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Dissertao de mestrado em Cincias de Enfermagem Porto 2010

1. Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Deseja se que este estudo possa permitir a compreens o da forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico e a forma como o doente a viv ncia facultando uma reflex o sobre a nossa pr tica de cuidados de forma consciente Iremos promover assim menores n veis desconfian a e frustra o de salientar que alguns dos t cnicos de sa de t m uma atitude negativa face a este tipo de doentes este facto muitas vezes est relacionado com as reca das No entanto ser importante referir que este comportamento negativo interfere em diversos aspectos devemos ter em considera o que se trata de um indiv duo vulner vel pelo que o enfermeiro dever demonstrar flexibilidade disponibilidade e vontade de conhecer o doente Desde que me encontro a exercer enfermagem que tenho tido contacto com doentes alco licos Durante este per odo senti algumas dificuldades tais como o desgaste f sico e ps quico que contribu ram a longo prazo alguma desmotiva o esta tamb m relacionada com elevada taxa de reca da demonstrada pelos v rios reinternamentos O contacto frequente com os utentes permitiu a estes partilharem connosco situa es dif ceis das suas vidas como o caso da exclus o social Estes sentem que come am a perder certos direitos na sociedade em que est o inseridos s o exclu dos da fam lia do grupo de amigos
2. PHANEUF M Comunica o entrevista rela o de ajuda e valida o Loures Lusoci ncia Lda 2005 ISBN 972 8383 84 3 PEARSON A VAUGHAN B Modelos para o exerc cio de enfermagem Londres Heinemann Nursing 1992 PILLON Sandra C Atitudes dos Enfermeiros com rela o ao Alcoolismo Uma Avalia o de Conhecimentos Revista Electr nica de Enfermagem Goi s V 07 n 3 2005 p303 307 PEARSON D Teoria e pesquisa em Sociologia S Paulo 1999 POLIT Denise F BECK Cheryl Tatmo HUNGLER Bernardete P Fundamentos de Pesquisa em enfermagem 52ed Porto Alegre Artes M dicas 2004 QUARTILHO Manuel Jo o Rodrigues Cultura Medicina e Psiquiatria Do Sintoma a Experi ncia Quarteto Editora Coimbra 2001 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente QUIVY Raymond CAMPENHOU DT Luc Van Manual de Investiga o em Ci ncias Sociais 3 Edi o Lisboa Gradiva Publica es Lda 2003 ISBN 972 662 275 1 RIBEIRO A O que corpo que somos apar ncia sensualidade Comunica o Lisboa Editorial Noticias 2003 RICOU Miguel tica e Psicologia Uma pr tica integrada Coimbra Publicita es Lda 2004 ISBN 972 603 311 X RILEY JULIA Comunica o em enfermagem 4 Ed Loures Lusoci ncias Lda 2004 ISBN 972 8383 81 9 ROGERS C Tornar se pessoa 7 Edi o Lisboa Moraes Editors 1985
3. Preocupa se ela pr pria coma as experi ncias nicas subjectivas e objectivas do indiv duo Adopta uma atitude holistica e de gestalt acerca da compreens o de self individual e dos outros sua preocupa o mais importante a individualidade da pessoa Valoriza as pessoas porque elas s o essencialmente boas e capazes de desenvolvimento Valoriza o contexto total que envolve a pessoa ou gestalt como o mais importante determinante do cuidar no contexto sa de doen a do que a patologia org nica por si s Este metodologia torna se adequado enfermagem pois a arte de cuidar inconsistente com o estudo fragmentado Allen e Jesen 1990 citados por Sreubert e Carpenter 2002 61 referem que o valor do conhecimento na Enfermagem em parte determinado pela sua relev ncia e significado para uma compreens o da experi ncia humana No sentido de obter essa compreens o a Enfermagem exige modos de pesquisa que ofere am a liberdade de expressar a riqueza desta experi ncia O m todo fenomenol gico descritivo decorre em tr s etapas intui o an lise e Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente descri o A intui o estar presente quando vou mergulhar completamento no fen meno e vou conhece lo atrav s dos participantes vou ser um instrumento no processo da entrevista irei escutar como o doente percepciona a sua rela o c
4. dados relativos a internamentos e tratamentos destes doentes em institui es psiqui tricas in Borges e Filho 2004 Esta doen a tem grande impacto na Europa assim em 1945 surge a partir de Fran a o CNDCA Comit National de Defense Contre L Alcoolisme e da Sui a o ICAA Interantional Council on Alcool and Addictions que se estendem mais tarde restante Europa A OMS sem d vida demonstra grande empenhamento e preocupa o face a este problema assim em 1982 na 35 Assembleia Mundial da Sa de em Genebra prepara um documento intitulado Discuss es t cnicas sobre o Alcoolismo este documento refere que o alcoolismo constitui um dos mais graves problemas m dico socais O governo Portugu s atrav s da Resolu o da Assembleia da Republica n 76 2000 de 18 de Novembro com o titulo Combate ao alcoolismo descreve que se adopte um programa alcool gico nacional de preven o e combate ao alcoolismo com o refor o dos meios humanos t cnicos e financeiros para informa o aconselhamento forma o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente profissional tratamento e reabilita o psicossocial e inser o social A acessibilidade aos servi os deve ser assegurada de modo a fornecer ajuda s fam lias e apoio s crian as Em 29 de Novembro de 2000 surge a Resolu o do Conselho de Ministros n 166 2000 designada por Plano de Ac o contra o
5. diferentes as unidades convergem 1 COMPETENCIA SABER FAZER Segundo os enfermeiros entrevistados existe um d fice a n vel da forma o sobre o alcoolismo e problemas relacionados com este isto faz com que estes n o se sintam capazes de prestar segundo estes os cuidados mais adequados aos utentes O que se observa na realidade que o enfermeiro recebe na escola uma forma o b sica que obt m tanto pela vertente te rica como pr tica Quando ingressa na vida profissional deve apostar a sua autoforma o s assim poder o ser colmatados d fices do seu conhecimento e se obt m a satisfa o pessoal Com o decorrer do tempo o enfermeiro tem maturidade para desenvolver habilidades de busca de conhecimentos selec o e esp rito cr tico Transcri es referentes aos Enfermeiros o facto de eu lidar diariamente a 9 ano acho que mais do que forma o especifica E1 cuidar deste tipo de doentes em inicio de carreira dificil pois pouco ou nada se d na escola E 2 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente o enfermeiro rec m formado passa por v rios constrangimentos E2 a nossa forma o de base n o nos permite lidar da melhor forma E3 a n vel do lcool pouco ou nada se d E5 a forma o muito atrav s da experi ncia partilhamos informa es uns com os outro E6 o nosso apoio mais limitado mais para a
6. es do corpo como o cruzamento das pernas ou dos bra os podem significar resist ncia ou defesa o porqu desta atitude deve ser identificado o mais precocemente poss vel assim haver mais hip teses de n o se perder informa o e de o utente seguir os seus conselhos M mica Muitos utentes avaliam a aten o que o enfermeiro lhes d pela sua express o facial assim o enfermeiro deve ter grande preocupa o com a sua m mica que deve ser adaptada s necessidades de comunica o com o utente Atrav s desta pode se detectar no utente sentimentos de desespero e inseguran a Contacto visual Atrav s do contacto visual o enfermeiro pode informar o doente que est seguindo atentamente as suas ideias Salvaguarda se que em certas situa es o utente pode n o suportar o contacto visual devido excessiva proximidade que ele exige O enfermeiro deve estar atento s tentativas de contacto visual do utente tendo o cuidado de respeitar os momentos em que este n o o quer Quando abordamos a comunica o temos que fazer referencia percep o que segundo Phaneuf 2005 94 um fen meno complexo e profundo directamente implicado no processo das rela es humana esta influencia a avalia o que fazemos da pessoa que est nossa frente representa A percep o e os sentimentos andam lado a lado nas nossas vidas no entanto os sentimentos muitas vezes prejudicam a nossa percep o Os comportamentos verbais e n
7. o Internacional das Doen as em 1967 CID 8 a partir da 8 Confer ncia Mundial de Sa de A OMS estabelece a distin o entre alcoolismo como doen a e alco lico como doente sendo assim alcoolismo n o constitui uma entidade nosol gica definida mas refere se totalidade dos problemas motivados pelo lcool no indiv duo estendendo se em diversas reas causando de forma directa perturba es org nicas e ps quicas perturba es da vida familiar profissional e social com as suas repercuss es econ micas legais e morais Os alco licos s o bebedores excessivos cuja depend ncia em rela o ao lcool est acompanhada de perturba es mentais da sa de f sica da rela o com os outros e do seu comportamento social e econ mico A OMS descreve assim seis crit rios em rela o classifica o deste transtorno que ser importante descrever Um forte desejo ou senso de compuls o para consumir subst ncia Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a subst ncia em termos do seu inicio termino ou n veis de consumo Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Um estado de abstin ncia fisiol gico quando o uso de subst ncia cessou ou foi reduzido S ndrome de abstin ncia caracter stica para a subst ncia ou uso da mesma subst ncia ou de uma intimamente relacionada com a inten o de aliviar ou evitar sintomas de abstin ncia Evidencia de
8. volunt ria reservando se mesma o direito de recusa ou desist ncia qualquer momento do estudo sendo a identidade dos participantes apenas conhecida pelo autor e orientadora de tese Como pilares transversais a este estudo estar o presentes o princ pio da benefic ncia o princ pio do respeito pela dignidade humana e o princ pio da justi a conforma descritos no Relat rio de Belmont Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A colheita de dados est programada para ser executada fazendo uso de um gui o de uma entrevista semi estruturada neste momento encontro me em fase de revis o bibliogr fica de forma a construir um sustent culo te rico para a elabora o da mesma N o prevendo preju zos para a institui o e sabendo de antem o que estes procedimentos a realizar no servi o mencionado pode representar algum transtorno para os profissionais comprometo me a interferir o menos poss vel com as din micas normais de funcionamento da unidade de internamento acordando com os profissionais e utentes os melhores momentos para realizar a colheita de dados Desde j responsabilizo me em divulgar os resultados obtidos com este trabalho junto das Vossa institui o ap s o seu terminus situa o prevista para Mar o de 2009 Procurando clarificar os meus objectivos com este trabalho envio como anexo o Projecto de Tese de Mestrado onde poder o encontrar com
9. 2002 187 defendem que os investigadores qualitativos devem ser conscientes e conhecedores das suas responsabilidades para com os participantes do estudo Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Em rela o aos enfermeiros observados ser dado a conhecer clarificada e discutida com estes toda a investiga o desde o in cio estes devem participar de forma livre e esclarecida A salientar que para salvaguardar a confidencialidade dos intervenientes s entrevistas ser o atribu dos c digos Para que este estudo se desenvolva ser necess rio o parecer da Comiss o de tica do Hospital do Divino Esp rito Santo assim ser enviado ao mesmo um pedido de autoriza o para desenvolver o estudo na institui o este pedido ser acompanhado de informa o desde tem tica pertin ncia do estudo e objectivos do mesmo 2 6 LIMITA ES DO ESTUDO Aquando do desenvolvimento desta investiga o algumas limita es foram sentidas a primeira relacionada com a inexperi ncia da investigadora nomeadamente na condu o das entrevistas bem como no dominio da t cnica da mesma Outra dificuldade teve a ver com o tema que sem d vida sens vel houve dificuldade na selec o dos doentes devido ao estigma associado a esta doen a no entanto o facto de manter uma rela o de confian a com estes permitiu a abertura para a sua colabora o mas para surpresa a renit ncia
10. Este trabalho pretende compreender a forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico conhecendo a sua natureza a forma como o doente sente a forma de cuidar do enfermeiro e qual o papel que este atribui ao enfermeiro no decorrer desta rela o Tendo em conta o exposto venho por este meio solicitar a autoriza o junto do Conselho de Administra o Hospital do Divino Esp rito EPE para que possa ter acesso Unidade de Internamento relacionada com a especialidade de Gastrenterologia desenvolvendo assim as minhas actividades de colheita de dados aos doentes alco licos pelo menos 8 dias ap s a alta e aos enfermeiros do respectivo servi o durante o per odo de Julho de 2008 a Outubro de 2008 Salvaguarda se que a participa o das pessoas volunt ria reservando se mesma o direito de recusa ou desist ncia qualquer momento do estudo sendo a identidade dos participantes apenas conhecida pelo autor e orientadora de tese Como pilares transversais a este estudo estar o presentes o princ pio da benefic ncia o princ pio do respeito pela dignidade humana e o princ pio da justi a conforma descritos no Relat rio de Belmont Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A colheita de dados est programada para ser executada fazendo uso de um gui o de uma entrevista semi estruturada neste momento encontro me em fase de revis o bibliogr fica
11. Porto R s Editora 1992 MELLO M et al lcool e problemas ligados ao alcool em Portugal Lisboa Direc o Geral da Sa de 2001 MERCADIER C O trabalho emocional dos prestadores de cuidados em meio hospitalar o corpo o mago da intera c o prestador de cuidados doente Lusociencia Loures 2002 MERRIAM Sharon B Qualitative Research and Case Study Applications in Education 2 ed San Francisco Jossey Bass Publisher 1998 275p ISBN 0 7879 1009 0 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente NEVES Patr o M C Comiss es de tica das bases te ricas actividade quotidiana 2 Ed Gr fica de Coimbra 2002 291 300pp ISBN 972 603 273 3 NUNES M O respeito caloroso na rela o de ajuda em enfermagem Servir Lisboa vol 45 n 4 Julho a Agosto 1987 NUNES Berta O Saber M dico do Povo Edi es Fim de s culo Lisboa 1997 ORDEM DOS ENFERMEIROS Padr es de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem Ordem dos Enfermeiros Lisboa 2001 ORDEM DOS ENFERMEIROS C digo Deontol gico do Enfermeiro anota es e coment rios Edi o da Ordem dos Enfermeiros 2003 187p PATTON Michael Qualitative E volution and Research Methods 2 ed Newbury Park Sage 1990 532 p ISBN 0 8089 3779 2 PEIXOTO Alberto Depend ncias e Outras Viol ncias Ponta Delgada Nova Gr fica 2004 ISBN 972 98814 4 8
12. Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 5 CONCLUS ES IMPLICA ES A natureza da rela o enfermeiro doente refere se componente expressiva desta Bastos 1998 descreve que esta rela o engloba dois aspectos o Processo de avalia o diagnostica que consiste na avalia o e reavalia o da situa o do doente Esta efectuada de forma continua sistem tica e din mico tendo em conta tr s perspectivas a vivencial a biom dica e a de ajuda O segundo aspecto ser o Processo de interven o terap utica de enfermagem este engloba toda a interven o do enfermeiro esta tem como instrumentos a gest o de sentimentos e a gest o de informa o em rela o ao primeiro aspecto deve existir a cria o de um espa o para promover express o de sentimentos deve ser demonstrada disponibilidade e perseveran a A informa o desempenha um papel importante tendo em conta que o utente encontra se numa situa o de crise esta deve ter um papel organizador deve ser contextualizada garantida e repetida sempre que necess rio estes aspectos variam tendo em conta a individualidadae do nosso utente A inter rela o entre estes dois aspectos permite nos ter uma perpectiva deste processo este decorre em tr s distintas fases que na realidade s o muito dif ceis de as distinguir Lopes 2006 faz referencia ao inicio da rela o como a fase em que a enfermeira se prepa
13. es psiqui trica pr m rbida perturba o anti social a perturba o de p nico e a perturba o de hiperactividade com d fice de aten o Existem modelos cognitivos comportamentais dos quais destacamos o de Marlatt e Gordon 1985 estes baseiam se na identifica o de factores de risco para a reca da e no treino de compet ncias para se lidar com estes in Borges e filho 2004 Assim se eu tiver estrat gias para enfrentar a situa o vou ter um aumento da auto efic cia havendo a diminui o da probabilidade de reca da por outro lado a aus ncia de estrat gias ir contribuir para criar expectativas de resultado positivo em rela o subst ncia levando ao uso da mesma mais tarde a pessoa desenvolve sentimentos culpa e Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente percep o da perda de controlo levando assim grande probabilidade de reca da Os mesmos autores fizeram uma an lise das situa es de risco e formaram 3 grandes categorias os estados emocionais situa es de conflito interpessoal e a press o exercida pela sociedade para consumir O alcoolismo cr nico surge de forma lenta e progressiva assim numa primeira fase bebem porque quase todos no seu meio bebem o que os livros definem como fase de imita o numa segunda fase o acto de beber procurado uma vez que provoca satisfa o e prazer portanto o per odo de satisfa o nu
14. lico e como a mesma perspectivada pelo doente Identificar os seus recursos pessoais Olhar para a vida de forma mais confiante e mais positiva e delinear objectivos Tornar se mais aut noma Enfrentar a morte com serenidade e dignidade 2 4 SA DE DEPENDENCIA VIS O ANTROPOL GICA As ideias que as pessoas t m sobre a doen a e sa de s o determinadas pela componente cultural e social estas tem um papel fundamental na resposta a estes processos Estas ideias s o assim constru es sociais que resultam de processos complexos que integram diferentes factores Como refere Quartilho 2001 17 a perspectiva do doente tem muito a ver com a sua experi ncia subjectiva com as suas interpreta es particulares sobre a origem e o significado dos sintomas no contexto da sua vida social esta ideia refor ada por Duarte 2002 quando refere que o conceito de sa de ou doen a individual tem por base a experi ncia e valores culturais que foram adquiridos atrav s de um processo de aprendizagem pela comunidade onde este individuo se insere Cada vez mais se tem estudado a forma como as pessoas vi venciam o seu processo sa de doen a e conclui se que este processo n o meramente f sico factores psicol gicos e culturais influenciam de forma importante a mesma Pereira citado por Duarte 2002 55 refere que o estar doente s pode ser compreendido com a interven o de vari veis n o biol gi
15. o desvalorizados pelos utentes uma vez que acabam por cair na rotina s o muito frequentes no dia a dia quer no internamento quer fora deste 11 SIL NCIO FECHADO A pessoa forma como um bloqueio causa mal estar e emo es muito negativas segundo Phaneuf 2005 43 o entanto o enfermeiro nao deve o sentir assim apesar de este ser conotado de perca de tempo espa o vazio ou ent o pensar nele como um momento que antecede uma resposta explosiva o sil ncio deve ser avaliado como um per odo de reflex o sobre o que foi dito ou ser dito portanto um momento valioso Transcri es referentes ao Doentes n o sinto espa o para falar do problema Ed muitas vezes nao me d o tempo at para pensar no que dizer Eb quando n o os conhe o sinto um impasse Ea Os momentos de sil ncio podem incomodar mas permitir estes momentos aconte am estamos a dar espa o ao outro ou seja a permitir que o outro possa exprimir as suas preocupa es Para abordar determinados temas preciso algum tempo de prepara o 12 PARCERIA Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Na rela o de ajuda o cliente tem um papel activo eles recebe os cuidados mas deve ter um papel activo na sua planifica o Transcri es referentes aos Enfermeiros o nosso papel de ajuda E2 o nosso papel ajudar no processo de melhoria para que seja aut nomo
16. utica necess rio conhecer bem a hist ria de vida do utente a sua cultura e as suas cren as pois estas influenciam em muito o seu conceito de sa de doen a A mesma autora 2004 refere que o enfermeiro pretende ajudar a pessoa cuidada a Expor a sua dificuldade em palavras de modo a que esta perceba que tem um papel activo na sua resolu o Aceitar a sua dor e dificuldades com mais serenidade Ver o seu problema de forma mais realista e modificar as suas perspectivas em caso de necessidade Deve apresentar o seu problema da forma como o sente tendo em conta a sua particularidade Dar a conhecer a rela o entre as viv ncias e as rela es de for a entre as pessoas consideradas chaves na sua vida para que se atinja a compreens o do problema Expor os seus sentimentos mesmo que sejam negativos Libertar a sua tens o Sentir se aceite compreendida e escutada tal como ela Abrir se com os outros de forma mais vontade Ter em conta os outros e ser mais consciente das suas responsabilidades Estabelecer uma rela o significativa com a enfermeira pois esta ser depois transferida para outros contextos Ter uma auto imagem mais positiva Alterar comportamentos que influenciam negativamente a sua adapta o Identificar um sentido nas dificuldades sentidas Enfrentar e adaptar se a situa es que sem ajuda n o o faria Rela o enfermeiro doente alco
17. E2 hoje sou mais tolerante mostro que estou ali para ajudar e n o criticar E4 o nosso papel ajudar no processo de melhoria de modo a que este se torne aut nomo e consiga reverter a situa o E5 devemos ser parceiros nesta caminhada costumo dizer aos doentes que a minha profiss o existe porque existe algu m que precisa do meu apoio E6 Deve ser estabelecida uma rela o de ajuda devemos demonstrar aos doentes que n o somos mais do que parceiros nesta caminhada O nosso papel de apoio promovendo sempre a independ ncia do utente e substituindo este sempre que seja necess rio Transcri es referentes aos Doentes falo abertamente sobre o assunto sinto me acompanhado e apoiado Eb sempre fui bem cuidado s o simp ticos t m paci ncia para sofrer porque s vezes o lcool transforma Eb os enfermeiros tem o direito e dever de respeitar os doentes Ec eu sempre bebi bem eu digo a verdade para saberem como v o tratar de mim Ee senti me acompanhado Ef decidiram muito por mim em momentos em que n o estive lucido Eg Quando o doente sente apoio e que existe algu m ali conseguem exprimir emo es chorar por exemplo serem verdadeiros Reconhecem o enfermeiro como pe a fundamental para a sua recupera o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 13 PAPEL ATRIBUIDO AO ENFERMEIRO Peplau 195
