienta o da produ o 6 Maior valoriza o dos produtos florestais Portugal o primeiro e nico EM com um balan o positivo importa o exporta o de produtos florestais 7 Melhoramento florestal Estes financiamentos devem incidir sobretudo em regi es desfavorecidas que s o definidas da seguinte forma 191 1 Zonas em que mais de 50 da superf cie agr cola do Concelho tem solos com importantes limita es para a agricultura 2 Zonas em que a carga pecu ria inferior a 0 2 cabe as de gado por hectare de superf cie forrageira 3 Zonas em que a densidade de popula o inferior a 56 Hab Km2 ou que t m diminui o anual da popula o de pelo menos 0 5 ou em que 30 pelo menos da popula o activa trabalha na agricultura O Concelho de M rtola consequentemente uma regi o desfavorecida luz destes crit rios tanto a n vel dos solos 97 solos D E densidade populacional 8 8 Hab Km2 encabe amento de 0 5 ovelha
305. s de uma interven o que n o se controla domina ou prev No Alentejo rea de f e devo o moderadas o ano agr cola de 1991 92 em que a falta de chuva fez perigar as colheitas marcou um vivo regresso a pr ticas como as novenas atrav s das quais a vinda da chuva era insistentemente pedida em v rias reas A Igreja ciente do recurso da popula o f aproveitou at para reactivar na rea de Vale do Po o colectas para constru o de uma igreja cujo interesse vinha decaindo e sendo sobretudo comandado pela inexist ncia de um cemit rio local Mas focar apenas e demasiado superficialmente o aspecto religioso seria restritivo Na realidade o apego terra e o desejo de posse de uma parcela de terra s o motivados por raz es profundas hist ricas tamb m Cap IV Feudos Ordens Religiosas Latif ndio n o s numa popula o rural como a da rea mas tamb m um pouco em todos n s Das intermin veis hortas urbanas dentro e sobretudo na periferia das cidades nsia de ter uma segunda habita o com um bocado de terra para cultivar qualquer coisa at ao desejo de terminar a vida no campo junto da terra grande parte da popula o ter que admitir que existe como que um chamamento ancestral mais ou menos enraizado mais ou menos latente de voltar terra Este fen meno n o pode ser limitado e racionalizado exclusivamente dessa forma s popula es que vieram recentemente para a cidade oriun
306. s hectare cerca de 48 6 da popula o activa no sector prim rio 1981 por ltimo entre 1970 e 1981 a popula o diminuiu 18 7 e entre 1981 e 1991 diminuiu somente 3 7 Quais s o ent o as alternativas para o Concelho que a reforma da PAC permite sob o regime de excep o do PEDAP 149 VARELA 1988 pp 160 150 op cit pp 161 151 op cit pp 182 145 152 153 154 Cereais a produ o interna de Portugal est muito abaixo das potencialidades produtivas dos nossos solos Embora nunca podendo ser auto suficientes reduzindo a rea e utilizando somente os solos melhores A e B deixando os C poderia chegar se a maiores rendimentos e diminuir a depend ncia dos 70 para os 30 152 Claro est que neste contexto a cultura de cereais no Concelho de M rtola ter que ser abandonada No entanto observando as obriga es do pa s Artigo 265 do Tratado de Ades o ha um impedimento de proceder a aumentos da produ o que conduzam a um agravamento da situa o de conjunto da produ o comunit ria Para as produ es em que Portugal deficit rio cereais leite a reduzida dimens o territorial e a limita o dos solos com capacidade para as referidas produ es impede por si s de produzir a uma escala que v agravar a situa o de conjunto da produ o comunit ria mesmo que se conseguisse elevar 50 a produ o interna de cereais dai resultaria um acr scimo na produ o
307. s j Romanizado O seu objectivo na Pen nsula era expulsar Alanos V ndalos e Suevos O seu dom nio durou tr s S culos n o trouxeram novas t cnicas de trabalho ou de organiza o tendo se instalado nos quadros sociais e econ micos dos Romanos Al m disso eram em pouco n mero e portadores duma cultura inferior das popula es rurais a sua conquista ter sido facilitada com o descontentamento dum Imp rio Romano em queda Essa decad ncia que vinha do fim do Imp rio acentuou se a actividade comercial agonizou sobretudo a exporta o dada a pouca seguran a de rotas mar timas e terrestres tendo a vida cultural sido continuada pelo Clero Cat lico cuja fun o pol tica foi sendo cada vez mais marcante M rtola ent o uma cidade fechada onde vive uma popula o de comerciantes aut ctones e orientais 9 contudo durante o per odo Visig tico que se estabelecem os tra os fundamentais do que viria a ser a sociedade Medieval Portuguesa sociedade essa formada por Clero Nobreza e Povo 10 A Nobreza nasce quando fun o econ mica de colher o produto do trabalho alheio se liga a distin o de uma origem diferente Nos Romanos o dono da Vila era um capitalista da op cit vol l pp 97 FEIO 1983 pp 51 TORRES ALVES DA SILVA 1989 pp 14 0 7 8 9 10 SARIAVA 1980 pp 30 52 cidade que na Vila era representado por um capataz e embora tendo uma vida melhor
308. s linhas de gua e no fundo outras de pequenas dimens es tornando as assim vis veis extremo Norte a Oeste do Guadiana bem como nas imedia es dos elementos de relevo mais destacados Oeste e Sudoeste da Vila de M rtola Em v rios casos existem reas de montado que constituem a passagem de charneca para as reas em pousio A mancha principal de montado de azinho mant m se sentido ONO ESE a Norte da Faixa Piritosa A rea agr cola entendida para j como o conjunto terrenos lavrados 11 3 da rea do Concelho e reas com cereal 8 0 extremamente significativa mas constitui tr s reas homog neas de diferentes caracter sticas e Margem esquerda do Guadiana Este rea do Baldio da Serra de M rtola a Norte com uma grande pulveriza o da propriedade margens Oeste e Este j muito abandonadas e retomadas pela charneca faixa da Corte Sines montado de azinho e parcelas claramente maiores Esta faixa come a na Mina de S o Domingos e estende se at margem dreita do Guadiana Em princ pio a individualiza o desta faixa deve se ao facto de todo este sector ter pertencido empresa da Mina pelo menos a crer na indica o cadastral da carta do s culo passado o que assim justificaria a diferen a n tida da estrutura da propriedade e usos do solo presentes Por ltimo o extremo Sul relativamente misto em termos de dimens o da propriedade m dia pequena A rea em pousio pastagem muito significat
309. s mineiros estavam sujeitos No entanto dado o elevado n mero de oper rios agr colas tanto na rea como em todo o Alentejo a mina constitu a uma hip tese de recurso para debelar o desemprego cr nico nos campos em anos de crise agr cola ou n o Constitu a tamb m alternativa de vida relativamente urbana e com sal rios que n o seriam inferiores aos do trabalho bra al no campo A produ o de cobre por seu turno vinha diminu ndo drasticamente at 1906 altura em que as pirites passaram a ser exclusivamente compradas pela C U F para produ o de cido sulf rico nas suas instala es do Barreiro A procura de enxofre foi diminuindo mesmo com subs dios governamentais produ o e de reconvers o em reconvers o Assim a produ o da mina foi diminuindo progressivamente acabando por encerrar definitivamente em 1968 Existem ainda dois aspectos ligados ao uso do solo e exist ncia da mina que devem ser referidos o re povoamento florestal efectuado e os impactos nefastos que a ind stria mineira tinha a n vel ambiental e que consequentemente tamb m contribuem para modifica es no uso do solo O in cio da planta o de esp cies florestais em terrenos pertencentes Mason amp Barry remonta ao ano de 1878 7 quando a empresa ordenou a planta o de Eucalyptus Globulus para debelar as febres intermitentes que existiam Estas planta es foram feitas especialmente sobre os entulhos provenientes dos traba
310. s pelo contr rio pois pode voltar a promover elevadissimos graus de eros o do solo dada a mobiliza o do solo que requer e fraca taxa de cobertura que proporciona durante os primeiros anos No entanto os taludes que seguem as curvas de n vel n o s acabam por incrementar a infiltra o como tudo indica dificultam a eros o pois n o promovem grandemente a converg ncia das guas de escoamento superficial tudo dependendo fundamentalmente do declive A quest o tem sobretudo a ver com o facto de a maior parte dos estudos colocar o eucalipto a par de outras esp cies arb reas num contexto florestal n o obrigatoriamente em explora o economicamente directa Ora no caso de solos muito pobres e declivosos s o admitidas por ambas as partes digamos danos mais ou menos significativos para o solo O eucalipto perde sobretudo por ser uma esp cie ex tica qual a fauna n o est adaptada e n o menos importante que isso no mbito do Concelho de M rtola porque seria mais uma 140 Tal como noutras pol micas aprofunda las n o trar nada a acrescentar quest o do uso do solo quando muito no caso do eucalipto poderia ajudar s perspectivas futuras como factor positivo poss vel ou como op o inviabilizadora de uma perspectiva de conserva o da natureza 141 FEIO 1989 descreve v rios casos de reconvers o em que o eucalipto trouxe n tidos benef cios 141 inadapta o s condi es locais sobretudo quan
