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Tiago Cruz - Repositório Institucional da Universidade Católica

1. eee ereeaeeaa rrenan anne a raa arenas 43 AS Personagens SECUNO ANAS spas sea ns aaa aa assentados adia ada 45 44 Craturas IMAGINANAS aan assa A LiS banda bad Gaga dada o Deda asa bd Guida Dada dana Deda ga aan mant ono 46 4 5 Cria o dos Cen rios e Ambientes eee aerea re area ee aerea rr ea re arranca nana 47 AG SOV e Ann usasse ee trees ia bend Sora E Sor A a Cb 52 4 7 Divulga o do Projecto sobre Meios Visuais ccccceceeeecececeecenseeceueenseeeeacenseeesaeenseeeneeeseneenseees 5 O CPrOQU O salario negada CS E Digo Gina Dis sodio Ec ee a a CT e 61 A D POS 60 6 0 6 2 0 POR NA RR RSI DRE ERR DEI DOE CORN tne ENS SD AE OUR DERRETE EP EN DORES 65 A 1ocConelusao de Capitulo misiasisesai sara tnladeusnnatuanianntewhianndeenie TE 68 5 Conclus es e perspectivas de trabalho futuro e eeeeeereeererer eee rr area are naado 69 Refer ncias e Bibliografia e eceeree eee reee aerea re ea re area aca eae anne race aaa aerea rena nana 72 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Lista de Figuras Figura 3 Habita es Londrinas de noite do filme 701 Dalmatians 1961 101 Dalmatians USAS Walt Disney OL sunset assista saudade esa dad Weta nese e ue asda dada 12 Figura 3 1 Habita es Londrinas do filme 701 Dalmatians 1961 101 Dalmatians USA Walt Disney DO aerario e 6 E a q Ga A a o Sa E a Gate ie ole 12 Figura 3 2 Interior do Apartamento d
2. ccceeeecceeceeeeecees 28 Figura 3 25 Habita es ao estilo Half timber Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli 2004 29 Figura 3 26 Fotografia de uma constru o half timber Colmar Alemanh http www flickriver com photos 35 1 10249 NO5 3862309620 ssssssssssssssssssssssssssssssseseeseeeceeeeeee 29 Figura 3 27 Cidade Real onde se encontra o Pal cio e a Rainha Howl s Moving Castle Jap o Studio Chibi 2004 cas estat anise A AS SUS Na ALR DA DOS Td Di ad E 30 Figura 3 28 Compara o entre as cen rios de Lupin IIT 1979 Lupin III Castle of Cagliostro Jap o Studio Ghibli 1979 esquerda e o Pal cio de Versalhes direita http www sabercultural com template especiais PalacioDeVersalhes html http espacodahistoriasempre blogspot pt p historia do palacio de versalhes html http cacimbadeletras blogspot pt 2012 01 hoje e dia de palacio de versalhes bebe html 32 Figura 3 29 Montde Saint Michel Fran a http www joaomarinho com 2012 08 baqueira beret H nesemichebparis KUn esin ann a a E E a A easels 33 Figura 3 30 Gotland Island http www cntraveller com guides europe sweden gotland where to stay http www vacationhomes net blog 201 1 1 1 13 top 10 places to see in sweden esquerda e o resultado dessa pesquisa no filme Kiki s Delivery Service 1989 direita Kiki s Delivery Service Jap o SUMO GBA 1089 iri a a e A TEA A A a 34
3. um filme de Tiago Cruz um passo em frente a Contactos qo q a E e mail projectos arg ca ale tt e rd Site projec tomiguel mordpress com Distribui o GAPSICporto ucp pt wr 381 220 196 274 A rr i A 4 a d f e i Universidade Cat lica Portuguesa r ke Figura 4 32 Flyer de apresenta o lado A 60 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Anima o 2D 3min HDV 16 9 Preto e Branco Portugal 2012 ig Miguel um rapaz t mido que se deixa envolver pelo medo que o impede de socializar Tem uma imagina o muito activa e quando a situa o se complica evade se para o seu Lesage abstrain do se da realidade Nesse Local s dele Miguel destemido com os seus dois amigos imagin rios Luta contra o seu medo cas Um dia decide dar um passo em frente e mudar a sua vida J adulto e com fam lia Miguel reen contra os seus amigos imagin rios hos desenhos do filho me amp E A sa o n an R 4 A 4 Apresenta o do trailer do projecto Dia 3 de Maio no Audit rio Ilidio Pinho pelas 21h30 Figura 4 33 Flyer de apresenta o lado B As fotografias seleccionadas mostram v rios momentos da produ o desde a anima o at grava o de vozes Assim o espectador fica a conhecer n o s quem participou no projecto como tamb m um pouco do processo de cria o utilizado por anima o tradicion
4. 53 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional O segundo acto que se inicia na escola passou tamb m por algumas vers es Inicialmente esta cena teria lugar na cantina da escola onde Miguel e uma outra aluna estavam sentados Ao reparar que a sua colega estava com fome Miguel decide partilhar o seu snack contudo por n o se saber expressar correctamente outra pessoa entrou em cena e desviou as aten es da rapariga Esta vers o est representada na figura 4 22 Fig 4 22 Cena 2 primeira vers o do storyboard Foi desenvolvido um segundo cen rio no qual Miguel v um grupo de crian as a jogar futebol e a ficar sem a sua bola Numa tentativa de se aproximar Miguel retira da sua mochila uma bola que traz sempre consigo e prepara se para a emprestar Nervoso Miguel n o consegue entregar a bola e o campo transforma se ent o numa criatura que desafia Miguel Ajudado pelos seus amigos Imagin rios o protagonista decide desafiar essa Forma dando o seu primeiro passo Intimidado o monstro desafia o mais uma vez e Miguel torna a avan ar Derrotado o monstro retira se e transforma se numa grande barreira que se estende para o horizonte e na qual vis vel apenas uma porta 54 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Fig 4 23 Cena 2 versao final A sequ ncia descrita anteriormente tinha como fun o introduzir uma longa passagem de tempo Um pouco semelhante ao que se encontra em The Li
5. A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 3 31 Tal como Alice Kiki deslumbra se com uma pe a de vestu rio Kiki s Delivery Service Janco S mdo GMI Die 1080 ae a asa Eri DA E 35 Figura 3 32 O rel gio da pra a da cidade Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli 1989 35 Figura 3 33 Uma das actividades de sustento na cidade de Koriko Kiki s Delivery Service Tipo so Studio Chibi 1 989 ss spin EE A E Rc te enue sali a ca eats 36 2 Figura 3 34 A disposi o da cidade semelhante a Londres Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli 1989 http olhares uol com br pontes sobre rio tamisa foto2 105554 html 2 0 cece cece eee 36 Figura 3 35 Exemplos de Pra as e Fontes encontradas em Kik is Delivery Service 1989 Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli 1989 direita comparando com Piccadily Circus http turismo culturamix com internacionais europa a praca piccadilly circus em londres Londres e A Pra a do Homem Mil o http vassalorosa blogspot pt 2009 06 01 archive html e 37 Figura 3 36 A arte de Ursula Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli 1989 38 Figura 3 37 As Habita es da Cidade de Koriko Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli Figura 4 John Silver http theartofglenkeane blogspot pt search updated max 08 00 amp max results 10 esquerda do filme Treasure Pla
6. o realista da Europa e as narrativas associadas permitem uma melhor compreens o para o Imagin rio da Europa Desta forma tentaremos perceber que elementos s o mais comuns e qual o n vel de detalhe utilizado bem como se 23 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional estes aspectos e locais que foram estudados previamente se misturam ou se por outro lado sao utilizados de forma independente 3 5 Ghibli e o Imagin rio Europeu O estudo da Anima o por norma baseado nos prim rdios do cinema europeu e naturalmente como j foi mencionado anteriormente na Walt Disney e no seu grupo de animadores Destes destacamos Frank Thomas e Ollie Johnston pelo seu trabalho escrito que deu origem a The Illusion of Life que a par de The Animator s Survival Kit de Richard Williams formam a obra essencial para qualquer pessoa que pretenda seguir esta rea O primeiro explica todo o processo te rico apresentando os princ pios de anima o bem como o material utilizado pelo est dio norte americano para a concretiza o dos seus filmes enquanto o segundo aproxima se mais de um manual t cnico que explora de forma exaustiva o lado mais pr tico da anima o N o seria por isso correcto num projecto que tem tamb m como objecto de estudo a anima o japonesa menosprezar as origens deste meio no seio da cultura japonesa Deste modo e antes de prosseguir para uma an lise das obras escolhidas dos est dios Ghibh tra amos uma b
7. oat IEA KEETA SS yz Fr F g Fig 4 27 Cena 3 vers o final 4 7 Divulga o do Projecto sobre Meios Visuais Foi solicitada uma colabora o com o curso de cinema e audiovisual numa perspectiva de melhor concretizar esta fase A aluna Susana Grilo aceitou co produzir paralelamente este projecto ajudando a conceber os documentos oficiais e a desenvolver a campanha de divulga o para data de entrega bem como no futuro ajudar na sua divulga o nas redes sociais Assim e de forma a p r em pr tica alguns dos conhecimentos adquiridos na rea de produ o pensou se em planear todo o processo de divulga o Algumas dessas ideias n o puderam no entanto ser postas em pr tica devido ao atraso do projecto O maior desenvolvimento e a possibilidade de divulga o do projecto ocorreram na sua apresenta o visual de cartazes e flyers tendo sido tamb m o primeiro contacto que outras pessoas tiveram com o projecto Acordado que seria apenas mostrado um trailer na apresenta o final foi imediatamente decidido que toda a publicidade preparada para essa data iria especificar que apenas seria mostrado esse trailer e n o o projecto na sua totalidade Assim foi criado um elo de honestidade para com o espectador preparando o para que o que iria ver seria um projecto incompleto cujo objectivo era apresentar se e dizer que brevemente estaria pronto Para a cria o do cartaz foi feito um estudo que passou por uma leitura
8. Walt Disney 1994 P E ARARAS RR koh csaetatees 55 Fig 4 26 Passagem do tempo no projecto Um Passo em Frente cccccccccccsecccneseecneseeneseeeaes 56 Pig 4 27 Cena 3 versao final siso Do aaa E T EE 57 Figura 4 28 Da esquerda para a direita Laputa Castle in the Sky 1986 http www screened com laputa castle in the sky 16 182257 all images 132 1076543 poster 13 1 547703 Nadusica of the Valley of the Wind 1984 http www impawards com 1985 nausicaa html My NeighborTotoro 1988 http www animationmagazine net features gkids brings complete ghibli to ifc Figura 4 29 Da esquerda para a direita Sleeping Beauty 1959 http lilianarosabelle blogspot pt 2010 1 1 disneys magic part 4 html The Princess and the Frog 2009 http www disneydreaming com 2009 09 24 princess and the frog movie poster cece cesses ee eeeeeeeees 58 Figura 4 30 Poster do Projecto Um Passo em Frente ccccsccccceseccccseccecseeeeeeseseeeseseenseneeeas 59 Figura 4 31 Estudos para o poster final esquerda Poster teaser direita ccccceeeeeeees 59 Figura 4 32 Fyer de apresenta o lado A seca seis escasnas tada anna Eca Ena a aa 60 Figura 4 33 Flyer de apresenta o lado B err eeerereerrere erre reeneeenana 61 Figura 4 34 reas de trabalho ssa asa 62 Figura 4 35 Desenhos chave do ciclo de marcha c crer ererer erre 62 Figura 4 36 Teste de anima o esquerda Barco
9. actividade em 1906 Infop dia 12 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Deixando as t cnicas classicas de pintura a acrilico ou guache onde a cor tem um lugar proprio limitado pelos contornos nesta obra existe uma liberta o da cor sobre o espa o Mais do que um quadro que nos apresenta uma mistura cuidada de tons a imagem assemelha se a uma paleta onde as cores est o lado a lado compondo de forma livre e mais espont nea a gama crom tica A sensa o de compacta o que est inerente as casas inglesas bem conseguida como mostram as imagens anteriores A coloca o sequencial das casas obriga a que estas sejam bastante estreitas mas com v rios andares o que as impede de ter um jardim na frente da casa A sensa o transmitida a de um lugar mais apertado e claustrof bico especialmente se estiver decorado com mob lia ornamentada e escura transmitindo lhe uma sensa o de peso A excessiva utiliza o do espa o leva tamb m a que a luz seja mais reduzida ou seja os espa os s o naturalmente mais escuros Figura 3 2 Interior do Apartamento de Roger do filme 701 Dalmatians 1961 A est tica escolhida interessante do ponto de vista art stico nao infantilizando de forma alguma a obra no sentido de a tornar mais colorida ou apelativa Muito pelo contr rio existe uma coer ncia a n vel de cor que passa por uma falta de satura o da imagem levando ao ambiente desolador e por
10. cios aproximam se mais do aspecto cubista encaixando se com o personagem Nico pois para ele a cidade s o os telhados quase como se n o existisse ch o As cores ganham mais vida pois tamb m est o a ser vistas por outros olhos No entanto e embora se tomem algumas liberdades com a forma e a cor n o quer dizer que n o exista uma no o consciente da realidade e a prova disso a panor mica retratada na figura 3 8 Nela encontram se os principais pontos de interesse da cidade tanto numa perspectiva tur stica como tamb m narrativa A cor mais controlada apresentando os brancos e beges da cidade e os telhados escuros e picados Figura 3 9 Exemplo de uma sequ ncia mais abstracta de A Catin Paris 2010 esquerda comparada com Factoryat Horta de Ebro 1909 de Pablo Picasso Por outro lado a figura 3 9 apresenta uma interpreta o mais simplista um pouco infantil at oposta ao novo projecto de Sylvain Chomet que deix mos para o final deste ponto pela sua proximidade com os filmes de Miyasaki n o s a nivel visual mas tamb m pelo tema mais maduro que pretende retratar Passamos agora para o mais recente trabalho de Sylvain Chomet baseado num argumento de Jacques Tati The Illusionist 2010 O Ilusionista um homem que lentamente v os tempos a mudarem e se apercebe que aquilo que mais gosta de fazer j n o mais o que o p blico procura Vivemos numa poca de m sica e espect culo e aparentemente ja
11. mas por uma saud vel mistura de todas as suas diferen as como explica o pr prio realizador This is how the Japanese imagine an old European City There are elements of Naples Lisbon Stockholm Paris and San Francisco all mixed in so one side faces the Mediterranean while the other faces the Baltic Sea GHIBLI 2006 67 Dividindo este conjunto em partes come amos pelos elementos que caracterizam a Europa do Sul A sec o da cidade que se encontra virada para o mar apresenta elementos crom ticos e de composi o que nos podem remeter para a Gr cia e Sic lia pelo uso de casas muito pr ximas com ruas estreitas e sinuosas revestidas de paralelo e um uso acentuado do branco Contudo n o uma cidade que mostre ter uma grande actividade piscat ria Muito pelo contr rio quanto mais para o interior nos deslocamos mais nos salientada a forte presen a de boutiques indicando a import ncia da moda para a economia da cidade e em grande destaque surge a padaria onde Kiki trabalha Figura 3 30 Tal como Alice Kiki deslumbra se com uma pe a de vestu rio A pr pria personagem Kiki muda ao viver nesta cidade tendo particular dificuldade em resistir beleza de um par de sapatos vermelhos Este facto por um lado mostra a qualidade do produto uma vez que atractivo mas por outro d tamb m ind cios de uma certa superficialidade por parte da personagem Figura 3 31 Orel gio da pra a da cidade 35 A
12. o um s necess rio realizar se uma extensa pesquisa tanto do local como do arquivo de modo a que tamb m o ambiente tenha uma personalidade pr pria e seja ele tamb m um personagem Esta pesquisa torna se essencial tanto para o artista de ambiente como para o animador Se considerarmos que existe uma express o pessoal no trabalho art stico ligado s tima arte ent o se tivermos uma experi ncia pr via que nos prepare para a viagem narrativa que se est a tentar iniciar vamos conseguir com mais efic cia transpor essas viv ncias para o papel computador ou marioneta como o caso de stop motion O mesmo acontece com um bom actor que consegue do seu interior juntar as emo es necess rias para uma cena 3 1 Europa Realista Para que se possa fazer uma an lise da representa o imagin ria da Europa necess rio em primeiro lugar encontrar exemplos onde essa representa o se centre mais na realidade Naturalmente que ao falarmos de anima o o termo realidade relativo Mesmo que uma imagem seja trabalhada at ficar pr xima da realidade ou at parecer real n o deixa de ser uma representa o pois inconscientemente o artista influencia a imagem No entanto esta pode ser baseada num local que existe e assim surge o n vel de realidade que se pretende abordar Como o psic logo da percep o Rudolph Arnheim defende ao considerar que O desenhista carece de destreza para executar o que quer fazer ele repres
13. vel de anima o 3D tanto na t cnica de anima o propriamente dita como tamb m nas texturas utilizadas e nos renders e tratamento de imagem finais Tendo tido a possibilidade de experimentar v rios g neros de hist rias ao longo do percurso universit rio era fulcral que para este projecto a narrativa fosse s lida Assim todo o conhecimento adquirido previamente e todo o feedback recebido dos projectos anteriores deveriam contribuir para que a narrativa que se pretende contar nesta curta metragem tivesse um prop sito o de transmitir uma mensagem ao p blico Foi realmente importante tamb m que este projecto demonstrasse a v rios n veis a evolu o que houve n o s referente narrativa como foi j mencionado mas tamb m em termos de desenho composi o visual e compreens o da linguagem cinematogr fica da anima o 4 1 Pre Producao Os estudos visuais para o projecto come aram com esbo os da face de Miguel uma vez que a parte em que se sentiu mais dificuldade Era necess rio que o protagonista fosse apelativo mas que n o se enquadrasse em nenhum estilo j existente Antes de ingressar no Mestrado de Anima o por Computador fui exposto a uma pan plia de curtas metragens europeias e apercebi me que n o existe um estilo dominante N o existe receio em misturar materiais e experimentar e nem todos os projectos s o concretizados no sentido de alcan ar o foto realismo Na realidade existe uma maior sim
14. Ea A es Per ni 1 1 5 fez Pua ee awe AA ees ee EA apa see 7 Figura 4 16 Desconstru o do primeiro cen rio do recreio Cada sec o do campo foi separada em v rios elementos Esta estrutura tinha como principal fun o possibilitar o desfoque da imagem gradualmente de forma a simular a profundidade de campo Contudo esta ideia foi posta de parte uma vez que por um lado n o seria poss vel aplicar a todo o projecto pois nem tudo foi constru do por camadas e tamb m porque tornaria o desenho impercept vel A sequ ncia principal que agora abre o projecto foi inserida por sugest o dos orientadores com o prop sito de introduzir o ambiente de onde vem o personagem A ideia principal era criar uma sequ ncia de amostras dos ambientes que Miguel percorreria em sua casa de manh como por exemplo o quarto a cozinha a casa de banho etc sem estar presente Isto seria feito recorrendo apenas ao cen rio como ve culo narrativo De forma a tornar interessante esta sequ ncia os cortes seriam pautados com a m sica e mostrariam ao espectador os elementos que comp em o quarto de Miguel e que ser o Importantes n o s para se perceber quem ele mas tamb m para que o espectador possa ter uma ideia de onde v m alguns elementos narrativos apresentados mais frente no filme Contudo a evolu o pessoal levou a arriscar numa apresenta o mais cinematogr fica e numa 50 A Europa Imaginaria no Cinema de Anim
15. Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional As ruas desta cidade partem de uma pra a central que um ponto de encontro para as pessoas que serve tamb m de prop sitos comerciais como vis vel no filme Encontramos tamb m o rel gio um elemento que se imp e como o Big Ben estando numa posi o central mostrando as horas de v rios ngulos para que sejam vis veis por toda a cidade Figura 3 32 Uma das actividades de sustento na cidade de Koriko Observa se que uma das maiores fontes de rendimento da vila ser a pesca como normal nas cidades mediterr neas A figura 6 3 mostra planos onde se podem observar barcos de pesca e n o de cruzeiro o que mostra que embora exista uma grande movimenta o e actividade comercial n o se trata de uma cidade tur stica Por outro lado h um grande enfoque na padaria onde Kiki trabalha e podemos deduzir que pode haver tamb m uma grande actividade ao nivel da pastelaria o que refor a ainda mais a coloca o desta cidade fict cia mais pelo sul da Europa a n vel de sustenta o Da pesquisa na Su a podemos ver que se manteve o formato dos telhados altos e com grande inclina o Pode ser assim deduzido que esta nova cidade seria prop cia a alguma neve No entanto o facto de estar beira mar mais consistente com um clima bastante quente o que acaba por criar um forte contraste uma vez que temos uma arquitectura bastante caracter stica do norte da Europa
16. In 1975 Miyasaki went to Italy and Argentina for Three Thousand Miles in Search of Mother McCARTHY 1999 38 Vinte e nove anos mais tarde reencontramos esse ambiente agora disfar ado na adapta o da obra liter ria de Diana Wynne Jones Howl s Moving Castle 2004 que mistura a realidade e a imagina o criando um h brido que representa o melhor que o cinema de anima o pode oferecer Come ando pelos aspectos mec nicos verificamos um regresso aos tempos da revolu o industrial e da import ncia do carv o e da descoberta da m quina a vapor para o desenvolvimento da sociedade Howl s Moving Castle 2004 conta a hist ria de um pa s em guerra e de uma rapariga Sofie que por causa dos ci mes da bruxa do nada transformada numa senhora de idade Acolhida pelo grande feiticeiro Howl desejado por todas as raparigas do reino ela aprende a viver a vida de forma mais energ tica ao mesmo tempo que o feiticeiro aprende que a beleza algo que est no Interior e n o na apar ncia Num mundo abalado pela guerra vemos que a popula o se preocupa com o avan o constante da situa o Encontramos tamb m personagens como Howl que se op e ao conflito mas que se v transformado pelos horrores da guerra Esta transforma o bastante literal uma vez que este vai perdendo cada vez mais o lado humano e assumindo a forma animal que usa para se deslocar durante os bombardeamentos O castelo torna se assim essencial para a sua
17. Tendo come ado pelos est dios Walt Disney estud mos duas vias de abordagem distintas uma primeira mais art stica e inovadora 101 Dalmatians 1961 e uma segunda que regressa aos anos cl ssicos deste est dio The Aristocats 1970 relembrando filmes como Pinocchio 1940 onde os cen rios s o elaboradamente detalhados como se de pinturas se tratassem Esta abordagem mais cl ssica confere obra uma maior intemporalidade uma vez que se apoia numa est tica cl ssica e reconhecida por parte do p blico como sendo bela Por outro lado o filme 707 Dalmatians 1961 consegue inovar em termos de imagem n o se deixando prender pelos c nones cl ssicos Isto n o quer dizer no entanto que a interpreta o do norte europeu mais concretamente de Inglaterra n o seja fiel ao espa o real Muito pelo contr rio a sensa o que o filme transmite atrav s da gama crom tica bem como da elabora o dos cen rios de um grande realismo como se transportasse o espectador para aquele espa o E nestas obras que reconhecemos o neo cl ssico como sendo um dos principais estilos predominantes Este estilo que sucede o Rococ deixa de fora os padr es elaborados e os ambientes pesados por uma maior simplicidade na forma e na sua organiza o Vimos tamb m que independentemente do estilo utilizado existe uma coer ncia nas imagens no sentido de todas elas apresentarem os monumentos importantes das cidades que pretendem retratar asseg
18. a cidade visualmente se encontram intactas H um maior vontade por parte dos projectos europeus de experimentar mais visualmente e de se separarem mais um do outro uma vez que se tratam de projectos de realizadores diferentes e pelo facto de n o existir um estilo uniformizador na anima o europeia A este grupo podemos juntar o filme Americano 0 Dalmatians 1961 uma vez que at hoje consegue destacar se dos demais filmes da Walt Disney Podemos observar tamb m que no que diz respeito aos est dios Ghibli n o existe tanto uma necessidade de representar apenas um local mas sim mostrar uma perspectiva mais abrangente de pa ses e culturas individuais criando assim uma nova identidade visual 39 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 4 Um Passo em Frente Passando por um longo periodo de desenvolvimento visual que se foi alargando pelas varias fases de produ o este projecto teve sempre como objectivo mostrar uma identidade pr pria tanto na sua abordagem narrativa como visual Para alcan ar esse objectivo foi efectuada uma extensa pesquisa visual que passou pela visualiza o de v rios filmes incluindo os projectos realizados na universidade at ao momento Com esta pesquisa concluiu se que havia sido j explorada uma boa parte de exemplos c micos bem como alguns projectos que abordaram temas mais s rios vis vel tamb m um grande salto na qualidade final dos produtos especialmente a n
19. engenharia podem oferecer num s projecto No entanto e comparativamente ao projecto analisado anteriormente esta obra mais s bria no uso da cor transmitindo lhe uma maior proximidade ao real enquanto Howl s Moving Castle 2004 oferece uma maior sensa o de sonho atrav s do uso destemido de cores garridas acentuando o ambiente de conto de fadas existing foreign settings were magnificently exploited by the director and his team who created a European Wonderland as exotic as any Hollywood fantasy Miyazaki also took the chance to acknowledge very elegantly the influence of French animator Paul Grimault The palace of the king of Takicardie in Grimault s Le Roiet L Oiseau looks like a sketch for the castle of Cagliostro McCARTHY 1999 53 54 Existe uma grande semelhan a entre os interiores de Cagliostro e os interiores da capital em Howl s Moving Castle 2004 A grande diferen a encontra se na escolha crom tica que nos conduz pela narrativa Em Cagliostro somos atra dos por cores saturadas come ando pelo branco vivo do castelo e passando pelos jardins verdes que se espalham pela propriedade Contudo existe uma certa sensa o de frieza que se vai evidenciando com o desenrolar da narrativa a qual criada com a presen a de cores mais frias como por exemplo o azul e que gradualmente vai escurecendo com o aproximar da noite O vermelho uma cor que est tamb m presente nestas duas obras Tendo em conta q
20. limpo direita 0 cece ceecccceeeeeeeeeeeees 63 Eiourad 579 cans Finais da sequencia dE Darcos grassa tica Lol r a ns 63 PSE OUE Ave ATTO a abas seat acute stay isa aa a Da a 65 Figura 4 39 Composi o em After Effet cccssscccescccnsssccessccnsssccusscccsssccuecceusscsesssenasscaens 65 Figura 4 40 Edi o em Final CutPro 7 ci eeerrer e erera ecran aan rran ea rraaannaea 655 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 1 Introducao Anima o um ve culo para metaforizar a nossa realidade Permite um estudo t o ou mais profundo do ser humano do que o Cinema de imagem real e como tal explora tamb m comportamentos sociais quest es filos ficas e pol ticas disfar adas sob uma ilustra o em movimento Hoje Anima o constitui uma das formas mais populares e lucrativas de se fazer cinema Toda uma ind stria num curto espa o de tempo se expandiu tornando se numa poderosa m quina que lan a nem mais nem menos do que uma m o cheia de filmes animados por ano E tendo em conta o tempo que cada um leva a ser concretizado sensivelmente tr s anos vis vel a quantidade de artistas que trabalham e a quantidade de projectos sobrepostos que os grandes est dios s o capazes de proporcionar de forma a que todos os anos haja um filme novo nas salas de cinema O mercado t o vasto que lentamente come am a aparecer filmes mais orientados para adultos nos seus temas e aspecto visual Embo
21. mais frequentemente se vai mais para o passado ou se se deixa influenciar pelo contempor neo se retira pequenos elementos de cada um e os coloca numa linha de tempo alternativa ou se se deixa levar e criar algo novo mas ao mesmo tempo identific vel 1 2 Estudo e Desenvolvimento do Projecto Final O projecto encontra se academicamente dividido em tr s grandes fases Pr Produ o Produ o e P s Produ o tendo decorrido a primeira durante o primeiro semestre e as restantes no segundo No caso da primeira houve um per odo de duas a tr s semanas destacado para as apresenta es dos projectos para que estes fossem aprovados e se passasse para a fase de desenvolvimento Foi tamb m feito um pitch aos colegas do curso de design de som para que conhecessem os v rios projectos e pudessem escolher em qual trabalhar O projecto intitulado Um Passo em Frente foi concebido usando a t cnica de anima o tradicional e a hist ria envolve Miguel o protagonista que tenta ultrapassar o seu receio de se relacionar com outros At ao final do primeiro semestre o storyboard deveria estar em formato de animatic de modo a que no in cio do segundo semestre o projecto passasse para a fase de produ o Nesta segunda parte come ou se por separar o animatic em sequ ncias para se iniciar a anima o Nesta fase houve o contributo de outros alunos de forma a possibilitar o t rmino de toda a anima o necess ria nos quatro meses de
22. mais um espelho da inf ncia e da inoc ncia 4 5 Cria o dos Cen rios e Ambientes A import ncia do cen rio para o projecto adv m da liga o com o tema escolhido para a presente disserta o uma vez que nesta se pretendeu estudar a Europa como cen rio e personagem nos filmes de anima o tradicionais As primeiras experi ncias pretendiam explorar de uma forma mais realista o fundo de forma a que pudessem ser facilmente identific veis os dois universos presentes na narrativa o universo do sonho e o da realidade sem ser necess rio recorrer a um tratamento de cor ou de uma mudan a repentina do estilo visual A realidade do tempo concreto para a concretiza o destes projectos finais naturalmente um grande trav o para algumas ideias mais complexas especialmente para um projecto individual Ao longo da descri o da evolu o deste ser vis vel uma cada vez maior simplifica o dos ambientes e tamb m uma maior coer ncia na t cnica escolhida Come ando por explorar a realidade do sonho o objectivo era criar um ambiente que expressasse a criatividade e maleabilidade dos universos ilimitados que a imagina o nos 47 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional permite criar Por outro lado era necess rio imprimir uma certa estabilidade para que o espectador interpretasse muito rapidamente que estaria na mente do personagem No princ pio da concep o deste projecto existia uma ideia de haver uma e
23. nao existe espa o para os truques de magia que outrora traziam sorrisos e admira o as pessoas Ap s enfrentar a dura realidade de que n o pode ficar em Fran a o Ilusionista viaja para a Esc cia e num pequeno pub encontra uma nova audi ncia Trava amizade com Alice uma rapariga jovem e ing nua cuja amizade com o Ilusionista gira em torno dos presentes que este lhe oferece Iludida por estes gestos Alice decide viajar com esta nova figura paterna pois pensa que ele lhe pode dar aquilo que ela nunca teve e os dois seguem viagem at Edimburgo na esperan a de conseguir p r as suas vidas em ordem Gradualmente o protagonista enfrenta a dura Artes Pl sticas movimento do s culo XX caracterizado pelo abandono de formas essenciais poliedros cilindros cones fragmentando os volumes despersonalizando o acto de pintar atrav s de grafismos simplificados e utilizando por vezes a colagem cart o papel espelhos para quebrar a dureza da representa o sem perspectiva http www infopedia pt lingua portuguesa cubismo 8 Nascido em 1963 em Maison Lafitte em Fran a Chomet come ou a trabalhar na sua primeira curta metragem em 1991 de nome The old Lady and the Pigeons Hoje conta j com duas longas metragens nomeadas para Oscar de Melhor anima o The Triplets of Belleville 2003 e The Illusionist 2010 http www filmbug com db 343837 18 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional realidade e tenta tra
24. normal num trabalho de imagem real uma vez que h todo um processo de transforma o da realidade n o existe uma raz o l gica para que n o se possa trabalhar o mesmo tema da mesma forma num projecto de anima o A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 1 1 Apresenta o da Proposta de Trabalho Pretende se com esta disserta o efectuar um estudo relativo ao papel da Europa no Cinema de Anima o n o num sentido puramente t cnico de veracidade hist rica arquitect nica e cultural mas antes da sua influ ncia para a narrativa Deste modo iremos ver como as v rias culturas e principalmente a identidade visual deste continente se integram nas diferentes formas de anima o bem como este interpretado pelos v rios realizadores Na presente disserta o ser o estudados realizadores como Sylvain Chomet com o objectivo de perceber a dimens o das longas metragens de anima o em termos de hist ria estilo e retrato da pr pria Europa em compara o com a interpreta o da Am rica e do Jap o Enquanto na Am rica e no Jap o o foco ira incidir sobre os seus maiores est dios a Walt Disney e Studio Ghibli respectivamente uma vez que nesses pa ses o est dio prevalece sobre o autor Desta forma ser poss vel n o apenas ver v rias refer ncias dentro do continente europeu como tamb m observar como o mesmo ambiente recriado quais as refer ncias que mais s o usadas a poca a que cada um recorre
25. ponto B era muito importante haver uma indica o de cen rio pois inicialmente estava a ser confusa a 49 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional percep o do local Uma vez que se trata de uma imagem mais complexa esta foi a primeira a ser desenhada Houve alguma manipula o digital uma vez que algumas imagens n o encaixavam na perspectiva utilizada Um dos elementos mais importantes deste projecto quer a n vel narrativo quer visual sempre foi a escola Esta seria inicialmente dividida em tr s momentos um primeiro com um protagonista mais novo seria uma escola prim ria Como refer ncia pesquisaram se algumas escolas na zona da Maia e Minho sendo que se iria optar por um modelo mais cl ssico Com o reescrever da hist ria e como consequ ncia do salto da idade do protagonista a ideia da escola prim ria foi descartada em prol de uma escola secund ria Um dos principais desafios foi desenhar os v rios elementos que comp em o campo visto de v rias perspectivas Foi por isso necess rio n o s v rios esbo os como tamb m algumas altera es de distor o digital na imagem final de modo a que se pudesse corrigir rapidamente alguns erros demasiado evidentes de perspectiva como est demonstrado na figura 4 16 Ys SR EEN SE me C T EF lt a q x Se ey gt a j na 4 O 7 E E oY gt S A yo SS N 2 a k id a f TES z Eds 3 ee Pe FSR estao A E hee PS i SR
26. por outro por ser um ponto de refer ncia importante para a restante narrativa Com efeito esta sequ ncia em particular explora precisamente a ansiedade de Miguel em espa os fechados onde se v obrigado a interagir com outras pessoas Como primeira abordagem tentou se desenhar algo mais realista recorrendo para isso a perspectiva Ap s alguns esbo os iniciais tornou se evidente que seria um enorme desafio conseguir desenhar de forma correcta todos os ngulos necess rios para completar a sequ ncia Uma segunda abordagem foi estudada algo mais abstracto que apenas quase com uma linha pudesse identificar o autocarro em si bem como os seus ocupantes O grande problema seria o forte contraste entre o in cio que embora tenha sido simplificado do ponto de vista visual era mais realista na sua abordagem o que criaria confus o no espectador uma vez que sendo este In cio o universo da realidade n o deveria ter duas abordagens diferentes 4 6 Storyboard e Animatic Animatic um processo de pr visualiza o do projecto que utiliza as imagens criadas no storyboard visualiza o de todo o projecto na forma de imagens paradas como se se tratasse de uma banda desenhada para determinar o timing e a coer ncia dos planos e cortes A uma grande escala permite controlar os gastos do projecto e antever a coer ncia do mesmo de maneira a que se possa ter um produto para mostrar a potenciais financiadores bem como a todos os restante
27. profunda e arquivo de v rios cartazes do cinema internacional bem como v rios desenhos que ilustram v rias tentativas poss veis para expor eficientemente a curta metragem com uma s imagem Sendo um dos objectos de estudo o cinema americano e japon s estudou se n o s anima o como tamb m os cartazes que acompanham os v rios filmes destes est dios primeira vista pode se observar que existe uma maior simplifica o na abordagem japonesa De forma oposta o cinema americano apresenta cartazes mais elaborados mostrando elementos o A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional importantes do filme como cen rios objectos ou personagens deixando o aspecto mais minimalista para os posters e para o teaser A figura 4 28 mostra uma selec o de v rios cartazes lan ados pelos est dios Ghibli onde podemos observar a simplicidade na sua apresenta o O her i como figura central surge rodeado pelo cen rio e por vezes acompanhado por outro personagem Estes posters apresentam tamb m uma frase chave que est ligada ao filme e por fim o t tulo SMASH ISIN 3 E x a E a T hi t a 4 4E ey de 4 anp pd eara nena eaor Figura 4 28 Da esquerda para a direita Laputa Castle in the Sky 1986 Na usica of the Valley of the Wind 1984 My Neighbor Totoro 1988 A figura 4 29 mostra alguns exemplos de filmes norte americanos da Walt Disney onde vis vel uma outra forma de preocu
