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UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e

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1. UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Realizado por Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Orientado por Prof 2 Doutora Argt 2 Maria J oao dos Reis Moreira Soares Constitui o do J uri Presidente Prof Doutor Arqt J oaquim J os Ferr o de Oliveira Braizinha Orientadora Prof Doutora Arqt Maria J odo dos Reis Moreira Soares Arguente Prof Doutor Argt Mario J odo Alves Chaves Disserta o aprovada em 30 de Julho de 2014 Lisboa 2014 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Lisboa Julho 2014 UNIVERSIDADE LUS ADA DE LISBOA Faculdade de Arquitectura e Artes Mestrado Integrado em Arquitectura A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Lisboa Julho 2014 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Disserta o apresentada Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa para a obten o do grau de Mestre em Arquitectura
2. Orientadora Prof Doutora Arqt 2 Maria Jo o dos Reis Moreira Soares Lisboa Julho 2014 Ficha T cnica Autora Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Orientadora Prof Doutora Arqt Maria Jo o dos Reis Moreira Soares T tulo A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Local Lisboa Ano 2014 Mediateca da Universidade Lus ada de Lisboa Cataloga o na Publica o ESTRADA Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o 1988 A versatilidade da corti a na arquitectura aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada orientado por Maria Jo o dos Reis Moreira Soares Lisboa s n 2014 Disserta o de Mestrado Integrado em Arquitectura Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lus ada de Lisboa SOARES Maria Jo o dos Reis Moreira 1964 LCSH Corti a Materiais de constru o Universidade Lus ada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Teses Teses Portugal Lisboa Cork Building materials Universidade Lusiada de Lisboa Faculdade de Arquitectura e Artes Dissertations Dissertations Academic Portugal Lisbon LCC 1 TA455 C6 E88 2014 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar quero agradecer aos meus pais e a minha irma por toda a paci ncia motiva o e incentivo que me deram durante estes vinte e cinco anos Ea toda a minha fam lia pelos valores e gosto pela corti a nome
3. Contudo nem sempre foi assim os bosques tinham pouco valor o que levava os propriet rios a fazer queimadas ou a cortar as rvores para utilizar a sua madeira pois era a madeira e os frutos que neste tempo valorizavam os montados sendo ainda desconhecidas as capacidades da corti a tal como a conhecemos hoje Sobreviveram no entanto alguns exemplares dos sobreiros rvores de porte majestoso vulgarmente chamadas de sobreiras e que s o as ascendentes da maioria do montado actual Gil 2005 p 20 Tamb m existem refer ncias corti a durante o reinado de D Pedro 1 onde em 1361 este pro be a extrac o de corti a e a colheita de lande Contudo tr s anos mais tarde em 1364 passa a permitir o uso da madeira de sobro e a extrac o da corti a Sexto rei de Portugal filho de D Afonso Ill e de D Beatriz de Castela e reinou de 1279 a 1325 O Lavrador Casa Real Portuguesa 2012 Terra onde n o se permite a ca a por estar reservada para o propriet rio Priberam 2012 8 Oitavo rei de Portugal filho de D Afonso IV e de D Beatriz de Castela Reinou de 1357 a 1367 O Justiceiro Casa Real Portuguesa 2012 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 25 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida para cobrir telhados de casas pocilgas e colmeias aproveitando uma das muitas caracter sticas da corti a Gil 2005 p 20 Com o passar do tempo a
4. O tijolo de vidro pretende segundo os arquitectos representar o mar atrav s da transpar ncia reflexos e brilho garantindo a entrada de luz enquanto se mant m a privacidade dependendo do vidro ser mais ou menos transl cido Este material utilizado em todo o piso t rreo quer seja para delimitar corredores como passadi os entre os volumes ou at mesmo como revestimento de algumas paredes que est o voltadas para o exterior do col gio Assim cria se uma rela o muito pr xima com o mar pois funciona com uma membrana que une os v rios edif cios do col gio assim como o mar une todos os continentes Anexo 2 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 95 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mk AMA i Ilustra o 56 Vidro a fazer a liga o dos volumes Ilustra o nossa 2014 Ilustra o 57 Reflexos Ilustra o nossa 2014 Por sua vez a corti a foi aplicada por ser um material 100 natural e portugu s que n o s serve de revestimento de parte do edif cio como tamb m serve de isolamento garantindo conforto nos espa os e segundo os arquitectos O conforto t rmico n o hoje em dia um luxo mas sim cada vez mais uma necessidade essencial Um ambiente interior confort vel sin nimo de um ambiente saud vel Mas tamb m sin nimo de bem estar e qualidade de vida que todos desejamos Anexo 2 um material de grande durabil
5. o de melhores pe as de corti a e com maior facilidade em extra las Este tipo ainda dividido em tr s fases distintas a primeira feita quando o sobreiro ainda pequeno eliminando pequenos ramos ao longo do tronco a segunda efectuada ap s a desb ia de modo a seleccionar quais os ramos que se v o tornar em pernadas robustas e abrir espa o na copa por fim e depois de se tirar a corti a secundeira s o eliminadas pernadas e ramos mais baixos Estas tr s etapas visam o melhor funcionamento da rvore relativamente sua alimenta o e recep o de luz indispens vel para a fotoss ntese assim como para uma maior produ o de corti a Gil 2005 p 60 A poda de manuten o feita a sobreiros adultos e como o pr prio nome indica visa manter a sa de da rvore assim como a frutifica o ou seja uma melhor produ o de frutos e flores Para tal corrigem se as extremidades cortam se os ramos secos ou 2 Extrac o da primeira corti a do sobreiro Priberam 2012 2 Corti a que o sobreiro d em segunda camada Infop dia 2014i Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 39 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida doente impedindo que estes prejudiquem a rvore assim como os pequenos ramos que se encontram muito juntos e entrela ados que dificultam a entrada de luz Gil 2005 p 60 Por fim quando come a a aparecer uma folhagem a
6. que permitem a regenera o do sobreiro em terrenos menos favor veis assim o sobreiro adapta se a uma gama bastante variada de tipos de solo exigindo apenas zonas onde as suas ra zes possam crescer vontade contudo esta rvore n o sobrevive bem a solos calc rios nem salinos Oliveira 1991 p 54 56 2 Ci ncia que estuda a distribui o das plantas investiga as exig ncias das mesmas para o seu desenvolvimento as possibilidades da sua localiza o nas diversas esta es da superf cie terrestre fInfop dia 20149 1 Cada um dos filamentos mais delgados em que terminam as ra zes Priberam 2012 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 35 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mesmo assim a rvore pode come ar a crescer sem a raiz estar firmada na terra pois alimenta se das reservas nutritivas que a pr pria bolota armazena Posteriormente e quando as ra zes j se encontram mais desenvolvidas os sais minerais e a gua que constituem a seiva bruta s o absorvidos da terra pelas rad culas j mencionadas em cima e s o transportados at as folhas Oliveira 1991 p 62 Esta rvore de crescimento lento demora entre 25 a 30 anos a ter um per metro suficientemente grande para se poder tirar a primeira corti a cerca de 0 70m a uma altura de 1 30m mas tem tamb m uma grande longevidade pode chegar at aos 250 300 anos embora s produza
7. Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 55 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 16 Tiragem da corti a manualmente Ilustra o Ilustra o 17 Tiragem da corti a atrav s de m quinas nossa Ilustra o nossa O gr o devidamente separado quanto poss vel de restos de madeira e entrecasco que possam ter ido agarrados corti a Estes restos tamb m v o ser utilizados para a produ o de biomassa alimentando as caldeiras que produzem o vapor de gua Neto 2012 p 14 Este vapor utilizado nos autoclaves que servem de moldes onde se efectua a expans o e aglutina o dos gr os atrav s da passagem de vapor a cerca de 350 C durante 20 minutos formando um bloco de corti a com cor castanha escura dando origem ao nome de aglomerado negro e compactado conforme a densidade que se deseja para o produto final Depois este bloco retirado cortado ao meio e leva um banho com gua a 100 C baixando a temperatura da corti a para esta nao arder por dentro ou seja autocombust o Neto 2012 p 15 Ilustra o 18 Corti a nos autoclaves Andr Carvalho Ilustra o 19 Blocos de corti a no banho Andr Carvalho 2010 Matos 2010 p 144 2010 Matos 2010 p 144 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 56 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Depois de estabilizado o
8. es dos dias de hoje um projecto que aposta na m xima simplicidade e funcionalidade dando resposta as necessidades de uma escola com muito espa o ao ar livre e muitas areas verdes onde a vertente educacional est ligada ao Mar sendo uma refer ncia simb lica do projecto pois define a nossa hist ria como pa s devido aos descobrimentos e porque nos une ao resto do mundo sendo a maneira mais sustent vel de globaliza o e a Sustentabilidade que vista como um crit rio indispens vel para um futuro vi vel onde se promove um estilo de vida respeitador do ambiente Anexo 2 Para respeitar estas duas ideias mar e sustentabilidade parte do projecto foi desenvolvido a pensar em dois materiais que de certa maneira simbolizam o mar e o sustent vel o tijolo de vidro e o aglomerado negro de corti a expandida respectivamente Para al m do vidro e da corti a as reas verdes tamb m s o muito importantes neste projecto Entram em sintonia com a quest o da sustentabilidade e est o por todo o Col gio nos p tios e nas coberturas dos passadi os 8 Atelier de arquitectura formado em 2005 por tr s associados Arg Gon alo B Rangel de Lima Arq Jorge Matos Alves e Arg Pedro Agrela Neto Ferreira Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 94 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 55 Tijolo de vidro e corti a Ilustra o nossa 2014
9. o 38 Entrada do hotel Dezeen 2012 reer rete eeeeneeeeeeeeeeteeee 74 Ilustra o 39 Vista para o p tio central Dezeen 2012 74 Ilustra o 40 Piso superior Adria Goula Villa Extramuros 75 Ilustra o 41 Contraste de cores Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural PROLOGTAD IY pcs 6 j Es PRM SER ROD e PIOR RS VERDE NR 80 Ilustra o 42 Rela o da corti a com o xisto Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 ssa usas ou eats Baie Wa ening ni ad 82 Ilustra o 43 A utiliza o da curva Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 a ieee e E Dina daechiael Rand ab Cf ede aa dns EEEE RETEA 84 Ilustra o 44 Rela o dos materiais naturais com as formas onduladas Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 85 Ilustra o 45 Rela o da Esta o com a envolvente Matos 2010 p 46 e 47 86 Ilustra o 46 Da pr existencia ao EBG Ventura Trindade Matos 2010 p 28 87 Ilustra o 47 P tio com cavalos Matos 2010 p 57 88 Ilustra o 48 P tio Ilustra o nossa 2014 a 88 Ilustra o 49 Situa o inicial Matos 2010 p 32 eter ee eeeeeneeeeeeee rete 89 Ilustra o 50 Situa o actual Matos 2010 p 32 89 Ilustra o 51 Esta o a levitar sobre a paisagem Matos 2010 p 56
10. Este engrossamento do tronco se for cortado torna se evidente sendo poss vel perceber o que a rvore cresceu em cada esta o Oliveira 1991 p 62 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 37 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Na primavera existe uma maior produ o de c lulas tanto do c mbio como do felog nio Estas s o grandes e com as paredes delgadas proporcionando uma cor clara ao lenho e corti a No Outono com a baixa de temperatura e secura dos solos devido ao ver o a rvore tem maior dificuldade em produzir seiva o que dificulta e por sua vez reduz a actividade fisiol gica Como consequ ncia s o formadas c lulas mais pequenas e com paredes mais grossas oferecendo uma cor bem mais escura ao lenho e corti a Assim sendo pode se perceber a diferencia o entre camadas assinalada por uma risca estreita e escura Por fim no Inverno a rvore entra em repouso e n o h qualquer forma o no tronco Oliveira 1991 p 62 Relativamente ao crescimento das folhas at Junho e mant m se activas durante o Outono e Inverno e persistem normalmente durante dois anos na altura da Primavera que come am a aparecer as primeiras flores e frutos A bolota ou lande vai maturar no Outono para cair no Inverno e come ar uma nova germina o que vai renovar naturalmente os montados Contudo o sobreiro s come a a ter fruto com 15
11. com a luz t o intensa do sol acaba por ter bastante visibilidade na paisagem que a envolve Ilustra o 51 Esta o a evitar sobre a paisagem Matos 2010 p 56 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 90 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida The shadow gives shape and life to the object in light Pallasmaa 2005 p 47 Assim h uma mistura de contrastes muito grande entre os materiais e a forma como reagem presen a um do outro bet o muito pesado e corti a muito leve que origina uma contradi o a quem observa o edif cio assim como no Armaz m Quinta do Portal referido anteriormente existe uma necessidade de explorar o edif cio percorrer os p tios descobrir os volumes e sentir a textura quente da corti a Esta contradi o real a a rela o corpo corti a que est muito presente e desperta curiosidade em perceber qual o material que suporta o pesado bet o e que ao longe parece que n o existe Com tudo isto o edif cio entra em perfeita sintonia com o Alentejo enquadrando se na envolvente dos montados quase como uma met fora paisagem que o envolve onde ainda brinca com os nossos sentidos e imagina o Ilustra o 52 Planta piso t rreo Matos 2010 p 35 46 A sombra d forma e vida ao objecto em luz Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o
12. es do programa Come ou se por redesenhar estes volumes Em alguns momentos estes foram reduzidos ou divididos para se transformarem em acessos ou espa os onde n o h necessidade de tanta rea Como podemos observar nas ilustra es 49 e 50 o volume C foi dividido em dois transformando a restante rea num p tio coberto com pavimento de madeira reciclada de vias de caminho de ferro abandonadas protegido do sol onde os animais podem circular vontade O corpo A onde se encontra o laborat rio a zona de trabalho de f cil acesso enquanto a resid ncia fica no corpo B o volume mais afastado e mais protegido pela topografia e pelos p tios ficando assim mais abrigado de ru dos e do pr prio tempo Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 88 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 49 Situa o inicial Matos 2010 p 32 Ilustra o 50 Situa o actual Matos 2010 p 32 O corpo maior onde se inscreve a rea expositiva e p blica descola do terreno e espreita a vista impulsionado pela ondula o do relevo abrigando debaixo de uma extensa sombra num alpendre voltado para o grande p tio Matos 2010 p 29 Estes edif cios s o completamente revestidos a corti a Corti a essa que foi tratada com um verniz para deste modo n o perder a sua cor castanha com os raios do sol visto que umas partes acabam apanhar bastante luz directa
13. gida Arquitectos Lisboa Uzina Books OLIVEIRA Manuel Alves de OLIVEIRA Leonel de 1991 A Corti a Grupo Amorim PALLASMAA Juhani 2005 The Eyes of the Skin Architecture and the Senses Australia Wiley amp sons PRIBERAM INFORM TICA 2012 Coutada In PRIBERAM INFORM TICA Dicion rio Priberam da L ngua Portuguesa Em linha Lisboa Priberam Inform tica Consult 30 Out 2013 Dispon vel em WWW lt http www priberam pt dlpo coutada gt PRIBERAM INFORMATICA 2012 Desb ia In PRIBERAM INFORM TICA Dicion rio Priberam da L ngua Portuguesa Em linha Lisboa Priberam Inform tica Consult 30 Out 2013 Disponivel em WWW lt http www priberam pt DLPO desb amp C3 B3ia gt PRIBERAM INFORM TICA 2012 Radicula In PRIBERAM INFORMATICA Dicionario Priberam da Lingua Portuguesa Em linha Lisboa Priberam Informatica Consult 30 Out 2013 Dispon vel em WWW lt http www priberam pt dlpo rad C3 ADcula gt PUBLICO 2011 Pr mio de Arquitectura do Douro para projecto de Siza na Quinta do Portal In Publico fugas noticias Em linha Lisboa Publico 19 Abril 2011 Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http fugas publico pt Noticias 282865 premio de arquitectura do douro para projecto de siza na quinta do portal gt P BLICO 2014 Armaz m da Quinta do Portal desenhado por Siza conquista scar do vinho In P blico fug
14. solta do volume principal e avan a at aos limites do lote criando um p tio exterior delimitado por paredes de corti a Anexo 1 Deste modo dentro do conceito do tema os arquitectos decidiram revestir grande parte do pavilh o com aglomerado negro de corti a para assim dar a conhecer um material 100 natural e portugu s que se enquadrava perfeitamente no tema da feira tendo sempre em aten o o impacto ecol gico que este edif cio poderia ter 9 Alvaro Joaquim de Melo Siza Vieira nasceu em Matosinhos em 1933 Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955 sendo a sua primeira obra constru da em 1954 Ensinou na ESBAP entre 1966 e 1969 e na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto entre 1976 e 2008 Foi Professor Visitante na Escola Polit cnica de Lausanne na Universidade da Pensilv nia na Escola de Los Andes em Bogot na Graduate School of Design of Harvard University como Kenzo Tange Visiting Professor Exerce a profiss o na cidade do Porto Foi galardoado com o Pr mio Pritzker de Arquitectura em 1992 Foi galardoado com a Royal Gold Medal atribu da pelo Royal Institute of British Architects e entregue pela Rainha Elizabeth II em 2009 Foi galardoado pela Universidade T cnica de Lisboa com o grau de Honoris Causa em 2010 Em 2011 foi lhe entregue o Pr mio de Arquitectura do Douro pelo projecto do Armaz m de Est gio e Envelhecimento de Vinhos da Quinta do Portal Quinta
15. 20 anos e s aos 30 ou 40 anos que come a a ter interesse econ mico A bolota utilizada maioritariamente para alimentar gado su no no regime da engorda ao ar livre Oliveira 1991 p 62 Para garantir a qualidade dos sobreiros e manter o seu crescimento de modo a que seja mais rent vel a sua produ o de corti a estas rvores s o sujeitas a uma opera o cultural relativamente importante a poda tamb m designada de esgalha arreia ou limpeza dos ares Gil 2005 p 54 2 a elimina o selectiva Com diferentes finalidades de ramos de rvores Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 38 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida v J Vains Sead bee Ilustra o 5 Sobreiro sem poda Ilustra o nossa 2013 Ilustra o 6 Sobreiro depois da poda Ilustra o nossa 2013 Esta pode dividir se em tr s tipos que diferem consoante a idade ou sa de da rvore s o eles poda de forma o poda de manuten o e poda de rejuvenescimento Gil 2005 p 60 A poda de forma o feita quando o sobreiro ainda se encontra em crescimento de modo a garantir um tronco liso e grande normalmente chegando aos tr s metros de altura depois orienta se o crescimento das pernadas para que sejam robustas eliminando os pequenos ramos que apenas gastam energia Gil 2005 p 60 Com esta poda garante se uma rvore com um bom porte favorecendo a obten
16. 288 a C Infop dia 2014c 5 Caio Pl nio Segundo em latim Gaius Plinius Secundus conhecido tamb m como Pl nio o Velho foi um naturalista romano Infop dia 2014d Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 24 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida PORTUGAL S CULO XIII A S CULO XVIII Em Portugal foram elaboradas as primeiras leis agr rias que protegem os montados de sobro mais precisamente no ano de 1209 em Costumes e Foros de Castelo Rodrigo que multavam quem sacudir arcina ou alcornoque e severas penas a quem talar ou arrancar os arvoredos Estas leis s o quase t o antigas como a funda o da nossa na o Natividade 1950 p 39 No reinado de D Dinis come am a surgir algumas refer ncias corti a Uma carta escrita pelo pr prio rei e datada de 1292 pro be o corte de sobreiros em Alc ovas ainda no final do s culo XIII que s o criadas coutadas onde s o determinadas regras de protec o de sobreiros punindo queimadas cortes de rvores ou qualquer ac o que destrua o ecossistema existente sendo compensados aqueles que protegessem os sobreiros Gil 2005 p 20 Noutra carta esta com data de 1320 faz se a primeira refer ncia extrac o de corti a e o rei alude aos montados de sobro do Campo de Ourique onde estabelece normas que constituem j um verdadeiro c digo suber cola do s culo XIV Gil 2005 p 20
17. ACESSO 60m Too Mafalda Maria Vieira Matutino Falcao Estrada 125 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida a amp O c ia o S e a na o 7 E e q ay eel ci Fe Sai 47 r i HE esmero re La a _ L a Ne meo L ao L E 8 i ND PAVIMENTO PEnona prece UIP To FS E Q MM uues em serio r u a erro DE FUTEBOL RELVANTAEA A mm iro ronoesronmo rafretro S RA iii E R gt a x o iG J a cb PEN 4 1 a Espana se j 7 Decne a R E PASSEIO HER IS DOMAR G qqr 4 E T u E lL E e 2 2 oO 4 y 2 EN A 5 4 m oO 3 4 4 4 B i SATO GN nl Ilustra o 66 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 126 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida IMAGEM TRIDIMENSI