18. LIMITA ES DO ESTUDO CAP TULO Ill PERCURSO METODOL GICO 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICO 3 1 CAMPO DE INVESTIGA O 3 2 PARTICIPANTES DO ESTUDO 3 3 ESTRAT GIA DE RECOLHA DE DADOS 3 4 PROCEDIMENTO DE TRATAMENTO E AN LISE DE DADOS 4 AN LISE APRESENTA O E DISCUSS O DOS DADOS 5 CONCLUS ES IMPLICA ES E SUGEST ES 6 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS APENDICES Ap ndice Consentimento Informado 21 23 26 27 28 30 30 30 35 42 45 51 55 59 62 63 63 67 68 68 69 14 90 97 105 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Ap ndice Il Gui o de entrevista semi estruturada aos doentes Ap ndice Ill Gui o de entrevista semi estruturada aos enfermeiros Ap ndice IV Pedido de autoriza o ao Conselho de Administra o do HDES Ap ndice V Pedido de autoriza o Directora de Servi o de Medicina III Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente INTRODU O Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 0 INTRODU O A qualidade dos cuidados tem sido um dos objectivos tra ados no entanto para que isso aconte a importante que hajam momentos de reflex o e de pesquisa a investiga o contribui para o desenvolvimento da Enfermagem como ci ncia Streubert 2002 defende que necess rio os enfermeiros adoptarem uma tradi
19. Merrian 1998 202 refere que enquanto ci ncia a investiga o qualitativa assenta na assump o de que a realidade hol stica multidimensional e em constante mudan a Devido s caracter sticas deste estudo faremos uma abordagem fenomenol gica descritiva uma vez que implica a explora o directa descri o e an lise da interac o entre estes dois sujeitos ir enfatizar a riqueza e a profundidade destas experi ncias A fenomenologia segundo Capalbo permite que as coisas apare am com suas Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente caracter sticas pr prias isto a deixar que as ess ncias se manifestem na transpar ncia dos fen menos Esta permite compreender o outro em sua perspectiva aborda o homem respeitando o seu todo esta uma abordagem que se adequa ao cuidar da corrente hol stica Wagner 1983 citado por Steubert e Carpenter 2002 50 descreve que a a fenomenologia um sistema de interpreta o que nos ajuda a perceber e a conceber a n s mesmos os nossos contactos e interac es com os outros e tudo o resto no reino da nossa experi ncia Uma vez que a pr tica profissional de enfermagem est submersa nas experi ncias de vida das pessoas a fenomenologia como m todo bem adequado enfermagem Segundo Watson 1979 a orienta o fenomenol gica para a enfermagem est sujeita a algumas orienta es que passo a descrever
20. Porto Alegre Editora Artes M dicas Sul Lda 1999 ISBN 85 7307 262 8 VALA Jorge A an lise de conte do In SILVA Augusto S PINTO Jos M orgs Metodologia das Ci ncias Sociais Porto Edi es Afrontamento 2005 p 102 128 WATSON Jean Enfermagem Ci ncia Humana e Cuidar uma teoria de Enfermagem Loures Lusoci ncia 2002 182p ISBN 972 8383 33 9 WATSON Jean Enfermagem P s Moderna e Futura um novo paradigma da enfermagem Loures Lusoci ncia 2002 299 p ISBN 972 8383 37 1 http www ordemenfermeiros pt consultado a 17 07 07 VELEZ Maria Ant nia Miranda Rebelo Botelho Alfaro A Estrutura Essencial da Interac o Aluno Doente Uma An lise Fenomenol gica elaborado no mbito do Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem Lisboa 1994 Disserta o apresentada para a obten o do grau de Mestre Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente APENDiCES Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AP NDICE I Consentimento informado Consentimento Informado Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Investigador Andr a Silva Enfermeira do Hospital do Divino Esp rito Santo EPE Mestranda do XIV Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem do Instituto de Ci ncias Biom dicas Abel Salazar Eu abaixo assinado declaro
21. a terceiros como a fam lia trabalho e sociedade que o rodeia No desenrolar da rela o estes doentes procuram muitas vezes uma autoridade que lhes permita encontrar respostas para as suas ang stias e medos isto leva a que estes doentes tenham muitas vezes uma atitude submissa no desenrolar da reabilita o O nosso papel ser contribuir para a autonomia do doente s assim este poder Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente restabelecer o equil brio e recuperar a sua liberdade Durante algum tempo a rela o poder ser avaliada como paternalista Esta rela o baseia se num contrato onde existem deveres e direitos de ambas as partes o enfermeiro dever ser imparcial livre de preconceitos ou cren as face ao alcoolismo e orientar se pelo que melhor para o doente Estes conceitos s o traduzidos no Art 2 da Conven o para a Protec o dos Direitos do Homem e da Dignidade do ser Humano 1996 relativamente s aplica es da biologia e medicina Durante a rela o estabelecida o enfermeiro dever manter a confidencialidade no entanto devido ao tipo de doente muitas vezes necess rio envolver uma terceira pessoa nesta rela o Este envolvimento s poder acontecer com o consentimento total e livre do nosso doente e a informa o partilhada com o terceiro elemento dever ser do conhecimento do mesmo No caso de recusa o enfermeiro deve respeitar e deve
22. car cter nico de pessoa envolvida sem qualquer espa o para ju zos de valor o doente n o apenas um caso cl nico mas uma pessoa com um quadro referencial de valores e atitudes sendo imperioso respeita los Quando se estabelece a rela o com o doente existem valores inerentes a esta como o da dignidade humana A Ordem dos Enfermeiros 2003 defende que o homem um sujeito de direitos e n o um objecto trata se de um princ pio moral Este princ pio destacado uma vez que o pilar nos cuidados e rela o enfermeiro doente Savater 1999 refere que a dignidade humana tem quatro grandes implica es A inviolabilidade da pessoa esta n o poder ser sacrificada ou utilizada por outros Reconhecimento da autonomia cada doente tem os seus pr prios projectos de vida e cabe ao enfermeiro respeitar os mesmos salvaguarda se que deve ser respeitada a Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente liberdade dos outros Cada pessoa dever ser reconhecida pelo seu comportamento e n o pela sua ra a etnia sexo e classe social Finalmente dever solidariedade com a infelicidade e sofrimentos dos que nos rodeiam Considerando que os doentes alco licos s o pessoas com maior vulnerabilidade e fragilidade o enfermeiro tem que garantir que no decorrer da rela o o principio da benefic ncia e o da n o malefic ncia est o presentes Relativamente ao principio
23. citada por Tomey A e Alligood M 2004 refere a exist ncia de um sistema humanistico de valores de onde destaca a autonomia e a liberdade de escolha que contribui em muito para o auto conhecimento e auto controle do doente isto poss vel observar nos postulados referenciados por Tomey A e Alligood M 2004 169 que passo a descrever Cuidar s pode ser efectivamente demonstrado e praticado interpessoalmente Cuidar consiste em determinados factores que resultam na satisfa o de certas necessidades humanos O Cuidar efectivo promove a sa de e o crescimento individual ou familiar As respostas de Cuidar aceitam uma pessoa n o s como actualmente mas pelo que pode tornar se Um ambiente de Cuidar oferece o desenvolvimento de potencial ao mesmo tempo que permite que a pessoa escolha a melhor ac o para si num dado momento Cuidar mais salut g nico do que curar a ci ncia do cuidar completa a ci ncia do curar A pr tica de Cuidar central enfermagem Watson 2002 na sua teoria defende que a pr tica de enfermagem baseia se em 10 factores de cuidar forma o de um sistema de valores human sticos altru stas instila o da f esperan a cultivo da sensibilidade para consigo e com os outros desenvolvimento de uma rela o de aux lio confian a promo o e aceita o da express o de sentimentos positivos e negativos uso sistem tico do m todo cient fico de resolu o de
24. como uma forma eficaz de interac o social Este ajuda a atenuar tens es e atrav s destes momentos fazem se pausas Est associado criatividade sabedoria e toler ncia de ambos os autores da interac o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A integra o do humor no agir profissional dos enfermeiros um avan o no estabelecimento da interac o enfermeiro doente ir promover o decl nio da imagem s ria r gida e formal que os doentes possam ter destes Transcri es referentes aos Doentes destaco parte do profissionalismo h umas mais meigas umas brincam com o doente mas todas reagem tendo aten o o bem estar do doente Ea claro que h enfermeiros que demonstram mais simpatia riam se mais Eb no internamento gosto de brincar rir tentar passar os dias da melhor maneira eu brinco com eles todos Ee O humor aqui referenciado pelos doentes n o est relacionado com o contar anedotas mas sim com a disposi o que demonstram ao cuidar destes recorre se a express es divertidas capazes de quebrar momentos de tens o ou de constrangimento A unidades anteriormente identificadas podem ser reagrupadas em grandes temas neste caso surgiram seis grandes temas Forma o esta surge como um alicerce pode ser facilitadora no decorrer da ac o mas se esta deficit ria torna se um obst culo concretiza o
25. da n o malefic ncia o enfermeiro tem a obriga o de durante a rela o n o induzir danos ao doente de forma intencional pelo contr rio dever promover o bem e o interesse do doente no acto de cuidar que o que pressup e o principio da benefic ncia Estes princ pios s o b sicos e inerentes rela o pois permitem um cuidar mais global Segundo Neves 2002 233 estes princ pios sao o farol que permite guiar os enfermeiros para agir cuidando da pessoas humana nas suas diferentes dimens es Existe diariamente dificuldade em manter o equil brio entre t cnica e sensibilidade humana mas este adquire se com tempo e consequentemente com a maturidade do profissional No meu trabalho irei abordar a rela o do enfermeiro com um doente com comportamento aditivo segundo Ricou 2004 152 traduz um comportamento mediado por um impulso incontrol vel estimulado pela observa o de prazer ou al vio de desprazer da qual resultam consequ ncias nefastas para o indiv duo Normalmente estes doentes trazem algumas dificuldades para o profissional de sa de pois o doente tem dificuldade em identificar o problema aceitar o tratamento que muitas vezes pode ser compulsivo O sujeito com comportamento aditivo vive o momento vive em fun o da depend ncia recebe gratifica o imediata isto faz com que este invista todas as suas energias nesta e perca a sua autonomia Estes comportamentos implicam muitas vezes danos
26. de alco licos era assustador ent o o congresso Americano decretou a t o famosa lei seca em 1920 que perdurou at 1933 ap s esta lei ser abolida disparou o numero de alco licos importante ser real ar que iniciou se a 2 guerra mundial O lcool considerado uma das subst ncias de uso e abuso mais antigos Segundo Borges e Filho 2004 descreve que existem vest gios de uso do mesmo a partir do per odo Paleol tico onde utilizavam sumo de fruta gr os e mel fermentados originavam lcool Um diagn stico da situa o muitas vezes feito tardiamente devido nega o por Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente parte dos consumidores Numa fase inicial existe dificuldade em distinguir os limites entre o uso social e a depend ncia O lcool uma droga legalizada e presente na nossa sociedade podemos v lo em quase todos os eventos sociais e recreativos como por exemplo semanas acad micas e festas diversas O lcool uma subst ncia do etanol ou lcool et lico cuja f rmula qu mica CH3CH20H O consumo de lcool em Portugal descrito como um problema de sa de p blica assumido oficialmente em 1998 tendo sido efectuado o lan amento de um Plano de Ac o Contra o Alcoolismo PACA Em rela o ao abuso do lcool hoje sabe se que n o existe um causa nica mas sim uma multiplicidade de factores tais como os gen ticos biol gicos socia
27. de controlo Alcoolismo delta beber excessivo existe evid ncia de toler ncia e abstin ncia mas este consumo de forma mais est vel o indiv duo apresenta incapacidade para se abster Alcoolismo psilon beber em surtos Este ainda refere que estas cinco esp cies ser o apenas as primeiras cinco uma Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente vez que se trata de um problema de dimens o consider vel 2 2 CUIDAR UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM O cuidar uma filosofia de compromisso moral com o objectivo de proteger a dignidade humana e de preservar a humanidade reconhecido como um ideal moral cuidar indissoci vel da manuten o da vida e dever caracterizar a rela o enfermeiro utente O conceito de cuidar muito complexo devido ao seu car cter multidimensional descrito por Colli re 2003 1 como arte que precede todas as outras sem a qual n o seria poss vel existir est na origem de todos os conhecimentos e na matriz de todas as cultura a mesma defende que apesar de fazer parte do nosso dia a dia ainda bastante desconhecida Ser cuidado cuidar de si pr prio e cuidar descrito por Colli re 1999 15 como fun o primordial inerente sobreviv ncia de todo o ser vivo a mesma defende que estes s o respons veis pela garantia directa da continuidade da nossa esp cie Como consequ ncia desta descri o durante mui
28. devido ao desfasamento entre a sua linguagem verbal e n o verbal Phaneuf 2005 refere que no caso de ambas serem contradit rias a comunica o n o verbal deve prevalecer Neste sentido e refor ando a ideia que ouvir e compreender o outro n o inclui apenas a fala mas as express es e manifesta es corporais como elementos fundamentais no processo de comunica o destacamos a Cin sica que assume um papel importante na descodifica o das mensagens recebidas pelos enfermeiros Esta considera que n o h gestos ou movimentos corporais que possam ser considerados s mbolos universais e que estes s o influenciados pela cultura onde o utente se insere assim ela transmite cren as valores comuns a determinados povos ou mesmo a uma parcela da popula o No entanto a comunica o n o verbal n o domina o mundo interior do destinat rio que interpreta modifica reinventa a mensagem Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Assim segundo Phaneuf 2005 existem alguns pressupostos que promovem uma melhor compreens o da cin sica 1 o contexto fornece o significado ao movimento ou express o corporal 2 a cultura padroniza a postura corporal o movimento e express o facial 3 o comportamento dos membros de um grupo influenciado pelas suas pr prias actividades corporais e fon ticas 4 os comportamentos t m significados culturalmente reconhecidos e validados Assi
29. do trabalho e da sociedade em geral Foram sem d vida momentos como estes que me marcaram como enfermeira na presta o directa de cuidados Demonstrar a import ncia da rela o do enfermeiro com o doente tentando assim dar reconhecimento a todo um trabalho que muitas vezes permanece na sombra de outros t cnicos ser tamb m um objectivo de conhecimento de todos que para al m dos tratamentos farmacol gicos implementados a componente relacional de extrema import ncia O papel do enfermeiro pode revestir se de uma extrema import ncia atrav s de um papel aut nomo orientando o doente neste processo de transi o com vista sua recupera o 1 2 FINALIDADE E OBJECTIVOS De um modo geral podemos dizer que a realiza o de um estudo pretende contribuir para a melhoria dos cuidados prestados tendo como ideal atingir a excel ncia na presta o de cuidados de enfermagem Com este estudo em particular iremos compreender a forma como decorre a rela o enfermeiro doente alco lico Daremos a conhecer a natureza desta rela o e a forma Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente como o doente identifica o papel do enfermeiro Para o seu desenvolvimento foram tra ados objectivos um objectivo geral e tr s espec ficos Objectivo geral Compreender a forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico durante o internamento Obje
30. efectuamos a gest o da informa o vem sempre associada s emo es ou seja atrav s dos sentimentos dirigidos para o interior que se origina as emo es Estas compet ncias s o importantes para o sucesso da interac o os utentes valorizam muito esta dimens o Transcri es referentes aos Enfermeiros estes doentes s o especiais quando em priva o preciso muita paci ncia e sensibilidade E2 as caracter sticas humanas s o pessoas com falta de afecto percurso de vida dif ceis n o quer dizer que a t cnica n o seja precisa E2 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente influencia h tipos de doentes com a qual temos mais afinidades isso influencia os cuidados E3 dever dar se valor ao saber ser e saber estar E4 cuido de forma igual doente alco lico e doente oncol gico no sentido de atingir o bem estar quando cuido se tem equimoses ponho heparinoide se est mal disposto tento soluciona E3 quem vai para esta profiss o tem de ser humano compreensivo E2 O enfermeiro apesar de sentir alguma impot ncia consegue demonstrar a import ncia da afectividade na interac o com estes doentes ap s v rios internamentos surge uma rela o de alguma cumplicidade Preocupam se com o bem estar destes durante o internamento mesmo que sejam reinternados mais tarde Curioso foi a compara o do doente alco lico co
31. lico e como a mesma perspectivada pelo doente AGRADECIMENTOS Aos meus colegas de turma pelo apoio que me deram pois o meu filho nasceu a meio do mestrado Aos Professores do mestrado que contribu ram para que eu pudesse conhecer um pouco mais este mundo que a investiga o minha orientadora Professora Doutora Gra a Maria Pimenta por toda a sua disponibilidade uma vez que dist ncia este caminho n o foi f cil acima de tudo pela forma cuidada como corrigiu este trabalho Aos utentes que colaboraram com o cora o neste meu trabalho Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente ABREVIATURAS E SIGLAS APAV Associa o de apoio v tima CID Classifica o Internacional das Doen as HDES Hospital do Divino Esp rito Santo OMS Organiza o Mundial de Sa de Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente RESUMO No mundo actual enfrentamos cada vez mais o problema da depend ncia a depend ncia do lcool surge de forma subtil porque o beber socialmente muito frequente segundo Filho e Borges 2004 o lcool tem um impacto maior na sa de do que as outras drogas il citas Este definido como um conjunto de problemas relacionados com o consumo excessivo e prolongado do lcool este problema tem grande impacto sobre a popula o dos A ores O consumo de lcool esta associado a uma variedade de p
32. maior pormenor o meu pensamento de investiga o Tamb m em anexo ao presente documento encontra se o Consentimento Informado a utilizar com os participantes do estudo bem como o Gui o das entrevistas a ambos os participantes Grata pela Vossa aten o e colabora o subscrevo me mui respeitosamente aguardando deferimento A mestranda Andr a Pimentel Duarte Silva Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Exma Sr Directora do Servi o de Medicina III Dr Ant nia Duarte Assunto Pedido de autoriza o para colheita de dados para o trabalho de investiga o relacionado com as actividades acad micas do Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem Andr a Pimentel Duarte da Silva enfermeira do Hospital do Divino Esp rito Santo aluna do XIV Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem do Instituto de Ci ncias Biom dicas Abel Salazar Universidade do Porto a ter lugar na Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada Universidade dos A ores orientada pela Prof Doutora Gra a Pimenta encontra se em fase de trabalho de Tese de Mestrado trabalho este intitulado Rela o enfermeiro doente alco lico e como este perspectivada pelo doente Este trabalho pretende compreender a forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico conhecendo a sua natureza a forma como o doente sente a forma de cuidar do enfermeiro e qual o papel qu
33. o de investiga o pois s assim a enfermagem ser reconhecida pelas outras ci ncias Watson 2002 43 defende que os te ricos de enfermagem t m de procurar metodologias alternativas que conduzam a uma compreens o crescente e contribuem com novos conhecimentos do cuidar que internamente relevante para os humanos a enfermagem tem um grande potencial para contribuir para o crescimento do campo de ci ncia humana e assegurar para si pr pria um lugar nos c rculos acad micos e cient ficos como disciplina da sa de digna de estudos avan ados de pr tica independente e esfor os epist micos para servir a sociedade Salienta se que n o existe um m todo pr prio e sistem tico para a Enfermagem devido natureza dos fen menos destacamos como objecto do nosso cuidar corpo objecto corpo m quina corpo sujeito No desenrolar da investiga o surgem um conjunto de quest es que se articulam de modo a transformar um problema de car cter geral num problema mais particular neste caso o problema geral ser o alcoolismo mas o particular relaciona se com a especificidade da minha pergunta de partida Quivy e Campenhoudt 1998 100 referem que o problema de investiga o constitui efectivamente o princ pio de orienta o te rica da investiga o cujas linhas de for a define D investiga o a sua coer ncia e potencial de descoberta Permite estruturar as an lises sem as encerrar num ponto de