28. Chris Sanders trabalhou tamb m nos storyboards de Beauty and The Beast 1991 The Lion King 1994 representado na figura 4 1 e Mulan 1998 Chris Sanders consegue criar personagens muito apelativas que se deve ao facto de toda a sua arte ser baseada em formas redondas e numa maior infantiliza o dos personagens como poss vel ver nas imagens seguintes Figura 4 1 Storybords do filmeThe Lion King 1994 Eugene Yelchin um dos ilustradores que participou como artista conceptual no filme Rango 2011 de Gore Verbinski O seu estilo muito simples mas muito expressivo utiliza apenas o l pis para conferir personalidade aos personagens um exemplo de como apenas com um material se consegue criar um personagem com personalidade e cheio de pormenores que o distingue dos demais e o torna nico mesmo quando ao lado de outros 41 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 2 Design de Personagens para o filme Rango 2011 Este ilustrador foi uma das principais influ ncias neste projecto no que diz respeito cria o do personagem O seu tra o tamb m muito expressivo a linha fluida e n o existe uma simetria nos personagens Uma das grandes vantagens do trabalho manual precisamente a vivacidade da linha que acaba por se perder quando o desenho digitalizado e vectorizado Por ltimo temos os trabalhos de Hans Bacher artista conceptual que trabalhou para a Walt Disney em projecto
29. Escola das Artes da Universidade Catolica Portuguesa Mestrado em Som e Imagem A Europa Imagin ria no Cinema de Anima o Tradicional Anima o por Computador 2012 2013 Tiago Manuel da Silva Cruz Junho de 2013 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Agradecimentos Consciente da rdua caminhada realizada e que culmina com a conclus o desta disserta o expresso os meus agradecimentos a todos aqueles que me acompanharam neste percurso Universidade Cat lica pela oportunidade de realizar este trabalho A Professora Sahra Kunz pela ajuda transmiss o de conhecimentos e tamb m compreens o que caracterizaram toda a sua orienta o e tornaram poss vel a conclus o deste trabalho de disserta o Aos orientadores do Projecto Final os Professores Ricardo Megre e Pedro Serrazina pelo acompanhamento e incentivo em concretizar o projecto atrav s da anima o tradicional Ao Francisco Rodrigues e S nia Rodrigues pela ajuda na conclus o do trabalho pr tico A Susana Grilo pela colabora o na fase de pr produ o e tamb m a Nuno Pais pela escrita da M sica Professora Carmo S pelo longo percurso que comigo trilhou e que culmina com este trabalho Um sentido obrigado pela ajuda prestada em melhorar e colmatar as v rias lacunas provocadas pela dislexia e na disponibilidade em me ajudar a expressar me cada vez melhor atrav s da escrita Aos meus amigos e colegas pela amizade camarada
30. Kik is Delivery Service 1989 direita comparando com Piccadily Circus Londres e A Pra a do Homem Mil o O bom tempo que prevalece no sul da Europa e que proporciona uma grande actividade tur stica e movimenta o tanto diurna como nocturna possibilita a exist ncia de esplanadas e 37 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional da pr tica do conv vio nas mesmas n o s para as refei es mas tamb m para tomar caf e conviver No entanto uma caracter stica que podemos apontar como pr pria e que pertence identidade do filme a presen a de uma maior rea de espa os verdes Este elemento natural uma marca caracter stica dos filmes de Miyasaki e pretende alertar para a constante desfloresta o principalmente nas grandes metr poles onde s o cada vez mais escassos os espa os verdes Ag Ea simian Una Simendena ma oF an T Ba vit Figura 3 35 A arte de Ursula A personagem Ursula uma pintora que Kiki encontra acidentalmente na floresta representa tamb m uma parte importante do legado europeu a arte e desenvolvimento da pintura como forma de expressao pessoal e cultural A pr pria constru o dos edif cios mostra um grande nivel de elabora o n o s no tamanho das constru es mas tamb m na complexidade dos elementos particulares que comp em as casas Podemos observar vitrais com jogos de cor uma elabora o nas pr prias fachadas e varandas e o uso
31. Tradicional Figura 3 15 Compara o entre os cen rios de Edimburgo e fotografias da cidade Tal como iremos ver em Kiki s Delivery Service 1989 a moda uma tenta o especialmente para quem n o est acostumado a viver numa cidade onde as tend ncias mudam com as esta es Somos bombardeados com v rios est mulos visuais e auditivos que nos tentam vender os produtos que cada vez s o mais e se atropelam para tentar chegar de forma mais eficiente ao cliente Figura 3 16 A personagem Alice deslumbra se com um vestido e muda a sua postura ap s o ter recebido Alice fascina se com as pe as de roupa que v na cidade e tamb m um pouco manipulada pelos olhares de quem tem dinheiro e v nela uma pessoa sem estilo e consequentemente sem import ncia algu m que passa despercebido pela sociedade Um dos grande defeitos desta personagem n o ter no o do quanto custam as pe as e tamb m do quanto preciso trabalhar para ganhar dinheiro e este comportamento deve se ao facto de ter sido iludida pelo m gico n o intencionalmente a acreditar que este poderia dar lhe tudo atrav s da magia Ela 22 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional procura estar ao mesmo nivel das pessoas que passam pela rua e come a assim a recusar facilmente os presentes oferecidos As lojas sao compostas por enormes vitrinas capazes de conter um manequim e uma zona de exposi o que d a cada pe a um espa o pr pri
32. a 101 Dalmatians 1961 contudo mant m se o mesmo ar depressivo que persegue os protagonistas E n o s por uma quest o de representa o realista o tempo chega mesmo a ser utilizado como um meio 19 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional narrativo especialmente no segundo acto onde o desespero come a a tomar conta do Ilusionista Ao entrarmos na Esc cia somos brindados com as Incr veis paisagens que servem de terreno para os imponentes castelos A arquitectura bastante simples n o variando muito entre branco e o amarelo e mesmo as cores n o s o fortes uma vez que h sempre a presen a de neblina que as esmorece N o se trata de um lugar muito rico muito pelo contr rio nas imagens seguintes podemos ver o pouco cuidado que as constru es apresentam a sua fun o servirem de abrigo ao mau tempo minimizando a apar ncia palaciana Esta pobreza contrasta bastante bem com a riqueza de Edimburgo que ser explorada mais frente e enquanto essa tem todos os requisitos para ser considerado uma metr pole nesta estamos antes perante uma zona mais rural e de pastor cia Figura 3 12 Viagem para a Esc cia 7 O interior do pub onde o ilusionista vai trabalhar n o muito grande na realidade caracter stico tratar se de um local pequeno acolhedor bastante cheio e com muita m sica O interior todo ele em madeira sendo a pedra o material que envolve a casa esta apela para isolamen
33. a de estreia Il i Um Pana im Frente anemic vabyay s PAGD CRUZ com pradagia DEANA CIAD comigo FRANCO MARZ CODICES PAQO CRUZ SOFIA SOES TELMO OLA u as do som SOFA SHOES TEO AMERA mesas NUNO N Figura 4 31 Estudos para o poster final esquerda Poster teaser direita 59 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional As tentativas anteriores mostravam mais elementos mas de uma forma menos eficaz Embora a informa o fosse mais completa em termos de personagens tornava se mais confuso e ao mesmo tempo n o se relacionava t o harmoniosamente com o tema do projecto O ltimo elemento a ser criado foi o flyer o objectivo principal deste objecto mostrar um pouco do filme quer a n vel visual quer narrativo Optou se assim por um formato A4 tripartido e impresso dos dois lados Desta forma foi poss vel tirar o m ximo partido de toda a rea da folha deixando o interior para a smopse e imagens de produ o tanto com desenhos como com fotografias A capa e contra capa caberia para a informa o relativamente ao projecto s pessoas intervenientes e aos contactos Como mostram as figuras 4 32 e 4 33 para dar a conhecer o visual do projecto optou se por misturar algumas imagens de pr produ o para a contra capa imagem 1 com imagens ja de produ o para o interior imagem 2 Decidiu se tamb m nesta imagem deixar os furos caracter sticos de anima o 2D dando assim mais personalidade ao papel
34. a no Cinema de Animagao Tradicional Filmografia 101 Dalmatians USA Walt Disney 1961 A Cat in Paris Fran a Folimage 2010 Afro Samurai Japan Madhouse 2007 Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli 2004 Kiki s Delivery Service Jap o Studio Ghibli 1989 Lupin III Castle of Cagliostro Jap o Studio Ghibli 1979 My Neighbor Totoro Japao Studio Ghibli 1988 Princess Mononoke Japao Studio Ghibli 1997 The Aristocats USA Walt Disney 1970 The Hunchback of Notre Dame USA Walt Disney 1996 The Illusionist Fran a 2010 The Lion King USA Walt Disney 1994 13
35. a perspectiva permitiram a cria o de profundidade e uma sensa o de tridimensionalidade que at a altura n o tinham sido alcan adas Essas t cnicas foram transportadas at ao Jap o indirectamente Houve um bloqueio deste pa s entrada de mat ria ocidental e foi apenas atrav s de obras chinesas que aplicavam os conhecimentos de a 11 perspectiva que esta nova t cnica chegou s m os dos japoneses Estas ideias est o de acordo com os fundamentos dos estudiosos na mat ria Brigitte Koyama Richard e Hector Garcia 30 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 3 8 An lise a Lupin Ill Castle of Cagliostro No seguimento destas caracter sticas de arte mais elaboradas onde existe uma preocupa o com a decora o do interior passamos para a an lise do Filme Lupin the III Castle of Cagliostro 1979 uma vez que cont m elementos que se relacionam mais com a capital do mundo de Howl s Moving Castle 2004 especialmente com o seu interior tamb m um filme que como tem um elemento mais reduzido de fic o assentando assim mais na realidade serve de passagem para a an lise de Kiki s Delivery Service 1989 Uma vez mais Miyazaki cria aqui uma Europa ideal um setting Imagin rio que se prende na realidade dos elementos que comp em este continente ao mesmo tempo que se desprende da lei do tempo e da evolu o Assim poss vel criar um universo quase ut pico juntando o melhor que o design e a
36. a recognizable setting such as Porco Rosso or Princess Mononoke will also require many hours of research and perhaps some drawing at actual sites or in museums to get the details right McCARTHY 1999 35 E natural que quanto se trata de filmes que retratam locais reais essa pesquisa tem de ser mais aprofundada E chegado o momento de avan armos para o cerne deste cap tulo a influ ncia da Europa no anime Antes de passarmos an lise da presen a de elementos europeus na anima o Japonesa Interessa observar um pouco um filme que retrata a cultura japonesa Princess Mononoke 1997 um dos filmes mais vistos neste pa s batendo recordes de bilheteira Nesta obra entramos num mundo que n o conseguimos muito bem dominar este n o deixa de ter elementos do fant stico caracter stica dos filmes de Miyazaki mas tem tamb m um enorme trabalho de pesquisa hist rica e cultural que primeira vista notoriamente diferente da nossa narrada a hist ria de Ahitaka um jovem de uma aldeia que ap s ter sido amaldi oado se v obrigado a deixar a sua casa e a viajar at origem da maldi o O personagem encontra San uma rapariga criada por lobos e descobre que a sua maldi o est ligada guerra e a uma pequena vila que pretende destruir toda uma floresta utilizando a sua mais recente inven o a arma de p lvora Figura 3 18 Imagens do filme Princess Mononoke 1997 ilustrando os personagens Ashitaka es
37. aca inca aaa i nado acaso peter 44 Piura ds Mise adulto aaa smanaa NDA Lia l Ea CRS EN ca a naa casa ana sina edad cece 45 Figura 4 9 A Esposa de Miguel A Primeiros esbo os B Design final 45 Fig 4 10 Estudos dos amigos 1Maginari0S cccccsecccescccseecceseeceesceaenceeeeseceeseeseeseeseneeeees 46 Fis ra 4 1 AMISOS IMa narios oeie a dada anda dia poa sas 47 Firat 12 Aesta o de COMbO Oea aca ia asas dana and ia ca aa 48 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 13 Primeiros estudos a cores da paragem de autocarro ccccccseseeeseeeeeeeeeeees 49 EFisura 4 14 gt Primeros CSDOCOS sans deca da ab O SL SAE a 49 Pioura 41 5 Tra o e lexiuras Lais pars susana AD a ET 49 Figura 4 16 Desconstru o do primeiro cen rio do recreio ccicee ires reeerrerereenem 50 Figura 4 18 Enquadramentos soltos do quarto cc erre eerree re rereranreana 51 Peura 4 10 Panoramica do Gu arto asas irao a rd a on aa tare Da 51 Figura 4 20 Cena 1 sequ ncia A primeira vers o do storyboard eereeemeeas 53 Figura 4 21 Cena 1 sequ ncia B do storyboard e eeererererererreaaeerenanreaa 53 Fig 4 22 Cena 2 primeira vers o do storyboard e reerrrererererae rrenan rrenan rrenaaneeara 54 Bis 405 Cenaz versao lina asia seringa iad SR CS Cao T dane 55 Fig 4 24 Passagem no tempo do filme TheLion King 1994 The Lion King USA
38. agao Tradicional melhor composi o Afigura 4 18 mostra a primeira vers o desta sequ ncia e a figura 4 19 a ilustra o panor mica final Figura 4 18 Enquadramentos soltos do quarto Figura 4 19 Panor mica do quarto A divis o final da futura casa de Miguel teria sido menos complicada se tivesse havido primeiro a constru o de uma planta Na aus ncia desta foram necess rios v rios testes e 51 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional composi es para que se percebesse em que espa o as personagens se encontravam naquele momento Mais uma vez tornou se evidente que seria necess rio ter algum detalhe na imagem n o s por uma quest o de coer ncia mas tamb m para ser mais f cil a identifica o espacial A coloca o da porta no enquadramento contribuiu tamb m para uma melhor compreens o do espa o que se foi definindo cada vez mais com os v rios elementos que foram sendo acrescentados Em termos do design de decora o do interior da casa houve um cuidado em torn la habit vel e cred vel adequando a a uma fam lia jovem Houve ainda a preocupa o de actualizar alguns elementos como o aparelho de televis o e os m veis pois trata se de um projecto contempor neo O interior do autocarro que teria uma parte em P O V passou por v rias integra es sendo que foi das sequ ncias mais trabalhadas do projecto Por um lado por ser complexa do ponto de vista da execu o e
39. al 2D O resultado final foi enriquecedor pois foi nos ajudando sob a forma de tentativa e erro a melhorar a nossa interac o e apresenta o das nossas ideias e a perceber como preparar um projecto para que este seja apresentado de uma forma profissional 4 8 Produ o anima o foi concretizada incorporando t cnicas tradicionais e digitais facilitando assim a concretiza o do projecto e mantendo uma coer ncia visual que foge do aspecto mais computadorizado que algumas anima es apresentam De forma a concretizar a pr pria anima o recorreu se ao processo tradicional utilizando papel e mesa de luz como mostra a imagem seguinte 61 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 34 Areas de trabalho Anima o o processo de cria o de movimento sobre um objecto inanimado que quando projectado a 24fps frames por segundo cria a ilus o de movimento Existem alguns atalhos que facilitam este processo nomeadamente a chamada anima o a dois isto se Idealmente a anima o deve ser criada usando vinte e quatro desenhos por cada segundo anima o a um ent o se forem desenhados apenas metade doze Devem ser tiradas duas fotografias por cada desenho perfazendo os vinte e quatro O efeito torna se semelhante e impercept vel embora naturalmente que uma anima o criada com mais desenhos tenha um movimento mais natural Este processo permite uma redu o no tempo de produ o que
40. al Cut Pro 7 usando como formato a Apple Pro Res HQ que permite uma convers o sem qualquer redu o na qualidade da imagem possibilitando caso necess rio mais exporta es sem perda de qualidade Este programa serviu tamb m para a anima o das c maras uma vez que teria sido extremamente complicado e at mesmo imposs vel devido ao equipamento que seria necess rio conceber estes movimentos utilizando um meio anal gico Assim foi poss vel testar v rias velocidades e tamb m compor a imagem quando necess rio com elementos extra A anima o das c maras criada escolhendo um ponto de in cio e um final e criando a uma chave Ap s a velocidade e o movimento estarem correctos deve se 65 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional fazer um ease oute um ease in nessas chaves Este filtro simula o abrandamento que as c maras f sicas criam devido ao seu peso permitindo assim que o movimento seja n o s mais fluido como tamb m mais realista Passando imediatamente para a edi o final esta foi concebida no programa Final CutPro da Apple uma vez que se trata de um programa profissional isto usado para trabalho comercial apresentando por isso vantagens relativamente utiliza o de um programa como o Adobe PremiereCS5 Houve naturalmente alguma pondera o sobre a utiliza o do novo Final Cut X aproveitando a forma o dada pela universidade Contudo a ambiguidade que o programa ori
41. ama de estilos misturando locais pocas e culturas que juntos nos transportam para um universo rico e criativo Contudo se extrapolarmos os v rios elementos apercebemo nos que existe uma grande pesquisa a suport lo e que separados funcionariam numa outra qualquer situa o Por exemplo as cordilheiras que v o surgindo em Alpine Girl Heidi 1974 continuam a fazer sentido numa obra como Howl s Moving Castle 2004 uma vez que o detalhe permite facilmente identifica las como sendo de um local da Europa Central A pr pria arquitectura permite nos n o s localizar temporalmente a narrativa bem como perceber melhor as condi es de vida a que os habitantes est o sujeitos O mesmo acontece com as ruas de Kiki s Delivery Service 1989 onde h todo um visual semelhante Europa Mediterr nica Estes cen rios entram apenas em choque com a cultura oriental que sendo muito diferente da nossa torna evidente os maneirismos caracter sticos do anime e as condutas sociais espec ficas da cultura japonesa Partimos com o intuito de perceber e identificar a influ ncia da cultura europeia no cinema de anima o e de que forma esta influencia e enriquece as narrativas Sendo um continente composto por uma diversidade de culturas e l nguas com uma hist ria antiga e rica no desenvolvimento art stico quer de uma forma mais individual quer misturando v rios elementos encontramos nestas obras uma certa universalidade e um sentido de est tica