18. N qr m a a A Ino E e Ilustra o 46 Da pr existencia ao EBG Ventura Trindade Matos 2010 p 28 A Rede Natura 2000 uma rede ecol gica para o espa o comunit rio da Uni o Europeia resultante da aplica o da Diretiva 79 409 CEE do Conselho de 2 de Abril de 1979 Diretiva Aves revogada pela Diretiva 2009 147 CE de 30 de Novembro e da Diretiva 92 43 CEE Diretiva Habitats que tem como finalidade assegurar a conserva o a longo prazo das esp cies e dos habitats mais amea ados da Europa contribuindo para parar a perda de biodiversidade Constitui o principal instrumento para a conserva o da natureza na Uni o Europeia Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 87 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Para perceber como que o novo espa o ia funcionar o arquitecto Ventura Trindade foi procurar inspira o a refer ncias arquitect nicas mediterr neas como a villa Romana que se organiza volta do impluvium os p tios rabes com condu o e armazenamento de guas pluviais e por fim os nossos montes alentejanos com a sua estrutura e organiza o Matos 2010 p 57 Ilustra o 47 P tio com cavalos Matos 2010 p 57 Ilustra o 48 P tio Ilustra o nossa 2014 Deste modo come ou se por desenvolver os tr s volumes j existentes adaptando os as necessidades dos dias de hoje respondendo tamb m s quest
19. Porta com corti a Convento dos Capuchos Ilustra o nossa 2014 65 Ilustra o 23 Corti a no tecto Convento dos Capuchos Chiebao 2011 p 44 65 Ilustra o 24 Chal Condessa D Edla Ilustra o nossa 2014 66 Ilustra o 25 Porta do chal decorada com corti a Ilustra o nossa 2014 66 Ilustra o 26 Antiga decora o do quarto do Rei Ilustra o nossa 2014 66 Ilustra o 27 Planta piso t rreo Pavilh o Centro de Portugal Anexo 1 Souto Moura Arquitectos 2014 uia suiess ssa li gel ep beceedvaabiiind sade teased pia saem Sea usb ande aaRacaniau o 68 Ilustra o 28 Corkhouse Arquitectos An nimos 69 Ilustra o 29 Modelo Barbini Arquitectos 70 Ilustra o 30 Interior Barbini Arquitectos l a 70 Ilustra o 31 Eco cabana Barbini Arquitectos tere eeeeeneeeeeeeeeeeteeee 70 Ilustra o 32 Vista da estrada Neves 2012 p 12 71 Ilustra o 33 Relevo da corti a Ilustra o nossa 2014 ceecssesstteeeeeeeeeeeeees 72 Ilustra o 34 Contraste entre o branco e a corti a Ilustra o nossa 2014 72 Ilustra o 35 Adega Ilustra o nossa 2014 sites 72 Ilustra o 36 Hotel Penhas Douradas durante o Inverno 73 Ilustra o 37 Hotel Penhas Douradas Ilustra o nossa 73 Ilustra
20. Porto Infop dia Consult 20 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt d joao de castro gt INFOP DIA 2014h Fitogeografia In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 17 Abr 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt pesquisa global fitogeografia gt INFOP DIA 20149 Gerona In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 20 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt gerona gt Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 103 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida INFOP DIA 2014b Mar Tirreno In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 20 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt mar tirreno jsessionid lYiPLbVDKOYUskVYm3G7bQ gt INFOP DIA 2014d Pl nio In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 20 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http Awww infopedia pt plinio 2 gt INFOP DIA 2014i Secundeira In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 20 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt pesquisa global secundeira gt INFOP DIA 2014c
21. RR EE ES 17 2 EA 0 02 REM DRE OEE EO ANDES ARE NR BEE Os E PRE NR PR PCO E E E 21 2 1 Enquadramento NISL TICO as sssasaquarsieaesaradamuesmuie ceaasad teed sreetenatadeceetpeacmeentebeca 22 2 2 O SObreIr EO MONTADO star Ananote ened Gale Ane URU US UA Due gal 35 2 3 A corti a e as suas aplica es eae aearaaareraanaa 46 3 Aglomerado Negro de corti a expandida na arquitectura 55 SA ORIG ADDRESS RSRS DN EMPIRE E SRP Sagan te 55 3 2 Aplica es Isolamento e revestimento erre 58 3 3 Enquadramento hist rico de obras em Portugal ccceeeeceeeeeeeeeeeeeeeeeees 64 4 A rela o da corti a com a Arquitectura e o fruidor Tr s casos de estudo 77 4 1 Adega Quinta do Portal Sabrosa 2008 lvaro Siza Vieira 79 4 2 EBG Esta o Biol gica do Garducho Mour o 2008 Ventura Trindade ArqU IEC OS eos qu o a o car Ses da ad aa on dd doa a aaa de Rad e a a O a o e con da 86 4 3 Col gio Pedro Arrupe Lisboa 2009 GJP Arquitectos 93 BE CONCISE alema rasa ins RI ISLAS SIRI a aa gn 99 Referencias rasas ai as di SS tae ett a E Sa 101 Bibliogratia ROS RR RR ERR taht oe ERROR dela APR PRN E E RR RR RR 107 Eistaide AME XOS casado vis Era Los GA Dean ea OR Rd DR RD OR RA De RR 111 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 1 INTRODU O rvore sempre verde e que sempre rende ela nos d
22. a corti a parece um material muito leve e gra as transpar ncia do vidro esta parece estar a flutuar como se todo o edif cio estivesse elevado pois sendo o vidro um material fr gil s pode suportar outro que tamb m o seja Mas medida que nos aproximamos a corti a come a a ganhar peso pela mesma raz o da transpar ncia delicadeza e fragilidade do vidro em contraste com a cor escura da corti a e com a textura rugosa que ela tem Esta aplica o dos materiais cria uma rela o entre o fruidor e a corti a meramente visual N o lhe pode tocar n o pode sentir a sua textura aveludada e quente tem que conseguir perceber apenas atrav s dos olhos como que este material se comporta e a sua import ncia Tamb m aqui podemos perceber a diferen a que existe perante os outros dois projectos onde o fruidor podia tocar na corti a sentia essa curiosidade e atrav s do tacto conseguia tomar consci ncia do que realmente os projectos s o feitos Ilustra o 58 Rela o vidro corti a Ilustra o nossa 2014 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 97 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida A corti a ainda aplicada neste projecto de modo a criar uma atmosfera mais acolhedora e tranquila para quem frequenta o Col gio ajudando a reduzir os ru dos habituais de uma escola ou at mesmo da envolvente movimentada The most essential auditory exper
23. a solos arenosos e um pouco ingratos onde outras esp cies n o conseguem vegetar devido baixa quantidade de calc rio azoto cido fosf rico e cal mas ricos em pot ssio N o s o compar veis aos t picos solos florestais mas n o deixam de ser uma mais valia para o crescimento desta esp cie t o especial Gil 2005 p 43 A altitude a temperatura e a pluviosidade s o factores climat ricos que ajudam ao desenvolvimento desta esp cie mas segundo Lu s Gil 2005 p 44 os montados mant m a sua boa condi o em zonas onde a precipita o m dia anual chega a 2 Montado de sobro s o os povoamentos em que o sobreiro a esp cie arb rea dominante independentemente de haver ou n o cultura sob coberto agr cola pastagem ou mato Mestre 2006 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 44 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2000mm ou a valores mais baixos como 400mm O mesmo acontece com a temperatura supostamente esta esp cie aguenta at 5 C mas h registos de ter sobrevivido a temperaturas de 20 C em Espanha Gil 2005 p 44 Todas estas caracter sticas ajudam a transformar aquilo a que chamamos montado um conjunto de sobreiros rodeados de um ecossistema particular com um habitat excepcional para uma gama enorme de esp cies animais e vegetais V rios estudos mostram que nos povoamentos de sobro podemos encontrar cerca de 140 esp cies de pl
24. a solu o que o arquitecto decide utilizar O isolamento de fachadas pode ser aplicado Tanto em novas constru es como em reconstru es de forma a controlar melhor as trocas de energia entre o interior e o exterior ajuda a reduzir as pontes t rmicas e como j foi referido n o necess rio utilizar uma espessura muito grande de corti a para ter os efeitos desejados logo a espessura das paredes tamb m menor A utiliza o da corti a vai ainda ajudar a diminuir os riscos de condensa es dentro das paredes pois deixa todo o edif cio respirar Isocor 2014 Esta aplica o pode ser feita de diversas formas como por exemplo sistema ETICS capoto fachada ventilada revestimento entre outras solu es Isocor 2014 Por sua vez o isolamento de paredes proporciona um ptimo isolamento t rmico como uma grande longevidade e neste tipo de aplica o vai tamb m servir como isolamento ac stico protegendo o interior do edif cio dos ru dos exteriores Esta solu o tamb m pode ter v rias aplica es como isolamento de paredes exteriores com caixa de ar e isolamento de paredes interiores em alvenaria ou gesso cartonado Isocor 2014 Para al m destas duas aplica es referidas em cima o ICB pode ainda ser aplicado em coberturas quer planas sistema tradicional como inclinadas No caso da cobertura tradicional e segundo o site da Isocor o isolamento serve de suporte impermeabiliza o mas
25. alcan ado o funcionamento normal pode se proceder a outra actividade o descorti amento ou despela que consiste como o nome indica em retirar a corti a da rvore Oliveira 1991 p 92 Esta actividade feita na fase mais activa do per odo vegetativo o que corresponde poca de maior calor entre in cios de Junho e fins de Agosto Estes tr s meses s o a altura ideal para retirar a corti a pois como o sobreiro se encontra activo na produ o de novas c lulas mais f cil separar a corti a do entrecasco atrav s do rasgamento Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 40 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida das c lulas rec m formadas do felog nio ou da pr pria corti a assim menor o risco de magoar a rvore Fortes 2004 p 13 O descorti amento feito manualmente com a ajuda de um machado atrav s de golpes sucessivos ao longo de linhas verticais e horizontais de forma a retirar pranchas de corti a rectangulares O machado que utilizado n o serve s para cortar a corti a mas serve tamb m de alavanca para ajudar a descolar a prancha da rvore Fortes 2004 p 15 Ilustra o 7 Descortigamento Oliveira 1991 p 94 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 41 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida necess ria uma grande per cia para fazer este trabalho Tem q
26. articula nas suas m ltiplas val ncias e objectivos repartindo se pela investiga o e educa o pela promo o do riqu ssimo patrim nio natural e cultural da regi o onde se insere Matos 2010 p 11 A Esta o Biol gica do Garducho EBG foi projectada pelo arquitecto Jo o Maria Ventura Trindade para o CEAI Centro de Estudos da Avifauna Ib rica Encontra se na zona de Mour o muito perto da linha de fronteira entre Portugal e Espanha num t pico monte alentejano onde a sua suave tipografia coloca os tr s edif cios existentes que pertenciam a um posto da Guarda fiscal numa posi o estrat gica de controlo para se observar com aten o tudo o que se encontra volta Ganhou o Pr mio FAD 2009 o mais importante galard o da arquitectura Ib rica atribu do pela funda o Arquinfad Barcelona Matos 2010 p 182 42 Arquitecto pela ESBAL FAUTL 1995 Entre 1993 a 2002 colaborou no atelier de Jo o Lu s Carrilho da Gra a Professor na Faculdade de Arquiteciura da Universidade Lus ada de Lisboa desde 1998 e na Universidade de Evora desde 2009 Consultor do Minist rio do Ambiente e ParqueExpo para gest o dos Projectos de Refer ncia do Programa Polis entre 2003 e 2004 Inicia actividade em atelier pr prio em 2004 Recebeu pr mio FAD Arquitectura 2009 Barcelona com o projecto Esta o Biol gica do Garducho que foi tamb m finalista dos pr mios AR Awards 2009 atribu dos em Londres no Ro
27. as outras actividades Este o princ pio da utiliza o industrial da corti a Gil 2005 p 27 As rolhas nem sempre foram como as conhecemos antigamente eram cortadas com uma faca n o era necess rio mais pois o rigor dos gargalos das garrafas tamb m era pouco Era um processo r pido sem grande t cnica o que permitia que fossem feitas tr s rolhas por minuto As rolhas sempre foram o produto de elei o desde a antiguidade para vedar o vinho pois ajudam a manter a boa qualidade do produto mesmo durante 100 anos ou mais Um exemplo disso o de um navio que se afundou no Canal da Mancha em 1825 e que foi encontrado 150 anos mais tarde Este navio transportava entre outras coisas garrafas da cerveja Flag Porter muito conhecida no tempo da Rainha Vit ria que estavam vedadas com corti a deixando o seu conte do inalterado durante 150 anos sendo assim poss vel gra as s garrafas encontradas reproduzir a cerveja daquela poca Gil 2005 p 27 Confrontados por diferen as de opini es entre os v rios reis e propriet rios das coutadas entre manter os montados ou utilizar os terrenos para agricultura e pecu ria foi inevit vel o desaparecimento de grande parte dos montados sendo bastante vis vel a diferen a entre a rea que os montados ocupavam na Idade M dia e a que ocupam no s culo XVIII Gil 2005 p 22 ainda no s culo XVIII que come am a explorar o montado nas suas diversas vertentes aproveita
28. as paredes respirarem sendo perme vel ao vapor de gua impedindo que se formem condensa es Esta caracter stica difere muito dos materiais sint ticos utilizados para isolamento oferecendo ao ar interior a classifica o A Roseta 2014 p 34 Uma das caracter sticas mais significantes deste material o facto de como j foi referido ser 100 natural com uma baixa quantidade de energia gasta na sua produ o visto que a biomassa de auto produ o utilizada produz cerca de 95 da energia necess ria para o funcionamento das m quinas o que torna o material num produto sustent vel Roseta 2014 p 18 Nos dias de hoje a preocupa o com o meio ambiente cada vez maior s o feitas altera es nas leis assim como novos protocolos que salvaguardam o ambiente tendo em aten o o consumo excessivo de energia motivando tamb m a constru o sustent vel Neto 2012 p 24 Com estes esfor os tem se como objectivo a redu o do consumo dos combust veis fosseis promovendo a efici ncia energ tica atrav s de energias renov veis Um dos sectores que mais consome energia o da constru o sendo ent o de extrema import ncia utilizar materiais naturais com boas caracter sticas isolantes que se possam reciclar e que minimizem ao m ximo a pegada ecol gica Neto 2012 p 24 A corti a re ne todas estas caracter sticas Como um material vegetal ao realizar a fotoss ntese fixa CO2 e como o aglome
29. com 267709 villa extramuros vora arquitectura gt GREAT WINE CAPITALS 2013 Best of wine tourism In Quinta do Portal Great Wine Capitals Global Network Em Linha Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http greatwinecapitals com pt pt best of porto quinta do portal gt GREEN SAVERS 2013 Penhas Douradas O hotel ecol gico que surgiu das ru nas de um sanat rio centen rio Green Savers Em linha 26 Novembro 2013 Consult 20 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http greensavers sapo pt 2013 11 26 penhas douradas o hotel ecologico que surgiu das ruinas de um sanatorio centenario com video gt HOLANDA Marina de 2012 Hotel Villa Extramuros Vora Arquitectura In Archdaily Em linha 01 Junho 2012 Consult 24 Margo 2014 Disponivel em WWW lt URL http www archdaily com br br 01 51793 hotel villa extramuros vora arquitectura gt INFOESCOLA Per odo Terci rio In INFOESCOLA Navegando e Aprendendo Em linha Consult 30 Out 2013 Disponivel em WWW lt URL http Awww infoescola com geografia periodo terciario gt INFOP DIA 20146 Afonso de Albuquerque In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 03 Jan 2014 Dispon vel em WWW lt URL http Avww infopedia pt afonso de albuquerque gt INFOP DIA 2014 D Jo o De Castro In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha
30. corti a foi ganhando alguma relev ncia para a economia nacional Come ou a surgir como artigo exportado para o Reino Unido e Flandres e foi no reinado de D Fernando em 1438 que mercadores portugueses referiram ao Duque de Borgonha que o com rcio de corti a com a Flandres j era muito antigo e tinha como costume ser vendido a bordo dos navios para que os marinheiros n o tivessem de a carregar Em 1456 j no reinado de D Afonso V foi concedido a um mercador estrangeiro de Bruges o monop lio da exporta o da corti a nacional privil gio este que n o foi bem aceite por comerciantes portugueses Gil 2005 p 21 D Jo o II posteriormente editou uma carta sobre o direito dos agricultores e mercadores comercializarem livremente a corti a em todos os lugares n o coutados contudo o corte de sobreiros voltava a ser proibido Gil 2005 p 21 No in cio dos descobrimentos no s culo XVI come ou a existir uma grande desarboriza o devido constru o naval A madeira dos sobreiros era utilizada para o fabrico das partes de liga o mais expostas s intemp ries era muito resistente e n o apodrecia Para a constru o de cada nau era necess ria madeira de duas mil a quatro mil rvores Visto que para a conquista de Ceuta partiram duzentos navios para o Brasil trezentos e para a ndia cerca de setecentos pode se perceber a enorme quantidade de rvores que tiveram que ser abatidas para este processo ser vi ve
31. corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida BIBLIOGRAFIA ANTONIO Nuno Cruz s d O Montado de sobro e os seus produtos In Naturlink Em linha Lisboa Naturlink Consult 18 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http naturlink sapo pt Natureza e Ambiente Agricultura e Floresta content O Montado de Sobro e os seus produtos bl 1 gt BELO Ana Margarida et al 2003 O sector corticeiro em Portugal Aplica es recentes Coimbra s n GIL Lu s 2012 A corti a e o sequestro de carbono LNEG Investiga o para a Sustentabilidade Em linha Lisboa LNEG 11 Janeiro 2012 Consult 21Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL www lneg pt divulgacao noticias tecnicocientificas 34 gt GUEDES Miguel P 2009 Constru o com Corti a In Arquitectura e Sustentabilidade Em linha Consult 21 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL www arquitecturaesustentabilidade com material php id 9 gt HOLL Steven PALLASMAA Juhani P REZ G MEZ Alberto 2006 Questions of Perception Phenomenology of Architecture San Francisco William Stout Publishers MARQUES Alexandra Fonseca s d Evolu o hist rica da industria corticeira Naturlink Em linha Consult 31 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL http naturlink sapo pt Natureza e Ambiente Agricultura e Floresta content Evolucao historica da industria corticeira viewall true amp print true gt MARQUES Jos da Cos
32. corti a pode ter em diversas reas No segundo cap tulo e depois de ter sido feita uma an lise geral mat ria prima o estudo foi limitado ao aglomerado negro de corti a expandida Assim come ou se por estudar a sua produ o como sustent vel e 95 autossuficiente para de seguida analisarmos as v rias aplica es que se podem fazer com esta vertente da corti a Finalizou se o cap tulo com uma an lise de diversas obras feitas em territ rio Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 18 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida portugu s para dar a conhecer esta aplica o t o pouco explorada antes de se descrever com maior detalhe as obras selecionadas para os casos de estudo Por fim no terceiro cap tulo foi reunida a informa o recolhida ao longo do estudo para assim se conseguir fazer uma an lise mais minuciosa das tr s obras eleitas para os casos de estudo Estes tr s projectos t m caracter sticas muito diferentes como a paisagem onde se inserem e a sua funcionalidade o que permite que se fa a uma an lise mais abrangente e diversificada da corti a como elemento chave em conjunto com outros materiais transformando a atmosfera arquitect nica presente em cada edif cio Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 19 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vi
33. covered with limestone in low relief letters with the word Portugal The peripherical bands will be covered with gravel Porto May 20th 1999 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 116 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 60 Planta piso t rreo Souto Moura Arquitectos 117 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida EEE p qe 1 1 or T ii ii i it l rm L Ilustra o 61 Planta primeiro piso Souto Moura Arquitectos 118 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 62 Cortes Sout
34. culturais Anexo 1 A utiliza o da tela sint tica na cobertura como j foi referido em cima permite que a luz entre para o pavilh o relembrando o mar portugu s Chiebao 2011 p 58 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 68 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida CORKHOUSE ESPOSENDE 2007 A Corkhouse um projecto da autoria dos Arquitectos An nimos com a colabora o de Paulo Teod sio situado em Esposende Esta obra ficou conclu da em 2007 sendo considerada a primeira habita o pelo menos em Portugal a utilizar a corti a vista como forma de acabamento Segundo os arquitectos este projecto teve um processo de evolu o diferente do habitual visto que o cliente estabeleceu um or amento bastante reduzido um projecto Low Cost onde a privacidade seria a ideia principal Deste modo os arquitectos procuraram a solu o ideal para tal desafio Com o or amento baixo apareceu a necessidade de apostar em materiais nacionais e se poss vel recicl veis evitando grandes custos de transportes Assim surgiu a ideia de utilizar corti a natural recicl vel e 100 portuguesa Ilustra o 28 Corkhouse Arquitectos An nimos Neste projecto a corti a utilizada em conjunto com os pain is de metal perfurado como uma camada protectora que ajuda a transformar a Corkhouse numa casa forte afastada dos vizinhos mas sem causar nenhu
