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Completa - Universidade Estácio de Sá

1. 210 familiar reconhecimento de direitos direitos do trabalho obten o de informa o sobre financiamento para abrir o pr prio neg cio como ter acesso aos servi os de sa de ter acesso aos servi os de educa o expedi o de documentos DIMENS O DA SUSTENTABILIDADE Expectativas em Rela o ao Futuro Profissional e Familiar 4 Analisando o antes e o depois do seu ingresso na ONG voc se acha mais preparado para enfrentar a vida e o mercado de trabalho Quais as suas expectativas para o futuro em termos profissionais e estrutura o familiar Obs como voc s eram e o como se v em hoje se sentem preparados para enfrentar o mercado de trabalho se pretendem aumentar a escolaridade constituir fam lia quantidade de filhos que pretendem ter realizar o sonho da casa pr pria moradia dar uma boa educa o para os filhos os que ainda n o os t m
2. 1952 1963 Campanha Nacional de Erradica o do Analfabetismo CNEA 1958 1963 Campanha De p no ch o tamb m se aprende a ler 1961 Mobiliza o Nacional Contra o Analfabetismo MNCA 1962 1963 o Programa Nacional de Alfabetiza o PNA in cio de 1964 a Cruzada da A o B sica Crist Cruzada ABC 1966 1967 o Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MOBRAL 1967 1985 o Programa Nacional de Alfabetiza o e Cidadania PNAC 1990 Programa Alfabetiza o Solid ria 1996 2001 Programa Brasil Alfabetizado 2003 at o momento PAIVA 1987 ATA DE 2001 2 Os marxistas as encaravam como um caminho para a conscientiza o das massas os liberais as entendiam como forma de garantir o funcionamento das institui es democr ticas na medida em que serviam para ampliar o contingente eleitoral alguns pol ticos como Louren o Filho as compreendiam como meio de eliminar a marginalidade alguns governantes entre eles Vargas as viam como forma de conter a migra o rural urbana e ferir o poder agr rio em suas bases eleitorais PAIVA 1987 34 de Trabalho e Educa o e Educa o de Jovens e Adultos acreditamos que a articula o entre as referidas reas contribui para evidenciar o descompromisso p blico com uma educa o voltada para a forma o integral de pessoas jovens e adultas Esta uma caracter stica que perpassa gera es Uma breve retrospectiva hist r
3. 4 Senett 2001 ressalta a cria o de novas formas de poder e controle com a reorganiza o do trabalho sob o regime flex vel Ao inv s de submiss o ao poder cara a cara agora via eletr nico e mails telefones e o controle do trabalho ocorre instituindo se metas de produ o A constitui o de ilhas de produ o como a casa que se torna local de produ o d a falsa apar ncia que proporciona mais liberdade aos trabalhadores do que aqueles da f brica de alfinete de Smith Para o autor o poder hier rquico permanece nesse tipo de produ o pois o trabalhador controla o local do trabalho mas n o o processo de trabalho em si Embora o trabalho seja fisicamente descentralizado o poder sobre o trabalhador mais direto Segundo Fiori 1997 trata se de uma express o cunhada pelo economista John Williamson referente a uma lista de pol ticas e reformas administrativas previdenci rias e fiscais que foram requeridas consensualmente para a Am rica Latina pelos principais centros e c rculos de poder sediados na cidade de Washington Silva Junior e Sguissardi 1998 assim sintetizam as recomenda es sugeridas Am rica Latina com vistas ao seu desenvolvimento crescimento do chamado Consenso de Washington 1 equil brio or ament rio sobretudo mediante a redu o dos gastos p blicos 2 abertura comercial pela redu o das tarifas de importa o e elimina o das barreiras n o tarif rias 3 li
4. O ORAL O tempo todo do curso a gente trabalha com essa expectativa A gente tenta incentiv los mas n o deix los t o incentivados a ponto que se eles n o entrem no mercado de trabalho eles cortem os pulsos MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL Ocorre portanto um conflito entre a finalidade dos cursos para as entidades executoras e os jovens Nas falas transcritas acima percebe se o desejo do jovem de se inserir no mercado de trabalho formal desejo este explicitado claramente pelos pr prios jovens durante os grupos focais realizados com os alunos atuais e egressos Eu espero o que todo mundo que faz o curso t esperando que sair daqui trabalhando Glauber 18 anos IMAC aluno atual 2007 Com certeza entrei no curso com a esperan a de conseguir um emprego Thiago 17 anos FBR egresso 2007 Meu projeto para o futuro arranjar um bom emprego para ajudar minha fam lia Ter uma fam lia tamb m para mim Sei l criar meus filhos ter uma casa mas para isso tenho que conseguir um bom emprego Um bom emprego pra mim ter pessoas que te respeitam carteira assinada que d para trabalhar sossegado Que tenha uma certa seguran a Um emprego que eu tenha minha garantia para o futuro De repente se voc for despedido ter alguma coisa para mostrar Natanael 18 anos FBR egresso 2007 152 Em face das dificuldades materiais decorrentes da crescente pauperiza o da classe trabalhadora e sen
5. SKIDMORE T De Get lio a Castelo Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 SMITH A Riqueza das na es investiga o sobre sua natureza e suas causas Tradu o Jo o Bara na 2 ed S o Paulo Nova Cultural 1985 2 v SOUZA C SCHWEIGERT H OLIVEIRA R ONGs Nordestinas transforma o e perman ncia Olinda Projeto Demo 1996 192 SPOSITO M P Algumas reflex es e muitas indaga es sobre as rela es entre juventude e escola no Brasil In ABRAMO H W BRANCO P P M Retratos da Juventude Brasileira an lises de uma pesquisa nacional S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2005 TAVARES M A Os fios in vis veis da produ o capitalista informalidade e precariza o do trabalho S o Paulo Cortez 2002 VENTURA J P O Planfor e a Educa o de Jovens e Adultos Trabalhadores a subalternidade reiterada Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal Fluminense 2001 V RAS DE OLIVEIRA R A qualifica o profissional como pol tica p blica In SAUL A FREITAS C orgs Pol ticas p blicas de qualifica o desafios atuais S o Paulo A Comunica o Unitrabalho 2007 VIEIRA S F Pol ticas internacionais e educa o coopera o ou interven o In DOURADO L F PARO V H orgs Pol ticas p blicas amp educa o b sica S o Paulo Xam 2001 WEISZ A G Terceiro setor e educa o na produ o acad mica da regi o sudeste entre 1995 e 2004 Disserta o
6. es por meio dos intelectuais org nicos do capital tornando se um conceito poliss mico estando presente nos discursos de diferentes atores sociais e de diferentes matrizes ideol gicas Tal modifica o atende aos prop sitos do sistema de parceria p blico privado homogenizando os diferentes projetos societ rios e as diferentes organiza es sociais tratadas pelo poder p blico como parceiras e colaboradoras Das organiza es da sociedade civil as ONGs s o as entidades privilegiadas no estabelecimento de parcerias com o Estado Por essa raz o e pelo fato de atuarem no PNPE CSJ como entidades executoras de a es de qualifica o profissional dedicamos uma parte deste cap tulo para discutirmos as organiza es n o governamentais com foco para a atua o de algumas ap s a Reforma do Aparelho de Estado Encerramos o cap tulo como n o poderia deixar de ser descrevendo a estrutura o do Programa do Governo Federal cuja operacionaliza o se d por meio de parceiras entre Estado e as entidades da sociedade civil isto o PNPE 119 4 1 Do Confronto Colabora o a sociedade civil em discuss o No atual contexto de hegemonia das doutrinas e valores neoliberais a express o sociedade civil ganhou enorme destaque sendo enfatizada nos documentos de diversas matrizes ideol gicas A necessidade de re fortalec la re dimension la e re afirm la tornou se consenso nos discursos de diferentes atores dos
7. o epistemol gica que Com base em Kuenzer 2006 alguns fatores explicam a n o efetiva o dos efeitos anunciados Primeiro porque os cursos profissionalizantes oferecidos na vig ncia do PLANFOR com suas limita es n o foram substitu dos por outras alternativas Segundo porque as ag ncias formadoras n o consideram atrativo o investimento para cursos mais extensos e que integram conhecimentos b sicos o que n o tem feito parte de sua experi ncia ressaltado pelo desinteresse do p blico alvo Terceiro porque os cursos oferecidos pelo Sistema S devido complexidade das ocupa es exigem certo grau de escolaridade o que acaba n o sendo alternativa para os desempregados e candidatos ao primeiro emprego 79 privilegia a pr tica em detrimento da teoria que retrocede ao princ pio educativo do taylorismo fordismo ibid Uma outra caracter stica dos programas do Governo de Lula a continuidade do sistema de parceria p blico privada embora negada no plano do discurso O que se verifica o crescente repasse de recursos p blicos para o setor privado justificado pela impossibilidade do Estado em cumprir com suas fun es KUENZER 2006 70 O Decreto n 5154 04 atendendo a todos os interesses em jogo do governo das institui es p blicas e das institui es privadas n o obstante revogue o Decreto n 2208 97 na pr tica n o o faz pois al m de incorporar todas as modalidades de educa o profi
8. C A cooperativa uma forma de se ganhar dinheiro No come o n o vai render tanto dinheiro quem sabe depende de n s A A cooperativa n o visa o crescimento s de uma pessoa mas o crescimento de todos A cooperativa todo mundo unido d pra dividir bem o dinheiro B N o tem nenhum maior do que o outro sempre visando n o s o nosso lado mas o lado do pr ximo C Um cooperando com o outro Eu te ajudo voc me ajuda D A no o de cooperativismo aprendemos no curso antes a gente s ouvia falar como cooperativa de Kombi que roda aqui dentro da comunidade E a gente espera que a cooperativa d certo As entidades cumprem desse modo a fun o reservada educa o no sistema capitalista como salienta M szaros 2005 isto internalizar nos indiv duos os valores do sistema a fim de criar um consenso levando os a defender como seus os interesses do capital Isso nos ajuda a entender porque os jovens viam na cooperativa a grande sa da para o t nel escuro do desemprego corroborando com a id ia disseminada de que a grande sa da para o trabalhador ser empreendedor fazendo o crer que no mercado todos s o iguais embora o trabalhador potencial empres rio munido apenas de sua for a de trabalho de parcos meios de trabalho e de no m ximo alguns atributos pessoais deva nesta arena competir com os detentores do grande capital TAVARES 2002 p 78 As cr ticas feitas por Ferretti apud V
9. 1990 p 184 Segundo Manacorda 1990 as especifica es da organiza o dessa escola de trabalho intelectual e manual n o podem ser compreendidas fora da rela o entre cultura e profiss o que se apresenta sob dois pontos de vista Primeiro na perspectiva de uma escola elementar e m dia unit ria que edugue tanto para as atividades intelectuais quanto para as manuais e que propicie uma orienta o m ltipla em rela o s futuras atividades profissionais sem portanto pr determinar as escolhas Segundo o que hoje chamar amos de instru o permanente isto a articula o entre a academia e a universidade Neste sentido Gramsci denuncia o car ter classista do sistema de ensino italiano enfatizando que a escola pr universit ria servia para a forma o das classes subalternas enquanto a universidade constitu a se na escola da classe dirigente propriamente dita Assim constatada a fratura entre a escola elementar e m dia de um lado e a universidade do outro prop e dois n veis metodologicamente bem distintos na escola unit ria a um car ter ativo e criativo que enfatiza o valor educativo da instru o e consequentemente a recusa da concep o do aluno como um recipiente mec nico b que prepare o jovem para o estudo universit rio 114 Para o referido te rico marxista a escola tradicional era olig rquica n o pelo seu m todo de ensino mas porque estava reservada apenas a uma elite de fu
10. Eles s o formados por entidades e ou movimentos da sociedade civil organizada com interesses convergentes para as a es do PNPE Para que execute a a o a que se destina cada cons rcio deve ter uma rede formada por no m nimo dez entidades e ou movimentos sociais e ou organiza es da juventude legalmente constitu dos h no m nimo um ano e quando poss vel por institui es do poder p blico do setor empresarial e ou organismos de financiamento e coopera o A operacionaliza o das a es do Programa se d por meio de conv nio entre o MTE e uma entidade da sociedade civil organizada denominada entidade ncora que por sua vez 122 contrata nos termos da Lei n 8 666 93 uma rede de entidades para a execu o das a es 9 Essa a o consiste numa aprendizagem profissional com forma o t cnico profissional met dica para permitir ao jovem aprender uma profiss o a fim de obter sua primeira experi ncia como trabalhador O Governo Federal certifica como Parceiras do Programa Primeiro Emprego as empresas que n o condicionadas por for a da Lei aceitam contratar aprendizes Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 12 Essa a o consiste numa aprendizagem profissional com forma o t cnico profissional met dica para permitir ao jovem aprender uma profiss o a fim de obter sua primeira experi ncia como trabalhador O Governo Federal certifica como Parceiras do Pro
11. O Programa se forja na tentativa de gerar oportunidades para os jovens a partir da gera o de emprego e renda Desse modo se consolida como um ve culo de inclus o social do resgate da cidadania e de inser o deste p blico alvo no mercado de trabalho local atrav s de a es educativas de forma o profissional O PNPE conta com investimentos das iniciativas privadas e de diversos rg os governamentais como os Minist rios da Cultura da Educa o do Desenvolvimento Agr rio entre outros Estabelecido em regime de parceria p blico privado o Programa recebe recursos 110 E i Entre as altera es realizadas pela referida Lei est o o aumento do valor do incentivo pago s empresas que participam do PNPE e a cria o de facilidades operacionais 1 Dispon vel em http www guiatrabalhista com br tematicas primeiroemprego htm Acesso em 03 12 2006 142 do Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT e do Sistema S direcionados para a qualifica o social e profissional do jovem no seu primeiro emprego conforme relato de Ricardo Berzoini Ministro do Trabalho e Emprego A meta segundo o Ministro assegurar aproximadamente 50 mil vagas em dois anos para o p blico do Programa e para isso v m sendo firmados conv nios com entidades empresariais e grandes empresa tanto na linha de subven o econ mica como na de responsabilidade social ng Para realiza o dos objetivos propostos o PNPE se estrutura
12. as sociais de g nero BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL a pesquisa constatou que as a es de educa o profissional legitimam e naturalizam a pol tica neoliberal n o propiciando o empoderamento dos sujeitos individuais e coletivos no sentido da sua participa o na esfera p blica Com o grupo focal realizado com os egressos constamos que finalizado o curso eles n o se envolvem em nenhum tipo de atividades realizadas na comunidade sejam elas de ordem pol tica cultural esportiva educativa ou recreativa n o se percebendo como sujeitos hist ricos ativos agentes de mudan a nem mesmo local Pelo exposto em grande parte os resultados da presente pesquisa v o ao encontro das conclus es de Deluiz 2006 quando investigou a atua o das ONGs que desenvolveram a es de qualifica o profissional no mbito do PLANFOR no per odo de 2001 2003 no Estado do Rio de Janeiro ou seja de que as modalidades de educa o de jovens oferecidas configuram se como um paliativo ao desemprego destinando se a minimizar a press o social pela obten o de emprego e ou participa o Muda se o Governo mas permanece o formato das pol ticas focais em nome da governabilidade 178 6 CONSIDERA ES FINAIS Chegamos s considera es finais desse estudo ressaltando as diferen as das a es em meio unidade visto que o institucional as diferentes juventudes e o corpo docente fazem com que na pr tica haja difere
13. b separar a educa o b sica da forma o profissional c n o haver uma atitude ativa por parte do Estado em criar as condi es de perman ncia deste grupo em qualquer programa de educa o d manter o conceito da legisla o militar ensino supletivo n o superando a id ia de uma educa o supletiva voltada para a reposi o do ensino fundamental regular e e restaurar os exames de madureza atrav s dos exames supletivos Para os autores citados os exames supletivos s o um verdadeiro retrocesso e a redu o da idade para presta o de tais exames podem apontar para duas dire es Se por um lado pode viabilizar mais cedo os estudos para aqueles cujas condi es de vida e de trabalho impedem ou dificultam a fregii ncia ao ensino regular mesmo noturno por outro pode estimular os adolescentes a abandonar a escola para aos quinze anos obter o certificado de conclus o do ensino fundamental mediante exames supletivos aguardando os dezoito anos para prestar os exames supletivos do ensino m dio Assim apesar dos acordos e compromissos firmados em confer ncias internacionais realizadas ao longo dos anos 1990 como a V Confer ncia de Hamburgo sobre Educa o de Jovens e Adultos realizada em 1996 na qual o Brasil se comprometeu em ampliar a oferta do ensino fundamental para toda a popula o na pr tica o que se tem verificado a restri o da universalidade dos direitos garantidos na Constitui o de 1988 uma
14. como o Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE Programa do governo federal implantado desde 2004 destinado aos jovens de baixa renda com idade entre 16 e 24 anos em situa o de vulnerabilidade social Os objetivos do Programa s o elevar a auto estima e incentivar a participa o cidad da juventude na vida social e econ mica do Pa s incentivar a presta o de servi o volunt rio e social pelos jovens estimular a eleva o da escolaridade inserir o jovem no mundo do trabalho preparar os jovens para o mercado de trabalho e ocupa es alternativas geradoras de renda proporcionar qualifica o e atividades que possam despertar o esp rito empreendedor dos jovens BRASIL MTE TERMO DE REFER NCIA 2003 p 2 No Rio de Janeiro em 2006 e 2007 foram executadas a terceira e quarta etapas do Programa Sua operacionaliza o se d por meio de conv nio entre o MTE e a entidade ncora do Consorcio Social da Juventude respons vel por selecionar e coordenar as a es das 24 entidades executoras constantes do Plano de Trabalho A entidade que ocupa no Rio de Janeiro o lugar de entidade ncora a organiza o n o governamental A o Comunit ria do Brasil ACB RJ que tamb m atua como entidade executora junto com outras 17 ONGs escolhidas por um processo seletivo p blico Entre elas est o a Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o FBR e o Instituto Imagem e Cidadania IM
15. constata se ser o empreendedorismo a finalidade principal da qualifica o profissional para as entidades executoras Das tr s entidades investigadas apenas uma afirmou ser o mercado formal o mercado privilegiado para a inser o por m o jovem tamb m incentivado a atuar como aut nomo FURTADO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL A promo o de atividades aut nomas e o despertar do esp rito empreendedor dos jovens um dos pontos de converg ncia entre as diferentes entidades investigadas como pode ser percebido nos depoimentos abaixo a gente tem que preparar esses adolescentes esses jovens para que eles saibam se inserir no mercado de trabalho n No mercado gerarem a auto sustentabilidade financeiramente falando e mostrar a eles como que eles podem alcan ar o que eles querem MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL A gente valoriza que eles busquem outros caminhos o empreendedorismo que uma filosofia da entidade mesmo dos outros cursos de qualifica o que n o fazem parte do Cons rcio Acho que esse o caminho MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL 150 a gente tenta fazer com que essa pessoa esteja mais preparada mas a gente tenta formar o tempo todo empreendedores n o d pra ser diferente MOREIRA 2007 FBR COMUNICA O ORAL Para justificar o empreendedorismo como o caminho vi vel de inser o dos jovens no mercado de trabalho em face da aus ncia de uma pol tica p blica efetiva de ger
16. determinada pela demanda do mercado conforme orienta es do Termo de Refer ncia do Cons rcio Social da Juventude MTE CSJ 2003 Tendo como base as reas tem ticas estipuladas pelo MTE os cursos s o escolhidos em fun o da hist ria da entidade da experi ncia j adquirida em determinadas reas ou ent o pela infra estrutura j formada A gente escolheu o que a gente j tinha de infra estrutura para poder t lincando essas estruturas com as oficinas que s o oferecidas MOURA 2007 ACB COMUNICA AO ORAL A identidade da institui o est pautada no conhecimento dentro da quest o da fotografia O coordenador fundador trabalha com fotografia ent o se voc profissionaliza dentro do seu campo de conhecimento um resultado garantido FURTADO 2007 IMAC COMUNICA AO ORAL Havia v rias diretrizes no edital de licita o ent o a gente escolheu desenvolver oficinas que t m a ver com a nossa experi ncia e com a nossa pr tica A gente n o ia fazer uma coisa que a gente n o sabia n N o filosofia nossa arriscar numa coisa que a gente nunca fez pelo menos n o sem uma base MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL A gente tem como prioridade o fortalecimento de organiza es de movimento juvenil E a com a possibilidade de a gente ta aplicando o que a gente j sabe no terceiro setor na linha de protagonismo a gente resolveu ousar na forma o de duas turmas de dinamizadores educadores e arte e
17. es din micas entre sociedade e educa o isto o car ter contradit rio da escola e a a o rec proca da educa o determinante e determinada pois sofre a es das m ltiplas for as sociais Portanto as contradi es de classes presentes na sociedade tamb m se fazem presentes na escola e ao nosso ver tamb m nas entidades investigadas apresentando internamente as mesmas for as contradit rias que h na sociedade Se compreendemos as ONGs n o de modo nico uma vez que elas t m objetivos miss es fundacionais diferentes trabalham com jovens diferentes posto que n o h juventude mas sim juventudes SPOSITO 2005 FRIGOTTO 2004 e com coordenadoras e educadores com perfis tamb m diferentes e se as analisamos conforme Gramsci pensou a escola podemos vislumbrar algumas possibilidades N o obstante o PNPE esteja estruturado conforme os postulados do ide rio neoliberal com cursos fragmentados e de curta dura o e as a es de qualifica o profissional se conduzam pela perspectiva da empregabilidade da Teoria do Capital Humano de fomento do esp rito empreendedor nos jovens da adequa o sociedade do n o emprego e da auto 176 responsabiliza o dos jovens pela n o inser o no mercado de trabalho as entidades executoras cumprem uma outra fun o reservada escola a socializa o N o podemos esquecer que a constitui o de classes produz juventudes com vidas provis rias Participar dos c
18. es e R 186 milh es respectivamente A carga hor ria dos cursos tamb m passou por um processo de redu o de 150 horas para 60 horas m dias indicando a prioriza o da quantidade da oferta sobre a sua poss vel qualidade como assinala Kuenzer ibid p 888 As no es de compet ncia empregabilidade e parceria foram as id ias chave do n cleo constitutivo do PLANFOR As no es de compet ncia e empregabilidade presentes seguem as mesmas problem ticas e finalidades aqui j apresentadas tendo como pano de fundo o problema do emprego desemprego formulado n o como uma quest o social mas sim de natureza individual Em rela o parceria diversas organiza es da sociedade civil foram convidadas a executar os programas de qualifica o de jovens e adultos de baixa renda e escolaridade Deluiz 2006 em pesquisa sob a atua o das ONGs que desenvolveram no munic pio do Rio de Janeiro entre 2001 e 2003 a es no Programa Trabalhar e Aprender Qualifica o Profissional da Secretaria Estadual de Trabalho SETRAB no mbito do PLANFOR constataram que as ONGS pesquisadas que atuaram no campo da educa o se utilizavam de diferentes discursos ideol gicos Como possu am diferentes concep es de educa o profissional posi o civil democr tica e ou vis o produtivista apresentavam diferentes formas de atua o e compreens o de seu papel social E assim apesar da sua miss o ser buscar alternativas pa
19. es sociais humanas e transformando se em mero objeto de consumo ou meio de produ o mat ria prima algo semelhante acontece com o trabalho que deixa de ser 85 Objeto criado para uso pessoal e direto para consumi lo MARX 1978 p 74 103 executado para si para atendimento de suas pr prias necessidades e passa a ser executado para o outro Neste sentido a produtividade alcan ada com a especializa o com a divis o do trabalho n o gera a riqueza das Na es e nem a do trabalhador como afirmava Smith mas sim a do capitalista que quem de fato se apropria da produ o de valor excedente relativo lucro O lucro na concep o de Marx a mais valia ou seja quela parte do valor total da mercadoria em que se incorpora o sobretrabalho ou trabalho n o remunerado MARX 1978 p 85 Ela a mola propulsora do capital a base para a reprodu o do sistema capitalista e suas consegii ncias entre elas as desigualdades sociais No entanto sendo o trabalho tamb m uma mercadoria com valor de uso e de troca qual o seu valor ou pre o Para responder tal quest o preciso recorrer a uma das distin es feitas por Marx entre trabalho assalariado e outras formas de trabalho isto denunciar a apar ncia enganadora do trabalho assalariado que faz parecer o trabalho n o remunerado como trabalho pago Assim ainda que s pague uma parte do trabalho di rio do oper rio enquanto a outra parte
20. exemplo de campanha de massa em prol da alfabetiza o a Cruzada da A o B sica Crist Cruzada ABC e o MOBRAL Movimento Brasileiro de Alfabetiza o Enquanto a Lei n 4024 61 tinha sido resultado de um amplo processo de debate entre tend ncias do pensamento educacional brasileiro levando treze anos para ser editada a Lei n 5692 71 foi elaborada em um prazo de 60 dias por nove membros indicados pelo Ministro da Educa o Coronel Jarbas Passarinho ATA DE 2001 16 concretizou na organiza o do ensino em v rias modalidades ensino supletivo centros de estudos e no ensino a dist ncia Ata de 2001 aponta que diversas atividades foram agrupadas sob o t tulo de Ensino Supletivo como a escolariza o de jovens e adultos a qualifica o profissional promovida pelo Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAD e outras institui es similares assim como os antigos exames de madureza agora denominados exames supletivos A fim de abarcar toda esta heterogeneidade e tentando dar conta das demandas surgidas com o est gio do desenvolvimento industrial no pa s naquele momento o Parecer n 699 72 instituiu as fun es do Ensino Supletivo No aspecto legal alguns avan os ocorrem na educa o de jovens e adultos com a promulga o da Constitui o de 1988 ao consagrar no artigo 208 a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino fundamental a todos inclusive queles que a ele n o tiveram acesso na i
21. formal e n o formal querendo ou n o a gente v que os jovens muitos deles est o nesse programa porque viu o amigo empregado SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL N o tendo o compromisso de inser o para com todos os participantes do Programa a inser o de alguns como em qualquer competitividade interfere na subjetividade dos jovens n o selecionados levando muitas vezes a se auto culpabilizar por sua n o inser o pelo seu fracasso De certa forma isso pode ser percebido num epis dio narrado por uma das coordenadoras Dois alunos brigaram em sala de aula e eu trouxe eles aqui para minha sala Eles come aram a bater boca e um disse eu sei fazer camisa E eu falei e da Voc faz camisa mas n o tem um comportamento adequado N o adianta nada Hoje em dia al m da compet ncia profissional saber fazer o servi o voc tem que ter a postura adequada voc n o pode sair gritando sair xingando Tem que ter uma postura direcionada as pessoas E a o que eu fa o Te encaminho ou n o para a entrevista de emprego com esse comportamento E a a gente coloca o jovem a pensar em rela o isso MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL N o nossa inten o fazer apologia viol ncia S utilizamos esse epis dio para mostrar a sutileza em que as entidades se desresponsabilizam da inser o e transferem ao jovem a responsabilidade pela n o inser o no mercado apesar da sua c
22. ias de Marx s sociedades europ ias de capitalismo avan ado nas primeiras d cadas do s culo XX tamb m prop e embora de maneira pr pria e original a conex o entre ensino e trabalho Ao refletir sobre o sistema de ensino italiano mostrou nos que a dualidade tradicional divis o da escola em cl ssica destinada s classes dominantes e aos intelectuais tradicionais e profissional destinada s classes trabalhadoras entrou em crise com o desenvolvimento da base industrial A necessidade do novo tipo de intelectual urbano que este desenvolvimento provocara ocasionou ao lado da escola cl ssica o surgimento da escola t cnica profissional mas n o manual colocando em discuss o o pr prio princ pio da orienta o concreta de cultura geral ibid p 118 Para Manacorda 1990 isso ocorreu porque o novo entrela amento entre ci ncia e trabalho na ind stria moderna criou a necessidade de uma escola que fosse tamb m de cultura como era a escola cl ssica mas de uma cultura nova e diferente ligada vida produtiva A partir de ent o a tend ncia foi abolir qualquer tipo de escola desinteressada n o imediatamente interessada e formativa ou conservar delas t o somente um reduzido exemplar destinado a uma pequena elite que n o deve pensar em se preparar para um futuro profissional bem como a de difundir cada vez mais as escolas profissionais especializadas nas quais o destino do aluno e sua futura ativ
23. lugar a Funda o Educar que tinha como atribui o principal conforme o Decreto n 91 980 85 fomentar programas destinados a jovens e adultos que n o tiveram acesso escola ou que delas foram exclu das CUNHA 2000 Contudo apesar do MEC apresentar se com Segundo F vero 1996 p 67 tal direito se diz do poder de a o que a pessoa possui de proteger ou defender um bem considerado inalien vel e ao mesmo tempo legalmente reconhecido Da decorre a faculdade por parte de pessoa de exigir a defesa ou prote o do mesmo direito da parte do sujeito respons vel 52 um discurso favor vel Funda o seu desmonte foi ocorrendo gradativamente at chegar ao seu fechamento total em 1990 durante o governo de Fernando Collor de Melo Com a extin o do rg o a maior parte das atividades da EJA no mbito governamental ficou praticamente suspensa dada precariedade de recursos de incentivos e mesmo de apoio t cnico Prova disso o Programa Nacional de Alfabetiza o e Cidadania PNAC criado no governo de Fernando Collor mas que acabou morrendo antes mesmo de seu nascimento devido falta de apoio pol tico e financeiro Como se pode observar a t nica do final da d cada de 1980 at meados da d cada seguinte foi exatamente como constatou Di Pierro 1994 a aus ncia a indefini o e a indiferen a pelo ensino de jovens e adultos na pol tica educacional A partir da segunda metade da d cada de
24. mulo escolaridade tica cidadania e educa o ambiental 6 Qual a proposta metodol gica das a es de qualifica o profissional adotada 7 Que a es educativas s o empreendidas no sentido do desenvolvimento da autonomia e da capacidade cr tica dos educandos 8 S o trabalhadas nos cursos as quest es relacionadas mulher ao negro diversidade cultural Como isso ocorre na pr tica 9 Durante os cursos h preocupa o com o desenvolvimento de pr ticas participativas e coletivas De que forma 10 0s cursos utilizam novas tecnologias e metodologias inovadoras de qualifica o profissional Quais 11 Qual a carga hor ria dos cursos 12 As instala es f sicas e equipamentos s o suficientes e est o adequados para o desenvolvimento das a es 13 0 material did tico pedag gico adequado aos prop sitos de forma o integral e espec fica dos cursos 14 Como o cotidiano dos cursos e onde realizado parte geral e espec fica Fazem parcerias com a comunidade ou com outras institui es para a sua realiza o 15 Quais t m sido as dificuldades encontradas pela ONG para implementar o Programa 209 ROTEIRO DO GRUPO FOCAL Nome da ONG Facilitador do GF Egressos Participantes E Data da realiza o do GF BLOCO IV Grupo Focal Egressos DIMENS O ECON MICA Expectativas em Rela o a Emprego Trabalho e Renda 1 O s cursos s que voc s realizaram na ONG j l
25. ncia com os postulados da doutrina neoliberal SAVIANL 1997 Embora a recomenda o do Banco Mundial aos pa ses pobres seja a de se investir prioritariamente na educa o fundamental com o objetivo de garantir a efici ncia externa do 23 setor educativo e aliviar a pobreza no mundo CORAGGIO 2003 n o se pode desconsiderar os dados apresentados por diversos Institutos de Pesquisa em rela o juventude brasileira Estes indicam que os jovens de 15 a 24 anos das camadas populares s o os mais atingidos pelas fragilidades do sistema educacional pelas mudan as no mundo do trabalho e os mais destitu dos de apoio de redes de prote o da encontrarem se em maior estado de vulnerabilidade social Entre os principais problemas com os quais os jovens brasileiros se deparam hoje est o o acesso restrito educa o de qualidade as fr geis condi es para a perman ncia nos sistema escolares a dificuldade de inserirem no mercado de trabalho formal a luta pelo primeiro emprego e a inadequada qualifica o profissional No entanto as mudan as realizadas no mundo do trabalho alteraram as exig ncias para a entrada no mercado de trabalho tornando cada vez mais prementes as necessidades de jovens e adultos trabalhadores em aumentar sua escolaridade e qualificar se profissionalmente o que procuram fazer entre outras formas por meio de projetos programas desenvolvidos por organiza es da sociedade civil em parceria com o Estado
26. no entanto se fez em um contexto econ mico e pol tico mundial s avessas isto no momento em que se operava a demoli o do Estado de Bem Estar Social e iniciava a ofensiva neoliberal baseada na reestrutura o produtiva na reforma do Estado e no combate ao trabalho como estrat gias hegem nicas de enfrentamento da crise econ mica vivenciada pelos pa ses ricos na nova fase do capitalismo MONTANO 2002 FIORI 1997 HOBSBAWM 1995 Como reflexo deste cen rio pol tico econ mico mundial intensifica se no Brasil desde o in cio da d cada de 1990 o combate s hist ricas conquistas trabalhistas e sociais garantidas na Constitui o uma vez que elas n o correspondiam aos interesses do capital internacional As pol ticas neoliberais inicialmente implantadas no governo Collor de Melo e intensificadas nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso exigiam a configura o de um Estado m nimo Cumprindo os postulados do Consenso de Washington a reforma do Estado Brasileiro efetuada por Luis Carlos Bresser Pereira titular do Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado criado em 1994 foi pensada e articulada como meio de possibilitar lucros cada vez mais crescentes ao capital MONTANO 2002 O Estado deve reduzir se a um n vel que n o atrapalhe o capital retirando se dos setores que possibilitem amplas margens de lucro ainda que essenciais para a maioria do coletivo e para a vida em sociedade
27. o da ONG com isso Tem ocorrido a inser o profissional ou a perman ncia dos concluintes dos cursos no mercado de trabalho A ONG faz acompanhamento de egressos A ONG favorece a participa o dos diversos segmentos considerados em sua diversidade mulheres negros e outros tidos segmentos como priorit rios no PNQ nas a es de qualifica o profissional De que forma A ONG favorece uma participa o ativa dos egressos dos seus programas formativos na vida social e pol tica A ONG considera que as a es de educa o profissional propiciam o empoderamento dos sujeitos individuais e coletivos no sentido de sua participa o social Como essa participa o tem ocorrido na pr tica Como a ONG avalia hoje o PNPE como pol tica p blica Os resultados t m sido eficazes Quais t m sido as dificuldades encontradas pela ONG para implementar o Programa 208 BLOCO III qualidade pedag gica 1 Quais s o na percep o da ONG os objetivos e finalidades das a es de qualifica o profissional 2 Na proposta de qualifica o profissional h incentivo eleva o da escolaridade 3 Que saberes e valores s o priorizados nos cursos Como isso se d na pr tica 4 As a es educativas incorporam os saberes conhecimentos e a cultura de origem dos alunos Como isso ocorre na pr tica 5 Que conte dos program ticos s o desenvolvidos nas aulas de inclus o digital e nos temas ligados a valores humanos sa de est
28. o h como n o reconhecer e se preocupar com os custos do ajuste estrutural neoliberal nos paises perif ricos principalmente quando estat sticas revelam que somente no per odo de Fernando Henrique Cardoso foram extintos 3 3 milh es de empregos formais MATTOSO apud LEHER 2002 p 156 56 Os mais evidentes s o o crescimento de contingentes situados na condi o de subclasse superexplora o da for a de trabalho a discrimina o racial sexual de idade pol tica e religiosa as migra es de indiv duos fam lias grupos e coletividades em todas as suas dire es o ressurgimento de movimentos raciais nacionalistas religiosos separatistas xen fobos fundamentalistas as m ltiplas manifesta es de pauperiza o absoluta e relativa IANNI 1994 64 2 4 1 A Educa o sob o Ide rio Neoliberal A educa o n o ficou ilesa ao contexto de reformas vivenciadas no Brasil durante a d cada de 1990 Com as reformas implementadas no mbito estatal para benef cio do capital as pol ticas educacionais concebidas pela l gica do mercado passaram a exigir da educa o produtividade efici ncia qualidade e ser pensada por meio da rela o custo benef cio Para os experts das ag ncias internacionais os pa ses pobres deveriam fazer escolhas sensatas isto investir no que auferiria maiores ganhos futuros Para eles o maior retorno n o viria com o investimento na escolariza o de jovens e adultos ou no e
29. o volunt ria de pluralidade e mesmo de conflito 3 designar a multiplicidade plural e heterog nea da sociedade moderna contra as coer es do Estado e a economia capitalista 4 representar uma esfera maior de institui es e rela es n o estatais como lares sindicatos associa es volunt ria hospitais igrejas mercado empresas capitalistas N o obstante a essas diferentes interpreta es no lugar do bin mio Estado e sociedade civil foi se consolidando gradativamente a id ia baseada no trip Estado mercado e sociedade civil A partir de ent o o argumento da sociedade civil foi sendo utilizado como estrat gia para fazer desaparecer o conceito de capitalismo reduzindo o sistema social do capitalismo a um conjunto de institui es e rela es em p de igualdade com as associa es dom sticas e volunt rias e desagregando a sociedade em fragmentos sem nenhuma coer o sist mica ibid p 210 O uso corrente do conceito de sociedade civil j n o exibe a mesma inten o anticapitalista de Gramsci e o que deveria ser uma arma contra o capitalismo torna se uma acomoda o a ele De terreno para afirma o de projetos de hegemonia converte se num espa o de coopera o gerenciamento crise e implementa o de pol ticas NOGUEIRA 2003 Wood 2003 p 212 afirma que a estrat gia de dissolver o capitalismo numa pluralidade desestruturada e indiferenciada de institui es e rela es sociais enfraque
30. por meio de ONGs criadas a partir de movimentos sociais que lutam por direitos sociais 136 movimentos sociais transferindo para eles recursos captados de organismos internacionais com o intuito de contribuir para sua melhor articula o e organiza o interna a partir da d cada de 1990 elas n o quiseram mais se esconder por tr s dos movimentos sociais e se tornaram os atores principais MONTA O 2002 Decorre da a profissionaliza o de uma camada de dirigentes que cada vez mais se distanciou das bases dos movimentos e se aproximou das ONGs GOHN 1997 p 29 S o diversas as origens das modernas ONGs brasileiras Enquanto umas surgiram da articula o com os movimentos sociais outras n o possuem nenhum hist rico de luta e de engajamento social criadas exatamente ap s o Programa de Publiciza o em 1997 sobrevivendo s custas de recursos p blicos Assim se na d cada de 1970 e at a metade da d cada muitas de suas a es pautavam se na id ia de se construir um contra poder popular capaz de fazer frente ao Estado ao longo dos anos 1990 as ONGs passaram a ser locutores privilegiados com o Estado e foram mudando sua conduta De antigas inimigas a parceiras atuais A parceria entre o Estado e as ONGs ocorre em a es que n o despertam o interesse do mercado e que o Estado julga n o ser mais imprescind vel sua atua o Como para o mercado s interessa a transfer ncia de atividades que possam ser conve
31. princ pio norteador na perspectiva do capital humano onde o conhecimento torna se a vari vel estrat gica do mercado e da competi o capitalista PIRES 2005 Como afirma uma das coordenadoras a cobran a da escolaridade para identificar que a inser o no mercado de trabalho hoje anda em conjunto paralela com a forma o escolar BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL Normalmente as atividades educacionais s o desenvolvidas dentro da l gica da fragmenta o os primeiros meses s o reservados para a qualifica o b sica com carga hor ria de 200 horas De acordo com o Termo de Refer ncia do Cons rcio Social da Juventude entende se por qualifica o b sica aulas de inform tica valores humanos tica e cidadania educa o ambiental sa de promo o da igualdade racial e equidade de g nero assim como a es de est mulo e apoio eleva o da escolaridade que na pr tica se traduz em aulas de L ngua Portuguesa e Matem tica Somente depois de esgotado este primeiro momento que t m in cio as oficinas onde s o desenvolvidas as atividades de qualifica o profissional espec fica N o h nos documentos oficiais nenhuma men o de que esta deve ser a ordem a ser seguida As entidades executoras assim o fazem de acordo com suas convic es pedag gicas Ao refletir sobre esta din mica das tr s entidades investigadas duas decidiram unir a qualifica o b sica e a qualifica o profissional po
32. que diferencia os homens dos demais animais posto que s eles possuem a capacidade de planejar projetar o seu produto na mente antes de execut lo O trabalho uma categoria central na teoria marxista por meio do trabalho que Marx fundamenta o processo de forma o do homem Para ele o trabalho assume duas dimens es distintas e sempre articuladas trabalho como mundo da necessidade e trabalho como mundo da liberdade Assim ao mesmo tempo em que se constitui no sistema capitalista como reino da servid o e desumaniza o tamb m pode a vir se constituir como reino da emancipa o e cria o MANACORDA 1991 Desta forma compreendendo o car ter n o natural mas hist rico desse trabalho o fil sofo alem o dedicou grande parte de sua vida a denunciar as perversidades do sistema capitalista que deslocou o trabalho para al m dos limites de suas necessidades naturais 100 Para Marx 1978 a sociedade capitalista transforma tudo em mercadoria inclusive o trabalho humano que resulta em valor de uso e valor de troca concep es fundamentais para entendermos os princ pios da cr tica marxista ao modo de produ o capitalista Vejamos A hist ria da forma o da sociedade capitalista marcada desde sua origem pela desigualdade social e pela contradi o entre capital e trabalho a hist ria das mudan as operadas com o recrudescimento das atividades mercantis e urbanas a partir do s culo XI na Europa que ocasionar
33. segundo Censo Demogr fico 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE n o passaram imunes a esse contexto marcado por mudan as e instabilidade em nome da inser o externa e competitividade econ mica Caiu de maneira muito peculiar sobre eles s consegii ncias da ado o incondicional do governo Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso aos ditames da agenda neoliberal ocasionando mudan as enormes em diversos aspectos da condi o juvenil entre os quais o mercado de trabalho do jovem no pa s O enfraquecimento do emprego com carteira assinada e o desemprego s o fen menos mundiais que atingem os trabalhadores de v rias faixas et rias No entanto eles ocasionam contornos bem mais dram ticos aos jovens principalmente dos pa ses perif ricos O estudo 85 Tend ncias Mundiais do Emprego Juvenil da Organiza o Internacional do Trabalho OTT mostrou que na Am rica Latina e no Caribe a taxa de desemprego entre pessoas com 15 a 24 anos passou de 14 4 para 16 6 na ltima d cada No mundo h 85 milh es de jovens desempregados 124 milh es que trabalham e ganham menos de US 1 por dia e 308 4 milh es que vivem com menos de U 2 Segundo tal estudo BRANCO 2005 no per odo entre 1993 e 2003 a oferta de empregos para a faixa de trabalhadores entre 15 e 24 anos expandiu apenas 0 2 enquanto o crescimento da popula o mundial das pessoas dessa faixa et ria foi de 10 5 levando a taxa desemp
34. sica ou de qualquer natureza ele foge do trabalho como da peste O trabalho externo o trabalho em que o homem se aliena um trabalho de auto sacrif cio de mortifica o Por fim o trabalhador apercebe se da exterioridade do trabalho ao se dar conta de que n o seu mas sim de outro de que o trabalho n o lhe pertence de que quando est no trabalho ele n o dono de si mesmo mas pertence a outro MARX apud HUNT SHERMAN 1991 p 96 No fetichismo da mercadoria que degrada as rela es humanas em coisas o trabalho n o visto como condi o natural da exist ncia humana uma condi o do metabolismo entre homem e natureza independentemente de qualquer forma social MARX 1978 p 142 mas sim como algo degradante desumanizante percebido como algo que o trabalhador n o tem controle como algo fora de si Como o trabalhador foi separado do controle aut nomo do seu trabalho e do fruto que ele produz o trabalho abstrato transformado em alienado percebido pelo homem subjetivamente como algo que o desumaniza que lhe faz desgra ado e infeliz pois n o mais se reconhece nas obras que ele pr prio produz Sua atividade criativa ao inv s de enriquecer a sua exist ncia s faz refor ar e ampliar o poder material que o domina Sob o regime de aliena o o trabalho transforma se em trabalho for ado isto um simples meio de conserva o de sua exist ncia f sica GOMEZ 2004 Assim chega se ao resultad
35. 1 a s Ed Segundo Fiori 1996 trata se de uma express o cunhada pelo economista John Williamson referente a uma lista de pol ticas e reformas administrativas previdenci rias e fiscais que foram requeridas consensualmente para a Am rica Latina pelos principais centros e c rculos de poder sediados na cidade de Washington 19 Privatiza o publiciza o e terceiriza o s o id ias que comandam este processo pois segundo a ret rica neoliberal o gigantismo do Estado o grande culpado das crises econ mica pol tica e no caso do Brasil tamb m moral uma vez que onera os cofres p blicos com gastos desnecess rios desperd cios al m de burocratizar a a o emperrando a m quina e impedindo sua efici ncia RAICHELIS 2000 DI PIERRO 2001 MONTA O 2002 Raichelis 2000 nos mostra que essa redu o dos gastos p blicos preconizada pelos neoliberais significou na pr tica a redu o dos gastos sociais No Brasil isso gerou consegii ncias graves para as camadas populares tais como deteriora es das suas condi es de vida e do trabalho empobrecimento desemprego crescimento do mercado informal de trabalho explora o do trabalho infanto juvenil entre outras Por outro lado na medida em que o Estado se descompromete das pol ticas sociais constru da uma nova esfera a p blica n o estatal assumida pelas institui es do chamado Terceiro Setor que adquire maior evid ncia a partir das
36. 1870 35 No aspecto econ mico conduziu se a mudan a do modelo agro exportador para o modelo de industrializa o por substitui o de importa es Os bens de consumo que antes o pa s importava passaram a serem produzidos internamente Entre os fatores que contribu ram para essa mudan a est o a a crise cafeeira do Brasil provocada pela crise do capitalismo de 1929 que proporcionou de certa forma um redirecionamento do investimento de capitais para outros setores produtivos b a restri o da importa o devido falta de divisas e o c o crescimento do mercado interno devido s novas rela es de trabalho vigentes em substitui o s rela es escravistas O expressivo crescimento do setor industrial entre 1933 e 19392 principalmente nos bens de consumo n o dur veis sinaliza a emerg ncia do novo modelo econ mico embora o Estado tenha embarcado com maior decis o em uma pol tica de substitui o de importa es pela produ o interna somente a partir de 1937 FAUSTO 2000 N o obstante as transforma es modernizadoras efetivadas ao longo da d cada de 1930 velhas pr ticas e algumas limita es estruturais como o analfabetismo ainda prevaleciam Este e outros entraves ao progresso levaram a sociedade pol tica tomar consci ncia da import ncia estrat gica do sistema educacional para assegurar e consolidar as mudan as estruturais ocorridas tanto na infra como na superestrutura FREITAG 200
37. 1998 defendia a ado o de uma forma de organiza o administrativa mais flex vel e descentralizada que se apoiaria nas denominadas organiza es sociais Defendia uma nova rela o entre Estado e sociedade civil por meio da parceria p blico privado Com o intuito de construir o consenso em torno da necessidade das reformas o ministro passou a fazer uma cerrada campanha em todos os meios de comunica o freq entes artigos nos principais jornais do pa s confer ncias em f runs nacionais e mesmo do exterior com repercuss o no Brasil SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 p 28 De acordo com o Plano Diretor da Reforma o aparelho do Estado compreende quatro setores o n cleo estrat gico que corresponde ao governo em sentido lato envolvendo atividades dos Tr s Poderes e do Minist rio P blico o setor das atividades exclusivas do Estado que abrange o poder de regulamentar fiscalizar fomentar e administrar as atividades da Pol cia das For as Armadas da Fazenda da Receita Federal da Seguran a P blica e da Seguridade Social o setor de servi os n o exclusivos ou competitivos do Estado que abrange atividades realizadas simultaneamente pelo Estado pelo setor privado e pelo setor p blico n o estatal como as reas sociais sa de e educa o culturais de prote o ambiental e de pesquisa cient fica e tecnol gica o setor designado de bens e servi os para o mercado que caracteriza se pelas atividades econ mica
38. 200 CONS RCIO SOCIAL DA JUVENTUDE 2007 GOVERNO FEDERAL MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO MTE PROGRAMA NACIONAL DE ESTIMULO AO PRIMEIRO EMPREGO PNPE Na terceira fase do Cons rcio da Juventude 17 entidades participam da capacita o dos 1700 jovens atendidos pelo projeto Entidades Executoras da Quarta Fase do CSJ RJ 2007 A o Comunit ria do Brasil RJ 2006 A ACBY R J conta com 40 anos de atua o em favelas e comunidades de baixa renda e cerca de 2 600 pessoas atendidas por m s em seus campos comunit rios J atuou simultaneamente em 64 favelas e 16 conjuntos habitacionais atingindo um p blico aproximado de 150 mil pessoas Atualmente age como entidade ncora do Cons rcio Social da Juventude do Rio de Janeiro pelo mbito do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE A institui o conta com tr s sedes A administrativa localizada no Centro do Rio cont m seu escopo administrativo al m de espa o destinado venda dos produtos de suas Oficinas Produtivas Seu N cleo mais antigo inaugurado h mais de 30 anos localiza se em Cidade Alta no bairro de Cordovil A ACB RJ tamb m atua desde 1982 no chamado complexo de favelas da Mar mais precisamente em Vila do Jo o Como entidade ncora da terceira fase do Cons rcio Social da Juventude a ACB RJ oferecer os cursos de assistente de Cabeleireiro Pintura em Camisas Bonecas Banto Gastronomia M
39. 85 15 Raichelis 2000 mostra que atingir o esbo o de esfera p blica deflagrado a partir do recrudescimento dos movimentos sociais e consolidado na Constitui o de 1988 o que se pretende com a reforma do Estado deixando por isso de discutir a raiz do problema do Estado no Brasil sua privatiza o e a aus ncia de mecanismos democr ticos sobre a esfera p blica LAHUERTA apud RAICHELIS 2002 p 48 133 Gohn 1997 tem posi o semelhante Embora reconhe a que os novos programas de parceria t m se implantado como presta o de servi os e n o de direitos despolitizando o conte do pol tico da quest o sinaliza que ainda assim a a o das organiza es sociais ocasiona a constru o de uma nova cultura pol tica Identificando os conselhos gestores os f runs e o or amento participativo como express es de busca da constru o de espa os na estrutura de poder para a autora um dos grandes saldos da d cada de 1990 foi exatamente a capacidade das novas pr ticas civis da sociedade brasileira em intervir e construir uma esfera p blica Na contram o dessas an lises est o autores como Montafio 2007 Para ele o terceiro setor a express o da desresponsabiliza o do Estado em dar respostas s sequelas da quest o social da ser um conceito ideol gico portador da fun o de encobrir e desarticular o real ibid p 16 Assim ao se apostar prioritariamente nas a es das organiza es socia
