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1. A partir deste ponto h uma revira volta no tratamento que vinha sendo dispensado ao tema Finca se o entendimento de que o ser humano conseqii ncia do processo de desenvolvi mento que transita desde quando animal e fica sugerido mes mo antes desta fase no est gio vegetal afinal quem s o os seres inferiores isto de que n o existe rompimento da cadeia da vida que a evolu o espiritual posta em encarna es vem a ser mudan as em uma continuidade Da a d vida manifestada na indaga o n 610 Ter se ao en ganado os Esp ritos que disseram constituir o homem um ser parte na ordem da cria o Resposta N o mas a quest o n o fora desenvolvida A peculiaridade do ser humano est em fa culdades que somente ele conserva e em um destino afim A es p cie humana confirmam os esp ritos a que Deus escolheu Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 183 para a encarna o dos seres que podem conhec lo Quest o fe chada fica por conta da metempsicose din mica como se sabe j abordada e g por S crates o espiritismo n o admite que um esp rito que encarnou em corpo humano volte a encarnar em corpo animal porquanto isto seria retroceder e a via espiritual sempre ascendente n o h regress o N o h o que um esp ri to possa aprender em corpo de animal que n o possa aprender em corpo humano O livro dos esp ritos pretensamente composto por comunica
2. 136 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ao combate da raiva preconizando em seu 8 Informe T cnico datado de 1992 o controle de natalidade de c es e gatos e a edu ca o da comunidade o que conclui o Informe no Cap tulo 9 3 poli A pesquisa realizada pela OMS entre 1981 e 1988 como parte do projeto AGFUND OMS no combate raiva humana e canina nos pa ses em desenvolvimento revelou que os programas deelimina o de c es em que c es vadios sao capturados e sacrificados por m todos n o humanit rios s o ineficazes e caros Essa conclus o reiterada pela OMS no item 9 4 p 59 do aludido Informe N o existe nenhuma prova de que a elimina o de c es tenha gerado um impacto significativo na densidade das popula es caninas ou na propaga o da raiva A renova o das popula es caninas muito r pida e a taxa de sobreviv ncia delas sobrep e facilmente taxa de elimina o a mais elevada registrada at hoje gira em torno de 15 da popula o canina Corroborando esse entendimento esclarece o Instituto Pasteur em seu Manual T cnico n 6 p 20 A apreens o e a remo o de c es errantes e dos sem controle desenvolvidas sem conota o epidemiol gica sem o conhecimento pr vio da popula o e segundo t cnicas agressivas e cru is t m mostrado pouca efici ncia no controle da raiva ou de outras zoonoses e de diferentes agravos devido resist ncia imediata que su
3. 6 a on Alternatives amp Animal Use in the Life Sciences that was held in Tokyo Japan from Aug 21 25 2007 Melvin E Andersen and Daniel Krewski Toxicity Testing in the 21st Century Bringing the Vision to Life Toxicological Sciences 107 2 324 330 2009 Memorandum of Cooperation International Cooperation on Alternative Test Methods signed April 27 2009 http iccvam niehs nih gov about icatm htm page last updated Sept 3 2009 Framework for International Cooperation on Alternative Test Methods ICATM http www fda gov InternationalPrograms HarmonizationI nitiatives ucm114518 htm Oct 2008 last updated Apr 30 2009 Thomas Hartung A Toxicology for the 21 Century Mapping the Road Ahead ToxicoLocicaL Sciences Vol 109 No 1 18 23 2009 available at http toxsci oxfordjournals org cgi content full 109 1 18 arguing that w hen lobbying for programs to identify pathways of toxicity project the aim should be for a global program from the start for example similar to the human genome project Larry Greenemeier Fed Agree to Toxicity Tests That Cut Animal Testing SCIENTIFIC AMERICAN Feb 15 2008 http www scientificamerican com article cfm id feds agree to toxicity test See Hartung supra note 66 Thomas Hartung Toxicology for the Twenty First Century NATURE vol 460 July 9 2009 available for a fee at http www nature com nature journal v460 n7252 pdf 460208a pdf Daniel Krewski
4. 67 68 In contrast with these traditions are the Jewish Christian and Islamic faiths In these religious traditions animals are deemed to have been explicitly created for use by humans thus granting humans the right to use animals in any way they deem appropriate with some obligations to treat them well and avoid unnecessary pain or suffering in certain circumstances Animals in these traditions fall under the complete control of humans Many though not all of the directives to treat animals humanely are for the preservation of the human soul or well being rather than deriving solely from concern for the welfare of the animals themselves No religious tradition is completely homogenous For instance some scholars believe that the Essenes a Jewish sect were strict vegetarians eschewing animal sacrifice and eating the flesh of animals in keeping with their interpretation of religious practice This would have been a significant departure from Jewish tradition at the time There is some split in the Catholic tradition as well with Thomas Aquinas describing the accepted wisdom that animals are for man s use while Francis of Assisi urged the development of a more compassionate and caring relationship with animals rather than dominion over them We can see that to some degree attitudes towards animals as reflected in modern laws evolved from these diverse religious traditions And what do we learn from ancient secular
5. 81 82 19 20 21 22 23 24 25 VOLTAIRE PHiLosorHICAL Dicrionary 112 113 P Gay trans 1962 How absurd to say that beasts are machines devoid of knowledge and feeling which perform all their operations in the same manner which learn nothing which perfect nothing etc Barbarians seize this dog which surpasses man so greatly in his capacity for friendship they nail him to a table and dissect him alive to show you the mesenteric veins You discover in him the same organs of feeling that are in yourself Answer me machinist has nature arranged all the springs of feeling in this animal in order that he should not feel Has he nerves in order to be unmoved Do not suppose such a pointless contradiction in nature IMMANUEL Kant CRITIQUE OF PURE REASON Penguin Classics 2008 1781 CHARLES DARWIN THE DESCENT OF MAN 319 Encyc Britannica Inc 1952 1871 The difference between humans and non human animals is one of degree and not of kind Nuffield Council on Bioethics The Ethics of Research Involving Animals 4 4 2005 available at http www nuffieldbioethics org go browseablepublications ethicsofresearchanimals report_230 html JEREMY BENTHAM AN INTRODUCTION TO THE PRINCIPLES OF MORALS AND LEGISLATION Oxford University Press 1996 1970 See also Ruth Payne Animal Welfare Animal Rights and the Path to Social Reform One Movement s Struggle for Coherency in the Quest for Chan
6. O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva PNPR foi ins titu do no Brasil em 1973 para o tratamento preventivo da raiva humana e o controle da zoonose nos animais dom sticos alcan ando j na d cada seguinte redu o significativa nos casos hu manos e caninos Desde o in cio do programa foi dada nfase vacina o anti r bica canina por sua boa aceita o pela po pula o baixo custo e efic cia no controle da doen a De cerca de 500 000 c es vacinados no primeiro ano do programa 1973 atingiu se aproximadamente 9 000 000 de animais a partir de 1986 correspondendo a uma cobertura de 80 da meta vaci nar 80 da popula o canina estimada Al m da vacina o canina a captura Figura 2 e o sacrif cio de c es encontrados soltos nas ruas Figura 3 feitas de forma rotineira e sistem tica eram preconizados como a es funda mentais seguindo se o que recomendava o 6 Informe T cnico da Organiza o Mundial de Sa de publicado em 1973 A eli mina o deveria alcan ar n veis n o inferiores a 30 dado que estudos indicavam uma taxa de renova o anual da popula o canina em torno de 20 A atividade de captura concentrava se nas grandes cidades como S o Paulo Belo Horizonte e Bras lia perfazendo na d cada de 90 uma m dia de 70 000 animais mor tos por ano Em maio de 1990 a Organiza o Mundial de Sa de OMS e a World Society for the Protection of Animals WSPA publicam o Guidelin
7. o Mestrado Escola Nacional de Sa de P blica Funda o Oswaldo Cruz SOUZA A D CAMPOS C S SILVA E C SOUZA J O Estresse e o trabalho Campo Grande 2002 64p Sociedade Universit ria Est cio de S SOUZA M F A Resultado da Primeira Reuni o Latino Americana de Especialistas em Posse Respons vel de Animais de Companhia e Controle de Popula es Caninas OPAS WSPA Confer ncia V Congresso Estadual de Cl nicos Veterin rios de Pequenos Animais e I Simp sio de Sa de P blica da Regi o dos Lagos 14 Cabo Frio Rio de Janeiro novembro 14 16 2003 TAKAOKA N Y Manual t cnico do Instituto Pasteur Manejo de qui r pteros em reas urbanas n 7 S o Paulo Instituto Pasteur 2000 47p TANNENBAUM J Veterinary ethics animal welfare client relations competition and collegiality 2 ed St Louis Mosby 1995 615p VAROLLI I O sofrimento dos que tratam burnout em profissionais de sa de mental na regi o do ABC S o Paulo 2002 120p Disserta o Mestrado Universidade Metodista de S o Paulo 132 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL VIEIRA A M L ALMEIDA A B MAGNABOSCO C FERREIRA J C P LUNA S L P CARVALHO J L B et al Legisla o e Pol ticas P blicas In BEPA Boletim Epidemiol gico Paulista Dispon vel em lt http www cve saude sp gov br agencia bepa25_rg7caes htm gt Acesso em 01 fevereiro 2006 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Expert Committe
8. o a respeito das origens hist ricas da desigualdade entre o homem e o mundo animal com nfase na filosofia grega na cultura judaico crist e no pensamento cartesiano Em seguida faz se uma an lise das contradi es existentes nas diversas teorias que buscam uma justificativa para excluir os animais de uma esfera de considera o moral concluindo que as diferen as que existem entre as esp cies por si s n o justificam a explora o de uma pela outra Por fim conclui se que os principais crit rios utilizados para diferenciar o homem dos animais n o humanos como a raz o e a linguagem n o mais se sustentam diante do atual conhecimento cient fico e desenvolvimento tico da esp cie humana PALAVRAS CHAVE Direito Animal Especismo Bio tica Igualdade Vida ABsTRACT This article is a study on the application of the principle of equality to non human animals from the fundamental interests point of view as the interest to life and non suffering Initially it is an exposure about the historical origins of inequality in man s relationship with the animal world with emphasis on Greek philosophy Judeo Christian culture and the Cartesian thought Then there is an analysis of contradictions existing in the various theories that seek a justification to exclude animals of a sphere of moral consideration Mestrando em Direito pela Universidade Federal da Bahia UFBA Advogado Pesqui sador do N cleo Interdisciplinar d
9. 9 10 te para a conscientiza o de que os animais s o seres sencientes e sens veis dotados de sentimentos e sensa es como medo frio sono fome dentre outros Por isto devido ao car ter pluralista amplitude tem tica e a voca o interdisciplinar a presente edi o da Revista Brasileira de Direito Animal uma importante ferramenta de divulga o e dissemina o de id ias cient ficas e do conhecimento multi disciplinar valorizando viv ncias e promovendo a integra o e interc mbio cultural educacional e cient fico da Bio tica e do Direito dos Animais Desejo todos uma tima leitura Danielle Tetii Rodrigues Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento UFPR Vice presidente do Instituto Abolicionista pelos Animais Membro do Conselho Editorial da RBDA Coordenadora Geral do I Congresso Brasileiro de Bio tica e Direito dos Animais Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL DOUTRINA INTERNACIONAL INTERNATIONAL PAPERS RECONHECIMENTO JUDICIAL DOS INTERESSES DOS ANIMAIS UM NOVO TIPO DE ATO IL CITO David S Favre Resumo Este artigo procura explorar uma quest o simples mas profunda como deve o nosso sistema jur dico lidar com as reivin dica es dos animais por prote o contra danos provocados pelos humanos Uma resposta inicial que nosso sistema jur dico pode e deve fazer o que sempre tem feito ponderar o conflito entre os interesses dos indiv duos em um contexto de pol t
10. Ao longo da hist ria da humanidade em cada poca aqueles que assumiam por fatores conjunturais o poder seja ele o de g nero o homem no mundo primitivo que institucionalizou a primeira forma de divis o do trabalho entre homens e mu lheres machos e f meas o religioso Igreja Cat lica na Idade M dia p ex o pol tico o Estado aqueles que o dominavam o econ mico capitalismo liberalismo ou inclusive o cientifi co racional racionalismo dentre outras formas mais sutis ou n o de poder institu am e reproduziam a sua vers o dos fatos tornando a verdade absoluta e inconteste Com o tempo esta verdade passava a ser repetida pelos demais de forma acr tica e tornava se algo natural nor mal repudiando se excluindo se ou ridicularizando se des legitimando se aqueles que com ela n o concordavam ou que nela n o se enquadravam Foi assim com as mulheres sexismo com os pag os mouros rabes ca a s bruxas cruzadas guer ras santas com os negros atrav s dos muitos discursos que pretendiam legitimar a escravid o atrav s da constata o da inferioridade de uma ra a perante outra com os povos africanos latinos orientais imperialismo s e assim at hoje com os animais especismo uma vez que desde tempos ime moriais tem sido o homem branco ocidental catdlico heteros sexual animal racional que tem contado a sua vers o da hist ria
11. Esta edi o ressalta o tema da Bio tica que induziu a forma o de um novo discurso considerado como discurso Bioforense ou Biolegal ao priorizar a relev ncia do I Congresso Brasileiro de Bio tica e Direito dos Animais promovido pelo Instituto Abolicionista pelos Animais nos dias 15 16 e 17 de setembro deste ano em Curitiba A Capital Paranaense foi palco de respeit veis debates sobre quest es morais e ticas referentes a importantes temas na rea da Bio tica e do Direito dos Animais nos limites geogr ficos do Brasil O sucesso do Congresso repercutiu no pa s pela quali dade da programa o cient fica e dos renomados palestrantes bem como pela veicula o de contribui es relevantes ao desen volvimento cient fico social e ambiental nacional not rio que o Direito n o serve somente a tutelar o ser hu mano mas sim a todas as formas de vida Neste diapas o exer ce fundamental papel no sistema e se aliado tica importa em magn fica e estrondosa pot ncia transformadora de atitudes hu mana N o h mais como fugir da obrigatoriedade da reflex o so bre quest es pontuais relacionadas bio tica e aos animais dentre elas por ex at que ponto s o moralmente aceit veis os avan os cient ficos mediante experi ncias feitas em animais vivos Como a realidade dos animais muito diferente da que ima ginamos a educa o ambiental sem d vida muito importan Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011
12. IMMANUEL KANT CRITIQUE OF PURE REASON Penguin Classics 2008 1781 CHARLES DARWIN THE DESCENT OF MAN 319 Encyc Britannica Inc 1952 1871 A diferen a entre animais humanos e n o humanos uma de grau e n o de tipo Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 2 Nuffield Council on Bioethics The Ethics of Research Involving Animals 4 4 2005 disponivel em http www nuffieldbioethics org go browsea blepublications ethicsofresearchanimals report_230 html 2 JEREMY BENTHAM AN INTRODUCTION TO THE PRINCIPLES OF MORALS AND LEGISLATION Oxford University Press 1996 1970 Ver tamb m Ruth Payne Animal Welfare Animal Rights and the Path to Social Reform One Movement s Struggle for Coherency in the Quest for Change 9 Va J Soc Poly amp L 587 593 2002 Muitos escritores acreditavam que o verdadeiro fundador do movimento de bem estar animal era o renoma do utilit rio Jeremy Bentham Como utilit rio Bentham acreditava que a a o moral correta n o descoberta de nada cuja a o produza o maior beneficio social mesmo que esse beneficio seja a um custo significante a poucos 24 PETER SINGER ANIMAL LIBERATION 7 rev ed Ecco 2002 1975 2 ARTHUR HERMAN GANDHI amp CHURCHILL THE Epic Rivarry THar DE STROYED AN EMPIRE AND ForGED Our AcE 132 Random House Inc 2008 afirmando que Gandhi leu Tolstoy s The Kingdom of God Is Within You e foi oprimido pela mensagem de que o maior pr
13. P 666 Significado do verso 31 cap tulo 2 p 112 A assertiva feita em paralelo defesa da luta em prol de uma causa correta guerra justa ou necess ria espelhando o cumprimento do papel que se espera de um ksatriya guerreiro tal qual Arjuna que relutante foi aconselhado por Krish na a lutar Idem Consoante a cultura hindu um brahmana s bio religioso pes soa santa grande alma mahatma tem poder de condenar um humano morte em raz o do conhecimento espiritual que ostenta A no o a mesma a de que a morte melhor para o pr prio condenado uma purga o de carma Veja se o pr prio verso 17 cap tulo 18 Mesmo os Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 91 92 93 94 96 97 98 99 brahmanas que executam diferentes categorias de sacrif cio s vezes de vem matar animais porque h algumas cerim nias em que se sacrificam animais Coment rio ao verso 47 do cap tulo 18 p 794 Novamente o mesmo conceito Embora se recomende na literatura v dica que certos animais sejam mortos em sacrif cio n o se considera que o animal morto O sacrif cio serve para dar nova vida ao animal Algumas vezes ap s ser morto no sacrif cio o animal recebe uma nova vida animal e outras o animal imediatamente promovido forma de vida humana Significado dado ao verso 3 cap tulo 18 p 762 Segundo os livros v dicos existem quatro eras a Era do Outro a Era da Prata
14. Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL t ncia para eliminar a ideia de um Deus injusto que permitia o sofrimento de criaturas inocentes e a culpa humana por esse sofrimento Segundo Descartes a alma e o corpo possu am naturezas to talmente distintas mas o dualismo cartesiano peca por identi ficar excessivamente a alma com o corpo humano Se a alma diferente do corpo seria absolutamente natural aceitar que ela nada tenha a ver com o corpo no qual est situada podendo ora estar em um corpo humano ora em um corpo animal Este fen meno chamado de metempsicose transmigra o da alma ou reencarna o era aceito inclusive por Pit goras e pelo pr prio S crates Segundo Pit goras a alma em ess ncia seria um s n o havendo diferen a alguma entre a alma humana e a alma animal Algumas filosofias do oriente tamb m distinguem a alma da mente contrariando a identifica o feita por Descartes da alma com o pensamento A sabedoria da ndia Antiga por exemplo define a alma como a identidade original do ser vivo que n o se confunde com a mente e a intelig ncia Tais atributos seriam me ramente instrumentais e n o estariam na alma mas sim no cor po sutil O ser vivo possuiria al m da alma um corpo material grosseiro feito de terra fogo gua ar e ter e um corpo sutil feito de mente intelig ncia e falso ego Ao lado da alma indivi dual por sua vez estaria a superalma um aspecto de Deus localizad
15. SMITH Adam Teoria dos Sentimentos Morais Tradu o de Lya Luft S o Paulo Martins Fontes 2002 p 5 SMITH Adam The Wealth of Nations Dispon vel em lt http www dominiopublico gov br download texto mc000250 pdf gt Acesso em 28 out 2009 p 448 Cap tulo constru do com base nas id ias expostas no primeiro cap tulo do livro Liberta o Animal de Peter Singer ALEXY Robert Teoria dos Direitos Fundamentais Tradu o de Virgi lio Afonso da Silva S o Paulo Malheiros Editores 2008 p 397 E preciso se levar em considera o tamb m que a simples diferen a n o justifica a explora o de um grupo pelo o outro Ibid p 151 ALEXY Robert Teoria dos Direitos Fundamentais Tradu o de Virgi lio Afonso da Silva S o Paulo Malheiros Editores 2008 p 407 408 Ao analisar o consumo de animais pelo ser humano n o se deve por tanto levar em considera o apenas os interesses humanos mas tam b m os interesses dos animais Ano6 VotumE8 Jan Jun 2011 247 57 58 5 No 60 6 EN 6 N 6 ie 64 65 66 67 248 SINGER Peter Liberta o Animal Porto Alegre S o Paulo Lu gano Editora 2004 p 7 SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camar go 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 39 Segundo Tom Regan os mesmos argumentos utilizados para justificar o direito vida humana servem tamb m para justificar o
16. dispos ta concentradamente do quesito n 592 ao de n 613 mas tam b m figura em outros trechos primeira interroga o n 592 afirma se O homem um ser a parte Reconhecei o homem pela faculdade de pensar em Deus A est de sa da a quali dade que o torna peculiar em meio a todos os outros seres s criatura humana poss vel cogitar acerca do criador de todas as criaturas Segundo o ensino dos esp ritos os animais ademais do instinto o qual domina a maioria deles denotam vontade intelig ncia e linguagem por m direcionadas quase integral mente a satisfazer os apelos f sicos a conserva o Rompe se com a tese do animal m quina Descartes os animais possuem liberdade de a o por m conformada pelas necessidades mate riais e assim incompar vel do ser humano Existe tamb m nos animais um princ pio independente da ma t ria H e que sobrevive ao corpo Mas ser a alma Alma como a que embala os seres humanos tamb m uma alma se quiserdes dependendo isto do sentido que se der a esta palavra por m inferior do homem H entre a alma dos animais e a do homem dist ncia equivalente que medeia entre a alma do homem e Deus Para o espiritismo portanto os animais t m alma mas a corre o da senten a depende do que se entenda por alma A compara o da dist ncia entre a alma animal e a alma humana com o hiato entre a alma dos homen
17. es de participar deste contrato social refreando a agressividade em defesa de si mesmo o que n o seria poss vel para um animal n o huma no O fil sofo australiano Peter Singer critica o pensamento de Raws explicando que algumas pessoas s o mais sens veis a quest es de justi a que outras portanto n o h como estabelecer o limite desta personalidade moral Al m disso nem todos os seres humanos s o pessoas morais como as crian as e os defi cientes mentais que n o t m nenhuma no o de justi a Rawls no entanto defende se utilizando o conceito de pessoas morais em potencial o que tamb m n o parece ser uma solu o ade quada pois nem todos os deficientes t m o potencial de se tor narem pessoas morais A maioria das defici ncias mentais s o incur veis e o indiv duo convive com ela durante toda sua vida sem nenhuma expectativa de cura 7 A senci ncia A preocupa o do fil sofo e jurista ingl s Jeremy Bentham de atribuir um valor moral ao sofrimento dos animais n o hu manos foi certamente um marco importante na luta pelos direi tos dos animais Jean Jacques Rousseau no entanto antes mes mo de Bentham j havia demonstrado a mesma preocupa o ao tratar da origem da desigualdade entre os homens Segundo Rousseau enquanto n o resistir ao impulso interior de comise ra o um homem Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 231 232 jamais far mal a outro homem nem mesmo
18. mantido sujeito ao Ato do Bem Estar do Animal para questionar as regras adotadas pela ag ncia governamental Am Soc y for Prevention of Cruelty to Animals v Ringling Bros amp Barnum amp Bailey Circus 317 F 3d 334 D C Cir 2003 encontrado o querelante mantido acordado com sua preocupa o pelo bem estar de um elefante que ele tinha visto ser abusado na poca do trabalho do acusado e ent o poderia induzir uma a o sujeita ao Ato das Esp cies em Risco de Extin o para determinar se as a es do acusado tinham danificado o elefante por viola o lei In re Fla Chimpanzee Care Trust n CP 02 1333 IY Prob Div Palm Be ach County Cir Ct 01 de abril de 2002 1 Ver Kolber supra nota 81 argumentando que grandes macacos devem ser autorizados por AWA A quest o de como se balancear o interesse do animal e o do consumo humano tratada num artigo da New York Times Magazines Michael Polland An Animal s Place N Y TIMES MAG 10 de nov de 2002 na 58 O que est errado com a agricultura animal com comer animais a pr tica mas n o o princ pio O que isto sugere para mim que pessoas que se importam deveriam estar trabalhando n o pelos direitos dos ani mais mas pelo bem estar animal para assegurar que animais das fazen das n o sofrem e que suas mortes s o r pidas e sem dor Id na 110 Veja PROSSER supra nota 2 na 640 43 discussing injuctive relief being available
19. o da Rep blica cabe aos seus representantes reprimir os procedimentos que incidem na norma punitiva do artigo 32 da Lei 9 605 98 como os atos de abuso maus tratos e exterm nio em massa de animais saud veis que n o representam ofensa sa de p blica praticados pela Administra o P blica por meio do Centro de Controle de 156 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Zoonoses sem que desse proceder resulte qualquer valia para o controle epidemiol gico ou da superpopula o de animais 8 Da ilegal entrega de animais s Entidades de Ensino e Pesquisa Os centros de controle de zoonoses destinam animais s enti dades de ensino e pesquisa alegando estar a conduta amparada pela Lei Federal 6 638 de 8 de maio de 1979 como se a Lei de Crimes Ambientais que lhe posterior n o houvesse restringi do a pr tica aos casos para os quais n o h m todo alternativo a dic o do 1 do artigo 32 da Lei Federal 9 605 1998 Art 32 1 Incorre nas mesmas penas quem realiza experi ncia dolorosa ou cruel em animal vivo ainda que para fins did ticos ou cient ficos quando existirem recursos alternativos A princ pio cumpre esclarecer que n o h experi ncia did tica ou cient fica que n o seja dolorosa ou cruel bem como h t cnicas alternativas para todos os procedimentos que hoje se realizam em universidades e laborat rios restando evidente a ilegalidade da experimenta o que se vale d
20. o outra coisa sen o o fato de um indiv duo pertencer ou n o esp cie humana Por pertencer esp cie homo sapiens e t o somente por isso um indiv duo merece ser considerado moralmente e o outro n o 10 A igual considera o dos interesses Segundo Peter Singer ao se fazer um ju zo tico deve se ir al m do interesse individual ou grupal e levar em considera o os interesses de todos aqueles que s o atingidos por esse ju zo Na aplica o do princ pio da igualdade n o s o as caracteris ticas ou habilidades de um grupo que devem ser levadas em considera o mas sim os seus interesses fundamentais A habi lidade de um m dico ou um advogado nada tem a ver como seu interesse vida N o se pode dizer que o interesse vida seja maior naquele que for mais h bil ou perito na execu o de seu of cio Conforme Singer Nosso interesse pelos outros e nossa aptid o em considerar seus interesses n o devem depender de sua apar ncia ou das suas capacidades que possam ter Para ele o princ pio da considera o dos interesses a melhor for ma de se defender uma igualdade universal de todos os seres humanos e n o h raz es para n o se aplicar este principio tamb m aos animais A preocupa o com os outros n o deve Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL depender de como eles s o nem de suas aptid es Se um ser sofre n o h nenhuma justificativa para n o se levar esse sofri mento em co
21. o para a posse respon s vel esteriliza o de c es e gatos registro geral dos animais ado o respons vel e incentivo legisla o pertinente O PSA em parceria com entidades e cl nicas privadas de veterin ria e com organiza es de prote o animal em tr s anos realiza mais de 74 000 cirurgias de esteriliza o educa 600 000 crian as re gistra 350 000 c es e gatos e promove a ado o mensal de deze nas de animais abandonados 120 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Em setembro de 2003 a Organiza o Pan Americana da Sa de OPAS e a World Society for the Protection of Animals WSPA realizam no Rio de Janeiro a Primeira Reuni o Latino Americana de Especialistas em Posse Respons vel de Animais de Companhia e Controle de Popula es Caninas com a pre sen a de representantes de 11 pa ses O grupo analisa os proble mas ocasionados pela presen a de c es nas ruas e reafirma que a pr tica de captura e elimina o n o eficiente para o controle de popula es caninas do ponto de vista t cnico econ mico e tico A conclus o fundamental que a implementa o de programas preventivos enfocando especialmente a vacina o a esteriliza o e a educa o dever resultar em procedimentos de controle mais eficientes e mais humanit rios Recentemente no Primeiro Informe T cnico de 2005 a Orga niza o Mundial de Sa de preconiza que os programas de con trole da raiva canina
22. sobre o ecofeminismo e a mudanca de paradigma 486 artigo gt Acesso em 23 jun 2010 ZOBOLI Elma Lourdes Campos Pavone A redescoberta da ti ca do cuidado o foco e a nfase nas rela es Revista da Escola de 296 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Enfermagem da USP 2004 pp 21 27 Dispon vel em lt http www uff br pgs2 textos zoboli 2004 pdf gt Acesso em 20 jun 2010 Notas 1 Existe uma breve e famosa alegoria que explica como se forma um para digma esta que apresentamos a seguir contudo at ela que se pretende questionadora constr i se sobre e reafirma subliminarmente um pa radigma que n s pretendemos questionar voc consegue identific lo Eis a alegoria Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula e no meio desta uma escada com bananas em cima Toda vez que um macaco come ava a subir na escada para pegar as bananas um dis positivo autom tico fazia jorrar gua gelada sobre os demais macacos Passado certo tempo toda vez que qualquer um dos macacos esbo ava ind cio de subir na escada os demais o espancavam evitando assim a gua gelada Obviamente depois disso nenhum dos macacos se ar riscava a subir na escada apesar da tenta o Os cientistas decidiram ent o substituir um dos macacos A primeira coisa que o novato do gru po tentou fazer foi subir na escada Imediatamente os demais come a ram a espanca lo Ap s v rias surras o novo membro da c
23. te para a permissibilidade de um tratamento desigual ent o o tratamento igual obrigatorio Saber o que ou n o uma ra z o suficiente para um tratamento desigual no entanto afirma Alexy n o uma quest o que pode ser respondida pela f rmula geral da igualdade mas sim pelo ideal de justi a Assim a quest o que se prop e a seguinte o fato de um indiv duo n o pertencer esp cie humana seria uma raz o su ficiente para se aplicar a ele um tratamento desigual diante do sofrimento e do interesse vida Para alguns uma resposta po sitiva aqui s encontraria suporte numa vis o de mundo antro poc ntrica defendida por fil sofos renomados como Arist teles Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 235 236 Descartes e Kant mas que est na contram o do desenvolvimen to tico da esp cie humana e das atuais descobertas cient ficas Para outros aceitar um tratamento igualit rio entre seres huma nos e animais seria algo inaceit vel tendo em vista que a vida humana muito mais valiosa do que a vida de qualquer outro ser vivo A explora o dos animais n o humanos pelo homem seria uma consequ ncia natural da luta pela sobreviv ncia e um fen meno inerente pr pria evolu o das esp cies importante salientar no entanto que ao ignorar o inte resse vida e o sofrimento animal o crit rio de diferencia o utilizado pelo homem o crit rio da esp cie que n o leva em considera
24. 32 que pela sua ineg vel import ncia vale ser nova mente citado Art 32 Praticar ato de abuso maus tratos ferir ou mutilar animais silvestres dom sticos ou domesticados nativos ou ex ticos Pena deten o de tr s meses a um ano e multa 1 Incorre nas mesmas penas quem realiza experi ncia dolorosa ou cruel em animal vivo ainda que para fins did ticos ou cient ficos quando existirem recursos alternativos 2 A pena aumentada de um sexto a um ter o se ocorre morte do animal Novamente seguindo o norte apontado pela norma consti tucional o art 32 traduz a prote o do valor vida do valor inte Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 371 372 gridade existencial do valor dignidade existencial valores estes que s o compartilhados por todos os animais sem qualquer distin o N o outra a precisa li o de Ney de Barros Bello Filho Crimes e Infra es Administrativas Bras lia Jur dica 2000 quando afirma que a reda o do art 32 supramencionado n o deixa margem a d vidas pois indica que todos os animais est o abrangidos pela norma assim como todos os atos de maus tratos independentemente do objetivo ser educacional por instinto punitivo agressivo simples com sentido est tico ou cultural Todos est o inseridos no rol dos atos criminosos op cit p 188 grifos nossos O Promotor de Justi a Laerte Fernando Levai em sua cl s sica obra Direito
25. 93 94 para o ser humano e assim crueldade para animais era apropria do apenas quando justificado Ele usou vivissec o como um exemplo de tratamento cruel justificado Charles Darwin tomou uma diferente cientifica aproxima o e escreveu que n o existe diferen a fundamental entre ho mem e grandes mam feros em suas faculdades mentais de que de fato humanos s o animais e que animais n o humanos po dem pensar Muitos fil sofos dos seus dias sentiram que ape nas aqueles seres que poderiam pensar eram merecedores de considera o moral Portanto a aceita o das teorias de Darwin resultaram em correspondentes obriga es morais para com ao menos alguns animais baseado nas suas percebidas capacida des de pensar Contudo Jeremy Bentham escreveu que a ques t o importante n o era se animais podiam ou n o pensar mas se eles podiam sofrer Ele acreditava que qualquer ser que pu desse sofrer n o o deveria t o desnecessariamente Seguindo os passos filos ficos de Bentham est o um nume ro de fil sofos vegetarianos que acreditaram que n o tinham autoridade moral para colocar animais a seu pr prio uso Eles incluem Leo Tolstoi cujo vegetarianismo ideal relacionava se ao seu pacifismo Mohandas Gandhi que escreveu sobre as co nex es entre vegetarianismo resist ncia pacifica e o poder da verdade Albert Schweitzer que escreveu sobre a necessidade uma reverencia tica pela vida e Henry Salt qu
26. A tica Constitucional S o Paulo Juarez de Oliveira 2003 l mpido no sentido de traduzir essa ampla prote o a todos os animais em nenhum momento foi cogitado limitar essa prote o aos ani mais nativos Essa restri o nem sequer passou pelas nossas cabe as Pretender que os animais alien genas possam ser submetidos cruel dade seria algo pr prio de mentes doentias seria um grave desvio de personalidade seria presumir que somos s dicos Crueldade seja em rela o s pessoas art 5 inciso III e inciso XLVIII seja em rela o aos animais coisa inadmiss vel que ofende os sentimentos nor mais de qualquer pessoa E por esse motivo que sua condena o est inscrita de um modo amplo e geral na Constitui o Federal op cit p 188 grifos nossos Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 369 370 A prote o constitucional visa resguardar a dignidade exis tencial e a incolumidade f sica e psicol gica dos animais contra os atos abusivos e cru is bem como tamb m indiretamente de tutelar o sentimento vastamente disseminado na sociedade no sentido de que a nossa pr pria dignidade afrontada quando presenciamos maus tratos Tanto um como outro aspecto dizem respeito a todo e qualquer animal Seria absurdo mesmo ima ginarmos que um animal silvestre pudesse sofrer um ato abu sivo e um animal dom stico ou domesticado n o Da mesma maneira seria impens vel justificar que n o ser am
27. A pessoa f sica 2 Liberdade de escolha 3 Honra e reputa o 4 Privacidade e sensibilidades 5 Cren a e opini o 3 POUND sobre nota 13 na 33 Pound discute estas categorias detalha damente Veja id na 33 105 Por muitas quest es s ser necess rio ser feito uma vez Como cortes tomam decis es factuais cortes subsequentes ser o capazes de contar com aquela informa o sem lit gios diretos com experts Por exemplo a Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 61 62 82 proposi o de que primatas s o criaturas sociais que precisam ou pre ferem viver organizados em grupos poderia estar t o estabelecida 80 Ver JANE GOODALL CHIMPANZ S DE GOMBE PADR ES DE COMPORTAMENTO 1986 documenta o comportamento do chim panz Adam Kolber Note Permanentes na vertical A moral e lei perma nente dos seres humanos e dos outros macacos 54 STAN L REV 163 2001 fornece informa es sobre a capacidade mental dos grandes macacos Reconhecidamente esta quest o complexa devendo se analisar a HA BITA O CUIDADOS E BEM ESTAR PSICOL GICO DOS PRIMA TAS CATIVOS EM LABORAT RIO supra nota 50 al m das dimens es das jaulas contidas na regulamenta o existente 9 CFR 3 75 2004 re fletindo antes o capital investido no laborat rio do que uma determina o do interesse fundamental dos chimpanz s 81 Ver reafirma o segunda de TORTS 2 3 1965 defini o Acts e ator PROSSER
28. Isso si milar a muitas tradi es religiosas Nativo Americanas que san cionavam matar animais apenas quando eram extremamente necess rio para as necessidades humanas Uma aproxima o mais hol stica s rela es humanas com animais resulta se des Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 91 92 sas tradi es enquanto eles mant m o papel de humanos como principais tomadores de decis es neste relacionamento Em contraste com essas tradi es est o as cren as Judaica Crist e Isl mica Nessas tradi es religiosas animais s o con siderados de terem sido explicitamente criados para uso pelos humanos assim garantindo aos humanos o direito de usar ani mais de qualquer jeitos que lhes seja adequado com algumas obriga es de trat los bem e evitar dor e sofrimento desneces s rio em algumas circunstancias Animais nessas tradi es caem completamente sobre o controle dos humanos Muitas ainda que n o todas das diretivas de tratar animais humanamente s o mais para preserva o da alma humana ou bem estar ao inv s de prover exclusivamente o interesse pelo bem estar dos pr prios animais Nenhuma tradi o religiosa completamente homog nea Por exemplo alguns estudiosos acreditam que os Ess nios uma seita Judaica eram estritamente vegetarianos abstendo se de sacrificar e comer carne animal como mantinha a interpreta o das praticas religiosas Isso poderia ter sido um grande desvio das tradi
29. Jan Jun 2011 195 196 res humanos n o fazem qualquer mal aos animais que a dieta vegetariana vegana a dieta de Deus que pecado subjugar dominar os animais S n o posso proclamar isto com esteio na B blia conforme escrita conforme vivida pela grande maioria dos seus seguidores mais honesto romper com a B blia no sentido de que ela n o embasa os direitos dos animais ou o amor por eles que os animais n o constituem o pr ximo da senten a de Cristo amar o pr ximo como a si mesmo a admiss o de que os animais t m valor intr nseco apartado portanto de qualquer afeta o humana do que adapt la s minhas convic es por quanto em sendo assim a B blia j n o seria mais a B blia pas saria a ser a minha B blia Desenvolver uma teologia da liberta o animal com esteio no Velho e ou no Novo Testamento assujeitar o objeto a B blia passa a ser o que eu quero que ela seja e cada um tem a sua Percebe se claramente o drama do religioso defensor da dignidade ani mal Pode ficar em uma encruzilhada ou rompe de um lado ou rompe do outro A sa da romper com a religi o institucionali zada tradicionalizada n o com a religi o com a cren a de que o religare do humano com Deus requisita indispensavelmente o religare com os animais com todos os seres A comunh o plena sem exclus es Por mais desconfort vel que seja imperioso admitir que a B blia n o fonte apropriada a erguer
30. SyMPOSIUMS CARTA DE CURITIBA I CONGRESSO BRASILEIRO DE BIO TICA E DIREITO DOS ANIMAIS Os congressistas reunidos no I Congresso Brasileiro de Bio tica e Direito dos Animais realizado na cidade de Curitiba na sede da OAB PR de 15 a 17 de Setembro de 2011 como resul tado do debate sobre as quest es morais e ticas discutidas du rante o evento aprovam por maioria o seguinte documento 1 Ovegetarianismo deve ser adotado como regime alimen tar tico saud vel e sustent vel 2 O Habeas Corpus pode ser um instrumento h bil para pro teger o direito de ir e vir dos grandes primatas chim panz s bonobos gorilas e orangotangos que integram o mesmo g nero da esp cie humana 3 A Educa o ambiental deve ser um importanteinstru mento de concientiza ao da sociedade com vista ao re conhecimento de que os animais assim como os seres humanos s o sujeitos de uma vida seres dotados de de sejos sentimentos e emo es 4 As reas marinhas de prote o ambiental devem ser am pliadas e efetivamente fiscalizadas para impedir a matan a cruel e predat ria de tubar es raias e ca oes devendo o Estado reprimir esses crimes ambientais fomentando alternativas de gera ao de renda atrav s do turismo con templativo e sustent vel 5 O atual tratamento da quest o animal n o deve apenas gravitar em torno da capacidade de sentir o dor e sofri Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 361 362 mento sendo neces
31. a ordem constitucional A Constitui o ao prever a exist ncia de direitos que n o estejam expressamente elencados mas que se coadunem com os princ pios constitucionais e o regime repu blicano estaria assim admitindo a desobedi ncia civil Para o professor Josaphat Marinho no Estado de Direito o procedimento do poder regular na medida em que se harmo niza com a ess ncia da organiza o democr tica E mais O di reito de revolu o institu do como norma jur dica uma f rma sic de adapta o do texto vida e por seu alcance educativo um meio de assegurar a regularidade do progresso social A esta panorama est conectado o pensamento de Habermas Maria Repol s explica que o autor parte do pressuposto de que para se efetivar um Estado Democr tico de Direito a democracia requisito fundamental Isto porque em um Estado de Direito os direitos fundamentais s o aplicados na pr tica atrav s de procedimentos legais que permitam que a forma o racional da vontade e da opini o se manifestem E esta constru o s re alizada atrav s da Constitui o que como estatuto jur dico da Sociedade e do Estado hierarquicamente superior no ordena mento jur dico como um todo o instrumento a tornar poss vel a efetiva o dos programas sociais que suscitam no mbito do mundo real Ocorre que a Constitui o um projeto inacabado em cons tante constru o que deve acompanhar as mudan
32. animais pode ser entendida ao menos parcialmente tendo por esteio receitu rios religiosos 2 a religi o pode ser libert ria abolicionista da explora o humana perante os animais Calha registrar que sentimentos como bondade amor caridade com paix o muito embora se propugne que n o s o imprescind veis para que se admita que algu m sujeito de direitos n o s o ne cessariamente sentimentos menores Se verdade que a no o de caridade pode ser a de uma liberalidade a depender da be nevol ncia de algo fornecido por favor esmola sem que haja portanto um direito ao qual corresponda um dever ela pode ser tamb m emancipat ria evoluir para um arranjo de direitos e obriga es mas sobretudo ocupar um espa o n o regido pela juridicidade talvez nunca disciplinado pela legisla o e nem por isto invariavelmente menos importante Compaix o n o Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL um sentimento inferior indigno ou inconcili vel com uma te oria de direitos compaix o na sua melhor tradu o significa identifica o com o outro um sentido de irmandade de se p r no pr ximo humano e n o humano a ponto de uma uni o Atente se se as postula es de que o ser humano o nico animal racional de que o nico detentor de linguagem de que o nico ser social de que exclusivamente ele produz cultura de que o nico animal capaz de assumir ou mais rigorosa mente de entender que pos
33. casa compreende III compartimento n o aberto ao p blico onde algu m exerce profiss o ou atividade Em uma situa o como esta qual o tratamento a ser destina do aos transgressores Devem ser processados e julgados pelo crime cometido Ou podem ser beneficiados com fundamento na teoria da desobedi ncia civil o que ser discutido 4 Desobedi ncia civil como crime de consci ncia Ronald Dworkin na sua obra Levando os Direitos a S rio analisa o tema tomando como exemplo a desobedi ncia s leis referentes ao recrutamento militar Como devem ser tratados os que desobedecem a estas leis por raz es de consci ncia o que se denomina melhor como crimes de consci ncia A primeira res posta apresentada por juristas e intelectuais para dirimir a ques t o foi a seguinte a desobedi ncia lei pode ser moralmente justificada mas n o pode ser legalmente justificada o que leva aplica o estrita da norma Este pensamento teria como pano de fundo o argumento de que a sociedade tal como est organizada em leis costumes e conven es sociais n o suportaria estes ataques desobedientes sob pena de desestruturar se Se todo indiv duo que n o con cordar ou n o entender ser beneficiado por uma lei resolver de sobedec la o sistema jur dico da forma como constru do n o funcionar n o exercer o seu papel de prote o dos interesses Isso porque ao n o existir uma converg ncia de direitos
34. conjunto de id ias pensamentos doutrinas e vis es de mundo que t m como ponto de partida a cren a de que os animais n o humanos sendo destitu dos de atributos espirituais n o pos suem nenhuma dignidade moral GORDILHO 2008 p 17 Ou seja o especismo veicula uma ideologia reiterada atrav s dos tempos e reproduzida cegamente a qual conforme j se men cionou supra da mesma forma como se deu com outras ideolo gias propagadas ao longo da Hist ria pode ser revisada cr tica e reflexivamente para que venha ser refutada ou confirmada mas ao menos refletida de modo que aqueles que a defendam possam compreender o porqu de o fazerem e n o mais acredi tem que se trata de algo natural decorrente da mera natureza das coisas ou da ordem do mundo A origem desta ideologia remonta antiguidade cl ssica tendo sido formada e consolidada sobretudo sob a influ ncia das id ias aristot licas na medida em que j no s c IV a C Arist teles ser o respons vel por criar as bases do sistema tico que reger as rela es entre humanos e animais n o humanos Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 269 270 at hoje atrav s da sua teologia universal da natureza con substanciada na constru o da grande cadeia dos seres scala naturae De acordo com Arist teles OS homens compartilham com as formas inferiores de vida algumas fun es an micas uma vez que a alma constitu da de pelo menos cinco
35. dica representa um exemplo deste pa norama em virtude de ter se originado de uma situa o de fato reconhecida e tutelada pelo Direito mediante um processo fic cional t cnico de atribui o de personalidade fazendo se com que uma norma jur dica incidisse sobre o organismo encontrado no mundo da vida e lhe conferisse tal status Assim preciso destacar que o processo de personifica o de entes n o humanos foi muito mais uma constru o t cnica uma fic o desenvolvida pelos juristas para permitir ao legislador outorgar a determinados grupos sociais ou conjunto de bens direitos at ent o exclusivos dos seres humanos GORDILHO 2008 p 114 Com efeito o problema da compreens o de animais n o hu manos como sujeitos titulares de direitos e dotados de persona lidade jur dica decorre muito mais de fatores morais pol ticos e ideol gicos do que necessariamente jur dicos posto que es tes podem ser vencidos atrav s da hermen utica ou mediante o recurso s pr prias constru es te ricas da dogm tica e do positivismo jur dico A doutrina do Direito Ambiental e Animal j se encontram h muito aptas a dar respaldo jur dico filo s fico e hermen utico para as incipientes e talvez long nquas mudan as conjunturais em termos sociais morais pol ticos e ideol gicos aguardadas em benef cio dos animais Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 285 3 Conclus o a tica do cuidado como uma alternativa
36. es Judaicas daquele tempo Tamb m existe alguma divis o nas tradi es cat licas como Tom s Aquino descreven do a sabedoria aceita de que animais s o para uso do homem enquanto Francisco de Assis urgia pelo desenvolvimento de uma rela o mais compassiva e carinhosa com animais ao inv s do dom nio sobre eles Podemos ver que em certa medida as atitudes para com os animais tal como refletidas nas leis modernas evolu ram a partir dessas diversas tradi es religiosas E o que aprendemos dos antigos ensinamentos seculares Algumas das sabedorias antigas reverenciadas pelo mundo ocidental v m de indiv du os que os estudiosos acreditam ter sido vegetarianos incluindo Pit goras Plat o Arist teles S crates e Plutarco O que conta para essa forte representa o do vegetarianismo uma socieda de pante sta que n o aprova especificamente esses princ pios Poderia ser por causa dos templos de alguns deuses que eram Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL profanados por carne e sangue e por aqueles que comiam ani mais Assim um cidad o Grego ou Romano devotado a certo deus deveria escolher um estilo de vida designado por aquele deus Contanto existe tamb m um conceito muito interessante na Gr cia antiga chamado de mito da Era Dourada Este conceito descreve um tempo na pr hist ria no qual todo mundo era es tritamente vegetariano onde n o haviam guerras e a sociedade era matriarcal Os Gregos lame
37. es com esp ritos diferentes os quais como reconhece o pr prio Kardec podem manifestar compreens es distintas Averba Kardec O ponto inicial do Esp rito uma dessas quest es que se prendem origem das coisas e de que Deus guarda o segre do E acrescenta Os pr prios Esp ritos longe est o de tudo saberem e acerca do que n o sabem tamb m podem ter opini des pessoais mais ou menos sensatas Acerca da problem tica registra O Codificador assim por exemplo que nem todos pensam da mesma forma quanto s rela es existentes entre o homem e os animais Segundo uns o Esp rito n o chega ao per odo humano sen o depois de se haver elaborado e indivi dualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Cria o Segundo outros o Esp rito do homem teria pertencido sempre ra a humana sem passar pela fieira animal Ao comentar cada um destes sistemas Kardec deixa transparecer o seu foro ntimo O segundo mais conforme dignidade do homem Em s ntese a quest o de saber se a alma encarna de corpo animal para corpo humano permanece na doutrina esp rita em aberto At hoje n o h uniformidade O assunto contudo n o costuma ocupar a centralidade dos debates esp ritas segue em uma posi o relativamente secund ria Da que por exemplo a maioria dos esp ritas como ali s a maioria das pessoas hu manas n o se preocupe ou n o tenha despertado para os direi tos do
38. etc A pecu ria est muito longe o oposto da descri o id lica E qual o paradoxo que os Hares no passo da alimenta o l ctea por for a de mandamentos religiosos nomeadamente no contexto da ind stria do leite acabam por contribuir para o so frimento daquele que pode ser tido como o animal mais sagrado objeto da sua devo o E n o somente terminam por estimular esta rotina de dor priva es doen as das vacas tamb m fazem Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 189 190 parte do movimento que desemboca na morte destes animais porque etapas interligadas do mesmo processo explorador de subjuga o coisificador da vida Isto nem seria preciso anotar vai como uma avalanche de encontro prega o hindu 6 Especismo religioso Especismo religioso portanto o especismo baseado na reli gi o Possui dois grandes diferenciais 1 N o tido como uma posi o humana e sim divina Deus especista Deus instru mentalizou os animais ao homem 2 Teses do especismo religioso s o imposs veis de provar Exemplo os seres humanos possuem alma e os animais n o h vida ap s a morte f sica para huma nos n o para animais n o humanos De certa maneira o especismo religioso a ltimo bunker do es pecismo precisamente porque baseado em cren as sem compro va o ou que afirma se n o necessitam dela Logo se v como isento de cr ticas uma vez que alicer ado exclusivamente na f que n
39. falos se desgarra da manada em pe regrina o e desorientado vaga com fome e sede a ponto de morrer o ser humano que apenas observa a vida selvagem tem a obriga o moral de intervir anjo da guarda do pequeno e fr gil b falo Sem excluir particularismos importante levar em conta que o melhor papel a ser desempenhado pela humanidade diante da natureza pode ser nenhum n o ter papel n o intervir Apenas impactar o ambiente os demais seres o menos poss vel infor mada ao menos como fio indicativo sugestivo pela leg tima defesa e pelo estado de necessidade E deixar o restante como Uma vis o humilde mas n o mesquinha A humanidade s respons vel pelos seus pr prios atos e n o por todo o arranjo da vida por tudo que acontece na Terra ou no universo E apenas esta responsabilidade j uma imensa responsabilidade Para tudo aquilo que n o diz respeito a efeitos produzidos pela humanidade ao menos perceptivelmente o ser humano deve adotar uma posi o contida self restraint n o se arvorar em senhor ou enviado do Senhor do mundo J pode fazer muito em n o fazer nada Apenas observar contemplar J faz muito ou tudo em n o querer p r ordem ou equilibrar a nature za Aqui vale a express o enunciada no contexto da economia na tica de uma vertente do liberalismo laissez faire laissez aller laissez passer 8 Considera es Finais comum afirmar que nenhuma religi o nomeadamente aqu
40. falta de f palavras brutas e a indiferen a desumana dos sentimentos alheios est o al m de qualquer efetivo rem dio legal e qualquer ad ministra o pr tica da lei PROSSER nota supra 2 em 23 2 Por exemplo em Junho de 2008 a atriz Sandra Bullock obteve uma or dem contra um homem de Michigan para proibi lo de qualquer contato consigo Ele foi obrigado a contact la por dezoito meses por secret ria eletr nica fax e liga es telef nicas Newsmakers LANSING ST J June 8 2003 em 2A 2 Sim outro exemplo de estere tipo pelo autor A senhorita Top talvez tenha um pastor chamado Bruno 3 Veja infra notas 38 45 e acompanhe o texto Talvez alguns argumentem que n o um direito legal a menos que seja refor ado pelo indiv duo Todavia se um direito pode representar uma restri o de a es dos outros ent o se refor ado pelo governo ou por a o privada n o deveria fazer uma diferen a de defini o apesar de poder existir significantes diferen as pr ticas Veja Sunstein supra note 11 em 1342 59 Veja tamb m http www animallaw info tpoics spuspetdamages htm veja geralmente Geordie Duckler The Economic Value of Companion Ani mals A Legal and Anthropological Argument for Special Valuation 8 Animal Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 51 52 2 q 28 L 199 2002 Lynn A Epstein Resolving Confusion in Pet Owner Tort Cases Recognizing Pets Anthropomorphic Qualities U
41. frutarem da integridade corporal Uma importante limita o deste argumento que as carac ter sticas humanas se tornam o padr o de medida para o julga mento dos deveres jur dicos para com os animais Outro pro blema que parece ser improv vel que o pr ximo movimento no sistema jur dico venha a ser no sentido de garantir qualquer direito absoluto para grupos ou esp cies de animais Ao inv s mais prov vel que o pr ximo passo seja para permitir que os Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL interesses dos animais possam competir plenamente com os in teresses humanos ora prevalecendo ora n o Alguns escritores aqueles que defendem os direitos subjeti vos dos animais argumentam que existe um abismo entre hu manos e animais o qual pode ser ultrapassado apenas com um esfor o significativo com um ataque ao status quo jur dico De um lado do rio est a humanidade e do outro est o conjunto das coisas no qual os animais estariam inclu dos O rio a barreira entre eles o status de propriedade dos animais Tais escritores sugerem que enquanto os animais forem propriedades estes se r o exclu dos da nossa comunidade jur dica Ademais a refor ma que eles vislumbram n o a que existe hoje mas sim uma outra onde as pessoas s o vegans e o uso comercial de animais est proibido Fornecer ao mesmo tempo uma maneira para que os animais tanto cruzem o rio do status de propriedade quanto criem uma nova vis
42. mas outros sustentam que matar animais com pletamente abomin vel Entendimento corrente preconiza que qualquer sacrif cio de animais est proibido na Era de Kali Kali Yuga poca atual tamb m chamada Era das Desaven as per odo de decl nio m ximo da religiosidade Buddha repu tado uma encarna o de Krishna proclamou a proibi o de sacrif cios de animais sem tomar como refer ncia os princ pios v dicos ou mais ainda vetou qualquer matan a em nome da religi o durante a Kali Yuga Um ltimo apontamento Como antes sinalizado e de saber not rio a vaca conforme a religi o hindu sta goza de uma po si o destacada privilegiada frente aos demais seres o pr prio Deus que afirma que as vacas devem ser protegidas Uma das demonstra es mais demoniacas de profunda ignor ncia es piritual a matan a de vacas consonante h bito difundido e arraigado j n o recente Sem embargo claro que a prote o s vacas express o da adora o que se tem por elas importa em que as mesmas tamb m n o sofram Com efeito as vacas aparecem nas imagens v dicas em bem estar vivendo livres no campo prazerosamente felizes na companhia de Deus Esta paisagem infelizmente n o corresponde facticidade da ind stria da pr tica explorat ria das vacas para a retirada do leite findo o qual ap s o esgotamento f sico do animal vida til vida abreviada s o elas mortas para carne couro
43. ncia dividindo o espa o mais ntimo do ser humano que termina por desenvolver com ele um v nculo baseado no amor Nesse contexto o antropomorfismo inevit vel e at mesmo involunt rio Trata se de um fen meno complexo que pode au xiliar na compreens o do animal n o humano e na tomada de uma decis o fundada na tica em favor dele visto que n o s o m quinas imunes ao sentimento 3 Terapia assistida por animais S o esses sentimentos que podem trazer benef cios terap u ticos porque o animal domesticado traz sensa es como con Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 253 fian a lealdade e respeito que nem sempre s o alcan adas nas rela es entre os humanos A presen a do c o em tratamentos terap uticos foi desen volvida pelo psic logo Boris Levinson na d cada de 50 quando descobriu que este poderia fazer o papel de catalisador nas con sultas com crian as denominando os como coterapeutas Desde ent o os tratamentos cl nicos com os animais n o hu manos tem se expandido auxiliando crian as jovens e idosos em variadas situa es como escolas hospitais asilos etc Demonstrou se que crian as t midas e que t m dificuldade de express o e linguagem adquirem autoestima com a influ n cia de um animal A introdu o dos animais nos tratamentos psiqui tricos de doentes mentais tem permitido o alcance de r pidas melhorias em determinadas patologias na medida em que propicia novos sentimento
44. ncias federais do Congresso setor privado e organiza es n o governamentais Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 54 56 Relat rio NRC supracitado nota 53 em 59 60 Por exemplo o Deputado Brown de Ohio declarou Enquanto estou contente com a aprova o de uma lei que ilustra a sen sibilidade e responsabilidade com os chimpanz s ap s eles n o mais serem necess rios pesquisa n o posso entender por que n o somos capazes de demonstrar este n vel de responsabilidade com benefici rios do sistema p blico de sa de ou clientes de planos de sa de que deman dam uma preocupa o sobre o sistema de sa de 146 Cong Rec H10 554 edi o di ria 24 de outubro de 2000 declara o do Dep Brown 146 Cong Rec S11 654 11 655 edi o di ria 6 de dezembro de 2000 declara o do Senador Smith 146 Cong Rec H10 554 edi o di ria 24 de outubro de 2000 declara o do Dep Brown Na observa o do autor para os membros eleitos do Congresso esta proposta apresenta quest es dif ceis de serem discutidas abertamente N o seria de bom tom os pol ticos dizerem em p blico que seria melhor matar os chimpanz s o que n o combinaria com a opini o do eleitor m dio os quais atrav s dos esfor os de Jane Goodall e outros conside ram os chimpanz s uma esp cie especial Por outro lado os membros do Congresso n o podem dizer em p blico que os chimpanz s s o se res moralmente relevantes apen
45. no o do v u da ignor ncia deste autor Tamb m a moralidade seria concebida como uma das formas de contrato celebrado voluntariamente Nada seria portanto essencialmente certo ou errado justo ou injusto as condutas se riam julgadas apenas em raz o da sua correspond ncia ou n o com aquilo que fora estabelecido no contrato firmado entre se res racionais e interessados Uma das exig ncias para a celebra o do contrato social por fim seria a consci ncia obrigat ria da condi o de integrantes da esp cie humana encontrando se exclu dos desde j os animais por serem incapazes de expressar os seus interesses por inter m dio de uma linguagem articulada Os animais n o humanos consequentemente s poderiam ser objeto de prote o quanto tal fosse interessante para os contratantes sendo as obriga es assim assumidas perante estes seres apenas de forma indireta Nesse sentido conclui Heron Jos de Santana Gordilho promotor p blico professor da Universidade Federal da Bahia presidente do Instituto Abolicionista Animale autor da obra que integra o marco te rico deste trabalho Abolicionismo Animal 2008 dentre outras Mesmo que Rawls estivesse certo ao afirmar que apenas os seres racionais est o capacitados a participar na elabora o do contrato social isso n o significa que eles devam estabelecer regras sociais apenas para si pr prios Muito pelo contr rio o contrato social deve reconhece
46. o de comunidade humana simultaneamente n o poss vel Para tanto necess ria uma revolu o no sistema ju r dico em lugar de evolu o Para mudarmos de onde estamos hoje para essa futura comunidade jur dica deve se realmente ultrapassar um grande abismo Contudo talvez estes ativistas dos animais estejam olhando para o lugar errado na promo o dos interesses dos animais Talvez n o seja t o dif cil quanto eles pensam talvez possa ser achado um lugar mais raso onde se cruzar o rio n o dentro de uma futura comunidade jur dica e sim na comunidade atual O que aconteceria se d ssemos um passo atr s na luta por uma mudan a radical no sistema jur dico E se fosse poss vel fazer um progresso para os animais sem eliminar o status de propriedade E se pud ssemos construir o argumento jur dico em benef cio aos animais sem exigir sua igualdade com os ho mens Existe um lugar onde o conceito de propriedade n o uma barreira para ser um participante da comunidade jur di ca atual Como ser mostrado muitos animais j subiram uma Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 17 18 s rie de degraus dentro da nossa comunidade jur dica eles j est o quase entre n s 3 O fundamento do interesse na an lise jur dica Como ponto de partida necessitamos de um olhar conceitu al sobre a vis o da nossa atual comunidade jur dica Um olhar sobre os interesses proporciona uma vis o mais n tida e til Um
47. o do Poder P blico a defesa preserva o e garantia de efetividade do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida Assim no caput do art 225 o texto constitucional afirma ser o meio ambiente bem de uso comum do povo suscitando a utiliza o de todos os meios legislativos administrativos e judiciais necess rios sua efetiva prote o que possui um regime jur dico especial que exorbita o Direito comum Alexandre de Moraes 2008 6 A fundamentalidade dos Direitos dos animais Em rela o aos animais s o eles titulares de direitos funda mentais A resposta sim A Constitui o brasileira de 1988 estabelece em seu artigo 225 o direito ao meio ambiente saud vel protegi do e equilibrado delegando ao Poder P blico e comunidade o dever de proteg lo e preserv lo para as gera es presentes e futuras nelas inclu das os demais seres vivos que devem ter o direito de se desenvolver de forma natural e permanente Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 307 308 Tanto que em seu par grafo 1 inciso VII diz que incumbe ao Poder P blico garantir o direito vida e aos ecossistemas o di reito preserva o da biodiversidade e os direitos dos animais de n o serem submetidos crueldade Que os animais possuem direitos fundamentais resta claro Todo direito fundamental limita outro direito fundamental Os direitos e liberdades
48. o e de artigos O nosso sistema jur dico tem uma s rie de mecanismos tais como prote tores amigos pr ximos os representantes legais e sociais para lidar com esta quest o Trata se de uma quest o processual e embora necessite de considera es acad micas isto n o uma barreira para se tratar destes problemas 4 5 3 A morte para o benef cio dos humanos Um dos principais conflitos que o tribunal ter de enfrentar no mbito da presente an lise da a o de dano o equil brio entre a vida dos animais e o interesse humano na utiliza o de partes do corpo ou rg os ap s a morte do animal Dado o n Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL mero de animais que fazem parte da ind stria alimentar justo dizer que a maioria dos animais dom sticos s existe porque os seus corpos s o produtos comerciais desejado obvio que to dos os animais v o morrer um dia Ap s a morte o interesse de cada animal desaparece e o interesse do propriet rio do animal torna se fundamental Os humanos podem enterrar o corpo crem lo comer a carne ou usar a pele Uma das mais dif ceis quest es ticas que esta sociedade en frenta saber se apropriado na hip tese de morte prematura os humanos poderem comer a carne do animal Se a resposta for n o ent o toda a ind stria alimentar que utiliza esses animais deve ser fechada Se a resposta for sim ent o dever haver uma consider vel nfase sobre a qualidade de vid
49. o que n s fazemos quando discutimos ani mais em teste uma filos fica Por que dever amos nos preo cupar com eles Tr s raz es se tornam aparentes Primeiro essa Professora de Direito e Diretora da Cl nica de Direitos dos Animais dos Estados Unidos da Lewis amp Clark Law School Ela foi a primeira professora a ser contratada para ensi nar Animal Law em tempo integral em uma Faculdade de Direito nos EUA Ela recebeu o LL M da Georgetown University Law Center e graduou se com um JD da Escola Marshall Wythe da Lei no College of William and Mary Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 89 90 pesquisa relaciona se seguran a da nossa comida rem dios e ambiente portanto preocupa se com a integridade do processo em ordem e animais que sao parte desse processo Segundo estimado que de 50 a 100 milh es de animais vertebrados s o mortos em pesquisas a cada ano Outros sugerem que isso um eufemismo significante A fim de prosseguir devemos estar con vencidos de que essa pesquisa garantida e conduzida devida mente j que morte nessa escala implica na nossa filosofia mo ral E finalmente o que n s fazemos a animais que n o tem voz reflete em n s e em nossas sociedades A pr xima quest o uma cient fica Sera essa uma boa e produtiva ci ncia A atual ava lia o cient fica dos testes de toxicidade do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos da Academia Nacional de Ci ncias de que te
50. o ser assim e muitas vezes a eles me lhor nao ser s o paisagem Definitivamente o Velho Testamento n o simp tico aos animais n o a eles acolhedor amigo Muito menos reconhe ce valor intr nseco aos animais n o avaliza direitos animais A posi o dos animais revela o antropomorfismo das cores com as quais o pr prio Deus configurado De come o vale lembrar que a expuls o do Para so foi decor r ncia de uma sugest o de um animal uma serpente o mais astuto de todos os animais da terra aceita inicialmente pela mulher a qual por sua vez levou o homem a cometer o mesmo pecado Ad o e Eva foram ent o expulsos do den e recebe Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ram uma maldi o tal como a serpente e a pr pria Terra e g a cobra andar de rastos a mulher ter filhos com dor e ficar sob a batuta do marido o homem a humanidade s conseguir sustento como produto do trabalho com o suor do rosto As primeiras roupas de pele j feitas o foram pelo pr prio Deus que as presenteou a Ad o e Eva quando da sa da do Para so Calha notar que segundo G nesis Deus criou primeiro o c u e a Terra a natureza a gua as plantas os animais no sexto dia da cria o de sete que Deus criou o homem Saindo uma fonte de gua da terra Deus criou o homem do limo da terra tamb m dito que criou da terra todos os animais ter restres e todas as aves Estas passagens op
51. o supralegais Inicialmente cumpre destacar o significado de tipo penal para melhor entendimento do que vem a ser a hi p tese de exculpa o supralegal Por defini o de Raul Zaffaroni o tipo penal um instru mento legal logicamente necess rio e de natureza predomi nantemente descritiva que tem por fun o a individualiza o de condutas humanas penalmente relevantes O autor adota o conceito de tipo complexo de Hans Welzel segundo o qual o tipo penal formado por tr s caracteres espec ficos com aspec tos subjetivo e objetivo a tipicidade antijuridicidade e culpabi lidade conceito este seguido pela doutrina majorit ria e na ju risprud ncia brasileira Para o alcance do que este trabalho por ora prop e ser o explicados os conceitos de antijuridicidade e tipicidade para somente ent o evidenciar e aprofundar o con ceito de culpabilidade de maior interesse para a conclus o A antijuridicidade ou ilicitude conceitua se como sendo a viola o da ordem jur dica legal mediante a realiza o do tipo Pode ser dividida em dois aspectos ilicitude formal e material A primeira a rela o de contrariedade da norma penal estabe lecida pelo Estado e o comportamento do sujeito A segunda a viola o do bem jur dico protegido pela norma penal A ilicitude no entanto pode ser legitimada quando a a o realizada de acordo com as causas de justifica o presentes no ordenamento penal Significa q
52. para as plantas que sigo o caminho da concilia o ou converg ncia do Direito dos Animais e da Ecologia Profunda Na bibliografia mais recente a t tulo exemplificativo ONFRAY Michel Tratado de ateologia f sica de metaf sica Tradu o de Monica Stahel S o Paulo Martins Fontes 2007 DAWKINS Richard Deus um del rio Tra du o de Fernanda Ravagnani S o Paulo Companhia das Letras 2007 RUSSELL Bertrand Por que n o sou crist o e outros ensaios a respeito de religi o e assuntos afins Tradu o de Ana Ban Porto Alegre L amp PM 2008 Antes de Friedrich Nietzsche O anticristo Tradu o de Paulo C sar de Souza S o Paulo Companhia das Letras 2007 Na teoria jur dica o que se convencionou denominar de p s positivismo se prop e a uma terceira posi o diferente do jusnaturalismo e do jus positivismo capaz de suplantar os conflitos e dilemas que antagoniza ram as duas perspectivas cl ssicas Ilustra o do presente cen rio o debate sobre a coloca o de simbolos religiosos em reparti es estatais e locais p blicos bem como acerca dos feriados religiosos Nomeada mente frente a Constitui es que ainda quando fazem men o a Deus ou assumem o fomento s entidades religiosas como a Constitui o do Brasil n o abra am qualquer credo n o tomam partido por nenhuma corrente espiritual religiosa Nesta esteira lembre se a celeuma sobre a fixa o de crucifixos conforme posta na Alemanha
53. pelo menos aquela de que dispo mos por ora lan ando m o da incapacidade cognitiva humana e do argumento de autoridade a idea o dada como verdade irrecus vel vira dogma axioma A intelig ncia animal n o proporciona a eles a vida moral logo o seu progresso n o acontece por ato de vontade livre por escolhas ticas e sim pela for a das coisas pela for a natural uma esp cie de determinismo algo mec nico E aqui resi de um das li es fulcrais do espiritismo os animais n o est o sujeitos expia o Equivale a dizer n o est o submetidos a lei do carma lei da a o e rea o Espinha dorsal da lei do carma lei de causa e efeito que fundamenta a reencarna o uma vida pos terior de acordo com als vida s anterior res que desta sorte Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 181 182 pode ser de bem aventuran a de expia o um misto de boa e m fortuna ajuste nunca aleat rio sempre em escala espiritual crescente o arranjo de direitos e deveres isto o que se espera seja feito quem se espera ser o que devido em intera o com direitos em mapa que transcende em muito de modo inconcep t vel ou quase direitos e obriga es legais a justi a humana inclusive o que se advoga contemporaneamente por Direito di ferente do juspositivismo e do jusnaturalismo o que ainda quando de outra maneira no o partilhada por todas as reli gi es O arranjo para os a
54. posta em d vida Cf O livro dos esp ritos cit p 81 84 A g nese cit p 230 235 65 Pergunta n 610 Cit p 338 Pergunta n 612 Cit p 339 67 68 69 70 71 72 Cit p 340 Idem Idem Cit p 341 H um dado curioso aqui Esp ritos que aceitam ou pedem matan a de animal s o considerados por muitos menos evolu dos a pr tica medi nica espiritual qualificada como menos esclarecida rudimentar ha vendo mesmo associa o com magia negra A grande maioria daqueles que fazem tal cr tica ou condena o por m se alimentam regularmente de carne utilizam couro compartilham de outros modos de explora o animal Se o encarnado mata animais para comer por qual raz o o es p rito n o poderia receber animais como oferenda a chamada comida de santo quest o de padr o cultural Enquanto por ex a dieta carn vo ra permanece difundida e forte embora cada vez mais contestada ma tar ou mutilar animais em nome da liberdade religiosa de culto ostenta intensa e crescente reprova o social Pergunta n 669 b Cit p 365 Calha real ar o tom da afirmativa que parece n o nivelar no mesmo patamar o sacrif cio humano e o sacrifi cio animal Permite o entendimento de que a matan a de animais em oferecimento a Deus menos grave do que a morte de humanos Em indaga o posterior de n 673 manifestado um ju zo instrumental em rela o aos animais o que acaba corrobora
55. que isto acarrete efeitos nefastos a outros seres Uma resposta afirmativa teria anteparo no art 225 1 VIL da Constitui o de 1988 Sacrificar um ou alguns indiv duos para impedir a extin o de outra esp cie ou da mesma esp cie Um colorido utilitarista N o de desprezar a arrog ncia incutida nesta maneira de sentir raciocinar Sentir se respons vel entender que tem como ser Isto al m de imaginar que o ser humano possa saber quais os des gnios divinos de sorte a oper los Uma hip tese bem ex tica Tendo em conta toda a dor a perda de vidas ani mais geradas pela dieta carn vora inclusive entre os pr prios animais o homem deveria procurar uma reengenharia gen ti ca apta a transformar animais carn voros em herb voros If we could arrange the gradual extinction of carnivorous species replacing them with new herbivorous ones ought we to do it 12 At onde vai o poder humano Matar outro animal para se alimentar um ato mal em si independente de o agente ser humano E sendo assim deveria ser suprimido Por m Deus n o fez a ordem natural assim O homem estaria se arvorando Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 197 198 a consertar a cria o divina Isto nos leva quest o de saber se h uma perfei o uma bondade um prop sito na natureza Quando um homem se depara com um grupo de leoas perse guindo um veado ainda crian a ele deveria salvar ou ajudar o animal Se um filhote de b
56. ria em discuss o versar sobre direitos e garantias Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL fundamentais e houver uma raz o que fundamente a posi o contr ria ao que orientado pelos Tribunais o cidad o n o ter ultrapassado os limites de seus direitos sociais ao se recusar a aceitar esta decis o e sustentar a sua transgress o Ajustando este desfecho ao que defendido na an lise propos ta por este trabalho pode se concluir que os grupos em defe sa dos direitos dos animais devem sim orientar se de acordo com suas convic es morais nas suas manifesta es E o devem faz lo independente das decis es prolatadas pelos Tribunais verdade que a jurisprud ncia brasileira ainda n o se manifestou a este respeito o que n o surpreendente tendo em vista que a discuss o acerca dos direitos dos animais e a sua legitimidade ainda caminha a passos lentos na sociedade atual No entanto tamb m n o poss vel ignorar esta quest o que pouco a pouco ganha espa o A mudan a do paradigma antropoc ntrico para o bioc ntrico real concreto e impulsiona a sociedade a discu tir seus reflexos Entre eles est a natureza jur dica dos animais como sujeitos de direitos e o que pode ser e est sendo feito para que esta perspectiva adentre os limites da positiva o jur dica Conforme j visto o contestador civil n o busca a ruptura com o Estado Pelo contr rio prova a sua lealdade na medida em que aceita sujeitar se s
57. servindo portanto como padr o modelo fator primordial de considera o O processo de forma o de um paradigma perpassa ainda pela compress o das ideologias presentes ou em confronto em cada momento hist rico a fim de que se possa perceber e anali sar qual delas assumiu o controle qual a ideologia dos ven Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 265 266 cedores daqueles que acabam contando a Hist ria e procuran do assegurar o establishment e o status quo que lhes favorece O conceito de ideologia foi primeiramente desenvolvido por Feuerbach com o intuito de criticar a aliena o religiosa pas sando a ser utilizado relativamente a outras formas de aliena o social somente com o advento da obra do economista e fil sofo alem o Karl Marx de acordo com o qual a consci ncia humana seria sempre social hist rica e contextualizada Com efeito ideologia corresponde a um conjunto de id ias e representa es capazes de orientar o agir de um homem ou de um determinado grupo social localizados no tempo e no espa o A cr tica que se faz que se estaria operando por invers o isto colocando se os efeitos sociais no lugar das causas e sob o ilus rio prop sito de explicar a realidade reafirmar se iam no plano te rico rela es sociais j consolidadas tal mecanismo levaria a crer que id ias institui es correla es de for a ver dades foram criadas de forma natural l gica ou s
58. supporters da Deep Ecology Assim os conceitos de Ecosophie e de self realization Entre os no mes mais proeminentes da Ecologia Profunda alguns declaram publicamente a sua afinidade teol gica como Arne Naess Bill Devall e Fritjof Capra Todavia o que impulsiona e delineia este estudo n o o exame da religi o enquanto arrimo ou pauta para o Direito dos Animais em uma fei o positiva de contribui o para levantar a consci ncia da dignidade intr nseca dos seres n o humanos O que se faz por ora uma an lise de caracteres religiosos refrat rios ou impeditivos do Direito dos Animais ou seja a mira est no aspecto negativo Isto como dogmas assertivas espirituais da teologia constituem obst culo ou rejei o admiss o da ti tularidade de direitos para al m da esp cie humana A religi o mote central formador do senso comum poderoso ingrediente do caldo cultural avesso ao Direito dos Animais E apesar de algum enfraquecimento n o pode ser subestimada ou relegada na investiga o da problem tica concernente imagem que os seres humanos majoritariamente t m dos seres n o humanos e das rela es que mant m com eles lugar comum Se Jesus comia peixe como objetar tal pr tica Argumento de autorida de Se o filho de Deus ou o pr prio Deus adotou tal dieta que arrog ncia apregoar diferente Afinal a pretens o ser mais do que Jesus O argumento anterior que pode soar simpl rio ou i
59. suscitando inclusive a provoca o de resposta emocional intensa 3 3 O enfoque do trabalhador Quest es como a percep o e os sentimentos em rela o aos animais o papel social frente comunidade e as cren as pes soais a respeito da morte podem estar em conson ncia ou em disson ncia com a tarefa de realizar diariamente o sacrif cio de animais O manual de Controle de popula es de animais de estima o do Instituto Pasteur ressalta As sensa es de pesar de culpa e de frustra o s o as rea es mais comuns para os membros das equipes que atuam neste campo Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 123 Quando trabalho a realizar implica envolvimento por longo tempo em situa es de alta demanda emocional desenvolve se pouco a pouco um estado de esgotamento produto do estres se cr nico conhecido como Sindrome de Burnout A S ndrome de Burnout decorrente do desgaste profissional e se comp e de tr s aspectos exaust o f sica e emocional despersonaliza o e redu o da realiza o pessoal e profissional A palavra bur nout uma composi o de burn queima e out exterior e sugere que a pessoa consome se f sica e emocionalmente pas sando a manifestar dist rbios diversos A s ndrome caracteriza se por uma sensa o paulatina de es gotamento em geral tanto f sico quanto mental com sintomas como cansa o cr nico surgimento recorrente de enfermidades problemas para dorm
60. umbanda candombl est o entre os mais lembrados de uma s rie vasta A cren a na comu Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL nica o com os mortos esteve ou est presente na generalidade das formula es e ou pr ticas religiosas ao redor do mundo Entre os eg pcios gregos indianos entre os amer ndios africa nos europeus asi ticos elemento visto nas mais distintas cul turas no decorrer do tempo e em in meros lugares Tanto o Velho quanto o Novo Testamento re nem relatos de comunica es com os mortos com Jesus e diretamente com Deus Na tradi o cat lica h hist rias de contatos com Deus com Jesus com o Esp rito Santo Santos e outros tiveram ex peri ncias desta ordem revela es chamados Recordem se as apari es de Nossa Senhora Santa Maria em F tima em Lourdes Todavia no catolicismo tais fen menos n o estejam isentos de controv rsia lembrando que h pronunciamento pa pal n o confirmando as apari es de Maria deixando a crit rio da f de cada um Em fun o da larga abrang ncia de convic es sob o t tulo de esp ritas o que exigiria um longo trabalho de categoriza o escapando dos contornos do corrente estudo opta se pelo recor te do denominado espiritismo kardecista No mais das vezes na verdade quando se utiliza a express o espiritismo a ila o ao kardecismo H sobretudo uma identifica o entre espiritismo e kardecismo o sentido cl ssico pr p
61. vindade indiana da ilus o da desaven a do erro da devassi d o assume a forma de uma mulher de seios desnudos sedu tora chama se Kali H n o se pode negar um androcentrismo religioso uma misoginia espiritual E o diabo Pode aparecer no formato de animal tem chifres e rabo a besta O que se investiga aqui conforme antes pontuado a reli gi o enquanto discurso humano o qual em suspeita dos seus oradores corre o risco de ser especista O discurso religioso n o invariavelmente o discurso animalista ou dos ecologistas profundos Majoritariamente n o Por m tal constata o n o obsta que a religi o seja compat vel com o Direito dos Animais que os defensores dos direitos dos animais testemunhem dis curso religioso Nada obstante segundo os par metros conven cionais mais difundidos em parte tratados a seguir n o tarefa f cil Se n o indispens vel ao Direito dos Animais tampouco imposs vel Por fim duas notas de aclaramento Este estudo n o abor da outras hip teses afeitas religi o no relacionamento entre humanos e n o humanos inclusive previstas pelo sistema ju r dico sem preju zo da sua alta relev ncia Tais como a escusa de consci ncia para n o realizar ou presenciar experimentos com animais a qual pode ter fundamento religioso e j objeto de decis es do Judici rio ou os limites da liberdade religiosa ou melhor de culto em raz o da pr tica de matar mutilar
62. voro da popu la o um costume mas fica evidente a causa que os motiva a defesa do direito animal que inclui a prote o vida e integri dade f sica destes seres Considerando que estes ativistas come tam uma contraven o penal conforme delineia se a situa o hipot tica aqui colocada em estudo como a prevista no art 42 da Lei de Contraven es Penais pertuba o do trabalho ou sos sego alheios faria parte da sua atua o a submiss o ao poder estatal Os ativistas n o se esquivariam de ser detidos e levados delegacia ou ainda processados pela pr tica de contraven o penal O transgressor aceita a sua penalidade de fundamental import ncia observar que a desobedi n cia civil tem caracter sticas nicas que a diferenciam de outras posi es que o cidad o possa assumir em rela o a uma lei Elencadas por Nelson Nery essas especificidades s o o n mero de participantes o car ter p blico e pol tico do ato a sua utiliza Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL o como ltimo recurso a n o viol ncia a sujei o s san es a ilicitude a publicidade e as modifica es normativas A primeira caracter stica refe se ao n mero de participantes O ato de desobedi ncia civil um ato essencialmente coletivo pelo fato de que um grupo exerce uma maior press o no que se refere busca por mudan as um conjunto de pessoas ligadas por uma linha de consci ncia em comum por um
63. 2002 p 218 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte ge ral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 437 Ibidem p 439 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 p 241 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte ge ral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 441 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 p 258 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte ge ral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 443 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 p 264 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 p 266 Ibidem p 268 Ibidem p 266 267 ARENDT Hannah apud GARCIA Maria Desobedi ncia civil direito fun damental Maria Garcia S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 1994 p 258 259 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 357 CONFER NCIAS
64. 207 ANNIVERSARY EDI TION The Random House Pub Group 1991 1971 CaroL J ADAMSs THE SEXUAL POLITICS oF MEAT A FEMINIST VEGETARIAN Critica THeory The Continuum Int Pub Group Inc 2006 1990 Steven M Wise DRAWING THE LINE SCIENCE AND THE CASE FOR ANIMAL Ricuts Perseus Pub 2002 Steven M Wise RATTLING THE CAGE TOWARD LEGAL RIGHTS FOR ANTI MALS Perseus Pub 2000 STEVEN M WISE AN AMERICAN TRILOGY DEATH SLAVERY AND DOMINION ON THE BANKS OF THE CAPE FEAR River Da Capo Press 2009 Gary L FRANCIONE ANIMALS PROPERTY AND THE LAw Temple U Press 1994 Gary L FRANCIONE RAIN WitHoUT THUNDER THE IDEOLOGY OF THE ANI MAL Ricuts Movement Temple U Press 1996 MARJORIE SIEGEL THE DREADED COMPARISON HUMAN AND ANIMAL SLA vERY Heretic Books 1996 1989 A saber que j que animais n o possuem alma ou consci ncia eles s o um tipo de automata e n o podem sentir dor prazer ou qualquer ou tra sensa o ou emo o Gary L FRANCIONE INTRODUCTION TO ANIMAL Ricuts Your CHiLD or Your Doc 104 Temple University Press 2000 Ver tamb m Tom Recan THE Case For ANIMAL Ricuts 3 1985 W M RussELt R I Burc AND C W Hume THE PRINCIPLES OF HUMANE EXPERIMENTAL TECHNIQUE Hyperion Books 1992 1959 Russell e Burch n o visavam a aboli o dos experimentos em animais mas apenas a remo o da sua barbaridade atrav s da implementa o dos Tr s Rs um objetivo consistente c