35. em paredes de alvenaria ou de bet o n o necess rio utilizar espessuras muito grandes para se conseguir um conforto t rmico ideal Logo baixa se bastante o custo da obra 2 Este mecanismo de transmiss o de calor tem base de transfer ncia de energia cin tica a n vel molecular em s lidos l quidos e gases Nos l quidos e s lidos n o condutores el ctricos a condu o t rmica d se devido s oscila es longitudinais da estrutura O fluxo de calor sempre na direc o da redu o da temperatura Silva 2006 p 35 2 Fluxo de calor que passa na unidade de tempo atrav s da unidade de rea de uma parede com espessura unit ria e dimens es suficientemente grandes para que fique eliminada a influencia de contorno quando se estabelece entre os par metros dessa parede uma diferen a de temperatura unit ria Chiebao 2011 p 31 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 60 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida garantindo tamb m que o isolamento funciona assim como deixa as paredes respirarem e corrige as pontes t rmicas da constru o Roseta 2014 p 20 Este material pode ser aplicado em tr s categorias diferentes fachadas paredes e coberturas cada uma delas com v rias solu es Isocor 2014 Relativamente ao isolamento de fachadas e paredes as vantagens acabam por ser semelhantes divergindo apenas em alguns pontos conforme
36. enquanto outras est o protegidas pela nova estrutura o que iria causar uma grande varia o de tonalidades Este material foi escolhido pelo CEAI que por ser uma organiza o ambiental decidiu que o mais adequado era utilizar materiais naturais e recicl veis O arquitecto concordou com a escolha e percebeu que a corti a um material inteligente pois n o s iria servir de isolamento para todo o edif cio mas tamb m iria ser aplicado como revestimento de parte da esta o No entanto s foi poss vel utilizar a corti a devido ao apoio prestado pela empresa produtora de aglomerado negro de corti a expandida a Sofalca que decidiu colaborar neste projecto Com a utiliza o da corti a a esta o fica em sintonia com a paisagem que a envolve e ajuda a manter uma temperatura amena num monte alentejano onde as condi es climat ricas s o um pouco adversas Por cima destes tr s volumes foi projectada uma nova estrutura em bet o rebocada e pintada de branco que forma uma s rie de p tios associados aos volumes assentes no ch o onde a sombra vai estar sempre presente neste volume que se encontra o resto do programa que obrigou a que o edif cio fosse elevado assim como um conjunto de p tios que nos d o a oportunidade de desfrutar da paisagem de um 45 A Sofalca uma empresa portuguesa que pertence ao Grupo Estrada SGPS Foi fundada em 1966 e encontra se sediada em Abrantes produzindo Aglomerado Negro de
37. o Estrada 52 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Desporto bases para volantes de badmington bolas h quei golfe cr quete basebol revestimento de raquetes de t nis de mesa apitos e alvos para setas Ambiente recolha de petr leo derramado Outros aeron utica espacial e militar explosivos Gil 1998 p 195 Para al m das aplica es referidas em cima come am a surgir inova es que aparecem consoante as necessidades do Homem aproveitando as novas tecnologias e materiais que j existem s o elas Cork Gel usado como fita para guiadores de bicicletas handlebar grips pois muito aderente e absorve o choque e impacto confort vel e resistente ao calor e gua RubberCork ou CorkKrubber a mistura de granulado de corti a com borracha natural ou sint tica muito utilizado em juntas revestimento de pavimentos e isolamento vibr tico Corti a com Tetrapak como o nome indica a mistura de corti a com res duos de embalagens cartonadas para alimentos para revestimentos pavimentos e anti vibr ticos La de corti a utilizado em diversas embalagens como no enchimento de colch es N o t xico recupera a forma depois de ser comprimida leve e imperme vel Pain is r gidos pe as r gidas para divis rias amov veis paneis de portas e mobili rio Granulados de limpeza utilizados os desperd cios da tritu
38. o carv o na limpeza a bolota para a alimenta o do porco ela se despela para nos dar periodicamente essa maravilha de infinitas aplica es a que se chama corti a Almeida Garrett 1946 p 37 Nos dias de hoje existe uma grande preocupa o em preservar o meio ambiente em apostar em energias renov veis em materiais reciclados tudo para n o prejudicar o nosso planeta Dentro deste contexto tem surgido recentemente um enorme interesse pela corti a pelas in meras funcionalidades que permitem que seja aplicada em v rias reas como a arquitectura o design e a constru o Aproveita se assim a sua versatilidade e capacidade em se adaptar s nossas necessidades ao facto de ser um produto 100 natural que se renova de nove em nove anos e que pode facilmente ser renovado e 100 portugu s ajudando na economia do nosso pa s pois somos l deres mundiais na sua produ o Relativamente arquitectura a corti a pode ser aplicada de diversos modos Pode estar ligada a quest es de constru o civil onde se aposta na capacidade que este material tem em funcionar como isolamento ou pode estar associada a quest es mais profundas da arquitectura e consequentemente projectuais apostando se no seu valor como elemento de composi o formal alterando a atmosfera dos edif cios e elemento de exalta o sensorial ajudando a despertar os v rios sentidos no fruidor audi o olfacto tacto e vis o atrav s da
39. o sobreiro est pronto para nova tiragem da qual tem origem a corti a secundeira Esta produzida pelo felog nio traum tico tem este nome devido ao trauma do descorti amento que quando volta a produzir c lulas estas levam restos de entrecasco e formam uma nova camada na corti a a costa Este tipo de mat ria prima ainda apresenta algumas fendas logo ainda n o o indicado para a produ o de rolhas Oliveira 1991 p 116 Novamente ao fim de outros nove anos feita a terceira tiragem de onde ser extrai a corti a amadia que apresenta uma estrutura bem regular com uma espessura suficientemente grande para garantir a extrac o de rolhas Oliveira 1991 p 116 Todas as restantes tiragens produzem corti a amadia que a de maior valor a n vel comercial Oliveira 1991 p 116 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 49 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 11 Tipos de corti a Ilustra o nossa No entanto a qualidade da corti a pode ainda ser avaliada consoante a finalidade que tem sendo ent o observada com maior detalhe Estes factores de qualidade dependem inteiramente da produ o da rvore ou de factores exteriores e n o podem ser alterados Como o caso da porosidade que a corti a apresenta que se for em demasia ganha o nome de bofe Ou corti a que tem valores de humidade bastante elevados de 400 500 quando a co
40. p 53 Assim como o nosso pa s Espanha tamb m sofreu uma grande desarboriza o principalmente a sul do pa s Num per odo de vinte anos entre 1860 e 1879 foram cortados s na prov ncia de C dis mais de um milh o de sobreiros numa rea de 24 850 hectares Com estes ataques aos montados na zona da Catalunha o sobreiral sofreu uma redu o de 45 e como consequ ncia o capital subericola existente enfraqueceu bastante Natividade 1950 p 54 Prov ncia de Espanha oriental integrada na Comunidade Aut noma da Catalunha com a capital na cidade de Gerona ou Girona em catal o Infop dia 20149 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 31 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Com todos os danos que os montados espanh is sofreram e com a leis de protec o a surgirem apenas no s culo XVIII s o muitas as previs es pessimistas para o futuro destes sobreiros mas com o valor da corti a cada vez a maior s o mais as leis que existem para proteger este material t o precioso e para explorar a riqueza natural que se oferece Em Espanha assim como em Portugal podemos encontrar os dois tipos de povoamentos Os puros que s o compostos apenas por sobreiros e que ocupam 1 3 da rea atribu da aos sobreiros s o mais abundantes na Andaluzia na Estremadura e na Catalunha Por sua vez os povoamentos mistos onde o sobreiro entra em territ rio de outras r
41. qualidades podem tamb m ser misturados com borracha atribuindo o nome de RubberCork as rolhas e discos que utilizam um aglutinante que n o apresenta problemas quando em contacto com os alimentos por fim os rolos que surgem com a lamina o de aglomerados em forma de blocos cil ndricos Gil 1998 p 159 166 Todos estes derivados da corti a t m v rias aplica es em campos muito diferentes como podemos ver na seguinte lista Veda o rolhas para bebidas e l quidos diversos discos para tampas de bebidas e medicamentos batoques e tapadeiras Design artigos de artesanato pe as decorativas bases para utens lios de cozinha papel de corti a malas carteiras vestu rio utens lios dom sticos memoboards flutuadores punhos para canas de pesca brinquedos palmilhas artigos de adorno e ornamenta o mobili rio Arquitectura revestimento interior e exterior isolante t rmico ac stico e vibr tico tectos falsos revestimento de pisos e tecto rodap s lin leos assim como para aplica es mais viradas para a constru o civil como granulados para enchimento de espa os e mistura com argamassas juntas isolantes e de dilata o ou compress o Fins industriais anti vibr ticos para maquinaria isolamentos para frio industrial juntas para motores de explos o pisos industriais e de transportes p blicos queima para produ o de energia p Mafalda Maria Vieira Matutino Falc
42. sua cor da textura do cheiro da temperatura e at mesmo atrav s da metamorfose por que passa ao longo dos anos Ya Deste modo o objectivo desta disserta o conseguir perceber a evolu o da utiliza o da corti a ao longo do tempo e como aplicada hoje em dia em Portugal Assim como compreender em que sentido que a sua utilza o uma mais valia para a nossa arquitectura quer a n vel de constru o quer a n vel do valor projectual explorando as suas capacidades de interagir com o fruidor de se integrar na paisagem portuguesa e de transformar a atmosfera arquitect nica No entanto o estudo foi limitado ao Aglomerado Negro de Corti a Expandida ICB aplicado como revestimento exterior de v rios edif cios pois dentro das diversas Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 17 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida aplica es que a corti a pode ter a que mais tem crescido e que melhor demonstra as suas capacidades Para conseguir realizar esta disserta o foi necess rio proceder a uma recolha de dados em v rias fontes onde os autores Engenheiros Arquitectos ou simplesmente interessados no material descrevem a corti a desde as suas primeiras utiliza es at aos dias de hoje onde nos d o a conhecer algumas das obras feitas em Portugal onde a corti a o elemento chave Posteriormente foram eleitas tr s obras onde os arquit
43. 12 Consult 21 Out 2013 Disponivel em WWW lt URL www archdaily com 232661 gt BRILHANTE Paulo 2012 Villa Extramuros puro charme alentejano em Arraiolos In Expresso Boa cama Boa mesa Em linha Pa o de Arcos Expresso 21 Agosto 2012 Consult 24 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http escape expresso sapo pt boa cama escolha escape villa extramuros puro charme alentejano arraiolos 5505187 gt CASA REAL PORTUGUESA 2012 Cronologia dos Reis de Portugal In Casa Real Portuguesa Em linha Consult 30 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www casarealportuguesa org dynamicdata Cronologia asp gt Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 101 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida CASTANHEIRA Carlos 2009 lvaro Siza the function of beauty London New York Phaidon CHIEBAO Fernanda 2011 Corti a e arquitetura Lisboa Euronatura CHIEBAO Fernanda 2011 Manual materiais de constru o e decora o Lisboa APCOR DEZEEN 2012 Villa Extramuros by Vora Arquitectura In Dezeen Magazine Em linha London Dezzen Magazine 6 Ago 2012 Consult 12 Maio 2014 Dispon vel em WWW lt URL http inww dezeen com 2012 08 06 villa extramuros by vora arquitectura gt FERNANDES Gica 2012 Adega Logowines Leonor Duarte Ferreira Miguel Passos de Almeida pmc Arquitectos In Archdaily Em linh
44. 12 p 103 Este hotel uma reconstru o de um antigo sanat rio hotel que ardeu estando em ru nas durante muito tempo Perante a degrada o do sanat rio os propriet rios decidiram fazer obras Em 2010 abria ent o a Casa das Penhas Douradas projectada pelo arquitecto Pedro Br gida Green Savers A arquitectura inspirada na regi o e foram aplicados materiais como a madeira e a corti a Esta corti a aplicada tanto no interior como no exterior e funciona ao mesmo tempo de isolamento e revestimento Assim o interior do hotel est perfeitamente adequado para as condi es climat ricas da Serra da Estrela que como sabemos n o s o as mais favor veis Neto 2012 p 103 Ilustra o 37 Hotel Penhas Douradas Ilustra o nossa Ilustra o 36 Hotel Penhas Douradas durante o Inverno A escolha da corti a para este projecto deve se ao facto de como j foi referido garantir um interior confort vel termicamente mas tamb m por integrar o edif cio com a envolvente aproveitando as mudan as que sofre com as esta es do ano Com a nova cor com que fica acinzentado acaba por se confundir com as muitas pedras t picas na paisagem da Serra da Estrela 33 Nasceu em Coimbra Portugal Licenciado em Arquitectura pela Universidade de Coimbra Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Estabelece o atelier Pedro Br gida Arquitectos com Alice Santiago Faria com q
45. 9 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida conseguir perceber que as obras revestidas com corti a conseguem estar em sintonia com a envolvente quer seja no campo ou na cidade Conseguimos tamb m observar que cada vez mais a corti a come a a ter um papel importante na arquitectura portuguesa e come a ainda a conquistar o seu espa o no mundo inteiro atrav s de in meras obras Obras estas projectadas por arquitectos portugueses ou por estrangeiros como o caso de Jacques Herzog e Pierre de Meuron Ou de pe as de design que come am a cativar a curiosidades a diversos p blicos Mas qual ser o papel da corti a no futuro Ser apenas uma fase A verdade que ainda existem muitos estudos que devem ser feitos para melhorar as capacidades assim como as qualidades deste material na sua aplica o arquitect nica fundamental que a corti a seja mais explorada para assim se tirar partido de tudo o que ela tem para oferecer garantindo uma base de dados muito maior do que a existente facilitando a futura requisi o por parte dos arquitectos Podemos ent o concluir que a corti a em geral faz parte da nossa hist ria que teve os seus altos e baixos mas que conseguiu ao longo do tempo crescer e evoluir conforme as nossas necessidades indispens vel continuar a explorar este material na arquitectura pois atrav s dele os arquitectos conseguem trabalhando com out
46. 90 Ilustra o 52 Planta piso t rreo Matos 2010 p 35 91 Ilustra o 53 Planta piso superior Matos 2010 p 37 92 Ilustra o 54 Refer ncia gua na entrada do col gio Ilustra o nossa 2014 93 Ilustra o 55 Tijolo de vidro e corti a Ilustra o nossa 2014 95 Ilustra o 56 Vidro a fazer a liga o dos volumes Ilustra o nossa 2014 96 Ilustra o 57 Reflexos Ilustra o nossa 2014 96 Ilustra o 58 Rela o vidro corti a Ilustra o nossa 2014 97 Ilustra o 59 Planta do col gio Anexo 2 GJP Arquitectos 98 Ilustra o 60 Planta piso t rreo Souto Moura Arquitectos 112 Ilustra o 61 Planta primeiro piso Souto Moura Arquitectos 112 Ilustra o 62 Cortes Souto Moura Arquitectos 112 Ilustra o 63 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos 112 Ilustra o 64 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos 112 Ilustra o 65 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos 112 Ilustra o 66 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos 112 Ilustra o 67 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos 112 SUM RIO Vee laligo o 0 eis o Lecter RR RR RD CR FO UR POR RD
47. CONVENTO DOS CAPUCHOS SINTRA 1542 E 1560 Algumas das primeiras aplica es de corti a em Portugal apesar de n o ser aglomerado negro levam nos at 1542 ao convento da Arr bida e 1560 ao convento dos Capuchos estes dois exemplos t m em comum o modo como se utiliza a corti a assim como a sua funcionalidade Chiebao 2011 p 43 45 Como j foi referido a corti a utilizada n o aglomerado negro de corti a expandida mas sim corti a natural sem qualquer tipo de tratamento Mas acaba por ter o mesmo papel Assim tem como fun o tornar o espa o dos conventos mais acolhedor e confort vel termicamente principalmente as celas dos monges atrav s da aplica o da corti a nos tectos janelas e portas que contrasta com o frio da pedra de granito Chiebao 2011 p 43 45 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 64 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 21 Janela com Corti a Ilustra o 22 Porta com corti a Ilustra o 23 Corti a no tecto Convento dos Convento dos Capuchos Ilustra o Convento dos Capuchos Ilustra o Capuchos Chiebao 2011 p 44 nossa 2014 nossa 2014 Estes conventos destacam se pela sua simplicidade e a utiliza o de materiais locais como o j referido granito e a corti a proveniente dos sobreiros da zona oferecendo assim a estes exemplos uma harmonia com a natureza envolvente Mas infel
48. Corti a Expandida ICB Sofalca Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 89 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida ponto de vista mais elevado para podermos ver at onde conseguirmos sem obst culos e barreiras Com as diferen as dos materiais surge um jogo de luz sombra quase como se a parte superior fosse a copa da rvore sempre iluminada com uma vista panor mica do que a envolve os suportes o tronco forrado com corti a como os pr prios troncos dos sobreiros e os p tios em sombra uma zona de repouso fresca como debaixo da copa de um chaparro alentejano N o por acaso que os animais como visto nas ilustra es 47 e 48 gostam de passear descansar nestes p tios Deep shadows and darkness are essential because they dim the sharpness of vision make depth and distance ambiguous and invite unconscious peripheral vision and tactile fantasy Pallasmaa 2005 p 46 Esta rela o entre o branco do volume superior e a corti a dos tr s volumes inferiores cria a ilus o de levita o dando a sensa o de leveza a um material que normalmente caracter stico pelo seu peso visual o bet o pois quando olhamos sem ver com aten o parece que os tr s volumes n o existem est o escondidos na sombra ou com a sua cor escura quase que se pode dizer que fazem parte da sombra que acaba por destacar o volume superior com a sua forma linear e branca que
49. Estrada 91 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 53 Planta piso superior Matos 2010 p 37 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 92 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 4 3 COL GIO PEDRO ARRUPE LISBOA 2009 GJP ARQUITECTOS Ilustra o 54 Refer ncia gua na entrada do col gio Ilustra o nossa 2014 O Col gio Pedro Arrupe CPA foi projectado pelos GJP Arquitectos e encontra se no Parque das Na es mesmo junto ao rio Tejo e pretende ser um col gio modelo para o s culo XXI 47 Informa o disponibilizada pelos GJP Arquitectos e est no Anexo 2 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 93 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Neste caso a envolvente do edif cio muito diferente da dos dois exemplos apresentados anteriormente onde a natureza estava muito presente e de certa forma acabava por fazer parte do projecto Aqui a paisagem mais significante s o os v rios edif cios que fazem frente com o col gio Contudo o Col gio enquadra se na perfei o nesta paisagem citadina apesar de marcar com muita clareza o seu ideal de sustentabilidade e mostra a capacidade que a corti a tem para se integrar em v rios ambientes sendo um material bastante vers til que se consegue adaptar s v rias situa
50. O lenho xilema a parte mais volumosa da rvore que n o diferente relativamente as restantes rvores querc neas de folha persistente e atrav s do lenho que se faz a distribui o da seiva desde as mais pequenas ra zes at s folhas ou seja transporta gua e sais de baixo para cima O Floema ou l ber transporta a seiva produzida pela fotoss ntese das folhas transformando os sais e a gua em compostos org nicos das folhas at s ra zes portanto transporta de cima para baixo Estas duas camadas a cima referidas floema e xilema s o produzidas pelo c mbio Oliveira 1991 p 57 Por sua vez o Felog nio vai produzir as duas camadas que faltam Para dentro produz a feloderme um tecido vivo que serve para preencher e para fora produz o Felema mais conhecido como corti a ent o com as duas camadas o c mbio e o Felog nio que o sobreiro cresce em largura Oliveira 1991 p 57 Ap s a primeira tiragem de corti a o sobreiro vai ganhar mais uma camada a costa que consiste num revestimento com restos de madeira e encontra se por fora da corti a Fortes 2004 p 27 com a subida da temperatura entre Fevereiro e Mar o que a actividade fisiol gica do sobreiro em Portugal come a acabando outra vez no in cio do Inverno Durante este per odo de tempo s o observadas v rias fases do crescimento da rvore desde a rebenta o dos primeiros gomos foliares ao crescimento radial do sobreiro
51. ONAL OLHO DE PASSARO UN iu wey s e q g RAN Ilustra o 67 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 127 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 128
52. Teofrasto In INFOP DIA Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora Em linha Porto Infop dia Consult 30 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www infopedia pt teofrasto 2 gt ISOCOR Aplica es Isolamento Ac stico In Isocor Aglomerados de Corti a A C E Em linha Lisboa Isocor Consult 12 Dez 2014 Dispon vel em WWW lt URL http Awww isocor pt gt LIPOR 2014 Agenda 21 In Lipor com o ambiente no cora o Em linha Porto Lipor Consult 21 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www lipor pt pt sustentabilidade e responsabilidade social projetos de sustentabilidade agenda 21 local agenda 21 gt MATOS Sara TAVARES Gon alo M SOROMELHO MARQUES Viriato 2010 CEAI O EBG Darco Magazine MESTRE Ana 2006 Dossier info corti a Sector e materiais de corti a NATIVIDADE Joaquim Vieira 1950 Subericultura Lisboa Minist rio da Agricultura Pescas e Alimenta o Direc o Geral das Florestas NETO V tor Emanuel Caldeira 2012 Aplica es modernas de aglomerado de corti a expandida ICB na constru o Porto Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 104 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida NEVES Jos Manuel das 2012 PMC Arquitectos Leo Duarte Ferreira Lisboa Uzina Books NEVES Jos Manuel das 2013 Pedro Br