311. s tipos de clima apresentam condi es ptimas para agravar a Desertifica o causada pela ac o humana 198 3 Do peso do clima no acentuar ou tornar irrevers vel a ac o humana de degrada o Em v rias defini es deixado muito claro que a desertifica o um processo e que se estende a reas vizinhas s reas des rticas Em meios semi ridos a vegeta o est adaptada aridez mais ou menos c clica de muitas formas desde as que garantem a subsist ncia e a sobreviv ncia s da multiplica o das esp cies Este facto n o deixa de implicar uma baixa produtividade prim ria nestes meios No entanto como em todos os biomas h um coberto vegetal climax cujo aumento de biomassa maior ou menor consoante as caracter sticas clim ticas dos anos Em casos extremos de v rios anos de seca seguidos muitos indiv duos morrem mas as esp cies s o perpetuadas veja se o caso das Gramineas e outras plantas da franja do deserto as sementes podem esperar anos pela chuva e passadas 24 horas de um aguaceiro tudo se torna verde estando assegurada a continua o das esp cies Por outro lado o solo inequivocamente um produto do clima e do coberto vegetal e s perde caracter sticas se o coberto for modificado pois se as perdesse de uma forma generalizada por raz es clim ticas n o teria sequer chegado a existir Ou seja o equil brio em meios de transi o como o Mediterr neo pode ser facilmente queb
312. s valores testemunham torna se mais preocupante quando se chega aos restantes valores Em situa es de restolho o valor m dio desce para 0 8533 quilos por evento com um valor m ximo de somente 32 742 quilos Este valor acaba por ser superior ao das estevas pois o talh o em que est o menor n o se podendo no entanto multiplicar o valor por 2 pois nada indica que haja uma proporcionalidade t o directa No entanto estes valores s o naturais o restolho apresenta uma taxa de cobertura maior sobretudo ao proteger do impacto directo das gotas da chuva no solo As estevas constituem uma cobertura mais descont nua e como j foi referido II 5 Vegeta o n o s o prop cias ao desenvolvimento de um substracto herb ceo denso N o obstante qualquer situa o de esteval menos nociva que reas de cereal e mobiliza o do solo at porque a densidade de estevas no talh o menos reduzida do que na maioria dos estevais excep o feita a pequenas comunidades de estevas em reas muito degradadas ou sujeitas a sobrepastagem em que no caso das cabras nem as estevas escapam O ltimo valor o mais interessante os valores obtidos numa situa o de campo abandonado e isolado de qualquer ac o humana s o a prova acabada de que um coberto que come ou por ser do tipo Estepe Mediterr nea com grande abund ncia de herb ceas promove uma protec o quase total contra a eros o 0 1409 quilos por evento m nimo sobretudo t
313. sas Arboriza o Almodovar 0 0 0 50 5690 16640 6470 29 8 Barrancos 0 70 0 10 500 9350 1220 60 3 Castro Verde 0 0 0 150 1110 6020 1890 12 9 M rtola 0 470 0 250 40 8300 20090 7 7 Moura 270 730 0 540 5270 27410 8080 36 2 Serpa 0 0 0 350 3730 24120 4950 25 4 Total Distrito 2290 2060 400 10580 83690 163930 74680 26 0 Quadro 10 Areas Florestais nalguns Concelhos do Distrito de Beja Fonte Invent rio Florestal Nacional 1981 n CABRITA LEITAO et al 1988 pp 30 Os n meros do Concelho de M rtola apresentam alguns aspectos de interesse a azinheira claramente a esp cie florestal dominante a superf cie de incultos enorme a rea agr cola certamente de uma tal dimens o que a taxa de arboriza o do Concelho apresenta um valor m nimo de 7 7 e AREAS DE VEGETA O SUB XEROFITICA Coberto vulgarmente designado por mato charneca que apresenta um conjunto de estrat gias adaptativas a um elevado grau de secura Estas forma es variam tanto na sua composi o como estrutura embora a presen a de estevas seja o elemento comum pois possuem uma especial aptid o para suportar as condi es naturais a que est o sujeitas Este grupo est dividido em tr s outros subgrupos esteval montado abandonado e matagal de reas declivosas Esteval Resultante do abandono de terras de pasto ou de culturas extensivas A esteva aparece como a esp cie exclusiva constituindo manchas cont nuas e homog neas A compo
314. scolhidas visualmente diferenciadas e estatisticamente individualizadas podem apresentar muito mais subgrupos ou integrar outros de n vel mais geral A quest o tem que ver com a realidade mas que realidade A do agricultor da rea A do autor A do leitor No fundo a defini o de classes de classifica o procurou encontrar um m nimo denominador comum em termos de designa o e significado que aproximasse um pouco as v rias percep es poss veis que partida s o virtualmente ilimitadas porque individuais Este aspecto entra j no campo da psicologia ambiental em que se pode partir de certas premissas 186 k O ambiente vivido como um campo unit rio As pessoas s o uma parte integrante do ambiente n o objectos no seu seio Todos os ambientes f sicos est o inevitavelmente ligados a sistemas sociais A influ ncia do ambiente nos indiv duos varia com o comportamento em quest o O ambiente opera habitualmente abaixo do n vel consciente Podem existir diferen as significativas entre ambientes reais e observados O ambiente pode ser percepcionado como um conjunto de imagens mentais o N O o A W PN Os ambientes t m valor simb lico A pertin ncia de focar este aspecto prende se com a cr tica necess ria ou chamada de aten o para a escolha das unidades de paisagem pelo autor que correspondem a um patrim nio cognitivo pr prio como em qualquer indiv duo e que por isso pod
315. se e lavrava se com enxada era a febre da rentabiliza o Claro est que no caso do baldio da Serra de M rtola nas reas de declive acentuado a eros o dos solos e perda de produtividade foi ainda mais acentuada Quanto aos aspectos financeiros e de produ o recorro a um outro coment rio sobre a Campanha do Trigo e a Junta de Coloniza o Interna 99 inicia se em 1929 a Campanha tendo como objectivos promover a produ o frument ria at s necessidades de consumo e indirectamente dignificar a ind stria agr cola como a mais nobre e mais importante de todas as ind strias e como primeiro factor de prosperidade econ mica nacional Para a realiza o dos objectivos em vista foram criados organismos especiais em estreita liga o com o Minist rio da Agricultura e preconizados diversos modos de ac o Primeiro procurou se chamar a aten o da lavoura atrav s da persuas o e sugest es para a import ncia econ mica da cultura do trigo e divulgar os processos mais adequados e modernos da sua intensifica o assist ncia t cnica aos agricultores escolas esta es e postos agr rios miss es agr colas m veis e brigadas t cnicas 16 COELHO Armando R Paula O problema do trigo 1929 1943 Revista do Centro de Estudos Econ micos N 3 1946 pp 29 55 in CABRAL 1974 pp 513 526 95 Organizou se a assist ncia financeira sobretudo pequena e m dia lavoura exploraram se directamente
316. sem que tenham sido revistas as taxas que incidiam sobre os produtos exportados e Agravamento dos encargos de explora o da mina devido ao car cter obsoleto do material a continuidade do funcionamento traduzia se por preju zo para a empresa e Baixo pre o das pirites vendidas em Portugal e Custo de produ o do enxofre na Mina de S o Domingos era superior ao pre o de venda no mercado nacional e Baixa do pre o do cobre devido grande produ o mundial nomeadamente EUA M xico e Fran a e Descoberta de novos jazigos de enxofre nativo mais baratos que os extra dos de pirite e Industrializa o de novas fontes produtoras de enxofre como os gazes do petr leo 30 Di rio do Governo n 120 de 1858 in COSTA EREIO 1991 pp 48 31 op cit pp 54 32 op cit pp 55 56 e pp 99 100 102 Em 31 de Dezembro de 1958 a firma empregava ainda 1 558 trabalhadores Mina 640 Trabalhadores F brica de Enxofre 300 Oficinas gerais e Carpintaria 162 Caminho de Ferro 140 Porto Fluvial do Pomar o 71 Servi os Gerais 67 Prepara o Mec nica e Carreamento 46 Servi os Sociais 40 Administra o 38 Dragagem 36 Cementa o 13 Central El ctrica 9 Quadro 17 Trabalhadores da Mina de S o Domingos em 1958 7 A Mina oferecia melhores condi es de vida n tidas havia electricidade hospital e outras estruturas contudo as casas eram min sculas e sem janelas para n o falar dos hor rios de trabalho a que o
317. sempre presente e como forma de optimizar as reas a n vel de contornos Nesse sentido correu se um programa de filtragem percorreu se toda a imagem com uma janela de tr s por tr s p xeis neste caso foi a dimens o escolhida para n o interferir com a realidade que vai classificar o p xel do meio na mesma classe que a maioria dos p xeis presentes nesse quadrado os oito restantes Essa re classifica o s ocorre se houver mais de quatro p xeis de uma dada classe O resultado foi a obten o de uma imagem ainda mais n tida com contornos muito mais claros sobretudo a n vel de campos cultivados onde pormenores infimos como reas muito pequenas de cereal na beira do rio Guadiana se tornaram claramente vis veis O ltimo passo foi a digitaliza o dos limites do Concelho criando se uma m scara com a qual se retirou do ficheiro da classifica o n o do original a rea respectiva Passou se assim a ter como resultado final um mapa tem tico do Concelho S n o um mapa propriamente dito porque um fundo de carta sobre a qual n o figure uma rede de meridianos e paralelos impr prio express o de um tema sob a forma cartogr fica 195 Para esse efeito deveria ter se procedido correc o geom trica da imagem que consiste na referencia o sobre a classifica o de uma s rie de elementos geograficamente localizados em termos 195 CARR E HOLLANDER 1980 Cit por TENED RIO 1989 pp 13 179 abs