34. o caracter sticas fundamentais de uma cultura do complexo cultural dos indiv duos e das popula es Quartilho 2001 Eisenberg 1988 Assim ser quase impens vel compreender este bin mio sem o enquadrar na sociedade do indiv duo em quest o Ser importante definir cultura uma vez que toda a conduta humana est influenciada por esta segundo Coll 2001 citado por Pinto e Abreu 2004 19 descreve cultura como o conjunto de valores cren as institui es praticas que uma sociedade ou grupo humano desenvolve num dado momento do tempo espa o em diferentes campos da realidade afim de assegurar a sua sobreviv ncia material Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente e a plenitude espiritual tanto individual como colectivamente Assim necess rio ter um conhecimento profundo da hist ria de vida do doente s assim ser poss vel estabelecer uma rela o terap utica cuidando do doente de forma holistica A abordagem antropol gica da rela o do cuidar permite perceber a riqueza das rela es interpessoais e acima de tudo confrontar com os significados e interpreta es expressas pelo doente dando nfase vertente emocional e pessoal do doente O enfermeiro durante o decorrer da rela o terap utica deve para al m do seu saber e do seu saber fazer deve dar nfase ao seu saber ser e saber estar importante ser real ar o poder da comunica o no deco
35. o verbais ligados s emo es diferem devido a m ltiplos factores como a situa o que provoca a emo o o significado social que lhe atribu do e as regras de exibi o que condicionam a manifesta o da emo o Portanto necess rio que o enfermeiro treine a sua capacidade de percep o uma vez que a rotina e os pequenos problemas do dia a dia fazem com que o mesmo olhe sem ver escute sem ouvir e toque sem sentir Salvaguarda se que um dos obst culos presentes na comunica o do enfermeiro com o alco lico a sua indigna o moral que tem por base valores que caracterizam as atitudes destes em rela o ao doente a doen a interpretada como uma puni o do seu Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente pr prio comportamento A indigna o moral surge da velha hist ria de que a doen a uma puni o para o pecado sendo que a resposta apropriada para isto precisa incluir a culpa Stuart amp Laraia 2002 defendem que a teoria da comunica o de grande import ncia para a pr tica de enfermagem destacam tr s aspectos primeiro a comunica o estabelece um relacionamento terap utico porque implica na condu o de informa es e a troca de pensamentos e sentimentos Segundo a comunica o um meio pelo qual as pessoas influenciam o comportamento das outras tornando assim poss vel um bom resultado da interven o de enfermagem direcionada a prom
36. o verbal que ultrapassa a superficialidade e que favorece a cria o de um clima de compreens o e o fornecimento do apoio de que uma pessoa tem necessidade no decurso da prova permite pessoa compreender melhor a sua situa o aceita la abrir se mudan a e evolu o pessoal ajuda a pessoa a demonstrar coragem perante adversidades No final desta rela o o enfermeiro pretende que haja mudan a no comportamento da pessoa a mesma deve sentir se aceite e respeitada tendo em conta a sua individualidade no decorrer da rela o terap utica estabelece se um acordo entre a experi ncia total e a experi ncia consciente do self resultando num amadurecimento e consequente desenvolvimento Para tal a rela o baseia se em tr s atitudes Compreens o emp tica desenvolve se um processo din mico em que o objectivo penetrar no universo do outro demonstrando sensibilidade quanto s vivencias do outro respeitando o ritmo das suas descobertas pr prias Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Riley 2004 132 define empatia como a capacidade de reflectir com precis o e especificidade nas palavras nos sentimentos vividos por colegas e clientes traduzindo a em comportamentos n o verbais de calor humano e autenticidade O olhar positivo incondicional esta condi o b sica para a mudan a na rela o as experi ncias anter
37. odo de 12 meses Os crit rios descritos s o os seguintes 1 Toler ncia definida por qualquer um dos seguintes a Necessidade de quantidades crescentes da substancia para atingir a intoxica o ou o efeito desejado Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente b Diminui o acentuada do efeito com a utiliza o continuada da mesma quantidade da substancia 2 Abstin ncia manifestada por qualquer um dos seguintes a S ndrome de abstin ncia caracter stica da substancia b Consumo da mesma subst ncia ou outra relacionada para aliviar ou evitar os sintomas de abstin ncia 3 A subst ncia frequentemente consumida em quantidades superiores ou por um per odo mais longo do que pretendia 4 Existe desejo persistente ou esfor os sem xitos para diminuir ou controlar a utiliza o da subst ncia 5 despendida grande quantidade de tempo em actividades necess rias obten o e utiliza o da subst ncia e recupera o dos seus efeitos 6 abandonada ou diminu da a participa o em importantes actividades sociais ocupacionais e recreativas 7 A utiliza o da subst ncia continuada apesar da exist ncia de um problema persistente ou recorrente f sico ou psicol gico provavelmente causado ou exacerbado pela utiliza o das subst ncias Sendo este um problema mundial e com consequ ncias graves a OMS incorporou o na Classifica
38. participar como participante num trabalho de investiga o com o tema Como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico e como esta perspectivada pelo doente tendo em conta os seguintes itens acerca dos quais fui elucidado a Os objectivos do estudo que s o Objectivo geral Compreender a forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico Objectivos espec ficos Compreender a natureza da rela o enfermeiro doente alco lico Descrever como o doente sente a forma de cuidar do enfermeiro Identificar o papel atribu do ao enfermeiro pelo doente no decorrer da rela o A informa o ser dada atrav s de uma entrevista conduzida por um entrevistador e ser gravada em udio A selec o dos participantes foi por conveni ncia atendendo aos crit rios de elegibilidade previamente estabelecidos N o s o previstos danos f sicos ou potenciais efeitos colaterais podendo eventualmente surgir algum mal estar emocional Caso tal suceda ser respeitada a vontade do entrevistado A entrevista poder ser interrompida ou mesmo suspensa poder se dialogar se sobre o assunto marcar novo encontro se o entrevistado mostrar interesse para tal sua participa o volunt ria salvaguardando o direito recusa a qualquer momento sem que da advenha qualquer preju zo privacidade dos participantes ser salvaguardada pois a sua identidade ser do conhecimento exclu
39. primeiro vector de sentido O corpo encarado como emissor e receptor de mensagens continuamente assim o homem fica inserido num espa o social e cultural Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente O corpo quanto sua forma e conte do submetido a um processo de socializa o o homem vive de modo diferente e em tempos diferentes assim originam corpos diferentes Alferes in Duarte 2002 66 defende um corpo como objecto social a representa o do corpo socialmente constru da o corpo por excel ncia um objecto de troca social mat ria e signo objecto de troca e consumo talvez aquilo que de menos biol gico possu mos Duarte 2002 tamb m defende que a entidade social varia em fun o do grupo e cultura onde o individuo se insere os cuidados ao corpo s o fruto de uma aprendizagem estes cuidados v o desde ao f sicos como linguagem corporal necess rio dar se muito import ncia rela o desenvolvida com o doente devemos dar abertura para que este partilhe connosco medos e ang stias conduzindo o ao melhor entendimento sobre a sua doen a assim devemos centrar nos no doente e n o na doen a A interac o entre estes pares passa por tr s fases princ pio da rela o corpo da rela o e fim da rela o Lopes 2006 Principio da rela o acontece quando ainda n o houve o encontro presencial ou seja a enfermeira recolhe inf
40. problemas para a tomada de decis es promo o do ensino aprendizagem interpessoais provis o de um ambiente mental f sico s cio cultural e espiritual protector correctivo e de apoio auxilio na satisfa o das necessidades humana e permiss o de for as fenomenol gico existenciais O objectivo ser promover a sa de pelo que os enfermeiros dever o ser respons veis por promover mudan as no comportamento dos doentes de modo a que estes sejam capazes de enfrentar a vida e de se adaptar Quando presta cuidados o enfermeiro deve adoptar uma conduta eticamente respons vel colocando em primeiro lugar os doentes que s o pessoas fragilizadas Neste sentido ainda Hesbeen 2000 9 refere que O cuidado tem assim a ver com a aten o O cuidado Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente designa o facto de estar atento a algu m ou alguma coisa para se preocupar com o seu bem estar ou do seu estado do seu funcionamento Mais precisamente a express o cuidar de ou fazer com cuidado real a essa aten o particular que se vai dar a si pr prio ou a outro a um objecto ou tarefa que se est a realizar O objectivo ser sempre o de cuidar de forma holistica tendo como meta a excel ncia dos cuidados prestados existem directrizes preconizadas como as descritas pela Ordem dos Enfermeiros que tem como des gnio fundamental promover a defesa da qu
41. que permitem estruturar o estudo e mais servir de guia para a interpreta o dos resultados obtidos Fortin 2003 40 refere que o quadro conceptual define a perspectiva segundo o qual o problema de investiga o ser abordado e coloca o estudo num contexto significativo No desenvolvimento deste trabalho senti necessidade de destacar e desenvolver quatro conceitos chave cuidar interac o e pessoa com problemas associados ao lcool 2 1 PESSOAS COM PROBLEMAS ASSOCIADOS AO ALCOOL Antes de iniciarmos este capitulo ser interessante fazer referencia ao o conceito de pessoa Para a Ordem dos Enfermeiros 2001 esta um ser soci vel e agente intencional de comportamentos baseados nos valores nas cren as e nos desejos de natureza individual o que a torna um ser nico com dignidade pr pria e direito a autodeterminar se Ap s esta defini o faremos uma abordagem hist rica sobre o tema na civiliza o da Mesopot mia em 8000 ac surge o processo de fabrico de cerveja por fermenta o do sumo de fruta e gr os Nesta civiliza o surge pela primeira vez o relato de intoxica o ressaca e cura Salienta se que no fim do sec XVIII e principio do Sec XIX surgem conceitos como a embriagu s e doen a associados estes sofrem grande influencia do Dr Benjamin Rush Com a revolu o industrial os consumos atingem n veis elevad ssimos e desconhecido Nos Estados Unidos por exemplo nos anos 20 o numero
42. que tem uma doen a frequentemente os sintomas s o associados a outros factores O assumir da doen a junto do enfermeiro est relacionado com o grau de confian a que existe entre ambos por exemplo o entrevistado nega h bitos alco licos a todos incluindo fam lia mas responde de forma positiva enfermeira O utente v no enfermeiro uma pessoa a que podem recorrer e esperam que este cuide para al m dos sintomas f sicos o enfermeiro descrito como algu m com capacidades humanas que demonstram disponibilidade para apoiar respeitar dar conselhos ou orienta es e que acima de tudo n o julgue pois este o primeiro passo para surgir o distanciamento Os utentes querem sentir se apoiados acompanhados nesta situa o de crise Denota se tamb m que o utente d ao enfermeiro um papel de realce no conjunto da equipe multidisciplinar pois este partilha as 24h do internamento do utente a rela o entre estes at mais informal Estes gostam de efectuar uma avalia o generalista no entanto distinguem alguns enfermeiros pelas caracter sticas terap uticas que s o inerentes a estes ou que estes demonstram estes s o segundo Lopes 2006 caracter sticas facilitadoras como a simpatia a alegria o facto de se personalizar o dialogo o carinho demonstrado Outros factores a que estes d o nfase desde a entrevista de admiss o o respeito a aceita o a disponibilidade que demonstrada o interesse que
43. salientou se o objectivo do estudo o consentimento informado e foi salvaguardado alguns princ pios ticos que consideramos relevantes 3 4 PROCEDIMENTOS DE TRATAMENTO E AN LISE DE DADOS Com a an lise de dados pretende se fundamentalmente organizar identificar e Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente retirar significado dos dados que se obt m no final da nossa pesquisa Bogdan e Biklen 1994 205 referem que a an lise envolve o trabalho com os dados a sua organiza o divis o em unidades manipul veis procura de padr es s ntese ap s estes passos ainda necess rio decidir o que se vai transmitir aos outros portanto o conhecimento que se obt m no final do estudo As entrevistas foram transcritas ap s a sua realiza o sendo assim poss vel adicionar s transcri es verbais outras notas relativas por exemplo a linguagem n o verbal O processo de an lise qualitativa integra quatro processos intelectuais definidos por Morse e Field 1995 citado por Polit Beck e Hungler 2004 360 compreens o quando a compreens o atingida o pesquisador prepara uma descri o minuciosa e vivida do fen meno em estudo s ntese sintetizar envolve a triagem dos dados e a reuni o de suas pe a teoriza o a teoriza o envolve uma distribui o sistem tica dos dados recontextualiza o envolve o maior desenvolvimento da teoria de
44. started my professional life I ve been contacting with many people with alcoholic problems what makes me reflect on my and my colleagues behaviour with this kind of patients We can t forget that the nurse is the professional that stays with the patient most of the time so our role must be the facilitator of rehabilitation of the patient in all fields This relationship has proper characteristics which are not very easily identified Since we live in a small community the social traditions and false ideas have a great importance on the continuance and increase of people with problems related to this dependency Personally was on intimate terms with a family member who was alcoholic dependent and after many treatments and internments in proper institutions became abstinent It s important to point out that it was only possible after having facing the possibility of death in a short period of time Thus this question came to my mind how is the relationship between nurse and alcohol dependent patient And how is it seen by him We intend to know how the nurse faces his her behaviour as well as how the patients see the nurse and evaluate the nursing services and the interaction between nurse and patient Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente We can t talk about interaction without emphasizing the communication It s no doubt the most important part of the therapeutic process and th
45. toler ncia de tal forma que doses crescentes da subst ncia psicoactiva s o requeridas para alcan ar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da subst ncia psicoactiva aumento da quantidade de tempo necess rio para obter ou tomar a substancia ou para recuperar se dos seus efeitos Persist ncia no uso da substancia a despeito de evidencia clara de consequ ncias manifestamente nocivas tais como dano do f gado por consumo excessivo de bebidas alco licas estados de humor depressivos consequentes a per odos de consumo excessivo de substancias ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado droga deve se fazer esfor os para determinar se o usu rio estava realmente consciente da natureza ou extens o do dano Facilmente se visualiza que existem crit rios que se cruzam pela sua repeti o e import ncia Filho e Borges 2004 referem ainda que existem factores que contribuem para que a depend ncia se instale Factores no agente A disponibilidade e o custo do lcool est o directamente relacionado com a economia e politica do pa s a rapidez do agente para atingir o c rebro e a sua efic cia enquanto tranquilizante Factores ambientais a ocupa o o grupo de pares a cultura e a instabilidade social Factores relacionados com o hospedeiro a predisposi o gen tica fam lias com m ltiplos problemas e perturba
46. valores e cren as quando algo tem significado diferente para duas pessoas imposs vel existir sintonia egocentrismo dif cil comunicar com quem quer se impor ou se fecha totalmente propens o para a refuta o existem pessoas que obt m prazer sendo sempre do contra tempo de escuta sempre que a mensagem acompanhada de gestos promove se a aten o do receptor 2 3 2 Rela o de Ajuda Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Quando falamos de interac o e comunica o sabemos que est impl cito o termo rela o de ajuda este nasceu no seio da Psicologia Humanista de Carl Rogers 1977 Para este autor o Homem um ser digno de confian a e possuiu qualidades que em determinadas situa es s o capazes de promover posterior equil brio Sempre que algu m vivencia um acontecimento o importante saber a forma como esta o vivenciou pois a resposta a este muito individual A rela o de ajuda tem in cio com o momento de anamnese em que o enfermeiro para al m da presen a f sica faz um escuta psicol gica do cliente No decorrer desta rela o segundo Riley 2004 26 os clientes e enfermeiros apresentam se com capacidades de ordem cognitiva afectiva e psicomotoras pr prias que utilizam em conjunto para atingir o bem estar do cliente Phaneuf 2005 324 refere se rela o de ajuda como uma troca tanto verbal como n
47. vista r gido Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A problem tica assim o ponto de partida e em cada momento acolhe e define problemas de investiga o para os quais se buscam respostas Os meios de obter resposta s o um conjunto de disponibilidades conceptuais que s o as teorias em sentido restrito bem como os instrumentos utilizados para a recolha e tratamento de informa o que s o codificados Este trabalho tem como cerne a rela o enfermeiro doente alco lico o que est inerente a esta mas acima de tudo ira dar nfase forma como o doente perspectiva esta rela o e ao papel que este atribui ao enfermeiro O alcoolismo uma doen a que atinge diferentes componentes bio psico social salienta se que a componente ps quica e social muito forte 1 DEFINI O DO PROBLEMA A vis o do alcoolismo como doen a e n o apenas como v cio surge na 2 metade do s culo XIX A Fran a foi um dos pa ses que primeiramente demonstrou preocupa o em rela o a este problema sendo Thomas Sutton o autor que primeiro valorizou uma abordagem m dica doen a alco lica e sua patogenia Em 1851 Magnus Huss m dico sueco j define o alcoolismo cr nico como uma doen a que corresponde a uma intoxica o cr nica e refere ainda que existem quadros patog nicos que se desenvolvem devido aos h bitos prolongados e excessivos Neste sentido surgem j
48. 00 DESCHAMPS Estudo Fenomenol gico In FORTIN M O processo de investiga o da concep o realidade Loures Lusoci ncia 1999 ISBN 972 8383 10 X Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente DUARTE S Saberes da Sa de e da doen a Porque v o as pessoas ao m dico Coimbra Quarteto 2002 EDWARDS G et all O tratamento do alcoolismo 3 ed Porto Alegre Artemed 1999 ISBN 85 7307 469 8 FREIRE M Comunica o comportamento humano e empresa Portalegre Escola Superior de tecnologia e gest o 1999 FORTIN Marie Fabienne O processo de Investiga o da concep o realidade Loures Lusoci ncia 1999 ISBN 972 8383 10 X GAMEIRO Aires H bitos de Consumo de Bebidas Alco licas nos A ores Interpreta es Epidemiol gicas Revista da Ordem Hospitaleira de S Jo o de Deus Ano 64 n 249 2000 GEORGE J Teorias de Enfermagem dos Fundamentos pr tica profissional Artemed Editora Porto Alegre 2000 GOFFMAN E Estigma Notas sobre a Manipula o da Identidade Deteriorada 4 edi o Erca Editora e Gr fica Guanabara 1998 KING Teoria de Enfermagem de King In GEORGE J Teorias de Enfermagem dos fundamentos pr tica profissional Porto Alegre Armete Editora 169 183p GIL A Como elaborar projectos de pesquisa S o Paulo Editora Atlas S A 1991 ISBN 85 224 0724 X GIL
49. 2 descreve diversos pap is atribu dos ao enfermeiro neste caso destacamos os seguintes papeis conselheiro l der especialista t cnico Transcri es referentes aos Doentes tive muitos conselhos d o me orienta es como o lcool d cabo da vida Eb o enfermeiro deve ser um bocado autorit rio e depois dar espa o para o doente decidir e colaborar Ec o doente reconhe a como superior e uma pessoa que quer o meu bem para ter respeito por esta pessoa Ec o enfermeiro superior a mim Ec Fa o o que eles mandam o que eles fazem bom para mim Ee j falaram comigo deixar a bebida eu j fiz a minha ideia Ee fartaram se de me dar conselhos orientaram me para consultas Ef O enfermeiro muito conhecido pelo seu papel a n vel da preven o tratamento e reabilita o Nesta rea o enfermeiro d conselhos mas sob a forma de orienta es o doente tem sempre o poder de escolha reconhecem este como uma pessoa detentora de conhecimentos e capaz de os transmitir 14 HUMOR Este segundo Phaneuf 2005 382 tem como objectivo estabelecer uma coniv ncia um ambiente agrad vel e positivo reduzir tens es desdramatizar as situa es dif ceis e levar um estimulo positivo Jos 2003 155 refere que a utiliza o criteriosa do humor e do riso s o um bom b lsamo para os enfermeiros e um ptimo revitalizante da sua rela o com as pessoas que cuidam O humor surge
50. A M todos e t cnicas de pesquisa social 5 ed Sao Paulo Atlas 1999 GOMES Francisco lcool tabaco e jogo factores psicossociais da depend ncia In CL MACO Maria RAMOS Lu s lcool tabaco e jogo do lazer aos consumos de risco Coimbra Quarteto editora 2003 ISBN 989 558 018 5 13 23p Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente GOMEZ G FOLRES J e JIMENEZ E Metodologia de la investigaci n qualitativa Malaga Ediciones Aljibe 1999 HARGIE O DICKSON D Skilled interpersonal comunication research theory and prat ice 4 ed London Routledge Taylor e Francis Group 2004 HESBEEN W Cuidar no hospital enquadrar os cuidados de enfermagem numa perspectiva do cuidar Lusoci ncia Loures 2000 Jos H 2003 In Terapias Naturais na pr tica de enfermagem Coimbra Edi es Formasau p 139 160 Lazure H 1994 Viver a rela o de ajuda Lisboa Lusodidacta Lei de Bases da Sa de Lei n 48 90 de 24 de Agosto Recuperado em Maio De 2008 em http www cm Mirandela pt files 17 1751 pdf KAPLAN Harold SADOCK Benjamim J GREBBS Jack A Comp ndio de Psiquiatria 7 ed S Paulo Artes M dicas 1997 ISBN 85 7307 211 3 LOPES Manuel A rela o enfermeiro doente Como interven o terap utica Coimbra Tipografia Lousanense 2006 ISBN 972 8485 6 X MARC E PICARD D A interac o social