40. F DA S Jovens Atores Sociais em Interlocu o com o Mundo do trabalho poss veis media es s o feitas pela escola de Ensino M dio Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Est cio de S Rio de Janeiro 2007 BENSAID D Marx o intempestivo grandezas e mis rias de uma aventura cr tica Rio de janeiro Civiliza o Brasileira 1999 BOBIO N O conceito de sociedade civil Rio de Janeiro Graal 1982 BRANCO P P M Juventude e Trabalho desafios e perspectivas para as pol ticas p blicas Ih ABRAMO H W BRANCO P P M Retratos da Juventude Brasileira an lises de uma pesquisa nacional S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2005 185 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego MTE Termo de Refer ncia 2003 Dispon vel em www consorciodajuventuderj org br documentos asp Ultimo acesso em 01 08 06 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego MTE Manual de Implementa o do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego junto as Entidades Sociais 2003 Dispon vel lt http www consorciodajuventuder org br documentos Manual dos Consorcios doc gt Acesso em 19 11 06 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Plano Nacional de Qualifica o PNQ 2003 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Bras lia MEC 1996 BRASIL Parecer CFE n 699 72 de 5 de julho de 1972 BUCI GLUCKSMANN C Gramsci e o Estado S o Paulo Paz e Terra C RCERES F Hist ria do Brasil S o Paulo Mo
41. FOGA A 1994 p 5 Refletindo a ideologia pol tica da burguesia dos s culos XVII e XVIII o liberalismo cl ssico formulado por fil sofos e economistas como Smith preconiza a igualdade dos homens frente Lei e s oportunidades de sucesso profissional mas deixa claro que embora dada a todos os competidores a possibilidade de come ar no mesmo ponto de largada os corredores n o terminam juntos ibid p 21 De acordo o pensamento liberal o fracasso adv m do esfor o da ignor ncia incompet ncia ou falta de talento do indiv duo numa sociedade una e harm nica como exp e Aranha 1989 Portanto para os te ricos liberais o problema n o est na sociedade e sim no indiv duo Nesta perspectiva para a matriz liberal cabe a escola revelar e desenvolver em cada indiv duo seus dotes inatos seus valores intr nsecos suas aptid es talentos e voca es a partir deles que o indiv duo adquirir sua posi o na sociedade O sucesso uma quest o de m rito pois os membros da sociedade livre t m oportunidade de usar com sucesso seu conhecimento individual para a consecu o dos pr prios objetivos individuais como afirma Hayek 1998 p 51 Portanto a hierarquiza o social justificada com base no m rito individual logo a ascens o social do indiv duo est condicionada sua educa o ao seu n vel de instru o 108 Esta concep o esconde a ess ncia da sociedade capitalista a desigualdade
42. Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro IMAC Associa o Comunit ria de R dio Integra o Centro de Integra o Empresa Escola CIEE Clube Palmares Companheiros pr Educa o Cultura Lazer Ecologia e Trabalho COEDUC Ecos do Futuro Instituto SERE Servi os e Estudos de Realiza o Empresarial Social Lar Esp rita Irm Zil Pr Apoio Comunit rio e VivaRio Em 2007 as seguintes entidades deixaram de participar do PNPE Cons rcio Social da Juventude Centro de Integra o Empresa Escola CIEE Associa o Comunit ria de R dio e Integra o Grupo de Aposentados e Pensionistas Unidos Venceremos GAPUVE e Clube Palmares Em seus lugares entraram novas entidades a saber Associa o Brasileira de Museologia ABM Cooperativa dos Profissionais de Projetos e Empreendimentos Sociais COPPES DC Brasil Direitos Civis do Brasil Instituto Trabalho e Cidadania ITC Segundo informa o dispon vel em www acaocomunitaria org br institucional historico asp Acesso em 11 08 07 25 reconfigura o do Estado que se exime cada vez mais das responsabilidades em rela o s quest es sociais entre elas as educacionais repassando as para as ONGs 3 as altera es realizadas no campo da educa o de jovens e adultos e da educa o profissional com a Lei n 9394 96 4 o estado de vulnerabilidade social em que se encontram os jovens de 16 a 24 anos constatado em pesquisas realizadas por diversos rg os espec
43. RAS de OLIVEIRA 2007 aos cursos realizados no mbito do PLANFOR apresentam ainda extrema coer ncia Assim a qualifica o presente no PNPE Cons rcio Social da Juventude al m de conduzir se no sentido de forma o que possibilite aos sujeitos se ajustarem aos trabalhos prec rios que demandam pouca qualifica o e baixa escolariza o confirmando a conclus o da pesquisa realizada por Kuenzer 2006 sobre outra linha de a o do PNPE visa incentivar os jovens para a busca de alternativas geradoras de sobreviv ncia e instumentaliz los no caminho da empregabilidade 160 5 2 Qualidade Pedag gica das A es de Qualifica o Profissional O est mulo eleva o da escolaridade um dos objetivos do Cons rcio Social da Juventude Assim para que os jovens possam participar do PNPE al m de ser membro de fam lias com renda mensal per capita de at meio sal rio m nimo e n o ter tido v nculo empregat cio anterior preciso que os jovens estejam matriculados e frequentando regularmente estabelecimento de ensino fundamental ou m dio ou cursos de educa o de jovens e adultos ou que tenham conclu do o ensino m dio entre outras exig ncias A comprova o de estarem estudando feita por meio de apresenta o da declara o de escolaridade emitida pela escola afirmando que os jovens encontram se devidamente matriculados e frequentando a escola Na maior parte dos casos esta comprova o feita somente no p
44. a constru o de uma consci ncia cr tica ocorrida na pr xis o Servi o Social Volunt rio deve promover nos jovens o fortalecimento de sua responsabilidade social o que em outras palavras significa colaborar com a ordem econ mica pol tica e social institu da N o por acaso que no grupo focal realizado com os egressos os jovens apontaram maior responsabilidade e sociabilidade como um dos principais benef cios ocorridos com eles proporcionada pelos cursos realizados no Programa Pelo exposto cabe nos indagar Se anteriormente os movimentos sociais necessitavam da participa o popular para o seu fortalecimento atualmente para as ONGs em face da sua parceria com o Estado essa participa o j n o mais vital ocasionando assim uma mudan a na compreens o acerca da cidadania Esta deixa de ser concebida pela participa o dos sujeitos na esfera p blica passando a ser concebida por meio da colabora o da responsabilidade e da solidariedade social Portanto sabedor que um curso de curta dura o aligeirado e fragmentado n o proporciona uma qualifica o profissional e social de forma decente estaria o Governo Lula da Silva com o PNPE investindo no capital social a fim de garantir a governabilidade como o prop sito de toda pol tica de al vio pobreza 184 REFER NCIAS ALTVATER E Os desafios da globaliza o e da crise ecol gica para o discurso da democracia e dos direitos humanos lh HEL
45. a falta de educa o do povo por grande parte dos nossos problemas Para ele na poca nossa grave crise pol tica econ mica moral prov m antes de tudo de nossa pequena densidade cultural da mentalidade m dia dominante no pa s com seus 55 de analfabetos nas idades de 18 e mais idem ibidem Os infort nios dos trabalhadores das camadas mais pobres da popula o tamb m foram apresentados como consequ ncias da n o escolariza o deste grupo social Trajano Garcia Quimboes em comunica o apresentada no Congresso intitulada a educa o apresentada nos centros populares dos morros afirmava que o problema do morro eminentemente da falta de educa o Doen as analfabetismo ideologias estranhas o crimes contraven es s o males de um povo que vem vivendo anos a fio sem o benef cio da escola op cit p 188 As conclus es do Congresso transformaram se na sugest o de que fosse elaborada uma Lei Org nica de Educa o dos adultos sendo uma preocupa o dos representantes de diversos Estados a qualifica o dos professores do ensino supletivo e a elabora o do material did tico adequado aos adultos A pol tica nacionalista empreendida pelo presidente Get lio Vargas e o reajuste de 100 do sal rio m nimo foram alguns dos fatores que acabaram deflagrando uma onda Considerando que o Congresso se realizou no contexto da Guerra Fria especificamente um ano ap s o PCB tornar se
46. a mudan a do governo federal o Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador PLANFOR foi substitu do em 2003 pelo Plano Nacional de Qualifica o PNQ As principais cr ticas feitas ao PLANFOR pela nova gest o federal eram entre outros que havia a pouca integra o entre a Pol tica P blica de Qualifica o Profissional e as demais Pol ticas P blicas Trabalho e Renda Educa o e Desenvolvimento b nfase nos cursos de 13 O termo ONG foi criado pela ONU Organiza es das Na es Unidas ap s a Segunda Guerra Mundial para nomear e definir o papel de organismos que representavam setores da sociedade n o ligados aos governos e ao mundo das empresas privadas relacionadas principalmente a rea da sa de p blica ao apoio a reivindica es de paz ou campanhas contra guerras e a lutas pela democracia entre outros SANTOS 2004 No Brasil segundo Gohn 2001 as primeiras ONGs surgiram com o combate ao regime militar e apoio aos movimentos sociais mas essencialmente nos anos de 1990 que as organiza es n o governamentais ganham for a e definem seu campo de atua o caritativas desenvolvimentistas e ou cidad s 22 curta dura o c defici ncia no sistema de planejamento monitoramento e avalia o BRASIL MTE PNQ 2003 A fim de superar as limita es apontadas o PNQ ibid considera a qualifica o profissional como constru o social com diferentes dimens es epistemol gica soci
47. algumas das medidas adotadas pelo regime militar em nome da seguran a nacional refletiu intensamente na educa o do pa s A educa o al m de promover o crescimento econ mico garantindo a forma o de um ex rcito industrial de reserva qualificado para o novo modelo produtivo que se configurava passou a ser vista pelo governo como mecanismo de manuten o do sistema com a forma o de sujeitos passivos e acr ticos As mudan as estruturais e curriculares efetuadas no final da d cada de 1960 tiveram essa perspectiva Em rela o educa o de jovens e adultos nos dois primeiros anos do governo militar ela foi deixada de lado pelo Minist rio da Educa o No entanto repercutia mal internacionalmente a paralisa o dos esfor os brasileiros no sentido de diminuir a porcentagem de analfabetos e de educar a popula o adulta A fim de mudar esta imagem negativa internacionalmente o regime militar criou em 1966 a Cruzada da A o B sica Crist Cruzada ABC ATA DE 2001 A Cruzada pretendia desenvolver a partir de uma vis o de integra o e subordina o ao capital internacional programas de alfabetiza o educa o continuada comunit ria e orienta o profissional Mas devido s v rias cr ticas recebidas principalmente quanto ao 48 recebimento de verba p blica sem controle ou devida fiscaliza o ela foi extinta em 1971 e substitu da pelo Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MOBRAL criado
48. as autoras as modalidades de educa o de jovens e adultos oferecidas configuram se como um paliativo ao desemprego destinando se a minimizar a press o social pela obten o de emprego e ou participa o e a exclus o social sem preocupa o com a amplia o da escolaridade dos trabalhadores ibid p 15 Para Affonso apud V RAS DE OLIVEIRA 2007 o PLANFOR tem sido um exemplo da aplica o dos princ pios da focaliza o descentraliza o e desresponsabiliza o das pol ticas sociais para o setor privado Dessa forma O Estado o empresariado e a sociedade civil via ONGs d o respostas ao desemprego oferecendo cursos de forma o Ora de um lado isso parece muito interessante porque afinal de contas pode revelar uma certa preocupa o social Mas com o que se oferece em boa parte desses cursos os indiv duos pouco escolarizados e sub empregados ou desempregados dificilmente conseguir o situar se consistentemente no mercado Al m disso tal tipo de estrat gia tende a transferir s pessoas a culpa por n o terem emprego ao deixar subentendida a mensagem de que se apesar de todo o empenho do Estado da sociedade civil e dos empres rios nada resultou ent o a responsabilidade n o social mas individual FERRETTI apud VERAS 2007 p 47 Atrav s do PLANFOR o atendimento s demandas por qualifica o por parte de uma popula o jovem e adulta de baixa escolaridade se deu por uma rede de cursos de curta
49. como o in cio de novas rela es entre trabalho intelectual e trabalho manual n o apenas na escola mas em toda vida social ibid p 124 125 Por meio de um sistema educacional n o mais pautado na dualidade acreditava ser poss vel conduzir os trabalhadores supera o do trabalho alienado e consequentemente das demais desigualdades sociais atrav s de sua a o pol tica Por isso a prolifera o das escolas profissionais reservadas s classes subalternas ao contr rio do que se afirmava nada tinha de democr tico A fim de superar as divis es da sociedade Gramsci reivindica para os trabalhadores uma escola baseada nas hip teses marxiana e leniniana MANACORDA 1990 Uma escola polit cnica que se ap ia na concep o de que as rela es de trabalho s o tamb m rela es pedag gicas e que para tanto elas devem se basear na coopera o no coletivismo e na solidariedade e n o na competitividade e no individualismo FIDALGO MACHADO 2000 p 130 Uma escola que reconcilie a homo saber e o homo faber que assegure a auto forma o e valorize o conhecimento do aluno e integre o ao processo pedag gico Que n o esteja voltada apenas aos interesses do mercado mas sim em desenvolver um processo de busca com fins supera o da aliena o do trabalho Em s ntese uma escola comprometida com a forma o de um novo tipo de homem um intelectual que seja especialista e ao mesmo tempo dirigente MANACORDA
50. como forma de diminuir a suposta marginaliza o cultural da popula o respons vel em grande parte pelo atraso econ mico do pa s do outro a que concebia o processo educativo como emancipador capaz de promover a consci ncia pol tica dos setores populares e incentivar a sua organiza o aut noma engajando se no projeto de transforma o social VENTURA 2001 Essas diferentes concep es materializaram se em diferentes a es por parte do governo e da sociedade civil O poder p blico cria a Mobiliza o Nacional contra o Analfabetismo MNCA e o Programa de Emerg ncia Da sociedade civil surgiram propostas alternativas de educa o popular como o Movimento de Cultura Popular MCP e os Centros Populares de Cultura CPC Ambos nasceram da preocupa o de artistas Criada alguns dias antes da ren ncia do presidente J nio Quadros e n o implantada foi retomada pelo governo Jo o Goulart no per odo do parlamentarismo atrav s do decreto n 51 470 de 22 de maio de 1962 com algumas modifica es por reconhecer o papel da educa o como pr investimento que para sustentar o ritmo de progresso do pa s fazia se necess rio expandir a rede elementar comum e recuperar os analfabetos ou insuficientemente alfabetizados maiores de 15 anos atrav s de uma campanha extraordin ria PAIVA 1987 p 225 A MNCA foi extinta em mar o de 1963 44 intelectuais e estudantes com a promo o da participa o pol tica d
51. das entidades e dos educadores sua miss o e os posicionamentos pol ticos e ideol gicos dos seus gestores 2 O crit rio de sele o dos jovens H entidades cuja demanda quatro vezes maior do que o n mero de vagas oferecido o que a leva realizar uma sele o n o baseada somente na condi o de vulnerabilidade dos inscritos mas sim em outros crit rios como prova escrita din mica de grupo entrevista coletiva e ou prioridade aos que possuem ensino m dio completo ou estejam cursando o terceiro ano Por outro lado h entidades que privilegiam a hist ria social dos jovens baseando se nos crit rios de sele o presentes no Termo de Refer ncia do Cons rcio Social da Juventude com prioridades para quilombolas e afro descendentes ind genas egressos de unidades s cio educativas em conflito com a lei portadores de necessidades especiais trabalhadores rurais e jovens m es H ainda entidades que como a demanda menor do que as vagas oferecidas e para que o curso n o deixe de ser realizado matriculam todos os jovens que as procuram independente se eles se enquadram ou n o no perfil priorizado pelo Cons rcio 3 O local onde o curso realizado H cursos que s o oferecidos dentro da comunidade onde mora a maioria dos jovens participantes do Programa Nestes o grau de relacionamento entre eles de cumplicidade ou de animosidade bem maior do que nos cursos oferecidos na rea central da cidade que trabalha co
52. das for as produtivas das necessidades e da capacidade da sua satisfa o A omnilateralidade a chegada hist rica do homem a uma totalidade de capacidades produtivas e ao mesmo tempo a uma totalidade de capacidades de consumo e prazeres MANACORDA 1991 p 79 81 110 tamb m o aumento da produtividade do trabalho e a supera o do aprendizado artesanal no seio das corpora es de of cios MANACORDA 1991 Como se pode observar a institui o escolar surge em ntima conson ncia com os valores e interesses da burguesia presentes nas id ias iluministas M szaros 2005 nos mostra que enquanto a fun o do Estado para Locke era assegurar a propriedade privada e para isso o Estado deveria fazer uso de todos os seus instrumentos legais e coercitivos a fun o da escola por sua vez era legitimar esta propriedade a ordem econ mica e a desigualdade social estabelecida O que se verificou a partir de ent o foi a produ o hist rica de um sistema dual de ensino reproduzindo a divis o da social do trabalho De um lado a escola da classe dominante acentuadamente livresca e desinteressada e do outro a escola do trabalhador acentuadamente profissional e pr tica Duas forma es completamente distintas que n o compartilhavam princ pios conte dos e m todos esta unilateralidade reproduzida pela educa o liberal que Marx combate concebendo em contrapartida uma educa o cujo conte do e m todo fun
53. de que s o os pr prios culpados pelos seus fracassos e pela sua n o inser o no mercado de trabalho devido sua baixa qualifica o Como Conselheiro Tutelar na primeira gest o dos Conselhos Tutelares no Munic pio do Rio de Janeiro 1996 1999 vi de perto as mazelas sociais causadas pela pol tica neoliberal o conseq ente descaso com as pol ticas sociais e a terceiriza o das ONGs nas a es sociais Atualmente como supervisor pedag gico do Programa Nacional de Inclus o de Jovens PROJOVEM tenho podido constatar um elo comum nos jovens trabalhadores de todas as partes do Brasil apesar das especificidades regionais a sua imensa dificuldade de inser o no mercado de trabalho formal e o crescimento do seu quadro de risco social Por essas e outras viv ncias as quest es referentes ao trabalho e educa o sempre me inquietaram Que forma o humana a educa o est promovendo Que sociedade estamos construindo Quais os rumos que a pol tica educacional est seguindo O que reserva a n s trabalhadores somente o trabalho precarizado Movido por essas inquieta es e pelo esp rito de pesquisador social que h em mim foi que eu busquei o Programa de P s Gradua o Stricto Sensu e a Linha de Pesquisa Trabalho Educa o e Meio Ambiente por onde apresento este estudo A raz o de querer investigar as a es das ONGs no PNPE se deve ao fato de poucos pesquisadores estarem investigando a educa o de
54. do Estado do Rio de Janeiro com experi ncia em diversas reas de atua o A linha de atua o do CEAP o combate a discrimina o racial e valoriza o dos direitos humanos objetivando a organiza o aut noma dos marginalizados O CEAP oferecer os cursos de especialistas em pet jardinagem est tica passadoria e confec o de talhas e esculturas atendendo 100 jovens no total atuando nas regi es do Campus da Juventude Mangueira Barreira do Vasco e Cidade de Deus Centro de Articula o de Popula es Marginalizadas Rua da Lapa 200 Sala 813 Centro Rio de Janeiro RJ Telefone 21 2232 7077 2232 5128 2224 8530 http www alternex com br ceap Qalternex com br Centro de Integra o Empresa Escola CIEE O CIEE Rio tem como miss o primeira a de contribuir para a intera o Educa o Trabalho desenvolvendo compet ncias capazes de promover cidad os com atua o econ mica e social A meta da institui o ser cada vez mais um centro de refer ncia do Terceiro Setor na promo o de cidad os competentes no contexto Educa o Trabalho Por fazer parte desse segmento o CIEE Rio exerce o papel de agente especial em prol do est mulo ao exerc cio da responsabilidade social junto sua rede de relacionamentos e do fortalecimento da comunidade no Estado do Rio de Janeiro O CIEE oferecer os cursos de agentes de atendimento ao p blico atendendo 100 jovens no total atuando nas regi es do Campus da Juvent
55. dura o dissociados da educa o b sica e de uma pol tica de forma o continuada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso Com a mudan a do governo federal o PLANFOR foi substitu do em 2003 pelo Plano Nacional de Qualifica o PNQ As principais cr ticas feitas aa PLANFOR pela nova gest o federal eram entre outros que havia a pouca integra o entre a Pol tica P blica de Qualifica o Profissional e as demais Pol ticas P blicas Trabalho e Renda Educa o e Desenvolvimento b nfase nos cursos de curta dura o c defici ncia no sistema de planejamento monitoramento e 11 avalia o BRASIL MTE PNQ 2003 Assim o PLANFOR al m do mau uso dos recursos p blicos caracterizou se pela baixa qualidade e baixa efetividade social A fim de superar as limita es apontadas o PNQ ibid considera a qualifica o profissional como constru o social com diferentes dimens es epistemol gica social pol tica e pedag gica No mbito pol tico ressalta a necessidade de tornar central a compreens o da qualifica o profissional como direito e como pol tica p blica Para o per odo de 2003 2007 o PNQ apresenta tr s grandes objetivos inclus o social e redu o das desigualdades sociais crescimento com gera o de trabalho emprego e renda ambientalmente sustent vel e redutor das desigualdades regionais e promo o e expans o da cidadania e fortalecimento da democracia ibid p
56. e adultos o descompromisso pol tico com que tratada por parte do poder p blico Resta nos saber at quando 1 como o Programa de Est mulo ao Primeiro Emprego o Programa F brica de Escola o Programa de Integra o da Educa o Profissional T cnica de N vel M dio ao Ensino M dio na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA o Programa Nacional de Inclus o de Jovens Educa o Qualifica o e A o Comunit ria PROJOVEM o Brasil Alfabetizado entre outros 82 3 JUVENTUDE TRABALHO E EDUCA O Neste cap tulo analisaremos os tr s eixos constitutivos da pesquisa juventude trabalho e educa o buscando a princ pio desenhar um breve quadro da rela o trabalho e escola vivida pelos jovens trabalhadores brasileiros as suas vulnerabilidades e dificuldades de inser o no mercado de trabalho formal justificando em parte a import ncia de pol ticas p blicas destinadas a esse grupo social Em seguida apresentaremos as diferentes concep es de trabalho e educa o das matrizes liberal e cr tica emancipat ria visando nos servir de fundamenta o te rica para a posterior an lise das a es das ONGs investigadas participantes do PNPE principalmente no que se refere s concep es sobre os objetivos e finalidades das a es de qualifica o profissional e a qualidade pedag gica dessas a es 3 1 A Rela o Trabalho Escola e a Vulnerabilidade Social dos Jovens Trabalhadore
57. equivale a 46 6 do total de 2 3 milh es de desempregados Quadro 2 QUADRO 2 OS N MEROS DO DESEMBPREGO JUVENIL NO BRASIL Recife Salvador Belo Horizonte Rio de Janeiro S o Paulo e Porto Alegre N MEROS DO DESEMPREGO JUVENIL NO BRASIL MES ANO 15 E 17 ANOS 18 E 24 ANOS SET 2002 34 6 21 2 SET 2003 40 9 24 5 SET 2004 33 22 2 SET 2005 32 2 20 7 SET 2006 33 8 21 Fonte Jornal O GLOBO 10 03 2006 Em rela o a todo o Brasil os n meros sobre o desemprego juvenilno primeiro mandato do Governo Lula entre 2003 e 2006 s o bastante reveladores De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED S apenas 15 das novas oportunidades que surgiram nesse per odo foram ocupadas por pessoas na faixa et ria de at 24 anos Os n meros divulgados pelas pesquisas de diversos institutos refor am este quadro 7 As possibilidades de uma pessoa ser identificada na situa o cl ssica de desemprego n o s o muito f ceis Pochmann 2000 registra que para o jovem sem ocupa o existem quatro categorias novas de defini o de desemprego desemprego de inser o o jovem que se encontra procura de postos de trabalho ou principalmente do seu primeiro emprego desemprego recorrente situa o de jovens que sem emprego est vel encontram no m ximo uma ocupa o tempor ria passando o jovem parte de sua vida se alternando entre o trabalho provis r
58. es de qualifica o profissional tamb m podem suscitar o in cio de um novo ciclo de vida para alguns deles ao possibilitar o encontro com outros jovens um novo olhar sobre a sua realidade novos conhecimentos discuss es pol ticas ainda que na l gica reformista Acreditamos que as a es das entidades executoras podem causar outros impactos aos jovens como contribuir para a minimiza o de suas vulnerabilidades sociais a redu o da exposi o viol ncia atrav s da conscientiza o desta sua condi o e ao est mulo continuidade da escolariza o 182 Atentando para as especificidades das ONGs participantes do Cons rcio e concebendo as como espa o de disputa de diferentes concep es da realidade e de projetos individuais e societ rios em busca da hegemonia o que nos leva a n o identificar os jovens cursistas como passivos receptores da ideologia dominante e todos os coordenadores e educadores como meros transmissores dessa ideologia haja visto que encontramos entre eles membros do sindicato dos professores participantes de movimentos sociais mestres e pesquisadores da rea de trabalho e educa o e de pol ticas p blicas de juventudes conscientes da problem tica aqui exposta e orientando suas a es para uma outra dire o isto para a forma o do sujeito pol tico Essas possibilidades no entanto n o suplantam a compreens o de que os cursos aligeirados e de curta dura o oferecidos pelo PNPE
59. es em tamitias com renda per capita de at 4 de sal rio m nimo 12 14 1 milh es em fam lias com renda per capita acima de 1 sal rio m nimo 42 6 8 milh es em fam lias com renda per capita entre 4 e 4 sal rio 9 milh es em fam lias m nimo com renda per capita 20 entre e 1 sal rio m nimo 26 GR FICO 3 GR FICO 4 ATIVIDADES DOS JOVENS DE 15 A 17 ANOS ATIVIDADES DOS JOVENS DE 20 E 24 ANOS n o realizam redizamafazeres o ie nn as estudam realzamafazeres dorr sticos s trabalham 21 8 estudame s estudam trabalha 61 A s trabalham 4T Fonte Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lio PNAD 2003 referente a jovens de 15 a 24 anos Os dados aqui apresentados ressaltam a vulnerabilidade em que se encontram milhares de jovens trabalhadores no Brasil S o nas grandes cidades que a vulnerabilidade juvenil mais forte Isto n o quer dizer que n o existam jovens vivendo em condi es prec rias no campo e nas pequenas cidades brasileiras mas sim que os jovens das grandes cidades s o os mais atingidos pela viol ncia uma vez que encontram se diante da conjuga o de alguns fatores perversos como a car ncia econ mica em raz o do desemprego e a presen a do narcotr fico Publica o divulgada pela UNESCO mostra que em 2002 a taxa de homic dios 92 na popula o jovem de 15 a 24 anos foi de 54 5 para cada 100 mil contra 21 7 para o restante da popula o Es
60. experts do Banco Mundial e de demais ag ncias do capital internacional aos de l deres de diversas organiza es sociais Ponto de um consenso no m nimo estranho cabe nos compreender no contexto de reformas estruturais e de internacionaliza o do capital financeiro o sentido que a sociedade civil adquire nos discursos desses diferentes sujeitos hist ricos a fim de desvendar o canto da sereia que seduziu e continua seduzindo muitas mentes inclusive de intelectuais da esquerda como afirma Fiori A problematiza o da sociedade civil brasileira n o pode ser feita de forma desvinculada das reformas implementadas nas d cadas de 1980 e 1990 nos pa ses capitalistas centrais e perif ricos respectivamente Entre elas est o as reformas do Aparelho do Estado que conduziram para a constru o de uma nova forma de organiza o do Poder e das rela es entre Estado e sociedade civil Uma breve abordagem hist rica da rela o Estado sociedade nos ajuda melhor compreender as mudan as realizadas pelas pol ticas neoliberais n o s na rela o mas fundamentalmente no conceito de sociedade civil e nas armadilhas por elas criadas Para Hobbes FONTES 2006 o Estado tinha a fun o prec pua da garantia da vida em sociedade Partindo da premissa de que a natureza humana era agressiva pois era marcada Express o usada por Monta o 2007 no subt tulo de sua tese de doutorado que resultou no livro citado Orig
61. fica sem remunera o e ainda que este trabalho n o remunerado ou sobretrabalhado seja precisamente o fundo de que se forma a mais valia ou lucro fica parecendo que todo o trabalho trabalho pago MARX 1978 p 84 Como a mais valia n o percebida pelo trabalhador o pre o da sua for a de trabalho para ele o pre o ou valor do seu pr prio trabalho Isso decorre porque na sociedade capitalista os indiv duos v em apenas a apar ncia mercadoria e n o a ess ncia trabalho humano incorporado e o valor de troca como uma rela o entre pessoas causado pelo trabalho alienado onde os trabalhadores n o se reconhecem no produto do seu trabalho Mas em que consiste a aliena o do trabalho Primeiramente no fato de que o trabalho externo ao trabalhador isto n o pertence ao seu ser em que em seu trabalho o trabalhador n o se afirma mas se nega n o se sente feliz e sim desgra ado n o desenvolve livremente sua for a f sica e espiritual mas sim mortifica seu corpo e arru na seu esp rito Por isso o trabalhador s se sente em si fora do trabalho e quando 104 trabalha est fora de seu elemento Seu trabalho n o portanto volunt rio e sim for ado trabalho for ado Por isso n o representa a satisfa o de uma necessidade mas somente um meio para satisfazer as necessidades externas ao trabalho Seu car ter alienado evidencia se claramente no fato de que t o logo deixe de existir uma coa o f
62. forma a pr pria ess ncia da ordem natural O individualismo vai tornando se cada vez mais a ant tese da solidariedade existente nas rela es sociais da sociedade feudal fundamentada nos fortes la os comunit rios e no 99 hier rquico direito consuetudin rio Assim ao valorizar a primazia do individualismo os adeptos do liberalismo n o se preocupam com o coletivo e se p em contr rios ao Estado que busca promover a justi a social uma vez que existe apenas a justi a de conduta individual Para Hayek op cit as atividades coercitivas do Estado deveriam limitar se apenas aplica o de regras de conduta justa visto que a justi a social ou distributiva n o nada mais do que uma miragem ou ilus o que n o pode ser atingido sob quaisquer circunst ncias A matriz cr tica emancipat ria estruturada nas id ias de Marx apresenta uma concep o de trabalho radicalmente oposta da matriz liberal Para Marx o trabalho atividade essencialmente humana uma vez que por meio do trabalho que os homens projetam ou modificam suas condi es de vida criam e recriam pela a o consciente sua pr pria exist ncia LUK CS apud FRIGOTTO 2005 Isso fazem ao se relacionarem com a natureza e com os outros seres humanos numa rela o rec proca e dial tica em que transformando a natureza para garantir sua sobreviv ncia tamb m transformam a si Esta a dimens o ontol gica do trabalho a dimens o criadora da vida humana
63. garantia do primeiro emprego a fim de proporcionar lhe experi ncia profissional al m de uma pol tica integrada de prote o social No entanto as dificuldades de inser o no mercado de trabalho formal e os baixos sal rios constituem os jovens como alvo privilegiado de pol ticas p blicas de emprego e de pol ticas de incentivo ao empreendedorismo juvenil Algumas pol ticas sob essa orienta o t m sido implementadas pelo governo Lula da Silva em forma de Programas experimentais como por exemplo o PNPE O trabalho por m uma categoria central para os jovens a despeito de Offe 1989 que na segunda metade da d cada de 1980 desafiara o mundo acad mico pelo questionamento intrigante sobre a centralidade do mundo do trabalho O referido autor indagava se seria o trabalho ainda uma categoria anal tica chave para o entendimento das sociedades contempor neas em face da decrescente import ncia do trabalho n o s como provedor de oportunidades duradouras de sobreviv ncia mas como espa o de sociabilidade significa o subjetiva e constru o identit ria causada pelas mudan as ocorridas no mundo da produ o 94 Algumas publica es vieram responder tal questionamento como Antunes 2002 p 44 que mostrou que sob o capitalismo n o se constata o fim do trabalho como medida de valor mas uma mudan a qualitativa dele e Paiva 2002 p 52 que assinala que com as transforma es ocorridas isto n o sig
64. gravidez para 25 das meninas Sposito 2005 ressalta que n o podemos desconsiderar que a n o continuidade da vida escolar nos anos posteriores tamb m resultado da frustra o dos jovens com o ambiente escolar visto que esta nem sempre est preparada para receber esse novo contingente de alunos SPOSITO 2005 87 incremento que ao menos acompanhasse o ritmo crescente de matr culas CAMPO 1999 apud SPOSITO 2005 p 97 Precocemente afastados da escola grande parte dos 23 4 milh es de jovens de 18 a 24 anos tamb m n o estavam inseridos no mercado de trabalho formal conforme dados do PNAD 2005 Dentre esses jovens 14 milh es 60 desenvolviam algum tipo de ocupa o A passagem do jovem da escola para o mundo do trabalho determinada pelas dificuldades da sobreviv ncia da fam lia Geralmente quanto menor a renda familiar maior a propor o de jovens que precisa trabalhar Pochman 2005 salienta que durante a d cada de 1990 as ocupa es por conta pr pria foram as mais geradas para os jovens Elas tiveram um aumento de 51 ao passo que o emprego assalariado para os jovens foi reduzido em 22 8 Embora a redu o do emprego assalariado tenha ocorrido aos trabalhadores de maneira generalizada ele encontra se fortemente presente entre os jovens tornando se a ocupa o aut noma a possibilidade cada vez mais vi vel de inser o dos jovens no mercado de trabalho O autor ibid indica que no final do s culo
65. hist rico e os subalternos disputa esta que ocorre nos diversos aparelhos de hegemonia como a igreja a economia rg os de cultura a m dia a imprensa os sindicatos os partidos as ONGs os Conselhos entre outros Para Wood 2003 p 125 a hegemonia atingida quando os interesses corporativos particulares superam os limites de corpora es de um grupo puramente econ mico e podem e devem tornar se os interesses de outros grupos subordinados Ao relacionar a problem tica da sociedade civil problem tica da hegemonia Gramsci elabora as estrat gias necess rias para fazer a revolu o nas sociedades ocidentais Seu objetivo maior marcar o terreno de uma nova esp cie de luta que levaria a batalha contra o capitalismo WOOD 2003 p 207 Em Gramsci sociedade civil um conceito mas 99 a f E Quando Gramsci fala em bloco hist rico est falando simultaneamente da economia e das superestruturas isto da imbrica o entre a esfera econ mica e toda complexa superestrutura que existe na sociedade civil 124 tamb m um projeto pol tico NOGUEIRA 2003 Com esta perspectiva a sociedade civil ganha destaque em suas reflex es pois compreende que n o s por m todos coercitivos repressivos que se domina e mant m se no poder mas tamb m pela ideologia que cimenta os diversos interesses oriundos de diferentes classes sociais Sendo assim compreendendo que nos pa ses ditos ocidentais o Est
66. jovens e adultos fora dos espa os formais e institucionalizados como as a es das organiza es da sociedade civil no campo educacional em meio a crise da sociedade salarial 12 SUM RIO INTRODU O ra Ra A O N E E E A 14 1 1 OBJETIVOS E QUEST ES NORTEADORAS ieeee eee 25 1 2 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS eeeeee aeee 26 1 3 ORGANIZA O DO ESTUDO temente tremer eeme seat rerea 30 2 HIST RICO DO ATENDIMENTO E DAS POL TICAS P BLICAS EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL 32 2 1 A EDUCA O DE ADULTOS NAS D CADAS DE 1930 E 1940 sesse 34 2 2 A EJA NO CONTEXTO DO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO E DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO AS D CADAS DE 1950 E 1960 o s 37 2 3 A EDUCA O DE ADULTOS NO CONTEXTO DO PER ODO AUTORIT RIO ALFABETIZA O E TECNICISMO 1964 1984 sssrinin 46 24 O CONTEXTO NEOLIBERAL A PRECARIZA O DO TRABALHO E AS POLITICAS FOCAI S ma ie tun aa A R O tado e Sa ca RR SR 52 2 4 1 A Educa o sob o Ide rio Neoliberal n e eeeeereereerenenes 64 24 2 A EJA a partir dos anos 1990 focaliza o descentraliza o e desregulamenta o 3 JUVENTUDE TRABALHO E EDUCA O temem 82 3 1 A RELA O TRABALHO ESCOLA E A VULNERABILIDADE SOCIAL DOS JOVENS TRABALHADORES BRASILEIROS imeeeeees ementas 82 32 A CATEGORIA TRABALHO NAS MATRIZES LIBERAL E CR TICA EMANCIPAT RIA e ue a DS pan 95 3 3 A FINALIDADE DA
67. laborais como pontua Pochmann 2002 Adotando as diretrizes neoliberais as pol ticas educacionais passaram a ser regidas pelas premissas econ micas que procuravam dotar os sistemas educativos de maior efic cia mas com o menor impacto poss vel nos gastos do setor p blico Neste sentido as caracter sticas das pol ticas sociais implementadas na d cada de 1990 tais como descentraliza o da gest o e do financiamento focaliza o dos programas e popula es benefici rias privatiza o seletiva dos servi os e desregulamenta o ingresso do setor privado em mbitos antes monopolizados pelo Estado foram tamb m caracter sticas das pol ticas de EJA segundo Di Pierro 2001 Para a autora com o rompimento do princ pio da universalidade dos direitos e a implementa o de pol ticas sociais segmentadas atrav s de programas compensat rios voltados para o al vio da pobreza a educa o deixa de cumprir a fun o democr tica e acaba na l gica do apartheid social reproduzindo e aprofundando as desigualdades existentes Com base em Oliveira 2003 podemos ent o caracterizar as d cadas de 1990 e o in cio da seguinte marcadas por profundas contradi es utilizam um discurso universal mas na pr tica adotam se pol ticas focalizadas caracterizam a cidadania por meio de um indiv duo consumidor mas a cada dia uma parcela maior da popula o exclu da do mercado consumidor em decorr ncia das pol ticas neoliberais
68. lhes foi atribu da na hierarquia social induzindo o atrav s de condutas certas e expectativas adequadas a um conformismo generalizado Esses valores no entanto n o s o transmitidos apenas nas institui es formais da educa o eles est o sendo internalizados a todo momento na vida social como vimos em Gramsci Por isso n o sendo a educa o formal a for a ideologicamente prim ria que consolida o sistema de capital n o se pode esperar que a escola por si s seja capaz de fornecer alternativa emancipadora radical M SZAROS 2005 p 45 Mas o que educar um mero processo passivo de transmiss o e assimila o de conhecimento ou um processo de conscientiza o e luta contra a aliena o Marx acreditava ser preciso mudar a forma de organiza o social para que uma nova educa o possa se desenvolver M szaros 2005 e Freire 1980 tamb m Reconhecendo que a educa o 93 E A A aea 4 Para Freire 1980 p 75 alienados n o podem superar sua depend ncia incorporando se estrutura que respons vel por esta mesma depend ncia N o h outro caminho para a humaniza o a sua pr pria e a dos outros a n o ser uma aut ntica transforma o da estrutura desumanizante 117 institucionalizada especialmente nos ltimos 150 anos serviu aos prop sitos instrumentalistas M szaros prop e a radical supera o do sistema alienado de comando do capital sobre o trabalho feito pelo
69. m dulo de cidadania elas ocorrem mais na perspectiva da constata o dessas dificuldades e adapta o a elas do que na problematiza o das suas causas estruturais pr prias do sistema capitalista Neste sentido pela an lise do material did tico e pelos depoimentos coletados a compreens o de cidadania n o a cidadania pautada no incentivo dos jovens participa o na esfera p blica de forma pol tica mas sim como afirma Gohn 2002 p 95 na cidadania outorgada de cima para baixo que promove a inclus o de indiv duos a uma rede de servi os de forma assistencial em que os novos cidad os se transformaram em clientes de pol ticas p blicas administradas pelas entidades do Terceiro Setor Trata se da cidadania do mercado do cidad o consumidor inclusive dos servi os prestados pelas entidades em que a renda m nima faz se necess ria para a reprodu o do sistema capitalista Atualmente ainda s o poucos os canais de participa o social abertos aos jovens fruto das desmobiliza es de entidades estudantis efetuadas pelos governos militares e civis Acreditando como Marx 1978 que a consci ncia cr tica se constr i dialeticamente na pr xis social entendemos que as horas em que os jovens participantes do Cons rcio devem cumprir de servi o social volunt rio de 6 a 10 horas semanais poderiam se constituir como um excelente exerc cio para este fim Afinal P para boa parte a primeira a o col
70. novas rela es entre Estado mercado sociedade civil Para Montafio 2002 a transfer ncia de responsabilidades do setor p blico para o Terceiro Setor em rela o s quest es sociais fere a pr pria democracia Primeiro porque a a o governamental n o tem mais um car ter universal para todos sendo focada nos segmentos mais empobrecidos e vulner veis da sociedade atrav s de pol ticas compensat rias Segundo porque um mecanismo para a diminui o dos custos operacionais das a es estatais e para a atenua o do conflito social Para Di Pierro 2005 a a o do Terceiro Setor a forma mais expl cita da secundariza o da educa o de jovens e adultos no mbito das pol ticas p blicas municipal estadual e federal J para Raichelis 2000 esta 20 a o possibilita a consolida o de uma luta hist rica em prol da democratiza o da esfera p blica Como representantes da complexa malha social diversas organiza es da sociedade civil em especial as ONGs s o chamadas para praticarem a es sociais principalmente em setores onde o Estado em sintonia com os interesses do capital julga n o ser mais imprescind vel sua atua o como por exemplo a educa o de jovens e adultos e a qualifica o profissional Diante do quadro esbo ado no Brasil os anos 1990 s o marcados por amplas reformas e entre estas as educacionais No mbito das reformas no sistema p blico de ensino
71. o descentraliza o privatiza o entre outros tornaram se de acordo com a l gica neoliberal elementos necess rios para a supera o da crise e a retomada dos pa ses ao crescimento Para os 41 p 5 E op i Tais como a articula o virtuosa que ocorreu nos anos 1980 entre a progress o das id ias neoliberais nos governos e nas pol ticas e a progress o do fen meno da globaliza o a condi o universalmente hegem nica do pensamento neoliberal principalmente ap s a derrota comunista no final dos anos 1980 FIORI 1997 54 neoliberais a economia nacional precisa de uma moeda est vel para garantir condi es de competi o no mundo globalizado onde os novos mandarins do mundo s o os mercados financeiros Para isso os governantes devem promover o equil brio fiscal e implementar o trip reformista desregulamenta o privatiza o e abertura econ mica para dar credibilidade ao capital financeiro e garantir sua inser o na economia globalizada FIORI 1997 A competi o internacional desta nova etapa de globaliza o do capital requer que a economia das Na es submeta se ao mercado flex vel e din mico Exige o rompimento com o fordismo agora express o de rigidez tanto da organiza o da produ o quanto dos contratos de trabalho HARVEY 1996 As empresas em conson ncia com o paradigma da flexibiliza o precisam agora provar ao mercado que podem mudar adaptar se s imprevisib
72. o clara e precisa interpreta o e uso de diferentes formas de linguagem capacidade para trabalhar em grupo gerenciar processo para atingir metas trabalhar com prioridades avaliar lidar com as diferen as enfrentar os desafios das mudan as permanentes 6l Cabe ressaltar por m as pontua es feitas por Tavares 2002 de que o trabalho informal n o escapa subordina o e explora o do capital e garante a flexibilidade que o capital reivindica Para a autora a flexibiliza o proporciona ao capital a constru o de mecanismos que permitem maximizar a explora o e tamb m extrair mais valia mediante rela es informais que se verificam na pequena empresa no trabalho aut nomo no trabalho domiciliar nas cooperativas etc ibid p 78 A flexibiliza o opera o milagre da super contrata o transferindo s pequenas empresas a pr tica da ilegalidade que o grande capital n o precisa operar de modo que o trabalhador patr o possa explorar a si mesmo e ou a outros trabalhadores para juntos trabalharem sob o comando do capital industrial a quem caber usufruir da mais valia gerada na pequena unidade produtiva ibid 77 8 Ramos 2005 mostra que na pedagogia das compet ncias h uma forte cr tica ao ensino transmissivo de conte dos Estes transformam se em insumos para o desenvolvimento de habilidades e s o escolhidos com base nas compet ncias que se quer desenvolver atribuindo se aos saberes escol
73. o homem atrav s do seu trabalho atuava transformando a natureza para produzir produtos que visavam 101 atender suas necessidades de sobreviv ncia culturais e materiais na sociedade capitalista isso foi profundamente alterado A partir de ent o n o ser mais a necessidade do trabalhador que orientar a rela o homem natureza mas sim as novas car ncias estimuladas pelo consumismo A natureza e o homem tornam se recursos utilizados com fins acumula o de capital Como se percebe o sistema de capital come a a se constituir quando ocorre a separa o artificial entre o homem e a natureza ou seja a separa o do trabalhador das condi es naturais expropria o em rela o natureza e comunidade primitiva ou natural e das condi es objetivas de realiza o da atividade produtiva MARX 1983 A passagem do trabalho enquanto satisfa o da necessidade para o de acumula o de capital constitui na transforma o do trabalho objetivado concreto e real produtor de valor de uso em trabalho abstrato e geral produtor de valor de troca Isto na passagem para o trabalho alienado A partir de ent o o homem trabalha n o mais para satisfazer suas necessidades mas sim para produzir mercadorias para serem trocadas por outras mercadorias Os valores de uso objetivo econ mico das sociedades naturais se transformam em meros ve culos materiais dos valores de troca GOMEZ 2004 p 44 45 subo
74. o p s moderna S o Paulo Loyola 1998 HAYEK F A Os princ pios de uma ordem social liberal In CRESPIGNY A CRONIN J orgs Ideologias pol ticas Bras lia Editora da UnB 1998 HOBSBAWM E Era dos extremos O breve s culo XX 1914 1991 S o Paulo Companhia das Letras 1995 HUBERMAN L Hist ria da Riqueza do Homem Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1995 HUNT E K SHERMAN H J Hist ria do pensamento econ mico 20 ed Petr polis Vozes 2001 IANNL O O mundo do trabalho S o Paulo em perspectiva ano 8 n l p 2 12 jan mar 1994 KUENZER A A reforma do ensino t cnico no Brasil e suas conseqii ncias In Ensaio avalia o e pol ticas p blicas em educa o Rio de Janeiro Funda o Cesgranrio v 6 n 20 julho set 1998 189 Educa o profissional categorias para uma nova pedagogia do trabalho Boletim T cnico do SENAC Rio de Janeiro v 25 n 2 p 19 29 maio ago 1999 A educa o profissional nos anos 2000 a dimens o subordinada das pol ticas de inclus o In Educa o e Sociedade Campinas vol 27 n 96 Especial p 877 910 out 2006 LANDIM L A es em sociedade milit ncia caridade assist ncia etc Rio de Janeiro Nau 1998 LEAL M C As altera es sofridas pelos conceitos de Cultura Popular e Educa o Popular ao longo da Hist ria Brasileira do Imp rio Rep blica Rio de Janeiro 1985 mimeo LEHER R Educa o no Governo Lula da S
75. o pol tico ideol gica ou constitui o de espa os democr ticos de publiciza o dos conflitos sociais Muitas s o as opini es sobre a esfera p blica n o estatal Para os defensores da reforma o p blico n o estatal um tipo de propriedade no capitalismo contempor neo onde os servi os oferecidos pela publiciza o s o mais f ceis de serem controlados por parte da sociedade por meio dos Conselhos de Administra o dos diversos segmentos envolvidos SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 Para Raichellis 2000 Estado e interesses privados sempre tentaram impedir a consolida o de uma esfera p blica democr tica sendo por isso rduos e emblem ticos os caminhos percorridos pelos movimentos sociais na forma o de um espa o participativo e democr tico na esfera p blica estatal Isso foi alterado com a Constitui o de 1988 uma vez que ela fruto dos movimentos sociais da poca deu novos contornos participa o da sociedade na coisa p blica Compreendendo a esfera p blica n o estatal como a consolida o de uma luta hist rica em prol da democratiza o da esfera p blica para a autora esta nova 2 esfera o espa o de confronto e negocia o na cena pol tica de diferentes projetos de sociedade Este o aspecto positivo da esfera p blica n o estatal pois ao mesmo tempo reduz a onipot ncia do Estado e aumenta o espa o decis rio da sociedade civil em dire o ao p blico RAICHELLIS 2000 p 83
76. operadas no mundo do trabalho sem contudo apontar suas causas estruturais exceto uma que apontou a din mica do sistema capitalista como as causas desse processo As demais utilizaram se de um discurso de naturaliza o das mudan as ocorridas no mundo do trabalho e como tal n o vislumbram qualquer possibilidades de altera o do modelo s cio econ mico constitu do Como exp e Aranha 1989 p 8 a naturaliza o ocorre quando a justifica o dos fatos sup e que eles fa am parte da natureza das coisas e n o sejam o resultado da a o humana o que pode ser percebido na fala abaixo 153 A gente tem que atentar um pouco da realidade hoje do Brasil a gente n o pode fugir Por mais que todos n s at uma determinada poca tenhamos um sonho do emprego formal o da estabilidade financeira n n o da estabilidade financeira eu n o digo mas da coisa do seguro no trabalho de um trabalho seguro com todas as condi es todos os direitos eu acho que isso n o mais realidade hoje e n o sei se um dia a gente vai voltar a ter essa realidade MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Diante da atual impossibilidade concreta de satisfa o de empregos os objetivos da qualifica o profissional das entidades executoras apontam para a adequa o dos jovens ao contexto do n o emprego e da crise da sociedade salarial CASTEL 1998 Isto significa que as entidades operam em parte pela l gica da racionalidade instrum
77. os atendendo 100 jovens nas regi es de Pavuna e Pedra de Guaratiba Instituto de Qualidade de Vida IQUA VT Avenida Presidente Vargas n 583 grupo 404 Centro Rio de Janeiro Telefone 21 2508 7635 iquaviO iquavi org br Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro IMAC O IMAC oferecer cursos de vendedores do com rcio varejista especialmente em lojas de artigos fotogr ficos atendendo 100 jovens em Cidade Alta e Ilha do Governador Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro IMAC Rua Gonzaga Bastos 312 sobrado Vila Isabel Tel 3185 5921 3238 0650 http www imagemcidadania org br em constru o Instituto SERE Servi os e Estudos de Realiza o Empresarial Social O Instituto SERE foi criado em 1992 como um projeto da Funda o Friedrich Ebert FES Desde 2000 uma Organiza o da Sociedade Civil de Interesse P blico OSCIP com o objetivo de contribuir para a formula o de instrumentos e a implementa o de pol ticas de apoio ao desenvolvimento sustent vel de regi es munic pios comunidades e grupos O instituto oferecer a 55 vagas com foco em jovens atendidos no CREAM Bangu nos cursos de auxiliar de constru o civil eletricista predial gar om rotina de departamento pessoal t cnicas de secretariado e operador de telemarketing Instituto SERE Servi os e Estudos de Realiza o Empresarial Social Rua da Lapa 180 Gr 509 510 Centro Rio de Janeiro 205 Tel 2507 5908 e 2507 91
78. outubro de 1997 que disp e entre outras coisas sobre a cria o do Programa Nacional de Publiciza o e a qualifica o de entidades como organiza es sociais Para o ex ministro Bresser Pereira as organiza es civis sem fins lucrativos assumiriam o estatuto de institui es p blicas n o estatais quando viessem a estabelecer parcerias com organismos governamentais para prestar servi os b sicos Portanto o programa 103 Segundo Landim 1998 as institui es pertencentes ao Terceiro Setor s o aquelas que fazem parte da sociedade civil uma vez que elas n o pertencem ao Estado primeiro setor e nem ao mercado segundo setor S o elas organiza es n o governamentais ONGs funda es entidades filantr picas beneficientes ou de caridade associa es sindicatos e outras organiza es da sociedade civil sem fins lucrativos Por outro lado Montafio 2002 p 275 6 exp e o quanto o conceito terceiro setor ideol gico tendo esta setorializa o da realidade forte funcionalidade com o atual processo de reestrutura o do capital Para o autor ao segmentar realidade social em tr s setores ao considerar o primeiro o Estado como burocr tico lento corrupto ineficiente radiador dos valores e interesses do capital e n o como uma arena de lutas e o segundo o mercado tamb m na exclusiva domina o capitalista ignorando as lutas de classes ali desenvolvidas deriva se na conc
79. para a cr tica ao modelo neoliberal e para a perspectiva de mudan as se os gestores e coordenadores das entidades executoras assumem o discurso conformista de que n o h mais possibilidade de mudan a 5 3 Efetividade Social e Pol tica das A es de Qualifica o Profissional O PNPE CSJ na sua ess ncia n o se diferencia das pol ticas implementadas na d cada de 1990 sob forte vi s neoliberal Assim como as pol ticas focalizadas o PNPE tamb m centra sua aten o nos mais vulner veis e ao oferecer bolsa aux lio de cento e vinte reais aos jovens participantes segue o formato das pol ticas sociais que como nos mostraram Oliveira e Duarte 2005 passaram orientar se por meio da articula o n o mais entre trabalho e renda mas sim entre renda e educa o Apesar das coordenadoras afirmarem que a as a es de qualifica o profissional t m como objetivos al m do conhecimento t cnico do ramo estudado a constru o da consci ncia cr tica e a inclus o social que n o se d por meio do trabalho mas atrav s das informa es se voc sabe quem que tem determinada vaga pra alguma coisa onde que voc consegue determinado servi o seja m dico seja da assist ncia seja da educa o MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL vimos afirmando no decorrer desse cap tulo que as a es se realizam mais na perspectiva de adapta o dos jovens ao modelo econ mico vigente e no incentivo em buscarem o