318. ser um conjunto isolado de rvores azinheiras ou oliveiras no caso dos olivais no interior de uma rea lavrada ou semeada de trigo muito mais vasta Parece relativamente f cil criar um limiar quantitativo mas no entanto seja ele de que grandeza for vai esconder uma realidade f sica e bem vis vel as rvores solit rias disseminadas nos campos N o obstante virtualmente imposs vel classificar uma ou duas rvores localizadas num pixel de muito maior dimens o Outro aspecto da mesma quest o prende se com a realidade econ mica ou seja um campo lavrado ou uma seara s o espa os claramente humanizados sujeitos a explora o econ mica directa como tal o que se torna mais relevante o cereal e a lavoura em detrimento de tentar uma ground truth verdade no terreno extrema em termos de classifica o o que muito dif cil Neste sentido decidiu se que o campo lavrado e a parcela com cereal eram mais relevantes e como tal reas de montado ou olival com densidade m nima que estivessem associadas a parcelas de cereal ou lavrado muito grandes passariam a ser representadas e contabilizadas como cereal ou lavrado respectivamente A classifica o ganhou assim muito maior consist ncia visual e representatividade espacial A outra quest o radiom trica tem uma resolu o mais dif cil Implica melhorar a qualidade dos pol gonos reas teste e retirar pol gonos que est o claramente a criar m classifica o e por
319. servas e falta de dnheiro para ca ar dentro delas 180 S o avan ados muitos argumentos por ambas as partes o que facto que formalmente esta legisla o permite que a ca a possa ser gerida em concess es especiais quer por organiza es de ca adores quer por entidades ligadas ao turismo cineg tico quer pelo Estado ou seja n o h apropria o individual da ca a o que extremamente correcto Al m disso esta lei foi de facto um primeiro passo importante no sentido de evitar efeitos catastr ficos na pr tica venat ria bem como permitir um certo ordenamento e preserva o das esp cies cineg ticas 181 N o obstante a forma como muitas RC Associativa t m sido criadas uma aut ntica viola o do direito propriedade privada e muitas RC Tur stica n o trazem quaisquer vantagens para as reas em que est o implantadas limitando se a espoliar um pouco mais o seu patrim nio natural e defraudando um enorme potencial end geno das regi es 178 O acordo obrigat rio com o propriet rio passa a ser feito atrav s de uma assembleia p blica convocada pelas autarquias locais ou pelo Instituto Florestal 179 ABREU 1993 180 REVEZ OLIVEIRA 1992 pp 18 181 op cit pp 20 158 A outra quest o prende se com o aspecto social Sem minimizar as raz es e justi a dos protestos dos ca adores do regime geral mais grave a situa o dos residentes no Concelho ca ador
320. si o flor stica destas reas pobre pois a diversidade m nima monocultura de esteva ou sarga o tendo por vezes como acompanhantes a roselha o rosmaninho ou algumas herb ceas A fraca produtividade prim ria e a lenta velocidade de decomposi o da manta morta inibem a forma o de um substrato No entanto a esteva uma forma o pioneira que pode a longo prazo evoluir para uma situa o pr xima do maquial A sua natureza pir fita d lhe grande for a colonizadora por elimina o da concorr ncia 22 al m de ser geralmente preterida pelo selectivo gado 22 LEMPS 1970 pp 27 31 32 Montado Abandonado Sob as azinheiras que h muito n o s o cuidadas podadas desenvolve se uma vegeta o de porte arbustivo que surge por invas o e regenera o das esp cies ind genas Para al m do aumento de fertilidade do solo sombra maior humidade manta morta a azinheira cria um micro clima favor vel que rapidamente aproveitado por sementes transportadas pelos animais e pelo vento A comunidade vegetal que se vai formando fornece continuamente ao solo materiais org nicos cuja decomposi o contribui para o restauro do teor de mat ria org nica e agrega o da camada superficial do solo Lentamente solos esquel ticos v o se transformando em solos mais evolu dos e espessos Esta evolu o da comunidade vegetal permite tamb m um aumento da diversidade aparecem novas Azinheiras e Zambujeiros Rosman
321. sidade trovoadas A magnitude da ajuda dada na mobiliza o do solo pelo homem tremenda e factor b sico no processo de degrada o de solos e consequente influ ncia nos processos morfogen ticos Indirectamente essa ac o tamb m poss vel sem haver mobiliza o do solo Das queimadas associadas ou n o a pastos at ao pastoreio mais ou menos intensivo o homem ao seleccionar artificialmente as esp cies vegetais vai comandar os processos pedogen ticos alterando as caracter sticas do solo Se este processo relativamente mais lento os seus efeitos n o s o menos eficazes enquanto degrada o ambiental Assim o estado das coisas que se vive actualmente tem que ser entendido luz da rela o causa efeito homem meio ao longo de v rios s culos mas com especial destaque para as agress es mais intensas A explora o racional do solo n o depende como se depreende somente das suas caracter sticas f sicas e qu micas traduz o conjunto de condi es econ micas e sociais de reprodu o das comunidades que a efectuam Por esse motivo mais do que qualquer outro elemento da paisagem o solo apresenta marcas da hist ria dos grupos que o utilizaram Nesse sentido importa n o s tra ar a evolu o dos usos como ter presente os contextos s cio econ micos que lhes foram subjacentes 38 2 SOLO USO O utilizador do solo tem um objectivo primordial maximizar a utilidade Esta utilidade 28 A pro
322. so sobretudo na extens o e intensidade com que foi tentado Se houve uma n tida falta de adapta o s condi es ecol gicas do meio foi certamente mais por desconhecimento do que por falta de t cnicas de organiza o do solo entendidas como um dos meios de que disp e uma determinada sociedade para se adaptar ao ambiente sistema t cnico constitu do por instrumentos de trabalho e por conhecimentos t cnicos que permitem a sua utiliza o 82 Actualmente a vis o sist mica e global dos sistemas bem como o grau de degrada o que o sistema atingiu reduzindo a n veis baix ssimos a rentabilidade da agricultura tem como consequ ncia uma utiliza o mais racional e mais extensiva do solo como ecossistema pelo menos em termos de dimens o espacial e n o obrigatoriamente por vontade pr pria dos agentes intervenientes 2 2 Uso do solo como espa o Este uso faz sobretudo apelo ao conceito de extens o enquanto o uso como ecossistema implica uma no o de fluxo as colheitas s o tiradas da mesma rea ano ap s ano existem uma s rie de inputs e outputs no e do sistema canais de circula o e trocas dentro dele No conceito de uso do solo como espa o entram as no es de dimens o finito e limitado e desta forma pode haver consumo material do solo Diga se que um mau uso do solo como ecossistema tamb m pode levar a um consumo do solo como espa o Este tipo de uso requerido para a instala o de edif
323. sso importante na recupera o do solo degradado sobretudo porque constituem alternativa economicamente vi vel para os agricultores que t m que abandonar os cereais Claro est que n o chegar para todos e mesmo para os que abra aram o PAPCAM podem vir a por se problemas de escoamento de produ o No entanto essa minoria est muit ssimo melhor preparada para enfrentar tanto um ano seco como a concorr ncia dentro do mercado nacional 5 CA A A ca a dispensa apresenta o o homem come ou por ser ca ador e nunca deixou de o ser completamente seja porque habita em meio rural e a ca a mais um recurso que ele pode colher seja porque vive em meio urbano e sente uma estranha necessidade de voltar s origens Por moda exibicionismo simples necessidade de conv vio e contacto com o meio natural ou por desporto nos dias de ca a h uma imensa massa humana que se desloca dentro do pa s pelos campos fora Mas ter sido sempre assim Para os Romanos cada pe a de ca a tornava se perten a de quem primeiro a apanhasse 185 tanto em terreno pr prio como alheio reservando se aos propriet rios apenas o direito de consentir ou n o a pr tica de ca a nos seus terrenos Com as invas es B rbaras come ou a alterar se o conceito de posse e nas terras ocupadas por estes povos o direito Germ nico ligava a posse da ca a posse da terra Este conceito apesar de interrompido durante a ocupa o rabe em que a ca a com