51. Alcoolismo onde destaco a cria o de uma rede Alcool gica Nacional tendo por base os centros regionais de alcoologia como fun o coordenadora os servi os locais de sa de mental e respectivas articula es com os cuidados de sa de prim rios e os hospitais onde se asseguram ac es preventivas metodologia de diagn sticos tratamento e que existam estruturas de reabilita o psicossocial a par da investiga o dos problemas ligados ao lcool Mais recentemente a OMS na sua estrat gia para a satisfa o do objectivo Sa de para todos no ano 2015 tem como objectivo na META 12 Diminuir o consumo de lcool a 6 litros per capita por ano para a popula o de 15 ou mais anos e reduzir o consumo de lcool na popula o de 15 ou menos anos at ao limiar de 0 Neste contexto e ciente desta realidade Portugal em Abril de 1999 esta mat ria foi apreciada pelo governo e foi criada pela Presid ncia do Minist rio da Sa de a comiss o interministerial que foi respons vel pela elabora o do plano alcool gico mais tarde aprovado como Plano de Ac o contra o Alcoolismo PACA 2002 ainda publicou a Resolu o de Conselho de Ministro n 116 2000 de 29 de Novembro e aprovou o Plano de Ac o contra o alcoolismo em 24 Janeiro de 2002 com a publica o do Dec Lei n 9 2002 A Ordem dos Enfermeiros no seu site oficial em 2005 descreve o mesmo como um flagelo epid mico que afecta milhares de pessoas considera
52. Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente UNIVERSIDADE DO PORTO INSTITUTO DE CI NCIAS BIOM DICAS ABEL SALAZAR XIV MESTRADO EM C NCIAS DE ENFERMAGEM PORTO Rela o enfermeiro doente alco lico e como esta perspectivada pelo doente Andr a Pimentel Duarte da Silva Disserta o de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem Porto 2010 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Andr a Pimentel Duarte da Silva Rela o enfermeiro doente alco lico e como esta perspectivada pelo doente Disserta o de candidatura ao grau de Mestre em Ci ncias de Enfermagem submetida ao Instituto de Ci ncias Biom dicas Abel Salazar Orientador Prof Doutora Gra a Maria Pimenta Afilia o Escola Superior de Enfermagem do Porto Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Se puder criar uma certa qualidade de rela o o outro poder descobrir nele a capacidade de utilizar esta rela o para o seu crescimento para a mudan a e para o desenvolvimento pessoal Carl Rogers 1961 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Aos meus pais pelo seu apoio incondicional ao meu marido que foi excepcional pois muitas vezes desempenhou o papel de pai e m e aos meus filhos por serem muito especiais Rela o enfermeiro doente alco
53. SAVATER F tica para um jovem Lisboa Editorial Presen a 1998 SERR O Daniel NUNES Rui tica em cuidados de Sa de Porto Porto Editora Lda 1998 ISBN 972 0 06033 6 SCHUCKIT Marc A Abuso de lcool e drogas Lisboa Climepsi Editores 1998 ISBN 972 97250 7 1 SOUSA L S A Entrevista o Imagin rio e a Intui o In GAUTHIER J et al Pesquisa em Enfermagem Novas Metodologias Aplicadas Rio de Janeiro Guanabara Editora 1998 ISBN 85 277 0436 6 STREUBERT Helen J A Produ o da Investiga o Qualitativa Elementos comuns essenciais In STREUBERT Helen J CARPENTER Dona R Investiga o Qualitativa em Enfermagem Avan ando o Imperativo Humanista 2 ed Loures Lusoci ncia 2002 383p ISBN 972 8383 29 0 P STUART G LARAIA M Enfermagem Psiqui trica Rio de Janeiro Reichamann e Affonso Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Editores 2002 TEIXEIRA Elizabeth As Tr s Metodologias Acad mica da Ci ncia e da Pesquisa 4 ed Bel m Par UNAMA 2002 186 p ISBN 85 8678 32 3 TOMEY Ann M ALLIGOOD Martha R Tedricas de Enfermagem e Sua Obra Modelos e Teorias de Enfermagem 5 ed Loures Lusoci ncia 2004 750p ISBN 972 8383 74 6 SEIBEL S TOSCANO JR A Depend ncia de Drogas Rio de Janeiro Editora Atheneu 2001 VAILLANT George A historia natural do alcoolismo revisitada
54. a os significativos com ela Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Pupulin e Sawada 2002 consideram que a qualidade na assist ncia de Enfermagem est directamente relacionada com o desenvolvimento optimiza o da sua capacidade de comunica o No decorrer da interac o enfermeiro utente esta surge como um processo natural ou seja ambos s o receptores e emissores de mensagens que podem surgir pela comunica o verbal e n o verbal esta ultima torna se importante porque e segundo o mesmo autor em situa es de crise dif cil o utente transmitir sentimentos e preocupa es atrav s de palavras reguladora de trocas esta serve para regular a entrevista ou seja a forma de estar ou olhar d a entender quem deve falar confirma e apoia as palavras a comunica o torna se harmoniosa porque existe congru ncia entre as palavras e os gestos manter a auto imagem os utentes e os enfermeiros demonstram autoconfian a ou baixa de auto estima isto tem a ver com aposi o da cabe a ombros ajuda a estabelecer la os significativos com os outros e mant los o comportamento que a enfermeira demonstra permite demonstrar abertura para manter aquela rela o desde o sorriso ao olhar Habermas citado por Lucien Sfez 2000 14 refere que a comunica o est no cerne do v nculo social em sociedade imposs vel n o co
55. a de sensibilidade em rela o ao sofrimento psicol gico em rela o ao alcoolismo estes tratam sintomas f sicos enquanto a outra vertente muita vez omitida Em oposi o os doentes demonstram cada vez mais necessidades de falar sobre este problema O enfermeiro deve perceber importante reconhecer emo es manifesta es s assim poderemos iniciar uma rela o de ajuda muitas vezes o doente apenas precisa de um ponto de apoio de refer ncia Salvaguarda se que as experi ncias anteriores marcam muito o utente estas tem o seu inicio logo no momento do seu acolhimento no servi o A informa o preciosa assim a pr tica de informar o utente deve fazer parte do quotidiano de uma forma muito natural esta vai contribuir para a diminui o dos n veis de ansiedade relacionados com o internamento O enfermeiro tem um papel muito relevante durante o internamento o elemento que partilha as vinte e quatro horas com o utente serve de mediador entre este e os outros elementos da equipe multidisciplinar e ser respons vel muitas vezes em ajudar a melhorar o vinculo entre doente e fam lia Atrav s desta amostra podemos perceber que existem grandes d fices a n vel de forma o nesta area que dever ser colmatada para permitir cuidados prestados com autonomia e seguran a Por outro lado devemos salientar a cultura organizacional do hospital que ainda muito centrada no curar Durante o internamento existem outros factor
56. ais que est o presentes durante a interac o enfermeiro doente como Distancia utilizada na presta o de cuidados tempo utilizado na interac o tipo de posi o f sica adoptada FASE DE BALAN O Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Objectivo Compreender se os enfermeiros t m consci ncia destes factores comportamentais Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AP NDICE IV Pedido de autoriza o ao Conselho de Administra o do HDES Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Ao Conselho de Administra o do Hospital do Divino Esp rito EPE Assunto Pedido de autoriza o para colheita de dados para o trabalho de investiga o relacionado com as actividades acad micas do Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem Andr a Pimentel Duarte da Silva enfermeira do Hospital do Divino Esp rito Santo aluna do XIV Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem do Instituto de Ci ncias Biom dicas Abel Salazar Universidade do Porto a ter lugar na Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada Universidade dos A ores orientada pela Prof Doutora Gra a Pimenta encontra se em fase de trabalho de Tese de Mestrado trabalho este intitulado Rela o enfermeiro doente alco lico e como este perspectivada pelo doente
57. alidade dos cuidados de enfermagem prestados popula o para isso apresenta um quadro de refer ncias que n o s o mais do que linhas orientadoras que passo a citar O0 Regulamento do Exerc cio Profissional dos Enfermeiros REPE O C digo Deontol gico do Enfermeiro Padr es de Qualidade enquadramento conceptual e enunciados descritivos O Compet ncias do Enfermeiro de Cuidados Gerais Inerentes ao cuidar est o os quatro Metaparadigmas de Enfermagem Sa de Pessoa Ambiente e Cuidados de Enfermagem que passarei a definir utilizando a linha orientadora da Ordem acima referenciada Sa de um estado e simultaneamente a representa o mental sobre a condi o individual o controlo do sofrimento o bem estar f sico e o conforto emocional e espiritual um estado subjectivo e n o o conceito oposto ao de doen a vari vel no tempo descrito como um processo din mico e cont nuo Pessoa um ser nico social e agente intencional de comportamentos baseados nos valores nas cren as e nos desejos da natureza individual com dignidade pr pria e direito a auto determinar se o indiv duo sofre a influ ncia das condi es sob as quais vive cada pessoa viv ncia um projecto de sa de Ambiente os diferentes elementos humanos f sicos pol ticos econ micos culturais e organizacionais condicionam e influenciam os estilos de vida e o conceito de sa de Cuidados de Enfermagem o exerc cio profissional da enfe
58. ando se do seu sentido estas s o retomadas em unidades aprofundadas explicitadas e elaboradas 4 S ntese do conjunto das unidades de significa o nesta fase segundo o autor devemos fazer tr s opera es distintas uma descri o da experi ncia particular a descri o da estrutura t pica do fen meno e finalmente a comunica o a outras pessoas o investigador re ne as unidades de significa o e as unidades de significa o aprofundadas numa descri o consistente e coerente Cientificidade do estudo O objectivo da investiga o qualitativa para Streubert amp Carpenter 2002 33 relacionam se com a apresenta o com rigor das experi ncias dos participantes descrevem que o rigor demonstrado atrav s da aten o que o investigador d confirma o da informa o descoberta Guba e Lincoln 1994 citados por Streubert amp Carpenter 2002 fazem refer ncia a quatro crit rios para assegurar a cientificidade credibilidade confirmabilidade seguran a e transferibilidade Credibilidade esta refere se confian a nos dados A credibilidade aumenta se houver um engajamento prolongado e observa o persistente no nosso caso esta corresponde precis o dos nossos resultados Neste caso ainda podemos recorrer triangula o de investigadores atrav s da participa o da orientadora no entanto devemos ser sempre cautelosos Confirmabilidade Streubert amp Carpenter 2002 de
59. antes que orientam a pr tica a investiga o e a fun o em enfermagem como disciplina aut noma estes baseiam se nas ci ncias sociais como sociologia antropologia psicologia entre outras que defendem cuidados a um sujeito de forma hol stica quer na ac o do enfermeiro quer ainda na rela o enfermeiro utente a base ser uma filosofia humanista e hol stica O cuidado surge como processo interactivo entre o doente pessoa que necessita de ajuda e uma outra capaz de fornecer esta ajuda neste caso o enfermeiro Neste processo interactivo a presen a do enfermeiro deve ser mais do que presen a f sica Reconhece se que pr tica de Enfermagem est associada a natureza interpessoal Assim s poder ser classificado de completo quando execu o de qualquer t cnica estiver ligado a dimens o relacional que segundo Vila a 2004 26 esta ultima que lhe d sentido e serve de suporte Neste sentido iremos abordar os modelos de enfermagem de interac o Peplau King e Orlando Salienta se que n o existe s um modelo em uso porque para se adoptar um modelo para o servi o necess rio que haja nas equipes tempo para explorar cada um deles e concluir qual o mais adequado Peplau 1952 citada por Tomey e Alligood 2004 refere que a enfermagem um processo interpessoal terap utico e muito significativo Segundo a autora com os cuidados de enfermagem pretende se dar condi es que facilitem
60. ao mesmo tempo espelho e mecanismo de regula o da rela o enfermeiro utente Numa rela o de confian a m tua mais f cil aproximar se de um utente ou tocar nele Uma aproxima o significa um sinal para intensifica o da rela o deve se averiguar a aceita o desta por parte do utente Em rela o dist ncia Pierson 1999 descreve que existem tr s zonas criadas volta A sua viola o pode desencadear respostas violentas uma vez que o espa o que criamos volta representa um poder sobre o ambiente A mesma descreve Zona social um espa o transaccional de um ou dois metros entre os intervenientes existe trocas verbais mas dif cil avaliar o impacto do olhar e n o existe qualquer contacto f sico Zona pessoal distancia entre ambos de cinquenta cm a um metro poss vel um aperto de m o as express es faciais e o ritmo da respira o mais percept vel o contacto visual e o seu impacto aumentam Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Zona intima ser nas situa es em que necess rio prestar cuidados f sicos neste caso o enfermeiro ter acesso a uma zona que habitualmente reservada a pessoas de afei o Neste campo d se nfase ao plano tico Estas s o descritas tamb m pelo mesmo como zona de delicadeza distante ou da neutralidade benevolente zona de coniv ncia e zona de registo de confian a Postura Certas posi
61. cas As vari veis psicossociais influem no significado social e pessoal da doen a na reac o doen a e no progn stico assim estar doente passa a ser visto n o s como um estado biol gico mas tamb m social e Kleinman et all citado por Duarte 2002 55 defende que a doen a culturalmente constru da no sentido de que a forma como a percebemos experimentamos e com ela lidamos baseada nas nossas explica es de doen a especificas das posi es sociais que ocupamos e dos sistemas de valores que possu mos A sa de descrita por Watson 2002 86 como unidade e harmonia na mente corpo e na alma est associada ao grau de congru ncia entre o EU como percebido e o EU como experi nciado Sendo assim quando um doente recorre aos cuidados de sa de devo ter em conta que este j traz consigo uma ideia pr concebida de doen a e sa de que est intimamente relacionada com a sua experi ncia e com a cultura a que est sujeito Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Este processo sa de e doen a tem assim sido alvo de compreens o n o de forma individual mas de forma colectiva conhecendo se assim a representa o colectiva dai que se comece a dar import ncia a teoria das representa es nesta rea A doen a encarada por muitas pessoas como uma entidade exterior ao corpo e a cura vista como elimina o do inimigo enquanto que
62. cebem dos seus h bitos de consumo Diariamente h um grande n mero de alco licos que s o identificados atrav s do internamento salienta se que os indiv duos s o cada vez mais novos e associados ao lcool t m problemas legais No entanto observamos com frequ ncia que muitos n o o assumem pois n o querem ser reconhecidos como tal este comportamento facilmente compreendido uma vez que a sociedade em geral v o alcoolismo como um v cio e n o uma doen a Esta controv rsia tamb m vem descrita na bibliografia Vaillant 2004 refere que alguns especialistas defendem que classificar esta depend ncia como doen a n o passa de um truque sem ntico empregado para contradizer a cren a remanescente de que um v cio o mesmo autor refere que outros especialistas a descrevem como uma doen a insidiosa que se manifesta com o primeiro drinque 2004 13 reconhecido que o alcoolismo traz m ltiplas repercuss es que poderemos englobar em quatro grupos segundo Mello 2001 Repercuss es no indiv duo Epis dios agudos de um consumo excessivo de lcool contribuem para que a curto e longo prazo surjam complica es a n vel neurol gico gastrointestinal cardiovascular metab licas Repercuss es na fam lia existe perturba o da harmonia familiar surge a viol ncia dom stica maus tratos de menores que provocam mais tarde grandes perturba es Os autores das agress es em 71 5 s o dependentes d
63. co da sua energia n o o utente A presen a plena o enfermeiro est f sica e psicologicamente presente no contexto do utente centra a sua aten o nele atrav s da aproxima o contacto visual escuta activa e resposta A presen a transcendente uma presen a de maior amplitude existe troca de energia entre ambos entramos no campo transpessoal No final existe uma mudan a positiva diminui o da ansiedade o utente refere que deixa de se sentir s 2 3 1 Comunica o A comunica o n o pode ser descrita como um processo simples e linear onde apenas existe um emissor mensagem receptor e canal esta um processo complexo que se apoia nos gestos na m mica na apar ncia f sica no olhar na postura Neste sentido quando enviada uma mensagem o outro apresenta uma reac o cheia de significado e influenciada por diversos factores como por exemplo a cultura Phaneuf 2005 23 refere que A comunica o um processo de cria o e de recria o de informa o de troca de partilha e de colocar em comum sentimentos e emo es entre pessoas A comunica o transmite se de maneira consciente ou inconsciente pelo comportamento verbal e n o verbal e de modo mais global pela maneira de agir dos intervenientes Por seu interm dio chegamos mutuamente a apreender e a compreender as inten es opini es os sentimentos e as emo es sentidas pela outra pessoa e segundo o caso a criar l
64. com respeito e dignidade N o podemos centrar os nossos pensamentos apenas nos aspectos negativos porque estes influenciam a nossa comunica o ficando esta sem grande significado Transcri es referentes ao Enfermeiro outra vez aqui pelo mesmo motivo ser que vale a pena vais sair daqui beber e daqui uns meses volta c pelo mesmo motivo E2 o beber todos os dias n o se consideram alco licos E2 outra vez aqui o que se passou isto quando s o doentes que s o internados muitas vezes E3 l temos que tratar outra vez de ti E2 se n o bebesse talvez n o estivesse aqui E5 j tem idade para ter ju zo E6 quando me pediram o internamento j sabia quem era sempre o mesmo E7 Apesar de identificarem o alcoolismo como uma doen a existe um pouco de cren a relativamente a este que demonstrado ao utente em diferentes momentos Estes Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente coment rios s o mais frequentes quanto maior for o n meros de internamentos Transcri es referentes ao Doente sempre a mesma conversa est s aqui por tua culpa n o v em este problema como doen a Ea minha sobrinha e afilhada esteve c disse padrinho est a precisar de apanhar Eb salienta se a afilhada t cnica de sa de arranjavam piadas como o c lice de bebida ou a hora do licor Ec Muitas destes coment rios s
65. compreendidas quando s o observadas no seu ambiente habitual de ocorr ncia Os locais t m de ser entendidos no contexto da hist ria das institui es a que pertencem As entrevistas foram previamente combinadas com os participantes aos enfermeiros as entrevistas foram efectuadas no hospital alguns utentes foram entrevistados no hospital tendo sido utilizada a sala de tratamento onde se privilegiava a confidencialidade no decorrer da mesma no entanto houve quem preferisse o seu domicilio estes aspectos foram todos respeitados Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 3 2 PARTICIPANTES DO ESTUDO Os participantes do estudo ou seja a amostra descrita por Fortin 1999 41 como um subconjunto de elementos ou sujeitos tirados da popula o que s o convidados a participar no estudo uma r plica e miniatura da popula o alvo Para Streubert e Carpenter 2002 25 indiv duos s o seleccionados para participar na investiga o qualitativa de acordo com a sua experi ncia em primeira m o da cultura interac o social ou fen meno de interesse Ainda segundo os mesmos autores 2002 66 recorremos a uma amostra designada intencional esta permite selec o de casos ricos de informa o para estudar em profundidade Segundo GOM Z et all 1999 135 o numero de participantes que se selecciona organizada de forma deliberada e intencional ou seja segu
66. ctivos espec ficos Descrever como o doente sente a forma de cuidar do enfermeiro Identificar qual a percep o do utente sobre o papel do enfermeiro Descrever a percep o que o enfermeiro tem sobre a sua presta o de cuidados a um pessoa dependente do lcool 1 3 QUEST ES DE INVESTIGA O Quivy e Campenhoudt 1998 104 referem que a abordagem ou perspectiva te rica que se decide adoptar para tratar o problema colocado pela pergunta de partida uma maneira de interrogar os fen menos estudados Para dar resposta ao que foi descrito anteriormente formulei a seguinte quest o de investiga o Como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico durante o processo de internamento Inerente a esta grande quest o est o outras que decorreram desta e que passo a citar Como se sente o doente ao ser cuidado pelo enfermeiro Qual a percep o do doente sobre o papel do enfermeiro Que percep o tem o enfermeiro sobre os cuidados de enfermagem que presta Que estrat gias utiliza Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente ENQUADRAMENTO TE RICO CONCEPTUAL Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente CAP TULO Il REVIS O DE LITERATURA 2 ENQUADRAMENTO TEORICO CONCEPTUAL Neste cap tulo designado por enquadramento te rico conceptual iremos abordar de forma fundamentada elementos
67. da ac o A forma o desenvolve se em torno das necessidades de aperfei oamento e de desenvolvimento de cada profissional s assim ser poss vel prestar cuidados com autonomia e seguran a A forma o deve ser continua o enfermeiro completa a sua forma o base e complementar mas a mesma tem continuidade A forma o est salvaguardada pela Lei de Bases da Sa de Lei n 48 90 de 24 de Agosto faz refer ncia forma o do pessoal de sa de defende que a forma o e o aperfei oamento profissional incluindo a forma o permanente do pessoal de sa de constituem um objectivo fundamental a prosseguir Can rio 1999 refere que a forma o um processo de mudan a que tem por objectivo a mudan a a pessoa modifica se e modifica a sua percep o da realidade Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Destacamos aqui um novo conceito a autoforma o segundo Couceiro 2000 a apropria o pelo sujeito do pr prio processo de forma o ou seja a pessoa torna se objecto de forma o para si pr prio Gest o de informa o segundo Lopes 2006 201 est relacionado com a explica o do processo sa de doen a patente a preocupa o de desenvolver este processo de explica o com base naquilo que o doente sabe a enfermeira ir descodificar a informa o tendo em conta a componente cognitiva cultural e acima de tu