80. passado a m dia entre dez ocupados com idade entre 15 e 24 anos era de quatro aut nomos para seis assalariados vivendo toda a precariedade do trabalho aut nomo baixos rendimentos instabilidade ocupacional altas jornadas de trabalho alta rotatividade e aus ncia de mecanismos de prote o social e trabalhista A expans o do desemprego foi algo constante no Brasil durante toda d cada de 1990 atingindo os trabalhadores de diversas faixas et rias em virtude da reestrutura o produtiva e da ado o do pa s s orienta es neoliberais Todavia a taxa de desemprego juvenil foi superior taxa de desemprego total A pesquisa do DIEESE realizada em 2005 mostra que num universo com 3 241 milh es de trabalhadores sem emprego no pa s com mais de 16 anos 1 473 milh o est na faixa et ria entre 16 e 24 anos o correspondente a 45 5 do total 76 Os resultados foram publicados no Jornal O Globo Caderno Economia Rio de Janeiro p 29 14 de setembro de 2006 88 As maiores taxas encontram se nas regi es metropolitanas De acordo com IBGE em Recife Salvador Belo Horizonte Rio de Janeiro S o Paulo e Porto Alegre o desemprego em setembro de 2003 chegou a 40 9 na faixa dos 15 aos 17 anos de idade e ficou em 24 5 para quem tinha entre 18 e 24 anos Em 2006 a taxa caiu para 31 8 e 21 respectivamente Isso significa que em setembro de 2006 havia 1 068 milh o de jovens desempregados nas seis regi es metropolitanas o que
81. pela Lei n 5370 de 15 de dezembro de 1967 com a finalidade de oferecer a alfabetiza o e as quatro primeiras s ries do ensino fundamental popula o da faixa et ria de 15 a 30 anos PAIVA 1987 Embora j houvesse um consenso mundial em torno da inefici ncia das campanhas de alfabetiza o o MOBRAL n o parou de crescer durante toda a d cada de 1970 e se tornou a principal pol tica de atendimento educacional de jovens e adultos dos governos militares significando para muitos educadores um retrocesso s experi ncias do final da d cada de 1940 Segundo Freitag 2005 com o Mobral pela primeira vez a alfabetiza o assumia car ter t o evidentemente ideol gico visando de forma expl cita inculcar nos trabalhadores os valores do capitalismo autorit rio Com o impulso ao desenvolvimento industrial posto em pr tica pelos governos militares e refor ado pelo otimismo do milagre econ mico e pelas propagandas ufanistas que expressavam ser este o pa s que vai pra frente cresciam no Brasil as experi ncias que concebiam a educa o como instrumento para a forma o de recursos humanos Teoria do Capital Humano dentro dos padr es de exig ncia do modelo de industrializa o implantado Proibida a organiza o dos movimentos de educa o e cultura popular como o MCP e os CPCs o tecnicismo e o economicismo na educa o foram as marcas das experi ncias apresentadas no per odo As rela es estreitas co
82. pesquisa O Movimento Oper rio Luz dos Processos Criminais sob a orienta o da Prof Dra Len Medeiros seja no Curso de P s Gradua o Lato Sensu realizado no Departamento de Hist ria da Universidade Federal Fluminense UFF sob as orienta es do Prof Dr Marcos Alvito e da Prof Dra Magali Engels quando investiguei os mecanismos de controle sobre as classes dos trabalhadores no per odo recente p s aboli o Nesses estudos a escola e as quest es referentes escolariza o sempre estiveram presentes uma vez que elas j constavam na pauta de reivindica es dos trabalhadores do in cio do s culo XX atrav s de seus sindicatos e associa es de ajuda m tua Como filho de metal rgico sei bem das lutas dos trabalhadores para manterem seus filhos na escola visto que as necessidades familiares levam os jovens a se submeterem cada vez mais cedo aos trabalhos precarizados Como professor da rede p blica regular presenciei a perda da escola perda nossa de muitos alunos para o supermercado em frente diante da necessidade de muitas crian as e adolescentes de ganharem uns trocados por cada bolsa empacotada Como professor da modalidade EJA e de v rios Projetos Programas como o Telecurso 2000 realizados nas empresas Associa es de Moradores ou em outros espa os comunit rios presenciei as expectativas e esperan as que os trabalhadores nutrem com a escola alimentados pela 11 ideologia liberal
83. populares s o os mais atingidos pelas fragilidades do sistema educacional pelas mudan as no mundo do trabalho e os mais destitu dos de apoio de redes de prote o da encontrar se em maior estado de vulnerabilidade social Assim como salienta Salgado 2005 entre os principais problemas com os quais se deparam os jovens brasileiros hoje est o o acesso restrito educa o de qualidade as fr geis condi es para a perman ncia nos sistemas escolares e a inadequa o da qualifica o para o mundo do trabalho 8 Dados publicado no Jornal O Globo de 07 de novembro de 2006 93 H de se considerar que as mudan as operadas pela ordem neoliberal principalmente no mundo do trabalho tornaram cada vez mais prementes as necessidades de jovens e adultos trabalhadores em acelerar os estudos o que procuram fazer seja por meio do chamado ensino noturno regular ou de Projetos Programas desenvolvidos por organiza es da sociedade civil em parceria com o Estado como o Telecurso 2000 Por outro lado as pesquisas realizadas por diversos Institutos evidenciam que o segmento populacional mais fortemente atingido por velhos e novos mecanismos de exclus o social a juventude brasileira entre 15 e 24 anos Elas refor am o quadro das desigualdades sociais entre os jovens brasileiros indicando a urg ncia de pol ticas p blicas voltadas para o aumento da escolaridade do jovem a qualifica o profissional a participa o social a
84. postos de trabalho formais e prepara o para o primeiro emprego MTE TERMO DE REFER NCIA CSJ 2003 Para isso as entidades conveniadas t m o dever de inserir no m nimo 30 dos jovens nele matriculados ap s a conclus o de no m nimo 80 da carga hor ria prevista para as a es de qualifica o A compreens o do MTE sobre o primeiro emprego n o restringe se ao 149 emprego de carteira assinada e aos demais direitos trabalhistas garantidos As diversas modalidades do mercado informal trabalho aut nomo presta o de servi os cooperativismo empreendedorismo servi o tempor rio est gios s o consideradas para a contabiliza o da referida percentagem A inser o no mercado formal uma das principais dificuldades apontadas pelas coordenadoras das entidades pesquisadas principalmente dos jovens que n o possuem experi ncia profissional e t m baixa escolaridade Assim para uma das coordenadoras a concep o do MTE de considerar outras possibilidades al m da inser o no mercado formal trata se de uma vis o mais ampliada visto que cada vez mais o mercado tem contratado cada vez menos pessoas com carteira assinada BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL A inser o no mercado de trabalho formal parece ser a proposta politicamente correta para as coordenadoras sendo apontada como a inser o desej vel no primeiro momento das entrevistas realizadas com elas Por m na an lise depurada das mesmas
85. que viesse atender aos interesses do setor produtivo e frear a press o das classes subalternas por reformas entre elas a educacional A nova Lei n 5692 71 reorientou as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Estendeu para oito anos a escolaridade obrigat ria e instituiu a profissionaliza o compuls ria no ensino m dio Dedicou pela primeira vez na legisla o educacional um capitulo pr prio a EJA diferenciando a do ensino regular b sico e secund rio e regulamentou as diversas modalidades da educa o de jovens e adultos ensino supletivo centros de estudos e ensino a dist ncia Apesar de limitar o dever do Estado faixa et ria dos sete aos catorze anos reconhecia a educa o de adultos como um direito de cidadania HADDAD 2000 A flexibilidade foi um dos componentes mais significativos do atendimento educativo preconizado por esta lei DI PIERRO JOIA RIBEIRO 2001 Ata de 2001 aponta que diversas atividades foram agrupadas sob o t tulo de Ensino Supletivo como a a escolariza o de jovens e adultos b a qualifica o profissional promovida pelo Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENATI e outras institui es similares e c os antigos Segundo Cunha 2000 apesar da justificativa econ mica ou seja de que o pa s embalado pela euforia do milagre econ mico precisava de profissionais de cursos t cnicos para se desenvolver a profissionaliza o compuls ria tinha uma fun o pol
86. refor am o apartheid social reproduzindo e aprofundando as desigualdades sociais existentes uma vez que de forma unilateral destinam para os jovens das camadas populares uma qualifica o voltada para o segmento do trabalho repetitivo de execu o e operacionaliza o ao passo que o trabalho criativo de concep o e elabora o fica reservado para um outro grupo social Transmitido pelas entidades executoras n o como um dever do Estado e um direito dos jovens mas sim como uma oportunidade dada a eles pelo governo o PNPE concebido como benesse pelos jovens que agradecem pela oportunidade dada parecendo terem aprendido a li o da paci ncia da conforma o e da adapta o comportamento esperado de todo bom parceiro e colaborador Os intelectuais org nicos do capital conscientes de que n o d para manter a governabilidade diante da conjuntura potencialmente conflituosa devido enorme desigualdade social e o crescimento da viol ncia urbana sentem a necessidade de re estabelecer os la os danificados pela l gica neoliberal tal como a fam lia o sentimento de pertencimento comunidade e sociedade Apostando no capital social as pol ticas devem 183 orientar se para a costura desses la os danificados Talvez este seja o prop sito das 100 horas reservadas ao Servi o Social Volunt rio que os jovens devem cumprir mesmo que n o haja uma orienta o de como ele deva acontecer Neste sentido mais do que
87. regulador indutor coordenador e mobilizador dos agentes econ micos e sociais No Brasil assim como nos pa ses centrais justificava se a reforma como condi o para solu o dos problemas brasileiros uma vez que o Estado com o seu gigantismo era o grande culpado das crises econ mica pol tica e no nosso caso tamb m moral pois onerava os cofres p blicos com gastos desnecess rios al m de burocratizar a a o emperrando a m quina e impedindo sua efici ncia SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 RAICHELIS 2000 DI PIERRO 2001 MONTANO 2002 Neste sentido a reforma do Estado significava superar de vez a crise fiscal de forma que o pa s volte a apresentar uma poupan a p blica que lhe permita estabilizar solidamente os pre os e financiar os investimentos Significa completar a mudan a na forma de interven o do Estado no plano econ mico e social atrav s de reformas voltadas para o mercado e para a justi a social Reformar o Estado significa finalmente rever a estrutura do aparelho estatal e do seu pessoal a partir de uma cr tica n o apenas das velhas pr ticas patrimonialistas ou clientelistas mas tamb m do modelo burocr tico cl ssico com o objetivo de tornar seus servi os mais baratos e de melhor qualidade BRESSER PEREIRA apud SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 p 29 59 Para atingir a efici ncia agilidade e a qualidade dos servi os prestados pelo Estado Bresser Pereira apud SILVA JUNIOR SGUISSARDI
88. ria equivalente para a qualifica o b sica e espec fica os cursos n o se estruturam na perspectiva da omnilateralidade defendida por Marx 1978 e Gramsci apud MANACORDA 1990 A qualifica o do Cons rcio Social da Juventude formatada segundo o modelo de educa o sob o ide rio neoliberal isto orientada aos interesses do mercado e para o desenvolvimento de compet ncias flex veis e empreg veis GENTILI 1998 DELUIZ 2004 KUENZER 1999 que capacite os jovens a adpatar se a sociedade do n o emprego e a se acostumar com o contrato de trabalho por tempo determinado n o est voltada para desenvolver nos jovens trabalhadores um processo de busca com fins supera o da aliena o do trabalho e nem preocupada com a forma o de um novo tipo de homem um intelectual que seja especialista e ao mesmo tempo dirigente MANACORDA 1990 p 184 Pelo exposto embora as entidades executoras orientem sua pr tica pedag gica metodol gica para a valoriza o da diversidade cultural tnica regional e de g nero e desenvolvam as tem ticas do trabalho e da cidadania conforme proposto no PNQ n o colocada a quest o da mudan a do modelo vigente ou a luta contra as reformas geradoras da 168 exclus o Como afirma Gohn 2002 essas entidades atuam para incluir no sistema econ mico atual de forma prec ria e sem direitos sociais os exclu dos pelo modelo econ mico Desse modo como esperar que estimulem os jovens
89. tica que era conter o acesso ao ensino superior N o se pode esquecer que o maior foco de oposi o aos governos militares estava no ensino superior e que uma das bandeiras do movimento estudantil era exatamente o aumento das vagas neste ensino 50 exames de madureza agora denominados exames supletivos A fim de abarcar toda esta heterogeneidade e tentando dar conta das demandas surgidas com o est gio do desenvolvimento industrial no pa s naquele momento o Parecer n 699 72 definiu as diretrizes curriculares do ensino supletivo A nova legisla o educacional tamb m viria contemplar os interesses pol ticos voltados para a manuten o da ordem estabelecida ao enfatizar a individualidade em detrimento da coletividade A cria o dos Centros de Estudos Supletivos cujo ensino era realizado por meio de m dulos de forma individual deixa claro que o interesse dos militares era impedir a associa o de trabalhadores e estudantes o que poderia lhes trazer s rias consegii ncias com a forma o de manifesta es p blicas e passeatas como as realizadas pela Uni o Nacional dos Estudantes UNE nos anos anteriores No Brasil na d cada de 1980 vem tona a armadilha a qual o crescimento econ mico estava assentado isto sua depend ncia aos investimentos internacionais A especula o financeira a impossibilidade em pagar a d vida externa junto ao Fundo Monet rio Internacional FMI e o corte do financiamento internacio
90. tomadas em conjunto FURTADO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL A princ pio pode se ter impress o de que o processo educativo do Cons rcio concilia ci ncia e trabalho dimens o t cnico cient fica uma vez que a qualifica o b sica pauta se no apoio eleva o da escolaridade e no trabalho com temas transversais No entanto por meio das observa es de algumas aulas e pela coleta de dados com os diversos sujeitos da pesquisa a qualifica o profissional no Cons rcio n o se conduz no vi s da matriz cr tica como apregoado por Marx apud MANACORDA 1991 e Gramsci 1995 mas sim na perspectiva de Smith 1985 ou seja uma educa o m nima necess ria para que n o se coloque em risco a ordem econ mico social j que a desqualifica o do trabalho um processo inexor vel inerente ao capitalismo Gramsci 1995 prop e uma escola voltada para a forma o de homens completos omnilaterais uma escola que seja ao mesmo tempo de cultura e trabalho e como tal conduza os educandos ao itiner rio da t cnica trabalho t cnica ci ncia e concep o human stico hist rica que certamente n o pode ser a tradicional em sua totalidade Ao propor tal escola Gramsci estava configurando um novo princ pio educativo Princ pio este que a forma o de um novo tipo de homem de um intelectual que seja especialista e ao mesmo tempo dirigente Por meio de um sistema educacional n o mais pautado na dualidade o referi
91. um conjunto heter clito e contradit rio de setores n o apenas diversos mas fundamentalmente antag nicos como tamb m leva a pensar esta esfera n o como espa o de lutas mas como um sujeito Ou seja a sociedade civil como sujeito de lutas populares contra os sujeitos da domina o pol tica Estado e econ mica mercado Assim conclui o autor ibid p 275 as lutas s o vistas n o como lutas internas sociedade mas como o enfrentamento desta unidade transformada em sujeito contra seus supostos oponentes o Estado e ou mercado Nogueira 2003 denominou esta concep o de sociedade civil liberal Nela n o h lugar para a quest o da hegemonia os atores atuam para obter vantagens ou para obter maiores dividendos para si Constitui se em um espa o onde pode existir oposi o mas n o contesta o 102 No Brasil essa abordagem n o exclusiva da d cada de 1990 Chau 1982 refletindo sobre o pensamento social cat lico democracia crist destaca o entendimento da inexist ncia de interesses antag nicos na sociedade ou diferen as no poder de press o para realiz los Considerando entre outros a escola o bairro o sindicato a empresa e o Estado como comunidades prevalece a id ia de interesses gerais de um pluralismo pol tico que visa harmonia capitalista 130 4 2 A Esfera P blica N o Estatal e o Programa de Parceria P blico Privado Al m de alterar profundamente os con
92. um se descubra Ent o o que a gente pede o tempo todo que os educadores fiquem com esse olhar mais agu ado para perceber e pra observar e n o pra determinar que o jovem tem que fazer assim ou assado A gente parte do princ pio que ele j tem o conhecimento O que a gente quer que eles se descubram e que eles entendam a quest o da responsabilidade SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Por essa raz o tamb m que os Cadernos Pedag gicos B sicos s o trabalhados de modo flex vel n o sendo seguida sua ordem segiiencial mas sim de acordo com a demanda do grupo N s temos essa id ia da constru o mesmo do pensamento da participa o do jovem ent o a aula pode simplesmente ser interrompida por uma quest o e ser dada a continuidade posteriormente FURTADO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL Em rela o parte espec fica n o existe um material pr prio para as oficinas Cada instrutor leva o seu material para a sala de aula Na forma o espec fica a aula predominantemente baseada no fazer na pr tica tal como constatou Kuenzer 2006 em pesquisa realizada sobre outra a o do PNPE A constru o civil o mestre de obras ele trabalha na pr tica Ele ensina ele fala ele senta com os jovens mesmo na sala l no espa o em cadeira que e pra eles escreverem fazerem desenho essas coisas SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Um ponto comum entre as entidades executoras a dificuldade n
93. 00 186 Notas para uma leitura da teoria da viol ncia simb lica In Educa o e Sociedade n 4 set 1979 p 79 110 Educa o e desenvolvimento social no Brasil 5 ed Rio de Janeiro Editora Francisco Alves 1980 DEL PINO M Pol tica educacional emprego e exclus o social In GENTILI P FRIGOTTO G A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho 3 ed Rio de Janeiro Cortez Buenos Aires Argentina CLACSO 2002 DELUIZ N A globaliza o econ mica e os desafios forma o profissional Boletim T cnico do SENAC Rio de Janeiro v 30 n 3 set dez 2004 GONZALEZ W PINHEIRO B Ongs e Pol ticas P blicas de Educa o Profissional propostas para a educa o dos trabalhadores Boletim T cnico do Senac Rio de Janeiro v 29 n 2 maio ago 2003 DI PIERRO M Educa o de Jovens e Adultos no Brasil Quest es face s pol ticas p blicas recentes Em Aberto Bras lia DF ano 11 n 56 out dez 1994 Descentraliza o focaliza o e parceria uma an lise das tend ncias nas pol ticas p blicas de educa o de jovens e adultos In Educa o e Pesquisa S o Paulo v 27 n 2 p 321 337 jul dez 2001 JOIA O RIBEIRO V M Vis es da educa o de jovens e adultos no Brasil In Caderno Cedes Campinas v 21 n 55 nov 2001 DREIFUSS R A 1964 A Conquista do Estado 6 ed S o Paulo Vozes 2006 DUPAS G Tens es contempor neas ent
94. 09 O PNQ prop e operacionalizar as pol ticas de educa o profissional do governo Lula com base em tr s linhas program ticas 1 na proposta reformulada do PLANFOR atrav s de a es que integram o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador CODEFAT com recursos cada vez mais ex guos do FAT 2 em programas que apresentam efetiva vincula o com a educa o b sica 3 nas a es que fazem parte do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego uma delas objeto de investiga o desta pesquisa Nas palavras do ent o Ministro do Trabalho e Emprego Jacques Wagner o PNQ buscava a supera o da condi o de pol tica compensat ria MTE SPPE DEQ 2003 Para isso o governo Lula atrav s do MTE admite o problema do emprego como uma quest o social e a qualifica o profissional na perspectiva do direito social devendo ser objeto de uma pol tica nacionalmente articulada e controlada socialmente Mais do que uma a o formativa de conte do t cnico visando t o somente uma inclus o produtiva a qualifica o deve orientar se para a busca de uma inclus o cidad V RAS DE OLIVEIRA 2007 Trata se 78 portanto de uma qualifica o social e profissional por meio da integra o entre educa o b sica e profissional N o obstante o car ter recente dos dados do primeiro mandato do Governo Lula em rela o s pol ticas de educa o profissional o que tem se verificado at o momento que as
95. 17 http www sere org br sere O sere org br Grupo de Aposentados e Pensionistas Unidos Venceremos GAPUVE O Grupo de Aposentados e Pensionistas Unidos Venceremos foi legalmente em 1989 Sua funda o se deve a necessidade que os aposentados sentiam de se reunirem para se organizarem a fim de conhecerem seus direitos e deveres perante a sociedade e formarem grupos de ajuda m tua A partir de ent o o GAPUVE al m das atividades sociais ap ia projetos de inser o de jovens afro descendentes mulheres deficientes f sicos e egressos do sistema penal e outros segmentos da sociedade Os principais projetos desenvolvidos est o na rea de educa o e esporte O Gapuve oferecer cursos de soldadores operadores de supermercado agentes de atendimento ao p blico artes os na rea de reciclagem de produtos atendendo 100 jovens na regi o de Volta Redonda GAPUVE Av dos Oitis n 648 Vila Mury Volta Redonda Tel 24 3347 7318 e mail omsacastro Obol com br Pr Apoio Comunit rio PAC O PAC atender 100 jovens nas localidades do Chap u Mangueira Cascadura e Mag oferecendo os cursos de cabelo afro corte e costura artesanato em biscuit e marchetaria Viva Rio O Viva Rio desenvolve campanhas de paz e projetos sociais em cinco reas direitos humanos e seguran a p blica desenvolvimento comunit rio educa o esportes e meio ambiente Hoje atua em cerca de 350 favelas e comunidades de baixa renda da Regi o Metr
96. 1990 No entanto esse 135 crescimento das ONGs e sua parceria com o Estado n o um fen meno exclusivamente brasileiro ou latino americano mas sim um fen meno global tendo sido iniciado nos pa ses centrais do capitalismo mundial Se as colabora es das ONGs com o Banco Mundial j era algo posto no in cio da d cada de 1990 conforme relat rio de 1993 da referida institui o financeira ARRUDA 2003 foi desde a d cada de 1980 entretanto que o Banco Mundial e os governos europeus e norte americanos passaram a dar grande aten o s ONGs aumentando a destina o de verbas para elas n o s por consider las mais eficientes que as ag ncias governamentais como assinala Gohn 1997 mas principalmente segundo Petras apud MONTANO 2007 para enfraquecer a oposi o ao neoliberalismo Para o referido autor setores das classes dirigentes neoliberais perceberam que suas pol ticas estavam polarizando a sociedade e ent o come aram a financiar e a promover uma estrat gia paralela de baixo a promo o de organiza es comunit rias de base com uma ideologia antiestatal para intervir nas classes potencialmente conflitivas para criar um amortecedor social Na verdade o Banco Mundial os regimes neoliberais e as funda es ocidentais cooptaram e encorajaram as ONGs a solapar o Welfare State nacional oferecendo servi os sociais para compensar as v timas das corpora es multinacionais PETRA
97. 1990 a EJA adquire uma nova identidade em virtude da forte influ ncia das ag ncias de financiamento internacional nas orienta es das pol ticas educacionais Todavia antes de retratarmos a educa o brasileira sob o ide rio neoliberal consideramos importante apresentar os principais pontos da doutrina neoliberal a consolida o desta pol tica nos pa ses de capitalismo central e o seu avan o aos pa ses perif ricos em especial o Brasil 2 4 O Contexto Neoliberal a precariza o do trabalho e as pol ticas focais A partir de 1973 chegava se ao fim a Era do Ouro assim denominado por Hobsbawm 1995 afogado em que estava o mundo capitalista em excessos de fundos e com poucas reas produtivas para investimento passando as grandes pot ncias a viverem um per odo de recess o prolongada caracterizada pela desacelera o do crescimento aumento da infla o e do desemprego As s rias crises vividas pelos pa ses do capitalismo central agravadas pelos efeitos da OPEP em aumentar os pre os do petr leo e pela decis o dos rabes em embargar as 53 exporta es de petr leo para o Ocidente durante a guerra rabe israelense de 1973 assim como os fracos resultados das pol ticas de estabiliza o at ent o implementadas levaram os conservadores liberais realizarem uma virulenta virada chegando ao poder na Inglaterra Estados Unidos e Alemanha entre 1979 e 1982 e colocando em pr tica o receitu rio neoliberal FIO
98. 2508 7635 http www iquavi org br iquaviO iquavi org br Instituto Imagem e Cidadania IMAC O Instituto Imagem e Cidadania tem longos anos de milit ncia junto ao movimento social e de ONGs e busca discutir com a sociedade a formula o de pol ticas alternativas para quest es tais como meio ambiente direitos humanos comunica o e gera o de emprego e renda A institui o tamb m tem como objetivo do Imagem e Cidadania estimular a produ o cultural e art stica na cidade O IMAC oferecer 60 vagas no curso de fot grafo e editor de jornal popular na regi o de Vila Isabel e adjac ncias Rua Gonzaga Bastos 312 sobrado Vila Isabel Tel 3185 5921 3238 0650 http www imagemcidadania org br em constru o Instituto SERE Servi os e Estudos de Realiza o Empresarial Social O Instituto SERE foi criado em 1992 como um projeto da Funda o Friedrich Ebert FES Desde 2000 uma Organiza o da Sociedade Civil de Interesse P blico OSCIP com o objetivo de contribuir para a formula o de instrumentos e a implementa o de pol ticas de 199 apoio ao desenvolvimento sustent vel de regi es munic pios comunidades e grupos Capacitar 100 jovens no CRIAM BANGU em oficinas de Turismo e Hospitalidade Comunica o e Marketing Alimenta o Esporte e Lazer e Vestu rio Rua da Lapa 180 Gr 509 510 Centro Rio de Janeiro Tel 2507 5908 e 2507 9117 http www sere org br sere O sere org br Institut
99. 5 p 91 Neste sentido a oferta da escolariza o n o poderia mais estar sob a responsabilidade majoritariamente das entidades privadas como fora at ent o A educa o deveria ser controlada pelo Estado devendo regular sua organiza o e funcionamento A cria o do Minist rio da Educa o e Sa de sinaliza esta nova orienta o estatal assim como a 2 Dos 49 418 estabelecimentos que haviam por ocasi o do Censo Industrial de 1940 nada menos de 34 691 tinham sido fundados depois de 1930 sendo que 26 881 entre 1933 e a data do Censo 1940 MENDES JR MARANH O 1991 apud CARCERES 1993 N o consenso na historiografia afirmar que um novo modelo econ mico tenha sido verificado ao longo da d cada de 1930 Alguns autores evidenciam a continuidade de velhas praticas econ micas ao longo dessa d cada n o tendo a Revolu o de 1930 alterada profunda e radicalmente as estruturas Moderniza o conservadora na verdade onde o Estado moderniza o pa s criando ind strias e implantando inova es tecnol gicas sem modificar os fundamentos econ micos e sociais do pa s 36 Constitui o de 1934 ao estabelecer no artigo 150 o dever do Estado em rela o ao ensino prim rio integral gratuito e de frequ ncia obrigat ria extensivo inclusive aos adultos F VERO 1996 apud FREITAG 2005 p 91 O crescente interesse do governo Vargas em promover a industrializa o do pa s a partir de 1937 refletiu no c
100. 64 onde o presidente Jo o Goulart discursou para aproximadamente 150 mil pessoas que al m de prometer mudar os impostos taxando os mais ricos radicalizou sua promessa de reforma agr ria e reforma urbana o que assustou os propriet rios de im veis residenciais nas cidades e do outro ainda em mar o do mesmo ano a Marcha da Fam lia com Deus pela Liberdade uma esp cie de resposta conservadora ao com cio da Central 43 Somente em mar o de 1963 o ndice do pre o subiu 9 causando um aumento para os tr s primeiros meses de 16 SKIDMORE 1988 Na rea educacional tais agita es se traduziram em fortes embates preciso considerar que a intensifica o do capitalismo industrial no Brasil gerou uma crescente demanda social de educa o e embora tenha ocorrido a expans o do sistema educacional este se deu de maneira improvisada visto que segundo Romanelli 1998 o Estado agira mais com vistas ao atendimento das press es do que propriamente com vistas a uma pol tica nacional de educa o Resultou da que esse crescimento n o se fez de forma satisfat ria nem em rela o quantidade nem em rela o qualidade pois a estrutura escolar n o sofreu mudan as substanciais ibid p 61 62 No campo da educa o de jovens e adultos os embates refletiram as diferentes concep es que os diversos atores sociais possu am sobre as finalidades da educa o De um lado a que concebia o processo educativo
101. 7 da popula o residente em domic lios particulares permanentes s o analfabetas Do total da popula o analfabeta 8 4 s o jovens de 15 a 24 anos ANDRADE PAIVA 2004 GR FICO 1 ESCOLARIDADE JOVENS DE 15 A 24 ANOS o o minoes unnam conclu do o Ensino M dio Somente 20 1 2 milhoes s o analfabetos 4 2 1 milh es cursaram pelo menos um ano de Ensino Superior 6 12 9 milh es n o conclu ram o Ensino 5 7 milh es tinham 4 5 milh es Fundamental come ado o Ensino conclu ram o Ensino 39 M dio mas n o Fundamental haviam concluido 14 17 Fonte Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lio PNAD 2002 exceto os jovens da Regi o Norte incluindo Tocantins Embora segundo o IBGE a taxa de escolariza o dos jovens de 15 a 17 anos tenha aumentado cerca de 33 nos ltimos dez anos atingindo 82 4 em 2003 principalmente por causa do aumento das exig ncias do mercado de trabalho ainda assim grande o n mero dos que n o est o estudando 17 62 Logo a expans o da escolaridade n o implicou a retirada dos jovens no mundo do trabalho Por outro lado cabe mais uma vez ratificar que apesar desse crescimento verificou se que em uma d cada os recursos para a educa o diminu ram em vez de se observar um A UNESCO aponta como principal motivo para o abandono da escola nesta faixa et ria o surgimento de uma oportunidade de trabalho para 25 dos meninos e a
102. AC que s o nossos objetos de investiga o al m da ACB Cada entidade executora trabalha com n meros variados de jovens em suas oficinas A meta do Cons rcio em 2006 e 2007 foi qualificar respectivamente 1700 e 2000 jovens e inserir 510 e 600 no mercado de trabalho Concordando com a afirmativa de que a produ o do conhecimento constitui um processo cumulativo coletivamente constru do ALVES MAZZOTTI GEWANDSZNADJER 2000 esta pesquisa pretende dar continuidade pesquisa coordenada por Deluiz 2006 que analisou a atua o das ONGs que desenvolveram a es de qualifica o profissional no mbito do PLANFOR no per odo de 2001 2003 no Estado do Rio de Janeiro Assim considerando 1 os resultados da pesquisa coordenada por Deluiz 2006 onde se constatou que as pr ticas das ONGs s o inconsistentes e se distanciam da possibilidade de viabilizar uma efetiva participa o na esfera p blica por parte dos segmentos sociais tradicionalmente exclu dos do conhecimento e do exerc cio da cidadania 2 a 14 Em 2006 as entidades escolhidas foram a Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o Coopera o para o Desenvolvimento e Morada Humana CDM Centro de Articula o de Popula es Marginalizadas CEAP Centro de Assessoria ao Movimento Popular CAMPO Instituto Beneficiente Brasil It lia Instituto de Qualidade e Vida IQUAVI Grupo de Aposentados e Pensionistas Unidos Venceremos GAPUVE
103. E LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACB A o Comunit ria do Brasil CAPES Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CEAA Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos CEPAL Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e Caribe CGT Confedera o Geral dos Trabalhadores CNBB Confedera o Nacional de Bispos do Brasil CNER Campanha Nacional de Educa o Rural CONAM Confedera o Nacional das Associa es de Moradores CPC Centro Popular de Cultura CSJ Cons rcio Social da Juventude BNDE Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos EJA Educa o de Jovens e Adultos FAT Fundo de Amparo do Trabalhador FMI Fundo Monet rio Internacional FBR Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o FUNDEF Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do ensino Fundamental e Valoriza o do Magist rio IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IMAC Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro IPEA Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada ISEB Instituto Superior de Estudos Brasileiros LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional MARE Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado MEB Movimento de Educa o no Brasil MEC Minist rio da Educa o e Cultura MCP Movimento de Cultura Popular MNCA Mobiliza o Na
104. EDUCA O NAS MATRIZES LIBERAL E CR TICA EMANCIPAT RIA eee crer eeneeee aee meereererer eremita 104 4 AS ARMADILHAS DA POL TICA NEOLIBERAL 118 13 4 1 DO CONFRONTO COLABORA O A SOCIEDADE CIVIL EM DISCUSS O 4 2 A ESFERA P BLICA N O ESTATAL E O PROGRAMA DE PARCERIA P BLICO PRIVADO ss sir a pa Mp E A pd 130 4 3 AS ORGANIZA ES N O GOVERNAMENTAIS ONGs A PARCERIA PRIVIBEGIADA quis res aaa EN 134 4 4 O PROGRAMA NACIONAL DE EST MULO AO PRIMEIRO EMPREGO PNPE E O CONS RCIO SOCIAL DA JUVENTUDE A PARCERIA P BLICO PRIVADO EM 5 ENSINAR A PESCAR E N O DAR O PEIXE AS ONGs NO CAMPO DA QUALIFICA O PROFISSIONAL cassatsrmesacarrs casco sstnenaasusotnc anos daventio ocreiediiinisantotovemeio 147 5 1 OBJETIVOS E FINALIDADES DAS A ES DE QUALIFICA O PROFISSIONAL NA CONCEP O DAS ENTIDADES EXECUTORAS tirem 148 5 2 QUALIDADE PEDAG GICA DAS A ES DE QUALIFICA O PROFISSIONAL PROFISSIONAL ias Ati 0 asi Ra dna DD E RCA OO RS O O ER RAR 168 6 CONSIDERA OES FINAIS eee ceara 178 REFERENCIAS iai Li a a N 184 ENE NOS a a ER OE CN O a 194 14 1 INTRODU O A educa o de jovens e adultos EJA tem merecido a aten o de muitos pesquisadores de diversos centros de produ o do conhecimento em todo o pa s Revisando a literatura e a produ o acad mica sobre esta modalidade percebe se que alguns dos seus aspectos despertam maior interesse dos pesquisadores e
105. Estado moderno com suas m ltiplas determina es ainda n o havia explicitado plenamente COUTINHO 1987 123 sociedade civil designa o conjunto das institui es respons veis pela elabora o e ou difus o de valores simb licos de ideologias compreendendo o sistema escolar as igrejas os partidos pol ticos as organiza es profissionais os sindicatos os meios de comunica o as institui es de car ter cient fico e art stico etc COUTINHO 1987 p 66 Para o referido te rico italiano n o d para fazer a disjun o entre Estado e sociedade civil uma vez que est o simultaneamente separados e articulados Para ele h uma homogeneidade dial tica entre infra estrutura e superestrutura pois essas duas esferas sociedade pol tica e sociedade civil embora se distingam pela fun o que exercem na organiza o da vida social se articulam na reprodu o das rela es de poder ibid Portanto a tese do Estado ampliado constitui se em uma tese anti economicista e antiliberal pois supera n o s a fase econ mico corporativa das an lises de Marx como tamb m a separa o entre a sociedade pol tica e sociedade civil pr pria das teorias liberais Sem negar a exist ncia do aparato coercitivo Gramsci compreende o dom nio burgu s n o pela imposi o mas pelo consentimento O Estado o organizador deste consenso a hegemonia do capitalismo e a sociedade civil o l cus de disputa pelo consenso entre o bloco
106. LER et al A crise dos paradigmas em ci ncias sociais e os desafios para o s culo XXI Rio de Janeiro Contraponto 1999 ANDRADE E R PAIVA J Pol ticas P blicas de Direito Educa o de Jovens e Adultos no RJ Estudos da Regi o Metropolitana 27 Reuni o Anual da Anped GT 18 Caxambu M G 2004 ANTUNES R Adeus ao Trabalho Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho 10 ed S o Paulo Cortez Campinas SP Editora da Universidade Estadual de Campinas 2005 Trabalho e precariza o numa ordem neoliberal In GENTILI P FRIGOTTO G A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho 3 ed Rio de Janeiro Cortez Buenos Aires Argentina CLACSO 2002 ARANHA M L A Hist ria da Educa o S o Paulo Moderna 1989 ARRUDA 2003 In DE TOMMASI L WARDE M J HADDAD S orgs O Banco Mundial e as Pol ticas Educacionais 4 ed S o Paulo Cortez 2003 ATAIDE J IL Escolaridade b sica e demandas do mundo do trabalho Disserta o Mestrado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro 2001 BANCO MUNDIAL Do confronto colabora o rela o entre a sociedade civil o governo e o Banco Mundial Washington D C 2000 BARRETO M I As organiza es sociais na reforma do Estado brasileiro In BRESSER PEREIRA L C GRAU N C orgs O p blico n o estatal na reforma do Estado Rio de Janeiro FGV 1999 BATISTA
107. Mestrado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2005 WOOD E M Democracia contra capitalismo a renova o do materialismo hist rico S o Paulo Boitempo 2003 FOSTER J B Em defesa da hist ria Rio de Janeiro Zahar 1999 ZAGO N A entrevista e seu processo de constru o reflex es com base na experi ncia pr tica de pesquisa In ZAGO N CARVALHO M P VILELA R A T org Itiner rios de Pesquisa pesquisas qualitativas em sociologia da educa o Rio de janeiro DP amp A 2003 FONTES ORAIS BOTELHO M Processos pol ticos institucionais qualidade pedag gica e impactos sociais Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro Entrevista concedida ao pesquisador em 16 11 07 FURTADO B Qualidade pedag gica e impactos sociais Instituto Imagem e Cidadania Rio de Janeiro Entrevista concedida ao pesquisador em 10 09 07 MOREIRA C Processos pol ticos institucionais e impactos sociais Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o Entrevista concedida ao pesquisador em 06 10 06 MOURA C Qualidade pedag gica e impactos sociais A o Comunit ria do Brasil Entrevista concedida ao pesquisador em 25 10 07 193 SILVA A C Qualidade pedag gica e impactos sociais Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o Entrevista concedida ao pesquisador em 31 10 06 FONTES ON LINE http www mte gov br Futuro Trabalhador PrimeiroEmprego OProg
108. RE P Conscientiza o teoria e pr tica da liberta o Uma introdu o ao pensamento de Paulo Freire 3 ed S o Paulo Editora Moraes 1980 Alfabetiza o de adultos ela um que fazer neutro In Educa o e Sociedade Anol n 1 set p 64 70 1978 FREITAG B Escola Estado e Sociedade S o Paulo UNESP 1997 FRIGOTTO G Educa o Crise do Trabalho Assalariado e do Desenvolvimento teorias em conflito In FRIGOTTO G org Educa o e Crise do Trabalho Petr polis RJ Vozes 1998 Juventude trabalho e educa o no Brasil perplexidades desafios e perspectivas In NOVAES Regina VANNUCHI Paulo orgs Juventude e Sociedade trabalho educa o cultura e participa o S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2004 A dupla face do trabalho cria o e destrui o da vida In FRIGOTTO G CIAVATTA M orgs A experi ncia do trabalho e a educa o b sica 2 ed Rio de Janeiro DP amp A 2005 CIAVATTA M RAMOS M A pol tica de educa o profissional no governo Lula um percurso hist rico controvertido In Educa o amp Sociedade Campinas v 26 n 92 p 1087 1113 2005 FURTADO C An lise do Modelo Brasileiro 3 edi o Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1972 GATTI B A Grupo focal nas pesquisas em ci ncias sociais e humanas Bras lia L ber Livro Editora 2005 GENTILLI P Educar para o desemprego a desintegra o da promessa integradora I
109. RI 1997 HOBSBAWM 1995 Fiori 1997 mostra que embora as id ias centrais do neoliberalismo sejam as mesmas do liberalismo do s culo XVIII como a despolitiza o da economia a desregula o de todos os mercados a igualdade de oportunidades para todos e a descren a na justi a social alguns pontos distinguem o velho do novo liberalismo O principal deles o combate dos neoliberais a experi ncia do Estado de Bem Estar Social traduzido no embate entre de um lado as pol ticas voltadas para o crescimento universalidade de direitos e o pleno emprego e do outro as pol ticas de equil brio macroecon mico efici ncia e competitividade As principais cr ticas dos neoliberais ao Estado de Bem Estar Social a de que ele era recessivo interventor regulador e mal gastador ou seja o principal respons vel pela desacelera o econ mica do Estado nos anos 1970 De fato segundo Hobsbawm 1995 as finan as do governo dos principais pa ses capitalistas se viam espremidas entre enormes pagamentos de benef cios sociais que subiam mais depressa que as rendas do Estado Esse historiador ingl s mostra que no fim da d cada de 1970 todos os Estados capitalistas avan ados haviam se tornado Estados do Bem Estar Social com seis deles Austr lia B lgica Fran a Alemanha Ocidental It lia Pa ses Baixos gastando mais de 60 de seus or amentos na seguridade social Competi o flexibiliza o ajuste fiscal desregulamenta
110. S apud MONTANO 2007 p 271 No Brasil segundo Gohn 2001 as primeiras ONGs surgiram na d cada de 1980 na luta contra o regime militar e em apoio aos movimentos sociais Mas foi essencialmente nos anos de 1990 que elas ganharam for a e definiram seu campo de atua o Beneficiadas pela ajuda financeira internacional o crescimento das ONGs ocorreu simultaneamente ao enfraquecimento dos movimentos sociais Se at ent o elas estavam voltadas para o apoio aos 1 O termo ONG foi criado pela ONU Organiza es das Na es Unidas ap s a Segunda Guerra Mundial para nomear e definir o papel de organismos que representavam setores da sociedade n o ligados aos governos e ao mundo das empresas privadas relacionadas principalmente a rea da sa de p blica ao apoio a reivindica es de paz ou campanhas contra guerras e a lutas pela democracia entre outros SANTOS 2004 No Brasil segundo Gohn 1997 p 60 o termo ONG refere se a um tipo peculiar de organiza o da sociedade Trata se de um agrupamento de pessoas organizado sob a forma de uma institui o da sociedade civil que se declara sem fins lucrativos com o objetivo de lutar e ou apoiar causas coletivas 107 Segundo Gohn 1997 s o tr s os seus campos de atua o assistencialismo por meio da filantropia a do desenvolvimentismo por meio de programas de coopera o internacional entre ONGs e ag ncias de fomento p blicas e privadas e o campo da cidadania
111. UNIVERSIDADE EST CIO DE S CARLOS SOARES BARBOSA JUVENTUDE TRABALHO E EDUCA O O PROGRAMA NACIONAL DE ESTIMULO AO PRIMEIRO EMPREGO EM DISCUSS O Rio de Janeiro 2007 CARLOS SOARES BARBOSA JUVENTUDE TRABALHO E EDUCA O O PROGRAMA NACIONAL DE ESTIMULO AO PRIMEIRO EMPREGO EM DISCUSS O Disserta o apresentada Universidade Est cio de S como requisito parcial para a obten o de grau de Mestre em Educa o ORIENTADORA Prof Dr Neise Deluiz Rio de Janeiro 2007 disserta o JUVENTUDE TRABALHO E EDUCA O O PROGRAMA NACIONAL DE ESTIMULO AO PRIMEIRO EMPREGO EM DISCUSS O elaborada por CARLOS SOARES BARBOSA E aprovada por todos os membros da Banca Examinadora foi aceita pelo Curso de Mestrado em Educa o como requisito parcial obten o do t tulo de MESTRE EM EDUCA O Rio de Janeiro 19 de dezembro de 2007 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Neise Deluiz Presidente Universidade Est cio de S Prof Dr Victor Novicki Universidade Est cio de S Prof Dr Gaud ncio Frigotto Universidade do Estado do Rio de Janeiro AGRADECIMENTOS Deus pela presen a constante em minha vida Aos meus pais Jo o e Maria pelo constante est mulo ao estudo ao longo da minha vida Prof Dra Neise Deluiz pelo carinho compreens o est mulo incentivo confian a enfim por todo o processo e a forma como conduziu a orienta o dessa pesquisa Meu muito obr
112. a o de novos empregos os agentes das entidades executoras utilizam em seus discursos elementos da matriz liberal que orientam as finalidades da educa o como a id ia de igualdade de chances e oportunidade para todos independentemente das diferen as de talentos e ocupa es entre os indiv duos a qualifica o como instrumento para a competitividade do mercado e investimento pessoal FREITAG 2005 CUNHA 1980 Hoje em dia n o h outro caminho se voc n o for por voc mesmo n o vai por ningu m porque se a gente n o investir na gente em qualquer profiss o MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL No discurso da coordenadora transcrito acima est presente a id ia bastante difundida socialmente de que a qualifica o profissional garante aos trabalhadores melhores chances no mercado de trabalho embora ap s as mudan as ocorridas com a reestrutura o produtiva n o haja mais como garantir a linealidade entre qualifica o e inser o no mercado de trabalho como j ressaltaram diversos autores tais como Frigotto 1998 Del Pino 2002 e Castel 1998 Tal discurso alimenta a falsa cren a de que o problema do desemprego reside na desqualifica o dos trabalhadores isto de que trabalho n o falta o que falta s o trabalhadores qualificados Utilizado em outros momentos hist ricos como no per odo da industrializa o durante o Governo de Juscelino Kubitschek PAIVA 1987 este um discurso cruel uma vez q
113. a o para o Desenvolvimento e Morada Humana CDM A CDM oferecer cursos de operador de microcomputador operador de c mera de v deo atendendo 50 jovens na regi o de Santa Marta Santa Teresa Borel e Morro dos Cabritos Rua Euclides da Rocha 370 376 Copacabana Rio de Janeiro Tel 021 2235 0760 cdmriodejaneiro yahoo com br DC Brasil Direitos Civis do Brasil A DC Brasil atua no campo da preserva o ambiental da inclus o digital na difus o dos direitos humanos na rea de capacita o profissional com foco de gera o de trabalho e renda e no aumento da escolaridade A institui o capacitar 100 jovens na rea de Turismo e Hospitalidade na regi o do Complexo da Penha e do Alem o DC Brasil Direitos Civis do Brasil Rua Jornalista Jos Telino 81 Penha Rio de Janeiro Telefone 2562 0979 dc brasilQuol com br 197 Ecos do Futuro A Ecos do Futuro busca transformar coadjuvantes de uma sociedade excludente em protagonistas sociais capazes de fazer e promover revolu o humana Seus projetos est o fundamentados na id ia de que programas de preven o realizados por interm dio de pol ticas integradas necessitam respeitando a diversidade local revitalizar o espa o urbano e ampliar as oportunidades de conv vio social pac fico por meio de incentivos a projetos que proporcionem melhores condi es de vida para a comunidade Acreditando que a inclus o social torna se vi vel efetivamente q
114. a administra o dos conflitos decorrentes da diversidade social econ mica educacional tnica regional de g nero e sexualidade do grupo com que trabalham Com o intuito de se trabalhar as diferen as e os conflitos causados em nome delas o trabalho em grupo entre os jovens um recurso bastante explorado metodologicamente pelas entidades Pra mim o mais complicado fazer esses jovens entenderem que o mundo n o s deles E a com isso t m as diferen as E se t m as diferen as tem que trabalhar com elas E temos que respeit las E muitas vezes a gente v que a grande dificuldade dele entender que ele n o est sozinho Que ele faz parte de um grupo n Ent o a gente trabalha bastante a quest o do coletivo da din mica de grupo SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL 164 A gente faz uma vez por m s uma atividade que integra todos os jovens daqui do campo No final do ano tem o passeio que fazemos todo ano com o intuito de integrar todo mundo todo mundo lancha junto se diverte junto MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL O trabalho em equipe tamb m uma pr tica de coordenadores e professores Trabalhamos em conjunto departamento pedag gico com os professores Realizamos reuni es quinzenais em que cada nome falado cada id ia discutida e a gente leva isso muito a s rio O ensino ocorre dentro da sala de aula mas no momento da resolu o de um problema todas as atitudes s o
115. a anterior j vinham manifestando sua insatisfa o com o regime militar A a o dos grupos empresariais e o refortalecimento dos movimentos sociais das camadas populares oper rio estudantil negro eclesi stico entre outros contribu ram para o processo de abertura pol tica e para a redemocratiza o coroada com a promulga o da Constitui o de 1988 Esta sem d vida um marco na hist ria do direito brasileiro pois transformou em direitos algumas das antigas reivindica es do movimento oper rio e de outros segmentos organizados na sociedade civil como o artigo 208 que consagrou a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino fundamental a todos inclusive queles que a ele n o tiveram acesso na idade pr pria transformando o em direito p blico subjetivo e dever do Estado ROM O 2002 As mudan as decorrentes com o fim da euforia do milagre econ mico repercutem na educa o Uma vez frustrada a expectativa do desenvolvimento econ mico refor ada pelas dificuldades relativas implanta o dos cursos profissionalizantes nas escolas do ensino m dio principalmente por causa de seu alto custo j n o se justificava mais a manuten o da profissionaliza o compuls ria consagrada na Lei n 5692 71 CUNHA 2000 Seu fim foi legalizado por meio do Decreto n 7044 82 que veio ratificar o Parecer 76 75 KUENZER 1998 Foi neste contexto que se deu a extin o do Mobral em 1985 sendo criado em seu
116. a mente n o s dentro como fora do local de trabalho Uma vez consolidada nos pa ses do capitalismo central a doutrina neoliberal expandiu se para os pa ses perif ricos Foi na d cada de 1990 que se deu ado o desta pol tica no Brasil ocasionando profundas consequ ncias para as classes trabalhadoras O Brasil inicia a d cada de 1990 entre a frustra o e a esperan a Se por um lado vive se uma onda de euforia gra as ao reencontro com a democracia atrav s da elabora o de uma nova Constitui o e a ida s urnas para escolha do novo presidente por outro vive se a frustra o do fracasso de v rios planos econ micos ao tentar dar fim a uma crise que se arrasta ao longo de quase duas d cadas neste cen rio de crise que a necessidade em modernizar o pa s ganha concretude Para muitos moderniza o significava diminui o do papel do Estado a defesa do livre mercado a abertura para as importa es o fim dos subs dios e privatiza es Significava ades o ao receitu rio neoliberal A ado o do pa s pol tica neoliberal teve in cio no governo de Fernando Collor de Melo como condicionalidade imposta para a renegocia o da d vida externa e o retorno do pa s ao sistema financeiro internacional afastado desde 1982 FIORI 1997 Tais condicionalidades se expressavam no compromisso do governo em colocar em pr tica as recomenda es presentes no Consenso de Washington Foi em nome da inser o global
117. ada e neoliberal A fim de elucidar como a nova LDB converge aos interesses do novo modelo de acumula o do capital faz se necess rio fazer uma breve exposi o da reforma do Estado brasileiro e da emerg ncia do Terceiro Setor no contexto do capitalismo transnacionalizado HOBSBAWM 1995 O Estado brasileiro sempre esteve a servi o dos interesses de uma minoria privilegiada e assim a interven o estatal na vida social foi marcada predominantemente pela aus ncia da dimens o p blica FERREIRA 2005 Ao longo de v rias d cadas Estado e interesses privados tentaram impedir a consolida o de uma esfera p blica democr tica sendo por isso rduos e emblem ticos os caminhos percorridos pelos movimentos sociais na forma o de um espa o participativo democr tico na esfera p blica estatal Embora a luta pela constitui o de espa os de representa o dos grupos exclu dos na esfera p blica seja bem anterior aos anos 1980 a Constitui o de 1988 um marco no 10 Adotamos aqui o conceito de esfera p blica concebido por Habermas 1984 local de disputa entre os princ pios divergentes de organiza o da sociabilidade 18 processo de reconstru o democr tica pois legitimou antigas reivindica es das camadas populares e definiu os contornos de uma nova participa o da sociedade civil na esfera p blica estatal Esta nova configura o das rela es entre Estado e sociedade civil brasileira
118. ado expressa seu dom nio n o mais pelos seus aparelhos estatais mas sim por meio de aparelhos da sociedade civil Gramsci prop e operar a mudan a estrat gica de guerra movimento como ocorreu na Revolu o Russa com o ataque frontal ao aparato da burguesia ou seja o Estado para guerra posi o que significaria uma revolu o cont nua e di ria com vistas constru o da hegemonia dos subalternos nos diversos aparelhos organizadores de consenso Para isso preciso atentar para o fato de que a sociabilidade cotidiana est entranhada de mecanismos de coer o fazendo com que a transforma o social seja mais dif cil Assim na sociedade civil ao mesmo tempo em que se tem luta emancipat ria h mecanismos de coer o da ser o l cus das lutas de classe Como assinala Wood 2003 a coer o um dos mais importantes princ pios constitutivos da sociedade civil sendo as fun es coercitivas do Estado ocupadas em grande parte na sociedade civil Esta em Gramsci aparece como um espa o onde s o constru dos projetos globais de sociedade articulam se capacidades de dire o tico pol tica disputam se o poder e a domina o Trata se portanto de um espa o de luta governo e contesta o NOGUEIRA 2003 p 224 Por essa raz o para Gramsci para al m do assalto ao Estado preciso que as lutas se d em tamb m nos aparelhos privados de hegemonia uma mudan a essencial de estra