42. balhar onde pode de forma a poder sustentar Alice Contudo esta vai gradualmente descobrindo o amor e desliga se do seu protector Afastado deste fardo que o prendia as terras escocesas o Ilusionista decide voltar para Fran a Este filme em rela o s obras previamente avaliadas aproxima se da consci ncia do mundo e das repercuss es que a economia e a constante demanda da sociedade por novos est mulos podem ter sobre as pessoas Conseguimos distinguir a alta sociedade da classe trabalhadora e o desejo que as pessoas t m em comprar para manter ilusoriamente o seu estatuto social Estamos perante um filme que demarca tamb m o decl nio de algumas artes performativas uma vez que o pop rock o que o p blico mais procura colocando profissionais com anos de experi ncia a serem ultrapassados por jovens que apresentam algo de novo e energ tico mas cujo talento discut vel Estamos perante uma representa o bastante realista do Reino Unido e em especial da cidade de Edimburgo Esc cia onde decorre grande parte da ac o Podemos no entanto ver que existe um maior uso de cor especialmente do amarelo e tamb m do vermelho que cobre os caracter sticos autocarros de dois andares Figura 3 10 Big Ben e ruas de Londres do filme The Iusionist 2010 Figura 3 11 Fotografias de Londres que servem como refer ncia Big Ben direita e Oxford Street esquerda O uso da cor um pouco mais elaborado comparativamente
43. capaz de as guardar com grande resolu o para poderem ser 70 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional tratadas e inclu das no produto final No entanto constatou se uma evolu o na composi o da imagem desde o primeiro storyboard at vers o final bem como uma matura o da narrativa que foi crescendo para se tornar mais coerente e percept vel A grande dificuldade deste trabalho n o recaiu tanto na sua produ o mas na sua planifica o a qual n o tendo sido bem estruturada dificultou a fase final No entanto foram Interessantes as v rias colabora es que foram acontecendo ao longo da produ o e que permitiram um maior crescimento tanto a n vel pessoal como profissional H uma vontade de continuar a adquirir conhecimento de perceber e estudar outras culturas tentando assim enriquecer mais cada projecto novo talvez explorando mais a fundo a quest o da identidade art stica e hist rica e a forma como ela aplicada Pretende se tamb m continuar a explorar o desenho e a anima o idealmente trabalhando nessa rea profissionalmente mas sem que esse pormenor seja um obst culo concretiza o de outros projectos pessoais Al m de tudo o que referimos salientamos a vontade de experimentar mais outros g neros e outros meios pl sticos e explorar as possibilidades infinitas que esta rea permite 71 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Refer ncias e Bibliograf
44. cl ssica que transversal a todas as culturas A pr pria Am rica e o Jap o t m na sua hist ria uma influ ncia da est tica desenvolvida na Europa seja ela do neocl ssico como por exemplo a Biblioteca do Congresso bem como as constru es de estruturas em madeira half timber que encontramos nas habita es japonesas ou outra acima de tudo uma fonte de Inspira o narrativa e visual que quando bem explorada concebe um ar novo e diferente a qualquer projecto De igual modo a produ o final foi de um interesse inquestion vel na medida que permitiu por um lado a consolida o de conhecimentos adquiridos durante o percurso acad mico e por outro estimulou a vontade de pesquisa porque o saber n o se esgota no tempo Com o titulo Um Passo em Frente este projecto final revelou se pela oportunidade de p r em pr tica teorias e corrigir erros cometidos nos projectos anteriores Permitiu tamb m desenvolver capacidades pessoais ligadas rea do cinema argumento storyboard e composi o e explora o de capacidades de desenho Um dos pontos que nao foi t o bem sucedido prendeu se com a anima o pois era necess rio dispor de mais tempo para a melhorar uma vez que alguns movimentos ainda ficaram um pouco r gidos Foi tamb m complicado realizar testes anima o durante a produ o dado que n o havia um sistema nico capaz de recolher as imagens com baixa qualidade apenas para teste e ao mesmo tempo
45. de Koriko e vis vel mais uma vez o fasc nio pela Europa Central em particular pela Su a i o o EE Figura 3 29 Gotland Island esquerda e o resultado dessa pesquisa no filme Kiki s Delivery Service 1989 direita Para este projecto o foco n o foi tanto a sua paisagem mas antes uma explora o dos varios elementos urbanos que se encontram nesta cidade cuja evid ncia se encontra nas ruas estreitas e nas pontes que criam passagem superiores e inferiores No entanto tamb m est presente a pedra como o elemento mais usado para a constru o de vias e casas Podemos ver em detalhe os v rios g neros de pedra que s o usados desde os mais simples at aos mais caros Os mais reconheciveis ser o naturalmente os paralelep pedos de granito que cobrem todo o pavimento e que s o uma das caracter sticas de v rias cidades sendo um principal elemento das ruas portuguesas Kiki representa um grupo de pessoas que se aventura de uma pequena vila ou aldeia para uma 2 Kiki s Delivery Service foi publicado em 1985 Goodreads 34 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional metr pole de forma a ter mais oportunidades Hoje em dia a migra o do campo para a cidade cada vez mais uma realidade n o como um ritual de passagem mas como um novo come o Toda esta am lgama de elementos comp e esta cidade e transmite assim uma ideia de unidade como se a Europa n o fosse composta por diferente pa ses
46. deia inicial do protagonista crescer durante um corte uma vez que em primeiro lugar tem mais Impacto ele se aperceber j jovem adulto que est na hora de lutar Fig 4 26 Passagem do tempo no projecto Um Passo em Frente Entrando assim no terceiro acto iremos observar que este foi igualmente trabalhado de forma exaustiva e que no final anda podem ser melhorados alguns aspectos mais de anima o do que enquadramento ou animatic de modo a que se torne igualmente fluido Foi ent o definido que o ltimo acto seria no futuro em casa de Miguel onde se conheceria a sua mulher e o seu filho Assim em poucos segundos poss vel mostrar que o medo de conviver e socializar que tanto perseguia Miguel em crian a foi ultrapassado ao ponto de este ter constitu do uma fam lia Era igualmente importante que o seu filho mostrasse que era o oposto do pai ou seja desinibido De forma a passar esses elementos com efic cia o filho de Miguel iria n o s correr para os bra os do pai quando o v note se que Miguel nunca correra durante a narrativa como iria riscar uma das paredes da casa com tra os que formariam as imagens dos amigos de inf ncia imagin rios do pai Este acto de riscar nas paredes revela alguma rebeldia e n o conten o que muito rapidamente ilustram uma personalidade oposta de Miguel 56 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional TF j a Ed SA P ER N 1 P Py a es A E Es AS A
47. dns adasad asda seara Sa asbdas 177 Figura 3 10 Exemplo de uma sequ ncia mais abstracta de A Catin Paris 2010 A Cat in Paris Fran a Folimage 2010 esquerda comparada com Factoryat Horta de Ebro 1909 de Pablo Picasso http www shafe co uk art picasso factory at horta de ebro 1909 asp ccccceeceseeceseeseeees 18 Figura 3 11 Big Ben e ruas de Londres do filme The Iusionist 2010 annene 19 Figura 3 12 Fotografias de Londres que servem como refer ncia Big Ben http www historyking com artifacts big ben When Was Big Ben Built html direita e Oxford Street http www tripadvisor 1n LocationPhotos g1 86338 d2418052 Starbucks New Oxford Street London England im a CSqUuer da paraiso a Sa Cai sai paca n ca anda ipabncda E E EEA 19 Figura 3 13 Viagem para a Esc cia The Illusionist Fran a 2010 cccsescccseeeceeseceeeseeaeceeees 20 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 3 14 Interior do pub onde o personagem principal vai actuar The Illusionist Fran a Figura 3 15 Compara o entre o porto de Edinburgo esquerda com o porto da pequena aldeia direita The Illusionist Fran a 2010 cccceccecceeceeceeccecceceuceeceececeeseeesessesceecescesseeseeeees 21 Figura 3 16 Compara o entre os cen rios de Edimburgo The Illusionist Fran a 2010 e fotografias da cidade Imagens cedidas generosamente por Susana Grilo sccccseeeceeseeeeesecae
48. e Roger do filme 707 Dalmatians 1961 101 Dalmatians USA Walt Disney 1901 asia lactase dbactwned Las qual soda diadema CE eua ada tie 13 Figura 3 3 Monumentos hist ricos parisienses do filme The Aristocats 1970 The Aristocats USA Walt Disney 1970 AE E E E E E E ea cea E pe me a ea cn ala oe E T gaat 14 Figura 3 4 Notre Dame de Paris a esquerda fotograma do filme The Aristocats 1970 The Aristocats USA Walt Disney 1970 a direita desenho do s culo XVII http www notredamedeparis fr spip php article380 15 Figura 3 5 Notre Dame de Paris esquerda fotograma do filme The Hunch back of Notre Dame 1996 The Hunchback of Notre Dame USA Walt Disney 1996 direita fotografia contempor nea http www vigoenfotos com paris imagenes paris notre dame g vigoenfotos 3404p pg cceeeeeceeeees 15 Figura 3 6 Exterior da Mans o fotograma do filme The Aristocats 1970 a cima Interior da Mans o fotograma do filme The Aristocats 1979 a baixo The Aristocats USA Walt Disney 1970 Figura 3 7 Exemplos de elementos caracter sticos do Neo cl ssico The Aristocats USA Walt Disney 1970 Figura 3 8 Notre Dame de Paris A Cat in Paris Fran a Folimage 2010 0 cccsescceeeeeeeeeeeeees 177 Figura 3 9 Panor mica que ilustra os monumentos importantes parisienses A Cat in Paris Brancas Folimase 2010 x cca nsadsceussezasausnaansthaelaancaanse eee Glad add
49. e foi produzida uma curta metragem Um Passo em Frente que embora n o inclua directamente os elementos abordados na parte te rica deste trabalho foi concretizada utilizando a t cnica de anima o 2D e inclui cen rios detalhados Centrando se mais na Europa Central e do Norte as influ ncias do neocl ssico e da arquitectura do norte europeu juntamente com um fasc nio pela revolu o industrial comp em grande parte do imagin rio das obras que foram analisadas Abstract This Dissertation focuses on the study of Europe as a setting for different animation films and so we will try to understand and highlight the multiple elements that put together recreate this European ambient and how close do they get to capture reality Europe is one of the most recurring settings in animation not only in European productions but also in international ones For this particular study we will focus on two of the major international studios Walt Disney and Studio Ghibli as well as a few independent European films so we can have a broader understanding on how different cultures approach the same subject The selected films will be 701 Dalmatians 1961 and The Aristocats 1070 by Walt Disney Studios How s Moving Castle 2004 Lupin the III Castle of Cagliostro 1979 and Kiki s Delivery Service 1989 by Studio Ghibli and A Cat in Paris 2010 by French studio Folimage and The Illusionist 2010 by Sylvain Chomet As a side project a 2D animat
50. eeeeees 22 Figura 3 17 A personagem Alice deslumbra se com um vestido e muda a sua postura ap s o ter recebido lhe Mlusionist Pranca 2010 agia tostiics nico bao ria fo da 22 Figura 3 18 Interior da Pens o Observamos corredores decorados em contraste com jnteriores simples Thelusionist Fran a 2010 sair de anda ai ES a 23 Figura 3 19 Imagens do filme PrincessMononoke 1997 ilustrando os personagens Ashitaka esquerda e San direita Princess Mononoke Jap o Studio Ghibli 1997 25 Figura 3 20 Imagens do Filmes MyNeighborTotoro 1988 My Neighbor Totoro Jap o Studio GKD VOSS ani n n ht e a T AT E T T unc 26 Figura 3 21 Exemplos da utiliza o do vapor Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli 2004 27 Figura 3 22 O vapor como uma fonte para a guerra Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli Figura 3 23 Compara o entre a paisagem de Howl s Moving Castle 2004 Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli 2004 esquerda com uma fotografia dos Alpes Su os direita http www touristmaker com countries switzerland html DOSE DR RD DEPENDE NS ea usenet EA RS RIDER ESTRADA EM RAE RM RS E 28 Figura 3 24 Compara o entre a paisagem de Howl s Moving Castle 2004 Howl s Moving Castle Jap o Studio Ghibli 2004 esquerda com uma fotografia dos Alpes Su os direita http wonderfull tourism blogspot pt 2011 03 jungfrau heart of swiss alps html
51. eitar este impulso visual em toda a sua narrativa Esta op o retira de certa forma um pouco a qualidade de obra prima uma vez que estimula o espectador enquanto a obra analisada previamente parecia mais um quadro a leo que se deveria apreciar de longe salvo raros momentos Vemos tamb m que estamos perante uma cidade moderna devido narrativa que conta a hist ria de um gato que tem uma vida dupla De manh faz companhia a uma rapariga e noite acompanha Nico enquanto este pratica furtos Uma vez mais estamos perante um ecossistema que n o interage com ningu m fora da sua esfera de influ ncia o que permite que a hist ria seja mais eficaz uma vez que mais contida mas ao mesmo tempo impede que se aborde outros temas e que se veja qual a percuss o que as actividades de um indiv duo t m para a sociedade Este filme varia entre uma representa o abstracta e realista Come ando pelos elementos realistas estes s o todos aqueles que dizem respeito a constru es conhecidas como a Torre Eiffel e a catedral de Notre Dame A segunda um local importante para a narrativa pois l que se desenrola o confronto final est particularmente bem trabalhado mas sem destoar dos restantes elementos arquitect nicos Figura 3 7 Notre Dame de Paris Figura 3 8 Panor mica que ilustra os monumentos importantes parisienses 17 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional TT i E eas Os restantes edif
52. ela presen a da Torre Eiffel que serve tamb m de ponto de refer ncia durante todo o filme As figuras seguintes mostram n o s as v rias dist ncias a que nos encontramos desta obra arquitect nica mas tamb m outros pontos que s o conhecidos como os Campos El sios e Notre Dame Figura 3 3 Monumentos hist ricos parisienses do filme The Aristocats 1970 De estilo g tico a catedral de Notre Dame uma das constru es mais ic nicas do mundo Na imagem esta reproduzida de uma forma fiel embora se distancie do pormenor que podemos encontrar em The Hunchback of NotreDame 1996 em que vis vel o detalhe desta constru o que se aguenta com o passar do tempo que assiste mudan a do mundo em seu redor As Imagens seguintes mostram uma compara o entre o fotograma de The Aristocats 1970 um desenho do s culo XVIII Notre Dame de The Hunch back of Notre Dame 1996 e uma fotografia contempor nea 14 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional ia 4 RIA T zi 5 rai JA ROME E dd on yg NA y Yr IFAN zE 2 Bs lg ack AZ im me x a i Figura 3 4 Notre Dame de Paris esquerda fotograma do filme The Aristocats 1970 direita desenho do s culo XVII Figura 3 5 Notre Dame de Paris esquerda fotograma do filme The Hunch back of Notre Dame 1996 direita fotografia contempor nea Relativamente s habita es parisienses existe uma maior preval ncia do bra
53. enta mais o que conhece do que o que v adora cegamente as conven es pictoricamente seus pares percebe erroneamente devido aos efeitos de vista ou do sistema nervoso aplica o princ pio correcto de um ponto de vista normal viola deliberadamente as regras de representa o correcta ARNHEIM 1991 90 Quando representamos um continente antigo como o europeu importante tentar passar a sua hist ria pela imagem n o s pela sua imensa cultura visual e desenvolvimento tecnol gico mas tamb m pela sua hist ria de conquista de descoberta e do seu historial de guerras As obras que ser o analisadas no presente estudo tentam abordar um pouco de cada tema de forma a percebermos a raz o da Europa ser constantemente utilizada como palco narrativo na anima o Ao mesmo tempo encontramos formas e estilos variados que caracterizam a anima o tendo como ponto comum este continente E frequente encontrarmos a presen a de castelos e pal cios detalhados e pormenorizados que nos remetem para uma certa ideia de sonho de pr ncipes e princesas mas tamb m de grandes 10 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional her is e desde muito novos somos bombardeados com estas personagens tipo e estes ambientes est veis Contudo o que os est dios Ghibli de Hayao Miyasaki e Isao Takahata nos trazem uma nova corrente um novo estilo que n o se prende pelo tempo nem pela cultura e que de forma ousada mistura v rios estilo
54. enta um estilo diferente quer no exterior quer no interior remetendo mais para um ambiente franc s No entanto uma vez que ha alguma semelhan a entre a est tica interior do pal cio de Howl s Moving Castle 2004 e de Lupin the II Castle of Cagliostro 1979 a an lise do primeiro ser agrupada do segundo Figura 3 26 Cidade Real onde se encontra o Pal cio e a Rainha 3 7 Da Europa Central ao Mediterraneo Fugindo da atmosfera intensa do norte europeu viajamos at paragens mais calmas onde o sol prevalece e o bom tempo d lugar a pessoas mais vivas e explosivas que tiram partido da est vel e ideal condi o atmosf rica Os dias s o maiores e como tal grande parte da actividade populacional aproveita esse tempo e convive mais ao ar livre quase obrigat rio um caf ou restaurante ter uma esplanada onde as pessoas se sentam e conversam por vezes durante v rias horas As casas e os hot is nas zonas da costa s o tamb m uma grande fonte de rendimento uma vez que facilitam o conforto Situando se apenas a alguns metros da praia est o rodeados por caf s ou restaurantes que enaltecem a sua decora o e cozinha com a paisagem para o mar O sul europeu tamb m respons vel pelo desenvolvimento de movimentos art sticos que mudaram a nossa percep o sobre a arte e a nossa Interpreta o e subsequente reprodu o do real Um dos mais conhecidos sem d vida o Renascimento onde o estudo e desenvolvimento d
55. esign mais forte da os quadrados rect ngulos e tri ngulos que comp em a cara gt ex SY A AA o y Figura 4 7 Estudo de poses A n vel de roupa os cal es e t shirt foram uma escolha consciente por permitirem a anima o de tecidos bem como ter em aten o a anatomia que muitas vezes se perde por causa do vestu rio O design de Miguel adulto passou muito pela altera o da cara de uma forma mais arredondada e juvenil para uma estrutura mais quadrangular Mantendo naturalmente as caracter sticas faciais enumeradas anteriormente alterou se o seu cabelo e um estilo mais despenteado deu lugar a algo mais composto 44 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional ol N S q Figura 4 8 Miguel adulto 4 3 Personagens Secundarias p E A f QO f gt Figura 4 9 Ana a esposa de Miguel A Primeiros esbo os B Design final Embora seja uma personagem secund ria e surja apenas no final Ana foi a personagem que teve o design mais complicado e aquele que passou por mais integra es no decorrer da concretiza o do projecto Come ando por um design mais rectangular para contrastar com o de Miguel tornou se evidente que era complicado manter o ar feminino atrav s de uma constru o mais angular A figura 4 9 mostra claramente esses primeiros esbo os A roupa foi tamb m alvo de reflex o 45 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Uma vez