65. 76 States federal framework describes alternatives as those that accomplish one or more of the Three Rs suggesting that pain reduction alone satisfies the goals of the Three Rs Given that animals cannot consent to being used in experiments this lack of consideration of the need to protect them creates or should an ethical dilemma There are some recent positive developments in the United States toward the incorporation of the Three Rs into research policy including the endocrine disruption program the National Toxicology Program Interagency Center for the Evaluation of Alternative Toxicological Methods NICEATM and the Interagency Coordination Committee on the Validation of Alternative Methods ICCVAM But the United States still lags far behind other jurisdictions most notably the European Union EU in implementing these principles One of the important aspects of the EU s commitment to the Three Rs is its Registration Evaluation Authorisation and Restriction of Chemicals REACH legislation which calls for the use of non animal tests Another is the requirement to register and share testing data which has already reduced the numbers of animals used in testing The EU s Cosmetic Directive contains both a marketing ban and a sales ban of cosmetics in the EU that have been tested in whole or in part on animals The creation of European Centre for the Validation of Alternative Methods ECVAM is a significant step in
66. ABsTRACT The present article deals with the systematic elimination of dogs and cats collected from public venues This is still practiced by most of the Zoonoses Control Centers and has already been condemned by the World Health Organization that considers it ineffective since 1992 when it issued its 8 Technical Report Indiscriminate animal disposal besides being ineffective in the control of zoonoses and animal population not only violates the existing protective law but also goes against several government constitutional principles Prophylactic measures that are already considered effective such as community education against abandonment and mass sterilization of animals have not yet received sufficient commitment by the Public Administration Presidente da UIPA Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 135 Keyworps Animal Rights Government Constitutional Principles Zoonoses Control Centers Sum rio 1 Da inefic cia da pol tica de exterm nio 2 Do controle da raiva 3 Da ilegalidade da pol tica de exterm nio 4 Da ofensa aos princ pios constitucionais expressos que regem a Administra o P blica 4 1 Do princ pio da legalidade 4 2 Do princ pio da efici ncia 4 3 Do princ pio da moralidade 5 Dos princ pios constitucionais impl citos que regem a Administra o P blica 5 1 Do princ pio da finalidade 5 2 Do princ pio da razoabilidade 5 3 Do princ pio da indisponibilidade do interesse p blico 5 4 Do pr
67. DIREITO ANIMAL Salienta se que a interven o da norma jur dica para discipli nar algo que deveria ser espont neo imprescind vel numa so ciedade em que predomina o antropocentrismo e a necessidade de domina o Assim torna se mais humanit ria essa rela o impedindo se o uso abusivo para uma satisfa o moment nea como se fossem descart veis fato comum quando o v nculo que se estabelece o de consumo vendedor e comprador sem um planejamento capaz de criar a afei o necess ria manuten o do sentimento pelo per odo que corresponde vida do animal n o humano 5 Conclus o A rela o entre o ser humano e os animais inicialmente baseou se na domina o consequ ncia da influ ncia religiosa ou do orgulho de esp cie que geraram o antropocentrismo o qual atribui superioridade ao primeiro em raz o da sua capaci dade de racioc nio conhecimento emo o etc Especificamente em rela o aos c es a introdu o deles na vida dom stica se deu porque t m natureza hier rquica facili dade de alimenta o e de reprodu o descobrindo se durante o s culo XIX a sua utilidade para v rias atividades como ca a e pastoreio Por m a proximidade deles com o ser humano proporcio nou o desenvolvimento do afeto decorrente da mera compa nhia porque essa intera o traz benef cios sociais psicol gicos e fisiol gicos para ambos fundados principalmente na emo o Essa intera o
68. Marcos 5 1 20 HOUAISS Ant nio VILLAR Mauro de Salles Dicion rio Houaiss da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2001 p 1 233 O pr prio Kardec assume o voc bulo espiritismo a traduzir a doutrina dos esp ritos ou seja a doutrina ensinada por esp ritos aos encarnados por meio do fen meno medi nico nomeadamente aquela exposta nas obras que levam a sua ins gnia enumeradas a seguir E esp ritas ou espiritistas os seus adeptos Especificamente de Allan Kardec O que Espiritismo Tb pontualmente KARDEC Allan coord O Livro dos Esp ritos Tra du o por Guillon Ribeiro 91 ed Rio de Janeiro Federa o Esp rita Brasileira 2008 p 15 e 16 Al m das obras citadas Kardec escreveu v rios op sculos editou a Re vista Esp rita onde publicou textos Depois da sua morte foi editado o livro Obras p stumas Subt tulo de O livro dos esp ritos cit As respostas n o s o pois resultado da especula o de humanos en carnados amesquinhada pela condi o de esp ritos menos elevados ou inferiores cogita es toscas med ocres As li es ministradas v m de seres de maior compreens o espiritual e s o assim aceitas Em que pese a concep o encampada pela doutrina esp rita de que as id ias de um esp rito s o o retrato dependem do seu est gio evolutivo o que portanto se aplica igualmente queles esp ritos comunicantes Kardec sublinha e os esp ritas que o sucederam reiteram que
69. Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 Ob cit p 94 e ss Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 217 218 101 106 107 100 G nesis 1 26 28 Disse tamb m Deus Fa amos o homem nossa ima gem e semelhan a o qual presida aos peixes do mar s aves do c u s bestas e a todos os r pteis que se movem sobre a terra e domine em toda a terra E criou Deus o homem sua imagem f lo imagem de Deus e criou os macho e f mea Deus os aben oou e lhes disse Crescei e multiplicai vos e enchei a terra e tende a sujeita a v s e dominai so bre os peixes do mar sobre as aves do c u e sobre todos os animais que se movem sobre a terra G nesis 9 E Deus aben oou a No e seus filhos E disse lhes Crescei e multiplicai vos e enchei a terra Temam e tremam em vossa presen a todos os animais da terra todas as aves do c u e tudo o que tem vida e movimento na terra Em vossas m os pus todos os peixes do mar Sustentai vos de tudo o que tem vida e movimento eu vos deixei todas estas coisas quase como os legumes e ervas Excetuo vos somente a car ne misturada com sangue da qual eu vos defendo que n o comais Por que eu tomarei vingan a de todos os animais que tiverem derramado o vosso sangue Todo o que derrama sangue humano ser castigado com a efus o do pr prio sangue Porque o homem foi feito imagem de Deus V s por m crescei e multiplicai vos sobre a terra e enchei a 102 Cit
70. Without Changes Testing Will Evolve Slowly ENVIRONMENTAL FORUM Mar Apr 2008 David S Favre Judicial Recognition of the Interests of Animals A New Tort 2005 Mich St L Rev 333 2005 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011 87 FUNDAMENTOS FILOS FICOS E ANIMAIS EM TESTES PREOCUPA ES E CONSEQU NCIAS Katherine Hessler Resumo O presente paper busca a partir da filosofia e da ci ncia moderna demonstrar como s o conduzidas as pesquisas cientificas nos Estados Unidos A fim de abordar essa quest o avan a se para entender a situa o moral e legal dos animais na sociedade Animais s o vistos como uma propriedade em cada pa s do planeta dispon veis para qualquer uso que os humanos considerem adequados Para entender a situa o atual a autora prop e um olhar atrav s da historia PaLavRAs CHAvE Direito Animal Abolicionismo Testes em animais ABsTRACT This paper seeks from the philosophy and modern science showing how scientific research are conducted in the United States In order to address this issue goes to understand the legal and moral status of animals in society Animals are seen as a property in every country on Earth available for any use that humans deem appropriate To understand the current situation the author proposes a look through the history Keyworps Animal Rights Abolitionisim Animal testing A primeira quest
71. a Era do Bronze e a Era do Ferro Kali Yuga tem dura o de 432 000 anos e come ou h cerca de 5 000 anos quando do desaparecimento de Krishna do planeta Uma das caracter sticas deste tempo do mal a morte desautorizada de animais Significa pois que em outras pocas a matan a de animais pode ser justificada Anota o ao verso 7 do cap tulo 4 p 216 Verso 44 cap tulo 18 P 791 Tb coment rio de Prabhupada ao j citado verso 16 do cap tulo 14 Consulte se por ex SINGER Peter MASON Jim A tica da alimenta o Tradu o de Cristina Yamagami Rio de Janeiro Elsevier 2007 p 45 74 Mesmo a id ia do ser humano como um fim em si pode ser questionada pela religi o que h o entendimento de que Deus criou o homem e apenas ele para Ele pr prio Que gl ria receberia Deus da cria o de tantos entes quantos concorrem para a composi o desta grande f brica do mundo se entre todos n o houvesse algum que pudesse reconhe cer a sua sabedoria a sua majestade e a sua onipot ncia GONZAGA Tom s Ant nio Cit p 9 Qual ent o a valia dos animais uma vez que eles n o sabem cogitam da exist ncia de Deus Bem como sabem da exist ncia humana servem a prop sitos humanos Al m da tese t o ao gosto de alguns de que para os animais o ser humano Deus Cit p 94 Acerca da hermen utica filos fica na produ o jur dica brasileira veja se STRECK Lenio Verdade e consenso 3 ed
72. a atua o repressiva de natureza pe nal administrativa e civil da defesa do ambiente e dos animais no art 225 3 da Constitui o Federal Incluiu ainda varios procedimentos que s o obrigat rios para o Poder P blico e os cidad os 7 Animal como sujeito de direitos Cursos de legisla o animal est o agora inclusos em v rias escolas de direito dos Estados Unidos A id ia da extens o da qualidade de sujeitos de direito aos animais defendida por v rios professores e doutrinadores em todo o mundo S o duas as principais correntes em defesa dos animais o liberalimo e o abolicionismo A corrente denominada liberalismo liderada por Peter Singer preconiza a liberta o animal Seu argumento principal se baseia nos princ pios de justi a e para ele os animais como seres sencientes devem ter seus interesses levados em igual con sidera o em rela o aos interesses humanos O abolicionismo tem como l der o professor em rito de filo sofia da Universidade Estadual da Carolina do Norte USA Tom Reagan O abolicionismo se preocupa sobretudo com o 310 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL respeito aos direitos fundamentais dos seres que jamais podem ser violados Tom Reagan em The Case for Animals Rights preconiza a id ia de que os animais s o sujeitos de uma vida e por isto devem ser reconhecidos os seus direitos baseados em seus valores inerentes que se diferem dos valores intr nseco
73. a manter o todo Poder enredar tudo n o sin nimo de preciosidade muito menos de Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 289 290 moralidade Quando animais s o fabricados num sistema de produ o e abate que causa danos totais vida deles considerando se que no sistema de confinamento s o for ados a nascerem mesmo que para eles n o esteja prevista a liberdade de viver a vida que sua esp cie lhe propiciaria essa produ o est vinculada ao sistema de mercado que os consumidores dessas mercadorias carne leite ovos l seda mel couro peles graxas etc fomentam O sistema que produz animais como se fossem objetos para uso e consumo humano um sistema ca paz de enredar todas as iniciativas individuais ethos de consumo N o obstante no bojo das discuss es travadas acerca da tica hol stica S nia Felipe ressalta as contribui es de Marti Kheel para a cr tica pertinente e extraordinariamente sens vel incisi va quando ao risco de se recair em uma tica hol stica totalit ria em que na vis o do todo se perde o valor pr prio da individu alidade o que ocasiona a sujei o de um indiv duo ou grupo aos interesses de outro s em prol do bom funcionamento do todo um bom funcionamento equivocado distorcido com base em dom nio servid o e explora o mas poss vel e pratic vel inclusive o tendo sido em in meros momentos hist ricos Com efeito o holismo tem se mostrado um paradigma
74. agress o sendo este mais um ponto a diferenciar a desobedi ncia civil e a uma desobedi ncia criminosa comum A sujei o s san es a caracter stica que reveste o ponto pol mico deste trabalho Entende se que a raz o da desobedi ncia civil pressionar para a mudan a na legisla o e n o ser contra o ordenamento jur dico Os ativistas reconhecem a so berania do Estado e as san es previstas para as a es il citas cometidas Destaca Nelson Nery que os autores s o un nimes na defesa da sujei o s penas legais para o desobediente civil Isso porque al m deste fato influenciar positivamente na opi ni o p blica a desobedi ncia civil busca atingir a lei apenas nas partes prescritivas que enunciam diretrizes e n o nas puniti vas que expressam o monop lio legalizado da for a Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Tom Regan acredita que a possibilidade da puni o o que sustenta o movimento da desobedi ncia civil Se os ativistas se disp em a serem presos a fim de defender seus interesses isso expressa a for a das suas convic es al m de captar a simpatia do p blico N o obstante Ronald Dworkin planta uma id ia diferente qual este trabalho se afilia O jurista americano questiona se sempre que algu m viola uma lei deveria ser punido indepen dente do motivo que o levou a cometer o ato E afirma que tanto a resposta negativa quanto a positiva para esta quest o n o po
75. altera es 13 Os autores ser o informados por e mail sobre o andamento da avalia o e ter o acesso a todos os pareceres sobre seu artigo sem identifica o de autoria 14 Excepcionalmente haver convites para publica o Os con vites ser o formulados exclusivamente pelo editor da revista Esta Revista foi publicada no formato 140x210 mm miolo em papel 75 g m Tiragem de 500 exemplares Impress o e Acabamento Editora do Conhecimento Fone 19 3451 5440
76. animais n o humanos considerados em sua individualidade e como sendo dotados de identidades subjeti vas pr prias n o mais como j dito enquanto mais um orga nismo integrante de determinada categoria um n mero ou uma esp cie amea ada de extin o por exemplo Caring for other than human animals can only flourish with the aid of empathy Empathy in turn can be seen as the culmination of many small acts of attention Cumulatively these acts of attending can help us to appreciate other than human animals as individual beings with subjective identities rather than merely part of a larger backdrop mou called the biotic community the ecosystem or the land KHEEL 2008 p 227 Em s ntese a filosofia hol stica ecofeminista para Marti Kheel n o tanto uma tica ou novo ethos mas um estilo de vida ou nova proposta de conscientiza o compreens o da re la o entre seres humanos e outros seres com base no desen volvimento da id ia de responsabilidade n o como fruto de uma imposi o um dever ou obriga o jur dica por exemplo mas como uma atitude natural espont nea que ultrapasse as bar reiras do preconceito fundado em dualismos como cultura na tureza domina o masculino feminino sexismo emo o ra z o racionalismo homem animais n o humanos especismo ci ncia senso comum cientificismo cego etc Nesse contexto as conquistas e o conhecimento obtido
77. animal humano excluindo as demais entidades que nele n o se inclui Diferentes for as induzem ao sentimento de superioridade do homem em rela o aos animais n o humanos desde for as sociais e econ micas at culturais Sob uma perspectiva psico l gica poss vel identificar duas raz es para a resist ncia ao re conhecimento do valor intr nseco a eles pertencente a religiosa e a racional A religi o concede aos animais a posi o de coisa objeto sus cet vel de propriedade A B blia permite ao homem o poder de Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL dominar os animais atribuindo ao ser humano essa prerrogati va no livro do G nesis Em termos racionais o ser humano vai ocupar uma posi o privilegiada na rela o com a natureza em virtude de sua capa cidade de linguagem emo o racioc nio consci ncia n o equi valente nos animais n o humanos Nas duas hip teses as pessoas est o mergulhadas em seus pensamentos antropoc ntricos e s o incapazes de reagir ao so frimento de outros seres que n o sejam da mesma esp cie que elas porque com eles n o t m empatia Nesse contexto a rela o do humano com o n o humano ser pautada pela utilidade o que acaba justificando o sacrif cio de muitos deles para satisfa zer falsas necessidades Steven J Bartlett denomina essa vis o humana superior de homocentrismo ou seja a valoriza o excessiva da esp cie hu mana como se a natureza estivesse
78. ao julgar que a falha dos abolicionistas reside justamente em n o perceberem a relev ncia ineg vel enquanto fator imprescind vel de se ter e poder contar com uma opini o p blica favor vel anterior a qual quer eventual reforma jur dica Deve se lutar por metas realistas e no caminho destas conquistas convencer o corpo social Em contrapartida os adeptos do movimento abolicionista re trucam de forma contundente e admita se coerente que n o se pode combater o mal com o pr prio mal mas sim extingui lo de pronto s assim se estaria a agir em conformidade com pos tulados morais Os restricionistas afirma o abolicionista Heron Santana partem de uma premissa falsa na medida em que pre tendem implementar direitos de segunda gera o a es posi tivas do Estado sem que estejam assegurados direitos funda mentais de primeira gera o pressupostos basilares para toda e qualquer dignidade moral GORDILHO 2008 p 81 valido destacar por fim que juristas como Steven Wise Gary Francione e Jean Pierre Marguenaud preocupam se n o apenas com a defesa institui o de direitos animais mas so bretudo com a atribui o de personalidade jur dica a estes seres n o humanos o que lhes assegurar a capacidade de titularizar direitos e defend los em ju zo por interm dio de representan tes processuais Steven Wise pleiteia o reconhecimento da titularidade de di reitos subjetivos a todos os animais proporciona
79. article will use the non comparative approach based upon an interest analysis The short answer is that our legal system can and should do what it always has done balance the interests of competing individuals in a public policy context always seeking to strike an ethically appropriate balance Finally this article will suggest a more expansive consideration of animals interests through the adoption of a new tort intentional interference with a fundamental interest of an animal Keyworp Animal Law Property Interest of an animal Sum rio 1 Introdu o 2 O debate atual dos direitos dos animais 3 Fundamento do interesse na an lise jur dica 3 1 Os interesses dos humanos no sistema jur dico 3 2 Os interesses dos animais esp cies amea adas de extin o 3 3 Animais individuais 3 3 1 Leis anti crueldade 3 3 2 Lei Federal de Bem estar animal 3 3 3 Lei de Prote o aos Chimpanz s 3 3 4 Trust e Heran a 4 Reconhecimento de interesses uma nova responsabilidade civil em rela o aos animais 4 1 Um dever jur dico geral 4 2 A Presen a de um interesse fundamental 4 3 A Inten o do R u 4 4 O teste da influ ncia substancial 4 5 Outras quest es anteriores ao processo 4 5 1 Extens o do dano animais silvestres 4 5 2 Quem representar os animais 4 5 3 A Morte para o beneficio dos humanos 4 5 4 O busca do lucro como justificativa 4 5 5 Solu es 5 Conclus o 1 Introdu o Este artigo
80. as que acom panham a evolu o da sociedade Isto posto a desobedi ncia civil aparece como um instrumento poderoso de atualiza o le gislativa visto que traz tona situa es cr ticas temas at ent o Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 337 338 minorit rios ou considerados pouco relevantes Trazidas pela autora as palavras de Habermas Tais atos de desobedi ncia civil de transgress o simb lica n o violenta das regras se auto interpretam como express o do protesto contra decis es impositivas as quais s o ileg timas no entender dos atores apesar de terem surgido legalmente luz de princ pios constitucionais vigentes verdade que o direito de propriedade um direito cons titucional fundamental positivado no inciso XXII do artigo 5 da Carta Maior Como tamb m uma garantia constitucional a prote o dos animais contra maus tratos prevista no artigo 225 inciso VII do mesmo texto legal No objeto de estudo desta mo nografia quando os ativistas ocupam uma fazenda industrial ou se colocam em frente a um restaurante fast food para protes tar contra o consumo da carne o que se est contestando n o o direito de propriedade em si Mas sim a lacuna legal que n o confere efetividade ao que j previsto em rela o prote o aos animais n o humanos como tamb m a falta de ampla garantia do direito vida liberdade e integridade f sica que estes seres sencientes merecem Tamb m
81. b m mulher eu multiplicarei os trabalhos dos teus partos Tu parir s teus filhos em dor e estar s debaixo do poder de teu marido e ele te dominar A Ad o por m disse Pois que tu deste ouvidos voz da tua mulher e comeste do fruto da rvore de que eu tinha ordenado que n o comesses a terra ser maldita por causa da tua obra tu tirar s dela o teu sustento for a de trabalho Ela te produzir espinhos e abrolhos e tu ter s por sustento as ervas da terra Tu comer s o teu p o no suor do teu rosto at que te tornes na terra de que foste formado Porque tu s p e em p te h s de tornar Genesis 1 14 20 V se aqui a denota o de uma sociedade machista patriarcal da misoginia um direcionamento da divis o das atividades fun o dom stica para as mulheres m es trabalho para a manuten o da fam lia destinado ao homem G nesis 1 21 Fez tamb m o Senhor Deus a Ad o e a sua mulher umas t nicas de peles e os vestiu com elas G nesis 1 26 27 G nesis 1 28 30 Voltaremos a esta passagem no t pico 7 1 tentou Deus a Abra o Continuou Deus Toma a Isaac teu filho nico a quem tu tanto amas e vai terra da Vis o E oferecer mo s em holocausto sobre um dos montes que eu te mostrarei levantou Abra o um altar p s lhe a lenha em cima depois atou a seu filho Isaac e o p s sobre a lenha que tinha disposto sobre o altar E estendendo a m o pegou no cut
82. cheio de amor e zelo ao criar tudo De fato conforme meu modo de entender a id ia isso o que significa ser criado imagem de Deug 1 Regan chega conclus o de que a B blia proscreve o con sumo de carne Invoca como argumento o trecho de G nesis 1 29 Na vers o da B blia utilizada por Regan esta a reda o Vejam eu lhes dei todas as ervas com sementes sobre a terra e todas as rvores nas quais est o os frutos com sementes para voc s isso ser a carne Ent o a tese de que no den o ser humano era vegano e n o vegetariano como outros pregam Para Tom Regan a quest o n o est aberta a discussdes Todavia em in meras outras publica es do Velho Testamento predominantemente o texto outro n o h a passagem para voc s isso ser carne As vers es oficiais da Santa S disponi veis no seu site n o trazem a aludida reda o Lembre se o texto conforme antes citado de G nesis 1 29 30 Disse lhes tamb m Deus Eis a vos dei eu todas as ervas que d o as suas sementes sobre a terra e todas as rvores que t m as suas sementes em si mesmas cada uma segundo a sua es p cie para vos servirem de sustento a v s e a todos os animais da terra a todas as aves do c u e a tudo que tem vida e movi mento sobre a terra para terem de que se sustentar Disputas de tradu o parte na qual inserida a cogita o de que teria Ano 6 VoLume8 Jan Ju
83. civil disobedience passive resistance non cooperation and Satyagraha or truth force MAHATMA Ganpul THE Morat Basis oF VEGETARIANISM Ramachandra Krishna Prabhu ed Navajivan Publishing House 1988 1959 compilation of Ghandhi s writings on vegetarianism See generally MARvin W MEYER AND KURT BERGEL REVERENCE FOR LIFE Tue ETHICS or ALBERT SCHWEITZER FOR THE TWENTy First CENTURY Syracuse University Press 2002 Henry S SALT ANIMALS RIGHTS CONSIDERED IN RELATION TO SOCIAL Procress 1892 Soc y for Animal Rights 1980 PETER SINGER ANIMAL LIBERATION rev ed Ecco 2002 1975 Frances Moore LAPPE DIET FOR A SMALL PLANET 20 ANNIVERSARY Eprrron The Random House Pub Group 1991 1971 CaroL J ADAMS THE SEXUAL Potitics of MEAT FEMINIST VEGETARIAN Critica THeory The Continuum Intl Pub Group Inc 2006 1990 STEVEN M Wise DRAWING THE LINE SCIENCE AND THE CASE FOR ANIMAL Ricuts Perseus Pub 2002 STEVEN M Wise RATTLING THE CAGE TOWARD LEGAL RIGHTS FOR ANIMALS Perseus Pub 2000 STEVEN M Wise AN AMERICAN TRILOGY DEATH SLAVERY AND DOMINION ON THE BANKS OF THE CAPE FEAR River Da Capo Press 2009 Gary L FRANCIONE ANIMALS PROPERTY AND THE Law Temple U Press 1994 Gary L FRANCIONE RAIN WirHouT THUNDER THE IDEOLOGY OF THE ANIMAL RicHTs MOVEMENT Temple U Press 1996 MARJORIE SIEGEL THE DREADED COMPARISON HUMAN AND ANIMAL Savery Heretic Books 1996 1989 Ano 6
84. civil e criminalmente independentemente 3 POUND nota supra 13 na 16 A palavra interesses tamb m uma frase chave na discuss o dos danos na reestatiza o A reestatiza o define interesse como dotar o objeto de qualquer desejo humano RESTATEMENT SECOND OS TORTS 1 1965 Veja 3 POUND nota supra 13 em 30 33 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 18 A inteira hist ria do desenvolvimento de uma lei tort mostra a con t nua tend ncia de reconhecer como v lida de prote o de interesses legais que previamente n o eram sequer protegidos RESTATEMENT SECOND OF TORTS 1 cmt e 1965 O autor reconhece que este fato padr o promove um velho estere tipo sexual e o cozinheiro da ma poderia ser homem mas n o poderia escapar da realidade de que as tortas de ma da sua esposa s o sim plesmente melhores que qualquer outra 2 Isso n o se sustenta sem o poder de qualquer sistema judicial para reme diar os erros humanos As bvias limita es existentes no tempo sobre os tribunais a dificuldade em muitos casos em acertar os fatos reais ou providenciar algum rem dio efetivo tem significado que devem existir alguma sele o daquelas les es mais s rias que possuem o clamor prio rit rio de reendere ar e s o lidadas com mais facilidades Trivialidades devem ser deixadas de lado para outros meios de estabelecimento e muitos erros que s o em si mesmos flagrantes ingratid o avareza
85. coloquem em risco sua fun o ecol gica provoquem a extin o de esp cies ou submetam os animais a crueldade Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 283 De acordo com Hans Kelsen cujas constru es te ricas acer ca dos institutos jur dicos exercem grande influ ncia na Teoria Geral do Direito at hoje mesmo sob as mais diversas cr ticas sua Teoria Pura a rela o jur dica ocorreria entre um dever jur dico e o direito reflexo dele decorrente n o entre um sujeito de dever e um sujeito de direito na medida em que esta rela o se d sempre entre normas uma norma que obriga e outra que faculta ao seu titular o poder de exigi o cumprimento daquela obriga o Em sendo assim animais podem sim figurar como sujeitos de direito Seja como for conclui Heron Santana se considerarmos que o direito um interesse protegido por lei uma faculdade do julgador de exigir determinada conduta de outrem ou uma garantia conferida pelo Estado que pode ser invocada sempre que um dever for violado imperioso se faz reconhecer que os animais s o sujeitos de direito GORDILHO 2008 p 112 Ao institu rem se direitos titularizados por animais n o hu manos muitos autores defendem a necessidade de atribuir lhes personalidade jur dica Esta categoria contudo nem sempre foi uma prerrogativa do ser humano em raz o desta sua condi o mas veio sendo mol dada ao longo da Hist ria ao alvedrio das conjunturas sociais pol
86. como o Direito dos Animais uma teoria de direitos dos animais e n o uma teoria de deveres dos ani mais para com os humanos um bice que se alega colidente as Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 163 religi es se edificam sobre a no o de dever de compromisso bem como do seu descumprimento o pecado a culpa a expia o Ora como incorporar dimens o religiosa quem n o pos sui dever para com Deus para com o outro Neste passo vale notar at a dana o a condena o ao inferno interditada aos animais Mesmo porque afirma se os animais n o conhecem o arrependimento A porta do c u e do inferno est fechada a eles por n o possu rem senso de moralidade logo inaplic vel a l gica do merecimento Contudo basta um passar de olhos pelo panorama do Direito dos Animais para notar as in meras refer ncias religiosas en contradas ami de denotando um esfor o para construir um arqu tipo compat vel com a percep o espiritual computada a diversidade de assimila es o que explica a tese de que Jesus era vegetariano ou vegano ou de que n o era contra a sua vontade porque o momento hist rico n o permitia a tese de que Jesus n o pregou o vegetarianismo porquanto as pessoas da poca n o entenderiam ou a tese de que pregou mas aqueles que o sucederam suprimiram este ensinamento A Revista dos ve getarianos de ampla circula o em bancas de jornais estampou na sua edi o n 10 a pergunt
87. compromisso m tuo como diz Hannah Arendt A autora afirma ainda que o contestador civil n o existe isolado Ele s pode funcionar e sobreviver como membro de um grupo O movimento da desobedi ncia civil somente pratica atos p blicos com o objetivo de demonstrar a injusti a da lei ato ou costume Essa uma das principais diferen as entre a deso bedi ncia civil e a criminosa A a o feita publicamente com o animus de publicizar a atividade de fazer as pessoas pararem e observarem o que se est expondo contra o qu se est pro testando A opini o p blica um fator importante para o su cesso do movimento Pela desobedi ncia civil se pretende uma mudan a mas dentro do sistema democr tico seguindo o or denamento jur dico e n o atrav s de uma revolu o em que os procedimentos legais do Estado sejam postos abaixo Assim torna se imprescind vel a ades o da popula o aos anseios des te grupo e isso somente se alcan a com o conhecimento da causa pela comunidade Ser um ato pol tico tamb m um dos pressupostos da de sobedi ncia civil A resposta do Estado aos interesses do gru po de minoria a raz o de ocorr ncia da desobedi ncia civil Conforme alude Nelson Nery a decis o governamental de n o buscar a solu o do conflito ou de conduzi lo de forma diversa as aspira es dos grupos ou dos indiv duos um ato pol tico em si j que envolve a administra o dos neg cios p blicos T
88. culpabilidade O fundamento est na ine xigibilidade de conduta diversa j que esta seria a nica forma poss vel de atua o dos transgressores que para denunciar uma ilegalidade terminam por violar o ordenamento jur dico Por estas raz es provou se que os dissidentes civis podem ser poupados de toda e qualquer puni o referente a seus atos de sobedientes que transcedem a significa o de simples falta de observ ncia da lei s o uma contribui o para o progresso em busca de uma sociedade digna e livre de injusti as REFER NCIAS ABR O Bernadette Siqueira Hist ria da Filosofia Os Pensadores revis o Mirtes Ugeda Coscodai S o Paulo Editora Nova Cultural 1999 ARENDT Hannah 1969 Crises da Rep blica Cole o Debates 2 edi o S o Paulo Ed Persectiva 1999 ARG LO Tain Cima Abolicionismo animal e Desobedi ncia Civil Veganismo como instrumento pol tico Monografia submetida banca na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia 2008 BOBBIO Norberto A Era dos Direitos apresenta o de Celso Lafer nova edi o Rio de Janeiro Elsevier 2004 1909 Dicion rio de Politica Norberto Bobbio Nicola Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu o Jo o Ferreira revis o geral Jo o Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 edi o Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do E
89. da tica do cuidado conjugada com a considera o das discuss es travadas pelos movimentos em prol dos interes ses e direitos animais evidenciados representa a nossa proposta nos moldes supra indicados de desconstru o paradigm tica Afinal una vez m s debemos sentirnos sobre la tierra en nuestra casa y entre nosotros Necesitamos uno nuevo paradigma que nos permita movernos de una cultura dominada por la violencia a una cultura de pacificaci n creatividad y paz Vandana Shiva REFER NCIAS ANGELIN Ros ngela G nero e meio ambiente a atualida de do ecofeminismo In Revista Espa o Acad mico Ano V N 58 mar 2006 Dispon vel em lt http www espacoacademico com br 058 58angelin htm gt Acesso em 23 jun 2010 BOFF Leonardo Ethos mundial um consenso m nimo entre os hu manos Rio de Janeiro Record 2009 CHAU Marilena de Sousa O que ideologia S o Paulo Abril Cultural Brasiliense 1984 DIAS Edna Cardozo Ecofeminismo Dispon vel em lt http oocities com sos animal artigos ecofeminismo htm gt Acesso em 23 jun 2010 DIAS Tamaya Luna Publio A defesa dos direitos dos animais sob uma tica ecofeminista In Revista Brasileira de Direito Animal Ano 03 N 04 jan dez 2008 Salvador Evolu o 2008 pp 265 277 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 295 FELIPE Sonia T tica hol stica Dispon vel em lt http w ww anda jor br p 1479 gt Acesso em 20 jun 2010 Grifo
90. da coisifica o animal para alimenta o Das roupas de couro Da experimenta o com animais Dos zool gicos Manifesta es institucionais e n o individuais comuns e n o isoladas Nada No m ximo muito pouco Um pensamento que permeia a maioria das religi es ainda quando n o explicitamente o de que a vida humana tem um valor supremo um valor supremo marque se bem sobretudo para Deus Deus se importaria prioritariamente ou exclusiva mente com os homens porque os animais consoante no o ge neralizada n o podem conceb Lo Logo n o h comunica o poss vel ou intelig vel n o h convers o salva o para as suas almas isto quando se admite terem alma Ora transitar dos dotes que um ser possui para a conclus o de que em fun o destes a sua vida det m um valor escalona do maior ou menor conquanto tese que angaria vasto acolhi Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 199 200 mento inclusive entre os adeptos do Direito dos Animais n o isenta de embara os e refutada por muitos A aptid o para es crever voar respirar na gua n o bastante para nivelar a vida Mesmo que se entenda que o homem o nico animal religioso isto n o faz a sua vida ser mais relevante do que outras As concep es religi es citadas admita se s o antropoc n tricas Religi o religare algo que diz respeito somente a Deus e ao ser humano O ser humano seria o nico animal religioso Mas mesm
91. da isonomia razoabilidade veda o da prote o deficiente e proibi o de retrocesso de se apostar tamb m que a opini o p blica n o concor daria com o projeto de lei n o sufraga a ideia de que a dor o sofrimento de um gato ou de um cavalo vale menos do que o de um lobo guar ou uma on a Da que se confia que o Poder Legislativo n o vai assumir tal d fice democr tico criando um fosso entre representantes e representados A repercuss o de tal aprova o seria p ssima imagem do Parlamento notadamente daqueles parlamentares que avalizarem o referido projeto Atos p blicos trabalhos e eventos acad micos iniciativas de solidariedade da pr pria sociedade decis es do Judici rio in clusive do Supremo Tribunal Federal STF al m do percurso evolutivo do ordenamento jur dico direcionam para a valori za o dos animais n o humanos suas vidas seus corpos sua sa de seu bem estar Por se colocar em confronto com a tend ncia a que se vem de referir e pelas raz es de direito explanadas o PL n 4 548 98 est manifestamente inquinado de v cio de inconstitucionalida de e assim deve ser rejeito pelo Congresso Nacional Por fim vale citar um caso bem ilustrativo Muito recente mente em 19 de agosto de 2011 no rodeio de Barretos edi o n 56 considerado o maior do pa s e assim um modelo de orga niza o tratamento dos animais para os outros um bezerro ao ser imobilizado por um bull
92. da nossa comunidade global a harmoniza o internacional de padr es torna se mais importante Al m disso boas pr ticas cientificas n o possuem limites geogr ficos importante desenvolver um consenso entre os muitos interessados envolvidos em teste em animais Assim que chegarmos a um terreno comum n s pode remos come ar a compartilhar informa o e objetivos de pes quisas O compartilhamento obrigat rio de dados de teste entre pesquisadores reduz duplica o desnecess ria um elemento Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL importante dos Tr s Rs redu o Mesmo nos est gios inicias de compartilhamento parcial de informa o estimado que isto economize 8 12 milh es de animais mortos por ano atrav s de testes de toxicidade no Reino unido quase um quarto do n me ro total Outro benef cio de compartilhamento de dados internacio nalmente e trabalhando cooperativamente atrav s de relatos globais para outro dos Tr s Rs substitui o replacement O desenvolvimento de novos m todos cient ficos aumenta com apoio regulat rio e financial assim como a coopera o de cien tistas trabalhando ao redor do mundo em diversas disciplinas Muito trabalho ainda tem que ser feito Como a maioria dos cientistas agora reconhecem quase n o existem outros campos cient ficos dependendo tanto de protocolos experimentais que tenham se mantido quase inalterados por mais de 40 anos Podemos ver que a a
93. de Janeiro Objetiva 2001 p 2 625 Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equili brado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida impondo se ao Poder P blico e coletividade o dever de defend lo e preserva lo para as presentes e futuras gera es 1 Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico VII proteger a fauna e a flora vedadas na forma da lei as pr ticas que coloquem em risco sua fun o ecol gica provoquem a extin o de esp cies ou subme tam os animais a crueldade A pergunta de Jeff McMahan Professor de Filosofia da Rutgers Univer sity e visiting research collaborator no Center for Human Values da Princeton University The New York Times Opinionatur Exclusive Online Com mentary From The Times The meat eaters 19 de setembro de 2010 Cumpre recordar que segundo uma teoria no den ningu m era carn voro nem os humanos e nem os animais n o humanos E todos viviam bem em paz em conviv ncia harm nica Quando o homem foi expulso do Para so tudo se degringolou e os animais passaram a comer uns aos outros De onde se extrai que nada mais se estaria fazendo do que corri gir uma falha humana Contrariado por Keynes destacadamente no seu livro The end of laissez faire Aplicado aqui o crit rio proposto por Peter Singer de capacidade de projetar o futuro que animais n o teriam a vida humana pode na de pen
94. de constitucionalidade integrando assim por meio da densifica o normativa o espectro da pr pria Constitui o Objetivando uma maior garantia aos animais seus corpos sua sanidade mental psicol gica a Lei de Crimes Ambientais como se exp s criminalizou as condutas infelizmente ainda hoje comuns abusivas de maus tratos que os ferem mutilam Todavia a pr tica demonstra que a penalidade branda abstra tamente cominada aliada impunidade n o bastante a mi nimizar tais atos ign beis Da o reclame geral pelo incremento da pena Na contram o do movimento em prol da melhoria do status de vida dos animais o que ali s sinal do padr o civi lizat rio de uma sociedade o aludido projeto de lei deixa os animais dom sticos e domesticados em posi o de vulnerabili dade negando a eles o m nimo de um amparo legal Isto implica em agress o ao princ pio da veda o da prote o deficiente o qual se traduz na obriga o de o ordenamento normativo confe rir um resguardo adequado ajustado ao bem jur dico que abri 374 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ga revelando uma condizente escala de proporcionalidade Na esteira da linha reversa do PL n 4 548 98 o PL n 5 952 2009 sinaliza para o restabelecimento do art 64 do Decreto Lei n 3 688 41 configurando novamente a conduta de tratar animal dom stico com crueldade ou submet lo a trabalho excessivo como contraven o penal Ademais de to
95. de permitir atividades econ micas e outras atividades huma nas Por m quando se fala de preserva o das esp cies nao h balanceamento dos seus interesses com as necessidades econ micas humanas As esp cies s o classificadas numa lista como em perigo ou amea adas com base em crit rios cient ficos e n o numa an lise de custo benef cio ou sa de p blica Uma vez que uma esp cie listada a es privadas e governamentais que prejudicam as esp cies s o restringidas Sob a ESA a con serva o de uma esp cie listada sobrep e quase que todos os interesses humanos incluindo o conjunto dos interesses econ mico religioso esportivo ou alimentar Claramente a lei d ao executivo o poder de assegurar o in teresse dessas esp cies contra as atividades humanas quando o direito violado Talvez mais importante ainda indiv duos particulares sob a capa da cidadania podem defender os inte resses das esp cies tanto contra o governo quanto contra outros indiv duos particulares No est gio inicial do desenvolvimento do Direito ambien tal foi sugerido que o agrupamento ecol gico de seres vivos e n o vivos possa ser combinado para permitir a capacidade processual perante o Tribunal em quest es ambientais O Juiz Douglas em Sierra Club vs Morton sugeriu que talvez os seres ecol gicos tais como os rios e florestas poderiam ser autores ecol gicos cujos interesses poderiam vir antes dos
96. de protestos no mundo inteiro Se defender as baleias um crime prendam me Retirado do site do Greenpeace Brasil Dispon vel em lt http www greenpeace org brasil quemsomos gt Acesso em 16 nov 2009 O VEDDAS Vegetarianismo tico Defesa dos Direitos Animais e Sociedade um dos grupos ativistas pelos direitos dos animais com maior express o atualmente no Brasil Situado na cidade de S o Paulo e adepto da desobedi ncia civil o VEDDAS tem como objetivo promover campanhas e protestos informativos acerca dos direitos dos animais e em favor de um estilo de vida livre da explora o destes seres O gru po entende que atrav s da sensibiliza o e conscientiza o do indivi duo poss vel gerar uma mudan a efetiva na maneira como os animais n o humanos s o tratados em nossa sociedade O VEDDAS organiza anualmente em frente a um estabelecimento de uma das maiores redes de lanchonete fast food do mundo um protesto informativo acerca da ind stria da carne e o tratamento destinado aos animais Retirado do site do VEDDAS Dispon vel em lt http veddas blogspot com gt Acesso em 16 nov 2009 Retirado do site do Planalto Civil Dispon vel em lt https www planal to gov br ccivil 03 Decreto Lei Del3688 htm gt Acesso em 16 nov 2009 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 P 314 Ibidem P 316 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s
97. dem ser absolutas O fundamento estaria na id ia da discricio nariedade da a o penal elemento consagrado da teoria jur dica moderna pela qual em certos pa ses pessoas que cometeram crimes por diversas causas n o foram levadas a julgamentos numa extensa gama de raz es para a n o instaura o da a o penal Assim afirma o autor que a puni o s deve advir quan do causar um bem geral a longo prazo considerados todos os aspectos envolvidos Destaca que esta n o a nica condi o a ser ponderada num poss vel arquivamento de a o penal mas uma circunst ncia a ser observada com extrema aten o Como um exemplo acredita Dworkin ter sido correta a decis o da po l cia alem ao ignorar os atos ilegais de protesto em Mitlangen O ato desobediente um ato il cito O direito de resist ncia n o est positivado em nenhum ordenamento jur dico moder no embora j tenha constado em alguns textos constitucionais Este direito decorre da cidadania um poder da sociedade que o Estado n o capaz de tutelar Conforme conclui Nelson Nery A for a da desobedi ncia civil est em sua justa ilegalidade em conflito com a legalidade injusta 1 Os atos da desobedi ncia civil s o acompanhados de publi cidade ou seja s o praticados de forma tal que a comunidade possa presenci los Essa maneira de agir tem como objetivo chamar a aten o da sociedade para os problemas apresenta dos visando fortalecer o movi
98. devem incorporar tr s elementos b sicos a vigil ncia epidemiol gica b vacina o em massa e c controle da popula o canina atrav s da restri o de movimentos contro le do habitat e controle da reprodu o A OMS reafirma em 2005 conclus es j apresentadas anteriormente e enfatiza que progra mas de controle da reprodu o animal associados vacina o contra a raiva constituem o m todo indicado para o controle da popula o canina que se encontra vagando em vias p blicas 3 O controle canino sob diferentes enfoques 3 1 O enfoque da pol tica p blica As primeiras a es e pol ticas p blicas brasileiras com vistas ao controle de popula es caninas est o associadas divulga o das descobertas de Louis Pasteur a partir de 1881 e que revelavam que a raiva humana era transmitida pela mordedura de c es in fectados Fazendo a leitura dos atos legais dessa poca podemos Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 121 inferir a pol tica direcionadora das a es de sa de p blica que tinham como objetivo prevenir os agravos caninos ao homem A primeira lei publicada no Brasil objetivando o controle ca nino data do final do s culo XIX Lei n 143 de 28 de janeiro de 1895 Promulgada pela C mara Municipal de S o Paulo proibia a presen a de c es soltos nas ruas e exigia o uso de a aimo mor da a e de coleira numerada indicando o pagamento do imposto municipal Anos mais tarde atrav s do Acto n 132 d
99. do Estado de Nova Iorque 7 U S C 2131 2159 2000 Dispon vel juntamente com a hist ria legal completa em www animallaw info statutes stusawa htm H R 13881 89 Cong 1966 aprovado n o h inclus o de legisla o criminal por m negociantes de animais necessitam de licen a para comercializ los Lei da seguran a alimentar de 1985 Pub L No 99 198 99 Stat 1354 1985 codificado em 7 U S C 2151 59 Ver tamb m Sustein supra citado nota 11 em 1340 42 7 U S C 2143 a 2 B O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desenvolveu re gulamentos para lidar com esta quest o Ver 9 C F R 3 75 2004 Di Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 55 56 50 53 versos livros por exemplo Housing Care and Pshychological Well Being of Captive and Laboratory Primates Evalyn F Segal ed 1989 diversos processos judiciais por exemplo Animal Legal Defense Fund v Glickman 204 F 3d 229 D C Cir 2000 e diversas confer ncias foram realizadas durante a ltima d cada para melhor desenvolver a maneira que esta obriga o legal deve ser conduzida O Congresso dirigiu ao Departamento de Agricultura que os regula mentos adotados devem proporcionar A Para o cuidado animal tratamento e pr ticas em procedimentos experimentais deve se assegurar que a dor e o abuso animal sejam minimizados incluindo o cuidado veterin rio adequado com o uso apropriado de anest sicos analg sico
100. do tribunal na considera o das a es humanas que causam impacto ao ambiente natural Embora esta ideia tenha sido proposta em alguns detalhes no artigo do Professor Christopher Stone e na Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 23 24 oportunidade utilizada pelo Juiz Douglas a Suprema Corte n o seguiu este caminho nos julgamentos subsequentes 3 3 Animais Individuais Finalmente e de forma mais importante seguem exemplos de situa es nas quais o nosso sistema jur dico estaduniden se reconhece os interesses dos animais para alguns objetivos para alguns animais n o obstante seu status de propriedade Estes exemplos est o em tr s reas diversas do direito Direito Criminal Direito Civil e Direito Administrativo 3 3 1 Legisla o Anti Crueldade A primeira frente avan ada para todos os animais s mar gens da nossa relevante comunidade jur dica de seres se deu na rea do Direito Criminal Do in cio do s culo XIX at 1870 ocorreu uma clara transi o na legisla o relativa aos animais de mera prote o dos interesses dos propriet rios para o inte resse dos pr prios animais Uma lei de 1867 de Nova Iorque promovida por Henry Bergh fundador da Sociedade Americana para Preven o da Crueldade para com os Animais representou avan o conceitu al Depois disso muitos estados adotaram novas leis baseadas no modelo de Nova Iorque A exist ncia dessas leis claramente refletiram na aceita
101. dor encora jamento das fun es da fala os benef cios mentais como o est mulo mem ria os benef cios sociais como recrea o divers o e al vio do t dio do cotidiano afastando o isolamento troca de informa es socializa o e por fim os benef cios emocionais Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 255 como o amor incondicional a aten o a espontaneidade a di minui o da ansiedade o relaxamento Al m dos benef cios proporcionados aos seres humanos a Terapia com os c es ao estimular a intera o do ser humano com o seu animal de companhia fundada nos sentimentos reci procos entre eles existentes termina por fomentar a compaix o destacando a import ncia dos cuidados di rios a cargo daqueles que est o na sua guarda A responsabilidade pelo bem estar do c o faz parte deste trabalho porque nele se incluem orienta es em rela o sua sa de esteriliza o limpeza at o tempo de contato requisitos que s o exigidos para que a rela o traga somente benef cios para os envolvidos 4 Deveres do ser humano em rela o ao c o de companhia Considerando os benef cios produzidos por essa rela o n o se poderia deixar de enfatizar os direitos e os deveres que ad v m dessa intera o e que decorrem da guarda Os direitos dos animais foram reconhecidos pela UNESCO em 1978 quando se proclamou a Declara o Universal dos Direitos Animais em Bruxelas na B lgica No pre mbulo des
102. dos Animais 2 edi o Mantiqueira 2004 chama a aten o para o fato de que antes de entrar em vigor a Lei dos Crimes Ambientais em 30 de mar o de 1998 a cruelda de para com os animais era uma simples contraven o penal art 64 da Lei das Contraven es Penais que acarretava aos in fratores irris rias penas de multa Uma distin o incab vel que foi afastada com a amplia o constitucional e legal do conceito de fauna Segundo afirma A Lei dos Crimes Ambientais portanto teve o m rito de uniformizar essa situa o criminalizando a conduta daqueles que atentam con tra a fauna seja ela silvestre dom stica ou domesticada nativa ou ex tica incluindo na esfera da prote o todos os animais que por ventura estejam no territ rio brasileiro op cit p 35 grifos nossos A pr pria Declara o Universal dos Direitos dos Animais carta elaborada por ocasi o das assembleias da UNESCO reali zadas em 1978 proclama em seu artigo primeiro essa igualda de entre as esp cies animais ao estabelecer que todos os animais nascem iguais perante a vida e t m o mesmo direito exist ncia A pretens o do PL n 4 548 98 portanto absolutamente equivocada ao tra ar um rumo contr rio ao previsto pela nos sa Constitui o Federal no sentido de excluir do mbito de Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL prote o legal os animais dom sticos ou domesticados Por se chocar frontalmente com os valore
103. dos mais brilhantes Reitores da Harvard Law School Rosco Pound estabeleceu uma an lise compreensiva deste olhar h cinquenta anos No seu quarto volume da sua Jurisprudence Dean Pound usou a an lise dos interesses para explicar a exist ncia e a ope ra o do nosso sistema jur dico Ele sugeriu que o sistema jur dico um efeito necess rio e natural da organiza o social independentemente do fato dos indiv duos humanos dentro de qualquer sociedade possuam interesses conflitantes com outros indiv duos e com a sociedade em geral Al m disso o direito n o cria tais interesses S o estes que constituem o direito pressionando o por reconheci mento e seguran a O fundamental para a exist ncia de uma sociedade a exist ncia de m todos sistem ticos para lidar com conflitos O que caracteriza uma sociedade civilizada a rejei o da viol ncia ou o poder faz o direito como um fundamen to da organiza o social Outros mecanismos de solu o dos conflitos tais como aqueles que existem dentro das comunida des religiosas da mesma forma possuem limita es inerentes e como tais jamais se tornam padr es da comunidade jur dica mais ampla Dentro do nosso contexto jur dico quais s o estes interes ses Pound sugere que os interesses podem ser definidos como demanda desejo ou expectativa que seres humanos individu almente ou em grupos buscam satisfazer os quais portanto o ajuste da
104. edi o brasi leira tamb m cat lica Em rela o ao O Livro dos Esp ritos edi o da Fe dera o Esp rita Brasileira FEB bem como A G nese A publica o do Bhagavad gita vers o de Prabhupada pela The Bhaktivedanta Book Trust respons vel editorial da Sociedade Internacional da Consci ncia de Krishna fundada por Prabhupada Optou se por fazer uma an lise sobre os pr prios textos sem exame da literatura produzida sobre eles Assim restaram de fora pensadores referenciais como no cristianismo por ex Santo Agostinho e Santo To maz de Aquino Em uma produ o mais recente em l ngua portugue sa voltada para o Direito Natural veja se GONZAGA Tom s Ant nio Tratado de Direito Natural S o Paulo Martins Fontes 2004 Na bibliogra fia brasileira do Direito dos Animais consulte se LOUREN O Daniel Direito dos Animais fundamentos e novas perspectivas Porto Alegre Sergio Fabris 2008 p 103 153 B blia Sagrada Com aprova o do censor e do vig rio geral Rio de Ja neiro Delta 1980 p 5 E o Senhor disse serpente Pois que tu assim o Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 205 206 11 13 14 16 fizeste tu s maldita entre todos os animais e bestas da terra tu andaras de rojo sobre o teu ventre e comer s terra todos os dias da tua vida Eu porei inimizades entre ti e a mulher entre a tua posteridade e a dela Ela te pisara a cabeca e tu procuraras mord la no calcanhar Disse tam
105. em pesquisas cient ficas e hoje esta responsabilidade nossa Sob o Ato de Prote o ao Chimpanz o Congresso ordenou que as normas adotadas pela Secretaria de Sa de e de Servi os Humanos tenham uma provis o exigindo que nenhum dos chimpanz s deva ser sujeitado eutan sia exceto para o bem do chimpanz envolvido O Congresso avaliou os interesses fundamentais dos chimpanz s em ter sua vida prolongada pe sando contra o custo dos contribuintes em manter o prolonga mento de suas vidas e decidiu que os interesses dos chimpanz s s o maiores Esta a o do Congresso representativa por meio de um in cremento de uma mudan a legal em prol dos animais Observe se que ningu m sugeriu um asilo de animais para aqueles ratos que foram usados em estudos cient ficos e n o s o mais utili zados Pelo contr rio a lei representa o que vi vel pol tica e financeiramente no momento Se isso der certo ent o talvez este modelo possa ser expandido para outras esp cies no futuro 3 3 4 Trust e Heran a Um exemplo do aumento de reconhecimento dos interes Lr ses dos animais na area do Direito civil Uniform Trust Act Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL of 200079 que tem sido adotado em mais de uma d zia de estados Com esta ado o outra barreira legal h muito existente foi derrubada em prol dos animais tomando outro rumo A vis o tradicional nos Estados Unidos evitava que os anim
106. entanto ele pode seguir sua consci ncia at o momento em que uma institui o autorizada como um tribunal decida o contr rio em um caso que envolva ele mesmo ou outra pessoa Na terceira hip tese se a lei duvidosa ele poder orientar se por seu pr prio discernimento mesmo depois de uma deci s o em contr rio tomada pelo mais alto tribunal competente Contra o primeiro modelo o autor traz na sua argumenta o a id ia do direito em auto constru o como um sistema a ser re modelado de acordo com a viv ncia da sociedade e ainda mais que permite a participa o do cidad o nesse processo No mo mento em que indiv duos agem de acordo com suas convic es morais mesmo que contr rias a uma determinada norma o que Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 329 330 est de fato acontecendo um teste no qual os juristas podem observar o que acontece na pr tica quando os cidad os agem de acordo com a regra ou a contrariam Desta forma estes indivi duos auxiliam na escolha da melhor decis o judicial na medida em que ao desobedecer a uma lei apresentam as justificativas que o autorizariam a faz lo ou seja defendem outro entendi mento acerca do tema que pode ser aproveitado Dworkin refuta o segundo modelo em raz o de que se um cidad o evita seguir seu discernimento em rela o a uma lei amb gua influenciado por decis o tomada por um Tribunal Superior n o estar considerando o fato de que at a
107. est a tratar de interesses e n o de igual forma de tratamento afinal a depender das circunst ncias o tratamento diferenciado entre esp cies ser inclusive subs dio para uma igualdade material dos seus interesses GORDILHO 2008 pp 66 67 para o neo utilitarismo de Singer se os interesses dos animais sencientes forem levados em considera o em igualdade de condi es com os interesses humanos chegaremos conclus o de que a experimenta o animal e o consumo de carne por exemplo trazem mais malef cios do que benef cios para a sociedade uma vez que o sofrimento a eles infringido t o grande que se sobrep e a qualquer consequ ncia ben fica produzida GORDILHO 2008 p 66 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 277 278 Ap s ter sido questionado sobre a tentativa de igualar os homens e os demais animais a ponto de considerar a morte de um animal menos importante do que a de um ser humano Singer nega tal considera o na medida em que a vida exist n cia humana seria mais valorosa n o necessariamente os seus interesses Este autor chega a admitir que se a morte de um animal se der de forma respeitosa quanto ao seu interesse em n o sentir dor n o haveria problema erro moral em matar ani mais para o consumo ou quando fosse necess rio Diante destas pondera es outros te ricos ir o afirmar que Peter Singer ainda est inserido no paradigma do bem estar animal sendo inclusi ve o l der
108. fen meno ilustrado pela Alemanha onde os animais foram retirados da categoria de objetos A mudan a legislativa vem na dire o de reconhecer a seres vivos fora da esp cie humana a dignidade que um dia lhes foi usurpada Seres que por n o serem humanos n o deixam de sofrer f sica e psicologicamente que n o deixam de procurar uma vida boa a sua pr pria felicidade Pelos fundamentos antes explicitados o PL n 4 548 98 se apresenta na contram o da evolu o hist rica desguarnecen do animais que hoje gozam de uma prote o legal conquan to n o na intensidade devida Estes animais que podem arbi trariamente sem nenhuma justificativa plaus vel se encontrar desamparados margem da Lei n 9 6058 98 s o exatamente aqueles pelos quais em tese a humanidade devota mais consi dera o identifica o quais sejam os animais dom sticos do mesticados de pasmar porque uma presun o que se poderia ter est na vertente precisamente contr ria ou seja que os ani mais dom sticos domesticados em virtude da rela o estreita que tem com os homens deveriam ostentar uma tutela maior Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 377 378 da legisla o Animais familiares como gatos e cachorros al m de bovinos cavalos e porcos Mutilar um c o o seu pr prio c o segundo o projeto de lei em refer ncia deixa de ser conduta cri minosa Tal proposi o carece completamente de sentido viola os princ pios
109. mostrar a import ncia do ser humano do que a real interfer ncia sobre a vida dos animais selvagens Mas este um tema para um outro artigo Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 41 42 4 5 2 Quem representar os animais N o de se esperar que um animal tenha a capacidade de ligar para um advogado e iniciar uma a o judicial esta inap tid o n o implica uma barreira para a resolu o do lit gio Normalmente os tribunais julgam quest es relativas a seres que s o incapazes tais como crian as doentes mentais e idosos Est fora do mbito deste artigo quem o mais adequado para repre sentar os interesses dos animais em um tribunal Deve se notar que a Uniform Trust Act permite a nomea o de um represen tante Nas notas do Uniform Act a quest o do estatuto espe cificamente discutido e permitido que um homem interessado tenha legitimidade para fazer cumprir as disposi es legais Os tribunais s o capazes de discernir quando um determi nado humano adequado para prosseguir os interesses de um animal Em uma maneira indireta dois tribunais federais t m permitido que seres humanos venham dar andamento em ca sos que patrocinem os interesses dos animais abrangidos pela legisla o federal Em pelo menos um caso na Fl rida o tri bunal nomeou um tutor para um chimpanz O desenvolvi mento de diretrizes para os tribunais resolverem estas quest es ser objeto de futura revis o da legisla
110. n Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 173 cias Cordeiros que anteriormente foram mortos para refei o de quem foram comidas as cabe as os intestinos Tudo por ordem do Senhor a P scoa Deus listou segundo o Velho Testamento os animais impu ros Entre outros o porco o crocodilo a toupeira a lagartixa o camale o o coelho a guia a baleia o camar o a coruja o gol finho o cisne a tartaruga Como o homem n o est autorizado a comer os animais impuros melhor ser apesar do nome infame animal impuro Os animais aparecem em outras hist rias do Antigo Testamento O Velho Testamento conta hist ria de uma jumenta que viu ainda antes do humano que ia nela montado o anjo do Senhor Como o homem a fustigava o Senhor abriu a boca da jumenta e ela falou reclamou n o pelo trabalho que reali zava mas pelo castigo imerecido Por m tamb m neste caso o fen meno ancilar o protagonista o homem Os animais s o nas p ginas do Velho Testamento figurantes Outro exemplo Daniel na cova dos le es Mesmo para o leitor contumaz do Antigo Testamento que repetidas vezes se debru ou sobre ele os animais podem ter passado despercebidos Em paralelo com a instrumentaliza o a indiferen a 3 Novo testamento O Novo Testamento n o traz uma mensagem essencialmente nova no que tange aos animais frente ao Velho H uma con tinuidade do Velho para o Novo Testamento e a situa o status d
111. n o humano pois servir de alimento seria inerente pr pria natureza do animal Conv m salientar entretanto que a opini o de alguns te logos crist os contempor neos n o se coaduna mais com essa tradi o antropoc ntrica da Igreja Cat lica O sentido da pala vra dominar n o mais visto como uma licen a irrestrita para a explora o mas sim para uma rela o de respeito e cuidado O homem seria assim n o o algoz mas o jardineiro do den respons vel por cuidar e proteger a natureza e todas as suas manifesta es 0 Segundo Nancy Mangabeira Unger o dominio sobre a na tureza na B blia se refere ao dom nio sobre os pr prios impulsos destrutivos e autodestrutivos da esp cie humana Na mitologia grega os deuses puniam a voracidade e a desmesura do homem enviando a ele a deusa At a cega loucura deusa de p s macios pois pisa apenas sobre a cabe a dos mortais A partir da inicia Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 225 226 se na vida do homem condicionado um processo fatal e irre vers vel de autodestrui o que se d como uma consequ ncia natural de seus pr prios atos Esta analogia pode ser muito bem utilizada para ilustrar a situa o atual do homem no mundo que ao contribuir para a destrui o do planeta p e em risco a sua pr pria sobreviv ncia como esp cie 4 O pensamento cartesiano Duas ideias s o fundamentais para compreender o pensa mento cartesiano Primeiro a vis o mec
112. n vel dos animais O espiritismo comp e com o comum das religi es preciso que o ser humano domestique seus instintos sob pena de se animalizar Alguns instintos de sejos impetos f sicos normais ou naturais nos animais n o s o toler veis entre os humanos grosseria dos apetites animais vulneram a sua natureza espiritual Purificando se o Espirito se liberta pouco a pouco da influ ncia da mat ria Sob essa influ n cia aproxima se do bruto Isento dela eleva se sua verdadeira destina o Pergunta n 605 Cit p 336 N o o caso aqui de inventariar esta lista esp ria vil ign bil assombrosa Realmente tais comportamentos indicam o degrau evolutivo humano Para minuciosos elencos entre outros SIN GER Peter Liberta o animal Tradu o de Marly Winckler S o Paulo Lugano 2004 p 27 178 REGAN Tom Jaulas vazias enca rando o desafio dos direitos animais Tradu o por Regina Rheda Porto Alegre Lugano 2006 p 103 223 Pergunta n 607 Cit p 336 Desde que o princ pio inteligente atinge o grau necess rio para ser Esp rito e entrar no per odo da humaniza o j n o guarda rela o com o seu estado primitivo e j n o a alma dos animais como a rvore j n o a semente Resposta interroga o n 611 Cit p 338 e 339 REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 64 Por outro lado a continuidade material org nica formando um encadeamento f sico n o
113. ncia da escolha de um in div duo entre duas condutas que significam deveres que devem ser obrigatoriamente observados sendo a sua omiss o penal mente reprov vel a escolha por exemplo de um m dico que substitui um paciente com poucas chances de sobreviv ncia por 344 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL outro paciente com maior expectativa de sobreviver a escolha do mal menor constitui situa o de exculpa o j que se qual quer pessoa agiria igual ao autor ent o seria inexig vel conduta adversa Por fim a desobedi ncia civil corresponde hip tese de exculpa o supralegal devido exist ncia objetiva de injusto m nimo e na relevante motiva o subjetiva moral ou ainda alternativamente pela desnecessidade de preven o especial e geral Conforme j visto os desobedientes diferem dos crimi nosos comuns sendo que o objetivo do Estado Democr tico de Direito que utiliza a ordem penal como ultima ratio procuran do integrar os criminosos e prevenir a criminalidade n o ser atingido atrav s da intimida o pura e simples mas sim pela solu o dos conflitos existentes Foi visto neste estudo que a desobedi ncia civil um instru mento leg timo de constru o da ordem jur dica constituindo inclusive um direito fundamental do cidad o constitucional mente garantido conforme o entendimento de Maria Garcia Desta forma pode se arrazoar que o ato do desobediente ci vil n o ser
114. nesis Deus mais do que autorizou determinou ao homem sujeitar o planeta e dominar todos os animais Estes v o temer e tremer na presen a humana e o pr prio Deus tomar vingan a contra o animal que derramar sangue humano o qual paga r com o pr prio sangue vez que o homem foi feito imagem de Deus Alguns empreendem uma leitura benevolente doce simp tica aos animais a despeito das acep es mais corriquei ras culturalmente enraizadas pedras de toque da religiosidade majorit ria Tom Regan um deles Eis a aprecia o de Regan acerca de G nesis 1 26 28 O que poderia estar mais claro do que a id ia Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL de que os outros animais foram criados para o nosso uso O que poderia estar mais claro do que a id ia de que n o fazemos nada de errado ao limitar sua liberdade ferir seus corpos ou tirar suas vidas para atender s nossas necessidades e saciar nossos dese jos Apesar da aludida clareza este n o o entendimento de Regan N o assim que eu leio a B blia Ser contemplado por Deus com o dom nio sobre tudo n o significa uma carta branca para atender s nossas necessidades ou saciar nossos desejos Pelo contr rio significa ser incumbido da imensa responsabi lidade de ser o representante do Criador na cria o em outras palavras n s fomos chamados por Deus para sermos t o cheios de amor e de zelo por aquilo que Deus criou quanto o pr prio Deus foi
115. nosso GORDILHO Heron Jos de Santana Abolicionismo animal Salvador Evolu o 2008 Direito ambiental p s moderno Curitiba Juru 2009 GRANT Carolina Hermen utica jur dica e constru o do sujeito na p s modernidade Direito tica e Complexidade na forma o de uma hermen utica jur dica contextual In Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI Bras lia Florian polis Funda o Boiteux 2008 KHEEL Marti Nature Ethics an ecofeminist perspective Plymouth UK Rowman amp Littlefield Publishers 2008 LEVAI Tamara Bauab Sexismo e Especismo Dispon vel em lt http feminismoevegetarianismo blogspot com 2007 07 feminismo e abolicionismo animal html gt Acesso em 23 jun 2010 SILVA Tagore Trajano de Almeida Direito animal e hermen utica jur dica da mudan a a inser o da linguagem dos movimentos so ciais em um novo significado jur dico In Revista Brasileira de Direito Animal Ano 03 N 04 jan dez 2008 Salvador Evolu o 2008 pp 247 264 SINGER Peter Liberta o animal Porto Alegre S o Paulo Lugano 2004 STRECK Lenio Luiz Hermen utica Jur dica e m Crise Uma explo ra o hermen utica da constru o do Direito 7 ed Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 URBIM Luciana P O resgate do feminino um olhar sobre o ecofe minismo e a mudan a de paradigma Dispon vel em lt http w ww artigos com artigos sociedade o resgate do feminino um olhar
116. o comum no meio esp rita relatos de vis es audi es ou sentido da presen a de animais desencarnados Aos animais diferentemente dos humanos n o permitido escolher a pr xima encarna o a esp cie de animal em que en carne A rigor o animal ap s a morte f sica n o pode ser clas sificado como esp rito porquanto a autoconsci ncia o principal atributo do esp rito O animal desencarnado n o pensa e obra por sua livre vontade classificado pelos Esp ritos a quem in cumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente N o lhe dado tempo de entrar em rela o com outras criaturas Ou seja Gopi e Lila n o se encontrar o irm s que me enchem de alegria ao viverem comigo Quem ostenta a tarefa de classificar os animais e encaminh los para outras encarna es Esp ritos ou seja seres humanos Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 179 180 A pergunta n 601 especialmente emblem tica do status dos animais na vis o esp rita Os animais est o sujeitos como o homem a uma lei progressiva A resposta come a Sim Mas engana O sim n o quer dizer que os animais sigam en carna es sucessivas conforme a sequ ncia da evolu o puri fica o espiritual tal como o caminho a ser percorrido pela esp cie humana Mesmo porque repare poderia se concluir que a progress o dos animais acabaria levando os a encarnarem como humanos eles se tornariam humanos transf
117. o Jo o Ferreira revis o geral Jo o Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 Ed Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do Estado 2000 Pg 335 BUZANELLO Jos Carlos Direito de resist ncia constitucional Jos Carlos Buzanello Rio de Janeiro Am rica Jur dica 2002 Pg 151 ARENDT Hannah 1969 Crises da Rep blica Cole o debates S o Paulo Ed Perspectiva 1999 Pg 69 TAVARES Geovani de Oliveira Desobedi ncia Civil e direito pol tico de resist ncia os Novos Direitos Geovani de Oliveira Tavares Campinas Edicamp 2003 Pg 51 DWORKIN Ronald Uma quest o de princ pio tradu o Luis Car los Borges S o Paulo Martins Fontes 2000 p 170 REPOLES Maria Fernanda Salcedo Habermas e a desobedi ncia civil Belo Horizonte Mandamentos 2003 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 355 E N q on ies 356 GARCIA Maria Desobedi ncia civil direito fundamental Ma ria Garcia Sao Paulo Editora Revista dos Tribunais 1994 p 258 259 MARINHO Josaphat UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Faculdade de Direito Direito de revolu o 1953 Tese Livre do c ncia p 60 84 REPOL S Maria Fernanda Salcedo Habermas e a desobedi ncia civil Belo Horizonte Mandamentos 2003 p 140 HABERMAS J rgen apud REPOL S Maria Fernanda Salcedo Op cit p 140 ZAFFARONI Eugenio Ra l Manual de direito penal brasileiro volume 1 par
118. o art 225 1 VII da Constitui o Federal prescreve o crime de maus tratos ou de abuso cometidos contra os animais por meio da se guinte figura t pica Art 32 Praticar ato de abuso maus tratos ferir ou mutilar animais silvestres dom sticos ou domesticados nativos ou ex ticos Pena deten o de tr s meses a um ano e multa 1 Incorre nas mesmas penas quem realiza experi ncia dolorosa ou cruel em animal vivo ainda que para fins did ticos ou cient ficos quando existirem recursos alternativos 2 A pena aumentada de um sexto a um ter o se ocorre morte do animal O PL n 4 548 98 tem por objeto a retirada do caput do art 32 da Lei n 9 605 98 Lei de Crimes Ambientais da express o dom sticos ou domesticados ou seja pretende descrimina lizar os atos abusivos e de maus tratos cometidos contra ani mais dom sticos ou domesticados sob o argumento de que n o pretendeu o legislador vulnerar tradi es ou constranger ati vidades que se revestem de ineg vel relev ncia econ mica tais como vaquejada cavalhada rodeios etc Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 367 O relator da Comiss o de Constitui o e Justi a e Cidadania CCJC ao examinar a constitucionalidade de tal proposi o afir mou que por erro de interpreta o da norma contida no art 32 da Lei n 9 605 1998 decis es do Poder Judici rio est o impedindo a realiza o de eventos regionais arrai
119. o se sujeita ao di logo reflexivo f cega embora muitos pontos que sustentam o especismo religioso tenham ru do e g ra cionalidade linguagem e sentimento Subsiste por m a id ia de que o ser humano um fim em si mesmo e o animal n o pos sui valor intr nseco em fun o de um arranjo divino 7 A posi o da humanidade Diante do exposto surge uma pergunta Qual a posi o da humanidade no contexto geral da vida Em rela o a todos os seres vivos animais plantas e inanimados Com esteio nas re ligi es em pauta que postura o ser humano est encarregado de assumir ou deve ter no contato com os animais O que Deus espera do homem Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 7 1 A quest o humpty dumpty Tom Regan Tom Regan Professor de Filosofia da Universidade da Carolina do Norte Estados Unidos em seu livro Jaulas vazias lembra a prop sito da cr tica que desenvolve s alega es dos porta vozes da ind strias da explora o animal fragmento da obra Alice atrav s do espelho de Lewis Carroll Transcreve se N o sei o que voc que dizer com gl ria disse Alice Humpty Dumpty sorriu com desd m Claro que n o at que eu lhe explique Eu quis dizer por gl ria um belo argumento que derruba qualquer um para voc Mas gl ria n o significa um belo argumento que derruba qualquer um para voc Alice contestou Quando eu uso uma palavra Humpty Dumpty disse num tom meio zo
120. on human subjects in response to the atrocities committed by Nazi doctors in World War II Additionally the Declaration of Helsinki represents an evolving international effort of the medical community guided by the World Health Medical Association to regulate the use of human test subjects in research Despite strong reaction to the acts of the Nazi doctors there continue to be examples of abuse of human test subjects These more recent realities continue to teach us of the need for the integration of the moral consideration of test subjects with the regulation of research One of the most well known examples of abuse in the United States is the Tuskegee Syphilis Experiment The United States Public Health Service experimented for 40 years on 399 mostly illiterate African American men suffering from syphilis These men received no medical treatment for their condition because the researchers wanted to study the autopsy data to learn the effects of syphilis on the brain Researchers told the men they were being treated for bad blood and gave them only aspirin or placebos The results were that 128 men died from the untreated disease and 59 relatives were infected including some children who were born with the disease Even after penicillin was discovered and known to be a successful treatment for syphilis the men in the study and their families were denied this lifesaving treatment The experiment ended in 1972 not beca
121. os objetos t m vida auto propriedade Isto a menos que um homem afirme l citos o dom nio e controle de modo a atribuir vida a um objeto ent o a entidade ser considerada como auto propriedade Favre supra nota 12 em 479 80 Unif C DIGO DE CONFIAN A 408 b 2003 A utiliza o da confian a autorizada por qualquer se o pode ser exe cutada por uma pessoa designada nos termos da confian a ou por uma pessoa nomeada pelo tribunal Em ambos os casos sec o 110 b a pes soa ganha direitos de um benefici rio qualificado para receber avisos e fornecer consentimento Se a confian a criada para o atendimento de um animal uma pessoa com um interesse do bem estar dos animais tem legitimidade para represent lo A pessoa designada pelo tribunal de fazer valer a confian a tamb m pode ser uma pessoa que possua um interesse no bem estar do animal O conceito de concess o de um esta tuto para uma pessoa que demonstre tal interesse derivado de tutela uniforme e de um processo Ver por exemplo UNIF C DIGO PRO Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 63 64 92 BATE 5 210 b 5 414 a alterada em 1993 UNIF C DIGO DE CONFIANGA 408 Animal Legal Def Fund v Glickman 154 F 3d 426 D C Cir 1998 descoberto um individuo nomeado que fez uma numeragao de visitas para um chimpanz num zool gico e tentou algumas vezes perseguir solu es administrativas em benef cio do chimpanz
122. p 84 103 Idem 108 Cit p 85 105 Idem B blia Sagrada cit p 3 BOFF Leonardo Ecologia mundializa o espiritualidade Rio de Janeiro Record 2008 p 59 108 Idem p 59 e 60 Uma coisa o sentido do texto nos quadros culturais do hagi grafo de quase tr s mil anos atr s Outra sua recep o pe los leitores atuais inseridos num quadro cultural diverso P 59 Esta assertiva de Boff deveras problem tica para o saber religioso visto que a religi o forte na f trabalha com mandamentos valores eternos absolutos que como tais singularizam uma escritura sagrada A palavra de Deus Logo problem tico procurar contextualizar as senten as reli giosas superando a literalidade porquanto aceitar uma relatividade a historicidade Ao criticar a apreens o que a modernidade cita Descartes e Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 10 1 a H 11 1 ar 2 i a Bacon fez das palavras subjugar e dominar admoesta Boff Precisamos rever essa compreens o e resgatar o sentido origin rio profundamente ecol gico da mensagem b blica P 60 Mas qual o sentido origin rio N o o sentido do texto nos quadros culturais do hagi grafo de quase tr s mil anos atr s Qual ent o Quem dir em meio a controv rsias qual o sentido original Idem p 48 HOUAISS Ant nio VILLAR Mauro de Salles Dicion rio Houaiss da lin gua portuguesa Rio
123. para ela mesma Talvez para um indiv duo X a vida de uma lesma seja insignificante mas para a pr pria lesma com certeza n o Esta experi ncia ainda que hipot tica peca tamb m por envolver a atribui o de Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 239 240 um valor algo extremamente subjetivo bem prov vel que se pessoas diferentes se submetessem a ela as opini es seriam as mais variadas poss veis Alguns iriam preferir a vida de um p s saro outros de um le o outros ficariam em d vida e assim por diante Em ltima an lise este crit rio n o seria nem um pouco objetivo Al m do mais h sempre o risco da pessoa submeti da experi ncia atribuir um valor maior vida de sua pr pria esp cie Para Singer no entanto muito embora uma experi ncia as sim envolva algumas situa es que jamais poderiam acontecer seria poss vel a partir dela estabelecer uma hierarquia entre os diversos tipos de vida no reino animal De qualquer forma como esta experi ncia imposs vel na pr tica a conclus o que se pode tirar do pensamento de Singer que n o poss vel afir mar que a vida de um animal prefer vel vida humana ou que a vida humana prefer vel vida de um animal 13 Conclus o De acordo com Robert Alexy na aplica o do princ pio da igualdade a igualdade a regra e a desigualdade uma exce o Da subtende se que um tratamento desigual entre o homem e os animais n o human
124. perhaps better than that of any other philosopher Descartes wrote that animals are machines and as such can be disassembled without concern for an adverse reaction Though significantly well accepted this theory of Descartes was not universally adopted Other philosophers responded differently to the questions of what duties humans owe animals and how to define the appropriate treatment of animals Fran ois Marie Arouet de Voltaire wrote that animals have souls feeling and understanding Acceptance of this perspective gives rise to human responsibilities Immanuel Kant explained that duties toward animals are duties to humankind raising the concern that poor treatment of animals was bad for the human being and thus cruelty to animals was appropriate only when justified He used vivisection as an example of justified cruel treatment Charles Darwin took a different scientific approach and wrote that there is no fundamental difference between man and higher mammals in their mental faculties that in fact humans are animals and that non human animals can reason Many Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011 69 70 philosophers of his day felt that only those beings who could reason were deserving of moral consideration Therefore acceptance of Darwin s theories resulted in corresponding moral obligations toward at least some animals based on their perceived capacity to reason However Jeremy Bentham wrote that the importa
125. permitido o que na opi ni o de outros proibido Essa seria uma pergunta crucial visto Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL que seria injusto punir o desobediente quando ele est agindo de acordo como a maioria acredita que um cidad o deve agir Os animais s o detentores de direitos devido sua sensci n cia por serem dotados de grandes semelhan as com os animais n o humanos Estes seres passam a maior parte de suas vidas submetidos imposi o de dor e sofrimento provocados pela ind stria da carne enquanto existe uma previs o constitucional de proibi o do tratamento cruel Assim como deve agir um ativista em defesa dos direitos dos animais visto que n o h uma regulamenta o normativa que pro ba pr ticas que violem a vida a liberdade e a integridade f sica destes seres Ele deve aguardar pacientemente que uma mudan a legislativa aconte a ou deve manifestar se em defesa das suas convic es mesmo que para isso ocorra a infra o de leis Para este questionamento Dworkin apresenta tr s possibi lidades A primeira que se a lei duvidosa e por isso obscura quanto a permitir que um indiv duo fa a o que quer este deve imaginar o pior e agir pressupondo que a lei n o permite Na segunda se a lei duvidosa ele pode seguir seu pr prio discernimento isto pode fazer o que quer se pensar que o argumento a favor da permiss o mais forte do que aquele em favor da proibi o No
126. poss vel desej vel e compat vel com a proposta de paradigma filos fico e moral discutida Marti Kheel atual professora visitante no Departamento de Ci ncias Ambientais Pol tica e Gest o ESPM da Universidade da Calif rnia Berkeley e autora do livro Nathure Ethics an ecofeminist perspective analisa em sua obra o que se poderia chamar de uma tica hol stica desenvolvida por autores como Aldo Leopold Warwick Fox e Holmes III Rolston A partir desta an lise M Kheel identifica abordagens completamente distin tas em termos paradigm ticos entre uma tica hol stica masculi na fundada em abstra es e generaliza es e uma tica hol stica feminina particular e individualizada pr xima a uma tica do cuidado conforme fora teorizado por Carol Gilligan e hoje tem sido discutido por Leonardo Boff Em determinado momento da obra ao introduzir o estudo da perspectiva ecofeminista filosofia hol stica ecofeminista Kheel promove as seguintes indaga es In the preceding chapters I argued that the form of holism endorsed by Roosevelt Leopold Rolston and Fox presents a vision of ethical maturity defined by abstract constructs or wholes that transcend empathy and care for individual beings I postulated that this focus on larger abstract constructs represents a masculinist perspective which reinforces traditional dualisms between nature culture unconscious conscious emotional rational female mal
127. procura explorar uma quest o simples mas pro funda como deve o nosso sistema jur dico lidar com as reivindi ca es dos animais por prote o contra danos provocados pelos humanos Em vez de focar na dor e no sofrimento ou nas habi lidades cognitivas dos animais este artigo adotar um enfoque n o comparativo baseado na teoria do interesse Uma resposta inicial que nosso sistema jur dico pode e deve fazer o que sem pre tem feito ponderar o conflito entre os interesses dos indiv duos em um contexto de pol tica p blica sempre visando uma pondera o eticamente apropriada O bra o legislativo do nosso Estado trata atualmente dos interesses dos animais com base nestes fundamentos Este artigo examina como o atual sistema Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL jur dico pondera tais interesses e como os juizes do common law poderiam expandir de maneira avan ada a considera o dos interesses dos animais Finalmente este artigo sugere uma con sidera o mais ampla dos interesses dos animais atrav s do re conhecimento de um novo tipo de dano a interfer ncia intencio nal sobre um interesse fundamental de um animal 2 O atual debate sobre os direitos dos animais Os primeiro ativistas dos direitos dos animais se concentra vam no ponto de vista de que os animais sentem dor e podem sofrer Se o ponto de partida da discuss o animais n o deve riam sentir dor ent o a natureza do debate n o pode alc
128. projetos de lei n s 3 981 2000 e 4 343 2004 pela inconstitucionalidade injuridici dade adequada t cnica legislativa e no m rito pela rejei o dos pro jetos de lei n s 4 790 1998 e 4 340 2004 pela constitucionalidade juri dicidade adequada t cnica legislativa e no m rito pela aprova o do projeto de lei n 4 548 1998 pela constitucionalidade juridicidade adequada t cnica legislativa e no m rito pela aprova o do projeto de lei n 4 602 1998 nos termos do substitutivo que apresento em ane xo pela constitucionalidade injuridicidade e m rito pela rejei o do projeto de lei n 1 901 1999 e pela constitucionalidade juridicidade adequada t cnica legislativa e no m rito pela rejei o da emenda n da CDCMAM grifos nossos 366 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O Deputado Ricardo Tr poli na ocasi o apresentou recurso contr rio ao parecer apresentado mas sua manifesta o de in conformidade restou prejudicada por falta de amparo regimental de acordo com o REC 260 09 publicado em 18 de maio de 2009 Em fevereiro deste ano o projeto de lei foi desarquivado em virtude do requerimento de n 218 2011 apresentado pelo Deputado Roberto Santiago representante do Partido Verde es tando pronto para a Ordem do dia do Plen rio em face da pr via aprova o na Comiss o de Constitui o e Justi a 2 Do que trata o PL n 4 548 98 A Lei n 9 605 98 em seu art 32 ao regulamentar
129. que permite abriga e rege a vida em todas as suas formas grifo nosso Transparece pois que a prote o conferida ao animal n o se limita integridade f sica mas sobretudo vida uma vez que esse direito elementar e consiste em pressuposto exist ncia do bem estar e da integridade f sica do animal objetos de tutela constitucional e penal de natureza p blica portanto o inte resse em sua prote o Tanto isso verdade que o artigo 37 da Lei dos Crimes Ambientais considera crime matar animal n o nocivo Art 37 N o crime o abate de animal quando realizado IV por ser nocivo o animal desde que assim caracterizado pelo rg o competente Advirta se que pode ser considerado nocivo o animal que ofere a risco concreto seguran a e sa de da popula o Ofende a seguran a o animal de ferocidade comprovada e irre vers vel Atenta contra a sa de o animal que pade a de enfermi dade incur vel e contagiosa Fora dessas hip teses a elimina o criminosa e arbitr ria Ojurista EDIS MILARE ao comentar o assunto em sua obra Direito do Ambiente p 466 S o Paulo editora Revista dos Tribunais 2001 lamenta que o conceito de nocividade animal decorre na pr tica de mera conveni ncia daqueles que querem mat los A ressurrei o do conceito superado de animal nocivo que desconsidera toda a complexa teia de rela es ecol gicas entre as esp cies e remet