68. dade como ser humano Pensar no que esta pessoa j foi Acreditar que esta pessoa pode evoluir Tomar consci ncia das dificuldades vividas por esta pessoa Reconhecer os seus sentimentos reais e Dizer se que a aceita o n o deixar andar nem caucionar comportamentos repreens veis empatia descrita como o cerne da rela o de ajuda esta segundo a mesma autora 2005 347 um profundo sentimento de compreens o da pessoa que ajuda que percebe a dificuldade da pessoa ajudada como se ela penetrasse no seu universo se Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente colocasse no seu lugar para se dar conta do que ela vive e da forma como o vive e que lhe leva o reconforto que ela precisa importante que ap s esta fase haja feedback por parte do utente de modo a que a minha vis o seja a mais correcta Para que a empatia seja o cerne da rela o necess rio que tenhamos uma rela o de confian a com bons alicerces assim o utente sente abertura e vontade em exprimir os seus sentimentos e um aumento da sua auto estima Riley 2004 143 refere que a empatia assertiva porque tem em conta o pensamento e sentimentos dos outros Somos respons veis por ser emp ticos para assegurar aos nossos clientes a aceitabilidade necess ria para se empenharem nas v rias etapas do processo de enfermagem importante salientar que numa rela o terap
69. de as decep es e fracassos A este tema est associado um estere tipo que muito f cil de fazer transparecer neste caso muitas perguntas se levantam e alguns ju zos de valor o perigo est na interioriza o por parte do grupo destes estere tipos O enfermeiro deve assim cuidar deste estabelecendo uma rela o de confian a e respeitando o o na sua individualidade orientando sempre que poss vel substituindo apenas por per odos muito curtos porque o principal objectivo promover um crescimento e matura o a v rios n veis Durante o desenvolvimento da sua actividade o enfermeiro deve ter presentes os diferentes saberes emp rico tico pessoal e est tico O saber emp rico est relacionado com as teorias emp ricas com a utiliza o de m todos cient ficos e com a pr tica competente dos enfermeiros O saber tico a interac o dever ter sempre por base princ pios ticos e morais a estas sempre inerente os princ pios cient ficos O comportamento durante a ac o sempre alvo de uma observa o quer pelo utente quer pelos outros enfermeiros O saber pessoal na enfermagem resulta da actividade construtiva do pr prio enfermeiro resulta das interac es que estabelece e da capacidade de reflectir sobre as mesmas procurando adquirir mais conhecimentos O saber est tico os enfermeiros deparam se no dia a dia com experi ncias humanas muitas vezes extremas com grande significad
70. de forma a construir um sustent culo te rico para a elabora o da mesma N o prevendo preju zos para a institui o e sabendo de antem o que estes procedimentos a realizar no servi o mencionado pode representar algum transtorno para os profissionais comprometo me a interferir o menos poss vel com as din micas normais de funcionamento da unidade de internamento acordando com os profissionais e utentes os melhores momentos para realizar a colheita de dados Desde j responsabilizo me em divulgar os resultados obtidos com este trabalho junto das Vossa institui o ap s o seu terminus situa o prevista para Mar o de 2009 Procurando clarificar os meus objectivos com este trabalho envio como anexo o Projecto de Tese de Mestrado onde poder o encontrar com maior pormenor o meu pensamento de investiga o Tamb m em anexo ao presente documento encontra se o Consentimento Informado a utilizar com os participantes do estudo bem como o Gui o das entrevistas a ambos os participantes Grata pela Vossa aten o e colabora o subscrevo me mui respeitosamente aguardando deferimento A mestranda Andrea Pimentel Duarte Silva Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AP NDICE V Pedido de autoriza o directora do servi o de Medicina III Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Exma Sr Directo
71. depend ncia f sica e ps quica s o muitos os factores que contribuem para esta de instalar E 4 pessoa que ingere lcool em quantidade e regularidade esta ingest o vai ter consequ ncias a longo prazo E3 pessoa com vicio igual a qualquer outro como caf fragilzada associada a percursos de vida menos bons ver acima de tudo uma pessoa humana com passado que precisa de ajuda E6 Os aspectos referidos anteriormente fazem em diferentes momentos parte da intervengao terap utica em enfermagem segundo Lopes 2006 280 esta definida como a totalidade da interven o da enfermeira dirigida ao doente e fam lia um processo din mico complexo e que s pode ser analisado naquele contexto neste caso no internamento da Medicina Neste caso especifico os objectivos desta interven o ser o promover a confian a e seguran a do doente diminuir a ansiedade e a inseguran a Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente promover a esperan a e a perseveran a promover a autonomia o respeito e o conforto do doente e finalmente ter uma vertente t cnica relacionada com os tratamentos que devem ser efectuados Podemos assim verificar que esta interven o deveras complexa e que visa dar resposta a diversos objectivos Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente CONCLUS ES IMPLICA ES E SUGEST ES
72. do tendo em conta o que o doente sabe O enfermeiro poder explicar ao doente de forma esquem tica o seu percurso durante o internamento assim podemos contribuir para diminuir n veis de ansiedade do utente O enfermeiro dever ter a preocupa o de explicar o processo de doen a o tratamento e a reabilita o do doente Gest o de sentimentos Dam sio 2000 citado por Lopes 2006 diz que uma emo o pode sempre gerar um sentimento se desenvolvemos o necess rio mecanismo de consciencializa o da rela o entre o objecto e corpo este autor defende no entanto que pode existir emo o sem sentimento e sentimento sem emo o s o descritos pelo autor como sentimentos de fundo Quando os utentes s o admitidos no servi o demonstram grande fragilidade quer f sica quer psicol gica o doente pode devido ao constrangimento ficar em sil ncio ou provocar uma avalanche de sentimentos devemos promover a confian a e dar algum incentivo esperan a e capacidade de luta Comunica o terap utica esta tem como finalidade identificar as necessidades do utente melhorara a pr tica criar como neste caso a oportunidade aprendizagem para haver mudan a de comportamento Vamos despertar sentimentos de confian a empatia e respeito A comunica o sem d vida um fen meno complexo e influenciado por m ltiplos factores os psicossociais psicol gicos biol gicos no entanto salienta se que o ambiente ta
73. do e registo de autoriza o para gravar a entrevista em suporte de fita magn tica FASE NARRATIVA Objectivo Compreender atrav s da entrevista aos doentes as caracter sticas inerentes a este processo interactivo e o papel atribu do ao enfermeiro Quest es Identificar as necessidades sentidas pelo doente no decorrer da rela o Identificar o papel atribu do ao enfermeiro pelo doente no decorrer da rela o FASE DE BALAN O Objectivo Compreender as raz es que levaram os doentes a identificar estas necessidades e a atribuir determinado papel ao enfermeiro Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AP NDICE III Gui o de entrevista semi estruturada aos enfermeiros Gui o de entrevista s enfermeiras Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente INTRODU O 1 Explica o do trabalho que est a decorrer 2 Explicar como ir decorrer a entrevista objectivos o meu papel durante a mesma a estrutura a grava o dos dados O tratamento dos dados a confidencialidade 3 Pedido e registo de autoriza o para gravar a entrevista em suporte de fita magn tica FASE NARRATIVA Objectivo Compreender atrav s da entrevista aos enfermeiros as caracter sticas inerentes a este processo interactivo Quest es Identificar os factores comportament
74. dor o instrumento principal A investiga o qualitativa descritiva Os investigadores qualitativos interessam se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva O significado de import ncia vital na abordagem qualitativa Assim as pessoas compreendem e vivenciam as experi ncias de maneiras diferentes tendo em conta o seu quadro de refer ncias isto faz com que os investigadores qualitativos subscrevam muitas verdades em vez de uma s verdade Fortin 1999 148 refere que o investigador n o se coloca como um perito este reconhece que a rela o sujeito objecto marcada pela intersubjectividade O resultado da investiga o n o se reduz a actos experi ncias ou equa es segundo Bogdan e Biklen 1994 a preocupa o central n o a de saber se os resultados s o suscept veis de generaliza o mas sim a de que outros contextos e sujeitos a eles podem ser generalizados Ainda Psthas 1973 citado por Bogdan e Biklen 1994 51 refere que o objectivo desta investiga o aquilo que eles experimentam o modo como eles interpretam as suas experi ncias e o modo como eles pr prios estruturam o mundo social em que vivem Os profissionais de sa de mais concretamente os enfermeiros com os seus estudos desejam compreender claramente e dar sentido s experi ncia vivenciadas pelos seus clientes
75. dos enfermeiros foi maior na colabora o com a investiga o havendo mesmo um enfermeiro que se recusou colaborar por se tratar de um trabalho qualitativo Outra limita o sentida foi na an lise dos dados que se torna uma tarefa dif cil para quem n o tem muita experi ncia na investiga o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente PROCEDIMENTOS METODOL GICOS Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente CAP TULO Ill PERCURSO METODOL GICO 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS Num trabalho de pesquisa sem d vida necess rio definir a metodologia a utilizar Para Teixeira 2002 11 a metodologia N o deve ser vista como uma disciplina cuja nfase o ensino de m todos e t cnicas de como planejar conduzir e apresentar uma pesquisa cient fica mas sim uma disciplina que elucida o que vem a ser essas t cnicas quais os m todos da ci ncia que atendem e em que bases epistemol gicas se encontram fundamentadas Para Santos e Clos citado por Teixeira 2002 121 a op o pelo m todo e t cnica de pesquisa depende da natureza do problema que preocupa o investigador ou do objecto que se deseja conhecer ou estudar Tradicionalmente o tipo de investiga o est associada a um tipo de paradigma Este segundo Carmo 1998 175 diz respeito produ o do conhecimento e ao processo de investiga o e pressup e exi
76. e este atribui ao enfermeiro no decorrer desta rela o Tendo em conta o exposto venho por este meio solicitar a autoriza o junto de Vossa Excel ncia para que possa ter acesso Unidade de Internamento de Gastrenterologia desenvolvendo assim nesta as minhas actividades de colheita de dados aos doentes alco licos pelo menos 8 dias ap s a alta e aos enfermeiros do respectivo servi o durante o per odo de Julho de 2008 a Outubro de 2008 Salvaguarda se que a participa o das pessoas volunt ria reservando se mesma o direito de recusa ou desist ncia qualquer momento do estudo sendo a identidade Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente dos participantes apenas conhecida pelo autor e orientadora de tese Como pilares transversais a este estudo estar o presentes o princ pio da benefic ncia o princ pio do respeito pela dignidade humana e o princ pio da justi a conforma descritos no Relat rio de Belmont A colheita de dados est programada para ser executada fazendo uso de um gui o de uma entrevista semi estruturada neste momento encontro me em fase de revis o bibliogr fica de forma a construir um sustent culo te rico para a elabora o da mesma N o prevendo preju zos para a institui o e sabendo de antem o que estes procedimentos a realizar no servi o mencionado pode representar algum transtorno para os profissionais comprometo me a inte
77. e impor lhe a obriga o de comunicar Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente e Retro alimenta o do processo interaccional os interlocutores observam mutuamente as reac es aten o desinteresse vis veis no olhar e na express odo rosto para orientarem as sequ ncias comunicativas e Express o de emo es embora normalmente integrado na express o do rosto o olhar eventualmente acompanhado de l grimas assume alguma autonomia na express o de certos estados emocionais surpresa c lera medo desgosto tristeza simpatia compaix o felicidade e Comunica o da natureza da rela o o olhar unidireccional ou rec proco varia com a qualidade das pessoas sexo estatuto e as suas atitudes positiva negativa e tamb m com a estrutura das interac es sim trica complementar eo grau de gratifica o que proporcionam Toque de grande import ncia aquando da interac o no contacto corpo a corpo por via do seu impacto socioemocional U m mesmo toque pode ser sentido de formas diferentes tendo em conta o contexto O toque pode ser sentido de forma neutra agrad vel desagrad vel ou ofensivo este aspecto est directamente ligado com a receptividade do outro Ribeiro 2003 descreve que o mesmo toque pela mesma pessoa dependendo da circunst ncia pode ser agrad vel ou desagrad vel ou seja depende do tempo lugar disposi o Dist ncia corporal
78. ensagem deve ser clara simples breve apropriada ao tempo e circunst ncias e deve ser adaptadas ao momento e reac es do utente o objectivo partilhar o que se sabe com o utente as op es que este tem para que ambos possam elaborar um plano em conjunto No entanto quando se utiliza a linguagem esta sofre influencia por ambos os lados da personalidade cultura valores conhecimentos ambiente onde se desenvolve a interac o Este sistema din mico segundo Mercadier 2002 sofre a influencia das nossas percep es ou seja a pessoa organiza as suas sensa es e d lhe um significado s o interpreta es que englobam a componente cognitiva e afectiva A comunica o assenta nestas duas componentes descritas anteriormente na cognitiva quando surge a informa o relacionada com toda a situa o a afectiva est relacionada com o mundo das emo es e dos sentimentos importante que estas pessoas que est o presentes se encontrem no mesmo plano de modo a que o utente n o se sinta inferiorizado Salienta se no entanto que a fala um gesto que implica corpo e mente segundo Breton 2004 229 A fala com efeito um gesto realizado com o corpo na sua totalidade A comunica o n o verbal n o deve ser negligenciada pelos enfermeiros uma vez que ela contribui para que a mensagem seja transmitida de forma o mais fiel poss vel Frequentemente os interlocutores s o tra dos ao longo deste processo
79. ermagem normalmente cada institui o recorre a um modelo te rico de refer ncia Transcri es referentes aos Enfermeiros na primeira admiss o devemos apostar tudo E2 falar muito encontrar estrat gias para que este n o volte a beber E3 o momento da presta o de cuidados o hora ideal para comunicar e fazer uma bordagem ao utente E 4 costumo perguntar o que esperam do internamento E7 sempre que poss vel pergunto se a pessoa pensa em deixar de beber E8 Desde que o doente admitido deve se iniciar a planifica o dos cuidados efectuar em conjunto com este o levantamento dos problemas delinearem as ac es e os objectivos a atingir 8 REDU O DA DIST NCIA Existe diminui o do espa o entre enfermeiro e cliente permitindo uma melhor observa o da linguagem n o verbal necess rio estarmos atentos reac o da face aquando da aproxima o Os sentidos funcionam de forma diferente consoante a dist ncia o sentido do calor o olfacto e o tacto podem transmitir informa es fundamentais numa dist ncia maior a sua efic cia diminui funciona mais a vis o e a audi o Esta dist ncia tamb m est relacionada com o contexto f sico do encontro por exemplo local p blico ou n o Salienta se que o ser humano prefere a proximidade desde que o outro n o lhe coloque olhares pois assim este sente que a sua privacidade est a ser invadida As modifica es das d
80. es E1 primeiro tenta se comunicar de forma normal repetindo v rias vezes as mesmas coisas acabamos por desistir a comunica o agressiva n o pois se est agitado mais agitado fica acabo noutros procedimentos quando a comunica o n o eficaz a medica o e a imobiliza o que n o agrad vel mas as vezes mesmo necess rio E1 Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A comunica o pode se tornar mais agressiva mas at um certo patamar n o se pode ir mais frente E1 vai ser olhe tem de fazer isto e aquilo ma pessoa chega a um limiar j que est aqui temos de tratar outra vez de ti E2 com muitos doentes preciso promover a dist ncia pois conseguem ser abusivos Ef Quando estamos perante a rejei o n o est implicado o tipo de cuidados prestados pois todos eles s o assegurados Salienta se que pelo facto de serem doentes dif ceis muitas vezes provocam respostas e sentimentos menos positivos nos enfermeiros assim estes sentem se mais ou menos satisfeitos ao cuidarem de este ou aquele doente esta situa o ser demonstrada pela rela o de confian a que surgir ser estabelecida ou n o 10 RESPONDER COM ESTERE TIPOS O enfermeiro cuida de um utente que apesar de o rotular de impopular n o pode em nenhum momento negligenciar os cuidados a ele prestados Temos o dever de cuidar de forma segura
81. es 2006 88 refere que quando estamos perante uma interac o devemos ter em aten o quatro vari veis Os actores individuais que s o o enfermeiro e utente e todas as caracter sticas que fazem parte de cada ser desde as psicol gicas cognitivas e muito importante as experi ncias passadas por ambos quer positivas quer negativas O contexto social da interac o tem a ver com o contexto social em que ambos se inserem a sociologia tem abordado mais este tema Natureza da interac o tem a ver com a interac o e as propriedades da mesma a primeira centra se nos padr es sequencias e traject rias e progress es a outra centra se na troca de informa o afectos suporte energia recursos e os tipos de comunica o existentes durante este processo Metas de sa de do utente est relacionado com o bem estar do utente Pode se concluir que destas vari veis importante dar relevo ultima pois o nosso objectivo final o bem estar do utente Constroi se uma rela o quando ambos interactuam tornam se interdependentes se existir colabora o ambos beneficiam com o passar do tempo desenvolve se sentimentos de confian a poder o ser considerados c mplices ou uma equipa Watzlawick citado por Ribeiro 2005 salienta que o padr o estrutural da interac o depende do consenso que existe em rela o s posi es relativas ao sistema social Assim se estas s o sim trica
82. es que interferem na qualidade da interac o como as rotinas do servi o e a carga de trabalho atribu do a cada enfermeiro Salienta se que o desenvolvimento das compet ncias de empatia e de comunica o est o relacionadas com a maturidade psicol gica e impulsividade do enfermeiro Rogers 1985 59 refere que a rela o de ajuda ptima o tipo de rela o criada por uma pessoa psicologicamente madura Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Devem ser proporcionados momentos para que os enfermeiros tenham forma o e treino de compet ncias na rea da comunica o terap utica isto porque estas t cnicas n o devem ser utilizadas mecanicamente tornando a rela o com um car cter artificial Implica es para a gest o Neste campo podemos salientar que para cuidar destes utentes deve se seleccionar profissionais com forma o experi ncia e aptid es pessoais para este fim deve se estimular momentos de reflex o cientifica na equipe que podem ser sob a forma de reuni es informais ou mais formais Salienta se que no Hospital do Divino Esp rito Santo as equipes desenvolvem forma es inclu das na forma o em servi o Da parte da gest o espera se que sejam capazes de incentivar a cria o de redes de apoio a estes utentes pois o processo de recupera o longo e complexo por exemplo recuperar os la os familiares com pessoas que foram m
83. espostas especificas sob a forma de informa o e ensino em resposta aos problemas propostos pelos doentes demonstrar respeito e interesse positivo observar o doente de forma a perceber como este vive a situa o a fim de melhor o ajudar Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente por vezes ser um substituto e ser em algumas ocasi es um conselheiro Ser sem d vida interessante observar e identificar estas fases e pap is no nosso quotidiano Orlando 1978 citada por Leonard e George 2000 caracteriza a enfermagem como interactiva a sua teoria baseia se na rela o enfermeiro doente sendo esta rec proca A enfermagem exclusiva e independente ou seja o enfermeiro actua para dar resposta s necessidades identificadas naquele momento com o utente As respostas aos utentes devem ser as mais individualizadas poss veis pois a te rica v o utente como o centro da sua assist ncia Esta te rica descreve que a assist ncia ao utente decorre em tr s momentos o comportamento do paciente a reac o da enfermeira a estes comportamentos e as ac es que s o planeadas No primeiro momento a enfermeira deve estar atenta comunica o verbal e n o verbal Desta ultima destacamos express es da face gestos tremores e altera es fisiol gicas Segundo Orlando 1978 o comportamento do utente deve ser observado pelo enfermeiro o que correspondendo ao mome
84. forma que seja explorada a sua aplicabilidade a outros ambientes ou grupos Ap s a an lise de dados procedemos ao delineamento e verifica o da conclus o esta ir permitir penetrar no sentido intencional dos dados recolhidos A abordagem fenomenol gica efectuada ser orientada pela perspectiva de Deschamps 1993 18 que considera que as unidades de significa o s o os constituintes que determinam o contexto do fen meno explorado e que incluem for osamente a parte da significa o inerente a este contexto Segundo Deschamps 1993 a an lise dos dados composto por quatro fases 1 Coloca o em evidencia do sentido global do texto nesta fase vamos entrar no conte do com o objectivo de nos familiarizarmos com a experi ncia relatada e perceber o seu sentido global 2 Identifica o das unidades de significa o as unidades de significa o s o partes do texto em que poss vel identificar factos ligados ao fen meno cada unidade deve ser decomposta em tantas quantas se pode destacar aquando da leitura as unidades principais representam a estrutura do fen meno 3 Conte do das unidades de significa o permite aprofundar a compreens o das Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente unidades ao ser feita a an lise dos temas centrais a linguagem explorada como um ve culo de significa o o investigador explicita pelas suas palavras apropri