56. gem e apoio ao longo destes quatro anos Por ltimo minha fam lia pela ajuda paci ncia compreens o e incentivo constantes O seu apoio incondicional permitiu que as for as n o faltassem e a concretiza o do projecto acontecesse A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Resumo A presente disserta o prop e se ao estudo da Europa como cen rio do cinema de anima o de forma a tentar perceber quais os elementos mais recorrentes nos diversos filmes que ser o analisados e at que ponto este continente retratado com fidelidade O Continente Europeu em anima o alvo de uma recorrente utiliza o tanto por parte dos animadores europeus como de outras nacionalidades Deste modo tentaremos explorar os elementos retratados e desconstruir as imagens que comp em as v rias obras Houve a inten o de variar na escolha dos projectos analisados de forma a que cada um tenha uma caracter stica que o distinga dos demais Abrangendo tr s dos est dios mais relevantes no mundo da anima o encontraremos dois trabalhos dos est dios Walt Disney 701 Dalmatians 1961 e The Aristocats 1970 seguido de um trabalho de autor realizado por Sylvain Chomet The Illusionist 2010 que se junta a uma produ o do estudio franc s Folimage A Catin Paris 2010 Terminaremos com os est dios Ghibli e os filmes Howl sMovingCastle 2004 Lupin the II Castle of Cagliostro 1979 e Kiki s Delivery Service 1989 Paralelament
57. ginou devido sua mudan a radical quer a n vel visual quer em termos do pr prio processo de edi o levou a concluir que seria preciso algum tempo de habitua o e que n o compensaria no final x ik Aa 4 4 eseneca i l a HJI Soca on Tires Saag ECT i IP E ud 22224202 IE kainanan gt ER io O ERrPrERLES Figura 4 40 Edi o em Final CutPro 7 Em anima o o processo de edi o criado e pensado mais durante o processo de animatic onde se colocam os storyboards de forma a gerar sequ ncias para definir o timing que a anima o teria restando apenas no final substituir essas imagem paradas ou pobremente animadas pelas finais A nivel de exporta o esta foi feita em Apple Pro Res HQ tanto para a vers o final como para algumas sequ ncias que precisavam de oscilar entre o programa de edi o e o programa After Effects Este codec permite assim uma exporta o sem qualquer tipo de convers o de imagem reduzindo assim a perda de qualidade dos ficheiros que eram exportados para outro programa mais do que uma vez Para exportar o ficheiro final com um tamanho mais reduzido optou se pelo codecH264 Todo o ambiente sonoro bem como a grava o da banda sonora foram criados por dois alunos da Universidade Cat lica Telmo Oliveira e Sofia Sim es Embora tenham recebido alguma orienta o relativamente a momentos espec ficos do project
58. ia ARNHEIM Rudolf 1969 Visual Thinking University of California Press ARNHEIM Rudolf 1991 Art and Visual Perception The New Version Arte Arquitectura Urbanismo BACHER Hans 2008 Dream Worlds Production Design for Animation Focal Press BLANNING T C W 2000 The Oxford History of Modern Europe Oxford Paperbacks BLUNT Anthony 1999 Art and Architecture in France 1500 1700 Pelican History of Art Yale University Press CRAIG Timothy J 2000 Japan Pop Inside the World of Japanese Popular Culture An East Gate Book GARCIA Hector 2011 A Geek in Japan Tuttle Publishing GHIBLI Studio 2005 The Art of Howl s Moving Castle Original Edition Viz Media GHIBLI Studio 2006 The Art of Kiki s Delivery Service Original Edition Viz Media MIYASAKI Hayao 2009 Starting Point 1979 1996 Viz Media NAPIER Susan J 2005 Anime from Akira to Howl s Moving Castle Palgrave Macmillan KOYAMA RICHARD Brigitte 2010 Japanese Animation From Painted Scrolls to Pok mon Flammarion KALNEN Wend Von 1995 Architecture in France in the Eighteenth Century Yale University Press McCARTHY Helen 1999 Hayao Miyazaki Master of Japanese Animation Sotne Bridge Press THOMAS Frank JOHNSTON Olie 1997 The Illusion of Life Hyperion 1 Hyperion Ed Edition Fontes Infop dia http www infopedia pt Enciclopaedea Britannica http www britannica com Goodreads http www goodreads com 72 A Europa Imaginari
59. ion film was produced that tried to convey some of the notions that we discussed earlier There is a particular interest in central and northern Europe with particular influences in neo classic architecture as well as the industrial revolution which give a very interesting backdrop and a very rich one image wise A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Palavras Chave Anima o Europa Neoclassico Fran a Inglaterra Walt Disney Estudio Ghibli Hayao Miyasaki Sylvain Chomet Keywords Animation Europe Neoclassic France England Walt Disney Studio Ghibli Hayao Miyasaki Sylvain Chomet A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional ndice de Conte dos ASt dS FIQUIAS erenn Snap ADD asa da SS DS ADIA DLC ada RAS d sda gas quad ada ada 1 de INTO GUC AG araras ans sad AA ASA AA li EA ad 5 1 1 Apresenta o da Proposta de Trabalho erre tenea aerea rena aeee aa aa ara aanaaanoa 6 1 2 Estudo e Desenvolvimento do Projecto Final erre eeeae rea eea aerea an raa ara aanaanoa 6 1 3 Organiza o e Temas Abordados na Presente Disserta o eee 7 2 Caracieriza o JO DiO CCtO es usas sedadacedacaderadai ia aaaan nan inanAnaninanidadaRadadaRranananAaadaRa aaa inanananiaandnaaanadnde 8 ZA ODICCUIVOS OO PIO ECO unas ao a EAS 8 2 2 Defini o de Ideia Central do Projecto Contexto e Percurso ccccceeeeeeeeeceeeeeeeeeeseeeesseeeeseneesees 8 2 3 Tip
60. mum na Europa do Norte e consiste na constru o das estruturas de suporte em madeira sendo o restante preenchido com outros elementos Esta forma de constru o muitas vezes puramente decorativa sendo os elementos caracter sticos as traves de madeira colocados posteriormente apenas com esse intuito est tico Foi tamb m aplicada no Oriente mais concretamente na China e no Jap o 0 FP ig E To S D z f jesni Se ee fuso eal f a Es ay i PRE a A nin weet bs Figura 3 25 Fotografia de uma constru o half timber Colmar Alemanha Este ambiente rematado pela presen a de castelos e palacetes que apontam para os s culos XVIII e XIX Howl s Moving Castle apresenta assim um world conceived by the late 19th century European neo futurist painters where magic and science co exist GHIBLI 2005 10 Yoji Takeshige o director de arte fala do quanto as pinturas ocidentais foram uma fonte de Inspira o e de grande impacto para a cria o dos ambientes para este projecto ideia contida na obra The Art of Howl s Moving Castle 2005 dos est dios Ghibh There are Western Paintings particularly those by the Impressionists where the objects aren t drawn in detail The lighting depicts the space instead TAKESHIGE 2005 49 O http www britannica com EBchecked topic 252413 half timber work 29 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional A capital apres
61. na todo o departamento de tra o e pintura uma vez que pela primeira vez o tra o dos animadores transposto directamente para o ecr No processo anterior era necess rio tra ar toda a anima o numa folha de acetato e colori la manualmente dando lhe um ar mais suave e limpo Com este novo processo se os desenhos n o fossem limpos de marcas de constru o auxiliar estas apareceriam no produto final O mesmo aconteceu com os cen rios o que acabou por criar uma nova est tica mas ao mesmo tempo aproximou os da qualidade da anima o E esta uma das raz es pela qual a atmosfera de 101 Dalmatians 1961 bem sucedida na recria o deste ambiente Londres retratada de uma forma bastante fiel tanto a n vel social como arquitect nico Encontramos o aglomerar de apartamentos estreitos constru dos com tijolo vermelho e as ruas s o iluminadas por candeeiros que criam pontos de luz na neblina da noite Existem parques onde se pode observar bastante actividade principalmente de leitura e naturalmente que existe uma certa caricatura na postura de alguns personagens Figura 3 Habita es Londrinas de noite do filme 701 Dalmatians 1961 Figura 3 1 Habita es Londrinas do filme 707 Dalmatians 1961 Empresa que produz e comercializa impressoras digitais a cores e a preto e branco prensas digitais dispositivos multifun es copiadoras digitais e uma variada gama de ultra solu es e servi os Iniciou a sua
62. nco e bege uma vez que estas s o constru das num tipo de pedra mais clara Os edif cios s o mais largos dos que os ingleses e mais baixos tamb m A semelhan a encontra se nos telhados pois s o bastante inclinados As ruas s o tamb m um pouco estreitas e pontuadamente vemos quiosques publicit rios Esta aventura tem como origem a mans o onde prevalece tamb m o uso de tons claros de um estilo pr ximo do neoclassicismo Surgindo em meados do s culo XVIII este estilo sucede ao rococ e pretende colocar de parte os pormenores elaborados que caracterizavam o seu antecessor e lhe conferia um ar pesado Este revivalismo das artes cl ssicas o Grego e Romano n o se referenciam somente a uma mudan a de visual mas a uma renova o de todo o pensamento art stico como afirmam as palavras de Wend Von Kalnein The transformation from Rococo to Neoclassicism is therefore more than a stylistic shift it is a far reaching change in attitudes to art as a whole KALNEIN 1995 131 Ao analisarmos a luz destes elementos o edificio onde habitam os protagonistas podemos observar que vai de encontro ao ideal dos impulsionadores deste novo movimento segundo Wend Von Kalnein Imita o actual dos antigos artistas e escritores cl ssicos http www infopedia pt lingua portuguesa neocassicismo 15 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Their ideal was an architecture liberated from color and ornament an expression
63. net 2002 Tarzan 1999 direita http theartofglenkeane blogspot pt search updated max 2010 06 09T07 07 00 07 00 amp max fesul 10 Gestante O amp byedate AISO ss papas da Uia al ELOS arta ane SUL A 41 Figura 4 1 Storybords do filmeThe Lion King 1994 http livlily blogspot pt 2012 08 the lion kine 1994 storyboard sith tapes ais os siso ca diga Caia sd sds wala C s arado Sua ar ada a a 41 Figura 4 2 Design de Personagens para o filme Rango 2011 http design eugeneyelchin com rango php ccccscceecsecceccecceccuccuscucceseuceceeseseesceuceuseesessessesseeees 42 Figura 4 3 Alguns exemplos do trabalho de Hans Bacher BACHER Hans 2008 Dream Worlds Production Design for Animation Focal Press ccccsccsccesceeceecceccuccuceuceucesceeseeeseeseuceusessesseeseeseees 42 Figura 4 4 Fosters Home for Imaginary Friends 2004 esquerda http www fanpop com clubs fosters home for imaginary friends images 258995 title fosters wallpaper Chowder 2007 direita http www fanpop com clubs fosters home for imaginary friends images 258995 title fosters wallpaper cccccccecceccucceccseceececcuceuceeceeceesessesseuseeseusesceeseeeees 43 Figura 4 5 Model Sheet da personagem principal Miguel ccceccccseeeceeeeeeeeeeeneeeeeees 43 Figura 4 6 Evolu o do design de Miguel usas aspas asc anais dd aaceieoseleas 44 Eioura Ts E udo de POSCS raras Aa ara LENTA Las anna ana casaca caia sara o
64. nhecimento das falhas adquiridas nomeadamente ao n vel da pr produ o e da comunica o com os v rios contribuidores Por outro lado essa comunica o foi melhorada e possibilitou um aumento na qualidade do projecto N o foi de todo um processo calmo e organizado muito pelo contr rio somado a outros factores mais adiante explorados levou a que o projecto fosse ligeiramente alterado de modo a poder ser apresentado aqui que entra o trailer como alternativa uma vez que a sua curta dura o permitia um acabamento da imagem mais completo e suscitaria curiosidade 2 3 Tipo de Pesquisa Efectuada para a Pr Produ o do Projecto A pesquisa seguiu dois caminhos que se iniciaram em alturas diferentes A primeira fase teve lugar ainda na licenciatura no terceiro ano onde houve pela primeira vez a oportunidade de estudar o desenho do corpo humano O estudo dos ossos e m sculos tornou o desenho da 8 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional figura humana muito mais compreensivel e simples contudo nao afectou apenas essa falta de compreensao mas tamb m a t cnica Ao longo desse primeiro semestre tamb m houve uma reaprendizagem do uso do tra o no desenho Este estudo da t cnica prolongou se pelo ano e meio seguinte A n vel de anima o a oportunidade de Erasmus surgiu e com ela uma liberdade na escolha das t cnicas dos projectos obrigat rios Assim deu se prioridade anima o tradicional em papel e a v
65. ntegra o dessa t cnica tradicional com algo moderno como o agrupamento e montagem digital Na ltima fase p s produ o ser demonstrado como se trabalha para a cria o de um ambiente sonoro que n o pretende apenas complementar a imagem no sentido de ser apenas uma cria o de foleys O objectivo criar uma identidade sonora t o peculiar como a pr pria anima o e que a ajude no processo narrativo A presente disserta o pretende abordar a import ncia da Europa no Cinema de Anima o Tradicional de que forma as suas culturas influenciam visual e narrativamente as obras estudadas e at que ponto o seu percurso hist rico uma fonte de inspira o Iremos tamb m observar como as interac es sociais diferem entre produ es orientais e ocidentais e de que modo as diferentes culturas interv m no desenvolvimento da sociedade A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 2 Caracteriza o do projecto Enquadrado na categoria de Curta Metragem de Anima o este projecto final visou a cria o de um v deo com uma narrativa original A sua concretiza o foi feita atrav s da t cnica de anima o tradicional 2D focando se na anima o do personagem principal bem como no ambiente que o rodeia 2 E um projecto que se apoia muito nas potencialidades visuais deste meio uma vez que muito figurativo pondo prova por um lado os conhecimentos adquiridos sobre cria o de argumento e por
66. ntrada para este mundo uma esp cie de paragem esta o que se apresentava como nica constru o f sica presente no subconsciente do protagonista O restante cen rio representaria uma tela da qual as cria es surgiriam formando o cen rio com que Miguel interagiria A figura 4 12 foi um dos primeiros esbo os realizados para este pressuposto ponto de partida Figura 4 12 A esta o de comboio A ideia expressa na figura anterior prendia se com a explora o dessas estruturas das esta es que t m uma forte presen a visual misturada com pilares e arcadas renascentistas Ter amos por isso um local que se identificaria imediatamente como um posto de espera o que ajudaria as pessoas a perceberem que aquela realidade era outra e que tamb m seria mais um ponto de partida Para ajudar a tornar mais percept vel esta ideia de local de partida o restante cen rio seria apenas branco indicando primeiro o infinito e segundo seria compar vel a uma tela de onde surgiriam as cria es do personagem Os pilares e arcadas seriam um elemento divis rio entre aquele rect ngulo seguro que abrigava n o s o personagem Miguel como tamb m os seus amigos imagin rios A estrutura precisa e sim trica serve de contraponto para as cria es mais ins litas e mold veis que poderiam surgir bem como tamb m de ponto de refer ncia para o personagem indicado Com a altera o constante do projecto esta ideia foi descartada muito cedo send
67. numa cidade com uma cultura de vida mediterr nica No entanto tamb m poss vel fazer um pouco de compara o com Londres especialmente nas travessias do rio Tamisa Figura 3 33 A disposi o da cidade semelhante a Londres 36 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Os el ctricos s o um elemento que mais uma vez est o presentes e que podemos ligar a Lisboa Comparativamente s obras analisadas anteriormente este um elemento mais realista no sentido de tirando a exist ncia da magia estarmos perante um mundo que poderia ter existido h alguns anos A arte p blica est tamb m presente sob a forma de esculturas em pra as ou fontes que preenche o espa o e lhe d o subst ncia Como exemplos de locais ic nicos encontramos Picadilly Circus Londres Pra a do Homem Mil o entre outros Estes locais s o marcados por fontes ornamentadas com esculturas que podem ou n o ser acompanhadas por jardins ou por espa os amplos Estes espa os servem por um lado de ponto de encontro devido sua f cil localiza o e por outro por serem amplos s o locais onde se encontram v rios g neros de feiras e outros tipos de mercados A presen a destes lugares promove tamb m a constru o de lojas e caf s na sua periferia de forma a aproveitarem o constante movimento pedonal s 6 Ta DN foe e ips BY Bout ETD oar i Figura 3 34 Exemplos de Pra as e Fontes encontradas em
68. o quase como que um pedestal O com rcio prolonga se tamb m durante a noite por um lado para conseguir mais clientes e por outro porque escurece bastante cedo durante o inverno Os nomes das lojas s o escritos normalmente em fachadas de madeira em cores douradas ou com o aux lio de neons para que mesmo durante a noite sejam vis veis aos potenciais clientes Deixando o com rcio e passando para os cen rios de interior estes s o igualmente decorados especialmente se os compararmos com os da aldeia Pap is com padr es cobrem as paredes e retratos com elaboradas molduras surgem no papel de parede A mob lia tamb m bastante trabalhada acabando por dar uma aspecto pesado ao ambiente A luz tamb m n o fornece alegria pois n o muito forte e n o est distribu da uniformemente pelos corredores O quarto alugado pelos protagonistas n o o oposto daquilo que encontramos no apartamento de solteiro de Roger Tem uma rea maior compensando o facto de ser apenas num andar e n o se encontra t o desarrumado dando espa o para os personagens se movimentarem livremente O facto de este n o se instalar melhor demonstra que existe sempre uma sensa o de que a sua presen a naquele lugar n o durar para sempre pois o Ilusionista n o est em melhor situa o do que no seu pa s Figura 3 177 Interior da Pens o Observamos corredores decorados em contraste com interiores simples Em suma esta passagem pela representa