130. realidade sem se perceber que s o elas que precisam ser explicadas pela realidade CHAU 1984 p 16 A ideologia um fato social justamente porque produzida pelas rela es sociais possui raz es muito determinadas para surgir e se conservar n o sendo um amontoado de id ias falsas que prejudicam a ci ncia mas uma certa maneira da produ o das id ias pela sociedade ou melhor por formas hist ricas determinadas das rela es sociais CHAU 1984 p 31 O Paradigma Dominante segundo Boaventura SANTOS 2005 tem origem com a Revolu o Cient fica nos s c XVI XVII promovida prin cipalmente pelo fil sofo Ren Descartes considerado pai da Filosofia Moderna e se desenvolve ao longo dos s culos seguintes atingindo o pice para as Ci ncias Sociais no s c XIX O referido paradigma representa um modelo de pensamento que se ca racteriza pelo racionalismo cient fico cientificista pretens o de cien tificidade almejada pelos diversos campos do conhecimento atrav s da delimita o de um objeto de estudo desenvolvimento de um m todo rigido seguro e estabelecimento de leis gerais ou dogmas pela aplica o s Ci ncias Sociais gerais dos mesmos m todos empregados nas Ci ncias Naturais emp rico indutivo pela pretens o de objetividade e neutralidade que se d mediante a separa o entre Sujeito e Obje to como pressuposto do processo de an lise e aplica o
131. reproduzir uma experi ncia a fim de checar sua validade os cientistas precisam se certificar de que trabalham com as mesmas condi es da pesquisa original Caso contr rio podem obter resultados diferentes o que invalidaria todo o trabalho Se o animal no qual um medicamento foi pesquisado est com pneumonia e morre pode se achar que morreu por causa do rem dio e n o da doen a Se est com uma infec o intestinal ter rea es diferentes dos animais sadios Vale notar que as Municipalidades atribuem aos animais um risco sa de p blica sob a alega o de que seria apenas apa rente a boa sa de de que gozam N o se constrangem contudo em destinar esses mesmos animais pesquisa divulgando como cient ficos os resultados de estudos realizados com animais de sa de apenas aparente e que n o atendem portanto aos pa dr es m nimos exigidos pela metodologia cient fica 9 Da Pol tica adotada por outros pa ses Pa ses como a It lia Fran a R ssia e algumas cidades argen tinas como Buenos Aires Ros rio Quilmes e Almirante Brown al m de Barcelona e M laga na Espanha condenaram o sacrifi cio de animais errantes como pol tica p blica de sa de e adota ram o m todo de controle da natalidade Pro bem o sacrif cio de c es e gatos encontrados nas vias p blicas sendo a morte permitida apenas em caso de doen a in cur vel ou comprovada periculosidade Os animais capturados s o vacinados e ester
132. sa de p blica estaria resguardada pela s elimina o do animal nocivo que comprovadamente ofenda seguran a ou sa de da popula o e n o pelo exterm nio de toda a popula o de c es e gatos sem dono como pretende a Municipalidade Salta aos olhos a aus ncia de motivo razoabilidade dos meios e sua propor o com a finalidade perseguida 152 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Por serem dispendiosos desproporcionais e ineficazes os meios utilizados ofendem ao princ pio da razoabilidade rele gando o interesse p blico que obriga a Administra o a eleger meios eficazes o que tamb m leciona CELSO ANT NIO BANDEIRA DE MELLO in Curso de Direito Administrativo p 24 S o Paulo 1994 Se a lei outorga poderes discricion rios Administra o P blica porque quer que ela diante do caso concreto encontre a melhor solu o para atender ao interesse p blico 5 3 Do Princ pio da Indisponibilidade do Interesse P blico Todo o sistema do Direito Administrativo se constr i sobre o princ pio da indisponibilidade pela administra o dos interes ses p blicos Sendo os animais pertencentes ao meio ambiente que deve ser protegido e assegurado para o uso de todos est claro que o interesse que qualifica a sua tutela de natureza p blica o que o torna tamb m indispon vel Sobre tal indispo nibilidade conveniente trazer o esclarecimento autorizado de DIS MILAR em sua obra Direito
133. sejam capturados Estima se que o m todo de exterm nio de animais teria efi c cia se 80 oitenta por cento dessa popula o fosse elimina da em 60 sessenta dias per odo correspondente gesta o de uma cadela e os 20 vinte por cento restantes esterilizados dentro desse mesmo per odo de tempo o que representa tarefa imposs vel de ser cumprida em qualquer parte do mundo Conclui se que h mais de dez anos desde que a OMS editou o ltimo informe caiu por terra o argumento t cnico pretensa mente justificador da elimina o de animais saud veis errantes pelo poder p blico As autoridades em sa de p blica e os agen tes dos centros de controle de zoonoses CCZ s vidos por sub meterem os animais ao que chamam de eutan sia termo de gritante eufemismo j n o encontram respaldo para pratic la Se os argumentos de ordem legal e moral contra a elimina o de animais saud veis foram relegados at ent o inaceit vel que as autoridades p blicas adotem a mesma postura quanto aos fundamentos t cnicos baseados em experi ncias de diversos Estados e estudos da Organiza o Mundial de Sa de agindo em desacordo com as mais elementares regras que devem nor tear o controle da natalidade e a preven o do v rus r bico entre outras zoonoses 2 Do controle da raiva Quanto ao controle da raiva importa esclarecer que a vaci na o em massa o meio pr prio e suficiente ao controle do v rus r bi
134. sentimento de pena quando ouvem os gritos dos filhotes clamando por suas m es Para Adam Smith na Teoria dos sentimentos morais por mais ego sta que seja o homem h em sua natureza alguns princ pios que o levam a se interessar pela sorte dos outros e considerar a felicidade deles necess ria para a sua pr pria felicidade Segundo ele a dec ncia em lu gar algum exige que um homem se alimente de carne animal e diante da variedade de alimentos dispon veis na natureza difi cilmente a carne pode ser considerada uma condi o necess ria para a vida humana 8 A igualdade como uma ideia de Direito a defesa de uma igualdade entre o homem e os animais foi utilizada no final do s culo XVIII para parodiar o movimento de defesa dos direitos das mulheres quando Mary Wollstonecraft publicou seu livro Em defesa dos direitos das mulheres de fendendo a igualdade de direitos entre ambos os sexos Na po ca Thomas Taylor um eminente fil sofo de Cambridge escre veu um livro sarc stico com o t tulo Uma defesa dos direitos dos brutos sustentando que se os argumentos utilizados por Mary fossem levados ao p da letra a humanidade chegaria ao absurdo de atribuir direitos at mesmos aos animais Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 233 Pode se dizer que homens e mulheres s o seres semelhan tes e por isso deveriam ter direitos iguais Mas n o se pode negar a exist ncia de in meras diferen as e
135. ser atrav s de manuseios que tentam fazer algum procedimento com ele N o h nada para ele fazer na jaula Ele tem sido parte de tr s registros cient ficos diferentes nos ltimos quinze anos Se o advogado George Hall provocar uma a o por violar a a o de dano e tenta remover JoJo deste ambiente n o deve ser mui to dif cil mostrar interfer ncia intencional com seus interesses fundamentais discutidos acima O foco legal transformaria ra pidamente para o elemento tr s e o tribunal teria que determi nar se os interesses de JoJo excedem claramente em valor aos interesses do propriet rio a Universidade Big em utilizar este animal em nome da ci ncia Isto n o um argumento abstrato sobre o uso de animais na ci ncia em vez disso a disputa ser Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL sobre este chimpanz em particular estar sendo usado por esta universidade espec fica Enquanto que no passado pesquisa dores tiveram apenas que justificar o uso de chimpanz s para eles mesmos e n o tiveram que dar nenhum peso aos interesses do animal Sob esta a o de dano proposta a Universidade Big teria que levar este caso ao tribunal 4 1 Um Dever legal Geral A parte fundamental para o conceito de uma a o de dano a cria o exist ncia de um dever obrigando um ser a ter con sidera o pelos interesses do outro o papel dos tribunais determinar se um interesse particular reivindicado ser aceito resultando na
136. servid o Conforme bem o lembra Marti Kheel o se nhor e o escravo tamb m est o t o interligados que a quebra de um dos elos representa o fim da rela o O caso que uma rela o de dom nio humano sobre todas as formas de vida uma rela o de senhorio sobre elas Os humanos conseguiram enredar a natureza inteira em sua forma de vida estabelecendo uma rela o holista totalit ria com ela Mas esse tipo de capacidade n o traduz o sentido moral de igualdade que a tica visa preservar H portanto um holismo totalit rio e outro igualit rio ou libert rio algo a ser considerado quando se defendem direitos ani mais e ambientais na perspectiva abolicionista FELIPE s d s p Cf Gilligan Carol Uma voz diferente psicologia da diferen a entre ho mens e mulheres da inf ncia idade adulta Rio de Janeiro Rosa dos Tempos 1982 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL LEIS E ANIMAIS DIREITOS OU DEVERES Edna Cardozo Dias Resumo Este trabalho pretende examinar os direitos em geral especialmente os direitos dos animais Inicialmente demonstra que a todo direito humano corresponde um dever Reconhece os direitos dos animais como direitos supranacionais e fundamentais Na sequ ncia reconhece que os animais possuem direitos subjetivos regidos pelos princ pios da prioridade universalidade fundamentalidade moralidade e igualdade Acaba por c
137. to shift away from these accepted methodologies This has resulted in the tremendous entrenchment of in vivo methodologies The second category of testing methods is in vitro which refers to the technique of performing a given procedure in a controlled environment outside of a living organism There are many techniques which fall into this category including the relatively new field of computational biology This is a Darwinian approach to testing This approach both recognizes the autonomous value of animals and rejects the instrumental approach of using animals in order to learn more about human biology and physiological reactions Scientists who choose these methods suggest that the data derived from in vivo animal testing is not sufficiently useful when applied in the human context Darwinian theory suggests that we learn not only by dissection Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011 71 72 but through behavioral studies and other approaches It further suggests that we best learn about humans by conducting research on humans whether by testing human tissue or through observation and collection of data about human reactions to certain stimulus in their environments or bodies Regardless of the type of research a scientist engages in all researchers in theory accept that experiments should be grounded in the same set of ethical principles Interestingly these principles guiding research have been accepted in both the scientific and leg
138. todo ou em parte em animais A cria o do Centro Europeu para Valida o dos M todos Alternativos ECVAM um passo significativo em dire o a uma plena implementa o dos Tr s Rs e baseada nas Diretivas da EU que afirmam e Um experimento com animais n o deve ser executado se outro m todo cientificamente satisfat rio de obter o resultado almejado que n o implique no uso de um ani mal poss vel e praticamente vi vel e A Comiss o e os Estados Membros devem encorajar pesquisas no desenvolvimento da valida o de t cnicas alternativas nas quais seja poss vel prover o mesmo ni vel de informa o que obtido em experimentos usan do animais mas que envolvam menos animais ou que implique menos procedimentos dolorosos e deve tomar outros passos caso considerem apropriado para encora jar pesquisas nesse campo Bem estar animal agora um valor explicito da EU como evi dencia da ado o do protocolo de Bem Estar Animal ao Tratado da Comiss o Europeia Este protocolo exige EU e a seus esta dos membros a estar plenamente em conta com o bem estar dos animais na elabora o das pol ticas de agricultura transportes ou de investiga o Como resultado da ado o do princ pio dos Tr s Rs na po l tica de regula o na EU n s vemos que os avan os cient ficos continuam a prote o da sa de humana e do ambiente man t m se fundamental ao trabalho de pesquisa e ao mesmo tempo que o bem estar
139. toward a full implementation of the Three Rs and is based on EU Directives that state e An animal experiment shall not be performed if another scientifically satisfactory method of obtaining the result sought not entailing the use of an animal is reasonably and practicably available e The Commission and Member States should encourage research into the development and validation of alternative techniques which could provide the same Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL level of information as that obtained in experiments using animals but which involve fewer animals or which entail less painful procedures and shall take such other steps as they consider appropriate to encourage research in this field Animal welfare isnow an explicit value in the EU as evidenced by adoption of the Animal Welfare protocol to the European Commission Treaty This protocol requires the EU and its member states to pay full regard to the welfare of animals when drawing up agriculture transport or research policies As a result of the adoption of Three Rs principles into regulatory policy in the EU we see that scientific advancement continues the protection of human health and the environment remain central to the work of research at the same time that animal welfare is taken seriously For instance the number of animals used in testing in the United Kingdom alone has been cut in half compared to the number of animals used in 1970 The work
140. uso de it lico Cita es de textos de outros autores dever o ser feitas entre aspas sem o uso de it lico 9 Como contrapartida pela licen a de publica o dos trabalhos na Revista o colaborador receber 01 um exemplar do peri dico em cujo n mero seu trabalho tenha sido publicado n o sendo prestada remunera o autoral 10 Os trabalhos para publica o ser o selecionados pelos Conselhos da Revista Aqueles que n o se ativerem a estas nor mas ser o devolvidos a seus autores que poder o reenvi los desde que efetuadas as modifica es necess rias 11 Os trabalhos apresentados devem estar relacionados tem tica dos Direitos dos Animais sendo necess ria a refer ncia ao grupo de pesquisa de que fazem parte na nota de rodap logo no in cio do texto 12 A Avalia o dos Artigos passa por uma avalia o pr via reali zada pelos coordenadores verificando sua adequa o linha edi torial da revista Ap s essa avalia o os artigos s o remetidos a dois pareceristas an nimos para a avalia o qualitativa de sua for ma e conte do de acordo com o processo conhecido como blind peer review O prazo para a elabora o do parecer de 45 a 90 dias Recebido o parecer este encaminhado para o autor do artigo a fim de tomar ci ncia ou para que incorpore as modifica es suge ridas Neste ltimo caso o texto modificado dever ser remetido para a revista ser novamente avaliado em fun o das
141. vel de estatura menor Em O livro dos m diuns a ep grafe est assim vazada F inabal vel s o aquela capaz de encarar de frente a raz o em todas as pocas da humanidade A f continuar pois sendo posta prova diante da raz o Mas n o apenas da raz o con forme muitas vezes concebida e neste campo tida como insu ficiente A f deve ser capaz de sorrir quando defrontada com a sensibilidade Afinal a f se apresenta como um misto timo de raz o e sentimento 5 Bhagavad Gita Prabhupada Acontece algo similar com o termo hindu smo com o que ocor re com a palavra espiritismo O hindu smo se divide em v rias correntes de compreens o com ritos e cren as variadas possui Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 185 diversas linhas discipulares mestres espirituais gurus diferen tes abarcando posi es antag nicas O Bhagavad gita o livro mundialmente mais conhecido da literatura v dica um epis dio do Mahabharata pico s nscrito basilar O Gita considerado a ess ncia do conhecimento v dico vem a ser o di logo trava do entre Krishna a Suprema Personalidade de Deus e Arjuna um guerreiro e devoto puro de Deus no campo de batalha de Kuruksetra a C Bhaktivedanta Swami Prabhupada 1896 1977 vaisna va sannyasi renunciado considerado o principal respons vel pela difus o para al m da ndia da filosofia dos vedas Prestes a completar 69 anos em 1965 partiu para o ociden
142. 1 REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL C ES DOMESTICADOS E OS BENEF CIOS DA INTERA O Alessandra Ferreira de Ara jo Ribeiro Resumo A domestica o do animal n o humano foi o resultado do exerc cio do poder decorrente do antropocentrismo Nesse contexto se deu a domestica o dos c es que atualmente se encontram inseridos no espa o mais ntimo do ser humano Porem posteriormente descobriu se que essa intera o com eles estabelecida fundada na emo o traz benef cios para ambos e enseja o conceito de guarda respons vel garantindo lhes direitos m nimos em consequ ncia do dever tico imposto ao ser humano PALAVRAS CHAVE antropocentrismo guarda c es domesticados in tera o direitos Asstract The domestication of animals other than humans was a result of exercising power due to anthropocentrism In this context the domestication of dogs took place and nowadays they are found in the privacy of people s home However it was discovered that this interaction based on emotions brings benefits to both and the concept of responsible guardian ensuring them essential rights because of the ethic duty imposed to human beings Keyworps anthropocentrism guardian dogs domestication interaction rights Sum rio 1 Introdu o 2 Raz es da domestica o do c o 3 Terapia assistida por animais 4 Deveres do ser humano em rela o ao c o de companhia 5 Conclus o 6 Refer ncias Procura
143. 1 parte geral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 REPOLES Maria Fernanda Salcedo Habermas e a desobedi ncia civil Belo Horizonte Mandamentos 2003 ROESENER Luciana O direito para se ter direitos proposta de com preens o do direito de resist ncia pela tica do oprimido Dispon vel em lt http www nepe ufsc br controle artigos artigo61 pdf gt Acesso em 14 set 2009 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 Direito penal parte geral 3 ed rev e ampl Curitiba Lumen Juris 2007 SILVA Jos Afonso da Curso de Direito Constitucional Positivo 32 Ed rev e atual S o Paulo Malheiros Editores 2009 TAVARES Geovani de Oliveira Desobedi ncia Civil e direito pol ti co de resist ncia os Novos Direitos Geovani de Oliveira Tavares Campinas Edicamp 2003 Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 351 THOREAU Henry David Desobedi ncia civil Henry Thoreau tra du o de Sergio Karam Porto Alegre L amp PM 2007 VEDDAS Dispon vel em lt http veddas blogspot com gt Acesso em 16 nov 2009 ZAFFARONI Eugenio Ra l Manual de direito penal brasileiro volume 1 parte geral Eugenio Ra l Zaffaroni Jos Henrique Pierangeli 7 ed ver e atual S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 WIKIPEDIA Dispon vel em lt htt
144. 2 em 4 Tem se dito que delitos consistem na quebra de deveres estabelecidos e impostos pela partes da pr pria lei sem olhar para seus consentimentos Id Veja nota acima 2 At agora como h uma id ia central pareceria que esta res ponsabilidade deva ser baseada numa conduta que socialmen te absurda O fio comum de configura o entre todos os delitos est na id ia de uma absurda interfer ncia com os interesses dos outros PROSSER veja nota acima 2 em 6 Veja fontes citada em notas acima 38 45 e acompanhando o texto Para uma pesquisa das leis do Estado veja Pamela D Frasch et al State Animal Anti Cruelty Statute An Overview 5 ANIMAL L 69 1999 Um crime uma ofensa contra todo um p blico pelo qual o Estado como representante do povo levantar a es legais na forma de instau ra o de processo criminal O objetivo de tal procedimento proteger e defender inteiramente os interesses do p blico punindo e eliminando o infrator da sociedade A a o civil por causa de um dano por outro lado come ada e manti da por uma pessoa injuriada e seu primeiro prop sito compensar pelo preju zo sofrido a expensas do malfeitor Se bem sucedido o queixoso recebe um julgamento em troca de uma soma de dinheiro execut vel contra o acusado O Estado nunca pode promover a o em detrimento de suas capacidades pol ticas e governamentais PROSSER sobre nota 2 na 7 REVISTA BRASILEIRA DE
145. 2006 O J L 369 Diretiva de Conselho 76 768 EC 1976 OJ L262 alterada em 4 Fev 2009 Sobre Produtos Cosmeticos Products Sobre ECVAM http ecvam jrc it ltima visita 27 Nov 2009 Council Directive 86 609 EC de 24 Nov 1986 1986 OJ L 358 7 2 dispon vel em http eur lex europa eu LexUriServ LexUriServ do uri CELEX 31986L0609 EN HTML na aproxima o de leis regula mentos e provis es administrativas dos Estados Membros a respeito da prote o de animais usados para prop sitos experimentais ou cientifi cos Id em Art 23 Id Alan M Goldberg e Paul A Locke To 3R is Humane THE ENVIRONMEN TAL Forum Julho Ago 2004 disponivel em http caat jhsph edu publica tions articles To 3R Is Human J A 20041 pdf Allison Guy Clement Gauthier e Gilly Griffin Adopting alternative me thods for regulatory testing in Canada 14 AATEX Special Issue Proc 323 327 2008 dispon vel em http www soc nii ac jp jsaae WC6 PC html Publica o serve como um arquivo da confer ncia 6 Congresso Mun dial em Alternativas E Uso de Animais nas Ciencias da Vida realizada em T kio Jap o de 21 a 25 de Agosto de 2007 Melvin E Andersen e Daniel Krewski Toxicity Testing in the 21st Century Bringing the Vision to Life Toxicological Sciences 107 2 324 330 2009 Memorandum of Cooperation International Cooperation on Alternative Test Methods assinao em 27 de Abril de 2009 http iccvam niehs nih gov about icat
146. 77 ainda que para os libert rios os interesses dos animais devam levar maximiza o do bem ap s uma pondera o utilitarista e para os abolicionistas esses mesmos interesses s se encontrem real mente protegidos se lhes forem outorgados direitos em raz o da sua condi o n o indiretamente Aqueles que argumentam em favor da posi o libert ria gradualista ou restricionista asseveram que as jaulas limpas de hoje ser o as jaulas vazias de amanh preciso agir estra tegicamente conjugando se o discurso ret rico pelos direitos animais e aboli o das condi es de explora o com a ado o de pr ticas que resultem em mudan as concretas significativas no que toca qualidade de vida destes seres Reformas singe las agora garantem melhorias e preparam gradativamente o terreno moral e jur dico a opini o p blica para uma aboli o posterior afinal o abolicionismo tal qual vem sendo defendido ut pico irreal e ao menos aparentemente inalcan vel Eles os libert rios ou restricionistas ponderam que devemos antes de tudo nos colocar no lugar dos animais e pensar se eu fosse uma galinha preferiria ser transferido para uma gaiola maior onde pudesse ao menos ter melhores condi es de vida ou continuar espremida num espa o degradante espera do abolicionismo final GORDILHO 2008 p 80 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O pr prio Peter Singer segue nesse sentido
147. CONSIDERAGOES TECNICAS E ETICAS Mari ngela Freitas de Almeida e Souza 115 Da ELIMINA O DE ANIMAIS EM CENTROS DE CONTROLE DE ZOONOSES Vanice Teixeira Orlandi 135 ESPECISMO RELIGIOSO F bio Corr a Souza de Oliveira 161 O PRINC PIO DA IGUALDADE NA RELA O DO HOMEM COM OS ANIMAIS Raul Tavares 221 C ES DOMESTICADOS E OS BENEF CIOS DA INTERA O Alessandra Ferreira de Ara jo Ribeiro 249 ABOLICIONISMO E DIREITO ANIMAL DESCONSTRUINDO PARADIGMAS UMA ABORDAGEM SOB O PRISMA DOS MOVIMENTOS EM PROL DOS DIREITOS ANIMAIS E DA TICA DO CUIDADO Carolina Grant 263 LEIS E ANIMAIS DIREITOS OU DEVERES Edna Cardozo Dias 301 DESOBEDI NCIA CIVIL NA DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS Vanessa Moura Costa 315 CONFER NCIAS SyMPOSIUMS CARTA DE CURITIBA CONGRESSO BRASILEIRO DE BIO TICA E DIREITO DOS ANIMAIS 361 JURISPRUD NCIA CASES PARECER SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE DO PROJETO DE Ler N 4 548 98 Daniel Braga Louren o F bio Corr a Souza de Oliveira 365 OBRAS INDICADAS ANNOUCEMENT 383 REGRAS DE PUBLICA O 385 APRESENTA O Com grande satisfa o editamos o n mero 8 da Revista Bra sileira de Direito Animal compartilhando com nossos queridos colaboradores e leitores o sucesso desse peri dico o qual me diante a dissemina o do conhecimento busca continuamente pelo aprimoramento e reconhecimento do tema perante a comu nidade jur dica e acad mica
148. DE ACORDO UNIFORME 408 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 64 65 66 67 68 LEI DE LEGITIMA O UNIFORME 2 907 1993 Um acordo para o cuidado de um animal dom stico ou animal de esti ma o v lido O acordo termina quando nenhum animal est cober to pelo mesmo Um instrumento governamental pode ser interpretado liberalmente sobre a transfer ncia dentro desta subse o para inferir somente contra a precat ria ou a natureza do honor rio da disposi o e executar a inten o geral do transferidor A evid ncia extrinseca ad miss vel em determinar a inten o do transferidor ARIZ REV STAT 14 2907 B 1994 Para um caminho que transforma a natureza do relacionamento de pro priedade sem elimin lo veja Favre nota acima 12 Este equil brio de in teresses rejeitado pelo Professor Francione como um caminho errado a tomar no alcance dos direitos dos animais Qualquer vers o do bem estar animal exige que n s equilibre mos os interesses humanos e dos animais Como eu discuti atrav s deste livro este processo de equil brio est nas normas que rejeitam tratamento desumano por quanto tempo os animais s o olhados como propriedades da lei Virtualmente qualquer tentativa para equilibrar os interesses implicar o em uma des valoriza o inevit vel dos interesses dos animais simplesmente porque eles s o propriedades FRANCIONE nota acima 5 em 257 Veja geralmente SCULLY nota
149. DIREITO ANIMAL 7 A maior parte dos Estados com estatutos anti crueldade dispensa um 78 79 n mero de atividades gen ricas do alcance da lei Se algum ato particu lar pode ser mostrado por ter sido realizado sob o guarda chuva de uma atividade gen rica especificada ent o isto est dispensado independen temente da inten o do autor ou do grau de crueldade envolvido Por exemplo o Michigan Law MICH COMP LAWS 8750 50 estipula na parte relevante 8 Esta se o n o pro be a morte legal ou outro uso de um animal in cluindo mas n o limitado ao seguinte a Pescar b Ca ar armar ciladas ou controle de animais selvagens regulado de acordo com os recursos naturais e ato de prote o do meio ambiente 1994 PA 451 MCL 324 101 a 324 90106 c Corrida de cavalo d A opera o de um zool gico ou de um aqu rio e Controle de insetos nocivos ou de roedores f Agricultura ou um animal da lavoura geralmente aceito ou pr tica de agricultura envolvendo gado g Atividades autorizadas de acordo com regras promulgadas sob se o 9 do ato da organiza o executiva de 1965 1965 PA 380 MCL 16 109 h Pesquisas cient ficas de acordo com 1969 PA 224 MCL 287 381 a 287 395 i Pesquisas cient ficas de acordo com se es 2226 2671 2676 e 7333 do p blico c digo de sa de 1978 PA 368 MCL 333 2226 333 2671 e 333 2676 e 333 7333 Id Roscoe Pound lista cinco categorias de interesses humanos funda mentais 1
150. Darwin Os legados de seus trabalhos s o impor tantes quando analisamos testes em animais e os desenvolvi mentos filos ficos correspondentes a esse campo Existem duas categorias nas quais a maioria de testes cai e eles derivam de duas diferentes perspectivas filos ficas O primeiro in vivo que o teste dentro do organismo tamb m conhecido como teste em animais vivos Testes In vivo evoluem de e s o suportados pelo trabalho de Descartes Princ pios Cartesianos derivam de premissas em no es que podemos aprender sobre rea es biol gicas e filos ficas para dissecar e fazer testes em animais Este o atual padr o em testes de toxicidade e vem sido a norma inalterada por cient ficos e outros desenvolvimen tos ap s os ltimos 60 anos Por causa da principal medida de validade cientifica ser baseada em replica o dif cil mudar dessas metodologias aceitas Isto tem resultado em tremendo entrincheiramento das metodologias in vivo A segunda categoria de m todos de teste a in vitro que re fere t cnica de executar um dado procedimento em um am biente controlado fora de um organismo vivo Existem v rias Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 95 96 t cnicas que caem nesta categoria incluindo o relativamente novo campo de biologia computacional Esta uma aproxima o Darwinista para testes Essa aproxima o tanto reconhece a autonomia do valor de animais e rejeita a aproxima o instru mental de u
151. Direito Administrativo da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ onde cordena o Centro de Direito dos Animais Ecologia Profunda Coordenador da P s Gradua o Stricto Sensu em Direito da Universidade Est cio de S UNESA R J Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 365 Parecer 1 Breve relato acerca da tramita o do PL n 4 548 98 Tramita no Congresso Nacional projeto de lei de autoria do ex Deputado Federal Jos Thomaz Da Silva Non Netto com ltimo mandato findo em 2007 pelo PSDB que pretende confe rir nova reda o ao caput do art 32 da Lei n 9 605 com vistas a retirar do mbito de prote o da norma penal incriminadora os animais dom sticos ou domesticados O projeto foi apresentado em Plen rio no dia 26 de maio de 1998 e em julho do mesmo ano foi encaminhado Comiss o de Defesa do Consumidor onde sob a relatoria do Deputado Luciano Pizzato mereceu rejei o un nime em 15 de dezembro de 1999 No entanto no ano seguinte foi encaminhado para a Comiss o de Constitui o e Justi a e de Cidadania onde em Reuni o Ordin ria do dia 02 04 2009 o Deputado Regis de Oliveira emitiu pare cer referente ao PL 3 981 00 no qual foram apensados o PLs 4 548 98 bem como os de n 4 602 98 4 790 98 1 901 99 4 340 04 e 4 343 04 O parecer foi aprovado nos seguintes termos Diante do exposto o voto pela constitucionalidade injuridicidade adequada t cnica legislativa e no m rito pela rejei o dos
152. Dos princ pios constitucionais impl citos que regem a Administra o P blica Conquanto n o mencionados no caput do artigo 37 outros princ pios nele encontram se impl citos ou do sistema constitu cional decorrem ou ainda est o dispostos de maneira expressa na legisla o administrativa esparsa cuja observ ncia est sen do relegada manifestamente pela administra o p blica tais como 5 1 Do Princ pio da Finalidade Dito princ pio apregoa que toda a o administrativa deve atender rigorosamente ao fim legal a que est obrigada que o interesse p blico al m de cumprir as espec ficas finalidades nela previstas Como j foi sustentado a Administra o P blica n o est atendendo s finalidades impostas pelas normas de sa de p blica que a preven o e controle das doen as raz o pela qual a raiva ainda n o foi erradicada no pa s Captura e mata alegan do cumprir normas de sa de que n o s o respeitadas em sua ess ncia que a finalidade que ensejou sua edi o Com muita propriedade elucida CAIO T CITO em sua obra Direito Administrativo p 80 S o Paulo editora Saraiva 1975 verbo ad verbum A lei n o concede autoriza o de agir sem um objetivo pr prio A obriga o jur dica n o uma obriga o inconseqiiente ela visa a um fim especial presume um endere o antecipa um alcance predetermina o pr prio alvo Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 151 E qual o al
153. ED Cows AND GOLDEN GEESE THE HUMAN Costs oF EXPERIMENTS ON ANIMALS Continuum 2002 Kevin Doran LABORATORY ANIMAL Law LEGAL CONTROL OF THE UsE oF ANIMALS IN RESEARCH Wiley Blackwell 2d ed 2007 2000 Ano 6 VoLume8 JAN Jun 2011 79 80 w 10 Hetca KuHsE AND PETER SINGER COMPANION TO Bioetuics 400 Wiley Blackwell 2001 This wide range indicates how poor the record keeping is See Debra Durham Toxicity Testing Is Animal Testing Still Viable At the 2009 Animal Law Conference The Links http lawlib lclark edu podcast p 2582 Committee on Toxicity Testing and Assessment of Environmental Agents Toxicity Testing in the Twenty First Century A Vision and a Strategy The National Academies Press 2007 See Pierson v Post 3 Cai R 175 N Y 1805 seminal U S Supreme Court case involving property rights over animals See also 4 Am Jur 2d Animals 6 2006 discussing branding cattle as a means of identifying their property Gary L Francione Animals Property and the Law Temple University Press 1995 See also Joyce Tischler The History of Animal Law Part I 1972 1987 1 Stan J Animal L amp Pol y 1 2008 David S Favre Equitable Self Ownership for Animals 52 Duke L J 473 2000 Sonra S Waisman PAMELA D Frasca Bruce A WAGMAN ANIMAL Law Cases AND MATERIALS Carolina Academic Press 3d ed 2010 2000 Taimie Bryant Animals Unmodified Defining Animals defining Huma
154. EIRA DE DIREITO ANIMAL Fora do espiritismo outras religi es que comungam da viabili 47 48 49 50 ot 52 53 54 dade do contato entre encarnados e desencarnados aceitam a co munica o entre homens e animais sejam ou n o como se cos tuma intitular animais de estima o De acordo com a doutrina dos esp ritos todos obviamente humanos sentir a presen a de um animal falecido querido com quem dividiu bons momen tos pouco ou muito tempo como relatos de algumas pessoas humanas carece de proced ncia Ao contr rio sentir a presen a de humanos mortos fact vel Pergunta n 599 Cit p 333 Pergunta n 600 Idem Idem Assim esta concep o encampa a id ia de que a humanidade o topo da escala da vida e que os demais seres caminham para o status huma no Pergunta n 601 Idem A n o ser que se considere que os animais que vivem em mundos superio res tenham sido criados j animais superiores para atender aos humanos superiores que nestes lugares habitam N o haveria uma progress o de mundos Afigura se haver uma contradi o nesta sede se como asseve ra Kardec os animais n o conhecem progresso pr prio se apenas repe tem o que sempre fizeram ou o que est nos ditames e limites das suas naturezas como evoluem para os mundos superiores quando ent o pos suem novas habilidades Compare se a anota o de Kardec pergunta n 593 com a resposta indaga o n 601 e o
155. Enrique Perez Derechos Humanos Estado de Derecho y Constitucion 7 ed Madri Tecnos 2001 242 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL PRABHUPADA A C Bhaktivedanta Swami Bhagavad Gita Como Ele E 2 ed revista e ampliada S o Paulo The Bhaktvedanda Book Trust 1995 REGAN Tom Do animals have a right to life Dispon vel em lt http www animal rights library com texts m regan01 pdf gt Acesso em 28 jun 2010 REVISTA SUPERINTERESSANTE p 42 S o Paulo Abril out 2008 UNGER Nancy Mangabeira O Encantamento do Humano ecologia e espiritualidade S o Paulo Edi es Loyola 1991 Noras 1 como a natureza nada faz sem prop sito ou em v o indubi tavelmente verdade que ela fez todos os animais em benef cio do homem LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 72 2 LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e No vas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 64 3 ARIST TELES Pol tica Tradu o de Pedro Constantin Tolens 5 ed S o Paulo Martins Claret 2009 p 56 4 ARIST TELES tica a Nic maco Tradu o de Torrieri Guimar es 4 ed S o Paulo Martins Claret 2010 p 27 Id Pol tica Tradu o de Pedro Constantin Tolens 5 ed S o Paulo Mar tins Claret 2009 p 57 Ha tamb m por natureza visando conserva o das esp cies um s
156. Evolu o Editora Salvador 2009 KELSEN Hans Teoria pura do direito Martins fontes S o Paulo 1987 MILAR dis Direito do Ambiente Editora revista dos Tribunais S o Paulo 2005 312 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL MORAES Alexandre Direito constitucional Atlas S o Paulo 2008 REGAN Tom The case for animal rights University of Calif rnia press Berkeley USA 2004 SILVA Jos Afonso Curso de Direito Constitucional Positivo Malheiros S o Paulo 2008 SINGER Peter tica pr tica Martins Fontes S o Paulo 2002 SINGER Peter Liberation Animal Editora Cuzamil S M xico 1985 WISE Steven Ratting the Cage Cambridge Perseus Books 2004 Notas Declara o Universal dos Direitos Humanos Organiza o das Na es Unidas ONU Declara o Universal dos Direitos dos Animais UNESCO Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil 1988 MORAES Alexandre Direito Constitucional 23 ed Atlas S o Paulo 2008 pg 826 BARROSO Luis Roberto O Direito Constitucional e a efetividade de suas normas RENOVAR Rio de Janeiro 2001 pg 87 SILVA Jos Afonso Curso de Direito Constitucional positivo MALHEI ROS Sao Paulo 2008 pg 467 MILARE Edis Direito do Ambiente RT S o Paulo 2009 pg 160 Ibidem pg 131 REAGAN Tom The case for Animal Rights Berkeley Universi ty of California Press 2004 GORDILHO Heron Jos de Santana de Aboli o animal EVOLU O sa
157. GORAS TO PETER SINGER Kerry S Walters e Lisa Portmess eds State U of N Y 1999 e RYNN Berry FAMous VEGETARIANS AND THEIR FAVORITE Recipes LIVES AND LORE FROM BUDDHA TO THE BEATLES Pythagorean Books 1993 RENE DESCARTES DISCOURSE ON THE METHOD AND MEDITATIONS ON FIRST PutLosopny David Weissman ed 1997 1637 ANIMAL Ricuts CURRENT DEBATES AND NEW Directions 110 Cass R Sunstein e Martha C Nussbaum eds Oxford University Press 2004 Descartes sustentou que animais nao sao consciente porque nao pos suem alma o que era nico em seres humanos Ver tamb m Tom REGAN THE Case FOR ANIMAL Ricuts 3 6 1983 questionando a extens o que Descartes realmente possuia dessa extrema opiniao VOLTAIRE PHILOSOPHICAL Dictionary 112 113 P Gay trans 1962 Que absurdo dizer que bestas s o maquinas desprovidas de conhecimento e sentimento que realizam todas suas opera es da mesma maneira que n o aprendem nada que n o aperfei oam nada etc B rbaros aproveitam este c o que ultrapassa o homem t o grandemente em sua capacidade por amizade eles pregam no em uma mesa e dissecam no vivo para mostr lo suas veias mesent ricas Voc descobre nele os mesmos rg os de sentimento que existem em voc Responda me ma quinista a natureza organizou todas as nascentes de sentimentos desse animais para que ele n o sentisse Ele tem nervos para ser im veis N o suponha tal contradi o sem sentido na natureza
158. ITO ANIMAL em preju zo para determinada minoria mas que seja capaz de suplant lo Para o utilitarismo de car ter nitidamente hedonis ta s existe um nico valor intr nseco o prazer bem como um nico desvalor tamb m intr nseco a dor Dessa forma a rela o de custo benef cio de cada a o ou julgamento deve sempre concluir pela obten o da maior quantidade de prazer poss vel relativamente a eventuais dores ou preju zos considerados Existem ainda dois tipos de utilitarismo o utilitarismo de a o e o utilitarismo de regra As formula es te ricas de Peter Singer partem do utilitarismo de a o na medida em que avalia as conse qu ncias de um ato independentemente deste decorrer da obe di ncia a uma regra geral entretanto Singer promove algumas adapta es na id ia original quando estabelece que a capacidade sensitiva sofrimento ou bem estar figuraria como condi o necess ria e suficiente para que um ser possua interesses Assim origina se uma das principais formula es deste autor o princ pio da igual considera o dos interesses que corresponde a um novo pressuposto te rico moral a ser assumido o de que o ingresso na comunidade moral independe das caracter sticas ou aptid es de cada ser racioc nio autonomia ou linguagem articulada mas da sua capacidade sensciente de experimentar a dor e o prazer e da necessidade de haver uma igual considera o de in teresses Frise se que aqui se
159. L DOUTRINA NACIONAL NATIONAL PAPERS CONTROLE DE POPULA ES CANINAS CONSIDERA ES T CNICAS E TICAS Mari ngela Freitas de Almeida e Souza Resumo O artigo discute a pr tica da captura e sacrif cio sistem ti cos de c es realizada no Brasil h mais de um s culo pelas autori dades de sa de com vistas ao controle de zoonoses e redu o de seu excesso populacional Relacionadas quest o da sa de p blica e especialmente ao controle da raiva essas a es ao longo do tempo revelaram se ineficazes mas continuaram sendo praticadas Os dife rentes enfoques desenvolvidos neste trabalho sugerem que o m todo al m de n o atender aos requisitos de efic cia de programa de sa de p blica gera estresse no trabalhador e conflitos com a sociedade pode causar impactos ao meio ambiente e n o se justifica do ponto de vista tico Conclui se pela necessidade de sua substitui o por estrat gias preventivas j de conhecimento p blico desse modo promovendo o controle canino com maior efici ncia aceitabilidade e tica PALAVRAS CHAVE c es eutan sia animal bio tica bem estar animal Asstract The article argues about the systematic practice of capturing and sacrificing dogs which has been happening in Brazil for more than a century by the health authorities aiming at the zoonoses control and the decrease of its overpopulation In relation to the public health issue and stressing rabies control these
160. Laerte Fernando Levai Diretoria de Eventos Heron Jos de Santana Gordilho Diretoria Cultural Ariene Cristina Dias Guimar es Bassoli Diretoria de Educa o Daniel Braga Louren o Diretoria de Projetos Luciano Rocha Santana Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL JURISPRUD NCIA CASES PARECER SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE DO PROJETO DE LEI N 4 548 98 Daniel Braga Louren o F bio Corr a Souza de Oliveira Consulta Consulta nos o Sr Maur cio Varallo Coordenador do Grupo Olhar Animal e George Guimaraes Presidente do VEDDAS Vegetarianismo tico Defesa dos Direitos Animais e Sociedade acerca da constitucionalidade do Projeto de Lei n 4 548 98 provenien te da C mara dos Deputados que disp e sobre a modifica o do caput do art 32 da Lei n 9 605 98 Lei de Crimes Ambientais Ao indagado respondemos nos termos que se seguem Daniel Braga Louren o Professor de Direito Ambiental da Universidade Federal Ru ral do Rio de Janeiro UFRRJ e da P s Gradua o em Direito Ambiental da Pontifi cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro PUCRio e autor da obra Direito dos Animais Fundamenta o e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 2008 F bio Corr a Souza de Oliveira Professor de Direito Constitucional da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO onde tamb m leciona Direito dos Ani mais Ecologia Profunda no Mestrado em Direito e Professor de
161. O limite da senci ncia capacidade de sofrer e ou experimentar prazer nica fronteira defens vel de considera o dos interesses alheios Demarcar esta fronteira em outras caracter sticas tais como a intelig ncia ou racionalidade seria demarc la de maneira arbitr ria Por que n o escolher outra caracter stica como a cor da pele Muito embora n o seja poss vel sentir a dor de outro indi v duo seja ele humano ou animal as m ximas da experi ncia permitem ao homem compreender facilmente que um animal capaz de sofrer No s culo XIX Charles Darwin mostrou que as rea es de um animal diante de diversos tipos de sentimentos como dor medo desespero raiva ternura e inclusive amor Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL n o s o diferentes das rea es encontradas em um ser huma no Darwin constatou que quando os animais agonizam de dor eles geralmente se contorcem gritam e praticamente todos os seus m sculos s o acionados Segundo ele em situa es de extremo sofrimento os animais gritam desesperadamente como uma forma de pedir ajuda a seus pais ou aos membros de sua comunidade Conv m salientar que a capacidade de se sensibilizar com o sofrimento alheio ou empatia uma das caracter sticas ineren tes esp cie humana e n o h justificativa para que o homem fique insens vel diante do sofrimento de um animal Segundo Darwin os homens que lidam com animais de grande porte s o tomados pelo
162. Professor da P s em Direito do Estado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ Mestre e Doutor em Direito pela UERJ Pesquisador Visitante e P s Gradua o Lato Sensu na Faculdade de Direito de Coimbra 2004 CAPES P s Doutorado na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC CNPQ Pesquisador do CNPQ Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 161 Regan 7 2 Anjo Da Guarda Ou Laissez Faire 8 Considera es Finais 9 Refer ncias 1 Introdu o religi o e Direito dos animais o animal religioso A pergunta inicial cuja resposta explica este artigo por que abordar a quest o religiosa na compreens o do Direito dos Animais efetivamente importante As considera es religio sas s o relevantes ou determinantes para uma teoria dos direitos dos animais especialmente tendo em conta a seculariza o que prevalece ou parece prevalecer ou se prop e a capitanear na doutrina jur dica filos fica contempor nea N o se estar aqui a investir em uma seara dispens vel e mesmo contraproducente ao Direito dos Animais N o seria melhor simplesmente des considerar refer ncias religiosas Esclare a se preliminarmente que se apreende religi o no recorte de fen meno hist rico cultural o conjunto dispar an tag nico de cren as humanas acerca de Deus ou de algo trans cendental metaf sico fonte da l gica universal respons vel e condutor da vida da cria o seja portanto conve
163. REVISTA SUPERINTERESSANTE p 42 S o Paulo Abril out 2008 p 42 REGAN apud LOURENCO Daniel Braga Direito dos Animais Fun damentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 320 RAWLS apud SINGER Peter Etica Pratica Tradu o de Jefferson Luiz Camargo 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 27 Ibid p 28 O utilitarismo de Bhentam foi uma influencia not vel no pensamento de Peter Singer fil sofo australiano que na d cada de setenta publicou o li vro Liberta o Animal um marco na hist ria dos direitos dos animais BENTHAM apud SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camargo 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 66 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 ROUSSEAU Jean Jacques Discurso sobre as origens e os fundamen tos da desigualdade entre os homens Tradu o Alexandre Martins Sao Paulo Martins Claret 2007 p 95 LOURENGO Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 227 SINGER Peter Liberta o Animal Porto Alegre S o Paulo Lugano Editora 2004 p 10 Ibid p 10 DARWIN Charles A express o das emo es no homem e nos animais Tradu o de Leon de Souza Lobo Garcia S o Paulo Companhia das Le tras 2009 p 66 Ibid p 68 Ibid p 79
164. Revista Brasileira de Direito Animal UFBA Instituto Abolicionista Animal Programa em N cleo Interdisciplinar de P s gradua o em Pesquisa e Extens o em Direito Direito da UFBA Ambiental e Direito Animal ISSN 1809 9092 QuaLis DE Dirrerro EsTRATO B3 PERIODICIDADE SEMESTRAL LINHA EDITORIAL ASPECTOS JUR DICOS DA BIO TICA E DOS DIREITOS DOS ANIMAIS EDITOR RESPONS VEL Heron Jos de Santana Gordilho UFBA CoorDENA O Heron Jos de Santana Gordilho Luciano Rocha Santana e Tagore Trajano de Almeida Silva CONSELHO INTERNACIONAL Bonita Meyersfed frica do Sul David Favre EUA Francesca Bernabei Mariani B lgica Gisela Vico Pesch Costa Rica Gustavo Larios Velasco M xico Helena Striwing Su cia Jean Pierre Marguen ud Fran a Jesus Mosterin Espanha Magda Oranich Solagr n Espanha Norma Alvares ndia Song Wei Rep Popular da China Tom Regan EUA Carmen Velayos Castelo Espanha David Cassuto EUA Kathy Hessler EUA Pamela Frasch EUA Steven Wise EUA ConseLHO EDITORIAL S nia T Felipe UFSC Edna Cardozo Dias FUMEC M nica Aguiar UFBA Paula Briigger UFSC F bio C S de Oliveira UFRJ Fernanda Medeiros PUC RS Carlos M Naconecy PUC RS C lia Regina Ferrari Faganello Noirtin UFRB Rita Paix o UFF Danielle Tetii Rodrigues PUC PR Ariene Guimar es Bassoli UFPE Norma Sueli Padilha UniSantos rica Mendes UEM PR Val ria Galdino UEM PR Andr Portel
165. TO ANIMAL LIMA F C A Gerenciamento integrado dos res duos dos servi os de sa de Belo Horizonte 2002 165p Disserta o Mestrado Universidade Federal de Minas Gerais LIMA J E R Vozes do sil ncio S o Paulo 1995 205p Disserta o Mestrado Universidade de S o Paulo MIRANDA A F Estresse ocupacional inimigo invis vel do enfermeiro Ribeir o Preto 1998 156p Disserta o Mestrado Universidade de S o Paulo NILSON M R Epidemiologia e profilaxia In Sociedade Brasileira de Medicina Veterin ria editor II Simp sio Brasileiro de Raiva Rio de Janeiro Sociedade Brasileira de Medicina Veterin ria 1965 NORIEGA M LAURELL C MARTINEZ S MENDEZ L VILLEGAS J Interacci n de las exigencias de trabajo en la genera ci n de sufrimiento mental Cadernos de Sa de P blica v 16 n 4 p 1011 1019 2000 PARANHOS N T Estudo das popula es canina e felina em domic lio Munic pio de S o Paulo S o Paulo 2002 83p Disserta o Mestrado Universidade de S o Paulo REICHMANN M L B FIGUEIREDO A C C PINTO H B F NUNES V F P Manual t cnico do Instituto Pasteur Controle de popula es de animais de estima o n 6 S o Paulo Instituto Pasteur 2000 52p REICHMANN M L B PINTO H B F ARANTES M B SANTOS M B VIARO O NUNES V F P Manual t cnico do Instituto Pasteur Educa o e promo o da sa de no Programa de Controle da Raiv
166. Technology of China USTC China Membro fundador da Asociaci n Latinoamericana de Derecho Ambiental Membro do N cleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extens o em Direito Ambiental e Direito Animal NIPEDA www nipeda direito ufba br Presidente do Instituto Abolicionista Animal www abolicionismoanimal org br REVISORES BLIND REVIEW PEER REVIEW COMMITTEE Danielle Tetii Rodrigues PUC PR Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento UFPR Mestre em Direito Econ mico e Social PUCPR rea de pesquisa em Direito Socioambiental Advogada Professora Universit ria Vice presidente do Instituto Abolicionista pelos Animais IAA Autora do livro O Direito amp os Animais Uma abordagem tica filos fica e normativa publicado pela Editora Juru Ariene Cristina Dias Guimar es Bassoli UFPE possui gradua o em Ci ncias Biol gicas pela Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho UNESP 1997 mestrado em Biologia Celular pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP 2000 e doutorado em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Estadual de Campinas 2004 Professora Adjunto HI da Universidade Federal de Pernambuco 2011 by Instituto Abolicionista pelos Animais Os CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS S O DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES TODOS OS DIREITOS RESERVADOS PROIBIDA A REPRODU O PARCIAL OU TOTAL SEM A CITA O DA FONTE SOLICITA SE PERMUTA We ask for excha
167. Tradu o de Virg lio Afonso da Silva S o Paulo Malheiros Editores 2008 ARIST TELES tica a Nic maco Tradu o de Torrieri Guimar es 4 ed S o Paulo Martins Claret 2010 ARIST TELES Pol tica Tradu o de Pedro Constantin Tolens 5 ed S o Paulo Martins Claret 2009 VILA Humberto Teoria dos Princ pios da defini o aplica o dos princ pios jur dicos 7 ed ampliada e atualizada S o Paulo Malheiros Editores 2007 BOFF Leonardo Saber Cuidar tica do humano compaix o pela terra 4 ed Petr polis Editora Vozes 1999 DARWIN Charles A express o das emo es no homem e nos animais Tradu o de Leon de Souza Lobo Garcia S o Paulo Companhia das Letras 2009 DESCARTES O Discurso Sobre o M todo Tradu o de Torrieri Guimar es S o Paulo HEMUS Livraria Editora LTDA 1975 EXISTO logo Penso Revista Terra p 47 58 jan 2004 GORDILHO Heron Jos Santana Espirito animal e o fundamento moral do especismo Revista Brasileira de Direito Animal n 1 p 37 65 jan dez 2006 HABERMAS Jiirgen Conhecimento e Interesse Introdu o e tradu o de Jos N Heck Rio de Janeiro Zahar Editores S A 1982 KANT Immanuel Cr tica da Raz o Pr tica Tradu o de Rodolfo Schaefer 2 ed S o Paulo Martins Claret 2003 LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 LUNO Antonio
168. Votume 8 JAN Jun 2011 83 84 38 4 S 4 a 42 4 ies 45 Namely that since animals do not have souls or consciousness they are a sort of automata and cannot experience pain pleasure or any other sensation or emotion Gary L FRANCIONE INTRODUCTION TO ANIMAL Ricuts Your CHiLD or Your Doc 104 Temple University Press 2000 see also Tom REGAN THE Case For ANIMAL Ricuts 3 1985 W M Russetrt R I BurcH AND C W Hume THE PRINCIPLES OF HUMANE EXPERIMENTAL TECHNIQUE Hyperion Books 1992 1959 Russell and Burch did not seek the abolition of animal experimentation but only the removal of its inhumanity through implementation of the Three R s a goal consistent with the animal welfare approach Darian M Ibrahim Reduce Refine Replace The Failure of the Three R s and the Future of Animal Experimentation 2006 U Chi Legal F 195 197 citing id at 64 Nuremberg Code Directive for Human Experimentation http ohsr od nih gov guidelines nuremberg html last visited Nov 29 2009 reprinted from Triars or WAR CRIMINALS BEFORE THE NUREMBERG MILITARY TRIBUNALS UNDER CONTROL CounciL Law No 10 Vol 2 181 182 Washington D C U S Gov t Printing Office 1949 Declaration of Helsinki 1964 adopted by the 18 World Medical Assembly Helsinki Finland June 1964 amended by the 29 World Medical Assembly Tokyo Japan Oct 1975 and the 35 World Medical Assembly Venice Ita
169. a Era Jesus vegetariano Qual a import ncia de saber isto De indagar acerca da dieta cr stica Se para muitos nenhuma para outros a relev ncia muita Na mesma linha o apelo suscitado pela quest o explica Francisco de Assis aparecer reiteradas vezes em listas de vegeta rianos o que explica um segmento na linha esp rita sustentar que os animais t m alma e mesmo a metempsicose apesar de tais assertivas n o constarem da Codifica o Kardec O mesmo motiva a labuta de reinterpretar trechos do Velho Testamento em disson ncia com a leitura usual e mesmo em tens o com a linguagem redacional empregada com a tradi o Isto sem mencionar a proibi o categ rica pelo pr prio Deus de comer carne como se assevera a partir dos Vedas pilar por exemplo entre os chamados Hare Krishnas 164 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Por que o apelo a conota es religiosas no mbito do Direito dos Animais Porque a teoria dos direitos animais consoante concebida por muitos n o indiferente religi o a religi o tida como um fator elementar ou mesmo indispens vel a fim de conferir solidez coer ncia ou aceitabilidade doutrina dos direitos dos animais Se tomarmos a Ecologia Profunda em foco veremos que considera es espiritualistas que religious views est o ou podem estar presentes ocupando o n vel 1 do diagra ma desenhado por Arne Naess aquele onde est o sediados os fundamentos ltimos ou premissas
170. a a aceit los No exemplo anterior Big Joe engaiolava isoladamente e n o ali mentava JoJo Seus atos s o intencionais o tribunal pode con clusivamente presumir que ele estava ciente das consequ ncias das suas a es sob JoJo Da mesma forma Big University colo cando intencionalmente JoJo em uma gaiola seria presumido ao entendimento que tais condi es interferiam nos interesses fundamentais 4 4 O Teste do Substancial Sobre valor Enquanto no dom nio da filosofia pode ser poss vel argu mentar que os interesses dos animais s o iguais aos dos ho mens no mbito da lei atualmente n o poss vel Uma nova lei constru da com o compromisso de mudan as incrementais Mudan as nas expectativas individuais causam a evolu o da Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 37 38 sociedade Evidentemente esta nova a o de dano trar novas e conflitantes quest es de pol tica p blica perante os tribunais e os tribunais devem agir apenas quando a balan a moral clara mente a favor do animal Caso contr rio iria minar a confian a do p blico no direito dos tribunais para resolver estas quest es originais Isto tamb m permitir a realiza o de uma mudan a de perspectiva e expectativa na mente do p blico em geral A discuss o pol tica dos tribunais tornar se cada vez mais essencial complexa e exig vel assim que as informa es sejam fornecidas e a pol tica p blica seja desenvolvida O fardo e
171. a dos direitos dos animais Se um grupo de ativistas pratica um ato de desobedi ncia civil em prol do Direito Animal como deve o Estado se posicionar Para melhor exemplificar ser o utilizadas situa es hipot ticas um grupo de ativistas na luta em defesa dos direitos dos animais invade um matadouro e ocupa o es tabelecimento em um protesto coletivo p blico e n o violento ou ainda desobedece a ordens de autoridades policiais que or denam o encerramento de uma manifesta o O Estado dever punir os desobedientes processando os pelo crime de invas o Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 317 318 de domic lio ou de desobedi ncia ou deve considerar como um movimento leg timo de desobedi ncia civil ainda que em prol de seres n o humanos onde a pr tica de atos il citos pode ser tolerada tendo em vista as diferen as entre a desobedi ncia civil e a atividade criminosa comum 2 Entendendo a desobedi ncia civil Segundo Jos Carlos Buzanello a desobedi ncia civil esp cie do g nero direito de resist ncia ao lado da obje o de cons ci ncia da greve pol tica do direito revolu o e do princ pio da autodetermina o dos povos Norberto Bobbio elenca crit rios para caracteriza o dos ti pos derivativos do direito de resist ncia Estes crit rios seriam resist ncia omissiva ou comissiva que correspondem a n o fa zer o que imposto ou agir de forma proibida individual ou coletiva class
172. a interven o mais humanit ria na rela o com o diferente A emo o portanto um dos fatores a serem considerados nessa rela o do homem com o animal porque da que vai sur gir a empatia e quando falamos em emo o estamos nos refe rindo tamb m aos animais n o humanos porque comprovado que t m essa capacidade principalmente quando se trata dos c es A rela o do homem com o c o decorre de sua capacidade de ser domesticado prerrogativa que nem todos os animais det m Para Jane McGrath a domestica o depende de uma s rie de fatores entre eles 1 os alimentos exigidos devem ser acess veis 2 a facilidade de reprodu o e a alta velocidade de crescimento 3 a disposi o amig vel e n o agressividade 4 a possibilidade de respeitar um l der o que facilita a conviv ncia 5 resist ncia pris o etc Nesse contexto poss vel afirmar que a domestica o re sultado do exerc cio do poder do ser humano sobre o animal n o humano porque al m de os requisitos demonstrarem a pos sibilidade de domina o eles demonstram claramente a supe rioridade humana na utiliza o dos animais cuja exist ncia se restringe servid o No caso espec fico dos c es alguns sugerem que os humanos conseguiram domar filhotes de lobos outros dizem que eles se aproximaram em raz o dos alimentos Independente da teoria acolhida os lobos foram transformados em animais mansos descobrindo se posterior
173. a n 5 S o Paulo Instituto Pasteur 2000 38p REICHMANN M L B PINTO H B F NUNES V F P Manual t cnico do Instituto Pasteur Vacina o contra a raiva de c es e gatos n 3 S o Paulo Instituto Pasteur 1999 40p REICHMANN M L B SANDOVAL M R C FORMAGGIA D M E PRESOTTO D NUNES V F P SANTOS L S et al Manual t c nico do Instituto Pasteur Orienta o para projetos de Centros de Controle de Zoonoses CCZ n 2 S o Paulo Instituto Pasteur 2000 50p Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 131 RODRIGUES A L O stress no exerc cio profissional da medicina S o Paulo 1998 243p Tese Doutorado Pontif cia Universidade Cat lica SCHNEIDER M C ALMEIDA G A SOUZA L M MORARES N B DIAZ R C Rabies control in Brazil from 1980 to 1990 Revista de Sa de P blica v 30 n 2 p 196 203 1996 SILVA M I Raiva no Brasil subsidio para o seu conhecimento In Sociedade Brasileira de Medicina Veterin ria editor II Simp sio Brasileiro de Raiva Rio de Janeiro Sociedade Brasileira de Medicina Veterin ria 1965 SINGER P Vida tica 2 ed Rio de Janeiro Ediouro 2002 420p Liberta o animal Ed rev Porto Alegre Lugano 2004 357p tica pr tica 3 ed S o Paulo Martins Fontes 2002 399p SISSINO C L S Estudo preliminar da contamina o ambiental em rea de influ ncia do aterro controlado do Morro do C u Rio de Janeiro 1995 101p Disserta
174. a conserva o das esp cies Assim como uma institui o instrumento conceitual ou um conjunto de regras para repre senta o de um grupo de seres humanos uma esp cie uma forma conceitual de tratar os interesses de um grupo de animais individuais Os interesses das esp cies como os interesses das institui es s o derivados dos membros que as comp em Uma esp cie n o possui nenhuma reivindica o moral so bre nos Somente os interesses dos animais individuais que as seguram suas reivindica es sobre n s Se conhecer e rastrear animais silvestres individualmente no melhor das hip teses dif cil bem mais f cil trat los em grupo sem buscar identifi car indiv duos espec ficos Deste modo humanos podem n o estar particularmente obrigados pela reivindica o de qualquer animal pela continua o da sua vida mas se tornam obrigados quando um grupo inteiro de indiv duos se encontram em extin Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL o Quando o n mero de indiv duos diminui e o risco de ex tin o aumenta ent o ajustamos a balan a de interesses dando um poder maior continua o e recupera o das esp cies sobre alguns interesses humanos Este re balanceamento de interesses foi incorporado pela ESA A maioria das leis ambientais dos Estados Unidos adotadas neste mesmo per odo busca balancear os interesses humanos para serem livres de efeitos nocivos da polui o e a necessidade
175. a do la o Em todo caso s o obje tos caricaturas no picadeiro coisas na arena instrumentos para o divertimento humano meios para a gl ria de esportistas ou her is Servem para o deleite ao p blico Lembram na sua dor na indiferen a com que s o vistos ou n o s o vistos os seres humanos que entraram no palco romano do Coliseu Mudam os personagens o espet culo com adapta es permanece Deste bezerro que obrigado a tomar parte no divertimento la zer humano subjugado restou tetrapl gico e acabou morto n o se sabe o nome e talvez nem mesmo tenha recebido um Entrou na arena um ambiente que lhe estranho hostil assustado correu tentou lutar perdeu n o levantou do ch o ao que foi jogado e com dores agudas tetrapl gico se despediu da vida Ele representa in meros outros que comungaram comungam e comungar o em equivalente maior ou menor escala do drama varia es do mesmo tema E se n o fosse uma tremenda ofensa mem ria deste ani mal uma desconsidera o de todo o seu padecimento poder se ia cham lo de PL n 4 548 98 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 379 Eo parecer Rio de Janeiro 19 de setembro de 2011 Daniel Braga Louren o F bio Corr a Souza de Oliveira Notas 1 Acerca das categorias normas mencionadas OLIVEIRA Fabio Corr a Souza de Morte e vida da Constitui o Dirigente Rio de Janeiro Lumen Juris 2010 Por uma teoria dos princ pios o princ pio constituc
176. a dor e da morte Viola se a maior das leis que a lei da tica Condenar ao exterm nio centenas de milhares de animais saud veis pelo Brasil afora pelo s fato de n o serem cuidados por algu m o mesmo que admitir que o animal s tem direito exist ncia se de alguma forma sua vida se prestar a servir ao ser humano ou se ligar a ela como se a vida de um animal n o tivesse valor em si mesma s valendo na medida da utilidade que possa ter aos humanos sucumbir vis o antropoc ntrica que tanto alimenta a arrog ncia humana e conduz a nossa esp cie a explorar todas as outras Como bem exp s o insigne promotor de justi a LAERTE FERNANDO LEVAI em a o civil p blica proposta em defesa dos animais utilizados em circos a postura complacente em rela o vida e dignidade das criaturas n o se esgota em de terminada corrente de pensamento tampouco se restringe a de fini es conceituais relacionadas a essa ou aquela forma de agir O animal merece considera o pelo que pelo car ter mpar de sua exist ncia pelo fato de simplesmente estar no mundo Conv m lembrar que preceito de moralidade administra tiva observar os ditames legais e os limites que emanam dos princ pios de Direito Assim seja por se desviar da lei seja por Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL n o manter uma postura tica diante da vida a administra o p blica atenta contra o princ pio da moralidade 5
177. a e o processo de morte desses animais Al m disso deve haver uma profunda an lise sobre quais os interesses humanos podem justificar a morte prematura desses animais Esta quest o deve ser aborda da de forma separada em rela o s quest es que dizem respei to qualidade de vida ou como a morte provocada A quest o fundamental a ser encarada pelos tribunais se os interesses humanos poder o justificar o sacrif cio de um ani mal Ser que o interesse da manuten o da vida do animal ser menos importante do que os interesses humanos Sob nosso an gulo um animal pode ter uma boa qualidade de vida viver du rante anos e enfrentar uma morte indolor e invis vel evidente que existem pessoas que t m uma posi o tica que defendem que a morte prematura sacrif cio nunca pode ser justificada por interesses humanos Outras n o v em qualquer problema em sacrificar os animais para consumo humano Se o presente artigo que prop e a defesa dos animais puder convencer a sociedade de que os animais n o devem morrer para beneficiar os seres humanos ent o esta vis o pode facil mente ser implantada na aplica o do teste proposto por este artigo At este momento ser tida como premissa desta causa de a o que os interesses humanos podem ter peso suficiente para Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 43 44 justificar a morte de um animal Mas parece ser apropriado dizer que se a vida e a morte prematura de um ani
178. a esfera legal protetiva Um manifesto contra senso Exemplifique se A prosperar o projeto de lei em comento se algu m nos termos do art 32 da Lei n 9 6058 98 mutilar uma on a pintada cortando uma ou mais das suas patas cegando a incorrer em a o criminosa por m se fizer o mesmo com o Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 373 seu c o ou gato n o haver crime Se algu m chicotear amarrar ou trancafiar em espa o diminuto e deixar sem gua e comida uma jaguatirica ou um macaco estar caracterizada a tipicidade criminosa do aludido art 32 sujeitando o infrator penalidade cominada todavia se a mesma conduta for exercida contra um cavalo ou uma vaca n o haver crime O absurdo de tal mag nitude que beira o inacredit vel A discrimina o odiosa salta aos olhos n o deixa margem sob qualquer ngulo a d vida O que o PL n 4 548 98 almeja estabelecer uma discrimina o irrazo vel que fere sob todas as luzes o sentido da isonomia que deve presidir os julgamentos do Direito Tanto assim que a Constitui o n o encampa tal distin o assim como n o o faz o Decreto n 24 645 34 no que resta acompanhado pela Lei n 6 938 81 Neste passo seguindo a tradi o jur dica brasileira a Lei n 9 6058 98 n o separa os animais de modo a beneficiar uns em detrimento de outros como pretende o projeto de lei em an lise O conjunto legislativo enumerado comp e o que se convencionou chamar de bloco
179. a filosofia animalista A menos que queiramos ser Humpty Dumpty 7 2 Anjo da guarda ou laissez faire muito comum inclusive entre aqueles que reconhecem os direitos dos animais a id ia de que a humanidade foi investida por Deus ou pela sua pr pria condi o na tarefa de salvaguar dar a natureza os seres o planeta O ser humano representante do Criador na cria o zelador da cria o incumbido de ser o anjo da guarda de todo o mundo Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL N o nada dif cil observar um cunho antropoc ntrico neste pensamento O ser humano um ser especial investido divina mente no papel central logo ap s o pr prio Deus o qual con fere a ele a imensa responsabilidade de ser o guardi o tutor dos animais das plantas ecossistemas seres inanimados enfim o cosmos Somente ele entre todos os seres pode realizar esta ati vidade A longa manus de Deus mandat rio Mas o que significa exatamente isto Anjo da guarda Significa intervir na natureza Em que casos Em qual medida Com que fim De que modo A pr pria defini o de equil brio natural ecol gico complexa E ademais o homem continua ig norando muito a maior parte das leis da natureza do fino liame integrador da vida teia da vida Capra Por exemplo supondo que uma esp cie est em risco de ex tin o sem que tal seja imputado a qualquer conduta humana o homem deve intervir para salvar a esp cie da extin o mesmo
180. a nenhum ser sens vel exceto no caso leg timo em que achando se a conserva o interes sada obrigado a dar prefer ncia a si mesmo Parece com efeito que se sou obrigado a n o fazer nenhum mal a meu semelhante menos porque ele um ser racional do que porque um ser sens vel qualidade que sendo comum ao animal e ao homem deve ao menos dar a um o direito de n o ser maltratado inutilmente pelo outro De acordo com Rousseau que era vegetariano ao contr rio de Bentham o ser humano n o sente fome dos animais fero zes mas sim daqueles animais d ceis e pac ficos que o seguem o servem mas que como recompensa s o devorados por ele no final A grande ironia na conduta humana estaria no fato de que o homem ao inv s de se alimentar desses animais mais violentos termina por adotar o seu comportamento como um padr o de conduta subjugando os outros animais e o pr prio ser humano Inspirado nas ideias utilitaristas de Jeremy Bhentam Peter Singer em meados da d cada de setenta passou a defender que a senci ncia ou seja a capacidade de sentir prazer ou dor o nico crit rio pelo qual se pode levar ou n o em considera o o sofri mento de algu m Se um ser sofre n o h qualquer justificativa moral para que esse sofrimento n o seja levado em considera o N o h que se perquirir se este ser ou n o racional para saber se o seu sofrimento moralmente relevante Segundo Singer
181. a os cidad os e o Poder P blico de torn los eficazes O fato dos direitos dos animais serem tutelados por pessoas hu manas n o os torna objeto material do direito pois s o eles os verdadeiros titulares dos direitos a serem protegidos Temos o dever direto de n o submeter os animais cruelda de Nossa obriga o se reporta diretamente ao animal e da o dever direto do Poder P bico e da sociedade para com ele 4 Conceito de direito e dever A discuss o sobre o que direito bastante complexa Mas podemos acordar que a todo direito se contrap e um dever Podemos conceituar direito como a faculdade que algu m tem de fazer alguma coisa em virtude de normas coletivas ou individuais Neste sentido o direito um poder uma autoriza o uma a o No sentido jur dico o dever empregado como sin nimo de obriga es Frequentemente designa obriga es jur dicas O de ver uma obriga o de fazer alguma coisa em raz o de uma norma moral lei ou conven o em vigor em um grupo social Para Kelsen a rea o jur dica n o ocorre entre sujeito de de ver e sujeito de direito mas entre o pr prio dever e o direito reflexo que lhe corresponde Falar de direitos falar de limites para o comportamento humano O cumprimento do dever de cada um exig ncia do direito de todos Ou seja a todo direito subjetivo corresponde um dever jur dico Portanto n o podemos falar de direitos sem falar de deveres O primeir
182. a para garantir a legitimidade do contrato corresponde capacidade de afastar se dos pr prios interesses e agir altruis ticamente uma caracter stica exclusiva da esp cie humana e fundamento ltimo de toda dignidade moral e personalidade jur dica GORDILHO 2008 p 26 Dessa forma como apenas os seres racionais dotados de raz o e vontade podem ser livres de modo a n o curvarem se perante os interesses alheiros so mente o homem encontrar se ia apto a adquirir o status moral de pessoa enquanto os animais destitu dos dos referidos atri butos n o passariam de coisas res corporalis Nesse sentido s existem rela es jur dicas entre homens nunca entre um homem e um ser que s tenha direitos Deus um ser que s tenha deveres servos e escravos ou um ser que n o tenha direitos nem deveres animais GORDILHO 2008 p 28 Ainda no contexto do contratualismo uma vers o contem por nea foi elaborada pelo fil sofo pol tico norte americano John Rawls em sua obra Uma teoria da justi a Seguindo mais uma vez os pressupostos lan ados por Rousseau e Kant Rawls defende que os membros fundadores do Estado social os Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 273 indiv duos que firmar o o contrato devem assumir uma posi o original em condi es ideais inteiramente livre consciente e isenta de influ ncias de uns sobre os outros ou de interesses meramente individuais tal posi o corresponderia
183. a seu servi o Segundo esse autor uma consequ ncia desse homocentrismo a interpreta o de que a afei o humana pelos animais foge da normalidade psicol gica tratando se de uma patologia t pica de pessoas que n o conseguem estabelecer la os de afei o com outros seres humanos Esse sentimento de empatia afeta o para digma da explora o di ria destes seres e por essa raz o sofre das mais diferentes hostilidades das pessoas que est o inseridas nessa l gica de considerar a esp cie diferente como inferior re servando a compaix o apenas ao semelhante n o sendo capaz de sentir o sofrimento infligido aos animais n o humanos Para Steven J Bartlett quando uma esp cie desenvolve e projeta uma auto imagem que grandiosa auto centrada e deficiente na empatia com rela o a outras esp cies o despertar de seus membros para a realidade a ltima coisa que a esp cie dominante deseja que aconte a Por isso o esfor o para persuadir essas pessoas fazendo as ver a realidade sempre muito dif cil porque a empatia de sigual entre os seres humanos e esse fator deve ser levado em Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 251 252 considera o porque cada um nutre diferentes sentimentos em rela o aos animais A concess o de poder de domina o sobre os animais justi ficada pela religi o ou pelo orgulho da esp cie humana impede a compaix o porque exclui a emo o capaz de justificar um
184. a subir e locais para se esconder Jib ias precisam de ramos para enroscar se e pendurar se Su nos necessitam de espa o para esbanjar se na lama Ovinos precisam estar reuni dos em grupos sociais e ruminar seus alimentos Cada esp cie tem desenvolvido caracter sticas atrav s das quais sobrevivem e reproduzem Humanos t m removido muitos desses animais do ambiente em que normalmente existiriam Um dos deveres morais que se noticia fora desta tomada de posse e controle de um animal a obriga o de fornece lhes aquelas condi es que s o fundamentais para a natureza do animal Isto n o tem de ser uma busca sem marcos As leis penais anti crueldade e a AWA discutidas anteriormente podem atuar como um rico conjunto de marcadores j adotado pelo legis lativo e administrativo com um reflexo da preocupa o pelos interesses fundamentais No entanto a regulamenta o ado tada n o necessariamente protege o interesse fundamental de um animal Certamente sabemos o suficiente sobre chimpanz s para estarmos confort veis ao afirmar que manter um chimpan z numa gaiola 5 x 5 x 7 uma interfer ncia aos seus interesses fundamentais Se n o podemos dizer o que fundamental para um animal ent o as portas do tribunal permanecer o fechadas at que essas informa es estejam dispon veis Embora isto possa parecer injusto n o h outro caminho a seguir dados os recursos limitados do sistema jur dico Um tri bunal n o
185. a vida e exige uma concep o igualit ria frente ao direito vida inte gridade f sica e liberdade Seus artigos prop em uma nova ti ca biol gica uma nova postura de vida e uma nova concep o jur dica de respeito para com os animais Os direitos humanos e os direitos dos animais s o pois di reitos supranacionais reconhecidos por declara es internacio nais v lidos nos pa ses signat rios independentemente de sua positiva o O bem comum particular exige sem d vida uma sinergia com o bem comum universal Da a imprescindibilidade de se reconhecer os direitos das outras esp cies e os direitos dos ou tros seres nas legisla es nacionais Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 303 A garantia dos direitos individuais depende do destino de todos e do meio social e natural Ao homem sujeito de direitos e deveres cabe o dever de preservar e proteger o seu meio e os seres vivos que com ele coabitam o planeta 3 Direitos fundamentais Quando falamos em direitos fundamentais falamos dos direi tos reconhecidos e positivados pelas Constitui es das Na es Os direitos fundamentais guardam os valores e princ pios fun damentais da ordem jur dica de um pa s Podem ser agrupados em quatro grandes categorias quais sejam os direitos pol ticos os direitos individuais os direitos sociais e os direitos difusos Os principais direitos pol ticos s o a participa o popular e a cidadania Dentro de uma pers
186. abendo ao Poder P blico proteg la nos seguintes termos proteger a fauna e a flora vedadas na forma da lei as pr ticas que coloquem em risco sua fun o ecol gica provoquem a extin o de esp cies ou submetam os animais a crueldade Em 1998 passou a ser crime abusar maltratar ferir ou muti lar animais dom sticos ou domesticados conforme artigo 32 da Lei n 9605 98 A Lei Estadual n 11 977 05 que institui o Codigo de Protecao aos Animais do Estado estabelece a necessidade de os munici pios manterem programas de controle de zoonoses por meio da vacina o e reprodu o dos c es al m de a es educativas para a propriedade ou guarda respons vel Essa legisla o vedou o sacrif cio destes animais por meios cru is tais como c mara de descompress o c maras de g s ele trochoque ou qualquer m todo que provoque dor estresse ou sofrimento O abandono de c es fato corriqueiro nas cidades e somente medidas de preven o podem evitar a sua ocorr ncia A educa Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 257 258 o para que os deveres sejam cumpridos em rela o ao animal importante mas o v nculo afetivo essencial para que tenha efic cia Por outro lado impedir que eles sejam mortos aleato riamente somente pelo excesso de popula o nos Centros de Zoonoses tamb m se mostra imprescind vel como pol tica p blica que respeita a Constitui o Federal No Munic pio de S o Paulo a Lei M
187. acima 3 Apenas como um exemplo ele relata os horrores enfrentados pelos animais no setor de agricultura de nossa sociedade O poder flex vel da lei comum dos tribunais dos estados desenvolvido extensivamente em RATTLING THE CAGE nota acima 3 em 89 118 Enquanto sua discuss o estiver no contexto do desenvolvi mento dos direitos ela se aplica aos conceitos de reconhecimento de interesses Veja PROSSER nota acima 2 em 17 20 O delito proposto neste artigo podia ser adotado legalmente Na pr xi ma d cada mais prov vel que as legisla es se originar o de um ponto mais modesto a um ponto b sico Talvez o A W A possa ser alterado para banir o uso de primata em pesquisa invasiva Para um exemplo de como a estimativa de competi o de interesses humanos animais pode Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 59 60 69 7 7 a 72 73 74 75 76 ser re estimada veja David Favre Laboratory Animal Act A Legislature Proposal 3 PACE ENVTL L REV 123 1986 A primeira coisa que nossa Constitui o ensina que direito n o uma coisa assustadora para se reconhecer ou conferir desde que os direitos quase nunca s o absolutos Discutindo sobre os direitos em prol de seres n o humanos n o se deve estar confuso em dar a certos interesses n o humanos absoluta prioridade sobre reivindica es humanas conflitivas Tribe nota acima 9 no 2 Veja 9 C F R 3 75 2004 Veja PROSSER nota acima
188. actions along the time proved to be inefficient but went on being practiced The different focuses on this matter suggest that the method doesn t meet the requirements for efficacy of a public health program generates stress to the workman and conflicts to society may bring impacts to the environment and it is not at all justifiable from an ethical point of view The conclusion points to the need of its substitution for preventive M dica veterin ria e psic loga p s graduada em Bem Estar Animal por Cambridge e Learning Institute UK doutoranda em Bio tica tica Aplicada e Sa de Coletiva Atua na defesa dos animais h mais de 30 anos Ano6 Votume8 Jan Jun2011 115 116 strategies of public knowledge already in this way promoting dog control with more efficiency acceptability and ethics Keyworps dogs animal euthanasia bioethics animal welfare Sum rio 1 Introdu o 2 O controle canino no Brasil 3 O controle canino sob diferentes enfoques 3 1 O enfoque da pol tica p blica 3 2 O enfoque da sociedade 3 3 O enfoque do trabalhador 3 4 O enfoque econ mico 3 5 O enfoque ambiental 3 6 O enfoque tico de Peter Singer 4 Considera es finais 5 Refer ncias 1 Introdu o Este artigo tem a finalidade de trazer discuss o a pr tica da captura e morte sistem ticas e indiscriminada de c es que se re aliza h mais de um s culo em nosso pa s em nome do controle de zoonoses e da red
189. acusa o locais torna dif cil para o governo fazer cumprir este reco nhecido dever A presen a de uma a o civil permitir outros recursos n o limitados politicamente nem economicamente para apoiarem animais na afirma o dos seus interesses O de ver que existe atualmente um problema de como o sistema legalimpor obriga es em considera o a este dever Enquanto se aprofunda sobre a exist ncia deste dever esta proposta rejeita as isen es legislativas criadas no direito penal buscando um reequilibrio dos interesses de animais e de humanos sob a estru tura da a o de dano proposta 4 2 Presen a de um Interesse Fundamental A a o de dano proposta primeiramente requer a presen a de um interesse fundamental Todos os seres vivos t m interes ses biol gico fisiol gico social e necessidades nutricionais das quais um indiv duo pode ou n o estar consciente Enquanto o interesse em comer uma torta de ma pode ser trivial outros s o mais fundamentais como a liberdade da dor e do sofrimento e a liberdade de ir e vir N s somos dependentes dos avan os de estudos cient ficos para trazer corte judicial informa es necess rias para decidir quais interesses um espec fico animal pode ter Enquanto a maioria das informa es pode ser forneci da por uma esp cie base algumas informa es podem ser ni cas para um animal individual Obviamente o teste n o pode existir no questionamento de
190. ade para com o outro que sofre a compaix o faz nos sentir a dor alheia integrando sentimentos Ela reflete uma comunh o entre os seres permeada pela tica da solidariedade pelo respeito pela fraternidade tica Ambiental Bioc ntirca pensamento compassi vo e respeito vida ANDRADE Silvana org Vis o Abolicionista tica e Direitos Animais p 123 138 S o Paulo LibraTr s 2010 p 132 BARTLETT Steven J op cit p 51 A titulo de exemplo em rela o aos chipanz s Marc Bekoff citando Jane Goodall e Ray Greek diz que Grande parte da comunica o n o verbal dos chipanz s semelhante nossa Quando eles fazem uma sauda o depois de uma longa aus ncia podem dar beijos abra os ou tapinhas m tuos nas costas Em epis dios de agressividade podem bancar os valent es fazer uma carranca gritar dar socos dar tapas ou chutar Existem liga es fortes e estreitas entre os indiv duos principal mente entre m es e filhotes e entre os filhotes de uma mesma f mea que podem se manter juntos durante toda a vida Eles demonstram que tem emo es claramente semelhantes s que rotulamos de felicidade tristeza raiva e depress o BEKOFF Marc A vida emocional dos animais alegria tristeza e empatia nos animais um estudo cient fico capaz de trans formar a maneira como os vemos e os tratamos Tradu o Denise de C R Delela S o Paulo Cultrix 2010 p 64 GRAMINHANI Marcia Gra a O bem
191. ade para fomentar o prop sito desta lei 1531 c Os termos conservar e conserva o significam o uso e a utiliza o de todos os m todos e procedimentos necess rios para trazer toda esp cie em peri go ou amea ada ao ponto em que as medidas necess rias desta lei n o s o mais necess rias 1532 3 Interesses animais tamb m emergem em outras leis federais Ver Sustein supra citado 11 em 1339 40 a Num senso abstrato esp cie representa informa o gen tica biol gica e ecol gica que os humanos podem achar teis Por m revindica es morais podem dirigir se apenas a entidades de indiv duos vivos Igual mente uma corpora o n o obstante til para organizar as atividades humanas n o possui reivindica o na arena moral Para uma discuss o geral da natureza das corpora es ver Harry G Henn amp John R Ale Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 30 31 32 33 xander Laws of Corporation and Other Business Enterprises 144 52 West 1983 Por m uma corpora o n o uma entidade natural mas sim uma entidade artificial reconhecida e protegida pelo estado que a dota dos mesmos direitos que os indiv duos Richard A Posner Overcoming Law 285 Harvard Univ Press 1955 Como a FIFRA Federal Insecticide Fungicide and Rodenticide Act TSCA Toxic Substance Control Act conhecida como uma lei balanceadora in vocando a linguagem n o confinada do risco irracional
192. ado exclusivamente pelo correio eletr nico para o endere o tagoretrajano gmail com no Assunto fazer refer ncia Revista 3 O trabalho dever ter no m ximo 25 laudas sendo este limi te superado apenas em casos excepcionais Como fonte usar o Times New Roman corpo 12 Os par grafos devem ter entreli nha 1 5 as margens superior e inferior 2 0 cm e as laterais 3 0 cm O tamanho do papel deve ser A4 4 O trabalho dever ser precedido por uma folha na qual cons tar o o t tulo do trabalho o nome e qualifica o do autor ou autores endere o para correspond ncia telefone fax e e mail e autoriza o de publica o 5 As refer ncias bibliogr ficas dever o ser feitas de acordo com a NBR 6023 2000 Norma Brasileira da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT sobrenome do autor em letras mai sculas v rgula nome do autor em letras min sculas ponto t tulo da obra em it lico ponto n mero da edi o a partir da segunda ponto local dois pontos editora n o usar a palavra editora v rgula ano da publica o ponto 6 Os trabalhos dever o ser precedidos por um breve Resumo 10 linhas no m ximo em portugu s e em outra l ngua estrangeira ingl s franc s alem o italiano ou espanhol e de um Sum rio 7 Dever o ser destacadas as palavras chave em portugu s e em outra l ngua estrangeira 8 Todo destaque que se queira dar ao texto impresso deve ser feito com o
193. ais fossem sujeitos legais de cl usulas em um testamento ou fid cia Esta inabilidade de indiv duos de assegurarem o futuro dos seus animais de estima o depois de suas mortes foi tratada pelos peritos da Uniform Trust Act of 2000 com a minuta da se o 408 Sob esta se o um fundo para o cuidado do animal foi especificamente permitido e os ju zes do tribunal est o tamb m autorizados a apontar algu m para refor ar o acordo Uma linguagem similar tem sido tamb m parte da Lei Uniforme de Autentica o do Testamento Dessa forma os animais se tor nam seres relevantes legalizados com rendas e esp lios que de vem ser protegidos e considerados dentro do sistema legal Esta mudan a do estado legal tem ocorrido nas reas legais mais tradicionais de Heran a e Fid cia Al m disso esta mudan a de qualidade diferente dos exemplos anteriores Neste caso a a o do governo n o exigida para reivindicar os interesses de um animal no sistema legal O tribunal tem autoridade de agir em prol dos animais Enquanto a motiva o prim ria pode ter sido em cuidar dos interesses humanos as legislaturas que adotam a Lei Uniforme associados com os estatutos dos estados aparentemente n o tinham qualquer dificuldade com a acomo da o dos animais dentro da comunidade legal existente 4 Reconhecimento de interesses uma nova a o em favor dos animais Os quatro exemplos anteriores mant m a posi o de que os int