85. iar a utilidade do seu uso Ap s estes crit rios ainda surge um que n o menos importante a validade que est directamente relacionada com por exemplo a valida o das entrevistas que foi feita pela minha orientadora o objectivo saber at que ponto as perguntas permitem dar resposta ao que pretendemos A viabilidade do trabalho foi assegurada pelo v rios pedidos de autoriza o que est o em anexo Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AN LISE APRESENTA O E DISCUSS O DOS DADOS Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 4 AN LISE APRESENTA O E DISCUSS O DOS DADOS Ap s a colheita de dados a transcri o e leitura das entrevistas vamos iniciar uma nova etapa a an lise e discuss o dos dados Numa primeira fase foi efectuada uma leitura integral das entrevistas de modo a mergulhar no seu todo com objectivo sem d vida de perceber o sentido global do tema Passamos de seguida apresenta o an lise e discuss o dos dados para cada unidade de significa o ser o transcritas as cita es quer do enfermeiros quer dos doentes mas de forma separada com o objectivo de a facilitar a compreens o Unidades de significa o Nesta fase vamos dividir o texto transcrito em unidades de significa o naturais como ser poss vel verificar embora tenha sido efectuada entrevistas a dois intervenientes
86. ing citada por Pearsone e Vaughan 1992 131 refere que a enfermagem um processo que consiste na ac o reac o interac o e transac o como consequ ncia as enfermeiras assistem indiv duos em qualquer ponto do seu ciclo vital com o objectivo de satisfazer as necessidades b sicas de vida di ria e a saberem lidar com a sa de e doen a como processos normais da vida A grande diversidade de utentes que se acompanha diariamente faz com que nos deparemos com comportamentos e necessidades diferentes as teorias s o importantes pois permitem explicar estes fen menos de diferentes formas 2 3 INTERACCAO EM ENFERMAGEM No cap tulo que abordamos anteriormente foi not rio a import ncia da interac o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente enfermeiro doente tendo sido apresentados modelos te ricos que se baseiam nesta premissa Se analisarmos este termo na sua base etimol gica refere se a uma ac o m tua e rec proca assim Costa e Jurado 2006 referem que se desenvolve a interac o quando uma ac o de um sujeito funciona como est mulo desencadeando uma resposta num outro sujeito e vice versa este ltimo termo equivalente a feedback ou retroalimenta o ou seja trata se de um processo circular Travelbee 1971 in Tomey e Alligood 2002 469 refere que o termo interac o enfermeira doente refere se a qualquer contacto entre
87. io individuo Surge tamb m um conceito novo com King s o os sistemas abertos esta citada por George 2000 enuncia tr s sistemas em interac o o social interpessoal e pessoal a n vel do sistema social a enfermeira e utente estabelecem entre si uma rede perante a situa o presente este sistema engloba for osamente os sistemas sociais anteriores passados e presentes a n vel pessoal est directamente relacionado com a percep o que a enfermeira ou utente tem de si desde percep o de espa o vida corpo e tempo todos necess rios para compreender os indiv duos A percep o ent o direccionada e baseada na informa o presente a n vel interpessoal compreender o sistema interpessoal requer que se perceba conceitos como comunica o interac o fun o ou papel stress e transac o um exemplo quando o enfermeiro e utente interagem formam um sistema interpessoal neste caso uma d ade Podemos ent o referir que quando os sistemas pessoais interagem entre si formam sistemas interpessoais King 1968 citada por George 2000 refere que todos os dados que os sentidos apuram s o organizados interpretados e transformados A mesma considera que o centro da Enfermagem no sistema pessoal a pessoa e que os sistemas interpessoais surgem quando existe interac o entre os sistemas pessoais No caso da enfermeira utente cria se uma d ade que um tipo de sistema interpessoal Neste sentido K
88. iormente amea adoras passam a ser percepcionadas exploradas e integradas de forma aberta no seu conceito de si Congru ncia entendida como a percep o para poder experienciar a compreens o emp tica e o olhar incondicional O enfermeiro n o poder ser r gido pois assim n o poder estimular a fluidez do discurso ou estar aberto complexidade e diversidade do outro assim deve valorizar a experi ncia a confian a em superar as congru ncias o respeito pela liberdade Trata se de um processo dial ctico para o qual n o existem caminhos pr definidos as actividades s o constantemente definidas pelo individuo Apesar da postura hol stica que o enfermeiro possa ter n o deve interferir onde o utente n o quer ou n o sente necessidade este o chamado term metro da rela o O enfermeiro dever educar conduzindo o utente a familiarizar se com os seus pr prios sistemas de modo a encontrar equil brio Esta rela o assenta em dois importantes pilares aceita o e empatia Aceita o do outro um dever tico acolher a pessoa sem julgar ou fazer ju zos de valor n o implica que estejamos de acordo com o seu comportamento no entanto se o utente sentir esta aceita o vai de certeza ter vontade de mudar um dever tico pois implica tratar o outro com dignidade e respeitar a sua liberdade Existem segundo Phaneuf 2005 factores que ajudam nos a aceitar os outros tais como Pensar a sua digni
89. is culturais intra pessoais interpessoais e situacionais econ micos este ultimo faz com que este consumo seja avaliado de forma amb gua pela sociedade pois por um lado traz lucros volumosos e por outro traz sociedade consequ ncias devastadoras de salientar que a depend ncia desta substancia mais comum nos homens do que nas mulheres com um ratio segundo a DSM IV TR APA 1996 de 5 1 contudo este varia consoante a faixa et ria sendo de referir que a depend ncia na mulher desenvolve se de forma mais r pida devido as caracter sticas que lhe s o inerentes Ao falar de doente alco lico n o podemos deixar de dar nfase ao fen meno de depend ncia que segundo a DSM IV TR APA 1996 180 descrita como um conjunto de sintomas cognitivos comportamentais e fisiol gicos indicativos de que o sujeito continua a utilizar a substancia apesar dos problemas significativos relacionados com esta que provoca reac es no organismo destacamos a toler ncia ou seja o doente desenvolve um estado de habitua o e para obter o mesmo efeito recorre a maiores quantidades de subst ncia Para se diagnosticar a depend ncia deve recorrer se por exemplo classifica o de perturba es mentais Norte Americana para as depend ncias que passo a citar Os crit rios de diagn stico para a depend ncia de subst ncias DSM IV TR 2000 s o definidos tendo em conta a presen a de tr s ou mais e por um per
90. ist ncias ao longo da interac o revela se o outro quer manter ou terminar a interac o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Transcri es referentes aos Enfermeiros utentes mais arrogantes acabamos por criar uma certa distancia para evitar conflitos E 1 pego na cadeira junto ao doente sento me e a tend ncia chegar cada vez mais E3 toque terap utico sou uma pessoa que estou sempre a tocar E3 quando o doente est sentado e se trata de uma conversa que vai demorar algum tempo coloco me ao mesmo n vel E4 quando fa o a admiss o tento perceber at onde o utente me deixa ir deixo o vontade para me abordar sobre o que queira E4 o toque n o uso logo no primeiro contacto esta refere que tem medo de interferir no espa o intimo do utente E4 Nota se que os enfermeiros demonstram preocupa o em rela o forma como se posicionam em rela o ao doente A dist ncia e o toque s o sem d vidas os que est o mais presentes s o utilizados como forma de aproximar ou ent o como forma de o enfermeiro evitar situa es menos agrad veis com doentes dif ceis 9 REJEI O O enfermeiro recusa se a discutir o que quer que seja com o utente este sente se rejeitado tanto pessoalmente como a n vel da comunica o Transcri es referentes aos Enfermeiros a comunica o tem v rios patamar
91. istem regi es onde beber lcool aquece d for a no entanto o que se verifica que o lcool em Portugal respons vel por diversas disfun es familiares baixo rendimento laboral e existe uma perturba o da rela es sociais nos casos mais graves existe viol ncia degrada o do lar da sa de da pessoa Na sociedade podemos identificar tr s tipos de bebedores os ocasionais os sociais e os compulsivos Surge assim o estigma que segundo Goffman 1998 13 um tipo especial de rela o entre atributo e estereotipo ao doente alco lico frequentemente s o referenciados atributos depreciativos Existem diversos tipos de estigma os doentes alco licos englobam se nas de culpas de car cter individual onde se engloba vontades fracas e cren as falsas A sociedade em geral tenta criar ideologias e teorias para explicar a inferioridade destas pessoas que s o muito alvo de descrimina es O indiv duo estigmatizado pode tentar corrigir esta situa o com grande esfor o individual ou da fam lia esta situa o muito frequente com os nossos doentes alco licos No entanto esta pessoa pode tentar ter ganhos secund rios qualquer fracasso desculpado pela sua inferioridade 2 5 CONSIDERA ES TICAS Na actualidade cada vez mais os enfermeiros lidam com quest es ticas e morais durante o seu processo de cuidar assim ao estabelecer a rela o com o doente admite se e respeita se o seu
92. lismo 3 SENTIMENTOS DE IMPOT NCIA Desenvolvem se principalmente porque o enfermeiro quando investe nesta rela o coloca muitas expectativas o que se observa o facto de estas n o serem partilhadas com o outro ou seja os meus objectivos devem ser tra ados em conjunto e nunca de forma individual e egoc ntrica Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Transcri es referentes ao Enfermeiros frustrante para o enfermeiro quando quer ajudar o outro e n o consegue E1 damos apoio psicol gico mas chega a um ponto que apenas tratamos da parte f sica E2 ajudo o doente a atingir o bem estar f sico psico e espiritual E3 fico revoltada e frustrada porque muitos desses prometem isto depois de conversarmos mas depois voltam ao mesmo E4 frustrante pois parece que a informa o perde se isto um problema muito complexo E7 Muitos dos enfermeiro identificam estes doentes como dif ceis de cuidar estes despertam no enfermeiro sentimentos de frustra o pois existem muitas reca das e diversos reinternamentos estes referem v rios internamentos no mesmo m s Eles sentem que por mais que informem n o conseguem modificar o comportamento destes doentes 4 HABILIDADES AFECTIVAS Riley 2004 30 descreve que clientes e enfermeiros desenvolvem sentimentos positivos e negativos no percurso da rela o de ajuda A forma como
93. m a forma como se exprimem est influenciada por um c digo convencional que determinado pela cultura por exemplo na nossa cultura n o comum os homens demonstrarem emo es Hargie e Dickson 2004 referem que a linguagem n o verbal que surge durante a interac o tem um significado profundo e autentico estes ajudam o receptor a perceber o que o emissor pretende Podemos enunciar as formas de comunica o n o verbal mais frequentes salvaguarda se que o resultado da leitura destas deve ser sempre confinado aquele contexto Express o facial a express o facial transmite sentimentos emo es e reac es variadas Uma express o tensa crispada transmite algo que ser completamente diferente da express o serena e n o contra da Pode ainda transmitir arrog ncia medo timidez alegria respeito e toler ncia Olhar o acto de olhar transmite as inten es do utente varia a direc o do olhar a sua dura o o modo Este informa principalmente sobre o estado afectivo por isso estes s o referenciados em poemas e musicas como a janela da alma Muito frequentemente observamos que um olhar transmite mais do que mil palavras Knapp citado por Ribeiro 2003 124 associa ao olhar diversas fun es na comunica o interpessoal e Regula o da corrente de comunica o o contacto visual indica ao interlocutor que o canal de comunica o se encontra aberto fornece lhe deixas e at pod
94. m um doente oncol gico 5 ESCUTA ACTIVA Riley 2004 32 processo activo de receber informa es e observar reac es s mensagens recebidas Ainda Lazure 1994 15 refere que escutar n o sin nimo de ouvir Escutar constatar e tamb m aceitar deixar se impregnar pelo conjunto das suas percep es tanto exteriores como interiores No entanto existem alguns pormenores que os enfermeiros dever o ter em conta para que a escuta activa seja eficaz Lazure 1994 214 descreve as seguintes Antes de tudo estar dispon vel emocionalmente para a escuta Seleccionar o ambiente que mais facilita a escuta Fazer sil ncio e respeitar o sil ncio do utente Para o enfermeiro qualquer momento de presta o de cuidados deve ser ocasi o de escuta atenta e eficaz Transcri es referentes aos Enfermeiros Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 73 sabe dou espa o para que estes possam exprimir sentimento emo es e preocupa es E2 escuta activa paci ncia apesar de ser uma patologia que o doente contribui para esta E3 aquando do primeiro contacto dispenso o tempo suficiente para dar resposta as necessidades sentidas pelo doente E3 o problema s o os reinternamentos perdemos um pouco a vontade de ouvir E6 importante que o enfermeiro d espa o e demonstre disponibilidade para ouvir eles salientam momen
95. ma o nesta rea e que os utentes esperam muito dos enfermeiro atribuindo lhes muitas vezes o comando desta rela o acima de tudo porque confiam neles Palavras chave Pessoas com problemas ligados ao lcool interac o cuidar e enfermagem Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente ABSTRACT In this essay we will talk about the Alcoholism which can be defined as a set of problems related to the prolonged and excessive intake of alcoholic drinks This problem has a great impact on the population of the Azores Islands Nowadays more and more we face the problem of the dependencies The alcohol dependence appears in a subtle way once alcohol has become part of our social conditioning According to Filho and Borges 2004 the alcohol has a bigger impact on health than all the other illicit drugs The consumption of alcoholic beverages is related to a variety of problems such as traffic accidents and deaths falls violent behaviour reduction on productivity at work several kinds of cancers and morbidity among very young people It s important to make clear that there s still a great stigma towards the alcoholic patient mainly in small societies like ours It s also important that scientific information about this disease reach the professionals so that this dependency can be seen as a disease This essay appeared to give an answer to a personal and professional uneasiness Since
96. ma terceira fase o utente apercebe se que tem um problema tenta lutar contra este e encobre a fase da inquieta o e disfarce numa quarta fase a revolta contra todos os que criticam nesta fase existe um distanciamento para com a fam lia a fase de revolta por fim a fase de abandono o utente bebe sem qualquer controlo o meio e as criticas s o lhe indiferentes Em rela o depend ncia as classifica es costumam enunciar tr s categorias segundo Aric e Bettarello 1988 citado por Toscano e Seibal 2000 353 uso espor dico uso das subst ncia de forma social e recreacional abuso j existe uso problem tico e nocivo e depend ncia Toscano e Seibel 2000 referem se depend ncia como um s ndrome ou seja um conjunto de sintomas que podem variar quanto sua gravidade e que ocorrem quando existe a cessa o ou redu o do consumo neste caso do lcool Destacamos agora Jellinek 1960 citado por Edwards et all 1999 51 como um cientista americano que contribui de forma muito significativa para o estudo do alcoolismo segundo este existem cinco esp cies Alcoolismo alfa beber de forma excessiva por raz es psicol gicas n o existindo adapta o f sica Alcoolismo beta beber excessivo que levou a danos f sicos mas ainda n o existe depend ncia Alcoolismo gama beber excessivo existe j evidencia de toler ncia e abstin ncia o consumo oscila com picos perda
97. mb m um factor determinante como por exemplo o ru do existente a falta de privacidade Comunica o n o terap utica Neste caso o enfermeiro coloca as suas necessidades acima das do cliente existem v rios entraves para que a rela o de ajuda se Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente desenvolva n o se aplica cuidados individualizados nem se aplica um abordagem holistica Rela o de ajuda trata se um encontro direccionado e com objectivo de orientar o outro o utente deve ser visto como um corpo inteiro e n o um ser inferiorizado pela doen a Phaneuf 2005 a rela o de ajuda assenta numa filosofia hol stica em que todas as dimens es s o valorizadas e baseia se fundamentalmente no respeito confian a e aceita o do outro Embora n o fizessem parte dos objectivos centrais deste trabalho ser importante conhecer a defini o que cada enfermeiro faz de um pessoa com problemas relacionados com o lcool pois esta defini o ir influenciar toda a presta o de cuidados Defini es de pessoa com problemas associados ao lcool pessoa com h bitos alco licos acentuados devido a situa es sociais doen a bebem por prazer e depois n o conseguem largar n o assume por isso nunca mais temos tratamento acaba por precisar de cuidados como os outros E5 pessoa alco lica pessoa com doen a do foro psiqui trico cria
98. municar uma comunica o n o s transmite informa o como imp e um comportamento Ainda Travelbee 1971 in Tomey e Alligood 2004 define comunica o como um processo que permite aos enfermeiros estabelecer a rela o entre ambos e permite assistir os utentes e fam lia na preven o e situa o de doen a e ajuda os mesmos a encontrar um sentido nestas experi ncias com o olhar e palavra que enfermeira entra no seio do utente mas com sentimentos como a afectividade que a enfermeira mant m esta rela o Assim torna se fundamental recorrer comunica o terap utica esta tem como finalidade identificar as necessidades do utente melhorar a pr tica criar como neste caso a oportunidade de aprendizagem para haver mudan a de comportamento Vamos despertar sentimentos de confian a empatia e respeito A comunica o terap utica deve basear se na flexibilidade no decorrer da rela o o enfermeiro deve acolher e escutar com toda a sua sensibilidade De toda a t cnica Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente salienta se o toque pois o utente percebe um toque intencional com o objectivo de reconfortar no entanto devemos ter o cuidado de respeitar os limites de espa o delimitados pelo pr prio utente a express o do olhar e da face podem ser de primordial import ncia para identificar o que o utente nos quer transmitir Na comunica o verba a m
99. ndo o assim um grave problema de sa de p blica Em 2001 foi efectuado um estudo pela Universidade Nova de Lisboa que citado por Peixoto 2004 42 onde foram inquiridos 15 mil pessoas com idades entre 15 e 65 anos deste foi poss vel concluir que 75 6 da popula o Portuguesa consome ou j consumiu lcool como poss vel verificar trata se de um numero bastante significativo Este problema tem grande impacto a n vel dos A ores Em 1999 foi efectuado um estudo por Aires Gameiro da qual foi poss vel retirar as seguintes conclus es Gameiro 2000 26000 A orianos maiores de 15 anos mant m h bitos alco licos de menor ou maior risco 10000 destes mant m tend ncia a consumos excessivos Outros 10000 j consomem com mais ou menos depend ncia Mais recentemente Alberto Peixoto soci logo efectuou um estudo intitulado Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Depend ncias e outras viol ncias onde faz referencia a v rias substancias il citas nomeadamente o lcool conclui que 54 5 dos a orianos admite consumir regularmente bebidas alco licas contra 45 5 que nega h bitos alco licos em termos absolutos 131 760 indiv duos consomem regularmente lcool Peixoto 2004 Salienta se que nestes estudos devido conota o atribu da a este tipo de consumo muitos n o revelam o seu padr o de consumo em oposto existem indiv duos que n o se aper
100. ndo os crit rios de elegibilidade Foram entrevistados 8 enfermeiros do Hospital do Divino Esp rito Santo que davam resposta aos seguintes crit rios Enfermeiros do HDES Trabalham em contacto directo com doentes alco licos Enfermeiros que mais tempo cuidaram dos utentes entrevistados Aceitem participar no estudo de forma livre e esclarecida Em rela o aos doentes foram entrevistados 8 utentes que correspondiam aos seguintes crit rios Doente alco lico a depend ncia caracterizada segundo os crit rios DSM IV TR APA 2000 No momento da alta Tiveram contacto directo com os enfermeiros entrevistados Aceitem participar no estudo de forma livre e esclarecida 3 3 ESTRAT GIA DE COLHEITA DE DADOS Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente A colheita de dados uma etapa fulcral no trabalho de investiga o o m todo escolhido esteve relacionado com a informa o que se pretendia obter para dar resposta nossa pergunta de partida e objectivos pr formulados Segundo Bell 1997 85 h que seleccionar m todos porque s o estes que fornecem a informa o de que necessita para fazer pesquisa integral H que decidir quais os m todos que melhor servem determinados fins Para Streubert e Carpenter 2002 26 na investiga o qualitativa pode ser utilizado uma variedade de estrat gias para obten o de dados Neste estud
101. nto da avalia o das necessidades atrav s da colheita de dados Temos que ter em conta que este comportamento influenciado pela personalidade cultura reac o do enfermeiro percep o sentimentos e pensamentos do enfermeiro As ac es de enfermagem desencadeadas correspondem ao planeamento do processo de enfermagem Esta teoria pode ser adequada aos nossos tempos citando Leonard e George 2000 133 estes referem que Orlando 1978 descreve o processo real de uma interac o enfermeira paciente pode ser o mesmo de qualquer interac o entre duas pessoas King 1968 citada por Pearsone e Vaughan 1992 descreve a enfermagem como uma processo que engloba a ac o reac o a interac o e a transac o assim esta ajuda os utentes a satisfazerem as sua necessidades b sicas a controlar a sa de e doen a nos diferentes pontos do ciclo vital Este modelo assenta em quatro conceitos bases sistemas sociais a sa de a percep o e as rela es interpessoais Segundo esta te rica os utentes vivem num sistema social onde inevitavelmente existem rela es interpessoais estas est o influenciadas pela percep o de cada individuo que s o respons veis por influenciar o seu conceito de sa de e doen a Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Salienta se ainda que esta defende que a sa de tem significados diferentes consoante a cultura e o pr pr