324. stolho embora claramente prop cias do ponto de vista de conserva o de solos s o um investimento demasiado a longo prazo sobretudo para agricultores que est o numa situa o de pr desespero e t m que saldar as suas d vidas banca O regime de explora o agr cola tamb m n o ajuda Os seareiros respons veis pela expans o enorme da rea de trigo que desbravaram e arrotearam largas reas suportam quase todo o custo de produ o num regime de parceria 101 O pagamento de mais do que a d zima era injusto mas chegou a atingir um quarto Ora como as melhores terras ficavam conta dos propriet rios ou dos rendeiros este regime era insustent vel por parte dos parceiros Em 1950 no Concelho de M rtola a explora o agr cola estava distribu da da seguinte forma 60 de agricultores por conta pr pria aut nticos colonos 30 em regime de arrendamento e 10 em regime de parceria 102 101 Regime de explora o de terra alheia por homens livres cuja defini o data das Ordena es Afonsinas cultura por menos de 10 anos as presta es consistiam na divis o dos frutos entre o dono e colono por quota convencionada No arrendamento as presta es eram fixadas em medida certa de produtos ou dinheiro no caso de morte do dono ou parceiro o contrato de parceria cessava o que n o acontecia no arrendamento em que os herdeiros tinham que continuar o pagamento durante o prazo fixado 102 FERREIRA 1967 pp 2
325. sufici ncia nacional O problema nunca demais repeti lo est na passagem ao terreno seja no tocante s caracter sticas f sicas desse mesmo terreno seja atrav s dos meios institucionais de apoio a essas pol ticas A aplica o de subs dios comunit rios actualmente em muitos casos t o incorrecta e geradora de injusti as sociais como noutros tempos sen o mais pois alguns erros do passado n o foram corrigidos nomeadamente a n vel da fiscaliza o dos financiamentos O com rcio livre internacional cria n tidas possibilidades de bem estar para mais pessoas no entanto sem fazer a apologia do proteccionismo tem se demonstrado desastrosa n o raras vezes aumentando a depend ncia das na es quando na origem se tinha procurado o oposto Alguns especialistas apontam a falta de uma verdadeira pol tica agr cola nacional como causa para a convuls o da agricultura portuguesa E essa falha dificulta ainda a aplica o das ajudas comunit rias em termos de cria o de perspectivas futuras e justi a social Dizer que o trigo comunit rio muito mais barato e que portanto seria incorrecto em termos de economia nacional prosseguir uma pol tica de subs dios proteccionista est correct ssimo Constatar que o abandono de certas culturas diminui a degrada o ambiental em casos como o Concelho de M rtola est ainda mais correcto Mas pouco se ouve falar das consequ ncias para a massa humana que vai ser deixada sem
326. ta o que se torna mais importante na medida em que permite compreender os modos de actua o dos agentes clim ticos a n vel de processos morfogen ticos de eros o de solos desenvolvimento da vegeta o e limita es para as actividades agr colas e VER O Junho a Agosto Neste per odo domina a estabilidade as temperaturas s o elevadas h uma insola o fort ssima e aus ncia quase total de chuvas as que ocorrem s o originadas por trovoadas ou em Junho fruto do forte aquecimento ou no fim de Agosto prematuras Neste per odo a Pen nsula Ib rica encontra se sob a influ ncia das altas press es subtropicais em altitude h subsid ncia e diverg ncia nada prop cias a situa es pluviog nicas A transi o para os m nimos de Ver o dada por um m s de Junho com alguma precipita o No centro da Pen nsula cava se uma depress o t rmica de superf cie dado o aquecimento extremo no interior deste mini continente O facto de a sua periferia ser montanhosa e de haver um efeito de tamp o do anticiclone em altitude origina uma circula o cicl nica que na costa ocidental d origem Nortada que refresca o calor estival pois a temperatura do mar nitidamente inferior No Sul origina sobretudo ventos extremamente quentes do quadrante Este A desloca o do n cleo de baixas press es mais para Sul golfo de C diz Marrocos em virtude do anticiclone se estender em crista sobre a Pen nsula origina ventos m
327. ta rea em pousio onde algumas manchas de cereal interrompem a monotonia dos campos visto que o mato ou esp cies arb reas s o a quase totalmente inexistentes Excep o o vale do Vasc o na sua parte terminal com charneca e algumas reas m nimas de olival perto de povoa es Levanta se aqui uma quest o a rea a Sul de M rtola estava j completamente arroteada muito antes da Campanha do Trigo e antes do fim do S culo XIX A quantidade de reas em pousio poder at ser interpretada como uma consequ ncia da degrada o a que alguns solos j tinham chegado j documentada em documentos escritos Capitulo IV Na envolv ncia de M rtola existem tamb m in meros campos em pousio e com culturas arvenses aumentando a densidade das reas de charneca em direc o ao Norte No sector da Mina de S o Domingos existem muitos campos com cereal menos com pousio mas intercalados com reas de charneca Aqui a quantidade de cereal parece deixar antever uma arroteia mais recente ou ent o um uso mais intensivo o que se justifica pela proximidade imediata da rea populacionalmente mais din mica do Concelho mina Onde est ent o a charneca que se poderia pensar ser muito significativa em termos de rea nesta data Sobretudo para Norte de M rtola na margem esquerda do Guadiana a Norte da Corte Sines constituindo o Baldio da Serra de M rtola e na margem direita a Norte da Corte Gafo No extremo Noroeste do
328. tal e sua resposta a condi es de stress h drico degrada o ambiental desertifica o no contexto claro da geografia f sica Ao longo de v rios anos de an lise experimental e trabalho de campo tornou se claro que a degrada o f sica atingida em v rias reas do Concelho era fruto de um uso humano intenso incorrecto porque n o adaptado s condi es f sicas do meio A reflex o conjunta com especialistas e agentes locais despertou um profundo interesse por este espa o actualmente marginal humanamente desertificado mas que fervilhou intensamente de vida at um passado recente segundo as descri es dos mais antigos e o testemunho de in meros jornais regionais e locais A riqueza de muitas paisagens reside sobretudo na humaniza o que consubstanciam luta levada a cabo gera o ap s gera o que no caso do Concelho de M rtola indissoci vel da arroteia e da batalha anual para tirar da terra magra e pobre o sustento que tantas vezes e a tantos faltou Para o agricultor a terra continua a ser um reposit rio de esperan as que mant m a esperan a 209 Mas nunca uma rea t o marcada pelo presen a do homem se nos apresentou t o vazia da presen a que a moldou tendo da nascido o afastamento conceptual em rela o import ncia do meio f sico e a clara vontade de compreender os factores que condicionaram e orientaram o espa o humano que ao longo de muito tempo ocupou este peda o de territ rio 209 Yi
329. te luz de necessidades de subsist ncia ou crit rios econ micos de maximiza o da utilidade Este tipo de no o da terra tem outra consequ ncia a facilidade com que se parte para conceitos do tipo Terra P tria solo sagrado e da para territ rio Esta pervers o do termo originou j no es de ndole territorial extremamente fortes atrav s da esquematiza o excessiva dos la os entre o Estado e a sua base territorial Ratzel teoria do espa o vital Lebensraum Mutatitis mutandis a P tria de Salazar e o uso da terra a que apelou com a Campanha do Trigo junto dos agricultores reais e potenciais pode ser tamb m entendido como um desvio no sentido da territorialidade sobretudo tendo Portugal nessa poca um Imp rio 4 USO DO SOLO Numa perspectiva agora mais pragm tica que paradigm tica qual a abordagem adoptada para estudar a forma como o uso do solo foi evoluindo no Concelho de M rtola Atrav s das cartas de uso do solo e tamb m das condi es s cio econ micas que conjunturalmente presidiram a cria o de uma forma de territ rio De facto Em Geografia podemos tomar como axioma que tudo quanto n o possa ser cartografado n o ser suscept vel de ser descrito 36 ou porque o mapa um documento social Fixa o tempo com o seu simbolismo a altern ncia de cores e peculiaridades de desenho As linhas de um mapa s o escritas m o pela hist ria 37 A palavra descri o deve ser ent
330. te 273 p TEIXEIRA Carlos 1981 Geologia de Portugal Pr C mbrico Paleoz ico vol Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 629 p TEIXEIRA Carlos GON ALVES Franscisco 1980 Introdu o geologia de Portugal Lisboa INIC 475 p 219 TENED RIO Jose Ant nio 1989 Concep o de cartas de uso do solo e de evolu o do uso do solo por interpreta o de fotografia a rea vertical Almada Exemplo metodol gico Lisboa Universidade Nova de Lisboa FCSH CEGPR INIC 79 p THORNES J B GILMAN A 1983 Potential and actual erosion around archeological sites in the Southeast of Spain Catena supplement 4 Cremlingen Jan de Ploey 214 p TORRES Cl udio ALVES da SILVA Luis 1989 M rtola Vila Museu 2 ed M rtola Campo Arqueol gico de M rtola 155 p TRICART Jean 1978 A terra planeta vivo Lisboa Presen a 195 p Yi Fu TUAN 1980 Topofilia Rio de Janeiro Difel 288 p VARELA J A Santos 1987 A Pol tica Agr cola Comum e a agricultura portuguesa a pol tica de pre os e de mercados col Biblioteca de Economia e Gest o Lisboa Dom Quixote 306 p VARELA J A Santos 1988 A Pol tica Agr cola Comum e a sua aplica o agricultura portuguesa pol tica de estruturas e reformas col Biblioteca de Economia e Gest o Lisboa Dom Quixote 341 p WALMSLEY D J LEWIS G J 1992 People and Environment Behaviour Approaches in Human Geography 2 ed Essex RU Longma