194. ais que precisa ser levado em consi dera o neste momento Os animais podem ser divididos em duas r gidas categorias quais sejam aqueles que se encontram sob a posse e controle dos seres humanos animais dom sticos e aqueles que n o est o vida selvagem Este artigo centrou se sobre os animais que se encontram entre n s animais sobre os quais os seres humanos det m responsabilidades Na verdade a a o de dano tratada por este artigo coloca se fora do mbito da posse e do controle Enquanto um tigre em um zool gico comparado a um tigre nas selvas da ndia o contexto n o o mesmo A vida selvagem encontra se em uma matriz diferente da dos animais dom sticos Eles s o um importante componen te dos sistemas ecol gicos de que a Terra formada e em que os seres humanos existem Eles s o nossos irm os e irm s eco l gicos nossos primos gen ticos que vivem ainda sob as regras da evolu o Isso deve dar lugar a uma considera o tica mais complexa Embora sem d vida as a es humanas possam representar um forte impacto na vida selvagem n o fica claro que a an lise deste artigo adequada para promover Os animais selvagens s o capazes de existir plenamente sem o auxilio do homem Eles n o s o propriedade dos humanos A an lise da vida sel vagem mais complexa do que a a o de dano proposta Talvez para a vida selvagem a a o de dano estaria mais voltada a co locar o nus sobre os humanos para
195. al communities for almost 40 years These principles reflect the goal of achieving good scientific results with the least harm to animals Ideally these principles should inform regulation and scientific practice It is helpful to know the origins of the principles and to consider the realities of their current application as well as the implications for their future use These principles are e Replacement seeking to eliminate the need for whole animal experimentation by using non animal models and techniques e Refinement seeking to improve the design and or efficiency of experimentation to eliminate or reduce the distress discomfort or pain experienced by laboratory animals and e Reduction seeking to lower the number of animals necessary to perform an experiment so that the same quality of scientific information can be achieved by using fewer animals The Three Rs are referred to as alternatives in the scientific community and their origins derive from the work of two British scientists William Russell and Rex Burch who wrote The Principles of Humane Experimental Technique in 1959 Their work established the framework for the humane use of animals in science Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL The work of Russell and Burch both follow and precede developments in the moral philosophy relating to human experimentation The most important of these is the Nuremberg Code which adopted guidelines for research
196. am o mesmo destino dos res duos hospitalares Configura se dessa forma que tamb m com os re siduos org nicos oriundos de servi os de controle animal pode se encontrar impropriedades em sua destina o com riscos sa de p blica e impactos ao meio ambiente 3 6 O enfoque tico de Peter Singer Peter Singer fil sofo australiano conhecido por suas id ias sobre tica animal afirma que n o temos o direito de ignorar os interesses dos animais n o humanos tratando os sem qualquer considera o por seu sofrimento ou dor simplesmente em fun o de atender a nossos pr prios interesses ou por n o serem membros da nossa esp cie A dor e o sofrimento s o em si mes mos ruins e devem ser evitados ou minimizados n o importa a ra a O sexo ou a esp cie do ser que sofre Singer ap ia seu discurso tico no princ pio da igual conside ra o de interesses os interesses de cada ser afetado por uma a o devem ser levados em conta e receber o mesmo peso que os interesses semelhantes de qualquer outro ser O argumento que Singer utiliza para estender o princ pio de igualdade para al m da nossa pr pria esp cie simples nossa preocupa o com os outros n o deve depender de quem s o como s o ou das aptid es que possuem e o fato do outro pertencer ra a sexo ou esp cie diferente ter diferente apar ncia ou menor capacidade em algo n o nos d o direito de explor lo ou de colocar seus interesses em segu
197. amb m ocorre que mesmo que o ato desobediente seja mo tivado por raz es religiosas ou morais ainda sim poder ter natureza pol tica Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 321 322 O ato desobediente deve ser o ltimo recurso o derradei ro instrumento de press o por mudan as a ser utilizado Deve acontecer quando se esgotarem todas as outras alternativas es tando os ativistas bastante conscientes da atitude a ser toma da inclusive quanto s consequ ncias que suas a es possam acarretar como as san es penais Isso porque o movimento da desobedi ncia civil n o deixa de atingir a terceiros muitas vezes distantes do problema causando tens es na comunida de Assim importante que o feito da desobedi ncia civil seja plenamente justificada como ultima ratio de modo a se manter a legitimidade das exig ncias para a sociedade conquistando a opini o p blica O ato desobediente em sua ess ncia n o violento A de sobedi ncia civil assim denominada em raz o de n o perder a liga o com a cidadania com o respeito ordem civil jur dica Isso significa que o emprego da viol ncia descaracterizaria o ato por envolver a viola o da liberdade de outros cidad os ultra passando os limites da civilidade A resist ncia pac fica busca atingir seus anseios por meio da conscientiza o da sociedade em atos de car ter p blico mesmo que ilegais S que esta ilega lidade n o se reveste de viol ncia de
198. an ar os animais que n o t m a capacidade de sentir dor pelo que n s entendemos por dor Ademais se o debate se limita a dor pode ria haver in meras interven es humanas tal como sofrimen to morte precoce e desenvolvimento mental limitado os quais n o teriam nenhuma repercuss o na esfera jur dica Da mesma forma se o ponto de partida auto consci ncia consci ncia ha bilidade ling stica ent o aqueles que n o se inserirem no pa dr o n o podem integrar a esfera jur dica n o h raz o para restringir o debate sobre reconhecimento das necessidades dos animais pelo nosso sistema jur dico limitando os par metros iniciais Em vez disso o campo de atua o deveria ser o mais amplo poss vel oferecendo a cada animal a oportunidade de ter o seu pr prio caso A condi o de acesso na esfera jur dica saber se uma enti dade tem interesses Essa no o possui pelo menos duas co nota es Primeiro tanto em homens e cachorros por exemplo um ser pode desejar um objeto ou um resultado que ter um interesse em um carro ou um osso Segundo em humanos e em cachorros o ser possui interesse em viver a vida em um ambiente protegido e sustent vel por exemplo interesse em n o ser mordido e em ter acesso a gua pot vel Esses interesses Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 15 16 nunca ser o especificamente ou conscientemente articulados no c rebro de um individuo atrav s de expe
199. ando lhes sobre o amor incondicional e amenizando os traumas Em outro estudo descobriu se que os animais de estima o eram mais ben ficos para crian as abusadas sexualmente do que os seres huma nos Os pets representam um apoio maior a crian as que precisam superar o div rcio dos pais uma doen a a perda de um membro da fam lia ou de um grande amigo O trabalho de terapia assistida por animais principalmente a que envolve os c es vai buscar o envolvimento emocional do ser humano seja por meio da Atividade Assistida por Animais que consiste na visita o recrea o e distra o por meio do contato dos animais com as pessoas seja por meio da Terapia Assistida por Animais que envolve servi os profissionais da rea m dica e outras Ambas propiciam o desenvolvimento de uma rela o ao pro porem entretenimento oportunidades de motiva o e informa o melhorando a qualidade de vida das pessoas envolvidas na intera o ao proporcionar uma quebra da rotina fria dos hospi tais e institui es Pesquisas afirmam que uma intera o de quinze minutos com o c o estimula uma mudan a hormonal ben fica que ocor re nas endorfinas beta phenilatalamina prolactina dopamina e oxitocina para o humano e para o n o humano deixando os mais felizes e menos estressados na medida em que diminui o cortisol Jerson Dotti destaca os benef cios f sicos da terapia como a estabiliza o da press o arterial o afastamento da
200. anicista do mundo que considera o universo como uma m quina destitu da de qualquer intencionalidade e que serviu para legitimar uma rela o com a natureza altamente predat ria Segundo a ideia de que os ani mais n o tinham alma o que seria uma das principais raz es pe las quais o sentimento de culpa n o acompanha o homem quan do ele tira a vida ou submete um animal a algum sofrimento Para Descartes o universo seria exatamente como uma m quina o que se aplicaria tanto ao corpo humano como ao corpo de um animal A raz o e a linguagem no entanto manifesta es t picas da alma dariam uma dignidade maior esp cie huma na Segundo Descartes os animais n o passavam de aut matos sem nenhuma capacidade de sentir prazer ou dor O som emi tido por um animal em situa o de aparente sofrimento n o se ria diferente do som emitido por um instrumento musical como uma gaita de fole por exemplo Crist o convicto atribuir uma alma aos animais n o humanos para Descartes seria um peca do t o grave quanto negar a exist ncia de Deus Segundo ele os animais n o tinham alma por um motivo muito simples eles n o pensam e o pensamento seria a fun o principal da alma No que toca rela o do homem com o mundo animal o pensamento cartesiano n o encontrou nenhuma resist ncia na Igreja Cat lica O fato de Descartes ter considerado a alma uma caracter stica exclusiva do homem foi de fundamental impor
201. ara assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico 368 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL VII proteger a fauna e a flora vedadas na forma da lei as pr ticas que coloquem em risco sua fun o ecol gica provoquem a extin o de esp cies ou submetam os animais a crueldade grifos nossos N o resta d vida que o desejo do legislador constituinte e da pr pria na o brasileira o de construir uma sociedade li vre justa e solid ria conforme estampado pela pr pria norma constitucional em seu art 3 traduzindo uma vis o de cidada nia fraternal e solid ria Assim que o princ pio da prote o dos animais contra os atos abusivos ou cru is constitui decorr ncia dessa vis o de mundo que privilegia a harmonia a compaix o a justi a em detrimento da for a do dio da brutalidade No que concerne quest o do abuso e crueldade contra os animais n o h como n o constatar que tanto a mens legis como a mens legislatoris presentes no referido art 225 1 VII da Constitui o Federal dizem respeito a quaisquer animais ou seja a inten o foi inequ voca ao proteger amplamente todas as esp cies de animais contra tais condutas O relato de Paulo Nogueira Neto assessor do Deputado Federal F bio Feldmann um dos respons veis diretos pela reda o do Cap tulo VI da Constitui o de 1988 Do Meio Ambiente trazido pela Professora rika Bechara na sua obra A Prote o da Fauna Sob
202. armica Ora a vida humana n o para desfrutar do prazer dos sentidos como os animais Na senda do progresso espiritual preciso contro lar a mente os sentidos o que estranho aos animais incompa t vel com os seus corpos Cultivar consci ncia de Krishna para seres humanos F cil notar que a encarna o da alma segue uma escada E pode haver involu o pode se voltar a degraus mais baixos Encarnar em corpo animal traduz menor grau evolutivo se com parado encarna o como humano sendo certo que h n veis entre os animais Se o homem desenvolve o modo da ignor n cia ap s sua morte ele se degrada a uma forma de vida ani mal Neste aspecto o escalonamento n tido N o toa o Bhagavad gita foi falado por Deus a Arjuna um ser humano isto algu m capaz de compreend lo H uma quest o d bia no pensamento v dico e que denota uma posi o de inferioriza o dos animais O sacrif cio religioso Prabhupada chega a escrever que matar um animal em sacri f cio n o considerado ato de viol ncia Mesmo porque ser bom para o pr prio animal que obter diretamente um corpo humano sem ter que migrar por outras formas de vida Em ou Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL tro trecho Prabhupada reconhece a pol mica sobre o tema H muitas atividades na literatura v dica que s o objeto de contro v rsia Por exemplo afirma se que um animal pode ser morto num sacrif cio
203. as que incumbe ao Poder P blico erradicar Controle de doen as n o se faz sem controle de natalidade Portanto de natureza p blica o interesse em implantar pro gramas de esteriliza o de vacina o em massa e de educa o para a guarda respons vel pois na defesa da sa de p blica que tais campanhas operam ao controlarem a popula o animal O abandono e as zoonoses 4 Da ofensa aos princ pios constitucionais expressos que regem a Administra o P blica Os procedimentos efetivados pelos CCZ s al m de contrariar a legisla o p tria ofendem a in meros princ pios que devem nortear a administra o p blica E tal fato se reveste de extrema gravidade como ensina CELSO ANT NIO BANDEIRA DE MELLO in Curso de Direito Administrativo p 748 S o Paulo editora Malheiros 12 edi o 2000 in verbis Violar um princ pio muito mais grave que transgredir uma norma A desaten o ao princ pio implica ofensa n o apenas a um espec fico mandamento obrigat rio mas a todo o sistema de comandos a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade conforme o escal o do princ pio atingido porque representa insurg ncia contra todo o sistema subvers o de seus valores fundamentais contum lia irremiss vel a seu arcabou o l gico e corros o de sua estrutura mestra Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 147 Por fim conv m lembrar que o artigo 11 da Lei Federal 8 429 de 2 de junho
204. as por medo de serem confrontados por advers rios pol ticos defensores dos direitos animais j que os direitos animais n o s o ainda apoiados pela maioria dos eleitores americanos Outra tens o n o declarada na discuss o p blica foi que os pol ticos n o queriam criticar a ind stria de pesquisa m dica que possui forte apoio pol tico geralmente Ainda foi entendido que a mudan a dos chimpan z s das jaulas dos laborat rios para parques de aposentadoria iria me lhorar significantemente na qualidade de suas vidas Falar sobre isto como justificativa para a nova lei levantaria quest es sobre qual motivo a ind stria de pesquisa m dica acha necess rio manter os chimpanz s em tais condi es de repress o Assim o debate registrado quase silencioso nas motiva es sublinha das pelo Ato Al m do mais o Ato em si n o tem uma linguagem preli minar sugerindo as motiva es para a lei Contudo se n o fosse este o caso havia interesse moral pela situa o cr tica dos chimpanz s da ser Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 57 58 57 58 59 60 61 62 63 dif cil verificar como o projeto de lei teria feito isso atrav s do labirinto do Congresso Manter os termos que est o no original Veja geralmente 42 U S C 8287 3 d 2 1 2000 Deve se notar que as normas ainda t m que ser adotadas Esta posi o teve seus dissidentes A vis o minorit ria que a eutan sia tamb m u
205. as que tomam por base crit rios parciais arbitr rios de diferencia o entre os seres o especismo representa um comportamento parcial que favorece os interesses dos mem bros de uma ou algumas esp cies em detrimento das demais GORDILHO 2008 p 17 poss vel falar se ainda em duas formas distintas de especismo o elitista e o seletista A primeira refere se posi o do homem relativamente s demais esp cies de animais n o humanos a segunda por sua vez trata do pre 268 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL conceito e discrimina o existentes para com determinadas esp cies animais apenas O norte americano Gary Lawrence Francione professor da University of Pennsylvania Law School e autor de obras como Animals as Persons Essays on the Abolition of Animal Exploitation 2008 Introduction to Animal Rights Your Child or the Dog 2000 Rain Without Thunder The Ideology of the Animal Rights Movement 1996 dentre outras identifica uma verdadeira esquizofre nia moral no que concerne ao especismo seletista em raz o do fato de algumas pessoas considerarem determinadas esp cies animais sobretudo dom sticos como membros da fam lia en quanto estas mesmas pessoas n o demonstram a menor preocu pa o ou constrangimento em adquirir e consumir produtos fa bricados a partir da dor sofrimento e morte de outros animais como bois e porcos O especismo por fim pode ser compreendido como um
206. bem pr ximo das atuais demandas de uma sociedade a cada dia mais complexa plural e din mica em um ambiente em que se pre tende a inser o do homem na compreens o do pr prio meio ambiente ecossistema como parte deste biocentrismo Todavia preciso haver cuidado e aten o para o tipo de holismo que se almeja jamais a sobreviv ncia do todo poder suplantar o bem e as necessidades dos indiv duos que o comp e sobretudo dando vaz o formas institucionalizadas de explora o e domina o de uns sobre os outros Nesse contexto a tica hol stica fundada em bases ecofeministas da tica do cuidado est o ainda mais pr ximas e aptas a mais bem compreender e traduzir os anseios deste novo paradigma social filos fico emergente Uma das bases te ricas de Marti Kheel s o as constru es te ricas de Carol Gilligan acerca da tica do cuidado care and em pathy as quais foram bem sintetizadas e examinadas por Elma Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Lourdes Campos Pavone Zoboli em artigo intitulado A redes coberta da tica do cuidado o foco e a nfase nas rela es Em sua obra considerada como um marco significativo e inquestion vel da no o contempor nea de cuidado informa Zoboli Carol Gilligan contrasta a orienta o moral prim ria de me ninos e homens com a de meninas e mulheres assinalando que h ten d ncias de empregar estrat gias diferentes de racioc nio e de aplicar temas e conc
207. ben fica existente hoje na sociedade contem por nea estimula a compaix o e a empatia sentimentos neces s rios ao reconhecimento dos direitos animais e que permitiram o desenvolvimento do dever de guarda respons vel aqueles que fazem parte dessa conviv ncia ainda que seja por meio da legis la o editada para esta finalidade Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 259 REFER NCIAS BARTLETT Steven J Ra zes da resist ncia humana aos direitos dos animais Bloqueios psicol gicos e conceituais Revista Brasileira de Direito Animal Vol 2 n 2 jul dez 2007 Salvador Evolu o 2007 BEKOFF Marc A vida emocional dos animais alegria tristeza e empatia nos animais um estudo cient fico capaz de transformar a maneira como os vemos e os tratamos Tradu o Denise de C R Delela S o Paulo Cultrix 2010 DOTTI Jerson Terapias e animais S o Paulo PC Editorial 2005 LEVAI Laerte Fernando tica Ambiental Bioc ntirca pensa mento compassivo e respeito vida ANDRADE Silvana org Vis o Abolicionista tica e Direitos Animais p 123 138 S o Paulo LibraTr s 2010 GRAMINHANL Marcia Gra a O bem estar dos c es domicilia dos em apartamento Revista Brasileira de Direito Animal Vol 2 n 1 ago 2007 Salvador Evolu o 2006 McGRATH Jane Como funciona a domestica o de animais In http casa hsw uol com br domesticacao de animais htm printable NOBRE Marcos e AMAZONAS Mauricio de Carvalho or
208. bido da imensa responsabilidade de ser o re presentante do Criador na cria o Esta imensa responsabilidade parece traduzir um dever de cuidado de amparo de equil brio Os defensores dos direitos dos animais devem ter muito cui dado ao buscarem integrar a tese dos animais como titulares de direitos e as suas convic es religiosas Isto para n o adotarem o personagem Humpty Dumpty o risco de ler o que se quer esteja escrito e n o o que efetivamente est l o perigo de des considerar que a re constru o atribui o de sentido processo dial gico comunicativo que conserva a possibilidade da obten o de um consenso dentro de uma tradi o e que exatamente por isto reclama fidelidade Como compreender que subjugar e dominar n o possuem o significado lingu stico convencionado Subjugar pelo Dicion rio Houaiss submeter algu m pela for a das armas conquistar ven cer domar dominar reduzir ao estado dom stico Quem subju ga imp e a sua vontade a outro contra a vontade deste outro Subjuga o coa o coer o imposi o O conceito de subju gar nos moldes referenciados n o cuidar zelar amar aco lher respeitar N o posso afirmar isto sob pena de incorporar Humpty Dumpty Tenho todo o direito de sustentar que admitir que os animais possuem direitos caminho para Deus que no plano divino em um lugar ideal de felicidade harmonia bem aventuran a os se Ano 6 VoLume8
209. bilidade se h de decidir pela necessidade de normatividade ulterior de aplica o Jos Afonso da Silva 2008 Os direitos difusos e dos animais devem ser observados luz dos princ pios da prioridade da fundamentalidade da univer salidade e da moralidade Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL De maneira in dita o artigo 225 da Constitui o Federal con sagrou o princ pio da prioridade para defesa do meio ambiente quando instituiu que dever do Estado e da comunidade a de fesa do meio ambiente e dos animais Sendo o meio ambiente de interesse comum da humanidade deve prevalecer sobre os interesses individuais Milar defende que o interesse na prote o do ambiente por ser de natureza p blica deve prevalecer sobre os direitos individuais privados de sorte que sempre que houver d vida sobre a norma a ser aplicada a um caso concreto deve prevalecer aquela que privilegie os interesses da sociedade a dizer in d bio pro ambiente Edis Mil re 2005 Do princ pio da fundamentalidade porque a Constitui o estabeleceu um mandamento em defesa dos animais ele insti tuiu um direito que se incorpora ao patrim nio jur dico da cida dania e n o pode ser suprimido Os direitos sociais tamb m se incluem nas cl usulas p treas conforme j explanado Do princ pio da universalidade por tratar se de direitos re conhecidos em v rios tratados internacionais e porque inde pendentemente de existi
210. bjetivo claro de denunciar a injusti a da inexist ncia de uma prote o legal efe tiva a seres sencientes que s o diariamente mortos aos milhares para satisfazer o prazer gastron mico dos animais humanos O grupo inicia a sua atividade Ap s algumas horas a pol cia chega ao local da manifesta o e com base na alega o de pr ti ca de perturba o do sossego alheio uma contraven o penal art 42 do decreto lei n 3688 1941 ordena que os ativistas en cerrem seu ato Os desobedientes decidem n o faz lo visto ser necess ria a atua o em um local que comercialize a carne para que a mensagem em defesa dos animais seja transmitida Frente nega o em obedecer ordem policial tamb m uma pr tica criminosa prevista no C digo Penal brasileiro no seu artigo 330 Os ativistas s o detidos e sem uma maior resist ncia s o leva dos para a delegacia Ainda pode se imaginar uma situa o em que ativistas em defesa do direito animal invadem um matadouro ou uma fazen da industrial E mais acampam no local mantendo a manifesta o por dias Da mesma forma podem ser detidos levados para a delegacia e processados pelo crime de viola o de domic lio artigo 150 do C digo Penal Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 325 326 Entrar ou permanecer clandestina ou astuciosamente ou contra a vontade expressa ou t cita de quem de direito em casa alheia ou em suas depend ncias 4 A express o
211. bras Palavras atribu das a Deus Eis aqui o que tu deves fazer para me sagrares em sa cerdotes a Aar o e seus filhos Toma do rebanho um novilho e dois carneiros que n o sejam malhados trar s o novilho a entrada do tabern culo do testemunho e Aar o e seus filhos por o as suas m os sobre a cabe a deles e tu o sacrificar s diante do Senhor entrada do tabern culo do testemunho Tomar s do sangue do novilho e com o teu dedo por s sobre os cornos do altar e o resto do sangue derram lo s ao p do mesmo al tar Depois far o carneiro em peda os e lavados os intesti nos e os p s p lo s sobre estes peda os cortados da sua carne 172 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e sobre a sua cabe a tomar s a gordura do carneiro a sua cauda a gordura que cobre as entranhas o redenho do f gado os dois rins e a gordura que est por cima e a esp dua direita Eis aqui o que tu far s sobre o altar Sacrificar s cada dia sem falta dois cordeiros dum ano Marque se que Deus n o aceita sacrif cios de animais defeituosos cegos aleijados com doen as Um fato curioso o dil vio Deus desiludido com a huma nidade arrependido de ter criado o homem no mundo lan a o dil vio estendendo a Sua vingan a sobre todos os animais salvo aqueles que junto com No e sua familia entraram na arca Ora bem se o pecado do homem se a culpa humana por qual raz o bas
212. cance do m todo baseado na captura seguida de morte Quais os objetivos visados pelas Municipalidades ao insistir em adotar procedimentos j tidos por ineficientes pela OMS 5 2 Do Princ pio da Razoabilidade Impl cito na Constitui o da Rep blica mas expl cito na Constitui o Estadual Paulista em seu artigo 111 o princ pio da razoabilidade imp e limita es discricionariedade admi nistrativa Como j sustentamos quanto finalidade da norma n o res ta Administra o nenhuma discricionariedade incumbindo lhe fiel obedi ncia ao comando legal A raz o de invocarmos tal princ pio est no limite que ele imp e quanto escolha dos meios para se atingir a finalidade da norma que devem ser com pat veis e adequados consecu o da finalidade tra ada pela norma Ao insistir em m todo da captura que j se sabe incapaz de satisfazer o prop sito da lei que o de controlar as doen as frustra se a finalidade postulada pela norma o que equivale a desatend la Tal princ pio exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administra o e os fins que ela deve alcan ar N o h como sustentar a razoabilidade de uma matan a que n o atende a crit rios legais ou cient ficos baseada no s fato de o animal pertencer ou n o a algu m j que animais resgata dos pelo propriet rio ou adotados n o s o eliminados Tal meio n o proporcional ao fim que se deve alcan ar uma vez que a
213. cas ao contr rio de outras transgress es Assim por se revestir de um car ter transforma dor da lei a desobedi ncia civil deve ser encarada como um ins trumento inovador e n o destruidor Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 319 320 Professor Heron Santana Gordilho em palestra proferida na PUC do Rio de Janeiro ensina que a desobedi ncia civil difere do protesto por a o exemplar como a greve de fome e o suici dio coletivo porque neste os atos n o s o ilegais Aduz que os desobedientes atuam com objetivo de contrariar a lei um ato ou costume mas est o dispostos a aceitar a penalidade consequen te Assim imprescind vel a ostensividade da vincula o entre seus atos e a raz o moral que os leva a execut los Desta forma a desobedi ncia civil pode ser indireta ou seja a a o desobediente pode processar se de maneira a evidenciar que o objetivo contrariar uma lei ou costume da sociedade sem no entanto atingir diretamente o seu alvo de protesto Hannah Arendt entende ser desobedi ncia civil indireta quan do o contestador viola leis sem no entanto ach las pass veis de obje o em si mas para contestar regulamentos injustos ou decretos e pol tica do governo assim que atuam os ativistas pr direito animal Quando realizam manifesta es em estabelecimentos fast food que ex ploram e lucram com a venda da carne estes cidad os n o est o propriamente impedindo o h bito alimentar carn
214. ce The Failure of the Three R s and the Future of Animal Experimentation 2006 U Chi Legal F 195 em 105 214 citando HSUS Overview of the Issues disponivel em http www hsus org web files PDF ARI Overview_of_the_Issues pdf ultima visita 27 Nov 2009 Orlans FB Data on Animal Experimentation in the United States What They Do and Do Not Show 37 2 Perspective Biology and Med 217 218 1994 notando que o AWA nao se aplica a camundongos ratos e passados o que da entre 80 90 de todos os animais usados em experimentos Francione Introduction to Animal Rights em 34 O Ato de Bem Estar Animal nao cobre ratos e camundongos os quais de acordo com o governo federal representam aproximadamente 90 dos animais utilizados Ver 9 CFR 2 31 a qualquer institui o que conduza pesquisa em animais deve estabelecer um IACUC internacional para supervisionar e avaliar todos os aspectos de cuidados com animais e programa de uso da institui o Por exemplo pelo menos a cada seis meses o IACUC deve avaliar os pa dr es da institui o para tratamento humano de animais e inspecionar as instala es animais da institui o Id at 82 31 c M todos de experi menta o devem minimizar qualquer desconforto ang stia e dor que animais possam enfrentar Id at 2 13 d 1 i O investigador principal pode demonstrar que nenhum outro processo alternativo era poss vel quando um experimento pode causar mais do
215. ceita o da pos sibilidade de que um cidad o est correto ao contrariar uma lei ato ou costume que considere injusto Se o desobediente foi con siderado digno ao contrariar uma norma que considerava ilegal por que n o considerar suas raz es no momento em que o que se decide a sua puni o Conclui se que o Estado pode abster se de punir os desobe dientes quando praticam um ato il cito motivados por raz es morais baseados em um direito leg timo como s o os direitos dos animais vida liberdade e integridade f sica E o Estado pode fundamentar esta absten o na diferen a entre os crimes de consci ncia e os crimes comuns 6 Crime comum e crime de consci ncia A desobedi ncia civil n o foi assim denominada de forma aleat ria civil porque decorre de um ato civil um ato con dizente com a constru o de civilidade E por este motivo que sustenta se neste exame que um ato considerado como crime porque assim tipificado na legisla o penal vigente quando re alizado sobre a gide da desobedi ncia civil perde o seu car ter de il cito Concorda Nelson Nery ao afirmar que a qualidade de civil atribu da desqualifica o ato desobediente como uma simples infra o criminal Ainda mais torna este comportamen Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL to do cidad o um instrumento de exerc cio da cidadania um dos pilares b sicos do Estado democr tico Outro ponto a ser cuidadosamente considerado o
216. cidir por crit rio leigo quando h crit rio t cnico solucionando o assunto O que pode haver op o da Administra o por uma alternativa t cnica quando v rias lhe s o apresentadas como aptas para solucionar o caso em exame 4 3 Do Princ pio da Moralidade Como ensina CELSO ANT NIO BANDEIRA DE MELLO in Curso de Direito Administrativo p 89 S o Paulo edi tora Malheiros 12 edi o 1999 ao se referir ao princ pio da moralidade De acordo com ele a Administra o e seus agentes t m de atuar na conformidade de princ pios ticos Viol los implicar viola o ao Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 149 150 pr prio Direito configurando ilicitude que assujeita a conduta viciada invalida o porquanto tal princ pio assumiu foros de pauta jur dica na conformidade do art 37 da Constitui o A pol tica de sa de p blica adotada pelas municipalidades no tocante ao controle de zoonoses a do descaso pela vida tanto humana quanto animal Relegando qualquer obriga o moral diante de seres vivos as municipalidades capturam e ma tam os animais que permitiram nascer na mais completa aus n cia de crit rio ou controle n o importando se o animal ou n o nocivo sa de p blica Os CCZ s atuam sem qualquer funda mento tico t cnico ou econ mico invocando recomenda es da Organiza o Mundial de Sa de ultrapassadas h mais de dez anos para acobertar a arbitr ria pol tica d
217. cilmente Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 31 32 satisfeitos Os interesses fundamentais de JoJo est o claramen te em risco nenhuma socializa o nem exerc cio f sico nem melhora no ambiente falta de comida adequada e n tido abuso psicol gico Ele basicamente um trof u vivo para Big Jones Consequentemente o tribunal mudar para o terceiro elemen to se os interesses de JoJo sobrepesam substancialmente os in teresses de Big Jones Os interesses de Big Jones s o pessoais ele tem um investimento financeiro modesto no animal e ele se sente importante como o centro de aten o em sua comunidade de amigos Isso o faz sentir se especial promovendo parte de sua pr pria identidade e auto estima Os interesses de Big Jones podem ser preenchidos por outros meios e n o justificam este grau de interfer ncia com os interesses fundamentais de JoJo O interesse de propriedade em JoJo n o uma defesa O tribunal pode querer proibir a posse de JoJo por Big Jones Devido ao dano causado por Jones o tribunal poderia aplicar indeniza o ou exigir transfer ncia de JoJo para um terceiro indiv duo sem compensa o N 3 Como um exemplo final considerar JoJo tendo morado por vinte anos em um laborat rio institucional na Universidade Big em uma jaula com as exig ncias do A W A em dimens es f sicas Contudo ele nunca v a luz natural do sol ou sente o toque de outro chimpanz ou ser humano ou outros a n o
218. co conforme asseverou Albino J Belotto coordena dor do Programa de Sa de P blica Veterin ria da Organiza o Pan Americana de Sa de OPAS OMS Washington D C USA em palestra intitulada Situa o Epidemiol gica da Raiva Panorama Mundial ministrada em simp sio internacional so Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 139 140 bre Controle de Zoonoses e as Intera es Homem Animal conforme consta dos anais p 26 A principal a o de controle da raiva urbana em todo o mundo tem sido a vacina o de c es Essa uma estrat gia mundialmente aceita e de efic cia indiscut vel Alguns pa ses colocam muita nfase na captura e na elimina o de c es Essa estrat gia utilizada de forma isolada apresenta resultados limitados e dif cil de ser mantida a longo prazo pelo alto custo e pela n o aceita o social embora num primeiro momento possa se ter um efeito r pido A vacina o sistem tica de c es nas reas de risco o controle populacional por meio da captura e esteriliza o aliados educa o para a posse respons vel de animais s o as estrat gias aceitas mundialmente com diferentes n veis de implementa o para cada regi o do mundo O palestrante citou v rios exemplos de pa ses que reduziram drasticamente a incid ncia da raiva humana e canina unicamen te com a vacina o como a China Sri Lanka Tun sia dentre O M xico um pa s que obteve grande sucesso no controle
219. como desobedi ncia civil onde o termo civil serve para demonstrar que o reconhecimento da supremacia do Estado e a observ ncia da ordem jur dica s o pressupostos para a sua legitimidade Hannah Arendt afirma que a desobedi ncia civil assoma quando um grupo numeroso de cidad os se convence de que as vias utilizadas para alcan ar as mudan as n o funcionam de forma que as queixas n o s o consideradas ou ainda quando se est no momento eminente de transforma es mas o governo atua de forma tal que a legitimidade e constitucionalidade s o pass veis de desconfian a Observa a autora alem que a deso bedi ncia civil serve tanto para pressionar por mudan as na le gisla o como para preservar ou restaurar direitos j dispostos em leis positivadas e que est o sendo violados ou perdidos A desobedi ncia civil antes de tudo um instrumento de luta Como visto se explica na resist ncia a leis atos ou costu mes que invadem direitos de minorias ou na demonstra o da exist ncia de lacunas na defesa destes mesmos direitos Dessa forma conceitua Norberto Bobbio Para o jurista italiano a desobedi ncia civil uma forma par ticular de desobedi ncia porque carrega o objetivo imediato de demonstrar publicamente a injusti a da lei e o fim mediato de provocar o legislador a introduzir mudan as Por este fato justificada por seus atuantes como l cita e obrigat ria devendo ser tolerada pelas autoridades p bli
220. condi o ou mesmo ao seu sofrimento frieza rudeza crueldade e at mesmo negar sua exist ncia ou valor Em considera o manuten o da sa de f sica e ps quica do m dico veterin rio o Conselho Federal de Medicina Veterin ria em sua Resolu o n 714 2002 artigo 3 inciso III recomenda que se fa a um rod zio profissional quando houver rotina de proce dimentos de eutan sia com a finalidade de evitar o desgaste emocional decorrente destes procedimentos 3 4 O enfoque econ mico Ainda quando confrontados com informes provenientes de diversas fontes inclusive da OMS que indicam que necess rio substituir o m todo de captura e sacrif cio de c es por um programa preventivo para o alcance de resultados eficazes de controle animal muitas autoridades optam por permanecer com a pr tica antiga alegando o fator econ mico Um programa preventivo envolve custos com cirurgias de esteriliza o mate rial e pessoal capacitado para um projeto educativo a monta gem de um sistema de registro e identifica o e outras medidas No entanto quando se contabilizam os custos com a captura transporte manuten o e sacrif cio dos animais nos canis muni cipais somados aos gastos com acidentes de tr nsito mordedu ras zoonoses e outros agravos a proposta de manter programas ineficazes se apresenta como falsa economia Considere se tamb m que com pr tica e um bom planeja mento poss vel aumentar si
221. considera o moral ressalta se inclusive a alegoria crist de que o homem feito imagem e semelhan a de Deus estaria mais pr ximo deste e acima dos demais seres tendo sido este o argumento que tamb m respal dava a id ia de que a Terra morada do homem seria o centro do Universo e n o o Sol como defendeu Cop rnico Com o advento da modernidade e o resgate do humanismo renascentis ta o antropocentrismo em oposi o ao teocentrismo da Idade M dia torna se o paradigma regente e o homem retorna ao cen tro axiol gico do universo moral embora tal n o constitua ne nhuma mudan a significativa em rela o s posi es anterior mente tratadas O que interessa para n s com o advento da Modernidade da Revolu o Cient fica afora o que j foi discutido e poste riormente do Iluminismo s o algumas novas nuances da dife rencia o entre homens e animais n o humanos irracionais que repercutir o no modelo do contratualismo e por conseguinte tamb m no Direito Sen o vejamos A Revolu o Cient fica do s c XVI e os fil sofos modernos que a vivenciaram teoricamente estabeleceram a pr pria ci ncia e a raz o sobretudo ap s o Iluminismo como base e funda mento do humanismo n o mais a religi o ou a filosofia Francis Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 271 272 Bacon criticava a vida contemplativa de Arist teles sendo que o saber para este fil sofo representaria o meio seguro de domi
222. contempor neo do referido movimento No entanto h tamb m quem retifique esta an lise Gary Francione p ex ao asseverar que Singer reivindica muito mais para os animais n o humanos do que uma melhoria em suas condi es de vida ou um tratamento humanit rio mas status moral aut nomo fundado em igualdade de condi es quanto aos seus interesses b sicos 2 3 Abolicionismo Tom Regan Outro movimento ou corrente que tem como objetivo preci puo a defesa dos interesses e direitos dos animais n o humanos o abolicionismo animal Este movimento vai al m a ponto de mui tos autores afirmarem que tais movimentos chegam a contrapor se no planto te rico do que pretendem os libert rios Aqui se reivindica o fim a aboli o completo e imediato da explora o animal independentemente das consequ ncias que esta atitude radical venha a originar afinal os interesses vitais destes seres sobrep em se a qualquer rela o de custo benef cio O fil sofo norte americano e professor da Universidade Estadual da Carolina do Norte Tom Regan representa o prin cipal te rico expositor e defensor do abolicionismo clamando pela cessa o total da utiliza o morte de animais pela ci ncia agropecu ria comercial ca a esportiva ou comercial Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Nessa concep o a justi a ou injusti a de uma a o n o deve ser julgada apenas pelos efeitos ben ficos que ela possa produzir para a comuni
223. contestado construiu ele arcabou os espirituais religiosos como fuga in suport vel no o de que a sua vida e todo o mais ef mero ir terminar desembocar no nada no vazio por demais sabido como arqu tipos religiosos a imensa maioria serviram para jus tificar a ascens o poder controle de uns autoridades interme di rios entre o divino e a humanidade enviados investidos por Deus sobre outros humanos E deuses inimigos guerrearam em campos de batalhas humanos Ou ainda o mesmo Deus aben oou ex rcitos advers rios agora prontos para se digladiar Foi dito que a mulher n o tinha alma que o negro e o ndio tamb m n o Que o diferente b rbaro herege mpio Que a mulher por natureza dada a frivolidades lux ria ao peca do grave ou a pior tenta o ao homem este sim vocacionado raz o ci ncia religi o retid o Que a alma que encarna em corpo de mulher menos desenvolvida que a alma que encar Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL na em corpo masculino Os postos mais elevados na hierarquia institucional religiosa foram e permanecem sendo via de regra interditados s mulheres Elas normalmente n o fazem sacra mentos n o rezam missa n o s o l deres do mais alto escal o ocupam posi o subalterna aos homens As mais proeminentes personalidades religiosas foram ou s o homens O pr prio Deus muitas vezes representado em figura masculina o Pai A di
224. contram neste instrumento o nico meio efetivo para demonstrar a viola o aos seus direitos e a necessidade de mudan as para o alcance do equil brio social e da dignidade A desobedi ncia civil no processo hist rico da humanidade serviu de canal para a concretiza o de direitos tais como os di reitos civis dos negros norte americanos na d cada de 50 Neste momento atual serve tamb m para a reivindica o de prote o e justi a para um ente imprescind vel para a sobreviv ncia hu mana o meio ambiente A mudan a do paradigma antropoc n trico para o bioc ntrico motivado pela preocupa o moderna em equilibrar o consumo humano com os limites impostos pelos recursos naturais significou o reconhecimento de que a nature za tem um fim em si mesma n o sendo meramente uma m qui na constru da para benef cio do homem Frente a este panorama em que se considera o meio ambiente como um organismo vivo e necessitado de prote o encontra se um nicho especial os direitos dos animais Com efeito estes seres foram relegados a meros objetos da explora o humana sendo utilizados para alimenta o para vestu rio como instru mentos de trabalho e at mesmo para entretenimento Foram e s o submetidos a um tratamento cruel na medida em que t m sua vida liberdade e integridade f sica violadas Feitas estas considera es iniciais chega se ao objetivo do presente trabalho que analisar a desobedi ncia civil na defes
225. d Reg 48 548 25 de setembro de 1991 Ver Jared des Rosiers nota The Exemption Process under the Endangered Species Act How the God Squad Works and Why 66 Notre Dame L Rev 825 1991 Exceto como provido no par grafo 2 desta subsess o qualquer pessoa pode iniciar um processo judicial em seu pr prio nome A para impor qualquer um incluindo os Estados Unidos ou ag ncia governamental em que se alegue viola o de qualquer provis o das regula es deste cap tulo Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 53 54 38 16 U S C 1540 g 1 A 2000 Para exemplo de parte privada proces sando outra parte privada para a prote o dos interesses das esp cies ver Salm es de Coho vs Pacific Lumber Coho Salmon vs Pacific Lumber Company 61 F Supp 2d 1001 N D Cal 1999 As opera es madeirei ras da Pacific Lumber estava poluindo os rios utilizados pelos salm es em perigo Id Em 1005 4 405 U S 727 1972 35 Sierra Club vs Morton 405 U S 727 741 52 1972 Christopher D Stone Should the Trees Have Standing Toward Legal Rights for Natural Objects 45 Cal L Rev 540 1972 subsequentemente incorpo rado no livro Christopher D Stone Should the Trees Have Standing And Other Essays on Law Morals and the Environment 1996 7 Ver genericamente David Favre amp Vivien Tsang The Development of Anti Cruelty Laws During the 1800 s 1993 Det C L Rev 1 Um exemplo de um estatuto que reflete o e
226. d ncia do caso ser considerada mais relevante vez que o indiv duo que tem planos para o porvir perde mais com a morte do que outro ser que n o os tem ganha especial relevo que o ser humano planeja n o apenas para esta vida mas tamb m para al m desta exist ncia ele projeta para depois da morte f sica De toda maneira pesquisas recentes Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 219 demonstraram que animais possuem sim no o de futuro fazendo pro je o ademais de uma mem ria do passado 6 Em outra narrativa Santo Ant nio aceitou o desafio lan ado por ho mem que disse que acreditaria estar Cristo realmente presenta na h stia se o seu jumento ajoelhasse diante dela O animal foi deixado tr s dias sem comer Colocado perante um prato de comida e a h stia o animal deixando o prato de refei o apesar da fome se curvou h stia Bem nesta hip tese o animal tinha consci ncia do significado da h stia Ani mal religioso u7 Cit p 86 u8 Atribuido a Tolstoi Recebido em 05 de outubro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 220 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O PRINC PIO DA IGUALDADE NA RELA O DO HOMEM COM OS ANIMAIS Raul Tavares Resumo O presente artigo trata de um estudo sobre a aplica o do princ pio da igualdade na rela o do homem com os animais n o humanos luz de interesses fundamentais como o interesse vida e ao n o sofrimento Inicialmente faz se uma exposi
227. da raiva nesta d cada Em 1990 registrou se no pais 60 casos de raiva humana Para um quadro de 7 milh es de c es vacinados no mesmo ano registrou se cerca de 6 a 7 mil casos de raiva canina Em 2000 eles vacinaram 14 milh es de c es e a raiva canina baixou para menos de 200 casos Houve apenas dois casos de raiva humana sendo que nenhum deles transmitido por c o Quando se aplicam as medidas no pa s inteiro como no caso do M xico com 100 milh es de habitantes se observa o resultado positivo num curto espa o de tempo E assim conclui O conceito esse se vacinar controla A nossa conclus o a de que raiva humana transmitida por c o falta de vontade pol tica falta de compromisso com a sa de p blica porque realmente n s temos muitos problemas de dif cil solu o mas a raiva canina n o Temos que lidar com outras formas de raiva por animais silvestres que s o muito mais dif ceis de controlar s o quase acidentes Mas no que se refere raiva canina n s temos todas as informa es dispon veis a tecnologia o conhecimento epidemiol gico t cnico e cient fico para Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL eliminar esse problema como demonstra a experi ncia em diversas partes do mundo A pol tica de sa de p blica atualmente adotada al m de n o controlar as doen as zoon ticas de forma eficaz ainda as disse mina o que se verifica nos pr prios m todos de captura em que os animais s
228. dade pois nesse caso aquele que sofre diretamente a a o passa a ser um mero instrumento a servi o dos demais Mesmo que uma a o seja ben fica para os outros se ela atinge a esfera dos direitos fundamentais de um indiv duo ela n o pode ser justificada Fazendo uso da tradicional distin o dos fil sofos morais entre deveres diretos e indiretos Regan reivindica a extens o aos animais do princ pio tico de respeito ao valor inerente dos indiv duos pois assim como n s eles desejam uma vida boa consubstanciada 1 na persegui o e obten o de suas prefer ncias 2 na satisfa o em perseguir e obter aquilo que preferem e 3 na certeza de que aquilo que perseguem do seu interesse GORDILHO 2008 p 71 Al m de pleitear o respeito ao valor inerente a cada animal inclusive os tidos como irracionais Tom Regan estabelece outro importante pressuposto a ser considerado a no o de sujeito de uma vida em substitui o ao conceito de pessoa estabelecido por Kant e utilizado desde ent o como um dos referenciais pilares da moralidade o fundamento deste conceito encontra se no fato de que muitas esp cies para al m da consci ncia prim ria dos sentidos s o capazes de desenvolver cren as desejos per cep es mem rias senso de futuro vida emocional sentimen tos de prazer e dor prefer ncias interesses de bem estar habili dades para iniciar a es na busca da realiza o dos seus desejos e metas
229. dades e interesses da comunidade SALT supra nota 3 em 22 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 83 84 85 86 87 88 Como na situa o de uma liberta o sob fian a onde um fiador queixoso tem o dever de mostrar neglig ncia da parte do fiador acusado desde que o acusado tenha as melhores informa es sobre o que aconteceu com o item da fian a a amostra do queixoso prima face e a expectativa de que o acusado ir positivamente defender com mais informa o do que o queixoso pode ter possu do Veja Gebert v Yank 218 Cal Rptr 585 Cal Ct App 1985 Merecer um tratamento moral equitativo uma premissa que os ani mais trazem dentro de nossa comunidade jur dica Se a sociedade n o aceitar esta premissa de que os animais merecem um tratamento justo quando est o dentro de controle humano ent o a sociedade n o aceita a adequa o desta proposta de delito 86 Bueckner v Hamel 886 S W 2d 368 377 Tex Ct App 1994 An dell J concordantes por causa das caracter sticas dos animais em geral e dos animais dom sticos em particular considero que eles per tencem a uma nica categoria de propriedade que nem na lei nem na jurisprud ncia ainda n o foi reconhecido Como a lei uma constru o humana e n o caracter sticas inerentes de objetos f sicos h sempre espa o para a inova o conceitual Uma das premissas para o nosso novo paradigma de propriedade a de que
230. das as flagrantes inconstitucionalidades per petradas pelo PL n 4 548 98 mais uma acrescida a lista a infring ncia ao princ pio da veda o de retrocesso s cio am biental Deveras o projeto de lei em pauta regride a um est gio anterior de concretiza o em rela o ao patamar de patroc nio j alcan ado Retirar os animais dom sticos ou domesticados de um grau de arrimo que j possuem significa regress o o que constitucionalmente interdito fazer 5 A desavergonhada e inconstitucional fundamenta o do PL n 4 548 98 H um dado que espanta e soaria incr vel caso n o se pu desse verificar a raz o alegada para a aprova o do projeto de lei em causa Sem pudor ao menos aqui sem tergiversar a motiva o do PL n 4 548 98 como registrado impedir que a lei venha a vulnerar tradi es ou constranger atividades que se revestem de ineg vel relev ncia econ mica tais como vaqueja da cavalhada rodeios etc conquanto em detrimento do bem estar dos animais Repare se bem o projeto de lei admite que pr ticas como a vaquejada cavalhada e rodeios importam em abuso maus tra tos ferimentos e ou mutila es dos animais instrumentalizados Acontece que como se sabe os animais que tomam parte nes tas atividades s o precisamente os dom sticos e domesticados como bovinos e equinos Diante da viol ncia contra animais dom sticos domesticados perpetrada nos referidos eventos j de muit
231. de 1992 considera ato de improbidade adminis trativa qualquer atentado aos princ pios que devem nortear a administra o p blica A Constitui o da Rep blica em seu artigo 37 traz princ pios que devem pautar a conduta da administra o p blica na conse cu o dos seus objetivos e que s o de observ ncia obrigat ria Art 37 A administra o p blica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios obedecer aos princ pios da legalidade impessoalidade moralidade publicidade e efici ncia 4 1 Do Princ pio da Legalidade Enquanto ao particular l cito fazer tudo o que a lei n o veda administra o p blica s permitido fazer o que a lei autoriza a observ ncia da legalidade que a Constitui o da Rep blica no caput de seu artigo 37 traz como princ pio limitador da ativi dade administrativa Da atual legisla o ambiental n o se pode extrair permiss o para a matan a de animais n o nocivos sa de ou seguran a da sociedade nem para qualquer ato ofensivo ao bem estar animal o que torna os procedimentos adotados pelos CCZ s inconstitucionais tamb m por inobserv ncia do princ pio da legalidade 4 2 Do Princ pio da Efici ncia A Emenda Constitucional n 19 98 acrescentou aos princi pios expressos da administra o p blica o princ pio da efici n cia que imp e a utiliza o adequada e racional dos meios d
232. decorr ncia de uma preocupa o com determinada esp cie ou com o ecossistema meio ambiente ou outro bem jur dico categoria abstrata mas como fruto de uma real e concreta preo cupa o como um cuidado porque n o dizer maternal relativa mente a cada um dos animais em quest o Ecofeminist philosophy as I conceive it propose an alternative understanding of caring that affirms the integrity of individual other than human animals both domestic and wild It begins with the simple observation that other animals are individual beings with feelings needs and desires Nature philosophies can then be evaluated for their capacity to incorporate this awareness Whennature ethicists underline the importance of caring for nature it is helpful to ask who is the recipient of care Are individual beings included in their concept of nature or only larger wholes Similarly when people call for saving tigers and lions do they mean individual beings or only species The philosopher Margaret Urban Walker also suggests that we evaluate moral values by asking Who s kept quiet and What s left out in the telling of lives These are important questions for assessing our interactions with nature KHEEL 2008 p 227 grifo nosso A forma como esta preocupa o ou cuidado se manifesta atrav s de um conjunto de pequenos atos de aten o individua Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 287 288 lizada para com os
233. direito vida dos animais REGAN Tom Do animals have a right to life Dispon vel em lt http www animal rights library com texts m regan01 pdf gt Acesso em 28 jun 2010 p 3 H aqui dois interesses em conflito o interesse vida animal e os interesses gastron micos do homem SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camargo 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 80 SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camargo 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 81 Singer tica pr tica p 100 Ed 2006 O utilitarismo se divide em duas correntes o cl ssico e o preferencial O utilitarismo cl ssico criado por Jeremy Bentham e posteriormente aperfei oado por John Stuart Mill julga as a es pela sua capacidade de intensificar o prazer ou mitigar o sofrimento O utilitarismo preferen cial por sua vez leva em considera o as prefer ncias ou os interesses do grupo afetado SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camar go 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 143 REGAN Tom Do animals have a right to life Dispon vel em lt http www animal rights library com texts m regan01 pdf gt Acesso em 28 jun 2010 p 4 SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camar go 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 p 116 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 201
234. do o dos Tr s Rs nas pol ticas cienti ficas e regulat rias ir o estimular o desenvolvimento de novos m todos cient ficos reduzindo o n mero de animais usados em testes e alcan ando maiores prote es para aqueles que s o usados Contudo os Tr s Rs n o completam o objetivo de alcan car complete considera o moral para animais como cobaias Os Tr s Rs tem algumas limita es Mais importante talvez os Tr s Rs n o permitem por eles mesmos desafios para o objetivo do experimento Eles n o pro v em um m todo para determinar se o experimento socialmen te ou cientificamente necess rio Adicionalmente aplica es aos Tr s Rs para novas e emergentes tecnologias s o obscuras Muitos novos m todos de testes ser o primeiramente testados em animais Este o m todo de valida o que n s estamos mais acostumados e ser o meio que novos protocolos de testes re ceber o aprova o Al m disso mesmo em testes in vitro pode se utilizar c lulas animais em processo de cultura E claro o principio dos Tr s Rs n o contestam a presun o de que apropriado para humanos determinar quando e como utilizar animais em pesquisas Embora os Tr s Rs sugiram mais Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 103 cuidado a ser tomado na pr tica de pesquisas em animais ele um principio que refor ar este privilegio humano Ele n o permite a considera o de que qualquer animal n o importan do seu n vel de s
235. do a vida de um animal causamos f ria somente ao seu dono Deus estaria assim de olhos fechados para a vida e sofrimento animal Arist teles disc pulo de Plat o e considerado um dos maio res pensadores de todos os tempos reconhecia a natureza ani mal do homem mas tamb m enxergava a raz o como um atri buto exclusivamente humano Para ele a felicidade estava na virtude e na vida contemplativa o que seria imposs vel para um simples animal Defensor da escravid o natural e da supe rioridade do homem sobre a mulher Arist teles acreditava na exist ncia de tr s tipos de almas a vegetativa a sensitiva e a intelectual Enquanto os vegetais teriam apenas uma alma vege tativa respons vel pela nutri o e pelo crescimento os animais teriam tamb m uma alma sensitiva respons vel pela percep o e somente o homem teria uma alma intelectual respons vel pela linguagem e pelo senso de justi a Apesar de reconhecer que os animais tinham capacidade de sentir prazer ou dor e tamb m de expressar esses sentimentos atrav s da voz Arist teles n o considerava a senci ncia um atri buto t o relevante a ponto de conceder um valor moral aos ani mais n o humanos A exist ncia animal em Arist teles s tinha sentido na sua rela o com a exist ncia humana Assim como a alma reina sobre o corpo o homem deveria reinar sobre os es cravos e animais e mesmo os animais dom sticos de natureza superior estariam em melhor cond
236. do Ambiente p 113 S o Paulo editora Revista dos Tribunais 2001 N o dado assim ao Poder P blico menos ainda aos particulares transigir em mat ria ambiental apelando para uma disponibilidade imposs vel Ao contr rio se a defesa do meio ambiente um dever precipuamente do Estado que s existe para prover as necessidades vitais da comunidade torna se poss vel exigir coativamente at e inclusive pela via judicial de todos os entes federados o cumprimento efetivo de suas tarefas na prote o do meio ambiente Decorre da que a Administra o P blica n o tem disponibi lidade sobre os interesses qualificados como ambientais de na tureza difusa e indispon vel administra o incumbe apenas cuid los o que definitivamente n o vem ocorrendo uma vez Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 153 que os animais s o maltratados e mortos como se deles a admi nistra o pudesse dispor ao seu alvedrio 5 4 Do Principio da Motiva o Tal princ pio traduz se no dever da administra o de justifi car seus atos apontando lhes as raz es de fato e de direito que os autorizam Como j foi demonstrado a elimina o de animais n o encon tra respaldo t cnico por n o se prestar ao controle da popula o animal e das zoonoses pelo que o ato carece de motiva o Nem se diga que os atos em comento s o vinculados deven do os agentes da sa de p blica atuar em conson ncia com even tual lei munici
237. do m todo pela l gica determinista mecanicista representada pela busca por leis gerais e universais que regem as rela es do homem com a natureza e os mecanismos desta e verdades absolutas incontest veis compro v veis atrav s da evid ncia ou dogmas e axiomas pela epistemologia monocultural que nega a diversidade pela fragmenta o e compar timenta o do saber em ramos espec ficos e isolados entre si cada vez mais especializados e pelo m todo t cnico jur dico ou l gico abstrato l gico formal aplicado especificamente ao Direito Sob esta ltima tica racionalista cartesiana l gico abstrata e deduti va construiu se um modo de compreens o da interpreta o jur dica do texto legal e da norma jur dica em conson ncia com a filosofia da consci ncia em que o sentido o alcance da norma procurado dentro de uma moldura normativa Kelsen no pr prio texto que seria dotado de alteridade E Betti 1 atrav s de uma antecipa o do Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL sentido reprodu o inaut ntica dos pr ju zos no sentido de Gadamer porque n o revisados em um c rculo hermen utico isto o sentido da norma pensado enquanto algo que uma consci ncia individual pro duz para si independentemente de um processo de comunica o di logo dial tica inclusive com a realidade social circundante O processo interpretativo se d portanto e na realidade i
238. dogueiro pe o que domina o bezer ro com as m os ficou tetrapl gico e foi sacrificado melhor dizer sem rodeios morto ap s a tortura Os organizadores da Festa do Pe o de Barretos se h festa n o definitivamente compartilha da pelos animais se apressaram em afirmar a responsabilidade do pe o que teria cometido uma manobra irregular e n o pros seguiu na competi o A mensagem clara foi um ato isolado Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL uma viol ncia isolada uma trag dia imputada exclusivamen te ao pe o um erro do bulldogueiro Uma fatalidade um azar Todavia C sar Brosco o protagonista do epis dio considerado um dos maiores pe es do Brasil declarou em entrevista Folha UOL Querem a organiza o abafar o caso A inten o deles arranjar um culpado E em outra passagem sugeriu que a culpa foi do pr prio bezerro Foi acidente N o tem como dizer que o erro foi meu Talvez o jeito que o boi caiu foi errado N o normal quebrar assim Uma sequ ncia de fotos segue ao final confort vel imaginar que rodeios e eventos assim respei tam os animais que n o existem maus tratos abusos Que o ocorrido na Festa de Barretos representa uma exce o algo raro Por m consabido que n o assim que precisamente o con tr rio Animais s o confinados estressados eletrocutados fisi camente lesionados com diversos objetos chicotes ponteiras esporas enforcados prov
239. dora do Estado de S o Paulo Mestre em Direitos Humanos pela Universidade de S o Paulo e integrante do Grupo de Estudos de Direitos Animais GEDA Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 249 250 1 Introdu o A rela o entre o animal humano e o n o humano n o se estabelece apenas como um exerc cio de poder resultante da tend ncia antropoc ntrica de poder sobre a natureza Mais que isso ela o resultado de uma evolu o social E sob este pa radigma que podemos reconhecer os benef cios que os animais n o humanos domesticados trazem aos humanos assim como s o beneficiados na rela o com os humanos dividindo o seu espa o mais ntimo em virtude da troca de emo es O presente estudo percorre em tr s etapas as quest es rela cionadas a este tema Inicia se com uma breve explana o sobre a raz o pela qual se deu a domestica o principalmente dos c es para em seguida analisar o benef cio dessa rela o para o humano e o n o humano Por fim e como uma consequ ncia dessa intera o positiva explica se as garantias legais que pro tegem estes seres que compartilham conosco a nossa exist ncia 2 Raz es da domestica o do c o O antropocentrismo coloca o ser humano no centro do mun do atribuindo lhe uma posi o hierarquicamente superior na natureza e cuja exist ncia se fundamenta na satisfa o til de suas necessidades A tica a partir dessa perspectiva se reduz ao que tem import ncia para o
240. dos animais levado a s rio Por exemplo o n mero de animais usados em teste no Reino Unido foi cortado a metade comparado ao numero de animais usados em 1970 5 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 101 102 O Trabalho de muitos pa s a respeito da implementa o dos Tr s Rs esta agora sendo apoiado por um movimento in ternacional para coordenar o desenvolvimento de alternativas a testes em animais A Coopera o Internacional M todos Alternativos de Teste ICATM foi assinada em 27 de Abril de 2009 pelos Estados Unidos a Uni o Europeia Canad e Jap o O acordo visa e Reduzir o uso de animais em testes de toxicidade ao re dor do mundo e Um projeto ideal e a conduta de estudos de valida o para apoiar decis es reguladoras nacionais e inter nacionais sobre a utilidade e as limita es de m todos alternativos e An lises comparativas de alta qualidade de ci ncias inde pendentes para m todos de teste alternativos que incor porem transpar ncia e a oportunidade de envolvimento de interessados e Aumentar a probabilidade de recomenda es harmo nizadas por organiza es de valida o na utilidade e limita es de m todos alternativos com fins de testes reguladores e Alcangar maior efici ncia e efetividade ao evitar duplica o do esfor o e alavancando recursos limitados e e Apoiar a ado o atempada internacional de m todos alternativos Como reconhecemos cada vez mais a realidade
241. dos homens est o limitados pelos direitos dos animais O constituinte previu o direito e a sua garantia no 3 do art 225 como bem observa Barroso O direito existe para realizar se O direito deve prever a tutela e a garantia As leis articulam se com a dualidade t pica preceito e san o a san o que garante a efetividade da norma jur dica ensejan do sua aplica o coativa quando n o espontaneamente observada Barroso 2001 As normas constitucionais entretanto s o imperativas por si s tem efic cia jur dica S o normas concessivas de direitos ou de poderes jur dicos Todas as demais normas devem se con formar ao previsto na Constitui o Ensina Jos Afonso da Silva que n o h norma constitucional alguma destitu da de efic cia jur di ca e que todas as normas que interam a ordena o jur dica nacional s ser o v lidas se se conformarem com as normas da Constitui o federal Jos Afonso da Silva 2008 Para Jos Afonso da Silva A garantia das garantias consiste na efic cia e aplicabilidade imediata das normas constitucionais Sua exist ncia s p si contudo estabelece uma ordem aos aplicadores da Constitui o no sentido de que o princ pio o da efic cia plena e a aplicabilidade imediata das normas definidoras dos direitos fundamentais individuais coletivos sociais de nacionalidade e pol ticos de tal sorte que s em situa o de absoluta impossi
242. dustriais como manifesto buscou se investigar se estes crimes podem ser considerados crimes de consci ncia e sendo assim n o pass veis de puni o Destacou se neste momento que a desobedi ncia civil pode ser realizada de forma indireta quando se contraria uma lei ato ou costume em protesto injusti a de uma outra lei ato ou costu me que o que acontece nas situa es hipot ticas estudadas Concluiu se que estes crimes de consci ncia assim denomi nados por seus agentes atuarem sob motiva o moral n o po dem ser considerados atos criminosos devido a uma s rie de fundamentos Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 347 348 A id ia de Dworkin foi norteadora ao dispor no sentido de que os ativistas n o devem ser punidos em raz o da sua atua o conforme seu discernimento e consci ncia Se um cidad o age conforme o que acredita em busca da melhor regulamenta o acerca de uma situa o injusta ent o o Estado deve abster se de punir este indiv duo Estes atos s o praticados de forma p blica para que a po pula o seja informada acerca das injusti as praticadas com os animais sujeitos de direitos Desta forma se diferem dos atos criminosos comuns que s o efetuados de maneira a n o serem presenciados Isto se deve vontade do agente de n o ser puni do pelo crime o que n o acontece com o desobediente civil que se identifica como praticante do ato il cito e aceita a puni o se assim for n
243. e lixeira a vis o hol stica do meio ambiente 144 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL escancara uma porta ao exterm nio de qualquer popula o animal que num dado contexto possa prejudicar determinado interesse E o Decreto Federal 24 645 1934 que possui for a de lei por ter sido editado em per odo de excepcionalidade pol tica ao condenar a elimina o de animais saud veis estabelece as hip teses em que essa elimina o n o pode ser considerada criminosa Art 13 As penas desta lei aplicar se o a todo aquele que infligir maus tratos ou eliminar um animal sem provar que foi por este acometido ou que se trata de animal feroz ou atacado de mol stia perigosa Muito invocada pelas autoridades em Sa de P blica entre tanto a Portaria 1 399 1999 do Minist rio de Estado da Sa de que preleciona Art 3 Compete aos Munic pios a gest o do componente municipal do Sistema Nacional de Vigil ncia Epidemiol gica e Ambiental em Sa de compreendendo as seguintes atividades X registro captura apreens o e elimina o de animais que representam risco sa de grifo nosso V se que o ato normativo invocado n o se presta a justificar a elimina o de animal saud vel n o s por inobserv ncia do princ pio da legalidade que explicita a subordina o da ativi dade administrativa lei mas tamb m porque a citada Portaria restringe tal elimina o aos animais que represe
244. e 2010 NIETZSCHE Friedrich O anticristo Tradu o de Paulo C sar de Souza S o Paulo Companhia das Letras 2007 OLIVEIRA F bio Corr a Souza de Direito humanos e direitos n o humanos Cap tulo de livro No prelo ONFRAY Michel Tratado de ateologia f sica de metaf sica Tradu o de Monica Stahel S o Paulo Martins Fontes 2007 PRABHUPADA O Bhagavad gita como ele Lisboa The Bhaktivedanta Book Trust 1995 REGAN Tom Jaulas vazias encarando o desafio dos direitos animais Tradu o por Regina Rheda Porto Alegre Lugano 2006 RUSSELL Bertrand Por que n o sou crist o e outros ensaios a respei to de religi o e assuntos afins Tradu o de Ana Ban Porto Alegre L amp PM 2008 SINGER Peter Liberta o animal Tradu o de Marly Winckler S o Paulo Lugano 2004 202 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL SINGER Peter MASON Jim A tica da alimenta o Tradu o de Cristina Yamagami Rio de Janeiro Elsevier 2007 STRECK Lenio Verdade e consenso 3 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2009 Notas 1 Duas marca es s o devidas desde logo A primeira por animal enten da se animal n o humano a op o recurso de estilo A segunda que n o se faz discrimina o entre os animais para o efeito de reconhec los como albergados pelo Direito dos Animais bem como que aquilo que se afirma para os animais pode ser estendido em equival ncia respeitadas as singularidades
245. e What then is the nature of a feminist and in particular ecofeminist philosophy What role do empathy and care play in it What is the moral status of individual other than human animals And finally is there a place for holism in an ecofeminist ethical toward nature KHEEL 2008 p 207 grifos nossos A tica hol stica fundada em uma perspectiva masculina coaduna se com o paradigma da racionalidade instrumental da modernidade ainda que sob uma nova roupagem sendo por tanto capaz de reafirmar tradicionais dicotomias entre cultura 286 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL natureza feminino masculino emo o raz o homem natureza demais animais dentre outras Ou seja ainda que se pretenda compreender a natureza como um organismo complexo tal se dar sob o paradigma da filosofia da consci ncia tendente a n o revisar pr compreens es e manter o primado da perspectiva humana do homem e dos seus interesses como ponto de parti da para toda e qualquer an lise ou reflex o A tica que incorpora a perspectiva eco feminista ao seu turno modifica completamente a abordagem uma vez que parte para a considera o individual dos interesses de cada ser n o humano sob o ponto de vista destes seres e n o mais do pr prio homem interesses pr prios do int rprete Dessa for ma os sentimentos desejos necessidades dos demais animais n o humanos passam a ser considerados e levados a s rio n o como
246. e medida para tornar efetiva norma constitucional ser dada ci ncia ao Poder competente para a ado o das provid ncias necess rias e em se tratando de rg o administrativo para faz lo em trinta dias importante lembrar que um ato de desobedi ncia civil po de ser indireto ou seja pode ser executado com infra o a uma determinada lei A mas n o exatamente em protesto contra esta mesma lei A e sim em manifesta o contra um costume social B por exemplo Utiliza se a infra o a uma determinada norma de forma instrumental apenas para chamar a aten o para a in justi a existente em outra lei ato ou costume Ent o a desobedi ncia civil indireta realizada com o fim imediato de denunciar a injusti a da lei e com o fim mediato de pressionar o legislador a modific la Isto o que aconteceria no caso hipot tico analisado aqui Se um grupo ativista invade e ocupa um matadouro com o objeti vo de denunciar a crueldade com que s o tratados os animais e consequentemente a viola o dos direitos destes seres a causa primeira desta a o n o agir estritamente contra a lei que pune a viola o de domic lio A motiva o protestar e informar a popula o da exist ncia dos direitos dos animais que est o sen do impunemente exterminados Neste panorama Dworkin questiona qual seria a atitude cor reta a ser tomada por um cidad o quando uma lei n o for clara dando margem ao entendimento de ser
247. e 31 de mar o de 1902 a mesma casa legislativa define que os c es en contrados soltos ou n o a aimados nas ruas ser o apreendidos recolhidos aos dep sitos municipais e imediatamente mortos pelo processo julgado melhor e mais r pido Passados cem anos as autoridades ainda continuam pratican do a captura e a elimina o sistem ticas de c es mas observam se mudan as significativas nas pol ticas de governo e nos pro gramas de controle animal que refletem um novo olhar sobre a quest o O Boletim Epidemiol gico Paulista BEPA em seu pri meiro n mero do ano de 2006 ressalta que as leis que regulam as a es de controle animal como qualquer norma legal devem acompa nhar a evolu o t cnica social hist rica tica e pol tica e recomenda que programas pol ticas p blicas e leis que tenham por objetivo disciplinar as a es de controle da popula o animal com vistas a garantir a sa de e a seguran a p blicas tamb m assegurem o atendimento aos princ pios do bem estar animal a preserva o do meio ambiente e a ordem social O BEPA ressalta ser a vigi l ncia epidemiol gica constante com vacina o em massa e de rotina de c es e gatos o m todo preferencial para o controle da raiva e a esteriliza o maci a o m todo eticamente preconizado e de efic cia constatada para o controle populacional 3 2 O enfoque da sociedade Um estudo realizado em S o Paulo em 2002 sobre popula es can
248. e Pesquisa e Extens o em Direito Ambiental e Direito Animal NIPEDA Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 221 222 concluding that the differences existing between species does not justify the exploitation of one by other Finally reveals that the main criteria used to distinguish the man of non human animals like reason and language can not be upheld before the most current scientific knowledge and ethical development of mankind Key worps Animal Rights Especism Bioethics Equality Life Sum rio 1 Introdu o 2 O antropocentrismo na Gr cia Antiga 3 A cultura judaico crist 4 O pensamento cartesiano 5 A raz o e a linguagem 6 Immanuel Kant e John Raws 7 A senci ncia 8 A igualdade como uma ideia de direito 9 A aplica o do princ pio da igualdade 10 A igual considera o dos interesses 11 O utilitarismo cl ssico e preferencial 12 Hierarquia entre a vida humana e a animal 13 Conclus o 14 Refer ncias 1 Introdu o A utiliza o de animais pelo homem seja na alimenta o no entretenimento ou em qualquer outra atividade uma pr tica bastante antiga e considerada por muitos inofensiva A cren a de que os animais n o t m alma e que s o incapazes de sentir prazer ou dor justifica h bastante tempo uma rela o de indi feren a ao sofrimento de milhares de criaturas que s o mortas diariamente para satisfazer os interesses e caprichos da esp cie humana Enquanto alguns animais
249. e Santana Desobedi ncia Civil e Veganismo Pa lestra proferida no 12 Festival Vegano Internacional Rio de Janeiro PUC 2009 352 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ARENDT Hannah 1969 Crises da Rep blica Cole o Debates 2 edi o S o Paulo Ed Persectiva 1999 P 55 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 ARENDT Hannah 1969 Crises da Rep blica Cole o Debates 2 edi o S o Paulo Ed Persectiva 1999 P 55 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 P 31 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 P 58 REGAN Tom The Struggle for Animal Rights International Society for Animal Rights 1987 DWORKIN Ronald Uma quest o de princ pio Ronald Dworkin tradu o Luis Carlos Borges S o Paulo Martins Fontes 2000 O autor se refere aos protestos contra o desenvolvimento de armas at micas na Europa da d cada de 80 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 P 60 BOBBIO Norberto 1909 Dicion rio de Pol tica Norberto Bobbio Ni cola Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu o Jo o Ferreira revis o geral Jo
250. e animais Sobre a exist ncia dos recursos alternativos de que trata o 1 vale transcrever as considera es dos bi logos THALES TR Z e S RGIO GREIF registradas na obra A verdadeira face da experimenta o animal a sua sa de em perigo Rio de Janeiro Sociedade Educacional Fala Bicho 2000 p 137 Partindo do pressuposto de que sempre existem alternativas j que isto depende unicamente da capacidade do cientista a lei teoricamente pro be a vivissec o em todo o Brasil O mesmo refor ado pelo pr prio cabe alho do artigo que pro be qualquer ato de abuso maus tratos ferida e mutila o em animais A vivissec o sempre pode ser considerada abuso ainda mais refor ado pelo fato de que fere e mutila animais Gj Ano6 VotumE8 Jan Jun 2011 157 158 Se a lei realmente funcionasse n o apenas o vivissector mas tamb m toda a institui o em que a vivissec o praticada seriam responsabilizados e ambos estariam sujeitos s penalidades estabelecidas conforme descrito nos artigos 2 e 3 da citada lei Ao remeterem animais a entidades de ensino e pesquisa es t o os respons veis pelos CCZ s n o s consentindo com o fato de serem os animais submetidos a maus tratos como colabo rando com esse resultado pois possuem pleno conhecimento do sofrimento que a experimenta o poder acarretar ao animal mas assim mesmo aceitam e admitem esse resultado mais uma evid ncia do desco
251. e controle da reprodu o e a educa o para a posse respons vel em aten o a uma das conclus es da pesquisa os c es que vagam sozinhos nas ruas em maioria s o domiciliados mas n o supervisionados Figura 4 sendo portanto o grupo que com mais xito se reproduz e o que mais se beneficiaria de um programa de educa o para seus propriet rios Ano6 Votume 8 Jan Jun 2011 119 A partir das conclus es obtidas nesses estudos a Organiza o Mundial de Sa de dois anos depois 1992 publica seu Oitavo Relat rio do Comit de Especialistas em Raiva onde tamb m res salta as medidas preventivas como as de destaque O Relat rio afirma que n o existe nenhuma prova de que a elimina o de c es tenha gerado um impacto significativo na densidade das popula es caninas ou na propaga o da raiva e enfatiza entre outras a es a educa o para a posse respons vel de animais o controle da reprodu o o registro e a identifica o de c es a restri o da liberdade de movimento e o controle do habitat Figura 4 C es capturados nas ruas e reco Ihidos a canil municipal podendo se observar coleira em pesco o Em 2001 o Centro de Controle de Zoonoses do munic pio de S o Paulo refer ncia na OPAS OMS seguindo as novas reco menda es institui o Programa Sa de do Animal PSA com o objetivo de controle da popula o de c es e gatos As princi pais medidas desenvolvidas s o educa
252. e deve res a que todos os cidad os estejam submetidos o direito per deria seu objeto cada qual agiria de acordo com seus interesses mesmo que isso implicasse na viola o do interesse de outrem A sociedade organizada se desestabilizaria Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL No entanto Dworkin apresenta argumentos que descons tituem esta id ia Primeiramente deve se destacar a motiva o dos agentes da transgress o Estes indiv duos praticam atos muitas vezes contr rios lei impulsionados por uma forte raz o moral uma raz o de consci ncia que difere essencialmente da causa que move um criminoso comum O autor ainda pontua se o motivo da a o criminosa pode ser relevante para estabele cer distin es entre indiv duos acusados de roubos por que n o pode tamb m ser considerado para distinguir entre os trans gressores da lei no exemplo de recrutamento militar O segundo argumento se reveste de um car ter mais pol tico Refere se ao fato do Estado punir cidad os que s o conscientes de seus deveres e direitos tanto que entendem ser leg tima a de sobedi ncia em face de um prol maior Para o autor encarcerar tais pessoas significa aumentar a sua aliena o diante da socie dade O que terminaria por irradiar essa aliena o para aqueles que por receio de tamb m serem punidos se afastariam dos seus ideais O jurista americano tamb m coloca a quest o da validade da lei a ser infringida No caso dos dis
253. e deve apresentar certas caracter sticas para ser leg timo como ser coletivo n o podendo ser individu al utilizar se da n o viol ncia que seja p blico de f cil acesso comunidade para que as pessoas possam ser informadas a respeito da injusti a que os ativistas atuem de forma contr ria a uma lei ato ou costume que os participantes se sujeitem s san es previstas pelo cometimento do ato il cito que sejam rei vindicadas mudan as normativas Assim depreende se que a desobedi ncia civil serve como um canal de comunica o entre os ativistas e a sociedade em geral como tamb m entre os ativistas e o Estado Sim porque a principal motiva o buscar a corre o de uma injusti a atrav s do sistema pol tico e legislativo tal como estruturado socialmen te A desobedi ncia civil n o visa uma revolu o ou desconstru o social mas antes uma inova o uma evolu o no direito que deve acompanhar as mudan as que ocorrem no mundo da vida Neste diapas o houve foco no Direito dos Animais por en tender se ser uma minoria que urge por prote o Ainda mais que clama por direitos a serem reconhecidos direitos b sicos como direito vida liberdade e integridade f sica Frente a este panorama e situa o hipot tica colocada qual seja a desobedi ncia ordem policial em meio a protestos con tra estabelecimento que explora o produto carne ou ainda a ocupa o de matadouros ou granjas in
254. e escreveu um livro entitulado Animal Rights em 1892 atestando que animais tinham direito deles para sua pr pria causa Mais recentemente fil sofos e estudiosos legais investiram na proposi o de Salt e come ou a analisar que direitos e prote es eram deveres para os animais ao inv s de focar apenas em que elementos em animais tal como a habilidade de pensar ou sentir dor podem prover a base para considera o moral Esses fil sofos incluem e Peter Singer autor de Animal Liberation e Tom Regan autor de Philosophy of Animal Rights e Francis Moore Lapp autor de Diet for a Small Planet Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e Carol Adams autor de The Sexual Politics of Meat A Feminist Vegetarian Critical Theory e Steve Wise autor de Drawing the Line Rattling the Cage e An American Trilogy e Gary Francione autor de Animals Property and the Law e Rain Without Thunder e e Marjorie Spiegel autor de The Dreaded Comparison Animal and Human Slavery Esta lista certamente n o exaustiva e expande a cada ano para incluir autores que aproximavam a quest o da posi o mo ral de animais em nossas sociedades das perspectivas legais e filos ficas crescentemente expansivas til focar em dois estudiosos em particular um que recebe bastante aten o por seu trabalho Descartes e outro que recebe aten o dos cientistas mas n o de fil sofos legais ou te ricos de leis animais
255. e federal dos Estados Unidos descreve alternativas como aquelas que atingem um ou mais dos Tr s Rs sugerindo que ape nas a redu o de dor j satisfaz os objetivos dos Tr s Rs Dado que animais n o podem consentir em ser usados em experimen tos esta falta de considera o sobre a necessidade de proteg los cria ou deveria um dilema tico Existem alguns desenvolvimentos positivos recentes nos Estados Unidos para a incorpora o dos Tr s Rs na pol tica de pesquisa incluindo o programa de desregula o end crina o Programa Central Nacional de Toxicologia Interinstitucional de Avalia o de M todos Toxicol gicos Alternativos NICEATM e o Comit de Coordena o Interinstitucional na Valida o de M todos Alternativos ICCVAM Mas os Estados Unidos ain da est muito aqu m de outras jurisdi es mais notavelmente a Uni o Europeia EU em implementa o desses princ pios Um dos importantes aspectos do compromisso da EU para os Tr s Rs a sua legisla o de Registro Avalia o Autoriza o e Restri o de Subst ncias Qu micas REACH exigido para o uso de testes com n o animais Outro o requisito de registro e Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL compartilhamento de dados de teste que j tem reduzido o n mero de animais usados em teste A Diretiva Cosm tica da EU contem tanto uma proibi o da produ o quanto da comercia liza o de cosm ticos na EU que tenham sido testados em
256. e instrumental da competitividade Ao final preci so que restem fortalecidas ou restabelecidas as conex es e n o se permita ocasionar o rompimento das mesmas intensificando ainda mais o individualismo existencial p s moderno Os conflitos ticos s o problemas que envolvem as rela es humanas e ao tra ar uma tica do cuidado a autora explora os fundamentos psicol gicos dos relacionamentos n o violentos A viol ncia destrutiva para todos e somente o cuidado torna poss vel robustecer o eu e os outros O julgamento moral n o pode ter por base regras mas deve ser nutrido por uma vida vivida de forma suficientemente intensa para criar simpatia por tudo que humano ZOBOLI 2004 p 26 Por fim os tra os distintivos indicados por Carol Gilligan entre a tica da justi a masculina e a tica do cuidado feminina foram bem sintetizados esquem tica e comparativamente no quadro abaixo elaborado por Elma Zoboli Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL tica do cuidado tica da justi a Abordagem contextual Abordagem abstrata Conex o humana Separa o humana Relacionamentos comunit rios Direitos individuais mbito privado mbito p blico Refor a o papel das emo es sentimentos Refor a o papel da raz o relativa ao g nero feminino relativa ao g nero masculino female feminine feminist male masculine masculinist Mesmo a um exame superficial poss vel perceber o quan to a tica da j
257. e on Rabies Sixth Report Technical Report Series Geneva WHO 1973 59p WORLD SOCIETY FOR THE PROTECTION OF ANIMALS WSPA Guidelines for dog population management Geneva 1990 128p Expert Committee on Rabies Eighth Report Technical Report Series Geneva WHO 1992 88p Expert Consultation on Rabies First Report Technical Report Series Geneva WHO 2005 121p Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 133 DA ELIMINA O DE ANIMAIS EM CENTROS DE CONTROLE DE ZOONOSES Vanice Teixeira Orlandi Resumo Trata o presente artigo da sistem tica elimina o de c es e gatos recolhidos de vias p blicas ainda praticada pela maioria dos Centros de Controle de Zoonoses e j condenada pela Organiza o Mundial de Sa de que a tem por ineficaz desde 1992 quando editou seu 8 Informe T cnico Ineficiente para o controle das zoonoses e da popula o animal a elimina o indiscriminada de animais viola n o s a legisla o p tria protetiva vigente como ofende a v rios princ pios constitucionais administrativos Medidas profil ticas j tidas por eficazes tais como a educa o da comunidade para o n o abandono e a esteriliza o em massa de animais n o t m merecido suficiente empenho por parte da Administra o P blica PALAVRAS CHAVE Direitos dos Animais Princ pios Constitucionais Administrativos Centros de Controle de Zoonoses