119. ado ou determinado sendo este com dura o m nima de 12 meses Mediante termo de ades o poder inscrever se como empregador qualquer pessoa jur dica ou f sica que comprove a regularidade do recolhimento de tributos e de contribui es devidas ao Fundo de Garantia do Tempo de Servi o FGTS ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS Secretaria da Receita Federal do Minist rio da Fazenda e D vida Ativa da Uni o Os empregadores que atenderem aos requisitos ter o acesso subven o econ mica no valor de 6 seis parcelas bimestrais de R 250 00 duzentos e cingiienta reais por emprego gerado No caso de contrata o de empregado sob o regime de tempo parcial o valor das parcelas referidas ser proporcional respectiva jornada 146 No Rio de Janeiro a entidade da sociedade civil escolhida para ser a entidade ncora do Consorcio Social da Juventude foi a organiza o n o governamental ONG A o Comunit ria do Brasil ACB RJ que em 2006 e 2007 para a execu o da terceira e quarta etapas do Cons rcio no Estado selecionou 17 entidades da sociedade civil para junto com ela executar as a es previstas no Plano de Trabalho Entre elas est o a Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o e o Instituto Imagem Cidadania Rio de Janeiro IMAC que junto com a ACB constituem nosso objeto de investiga o Em 2006 a meta que foi qualificar 1700 jovens e inserir 510 no mercado de trabalho enqua
120. adora e a afirma o da promessa da empregabilidade a contribui o econ mica da escola passou a ser guiada n o mais por uma racionalidade coletiva mas sim individual isto com nfase nas capacidades e compet ncias que cada pessoa deve adquirir no mercado educacional para atingir uma melhor posi o no mercado de trabalho ibid p 81 66 A baixa escolaridade e a desqualifica o da maioria da popula o tornam se n o s obst culos inser o e ao ajuste dos pa ses n o desenvolvidos ou em desenvolvimento ao processo de globaliza o e reestrutura o produtiva FRIGOTTO 1998 mas tamb m s o consideradas causas principais do problema do desemprego Em vez das novas formas de organiza o da produ o e do trabalho s o os desempregados os grandes culpados pela sua condi o uma vez que possuem baixo n vel de capital humano De v timas das pol ticas p blicas que privilegiam o capital tornam se os trabalhadores os respons veis pelas condi es sub humanas em que se encontram o investimento no capital humano que cada indiv duo deve buscar para garantir condi es de empregabilidade a nova promessa da educa o Pela l gica neoliberal nesta era do desemprego s a compet ncia empregat cia flex vel do indiv duo poderia garantir lhe sucesso da as pol ticas educacionais passarem orientar se para garantir a transmiss o diferenciada das compet ncias flex veis que habil
121. ados Por meio da mobiliza o e da articula o dos esfor os da sociedade civil organizada os Cons rcios Sociais da Juventude tem ainda como objetivos espec ficos a inserir jovens no mundo do trabalho por meio da intermedia o de m o de obra e promo o de atividades aut nomas b preparar os jovens para o mercado de trabalho e ocupa es alternativas geradoras de renda Dispon vel em http www consorciodajuventuder org br documentos Manual dos Consorcios doc Acesso em 19 11 06 124 Cada Cons rcio Social da Juventude dever trabalhar um m nimo de tr s reas tem ticas desenvolvendo Oficinas Escola tomando por refer ncia os seguintes temas arte e cultura beleza e est tica comunica o e marketing social aten o espec fica aos jovens em conflito com a lei ou em situa o de rua empreendedorismo turismo e economia solid ria esporte e lazer meio ambiente sa de e promo o da qualidade de vida promo o dos saberes ind gena e popular promo o da igualdade racial e eqiiidade de g nero seguran a alimentar e promo o da qualidade de vida no campo voluntariado e trabalho social 13 Dispon vel em http www consorciodajuventuder org br documentos Manual dos Consorcios doc Acesso em 19 11 2006 145 c proporcionar qualifica o e atividades que possam despertar o esp rito empreendedor dos jovens d elevar a auto estima e incentivar a participa o cidad da juventude na vida socia
122. ados pela conjuntura 63 S o pol ticas que visam segundo Oliveira e Andrade 2005 p 285 o al vio pobreza ou seja a retirada da condi o de mis ria daqueles que sequer conseguiram alcan ar as condi es m nimas de sobreviv ncia uma vez que a redu o dos gastos p blicos preconizada pelos neoliberais significou na pr tica a redu o dos gastos sociais gerando consegii ncias graves para as camadas populares como deteriora es das suas condi es de vida e do trabalho empobrecimento crescimento do mercado informal de trabalho explora o do trabalho infanto juvenil desemprego entre outras Para Castel 1998 p 584 o desemprego seguramente hoje o risco social mais grave N o obstante seja mais acentuado nos pa ses pobres agravados pela car ncia ou defici ncia dos meios de prote o social constitui se num fen meno mundial que se acentua e generaliza neste momento de globaliza o do capitalismo financeiro Causado pela reestrutura o produtiva automa o robotiza o e microeletr nica bem como os processos de flexibiliza o generalizada o desemprego traz consigo o agravamento de outras quest es sociais No entanto segundo Leher 2002 p 156 a an lise da reestrutura o produtiva n o pode tomar como refer ncia apenas os casos da Europa e dos Estados Unidos Nos pa ses perif ricos a situa es outra dado o prec rio Estado Social Neste sentido n
123. al pol tica e pedag gica No mbito pol tico ressalta a necessidade de tornar central a compreens o da qualifica o profissional como direito e como pol tica p blica No que diz respeito EJA atualmente as pol ticas e diretrizes do MEC para a rea restringem se reprodu o de materiais did ticos aquisi o de material escolar e ao financiamento de alguns projetos com recurso do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE para a capacita o de recursos humanos o que evidencia estarem seguindo as orienta es do Banco Mundial no sentido de privilegiar o investimento na educa o b sica para as crian as de 7 a 14 anos VENTURA 2001 O veto presidencial inclus o da EJA no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Fundamental FUNDEF em 1996 francamente inconstitucional e discriminat ria com os jovens e adultos como bem disseram Andrade e Paiva 2004 parece nos indicar isso Por outro lado ao MTE cabe a forma o de uma rede de qualifica o profissional formada por cursos de n vel b sico de curta dura o fragmentados e vinculados demandas pontuais do mercado de trabalho atuando de forma paralela e desassociada da rede escolar de educa o b sica Essa divis o de tarefas entre as pol ticas p blicas dos referidos minist rios vai ao encontro da separa o entre a educa o b sica e a educa o profissional legitimada com a promulga o da LDB plenamente em conson
124. al vio pobreza que a de conter a convuls o social e garantir a governabilidade Palavras chave Trabalho e educa o Sociedade civil e ONGs PNPE ABSTRACT This research inquired into the actions of professional qualification developed for three not governmental organizations ONGs participants of the nacional program of incentive to the first job PNPE Social Partnership of Rio de Janeiro s political economical and social changes occurred in Brazil on decade 90 principally at the moment of the reform s state apparatus Three constitutive axles of the research youth job and education were articulated to evidence the young s vulnerabilities of the popular stratum social aggravated for the transformations in the job s world The theorical fundamentation to the analysis of the investigated entities actions showed the job s conceptions and education firmed on the liberal matrix through Smith and Hayek s ideas and in the critical matrix through Marx and Gramsci Like PNPE is a program of partnership between the state and the organizations of the cicil society the learning also discuss the concepts of civil society public sphere not estatal and partnership private public beyong to problematizate the actuation of the ONGs in the educational area and your entails with the neoliberal political The research based on the paradigm of the critical theory with qualitative abordage having utilizated like instruments of informati
125. am o afrouxamento dos la os que ligavam os servos terra decorrendo da a sa da maci a dos trabalhadores do campo para a cidade assim como a destitui o gradual dos artes os de todo o processo e controle da produ o origem da fragmenta o do trabalho e do homem HUBERMAN 1995 O desenvolvimento do com rcio e consegiientemente a demanda crescente da burguesia por mercadorias vieram solapar as formas tradicionais de produ o artesanal e familiar A divis o do trabalho efetuada para agilizar o processo da produ o significou em dupla expropria o dos trabalhadores dos meios de produ o da vida material e de seu saber transmitido de gera o para gera o atrav s dos s culos ao tempo da ordem feudal Ambos foram apropriados e controlados pelo capitalista e por isso a divis o do trabalho tamb m a express o da exist ncia de diferentes formas de propriedade no seio de uma dada sociedade pois implica numa separa o b sica entre os instrumentos ou meios utilizados para o trabalho de um lado e o pr prio trabalho de outro RODRIGUES 2003 Neste sentido a divis o do trabalho e a introdu o de novas m quinas conduziram n o s a uma nova racionalidade de produ o como tamb m ao estabelecimento de novas rela es de trabalho o trabalho assalariado deixando os trabalhadores de produzirem para si para produzirem para o outro Se nas sociedades onde a produ o n o era ainda dominada pelo capital
126. ampo educacional Como o trabalho surgido em v rios ramos da ind stria demandava maior diversifica o da for a de trabalho aparece na Constitui o de 1937 dois novos par grafos de extrema import ncia para o sistema educacional entre eles o que introduziu o ensino profissionalizante Previsto para as classes menos privilegiadas conforme palavras do ent o Ministro da Educa o Gustavo Capanema tal ensino destinava se a criar na moderna juventude brasileira um ex rcito de trabalho para o bem da na o MEC SEEC apud FREITAG 2005 p 91 O aprofundamento do modelo de substitui o de importa es no Brasil na qual se insere a cria o da Companhia Sider rgica Nacional 1941 e a F brica Nacional de Motores 1942 ambas com tecnologia avan ada demandava cada vez mais por trabalhadores qualificados n o s para opera o das m quinas como tamb m para a manuten o preventiva e corretiva das mesmas A fim de otimizar essa demanda em 1942 foram criadas as escolas t cnicas e o Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI sob dire o patronal com o objetivo de desenvolver cursos de aprendizagem e de aperfei oamento de oper rios CUNHA 2000 e Configura se assim no Estado Novo a dualidade estrutural duas redes de ensino com percurso e finalidades diferentes Al m de um n mero maior de trabalhadores qualificados o desenvolvimento das rela es capitalistas demandava tamb m a nece
127. anicure Moda Desenho de Moda Bijuteria tnica Reaproveitamento de Papel Empreendedorismo Artesanato Assistente de Cabeleireiro Costura Gastronomia Manicure Marcenaria e Serigrafia atendendo 250 jovens no Complexo da Mar e Cordovil A o Comunit ria do Brasil RJ Rua da Candel ria n 04 Centro Rio de Janeiro Tel 21 2253 6443 http www acaocomunitaria org br acaocomunitaria O acaocomunitaria org br Associa o Comunit ria de R dio e TV Integra o Volta Redonda A R dio e TV Integra o oferecer cursos de t cnico em inform tica e cuidadores de crian as atendendo 75 jovens no total 201 Associa o Comunit ria de R dio e TV Integra o Rua Carlos Luiz n 151 Dom Bosco Volta Redonda RJ Tel 021 3350 8533 radioetvintegracao O bol com br CDM Coopera o para o Desenvolvimento e Morada Humana A CDM oferecer curso de auxiliar administrativo atendendo 45 jovens no total e atuando na regi o do Morro dos Cabritos CDM Coopera o para o Desenvolvimento e Morada Humana Rua Euclides da Rocha 370 376 Copacabana Rio de Janeiro Tel 021 2235 0760 cdmriodejaneiro O yahoo com br paola gaggini avsi org Centro de Articula o de Popula es Marginalizadas CEAP O CEAP uma organiza o n o governamental independente sem fins lucrativos fundada em 1989 uma entidade que surgiu atrav s da reflex o de um grupo de militantes do Movimento Negro Organizado
128. aprendizagem para todos os cidad os incluindo ensino fundamental para crian as e alfabetiza o e educa o continuada n o formal para jovens e adultos NA ES UNIDAS apud VIEIRA 2001 58 Shultz em 1959 em sua obra cl ssica O Capital Humano defendeu que pessoas comp em o capital de cada pa s e que a educa o um investimento que nele se faz e na Na o Para Schultz a educa o era uma atividade de investimento realizado para o fim de aquisi o de capacita es que oferece satisfa es futuras e por isso devia se tratar a educa o como um investimento e tratar suas consequ ncias como uma forma de capital apud PIRES 2005 p 76 Assim o desenvolvimento de uma Na o est intimamente articulada com o investimento na educa o do seu povo Logo na era do pleno emprego Estado de Bem Estar Social a escolaridade segundo Schultz era elemento fundamental na forma o do capital humano necess rio para garantir a capacidade competitiva das economias e o incremento da riqueza social e da renda individual Se a escola contribu a para a integra o econ mica da sociedade formando contingente da for a de trabalho que se incorporaria gradualmente no mercado ao final da d cada de 1980 em diante marcada pelos altos ndices de desemprego sua import ncia passou em atribuir aos trabalhadores a capacidade de se tornarem empreg veis Gentili 1998 mostra que com a desintegra o da promessa integr
129. ar os jovens para o mercado de trabalho e ocupa es que possam despertar o esp rito empreendedor dos jovens II proporcionar qualifica o e atividades que possam despertar o esp rito empreendedor dos jovens Ainda que as dificuldades da conquista do primeiro emprego e a precariza o do trabalho se acentuem medida que se hegemoniza e naturaliza o discurso e as pr ticas neoliberais os jovens ainda desejam a seguran a do trabalho um trabalho que lhes possibilita a fazer planos a longo prazo e n o os deixe deriva SENNET 2001 As an lises dos grupos focais realizados com os jovens v o ao encontro do resultado de outras pesquisas como as de Guimar es 2005 Branco 2005 e Batista 2007 que apontam o quanto o trabalho uma categoria central para os jovens Da a dificuldade de aceitarem de in cio a proposta feita por uma das entidades executoras de montarem uma cooperativa formada por alunos atuais e egressos ao final do curso como exp e uma coordenadora Alguns jovens n o querem N o querem porque novo Todos v o querer Acredito que n o Alguns querem Querem Agora cabe a gente t fazendo o qu T propiciando a eles esse maior conhecimento SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Este conhecimento foi t o bem passado aos jovens que se tornou uma fala un voca no grupo focal que realizamos no ano passado 2006 com os jovens que faziam os cursos oferecidos por essa entidade executora 159
130. ara realiza o da pesquisa ap s reiteradas respostas negativas a periculosidade de algumas comunidades onde os cursos s o desenvolvidos principalmente em Vila Alian a Bangu e Cidade Alta Cordovil fazendo nos esperar o momento certo e o consentimento para entrar na comunidade para realiza o das entrevistas do grupo focal e observa o das aulas dificuldades de contato com o grupo de ex alunos para realiza o do grupo focal A ltima etapa desta pesquisa foi reservada para a consolida o dos dados Sua an lise foi realizada atrav s da an lise de conte do que segundo Bardin 1977 tem como objetivo descrever o conte do manifesto na comunica o mensagem e interpretar o significado de seus elementos e de suas rela es indo al m da compreens o imediata e espont nea Para Rizzini et alli 1999 p 91 a an lise de conte do n o mais considerada fundamentalmente descritiva assumindo cada vez mais sua fun o primordial de infer ncia ou seja liga o de elementos do discurso atrav s de um processo de categoriza o de temas Os dados permitem n o a descri o pura e simples dos conte dos mas principalmente a interpreta o dos significados baseada na frequ ncia 30 E preciso ressaltar por fim que buscamos articular os dados coletados com os te ricos da Teoria Cr tica assim com as aprecia es do pesquisador atento s contradi es e lacunas entre os discursos e pr ticas dos di
131. ares um sentido pr tico Utiliza se nova metodologia Santom 1998 ressalta que essa pedagogia n o mais centrada na metodologia da memoriza o mas sim no m todo de projetos de solu o de problema preocupada com os resultados da a o e por isso n o parte de um corpo de conhecimentos mas sim de situa es concretas 68 resistir a press es desenvolver racioc nio l gico formal aliado intui o criadora buscar aprender permanentemente e assim por diante idem ibidem No entanto estas novas determina es n o s o asseguradas para todos pois o que h a forma o de polariza o das compet ncias KUENZER 1998 p 372 Em um p lo uma casta de profissionais qualificados e do outro um grande contingente de trabalhadores precariamente educados embora inclu dos em trabalhos precarizados al m de uma grande massa de exclu dos completamente fora das possibilidades de produ o e consumo e em decorr ncia do direito educa o e forma o Pelo que vem sendo exposto aqui compreende se que as reformas educacionais no curr culo no financiamento no controle e na gest o foram implementadas com o objetivo de ajustar a escola s novas demandas da flexibiliza o a nova ordem mundial Seguindo o ide rio neoliberal para os agentes das institui es financeiras mundial a educa o tida como instrumento para que as camadas populares se ajustem s mudan as pr prias do capitalismo Ter
132. as e aqueles sa dos de sistemas penais Esse projeto nacional e est dividido em tr s modalidades auto emprego micros e pequenas empresas e cooperativas ou associa es Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 18 O projeto faz parte do PNPE e tem como objetivo proporcionar a popula o jovem de perfil s cio econ mico carente cursos de capacita o profissional que possibilitam melhores perspectivas de ingresso no mercado de trabalho e que complementam a forma o c vica Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 143 O Cons rcio Social da Juventude CSJ uma das a es do PNPE com o prop sito de promover a cria o de oportunidades de trabalho emprego e renda para os jovens de 16 a 24 anos prioridade para jovens que se encontram em situa o de maior vulnerabilidade social isto que em virtude de suas condi es s cio econ micas t m maior dificuldade de acesso a oportunidades de trabalho com destaque para quilombolas e afros descendentes ind genas egressos de unidades s cio educativas em conflito com a lei portadores de necessidades especiais trabalhadores rurais e jovens m es Inicialmente os Cons rcios Sociais da Juventude foram implantados como projetos piloto em cinco Estados e no Distrito Federal Em 2006 foram estendidos a todas as capitais do pa s e s principais regi es metropolitanas para beneficiar mais 50 mil alunos
133. as massas e do processo de tomada de consci ncia da problem tica brasileira Influenciados pela teoria da depend ncia econ mica pretendiam a transforma o das estruturas sociais econ micas e pol ticas do pa s e a constru o de uma sociedade mais justa e mais humana Para tanto a educa o era um instrumento de fundamental import ncia A principal refer ncia te rico pedag gica para a EJA neste per odo e anos subsequentes foi o educador pernambucano Paulo Freire que desde o in cio da d cada de 1960 junto com sua equipe do Movimento Popular do Servi o de Extens o Cultural da Universidade do Recife vinha ganhando express o com suas experi ncias de alfabetiza o de adultos que se diferenciava das demais A experi ncia de alfabetiza o de Adultos em Angicos RN representou um marco na hist ria da EJA no Brasil segundo Paiva 1987 Segmentos da Igreja Cat lica tamb m se empenharam no compromisso de reflex o do social por meio do pensamento pedag gico com destaque para o Movimento de Educa o de Base MEB criado em 1961 sob a lideran a da Confer ncia Nacional de Bispos do Brasil CNBB ATA DE 2001 A partir de ent o uma educa o de base passou a ser vinculada por meio de emissoras radiof nicas cat licas com o patroc nio do Governo Federal Por outro lado em meio s manifesta es populares pela amplia o da escola p blica e ao fracasso das campanhas de alfabetiza o anteriores em 1961 teve in c
134. asileira PAIVA 1987 p 187 Segundo a mesma autora a vincula o entre educa o e democracia sintetizada no slogan proposto por C ndido Juc Ser brasileiro ser alfabetizado que expressa o objetivo da campanha a sedimenta o do poder pol tico e das estruturas s cio econ micas que s A teoria do desenvolvimento foi criada pelos cientistas sociais que passaram a se preocupar com o estudo a defini o e a an lise dos obst culos impostos ao desenvolvimento e com os meios que seriam utilizados para atingi lo Os obst culos a esse desenvolvimento estavam na sociedade arcaica caracterizada pelo latif ndio improdutivo e de tecnologia rudimentar pela ruraliza o pelo analfabetismo pelas rela es pessoais e paternalistas pela domina o dos coron is etc Para os t cnicos o planejamento permitiria utilizar certos procedimentos econ micos pol tico sociais culturais psicol gicos e os recursos nacionais de forma racional para atingir o desenvolvimento C RCERES 1993 p 309 39 seriam alcan adas com a amplia o do contingente eleitoral dando oportunidade com a alfabetiza o de um n mero maior de pessoas participar da vida pol tica uma vez que os analfabetos n o tinham direito ao voto O entusiasmo dos congressistas em rela o alfabetiza o de massa dos adultos era um fato real e diversos discursos evidenciam isso Louren o Filho defendia a Campanha responsabilizando
135. assam a uma rela o indireta agora intermediada pelas ONGs servindo de amortecedor das press es populares Gohn 2002 salienta a altera o na rela o cidad o Estado com a transfer ncia de fundos do Estado para entidades do Terceiro Setor Se ao tempo das pol ticas universais o Estado atendia sujeitos coletivos com a verba transferida para entidades da sociedade civil o atendimento ocorre na qualidade de cidad os individuais clientes e consumidores de servi os prestados por essas entidades Sendo as ONGs dentre as organiza es sociais as privilegiadas pelo Banco Mundial para a execu o de parcerias cabe nos indagar at que ponto elas est o comprometidas com a transforma o social e suas a es educacionais voltadas para a forma o dos intelectuais org nicos das classes trabalhadoras Sobrevivendo cada vez mais com os recursos advindos do Estado estariam as ONGs engajadas na elabora o de um projeto contra hegem nico de sociedade em que se opera a hegemonia do trabalho sobre o capital como prop e M szaros 2002 ou simplesmente a servi o do atual processo de reestrutura o do capital e de toda l gica neoliberal 174 Vimos que com a implementa o da parceria p blica privada o conceito gramsciano de sociedade civil l cus de luta pela hegemonia de diferentes projetos societ rios foi profundamente alterado Monta o 2007 Wood 2003 e Leher 2002 nos mostraram que a concep o de sociedade civi
136. atrapalhar a expans o e a acumula o do capital Portanto n o s o pol ticas orientadas pela l gica do cidad o detentor de direitos mas sim pela l gica do cidad o consumidor onde a renda m nima faz se necess ria para a reprodu o do sistema capitalista Castel 1998 p 498 afirma que todo Estado moderno mais ou menos obrigado a fazer social para mitigar algumas disfun es gritantes assegurar um m nimo de coes o entre os grupos sociais N o se pode negligenciar tamb m que na democracia representativa ainda que no contexto de concorr ncia e de busca da efici ncia se os homens p blicos n o intervirem minimamente na quest o social n o prestarem assist ncia aos desfavorecidos corre o risco de comprometer sua carreira pol tica e sua continuidade no poder com o resultado das elei es 5 As pol ticas de integra o s o desenvolvidas atrav s de diretrizes gerais num quadro nacional o caso das tentativas para promover o acesso de todos aos servi os p blicos e instru o proporcionando ao indiv duo encontrar um lugar pleno na sociedade inscrevendo se na condi o salarial com suas sujei es e garantias CASTEL 1998 J as pol ticas de inser o obedecem a uma l gica de discrimina o positiva definem com precis o a clientela e desenvolvem estrat gias espec ficas para elas Como afirma Castel ibid p 5559 o sentido das pol ticas de inser o ocupar se dos v lidos invalid
137. beraliza o financeira por meio de reformula o das normas que 57 passiva e de rela es assim tricas de poder entre as Na es que assistimos ao longo da d cada uma brutal ofensiva contra os direitos trabalhistas e a redu o dos gastos estatais com as pol ticas sociais ocasionando s rias consegi ncias s cio ambientais Para melhor compreens o desse fen meno faz se necess rio analisar a conjuntura de reformas ajuste estrutural e fiscal implementadas no per odo entre elas a reforma do aparelho do Estado Como concretamente n o houve no Brasil um Estado de Bem Estar Social nos moldes das grandes pot ncias aqui o embate se deu contra o Estado desenvolvimentista Assim para intelectuais e pol ticos de diferentes tend ncias ideol gicas a possibilidade de um novo ciclo de crescimento econ mico implicava necessariamente na desregula o dos mercados privatiza o e abertura comercial A Reforma do Aparelho do Estado Brasileiro embora tenha sido iniciada no governo de Fernando Collor de Melo em 1990 foi efetivamente posta em pr tica em 1995 no governo de Fernando Henrique Cardoso quando a Secretaria de Administra o Federal foi transformada no Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado MARE tendo Bresser Pereira como ministro restringem o ingresso de capital estrangeiro 4 desregulamenta o dos mercados dom sticos pela elimina o dos instrumentos de interven o do Estad
138. ce a for a anal tica e normativa da sociedade civil sua capacidade de enfrentar a limita o e legitima o do poder bem como sua utilidade na orienta o de projetos emancipat rios 129 Com a ado o do Brasil as doutrinas neoliberais na d cada de 1990 a sociedade civil perdeu a condi o de arena de lutas de classe e passou a ser o lugar do n o conflito no qual os interesses contradit rios n o aparecem Meschkat 1999 p 43 assinala que normalmente el empleo de la noci n sociedad civil presenta la tendencia a esconder las diferencias dentro de la sociedad realmente existente desaparecen las classes sociales los grupos de poder econ mico los monop lios el capital transnacional mientra aparecen actores que em principio tienen iguales derechos y oportunidades en el juego pol tico Ao tempo em que a sociedade civil se projetou e se expandiu com a globaliza o e a crise do Estado ela tamb m se fragmentou ficando congestionada de a es e movimentos e n o conseguindo se p r como espa o de unifica o e agrega o Todavia esta fragmenta o da sociedade civil fragiliza as bases de contesta o bloqueia a democracia e incentiva a improdutividade dos governos NOGUEIRA 2003 p 220 Montafio 2007 p 274 mostra a ideologiza o nas express es lutas da sociedade civil e organiza es da sociedade civil visto que com elas n o s equaliza se numa mesma categoria
139. ceitos gramsciano de sociedade civil e Estado os intelectuais org nicos do capital organizam o consenso da privatiza o do p blico da cidadania da liberdade Promovem junto ao culto do individualismo uma invers o nos conceitos de p blico e privado Assim o espa o p blico como exp e Dupas 2003 foi deixando de ser o espa o da liberdade da participa o dos cidad os na gest o dos assuntos comuns para se transformar em espa o publicit rio apropriado pelas corpora es A esfera privada por sua vez foi deixando de ser o espa o da domina o do poder para se constituir no espa o da liberdade Na vis o dos defensores do capital como Hayek 1998 Guiddens 2004 e os experts do Banco Mundial 2000 a sociedade civil o lugar onde todos podem recuperar a solidariedade deixando de ser o espa o do confronto para ser o da colabora o Assim a responsabilidade social n o algo exclusivo do Estado mas sim da sociedade formada por indiv duos aut nomos que s o segundo Guiddens 2004 p 41 reflexivos isto capazes de filtrar todo tipo de informa o relevante para a sua vida e agir com base nesse processo de filtragem Pensada separadamente da economia e do Estado ou seja na l gica do trip para o referido autor a sociedade civil o espa o das pol ticas sociais da reflexividade e da cria o Assim junto com a reflexividade social Guiddens 2004 p 50 prop e a pol tica gerativa i
140. cional contra o Analfabetismo MOBRAL Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MTE Minist rio do Trabalho e Emprego OTT Organiza o Internacional do Trabalho ONGs Organiza es N o Governamentais ONU Organiza o das Na es Unidas PEA Popula o Economicamente Ativa PLANFOR Plano Nacional de Qualifica o Profissional PNA Programa Nacional de Alfabetiza o PNAC Programa Nacional de Alfabetiza o e Cidadania PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PNPE Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PRONERA Programa Nacional de Educa o na Reforma Agr ria SENAC Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial UNE Uni o Nacional dos Estudantes UNESCO Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura 10 APRESENTA O Sou professor de Hist ria das redes Municipal e Estadual de Ensino do Rio de Janeiro graduado em Hist ria pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ em 1991 Como profissional me faltam experi ncias vividas com jovens da chamada classe m dia alta Sempre trabalhei com crian as adolescentes jovens e adultos das camadas populares e talvez tal fato tenha contribu do para as escolhas dos objetos de investiga o durante a minha vida acad mica Seja na gradua o como bolsista do Programa de Inicia o Cient fica do CNPq quando trabalhei na
141. con mico com a finalidade de evidenciar as armadilhas criadas pela pol tica neoliberal ao apagar o esp rito de luta e reafirmar em seu lugar o da colabora o O quinto cap tulo ser reservado an lise dos dados coletados na pesquisa de campo sobre a a o das entidades executoras participantes do PNPE No sexto e ltimo cap tulo Considera es Finais procuraremos retomar os aspectos centrais pontuados nas an lises dos dados correlacionando os aos objetivos propostos da presente pesquisa e s quest es norteadoras buscando apresentar ind cios que possam fundamentar novas propostas de investiga o cient fica 32 2 HIST RICO DO ATENDIMENTO E DAS POL TICAS P BLICAS ORIENTADAS EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL A Hist ria tem nos mostrado a import ncia do estudo do passado como importante instrumento para a compreens o do presente Neste sentido a hist ria da educa o brasileira de fundamental import ncia para an lise e compreens o da realidade educacional atual principalmente no que tange s pol ticas em execu o para o setor possibilitando nos v las no contexto mais amplo da sociedade brasileira isto em sua dimens o econ mica pol tica social e ideol gica A hist ria tem por objeto a a o humana a o esta que muda constantemente ao longo dos tempos Sendo tamb m uma pr tica humana com a educa o n o diferente marcada por avan os e retrocessos continuidades
142. conceito de sociedade civil Para ele todos os homens s o membros da sociedade quando se trata de serem governados e que somente a integram os propriet rios quando se trata de governar MACPHERSON apud FONTES 2006 p 206 Em Locke portanto n o h um conceito forte de contrato como em Hobbes Em um contexto marcado pela consolida o das normas civis e a evolu o das trocas comerciais nas formula es te ricas desse autor o tema central o da liberdade n o s a liberdade da troca com rcio mas tamb m de algo pr prio vida Para ele nada poderia restringir o exerc cio da liberdade e para isso a propriedade era condi o necess ria para esse exerc cio Logo a fun o do Estado seria a garantia da vida e da propriedade Wood 2003 mostra que enquanto nos s culos XVI e XVII a sociedade civil era geralmente sin nimo de sociedade pol tica o Estado visto como a coisa p blica no s culo XVIII com a constitui o de um mercado mais bem desenvolvido e com o avan o do sistema de rela es de cunho capitalista foi se configurando a oposi o conceitual entre Estado e sociedade civil Assim mediada que a economia foi sendo pensada como esfera aut noma separada do Estado absolutista foi se dando o fortalecimento da no o de sociedade civil como Smith a concebeu isto como espa o da economia burguesa com autonomia por m n o independente do Estado 121 Para Hegel o Estado o organi
143. contem com a autoriza o do parlamento para participar do or amento p blico Todavia para que a almejada reforma do Estado fosse implementada a reforma constitucional era condi o sine qua non Bresser Pereira justificava a necessidade de reform la alegando ser a Constitui o a respons vel pela burocratiza o e inefici ncia da atividade social estatal Acusava a de um novo populismo patrimonialista que promoveu um surpreendente engessamento do aparelho estatal PRESID NCIA DA REP BLICA 1995 apud MONTA O 2002 p 40 Conforme Netto 1999 a Constitui o de 1988 configurou um pacto social que pela primeira vez no pa s apontava para a constru o de uma esp cie de Estado de Bem Estar Social No entanto este novo pacto social brasileiro se fez em um contexto econ mico e pol tico mundial s avessas isto no momento em que se operava nos pa ses centrais a demoli o do Estado de Bem Estar Social e iniciava a ofensiva neoliberal como estrat gias de enfrentamento da crise econ mica MONTANO 2002 FIORI 1997 HOBSBAWM 1995 E Segundo Barreto 1999 p 120 1 de acordo com a Medida Provis ria n 1 591 de 9 de outubro de 1997 as organiza es sociais s o pessoas jur dicas de direito privado constitu das sob a forma de associa es civis sem fins lucrativos que se habilitam administra o de recursos humanos instala es e equipamentos pertencentes ao Poder P blico e ao recebimento
144. creditando que a inclus o social torna se vi vel efetivamente quando atrav s da participa o em a es coletivas os exclu dos s o capazes de recuperar sua dignidade e conseguem al m de emprego e renda acesso moradia decente facilidades culturais e servi os sociais como educa o e sa de a Ecos do Futuro tem por objetivo promover a es afirmativas que possibilitem combater as desigualdades sociais assegurando aos exclu dos possibilidades de inser o social A Ecos do Futuro oferecer os cursos de operadores de telemarketing recepcionistas e agentes de atendimento ao p blico atendendo 100 jovens no total atuando nas regi es de Campus da Juventude e Ilha do Governador Ecos do Futuro Av Paranapu 1392 sala 205 Ilha do Governador Rio de Janeiro RJ CEP 21910 001 Telefone 21 3386 5463 http www ecosdofuturo org br ecosWecosdofuturo org br Funda o Centro de Defesa de Direitos Humanos Bento Rubi o A Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o fundada em 1986 realiza a es que interferem diretamente na realidade e no cotidiano da popula o pobre e favelada do estado do Rio de Janeiro As atividades da institui o s o focadas nos problemas desafios e situa es de exclus o e nega o de direitos moradia e situa o da inf ncia e juventude A proposta fortalecer os mecanismos que torne esta popula o protagonistas na conquista dos seus direitos Nos ltim
145. d LEHER 1996 assinala que a a o do Banco Mundial visa ajudar os pa ses em desenvolvimento com a reforma e expandir seus sistemas educacionais como requisito para o desenvolvimento econ mico As orienta es definidas se dirigem aos pa ses em desenvolvimento porque os sistemas educacionais dos pa ses em desenvolvimento s o mal concebidos e n o est o adaptados s suas necessidades de desenvolvimento 712 O mesmo ocorre com o afastamento do MEC oferta de educa o profissional O Decreto 2208 97 que instituiu o Sistema Nacional de Educa o Profissional em paralelo ao Sistema Nacional de Educa o legitimou a separa o entre a educa o b sica e a educa o profissional A partir de ent o a educa o profissional deixou de ser responsabilidade do Minist rio da Educa o MEC e passou a ser assumida pelo Minist rio do Trabalho e Emprego MTE visto que as na es pobres necessitam implementar pol ticas concretas de qualifica o profissional de forma a aumentar o n mero de trabalhadores capazes de se adequarem s novas necessidades postas no mercado de trabalho OLIVEIRA 2003 p 53 54 Evidencia se assim conforme Ventura 2001 uma n tida divis o de tarefas entre o Minist rio da Educa o e o Minist rio do Trabalho e Emprego Ao MEC no que diz respeito EJA as pol ticas e diretrizes para a rea restringiram se reprodu o de materiais did ticos aquisi o de material esc
146. dade pr pria transformando o em direito p blico subjetivo e dever do Estado Na d cada de 1990 no entanto muitas das conquistas dos trabalhadores garantidas na Carta Magna foram sendo modificadas e anuladas por meio das reformas constitucionais Entre elas o Projeto de Lei n 92 96 que em conson ncia com as orienta es dos assessores do Banco Mundial introduziu uma sutil altera o no inciso I do artigo 208 da Constitui o Na pr tica segundo Ventura 2001 p 86 esta altera o significou a destitui o do direito obrigatoriedade da oferta da EJA Ap s a altera o o governo manteve a gratuidade da 7 Este documento legal define as diretrizes curriculares do ensino supletivo Ver BRASIL Parecer CFE n 699 72 de 5 de julho de 1972 8 Supl ncia de car ter estritamente compensat rio uma vez que visava suprir a escolariza o n o realizada na idade pr pria Suprimento vers o brasileira de educa o permanente que visava a atualiza o da m o de obra s demandas tecnol gicas dos processos produtivos ao proporcionar repetida volta escola para estudos de aperfei oamento ou atualiza o ATA DE ibid p 34 Aprendizagem com a inten o de formar um ex rcito de trabalhadores de reserva visto que compreendia a forma o met dica no trabalho das empresas ou de institui es por estas criadas e mantidas CHAGAS 1978 p 371 Qualifica o com o objetivo de
147. damentam se na uni o entre ci ncia trabalho e ensino tecnol gico te rico e pr tico Da ele defender o trabalho infantil nas f bricas pois para ele esta associa o entre ensino e trabalho para as crian as devolveria ao filho do oper rio a percep o do conjunto do processo produtivo moderno para que rompendo com a aliena o do trabalho viesse operar as f bricas burguesas Como se percebe Marx fundamenta no trabalho a emancipa o do homem No entanto preciso estar atento ao que nos exp e Manacorda op cit p 55 n o o trabalho como processo ou parte do processo educativo que pode sozinho subverter as condi es sociais e libertar o homem pode no entanto ser um elemento que concorra para a sua liberta o dado o inevit vel 87 importante assinalar que para Marx o trabalho infantil com os objetivos propostos deveria ser subordinado a rigorosa regulamenta o da dura o do trabalho segundo as diferentes idades duas horas entre os 9 e 12 anos quatro horas entre os 13 e 15 anos seis horas entre os 16 e 17 anos MANACORDA 1991 111 condicionamento rec proco entre escola e sociedade Mas essa participa o real do trabalho como processo educativo s transforma es sociais ser tanto mais eficaz quanto menos seja um mero recurso did tico mas sim uma inser o real no processo produtivo social v nculo entre estruturas educativas e estruturas produtivas Gramsci 1995 adequando as id
148. de 1961 Lei n 4024 61 Considerada demasiadamente humanista pelo empresariado nacional a LDB n 4024 61 foi apontada como incapaz de responder s exig ncias do desenvolvimento que se processava no pa s naquele momento VENTURA 2001 Da a necessidade de uma nova legisla o educacional que correspondesse s demandas daquele grupo o que veio a se consolidar com a promulga o da Lei n 5692 71 A referida Lei reorientou as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional estendendo para oito anos a escolaridade obrigat ria e regulamentou as diversas modalidades da educa o de jovens e adultos dedicando lhe pela primeira vez na legisla o educacional brasileira um cap tulo pr prio A flexibilidade foi um dos componentes mais significativos do atendimento educativo preconizado por esta lei DI PIERRO JOIA RIBEIRO 2001 Esta flexibilidade se Utilizamos o termo para mencionar as mudan as realizadas a partir de 1973 nos paises do capitalismo central e na d cada de 1990 na Am rica Latina exceto M xico e Argentina com o intuito de possibilitar a maior circula o e consegiientemente a acumula o do capital Por exemplo a Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos CEAA coordenada por Louren o Filho e implementada entre 1947 e 1958 e a Campanha Nacional de Educa o Rural CNER entre 1952 e 1963 Embora sejam experi ncias de outro momento hist rico d cadas de 1960 e 1970 tamb m podem servir de
149. de Jovens e Adultos 5 edi o S o Paulo Cortez 2002 SALGADO M U C org Programa Nacional de Inclus o de Jovens Projovem Manual do Educador Bras lia Presid ncia da Rep blica Secretaria Geral 2005 SANTOM J T Globaliza o e interdisciplinaridade o curr culo integrado Porto Alegre Editora Artes M dicas Sul Ltda 1998 SANTOS A F T Desigualdade social e dualidade escolar conhecimento e poder em Paulo Freire e Gramsci Petr polis R J Vozes 2000 SANTOS D Forma o de Educadores para o Terceiro Setor Disserta o Mestrado em Educa o Arte e Hist ria da Cultura Universidade Presbiteriana Mackenzie S o Paulo 2004 SAVIANI D A Nova LDB limites e perspectivas In A Nova lei da Educa o trajet rias limites e perspectiva 3 ed Campinas Autores Associados 1997 Educa o Brasileira problemas In Educa o e Sociedade Anol n 1 set p 50 64 1978 SENNET R A Corros o do Car ter S o Paulo Cortez 2001 SILVA F C T A Moderniza o Autorit ria do golpe militar redemocratiza o 1964 1984 In LINHARES M Y Org Hist ria Geral do Brasil 9 ed Rio de Janeiro Campus 1990 SILVA JUNIOR SGUISSARDI V Novas faces da educa o superior no Brasil Reforma do Estado e mudan a na produ o Bragan a Paulista Edusf 1999 SINGER P Poder pol tica e educa o Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro n 1 p 5 15 jan fev mar abr 1996
150. de profundas transforma es de cunho capitalista no contexto das lutas de classe da burguesia contra a aristocracia Neste sentido as f rmulas apresentadas pelas doutrinas mercantilistas nos s culos XVI e XVII para o enriquecimento da Na o tais como o bulionismo e o sistema colonial eram garantidas pela presen a de um Estado forte e intervencionista na economia No s culo XVIII por m elas j n o eram mais consideradas ideais para a produ o material da riqueza 81 si As e Como por exemplo o fortalecimento pol tico econ mico e social da burguesia a expropria o dos pequenos camponeses de suas terras devido aos enclousers cercamento dos campos o crescimento das atividades industriais e do processo de urbaniza o inova es tecnol gicas entre outras 96 A tese central de Smith presente em seu livro A Riqueza das Na es publicado em 1776 consiste na riqueza como produto do trabalho humano ou seja de que a opul ncia nasce da divis o do trabalho Para este te rico o verdadeiro papel do capital aumentar a produtividade do trabalho til ou produtivo aquele que produz um excedente de valor sobre seu custo de reprodu o Isto s viria a acontecer atrav s da divis o do trabalho isto aumentando a habilidade dos trabalhadores especializa o reduzindo o tempo da produ o e fazendo uso de m quinas Assim descreve ele Esse grande aumento da quantidade de trabalho que
151. de recursos or ament rios para a presta o de servi os sociais Para ter direito a dota o or ament ria essas entidades dever o obter autoriza o legislativa para celebrar contratos de gest o com o Poder Executivo 61 Com isso muitos dos direitos trabalhistas e sociais garantidos na Constitui o de 1988 conquistados atrav s de hist ricas lutas das camadas populares foram sendo modificados e anulados pelas emendas constitucionais e transformados em desej veis mercadorias vidas por lucros como aponta Del Pino 2003 p 73 como por exemplo a educa o a sa de e a previd ncia social A rea social sofreu profundamente os impactos das reformas Fazendo um breve hist rico das pol ticas sociais no Brasil percebemos que a desigualdade no acesso e na extens o foram suas marcas principais vindo a ser modificado com a Constitui o de 1988 quando as pol ticas sociais passaram a ter uma perspectiva universal Por m em consegii ncia das reformas implementadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso a configura o da prote o social sofreu profunda altera o de padr o universal via trabalho para um modelo via renda focalizado na popula o pobre Como afirmam Oliveira e Duarte 2005 p 286 o Estado passou a desenvolver pol ticas sociais focalizadas atuando apenas por meio de medidas compensat rias nas consegii ncias sociais mais extremas do capitalismo contempor neo A a
152. derna 1993 CASTEL Robert As metamorfoses da quest o social uma cr nica do sal rio Petr polis RJ Vozes 1998 CHAGAS V Educa o brasileira ensino 1 e 2 graus S o Paulo Saraiva 1978 CHAU M Cultura e Democracia o discurso competente e outras falas S o Paulo Moderna 1982 CHESNAIS F SERFATI C Ecologia e condi es f sicas de reprodu o social alguns fios condutores marxistas In Revista Cr tica Marxista Campinas SP Boitempo Editorial n 16 2003 p 39 75 CERUTTI E Mem rias e hist rias de emancipa o movimento educacional gerado atrav s do Programa Alfabetiza o Solid ria em Monte Santo BA Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal de Pelotas Rio Grande do Sul 2004 CORAGGIO J Propostas do Banco Mundial para a educa o sentido oculto ou problemas de concep o In DE TOMMASI L WARDE M J HADDAD S orgs O Banco Mundial e as Pol ticas Educacionais 4 ed S o Paulo Cortez 2003 COUTINHO A F As organiza es n o governamentais e a educa o b sica oferecida aos pobres do consenso da oferta a o privatizante Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2005 COUTINHO C N Dualidade de poderes Estado revolu o e democracia na teoria marxista S o Paulo Brasiliense 1987 CUNHA L A O ensino profissional na irradia o do industrialismo S o Paulo UNESP Bras lia DF Flacso 20
153. descentraliza o da gest o e do financiamento focaliza o dos programas e popula es benefici rias privatiza o dos servi os e desregulamenta o se tornaram caracter sticas das pol ticas vinculadas EJA nas ltimas d cadas DI PIERRO 2001 Como nos mostra Haddad 1998 a EJA vem se esvaziando cada vez mais como pol tica de Estado Para Ventura 2001 tal esvaziamento faz parte de um projeto que desloca uma parcela do atendimento de jovens e adultos para o Minist rio do Trabalho e Emprego MTE ampliando significativamente sua linha de atua o com a escolariza o e a forma o profissional do trabalhador Isso foi uma das consegii ncias das altera es efetuadas na forma o profissional e na educa o de jovens e adultos a partir da promulga o da LDB e do Decreto n 2208 97 Estes instrumentos legais minimizaram a participa o do Minist rio da Educa o MEC na execu o dos cursos estabelecendo que sua gest o e financiamento deveriam caber ao Minist rio do Trabalho MTE deixando a tarefa de execu o s diversas institui es da sociedade civil como ONGs sindicatos entidades religiosas entre outras O crescimento das ONGs e sua parceria com o Estado n o constitui fen meno t pico do Brasil ou dos pa ses latino americanos mas sim um fen meno global iniciado nos pa ses 2 O Estatuto da Crian a e do Adolescente um exemplo da a o da sociedade civil redundando em legisla o de
154. desnecess ria e sem import ncia para a sociedade Para ele o adulto analfabeto j encontrou seu lugar na sociedade Pode n o ser um bom lugar mas o seu lugar Alfabetizar o adulto n o vai mudar sua posi o dentro da sociedade e pode at perturbar Vamos concentrar os nossos recursos em alfabetizar a popula o jovem JORNAL DO COM RCIO RJ 12 10 1991 apud VENTURA 2001 p 85 Essa declara o retrata o pensamento governamental em rela o a EJA no contexto da d cada de 1990 e anuncia a continuidade do descaso com que ela sempre fora tratada pelas pol ticas p blicas educacionais descaso este legalizado pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o A LDB n 9394 96 consagrou a EJA como uma das modalidades da educa o b sica sendo suas diretrizes definidas quatro anos depois pelo Parecer n 11 2000 elaborado pelo Conselho Nacional de Educa o do MEC De acordo com a LDB as novas fun es desta modalidade s o reparadora reparar um direito negado por longos anos equalizadora igualdade de oportunidades e permanente ou qualificadora propiciar a todas as pessoas atualiza o ao longo da vida Em plena conson ncia com o ide rio neoliberal a LDB em vigor complementa o movimento de refor ar a educa o de jovens e adultos como uma educa o de segunda classe 70 como evidenciam Saviani 1997 63 e Haddad 2000 Principalmente por a n o deixar claro de quem a obriga o de ofert la
155. do o de pol ticas focalizadas aos mais vulner veis e a elimina o da universaliza o das pol ticas sociais foram orienta es dos organismos internacionais entre eles o Banco Mundial O receitu rio neoliberal exige do gasto social maior efici ncia o que alcan ado por meio da focaliza o do gasto pela op o por fundos sociais de emerg ncia e por programas compensat rios dirigidos exclusivamente para atender ao previs vel empobrecimento da popula o resultante dos impactos da reforma estrutural e fiscal Cabe lembrar como nos alertam Oliveira e Duarte 2005 p 283 que mesmo a partir de 1930 quando surge um conjunto de pol ticas regulamentadoras jamais visto em virtude do processo de industrializa o ocorrido no Brasil tais pol ticas eram restritas a setores da classe trabalhadora urbana e industrial Por muitas d cadas os trabalhadores rurais brasileiros n o puderam gozar das mesmas prerrogativas e dos mesmos direitos conferidos aos trabalhadores urbanos Da a Constitui o de 1988 ser um marco para as pol ticas p blicas sociais concebidas com a perspectiva universal 5 importante assinalar o que foi posto por Vieira 2001 p 85 de que seria simplista supor que um organismo internacional dita as regras do jogo de fora e o pa s simplesmente as acata sem restri es As coisas n o se passam exatamente assim mais oportuno seria talvez observar que h uma sintonia entre esses organismo
156. do SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Assim os jovens quando abordam as dificuldades de inser o no mercado de trabalho formal ressaltam que esta dificuldade proporcionalmente minimizada quanto mais eles se qualificam Precisamos estudar e fazer outros cursos Atualmente t fazendo inform tica que junto com o que aprendi aqui melhora a chances de conseguir um emprego de carteira assinada Rodrigo 18 anos egresso FBR 2007 O individualismo a igualdade e a concorr ncia s o elementos valorizados na ideologia liberal De acordo com ela a conquista de posi es na hierarquia social uma quest o de esfor o logo o sucesso de uns poucos serve para comprova o da teoria de que no mercado 128 Schumpeter foi quem despertou os economistas para a percep o de que com a inova o tecnol gica as empresas precisam mais e mais de capital humano gente com capacidade para criar inovar e n o apenas executar tarefas rotineiras de baixa qualifica o PIRES 2005 p 80 155 todos t m a mesma chance de oportunidade tratando se de uma quest o de m rito compet ncia e talento HAYEK 1998 A inser o de alguns jovens no mercado de trabalho mesmo no informal cumpre a fun o de alimentar a esperan a de inser o para os demais Ano passado n s tivemos quinze jovens encaminhados pro emprego formal A partir desses jovens outros jovens come am a ver que eles t m uma possibilidade de emprego
157. do te rico italiano acreditava ser poss vel conduzir os trabalhadores supera o do trabalho alienado e conseq entemente das demais desigualdades sociais atrav s de sua a o pol tica Assim 165 a tend ncia democr tica n o pode consistir apenas em que um oper rio manual se torne qualificado mas em que cada cidad o possa se tornar governante e que a sociedade o coloque ainda que abstratamente nas condi es gerais de poder faz lo assegurando a cada governado a aprendizagem gratuita das capacidades e da prepara o t cnica geral necess rias ao fim de governar Mas o tipo de escola que se desenvolve como escola para o povo se organiza de modo a restringir ainda mais a Iniciativa privada no sentido de fornecer esta capacidade e prepara o t cnico pol tica Gramsci 1995 p 137 Um curso de cinco meses tende a agir mais no sentido de disciplinamento do trabalhador ordem econ mica o que seria possibilitado com a supera o do empobrecimento cultural posto que um povo instru do e inteligente sempre mais decente e ordeiro do que um povo ignorante e obtuso Smith 1985 p 217 do que para a forma o de intelectuais org nicos das classes trabalhadoras como prop e Gramsci 1995 com o objetivo de desenvolver uma concep o contra hegem nica embora as coordenadoras afirmem que os cursos tamb m t m a finalidade da constru o do que chamam de consci ncia cr tica A c