53. a 23 Abril 2012 Consult 24 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http Awvww archdaily com br br 0 1 45002 adega logowines slash leonor duarte ferreira miguel passos de almeida pmc arquitectos gt FG SG ARCHITECTURAL PHOTOGRAPHY 2014 ltimas reportagens Em linha Lisboa FG SG Architectural Photography Consult 24 Jan 2014 Dispon vel em WWW lt http ultimasreportagens com gt FORTES Manuel Amaral ROSA Maria Emilia PEREIRA Helena 2004 A Corti a Lisboa IST Press GARRETT Almeida 1946 Corti a Aplicada Porto Edi es Altura GIL Lu s 1998 Corti a Produ o Tecnologia e aplica o Lisboa INETI Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial GIL Lu s 2005 Corti a da produ o aplica o Seixal C mara Municipal do Seixal GIL Lu s s d A corti a como material de constru o Manual T cnico Santa Maria de Lamas APCOR Associa o Portuguesa de Corti a GJP Arquitectos Col gio Pedro Arrupe Mensagem em Linha para Mafalda Falc o Estrada 7 Mar o 2014 Consult 7 Mar o 2014 Comunica o pessoal Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 102 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida GOULA Adria 2012 Villa Extramuros Vora Arquitectura Archdaily Em linha 30 Agosto 2012 Consult 24 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www archdaily
54. a que acabou por ficar sem efeito ap s o fim da guerra Natividade 1950 p 77 80 Ainda noutros pa ses como o Jap o e na Coreia tentaram desenvolver sobreiros no seu territ rio com a ajuda da Sec o Florestal de Osaca que a partir de 1933 entrou em actividade intensa para conseguir que estes pa ses se conseguissem auto abastecer Infelizmente a corti a japonesa quando analisada em Portugal apresentava an is muito reduzidos perdendo as caracter sticas que a nossa corti a tem Natividade 1950 p 80 Podemos dizer que todos os pa ses sofreram das mesmas complica es ligadas aos montados contudo foram em pocas diferentes Portugal foi como j referido anteriormente pioneiro na imposi o de leis de protec o dos sobreiros que nos levou a reconhecer o valor da mat ria prima e por sua vez a resolver estes problemas mais cedo permitindo que os sobreirais portugueses crescessem a ponto de acompanhar a procura pela corti a 8 Critica import ncia militar Tradu o nossa 19 Material vital para a Guerra Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 34 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2 2 O SOBREIRO E O MONTADO SOBREIRO D mais exigindo t o pouco Natividade 1959 p O sobreiro uma rvore da Era Terci ria do per odo Oligoceno e segundo alguns estudos existe h 60 milh es de anos na flora europeia onde o c
55. a reos tem como objectivo reduzir a transmiss o de ru dos produzidos no exterior ou em salas cont guas que se propagam pela estrutura dos edif cios quer seja atrav s de paredes coberturas portas e pavimentos A correc o ac stica por sua vez ajuda a reduzir o n vel sonoro e o tempo de reverbera o eco atrav s da absor o do som de um determinado ambiente Assim o ICB torna se um excelente material a ser aplicado em atmosferas onde fundamental que o som esteja controlado como salas de teatro salas de aula e espect culos e salas de reuni es Isocor 2014 O isolamento de ru dos de percuss o consiste na redu o do n vel sonoro de ru dos de impactos nas lajes transmitidos ao piso imediatamente inferior Para conseguir esta redu o necess rio garantir uma total independ ncia entre o pavimento e a estrutura do im vel Ao colocar o aglomerado negro entre o pavimento e a laje est se a reduzir a transmiss o de vibra es e ru dos resultantes de impactos Esta separa o entre a laje e o pavimento deve ser tamb m aplicada s paredes para eliminar todo o tipo de percuss o Isocor 2014 Ya Como ja foi referido anteriormente a corti a um material recicl vel uma das caracter sticas que o tornam ecol gico Esta reciclagem no caso do aglomerado negro s o os restos dos blocos aparas e aperfei oamento de placas ou de corti a Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 62 Reves
56. a Fonseca amp Associados Electrical consultants Ove Arup amp Partners AFA Adao da Fonseca amp Associados Mechanical consultants Ove Arup amp Partners AFA Adao da Fonseca amp Associados Acustic consultants Ove Arup amp Partners AFA Adao da Fonseca amp Associados General contractor Philipp Holzmann A G Empreiteiros Casais S A Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 115 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Text EXPO 2000 HANNOVER PORTUGUESE PAVILION The portuguese pavilion for the Hannover Fair will be a prefabricated and desmountable building for further installation in Portugal The construction volume a paralelepiped will follow the form of the lot maintaining a distance of 5 meters to each of its limits The structure will be made of prefabricated steel beams and pillars covered with exterior panels and varnished black conglomerate cork blocks The buildings shape will basicly be a square extending one of its edges to the street limit The dihedron formed by this 2 volumes facades will define an open courtyard covered with glazed tiles The program will be divided in to 2 floors At the ground floor there will be the exhibition area At the first floor destinated to the Vip areas there will be a small auditorium and the administration services The part of the building that will expend to the street limit will be
57. a e por fim os granulados Gil 2005 p 71 Come ando pelos que apenas s o talhados encontram se tr s tipos diferentes as rolhas de corti a natural que depois de a prancha ter sido cozida s o recortadas os discos de corti a natural que s o principalmente utilizados em rolhas de Champanhe e rolhas t cnicas para outros fins por fim tamb m utilizada em artefactos diversos e sistemas de flutua o Gil 2005 p 74 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 51 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Os granulados s o obtidos atrav s de tritura o de aparas ou de corti a virgem que como j foi referido n o utilizada para o fabrico de rolhas S o normalmente utilizados para fabrico de aglomerados ou directamente como produtos de isolamento t rmico e ac stico e podem ainda ser misturados com argamassas como o exemplo do bet o leva mistura de bet o com granulado de corti a Gil 1998 p 167 Os aglomerados puros como o pr prio nome indica n o t m qualquer mistura com outros materiais s o 100 naturais como vai ser explicado no capitulo seguinte aglomerado negro de corti a expandida Gil 1998 p 167 Por fim os aglomerados compostos que s o ligados a um adesivo n o s o portanto 100 naturais Estes podem ter diversas aplica es como revestimento de pavimentos e de paredes onde a mistura revestida com pel culas de variadas
58. adamente ao meu av Ernesto Louren o Estrada Jr que desde muito cedo me levou a dar passeios pelos montados minha orientadora a Professora Doutora Arquitecta Maria Jo o Soares que sem a sua disponibilidade e ajuda n o teria sido poss vel realizar este trabalho Sofalca e Isocor por toda a informa o que disponibilizaram e pela ajuda com a bibliografia Ao Arquitecto Jo o Maria Ventura Trindade pela conversa que teve e pelo entusiasmo que tem na corti a Assim como aos GJP Arquitectos aos PMC Arquitectos Souto Moura Arquitectos Arquitecta Fernanda Chiebao e ao Engenheiro Lu s Gil pela informa o que disponibilizaram para uma melhor compreens o das suas obras e direc o do Col gio Pedro Arrupe por me deixar visitar as suas instala es E por fim agrade o tamb m aos meus amigos que de uma forma mais directa ou indirecta contribu ram para este gosto que tenho pela arquitectura Em especial Arquitecta Joana Meira de Carvalho e Leonor de Matos pelas longas conversas passeios e motiva o ao longo dos ltimos anos Um muito obrigada a todos APRESENTA O A versatilidade da corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada A corti a desde h muito tempo utilizada pelo Homem em variadas aplica es aproveitando as suas caracter sticas nicas como material natural que se regenera a cada nove anos tornando a s
59. ando e que s o de diferentes estruturas e composi es qu micas Fortes 2004 p 33 Celulose Celulose Suberina to Suberina Celulose Celulose Lenhina Lenhina Ilustra o 10 Ultra estrutura da parede celular da corti a segundo von Hohnel Fortes 2004 p 34 Segundo von Hohnel Fortes 2004 p 34 em 1877 a parede que separa duas c lulas adjacentes composta por cinco camadas sendo uma delas comum s duas c lulas Nestas podemos encontrar uma camada exterior de celulose uma camada interm dia de suberina e a camada comum composta por celulose e lenhina Fortes 2004 p 34 S o os elementos que fazem parte da composi o qu mica da corti a que lhe atribuem as caracter sticas t o especiais A suberina 45 o componente com maior presen a na composi o das paredes das c lulas e n o poss vel retir la sem danificar as paredes Este o constituinte qu mico que confere corti a a sua elasticidade e compressibilidade Gil 2005 p 112 A lenhina 27 respons vel pela estrutura das paredes celulares assim como os polissac ridos 12 Por sua vez os cer ides 6 repelem a gua e contribuem Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 47 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida para a impermeabilidade Tamb m com 6 os taninos d o cor e protec o ao material Ne
60. antas entre elas plantas arom ticas e medicinais e 55 esp cies de animais algumas delas em vias de extin o como o caso do Lince Ib rico que encontra nos montados o seu habitat de elei o podendo no futuro ser poss vel o aumento da popula o deste devido quantidade de habitat que lhe oferecido sendo os montados protegidos por in meras leis mantendo estes espa os salvaguardados Mestre 2006 p 22 Relativamente fauna ib rica promovem qualidades fant sticas para a evolu o de vertebrados pois s o constitu dos por comunidades vegetais que se adaptam perfeitamente s necessidades dos animais garantindo alimento durante todo o ano Para a flora proporcionam um ambiente controlado que favorece sua exist ncia S o portanto muito importantes para a conserva o da natureza a n vel nacional assim como europeu Mestre 2006 p 22 Para al m da sua particularidade como ecossistema o montado tamb m um espa o bastante rent vel a n vel econ mico sendo um sistema agro silvipastoril onde h produ o de corti a pastoreio e culturas agr colas Este valor aumenta ainda mais com o fruto a bolota que utilizado na engorda do gado su no assim como com todo o terreno envolvente que serve de pastagem para muitas esp cies de ca a Mestre 2006 p 22 Por ltimo a capacidade que as rvores t m para fixar CO2 Esta faculdade existe gra as ao crescimento da corti a que o fixa enquant
61. ar como materiais principais que acabam por ajudar a definir o projecto o bet o aqui pintado num tom alaranjado e o a o como materiais construtivos mas que tamb m fazem o seu papel como acabamento o xisto e o aglomerado negro de corti a como materiais de acabamento dando origem a um templo que homenageia o Vinho e o Tempo Quinta do Portal A rela o que existe entre os materiais o que faz deste projecto nico A liga o entre os materiais naturais que t m cores muito semelhantes e que de certa forma entram em contraste com o alaranjado pouco vulgar que o resto do edif cio apresenta O arquitecto utiliza o bet o em quase todo o edif cio quer seja em paredes tecto e at mesmo no pavimento com uma estrutura de a o nos pilares e nas juntas Contudo algumas reas como as zonas p blicas t m outro tipo de acabamentos como reboco e madeira Castanheira 2009 p 282 O armaz m enquadra se na topografia do terreno atrav s de um jogo de volumes utilizando os diferentes materiais e formas para estar em sintonia com o espa o e com as v rias fun es que tem pois n o apenas um armaz m para guardar vinho tamb m um espa o visitado por muitos turistas e especialistas da rea que aqui e encorajados pela arquitectura encontram a nostalgia e sossego do interior campo Castanheira 2009 p 282 35 No ano de 2010 2011 ganhou dois pr mios que o distinguem nas categorias de Arquitectura
62. as noticias Em linha Lisboa P blico 01 Novembro 2011 Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http fugas publico pt Noticias 296099 armazem da quinta do portal desenhado por siza conquista quot oscar quot do vinho gt QUINTA DO PORTAL 2014 Arq Siza Vieira In Quinta do Portal Em linha Sabrosa Quinta do portal Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 105 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida http www quintadoportal com pt quinta do portal o armazem arq siza vieira menuit em 1 gt QUINTA DO PORTAL 2014 Detalhes In Quinta do Portal Em linha Sabrosa Quinta do portal Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www quintadoportal com pt quinta do portal o armazem arm envelhecimento d etalhes menuitem 0 gt REIS Maria Carlos 2000 Portugal na Exposi o Universal de Hannover In Naturlink Em linha Lisboa Naturlink Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http naturlink sapo pt Noticias Noticias content Portugal na Exposicao Universal de Hannover bl 1 gt Souto Moura Arquitectos Corti a Mensagem em Linha para Mafalda Falc o Estrada 11 Fev 2014 Consult 11 Fev 2014 Comunica o pessoal ZUMTHOR Peter 2006 Atmosferas Basileia GG Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 106 Revestimento de
63. bloco de corti a rectificado Cortam se as extremidades de modo a retirar a corti a mais irregular ou seja por onde entrou e saiu o vapor de gua Depois cortado com diversas medidas consoante a utiliza o que vai ter Por fim embalada e armazenada Roseta 2014 p 32 Ilustra o 20 Blocos a serem levados para estabilizar Andr Carvalho 2010 Matos 2010 p 143 A corti a caracteriza se ainda como um material eco eficiente com um ciclo de vida completo no qual os res duos do processo de fabrica o s o reutilizados como biomassa para a produ o de novos produtos Chiebao 2011 p 7 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 57 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 3 2 APLICA ES ISOLAMENTO E REVESTIMENTO O aglomerado negro de corti a expandida tem in meras aplica es mas ganha destaque na arquitectura ganhando este papel devido s suas caracter sticas nicas isolantes e est ticas que j foram referidas no capitulo anterior Roseta 2014 p 1 Estas caracter sticas conferem ao aglomerado negro a capacidade de isolar os edif cios tanto a n vel ac stico como t rmico e at antivibr tico oferecendo ao interior conforto sem ser necess rio o recurso a muitos meios artificiais Chiebao 2011 p 30 O ambiente que podemos encontrar mais uma vez no interior do edif cio de ptima qualidade pois a corti a deixa
64. cente Oliveira 1991 p 89 43 Ilustra o 9 Montado Ilustra o nossa 2012 eee ee eee eeeeteeeeeeeeeeetteee 44 Ilustra o 10 Ultra estrutura da parede celular da corti a segundo von Hohnel Fortes 2004 Pp 34 causas ssarore ae snsc atuo aaa E e Ena E EE E aaa TEER 47 Ilustra o 11 Tipos de corti a Ilustra o nossa eee e eet eeeeetteeeeeeeeeeteeee 50 Ilustra o 12 Corti a a estabilizar Ilustra o nossa 2014 51 Ilustra o 13 Tanque onde se coze a corti a Ilustra o nossa 2014 51 Ilustra o 14 Corti a cozida Ilustra o nossa 2014 51 Ilustra o 15 Corti a Falca em repouso Andr Carvalho 2010 55 Ilustra o 16 Tiragem da corti a manualmente Ilustra o nossa 56 Ilustra o 17 Tiragem da corti a atrav s de m quinas Ilustra o nossa 56 Ilustra o 18 Corti a nos autoclaves Andr Carvalho 2010 Matos 2010 p 144 56 Ilustra o 19 Blocos de corti a no banho Andr Carvalho 2010 Matos 2010 p Di ee E a a 56 Ilustra o 20 Blocos a serem levados para estabilizar Andr Carvalho 2010 Matos ASKORN AS arado Db RT o E Ga E ent ete ere 57 Ilustra o 21 Janela com Corti a Convento dos Capuchos Ilustra o nossa 2014 PE APEE Si O q RO A E A A ES ESE UE EN OER pe Era EE RO eee 65 Ilustra o 22
65. corti a de qualidade at aos 150 200 anos o que corresponde a um n mero de 13 a 18 descorti amentos depois come a a envelhecer e a perder a sua qualidade para comercializa o Mestre 2006 p 10 A rvore desenvolve se em dois sentidos em altura e largura Para crescer em altura o processo o mesmo de todas as outras plantas mas para crescer em largura j diferente visto ser a nica rvore com corti a Ao cortar o tronco transversalmente podem se observar tr s camadas muito distintas o lenho o entrecasco e a corti a Mas a constitui o do tronco de um sobreiro bem mais complexa Antes da primeira tiragem de corti a a rvore apresenta seis camadas diferentes sendo elas de dentro para fora o Xilema ou Lenho o entrecasco que constitu do pelo seguinte conjunto de tecidos o Cambio o Floema a Feloderme o Felog nio e por fim o Felema mais conhecido por corti a Fortes 2004 p 27 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 36 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida dt clea 2 lt 4 E vis Ilustra o 3 Constitui o do tronco com Ilustra o 4 Constitui o do tronco com corti a virgem 1 Xilema 2 C mbio 3 Floema corti a de reprodu o 1 Xilema 2 C mbio 4 Feloderme 5 Felog nio 6 Felema corti a 3 Floema 4 Feloderme 5 Felog nio Fortes 2004 p 27 6 Felema corti a 7 Costa Fortes 2004 p 27
66. de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida A rela o entre o fruidor e a corti a aplicada em dois dos exemplos esta rela o muito f sica enquanto que no ltimo caso apenas visual O modo como a corti a se relaciona com os outros materiais aplicados nas obras Assim procuramos mostrar como a corti a consegue produzir v rios efeitos que exaltam a rela o do nosso corpo do ponto de vista sensorial com o objecto arquitect nico transformando os edif cios Instead of mere vision or the five classical senses architecture involves several realms of sensory experience which interact and fuse into each other Pallasmaa 2005 p 41 34 Em vez de mera vis o ou os cinco sentidos cl ssicos a arquitectura envolve diversos dominios da experiencia sensorial que interagem e se fundem um no outro Tradugao nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 78 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 4 1 ADEGA QUINTA DO PORTAL SABROSA 2008 LVARO SIZA VIEIRA Na Adega Quinta do Portal foi projectado pelo arquitecto lvaro Siza Vieira um novo Armaz m de Envelhecimento de vinho Este armaz m de envelhecimento do vinho encontra se em Sabrosa no Norte de Portugal e tem uma rea de implanta o de 2 051m2 e de constru o 4 722m2 distribu dos entre quatro pisos Neste projecto o arquitecto decidiu utiliz
67. do Portal 3 Conceito que surgiu na confer ncia das Na es Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento mais conhecida como cimeira da terra que decorreu em 1992 no Rio de Janeiro e foi aprovado por 178 na es incluindo Portugal Efectivamente constitui se na mais abrangente tentativa j realizada de orientar para um novo padr o de desenvolvimento para o s c XXI cujo alicerce a sinergia da sustentabilidade ambiental social e econ mica Lipor Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 67 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 27 Planta piso t rreo Pavilh o Centro de Portugal Anexo 1 Souto Moura Arquitectos 2014 Ele traduz a necessidade de compatibilza o entre as actividades humanas e a natureza entre a tradu o e a modernidade e simultaneamente evoca a luz do nosso mar Chiebao 2011 p 58 A estrutura do pavilh o feita em vigas e pilares pr fabricados em metal enquanto a cobertura feita com tela sint tica como se pode verificar nos cortes disponibilizados pelo atelier do Arquitecto Souto Moura no Anexo 1 Deste modo consegue se responder ao requisito de obra ef mera que estas feiras normalmente evocam sendo posteriormente poss vel reaproveitar todo o pavilh o para outro tipo de fun es e noutro local mais precisamente Coimbra onde est a ser utilizado actualmente para diversas actividades
68. do Douro e Best of Wine Tourism na categoria de Arquitectura e Paisagem sendo este ultimo considerado como o Oscar dos pr mios desta rea Quinta do Portal Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 79 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 41 Contraste de cores Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 Como modo de responder s v rias fun es para que foi feito o armaz m est dividido em quatro pisos o piso t rreo est praticamente todo enterrado garantindo uma atmosfera e temperatura ideal para o est gio e envelhecimento do vinho o primeiro piso onde s o feitas as cargas e descargas permitindo uma f cil circula o o segundo piso onde se encontra a zona p blica de recep o dos visitantes e onde se fazem as provas de vinho por fim o terceiro e ltimo piso tem v rios servi os incluindo um audit rio e um terra o enorme que permite admirar a paisagem imponente desta zona do pa s O acesso a estes quatro pisos feito atrav s de uma escada dupla que os liga entre si garantindo uma ptima circula o dentro do edif cio O armaz m est dividido em dois volumes distintos Mas esta distin o s poss vel devido escolha do arquitecto em rela o aos materiais utilizados e forma como estes se comportam quando est o juntos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 80 Re