258. e sem nenhum valor moral LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e No vas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 191 Ibid p 73 DESCARTES O Discurso Sobre o M todo Tradu o de Torrieri Gui mar es S o Paulo HEMUS Livraria Editora LTDA 1975 p 72 A filosofia do Bhagavad Gita por exemplo um dos principais livros sagrados da ndia afirma que a alma uma s n o havendo diferen a entre a alma humana e a alma animal Assim como uma luz ao passar por um vidro colorido assume a sua cor a alma se manifesta de dife rentes formas de acordo com o corpo no qual ela est situada Mas em ess ncia ela n o muda PRABHUPADA A C Bhaktivedanta Swami Bhagavad Gita Como Ele 2 ed revista e ampliada S o Paulo The Bhaktvedanda Book Trust 1995 p 11 Sim sem d vida Cebes e muito verossimil tamb m que n o sejam as almas dos bons mas sim as almas dos maus que s o obrigadas a vagar por esses lugares onde pagam pena de sua primeira vida que foi m Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 19 20 21 22 23 24 25 26 27 e onde continuam vagando at que pelo amor que t m a essa massa corp rea que as segue sempre v m a se unir aos mesmos costumes que foram a ocupa o de sua primeira vida Como isso S crates Digo por exemplo Cebes que aqueles que gozaram apenas a intemperan a sem pudor sem nenhuma conten o entra
259. e um crit rio de diferencia o diante do qual ir se estabelecer um tratamento igual ou desi gual a determinado grupo A depender do crit rio utilizado o 234 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL resultado poder ser completamente diferente pois um mesmo grupo pode ser semelhante em rela o a determinados aspectos e distinto em rela o a outros Assim a aplica o da igualdade depende de um crit rio diferenciador e de um fim a ser alcan ado Dessa constata o surge uma conclus o t o importante quanto menosprezada fins diversos levam utiliza o de crit rios distintos pela singela raz o de que alguns crit rios s o adequados realiza o de determinados fins N o teria l gica alguma estabelecer um peso maior ao voto de pessoas da cor branca uma vez que o crit rio da cor n o tem nenhuma rela o com o interesse ou capacidade de exerc cio da cidadania Tamb m n o seria razo vel estabelecer o crit rio da capacidade econ mica para se determinar quem pode ou n o frequentar alguns lugares p blicos Tratamentos desta natureza seriam facilmente considerados discriminat rios e injustos Segundo Alexy para se estabelecer um tratamento desigual de fundamental import ncia a exist ncia de uma raz o sufi ciente que justifique este tratamento A igualdade uma regra e a desigualdade uma exce o exigindo um nus argumentativo significativamente maior Se n o houver uma raz o suficien
260. eada na justi a todos os animais devem perecer tamb m O que os animais t m que ver com a mal cia ou as ini quidades do ser humano A resposta parece ser porque eles s o acess rios do homem e como se afirma no Direito o acess rio segue o principal porque os animais s se justificam em fun o do homem perecendo o homem perecem igualmente Ou de outra simplesmente porque eles n o possuem a menor impor t ncia Quem se importa Os animais inocentes pagarem pela maldade pelos erros humanos Qual a l gica disto Quantos ao tomarem ci ncia desta hist ria se interrogam sobre isto Quem se importa com os animais Se um ser humano mantiver rela es sexuais com um animal deve ser morto e tamb m o animal deve morrer O animal culpado Epis dio semelhante est em xodo Na esteira das pragas que teriam sido enviadas para libertar o povo de Deus do jugo dos eg pcios h o epis dio da morte dos primog nitos mor tos por Deus Acontece que morrem igualmente os primog nitos dos animais Novamente a indaga o mas qual a rela o dos animais com a contenda entre os hebreus e os eg pcios Por que os animais Mais ainda como o Senhor identificar as casas dos filhos de Israel para n o confundir com as casas dos eg pcios e assim matar os primog nitos errados mas Deus sendo onisciente poderia se confundir trocar um pelo outro Pelo sangue de cordeiros a decorar os frontisp cios das resid
261. east once every six months the IACUC must evaluate the institution s standards for humane treatment of animals and inspect the institution s animal facilities Id at 2 31 c Methods of experimentation must minimize any discomfort distress and pain the animal may experience Id at 2 13 d 1 i The principal investigator must demonstrate that no alternative procedure was available when an experiment might cause more than transient or minor pain and must prove experiments are not unnecessarily duplicative Id at 2 13 d 1 ii iii Ano 6 VoLume8 JAN Jun 2011 85 86 51 52 53 54 5 a 56 5 q 58 59 6 S 9 CFR 2 31 a 2005 The Chief Executive Officer of the research faci lity shall appoint an Institutional Animal Care and Use Committee IA CUC qualified through the experience or expertise of its members to assess the research facility s animal program facilities and procedures Except as specifically authorized by law or these regulations nothing in this part shall be deemed to permit the Committee or LACUC to prescribe me thods or set standards for the design performance or conduct of actual research or experimentation by a research facility emphasis added Paul A Locke The Revolution in Toxicity Testing Are We Ready for an In Vitro Future AV Macazine 20 Summer 2008 available at http www aavs org images AVSummer08 pdf In 2008 ICCVAM and NICEATM publis
262. ecess rio Outro ponto importante levantado foi que o ato de desobe di ncia civil praticado em conjunto em benef cio de toda uma coletividade ainda que minorit ria Enquanto que um crimino so comum age em benef cio pr prio No caso dos ativistas pelos Direitos dos Animais esta circunst ncia fica mais em evid ncia por ser um movimento feito por homens em benef cio de outros seres n o humanos Pode se imaginar como dif cil a luta por direitos de outrem Somente a consci ncia e a compaix o podem ser motores para tal articula o e a ordem legal n o pode ser insens vel a isto Esta uma raz o basilar para a conclus o de que estes agen tes n o devem ser punidos N o pareceu imprescind vel a puni o para a legitimidade da causa visto que o desobediente n o age ilegalmente ele atua na demonstra o de outra ilegalidade da injusti a sofrida pelos animais Por fim atrav s do movimento da desobedi ncia civil con cluiu se que estes ativistas procedem na renova o do ordena mento jur dico que est sempre a se construir agindo como ci dad os legitimados pelo Estado Democr tico de Direito Essa transgress o se justifica na prerrogativa dos indiv duos atu arem na vida pol tica o que permitido constitucionalmente Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Demonstrou se ainda que na doutrina penalista atual h o entendimento de que a desobedi ncia civil hip tese de exclu dente supralegal de
263. eitos morais distintos na formula o e resolu o de proble mas ticos ZOBOLI 2004 p 25 No livro Uma voz diferente psicologia da diferen a entre homens e mulheres da inf ncia idade adulta 1982 Gilligan indica tr s estudos que refletem a hip tese central trabalhada qual seja o modo como as pessoas falam de suas vidas significativo a linguagem que utilizam e as conex es que fazem revelam o mundo que elas v em e no qual atuam Isto atrav s da an lise da linguagem perform tica de homens e mulheres Gilligan percebe os hori zontes em que se encontram inseridos os indiv duos do g nero masculino e feminino o qual constitui pressuposto do seu agir e atrav s do qual percebem o mundo sinalizando tra os dis tintivos significativos O imperativo moral para as mulheres configura se na obriga o de cuidar j para os homens aparece como o dever de respeitar as pessoas protegendo as de qualquer interfer ncia em sua autonomia ou nos direitos vida e auto realiza o A esta perspectiva que define os problemas ticos com base em valores hier rquicos e nas disputas impessoais de direitos Gilligan chama tica da justi a contrapondo a tica do cuidado prevalente na vis o feminina A integra o das dimens es dos direitos e da res ponsabilidade devido a sua complementaridade proporciona para as mulheres o entendimento da l gica psicol gica dos relacionamentos moderando o
264. elas concep es religiosas aqui inventariadas ensina mal tratar os animais desconsiderar os seus interesses ser impiedo Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL so indiferente A assertiva pode ser considerada verdadeira em termos pois nenhum sacerdote est a conclamar as crian as os fi is V o torturem estes animais Vamos deixar este animal sem gua comida vamos queimar a sua pele V jogue este produto qu mico nos olhos deste coelho Vamos encarcerar es tes animais a vida toda Vamos retirar as suas peles e comer as suas l nguas e seus f gados Vamos degolar a galinha e comer seu cora o Vamos sugar como ind stria o leite da vaca ain da que com sofrimento e abreviando o seu tempo de vida Pareceria b rbaro pag o antirreligioso pregar algo assim do p lpito de uma sinagoga de uma igreja centro esp rita ou de um templo indiano Todavia religi es em maior ou menor medida compactuam com isto N o condenam tais pr ticas N o anun ciam ou n o conclamam seus p blicos a isto mas participam silenciosamente do processo Talvez por ignor ncia dos fatos por constrangimento vergonha ou insensibilidade Inclusive em festas e cerim nias como na P scoa ou no Natal Imagina se as religi es s o genericamente benevolentes com os animais Mentira Podem ensinar a n o chutar um ca chorro na rua ou a n o cantar Atirei o pau no gato Por m o que dizer
265. elecionar e sopesar os interesses em conflitos ser analisado17 Este artigo inicialmente considera os conflitos entre seres huma nos depois os conflitos com outras esp cies e finalmente como o nosso sistema atual lida com alguns conflitos homem animal Esta an lise vai apoiar a proposta de que atualmente os interes ses de alguns animais s o algumas vezes reconhecidos como in tegrantes do sistema jur dico Constru da por meio da premissa de que eticamente apropriado inserir os interesses dos animais dentro do sistema jur dico uma abordagem adicional viabiliza da atrav s de um novo ato il cito sera apresentada Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 19 20 3 1 Os interesses humanos dentro do sistema jur dico Os seres humanos possuem interesses Algumas vezes mui tas vezes estes interesses est o em conflito com os interesses de outros seres humanos Para ajudar a entender algumas comple xidades considere o senhor Alpha Jones como exemplo O Sr Jones possui interesse em tortas de ma ele adoraria comer tor tas de ma todos os dias N o existe nada inerentemente errado em tal interesse e presumivelmente ele livre pra realizar este interesse dentro das limita es de suas habilidades culin rias e dos seus recursos pessoais Entretanto se ele busca satisfazer este interesse pegando sem pagar uma torta de ma feita por Sally Top ent o seu interesse ir conflitar com o da senhorita Top em comer a s
266. elo para imolar seu filho Mas a esse mesmo ponto lhe gritou do c u o anjo do Senhor Abra o levantando os olhos viu atr s de si um carneiro que estava embara ado pelas pontas na rama dum espinheiro e pegando nele o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho G nesis 22 9 13 Segundo o Isl foi Ismael e n o Isaac o substitu do pelo cordeiro de Deus Conforme alguns textos o pr prio anjo teria ordenado a Abra o sacrificar o cordeiro Ora No edificou um altar ao Senhor e tomando de todas as reses e de todas as aves ofereceu lhas em holocausto sobre o altar O que foi assim agrad vel ao Senhor como um suave cheiro G nesis 8 21 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 17 18 19 20 21 22 23 xodo 29 Os trechos s o muitos Em s mais dois exemplos Far me eis um altar de terra e oferecereis em cima dele os vossos holocaustos as vossas h stias pac ficas as vossas ovelhas e os vossos bois xodo 20 24 Se a oferenda do holocausto for de aves a saber de rolas ou de pombinhos o sacerdote oferecer a h stia no altar e torcendo lhe a ca be a sobre o pesco o far lhe uma ferida e nela uma abertura por onde fa a correr o sangue por cima da borda do altar Lev tico 1 14 15 Lev tico 22 22 Tb Malaquias 1 8 Vendo pois o Senhor que a mal cia dos homens era grande sobre a terra e que todos os pensamentos dos seus cora es em todo
267. enci ncia ou habilidade de racioc nio e comu nica o possa recusar o seu consentimento a ser usado como cobaias Em ltima inst ncia a implementa o dos Tr s Rs representa uma melhora significativa sobre bem estar animal no contexto de pesquisas Mas essa prote o limitada Ela decorre da mo tiva o de encorajar o comportamento humano adequado Ela n o representa uma mudan a de paradigma no qual n s ir amos retornar muito mais cedo a uma concep o de animais como fa milia ao inv s de como propriedade merecendo prote o Notas 1 Ver C Ray Greek and Jean Swingle Greek Sacred Cows and Golden Geese the Human Costs of Experiments on Animals Continuum 2002 Kevin Dolan Laboratory Animal Law Legal Control of the Use of Ani mals in Research Wiley Blackwell 2d ed 2007 2000 HELGA KuHsE AND PETER SINGER A COMPANION TO Bioetuics 400 Wiley Blackwell 2001 Esta ampla faixa indica o qu o pobre o registro 3 Ver Debra Durham Toxicity Testing Is Animal Testing Still Viable Na Confer ncia de Direitos dos Animais de 2009 link http lawlib lclark edu podcast p 2582 Committee on Toxicity Testing and Assessment of Environmental Agents Toxicity Testing in the Twenty First Century A Vision and a Strategy The National Academies Press 2007 5 Ver Pierson v Post 3 Cai R 175 N Y 1805 caso seminal da Supre ma Corte dos Estados Unidos envolvendo direitos de propriedade so bre os ani
268. entificando os respons veis pela conduta O que claramente o oposto do que acontece com um crimi noso comum que objetiva o anonimato a impunidade Neste sentido Geovani Tavares traz a li o esclarecedora de Est vez Araujo que afirma que o desobediente civil ao agir de forma p blica aceita submeter se voluntariamente ao julgamento pela a o que realiza Al m disso n o dificulta a sua identifica o sua deten o ou ainda o in cio do processo contra si Neste ponto pode se questionar se o desobediente civil sabe das san es a que est sujeito por seus atos pondera quanto s consequ ncias que as san es podem determinar na sua vida e ainda assim pratica a conduta delituosa assumindo todos os riscos porque deve ent o o Estado abster se de punir Para Tom Regan a puni o faz parte da estrat gia de publici dade da desobedi ncia civil Envolve demonstrar para a popula o que a causa t o justific vel que os ativistas se disp em a ser punidos em prol desta luta se assim for necess rio A puni o serviria tamb m como um ponto de sustenta o do movimen to Isso porque quando a manifesta o termina mesmo a causa sendo denunciada a tend ncia que haja uma dispers o e um esquecimento Se h algu m sendo punido a causa se mant m Viva 334 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Neste aspecto h uma outra quest o a ser considerada Para que uma causa se mantenha viva n o parece ser impr
269. envolvimento intelectual de alguns que se mostram suscet veis de certa educa o desenvolvimento ali s que n o pode ultrapassar aca nhados limites devido a a o do homem sobre uma natureza male vel porquanto n o h a progresso que lhe seja pr prio Mesmo o progresso que realizam pela a o do homem ef mero e puramente individual visto que entregue a si mesmo n o tarda que o animal volte a encerrar se nos limites que lhe tra ou a Natureza P 330 e 331 Este pensamento de Kardec parece question vel Parece contrariar a teoria da evolu o das esp cies entendida evolu o como o progresso de adapta o s cir cunst ncias o qual n o se resume a dotes digamos simplificadamente f sicos vez que engloba a intelig ncia N o parece preciso dizer que to dos os animais com exce o dos humanos operam hoje o mesmo que faziam desde o seu aparecimento sem qualquer modifica o aprendi zado Aprendizado que ressalte se n o depende da incurs o humana como a n o haver progresso que lhe seja pr prio Enfim talvez a cr tica principal seja questionar a ltima assertiva de Kardec com a qual fecha a passagem transcrita Quais s o os limites que a natureza tra ou aos ani mais n o humanos O homem conhece absolutamente estes limites tra o natural ou tra o pelas m os humanas Pergunta n 595 Cit p 332 Pergunta n 597 Idem Idem Pergunta n 598 Cit p 333 Revista BRASIL
270. er que comanda e outro que obedece aquele que capaz de previd ncia por sua intelig ncia por natureza o senhor e aquele que capaz pelo vigor de seu corpo de p r em a o aquilo que o senhor prev um s dito e por natureza um escravo por conseguinte senhor e escravo tem o mesmo interesse ARIST TELES Pol tica Tradu o de Pedro Constantin Tolens 5 ed S o Paulo Martins Claret 2009 p 54 Ano 6 Votume8 Jan Jun2011 243 10 1 B EE N 13 1 E 15 1 a 17 18 244 Ibid p 172 LOURENCO Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 134 Para Tom s de Aquino a perfei o estava justamente em tudo aqui lo que se aproxima ou se assemelha ao criador LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 146 BOFF Leonardo Saber Cuidar tica do humano compaix o pela ter ra 4 ed Petr polis Editora Vozes 1999 p 27 UNGER Nancy Mangabeira O Encantamento do Humano ecologia e espiritualidade S o Paulo Edi es Loyola 1991 p 61 DESCARTES O Discurso Sobre o M todo Tradu o de Torrieri Gui mar es S o Paulo HEMUS Livraria Editora LTDA 1975 p 69 Essa concep o pode ser sentida quando os animais s o juridica mente classificados como coisas suscet veis de apropria o
271. eres ses que s o substancialmente iguais O princ pio da igualdade surge aqui como a pedra de toque de uma nova forma de ver sentir e se relacionar com o mundo que traz em si a semente de uma nova tica aplic vel n o s aos seres humanos mas tam b m a todas as entidades vivas 2 O antropocentrismo na Gr cia antiga Na Gr cia Antiga o advento da filosofia colocou a raz o em um papel de destaque na busca pelo conhecimento e o homem considerado o nico ser racional adquiriu um status quase que divino na sua rela o com a natureza e com os demais seres vi vos Em sua maioria os fil sofos gregos acreditavam na nature za como um bem a servi o exclusivamente da esp cie humana Como dizia Prot goras de Abdera fil sofo sofista especialista na arte da ret rica e do discurso o homem seria a medida de todas as coisas Partindo da ideia de que a raz o deveria reinar sobre os ins tintos e desejos do homem Plat o formulou um modelo de so ciedade onde os indiv duos mais racionais deveriam controlar e exercer um dom nio sobre os menos racionais Para Plat o os animais n o humanos e as plantas possu am apenas uma alma Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 223 primitiva localizada na regi o do t rax enquanto a alma racio nal seria um privil gio exclusivo da esp cie humana com exce o das mulheres escravos e crian as Segundo ele Ao tirar a vida de um ser humano causamos f ria em Deus mas tiran
272. eresses do animal j s o reconhecidos pelo nosso sistema le gal e consequentemente que os animais fazem parte da comu nidade legal Particularmente deve se notar que estes pontos Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 29 30 de reconhecimento legal tenham ocorrido enquanto os animais mantiveram seu estado de propriedade O estado de proprie dade n o uma barreira para o reconhecimento e prote o dos interesses dentro de nosso sistema legal Como os exemplos acima sugerem nossas legislaturas t m exercido sua autoridade para expandir a presen a dos interesses dos animais dentro de nosso sistema legal agora tempo de considerar o papel princi pal de nossa lei comum no tribunal Devido ao limitado alcance do A W A e do Ato de Prote o ao Chimpanz bem como s exce es e limita es das leis crimi nais contra a crueldade mais deve ser feito em prol de animais Enquanto o caminho legislativo estiver sempre dispon vel o tri bunal do Estado representa uma fonte ainda n o penetrada que pode ser usada em prol dos animais Estes tribunais tradicionais t m a capacidade de expandir o reconhecimento legal dos inte resses dos animais na rea do direito civil A fim de dar forma e subst ncia ao acesso judicial a ado o de uma nova a o de dano a interfer ncia intencional dos in teresses prim rios de um animal por este meio estimulada Esta a o de dano permitiria a resolu o de conflitos entre o ser h
273. es for dog population manegement com o resultado de sete anos de pesquisa de campo sobre ecologia canina O ponto fundamental do trabalho a conclus o sobre a necessidade de se mudar a estrat gia de controle desses animais a pr tica de 118 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL captura e sacrif cio de c es demonstra n o ser eficaz Entre as raz es da inefic cia a pesquisa aponta a n o atua na origem do problema o excesso de nascimentos b origina melhores opor tunidades de sobreviv ncia para os que escapam captura com isso aumentando taxa de reprodu o e reduzindo mortalidade c provoca a imigra o de animais de outras regi es causan do desequil brio na estrutura social da popula o canina local e promovendo a ocorr ncia de novos focos de doen as d es trat gia onerosa quando comparada a outras de car ter preven tivo e tem sido alvo frequente de manifesta es de desacordo por parte da sociedade Figura 2 C o capturado na rua e recolhido Figura 3 C es sacrificados em canil municipal a canil municipal O Guidelines OMS WSPA recomenda a ado o de um progra ma preventivo para o controle animal que inclui um conjunto de a es legisla o espec fica educa o da popula o esteri liza o vacina o anti r bica maci a registro e identifica o obrigat rios e acompanhamento das col nias de animais que sobrevivem nas ruas S o especialmente enfatizadas as medidas d
274. escind vel a puni o daqueles que acreditam que h uma situa o injus ta a ser modificada e lutam por isso verdade que os meios de luta envolvem atos criminosos mas h que se apreciar to dos os aspectos materiais referentes a estas a es conforme j descrito aqui a o p blica coletiva e n o violenta como tam b m os aspectos subjetivos dos agentes e o mais importante do movimento em si de suma import ncia a concep o da desobedi ncia civil como um movimento coletivo de pessoas com um ideal comum Os desobedientes agem de acordo com as convic es de um grupo em prol dos interesses justificados de uma minoria A sustenta o de uma causa deve estar na cren a dos cida d os na exist ncia de uma injusti a e na necessidade de mudan as O que vai manter o movimento o comprometimento dos indiv duos com a sua consci ncia que implica em praticar atos de desobedi ncia civil quantas vezes forem necess rias para a implementa o de mudan as Neste sentido Dworkin afirma que S crates estava errado na sua interpreta o de que a desobedi ncia civil s cumpriria seu papel com a puni o daquele que violou a lei O autor entende que a submiss o san o faz parte da estrat gia do ato desobe diente de demonstrar para o Estado que ter que prender mui tas pessoas caso n o exista a abertura para mudan as No entan to a puni o n o deve ser vista como um requisito necess rio para que a des
275. esente de Deus ao homem foi o poder do amor universal para sobrepor todos conflitos e dio Muitos anos mais tarde Gandhi diria que foi ao ler Tolstoy que ele se tornou um crente na n o viol ncia 2 Ver no geral M K GANDHI For Pacrrists Bharatan Kumarappa ed Na vajivan Pub House 1971 1949 uma sele o dos escritos e discursos de Gandhi sobre princ pios gerais de pacifismo dentro dos moldes da sua filosofia de n o viol ncia SociaL AND PoLrrICAL PHILOSOPHY REA DINGS FROM PLATO TO GANDHI John Sumervill e Ronald E Santoni eds Doubleday amp Co 1963 cole o representativa dos escritos de Gandhi sobre a resist ncia n o violenta abrangindo desobedi ncia civil resis t ncia passiva n o coopera o e Satyagraha ou for a da verdade MAHATMA GANDHI THE Morar Basis OF VEGETARIANISM Ramachandra Krishna Prabhu ed Navajivan Publishing House 1988 1959 compi la o dos escritos de Ghandhi sobre vegetarianismo 27 Ver no geral Marvin W MEYER AND Kurt BERGEL REVERENCE FOR LIFE THE ETHICS OF ALBERT SCHWEITZER FOR THE TWENTY First CENTURY Syra cuse University Press 2002 Ano6 VotumE8 Jan Jun2011 107 28 w m 32 33 37 38 39 4 S 108 Henry S SALT ANIMALS RIGHTS CONSIDERED IN RELATION TO SOCIAL Procress 1892 Soc y for Animal Rights 1980 PETER SINGER ANIMAL LIBERATION rev ed Ecco 2002 1975 Frances Moore LAPPE DIET FOR A SMALL PLANET
276. esmo padr o Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 de legisla o de New York com ambas novas leis criminais e a cria o certificada de sociedades estaduais para preven o de crueldade aos animais S P C A Societies for Prevention of Cruelty to Animals Ameri can Society for the Prevention of Cruelty to Animals 1890 Relat rio Anual 36 Ver Genericamente Richard D Ryder Animal Revolution Changing Attitudes Toward Speciesism 171 75 1989 3 So 458 Miss 1888 Stephens v State 3 So 458 Miss 1888 Grise v Steta 37 Ark 456 458 1881 1867 N Y Anti Cruelty Laws ch 375 1 1867 vers o atual em NY Acrig amp Mkts Law 353 Consol 2004 Penalidade para abuso crueldade no trato etc Se qualquer pessoa abusar sobrecarregar torturar atormentar privar do sustento necess rio ou desnecessariamente bater ou mutilar ou matar sem necessidade ou se qualquer pessoa tentar abusar sobre carregar torturar atormentar privar do sustento necess rio ou des necessariamente bater ou mutilar ou matar sem necessidade qualquer criatura viva o agressor ser considerado culpado por delito leve Id 10 Nada contido nesta lei deve ser constru do para proibir ou interferir em investiga es ou experimentos cient ficos propriamente conduzidos cujas atividades devem ser conduzidas sob autoridade de universida des ou faculdades de medicina
277. essary and if it uses the fewest number of animals the committees tend only to focus on the refinement principle and ask whether there is sufficient pain relief It is no surprise that the committees do not fully consider the Three Rs for a number of reasons The AWA does not identify any restrictions on what may be done during an experiment in fact quite the opposite is true Once a researcher asserts that a procedure is part of the test protocol the IACUC has no authority to question the procedure Further the AWA does not distinguish between types of experiments or identify which ones have sufficient social utility to justify animal suffering All experiments are treated equally whether they seek to market a new color of lipstick or find the cure for cancer Likewise the law does not require a researcher to prove that the research will be beneficial that it is not redundant of other research that it is necessary or that there are no alternatives Further the committee process is not required at all for experiments that are classified as unlikely to cause more than minor pain and distress despite the fact that the animals used in experiments are killed at the conclusion of the test if not before Because the principles underlying the Three Rs were not fully incorporated into the law there is no mechanism to require their recognition inclusion or implementation In fact the United Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011 75
278. estar dos c es domiciliados em apartamento Revista Brasileira de Direito Animal Vol 2 n 1 ago 2007 Salvador Evolu o 2006 p 164 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 261 10 11 12 13 14 15 262 SANTANA Luciano Rocha e OLIVEIRA Thiago Pires Guarda respon savel e dignidade dos animais Revista Brasileira de Direito Animal ano 1 numero 1 jan 2006 p 67 104 Salvador Instituto de Abolicionismo Animal 2006 passim BEKOFF Marc A vida emocional dos animais alegria tristeza e empatia nos animais um estudo cientifico capaz de transformar a maneira como os vemos e os tratamos Tradu o Denise de C R Delela S o Paulo Cul trix 2010 p 38 Id Ibid p 43 44 DOTTI Jerson Terapias e animais S o Paulo PC Editorial 2005 p 55 56 Art 32 Praticar ato de abuso maus tratos ferir ou mutilar animais sil vestres dom sticos ou domesticados nativos ou ex ticos Pena deten o de 3 tr s meses a 1 um ano e multa SANTANA Luciano Rocha e OLIVEIRA Thiago Pires Guarda respon s vel e dignidade dos animais Revista Brasileira de Direito Animal ano 1 n mero 1 jan 2006 p 67 104 Salvador Instituto de Abolicionismo Animal 2006 passim Id Ibid p 91 SANTANA Luciano Rocha e OLIVEIRA Thiago Pires Guarda respon s vel e dignidade dos animais Revista Brasileira de Direito Animal ano 1 n mero 1 jan 2006 p 67 104 Salvador Instituto de Abolicionismo Animal 2006
279. estaria sendo violado No entanto Singer ressalva que no n vel dos princ pios mo rais pr ticos o abate de animais com fins aliment cios deveria ser completamente abolido e s deveria ser utilizado numa si tua o em que a pr pria sobreviv ncia humana estivesse em perigo Para ele o consumo de animais como alimento refor a a ideia dos animais como objetos e isso por si s seria uma ra z o suficiente para se evitar o abate de qualquer tipo de animal para fins aliment cios Segundo Tom Regan a tica utilitarista se vale equivocadamente de uma ideia quantitativa de prazer para justificar o sacrif cio de animais Para ele a vida de cada indiv duo considerado em sua individualidade tem um valor pr prio e ainda que o sacrif cio seja feito sem nenhuma dor isso n o far com que ele deixe de ser uma pr tica imoral 12 Hierarquia entre a vida humana e a animal Na tica de Singer seria poss vel estabelecer uma hierarquia entre esp cies de vidas distintas se houvesse algum fundamen to neutro imparcial a partir do qual se realizasse esta compa ra o Para ele este fundamento poderia ser obtido atrav s de uma transmigra o hipot tica onde ap s encarnar no corpo de v rios animais algu m poderia dizer em qual corpo a vida seria melhor claro que essa experi ncia al m de ser absolutamente im poss vel no plano real esbarraria no argumento de que a vida de uma criatura de suma import ncia
280. etores identificadores da desobedi ncia civil enquanto que o criminoso comum geralmente age s escondi das evitando ser pego em flagrante delito No entanto alerta Buzanello que essa diferencia o n o determina em absoluto o favorecimento do desobediente em rela o ao criminoso Para o autor o que deve ser considerado s o as consequ ncias da a o desobediente para o sistema pol tico J Hannah Arendt indica que h uma enorme diferen a entre o criminoso que age fur tivamente evitando os olhos do p blico e o contestador civil Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 333 que transgride a lei em um aberto desafio A autora afirma A distin o entre a viola o aberta da lei executada em p blico e a viola o clandestina t o claramente bvia que s pode ser ig norada por preconceito ou m vontade Impera destacar que a a o p blica objetiva denunciar a quest o injusta s pessoas como tamb m angariar a simpatia e o apoio destes cidad os N o se pode esquecer que a desobedi ncia civil busca mudan as legislativas o que n o acontece apenas com a positiva o mas tamb m com a aceita o da sociedade a estas mudan as A publicidade da a o conduz a outro aspecto imprescin d vel da desobedi ncia civil a sujei o s san es De fato se o grupo desobediente age de forma not ria para que a socie dade testemunhe os seus atos est se expondo aplica o das san es previstas id
281. evelou que quanto maior o n mero de abatedouros em um regi o maior o n mero de crimes violentos como estupros e homic dios O ndice de viol ncia chega a crescer at cento e trinta por cento nessas regi es Segundo Tom Regam se Kant reconhece que maltratar um animal pode levar algu m a maltratar um ser humano ele o faz porque h uma semelhan a significativa entre o homem e o ani mal que inexiste entre um homem e um objeto qualquer a su jei o ao sofrimento A maioria dos sintomas observados em um animal em situa es dolorosas tamb m encontrada em um ser humano Logo se o sofrimento humano e animal s o iguais ou pelo menos semelhantes e causar sofrimento em um homem errado do ponto de vista moral por que tamb m n o seria erra do causar sofrimento a um animal Para Regam a quest o aqui n o diria respeito s habilidades mas sim capacidade de sofri Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL mento que est presente tanto no homem quanto no animal Assim Kant estaria sendo contradit rio e totalmente arbitr rio ao negligenciar o sofrimento dos animais De acordo com John Rawls o fundamento da igualdade es taria na personalidade moral uma propriedade de mbito que seria exatamente igual para todos os seres humanos Rawls se baseia na ideia contratual de justi a segundo a qual uma pessoa deixa de agredir a outra para n o ser agredida No mbito da igualdade ficaria apenas quem tivesse condi
282. evisto no 2 do artigo 5 da Constitui o Brasileira Segundo a autora a carta Pol tica um sistema aberto s mudan as sociais que no entanto estabelece o conte do que deve permanecer est tico Este cont m os prin c pios vetores da forma o da unidade pol tica a fixa o das fun es estatais e as bases do conjunto do ordenamento jur dico A estrutura estatal e o procedimento pelo qual ser o decididas as quest es em aberto tamb m formam o n cleo est vel para tanto a Constitui o fixa compet ncias e institui rg os Desta forma tendo em vista a caracter stica auto constru tiva da Constitui o Garcia argumenta que o artigo 5 da CF no seu 2 que dita Os direitos e garantias expressos nesta Constitui o n o excluem outros decorrentes do regime e dos princ pios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a Rep blica Federativa do Brasil seja parte traz o direito desobedi ncia civil 336 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Este direito se fundamentaria no regime republicano de go verno e no princ pio da cidadania elencados entre os princ pios fundamentais do Estado Brasileiro que destinam ao cidad o um plexo de direitos e garantias Entre estes dever estar a de sobedi ncia civil que aparece de forma impl cita j que dado ao indiv duo o direito de promover a altera o ou revoga o da lei ou deixar de atender a qualquer lei ou ato que atentem contra
283. experimento A AWA representa um cla ro exemplo do processo legislativo adotando uma lei que busca equilibrar os interesses animais e interesses humanos Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 3 3 3 Ato de Prote o dos Chimpanz s Outro exemplo a n vel federal trata especificamente dos nos sos ancestrais gen ticos os chimpanz s Em 2000 o Congresso aprovou a Lei da Melhoria da Sa de Manuten o e Prote o dos Chimpanz s O ponto de debate no Congresso era o que deveria ser feito por ou com mais de mil chimpanz s de longa vida que tinham sido parte de programas federais de pesqui sa por muitos anos mas que n o eram mais necess rios a tais experimentos Um comit especial do Conselho Nacional de Pesquisa anali sou a quest o e concluiu que o alojamento laboratorial cont nuo para chimpanz s seria bastante caro especialmente quando o animal n o era mais necess rio pesquisa A alternativa mais barata seria a eutan sia dos animais desnecess rios por m esta op o foi rejeitada pelo comit e por fim pelo Congresso A op o sugerida pelo Comit de Pesquisa e adotada pelo Congresso foi a cria o de parques de aposentadoria que seriam operados e parcialmente apoiados pelo Congresso e organiza es privadas sem fins lucrativos Enquanto o dinheiro era uma motiva o a o do Congresso subjacente aprova o da Lei de Prote o dos Chimpanz s es tava tamb m o reconhecimento de que o
284. faculdades 1 a vegetativa threptik n comum a todos os seres vivos 2 a locomotiva kinesis comum a todos os animais 3 a sensitiva aisthetik s e 4 a imaginativa phantasia comum apenas ao homem e a alguns animais superiores N o obstante ao lado das in meras faculdades da alma comuns aos homens e aos animais apenas os primeiros seriam dotados de um esp rito ou alma intelectual nous um esp rito passivo relacionado alma sensitiva e um esp rito ativo que ao mesmo tempo forma e pensamento Nesse sentido a opera o com intelig veis se constitui numa opera o aut noma da alma em si n o existindo intelig ncia nos sentidos aisth sis uma vez que o operar intelectual do esp rito permanece em pot ncia at que ele receba as impress es provenientes do real Como existe um intelecto passivo onde se imprimem as formas do real atrav s de uma intera o que ocorre o ato da gn sis onde a intelig ncia at ent o pot ncia torna se ato Assim enquanto os sentidos capturam o real e o intelecto passivo registra o intelecto ativo constr i o pensamento atrav s de um processo de formaliza o abstra o e generaliza o do que foi apreendido GORDILHO 2008 pp 20 21 A partir deste racioc nio a fun o intelectiva da alma esp ri to racionalidade intelig ncia passa a ser adotada pela tradi o ocidental como a diferen a fundamental mais significativa en tre homens e demais ani
285. fato de que o criminoso comum age em benef cio pr prio individual enquanto que os dissidentes civis agem em prol de uma coleti vidade trabalhando para a demonstra o de uma injusti a No objeto deste estudo este aspecto inquestion vel Os ativistas pelos direitos dos animais trabalham expressamente por direi tos de terceiros movidos por quest es de consci ncia moral Em exemplos de a es de desobedi ncia civil como as lutas pelos direitos civis dos indianos e dos negros lideradas por Gandhi e Luther King respectivamente os desobedientes em geral atua vam em prol da coletividade mas pelos direitos de uma minoria em que eles pr prios se encaixavam Isso facilmente compre endido porque os valores e a moral humana tamb m s o cons tru dos de acordo com as rela es sociais dos indiv duos entre si e em rela o ao Estado Assim a percep o de uma injusti a se forma na medida em que se delineia a diferen a no tratamento social de cada um enquanto indiv duo e cidad o dando impul so luta para a mudan a Ocorre que no caso dos animais s o seres que n o podem se articular em um movimento organizado para mudan as no que se refere ao respeito aos seus direitos Dependem da consci ncia ou melhor da compaix o dos huma nos para que tenham estes direitos concretizados Tamb m se deve observar o cunho publicit rio do ato deso bediente Demonstrar s pessoas a injusti a da lei ato ou cos tume um dos v
286. for a continue nuisance Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL PHILOSOPHICAL FOUNDATIONS AND ANIMALS IN TESTING CONCERNS AND CONSEQUENCES Katherine Hessler Resumo O presente paper busca a partir da filosofia e da ci ncia mo derna demonstrar como s o conduzidas as pesquisas cientificas nos Estados Unidos A fim de abordar essa quest o avan a se para enten der a situa o moral e legal dos animais na sociedade Animais s o vistos como uma propriedade em cada pa s do planeta dispon veis para qualquer uso que os humanos considerem adequados Para en tender a situa o atual a autora prop e um olhar atrav s da historia PALAvVRAS CHAVE Direito Animal Abolicionismo Testes em animais ABsTRACT This paper seeks from the philosophy and modern science showing how scientific research are conducted in the United States In order to address this issue goes to understand the legal and moral status of animals in society Animals are seen as a property in every country on Earth available for any use that humans deem appropriate To understand the current situation the author proposes a look through the history Keyworps Animal Rights Abolitionisim Animal testing The first question we ask ourselves when discussing animals in testing is a philosophical one Why should we care about them Three reasons become apparent First this resea
287. fraternidade KANT Immanuel Cr tica da Raz o Pr tica Tradu o de Rodolfo Scha efer 2 ed S o Paulo Martins Claret 2003 p 71 EXISTO logo Penso Revista Terra p 47 58 jan 2004 p 51 DARWIN Charles A express o das emo es no homem e nos animais Tradu o de Leon de Souza Lobo Garcia S o Paulo Companhia das Le tras 2009 p161 Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 245 2 co 2 3 3 w m 3 33 3 s 35 3 a 38 39 40 4 A 246 FREUD apud HABERMAS J rgen Conhecimento e Interesse Introdu o e tradu o de Jos N Heck Rio de Janeiro Zahar Editores S A 1982 p 255 DESCARTES O Discurso Sobre o M todo Tradu o de Torrieri Gui mar es S o Paulo HEMUS Livraria Editora LTDA 1975 p 71 DARWIN Charles A express o das emo es no homem e nos animais Tradu o de Leon de Souza Lobo Garcia S o Paulo Companhia das Le tras 2009 p 59 Ibid p 79 SINGER Peter tica Pr tica Tradu o de Jefferson Luiz Camargo 3 ed S o Paulo Editora Martins Fontes 2006 120 FREUD apud HABERMANS op cit p 238 LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e No vas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 316 O pre mbulo da Declara o Universal dos Direitos dos Animais observa que o respeito do homem pelos animais est tamb m ligado ao respeito do homem pelo seu semelhante
288. gados na cultura popular brasileira como rodeios cavalhadas vaquejadas e a pesca esportiva Em sua opini o o projeto estaria portanto em conson ncia com o texto do 1 do art 215 da Constitui o Federal que protege as tradi es populares ao dispor que o Estado prote ger as manifesta es das culturas populares ind genas e afro brasileiras e das de outros grupos participantes do processo civilizat rio nacional Conforme se passar a demonstrar nada mais equivocado 3 A moldura constitucional da prote o dos animais A Constitui o Federal de 1988 de maneira inovadora de dicou um cap tulo espec fico prote o e promo o dos valores ambientais Neste sentido em seu artigo 225 resta clara a ele va o do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como aut ntico direito fundamental ligado diretamente dig nidade existencial humana Ocorre todavia que a referida norma constitucional foi mais al m Por meio do art 225 1 VII da Constitui o Federal erigiu se como verdadeiro princ pio constitucional a promo o da defesa dos animais n o humanos contra os atos abusivos e cru is a saber Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equili brado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida impondo se ao Poder P blico e coletividade o dever de defen d lo e preserv lo para as presentes e futuras gera es 1 P
289. ge 9 Va J Soc Poly amp L 587 593 2002 Many writers believe that the true founder of the animal welfare movement was the renowned utilitarian Jeremy Bentham As a utilitarian Bentham believed that the correct moral action is discovered by noting which action produces the most social benefit even if that benefit comes at a significant cost to a few PETER SINGER ANIMAL LIBERATION 7 rev ed Ecco 2002 1975 ARTHUR HERMAN GANDHI amp CHURCHILL THE Epic RIvALRY THAT DESTROYED AN EMPIRE AND ForceD Our AcE 132 Random House Inc 2008 stating that Gandhi had read Tolstoy s The Kingdom of God Is Within You and had been overwhelmed by its message that God s greatest gift to man was the power of universal love to overcome all conflict and hatred Many years later Gandhi would say that it was reading Tolstoy that made him a believer in nonviolence Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 26 27 28 29 30 31 32 33 34 36 37 See generally M K Ganput For Pacirists Bharatan Kumarappa ed Navajivan Pub House 1971 1949 a selection of Gandhi s writings and speeches on the general principles of pacifism within the framework of his philosophy of non violence SoctaL AND PoLITICAL PHILOSOPHY READINGS FROM PLATO TO GANDHI John Sumervill amp Ronald E Santoni eds Doubleday amp Co 1963 representative collection of Gandhi s writings on non violence resistance covering
290. gisla o extravagante com destaque mas n o somente para a Lei 9 605 98 que trata especificamente da tutela jur dica da fauna e da flora brasileiras e a partir da Constitui o Federal de 1988 art 225 CF que se pode tentar identificar hermeneuti camente direitos titularizados pelos pr prios animais enquan to sujeitos de direitos conforme se ver em seguida 2 4 Animais como sujeitos de direitos e dotados de personalidade jur dica Ap s longo debate em torno das correntes que lutam em prol dos interesses animais frustrante constatar que mesmo no rol de autores que as discutem e filiam se a um ou outro movimen to existe relativa descren a quanto aos avan os a serem alcan a dos principalmente no que concerne s pretens es abolicionis tas e em face do atual paradigma de justi a moral do processo de coisifica o do imp rio da propriedade e dos interesses hu manos sobre os dos outros animais raz o instrumental especis ta N o obstante estes mesmos autores insistem em ultrapassar as esferas da moral e da filosofia para o campo da dogm tica 282 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL jur dica defendendo que para al m de uma obriga o de ordem moral existe um dever jur dico de n o maltratar os animais fe rindo os seus interesses primordiais No mbito do ordenamento jur dico brasileiro conforme j mencionado o tratamento dispensado aos animais era o refe rente ao status de bem p bl
291. gnificativamente o n mero de ani mais esterilizados e tornar mais eficaz o programa de controle da reprodu o e a redu o de abandonos nas ruas contribuindo para uma economia crescente dos gastos p blicos Em Almirante Brown Argentina por exemplo a prefeitura substituiu em 1996 o m todo de captura e sacrif cio de c es e gatos por um programa preventivo com nfase no controle reprodutivo Dois Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 125 126 m dicos veterin rios e oito assistentes realizam 70 esteriliza es ao dia e esterilizam em m dia 15 000 animais anualmente 3 5 O enfoque ambiental A legisla o ambiental brasileira especialmente a Lei Federal n 9605 98 e a Portaria Federal n 05 93 do CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente estabelece que os animais mortos por v rias causas encaminhados para exames de laborat rio seus res duos e excretas e os res duos de limpeza das instala es onde forem mantidos s o classificados como res duos s lidos org nicos e devem receber cuidados especiais relativos coleta segrega o tratamento e destina o adequada A forma usualmente indicada para tratamento dos res du os org nicos dos servi os de sa de a incinera o que requer equipamentos apropriados r gido controle tem alto custo e ri gorosas exig ncias para licen a e funcionamento sendo de dif cil implementa o para diversos munic pios Uma alternativa a destina o para ater
292. gs Desenvolvimento Sustent vel a institucionaliza o de um conceito Bras lia Editora IBAMA 2002 SANTANA Luciano Rocha e OLIVEIRA Thiago Pires Guarda respons vel e dignidade dos animais Revista Brasileira de Direito Animal ano 1 n mero 1 jan 2006 p 67 104 Salvador Instituto de Abolicionismo Animal 2006 Notas 1 NOBRE Marcos e AMAZONAS Maur cio de Carvalho orgs Desenvol vimento Sustent vel a institucionaliza o de um conceito Bras lia Edito ra IBAMA 2002 passim 260 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL BARTLETT Steven J Ra zes da resist ncia humana aos direitos dos ani mais Bloqueios psicol gicos e conceituais Revista Brasileira de Direito Animal Vol 2 n 2 jul dez 2007 Salvador Evolu o 2007 p 19 JProduza a terra seres vivos de acordo com suas esp cies rebanhos dom sticos animais selvagens e os demais seres vivos da terra cada um de acordo com sua esp cie Entao disse Deus Fa amos o ho mem nossa imagem conforme a nossa semelhan a Domine ele sobre os peixes do mar sobre as aves do c u sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao ch o JSejam f rteis e multipliquem se Encham e subjuguem a terra Dominem sobre os peixes do mar sobre as aves do c u e sobre todos os animais que se movem pela terra Segundo Laerte Fernando Levai Longe de parecer um sentimento de simples pied
293. hed a five year plan to advance alternatives for those regulatory test methods that can involve significant animal pain and distress and case use large numbers of animals Regulation No 1907 2006 of the European Parliament and of the Council of 18 Dec 2006 Registration Evaluation Authorisation and Restriction of Chemical Substances 2006 O J L 369 Council Directive 76 768 EC 1976 O J L262 amended 4 Feb 2009 Concerning Cosmetic Products About ECVAM http ecvam jrc it last visited Nov 27 2009 Council Directive 86 609 EC of 24 Nov 1986 1986 O J L 358 7 2 available at http eur lex europa eu LexUriServ LexUriServ do uri CELEX 31986L0609 EN HTML on the approximation of laws regulations and administrative provisions of the Member States regarding the protection of animals used for experimental and other scientific purposes Id at Art 23 Id Alan M Goldberg and Paul A Locke To 3R is Humane THE ENVIRONMENTAL Forum July Aug 2004 available at http caat jhsph edu publications articles To 3R Is Human J A 20041 pdf Allison Guy Clement Gauthier and Gilly Griffin Adopting alternative methods for regulatory testing in Canada 14 AATEX Special Issue Proc 323 327 2008 available at http www soc nii ac jp jsaae WC6 PC html Publication serves as an archive of the conference 6th World Congress Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 61 6 N 6 w 64 6 a 6 a 67
294. hemselves allow for challenges to the purpose of the experiment They do not provide a method to determine if the experiment is socially or scientifically necessary Additionally application of the Three Rs to new and emerging technologies is unclear Many new test methods will be first tried on animals This is the validation method we are most familiar with and will be the way which new test protocols receive approval Further even in vitro tests may use animal cells in the culture process And of course the Three Rs principle do not challenge the presumption that it is appropriate for humans to determine when and how to use animals in research Though the Three Rs suggest more care be taken in the exercise of animal research it is a principle which further entrenches this human privilege It does not allow consideration that any animal no matter its level of sentience or ability to reason and communicate should have the right to withhold consent to be used as a test subject Ultimately implementation of the Three Rs represents a significantimprovementin animal welfare in the research context But this protection is limited It stems from the motivation to encourage appropriate human behavior It is does not represent a paradigm shift in which we would return to a much earlier conception of animals as family deserving respect rather than property deserving protection NOTES 1 See generally C Ray GREEK AND JEAN SWINGLE GREEK SACR
295. hor solu o que atenda ao interesse p blico com a submiss o s normas em vigor Sendo certo que a nica maneira eficaz e preventiva de se atuar no combate raiva e superpopula o de animais a es teriliza o visando ao controle da natalidade e a educa o da popula o percebe se que o atuar da Administra o P blica tamb m n o se pauta pelo princ pio da precau o Conv m mencionar que tal princ pio foi incorporado ex pressamente pelo nosso ordenamento jur dico por meio da Confer ncia sobre Mudan as do Clima acordada pelo Brasil no mbito da Organiza o das Na es Unidas e ratificada pelo Congresso Nacional via Decreto Legislativo n 2 de 3 de feve reiro de 1994 6 2 Da inobservancia do Principio Constitucional da Educa o Ambiental O Poder P blico deve promover a educa o ambiental em todos os n veis de ensino e a conscientiza o p blica para a pre serva o do meio ambiente conforme exigido pelo artigo 225 caput e 8 1 inciso VI da Constitui o da Rep blica e pelo artigo inciso X da Lei n 6 938 81 N o h como negar que a procria o desordenada da qual decorre a superpopula o de animais de rua consegii ncia da ineficaz pol tica de sa de p blica das municipalidades que n o realizam campanhas de conscientiza o e de educa o am Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 155 biental que estimulem a posse respons vel e a esteriliza o o que ev
296. i es do meio ambiente Para ele os ani mais pensam como crian as que n o aprenderam ainda a utili zar a linguagem Segundo Darwin os animais possuem at mesmo um senso de utilidade Quando um cachorro se aproxima de outro de monstra atrav s do seu movimento que n o tem a inten o de brigar Al m disso alguns gestos que se manifestam a partir de determinados sentimentos s vezes s o usados pelos ani mais para manifestar um sentimento completamente oposto Cachorros e gatos quando brincam t m consci ncia de que n o podem abusar de suas unhas e dentes afiados caso contr rio iriam ferir um ao outro Por exemplo quando o meu terrier morde minha m o rosnando de brincadeira se aperta mais forte e eu lhe digo devagar devagar ele continua mordendo mas me responde abanando a cauda o que parece dizer n o se preocu pe s de brincadeira O fundador da psican lise Sigmund Freud e o fil sofo Descartes negavam qualquer tipo de linguagem entre os animais n o humanos Para Descartes a aus ncia da fala nos animais Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL n o se deve a uma defici ncia motora mas sim a uma incapaci dade intelectual e sobretudo inexist ncia da alma Segundo Darwin no entanto al m da voz os animais tamb m utilizam gestos e express es faciais para se comunicarem Os macacos por exemplo podem compreender perfeitamente gestos e ex press es um do outro e tamb m do p
297. i o se estivessem a servi o da esp cie humana Arist teles no entanto desafia a no o dos animais como m quinas insens veis ao prazer e dor e reconhe ce que a amizade para ele mais importante do que a pr pria justi a n o um sentimento exclusivamente humano podendo ser encontrada tamb m nos p ssaros e na maioria dos animais 224 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 3 A cultura judaico crist A cren a judaico crista de que o homem foi feito imagem e semelhan a de Deus e que deveria dominar sobre os outros seres vivos tamb m serviu durante muito tempo de justifica tiva para excluir os animais de uma esfera de considera o mo ral Segundo Santo Agostinho alguns objetos como dinheiro e comida tinham uma import ncia maior do que a vida de um animal Para ele a passagem do evangelho de S o Marcos onde Jesus tira os esp ritos malignos de um homem e os coloca numa manada de porcos que em seguida morre afogada seria uma evid ncia da superioridade humana e da irrelev ncia moral dos animais n o humanos Para Tom s de Aquino haveria uma ordem hier rquica na natureza onde o homem ocuparia o posto mais elevado na grande cadeia da vida Tal qual Arist teles Aquino tamb m acreditava que as plantas foram feitas para servir de alimento para os animais e os animais de alimento para o homem Como n o h pecado em usar algo para o fim que se destina n o have ria mal algum em matar um animal
298. ia civil direito animal crimes de cons ci ncia Asstract The study s object of this essay was the solution for a hypothetic situation if an activist group for animal s rights disobey police orders for interrupt a public manifestation or occupy a slaughter house or an industrial farm to protest against the abuses committed Graduada em Direito pela UFBA Integrante do N cleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extens o em Direito Ambiental e Direito Animal Integrante do Instituto Abolicionista Animal E mail vane_moura hotmail com Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 315 316 against the animals destined to human alimentation how the State may act The State can abstain from punish this agents To answer this question the base was the civil disobedience as a democratic instrument to promote the denunciation of the abuses practiced against animals The conclusion was that the conscience crimes committed by activists for the animals rights cannot be punished This conclusion comes from the differences between conscience crimes and common crimes besides the prerogative of the citizens in participate at the construction of the constitutional order in Democratic State of Right the constitutional guaranty of citizenship Another argument is that the civil disobedience is showed at the brazilian criminal doctrine as an overlegal culpability excluding for not demand diverse conduct what justifies the not punishment of the civil disobedie
299. ica p blica sempre visando uma pondera o eticamente apropriada Finalmente este artigo sugere uma considera o mais ampla dos interesses dos animais atrav s do reconhecimento de um novo tipo de dano a interfer ncia intencional sobre um interesse fundamental de um animal PaLAvRAs cHAVE Legisla o Animal Propriedade Prote o Animal Asstract This article seeks to explore a simple but profound question how should our legal system deal with the claims of animals for protection against harms inflicted by humans Rather than a focus on pain and suffering or the cognitive abilities of animals 1 Publicado originariamente em 2005 MICH ST L VER 333 disponivel em ingl s em http www animallaw info articles art_pdf favre_animal_interest pdf Professor de Direito da Michigan State University College of Law J escrevi e dei aulas na rea de direito animal por vinte anos Sou editor da Animal Legal and Historical Center com p gina web www animallaw info Desejo expressar meu apre o aqueles que revisaram e comentaram nas principais se es deste artigo Professor Bill Reppy Professor Brian Kalt Professor Gregory Mitchell Steve Ann Chambers Joyce Tischler e Davisd Wolfson Agrade o tamb m aos organizadores da Confer ncia da Harvard Law School The Evolving Legal Status of Chimpanzee em setembro de 2002 o qual permitiu a inicial apresenta o destes pensamentos Ano6 VoLume8 Jan Jun2011 13 14 this
300. ico ou privado em se tratando de animais silvestres ou dom sticos respectivamente N o obstan te com o advento da legisla o especial destacando se a Lei n 9 605 98 Crimes Ambientais ao menos os animais silvestres podem ser considerados como titulares de direitos ainda que restritos como vida liberdade e integridade f sica Os art 29 e 32 desta lei s o bem elucidativos neste sentido sen o vejamos in verbis Art 29 Matar perseguir ca ar apanhar utilizar esp cimes da fauna silvestre nativos ou em rota migrat ria sem a devida permiss o licen a ou autoriza o da autoridade competente ou em desacordo com a obtida Pena deten o de seis meses a um ano e multa Art 32 Praticar ato de abuso maus tratos ferir ou mutilar animais silvestres dom sticos ou domesticados nativos ou ex ticos Pena deten o de tr s meses a um ano e multa Quanto aos animais em geral o art 225 81 VII da Constitui o Federal de 1988 que d guarida aos seus direitos primordiais Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida impondo se ao Poder P blico e coletividade o dever de defend lo e preserv lo para as presentes e futuras gera es 1 Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico VII proteger a fauna e a flora vedadas na forma da lei as pr ticas que
301. identidade ps quico f sica no decorrer do tempo e bem estar individual GORDILHO 2008 p 72 Para os sujeitos de uma vida haveria ainda direitos inatos sua condi o direitos morais na cultura anglo sax nica e direitos personal ssimos no sistema brasileiro e insuscet veis de serem relativizados em face de eventuais pondera es ou c lculos utilitaristas Tais direitos morais seriam marcados pelos seguintes tra os universalidade igualdade inalienabilidade naturalidade Diante do que foi exposto poss vel inferir se que Tom Regam e o movimento abolicionista em geral v o muito al m do pleito por melhores condi es nos laborat rios ou agroind s Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 279 280 trias como gaiolas amplas e limpas O que desejam Regan e os adeptos do movimento s o jaulas vazias t tulo de uma das obras deste fil sofo n o acreditando na efetiva e real modifi ca o de uma situa o visivelmente injusta mediante apenas a sua flexibiliza o Para Heron Santana contudo embora tenha havido signifi cativa fragmenta o no movimento em prol da defesa dos di reitos animais que passaram a adotar premissas filos ficas e objetivos finais espec ficos e distintos a motiva o e o objetivo geral uno as id ias defendidas s o complementares visando a extin o de toda e qualquer pr tica que submeta os animais viol ncia e crueldade GORDILHO 2008 p
302. ificada de acordo com o n mero de agentes do ato desobediente se feito individualmente como o caso da obje o de consci ncia ou em grupo clandestina ou p blica onde o autor traz como exemplos aquelas que acontecem em atenta dos an rquicos baseados na surpresa ou aquelas que s o ante riormente anunciadas pac fica ou violenta ocorrendo a primei ra quando realizada por meios n o violentos caracter sticos das greves em geral e a segunda que acontece sobretudo em a es revolucion rias com armas pr prias ou impr prias a voltada para a mudan a de uma lei de um grupo de normas ou a que objetiva a derrubada de todo o sistema estatal como o movi mento revolucion rio e por fim a resist ncia passiva ou ativa sendo aquela que acontece violando se apenas a parte precep tiva da norma sendo preservada a submiss o parte punitiva desta norma e esta que sucede quando o agente ataca tanto a parte preceptiva quanto a parte punitiva da norma esquivando se da san o cominada Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL A desobedi ncia sempre foi vista como um ato de desres peito a regras transgress o da lei No entanto h a desobedi ncia na qual n o se perde a fidelidade geral ao Estado pelo contr rio se procura demonstrar falhas ou injusti as na legis la o ou nos costumes da sociedade praticada atrav s de atos ilegais mas p blicos e pac ficos executados sem viol ncia A isto reconhece se
303. igas com Jeremy Ben tham talvez sendo uma das figuras chaves no debate Veja Jeremy Bentham A Utilitarian View em ANIMAL RIGHTS AND HUMAN OBLIGATIONS 129 30 Tom Regan amp Peter Singer eds 1989 baseada considera o pelos animais n o nas suas capacidades ling sticas ou racionais mas em sua capacidade de sofrimento Essa perspectiva foi recentemente rearticulada em Cass R Sunstein The Rights of Animals 70 U chi L ver 387 2003 Veja tamb m Martha C Nussbaum Animal Rights The Need for a Theorical Basis 114 HARV L1506 2001 revendo STEVEN M WISE RATLING THE CAGE TOWARD LEGAL RIGHTS FOR ANIMALS 2000 hereinafter RATLING THE CAGE e revendo a variedade b sica de clamores pelos animais Um sum rio interessante de vis es durante o s culo XIX pode ser en contrada no capitulo 1 do primeiro livro formal de luta pelos direitos legais para animais HEBRY S SALT ANIMAL S RIGHTS CONSID Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 47 48 a ERED IN RELATION TO SOCIAL PROGRESS Macmillan amp Co 1894 A perspectiva do sofrimento e miseric rdia humana foi considerada recentemente em um livro de MATTHEW SCULLY DOMINION THE POWER OF MAN THE SUFFERING OF ANIMALS AND THE CALL TO MERCY 2002 Para uma detalhada considera o das preocupa es animais de um fi l sofo chave dos direitos dos animais ver TOM REGAN THE CASE FOR ANIMAL GHTS 34 81 1983 Para uma atualiza o na ci ncia das preocupa es e co
304. ilizados Na It lia os animais s o devolvi dos comunidade da qual foram retirados e na Argentina s o encaminhados ado o ainda que bravios Verifica se que h uma tend ncia mundial em abolir a matan a de animais REFER NCIAS MEIRELLES Hely Lopes Direito Administrativo Brasileiro S o Paulo Editora Malheiros 1999 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 159 MELLO Celso Ant nio Bandeira de Curso de Direito Administrativo S o Paulo Malheiros 1994 MILAR dis Direito do Ambiente S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2001 T CITO Caio Direito Administrativo S o Paulo Editora Saraiva 1975 THORNTON G W Pet overpopulation Why is a solution so illusive In Urban Animal Management Discussion Papers v 18 1993 The welfare of excess animals Status and needs In Journal of the American Veterinary Medical Association v 200 n 5 p 660 1992 TREZ Thales e GREIF S rgio A Verdadeira Face da Experimenta o Animal A Sua Sa de em Perigo Rio de Janeiro Sociedade Educacional Fala Bicho 2000 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 160 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL EsPECISMO RELIGIOSO F bio Corr a Souza de Oliveira e Resumo Este artigo investiga o que se pode denominar de especismo religioso tendo por base o Velho Testamento o Novo Testamento o Espiritismo Kardec e o Hinduismo Hare Krishna PALAVRAS CHAVE An
305. imais n o humanos Religi o Especismo Direito dos Animais Asstract This article studies what can be called religious especism taking as an object the Old Testament the New Testament the Spiritism Kardec and the Hinduism Hare Krishna Keyworps Animals religion specism Animal Rights Sum rio 1 Introdu o Religi o E Direito Dos Animais O Animal Religioso 2 Velho Testamento 3 Novo Testamento 4 Espiritismo Allan Kardec 5 Bhagavad Gita Prabhupada 6 Especismo Religioso 7 A Posi o Da Humanidade 7 1 A Quest o Humpty Dumpty Tom O estudo guarda origem em duas exposi es realizadas no ano de 2010 Uma na Fa culdade de Direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ e outra no 3 Congresso Vegetariano Brasileiro Porto Alegre SVB Texto conclu do em 4 de outubro de 2011 quando se celebra o Dia dos Animais e de Francisco de Assis A eles vai dedicado em agradecimento esta investiga o Coordenador do Centro de Direito dos Animais Ecologia Profunda Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ CNPQ Professor de Direito dos Animais Ecologia Profunda no Mestrado em Direito da Universidade Federal do Esta do do Rio de Janeiro UNIRIO tendo lecionado cadeira com o mesmo nome na Gra dua o Professor de Direito Administrativo da UFRJ e de Direito Constitucional da UNIRIO Coordenador do Mestrado Doutorado em Direito da Universidade Est cio de S UNESA
306. implesmente pelo uso da raz o ocultando se o fato de que foram os pr prios homens em determinadas circunst ncias conjunturais que as criaram e reproduziram fizeram reproduzir se GORDILHO 2008 p 18 O paradigma cartesiano ou paradigma dominante foi a express o mais bem acaba do racionalismo cient fico inclusi ve quanto sua pretensa efici ncia em manter o saber que se prop e de fato dotado de cientificidade e portanto validade longe das ideologias ledo engano Nesse contexto tamb m se encontra inclu da a Ci ncia do Direito Somente com a virada lingu stico filos fica portanto em que se questiona a dicotomia entre sujeito e objeto trazendo o int rprete para o pr prio m bito da interpreta o que se passou a revisar em c rculo her men utico as pr compreens es que conformavam de forma subrepit cia c moda e extremamente danosa o chamado senti do comum te rico dos juristas O sentido comum te rico dos juristas conceito formulado por Lu s Alberto Warat por sua vez consiste no conjunto de sabe Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL res acumulados conven es acerca do Direito e da Sociedade elaborados e estabelecidos pelos juristas e capazes de propiciar a emerg ncia velada de ideologias tradicionalistas e retr gra das no processo de interpreta o que se d de forma acr tica e a reflexiva Trata se de um conhecimento que se encontra na base de todos os disc
307. impondo se ao Poder P blico e coletividade o dever de defend lo e preserv lo para as presentes e futuras gera es 1 Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico a VI promover a educa o ambiental em todos os n veis de ensino e a conscientiza o p blica para a preserva o do meio ambiente VII proteger a fauna e a flora vedadas na forma da lei as pr ticas que coloquem em risco sua fun o ecol gica provoquem a extin o de esp cies ou submetam os animais crueldade 3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar o os infratores pessoas f sicas ou jur dicas a san es penais Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e administrativas independentemente da obriga o de reparar os danos causados grifos nossos E a Constitui o do Estado de S o Paulo consagra a mesma prote o Art 193 O Estado mediante lei criar um sistema de administra o da qualidade ambiental prote o e controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado de recursos naturais para organizar coordenar e integrar as a es de rg os e entidades da Administra o P blica direta e indireta assegurada a participa o da coletividade a fim de as X proteger a flora e a fauna nesta compreendidos todos os animais silvestres ex ticos e dom sticos vedadas as pr ticas que coloquem e
308. imposi o de um dever legal sobre os outros para acomodar interesse recentemente indicado Como as perspecti vas morais mudam e a sociedade evolui os tribunais acham que os deveres existem onde n o existiam antes Neste caso o dever reivindicado que os seres humanos n o devam interferir nos interesses fundamentais de um animal a n o ser que eles estejam reivindicando um interesse mais importante com foco no huma no Enquanto isto possa parecer estranho e insuport vel para alguns um dever que tenha longa dura o na sua exist ncia embora tenha pertencido ao governo do que aos animais Como foi discutido previamente por mais de cem anos nossa lei penal adotada em cada Estado da Uni o tem imposto aos seres humanos um dever para n o infligir dor e sofrimento em animais sem justificativa bem como um dever confirmat rio de cuidar dos animais dentro do controle e posse de algu m A a o de dano proposta simplesmente permite o reconheci mento de um dever compar vel com o sistema legal civil Este por m um l gico pr ximo passo Em primeiro lugar o foco de preocupa o o bem estar dos animais ent o porque n o unir o dever diretamente ao ser que merece a prote o e a considera o Isto tornar a implementa o do dever mais efi Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 33 34 cientemente Como pode ser presumido qualquer argumento que se levanta por meio dos escrit rios de advogados de
309. in animal testing Once we reach common ground we can begin to share information and research tasks The mandatory sharing of test data between researchers reduces unnecessary duplication an important element of the Three Rs reduction Even in the early stages of partial information sharing it is estimated that this saves 8 12 million animals killed a year for toxicity testing in the United Kingdom almost a quarter of the total number Another benefit of sharing data internationally and working cooperatively across the globe relates to another of the Three Rs replacement The development of new scientific methods increases with regulatory and financial support as well as the cooperation of scientists working across the globe and across disciplines Much work remains to be done As most scientists now recognize there are almost no other scientific fields relying so heavily on experimental protocols that have remained nearly unchanged for more than 40 years We can see that adoption of the Three Rs into scientific and regulatory policy will spur the development of new scientific methods reduce the numbers of animals used in testing and achieve greater protections for those who are used However the Three Rs do not complete the task of achieving full moral Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL consideration for animals as test subjects The Three Rs have some limitations Most importantly perhaps the Three Rs do not by t
310. inas e felinas constatou que 93 1 dos entrevistados favor vel retirada de animais das ruas mas somente 5 8 122 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL aceitam que esses animais sejam mortos Em maior ou menor extens o as pessoas reconhecem que a movimenta o livre de c es e gatos nas ruas ocasiona problemas e que isso deve ser evi tado ou resolvido mas em maioria n o aceitam como mostra a pesquisa que o destino final deles seja a morte O Minist rio P blico tamb m tem se manifestado contr rio pr tica da captura e elimina o massivas de c es e s condi es de alguns canis municipais que recebem esses animais A es instauradas pela promotoria de justi a t m originado a celebra o de Compromissos de Ajustamento de Conduta para cum primento pelas autoridades governamentais com proibi o da captura e do sacrif cio indiscriminados de animais e obriga es de realizar alta cobertura vacinal programas de esteriliza o educa o e ado o melhoria das instala es e treinamento dos funcion rios Alguns textos t cnicos mencionam a n o aceita o por par te da popula o da captura massiva de c es encontrados em vias p blicas e sua posterior elimina o entre eles o Manual de Controle de Popula es de Animais de Estima o do Instituto Pasteur e o Primeiro Informe T cnico da OMS do ano de 2005 Os documentos reconhecem haver resist ncia imediata das comunidades pr tica
311. inc pio da motiva o 6 Da ofensa aos princ pios do Direito Ambiental 6 1 Da inobserv ncia do princ pio da precau o 6 2 Da inobserv ncia do princ pio constitucional da educa o ambiental 7 Da fun o institucional do Minist rio P blico 8 Da ilegal entrega de animais s entidades de ensino e pesquisa 9 Da pol tica adotada por outros pa ses 10 Refer ncias 1 Da inefic cia da pol tica de exterm nio Da ultrapassada e criminosa pol tica de sa de adotada pelo poder p blico decorre o crescente n mero de c es e ga tos que pelas ruas vagam padecendo de fome e de sede das doen as e dos maus tratos de que se tornam alvo os animais abandonados Pretendem as municipalidades controlar as zoonoses e a po pula o de animais abandonados adotando para tal o simplista e inclemente m todo de elimina o sistem tica e indiscriminada de qualquer animal encontrado solto nas ruas que n o seja recla mado em poucos dias Era o que em s ntese recomendava o 6 Informe T cnico da Organiza o Mundial de Sa de datado de 1973 em desuso na maior parte do mundo pela sua inefic cia e indignidade o qual recomendava a captura e o sacrif cio de c es errantes como ni co m todo efetivo de controle da popula o canina Entretanto a Organiza o Mundial de Sa de analisando a aplica o do m todo de sacrif cio em v rios pa ses concluiu pela sua inefic cia no tocante ao controle da popula o canina e
312. intera es individuais n o causam dano para controlar o ser humano e geralmente assegurar o bem estar deles George Hall um advogado prop e um processo em prol do cliente JoJo reivindicando que apesar do tamanho da jaula JoJo ainda n o consegue se movimentar da mesma forma que conse guiria se estivesse em liberdade e que o confinamento interfere em seu interesse fundamental de liberdade pessoal Sob os ele mentos da nova a o de dano o tribunal n o daria ganho de causa para JoJo com estes fatos Enquanto admitir que a liberda de pessoal possa ser de interesse fundamental o zool gico tem providenciado um ambiente que permite exerc cio significante de interesse na liberdade de movimenta o Consequentemente o pleiteante n o ser capaz de mostrar uma interfer ncia subs tancial com um interesse fundamental N 2 JoJo mora em um por o da casa de Big Jones numa jaula comercial de 5 X 5 X 7 Big Jones coleciona animais ex ticos e mostra JoJo a todos seus amigos de farra golpeando na jaula para obter uma rea o de JoJo Depois de alguns meses JoJo nao mais reage ao barulho da jaula e para de comer os restos de co mida que Big Jones lhe d como alimento Isto chama a aten o do advogado George Hall que leva JoJo a entrar com uma a o de dano procurando ent o um guardi o para JoJo e elabora uma liminar exigindo a transfer ncia de JoJo para uma situa o melhor Os primeiros elementos da a o de dano s o fa
313. ional da razoa bilidade 2 ed Rio de Janeiro Lumen Juris 2007 Sentenciou Mahtma Gandhi A grandeza de uma na o e o seu pro gresso moral podem ser avaliados pela forma como trata os seus ani mais 2 Acerca do princ pio da proibi o da prote o deficiente STRECK Le nio BEM JUR DICO E CONSTITUI O DA PROIBI O DE EXCESSO UBERMASSVERBOT PROIBI O DE PROTE O DEFICIENTE UNTERMASSVERBOT OU DE COMO N O H BLINDAGEM CON TRA NORMAS PENAIS INCONSTITUCIONAIS Dispon vel em http leniostreck com br Em nota espec fica sobre a veda o de retrocesso na salvaguarda dos animais ambiente LOUREN O Daniel Braga OLIVEIRA F bio Cor r a Souza de Em prol do Direito dos Animais invent rio titularidade e ca tegorias In Jurispoiesis Ano 12 n 12 p 113 157 2009 p 141 145 em alus o hip tese em exame p 144 http wwwl folha uol com br cotidiano 964486 peao que matou be zerro em barretos diz sofrer retaliacao shtml Entrevista publicada em 24 de agosto de 2011 Acesso em 19 de setembro de 2011 380 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Segii ncia de fotos onde bezerro morto e retirado do local yeu Foto 1 Foto 2 Foto 3 Foto 4 Foto 5 Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 381 OBRAS INDICADAS ANNOUCEMENT ANIMAIS EM Ju zo DIREITO PERSONALIDADE JUR DICA E CAPACIDADE PROCESSUAL ico o das Tagore Trajano de Almeida Silva Animais em Ju zo O livro do Profes
314. ir ocorr ncia de pesadelos perda da sa tisfa o com o trabalho sentimento de vazio e de culpa irrita bilidade diminui o da auto estima tend ncia ao isolamento Como conseqii ncia pode provocar diminui o do desempe nho absente smo frequente dessensibiliza o afastamento dos colegas de trabalho desaten o ou agressividade ao lidar com o grupo de trabalho redu o no compromisso com as tarefas e consumo aumentado de caf lcool f rmacos e drogas ilegais Lidar com a morte especialmente estressante e profissio nais que t m essa atribui o como rotina di ria sofrem frequen temente com sintomas de Burnout No caso daquele que tem como tarefa reduzir a popula o animal devemos considerar a agravante de que o pr prio profissional quem provoca a morte e quando a motiva o o controle populacional em muitos ca sos os animais s o jovens saud veis e d ceis o que pode inten sificar o conflito interno Como forma de aliviar ou reduzir pos s veis disson ncias que ir o gerar desgaste ps quico continua do e sofrimento intenso utilizam se mecanismos que possam impedir seu afloramento ou percep o Um desses mecanismos o distanciamento emocional do animal o que chamamos de dessensibiliza o Nesse processo a rela o com o animal esta r prejudicada podendo adotar o profissional na sua intera o 124 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL com ele atitudes de indiferen a sua
315. ir seus desejos e possui um senso de auto suprimento que permite ele entender e at dirimir que ele que quer alguma coisa e que tenta consegui lo Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL DRAWING THE LINE supra note 4 32 Professor Gary Francione tem lutado contra o status de propriedade dos animais e tem sustentado que o tratamento dos animais n o mudar significativamente at que o status de propriedade desapare a Parte da confus o que prega o movimento moderno de prote o aos animais est conectado com a derrota em reconhecer que a teoria dos direitos no seu cerne a rejei o do status de propriedade dos animais Gary L FRAN CIONE Animal Rights Theory and Utilitariaism Relative Normative Guidance 3 ANIMAL L 75 100 01 1997 Steven M Wise Animal Thing to Animal Person Thought o Time Place and Theories 5 ANIMAL 61 61 1999 Por s culos um Grande Muro Legal dividiu humanos das outras esp cies animais do Oeste De um lado toda pessoa humana com direitos legais do outro lado toda pessoa n o humana era algo sem direitos legais Todo defensor dos direitos dos animais sabe que esta barreira deveria ser quebrada Por outro lado o Professor Laurance Tribe sugeriu que talvez este muro n o fosse t o grande Laurance Tribe Tem Lessons Our Constitucional Experience Can Teach Us About the Puzzle os Animal Rights The Work of Stevens M Wise 7 ANIMAL L 1 2 2001 Isso um mito que o nos
316. iro conhecimento Quanto aos corpos nas diferentes castas ou diferentes esp cies de vida o Senhor igualmente bondoso com todos porque Ele trata cada ser vivo como amigo e Se mant m como Paramatma independentemente das circunst ncias a que est o sujeitas as entidades vivas Tb por ex coment rio ao verso 20 do cap tulo 18 p 775 Diz se que existem 8 400 000 formas de vida Cap tulo 13 coment rio ao verso 21 cap tulo 15 coment rio ao verso 9 S o escalas pelas quais a alma passa embora n o necessariamente por todas elas em fun o de arranjos diversos A vida animal sempre miser vel embora sob o encanto de maya ou a energia ilus ria os animais n o compreendam isso Coment rio verso 16 cap tulo 14 p 665 Cit p 15 Os homens devem ter suficiente intelig ncia para compreender a im port ncia da vida humana e para se recusarem a agir como animais co muns Idem Os animais n o est o proibidos de consumir carne Os animais podem matar outros animais vivos mas fica fora de cogita o que com isto Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 215 216 85 86 87 88 89 90 eles estejam cometendo algum pecado Entretanto se um homem mata algum animal para satisfazer seu paladar descontrolado ele deve ser respons vel por infringir as leis da natureza Idem A express o leis da natureza bem elucidativa A l gica v dica que a alma encarna em certo corpo para da
317. is pon veis para se obter o melhor resultado poss vel visando ao aperfei oamento do servi o p blico 148 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O servi o p blico prestado pelas municipalidades no tocante ao controle das zoonoses ineficaz e inadequado pois dele n o resulta qualquer valia para o controle da raiva ou da superpopu la o conforme j sustentamos o que caracteriza desobedi ncia ao dever de efici ncia imposto pela Lei Maior e pela legisla o ordin ria que protege o consumidor A discricionariedade que se concede administra o p blica traduzida em liberdade de a o administrativa deve ser exercida dentro dos limites pr tra ados por lei o que n o se confunde com arbitrariedade que a o contr ria lei Essa discricionariedade em linhas gerais significa que pode o admi nistrador optar dentre as poss veis dire es por aquela que lhe seja mais conveniente e oportuna desde que a escolha realiza da se mostre legal e eficaz atendendo finalidade de todo ato administrativo que o interesse p blico N o lhe dado agir livremente optando por caminhos que n o oferecem resultados satisfat rios custa de procedimentos que n o se coadunam aos regramentos legais Mais uma vez a contribui o de HELY LOPES MEIRELLES em sua obra Direito Administrativo Brasileiro p 92 S o Paulo editora Malheiros 1999 como de h bito valiosa N o cabe Administra o de
318. itaria a procria o desenfreada e o crescente abandono de animais 7 Da fun o institucional do Minist rio P blico Declara a Constitui o da Rep blica em seu artigo 129 inci so III ser fun o institucional do Minist rio P blico promover o inqu rito civil e a a o civil p blica para a prote o do meio ambiente Tamb m o artigo 103 inciso VIII da Lei Org nica do Minist rio P blico a essa fun o se refere mencionando n o s a prote o mas a preven o e repara o do dano ao meio ambiente O Minist rio P blico ocupa posi o fundamental na defesa do meio ambiente tamb m por ser o nico autorizado a pro mover o inqu rito civil C F art 129 III c c o art 8 1 da Lei 7 347 85 e com poderes de notifica o e requisi o C F art 129 VI e VIII J o artigo 2 3 do Decreto 24 645 de 1934 atribui aos promotores de justi a a obriga o de assistir os animais em ju zo por serem seus substitutos legais Apesar da impropriedade t cnica dos termos utilizados incontroverso que a defesa dos animais em ju zo incumbe ao Minist rio P blico e n o s s entidades protetivas que n o podem realizar as investiga es necess rias nem possuem legitimidade para firmar compromis so de ajustamento de conduta Uma vez que compete privativamente ao Minist rio P blico promover a a o penal p blica na forma da lei como assevera o artigo 129 inciso I da Constitui
319. ivados de porcos Ent o a pergunta se refere quest o de como os porcos s o criados Quando o desejo dos criadores de porcos de obter lucro ou de ganhar uma vantagem competitiva ao criarem porcos resulta em uma interfer ncia a um direito fundamental tais a es n o devem ser permitidas poss vel criar porcos de uma maneira que n o viola o direito fundamental destes animais Infelizmente no sistema capita Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL lista o desejo de aumentar os lucros atrav s da diminui o de custos uma for a poderosa Por m uma for a question vel a partir do momento que as condi es em que os animais s o cria dos interferem substancialmente em um direito fundamental Hipoteticamente considere um produtor de porcos que pos sui 1 000 porcos em um pr dio O contador descobre que se eles diminu rem a temperatura do pr dio durante o inverno em cin co graus eles perder o cinquenta porcos devido exposi o ao frio bem como os porcos perder o peso devido aos arrepios constantes Contudo essas perdas financeiras s o compensa das pelo dinheiro poupado na redu o de ra o consumida Essa a o n o deve ser permitida j que aumentar os lucros n o um interesse que vai justificar a interfer ncia em direitos fundamentais 4 5 5 Solu es Tr s solu es devem estar dispon veis para viola es dessas a es de dano multa ordem judicial e transfer ncia de t tulo A solu
320. la UCSal BA Corro DE PARECERISTAS AD HOC DOUBLE BLIND REVIEW Danielle Tetii Rodrigues PUC PR Ariene Guimar es Bassoli UFPE Fabio C S de Oliveira UFRJ Fernanda Medeiros PUC RS Carlos M Naconecy PUC RS C lia Regina Ferrari Faganello Noirtin UFRB Rita Paix o UFF Norma Sueli Padilha UniSantos rica Mendes Maring PR Val ria Galdino Maring PR Andr Portella UCSal BA Edna Cardozo Dias FUMEC M nica Aguiar UFBA Paula Briigger UFSC ConseLHO CONSULTIVO Anaiva Oberst Cordovil Ana Rita Tavares Teixeira Alzira Papadimacopoulos Nogueira Antonio Herman V Benjamin Celso Castro Cynthia Maria dos Santos Silva Daniel Braga Louren o Fernando Galv o da Rocha Gislane Junqueira Georgia Seraphim Ferreira Hayd e Fernanda Jane Justina Maschio Jarbas Soares J nior Jonhson Meira Jos Ant nio Tietzmann e Silva Laerte Fernando Levai Luciana Caetano da Silva Lucyana Oliveira Porto Silv rio Maria Luiza Nunes Maria Metello Mari ngela Freitas de Almeida e Souza Paulo de Bessa Antunes Sales Eurico Melgarejo Freitas Shelma Lombardi de Kato Simone Gon alves de Lima Tagore Trajano Almeida Silva Tatiana Marcellini Gherardi Thiago Pires Oliveira Vania Maria Tuglio Vanice Teixeira Orlandi Alfredo Domingues Barbosa Migliore Germana Belchior Mery Chalfun Diogo Luiz Cordeiro Rodrigues Vania Rall CooRrDENADORES EDITORS IN CHIEF Heron Jos de Santana Gordilho P s doutor e Visiting Sch
321. las circunst ncias reais e concretas n o se poderia exigir do agente uma conduta de acordo com o ordenamento jur dico As causas de inexigibilidade de conduta diversa posi tivadas no ordenamento jur dico est o dispostas no art 22 do CP ocorrendo com a coa o moral ou irresist vel e a obedi ncia hier rquica ou devida Na coa o moral ou irresist vel o agente encontra se sob grave amea a o que acaba por viciar a sua vontade Tem como requisitos a irresistibilidade da coa o que significa que o cons trangimento deve ser imposs vel de ser vencido pelo coagido a exist ncia de um coator o coagido e a v tima atrav s de grave amea a o coator obriga o coacto a praticar um delito contra ter ceiro a v tima Na obedi ncia hier rquica h o cumprimento de ordem n o manifestamente ilegal de superior hier rquico Explica Juarez Cirino que se a ilegalidade manifesta a ordem n o ser obrigat ria e o subordinado n o tem o dever de obedecer se a Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 343 ilegalidade oculta ou se existir d vida sobre a sua natureza a ordem ser obrigat ria e o subordinado dever obedecer A obedi ncia devida circunscrita pelos estritos limites da ordem respondendo o subordinado pelo excesso doloso ou imprudente Para a configura o da obedi ncia hier rquica ou devida deve existir rela o de subordina o hier rquica fundada no Direito P blico a ordem deve advir de uma auto