331. te conceito indispens vel para se poder definir a paisagem actual como a soma das paisagens f sseis ou herdadas que poss vel reconstituir mediante uma investiga o regressiva ou seja uma an lise integrada das paisagens e da arqueologia da paisagem dimens o hist rico paisag stica das paisagens enquanto combina es s cio ecol gicas complexas 43 42 Muito duvidosas sobretudo a nivel de area semeada por desconhecimento medo do fisco etc 43 BLANC PAMARD Chantal RAISON Jean Pierre Paisagem in Enciclop dia EINAUDI 1986 pp 138 47 48 Capitulo IV Antecedentes at finais do S culo XIX O uso do solo num espa o determinado consubstancia a forma de relacionamento das comunidades a existentes com o meio O solo suporte das actividades e um dos recursos mais importantes seja porque dele dependem as actividades econ micas como a agricultura ou porque dele necessitam enquanto espa o vital para a sua instala o Por outro lado a forma como as actividades utilizam e se localizam nesse espa o n o s condicionada por factores f sicos como a qualidade dos solos ou os declives existentes mas tamb m pela forma como as estruturas econ micas foram evoluindo Quer isto dizer no caso da agricultura que a estrutura da propriedade o seu regime de posse e a pr pria hierarquia do tecido social t m regra geral ra zes muito profundas O facto de no in cio dos estudos de Geografia em qu
332. temente assim que se lhes fornecia o elemento que lhes faltava Sem aduba o uma terra galega rec m arroteada dava em geral uma colheita de 8 sementes na espiga por semente empregue uma segunda de 13 depois 5 3 e era preciso abandon la enquanto que com o super fosfato produzia colheitas de 14 a 20 sementes com curtos intervalos Este facto ter tamb m contribu do para uma excessiva intensifica o que por falta ou n o de informa o levou rapidamente degrada o de muitos solos n o agr colas partida 22 FEIO 1983 pp 83 99 O outro aspecto importante a quest o do regime de propriedade Realmente a mais valia acabava no propriet rio que muitas vezes seria um rec m criado latifundi rio como referido anteriormente Houve tamb m uma grande classe de rendeiros que enriqueceu nesta altura e passaram a propriet rios A inexist ncia de condi es de subsist ncia apontada como responsabilidade da aus ncia de obras de hidr ulica agr cola levava muitas fam lias a abandonar a terra depois de alguns anos de alguma prosperidade at porque a aduba o que permitiria incrementa la n o estaria certamente ao alcance de todos pelo menos escala adequada No fundo a Junta de Coloniza o Interna tinha por objectivo a fixa o de colonatos povoando uma regi o ainda e sempre de muito fraca densidade populacional permitindo a sua subsist ncia por forma a ser poss vel a exp
333. tenciais colonos agr colas Estavam em quest o v rios pontos chave que n o tinham sido resolvidos defeito de distribui o da propriedade houve v rias tentativas de reforma mas nunca chegaram Assembleia Nacional falta de apoio financeiro a n vel de cr dito por forma a viabilizar a fixa o e subsist ncia de colonos e obras de hidr ulica agr cola Em 1913 Ezequiel de Campos publica um balan o dos resultados da lei de 1899 O seu interesse justifica a transcri o Uns chamam aben oada lei dos trigos porque sombra dela se arroteou vasta extens o de charneca Alentejana outros consideram na um mal necess rio sem a qual a agricultura nacional retrogradaria instantaneamente opina algum revolucion rio que ela simplesmente monstruosa para o povo uma verdadeira lei da fome 9 centavos em vez de menos de 5 centavos pelo mesmo peso de p o de Portugal para a maior parte da Europa diferen a mais de 4 mil contos de excesso de custo de trigo por ano pagos por toda a na o uma viol ncia A lei dos trigos isolada ou ainda que se lhe junte a via o e o cr dito a rodo s continuar a produzir o assolamento do Sul terra malfadada desde que os romanos fizeram a invas o da pen nsula como pr logo da devasta o dos n rdicos e dos africanos at gente inculta da actualidade Ela s pode gerar a desola o arroteou se muita terra que jamais devia deixar de ter matas ou culturas arb
334. ter sticas do solo que se modificam nem h qualquer refer ncia ao homem enquanto causa ou como sujeito que sofre as consequ ncias do processo A defini o de Rapp introduz novas quest es 200 Desertifica o a degrada o a longo prazo de terras secas resultando tanto do uso excessivo pelo homem e seus animais como de causas naturais como flutua es clim ticas Conduz diminui o do coberto vegetal perda das camadas superficiais do solo por eros o e lica e h drica extens o de condi es des rticas de baixa produtividade biol gica para reas secas fora dos limites pr vios dos desertos Aparecem nesta defini o novos conceitos causas e explica es condi es des rticas correspondem a baixa produtividade biol gica o fen meno d se na margem de regi es des rticas existentes e s nas reas secas s o apontadas duas causas humanas e naturais e as consequ ncias diminui o do coberto e eros o do solo De todas as defini es apresentadas at agora esta a mais clara e mais adapt vel ao caso do Concelho de M rtola Antes de se passar discuss o conv m apresentar outra defini o 201 Desertifica o a expans o de caracter sticas des rticas para zonas semi ridas Os autores associam esta passagem redu o e incerteza das chuvas algumas autoridades atribuem na a varia es clim ticas naturais Contudo cada vez mais se aceita que as actividades humanas s o outro
335. tes documentos N o obstante e talvez por essa mesma sensa o de perda o autor pretende levar a cabo no mbito do Projecto Medalus Il um estudo de compatibiliza o de fontes cartogr ficas utilizando meios informatizados ambiente de Sistema de Informa o Geogr fica para uma carta somente e como exerc cio sobre a metodologia correcta para esse efeito A possibilidade da aplica o dessa metodologia a reas mais vastas gra as automatiza o bem como a qualquer outra regi o do pa s abre possibilidades de investiga o de extremo interesse 77 78 a Pastage pra v vod POOF Cherneras emos Notar a extensa rea do Baldio a Norte onde as culturas arvenses ocupam preferencialmente o fundo dos vales a H mancha de azinhal em tomo da Corte do Pinto e a divis o da arruda Loree propriedade na parte Sul onde existem in meras parcelas de culturas arvenses e a ocupa o agr cola intensa Figura 8 rea da Mina de S o Domingos Baldio da Serra de M rtola 1882 1893 Carta N 200 79 80 gs 4 am Go AF pvt 3 Ayr hie ae Vu aa EA A if a existem agricola e apresenta se N o h chameca campo em pousio nas imedia es de S o argens da pr pria ribeira O quadro geral de um extenso culturas arvenses sobretudo a Norte da Ribeira do Vasc o totalmente li ALL HU guraS Sul do Concelho 1882 1893 Cartas N 205 e 206 F
336. tica segunda fam lia ao longo destes ltimos cinco anos durante as minhas estadias por per odos mais ou menos longos tendo sido incans veis no sentido de me dar a conhecer o seu espa o e partilhar as suas viv ncias desilus es alegrias e anseios Embora alguns fiquem de fora tenho de citar antes de mais a Menina Augusta bem como o Senhor Louren o o Ant nio Sim o o Manuel Jos e fam lia o Ricardo a Cristina o Manuel Ribeiro a H lia o Senhor Rafael Pires e o Zorro Por fim agrade o aos que estando e vivendo mais chegados a mim me deram todo o apoio ajuda incondicional em todos os momentos e permitiram que eu fosse quem sou como SOU Linda a Velha Dezembro de 1993 Cap tulo II Caracteriza o F sica A originalidade do Alentejo a que geograficamente se liga a Beira Baixa reside tanto na imensid o da terra lisa ou apenas quebrada em frouxas ondula es como no clima a que a falta de centros de condensa o da humidade do ar apaga todos os caracteres oce nicos O mais prov m dai 3 1 Geologia 4 O Concelho de M rtola est localizado na Zona Sul Portuguesa unidade morfo estrutural do maci o Hesp rico Fig 2 A sua constitui o litol gica pouco variada consistindo em tr s unidades principais todas elas representadas no Concelho 1 Espessa forma o xisto quartzitica Dev nico Inferior 2 Complexo vulcano sedimentar faixa piritosa Dev nico Superior 3 Forma
337. ticipou como investigador com a Dra Maria Jos Roxo desde 1988 Foram introduzidos tr s novos usos no esquema de talh es do centro lavrado permanentemente o que d a maior exposi o poss vel aos agentes atmosf ricos e uma situa o comum nesta regi o ao longo de todo o 204 ano sementeira abertura de alqueives limpeza de mato de montados etc estevas como tentativa for ada de recupera o e vegeta o natural Para o efeito o terreno foi abandonado vedado para impedir a presen a do gado e deixando se crescer a vegeta o Quilos Epis dios Sedimento M nimo de M ximo de Uso Sedimento Chuvosos por Epis dio Sedimento Sedimento Lavrado Continuamente 1595 422 106 15 0512 0 003 35 6361 Abandonado 6 339 45 0 1409 0 000 0 4964 Estevas 38 528 45 0 8562 0 000 2 9259 Solo a nu 1286 173 359 3 5827 0 000 11 5449 Trigo 757 219 333 2 2739 0 000 8 5494 Restolho de Trigo 395 939 464 0 8533 0 000 2 9415 Quadro 43 Eros o para v rios usos do solo CEEVF Os valores do talh o permanentemente lavrado s o extremos o solo est permanentemente mobilizado para o transporte os 15 quilos m dios por evento correspondem a 900 quilos de solo perdido por hectare por evento O valor fala por si em solos pouco espessos rapidamente se perde a camada superficial do solo dif cil imaginar a quantidade de solo arrastado pelos barrancos durante grandes chuvadas quando todo o Concelho era um campo de trigo durante a Campanh