69. do imensa curiosidade em descobrir o que est para al m do que vemos Ilustra o 42 Rela o da corti a com o xisto Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 82 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida O segundo volume constitu do por uma forma por vezes ondulada outras vezes rectilinea pl stica feita em bet o e pintada num tom laranja que desperta bastante curiosidade a quem visita o edif cio ganhando vida a cada passo que se d na expectativa de descobrir mais deixando sempre espa o para a imagina o do visitante pois nunca conseguimos ter a certeza do que vamos encontrar mais para a frente The plastic forms dances the planes of the walls plastered in an old rose tone appear both open and closed at times advancing at times retreating letting one see transparencies suggesting perspectives imagining curiosities Castanheira 2009 p 282 Esta forma ondulada com a cor t o forte contrasta com toda a paisagem do Douro mas d muita personalidade ao armaz m pois n o se confunde com o que j existe marcando quase o passado e o presente o natural e o desenhado atribuindo ao armaz m um jogo de contrastes e ritmos atrav s da luz do sol que incide parcialmente na superf cie curva e marca com distin o os ngulos que as paredes rectas fazem tornando o armaz m diferen
70. dor do ambiente e da Cria o e educa para a consci ncia tica nos comportamentos econ micos promovendo atitudes que valorizam o longo prazo e os Ei k ab E Wariri ms ere E 4 3 du y ay AA IRA enquanto elemento fundamental definidor da hist ria de Portugal e da nossa identidade nacional enquanto meio i a a am in fan Le o al a A oes efeitos est veis e duradouros O CPA elege o Mar como uma refer ncia simb lica de todo o seu projecto O mar de unir povos e continentes num mundo globalizado enquanto espa o de futuro com enorme potencial para assegurar a sustentabilidade do planeta Atrav s de nfases a n vel curricular e da aposta em actividades de complemento curricular com cunho mar timo o CPA tem como objectivo estimular nos seus alunos uma cultura do mar COL GIO ARRUPE O Edif cio tornou se na manifesta o f sica destas ideias demonstrando que a conceptualidade pode trazer mais valias claras e tang veis constru o destes universos e ao universo da constru o Mais concretamente foram adoptados 2 materiais o tijolo de vidro e o aglomerado negro de corti a O tijolo de vidro na caracteriza o do mar no embasamento surge como material transparente com reflexo e brilho que permite a passagem de luz e ao mesmo tempo funciona como elemento gradiante de privacidade dos divesos espa os Como o pr prio mar apresenta se plural e homog neamente formado por heterogeadades A corti a su
71. e A corti a re ne caracter sticas que largamente excedem os prop sitos para que parece ter sido criada e a sua elevada efici ncia isoladora conseguiu se com o disp ndio m nimo de materiais e utilizando o m ximo de volume de ar Nenhum outro produto natural ou artificial pode substituir at hoje a corti a do ponto de vista da economia e da efic cia nas suas mais importantes aplica es Natividade 1950 p 139 2 O termo Green Building surgiu da crescente preocupa o com o grande consumo de recursos naturais como a energia e a gua e do impacto das edifica es no contexto das grandes cidades Esta nova corrente visa obter uma integra o das filosofias na procura n o somente da efic cia dos m todos de produ o como tamb m na utiliza o sustent vel dos recursos naturais energ ticos tentando reduzir ou eliminar as falhas do processo de produ o do consumo e do desgaste de recursos Chiebao 2011 p 11 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 59 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Com todas as quest es ambientais presentes nos nossos dias cada vez mais importante ter aten o aos materiais que utilizamos nos edif cios e como que estes podem contribuir para um melhor ambiente Chiebao 2011 p 25 O conforto t rmico varia muito de edif cio para edif cio consoante a sua localiza o exposi o solar etc que influe
72. ecimento dos autoclismos e rega aumentando as evidentes vantagens em termos de poupan a e gest o de recursos proporcionadas pelos dispositivos de controle de gua e de luz com hor rios ou automatismos i ea TE peee o i Y A utiliza o extensiva do aglomerado negro de corti a em pain is de 10cm de espessura deve se tamb m as garantias de durabilidade enorme resist ncia e excelentes capacidades de isolamento t rmico do material Ao revestir os volumes com corti a dotamo los efectivamente de uma pele altamente protectora mas que ao mesmo tempo respira e se adapta s condi es climat ricas da forma mais natural e adequada A protec o de todos os v os incid ncia solar directa feita mediante corpos avan ados e palas de sombreamento integradas no desenho dos pr prios volumes Apesar disso consegue se atrav s da gest o dos programas e cuidado no desenho das propor es dos v os uma enorme luminosidade nas salas o que obviamente conduz a uma menor necessidade de utiliza o da luz el ctrica e consequente economia i paces pe tA dao E wa J juta A escolha de v os de correr proporciona que em dias de temperatura amena se possam abrir os mesmos e n o E is a E x se recorra ao condicionamento do ar procurando garantir mais uma vez poupan as significativas IRASE mY Todos os espa os comuns exteriores passadi o campos e pisc
73. ectos atrav s da combina o da corti a com outros materiais de acabamento conseguem moldar o espa o arquitect nico Contudo a bibliografia para este tema bastante escassa existindo muito poucos autores que fa am referencia corti a na arquitectura numa perspectiva menos t cnica Logo foi imprescind vel viajar por Portugal para conseguir perceber qual o papel do aglomerado negro de corti a expandida na arquitectura assim como procurar ajuda entre alguns dos arquitectos que j trabalharam com este material Para conseguir compreender com clareza o material e todas as suas funcionalidades o desenvolvimento do seguinte tema articula se do seguinte modo No primeiro cap tulo vai ser descrita a hist ria do sobreiro dos montados e da pr pria corti a que desde h 5000 anos reconhecida pelo Homem pelas suas in meras aplica es em diversas reas Contudo feita uma maior refer ncia hist ria de Portugal pois somos n s os maiores produtores de corti a a n vel mundial e ao longo do tempo a opini o em rela o a este material foi mudando at aos dias de hoje onde damos a import ncia devida corti a reconhecendo o seu valor na arquitectura assim como no ambiente Ainda neste cap tulo explicado o processo de produ o da corti a como se deve proceder para manter os sobreiros saud veis e a biodiversidade que existe gra as aos montados S o ainda referidas algumas das aplica es que a
74. eira Matutino Falc o Estrada 20 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2 A CORTI A O sobreiro Quercus Suber L uma querc nea de folha persistente da fam lia das Fag ceas uma esp cie polimorfa com um grande n mero de formas bot nicas destacando se dos carvalhos pela sua capacidade de desenvolver uma casca volumosa de tecido suberoso funcionando como uma camada protectora do tronco e dos ramos atingindo uma espessura consider vel que se pode extrair e se regenera possuindo caracter sticas que a tornam interessante para aplica es diversas e para explora o comercial Fortes 2004 p 12 Ilustra o 1 Sobreiro alentejano Ilustra o nossa 2013 l Fam lia de plantas dicotiled neas que se distribui por cerca de nove g neros e cerca de 900 esp cies E constitu da por rvores ou arbustos na sua maioria monoicos As Fag ceas s o cosmopolitas distribuindo se principalmente por regi es tropicais temperadas do hemisf rio Norte Infop dia 2014a Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 21 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2 1 ENQUADRAMENTO HIST RICO H milhares de anos que a corti a protege inspira e deslumbra os Homens O conhecimento das melhores pr ticas para a sua aplica o tem sido transmitido e melhorado de gera o em gera o sem que uma nica rvore necessite de
75. ender o mundo Tradu o nossa 8 marca a transi o entre a terra feita de pedras e a pedra feita de terra Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 81 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida armaz m ao terreno como se o edif cio tivesse nascido ali naturalmente como se fizesse parte da paisagem Ao lado da pedra o arquitecto decidiu colocar corti a outro material regional aproveitando a grande semelhan a de tonalidades e de texturas entre os materiais assim como a metamorfose por que a corti a passa A jun o destes dois materiais feita atrav s de perfis met licos que servem como remates e marcam a hierarquia dos materiais pois apesar de serem muito semelhantes visualmente t m caracter sticas e funcionalidades muito diferentes n o s a n vel t cnico de isolar o edif cio como tamb m a n vel est tico como podemos observar na ilustra o 42 Castanheira 2009 p 282 portanto atrav s destes dois materiais que o armaz m se integra na perfei o com o que o envolve criando uma rela o muito forte com a paisagem Esta rela o acaba por ser transferida para quem visita este edif cio atrav s de uma rela o do corpo corti a que conseguida atrav s da textura do material como j foi referido da cor tentadora e pouco vulgar dos castanhos e laranja e dos contrastes criados atrav s das muta es do material despertan
76. endo Em 1929 o Conselho de Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 33 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Trabalho e de Defesa da Uni o Sovi tica o desenvolvimento do sobreiro com previs es de um crescimento enorme de 2 500ha por ano e que ao fim de trinta anos produziriam corti a suficiente para satisfazerem as suas necessidades sem ser necess rio recorrer corti a estrangeira Contudo estas tentativas n o foram suficientes para que o sobreiro vegetasse em condi es visto que em 1936 existiam apenas 923 hectares muito menos do que se tinha previsto Natividade 1950 p 75 77 Por sua vez os Estados Unidos da Am rica s o segundo Joaquim Vieira Natividade um dos pa ses que mais consome corti a portanto tenta a todo o custo cultiv la sendo um dos pa ses que mais esfor o fez para arborizar o seu territ rio com esta esp cie Desde 1858 1859 os Servi os Florestais procuram dar mais import ncia a esta cultura As maiores tentativas de desenvolver a produ o de corti a foram na altura da 2 Guerra Mundial pois foi reconhecido o papel estrat gico da corti a como mat ria prima sendo esta de critical military importance e considerada pelos americanos como the vital material of war Assim os americanos acharam que seria melhor manter uma reserva de emerg ncia visto ser bastante complicado o transporte de corti a por mar em tempo de guerr
77. es e para fazer o mobili rio Toda esta estrutura est elevada em rela o ao solo de modo a reduzir ainda mais o impacto da constru o no meio onde inserida Jornal Arquitectos 230 Este projecto ainda auto sustent vel pois nele foi integrado um conjunto de sistemas de capta o de energia que se dever adaptar conforme o local de implanta o da Eco cabana Jornal Arquitectos 230 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 70 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida ADEGA LOGOWINES S O MIGUEL MACHEDE 2009 Esta adega foi projectada pelos PMC Arquitectos e pela Arquitecta Leonor Duarte Ferreira e est situada em S o Miguel de Machede na Herdade da Pimenta perto de vora Archdaily Ilustra o 32 Vista da estrada Neves 2012 p 12 O desenho desta adega como se pode verificar na imagem pretende articular dois mundos distintos a Agro ind stria e o Enoturismo Esta articula o real ada pelos arquitectos atrav s da escolha dos materiais aplicados sendo eles a corti a e o reboco pintado de branco que contrastam muito um com o outro A corti a colocada na nave de produ o do vinho garantindo por um lado um ambiente confort vel no interior e por outro uma integra o na paisagem colocando a metaforicamente no lugar geogr fico e cultural do Alentejo A cor escura da corti a entra em grande contraste com os volumes
78. gal Global Em linha Lisboa Aicep Outubro 2008 Consult 31 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www revista portugalglobal pt AICEP PortugalGlobal Revista6 Page 1 7 gt SALVADOR Sofia 2001 Inova o de produtos ecol gicos em corti a Lisboa Instituto Superior T cnico Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 108 ANEXOS Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida LISTA DE ANEXOS Anexo A Informa o sobre o Pavilh o Centro de Portugal cortesia de Souto Moura Arquitectos Anexo B Apresenta o do Col gio Pedro Arrupe cortesia do Arquitecto Jorge Matos Alves Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 111 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 112 ANEXO A Informa o sobre o Pavilh o Centro de Portugal cortesia de Souto Moura Arquitectos Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida THE DESIGN OF THE PAVILION OF HANNOVER EXHIBITION EXPO 2000 Author Alvaro Siza Vieira Eduardo Souto de Moura Project 1999 Construction 1999 2000 Address Expo 2000 Locality Hannover Germany Client Portugal 2001 S A Collaborators Nuno Gra a Moura Ricardo Rosa Santos Carlo Nozza Jos Carlos Mariano Jorge Domingues Structural consultantsOve Arup amp Partners AFA Adao d
79. gro de corti a expandida Ilustra o 8 Sobreiros adultos com extrac o recente Oliveira 1991 p 89 O descorti amento constitui um trauma violento para a rvore e enquanto a nova camada de corti a n o cresce o sobreiro est mais exposto a doen as Mas esta rvore tem a capacidade nica de aguentar este trauma sem sofrer qualquer tipo de altera o basta ter cuidado com as interven es e respeitar as regras que existem como o pr prio sobreiro Oliveira 1991 p 96 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 43 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida MONTADO Ilustra o 9 Montado Ilustra o nossa 2012 Como qualquer outra esp cie o sobreiro tamb m precisa de condi es minimamente favor veis para poder sobreviver mas n o muito exigente relativamente aos solos ou ao clima dois dos factores mais importantes na constitui o da atmosfera do montado e que est o ligados um ao outro criando um lugar nico que tem o seu ptimo ecol gico em Portugal Oliveira 1991 p 71 Relativamente ao solo o sobreiro n o exige muito s n o mostra grande toler ncia a solos que contenham calc rio em demasia Logo a sua localiza o de elei o em territ rio portugu s nas bacias hidrogr ficas do Tejo e do Sado o que n o significa que seja o solo ideal para esta rvore crescer mas mostra a sua capacidade em se adaptar
80. idade e de enorme resist ncia apesar de parecer ser fr gil Adapta se s v rias condi es climat ricas de forma natural Interage com o tempo pois fica mais clara e mais escura com o sol e com a chuva tornando se quase como um edif cio vivo Esta metamorfose marca a passagem do tempo a hist ria do material e das suas origens quase como uma met fora hist ria de Portugal Anexo 2 Natural materials express their age and history as well as the story of their origins and their history of human use Pallasmaa 2005 p 31 Como j foi referido anteriormente a corti a um material que pode facilmente ser escavado cortado moldado e neste projecto assim como na Villa Extramuros a corti a parece que foi escavada e s assim foi poss vel criar espa o para os v os que ficam bastante protegidos dos raios solares 4 Materiais naturais expressam a sua idade e hist ria assim como as suas origens e o uso humano Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 96 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida A jun o destes dois materiais e a forma como eles s o aplicados cria atrav s da utiliza o da corti a duas sensa es opostas a n vel do peso visual e que s o contr rias s que presenciamos quer na Esta o Biol gica do Garducho como no Armaz m Quinta do Portal Por um lado quando observamos o Col gio de uma perspectiva mais afastada
81. ience created by architecture is tranquility Pallasmaa 2005 p 51 Ilustra o 59 Planta do col gio Anexo 2 GJP Arquitectos 5 A experiencia mais importante criada pela arquitectura a tranquilidade Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 98 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 5 CONCLUS O Ao longo do presente trabalho estudou se a evolu o da corti a as suas propriedades f sicas e mec nicas e a qualidade do ecossistema onde o sobreiro se insere para depois se limitar a pesquisa ao aglomerado negro de corti a expandida e a sua aplica o na arquitectura em Portugal No entanto apesar da disserta o estar focada em aglomerado negro de corti a expandida foram ainda referidas no capitulo 3 tr s obras onde a corti a utilizada natural ou seja n o tem qualquer tipo de tratamento para deste modo demonstrar que antigamente j se utilizava corti a pela sua capacidade para isolar assim como para moldar o espa o arquitect nico Ap s este estudo podemos concluir que a corti a tem uma grande potencialidade em diversas reas e que mant m as suas caracter sticas intactas ao longo dos anos quer esteja no exterior a enfrentar a intemp ries ou no interior dos edif cios garantindo uma atmosfera arquitect nica acolhedora assim como saud vel para quem habita o espa o onde est introdu
82. ina disp em de circuitos de ilumina o divididos de modo a permitir redu o a 25 e 50 da totalidade prevista e somente necess ria em ocasi es pontuais ITF EE Jiz Ato Ma KE na ME Ilustra o 64 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 124 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida E col gio Diners EDRO ame yee A infraestrutura do Col gio e a sua organiza o disposi o interna permitem que toda a zona norte onde foram concentrados os equipamentos desportivos possa atrav s de um acesso espec fico abrir se ao exterior e comunidade disponibilizando assim um conjunto de infraestruturas desportivas para actividades e competi es diversas O Col gio em si uma infraestrutura para a comunidade pois tem certos equipamentos que est o previstos e dispostos de modo a serem utilizados por utentes extra Col gio Estes equipamentos s o o campo de futebol de 11 os 3 courts de t nis o Pavilh o Gimnodesportivo a Piscina e o Audit rio Em termos de acessos existe um principal controlado em perman ncia um a sul de recurso e de acesso a bombeiros um a norte para a zona desportiva independente e mais um no parque de estacionamento para maior fluidez de circula o nas horas de ponta O acesso e port o principal foram intencionalmente desalinhados do enfia
83. ivem sem qualquer problema ESPANHA E OUTROS PA SES Em Espanha a explora o met dica dos sobreirais teve in cio na Catalunha por volta de 1760 j no final do s culo XVIII havendo outras referencias que indicam que no inicio do s culo XIX entre 1800 e 1807 teve nesta mesma zona inicio a industria corticeira A explora o da corti a em Girona assim como a sua industrializa o devem ser mais antigas do que as mesmas pr ticas em Portugal pois foi encontrada uma refer ncia a estas pr ticas no Dicion rio Geogr fico Universal editado em Madrid em 1795 Natividade 1950 p 52 Ya x A area que o sobreiro ocupa actualmente em Espanha muito inferior que se poderia encontrar antigamente e seria normal pensar que mesmo assim esta rea ocupada pelo sobreiro fosse maior do que em Portugal Mas os montados espanh is continuaram a sofrer uma grande devasta o ao longo dos tempos devido procura de carv o enquanto os montados portugueses come aram a ser devidamente protegidos e a subericultura entra em not vel progresso Comparando a produ o dos dois pa ses por volta de 1856 a produ o total espanhola estimava valores de 27 000 toneladas em 1880 cerca de 27 600 toneladas contra pouco mais de 18 000 toneladas produzidas pelos montados portugueses Contudo com o passar dos anos a produ o portuguesa aumentou cerca de 5 5 enquanto a espanhola ficou pelos 2 8 Gil 2005 p 21 Natividade 1950
84. izada a mat ria prima sem qualquer tipo de tratamento para isolar os edif cios neste caso os dois conventos Para conseguir perceber melhor como que a corti a funciona quando aplicada em arquitectura como material de revestimento exterior foram escolhidos tr s projectos que mostram com clareza como que se pode aplicar a corti a e como que esta pode influenciar todo o projecto atrav s destas tr s obras que se vai fazer uma investiga o mais aprofundada sobre a corti a na arquitectura e como pode ser aplicada em qualquer tipologia Estes tr s casos t m algo em comum o elemento chave que os torna nicos que proporciona uma experiencia sensorial marcante em todos os sentidos vis o tacto olfacto audi o e que sem este elemento a corti a estes edif cios perdiam todo o seu encanto e prop sito Mas para serem exemplos de um estudo mais aprofundado t m que ter caracter sticas particulares que os distingam entre si para assim ser percet vel o porque da sua escolha As diferen as mais bvias e mais importantes s o O contexto onde a obra se insere que varia entre a paisagem do Douro o t pico monte alentejano e a cidade estando o ltimo exemplo em plena cidade de Lisboa fun o para que o edif cio foi desenhado uma adega uma esta o biol gica para o estudo da avifauna Ib rica e um col gio privado Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 77 Revestimento
85. izmente e como se pode ver nas imagens em cima o convento dos Capuchos encontra se em mau estado de conserva o A corti a que antigamente revestia grande parte do interior do convento hoje j s se encontra em alguns apontamentos como o tecto janelas e portas todo o pavimento est refeito em tijoleira Chiebao 2011 p 44 CHAL CONDESSA D EDLA SINTRA 1864 Outro exemplo da aplica o de corti a natural o Chal da Condessa D Edla que em 1864 foi mandado construir por D Fernando II nos jardins do Pal cio da Pena e que segue o modelo utilizado nos chal s da regi o Norte dos Alpes Mas a fun o da corti a nesta obra muito diferente da dos conventos aqui utilizada simplesmente como decora o Chiebao 2011 p 46 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 65 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 24 Chal Condessa D Edla Ilustra o nossa 2014 Ilustra o 25 Porta do chal decorada com corti a Ilustra o nossa 2014 Como se pode observar nas imagens em cima todo o edif cio decorado com corti a quer seja nos contornos das portas e janelas em forma de arcos de volta quebrada como em adornos por todo o chal como a decora o das varandas Mas antes de o edif cio ter sido parcialmente destru do num inc ndio pod amos tamb m encontrar corti a no interior que servia de revestimento no quarto do rei C