322. las quais muitos s o refrat rios no o de que a escalada reencarnacionista de que o progresso espiritual est aberto a animais humanos e n o humanos isto sem falar dos outros seres viventes sem barreiras entre esp cies todos a Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL trilhar um mesmo caminho n o somente ou talvez principal mente a aproxima o ou a iguala o entre homens e animais mas a identifica o entre Deus e os animais pois assim consi deram prejudicada a id ia de terem sido criados imagem e semelhan a nicas de Deus N o consideram que Deus possa ter outras imagens outras semelhan as Entender o papel subalterno coisificado que religi es que rem atribuir aos animais revela o car ter humano de tais cren as Especismo religioso Discursos humanos n o discursos di vinos Porquanto ser especista n o um atributo atribu vel a Deus Ora compreendendo que Deus amor Ele s amaria os seres humanos Melhor compreender que o religare uma re liga o entre Deus ser humano e ser n o humano Em s ntese como j foi dito A minha religi o o amor por todos os seres 8 E con quanto se entenda que o reconhecimento de direitos n o depen de de amor o amor pode ser tido como fonte de direitos REFER NCIAS B blia Sagrada Com aprova o do censor e do vig rio geral Rio de Janeiro Delta 1980 Tb vers es oficiais Vaticano em italiano e em ingl s BOFF Leona
323. lcan ar o agente A ordem normativa interpretada de acordo com a Cons titui o n o pro be e sim permite a pr tica desobedi ncia ci vil Permiss o contida no exerc cio da cidadania em um Estado Democr tico de Direito no direito a ter direitos Assim nao deve ser exigida uma conduta diversa do desobediente civil que encontra na pr tica de um ato ilegal mas n o violento e p blico a nica forma de se fazer ouvir de informar a exist ncia dos direitos dos animais e denunciar a sua viola o 7 Conclus o A desobedi ncia civil um direito decorrente do direito de resist ncia Este por sua vez encontra guarida no direito de todo cidad o de insurgir se contra leis injustas contra a tirania de seus governantes ou ainda contra governos ileg timos Esta con cep o defendida na medida em que o Estado deve atuar como instrumento realizador dos preceitos e objetivos comuns da so ciedade guardados na sua Carta legitimadora a Constitui o Desta forma a resist ncia aparece n o contra o governo ou o Estado em si mas contra a injusti a de uma lei ou ato que viole os fins a que a sociedade se prop e O direito de resist ncia fica considerado um direito de defesa A desobedi ncia civil um instrumento pol tico que serve para expressar a injusti a de uma lei ato do governo ou costume da sociedade que atinja ou n o somente a minorias Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O ato desobedient
324. leading case do Tri bunal Constitucional e na It lia No Rio de Janeiro a Presid ncia do Tribunal de Justi a em recente decis o determinou a retirada das in s gnias religiosas de todas as salas e ambientes do Judici rio Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 203 204 4 N o comer animais postura associada compaix o identifica o com o outro reconhecer se no outro com a bondade com a evolu o espi ritual com a consci ncia da vida Logo a pergunta como poderia Jesus modelo de virtude de sabedoria de benignidade n o ser vegetariano Ele n o se compadecia n o amava os animais Com efeito antes de afirmar que os animais n o humanos n o ostentam tais propriedades respons vel cientificamente prudente trabalhar com a hip tese de n o ter havido ainda e isto n o certo comprova o de que os animais n o humanos ignoram por imposi o limita o da sua pr pria natureza estas faculdades Como assinalado do elenco exposto a senten a entoada como uma obviedade e repetida beira do consenso total a de que carece aos animais qualquer senso de morali dade ou seja de fazer julgamentos acerca do certo e do errado Ser esper vel que em um porvir n o distante seja verificado se j n o o foi pois existem observa es neste vi s que animais s o capazes de ju zos morais Como classificar a atitude de um c o que frente a perigo mortal podendo fugir fica para defende
325. lei original de Nova Iorque esse balanceamento existiu As mais importantes proibi es de agredir e matar animais foram modificadas para desnecess ria e sup rfluas Deste modo se um cavalo pre cisa apanhar para come ar a puxar a carro a ou se um animal tem que ser morto para ser comido tais atos n o violam a lei Outro claro balanceamento de interesses ocorre no contexto da experimenta o cient fica A se o 10 da lei de Nova Iorque de 1867 dispunha que experi ncias cient ficas devidamente con duzidas n o violam a lei deste modo permitindo assim o a dor e sofrimento intencionais para o avan o do conhecimento cient fico Ampliando a lista um grupo de limita es das leis criminais de crueldade a estendida atrav s do aumento dos casos excepcionais trazidos pela lei Como ser desenvolvido mais adiante neste artigo este balanceamento de interesse far parte da constru o de uma nova proposta de il citos contra os animais mas sem as exce es hist ricas Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 25 26 3 3 2 Ato Federal do Bem Estar Animal A preocupa o do governo federal americano sobre a ques t o do bem estar animal emergiu ap s quase cem anos da ado o das leis de Nova Iorque A lei federal do bem estar animal AWA Animal Welfare Act foi adotada em 1967 A diferen a principal da lei federal quando comparada com as leis estadu ais anteriores que a AWA tinha a inte
326. lmente ao grau de autonomia e capacidade mental sobretudo para os chimpan z s e bonobos chimpanz s pigmeus cujo desenvolvimento mental est bem pr ximo da esp cie humana no caso destes primatas poder se ia falar em direitos individuais negativos relativamente liberdade corporal e integridade f sica Para Gary Francione ao seu turno o maior obst culo ao reconheci mento da dignidade moral dos animais reside no fato destes remanescerem considerados e tratados como propriedade hu mana sendo pensados somente a partir deste prisma sobretu Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 281 do no Direito Enquanto o paradigma da propriedade privada sobre os animais nao humanos permanecer inconteste e conse quentemente os interesses dos propriet rios forem tidos como superiores prevalentes n o ser poss vel cogitar se uma efetiva aboli o da forma institucionalizada como estes animais v m sendo explorados No direito positivo brasileiro os animais ainda que n o de forma expressa mas t cita decorrente de uma interpreta o sis tem tica do ordenamento jur dico p trio sobretudo do Direito Civil sempre foi tratado como coisa bem privado ou p bli co este ltimo relativamente ao Estado e posteriormente ao povo a depender das circunst ncias espec ficas com desta que para a distin o entre animais dom sticos direito privado e silvestres direito p blico Somente com o advento da recente le
327. lvador 2009 pg 74 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 313 A DESOBEDI NCIA CIVIL NA DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS Vanessa Moura Costa Resumo O presente ensaio teve como objeto de estudo a solu o para a seguinte situa o hipot tica se um grupo de ativistas em defesa do direito dos animais desobedece a ordens policiais para interromper uma manifesta o ou ainda ocupa um matadouro ou uma granja industrial em protesto aos abusos cometidos contra os animais destinados alimenta o como deve o Estado atuar O Estado pode abster se de punir estes agentes Para responder a esta quest o fundamentou se na desobedi ncia civil como instrumento democr tico para promover a den ncia dos abusos cometidos contra animais Concluiu se que os crimes de consci ncia praticados por ativistas em defesa dos direitos dos animais n o devem ser punidos Essa conclus o ap ia se nas diferen as entre os crimes de consci ncia e os crimes comuns al m da prerrogativa do cidad o na participa o da constru o do ordenamento jur dico no Estado Democr tico de Direito a garantia constitucional da cidadania Tamb m se argumenta que a desobedi ncia civil considerada na doutrina penal brasileira como excludente supralegal de culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa o que legitima a n o puni o dos desobedientes civis PALAVRAS CHAVE desobedi nc
328. ly Oct 1983 World Medical Declaration of Helsinki British Medical Journal 7 Dec 1996 313 707 1448 1449 recommendations guiding physicians in biomedical research involving human subjects See generally James H Jones Bap Broop THE TUSKEGEE SYPHILIS EXPERIMENT Free Press 1993 general account of the Tuskegee Syphilis Experiment and HARRIET A WASHINGTON MEDICAL APARTHEID THE Dark History or MEDICAL EXPERIMENTATION ON BLACK AMERICANS FROM COLONIAL TIMES TO THE PRESENT Anchor 2008 documents the use of African Americans as unwitting or unwilling human guinea pigs including the Tuskegee Syphilis Experiment See Jones at 5 10 National Research Act Pub L No 93 348 88 Stat 342 1974 4 Encyc of Bioethics 2357 3d ed 2004 documenting the initial regulations created by Congress concerning research on human subjects Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 46 47 48 49 50 Laboratory Animal Welfare Act of 1966 7 U S C 882131 2156 2007 Section 2132 g states in relevant part g The term animal means any live or dead dog cat monkey nonhuman primate mammal guinea pig hamster rabbit or such other warm blooded animal as the Secretary may determine is being used or is intended for use for research testing experimentation or exhibition purposes or as a pet but such term excludes 1 birds rats of the genus Rattus and mice of the genus Mus bred for use in research 2 horses not u
329. m sticos que est o entre n s Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Notas Veja geralmente Gary L Francione ANIMAIS Propriedades ou Pessoas em DIREITO ANIMAL ATUAIS DEBATES E NOVAS DIRE ES 108 115 20 Cass R Sunstein amp Martha C Nussbaum eds 2004 discursando um desnecess rio sofrimento Lesley J Rogers amp Gisela Kaplan Todos os animais s o desiguais A interface entre conhecimento cient fico e legisla o para Diriti Animal in id At175 175 96 intelig ncia discursiva W PAGE KEETON ET AL PROSSER AND KEETON ON TORTS 3 4 52 ed 1984 hereinhafter PROSSER Novos e inomin veis danos est o sendo reconhecidos constantemente e o progresso do commom law marcado por muitos casos de primeira impress o nos quais o tribunal cancelou audaciosamente para criar uma nova causa de a o em que ningu m tenha reconhecido antes O acon tecimento mental do sofrimento a obstru o do direito de ir e vir a invas o de privacidade a nega o do direito ao voto a conveni ncia do povo em derrotar um titulo o acontecimento de ferimentos pr natais a aliena o de afeta es de um dos pais e ferimentos de uma reputa o de uma pessoa ao adentrar esta em um programa de televis o para nomear algumas poucas inst ncias n o poderia encaixar como aceit vel classifica es quando eles primeiro surgiram mas contudo foram apoiados pelos danos As ra zes do debate moral s o secularmente ant
330. m e de satisfazer as justas exig ncias da moral da ordem p blica e do bem estar de uma sociedade democr tica Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 3 Esses direitos e liberdades n o podem em hip tese alguma ser exercidos contrariamente aos objetivos e princ pios das Na es Unidas A declara o de direitos um processo cont nuo O reconhe cimento pela ci ncia da inter rela o do homem com todo o uni verso e tudo que vive resultou na promulga o da Declara o dos Direitos do Animal que cria obriga es para os Estados sig nat rios como todos os demais pactos internacionais Em seu art 1 ela declara que o direito vida extensivo aos animais Todos os animais nascem iguais diante da vida e tem o mesmo direito exist ncia Em seu derradeiro artigo estatui que os direitos do animal devem ser defendidos por leis como os direitos dos homens Esta declara o foi proposta pelo cientista Georges Heuse secret rio geral do Centro Internacional de Experimenta o de Biologia Humana Seu texto foi redigido ap s v rias reuni es internacionais por personalidades do meio cient fico jur dico e filos fico e por representantes das associa es protetoras dos animais Constituiu uma tomada de posi o filos fica no senti do de estabelecer diretrizes para o relacionamento do homem com o animal Esta nova postura se respalda nos conhecimentos cient ficos recentes que reconhecem a unidade de tod
331. m htm ltima atualiza o em 3 de Set de 2009 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 111 62 63 64 65 66 67 68 112 Molde para a Coopera o Internacional a M todos Alternativos de Teste ICATM http www fda gov InternationalPrograms Harmonizationl nitiatives ucm114518 htm Oct 2008 ltima atualiza o 30 Abr 2009 Thomas Hartung A Toxicology for the 21 Century Mapping the Road Ahead ToxicoLocicat Sciences Vol 109 No 1 18 23 2009 disponivel em http toxsci oxfordjournals org cgi content full 109 1 18 argumentan do que para programas identificarem vias de projeto de toxicidade o alvo deve ser um programa mundial do in cio por exemplo similar ao projeto genoma humano Larry Greenemeier Fed Agree to Toxicity Tests That Cut Animal Testing SCIENTIFIC AMERICAN Feb 15 2008 http www scientificamerican com article cfm id feds agree to toxicity test Ver a supra nota de Hartung 66 Thomas Hartung Toxicology for the Twenty First Century NATURE vol 460 9 Julho 2009 dispon vel por uma taxa em http www nature com na ture journal v460 n7252 pdf 460208a pdf Daniel Krewski Without Changes Testing Will Evolve Slowly Environ mental Forum Mar Apr 2008 David S Favre Judicial Recognition of the Interests of Animals A New Tort 2005 Mich St L Rev 333 2005 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMA
332. m realmente nos corpos de asnos e animais semelhantes n o cr s PLAT O apud GORDILHO Heron Jos Santana Esp rito animal e o fundamento moral do especis mo Revista Brasileira de Direito Animal n 1 p 37 65 jan dez 2006 LOUREN O Daniel Braga Direito dos Animais Fundamentos e Novas Perspectivas Porto Alegre Sergio Ant nio Fabris Editor 2008 p 52 PRABHUPADA A C Bhaktivedanta Swami Bhagavad Gita Como Ele 2 ed revista e ampliada S o Paulo The Bhaktvedanda Book Trust 1995 p 99 A id ia de superalma se assemelha ao esp rito santo do cristianismo No Bhagavad Gita cl ssico da literatura hindu a divindade Krishna falando na condi o de Deus explica ao seu disc pulo Arjuna que ele est situado no cora o de todas as entidades vivas e n o s no cora o do ser humano Se Deus est no cora o de toda entidade viva por que Arjuna n o haveria de respeit la Numa outra passagem do di logo Krishna diz ainda que ele o benquerente de todos os seres vivos PRA BHUPADA A C Bhaktivedanta Swami bhagavad Gita Como Ele 2 ed revista e ampliada S o Paulo The Bhaktvedanda Book Trust 1995 p 697 HELLER apud LUNO Antonio Enrique Perez Derechos Humanos Es tado de Derecho y Constitucion 7 ed Madri Tecnos 2001 p 171 A Declara o Universal dos Direitos do Homem por exemplo traz a ra z o como um fundamento dos direitos naturais do homem igualdade liberdade e
333. m risco a sua fun o ecol gica e que provoquem extin o de esp cies ou submetam os animais crueldade e fiscalizando a extra o produ o cria o m todos de abate transporte comercializa o e consumo de seus esp cimes e subprodutos A tutela aos animais j preconizada pela norma constitucio nal foi contemplada pelo artigo 32 da Lei n 9 605 98 que assim tipificou o crime ambiental de maus tratos para com animais Art 32 Praticar ato de abuso maus tratos ferir ou mutilar animais silvestres dom sticos ou domesticados nativos ou ex ticos Pena deten o de 3 tr s meses a 1 um ano e multa C 2 A pena aumentada de 1 6 um sexto a 1 3 um ter o se ocorre morte do animal V se portanto que os animais todos mesmo os dom sticos submetem se tutela jur dica estatal sobrevindo interesse p blico na sua preserva o e defesa E a prote o conferida n o se limita ao resguardo de sua integridade f sica mas ao seu sagra do direito vida conforme se depreende dos imperativos ticos e morais insertos nos diplomas acima mencionados Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 143 Para demonstrarmos a ilegalidade dessa matan a podemos ainda invocar a Lei Federal 6 938 1981 que disp e sobre pol tica nacional de meio ambiente que em seu artigo 3 o define como o conjunto de condi es leis influ ncias e intera es de ordem f sica qu mica biol gica
334. ma estrat gia apropria da para maximizar a qualidade de vida da popula o remanescente en quanto facilita a produ o cont nua de chimpanz s para preencher as necessidades de cr tica na pesquisa biom dica e comportamental dian te de recursos financeiros limitados e da falta de facilidades alternativas adequadas Os Estados Unidos n o est o sozinhos no avan o legal do status dos chimpanz s Em 1999 Nova Zel ndia alterou seu Ato de Bem Estar do animal para proibir o uso de antropoides na pesquisa m dica a n o ser que fosse em benef cio do animal UNIF TRUST CODE 2003 dispon vel em lt http www law upenn edu bll ulc uta 2001 final pdf gt Manter os termos do original em ingl s Manter os termos do original em ingl s Acordo para Cuidar de Animal a Um acordo pode ser criado a fim de providenciar o cuidado de um animal vivo durante a vida da pessoa de confian a O acordo termina com a morte do animal ou se o acordo for criado para cuidar de mais de um animal durante a vida do respons vel com a morte do ltimo animal que sobrevive b Um acordo autorizado por esta se o pode ser refor ado por uma pessoa indicada nos termos do acordo ou se nenhuma pessoa for indi cada ser feito por uma pessoa indicada pelo tribunal Uma pessoa que tenha interesse no bem estar do animal pode exigir do tribunal a indi ca o de uma pessoa que reforce o acordo ou ent o retirar essa pessoa indicada ATO
335. mais Ver tamb m 4 Am Jur 2d Animals 6 2006 discutin do marcas de gado como um meio de identificar a sua propriedade Gary L FRANCIONE ANIMALS Property and the Law Temple Univer sity Press 1995 Ver tamb m Joyce Tischler The History of Animal Law Part I 1972 1987 1 Stan J Animal L amp Pol y 1 2008 David S Favre 104 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Equitable Self Ownership for Animals 52 Duke L J 473 2000 Sonta S WaIsMaN PAMELA D FrascH BRUCE A WAGMAN ANIMAL LAW CASES AND MATERIALS Carolina Academic Press 3d ed 2010 2000 Taimie Bryant Animals Unmodified Defining Animals defining Human Obligations to Animals 2006 U Chi Legal F 137 2006 ANIMALS AND THEIR LEGAL RIGHTS A SURVEY OF AMERICAN Laws FROM 1641 TO 1990 Animal Welfare Institute 4th ed 1990 The Legal Status of Nonhuman Animals 8 Animal L 1 2002 NATUBHAI SHAH JAINISM THE WORLD OF CONQUERORS VOLUME 1 222 Sussex Academic Press 1998 Ver CHRISTOPHER CHAPPLE NONVIOLENCE TO ANIMALS EARTH AND SELF IN ASIAN TRADITIONS 22 SUNY Press 1993 Marvin W Meyer e Kurt Bergel Reverence for Life The Ethics of Albert Schweitzer for the Twenty First Century 222 Syracuse University Press 2002 NarusHaI SHAH JAINISM THE WORLD OF CONQUERORS VOLUME 158 Sussex Academic Press 1998 Por exemplo Immanuel Kant afirmou que aquele que cruel a ani mais torna se r gido tamb m em suas rela es com o h
336. mais os comit s tendem apenas a focar no principio de refinamento e perguntar se haver al vio de dor suficiente N o nenhuma surpresa que os comit s n o considerem plenamente os Tr s Rs por um n mero de raz es O AWA n o identifica nenhuma restri o no que deve ser feito durante um experimento na verdade o oposto verdadeiro Quando um pesquisador afirma que um procedimento parte do protocolo Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 99 100 de testes o IACUC nao tem a autoridade de questionar o pro cedimento Al m disso o AWA n o diferencia os tipos de ex perimentos ou identifica quais t m utilidade social suficiente para justificar o sofrimento do animal Todos os experimentos s o tratados igualmente quer eles almejem vender uma nova cor de batom ou achar a cura para o c ncer Tal como a lei n o exige que um pesquisador prove que a pesquisa ser beneficial que n o redundante de outra pesquisa que n o necess ria ou que n o existem alternativas Ademais o processo de comit n o exigido em todos os experimentos que s o classificados como improv veis de causar mais que dano m nimo e angustia apesar do fato de que animais usados em experimentos s o mor tos na conclus o do teste se n o antes Como os princ pios subjacentes aos Tr s Rs n o foram com pletamente incorporados lei n o h mecanismo que exija os seus reconhecimentos inclus es ou implementa es De fato o mold
337. mais situando o numa posi o hierar quicamente superior aos outros seres tidos taxativamente como inferiores Dessa forma ainda que tenham em comum o nasci mento vida a locomo o e sensa es como dor e prazer quan do se trata da distin o apresentada entre corpo e alma instinto e raz o homens e animais n o humanos passariam a ser ontolo gicamente diferentes Em sendo teleol gica a moral aristot lica portanto os animais situados nos degraus abaixo no contexto da Grande Cadeia dos Seres assim formada existiriam para Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL servir os que se encontram nos degraus acima Com efeito n o apenas os animais n o humanos mas as mulheres escravos e estrangeiros seres ainda que racionais inferiores teriam a sua exist ncia destinada a servir o homem racional e cidad o O estoicismo escola filos fica helen stica que exerceu grande influ ncia na forma o do pensamento ocidental tamb m ir diferenciar o homem animal racional zoon logikon dotado portanto da faculdade de raciocinar de articular uma fala lo gos e de recusar emo es e desejos controlando os por inter m dio da raz o dos demais animais subjugados pelo instinto e desprovidos da capacidade de fala tratam se dos alagoa zoa O cristianismo ao seu turno tendo herdado as constru es te ri cas tanto aristot licas quanto est icas manteve os animais n o humanos exclu dos de qualquer
338. mais alta Corte pode rever suas decis es Deste modo volta se argu menta o contr ria ao primeiro modelo uma decis o judicial mesmo da Suprema Corte n o deve ser bice para a a o dos desobedientes O direito um sistema em cont nua mudan a segue as transforma es da sociedade humana de maneira que nem as decis es concretizadas pelas Cortes Superiores s o es t ticas no espa o e no tempo O autor pontua no entanto que o desobediente sempre deve estar atento s consequ ncias dos seus atos de forma pessoal Deve sempre ponderar se pruden te agir de acordo com o que sua consci ncia indica Conforme afirma Ele pode ter que encarar a pris o a fal ncia ou o opr brio pois ainda n o se sabe qual o tratamento que a socieda de pode destinar lhe Mas ainda assim observa que a um deso bediente n o dado somente agir de acordo com a maneira que ele acredita que a comunidade ir trat lo J o terceiro modelo aquele em que o cidad o ao discordar de uma lei duvidosa deve seguir o seu discernimento quanto ao cumprimento desta lei aparece como o mais acertado para o jurista sendo a formula o mais equitativa do dever social de um membro da sociedade Articula que o dever do cidad o se dirige lei e n o a um entendimento particular sobre a natureza do direito O que n o significa que o indiv duo detenha a prer rogativa de ignorar o que disposto pelos Tribunais Acontece que se a mat
339. mal para o bene f cio do ser humano ent o a qualidade de vida e a natureza da morte merecem maior considera o e prote o pelos tribunais 4 5 4 O lucro como uma justificativa Mais um t pico que acrescenta complexidade tentativa de equilibrar interesses conflitantes como lidar com o desejo hu mano de ganhar dinheiro Dadas todas as alternativas disponi veis neste mundo para ganhar dinheiro esse interesse humano apenas n o deve justificar uma interfer ncia substancial com um interesse fundamental Por exemplo se Big Jones comprou JoJo com a inten o de mostr lo em sua loja de hardwares com o intuito de aumentar a visita de clientes e para depois us lo para lutar nos fins de semana o principal motivo para a pro priedade o lucro Partindo se do pressuposto que as condi es em que JoJo vive violam o interesse fundamental do animal en t o a terceira vertente do teste vai ser satisfeita e JoJo ganhar j que o desejo de lucro de Big Jone tem peso insuficiente para justificar o impacto no interesse fundamental de JoJo Outro aspecto do lucro a busca do aumento da lucrativida de de um modo que aumente o preju zo a um animal Ao decidir se o consumo de derivados de porcos um modo aceit vel de usar esses animais o fato de que sob nosso sistema capitalista algu m lucrar em fabricar esse produto n o deve pesar na ba lan a Partamos do pressuposto que o julgamento sobre per mitir produtos der
340. mans may have been or yet become animals in another life Given this perspective it is easy to understand the respect and significant protection animals are afforded under these traditions Jains and Buddhists urge humans not to eat animals or to use them for clothing work or entertainment And they urge humans to have compassion and to take responsibility for the welfare of animals Some scholars think that the Buddhists and Jains developed in part as a response to the religious practices of their time including that of the Hindus a religion that developed from the older Vedic religion The Hindus both worshiped animals and sacrificed them making it difficult to identify a single clear philosophy with respect to animals Rather it is more indicative of the ambivalence we continue to experience with regard to this question Several ancient religious traditions seek to place humans in harmony with nature and animals rather than as masters over them One example is Taoism This tradition does not divide animals from the environment in which both they and humans live This is similar to many of the Native American religious traditions which sanctioned killing animals only when it was deemed necessary for human needs A more holistic approach to human relationships with animals results from these traditions while they maintain the role of the human as the primary decision maker in the relationship Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011
341. mant m muitas dessas vacas chamadas surabhi Coment rio de Prabhupada ao verso 28 do cap tulo 10 do Gita Cit p 515 Tb o significado dado ao verso 21 do cap tulo 8 descrevendo Goloka Vrndavana p 419 e 420 Narasimha meio le o e meio homem Ganesha que possui forma me tade elefante e metade humana Garuda metade p ssaro metade hu mano Hanuman concebido em misto homem e macaco Varaha forma de javali e forma humana A configura o da divindade pode n o apre sentar express o humana h varia o Matsya peixe Kurma tartaruga Vishnu se manifesta deitado em uma serpente ou com serpentes por detr s acima do ombro circundando a cabe a entre outras figura es Calha sublinhar que Shiva visto utilizando pele de tigre Seres classifi cados como inanimados ecossistemas s o identificados com deidades manifesta es divinas ambientes sagrados como o rio Ganges exten s o terrena na deusa Ganga Na ndia outros animais s o venerados inclusive ratos com templo a eles dedicado o que causa especial estra nheza ao olhar judaico crist o euro americano e outros Vale salientar tamb m que o pr prio Krishna a suprema personalidade de Deus utiliza pena de pav o no cabelo Por ex CHATURVEDI B K MALTUR Su resh Narain Deuses e deusas hindus Tradu o de Selma Muro Borghesi S o Paulo Madras 2008 Calha observar tamb m que a forma de Krish na a suprema forma de Deus a forma original de De
342. mbeteiro ela significa exatamente o que eu quiser que ela signifique nem mais nem menos Pois A linguagem n o algo que dependa exclusivamen te de algu m de mim ou de voc isoladamente de ningu m Caso contr rio n o h comunica o solipsismo A rela o entre significante e significado como ser no mundo pressup e partilha os sentidos dos termos s o constru dos intersubjetiva mente em di logo o que importa em reconhecimento Os senti dos n o est o dados a priori n o est o aguardando que algu m os revele j conclu dos objetivos dos voc bulos signos textos como se estivessem intrinsecamente l t o somente esperando serem declarados ao inv s processo constru o interativa work in process e em conjunto E assim o papel desempenhado pela pr compreens o visto que o sujeito est inexoravelmente no em um tempo re ne um complexo de experi ncias convic es incertezas ou seja carrega uma hist ria como mem ria A dicotomia sujeito objeto finco da filosofia da consci ncia desmistificada assim como a aposta em m todos como propi ciadores de seguran a certeza pureza Interpretar n o um ato livre que dependa da subjetividade consci ncia do int rpre te Rejeita se o brocardo quot capita tot sensos Interpretar n o dizer qualquer coisa sobre qualquer coisa Existem limites se Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 191 192 m nticos no
343. me ou claro que algumas das nossas mais antigas tradi es religiosas ficam s voltas com quest es sobre a rela o humano animal As tradi es Janistas e Budistas haviam em comum um pro fundo respeito por animais e uma cren a que animais e humanos s o parte da mesma fam lia De fato sua cren a na reencarna o sugere que humano pode ter sido ou ainda ser animais em ou tra vida Dada esta perspectiva f cil entender o respeito e a significante prote o de animais adotados por essas tradi es Janistas e Budistas instam que humanos n o devem comer ani mais ou us los como vestimenta trabalho ou entretenimento E eles instam humanos a ter compaix o e tomar a responsabili dade pelo bem estar dos animais Alguns estudiosos pensam que os Budistas e os Janistas de senvolveram em parte como uma resposta s praticas religiosas dos seus tempos incluindo aquela dos Hindus uma religi o que se desenvolveu da antiga religi o Veda Os Hindus tanto veneravam animais quanto os sacrificavam fazendo dif cil iden tificar uma filosofia nica clara a respeito dos animais N o obs tante mais indicativo do que ambivalente continuarmos com experi ncias a respeito desta quest o Diversas religi es antigas visavam manter humanos em har monia com a natureza e os animais ao inv s de como mestres sobre eles Um exemplo o Tao smo Esta tradi o n o divide animais do ambiente em que eles e humanos vivem
344. mente a sua utilidade para diferentes finalidades ca a pastoreio e companhia surgindo diversas ra as durante o s culo XIX perdurando at o presente momento a Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL busca por diferentes caracter sticas gen ticas nem sempre com prometida com o bem estar dos c es Essa longa conviv ncia fundada numa rela o de domina o e utilitarista acabou proporcionando uma nova concep o de animal dom stico destinado companhia pois os benef cios j n o pertencem apenas ao ser humano criando se o conceito de guarda respons vel para que o animal n o humano tamb m usufrua de uma vida digna Os benef cios dessa intera o podem ser de ordem psicol gi ca porque diminui a depress o o estresse a ansiedade melhora o humor de ordem fisiol gica porque diminui a press o arte rial a frequ ncia card aca aumentando a expectativa de vida ao estimular atividades saud veis ou de ordem social possibili tando a socializa o da pessoa desde os idosos at os deficien tes f sicos e mentais e a melhora no aprendizado de crian as A rela o do ser humano com o c o uma consequ ncia da forma como se estabeleceu a sociedade atual al m de as fam lias optarem por terem menos filhos houve o desenvolvimento de um mercado voltado para estes animais que passam a integrar a fam lia como se membros dela fossem Essa mudan a de comportamento insere o c o no interior da resid
345. mento com a anu ncia da opini o p blica Norberto Bobbio ainda destaca que a publicidade o Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 323 que diferencia a desobedi ncia civil da desobedi ncia comum enquanto o fautor da desobedi ncia civil se exp e publicamente e somente atrav s desta exposi o que espera alcan ar seus ideais o desobediente comum executa sua a o com o m ximo de segredo e desta forma que realizar seu objetivo O movimento da desobedi ncia civil tem como meta mudan as na legisla o nos atos ou costumes da sociedade ou seja modifica es normativas em geral Mas deve ser observada como uma pr tica construtiva renovadora e n o destrutiva do ordenamento jur dico A id ia alcan ar inova es que ade quem a ordem normativa realidade e anseios s cio pol ticos da comunidade 3 Desobedi ncia civil como instrumento da luta pelos direitos dos animais O ativismo ambientalista tem sido destaque na ltima d ca da Organiza es n o governamentais internacionais como o Greenpeace e nacionais como o Veddas aparecem como atores de atos muitas vezes classificados como criminosos visto que invariavelmente os indiv duos participantes dos movimentos s o presos ou no m nimo t m sua atividade interrompida pela a o da pol cia mais do que not rio que a a o de grupos ambientalistas trouxe discuss o a prote o do meio ambiente e os riscos que a humanidade cor
346. mpromisso moral que possuem as mu nicipalidades com o destino dos animais E para efeito de argumenta o admitindo se como v lida a experimenta o animal o envio de animais dos CCZ s pes quisa al m de ilegal afigura se aberrante tamb m sob o ponto de vista t cnico pois os animais que se prestam a experimentos s o os criados em biot rios e portanto livres de parasitas ver mes v rus ou bact rias conforme afirmou SILVIA BARRETO ORTIZ bi loga especializada em bioterismo da Faculdade de Medicina Veterin ria da Universidade de S o Paulo em entre vista concedida ao jornal O Estado de S o Paulo de 3 de mar o de 2002 ipsis litteris Muitos trabalhos de pesquisadores brasileiros j foram rejeitados por publica es internacionais porque n o usaram animais limpos Vale a pena transcrever trecho da citada mat ria que em tudo confirma o despaut rio que envolve a utiliza o de animais res gatados das ruas em pesquisas N o adianta ter cientistas competentes trabalhando com animais sem padr o que podem deturpar os resultados das pesquisas Os ratos e camundongos que ser o produzidos no biot rio da FMUSP s o livres de parasitas vermes ou bact rias Classificados como SPF ou specific pathogen no ingl s ocupam a quarta melhor categoria em termos de animais de laborat rios ao lado dos germ free sem germe e dos virusfree sem v rus Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Para
347. n o prim ria de funcio nar como um plano regulat rio mais propriamente que uma legisla o criminal Inicialmente a linguagem da lei limitou se a criar um sistema de licenciamento e a assegurar que alguns ma miferos fossem alojados e cuidados de maneira apropriada O reconhecimento dos interesses animais expandiram se com as emendas a AWA de 1985 Dentro dessas provis es pela primeira vez na legisla o americana o bem estar mental pre ferencialmente do que o bem estar f sico de um primata foi re conhecido e cuidado A lei agora requer a todos os propriet rios de primatas sob a jurisdi o da AWA a ter um ambiente f sico adequado promo o do bem estar psicol gico dos primatas N o h balanceamento destes interesses com os interesses hu manos um requerimento imodific vel e ilimitado para o aloja mento de primatas Esta provis o mais perto de um trunfo do que os recebidos por qualquer outro grupo animal no sistema jur dico americano Entretanto deve se notar que a implanta o deste requerimento se deu num processo lento e que ainda n o foi completamente realizada Outro aspecto das emendas de 1985 tem foco espec fico nos experimentos cient ficos propriamente ditos mudando o balan ce de interesses tocado na lei de Nova Iorque de 1867 e na ver s o da AWA de 1967 Agora h uma obriga o federal imposta tanto para minimizar a dor durante as experi ncias quanto para gerenciar a dor ap s o
348. n Obligations to Animals 2006 U Chi Legal F 137 2006 ANIMALS AND THEIR LEGAL RIGHTS A SURVEY OF AMERICAN Laws FROM 1641 TO 1990 Animal Welfare Institute 4th ed 1990 The Legal Status of Nonhuman Animals 8 Animal L 1 2002 NATUBHAI SHAH JAINISM THE WORLD OF CONQUERORS VOLUME 1 222 Sussex Academic Press 1998 See CHRISTOPHER CHAPPLE NONVIOLENCE TO ANIMALS EARTH AND SELF IN ASIAN TRADITIONS 22 SUNY Press 1993 Marvin W Meyer and Kurt Bergel Reverence for Life The Ethics of Albert Schweitzer for the Twenty First Century 222 Syracuse University Press 2002 NATUBHAI SHAH JAINISM THE WORLD OF CONQUERORS VOLUME 1 158 Sussex Academic Press 1998 For example Immanuael Kant stated that he who is cruel to animals becomes hard also in his dealing with men We can judge the heart of a Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL man by his treatment of animals IMMANUEL KANT DUTIES IN REGARD TO ANIMALS IN ANIMAL RIGHTS AND HUMAN OBLIGATIONS 23 24 Tom Regan amp Peter Singer eds 2d ed 1989 RaymonD W BERNARD FROM CHRISHNA TO CHRIST 39 Mokelumne Hill Press 1966 Upton Crary Ewing THE PROPHET OF THE DEAD SEA ScroLis 115 116 Philosophical Library 1963 Lours A GERMAN VEGETARIANISM AND JEWISH TRADITION 22 Ktav Pub Inc 1975 I t is necessary to keep in mind two facts about the world of ancient Israel 1 The tribes of Israel were a pastoral people and therefore a flesh eating people 2 They i
349. n o menos que trinta e oito vezes num estatuto de sessenta e quatro p ginas William H Rodgers Environmental Law 489 1994 A lei do ar limpo usa a sa de humana como o ponto de partida para padr es mas conclusivamente o administrador deve definor o n vel de risco aceit vel Id em 156 64 Ver genericamente 16 U S C 1533 2005 O Comit das Esp cies Amea adas 16 U S C 1536 e h 2000 co nhecido como o comit Deus tem a autoridade de conceder isen es dos requerimentos do 1536 a 2 proteger o habitat cr tico e proibir a es arriscadas s esp cies Este comit tem a permiss o de balan cear os benef cios de uma atividade proposta e o perigo ou risco de pe rigo que o projeto representa Uma das concess es que organiza es ambientais puderam obter foi o requerimento de o Comit ser composto por indiv duos altamente qualificados que n o poderiam delegar sua responsabilidade para funcion rios da agencia Ver 1536 e 3 listando a composi o do Comit At 1991 apenas duas solicita es de concess es foram preenchidas am bas negadas pelo Comit Em 1991 a Administra o achou se no meio da controv rsia da coruja pintada Talvez constatando que uma emenda lei n o seria uma op o realista no curto prazo o governo murmur rou o desejo do Comit Deus para derrubar a floresta em benef cio da ind stria madeireira Observa o de Requerimento de Concess o 56 Fe
350. n 2011 193 havido um compl para alterar este e outros trechos do Velho e do Novo Testamento de modo a afastar v g a reg ncia da dieta vegetariana vegana ao menos no Para so a B blia consoante a grande maioria das edi es e das interpreta es n o avaliza a tese de Tom Regan uma contenda sobre o que a B blia diz contenda que come a pelo pr prio texto embate no qual a filei ra de Regan francamente menor N o se pode negar que a cultura b blica entre judeus e crist os n o caracterizada pelo vegetarianismo veganismo e nem que tais segmentos adotem como princ pio os ditames dos direi tos dos animais e nem da Ecologia Profunda A tese de Regan de que a alimenta o vegana fator para a volta ao den n o encontra lastro nas Sinagogas e nem nas Igrejas O Papa tido como sucessor de Pedro ordem discipular iniciada por Jesus come carne Os judeus n o comem porco porque este entendi do como um animal impuro em raz o da Escritura mas comem outros animais Matar animais para comer n o pecado e n o impede ningu m de entrar no C u a concep o judaico crist amplamente dominante Tem se que reconhecer que a B blia como um todo indepen dente do fragmento anterior refrat ria filosofia dos direitos dos animais Al m de relatos de consumo de carne s o descri tos detalhada e abundantemente sacrif cios de animais o pr prio Deus solicita aceita roupas de pele animal a
351. n of where they might be possible The ultimate question we consider regarding research on animals is Is it right to experiment on animals and if so under what conditions In order to address that question we need to understand the legal and moral standing of animals in society Animals are currently conceived of as property in every country on the planet available for any use humans deem appropriate How did this come to be And how do we assess the outcome of this conception from a modern philosophical and legal perspective To understand our current perspective on animals in society it is useful to look back through history Originally religious and philosophical thought framed our understanding of animals and delineated human relationship and moral responsibilities toward them Subsequently science has played an increasingly important role in this dialogue Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Beginning with a short history of religious thought we see that some of the earliest religious traditions explicitly addressed our relationship with animals Though it is hard to be certain when any religion began it is clear that some of our oldest religious traditions grappled with questions about the human animal relationship The Jain and Buddhist traditions have in common a deep respect for animals and a belief that animals and humans are part of the same family Indeed their belief in reincarnation suggests that hu
352. na o da natureza e a consecu o de resultados pr ticos sua grande preocupa o Este novo modelo de racionalidade ins trumental a partir dos avan os obtidos nas Ci ncias Naturais ser o marco inicial da constru o do Paradigma Cartesiano j mencionado supra Nesse contexto o mundo em geral e a natu reza em espec fico passam a ser vistos e compreendidos como uma grande m quina regida por leis universais causas formais materiais e eficientes ainda ocultas mas que o homem por in term dio da raz o e do conhecimento cientificamente obtido objeto bem delineado m todo de verifica o r gido e preciso conclus es formuladas sob a forma de leis universais poderia aos poucos descobrir para dominar todas as for as que regem o universo inclusive os animais abarcados pela vis o de natureza pass vel de subjuga o e domina o pelo conhecimento das f r mulas que regem as engrenagens da grande m quina Ren Descartes chega a tratar especificamente dos animais afirmando que estes seriam destitu dos de qualquer dimens o espiritual al m de mesmo dotados de sentidos como vis o au di o e tato serem insens veis dor e incapazes de pensamento bem como de consci ncia de si Com efeito a prova cabal desta aus ncia de espiritualidade seria a pr pria aus ncia de lingua gem argumento que ser largamente utilizado posteriormente por outros te ricos Seja como for a Era Moderna instrumentaliz
353. nal a vosso favor eu verei 0 sangue e eu passarei a outra parte e a praga da morte n o tocar em v s quando eu ferir todo o Egito xodo 12 1 13 Ainda hoje incont veis animais s o mortos sacrificados na P scoa em homenagem lembran a do que se conta que aconteceu no Egito Em ri tuais concorridos em altares em matan as p blicas quando n o seus corpos aparecem nas mesas sem maior ostenta o em h bito trivializa Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 207 208 32 do Ilustra o da carnificina a c u aberto aos olhos de todos ocorre em Senegal Tabaski Em fragmentos Depois falou o Senhor a Mois s e a Aar o e lhes disse Declarai aos filhos de Israel o seguinte De todos os animais da terra eis aqui os de que v s poderei comer Dentre os quadr pedes poderei comer daqueles que t m a unha rachada e que remoem Quanto aos que remoem mas n o t m a unha rachada como s o os camelos e outros animais n o comereis deles e reput los eis imundos N o comereis carne de nenhum destes animais nem tocareis os seus cad veres porque os deveis ter por imundos Eis aqui os aqu ticos de que vos permiti do comer Comereis de tudo o que tem barbatanas e escamas tanto no mar como nos rios como nos tanques Mas tudo o que se move e vive nas guas sem ter barbatana nem escamas ser para v s abomin vel e execrando N o comereis da carne destes aqu ticos nem os tocarei quando estiverem mort
354. nas para conseguir seus objetivos 11 O utilitarismo cl ssico e preferencial Ao analisar a aplica o do princ pio da igualdade levando em considera o o interesse vida e ao n o sofrimento Peter Singer divide os seres vivos em duas categorias seres mera mente sencientes chamado por ele de seres conscientes e seres autoconscientes Os seres conscientes teriam apenas capacidade de sentir prazer ou dor Os autoconscientes al m da senci ncia teriam tamb m consci ncia de si enquanto entidade distinta com um passado e futuro amp Para os dois tipos de utilitarismo o cl ssico e o preferencial n o haveria problema algum em se tirar a vida de um ser consciente desde que esse ato seja feito sem nenhuma dor Como um ser meramente senciente n o tem interesse em continuar vivendo mas apenas em n o sofrer ao tirar a sua vida de forma n o dolorosa n o se estaria violando interesse algum Assim de acordo com Singer n o seria imo ral a cria o de animais meramente sencientes para o consumo humano desde que sejam observadas algumas condi es de modo a evitar que o animal seja submetido a qualquer tipo de Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL sofrimento sobretudo na hora da morte Em rela o aos ani mais autoconscientes no entanto para o utilitarismo preferen cial a priva o da vida ainda que de forma indolor seria uma transgress o moral pois o interesse desses animais em continu ar vivendo
355. nder a Property Classification 26 S Ill U L J 31 2001 Rebecca J Huss Valuing Man s and Woman s Best Friend The Moral and Legal Status of Companion Animals 86 Marqg L Rev 47 2002 William C Root Man s Best Friend Property or Family Mem ber An Examination of the Legal Classification of Companion Animals ans Its Impact on Damages Recoverable for their wrongful Death or Injury 47 Vill L Rev 423 2002 Ver ex 16 U S C 1531 1544 2000 Achados congressistas e declara o de pol ticas e prop sito a Achados O Congresso acha e declara que b v rias esp cies de peixe vida selvagem e plantas nos Estados Unidos t m sido levadas extin o como consequ ncia do crescimento eco n mico e desenvolvimento inadequados conserva o c outras esp cies de peixe vida selvagem e plantas t m sido t o exauri dos em seus n meros que est o em perigo ou amea adas de extin o d estas esp cies de peixe vida selvagem e plantas s o de valor est tico ecol gico educacional hist rico recreacional e cient fico para a Na o e seu povo 1531 a Endangered Species Act of 1973 Pub L No 93 205 87 Stat 884 codificado em se es dispersas do 16 U S C 1531 1544 posteriormente declarado ser a pol tica do Congresso que todos os departamentos Federais e ag ncias devem buscar a conserva o das esp cies em perigo ou amea adas de extin o e devem utilizar sua au torid
356. ndo o apontamento antece dente N o seria um meio de tornar essas oferendas agrad veis a Deus consagr las a minorar os sofrimentos daqueles a quem falta o necess rio e neste caso o sacrif cio dos animais praticado com fim til n o se tornaria merit rio ao passo que era abusivo quando para nada servia ou s aproveitava aos que de nada precisavam Isto por exemplo comer os pobres a carne de animais dados em sacrif cio A resposta evasiva Sem embargo enseja uma interpreta o que avaliza o sacrif cio animal Deus aben oa sempre os que fazem o bem O melhor meio de Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 213 214 74 75 76 honra lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos N o quero dizer com isto que ele desaprove as cerim nias que praticais para lhe dirigirdes as vossas preces De todo jeito como ja assinalado o sacrif cio de animais n o uma pr tica esp rita N o ha noticia de uma casa esp rita na linha de Kardec que promova a morte de animais para Deus ou para esp ritos n o integra o exerc cio da mediunidade 3 PRABHUPADA O Bhagavad gita como ele Lisboa The Bhaktivedanta Book Trust 1995 p 312 Em Krsnaloka no c u espiritual h vacas que podem ser ordenhadas a qualquer hora e elas d o tanto leite quanto se queira claro que es sas vacas n o existem neste mundo material mas menciona se que elas est o presentes em Krsnaloka O Senhor
357. ndo plano Singer chama de especismo s Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 127 128 atitudes tendenciosas de algu m que atribui maior peso aos in teresses de membros de sua pr pria esp cie quando h conflito entre os seus interesses e os interesses daqueles que pertencem a outras esp cies semelhan a do que ocorre no racismo e no sexismo em rela o pr pria ra a e sexo Vista sob o enfoque tico de Peter Singer a pr tica de captura e sacrif cio de c es caracteriza se como moralmente incorreta impregnada do car ter antropoc ntrico e especista tradicional Os interesses maiores desses animais sencientes pela manuten o de suas vidas n o s o levados em conta pelos que assim procedem ressalvando se que existem estrat gias alternativas humanit rias e mais eficazes para o controle dos mesmos o que configura suas mortes como desnecess rias e at mesmo cru is 4 Considera es finais Tirar as vidas de animais sencientes sistematicamente e s dezenas ou centenas de milhares todo ano com a justificativa de deter a dissemina o da raiva quando s o a vacina o e a vigil ncia epidemiol gica as medidas mais eficientes ou em nome de reduzir seu excesso populacional quando o controle reprodutivo o que se recomenda ou ainda para evitar os inc modos ou agravos que porventura possam provocar quando se est o sozinhos nas ruas isso ocorre porque seus propriet rios o permitiram e
358. ne who authored Animals Property and the Law and Rain Without Thunder and e Marjorie Spiegel author of The Dreaded Comparison Animal and Human Slavery Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL This list is certainly not exhaustive and it expands each year to include authors who approach the question of the moral position of animals in our societies from increasingly expansive philosophical and legal perspectives It is useful to focus on two scholars in particular one who receives a lot of attention for his work Descartes and another who receives attention from scientists but not from legal philosophers or animal legal theorists Darwin The legacies of their work are important as we analyze animal testing and the philosophical developments relating to this field There are two categories into which the many kinds of testing falland they derive from two different philosophical perspectives The first is in vivo which is testing within the organism also known as live animal testing In vivo testing evolves from and is supported by the work of Descartes Cartesian principles are premised on the notion that we can learn about human biology and physiological reactions by dissecting and testing on animals This is the current standard in toxicity testing and has been the norm unchanged by scientific and other developments over the last 60 years Because the main measure of scientific validity is based on replication it is hard
359. nge Piedese canje On demande lechange Si richierle lo sambo Austrauch wird gebeten Capa PROJETO GR FICO E EDITORA O L cia Valeska Sokolowicz Foro DE CAPA Dalmatian pelt Jonathan Ruchti http www sxc hu COORDENA O DE TEXTOS INTERNACIONAIS Heron Jos de Santana Gordilho Tagore Trajano de Almeida Silva EQUIPE DE TRADU O Heron Jos de Santana Gordilho Tagore Trajano de Almeida Silva Joelma Guimar es EQUIPE DE REVIS O Luciano Rocha Santana Gilmar Miranda Freire G ssica Freire Liana Oliva BIBLIOTECA TEIXEIRA DE FREITAS Revista Brasileira de Direito Animal Vol 6 N 8 jan jun 2011 Salva dor BA Evolu o 2011 Semestral 2007 2010 2011 Anual 2006 2008 2009 ISSN 1809 9092 1 Direito Peri dicos Revista Brasileira de Direito Animal Brazilian Animal Rights Review Ano 6 VoLumE 8 JAN Jun 2011 COORDENA O Heron Jos de Santana Gordilho Luciano Rocha Santana Tagore Trajano de Almeida Silva SUM RIO APRESENTA O 9 DOUTRINA INTERNACIONAL INTERNATIONAL PAPERS RECONHECIMENTO JUDICIAL DOS INTERESSES DOS ANIMAIS UM NOVO TIPO DE ATO IL CITO David S Favre 13 PHILOSOPHICAL FOUNDATIONS AND ANIMALS IN TESTING CONCERNS AND CONSEQUENCES Katherine Hessler 65 FUNDAMENTOS FILOSOFICOS E ANIMAIS EM TESTES PREOCUPAGOES E CONSEQUENCIAS Katherine Hessler 89 DOUTRINA NACIONAL NATIONAL PAPERS CONTROLE DE POPULAGOES CANINAS
360. nhabited a world in which blood sacrifices both animal and human were widely practiced See also UPTON Crary EWING THE PROPHET OF THE DEAD SEA SCROLLS 122 123 Philosophical Library 1963 Aaguinas PoLrricar Writincs 251 252 R W Dyson ed Cambridge University Press 2002 For more on Aquinas and animal souls see ANDREW LINZEY CHRISTIANITY AND THE RIGHTS OF ANIMALS 36 39 Crossroad Pub Co 1987 For a thorough account of Saint Francis s life and work in regards to animals see Roger D SORRELL ST FRANCIS oF Assist AND NATURE TRADITION AND INNOVATION IN WESTERN CHRISTIAN ATTITUDES TOWARD THE ENVIRONMENT Oxford University Press 1988 See generally ETHICAL VEGETARIANISM FROM PYTHAGORAS TO PETER SINGER Kerry S Walters amp Lisa Portmess eds State U of N Y 1999 and Rynn Berry FAMOUS VEGETARIANS AND THEIR FAVORITE Recipes LIVES AND LORE FROM BUDDHA TO THE BEATLES Pythagorean Books 1993 RENE DESCARTES DISCOURSE ON THE METHOD AND MEDITATIONS ON FIRST PHrrosorHy David Weissman ed 1997 1637 ANIMAL RicHTS CURRENT DEBATES AND New Directions 110 Cass R Sunstein amp Martha C Nussbaum eds Oxford University Press 2004 Descartes maintained that animals are not conscious because the do not possess a soul which was vested only in human beings But see Tom REGAN THE CAsE FOR ANIMAL Ricuts 3 6 1983 questioning the extent that Descartes really held this extreme view Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011
361. nicas n o animais e Refinamento Refinement procurar aperfei oar o pro jeto e ou a efici ncia de experimenta o para eliminar ou reduzir a angustia desconforto ou dor experenciada por animais de laborat rio e Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e Redu o Reduction procurar diminuir o numero de animais necess rios para executar um experimento a fim de que a mesma qualidade de informa es cientificas possa ser alcan ada utilizando menos animais Os Tr s Rs s o referentes a alternativas na comunidade cientifica e as suas origens derivam do trabalho de dois cientis tas Brit nicos William Russell e Rex Burch que escreveram The Principles of Humane Experimental Technique em 1959 Seus tra balhos estabeleceram os moldes para o uso humano de animais na ci ncia O trabalho de Russell e Burch segue e precede desenvolvi mentos em filosofia moral relacionados a experimentos huma nos O mais importante destes o C digo Nuremberg que ado ta orienta es para pesquisas em seres humanos em resposta a atrocidades cometidas por doutores Nazistas na II Guerra Mundial Adicionalmente a Declara o de Helsinki representa uma evolu o do esfor o internacional da comunidade medica guiada pela Associa o M dica da Sa de Mundial para regu lar o uso de seres humanos para testes em pesquisas Apesar da forte rea o aos atos dos doutores Nazistas ainda existem exemplos de abusivos tes
362. nimais como propriedade ademais da no o expressa e sempre subjacente de que a vida humana por si a mais ou a nica realmente valiosa bem como o sofrimento humano tamb m Leonardo Boff que fez votos na primeira ordem franciscana que esteve assim na Igreja Cat lica refer ncia da teologia da li berta o n o promove a defesa do vegetarianismo veganismo dos direitos dos animais Por m concorda com Tom Regan em um aspecto crucial Em alus o ao emblem tico cap tulo 1 de G nesis 26 28 afirma Boff O sentido origin rio este o ser humano na condi o de homem e mulher o representante de Deus na cria o seu filho e sua filha seu lugar tenente e aquele 194 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL que prolonga a obra criadora de Deus Os termos subjugai e dominai devem ser entendidos nesse contexto e n o num sentido despotico Admitindo que o significado que defen de n o foi aquele que predominou as palavras subjugai e domi nai foram assumidas literalmente advoga Boff Os verbos subjugar e dominar s o usados no sentido de administrar uma heran a recebida do Pai e cuidar dela Nesta esteira o ser hu mano deve viver a dimens o tica inscrita em seu ser e assim assumir a sua fun o voca o de administrador respons vel de anjo da guarda e zelador da cria o Regan em linha afinada afirma como antes visto que o ser humano foi incum
363. nimais n o o mesmo dos humanos Comunicam os esp ritos Sendo muit ssimo inferiores a este n o t m os mesmos deveres que ele Isto significa que a lei espiritual divina distinta h uma lei para os humanos e outra para os animais Neste passo h um mist rio Se os animais n o est o sujeitos expia o por qual raz o eles entidades sencientes que sen tem prazer e dor que sofrem que buscam uma boa vida que lutam para manter as suas vidas ainda quando aqu m do mini mo existencial padecem um enorme leque de mazelas oportu nizadas pelo g nio humano Instrumentalizados alvos da bar barie humana torturados confinados ridicularizados mortos Sendo seres inocentes por qual motivo sofrem em proveito da delibera o humana Por que o holocausto ao qual s o diaria mente e h tanto tempo submetidos Por que sofrem t m as suas vidas feitas miser veis ceifadas pelas m os humanas sem qualquer justificativa se nada est o expiando E os humanos que procedem assim ir o expiar seus pecados ou n o h lei do carma a reger atos humanos perante os animais Ao inv s de responder que os animais devem ter alguma d vida a resgatar ou que foram criados para isto mesmo melhor concluir que os homens n o t m direitos que alegam ter Cumpre notar em que pese o anteriormente exposto que a quest o acerca da inexist ncia de uma corrente vital entre a es p cie humana e as outras esp cies n o exatame
364. nos secund rios como as prefer ncias gastron micas a moda e o entreteni mento N o razo vel que o prazer de um indiv duo tenha um valor moral superior pr pria vida de outro Um tratamento desta natureza termina sendo n o s desigual como tamb m desproporcional e contr rio ao bom senso Tamb m n o h justificativa para se tratar algumas esp cies como membros da fam lia e deixar as outras margem de qual quer considera o Como bem salienta Rousseau n o h l gica em se alimentar de animais d ceis e pac ficos a exemplo dos bovinos aves e su nos e dar a outros um tratamento melhor do que muitos seres humanos Al m disso ao negligenciar o so frimento e a vida dos animais o homem est agindo revelia de princ pios morais b sicos como a compaix o e o respeito vida A ideia de que o indiv duo mais forte ou mais inteligente tem o direito de explorar e maltratar o outro talvez encontre uma justificativa no mundo selvagem mas n o no mundo moral que o mundo pr prio para o pensar e agir humano Por fim pode se concluir que n o h nenhuma justificativa para n o se aplicar o princ pio da igualdade aos animais n o humanos Se um ser vivo sofre n o h por que deixar de levar em conta este sofrimento racioc nio que tamb m se aplica per feitamente ao interesse e direito vida Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 241 REFER NCIAS ALEXY Robert Teoria dos Direitos Fundamentais
365. nsci ncia dos animais veja RATTLING THE CAGE nota supra 3 119 62 e STEVEN M WISE DRAWING THE LINE SCIENCE AND THE CASE FOR ANIMAL RIGHTS 2002 he reinafter DRAWIG THE LINE Veja tamb m MARC BEKOFF MIND ING ANIMALS AWARENESS EMOTIONS AND HEART 2002 THE COGNITIVE ANIMAL EMPIRICAL AND THEORETICAL PERSPEC TIVES ON ANIMAL COGNITION Marc Bekoffet al eds 2002 Professor Gary Francione escreveu extensivamente como um defensor pelos direitos dos animais na comunidade legal Veja e g GARY L FRANCIONE ANIMALS PROPERTY AND THE LAW 1995 Outro advogado Steven M Wise tamb m teve uma ativa atua o Veja e g Steven M Wise Hardly a Revolution The Egibility of Nonhuman Animals for Dignity Rights in a Liberal Democracy 22 VT L REV 793 1998 analisando o desenvolvimento dos direitos no contexto da common law e na justifica o dos direitos animais sob os direitos tra dicionais No mundo da filosofia ANIMAL LIBERATION 1975 ANI MAL RIGHTS AND HUMAN OBLIGATIONS nota supra 3 DRAWING THE LINE nota supra 4 RATTLING THE CAGE nota supra 3 Como notado por Steven Wise Autonomia Pr tica n o isto o que a maioria dos humanos possui e sim o que a maioria julga que seja suficiente pra os direitos b sicos da liberdade e o resumem nisto um ser possui autonomia pr tica e intitulado como personalidade e direitos b sicos da liberdade se Pode desejar pode intencionalmente tentar supr
366. nsidera o O nico motivo pelo qual este princ pio n o aplicado aos outros seres vivos a ideologia especista segundo a qual os in teresses da esp cie humana s o considerados mais relevantes que os interesses das demais esp cies N o preciso muito para enxergar que alguns interesses s o inerentes a todo e qualquer ser vivo independentemente dele ser ou n o um homo sapiens Alguns exemplos s o bem evidentes como o interesse de evitar a dor de se alimentar de obter abrigo seguran a prote o e at mesmo de afeto Para Singer imposs vel fazer compara es exatas entre o sofrimento de pessoas da mesma esp cie ou de indiv duos de esp cies diferentes N o h como dizer que um animal sofre me nos que um ser humano diante da mesma situa o Tudo n o passa de uma especula o mental insuficiente para mitigar a aplica o do benef cio da d vida aos animais Em algumas situ a es os sentidos dos animais s o muito mais apurados que os sentidos de um ser humano como a vis o nas guias e a audi o nos c es e tudo indica que em rela o s sensa es de dor e pra zer n o seja diferente Deve se lembrar ainda que na imensa maioria das situa es onde a vida e o sofrimento dos animais s o desprezados o que est em jogo n o o sofrimento huma no mas sim o seu prazer a exemplo da utiliza o de animais na alimenta o e no entretenimento O interesse humano ao prazer e satisfa
367. nt Keyworps civil disobedience animal right conscience crime Sum rio 1 Introdu o 2 Entendendo a desobedi ncia civil 3 Desobedi ncia civil como instrumento da luta pelos direitos dos animais 4 Desobedi ncia civil como crime de consci ncia 5 Crime comum e crime de consci ncia 6 Desobedi ncia Civil na ordem jur dica 7 Conclus o 8 Refer ncia 1 Introdu o A desobedi ncia civil amparada pelo direito de resist ncia pode ser um importante instrumento na constru o e moderni za o legislativa do Estado Isto porque objetiva mudan as na sociedade de maneira a n o provocar rupturas na sua estrutura O desobediente civil busca denunciar a injusti a de uma lei um ato pol tico ou um costume da sociedade sem no entanto des respeitar a soberania estatal A pr tica da desobedi ncia civil acontece com a infra o di reta da norma considerada injusta ou de forma indireta quando se desrespeita uma lei para demonstrar a injusti a de outra nor ma ato ou costume Assim por esta estrat gia a desobedi ncia civil implica mesmo em um ato muitas vezes criminoso Ocorre que essa transgress o justifica se nos seus fundamen tos O desobediente civil ir atuar motivado por raz es morais impelido por sua consci ncia ao acreditar que existe uma injus Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ti a que deve ser reparada A causa a falta de justi a suportada por minorias sociais que en
368. nt question was not whether animals could reason but whether they could suffer He believed that any being who could suffer should not be made to do so unnecessarily Following in Bentham s philosophical footsteps are a number of vegetarian philosophers who believed that they had no moral authority to put animals to their own use They include Leo Tolstoi whose vegetarian ideals related to his pacifism Mohandas Gandhi who wrote about the connections between vegetarianism peaceful resistance and the power of the truth force Albert Schweitzer who wrote of the need for an ethic of reverence for life and Henry Salt who wrote a book entitled Animal Rights in 1892 positing that animals had rights of their own and for their own sakes More recently philosophers and legal scholars have picked up on Salt s proposition and begun to analyze what rights and protections are due to animals rather than focusing solely on what elements in animals such as the ability to reason or feel pain might provide the basis for moral consideration These philosophers include e Peter Singer who authored Animal Liberation e Tom Regan who authored Philosophy of Animal Rights e Francis Moore Lapp author of Diet for a Small Planet e Carol Adams who authored The Sexual Politics of Meat A Feminist Vegetarian Critical Theory e Steve Wise author of Drawing the Line 2 Rattling the Cage and An American Trilogy e Gary Francio
369. ntam a perda dessa era dourada e alguns anseiam por seu retorno Queira esta Era Dourada ser um mito ou uma realidade n o t o interessante que o fato de uma sociedade acreditar e Que ela tenha existido e Que tal estilo de vida era poss vel e e Que vivendo em harmonia com animais era considerado um elemento de uma sociedade ideal Assim como perdemos contato com essa Era Dourada as sim o fizeram alguns dos nossos mais modernos fil sofos dei xando para tr s o conceito de que animais eram conscientes e tinham direito a toda e qualquer considera o moral No mun do ocidental o trabalho de Ren Descartes personaliza essa perspectiva talvez melhor do que a de qualquer outro fil sofo Descartes escreveu que animais s o maquinas e que como tal podem ser desmontados sem preocupa o com uma rea o ad versa Ainda que significativamente bem aceita essa teoria de Descartes n o foi universalmente adotada Outros fil sofos responderam diferentemente s quest es de que deveres humanos tem para com os animais e como de finir o tratamento adequado animais Fran ois Marie Arouet de Voltaire escreveu que animais t m almas sentimentos e concernimento Aceita o dessa perspectiva d origem a res ponsabilidades humanas Immanuel Kant explicou que deveres para com animais s o deveres para a humanidade levantando a preocupa o de que o pobre tratamento dos animais era ruim Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011
370. nte um tabu n o uma posi o cerrada O pr prio Livro dos Esp ritos d ense Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL jo a outra compreens o a de elos ininterruptos na continuidade da vida o que deixa a quest o em suspenso ou d bia N o h exatamente uma tomada de posi o sobre o ponto Vejamos Na resposta pergunta de n 607 dito que a alma do ho mem na sua origem que o esp rito na primeira fase do seu desenvolvimento passa por exist ncias anteriores humana Segue ent o da parte dos encarnados uma associa o entre o aludido estado de inf ncia e os seres inferiores da cria o A isto es clarecem os esp ritos Nesse seres cuja totalidade estais longe de conhecer que o princ pio inteligente se elabora se indivi dualiza pouco a pouco de certo modo um trabalho pre parat rio como o da germina o por efeito do qual o princ pio inteligente sofre uma transforma o e se torna Esp rito Entra ent o no per odo da humaniza o E advertem Nessa ori gem coisa alguma h de humilhante para o homem Sentir se o humilhados os grandes g nios por terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram E retomam sob um outro pris ma um aspecto ventilado em momento precedente Acreditar que Deus haja feito seja o que for sem um fim e criado seres inteligentes sem futuro fora blasfemar da sua bondade que se estende sobre todas as suas criaturas
371. nteiramente dependente da subjetividade humana e de suas capacidades l gico cognitivas sub sun o do fato premissa menor norma premissa maior idealismo jur dico Michel Miaille 1 permitindo e dando vaz o justamente ao que se pretendia evitar com a aplica o do m todo cient fico objetivo pretens o ilus ria de neutralidade cient fica falsa transpar ncia do Direito indicada por Michel Miaille o preenchimento das lacu nas normativas pelas pr compreens es do int rprete ainda que justi ficadas pela aplica o do m todo l gico gramatical hist rico ou outro destes dando margem a arbitrariedades e a interpreta es comodistas impregnadas de sentido comum te rico dos juristas L A Warat Na tentativa de objetivar reificar a norma tornando a objeto de an lise independente do sujeito que a interpreta o que ocorre de fato que o sujeito int rprete ignorado mas os seus pr ju zos continuam atuan do durante a an lise interpretativa neste ponto dentre outros que a hermen utica filos fica p s virada ling stica pretende atuar trazendo as pr compreens es do sujeito para o bojo do processo interpretativo e rompendo com a separa o pseudo cientifica entre sujeito e objeto Com a virada ling stica a linguagem deixa de ser compreendida en quanto mediadora na rela o sujeito e objeto na interpreta o e passa a ser o locus preferencial de con
372. ntem risco sa de o que n o ocorre j que os animais s o eliminados indis criminadamente pela Municipalidade n o importando o fato de representarem risco ou n o sa de humana O rg o con trolador de zoonoses mata animais pelo s fato de n o terem sido reclamados por seus propriet rios ou por n o terem sido adotados o que em tudo contraria a legisla o vigente inclusi ve a referida Portaria Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 145 Como ensinou Hans Kelsen entre uma norma de escal o superior e outra de escal o inferior n o pode haver qualquer conflito sob pena de invalida o desta Uma lei s se mos tra v lida na medida em que se conforme Constitui o da Rep blica o princ pio da supremacia constitucional nos preceitos insertos na Carta Magna que deve o legislador se inspirar e com eles guardar fiel adequa o Se a norma constitucional veda a submiss o de animais crueldade por bvio que n o consente na elimina o injustifica da desses animais pelo que patente a afronta ao texto constitu cional Entendimento diverso refoge ao bom senso Ademais as normas que autorizam a captura e a elimina o de animais sem exce o estampam em seu pre mbulo que t m por finalidade o controle das doen as Esse portanto o fim le gal a ser perseguido pela atividade administrativa que inspirou o legislador e que vincula a autoridade administrativa em toda a sua atua o Quan
373. nto de Sifilis de Tuskegee Ver Jones at 5 10 National Research Act Pub L No 93 348 88 Stat 342 1974 4 Encyc of Bioethics 2357 3d ed 2004 documentando os regulamentos iniciais criados pelo Congresso concernente a pesquisas em cobaias humanas Ato Laboratorial de Bem Estar Animal de 1966 7 U S C 2131 2156 2007 Se o 2132 g afirma em parte relevante g O termo animal signifi ca qualquer vivo ou morto cachorro gato macaco mam fero prima ta n o humano porco da ndia hamster coelho ou qualquer outro animal de sangue quente como o Secret rio poder determinar estar sendo usado ou tem se a inten o de usar para pesquisa teste expe rimenta o ou prop sitos de exibi o ou como animal de estima o mas tal termo exclui 1 p ssaros ratos de g nero Rattus e camundon gos do g nero Mus criados para uso em pesquisa 2 cavalos n o s o usados para fins de investiga o e 3 outros animais de fazenda tais como mas n o limitados a gado ou aves domesticas usadas ou desti nadas a uso para melhoria de nutri o animal cria o gerenciamento Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 109 ou efici ncia da produ o ou para melhorar a qualidade da comida ou fibras Com respeito a cachorros este termo significa todos os cachor ros incluindo aqueles utilizados para ca a seguran a ou reprodu o 7 U S C 2132 g 2000 8 Darian M Ibrahim Reduce Refine Repla
374. ntr rio est inteiramente claro que os animais possuem direitos pelo menos de um certo tipo Cass R Sunstein Standing For Animals With Notes on Animal Rights 47 UCLA L R 1333 1335 Alguns progressos na prote o dos animais podem ser feitos modifi cando o conceito de propriedade Dividindo o titulo em legal e equi par veis componentes e depois advertindo o equipar vel titulo animal alguns grados de auto propriedade pode ser permitida sem destruir o conhecido relacionamento com um humano Veja David Favre equi table Self Ownwership for Animals 50 DUKE L J 473 2000 Ver GERALMENTE 3 ROSCOE POUND JURISPRUDENCE 1959 Conflitos ou competi o entre interesses surgem por causa da competi o de indiv duos uns com os outros a competi o de grupos ou asso cia es ou sociedades de homens uns com os outros e a competi o de indiv duos com tais grupos ou associa es ou sociedades no objetivo de satisfazer clamores humanos vontades e desejos Id 17 15 Id 21 Por exemplo a Igreja Cat lica tem tentado lidar com a quest o dos abusos sexuais realizados por padres na comunidade Muitos est o insatisfeitos pela forma como a Igreja decidiu ponderar os conflitantes interesses da institui o dos padres e dos fi is Veja Justin Pope New Revelations Could Topple Boston Cardinal LANSING ST J dez 8 2002 7A Apesar de como a disputa foi tratada na Igreja os indiv duos envolvi dos podem demandar
375. ntre um homem e uma mulher A quest o que se faz a seguinte a exist ncia de diferen as entre dois ou mais indiv duos seria uma raz o sufi ciente para dar a estes indiv duos um tratamento desigual no que diz respeito a interesses fundamentais como o interesse vida Evidentemente que n o A igualdade n o uma ideia de fato mas sim uma ideia de direito Quando se diz que todos s o iguais independentemente de cor credo ra a etc n o se est exigindo que todos os seres humanos sejam iguais mas sim que todos sejam tratados igualmente Segundo Robert Alexy o enunciado da igualdade n o pode exigir a igualdade de todas as caracter sticas naturais e de todas as condi es f ticas nas quais o individuo se encontre Diferen as em rela o sa de intelig ncia e beleza podem ser talvez um pouco relativizadas mas sua elimina o se depara com limites naturais A isso se soma o fato de que a igualiza o de todos em todos os aspectos seria mesmo que poss vel indesej vel Para Singer se fosse necess rio justificar a ideia de igualdade numa igualdade efetiva ela seria imposs vel de ser alcan ada e portanto inexig vel nessa linha que as feministas refutaram os argumentos de Taylor e nessa mesma linha que se defende tamb m os direitos dos animais 9 A aplica o do princ pio da igualdade De acordo com Humberto vila a aplica o do princ pio da igualdade exige a presen a d
376. o Pedro o primeiro Papa tem uma vis o onde uma voz mostrando v rios animais ordena Levanta te Pedro mata e come Como Pedro recusasse a voz adverte para n o julgar impuro o que Deus purificou A vis o possui uma significa o aleg rica como na sequ ncia do rela to b blico fica evidente expresso Todavia interpretada tam b m como a dissipar a classifica o entre animais puros e impuros A vantagem de ser um animal impuro n o ser comido pelo ho mem desaparece A igualdade piorou a situa o de muitos animais Jesus tinha controle sobre a natureza o que afirmado como uma demonstra o da sua santidade da sua condi o divina Filho de Deus ou o pr prio Deus Cristo anda sobre as guas e amansa a tempestade Isto por m de acordo com a vis o tra dicional n o vai al m n o se estende para uma compreens o de harmoniza o integra o com a natureza nos moldes por ex da Ecologia Profunda sem que se encontre qualquer passa gem do Novo Testamento nesta vertente O epis dio da figueira Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 175 176 causa perplexidade e gera aturdimento naqueles que querem defender como sendo pr pria do cristianismo a natureza como tendo valor intr nseco Jesus busca fruto em uma figueira como n o encontra a amaldi on dizendo Nunca jamais nas a fruto de ti E a rvore instantaneamente seca A rela o parece ser instrumental Outro acontecimen
377. o situado no cora o de toda entidade viva Esta forma de enxergar o mundo se contrap e diretamente ao pensamento cartesiano que nega a exist ncia da alma nos animais e dificil mente aceitaria a possibilidade da presen a divina no cora o de animais n o humanos 5 A raz o e a linguagem Analisando a comunidade ideal de Habermas pautada na racionalidade do homem e na capacidade l gica de argumen Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 227 228 ta o Agnes Heller fil sofa h ngara observa que os homens que seguem o ideal da racionalidade n o s o homens comple tos ntegros pois carecem de corpo sentimentos e nem sequer t m rela es humanas A rela o entre eles se ampara exclusiva mente na discuss o de valor o que n o suficiente para um ser humano A presen a da linguagem e da raz o no entanto um dos crit rios mais utilizados para se estabelecer o limite entre a vida humana e a vida animal Muito embora n o se possa dizer que os animais tenham uma raz o do tipo kantiana ou seja uma capacidade de atingir uma lei moral universal e se submeter a ela t o somente a ela n o h como negar que eles tenham um m nimo de intelig ncia e habilidade para se adaptar ao meio em que vivem Segundo Marc Hauser professor do departamento de Psicologia da Universidade de Harvard o pensamento n o nada mais do que um maneira de processar informa es de forma a se adaptar as situa es e cond
378. o Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 edi o Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do Estado 2000 P 335 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 P 61 62 O Greenpeace uma organiza o global e independente que atua para defender o meio ambiente e promover a paz inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos Atua com os princ pios da de sobedi ncia civil na medida em que afirma desafiar os tomadores de decis o a reverem suas posi es e mudarem seus conceitos atrav s de manifesta es n o violentas uma organiza o que n o aceita doa es de governos nem de partidos pol ticos funcionando com doa es de co laboradores civis em todo o mundo Est presente em mais de 40 pa ses com colabora o de aproximadamente tr s milh es de pessoas Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 353 w Ss 23 24 354 Os ativistas do Greenpeace s o famosos por suas a es de protesto atu ando pessoalmente nos locais onde ocorrem crimes e agress es contra o meio ambiente Um dos maiores exemplos a a o que ocorre contra a pesca de baleias no Jap o quando os ativistas utilizando botes infl veis se colocam entre os animais e os navios pesqueiros para impedir a morte dos mam feros Inclusive esta uma das a es que terminou em pris o dos ativistas o que provocou uma onda
379. o as suas necessidades para pesquisar dados em grandes quantida des e com maior confiabilidade e validade O Ato de Bem Estar aos Animais AWA a lei federal nos Estados Unidos que aborda o tratamento de animais utilizados em pesquisas Contudo o AWA faz pouco para proteger animais As li es aprendidas do contexto de pesquisas em humanos n o foram importadas pelo AWA quando ele foi adotado Em vez dis so o AWA foca nas prote es m nimas estabelecendo requisitos para tamanhos de jaulas ventila o e a provis o de comida gua e al vio de dor entre outras coisas Contudo mesmo a m nima prote o pode ser eliminada se os pesquisadores considerarem que isto pode interferir nos seus estudos No mais o AWA isenta se completamente de regulamentar todos os camundongos ratos e p ssaros usados em pesquisa Estes animais representam cer ca de aproximadamente 85 97 de toda pesquisa com animais nos Estados Unidos Adicionalmente nem todas as instala es conduzindo pesquisas est o sujeitas ao AWA Em rea o crescente press o para prover prote es reais para laborat rios animais o AWA foi alterado em exig ncia da Institui o de Tratamento de Animais e Comit s de Uso conhe cido como IACUCs Esses comit s s o incumbidos da aprova o de aplica es para pesquisas utilizando animais Ao inv s de considerar os Tr s Rs para determinar se o protocolo ne cess rio e se ele usa o menor numero de ani
380. o colocados na carrocinha que um ve culo com jaula nica onde s o agrupados de forma indiscriminada propiciando a prolifera o de mol stias j que animais doentes e sadios compartilham o mesmo espa o Deveria o rg o gerenciador do CCZ se ocupar de efetivos programas de educa o para a posse respons vel de animais que esclarecesse a sociedade sobre a relev ncia da vacina o es teriliza o e ado o de animais e desestimulasse o abandono A vacina o deve se estender aos animais de rua e n o so mente aos que est o domiciliados Enquanto alguns s o apre endidos muitos permanecem nas ruas procriando desenfre adamente e disseminando doen as pois n o est o vacinados Relembre se que a taxa de elimina o n o consegue se sobrepor da reprodu o como j concluiu a OMS Se os animais fossem capturados para fins de vacina o e es teriliza o a quantidade de errantes diminuiria drasticamente bem como o risco de propaga o de doen as Conforme j constatado pelo Minist rio da Sa de e pela Funda o Nacional de Sa de a persist ncia de casos de raiva em animais faz pensar na falta de qualidade e efic cia das me didas sanit rias adotadas uma vez que o sucesso no controle da raiva canina depende de uma cobertura vacinal de no m nimo 80 oitenta por cento o que n o ocorre em grande parte dos munic pios brasileiros As campanhas de vacina o s o falhas medida que n o s o reali
381. o de suas prefer ncias gastron micas termina por assumir na sociedade humana uma import ncia maior do que o pr prio interesse dos animais a vida e ao nao sofrimento Singer critica o argumento de que os animais comem uns aos outros e que portanto n o haveria mal nenhum em comer ani mais Essa obje o foi utilizada por Benjamin Franklin para dei xar de ser vegetariano e voltar a comer carne Segundo Singer a maior parte dos animais que mata em busca de alimento n o conseguiria viver de outra forma Al m disso os animais s o in Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 237 238 capazes de refletir ou ponderar sobre a tica de sua alimenta o e n o pode a esp cie humana se furtar a essa responsabilidade imitando seres que s o incapazes de fazer livremente esta op o Para Singer o argumento segundo o qual os mais fortes de voram os mais fracos tamb m padece de dois equ vocos um de fato e outro de racioc nio O erro de fato seria considerar que o consumo de carne parte do processo evolutivo natural do homem enquanto o erro de racioc nio seria considerar que por ser um processo natural seria ent o correto natural uma mu lher gerar uma crian a a cada ano mas n o incorreto interferir nesse processo A natureza e a moralidade nem sempre andam de m os dadas natural que na luta por alimento ou pelo es pa o os animais agridam uns aos outros mas n o correto um homem agredir o outro ape
382. o denunciada obje Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 375 376 to de investiga es policiais e do Minist rio P blico ensejado ra de a es judiciais e de decis es do Judici rio reconhecendo il citos impedindo vaquejadas cavalhadas rodeios de leis proi bitivas de tais pr ticas nada negado pelo PL n 4 548 98 mui to ao contr rio exatamente por isto que o projeto em tr mite quer suprimir os animais dom sticos ou domesticados do raio de prote o da Lei n 9 6058 98 Isto legaliza ou desvaloriza atos abusivos de maus tratos que ferem ou mutilam animais dom sticos domesticados E n o esconde ou disfar a tal raz o de ser Ao inv s decla ra sem constrangimento E isto apesar e uma opini o p blica cada vez mais contr ria a tais h bitos que anacronicamente in sistem em permanecer sobretudo pelos interesses econ micos em jogo Segundo a sistem tica normativa j consolidada em mbito constitucional e infraconstitucional n o razo vel en tender que o sofrimento dos animais deve ceder diante de pr ticas que se valem de um apelo cultura e nem da busca pelo lucro financeiro O que causa estranhamento que a ind stria do rodeio va quejada e cong neres nega a pr tica de maus tratos e afins o que em sendo verdade n o geraria qualquer preocupa o com o teor do art 32 da Lei n 9 6058 98 qualquer impulso de modi fic lo Um racioc nio elementar sugere ao menos a conclus o de
383. o dever do ser humano respeitar o direito dos outros e de cada um Um direito s efetivo pela Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 305 obriga o que ele suscita A diferen a entre direito e dever s uma quest o de ponto de vista O homem deve respeitar a lei porque uma atitude c vica e de civismo Direitos e deveres s o elementos da democracia O homem deve pois respeitar as leis de prote o aos animais A sociedade e o Poder P blico tem o dever direto de n o submeter os animais crueldade pois estes possuem direitos intr nsecos protegidos por lei As regras de prote o aos animais s o co gentes S o preceptivas quando obrigam a sociedade e o Poder P blico a proteg los e proibitivas quando pro bem as pr ticas que submetem os animais crueldade 5 Direitos dos animais na Constitui o Brasileira Os direitos dos animais reconhecidos pelo Brasil em tratados internacionais foram incorporados pela nossa Constitui o e fa zem parte de suas cl usulas p treas S o p treos os dispositivos que imp em a irremovibilidade de determinados preceitos S o as disposi es insuscet veis de serem abolidas com emendas constituindo n cleo irreform vel da Constitui o Esses preceitos possuem supremacia sobre os demais interesses Constituem cl usulas p treas n o s os direitos individuais mas os direitos sociais nela contidos Tanto que no 2 do art 5 a Constitui o disp e Os direito
384. o esperada para a viola o de n vel ordin rio a multa em uma quantia suficiente para compensar a v tima Multas devem tamb m estar dispon veis para essas a es de dano a quantia de dinheiro necess ria para eliminar a interfer ncia a um direito fundamental Se a dor e o sofrimento foram uma parte da expe ri ncia de vida da v tima ent o assim como com os humanos a compensa o apropriada talvez em termos de dinheiro su ficiente para assegurar que as condi es prejudiciais n o ir o voltar a acontecer O dinheiro pago como puni o precisaria ser colocado em um fundo arranjado por um designado do tribunal que ficaria sob a obriga o de gastar o dinheiro no benef cio e bem estar do animal em quest o A solu o que ser mais til em v rias circunst ncias a or dem judicial Enquanto uma ordem algo incomum para a es de dano dispon vel quando o delito estiver sendo cometido Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 45 46 Como a f brica que permanece produzindo gases t xicos para a vizinhan a a multa seria apropriada para punir o mal causado at ent o mas a ordem para proibir a continua o da atividade fonte da polui o tamb m estaria dispon vel para a v tima O mais incomum para punir um delito a solu o que per mite o tribunal transferir o t tulo de propriedade para outra pessoa Nessas circunst ncias quando uma viola o for com provada e o acusado o dono da v tima en
385. o est id ia pode ser posta em d vida dentro da pr pria tradi o crist o cat lica Conta se que S o Francisco de Assis pregou para p ssaros e eles ouviram e somente voaram depois de terminada a prega o Conta se que Santo Ant nio de P dua pregou aos peixes Bem se tais hist rias n o forem consideradas met foras a pergunta os animais entenderam as prega es Absorveram os ensinamentos Em caso positivo e o que as hist rias indicam animais tamb m s o religiosos 6 Como afirmou Tom Regan defensores dos direitos dos ani mais podem ter distintas religi es defensor crist o dos direitos dos animais defensor hindu dos direitos dos animais O mesmo disse Arne Naess em rela o Ecologia Profunda verdade pode ser Por m isto implica em uma adapta o uma revis o um aban dono preciso ser suficientemente honesto para aceitar que o Juda smo o Cristianismo o Espiritismo conservam no es in compat veis com o Direito dos Animais incontorn veis em cau sa da fidelidade ao modo pelo qual foram e s o tradicionalmente concebidos Algo semelhante pode ser dito ao Hindu smo Hare Krishna conquanto seja aquela que mais se coaduna com a per cep o de que animais possuem direitos direitos opon veis aos membros da esp cie humana Romper ou rever com a religi o enquanto convic o programa institucional discurso humano de coes o e identifica o pode ser doloroso Uma das raz es pe