102. o Esta dificuldade est relacionada tamb m com o estigma associado a esta doen a assim o enfermeiro dever avaliar as suas pr prias atitudes com rela o ao alcoolismo para desenvolver cuidados mais humanos pois as atitudes negativas podem afectar a assist ncia prestada e desencadear no doente um comportamento hostil ou contra terap utico Travelbee 1971 citado por Pillon 2005 3 refere que a percep o do enfermeiro em rela o ao doente o factor determinante da qualidade e quantidade dos cuidados de enfermagem que se realizar No servi o onde desempenho fun es como enfermeira existe internamento para doentes alco licos Onde nos deparamos com frequ ncia com algumas dificuldades aquando da presta o de cuidados que est o relacionadas com os factores acima descritos Perante esta problem tica com que me confronto profissionalmente optei por este tema pois segundo Gil 1991 29 os interesses pela escolha dos problemas de pesquisa s o determinados pelos mais diversos factores Os mais importantes s o os valores sociais do pesquisador e os incentivos sociais ou problemas decorrentes do interesse pr tico 1 1 PERTIN NCIA DO ESTUDO Ap s o descrito anteriormente este um estudo bastante pertinente quer em termos pessoais quer em termos profissionais De um modo geral com este estudo pretende se promover desenvolvimento a n vel de conhecimento relativamente a esta problem tica
103. o lcool esta informa o descrita pela APAV 2002 Repercuss es no trabalho o rendimento afectado existe maior probabilidade de surgirem acidentes absentismo e reformas antecipadas devido morbilidade que adv m do prolongado consumo de lcool Repercuss es na comunidade altera es nas rela es sociais e da ordem Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente p blica actos violentos roubos e acidentes de via o Salienta se que estes deixam de cuidar de si pr prios e progressivamente cortam rela es com as pessoas mais significativas sua volta Salienta se que o uso do lcool inadequado tem forte impacto a n vel da economia da comunidade pois a faixa et ria mais atingida encontra se no activo Este dist rbio descrito segundo Kaplan Sadock e Grebbs 1997 381 como o conjunto de perturba es org nicas e ps quicas provocadas pelo lcool no indiv duo e as suas consequ ncias para a sociedade Segundo Phaneuf 2005 427 quando se faz o diagnostico o sujeito atravessou a etapa do pr alcoolismo a etapa do pr dromo alco lico a fase aguda e a cr nica O enfermeiro o profissional que tem maior contacto com o doente alco lico durante o internamento Cuidar de um doente alco lico traz algumas dificuldades ao enfermeiro generalista estas est o segundo Pillon 2005 2 relacionadas com defici ncias no curr cul
104. o optamos pela a entrevista como fonte de colheita de dados a vantagem desta que permite obten o de dados em profundidade acerca do comportamento humano Gil 1999 117 refere se entrevista como um m todo de colheita de dados em que o investigador contacta com o investigado e lhe formula perguntas com a finalidade de obter informa es de interesse social Fortin 1999 245 descreve a entrevista como um modo particular de comunica o verbal que se estabelece entre o investigador e os participantes com o objectivo de colher dados relativos s quest es de investiga o Na perspectiva de Bogdan e Biklen 2003 134 a entrevista permite recolher dados descritos na linguagem do pr prio sujeito permite assim ao investigador interpretar a forma como os sujeitos olham determinado fen meno A entrevista foi um momento de interac o entre o investigador e o participante como estamos presentes permitiu clarificar alguns aspectos o papel do investigador foi de facilitar a express o dos utentes A entrevista foi constitu da na maioria por perguntas abertas clarificadoras de modo a facilitar a colheita de dados apenas algumas perguntas fechadas sendo por isso uma entrevista semi estruturada Ap ncide Il Ill Estas entrevistas tiveram o consentimento dos participantes foram gravadas em fita magn tica existiu um contacto pr vio onde foi poss vel explicar a forma como iria decorrer a mesma neste encontro
105. o as necessidades anteriormente identificadas j foram ultrapassadas com o esfor o conjunto existe agora necessidade de terminar o relacionamento terap utico existe um processo de liberta o Nesta fase pode haver aumento da tens o e ansiedade principalmente se esta n o ocorre da forma mais positiva Como resultados desta rela o surgem pessoas mais amadurecidas e mais fortes o doente a partir desta fase tra a novas metas recome ando um novo ciclo Durante as fases acima mencionadas Peplau 1952 citada por Tomey e Alligood 2004 426 refere que o enfermeiro assume diversos pap is professor recurso conselheiro l der especialista t cnico e substituto Professor quando transmite conhecimentos relativos a um foco de interesse ou necessidade sentida pelo doente Recurso quando proporciona a informa o especifica e necess ria compreens o do problema identificado Conselheiro quando atrav s das suas habilidades ajuda o doente a reconhecer enfrentar aceitar e resolver os problemas que est o a contribuir para altera o do seu bem estar L der quando realiza o processo de inicia o e tenta manter as metas do grupo utilizando a interac o Especialista t cnico quando se proporciona atendimento t cnico atrav s de habilidades cl nicas e de equipamento adequado Substituto quando em diferentes etapas existe necessidade de ocupar o lugar do doente Assim Peplau prop e que a enfermagem deve dar r
106. o enfermeiro demonstra pelos problemas apresentados a capacidade de decis o a escuta o apoio a ajuda No entanto o enfermeiro deve ter a consci ncia que ir ter um papel muito activo no sentido de promover junto do utente a sua autonomia recuperar o respeito o seu conforto devolver esperan a e seguran a Gostaria de destacar que esta rela o muito complexa de se compreender teoricamente uma rela o que tem por base a confian a assim denotou se que os utentes sentem se mais vontade com as enfermeiras que conhecem mais tempo ou ent o com aquelas respons veis pela sua admiss o assim o modelo da enfermeira de refer ncia ser algo a implementar a curto prazo Devemos tamb m real ar que o ambiente fundamental para forma como decorre a interac o ou seja pouca privacidade auditiva faz com que os utentes n o exteriorizem Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente sentimentos n o tenham espa o para chorar os seus problemas este aspecto not rio pois existem quartos com 6 camas no Hospital do Divino Esp rito Santo A enfermagem tem associada a si a natureza interpessoal existe uma tend ncia cuidativa havendo uma valoriza o da interac o entre enfermeiro e neste caso com a pessoa com problemas associados ao lcool No desenvolver desta rela o pretende se que a pessoa renuncie a sua carapa a e seja capaz de confessar a sua ingenuida
107. o para todos os que as vivenciam resultam muitas vezes numa cria o art stica de elevado valor est tico para todos os envolvidos isto porque cada experiencia nica Salvaguarda se que o momento de internamento muitas vezes crucial pois neste Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente o utente sente se deprimido e culpabiliza se pelos seus actos Utilizando esta abordagem fenomenol gica pretendeu se dar voz ao que foi expresso pelos intervenientes deste estudo fornecendo visibilidade forma como estes a vivenciaram O conhecimento aqui produzido embora n o possa ser generalizado porque at n o este o objectivo dever ser transmitido aos profissionais de modo a que estes possam reflectir e olhar o assunto de um modo diferente O objectivo que cada vez mais o internamento deixe de ser padronizado e despersonalizado e que apesar da rela o formal entre enfermeiro e utente esta seja emp tica e cada vez mais estreita Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente IMPLICA ES DO ESTUDO Os resultado deste estudo v o fornecer informa o que ter implica es na pr tica Implica es para a enfermagem No desempenho das suas fun es muitos enfermeiros apresentam um d fice de compet ncias relacionais centram se muito na vertente f sica e t cnica Os enfermeiros normalmente demonstram alguma falt
108. om o enfermeiro As respostas ser o descritas na ntegra o que me permitir conhecer o fen meno Nesta etapa importante que o investigador evite criticar ou dar qualquer tipo de opini o Durante a an lise vou detectar a ess ncia do fen meno quando me confrontarei com os dados v rias vezes ao de cima vir o os elementos e as conex es com o fen meno em quest o A descri o estar presente quando se procede descri o e comunica o dos elementos inerentes ao fen meno esta ser baseada numa classifica o ou agrupamento do fen meno a mesma surge como parte integrante da an lise e intui o podendo ocorrer simultaneamente O nosso papel como investigador ser de facilitar comunicar de forma clara e permitir que os participantes se sintam a vontade para expressar as suas experi ncias Neste sentido Streubert e Carpenter 2002 defendem que de modo diferente da investiga o quantitativa n o existe necessidade de recorrer a amostragem a preocupa o dos investigadores desenvolver uma descri o rica densa da cultura ou fen meno em vez de apoiarem generaliza es O nosso papel como investigador foi de facilitar comunicar de forma clara e permitir que os participantes se sentissem vontade para expressar as suas experi ncias 3 1 CAMPO DE INVESTIGA O essencial conhecer o fen meno no contexto em que ocorre Na opini o de Bogdan e Biklen 2004 48 as ac es podem ser melhor
109. orma es sobre o utente este momento inclui o processo de avalia o diagnostica Corpo da rela o nesta engloba se para al m do processo de avalia o de diagn stico o processo de interven o terap utica o tempo onde a enfermeira desenvolve as suas interven es dando tempo e informa o para o utente se reorganizar e Fim da rela o o fim da rela o pode estar relacionada com o fim de um tratamento de um internamento ou mesmo da morte do utente este momento est presente desde o inicio e pode acontecer a qualquer momento denota se assim alguma din micas nestas etapas O corpo da rela o constitu do pelo chamado processo de interven o terap utica ou seja existe confian a que permite uma gest o de sentimentos e de informa o permitindo uma reavalia o da situa o o objectivo primordial ser ensinar o doente a viver o melhor poss vel Inerente rela o est o cuidar diariamente existe dificuldade em utilizar uma abordagem antropol gica que descrita como activa e participativa esta choca com o que acontece diariamente verifica se um fraccionamento do trabalho em tarefas redu o de pessoal e o poder imposto por outros grupos profissionais que temem a perda de dom nio institucional Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente As tradi es ou seja a vertente cultural tem um peso muito grande neste problema por exemplo ex
110. os nas unidades especiais para o efeito ficou abstinente saliento que foi necess rio ter de enfrentar a possibilidade de uma morte a curto prazo para que tal fosse poss vel Assim surgiu a minha pergunta de partida para este trabalho Como se processa a rela o enfermeiro pessoa com depend ncia do lcool e como essa perspectivada pelo doente Pretendeu se conhecer a percep o que os enfermeiros t m do seu Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente comportamento e como os utentes o v em como avaliam a forma de serem cuidados assim como a interac o entre estes N o podemos falar sobre interac o sem enfatizarmos a comunica o pois esta sem d vida parte essencial do processo terap utico atrav s desta transmitimos ideias sentimentos e emo es Trata se de um estudo qualitativo com uma abordagem fenomenol gica que se insere no paradigma holistico e naturalista Para a an lise e tratamento de dados foi utilizada a abordagem de Deschamps 1993 Foram entrevistados 8 utentes e 8 enfermeiros Os resultados obtidos fazem no pensar que existem ainda motivos para reflectir sobre a presta o de cuidados mas tamb m contribuir para que se tome consci ncia e se consiga implementar cuidados de enfermagem cada vez mais centrados na individualidade da pessoa neste caso o dependente do lcool Neste estudo identificamos que existe um d fice a n vel de for
111. over a altera o comportamental adaptativa e finalmenbte o terceiro a comunica o o pr prio relacionamento O profissional enfermeiro deve adquirir determinadas habilidades e qualidades para iniciar e continuar um relacionamento terap utico dos quais fazem parte em especial a comunica o verbal e n o verbal destacamos duas dimens es Dimens es responsivas deve existir autenticidade respeito compreens o Empatia e senso da realidade Elas s o essenciais na fase de orienta o do relacionamento para estabelecer uma rela o de confian a e uma comunica o franca Dimens es orientadas pela ac o existe a confronta o a proximidade a auto revela o do enfermeiro favorece o progresso do relacionamento terap utico identificando os obst culos ao crescimento do utente existe uma necessidade de compreens o interna como tamb m da ac o externa e altera o do comportamento Ser importante real ar as causa que podem contribuir para o ru do comunicacional Freire 1999 destaca quatro grandes grupos barreiras f sicas socioculturais psicol gicas e lingu sticas Barreiras f sicas relacionadas com a pr pria patologia do utente utente por exemplo mais cansado fica menos receptivo a participar na interac o Barreiras socioculturais o uso de linguagem com valor amb guo este aspecto est relacionado com a cultura onde se insere o utente Barreiras psicol gicas podem ser diversas como
112. para outros esta n o vista como estranho ao organismo A cura vista como uma actividade reguladora a doen a n o descrita como o contrario de sa de tenta se sempre formas individuais de adapta o Assim Duarte 2002 64 refere que o conceito de sa de e doen a adv m das representa es partilhadas e da sua transforma o na experi ncia individual A quest es ligadas sa de e doen a enquanto fen meno influenciado pelas diferentes dimens es biol gica psicol gica social e cultural foram constru das com base no paradigma das ci ncias biom dicas e pelo paradigma das ci ncias sociais no entanto na pr tica este primeiro paradigma traz algumas limita es por n o contemplar todas as dimens es da pessoa como refor a Nunes 1987 233 postula se o respeito pelo doente e pelas suas escolhas e exige se dos m dicos a supera o do paradigma estritamente bio m dico que inspirou a sua forma o por um alargamento da vis o da sa de e da doen a fundado no conhecimento das praticas e dos padr es culturais que dominam a comunidade onde trabalha Ente ltimo paradigma reduz a doen a ao rg o e n o d import ncia tradu o subjectiva da doen a Da a grande import ncia de ligar a Antropologia rea da sa de S o diversos os estudos efectuados nesta rea e v rios defendem que em todas as sociedades humanas as cren as atitudes e pr ticas relacionados com problemas de sa de s
113. parte f sica E7 Como poss vel verificar nestas transcri es os enfermeiros fazem refer ncia s dificuldades sentidas assim estes recorrem ou partilha promovendo momentos de forma o ou ent o utilizam a sua experiencia surgindo assim a experiencia como forma de autoforma o Fazem refer ncia vis o positivista do utente e n o pretendida a vis o hol stica Transcri es referentes aos doentes O enfermeiro que tem forma o sobre alcoolismo tem uma maneira diferente de lidar com o doente diferente Ec perceber um bocadinho a depend ncia e depois dar os comprimidos para ajudar Ed Embora o utente doente d muito import ncia ao tratamento f sico gostariam que os enfermeiros tivessem mais conhecimentos sobre esta doen a est o sempre espera de mais 2 HABILIDADES COGNITIVAS Riley refere que 2004 27 tanto os clientes como os enfermeiros sabem alguma coisa de ordem geral acerca de sa de doen a tendo estes ltimos a no o das preocupa es do doente relativamente ao seu estado de sa de ambos t m formas preferenciais de observar o mundo e tomar decis es acerca do que observam Assim a forma o espec fica sobre este processo de doen a ir contribuir para haja maior seguran a nos cuidados prestados um enfermeiro seguro conseguir cativar o utente obter a sua confian a ou seja ira demonstrar de forma mais segura que capaz Transcri e
114. portante que nesta fase o enfermeiro e doente esclare am percep es e expectativas de ambos isto inclui desmistificar experi ncias anteriores e identificar expectativas para o futuro Durante esta fase o doente pode reagir de tr s formas face ao enfermeiro Participar como o enfermeiro ou ser interdependente com ele Ser aut nomo e independente do enfermeiro Ser passivo e dependente do enfermeiro Este come a a ter uma melhor capacidade de lidar com o problema podendo colocar de parte sentimentos menos positivos assim a te rica defende que se consegue uma atitude de optimismo onde surge uma for a interior que ser vantajosa A rela o terap utica mais forte nesta fase Explora o o doente obt m vantagens dos servi os dispon veis o grau de utiliza o depende de cada um Durante esta fase o enfermeiro pode se deparar com algumas exig ncias dif ceis de dar resposta assim sendo pode recorrer a t cnicas que permitem Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente explorar e compreender os reais problemas do doente de modo a n o prejudicar a rela o estabelecida at ent o Durante esta etapa o enfermeiro utiliza instrumentos de comunica o como o esclarecimento a escuta a aceita o e a interpreta o para dar a conhecer os servi os ao doente O objectivo que estes em conjunto consigam vencer desafios e atingir o n vel m ximo de sa de Resolu
115. r manter se as circunst ncias permitirem a rela o terap utica com o doente demonstrando sempre a sua disponibilidade tentando motivar o doente para o abandono deste comportamento ou ent o tentar em conjunto com este reduzir os malef cios que adv m deste comportamento Salienta se ainda o direito intimidade confidencialidade e anonimato estes princ pios foram respeitados durante a nossa investiga o pois os doentes mostraram se preocupados pois vivemos num meio pequeno e esta doen a tem ainda uma grande conota o negativa Na minha investiga o existe outro ponto fulcral a ter em conta o consentimento informado aquando da investiga o No caso dos doentes com comportamento aditivo o investigador n o deve segundo Rosenthal 1994 in Ricou 2004 176 seduzir a pessoa para a participa o seja atrav s da hipervaloriza o dos objectivos do estudo ou mostrando ser muito importante para si pr prio necess rio ter em conta que muitas vezes o participante quer agradar ao investigador e sente esta como forma de agradecimento do trabalho realizado com este noutras circunst ncias H autores que defendem que o investigador poder afastar se da amostra no entanto Ricou 2004 defende que isto dever acontecer de forma obrigat ria se existe rela o terap utica com o potencial participante dever ser sempre salvaguardada uma participa o livre consciente e muito esclarecida Streubert e Carpenter
116. ra do Servi o de Medicina II Dr Ant nia Duarte Assunto Pedido de autoriza o para colheita de dados para o trabalho de investiga o relacionado com as actividades acad micas do Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem Andr a Pimentel Duarte da Silva enfermeira do Hospital do Divino Esp rito Santo aluna do XIV Curso de Mestrado em Ci ncias de Enfermagem do Instituto de Ci ncias Biom dicas Abel Salazar Universidade do Porto a ter lugar na Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada Universidade dos A ores orientada pela Prof Doutora Gra a Pimenta encontra se em fase de trabalho de Tese de Mestrado trabalho este intitulado Rela o enfermeiro doente alco lico e como este perspectivada pelo doente Este trabalho pretende compreender a forma como se processa a rela o enfermeiro doente alco lico conhecendo a sua natureza a forma como o doente sente a forma de cuidar do enfermeiro e qual o papel que este atribui ao enfermeiro no decorrer desta rela o Tendo em conta o exposto venho por este meio solicitar a autoriza o junto de Vossa Excel ncia para que possa ter acesso Unidade de Internamento de Gastrenterologia desenvolvendo assim nesta as minhas actividades de colheita de dados aos doentes alco licos pelo menos 8 dias ap s a alta e aos enfermeiros do respectivo servi o durante o per odo de Julho de 2008 a Outubro de 2008 Salvaguarda se que a participa o das pessoas
117. ra quer formal ou informalmente para o encontro o momento fulcral quando de desenvolve a entrevista de admiss o conhecer o que preocupa o utente o que este sabe e as capacidades que este possui para ter um papel activo neste processo O corpo da rela o a fase de desenvolvimento da interven o terap utica nesta fase existe uma avalia o e reavalia o dos sintomas som ticos e vivenciais O fim da rela o surge no fim do tratamento ou resolu o da crise No final desta etapa o enfermeiro que cuida de utentes com problemas relacionados com o lcool pode referir alguma frustra o porque denota um papel muito passivo por parte do utente pouca motiva o este sentimento toma maior propor es no caso de haver grande proximidade entre ambos Neste sentido muitas vezes o enfermeiro coloca como seu objectivo primordial cuidar da dimens o f sica pois caso contr rio existe um enorme desgaste os reinternamentos s o frequentes principalmente num meio pequeno que este O enfermeiro tamb m por vezes tenta distanciar se devido ao perigo das suas cren as influenciarem os seus cuidados Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Os utentes preocupam se se muito com o momento que est o a vivenciar mais pelos sintomas f sicos ou pelo risco de vida iminente do que propriamente pela doen a em causa neste caso particular torna se dif cil para ao utente admitir