158. do uma id ia difundida socialmente os jovens buscam esses cursos tamb m movidos pela cren a de que o problema do desemprego est na sua desqualifica o isto repousa no individual e n o no social Essa id ia obscurece a an lise essencial da quest o de que com a Reforma no mbito do aparelho estatal implementada na d cada passada para atender aos interesses do capital o Estado foi se desresponsabilizando n o s com as quest es sociais e transferindo para as organiza es privadas MONTANO 2007 BARRETO 1999 como tamb m com a implementa o de uma pol tica efetiva de gera o de empregos trabalho e renda POCHMANN 2007 Ainda que as entidades executoras tenham que inserir no m nimo 30 dos jovens participantes do Cons rcio elas desresponsabilizam se da garantia da inser o no mercado formal e fomentam nos jovens a busca de novas alternativas A gente entende que ensinar a pescar n o dar o peixe entendeu A gente entende que potencializar essas pessoas pra que elas possam elas seguirem o caminho delas Com a capacidade de escolha e de se responsabilizar por essas escolhas seja de qualquer ordem inclusive a quest o do emprego n MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL A capacidade de escolha aludida na fala acima circunscreve se s limitadas oportunidades criadas pelo mercado Nas entrevistas realizadas com as coordenadoras todas elas constatam a crescente seletividade do mercado e as mudan as
159. ducadores jovens mas com enfoque no protagonismo juvenil SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Com o grupo focal realizado com os egressos da FBR constatamos que ao final dos cursos a maioria dos jovens n o consegue empregos na rea em que se qualificaram permanecendo com as mesmas dificuldades de inser o no mercado embora os gestores das entidades afirmarem existir uma demanda latente Por outro lado percebe se que os cursos oferecidos serigrafia manicure artesanato marcenaria constru o civil gastronomia 12 De acordo com o Termo de Refer ncia MTE CSJ 2003 as reas tem ticas s o administra o agro extrativista alimenta o arte e cultura beleza e est tica comunica o e marketing social constru o e reparos educa o esporte e lazer gest o p blica e terceiro setor gr fica joalheria madeira e m veis metal e mec nica pesca piscicultura servi os dom sticos telem tica transporte turismo e hospitalidade vestu rio 158 fotografia dan a teatro educadores sociais t m uma forte condu o dos jovens para o caminho do empreendedorismo do trabalho aut nomo Condu o esta em conson ncia com tr s dos oitos objetivos espec ficos do Cons rcio presentes no Termo de Refer ncia do Cons rcio Social da Juventude MTE CSJ 2003 a saber I inserir jovens no mundo do trabalho por meio da intermedia o de m o de obra e promo o de atividades aut nomas II prepar
160. e de trabalho Este para a autora o sentido de empregabilidade 67 A pedagogia das compet ncias pode ser considerada a nova vers o da Teoria do Capital Humano diferenciando se em alguns aspectos do conceito formulado por Schultz Diante da instabilidade da vida o que se prop e com essa pedagogia que o indiv duo desenvolva um conjunto de compet ncias gen ricas e flex veis que o torne capaz de adapar se a sociedade do n o emprego capacitando o a se acostumar com contrato de trabalho por tempo determinado a buscar alternativas no mercado informal no trabalho aut nomo como o empreendedorismo e ou cooperativismo ou mesmo a se proteger da possibilidade de demiss o uma pedagogia atrelada s necessidades do capital voltadas para a forma o de profissionais instrumentais e intelectuais demandados pelo mercado obedecendo l gica da divis o do trabalho com pr ticas pedag gicas elitizadas para poucos e precarizadas para a maioria Pochmann 2002 evidencia a dist ncia cada vez maior entre os trabalhadores intelectuais e manuais neste novo paradigma A substitui o da eletromec nica pela microeletr nica e a crescente complexifica o dos instrumentos de produ o informa o e controle passam a exigir o desenvolvimento de compet ncias cognitivas superiores de relacionamento tais como an lise s ntese estabelecimento de rela es cria o de solu es inovadoras rapidez de resposta comunica
161. e determinados cr ticos do Estado autorit rio dirigentes de governos militares e os neoliberais irmanados na tese de uma nova era em que os antagonismos centrados nas contradi es capital e trabalho n o tem mais lugar A crise do socialismo na extinta Uni o Sovi tica e no Leste Europeu na d cada de 1980 que culminou na queda do Muro de Berlim em 1989 em muito contribuiu para o avan o das id ias neoliberais e para o recrudescimento do ataque as teorias marxistas como modelo explicativo da realidade considerado agora como incapaz de responder as m ltiplas demandas que emergem de diferentes atores sociais decorrentes em parte das mudan as operadas com a reestrutura o do capital WOOD FOSTER 1999 Os conceitos unificadores como modo de produ o e classes foram abalados e passaram a ser elementos secund rios nas an lises Desvalorizando o processo hist rico relativizando a realidade social e negando os fatores determinantes foi se tirando do foco a rela o domina o explora o EVANGELISTA 1997 Tudo isso tem como substrato uma determinada forma de pensar a sociedade civil 101 Capital x trabalho capitalismo x socialismo reforma x revolu o entre outros 128 Constituindo se em um termo poliss mico e pol mico nos tempos atuais a sociedade civil segundo Wood 2003 geralmente usado para 1 identificar uma arena de liberdade fora do Estado 2 um espa o de autonomia de associa
162. e do trabalho com a especializa o do trabalhador em uma determinada tarefa e a dispensa do trabalhador do ato de pensar para execut la Esta divis o portanto pressup e a exist ncia de dois grupos de trabalhadores os que pensam planejam e elaboram o trabalho e os que o executam Pressup e a divis o entre trabalho intelectual e trabalho manual Tal fragmenta o no mundo do trabalho ir se refletir na esfera educacional com a forma o de uma educa o dual uma educa o diferenciada de acordo com a classe social Para a elite uma escola de forma o que pode se estender a n veis superiores para os trabalhadores rudimentos do ler e escrever e encaminhamento para a profissionaliza o ARANHA 1985 p 5 Simith 1985 entretanto n o estabelecia um v nculo direto entre educa o e qualifica o profissional no sentido do desenvolvimento de habilidades ou do alcance de maiores n veis de desempenho e de produtividade FOGA A 1994 Para ele a educa o serviria para o disciplinamento do trabalhador a ordem produtiva e social que ent o se 106 configurava Afinal segundo o autor um povo instru do e inteligente sempre mais decente e ordeiro do que um povo ignorante e obtuso SMITH 1985 p 217 Smith ibid como a maioria dos liberais considerava que a diferen a de talentos e consequentemente a diferen a de ocupa es profissionais era extremamente til cabendo educa o o aprimo
163. e em rela o s reformas de base defendidas pelo presidente Jo o Goulart A economia por sua vez tamb m apresentava sinais de agita o pois n o mais crescia no ritmo acelerado da poca de Juscelino logo o per odo compreendido entre 1960 e 1964 foi marcado pela alta d vida externa e grande infla o o que gerava um profundo descontentamento popular e dos militares Para se ter id ia do crescimento vertiginoso da infla o em 1960 a infla o era de 26 3 em 1961 era de 33 3 e em 1962 era de 54 8 FAUSTO 1998 Com a ado o das medidas anti inflcion rias como a execu o de uma lei da reforma fiscal votada pelo Congresso em 1962 Jo o Goulart parecia correr o risco de ir de encontro repercuss o impopular que encontrou J nio Quadros como resultado de pol tica semelhante adotada em 1961 A desvaloriza o do c mbio oficial em 30 realizado em 1963 contribuiu para um aumento imediato no custo de vida Os pre os continuaram a subir mais depressa 3 As reformas de base consistiam em um conjunto de reformas estruturais agr ria tribut ria financeira e administrativa que o presidente Jo o Goulart pretendia implementar na tentativa de se promover a mais s ria distribui o de renda no pa s Como express es da polariza o dos grupos contra e a favor em torna das reformas de base podem servir de express o o Com cio da Central do Brasil realizado no Rio de Janeiro em 13 de mar o de 19
164. e mudan as n o devendo ser analisada desassociada de seu contexto hist rico Em rela o educa o de jovens e adultos EJA historicamente ela foi marcada pela falta de compromisso pol tico por parte do poder p blico considerada uma educa o de segunda classe paralela educa o elementar comum VENTURA 2001 Prova disso at a d cada de 1940 essa modalidade praticamente n o tinha sido considerada pela legisla o educacional brasileira A LDB em vigor Lei n 9394 96 intensamente influenciada pela doutrina neoliberal complementou o movimento de refor ar a educa o de jovens e adultos como uma educa o de segunda classe como afirma Saviani 1997 Ocorre que a finalidade da EJA e tamb m das outras modalidades da educa o b sica orientou se de acordo com as mudan as estruturais efetuadas nos diferentes momentos hist ricos Da ter sido identificada em algumas pocas como mecanismo de redu o da marginalidade social e em outras como 18 E a E E Es 4 t a Considerando que o ensino superior tamb m educa o de jovens e adultos nesta pesquisa nos limitamos a educa o b sica ou elementar 33 ve culo de difus o ideol gica pr investimento ao desenvolvimento do pa s instrumento da transforma o social e constru o de uma sociedade mais justa ou at mesmo desnecess ria e sem import ncia Sendo a educa o de jovens e adultos um campo bastante amplo indo da alfabeti
165. e renda para a maioria dos jovens participantes S O curso me ajudou ter mais responsabilidade a refletir melhor B Para mim mudou muito minha forma de lidar com as pessoas M Enquanto a gente fazia o curso tinha muita leitura que tocava cada li o de vida que os professores passava os trabalhos isso ajudou bastante ver o mundo de uma maneira totalmente diferente entendeu T Fiquei assim mais soci vel N Meu jeito de ver as pessoas de tratar diferente Por exemplo eu antes n o aceitava uma cr tica entende Xingava virava a cabe a a cara Agora n o j entendo que pode ser uma cr tica para o bem para voc ficar melhor entendeu O mesmo pensamento t m os que ainda est o cursando como pudemos constar por meio do grupo focal realizado com os alunos do IMAC 2007 170 A O curso ajuda voc perder a vergonha ser mais respons vel A gente passa ter outro comportamento X A disciplina que a gente tem que ter n o se exaltar t o f cil prestar bastante aten o pegar as informa es poss veis Entre os jovens que participaram do grupo focal dos egressos apenas dois trabalhavam um rapaz no mercado formal em uma lavanderia pr xima de sua resid ncia com carteira assinada e uma mo a no mercado informal em servi o tempor rio contratada pela ONG para atuar como apoio de monitora do curso que est sendo realizado este ano pelo Cons rcio Social da Juventude Para eles
166. e trabalho assim como atenuar as disparidades sociais e conter as possibilidades de conflitos Neste sentido dentro de educa o b sica o ensino fundamental concebido como condi o para a cidadania participativa foi cedendo espa o aos argumentos em prol da escolaridade como meio de garantir a exist ncia material imediata tornando se assim indispens vel a todos no momento atual Segundo a mesma autora ibid p 112 necess rio oferecer um m nimo de conte dos grande parte da popula o que se v exclu da do emprego formal e regulamentado possibilitando s pessoas procurarem ocupa es alternativas na esfera informal ou no trabalho aut nomo Nesse contexto da reestrutura o produtiva e de hegemonia das id ias neoliberais revigora se o racioc nio economicista no campo educacional que vincula pol ticas de educa o b sica forma o t cnico profissional e processos de qualifica o predominante nas d cadas de 1960 e 1970 dando assim novos enfoques Teoria do Capital Humano Nos documentos de pol tica educacional produzidos pelo Minist rio da Educa o MEC est o presentes id ias que articulam cidadania e competitividade equidade e desempenho integra o e descentraliza o VIEIRA 2001 5 O conceito de educa o b sica apontado na Declara o Mundial Sobre Educa o Para Todos Satisfa o das Necessidades B sicas de Aprendizagem definido na perspectiva de fundamento de
167. e um grupo focal com os jovens cursistas desta entidade em 16 de novembro J o grupo focal com os egressos s conseguimos realiz lo com os jovens da Funda o Bento Rubi o o que ocorreu no dia 09 de novembro Embora um dos crit rios para a sele o desta entidade como objeto de investiga o tenha sido o fato dela garantir algumas 29 vagas em suas oficinas a jovens que cumprem medidas s cio educativas na pesquisa de campo n o buscamos identificar esses jovens Para a sele o dos alunos e egressos utilizamos uma amostragem aleat ria do p blico atendido pelas ONGs investigadas Em rela o ACB ap s uma ano de insist ncia conseguimos realizar a entrevista somente com a coordenadora pedag gica o que ocorreu no dia 25 de outubro No entanto a ACB que al m de executora exerce o papel de entidade ncora do Cons rcio n o permitiu nosso contato com os jovens Esta foi apenas uma das muitas dificuldades que encontramos para a realiza o do trabalho de campo corroborando com a afirma o de Zago 2003 p 293 de que o trabalho de campo dificilmente vai se desenrolar conforme planejado e desse modo est sujeito a sofrer um processo de constante constru o Algumas das dificuldades foram a falta de espa o na agenda das coordenadoras para realiza o das entrevistas justificada por elas pelo volume de trabalho o desinteresse de algumas delas em nos atender o que nos levou a escolher outra ONG p
168. edera o Geral dos Trabalhadores CGT No entanto essa mobiliza o era ocasional e s se institucionaliza a partir dos anos 1990 segundo Gohn 1997 140 neoliberal buscam enfraquecer o conceito gramsciano de sociedade civil arena da luta de classes local da constru o da hegemonia e da coer o e ao mesmo tempo fortalecer a id ia da sociedade civil como espa o da colabora o da autonomia da liberdade como se fosse poss vel liberdade sem o m nimo de igualdade como bem ressalta Losurdo 1996 Sendo as ONGs privilegiadas pelo Banco Mundial dentre as organiza es sociais para a execu o de parcerias cabe nos indagar at que ponto essas organiza es est o comprometidas com a transforma o social Qual a educa o oferecida pelas ONGs a jovens e adultos trabalhadores brasileiros inseridos ou n o no mercado formal de trabalho Ao atuar no campo educacional estariam elas desenvolvendo atividades pedag gicas e sociais voltadas para a forma o dos intelectuais org nicos das classes trabalhadoras Elas refor am a l gica liberal de uma educa o dual e desigual ou apresentam as perspectivas de uma forma o integral na concep o de Marx e Gramsci visando a supera o da apar ncia e a conscientiza o da ess ncia da sociedade capitalista Estariam engajadas na elabora o de um projeto contra hegem nico de sociedade em que se opera a hegemonia do trabalho sobre o capital ou simplesmente a servi o do a
169. egem nico na literatura tendo sido constru do a partir de um crecorte do social em esferas o Estado primeiro setor o mercado segundo setor e a sociedade civil terceirop setor MONTANO 2007 p 53 Segundo Landim 1998 as institui es pertencentes ao Terceiro Setor s o as organiza es n o governamentais funda es entidades filantr picas beneficientes ou de caridade associa es sindicatos e outras organiza es da sociedade civil sem fins lucrativos Os trabalhos de Ventura 2001 Ata de 2001 Figuer do 2003 Cerutti 2004 Ferreira 2005 Weisz 2005 e Coutinho 2005 confirmam isso 15 engendradas no Brasil com a reestrutura o do capital ocorrida a partir da ltima d cada do s culo passado Examinando cuidadosamente a educa o de jovens e adultos percebe se que no Brasil ela foi historicamente marcada pela falta de compromisso pol tico por parte do poder p blico Prova disso que at a d cada de 1940 esta modalidade praticamente n o tinha sido considerada pela legisla o educacional brasileira Somente a partir de ent o que ela teve o seu espa o espec fico delineado HADDAD 1987 principalmente com a organiza o das campanhas de alfabetiza o de massa Essas campanhas cujos resultados n o foram de todo satisfat rio desapareceram na d cada de 1960 devido o golpe militar e descentraliza o prevista na Lei de Diretrizes e Bases LDB
170. eiro no final do m s eu acho que uma possibilidade de voc se inserir criticamente de voc ter capacidade de an lise de voc saber qual o seu papel na sociedade de voc saber que a sua rela o de trabalho uma rela o explorada se voc vai conseguir sair disso entendeu MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL No entanto este despertar da consci ncia cr tica tem seus limites como bem exp e a coordenadora de outra institui o A gente orienta os professores para que eles d em um ensino mais cr tico A gente acredita que eles fazem mas n o posso lhe dizer que os jovens saem daqui cem por cento sabendo votar n o um pontap inicial Tudo que dura cinco meses um pontap inicial n o tem como fugir disso MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL Kuenzer 2006 ao pesquisar sobre uma das linhas de a o do PNPE conclui que os cursos se estruturam na mesma linha do PLANFOR Assim embora o PNQ tenha substitu do o PLANFOR com a finalidade de superar as limita es que havia nele as cr ticas feitas por Kuenzer 1999 Deluiz Gonzalez e Pinheiro 2003 sobre a utilidade da qualifica o ocorrida no mbito do PLANFOR podem tamb m ser atribu das ao PNPE isto de que tratam se de 157 cursos aligeirados fragmentados e executados de forma paralela e desassociada da rede escolar de educa o b sica A escolha dos cursos por parte das entidades executoras tal como constatado na pesquisa n o
171. eitua o de um terceiro setor a sociedade civil que luta contra ou em parceria com o Estado e que nessa luta parceria ambos os setores s o tidos n o como esferas da totalidade social mas como verdadeiros sujeitos que ora se confrontam ora se complementam Segundo Barreto 1999 p 112 entende se por processo de publiciza o a transfer ncia dos servi os n o exclusivos do Estado para o setor p blico n o estatal ou terceiro setor mediante transforma o de entidades estatais em organiza es p blicas n o estatais denominadas organiza es sociais S o considerados servi os n o exclusivos aqueles que embora n o envolvam o exerc cio do poder de Estado devem ser apoiados pelo Estado em raz o de serem fundamentais para a sociedade Museus universidades escolas centros de pesquisa e hospitais s o exemplos de institui es prestadoras de servi os considerados n o exclusivos do Estado 132 de publiciza o nada mais do que a transfer ncia dos servi os n o exclusivos do Estado para o setor p blico n o estatal ou terceiro setor com o objetivo de superar a rigidez burocr tica e lograr maior autonomia e uma consequente maior responsabilidade para os dirigentes desses servi os BRASIL MARE apud BARRETO 1999 p 42 Qual o verdadeiro objetivo desta esfera de atua o apaziguar os conflitos sociais ou buscar integrar os exclu dos na vida social e pol tica Subordina
172. em consegii ncia da divis o do trabalho o mesmo n mero de pessoas capaz de realizar devido a tr s circunst ncias distintas em primeiro lugar devido maior destreza existente em cada trabalhador em segundo poupan a daquele tempo que geralmente seria costume perder ao passar de um tipo de trabalho para outro finalmente inven o de um grande n mero de m quinas que facilitam e abreviam o trabalho possibilitando a uma nica pessoa fazer o trabalho que de outra forma teria que ser feito por muitas SMITH 1985 p 43 A divis o do trabalho para ele a fonte da riqueza das Na es pois proporciona um espiral do crescimento econ mico que funcionaria da seguinte forma com o crescimento da produtividade do trabalho aumenta se o capital excedente sobre os sal rios o lucro Este aumento do capital excedente reaplicado no setor produtivo que gera o aumento da produ o e consequentemente uma demanda por m o de obra sobre o mercado de trabalho ocasionando um crescimento concomitante dos sal rios e a melhora das condi es de vida dos trabalhadores e da popula o em geral O aumento paralelo do emprego sal rios e popula o amplia o tamanho dos mercados que para um dado estoque de capital o determinante b sico da extens o da divis o do trabalho iniciando se assim a espiral de crescimento O aprofundamento da divis o do trabalho portanto possibilitaria ndices mais elevados de produtividade ma
173. em diversas linhas de 115 a o Capta o de Vagas Servi o Civil Volunt rio Jovem Empreendedor Soldado 120 Cidad o Aprendizagem e Cons rcio Social da Juventude objeto de investiga o da presente pesquisa 2 Dados coletados no site do MTE http www mte gov br pnpe apresentacao asp Acesso em 29 01 2007 13 O Governo Federal concede incentivo financeiro de R 1 500 um mil e quinhentos reais por ano a cada vaga oferecida por empresas a jovens que formam o p blico do Primeiro Emprego O pagamento feito por meio de transfer ncias bimestrais em seis parcelas de R 250 4 Nesta linha o Governo valoriza e incentiva as a es de responsabilidade social das empresas ou institui es privadas estatais e de economia mista destinadas ao p blico do Programa Primeiro Emprego As empresas podem optar por parcerias voltadas para a forma o profissional dos jovens A sele o dos jovens ou de projetos a apoiados nessa linha de a o do programa pode ser efetuada por meio dos Sines DRTs e Cons rcios Sociais ou diretamente pelos empregadores ou institui es apoiadoras desde que observadas as condi es gerais de habilita o ao Programa Ao atuar nessa a o do PNPE as empresas ou institui es apoiadoras t m o seu compromisso reconhecido publicamente pelo Minist rio do Trabalho e Emprego por meio do selo Empresa Parceira do Programa Primeiro Emprego 5 Essa a o dividida em dois eix
174. ental como pontuada por Singer 1996 medida que baseiam suas a es no despertar de comportamentos e valores que levam os jovens a se tornarem empreg veis adequando se competitividade e a seletividade do mercado a quest o de como se colocar numa entrevista como se portar dentro de uma possibilidade de emprego dentro de uma possibilidade de cria o de neg cios SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Para garantir a empregabilidade os jovens devem investir no seu n vel de capital humano que segundo Davenport apud PIRES 2005 p 82 agora compreende capacidade entendida como conhecimento habilidade e talento comportamento formas observ veis de agir que contribuem para a realiza o de uma tarefa e empenho aplica o consciente de recursos mentais e f sicos para determinado fim Desse ponto de vista n o h mais mercado de trabalho mas sim mercado de capital humano ibid p 77 onde cada trabalhador um empreendedor ganha mais se investe mais Se a gente n o investir na gente em qualquer profiss o o mercado t cada vez mais acirrado competitivo Voc tem que saber falar de voc do seu trabalho se especializar se qualificar cada vez mais sen o voc fica para tr s MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL Diferenciando em alguns pontos da id ia original de Schultz a nova concep o do capital humano entendida pela l gica individualista microecon mica a qual o forneced
175. er odo de matr cula do jovem no Programa pois das tr s entidades investigadas apenas uma diz acompanhar a vida escolar dos jovens atrav s de contatos telef nicos e declara es mensais Segundo a coordenadora pedag gica desta entidade isso uma exig ncia que n o pode ser deixada pra tr s FURTADO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL O Programa por m n o prev uma articula o com as Secretarias Municipal e Estadual de Educa o permanecendo a divis o de tarefas entre o MTE e o MEC em a rela o s pol ticas de educa o de jovens e adultos pontuada por Ventura 2001 A perman ncia desta divis o entre as pol ticas p blicas dos referidos minist rios promove a continuidade da segmenta o na educa o profissional apontada por Kuenzer 1999 em que oferecida para a grande maioria exclu da do emprego ou submetida a trabalhos precarizados forma o simplificada de curta dura o e baixos custos a oferta de educa o cient fico tecnol gica mais avan ada fica restrita a um pequeno n mero de trabalhadores ibid p 20 21 Analisando as pol ticas de educa o profissional do Governo Lula da Silva Leher 2005 Frigotto Ciavatta e Ramos 2005 evidenciaram que apesar da edi o do Decreto n 161 5154 04 a pol tica de integra o entre a educa o b sica e a educa o profissional n o prioridade do novo Governo Logo o est mulo ao aumento da escolaridade t o somente um
176. esquisa foram as coordenadoras pedag gica e administrativa das referidas ONGs e os alunos atuais cursando e egressos As t cnicas utilizadas para coleta de dados foram entrevistas semi estruturadas realizadas com as coordenadoras a fim de compreender os significados produzidos sobre os cursos ministrados e tr s grupos focais com jovens sendo um de egressos Cada grupo focal contou com a participa o de nove jovens O aspecto fundamental do grupo focal segundo Morgan e Krueger 1993 apud GATTI 2005 p 9 que ele permite captar a partir de trocas realizadas no grupo conceitos sentimentos atitudes cren as experi ncias e rea es de um modo que n o seria poss vel com outros m todos Neste sentido o objetivo foi perceber os significados que os cursos ministrados produzem na suas vidas Com os egressos o objetivo foi perceber prioritariamente se o curso contribuiu para mudan as na sua rela o com o conhecimento com o mundo do trabalho e com o exerc cio da cidadania A coleta de dados se deu em duas etapas em 2006 e 2007 Em 2006 realizamos as entrevistas com as coordenadoras pedag gica e geral da Funda o Bento Rubi o nos dias 06 de outubro e 31 de outubro respectivamente e um grupo focal com os jovens do n cleo de Vila Alian a Bangu que faziam o curso na poca realizado no dia 07 de novembro Em 2007 realizamos as entrevistas com as coordenadoras do IMAC nos dias 10 de setembro e 16 de novembro
177. ess rio ao desenvolvimento do pa s fortalece a id ia de se investir nos chamados recursos humanos Sob a influ ncia da teoria da moderniza o a educa o tornou se um investimento para a forma o de m o de obra qualificada investimento este que conduziria ao crescimento econ mico tanto pessoal ascens o social quanto do pa s Assim o problema do desemprego era colocado como um desajuste entre os postos de trabalho existentes considerados qualificados e a m o de obra n o qualificada Com a qualifica o a pessoa jovem e adulta teria mais chance de se empregar Em espec fico educa o de adultos o ano de 1958 marcou o in cio de uma nova fase Neste ano foi realizado no Rio de Janeiro o II Congresso Nacional de Adultos sob a organiza o do MEC Tendo em vista a orienta o da poca educa o para o desenvolvimento e educa o para todos o papel da educa o era conforme palavras do presidente Juscelino Kubitscheck em seu discurso de abertura no Congresso dar preparo aos que se encontram desarmados dos instrumentos fundamentais que a sociedade moderna exige 41 para completa integra o nos seus quadros a capacidade de ler e escrever a inicia o profissional t cnica e a compreens o dos valores morais pol ticos e espirituais da cultura brasileira PAIVA 1987 p 192 Neste Congresso em que se deu o reconhecimento oficial do fracasso das campanhas de alfabetiza o de massa principal
178. etiva que os jovens realmente se envolvem BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA AO ORAL Como n o h muita orienta o de como esse servi o deva acontecer o gerenciamento dele fica a crit rio de cada entidade que possui entendimento diferente de sua import ncia Enquanto para ACB estas horas s o encaradas apenas como uma das condicionalidades que deve ser cumprida pelos jovens para fazer jus ao aux lio financeiro tirando se desse modo pouca ou nenhuma li o da experi ncia vivida para outras como o IMAC e FBR elas servem de fomento a discuss es e debates em sala de aula 167 Vimos que pelo PNQ mais do que uma a o formativa de conte do t cnico visando t o somente uma inclus o produtiva a qualifica o deve orientar se para a busca de uma inclus o cidad V RAS de OLIVEIRA 2007 No entanto embora o Programa reserve 200 horas da carga hor ria para a qualifica o b sica ele n o se operacionaliza de forma desinteressada como Gramsci pensava a forma o dos trabalhadores isto despida do utilitarismo que visava apenas forma o r pida da m o de obra minimamente qualificada para o trabalho t cnico A fragmenta o tamb m ainda se faz presente nas a es pedag gicas das entidades executoras Portanto mesmo que valorizem o conhecimento do aluno e integrem no ao processo pedag gico como se pretende na escola unit ria ainda que se tente conciliar o homo saber e o homo faber ao garantir carga hor
179. eu quero continuar estudando trabalhar para fazer meu dinheiro eu quero interferir dialogar estou vendo o mundo diferente BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL A possibilidade apresentada aos jovens de uma nova oportunidade de trajet ria de vida em geral o saldo positivo apontado pelas coordenadoras das tr s entidades investigadas At porque o PNPE n o vai dar conta de solucionar um problema estrutural de uma sociedade capitalista que nem a nossa com problemas enraizados ao longo de s culos BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL 173 Retirando os jovens por algumas horas durante a semana dos riscos a que est o mais expostos oferecendo uma bolsa de cento e vinte reais mensais que para muitas fam lias ajuda bastante na complementa o da renda familiar trabalhando com os jovens na perspectiva de mudan a de comportamento sociais e alimentando a esperan a por meio do vi s liberal e da Teoria do Capital Humano de que a inser o no mercado atrela se ao auto investimento que fazem em si o Cons rcio cumpre a fun o reservada s pol ticas focalizadas e de al vio pobreza qual seja conter a convuls o social e garantir a governabilidade As entidades cumprem por sua vez a fun o destinada a elas pela parceria p blico privado isto transferir as demandas dos trabalhadores n o mais aos rg os da administra o estatal Como afirma Monta o 2007 p 273 de rela es diretas com o Estado p
180. ferentes sujeitos da presente pesquisa 1 3 ORGANIZA O DO ESTUDO Este estudo est organizado em seis cap tulos Neste cap tulo introdut rio apresentamos a situa o problema isto a descri o do contexto geral em que se insere o objeto de estudo a revis o de literatura as problematiza es que vem sendo feitas na rea a Justificativa do estudo assim como o campo metodol gico da presente pesquisa No segundo cap tulo abordaremos o hist rico da educa o de jovens e adultos EJA com o prop sito de evidenciar a marginaliza o desta modalidade em rela o s pol ticas p blicas de educa o e o pragmatismo com que vem sendo executada de acordo com os interesses econ micos e pol ticos O terceiro cap tulo ser reservado an lise dos tr s eixos constitutivos da pesquisa juventude trabalho e educa o buscando por um lado desenhar o quadro das vulnerabilidades dos jovens brasileiros e por outro apresentar a concep o de trabalho e educa o nas matrizes diametralmente opostas liberal e cr tica visando nos servir de fundamenta o te rica para a an lise posterior do material coletado na pesquisa de campo Como o PNPE CSJ se constitui como um Programa de parceria entre Estado e sociedade civil o quarto cap tulo ser dedicado para an lise dos conceitos de sociedade civil esfera p blica n o estatal parceria p blico privado assim como a atua o e o papel das 31 ONGs no atual modelo e
181. grama Primeiro Emprego as empresas que n o condicionadas por for a da Lei aceitam contratar aprendizes Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 2 Dispon vel em http www mte gov br pnpe apresentacao consorcio social juventude asp Acesso em 09 05 07 12 ei que institui normas para licita es e contratos da Administra o P blica 144 de qualifica o b sica social e profissional e de inser o de no m nimo 30 dos jovens no mundo trabalho MTE MI PNPE 2003 Esta entidade sugerida pelo MTE com base nos crit rios estabelecidos no Termo de Refer ncia do Cons rcio Social da Juventude sendo posteriormente validada pelas entidades e parceiros locais De acordo com documentos do MTE as a es do Cons rcio visam n o se restringir qualifica o constituindo se esta em uma das etapas para a inser o dos jovens no mundo do trabalho MTE CSJ MANUAL DE IMPLEMENTA O PNPE 2003 Sendo assim a qualifica o b sico social e profissional dever seguir os par metros do Termo de Referencia dos Cons rcios Sociais da Juventude sendo as oficinas escolas definidas com base nas reas tem ticas e no levantamento das necessidades de qualifica o profissional no mercado de trabalho local considerando inclusive as possibilidades de cria o de cooperativas associa es e auto emprego a fim de atender o cumprimento da meta de inser o de no m nimo 30 dos jovens qualific
182. he s rendeu ram alguma oportunidade de emprego trabalho e renda Obs exerc cio de nova atividade profissional trabalhar como aut nomo como cooperativado como mircoempreendedor trabalho formal informal DIMENS O PROFISSIONAL E PSICO SOCIAL Expectativas em Rela o ao Desenvolvimento de Compet ncias e Reflexos na Vida Pessoal Social 2 A partir do s curso s que voc s fizeram na ONG e do que puderam aprender que efeitos voc s acham que ter o ou t m tido na vida pessoal social Obs conhecer mais pessoas estar mais integrado na comunidade ter maior capacidade de comunica o e lideran a adquirir mais confian a em si mesmo ter maior capacidade de compreender a realidade adquirir mais conhecimento DIMENS O COMUNIT RIA E OUTROS ESPA OS SOCIAIS Expectativas em Rela o a Participa o e Exerc cio da Cidadania 3 Na vis o de voc s que efeitos o curso realizado na ONG pode trazer em termos de participa o na comunidade e na fam lia Obs participar de reuni es comiss es da igreja escola fazer parte das associa es da comunidade fazer parte de um sindicato ingressas numa atividade comunit ria entender a import ncia de preservar o meio ambiente participar de campanhas por melhores condi es de vida emprego melhorar as condi es de renda da fam lia desenvolver trabalho em conjunto com outras fam lias desenvolver trabalho cooperativo planejar iniciar neg cio
183. i es de 1965 o que n o foi poss vel devido ao golpe militar ocorrido em 31 de mar o de 1964 que extinguiu o programa antes mesmo de seu in cio 2 3 A Educa o de Adultos no Contexto do Per odo Autorit rio alfabetiza o e tecnicismo 1964 1984 O golpe dado pelos militares em 31 de mar o de 1964 e que retirou o presidente Jo o Goulart da presid ncia do pa s a express o do rompimento do pacto populista que caracterizou as duas d cadas anteriores e o in cio da redefini o de um novo pacto de poder A burguesia nacional amea ada pelas constantes manifesta es populares por amplas 47 reformas rompe com os antigos aliados agora perigosos e se alinha a uma posi o subordinada ao capital monopolista internacional em nome de seus interesses No aspecto econ mico com o governo institu do atrav s do golpe tem in cio uma nova fase de industrializa o com a hegemonia dos cons rcios internacionais assegurada pela cria o no pa s das condi es ideais para os investimentos como o congelamento do sal rio do trabalhador e o controle dos movimentos oper rios e de massa evitando conturba es que viessem afetar o setor produtivo FURTADO 1972 O aumento da produtividade por meio do aprimoramento do regime econ mico implantado nos anos 1950 assegurado pela introdu o de moderna tecnologia que requer uma m o de obra qualificada e passiva Nacionalismo censura repress o e tortura
184. ia assim conforme Leher 1996 p 13 a fun o de prover novos valores culturais para que as pessoas possam reconhecer escolhas dispon veis na sociedade e abra ar os seus pap is O instrumento legal para tal objetivo foi a Lei de Diretrizes e Base da Educa o n 9394 96 24 2 A EJA a partir dos anos 1990 focaliza o descentraliza o e desregulamenta o Vimos que a educa o brasileira n o ficou ilesa ao contexto de reformas da d cada de 1990 Assim muitas das conquistas dos trabalhadores na rea educacional garantidas na Carta Magna de 1988 tamb m foram sendo modificadas e anuladas por meio de v rios expedientes jur dicos entre eles o Projeto de Lei n 92 96 que introduziu uma sutil altera o 69 no inciso I do artigo 208 da Constitui o Essa altera o segundo Haddad 1998 significou na pr tica a destitui o do direito obrigatoriedade da EJA pois o governo manteve a gratuidade da educa o p blica de jovens e adultos mas suprimiu a obrigatoriedade do poder p blico vir a oferec la Muitas outras mudan as marcaram a educa o de jovens e adultos na d cada de 1990 e segundo o mesmo autor ibid o ponto de inflex o come ou a se delinear no governo Collor revertendo um movimento inclusivo dos direitos por educa o das ltimas d cadas Isto fica expl cito em uma das declara es do seu terceiro Ministro da Educa o Jos Goldemberg que considerava a educa o de adultos
185. ializados e tendo por hip tese de que atualmente ocorre uma grande segmenta o e desarticula o das pol ticas p blicas desenvolvidas pela Secretaria Geral da Presid ncia e os diversos Minist rios Educa o Trabalho e Renda Ci ncia e Tecnologia Desenvolvimento e Combate Fome que disputam o mesmo p blico atrav s de diversas a es consideramos que esta pesquisa pode servir como mais um instrumento de avalia o das pol ticas p blicas em execu o e de diagn stico das contribui es das ONGs forma o humana e minimiza o das desigualdades sociais agravadas pelo modelo econ mico vigente 1 1 OBJETIVO GERAL E QUEST ES NORTEADORAS Em face do exposto o objetivo geral desta pesquisa avaliar a atua o de ONGs executoras do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE verificando em que medida suas a es contribuem para a gera o de trabalho e renda a amplia o da escolaridade e o exerc cio da cidadania de jovens trabalhadores em estado de vulnerabilidade social Como quest es norteadoras de estudo foram levantadas Como por exemplo o Programa de Est mulo ao Primeiro Emprego o Programa F brica de Escola o Programa de Integra o da Educa o Profissional T cnica de N vel M dio ao Ensino M dio na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA o Programa Nacional de Inclus o de Jovens Educa o Qualifica o e A o Comunit ria PROJOVEM o Bra
186. ica suficiente para comprovar isso 2 1 A Educa o de Adultos nas D cadas de 1930 e 1940 No Brasil at o final do Imp rio a educa o escolar era usada como s mbolo de condi o social e cultural pelas camadas cultas Em nada contribu a para capacitar a popula o para qualquer a o eficaz no contexto social visto que as atividades agro exportadoras predominantes n o exigiam dos brasileiros o dom nio das t cnicas de leitura e da escrita FERNANDES 1966 Foi somente a partir da revolu o de 1930 que encontramos no pa s movimentos de educa o de adultos de alguma significa o embora j houvesse escolas para adultos em algumas prov ncias do Brasil desde a segunda metade do s culo XIX LEAL 1985 Do ponto de vista pol tico a Revolu o de 1930 conduziu a um vazio de poder visto que nenhum grupo oligarquias rurais militares e a nascente burguesia industrial conseguiu ter a hegemonia pol tica que a oligarquia cafeeira teve durante a Rep blica Velha 1894 1930 apesar do fortalecimento de alguns grupos econ micos em especial a nova burguesia urbano industrial A car ncia da hegemonia pol tica das fra es de classe garantiu ao Estado a possibilidade de atuar com relativa margem de autonomia em face dos interesses em disputa MENDON A 1990 Segundo Leal 1985 a primeira escola elementar para adultos data de 1860 e n o foi por acaso coincidindo com a primeira arrancada industrial a partir de
187. ida moderna como indica Harvey 1996 ela exige a forma o de um trabalhador polivalente e imediatamente dispon vel para adaptar se s flutua es da demanda Tudo isso provoca mudan as nos valores h bitos e atitudes do trabalhador N o s corr i segundo Senett 2001 p 25 os la os sociais que dependem da associa o h longo prazo entre eles a confian a a lealdade e o compromisso M szaros 2005 Altvater 1999 e Chesnais e Serfgati 2003 ressaltam que o atual padr o de acumula o do capital ocasiona graves danos ao ambiente natural e esta degrada o agrava seriamente as condi es de vida humana Chesnais e Serfati 2003 no entanto enfatizam que o capital n o se compadece de todo do esgotamento dos recursos naturais porque o capital transforma a rarefa o de recursos como a gua e at o ar em mercados isto em novos campos de acumula o idem ibidem p 42 4 Algumas caracter sticas do setor informal s o heterogeneidade dos tipos de of cios relegados a informalidade e ilegalidade aus ncia de prote o social do trabalhador a domina o caracterizada pelo autoritarismo e paternalismo profundos tra os de explora o e opress o DEL PINO 2002 56 m tuo como tamb m o faz se sentir respons vel pelo sucesso da empresa uma vez que a manuten o de seu emprego depende do sucesso dela a explora o total do capital sobre o trabalho n o s das m os como d
188. idade s o predestinados GRAMSCI 1995 p 118 Para Marx e Gramsci a escola instrumental especializada e tecnicista apregoada pelos liberais uma escola discriminat ria pois sendo ela comprometida com a conserva o do sistema refor a e perpetua as desigualdades sociais Assim segundo Gramsci 1995 p 136 o que ocorre um 8 Mas n o acolhe integralmente a proposta marxiana de um trabalho produtivo industrial e remunerado das crian as pois ao inv s de integrar o ensino no processo de trabalho da f brica como preconizava Marx compreende que o trabalho um momento educativo MANACORDA 1991 112 processo de profunda degeneresc ncia as escolas de tipo profissional isto preocupadas em satisfazer interesses pr ticos imediatos tomam a frente da escola formativa O aspecto mais paradoxal reside em que este novo tipo de escola aparece e louvada como democr tica quando na realidade n o s destinada a perpetuar as diferen as sociais como ainda a cristaliz las Para Gramsci a escola das classes trabalhadoras deveria ser desinteressada isto despida do utilitarismo que visava apenas forma o r pida da m o de obra minimamente qualificada para o trabalho t cnico SANTOS 2000 p 47 Deveria ser como a escola que conheceu na Uni o Sovi tica no per odo em que l esteve durante o governo de L nin ou seja a escola nica dos trabalhadores destinada prepara o de homens omnila
189. idos por pessoas igualmente desconhecidas At mesmo no pior dos tempos algo como nove entre dez pessoas ter o as suas expectativas confirmada HAYEK apud M SZAROS 2002 p 922 Neste sentido o livre mercado se justifica como mecanismo regulador porque h uma propens o dos indiv duos em trocar pois segundo Smith p 45 46 cada trabalhador tem para vender uma grande quantidade do seu pr prio trabalho al m daquela que ele mesmo necessita e pelo fato de todos os outros trabalhadores estarem exatamente na mesma situa o pode ele trocar grande parte de seus pr prios bens por uma grande quantidade ou o que a mesma coisa pelo pre o da grande quantidade de bens desses outros Fornece lhes em abund ncia aquilo que carecem e estes por sua vez com a mesma abund ncia lhe fornecem aquilo de que ele necessita Assim que em todas as camadas da sociedade se difunde uma abund ncia geral dos bens A ordem espont nea do mercado repousa na reciprocidade isto na concilia o de diferentes objetivos para o benef cio m tuo dos participantes HAYEK 1998 p 50 Trata se de uma sociedade feitichizada na qual todos trabalham e trocam o produto do seu trabalho onde todos possuem igualdade de chances e oportunidades independentemente das diferen as de talentos e ocupa es entre os indiv duos N o h antagonismo mas harmonia entre os interesses individuais e o interesse coletivo Essa harmonia econ mica
190. igado CAPES pelo apoio fundamental a essa pesquisa Aos Profs Drs Gaud ncio Frigotto e Victor Novicki pelas presen as na banca examinadora meu profundo respeito Prof Dra L cia Veloso Maur cio pelo carinho e a m o estendida desde o primeiro dia em que entrei neste Programa de P s Gradua o Ao Prof Dr Alexandre Maia Bonfim pelas observa es feitas nos registros iniciais dessa disserta o s Professoras da Disciplina Semin rio de Disserta o 2006 Prof Dra Dr Alda Judith Alves Mazzotti e Prof Dra L cia Goulart Vilarinho e aos colegas de turma pela aprendizagem compartilhada Quantas li es Fernanda Felix integrante da equipe de pesquisa pela contribui o valiosa Valeu toda equipe da dire o do CES Jos Carlos Brand o Monteiro que compreendeu por meio de um pacto silencioso a import ncia profissional na realiza o dessa etapa Aos meus alunos ex e atuais com quem eu sempre aprendi e partilhei o prazer de lecionar estudar pesquisar compreender e rejuvenescer A Neusa Borges que sempre soube me mostrar que a vida n o pode parar e a esperan a n o pode faltar Ao Val pelo carinho e presteza nos momentos de esgotamento f sico e intelectual Guerreiros s o pessoas t o fortes t o fr geis Guerreiros s o meninos no fundo do peito Precisam de um descanso precisam de um remanso Precisam de um sono que os tornem refeitos Um homem se humilha se castram seus s
191. ilegal ao ter seu registro cassado e os parlamentares comunistas terem perdidos seus mandatos n o nos resta muita d vida de que a ideologia estranha a que Trajano Garcia se refere sejam as id ias comunistas devido ao alinhamento do Brasil ao bloco capitalista l Tal pol tica era fortemente criticada pelos setores conservadores da sociedade pois acreditavam ser por meio do investimento do capital estrangeiro que o pa s alcan aria o desenvolvimento 40 violenta de oposi o ao seu governo principalmente por meio da imprensa sob a lideran a de Carlos Lacerda desencadeando a partir de ent o uma s rie de fatos que viriam a culminar no suic dio do presidente em agosto de 1954 O suic dio de Vargas que causou enorme como o nacional n o s retardou o golpe que os conservadores pretendiam colocar em pr tica como favoreceu a sobreviv ncia dos ideais nacionalistas no pa s por mais alguns anos Sob a gide do projeto nacional desenvolvimentismo durante o governo de Juscelino Kubitschek 1956 1961 o Brasil ingressou em sua fase de economia industrial pesada amparado no Plano de Metas isto na id ia de planejar para desenvolver Nele a educa o meta 30 era definida como formadora de t cnicos j que com o desenvolvimento industrial fazia se necess rio a forma o de trabalhadores qualificados Dar se in cio a tecnifica o da educa o A partir da concep o da educa o como um pr investimento nec
192. ilidades Logo operam profundas mudan as administrativas almejando esta perspectiva Com a ado o crescente em algumas empresas da reengenharia organizacional t m se como principal consegii ncia a redu o do emprego regular deixando segundo Senett 2001 milhares de trabalhadores deriva A degrada o crescente do meio ambiente e a exclus o de milhares de trabalhadores dos empregos formais constituem a outra face da competi o A tend ncia atual portanto empregar cada vez mais uma for a de trabalho que admitida facilmente mas demitida sem custos quando as coisas ficam ruins A tend ncia atual o crescimento do trabalho parcial tempor rio ou subcontratado Como se pode observar a reestrutura o produtiva ou flexibiliza o promove n o s novas formas de acumula o do capital levando o at a tirar proveito da escassez e das Em substitui o ao sistema piramidal a reengenharia organizacional baseia se no sistema de rede isto fragmentado com n dulos mais frouxos podendo ser substitu do por outro sem destruir outras partes SENETT 2001 Termo cunhado por Harvey para caracterizar o surgimento de setores de produ o inteiramente novos novas maneiras de fornecimento de servi os financeiros novos mercados e sobretudo inova o comercial tecnol gica e organizacional HARVEY 1994 p 140 55 condi es de miserabilidade humana como tamb m mudan as expressivas
193. ilo que o jovem viria a ser hoje discute se a id ia de autonomia independ ncia econ mica e tamb m um conceito de juventude que o de experimenta o Juventude portanto pode ser compreendida como a fase da vida em que se inicia a busca de autonomia marcada tanto pela constru o de elementos da identidade pessoal e coletiva como por uma atitude de experimenta o GALLAND 1996 SINGLY 2000 apud SPOSITO 2005 p 89 Uma fase singular visto que o modo como os jovens vivem essa etapa difere das gera es anteriores j que os caminhos e contornos de entrada para a vida adulta se diversificaram em virtude das mudan as ocorridas na sociedade capitalista nas ltimas d cadas SPOSITO 2005 Decorre da a impossibilidade em se comparar as juventudes entre gera es fato que ocasiona uma s rie de preconceitos e estere tipos Por outro lado e em terceiro lugar imposs vel retratar a juventude com um conceito un voco por raz es tanto hist ricas quanto sociais e culturais FRIGOTTO 2004 Assim a express o mais correta n o seria juventude brasileira mas sim juventudes uma vez que os jovens brasileiros apresentam aspectos diferenciados de acordo com suas condi es econ mica e social g nero etnia religi o e local de moradia centro e periferia campo e 72 A atual gera o juvenil estereotipada pela opini o p blica como ap tica desinteressada e desmobilizada quanto s quest es pol
194. ilva reformas sem projeto In Revista Adusp Associa o dos Docentes da USP n 34 maio 2005 Tempo autonomia sociedade civil e esfera p blica uma introdu o ao debate a prop sito dos novos movimentos sociais na educa o In GENTILI P FRIGOTTO G A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho 3 ed Rio de Janeiro Cortez Buenos Aires Argentina CLACSO 2002 Educa o e tempos desiguais reconstru o da problem tica trabalho educa o 19 Reuni o Anual da Anped GT 09 Caxambu M G 1996 LOSURDO D Marx a tradi o liberal e a constru o hist rica do conceito universal de homem Educa o e Sociedade v 17 n 57 especial dez 1996 MANACORDA M Marx e a pedagogia moderna S o Paulo Cortez 1991 O Princ pio Educativo em Gramsci Porto Alegre Artes M dicas 1990 MARX K O Capital cr tica da economia pol tica S o Paulo Cortez 1983 Manuscritos econ mico filos ficos e outros textos escolhidos S o Paulo Abril Cultural Cole o Os Pensadores 2 ed 1978 MENDON A S R Estado e Economia no Brasil op es de desenvolvimento Rio de Janeiro Graal 1985 Estado e Sociedade a consolida o da Rep blica Olig rquica In LINHARES M Y Org Hist ria Geral do Brasil 9 ed Rio de Janeiro Campus 1990 MESCHKAT K Una cr tica a la ideologia de la sociedade civil In HENGSTENBERSG P KOHUT K MAIHOLD G ed
195. in cio a uma campanha em favor da escola p blica principalmente a secund ria visto que o ensino superior a Uni o j atendia com a inten o de impedir a aceita o deste projeto como lei pela C mara Senado e Presid ncia da Rep blica 46 remota diante da crescente polariza o de interesses sociais assim caracterizada por F vero 1996 p 11 De um lado as press es populares caminhavam no sentido de questionar a pr pria estrutura da sociedade passando a exigir por exemplo a Reforma Agr ria e o papel do Estado por isto a import ncia do voto no per odo Por outro a classe dominante cada vez mais apoiada pelas camadas m dias da popula o amedrontadas pelo espectro do comunismo ali s habilmente manipuladas neste sentido por institui es do tipo IPES IBADES e por segmentos conservadores da Igreja Cat lica Com o retorno do Brasil ao presidencialismo a alfabetiza o ainda era uma t nica na educa o de adultos No in cio de 1964 foi ent o institu do pelo governo de Jo o Goulart o Programa Nacional de Alfabetiza o PNA com o objetivo de disseminar programas de alfabetiza o por todo o Brasil Sob a coordena o de Paulo Freire pretendia se com o PNA alfabetizar em torno de cinco milh es de brasileiros e consequentemente a cria o em massa de novos eleitores o que mudaria a composi o do corpo eleitoral e dava aos candidatos das camadas populares mais chances de serem eleitos nas ele
196. inalmente sua tese tinha o t tulo de Terceiro Setor e a Quest o Social na reestrutura o do capital O Canto da Sereia Escola de Servi o Social UFRJ Rio de Janeiro agosto de 2001 Nova em face das mudan as efetuadas quando comparadas com a poca do Estado de Bem Estar Social e no caso brasileiro do Estado empreendedor poca do modelo econ mico de substitui o de importa es Como por exemplo a constitui o da esfera p blica n o estatal ou terceiro setor a desresponsabiliza o do Estado com os direitos sociais transformando os em servi os e ou em mercadorias a serem consumidas n o mais na esfera p blica o enfraquecimento do p blico e a mudan a no conceito de cidadania 120 pela escassez a fome e a inseguran a Hobbes concebia o Estado constru do por meio do pacto celebrado entre os homens e o Soberano Os homens outorgariam a um dentre os homens o Soberano o atributo singular do exerc cio da viol ncia para que fosse assegurada a pacifica o entre eles Neste sentido para o referido fil sofo a vida social s fora poss vel ao se criar um contrato social normas direitos que viesse limitar essa natureza humana o que ficaria sob responsabilidade do Estado Segundo Fontes 2006 a esse pacto que se corresponderia o termo sociedade civil quase equivalente a Governo e Estado Tendo como base a no o de propriedade Locke amplia de forma ambivalente o