386. o pelo legislativo da proposta de que o in teresse de um animal de estar livre de sofrimento e dor desne cess rios deveria ser reconhecida no sistema jur dico Esta nova proposta tamb m foi reconhecida pelos tribunais da poca Em Stephens Vs State o tribunal achou que Esta lei para o benef cio dos animais enquanto criaturas capazes de sentir e sofrer e visava proteg los da crueldade sem refer ncia seu status de propriedade ou aos danos que podem ser oca Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL sionados aos seus donos Este destaque tamb m foi feito em um julgamento Arkansas quando o Tribunal reconheceu esta nova preocupa o ao dizer que esta nova legisla o nao foi feita para a prote o dos direitos absolutos ou relativos das pessoas nem dos direitos do homem adquirir ou desfrutar da propriedade ou da paz social Elas parecem reconhecer e tentar proteger alguns direitos abstratos em toda cria o animada da mais nobre e grandiosa menos e mais insignificante Esta legisla o claramente reflete o reconhecimento da socie dade de que os animais t m interesses em estarem salvo do sofrimento e da dor Deve se reconhecer tamb m que a antiga legisla o tamb m buscava balancear os rec m descobertos interesses dos animais com os interesses humanos A legisla o reconhecia que al gumas vezes os interesses humanos prevalecer o sobre o dos animais e a dor e sofrimento podem ocorrer Na
387. o tempo eram aplicados ao mal arrependeu se de ter criado o homem no mundo e to cado interiormente de dor disse Eu destruirei de cima da face da terra o homem que criei Estenderei a minha vingan a desde o homem at aos animais desde os r pteis at s aves do c u porque me pesa de os ter criado G nesis 6 5 7 Logo adiante Eu tenho resolvido dar cabo de toda a carne A terra est cheia das iniquidades que os homens t m nela cometido e eu os farei perecer com a terra G nesis 6 13 Lev tico 20 15 16 V tb Deuteron mio 27 21 Eu sairei meia noite a correr o Egito E todos os primog nitos morre r o nas terras do Egito desde o primog nito de Fara que est sentado no seu trono at o primog nito da escrava que est m do moinho e at os primog nitos dos animais xodo 11 4 5 Tb xodo 12 29 Disse tamb m o Senhor a Mois s e a Aar o Ao d cimo dia deste m s tome cada um um cordeiro para a sua fam lia e para a sua casa V s o guardareis at o dia catorze deste m s e toda a multid o dos filhos de Israel o imolar pela tarde Eles tomar o o seu sangue e p lo o sobre as duas umbreiras e sobre a verga das portas das casas onde eles o comerem Comer lhe eis a cabe a com os p s e com os intes tinos porque a P scoa isto a passagem do Senhor o sangue com que estiver marcada cada casa onde v s morardes servir de si
388. obedi ncia civil atinja seus prop sitos Conforme ensina Se um ato de desobedi ncia civil pode alcan ar seu objetivo sem puni o isso geralmente melhor para todos os envolvidos Assim conclui se que a puni o n o funciona positivamente no mbito da desobedi ncia civil Por mais consciente que es teja das suas motiva es e dos seus valores nenhum indiv duo deseja ser encarcerado ainda mais quando os direitos a serem defendidos s o direitos de terceiros conforme j explicitado A Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 335 puni o deve ser a ltima op o a ser considerada no que se re fere ao tratamento que o Estado deve dispensar nestas situa es de desobedi ncia civil Ou melhor n o deve ser uma op o a ser considerada 6 Desobedi ncia civil na ordem jur dica Explica Maria Fernanda Repol s em obra onde analisa a desobedi ncia civil luz da teoria de Habermas que o contesta dor civil n o age ilegalmente na medida em que age conforme a Constitui o Ilegal ser a lei ou ato que est sendo discutido at o momento em que se conclua sobre a sua constitucionalida de Esta que definida n o apenas pelos ju zes e governadores no centro da esfera p blica pol tica como tamb m por todos os detentores dos direitos fundamentais por ela legitimados mem bros de uma comunidade jur dica concreta Neste sentido Maria Garcia afirma ser a desobedi ncia civil um direito fundamental pr
389. of many countries with respect to the implementation of the Three Rs is now being supported by an international movement to coordinate the development of alternatives to animal testing The International Cooperation in Alternative Test Methods ICATM was signed April 27 2009 by the United States the European Union Canada and Japan The agreement seeks to e Reduce use of animals in toxicity testing worldwide e Further the optimal design and conduct of validation studies to support national and international regulatory decisions on the usefulness and limitations of alternative methods e Further high quality independent scientific peer reviews of alternative test methods that incorporate transparency and the opportunity for stakeholder involvement e Enhance the likelihood of harmonized recommendations by validation organizations on the usefulness and Ano 6 VoLume8 JAN Jun 2011 77 78 limitations of alternative test methods for regulatory testing purposes e Achieve greater efficiency and effectiveness by avoiding duplication of effort and leveraging limited resources and e Support the timely international adoption of alternative methods As we increasingly recognize the reality of our global community international harmonization of standards becomes more important Moreover good scientific practices know no geographic boundaries It is important to develop consensus among the many stakeholders involved
390. olar pela Pace University USA Graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia 1988 mestre em Direito pela UFBA 1996 Mestre em Ci ncias Sociais pela UFBA 1999 Doutor em Direito P blico pela UFPE 2006 com pesquisa na Universidade do Texas Austin EUA Estudos em Direito do Consumidor pela Universit Catholique de Louvain Louvain la Neuve Belgique 1994 em Direito Ambiental pela Universit de Limoges France 2005 Atualmente professor Adjunto II da Universidade Federal da Bahia associado ao seu programa de p s gradua o onde lidera o grupo de pesquisa N cleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extens o em Direito Ambiental e Direito Animal Luciano Rocha Santana Doutorando em Direitos Humanos pela Universidad de Salamanca possui gradua o em Direito pela Universidade Cat lica do Salvador 1990 e gradua o em Artes C nicas pela Universidade Federal da Bahia 1991 Promotor de Justi a do Minist rio P blico do Estado da Bahia na Comarca de Salvador Tagore Trajano de Almeida Silva Professor de Direito Constitucional e Projeto de Pesquisa e Monografia da UniJorge Bahia Brasil Professor da P s gradua o lato sensu em Direito Ambiental da Universidade Federal da Bahia Funda o Faculdade de Direito Mestre e Doutorando em Direito P blico e pesquisador da Universidade Federal da Bahia UFBA Visiting Scholar da Michigan State University MSU USA Pesquisador Visitante da University of Science and
391. om a aproxima o do bem es tar animal Darian M Ibrahim Reduce Refine Replace The Failure of the Three R s and the Future of Animal Experimentation 2006 U Chi Legal F 195 197 citando id em 64 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 41 42 43 44 45 46 47 Nuremberg Code Directive for Human Experimentation http ohsr od nih gov guidelines nuremberg html ltima visita 29 Nov 2009 reimpresso de TRIALS OF WAR CRIMINALS BEFORE THE NUREMBERG MILI TARY TRIBUNALS UNDER ControL CounciL Law No 10 Vol 2 181 182 Washington D C U S Gov t Printing Office 1949 Declara o de Helsinki 1964 adotada pela 18 Assembleia M dica Mundial Helsinki Finland Junho de 1964 alterado pela 29 Assem bleia M dica Mundial Tokio Jap o Out 1975 e pela 35 Assembleia M dica Mundial Veneza Italia Out 1983 Declara o M dica Mundial de Helsinki Jornal M dico Brit nico 7 Dez 1996 313 707 1448 1449 recomenda es guiando f sicos em pesquisas biomedicas envolvendo cobaias humanas Ver no geral James H Jones Bap BLoop THE TUSKEGEE SyPHILis ExPE RIMENT Free Press 1993 conta geral do Experimento de Sifilis de Tuskegee e HARRIET A WASHINGTON MEDICAL APARTHEID THE DARK History or MEDICAL EXPERIMENTATION ON BLACK AMERICANS FROM Co LONIAL TIMES TO THE PRESENT Anchor 2008 documenta o uso de Afro Americanos como involuntarios ou relutantes porcos da india humanos incluindo o Experime
392. omem N s po demos julgar o cora o de um homem atrav s do tratamento que d a animais IMMANUEL KANT DUTIES IN REGARD TO ANIMALS IN ANIMAL RicHrs AND HUMAN OBLIGATIONS 23 24 Tom Regan e Peter Singer eds 2d ed 1989 RaymonD W BERNARD FROM CHRISHNA TO CHRIST 39 Mokelumne Hill Press 1966 Upton Crary Ewing THE PROPHET OF THE Dean Sea ScroLis 115 116 Philosophical Library 1963 Louis A GERMAN VEGETARIANISM AND JEWISH TRADITION 22 Ktav Pub Inc 1975 necess rio manter em mente dois fatos sobre o antigo mundo de Israel 1 As tribos de Israel eram um povo pastoral e logo um povo carn voro 2 Ele habitavam um mundo no qual sacrif cios de sangue tanto animal quanto humano eram amplamente praticados Ver tamb m Urton CLARY EWING THE PROPHET OF THE DEAD SEA SCROLLS 122 123 Philosophical Library 1963 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 105 106 16 17 18 19 20 AQUuINAS PoLiricaL Writincs 251 252 R W Dyson ed Cambridge University Press 2002 For more on Aquinas and animal souls ver An DREW LINZEY CHRISTIANITY AND THE RIGHTS OF ANIMALS 36 39 Crossro ad Pub Co 1987 Para uma descri o minuciosa da vida de S o Francisco e do seu traba lho com rela o a animais ver RoGER D SORRELL St FRANCIS OF ASSISI AND NATURE TRADITION AND INNOVATION IN WESTERN CHRISTIAN ATTI TUDES TOWARD THE ENVIRONMENT Oxford University Press 1988 Ver no geral ETHICAL VEGETARIANISM FROM PYTHA
393. omunidade aprendeu a n o subir na escada embora jamais soubesse por que Um segundo macaco foi substitu do e ocorreu o mesmo que com o primeiro Inclusive o novato participou do espancamento Um terceiro macaco foi substitu do e o mesmo espancamento foi se repetindo O quarto e o quinto macacos foram trocados um de cada vez com intervalos ade quados para adapta o repetindo se os espancamentos dos novatos quando de suas tentativas de subir na escada O mais interessante foi que sobrou um grupo de cinco macacos que embora nunca tenham recebido uma chuveirada de gua fria continuavam a espancar todo macaco que tentasse subir na escada Se fosse poss vel conversar com os macacos e perguntar lhes por que espancavam os que tentavam su bir na escada provavelmente a resposta seria Eu n o sei S sei que essa a forma como as coisas s o feitas por aqui Parece familiar Nesse sentido conclui Heron Jos de Santana Gordilho Toda ideologia tem um efeito positivo por representar uma uniformidade pressuposta posta ou imposta e um efeito negativo de encobrimento ao substituir f rmulas valorativas por f rmulas aparentemente neutras GORDI Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 297 298 w LHO 2008 p 18 E nas palavras de Marilena Chau as id ias s o na verdade express es dessas condi es reais por m de modo inverti do e dissimulado Com tais id ias pretende se explicar a
394. oncluir que os direitos dos animais s o deveres de toda humanidade PALAVRAS CHAVES Direitos Direitos e deveres humanos Direitos dos animais Deveres humanos para com os animais ABsTRACT This study aims to examine the rights in general especially the animal s rights Initially demonstrates that every human right opposes a duty Recognizes the animal s rights as above national laws and as fundamental rights In the sequence it demonstrate that animal s rigths are a category of subjective rights with five distinctive features priority universality fundamentality morality and equality Finally ultimately concluding that animal s rights are duties of all mankind Keyworps Rights Humans rights and duties Animal s rights Human s duties toward animals Sum rio 1 Introdu o 2 Direitos Supranacionais 3 Direitos Fundamentais 4 Conceito de Direito e Dever 5 Direito dos Animais na Constitui o Brasileira 6 A Fundamentalidade dos Direitos dos Animais 7 Animal como Sujeito de Direitos 8 Conclus o 9 Refer ncias Doutora em Direito Presidente da Liga de Preven o da Crueldade contra o Animal professora de Direito Ambiental na FUMEC Conselheira do rg o Especial da OAB MG e Presidente da Comiss o de Direito Urban stico da OAB MG Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 301 302 1 Introdu o Para falarmos sobre direitos dos animais temos que come ar falando sobre os direitos em geral direitos do
395. onfi veis seguros aptos a sediar ou balizar direitos e deveres A religi o em xeque mate Da se retratar a hodierna sociedade humana como p s metaf sica O desencantamento Deus est morto o c u est vazio estamos s s Cresce o niilismo o agnosticismo o ate smo Nada obstante movimentos em sentido contr rio as institui es autoridades religiosas perderam for a poder de coes o uniformidade reg ncia Se o quadro ostenta cores mais intensas na geografia ocidental em uma tradi o europ ia e americana a tinta j fica mais n tida em outros locais onde o Estado n o laico O Papa Bento XVI afirmou que os cat licos devem se con formar em ser igreja de minoria Com ares de unanimidade a produ o jusfilos fica n o busca a fundamenta o dos direitos humanos em qualquer inst ncia n o humana em uma ordem estabelecida pelo Criador ou derivada da natureza das coisas Muito embora tal contexto divisado existem vetores em sen tido contr rio o que pr prio do processo dial tico Seja como for conquanto uma teoria de direitos n o demande uma filia o espiritual religiosa o fato que as diversas convic es desta matriz agora e ao longo do tempo influenciaram ou se dispu seram a influenciar o reconhecimento do status jur dico moral a identifica o e distribui o de direitos e obriga es Isto inclu sive de maneira inconsciente ou intermediada por outros corpos ou formula es Ali s
396. orma o que n o rompe com um la o umbilical comum de identidade dentro da mesma cadeia vez que n o um novo ser que nasce criado a partir de outro ponto mas o mesmo ser em mudan a Quer dizer que os humanos de hoje s o os animais de ontem Todavia esta identifica o iguala o por princ pio seres ani mados vivos que nascem encarnam e morrem desencarnam provenientes da mesma fonte criaturas do mesmo criador n o agrada a muitos a maioria dos humanos que sentem a sua dig nidade diminuir que se acham rebaixados A resposta completa ent o Sim e da vem que nos mundos superiores onde os homens s o mais adiantados os animais tamb m o s o S o sempre por m inferiores ao homem e se lhe acham submetidos tendo neles o homem servidores inteli gentes A linha demarcat ria intranspon vel Uma vez animal nunca humano Por esta l gica os animais na linha da tradi o judaico crist tamb m do islamismo e outras foram criados para servir os homens est o submetidos a eles Um animal n o aspira mesmo inconscientemente ou pela for a da natureza virar humano A rigor o animal nada aspira n o almeja en carnar em outro corpo animal e assim em alguma medida cres cer em intelig ncia em esp rito por ex de uma ameba ou uma lesma a um cachorro ou um chimpanz O est gio m ximo que pode alcan ar um animal habitar em um mundo superior Pin quio n o vira menino apenas en
397. ortunizam conforme certa leitura um entendimento de valoriza o da natureza das plantas e dos animais al m da identifica o entre seres huma nos e animais afinal foram ambos criados do mesmo elemento todos s o p Todavia a interpreta o n o prospera Deus criou o homem por ltimo o que n o quer expressar que seja cria o criatura de relev ncia menor Ora quando Deus criou o homem disse Fa amos o homem nossa imagem e semelhan a o qual presida aos peixes do mar s aves do c u s bestas e a todos os r pteis que se movem sobre a terra e domine em toda a terra E criou Deus o homem sua imagem f lo imagem de Deus e criou os macho e f mea Nada mais evidente Deus criou o homem consoante a Sua imagem e semelhan a e conferiu a ele poder sobre todos os animais sobre a natureza A sequ ncia reitera a mensagem Deus os aben oou e lhes disse Crescei e multiplicai vos e enchei a terra e tende a sujeita a v s e dominai sobre os peixes do mar sobre as aves do c u e sobre todos os animais que se movem sobre a terra Disse lhes tamb m Deus Eis a vos dei eu todas as ervas que d o as suas sementes sobre a terra e todas as rvores que t m as suas se mentes em si mesmas cada uma segundo a sua esp cie para vos servirem de sustento a v s e a todos os animais da terra a todas as aves do c u e a tudo que tem vida e movimento sobre a terra para terem de que se sustentar Deus o
398. os A lebre imunda O porco tamb m imundo tudo o que se move e vive nas guas sem ter barbatana nem escamas ser para v s abomin vel e execrando Das aves eis aqui as de que v s n o comereis e as que deveis evitar Tamb m entre os animais que se movem sobre a terra deveis v s reputar imundos estes a doninha o rato o crocodilo o musaranho o camale o o esteli o a lagartixa a toupeira Tudo o que anda de rastros sobre a terra ser abomin vel e n o se comer dele Lev tico 11 N meros 22 22 33 Mateus 5 26 Mateus 12 12 Em algumas vers es o dizer vem como uma exclama w o Ora um homem vale muito mais do que uma ovelha Lucas 5 5 6 Marcos 6 30 44 Mateus 15 11 Ato dos Ap stolos 10 11 16 Palavras de Pedro V s sabeis como coisa abomin vel para um ho mem judeu o juntar se ou unir se a um estrangeiro mas Deus me mos trou que a nenhum homem chamasse comum ou imundo Ato dos Ap stolos 10 28 Mateus 21 18 22 REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 33 34 35 36 37 38 39 E vendo isto os disc pulos se admiraram dizendo Como se secou para logo E respondendo Jesus lhes disse Na verdade vos digo que se tiverdes f e n o duvidardes n o s fareis o que eu acabo de fazer figueira mas ainda se disserdes a este monte tira te e lan a te ao mar assim se far Mateus 18 20 21
399. os no que diz respeito aos interesses fun damentais seria poss vel apenas se houvesse uma raz o sufi ciente ou uma justificativa de fato relevante para este tratamen to O simples fato de pertencer a outra esp cie n o preenche a este requisito Ainda que uma tica utilitarista permita o sacrif cio de ani mais sencientes em algumas situa es o pr prio Singer que um fil sofo utilitarista mostra se contra o sacrif cio de qualquer tipo de animal autoconsciente ou n o para fins aliment cios N o h por que matar um animal simplesmente para com lo com tantos alimentos dispon veis na natureza Al m do mais n o poss vel afirmar com absoluta certeza que um determina Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL do animal n o tem autoconsci ncia Segundo Singer muito em bora no atual est gio de conhecimento a autoconsci ncia possa ser utilizada como motivo para se respeitar a vida dos grandes primatas a mesma argumenta o pode ser utilizada em favor de baleias golfinhos c es gatos e talvez de todos os mamife ros Tudo depende da disposi o humana em estender o benefi cio da d vida a essas criaturas claro que em determinadas situa es em que vida humana esteja em perigo pode se encontrar uma justificativa aceit vel para o sacrif cio de um animal No entanto na maioria das vezes em que se busca uma raz o para se tirar a vida de outra esp cie busca se t o somente satisfazer interesses huma
400. os animais permanece a rigor e no fundo a mesma H uma fala de Jesus que mostra bem a superioridade do ser humano diante dos animais Olhai para as aves do c u que n o semeiam nem segam nem fazem provimentos nos celeiros e contudo vosso Pai celestial as sustenta Porventura n o sois v s muito mais do que elas Em outro momento Evangelho de 174 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL S o Mateus pergunta Jesus Ora quanto mais excelente um homem do que uma ovelha Outras tantas vezes os animais s o paisagens sombras mul tid es disformes onde o todo descaracteriza a parte Exemplos a pescaria quando as redes voltam repletas a multiplica o dos peixes Ou ainda como alegoria a ovelha desgarrada N o h ind cio concreto consoante os textos do Novo Testamento que circulam para afirmar que Cristo adotava dieta vegetariana vegana Ao inv s o trecho a seguir tomado como a autoriza o para o livre consumo de animais rompendo com a veda o de se alimentar de animais impuros N o o que entra pela boca o que faz imundo o homem mas o que sai da boca Ou seja n o h dem rito para o homem em comer animais Isto a dieta crist mais ampla do que a dieta judaica n o ha proi bi o de ingerir alguns animais Ora o pr prio Natal tem a ceia ornamentada com porcos perus bovinos peixes Segundo os Atos dos Ap stolos Deus declarou puros os animais impuros do Velho Testament
401. os como dotados de valor valo rosos em raz o da capacidade de manterem sua ordem a partir de fins pr prios de existirem por si mesmos independentemen te de servirem ou n o a fins externos ou alheios No plano da tica ambiental Aldo Leopold The Sand County Almanac 1949 foi o primeiro te rico a declarar que o valor da natureza decorre ria da inter rela o de todas as formas de vida a perda de tal va lor pela destrui o ou dano ao todo A partir desta concep o surge a chamada ecologia profunda deep ecology fundamentada na aludida concep o e bem representada atrav s da teoria de Baird Callicott na opini o de S nia Felipe A tica hol stica ainda parte do respeito ao valor da vida de todas as esp cies vegetais animais e de outros tipos normal mente considerados pela tica antropoc ntrica sem qualquer dignidade moral Aqui nesta seara o que importa estabelecer princ pios morais que possam guiar as a es humanas com o escopo de assegurar a preserva o do todo da vida animal e vegetal A quest o no entanto conforme pontuada por Marti Kheel Nature Ethics An Ecofeminist Perspective 2008 que julgar o valor moral de algo vivo por sua capacidade de tramar se com outras coisas de gerar depend ncia de criar v nculo pode nos levar a erros morais O valor da vida humana animal vegetal e de qualquer outro tipo n o pode ser calculado pela capacidade que cada uma delas tem de ajudar
402. os ensinamen tos constantes do aludido livro bem como por exemplo de O livro dos m diuns que segue o mesmo modelo n o foram contraditados isto seguem verdadeiros O que acontece que na depend ncia da indaga o a resposta a de que n s ou pelo menos a imensa maioria daqueles encarnados neste planeta n o podemos ainda entender Logo os es p ritos superiores n o revelam tudo o que poderiam sabem sendo certo que aquilo que o esp rito conhece depende do seu amadurecimento da sua eleva o espiritual N o se deve supor que os esp ritos comunican Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 209 210 40 4 hy 42 43 44 45 tes soubessem tudo Enfim de duas uma a resposta n o sabida pelos esp ritos ou n o dada porque n s esp ritos encarnados n o podemos por ora compreender V v g em O livro dos esp ritos as respostas aos questionamentos de n meros 10 11 14 17 21 48 83 Como ser visto adiante no que concerne aos animais e tamb m s plantas aspectos nucleares ficam em aberto o que tamb m ocorre em outros assuntos versados O livro dos esp ritos cit p 330 Ob cit p 330 331 e 332 Em coment rio escreve Kardec Nada por m criam nem melhora alguma realizam Qualquer que seja a arte com que executem seus trabalhos fazem hoje o que faziam outrora e o fazem nem melhor nem pior segundo formas e propor es constantes e invari veis O des
403. os pessoal mente impactados em nossa moralidade caso presenci ssemos a pr tica abusiva em rela o a uma esp cie e outra n o N o h qualquer razoabilidade ou isonomia neste tipo de interpreta o da norma constitucional As classifica es doutrin rias e legais que subdividem os animais em categorias estanques cumprem uma finalidade di d tica mas n o podem perder nunca de mira o fato de que s o absolutamente artificiais pois os animais do ponto de vista bio l gico possuem uma ess ncia compartilhada que se traduz em vulnerabilidade sensibilidade e capacidade de estados mentais ligados percep o da dor do sofrimento da solid o da ang s tia do estresse entre tantas outras N o resta d vida portanto que ao tratar explicitamente do princ pio da prote o dos animais a Constitui o brasileira apontou um norte uma luz uma indica o um caminho que deve ser seguido pelo ordenamento jur dico como um todo no sentido da mais ampla prote o dos animais como um todo n o fazendo ela qualquer ressalva ou distin o no que diz com even tuais subdivis es ou classifica es que o legislador ordin rio ve nha eventualmente a criar Criou um patamar protetivo m nimo que diz com todas as esp cies animais Em vista disso a legisla o infraconstitucional em especial a legisla o ambiental deve guardar estrita conformidade aos valores e princ pios agasalhados pela Constitui o Federal Deve trilhar es
404. os recursos judiciais limitados quanto pelo apoio pol tico que ser necess rio para sustentar a nova a o de dano Para a maioria estes interesses tamb m deveriam ser capazes de preparar apoio cient fico Isto n o um brightline teste e obvia mente for ar a corte a fazer uma convoca o para julgamento O termo fundamental deveria ser considerado devido ao nos so conhecimento de o que importante para um animal como uma esp cie e como um indiv duo Interesses fundamentais re fletem aquelas necessidades ou caracter sticas de um animal es pec fico que s o exigidas pelo bem estar f sico e mental do ani mal e ir normalmente ser refletido em fornecer essas condi es ambientais que s o necess rias para permitir ao animal exerci tar e vivenciar aquelas caracter sticas ou atividades que definem as esp cies Por exemplo ser aceito em grupos sociais funda mental para os primatas mas muito provavelmente n o para as cobras ser capaz de reproduzir fundamental para todos os seres vivos ser capaz de sustentar a vida com gua e comida fundamental ser capaz de poder utilizar o corpo no modo para Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 35 36 o qual ele constru do fundamental para toda a vida Aves necessitam de poleiros e do espa o para voar enquanto coelhos n o Chitas necessitam de espa o para correr sapos necessitam de lagoas para ter onde fixar os ovos Alguns lagartos precisam de paredes par
405. ou maltratar animais mat ria sub judice em aguardo de decis o do Supremo Tribunal Federal A outra nota para salientar que n o se est preocupado pois que n o o toque desta pesquisa com qualquer aprecia Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 169 170 o quanto veracidade dos discursos religiosos eleitos como motes de investiga o Narrativas que muitos qualificam como mitol gicas enquanto outros tantos proclamam como hist rias factuais inclusive com o escopo de emprestar autoridade divina ao que se professa Guardadas as singularidades neste parti cular o Velho e o Novo Testamento O Livro dos Esp ritos e o Bhagavad gita tomados em exame nesta sede se identificam Isto contudo n o propriamente relevante para a an lise que se empreende 2 Velho testamento O Velho ou Antigo Testamento narrativa que se prop e como a hist ria do povo hebreu n o um Testamento para os animais ou que leve propriamente em conta seres n o humanos um Testamento entre Deus e a humanidade ou parte dela o povo de Deus Os animais assim como outros seres a natureza s o como costumam ser em textos tidos sagrados personagens secund rios de uma novela ou epop ia da qual a rigor n o to mam parte a n o ser como figurantes adornos acess rios obje tos seres desimportantes sem individualidade sem nome ou com algum papel instrumental sacrif cio a Deus transmiss o de uma li o Enfim a n
406. ou o sentido das coisas orientando se por uma rela o funcional meio fim e ao colocar o homem no centro do mundo acabou por desvalorizar tudo que n o serve aos seus interesses GORDILHO 2008 p 25 No mbito do Iluminismo contudo os animais passam a ser tidos como seres sens veis e alvo da compaix o humana Uma das poss veis causas para esta mudan a de tratamento decorre do forte sentimento anticlerical da poca pass vel de influir so bre as bases desta tica mais condescendente Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL O contratualismo ao fim desta breve abordagem hist rica e retrospectiva de forma o e consolida o do paradigma ideolo gia especista enquanto uma das principais correntes iluminis tas que representa na verdade um conjunto de teorias de pres suposto similar fundamenta o poder pol tico sobretudo mas tamb m o Direito no contrato isto em um acordo t cito ou expresso firmado em condi es ideais e aprior sticas pelos in div duos que comp em uma dada comunidade Por interm dio deste pacto assim estabelecido estes indiv duos saem do estado de natureza em que se encontram a princ pio para ingressar no estado social e pol tico abrindo m o de parcela da pr pria liber dade em favor dos governantes O fundamento filos fico das teorias contratualistas encontra se nas premissas estabelecidas por autores como Jean Jacques Rousseau e Immanuel Kant para os quais a liberdade neces s ri
407. p pt wikipedia org wiki ConferWC3 A Ancia de Estocolmo gt Acesso em 05 nov 2009 NOTAS 1 BUZANELLO Jos Costa Direito de resist ncia Dispon vel em lt http www buscalegis ufsc br revistas index php sequencia article viewFi le 1199 1195 gt Acesso em 14 set 2009 2 BOBBIO Norberto 1909 Dicion rio de Pol tica Norberto Bobbio Ni cola Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu o Jo o Ferreira revis o geral Jo o Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 edi o Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do Estado 2000 P 336 w COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 ARENDT Hannah 1969 Crises da Rep blica Cole o Debates 2 edi o S o Paulo Ed Persectiva 1999 P 68 5 BOBBIO Norberto 1909 Dicion rio de Pol tica Norberto Bobbio Ni cola Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu o Jo o Ferreira revis o geral Jo o Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 edi o Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do Estado 2000 P 335 GORDILHO Heron Jos de Santana Desobedi ncia Civil e Veganismo Pa lestra proferida no 12 Festival Vegano Internacional Rio de Janeiro PUC 2009 7 GORDILHO Heron Jos d
408. p 91 Recebido em 20 de setembro de 2011 Aprovado em 09 de outubro de 2011 REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ABOLICIONISMO E DIREITO ANIMAL DESCONSTRUINDO PARADIGMAS UMA ABORDAGEM SOB O PRISMA DOS MOVIMENTOS EM PROL DOS DIREITOS ANIMAIS E DA TICA DO CUIDADO Carolina Una vez m s debemos sentirnos sobre la tierra en nuestra casa y entre nosotros Necesitamos uno nuevo paradigma que nos permita movernos de una cultura dominada por la violencia a una cultura de pacificaci n creatividad y paz Vandana Shiva Grant Resumo O presente estudo tem por escopo tra ar um breve panorama acerca do tema abolicionismo e direito animal mediante a compreens o e delineamento da ideologia paradigma especista o estudo ainda que breve dos principais movimentos em prol dos interesses e direitos animais tais como Liberta o Animal Peter Singer e Abolicionismo Animal Tom Regan a discuss o em torno das categorias sujeito de direitos e personalidade jur dica relativamente tutela jur dica dos direitos animais e a identifica o dos contributos da tica do cuidado para a conforma o de um novo paradigma moral ideol gico filos fico capaz de atender s novas demandas sociais globais human sticas e animais A abordagem se dar atrav s da proposta de desconstru o paradigm tica reflex o filos fica revis o de pr 10 Semestre do Curso de Gradua o da Faculdade de Direito da UFBA atual Direto
409. pal que determina a elimina o de animais n o reclamados pois n o existe raz o para que o administrador se ajuste lei municipal enquanto ofende a todas as outras normas maiores federais e constitucionais 6 Da ofensa aos princ pios do Direito Ambiental 6 1 Da inobserv ncia do Princ pio da Precau o Os objetivos do Direito Ambiental s o precipuamente pre ventivos ou seja voltados para o momento anterior consu ma o do dano j que a repara o nem sempre poss vel Isso faz com que o Direito Ambiental seja regido dentre outros prin c pios pelo da precau o sendo certo que a todos e ao Poder P blico especialmente compete prever e prevenir condutas le sivas ao meio ambiente bem como atuar no sentido de reparar o dano Significa que ante a d vida sobre o dano que poder ou n o causar determinada conduta dela deve o Poder P blico se abs ter ou agir para sua coibi o 154 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Noutro dizer deve o administrador n o apenas deixar de atuar quando a conduta implicar em risco ao meio ambiente como proceder a medidas acautelat rias para evitar o dano O princ pio da precau o ao lado dos princ pios constitu cionais da legalidade moralidade e da efici ncia tra am as regras que devem pautar a conduta da cria o legislativa e da Administra o P blica que deve ser a busca pela otimiza o ou seja deve se legislar e administrar optando pela mel
410. pectiva de cidadania todos temos que participar s cio politicamente do processo de fortalecimen to da democracia Os direitos individuais tiveram suas origens no jusnaturalis mo mas foi com o iluminismo franc s do s culo XVIII que veio a florescer e mudar a hist ria da humanidade Os direitos sociais econ micos e culturais remontam sobre tudo Constitui o de Weimar de 1919 Sua maior import ncia considerar o homem al m de sua concep o como indiv duo Esses direitos criam para o Estado a obriga o de melhorar a condi o de vida Nas ltimas d cadas uma nova categoria de direitos veio a merecer reconhecimento e prote o os direitos difusos S o direitos pertencentes a uma s rie indeterminada de sujeitos e cujo objeto indivis vel Os direitos sociais e difusos s o pressu postos para a efetividade dos demais direitos e liberdades S o essenciais sobretudo para a efetividade do direito vida e da dignidade da pessoa humana Os direitos reconhecidos pelo Estado s o normas impostas aos homens por um poder soberano e cuja observ ncia por esta 304 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL garantida e tutelada Os direitos examinados por um prisma individual e difuso reconhecem a pessoa humana como sujeito de direitos e deveres Independentemente de serem pessoas os animais s o indiv duos protegidos por lei da mesma foram que as pessoas humanas incapazes s o titulares de direitos criando deveres par
411. picidade conglobante tem lugar quando a conduta do agente antinormativa e quando h tipicidade material ou seja o comportamento do autor lesionou bens juridicamente re levantes para o direito penal Por conduta antinormativa entende se ser aquela contr ria norma penal e n o imposta ou fomentada por ela Ou seja a conduta n o pode ser autorizada de nenhuma forma pelo siste ma normativo sob pena de ocorr ncia de uma antinomia uma regra autorizando o que a outra est proibindo Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Ensina Zaffaroni que as normas jur dicas n o podem ser ape nas individualmente examinadas devendo ser interpretadas de maneira entrela ada onde umas limitam as outras As normas proibitivas guardariam entre si uma certa ordem organizada de acordo com o seu objetivo geral que a paz social A culpabilidade diz respeito capacidade do indiv duo de responder pelas consequ ncias de seus atos praticados Juarez Cirino ensina que o conceito de culpabilidade est no ju zo de reprova o sobre o sujeito que realiza um tipo de injusto cujos fundamentos s o a capacidade geral de compreender e de que rer as proibi es ou mandados da norma jur dica capacidade de culpabilidade o conhecimento real ou poss vel da proibi o concreta do tipo de injusto espec fico consci ncia real ou po tencial da antijuridicidade e a normalidade das circunst ncias do fato exigibilidade de comportamento diver
412. plementar em definitivo as estrat gias preventivas recomendadas pela OMS mudan a necess ria justa e desejada em prol de uma melhor qualidade de vida direito de todos humanos e n o humanos REFER NCIAS ARAUJO V L S ndrome de Burnout e sa de em trabalhadores da sa de S o Paulo 2001 121p Disserta o Mestrado Universidade Metodista de S o Paulo BALDERRAMA L M Estudo de impacto ambiental causado por ater ro sanit rio via migra o de gases Campinas 1993 100p Disserta o Mestrado Universidade Estadual de Campinas CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES SECRETARIA DE SA DE DO MUNIC PIO DE S O PAULO Manual de Procedimentos S o Paulo Centro de Controle de Zoonoses 2003 89p CIAMPI M A CASTRO NETO J L M SILVA L S TULLIO SOBRINHO R MELLO S M Pet Respect guia pr tico de controle da popula o canina S o Paulo World Society for the Protection of Animals 1995 37p Ano 6 VotumE8 Jan Jun2011 129 CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERIN RIA Hist ria da medicina veterin ria no Brasil Bras lia Conselho Federal de Medicina Veterin ria 2002 228p Resolu o CFMV n 714 Disp e sobre procedimentos e m todos de eutan sia em animais e d outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o 20 junho 2002 COSTA W A VILA C A VALENTINE E G REICHMANN M L B CUNHA R S GUIDOLIN R et al Manual t cnico do Instituto Pasteur Profilaxia da rai
413. pode reverter justifica o para o experimento Assim quando um bem p blico est envolvido h dois tipos de perguntas que podem ser questionadas Em pri meiro lugar o queixoso em quest o realmente necess rio para o resultado desejado Em segundo lugar o resultado desejado importante em uma perspectiva de ordem social cultural ou cient fica E se Mr Jones procura o avan o da ci ncia atrav s de dissecar JoJo a fim de determinar como as art rias fornecem sangue para o cora o de um chimpanz Um chimpanz cla ramente necess rio para este resultado Mas apesar de Mr Jones poder considerar esta informa o necess ria outros podem ter Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 39 40 j obtido este resultado ou o mesmo poder ser obtido sem qualquer corte de tecido atrav s da utiliza o de avan ada tec nologia em imagens Apesar de Mr Jones n o ter acesso a esta tecnologia o tribunal poder vir a julgar que quaisquer interes ses sociais ou cient ficos que venham a existir nas informa es podem ser obtidos por outros sem interfer ncia com um direito fundamental permitindo assim ao tribunal negar a Mr Jones seus interesses Portanto mais uma vez o queixoso pode con trariar as pretens es do peso da a o da defesa quando um bem p blico imposto mostrando que a sociedade em geral n o precisa nem valoriza o resultado alcan ado Tudo isto convida um juiz a pesar d spares intere
414. pode ser solicitado a fazer a ci ncia s pode ser so licitado para avaliar as informa es que a ci ncia oferece Para muitas das esp cies que nos rodeiam no dia a dia esta parte do teste n o ser a mais dif cil ao passo que em outros casos a pon dera o de interesses ir proporcionar um desafio nico Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 4 3 Inten o do Defensor axiom tico que o requerente deve comprovar que o r u a fonte das a es que causam interfer ncias com o interesse do requerente Isso fundamental para as a es de a o de dano da lei penal comum bem como os habituais conceitos e teorias seriam aplic veis tamb m neste caso Uma quest o importan te quando incidindo sobre as a es do r u a quest o da inten cionalidade A maior parte das interfer ncias nos interesses no mbito da presente a o de dano n o ser evento nico como uma agress o ou publica o de difama o mas est o em curso as condi es impostas pelo propriet rio possuidor de um ani mal O n vel de inten o necess rio para uma viola o da a o de dano que o ato ou omiss o do ato deve ser comprova do que foi intencionado pelo r u sendo ou n o a conseqii ncia espec fica intencionada Por uma quest o de pol tica p blica se uma pessoa tem a posse de um animal deve se presumir que ele ou ela compreende os interesses fundamentais do ani mal e da esp cie e est disposto a e apto
415. potencial destrutivo de uma tica autocr tica decorrente da compreens o de que todas as pessoas necessitam de cuidados e para os homens corrige a indiferen a potencial de uma tica de n o interfer ncia chamando a aten o para as conseqii ncias das escolhas ZOBOLI 2004 p 25 grifo nosso Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 291 292 De acordo com Zoboli os conceitos chave para que se possa compreender a tica do cuidado sob a perspectiva desenvolvi da por Carol Gilligan correspondem consci ncia da conex o entre as pessoas capaz de levar ao reconhecimento da respon sabilidade de uns para com os outros o entendimento de mora lidade como consegii ncia da considera o deste relacionamen to a convic o de que a comunica o o modo de solucionar conflitos No mago desta no o de cuidado encontra se a necess ria e imperiosa solu o n o violenta de conflitos Esta vis o implica em considerarem se as pessoas envolvidas em uma rela o litigio sa conturbada n o enquanto advers rios mas como agentes interdependentes no contexto de uma rede maior e complexa de relacionamentos cuja continuidade resta imprescind vel para a manuten o da vida de todos os seres A solu o a ser emprega da nestas situa es deve encaminhar se para o resgate fortaleci mento e ativa o desta rede mediante a comunica o fundada em bases cooperativa e n o na l gica masculina tradicional cartesiana
416. pun vel em decorr ncia da aus ncia da excludente de culpabilidade da sua conduta Isto porque a ordem normati va do Estado democr tico de Direito protege a prerrogativa do cidad o de participar ativamente da vida pol tica de exercer a sua cidadania n o sendo poss vel ao desobediente civil agir de outro modo se a nica maneira que lhe resta de agir de acordo com a sua consci ncia e demonstrar a ocorr ncia de uma injusti a praticando um ato contr rio ao que permitido estritamente pelo ordenamento jur dico positivo Conforme j visto h uma concord ncia na doutrina levan tada para este estudo de que a desobedi ncia civil uma for ma juridicamente aceit vel do cidad o se posicionar frente ao Estado em busca da repara o de uma lei ato ou costume injus to tornando se um agente transformador da ordem normativa Transformador e n o destruidor o que refor a o entendimento de estar coadunado com a ordem constitucional vigente Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 345 346 Assim pode se pensar na utiliza o desta justificativa em uma situa o pr tica no momento em que um promotor p blico tiver que decidir acerca da proposi o de den ncia em face de um agente da desobedi ncia civil Poder ser poss vel o arquivamento desta den ncia tendo em vista a excludente de culpabilidade do contestador Neste mesmo sentido deve um magistrado absolver o desobediente civil j que a culpabilidade n o a
417. que a iniciativa pela retirada dos animais dom sticos domes ticados do rol de prote o da Lei dos Crimes Ambientais indica que a realidade contempor nea do que costuma acontecer n o est em conformidade com o prop sito da mencionada norma penal Isto que n o s o infrequentes atos como os descritos no art 32 da Lei n 9 6058 98 Dito de outro modo o crime previsto no dispositivo em quest o de acontecimento reiterado corri queiro muito embora a alega o dos produtores dos rodeios e afins E qual a solu o Ao inv s de adaptar o fato ao comando legal busca se a mudan a do texto jur dico em uma esp cie de legaliza o de a es hoje criminosas e que devem permanecer Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL assim enquadradas Soa como uma confiss o de infra es que se sabe ocorrem ami de Pela subvers o da ordem de valores estatu da pelo direi to positivo a iniciar pela Carta Magna e ilustrada pela Lei n 9 6058 98 o pr prio motivo do PL n 4 548 98 desguarnecer os animais dom sticos ou domesticados frente a atos que im p em a eles mal estar dor les o corporal e ou sequelas men tais psicol gicas enfim sofrimento padece de desavergonha da inconstitucionalidade 6 Conclus o Vive se uma poca de progressivos avan os no que tange rela o entre ser humano e animal n o humano inclusive ten do como reflexo a revis o da pr pria classifica o dos animais como coisas res O
418. que dor m nima ou tran sit ria e deve provar que os experimentos n o s o desnecessariamente duplicativos Id at 2 13 d 1 ii iii 1 9 CFR 2 31 a 2005 O Diretor Executivo da instala o de pesquisa deve nomear uma Institui o de Tratamento de Animais e Comit s de Uso IACUC qualificada atrav s de experi ncia ou per cia dos seus membros para avaliar o programa de animais instala es e procedi mentos da instala o de pesquisa Exceto quando especificamente au torizado por lei ou por esses regulamentos nada nesta parte ser o consi deradas para permitir que o Comit ou IACUC prescreva m todos ou conjunto de normas para a concep o desempenho ou realiza o de pesquisa ou experi menta o de um centro de pesquisa enfase adicionada 110 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 Paul A Locke The Revolution in Toxicity Testing Are We Ready for an In Vitro Future AV MacazinE 20 Ver o de 2008 dispon vel em http www aavs org images AVSummer08 pdf Em 2008 ICCVAM e NICEATM publicaram um plano de cinco anos para lan ar alternativas para aque les m todos de testes regulamentares que podem envolver significante dor e angustia animal e caso de uso de grandes n meros de animais Regulamento No 1907 2006 do Parlamento Europeu e do Conselho de 18 Dez 2006 Registro Avalia o Autoriza o e Restri o de Subst n cias Qu micas
419. que os pesquisadores falharam em dar s suas cobaias com pleta considera o moral Que li es aprendemos disso e no contexto de experimen ta o humana mais abrangentemente Algumas orienta es devem ser seguidas que incorporem a considera o moral do sujeito da pesquisa Esses elementos incluem e Consentimento volunt rio e informado do sujeito e A habilidade de reter consentimento e Pesquisadores t m um dever de assegurar se existe con senso e devem explorar alternativas para o uso de cobaias humanas e A pesquisa deve ter um beneficio positivo que n o se pode ter por nenhum outro meio e deve seguir praticas cientificas gerais aceitas e Pesquisadores devem evitar toda dor e sofrimento desne cess rios a este sujeito e O grau de risco nunca deve exceder a import ncia do problema a ser resolvido em outras palavras risco de morte inaceit vel para cura da calv cie e e Nenhuma pesquisa pode ser conduzida se pesquisadores acreditarem que morte ou les o incapacitante poder o ocorrer Devem os princ pios refletidos nessas orienta es agora con sagrados nos padr es e leis cientificas para experimenta es hu Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL manas aplicar se a pesquisas com animais Esta uma quest o crucial e oportuna j que o campo de pesquisa cientifica espe cialmente testes de toxicidade est no meio de um significante desenvolvimento e tamb m as sociedades est o aumentand
420. r prio ser humano Para Darwin a voz usada pelos animais com m ltiplas finalidades Os animais que vivem em comunidade chamam uns aos outros quando est o separados e experimentam uma grande alegria ao se encontrarem novamente Quando est o perdidos os filhotes chamam pela m e e a m e tamb m chama pelos seus filhos Na d cada de setenta o casal de cientistas americano Allen e Beatrice Gardner percebeu que a dificuldade dos animais em falar n o tinha como causa a incapacidade intelectual mas sim uma defici ncia motora que os impedia de pronunciar as pala vras igualmente aos seres humanos Tentando comprovar esta tese Allen e Beatrice tentaram ensinar a linguagem dos sinais usada pelos surdos e mudos norte americanos para Washoe uma chimpanz O resultado foi surpreendente Al m de apren der a linguagem dos sinais Washoe passou a ensin la para seus filhos e a se comunicar com eles atrav s dela Vale ressaltar que a utiliza o da linguagem ou da raz o como crit rio para se aferir o status moral de um indiv duo pode ensejar consequ ncias pol micas como a nega o desse status a crian as de tenra idade e deficientes mentais que n o possuem um desenvolvimento mental completo Condicionar a exist ncia moral presen a da linguagem tamb m reduzir a exist ncia ao significado a ela atribu do pelo homem pois o que lingua gem para uns n o para outros Segundo Arist teles por exem plo a exp
421. r direitos aos seres irracionais pois nada impede que sejam representados por procuradores racionais GORDILHO 2008 p 29 grifo nosso Com esta ltima afirma o acima mencionada o referido autor lan a as bases para a possibilidade de defesa dos interes 274 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ses dos animais individual e particularmente considerados em ju zo mediante a teoria da capacidade processual capacidade de ser parte independentemente da capacidade de exerc cio de um direito desenvolvida atrav s dos institutos da representa o ou substitui o processual A defesa dos interesses dos ani mais n o humanos em ju zo contudo n o ser objeto de estudo do presente trabalho que se restringir defesa dos direitos dos animais sua aptid o para figurar enquanto sujeitos de direitos dotados de personalidade jur dica Em car ter conclusivo deste t pico ressalta se que mesmo com o abalo que a teoria evolutiva do naturalista e cientista bri t nico Charles Darwin veiculada atrav s da obra A Origem das Esp cies em 1871 r gida diferencia o entre homens e ani mais n o humanos baseada na presen a aus ncia de uma alma intelectiva muitos autores insistem em distinguir o homem dos demais animais com base na raz o habilidades lingiisti cas consci ncia de si autonomia autodetermina o habilidade para escolher capacidade de praticar a es e assumir obriga es mo
422. r seu amigo humano A sua a o n o baseada em nenhum ju zo de dever do que correto baseada como muitos dizem em mero instinto de autopreserva o ou sobreviv ncia do outro da matilha Mas o que exatamente instinto N o se est de maneira aprior stica concluindo pela subtra o desta dimens o mo ral claro que a quest o n o se p e apenas na rela o entre animais humanos e n o humanos Ela abrange seres da mesma esp cie e de es p cies n o humanas entre si O comportamento de macacas que osten sivamente mostram erguem seus filhotes ao atravessar uma via com tr fego humano como um salvo conduto Alimentar primeiro a cria e depois a si A baleia que desfere cabe adas no navio a fim de salvar seu beb arpoado propositadamente para atra la O cuidado com feridos Atitudes que muitos humanos n o t m O sentido moral totalmente desconhecido fora da esp cie humana Nenhuma atitude pode ser as sim nomeada N o apropriado ao menos o benef cio da d vida A doutrina animalista brasileira conta com qualificada literatura sobre o assunto Por todos PAIX O Rita SCHRAMM Fermin Roland Ex perimenta o animal raz es e emo es para uma tica Niter i UFF 2008 FELIPE S nia T tica e experimenta o animal fundamentos abolicionistas Florian polis UFSC 2007 LEVAI Laerte Fernando O direito escusa de consci ncia na experimenta o animal In A dignidade da vida e os direi
423. r vaz o a propens es desejos Como ser apontado logo adiante o corpo pertinente consci ncia que o indiv duo possui No corpo material a alma est condicionada a ele segundo as leis f si cas da natureza Desta feita n o faz sentido imaginar que o le o peca quando come uma gazela o sapo um inseto ou o tubar o um peixe Est o submetidos aos ditames corporais materiais a consci ncia est embotada n o responde por estes e outros atos E g p 635 637 Prabhupada ao verso 26 do cap tulo 4 P 241 Na li o Hare Krishna o principal m todo mais f cil mais eficaz para obter sucesso espiritual na Era do Ferro tempo de decad ncia cantar o maha mantra Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare Cf por ex p 31 403 e 404 Ora os animais n o podem cantar o maha mantra Por m podem escutar E a escuta pode benefici los Significado ao verso 15 cap tulo 14 p 664 falado pelo Senhor que o ser humano quando morre no modo da ignor ncia nasce no reino animal Acerca de tal assertiva acrescenta Prabhupada Desse ponto ele tem de se elevar novamente atrav s de um processo evolutivo para mais uma vez chegar forma humana Diante da degringolada sociedade humana o registro de Prabhupada Uma civiliza o que induz os cidad os a se tornarem animais em suas pr ximas vidas com certeza n o uma civiliza o humana
424. ra de Projetos e Ex Presidente do Centro de Estudos e Pesquisas Jur dicas da FDUFBA CEPEJ pesquisadora nas reas de Hermen utica Bio tica e Direito Penal vinculada ao PIBIC UFBA 2008 2012 e ao Conselho Nacional de Pesquisa e P s Gradua o em Direito CONPEDI Atua junto ao Minist rio P blico do Trabalho estagi ria e Jus tiga Federal volunt ria E mail carolinagrant hotmail com Curr culo Lattes http lattes cnpq br 4779950361011799 Ano6 VoLume8 JAN Jun 2011 263 compreens es e conclus es gradualmente propositivas de ordem sobretudo ideol gica filos fica e moral mas tamb m evidentemente jur dica PaLavRas CHAvE Direito Animal Especismo Abolicionismo Etica do Cuidado ABSTRACT The present study aims to make a brief overview on the subject abolitionisim and animal rights through an understanding and delineation of ideology paradigm speciesist a study albeit briefly of the main movements in the interests and rights of animals such as Animal Liberation Peter Singer and Animal Abolitionism Tom Regan the discussion of the categories subject of rights and legal personality on the legal protection of animal rights and the identification of contributions from the ethics of care to the establishment of a new moral paradigm ideological philosophical able to meet new social demands global humanistic and animal s The approach will be developed through the proposed paradigm decon
425. rais Darwin em sua teoria provou que as diferen as existentes entre homens e animais s o pontuais apenas de grau e n o de categoria de modo que o ser humano n o ocuparia nenhuma posi o privilegiada com rela o s demais esp cies capaz de legitimar o seu dom nio absoluto e hierarquia supe rior N o obstante de acordo com a moralidade e o paradigma vigente os animais n o humanos continuam exclu dos da esfe ra de considera o tanto moral quanto jur dica este quadro que pretende ser combatido e desconstru do por correntes em prol da defesa dos animais dos seus interes ses e direitos tais como os movimentos de Liberta o Animal Abolicionismo Animal e Ecofeminismo este ltimo como desenvolvimento tamb m do modelo da tica do cuidado Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 275 2 2 Liberta o animal Peter Singer Entre o final da d cada de 1960 e o in cio dos anos 1970 novos movimentos sociais anti racistas pacifistas feministas e ecolo gistas opositores ao regime capitalista embora n o mais sob o fundamento marxista surgem para reivindicar uma profunda reformula o nas rela es simb lico culturais pol ticas econ micas sociais culturais e morais dominantes e o abandono do ethos civilizacional da modernidade o paradigma da racionali dade instrumental fundado em dicotomias ultrapassadas entre feminino masculino emocional racional sujeito objeto cul
426. ramas de controle de popula es caninas n o podem deixar de considerar esses princ pios fundamentais 2 O controle canino no Brasil O controle de popula es de animais de companhia uma preocupa o de todas as sociedades Ainda que reconhecidos os benef cios dessa conviv ncia sua presen a pode tornar se um problema como por exemplo quando h excesso de reprodu o de c es e gatos e seu abandono em locais p blicos Figura 1 com consequ ncias tais como a dissemina o de doen as e a provoca o de mordeduras e de acidentes em preju zo n o s das pessoas como tamb m dos animais Ao longo dos anos propostas e t cnicas foram desenvolvidas com o objetivo de controle dessas popula es animais estando a maioria dessas a es ligadas quest o da sa de p blica es pecialmente com vistas ao controle da raiva posto que o c o o mais importante transmissor da doen a aos homens Figura 1 C o abandonado em via p blica Ano6 Votume8 Jan Jun 2011 117 Na d cada de 1960 ap s um levantamento dos focos da do en a o Minist rio da Agricultura concluiu que a zoonose tinha atingido propor es alarmantes dando se in cio a estudos es pec ficos para seu controle As principais medidas empregadas at ent o eram captura e sacrif cio de c es encontrados vagando nas ruas observa o dos animais suspeitos registro e vacina o obrigat ria dos animais domiciliados e educa o sanit ria
427. rch She is a clinical Professor of law and director of the only animal law clinic in the U S at Lewis amp Clark Law School She is the first faculty member hired to teach animal law full time in a law school She received her LL M from Georgetown University Law Center and graduated with a J D from the Marshall Wythe School of Law at the Colle ge of William and Mary Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 65 66 relates to the safety of our food medicine and environment thus concern for the integrity of the process is in order and animals are part of that process Second it is estimated that between 50 to 100 million vertebrate animals are killed in research each year Others suggest this is a significant understatement In order to continue we should be convinced that this research is warranted and conducted properly as death on this scale implicates our moral philosophy And finally what we do to animals who have no voice reflects on us and our societies The next question is a scientific one Is this good and productive science The current scientific assessment of toxicity testing from the United States National Research Council of the National Academy of Sciences is that animal testing e Is too expensive and time consuming e Does not yield good enough results or even a sufficient quantity of results and e Kills millions of animals a year without requiring the use of alternatives where they exist or an exploratio
428. rdialidade enfim de manifesta es de cuidado Manifesta es do sentimento anteriores raz o no sentido por n s defendidos de n o ser pass vel de sujei o ao paradigma da racionalidade instrumen tal utilitarista ou cartesiana mas mediada sim pela circulari dade comunicacional do pensamento Em face do exposto poss vel inferir resgatando se a linha inicial do trabalho que o grande problema ou entrave con sidera o dos animais n o humanos como sujeitos de direitos ou dotados de personalidade jur dica muito mais de ordem moral nega o de base aristot lica a uma dignidade ou status moral pr prio e individual a seres n o humanos pol tica na medida em que a atribui o de personalidade jur dica decorre em grande medida de um aspecto jur dico positivo qual seja a atribui o atrav s da lei que ao seu turno n o editada por que aparentemente n o seria interessante na atual conjuntura 294 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL s cio hist rico cultural e ideol gica aliena o especismo do que propriamente jur dica conforme se demonstrou supra Nesse sentido a tica do cuidado clama por uma reformu la o de base da pr pria moralidade em sentido amplo e de modo a corresponder a muitas das expectativas e demandas de movimentos como a liberta o e sobretudo o abolicionismo animal mas capaz de transcend los para abarcar outras ques t es e repercuss es A ado o
429. rdo Ecologia mundializa o espiritualidade Rio de Janeiro Record 2008 CHATURVEDL B K MALTUR Suresh Narain Deuses e deusas hin dus Tradu o de Selma Muro Borghesi S o Paulo Madras 2008 DAWKINS Richard Deus um del rio Tradu o de Fernanda Ravagnani S o Paulo Companhia das Letras 2007 GONZAGA Tom s Ant nio Tratado de Direito Natural S o Paulo Martins Fontes 2004 HOUAISS Ant nio VILLAR Mauro de Salles Dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2001 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 201 KARDEC Allan A G nese Tradu o por Guillon Ribeiro 52 ed Rio de Janeiro Federa o Esp rita Brasileira 2009 coord O Livro dos Esp ritos Tradu o por Guillon Ribeiro 91 ed Rio de Janeiro Federa o Esp rita Brasileira 2008 LOUREN O Daniel Braga A liberdade de culto e o direito dos ani mais n o humanos In Revista de Direito Constitucional e Internacional S o Paulo Instituto Brasileiro de Direito Constitucional RT n 51 p 295 318 abr jun 2005 Direito dos Animais fundamentos e novas perspectivas Porto Alegre Sergio Fabris 2008 LOUREN O Daniel Braga OLIVEIRA F bio Corr a Souza de Em prol do Direito dos Animais invent rio titularidade e categorias In Jurispoiesis Ano 12 n 12 p 113 157 2009 MCMAHAN Jeff The meat eaters The New York Times Opinionatur Exclusive Online Commentary From The Times 19 de setembro d
430. re com a sua degrada o Atualmente diversos setores da sociedade como empresas p blicas e privadas e orga niza es n o governamentais voltam sua aten o para compor tamentos verdes alertando as pessoas da import ncia da cole ta seletiva economia da gua e energia redu o no consumo de materiais n o recicl veis Paralelo ao ativismo em defesa do meio ambiente encontra se o ativismo em defesa dos direitos dos animais que englobam os direitos vida integridade f sica e liberdade um direi 324 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL to que encontra tutela constitucional brasileira no artigo 225 da Carta Maior que imp e a prote o fauna contra a crueldade Pois bem imagine se que um grupo de ativistas que atua em defesa dos direitos dos animais com o objetivo de informar a so ciedade acerca da exist ncia destes direitos e consequentemen te da sua viola o pela ind stria da carne decide agir em uma rede de restaurantes que comercializa o produto carne A a o consiste em ocupar a entrada do estabelecimento portando faixas e cartazes informativos enquanto alguns mem bros portando megafones discursam a respeito dos direitos dos animais e a viol ncia com que estes seres s o tratados at vira rem comida importante frisar que o ato de manifesta o ocorre em con son ncia com os preceitos da desobedi ncia civil uma a o realizada em grupo pac fica e p blica com o
431. reito n o algo bvio natural ou evidente mas historicamente cons tru do e pass vel de reinterpreta es sobretudo de ordem mo ral o que implica uma verdadeira revolu o copernicana do pensamento Eo que se passara a tratar a seguir Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 267 2 Do especismo ao abolicionismo a luta pelos Direitos dos animais e a re constru o ou releitura de categorias como Sujeito de Direitos e Personalidade Jur dica Todos os animais s o iguais mas alguns s o mais iguais do que outros George Orwell 2 1 Especismo O termo especismo foi criado e utilizado pela primeira vez na d cada de 1970 em um panfleto contra a experimen ta o animal escrito por Richard Ryder psic logo brit nico e professor de Psicologia da Universidade de Oxford tendo sido apresentado ao universo acad mico posteriormente atrav s da obra Victms of sicence deste professor Conforme preleciona R Ryder Especismo significa ofender os outros porque eles s o membros de outra esp cie Em 1970 eu inventei a palavra em parte para desenhar um paralelo com o racismo e o sexismo Todas essas formas de discrimina o baseadas como elas s o na apar ncia f sica s o irracionais Elas dissimulam a grande similaridade entre todas as ra as sexos e esp cies RYDER 1997 apud GORDILHO 2008 p 17 grifo nosso Tal qual o sexismo e o racismo posturas excludentes e pre conceituos
432. reivindicada a desconstru o da id ia de animais como objetos de propriedade e dom nio dos humanos completamente destitu dos de interesses Fica clara a constata o portanto de que os ativistas em de fesa dos direitos dos animais como cidad os t m direito na participa o na constru o de uma nova ordem jur dica um tema que urge por aten o e o ordenamento jur dico brasilei ro apesar da prote o aos animais que apresenta est atrasado nessa discuss o que se revela muito mais ampla do que simples garantia contra abusos e maus tratos Esta apesar de positivada como conduta criminosa na Lei de Crimes Ambientais ainda pouco efetiva tendo em vista que pr ticas como rinhas de galo e can rios al m de rodeios e farras do boi serem comuns apesar de dissimuladas Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Esta a comprova o de que realmente n o basta colocar no papel como letra de lei uma norma n o aceita ou n o compreen dida pela sociedade A desobedi ncia civil vem com este papel informativo e formador de opini es Desta forma mesmo que utilize como instrumento uma a o tipificada no C digo Penal o objetivo primordial do ato desobediente que denunciar a injusti a de uma maneira n o violenta deve ser suficiente para justificar a n o puni o dos seus agentes O fundamento para a n o puni o dos desobedientes civis aparece na doutrina penalista na teoria das situa es de excul pa
433. rem leis protetoras de direitos humanos ou de animais as pessoas e os animais possuem os direitos ina lien veis e inerentes sua condi o de ser humano ou animal onde quer que vivam Do princ pio da moralidade por se tratarem de direitos ine rentes vida fundamentais e essenciais sa de dignidade humana e afirma o dos povos Gordiho em sua tese de doutorado Aboli o animal vai mais al m quando afirma que os direitos dos animais tamb m es t o albergados pelo princ pio da igualdade uma vez que os direitos morais s o igualit rios pertencem a todos em igualdade de condi es Como direitos morais reconhece o direito vida liberdade e a integridade f sica que s o ainda inalien veis porque n o po dem ser exercidos por outrem GORDILHO 2009 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 309 O Minist rio P blico o representante dos animais em Ju zo mas todo cidad o tem o dever de proteg los e o dever de n o lhes causar nenhum mal Ao Minist rio P blico coube importante papel ap s a Constitui o de 1988 como titular das A es Civil P blica e Penal De toda sorte n o devem ser minimizadas as inova es dignas de louvor n o s no campo dos direitos fundamentais a que j se fez refer ncia como tamb m na constitucionaliza o de importantes garantias a exemplo da A o Civil P blica e do Mandado de Seguran a coletivo BARROSO 2001 O constituinte estatuiu
434. rente aos seres n o hu manos tamb m eles sua cria o mas n o no mesmo n vel dos humanos Deus conferiu a vida eterna s aos humanos isto os reservou para 0 gozo da sua companhia para todo o sempre Os Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 167 168 demais seres ir o acabar s o dotados no m ximo de uma alma mortal que expira com o esgotamento da mat ria Esta id ia le vou a uma outra a exist ncia finita dos seres n o humanos tem por nico ou maior prop sito atender as demandas humanas estas bem disciplinadas em sacro of cio voltadas para garantir uma auspiciosa vida ap s a encarna o seja imediatamente o paraiso ou reencarna o 6es Dito com outras palavras os ani mais podem ser instrumentos religiosos capazes de colaborar para conduzir o homem para Deus not rio que nem toda religi o se amolda aos tra os ante riores h varia es pequenas e grandes Desde religi es que adotaram animais como divindades em express o antropom r fica tamb m presente naquelas que n o divinizaram animais ou outros seres como rvores a lua e o sol at aquelas que acolhem o conceito de que o nimo vital dos animais prossegue ao fenecimento corp reo e que se n o conhecem a Deus nesta vida ir o conhec lo em uma pr xima De outra margem antag nica leitura sustenta que como o homem o nico ser que tem ci ncia de que est destinado a morrer fisicamente o senso comum embora j
435. respectivo coment rio de Kardec Pergunta n 603 Cit p 334 Resposta quest o n 604 Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda n o podeis apreender Assim as coisas aparentemente mais d spares t m pontos de contato que o homem no seu estado atual nunca chegar a compreender Por um esfor o da intelig ncia poder entrev los mas somente quando essa intelig ncia estiver no m ximo grau de desenvolvimento e liberta dos preconceitos do orgulho e da ignor ncia lograr ver claro na obra de Deus At l suas muito restritas id ias lhe far o observar as coisas por um mesquinho e acanhado prisma Sabei Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 211 55 56 57 58 59 60 61 62 63 212 nao ser possivel que Deus se contradiga e que na Natureza tudo se har moniza mediante leis gerais que por nenhum de seus pontos deixam de corresponder a sublime sabedoria do Criador Pergunta n 604 a Cit p 335 Pergunta n 602 Cit p 334 V tb KARDEC Allan A G nese Tradu o por Guillon Ribeiro 52 ed Rio de Janeiro Federa o Esp rita Brasileira 2009 p 89 e 90 Idem Pergunta n 595 Cit p 332 Consoante a profiss o esp rita os animais s o governados t o somente pelos instintos pela natureza material Quando o ho mem n o governa seus instintos haja vista que possui uma natu reza espiritual ele em causa do descontrole destas suas paix es rebaixado ao
436. ress o de sensa es de prazer e dor nos animais n o seria uma forma de linguagem Para outros sim Segundo Freud o termo linguagem se refere n o apenas a express o de pen samentos em palavras mas igualmente a linguagem da m mica e toda sorte de express es da atividade ps quica Assim tudo depende do sentido atribu do linguagem pelo homem Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 229 230 Al m disso a discuss o sobre o que ou n o linguagem pode ser utilizada para subjugar seres humanos fixando se uma hie rarquia entre povos e culturas que utilizam diferentes formas de comunica o escrita falada ou visual Um exemplo aqui seria os povos abor gines Ao se fazer uma associa o entre linguagem e valor moral seria poss vel atribuir um valor inferior lingua gem desses povos e assim estabelecer tamb m um valor moral inferior cultura e vida dos membros dessas comunidades 6 Immanuel Kant e John Raws Na li o do fil sofo Immanuel Kant os deveres dos homens em rela o aos animais n o humanos seriam apenas deveres indiretos para com a pr pria humanidade considerando que a insensibilidade para com um animal pode levar insensibili dade para com o pr prio homem De fato pessoas que maltra tam os animais possuem uma tend ncia maior a agir assim com um ser humano Recentemente uma pesquisa realizada pela Associa o Americana de Sociologia em 581 cidades america nas r
437. rgente ou n o em uma divindade monote smo ou em divindades politeis mo Sem embargo as concep es religiosas investigadas s o todas personalistas afirmam a exist ncia de uma divindade ou mais de uma certo que nem toda teoria de direitos e esta como j ano tado a t nica da atualidade da Filosofia e da Filosofia do Direito est alicer ada quanto mais confessadamente em di tames religiosos espirituais not rio que o Direito Natural em que pese o apontado eterno retorno notadamente o de cariz di vino est hoje praticamente abandonado congrega pelo menos aparentemente poucos e muitas vezes envergonhados adeptos As den ncias que d o conta do car ter relativista hist rico cul tural das religi es dos seus mandamentos das suas profiss es 162 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL de f o que enseja crucial paradoxo j que estas procuram se erguer e pregar pelo absoluto invari vel imut vel atemporal eterno dos absurdos perpetrados viol ncias variadas tortu ras assassinatos genoc dios guerras em nome de Deus da salva o da alma al m da composi o com os donos do poder institui es religiosas elas pr prias donas do poder em conflito entre si pelo poder entre a cruz e a espada fatores de domina o controle individual social embebidos da seculariza o pol ti ca econ mica levaram a um generalizado descr dito quanto a tais inst ncias como lugares c
438. ri ncias de vida e de informa es fornecidas pela ci ncia eles s o percebidos como presentes Como utilizado nesse artigo ambos os aspectos po dem ser aplicados por m o ltimo o foco prim rio Entretanto apenas um n mero limitado desses interesses ser o reconheci dos e protegidos pelo sistema jur dico Na d cada passada houve uma s rie de livros e artigos que propuseram mudan a significativa na forma que o sistema juri dico trata os animais Steven Wise elaborou um s lido argumento para o reconhe cimento de direitos subjetivos para alguns animais com base nos direitos da dignidade tais como a liberdade e a igualdade Os fundamentos desses direitos s o desenvolvidos extensa mente em dois livros O cerne dos seus argumentos sugere que os ju zes do common law possuem a autoridade inerente para ex pandir alguns direitos subjetivos para os animais Uma vez que alguns animais vivenciam o mundo de uma forma similar a dos homens qualquer diferen a entre eles e os homens de grau e n o de ess ncia Por conseguinte pelo menos alguns direitos subjetivos fundamentais familiares aos homens devem ser es tendidos para os animais tamb m Os escritos do senhor Wise n o sugerem como pensar sobre a pondera o dos direitos dos animais e humanos quando eles est o em conflito Seu foco no triunfo da capacidade dos direitos dos n o humanos de se verem livres da escraviza o da pessoa e da necessidade de des
439. ridade p blica den tro da organiza o do servi o p blico e a ordem de acordo com as formalidades legais e n o manifestamente ilegais a ordem deve estar de acordo com os procedimentos habituais de rela o entre superior e subordinado estando dentro da esfera de com pet ncia da autoridade Ocorre que a doutrina admite hip teses supralegais de exclu dentes de culpabilidade fundadas na inexigibilidade de condu ta adversa ou seja que n o est o positivadas mas que podem ser admitidas frente s circunst ncias anormais encontradas pela sociedade atual Segundo Juarez Cirino estas situa es compreendem o fato de consci ncia a provoca o da situa o de leg tima defesa o conflito de deveres e a desobedi ncia civil O fato de consci ncia seria a obje o de consci ncia esp cie de direito de resist ncia j estudado neste trabalho Seria o sentimento interior de obriga o incondicional assegurado pela garantia constitucional de liberdade de cren a e de consci ncia art 5 VI da CF que n o teria como ser avaliado positiva ou negativamente pelo juiz Na provoca o da situa o de leg tima defesa explica Cirino que se o provocador pode desviar a agress o provo cada n o h exculpa o se n o h possibilidade de desviar a agress o provocada poss vel admitir a exculpa o pelo fato de que a ren ncia vida n o pode ser exigida de ningu m O conflito de deveres est na exig
440. rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 P 318 NETO Manoel Jorge e Silva Curso de Direito Constitucional atualizado at a EC n 52 2006 Rio de Janeiro Ed Lumen Juris 2006 BOBBIO Norberto 1909 Dicion rio de Politica Norberto Bobbio Ni cola Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu o Jo o Ferreira revis o geral Jo o Ferreira e REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 27 28 29 30 31 32 33 34 36 37 38 39 40 Luis Guerreiro Pinto Cascais 5 edi o Bras lia Editora Universidade de Bras lia S o Paulo Imprensa Oficial do Estado 2000 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 Pg 321 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 P 322 323 Ibidem P 325 Ibidem P 327 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 P 327 Ibidem P 328 DWORKIN Ronald Levando os direitos a s rio Trad Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 P 328 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 Ed Rio de Janeiro Ed Forense 2000 BOBBIO Norberto 1909 Dicion rio de Pol tica Norberto Bobbio Nico la Matteuci e Gianfranco Pasquino tradu o Carmem C Varriale et al coordena o de tradu
441. rio ou mais reconhecido Allan Kardec 1804 1869 conhecido como O Codificador porque as cinco obras que comp em a Codifica o Esp rita O livro dos esp ritos O livro dos m diuns O Evangelho segundo o Espiritismo O c u e o inferno e A g nese s o consequ ncias do seu trabalho embora n o solit rio em concurso com esp ritos encarnados e desencarnados A quest o dos animais espe cialmente versada em O livro dos esp ritos de 1857 a primeira obra da codifica o Tamb m objeto de comentarios especifi cos em A g nese o ltimo livro da codifica o publica o datada de janeiro de 1868 passagens estas que t m por esteio as li es explanadas por exemplo em O livro dos esp ritos Os dois ltimos livros referidos tomados aqui por fios con dutores do exame s o diferentes entre si n o apenas pelo enfo Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 177 178 que tem tico tamb m quanto autoria O livro dos esp ritos um conjunto de ensinos dados por esp ritos superiores com o con curso de diversos m diuns recebidos e coordenados por Allan Kardec No formato de perguntas e respostas as respostas cr se foram dadas por esp ritos superiores da a autoridade ele vada A g nese foi escrita pelo pr prio Kardec s o reflex es suas que retomam e acrescentam considera es ao magist rio proferido pelos esp ritos superiores Em O livro dos esp ritos a tem tica dos animais est
442. rios animais comp em o cen rio reli gioso hindu inclusive como divindades ou semideuses poss vel compreender segundo a vertente religiosa em foco que todo ser vivo inclusive as plantas podendo se abar car mesmo seres qualificados como inanimados possui valor intr nseco igualmente filho de Deus possui alma o que im plica na sua eternidade Afirma Prabhupada Cada ser vivo filho do Senhor Supremo e Ele n o tolera que se mate nem mes mo uma formiga Deve se pagar por isso Situado no modo da ignor ncia o ser humano que consome carne adquire um carma negativo ficando sujeito a falecer nesta ou em outra vida em conformidade paridade com as mortes que provocou O abate de animais indefesos aduz Prabhupada se deve ao modo da ignor ncia Os matadores de animais n o sabem que no futu ro o animal ter um corpo adequado para mat los Esta a lei da natureza Note se que estabelecida uma identifica o entre homens e animais al m de outros seres que n o est presente na concep o regular judaico crist nem no vi s espirita kardecista Uns e outros t m alma A mesma alma que animou um corpo animal poder animar um corpo humano e vice versa a metempsicose admitida A morte de um animal possui equivalente na morte humana carma Sem os rodeios esp ritas e se opondo nega tiva judaico crist o conhecimento v dico ensina que h uma cadeia na da vida o q
443. ros sanit rios os quais utilizam sistemas de capta o e tratamento que minimizam os impactos negativos dos res duos ao meio ambiente e sa de p blica Aterros sani t rios tamb m necessitam de controle r gido da rea requerem espa os amplos e comprometem definitivamente o terreno utili zado O dep sito de res duos org nicos em aterros controlados e em lix es proibido pela legisla o posto que acarretam a prolifera o de vetores de doen as geram maus odores e po luem o solo e as guas De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento B sico 2000 realizada pelo IBGE do total de munic pios que coletam lixo s ptico de unidades de sa de 74 depositam o lixo hospi talar no mesmo local em que disp em os res duos urbanos n o lhes dando portanto nenhum tratamento especial como manda a legisla o e desse total 66 diretamente a c u aberto em lix es e 34 em aterros controlados Apenas 15 das unidades Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL de sa de d o ao lixo hospitalar algum tipo de tratamento ou os depositam em aterros de seguran a ou sanit rios Em rela o aos servi os de controle animal quando se exami na alguns Compromissos de Ajustamento de Conduta firmados entre o Minist rio P blico e autoridades municipais observam se nesses a inclus o como obriga o de fazer entre outras dar destina o adequada a carca as e res duos de sa de animal providenciando para que tenh
444. rrelevante para uns determinante para tantos outros Por exemplo negar Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 165 166 que os animais possuem alma como j se afirmou para as mu lheres negros ndios pressuposto ou estrat gia de domina o Esta junto com outras senten as colaborou sobremaneira para naturalizar a subjuga o dos animais Ora bem induvi doso que se o cristianismo ou o catolicismo tivesse abra ado o vegetarianismo a id ia de que toda vida conserva valor ineren te a situa o dos animais da natureza seria deveras distinta melhor Igual se diga para o islamismo para o juda smo Enfim a rigor para a generalidade das religi es inclusive contadas as diferen as de entendimentos ontol gicos mais favor veis ao menos potencialmente aos demais seres vez que na aceita o e g que toda entidade viva det m alma o hindu smo ou parce la dele o budismo ou parcela dele Como se sabe h budistas que comem carne e budistas que se op em peremptoriamente a isto Para tais comunidades a discuss o acerca do consumo de carne peles entre outras condutas incorpora eminentemente o componente religioso dado prejudicial para o ju zo de concor d ncia ou de discord ncia com tais pr ticas pois no campo religioso que a reflex o ou a conversa o s o postas Interessa abordar a religi o no que tange ao Direito dos Animais por dois motivos 1 a opress o humana diante dos
445. s Abra am o abolicionismo os juristas americanos Steven Wise e Gary Francione No Brasil podemos citar como juris tas abolicionistas a advogada que subscreve este artigo Edna Cardozo Dias Daniel Louren o Braga Laerte Levai Heron Jos de Santana Gordilho Luciano Rocha Santana Tagore Trajano de Almeida Silva Daniela Tetu Rodrigues Geuza Leit o entre outros Para o jurista americano Steven M Wise professor de Animal Rights Law na Universidade de Harvard os direitos fundamen tais a serem reconhecidos aos seres vivos devem estar ligados sua capacidade de autonomia e autodetermina o Para Gary Francione enquanto os animais puderem ser con siderados como propriedade seus direitos n o ser o reconheci dos plenamente Preconiza a necessidade urgente da mudan a da natureza jur dica dos animais Gordilho defende a id ia de que o conceito de sujeito de dire ito maior do que os conceitos de pessoa e de personalidade ju r dica pois ser sujeito de direito simplesmente ter capacidade de adquirir direitos mesmo quando o sujeito n o pode exercer diretamente esses direitos GORDILHO 2009 8 Conclus o Um dos objetivos da Constitui o federal construir uma sociedade livre justa e solid ria Os animais deveriam ter res peitados seus direitos b sicos vida liberdade e integridade f sica Como o direito brasileiro divide os animais em categorias como silvestres e dom sticos os ltimos es
446. s o tratados como membros da fa m lia e possuem um tratamento melhor do que muitos seres hu manos outros na maioria das vezes os mais fr geis e d ceis para com o homem s o tratados como coisas destitu das de qualquer sensibilidade ou consci ncia de si As tradi es culturais s o rei teradamente utilizadas para justificar pr ticas desumanas que desafiam o sentimento de justi a e qualquer ideia de humani dade Enquanto isso o direito e as leis apenas oficializam uma rela o desigual onde interesses humanos menos relevantes como a est tica a moda e a gastronomia s o colocados em um patamar superior a interesses fundamentais como a avers o dor e o interesse vida Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Se nenhum ser vivo completamente independente do meio em que vive descobrir qual o sentido da vida humana significa tamb m descobrir qual o papel do homem no mundo e qual a sua rela o com os outros seres que o acompanham neste mun do claro que os animais possuem caracter sticas e prioridades distintas e devem portanto ser tratados de forma diferente na medida de suas necessidades Um c o por exemplo n o precisa apreender a se vestir ou votar nas elei es No entanto alguns interesses como o interesse vida ao bem estar ao n o sofrimento e muitos outros s o compartilha dos pela imensa maioria dos seres vivos n o havendo a prio ri nenhuma justificativa para se tratar desigualmente int
447. s rio saber se h para os animais um mal moral em morrer ainda que de forma indolor e em que consiste este mal uma vez que existem plaus veis ra z es para acreditarmos que tirar a vida de criaturas n o humanas se constitui em um erro tico O movimento pelos direitos animais deve ser um mo vimento democr tico e plural baseado na liberdade de pensamento e express o n o admitindo qualquer forma de preconceito intoler ncia ou viol ncia A fauna silvestre respons vel pela manuten o das nos sas florestas patrim nio nacional imprescind vel ao equi l brio ecol gico que rege abriga e mantem a vida sobre a terra deve ser al ada condi o de sujeito de direito A ANVISA deve exigir que nos r tulos dos bens de con sumo constem a seguintes informa es a Se o produto foi testado em animais b Se componente do produto foi testado em animaisc Se o produto de origem animal d se o produto contem componente de origem animal Curitiba 17 de Setembro de 2011 Presid ncia Tagore Trajano de Almeida Silva Vice Presid ncia Danielle Tetii Rodrigues Diretoria Financeira Marin s Ribeiro de Souza Diretoria Juridica Fernanda Luiza Fontoura de Medeiros Diretoria de Pesquisa Acad mica Fabio Corr a Souza de Oliveira Diretoria de Articula o Social Vania Maria Tuglio Diretoria de Assuntos Legislativos V nia Rall Diretoria de Articula o Internacional Gilmar Miranda Freire Diretoria de Comunica o
448. s tranquilizantes ou eutan sia B Que o principal pesquisador considere alternativas a qualquer procedimento que venha a causar dor ou afli o aos animais 7 U S C 2143 a 3 1 42 U S C 287a 3a 2000 52 No momento da ado o da lei a CNN reportou que o custo dos alo jamentos laboratoriais para chimpanz s existentes custavam US 20 US 30 por dia enquanto esperava se que um parque de aposentadoria custasse US 8 ou US 15 por dia Senate Approves Chimpanzee Sanctuary Assoc Press Dec 7 2000 em http www archives cnn com 2000 NA TURE 12 07 laboratory animals ap Podemos estimar que o custo di reto de apoio ao chimpanz agora sendo pago por diversos or amentos governamentais de US 7 300 000 ao ano Comm On Long Term Care of Chimpanzees Inst For Lab Animal Research Comm n on Life Sciences Chim panzees in Research Strategies for Their Ethical Care Management and Use 53 54 1997 em seguida Relat rio NCR dispon vel em http bob nap edu html chimp O comit acredita que os fundos para cuidados de chimpanz s a longo prazo especialmente na fase em que os mesmos n o s o mais necess rios pesquisa ou procria o n o deveriam ser providos pelos or a mentos de pesquisa biom dica e que urge uma proposta criativa para desenvolver e apoiar os parques de aposentadoria As obriga es socie t rias com os chimpanz s n o mais necess rias pesquisa que requer suporte cooperativo das ag
449. s aben oou e Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 171 lhes disse Crescei e multiplicai vos e enchei a terra e tende a sujeita a v s e dominai sobre os peixes do mar sobre as aves do c u e sobre todos os animais que se movem sobre a terra Disse lhes tamb m Deus Eis a vos dei eu todas as ervas que d o as suas sementes sobre a terra e todas as r vores que t m as suas sementes em si mesmas cada uma segundo a sua esp cie para vos servirem de sustento a v s e a todos os animais da terra a todas as aves do c u e a tudo que tem vida e movimento sobre a terra para terem de que se sustentar Os verbos s o bem reveladores e n o d o mar gem a leituras condescendentes presidir dominar sujeitar Isto controlar subjugar imperar impor seus interesses sobre os interesses de outros A B blia repleta de relatos descri es minuciosas de sacri f cios de animais O epis dio mais famoso o de Abra o que a ponto de matar seu filho como prova de obedi ncia amor a Deus foi impedido por um anjo e na sequ ncia apanhou um carneiro que estava perto e o sacrificou em lugar do filho Conclus o pa tente a vida do filho de Abra o ser humano vale mais do que a vida de um animal Ou por outra Deus n o aceita o sacrif cio de um humano mas aceita o de um animal Ora logo ap s o dil vio No que teria salvado todos os animais sacrificou animais ao Senhor Para ilustrar as narrativas maca