86. l Gil 2005 p 21 Como se n o fosse suficiente o aumento populacional que triplicou do s culo XII ao s culo XV tamb m entrou em conflito com os bosques florestas existentes sendo necess rio quase imprescind vel o abate de mais rvores com o prop sito de dar lugar a casas e com rcio para os novos habitantes assim como para tornar os terrenos em campos agr colas melhorando as condi es de vida da popula o rural Natividade 1950 p 43 Nono rei de Portugal filho de D Pedro e de D Constan a Manuel Reinou de 1367 a 1383 O Formoso Casa Real Portuguesa 2012 1 D cimo segundo rei de Portugal filho de D Duarte e de D Leonor de Arag o Reinou de 1438 a 1481 O Africano Casa Real Portuguesa 2012 D cimo terceiro rei de Portugal filho de D Afonso V e de D Isabel de Lancastre Reinou de 1481 a 1495 O Pr ncipe Perfeito Casa Real Portuguesa 2012 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 26 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida ainda no reinado de D Manuel que se declara livre a colheita e o com rcio de corti a e Afonso de Albuquerque refere a sua utiliza o nas naus e caravelas em flutuadores bancos arcas ba s malgas vasos gamelas cal ado e outros utens lios utilizados nos barcos Gil 2005 p 21 Pode dizer se que foi neste reinado que o problema da desarboriza o pela primeira vez se apresentou co
87. las v rias raz es j apresentadas nas p ginas anteriores Contudo n o era s a corti a que tinha valor o fruto desta rvore a bolota era imensamente utilizado para alimentar gado su no que Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 29 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida acabava por pastar nos montados tendo este como fim a alimenta o das cidades em expans o Gil 2005 p 21 At ao final do s culo XIX os montados foram sofrendo algumas altera es aproveitando ao m ximo as capacidades que este pode ter tanto da rvore como do pr prio solo formando explora es mistas com suber cola cereal fera e pecu ria No ano de 1880 fez se a contagem de corti a produzida em territ rio nacional sendo aproximadamente de 18 000 toneladas Sendo este valor superado no per odo de 1885 1894 que atingiu uma m dia de 25 000 toneladas e nos nove anos seguintes cerca de 45 000 toneladas Gil 2005 p 21 Com a grande valoriza o dos sobreiros e da corti a foram obrigat rias in meras inova es capazes de tornar os montados em espa os rent veis e logo se tornaram nos mais bem tratados de todo o mundo subericola de tal modo que Hickel referia que o montado alentejano representava a cultura intensiva de corti a Natividade 1950 p 46 Foi ainda no s culo XIX mais precisamente em 1891 que se descobriu o aglomerado negro de corti a na empresa d
88. lativamente aos primeiros destacam se os tel ricos e climat ricos que transformaram a face da Terra para uma forma semelhante que conhecemos hoje V rios estudos referentes a esta poca apontam para uma rea de 8 4 milh es de hectares tr s vezes maior que a rea actual Gil 1998 p 31 A utiliza o da corti a pelo homem ao longo dos s culos deixou marcas culturais profundas e alargou se a uma escala universal E desde cedo associada a ricas simbologias de conforto prazer e utilidade Desde sempre as sociedades lhes atribu ram qualidades mpares e apreciaram a sua genuidade e origem Neto 2012 p 7 S o variados os produtos tradicionais de corti a que foram utilizados ao longo do tempo e que de algum modo ainda s o utilizados hoje Em 3000 a C na China utilizava se a corti a para aparelhos de pesca no Egipto foram encontradas nforas com tamp es de corti a dando assim in cio aplica o de corti a como vedante Contudo foram os romanos que mais utiliza es lhe deram Existem diversos registos referentes a Italia entre 400 a C a 1 d C que mostram diferentes aplica es da corti a na vida quotidiana como b ias batoques para ton is cal ado feminino de Inverno nforas de vinho vedadas com corti a cobertura de Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 23 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida habita es propriedades medicinais cor
89. lima caracterizado por per odos de seca estival e Invernos amenos Pertence fam lia das Fag ceas como os castanheiros e faias e do g nero Quercus que abrange mais de 600 esp cies sendo a mais conhecida o carvalho e s o muitas delas interessantes a n vel econ mico pela madeira entrecasco ou mesmo pelo seu fruto Mas o sobreiro Quercus Suber L a nica rvore que produz uma casca t o grossa e resistente a corti a Oliveira 1991 p 53 54 Esta rvore n o obedece s fronteiras tra adas pela fitogeografia vai entrando em terrenos maioritariamente povoados por outras esp cies de rvores No Norte mistura se com os castanheiros e carvalhais no litoral do Tejo ao Minho entra no espa o do pinheiro bravo na Estremadura junta se ao carvalho no Alentejo azinheira e ao pinheiro manso e por fim no Algarve alfarrobeira ocupando assim um bocadinho em todo o territ rio portugu s Natividade 1950 p 37 Para estudar esta rvore necess rio perceb la desde a sua germina o e como tem a capacidade de suportar climas ingratos solos pouco f rteis o descorti amento e porque que encontra no nosso pa s o seu ptimo ecol gico Como qualquer outra rvore o sobreiro tem as suas ra zes que o fixam terra e que v o crescendo conforme o que o terreno deixa uma raiz aprumada perfuradora no inicio da germina o dando origem a ra zes laterais robustas que se ramificam em rad culas
90. m Vieira Natividade 1899 1968 uma figura cimeira entre os silvicultores europeus do s culo XX Entre 1930 e 1950 Natividade foi o director da Esta o Experimental do Sobreiro em Alcoba a e o seu trabalho assumiu uma import ncia absolutamente decisiva no processo de constru o e consolida o de uma investiga o florestal portuguesa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 32 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida de 12 500 toneladas contra as 6 130 toneladas antes da segunda Guerra Mundial Natividade 1950 p 57 58 Do lado africano temos o caso da Arg lia Tun sia e Marrocos que entre eles dividem uma faixa de sobreiros junto ao litoral com um comprimento de 600 quil metros e uma largura que n o ultrapassa os 70 quil metros A Arg lia possui cerca de 450 quil metros desta faixa cerca de 440 000 hectares de montados que podem crescer em zonas mais elevadas devido a condi es particulares do clima Segundo Joaquim Vieira Natividade 1950 p 64 a rea actual dos montados menos de metade do que foi em pocas anteriores e esta dr stica desarboriza o deve se a guerras a altera es no clima Norte Africano assim como a um aumento da popula o que triplicou entre 1877 e 1936 ocupando as zonas do terreno mais f rteis deixando o sobreiro de ter lugar Natividade 1950 p 64 Na Tun sia h uma continua o dos montados da Arg lia dividid
91. ma perturba o visual pois gra as sua capacidade de evoluir com as esta es do ano enquadra se na paisagem de modo natural Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 69 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida ECO CABANA CASCAIS 2008 A Eco cabana foi desenhada pelo atelier Barbini Arquitectos para responder ao desafio da Ag ncia Cascais Natura que pretende sensibilizar a popula o para a sustentabilidade e para o uso de materiais reciclados ou recicl veis de grande efici ncia energ tica e auto sustent veis Jornal Arquitectos 230 O objectivo deste concurso era desenvolver prot tipos de equipamentos abrigos modulares que tenham uma pegada ecol gica o mais pequena poss vel sendo tamb m de f cil constru o com fun es muito variadas desde espa os para forma es instala es sanit rias camaratas entre outras poss veis utiliza es Jornal Arquitectos 230 Ilustra o 29 Modelo Barbini Ilustra o 30 Interior Barbini Ilustra o 31 Eco cabana Barbini Arquitectos Arquitectos Arquitectos Para cumprir os objectivos do concurso os arquitectos desenvolveram uma estrutura em forma de estrela de tr s pontas suportada por vigas treligadas em madeira lamelada A corti a foi utilizada como revestimento exterior visto que um material recicl vel e 100 natural Relativamente ao interior foi utilizado OSB para revestir as pared
92. marelecida com ramos secos e sem produzirem fruto deve se efectuar a poda de rejuvenescimento que consiste numa desrama o intensa reduzindo as zonas que a rvore tem que alimentar dando lhe mais for a para se manter viva equilibrando a absor o das ra zes e a seiva produzida pelas folhas Oliveira 1991 p 90 92 A poda deve ser feita com sabedoria para ter vantagens e n o prejudicar o sobreiro rejuvenescendo o favorecendo o seu crescimento e a produ o de corti a Contudo esta interven o cultural tem regras a cumprir Deve ser feita com intervalos de cinco a seis anos na altura em que o sobreiro se encontra em repouso vegetativo ou seja de Dezembro a Mar o e com aten o ao modo como se cortam os ramos n o deixando sali ncias para cicatrizar com facilidade e com uma pequena inclina o evitando infiltra es da gua da chuva e como consequ ncia o apodrecimento Oliveira 1991 p 86 Dos ramos que foram cortados pode se retirar corti a normalmente virgem que arrancada com um machado ou por meios mec nicos atrav s do corte de arrombamento dando origem a um misto de corti a com entrecasco e algumas vezes at lenho e que tem o nome de Falca que utilizada na produ o de aglomerado negro de corti a Gil 2005 p 62 A poda dos sobreiros acaba por interferir no funcionamento normal da rvore sendo necess rio tempo para se restabelecer o equil brio Oliveira 1991 p 92 Quando
93. mento da Rua Capit o Cook para obrigar a uma mudan a de direc o e consequente abrandamento dos ve culos Nas horas de maior concentra o de ve culos existe um 2 port o s para sa das que permite uma muito maior fluidez e escoamento dos ve culos que v m recolher os alunos libertando a entrada e evitando assim filas ao port o Tamb mesta ptica tamb m foram feitos estudos de tr fego para o interior do parque e foi decidido separar duas zonas de estacionamento distintas que permitem logo entrada a separa o em dois do tr fego que pretende aceder ao espa o e assim uma r pida desocupa o do acesso principal e liberta o da rua Foram colocadas passadeiras e lombas bem como desviada uma linha de carreira de autocarro de modo a passar ao p do Col gio e assim promover a utiliza o do transporte p blico Criaram se196 lugares de estacionamento no interior do lote mais 10 do que o exigido atenuando assim o impacto negativo nos estacionamentos exteriores p blicos Para al m disso foi criado um parque interior de 40 bicicletas com zona de amarra o e zona de motos com o intuito de promover ao m ximo a utiliza o destes transportes tendo em conta o facto de a grande maioria de alunos ser residentes na zona da Parque Expo contribuindo assim para uma atitude mais ecol gica e salutar Ilustra o 65 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos INFRAESTRUTURAS E FACILIDADES DE
94. mo verdadeiro problema nacional Natividade 1950 p 43 Relativamente aplica o da corti a contra o frio e a humidade come ou se a revestir celas de conventos como o caso do Convento dos Capuchos em Sintra mandado construir por D lvaro de Castro em 1560 para cumprir um desejo do seu pai D Jo o de Castro e que ainda hoje pode ser observado Oliveira 1991 p 28 Todas estas condicionantes levaram a que a desarboriza o se tornasse como um problema nacional deixando de existir corti a suficiente para a procura tanto a n vel nacional como para exporta o apesar das in meras iniciativas para o impedir Gil 2005 p 21 Durante a ocupa o filipina em 1602 foi criada mais uma lei que proibia o corte dos sobreiros ou a extrac o da sua corti a caso algu m decidisse infringir esta lei sofria uma pena de quatro anos de degredo em frica acoitamento e uma multa Mas dependia da infrac o por exemplo se o dano causado fosse valorizado de quatro mil reis sofreria ent o o a oitamento e o degredo de quatro anos para frica se o dano fosse de trinta cruzados ou mais seria extraditado para o Brasil para sempre Foram muitas as tentativas de manter intactos os montados de sobro portugueses fizeram se leis que proibiam o corte de sobreiros a apanha de bolota ou at mesmo a 15 recolha de corti a D Jo o VI chegou a proibir a exporta o de corti a enquanto esta fosse necess ria em Port
95. n o se pode dispensar a coloca o de uma barreira de vapor pois o aglomerado negro de corti a expandida perme vel ao vapor Como nas outras aplica es esta tamb m tem v rias solu es como coberturas de acessibilidade ilimitada assim como limitada solu o de reflectividade e at mesmo Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 61 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida coberturas ajardinadas E por fim coberturas inclinadas onde a corti a pode ser aplicada directamente no bet o Isocor 2014 Relativamente ao isolamento absor o ac stica a corti a um material que tem resultados muito positivos em rela o a sons a reos e de percuss o diminuindo a propaga o das ondas sonoras de um local para o outro Chiebao 2011 p 35 O aglomerado negro de corti a absorve as ondas sonoras devido sua estrutura porosa que com os espa os cheios de ar o som acaba por n o voltar a sair Este material pode ainda juntar se com outro a fibra de coco ou a l de rocha tamb m um produto natural e recicl vel Estes dois juntos formam um produto com capacidades de ac stica muito boas Deste modo considerado um ptimo material com caracter sticas de isolamento ac stico e pode ser aplicado em tr s vertentes diferentes isolamento de ru dos a reos correc o ac stica e isolamento de ru dos de percuss o Chiebao 2011 p 35 O isolamento de ru dos
96. nciam factores como a temperatura velocidade do ar e humidade assim como factores relacionados com o comportamento de quem habita o edif cio aqui que entra o isolante t rmico que tem como principal objectivo aumentar a resist ncia t rmica para que as trocas de calor entre o edif cio e o exterior diminuam assim como a necessidade de utilizar meios artificiais de aquecimento e arrefecimento Chiebao 2011 p 108 Para tal necess rio seguir uma s rie de normas durante a elabora o do projecto arquitect nico que nos ajudam a controlar o conforto t rmico sem prejudicar o meio ambiente consumindo o m nimo poss vel de energia Silva 2006 p 23 Nos edif cios as trocas de calor devem se propaga o de calor por condu o que varia com a condutibilidade e espessura do material utilizado Chiebao 2011 p 30 Estes materiais para serem considerados bons isolantes t rmicos devem ter um baixo coeficiente de condutibilidade t rmica ter uma boa resist ncia a altas temperaturas e n o podem emitir qualquer tipo de odor Chiebao 2011 p 31 O caso particular da corti a um material vegetal de estrutura celular apresenta um coeficiente de condutibilidade t rmica inferior a uma grande variedade de materiais como por exemplo o bet o fibras de madeira alvenaria de tijolo maci o madeira seca entre outros Chiebao 2011 p 31 V rios estudos mostram que quando aplicado o ICB como isolante t rmico
97. ndo a bolota para alimentar o gado su no e agricultura que seja compat vel com o pr prio montado Gil 2005 p 22 Em 1790 Fragoso Sequeira apresentou o primeiro comp ndio de subericultura Academia Real das Ci ncias de Lisboa a Mem ria sobre as Azinheiras Sovereiras e Carvalhos da prov ncia do Alentejo onde se trata da sua cultura e usos e dos melhoramentos que no estado actual podem ter Fragoso Sequeira tenta ent o explicar os cuidados que se devem ter relativamente aos sobreiros principalmente na Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 28 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida zona do Alentejo iniciando a pr tica dos desbastes selectivos aproveitando as melhores rvores e baixando a sua densidade de rvores promovendo a terra capaz de cultivo e do fruto para alimenta o de gados Natividade 1950 p 45 PORTUGAL S CULO XIX A PRESENTE Cumpre nos no presente impedir abusos condenar desvarios punir desmandos para que n o sofra mais delapida es a valiosa heran a que recebemos e n o venhamos a legar aos vindoiros os restos desprez veis de um lauto festim cabe nos no que diz respeito ao futuro manter a posi o conquistada e fortalec la tamb m criando mais e melhores sobreirais e aproveitando integralmente as aptid es subericolas da terra portuguesa Natividade 1950 p 23 A pr tica dos desbastes demorou algum tempo a ser ge
98. neralizada pois segundo Sousa Pimentel Natividade 1950 p 45 em 1888 os montados alentejanos ainda estavam submetidos a um regime devastador com as grandes queimadas S mais tarde e segundo o mesmo autor que se pode observar a transforma o das florestas de sobreiros em montados espa os mais abertos onde feita a explora o agro silvopastoril com tratamentos culturais regulares como os podemos encontrar hoje Natividade 1950 p 45 no s culo XIX que o Reino Unido se destaca como sendo um dos principais clientes da corti a portuguesa onde depois transformava a corti a com as novas tecnologias A empresa mais antiga que se sediou em Portugal foi a Henry Bucknall amp Sons Limited em 1750 para proceder exporta o do material para o estrangeiro atrav s de navios pr prios para o transporte exclusivo da corti a Gil 1998 p 36 Contudo foi s no final do s culo XIX que a corti a voltou a ter interesse sendo at ent o apenas utilizada para veda o de garrafas para a qual era utilizada a corti a de melhor qualidade correspondendo a um quarto do total ficando a restante por aproveitar Gil 2005 p 27 Com o interesse que os sobreiros e a corti a ganharam no s culo XIX devido produ o de rolha o aumento do valor mercantil assim como a enorme procura deste material cresceram tornando necess rio reconstruir muitos dos montados na Pen nsula Ib rica que outrora tinham sido destru dos pe
99. o Moura Arquitectos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 119 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 120 ANEXO B Apresenta o do Col gio Pedro Arrupe cortesia do Arquitecto Jorge Matos Alves Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida CONCEITOS O Col gio Pedro Arrupe CPA um Estabelecimento Privado de Ensino que se assume como um Col gio modelo para o s culo XXI Localizado no Parque das Na es Freguesia de Sacav m Loures desenvolve se numa rea de 72 085 26m que se situa entre a foz do Tranc o e a ponte Vasco da Gama a escasso metros do Rio Tejo Dada a finalidade educativa do edif cio o Projecto que se apresenta de extrema simplicidade e funcionalidade garantindo se todos os requisitos regulamentares para o adequado e pleno desenvolvimento da sua actividade o que conjugado com a equipa de elevado referencial t cnico pedag gico dar resposta s val ncias de Jardim de Inf ncia 1 2 e 3 Ciclos do Ensino B sico e Secund rio Conceptualmente este Projecto nasce no pressuposto de uma vertente educacional com liga o ao Mar e Sustentabilidade O CPA reconhece a Sustentabilidade a todos os n veis como um crit rio indispens vel para assegurar um futuro vi vel Promove assim um estilo de vida respeita
100. o em tr s zonas principais no litoral do Mediterr neo de resto est espalhado em pequenos povoamentos puros ou mistos sem grande relev ncia ocupando no total uma rea de 140 000 hectares doa quais s 90 000 que est o a ser explorados Apesar das v rias tentativas em valorizar os montados estes continuam a render pouco Gil 1998 p 67 Em Marrocos estima se que em 4000 anos tenham desaparecido cerca de 8000 hectares cortados para utilizar o entrecasco extensamente empregue para curtir as peles tradi o do com rcio marroquino Esta destrui o tem efeitos a longo prazo tornando o solo cada vez mais rido empobrecendo a flora e o revestimento do solo que ser tornou em muitos casos insuficiente para os agentes de degrada o Estes factores levam a que uma regenera o dos montados seja bastante complicada devido hostilidade do clima Contudo em 1913 os Servi os Florestais come aram um longo processo de reaproveitamento dos montados com tentativas de regenera o aumentando consideravelmente a rea que estes ocupam Gil 2005 p 23 Nos arredores da Russia mais precisamente na Crimeia o clima muito semelhante ao mediterr neo sofrendo pequenas altera es com os invernos mais frios o que permite que o sobreiro cres a em boas condi es at uma altitude de 500 a 600 metros Datam do s culo XIX 1819 as primeiras tentativas de semear o sobreiro neste territ rio e que ao longo dos anos foram cresc
101. o na paisagem E como a corti a um material natural cada bloco de aglomerado vai ter a sua reac o Uns perdem cor mais rapidamente outros mais lentamente originando uma palete muito variada de tons castanhos que se encontram em perfeita sintonia com o xisto Esta grande altera o por que a corti a passa lenta e assim como na Adega Logowines j referida anteriormente faz refer ncia ao envelhecimento lento do vinho e matem a tradi o secular que o vinho e a corti a t m Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 84 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Good architecture offers shapes and surfaces molded for the pleasurable touch of the eye Pallasmaa 2005 p 44 Ilustra o 44 Rela o dos materiais naturais com as formas onduladas Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 4 Boa arquitectura oferece formas e superf cies moldadas para agradar aos olhos Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 85 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 4 2 EBG ESTA O BIOL GICA DO GARDUCHO MOUR O 2008 VENTURA TRINDADE ARQUITECTOS Ilustra o 45 Rela o da Esta o com a envolvente Matos 2010 p 46 e 47 Mas a Esta o Biol gica do Garducho muito mais do que um edif cio Na sua concep o uma ideia do mundo futuro poss vel que se