69. o tiveram tamb m a oportunidade de criar livremente e experimentar pois o seu input era tamb m importante o que permitia que o seu interesse se mantivesse uma vez que contribu am directamente para o trabalho n o se limitando a inserir sons As duas realidades presentes no projecto necessitavam tamb m de pessoas que fossem criativas para que estes dois mundos fossem diferentes sonoramente tornando se mais 66 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional distintivos Era importante tamb m que a ansiedade do protagonista passasse tamb m pelo som Come ando primeiro pela captura dos sons necess rios para compor o projecto ou de os procurar em base de dados sonora fez se um primeiro teste com um animatic que acabou por muito rapidamente se tornar desactualizado Com esta base o restante processo centrou se sempre em alterar ligeiramente a posi o dos elementos sonoros consoante o timing reajustado nos animatics seguintes Contudo tornou se evidente que este processo n o era o mais adequado para este tipo de projectos Idealmente o timing da anima o deveria ser entregue j pronto e sem serem necess rios ajustes para que o som pudesse ser tratado de uma s vez e n o por sess es com constantes altera es O unico elemento que n o foi pr ouvido foi o som relativo forma que seria extremamente Importante pois estaria presente em todos os momentos chave do projecto Seria Interessante que o som deste pe
70. o constru dos sem recorrer a tijolo vermelho ou castanho dando lhes um ar mais r stico Although no specific research trip was undertaken for this film Miyazaki s Heidi sketchbooks must have come in useful for some of the mountain and lakeside vistas and he also cites a book he saw in a shop window and snapped up Italian Mountain Cities and the Tiber Estuary from Kajima Institute Publishing McCARTHY 1999 53 Grande parte da ac o decorre de facto dentro do castelo e por isso a sua presen a mais sentida Contudo vis vel uma certa semelhan a com as paisagens de Howl s Moving Castle 2004 33 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 3 9 Fus o de Culturas an lise a Kiki s Delivery Service Kiki s Delivery Service 1989 de Hayao Miyasaki uma adapta o de uma obra liter ria para crian as escrita por Eiko Kadono que explora a passagem de crian a para jovem e toda a responsabilidade que advem dessa nova fase de vida Assim conhecemos Kiki uma jovem feiticeira que aos treze anos parte para a cidade como acto de passagem Neste novo lugar Kiki tem de aprender a lidar com novas pessoas e tamb m a desenrascar se de forma a poder sobreviver Pelo caminho faz novos amigos ajusta se a uma nova vida tem crises de identidade e aprende a redescobrir se Para este projecto Gotland Island uma ilha situada no sudoeste da Su cia foi o local escolhido para iniciar a pesquisa para a cidade
71. o de Pesquisa Efectuada para a Pr Produ o do Projecto erram 8 SA Europa COMO PEISONADEM sacana area SS A CataGatads 10 S F Europa ROaIISiA aspas dean pa dida Duda coa DANS a je dE Danda eee DL AG MISS denies da dC Mi Tain da Pisa As prin dinda ias 10 3 2 Tecnologias ou Processos de Refer ncia ei eeeeeneeaeeaa an eea area arena aaa nana 11 3 3 Uma Europa Cl ssica An lise dos filmes da Walt Disney eres 11 3 4 Uma vis o nativa An lise dos filmes europeus e ierteeeeaareea rea nea an naa arenas 17 3 5 GHIDIL SO Imaginario Europeu scxstsicosecscncataaatedasacandsgees teens ae E aA A DE n Ema aa REA Made sina aeeai 24 3 6 Paisagem e M quinas An lise a Howl s Moving Castle ccccccccccseeeeceeeeceeeeesueeeseueeeseeesaueeeseneens 26 3 7 Da Europa Gentraliaod Meditemanto siso siste pos Si cadet eel eri ai eia 30 3 8 Analise a Lupin llI Castle of CaglioSO nice ee ee aa 31 3 9 Fus o de Culturas an lise a Kiki s Delivery SCrViCe cccccccccceeccceeeeeeeeceeeeseeesaeeeseeesaeeesaeesaeeeseees 34 351 0 Conclusao de Capul eese oath tech ae ac arenas sa a Baden as ancas dana Sates do nro das ane Do Tas d asda sa ale Ses asa nadas anel 39 a MIM ASSO Senn ClO wach A SS RN RN 40 AD Pre ProdUC O sans Sasao atadas canas canina Dice fans Mee Dana cide ws bide Da do vida acids Doi uid acids Dois alo do sebos opa ds ented 40 4 2 Estudo e Desenvolvimento dos Personagens
72. o mais cru mostrando as direc es das linhas e n o deixando elementos suavizados Este processo moroso uma vez que por cada erro que n o se possa apagar necess rio redesenhar a imagem Conclu do este processo as imagens s o digitalizadas idealmente usando um scanner auto alimentado sendo que neste caso n o houve acesso a um e por isso foi necess rio concretizar a digitaliza o manualmente folha a folha Uma vez no computador as imagens s o importadas para um programa de edi o de imagem neste caso para o Adobe Photoshop CS5 para serem preparadas para a montagem final Este processo envolve tr s fases uma primeira de convers o do ficheiro para um formato editavel neste caso RGB uma vez que este reconhece os canais alpha canal que guarda a informa o relativa transpar ncia De seguida usado a selection tool para criar uma selec o que limite o desenho do fundo Esta pode ser ajustada manualmente usando ou n o a tecla ALT para retirar selec es ou no n vel de threshold para que o fundo possa ser apagado de uma forma r pida e eficiente Para alguns destes processos serem concretizados mais rapidamente criaram se automatiza es para a convers o dos ficheiros para RGB e para a sua grava o em PNG formato de grava o que reconhece o canal alpha 64 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 4 9 P s Produ o Sendo este um projecto de anima o tradicional o programa Af
73. o que o nico elemento que se transp s para o projecto final foi a cor o branco que separa a realidade do sonho Esse universo alternativo deixou de ter tamb m um ponto zero isto um local semelhante paragem apresentada na Figura 4 12 e passou a ser criado transformando o ambiente em que Miguel se encontrava naquele momento A paragem do autocarro era a sequ ncia de abertura inicialmente idealizada e manteve sempre uma l gica quer do ponto de vista narrativo quer visual Explicando agora o lado visual a Figura 4 13 mostra o primeiro teste ainda a cor e com textura As texturas foram retiradas da 48 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional internet apenas com o intuito de experimentar mais rapidamente se o efeito visual resultaria e mais tarde seria feito um pesquisa de locais com texturas interessantes e tiradas fotografias de grande resolu o para criar os filtros finais Podemos ver uma evolu o para um campo muito mais simplista e despido de detalhe na Figura 4 14 A O pr prio tratamento da imagem foi mudando evoluindo paralelamente com o filtro que estava a ser criado Figura 4 13 Primeiros estudos a cores da paragem de autocarro A figura 4 3 mostra j a imagem final mais complexa interessante do ponto de vista da composi o e menos agressiva quando vista num televisor Figura 4 15 Tra o e texturas finais Para o P O V Point of View representado nas imagens anteriores como
74. of timeless grandeur The term neoclassicism itself was originally a pejorative one coined in the nineteenth century to denote the resurrection of a lifeless and depersonalized antiquity The word was unknown in the eighteenth century what we call Neoclassicism was regarded by contemporaries simply as the one and only true style regarded not as a mere fashion but as the revival of the arts and the revelation of timeless varieties KALNEIN 1995 132 Figura 3 6 Exterior da Mans o fotograma do filme The Aristocats 1970 a cima Interior da Mans o fotograma do filme The Aristocats 1979 a baixo Contudo se observarmos com aten o percebemos que o neocl ssico est presente nos v rios edif cios pelos quais vamos passando ao longo do filme Pontualmente encontramos elementos que nos remetem para este estilo como por exemplo os elementos triangulares nas portas In the 1750s and 1760s Paris was swept by a vogue for the style grec in the absence of any genuine knowledge of Greek art anything that looked antique was labeled grec KALNEIN 1995 133 Figura 3 7 Exemplos de elementos caracteristicos do Neo classico 16 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 3 4 Uma vis o nativa An lise dos filmes europeus A Catin Paris 2010 come a logo por tirar proveito de algo que falta na representa o parisiense a cor e embora mantenha o branco da pedra que segura as constru es n o deixa de aprov
75. on King 1995 ou Afro Samurai 2007 estes momentos permitem em muito pouco tempo e de maneira diferente como podemos observar nas figuras seguintes ter dois momentos de narrativa em tempos diferentes sem ser necess rio mostrar esse per odo de tempo Fig 4 24 Passagem no tempo do filme The Lion King 1994 Deste modo a proposta apresentada inicialmente seria de um corte que faria essa separa o Anteriormente Miguel lutaria contra a Forma em crian a e surgiria vencedor j adulto Com a altera o do animatic foi trabalhada tamb m uma segunda ideia em que Miguel cresceria apenas ap s entrar na porta contudo esta apresentava pouca evolu o no sentido de se perceber que a sua luta foi gradual levando algum tempo at que Miguel pudesse de facto enfrentar o seu subconsciente Contudo esta vers o criava alguns problemas de percep o uma vez que as v rias pessoas que testaram a solidez da narrativa interpretaram este momento como sendo o Pai de Miguel a entrar em casa Apesar do design do filho de Miguel que apresenta caracter sticas ligeiramente diferentes e do aperfei oamento do design do pr prio Miguel havia ainda algumas d vidas recorrentes sobre esse momento 55 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional A figura 4 26 ilustra as vers es desta sequ ncia direita a vers o antiga onde Miguel ainda via a porta em pequeno e esquerda a vers o final com Miguel j adulto retomando assim a i
76. os Uma vez que a afinacao da guitarra tamb m diferente da normal houve um pequeno teste com sons criados apenas tocando nas cordas e com distor o que ficariam interessantes e bem pontuados no filme Foi tamb m feito um teste com um pedal chamado Wah Wah que pode ser utilizado para reproduzir a impress o de fala Este teste foi feito para a o monstro Forma que Miguel v e uma alternativa interessante a um reverter de vozes ou uma distor o das mesmas A grava o da faixa principal guitarra teve lugar em apenas uma sess o com Nuno Pais Algo muito importante foi todo o som ter sido capturado utilizando sons e distor es anal gicas evitando assim recorrer distor o digital e dando uma caracter stica mais natural a m sica Foi igualmente importante o input do orientador Vitor Joaquim relativamente a grava o da banda sonora uma vez que em nenhum projecto anterior se tinha trabalhado directamente com a grava o profissional de uma composi o musical Inicialmente os restantes instrumentos seriam substitu dos pelos digitais por m durante a montagem do projecto rapidamente se observou que a guitarra seria suficiente uma vez que a m sica era forte e cumpria a fun o de um tema principal 4 10 Conclus o de Cap tulo Embora tenha sido um projecto complicado demasiado longo para o tempo concedido e limitado pela capacidade de desenho foi acima de tudo um excelente instrumento de aprendizagem tanto p
77. outro oferece um estudo mais aprofundado da anima o em si e da simplifica o da narrativa visual Pretendeu se tamb m abordar a evolu o do personagem dando lhe um objectivo e um percurso Ao explorar o desenvolvimento do personagem acabou se tamb m por enriquecer a narrativa uma vez que se foi descobrindo a hist ria e a melhor maneira de a desenvolver 2 1 Objectivos do Projecto Este projecto teve dois objectivos principais dos quais o primeiro seria mostrar a evolu o da t cnica de desenho que foi desenvolvida ao longo de ano e meio e o segundo seria o de conseguir integrar numa curta metragem os conhecimentos adquiridos nas aulas de argumento Estes objectos foram criados com uma meta a de trabalhar num projecto diferente que n o s mostrasse a evolu o adquirida desde o primeiro projecto de anima o ainda de licenciatura mas tamb m que fosse capaz de sobressair no contexto acad mico 2 2 Defini o de Ideia Central do Projecto Contexto e Percurso Um dos grandes objectivos tra ados para este projecto prendia se com um estudo visual e a cria o daquilo que poderiam ser ind cios de um estilo pessoal Iniciou se com v rios desenhos que pretendiam desenvolver personagens mais criativos e gradualmente a hist ria foi surgindo Foi tamb m um processo de aprendizagem no qual se v claramente a evolu o desde os primeiros esbo os de storyboard at vers o final Paralelamente foi poss vel tomar co
78. pa o est tica Nesta vemos que os personagens s o o centro da aten o e que nestes casos eles se encontram destacados em toda a superf cie do cartaz Est tamb m presente o t tulo mas existe um maior preenchimento do papel com a ficha t cnica produtores e por vezes os actores Figura 4 29 Da esquerda para a direita Sleeping Beauty 1959 The Princess and the Frog 2009 Para criar o poster de Um Passo em Frente figura 4 30 houve uma pondera o entre os dois estilos apresentados anteriormente Era importante mostrar o protagonista bem como o vil o 58 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional para que as pessoas tivessem uma ideia do g nero de filme que iriam ver Assim o personagem mostra quem o elemento central da hist ria e o antagonista trata de algo mais abstracto ou mais centrado na realidade Era importante tamb m que houvesse uma simplicidade na composi o do cartaz Assim temos apenas a imagem central o t tulo a universidade e os cr ditos deixando de parte a frase chave do projecto um passo em frente Figura 4 30 Poster do Projecto Um Passo em Frente A figura 4 31 ilustra o cartaz teaser que foi criado para come ar a promover o projecto A sua composi o minimalista adequada uma vez que o prop sito destes cartazes indicar de que projecto se trata qual a entidade envolvida normalmente a produtora neste caso trata se da universidade e a previs o da sua dat
79. para o melhoramento do projecto Come ando pela pr produ o onde foi concebida a hist ria e os subsequentes animatics todos os estudos de design e experi ncias visuais que poderiam ter entrado no projecto passando tamb m pela produ o no qual tudo isto fora aplicado e em que medida foi necess rio mudar ideias j concebidas por estas n o funcionarem quando aplicadas anima o 4 2 Estudo e Desenvolvimento dos Personagens CN EJ D IPS A Figura 4 5 Model Sheet da personagem principal Miguel Era importante criar um protagonista que fosse interessante a v rios n veis e com o qual o espectador se pudesse identificar Sendo um personagem muito novo foi um processo desafiante e que se foi aperfei oando no decorrer do projecto vis vel uma clara evolu o deste personagem desde os testes de anima o at vers o final n o s do seu design mas tamb m da sua linguagem corporal Miguel passou por v rias altera es no que diz respeito sua estatura mantendo sempre as caracter sticas que se consideravam mais importantes os olhos redondos sobrancelhas rectangulares cabelo grande e o nariz triangular Era necess rio tamb m fugir da forma natural da face bem como das formas mais arredondadas da este aspecto mais quadrado O 43 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional nariz passou tamb m por algumas altera es no entanto foi importante arriscar se num d
80. personagem isto teria um efeito gelatinoso quando se mexe Esta foi uma das sequ ncias onde a intercala o ficou ao encargo de outra pessoa juntamente com o plano m dio da paragem Francisco Mariz Rodrigues 63 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 1 N Y r f UM N h VU J Figura 4 38 A Forma Os desenhos chave foram entregues em folhas mas a sua intercala o foi feita utilizando o programa Pencil Sketch Pro da Toon Boom Animation Este programa semelhante ao utilizado na Universidade Cat lica Harmony permite vectorizar e desenhar recorrendo ao uso e union skins nome dado a op o de visualiza o com transpar ncia que simula a contra luz e permite ao animador saber quais os desenhos precedentes De forma a testar a anima o esta era fotografada no programa Dragon Stop Motion agora denominado Dragonframe utilizado mais para anima o em Stop frame seja ela Stop Motion o Pixilation Ap s a conclus o dos desenhos chave deu se in cio intercala o Nesta fase o trabalho foi dividido por mais uma pessoa S nia Rodrigues para poder ser conclu do de uma forma mais r pida e eficiente permitindo tamb m que se pudessem concretizar os cen rios simultaneamente Uma vez conclu da a anima o as imagens s o limpas com o estilo visual que se escolheu para o projecto neste caso a preto e branco e a l pis com um tratament
81. plifica o das formas mantendo um n vel interessante de t cnica de anima o Desta forma efectuou se uma pesquisa de novos autores que integrada com a restante pesquisa contribuiu para eliminar algumas lacunas tanto a n vel de anima o como visual especialmente no que diz respeito ao design de personagens Iniciou se o estudo para a cria o dos personagens e com Glen Keane e Chris Sanders respectivamente um animador da Walt Disney e um artista de storyboard e ilustrador S o dois artistas cujo percurso temos acompanhado e cujas obras t m sido utilizadas como pesquisa para v rios projectos passados Ambos trabalham em anima o embora com fun es diferentes Glen Keane animador na Walt Disney Studios respons vel pelo design e anima o de personagens como Pocahontas 1995 Tarzan 1999 John Silver de Treasure Planet 2002 entre outros e mais recentemente em Tangled 2010 40 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 John Silver esquerda do filme Treasure Planet 2002 Tarzan 1999 a direita Chris Sanders realizador e artista de storyboard trabalhou na Walt Disney e mais recentemente na Dream Works Animation Realizou Lilo amp Stitch 2002 um filme criado todo ele no seu estilo pr prio e mais recentemente How to Train your Dragon 2010 onde Night Fury o personagem mais identific vel no seu estilo embora o filme tenha Pierre Oliver Vincent como artista conceptual
82. plos mas despidos de objectos tridimensionais decorativos Sublinhe se um uso recorrente do vermelho uma cor que ilustra a lux ria delimitados por caixilhos dourados Ai hy ey PA dy ye 7 i n Er e tia me a a E ee E mm E a o N d CA e IS a Ki ord Ps o E we pet quan k _ a Figura 3 27 Compara o entre os cen rios de Lupin III 1979 esquerda e o Pal cio de Versalhes direita Os exteriores s o tamb m eles bem trabalhados e elaborados havendo aqui uma clara predomin ncia do castelo como elemento narrativo central E tanto no interior como no exterior muito f cil fazer se uma compara o com o Pal cio de Versalhes e o mesmo acontece com o pal cio real de Howl s Moving Castle 2004 E tal como a revolu o industrial se mostrou como uma poca importante para ser pano de fundo para as obras anteriormente analisadas os Pal cios Franceses do s culo XVII ser o uma fonte de inspira o n o s o para o design dos interiores mas tamb m para alguns elementos exteriores 32 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Se compararmos este castelo ao de Howl s Moving Castle 2004 analisado anteriormente vemos que aquele se assemelha mais ao estilo medieval enquanto este tem tra os franceses Um elemento importante e que tamb m define as grande vilas francesas como por exemplo Versalhes o seu extenso jardim tamb m ele populado por coreto