450. s animais para a discuss o filos fica teol gica acerca do status dos animais Da que salvo em algumas casas esp ritas e via de regra a fim de preservar uma boa pr tica medi nica ou 184 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL de ora o pede se ou pro be se o consumo de carne em dias de sess o Deveras via de regra n o pelos animais mas pelos hu manos pelos esp ritos O vegetarianismo e a rejei o de artigos provenientes de animais como couro peles variadas n o pilar do espiritismo conforme majoritariamente percebido e exercido desde os seus prim rdios at a atualidade No fim do cap tulo arremata Kardec Quanto s rela es misteriosas que existem entre o homem e os animais isso repeti mos est nos segredos de Deus como muitas outras coisas cujo conhecimento atual nada importa ao nosso progresso e sobre as quais seria in til determo nos Se tal conhecimento ainda que divisado em brumas pode ensejar a altera o da nociva postura humana perante os animais importa sim nos determos no seu encal o em medita es desta ordem Ser producente para o progresso humano e para o progresso animal Por fim uma ltima nota O espiritismo kardecista n o ado ta sacrif cios de animais ao contr rio do que acontece por exem plo no candombl Os esp ritos superiores afirmam que Deus nunca exigiu sacrif cios nem de homens nem sequer de ani mais O nem sequer empresta um n
451. s chimpanz s utilizados em pesquisas s o seres moralmente relevantes para quem nos sa sociedade det m obriga es em face de ter os utilizados em benef cios dos humanos Entretanto os registros pol ticos con gressistas n o possuem nenhuma declara o clara sobre filoso fia moral Os registros rodeiam em torno da quest o da raz o de os chimpanz s serem foco de tal preocupa o Enquanto alguns deputados contestavam a lei alegando que o Congresso deve ria ocupar se de quest es humanas mais importantes tal como plano de sa de ningu m no Congresso sugeriu o sacrif cio dos chimpanz s como uma alternativa Por outro lado nenhum membro do Congresso tomou a oportunidade para levantar a causa dos direitos dos animais A declara o mais clara foi feita Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 27 28 pelo Senador Smith de Nova Hampshire que disse E m ou tras palavras como os chimpanz s e humanos s o t o similares aqueles que trabalham diretamente com pesquisas com chim panz s achariam insustent vel a continuidade da utiliza o destes animais se os mesmos fossem destinados morte ap s a conclus o das pesquisas Contudo este n o um posicionamento moral dele mas uma preocupa o moral de outros que ap iam a legisla o O congressista Brown de Ohio frisou no debate aberto H uma responsabilidade moral para o cuidado a longo prazo dos chim panz s que s o utilizados para o nosso benef cio
452. s e Deus n o parece prezar pela precis o dentro da imprecis o dos entes principalmente de Deus e das ferramentas de medi o o que sugere uma extens o colossal e ao fim uma linha demarcat ria Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL intranspon vel o que se soa razo vel entre os humanos e Deus pode soar exagerado entre animais humanos e n o humanos E o que acontece com a alma dos animais ap s o bito cor poral Conserva sua individualidade quanto consci ncia do seu eu n o A vida inteligente lhe permanece em estado laten te Em outros termos a minha cadela Gopi n o deixar de ser um indiv duo mas n o ter mais a consci ncia de ser quem foi quando encarnada pela ltima vez Gopi ou outro algu m como conclus o de v rias vidas passadas como se ela ador mecesse e se descaracterizasse enquanto personalidade o que n o ocorre com os humanos Esta resposta vem ao encontro de satisfazer a interroga o sobre o c u dos animais O que eles fazem depois de mortos Onde ficam N s humanos voltamos a nos encontrar com eles Aparentemente possivelmente n o vez que aparentemente ou possivelmente eu n o reconheceria Gopi e de toda sorte ela n o me reconheceria Seja como for parece que os animais desencarnados n o podem se comunicar com os seres humanos encarnados e nem com outros animais ao menos n o pelos mecanismos medi nicos usuais como a psicografia e a incorpora o N
453. s e garantias expressos nesta Constitui o n o excluem outros decorrentes do regime e dos princ pios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a Rep blica Federativa do Brasil seja parte De outro lado na Constitui o brasileira est previsto que a soberania e a cidadania s o fundamentos da nossa Rep blica Tamb m est previsto que a soberania emana do povo que a exerce de forma direta ou indireta Portanto todo cidad o au tor indireto das leis respons vel juntamente com seus repre sentantes pela aprova o das leis e pela sua efetividade 306 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Os cidad os s o obrigados a respeitar a lei a fim de permitir a vida em uma sociedade organizada Todo cidad o brasileiro tem obriga o de obedecer lei servir comunidade e Na o al m de colaborar com o Estado para a seguran a social jur dica e ambiental A democracia n o s um estado de direitos mas de deveres A nossa Constitui o federal adotou a tend ncia contem por nea de preocupa o com o meio ambiente nos termos da Declara o sobre Meio Ambiente Humano realizada na Confer ncia das Na es Unidas em Estocolmo Su cia em ju lho de 1972 e da Declara o do Rio realizada na Confer ncia das Na es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro Brasil em 1992 Como salienta Alexandre de Moraes A Constitui o federal de 1988 consagrou como obriga
454. s e princ pios expressamen te adotados por nossa Carta Magna demonstraremos a seguir que o referido projeto de lei padece do inafast vel v cio da inconstitucionalidade 4 A flagrante inconstitucionalidade do PL n 4 548 98 O PL n 4 548 98 viola materialmente a Constitui o da Rep blica frontal ou patentemente a regra disposta no art 225 8 1 VIL mas n o menos agride o princ pio da isonomia o princ pio da razoabilidade o princ pio da veda o da prote o deficiente al m de vulnerar a norma proibitiva de retrocesso s cio ambiental Como antes exposto n o h l gica bom senso capaz de explicar por qual motivo alguns animais estariam protegidos contra abusos maus tratos ferimentos ou mutila es e outros igualmente pass veis de sentir dor de ter as suas vidas prejudi cadas n o como se n o fossem dignos da salvaguarda legal se res menores margem do albergue da lei E tais animais seriam exatamente aqueles com os quais a humanidade ao longo da hist ria estabeleceu la os mais estreitos de companhia de afe to beneficiando se sob diversas formas do contato com eles Pois precisamente a estes animais os chamados dom sticos ou domesticados ou seja aqueles que a generalidade dos seres humanos reconhece como mais pr ximos estabelecendo rela es de depend ncia e inclusive de confian a que se pretende retirar a tutela normativa relegando os a uma categoria inferior excluindo os d
455. s homens e dos animais Para introduzir mais objetividade ao tema vamos concentrar nossa reflex o nos direitos e obriga es convencionais oriundos da sociedade politicamente organizada em que vivemos Ou seja dos direitos oriundos de tratados internacionais e das leis nacionais especialmente do Brasil 2 Direitos Supranacionais Os direitos humanos tomaram forma no s culo das luzes s culo XVIII e ganharam foro de cidadania ap s a Revolu o Francesa com a Declara o dos Direitos dos Homens e do Cidad o em 26 de agosto de 1789 Esta declara o ganhou o mundo e foi a respons vel pela internacionaliza o do tema Esses direitos se universalizaram ap s sua ado o pela Assembl ia Geral das Na es Unidas em 10 de dezembro de 1948 Em todos seus artigos essa declara o de direitos humanos s fala duas vezes em deveres respectivamente nos artigos I e XXIX Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos S o dotadas de raz o e consci ncia e devem agir em rela o umas s outras com esp rito de fraternidade Artigo XXIX 1 Todo ser humano tem deveres para com a comunidade na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade poss vel 2 No exerc cio de seus direitos e liberdades todo ser humano estar sujeito apenas s limita es determinadas pela lei exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outre
456. s no mbito da ci ncia e da ecologia n o ser o desprezados jamais mas estar o a servi o desta nova proposta do ecofeminismo e da tica do cuidado em prol dos interesses particulares de cada ser e do aperfei oamen to da intima rela o conex o do homem com o mundo natural em termos de coexist ncia e n o mais de explora o domina o utiliza o instrumental A holist ecofeminist philosophy as I conceive it is not so much an ethic as consciousness or ethos It is a way of life or a mode of consciousness that invites us to be responsible not in the sense of conforming to obligations and rights but in the literal sense of Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL developing the ability for response It is an invitation to dissolve the dualistic thinking that separates reason from emotion the conscious from the unconscious the domestic from the wild and the animal advocacy from nature ethics It welcomes the larger scientific stories of evolutionary and ecological processes but never loses sight of the individual beings who exist within these larger narratives Ecofeminist philosophy never transcends or denies our capacity for empathy and care our most important human connection with the natural world KHEEL 2008 p 251 S nia T Felipe por sua vez em artigo virtual intitulado tica hol stica afirma que nesta perspectiva os agrupamentos to talidades organizadas s o tid
457. s que auxiliam na recupera o Tratando especificamente dos c es as crian as que com eles estabelecem contato tem a sensa o de seguran a perman ncia e imutabilidade servindo de conex o entre o mundo inanimado e o mundo real As pessoas sozinhas ganham um companheiro que exige cuidados permanentes rompendo a solid o ao permi tir a comunica o por meio de palavras simples mas com uma rica carga simb lica que at mesmo os doentes mentais podem se utilizar No caso de crian as autistas o contato com o c o permite que ela alcance a realidade diminuindo o seu isolamento A terapia se funda na emo o porque a linguagem racional nem sempre capaz de captar todas as necessidades seja do animal humano ou n o humano servindo como um catalisador para expressar sentimentos que decorrem do mero toque Nesse sentido Os animais de estima o podem ser catalisadores sociais e ajudam a estimular crian as autistas ou socialmente retra das um incremento em comportamentos pr sociais O termo pet terapia foi cunhado por Bo ris Levinson h mais de quatro d cadas e ainda utilizado hoje em dia 254 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Psic logo pedi trico americano Levinson descobriu que muitas crian as retra das e pouco comunicativas ficavam mais extrovertidas e inte ragiam positivamente se o seu c o participava das sess es de terapia Os animais de estima o tamb m ajudam v timas de abusos ensi n
458. s rela es humanas e controle do comportamento Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL humano atrav s da for a de uma sociedade politicamente orga nizada exigem que a sociedade leve em considera o Estes interesses podem ser tanto positivos quanto negativos Por exemplo os homens t m interesse em n o sentir dor e o desejo de formar fam lias Ambos os interesses s o reconhecidos e as segurados pelo nosso sistema jur dico Se os humanos possuem interesses ligados a eles ent o o papel do sistema jur dico servir como mediador entre estes interesses Entretanto duas considera es servem para limitar a inclina o do direito de tomar partido na disputa Primeiro o sistema jur dico possui recursos limitados e n o pode tratar de todas as disputas entre indiv duos Segundo n o obstante as reivindica es de qualquer individuo em particular alguns conflitos n o devem ser resolvidos pelo Estado Por exemplo Sr Jones de Dominoes Iowa talvez tenha interesse em casar se com uma mulher rica e atrativa de sua cidade Este interesse melhor deixar para o individuo ainda que existam recursos p blicos para ajudar o Sr Jones a atender esse interesse Logo o sistema jur dico deve escolher quais interesses mere cem prote o Ent o o sistema jur dico deve desenvolver regras atrav s das quais determinados interesses em conflito sejam resolvidos Nas se es seguintes o papel do atual sistema jur dico em s
459. sa Declara o h o destaque para a neces sidade de o homem respeitar os animais da mesma forma que ele respeita seu semelhante destacando a necessidade de educa o para que essa meta seja alcan ada No que tange ao animal de companhia o artigo 6 da Declara o ressalta que ele tem o direito a uma dura o de vida conforme a sua longevidade natural sendo o abandono um ato cruel e degradante A Conven o Europeia para a Prote o dos Animais de Companhia assinada em 13 de novembro de 1987 quando o Conselho da Europa reuniu se em Estrasburgo na Fran a reco 256 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL nhecendo a import ncia dos animais de companhia em virtude da sua contribui o para a qualidade de vida do ser humano e atribuindo lhe valor em raz o desse motivo disp e que o ho mem tem uma obriga o moral de respeit los pois os la os s o espec ficos em raz o da proximidade com eles estabelecida Essa Conven o fala em posse do animal de companhia determinando os deveres dela decorrentes como cuidado com a sa de instala es adequadas alimenta o exerc cio e a respon sabilidade de impedir a fuga No Brasil podemos destacar a Lei Federal n 6 938 81 que considera o animal abandonado como recurso ambiental cons tituindo parte integrante do patrim nio p blico visto ser ele componente da fauna em geral Com a Constitui o Federal de 1988 a fauna foi protegida pelo 225 81 inciso VII c
460. san es previstas Ainda mais procura participar das decis es pol ticas e jur dicas ao se movimentar para denunciar a situa o injusta a manchar o equil brio da so ciedade com o que considerado o ideal de dignidade e evolu o social Neste sentido as vozes de minorias podem ser ouvidas em um processo que culmine em uma avalia o de leis costu mes ou atos antes considerados corretos e justos pela maioria Nesta perspectiva como deve proceder o Estado quan do desobedientes praticam os crimes de consci ncia quando dado que esta a maneira correta a agir frente a suas raz es morais Para Dworkin o Estado deve abster se de punir exceto quando a puni o signifique um ato de bem geral a longo pra zo considerando todos os aspectos envolvidos Continua dis Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 331 332 cutindo a situa o imaginando quando houver um bem geral em consequ ncia da puni o inibiria atos similares e a maio ria seria poupada de situa es tensas por exemplo Neste caso ainda se pode suscitar a seguinte quest o pode se suspender a puni o devido ao simples fato de que os dissidentes tinham bons motivos para sua a o diferente de um criminoso comum Para o autor um fundamento a ser igualmente considerado em rela o justificativa de que algu m deve ser preso sempre e toda vez que contrarie a lei embora n o seja determinante para a suspens o de uma a o penal Isso se deve a
461. scita e reposi o r pida de novos esp cimes de origem desconhecida que associadas renova o natural da popula o canina na regi o favorecem o incremento do grupo de suscet veis Tendo em vista que uma s cadela pode originar direta ou indiretamente 67 000 sessenta e sete mil c es num per odo de 6 seis anos segundo as publica es de Thornton Thornton G W Pet overpopulation Why is a solution so illusive Urban Animal Management Discussion Papers v 18 1993 e Thornton Ano 6 VotumE8 Jan Jun2011 137 138 G W The welfare of excess animals status and needs Journal of the American Veterinary Medical Association v 200 n 5 p 660 1992 e que um macho antes de ser conduzido ao extermi nio j inseminou v rias f meas n o dif cil deduzir que matar n o soluciona o problema O m todo atualmente adotado al m de ineficaz altamente dispendioso uma vez que o poder p blico investe consider veis somas para que sejam os animais apreendidos confinados e eli minados sem que desse proceder resulte qualquer valia para a sa de p blica o que revela m gest o dos interesses p blicos As verbas destinadas elimina o deveriam ser aplicadas em efetivo programa de esteriliza o para que seja a natalidade controlada uma vez que essa a nica forma eficaz de se redu zir a popula o de animais como enfatiza o Informe no anexo 4 p 124 O m todo mais simples e mais amplamen
462. se humanos sabem tudo sobre algumas esp cies assim como n s ainda n o mesmo sabemos tudo sobre n s mesmos Sufici ncia de conhecimento deveria ser julgada no contexto dos interesses espec ficos em quest o ante uma corte judicial Satisfazer a corte quanto base de informa o o fardo do queixoso Uma quest o tal como a apropriada casa para viver um animal de estima o pode depender muito Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL do car ter de um nico animal e apenas de maneira reduzida depender de informa o das esp cies em geral Por outro lado a b sica metragem da habita o quadrada necess ria para um tigre em um zool gico mais provavelmente satisfeita pelas in forma es das esp cies do que pelas informa es de um animal espec fico A extens o de informa o de um perito necess ria por uma corte se relaciona com o grau de quais casos refletem novas id ias ou id ias n o frequentemente entendidas Alguns casos tal como os da necessidade geral por gua pura e por comidas nutritivas podem ser presumidos por serem geralmente enten didos mas se a comida espec fica para a alimenta o de uma cobra est em quest o ent o algum perito ser requerido para apresentar informa o para a corte Somente interesses de import ncia fundamental para o ani mal deveriam estar perante a corte em oposi o aos triviais ou obscuros interesses do animal Isto exigido tanto pela realida de d
463. se mesmo caminho por ela indicado Com efeito Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL toda conduta que afronte esse valor maior deve ser prontamente coibida N o por outra raz o que o Decreto n 24 645 34 j assina lava claramente nesse sentido ao trazer no seu art 17 a defini o legal de animal englobando se nela tanto os animais dom sti cos como os silvestres N o bastasse isto arrola em seu art 3 uma s rie de pr ticas que devem ser tidas por abusivas ou cru is e logo em seu inciso I afirma que um ato pun vel praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal A pr pria Lei da Pol tica Nacional do Meio Ambiente Lei n 6 938 81 em seu art 3 inciso I ao definir meio ambiente afir ma que ele o conjunto de condi es leis influ ncias e intera es de ordem f sica qu mica e biol gica que permite abriga e rege a vida em todas as suas formas N o resta qualquer d vida de que todas as esp cies no nosso caso todas as esp cies de animais es t o abra adas pelo conceito legal de meio ambiente e portanto dentro da moldura constitucional por mais essa raz o A Lei n 9 6058 98 mais conhecida como Lei de Crimes Ambientais captando o anseio da popula o por uma maior seriedade e efetividade na puni o dos atos cru is e abusivos cometidos contra os animais criminalizou as condutas que en sejam a viol ncia f sica e ps quica contra os animais por meio de seu art
464. sed for research purposes and 3 other farm animals such as but not limited to livestock or poultry used or intended for use as food or fiber or livestock or poultry used or intended for use for improving animal nutrition breeding management or production efficiency or for improving the quality of food or fiber With respect to a dog the term means all dogs including those used for hunting security or breeding purposes 7 U S C 8 2132 g 2000 Darian M Ibrahim Reduce Refine Replace The Failure of the Three R s and the Future of Animal Experimentation 2006 U Chi Legal F 195 at 105 214 citing HSUS Overview of the Issues available at http www hsus org web files PDF ARI Overview_of_the_Issues pdf last visited Nov 27 2009 Orlans FB Data on Animal Experimentation in the United States What They Do and Do Not Show 37 2 Perspective Biology and Med 217 218 1994 noting that the AWA does not apply to mice rats and birds which make up between 80 90 of all animals used in experiments Francione Introduction to Animal Rights at 34 T he Animal Welfare Act does not cover rats and mice which according to the federal government account for approximately 90 of the animals used See 9 C F R 2 31 a any institution that conducts research on animals must establish an international IACUC to oversee and evaluate all aspects of the institution s animal care and use program For example at l
465. sidentes da obriga o ao recrutamento militar estes reivindicam o direito de infrin gir esta lei amparados na sua constitucionalidade duvidosa As autoridades e os ju zes podem fundamentar seus entendimen tos a favor da constitucionalidade enquanto os desobedientes podem justificar se na sua inconstitucionalidade tendo ambos como comum no mundo jur dico profundos alicerces em que se apoiar Neste caso os problemas s o diferentes do que seriam se a lei fosse claramente v lida ou inv lida Conduzindo esta discuss o para o mbito do presente tra balho pode se raciocinar da seguinte forma h uma garantia constitucional contra a submiss o de animais a pr ticas cru is No entanto os animais criados nas granjas industriais s o tra tados cruelmente tendo sua vida liberdade e integridade f sica violados Quando ativistas em defesa dos direitos dos animais se movimentam n o se trata de um protesto contra uma lei in Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 327 328 constitucional mas sim contra lacunas inconstitucionais na le gisla o brasileira Essa inconstitucionalidade entendida na doutrina como omissiva sendo aquela que segundo o Prof Manoel Jorge e Silva Neto se concretiza com um n o fazer do Estado na omis s o de medida para tornar efetiva norma constitucional confor me disp e o artigo 103 8 2 da Constitui o Brasileira Art 103 2 Declarada a inconstitucionalidade por omiss o d
466. smo Animal por Heron Jos de Santana Gordilho Salvador Evolu o 2008 Veganismo e Desobedi ncia Civil Palestra proferida no 12 Festival Vegano Internacional Rio de Janeiro PUC 2009 GRECO Rog rio Curso de Direito Penal Rog rio Greco 9 Ed Rio de Janeiro Impetus 2007 GREENPEACE BRASIL Dispon vel em lt http www greenpeace org brasil quemsomos gt Acesso em 16 nov 2009 GUSTIN Miracy B S DIAS Maria Tereza Fonseca Re Pensando a Pesquisa Jur dica 2 edi o revista ampliada e atualizada pela NBR 14724 de 30 12 05 da ABNT Belo Horizonte Del Rey 2006 350 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL LEVAI Laerte Fernando Direito dos Animais Laerte Fernando Levai 2 edi o rev ampl e atual pelo autor S o Paulo Ed Mantiqueira 2004 LUBISCO N dia Maria Lienert Manual de estilo acad mico monogra fias disserta es e teses Nidia M L Lubisco S nia Chagas Vieira Isnaia Veiga Santana 4 ed rev e ampl Salvador EDUFBA 2008 MARINHO Josaphat UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Faculdade de Direito Direito de revolu o 1953 Tese Livre doc ncia NETO Manoel Jorge e Silva Curso de Direito Constitucional atuali zado at a EC n 52 2006 Rio de Janeiro Ed Lumen Juris 2006 PAUP RIO Machado O Direito Pol tico de Resist ncia Rio de Janeiro Companhia Editora Forense 1962 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume
467. so A teoria da culpabilidade aparece como uma limita o ao poder puni tivo do Estado que deve considerar a situa o individual do agente no momento da pr tica do crime Assim h a possibi lidade do sujeito ser exculpado em situa es de anormalidade das circunst ncias do fato determinantes de anormal motiva o da vontade que fundamentam a id ia de inexigibilidade de comportamento conforme a norma De acordo com o que explicado acima por Cirino dos Santos a culpabilidade pode ser destrinchada em tr s elementos a im putabilidade a potencial consci ncia da ilicitude e a exigibilida de de conduta diversa A imputabilidade a plena capacidade estado ou condi o de culpabilidade de entender e de querer a a o e o seu resultado A imputabilidade pode ser exclu da em quatro hip teses menoridade doen a mental desenvolvi mento mental incompleto ou retardado e embriaguez acidental completa Na menoridade que acontece para indiv duos menores de 18 anos entendido que estes n o possuem o desenvolvimento biol gico necess rio para compreender a natureza criminosa de suas a es ou para orientar o comportamento de acordo com Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 341 342 essa compreens o Est prevista no art 27 do CP Os menores de 18 dezoito anos s o penalmente inimput veis ficando su jeitos s normas estabelecidas na legisla o especial Em caso da pr tica de um crime estes inimput
468. so de animais em prol da maior aprendizagem sobre biologia humana e rea es filos ficos Cientistas que escolhem esse m todo sugerem que os dados derivado de testes in vivo n o s o suficientemente uteis quando aplicados ao contexto hu mano Teorias Darwinistas sugerem que aprendemos n o ape nas pela disseca o mas atrav s de estudos comportacionais e outras aproxima es Sugere ainda que n s aprendamos melhor sobre humanos ao conduzir pesquisas em humanos tanto ao testar tecidos humanos quanto observa es aprofundadas e co leta de dados sobre rea es humanas para certos est mulos em seus ambientes ou corpos Independentemente do tipo de pesquisa que um cientista engaja todos os pesquisadores em teoria aceita que experi mentos devem ser fixados no mesmo grupo de princ pios ti cos Interessantemente esses princ pios para guiar pesquisas t m sido aceitos em ambas as comunidades cientificas e legais por quase 40 anos Esses princ pios refletem a meta de aquisi o de bons resultados cient ficos com menos danos a animais Idealmente esses princ pios deveriam informar praticas cientifi cas e de regulamento til saber as origens dos princ pios e considerar as realida des de suas atuais aplica es assim como as implica es para seus usos futuros Esses princ pios s o e Substitui o Replacement procurar eliminar a neces sidade de uma experimenta o complete em animais ao usar modelos e t c
469. so sistema legal e constitucional nunca reconheceu direitos a outras entidades que n o fossem humanas e apesar da necessidade de se abrir uma brecha nesse muro ou considerar direitos s o tamb m reconheci dos aos n o humanos Se estamos s rios sobre o direito animal temos a responsabilidade de parar de reconhec los para satisfa o de nossos prop sitos Poderia mos reconhecer todos os animais dom sticos atrav s de uma exist ncia para prop sitos humanos N s reconhecemos que o passo mais im portante que n s podemos dar para aboli o do status de propriedade dos animais adotar o modo de vida vegano e educar os demais para o veganismo Entrevista feita por Lee Hall COM Gary L Francione Professor de Di reito Rutgers School of Law Ver o 2002 em http www friendsofani mals org programs animal rights interview with gary francione html A primeira li o que a nossa Constitui o ensina que direitos n o s o coisas t o assustadoras em se reconhecer ou conferir desde o pres Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 49 50 11 12 13 14 15 16 17 suposto que direitos nao sao absolutos Argumentando pelos direitos constitucionais para seres n o humanos n o deveriam ser t o confusos conceder queles absoluta prioridade ante clamores humanos confli tantes Tribe nota supra 9 2 Para um ponto de vista legal n o h nada novo ou n o familiar na id ia de direito animal ao co
470. sobre esses que as autoridades devem atuar estrat gia que n o tem mais sustenta o t cnica nem tica A pr tica assume caracter sticas que se revelam indesej veis aos interesses da sociedade n o capaz de alcan ar as metas de sa de p blica a que se prop e e implica nus para os cofres p blicos atinge o profissional que a realiza de forma a provo car lhe estresse cr nico gradual com repercuss es em sua sa de f sica e mental e em seu desempenho para o trabalho gera con flitos com a sociedade em virtude de lidar de modo impr prio Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e provocar sofrimento e morte indiscriminada a animais com os quais as pessoas mant m relacionamento afetivo pass vel de produzir ou exacerbar danos ao meio ambiente revela a conti nuidade de uma atitude de desconsidera o aos interesses mais fundamentais de outros seres vivos dessa forma refor ando condutas de menor express o moral nos mais diversos mem bros de nossa sociedade Como se v atinge aos pr prios seres humanos a seres de outras esp cies e ao meio ambiente A falha em reconhecer o status moral desses seres essencial mente pelo fato de n o pertencerem nossa pr pria esp cie e o comodismo ou a inefici ncia em praticar outras estrat gias de controle j de conhecimento p blico s o os protagonistas da continuidade do sacrif cio em massa desses animais Essas a es no entanto n o mais se justificam Urge im
471. sor Tagore Trajano fruto de um aprofundado estudo sobre uma das quest es mais incontroversas da atualidade o reconhecimento dos direitos dos animais e a possibilidade desses seres reivindic los em ju zo atrav s de seus repre sentantes e ou substitutos processuais Escrito em uma linguagem flu da e direta esgota as principais refer ncias te ricas sobre a mat ria que j se constitui em um dos principais desafios morais da contemporaneidade Heron Gordilho Tagore Trajano assumiu esta tarefa formid vel e foi bem sucedido A lingua gem e os conceitos jur dicos concernentes aos direitos dos animais nos Estados Unidos n o transferem se diretamente para o sistema jur dico do Brasil O Sr Trajano estudou os dois sistemas e nesse livro considera o que ambos os siste mas s o e podem fazer para a prote o dos animais A quest o crucial para os que lidam no mbito do sistema jur dico encontrar o ponto de equil brio David Favre Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 383 Regras para publica o de artigos na Revista Brasileira de Direito Animal 1 O trabalho encaminhado para publica o na Revista Brasileira de Direito Animal dever ser in dito Uma vez publicado consi dera se licenciado para aos coordenadores da Revista podendo t o somente ser publicado em outros lugares ap s autoriza o pr via e expressa do Conselho Editorial da Revista citada a pu blica o original como fonte 2 O trabalho ser envi
472. sses Sem d vida as quest es da moralidade do dinheiro da equidade e da pol tica social estar o interligadas Esta dificuldade jus tamente pela import ncia em mobilizar os tribunais no debate sobre a utiliza o de animais Neste momento o propriet rio do animal quem geralmente toma a decis o Isto pode muitas vezes ser um importante conflito de interesses uma vez que al guns propriet rios n o d o quaisquer valores aos interesses de qualquer animal em sua responsabilidade em sua posse Ideais de igualdade para com os animais ser o obtidos quando al gu m que n o seja o propriet rio estiver plenamente autoriza do a considerar as vantagens custos e riscos de um determina do ato Ao faz lo o direito de propriedade do propriet rio ser modificado Esta a passagem em que estamos atualmente empenhados Animais n o s o propriedades mas um ser vivo reproduzido por dois outros animais onde os propriet rios de animais devem ajustar suas expectativas a esta nova realidade Rela es de propriedade ir o continuar necess rias em quest es sobre a facilidade a respeito do cuidado dos animais e como o mecanismo de transfer ncia de valores que representado por alguns animais Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 4 5 Id ias que n o est o interligadas Considera es adicionais antes de prosseguir 4 5 1 Extens o da a o de dano em rela o aos animais selvagens H um grupo de anim
473. st em o queixoso mostrar que seus interesses su peram substancialmente as do recorrido Presumivelmente o queixoso ter inicialmente que ser obrigado a mostrar prima face um caso que supere significativamente em que o recorrido te nha a possibilidade de fazer uma demonstra o afirmativa dos seus interesses No segundo dos exemplos de JoJo o conse lheiro advogado de JoJo teria de mostrar atrav s da utiliza o de testemunhas periciais que as condi es f sicas de vida nutri o e abusos psicol gicos estavam interferindo os interes ses fundamentais de JoJo O requerente teria em seguida que alegar que os interesses do recorrido n o superavam substan cialmente os seus pr prios A defesa teria a oportunidade tanto para mostrar ao juiz como uma defesa afirmativa o alcance e a profundidade de sua necessidade de se engajar no questiona mento de conduta bem como para contestar a caracteriza o do comportamento em si No contexto do segundo exemplo o tribunal deve estar disposto a encontrar uma viola o da pro posta da a o de dano O terceiro exemplo com JoJo mais dif cil porque interes ses sociais mais amplos est o envolvidos Neste exemplo a quest o ser se os poss veis avan os da ci ncia atrav s da ex perimenta o espec fica ser o substancialmente superados pelo grau de interfer ncia com o queixoso Presumivelmente a defesa afirmaria que um bem p blico mais vasto estava sendo Revis
474. stado 2000 Brasil C digo Penal Decreto lei n 2 848 de 07 de dezembro de 1940 S o Paulo Rideel 2005 Cole o de leis Rideel S rie 3 em 1 Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 349 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil promulga da em 05 de outubro de 1988 22 ed S o Paulo Saraiva 1999 Decreto lei n 3688 de 03 de outubro de 1941 Lei das Contraven es Penais Dispon vel em lt https www planalto gov br ccivil 03 Decreto Lei Del3688 htm gt Acesso em 16 nov 2009 BUZANELLO Jos Carlos Direito de Resist ncia Dispon vel em lt http www buscalegis ufsc br revistas index php sequencia arti cle viewFile 1199 1195 gt Acesso em 14 set 2009 Direito de Resist ncia Constitucional Jos Carlos Buzanello Rio de Janeiro Am rica Jur dica 2002 COSTA Nelson Nery Teoria e Realidade da Desobedi ncia Civil 2 edi o Rio de janeiro Editora Forense 2000 DWORKIN Ronald Uma quest o de princ pio Ronald Dworkin tradu o Luis Carlos Borges S o Paulo Martins Fontes 2000 Levando os direitos a s rio Tradu o Nelson Boeira S o Paulo Martins Fontes 2002 GANDHI Mahatma K Carta ao Sr Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Satyagraha gt Acesso em 08 out 2009 GARCIA Maria Desobedi ncia civil direito fundamental Maria Garcia S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 1994 GORDILHO Heron Jos de Santana Abolicioni
475. stes em animais e S o muito caros e demorados e N o levam a resultados bons o suficiente ou ao menos quantidades suficientes de resultados e e Matam milh es de animais por ano sem exigir o uso de alternativas onde essas existam ou uma explora o de onde possam ser poss veis 4 A ltima quest o a considerarmos envolvendo animais Ser certo fazer experimentos em animais e se for sobre que condi es A fim de abordar essa quest o n s precisamos entender a situa o moral e legal dos animais na sociedade Animais s o atualmente vistos como uma propriedade em cada pa s do planeta dispon veis para qualquer uso que os humanos considerem adequados Como ficou assim E como avaliamos o resultado desta concep o de uma perspectiva moderna filo s fica e legal Para entender nossa atual perspectiva sobre animais na so ciedade til olharmos atrav s da hist ria Originalmente pen samentos religiosos e filos ficos emolduraram nosso entendi mento de animais e delinearam rela es humanas e responsabi Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL lidades morais para com eles Subsequentemente a ci ncia vem mostrando um papel cada vez mais importante neste dialogo Come ando com uma pequena hist ria de pensamentos reli giosos n s vemos que algumas das primeiras tradi es religio sas explicitamente endere am nossa rela o com animais Ainda que seja dif cil ter certeza de quando qualquer religi o co
476. strito conceito de propriedade de aminais que existiu no in cio do s culo dezenove encontrado na lei de Vermont descrita em parte Toda pessoa que possa intencionalmente ou maliciosamente matar ferir prejudicar ou desfigurar qualquer cavalo ou cavalos ou tipo de cavalo bovino caprino ou su no de outra pessoa ou possa intencionalmente ou maliciosamente administrar veneno a qualquer um destes animais deve ser punida com pris o n o mais que por cinco anos ou multada n o excedendo quinhentos d lares 1846 Vt Legisla es e Resolu es 34 2 Nesta linguagem n o h provis o proibindo o tratamento cruel dos animais A lista dos animais protegi dos limita se apenas queles de valor comercial n o incluindo animais de extima o ou selvagens O prop sito desta lei era proteger proprie dades de valor comercial da interfer ncia de outros e n o a prote o dos animais contra a dor e o sofrimento Finalmente j que a pena era de at cinco anos de reclus o a viola o desta lei era um crime Ver genericamente Favre amp Isang supra citado 38 em 14 18 3 Dentro de poucos anos Massachusetts An Act for the More Effectual Pre vention of Cruelty to Animals Mass Gen Laws ch 344 1869 Pennsylva nia XXIV PA Stat 7770 7783 1920 Illinois Prevention of Cruelty to Animals Act 1869 Ill Laws 3 New Hampshire 1878 N H Laws 281 e New Jersey N J Rev Stat 64 82 1873 adotaram o m
477. stru o dial gica e dial tica de ambos In GRANT Carolina Para uma Hermen utica Contextual do Direito o papel das constru es hermen uticas filos fica de Martin Heidegger e Hans Georg Gadamer e liter ria de Umberto Eco na forma o desse paradigma Relat rio parcial relativo a projeto de pesquisa hom nimo desenvolvido no mbito do PIBIC UFBA 2008 2009 Ryder Richard Speciesism and painism The Animal s Agenda 1997 p 45 apud GORDILHO Heron Jos de Santana Abolicionismo animal Salvador Evolu o 2008 p 17 FELIPE Sonia T tica hol stica Dispon vel em lt http www anda jor br p 1479 gt Acesso em 20 jun 2010 Grifo nosso Ano6 VoLume8 Jan Jun 2011 299 300 6 7 preciso ter cuidado quando se d nfase capacidade de alguma coisa de tramar se num todo pois essa capacidade pode n o ser mo ralmente boa H rela es humanas de depend ncia emocional sexual econ mica por exemplo que retratam a natureza do v nculo amoroso como um v nculo que abarca todas as esferas da vida na parceria Re la es totalit rias tamb m podem ser cultivadas com a pressuposi o de que tem valor apenas aquilo que capaz de agregar se a um todo diluir se nesse todo fomentar o todo ticos n o holistas temem que a dilui o do valor de um indiv duo no valor da totalidade da rela o na qual est tramado seja o melhor caminho para o estabelecimento do dom nio e da
478. struction philosophical reflection revision of pre understandings and conclusions gradually propositional in order mainly ideological philosophical and moral but also of course juridical Keyworps Animal Rights Speciesim Abolitionisim Ethics Of Care Sum rio 1 Introdu o como se forma um paradigma 2 Do espe cismo ao abolicionismo a luta pelos direitos dos animais e a re constru o ou releitura de categorias como sujeito de direitos e personalidade jur dica 3 Conclus o a tica do cuidado como uma alternativa poss vel desej vel e compat vel com a proposta de paradigma filos fico e moral discutida 1 Introdu o como se forma um paradigma O segredo da Verdade o seguinte n o existem fatos s existem hist rias Jo o Ubaldo Ribeiro A c lebre frase de Jo o Ubaldo Ribeiro em ep grafe obra Viva o Povo Brasileiro tem sido recorrentemente utilizada como a met fora mais expressiva de uma das maiores discuss es te ricas no mbito da compreens o cr tico reflexiva da Hist ria 264 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL e da Sociedade como se constr i a Hist ria a verdade um paradigma que reger uma poca ou muitas pocas Por tr s desta assertiva encontram se rela es de poder e aliena o a partir dela desvela se o processo de naturaliza o essencializa o dos fen menos hist rico culturais dos conceitos das concep es de mundo
479. sui deveres de que carrega a exclu sividade de ser agente moral estas duas ltimas assertivas notadamente a segunda amplamente admitidas incluso entre os defensores dos direitos dos animais entre outras tantas in vestidas na linha de assim singularizar a humanidade como v g O ser humano o nico animal que ri que sente saudade que projeta o futuro atributos privativos e n o compartilha dos em graus e ou qualidades j foram contestadas atestadas falsas transformadas em terras movedi as a ltima fronteira que se espera derradeiramente intranspon vel proclamar que o humano o nico animal religioso Keith Thomas A afirma o pode ser assim desmembrada 1 o ser humano o nico animal eterno isto somente ele possui alma 2 o ser humano o nico animal que se interroga sobre Deus acredita ou sabe existir a divindade 3 o ser humano o nico animal que pode por meio de regula es preceitos alimentares com portamentais frente a outros humanos e n o humanos ora es penit ncias estabelecer contato com Deus conhec lo para deste modo buscar a felicidade nesta vida e garanti la ap s o perecimento do f sico 4 toda a din mica religiosa exercida compartida institucionalizada sacramentos votos cultos ritu ais penas convers o originada conquanto se creia que inspi rada por Deus do homem e endere ada t o apenas a ele Nesta linha n o que Deus seja indife
480. supra nota 2 no 26 A administra o do direito corresponde a um processo de pondera o de interesses em rela o aos quais a recorrente exige prote o contra a alega o da recorrida plena liberdade no desenvolvimento do r u em conjunto com a import ncia dos pr prios desejos Quando o inte resse do p blico jogado em escalas e permite oscilar a balan a a favor ou contra o queixoso o resultado uma forma de engenharia social Uma decis o constru da poder usar a lei como um instrumento para promover a maior felicidade do maior n mero de cidad os ou em vez poder dar maior nfase a determinados tipos de prote o dos in teresses dos indiv duos como direitos fundamentais central para uma integridade da pessoa que o Direito defende acima de tudo Este proces so de pesagem dos interesses n o de forma alguma estranha lei de torts apesar de ter aumentado suas propor es e ter recebido consciente reconhecimento geral neste dom nio PROSSER supra nota 2 em 16 17 A realidade da necessidade de equili brar os interesses dos animais com as dos seres humanos foi observado por um dos primeiros defensores dos direitos dos animais Henry Salt Mais uma vez em seguida os animais t m direitos e esses direitos con sistem na restrita liberdade para viver uma vida natural uma vida ou seja que permita o desenvolvimento individual sujeito s limita es impostas pelas permanentes necessi
481. t o longe de terem Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 311 seus direitos b sicos reconhecidos urgente que a legisla o evolua nesse sentido O direito tem uma dimens o moral que faz parte da dignidade humana Todo ser humano tem o dever de respeitar o outro sem distin o de esp cie e de se tornar um agente da paz Os direitos dos animais n o derivam do fato de serem pessoas f sicas ou ju r dicas mas porque s o seres que dividem conosco o planeta Podemos concluir que os animais s o sujeitos de direitos fun damentais e que seus direitos s o deveres de todos os homens REFER NCIAS BARROSO Luis Roberto O Direito constitucional e a efetividade de suas Normas Renovar Rio de Janeiro 2001 CANOTILHO J J Gomes Direito Constitucional e teoria constitu cional 2 ed Coimbra Almedina 1988 DIAS Edna Cardozo Tutela jur dica dos animais Mandamentos Belo Horizonte 2000 Osanimais como sujeitos de direitos in REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Coordena o Santana Heron Jos dee Santana Luciano Rocha editada por Instituto de Abolicionismo Animal Jan dez de 2006 pgs 119 121 Bio tica e direito dos animais in Bio tica reflex es inter disciplinares livro organizado por SALLES Alvaro Angelo Maza edi es Belo Horizonte 2010 FRANCIONE Gary L Animals property and the law Philadelphia Temple University Press 1995 GORDILHO Heron Jos de Santana Abolicionismo animal
482. t o o tribunal tem o poder de for ar a transfer ncia da propriedade do acusado para um novo dono Nos exemplos anteriores improv vel que o Senhor Jones tem a capacidade financeira de sustentar JoJo en t o a transfer ncia de propriedade pode ser a solu o adequada Big University poderia ter os adequados recursos para atender aos direitos fundamentais de JoJo e tudo o que seria requisi tado seria uma ordem judicial tendente a mudar as condi es ambientais do animal O ponto principal que se um ato il cito descoberto pelo tribunal o animal n o deve ser for ado a per manecer em tais condi es E se o acusado incapaz de oferecer as instala es necess rias a v tima deve ser transferida para al gu m que pode oferecer as instala es apropriadas 5 Conclus o Esse artigo estabeleceu que os animais atualmente tenham que ter alguns dos seus interesses representados em nosso sis tema legal Sob essa premissa uma nova aproxima o foi suge rida segundo a qual as leis que tratam de delitos civis devem ser ampliadas para incluir um novo delito que balancearia di retamente os interesses fundamentais dos animais com os dos humanos Isso traria para aqueles que est o mais a frente um processo que existe h tempos permitindo pol tica p blica ser mais francamente considerada e decidida Isso ir na verdade oferecer um mecanismo legal para esclarecer nossas obriga es morais em rela o aos animais do
483. ta BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL servido pela utiliza o do animal na experi ncia proposta Se a institui o n o tem uso planejado para o animal espec fico e est simplesmente alojando o a interfer ncia provavelmente n o teria justifica o Em ambos os exemplos o tribunal pode tamb m conside rar quais alternativas existem para fazer avan ar os interesses humanos suscitados pela defesa como justificativa da a o pro posta Alternativas que satisfa am pelo menos uma parte do interesse humano sem impor uma interfer ncia substancial com o interesse do queixoso poderiam ser ponderadas na balan a do tribunal No caso de Mr Jones existem diversas formas de conduta que possam permitir lhe a notoriedade e a gratifica o ego No entanto dependendo de qual informa o procurada atrav s da experi ncia cient fica do terceiro exemplo o n mero de alternativas pode ser restringido Se o requerente puder con vencer o tribunal de que existem alternativas vi veis ent o o juiz pode considerar isto na pondera o de interesses Alternativamente o tribunal pode achar que o que pro curado num determinado experimento por uma determinada pessoa n o nem suficiente de preocupa o p blica nem jus tificado ou que enquanto um chimpanz possa ser necess rio para o experimento o melhor resultado poss vel seria de trivial valor Ci ncia e opini o p blica que qualquer interfer ncia com um interesse fundamental
484. te Estados Unidos Fundou a Sociedade Internacional para a Consci ncia de Krishna International Society for Krishna Consciousness Iskon conhecida tamb m como Movimento Hare Krishna Seus part cipes s o popularmente chamados Hares ou Hare Krishnas Entende se que a autoridade de Srila Prabhupada deriva tam b m da sucess o discipular a exemplo da sucess o crist o cat lica sucess o que afirma se foi originada por Krishna Prabhupada entre outros livros escreveu O Bhagavad gita como ele sua obra de maior circula o onde oferece signifi cados aos versos do Gita A cren a a de que o pr prio Deus Krishna esteve no planeta h cerca de 5 000 anos atr s e falou o conte do religioso constante do Gita A dieta Hare Krishna lacto vegetariana Comer carne ve dado alimenta o no modo da ignor ncia sinal de involu o es piritual Preconiza se a culin ria situada no modo da bondade No coment rio ao verso 16 do cap tulo 6 do Gita anota Prabhupada Os homens n o precisam comer animais porque existe amplo suprimento de gr os vegetais frutas e leite Alimento ani mal para aqueles que est o no modo da ignor ncia Como se sabe a vaca qualificada como sagrada associada materni dade mansid o pureza generosidade pelo leite que fornece Krishna constantemente retratado com vacas ao redor acari 186 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ciando as Govinda V
485. te empregado para o controle da reprodu o consiste em impedir o cruzamento atrav s da restri o da liberdade de movimento ou do confinamento das cadelas no cio Outros m todos inje es de horm nios e esteriliza o s o muito caros A captura e a elimina o de c es n o s o mais consideradas medidas de controle eficazes se bem que se possam obter benef cios indiretos atrav s de elimina o seletiva de c es n o vacinados que n o estejam em conformidade com as normas de controle e costumam se amontoar nos restos de mercados matadouros e f bricas de alimentos A elimina o desses animais deve ser considerada somente se puder impedir que outros c es ocupem seu lugar ecol gico Cumpre esclarecer que a men o onerosidade da esteriliza o se deve ao fato de que o informe data de 1992 quando os va lores eram os estipulados por m dicos veterin rios uma vez que ainda n o se cogitava de castra es a baixo custo Atualmente gra as a novas t cnicas cir rgicas e s campanhas de esteriliza o a baixo custo j se reconhece a esteriliza o como m todo menos dispendioso do que o exterm nio A OMS apenas recomenda a elimina o naquelas espec ficas situa es de animais n o vacinados que n o ter o seu espa o Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ocupado por outros ap s serem mortos o que n o o caso dos animais que vagam soltos pelas vias p blicas que tem seu espa o ocupado t o logo
486. te geral Eugenio Ra l Zaffaroni Jos Henrique Pierangeli 7 ed ver e atual S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 383 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte geral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 393 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte geral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 393 ZAFFARONI Eugenio Ra l Manual de direito penal brasileiro volume 1 parte geral Eugenio Ra l Zaffaroni Jos Henrique Pierangeli 7 ed ver e atual S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 383 GRECO Rog rio Curso de Direito Penal Rog rio Greco 9 Ed Rio de Janeiro Impetus 2007 p 157 PRADO Luis Regis Curso de direito penal brasileiro volume 1 parte ge ral arts 1 a 120 Luis Regis Prado 7 ed rev atual e ampl S o Paulo Editora Revista dos Tribunais 2007 p 420 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan 2002 P 203 Ibidem p 204 Ibidem p 217 218 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 SANTOS Juarez Cirino dos A moderna teoria do fato pun vel 2 ed rev e ampl Rio de Janeiro Revan
487. teachings Some of the ancient wisdom revered by the western world comes from individuals who scholars believe were vegetarian including Pythagorus Plato Aristotle Socrates and Plutarch What accounts for this strong representation of vegetarianism in a pantheistic society that did not specifically endorse those principles It could be because the temples of certain gods were thought to be desecrated by meat and blood and by those who ate animals Thus a Greek or Roman citizen devoted to a certain god might choose a lifestyle desired by that god Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL However there is also a very interesting concept identified in ancient Greek writing called the Golden Age myth This concept describes a time in pre history in which everyone was a strict vegetarian there were no wars and society was matriarchal The Greeks lamented the loss of this golden era and some strove for its return Whether this Golden Age is a myth or a reality is not as interesting as the fact that a society believed e That it did exist e That such a lifestyle was possible and e That living in harmony with animals was considered an element of an ideal society Just as we lost touch with this Golden Age so too did some of our more modern philosophers leave behind the concept that animals were sentient and entitled to any much less full moral consideration In the western world the work of Ren Descartes embodies this perspective
488. tes em seres humanos Essas realidades mais recentes continuam a nos ensinar sobre a neces sidade de integra o da considera o moral de seres em teste com a regula o da pesquisa Um dos mais conhecidos exemplos de abuso nos Estados Unidos o Experimento de S filis de Tuskegee O Servi o P blico de Sa de dos Estados Unidos experimentou por 40 anos em 399 principalmente em homens analfabetos Afro Americanos sofrendo de s filis Estes homens n o receberam tratamento medico para suas condi es porque os pesquisado res quiseram estudar os dados autopsiais para descobrir os efei tos da s filis no c rebro Pesquisadores disseram aos homens que eles estavam sendo tratados para sangue ruim e deram nos apenas aspirinas e placebos Os resultados foram que 128 Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 97 98 homens morreram da doen a n o tratada e 59 parentes foram infectados incluindo algumas crian as que nasceram com a do en a Mesmo ap s a penicilina ser descoberta e conhecida como um tratamento bem sucedido para s filis os homens no estudo e suas fam lias foram privados desse tratamento de salvamento O experimento terminou em 1972 n o por causa das preocupa es dos pesquisadores mas porque o experimento foi expos to por um jornalista E mesmo ap s isso os pesquisadores n o admitiram qualquer transgress o Muito foi escrito sobre esse experimento e muitos consideram o resultado poss vel apenas por
489. texto A interpreta o deve respeito a uma tradi o dentro da qual o significado se d dialogicamente exige coer n cia suspens o de pr ju zos Quando eu leio a palavra elefante n o penso em um animal branquinho pequeno orelhudo comedor de cenoura Pessoas diferentes poder o visualizar elefantes diferentes Nada obstan te todos reconhecem um elefante e um coelho O sujeito deve permitir que o objeto lhe diga algo Tudo sem perder a dimens o do contexto H par metros Da que Tom Regan ao tratar da explora o animal aponta a hipocrisia da utiliza o de expres s es como tratamento humanit rio e bem estar animal Qual o problema aqui A religi o t o central para muitos adeptos dos direitos dos animais que eles investem a demons trar a conjuga o entre o programa religioso e a plataforma dos direitos animais embora a motiva o possa ser distinta qual seja estrat gia de aproxima o ou persuas o no intuito de con quistar partid rios para a causa da liberta o animal Acontece que nem tudo ajust vel Pior talvez as bases de sustenta o n o sejam Ou pelo menos vigas mestras Algumas concilia es s se d o em preju zo da consist ncia em um contorcionismo digno de medalha ol mpica decorr ncia de um voluntarismo mesmo que inconsciente ou ing nuo Na linha judaico crist entre as passagens que despertam es pecial discuss o o cap tulo 1 vers culos 26 a 30 e o cap tulo 9 G
490. ticas e culturais sendo fruto inclusive de diversas lutas e conquistas tanto sociais quanto pol ticas sobretudo Na Roma Antiga somente os indiv duos nascidos com vida forma humana e status de cidad o livre e capaz gozavam de ple na personalidade jur dica e figuravam como titulares da maior parte dos direitos Os escravos os estrangeiros os que se encon travam sujeitos tutela ou curatela sui juri e aliena juri tinham seus direitos restringidos e nem chegavam a ser dotados de ple na personalidade jur dica Este conceito portanto foi moldando se gradativamente para incluir os negros as mulheres e inclusive determinadas fic es jur dicas incorporadas ao Direito mais recentemente Ou seja 284 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL nem sempre personalidade jur dica correspondeu ao conceito biol gico de homo sapiens nem ao conceito filos fico de seres dotados de racioc nio e consci ncia de si nem por fim id ia moral e kantiana de pessoa Para o Direito portanto pessoa ser dotado de personalidade jur dica com efeito um ente que de acordo com a legisla o em vigor possa estabelecer se em uma rela o jur dica como titular de direitos e obriga es Em ltima an lise pessoa o que a lei diz que personalidade jur dica se atribui aqueles a quem seja interessante valoroso para o legisla dor p trio em cada sociedade e momento conjuntura hist rica atribuir A teoria da pessoa jur
491. timely question as the field of scientific research especially toxicity testing is in the midst of significant development and also as societies increase their need for research data in greater amounts and with increased reliability and validity The Animal Welfare Act AWA is the federal law in the United States that addresses the treatment of animals used in research However the AWA does little to protect animals The lessons learned from the human research context were not imported to the AWA when it was adopted Instead the AWA focuses on minimal protections setting requirements for cage size ventilation and the provision of food water and pain relief among other things However even that minimal protection Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL can be eliminated if it is deemed by the researchers to interfere with their study Further the AWA completely exempts from regulation all the mice rats and birds used in research These animals account for approximately 85 97 of all research animals in the United States Additionally not all facilities conducting research are subject to the AWA In reaction to growing pressure to provide real protections for laboratory animals the AWA was amended to require Institutional Animal Care and Use Committees known as IACUCs These committees are tasked with approving applications for research using animals Instead of considering the Three Rs to determine if the protocol is nec
492. to finalidade dos atos oportuno lembrar n o cabe discricionariedade alguma atividade administrativa que fica em tudo adstrita lei A an lise da conveni ncia da Municipalidade em proceder esteriliza o e vacina o em massa n o encon tra amparo legal uma vez que quanto compet ncia finalida de e forma a autoridade est subordinada ao que a lei disp e Cuida se pois de ato vinculado e n o discricion rio A pol tica de sa de h de ser exercida nos estritos limites tra ados pela lei A relev ncia p blica que se atribui sa de da coletividade n o autoriza Municipalidade a fazer uso de pro cedimentos que impliquem sofrimento aos animais sobretudo por serem tais procedimentos desnecess rio prote o da sa de que j disp e de meios t cnicos tais como vacina o e este riliza o para evitar que os animais sofram as consequ ncias do aumento populacional e da dissemina o de doen as Decorre da que o bem estar animal e a sa de p blica longe de serem 146 Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL valores antag nicos ou inconcili veis s o interesses que se vin culam e que se voltam a um mesmo fim A salubridade p blica n o ser preservada enquanto n o houver um adequado programa de esteriliza o efetivas cam panhas de vacina o e de posse respons vel pois o crescente n mero de animais n o vacinados vagando pelas ruas fato gerador da dissemina o de doen
493. to que registra bem a superioridade do ser humano da sua vida do seu sofrimento frente a animais se res n o humanos dado por um exorcismo efetuado por Jesus Jesus expulsa dem nios de um possesso que gritava e se feria em afli o os dem nios pedem que Jesus concorde que eles entrem nos porcos que pastavam ao redor Cristo autoriza os dem nios incorporam nos porcos cerca de dois mil animais os quais se lan am no mar e morrem afogados O interesse dos de m nios pesa mais do que o desejo de viver dos porcos Quanto vale a vida de um porco Quanto vale as vidas de dois mil Irrefut vel o que se entende por direitos dos animais n o faz parte da homilia de Jesus A Boa Nova para seres humanos Jesus o salvador da humanidade Os animais pouco aparecem no Novo Testamento e quando aparecerem n o de modo a valoriz los muito pelo contr rio 4 Espiritismo Allan Kardec O termo espiritismo n o univoco engloba uma gama diver sificada antag nica de cren as liturgias matrizes e matizes Consoante definido pelo Dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa espiritismo a doutrina de cunho filos fico religioso de aper fei oamento moral do homem atrav s de ensinamentos transmi tidos por esp ritos mais aprimorados de pessoas mortas que se comunicam com os vivos especialmente atrav s dos m diuns Nota se pela conceitua o que a express o tem um espectro bastante vasto espiritismo de mesa
494. tos Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL fundamentais para al m dos humanos Belo Horizonte F rum p 429 450 2008 Confira se LOUREN O Daniel Braga A liberdade de culto e o di reito dos animais n o humanos In Revista de Direito Constitucional e Internacional S o Paulo Instituto Brasileiro de Direito Cons titucional RT n 51 p 295 318 abr jun 2005 Em nota acerca do caso a ser julgado pelo STF aguardando pauta desde 2007 entretanto a lei que autoriza o sacrif cio gera efeito LOUREN O Daniel Braga OLIVEIRA F bio Corr a Souza de Em prol do Di reito dos Animais invent rio titularidade e categorias In Jurispoie sis Ano 12 n 12 p 113 157 2009 p 139 143 144 A compreens o de tais textos como de qualquer outro problem tica hermen utica onde se insere a rela o entre sujeito e objeto de intera o mas n o de confus o quebra da filosofia da consci ncia separa o absoluta entre sujeito e objeto e da assujeita o do objeto o ser a ser no mundo Heidegger a cr tica da inexist ncia de grau zero de sentido os limites sem nticos da escrita a tradi o a ruptura com a interpreta o enquanto declara o de um sentido j aprioristicamente contido pron to acabado na reda o in claris cessat interpretativo a coer ncia campo da filosofia da linguagem Utilizou se a B blia em vers es atestadas pelo Vaticano site oficial em italiano e em ingl s bem como
495. tura natureza etc Nesse contexto tamb m os animais n o humanos tornaram se alvo de reivindica es No in cio estas se limitavam a perqui rir um tratamento humanit rio para os animais evitando se com isso sofrimentos desnecess rios A partir dos anos 1970 contudo alguns ativistas passam a reivindicar mais do que uma melhoria de condi es de vida que n o assegurava real prote o aos interesses animais fazendo com que a situa o mude consideravelmente em prol destas criaturas A publica o da obra Liberta o animal do fil sofo e professor australia no Peter Singer representou o marco substancial desta virada Al m de denunciar os abusos sofridos por animais em laborat rios e fazendas industriais Singer desvela de forma contumaz o quanto essas atividades violam o primado da justi a Se antes o movimento de prote o animal visava impedir a crueldade e assegurar um melhor tratamento aos animais dom sticos agora ele elabora uma teoria da justi a que concede um status moral privilegiado para os animais no lugar de uma vaga obriga o de agir humanitariamente como a defendida pelo movimento do bem estar animal GORDILHO 2008 p 65 grifo nosso Peter Singer fundamentando se no utilitarismo de Jeremy Bentham afirma que s h justi a em uma a o ou decis o se esta resultar em um elevado benef cio social ainda que importe 276 Revista BRASILEIRA DE DIRE
496. u o do seu excesso num rico A pr tica se iniciou com o intuito de afastar uma terr vel amea a a letal e temida raiva Ao longo do tempo revelou se ineficaz para os prop sitos de controle da doen a e da popula o animal mas continuou a ser praticada Ainda hoje embora j se tenha m o o conhecimento necess rio de m todo eficaz e alternativo a re vela o de experi ncias bem sucedidas no uso das estrat gias preventivas e as recomenda es das maiores autoridades em sa de p blica para sua substitui o continua se a capturar e a matar c es rotineiramente As considera es e levantamentos feitos neste trabalho apon tam para uma s conclus o preciso definitivamente adotar as estrat gias preventivas recomendadas pela Organiza o Mundial de Sa de O m todo de capturar e matar c es de for ma sistem tica e indiscriminada n o eficiente gera estresse no trabalhador impactos ao meio ambiente e conflitos com a socie dade tamb m n o se justificando do ponto de vista tico C es s o animais sencientes portadores de interesses ca pazes de experimentar dor e sofrer f sica e mentalmente Transformados pelo homem em sua natureza primitiva torna dos dom sticos e dependentes dos nossos cuidados nossa res Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL ponsabilidade proteg los atender a suas necessidades b sicas e considerar seus interesses em manterem se vivos e livres de sofrimentos Prog
497. u r dico imediado at agora Por outro lado o interesse da senho ra Top em n o ter o seu animal de estima o com o qual ela possui grande afei o ferido apenas parcialmente protegido A maioria dos Estados limitaria qualquer repara o em um pro cesso judicial ao valor de mercado ou a substitui o do cachor ro ainda que ela tivesse alegado um ato il cito conhecido como provocar intencionalmente dano moral Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 21 22 Assim o sistema jur dico tem um grande acervo de respos tas para a interfer ncia na diversidade de interesses humanos por m muito menos quando o dano voltado para os interesses de um animal 3 2 Interesses Animais Esp cies amea adas de extin o O sistema jur dico dos Estados Unidos tem mostrado flexibi lidade para permitir a prote o dos interesses dos animais al m ou em adi o aos interesses humanos O exemplo mais impor tante ocorreu no in cio dos anos 1970 como parte do movimento ambientalista Ele foi reconhecido no tempo que atividades hu manas estavam colocando os grupos de seres vivos agrupados sob o termo esp cies em risco de extin o A lei federal das esp cies amea adas ESA Endangered Species Act foi pro mulgada para tratar destes assuntos Esta lei reconhece os inte resses dos grupos numa exist ncia biol gica e ecol gica conti nuada e busca proteger esses interesses da intromiss o humana n
498. ua natureza ou a determinados adeptos de movimentos par ticulares como a liberta o animal abolicionismo ou ecofemi Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 293 nismo Aqui frise se n o se estar a falar em ess ncia no sentido decorrente do paradigma da filosofia da consci ncia mas como algo mais pr ximo da atual compreens o human stica comple xa hol stica das rela es entre os seres vivos relativamente a tudo o quanto ora j se discutiu Afirmamos anteriormente que o cuidado pertence ess ncia do ser humano o seu modo de ser concreto no mundo e com os outros ontologicamente anterior a o da raz o e da liberdade O cuidado expressa a import ncia da raz o cordial que respeita e venera o mist rio que se vela e re vela em cada ser do universo e da Terra Por isso a vida e o jogo das rela es s sobrevivem se forem cercados de cuidado desvelo e de aten o A pessoa se sente envolvida afetivamente e ligada estreitamente ao destino do outro e de tudo o que for objeto de cuidado Por isso o cuidado provoca preocupa o e faz surgir o sentimento de responsabilidade BOFF 2009 p 87 grifo nosso A no o de cuidado desenvolvido por este te logo e impor tante te rico contempor neo aproxima se em grande medida daquela defendida por Carol Gilligan e pelo movimento ecofe minista capaz de levar ao sentimento natural e espont neo de responsabilidade para com o outro de respeito de co
499. ua pr pria torta ou receber a compensa o pelo seu trabalho e custo Agora surge uma pergunta esse conflito de interesses de natureza tal que o Estado atrav s do sistema jur dico deveria intervir A hist ria humana sugere que a prote o do produ to do trabalho ou da inven o um componente crucial para manten o da paz social e portanto o direito adotou uma s rie de regras direitos para lidar com este conflito A lei diz que a torta da senhora Top n o pode ser tirada dela ao menos que ela a tenha presenteado ou a tenha vendido para outrem Se o senhor Jones violar a norma ent o a senhora Top pode tanto process lo para reaver a torta ou seu valor e ou o Estado pode responsabiliz lo criminalmente pelo furto Senhor Jones tam b m pode ter interesse em um encontro social com a Senhora Top E de novo o interesse da senhora Top vai estar em conflito com o do senhor Jones Ela talvez tenha interesse em se livrar do cortejo senhor Jones Deveria o direito interferir neste conflito de interesses Supondo que se trata de um simples di logo ent o a socie dade decidiu que o sistema jur dico n o deve desempenhar ne Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL nhum papel no sistema legal para que o senhor Jones e a senhora Top resolvam normalmente este conflito al m disso milhares de vezes ao dia estes conflitos surgem e s o resolvidos sem a interven o do direito Se entretanto o senhor Jones decidir contin
500. uar com o seu interesse tocando ou apalpando inapro priadamente a senhora Top ou talvez fazendo liga es telef ni cas ou seguindo a por dias ele estar excedendo as normas de conduta social Ele estar interferindo no direito de liberdade dela Neste caso o sistema jur dico fornece senhora Top ins trumentos para que os interesses da senhora Top sejam prote gidos O instrumento pode ser em forma de responsabilidade criminal de uma queixa crime ou uma a o civil buscando uma injun o contra futura viola o de sua privacidade E se ao deixar a casa da senhora Top o senhor Jones pisar no seu cachorro Floppy quebrando a sua coluna Agora o se nhor Top agiu contra os interesses de dois seres senhora Top e Floppy A senhora Top possui uma liga o emocional com Floppy de modo que o dano sofrido por Floppy vai provocar um dano contra a senhora Top Floppy possui o interesse de livrar se da dor e sofrimento causado por outros Neste caso a resposta do sistema jur dico menos avan ado O interesse de Floppy de livrar se da dor foi reconhecido h muito tempo nos Estados Unidos Prote o contra viola o deste interesse apesar de significantemente previsto existe em todas leis criminais anti crueldade de todos os Estados Isso parece ria dar a Floppy um direito subjetivo assegurado pelo Estado Mas a decis o de proceder contra o senhor Jones depende do promotor local Floppy ainda n o tem nenhum instrumento j
501. ue toda a o t pica il cita salvo Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 339 340 quando justificada As excludentes de ilicitude encontram se no artigo 23 do C digo Penal brasileiro sendo elas Art 23 N o h crime quando o agente pratica o fato I em estado de necessidade TI em legitima defesa III em estrito cumprimento do dever legal ou no exerc cio regular de direito No estado de necessidade o agente para salvar se de perigo atual e inevit vel que n o provocou por sua vontade nem podia de outro modo evitar viola direito pr prio ou alheio cujo sacri f cio nas circunst ncias n o era razo vel exigir se Art 24 CP Ressalte se que tamb m n o poderia existir o dever de cuidado Na leg tima defesa o sujeito repele injusta agress o atual ou iminente a direito seu ou alheio utilizando se moderadamente dos meios necess rios art 25 CP No estrito cumprimento do dever legal o agente cumpre exatamente o que disposto no or denamento jur dico nos limites do dever imposto pela norma No que se refere ao exerc cio regular de direito um exerc cio de faculdade de acordo com o direito o que implica na licitude da conduta A tipicidade penal formada pela tipicidade formal e tipi cidade conglobante A primeira a adequa o da conduta do agente ao modelo abstrato previsto em lei ou seja a combi na o do ato praticado com a descri o que dele se faz na lei penal J a ti
502. ue unifica superando as diferen as mo ment neas exteriores ou ilus rias a ess ncia dos seres das es p cies natureza espiritual indivisa nas palavras de Krishna Assenta o pr prio Deus Os s bios humildes em virtude do conhecimento verdadeiro v em como a mesma vis o um brah mana erudito e cort s uma vaca um elefante um cachorro e um comedor de cachorro paria Sem embargo tal cadeia uma sequ ncia evolutiva de pro gresso espiritual na qual o topo ocupado pela vida na for ma humana Afirma se que apenas no corpo humano que a Ano 6 VoLume8 Jan Jun2011 187 188 alma pode adquirir consci ncia de Deus e assim se liberar do enredamento de nascimentos e mortes ciclo de samsara do carma de maya embora se reserve a viabilidade e haja relatos na literatura vaisnava de almas em corpos animais que ascen deram imediatamente Os animais ressalvada alguma hip tese excepcional est o completamente sob o dom nio dos instintos reduzidos a comer dormir se defender e copular logo n o visualizam Deus e portanto n o podem seguir as prescri es para alcan Lo A literatura v dica destina se a seres humanos e n o a ani mais O prop sito da vida compreender que a condi o eter na da alma ser servo amigo puro de Deus o que n o inteli g vel aos animais H uma condi o moral no homem que esta ausente nos animais isentando os da rela o c
503. ulpa o agente n o a quis nem a previu ou podia faz lo a segunda consequ ncia da inevita bilidade exclui a imputabilidade penal se completa reduz a pena se incompleta art 28 II 2 CP Pela potencial consci ncia da ilicitude o agente n o culp vel quando n o poderia conhecer o car ter il cito da sua a o A aus ncia do elemento potencial consci ncia da ilicitude d lu Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL gar ao erro de proibi o que quando inevit vel causa exclu dente de culpabilidade Est prevista no artigo 21 do CP Art 21 O desconhecimento da lei inescus vel O erro sobre a ilicitude do fato se inevit vel isenta de pena se evit vel poder diminui la de um sexto a um ter o Segundo Juarez Cirino a lei penal brasileira admite a iden tifica o de tr s modalidades de erro de proibi o erro de proi bi o direto incidente sobre a exist ncia validade ou signifi cado da norma erro de tipo permissivo incidente sobre pres supostos objetivos de justifica o legal como a leg tima defesa putativa erro de permiss o ou erro de proibi o indireto in cidente sobre justifica o inexistente ou sobre limites jur dicos de justifica o existente Por fim h a excludente de culpabilidade por inexigibili dade de conduta adversa que ocorre quando o autor n o devia ou n o poderia ter comportamento diverso daquele considera do il cito Pe
504. umano e um n mero limitado de interesses dos animais Sob esta causa de a o judicial o queixoso deve mostrar os seguintes elementos 1 Que um interesse de fundamental import ncia para o animal pleiteante 2 Que o interesse fundamental tem sofrido interfer ncia ou preju zo pelas a es ou in rcias do acusado 3 Que o peso e a natureza dos interesses do animal plei teante excedem substancialmente o valor do peso e da natureza dos interesses do ser humano acusado Antes de discutir com mais detalhes os elementos da a o de dano tr s exemplos ser o fornecidos permitindo ao leitor ter um contexto para compreender o que a a o de dano procura realizar Todos os tr s ir o tratar de um chimpanz hipot tico JOJO Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL N 1 JoJo mora no zool gico de Potsville Ele um do grupo de dez chimpanz s numa extens o de tr s acres que fazia parte de um projeto de 6 milh es que o zool gico construiu h tr s anos atr s Os visitantes do zool gico podem ver os chimpan z s atrav s de cinco posi es embora os chimpanz s tenham a habilidade de refugiar se da vis o deles se quiserem H um treinador cuidador de animais que trabalha l 10 horas por dia Este cuidador tem a obriga o de observar os chimpanz s para uma necessidade m dica providenciando manobras cria tivas atrav s das quais os chimpanz s obteriam seus alimen tos para assegurar que suas
505. unicipal n 13 131 2001 disciplina a cria o propriedade posse guarda uso e transpor te de c es e gatos Consideramos que a denomina o mais adequada para a re la o entre o ser humano e o seu c o seja a guarda respons vel porque al m do dever tico remete a um v nculo sentimental capaz de impor a responsabilidade pela dignidade de sua vida Alguns desses deveres s o expostos na legisla o como o re gistro a vacina a higiene o alojamento adequado a alimenta o etc O dever tico desta guarda imp e ao guardi o a prote o do c o para que a sua vida seja saud vel e plena assim se man tendo at que naturalmente termine longe dos maus tratos do abuso ou da crueldade Insta acentuar que a referida legisla o municipal n o obs tante assegurar uma s rie de deveres trata o c o como coisa sempre se referindo a ele como um objeto digno de propriedade o que n o prejudica os benef cios que com ela possam ser al can ados ao possibilitar a sua proje o para al m dos interesses utilitaristas humanos A disciplina jur dica dessa rela o tem por finalidade o de senvolvimento de um sentimento saud vel pois fomenta a consci ncia de que n o se trata de um objeto descart vel mas sim de um ser vivo que necessita de aten o e que n o pode ser abandonado na primeira dificuldade que se avizinha almejan do a redu o da popula o de animais que vivem nas ruas Revista BRASILEIRA DE
506. ursos cient ficos e epistemol gicos do Direito STRECK 2007 p 67 Segundo Bourdieu cita Lenio Luiz Streck h na verdade um conjunto de cren as e pr ticas que mascaradas e ocultadas pela communis opinio doctorum propiciam que os juristas conhe am de modo confort vel e acr tico o significado das palavras das categorias e das pr prias atividades jur dicas o que faz do exerc cio do operador jur dico um mero habitus ou seja um modo rotinizado banalizado e trivializado de compreender julgar e agir com rela o aos problemas jur dicos e converte o seu saber profissional em uma esp cie de capital simb lico isto numa riqueza reprodutiva a partir de uma integra o combinat ria entre conhecimento prest gio reputa o autoridade e graus acad micos STRECK 2007 pp 67 68 grifo nosso Enfim o que se pretende afirmar neste t pico que como afirma Heron Jos de Santana Gordilho em sua obra Abolicionismo Animal a forma com que a maioria das pes soas trata os animais est relacionada a bloqueios psicol gicos e conceituais inculcados atrav s de uma longa tradi o religiosa e filos fica partindo do pressuposto de que os animais desti tu dos de alma intelectual ou qualquer espiritualidade existem apenas para o benef cio da esp cie humana GORDILHO 2008 p 17 Ou seja o modo com que o homem se relaciona com os animais e como estes s o compreendidos e tratados pelo Di
507. us inteiramen te humana sem qualquer tra o animal Logo entregar se matan a de animais s para satisfazer a l ngua a esp cie mais grosseira de ignor ncia O ser humano n o tem neces sidade de matar animais porque Deus forneceu lhe tantas coisas boas Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL 77 78 79 80 81 82 83 84 Se apesar disso ele insiste em comer carne deve se entender que esta agindo em ignor ncia e est tornando ser futuro muito tenebroso Gita coment rio ao verso 16 cap tulo 14 p 665 e 666 Idem p 665 As pessoas humanas espiritualmente ignorantes enredadas no ciclo de samsara nascimentos e mortes n o v em que matando um animal est o assumindo o risco de serem mortas pelo mesmo animal na vida seguinte Coment rio ao verso 17 cap tulo 14 p 667 Verso 18 cap tulo 5 Coment rio de Prabhupada Quem consciente de Krsna n o faz nenhuma distin o entre esp cies ou castas Do ponto de vista social o brahmana e o p ria talvez sejam diferentes ou do ponto de vista das esp cies um cachorro uma vaca e um elefante podem ser diferentes mas o transcendentalista erudito n o d nenhuma import n cia a essas diferen as de corpo Isto se deve rela o existente entre eles e o Supremo pois o Senhor Supremo por meio de Sua por o plen ria como Paramatma est presente no cora o de todos Essa compreens o acerca do Supremo verdade
508. use of concerns of the researchers but because the experiment was exposed by a journalist And even after that the researchers did not admit any wrongdoing Much has been written about this experiment and many consider the outcome possible only because the researchers failed to give their test subjects full moral consideration Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 73 74 What lessons have we learned from this and in the human experimentation context more broadly Certain guidelines must be followed which incorporate the moral consideration of the subject of the research These elements include e Voluntary and informed consent from the subject e The ability to withhold consent e Researchers have a duty to ascertain whether there is consent and must explore alternatives to the use of human subjects e The research must have a positive benefit unprocurable by other means and must follow generally accepted scientific practices e Researchers must avoid all unnecessary pain and suffering for the subject e The degree of risk should never exceed the importance of problem to be solved in other words a risk of death for a baldness cure is unacceptable and e No research should be conducted if researchers believe that death or disabling injury will occur Should the principles reflected in these guidelines now enshrined in scientific standards and law for human experimentation apply to animal research This is a critical and
509. usti a se aproxima do paradigma dominante Boaventura de Sousa Santos ou da filosofia da consci ncia por n s j mencionados supra e a tica do cuidado corresponde aproxima se dos anseios e demandas oriundos da transi o para o paradigma comunicacional da filosofia da linguagem A tica do cuidado tal qual sugerido e se adotada poder provocar uma profunda reformula o no paradigma tico da contemporaneidade e nas rela es tanto humanas quanto entre os homens e os demais seres vivos Tal panorama repercute di reta e consideravelmente na atribui o de um status moral pr prio aos animais n o humanos alvo deste trabalho que resga tados em sua individualidade e moralidade pr prias passam a contar com uma dignidade reconhecida valorizada e respeita da tendo os seus interesses e direitos mais pr ximos de serem efetivamente concretizados O ser humano afirma Leonardo Boff fundamentalmente um ser de cuidado mais que um ser de raz o e de vontade Cuidado uma rela o amorosa para com a realidade com o objetivo de garantir lhe a subsist ncia e criar lhe espa o para o seu desenvolvimento Em tudo os humanos poem e deve p r cuidado na vida no corpo no esp rito na natureza na sa de na pessoa amada em quem sofre e na casa Sem cuidado a vida perece BOFF 2009 p 84 Ou seja o que Boff pretende nos fazer constatar que o cui dado pertence ess ncia do ser humano mais do que mulher por s
510. va humana n 4 S o Paulo Instituto Pasteur 2000 43p DIETZ G An lise do perfil dos pacientes agredidos por animais no munic pio de Pirassununga SP Revista de Ci ncias Veterin rias ano I n 2 p 3 11 2004 FERREIRA F Q C Almirante Brown um modelo de contro le populacional para c es e gatos a baixo custo em sa de publi ca Apresenta o em p ster I Congresso Nacional de Sa de Publica Veterin ria Guarapari Esp rito Santo novembro 27 30 2005 F RUM NACIONAL DE PROTE O ANIMAL Programa pactu ado de controle reprodutivo sanit rio e de sa de de c es e gatos nas sub prefeituras do munic pio de S o Paulo S o Paulo F rum Nacional de Prote o Animal 2005 19p GEISON G L A ci ncia particular de Louis Pasteur Rio de Janeiro Contraponto 2002 464p GOMES F J P Programa Nacional de Profilaxia da Raiva considera es sobre o seu desenvolvimento 1975 1978 In Instituto Pasteur edi tor II Seminario sobre T cnicas de Controle da Raiva S o Paulo Instituto Pasteur 1979 GREIF S Alternativas ao uso de animais vivos na educa o pela ci ncia respons vel 1 ed S o Paulo Instituto Nina Rosa 2003 175p INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA IBGE Pesquisa Nacional de Saneamento B sico 2000 Dispon vel em http www ibge gov br home estatistica populacao condicaodevi da pnsb pnsb pdf Acesso em 12 de abril de 2010 130 Revista BRASILEIRA DE DIREI
511. veis ser o submetidos s medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Crian a e do Adolescente Na doen a mental e no desenvolvimento mental retardado ou incompleto ocorre a incapacidade de entender o injusto do fato ou de agir conforme essa compreens o As doen as mentais podem ser classificadas em end genas e exdgenas As primei ras seriam basicamente a esquizofrenia e a paran ia enquanto entre as segundas est o as psicoses traum ticas ou infecciosas do rg o cerebral a epilepsia a desagrega o da personalidade por arteriosclerose ou atrofia cerebral al m de outras pertur ba es patol gicas do c rebro por inflama o tumores doen as de metabolismo etc O desenvolvimento mental retardado ou incompleto relaciona se a todas as hip teses de oligofrenias como defeitos constitucionais do c rebro como as debilidades mentais as imbecilidades e as idiotias O artigo 26 do CP deter mina a exclus o de culpabilidade por doen a mental ou desen volvimento mental incompleto ou retardado Art 26 isento de pena o agente que por doen a mental ou desen volvimento mental incompleto ou retardado era ao tempo da a o ou da omiss o inteiramente incapaz de entender o car ter il cito do fato ou de determinar se de acordo com esse entendimento O artigo 28 do CP no inciso II 1 traz complementarmen te a embriaguez completa por caso fortuito ou for a maior na primeira n o h vontade ou c
512. vernizado e ganha novas molas Revista BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL Mas nos mundos superiores os animais t m a capacidade de conhecer a Deus N o Para eles o homem um deus A concep o confortante para o ego de muitos normalmente n o sem uma sensa o de poder ou do sentido da depend ncia do outro para consigo de que o animal v no ser humano algo como uma divindade n o parece cr vel Caso acalente cogitar isto em rela o a um cachorro improv vel que uma baleia ao avistar um mergulhador pense estar defronte de um deus Esta hierarquiza o n o parece contar com o apoio dos animais Parece mais apropriado compreender que na depend ncia da circunst ncia o animal pode ver no homem um amigo ou um inimigo um deus mau algu m com algum poder sobre ele sendo certo que animais podem mirar o homem apenas como um estranho e ter indiferen a para com ele al m de terem a no o de conforme a conting ncia serem mais poderosos Kardec chega a afirmar que a concep o de que Deus criou seres intelectuais destinados perpetuamente inferioridade pare ce n o se harmonizar com a unidade de vistas e de progresso que todas as suas obras revelam Os esp ritos superiores retru cam que esta sistem tica n s humanos encarnados ao menos a maioria de n s n o podemos ainda apreender e que impos sivel que Deus se contradiga E assim sem argumenta o que possa convencer pela raz o
513. zadas de casa em casa e a popula o de baixa renda nem sempre tem como transportar o animal at um posto de sa de cujo acesso s seria poss vel por meio de trans porte coletivo por se localizar em local distante da resid ncia do guardi o ou respons vel opta se por estes voc bulos mas Ano 6 VoLume8 Jan Jun 2011 141 142 consent neos com a realidade hodierna e o sistema constitucio nal de princ pios direitos e garantias do que os termos redu cionistas e falsos de dono ou propriet rio As campanhas de vacina o deveriam ter a sua divulga o intensificada o que tamb m como se encontra demonstrado n o ocorre e contar com um n mero maior de postos em bairros mais distantes in clusive com a exist ncia de postos m veis 3 Da ilegalidade da pol tica de exterm nio Em nome de medidas ineficazes de controle populacional e ultrapassadas sob o aspecto epidemiol gico vem os centros de controle de zoonoses cometendo a atrocidade de exterminar de zenas de animais sadios diariamente em ofensa legisla o p tria que estabelece medidas de prote o aos animais Relevante para a exata compreens o deste pensamento transcrever os fun damentos jur dicos de tutela dos animais Disp e a Constitui o da Rep blica no cap tulo do Meio Ambiente Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida

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