338. tico de um dado objecto ele teria que integrar somente objectos id nticos o que implicaria a distribui o repetida desses objectos por uma superf cie maior que o p xel 191 Ora cada pixel comporta em si um conjunto variado de objectos solo esp cies vegetais e estratos v rios sombras v rias al m de entre os pr prios objectos semelhantes haver diferen as como por exemplo no grau de desenvolvimento vegetativo das plantas na 189 Este ndice obtido atrav s da seguinte f rmula Banda 4 Banda 3 Banda 4 Banda 3 o objectivo da diferen a por assim dizer retirar ao infravermelho o vermelho vis vel por forma a entrar melhor na actividade foto sint tica Ao dividir o valor obtido pela soma dos mesmos canais o valor final relativizado e expresso entre O aus ncia total de vegeta o e 1 m ximo de vegeta o 190 BARIOU LECAMPUS HENAFF 1985 pp 42 191 GIRARD GIRARD 1975 pp 65 173 humidade de solo ou percentagem de fragmentos rochosos e at nas diferentes concentra es de sedimento em suspens o na gua de uma barragem Assim cada pixel nunca pode ser entendido como o sinal radiom trico puro de uma esp cie ou tipo de objecto mas mais correctamente pelo menos neste contexto do Concelho de M rtola e reas com solos semelhantes como a assinatura radiom trica de uma situa o ou uso do solo Claro est que uma rea de mato vai ter por defini o mas n o for osamente um
339. tima an lise n o vai ser a t o indesejada e incompreendida pol tica do set aside que vai por cobro degrada o Devemos contudo ser extremamente cautelosos ao julgar os pretensos erros do passado H e sempre houve uma grande depend ncia de todas as na es em rela o aos cereais mais ou menos agravadas pelos momentos hist ricos conjunturais O que facto que todos os grandes pa ses novos EUA Austr lia apostaram a todo o custo na cultura de cereais j para n o referir a primeira medida dos EUA contra a ex Uni o Sovi tica quando da suposta invas o do Afganist o que foi basicamente o embargo venda de cereais quele pa s Se muitos acreditam mais que nunca na Uni o Europeia e no grande Mercado nico baseados em regras mais ou menos est veis e consensuais quanto ao com rcio internacional s o tamb m cada vez mais os que t m d vidas voltando se actualmente a pensar muito 96 op cit pp 22 117 seriamente em assegurar uma auto sufici ncia m nima que n o fa a perigar com demasiada facilidade a vida das na es 1950 60 1950 Uso Yo Hortas e pomares 0 08 0 07 Culturas Arvenses 71 42 Pousio 20 15 Pousio Arvenses 89 60 91 57 Vinhas 0 00 0 00 Olivais 0 32 0 03 Figueiras Amendoeiras etc 0 13 0 08 Montado de azinho 7 47 7 42 Montado de sobro 0 00 0 00 Pinhais 0 01 0 00 Eucaliptos e outros 0 07 0 03 Charnecas e matos 12 34 Improdutivo 1 07 0 79 Quadro 24 Uso do so
340. to de material seja por perda da fertilidade via destrui o remo o da mat ria org nica IIl 1 Solo Morfog nese Mas os solos esquel ticos eram no j antes da Campanha caso contr rio n o se teriam degradado da forma e rapidez verificadas As pr ticas e t cnicas agr colas bem como a intensidade da cultura por forma a tentar a todo o custo viabilizar a explora o s o igualmente factores de degrada o Entre as pr ticas o alqueive preto que consiste na queima do restolho que ficou depois da ceifa eventualmente acrescentado de palha numa altura em que j h a certeza de que a alimenta o do gado est assegurada uma t cnica incorrecta Se h sempre alguma incorpora o de nutrientes que por vezes subestimada os efeitos perversos de queima da mat ria org nica e vida microbiana s o uma factura demasiado cara a pagar cuja percep o dif cil e geralmente demasiado tardia A fertiliza o que se torna a nica forma de rentabiliza o representa um custo elevado na economia da explora o n o sendo acess vel a todos nem nas doses certas ou recomendadas Outras t cnicas sobretudo atrav s de rota es tamb m aparecem dificultadas em explora es pequenas A tremocilha por exemplo devia ser enterrada Gidera o em Maio altura do seu pleno desenvolvimento mas a terra est j muito dura levantando s rios problemas Alternativas simples como fazer a sementeira directamente sobre o re
341. tola sua vizinha que he a Myrtilis dos Romanos supre bem essas faltas com a grande quantidade de trigo que se nella d a que tambem ajuda a parte do Campo de Ourique que ao dito Reino tambem vizinha 30 Presume se daqui que M rtola teria tamb m nas suas imedia es mais pr ximas reas significativas onde o trigo era semeado Mas a import ncia maior de M rtola e do seu termo como porto de exporta o de trigo placa girat ria nas comunica es do sul interior e sub regi o em que a agricultura retoma import ncia no Sudeste Portugu s 31 O facto do trigo Alentejano ser tamb m enviado para a capital por via terrestre mar tima ou fluvial torna o um factor decisivo no abastecimento da popula o sobretudo num pa s sempre deficit rio em cereais e estando a produ o t o sujeita a vicissitudes No entanto o pedido de proibi o de sa da de trigo pelo Guadiana feito s Cortes de 1394 nos Artigos do Concelho de Lisboa 32 dada a isen o pr via 1272 de d zima denota 29 MAGALH ES 1970 pp 140 30 NUNES DE LE O 1785 pp 151 31 SILBERT 1978 in SANTOS 1987 pp 12 32 OLIVEIRA MARQUES 1968 pp 140 56 a concorr ncia do trigo Alentejano com o de outras reas cereal feras do Pa s Sobretudo o Ribatejo os campos de Santar m e suas lez rias que parecem outro Egipto como os antigos diziam por Sic lia que era celleiro do povo Romano 33 e dos arredores de Lisboa tod
342. tritas 1 Casos de SARAIVA 1980 at ocupa o rabe OLIVEIRA MARQUES in Dicion rio de Hist ria de Portugal para os S culos XV a XVII e SILBERT 1978 para os S culos XVIII e XIX 2 RIBEIRO LAUTENSACH 1991 pp 1239 3 Agricultura in Dicion rio de Hist ria de Portugal vol pp 63 50 4 Invas o Mu ulmana reconquista ermamento por via do fogo lutas prolongadas guerras Almor vidas e Alm adas Taifas que o Norte do Pais desconheceu ru nas assola es enormes charnecas arroteadas raramente mbito restrito de culturas roda das aldeias aldeias e desertos segundo Rui de Pina fins do S culo XV 5 Arroteias do fim do S culo XIX trigo valor da corti a desbaste da charneca aproveitamento e selec o do montado espont neo e dos pastos naturais ovelhas porcos bolota boiadas explora o florestal ou pastoril para compensar as longas rota es Mas quando porqu e como que come ou a ocupa o desta por o interior do Baixo Alentejo e as arroteias consequentes Os primeiros vest gios s o da cultura megal tica que do Alto Alentejo irradiam para quase todo o territ rio Por outro lado os contactos com o exterior j existiam as primeiras civiliza es urbanas do pr ximo Oriente vinham Pen nsula Ib rica buscar min rios o cobre abundava a Sul do Tejo 4 eo estanho a Norte A utiliza o de ambos posteriormente pelos Celtas permitia fazer o bronze Seg
343. tura entrou em r pida degrada o acusando uma descida de produtividade e patenteando nitidamente uma crescente eros o Feito um reconhecimento geral dos principais grandes grupos confirma se que a maioria dos solos do Alentejo n o pode considerar se de boa ou mesmo de satisfat ria fertilidade O conceito de que o Alentejo constitui o celeiro de Portugal fica reduzido s suas verdadeiras dimens es Existem sim algumas regi es privilegiadas em que os solos s o de 116 op cit pp 326 117 CABRAL 1974 pp 547 118 M O P 1959 pp 57 130 excelente qualidade Barros de Beja cujo regadio n o foi considerado pelo Plano de Rega do Alentejo escalonam se os restantes tipos de solos existentes sendo infelizmente a grande maioria constituida pelos menos produtivos assim desacertado dizer se que o Alentejo constitui uma regi o indicada para a explora o em regime de sequeiro Ali s este regime para ser aconselhado exige determinadas condi es clim ticas que n o se verificam Verifica se que o regime de sequeiro nas terras pobres do Alentejo uma triste necessidade e n o por forma alguma o sistema de explora o mais indicado nem o mais econ mico Uma explora o de sequeiro que se possa considerar aceit vel s tem viabilidade nos solos mais f rteis Nos solos mais pobres cai se com frequ ncia nos longos pousios porque n o remuneradora ou por demais arriscada a incorpor
344. ual encerrado em um quilo de trigo incomparavelmente superior ao duma grande explora o 104 O facto do trigo se encontrar durante todo este per odo abaixo do custo de produ o com ou sem subs dios implica pura e simplesmente que a cultura impratic vel em solos pobres N o obstante o surto da Campanha do Trigo levou a cultura a esses mesmos solos sem capacidade de uso para viabilizarem a cultura de cereais de sequeiro Capacidade essa que ap s a euforia de uns anos iniciais climaticamente favor veis e estado f rtil do solo virgem acabaram por se desvanecer para dar lugar a um cen rio n o de prosperidade mas de ruptura econ mica e social aliciar para uma cultura desde que se lhe n o pague o suficiente e incit la pelo empr stimo conduz ru na 105 Em 1957 outro rev s vem abalar a economia agr cola a peste su na africana para a qual n o existe tratamento curativo nem preventivo implicando o abate dos animais Embora largas reas de montado de azinho tenham sido arroteadas durante a Campanha existiam imensas varas de porcos que andavam em pastoreio livre bolota Os porcos bem como as ovelhas mais pela l e leite do que carne eram a natural compensa o do fraco rendimento das culturas arvenses 106 A cria o de porcos que em muitas regi es do Alentejo constitu a a maior entrada de dinheiro l quido dos lavradores 107 estava j em dificuldades CUNHAL lvaro O segr