197. inser o juvenil no mercado de trabalho Frigotto 2004 salienta que as estat sticas relativas inser o dos jovens no mercado de trabalho revelam desvantagens popula o negra como a inser o precoce das crian as negras Segundo dados do PNAD de 1999 dentre o total de crian as brasileiras trabalhando de 5 a 9 anos de idade 61 7 eram afro descendentes Na faixa et ria de 10 a 14 anos o n mero ainda mant m se alto 61 3 caindo para 53 na faixa et ria de 15 aos 17 anos Dessa faixa em diante prossegue o autor nota se uma invers o A oportunidade de inser o fica favor vel aos jovens e adultos brancos Assim na faixa dos 18 a 24 anos 59 dos ocupados s o brancos ibid p 190 Dados publicados no Jornal O GLOBO Caderno de Economia 30 de outubro de 2006 90 S o complexas as causas do crescimento do desemprego juvenil Apontaremos somente algumas pois as limita es da presente disserta o n o nos permitem que elas sejam esgotadas aqui Para Pochmann 2000 as causas est o na combina o de alguns fatores o crescimento demogr fico dessa faixa et ria que gera um excedente de m o de obra e consegiientemente uma forte press o no mercado de trabalho aliada entrada maci a de mulheres disputando uma vaga o reduzido crescimento econ mico n o gerando novos postos de trabalho em grande quantidade assim como a falta de pol ticas p blicas dirigidas a essa popula o A combina
198. io a Campanha De p no ch o tamb m se aprende a ler desenvolvida pela Secretaria de Educa o de Natal RN As atividades apresentavam um car ter muito pr prio a partir de formula es te ricas semelhantes as do MCP PAIVA 1987 p 239 Foi neste conturbado contexto pol tico econ mico e social do in cio da d cada de 1960 que se deu a aprova o da nova legisla o educacional a Lei de Diretrizes e Bases LDB n 4 024 61 refletindo as diverg ncias e contradi es de id ias em rela o educa o que caracterizaram as d cadas anteriores Os dois Projetos de Lei encaminhados a 45 C mara o do ent o Ministro da Educa o Clemente Mariani em 1948 e o do deputado Carlos Lacerda em 1958 evidenciam essas diverg ncias E A nova Lei expressava o compromisso com ambos os projetos estabelecendo que o poder p blico e o privado tinham o direito de ministrar o ensino no Brasil em todos os n veis Para Cunha 2000 a altera o mais importante que esta Lei introduziu foi plena equival ncia dos cursos t cnicos ao secund rio inclusive n o mais limitando inscri o nos exames vestibulares apenas aos cursos diretamente vinculados Kuenzer 1998 p 368 no entanto alerta que embora constitua um inequ voco avan o a equival ncia n o supera a dualidade estrutural posto que continuam a existir dois ramos distintos de ensino voltados para necessidades bem definidas da divis o do trabalh
199. io e o fregiente desemprego desemprego de reestrutura o consegii ncia do ajuste ocupacional promovido pelas empresas do setor privado desemprego de exclus o diz respeito ao jovem que se encontra na condi o de sem emprego por um longo per odo 8 Dados publicados no Jornal O GLOBO Caderno de Economia 21 de dezembro de 2006 89 Pelos c lculos da OIT em 2005 havia 4 436 milh es de desempregados entre 15 e 24 anos sendo a taxa de desemprego na faixa et ria entre 18 e 24 anos o dobro da taxa nacional de 19 3 contra 9 3 do total da for a de trabalho brasileira O GLOBO 30 10 06 A S ntese dos Indicadores Sociais IBGE de 2006 mostrou que de 2004 para 2005 a taxa de desemprego subiu de 18 9 para 20 8 entre jovens de 10 a 17 anos e de 16 9 para 17 89 ente jovens de 18 a 24 anos As pesquisas evidenciam que as mulheres s o as mais afetadas pelo desemprego No Brasil segundo dados da OIT em 2005 a taxa de desemprego entre as mulheres jovens era de 24 7 enquanto para os homens jovens era de 15 O GLOBO 30 10 06 Sposito 2005 alerta que n o se pode subestimar as diferen as entre os sexos nas rela es com escola e trabalho A autora adverte que as diferen as entre os sexos aliados vari vel idade tamb m s o importantes pois a frequ ncia escola para mulheres decresce com a idade mais do que os homens N o podemos negligenciar tamb m a interfer ncia da quest o tnica em rela o
200. iores sal rios maiores lucros maior acumula o de capital e assim por diante numa espiral ascendente e intermin vel de progresso HUNT SHERMAN 1991 97 Segundo esta teoria o capitalista mesmo sem estar preocupado com o interesse social ao agir em benef cio de seu interesse age em prol e benef cio da sociedade Da ser fundamental que o capitalista fique livre para agir inspirando se em seus pr prios interesses ordem natural Essa ordena o natural superior interven o estatal pois mais capaz de assegurar a prosperidade das na es Esta complementaridade de interesses entre capital e trabalho detalhadamente exposta por Smith ao argumentar sobre a import ncia da competi o e do mercado livre Para ele as rela es de competi o eram ben ficas para os indiv duos e para a sociedade como um todo Explica este duplo ganho fazendo a seguinte opera o como o interesse dos produtores disputar seus consumidores esta concorr ncia em um mercado livre sem a interfer ncia do Estado os levar a aprimorar constantemente a qualidade de seu produto a fim de atrair a prefer ncia e com ela o dinheiro dos consumidores Tem se assim que nesta competi o realizada em um mercado livre capital e trabalho ganhariam mutuamente pois por for a do pr prio mercado para se manterem na competi o teriam de ser investidos da forma mais produtiva HUNT SHERMAN 1991 Considerando a igualdade de condi e
201. is zera se o processo democratizador Primeiro porque a a o governamental n o tem mais um car ter universal sendo focada nos segmentos mais empobrecidos e vulner veis da sociedade atrav s de pol ticas compensat rias Segundo porque um mecanismo para a diminui o dos custos operacionais das a es estatais e para a atenua o do conflito social Terceiro porque no lugar de centrais lutas de classes temos atividades de ONGs e funda es no lugar da contradi o capital trabalho temos a parceria entre classes por supostos interesses comuns ibid p 18 Com a implanta o do sistema de parceria p blico privado inaugura se uma nova rela o entre a sociedade e o Estado com o prop sito segundo a ret rica neoliberal de aumentar a efici ncia e a qualidade dos servi os atendendo melhor o cidad o cliente a um custo menor BRASIL MARE apud SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 p 42 Baseando se em resultados e reduzindo direitos em servi os no qual o cidad o transforma se em cliente consumidor a transfer ncia de dinheiro p blico para as entidades do Terceiro Setor n o s altera a rela o cidad o Estado uma vez que as demandas passam a se dirigir 134 Justi a social e n o mais aos rg os da administra o estatal como tamb m reduz o espa o p blico do cidad o ao se reduzir o seu poder de negocia o GOHN 2002 As fronteiras entre o p blico e o privado cada vez mais se diluem al
202. ismo capacitando 100 jovens no total atuando nas regi es do Campus da Juventude Benfica e Mangueira Rua da Lapa 200 Sala 813 Centro Rio de Janeiro RJ Telefone 21 2232 7077 2232 5128 2224 8530 http www alternex com br carloscampos O portalceap org br 196 Cooperativa dos Profissionais de Projetos e Empreendimentos Sociais COPPES Criada em 1998 a COPPES foi criada por um grupo de profissionais em projetos sociais preocupados em prestar um servi o de qualidade e de excel ncia aos seus parceiros A cooperativa presta servi o em projetos com o objetivo de atender projetos que tenham como fun o o desenvolvimento social e educacional de moradores de comunidades com aten o especial a qualifica o profissional de jovens em situa o de risco social Capacitar 100 jovens nas reas de turismo e hospitalidade na regi o de Ilha do Governador e adjac ncias Av Presidente Vargas 446 1902 Centro Cep 20085 900 Tel 21 2253 8996 Companheiros pr Educa o Cultura Lazer Ecologia e Trabalho COEDUC A COEDUC oferecer cursos de oficinas de turismo e hospedagem panifica o e reformador de m veis atendendo 90 jovens na regi o da Praia Rasa em Arma o de B zios no estado do Rio de Janeiro A entidade efetuou reserva de vagas para jovens oriundos de comunidades quilombolas da regi o Rua 22 n 85 Praia Rasa Arma o de B zios RJ Tel 22 2633 7128 coeducorgOig com br Cooper
203. item os indiv duos a lutar nos exigentes mercados de trabalho pelos poucos empregos dispon veis GENTILI 1998 p 89 N o se trata somente de compet ncias t cnicas proposta pela qualifica o treinamento Estas tornam se no es at question veis como assinalam Deluiz 2004 e Paiva 2002 Trata se para al m da dimens o cognitiva de compet ncias organizacionais capacidade de autoplanejar se auto organizar se de gerenciar seu tempo e espa o de trabalho compet ncias comunicativas capacidade de express o e comunica o de coopera o trabalho em equipe di logo exerc cio da negocia o compet ncias sociais capacidade de transferir conhecimentos da vida cotidiana para o ambiente de trabalho e vice versa e compet ncias comportamentais iniciativa criatividade vontade de aprender abertura s mudan as consci ncia da qualidade e das implica es ticas do seu trabalho DELUIZ 2004 p 75 Pochmann 2002 p 58 indica que uma pesquisa recente realizada com paulistanos sem trabalho apontou como entendimento generalizado sobre as causas da aus ncia de vagas na atualidade justamente a baixa educa o e qualifica o profissional dos pr prios desempregados 9 Para Forrester apud FRIGOTTO 1998 p 45 trata se para o assalariado de estar dispon vel para todas as mudan as todos os caprichos do destino no caso dos empregadores Ele dever estar pronto para trocar constantement
204. ividades sociais ap ia projetos de inser o de jovens afro descendentes Entre seus principais projetos est o o Movimento da Consci ncia Negra para os cursinhos pr vestibulares a fim de garantir o acesso a universidade O Clube Palmares oferecer cursos de padeiros confeiteiros t cnicos em inform tica eletricistas prediais agentes de atendimento ao p blico atendendo 100 jovens no total e atuando na regi o de Volta Redonda Clube Palmares Rua Roma n 01 Jardim Europa Volta Redonda Tel 24 3342 1208 omsacastro Obol com br 203 Companheiros pr Educa o Cultura Lazer Ecologia e Trabalho COEDUC A COEDUC oferecer cursos de auxiliar de constru o civil e forma o voltada para a rea de turismo e hotelaria atendendo 50 jovens no total Companheiros pr Educa o Cultura Lazer Ecologia e Trabalho COEDUC Rua 22 n 85 Praia Rasa Arma o de B zios RJ Tel 22 2633 7128 Ecos do Futuro A Ecos do Futuro busca transformar coadjuvantes de uma sociedade excludente em protagonistas sociais capazes de fazer e promover revolu o humana Seus projetos est o fundamentados na id ia de que programas de preven o realizada por interm dio de pol ticas integradas necessitam respeitando a diversidade local revitalizar o espa o urbano e ampliar as oportunidades de conv vio social pac fico por meio de incentivos a projetos que proporcionem melhores condi es de vida para a comunidade A
205. l associada s dimens es de lutas e confronto foi cedendo lugar id ia de intera o entendimento consenso colabora o e parceria Mas pensar numa sociedade civil desarticulada ap tica desmobilizada deixar este espa o para o controle hegem nico dos setores sociais que exercem a dire o hegem nica na sociedade MONTA O 2007 p 262 3 Neste sentido ao considerar as organiza es da sociedade civil como articuladoras num mesmo interesse o de promover o bem geral da popula o subtrai se a vis o de sociedade civil como espa o contradit rio e tenso entranhada de diversos mecanismos de coer o WOOD 2003 Contudo preciso estar atento aos espa os de lutas a fim de vislumbrar as possibilidades existentes Desse modo ao tempo em que as entidades cumprem suas a es no formato do Programa em conson ncia com os postulados neoliberais elas tamb m podem suscitar o in cio de um novo ciclo de vida para alguns jovens n o s por estimular a continuidade da vida escolar como constatamos no grupo focal dos alunos atuais e egressos o que pode lhes possibilitar a conquista de outros espa os al m dos reservados as camadas populares mas tamb m por possibilitar um novo olhar sobre a sua realidade novos conhecimentos discuss es pol ticas ainda que na l gica reformista assim como o encontro com outros jovens Atrav s do grupo focal que realizamos com os alunos do IMAC percebemos a possibi
206. l e econ mica do Pa s e fomentar experi ncias bem sucedidas da sociedade civil organizada f constituir um espa o f sico denominado Centro de Juventude como ponto de encontro das a es desenvolvidas pelas entidades da sociedade civil consorciada em sua base social g incentivar a presta o de servi o volunt rio e social pelos jovens h estimular a eleva o da escolaridade Para realiza o desses objetivos os jovens passam por um processo de qualifica o durante cinco meses de segunda a sexta feira com carga hor ria de 500 horas distribu das em duas etapas Na primeira etapa reserva se 200 horas para a es da qualifica o b sica que inclui aulas de inform tica valores humanos sa de promo o da igualdade racial e equidade de g nero est mulo escolaridade compet ncias em L ngua Portuguesa e Matem tica tica e cidadania e educa o ambiental A outra etapa consiste em uma capacita o profissional de tamb m 200 horas com oficinas escolas de acordo com a demanda de emprego da regi o al m de 100 horas de trabalho volunt rio em projetos comunit rios distribu das em 20 horas mensais Durante esse processo os jovens participantes recebem uma bolsa cidadania e NINE 126 de 120 reais para possibilitar sua perman ncia no curso leg Os contratos de trabalho celebrados no mbito do PNPE poder o ser conforme termos da Consolida o das Leis do Trabalho CLT por tempo indetermin
207. lidade desse novo olhar dos jovens para os problemas da sua realidade social A No trabalho civil volunt rio que realizamos que na Campanha O Brasil Tem Fome de Direito uma campanha do Artigo 6 que a FASE inaugurou h algum tempo voc conhece pessoas bem diferentes do seu grupo social Pessoas com um n vel econ mico e social muito baixo como catadores de papel o e outras que n o utilizam muito do servi o p blico Voc v que a desigualdade muito grande 175 C Aqui no Brasil a desigualdade social muito grande H um abismo enorme entre os ricos e os pobres A A gente j tinha um pouco essa no o mas faltava ver de perto encarar isso G Em casa n s j t nhamos conversado sobre isso Entre as disparidades do sal rio de um jogador de futebol brasileiro que joga na Europa que ganha milh es de euros e o cara que trabalho debaixo de um sol quente virando massa para ganhar uma mixaria por semana Gramsci nos ajuda a pensar a escola n o como l cus da reprodu o sem resist ncia como Bourdieu 1970 a concebeu mas sim espa o de disputa de diferentes concep es da realidade e de projetos individuais e societ rios em busca da hegemonia O que nos leva a n o identificar os jovens cursistas como passivos receptores da ideologia dominante e os coordenadores e educadores como meros transmissores dessa ideologia Alguns autores como Cunha 1975 Saviani 1978 e Freire 1978 ressaltam as rela
208. los com a pol tica neoliberal A pesquisa fundamentou se no paradigma da Teoria Cr tica com abordagem qualitativa tendo utilizado como instrumentos de coleta de dados entrevistas semi estruturadas realizadas com as coordenadoras geral e pedag gica das tr s ONGs investigadas e o grupo focal realizado com os jovens alunos e egressos de duas entidades Os resultados indicaram que as a es de qualifica o profissional das entidades executoras do PNPE CSJ se conduzem pela perspectiva da empregabilidade e da Teoria do Capital Humano com o objetivo de adequar os jovens precariza o do trabalho e sociedade do n o emprego fomentando neles a busca de novas alternativas de inser o o esp rito empreendedor e sua auto responsabiliza o pela n o inser o no mercado de trabalho formal Concluiu se que os cursos n o se estruturam na perspectiva da omnilateralidade defendida por Marx e Gramsci agindo mais no sentido de disciplinamento do trabalhador ordem econ mica do que para a forma o de intelectuais org nicos das classes trabalhadoras A efetividade social e pol tica das a es realizadas pelas entidades participantes n o propiciam o empoderamento dos sujeitos individuais e coletivos no sentido da sua participa o na esfera p blica e se restringem a benef cios secund rios tais como maior sociabilidade responsabilidade e autoconfian a dos jovens cumprindo o PNPE CSJ a fun o reservada s pol ticas focalizadas de
209. m a o conjunta com as organiza es das classes dominantes Dreifuss 2006 mostra que como era grande o consenso de que a democracia seria forjada diante do recrudescimento dos movimentos populares de diversas matrizes associa es de moradores de m es de base eclesi sticas de pais de alunos grupos ligados s atividades culturais as atividades sindicais entre outros pol ticos profissionais da oposi o n o demoraram a restabelecer seu monop lio como representantes leg timos das aspira es do povo passando a negociar um retorno democracia sem uma ruptura com a ordem edificada na ditadura Essa transi o feita pelo alto por meio de acordos entre os desejosos do livre mercado interesses econ micos os militares a alta hierarquia da Igreja Cat lica e os representantes dos meios de comunica o visava limitar o protagonismo das lutas dos diferentes setores populares como por exemplo os sindicatos e as entidades camponesas DREIFUSS 2006 Essa estrat gia da elite produziu n o s o enfraquecimento dos movimentos sociais como tamb m gerou mudan as no conceito de sociedade civil Como assinala Leher 2002 p 159 com a abertura lenta gradual e segura o termo organiza es populares foi sendo paulatinamente apagado inclusive pelas ci ncias sociais que optaram pelo termo sociedade civil uma express o homogeneizadora indicativa de um consenso entre todos aqueles que se opunham ao Estado autorit
210. m detrimento de outros Pouca aten o no entanto tem sido dada investiga o cient fica em rela o atua o das Organiza es N o Governamentais ONGs no campo da educa o de jovens e adultos embora a articula o entre ONGs e educa o tratada algumas vezes de forma superficial seja recorrente em artigos disserta es e teses referentes ao denominado Terceiro Setor e s pol ticas p blicas de qualifica o profissional a partir dos anos 1990 Considerando a mencionada lacuna esta pesquisa se prop e a investigar a atua o das ONGs na educa o de jovens e adultos no campo da qualifica o profissional tendo em vista contribuir para a amplia o do conhecimento na rea ao privilegiar um recorte at ent o pouco aprofundado nas pesquisas cient ficas constituindo se em mais um instrumento de an lise das pol ticas p blicas implementadas na rea de trabalho e educa o Nossa exposi o buscar articular os tr s eixos fundamentais para a presente pesquisa educa o de jovens e adultos a qualifica o profissional e sociedade civil mais especificamente as ONGs no contexto das reformas pol ticas econ micas e sociais Em pesquisa realizada em 01 08 06 no site da Capes www capes org br por exemplo verifica se um n mero consider vel de estudos referentes alfabetiza o de adultos e quest o da forma o inicial e continuada de professores O termo Terceiro Setor h
211. m jovens de diferentes regi es da cidade 148 4 As oficinas oferecidas H cursos que exigem dos jovens uma comunica o maior o trabalho em equipe ao passo que outras requerem um comportamento mais individualizado Reconhecer as diferen as entre as entidades executoras investigadas n o significa que elas n o apresentem pontos convergentes no que tange s finalidades e objetivos da qualifica o profissional Coerentes com a l gica do Programa percebemos que os princ pios da matriz liberal em rela o s finalidades de educa o s o o n cleo comum que h entre as entidades Isso fica n tido quando investigamos os objetivos e finalidades das a es de qualifica o profissional na concep o das entidades executoras a qualidade pedag gica das a es desenvolvidas assim como a efetividade pol tica e social dessas a es como veremos a seguir 5 1 Objetivos e finalidades das A es de Qualifica o Profissional na Concep o das Entidades Executoras Considerando os dados de pesquisas realizadas por diversos pesquisadores como Pochmann 2002 Branco 2005 e Guimar es 2005 e Institutos como IBGE e OIT sobre as dificuldades de inser o dos jovens no mercado de trabalho principalmente no que tange ao primeiro emprego e reconhecendo o emprego juvenil como um dos principais desafios a serem enfrentados pelo Governo Lula da Silva o Cons rcio Social da Juventude tem como foco o fomento gera o de
212. m os norte americanos no aspecto educacional atrav s dos acordos MEC USAID em muito contribu ram para isso Desde a d cada de 1940 o Estado transferiu para os empres rios a responsabilidade pela qualifica o dos trabalhadores da a cria o do Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI e o Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial SENAC Por m medida que a economia se expandia o treinamento no local de trabalho se tornava muito 37 Dag A a aa E E F k O SENAI e o SENAC s o institui es mistas criadas pelo Governo mas mantidas a primeira pela Ind stria e a segunda pelo Com rcio ambas com escolas profissionais de n vel p s prim rio em todo territ rio nacional 49 dispendioso o que levou os empres rios a pressionarem o Estado a socializar os gastos com o treinamento profissional Embora o setor econ mico reivindicasse do sistema educacional o fornecimento de for a de trabalho qualificada para aumentar a produtividade das empresas era o Estado e os indiv duos quem deveria assumir os custos pela qualifica o e n o a empresa FREITAG 2005 Fazia se necess rio portanto um redirecionamento da educa o a fim de dar conta das mudan as operadas com a nova etapa de desenvolvimento marcada pela intensifica o da internacionaliza o do capital e pela supera o da substitui o de importa es pela hegemonia do capital financeiro KUENZER 1998 p 368 Uma legisla o
213. m plena conson ncia com o ide rio neoliberal como bem afirmou Saviani 1997 a referida legisla o veio ao encontro das recomenda es das ag ncias financiadoras internacionais de que fundamental o engajamento das organiza es da sociedade civil nos programas de governo OLIVEIRA HADDAD 2001 A partir de ent o cada vez mais as organiza es da sociedade civil foram sendo convidadas a executar a es na educa o entre as quais de jovens e adultos As mudan as educacionais inserem se no conjunto de reformas efetuadas ao longo da d cada Neste sentido as mudan as realizadas na EJA e na Educa o Profissional durante o Governo Fernando Henrique Cardoso legitimadas pela nova LDB e pelo Decreto n 2 208 97 tamb m conduziram ao sistema de parceria p blico privado A a o das organiza es da sociedade civil no desenvolvimento de atividades educacionais causa in meras pol micas nos aspectos pol ticos e pedag gicos e gera significados distintos de acordo com a concep o que diversos autores possuem sobre a chamada esfera p blica n o estatal e as pol ticas p blicas voltadas para EJA Kuenzer 1999 coloca sob suspeita a utilidade desta qualifica o no mbito do PLANFOR uma vez que se tratava de cursos aligeirados fragmentados vinculado s demandas pontuais do 108 para Di Pierro 2005 por exemplo a a o do Terceiro Setor a forma mais expl cita da secundariza o da educa o de jovens e adultos
214. ma segundo Guba ibid apresenta os seguintes pressupostos 1 ontol gicos uma perspectiva cr tico realista 2 epistemol gicos uma vis o subjetivista onde os valores do pesquisador est o presentes em todo processo de investiga o e 3 metodol gico a pesquisa fundamenta se no m todo cr tico dial gico transformadora como objetivo de aumentar o n vel de consci ncia dos sujeitos com vista a transforma o social Trata se portanto de uma pesquisa qualitativa visto que ser considerada a compreens o dos significados dos sujeitos isto suas cren as percep es sentimentos e valores que orientam as suas pr ticas 27 Das 17 entidades que participam do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE no Rio de Janeiro nos ano de 2006 e 2007 oferecendo oficinas de qualifica o profissional a jovens de 16 a 24 anos selecionamos como objeto de estudo desta pesquisa a A o Comunit ria do Brasil ACB a Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o FBR e o Instituto Imagem e Cidadania IMAC por algumas raz es Primeiro porque consideramos importante investigar as a es da entidade executora que tamb m atua no Programa como entidade ncora como o caso da ACB Segundo porque em face da desregulamenta o dos direitos trabalhistas garantidos na Constitui o consideramos ser bastante interessante investigar a a o de uma ONG no campo da qualifica o profissional com e
215. mente por seu car ter eleitoreiro Paulo Freire relatara o tema A educa o dos adultos e as popula es marginais o problema dos mocambos chamando aten o para as causas sociais do analfabetismo e condicionando sua elimina o ao desenvolvimento da sociedade PAIVA 1987 Marcava o Congresso o in cio de um novo per odo na educa o de adultos no Brasil aquele que se caracterizou pela reintrodu o da reflex o sobre o social no pensamento pedag gico Paulo Freire e intelectuais de diversas reas do conhecimento sofreram forte influ ncia do pensamento de intelectuais ligados ao Instituto Superior de Estudos Brasileiros ISEB fundado em 1955 Reunindo intelectuais das mais diversas filia es ideol gicas e reas do saber o ISEB apresentava outra perspectiva para a abordagem da educa o diferente daquela pleiteada pelo MEC educa o funcional preparadora de recursos humanos para as tarefas da industrializa o Para o ISEB o processo educativo era visto como emancipador na medida em que podia promover a conscientiza o pol tica dos setores populares e incentivar a sua organiza o e autonomia engajando se num processo de transforma o social VENTURA 2001 Essa concep o pol tico pedag gica do ISEB sobre a educa o das classes populares se configura no in cio da d cada de 1960 atrav s das experi ncias de Educa o Popular 2 Apesar de tal reconhecimento no mesmo ano 1958 foi criada a Cam
216. mocr tica As ONGs como por exemplo o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua tiveram um papel important ssimo neste processo Neste aspecto ver a disserta o de Melo 2005 21 centrais do capitalismo mundial No in cio da d cada de 1990 as colabora es das ONGs com o Banco Mundial j eram uma pr tica comum conforme relat rio de 1993 da referida institui o financeira ARRUDA 2003 Nos anos 1990 parceria e articula o tornaram se palavras extremamente importantes para o Estado e para as organiza es da sociedade civil entre elas as ONGs Isso foi o que conclu ram Souza Schwigert e Oliveira 1996 em pesquisa desenvolvida em 1995 com 100 ONGs nordestinas O sistema de parceria a partir de 1996 tamb m passa a ocorrer nos programas de educa o profissional de n vel b sico do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE com a cria o do Plano Nacional de Educa o Profissional PLANFOR Apesar de o envolvimento entre ONGs e educa o n o ser um epis dio exclusivo da ltima d cada do s culo passado com a vigente LDB a participa o dessas organiza es no campo educacional se intensifica Desde ent o e com a cria o do PLANFOR as ONGs voltaram se para a qualifica o de jovens e adultos de baixa renda e escolaridade junto com outras organiza es da sociedade civil como sindicatos institui es empresariais escolas t cnicas p blicas e privadas DELUIZ GONZALEZ E PINHEIRO 2003 Com
217. n FRIGOTTO G org Educa o e Crise do Trabalho Petr polis RJ Vozes 1998 188 GOHN M Os Sem Terra Ongs e Cidadania A sociedade civil brasileira na era da globaliza o S o Paulo Cortez 1997 Educa o Trabalho e Lutas Sociais In GENTILI P FRIGOTTO G A Cidadania Negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho 3 ed Rio de Janeiro Cortez Buenos Aires Argentina CLACSO 2002 GOMEZ A V A dial tica da natureza de Marx os antagonismos entre capital e natureza Disserta o de Mestrado PUC RJ 2004 GRAMSCI A Os Intelectuais Org nicos e a Organiza o da Cultura 9 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1995 GUIDDENS A Admir vel mundo novo o novo contexto da pol tica In MILIBAND D Reiventando a esquerda S o Paulo Editora Unesp 2004 GUIMAR ES N A Trabalho uma categoria chave no imagin rio juvenil Tn ABRAMO H W BRANCO P P M Retratos da Juventude Brasileira an lises de uma pesquisa nacional S o Paulo Funda o Perseu Abramo 2005 HABERMAS J Mudan a estrutural da esfera p blica Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1984 HADDAD S A educa o de pessoas jovens e adultas e a nova LDB In BRZEZINSKI I org LDB interpretada diversos olhares se entrecruzam S o Paulo Cortez 2000 OLIVEIRA A C As organiza es da sociedade civil e as ONGs de educa o Cadernos de Pesquisa n 112 p 61 83 mar o 2001 HARVEY D Condi
218. nal devido ao an ncio da morat ria fizeram com que a euforia vivida na d cada anterior no per odo do chamado milagre econ mico desse lugar a estagna o econ mica e a alta infla o FIORI 2001 A implementa o de planos econ micos e as constantes trocas de moedas e de ministros da De acordo como Parecer CFE n 699 72 de 5 de julho de 1972 as fun es do Ensino Supletivo eram Supl ncia de car ter estritamente compensat rio uma vez que visava suprir a escolariza o n o realizada na idade pr pria Suprimento vers o brasileira de educa o permanente que visava a atualiza o da m o de obra s demandas tecnol gicas dos processos produtivos ao proporcionar repetida volta escola para estudos de aperfei oamento ou atualiza o ATA DE op cit p 34 Aprendizagem com a inten o de formar um ex rcito de trabalhadores de reserva visto que compreendia a forma o met dica no trabalho das empresas ou de institui es por estas criadas e mantidas CHAGAS 1978 p 371 Qualifica o com o objetivo de preparar contingentes populares para a r pida inser o no mercado de trabalho pois visava profissionaliza o sem preocupa o com a educa o geral CHAGAS op cit 51 fazenda foram algumas das tentativas de recolocar o pa s nos trilhos do desenvolvimento e crescimento econ mico Sentindo os efeitos dessa crise os trabalhadores desde o final da d cad
219. neficiou a popula o que vive nas periferias urbanas de outras regi es metropolitanas bem como as institui es que com elas atuam Nessa edi o do CSJ capacitar 125 jovens com reserva de vagas para os com conflito com a lei na regi o do Centro Vila Rica e Pedreira em oficinas de Esporte e Lazer Arte e Cultura e Comunica o e Marketing Av Beira Mar 216 701 Centro Rio de Janeiro Telefone 21 2262 3406 Fax 21 2533 0837 http www bentorubiao org br cddhbr Qbentorubiao org br 198 Institui o Beneficente Brasil It lia A Brasil It lia oferecer cursos artesanato corte e costura cabeleireiro inform tica para administra o e t cnico de venda e atendimento ao cliente atendendo 100 jovens no munic pio de Nova Igua u Rua Cotegi 160 Nova Igua u Tel 21 2764 9157 cfpbrasilitaliaQ assidata com br Instituto de Qualidade de Vida Iquavi O IQUAVI foi criado em 30 de abril de 1997 com o objetivo principal de atender sociedade nos v cuos sociais deixados pelos Poderes P blicos Desde ent o sua atua o tem merecido especial destaque pela relev ncia das a es executadas tendo recebido o t tulo de OSCIP atrav s do Minist rio da Justi a em dezembro de 2003 O IQUAVI capacitar 100 jovens em telemarketing e hospitalidade de turismo gar om barman e camareira na regi o de Pavuna e Pedra de Guaratiba Avenida Presidente Vargas n 583 grupo 404 Centro Rio de Janeiro Telefone 21
220. nifica que o trabalho perdeu a import ncia para os indiv duos mas implica que a estrutura o da produ o age de outra forma sobre os indiv duos modificando o peso do trabalho na produ o de identidades e tornando poss vel a impress o de novos conte dos nova forma e nova cultura de trabalho Corroborando com tal pensamento algumas pesquisas realizadas por diferentes institui es com jovens brasileiros revelam a import ncia do trabalho para este segmento social Tanto o trabalho remunerado quanto sua falta ocupam lugar de relevo no imagin rio da juventude GUIMAR ES 2005 Os altos ndices de desemprego podem ser uma das raz es da grande preocupa o dos jovens pelo assunto uma vez que o trabalho concebido n o s como condi o necess ria para a conquista de condi es materiais de sobreviv ncia mas tamb m como fator de crescimento de conquista de independ ncia e de auto realiza o A pesquisa realizada pelo Projeto Juventude BRANCO 2005 GUIMAR ES 2005 revela que junto ao tema da viol ncia a dificuldade de inser o no mercado de trabalho percebida pelos jovens como principal componente negativo e aflitivo da condi o juvenil Batista 2007 chega conclus o semelhante em pesquisa realizada com jovens de S o Jo o de Meriti regi o metropolitana do Rio de Janeiro A autora constata que os jovens n o s percebem a centralidade do trabalho como estrat gia de sobreviv ncia e atividade vital h
221. no mbito das pol ticas p blicas municipal estadual e federal 138 mercado de trabalho ocorrido de forma paralela e desassociada da rede escolar de educa o b sica Deluiz 2006 em pesquisa sob a atua o das ONGs que desenvolveram a es no Programa Trabalhar e Aprender Qualifica o Profissional no munic pio do Rio de Janeiro entre 2001 e 2003 constataram que as ONGs pesquisadas ancoravam se em uma pr tica educacional inconsistente e assistencialista e os cursos se distanciavam da possibilidade de viabilizar uma efetiva participa o na esfera p blica por parte desses segmentos sociais tradicionalmente exclu dos do conhecimento e do exerc cio da cidadania abdicando as ONGs x de promover a es educacionais que levem constru o de propostas contra hegem nicas ao modelo vigente DELUIZ GONZALEZ PINHEIRO 2003 p 16 17 As organiza es privilegiadas pelo Estado para estabelecerem parcerias e realizarem as pol ticas sociais s o segundo Gohn 1997 as organiza es n o combativas ou seja aquelas que n o se voltam contra a a o do Estado Isso gera consequ ncias graves ao longo da d cada de 1990 entre elas o enfraquecimento das ONGs combativas agravada pela redu o dos recursos oriundos dos principais pa ses capitalistas que passaram a priorizar o investimento na reestrutura o dos pa ses do Leste Europeu p s socialismo em detrimento da ajuda s organiza es sociais dos paises latin
222. no mundo do trabalho tais como as apontadas por Antunes 2005 precariza o terceiriza o subcontrata o exclus o de jovens e velhos no mercado de trabalho e inclus o precoce de crian as aumento significativo do trabalho feminino crescimento do trabalho parcial part time do mercado informal e do desemprego assim como a diminui o das taxas de sindicaliza o e de seu poder de press o Ianni 1994 demonstra que aproveitando se deste retrocesso do poder sindical e da quantidade de m o de obra desempregada ou subempregada os patr es imp em regimes e contratos de trabalho mais flex veis que s fazem acentuar a explora o da for a de trabalho empregada em pa ses em desenvolvimento que se v for ada a se submeter por quest es de sobreviv ncia a sal rios nfimos a longas jornadas de trabalho legitimadas pelo instituto das horas extras e a trabalhos sem nenhuma ou escassa prote o em ambiente de trabalho Para Castel 1998 p 527 o problema atual n o se limita apenas precariza o do trabalho mas tamb m desestabiliza o dos est veis em que uma parte da classe oper ria integrada e dos assalariados da pequena classe m dia est amea ada de oscila o A inseguran a no trabalho e a dimens o do tempo do novo capitalismo a curto prazo ou epis dico interferem na subjetividade do trabalhador Como a flexibiliza o acentua o novo o fugidio o ef mero o fugaz e o contingente da v
223. nsino m dio tecnol gico e superior mas sim na educa o b sica de crian as e adolescentes e na qualifica o profissional inicial Mas n o numa forma o profissional cara e prolongada Kuenzer 1999 mostra que para o Banco Mundial era irracional aos pa ses em desenvolvimento investirem nesse tipo de forma o profissional n o s por causa da crescente extin o de postos e mudan a do paradigma t cnico para o tecn logo mas tamb m porque a maioria pobres mulheres negros e as minorias tnicas n o nasce competente para o exerc cio de atividades intelectuais Para estes basta um padr o m nimo exigido para participar da vida social e produtiva nos atuais n veis de desenvolvimento cient fico e tecnol gico complementado por qualifica o profissional de curta dura o e baixo custo ibid p 23 Em nome da rela o custo benef cio e deste padr o m nimo a educa o b sica ganhou centralidade no Brasil e no mundo o que percept vel na agenda internacional para a educa o materializada nas v rias confer ncias realizadas ao longo da d cada de 1990 organizadas por v rias entidades internacionais como o Banco Mundial a Comiss o Econ mica para a Am rica Latina CEPAL e a Unesco Essa centralidade que a educa o 65 b sica adquire segundo Oliveira 2001 operacional pois visa criar as condi es para a reprodu o do sistema capitalista atrav s da qualifica o da for a d
224. ntes configura es do PNPE Compreendendo que o conhecimento sempre aproximativo e provis rio o presente estudo n o tem a pretens o de esgotar as a es do Cons rcio Social da Juventude do Rio de Janeiro formado por 17 ONGs que executaram a es em 2006 e 2007 mas constituir se em mais um instrumento de an lise das pol ticas p blicas implementadas na rea de trabalho e educa o durante o Governo Lula da Silva O processo da pesquisa foi relatado em seis cap tulos No cap tulo introdut rio descrevemos o contexto geral em que se insere o objeto de estudo a revis o de literatura as problematiza es que vem sendo feitas na rea assim como o campo metodol gico da presente pesquisa No segundo cap tulo abordamos o hist rico da educa o de jovens e adultos EJA evidenciando o quanto esta modalidade foi marcada pela falta de compromisso pol tico por parte do poder p blico considerada uma educa o de segunda classe paralela educa o elementar comum Apresentando a EJA uma nova identidade a partir dos anos 1990 heterog nea fragmentada e complexa tendo em vista as diferentes experi ncias desenvolvidas por variadas entidades buscamos manter um di logo entre a EJA e a rea de trabalho e educa o pois entendemos que na educa o de jovens e adultos trata se da educa o dos trabalhadores educa o esta historicamente marcada pelos interesses pragm ticos econ micos e pol ticos No terceiro cap tulo bu
225. nto em 2007 a meta foi qualificar 2000 jovens e inserir 600 no mercado Cabe ressaltar por m que o PNPE uma das principais apostas e promessa de campanha do presidente Lula da Silva no mandato anterior n o teve o xito esperado Segundo dados do Minist rio do Trabalho foram contratados cerca de 15 mil jovens entre 16 e 24 anos de uma meta inicial anual superior a 150 mil Uma das justificativas para este baixo ndice de inser o o desinteresse dos empres rios em dar a primeira oportunidade de trabalho em troca de uma ajuda financeira Por essa raz o que o governo decidiu transferir os recursos para os Cons rcios Sociais da Juventude passando a terem as entidades ncora e executoras a responsabilidade de inserir no m nimo 30 dos jovens no mercado de trabalho 17 Dados publicados no Jornal O Globo Caderno de Economia p 13 segunda feira 26 de fevereiro de 2007 147 5 ENSINAR A PESCAR E N O DAR O PEIXE AS ONGs NO CAMPO DA QUALIFICA O PROFISSIONAL As entidades executoras investigadas participantes do PNPE Cons rcio Social da Juventude apresentam algumas diferen as quanto pr tica e forma de gest o Embora haja uma refer ncia comum a seguir estipulada pelo MTE n o podemos falar das entidades de modo nico isto como se as tr s entidades investigadas operassem no Cons rcio de forma semelhante Para n s alguns fatores s o relevantes para essa diferencia o 19 O perfil
226. ntrole realizado 5 Quais s o os procedimentos de mobiliza o e escolha das entidades a serem credenciadas como executoras pelos gestores do Programa 6 De que forma a ONG se relaciona com a entidade ncora 7 Quais s o os objetivos e finalidades da ONG ao desenvolver as a es de qualifica o profissional neste Programa 8 Como a ONG avalia hoje o PNPE como pol tica p blica Os resultados t m sido eficazes 9 Quais t m sido as dificuldades encontradas pela ONG para implementar o Programa soa 207 BLOCO II impactos sociais 1 A ONG fornece informa es aos educandos sobre outros programas de forma o 10 11 12 profissional Projovem Prouni e outros e ou programas p blicos de trabalho emprego e renda Bolsa Fam lia e outros H encaminhamento dos educandos para estes programas Que tipo de inser o no mercado de trabalho privilegiado nas a es de Educa o Profissional desenvolvidas pelas ONGs inser o no mercado formal informal em empreendimentos coletivos auto gestion rias de trabalho e outras Quais s o as justificativas adotadas pelas ONGs para ado o destas orienta es A ONG preocupa se com estrat gias para gera o de renda para os alunos Em caso afirmativo leva em conta o aproveitamento das potencialidades locais e o estabelecimento de parcerias com empresas Na avalia o da ONG os cursos ministrados est o adequados s demandas do mercado H preocupa
227. o Como o PNPE CSJ um Programa de parceria p blico privado reservamos o quarto cap tulo para defini o de conceitos importantes para o nosso estudo tais como sociedade civil esfera p blica n o estatal e parceria p blico privado Nele vimos o modo como o conceito de sociedade civil foi resignificado pelos intelectuais do capital e utilizado por meio da parceria p blico privado para a desmobiliza o pol tica mudando radicalmente a concep o gramsciana de sociedade civil deixando esta de ser concebida como arena de confronto para se transformar no espa o da colabora o Seguindo as recomenda es do Banco Mundial nos anos 1990 diversas organiza es da sociedade civil voltaram se para a qualifica o de jovens e adultos de baixa renda e 180 escolaridade Dentre essas organiza es as ONGS s o os interlocutores privilegiados para a parceria Como a pesquisa se voltou para as a es de algumas ONGs participantes do Cons rcio Social da Juventude na fun o de entidades executoras dedicamos parte deste cap tulo para an lise das Organiza es N o Governamentais a legaliza o de sua entrada no campo educacional e seus v nculos com a pol tica neoliberal uma vez que grande parte delas sobrevive com recursos p blicos Por fim descrevemos a estrutura o do PNPE CSJ a quem se destina objetivos e operacionaliza o O quinto cap tulo do presente estudo foi dedicado an lise das a es das entidades e
228. o Mundial gerou graves consequ ncias para a EJA como por exemplo o veto presidencial sua inclus o no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Fundamental FUNDEF em 1996 francamente inconstitucional e discriminat ria com os jovens e adultos como bem salientaram Andrade e Paiva 2004 j que o Banco recomendava aos pa ses perif ricos priorizarem o investimento na educa o b sica s crian as de 7 a 14 anos CORAGGIO 2003 De acordo com o documento do Banco Mundial de 1994 apud LEHER 1996 os eixos norteadores da pol tica educacional para os pa ses em desenvolvimento s o os seguintes 1 provis o de uma educa o b sica m nima 2 defini o da necessidade cr tica da m o de obra 3 efici ncia 4 equidade Ao compartilhar da vis o do Banco Mundial de que inf rtil educar jovens e adultos no mundo globalizado e competitivo o que se percebe um esvaziamento no Minist rio da Educa o na rea da escolariza o deste grupo deslocando uma parcela do atendimento dele para o Minist rio do Trabalho e Emprego e transferindo a responsabilidade pela EJA para esfera privada por meio de parcerias com diversas institui es da sociedade civil principalmente as ONGs 9 O ent o presidente do Banco Mundial Robert S McNamarra um dos principais formuladores da pol tica externa dos EUA e um dos mentores da interven o dos norte americanos no Vietn no documento do Banco Mundial de 1994 apu
229. o como controle de pre os incentivos etc 5 privatiza o das empresas e dos servi os p blicos 4 Autores como Altvater 1999 e Fiori 1997 t m nos mostrado que a internacionaliza o do capital tem gerado formas distintas de organiza o e hierarquiza o espacial das rela es capitalistas de produ o e de poder Quem det m o controle sobre o capital de investimento tecnologia produtiva e acesso aos mercados s o os pa ses mais avan ados s economias em desenvolvimento como cont m pouca ou nenhuma fonte para participar da luta pelo produto mundial resta a postura passiva de manter os equil brios macroecon micos capazes de seduzir os investidores Quer dizer cabe lhes criar um ambiente onde sejam reduzidas ao m nimo as incertezas e a possibilidade de mudan as nas regras e institui es econ micas independentemente das consegii ncias e degrada o das condi es s cio ambientais Segundo Soares apud MONTA O 2007 se reconhecemos a exist ncia de algum tipo de Estado de Bem Estar Social no Brasil pa s de capitalismo tardio este foi conformado de maneira mais completa sob a gide de um regime autorit rio p s 64 nos quadros de um modelo econ mico concentrador e socialmente excludente 50 Para Fiori 2001 p 13 o que levou alguns intelectuais brasileiros inclusive aqueles tradicionalmente comprometidos com a implementa o do projeto socialista a aderirem ao projeto neoliberal o que c
230. o de modo a formar trabalhadores instrumentais e intelectuais atrav s de diferentes projetos pedag gicos Aproveitando se da ambigiidade da Lei e da constitucionaliza o da equival ncia dos ensinos proped utico e profissionalizante o setor privado infiltrou se na rea do ensino m dio nos chamados cursos profissionalizantes oferecendo aos jovens e adultos das camadas populares cursos predominantemente noturnos e de baixo n vel FREITAG 2005 Tais cursos eram bastante procurados devido aos mecanismos de seletividade criados pela LDB e pela ideologia da igualdade e da educa o como canal de mobilidade e ascens o social Desta forma o sistema educacional contribu a para a reprodu o da estrutura de classes e das rela es de trabalho Como vimos no in cio dos anos 1960 a fragilidade do pacto populista era not ria dada impossibilidade de estabelecer na sociedade capitalista interesses comuns entre capital e trabalho A manuten o da pol tica populista desenvolvimentista ficava cada vez mais Ei Enquanto o projeto Mariani propunha a expans o da rede escolar gratuita prim rio e secund rio o projeto de Lacerda conhecido pelo nome de substitutivo Lacerda defendia a proposta da redu o ao m ximo do controle da sociedade pol tica sobre a escola restituindo a como institui o privada sociedade civil FREITAG 2005 p 100 Protestos entre intelectuais pedagogos e liberais n o faltaram dando
231. o processo que desenvolve domina o e n o por ele dominado MANACORDA 1991 p 95 Deveria ser uma forma o omnilateral que rompesse com a separa o entre trabalho manual e intelectual possibilitando o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas Para isso e tamb m visando supera o da ruptura que ocorria na f brica o processo educativo deveria coincidir ci ncia e trabalho N o uma ci ncia meramente especulativa mas operativa que refletisse sua capacidade de dom nio sobre a natureza e um trabalho n o destinado a adquirir habilidades parciais por m o mais articulado tecnologia da f brica ibid p 65 No constructo hist rico do homem fragmentado Manacorda nos mostra que at o s culo XVIII o processo educativo de jovens e crian as das classes trabalhadoras sempre foi parte integrante do processo produtivo Ao contr rio das classes dominantes para as crian as e jovens das classes subalternas nunca existiu um local exclusivo para a sua forma o Formavam se na aprendizagem pr tica no contato direto e constante com os adultos em sua vida e atividade Com a revolu o industrial a escola expandiu se forma o dos trabalhadores visando n o s a disciplin los para a nova organiza o produtiva como Marx utiliza pela primeira vez o termo omnilateral nos Manuscritos de 1844 a fim de expressar desenvolvimento total completo multilateral em todos os sentidos das faculdades e
232. o Movimento Sindical com experi ncias desenvolvidas por centrais confedera es e sindicatos experi ncias de EJA desenvolvidas pelo MST e outras tantas experi ncias desenvolvidas por universidades privadas Organiza es N o Governamentais ONGs e institui es religiosas A participa o do Estado dos trabalhadores e dos empres rios nas decis es e a es relativas educa o profissional ocorreu com a cria o do Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador PLANFOR implementado a partir de 1995 pelo Minist rio do Trabalho e Emprego MTE com a proposta de articular as experi ncias criando uma rede institucional Esse Plano foi um dos programas constitu dos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT A meta era qualificar por meio da oferta de qualifica o profissional pelo menos 20 da popula o economicamente ativa que correspondia em torno de 15 milh es de pessoas maiores de 16 anos com vistas inser o ou reinser o no mercado de trabalho Segundo dados do site do MTE apud KUENZER 2006 para o primeiro ano de execu o do Plano foram destinados R 28 milh es A tend ncia foi o crescimento dos recursos para ele alocados at o ano de 2001 quando foram investidos R 493 milh es No entanto para o ltimo ano de governo Fernando Henrique 2002 e o primeiro do governo 75 Lula 2003 cujo or amento fora definido no ano anterior os recursos foram reduzidos para R 153 milh
233. o Trabalho e Cidadania ITC O Instituto Trabalho e Cidadania destina se a promover o desenvolvimento social e econ mico integrados e o combate pobreza atuando em comunidades de baixa renda mediante a promo o de eventos apoio forma o de lideran as comunit rias capacitando lideran as sindicais estimulamdo o associativismo e promovendo estudos e pesquisas Capacitar 50 jovens na Tijuca e Cidade de Deus em oficinas de Assistente de Produ o Cultural e Teatral e M sico Artes o Rua Medeiros Pass ro 4 Tijuca Cep 20530 070 Rio de Janeiro RJ Lar Esp rita Irm Zil Oferecer 50 vagas no curso de padaria na regi o de Volta Redonda Rua L 76 Belmonte Volta Redonda RJ Tel 24 3350 6721 crecheirmazilaQ yahoo com br Viva Rio O Viva Rio desenvolve campanhas de paz e projetos sociais em cinco reas direitos humanos e seguran a p blica desenvolvimento comunit rio educa o esportes e meio ambiente Hoje atua em cerca de 350 favelas e comunidades de baixa renda da Regi o Metropolitana do Rio de Janeiro sempre em parceria com entidades locais investindo principalmente nos jovens mais vulner veis aos riscos sociais e buscando a supera o da viol ncia Durante a terceira fase do CSJ RJ a ONG oferecer a oficina de hotelaria para 100 jovens no Morro do Cantagalo em Copacabana Rua do Russel 76 Gl ria Rio de Janeiro Tel 21 2555 3750 http www vivario org br faleconosco O vivario org br
234. o americanos MONTANO 2007 Encontra se a um grande dilema do papel das ONGs nas pol ticas p blicas Diferente do que ocorria na d cada de 1980 quando lutavam para se fazer ouvir na formula o de pol ticas p blicas e estavam prontas a oferecer propostas inovadoras de atua o a partir de seus pr prios projetos experimentais financiados pela chamada coopera o internacional OLIVEIRA HADDAD 2001 p 69 nos ltimos anos contando majoritariamente com o dinheiro p blico para sobreviverem muitas ONGs agem mais para legitimar as pol ticas p blicas implementadas do que para se opor a ela mais para colaborar do que para vigiar criticamente o Estado 139 Al m do mais n o obstante a transfer ncia de responsabilidade de execu o de algumas pol ticas sociais para as ONGs o Estado n o abre m o da formula o e controle desta pol tica deixando clara a distin o das fun es do Estado e das organiza es da sociedade civil Isso significa admitir a posi o de comando e subordina o destas organiza es atingindo frontalmente sua autonomia DI PIERRO 2001 Esta a concep o da publiciza o da parceria p blico privado e da esfera p blica n o estatal concebida pelo ex ministro Bresser Pereira qual seja estimular o surgimento de organiza es sociais que legitimam as pol ticas p blicas que o Estado venha implementar Em um sistema produtivo que transforma tudo em mercadoria j denunciado
235. o curso favoreceu de certa forma a conquista desse trabalho principalmente no momento da entrevista de sele o As din micas que aprendi no curso de educador social s passei aqui mesmo para as crian as do outro Projeto da institui o Foi um trabalho volunt rio n o foi algo que me rendeu dinheiro Me rendeu assim no modo de entrevista como se comportar numa entrevista como encarar uma pessoa de frente Isso me ajudou bastante a ter um melhor desempenho na entrevista Natanael 18 anos egresso FBR 2007 Se eu n o tivesse feito o curso eu n o ia ter base para ser uma monitora hoje Melanie 18 anos egresso FBR 2007 Para os jovens a autoconfian a o saldo positivo da qualifica o profissional realizada inclusive para os jovens que se encontram desempregados Afirmam se sentirem mais preparados para o processo de sele o profissional principalmente quanto ao comportamento em uma entrevista Este o aspecto un nime entre todos os jovens mesmo os que ainda est o cursando O professor trabalha muito esse fator as dificuldades dos jovens como se portar numa entrevista de trabalho no dia dia do trabalho Angelo 18 anos aluno atual IMAC 2007 Trata se de benef cio secund rio prec rio insuficiente pois agindo as entidades pela l gica da racionalidade instrumental SINGER 1996 os jovens em nenhum momento questionaram as causas estruturais do desemprego e suas dificuldades de inse
236. o de que o homem o trabalhador s se sente agir livremente somente nas suas fun es animais comer beber e procriar ou ainda quando muito na escolha de sua casa de seu vestu rio etc em compensa o ele se sente animal em suas fun es propriamente humanas O que animal torna se humano e o que humano torna se animal MARX apud HUNT SHERMAN 1991 p 96 No sistema capitalista o trabalho por m o trabalho ao mesmo tempo em que se constitui como reino da servid o e desumaniza o pode vir a se constituir tamb m como reino da emancipa o e cria o Para isso faz se necess ria supera o da aliena o na qual a educa o tem muito a contribuir tornando se o trabalho um princ pio educativo 105 Para ambas as matrizes liberal e cr tica a educa o tem um papel primordial Enquanto para os liberais ela um importante instrumento de manuten o conserva o da sociedade para os cr ticos constitui se em importante instrumento para a supera o da falsa consci ncia e a transforma o social Vejamos 3 3 A Finalidade da Educa o nas Matrizes Liberal e Cr tica Emancipat ria Vimos que para Smith o trabalho a fonte da riqueza material de uma Na o Portanto o verdadeiro papel do capital aumentar a produtividade do trabalho conseguida atrav s da divis o do trabalho Smith aponta as vantagens desta divis o e sua consegiiente repeti o mec nica o aumento da produtividad