83. pode ser essencial para o cumprimento de prazos Deste modo o movimento criado recorrendo sobreposi o de folhas que quando sobrepostas em contra luz permitem criar v rias camadas que quando colocadas em sequ ncia transmitem a ilus o de movimento Assim deu se inicio a este processo come ando pelos desenhos chave imagens que definem as poses mais importantes do movimento A figura 4 25 mostra estas posi es chave no ciclo de marcha a posi o de contacto a posi o de passagem a posi o baixa e novamente a de contacto Figura 4 35 Desenhos chave do ciclo de marcha 62 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional As figuras 4 46 e 4 37 mostram uma anima o mais complexa composta por mais elementos Surge nao s o barco que para al m de ondular vai em direc o ao horizonte como tamb m as ondas compostas por tr s sec es cada uma com ondula es diferentes Esta sequ ncia foi testada de duas maneiras uma primeira animando todos os elementos na mesma folha e uma segunda separando todas as camadas ou seja o barco e as ondas cada grupo a ocupar um conjunto de folhas diferentes Figura 4 36 Teste de anima o esquerda Barco limpo direita e eT iS Figura 4 37 Scans Finais da sequ ncia de barco A anima o da Forma que inclui o monstro e a apari o da porta como mostra a figura 4 38 foi criada e animado tendo em conta a maleabilidade do
84. presenta o puramente realista assente em fotografias de refer ncia vemos que existe um certo engrandecer do cen rio como se todos os seus elementos fossem ampliados A paisagem um elemento imponente e presente em toda a obra 2 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 3 22 Compara o entre a paisagem de Howl s Moving Castle 2004 esquerda com uma fotografia dos Alpes Su os direita Figura 3 23 Compara o entre a paisagem de Howl s Moving Castle 2004 esquerda com uma fotografia dos Alpes Su os direita As imagens anteriores mostram uma compara o entre fotograma de Howl sMovingCastle 2004 esquerda a par de fotografias dos Alpes Su os direita As semelhan as s o vis veis avistam se as cordilheiras que escondem o horizonte e formam uma esp cie de muralha que protege os protagonistas do restante mundo A arquitectura tamb m um elemento de destaque nos filmes Ghibli especialmente a da Europa do Norte Em Howl s Moving Castle 2004 predomina um estilo denominado half timber que caracteriza bastante os pa ses n rdicos como os pr prios est dios atestam em The art of Howl s Moving Castle wooden architectural styles called half timber so prevalent in Germany and English home GHIBLI 2005 49 28 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 3 24 Habita es ao estilo Half timber Esta t cnica bastante co
85. que esta personagem se encontrava em casa optou se por vesti la com roupas confortaveis que podiam at ser de Miguel Uma segunda fase passou por arredondar um pouco mais a personagem principalmente na cara eliminando a ideia inicial do tri ngulo dando lhe um penteado mais curto Contudo mais uma vez o design n o funcionava aproximando se muito da personagem principal A pesquisa efectuada para o estado de arte contribuiu bastante para a concep o destes personagens Embora o objectivo fosse recolher os elementos europeus nos filmes estudados ver a forma como os est dios Ghibli tiram o m ximo proveito deste meio as leituras feitas permitiram tamb m melhorar os elementos mais abstractos e representativos da imagina o neste projecto Como design final optou se por lhe dar um cabelo longo e um aspecto mais velho mantendo contudo as caracter sticas do vestu rio apresentadas anteriormente 4 4 Criaturas Imagin rias A Anima o um meio que permite e promove a cria o de elementos que n o existem na realidade as potencialidades deste meio s o ilimitadas e perfeitas para a cria o de met foras A grande dificuldade em criar um projecto de anima o torn lo nico e acima de tudo imposs vel de ser criado em imagem real caso contr rio n o existe muita raz o para o fazer Com esta ideia houve sempre a inten o de criar algo que tirasse partido deste meio e para al m da realidade do sonho estes amigo
86. querda e San direita My Neighbor Totoro 1988 por outro lado mant m caracter sticas da cultura nip nica mas apresenta um elemento narrativo mais simples e mais facilmente identific vel Conta a hist ria de uma fam lia que devido doen a da m e e para que esta possa recuperar se v obrigada a mudar para uma pequena vila Pelo meio os personagens aprendem a crescer atrav s de met foras com a natureza e da personifica o dos elementos naturais 25 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional E curioso observar que nesta obra a casa para a qual os personagens se mudam possui um anexo oriental criando um Interessante choque cultural Figura 3 19 Imagens do Filmes My Neighbor Totoro 1988 3 6 Paisagem e M quinas An lise a Howl s Moving Castle Neste filme e em termos visuais verifica se uma grande aprecia o pela Su a na sua extensa paisagem montanhosa coberta de neve Mais concretamente j tivemos a possibilidade de observar este ambiente na s rie Alpine Girl Heidi 1974 que decorre inteiramente no cen rio su o retratando todo o seu esplendor crom tico bem como a sua caracter stica actividade pastoral Miyazaki went overseas again in the summer of 1973 to sketch locations and backgrounds for Alpine Girl Heidi for which Otabe designed the characters This was probably the first time any Japanese animator had gone overseas to sketch and research in preparation for a production
87. ra as anima es possam parecer criadas para um p blico jovem o seu conte do e temas s o s rios e ao longo desta disserta o ser o abordados trabalhos que encaixam nessa categoria A guerra um tema muito retratado nos filmes dos Estudio Ghibli e o seu impacto nas vidas de quem obrigado a participar nela Por m n o um tema t o debatido em produ es europeias ou at mesmo americanas uma vez que cada cultura tem naturalmente uma express o diferente e uma preocupa o narrativa diferente Nas produ es ocidentais o personagem o centro de toda a hist ria n o necessariamente pela forma como ele afecta o mundo mas incidindo no seu percurso e na sua evolu o pessoal S o hist rias mais contidas passadas normalmente em espa os pequenos n o havendo muita informa o sobre o que se passa para l do pequeno ecossistema que o filme mostra Por outro lado mais especificadamente e de acordo com os filmes estudados nesta disserta o o personagem tem uma influ ncia sobre o mundo e n o apenas sobre si mesmo e os restantes personagens Deste modo existe uma maior liga o entre o ambiente e o personagem passando pelo pr prio cen rio que ganha um outro estatuto o de protagonista A presen a do her i proporciona tamb m um arco para o ambiente uma vez que a cidade aldeia ou outro qualquer local onde se desenrola a hist ria beneficiam da evolu o do protagonista evoluindo tamb m Se este seria um estudo
88. reve nota acerca da anima o japonesa Esta conhecida como anime nasceu da experimenta o de tr s ilustradores Shimokawa Hekoten Kitayama Seitar e Kouchi Sumikazu como afirma Koyama Richard The three main pioneers to embark upon this great adventure Shimokawa Hekoten Kitayama Seitar and Kouchi Sumikazu based on different techniques and with no prior cinematographic experiences KOYAMA RICHARD 2010 72 O crescente sucesso da anima o na Am rica possibilitou o financiamento desta nova express o art stica no Jap o dando inicio quela que viria a tornar se numa das maiores ind strias da rea no mundo A luta da anima o 3D contra a anima o tradicional n o sentida no anime muito pelo contr rio tem havido cada vez mais uma maior divulga o desta express o art stica e tamb m um maior respeito pela mesma 2 E por isso interessante observar se que um pais tecnologicamente avan ado como o Jap o que n o s experiencia toda a tecnologia no seu dia a dia como tamb m a explora cinematograficamente seja um dos pa ses que mais trabalha com anima o tradicional como meio prefer vel para dar forma s suas hist rias A nfase est sempre na hist ria e na for a dos personagens O computador ent o usado sobretudo para auxiliar a produ o facilitando a cria o de algumas sequ ncias e efeitos e n o como um elemento prim rio para a cria o das anima es como afirma Helen McCa
89. rias experi ncias com cen rios e pintura digital Numa segunda fase houve um estudo j de ilustra o visualiza o de entrevistas e tamb m de leitura de alguns artigos Foram visualizados v rios making of s nomeadamente de filmes como Princess Mononoke 1997 e Spirited Away 2001 de Hayao Miyasaki que foram instrutivos uma vez que demonstram todos os passos de um filme de anima o escrita da hist ria cria o do storyboard produ o da anima o e tamb m dos cen rios de fundo A visualiza o de filmes foi tamb m importante principalmente de curtas metragens para que se pudesse perceber como tratar uma hist ria animada num espa o muito curto de tempo e tamb m como utilizar a anima o como t cnica para o fazer Estes filmes foram n o s vistos em casa ou na internet mas tamb m em festivais de cinema mais especificamente no Black amp White da Universidade Cat lica Portuguesa e nos British Animation Awards parte do programa Public Choice Awards projectado na University for the Creative Arts Maidstone UK A nivel de leitura registou se a oportunidade de consultar livros dedicados anima o como The Animator s Survival Kit mas tamb m mais te ricos como Drawn to Life The Illusion of Life e v rios The Art of com vis es diferentes sobre o universo da anima o Tamb m se efectuou uma pesquisa online de blogues de desenho variados e de podcasts dedicados rea apresentados pela animador Cla
90. rofissional como pessoal Deveria ter existido uma maior organiza o e seguran a na fase de pr produ o de forma a facilitar as etapas seguintes e compreender melhor a dimens o do projecto Contudo foi poss vel corrigir erros antigos e trabalhar de uma forma mais r pida e eficiente comparativamente a projectos anteriores Foi tamb m interessante observar a evolu o do design e de como a cada novo desenho este se consolidava mais constatando ao mesmo tempo uma melhoramento na capacidade de integra o dos personagens com o cen rio algo que at este projecto n o tinha sido t o trabalhado A este prop sito importante salientar embora tenha de estar presente em todas as fases de desenvolvimento a import ncia que a ajuda especializada e a colabora o com outras reas assumem neste processo o que contribui em grande parte para o sucesso do projecto 68 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 5 Conclus es e perspectivas de trabalho futuro Ao longo desta disserta o fomos descobrindo os elementos comuns aos projectos analisados apesar do distanciamento a n vel temporal e espacial Esta atitude de descoberta e de reflex o contribuiram substancialmente para a concretiza o do projecto final Neste sentido h uma predilec o pela Europa do norte e central devido s suas atmosferas e por invocar uma poca mais requintada mas que continua bastante presente no imagin rio das pessoas
91. rsonagem lembrasse de alguma forma um l quido uma vez que o seu design era bastante gelatinoso Este efeito foi alcan ado com um programa de distor o e um rg o da seguinte forma por cada nota da escala do instrumento o computador distorcia mais ou menos o som O efeito criado foi mais interessante do que inicialmente concebido e encaixava muito bem nas v rias sequ ncias Criado em directo os sons eram gravados como se fossem um elemento de foley isto vendo o filme e actuando simultaneamente Pensou se tamb m em ter alguns elementos de voz como sorrisos suspiros etc de modo a criar um ambiente mais realista Gravou se por isso uma primeira faixa demo onde se indicavam os momentos e os sons que Miguel e as restantes personagens fariam ao longo do filme Por m tornou se evidente que era necess rio uma pessoa com uma voz mais segura e menos quebrada para tornar apelativo o personagem ao mesmo tempo que eram necess rias duas pessoas com timbres diferentes de voz para os dois amigos imagin rios de Miguel Mais uma vez este elemento deveria ter sido pensado previamente e ponderada a possibilidade da colabora o de um actor que tivesse alguma experi ncia neste g nero de interac o No entanto e antes de se recorrer a essa medida fez se um pequeno teste com dois alunos do curso de cinema e audiovisual Jo o Augusto e Susana Grilo O resultado foi interessante pondo de parte a poss vel necessidade de trabalhar com outra pes
92. rthy The increasing use of computers in film making has not yet affected the traditional animation inbetweener Nowadays it s possible to handle certain sequences by programming a computer with the first and last frames and allowing software to morph through the required action linking the two McCARTHY 1999 34 Mas o computador apenas um auxiliar para o trabalho Parte do animador do ilustrador do designer estudar e aprofundar a sua t cnica Assim podemos come ar a compreender a Import ncia da pesquisa visual para a cria o dos ambientes neste caso em espec fico para a anima o 24 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Os livros sao um bom ponto de partida para iniciar um projecto nos quais encontramos imediatamente vantagens que t m peso na produ o S o mais baratos do que uma viagem e por isso poss vel construir uma boa biblioteca visual as legendas das imagens ou textos complementares ajudam a uma compreens o do local e da sua hist ria e fica se com uma grande colec o de imagens com boa qualidade para usar como refer ncia Por m por mais informa o que se possa recolher com um livro este n o consegue proporcionar os est mulos que se absorvem quando se visita o local A experi ncia t o ou mais importante que a recolha de imagens pois s o essas sensa es que mais tarde ser o transpostas para o filme como afirma Helen McCarthy A film with a historical background or
93. s arquitect nicos mantendo uma coer ncia visual Como iremos descobrir mais adiante comum encontrarmos castelos medievais ao lado de constru es a tender para o neocl ssico ou at mesmo praias semelhantes s que encontramos no sul da Europa alguns metros depois uma metr pole atarefada 3 2 Tecnologias ou Processos de Refer ncia Iniciamos esta nossa pesquisa pela Europa realista com duas obras dos est dios Walt Disney Embora estas retratem personagens humanos os protagonistas s o animais e por estes e com estes que a hist ria se desenvolve Este uso do antropomorfismo uma das caracter sticas que mais define este est dio e aquela que tamb m nos permite observar os comportamentos da nossa sociedade sobre outro ponto de vista obrigando nos assim a criar alguma dist ncia e a assimilar melhor o coment rio que se tenta passar Assim sendo come amos por analisar duas obras cl ssicas deste est dio norte americano 0 Dalmatians 1961 e The Aristocats 1970 uma vez que ambas usam antropomorfismos e passam se em cidades diferentes respectivamente Londres e Paris De seguida passaremos para duas obras do cinema europeu A Catin Paris 2010 de Jean Loup Felicioli e Alain Gagnole produzido pelo est dio franc s Folimage e The Illusionist 2010 de Sylvain Chomet Estas obras foram escolhidas pela sua est tica diferente e por retratarem os dois pa ses distintos tendo como origem uma cultura europeia Partindo desses pre
94. s como Mulan 1998 Alladin 1992 The Lion King 1994 entre outros Um dos principais livros de pesquisa base deste projecto foi o seu Dream Worlds Production Design for Animation Focal Press 2007 Trata se de uma excelente compila o dos trabalhos deste artista mostrando a sua variedade e t cnica Um dos primeiros esbo os realizados que se aproxima do conceito final foi criado com base no estudo das folhas de preenchimento do interior da capa Continham esbo os de personagens mais uma vez em estilos diferentes visualmente apelativos e interessantes Estes foram importantes para os primeiros estudos de cen rios pelo seu grau de detalhe e uso de contraste para criar profundidade Figura 4 3 Alguns exemplos do trabalho de Hans Bacher Igualmente importante foi a visualiza o de s ries de televis o como Fosters Home for Imaginary Friends 2004 Chowder 2007 e The Regular Show 2010 para a cria o dos enquadramentos finais O facto de terem um tempo mais reduzido de concep o por epis dio 42 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional e as restri es de tamanho para a cria o dos cen rios permitem observar como poss vel simplificar um ambiente e de como estes funcionam em planos mais pr ximos Figura 4 4 Foster s Home for Imaginary Friends 2004 esquerda Chowder 2007 direita Os pontos seguintes explicam a forma detalhada como esta pesquisa foi aplicada e de que modo contribuiu
95. s e outros elementos arquitect nicos que embelezam a paisagem qual acresce a simetria a n vel de organiza o formal H uma certa beleza transmitida pelo aspecto desleixado dos jardins do pal cio Conclui se que se trata de um local que em tempos foi cuidado mas que agora parece inverter os pap is com a vegeta o Outro elemento que podemos comparar aos jardins de Versalhes a utiliza o de pedra branca para o pavimento Podemos ver tamb m que os jardins se encontram pontuados por v rias fontes que t m a fun o de criar alguma frescura ao mesmo tempo que exp em algumas obras escult ricas quebrando assim o labirinto verdejante Este um local que de facto se encontra deteriorado no entanto n o deixa de ser apelativo tal como todas as ru nas Existe uma hist ria que pode ser constru da e descoberta pelo observador Este local assemelha se um pouco tamb m ao Mont de Saint Michel em Fran a Esta cidadela est tamb m constru da sobre gua e com uma liga o por ponte Figura 3 28 Montde SaintMichel Fran a Numa situa o oposta forte decora o do interior do castelo a figura 3 28 mostra as caves constru das com pedra semelhantes a adegas Esta sequ ncia um bom exemplo de modos de vida e socializa o mediterr neos Podemos facilmente encontrar locais semelhantes espalhados pelo nosso pa s como por exemplo as caves do vinho do Porto e pequenos restaurantes no norte que ainda s