345. ui es econ micas populares 48 Dispomos hoje de elementos suficientes para afirmar sem hesita o que a implanta o da Rep blica n o constituiu nem no dom nio econ mico nem no dom nio social nem sequer no dom nio da reorganiza o do aparelho de Estado viragem significativa na hist ria nacional as reformas Republicanas limitaram se separa o da Igreja e do Estado ou lei do div rcio reformas que n o custavam dinheiro 49 A consequ ncia do descr dito vigente foi uma enorme agita o popular desde greves rurais insurrei o Alentejana a uma s rie de protestos a n vel urbano Em termos de agricultura a quase nula interven o do Estado continuava a ser a aplica o da lei de 1899 2 S RGIO 1977 pp 143 3 Ultimato Ingl s em 11 01 1890 um cruzador Ingl s for ou a entrada no Tejo fundeado frente cidade aguardou a decis o de Portugal retirar as suas tropas do vale do Chire abdicando de um Imp rio do Atl ntico ao Pacifico em frica de Angola a Mo ambique fruto das incompatibilidades entre as diferentes pretens es de partilha de frica A Inglaterra queria um vasto Imp rio do Cabo ao Cairo o direito a frica deixou de ser uma quest o de preced ncia secular para se passar a provar pela posse presente atrav s de soldados 4 SARAIVA 1980 pp 340 341 5 S RGIO 1977 pp 144 145 6 CABRAL 1974 pp 70 82 86 onerando o povo e criando falsas expectativas a po
346. uito quentes e secos dos quadrantes NE E SE Levante de SE no Algarve O enfraquecimento da circula o anti cicl nica em altitude pode conjugada com o aquecimento extremo originar forte convec o e gerar trovoadas violentas As c lulas de convec o a partir da superf cie pouco mais d o que Cumulus de bom tempo excepto quando em altitude a convec o propiciada O fim de Julho 18 e Agosto s o extremos em secura e calor com frequ ncia atingem se temperaturas m ximas di rias superiores a 40 C e OUTONO Setembro a Novembro Setembro irregular geralmente h bom tempo por vezes a secura e calor de Agosto prolongam se mas h j precipita o frontal e por vezes extremamente violenta 241 mm em vora 1928 2 cerca de 180 mm numa nica trovoada em Rosal de la Frontera 1987 A insola o j menor e os dias come am a ser mais frios para o interior do pais as amplitudes t rmicas di rias aumentam Aparecem os primeiros sistemas frontais frente polar associada s oscila es do fluxo zonal que por cescida dos anticiclones subtropicais pode come ar a ondular Outubro ainda ameno mas as precipita es aumentam trovoadas e aguaceiros s o por vezes muito fortes Em Novembro as chuvas continuam e ou aumentam a nebulosidade maior as temperaturas descem tirando o Ver o de S o Martinho j o Inverno que se adivinha e INVERNO Dezembro a Fevereiro A temperatura do mar que agora sup
347. ulares nitidamente ligadas estrutura da propriedade localizadas um pouco por todo o Concelho preferencialmente em reas planas ou pouco declivosas a sua dimens o vari vel Carta 1950 60 Culturas arvenses de sequeiro Unidade POUSIO Conceito rea onde n o s o efectuadas mobiliza es do solo coberto herb ceo mais ou menos regular em pastagem ou n o O problema desta unidade distinguir o limite entre abandonado e pousio real dado que nalguns casos os pousios eram longu ssimos at 8 10 anos agricultura extensiva ver Cap IV Coberto regular florido sem esp cies de porte arb reo ou arbustivo Imagem Atapetado florido fofo verde pasto Fotografia A rea Cor Cinzento escuro regular Textura Volume Muito regular sem individualiza o de tufos esparsos de vegeta o arbustiva Forma Localiza o De regular as parcelas se na proximidade de campos de trigo lavrados denotando rota o reas din micas em termos de mudan a de uso at rea de transi o entre manchas de charneca e campos agr colas Carta 1950 60 Culturas arvenses de sequeiro Unidade CEREAL Conceito Searas de esp cies v rias predominantemente trigo e triticale agricultura Imagem Verde ondulante mar p o paz Fotografia A rea Cor Cinzento n o identific vel Textura Volume Regular Forma Localiza o Parcelas de forma regular geom trica a ortogonal Carta 1950 60 Culturas arvenses d
348. undir causas predominantemente clim ticas para a aridifica o de reas semides rticas num meio muito pouco humanizado ou s recentemente humanizado com as modifica es na biocen se do Mediterr neo onde a ac o maci a do homem sobre o meio se faz sentir h mil nios parece demasiado f cil ou demasiado errado No entanto algo se est a passar com o clima global mas os especialistas n o conseguem estar de acordo ver ac o humana respons vel pela causa clim tica Os cen rios constru dos apontam para menor disponibilidade de gua e maiores temperaturas nesse sentido e conjugados os dois aspectos a produ o de biomassa seria menor o berto vegetal menor a eros o de solos aumentaria A degrada o dos solos levaria por sua vez a menor biomassa vegetal maior eros o e assim sucessivamente Este ciclo existe de facto mas n o evidente no caso do Mediterr neo e mais concretamente do Alentejo Interior que a causa inicial seja puramente clim tica 2 Da causa humana da Desertifica o As formas pelas quais o homem desertifica s o pacificamente aceites por todas as partes o seu peso em termos de causa global que n o O simples facto de arrotear um terreno pode ser considerado como torn lo semelhante a um deserto palavra que em termos etimol gicos significa aus ncia de vida O solo que era causa e efeito do coberto vegetal preexistente fica em n tido desequil brio com as ac es atmosf ricas
349. undo qual o valor real da cartografia de uso do solo numa regi o agr cola predominantemente sujeita a uma cultura t o wri vel e dependente como o trigo Esse aspecto abordado na an lise de cada um dos documentos cartogr ficos O facto de se considerar uma evolu o diminui o risco que se tem nomeadamente ao analisar ou pretender caracterizar uma situa o utilizando somente os valores em rea ou o mapa de uma data 136 Capitulo IX 1974 1993 1 Reforma Agr ria A partir da Primavera de 1975 e na sequ ncia da revolu o em 25 de Abril de 1974 come ou um vasto processo de ocupa o de terras pelos trabalhadores agr colas N o nos alongaremos sobre uma s rie de factos j sobejamente discutidos mas de interpreta es diversas As ocupa es d o se antes de estar definido o quadro legislativo que deveria enquadrar a priori esta reforma pois o movimento partiu das massas populares pelo menos a se iniciou Mais uma vez na hist ria alguns factos e caracter sticas dos campos do Sul do desemprego cr nico estrutura fundi ria passando pela falta de condi es a v rios n veis podem ser considerados como factores justificativos desta crise A reforma agr ria era um dos instrumentos fundamentais para a constru o da sociedade socialista e tinha como objectivos 130 Artigo 96 2 Objectivos da Reforma Agr ria a Promover a melhoria da situa o econ mica social e cultural dos trabalhadores r
350. undo Estrab o 5 os Celtiberos dominavam o ferro e n o tinham h bitos Mediterr neos bebiam uma esp cie de cerveja e s excepcionalmente vinho usavam manteiga e n o azeite cultivavam trigo em pouca quantidade visto que na maior parte do ano comiam p o feito com bolota mo da pois as azinheiras da vegeta o original abundavam na rea Antes da chegada dos Romanos cuja ocupa o de Myrtilis durou cerca de cinco s culos o pa s estaria nitidamente dividido por uma oposi o entre um Norte com influ ncia Celta e um Sul com influ ncia Fen cia Grega Cartaginesa 6 M rtola vai desempenhar um importante papel como centro de escoamento mineiro e agr cola papel que se come a a esbo ar para a rea e perdurou para al m de meados do S culo XX Embora n o tenham sido os Romanos a introduzir o trigo o vinho e o azeite a tr ade Mediterr nea deve se a eles a generaliza o das respectivas culturas com vista exporta o e n o somente subsist ncia A unidade normal de explora o agr cola era a Vila R stica As primeiras teriam ocupados as terras mais f rteis vide os in meros exemplos na rea dos barros de Beja que o propriet rio Romano soldado aposentado imigrante de It lia e mais tarde Calaicos ou Lusitanos Romanizados cultivava sob a sua autoridade directa usando m o de obra escrava 4 Os primeiros vest gios da Mina de S o Domingos seriam desta poca bem como de diversas outras jazidas d