237. o desses fatores salienta o autor demonstra que o funcionamento do mercado de trabalho bastante desfavor vel aos jovens brasileiros Principalmente em rela o ao primeiro emprego uma vez que eles se encontram nas piores condi es de competi o em rela o aos adultos que com fregii ncia acabam preenchendo as vagas antes mesmo de serem acessadas pelos jovens j que possuem na maioria das vezes escolaridade mais elevada alguma experi ncia profissional e qualifica o Assim no primeiro mandato do Governo Lula da Silva s uma em cada dez vagas com carteira assinada abertas no Brasil foi ocupada por algu m que procurava se colocar no mercado pela primeira vez POCHMANN 2007 Desse modo n o s os jovens tendem a assumir as fun es de qualidade inferior na estrutura das empresas como tamb m a se submeter a baixos sal rios e a longas jornadas de trabalho POCHMANN 2000 Isso reflete na materialidade das condi es de vida dos jovens da classe que vive do seu pr prio trabalho ANTUNES 2005 Assim em 2002 segundo o Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA a maioria dos jovens 58 7 vivia em fam lias que tinham uma renda per capita menor do que um sal rio m nimo conforme gr ficos abaixo Dentre esses 91 encontramos 12 2 4 2 milh es em fam lias com renda per capita de at 1 4 do sal rio m nimo IBGE 2000 GR FICO 2 Perfil Econ mico dos Jovens Brasileiros 4 2 milh
238. o e por outras mudan as que inviabilizar a perman ncia das fun es dadas escola pelo Estado Novo 2 2 A EJA no Contexto do Nacional Desenvolvimentismo e da Teoria do Capital Humano as d cadas de 1950 e 1960 A d cada de 1950 foi marcada pela defini o de um novo cen rio econ mico e pol tico no Brasil Na quest o econ mica a principal caracter stica foi o aperfei oamento do modelo de substitui o de importa es inicialmente com o nacionalismo varguista e complementado posteriormente com o governo de Juscelino Kubitschek por meio de uso de capitais privados especialmente estrangeiros No aspecto pol tico o grande fen meno da d cada foi o populismo Mas como nos alerta Mendon a 1990 p 41 este n o deve ser encarado como a mera manipula o das Comprovam essa pol tica nacionalista as cria es do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico BNDE com o objetivo de financiar a juros baixos e at negativos os investimentos dos industriais nacionais da Petrobras empresa estatal de monop lio da prospec o e refino do petr leo e da Eletrobras destinada a gera o e distribui o de energia el trica 8 Prova disso foram s facilidades concedidas por Juscelino Kubitscheck s empresas multinacionais como a Willys Overland Ford Volkswagen e General Motors a fim de incentivar a produ o de autom veis e caminh es no Brasil 38 massas muito menos como produto de s
239. o trabalho manual Se se quiser criar uma nova camada de intelectuais chegando s mais altas especializa es pr prias de um grupo social que tradicionalmente n o desenvolveu as aptid es adequadas ser preciso superar dificuldades inauditas GRAMSCI 1995 p 138 139 Gramsci ocupou se com o tema da educa o durante toda a sua vida sobretudo na sua s 1 aos a ii F a a 2 maturidade principalmente por identificar a dimens o pol tica da escola E na escola que os intelectuais de diversos n veis s o elaborados Cada classe elabora seus pr prios intelectuais 9 p sado 2 BONNE Discordando de Marx que reprovava completamente a id ia de uma educa o popular a cargo e da influ ncia do Estado e da igreja para Gramsci o Estado quem deveria promover e manter a a o educativa Um dos motivos foi impossibilidade em acompanhar a educa o dos filhos por encontrar se preso no c rcere pelo regime fascista de Mussolini na It lia 115 org nicos cuja fun o social a busca do consenso em torno de determinado projeto pol tico SANTOS 2000 p 58 Por esta raz o os intelectuaisdesempenham um papel importante para Gramsci S o eles que organizam a cultura as mentalidades as concep es de mundo no sentido da conquista da hegemonia E para isso precisam passar por uma forma o escolar que lhe d um acesso especial para a cultura RODRIGUES 2003 O princ pio educativo elaborado por Gramsci
240. olar e ao financiamento de alguns projetos com recurso do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE J ao MTE coube a forma o de uma rede de qualifica o profissional formada por cursos de n vel b sico de curta dura o fragmentados e vinculados s demandas pontuais do mercado de trabalho atuando de forma paralela e desassociada da rede escolar de educa o b sica Esta divis o de tarefas entre as pol ticas p blicas dos referidos minist rios vai ao encontro da segmenta o na educa o profissional apontada por Kuenzer 1999 Para a autora o cen rio da educa o profissional demanda diferentes e desiguais aportes de educa o para a grande maioria exclu da do emprego ou submetida a trabalhos precarizados forma o simplificada de curta dura o e baixos custos a oferta de educa o cient fico tecnol gica mais avan ada fica restrita a um pequeno n mero de trabalhadores ibid p 20 21 Essa dualidade educacional reflete a polariza o existente no uso da m o de obra no novo paradigma de produ o De um lado o trabalho criativo de concep o e elabora o reservado a uma minoria de outro o segmento do trabalho repetitivo de execu o e operacionaliza o destinado as grandes massas principalmente trabalhadores integrados 73 produ o de bens e servi os que dependem ou n o de algum conhecimento b sico ou espec fico para o desenvolvimento de suas atividades
241. ompet ncia t cnica Deluiz 2004 salientou que a educa o voltada para a l gica do mercado cria a necessidade do desenvolvimento de compet ncias n o s t cnicas como tamb m as organizacionais comunicativas sociais e comportamentais Assim colocar o jovem para pensar no ocorrido conforme as circunst ncias descritas lev lo a se auto culpabilizar 156 ressaltando que outras compet ncias precisam ser desenvolvidas e escamoteando as causas estruturais do desemprego As coordenadoras afirmam contudo que os cursos tamb m t m a finalidade da constru o do que chamam de consci ncia cr tica como se pode perceber nas falas abaixo Os cursos foram estruturados de forma que n o fosse s a profissionaliza o mas que tamb m o jovem sa sse daqui com uma consci ncia com uma id ia cr tica A constru o do jovem cidad o o jovem que faz a diferen a n o somente pra si mas tamb m pro entorno pros familiares FURTADO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL A capacidade cr tica dele pra gente essa autonomia Essa autonomia nos diversos pontos de vista Na sua vida pessoal na sua vida profissional SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL N o podendo satisfazer a expectativa dos jovens de emprego formal e garantir a inser o de todos os inscritos no programa a eleva o da capacidade cr tica se transforma no ganho maior no final dos cursos Assim muito al m do que voc chegar e ganhar o dinh
242. on s collect interviews semi estructured realizated with the geral and pedagogical co ordination of the three investigated ONGs and the focal group realizated with youngs students and people go out of two entities The results indicated that the actions of professional qualifications of the executor s entities PNPE CSJ of the theory of human s capital with the objective to adequate the youngs to the precarization of the job and to society from people don t have employ occasionating them the search of new alternatives of insertion the undertaker spirit and your auto responsabilization for the not insertion in the formal market job Finished that the course don t structure it in the perspective of the omnilaterality supported by Marx and Gramsci acting more as discipline of the workman to the economical order than to the formation of organical intellectual of hardworking s classes The social and political efetivity of the actions realizated for the participants entities don t render favourable the empoderament of the individual and collective subjects in the sense of your participation in the public sphere and restrict it to secondaries benefices such more sociability responsibility and auto confindence of the youngs executing PNPE CSJ the reserved function to the focalizated political of alleviation to poverty that is contain the social convulsion and guarantee the governability Key words Job and education Civil Society and ONGs PNP
243. onfundiu a cabe a de muita gente de boa vontade foi constru o de alguns mitos como o fim da hist ria da esquerda e do pr prio mundo do trabalho criados no in cio dos anos 90 influenciados pela queda do Muro de Berlim e a desintegra o do mundo socialista na Europa que exigiram uma moderniza o do pensamento progressista para ajustar se a uma sociedade global 58 A reconstru o do Estado o elemento central da agenda pol tica da d cada de 1990 tornando se uma necessidade imposta pela globaliza o da economia e pela pr pria crise do Estado crise esta definida em tr s dimens es conforme Barreto 1999 p 111 crise fiscal caracterizada pela crescente perda de cr dito por parte do Estado e pela poupan a p blica crise do modo de interven o do Estado que na maioria dos pa ses em desenvolvimento corresponde ao esgotamento do modelo de industrializa o por substitui o de importa es e crise do modo burocr tico de gest o p blica revelada por elevados custos e baixa qualidade dos servi os prestados pelo Estado Tratava se portanto do esgotamento do modelo de Estado contempor neo nos planos jur dico institucional econ mico social e pol tico da a necessidade segundo a autora ibid p 108 em operar a passagem do modelo de Estado produtor prestador de servi os interventor excessivamente burocr tico e pouco comprometido com resultados para o modelo de Estado
244. onhos Seu sonho sua vida e vida trabalho E sem o seu trabalho o homem n o tem honra E sem a sua honra se morre se mata N o d pra ser feliz N o d pra ser feliz Gonzaguinha Guerreiro Menino RESUMO Esta pesquisa investigou as a es de qualifica o profissional desenvolvidas por tr s Organiza es N o Governamentais ONGs participantes do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE Cons rcio Social da Juventude CSJ do Rio de Janeiro A situa o problema foi contextualizada tendo em vista as mudan as pol ticas econ micas e sociais ocorridas no Brasil na d cada de 1990 principalmente a partir da reforma do aparelho de Estado Tr s eixos constitutivos da pesquisa juventude trabalho e educa o foram articulados para evidenciar as vulnerabilidades dos jovens das camadas populares agravadas pelo quadro de transforma es no mundo do trabalho A fundamenta o te rica para a an lise das a es das entidades investigadas levou em considera o as concep es de trabalho e educa o ancoradas na matriz liberal por meio das id ias de Smith e Hayek e na matriz cr tica a partir de Marx e Gramsci Como o PNPE um Programa de parceria entre o Estado e as organiza es da sociedade civil o estudo tamb m discute os conceitos de sociedade civil esfera p blica n o estatal e parceria p blico privado al m de problematizar a atua o das ONGs no campo educacional e seus v ncu
245. onstru o da consci ncia cr tica desenvolvida mais enfaticamente nas aulas de cidadania onde s o trabalhadas segundo as coordenadoras quest es referentes a g nero etnias privatiza o Estado capitalismo socialismo as leis trabalhistas perfil do mercado e dos pr prios jovens BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL quest es ligadas ao mercado de trabalho leis trabalhistas o que eles precisam ter para ingressar no mercado de trabalho A gente trabalha mais as habilidades que s o inerentes aos jovens tipo empreendedorismo a quest o de despertar no jovem para a consci ncia cidad para que ele possa executar sua cidadania tanto no ambiente de trabalho quanto nas atividades eleitoreiras MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL Durante a forma o b sica as aulas de tica e cidadania s o mais enfatizadas pelas duas entidades que t m como miss o a forma o pol tica dos sujeitos IMAC e a forma o de lideran as locais FBR ao passo que as aulas de L ngua Portuguesa e Matem tica s o mais priorizadas por aquela entidade ACB cuja qualifica o e a gera o de renda a miss o principal Isso pode explicar em parte as diferen as de amadurecimento do discurso pol tico dos jovens das entidades investigadas No entanto apesar das discuss es sobre o mercado de 166 trabalho sua seletividade e as dificuldades encontradas pelos jovens na obten o do primeiro emprego seja trabalhada no
246. opolitana do Rio de Janeiro sempre em parceria com entidades locais investindo principalmente nos jovens mais vulner veis aos riscos sociais e buscando a supera o da viol ncia Durante a terceira fase do CSJ RJ a ONG oferecer a oficina de hotelaria para 100 jovens no Morro do Cantagalo em Copacabana Viva Rio Rua do Russel 76 Gl ria Rio de Janeiro Tel 21 2555 3750 http www vivario org br faleconosco O vivario org br Fonte http www consorciodajuventuder org br entidadesexecutoras asp Acesso em 05 11 2006 206 ROTEIRO DE ENTREVISTA Nome da ONG Nome do entrevistado Fun o cargo ocupado Nome do entrevistador Data da entrevista BLOCO I processos pol tico institucionais 1 A ONG considera que h integra o ou articula o das a es de qualifica o do PNPE com a outros programas de gera o de trabalho e renda b as pol ticas de desenvolvimento sustent vel local estadual regional ou nacional c as pol ticas de educa o De que forma esta integra o ocorre na pr tica quais os processos que estabelece na pr tica para que a integra o das a es ocorra 2 Como s o diagnosticadas as demandas de qualifica o profissional Que crit rios levam em conta para definir estas demandas Quem participa na defini o das a es de qualifica o profissional 4 Existe controle sobre as a es de qualifica o profissional Por parte de que inst ncias Como este co
247. or de trabalho motivado a ampliar seu conhecimento porque amplia sua capacidade de ganhos salariais PIRES 2005 p 80 isto os indiv duos devem se preparar capacitando se para 154 serem empreg veis Pires ibid evidencia que a l gica menos keynesiana e mais schumpeteriana em que o conhecimento torna se a vari vel estrat gica do mercado e da competi o capitalista Esta a concep o expressa na fala da coordenadora acima pois como assinala Paiva 2002 p 59 torna se tarefa das institui es que oferecem educa o tentar tornar sua clientela empreg vel incluindo na forma o elementos subjetivos capazes de assegurar maior ades o dos quadros s institui es Atrav s da l gica do Capital Humano as entidades executoras fomentam nos jovens a id ia de que eles est o se auto investindo o que lhes garantir futuramente sua inser o no mercado de trabalho A gente diz para o jovem que n o conseguiu ser selecionado para alguma vaga durante o curso que se voc n o conseguiu dessa vez voc vai conseguir voc t qualificado voc tem uma ferramenta dentro do seu curr culo para te ajudar para voc ser encaminhado para qualquer trabalho MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL Eu falo para eles hoje voc sai daqui com uma base e voc s podem n o conseguir emprego de hoje para amanh mas minimamente v o estar preparado pro mercado de trabalho que v o estar de repente encontran
248. or espa os que nem aqui e outros cria uma nova trajet ria de vida Agora as pessoas da universidade n o est o produzindo nada diferente do que j est dito em rela o a cursos como esses A cr tica sempre para uma narrativa contra mas ningu m analisa as brechas BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL Constitu da por ONGs com perfis diferentes o PNPE apresenta em meio a uma formata o comum diferentes configura es pois os educadores n o s trabalham seus conte dos de modo nico como os jovens n o se apropriam da informa o e constroem o conhecimento de forma igual j que vivenciam experi ncias cotidianas diferentes No entanto apesar das possibilidades apontadas em geral as a es das entidades executoras participantes do PNPE CSJ cumprem o papel reservado educa o b sica forma o t cnico 177 profissional e dos processos de qualifica o e requalifica o orientados pelo Banco Mundial que de mormente produzir cidad os que n o lutem por seus direitos e pela desaliena o do no trabalho mas cidad os participativos n o mais trabalhadores mas colaboradores FRIGOTTO 1998 p 48 Desse modo embora o discurso das entidades seja de que trabalham na perspectiva da constru o do sujeito cr tico e se preocupa com a forma o pol tica dos jovens isto deles se entenderem como sujeitos de direitos entender o contexto que ele t inserido sua realidade as diferen
249. orienta se fundamentalmente para a forma o de intelectuais org nicos das classes trabalhadoras com o objetivo de desenvolver uma concep o contra hegem nica Esta a fun o social e pol tica da escola comprometida com a emancipa o dos homens que historicamente se encontram destitu dos dos meios de produ o e sofrem as agruras causadas por essa expropria o por meio do auto conhecimento e da a o pol tica em rela o dial tica entre si que se pode produzir um novo consenso Considerando a escola um dos instrumentos na forma o dos intelectuais org nicos o l cus da luta no entanto mais amplo a sociedade civil Tomando como base em suas an lises as sociedades de capitalismo avan ado da Europa Ocidental Gramsci verifica que a o poder coer o n o se concentra todo no Estado como ocorria nos pa ses orientais mas sim dilu do entre Estado e sociedade civil ou seja nas empresas nos clubes no mercado nos partidos na cultura Decorre assim que n o se trata apenas de uma luta golpista contra o Estado preciso uma revolu o no cotidiano RODRIGUES 2003 p 89 As institui es no mbito privado da sociedade civil entre elas a escola al m de difundir a ideologia dominante com vistas forma o do consenso podem tamb m 2 Para Gramsci h dois tipos de intelectuais o org nico e o tradicional Os tradicionais s o os intelectuais supostamente n o vinculados organicamente a
250. os a Subven o Econ mica incentivo financeiro federal a cada vaga oferecida pelas empresas aos jovens do PNPE e a Responsabilidade Social o Governo valoriza e incentiva as a es de responsabilidade social da empresas Ao atuar nessa a o do PNPE as institui es t m os seus compromissos reconhecidos publicamente atrav s de um selo Empresa Parceira do Programa Primeiro Emprego dado pelo Minist rio do Trabalho e Emprego Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 16 Esse projeto oferece oportunidade de profissionaliza o forma o para a cidadania presta o de servi os comunit rios e eleva o de escolaridade de jovens vindos do sistema penal ou de institui es s cio educativas de fam lias de baixa renda com baixa escolaridade e em situa o de risco social O Servi o Social Volunt rio tem a dura o de 100 horas distribu das em 6 meses ao jovens s o oferecidas bolsas orienta o profissional e encaminhamento de trabalho Os jovens s o encaminhados prioritariamente a servi os sociais solid rios nas reas de educa o sa de combate pobreza assist ncia social e cultural Dispon vel em http www mte gov br pnpe acoes asp Acesso em 02 02 2007 17 Destinado a criar oportunidades de ocupa o e renda para o mesmo p blico alvo do PNPE e com prioridade pra jovens de baixa renda e em especial para portadores de necessidades especiais mulheres afros descendentes ind gen
251. os grupos populares de baixa renda do Grande Rio de Janeiro na busca da melhoria da qualidade de vida e na constru o de uma cidadania mais ampla Ao longo dos 18 anos de atua o j foram estabelecidas parcerias com mais de 200 entidades e hoje o Campo assessora cerca de 40 grupos entre eles 11 creches e brinquedotecas 11 Centros Comunit rios de Forma o Profissional duas cooperativas uma Central de Servi os e o Centro de Ecologia e Cidadania de Tingu CEC Tingu Nessa etapa do CSJ RJ capacitar 100 jovens em auxiliar de corte e costura t cnicas b sicas de atua o em espa os de beleza e hotelaria na regi o de Santa Isabel Jardim Catarina Oswaldo Cruz Salgueiro Conjunto Campinho e Campo Grande Rua Paulino Fernandes n 77 Botafogo Rio de Janeiro RJ Brasil CEP 22270 050 Tel 55 21 2275 4037 campo Q campo org br Centro de Articula o de Popula es Marginalizadas CEAP O CEAP uma organiza o n o governamental independente sem fins lucrativos fundada em 1989 uma entidade que surgiu atrav s da reflex o de um grupo de militantes do Movimento Negro Organizado do Estado do Rio de Janeiro com experi ncia em diversas reas de atua o A linha de atua o do CEAP o combate a discrimina o racial e valoriza o dos direitos humanos objetivando a organiza o aut noma dos marginalizados O CEAP oferecer os cursos de artesanato em madeira constru o de m veis em PET e estetic
252. os interesses de seu pa s SMITH 1985 p 213 Esta a principal raz o da educa o posto que tornado o homem embotado e ignorante o empobrecimento cultural colocaria em risco o estabelecimento de comportamentos adequados vida no ambiente fabril e na sociedade em geral Portanto defende que o Estado em uma sociedade civilizada deveria dar maior aten o educa o das pessoas comuns SMITH 1985 Para o autor 107 embora as pessoas comuns n o possam ser t o bem instru das podem aprender as mat rias mais essenciais da educa o ler escrever e calcular O Estado pode facilitar encorajar e at mesmo impor a quase toda a popula o a necessidade de aprender os pontos mais essenciais da educa o SMITH 1985 p 215 A educa o da classe trabalhadora no entanto deveria ser em doses homeop ticas MARX apud FOGA A 1994 p 10 a m nima necess ria para que n o colocasse em risco a ordem econ mico social j que a desqualifica o do trabalho um processo inexor vel inerente ao capitalismo Portanto a preocupa o maior de Smith n o ser com a educa o para o trabalho ou com a educa o t cnica visto que os processos de produ o e a organiza o do trabalho na manufatura n o demandavam trabalhadores especializados e escolarizados mas sim com aquele m nimo de educa o que Smith considerava necess rio para que o povo ingl s se tornasse um povo civilizado
253. os tr s anos a Funda o Bento Rubi o atuou diretamente junto a mais de oito mil fam lias Indiretamente a atua o da institui o tamb m beneficiou a popula o que vive nas periferias urbanas de outras regi es metropolitanas bem como as institui es que com elas atuam Durante a terceira fase do Cons rcio Social da Juventude a Funda o Bento Rubi o oferecer cursos de auxiliares de constru o civil pedreiro armador ladrilheiro e eletricista atendendo 100 jovens em conflito com a lei e atuando nas regi es de Nova Igua u Favela da Rocinha Vila Alian a e Praia Rasa em Cabo Frio Funda o Centro de Defesa de Direitos Humanos Bento Rubi o Av Beira Mar 216 701 Centro Rio de Janeiro 204 Telefone 21 2262 3406 Fax 21 2533 0837 http www bentorubiao org br cddhbr O bentorubiao org br Institui o Beneficente Brasil It lia A Brasil It lia oferecer cursos artesanato costura industrial auxiliar de cabeleireiro t cnico em jardinagem e paisagismo t cnico em inform tica para administra o t cnico de venda e atendimento ao cliente atendendo 100 jovens no munic pio de Nova Igua u Institui o Beneficente Brasil It lia Rua Cotegi 160 Nova Igua u Tel 21 2764 9157 cfpbrasilitaliaQO assesdata com br Instituto de Qualidade de Vida IQUAVT O IQUAVI oferecer cursos de recepcionistas e operadores de telemarketing t cnico de vendas e de representa o comercial de produtos e servi
254. panha Nacional de Erradica o do Analfabetismo CNEA que embora tenha crescido extraordinariamente no ano de 1959 sofreu nos anos seguintes as dificuldades financeiras enfrentadas por todas as campanhas educativas do MEC at sua extin o em 1963 33 Segundo Mendon a 1990 p 347 inspirado nas id ias e solu es propostas pela Comiss o Econ mica para a Am rica Latina CEPAL os isebianos consolidaram uma vis o dualista das grandes quest es nacionais cujo cerne residia na luta entre o setor arcaico identificado com o campo e o setor moderno urbano industrial O rem dio capaz de superar tal impasse consistia na t cnica agente modernizador e neutralizador da mis ria e da desigualdade 42 Os primeiros anos da d cada de 1960 foram de muita agita o sob v rios aspectos No aspecto pol tico social podemos citar com base em Silva 1990 a mete rica carreira de J nio Quadros como presidente a tentativa de golpe dos grupos conservadores ao impedir o cumprimento da constitucionalidade e a posse do vice presidente Jo o Goulart devido sua posi o mais de esquerda a implementa o e o fracasso do parlamentarismo institu do pelo Congresso Nacional como forma de conciliar os grupos sociais polarizados em rela o legalidade da posse de Jo o Goulart o retorno ao presidencialismo a divis o dos partidos pol ticos em fac es e contrafac es a mobiliza o contra e a favor de diversos grupos da sociedad
255. por Marx em O Capital o conjunto de reformas empreendidas transforma direitos sociais em servi os n o exclusivos do Estado que como tal passam a ser consumidos na esfera do mercado ou exaltados como de responsabilidade da coletividade em nome da solidariedade humana e social Atribui se ao pr prio sujeito portador de necessidades a responsabilidade pela satisfa o dos seus carecimentos ora vinculando se auto ajuda e ajuda m tua ora adquirindo os servi os como mercadorias MONTA O 2007 p 190 De v tima do sistema capitalista os trabalhadores por meio de suas organiza es trabalhistas e sociais tornam se os respons veis pela solu o de quest es agravadas pelo modelo econ mico adotado em favor do capital Como afirma Haddad 2000 p 126 este o sentido da crescente exposi o na m dia de programas ao estilo Gente que Faz mostrando que a boa vontade unida a uma boa dose de caridade s o suficientes para que a sociedade civil organizada e as pol ticas compensat rias do Estado por si s se responsabilizam pelas mazelas do mercado Diversos projetos societ rios depositam na sociedade civil suas esperan as Utilizada nos discursos de diferentes matrizes ideol gicas muitos deles atra dos pelo canto da sereia 1 A mobiliza o de alguns movimentos para apoiar as pol ticas p blicas era um fato nos anos 1980 vide Confedera o Nacional das Associa es de Moradores CONAM e a Conf
256. prego MTE A institui o conta com tr s sedes A administrativa localizada no Centro do Rio cont m seu escopo administrativo al m de espa o destinado venda dos produtos de suas Oficinas Produtivas Seu N cleo mais antigo inaugurado h mais de 30 anos localiza se em Cidade Alta no bairro de Cordovil A ACB RJ tamb m atua desde 1982 na Mar mais precisamente em Vila do Jo o Como entidade ncora da terceira fase do Cons rcio Social da Juventude a ACB RJ oferecer tamb m capacita o em Anchieta e em unidades do DEGASE A ONG capacitar os jovens como assistente de cabeleireiro marcenaria Gastronomia Moda Artesanato t cnicas de venda telemarketing teatro estamparia em tecido recepcionista e serigrafia Tel 21 2253 6443 http www acaocomunitaria org br acaocomunitaria acaocomunitaria org br Associa o Brasileira de Museologia ABM A Associa o Brasileira de Museologia existe h 44 anos e busca suscitar favorecer apoiar e divulgar as a es voltadas para o desenvolvimento da atividade e das institui es museol gicas do pa s Participando pela primeira vez do CSJ a ABM capacitar 50 jovens nos cursos de fotografia em Duque de Caxias 195 Rua lvaro Alvim 48 409 Centro Rio de Janeiro RJ Telefone 21 2215 0359 acpv65 Qterra com br Centro de Assessoria ao Movimento Popular CAMPO O Centro de Assessoria ao Movimento Popular Campo foi criado em 1987 com a id ia de fortalecer
257. preparar contingentes populares para a r pida inser o no mercado de trabalho pois visava profissionaliza o sem preocupa o com a educa o geral CHAGAS ibid Segundo F vero 1996 p 67 tal direito se diz do poder de a o que a pessoa possui de proteger ou defender um bem considerado inalien vel e ao mesmo tempo legalmente reconhecido Da decorre a faculdade por parte de pessoa de exigir a defesa ou prote o do mesmo direito da parte do sujeito respons vel 17 educa o p blica de jovens e adultos mas suprimiu a obrigatoriedade do poder p blico vir a oferec la Muitas outras mudan as marcaram a educa o de jovens e adultos naquela d cada e segundo Haddad 1998 o ponto de inflex o foram os primeiros anos do governo Collor Isto fica expl cito em uma das declara es do seu terceiro Ministro da Educa o Jos Goldemberg que considerava a educa o de adultos desnecess ria e sem import ncia para a sociedade Elaborada no contexto das reformas pol ticas e econ micas que vinham sendo realizadas no Brasil a nova Lei de Diretrizes e Base da Educa o n 9394 9 consagrou a EJA como uma das modalidades da educa o b sica sendo suas diretrizes definidas quatro anos depois pelo Parecer n 11 2000 elaborado pelo Conselho Nacional de Educa o do MEC Essas modifica es devem ser analisadas no contexto de mudan as estruturais que vinham se processando na sociedade brasileira globaliz
258. propostas discutidas durante a campanha eleitoral de 2002 e aquelas contidas no PNQ na pr tica caminharam para outra dire o Como assinala Kuenzer 2006 p 878 embora pautadas no discurso da inclus o dos trabalhadores no mundo do trabalho por meio da qualifica o profissional n o s n o surtiram o efeito anunciado como ainda tornaram mais precarizadas as ofertas educativas Neste sentido a cr tica feita anteriormente por Ferretti apud V RAS DE OLIVEIRA 2007 aos cursos realizados no mbito do PLANFOR apresenta ainda extrema coer ncia A pol tica de educa o profissional se processa mediante programas focais e contingentes resultando em mera oportunidade de certifica o que n o asseguram nem inclus o nem perman ncia KUENZER 2006 Para a referida autora esta qualifica o conduz se no sentido de forma o que possibilite aos sujeitos se ajustarem aos trabalhos prec rios que demandam pouca qualifica o e baixa escolariza o Trata se de uma qualifica o voltada para a forma o da for a de trabalho com as caracter sticas daquela demandada pelo modo taylorista fordista por m sem os benef cios da estabilidade e do v nculo formal Sendo assim o eixo das pol ticas de educa o profissional no Governo Lula continua sendo de uma forma o precarizada para trabalhadores precarizados isto predominantemente de curta dura o sem o desenvolvimento de uma educa o integral baseada em uma concep
259. que ocasionam a eleva o dos ndices de desemprego enfatizam a melhoria da qualidade da educa o b sica mas ao mesmo tempo reduzem os recursos destinados a este setor e n o s o implantadas medidas com vistas a amp Cabe ressaltar que uma descentraliza o centralizada descentralizada em rela o execu o das pol ticas transferida aos Estados Munic pios e diversas entidades da sociedade civil No entanto o MEC n o abre m o da sua fun o de controle e regula o nacional de tais pol ticas de EJA Como por exemplo o Programa Recome ar institu do em 2001 focalizado nos estados do Norte e Nordeste e nos munic pios com baixos ndices de desenvolvimento humano DI PIERRO 2001 74 retardar a entrada de crian as e adolescentes no mercado de trabalho e assegurar o acesso e a perman ncia de jovens e adultos na escola A dispers o das pol ticas e de a es entre os setores p blico e privado foi uma das marcas da pol tica de atendimento a educa o de jovens e adultos durante os dois Governos de Fernando Henrique Cardoso No mbito ministerial havia o Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador PLANFOR e o Programa Nacional de Educa o na Reforma Agr ria PRONERA desenvolvidos respectivamente pelo Minist rio do Trabalho e pelo Minist rio do Desenvolvimento Agr rio J no mbito da sociedade civil havia as representa es de empres rios Sistema S Telecurso 2000 entre outros
260. r o no mercado de trabalho Afirmam t o somente que esta dificuldade ocorre devido sua falta de 171 qualifica o e baixa escolaridade assumindo assim as responsabilidades que lhes s o transferidas Aprenderam a li o ensinada afinal como afirma uma das coordenadoras se voc for ver a escolaridade e a forma o que essa garotada tem criar alternativas para al m do setor de atendente de lojas populares como McDonald Bob s Renner Spoleto dif cil porque eles est o mesmo nesse processo muito inicial BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL Nas transcri es das falas dos jovens e coordenadores percebe se que os jovens acabam incorporando no seu discurso elementos da matriz liberal e as entidades cumprindo a fun o reservada educa o na sociedade capitalista e denunciada por M szaros 2005 isto internalizar nos indiv duos os valores do capital a fim de legitimar a posi o que lhes foi atribu da na hierarquia social induzindo o atrav s de condutas certas e expectativas adequadas a um conformismo generalizado A adequa o precariza o do trabalho e sociedade do n o emprego ocorre desde o in cio do curso quando as expectativas dos jovens de obten o de emprego no mercado formal com carteira assinada e todos os bens trabalhistas garantidos s o logo frustradas Desmistificada a id ia de que o Programa n o tem necessariamente a proposta de garantir a inser o dos jovens no seu p
261. r as sociais de trabalho por efeito da produ o em grande escala da concentra o do capital da combina o do trabalho da divis o do trabalho maquinaria melhoria dos m todos aplica o dos meios qu micos e de outras for as naturais redu o do tempo e do espa o gra as ao meio de comunica o e de transportes e todos os demais inventos pelos quais a ci ncia obriga as for as naturais a servir ao trabalho e pelos quais desenvolve o car ter social ou cooperativo do trabalho MARX 1978 p 77 Portanto para Marx 1983 p 137 o trabalho que p e valor de troca que produz mercadoria trabalho social em que a individualidade do indiv duo se extinguiu trabalho abstrato do qual os diversos trabalhos s o reduzidos a trabalho sem diferen as uniforme simples a trabalho que qualitativamente o mesmo A mercadoria na sociedade capitalista diferencia se de produto n o apenas porque satisfaz a uma necessidade social qualquer mas tamb m porque o trabalho incorporado nela representa uma parte integrante da soma global do trabalho invertido pela sociedade ou seja est subordinado divis o de trabalho dentro da sociedade Neste sentido uma mercadoria embora n o seja imediatamente valor de troca transforma se em valor de troca quando n o possui um valor de uso para seu possuidor Da mesma forma em que o capital coisifica a natureza deixando de ser entendida como rela
262. r raz es distintas Para ACB o objetivo oportunizar os jovens a ter um conhecimento maior sobre diversas reas do curso escolhido para que depois eles possam ter melhores condi es de escolha do que mais lhes desperta interesse como explica a coordenadora Para o IMAC garantir que no momento da 130 N o h uma compreens o nica por parte das entidades executoras sobre as aulas de Matem tica Para a FBR trata se de aula de racioc nio l gico para ACB trata se de matem tica instrumental voltada para uso no mercado de trabalho e dia a dia dos jovens O IMAC n o desenvolve aula de Matem tica 162 inser o depois de conclu da no m nimo 80 da carga hor ria prevista os jovens j tenham visto o conte do priorit rio do curso Os cursos se desenvolvem atrav s de m dulos e assim no decorrer dos cinco meses os jovens t m contato com diversos educadores contratados para trabalhar determinados conte dos Dependendo da oficina oferecida geralmente os educadores que trabalham na qualifica o b sica n o trabalham na qualifica o profissional pois os gestores das entidades procuram contratar profissionais com experi ncia pr tica na rea Para a realiza o da qualifica o b sica existe um material comum a todas as entidades executoras Cadernos Pedag gicos produzido pelo Cons rcio Social da Juventude do Paran Em nome ao respeito das especificidades locais e regionais as coordenadoras das en
263. ra a melhoria da qualidade de vida e oportunidades sociais para segmentos da sociedade em desvantagem social muitas vezes sua pr tica inconsistente e contribui para a manuten o das desigualdades sociais os cursos se distanciam da possibilidade de viabilizar uma efetiva participa o na esfera p blica por S Para Singer 1996 a vis o produtivista concebe a educa o como prepara o dos indiv duos para o ingresso na divis o social do trabalho enfatizando a acumula o de capital humano Neste sentido educar seria instruir e desenvolver faculdades que habilitem o educando a integrar o mercado de trabalho mais vantajosamente poss vel A rede escolar portanto concebida como sujeita s regras do mercado A vis o civil democr tica segundo o mesmo autor n o v contradi o entre a forma o do cidad o e a forma o profissional tem preocupa o em proporcionar a autonomia do educando atrav s da autoforma o de sua consci ncia Esta consci ncia lhe possibilitaria o engajamento em movimentos coletivos visando tornar a sociedade mais livre e igualit ria 76 parte desses segmentos sociais tradicionalmente exclu dos do conhecimento e do exerc cio da cidadania abdicando as ONGs de promover a es educacionais que levem constru o de propostas contra hegem nicas ao modelo vigente DELUIZ GONZALEZ PINHEIRO 2003 p 16 17 Ancoradas em uma pr tica educacional inconsistente e assistencialista para
264. rama Acoes Conteudo Co nsorcioSocial asp http www mte gov br pnpe apresentacao consorcio social juventude asp http www consorciodajuventuder org br documentos Manual dos Consorcios doc Acesso http www mte gov br pnpe apresentacao asp http www consorciodajuventuder org br documentos Manual dos Consorcios doc http www mte gov br pnpe acoes asp http www guiatrabalhista com br tematicas primeiroemprego htm http www consorciodajuventuder org br documentos asp http www acaocomunitaria org br institucional historico asp 194 ANEXOS CONS RICO SOCIAL DA JUVENTUDE 2006 GOVERNO FEDERAL MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO MTE PROGRAMA NACIONAL DE ESTIMULO AO PRIMEIRO EMPREGO PNPE As entidades da quarta fase do Cons rcio Social da Juventude RJ que EM 2007 atender o 2000 jovens no Estado do Rio de Janeiro foram definidas atrav s de processo licitat rio Entidades Executoras da Quarta Fase do CSJ RJ 2007 A o Comunit ria do Brasil RJ A ACB RJ conta com 40 anos de atua o em favelas e comunidades de baixa renda e cerca de 2 600 pessoas atendidas por m s em seus campos comunit rios J atuou simultaneamente em 64 favelas e 16 conjuntos habitacionais atingindo um p blico aproximado de 150 mil pessoas Atualmente age como entidade ncora do Cons rcio Social da Juventude do Rio de Janeiro pelo mbito do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE do Minist rio do Trabalho e Em
265. ramento de tais diferen as Neste sentido para o autor o estabelecimento de uma educa o dual justificava se n o s pela pr pria diferen a de talentos entre os homens mas principalmente pela certeza de poder permutar toda a parte excedente da produ o de seu pr prio trabalho A finalidade da educa o liberal entretanto n o era somente a reprodu o das for as produtivas mas tamb m a reprodu o das rela es de produ o existentes Assim ainda que para Smith o trabalho fosse a fonte da riqueza material das Na es para ele a educa o seria meio necess rio para o disciplinamento do trabalhador o que seria possibilitado com a supera o do emprobrecimento cultural fruto da pr pria divis o do trabalho Afinal com o avan o da divis o do trabalho a ocupa o da maior parte daqueles que vivem do trabalho isto da maioria da popula o acaba restringindo se algumas opera es extremamente simples muitas vezes a uma ou duas O homem que gasta toda sua vida executando algumas opera es simples n o tem nenhuma oportunidade para exercitar sua compreens o ou para exercer seu esp rito inventivo no sentido de encontrar meios para eliminar dificuldades que nunca ocorrem tornando se geralmente t o embotado e ignorante quanto o possa ser uma criatura humana incapaz de conceber algum sentimento generoso de formar algum julgamento justo incapaz de formar ju zo sobre os grandes e vast
266. ramsci formulou uma interpreta o muito original e proposital sobre a rela o entre Estado e Sociedade Civil Aprofundando a teoria marxista sobre o Estado Gramsci supera a concep o restrita do Estado de instrumento nas m os da classe burguesa e o concebe como express o de uma correla o de for as contradit ria que se ap ia em um equil brio de compromisso entre grupos heterog neos BUCI GLUCKSMANN p 135 Gramsci elimina qualquer tipo de an lise instrumental do Estado Operando numa poca hist rica marcada pela socializa o da pol tica em que a esfera pol tica restrita que era pr pria dos Estados elitistas autorit rios e liberais cede progressivamente lugar a uma nova esfera p blica ampliada resultado da cria o do sufr gio universal e dos movimentos de massa o autor introduz um novo dinamismo entre sociedade e Estado Gramsci concebe o conceito de Estado ampliado que incorpora sociedade pol tica e sociedade civil Assim enquanto em Marx a sociedade civil situa se imersa na infra estrutura ou seja na base material no conjunto das rela es econ micas capitalistas Gramsci a via como parte da superestrutura junto com os aparelhos coercitivos do Estado a sociedade pol tica Neste sentido em Gramsci Cabe lembrar que a percep o do aspecto repressivo como aspecto principal do fen meno estatal na teoria marxista corresponde natureza real do Estado com que Marx se defrontou O
267. ransversais tica cidadania valores humanos meio ambiente sexualidade viol ncia igualdade racial e equidade de g nero s o trabalhados mais na perspectiva da mudan a de atitudes e comportamentos isto de respeito diversidade tnica cultural regional sexualidade e g nero do conv vio com as diferen as do respeito ao pr ximo entre outros Da os jovens afirmarem como aspectos positivos do curso realizado al m do conhecimento adquirido as mudan as ocorridas com eles em rela o sociabilidade responsabilidade toler ncia e autoconfian a E uma mudan a de comportamento que pode ter sem d vida reflexo na minimiza o das vulnerabilidades desses jovens em rela o viol ncia E o que exp e uma coordenadora A gente teve um aluno do Borel que ele falou quando tive l com voc s perdi a oportunidade de estar no tr fico Hoje ele t estudando terminando o ensino m dio e trabalha como seguran a BOTELHO 2007 IMAC COMUNICA O ORAL Apesar de n o ser suficiente uma forma o profissional em cinco meses para a coordenadora desta entidade investigada trata se de um momento importante para os jovens N o ser suficiente n o invalida a import ncia desse per odo Para muitos a oportunidade de encontros como esse a entrada para o novo ciclo da trajet ria de vida Esses cinco meses s o suficientes para o jovem sair dessa experi ncia e falar eu quero outras coisas
268. rdinando se aos valores de troca Produ o e consumo tornam se a t nica do novo modo de produ o pois a produ o de excedente requer necessariamente a constru o de uma sociedade de consumo estimulando crescentemente a cria o de falsas necessidades como denuncia Marx 1978 p 18 o trabalhador s deve ter o suficiente para querer viver e s deve querer viver para ter Termo usado por M szaros 2002 para referir se ao sistema alienado de comando do capital sobre o trabalho i Segundo G mez 2004 eram sociedade onde o homem encontrava se organicamente vinculado terra n o participava da rela o com a natureza como indiv duo isolado e sim como membro de uma comunidade e a produ o consistia no fato de produzir para o consumo dos indiv duos 102 O valor de uma mercadoria mensurado pela quantidade socialmente necess ria de trabalho humano gasto para sua produ o segundo Marx 1983 Para este autor o que determina o valor da mercadoria n o o tempo de trabalho contido nela como afirmava Smith mas sim o tempo de trabalho socialmente necess rio para produzi la Isso significa que a quantidade de trabalho necess rio para produzir uma mercadoria varia constantemente ao variarem as for as produtivas que por sua vez depender o principalmente 1 Das condi es naturais do trabalho fertilidade do solo riqueza das jazidas minerais etc 2 Do aperfei oamento progressivo das fo
269. re o p blico e o privado S o Paulo Paz e Terra 2003 EVANGELISTA J E Crise do marxismo e irracionalismo p s moderno 2 ed S o Paulo Cortez 1997 Quest es da nossa poca 7 FAUSTO B Hist ria do Brasil S o Paulo Edusp 2000 F VERO O Cultura popular e educa o popular mem ria dos anos 60 Rio de Janeiro Editora Graal 1983 A Educa o nas Constitui es Brasileiras 1823 1988 Campinas Autores Associados 1996 FERNANDES F Educa o e Sociedade no Brasil S o Paulo Dominus Editora 1966 FIDALGO F MACHADO L Dicion rio da educa o profissional Belo Horizonte N cleo de estudos sobre trabalho e educa o 2002 187 FIGUER DO A C Os Princ pios Pol ticos e a Pr tica Educativa do CESEP processos formativos de uma ONG em Sergipe 1988 1998 Mestrado Disserta o em Educa o Funda o Universidade Federal de Sergipe 2003 FIORI J L Os moedeiros falsos Petr polis Rio de Janeiro Vozes 1997 60 Li es dos 90 Rio de Janeiro Record 2001 FOGA A A Sobre educa o e economia um estudo sobre a automa o flex vel e a recupera o da intelig ncia na produ o 1994 Tese Doutorado em Educa o Rio de Janeiro UFRJ 1994 FONTES V Sociedade civil no Brasil contempor neo lutas sociais e luta te rica na d cada de 1980 In LIMA J C F NEVES L M W Fundamento da educa o escolar do Brasil contempor neo Rio de Janeiro Ed Fiocruz 2006 FREI
270. rego entre jovens ser o dobro da taxa geral QUADRO 1 Popula o jovem no Brasil por grupo de idade segundo a situa o do domic lio Situa o do Grupo de idade TOTAL domic lio 15 a 19 anos 20 a 24 anos De 15 a 24 anos Urbana 14 401 006 13 358 020 27 159 026 Rural 3 548 282 2 784 916 6 333 198 Brasil 17 949 288 16 142 936 34 092 224 Fonte IBGE Censo Demogr fico de 2000 apud FRIGOTTO 2005 p 185 No Brasil os n meros apresentados por diversas pesquisas s o bastante reveladores das conseq ncias perversas ocasionadas as juventudes brasileiras pela combina o entre a car ncia de pol ticas efetivas de gera o de trabalho e renda e a crise da sociedade salarial CASTEL 1998 A Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PNAD 2005 revelou que em 2003 havia no Brasil 23 4 milh es de jovens de 18 a 24 anos o que representava aproximadamente 13 5 da popula o total Destes em rela o escolaridade apenas 7 9 milh es estavam frequentando a escola Portanto 15 4 milh es de jovens de 18 a 24 anos 7 Dados publicados no Jornal O Globo segunda feira 30 10 2006 Os dados n o abrangem a rea rural da Regi o Norte exceto Tocantins 86 estavam fora da escola sendo que 4 9 em torno de 753 4 mil eram analfabetos e 35 3 5 4 milh es n o haviam conclu do o Ensino Fundamental Em rela o ao Estado do Rio de Janeiro os dados sobre analfabetismo indicam que 6 2
271. rimeiro emprego no mercado formal a qualifica o passa a ter um car ter mais voltado para mudan a de comportamentos sociais em face da situa o de risco e vulnerabilidade em que se encontra a maioria desses jovens N s temos um grupo diversificado temos v rias situa es dentro do grupo N s temos a quest o da menina que sofreu estupro dos meninos que tiveram algum tipo de viol ncia ent o a gente tem que trabalhar com essas quest es at porque ela atuante o tempo todo na hora do lanche MOREIRA 2006 FBR COMUNICA AO ORAL N s temos aqui antes de mais nada pessoas que t m problemas individuais que t m problemas familiares s o quest es de gravidez viol ncia em casa que j come aram a surgir que come amos a detectar FURTADO 2007 IMAC COMUNICA AO ORAL Uma quest o que a gente trabalha a quest o do respeito um com o outro Tem alguns jovens que eles n o se d o n Ent o come a a fazer o curso 172 E a s o os limites que t m que ser trabalhados Ent o antes da gente come ar qualquer atividade trabalho com o grupo com v rias din micas justamente para que eu fa a eles se perceberem e conhecerem o outro Essa a quest o do limite mesmo n E a a gente conversa que ningu m precisa ser amigo mas tem que haver respeito a tica o m nimo de toler ncia Ent o a a gente trabalha com essas quest es m nimas SILVA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Os temas t
272. rio e que apaga a dimens o rela es de produ o Na d cada de 1980 portanto com a instaura o de uma democracia restrita e elitista e com a grave crise econ mica vivida pelo pa s decorrente da sa da do Brasil do financiamento internacional ap s decretar em 1982 falta de condi es em pagar a d vida externa a sociedade civil foi perdendo a conota o que havia conseguido nas lutas antiditatoriais deixando de ser identificada com os movimentos populares e se transformando em um conceito mais geral MESCHKAT 1999 Sem d vida o crescimento das 127 organiza es n o governamentais simult neo ao enfraquecimento dos movimentos sociais contribu ram para isso como veremos mais adiante Por ora focando nossa aten o ao conceito de sociedade civil verifica se que a mudan a radical deste conceito ocorre na d cada de 1990 quando o Brasil adere agenda neoliberal e promove as reformas fiscal e estrutural Com elas n o se tem mais um debate sobre o p blico e sim o fortalecimento da sociedade civil como o lugar da esfera privada do mercado As polariza es que at ent o demarcavam o campo pol tico e o discurso de m ltiplos agentes sociais inclusive dos intelectuais da esquerda foram perdendo centralidade para a sociedade civil Para Leher 2002 p 158 esta revaloriza o e aplica o da express o sociedade civil resulta de um movimento consistente de coaliz o formal ou informal entr
273. rtidas em algo rent vel reas que interessavam ao capital tais como ensino superior e sa de preventiva e reparativa voltada para aqueles que disp em de recursos para pagar mensalidades de planos de sa de acabaram sendo absorvidas em grande parte pela iniciativa privada J reas que n o apresentam retorno financeiro como alfabetiza o de adultos preven o e repara o de camadas empobrecidas da popula o que n o podem pagar planos de sa de continuaram sob tutela do Estado ou passaram a ser transferidas para ONGs SANTOS 2004 p 40 O envolvimento de ONGs no campo educacional brasileiro n o um epis dio in dito da ltima d cada do s culo passado Esta rela o ocorre desde o nascimento das organiza es da sociedade civil nas d cadas de 1960 e 1970 quando pessoas oriundas dos setores das 137 igrejas dos partidos pol ticos e das universidades organizaram se em entidades associa es civis sem fins lucrativos para dedicar se junto aos setores mais pobres da popula o a trabalhos sociais como por exemplo a alfabetiza o de adultos OLIVEIRA HADDAD 2001 Tratava se de iniciativas caritativas de auto ajuda ou mesmo comunit rias em que os processos educativos eram absolutamente desligados dos processos educativos oficiais A legitima o da participa o das ONGs no setor educacional no entanto ocorreu com a elabora o da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o LDB n 9394 96 E
274. s Brasileiros Sendo o objeto de investiga o da presente pesquisa um Programa destinado a jovens de 16 a 24 anos n o poder amos deixar de tra ar um perfil dos jovens brasileiros a fim de se explicitar a necessidade urgente de implementa o de pol ticas p blicas voltadas para este segmento Conscientes da amplitude e complexidade da tem tica da juventude nossa proposta fazer aqui uma breve an lise da condi o juvenil em face das mudan as pol ticas econ micas sociais e educacionais at aqui apontadas Para isso faz se necess rio a priori expor algumas considera es necess rias quando se enfoca o tema da juventude A primeira delas diz respeito ao entendimento sobre a faixa 83 et ria correspondente juventude No Brasil o nico dispositivo legal que delimita a faixa et ria juvenil o Estatuto da Crian a e do Adolescente ECA que contempla os 18 anos como idade limite Geralmente as estat sticas brasileiras seguem os par metros de organismos internacionais considerando como jovens os membros do grupo et rio de 15 a 24 anos e este o grupo que para finalidade de nosso trabalho consideraremos juventude A segunda considera o diz respeito defini o de juventude uma vez que o conceito foi se transformando nas ltimas d cadas Sposito 2005 mostra que se no fim dos anos 1980 a juventude era concebida como o momento de transi o para a vida adulta ou ent o o momento de prepara o para aqu
275. s Sociedad civil en Am rica Latina representaci n de interesses y gobernabilidad Caracas Ed Nueva Sociedad 1999 M SZAROS I A educa o para al m do capital S o Paulo Boitempo 2005 190 Para Al m do Capital Campinas SP Boitempo 2002 MONTA O C Terceiro Setor e a Quest o Social cr tica ao padr o emergente de interven o social 4 ed S o Paulo Cortez 2007 NETTO J P FHC e a Pol tica Social um desastre para as massas trabalhadoras In LEBAUSPIN I org O desmonte da na o Balan o do governo FHC Petr polis Vozes 1999 NOGUEIRA M A As tr s id ias de sociedade civil o Estado e a politiza o In COUTINHO C N TEIXEIRA A P orgs Ler Gramsci entender a realidade Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 OFFE C Trabalho uma categoria chave da sociologia Revista Brasileira de Ci ncias Sociais v 4 n 10 p 5 20 jun 1989 OLIVEIRA A C HADDAD S As organiza es da sociedade civil e as ONGs de educa o Cadernos de Pesquisa n 112 p 61 83 mar o 2001 OLIVEIRA R A des qualifica o da educa o profissional brasileira S P Cortez cole o quest es da nossa poca v 101 2003 OLIVEIRA D A Pol tica Educacional nos anos 1990 educa o b sica e empregabilidade In DOURADO L F PARO V H orgs Pol ticas p blicas amp educa o b sica S o Paulo Xam 2001 DUARTE A Pol tica educacional como pol tica social