102. o norte americano John Smith em Nova lorque e foi patenteado em 1892 Esta empresa produzia coletes salva vidas preenchidos por pequenos cilindros com granulado de corti a no interior Um dia um dos trabalhadores deixou cair acidentalmente um destes cilindros para um braseiro onde ficou at ao dia seguinte John Smith encontrou o e percebeu que a corti a n o estava queimada mas tinha expandido por ac o do calor e estava colada entre si pelas resinas naturais que cont m Gil 1998 p 47 Com esta descoberta come aram se a aproveitar os res duos e as corti as que at ent o eram consideradas sem qualquer valor comercial Assim a procura aumentou sendo necess rio proteger a todo o custo os montados que existiam e a regenera o destes tentando tamb m voltar a povoar os antigos sobreirais Como j foi referido a superf cie ocupada por montados era muito maior na antiguidade do que nos dias de hoje a mesma teoria aplica se ao nosso pa s No Norte existia uma maior densidade populacional o que exigia por quest es de sobreviv ncia que os terrenos fossem aproveitados para agricultura para assim alimentar toda a popula o Enquanto no Sul havia um n mero muito inferior de Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 30 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida habitantes resultante dos solos mais secos e menos pr prios para cultivar onde os sobreiros sobrev
103. o se desenvolve e como a quantidade de corti a extra da do sobreiro superior que nunca foi tirada podemos perceber que consequentemente a quantidade de CO2 tamb m maior E segundo Ana Mestre estima se que na produ o anual de corti a que corresponde a cerca de 350000 toneladas sejam fixadas 182000 toneladas de carbono Mestre 2006 p 22 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 45 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2 3 CORTI A E AS SUAS APLICA ES A corti a do sobreiro que teve a honra de ser o primeiro tecido vegetal cuja estrutura se examinou ao microsc pio e que pela primeira vez foi descrito e desenhado de facto um tecido a muitos respeitos not veis Natividade 1950 p 139 COMPOSI O QU MICA Nenhum outro produto natural ou artificial p de substituir at hoje a corti a do ponto de vista da economia e da efic cia nas suas mais importantes aplica es Natividade 1950 p 139 A corti a considerada um material celular composto por c lulas ocas e fechadas com um volume s lido de 15 Estas c lulas est o mortas e servem de casca protectora e t m fun o de epiderme da rvore Fortes 2004 p 32 A disposi o e o tamanho das c lulas n o s o sempre iguais Em Portugal estas apresentam maioritariamente uma forma hexagonal num pol gono de 14 lados existindo em 1cm3 cerca de 40 milh es de c lulas Oli
104. omo podemos ver na ilustra o 26 esta decora o era feita com corti a e madeira pintadas de v rias cores e que segundo Fernanda Chiebao conferem divis o um esp rito mourisco da Serra Chiebao 2011 p 47 Ilustra o 26 Antiga decora o do quarto do Rei Ilustra o nossa 2014 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 66 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ya Enquanto que nos tr s exemplos acima descritos utilizada corti a sem qualquer tratamento nos exemplos seguintes utilizado o aglomerado negro de corti a expandida como material de isolamento e ou revestimento apostando nas qualidades visuais est ticas da pr pria corti a A sustainable building material chosen for its unique qualities Herzog Jacques et al Archdaily PAVILH O CENTRO DE PORTUGAL COIMBRA 2000 O Pavilh o Centro de Portugal foi projectado pelos arquitectos lvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura para a Expo 2000 em Hannover Esta exposi o tinha como tema Humanidade Natureza Tecnologia Um novo mundo e foi baseada em algumas ideias da Agenda 21 Na exposi o foi atribu do aos arquitectos portugueses um lote rectangular e para ele projectaram o pavilh o que iria representar Portugal Este pavilh o tem uma planta quadrangular como se pode ver na ilustra o em baixo Contudo os arquitectos desenharam um bra o que se
105. palette that changes according to the season of year it has a soft but yet at the same time rough texture as well as a charm full and characteristic scent This way not only the projects are unique but also time settles naturally on them By looking at the 3 projects where cork is a key element we intend to analyze them with a keen eye on detail to what s his role as a main material which is responsible for arousing the spectator s curiosity from every step he takes along the way Key words Cork architecture cladding senses atmosphere LISTA DE ILUSTRA ES Ilustra o 1 Sobreiro alentejano Ilustra o nossa 2013 21 Ilustra o 2 Distribui o geogr fica do sobreiro Fortes 2004 p 18 23 Ilustra o 3 Constitui o do tronco com corti a virgem 1 Xilema 2 Cambio 3 Floema 4 Feloderme 5 Felog nio 6 Felema corti a Fortes 2004 p 27 37 Ilustra o 4 Constitui o do tronco com corti a de reprodu o 1 Xilema 2 Cambio 3 Floema 4 Feloderme 5 Felog nio 6 Felema corti a 7 Costa Fortes 2004 p 27 DA E ARE a ADE 2 A dd ASS e O S 37 Ilustra o 5 Sobreiro sem poda Ilustra o nossa 2013 39 Ilustra o 6 Sobreiro depois da poda Ilustra o nossa 2013 39 Ilustra o 7 Descortigamento Oliveira 1991 p 94 tere eeeeetteeeeeeee rete 41 Ilustra o 8 Sobreiros adultos com extrac o re
106. para revestir Mas s o muitos mais os factores que levam escolha deste material e sua aplica o de formas muito diferentes como a cor a textura o cheiro a localiza o do edif cio ou at mesmo a fun o do edif cio como se poder perceber pelas v rias obras em que este material utilizado Chiebao 2011 p 42 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 63 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 3 3 ENQUADRAMENTO HIST RICO DE OBRAS EM PORTUGAL Apesar de o aglomerado negro de corti a expandida ser cada vez mais utilizado na arquitectura continua a ser pouco explorado e conhecido entre os arquitectos se o compararmos poe exemplo com o bet o quando utilizado como acabamento f cil ir buscar nossa mem ria uma s rie de edif cios feitos em bet o visualizar mentalmente o ambiente que ele cria o seu peso visual e a sua textura por sua vez quando se fala de corti a dif cil imaginar uma obra e todas as suas caracter sticas nicas Posto isto este cap tulo tem como objectivo mostrar algumas obras feitas em Portugal onde aplicada a corti a como revestimento mostrando v rias tipologias desde conventos a adegas e a habita es onde o conceito da sua utiliza o sempre diferente Para perceber melhor a evolu o desta aplica o ordenaram se cronologicamente as obras que passamos a apresentar CONVENTO DA ARR BIDA ARR BIDA E
107. r que tem relevo atrav s dos pequenos contrastes produzidos com a incid ncia da luz do sol preciso conseguir ver para al m do que os nossos olhos mostram Neste projecto o fruidor quase obrigado a tocar nos materiais a olhar para eles de outra maneira senti los atrav s do tacto S assim se consegue perceber que apesar de vista parecerem muito semelhantes s o na verdade completamente diferentes A corti a com um toque quente suave e aveludado em oposi o ao toque frio e t pico da pedra com uma textura rugosa e rude Architecture is essentially an extension of nature into the man made realm providing the ground for perception and the horizon of experiencing and understanding the world Pallasmaa 2005 p 41 O xisto sendo uma pedra regional ajuda a fazer a liga o entre a terra e o constru do marks the transition between the land made of stone and the stone made of 38 earth Como indica o autor Carlos Castanheira 2009 p 282 este material que faz a transi o do que existe para o constru do criando uma liga o muito forte do se Pegue numa pedra pode serr la fur la dividi la ou poli la vai se tornar diferente de cada vez depois segure a contra a luz diferente outra vez Tradu o nossa 2r Arquitectura essencialmente uma extens o da natureza para o reino feito pelo homem fornecendo a base para a percep o e o horizonte de experimentar e compre
108. ra o de corti a para limpar superf cies sens veis P de corti a com interesse para fins medicinais Mestre 2006 p 18 19 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 53 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 54 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 3 AGLOMERADO NEGRO DE CORTI A EXPANDIDA NA ARQUITECTURA 3 1 PRODU O Como j foi referido anteriormente o aglomerado negro de corti a expandida um material 100 natural aglutinado apenas com as resinas existentes na pr pria corti a Gil 1998 p 167 Ya Para a sua produ o utilizada principalmente mat ria prima Falca que como tamb m j foi referido no cap tulo anterior prov m da poda ou esgalha do sobreiro Gil 1998 p 167 Ilustra o 15 Corti a Falca em repouso Andr Carvalho 2010 Depois de se cortarem os ramos das rvores podem ent o utilizar se m quinas para proceder tiragem de corti a sem correr o risco de ferir o sobreiro Ap s ser retirada a Falca esta deve ficar em repouso pelo menos durante seis meses dependendo do teor de humidade que a corti a apresenta Posteriormente esta corti a triturada dando origem a dois produtos diferentes o granulado de corti a e o p de corti a este ltimo aproveitado como biomassa Roseta 2014 p 30 31
109. rado negro de corti a expandida n o est sujeito a combust o o di xido de carbono mant m se preso na corti a em vez de se Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 58 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida libertar para a atmosfera e como a corti a pode ser reciclada esta fixa o ainda dura mais tempo Neto 2012 p 24 Posto isto pode se concluir que a corti a um material amigo do ambiente e que vai ao encontro do conceito de Green Building t o importante na actualidade Roseta 2014 p 2 ISOLAMENTO T RMICO E AC STICO Uma das aplica es mais comuns do aglomerado negro de corti a expandida como isolamento melhorando consideravelmente as condi es do interior do edif cio Chiebao 2011 p 30 O aglomerado negro de corti a expandida internacionalmente conhecido pelo nome de ICB Insulation Cork Board que como o nome indica uma placa de corti a com o prop sito de isolar S mais tarde que come ou a ser utilizado para outro tipo de aplica es como revestimento e design Isocor 2014 Como isolamento este material possui uma s rie de vantagens que come am desde a tiragem de corti a da rvore at sua utiliza o nos edif cios dif ceis de igualar por qualquer material sint tico e s o elas que tornam a corti a num produto cada vez mais procurado por arquitectos e n o s Segundo Joaquim Vieira Natividad
110. rebocados e ajuda a destacar as zonas de 31 PMC ARQUITECTOS Carlos Tojal de Sousa Coelho e Miguel Passos de Almeida licenciados em Arquitectura pela FAUTL nos anos de 1985 e 1986 respectivamente Formam atelier em 1993 ap s terem vencido um concurso internacional de concep o de complexo de habita o econ mica Desenvolvem a sua actividade em todas as reas de arquitectura tendo sido premiados em 2 6 pelos scares do imobili rio com o empreendimento habitacional Spazio no Estoril Em parceria com a BM Bolonas e Menano SA t m desenvolvido projectos na rea hospitalar e recentemente foram nomeados pelo ARCHDAILY a building of the year com o projecto Logowines adega vitivin cola situada em Evora Neves 2012 p 2 Licenciada em arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa no ano de 1980 No periodo de 1982 e 1992 desempenha fun es de assistente na Faculdade de Arquitectura da Universidade T cnica de Lisboa tendo ainda leccionado a unidade curricular de Projecto na Universidade Lusiada de Lisboa de 1986 a 1999 Desde 2000 desenvolve a actividade proficional ligada ao atelier de arquitectura PMC arquitectos Neves 2012 p 2 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 71 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida entrada quer para a zona administrativa como para a zona reservada aos visitantes da adega Neves 2012 p No entan
111. rge como revestimento exterior das fachadas nos pisos superiores dos blocos que parecem pousar sobre o embasamento A escolha deste aglomerado remonta a preocupa o com a sustentabilidade por ser um material natural que garante n o s uma excelente capacidade de isolamento t rmico como funciona perfeitamente como revestimento exterior que interage com as condi es atmosfericas clareando ou escurecendo com o sol ou a chuva Esta capacidade remete nos para a passagem do tempo tornando o edif cio numa entidade viva O desenvolvimento do edif cio baseia se num conjunto de blocos independentes interligados por uma membrana transparente que cria um conjunto de passadi os exteriores cobertos garantindo as necess rias circula es Esta pele envolve o piso t rreo de todos os blocos e circula o entre eles criando a ilus o de um embasamento unificado sobre o qual pousam alguns corpos de aspecto mais encerrado e pesado Ilustra o 63 Informa o disponibilizada pelos arquitectos GJP Arquitectos Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 123 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida O conforto t rmico n o hoje em dia um luxo mas sim cada vez mais uma necessidade essencial Um ambiente interior confort vel sin nimo de um ambiente saud vel Mas tamb m sin nimo de bem estar e qualidade de vida que todos desejamos GEST O ENERG TICA O CPA est inse
112. rido numa rea urbana de qualidade excepcional a zona do Parque das Na es dotada das mais modernas tecnologias e infra estruturas urbanas entre as quais uma rede de distribui o de frio e calor Atrav s deste sistema a Climaespa o proporciona aos edif cios o fornecimento de energia t rmica para climatiza o aquecimento e arrefecimento ambiente Conseguem se assim maior rendimento com menores custos associados com a vantagem acrescida que os edif cios que constituem o Col gio n o necessitam portanto dos vulgares aparelhos de ar condicionado que cada vez mais descaracterizam as nossas cidades O facto de o complexo ser formado por v rios edif cios distintos com funcionalidades diversas e hor rios d spares permite igualmente que haja uma gest o mais eficiente do conjunto adequando as solu es e maximizando a poupan a de cada um sem condicionar a utiliza o de nenhum deles aos restantes Um avan ado sistema de Gest o T cnica Centralizada alargada a todos os edif cios e equipamentos permite o acompanhamento e correc o permanente seja a trav s de pr programa o ou monitoriza o remota Relativamente ao aquecimento de aguas sanit rias o Col gio est dotado com pain is solares t rmicos distribu dos pelos diversos blocos e dimensionados para garantir o aquecimento de todas as guas de consumo e da piscina Faz se ainda o aproveitamento de guas de lavagem dos filtros da piscina para abast
113. ros materiais transformar os espa os arquitect nicos a envolvente a atmosfera do edif cio proporcionando ao fruidor uma viagem nica de sensa es atrav s dos contrastes das cores da metamorfose e at do pr prio cheiro despertando a curiosidade medida que se vai descobrindo o edif cio Every touching experience of architecture is multi sensory qualities of space matter and scale are measured equally by the eye ear nose skin tongue skeleton and muscle Architecture strengthens the existential experience one s sense of being in the world and this is essentially a strengthened experience of self Instead of mere vision or the five classical senses architecture involves several realms of sensory experience which interact and fuse into each other Pallasmaa 2005 p 41 51 Todas as experi ncias arquitect nicas que nos tocam sao multissensoriais qualidades de espa o mat ria e escala s o medidas igualmente pelo olho pelo nariz pela pele pela l ngua pelo esqueleto e pelo m sculo A arquitectura fortalece a experi ncia existencial a sensa o de se estar no mundo e isso essencialmente uma experi ncia refor ada de se existir Em vez de uma mera vis o ou os cinco sentidos cl ssicos a arquitectura envolve diversos dom nios da experi ncia sensorial que interagem e se fundem uns nos outros Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 100 Revestimento de corti a na arq
114. rti a normal tem 6 8 Este fen meno tem origem desconhecida e normalmente chamado de verde Fortes 2004 p 70 Estes s o apenas alguns exemplos de problemas biol gicos internos que a corti a pode sofrer mas ainda se podem acrescentar defeitos externos como o caso do insecto Fortes 2004 p 76 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 50 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida APLICA ES DA CORTI A A corti a depois de ser tirada do tronco tem que estabilizar durante seis meses para perder a forma tubular que apresenta e com o estar exposta chuva ao sol e ao vento melhora a sua qualidade Depois as pranchas s o cozidas em gua a ferver para eliminar produtos contaminantes e tornar a corti a mais flex vel e macia Gil 2005 p 90 91 Ilustra o 12 Corti a a estabilizar Ilustra o 13 Tanque onde se coze a Ilustra o 14 Corti a cozida llustra o Ilustra o nossa 2014 corti a Ilustra o nossa 2014 nossa 2014 Com a tecnologia que temos hoje em dia aumentam as possibilidades de trabalhar a corti a produzindo cada vez mais derivados deste material Estes podem ser aglomerados compostos ou aglomerados brancos produzidos com corti a e um adesivo os aglomerados puros tamb m designados por aglomerados negros ou de corti a expandida s o produzidos apenas com corti a os produtos obtidos apenas por talh
115. ser cortada Chiebao 2011 p 5 MUNDO ANTIGUIDADE O sobreiro uma rvore que parece datar da Era Terci ria do per odo Oligoceno Considera se que tenha surgido na regi o do mar Tirreno e posterior e progressivamente migrado para as actuais localiza es maioritariamente zonas mediterr nicas como Portugal Espanha Marrocos It lia Arg lia Tun sia e Fran a que s o caracterizados por per odos de seca estival e invernos amenos Neto 2012 p 7 2 conhecido por Per odo Terci rio uma unidade de tempo utilizado para demarcar um per odo espec fico de desenvolvimento da Terra e da vida nela contida Actualmente considerado um conceito desfasado o Terci rio consiste no espa o de tempo que vai de 65 milh es at 2 6 milh es de anos atr s Infoescola 2014 3 Parte do mar mediterr neo que apresenta a forma aproximada de um triangulo rect ngulo e que se localiza entre a costa ocidental de It lia e as ilhas de C rsega Sardenha e Sic lia Infop dia 2014b Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 22 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Ilustra o 2 Distribui o geogr fica do sobreiro Fortes 2004 p 18 A floresta natural primitiva desta esp cie foi se alterando ao longo dos tempos devidos a fen menos naturais e ac o do homem na natureza Re
116. ta Rodrigues 2008 Caracteriza o de bet es leves de regranulados de corti a Lisboa Instituto Superior T cnico MASCARENHAS Jorge 2006 Sistemas de constru o Volume VIII Lisboa Livros Horizonte MEDEIROS Hermano de s d Aglomerados negros de corti a bases e esquemas de aplica o na constru o civil Porto Lito of Artistas reunidos MESTRE Jo o 2014 Tudo de bom Alentejo Contempor neo Revista Evas es n 189 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 107 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida PATACHO Domingos s d A import ncia dos montados de sobro em Portugal In Quercus Associa o Nacional de Conserva o da Natureza Em linha Lisboa Quercus Consult 18 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http www quercus pt artigos floresta 241 1 a importancia dos montados de sobro em portugal gt PEREDA Ignacio Garcia 2009 Junta Nacional da Corti a 1936 1972 Lisboa Euronatura PEREIRA Gon alves s d Economia Corticeira Da import ncia da corti a na economia nacional In Funda o Joao Lopes Fernandes Em linha Consult 18 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http fundacaojlf no sapo pt ECONOMIA 20CORTICEIRA pdf gt PEREIRINHA T nia 2013 Quartos para um fim de semana a dois Revista S BADO n 502 PORTUGAL GLOBAL 2008 Breve hist ria da corti a In Aicep Portu
117. te a cada hora do dia e a cada dia do ano sendo obrigat rio percorrer todo o edif cio para se conseguir perceber como ele funciona 39 As formas pl sticas dan am os planos das paredes rebocados num tom rosa velho aparecem tanto abertos como fechados umas vezes avan ados outras vezes recuados deixando ver transpar ncias sugerindo perspectivas e curiosidades Tradu o nossa Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 83 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 2a m Ilustra o 43 A utiliza o da curva Fernando Guerra 2008 FG SG Architectural Photography 2014 S o estas formas geom tricas superf cies curvilineas e planos que aliadas aos materiais naturais proporcionam ao espectador uma promenade architectural nica onde se v o descobrindo pormenores Assim medida que percorremos o edif cio pelo exterior podemos observar as suas muta es gra as j referida ondula o do volume de bet o e transforma o que os materiais naturais sofrem quando acompanham o estado de esp rito das esta es do ano Esta metamorfose que a corti a vai sofrendo ao longo do tempo causada pelas condi es climat ricas que v o alterando a cor escura e apelativa deste material para uma tonalidade mais clara quase cinzenta mas n o menos interessante atrav s desta transforma o que o edif cio vai ficar cada vez mais integrad