351. urais e dos pequenos e m dios agricultores pela transforma o das estruturas fundi rias e pela transfer ncia progressiva da posse til da terra e dos meios directamente utilizados na sua explora o para aqueles que a trabalham como primeiro passo para a cria o de novas rela es de produ o na agricultura b Aumentar a produ o e a produtividade da agricultura dotando a das infra estruturas e dos meios humanos t cnicos e financeiros adequados tendentes a assegurar o melhor abastecimento do pa s bem como o incremento da exporta o c Criar as condi es para atingir a igualdade efectiva dos que trabalham na agricultura com os demais trabalhadores e evitar que o sector agr cola seja desfavorecido nas rela es de troca com os outros sectores Uma s rie de objectivos que estavam longe de ser novos pois eram velhas aspira es nunca completamente realizadas nomeadamente no que diz respeito ao n vel de vida da popula o rural e aumentos de produ o e produtividade A grande diferen a residiu ent o na colectiviza o da terra e dos meios de produ o at porque existiam ancestralmente propriedades r sticas de grande extens o onde se verificava sub aproveitamento da terra e ou da massa laboral Latif ndios que urgia rentabilizar 130 LOUREN O Joaquim da Silva Reforma agr ria in Estudos sobre a Constitui o vol Lisboa 1977 pp 213 260 cit por CAVACO 1979 pp 282 283 137
352. uto regenerar se para outros recuperar reflorestar mesmo em reas onde nunca poderia haver floresta com as caracter sticas da 205 CABRITA LEIT O et al 1988 pp 6 203 implantada Outro aspecto para quem se est a recuperar Um per metro florestal sem d vida muito mais prop cio a um usufruto generalizado pela popula o certamente mais que uma rea de mato denso e impenetr vel A sua gest o a n vel de limpeza preven o de inc ndios etc tamb m mais f cil e existem verbas para reflorestar Mas em contrapartida uma rea de mato natural intocada pode ser sustent culo de uma muito mais vasta comunidade faun stica e logo muito mais rica dum ponto de vista ambiental Enfim tudo uma quest o das diversas pticas de conserva o recupera o da natureza assunto que mais uma vez e infelizmente n o pode ser devidamente aprofundado neste trabalho mas que importava referir A apresenta o destes pontos era pertinente como ponto pr vio e introdut rio aos dados de eros o de solo que de seguida se apresentam Visto que a tese defendida aponta para a degrada o do solo como principal processo conducente Desertifica o em sentido lato e tendo em conta o que foi referido no Capitulo Ill em rela o ao solo sobretudo Solo Morfog nese e mec nica do processo erosivo os valores que em seguida se apresentam falam por si Estes dados foram obtidos no Centro Experimental de Eros o de Val
353. via a terra ch do Campo de Ourique e os solos extremamente f rteis de Beja Porqu o t tulo de Geo biografia N o se pretende criar gratuitamente um neologismo mas sim abordar a rea como um espa o vivido e vivo Como tal procurou se n o s descrever as suas caracter sticas f sicas mais ou menos est veis pelo menos potencialmente mas tamb m e sobretudo narrar os epis dios e os momentos dessa mesma vida bem como os factos que condicionaram o seu percurso at ao presente e as suas perspectivas futuras A biografia um estilo liter rio espec fico mas etimologicamente o seu sentido descri o de vida n o se tentou obedecer ao estilo mas sim ao conceito de organismo vivo Em s ntese o corpo do trabalho est organizado da seguinte forma e Caracteriza o f sica da rea onde s o referidos aspectos geol gicos morfol gicos e clim ticos bem como solos e coberto vegetal consequente como condicionantes da ocupa o humana e utiliza o f sica potencial da rea de estudo e O solo suas caracter sticas f sicas e integra o no contexto dos processos morfogen ticos conceitos de forma de uso e uso do solo A partir deste ponto individualizaram se espa os temporais para os quais se refere a evolu o dos quantitativos populacionais Estes espa os temporais s o marcados no seu final por uma imagem da rea sob a forma de uma carta de uso do solo A an lise das cartas um meio que serve o
354. vinho a alguns oportunistas argutos e previdentes que em breve transformaram a antiga terra de todos numa s ou em pequeno n mero de propriedades particulares A faina da arroteia atrav s de contratos imperfeitos de parceria sucessivamente agravados e tendendo hoje em dia para termos insustent veis deu meios de vida e mesmo promessas de fortuna muito embora prec ria a grande n mero de seareiros que pela sua presen a modesta mas obstinada completaram o panorama da transforma o demogr fica Alargaram se deste modo como se disse as possibilidades de trabalho da popula o rural mas tal milagre at ent o somente contido no pensamento dos economistas n o se operou a n o ser em pequena escala por for a de imperativo altru sta dos detentores da terra Para a generalidade dos propriet rios da poca os condados as devesas as herdades n o passavam de matagais long nquos cujas extremas mal se conheciam eram bens quase in teis que de qualquer modo urgia aproveitar O aforamento e o arrendamento constitu am c moda fonte de receita embora consentissem ao desbravador da terra 15 GOMES M rio de Azevedo BARROS Henrique de CALDAS Eug nio de Castro Revista do Centro de Estudos Econ micos INE Lisboa N 1 1945 pp 21 203 in CABRAL 1974 pp 497 507 94 apreci veis compensa es Serviam tamb m para fixar terra junto de grandes e m dias explora es agr colas incipientes e vidas de m
355. virtude de grandes 202 THORNES GILMAN 1983 199 press es demogr ficas o sobrepastoreio e o clima em si v m ampliando a degrada o humana a ponto de nalguns casos a tornarem quase irrevers vel 4 De como a ac o humana tamb m respons vel pela causa clim tica Este aspecto o menos claro e menos pac fico se a degrada o humana contribui e causa a Desertifica o em muitos casos se noutros o clima parece ser quase inteiramente respons vel e se na maioria esmagadora dos casos as duas ac es se conjugam geralmente iniciadas pela ac o antr pica todos os investigadores o aceitam ningu m est de acordo quanto quantifica o da modifica o humana do clima Todos os aspectos apontam para um aquecimento global da atmosfera directamente atrav s do calor produzido por todas as actividades humanas ou indirectamente atrav s do aumento do efeito de estufa da atmosfera via polui o part culas em suspens o maior intercep o da irradia o terrestre e maior concentra o de di xido de carbono at diminui o da camada do ozono e consequente maior quantidade de radia o que atinge a superf cie Se todos est o de acordo que tudo isto suficiente para mudar o clima ainda ningu m concorda na forma como essa mudan a percept vel e mensur vel Degelo das calotes polares e subida dos oceanos Maiores temperaturas e menos precipita o registada Maior incid ncia de cancros da pele
356. volve a Vila de M rtola A oliveira aparece aqui e ali perto das povoa es em manchas m nimas Embora antes dos primeiros levantamentos 1950 importa analisar quantitativamente o uso do solo no Concelho Freguesia por Freguesia com base em dados cadastrais 92 Culturas Alcaria Corte do Esp rito M rtola Sant Ana Ruiva Pinto Santo Arvenses 57 1663 72 5269 62 2951 75 2822 70 1607 Prado Natural 5 8401 37 6349 15 6521 26 6117 Horta 0 0736 0 2524 0 0125 0 1153 0 0622 Azinhal 35 3262 23 3864 8 5427 Amendoal 0 2886 Pinhal 0 0004 Eucaliptal 0 2264 0 0084 0 1188 Vinha 0 0102 Laranjal 0 0020 Oliveiras 0 0031 0 0372 0 0576 0 0067 0 0225 Sobreiros 0 0021 Oliveiras 0 0008 0 0006 Est ril 1 5899 3 5707 0 0887 3 0239 Total 100 0000 100 0000 100 0000 100 0000 100 0000 Quadro 22 Ocupacao agricola e florestal do Concelho de M rtola em 1950 91 Este aspecto ser focado no Capitulo X metodologia do tratamento digital da imagem de sat lite a qual permite resolver este problema de identifica o entre outros 92 A informa o retirada de RUSSO TAVARES FERREIRA 1950 Este inqu rito agr cola e florestal uma obra verdadeiramente monumental pois faz um ponto da situa o do Concelho a todos os n veis do desemprego rede vi ria passando pelas barcas de passagem do Guadiana em M rtola com pre rio d uma imensa quantidade de informa o quantitativa parce
357. xa todas as d vidas quanto ao cumprimento das propostas A nica RC social requerida pelas Juntas de Freguesia de Corte do Pinto e Santana de Cambas embora pequena quando comparada com os valores m dios das reservas dos outros tipos um come o da resolu o da falta de ca a para os ca adores do regime geral mas a a C mara a preocupar se com os seus ca adores Nada indica que num futuro pr ximo as vantagens da ca a para o Concelho apare am t o cedo Este novo uso do solo institu do legalmente mais vis vel no terreno pelos aramados e veda es do que atrav s de fotografia a rea ou imagem de sat lite mas dever mais uma vez representar uma tend ncia diminui o da rea agr cola no Concelho e visto que a ca a n o cria postos de trabalho suficientes diminui o da popula o do Concelho num futuro pr ximo 159 Rest 45 P ed ver gh G7 dm De E W pes Eu i yr wf Des Nees 4 SE Ml k try aisssesse anasuano rrr uanas SIT vets Fronteira Contelhia na ojada 6 Popula o A an lise do per odo 1974 1993 n o estaria completa sem se referir a evolu o da popula o nesse per odo De 1970 para 1981 o Concelho perde 18 7 da popula o Para esse facto contribu ram certamente v rios aspectos a continua o da emigra o estrutural e a que se deve ainda ao encerramento da mina e que se ter prolongado at 1974 bem como o reacen

Concelho de Mértola Geo-biografia das mudanças de uso do solo

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