118. rferir o menos poss vel com as din micas normais de funcionamento da unidade de internamento acordando com os profissionais e utentes os melhores momentos para realizar a colheita de dados Desde j responsabilizo me em divulgar os resultados obtidos com este trabalho junto das Vossa institui o ap s o seu terminus situa o prevista para Mar o de 2009 Procurando clarificar os meus objectivos com este trabalho envio como anexo o Projecto de Tese de Mestrado onde poder o encontrar com maior pormenor o meu pensamento de investiga o Tamb m em anexo ao presente documento encontra se o Consentimento Informado a utilizar com os participantes do estudo bem como o Gui o das entrevistas a ambos os participantes Grata pela Vossa aten o e colabora o subscrevo me mui respeitosamente aguardando deferimento A mestranda Andr a Pimentel Duarte Silva Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente CONTACTOS Respons veis pelo trabalho de investiga o Como se processa a rela o enfermeiro doente e como esta perspectivada pelo doente Enfermeira Andr a Silva 968050987 ou 296911091 Professora Doutora Gra a Pimenta
119. rmagem centra se na rela o interpessoal compreendendo e respeitando os outros numa perspectiva multicultural e sem ju zos de valor existe uma parceria de cuidados com o objectivo de ajudar o cliente a Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente ser proactivo na consecu o do seu projecto de sa de Nesta parceria s o envolvidos os conviventes significativos sendo o nosso foco de aten o a promo o dos projectos de sa de que cada pessoa vive e persegue ser tamb m nosso objectivo ajudar a pessoa a gerir os recursos da comunidade em mat ria de sa de A Ordem para explicar a natureza dos diferentes aspectos da profiss o tamb m criou os enunciados descritivos a satisfa o do cliente a promo o da sa de a preven o das complica es a readapta o funcional e a organiza o dos cuidados de enfermagem Ao fazer refer ncia aos cuidados de enfermagem imposs vel n o falarmos de rela o de ajuda dado que a doen a coloca a pessoa vulner vel quer f sica quer psicologicamente Este conceito surge da Psicologia Humanistica de Carl Rogers 1985 que defende que o homem um ser bom e digno que merece confian a tem qualidades e estas permitem o desenvolvimento saud vel e equilibrado Este defende tamb m que o mais importante a experi ncia subjectiva ou seja O modo como cada um viv ncia a experi ncia A enfermagem tem desenvolvido modelos te ricos import
120. roblemas como acidentes e mortes no transito homic dios quedas comportamentos violentos redu o da produtividade no trabalho v rios tipos de cancro e morbilidade em pessoas de uma faixa et ria muito nova Ser importante salientar que ainda existe um estigma muito grande em rela o a estes doentes principalmente em sociedades pequenas como a nossa Importante ser ent o que a informa o cient fica acerca deste chegue junto dos profissionais para que cada vez mais se encare esta depend ncia como uma doen a O presente trabalho surgiu para dar resposta a uma inquieta o pessoal e profissional Desde que iniciei a minha vida profissional diariamente contacto com v rias pessoas com problemas associados ao lcool o que me leva a reflectir sobre o meu comportamento e dos meus colegas em rela o a esse tipo de utentes N o podemos esquecer que o enfermeiro o profissional que permanece com o utente mais tempo assim sendo o nosso papel dever ser o deve ser o de facilitador da reabilita o deste em todos os dom nios esta rela o possui assim caracter sticas pr prias nem sempre f ceis de serem identificadas Salienta se que sendo este um meio pequeno as tradi es uso e costumes e falsos conceitos contribuem para a perman ncia e aumento de pessoas com problemas associados a esta depend ncia A n vel pessoal convivi com um parente pr ximo dependente do lcool que ap s muitos tratamentos e internament
121. rough which we transmit ideas feelings and emotions It s a qualitative study with a phenomenological approach in a holistic and naturalistic model The approach of Deschamps was used in the analysis and data processing Eight nurses and eight patients were interviewed The results make us think that there are reasons to reflect on the caring services and to become awareness that we can implement nursing services more centred in the patient as an individual in this case the alcohol dependent patient In this study we realized that there s a lack of information in the nursing curriculum and that the patients expect a lot from the nurse letting them most of the time ruling this relationship because above all they trust the nurse Key words People with alcohol related problems interaction taking care and nursing Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente NDICE RESUMO ABSTRACT O INTRODU O 1 DEFINI O DO PROBLEMA 1 1 PERTIN NCIA DO ESTUDO 1 2 FINALIDADE E OBJECTIVOS 1 3 QUEST ES DE INVESTIGA O CAP TULO Il REVIS O DE LITERATURA 2 ENQUADRAMENTO TE RICO CONCEPTUAL 2 1 PESSOAS COM PROBLEMAS ASSOCIADOS AO ALCOOL 2 2 CUIDAR UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM 2 3 INTERAGCAO EM ENFERMAGEM 2 3 1 Comunica o e interac o 2 3 2 Rela o de ajuda 2 4 SA DE DEP NDENCIA VIS O ANTROPOL GICA 2 5 CONSIDERA ES TICAS 2 6
122. rrer desta rela o Quando os m dicos e enfermeiros n o correspondem s expectativas dos doentes muitas vezes estes recorrem aos curandeiros e bruxos que d o mais nfase vertente humana da doen a correspondendo s expectativas do doente Na rela o enfermeiro doente ser importante dar nfase concep o de vida e de ser pessoa Na rela o estabelecida entre o enfermeiro e doente o corpo o mediador desta pois um ve culo de significados culturais que diariamente se pode tornar invis vel O homem veste uma emocionante realidade afectiva que n o poder ser separada do seu corpo No decorrer da rela o olho o doente como um corpo ferido desenvolvo uma rela o terap utica rela o de ajuda onde o meu corpo tamb m est presente este corpo representa a minha capacidade de estar com ele e para ele todas as minhas dimens es est o presentes a f sica a afectiva e espiritual O corpo sem d vida segundo Le Breton 1992 um signo de indiv duo Existe uma consci ncia corporal o corpo mediador entre a pessoa e os outros na comunica o nas rela es interpessoais e na compara o social Assim o corpo segundo Goffman in Ribeiro 2003 mais do que uma fachada que esconde ou revela a pessoa um alter ego e uma das suas fun es mais importantes precisamente a de mediar as rela es interpessoais Le Breton citado por Duarte 2002 65 o corpo a condi o mesma do homem o
123. s da investiga o Guia para Auto Aprendizagem Lisboa Universidade Aberta 1998 CARVALHO lvaro Bebidas alco licas problema de sa de publica In CL MACO RAMOS Lu s lcool tabaco e jogo do lazer aos consumos de risco Coimbra Quarteto editora 2003 ISBN 989 558 018 5 137 167p CERVO A L BERVIAN P A Metodologia Cientifica 3 ed Sao Paulo Mc Graw Hill 1983 249p ISBN 0 07 450084 8 COLLIERE Marie Francoise Promover a vida Lisboa Printipo 1999 385p ISBN 972 95429 0 7 COLLIERE Marie Fran oise Cuidar A primeira arte da vida Loures Lusoci ncia 2003 440p ISBN 972 8383 53 3 COSTA Arminda Enfermeiros dos percursos de forma o produ o de cuidados Lisboa Fim de s culo Edi es 1998 COSTA Arminda Rela o enfermeiro doente In NEVES Maria do C u Patr o PACHECO Susana Para uma tica da Enfermagem Coimbra Gr fica de Coimbra 2004 ISNN 972 603 326 8p 63 80 COSTA Emilia JURADO Ros rio Interac o em Sa de Refer ncia revista cient fica da unidade de investiga o em ci ncias da sa de ISSN 0874 0283 II s rie n 2 2006 COUCEIRO M Auto forma o e forma o no feminino Abordagem existencial atrav s de hist rias de vida Disserta o apresentada na Faculdade de Ci ncias Tecnol gicas da Universidade Nova de Lisboa para obten o do grau de Doutor 20
124. s o comportamento de um reproduz o comportamento do outro no caso de serem complementares o comportamento de um completa e justifica o do outro A interac o sem duvida um processo important ssimo em sa de sabemos que nos nossos dias a qualidade dos cuidados prestados depende em muito desta neste caso do consumo excessivo de lcool esta interac o de extrema import ncia pois necess rio estabelecer uma rela o de confian a uma vez que a identifica o precoce deste problema muito prejudicada pela nega o dos utentes Segundo Breton 2004 in Cascais e Marcos 2004 67 o corpo tende a tornar se uma mat ria prima a modelar consoante o clima do momento esta express o salientada pelo facto de no decorrer da interac o entre o enfermeiro e pessoa dependente do lcool deveremos ter em aten o que o corpo que est perante n s uma constru o pessoal manipul vel sujeito a transforma es de acordo com os desejos do sujeito Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Em todo este processo interactivo o enfermeiro deve de estar presente f sica psicologicamente e espiritualmente Osterman e Barcott 1997 identificaram quatro formas de presen a que podemos aplicar neste caso A presen a apenas o enfermeiro limita se a estar l mas n o est centrado na interac o A presen a parcial o enfermeiro est presente fisicamente mas o fo
125. s referentes aos Enfermeiros Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente deve haver forma o especifica E1 as pessoas t m que ter forma o para poderem actuar correctamente E2 penso que uma rea especifica pessoa tem que estar apta para actuar E2 deviam dar espa o para sabe simula es Workshops momentos de reflex o na equipa E2 forma o especifica sim E3 forma o especifica em Sa de Mental permitir melhor acompanhamento E4 devemos ter forma o pois mas pelo que vejo hoje esta se mais a insistir na vertente do saber ser E8 Os enfermeiros t m a no o que cuidar de doentes com problemas associados ao lcool muito complexo a forma o base insuficiente pois estes exigem muito do enfermeiro A rela o que se deve construir com estes utentes deve ser s lida de modo a construir uma rela o de confian a Transcri es referentes aos doentes nunca tive acompanhamento especifico por parte de um enfermeiro vocacionado para esta rea Ed alcoolismo daqueles violentos se o enfermeiro que o acompanha tiver alguma forma o ir ajudar aquilo j est enraizado h m nima coisa explodem Ed Apesar de muitos n o terem conhecimentos conseguem identificar que os enfermeiros n o tem a forma o ideal e ainda fazem refer ncia que a forma o deve ser diferente consoante o tipo de alcoo
126. screvem na como um processo de crit rio este refere se objectividade ou naturalidade dos dados Seguran a relaciona se com a estabilidade ao longo do tempo Streubert amp Carpenter 2002 33 descrevem esta como um crit rio atingindo quando os investigadores determinam a credibilidade dos dados n o pode existir seguran a sem credibilidade Polit e Hungler 2004 defendem que deve haver um revisor externo deve ter pergunta de partida objectivos dados colhidos e an lise dos mesmos e o relat rio final Transferbilidade Streubert amp Carpenter 2002 34 descrevem a mesma como probabilidade dos resultados do estudo terem significado para outras situa es semelhantes Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Lincoln e Guba 1985 in Streubert amp Carpenter 2002 316 defendem que n o tarefa do naturalista fornecer um ndice de transferibilidade sua responsabilidade fornecer a base de dados que possibilita um julgamento da transferibilidade dos utilizadores potenciais o que neste caso n o o pretendido e o objectivo da natureza deste estudo pois n o se pretende generalizar a possibilidade de transferibilidade pertence aos participantes do estudo Salienta se que o facto de n o generalizar n o significa que o estudo n o tenha implica es noutros contextos este pode fornecer informa es ao leitor e este pode aval
127. sivo das pessoas directamente implicadas no trabalho de investiga o Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Caso surja necessidade de outra informa o d vidas reclama o acerca deste trabalho os participantes dever o contactar as pessoas cujo os nomes e contactos se encontram atr s descritos Compreendi as explica es que me foram fornecidas sobre o trabalho de investiga o a ser realizado Foi me dada oportunidade para colocar as perguntas que julguei necess rias e considero ter obtido resposta satisfat ria a todas elas Data Assinatura do a Participante Eu abaixo assinado expliquei os objectivos m todos resultados esperados e consequ ncias poss veis do trabalho de investiga o em quest o e confirmei o seu correcto entendimento Data Assinatura do a entrevistador Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente AP NDICE II Gui o de entrevista semi estruturada aos doentes Gui o de entrevista aos doentes Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente INTRODU O 1 Explica o do trabalho que est a decorrer 2 Explicar como ir decorrer a entrevista objectivos o meu papel durante a mesma a estrutura a grava o dos dados O tratamento dos dados a confidencialidade 3 Pedi
128. stir uma correspond ncia entre epistemologia teoria e m todo o mesmo conceito descrito por Bogdan e Biklen 1994 52 como conjunto aberto de asser es conceitos ou proposi es logicamente relacionadas e que orientam o pensamento e a investiga o Ainda Kunh citado por Teixeira 2002 85 refere que paradigmas s o as realiza es cientificas universalmente reconhecidas que durante algum tempo fornecem problemas e solu es modelares para uma comunidade Na enfermagem fala se no Paradigma Hol stico da Enfermagem Contempor nea que valoriza uma abordagem hol stica o homem visto como ser activo integrado em interac o a pessoa vista como sistema aberto sempre em constante muta o devido s diferentes influencias que sofre Os profissionais de sa de mais concretamente os enfermeiros com os seus estudos desejam compreender claramente e dar sentido s experi ncia vivenciadas pelos seus clientes Devido a esta necessidade e complexidade dos fen menos humanos a estudar optamos pelo uso do m todo qualitativo Bogdan e Biklen 1994 47 referem que a investiga o qualitativa assenta em cinco Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente caracter sticas no entanto salvaguarda que estas podem n o estar todas presentes no estudo que passo a citar Na investiga o qualitativa a fonte directa dados o ambiente natural constituindo o investiga
129. to tempo os cuidados n o estavam interligados a nenhum of cio permaneceram ligados a mulher segundo Colli re 1999 40 ela d luz ela que tem o encargo de tomar conta de tudo o que mant m a vida quotidiana nos seus mais pequenos pormenores Watson 2002 2 refere se ao cuidar como estar em sintonia com os conflitos de outros indiv duos e com os danos que podem acontecer a uma pessoa ra a cultura ou civiliza o esta ainda faz refer ncia que este papel se torna cada vez mais dif cil uma vez que a enfermagem viv ncia uma poca de grande desenvolvimento t cnico e cientifico A mesma autora 2002 refere se ao cuidar como a ess ncia dos cuidados de enfermagem sendo este visto como uma ideia moral e onde est o inclu dos a ocasi o do cuidar real como a do cuidar transpessoal Estes fen menos s ocorrem quando existe uma verdadeira rela o enfermeiro doente Assim o cuidado surge como forma de ajudar a pessoa doente a obter o seu controlo a tornar se mais vers til e a ser respons vel por promover altera es no seu estado de sa de assim assiste se a uma enfermagem em desenvolvimento como ci ncia humana em que a pessoa o ponto de partida Watson 2002 Como poss vel verificar a autora d nfase base filos fica existencial fenomenol gica e espiritual do cuidar Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Watson 1979
130. todo o processo a mesma citada Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente por Bento 1997 47 refere que os cuidados de enfermagem exigem ser capazes de compreender a nossa pr pria conduta para poder ajudar os outros a identificar as necessidades percebidas e aplicar princ pios das rela es humanas aos problemas que surgem a todos os n veis O profissional tem como objectivo orientar o doente para que este encontre as solu es dos seus problemas esta orienta o desenvolve se ao longo de diversos encontros em que os m todos e princ pios utilizados se tornam mais eficientes Peplau 1952 citada por Tomey e Alligood 2004 426 faz refer ncia exist ncia de quatro fases no decorrer das rela es interpessoais orienta o identifica o explora o e solu o A autora defende que estas muitas vezes se sobrep em na realidade Orienta o numa primeira fase ambas s o pessoas estranhas a pessoa d a conhecer a necessidade sentida que pode n o corresponder necessidade real assim de grande import ncia que exista um trabalho conjunto para reconhecer esclarecer e definir o problema Nesta fase inicial a te rica defende que importante estar atenta reac o do doente pois esta influenciada por diferentes factores como cultura ra a religi o back ground educacional experi ncias anteriores e ideias pr concebidas Identifica o im
131. tos como o primeiro contacto que fundamental pois este condiciona os restantes contactos Com o passar do tempo muitos sentem se com pouca vontade de despender tempo para estes tipos de doentes 6 CONFIAN A Uma rela o de ajuda como esta que se estabelece entre enfermeiro e doente baseia se essencialmente na confian a necess rio que o doente sinta que pode confiar do enfermeiro pois s assim ir partilhar sentimentos preocupa es e emo es Transcri es referentes aos Doentes Os enfermeiros sao novos contigo j falo conhe o te mais tempo agora os mais novos n o consigo Ee contigo j falo pois conhe o te sil ncio agora com os mais novos n o consigo ED ja conhe o alguns enfermeiros algum tempo EB A confian a estabelece se ao longo dos v rios encontros quando encontram profissionais novos surgem constrangimentos assim estes recorrem aos seus elementos de confian a os que conhecem mais tempo 7 PLANIFICA O Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente uma decis o tomada em conjunto enfermeiro cliente para direccionar as interac es futuras e evitar sentimentos de frustra o por parte de ambos O enfermeiro deve em conjunto com o doente estabelecer os objectivos conhecer qual o projecto de sa de do doente e os seus reais interesses Podemos tamb m incluir a planifica o dos cuidados de enf
132. udan a Um caso de interve o num grupo de enfermeiras Lisboa Rei dos livros 1998 BELL Judith Como realizar um projecto de investiga o Um guia para a pesquisa em Ci ncias Sociais e Educa o Lisboa Gradiva 1997 594p ISBN 972 95399 87 BITTI P ZANI B A comunica o como um processo social Lisboa Editorial Estampa 2 ed 1997 296p ISBN 972 33 1236 0 BOGDAN R BIKLEN S Investiga o Qualitativa em Educa o Uma introdu o teoria e aos m todos Porto Porto Editora 1994 335 p ISBN 972 0 34112 2 BOGDAN R BIKLEN S Investiga o Qualitativa em Educa o Uma introdu o teoria e aos m todos Porto Porto Editora 2008 BORGES C FILHO H Alcoolismo e toxicodepend ncias Manual t cnico 2 Lisboa Guide Artes gr ficas 2004 ISBN 972 796 150 9 BRETON Philippe A Utopia da Comunica o Lisboa Instituto Piaget 19940 CAN RIO R Educa o de Adultos Um campo e uma problem tica Lisboa Educa 1999 ISBN 972 8036 21 83 151 Pgs CAPALBO Creusa Fenomenologia e Ci ncias Humanas em linha Editora Id ias e Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Letras 2008 em linha Consult 10 Jul 2009 Dispon vel em lt WWYW http Avww filoinfo bem vindo net filosofia modules articles article php id 12 gt CARMO H FERREIRA M Metodologia
133. uito magoadas manter a abstin ncia S o v rios os dom nios de actua o segundo Borges e Filho 2004 257 os dom nios individual familiar dos grupos de pares o escolar o comunit rio e institucional e do meio social assim dever existir um plano de articula o entre os cuidados de sa de prim rios e o Hospital Implica es para a investiga o Quando iniciamos esta investiga o ficou claro este foi um dos poss veis caminhos a percorrer tendo em conta que se trata de um trabalho qualitativo n o existe a grande preocupa o para generalizar resultados Consideramos assim que esta tem tica de grande import ncia necessita de ser muito explorada e existem tantas outras quest es de investiga o para se desvendar Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente 6 REFER NCIAS BIBLIOGR FICA American Psychiatric Association APA DSM IV Manual de Diagn stico e Estat stica das Perturba es Mentais 4 ed Lisboa Climepsi Editores 1996 American Psychiatric Association APA DSM IV Manual de Diagn stico e Estat stica das Perturba es Mentais 4 ed texto revisto Lisboa Climepsi Editores 2000 BARDIN Laurence An lise de conte do Lisboa Ed 70 1995 225p ISBN 972 44 0898 1 BASTOS M Da inten o de mudar m
134. uma enfermeira e uma pessoa doente E caracteriza se pelo facto de ambos os indiv duos verem o outro de forma estereotipada A mesma autora descreve um modelo de rela o pessoa a pessoa que representa a interac o entre enfermeiro e doente este medida que vai avan ando e salienta se que existem cinco etapas vai se caminhando para atingir uma rela o terap utica Assim as cinco etapas s o Primeiro encontro neste s o colhidas as primeiras impress es sem esquecer que ambos se v em de forma estereotipada Identidades em emerg ncia A enfermeira e o doentes v em se como seres nicos este o inicio de uma rela o Empatia existe uma capacidade de partilha de experi ncia a enfermeira desenvolve a capacidade de prever o comportamento do doente esta rela o facilitada se ambos tiveram experi ncias semelhantes e se houver desejo de compreender a outra pessoa Simpatia quando surge a simpatia a enfermeira encontra se envolvida mas esta n o compromete a vontade de auxiliar o doentes e aliviar o seu sofrimento Harmonia nesta etapa conseguiu se o alivio da ang stia do doente este demonstra confian a na enfermeira esta capaz de perceber a singularidade do ser humano e tem compet ncias para dar resposta aos problemas identificados Rela o enfermeiro doente alco lico e como a mesma perspectivada pelo doente Kim 1997 citada por Lop

Dissertao de mestrado em Cincias de Enfermagem Porto 2010

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