118. terial cada vez mais valorizado tudo gra as quantidade de ar que existe Segundo Manuel Alves de Oliveira Oliveira 1991 p 123 a corti a entre todas as subst ncias naturais figure entre as que se apresentam dotadas de mais elevado poder isolante Oliveira 1991 p 123 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 48 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Para al m destas caracter sticas pode se acrescentar o facto de ser um produto natural ecol gico e inodoro Neto 2012 p 11 A corti a pode ainda dividir se em tr s categorias diferentes est o relacionadas com o descorti amento e n o alteram em nada a composi o qu mica ou as propriedades f sicas do material e s o elas as tr s fazes de extrac o da corti a Oliveira 1991 p 114 A primeira tiragem e como j foi referido anteriormente feita quando a rvore atinge os 25 30 anos e um per metro de 0 70m altura do peito 1 30m muitas vezes abreviado para PAP per metro altura do peito Esta tiragem tem o nome de desb ia e d origem a corti a virgem Tem uma estrutura bastante irregular e dura logo baixa qualidade para produtos como a rolha tamb m corti a virgem a que sai dos ramos cortados numa poda e tem o nome de Falca utilizada para fazer aglomerados deste modo n o h desperd cios de mat ria prima Gil 2005 p 57 Fortes 2004 p 16 Nove anos depois
119. ti os e protec es para os soldados uma esp cie de capacetes que n o s protegiam a cabe a como eram isolantes t rmicos Mestre 2006 p 2 Uma das primeiras refer ncias ao sobreiro foi feita por Teofrasto 372 278 a C quando fala nos seus trabalhos sobre bot nica da capacidade de regenera o da corti a ap s ter sido tirada e que esta rvore tem origem nos Piren us Gil 2005 p 19 Pl nio Gil 2005 p 19 refere tamb m na sua c lebre Hist ria Natural que o sobreiro era adorado na Gr cia como s mbolo da liberdade e da honra aponto de s os sacerdotes o poderem cortar Gil 2005 p 19 Tanto os gregos como os romanos consideravam o sobreiro como uma rvore nobre e referiam se lhe como rvore da casca em que as suas folhas e ramos eram utilizados para coroar os atletas nos est dios pois foi consagrado a J piter Ol mpico Gil 2005 p 19 e 20 O vinho e a corti a s o dois produtos que se complementam Desde o in cio do primeiro mil nio que existem registos destes dois juntos como o caso da nfora encontrada em feso no s culo a C APCOR 2014 Foi ainda na antiguidade que se utilizou a corti a no recheio de lares hoje chamado de mobili rio em refor os de m veis e objectos de pequeno porte Mestre 2006 p 2 Fil sofo grego considerado por muitos como o nico bot nico da Antiguidade nasceu por volta de 372a C na ilha de Lesbos e morreu cerca de
120. timento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida retirada de edif cios antigos ou at mesmo arcas frigorificas esta corti a continua a ter a plenitude das suas capacidades isolantes triturada dando origem ao regranulado de corti a Isocor 2014 Estes gr os podem ser inseridos no bet o formando o bet o leve reapresentado na exposi o Metamorphosis no Mosteiro dos Jer nimos pelo arquitecto Jo o Lu s Carrilho da Gra a Experimenta Design 13 que proporciona o aligeiramento de pisos e coberturas Ou pode ainda ser utilizado no enchimento de caixa de ar de soalhos corrigindo o piso a n vel ac stico e t rmico Isocor 2014 REVESTIMENTO Cork is a natural material with wonderful haptic and olfactory qualities with the versatility to be carved cut shaped and formed as demonstrated in many historical examples of cork architectural models Herzog Jacques et al Archdaily Recentemente a corti a vista teve um impulso na aplica o arquitect nica come ou a ficar em voga utiliz la como material de revestimento que pode ou n o ser aplicada como isolamento depende da escolha do arquitecto A verdade que o aglomerado negro aplicado como revestimento funciona tamb m como isolamento t rmico e ac stico do edif cio Assim consegue se baixar bastante os custos de obra poupando em materiais utilizados em separado como isolamentos sint ticos ou outros materiais
121. to 2012 p 11 PROPRIEDADES F SICAS E MEC NICAS Contudo a composi o qu mica da corti a muito complexa e ainda n o se sabe ao certo todas as suas caracter sticas Neto 2012 p 11 Relativamente s propriedades f sicas e mec nicas deste material todas se devem composi o qu mica das c lulas Pode se come ar pela leveza que a corti a tem visto ser um material composto em maioria por mat ria gasosa Desde as primeiras utiliza es da corti a que este factor assim como a sua flutuabilidade s o tidos em grande considera o pois era utilizada em aparelhos de pesca como j foi referido anteriormente Estas capacidades devem se enorme quantidade de ar armazenado nas c lulas imperme veis Oliveira 1991 p 122 A sua elasticidade e flexibilidade poss veis pela presen a de suberina e flexibilidade das membranas celulares Estas caracter sticas s o referentes capacidade de o material recuperar o seu volume em 90 em menos de 24 horas Este facto explica o porque da utiliza o da corti a como vedante ideal para as garrafas pois as rolhas acabam por se ajustar perfeitamente ao gargalo Oliveira 1991 p 122 A impermeabilidade a l quidos e gases tamb m existe gra as suberina assim como de taninos na composi o qu mica que fazem com que a corti a n o apodre a Oliveira 1991 p 123 A capacidade isoladora da corti a a n vel ac stico t rmico e vibratico torna este ma
122. to esta adega tem um elemento que a distingue de outras obras revestidas com corti a o jogo de relevos e por consequ ncia de luz sombra Aqui os arquitectos tentaram tirar o maior partido do material atrav s da possibilidade de o escavar e de poder ter v rias espessuras com uns blocos maiores outros mais pequenos oferecendo um ritmo forte a toda a fachada Neves 2012 p Ilustra o 33 Relevo da corti a Ilustra o 34 Contraste entre o branco e a Ilustra o 35 Adega Ilustra o Ilustra o nossa 2014 corti a Ilustra o nossa 2014 nossa 2014 O ritmo dado s fachadas com uma forte marca o das linhas horizontais com recurso a v rias espessuras dos pain is de revestimento em corti a onde se fundem as fenestra es para ilumina o natural interior refor ado pelo natural comportamento do material escolhido provocando um jogo de texturas tons e sombras que contribuem para a ideia de um edif cio evolutivo que sofre muta es ao longo do tempo numa clara alus o ao processo de matura o do vinho durante o per odo de fabrica o Archdaily Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 72 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida CASA DAS PENHAS DOURADAS SERRA DA ESTRELA 2010 A Casa das Penhas Douradas como o pr prio nome indica na Serra da Estrela e encontra se a 1500m de altitude mesmo no Parque Natural da Serra Neto 20
123. ua possibilidade de utiliza o infinita Estas aplica es foram evoluindo ao longo do tempo passando por in meros modos de utiliza o desde design a arquitectura Este material transforma completamente a atmosfera do edif cio onde se insere trabalhando com os v rios sentidos do Homem atrav s de uma palete de cores nicas que se alteram conforme as esta es do ano da textura suave e ao mesmo tempo rugosa que a corti a tem assim como o seu cheiro caracter stico Deste modo os projectos s o nicos marcando a passagem do tempo de forma natural Assim pegando em tr s obras onde a corti a o elemento chave pretende se analisar com maior detalhe a fun o que esta tem como material principal que desperta curiosidade ao fruidor a cada passo que se d Palavras chave Corti a arquitectura revestimento sentidos atmosfera PRESENTATION The versatility of cork in architecture Expanded cork agglomerated Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada Men has being using cork for a long time in various ways thanks to its unique characteristics as a natural material that regenerates every nine years making its usage possibilities infinite The way cork has been used evolved during the time from innumerous ways of usage both in design and architecture This material completely transforms the atmosphere of the building by being able to influence many of Man senses this happens through a unique color
124. ue se perceber a espessura da corti a para quando se d o primeiro golpe este ser forte o suficiente para perfurar a corti a mas n o demasiado forte para n o chegar ao entrecasco ou at mesmo ao c mbio Caso chegue ao c mbio este n o tem capacidade de se regenerar logo abre se uma ferida grave que pode ser via de acesso para doen as que podem acabar com a vida do sobreiro No melhor dos casos pode existir uma cicatriza o lenta que vai provocar irregularidades no tronco da rvore Oliveira 1991 p 96 Este processo s pode ser iniciado quando o sobreiro atinge um per metro de 0 70m a uma altura de 1 30m altura do peito o que corresponde a aproximadamente 25 30 anos de vida Ap s o primeiro descorti amento tem que se cumpri a chamada idade legal da corti a o que corresponde a nove anos em Portugal devido s condi es climat ricas que encontramos no nosso pa s Este per odo de tempo tamb m suficiente para a corti a ganhar largura suficiente para se poderem fazer rolhas Gil 2005 p 57 Passados os nove anos o sobreiro j teve tempo de voltar ao seu equil brio e recome ar a produzir corti a E para n o haver enganos relativamente data de tiragem da corti a pintado na rvore com tinta branca o ultimo algarismo do ano em que se realizou o descorti amento Oliveira 1991 p 96 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 42 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado ne
125. uem colabora desde 1997 E assistente convidade da disciplina de Projecto Ill no DARQ Universidade de Coimbra desde 2010 DARQ Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 73 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida VILLA EXTRAMUROS ARRAIOLOS 2011 Este projecto foi elaborado pelo atelier Vora Arquitectura e encontra se em Arraiolos muito perto de Evora numa paisagem tipicamente Alentejana Archdaily Neste projecto a corti a est aplicada apenas em alguns apontamentos ao contr rio das outras obras j descritas em cima Estas pequenas refer ncias feitas com aglomerado negro de corti a contrastam bastante com o branco que cobre todo o edif cio e criam atmosferas diferentes conforme a sua aplica o despertando alguma curiosidade a quem passeia pelo hotel Por exemplo e como podemos observar nas ilustra es em baixo h uma grande diferen a entre o piso t rreo e o primeiro piso No piso t rreo a corti a aparece sempre por detr s da parede branca como se tivesse escavado e moldado um paralelep pedo branco onde todo o interior em corti a ou como se a parede branca fosse apenas uma capa que esconde a corti a e a medida que vamos retirando a capa branca vamos tamb m escavando a corti a de modo a criar as entradas do hotel assim como o pr prio p tio como podemos observar nas ilustra es seguintes Ilustra o 38 Entrada do hotel Dezeen 2012 Il
126. ugal para manter alguma produ o Gil 2005 p 21 No que toca utiliza o da corti a como vedante de garrafas foi p frade D Pierre P rrignon que em 1680 deu um dos passos mais importantes para a utiliza o de rolhas de corti a como as conhecemos hoje em dia Gil 2005 p 26 12 D cimo quarto rei de Portugal filho de D Jo o Il e de D Leonor de Viseu Reinou de 1495 a 1521 O Venturoso Casa Real Portuguesa 2012 13 Militar portugu s nasceu em Alhandra por volta de 1462 de fam lia aristocr tica sendo educado na corte de D Afonso V Infop dia 2014e Ei Fidalgo da casa do rei D Manuel D Jo o de Castro nasceu no ano de 1500 e morreu em 1548 Infop dia 20141 5 Filho de D Maria e de D Pedro Ill Reinou de 1816 a 1826 O Clemente Casa Real Portuguesa 2012 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 27 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Em Portugal come ou se a utilizar este m todo mais tarde apesar de j ser conhecido antes e de serem exportadas no reinado de D Jos As refer ncias mais antigas levam at poca do Marqu s de Pombal Gil 2005 p 27 Foram principalmente as rolhas que fizeram da corti a um elemento favor vel para a economia do pa s e contribu ram para a valoriza o dos montados portugueses iniciando se realmente a sua efectiva protec o passando assim a ser mais importante manter os sobreiros do que
127. uitectura Aglomerado negro de corti a expandida REFERENCIAS AMORIM 2013 Quinta do Portal Pr mio de Arquitectura do Douro In Amorim Em linha Santa Maria de Lamas Amorim Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http Avww amorim com lideranca global projectos de referencia Quinta do Portal Premio de Arquitetura do Douro 442 gt APCOR 2014 Hist ria da Corti a In APCOR Associa o Portuguesa de Corti a Em linha Santa Maria de Lamas APCOR Consult 29 Out 2013 Dispon vel em WWW lt URL http apcor pt artigo 234 htm gt APCOR 2014 O montado In APCOR Associa o Portuguesa de Corti a Em linha Santa Maria de Lamas APCOR Consult 18 Nov 2013 Dispon vel em WWW lt URL http Awww apcor pt artigo montado htm gt ARQUITECTOS AN NIMOS ATELIER AA 2011 Corkhouse In ARQUITECTOS AN NIMOS ATELIER AA Arquitectos An nimos Em linha Porto Arquitectos An nimos Atelier AA Consult 24 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http www arquitectosanonimos com CORK HOUSE gt BARBINI E SILVA ARQUITECTOS 2008 Eco cabanas In Jornal Arquitectos Em linha 230 Mar o 2008 78 81 Consult 28 Mar o 2014 Dispon vel em WWW lt URL http arquitectos pt documentos 1219765568D3zOL6ol1 Ag84MD6 pdf gt BASULTO David 2012 Herzog amp de Meuron and Ai Weiwei s Serpentine Gallery Pavilion design revealed In Archdaily Em linha 08 Maio 20
128. ustra o 39 Vista para o p tio central Dezeen 2012 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 74 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Por sua vez no primeiro piso a corti a parece que conquista a sua posi o e come a a surgir para al m dos limites tra ados pelas paredes brancas ainda aplicada no interior dos quartos em mobili rio como por exemplo as cabeceiras das camas Ilustra o 40 Piso superior Adri Goula Villa Extramuros Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 75 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 76 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida 4 A RELA O DA CORTI A COM A ARQUITECTURA E O FRUIDOR TR S CASOS DE ESTUDO No cap tulo anterior falou se da produ o de aglomerado negro de corti a expandida ICB como este pode ser aplicado em diversas situa es como isolamento transformando o interior do edif cio muito mais acolhedor e confort vel como elemento para obra ef meras pe as de design e arquitectura como revestimento quer exterior quer interior de todo o tipo de edif cios Foi ainda feita referencia a tr s edif cios onde aplicada a corti a natural para se poder perceber que antes de se descobrir o aglomerado negro de corti a expandida j era util
129. veira 1991 p 111 Encontram se todas encostadas entre si com espa os intercelulares cheios de ar que comp em grande parte da c lula O n cleo desaparece durante o crescimento da corti a e assim acaba a comunica o da c lula com a parte viva do sobreiro Oliveira 1991 p 110 Relativamente composi o qu mica da corti a esta pode variar pois trata se de um material natural que pode sofrer pequenas altera es influenciadas pelo ambiente solo clima e condi es vegetativas ou at pela pr pria idade da rvore mas sempre apresentada com os mesmos valores S o encontrados seis elementos distribu dos em percentagens eles s o 45 de suberina 27 de lenhina 12 de celulosa e polissacaridos 6 de taninos 5 de cer ides e por fim 5 de cinzas e outros produtos S o estes elementos assim como as altera es de espessura na membrana como na altura e di metro que atribuem corti a as suas propriedades mec nicas e f sicas como a elasticidade a impermeabilidade ou a compressibilidade Gil 2005 p 111 112 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 46 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida As c lulas da corti a s o fechadas e no seu interior podemos encontrar apenas uma mistura gasosa muito semelhante ao ar Por sua vez as paredes celulares s o compostas por uma membrana celular que vai aumentando devido a camadas que se v o deposit
130. vestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Take a stone you can saw it drill it split it or polish it it will become a different thing each time then hold it up to the light different again Zumthor 2006 p 25 O primeiro volume pode ter duas leituras diferentes Numa perspectiva como uma caixa fechada que n o deixa o sol entrar mas por outro lado pode ser visto como um muro que separa duas realidades completamente diferentes a paisagem grandiosa da regi o do Douro que de algum modo ainda est presente no muro do novo edifico desenhado pelo arquitecto Siza Vieira que vai aparecendo com as suas formas pl sticas por cima desta barreira natural Esta barreira ou caixa revestida por materiais naturais e regionais o xisto e a corti a que marcam o limite do projecto marcando a passagem de uma envolvente natural para outra constru da e s atravessando o atrav s de uma entrada muito discreta marcada por um plano perpendicular ao volume principal onde j aplicado o tom alaranjado fazendo refer ncia ao volume que conseguimos ver por detr s da caixa barreira que conseguimos entrar no armaz m criando uma rela o muito f sica entre o fruidor e o material pois medida que nos aproximamos da parede come amos a perceber que h mais pormenores para al m daqueles que conseguimos observar N o apenas uma quest o de olhar para a corti a e percebe
131. vores como o zambujeiro o castanheiro e o pinheiro bravo encontram se tamb m na Andaluzia e na Estremadura Natividade 1950 p 55 Segundo Joaquim Vieira Natividade em 1945 os montados espanh is ocupam uma rea de 302 954 hectares estando cerca de 78 no Sudoeste sendo que em Cadis se pode encontrar 60 605 hectares sendo os restantes distribu dos por Badajoz C ceres Huelva Sevilha e M laga Cerca de 14 encontra se na Catalunha Girona com 36 500ha ao passo que Barcelona tem apenas 2 800ha Natividade 1950 p 55 Percebemos assim que a produ o de corti a em Espanha est muito longe do que poderia ser visto terem os terrenos e clima necess rios para a explora o desta rvore Relativamente a Italia os problemas s o os mesmos Uma enorme desarboriza o entre 1880 e 1890 e falta de leis levaram a que os montados que antigamente eram uma rea consider vel produzissem em 1895 uma m dia anual de 1 200 toneladas em todo pa s Mas este pa s apesar de ter aptid es subericolas fant sticas n o as soube aproveitar levando ru na dos montados Gil 2005 p 23 Existem ainda mais alguns pa ses que tentaram produzir corti a e aproveitar os seus montados mas com as leis tardias os montados n o foram aproveitados de melhor modo Como o exemplo de Fran a que s no s culo XIX que come a a explora o para o aproveitamento da corti a amadia com uma produ o m dia anual Joaqui
132. yal Institute of British Architects Matos 20102 p 18 43 uma Organiza o N o Governamental de Ambiente ONGA sem fins lucrativos com sede em vora Teve origem nos finais da d cada de 70 por iniciativa de um grupo informal de jovens entusiastas pela observa o de aves Constitu do formalmente em 1991 o CEAI tem a sua actividade centrada na educa o e informa o ambiental em ac es de investiga o e conserva o de esp cies e habitats Matos 2010 p 11 Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 86 Revestimento de corti a na arquitectura Aglomerado negro de corti a expandida Este terreno protegido pela Rede Natura 2000 logo tem uma s rie de restri es impostas que limitam as op es de projecto para este local Segundo a Rede Natura 2000 as tr s pr exist ncias s o a nica constru o que aqui pode existir para garantir a permeabilidade do terreno n o comprometendo nenhum elemento da natureza Posto isto o arquitecto teve que conseguir contornar estas limita es respeitando todas as regras indicadas ao mesmo tempo que d resposta a um programa proposto pelo CEAI muito maior do que as tr s pr exist ncias Deste modo e recorrendo s refer ncias arquitect nicas que procurou encontrou a nica solu o para este projecto elevar o novo edif cio suportado pelos tr s volumes existentes Ta T sma E A A 1 E ay td A G Y I La ga vw j TESE
133. zida Relativamente utiliza o da corti a no exterior esta faz uma transi o natural entre o existente e o projectado ajudando a integrar os edif cios na paisagem envolvente atrav s da sua cor que sofre uma metamorfose que acompanha as esta es do ano aclarando e escurecendo com o sol e com a chuva respectivamente Deste modo transforma o espa o e a imagem do objecto arquitect nico O arquitecto trabalha com os materiais que s o aplicados em conjunto com a corti a sem tirar a import ncia ao elemento chave de modo a provocar v rias sensa es a quem percorre no exterior e ou no interior o edif cio audi o olfacto tacto e vis o despertando grande curiosidade para a obra que est em muta o com o passar do tempo Foi muito importante visitar os casos de estudo presentes nesta disserta o para assim conseguir compreender melhor a atmosfera nica que os arquitectos oferecem as suas obras quando utilizam corti a A complexidade que existe em misturar os materiais e os resultados nicos que se conseguem obter Conseguimos perceber que atrav s deste jogo entre os materiais que os arquitectos criam limites no pr prio projecto delimitam zonas de passagem ou de perman ncia ou at mesmo entre a envolvente e o projectado como no caso da Adega Quinta do Portal criando uma mistura de sensa es nica em cada projecto Foi tamb m uma mais valia para Mafalda Maria Vieira Matutino Falc o Estrada 9

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