276. s e os governos acentuada pela globaliza o das ag ncias educacionais 62 OLIVEIRA DUARTE 2005 A pauperiza o crescente de enormes parcelas da sociedade obriga o Estado a criar tais programas compensat rios a fim de garantir a governabilidade evitando uma poss vel convuls o social Salama e Valier apud OLIVEIRA DUARTE 2005 destacam tr s caracter sticas centrais das pol ticas sociais implantadas a partir de ent o 1 pol ticas sociais orientadas para os muito pobres destinadas a garantir s popula es mais vulner veis um m nimo de servi os de primeira necessidade e da infra estrutura social perdendo seu car ter universal e se tornando um paliativo 2 pol ticas sociais de assist ncia benfeitoria e de privatiza o que t m por objetivo ajudar a rela o entre seguro e assist ncia 3 pol ticas sociais descentralizada e recorrendo a uma participa o popular na busca de maior efici ncia e racionaliza o dos gastos com apelo caridade e ao apoio comunit rio S o pol ticas que n o visam supera o da condi o de depend ncia dos indiv duos s pol ticas de car ter assistencialistas e nem a sua integra o sociedade salarial atrav s do emprego formal mas sim a sua inser o na sociedade do n o emprego S o pol ticas com o prop sito de impedir que as p ssimas condi es de sobreviv ncia de uma parcela significativa da popula o causem convuls es e protestos que venham
277. s entre capital e trabalho segundo Smith apud HUNT SHERMAN 1991 p 61 o mercado agiria como uma m o invis vel canalizando A doutrina econ mica do liberalismo rejeita o Estado identificado como governo considerando o um mal toler vel apenas quando n o haver outra forma de evitar um mal maior Assim segundo Adam Smith cabia aos governos a execu o de tr s fun es proteger o pa s contra invasores estrangeiros proteger os cidad os contra as injusti as cometidas por outros cidad os e o dever de erigir e manter obras p blicas Para Hunt Sherman 1991 p 67 a fun o de proteger os cidad os contra as injusti as cometidas por outros cidad os ganhou uma nova conota o proteger a propriedade privada garantir o cumprimento dos contratos e preservar a ordem interna o que significava atribuir ao governo a miss o de proteger a fonte de onde emanava o poder que fazia dos capitalistas a classe pol tica e economicamente dominante J a defesa da ordem interna significou no final do s culo XVII e no princ pio do s culo XIX contudo na maioria das vezes o esmagamento brutal dos movimentos sindicais ou no caso espec fico da Inglaterra do movimento cartista que eram encarados pelos capitalistas como s rias amea as s suas lucrativas atividades Do que foi dito acima o mesmo autor conclui que os te ricos liberais condenavam a interfer ncia governamental nos assuntos econ micos somen
278. s orientadas para o lucro como por exemplo as empresas do setor de infra estrutura do Estado ibid Para os formuladores do Plano a a o governamental direta deveria ficar reduzida ao n cleo estrat gico e ao setor das atividades exclusivas do Estado A justificativa para a retirada da a o estatal dos setores sociais sa de e educa o culturais de prote o ambiental e de pesquisa cient fica e tecnol gica era de que tais servi os ganhariam qualidade e efici ncia se sa ssem do mbito do Estado Suas alega es pautam se na justificativa de que 60 h demandas que necessitam de respostas imediatas e eficazes por parte do Estado mas que s o impedidas devido ao problema central da administra o p blica que a rigidez burocr tica decorrente da excessiva regulamenta o Assim para garantir maior agilidade qualidade e efici ncia no atendimento das demandas sociais este setor deveria ficar sob a responsabilidade de organiza es sociais p blicas n o estatais voltadas ao atendimento do interesse p blico Como afirma Bresser Pereira apud SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1998 p 31 32 na Uni o os servi os n o exclusivos de Estado mais relevantes s o as universidades as escolas t cnicas os centros de pesquisa os hospitais e os museus A reforma proposta a de transform los voluntariamente em organiza es sociais ou seja em entidades que celebrem um contrato de gest o com o Poder Executivo e
279. s trabalhadores associados Mas este empreendimento global n o algo que se fa a de um dia para o outro um ato cotidiano e cont nuo de enfrentamento como afirmava Gramsci O que os te ricos da matriz cr tica prop em portanto uma educa o que atue com fins a transformar o trabalhador em um agente pol tico que pensa age e usa a palavra como arma para modificar a si e o seu meio FREIRE idem Como Gramsci afirma 1995 p 7 cada homem transforma a si mesmo se modifica na medida em que transforma e modifica todo o conjunto de rela es do qual ele o ponto central Resta nos saber se as ONGs enquanto entidades executoras do PNPE Cons rcio Social da Juventude desempenham o papel destinado s pol ticas setoriais que esvaziar o poder de press o da sociedade civil e consequentemente sua compreens o como arena de luta de interesses e projetas societ rios distintos ou promovem a forma o do intelectual org nico do trabalho 118 4 AS ARMADILHAS DA POL TICA NEOLIBERAL Sendo o PNPE CSJ um programa cuja operacionaliza o ocorre por meio de parceria entre o Estado e organiza es da sociedade civil faz se necess rio debru armos sobre alguns conceitos importantes tais como sociedade civil esfera p blica n o estatal e parceria p blico privado Assim na primeira parte deste cap tulo nos deteremos no conceito de sociedade civil evidenciando o quanto o conceito gramsciano sofreu profundas altera
280. sa taxa era a terceira maior do mundo ficando atr s apenas da Col mbia e de Porto Rico e sendo quase oito vezes maior que a da Argentina SALGADO 2005 Atualmente o jovem brasileiro est sujeito a diferentes tipos de viol ncia como a prostitui o o narcotr fico o crime organizado e o analfabetismo O Brasil ostenta ndices expressivos de mortalidade juvenil e mais uma vez as condi es de classe g nero e tnica racial n o podem ser negligenciadas De acordo com os n meros apresentados no III Semin rio Viol ncia e Juventude realizado pela Faculdade de Sa de P blica da Universidade de S o Paulo FSP USP em 2004 o homic dio foi a principal causa de morte de jovens 34 2 11 vezes mais entre os jovens do sexo masculino seguido de acidentes de tr nsito 16 9 e o afogamento 6 3 O Rio de Janeiro foi o estado brasileiro que apresentou a taxa mais alta de homic dios Em nenhum estado a taxa de homic dios entre os rapazes brancos ultrapassou 50 bitos cem mil habitantes em contrapartida com exce o do Paran em todos os estados brasileiros a taxa de homic dios entre os rapazes negros foi maior do que os brancos sendo que o Rio de Janeiro encabe a a estat stica 129 3 bitos cem mil habitantes seguido por Pernambuco 113 9 bitos cem mil habitantes e Distrito Federal 104 5 bitos cem mil Esses indicadores nos s o teis para fundamentar a afirma o de que os jovens de 18 a 24 anos das camadas
281. scamos articular os tr s eixos constitutivos da pesquisa juventude trabalho e educa o Nele buscamos desenhar por um lado o quadro das 179 vulnerabilidades dos jovens brasileiros agravadas principalmente pelas Reformas no mbito estatal a crescente desresponsabiliza o do Estado com as quest es sociais e a falta de compromisso com uma pol tica efetiva de gera o de trabalho e renda e por outro lado a fim de nos dar fundamenta o te rica para a an lise das a es das entidades executoras participantes do PNPE apresentamos a concep o de trabalho e educa o nas matrizes liberal e cr tica Enquanto a matriz liberal compreende o trabalho como propiciador da riqueza da Na o tendo a educa o o papel de conserva o das rela es sociais de trabalho e das for as produtivas a matriz cr tica emancipat ria concebe o trabalho como meio pelo qual os homens se relacionam com a natureza e com os outros homens promovendo a mudan a da natureza e de si O trabalho se constituindo no sistema capitalista como reino da servid o e desumaniza o pode vir a se constituir como reino da emancipa o e cria o Para isso a educa o tem um papel fundamental visto que n o estaria voltada para a reprodu o do sistema capitalista mas fundamentalmente para sua supera o por se orientar na perspectiva da forma o do trabalhador em um agente pol tico que pensa e age com vistas transforma o de si e de seu mei
282. sil Alfabetizado entre outros 1 Em princ pio todos os brasileiros deveriam ter o direito de exercer a plena cidadania isto o direito ao emprego sa de habita o seguran a a igualdade etc Na nossa concep o cidad o aquele que participa ativamente da cidade ou seja aquele que influencia nas decis es da comunidade 26 a Quais s o para as ONGs em estudo os objetivos e finalidades das suas a es de qualifica o profissional b Qual a qualidade pedag gica das a es desenvolvidas pelas ONGs c Na perspectiva de seus alunos atuais e egressos que impacto tiveram as atividades do PNPE no desenvolvimento de uma dimens o econ mica trabalho e renda dimens o comunit ria participa o comunit ria e dimens o pol tico social exerc cio da cidadania 1 2 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS Entendendo o paradigma conforme concep o descrita por Guba 1990 apud ALVES MAZZOTTI GEWANDSZNAJDER 2000 p 132 um conjunto b sico de cren as que orienta a a o ou seja uma investiga o disciplinada a presente pesquisa se valer de princ pios do paradigma da Teoria Cr tica entendendo que o pensamento cr tico procura a supera o das dicotomias entre sujeito e objeto ci ncia e sociedade onde o sujeito do conhecimento um sujeito hist rico que se encontra inserido em um processo igualmente hist rico que o influencia ALVES MAZZOTTI GEWANDSZNAJDER 2000 p 117 Esse paradig
283. social advinda do conflito de interesses entre capital e trabalho e paradoxalmente responsabiliza as maiores v timas do sistema pelas suas pr prias mazelas A finalidade da educa o liberal portanto conservar e dinamizar as estruturas de produ o capitalista Para isso necess rio n o s mascarar a realidade como tamb m internalizar nos indiv duos os valores de tal sistema a fim de criar um consenso levando os a defender como seus os interesses do capital M SZAROS 2005 Nas sociedades divididas em classes as distor es constatadas em que a classe dominada assume os valores da classe dominante costumam ser explicadas a partir de categorias ideol gicas da naturaliza o invers o e abstra o Para Aranha 1989 p 8 d se a naturaliza o do processo quando a justifica o dos fatos sup e que eles fa am parte da natureza das coisas e n o sejam o resultado da a o humana Jo processo de invers o reside quando colocada como causa o que na verdade efeito e costumam tratar as quest es de forma abstrata teorizando a respeito da educa o em si por exemplo a educa o um direito de todos mas sem examinar a situa o hist rica concreta pela qual a educa o est a servi o de uma determinada classe social A educa o dual proposta por Smith tem por finalidade a perpetua o da explora o de uma minoria sobre a maioria e a conserva o da sociedade capitalista Contra es
284. ssidade de se eliminar o analfabetismo no pa s ROMANELLI 1998 Assim incentivados pela Organiza o das Na es Unidas pela 35 As escolas t cnicas segundo o autor foram criadas a partir das escolas de arte e of cios pelo Decreto lei n 4 078 de 30 de janeiro de 1942 J o SENAI foi cariado pelo Decreto lei n 10 009 de 16 de abril de 1942 2 Prova disso que mesmo ap s a lei org nica de 1942 Decreto lei n 4 078 quando o ensino t cnico industrial passou a fazer parte dos cursos reconhecidos pelo MEC n o havia equival ncia entre os ensinos profissionalizante e o proped utico Ele n o dava acesso ao ensino superior 37 Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO em muitos pa ses perif ricos e semi perif ricos verificou se o lan amento de v rias campanhas de alfabetiza o No Brasil a primeira delas foi a Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos CEAA organizada entre 1947 e 1963 sob a coordena o de Louren o Filho que via na campanha a forma de reduzir a marginalidade social em que se encontravam milhares de brasileiros Para muitos autores a d cada de 1940 foi um marco para a hist ria da EJA Foi o momento em que ela teve seu espa o espec fico delineado ao ser regulamentada e implementada pela Uni o com a cria o do Fundo Nacional de Ensino Prim rio pelo Decreto n 19 513 PAIVA 1987 HADDAD 1987 Isso acontece em um contexto hist rico mundial marcado pela bipolariza
285. ssional por ele proposto com pequenas mudan as de denomina es mant m o balc o de neg cios em que se transformaram as institui es p blicas e privadas de educa o profissional a partir do Decreto n 2208 97 ibid p 900 Para Leher 2005 p 51 se de um lado o novo Decreto permite a articula o do ensino m dio e profissional o que um avan o frente a situa o criada pelo Decreto n 2208 97 de outro ao admitir a manuten o da situa o vigente e nesse sentido ao legitimar a forma o desvinculada que se difundiu como rastilho de p lvora em todo o pa s em virtude do referido Decreto imp s por conseguinte grave retrocesso forma o profissional A edi o do Decreto n 5154 04 frustrou expectativa de que o novo governo viesse revogar o Decreto n 2208 97 e mantivesse o conceito de forma o integrada prevista na LDB no artigo n 36 A n o inten o em promover a forma o integrada j ficaria expl cita tr s dias ap s do novo Decreto ser exarado quando o MEC anunciou o Programa Escola de F brica com um modelo restrito aprendizagem profissional colocando sob a tutela da l gica empresarial a forma o dos jovens exclu dos do mercado de trabalho e que n o tiveram 7 Segundo a autora estudos realizados por Grabowski mostram que aproximadamente dois ter os dos recursos do Programa de Educa o Profissional PROEP foram destinados a projetos apresentados por institui es com
286. stado Para ele tendo o Estado sua origem na divis o da sociedade em classes existindo somente quando e enquanto existir essa divis o sua fun o consistiria exatamente em conservar essa divis o assegurando que os interesses particulares de uma classe possam se impor como o interesse universal da sociedade COUTINHO 1987 p 63 Para Wood 2003 Marx secundarizou uma an lise importante de Hegel que n o pode ser secundarizada a de que o Estado cria meios de intervir na vida social atrav s das pol ticas sociais com vistas a garantir o direito a vida Portanto ele n o s coercitivo Embora exer a a fun o de controle e coer o o Estado tamb m alargou a esfera dos direitos liberdade civil educa o p blica certas formas de prote o ao trabalhador 122 Assim como o Estado para o referido te rico a sociedade civil tamb m particularista pois se estrutura a partir dos interesses da classe burguesa No entanto ao se estruturar com a consolida o do modo de produ o capitalista para Marx a sociedade civil reino das rela es econ micas o fator determinante e o Estado comit das classes dominantes poder de opress o de uma classe sobre a outra o elemento subordinado MARX apud ibid p 63 Tentando compreender a complexidade do poder nos pa ses ocidentais nas primeiras d cadas do s culo XX onde o Estado n o era de todo coercitivo como nos pa ses orientais G
287. sto uma pol tica que procura permitir que indiv duos e grupos fa am as coisas acontecerem posto que o Estado pode funcionar s at certo ponto Para isso como condi o da efic cia pol tica da exig ncia do fluxo de informa o de baixo para cima e do reconhecimento da autonomia idem ibidem faz se necess rio descentralizar o poder pol tico o que em outras palavras significa organizar a parceria p blico privado 131 No Brasil esse sistema de parceria foi a t nica da d cada de 1990 principalmente a partir da reforma do Estado brasileiro A partir dela o conceito de p blico foi sofrendo altera es profundas Principalmente com a desresponsabiliza o do Estado na execu o de pol ticas sociais e com a forma o de um setor intermedi rio entre o Estado e o mercado o p blico n o estatal tamb m denominado de terceiro setor Alguns autores como Rifkin Kurz e Mintzberg apud BARRETO 1999 justificam a necessidade do setor p blico n o estatal devido incapacidade do Estado de integrar parcelas significativas da sociedade Em face disso compete ao Estado instituir parcerias oficiais com a sociedade civil nos v rios setores sociais sa de educa o habita o meio ambiente entre outros ibid p 110 A ades o do Brasil a esta pol tica de parceria se explicita no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado e em especial por meio da Medida Provis ria n 1 591 de 9 de
288. t gia medida que muda o eixo de luta dos trabalhadores sendo a fundamental a atua o dos intelectuais org nicos das classes trabalhadoras em disputa pelo consenso hegemonia com os intelectuais org nicos do capital GRAMSCI 1995 Esta luta di ria 100 j zi E x E preciso salientar no entanto que para Marx necess rio a supera o do Estado burgu s O controle do Estado trata se de uma etapa importante para se fazer frente a contra revolu o mas seu objetivo a sua supera o e a cria o de uma sociedade dos produtores civis associados 125 realizada nos diversos aparelhos mostra para o autor n o s a possibilidade de se fazer a correla o de for as se alterar em favor do trabalhador nas sociedades do tipo ocidental como tamb m ampliar a dimens o p blica do Estado ou seja a constru o do que ele chamou de Estado tico A express o sociedade civil sem d vida ganhou prest gio a partir das obras de Gramsci constituindo se na id ia central no eixo estruturante de suas reflex es BOBBIO 1982 Mas a concep o gramsciana de sociedade civil n o hoje hegem nica O que se verifica atualmente segundo Leher 2002 p 158 um atrofiamento da no o de sociedade civil e a sua ressignifica o desvinculada da esfera econ mico social convertendo se neste sentido em refer ncia nos mais diversos discursos te ricos e pol ticos M ltiplas entidades ONGs governos Banco M
289. ta concep o de educa o v rios autores ir o dirigir suas cr ticas entre eles Marx e Gramsci Como a classe detentora dos meios de produ o cria mecanismos para mascarar a realidade a fim de perpetuar a domina o sobre as demais classes Marx apud MANACORDA 1991 concebe uma educa o cuja finalidade n o seria para a reprodu o do sistema capitalista mas fundamentalmente para sua supera o Para o autor a educa o deve orientar se de modo que conduza os homens supera o da falsa consci ncia explicitando as contradi es inerentes do sistema capitalista Na vis o de Marx 1978 no processo de forma o das futuras gera es seria poss vel romper com a separa o entre trabalho manual e intelectual porque dessa separa o que 109 brotam a aliena o e a ideologia Para isso ao contr rio de uma educa o unilateral preocupada apenas com um aspecto da forma o o da especializa o da m o de obra para o mercado de trabalho e de valores que legitimam o status quo Marx ibid e Gramsci 1995 entendiam a educa o ou forma o de modo completamente distinto da concep o liberal Para os referidos autores fazia se necess rio o rompimento com uma educa o voltada apenas ao aperfei oamento da mercadoria for a de trabalho A forma o segundo Marx deveria ser voltada para a forma o dos homens completos que trabalham n o s com as m os mas com o c rebro e que consciente d
290. te quando esta interfer ncia prejudicava os interesses dos capitalistas Por outro lado acolhiam com satisfa o e at mesmo reivindicavam interfer ncias paternalistas nos assuntos econ micos que estabilizassem os neg cios e ampliassem as possibilidades de lucro como afirma Hayek 1998 p 61 a nica parcela das fun es coercitivas do governo que podemos considerar s o as relacionadas com a preserva o do funcionamento de uma ordem de mercado Elas t m a ver primordialmente com as condi es que devem ser proporcionadas pela lei para assegurar o grau de competi o necess rio efici ncia do mercado 98 as motiva es ego stas e interesseiras dos homens para atividades mutuamente complementares que promoveriam de forma harmoniosa o bem estar de toda a sociedade Hayek tamb m compartilha desta cren a na suposta satisfa o de interesses m ltiplos e n o conflitantes ocorridos no mercado mas ocorre que algumas pessoas s o t o preocupadas com alguns dos efeitos da ordem de mercado que se esquecem do quanto improv vel e at mesmo maravilhoso encontrar tal ordem prevalecendo na maior parte do mundo moderno um mundo no qual temos milhares de milh es de pessoas trabalhando em um ambiente constantemente vari vel provendo meios de subsist ncia para outros que s o na maioria desconhecidos por elas e ao mesmo tempo tendo satisfeitas as suas pr prias expectativas de que receber o bens e servi os produz
291. terais que potencializa todas as dimens es humanas Uma escola unit ria de forma o humanista entendido o termo humanismo em sentido amplo ou de cultura geral que deveria se propor a tarefa de inserir os jovens na atividade social depois de t lo levado a um certo grau de maturidade e capacidade cria o intelectual e pr tica e a uma certa autonomia na orienta o e iniciativa ibid p 121 No entanto ao defender a forma o geral Gramsci n o se descompromete com o desenvolvimento cient fico e tecnol gico pelo contr rio sua tese de que o trabalho mais precisamente o trabalho moderno deve ser o princ pio educativo da a o pedag gica Neste sentido a escola unit ria a escola de trabalho intelectual e manual t cnico industrial com o objetivo de introduzir na vida social os jovens dotados de uma certa autonomia intelectual e de uma capacidade de cria o intelectual e pr tica e de orienta o independente MANACORDA 1990 p 158 Cabe salientar que um dos princ pios educativos de Gramsci 1995 p 7 afirmar que todos os homens s o intelectuais visto que o trabalho manual mais primitivo cont m em si um aspecto intelectual Logo como n o existe n o intelectuais nenhuma profiss o est privada de conte dos e exig ncias intelectuais e culturais 113 Portanto voltada para a forma o de homens completos omnilaterais Gramsci concebia a escola unit ria
292. terando profundamente o compromisso do Estado com a garantia dos direitos sociais conquistados Isso ocasiona consegii ncias graves para grande parte da popula o brasileira Raichelis 2000 salienta que a redu o dos gastos p blicos preconizada pelos neoliberais significou na pr tica a redu o dos gastos sociais ocasionando para as camadas populares deteriora o das suas condi es de vida e do trabalho aumento da pauperiza o do desemprego crescimento do mercado informal de trabalho explora o do trabalho infanto juvenil entre outras Assim para Montafio 2007 p 226 a fun o das parcerias encobrir e gerar uma aceita o da popula o da retirada do Estado da atividade social fazendo ideologicamente com que esse processo seja percebido como de transfer ncia de um setor falido o Estado para outro mais eficiente empreendedor livre a sociedade civil que alguns chamam de terceiro setor 4 3 As Organiza es N o Governamentais ONGs a parceria privilegiada Entre as institui es da sociedade civil convidadas para participarem do sistema de parceria como por exemplo igrejas organiza es profissionais sindicatos meios de comunica o e institui es de car ter cient fico e art stico as que mais se destacam s o as organiza es n o governamentais ONGs Prova disso o crescimento de sua a o em diversas frentes de atividades da rea social ao longo da d cada de
293. ticas pois comparada com os movimentos juvenis dos anos 1960 e 1970 que se contrapuseram de modo expl cito e contundente contra os regimes autorit rios 84 cidade Todas essas especificidades de certo modo criam condi es peculiares a cada jovem em rela o escolariza o a exposi o de riscos e luta pela entrada no mercado de trabalho formal que n o podem ser desconsideradas Tais quest es entretanto ser o tratadas de forma abrangente por duas raz es Primeiro porque concordamos com Frigotto ibid p 193 de que a quest o central n o de car ter individual nem primeiramente de g nero de cor ou de ra a mas de classe social Por isso a inser o precoce no emprego formal ou trabalho informal a natureza e as condi es de trabalho e a remunera o ou o acesso ou n o escola a qualidade dessa escola e o tempo de escolaridade est o ligados origem social dos jovens A segundo raz o deve se aos pr prios limites desse trabalho e objetivo da presente pesquisa Uma vez expostas as considera es necess rias quando se aborda a tem tica da juventude focamos nossa an lise neste momento para a rela o trabalho e escola vivida pelos jovens trabalhadores brasileiros Como vimos no decorrer da d cada de 1990 a condi o econ mico social do trabalhador brasileiro foi se deteriorando Os jovens em torno de 20 da popula o total do pa s ou seja aproximadamente 35 milh es de brasileiros
294. tidades afirmam que o planejamento n o elaborado a partir desse material j que ele produzido mediante outra realidade mas sim de acordo com a concep o pedag gica de cada entidade que se utiliza de outros recursos para facilitar a compreens o do conte do trabalhado Isso fica bem exemplificado na fala de uma das coordenadoras O material bom adequado mas ele muito bom atrelado a outras coisas que a gente traz O professor que ficar preso nesse material did tico ele n o vai conseguir ir muito longe n o MOURA 2007 ACB COMUNICA O ORAL As nodod utilizadas pelas entidades executoras valorizam o conhecimento pr vio dos jovens Entendem que estes embora possuam graus de escolariza o diferentes t m um conhecimento acumulado na sua experi ncia hist rica Metodologicamente todas as entidades executoras pesquisadas afirmaram seguir a linha construtivista em que a partir do levantamento dos conte dos dos jovens os professores os conduzam a descobrir sua a o e o que realmente est o mais propostos a fazer BI S o tr s os Cadernos Pedag gicos o B sico onde s o trabalhadas as quest es referentes cidadania tica mercado de trabalho Leis Trabalhistas meio ambiente e qualidade de vida o de Inclus o Digital e o de Est mulo ao aumento da Escolaridade L ngua Portugu s e Matem tica 163 A gente n o gosta de dar as coisas fechadas e determinadas no projeto N s desejamos que cada
295. toras afirmem que valorizam o conhecimento do aluno e integram no ao processo pedag gico como se pretende na escola unit ria os cursos n o se estruturam na perspectiva da forma o integral na omnilateralidade defendida por Marx e Gramsci A qualifica o tende a agir mais no sentido de disciplinamento do trabalhador ordem econ mica do que para forma o de intelectuais org nicos das classes trabalhadoras com o objetivo de desenvolver uma concep o contra hegem nica visto que n o levam os jovens a questionarem as causas estruturais do desemprego e nem a desenvolver um processo de busca com fins supera o da aliena o do trabalho a mudan a do modelo econ mico vigente ou a luta contra as reformas geradoras da exclus o Sendo assim a efetividade social e pol tica das a es realizadas pelas entidades participantes do Cons rcio n o propiciam o empoderamento dos sujeitos individuais e coletivos no sentido da sua participa o na esfera p blica restringe se a benef cios secund rios tais como maior sociabilidade responsabilidade e autoconfian a dos jovens cumprindo o Cons rcio a fun o reservada s pol ticas focalizadas e de al vio pobreza qual seja conter a convuls o social e garantir a governabilidade Contudo preciso estar atento s contradi es a fim de vislumbrar os espa os de luta e as possibilidades existentes Neste sentido nos grupos focais realizados com os jovens percebemos que as a
296. tual processo de reestrutura o do capital e de toda l gica neoliberal Para responder essas e outras quest es analisaremos a participa o de duas ONGs na execu o de atividades educacionais no Cons rcio Social da Juventude uma das a es do Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego 141 4 4 O Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE e o Cons rcio Social da Juventude a parceria p blico privado em a o O Programa Nacional de Est mulo ao Primeiro Emprego PNPE uma a o do Governo Luiz In cio Lula da Silva com vistas ao est mulo ao primeiro emprego de jovens trabalhadores da faixa et ria de 16 a 24 anos que est o fora do mercado de trabalho preferencialmente para aqueles que n o tiveram ainda uma experi ncia de emprego formal Reconhecendo o emprego juvenil como um dos principais desafios a ser enfrentado pelo Governo o Programa foi criado pela Lei n 10 748 03 modificada pela Lei n 10 940 04 e regulamentada pelo Decreto 5 199 2004 Neste sentido segundo informa es do MTE O PNPE vincula se a a es dirigidas efetiva participa o da sociedade no fomento de pol ticas e estrat gias para a gera o de trabalho e renda visando promo o de I cria o de postos de trabalho para jovens ou prepar los para o mercado de trabalho e ocupa es alternativas geradoras de renda e II qualifica o do jovem para o mercado de trabalho e inclus o social
297. turos dirigentes Por ISSO se quisermos romper essa trama ser necess rio n o multiplicar e graduar os tipos de escola profissional mas criar o tipo nico de escola preparat ria elementar m dia que conduza o jovem at o limiar da escolha profissional formando o nesse meio tempo como um homem capaz de pensar de estudar de dirigir ou de controlar quem dirige GRAMSCI 1995 p 136 Concebendo a import ncia pol tica da escola para a classe trabalhadora Gramsci defende a universaliza o da educa o escolar e rejeita o espontane smo que se traduz no abandono do jovem aos influxos casuais do ambiente na ren ncia de educar MANACORDA 1990 p 162 Assim para ele como para Marx a escola das classes subalternas deve ser de no es rigorosas O saber e a cultura n o devem ser exclusivos da elite Para isso faz se necess rio uma severidade pedag gica nos primeiros anos de idade Esta pedagogia austera da exig ncia justifica se a fim de convencer a muita gente que o estudo tamb m um trabalho n o s muscular nervoso mas intelectual um processo de adapta o um h bito adquirido com esfor o aborrecimento e mesmo sofrimento A participa o das mais amplas massas na escola m dia leva consigo a tend ncia a afrouxar a disciplina do estudo a provocar facilidades Muitos pensam inclusive que as dificuldades s o artificiais j que est o habituados a s considerar como trabalho e fadiga
298. ua passividade pois apesar dos aspectos carism ticos do l der que se estabelece na identifica o entre Estado e indiv duo foi o momento em que se reconheceu institucionalmente o direito do trabalhador cobrar o atendimento de suas aspira es O Brasil viveu durante a d cada de 1950 um momento de grande otimismo principalmente devido ao crescimento econ mico alcan ado com ajuda do capital estrangeiro Importantes segmentos da pol tica nacional buscando seguir os passos dos pa ses desenvolvidos acreditavam que com a r pida industrializa o o pa s poderia chegar ao primeiro mundo depois de derrubar certos obst culos entre eles o analfabetismo Esta era a cren a dos te ricos da teoria do desenvolvimento Foi na tentativa de minimizar tal obst culo que uma nova campanha de alfabetiza o de adultos foi criada a Campanha Nacional de Educa o Rural CNER implementada entre 1952 e 1963 apesar da decep o dos organismos internacionais com os resultados das campanhas de massa ocorridas em v rios pa ses e internamente com os resultados da CEAA Assim visando discutir e preparar o lan amento da CNER a fim de n o se cometer os erros vividos anteriormente foi realizado em 1952 o I Congresso Nacional de Adultos convocado pelo Ministro da Educa o com representantes de todos os Estados onde os participantes ressaltaram a necessidade da educa o dos adultos para que se pudesse fazer funcionar a democracia br
299. ua tendo seus contornos definidos pelo Banco Mundial e assim o que temos assistido no atual Governo a focaliza o do no ensino fundamental convers o das escolas em l cus das pol ticas assistenciais Bolsa Fam lia por exemplo adestramento da for a de trabalho nas unidades de forma o t cnico profissional e mais amplamente o aprofundamento da mercantiliza o da educa o LEHER 2005 p 48 Quanto educa o profissional especificamente o que se verifica a perman ncia das lacunas contidas no PLANFOR e criticadas pelos formuladores do PNQ tais como a desarticula o das pol ticas p blicas de qualifica o com as de educa o repasse dos recursos p blicos ao setor privado o mau uso destes recursos diante das fragilidades e defici ncias no 81 sistema de planejamento monitoramento e avalia o nfase nos cursos de curta dura o voltados ao tratamento fundamentalmente das habilidades espec ficas segmenta o e desarticula o das pol ticas p blicas desenvolvidas por diversos Minist rios Educa o Trabalho e Renda Ci ncia e Tecnologia Desenvolvimento e Combate Fome que disputam muitas vezes o mesmo p blico atrav s de diversas a es que a nosso ver muitas delas se vinculam as pol ticas de al vio da pobreza Retomando a import ncia do estudo do passado para a compreens o do presente a hist ria tem nos evidenciado que a principal marca da educa o de jovens
300. uando atrav s da participa o em a es coletivas os exclu dos s o capazes de recuperar sua dignidade e conseguem al m de emprego e renda acesso moradia decente facilidades culturais e servi os sociais como educa o e sa de a Ecos do Futuro tem por objetivo promover a es afirmativas que possibilitem combater as desigualdades sociais assegurando aos exclu dos possibilidades de inser o social A Ecos do Futuro capacitar 100 jovens em Telemarketing e qualidade de Atendimento ao P blico na regi o da Ilha do Governador e adjac ncias e no Campus da Juventude nessa fase do CSJ RJ Av Paranapu 1392 sala 205 Ilha do Governador Rio de Janeiro RJ CEP 21910 001 Telefone 21 3386 5463 http www ecosdofuturo org br ecosWecosdofuturo org br Funda o Bento Rubi o A Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o fundada em 1986 realiza a es que interferem diretamente na realidade e no cotidiano da popula o pobre e favelada do estado do Rio de Janeiro As atividades da institui o s o focadas nos problemas desafios e situa es de exclus o e nega o de direitos moradia e situa o da inf ncia e juventude A proposta fortalecer os mecanismos que torne esta popula o protagonistas na conquista dos seus direitos Nos ltimos tr s anos a Funda o Bento Rubi o atuou diretamente junto a mais de oito mil fam lias Indiretamente a atua o da institui o tamb m be
301. ude e Ilha do Governador 202 Centro de Integra o Empresa Escola Rua da Alf ndega 91 15 andar Centro Geral 21 3221 5200 Fax 21 3221 5248 http www cieerj org br Centro de Assessoria ao Movimento Popular CAMPO O Centro de Assessoria ao Movimento Popular Campo foi criado em 1987 com a id ia de fortalecer os grupos populares de baixa renda do Grande Rio de Janeiro na busca da melhoria da qualidade de vida e na constru o de uma cidadania mais ampla Ao longo dos 18 anos de atua o j foram estabelecidas parcerias com mais de 200 entidades e hoje o Campo assessora cerca de 40 grupos entre eles 11 creches e brinquedotecas 11 Centros Comunit rios de Forma o Profissional duas cooperativas uma Central de Servi os e o Centro de Ecologia e Cidadania de Tingu CEC Tingu O CAMPO oferecer os cursos de carpintaria el trica hidr ulica pintura e pedreiro atendendo 100 jovens no total atuando nas regi es de Pedreira Nova Igua u Tingu S o Gon alo J quei Santa Izabel e Conjunto Marinha Centro de Assessoria ao Movimento Popular CAMPO Rua Paulino Fernandes n 77 Botafogo Rio de Janeiro RJ Brasil CEP 22270 050 Tel 55 21 2275 4037 campo O campo org br Clube Palmares O Clube Palmares foi fundado em 1965 buscando suprir a necessidade que os jovens negros sentiam em se reunir sem ser discriminados e marginalizados A partir de ent o o Clube Palmares al m das at
302. ue transfere do social para o individual a responsabilidade pela inser o profissional dos indiv duos Confirma se a continuidade da id ia j denunciada por Pochmann 2002 e por outros autores de que a baixa escolaridade e a desqualifica o da maioria da popula o s o os principais obst culos para a inser o e as causas principais do desemprego que hoje o risco 151 social mais grave acentuado nos pa ses pobres devido car ncia ou defici ncia dos meios de prote o social CASTEL 1998 Entre os motivos que levam os jovens a participarem do Programa o principal deles a perspectiva de obten o de um emprego ao final do curso conforme o pr prio nome do Programa sugere No entanto os gestores das entidades executoras refor am aos jovens desde o in cio de sua entrada no Programa de que n o h como garantir essa inser o Existia uma ilus o do jovem tamb m na segunda etapa que era que iam fazer Projeto do Primeiro Emprego e iam sair de carteira assinada empregados numa grande empresa super legal e tal E a o que a gente explicou pra eles Que poderia ocorrer a inser o deles de alguma forma em alguma empresa s que a gente n o prometia MOREIRA 2006 FBR COMUNICA O ORAL Embora o Programa tenha esse nome n o necessariamente a pessoa vai sair empregada com carteira assinada porque isso era uma ilus o que se criou na primeira e na segunda fase MOREIRA 2006 FBR COMUNICA
303. um projeto para a sociedade ou n o identificados diretamente como atores pol ticos S o aqueles grupos que se sup em independentes uma casta parte aut noma em rela o divis o do poder pol tico na sociedade SANTOS 2004 p 58 Exemplos os eclesi sticos os te ricos os fil sofos t cnicos administrativos Cabe ressaltar que embora tenha elaborado essa distin o para Gramsci n o h neutralidade pol tica 116 constituir se como l cus de produ o e difus o de contra ideologias desempenhando um papel importante na luta contra hegem nica do capital M szaros 2005 tamb m advoga a favor de tal pensamento e prop e uma educa o para al m do capital Para isso preciso reconhecer a ntima liga o entre os processos educacionais e os processos sociais de reprodu o Se n o se levar em considera o o modo de reprodu o da ideologia dominante o que se faz s o pequenas reformas que n o alteram as estruturas fundamentais da sociedade pois s o reformas para remediar os piores efeitos da ordem reprodutiva capitalista estabelecida sem contudo eliminar os seus fundamentos causais antag nicos e profundamente enraizados ibid p 26 Para M szaros ibid na sociedade capitalista a educa o formal tem dupla fun o 1 produzir conhecimento e qualifica o de pessoal para acumula o do capital 2 internalizar nos indiv duos os valores do capital a fim de legitimar a posi o que
304. uma nova regula o da pobreza In PERSPECTIVA Florian polis v 23 n 02 p 255 278 jul dez 2005 PAIVA V P P Educa o popular e educa o de adultos S o Paulo Edi es Loyola 5 ed 1987 Qualifica o crise do trabalho assalariado e exclus o social In GENTILI P FRIGOTTO G A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho 3 ed Rio de Janeiro Cortez Buenos Aires Argentina CLACSO 2002 PIRES V Economia da Educa o para al m do capital humano S o Paulo Cortez 2005 POCHMANN M A batalha pelo primeiro emprego as perspectivas e a situa o atual do jovem no mercado de trabalho brasileiro S o Paulo Publisher Brasil 2000 E Trabalho S o Paulo Publisher Brasil 2002 RAICHELIS R Esfera p blica e Conselhos de Assist ncia Social caminhos da constru o democr tica 2 ed rev S o Paulo Cortez 2000 RAMOS M Possibilidades e desafios na organiza o do curr culo integrado S o Paulo Cortez 2005 191 RIZZINI I et al Pesquisando guia de metodologias de pesquisa para programas sociais Rio de Janeiro Editora Universit ria Santa Ursula 1999 RODRIGUES A T Sociologia da Educa o 4 ed Rio de Janeiro DP amp A 2003 ROMANELLI O Hist ria da Educa o Brasileira 1930 1973 Petr polis Vozes 1998 ROM O Jos E Educa o de Jovens e Adultos problemas e perspectivas In GADOTTI M e ROMAO J E orgs Educa o
305. umana com tamb m a expectativa deles com rela o ao ingresso no mundo do trabalho n o obscurece a consci ncia que possuem sobre o desemprego apontado como fonte de ang stia e desafio a ser enfrentado ap s a conclus o do Ensino M dio 95 O trabalho embora seja de fundamental import ncia para o Homem no sistema capitalista apresenta concep es diferentes e mesmo antag nicas dependendo da matriz filos fica epistemol gica E o que veremos a seguir 3 2 A Categoria Trabalho nas Matrizes Liberal e Cr tica Emancipat ria A ordem pol tica liberal foi inicialmente desenvolvida na Inglaterra no final do s culo XVII No entanto foi somente no final do s culo XVIII que ela foi sistematizada teoricamente principalmente por te ricos franceses e ingleses dominando at o final do s culo XIX o pensamento pol tico econ mico e social de alguns pa ses Seus representantes t picos s o David Hume Adam Smith Ricardo Edmundo Burke T B Macaulay Stuart Mill e lorde Acton na Inglaterra Tocqueville e B Constant na Fran a Immanuel Kant e Wilhelm von Humboldt na Alemanha e James Madison John Marshall e Daniel Webster nos Estados Unidos HAYECK 1998 Entre estes pensadores pol ticos cl ssicos do liberalismo privilegiaremos Adam Smith para pontuar os pressupostos principais desta doutrina pol tico econ mica assim como o te rico contempor neo Hayek A formula o te rica do liberalismo deu se em um contexto
306. undial movimentos populares se valem desta express o no sentido positivo mas com propostas interesses e significados distintos confirmando a afirma o de Wood 2003 de que trata se de um abrigo conceitual que a tudo cobre Nos interessa demonstrar os diferentes significados que o termo sociedade civil vem sendo constru do nas ltimas d cadas pelos intelectuais org nicos do capital com o objetivo de evidenciar a radical mudan a operada no significado gramsciano de sociedade civil Na Am rica Latina o conceito sociedade civil se difundiu no per odo em que quase todos os pa ses do subcontinente estavam sob o regime da ditadura militar MESCHKAT 1999 Civil neste contexto passou a significar o que n o era militar ou seja todo o oposto s arbitrariedades de um regime das For as Armadas Ao final da d cada de 1970 os descontentes com o regime passaram a buscar outros caminhos n o mais o da luta armada para sobreviver e recuperar um espa o n o ocupado pelo Estado militar Formaram grupos e organiza es como os ligados Igreja Cat lica e ONGs A partir de ent o segundo o autor ibid o conceito sociedade civil adquiriu conota es correspondentes a esta conjuntura espec fica isto de reconstru o dos la os de associa o em espa os n o muito politizados 126 A condi o indispens vel para a supera o do regime militar foi a cria o de uma sociedade civil protagonizada pelos movimentos populares e
307. unit rias ou privadas muitas das quais n o cumpriram com os termos contratuais n o concluindo as obras e ou n o implementando os cursos 80 acesso educa o regular Essa e outras medidas tomadas pelo MEC comprovam que a pol tica de integra o n o seria prioridade pelo novo Governo FRIGOTTO CIAVATTA RAMOS 2005 Isso explic vel segundo Leher ibid ao identificarmos a coaliz o de classes na qual o Governo de Lula est assentada ou seja no trip formado pelo setor financeiro do agroneg cio e exporta o de commodities uma vez que nenhum desses setores requer entre outras coisas a forma o massiva para o trabalho complexo refletindo assim na vigente pol tica de forma o profissional e t cnica do pa s Nesse sentido comparando os Governos de Fernando Henrique Cardoso 1995 2002 e os primeiros anos do Governo de Lula segundo o mesmo autor ibid verifica se a manuten o das mesmas tend ncias destrutivas da ades o incondicional deste Governo agenda do Banco Mundial embora constasse no Plano de Governo denominado Uma escola do tamanho do Brasil poca da campanha eleitoral de 2002 que as quest es da educa o seriam repensadas por seus protagonistas forjando a compreens o de que a educa o deveria ser objeto de pol ticas estrat gicas que apontassem para um novo modo de inser o do pa s na economia mundo e que de fato priorizassem o social frente ao capital A educa o contin
308. ursos oferecidos pelo Cons rcio Social da Juventude algo valoroso para os jovens como constatamos nos grupos focais realizados Com base em Frigotto 2004 vimos que os jovens brasileiros apresentam aspectos diferenciados de acordo com suas condi es econ mica e social de g nero etnia religi o e local de moradia centro e periferia campo e cidade que n o podem ser desconsideradas Todas essas especificidades de certo modo criam condi es peculiares a cada jovem em rela o escolariza o a exposi o de riscos e luta pela entrada no mercado de trabalho Nesta perspectiva ainda que cinco meses seja um per odo insuficiente para uma boa qualifica o as a es das entidades executoras podem causar outros impactos aos jovens como contribuir para a minimiza o de suas vulnerabilidades sociais atrav s da conscientiza o desta sua condi o e ao est mulo continuidade da escolariza o como bem explicita uma das coordenadoras abaixo Geralmente tem se a vis o que cursos como esses s o para conter as massas n o causam nenhum impacto Quem t no cotidiano fazendo um trabalho correto bem feito percebe que causa sim Os alunos que j passaram por aqui sempre falam P o que tive aqui n o tive em nenhum outro lugar Os relatos s o sempre os mesmos Olha naquele tempo aqui foi t o importante aprendi tantas coisas A gente tamb m n o d mole n o trata eles como coitadinhos S por passar p
309. utras formas de inser o al m do mercado formal como alternativa para as restri es do mercado Assim a qualifica o executada pelas entidades participantes do Cons rcio ocorre pelo vi s 169 da matriz liberal tendo a educa o segundo M szaros 2005 a fun o reprodutora das for as produtivas e das rela es de produ o existentes Agindo mais na apar ncia do que na ess ncia sobre a an lise da crescente restri o dos postos de trabalho e as finalidades da qualifica o profissional em que o desemprego compreendido n o como uma quest o pol tico social mas sim como uma quest o unicamente individual as entidades executoras conduzem suas a es na perspectiva da mudan a de comportamentos dos jovens para torn los empreg veis Na l gica dos rumos tomados pela educa o nos anos 1990 como afirma Frigotto 1998 p 45 trata se de uma educa o que desenvolvam habilidades b sicas no plano do conhecimento das atitudes e dos valores produzindo compet ncias para a produtividade qualidade total e competitividade e consegiientemente para a empregabilidade No grupo focal realizado com os egressos da FBR 2006 constatamos que a efetividade social e pol tica das a es realizadas pelas entidades participantes do Cons rcio restringe se a benef cios secund rios tais como maior sociabilidade responsabilidade e autoconfian a j que o curso n o rendeu alguma oportunidade de emprego trabalho
310. vez que as pol ticas educacionais est o sendo implementadas pela l gica da racionalidade financeira Em detrimento do princ pio de universalidade e igualdade adota se o princ pio da equidade assentado no tratamento diferenciado segundo as demandas da economia Saviani 1997 p 202 aponta a conson ncia da LDB com os postulados neoliberais por exemplo na invers o operada no enunciado do art 205 da Constitui o Federal Enquanto ali se I dever do Estado e da fam lia na lei est escrito dever da fam lia e do Estado Os mentores do neoliberalismo Hayek e Milton Friedman tamb m defendem explicitamente a preced ncia da fam lia sobre o Estado em mat ria de educa o A nova lei estabeleceu a mudan a da idade m nima para presta o dos exames de 18 anos para 15 anos para o ensino fundamental e de 21 para 18 anos para o ensino m dio 71 O Estado por sua vez vai se ausentando da sua responsabilidade com os diversos n veis da educa o e repassando a para a iniciativa privada Com a EJA este movimento not rio O governo foi repassando cada vez mais s empresas a responsabilidade em prover o ensino supletivo para seus trabalhadores Exemplo disso s o as telessalas do Telecurso 2000 criadas muitas das vezes dentro do pr prio local de trabalho por meio da parceria entre a FIRJAN e a Funda o Roberto Marinho O atrelamento das pol ticas p blicas educacionais s recomenda es do Banc
311. xecutoras Sendo assim focamos nossa aten o para an lise dos dados coletados na pesquisa de campo buscando responder as quest es norteadoras desse estudo isto quais objetivos e finalidades das a es de qualifica o profissional na concep o das entidades executoras qual a qualidade pedag gica das a es de educa o profissional e qual a efetividade pol tica e social dessas a es Constatamos que as a es de qualifica o profissional do PNPE em geral restringem se uma forma o com vistas a ajustar os sujeitos aos trabalhos prec rios que demandam pouca qualifica o e baixa escolariza o Sendo o PNPE estruturado conforme os postulados do ide rio neoliberal e por essa raz o sem grandes diferen as da pol tica de qualifica o profissional expressa no PLANFOR durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso as a es de qualifica o profissional das entidades executoras se conduzem pela perspectiva da empregabilidade e da Teoria do Capital Humano com o objetivo de adequar os jovens precariza o do trabalho e sociedade do n o emprego fomentando a busca de novas alternativas de inser o como o esp rito empreendedor e sua auto responsabiliza o pela n o inser o no mercado de trabalho formal Ainda que o PNPE Cons rcio Social da Juventude tente conciliar o homo saber o homo faber ao garantir carga hor ria equivalente para a qualifica o b sica e espec fica e as 181 entidades execu
312. xperi ncias em a es na garantia dos direitos humanos como o caso da Funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubi o Essa experi ncia lhe possibilita um posicionamento cr tico diante da pol tica neoliberal e da transfer ncia de responsabilidade do Estado para organiza es da sociedade civil Ainda em rela o a essa entidade o outro motivo da sua escolha se deve ao fato de oferecer suas oficinas de qualifica o profissional tamb m aos jovens em conflito com a lei Considerando que o Programa destina se ao atendimento de jovens em situa o de vulnerabilidade social a popula o privilegiada pela Funda o Bento Rubi o encontra se duplamente vulner vel n o s pelos riscos sociais comuns s juventudes das camadas populares mas fundamentalmente pelas dificuldades de reintegra o social vivenciadas por pessoas que cometeram algum ato infracional devido forte estigmatiza o e ao preconceito social Em rela o escolha do IMAC esta se deu pela seguinte raz o como j est vamos investigando duas entidades cujas a es se desenvolvem dentro de comunidades consideradas reas de risco no Rio de Janeiro devido presen a do narcotr fico consideramos importante 28 investigar uma entidade cujas a es se desenvolvem no chamado asfalto localizada em uma rea de f cil acesso o que favorece a circula o dos jovens residentes em diferentes regi es da cidade Os sujeitos da presente p
313. za o at o ensino superior podemos analis la sob diferentes enfoques como por exemplo pela amplia o da educa o de base atrav s das campanhas de alfabetiza o de massa que despertaram distintos significados para t cnicos pol ticos e pedagogos dependendo da sua orienta o pol tica e ideol gica ou mesmo pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educa o que nos servem de par metro de an lise das pol ticas educacionais uma vez que refletem como toda legisla o os embates pol ticos e econ micos presentes na sociedade brasileira em determinados momentos hist ricos Tendo como base a an lise das pol ticas p blicas em vigor nos ltimos dez anos a EJA vem adquirindo uma nova identidade marcada pela qualifica o profissional isto pelo oferecimento de cursos aligeirados de curta dura o focados nos segmentos mais vitimados pelo atual modelo de acumula o do capital DI PEIRRO 2005 e quase sempre descomprometidos com a forma o integral do homem Essa nova identidade da EJA uma das raz es que nos leva a retrat la articulada com a educa o profissional uma tentativa de n o reproduzir a n vel intelectual a dualidade hist rica do ensino Como historicamente tem se observado um escasso di logo entre as reas 2 De 1947 at o momento tivemos muitas delas tais como a Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos CEAA 1947 1963 Campanha Nacional de Educa o Rural CNER
314. zador da economia e da sociedade civil No entanto sua concep o de Estado e de sociedade civil bem mais complexa pois figura como um ideal a atingir uma possibilidade um momento tico que deveria incorporar a liberdade individual FONTES 2006 p 207 Neste sentido em Hegel a sociedade civil constitui o momento intermedi rio entre a fam lia e o Estado a esfera das rela es econ micas e ao mesmo tempo de sua regulamenta o externa conjuntamente sociedade burguesa e Estado burgu s BOBBIO 1982 p 30 Reconhecendo a impossibilidade de deixar toda a humanidade fazer seu metabolismo s no mercado uma vez que ele n o capaz de garantir condi es m nimas de igualdade e consegientemente o direito a vida Hegel trabalha com a id ia de um Estado tico capaz de garantir uma sociedade civil que assegure a liberdade e a vida Trata se de um Estado civilizat rio posto que desempenha tarefas positivas no campo social a garantia do direito vida Por isso para Hegel o Estado deve ter um car ter universal Mas a possibilidade da preserva o da liberdade individual e da universalidade do Estado s poss vel com o surgimento de uma nova classe e de uma esfera inteiramente nova a economia aut noma nessa esfera que o p blico e o privado se encontrariam WOOD 2003 Enquanto para Hegel o Estado determinante pelo fato de ser universal Marx nega este car ter universal e determinante do E

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