96. s imagin rios eram uma excelente oportunidade de alcan ar esse objectivo Inicialmente estes amigos eram baseados em animais estilizados de forma a torn los mais apelativos Dos v rios designs escolheram se os animais da Figura 4 10 baseados num pato e num caracol Houve no entanto alguma confus o entre as pessoas que iam vendo o projecto A ideia do amigo baseado num animal n o estava a passar Em Fig 4 10 Estudos dos amigos imagin rios vez de verem uma criatura imagin ria viam por exemplo um pinguim Assim foi decidido alterar o design destas criaturas para algo mais Imagin rio e menos identific vel Contudo a dupla escolhida teve sempre um bom impacto A diferen a das alturas e das suas estruturas corporais davam lhe um ar de The Blues Brothers 1980 que encaixava na narrativa 46 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 11 Amigos Imagin rios De forma a criar algum contraste com os fundos principalmente com os mais complexos optou se por nao preencher estes personagens deixando o seu interior branco desta forma assemelhando se mais ao mundo do sonho do que realidade A anima o esta tamb m directamente ligada s personalidades destes personagens O personagem mais alto mais lento e pensativo enquanto o seu companheiro mais energ tico deste modo e respectivamente temos um que representa mais o crescimento e a acumula o de sabedoria enquanto que o outro
97. s produ o A ltima semana seria destinada grava o dos sons e banda sonora Contudo esta produ o n o seguiu linhas concretas consequ ncia de atrasos derivados de constantes altera es narrativa e consequentemente ao storyboard e por isso o per odo de desenvolvimento da hist ria foi maior que o da concretiza o da anima o 1 3 Organiza o e Temas Abordados na Presente Disserta o Como projecto final foi proposta a realiza o de uma curta metragem de anima o tradicional que n o se focou apenas na anima o de personagens mas simultaneamente incluiu se um estilo pr prio Com efeito houve uma grande preocupa o estudo e trabalho na cria o do argumento uma rea de grande relev ncia dado que a inten o n o foi somente mostrar uma situa o mas criar uma personagem com um percurso evolutivo numa narrativa Interessante s lida e que tratasse um tema do quotidiano a timidez Partindo destes pressupostos ser explicado todo o processo de cria o de uma curta metragem de anima o partindo da narrativa at se chegar hist ria final bem como explicar a evolu o necess ria para se tornar um projecto exequ vel sem no entanto se perder a ideia base De igual modo pretende se explicar a passagem de um aspecto visual mais figurativo para algo mais pr ximo do cartoon No que diz respeito produ o ser explicado o processo de cria o de um filme tradicional e a i
98. s ramos de produ o para que todos tenham a mesma vis o do projecto em que est o a trabalhar Para determinar os cortes finais de Um Passo em Frente o animatic passou por cerca de dezoito integra es e foi trabalhado ainda durante o tempo determinado para a produ o vis vel uma constante evolu o no mesmo quer a n vel de desenho do storyboard quer de edi o A figura 11 mostra a evolu o da sequ ncia introdut ria onde s o vis veis as altera es narrativas do contacto de Miguel com as restantes crian as 52 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 4 20 Cena 1 sequ ncia A primeira vers o do storyboard Na sequ ncia A Miguel chega paragem e convidado por uma amiga para se juntar ao grupo Aproximando se Miguel decide ficar na orla do grupo n o se sentindo ainda vontade para se integrar J na sequ ncia B podemos observar que a grande mudan a precisamente Miguel n o ser convidado mas tenta aproximar se de forma a ser ele a cumprimentar o grupo Desta forma o confronto mais bvio e percept vel e a sua resolu o mais simples uma vez que se ele n o consegue socializar no inicio Ir consegui lo no fim gt ad PO gd UC e tos L NG s a A 4 q V Fd h t a y p d KE S E Ego ME A e Be 9149 Wi 4 AN am f A bi ws FAN A SIA HA f Nt A y Figura 4 21 Cena 1 sequ ncia B do storyboard
99. soa o que nesta altura do projecto o atrasaria ainda mais Todos os elementos de voz foram gravados numa sess o embora fossem necess rios v rios takes subestimar a qualidade de elementos sonoros vocais por mais simples que sejam pode ser prejudicial para o projecto Mais uma vez uma pequena colabora o com os alunos de cinema e audiovisual foi bastante til e enriquecedora pois t m n o s mais experi ncia com esta forma de grava es como tamb m com a maneira como se deve tratar o actor para que ele perceba todas as indica es necess rio ter se confian a n o s individualmente como tamb m na capacidade de o actor conseguir as falas com a entoa o correcta por exemplo muito importante come ar sempre com um elemento positivo na performance antes de se enumerar o que foi menos bem conseguido A ideia Inicial seria compor um tema com cerca de um minuto e meio que acompanharia o inicio do filme e os cr ditos finais Contudo o primeiro sample era t o diferente do que estava espera que se decidiu mudar a estrat gia de composi o Parte da m sica foi criada com harm nicos o que lhe confere um ar m stico e especial que seria excelente para as sequ ncias de sonho e ajudaria como backup para o caso de n o haver tempo para colorir essas 6 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional sequ ncias Neste caso a melodia do mundo real seria mais normal com dedilhado simples e sem grandes arranj
100. sobreviv ncia Uma concha que o protege e o aconchega de onde se pode sair para outros locais mas para onde dif cil de entrar E 26 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional naturalmente que por um lado tem este efeito de acolhimento mas por outro apresenta um lado negativo O Castelo tanto o protege que se torna dificil para Howl enfrentar o seu verdadeiro medo Figura 3 21 O vapor como uma fonte para a guerra Nesta obra a am lgama de objectos que comp e este castelo andante suportada pelo fogo que o alimenta proveniente do personagem Calcifer uma criatura que assume a forma do fogo e que se torna essencial para a sobreviv ncia tanto do castelo como do proprio Howl Este elemento contrasta de forma muito forte com o fogo da guerra que causa destrui o Este fogo agora indefinido alimenta tamb m os tanques avi es e barcos que avan am para a batalha representando de certo modo a forma do mal e contribuindo para a destrui o da terra vis vel a dualidade que algumas descobertas proporcionam por um lado melhorando a qualidade de vida e por outro destruindo a De certa forma podemos encontrar uma refer ncia Segunda Guerra Mundial que n o s devastou o continente europeu como tamb m atingiu o Jap o Numa perspectiva mais positiva este filme mostra nos a simplicidade e beleza de uma composi o cenogr fica que tem como base os Alpes Su os Em vez de se limitar a uma re
101. ssupostos conseguiremos perceber quais as caracter sticas da Europa em que o cinema americano mais se apoia e aquelas a que o cinema europeu mais recorre Os exemplos escolhidos s o tamb m interessantes pela est tica visual em que cada um se apoia uma vez que s o todos diferentes 3 3 Uma Europa Cl ssica An lise dos filmes da Walt Disney Adaptado do livro hom nimo da autora brit nica Dodie Smith 101 Dalmatians 1961 apresenta nos um h brido interessante entre est tica art stica e realismo ao mesmo tempo que desenvolvido para a tecnologia mais recente de impress o para a altura o Xerox O filme 101 Dalmatians 1961 leva nos at ao norte a Inglaterra a um ambiente e narrativa desoladores Contrariamente ao que encontramos em A Catin Paris 2010 uma est tica que estiliza tanto o ambiente como os personagens de uma forma coesa esta obra apresenta nos uma outra est tica que tira proveito do meio em que est a ser criado Por outras palavras os cen rios s o desenhados apenas com uma linha preta e a cor aplicada posteriormente com o The One Hundred and One Dalmatians foi publicado em 1956 Goodreads 11 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional mesmo m todo de impress o final da anima o Este processo denomina se Xerox derivado do nome das m quinas utilizadas e envolve um sistema de impress o que fotocopia a anima o e a imprime directamente numa folha de acetato Este processo elimi
102. stacados para esta fase As sequ ncias animadas numa primeira fase eram testadas usando o programa Dragon Stop Motion e s depois se passava para a fase de limpeza feita manualmente e de digitaliza o das imagens que seriam utilizadas para criar o filme Ap s esta opera o procedeu se p s produ o feita em After Effects em que se agruparam as Imagens criando a anima o Estas foram depois tratadas a n vel de satura o para serem passadas para o programa de edi o e serem sobrepostas ao animatic Uma vez que era 1 e A A A Roteiro constru do por quadrados organizados em sequ ncia acompanhado de indica es sonoras e informa es t cnicas preparado para a apresenta o de um filme http www infopedia pt lingua portuguesa storyboard 2 A P Vers o animada do storyboard que serve para visualizar de forma r pida o movimento e o tempo da cena A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional necessario haver mostras semanais aos docentes e colegas da disciplina os processos descritos para a fase de produ o anima o e limpeza digitaliza o e p s produ o tiveram de ser sobrepostos Numa produ o organizada destacar se ia metade do primeiro semestre para a cria o e desenvolvimento da narrativa e a segunda para a cria o do storyboard e desenhos chave O segundo semestre reservar se ta apenas para a anima o sendo dois meses para anima o e um e meio para p
103. ter Effects serve como um ve culo para se agrupar as anima es e compor a Imagem e n o s para tratamento final uma vez que dependendo das sequ ncias algumas misturas foram feitas em Photoshop e outras tamb m em Final Cut Importadas as imagens para o Adobe After Effects CS5 d se inicio ao processo de conclus o da anima o As imagens que formam a anima o s o processadas como uma sequ ncia os cen rios colocados atr s dos personagens o tempo da anima o acertado a necessidade de haver ou n o repeti es de anima o para prolongar a mesma e algum efeito que fosse necess rio colocar Figura 4 39 Composi o em After Effets Uma vez que as v rias imagens foram gravadas por camadas foi poss vel a manipula o individual das mesmas permitindo assim a correc o de enquadramentos perspectiva ou dimens o dos personagens relativamente a si pr prios ou ao cen rio envolvente O facto de as imagens terem sido digitalizados com uma grande resolu o cerca de 300dpi dots per inch houve uma grande facilidade na manipula o das mesmas e na sua reorganiza o na composi o Assim foi poss vel trabalhar em alta defini o 920x1080p de tamanho de tela o que nem sempre vi vel pois concretizar renders neste formato requer mais tempo de processamento e um maior espa o de disco para armazenar a informa o Tudo isto fora exportado j com as defini es correctas para o programa de edi o Fin
104. to e n o sendo um espa o muito alto o Ilusionista tem alguma dificuldade em estar de p Estabelecimento nocturno onde se servem bebidas e se ouve m sica Infop dia 20 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional A fraca luz confere a estes bares um ambiente muito caracter stico que incentiva o conv vio proporcionando uma forte atmosfera mais r stica e interessante que o aspecto mais industrial das discotecas Deixando os bares e a vila e passando para a capital comecemos por ver as diferen as nos portos Figura 3 13 Interior do pub onde o personagem principal vai actuar Como podemos constatar nas imagens seguintes h uma grande diferen a entre o porto de Edimburgo e o porto da aldeia onde o protagonista teve a sua actua o A primeira mostra j uma civiliza o avan ada pois apresenta um meio de transporte comboio para os passageiros poderem deslocar se confortavelmente at cidade Figura 3 14 Compara o entre o porto de Edinburgo esquerda com o porto da pequena aldeia direita IN e Ao chegarmos cidade come amos logo por ver a grande movimenta o tanto de transportes como de pessoas A pr pria arquitectura mais imponente assemelhando se a uma muralha nas ruas movimentadas As fachadas s o detalhadas com ornamentos decorativos e cobertas por publicidade quer de billboards quer de pequenos quiosques cheios de posters 21 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao
105. ue a interpreta o das cores n o s uma caracter stica psicol gica mas tamb m cultural o ocidente e oriente podem ter interpreta es diferentes da mesma Assim sendo para os europeus o vermelho est associado ao mal e tendo isso em conta natural que nos exemplos apresentados na figura cinco se associem esses espa os a personagens ou acontecimentos maus A decora o bastante elaborada tanto nas paredes como no tecto As paredes encontram se cobertas por detalhadas pinturas maioritariamente retratos iluminados por luxuosos candeeiros e candelabros Existe tamb m requinte e postura por parte dos personagens deduzindo se que estes de alguma forma podem pertencer realeza poss vel fazer uma compara o com o pal cio de Versalhes pela forma e decora o Se observarmos as Imagens a seguir apresentadas vemos que est o presentes as janelas em semic rculo que ocupam toda a dimens o da parede O corredor tamb m comprido e amplo n o contendo elementos escult ricos a decor lo Todo o detalhe dourado que acompanha as colunas das janelas culmina no tecto tamb m este em formato de semic rculo que se encontra extensivamente trabalhado Nestes frescos s o vis veis todos os pormenores que 31 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional acompanham as composi es e os variados uso de cor sendo o vermelho novamente a cor que mais se destaca a par do verde das paredes Os espa os s o am
106. urando deste modo ao espectador o local da narrativa Ao passarmos para os filmes de origem europeia conseguimos perceber que as suas narrativas s o mais assentes na realidade no sentido de os personagens e a narrativa serem centrados em torno de personagens humanos enquanto a Walt Disney recorre mais met fora e antropomorfia Assim sendo existe um vontade natural por parte dos dois trabalhos analisados A Catin Paris 2010 e The Illusionist 2010 por arriscarem mais nas pocas que pretendem interpretar bem como nas suas narrativas H um aspecto mais filos fico e por contraste de entretenimento puro que fazem com que estes dois filmes sejam diferentes um do outro Observ mos tamb m que o aspecto visual muda consoante o realizador uma vez que o cinema de autor uma caracter stica mais evidenciada no cinema europeu Assim vis vel uma grande diferen a na apresenta o destas duas obras o que se reflecte tamb m na pr pria hist ria 69 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Este cunho pessoal bastante forte nas obras dos est dios Ghibli que n o s espelham o estilo art stico dos seus realizadores no caso espec fico desta disserta o falamos de Haiyo Miyasaki como tamb m a sua interpreta o da arte ocidental Mais do que uma representa o realista e fidedigna How s Moving Castle 2004 Lupin the IIT Castle of Cagliostro 1979 e Kik s Delivery Service 1989 s o uma am lg
107. variado da tipografia que utilizada para escrever o nome das lojas Figura 3 36 As Habita es da Cidade de Koriko Relativamente a estas lojas podemos verificar um elaborado detalhe nos pr prios placares que se encontram na parte superior das mesmas mostrando o log tipo destas lojas numa posi o perpendicular estrada permitindo que as pessoas o possam ler sem necessitarem de virar a cabe a Tal localiza o facilita por um lado a procura de uma loja em espec fico e por outro uma maneira mais directa de a publicitar 38 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Figura 3 37 Log tipos e nomes das v rias lojas de Koriko vis vel que alguns dos elementos analisados nesta obra v o de encontro aos estudados previamente e apresentados em Howl s Moving Castle 2004 Contudo existe uma predilec o por um estudo mais urbano do que paisag stico A met fora da guerra aqui posta de parte em prol de um estudo mais aprofundado sobre o processo de crescimento e a responsabilidade que da adv m 3 10 Conclus o de Cap tulo Em conclus o podemos estudar projectos diversos que nos mostram algumas das poss veis abordagens relativamente ao cen rio da narrativa Conseguimos destacar que h uma predilec o por locais espec ficos do continente Europeu como Fran a Inglaterra e que independentemente do est dio as caracter sticas principais que nos permitem identificar
108. vezes depressivo que caracteriza os pa ses n rdicos Este estilo original e interessante do ponto de vista est tico apresenta elementos bastante angulares que n o s o os mais apelativos para as crian as Esta t cnica de impress o de cor directa permite que os cen rios sejam mais pr ximos do tra o do desenho uma vez que s o criados com a mesma t cnica Esta aproxima o realidade acaba por p r de parte uma maior elabora o nos cen rios aproximando os mais de um sonho ou um ideal que se torna mais facilmente apelativo A narrativa mais uma vez mais contida isto n o se trata de uma hist ria a grande escala com repercuss es graves para a sociedade Toda a narrativa se centra volta de Pongo e Perdita os dois D lmatas das suas crias e dos seus donos E embora se percorra uma longa dist ncia f sica ao longo do filme o centro sempre o mesmo Regressando ao tratamento cl ssico o qual embeleza o cen rio e o trata como uma pintura e trocando a atmosfera pesada de Londres pelas ruas de Paris The Aristocats 1970 foca se n o na classe m dia mas sim na nobreza como foco principal da narrativa No entanto The 13 A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional Aristocats 1970 apresenta uma outra vis o sobre a cultura europeia e as diferen as entre classes sociais mostrando a aristocracia como personagem principal Come ando pelos edif cios mais importantes somos logo introduzidos ao local p
109. y Kaytis e do seu The Animation Podcast em que eram relatados v rios testemunhos de animadores conceituados e se discutiam os seus percursos e m todos de trabalho Paralelamente houve sempre uma tentativa de aplicar o aprendido curricular e extra curricularmente no projecto apostando sempre que poss vel numa rea mais tradicional Programa de r dio guardado em formato digital que se pode descarregar da internet e reproduzir num computador ou num leitor port til http www infopedia pt lingua portuguesa podcast A Europa Imaginaria no Cinema de Animagao Tradicional 3 A Europa como Personagem Num meio onde a representa o se encontra em primeiro plano f cil esquecermo nos do que comp e a imagem daquilo que nos transporta para o espa o principalmente num meio como a anima o onde os processos s o muitos e variados em que o que atrai por norma o aspecto mais t cnico ligado anima o propriamente dita ou ent o ligado p s produ o e composi o de imagem natural que haja sempre um fasc nio pelo desenho ou modelo no caso do 3D cujas caracter sticas s o por vezes t o espec ficas como a imagem t pica dos desenhos Japoneses ou dos super her is americanos O ambiente ajudado pelas v rias possibilidades de cor permite criar atmosferas diversas que envolvem quer o personagem quer o espectador Para que o observador n o tenha esse impulso de considerar que o personagem e o cen rio n o s

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